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GEOGRAFIA - PERMINIO CAP. 62 ATMOSFERA E SUA DINÂMICA Exportado em: 27/11/2020
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SLIDES DO CAPÍTULO
Tempo e clima
Os tornados são resultados do choque entre duas correntes de ar e têm efeitos destruidores. Esse poder de destruição pode ser medido pela escala Fujita, cujo nome homenageia o meteorologista Ted Fujita. Shutterstock.com
Estudar as condições meteorológicas do planeta é muito importante devido à estreita relação existente entre o clima e a sociedade. Para isso, são utilizadas ciências como a Meteorologia e a Climatologia, que se dedicam ao estudo da dinâmica atmosférica. A Meteorologia concentra suas análises nas condições momentâneas da atmosfera (o tempo), enquanto a Climatologia dedica-se aos fenômenos atmosféricos mais duradouros (o clima).
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O tempo é o estado físico das condições atmosféricas em um determinado momento e local, que influencia diretamente a vida e as atividades humanas. Apesar disso, o tempo é um estado momentâneo da atmosfera, podendo modificar-se constantemente. Por exemplo, um dia que amanhece ensolarado, com o passar das horas, pode ficar nublado ou chuvoso. Por sua vez, o clima é o estudo médio do tempo de uma região, o qual se refere às características da atmosfera observadas continuamente durante certo período. A Organização Mundial de Meteorologia instrui a utilização de dados acumulados por 30 anos para caracterizar o clima de uma região. O clima abrange maior número de dados e eventos possíveis das condições do tempo para uma determinada localidade ou região. Portanto, é mais constante, não sofrendo variações diárias ou momentâneas.
Pratique: tempo e clima Questão 01 Explique o que é o tempo atmosférico.
Questão 02 Pode-se afirmar que clima e tempo são a mesma coisa? Justifique sua resposta.
Atmosfera A atmosfera é uma camada gasosa que envolve a Terra e possibilita as condições de vida no planeta. É constituída de cinco camadas principais: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. A troposfera é a única camada na qual os seres vivos podem respirar normalmente. O ar se torna mais rarefeito quanto maior a altitude, pois a coluna de ar diminui. A Terra possui temperaturas diferentes entre suas camadas. Dessa forma, a relação matemática entre a temperatura e a altitude também varia: são, normalmente, três camadas quentes, separadas por duas camadas frias.
Camadas da atmosfera
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Designua/Shutterstock.com
Devido à sua grande extensão e seus diferentes comportamentos nos diversos níveis, a atmosfera pode ser dividida da seguinte forma: ► Troposfera – Inicia-se na superfície da Terra, indo até a estratosfera, tendo em média 17
km de altitude. Essa camada possui cerca de 80% do peso atmosférico e dos gases que compõem a atmosfera. Nela, ocorrem quase todos os fenômenos meteorológicos. ► Estratosfera – Localiza-se entre o final da troposfera e indo até 50 km de altitude,
aproximadamente, dependendo da área onde está situada no planeta. É nela que está localizada a camada de ozônio, o que a caracteriza, atualmente, como uma área preocupante para os pesquisadores, pois os buracos na camada de ozônio podem provocar diversos problemas climáticos no planeta. ► Mesosfera – Nessa camada, a temperatura diminui com a altitude, atingindo até –90 °C
em seu topo. É na mesosfera que ocorre a combustão dos meteoroides. Nela, são verificadas as menores temperaturas da atmosfera. ► Termosfera – Juntamente da termosfera, existe outra camada, conhecida como ionosfera
(acima de 80 km). Juntas, elas formam um plasma composto por íons positivos e elétrons livres, que atinge densidade máxima a um altura de 300 km a partir da Terra. O sistema termosfera/ionosfera caracteriza-se pela sua elevada temperatura devido ao seu grande
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número de íons. ► Exosfera – É a camada mais externa da atmosfera e está situada acima da ionosfera,
medindo de 600 a
km. É nela que ocorre a transição com o espaço exterior. É uma
camada extremamente rarefeita, composta de 50% de hidrogênio e 50% de hélio. Suas temperaturas giram em torno de
ºC devido à elevada quantidade de plasma. Por
esse motivo, para atravessá-la, as naves espaciais precisam ser construídas com materiais resistentes a altas temperaturas.
Saiba mais A ozonosfera é a região na qual se encontra a camada de ozônio, de aproximadamente 10 a 50 km de altitude, onde o ozônio da estratosfera é abundante. É essa camada que protege os seres vivos da Terra contra a exposição excessiva dos raios ultravioleta.
Elementos do clima Os elementos do clima fazem parte da caracterização da climatologia de uma região. Seu comportamento é fundamental para definir o tipo de clima. Identificam-se como elementos do clima a temperatura, a umidade do ar, a nebulosidade, as precipitações, a pressão atmosférica e os ventos.
Temperatura A temperatura, medida em graus Celsius, Fahrenheit ou Kelvin, pode ser compreendida como a quantidade de calor registrada na atmosfera de um determinado lugar.
Umidade do ar A umidade do ar corresponde à quantidade de vapor de água que é encontrada na atmosfera. É responsável pela formação das nuvens e precipitações, podendo ser dividida em umidade absoluta e umidade relativa. ► Umidade absoluta – Massa de vapor de água existente em um metro cúbico de ar. ► Umidade relativa – Relação entre a quantidade de vapor que o ar contém e a
quantidade máxima de vapor de água que o ar poderia conter a uma determinada temperatura.
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Pressão atmosférica A pressão atmosférica não é perceptível porque age em todos os sentidos. O ar também penetra no corpo e faz pressão de dentro para fora. A pressão no interior do organismo é igual à pressão externa, gerando um equilíbrio. Por isso, ninguém é esmagado ou explode. Porém, há situações em que é fácil perceber as diferenças de pressão: quando se desce uma serra em direção ao litoral ou na decolagem de um avião, por exemplo, os ouvidos ficam obstruídos devido a essa diferença.
Precipitação Em Climatologia, precipitação é a mudança do estado físico da umidade da atmosfera. Esse fenômeno, que faz parte do ciclo hidrológico, ocorre a partir da condensação das gotículas presentes nas elevadas altitudes, que irão retornar ao planeta de várias formas, como a chuva, a neve, o granizo, a neblina, o orvalho e a geada.
Ventos e pressão atmosférica Pressão atmosférica corresponde à força exercida pelo ar, em virtude do seu peso, sobre um determinado lugar. Essa pressão está associada à variação da temperatura e da altitude de uma região: quanto maior a temperatura, menor será a pressão. Além disso, quanto maior a altitude, menor a coluna de ar e, assim, menor a pressão atmosférica.
Ventos O vento é o ar em movimento decorrente dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões. É influenciado por efeitos locais, como o relevo e as irregularidades da superfície do solo. Os ventos podem ser classificados da seguinte forma:
Ventos constantes ► Alísios – Sopram dos trópicos para a Linha do Equador e, por serem úmidos, provocam
chuvas. ► Contra-alísios – São ventos secos e sopram da Linha do Equador para os trópicos, em
altitudes elevadas.
Ventos periódicos ► Monções – Ventos que, durante o verão, sopram do Oceano Índico para o sul e sudeste
da Ásia e, durante o inverno, sopram do continente para o oceano. Dividem-se em monções marítimas e monções continentais, como mostrado na imagem a seguir.
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GRATALOUT, A. M. G. The great atlas of the world, 1998. ► Brisa – É um vento que sopra em áreas de baixa altitude, entre o continente e o mar,
devido à variação de temperatura, dividindo-se em brisa marítima e brisa continental. A brisa é um fenômeno diário. Sopra do mar para a terra durante o dia, pois nesse período a temperatura da terra se eleva mais rapidamente que a da água. Isso acontece porque o calor específico da água é maior que o da terra. As camadas de ar que estão próximas da areia se aquecem mais, ficam menos densas e sobem, dando lugar ao ar frio que está em contato com a água. Durante a noite, devido à diferença de calor específico, a terra arrefece mais rápido que a água, fazendo o movimento inverso ao que ocorre durante o dia. Dessa forma, à noite, o ar mais quente é o que está próximo da água. Por ser menos denso, ele sobe, dando lugar ao ar mais frio que está em contato com a praia, fazendo surgir a brisa continental, como pode ser observado no esquema a seguir.
Esquema mostrando o fenômeno da brisa marítima e da brisa continental.
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Ventos locais Vento local é aquele que se desloca apenas em uma certa região em determinadas épocas do ano. No Deserto do Saara, por exemplo, ocorre um vento extremamente forte conhecido como simum, que provoca enormes tempestades de areia. No sul do Brasil, existe o minuano, um vento frio originário da massa de ar polar atlântica.
Tornados e ciclones tropicais ► Tornado – Atinge até 490 km/h de velocidade no centro do cone e pode ser medido por
meio da escala Fujita, que vai de F0 a F5 de acordo com a velocidade dos ventos (km/h), a largura da trilha (metros), o comprimento da trilha (km) e os danos provocados. É um fenômeno meteorológico de alto poder de destruição, porém de curta duração. ► Ciclone tropical – É uma denominação geral para ventos circulares, que recebem
diferentes nomes de acordo com o lugar onde surgem. Na Ásia são chamados de tufões, na Oceania, de willy-willy, e na região do Atlântico, no continente americano, de furacões. Um vento passa a ser chamado de furacão quando atinge velocidade igual ou superior a 120 km/h, e sua intensidade pode ser medida pela escala de Saffir-Simpson, que vai da categoria 1 à 5. São fenômenos com centenas de quilômetros de extensão cujo ciclo de evolução pode durar semanas até atingir a categoria de ciclone tropical.
O Katrina foi um furacão que destruiu parte dos Estados Unidos durante sua passagem, em agosto de 2005. A tempestade tropical alcançou a categoria 5 de poder destrutivo. Na imagem, observa-se o furacão durante sua passagem pelo Golfo do México. Wikimedia Commons
Fatores que influenciam o clima
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A incidência dos raios solares, pela diferença de latitude, influenciam no clima.
Os fatores climáticos são os elementos naturais que influenciam as características ou a dinâmica dos climas, devendo ser analisados conjuntamente. As condições físicas interagem com as condições atmosféricas, condicionando o clima. A formação de climas específicos para cada região do planeta resulta, portanto, de uma interatividade entre os elementos que o formam juntamente dos fatores climáticos que o modificam.
Latitude Compreende-se por latitude a distância, em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre até a Linha do Equador. Além de seu uso na orientação, a variação da latitude influencia a mudança de temperatura que ocorre nas diferentes regiões da superfície do planeta. A temperatura da Terra diminui quando a latitude aumenta, ou seja, quanto mais distante a localidade estiver da Linha do Equador – portanto, mais próxima dos polos –, menores serão as temperaturas. Isso ocorre devido à forma geoide do planeta, que faz com que os raios solares se inclinem com a proximidade dos polos.
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Quando os raios se inclinam, esse calor vai reduzindo porque a área aquecida aumenta. Já nas regiões de baixa latitude, os raios solares incidem de forma perpendicular, intensificando o calor.
Altitude A altitude é a distância de um ponto em relação ao nível do mar, sua variação também influencia a temperatura. O calor é propagado de baixo para cima, e a atmosfera aquece devido à irradiação. Quanto maior a altitude, mais rarefeito torna-se o ar, ocorrendo também menor irradiação e, por consequência, menores temperaturas. O oposto ocorre em baixas altitudes. Em uma altitude elevada, a pressão atmosférica é menor devido à baixa quantidade de ar acima dela; já nas áreas de baixa altitude, a pressão aumenta, pois a coluna de ar é maior. Por esse motivo, a topografia da região é importante para a compreensão da variação de pressão atmosférica no planeta.
Massas de ar
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Os ventos alísios são resultantes do movimento de rotação da Terra, posicionados próximos ao Equador.
A massa de ar é uma parcela da atmosfera com características próprias de pressão, temperatura e umidade, influenciada pela região na qual se origina. Devido às diferenças de pressão, as massas de ar que compõem a atmosfera estão em constante movimento entre o Equador e os polos. As massas de ar podem ser classificadas da seguinte forma: ► Latitude – Polares, temperadas, tropicais e equatoriais. ► Superfície de origem – Continentais (geralmente secas) e marítimas (geralmente
úmidas). ► Temperatura – Quentes e frias.
As massas de ar possibilitam a transferência de calor na atmosfera. Durante seu movimento, as massas de ar com diferentes características encontram-se, dando origem ao sistema frontal, ou seja, surgem as frentes, que podem ser principalmente: ► Frente fria – Zona de transição onde uma massa de ar frio (polar, movendo-se para o
Equador), devido ao seu volume, substitui uma massa de ar mais quente (normalmente úmida). ► Frente quente – Zona de transição onde uma massa de ar quente (normalmente úmida)
substitui uma massa de ar fria.
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Saiba mais
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As áreas frias (ou de altas latitudes) e as subtropicais (ou de médias latitudes) são dispersoras de massas de ar e ventos e recebem o nome de áreas anticiclonais.
•
As áreas quentes ou de baixa pressão atmosférica (de baixa latitude), como as equatoriais, são receptoras de massas de ar e ventos e recebem o nome de áreas ciclonais.
Maritimidade A maritimidade é a influência que o mar exerce sobre o clima de uma região. Geralmente, a maritimidade aumenta a umidade do ar e ameniza o clima da região influenciada, proporcionando uma reduzida amplitude térmica diária, como ocorre no litoral brasileiro.
Continentalidade A continentalidade é a influência que o continente exerce sobre o clima de uma região. Geralmente, a continentalidade diminui a umidade do ar e aumenta a amplitude térmica diária, tornando o clima muito instável. Esse fenômeno é muito comum nos desertos, onde, durante o dia, as temperaturas são muito elevadas, mas há uma queda nos termômetros à noite.
Correntes marítimas As correntes marítimas são fluxos de águas decorrentes do movimento de rotação do planeta, as quais interferem na vida marinha e influenciam no clima por conta das características térmicas das águas que as compõem.
Pratique: elementos e fatores do clima Questão 01 Desde a construção dos primeiros termômetros até a análise de dados por meio de satélites e supercomputadores, a meteorologia – a ciência que estuda os fenômenos atmosféricos – aumentou enormemente o grau de previsão do tempo. Geografia atualidades, 2014, p. 46.
Baseando-se nessa afirmação e em seus conhecimentos sobre os fenômenos atmosféricos
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terrestres, pode-se dizer que: A
a chuva frontal ou orográfica ocorre quando a massa de ar sobe por causa de algum obstáculo de relevo, como uma montanha.
B
a chuva orográfica, também chamada de chuva convectiva, ocorre quando a massa de ar sobe por causa de algum obstáculo de relevo, como uma montanha.
C
a massa de ar constitui-se como um corpo de ar com características próprias de umidade, pressão e temperatura, herdadas, por sua vez, das diferentes regiões da superfície terrestre.
D
a troposfera, também conhecida como tropopausa, representa a camada atmosférica mais importante para o ser humano por concentrar a maioria dos fenômenos atmosféricos.
E
geralmente, as áreas anticiclonais ou de baixa pressão atmosférica são áreas dispersoras de ventos, enquanto as áreas de alta pressão atmosférica ou ciclonais são zonas receptoras de ventos.
Questão 02 Um dos elementos climáticos mais importantes para a humanidade é a temperatura atmosférica, ou seja, o estado térmico do ar atmosférico, de frio ou de calor. A temperatura pode variar de um lugar para outro, assim como em um mesmo lugar, no decorrer do tempo. Sobre os fatores responsáveis pela variação da temperatura, é correto afirmar que: A
a influência da latitude ocorre, fundamentalmente, devido à forma esférica da Terra. A insolação diminui a partir do Equador em direção aos polos. Dessa forma, a temperatura diminui com o aumento da latitude.
B
a altitude exerce grande influência, pois o calor é irradiado da superfície terrestre para cima, aquecendo a atmosfera. Quanto menor a altitude, mais rarefeito se torna o ar, ocorrendo menor irradiação e aumento da temperatura.
C
a temperatura é aumentada pela presença de serras, chapadas e planaltos nas regiões tropicais, via de regra muito quentes, assim como, nas regiões temperadas, as altitudes acentuam ainda mais o rigor da temperatura.
D
a diferença do comportamento térmico das rochas e da água explica o aquecimento e o resfriamento mais lento dos continentes, fazendo com que as variações de temperatura nos oceanos sejam maiores.
E
as correntes marítimas não apresentam capacidade de provocar alterações de temperatura nas áreas litorâneas por onde circulam, apesar de possuírem temperaturas diferentes, podendo ser quentes, quando se formam nas áreas equatoriais, ou frias, quando formadas nas áreas polares.
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Questão 03 Para que seja possível entender os tipos climáticos e as variações de tempo, é importante o conhecimento a respeito do mecanismo atmosférico. Assinale a opção que contém um dos aspectos da dinâmica atmosférica. A
A região do Equador recebe os raios solares com maior intensidade, logo, apresenta alta temperatura e alta pressão atmosférica.
B
Em maiores altitudes, ocorre uma queda na temperatura, o que explica as baixas temperaturas da estratosfera.
C
As partes da atmosfera mais próximas da litosfera e da hidrosfera possuem temperaturas diferenciadas.
D
O movimento ascensional do ar é provocado pelas baixas temperaturas, sendo comum nas regiões polares.
E
As zonas de alta pressão são aquelas que proporcionam melhores condições para a formação de nuvens e, portanto, para a presença de chuvas.
Questão 04 Assinale a afirmativa correta. A
A atmosfera é aquecida de cima para baixo pela reflexão dos raios solares e pela liberação de calor da Terra; logo, 12h é o momento de maior reflexão, e 14h é o momento de maior aquecimento atmosférico.
B
A atmosfera absorve quase totalmente a radiação solar que atinge a Terra, colocando a biosfera em uma situação de aquecimento de cima para baixo, a partir, principalmente, da estratosfera.
C
As correntes marítimas frias são muito importantes para a explicação da rica e diversificada paisagem existente próximo ao litoral em que atuam; o fato deve-se aos elevados índices de chuvas que elas provocam.
D
O fenômeno da maritimidade é, muitas vezes, diferenciado da dinâmica das correntes marinhas, o que é um grande engano, pois há apenas o uso de duas terminologias para designar o mesmo processo.
E
As regiões continentais interiores, sob a influência da continentalidade, possuem uma amplitude térmica diária maior que as regiões litorâneas, isso se deve ao aquecimento lento dos oceanos, os quais, durante a noite, ainda estão liberando calor.
Questão 05 O clima corresponde ao comportamento do tempo atmosférico durante um longo período. Com relação ao clima, analise as afirmativas e assinale a opção correta.
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I. São fatores climáticos a latitude, a altitude, as massas de ar e a continentalidade. II. Ilhas de calor são um fenômeno climático típico de grandes aglomerações urbanas. III. A ação diferenciada das massas de ar, ao longo do ano, é um dos fatores que explicam a variação no comportamento do tempo. IV. A inversão térmica é um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do planeta e, geralmente, acontece no fim da madrugada e no início da manhã, principalmente nos meses de inverno. A
Apenas I e III estão corretas.
B
Apenas II e III estão corretas.
C
Apenas I, II e III estão corretas.
D
Todas estão corretas.
Questão 06 Considere as seguintes afirmativas. I. A temperatura aumenta dos polos em direção ao Equador. II. A temperatura diminui à medida que a altitude aumenta. III. A temperatura do litoral é regularizada pela proximidade das águas oceânicas. IV. A temperatura do litoral é sempre mais alta que a do interior. V. Cidades localizadas em latitudes diferentes nunca apresentam temperaturas semelhantes. São corretas apenas as afirmativas: A
I, II e III.
B
I, III e IV.
C
II, III e V.
D
II, IV e V.
E
III, IV e V.
Questão 07 Cite e conceitue quatro dos principais fatores climáticos que podem influenciar as características de um clima.
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Questão 08 Os pescadores que possuem barcos a vela precisam conhecer as brisas para facilitar a pesca. Explique por que esses pescadores saem para pescar durante a noite.
Ciclo hidrológico
Ministério da Integração Nacional. (adaptado)
Encontra-se água no planeta em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Esses estados são modificados pelo ciclo hidrológico, processo no qual a água pode voltar para o estado gasoso por meio da evaporação e para o estado líquido por meio da precipitação, ou pode ainda ser encontrada em estado sólido nas geleiras e em montanhas onde permanece congelada. O ciclo hidrológico é diferente nas diversas áreas do planeta devido à interferência de diversos fatores, como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, a vegetação e os desertos. O ciclo inicia-se quando o vapor de água chega a certa altitude. A temperatura cai e a água condensa, passando para o estado líquido em pequenas gotículas que vão se juntando e se
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movimentando por causa da ação dos ventos e das correntes atmosféricas, formando as nuvens. Por fim, elas precipitam. Ao cair, a água escorre para os rios, lençóis subterrâneos, mares, oceanos e lagos, ficando exposta à ação do Sol que a esquenta, transformando-a novamente em vapor por meio do processo de evaporação. Também é possível que a água da chuva seja absorvida pelas plantas e, então, evapore por um processo conhecido como evapotranspiração. Esses processos ocorrem de forma natural há milhares de anos, garantindo a distribuição da água por todo o planeta. Mas eles vêm sendo alterados de forma muito rápida pela ação do homem, por causa da poluição que atinge o globo terrestre. A construção de barragens e usinas hidrelétricas, por exemplo, pode modificar o ciclo hidrológico do planeta, causando transformações prejudiciais, pois o grande acúmulo de água modifica o índice de evaporação na região, provocando alterações no microclima e na umidade do ar. Por esse motivo, é importante que as centrais hidrelétricas tenham tamanho e impacto reduzidos.
Nuvens As nuvens são resultado da condensação do vapor d'água evaporado a partir dos corpos líquidos da superfície terrestre, como os mares, rios, lagos e de outros sistemas, como a vegetação e o solo (evapotranspiração). Quando atingem o ponto de saturação, promovem as precipitações ou alteram o estado físico da água ali concentrada.
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shutterstock.com /Wikimedia Commons
Chuvas A chuva é um fenômeno meteorológico que consiste na precipitação de água no estado líquido sobre a superfície terrestre. As chuvas podem ser frontais, convectivas ou orográficas. ► Chuvas frontais – Surgem a partir do encontro entre uma massa de ar fria e uma massa
quente e úmida. Com o choque, o ar frio (mais pesado) desce, e o ar quente sobe e encontra as partes mais frias na atmosfera. Com isso, a água gasosa submetida à baixa temperatura resfria-se, formando a precipitação. ► Chuvas convectivas – Ocorrem devido a um intenso processo de evaporação e
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evapotranspiração, o qual promove a rápida ascensão (convecção) do ar quente e úmido para as camadas mais elevadas e frias da atmosfera. Ao atingir essas camadas, o ar quente e úmido condensa-se, desencadeando intensas e curtas chuvas – muito comuns nas áreas de florestas tropicais. ► Chuvas orográficas ou de relevo – Têm origem quando os ventos úmidos se encontram
com regiões de relevo elevado, que impedem sua passagem natural. Com isso, a massa de ar sobe e vai encontrar baixas temperaturas, condensando o vapor de água e, por fim, resultando em precipitações.
Representação dos tipos de chuvas.
Leitura Complementar
Como se forma um furacão?
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Na imagem, rastros de destruição deixados pelo furacão Sandy, em Nova York, no ano de 2012. shutterstock.com
Como qualquer chuvinha, o furacão se forma a partir da evaporação de água para a atmosfera. Óbvio que o furacão não é uma chuvinha qualquer: é uma grande tempestade, com torós que podem durar uma semana e ventos que ultrapassam os 200 km/h. A evaporação de água também ocorre em grandes proporções, numa área de centenas de quilômetros, e em condições especiais: no meio dos oceanos, em regiões de águas muito quentes e ventos calmos. Por isso, os furacões são fenômenos tipicamente tropicais. No Brasil, os cientistas achavam que era impossível ocorrer algum furacão – as águas do Atlântico Sul têm temperatura inferior aos 27 ºC necessários para gerar o fenômeno. Mas muitos pesquisadores mudaram de opinião em março de 2004, quando a tempestade Catarina atingiu o sul do país. “Naquela época, a temperatura da água estava acima do normal, permitindo a formação do primeiro furacão brasileiro. E a estrutura do Catarina era idêntica à de um furacão”, diz o meteorologista Augusto José Pereira Filho, da Universidade de São Paulo (USP). Também vale a pena esclarecer uma dúvida comum: qual a diferença entre furacão, ciclone, tufão e tornado? Furacão, ciclone e tufão são nomes diferentes para o mesmo fenômeno: na Índia e Austrália, as tempestades oceânicas são chamadas de ciclones. No Japão e na Indonésia, tufões. E na América, a denominação mais comum é furacão. Já os tornados são outra coisa. Eles se formam no continente e são muito menores – têm entre 100 e 600 metros de diâmetro – duram alguns minutos e são bem mais destruidores: seus ventos podem ultrapassar 500 km/h. [...] ► Formação do furacão
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• Os furacões nascem no meio dos oceanos, em locais de pouco vento e águas quentes, acima de 27 ºC. Nessas áreas, a evaporação é intensa: a água do mar esquenta, vira vapor e forma grandes nuvens. É o começo do fenômeno. • No local em que a água evapora, a pressão do ar é mais baixa do que nos arredores. Isso faz o ar se deslocar das áreas onde a pressão é maior para o centro do furacão. Esse ar vem cheio de umidade, que evapora e faz crescer o furacão. ► Crescimento do furacão
• Em um ou dois dias o fenômenos já está gigantesco, com 500 km de diâmetro e mais ou menos 15 km de altura. Por toda a área do furacão, chove e venta muito. As rajadas variam entre 118 km/h e 249 km/h. • Por ser um enorme fenômeno atmosférico, o furacão sofre os efeitos da rotação da Terra. Ela faz o ar das áreas de alta pressão – como o topo – girar em um sentido, enquanto o ar da base – onde a pressão é baixa – gira no sentido contrário. ► Auge do furacão
• No meio da tempestade fica o chamado olho do furacão com 20 km de diâmetro. Nessa área, faz muito calor, não há nuvens e não chove. É por essa região que a água segue evaporando, alimentando o furacão. • No oceano, os furacões avançam em regiões de água quente. Ao atingir a terra firme – que é mais fria e seca que o mar – eles perdem força e se dissipam. Mas provocam inundações, ondas de até 15 metros e ventos fortes. GIOVANA TIZIANI/Abril Comunicação S/A.
Pratique: elementos do ciclo hidrológico Questão 01 Explique a diferença entre macroclimatologia e microclimatologia.
Questão 02 Os furacões são movimentos bruscos de ar que se caracterizam por A
sua origem terrestre, com alteração da circulação vertical do ar e concentração de poluentes na superfície.
B
sua origem terrestre, com ciclo de vida de poucos minutos e elevado poder de destruição.
C
sua origem equatorial, com ligação à parcela ascendente da Célula de Hadley e circulação geral da atmosfera.
D
sua origem oceânica, com dependência de centros de baixa pressão e elevada
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temperatura da água. E
sua origem oceânica, com resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico e ocorrência temporal regular.
Questão 03 O fenômeno dos “rios voadores” “Rios voadores” são cursos de água atmosféricos, invisíveis, que passam por cima de nossas cabeças transportando umidade e vapor de água da Bacia Amazônica para outras regiões do Brasil. A Floresta Amazônica funciona como uma bomba d'água. Ela “puxa” para dentro do continente umidade evaporada do Oceano Atlântico que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da floresta, as árvores e o solo devolvem a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair novamente como chuva mais adiante. O Projeto Rios Voadores busca entender mais sobre a evapotranspiração da Floresta Amazônica e a importante contribuição da umidade gerada por ela no regime de chuvas do Brasil.
A partir da leitura do texto e da observação do mapa, é correto afirmar que, no Brasil, A
cada vez mais, a floresta é substituída por agricultura ou pastagem, procedimento que promove o desenvolvimento econômico sem influenciar, significativamente, o clima na América do Sul.
B
os recursos hídricos são abundantes e os regimes fluviais não serão alterados, apesar das mudanças climáticas que ameaçam modificar o regime de chuvas na América do
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Sul. C
o atual desenvolvimento da Amazônia não afeta o sistema hidrológico devido à aplicação de medidas rigorosas contra o desmatamento e danos à biodiversidade da floresta.
D
os mecanismos climatológicos devem ser considerados na avaliação dos riscos decorrentes de ações como o desmatamento, as queimadas, a abertura de novas fronteiras agrícolas e a liberação dos gases do efeito estufa.
E
a circulação atmosférica é dominada por massas de ar carregadas de umidade que, encontrando a barreira natural formada pelos Andes, precipitam-se na encosta leste, alimentando as bacias hidrográficas do país.
Neste capítulo, estudamos... •
Na Climatologia, existe uma diferença conceitual entre tempo e clima. O tempo é o estado das condições atmosféricas em um determinado momento e local, já o clima é o estudo médio do tempo de uma região, o qual se refere às características da atmosfera observadas continuamente durante certo período.
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Devido à sua complexidade, a atmosfera é dividida em camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera.
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Os elementos do clima fazem parte da caracterização da climatologia de uma região, sendo eles: temperatura, umidade do ar, precipitação e pressão atmosférica.
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Além dos seus elementos, o clima possui vários fatores que influenciam as características de cada região do planeta, como a latitude, a altitude, as massas de ar, a maritimidade, a continentalidade e as correntes marítimas.
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VIDEOAULAS A dinâmica climática ASSISTIR Escaneie com o leitor de QR Code da busca de capítulos na aba Conteúdo
Circulação geral da atmosfera ASSISTIR Escaneie com o leitor de QR Code da busca de capítulos na aba Conteúdo
Videoaula - Atmosfera e sua dinâmica ASSISTIR Escaneie com o leitor de QR Code da busca de capítulos na aba Conteúdo
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