Priscilla Glenn - Emancipating Andie (Parceria Tad-mab)

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sinopse Desde o tempo que Andie Weber jogou a cautela ao vento, e pagou o preço por isso, ela aprendeu que é mais seguro e mais inteligente viver a vida jogando pelas regras. Agora ela tem um grande apartamento, um emprego estável, e um namorado maravilhoso. Colin, ele é doce, estável e essencialmente perfeito. Exceto, talvez, pelo fato de que seu melhor amigo é Chase. Chase McGuire vive sua vida despreocupada, desestruturada e estritamente para si mesmo. Transbordando sarcasmo e escorrendo sagacidade, ele se recusa a censurar seus sentimentos ou opiniões para qualquer um, fazendo com que não se desculpe para qualquer um. E vestindo sua abrasividade como um distintivo de honra. Ninguém jamais ficou sob a pele de Chase como Andie faz e vice-versa. Então, quando Andie e Chase se veem forçados a fazer uma viagem de dois dias pela estrada juntos, eles já estão temendo uma guerra inevitável. Mas à medida que a viagem avança, e a irritação inegável que sempre definiu seu relacionamento lentamente começa a desgastar suas noções preconcebidas sobre o outro, Andie e Chase descobrem que ambos têm muito a aprender sobre a vida, a coragem, a felicidade, e a velha batalha entre a lógica e o amor.

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Dezessete meses antes

Isto ia ser estranho. Não havia como fugir disto, e não havia ninguém que seria capaz de convencê-la do contrário. Ela sabia o que sua melhor amiga diria se estivesse lá. — Não é grande coisa. Você não está abrindo mão de sua alma ou sangue. Basta ir se divertir. Não se prenda Andie. Não se prenda Andie. Sempre foi o argumento final de Tracey, o termo que ela usava sempre que sentia que alguém estava sendo muito analítico, ou quando alguém expressava ansiedade ou desaprovação sobre algo. Mas desta vez, Andie pensou, que sair era completamente justificado. Ela inclinou-se para o espelho, colocou uma segunda camada de rímel. Está noite seria apenas a segunda vez que ela estaria saindo com Colin, e ainda assim ele ia levá-la para uma festa com todos os seus velhos amigos de escola. Ela tinha concordado em ir, porque gostava de Colin, e porque não tinha uma boa razão para sair fora, mas ela não conseguia se livrar da imagem de ser a estranha em alguma reunião da escola. Essa não era a situação ideal para um segundo encontro. ~3~

“Cale a boca e fique feliz que você está recebendo um segundo encontro.” Ela quase podia ouvir Tracey dizer em resposta, e ela sorriu para si mesma quando fechou o rímel e jogou-o de volta em seu estojo de maquiagem. Andie conhecia Tracey desde o terceiro ano, dandolhe um lugar na primeira fila para todas as relações de sua amiga, se ela estivesse sendo gentil o suficiente para chamá-las assim. Com a exceção de um namorado de longo prazo na faculdade, Tracey foi a namoradora por excelência, com o que ela dizia ser terrivelmente má sorte no amor. — Ok, não é como se ele estivesse te levando para conhecer seus pais. — Andie disse para si mesma, canalizando sua amiga enquanto passava um pouco de gloss. Ela deu alguns passos para longe do espelho, ajustando o decote V de sua blusa. Ela gostava de Colin. Não havia nenhuma razão para que, não poderia ter um bom tempo com ele está noite. Afinal, ela poderia pensar em lugares muito piores onde ele poderia estar levando-a. Andie sorriu para seu reflexo, sentindo um pouco mais de tranquilidade enquanto ela caminhava até o armário e calçava seus sapatos. Poucos minutos depois, uma batida educada soou na porta, e seu estômago inundou com borboletas de excitação e ansiedade quando se aproximou dela. Sua mão pousou sobre a maçaneta, e ela deu um profundo suspiro final antes de puxar a porta aberta. — Oi. — Ela disse com um sorriso. — Ei. — Colin disse, olhando de cima a baixo, conseguindo fazer o olhar apreciativo ao invés de desprezível. — Uau. Você está incrível. — Obrigada. — Ela disse. — Assim como você. Mesmo que normalmente era habitual retornar esse elogio especial quando alguém lhe dava, ela realmente quis dizer isso. Colin era extremamente atraente, não havia como negar isso. Cabelo loiro, olhos azuis, um belo sorriso branco que pertencia a um belo comercial de creme dental, atlético e, como Andie tinha notado no primeiro dia em que o conheceu, com as mãos impecáveis. Ele sorriu. — Pronta?

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Ela assentiu com a cabeça, ele deu um passo para o lado, permitindo-lhe sair do apartamento. Eles caminharam até o carro dele, e ele abriu a porta para ela, colocando a mão na parte inferior das costas enquanto ele a guiou para o banco. — Então. — Andie disse quando ele deslizou para o banco do motorista e começou a ligar o carro. — De quem é esta festa? — Um bom amigo meu. — Ele disse, olhando em seu retrovisor antes de sair do espaço. — Ele acabou de ficar noivo. — Oh. Portanto, é uma festa de noivado? — Não oficialmente. Ele vive na Flórida com sua namorada. Ou sua noiva, devo dizer. — Corrigiu ele com um sorriso. — De qualquer forma, ele está de volta na cidade esta semana, assim percebi que ele mataria dois coelhos com uma cajadada só, você sabe, comemorar seu noivado e ver vários de seus amigos. Mas não é uma festa de noivado oficial ou qualquer coisa. — Oh, tudo bem. Ele olhou para ela. — Você se sente desconfortável com isso? Nós não temos que ir. — Não, nem um pouco. — Ela mentiu. — Só estava me perguntando qual era a ocasião. — Vai ser divertido. — Ele disse, mostrando seu sorriso Colgate antes de virar os olhos de volta para a estrada. — Espere até você ver esta casa. — Ele tem um lugar agradável? — Bem, ele está hospedado na casa de seus pais, enquanto ele está na cidade. É aí que a festa será. Basta esperar. Você verá.

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Passaram o resto do caminho por Connecticut, a conversa flui facilmente, até que viraram para uma rua onde as calçadas foram mais longe e mais além, e as casas não estavam mais visíveis. Em vez disso, eles passaram por uma série de grandes pilares de pedra e imponentes portões, as casas escondidas em algum lugar atrás dos longos e sinuosos discos. Ele virou em uma das calçadas e parou no portão, dizendo algo no interfone que Andie não chegou a ouvir. Ela estava muito ocupada vesga com a imagem fora do para-brisa à sua frente. No anoitecer ela podia ver seu contorno no final da longa calçada, para ela, parecia mais um castelo do que uma casa. — Jesus Cristo. — Ela disse, mais para si do que para Colin enquanto eles dirigiam até a unidade de paralelepípedos, que terminou em uma enorme rotatória, com uma imensa fonte no centro, no crepúsculo, a água ondulando brilhavam como se mil luzes brilhantes estavam flutuando logo abaixo da superfície. A casa em si era feita de tijolo e pedra, alastrando em ambas as direções, com enormes janelas panorâmicas que adornam todo o exterior. — Eu sei. — Ela ouviu Colin dizer e olhou para vê-lo sorrindo para ela. Andie percebeu que seu queixo estava praticamente no colo, e rapidamente fechou a boca, olhando para trás em direção a casa. — Seu amigo cresceu aqui? — Ela perguntou com admiração. — Sim. — Colin disse. — Nós todos de certa forma. A casa de Justin era uma espécie de segunda casa para um monte de gente. Passamos a maior parte de nosso tempo aqui. Andie sentou-se em silêncio, atordoada quando olhou para fora da janela na mansão impressionante. Quando ela notou um manobrista se aproximando do lado do carro, olhou para Colin em alarme.

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— Eu estou... Quer dizer, isso está correto? — Ela sussurrou, apontando para si mesma. De repente, seus jeans skinny e camiseta que tinha escolhido para a festa parecia terrivelmente casual. Ele balançou a cabeça. — Você está ótima. Eu sei que isso parece pretensioso, mas as pessoas lá dentro são totalmente despretensiosas. Eu prometo. — Tudo bem. — Ela disse, sentindo-se extremamente convencida quando o manobrista abriu a porta e ofereceu-lhe a mão, ajudando-a a sair do carro. Ela olhou para ele, sua gravata borboleta, colete e calças apertados, antes de olhar de volta para si mesma. Como se ela precisasse de outro motivo para se sentir inquieta hoje à noite. Andie estava ali, completamente congelada, de repente, lamentando a sua escolha de calçado, e não havia nenhuma maneira dela ser capaz de escalar a parede e fazer uma corrida dali em seus calcanhares. Colin deu a volta até ela, colocando a mão na parte inferior das costas novamente. — Se está desconfortável, sairemos. — Ele sussurrou em seu ouvido. — Conheço um pequeno restaurante excelente aqui perto. Não há manobristas. — Acrescentou com uma piscadela, e Andie finalmente riu, sentindo um pouco da ansiedade deixar seu corpo. Eles começaram a subir os degraus largos que levaram as portas da frente, e ela balançou a cabeça. — Eu não poderia imaginar ter acesso a um lugar como este, quando estava no ensino médio. Colin riu, um olhar de culpa em seu rosto. — Sim, eu não me orgulho de todas as coisas que fizemos aqui. — Ele olhou para a casa com carinho. — Mas fizemos algumas boas histórias. Tenho certeza que você vai ouvir algumas esta noite. — disse com um sorriso, abrindo a porta e fazendo um gesto para que ela entrasse. O hall de entrada foi exatamente o que ela deveria ter esperado, considerando que já tinha visto a casa, mas ainda assim, Andie estava espantada. Lindo piso de mármore, teto alto, uma escadaria dupla que parecia abraçar o espaço expansivo, cada lado enrolando em direção ao outro até que eles entraram no grande loft, com vista para a entrada. ~7~

Um homem vestido com um terno ficou na porta, sorrindo para eles enquanto dirigiu-os para a grande sala. Colin assentiu seus agradecimentos quando eles viraram para o corredor, e Andie olhou em volta discretamente enquanto caminhavam, tentando com toda a sua foça não se parecer com algum turista boquiaberto em um museu. Ela não tinha certeza de como alguém que possuía uma casa como está poderia ser despretensioso. A grande sala era, clara, enorme, janelas do chão ao teto cobriam um lado inteiro, e mesas e cordões de luzes foram criados do lado de fora, brilhando através do vidro, estabelecendo um ambiente suave e elegante na sala repleta de pessoas. — Colin. — Disse um dos homens que desceu para a sala. — Que bom te ver! — Ele andou com uma mulher ao seu lado, e ambos deram um abraço entusiasmado em Colin. O homem virou-se para olhar para Andie. — Esta é sua namorada? Ela abriu e fechou a boca, olhando para Colin antes de sorrir para o homem. — Sou Andie. — Ela disse, estendendo a mão para apertar a sua. Ela não se importava com o que Tracey teria dito, isto foi o que se tornou estranho. Ela e Colin eram claramente mais do que amigos, não tinha sido uma atração instantânea quando ela encontrou-o em um churrasco de um colega de trabalho algumas semanas antes. Ele era o irmão de um amigo da dona da casa e tinha apenas a intenção de parar para dizer Olá, em vez disso, ele acabou ficando toda a noite, sentado com Andie enquanto eles mergulhavam os pés na piscina, conversando sobre tudo e nada. E depois, é claro, ele a convidou para sair. O primeiro encontro foi clichê, mas divertido e doce: jantar e um filme, seguido de uma conversa divertida sobre cones de sorvetes. E uma sessão de amasso extremamente quente.

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Mas ela era sua namorada? Ela não podia dizer isso ainda. Ela nem sabia se ela queria dizer isso ainda. Ou se era essa a situação. E, sem dúvida, fariam esta pergunta à noite toda. Andie esperava isso, esse cara quem quer que fosse, tinha apenas começado. — Olá, Andie. Estou Doug. — Ele disse. — É muito bom conhecer você. Esta é a minha namorada Sara. — Oi! — Disse a mulher, avançando para apertar sua mão. Ela era adorável, pensou Andie, uma pequena coisa com grandes olhos azuis e um short Bob Brown. — Então, você não vai acreditar nisso. — Doug disse. — Os pais de Justin deram a ele e Stella um Bentley pelo noivado. — É claro que eles deram. — Colin disse com uma risada. — Jesus. — Venha ver isso. É incrível. — Doug disse, já caminhando em direção as portas de vidro que iria levá-los para fora. Colin olhou para Andie, quando Sara disse: — Vocês meninos vão. Nós vamos ficar aqui e termos uma conversa de garotas. — Ela virou-se para Andie. — Você quer ir ver um carro que se parece com qualquer outro carro, mas custa mais do que a minha casa? Andie riu, sentindo-se um pouco mais à vontade. — Sim, está tudo bem. Eu vou ficar aqui enquanto você vai dar uma olhada. — Tem certeza? — Colin perguntou. Ela assentiu com a cabeça em tom tranquilizador. — Tudo bem. — Ele disse, inclinando-se e dando-lhe um beijo rápido na bochecha. — Pegue uma bebida. Eu já volto, ok? Dois minutos. Quando os meninos atravessaram a grande sala para as portas duplas que levavam para fora, Sara virou-se para ela. — Ele é doce. Sempre foi. Há quanto tempo vocês estão juntos?

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— Hum, não estamos oficialmente. Está é apenas a segunda vez que estamos saindo. — Oh. — Ela disse, parecendo surpresa mas, rapidamente corrigiu sua expressão. — Posso pegar seu casaco e bolsa, senhorita? Andie se virou para ver outro homem em um terno, uma mão estendida em sua direção, o outro empertigado atrás das costas. — Oh. Eu, hum... sim tudo bem. — Ela disse, timidamente entregando-lhe o casaco e bolsa e pegando o bilhete numerado que ele lhe entregou. Quando ele se afastou, Andie olhou para Sara, que tinha uma expressão divertida no rosto. — Maldito recolhedor de casaco em sua casa. Você poderia imaginar? Ela riu de novo, quando o som de um telefone tocando encheu o espaço entre elas. Sara enfiou a mão no bolso de trás e pegou o telefone, olhando para a tela. — Merda. Desculpe, tenho que atender. Se você quer pegar uma bebida, o bar é ao virar a esquina. — Ela disse, apontando para o corredor. — Ok, obrigada. — Andie disse, e Sara sorriu antes de colocar o telefone no ouvido, usando a mão para tapar o outro ouvido do barulho da festa. — Sara Daley. — Disse enquanto caminhava em outra direção. Andie respirou fundo e olhou ao redor da sala. Colin estava certo, em sua maior parte, todo mundo estava vestido do jeito que ela estava, conversando e rindo e parecendo muito acessível. Isso não pode acabar em desastre depois de tudo, ela pensou quando saiu da grande sala em busca do bar. O corredor era enorme, tão grande quanto à sala de estar, com portas enormes arqueadas que conduziam para fora e para várias outras salas. ~ 10 ~

Ela tentou não parecer que estava bisbilhotando, mas seus olhos ficaram vagando por sua própria vontade, enquanto ela fez seu caminho em direção ao bar. Pouco antes de Andie se aproximar do bar uma grande escada em caracol surgiu à sua direita, levando para algum lugar lá embaixo. Ela podia ouvir vozes abafadas, risos e música, e ela parou por um segundo, olhando para as escadas quando várias pessoas voltavam com bebidas nas mãos. Andie olhou em volta por um momento antes de se virar para a direita, começando a descer a larga escadaria. Ela ficou horrorizada com seu próprio comportamento insolente, sabia que deveria virar e voltar pelo caminho que veio, e esperar por Colin. Mas a curiosidade foi estranhamente substituindo sua consciência enquanto as pernas continuaram a levá-la a descer as escadas. Ela queria dar uma espiada. Apenas uma rápida. Não havia nenhuma maneira dela ter coragem de pedir a Colin uma turnê por esta casa, o que só a fazia ficar mais curiosa e intrusiva. Você será rápida, Andie assegurou a si mesma. Ninguém precisa saber o que você está fazendo. Ela só queria ver o andar de baixo e, em seguida retornar para cima, tomar uma bebida, e passar o resto da noite com Colin, comportando-se e mantendo sua curiosidade em cheque. Na parte baixa da escada havia um outro corredor, apenas um pouco mais estreito do que o do andar de cima. As vozes e alegria eram mais altas agora, vindo de uma sala de jogos gigante no final do corredor, fliperama, variadas mesas de bilhar, pebolim, ping-pong, air hockey, juntamente com a maior televisão de tela plana que ela já tinha visto e um sofá sensacionalmente enorme ocupava o expansivo quarto. Ela permaneceu por apenas um momento, tentando aparentar como se estivesse procurando por alguém em vez de

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bisbilhotando, e ela percebeu o home theater no outro lado do corredor, com fileiras de assentos reclináveis de pelúcia e um sistema de som extremamente intimidante ao futuro. Andie balançou a cabeça em descrença quando se virou para voltar para cima, parando quando viu uma terceira porta no lado oposto do corredor. Que diabo, pensou. Ela já tinha dado uma espionada descarada. Quando será que ela estaria em uma casa como está de novo? Ela percebeu o que era antes mesmo dela cruzar a porta: a adega. — Meu Deus. — disse baixinho quando ela chegou à porta. Era praticamente do tamanho de seu apartamento, as paredes tinham prateleiras do chão ao teto cheia de garrafas, e no centro da sala havia várias prateleiras independentes, lotadas. Tinha de haver centenas de garrafas. Ela entrou no porão em reverência completa, com os olhos fixos nas prateleiras que aumentavam por todo o cômodo, quase tropeçando em alguma coisa sob os pés. Andie olhou para baixo para ver uma pequena escada de ferro forjado no chão ao lado da porta, e quando ela ergueu os olhos de volta para as prateleiras impossivelmente altas, ela se curvou para pegá-lo, arrastando-a pela parede mais próxima dos vinhos. Assim, quando ela estava prestes a subir e dar uma olhada, um som batendo alto a fez saltar, e ela virou a cabeça para ver a porta do porão se fechar atrás dela. — Merda. — Murmurou, descendo do banquinho. Ela caminhou de volta para a porta e girou a manivela. Nada. Andie congelou, arregalando os olhos por um segundo antes de puxar com um pouco mais de força. — Não. — Ela sussurrou, torcendo a alça para o outro lado e tentando novamente. — Não, não, não. — Implorou, recostando-se sobre os calcanhares e agarrando a alça com as duas mãos, puxando de volta com todo o peso de seu corpo. A porta de carvalho substancial não se moveu. Nem sequer chiou. ~ 12 ~

— Oh, Deus, por favor, não. — Gemeu para si mesma. A voz veio de trás dela. — Bem, isso é uma merda. Ela gritou antes mesmo de terminar a frase, girando ao redor e achatando-se contra a porta. Em vez de ser surpreendido pelo grito estridente que rasgou de sua garganta, ele parecia se divertir com isso. Os cantos de sua boca se curvaram em um sorriso, levantando as sobrancelhas levemente. Os instintos de Andie chutaram quando sentiu o pânico começar a inchar no peito. Trancada em um porão com um homem estranho em uma festa onde não conhecia ninguém, onde praticamente ninguém estaria procurando por ela. Filmes de terror não começavam desta maneira? Por tudo que sabia, o quarto seria provavelmente à prova de som. Ela sentiu uma onda de calor e adrenalina nas suas veias quando colocou os olhos sobre ele, com as costas contra a porta. — Você acha que já terminou o show? — Ele perguntou, apontando para a escadinha de ferro que tinha arrastado para as prateleiras. Andie levou a mão ao seu coração ainda batendo. — Eu... eu não sei... Eu sinto muito. — Ela disse, chegando atrás com a mão livre girando a alavanca novamente. O mal-estar no peito estava começando a se misturar com o constrangimento. — Como vamos sair? Ele encolheu os ombros com indiferença. — Vamos esperar. Alguém provavelmente vai estar aqui a qualquer segundo agora, depois do grito. — Ele sorriu quando acrescentou. — A propósito, boa garganta. Andie não poderia resistir, a carranca que puxou os cantos de sua boca com essas palavras.

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Sua falta de iniciativa a incomodava. Assim como sua resposta petulante. Sem mencionar o olhar que ele estava dando a ela. Era uma combinação de divertimento e condescendência, e ainda um sorrisinho brincando em seus lábios. Ele estava vestido casualmente, muito mais que qualquer um que tinha visto até agora no andar de cima: calça jeans e uma camisa com um botão aberto e camiseta embaixo, as mangas arregaçadas até os cotovelos. Ele era mais alto do que ela, e enquanto ele não parecia particularmente volumoso, ela podia ver a definição de seu peito através do fino tecido de sua camisa. A adega era muito escura para ela identificar a cor de seus olhos, mas ela poderia dizer que eles eram claros, e seu cabelo, era um castanho areia, parecia que estava precisando de um corte, caia na sua testa e nos topos de suas orelhas em pequenos cachos. Como se pudesse ler sua mente, ele passou a mão por ele, despenteando-o de uma forma que fez parecer elegante em vez de despenteado. O que quer que esse cara estava disposto a fazer, esperar não era uma opção para ela, não havia nenhuma maneira que ela ia sentar-se na adega com esse estranho até Colin vir resgatá-la e ela teria que tatear atrás de uma explicação, por que motivo ela estava na adega em primeiro lugar. Ela se virou e torceu o punho novamente. Desta vez, ela puxou a porta com tanta força que um grunhido gutural escapou de seus lábios, e ela o ouviu rir atrás dela. Andie olhou por cima do ombro. — Um pouco de ajuda seria bom. — Ela disse, tentando manter o incômodo de sua voz. — Quando a porta fecha, você não pode abri-la de dentro. Daí o batente que alguém preferiu ignorar. — Bem, me desculpe por pensar que uma casa como está teria portas funcionando. — Retrucou irritada por ele estar zombando dela. Ele nem sequer a conhecia, pelo amor de Deus. Ele sorriu para ela e Andie virou, fechando o punho e batendo fortemente na porta. Com o silencio a batida ecoou pelo cômodo, apenas quando uma dor incômoda disparou por seu braço ela baixou a mão, flexionando seus dedos. — Ninguém vai ouvir isso, e você vai machucar sua mão. — Ele disse, a diversão prevalecendo sobre a preocupação em sua voz. — E para que conste, não tenho ~ 14 ~

nenhuma formação médica. Embora há uma abundância de vinho, então acho que só poderia deixa-la bêbada o suficiente para que você não sinta dor. Ignorando suas provocações, ela se virou e usou o punho de sua outra mão, batendo novamente. Andie sabia que ele estava certo, que era inútil. Ninguém iria ouvila, e ela provavelmente iria acabar machucando a mão, mas ela se recusou a dar-lhe a satisfação de admitir. — Se você está com tanta pressa para voltar para a festa, por que não usa o telefone e liga para alguém lá em cima? Sim, ela poderia apenas ver como essa conversa iria. — Ei, Colin, é Andie. Eu me tranquei na adega, enquanto estava bisbilhotando a casa de seu amigo. Pode vir me liberar? — Além disso, seu telefone estava em sua bolsa. E ela tinha deixado sua bolsa lá em cima. Recolhedor de casaco estúpido e pretensioso. Andie virou-se, cruzando os braços. — Se eu tivesse meu telefone comigo, você acha que eu estaria aqui abusando de minhas mãos nesta porta? — Bem, eu lhe disse para parar, não é? Ela lançou lhe um olhar e ele riu novamente. — Relaxe. Confie em mim, alguém vai querer mais vinho quando acabar. — Ele disse, caminhando em direção a primeira plataforma no meio da sala. Sentou-se no chão com suas costas contra ela, seus pés afastados e apoiados no chão na frente dele. Ele apoiou os cotovelos sobre os joelhos quando olhou para ela. — Sou Chase. Percebendo que ela poderia muito bem ficar presa com ele por um tempo, achou que provavelmente era melhor pelo menos tentar civilidade, mesmo que ele parecesse determinado a irritá-la. — Andie. — Ela disse antes de voltar para a porta e inspecionar a maçaneta, rezando por algum botão mágico que iria libertá-los.

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— Andie, hein? Interessante. — Ele disse, e depois de uma batida: — Então, Andie, você é amiga de Justin? Ou Stella? Ela se virou para olhar para ele. A confusão deve ter sido evidente em seu rosto, porque ele sorriu lentamente. — Justin e Stella? Você sabe, as pessoas que estão dando essa festa? — Oh. Não, eu não... Eu estou aqui com Colin Tate. — Acrescentou à guisa de explicação, voltando-se para a porta e examinando a dobradiça, tentando se lembrar de algo do seriado MacGyver. — Colin está aqui? Andie girou rapidamente para enfrentá-lo, as sobrancelhas levantadas. — Você o conhece? — É claro que o conheço. Sim, com certeza no seu melhor interesse para tentar civilidade. — Oh. Um silêncio caiu sobre eles, e ele sorriu, passando a mão pelo cabelo de novo. — Então, você e Colin? Vocês tem alguma coisa? Com um suspiro resignado, ela se afastou da porta e ao longo de uma das estantes contra a parede, sentou com as pernas cruzadas a frente dela. — Não é alguma coisa. Estamos namorando. — Qual é a diferença? Andie olhou para baixo com um encolher de ombros, sentindo-se cautelosa, pois ela não tinha ideia de quão próximos ele e Colin eram. — É... novo. — Ah. Não decidiu ainda se vai bater nele ou se vai salvar? Ela virou sua cabeça para cima, com uma expressão ofendida no rosto, e ele riu, deslocando seu peso quando ele enfiou a mão no bolso de trás. Ele puxou um maço de ~ 16 ~

cigarros, batendo-os contra a palma da mão e, em seguida, olhando para ela sob seus cílios enquanto segurava o pacote para ela. — Não. Ele riu, balançando a cabeça enquanto segurava o pacote à boca e tirou um cigarro. — Isso é rude, você sabe. — Ele disse, o cigarro apagado entre os lábios balançando enquanto ele falava. — O que? — Ela zombou. — Dispensar um cigarro? — Não, essa cara que acabou de fazer. — Ele disse, puxando um isqueiro do bolso. — É como fazer careta para a comida de alguém enquanto eles estão comendo. — Bem, se o alimento em questão matar a pessoa comendo, ou qualquer um por perto que respirar sua fumaça, então eu diria que é perfeitamente aceitável fazer uma careta. Ele riu de novo enquanto segurava o isqueiro para o fim de seu cigarro, tomando um longo gole até que a chama pegou a ponta que brilhou laranja. Ele colocou o isqueiro no bolso quando tirou o cigarro de seus lábios com o polegar e o indicador, fechando os olhos para ela enquanto soprava a fumaça para fora pelo lado da boca, enviando-o para longe dela. — Só não respire lá e tenho certeza que você vai sobreviver. Manter a civilidade foi ficando cada vez mais difícil a cada segundo. Andie começou neuroticamente a bater o pé contra o chão cimentado. Esse cara estava jogando com seu último nervo. Colin estava provavelmente de volta agora. Ele estaria procurando por ela. Como ela explicaria isso sem parecer como uma completa idiota? — É essa a sua cor natural de cabelo. — Chase perguntou de repente, e seus olhos brilharam com uma risada incrédula saindo de seus lábios. — Você me repreende sobre ser rude e depois segue com isso? Ele deu de ombros, tomando outra tragada no cigarro. ~ 17 ~

— É apenas uma combinação incomum. O cabelo loiro e olhos castanhos. — Ele esclareceu, exalando a fumaça para longe dela novamente. Ele não era a primeira pessoa a dizer isso a ela, mas ele foi definitivamente o primeiro a prefaciar, questionando a sua autenticidade. Andie olhou para cima para vê-lo olhando para ela, esperando por uma resposta. Ela mudou seu peso sobre o chão duro. — Meu pai é alemão e minha mãe é grega. — É bom saber. — Ele disse. — Mas isso não responde à minha pergunta. Andie revirou os olhos com um suspiro exasperado. — Sim, é minha cor natural, ok? Minha mãe tem cabelo preto e olhos castanhos, e meu pai é o de olhos azuis garotopropaganda nórdico loiro. Colocando-os juntos e você chega a mim. — Ela disse, apontando para si mesma. — Qualquer outra coisa que você quer saber? Ele riu, e isso a incomodava mais do que deveria, ela não poderia impedi-lo. — Uma vez que você está perguntando. — Ele disse. — O que você está fazendo aqui? — Huh? Ele sorriu. — Eu disse, o que você está fazendo aqui? Por que você desceu à adega sozinha? O bar está no andar de cima. — Eu só estava... — Ela parou, olhando para a porta, desejando abri-la com sua mente. — Só bisbilhotando? — O quê? Não! — Ela disse quando olhou para ele, horrorizada. Ele estava sorrindo para ela, o cigarro pendurado entre os lábios. — Por que você está aqui? — Ela desafiou. ~ 18 ~

Ele tirou o cigarro da boca e segurou-se à guisa de explicação. — Você veio até aqui para fumar? Você não deveria ir lá fora para isso? Tenho certeza que os donos da casa não iriam apreciar o que você está fazendo. — Eu e o dono desta casa, aliás, cujo nome é Mitch, costumávamos nos esconder aqui o tempo todo para fumar um cigarro, quando eu estava no colégio, já que ele estava escondendo de sua esposa na época. Então sim, acho que ele estaria bem comigo pegando uma fumaça rápida aqui. Mas tenho certeza que ele gostaria de receber a sua preocupação com a sua casa. Andie rangeu os dentes, olhando para longe dele. Ela odiava se sentir estúpida, e parecia que, por algum motivo, esse era o objetivo dele, fazê-la se sentir assim. Ela não conseguia entender como esse cara era amigo de Colin. Com certeza, ela não tinha conhecido Colin em tudo, mas ele simplesmente não parece se encaixar. — Como você conhece Colin? — Ela perguntou, tentando soar casual em vez de acusatório. — Nós fomos para a escola juntos. Jogamos futebol juntos. Corremos os mesmos círculos. Ele deu de ombros, soprando a fumaça para fora do lado da boca. — E você? — Eu? O quê? — Como você conhece Colin? — Oh. Eu o conheci no churrasco de um amigo. — Ela disse. — E o conquistou com seu charme descontraído? Andie olhou para ele quando estava de pé, andando na frente da prateleira. Ela precisava voltar lá em cima. Agora. — Meu Deus, quanto tempo faz? — Ela perguntou, passando as mãos pelos cabelos.

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— Relaxe. — Ele disse por meio de uma gargalhada. — Aqui. — Ele mudou de posição, alcançando o bolso de trás de novo. — Eu disse que não queria um cigarro. — Não estou dando-lhe um cigarro, querida. Andie se voltou para ele. Querida? Antes que ela pudesse reagir, ele jogou algo para ela, e ela levou as mãos rapidamente, mexendo com ele por um segundo antes de olhar para baixo e perceber do que se tratava. Um telefone celular. Ela deveria ter estado feliz, mas em vez disso, ela ficou furiosa. — Você o tinha todo este tempo? — Ela perguntou, completamente chocada. — Por que diabos você não deu para mim antes? Ele deu de ombros, sacudindo as cinzas de seu cigarro antes de erguer os olhos para ela. — Você estava me entretendo. Ela sentiu o calor ondulando em seu ventre enquanto seu punho apertava em torno do telefone, e assim que ela abriu a boca, dois estrondos abafados soaram do lado de fora da porta antes que ela o abrisse, quase batendo na parede com força. Um casal estava na porta, e a mulher imediatamente parecia arrependida, segurando sua mão. — Oh meu Deus, sentimos muito, não queríamos interromper... — Nem um pouco. — Andie cortou antes dela virar para lançar o telefone de volta para Chase, usando um pouco mais de força do que era necessário. Ele o pegou facilmente em uma mão, um sorriso puxando os cantos de sua boca quando ele olhou de volta para ela. — Prazer em conhecê-la, Andie. — Ele chamou quando ela se virou para sair pela porta.

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— Você também. — Ela forçou para fora quando passou pelo casal, dando-lhes um sorriso amável. Quando virou a esquina, Andie acrescentou baixinho: — Babaca.

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Dias atuais

CAPÍTULO UM O som de seu telefone tocando dançava em torno das bordas de sua concentração enquanto, seus dedos se moviam febrilmente sobre o teclado, o pequeno clique rápido proporcionando uma suave trilha sonora para seus pensamentos. Ela era como eles dizem, na região: as palavras estavam derramando como uma avalanche descendo à página a sua frente. Oportunidades como estas são raras, parecia que sempre que ela estava motivada para escrever, era em algum lugar inconveniente, como no quarto dos fundos do restaurante ou na fila do supermercado. E por mais que ela tentasse manter o fogo aceso até que pudesse chegar ao seu computador, ou pelo menos a uma caneta e papel, na maioria das vezes a inspiração ia embora muito antes disso. E depois havia os momentos em que ela tinha um tempo livre, sem ser interrompida, onde ela poderia sentar-se com seus pensamentos, planejando suas palavras, criá-las e construí-las, mas aqueles eram geralmente os dias que ela ficava olhando para tela do computador, com o cursor piscando, que parecia zombar dela com cada flash. Mas não hoje. Hoje os deuses sorriram para Andie Weber, e ela teve a sorte de ter sua musa e algum tempo sozinha. Se apenas o estúpido telefone parasse de tocar. — Droga. — Ela murmurou quando o telefone tocou pela terceira vez, e ela o alcançou por trás, batendo ao redor dele, com os olhos grudados na tela quando releu a frase que tinha acabado de escrever.

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— Sim. — Ela disse, distraída, segurando o telefone no ouvido com o ombro enquanto ela levou as mãos de volta ao teclado. — Ei baby, onde você estava? — Colin perguntou. — Desculpe, estava no meio de alguma coisa. — Ela disse, terminando um pensamento. — Você está no computador? — Ele perguntou, obviamente, ouvindo o maníaco clicar das teclas. — Huh? — Seus dedos abrandaram quando ela começou a se concentrar na conversa. — Oh. Sim. — O que você está fazendo que você está tão absorvida? — Oh, apenas... faturas e outras coisas da folha de pagamento. — Você sabe, eu costumava pensar que possuir um restaurante era glamoroso antes de te conhecer. Andie riu. — Ah, mas você esqueceu, não é meu. É do meu pai. — Sim, mas nós dois sabemos que você é a única que trabalha naquele lugar. Ela suspirou, puxando o resto de sua atenção para longe do computador, e ele riu suavemente. — Não vou prendê-la. Só queria falar com você sobre algo. — O que está acontecendo? — Ela perguntou, inclinando-se sobre a mesa do café para pegar sua xícara de chá. — Você se lembra de meu amigo Chase? Você o conheceu um tempo atrás. Na noite da festa de noivado de Justin.

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— Hum, sim, acho que sim. — Andie disse, revirando os olhos. É claro que ela se lembrava dele. Colin a tinha apresentado para Chase, quando encontrou com ele no bar um pouco mais tarde naquela noite. Ele havia balançado sua mão e dito como era bom conhecê-la, como se fosse realmente seu primeiro encontro, como se eles não tivessem estado na ‘garganta’ um do outro na adega apenas uma hora antes. Mas havia alguma consistência com ele, pelo menos, o sarcasmo evidente e a atitude improvisada da adega ainda estavam intactos. Andie nunca tinha admitido a Colin o que ela achava de Chase. Na época, o relacionamento deles era tão novo, e ela não queria chateá-lo por falar mal de um de seus amigos. E então, quando ela e Colin se aproximaram, Chase tornou-se uma memória distante. De acordo com Colin, apesar de Chase manter um apartamento em Nova York, viajava muito, tendo alguns trabalhos noturnos como fotógrafo freelance. Assim, mesmo que seu nome surgia de vez em quando na conversa, ela ainda não tinha tido o prazer de familiarizar-se com ele. — Bem, ele está de volta à Nova York novamente. — Colin disse. — Ele não ia ser capaz de ir ao casamento de Justin, algum tipo de conflito com o seu trabalho, eu acho. Mas acontece que, ele pode ir agora. — Ótimo. — Andie disse casualmente, olhando o documento digitalizado na frente dela. — Mas, claro, já que é neste fim de semana, ele iria passar um longo sufoco tentando obter um bilhete de avião para Tampa agora. Então, estava pensando... Ele parou de falar. Andie congelou. — Você estava pensando... — Ela incitou, embora ela tivesse certeza que já sabia exatamente o que ele ia dizer. — Desde que você está dirigindo, ele poderia pegar uma carona com você. Ela não disse nada.

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Depois de alguns segundos de silêncio, Colin falou novamente. — Você sabe que não estou feliz com a ideia de você dirigindo. — Não voo, Colin. — Ela disse, interrompendo-o. — Sim, sei disso, mas não gosto que você esteja dirigindo sozinha. E se eu não tivesse tantas obrigações como padrinho do casamento lá esta semana, você sabe que iria de carro com você. Mas agora Chase pode ir com você, e isso funciona para todos. — Não preciso de ninguém dirigindo comigo. Não quero ninguém comigo. Era a sua vez de ficar em silêncio, e Andie mastigou o interior de seu lábio, percebendo que ela soava como uma criança petulante. Para Colin, sua reação, provavelmente, parecia completamente irracional e malcriada, ele não tinha ideia de que ela não gostava de Chase. Em sua mente, ele estava apenas pedindo-lhe para fazer um favor a um amigo, um favor que ele pensou que iria ajudá-la no processo. E como ela poderia explicar-lhe como se sentia sobre Chase, quando as palavras jogadas fora em sua mente, pareciam tão mesquinhas e imaturas agora? O que ela poderia dizer? Ele foi sarcástico comigo? Ele zombou de mim por eu ter me trancado na adega? Ele me perguntou se eu era uma loira de verdade? — Desculpe. — Andie disse timidamente. — Você está certo. É provavelmente melhor eu ter alguém comigo. — Ela quase se engasgou com a mentira. — Podemos ir juntos, se ele quiser. Não havia nenhuma boa razão para ela dizer não. Ela estava encurralada, e ela sabia disso. — Ótimo! — Colin disse, o sorriso de volta em sua voz. — Isso me faz sentir muito melhor, Andie. Vocês vão se divertir. Além disso, ele vai dividir a gasolina, e agora você vai ter alguma ajuda na despesa. — Ótimo. — Ela disse com entusiasmo fingido, logo mudando de assunto para ele não ouvir o desagrado na voz dela. — Que hora é o seu voo amanhã de manhã? ~ 25 ~

— Dez. — Tudo bem, então provavelmente deve sair daqui por volta das sete. Você está no seu caminho? — Tenho que terminar algumas coisas, colocar tudo em ordem para quando eu for embora esta semana. Dê-me cerca de uma hora. — Ok. O jantar estará pronto. — Adoro quando você começa tudo June Cleaver1. Andie sorriu, esquecendo por um momento como ela estava irritada. — Tudo bem, volte para suas faturas. Vejo você daqui a pouco. Te amo. — Eu também te amo. — Ela disse. Ela sentiu sua irritação dando lugar à culpa quando ela terminou a chamada, olhando em seu computador, nas ‘faturas’ que estava trabalhando. Colin não tinha ideia que estava escrevendo um romance. Ela não tinha dito a ele. Parecia que era uma coisa tão fantasiosa a fazer, dedicar horas do seu tempo com algo que, a partir de agora, não era nada mais que um hobby glorificado. Ela poderia estar fazendo tantas outras coisas que valem a pena e mais produtivas com seu tempo livre. E, embora houvesse momentos que se sentia culpada por ser enganosa sobre isso com o namorado há um ano e meio, ela sempre racional, concentrava-se no fato de que não tinha contado a ninguém, então não era como se ela estivesse especificamente excluindo Colin. Andie se recostou no sofá e esfregou os olhos mais ou menos com as palmas das suas mãos. — Droga. — Ela disse enquanto empurrava o computador de seu colo, segurando a caneca de chá enquanto se levantava. June Evelyn Bronson Cleaver foi uma atriz famosa nos anos 50, sendo a protagonista do seriado Leave It to Beaver. 1

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Ela foi até a cozinha e fez-se outra xícara de chá antes de retornar ao seu lugar no sofá, tomando um deslizamento lento, enquanto tentava voltar para o estado de espírito que estava apenas a momentos antes. Mas mesmo quando ela puxou o laptop de volta para suas coxas, Andie sabia que era inútil. O momento desapareceu. Com um bufo irritado, empurrou o laptop de suas pernas novamente e puxou os joelhos em seu peito, passando um braço ao redor deles e trazendo a caneca de volta para os lábios. Dois dias inteiros trancadas em um pequeno espaço com ele novamente. Ela mal conseguiu sobreviver 10 minutos da última vez. Andie deixou cair à cabeça para trás e fechou os olhos. Talvez estivesse exagerando. Honestamente, se sentiu estúpida explicando porque ela não gostava de Chase a Colin, em seguida, havia uma boa chance de que suas razões para não gostar dele realmente fossem estúpidas. Além disso, era possível que ela o pegou em um mau dia, naquela noite no porão. O Senhor sabe que ela não estava no seu melhor naquele momento também. Talvez ele esteja diferente. Talvez ela esteja diferente. Talvez eles tivessem um momento decente. Ou talvez ela estivesse presa nos confins de um carro com um desagradável cáustico, idiota, antagônico por dois dias inteiros. Ela suspirou pesadamente enquanto desligava o laptop antes de trazê-lo de volta para seu quarto. Ela estava olhando para frente, dois dias inteiros sozinhos. Enquanto a solidão faz algumas pessoas desconfortáveis, como Tracey, que ligava cada televisão que possuía para simular uma casa cheia de gente, quando estava sozinha, Andie aproveitava seu tempo sozinha. Esse era o resultado de ser filha única, ou crescer em uma casa onde era costume todos estar fora em cantos separados da casa fazendo suas próprias coisas por horas em um momento, ela não sabia. O que ela sabia era que seus dois dias de agradável reclusão tinha acabado, deslizou para a direita através de seus dedos. O que irritou mais ainda era que ela já tinha planejado toda a viagem: quando ela ia embora, onde ela iria parar, quando ela ia dormir, mesmo a música que queria ouvir. Mas isso estava tudo no ar agora que haviam duas pessoas envolvidas. Poucas coisas a fazia mais desconfortável do que o desconhecido. ~ 27 ~

Ela agarrou seu iPod e o colocou na dock Station2, a partir da lista que tinha o título ‘Maduro’ e cantando baixinho para si mesma, em um esforço para tirar proveito dela, enquanto vasculhou os armários da cozinha, coletando as coisas que precisa para fazer o jantar. Um pouco mais tarde, ela recém tinha terminado de lavar a louça, quando ouviu a porta da frente abrir. Sete e meia em ponto, ela pensou com um sorriso, trazendo os pratos à mesa. Ela não podia vê-lo ainda, mas ouviu os sons dele na porta. Sabia que ele estaria tirando os sapatos e os colocando ao lado da porta de entrada. Ela sabia que ele tirará o paletó e o pendurava na parede. Sabia que ele viria e a beijaria, e diria que tudo cheirava delicioso. E depois do jantar, ele a ajudaria a limpar a mesa, enquanto dava-lhe beijinhos e carícias, um prelúdio do que estava por vir. Era uma rotina que era tão confortável como era previsível, sabia exatamente o que esperar. E nesse momento, nunca se sentiu tão bem.

— Então, você está pronta? — Colin perguntou quando Andie parou o carro no meio-fio. — Sim, apenas tenho que terminar de embalar e depois passar pelo restaurante hoje à noite. — Que hora você sairá amanhã? — Cedo. O mais tardar seis. Se tudo correr conforme o planejado, eu deverei estar com você em algum momento quinta à tarde.

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Dock Station é uma base onde você encaixa um aparelho móvel, como iPod ou tablet, para recarregá-lo

ou conectá-lo a uma caixa de som.

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— Tudo bem, tenha cuidado. Eu te ligo quando estiver em terra. — Ele disse, inclinando-se para beijá-la. Foi rápido e casto, mas então ele se inclinou novamente, desta vez a beijando totalmente. — Mmm. — Ela cantarolava enquanto ele terminava o beijo, inclinando-se quando ele se afastou dela como se fossem ímãs. Sorriu para si mesma, quando ele saiu do carro, chegando ao banco de trás para pegar suas malas e colocá-las na calçada. Ele virou, inclinando-se para a janela do passageiro. — Estou muito feliz que Chase está indo com você. O sorriso dela caiu, mas ele parecia não notar quando soprou-lhe um beijo e virouse para pegar suas malas, andando através das portas automáticas. Ela observou-o ir, a semente que ele plantou com a última frase cresceu lento, um pedaço de mau agouro em seu estômago.

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CAPÍTULO DOIS

Chase McGuire sentou-se na cama em sua névoa sonolenta, inclinando-se para fechar a mochila aos seus pés. Ele precisava de café. Era malditamente cedo para se levantar, mas Colin dissera-lhe que Andie queria sair às seis da manhã. Ele ainda não sabia por que tinha concordado com isto. Ele não tinha nenhum problema de pagar o dinheiro extra em um bilhete de última hora para a Flórida, mas Colin estava insistente que ele dirigisse com a menina ao invés disso. Ele tinha que admitir, era um pouco estranho ter um cara praticamente implorando pra ele passar 48 horas a sós com a sua namorada, mas ele sabia que isso era sobre a segurança de Andie. Aparentemente, ela estava inflexível sobre a condução e não poderia ser persuadida a voar com ele. Ele não tinha pensado muito em Andie no ano passado desse modo, não desde aquela noite na Adega de Justin, mas considerando que ele lembrou-se dela, parecia apropriado que ela tinha teimosamente insistido em dirigir todo o caminho para a Flórida sozinha. O táxi chegou do lado de fora, anunciando-se com um toque na buzina, e Chase empurrou-se para fora da cama e pegou suas malas, erguendo-as em seus ombros. Teimosa. Isso é o que ele mais se lembrava sobre ela, ele pensou quando deslizou no fundo do táxi e deu ao motorista o endereço de Andie, que Colin havia lhe dado quando tinham solidificado esses planos. Mas quando o suave balanço do táxi começou em calmaria, ele fechou os olhos, e não podia evitar as outras coisas que ele começou a se lembrar sobre ela, agora estava pensando nela novamente. Como boquiaberta ela parecia perambulando na adega, ~ 30 ~

naquela noite, e como rapidamente aqueles grandes olhos castanhos haviam mudado de inocente seduzida a absolutamente feroz. De zero a sessenta, aquela ardente determinação, tinha excitado ele mais do que gostaria de admitir. Ele podia até se lembrar vagamente o que ela estava usando, mesmo que não tinha sido uma roupa especialmente sexy. Pelo menos, não era para ser. Lembrou-se da forma que sua calça jeans encaixou-se nela como uma segunda pele, a forma como o baixo decote de sua camisa transpôs a linha entre clássica e dolorosamente sedutora. Seus olhos se abriram quando o táxi parou, trazendo ele e seus sentidos de volta ao presente. Ele riu para si mesmo, pagando o motorista do taxi. Chase estava plenamente consciente de que ele tinha uma tendência a exagerar ao apelo de uma mulher quando sabia que ela estava fora dos seus limites, e que neste caso, o que ele se lembrava de Andie seria ainda mais exagerado, já que ele não a tinha visto em mais de um ano. Felizmente, ele teve suficiente autoconsciência para saber exatamente o que precisava acontecer. Ele precisava andar em seu apartamento e ver que ela era apenas como qualquer outra mulher, apenas uma menina bonita, não quase tão atraente quanto ele construiu-a em sua mente, e seria isso. Ele subiu os degraus de seu apartamento com uma mala em cada mão e usou seu cotovelo para bater na porta. Foi apenas um minuto antes de ouvir o baralho, seguido pelo clique silencioso da fechadura. A porta se abriu, e sua mente ficou completamente vazia, exceto por uma palavra. Merda. — Oi. — Ela disse com um pequeno sorriso, hesitante. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo, mas alguns fios ralos tinham caído livres e estavam emoldurados seu rosto.

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Este deveria ser o momento em que ele perceberia que ele tinha explodido essa garota desproporcional, que sua memória havia embelezado seu apelo. Mas, infelizmente, esse não era o caso. — Andie. Que bom te ver de novo. — Ele finalmente disse, e não pôde deixar de sorrir quando ele viu o ligeiro rubor em suas bochechas. Ela assentiu com a cabeça, o mesmo sorriso tenso no lugar quando ela se virou e entrou no apartamento. Seus olhos caíram por sua própria vontade, admirando a forma como a bunda dela parecia na calça de yoga que ela usava. — Eu vou estar pronta em dois minutos. — Ela disse, virando a cabeça sobre o ombro, e Chase arrancou os olhos de seu corpo e se voltou para o rosto dela na hora certa. Ela andou atrás da pequena ilha da cozinha e ergueu uma caneca. Assim que ela tocou seus lábios, ela congelou, olhando para ele por cima dela. Ela levantou-a lentamente. — Hum, você quer um café? — Foda-se, sim. — Ele exalou, e viu o pequeno vinco formado entre as sobrancelhas dela quando os cantos de sua boca se voltaram para baixo. Ela se virou para abrir o armário. — Eu realmente não sou uma pessoa da manhã. — Ele propôs quando colocou as malas no chão ao lado da porta e caminhou em direção à cozinha. Ela não lhe deu nenhuma reação, os olhos treinados na caneca enquanto servia o café. — Creme? Açúcar? — Ela perguntou, ainda sem olhar para ele. — Preto está bom. Ela entregou-lhe a caneca e pegou sua própria em um movimento, saindo da cozinha e deixando-o ali sozinho. Ele virou-se e encostou-se na ilha enquanto tomava seu café, seus olhos vagando pelo apartamento, imaculado. Essa foi à única palavra que continuava chegando à sua mente. Nada fora do lugar, tudo impecável. O piso de madeira de sua sala de estar estava brilhando, como um maldito comercial. Suas paredes eram decoradas com fotografias e ~ 32 ~

pequenas prateleiras caprichadas que seguravam um monte de velas e outras tretas femininas inúteis. Um piano vertical feito de mogno reluzente estava contra a parede oposta. E os sofás eram brancos. Ele riu para si mesmo, pensando em quanto tempo um sofá branco iria sobreviver em seu apartamento. Merda, ele poderia até mesmo se imaginar na bancada, ele percebeu, quando se virou para colocar a caneca para baixo. Um movimento com som chamou sua atenção, e ele olhou para cima, vendo-a sair do que ele assumiu ser seu quarto, com malas. Sua expressão era passiva, com os olhos abatidos. — Você sabe do que este lugar precisa? — Ele disse, erguendo a caneca e tomando outro gole. Ela colocou uma de suas malas a baixo da mesa de café e começou a vasculhá-la. — Não, mas eu tenho certeza que você vai me dizer. — Brincou, ainda sem olhar para ele. — Precisa de um pouco de vida. Ela congelou, esquecendo por um momento sobre o que fosse que ela estava procurando, e ergueu seus olhos, olhando-o sob os cílios. E que Deus o ajude, quando viu o fogo por trás deles, o mesmo que ele se lembrou da adega, ele não impediu de deixar que o sorriso se espalhasse pelo seu rosto. — O que, você a noite trabalha como um decorador de interiores? — Ela perguntou, seu tom brusco então olhou para baixo e continuou sua busca através de sua bolsa. — Dificilmente. — Ele disse através de seu sorriso. — Eu só estou dizendo. Este lugar é tão... intocado. Ele nem sequer parece ter alguém morando aqui. Como você conseguiu isso? Você está aqui todos os dias, mas não há nenhum vestígio de você em todo o lugar. Ela organizou o conteúdo da mala antes de fechar grosseiramente o zíper. — Algumas coisas não mudaram, eu vejo. — Ela murmurou sob sua respiração quando pegou a bolsa e balançou por cima do ombro.

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— Perdão? — Ele perguntou, embora tivesse a ouvido claramente. Ela olhou para cima e forçou um pequeno sorriso. — Nada. Você está pronto? Ele acenou com a cabeça, tomando o resto de seu café. Ele foi colocar a caneca vazia no balcão, e antes mesmo de fazer contato, já estava fora de sua mão. Viu-a lavar rapidamente as duas canecas e colocá-las de volta no armário, mas antes secando-as com um pano de prato. Ela voltou para a sala e pegou suas malas, gesticulando para ele ir à sua frente. Chase saiu e esperou enquanto ela fechava, admirando o tom de seus braços enquanto ela conciliava suas malas e as suas chaves. — Só para você saber. — Ela disse casualmente, quando ele a seguiu até o estacionamento. — Não há fumantes no meu carro. Ele riu em seguida, balançou a cabeça enquanto enfiava a mão no bolso e tirava uma embalagem de chiclete de nicotina, segurando-a para sua aprovação. — Posso mascar chiclete? Ou será que também é contra as regras? Ela olhou para o chiclete e depois para ele, não demonstrando nenhuma reação quando se virou para abrir o porta-malas de seu carro. Ele esperou que ela colocasse as malas antes que ele seguisse o exemplo, e pelo tempo que ele fechava o porta-malas, ela já estava sentada no banco do motorista, esperando. Ele sabia que não deveria provocá-la, mas havia algo sobre incitar ela que ele gostava. Era natural, autêntico e refrescante. A maioria das meninas que ele conhecia eram tão afetadas, tão ilusórias. Ele gostava de ver uma mulher que não media palavras, que era confiante o suficiente para expressar o que estava sentindo, e que não se desculpava por isso. E se ele fosse honesto, ele gostava de ser capaz de acender a faísca dentro dela. Mas ele não deveria estar fazendo isso. Ele sabia disso. Por um lado, isso estava ficando sob sua pele, e por mais que o divertia brincar, ele não queria realmente aborrecê-la. Mas o mais importante, ele não deveria parecer querer aumentar sua interação com ela. ~ 34 ~

Eram inofensivos, seus insultos brincalhões. Ele não tinha intenção de fazer um movimento em Andie. Mas ainda assim, no fundo de sua mente, ele sabia que não deveria cutucá-la. No entanto, quando ele deslizou para o banco do passageiro ao lado dela, ele também sabia que ia ser difícil parar. Ela ligou o carro e deu partida, arrancando, ele deu uma olhada nela. — Então. — Ele disse. — Você já fez esse caminho alguma vez antes? Ela balançou a cabeça um pouco, e depois perguntou baixinho: — Você? — Não. — Ele disse com uma risada. — Eu não sei por que alguém iria fazer esse caminho quando é tão mais fácil voar. — Bem, você deveria fazer, então. — Ela disse casualmente. Ele virou-se para olhar para ela, seus olhos estavam na estrada, com uma expressão indiferente, e ele não podia evitar a risada que escapou de seus lábios. Ele olhou para baixo, com um sorriso ainda brincando em sua boca sobre a sua ironia. — Como é que Colin não viajou com você? — ele perguntou. É claro que ele já sabia a resposta dessa pergunta, mas queria ver como ela se sentia sobre isso. — Ele tinha muito que fazer por lá esta semana. Obrigações da festa de casamento. — Disse com um encolher de ombros. Não havia o menor sinal de ressentimento em seu tom. — Então por que você apenas não viajou mais cedo? — Andie olhou em seu retrovisor antes de mudar de faixa. — Porque, — ela disse distraidamente, — eu tinha que trabalhar. — O que você faz? — Eu gerencio um restaurante. — Sério? — Perguntou Chase com verdadeiro interesse. — Você é a dona? ~ 35 ~

— Não, meu pai é. — Ah. — Ele disse com um aceno de cabeça. — Bem, você tem que amar o nepotismo. Sua mão desceu do volante, o som irritado o pegando desprevenido. — Veja, por que você tem que fazer isso? — Ela perguntou a irritação clara em sua voz quando virou-se para olhar para ele. — Por que você tem que ser assim? Ele balançou a cabeça ligeiramente. — Eu estou brincando, Andie. Isso não vai matá-la de rir. Isso nem sequer vai feri-la. Eu prometo. — Ele jurou por Deus e levantou sua mão. Ela virou os olhos para a estrada, sua língua se lançando para molhar os lábios enquanto pressionou um botão no volante, ligando o rádio. O espaço entre eles foi preenchido com o murmúrio de algumas aleatórias estações de música e o som de seu batuque ao lado do volante. Chase esperou até que ele viu a tensão deixar os ombros dela antes de falar novamente. — Ok, então eu tenho que perguntar, qual é a história por trás de Andie? — Qual é a história por trás de Andie? — Ela ecoou, a confusão evidente em sua voz. — Sim. Quero dizer, é um nome estranho para uma menina, você não acha? — Quando ela não respondeu, ele acrescentou: — Então, qual é o problema? Seus estavam pais esperando um menino ou alguma coisa assim? — Esse não é o meu nome. Chase se voltou para ela. — Andie não é o seu nome? — É um apelido. — Ela disse com indiferença, como se tivesse acabado de chegar ao seu limite em lidar com uma criança curiosa. — Então você prefere que as pessoas te chamem de Andie? Qual é o seu nome verdadeiro? ~ 36 ~

— Não é da sua conta. — Ela deixou escapar antes mesmo dele terminar a pergunta. Ele ergueu a sobrancelha quando uma risada atordoada caiu dos lábios dela. Ela estava claramente desconcertada pela sua própria pequena explosão. Chase viu como a expressão dela tornou-se envergonhada por apenas um segundo antes dela arrumá-la. Ela manteve os olhos na estrada, tomando uma pequena respiração antes de desajeitadamente limpar a garganta. Seus dedos se contraíram no volante antes dela apertar outro botão, aumentando a volume do rádio. Chase se recostou contra o assento, voltando ligeiramente à cabeça para olhar para fora da janela do passageiro. Ele não gostava da sensação que ele tinha agora mesmo, ele sentia quase... remorso. Era estranho para ele, sentir arrependimento. Normalmente, se alguém não poderia lidar com seu senso de humor, sua maneira de pensar, suas opiniões, então, este alguém estava automaticamente fora do seu radar. Isso era apenas como ele era. Mas, por alguma razão, com Andie, não era assim que funciona. Isso não fazia absolutamente nenhum sentido. Ele nem mesmo a conhecia, então deveria ter sido muito mais fácil para ele riscá-la fora. Mas o fato de que ela estava chateada, que parecia incômoda agora, mesmo sentada ao lado dele, na verdade, o incomodava. É porque ela é a namorada do seu amigo, ele pensou. Claro que você dá uma merda se você a aborrece. Colin queria que você fizesse essa viagem mais fácil pra ela, não atormentá-la o tempo inteiro. Poucos minutos depois, Chase tornou-se consciente do volume sendo baixado no rádio, e ele olhou para ver o polegar dela sobre o botão, tornando a música mais baixa. Ela deu uma olhada para ele, mas não disse nada, trazendo seus olhos de volta à estrada. Ele não tinha ideia se ela queria dar a ele um convite ou não, mas ele decidiu levar isso como um. Chase tomou um pequeno fôlego antes de tentar novamente. — Então, — ele disse, virando-se para ela, — Qual é o plano? — O que você quer dizer? — O que vamos ver? ~ 37 ~

Ela olhou para ele, as sobrancelhas enrugadas. — Nesta viagem. — Ele esclareceu. — Hum... autoestrada? Algumas fazendas? Muitos outros carros? Ele olhou para ela com uma expressão divertida até que ela disse: — Acho que não entendo a questão. — Não estamos fazendo qualquer parada para passear? — Não. — Nada? — Ele perguntou com uma combinação de surpresa e decepção. — Isso parece um desperdício. Há alguma merda legal nesta viagem. Ela deu um encolher de ombros, e Chase virou mais em sua cadeira para encará-la. — E Assateague Island? Ou poderíamos parar em Atlantic City por algumas horas. Ou, na verdade, você sabe onde eu sempre quis ir? Tybee Island. Há supostamente este farol demais por lá... alguma grande foto. — Ele esperou por uma resposta. Ela lhe deu nenhuma. — Ou, — ele disse lentamente, — nós poderíamos fazer uma parada em Crystal River. Ouvi dizer que eles têm a maior população de peixes-boi do país. Ela se virou para encará-lo, em seguida, olhando para ele como se ele tivesse perdido o juízo, e ele apertou os lábios para lutar contra o sorriso. — Eu quero dizer, se é mais o seu negócio. — Nós não estamos parando para passear. — ela disse de modo prático quando se virou de volta para a estrada. — Por que não? Isso é o que uma viagem é e tudo sobre ela. — Porque nós não estamos em uma viagem. O casamento é na sexta-feira. Se seguirmos o meu plano original, vamos parar em algum lugar do Sul da Carolina esta ~ 38 ~

noite e chegar a Tampa mais ou menos amanhã à tarde. É cronometrado perfeitamente. Eu não conto com quaisquer paradas em atrações turísticas. Chase virou no seu assento, sua expressão pensativa. — Ou. — ele disse depois de um minuto, e Andie olhou para ele. — Nós poderíamos não parar para dormir e usar essas horas extras para ver alguma merda legal em vez disso. — Dirigir sem dormir? Sim, isso soa como um plano brilhante. — Não, claro que nós teríamos de dormir. — Ele disse. — Nós podíamos simplesmente revezar. Você poderia dormir, e eu poderia dirigir. — Não. — Ela disse suavemente, antes mesmo que ele terminasse sua explicação. — Não? — Chase ecoou. — Por que não? Você não confia em mim com o seu carro? Não é por nada, mas este é um Prius, e não um Porsche. — Esse não é o ponto. — Andie disse. — Eu só... eu não deixo ninguém dirigir meu carro. — Você tem alguns problemas graves de controle. — Chase disse, as palavras fora de sua boca antes que ele pudesse pensar melhor nelas. — Desculpe-me? — Andie disse. — Você nem sequer me conhece. Então, não... — Você está certa, eu não te conheço. — Ele disse, cortando-a, sua própria voz aumentando, com raiva de si mesmo. — Tudo o que eu sei sobre você é o que você está me mostrando. E agora, com o jeito que você está agindo? Com o seu inflexível plano de viagem, e seu 'ninguém dirige, só eu' absurdo? O que você está me mostrando é que você tem problemas de controle. Nível de problemas de controle Grave, tipo 1. Andie voltou à cabeça em direção a ele, os seus olhos brilhando, e ele encontrou seu olhar. Ela virou-se primeiro, desligando o rádio e levando as duas mãos no volante, e ele se inclinou para trás em sua poltrona, com um sorriso presunçoso curvando os lábios sobre o fato de que ela tinha desviado primeiro. Claro, ele percebeu que ela precisava manter os olhos na estrada, mas porra, ele quis comemorar como uma vitória. ~ 39 ~

Passaram a meia hora seguinte, em completo silêncio. Andie não ligou o rádio novamente, e de vez em quando, Chase olhava as suas mãos no volante, pois elas estavam imóveis, os nós dos dedos brancos enquanto ela apertava o volante em dez e dois. Isso seria impossível, ele percebeu. Tentar manter esta viagem amável. Ela ficava ofendida com muita facilidade, e se ele fosse honesto, ele gostou demais da reação. Foi uma má combinação. E ele não estava fingindo alguma atuação pelos próximos dois dias apenas porque está menina estava excessivamente nervosa. Os dois estariam melhor se ele simplesmente mantivesse sua boca fechada, ela obviamente, não estava morrendo por companhia, e ele não se importava de passar os próximos dois dias em silêncio pensativo. Ele descansou a sua cabeça de novo no assento e fechou os olhos, respirando lentamente. Naquele momento, sem o seu sentido de visão, o cheiro dela o consumiu, e ele exalou com um suave, satisfeito zumbido na parte de trás de sua garganta. Seus olhos se abriram, assustado com sua reação visceral à maneira que ela cheirava, mas não era como qualquer perfume que ele conhecia. Não picante, não falso. Natural. Subestimado. Doce, mas não frutado. Feminino, mas não floral. Ele não tinha ideia de como descrevê-lo. O que ele sabia era que isso lhe deu uma estranha sensação no seu estômago, que era tão prazerosa quanto era completamente errado. Ele olhou para ela, esperando que ela não o tivesse ouvido, que não estivesse ciente de sua reação para ela. Nesse momento, sua postura tinha relaxado um pouco, os dedos levemente enrolados em torno do volante. Ele baixou o olhar para sua perna, o joelho esquerdo quicando ligeiramente, como se ela estivesse mantendo o ritmo de alguma melodia privado em sua mente. Por sua própria vontade, seus olhos começaram a viajar até o seu corpo, sobre a ajustada blusa branca que abraçou a superfície plana de seu estômago, o inchaço dos seus seios. Ele ergueu os olhos para seu perfil, seu delicado, nariz inclinado, sua boca suja. Naquele momento, os lábios entreabertos, a ponta da língua espreitando para ~ 40 ~

molhar o lábio inferior, e ele engoliu em seco somente quando ela pisou no freio, catapultando-os na contenção de seus cintos de segurança e o arrancando do seu devaneio culposo. — Jesus Cristo. — Ela gritou. — Você é um idiota! Por agora os olhos de Chase estavam de volta com segurança na estrada, olhando para as luzes traseiras do carro que acabara de cortar Andie fora. Ela exalou pesadamente, recostando-se em seu assento. — Desculpe. — Ela disse suavemente. — Está tudo bem. — Ele disse, um pouco inquieto, mas não em tudo por causa da quase colisão. Depois de um minuto, Andie riu sem humor. — Inacreditável. — Ela disse, apontando para o para-brisa. — Por que alguém se torna um temerário apenas o tempo suficiente para ultrapassá-lo, mas, em seguida, continua a dirigir como alguma vovó de noventa anos de idade enquanto eles ficam na sua frente? — Você está me dizendo que o fator motorista de merda, não estava em seus planos de viagem? Ela franziu os lábios nesse momento, mantendo os olhos na estrada, e ele sorriu. — Quando alguém dirige assim na minha frente, você sabe o que eu costumo pensar para me fazer sentir melhor? Andie olhou para ele. — Eu quero saber a resposta dessa pergunta? — Ela perguntou, e ele riu. — Pense nisso desta maneira. E se essa pessoa nunca passou na sua frente, nunca forçou você a ir mais devagar, e você tomou a próxima curva rápido demais e saiu voando pra fora da estrada? Ou se o seu real curso colocou você numa velocidade em um cruzamento no exato momento em que um caminhão passou num sinal vermelho? Ou quando um criança se esqueceu de olhar para os dois lados antes de atravessar a estrada em sua bicicleta? ~ 41 ~

Andie olhou para ele, sua expressão pega de surpresa. — Talvez algo de ruim teria acontecido se esse cara não tivesse desacelerado você quando ele fez. Talvez isso seja o seu anjo da guarda, olhando por você. Ela olhou para ele por um segundo antes dela piscar rapidamente, trazendo seus olhos de volta à estrada. Chase manteve seus olhos nela por um momento antes que ele se recostasse na cadeira, virando a cabeça para olhar pela janela do passageiro. Ele realmente gostava de acreditar no que ele tinha acabado de dizer a ela. Na verdade, às vezes, era a única coisa que o impedia de bater uma punheta diante dele. Mas ele não tinha ideia de por que tinha acabado de compartilhar isso com ela. Outro silêncio encheu o espaço entre eles, e ele virou-se para olhar para ela, a estranha sensação que veio sobre ele quando algo como triunfo agitou seu estômago. Porque desta vez, quando ele estudou seu perfil, havia lá um minúsculo vinco em forma de crescente no canto de sua boca. Uma leve sugestão de um sorriso.

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CAPÍTULO TRÊS

Andie se sentou no banco do motorista com as janelas abaixadas, uma suave brisa brincando com as mechas de cabelo que haviam trabalhado livres em seu rabo de cavalo. Ela mantinha um pretzel nos seus lábios, mordiscando a borda do mesmo, os olhos vasculhando a área e não encontrando nenhum vestígio dele. Ela nunca tinha ido a Richmond, Virginia antes, mas para ela parecia como qualquer outro lugar. Certamente, a parada de descanso onde tinham escolhido pegar os lanches e usar o banheiro não tinha nada de extraordinário, de modo que ela não tinha ideia do que ele estava tirando fotos. Mas logo depois que eles voltaram para o carro com a sua comida, ele estendeu a mão e pegou sua câmera, dizendo-lhe que estaria de volta em poucos minutos. Andie descansou a cabeça contra o assento e olhou para o relógio. Era logo depois das duas, eles estavam fazendo um bom tempo, ela pensou, surpresa com o fato de que oito horas se passaram desde que eles começaram a viajem naquela manhã. Para sua surpresa, tinha passado consideravelmente rápido. Após há primeira hora, que foi reconhecidamente uma das horas mais difíceis e tensas de sua vida, alguma coisa tinha mudado. Esse comentário que ele fez, sobre o seu anjo da guarda olhando por ela, atingiu um nervo, ela nunca teria esperado algo como isso sair da sua boca, algo tão otimista, tão... doce. E talvez porque ela reconheceu esse lado dele que as próximas sete horas foram melhores, eles alternaram entre pausas de silêncio, onde eles ouviram música ou assimilando seus arredores, e pequenos surtos de conversa. Seus intercâmbios, tudo muito básico, muito superficial, coisas-tipo-superficiais, mas ainda assim, ele não tinha dito nada verdadeiramente ofensivo desde então, e nem por uma vez ela sentiu suas defesas voando. A coisa toda foi, ela se atreveu a usar a palavra, suportável. ~ 43 ~

Um movimento em sua visão periférica capturou sua atenção, e ela ergueu os olhos para ver Chase caminhando de volta para o carro. Seus olhos estavam melancólicos quando ele apertou alguns botões, examinando as imagens em sua câmera com sua testa franzida em concentração. Ele elevou a mão, passando no cabelo, tirando fora dos seus olhos, e pouco antes de chegar ao carro, ele olhou para cima. Pela primeira vez, talvez por causa da forma como o sol o atingiu, ou talvez porque ela estava olhando para ele com algo além de desprezo, ela notou que bonito tom de verde eles eram. — Ei, desculpe ter demorado tanto. — Ele disse, deslizando de volta para o carro e se virando para colocar a câmera no banco de trás. — Não, está tudo bem. — Andie disse, observando-o se espreguiçar sobre o assento quando ela ligou o carro. Ela se encontrou olhando ao redor quando eles arrancavam de volta para a estrada, ainda se perguntando o que ele viu como uma oportunidade fotográfica neste lugar. — Então, você conseguiu algum bom disparo? Chase encolheu os ombros. — Talvez. — Ele disse, inclinando seu braço na janela aberta e estendendo sua mão para fora, deixando-a ondular conforme ele brincava com o vento. — Eu nunca sei se consegui algo de bom até alguns dias depois. Eu tenho que me retirar da situação primeiro. — Retirar-se da situação? — Sim. Agora mesmo eu ainda estou vendo aquelas coisas da maneira que eu vi com os meus olhos, e todas essas imagens se misturam com as fotos quando eu olho para elas. Andie puxou as sobrancelhas juntas, e ela o ouviu rir baixinho ao lado dela. — É difícil de explicar. É mais fácil avaliar alguma coisa quando eu estou olhando para ela objetivamente. Agora, é muito cedo para eu fazer isso. Andie acenou com a cabeça. — Não, eu acho que eu entendo. — Ela disse, e ele sorriu para ela antes de voltar sua atenção a sua mão, viajando na brisa do lado de fora como uma montanha russa. ~ 44 ~

Ela entendeu o que ele quis dizer, ela se sentia assim algumas vezes sobre sua escrita. Houve momentos em que ela só tinha que sair, deixá-la por algumas horas, ou às vezes alguns dias, antes que ela pudesse voltar para isso e ver se era boa. Quando estava no meio disso, ela estava muito próxima de tomar qualquer tipo de decisão racional. Andie apertou o botão no volante para ligar o rádio, e eles caíram de volta para um dos seus períodos de silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. De vez em quando, ela olhava por cima, vendo a mão subindo e descendo no vento enquanto ele continuava a cantar com a música, e ela não podia evitar, exceto sorrir para o gesto infantil. Quando voltou a olhar para a estrada, uma mulher parada no acostamento capturou sua atenção. Ela parecia ter por volta de 30 anos, vestia jeans e uma camiseta. Seu cabelo estava um pouco desgrenhado, puxado para trás em um rabo de cavalo desleixado, e quando ouviu o carro de Andie se aproximando, ela virou-se rapidamente e estendeu o braço, o polegar para cima no ar e uma expressão de esperança nos olhos. Quando Andie acelerou passando por ela, ela levantou seus olhos para o retrovisor, vendo a mulher deixar cair seus braços de volta ao seu lado e colocar as mãos nos bolsos, enquanto ela continuava andando ao lado da rodovia. Andie mordeu o lábio inferior, olhando de volta para o retrovisor a cada poucos segundos, assistindo a mulher ficar cada vez menor e menor até que ela finalmente desapareceu. — Sabe o que eu acho que é realmente triste? — Ela disse. Chase virou a cabeça para olhar para ela. — Que nós vivemos em um mundo onde você tenha medo de ajudar as pessoas. Ele soltou uma risada curta. — De onde veio isso? — Aquela mulher. — Andie disse, olhando no seu retrovisor mesmo sabendo que ela não seria mais capaz de vê-la. — Aquela que estava pedindo carona. Quero dizer, você teria que ser louca para parar e dar uma carona. Isso é apenas pedir por problemas. Mas, ao mesmo tempo, a ~ 45 ~

pobre senhora poderia estar lá fora por horas. E se ela é apenas uma pessoa normal, e não uma ladra ou assassina, apenas alguém que precise de ajuda? Ninguém no seu perfeito juízo pararia para lhe dar carona. E se alguém parasse, então, teria que se preocupar com a sua própria segurança, porque, que tipo de lunático deixaria um completo estranho, que poderia muito bem ser um louco, em seu carro? Como ela poderia ter certeza de que ele não iria buscá-la apenas para levá-la para algum mato e matá-la? Assim, não só temos que ter medo de ajudar as pessoas, mas nós também temos que ter medo de pessoas que querem nos ajudar. Eu só acho isso muito triste. Ela deu um pequeno suspiro, passando os olhos sobre ele. Suas sobrancelhas se levantaram ligeiramente. — Uau. — Ele disse, com um sorriso curvando seus lábios. — Esse foi um discurso bastante inflamado. Ela mordeu os lábios e deu de ombros. — Mas... você sabe o que eu quero dizer? — Ela perguntou em voz baixa, sentindo-se um pouco envergonhada que tinha apenas desabafado tão abertamente. O sorriso dele cresceu um pouco mais pronunciado quando ele se virou no assento para encará-la. — Você sabe o que? Eu nunca conheci ninguém que vive cautelosamente como você. Então, sobre o livro, — ele disse, usando aspas com os dedos. — Você sempre joga segundo as regras? Ela apertou os lábios, voltando-se para a estrada quando a irritação familiarizada penetrou seu caminho até sua espinha. Ela sabia que era bom demais para ser verdade, o cessar-fogo temporário, que milagrosamente se desenvolveu entre eles esta tarde. Chase virou pra frente no seu assento, abraçando as mãos atrás da cabeça. — Sabe o que eu acho que é triste? Andie manteve a boca fechada, com medo do que ele diria a seguir. Ela não queria voltar para o modo de como as coisas estavam naquela manhã. Na verdade, ela só queria não ter dito nada de modo algum. — Eu acho triste que nós nunca a conheceremos.— Chase disse. Ela olhou para ele com desconfiança.

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— Pense em quantas pessoas existem no mundo que você nunca vai conhecer. Como esse cara bem ali. — Ele disse, apontando para o carro passando em alta velocidade por eles. — Qual o nome desse cara? Onde ele está indo? Ele está feliz com sua vida? Será que ele quer que Bella acabe com Edward ou Jacob? Os lábios de Andie se contorceram enquanto Chase trouxe uma de suas mãos por trás da cabeça. — Ou que tal sobre o cara que você comprou o pretzel. — Ele disse, apontando para a bolsa no colo de Andie. — Essa é a última vez que você vai ver esse indivíduo em sua vida. Essa foi à única experiência que você estava destinado a ter com aquele homem. Seus caminhos nunca vão se cruzar novamente. E ele poderia ser o cara mais legal do mundo. — Chase acrescentou, segurando as mãos para cima encolhendo os ombros. — Mas você nunca vai conhecê-lo. Andie sentou-se silenciosamente, incerta se era ou não algo que ele realmente pensava, ou se ele estava apenas testando suas cartas em um discurso sem sentido para zombar dela. — Ou. — Chase suspirou, interrompendo os pensamentos dela. — Talvez ele seja o maior babaca do mundo, nesse caso você está numa situação melhor. Uma risada borbulhou fora da garganta de Andie, e ela pressionou os dedos sobre os lábios para sufocá-la quando ela olhou para ele. Um sorriso lento se espalhou sobre o rosto dele, e ela sorriu quando trouxe a mão de volta para o volante e sacudiu a cabeça. Andie o viu virar o rosto para encará-la pelo canto do olho. — Aqui, você sabe o quê? Vamos limpar ambas as nossas consciências. Aquela senhora, a que pediu carona ... ela é uma aspirante a atriz. — Como você sabe disso? — Ela perguntou surpresa. Ele balançou a cabeça. — Brinque comigo. Ela é uma aspirante a atriz. Ela estava a caminho de um teste, e seu carro de merda morreu. Andie olhou para ele por um segundo antes de perceber o que ele queria que ela fizesse. — Tudo bem. — Ela disse antes de voltar seus olhos na estrada. — Hum... ela trabalha como garçonete para se sustentar, e se ela não ganhar essa peça, ela não vai ter o dinheiro para consertar seu carro. ~ 47 ~

Chase assentiu tristemente, como se estivesse falando sobre alguém que conheciam. — Que droga. — Ele disse. — E ela praticou esse papel por semanas. Ele era perfeito para ela. — Mas ela ainda pode chegar lá. — Andie Acrescentou esperançosa. — Ela pode chamar um táxi. — Hmm, ela poderia. — Chase disse. — Se o seu celular tivesse sinal. O que não tem. — Bem, então, ela só tem que continuar andando até que ela receba o sinal. — Que é exatamente o que ela está fazendo quando um carro aparece atrás dela. Andie olha para Chase, sua expressão inquieta, e ele concorda. — Sim. O carro aparece atrás dela, e o cara dentro quer ajudar. Então ela tem que fazer uma escolha: ela pode dizer não e continuar andando, esperando que receber o sinal logo, para que ela possa chamar o táxi, ou ela pode deixar esse cara ajudá-la. Andie mastiga o lábio ansiosamente. — Sim, mas você sabe o quê? — Ela finalmente disse. — O cara tem duas filhas pequenas no carro. Gêmeas. E elas estão o chamando de tio Bobby. E uma delas está perguntando a ele por que eles estão parando se eles deveriam pegar sorvetes de casquinha. — Andie fez uma pausa antes de olhar para Chase. — Assassinos não levam seus sobrinhos para tomar sorvete de casquinha. Ele balançou a cabeça e riu. — Ok, então eu presumo que ela vai deixar o tio nãoum-assassino Bobby ajudá-la? Andie acenou com a cabeça. — Sim. Acontece que eles têm muito em comum. Ele sabe onde é o seu teste. — Perfeito.— Chase disse. — Então o que acontece? — Bem, ele a leva para o teste. Eles têm uma boa conversa no caminho. E ele mesmo a leva para casa mais tarde. — Onde está o carro dela? ~ 48 ~

— Oh, ele foi rebocado há um tempo atrás.— Andie disse acenando sua mão, e Chase sorriu. — Será que ela conseguiu o papel? — Ela conseguiu. — Andie disse. — Ela chegou lá a tempo. E ela ligou para tio Bobby para lhe agradecer por ajudá-la naquele dia, e ele a convidou para comemorar. Chase ergueu as sobrancelhas. — Ele convidou? Uau, apoio para o tio Bobby. Andie riu suavemente. — E você sabe o que aconteceu depois, não é...?? — Ele perguntou. Ela assentiu com a cabeça. — Eles viveram felizes para sempre depois. — Não, eles tiveram sexo louco como macacos em todos os cômodos do seu apartamento. Andie se virou, batendo no o peito dele, e ele recuou, esfregando o local que ela bateu e rindo de si mesmo. — Deus. — Ela disse. — Ok, ok, eles viveram felizes para sempre. Depois do sexo como macacos. Andie abafou uma risada, sacudindo a cabeça. — Vê? — Chase disse. — Tudo funcionou para ela do jeito que deveria ser. E tudo porque nós não paramos para ajudá-la. Ela se permitiu sorrir, em seguida, olhou para ele. — Obrigada. — Disse em voz baixa. Ele olhou para ela por um segundo antes de pigarrear. — De nada. — Ele disse calmamente, voltando a olhar para fora da janela do lado do passageiro novamente.

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CAPÍTULO QUATRO

Estava desconfortável novamente. Após a hora naquela manhã que eles tinham gasto um com o outro, de alguma forma ele e Andie tinham caído num lugar melhor. De fato, houve alguns momentos em que as coisas pareciam muito bem entre eles. Fácil, mesmo. Então, de repente, por uma razão ou outra, as coisas se tornariam estranhas, e eles esperavam o ar limpar e poderiam começar de novo. Parecia ser ‘dois passos para a frente, um passo para trás’, esse tipo de negócio, e ele não sabia por que. Realmente, isso não era verdade. Ele sabia perfeitamente bem por que era assim entre eles. Apesar do fato de Andie ter afrouxado um pouco desde aquela manhã, ela ainda estava cautelosa e tensa por natureza, e sempre que Chase dissesse algo que ela achava que era zombaria, ela recuaria de volta. Mas ela não tinha sido a única a recuar neste momento. Não, desta vez tinha sido Chase que tinha se retirado, depois de terem brincado daquela pequena narrativa com a pessoa que pediu carona. O jeito que ela sorriu para ele, o jeito que disse obrigada, fez algo engraçado para o buraco do seu estômago. Ele não gostou. Na verdade, ele tinha gostado disso. E esse era o problema. Então Chase havia se retirado por um momento para poder se livrar disso, e eles tinham estado em sua pequena bolha estranha desde então. No carro, não era tão perceptível. Eles podiam ouvir o rádio ou assistir a paisagem. Mas, sentados na frente um do outro em um jantar, à espera da comida, o desconforto era palpável e a linha insuportável. ~ 50 ~

Hora de começar de novo, ele pensou. Chase rasgou pequenos pedaços nos cantos do seu guardanapo e rolou-os entre o polegar e o indicador até que era uma pequena bola perfeita. Em seguida, ele chegou mais para o lado da mesa e agarrou um dos recipientes para creme vazio, colocando-o no centro da mesa. Ele olhou para Andie antes de mirar, jogando a bola de papel na direção do copo. Ele pousou perfeitamente dentro do recipiente vazio. — Ha!— Chase disse. — Agora você tem que me dizer um favorito. — Huh? — Quando eu era pequeno, minha mãe costumava brincar desse jogo comigo o tempo todo enquanto estávamos esperando nossa comida. Você faz o lance, você começa a perguntar a outra pessoa um de seus favoritos. Andie olhou para ele, um toque de confusão por trás de seus olhos. — Ok? Chase sorriu. — Então, qual é o seu favorito... filme? Ela respirou fundo, dando uma olhada em direção a cozinha antes de olhar de volta pra Chase, — Filme favorito? — Disse distraidamente. — Eu acho que Gone With the Wind3. — Cliché. — Ele suspirou, e Andie bufou pesadamente. — Você sempre tem que fazer um comentário?— Ela disse. — Você entende o conceito por trás de brincar de um jogo, certo? É suposto que seja divertido. — Eu sei. Eu estou tendo um grande momento. Andie revirou os olhos enquanto ele ria para si mesmo, centralizando o recipiente mais uma vez.

3 Gone with the Wind E um Filme Clássico americano de 1939, um romance Dramático, dirigido por Victor Fleming e com Roteiro de Sidney Howard, Adaptado do Livro homónimo de autoria de Margaret Mitchell.

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— Sua vez. — Ele disse. Ela olhou para ele, imóvel, e ele sorriu. — Vamos lá. Você pode tirar sarro da minha resposta se isso fizer você se sentir melhor. — Eu não consigo me divertir fazendo outras pessoas se sentirem estúpidas. — Ela disse, mas alcançou e puxou um pequeno pedaço de guardanapo antes de fazer uma bola. Chase olhou ela alinhar o lance, piscando um olho, enquanto ela mirava, e ele mordeu o canto dos seus lábios para se impedir de rir. Andie suspirou, deixando cair à mão na mesa. — Este é um lance impossível. — Não, não é. Eu apenas fiz isso. — Sim, mas você tem brincado desse jogo toda a sua vida. Chase soltou uma gargalhada. — Eu joguei um punhado de vezes quando eu era criança! Você está fazendo parecer que fui um competidor nas Olimpíadas Bolas de Guardanapo. Andie o fitou antes de dizer: — Olimpíadas Bolas de Guardanapo? Ele riu de novo quando empurrou o pequeno copo de plástico para o lado da mesa, e então ele pegou sua caneca e rapidamente bebeu o resto dela antes de colocá-la para baixo no centro da mesa. — Aí. Experimente agora. Isto é como treinei no meu ano de estreia. Ela riu suavemente antes de alinhar seu lance, jogando a bola de papel facilmente na caneca. Seus olhos brilharam com o triunfo, antes dela rapidamente se controlar e limpar a garganta. — Ok, hum... música favorita? — Wind Beneath My Wings.

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Andie riu alto, imediatamente cobrindo a boca com as mãos, e Chase fez o seu melhor para parecer ofendido. — Achei que você não ia tirar sarro da minha resposta. — Você armou para mim! — Não, eu não fiz. É uma canção incrível. Ela balançou a cabeça. — Você é um mentiroso. O rosto inexpressivo de Chase se esforçava para parecer ofendido, e ele finalmente quebrou, seu sorriso seguido de uma risada gutural. Assim que ela ouviu seu riso, Andie rolou seus olhos. — Eu sabia. — Muitas favoritas para citar. — Ele disse, rasgando outro guardanapo. — Além disso, depende do meu humor. Antes que ela pudesse pressioná-lo ainda mais, Chase baixou o olhar para a caneca e alinhou seu lance. Deveria ter sido uma pergunta inocente, mas a música era uma coisa pessoal para ele; compartilhar seus favoritos sempre dava a sensação de íntimo, como retirar pequenos pedaços de sua alma e colocá-las nuas. E o fato de que ele se viu querendo ter essa conversa com ela era suficientemente uma bandeira vermelha de que ele não deveria fazer isso. Chase jogou a bolinha de guardanapo na caneca facilmente. Ele deu uma olhada para ela, e ela ergueu a testa em desafio. Ela estava de volta com um de seus humores abertos, parecia, e ele imaginou que tiraria proveito da oportunidade. — Coisa favorita sobre Colin? Seus olhos baixaram enquanto suas bochechas coravam. — Eu não vou te dizer isso. Ele não tinha certeza do por que ele perguntou em primeiro lugar, mas a reação dela só serviu para torná-lo mais curioso. Ele sentiu como se tivesse consideravelmente

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um bom controle sobre o que acabar com ela. Mas sinceramente não tinha ideia do que ela estava retirando. — Por que você não vai me contar? — Ele se inclinou conspiratório. — Coisas de sexo? As bochechas de Andie foram do rosa ao vermelho. — Não! — Ela disse de repente, sacudindo a cabeça. Quando o canto da boca dela se elevou em um desequilibrado sorriso, ela acrescentou: — Não, eu quero dizer, tudo bem. Ele está bem. É isso. Deus. — Ela gemeu, deixando cair seu rosto em suas mãos. Ele deveria ter tentado colocá-la para fora de sua miséria, mas ele adorava vê-la perturbada. Ela era normalmente tão equilibrada, tão autoconfiante. Observá-la assim a fazia parecer tão desprotegida. Ele sentiu como se estivesse recebendo um vislumbre real dela. O garçom se aproximou da mesa em seguida, dando-lhes a comida e perguntando se eles precisavam de mais alguma coisa. Depois de ambos recusarem, Chase se voltou para a outra extremidade da mesa e estendeu a mão para pegar o ketchup. — Ele me faz sentir segura. Ele congelou com a mão no frasco, olhando para ela. Seus olhos estavam em seu prato enquanto ela tirava o excesso de alface de seu sanduíche. — Ele faz você se sentir segura? Ela alcançou e agarrou o sal, evitando os olhos dele enquanto salpicava um pouco sobre as batatas fritas. Chase largou a mão do ketchup, virando-se para encará-la inteiramente. — Você vive em um bairro particularmente violento? Andie balançou a cabeça suavemente. — Esqueça isso. — Ela disse baixinho, mordendo seu sanduíche e olhando em direção à cozinha enquanto mastigava delicadamente. ~ 54 ~

Ele a observou por um segundo antes de baixar seus olhos, e depois pegou o ketchup, distraidamente agitando um pouco no seu hambúrguer. De todas as respostas que ela poderia ter dado, ele definitivamente não esperava isso. Ela certamente não tratava a si mesma como alguém que precisava ser cuidada. Chase a ouviu limpar a garganta suavemente e ele olhou para cima. Quando seus olhos se encontraram, ela forçou um pequeno sorriso. — Comida favorita? Em circunstâncias diferentes, ele iria recusar-se a responder à pergunta, alegando que ela não tinha conseguido uma bola de guardanapo no copo, mas ela parecia tão desesperada pela mudança após aquele pequeno instante que ele brincou adiante. — Filé mignon. Andie acenou com a cabeça. — Legal. — Fantástico. — Ele corrigiu antes de morder seu hambúrguer, e por um minuto, eles mastigaram em silêncio. — Sua vez. — Ela disse. Ele sentiu sua sobrancelha se levantar na testa antes de corrigir sua expressão. Depois de sua última pergunta, ele não esperava que ela quisesse jogar mais. — Ok. Hum, palavrão favorito? Ela balançou a cabeça. — Não tenho um. — Oh, vamos lá. Há tantos extraordinários. Andie balançou a cabeça novamente, e ele disse: — Quero dizer, o que há melhor do que, um porra bem usado? Os olhos dela se arregalaram ligeiramente quando ela olhou em torno das mesas próximas. — Pare. — Ela murmurou.

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Chase riu baixinho enquanto ele erguia a cabeça para ela. — Qual é o seu problema com palavrões?? — Ela encolheu os ombros. — Eu só acho que eles são desnecessários. E rudes. — Por que eles são rudes? Ela inclinou a cabeça. — Vamos lá, Chase. — Estou falando sério. — Ele disse, inclinando-se sobre a mesa com os antebraços. — O que os torna rudes? Explique-me por que cocô não é uma palavra ruim, mas merda é. Os lábios de Andie se contraíram — Cocô? Chase sorriu antes de dizer: — Você sabe que eu estou certo. São apenas duas palavras diferentes para a mesma coisa. Por que uma é ruim? Quer dizer, se esse é o caso, porque mingau não é uma palavra ruim para aveia? Andie piscou para ele. — Não deveríamos estar passando um baseado de volta enquanto temos essa conversa? Chase rompeu em gargalhadas, relaxando contra a cabine. — Você tem um? — Não em mim, sinto dizer. — ela disse com um rolar de olhos. Ele sorriu então sacudiu a cabeça, pegando o seu hambúrguer e dando outra mordida. — Você sabe. — Ele disse com sua boca cheia de comida. — Você não respondeu a essa, então, tecnicamente, é a minha vez de novo. Ela acenou com a mão sobre a mesa, dando-lhe permissão para continuar. Chase pensou sobre isso enquanto mastigava. — Ditado popular favorito? — Ele finalmente perguntou. Andie franziu os lábios, olhando o teto, e os olhos dele automaticamente caíram a sua à boca, percebendo o quão cheios seus lábios pareciam quando ela fazia isso, ele puxou sua atenção quase imediatamente, estudando a batata frita em sua mão enquanto agitava ketchup no prato. ~ 56 ~

— Tudo acontece por uma razão. — Ela finalmente disse. — O quê? — Chase zombou enquanto seus olhos brilhavam de volta para ela. — Oh, você tem que estar brincando comigo. — Por quê? — Porque isso é besteira total. — Ele riu. — Isso é apenas uma bosta que as pessoas dizem quando algo de ruim acontece e eles não têm maneira de explicá-lo. É uma forma patética de tentar e fazer alguém se sentir melhor. E se qualquer coisa, tem o efeito inverso. Andie encolheu os ombros. — Eu discordo. — Sempre que alguém já me disse isso, só me fez querer socá-los na cara. — Isso é porque você é um idiota. — Ela disse de modo prático antes de morder seu sanduíche. A boca de Chase caiu. — Essa foi uma palavra profana que acabou de sair de sua boca? — Isso foi justificado — Ela explicou e ele sorriu. — Digo a você o seguinte. — Ele disse, colocando seu hambúrguer no prato e inclinando-se sobre os cotovelos. — Se você pode me convencer que essa besteira de ditado popular tem qualquer mérito, o almoço é por minha conta. Andie o analisou por um segundo antes dela cuidadosamente colocar seu sanduíche no prato. — Quando você era criança, você já ficou de castigo? — É claro que eu fiquei. — Por causa de que? Chase riu. — Muitas coisas. — Tente se lembrar de um momento específico. ~ 57 ~

Ele olhou para ela, sentada com sua cara de pôquer enquanto esperava por uma resposta. Ele não tinha ideia o que isso tinha a ver com alguma coisa, mas ele imaginou que tinha o humor dela. — Quando eu tinha dezessete anos, minha mãe encontrou minha identidade falsa. Andie sorriu. — Quanto tempo você ficou castigo? — Eu não consigo me lembrar agora. Um par de semanas, eu acho. — Você ficou bravo com ela? — Tenho certeza de que eu estava. — Mas você entende por que ela estava chateada de você ter uma identidade falsa? — É claro. — Ele disse, dando outra mordida no seu hambúrguer. — Por que ela estava chateada, então? Explique-me. Ele parou de mastigar, levantando os olhos para os dela. — Que diabos você está fazendo? Direcionando uma viagem de culpa em mim por algo que eu fiz quando eu tinha dezessete anos? — Não, eu só estou fazendo um ponto. Por que você acha que ela ficou tão chateada? Chase exalou. — Porque era ilegal. E a merda que eu estava fazendo com isso era ilegal também. — Então, se você entende por que ela estava chateada, nesse caso por que você ficou furioso quando ela puniu você? Chase olhou para ela como se ela fosse louca. — Porque que filho quer ser punido? Além disso, no momento, eu não acho que foi tão grande coisa. Todos tinham identidades falsas. Andie sorriu lentamente, e de repente ele sentiu como se ele tivesse acabado de cair em uma armadilha. ~ 58 ~

— Então, no momento, você não podia entender por que seu comportamento merecia uma consequência, e você estava com raiva sobre o recebimento de uma. Mas agora que você cresceu, e você tem alguma perspectiva, você pode entender que ter uma identidade falsa iria trazer-lhe problemas, e você provavelmente aprecia o fato de que você tinha uma mãe que se preocupava com você o suficiente para certificar-se de que você estava fazendo a coisa certa. Chase largou o hambúrguer no seu prato. — Qual é o seu ponto, Andie? — O que eu estou dizendo é que, às vezes as coisas acontecem, e não as vemos claramente, seja porque não estamos no ponto certo da nossa vida, ou estamos envolvidos perto demais para entender. Mas só porque não podemos ver a razão por trás das coisas não significa que não exista. Chase sentiu suas costas endireitarem. Essa conversa estava começando a deixá-lo com raiva. — Então quando as pessoas morrem, quando as pessoas boas morrem antes do seu tempo, há uma razão para isso? — Eu não sei. — Andie disse. Sua expressão se tornou compreensiva quando ela inclinou a cabeça. — Isso não parece justo, mas... talvez seja como se estivéssemos em nossos anos de ‘adolescentes’ agora, não somos capazes de ver a imagem toda ainda. Talvez depois da nossa morte, é como se crescêssemos, e nós finalmente teremos a perspectiva que precisamos para entender porque as coisas acontecem na vida. Mais ou menos como quando você não entendeu ou apreciou o castigo de sua mãe até que você se tornou um adulto. Você vê isso de forma diferente agora. Você entende. Talvez depois que morremos, seja assim. Chase a fitou e ela olhou para ele, esperando. Havia tanta abertura e sinceridade por trás de sua expressão, e aquele olhar em seu rosto, combinado com as palavras que ela tinha acabado de dizer, de repente o fez sentir como se houvesse um nó na garganta. Ele a limpou rapidamente, pegando seu hambúrguer novamente. — Não deveríamos estar passando um baseado de volta enquanto temos essa conversa? — Ele resmungou. — Você tem um? ~ 59 ~

Ele olhou para cima para vê-la sorrindo para ele. — Não em mim, sinto dizer. — Disse com uma pequena risada. Andie suspirou, pegando seu sanduíche e dando uma mordida. — Oh, e Chase? Ele levantou os olhos para ela novamente. — Você vai pagar o almoço com dinheiro, ou cartão? Chase sentiu um sorriso lento rastejar sobre os lábios dele, e ela refletiu sua expressão antes de pegar sua bebida e tomar um gole delicado. Ele suspirou profundamente, sacudindo a cabeça com diversão. — Dinheiro.

~ 60 ~

CAPÍTULO CINCO

Andie estava parada na bomba de gasolina, com os braços acima dela enquanto se contorcia para esticar as costas. O pequeno bip soou, indicando que o cartão de crédito dela foi aprovado, e ela virou-se para o pilar onde o dispensador da toalha de papel foi montado na parede. Pegando um pouco, ela segurava em sua mão enquanto removia o bocal da bomba de gasolina e inseria no tanque de gasolina. Chase saiu da pequena praça de alimentação no centro da parada de descanso com um saco plástico branco pendurado em seu pulso. Enquanto ele se aproximava do carro, ele estendeu a mão e tirou uma garrafa de água, segurando-a e oferecendo. Ela balbuciou um obrigada, e ele acenou com a cabeça em reconhecimento antes de deslizar de volta para o lado do passageiro. Estava ficando tarde, ela pensou enquanto ela bocejava pela terceira vez. Ela teria que parar em breve. Ela tinha olhado o mapa da Carolina do Sul há pouco tempo, se ela pudesse fazer em uma hora ou algo assim, eles poderiam parar em Yemassee a noite. Poucos minutos depois, o clique brusco do tanque de gasolina soou, avisando que atingiu a capacidade dele, e ela colocou o bocal de volta na bomba antes de jogar as toalhas de papel na lata de lixo. Usando suas juntas, Andie apertou o botão para recusar o recibo e caminhou perto da frente do carro antes de deslizar no assento do motorista. Ela levou a mão à ignição, congelando quando viu a maneira que Chase olhava pra ela. — O quê? — Ela perguntou. — Que diabos foi isso? — Ele perguntou através do riso mal contido. — O que foi o quê? ~ 61 ~

— Você acabou de usar toalhas de papel para segurar a bomba de gasolina? — Sim, e daí? Ele olhou para baixo e apertou a ponte do seu nariz, enquanto seus ombros balançavam com as gargalhadas. — Ria, se você quiser. Você tem alguma ideia de quão nojentas essas coisas são? Como quantas pessoas tocam nisso num dia? Pessoas que estão doentes? Que só foram ao banheiro e não lavaram as mãos? Ninguém nunca limpa essas coisas. Elas são como as nojentas placas de Petri. Ele olhou de volta para ela, tentando endireitar sua expressão, mas durou cerca de um terço de segundo antes dele explodir em gargalhadas novamente. Ela o ignorou, ligando o carro, e quando ela estava prestes a conduzir, ela o viu alcançar a maçaneta da porta dele. — O que você está... Mas ele já estava fora do carro. Andie colocou de volta no estacionamento enquanto ela se inclinou, olhando pela janela do passageiro. Ele caminhou até a bomba de gasolina, passando a mão na parte da frente do injetor, antes de removê-lo. Depois de um segundo, ele deu uma olhada nela, lançando para cá e pra lá entre as mãos algumas vezes antes de devolvê-lo ao seu lugar. E então, apenas para uma boa medida, ele passou as mãos na parte da frente e de trás da própria bomba, ao longo das laterais, sobre as etiquetas de preço e os botões de selecionar o tipo de combustível. Ele virou-se em seguida, e voltou para o carro, deslocando para encará-la com um pequeno sorriso em seus lábios. Ela revirou os olhos. — Ponto aceito. Você ainda está vivo. Por agora, de qualquer maneira. — Ela acrescentou, olhando para as mãos dele com desgosto. Chase ainda não havia se movido, ele se sentou na mesma posição, observando-a, seu sorriso lentamente crescendo mais pronunciado. Andie puxou suas sobrancelhas juntas. — O que você está fazendo?

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Ela viu ele se mexer um pouco no seu assento, trazendo seu corpo um pouco mais perto dela, e ela lançou lhe um olhar de advertência. — Chase, eu juro por Deus... Ela obviamente não era tão intimidadora como pensou. Ele se lançou até ela e ela gritou em protesto, na tentativa de sair do carro, mas ele agarrou a mão dela antes que ela pudesse alcançar a maçaneta. Andie respirou fundo e congelou. Foi como um choque estático, só não desagradável, um formigamento elétrico difuso que disparou pelo braço no segundo que ele a tocou, estabelecendo-se em seu peito. Assim que ela desistiu de lutar, ele se aproximou e pegou a outra mão, prensando elas entre as suas. Ela podia sentir o calor de sua pele penetrando a dela quando ele pressionou as palmas juntas, e então ele começou a esfregar as mãos sobre as dela, seus movimentos suaves, mas determinados. Parecia uma eternidade antes que ele finalmente a libertasse, embora em algum lugar no fundo de sua mente, Andie sabia que não poderia ter sido mais do que alguns segundos. Ela sentou-se congelada, seus olhos nele. Ele encontrou seu olhar enquanto os lábios dele tremia com o esforço de conter o sorriso. Andie virou-se abruptamente, alcançando o banco de trás e pegando sua bolsa. Ela examinou rapidamente, até que ela veio com uma pequena garrafa de desinfetante para as mãos, apertando uma generosa gota na palma da mão e esfregando as mãos, enquanto tentava evitar seu olhar. — Trinta e três segundos. — Chase disse, e ela olhou para ele. — Nada mal. Vamos continuar trabalhando nisso. — Acrescentou com uma piscadela. ~ 63 ~

Andie balançou a cabeça, tentando ignorar a sensação que sentia no estômago. — O que há de errado com você? — Ela murmurou. — Muitas coisas. — Ele disse com uma risada. Mas ela não tinha falado com ele. Ela estava cansada. Esse era o problema. Ela sentia falta de Colin. Ela tinha febre por estar no carro por tanto tempo. Ela estava abalada por toda a coisa dos germes. Ela tagarelou qualquer motivo que podia pensar, qualquer razão do por que ela teria reagido dessa forma, por ter as mãos dele sobre as dela. Qualquer razão, menos a mais óbvia. Ela jogou a bolsa no banco de trás e colocou o carro na estrada, e quando eles saíram do posto de gasolina, o interior do seu carro nunca pareceu tão confinante. Um minuto depois, eles se misturaram de volta na rodovia, e Andie notou o sinal de alerta para o próximo pedágio. — Droga. — ela disse, alcançando desajeitadamente atrás dela e procurando por sua bolsa. — O que há de errado? — Eu esqueci o pedágio. — Ela disse, estendendo o braço um pouco mais. — Aqui, eu tenho. — Chase disse, se deslocando para chegar em sua carteira no bolso de trás. — Não, está tudo bem. O EZ-Pass está na minha bolsa. — Ela disse, arqueando as costas, enquanto tentava chegar mais longe atrás dela. Chase soltou o cinto de segurança e virou-se, inclinando-se para o banco de trás e voltando com sua bolsa. Ele acendeu a luz interior e Andie tentou alcançar a bolsa dele, completamente horrorizada quando o viu sentar-se em seu assento e começar a vasculhá-la.

~ 64 ~

Ela endireitou-se, sentindo-se completamente instável. Ela não podia nem ter certeza se Colin alguma vez tinha mexido na sua bolsa. Isso implicava certo nível de intimidade, ela pensou, quase como deixar alguém mexer em suas gavetas, ou seu armário. — Aqui. — Ele disse distraidamente, entregando-lhe o EZ-passe como se fosse a coisa mais natural do mundo. — Obrigada. — Andie disse suavemente enquanto pegava dele, percebendo que ele não fez nenhum movimento para devolver a bolsa para o banco de trás. Eles atravessaram o pedágio, e ela segurou o cartão pelo para-brisa. Assim que foi registrado, ele se inclinou e tomou dela antes de deixá-lo cair de volta em sua bolsa. Justo quando ele se virou para colocar a bolsa para trás, ele parou, encontrando a mão dele dentro dela de novo. — O que você está fazendo? — Andie perguntou abruptamente. — Será que este tubo especial de maquiagem tem valor sentimental? Ela olhou para baixo para vê-lo rolar um tubo de rímel entre os dedos. — O quê? Não. Por que? Ele segurou até ela. — Porque há uma data escrita sobre ele. Andie olhou para baixo novamente, observando os pequenos números organizados que ele estava se referindo, aqueles que ela tinha escrito ao lado do tubo com uma caneta prata extrafina. — Oh, isso. — Sim, isso. Então, o que aconteceu duas semanas atrás que era tão importante que você decidiu celebrá-lo ao lado do seu batom? — Isso é rímel. E nada importante aconteceu. Essa foi a data que eu comprei. Chase olhou para ela, a mais cômica confusão em seu rosto. ~ 65 ~

— Você supostamente deveria jogar o rímel fora três meses depois de comprá-lo. Caso contrário, você pode dar a si mesmo uma infecção ocular. Houve uma pequena pausa antes dele dizer: — É isso mesmo? Ela estendeu a mão e arrancou o rímel da sua mão, soltando-o de volta em sua bolsa antes de puxá-la do colo dele e atirá-la no banco de trás. Chase se reclinou no assento. — Você sabe uma coisa, Andie? Se pudéssemos encontrar alguma brasa para que você pudesse se sentar, poderíamos os dois nos aposentar mais cedo. Ela virou sua cabeça em direção a ele, seus olhos arregalados; os canto da boca dele se levantaram num sorriso de auto satisfação quando ele olhou para baixo, abrindo uma pequena garrafa de Pepsi. Ela o ouviu rir de si mesmo, pouco antes de levar a garrafa na boca, e naquele momento, algo veio sobre dela. Andie levou com força o pé no acelerador, e, logo que o carro acelerou, ela pisou no freio. Ela viu Chase voar para frente e depois para trás enquanto o refrigerante jorrou sobre seu queixo e na parte da frente de sua camisa. Ele trouxe a palma da sua mão para a sua boca, imediatamente olhando para fora da janela para qualquer coisa que fez Andie acertar os freios tão de repente. — Que diabos foi isso? — Ele perguntou freneticamente. Andie encolheu os ombros. — Troco. Depois de alguns segundos de silêncio, virou-se para olhar para ele. Ele estava olhando para ela com tal completo choque que ela teve que morder seus lábios para não cair na gargalhada. Pouco antes de ela virar os olhos para a estrada, ela o viu balançar a cabeça.

~ 66 ~

— Eu realmente não consigo decidir se estou mais irritado ou impressionado agora. — Ele disse, e ela sorriu triunfante quando Chase alcançou por trás da cabeça e agarrou sua camisa, puxando-a em um movimento rápido. Ele usou a camisa para limpar o rosto e peito antes de fazer uma bola e lançá-la no banco de trás, e com o canto do olho Andie pôde vê-lo pegar sua bebida novamente. Ele destampou-a e tomou um longo gole antes de lentamente apertar a tampa novamente. Ela tirou os olhos da estrada por um segundo para olhar para ele. A luz interior continuava acesa, e ela podia vê-lo claramente: à maneira do seu músculo do braço flexionado com o simples ato de colocar a tampa de volta, a forte definição de seu peito. E seu estômago. Onde Colin era plano e liso, Chase era cortado, cada tendão musculoso visível sob a pele esticada. — O quê? — Ouviu-o dizer, e ela rapidamente ergueu os olhos para o rosto dele. Ele riu enquanto ele se inclinava para colocar a bebida para trás na sacola a seus pés. — Se há refrigerante nos seus assentos, é sua própria culpa. — Você vai colocar a sua camisa de volta? — Ela deixou escapar. Chase congelou, olhando por cima do ombro para ela com o sorriso mais enlouquecedor. — Por quê? Esta te incomodando? — Eu só... — Andie gaguejou, se debatendo através de sua resposta. — Quero dizer, e se encostarmos ou algo assim? — Se encostarmos, isso só poderia trabalhar a seu favor. — Ele disse, passando as mãos sobre o peito. Andie tentou abafar uma risada. — Meu Deus, você está insuportável. Ele sorriu antes de alcançar atrás deles e agarrar a camiseta no banco traseiro. Chase puxou-a sobre a sua cabeça e olhou para ela, rindo para si mesmo antes de se abaixar e começar a vasculhar através da sacola de plástico entre os pés novamente. Ele pegou um pequeno saco de papel, manchado com o que pareciam manchas de gordura. ~ 67 ~

— O que você comprou? — Ela perguntou. Chase estendeu a mão e desligou a luz interior. — Haviam estas pequenas lojas de doces de mamãe-e-papai no prédio dos fundos. — Ele disse, cavando a mão no saco e retirando algo que parecia carne seca. Ele deu uma mordida e gemeu alto, fechando os olhos quando deixou cair à cabeça para trás contra o assento. — O que é isso? — Bacon coberto de chocolate. Ela virou sua cabeça em direção a ele, completamente revoltada, e ele estendeu a mão para ela. — Quer um pouco? — Não! Isso é nojento! — Você já comeu isso? — Ele perguntou, dando outra mordida. — Não. — Então, como é que você sabe que é nojento? — Porque é bacon com cobertura de chocolate. — Ela disse, como se isso fosse obvio. Chase enfiou o resto do pedaço na sua boca antes de lamber a ponta do polegar. — Você gosta de chocolate? — É claro. — Você gosta de bacon? Andie suspirou. — Eu sei aonde você quer chegar com isso. Eu gosto de café. Eu gosto de salada. Isso não significa que eles tenham bom gosto juntos. Chase riu, cavando na sacola novamente.

~ 68 ~

— Nunca se sabe. Café-sabor molho para salada. Poderia ser uma ideia de milhões de dólares. — Duvido. — Como você sabe? Pense nisso. Estamos cercados por ideias incríveis que provavelmente soaram uma merda quando alguém veio primeiro com elas. Andie bufou baixinho, sacudindo a cabeça, e Chase disse: — Assim como o inventor do batom. Alguém decidiu que mulheres ficariam mais bonitas se elas pintassem suas bocas com cor de cera. Você acha que todo mundo pulou a bordo com isso imediatamente? Andie inclinou a cabeça em concordância. — Touché. — Como se eu dissesse: 'Você sabe o que faria uma mulher parecer mais atraente? Se ela colocasse bosta de vaca manchada no lado da sua face', eu tenho certeza que eu teria primeiramente alguns opositores. Andie explodiu em gargalhadas. — De alguma forma eu não acho que é a mesma coisa. Chase deu de ombros enquanto ele lhe entregava um pedaço de bacon. — Basta experimentá-lo. Ela exalou em aquiescência, sabendo que ele não iria parar até que ela o alegrasse. Andie estendeu a mão e pegou o pedaço que ele ofereceu, estourando-o em sua boca. Ela mastigou lentamente, a gordura do toucinho salgado misturada perfeitamente com o cremoso doce do chocolate. Levou todo o seu esforço para não gemer do jeito que ele fez. Andie engoliu, olhando para ele. Ele estava olhando para ela, um sorriso enorme no rosto. — Você pode dizer isso. Não vou tripudiar. ~ 69 ~

Ela lambeu os lábios com um pequeno encolher de ombros. — É tudo, ok. Ele deu uma risadinha, relaxado no assento enquanto ele estourava um outro pedaço na boca. Andie observou-o pelo canto do olho, enquanto ela mordiscava o lado de seu lábio. Depois de cerca de 40 segundo gastando seu último autocontrole, ela alcançou a mão no saco, vasculhando e tirando um outro pedaço. Ele sorriu com conhecimento de causa, e ela apontou para ele com a tira de bacon. — Você disse que não tripudiaria. Chase levantou as mãos em sinal de rendição, rindo para si mesmo enquanto ele descansava a cabeça no assento e fechava seus olhos. Um pouco menos de uma hora depois, eles entravam no estacionamento. Ela estava completamente exausta, e poderia dizer pelo timbre grave da voz de Chase que ele estava a alguns momentos de dormir sobre si mesmo. Eles descascaram fora do carro e marcharam com as suas malas no lobby. — Olá Bem-vindos ao Holiday Inn.— A mulher atrás do balcão disse em uma voz que era inteiramente muito borbulhante para Andie no momento. — Quanto tempo vocês planejam ficar com a gente? — Só por hoje. — Andie disse, mudando a bolsa de ombro e inclinando-se sobre o balcão. — Excelente! — A menina piou, fazendo com que Andie hesitasse. — Gostaria de uma cama king-size? Ou duas quenns? — Hmm? Oh, não, apenas uma cama. — Andie disse no meio de um bocejo. — Muito bem. — Ela disse por meio de um sorriso largo, clicando no computador. Andie passou os olhou por Chase, inclinando a cabeça, quando ela percebeu sua postura rígida, sua expressão inquieta. Ele abriu a boca apenas para fechá-la novamente, passando a mão pelo cabelo. E foi aí que ela percebeu o que tinha acabado de dizer. ~ 70 ~

— Espere, não, não! — Ela disse, balançando a cabeça. — Eu quis dizer uma cama para mim. E uma para ele. Duas camas. Quero dizer, dois quartos! Uma cama em cada quarto. — Ela disse com um bufo frustrado, revirando os olhos para si mesma. A mulher olhou para cá e pra lá entre Andie e Chase. — Muito bem. — Ela disse novamente, desta vez mais recatadamente enquanto ela voltava para o seu computador. — Eu preciso de um cartão de crédito, por favor. Chase e Andie entregaram-lhe cada um o seu cartão, e a mulher ajeitou os óculos enquanto ela voltava a clicar freneticamente no teclado. — Tudo bem. — Ela disse depois de um minuto. — Vocês estão no dois vinte e cinco e dois vinte e sete. O checkout é às onze horas, e há uma cortesia de um café da manhã todas as manhãs a partir das sete até as dez. Tenham uma estadia maravilhosa com a gente. — Ela praticamente cantou, entregando-lhes a cada um seu cartão de crédito e uma chave do quarto. — Obrigada. — Andie disse suavemente, levando suas coisas e seguindo Chase no elevador. Ele apertou o botão para o segundo andar e as portas imediatamente se abriram. Ele fez um gesto para Andie ir primeiro e ela interveio, elevando sua bolsa a uma posição mais confortável no ombro. Quando as portas se fecharam, Andie disse calmamente: — Desculpe sobre isso. — Sobre o quê? — Todo o fiasco sobre quarto/cama. Eu não estava realmente prestando atenção. O canto da boca de Chase se levantou em um sorriso cansado. — Bem, da próxima vez que você planejar me propor, você poderia pelo menos me comprar um jantar primeiro. Andie olhou para baixo, lutando contra um sorriso enquanto ela abanou a cabeça, e as portas se abriram. Uma vez mais, ele fez um gesto para ela ir antes dele, e eles desceram pelo corredor, ambos parando na frente do quarto de Andie. — Bem, boa noite. — Ela disse. ~ 71 ~

— Sim. — Ele disse através de um bocejo, voltando-se para sua porta. Apenas quando Andie deslizou seu cartão na abertura, ouviu-o dizer: — Ei, Andie? — Hmm? — Ela levantou a cabeça passando os olhos sobre ele. Ele fitou ela por um segundo antes de dizer: — Quando você quer sair amanhã? — Oh. Bem, agora estamos cerca de seis horas a partir de Tampa, mais ou menos. Então, tipo nove? Tudo bem? — Seja o que for que o itinerário diz. — Ele disse com uma saudação antes de abrir a porta e desaparecer no interior. Ela sorriu suavemente, abrindo a porta e largando as malas perto da cama. Ela não podia se lembrar a última vez que tinha estado tão cansada. Levou toda a energia que tinha apenas escovando os dentes e se despindo. Vestiu uma das camisetas de Colin e se arrastou para a cama, inclinando-se para o lado e pegando seu laptop e o telefone da sua bolsa. Pescou através da bolsa novamente, tirando o DVD que ela trouxe com ela. Era um de seus favoritos, algo que ela sabia que iria fazê-la sentir-se em casa enquanto tentava dormir em uma cama estranha. Ela colocou o DVD em seu laptop e relaxando de volta contra os travesseiros, agarrou seu telefone e ligou para Colin. — Ei, querida! — Ele respondeu, gritando sobre as vozes e música no fundo. — Oi. — Ela disse, sorrindo para si mesma. — Desculpe, tá alto aqui! Espere, deixe-me ir lá fora! — Não, está tudo bem, fique com seus amigos. — Ela disse, sabendo que ele estava na festa de despedida de solteiro de Justin. — Eu só queria ligar e te dizer que estamos parados para passar a noite. Estamos na Carolina do Sul. — Tudo bem. A que horas você acha que vai chegar aqui amanhã? — Ele disse, ainda levantando a voz sobre o ruído de fundo.

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— Provavelmente em torno das quatro, se tudo correr de acordo com o planejado. — Eu não posso esperar. Ela fechou os olhos. — Eu sei. Estou com saudades. — Sinto sua falta também, querida. Como está indo com Chase? — Tem sido ótimo. É bom ter alguém para conversar. — Veja, eu sabia que vocês passariam um bom tempo juntos. Ele é engraçado, não é? Ela sorriu. — Sim, ele é. Só então um ataque de riso explodiu ao fundo, e Andie trouxe a boca mais perto do telefone. — Ok, eu não vou mantê-lo longe da depravação. — Ela disse. — Eu vou vêlo amanhã. Divirta-se. — Boa noite, querida. — Boa noite. — Ela disse antes de terminar a ligação. Ela olhou para o telefone por um segundo, girando-o entre os dedos antes de finalmente colocá-lo sobre o criadomudo, e, em seguida, desligar a luz antes de rolar para o lado dela para encarar o laptop. Ela estava à beira do sono, quando o telefone tocou, sinalizando que ela tinha uma mensagem de texto. Ela virou-se e pegou o telefone, verificando tela. O remetente era um número que ela não estava familiarizada. — Quem diabos é esse? — Ela murmurou para si mesma, pressionando o botão para abrir a mensagem. Eu posso ver você. Ela sentou-se na cama, escovando os cabelos de seus olhos e olhando ao redor da sala antes de ela pular para ligar a luz de novo. As sombras estavam delineadas, o armário estava aberto, e ela tinha ido no banheiro. Não havia ninguém lá dentro. ~ 73 ~

Ela deu uma última verificação no quarto antes de ela olhar para baixo, seus dedos movendo-se sobre o teclado. Quem é? Ela bateu enviar, percebendo que, se alguém estava brincando com ela, ela tinha acabado de fazer um movimento idiota, brincando com isso. Ela deveria ter apenas ignorado. O telefone tocou de novo e ela olhou para baixo, abrindo-o rapidamente. Você saberá em breve. Estou quase no quarto 225. Sua frequência cardíaca aumentou ligeiramente enquanto deslizava para fora da cama, caminhando até a porta que ficava adjacente ao seu quarto com o quarto 227. Ela bateu na porta suavemente. — Chase? — Sim? — Veio a resposta abafada. — É melhor ser você me mandando mensagens, ou fazemos as malas e damos o fora desse inferno. Ela o ouviu explodir em gargalhadas e seus ombros relaxaram um pouco. — Foi você? — Ela perguntou. Houve algum arrastar antes do som dele desbloqueando sua porta, e ela seguiu o exemplo, deslizando a trava para o lado. Abriram as portas, ao mesmo tempo, e ela não precisava ouvir a sua resposta. O olhar em seu rosto dizia tudo. — Você é um idiota. — Ela disse, e ele riu novamente. — Como é que você tem mesmo o meu número? — Colin me deu quando fizemos estes planos. — Ele disse, seus olhos caindo para ver o que ela estava vestindo.

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Ela podia sentir o rubor queimando imediatamente em seu rosto enquanto ela se lembrava que estava vestindo apenas uma camiseta, e ela trouxe as mãos para baixo para os lados, segurando a bainha com os dedos e puxando-a para baixo. Ele trouxe seus olhos de volta para ela. — Eu não acordei você, não é? — Não, eu estava assistindo a um filme. — Que filme? Gone With the Wind? — Ele perguntou com um sorriso. Ela puxou a camisa para baixo um pouco mais. Que diabo, ela pensou, não sabia como este momento poderia ficar mais embaraçoso. — Não. Dumb and Dumber. Ele jogou a cabeça para trás e riu. — Agora isso é mais parecido. Em que canal? — Não é na televisão. Trouxe-o comigo. — Ela disse, apontando com a cabeça para o laptop que estava em sua cama. Seu rosto desmoronou um pouco. — Oh. Droga. As palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse pensar sobre o que ela estava dizendo. — Você pode vir assistir um pouco. — Ela disse. — Quero dizer, se você quiser. — Acrescentou suavemente, olhando para longe dele e puxando sua camiseta para baixo um pouco mais forte, surpresa que as costuras nos ombros não estavam rasgando. A expressão dele se arrumou até que ficasse ilegível, e Andie viu sua garganta sacudir quando ele engoliu. — Hum... sim, tudo bem. — Ele disse, — Talvez por alguns minutos. Ela virou-se, os dedos ainda agarrando a bainha da camiseta de Colin enquanto ela corria até a da cama, pulando e puxando rapidamente o cobertor em volta da cintura. Ela deslizou o laptop até o pé da cama e deslizou todo o caminho para a direita, dando a ele o espaço amplo.

~ 75 ~

Ele caminhou até a cama, esfregando uma mão na parte de trás do seu pescoço, e Andie mantinha os olhos na tela do computador enquanto Chase subiu, ficando acima das cobertas. Ele apoiou um travesseiro contra a cabeceira da cama e recostou-se contra ela, cruzando os braços sobre o peito. Havia espaço suficiente entre eles para caber uma outra pessoa, o que aliviou um pouco da tensão que Andie sentia em seu corpo desde o momento que o convite tinha escorregado da sua boca sem permissão. Ela se acomodou nos travesseiros, justamente quando Harry disse a Lloyd, — O que há na pasta? — Homem, — Lloyd disse, — eu teria que ser um pobretão para ir fuçar alguém na propriedade privada da pessoa. — O que, está trancada?— Perguntou Harry. — Sim, realmente bem. Um risinho escapou dos lábios de Andie apenas quando uma risada gutural caiu de Chase, e eles olharam um para o outro, sorrindo. Ela virou-se para o lado dela, aconchegando-se no edredom e tentando manter os olhos na tela, mas seu piscar tornou-se cada vez mais e mais letárgico, até que ela finalmente não conseguia mais manter os olhos abertos. A última coisa que ela lembrava era de ouvir a risada tranquila de Chase antes que ela finalmente sucumbisse ao sono.

~ 76 ~

CAPÍTULO SEIS

Chase estava deitado na cama, olhando para o teto. Ele voltou para seu próprio quarto por volta das duas da manhã, e nesse ponto ele estava tão exausto que ele tinha certeza que caiu no sono antes de sua cabeça bater no travesseiro. Mas agora que ele estava acordado, agora que estava coerente, tudo o que conseguia pensar era na noite anterior. Ele não conseguia conciliar a garota de ontem de manhã com aquela que tinha deitado na cama ao lado dele na noite passada. Ela caiu no sono quase imediatamente depois que começou a assistir ao filme, e quando ele já não ouvia a risada dela se misturando com a dele, ele se virou para olhar para ela. E ele ficou imediatamente e completamente desarmado com o que viu. Ela era toda inocência e vulnerabilidade naquele momento, seu cabelo loiro se espalhou sobre o travesseiro, os lábios entreabertos, seus dedos enrolado frouxamente ao redor do cachecol que ela tinha puxado para dentro do peito. Durante todo o dia antes, ela havia lhe dado pequenos vislumbres da menina por trás do exterior duro, mas vê-la de modo totalmente desarmado fez alguma coisa para a qual ele não tinha sido preparado. Ele não conseguia tirar os olhos dela. Que deveria ter sido o sinal para puxá-lo de volta, mas por alguma razão inexplicável, ele sentiu que precisava ficar com ela, protegê-la, enquanto ela estava em um estado tão indefeso. Era completamente desnecessário e ridículo, ele sabia disso, mas ele conseguiu convencer a si mesmo que era a coisa certa a fazer. Então ele ficou lá no quarto dela até que o filme acabou, até que ele não tinha mais nenhuma desculpa viável para estar lá. E então ele puxou seu laptop de suas coxas, fechando os programas em seu computador um por um. Depois de ter desligado o laptop, ele aliviou suavemente para fora da cama, cuidando para não empurrá-la, e apagou as luzes antes de voltar para seu próprio quarto. Ele deixou a porta adjacente entreaberta, e agora ele podia ouvi-la sair da cama e ligar o chuveiro. Ele não devia ter feito o que fez na noite passada. Isso estava mexendo ~ 77 ~

com sua cabeça. E ele não gostou da sensação que teve no momento, quase como se não podia esperar para dia começar e, ele pudesse voltar para o carro com ela. Chase exalou pesadamente arrastando as mãos pelo seu rosto. Foda-se, ele pensou, empurrando-se para fora da cama e caminhando até o banheiro. Tomou banho rapidamente, vestiu-se, e arrumou as coisas, mantendo-se ocupado. Até o momento que ele estava pronto para ir, ele ainda podia ouvi-la movendo-se no banheiro. Já era oito e meia, e ele sabia que ela queria estar de volta na estrada às nove. Chase pegou o cartão e colocou-o no bolso de trás quando ele saiu da sala e pegou o elevador para baixo, fazendo o seu caminho através do lobby e para a área de conferência, onde tinha um grande buffet de café da manhã montado. — Bom dia, senhor. — Disse um dos trabalhadores do hotel quando aproximava da comida, e ele acenou sua saudação antes de tirar um prato da grande pilha na frente dele. Ele fez uma pilha bem alta com dois bagels, dois muffins, e um punhado de fatias de torradas francesas. No final da linha, ele deslizou o prato transbordando sobre a mesa e encheu dois copos de café para viagem, deixando um preto e pondo creme e açúcar no outro. Depois de lacrar as tampas, ele pegou os dois em uma mão, equilibrando o prato na outra andando cuidadosamente em direção aos elevadores. Chase parou na frente da porta de Andie, tomando uma respiração profunda. O único gole de café que ele tomou conseguiu limpar sua cabeça significativamente. Ele estava bom. Isso foi bom. Ele usou o joelho para bater, rapidamente ajeitando o prato, uma vez que começou a balançar. Um momento depois, a porta se abriu, e ela sorriu olhando para suas mãos. — Cortesia de serviço de quarto? — Ela perguntou, tomando um dos copos dele. — Cortesia? Eu deveria pelo menos ganhar uma gorjeta por arrastar essa merda aqui sozinho. — Antes que ela pudesse reagir, ele acrescentou: — Desculpe, eu quis dizer por arrastar este cocô aqui em cima. Andie apertou os lábios, suprimindo um sorriso afastando-se para deixá-lo entrar no quarto. ~ 78 ~

— Esse tem creme e açúcar. — Ele disse ele, apontando para o copo na mão. — É assim que você toma, certo? — Sim. — Ela disse, um pouco surpresa. — Como você sabe disso? — Foi como você bebeu ontem de manhã, em seu apartamento. — Ele esclareceu. Ela ergueu as sobrancelhas. — Impressionante. — Ela disse, pegando o prato da mão dele e o colocando sobre a pequena mesa no canto da sala. — Há outras coisas lá em baixo, se você não gostar de nada disso. — Chase Disse. — Ovos, bacon, batatas fritas caseiras. — Não, está perfeito, muito obrigada. — Ela disse, tirando uma das torradas francesas do prato e puxando um pedaço com os dedos antes de estalá-las em sua boca. — Estou um pouco atrasada. Estarei pronta em uns cinco minutos. — Leve o seu tempo. Ela sorriu suavemente, puxando um pedaço de pão francês. — Você dormiu bem? Ele confirmou com a cabeça. — Você? — Surpreendentemente. Eu não costumo dormir bem em lugares estranhos. Desculpe, eu não fui muita companhia na noite passada. Ele acenou para ela. — E obrigada, por sinal. Por fechar tudo. Ele balançou a cabeça, passando a mão pelos cabelos e olhando para longe dela. Você está bem, ele lembrou a si mesmo. Isso é bom.

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— Tudo bem, eu vou arrumar minhas coisas. Vou te encontrar lá fora em tipo cinco minutos? — Tudo bem. — Ela disse, e ele pegou um dos bagels do prato antes de ir para o seu quarto através das portas adjacentes. E uma vez que ele já tinha arrumado suas coisas antes de descer para pegar café da manhã para eles, ele se sentou na cama pelos próximos cinco minutos, picando o bagel em pedaços enquanto tentava puxar a si mesmo de volta.

Depois de fazer o check-out, eles caminharam até o carro dela e empilharam as malas de volta no porta mala. Chase bateu fechando-o e se virou para entrar no carro, parando no meio do caminho, quando viu Andie ficar no lado do passageiro. — O que você está fazendo? — ele perguntou. Ela parou na metade do carro. — Estou cansada de dirigir. Ela disse simplesmente antes de deslizar o resto do caminho para o banco e fechar a porta. Ele ficou lá por um momento antes que um lento sorriso curvasse em seus lábios, e ele deu a volta até o lado do motorista. Esta menina o deixará louco. E em algum lugar entre o quarto e o carro, ele decidiu que iria deixá-la. Para as próximas seis horas, ele estaria desfrutando de sua companhia sem questionar ou castigar a si mesmo. Não houve danos ao se permitir divertir-se com ela. E daí se ele reconhecesse o fato de que ela era linda? Muitas meninas eram lindas. Reconhecendo que aquilo não significava nada. Para o resto da viagem, ele pararia de cismar com tudo. Eram apenas seis horas, depois de tudo. Nem mesmo um dia de trabalho. Trivial e insignificante no grande esquema das coisas. Chase deslizou no assento e fechou a porta atrás dele, voltando-se para olhá-la. — Você tem certeza disso? Você não precisa de um Valium ou qualquer coisa antes de começarmos? ~ 80 ~

Ela manteve os olhos para a frente, mas ergueu a mão, mostrando-lhe o dedo, e ele estalou a língua quando ligou o carro. — Primeiro, uma palavra de maldição, e agora um gesto obsceno? Estou chocado. Andie suspirou. — Eu sei. Você é uma péssima influência. Ele riu para si mesmo antes de guiá-los para fora do espaço de estacionamento, e enquanto eles se dirigiam para baixo da Route 17 de volta para I-95, Chase percebeu um grande outdoor ao lado da estrada, anunciando alguns canais de notícias locais. Havia uma mulher em um terno de negócio com os braços cruzados, com os cabelos perfeitamente penteados e sua maquiagem impecável, sorrindo com altivez para baixo, para os carros que passavam. — Isso me irrita. — Ele disse enquanto apontava para fora da janela, e Andie virou a cabeça, olhando na direção que ele estava apontando. — O que, propagandas de outdoor? — Não. — Ele riu. — Você viu que o nome da mulher? Daisy Richards. — Andie olhou para ele. — Eu não entendo. — Aquela mulher parecia como uma Dayse para você? A Dayse deve ter tranças e um ursinho de pelúcia, não uma carreira na radiodifusão e um terno de estilista. — Então, o nome Daisy te tira do sério? — Não. — Ele disse. — Eu acho que é um grande nome. Para uma criança de cinco anos de idade. Realmente não funciona quando você está falando de uma mulher adulta. Eu não gosto quando os nomes não se traduzem. Andie ficou quieta por um segundo antes de dizer: — Assim como Ester? É um grande nome para a avó, mas realmente não funciona para um bebê. Ou uma adolescente.

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— Sim, exatamente! Ou que tal Destiny? Esse é o nome de uma stripper, não o nome de um bebê. — Andie sorriu enquanto ele acrescentava. — Você poderia imaginar ter uma avó chamada Destiny? — Ele balançou a cabeça. — Não. Não funciona. Andie virou para encará-lo, parecendo pensativa. — Você sabe o que, então? Parece que os ‘problemas de tradução’ só acontecem com os nomes das meninas. A maioria dos nomes de menino se traduz automaticamente. Como você chamaria um garotinho de Jimmy, e então ele se torna James quando ele fica mais velho. Ou como Mikey. Adorável para um menino, assustador para um homem adulto. Mas então ele se torna Michael. Agora, Michael? Esse é o nome de um homem. — Andie sacudiu o dedo para Chase como se ela tivesse apenas concedido algum grande conhecimento sobre ele. — Que tal Chase? — O que tem? — Que tipo de nome é? Um nome de menino? Um nome de um homem? Quando ela não respondeu de imediato, ele adicionou, — Nome de um cara ridiculamente quente? Andie riu baixinho. — Idiota. — E eu quero dizer, o nome Andie? — Ele parou, atraindo-a. — O que tem? — Bem, para um menino se traduz. Andy é o garoto, e Drew é o homem. Mas para você? — Ela se virou para ele, com os braços cruzados. — Eu não posso fazer a chamada, sem saber o seu verdadeiro nome e tudo. Quero dizer, se é Andrea funciona. Isso é versátil. Definitivamente traduz. — Ele disse com um aceno de cabeça. Quando Andie não lhe deu resposta, ele disse: — Não é isso, hein? Tudo bem. Que tal Andriana? — Ela sorriu para ele antes de voltar a enfrentar a estrada. — Não é Andriana. — Disse ele a si mesmo. — Hmm, vamos ver. Oh, eu entendi. Andrewina? Ela jogou a cabeça para trás, seu riso soando através do carro, e ele se encontrou lutando contra seu próprio riso apenas para que pudesse ouvir o som do dela. Um dia antes, ele pensou que tê-la irritada seria agradável. Mas não era nada comparado a fazê-la ~ 82 ~

rir, ou ver a forma como todo o seu rosto se iluminou quando ela sorriu um sorriso genuíno. Quando ele conseguia levá-la a baixar a guarda daquele jeito, ainda que por um segundo, era quase como uma recompensa. Quando o riso cessou, Chase olhou para ela. Ela estava olhando para fora pela janela do passageiro, um pequeno sorriso em seus lábios, girando um pedaço de seu cabelo entre os dedos. — Se você não vai me dizer o seu nome, diga-me algo mais sobre você. — Ela disse, a brincadeira deixando sua voz. Ela se virou para ele novamente. — O que, um outro favorito? — Não, não um favorito. Só alguma coisa. — Ele pensou por um momento antes de dizer: — Conte-me sobre o seu trabalho. Você sempre quis trabalhar para o seu pai? — Não. — ela disse com uma risada. — Eu me formei em Inglês, quando eu estava na faculdade. Mas eu praticamente cresci nesse restaurante. Eu trabalhei lá em tempo parcial como garçonete quando eu estava na escola, e, em seguida, durante meus intervalos da faculdade, eu voltava e treinava outras garçonetes, e, em seguida, naturalmente evoluiu para eu ser a gerente. E então aqui estou. — Ela disse com um encolher de ombros, ainda distraidamente enrolando uma mecha de seu cabelo. — Então, como isso está relacionado com a sua formação em Inglês? — Não está. — Ele balançou a cabeça lentamente. — Você acha que você nunca vai fazer nada com ele? Ela respirou fundo antes de expirar em uma corrida. — Eu não sei. Acho que eu poderia voltar para a escola e ter uma carreira de professora, ensinar alguns cursos de artes da linguagem. — É isso que você queria fazer? — Não. Eu queria ser uma escritora. — Chase ficou em silêncio por um momento.

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— Então por que não escreve em vez disso? — Ela encolheu os ombros. — Porque não é realista. Você sabe como é difícil conseguir um agente ou uma editora que esteja disposta a assumir o seu projeto? — Tenho certeza de que haveria um monte de rejeição envolvida, mas você só precisa de uma pessoa para dizer que sim, certo? — Andie torceu o nariz, e ele sorriu. — E quanto a publicar por si mesmo? — Ele perguntou. Ela balançou a cabeça. — Você ainda tem que ter uma base de fãs para o seu material. Descobrir como se introduzir no mercado. Sem mencionar, eu teria que escrever um romance inteiro primeiro. E um bom, isso mesmo. Não é tão simples como você está fazendo soar. Chase puxou o lábio inferior entre os dentes, olhando para ela. Ele sabia que tinha que ter cuidado aqui. — Você já tentou? — Ele disse finalmente. — Tentei o quê? — Escrever um romance. — Ela juntou a sobrancelha quando se virou para olhar para fora da janela do passageiro novamente. — Não. — Apenas um segundo se passou antes que ela limpasse a garganta e acrescentou: — E você? Colin disse que fazia freelance como fotógrafo. Ele sorriu, resignado, vendo através de sua tentativa de mudar de assunto, mas ele decidiu seguir seu exemplo. Ele podia sentir que a busca de sua linha de questionamento só iria levá-la a se retirar, e ele não queria nada disso hoje. — Sim, eu entrei logo depois que me formei. Eu estou nesse por cerca de quatro anos. — Ela inclinou a cabeça para ele. — Posso te perguntar uma coisa? — Você acabou de perguntar. — Ela sorriu suavemente.

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— Eu só não quero que pareça que estou sendo invasiva. — Se eu achar que você está sendo invasiva, não vou responder — Ele riu. — Ok, bem.— ela se ajeitou na cadeira para encará-lo. — Se você gosta de fotografia, não seria mais... Eu não sei ... estável, se você trabalhasse para algum tipo de estúdio? Como, fazem fotos de casamento ou retratos ou algo assim? — Não. — Chase disse com um aceno desdenhoso de sua cabeça. — Eu não aguento essa merda de fotografia formal. É tão artificial. — Ele olhou no espelho lateral para mudar de faixa. — Em uma foto formal, as pessoas mostram o que elas querem que você veja, ou o que elas acham que você quer ver. Mas, em uma natural? — Ele sorriu. — Você ficaria surpresa com a quantidade de expressões ou trejeitos que uma pessoa revela sobre ela quando não está prestando atenção. Chase podia sentir seus olhos sobre ele, e foi um momento antes dela falar novamente. — Onde você foi para a faculdade? — Cornell. — Sério? — Ela perguntou, confusa. — Eu não sabia que eles tinham um programa de fotografia. — Eu fui para a escola de medicina veterinária. — Ela calou-se. E ele sorriu, sabendo que a tinha chocado com aquela revelação. Ele olhou para ver a combinação mais cativante de surpresa e confusão em seu rosto. — Como você entrou para a fotografia, então? — Eu sempre fui para a fotografia. É tudo que eu sempre quis fazer. — Então por que foi para a escola para outra coisa?— Chase respirou profundamente, lambendo os lábios, e Andie balançou a cabeça. — Desculpe-me, eu estou fazendo muitas perguntas.

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— Não, você não está. — Ele disse. Era só que ele não tinha falado nada sobre isso há muito tempo. Mas ele percebeu, então, que realmente queria falar sobre isso. Mais especificamente, ele queria falar com ela. — Eu fui para a escola para ser veterinário, porque o meu pai teria praticamente me deserdado se eu fosse para a fotografia. — Ele não aprovava? — Ela perguntou, e Chase riu. — Isso é dizer pouco. — O que ele queria que você fizesse? — Ele queria que eu fosse médico, como ele. Oh, espere, me desculpe, um cirurgião. — Ele corrigiu rolando seus olhos. — Deus não permite que você se refira como um mero médico. — Ele deu de ombros, passando a mão pelo cabelo. — Eu não estava interessado em ser um médico.— Ele disse, sua voz perdendo o tom sarcástico. — Então eu peguei o que eu pensei que seria a próxima melhor coisa. Pelo menos aos seus olhos. — E não foi? — Andie Perguntou, e Chase virou a cabeça para olhar para ela. Se ele tivesse visto a simpatia ou compaixão em seus olhos, ele teria terminado a conversa ali mesmo. Ele não queria que ela tivesse pena. Mas a única coisa que podia encontrar por trás daqueles olhos expressivos era interesse genuíno. — Não, não foi. — ele disse, encontrando seu olhar antes de voltar para a estrada. — Ele costumava enviar para mim aplicações para as escolas com programas preparatórios para medicina o tempo todo, com pequenas notas dizendo que não era tarde demais para eu mudar de ideia, que ele poderia puxar algumas cordas e eu estaria dentro. Eu fiz a lista do reitor quase todo semestre eu estava lá, e você sabe o que ele diria? 'Isto parecerá grande em suas aplicações para a escola de medicina’. — Ele imitou, aprofundando sua voz. — Nenhuma única uma vez ele reconheceu como a sua própria realização. Ele diria às pessoas que seu filho estava em Cornell. Eu acho que era prestigio o suficiente para ele, mas se eles perguntassem qual era meu principal objetivo, ele diria a eles que ~ 86 ~

não declararia enquanto eu estava escolhendo uma escola de medicina. — Ele riu, balançando a cabeça. Chase respirou fundo, puxando-se para fora da memória. — Depois de um tempo, comecei a pensar sobre a transferência. Imaginei que a escola de medicina não poderia ser tão ruim quanto ser uma decepção constante. Mas depois que ele partiu. — Ele disse com um encolher de ombros indiferente. — Ele partiu? — Eu sinto muito, eu deveria ter sido mais específico. Ele se mudou com a enfermeira que estava se enroscando pelas costas de minha mãe por três anos. — Os olhos de Andie se arregalaram enquanto sua boca caiu um pouco. — Você Sabe que a coisa estava desarrumada? Por tanto, durante algum tempo depois, fiquei pensando que eu deveria ter ido para a escola de medicina. Que se eu tivesse apenas e feito o que ele queria que eu fizesse, ele teria sido feliz, e, então, ele teria ficado. — Ele olhou para Andie. — Mas eu sei que não é verdade. Ele era quem ele era. Nada do que eu fizesse nunca seria bom o suficiente para ele. Andie ficou lá com os olhos baixos, brincando com os dedos. — Quantos anos você tinha? — Ela perguntou. — Dezenove. Eu estava certo sobre começar meu terceiro ano na Universidade de Cornell. Eu quase não voltei. Quero dizer, merda, a única razão pela qual eu comecei essa carreira idiota era para ele. Mas, quanto mais eu pensava nisso, mais eu percebia que eu trabalhava minha bunda para lá fora. E eu não ia deixá-lo tirar isso de mim. Então, eu terminei a minha licenciatura. Dito isto, se o seu cão ou furão ou hamster um dia passar mal, você sabe quem chamar. Andie riu suavemente antes de endireitar sua expressão novamente. — Você ainda fala com ele? — Ele balançou a cabeça. — Ele me liga às vezes. Eu não tenho certeza se é porque a sua consciência leva a melhor sobre ele de vez em quando ou porque está entediado e ~ 87 ~

procurando apenas alguém por perto para aborrecer, mas de qualquer forma, eu não estou interessado. Ficou em silêncio por um momento antes de Andie dizer. — Parece que vocês ficaram melhor sem ele. — Eu definitivamente fiquei, isso é certo. Mas a minha mãe? — Ele balançou a cabeça. — Ela ficou devastada. Eu nunca entendi por que ela amava aquele idiota, mas ela estava perdida sem ele. A maior parte do meu tempo foi gasto cuidando dela depois disso. Só tentando trazê-la de volta. — Bem, eu fico feliz que ela teve você. — Andie disse com tanta convicção que Chase sentiu uma ligeira pontada no peito. Ele sorriu gentilmente para ela. — Você e sua mãe ainda são próximos? — Ela perguntou. — Ela morreu há quatro anos. — Ele ouviu a ingestão suave de respiração antes de ela sussurrar. — Chase. Eu sinto muito. — A dor em seu peito se intensificou. E não porque ele estava falando sobre seu pai idiota, ou porque estava pensando em sua mãe. Foi por causa do jeito que ela disse essas palavras. Era uma resposta automática para as pessoas dizer que elas estavam tristes quando um ente querido morria. Era de praxe. Robótico, mesmo uma formalidade. Mas a sinceridade e a compaixão que tinha injetado essas quatro palavras caíram sobre ele, fazendo-o sentir totalmente vulnerável, mas ao mesmo tempo, completamente em paz. — Sabe aquela coisa que você disse ontem, sobre tudo acontecer por uma razão? — Chase respirou fundo antes que ele olhasse para ela. — Eu nunca acreditei nisso antes, mas eu espero que você esteja certa. Espero que tudo faça sentido para mim um dia. Ela sorriu tristemente, e quando percebeu que seus olhos estavam brilhantes, ele limpou a garganta, olhando para longe dela. Chase apertou sua mão no volante, lutando contra o impulso irresistível que ele sentia de se aproximar dela.

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— Tem um impacto positivo em tudo isso, porém. — Ele disse, querendo convencê-la. — Quero dizer, eu passei a primeira parte da minha vida tentando agradar a meu pai, e a segunda parte da mesma vivendo para minha mãe. E agora eu não vivo para ninguém além de mim. — Andie não disse nada, e depois de um minuto, Chase virou-se para ela. — Eu sei que isso soa egoísta e insensível, mas o Dr. Seuss diz que está tudo bem. — O quê? — Ela perguntou com uma pequena risada. — Vamos, bacharel em Inglês, você nunca leu Dr. Seuss? ‘Seja quem você é e diga o que você sente, porque aqueles que notam não se importam, e aqueles que se importam não notam’. — Ele virou os olhos de volta para a estrada. — Eu faço o que eu quero fazer. Eu me recuso a segurar mais o que estou pensando ou o que eu estou sentindo. E se alguém não gosta disso, então não precisam estar em minha vida. Se isso faz de mim um idiota, então que assim seja. Eu não quero gastar mais tempo tentando fazer as outras pessoas felizes. A vida é muito mais agradável quando você está cercado por pessoas que simplesmente te aceitam por você. O carro ficou em silêncio, mas ele ainda podia vê-la brincando com os dedos pelo canto de seu olho. — Você não concorda comigo? — Ele disse finalmente. — Não, eu... eu... — Ela parou. — Você realmente vai tentar disputar um ponto Seussian? Isso não é um sacrilégio? Andie riu. — Não, eu só... Eu só acho que, às vezes, é melhor fazer o que você sabe que é certo. — Mesmo que isso signifique viver de acordo com os padrões de outra pessoa? Se isso significa negar a si mesmo a felicidade? — Ele perguntou. — Você acha que é melhor?

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— Bem, talvez não melhor. Mas é mais inteligente às vezes? Ou mais seguro? — Ela balançou a cabeça rapidamente. — Eu não sei. Eu não sei o que estou dizendo. — Lá estava ela de novo, aquela bizarra referência para ser seguro. Chase olhou para ela antes de dizer: — Você está me dizendo que você nunca fez algo apenas para você? Por nenhuma outra razão além do fato de que era o que você queria? Efeito parafuso? — Sim, quando eu fui bisbilhotar adega de Justin. Veja como isso acabou. Chase riu antes de dizer: — Eu estou falando sério, apesar de tudo. Você nunca deixou de lado todo mundo com opiniões e só foi para algo que você queria? Ela encolheu os ombros, sem dizer nada enquanto olhava para longe dele. Ele a olhou por um momento, antes que ele voltasse os olhos para a estrada. Ele entendeu o que ela estava tentando dizer. Cristo, ele disse a ela ontem que nunca tinha conhecido ninguém que jogasse pelas regras tanto como ela fazia? Claro que a ideia de soprar as expectativas e convenções de outras pessoas soou estranha para ela. Mas ela não recusou a sua noção. Ela ainda não tinha zombado dele. Ela parecia completamente aterrorizada por ele. Eles recuaram em um silêncio fácil quando ele mudou de faixa. Havia a sensação mais estranha no peito. Ele se sentiu... flutuante. Não havia outra palavra para isso. Era surpreendentemente bom falar sobre essa parte de sua vida novamente. E ele percebeu que a razão para isso era porque ele estava discutindo com alguém que genuinamente não se importava. Ele olhou para ela, ela estava completamente perdida em seus pensamentos, e Chase percebeu a ruga entre as sobrancelhas, o que aparecia sempre que ela estava lutando contra uma carranca. Ele não queria que ela estivesse franzindo a testa. Ele queria que ela se sentisse da maneira como ele se sentia. Ele abriu a boca para falar justo quando eles fizeram uma curva na estrada, e um grande lago apareceu à esquerda. Seus olhos brilharam com a ampla extensão de água, e a ideia ocorreu-lhe quase que imediatamente. Mesmo sem usar o pisca-alerta, ele puxou abruptamente o carro para o acostamento. Andie se endireitou em seu assento. ~ 90 ~

— O que há de errado? O que aconteceu? — Ele soltou o cinto e saiu do carro, andando para o seu lado. — Vamos lá. — Ele disse enquanto abria a porta. — O que aconteceu? O que estamos fazendo. — Ela perguntou, confusa. Ele segurava um dedo sobre os lábios e, em seguida, ele o vira para ela, chamando-a para fora do carro. Ela olhou para ele e, em seguida, de volta para o dedo, concordando com um pequeno bufo enquanto ela desafivelava o cinto. Assim que ela saiu do carro, ele agarrou seu pulso, atravessou a rua e a levou com ele. — Chase. — Ela disse. — Shh. — Ele disse através de uma risada, segurando o dedo sobre os lábios de novo enquanto andava com ela em todo o gramado expansivo da frente da casa que tinham parado em frente, a única casa visível no longo trecho da estrada que tinham adiante. Ele manteve a mão em volta de seu pulso, puxando-a pela lateral da pequena casa e no quintal. — Eu vou dar um tiro no escuro e assumir que você não conhece essas pessoas? — Andie sussurrou, tropeçando em seus pés no esforço para segui-lo quando ela olhou ao redor nervosamente. Ele sorriu enquanto ele continuava a levá-la em todo o quintal, a casa em si era pequena e pitoresca, mas a propriedade era vasta e ampla, o solo com grama suave terminando contra a costa do grande lago por trás dele. Tinha um pequeno cais que se estendia a muitos pés para a água, e Chase os conduziu para ele. Ele parou em seguida, voltando-se para olhá-la enquanto ela observava tudo: a água azul profunda que ondulava ligeiramente na brisa, os dois pequenos moldando o caminho do outro lado que pareciam docas pertencentes às casas na margem oposta, os verdes contrastantes da grama e as árvores, o céu azul brilhante, salpicado com tufos de penas de nuvens brancas, o tipo de céu que normalmente só existia em pinturas. Ele deveria estar à procura de sua câmera. Mas tudo o que ele poderia olhar era ela. Ela se virou para ele com espanto. — Ok, então... eu estou supondo que eu estou tendo algum tipo de epifania de Bob Ross ou algo assim? — O canto de sua boca se elevou em um sorriso. ~ 91 ~

— Não é bem assim. — Ele disse quando estendeu sua mão e pegou a mão dela, entrelaçando os dedos. Ela sacudiu, sua postura imediatamente enrijeceu, mas antes que ela pudesse reagir totalmente, ele decolou em uma corrida, não lhe dando outra escolha senão seguir. — Chase. — Ela gritou justo antes dele chegar na beira do cais, e o próximo som foi o barulho substancial quando eles estavam completamente submerso na água fria. As mãos imediatamente se separaram, pois ambos começaram a nadar para a superfície, e Chase subiu em primeiro lugar, uma risada rejuvenescida escapando de sua garganta. Um segundo depois, Andie chegou à superfície, arfando alto limpando freneticamente à água do rosto. Seus olhos estavam correndo ao redor descontroladamente, sua respiração ofegante, xingando assustada. Chase estava a poucos metros de distância dela, andando na água e sorrindo de orelha a orelha. Ela finalmente fez contato visual com ele, com uma expressão de incredulidade. — Que diabos foi isso? — Ela gritou. — Isso. — Ele disse, sacudindo os dedos na água e regando-a com gotas. — Chama-se fazer algo só porque você sentiu, e não dar a mínima para o que alguém pensa. — Ele sorriu para ela. — Divertido, né? Ela olhou para ele pelo que pareceu uma eternidade, sem dizer nada, até que, finalmente, ela apertou os lábios, abafando o riso que rapidamente cresceu, um riso irreprimível, histérico. Então ele riu, o que fez com que ela risse mais, e nesse momento, Chase foi surpreendido pelo completamente inapto desejo de nadar e envolver seus braços em volta dela. Mas ao invés disso, ele ficou onde estava, andando na água e ouvindo os sons de seus borrifos combinando com sua risada não reprimida como a mais bela sinfonia.

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CAPÍTULO SETE

Depois que eles pararam em um posto de gasolina para colocar algumas roupas secas, Andie com bom humor revogou o privilégio de condução de Chase, alegando que ele não poderia mais ser confiável. Ele concordou, sob a condição de que, se ele ficaria preso no banco do passageiro de novo, ele deveria pelo menos começar a escolher a música que ouviria. Eles haviam concordaram antes de Chase lhe atirar as chaves com uma expressão divertida. Agora, Andie se sentou no banco do motorista de novo, o espaço entre eles estava quieto, um calmo e confortável silêncio enquanto Chase rolava através de seu iPod à procura de algo para ouvir. Depois de alguns minutos, ele finalmente apertou o botão antes de ligá-lo ao painel e se inclinar para trás em sua cadeira. Os acordes de abertura de ‘Colorblind’ de Counting Crow encheu o carro, e Andie descansou a cabeça contra o assento e lutou contra a vontade de fechar os olhos. Era uma de suas canções favoritas, tanto pela assombrosa melodia como pela letra profunda. Os acordes pareciam vibrar através dela, lhe aquecendo de dentro para fora, e enquanto eles dirigiam pelo trecho da rodovia desolada, ela não conseguia se lembrar da última vez que se sentiu tão contente. Ela preguiçosamente virou a cabeça para o lado, olhando para Chase, sua cabeça estava de volta contra o banco e seus olhos estavam fechados. A camiseta que ele tinha trocado se agarrou a sua pele ainda úmida. Não havia o menor indício de uma sombra de cinco horas definindo seu queixo, e seu cabelo capotava fora da testa e das orelhas em cachos molhados, parecendo muito mais escuro do que era. Pouco antes de ela voltar os olhos para a estrada, ela notou a mão sobre sua coxa, os dedos movendo-se com as notas como se estivesse tocando algum piano invisível. — Você toca? — Ela perguntou. ~ 93 ~

— Mm-hm. — Ele cantarolava baixinho, os olhos ainda fechados. — Você pode tocar isso? Ele acenou com a cabeça. — É muito simples. — Ele disse. — Os acordes, quero dizer. Não a música. A música em si, a letra é apenas... — Ele parou de falar, sua voz preguiçosa. — Sim, eu sei. — Andie disse gentilmente. Eles caíram em silêncio de novo, ouvindo a música, até que Andie suspirou baixinho. — Eu sempre quis tocar. Chase levantou a cabeça para olhar para ela. — Você não toca? Você tem um piano. — Eu sei. — Ela disse, dando de ombros como culpa. — Eu apenas pensei que parecia agradável na sala. Ele sorriu antes de descansar a cabeça para trás no assento. — Eu vou te ensinar a tocar isto. — Você vai? — Andie perguntou, incapaz de manter a surpresa em sua voz. — Mm-hm. Se você quiser.— Ele disse em voz baixa, fechando os olhos novamente. Ela virou os olhos para a estrada quando uma estranha sensação tomou conta dela. Por um segundo, ela quase se sentiu desorientada. Como poderia ter passado apenas 24 horas desde que eles começaram esta viagem? Para ela, parecia muito mais tempo do que isso. E do modo que uma tarefa parece demorar uma eternidade quando é entediante ou mundana, mas mais da maneira que ela sentia que a pessoa sentada ao seu lado era uma pessoa completamente diferente da que subiu em seu assento de passageiro ontem de manhã. Esta pessoa não era insensível, ele não era bruto, ele não era antagônico, ele era inteligente, engraçado e doce. Naquele momento, a desorientação deu lugar a um sentimento diferente, mas muito mais forte. Vergonha. Porque ela percebeu então que Chase tinha sempre sido essas coisas. Ela só escolheu não vê-lo. Ela tinha tomado à decisão de classificá-lo de acordo com sua própria primeira impressão dele, sabendo muito bem como incrivelmente errada a primeira impressão poderia ser. Andie olhou para ele novamente. Ela não tinha ideia se ~ 94 ~

Chase sabia o que ela tinha pensado dele um dia atrás, mas isso não importa. Ela se sentiu mal por isso, ainda que ele estivesse ciente ou não. Mas ela sabia como poderia fazer algo bom para ele. Andie sorriu para si mesma quando o plano começou a tomar forma em sua mente. Ela procurou por algumas informações no seu telefone quando Chase estava colocando as roupas secas, ela estava olhando o mapa e viu o nome do lugar, lembrando que Chase o tinha mencionado para ela no dia anterior, e sua curiosidade tinha conseguido o melhor dela. Um pouco mais tarde, Andie ligou o pisca-alerta e aproveitou a saída da autoestrada, e Chase olhou para ela. — Mais uma vez? Você realmente tem a bexiga de uma avó com incontinência. — Eu não tenho que ir ao banheiro. — Ela riu. — Então por que estamos saindo da estrada? — Estamos fazendo uma parada. — Sua sobrancelha levantou. — Uma parada? Isso está no itinerário? — Está agora. — Ela olhou para ele apenas a tempo de ver o seu sorriso lento. — Bem, puta merda. — Ele disse, desafivelando o cinto de segurança e virando rapidamente para chegar no banco de trás. — O que você está fazendo? Um segundo depois Chase voltou com sua câmera. — Para a posteridade. Precisamos de provas fortes do dia em que você jogou o cuidado ao vento. — Ele disse, apontando para ela. Andie riu, justo quando um clique suave soou, o flash iluminou brevemente o espaço entre eles como uma faísca, e ela se viu desejando que uma câmera pudesse imortalizar um sentimento, assim como uma imagem. Porque ela sabia que nunca iria querer esquecer o quão maravilhosamente desacoplada se sentia naquele exato momento.

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Tybee Island era uma pequena ilha a cerca de 20 minutos a leste de Savannah, Georgia. Ficava apenas cerca de 22 KM, mas para dentro dessa pequena área, parecia ser tudo ou nada que uma pessoa precisava que fosse. Eles começaram a dirigir para o ponto mais distante da ilha, onde o farol de Chase estava, passaram por um grande pavilhão com um cais, cheio de pessoas e movimento, as lojas pitorescas repletas de compradores. No entanto, no próximo trecho da estrada, não havia nada além de calmas trilhas de bicicleta e campos tranquilos reservados para observação de aves ou passeios na natureza. Eles passaram por uma grande arena para esportes aquáticos, onde as pessoas estavam alugando barcos e caiaques e jet-skis, para depois passar por um trecho de praias preservadas, onde os visitantes descansavam casualmente em toalhas ou cadeiras de praia. Era a combinação perfeita de agitação e serenidade, a ilha parecia uma coisa viva, pronta para atender o humor ou desejo de qualquer um. Andie ficou fascinada quando eles passaram pela Tybee Island Marine Science Center, e Chase disse a ela o que eles fizeram lá. Aparentemente, a ilha era um porto seguro para uma espécie em extinção de tartarugas marinhas, e de maio a outubro, as tartarugas surgiam nas praias para colocar seus ovos. Pessoas de toda a ilha, os turistas e moradores locais, se ofereciam para fazer parte do grupo de preservação Trote Turtle. A cada dia eles iam controlar os ninhos de ovos na praia, mudando-os se eles estivessem em perigo pelo tráfego local, ou pela vida selvagem, ou pela maré. E quando os ovos finalmente chocavam, eles ficariam de guarda para assegurar que cada tartaruga bebê voltaria com segurança para o mar. Isso continuaria por meses, e Andie adorou a ideia de proteger as tartarugas tanto quanto ela amava o conceito de família e camaradagem do projeto criado na ilha. Pouco antes de chegarem ao ponto mais distante da ilha, eles subiram o Tybee Mensagem Theater. Chase não sabia nada sobre este lugar, mas tinha uma massa de pessoas andando em volta, então eles decidiram parar e verificar o lugar. Depois de conversar com alguns ~ 96 ~

moradores e ler alguns folhetos, eles aprenderam que o teatro foi originalmente construído pelo exército no início de 1900 e serviu como a principal fonte de entretenimento para Fort Screven, a base militar na ilha. Uma vez que o forte estava desativado, alguns moradores compraram o teatro e o mantiveram funcionando até o ano 1960. Então a propriedade foi recomprada e marcada para demolição para dar lugar a alguns novos condomínios, mas o negócio caiu completamente, e em vez disso o edifício ficou de pé, eviscerado e vazio, há quase vinte anos. Mais uma vez o povo de Tybee Island se juntou, e com a ajuda de um grupo de voluntários e de angariação de fundos, o teatro foi reformado, sendo este o primeiro ano em que era aberto ao público novamente. Os moradores falavam sobre o teatro como se fosse uma criança que eles colocaram de pé, com orgulho e amor, e Andie novamente se viu superada pelo sentimento de família na ilha. Parecia que todos os lugares que olhava, havia uma história, um pouco de história, algo a aprender. O teatro em si era incrível, a combinação perfeita de história antiga e charme moderno. Neste dia em particular, eles estavam realizando uma exposição de arte, e Chase ficou instantaneamente apaixonado. Andie o assistiu passear, suas expressões mudando tão rapidamente quanto de uma criança confusa em uma loja de brinquedos, enquanto ele admirava, criticava, e estudava as pinturas e fotografias. Andie nunca teve muito um olho para a arte, mas vendo-o olhar para as exposições, ela desejou que ela tivesse. Ela queria olhar para algo e ser movida, ser inspirada, do jeito que ele parecia estar, e ela se viu olhando para as pinturas, procurando-as, querendo ver o que ele via. Eles deixaram o teatro cerca de uma hora mais tarde e, finalmente, conseguiram sair para o farol, uma das atrações mais famosas da ilha, e no segundo que chegaram ao topo, Andie podia ver o porquê. Ela tinha ido ao topo do Empire State Building, e até mesmo da Estátua da Liberdade, ambas ofuscavam a estrutura que estava lá de pé, mas ainda assim, o ponto de vista de onde ela estava era inigualável. Ele nem sequer parecia real. Ela se encontrou vesga por um momento, tentando decifrar onde o oceano terminava e começava o céu. Tudo era azul, calmo e sereno e aparentemente infinito, e isso a fazia sentir-se pequena, da maneira mais maravilhosa.

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Depois de descerem, Chase fotografava com sua câmera enquanto Andie encontrava um local tranquilo em uma colina gramada perto do Head Keeper’s Cottage. Ela sentou-se com os braços atrás dela, apoiando seu peso enquanto levantava o rosto em direção ao sol, permitindo que ele aquecesse seus rosto e ombros. Ela não queria sair. Ela se sentia tão bem, sentada onde ela estava, como se visitasse alguma pintura Old World. Havia ainda tanto da ilha que eles não tinham visto ainda, não tinham visitado qualquer uma das praias, eles não tinham visto o Monumento Nacional Fort Pulaski, do outro lado, eles ainda não tinham parado no pavilhão, ou andado por qualquer uma das lojas do cais. Eles poderiam passar dias lá pegando tudo. Ela abriu os olhos com um suspiro, sabendo que aquele pequeno sonho era completamente irracional, como era, agora eles já estavam se atrasando para chegar a Tampa. O casamento era amanhã, e eles não deveriam mesmo estar muito longe. Mas Deus, como ela queria. Andie sentou-se e puxou uma folha de grama da terra, acariciando-a entre os dedos, enquanto olhava para o oceano. Ela nunca teria chegado aqui se não fosse por ele, ela pensou quando viu a pequena forma dele ao longe, de cócoras contra a luz do sol, com a cabeça inclinada para o lado, com o rosto pressionado quase intimamente contra a câmera. Ela iria lhe pedir estas fotos. Ela pagaria por elas, se ele preferisse. Mas ela queria uma lembrança deste lugar, deste momento. Andie já estava pensando em tê-las ampliadas, já imaginando onde ficariam em seu apartamento. Ela se inclinou para trás em suas mãos novamente, observando as pessoas que circulam a casa de luz. Chase tinha razão, quando alguém não sabia que os olhos de outra pessoa estava capturando o momento, era incrível o quanto eles revelavam sobre si mesmos através de seus maneirismos. Como a mãe, que estava claramente exausta e além de farta com o menino que estava pulando por trás dela, fazendo chutes de karatê enquanto gritava — hiyah— , ou o homem que estava girando o telefone em sua mão várias vezes, olhando para ele a cada poucos segundos, obviamente, ansioso por alguma chamada ou texto. ~ 98 ~

Mas o que mais se destacou para Andie era um jovem casal caminhando em direção à entrada da casa de luz. Eles pareciam estar em algum lugar no final da adolescência, e, enquanto caminhavam ao longo do caminho, o garoto estava com as mãos nos bolsos e a menina tinha o braço cruzado ao dele. Seu outro braço estava descansando levemente em torno da frente de sua cintura, de modo que quase parecia como se estivessem se abraçando enquanto eles estavam andando. Os olhos dela eram sonhadores, um sorriso secreto nos lábios enquanto ela descansava a cabeça no ombro dele. E ele parecia como se preferisse estar em qualquer outro lugar. Ele olhou para longe, sua expressão sem inspiração e sua linguagem corporal rígida. Ele manteve as mãos nos bolsos, sem fazer nenhum movimento para retribuir o afeto que ela estava dando para ele, e ficou claro para Andie que ele estava tão impressionado com a menina ao seu lado enquanto ele estava com o seu entorno. Andie olhou para a menina, uma menina que ela nunca conheceria, quando Chase apontou, e ela sentiu uma tristeza súbita no peito pelo coração quebrado que ela, sem dúvida, seria submetida em algum momento no futuro próximo. Seus pensamentos foram interrompidos quando Chase veio até o lado da colina e sentou-se do lado dela. Ele segurou a câmera no seu olho, tirou algumas fotos do farol do seu ponto de vista antes dele colocar a lente de volta e colocá-la suavemente na grama do lado deles. Ele imitou a postura de Andie em seguida, inclinando-se para trás em suas mãos apoiando o seu peso em seus braços, inclinando a cabeça para trás para permitindo que o sol aquecesse o seu rosto. — Obrigado. Por parar aqui. — Ele disse depois de um momento, voltando-se para olhar para Andie com um olho fechando contra a luz do sol. Ela sorriu suavemente. — De nada, mas eu realmente deveria estar agradecendo a você. Ele levou a mão à testa, protegendo do sol para que pudesse vê-la totalmente, e Andie sentiu o estômago virar de uma forma que a obrigou a tirar os olhos dos dele. Ela virou-se, olhando para o horizonte, mas ela ainda podia sentir os olhos dele sobre ela. — Eu gostaria de poder dar um tiro em você agora. — Ele disse. ~ 99 ~

Andie arqueou a sobrancelha quando ela se virou de frente para ele. — Bem, isso é bom. Pensei que nós tivéssemos superado isso. — Chase jogou a cabeça para trás e riu. — Oh meu Deus. — Ele disse, segurando seu estômago. — Eu quis dizer que eu queria te fotografar. — Oh. — Ela disse suavemente. Ela podia sentir o rubor queimando em suas bochechas quando ele riu de novo, e ela olhou para vê-lo apoiando-se nos cotovelos, balançando a cabeça e sorrindo. — Por que você quer me fotografar? Ele se virou para olhar para ela. Seu sorriso era mais sensível do que divertido agora, e ele virou os olhos, olhando acima dela antes de trazê-los de volta para seu rosto. Ele inclinou a cabeça, e Andie sentiu como se ele a estivesse analisando. Como se ele pudesse ver através dela. Como se ela estivesse completamente exposta sob seu olhar. Houve uma pequena centelha de pânico no peito, dizendo-lhe para se afastar. Puxar para trás. Para proteger-se. Mas ela lutou contra a vontade, observando-o vê-la, e para sua surpresa, o pequeno aviso desapareceu, e em seu rastro veio uma emoção que corria através dela, fazendo seu coração bater um pouco mais rápido em seu peito. Não fazia sentido, mas sentada ali com ele, deixando-o puxar seus pedaços e juntando os de volta, sentia-se estranhamente poderosa. — Você parece nova agora. — Ele disse finalmente. — Nova. — Ele acenou com a cabeça. — Como se você tivesse acabado de descobrir a si mesma. — Andie sentiu algo sacudindo por suas veias quando ele acrescentou: — É difícil de explicar, mas eu gostaria que você pudesse ver isso. Fica bem em você. Seu estômago girou quando ela tirou os olhos dele, estudando a folha de grama que segurava entre os dedos. — Atirar em você. — ele disse por meio de uma gargalhada. — E o que você quer dizer, nós superamos isso? Significa que você queria atirar em mim ontem?

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Andie fechou os olhos e riu baixinho. — Não, não atirar em você. Talvez apenas... esquecer você em uma das paradas de descanso antes de voltar para a estrada. Ele começou a rir de novo, e ela sorriu, olhando para ele. — Obrigado por lutar contra o desejo. Quem sabe quanto tempo eu teria que andar por esta auto estrada antes que tio Bobby viesse para me salvar. — Ele disse, recostando-se sobre os cotovelos novamente. Ele baixou a cabeça para trás e fechou os olhos, sorrindo para si mesmo. Andie o observou por um momento antes de dizer: — Eu sinto muito por tudo isso. — Chase balançou a cabeça. — Não se preocupe. Tenho um gosto adquirido. Estou plenamente consciente disso. Você estava apenas sendo sincera. Você não puxar qualquer saco. Eu gosto disso em você. Ela sorriu. — Você só gosta disso porque você não tem um filtro também. — Bem, eu acho que temos algo em comum então. Você deve estar horrorizada. Andie riu docemente enquanto ela fechava os olhos e inclinava o rosto para o sol. — Nunca se desculpe por ser você, Andie. — Ela abriu os olhos e virou-se para ele. Ele estava olhando para ela, e tinha tanta convicção e sinceridade em sua expressão que Andie sentiu como se fosse quebrar sob seu peso. Antes que ela pudesse reagir, ele quebrou o contato visual deitando contra a grama, olhando para o céu. Andie se desviou dele, seu coração estava pulsando em seu peito novamente, e ela se sentia como se fosse explodir com tudo o que foi surgindo através de seu corpo. Ela não sabia o que era esse sentimento, mas poderia dizer que, se ela se deixasse ir, se ela renunciasse a seu controle e se deixasse se perder nele, seria incrível. Ela inalou uma respiração lenta enquanto examinava o horizonte, tentando trazerse de volta para baixo do alto que suas simples palavras inesperadas provocaram, e seus olhos pousaram sobre o mesmo casal de antes, quando eles saíram do farol, a menina ainda agarrada ao rapaz que estava a um milhão de quilômetros de distância. — Seus pais eram felizes? — Ela perguntou, esperando um pouco tarde demais que ela não estivesse abrindo uma conversa que iria perturbá-lo. ~ 101 ~

— Eu não sei. — Ele disse casualmente, silenciando seus medos. — Os seus eram? Andie suspirou. — Eu não sei. — Ela sentou-se em linha reta, observando seus dedos pentear a grama. — Como isso é possível? Nós vivemos com essas pessoas. Como não sabemos? — Chase sentou-se ao lado dela. — Porque nós julgamos as pessoas por nossos próprios padrões de felicidade. — Ele pegou uma pequena pedra do chão na frente dele antes de erguer os olhos para o horizonte, acenando com a cabeça na direção das pessoas andando por aí. — O que te faz feliz pode não fazer aquela mulher ali feliz. Mas os seres humanos têm o péssimo hábito de pensar que eles sabem o que é melhor para o outro. Ele jogou a pedra para longe dele com um suspiro e deitou de novo a terra, juntando as mãos atrás da cabeça. Ele fechou os olhos, e antes que Andie ainda tivesse chance de considerar suas palavras, ele falou de novo. — Quando eu estava na escola, meu pai participava dessa coisa de Médicos Sem Fronteiras que acontecia na Costa Rica, e minha mãe e eu acabamos indo com ele. Eu tinha quatorze anos na época, e me lembro de pensar, 'Isso é foda. Fui tirado da escola para ficar sentado em uma praia na América Central’. — Ele sorriu, com os olhos ainda fechados. — Obviamente, nós não gastamos o nosso tempo lá nas praias. O primeiro dia que chegamos lá, fomos conduzir naquelas estradas não pavimentadas através destas pequenas cidades patéticas. Quero dizer, aquelas casas, Andie, a metade delas nem sequer têm portas. Pareciam que iam cair se você respirasse perto delas. Era exatamente como aqueles comerciais que você vê na televisão: crianças pequenas brincando com varas em poças de lama, vestidas em trapos. E eu me senti tão mal por eles, pela forma de merda que viviam, pelas suas vidas horríveis. Ele virou a cabeça em direção a ela, abrindo os olhos. — Mas você sabe? Aquelas pessoas, aquelas na cidade em que ficamos, elas eram as pessoas mais felizes que eu já conheci na minha vida. Sempre sorrindo, ou cantando, apenas aproveitando o seu dia com tudo o que tinha. E eles não tinham nada, mas eles te dariam uma desculpa esfarrapada para tirar sua camisa se você precisasse. — Ele balançou a cabeça. — Conheço pessoas que valem sete figuras que não são tão generosos como essas pessoas eram.

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Ele virou os olhos para o céu. — Eu digo que eles não tinham nada, mas eles não tinham nada para os meus padrões, as coisas que o meu cérebro de quatorze anos de idade, não conseguia entender existir sem. Eles não tinham televisores ou aparelhos de DVD, ou livros, ou roupas bonitas, ou telefones. Mas eles não davam à mínima. Eles estavam muito bem sem essas coisas. Eles tinham comida e abrigo, e a ajuda do programa de assistência médica. E isso era tudo o que precisavam. — Ele fechou os olhos novamente. — Eu ainda tenho algumas fotos que tirei quando eu estava lá. Na época, eu estava apenas usando alguma câmera descartável barata, mas tem uma imagem de uma das mulheres da cidade, e ela está sentada na frente de um pequeno lago com seu filho no colo. O sorriso dessa mulher. — Ele balançou a cabeça ligeiramente. — É um dos sorrisos mais genuínos que eu já vi. Não é tingida com a vaidade, ou manipulação, ou desejo. É só... felicidade. Pura felicidade. Ele suspirou baixinho. — É provavelmente a mais bela imagem que eu já fiz. Andie ficou olhando para ele, as emoções lavando sobre ela mais rápido do que ela poderia nomeá-las. Ela sentiu os músculos de seu braço contraírem com o desejo de estender a mão e tocá-lo, passar a mão pelo cabelo, ao longo da linha angular de sua mandíbula, abaixo do comprimento de seu braço, mas, em vez disso, ela se deitou ao lado dele, seus corpos com meros centímetros de distância, enquanto olhava para o céu. Havia um milhão de coisas que ela queria dizer, coisas que ela poderia ou deveria ter dito, mas de repente viu-se dizendo-lhe algo que ela nunca tinha contado a ninguém, uma memória aleatória de sua infância que ela nunca tinha sido muito capaz de esquecer. — Uma vez, quando eu tinha dez anos, eu estava brincando no parque perto da minha casa. — Andie disse, sua voz suave. — Eu estava sentada no balanço e vi esse casal, este homem e esta mulher sentados no banco próximo. Fiquei fascinada com a forma como eles se enrolavam em torno de si, quase como se eu não pudesse dizer onde um terminava e o outro começava. Eu nunca tinha visto nada parecido. Ele continuava beijando-a. Beijando-a em todos os lugares. Seus lábios, suas bochechas, o dorso da mão, e ela não conseguia parar de sorrir. Eu os assisti durante todo o tempo que eles ficaram lá. E mesmo quando se levantaram para sair, mesmo quando eles estavam indo

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embora, eles ainda estavam em volta um do outro, como se fossem uma só pessoa, ou como se lhes causasse dor física serem separados. Ela estava consciente de seus olhos sobre ela, que ele tinha virado a cabeça para olhá-la. — E naquela noite, fui para casa, e eu sentei na mesa de jantar, e vi minha mãe e meu pai, como eles circulavam em volta um ao outro na cozinha, como ímãs virados, sabe? Incapaz de cruzar a fronteira invisível que os impedia de estalar juntos. Quero dizer, eles eram sociais. Eles eram gentis. Eles falavam sobre os seus dias. Eles falavam comigo. Mas eles não se tocavam, e eles não se beijavam, e não abraçavam, e eu percebi então que eles nunca realmente fizeram. E eu tinha apenas dez anos, mas me lembro de imaginar naquela noite se o casal no parque era estranho, ou se meus pais eram. Foi um momento antes de ele falar, o baixo timbre de sua voz penetrando o silêncio. — Não é uma questão de um casal ser estranho e um ser normal. Ou até mesmo um ser feliz e um ser infeliz. Talvez ambos tivessem exatamente o que eles precisavam. Talvez ambos estivessem felizes com o que tinham. Andie fechou os olhos e balançou a cabeça suavemente. Em todos os anos que a memória a havia atormentado, ela nunca tinha pensado nisso dessa forma. — Porém alguma vez você perguntou a si mesma a verdadeira pergunta? — Ele perguntou. Ela abriu os olhos e virou a cabeça para o lado para encará-lo, e assim que ela fez, ela desejou que não tivesse. Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância, seus olhos verdes intensos quando eles conectaram os dela. — Qual é a verdadeira questão? — Ela conseguiu, sua voz suave. — O que você quer, Andie? Qual desses cenários faria você feliz? Ela precisava desviar o olhar, mas ela não podia. E se ele queria, não demonstrou. Ele manteve os olhos nos dela, o ar pesado com as palavras não ditas enquanto esperava sua resposta. O som agudo de seu telefone tocando perfurou o silêncio e Andie sacudiu ereta, procurando em sua bolsa por ele e seu coração batia contra as costelas. — Olá. — Ela disse quando trouxe o telefone para sua orelha, sua voz um pouco trêmula.

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— Ei, querida. — Colin. — Ela disse, seu nome soando mais como uma afirmação do que uma saudação. Com o canto do olho, ela viu Chase sentar-se lentamente, passando a mão pelo seu cabelo enquanto olhava na direção oposta. — Onde você está? Você está quase aqui? — Ele perguntou. — Hum, bem, não é bem assim. Vai levar mais algumas horas. — Ela disse, enquanto se endireitava e alisava sua camisa. — Sério? O que aconteceu? — Nós pegamos trânsito — Ela viu Chase virar para olhá-la, então, e ela pegou seus olhos por um instante antes de desviar o olhar. Mas naquele instante, ela viu neles exatamente o que ela mesma estava pensando: eles não estavam fazendo nada de errado. O que eles estavam fazendo era completamente inocente, não era? Então qual o motivo que ela tinha para mentir?

No momento em que chegaram ao hotel em Tampa, era depois das oito, e quando eles entraram no saguão do Westin Tampa Harbour Island, o local onde o casamento seria realizado na noite seguinte, Andie permaneceu perto da recepção, onde Chase aproximou-se da recepcionista. Ela sabia que Colin estava no quarto 516. Não havia nenhuma razão para ela ir até a recepção, e nenhuma boa razão para ela esperar. No entanto, ela se encontrou fazendo isso de qualquer maneira. Chase olhou para ela, forçando um pequeno sorriso. — Você pode subir. Eu ainda preciso conseguir um quarto, e então eu provavelmente vou sentar no bar e tomar uma bebida. — Ah... tudo bem. — Andie disse, dando um pequeno passo para longe dele. ~ 105 ~

— Vá em frente. — Ele disse, acenando com a cabeça em direção aos elevadores. — Tenho certeza que Colin não pode esperar para te ver. Andie acenou com a cabeça. — Então, eu vou te ver amanhã? Chase assentiu com um sorriso. — Boa noite, Andie. — Ele disse antes de voltar sua atenção para a recepcionista que começou a pedir-lhe informações. Andie começou a caminhar até os elevadores, perguntando se ele estava vendo-a partir e, lutando contra o desejo de se virar e descobrir. Ela bateu o botão e esperou ansiosamente pelo elevador, e assim que ela estava lá dentro e as portas se fecharam, ela exalou pesadamente, seus ombros caindo e inclinouse contra a parede espelhada. Ela virou-se, então, avistando seu reflexo. — O que está acontecendo com você? — Perguntou-se com semblante suave, no momento em que a companhia da porta apitou. Ela se levantou e ajustou a bolsa no ombro, respirando fundo antes de sair para o corredor. Andie se aproximou da porta do quarto 516 e bateu suavemente. Poucos segundos depois, a porta se abriu e Colin sorriu largamente. — Querida. — ele disse enquanto passava os braços ao redor da cintura dela e a puxava contra ele. Ela virou o rosto em seu pescoço, aspirando a essência que era dele, querendo trazê-la de volta para um lugar onde ela estava certa sobre tudo em sua vida. — Estou feliz por você estar aqui. — Ele disse, trazendo sua boca para a dela para um breve beijo antes de pegar suas malas. Ele as colocou na frente do armário antes de se deitar na cama e sustentar a cabeça na mão, com os olhos na tela da televisão. Andie foi trabalhar desembalando suas coisas, olhando-o a cada poucos segundos, enquanto ele assistia ao jogo na televisão. Ele era tão bonito. Depois de todo esse tempo, ainda havia dias que ela se pegava maravilhada com ele. Ela sentia falta dele. Ela realmente sentiu. E esse reconhecimento colocou sua mente esgotada pouco à vontade. Depois de desarrumar a mala, ela deitou ao lado dele na cama. ~ 106 ~

— Você comeu? — Ela perguntou, se aconchegando nele. Ele distraidamente passou o braço sobre ela. — Eu fiz um grande lanche. O cardápio do serviço de quarto está sobre a mesa se você quiser pedir alguma coisa. — Ele disse, acenando com a cabeça na direção da mesa, com os olhos ainda na tela. Andie virou-se para seguir o seu olhar. Era apenas o início do segundo tempo, o jogo seria por um tempo. — Você quer alugar um filme ou algo assim? — Ela perguntou, passando a mão sobre seu lado. — Hmm? — Ele perguntou, olhando para ela. — Oh, hum, talvez depois deste jogo, ok? Eu tenho dinheiro nisso. — ele disse, beijando-lhe a testa antes de voltar seus olhos para a televisão. — Ok. — Andie disse suavemente. — Como foi a viagem? Além do tráfego. — Andie mordeu o lábio antes de dizer: — Não foi ruim. Colin passou a mão em seus cabelos, seus olhos ainda sobre o jogo. — Você parece cansada. Por que você não come e depois descansa um pouco? — Ela balançou a cabeça, deitando ao lado dele por mais um momento antes de finalmente sentar-se e sair da cama. Ela sentou-se no parapeito da janela, enquanto olhava o cardápio do serviço de quarto, finalmente, decidiu pedir uma salada grega e um copo de vinho. Quando ela ligou e fez o pedido, ela se encontrou perguntando o que Chase estava fazendo, se ele ainda estava no bar, ou não tinha comido ainda. Ela devia apenas ter comido alguma coisa com ele lá embaixo, pensou. Colin não teria sentido sua falta por uma hora mais ou menos, não com o jogo. E então ela foi imediatamente contrariada por sua linha de pensamento, sentada a quatro pés longe de seu namorado, enquanto tentava descobrir como ela poderia ter gasto um tempo com outra pessoa.

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Cerca de dez minutos mais tarde, o jantar chegou e ela sentou-se contra a cabeceira da cama, sua salada balançava delicadamente nas coxas enquanto ela olhava sem ver o jogo, saboreando seu vinho, sua mente um milhão de milhas de distância da primeira baixa e pontos extras. Em algum lugar ao redor do início do quarto tempo, Andie tomou banho, mudou seu pijama e escovou os dentes antes de se encolher debaixo das cobertas ao lado de Colin. Ela não tinha certeza de quanto tempo estava dormindo antes de senti-lo se aconchegar atrás dela, pressionando o comprimento de seu corpo contra suas costas. Sua mão veio para o quadril, apertando-o suavemente, e, quando ele acariciou seu cabelo, seu hálito quente se espalhou em todo o seu pescoço. Ela sabia o que iria acontecer a seguir. Ela poderia escrevê-lo. Ele iria começar a beijar seu pescoço, e quando ela começasse a responder, sua mão passaria de seu quadril para a parte inferior do estômago, deslizando pelo comprimento de seu abdômen, até que ele chegasse a seus seios. Ele iria passar algum tempo lá, primeiro com as mãos, e depois com a boca, antes de sua mão fazer o seu caminho de volta para baixo de seu corpo e se estabelecer entre suas pernas. E depois que ela chegasse ao clímax, ele iria fazer amor com ela, começando embaixo dela, mas terminando em cima dela. E então ela descansaria a cabeça em seu peito, e ele colocaria seu braço em torno do ombro dela, e eles adormeceriam. Sim, com Colin, ela sempre sabia exatamente o que esperar. E pela primeira vez em seu relacionamento, ela de repente se viu desejando que não soubesse.

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CAPÍTULO OITO

— Outro. — perguntou o barman, e Chase voltou sua atenção para o homem de pé por trás do bar. — Sim, obrigado. — Seven and Seven, certo? — O homem perguntou, estendendo a mão para o copo vazio de Chase. — Sim. — Ele disse, observando o barman começar a misturar a terceira dose que Chase consumia na última hora. Ele sabia que provavelmente deveria desacelerar, mas ele precisava de algo para mantê-lo ocupado. Certamente nada mais naquela longa noite conseguiu mantê-lo. Nem a cerimônia. Nem o grande número de pessoas com quem e tinha falado desde que a recepção começou. Nem a música vinda da tenda do DJ ou a pista de dança cheia de gente. Nada podia manter sua atenção por muito tempo. Ele estava no meio de uma conversa com alguém, rindo e se divertindo, e sem sua permissão, os seus olhos começavam a passear, varrer através da multidão até que ele a encontrou. Tinha mais de três centenas de pessoas na sala, e ainda assim ele só levou segundos para encontrá-la. Toda hora. Como se ela fosse uma espécie de maldito farol. Eles não falaram um com o outro nenhuma vez naquele dia, apesar de terem feito contato com os olhos várias vezes durante a cerimônia e algumas vezes desde que a recepção começou. Sempre que isso acontecia, um deles sorria ou levantava a mão em saudação, e o outro seguia o exemplo, mas Chase podia ver que havia um ligeiro mal-estar em suas ações. O que era pior, porém, era que ele podia sentir o mesmo desconforto com ele mesmo, e isso o deixava louco.

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Ele não queria que as coisas ficassem desconfortáveis entre eles novamente, mas ele sentia como se ele mesmo tivesse contribuído para isso. O garçom colocou a bebida na frente dele, e Chase jogou uma gorjeta no bar, então, pegou a bebida e tomou em um gole lento, virando-se para a sala cheia de gente. E lá estava ela, conversando com uma das damas de honra em uma mesa perto da varanda do outro lado da sala. Ele não tinha sequer tentado até agora. Pelo menos não conscientemente. Desde aquele momento em Tybee Island, quando ele lhe perguntou o que a faria feliz, a dinâmica entre eles havia mudado. Esse foi o momento em que as coisas deixaram de ser inocentes, o momento em que sua consciência foi para o banco traseiro e era apenas eles dois, apenas Andie e Chase e a palpável tensão empolgante entre eles, cobrados por possibilidades inacessíveis. Pelo menos, é assim que foi para ele. Ele não tinha ideia do que ela estava pensando. Mas então ela mentiu. Ela disse a Colin que estavam atrasados porque eles estavam presos no trânsito, e ele soube que ela estava sentindo o mesmo que ele, pelo menos em algum nível. Era tudo tão fodidamente errado. Chase tomou outro gole de sua bebida, tentando focar nos corpos espalhados balançando na pista de dança. Durante toda a noite ele estava preso a noção de que, em algum momento na vida de cada indivíduo, ele tinha sido culpado por olhar para a namorada de um amigo e pensado em coisas que eram menos do que apropriadas. Ele poderia ser um bom sujeito, ele poderia ser um bom amigo, mas quando chegava a hora, homens eram homens, e a merda acontece. O subconsciente é uma coisa impossível de controlar. Um cara não era considerado um idiota a menos que ele tenha agido por esses pensamentos involuntários. Chase trouxe a bebida aos lábios, balançando a cabeça, porque, tanto quanto ele queria racionalizar o que estava acontecendo, a verdade é que seus pensamentos não eram involuntários. Eles não eram sequer pensamentos sexuais superficiais e ordinários. Eles eram muito piores do que isso. Não era como se ele ficasse se perguntando o que ela seria nua, ou se ela daria ou não uma trepada. Não, ele pensava sobre qual seria a sensação de correr as mãos sobre cada centímetro dela, e se o resto dela era ou não tão macio quanto suas mãos. Ele imaginava ~ 110 ~

pressionando seu rosto pelo seu pescoço, ou enterrando seu nariz no cabelo dela, respirando o cheiro que o fazia se sentir como se estivesse virando do avesso. Ele iria pensar em fazê-la rir, na cadência musical dela, ou na forma como ela se sentiria pressionada contra ele, enquanto estavam deitados na cama juntos assistindo um filme juvenil. Ele imagina mergulhar pelado com ela em alguma lagoa remota clandestina, ou cozinhar o café da manhã com ela, lado a lado, Andie vestindo nada, exceto uma de suas camisas, com o cabelo naquele coque desleixado que conseguia deixar seu olhar inocente e sexy ao mesmo tempo. Chase fechou os olhos e beliscou a ponte de seu nariz. Ele teria se sentido melhor sobre si mesmo, se ele tivesse fantasias sobre transar com ela no closet e nunca chamá-la novamente. — Senhoras e senhores. — O DJ disse no microfone, e Chase abriu os olhos e virou a cabeça em sua direção. — Neste momento, nós gostaríamos de pedir a Justin, Stella e seus padrinhos de casamento, para saírem no terraço para algumas fotos. Chase voltou sua atenção para o outro lado da sala onde Colin estava agora se aproximando de Andie. Ele a beijou na bochecha então passou, indo em direção as portas do terraço, e a dama de honra que Andie estava conversando, a entregou sua bebida enquanto seguia Colin para fora. Andie virou então, tomando um delicado gole de seu vinho quando seus olhos percorreram a pista de dança, e tanto quanto ele odiava admiti-lo, ele foi rapidamente tomado pela esperança de que ela estava procurando por ele. Ela deu alguns passos até a mesa dela, colocando a bebida de sua amiga sobre ela antes de sentar, arrastando a ponta do dedo ao longo da borda de sua taça de vinho, observando as pessoas que se deslocam na pista de dança. Ela cruzou as pernas, em seguida, e a fenda de seu vestido se abriu para revelar o comprimento de uma perna, até o meio da coxa. Chase fechou os olhos antes de virar de frente para o barman. — Posso ter uma dose de Johnnie Walker? ~ 111 ~

— É pra já, amigo. — Ele disse com um olhar desconfiado, inclinando-se para alcançar abaixo do bar, e Chase voltou os olhos para o outro lado da sala, terminando sua bebida. Que porra de vestido. Ele mal podia suportá-lo antes que ele percebesse que tinha uma fenda lateral ao longo de sua perna. Ele não sabia nada sobre vestidos, ou de moda em geral de qualquer maneira, mas esse vestido era verde escuro e parecia que era feito de algum tipo de seda. Cada maldita curva de seu corpo parecia mais suave e mais cheia nesta coisa. E quando ela se virou para sair da cerimônia mais cedo naquela noite, ele quase engasgou com o chiclete quando viu que toda suas costas estava exposta. Ela olhou para cima, em seguida, fez contato visual com ele, e ele congelou. Um pequeno sorriso curvou em seus lábios e ela levantou a mão para dizer ‘Olá’, e ele sorriu de volta para ela, assim quando o barman disse: — Aqui está. Chase virou, colocando o copo vazio no bar e alcançando a dose, parando antes que ele o pegasse. Ele não sabia se foram os três Seven and Sevens consecutivos, ou apenas o sorriso que ela deu a ele, mas naquele momento, ele tomou uma decisão. — Na verdade, eu posso pegar um Lemon Drop também? — O barman ergueu a sobrancelha para ele. — Você vai ficar bem, cara? Chase sorriu. — Eu não vou vomitar no seu bar, se é isso que você está perguntando. O barman sacudiu a cabeça com uma pequena risada, pegando a garrafa. Ele serviu a dose, dando a Chase a bebida e o limão com açúcar. — Espere aí. — Ele disse, e Chase podia dizer pelo seu olhar que ele não estava se referindo a Chase segurando sua bebida. Ele agarrou as duas bebidas e atravessou a pista de dança, com cuidado para não derramar enquanto manobrava seu caminho através dos corpos dançantes. Logo que ele emergiu da multidão, ela ergueu os olhos, sorrindo para ele novamente. ~ 112 ~

— Oi. — Ela disse quando ele se aproximou de sua mesa, o constrangimento entre eles aparentemente desaparecido, e ele esperava que não fosse apenas a sua vaga percepção induzida pelo álcool. — Oi. — Ele disse, puxando uma cadeira ao lado dela. — Está se divertindo? Ela assentiu com a cabeça. — Eu acho que conheci mais pessoas nas últimas horas que conheci nos últimos anos. Mas grandes casamentos são sempre divertidos. Estou surpresa de vê-lo moído por aí, no entanto. Achei que você estaria colado na câmera. — Não, eu estou fora esta noite. Aqui, eu trouxe algo. Ela olhou para baixo, avistando o copo que ele colocou na frente dela, e ela balançou a cabeça. — Eu acho que não. — Ela disse, olhando para ele e franzindo o nariz adoravelmente. — Eu não sou realmente um tipo de garota de drinks. Estar tão perto dela novamente, fez Chase se sentir subitamente atrevido. — Bem, há dois dias, você não era o tipo de garota que deixava alguém dirigir seu carro. — Andie sorriu enquanto ele continuava. — E ontem, você não era o tipo de garota que saia da estrada e saltava completamente vestida em um lago. — Eu realmente não tive escolha sobre isso. — Ela disse através do riso, e Chase sorriu. — Quebre sua concha. — Ele disse enquanto deslizava a bebida mais perto dela. Ele ergueu os olhos para ela, com uma voz brincalhona. — Eu digo que devemos fazer desse o tema para o fim de semana. Andie olhou para a bebida, mordiscando o canto do lábio. Ele poderia dizer que ela estava pensando sobre isso, então acrescentou: — É um drink muito inofensivo. Feminino, mesmo. — Ela riu, tomando uma respiração profunda antes de pegar o pequeno copo, levantando para ele. — Para quebrar a sua concha. — Chase sorriu, levantando sua bebida e tinindo com a dela. — Saúde. — Ele inclinou a cabeça ligeiramente para trás enquanto tomava sua dose, mantendo os olhos nela, ela jogou a cabeça para trás e esvaziou o copo. ~ 113 ~

Ela imediatamente virou sua cabeça para cima, seus olhos arregalados colocando o copo vazio na mesa e trouxe a outra mão para a boca. Chase riu, ela fechou os olhos antes de finalmente engolir. — Oh meu Deus. — Ela disse, com a voz abafada antes de deixar cair a mão de seus lábios. — Isso era vodca pura? — Bem, sabor limão, mas sim. — Como exatamente isso é feminino? — Ela perguntou ainda horrorizada. — Porque agora você pega isso. — Ele disse, pegando a fatia de limão coberta de açúcar. Ela a agarrou como se fosse uma tábua de salvação, levando-a entre os lábios, suas bochechas afundando com a força de sua sucção, e Chase não pode deixar de rir de novo. — Lição aprendida. — Ela disse, jogando a casca de limão consumida sobre a mesa. — Essa é a última vez que eu confio em você. — Ah, vamos lá. — Ele disse, empilhando os copos vazios. — Não foi tão ruim assim. Você pode admitir isso. Ela lambeu os lábios, removendo os últimos granulados de açúcar remanescentes. — Tudo bem. A parte do limão com açúcar não era tão ruim assim. Eu poderia ter feito sem a vodka antes. Chase viu o arrepio percorrer seu ombro, quando ela acrescentou: — Mesmo que eu meio que gosto da sensação de calor que eu tenho agora. Ele sorriu para ela quando a música mudou ao redor deles, as notas de abertura de alguma balada enchendo a sala. As palavras saíram dos lábios de Chase com surpreendente facilidade. — Quer dançar comigo? — Suas sobrancelhas levantaram em surpresa antes que ela baixasse o olhar, limpando a garganta embaraçosamente. Depois do que pareceu uma eternidade, ele ouviu sua voz suave.

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— Hum... sim, tudo bem. — Chase levantou imediatamente, querendo fazer tudo o que podia para remover o constrangimento que estava começando a reaparecer entre eles. — Depois de você. — Ele disse, varrendo a mão na frente deles, e Andie lhe sorriu timidamente levantando-se e dirigindo para a pista de dança. Assim que ela chegou na beirada, Chase agarrou a mão dela e colocou a outra em seu quadril, dando-lhe um pequeno empurrão e girando-a para longe dele. Ela riu alto parando de girar, com o braço estendido para a frente dele e suas mãos ainda entrelaçadas. Ela segurou a mão na boca para abafar o riso. — Veja. — Ela disse, soltando a mão de sua boca e abanando-se. — Já está me pegando. — Peso leve. — Ele disse com um sorriso, usando seu controle em sua mão para puxá-la de volta para ele. Quando seus corpos fizeram contato, ambos congelaram, e Chase sentiu Andie ficar rígida contra ele. Ele não se moveu, afrouxando a mão dela e dando-lhe a liberdade para se afastar se quisesse. E, de repente, ele sentiu a tensão sair de seu corpo, primeiro de seus ombros, depois dos braços e, em seguida do tronco, de modo que ela literalmente se derreteu nele. Ele engoliu em seco colocando sua mão livre na parte inferior das costas, e foi pego de surpresa quando ela começou a se mover primeiro, marcando o ritmo e balançando suavemente ao som da música. Ele só levou um segundo para seguir seu exemplo e, quando sentiu a mão dela deslizar para cima das costas e vindo descansar um pouco abaixo da nuca, ele inalou uma respiração instável, esperando que ela não pudesse sentir seu coração batendo contra suas costelas. Esta foi uma má ideia. Que diabos ele estava pensando? Ele não tinha ideia de qual música estava tocando. Ele nem sabia se ele estava se movendo no ritmo da batida. A única coisa que sabia era do seu corpo contra o dele, a suavidade de seus seios pressionando logo abaixo do seu peito, o braço dela em volta de suas costas, apertando infinitamente enquanto a dança continuava de modo que ela continuava puxando seu corpo mais perto dela. Ele não sabia se ela estava fazendo isso intencionalmente ou se foi o resultado da vodka que fazia seu caminho através de seu sistema, mas ele permitiu

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que ela o fizesse, tentando com todas as suas forças não focar no modo como seus quadris estavam se movendo. Ela virou a cabeça, apoiando-a contra o peito dele, e ele foi agredido com o cheiro do seu cabelo. Instintivamente, ele se virou em direção a ele, completamente dominado pelo desejo de pressionar seus lábios contra a sua cabeça. Ela continuou dançando, seus movimentos fluidos e simples, mas provocativos no entanto, e ele podia imaginar como seria mantê-la desta forma, sem a barreira das roupas entre eles. Ele podia imaginar qual seria a sensação, como eles se encaixam perfeitamente juntos, quão fácil que seria. A mão de Chase se movia na parte inferior de suas costas, deslizando pelo o tecido do vestido e até sua pele exposta, e ele imediatamente fechou os olhos. Ele teve suas mãos em algumas mulheres em sua vida, mas Jesus Cristo, sua pele realmente parecia como a seda. Sem o seu consentimento, seus dedos se fecharam, e ele arrastou as pontas sempre tão levemente até o comprimento de suas costas. Sua pele arrepiou sob seu toque, mas ela não fez nenhum movimento para se afastar, e então ele os arrastou de volta para baixo novamente, as pontas dos dedos deslizando no vale de sua coluna vertebral. Ele nunca quis uma mulher com tanta força em toda a sua vida. A música terminou, mudando para algo alegre e pulsante, e Chase ficou completamente dividido entre alívio absoluto e o consumido desejo de continuar para sempre. Ela levantou a cabeça de seu peito, com o braço ainda em torno de suas costas e sua mão apertando a dele, e ele inclinou a cabeça, olhando para ela. Ela encontrou seu olhar, seus olhos caindo para os lábios dele por um segundo antes que ela levantasse os de volta para o seu, e ele sabia que, se ela fosse qualquer uma, seria apenas alguns segundos para sua boca estar sobre a dela. Ela pareceu perceber isso ao mesmo tempo, ele a sentiu ficar tensa contra ele enquanto seus olhos se arregalaram em alarme. — Andromeda. — Ela deixou escapar. Chase se afastou dela ligeiramente. — O quê? — Ele murmurou, lutando contra o desejo de varrer o cabelo longe de seu rosto. ~ 116 ~

— Andie. — ela disse, com a voz amolecida. — É a abreviação de Andromeda. Esse é o meu nome. Chase olhou para ela, observando o rubor colorir suas bochechas, e ela desviou os olhos. — É grego. — Ela gaguejou. — Significa beleza. — Ela se afastou dele, então, pressionando uma mão logo abaixo da base do pescoço dela, enquanto ela pegava o vestido com a outra, correndo para fora da pista de dança. Ele a assistiu correr para a porta que a levaria para o terraço, para Colin, e ele fechou os olhos e pressionou sua mandíbula. Andromeda. Significa beleza. Ele respirou fundo antes de abrir os olhos. — Sim. Significa. — Ele disse baixinho, observando sua silhueta desaparecer pela porta.

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CAPÍTULO NOVE

Andie dobrou suas roupas, com as mãos trêmulas enquanto ela colocava-as em sua mala. Ela ainda não tinha sido capaz de pensar no café da manhã, seu estômago revirava e capotava incessantemente. Era semelhante ao sentimento que costumava ter antes do primeiro dia de escola, aquela combinação de excitação e ansiedade. Ela iria começar a viagem de volta até Nova York naquela tarde. Não, eles estariam começando a viagem de volta para Nova York naquela tarde. Andie ficou balançada pela dicotomia de suas emoções, ela estava absolutamente aterrorizada em vê-lo de novo, mas ao mesmo tempo ela viu a própria vontade de jogar suas coisas a esmo em sua bolsa e correr para o carro. Ela quase o beijou na noite passada. E com esse pensamento, seu estômago virou-se novamente. Ela mal tinha dormido na noite anterior, aquele momento se repetindo em sua mente. Ela não confiava em si mesma sozinha com ele, mas, ao mesmo tempo, era a única coisa que poderia fazer isso melhor. Ela precisava de um encerramento. Ela precisava enfrentar o que quer que esteja em sua frente para que ela pudesse se reagrupar, para que pudesse voltar para Nova York com a cabeça limpa. Andie ouviu o clique do cartão-chave de Colin na porta, e ela endireitou-se como se tivesse acabado de ser pega fazendo algo errado. A porta se abriu e ela sorriu para ele, esperando que ela não parecesse tão culpada quanto se sentia. — Ei. — Ela disse. — Para onde você desapareceu? Colin se jogou por cima da cama, chegando até a mala e retirando uma calcinha de renda que ela tinha acabado de embalar, balançando-a com seu dedo enquanto ele ~ 118 ~

balançava as sobrancelhas para cima para ela. Ela riu baixinho, sacudindo a cabeça puxando-a de sua mão e a redobrou. — Eu estava lá embaixo conversando com Chase. — Ele disse, e parecia que ela sentiu seu estômago virado do avesso. — Oh. — Ela disse, mantendo os olhos treinados sobre as roupas que ela estava empilhando em sua bolsa. — Ele está quase pronto? — Não, mas ele não vai sair até mais tarde hoje à noite, por isso está tudo bem. Andie parou, olhando para Colin. — O que você quer dizer? Eu queria sair à uma hora. Colin sorriu. — Não se preocupe, nós vamos sair à uma hora, se é isso que você quer. Ela colocou a camisa na mala e ficou parada, passando a mão pelos seus cabelos, abanando a cabeça em confusão. — O que você quer dizer com nós? Você está dirigindo de volta comigo? — Sim. — Ele disse sentando-se, levando um short de Andie fora da mala e redobrando-o mais ordenadamente. Ele deu-lhe o seu sorriso de comercial de pasta de dentes antes de colocar o short de volta em sua bolsa. Andie enrugou a testa. — Mas e o seu bilhete de avião? — Ela perguntou, percebendo que provavelmente deveria ter agido parecendo um pouco mais animada neste momento. — Chase vai usá-lo. — Ele disse, escorregando da cama e indo até o banheiro para recolher suas coisas. Andie estava grata que ele tenha deixado o quarto, porque ela estava com medo de que o inchaço de decepção crescente em seu peito fosse evidente em seu rosto. — Bem, foi legal de sua parte se oferecer para trocar de lugar com ele. — Ela disse finalmente, as palavras parecendo cimento em sua boca. ~ 119 ~

Isto foi pelo melhor, ela disse a si mesma. Este era um sinal. Ela não deveria ficar sozinha com ele novamente. E verdade seja dita, ela não estava sentindo nada decepcionada com o rumo dos acontecimentos. Colin enfiou a cabeça para fora do banheiro. — Por mais que eu gostasse de ficar com o elogio, eu não ofereci. — O que você quer dizer? — Foi ideia dele de trocar. O coração de Andie despencou em seu estômago. Colin se virou e voltou para o banheiro. Foi ideia dele? Por que ele não iria querer voltar com ela? Seria porque ele também não confiava em si mesmo? Ou era porque ele não queria estar perto dela? Será que ela ultrapassou uma fronteira na noite passada? Foi ele que tinha lhe dado à bebida. Foi ele quem lhe pedira para dançar. Andie de repente sentiu-se muito traída, e fechou os olhos, balançando a cabeça com a ironia disso, porque ela era culpada de traição, até mesmo por estar chateada por isso em primeiro lugar, por estar animada, mesmo que fosse apenas por um segundo, pelo tempo que passaria sozinha com Chase. Ela nunca se sentiu tão fora de controle de suas emoções, era enlouquecedor e extremamente inquietante. Colin saiu do banheiro, golpeando seu traseiro quando ele passou por ela e começou a embalar suas coisas, e enquanto Andie fechava o zíper da própria mala, ela encontrou-se presa em algum lugar entre sentir-se aliviada, e sentindo-se furiosa consigo mesma por se sentir assim em primeiro lugar.

Eles pararam em um hotel após estar na estrada por apenas sete horas. Andie estava exausta por não ter dormido na noite anterior, e Colin estava exausto das ~ 120 ~

atividades da semana. Agora, Andie estava em outra cama estranha, seu corpo completamente desgastado e sua mente rodando em ultrapassagem. Colin estava ao seu lado, roncando levemente. Ele havia dormindo no momento em que se arrastou para a cama, enquanto Andie virava na cama. Ela tinha ainda aberto seu laptop em um momento sob a absurda pretensão de que ela iria escrever um pouco. Era, obviamente, um esforço completamente infrutífero. Um pouco antes de eles deixarem Tampa mais cedo aquela tarde, Chase tinha subido ao quarto para dizer adeus. Ele foi amável, casual, e completamente à vontade, como se a noite anterior nunca tivesse acontecido. Ele se inclinou e deu-lhe um rápido beijo no rosto, agradecendo-lhe a carona antes de virar-se para apertar a mão de Colin. Ele desejou-lhes uma viagem segura, e ele e Colin fizeram planos preliminares para se encontrar uma vez que todos eles estivessem de volta à Nova Iorque. E foi isso. Pelo menos, deveria ter sido isso. Ela deveria ter seguido o seu exemplo, fingindo que a noite anterior nunca aconteceu. No entanto, lá estava ela, deitada na cama ao lado de seu namorado com aquele momento em loop na sua mente. Ela estava absolutamente enojada consigo mesma. Por volta da meia-noite, Andie recorreu a contar carneirinhos. Ela havia chegado até cento e trinta e quatro, quando ela finalmente caiu na inconsciência. Ela não tinha ideia de quanto tempo tinha passado quando ela acordou com um sobressalto, ofegando em voz alta enquanto ela fugia de pé da cama. Ela estendeu a mão trêmula até seu rosto, passando-as inseguras pelas lágrimas que estavam escorrendo de seu rosto, aquelas que começaram antes mesmo dela estar completamente desperta. Andie olhou para Colin enquanto uma nova rodada de lágrimas derramava de seus olhos. Ele não se moveu e ela fechou os olhos em alívio, imediatamente abrindo-os quando viu a cena que se desenrolava novamente por trás das pálpebras. Meu Deus, aquele sonho.

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Ela não tinha tido em anos, e o fato de que estava tendo de volta agora era tão surpreendente como o sonho em si. Por que isso foi acontecer agora? Andie cuidadosamente passou as pernas para o lado da cama, calmamente cavando dentro de sua bolsa. Tão logo sua mão alcançou o celular dela, ela ficou de pé, na ponta dos pés foi para a varanda e deslizando a porta aberta. Uma vez fechada com segurança atrás dela, ela levantou o telefone, apertando os olhos na escuridão enquanto ela encontrou Tracey em seus contatos. Ela respondeu depois do terceiro toque. — Andie. — Ela murmurou ao telefone. — Você está bem? — Oi. — Ela disse, com voz trêmula enquanto ela sussurrou. — Eu sinto muito por acordá-la. — Está tudo bem. — Tracey disse. — O que está acontecendo? Você está bem? — Eu tive o sonho de novo. Tracey suspirou baixinho. — Merda. Você está bem? — Sim. Eu só... Eu só estou um pouco abalada. — Ela disse, com a garganta fechando com a ameaça de novas lágrimas. — Fazia um longo tempo, não é? Desde que você teve este sonho? — perguntou Tracey. — Mm-hm. — Ela murmurou, os lábios apertados juntos. — Por que... — Tracey hesitou. — Por que você acha que isso está acontecendo de novo? — Eu não sei. — Andie sussurrou. Mas isso era uma mentira. Porque naquele momento, ela sabia exatamente por que estava tendo novamente. Foi porque Chase tinha mexido algo nela, aquele desejo de fazer algo que ela sabia que era errado, e isso foi seu subconsciente lembrando-lhe o que aconteceu da última vez que fez algo que ela sabia que estava errado.

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Era a sua consciência, tentando avisá-la. — Você está sozinha. — Tracey perguntou. — Não. Colin está dormindo lá dentro. — Você vai acordá-lo? — Não. — Andie. — Tracey disse suavemente. — Você deveria apenas dizer a ele. Ela não tinha nenhuma ideia se seu raciocínio era por ela estar com medo, ou vergonha, ou se ela simplesmente não se sentia próxima o suficiente dele, mas, independentemente do motivo, ela sabia qual seria sua resposta. — Não, Trace. Eu não penso assim.

Na manhã seguinte Andie sentou-se no assento do passageiro, lixando as unhas e ouvindo Colin resmungar baixinho enquanto ela lutava para manter os olhos abertos. Ela não tinha voltado para dormir depois que acordou na noite anterior, e a exaustão foi finalmente começando a bater nela. — Vamos, idiota! — Ele gritou, atingindo o fim de sua paciência. — O limite de velocidade é de sessenta e cinco, amigão. Dirija ou saia da faixa da esquerda! Andie olhou para ele antes de voltar os olhos novamente para as unhas. — Você já pensou que talvez esse cara seja o seu anjo da guarda? — O quê? — Colin disse, olhando para Andie como se ela estivesse perdido sua mente.

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— Você já pensou que esse cara é o seu anjo da guarda? Que ele está retardando-o de modo que você dirija com um pouco mais de segurança? Ele ficou quieto por uma batida antes rir. — Bem, isso é um pouco ridículo, você não acha? — Ele perguntou, atirando-lhe um olhar divertido. Andie baixou os olhos, girando a lixa de unha entre os dedos enquanto mastigava o interior de seu lábio. — Alguma vez você já esteve em Tybee Island? — Ela perguntou de repente, não entendendo o porquê ainda trouxe-o a tona. — Não, onde é isso? — Colin disse, acelerando até passar o carro que finalmente passou para a pista da direita. — É esta pequena ilha ao largo de Savannah. É realmente histórica, mas moderna ao mesmo tempo... — Nós não podemos parar em qualquer lugar, Andie. — Colin disse, cortando-a. — Estamos com o tempo muito apertado. Eu tenho que estar de volta ao trabalho na terça de manhã. Andie franziu a testa, olhando para fora da janela de passageiro. Ela apenas sentiu vontade de falar sobre isso, ela não queria realmente parar lá. De uma maneira ridícula, ela meio que se sentia como se Tybee, fosse o seu segredo. Bem, dela e Chase. Ela descansou a cabeça contra o assento, lembrando seu tempo lá, e ela percebeu que, por mais absurdo que fosse, ir lá com outro alguém a faria sentir quase como em um ato de infidelidade. Colin falou, claramente tomando seu silêncio por infelicidade. — Vamos lá. — ela disse, cutucando ela, brincando. — Você está chateada que você está dirigindo de volta com um planejador financeiro que tem uma agenda para seguir e, não algum fotógrafo volúvel? ~ 124 ~

— Pare. — Andie repreendeu suavemente. — Eu acho que ele é corajoso por fazer isso. — Corajoso? — Colin ecoou, as sobrancelhas levantadas. — Como um fotógrafo seria corajoso? Andie se virou para ele. — Você sabe que ele foi para a faculdade para ser um veterinário, certo? Quero dizer, ele poderia facilmente fazer isso e ter um emprego estável, o dinheiro constante, mas em vez disso ele está fazendo o que quer fazer. Ele está seguindo o seu sonho, mesmo se isso signifique que as pessoas talvez não apoiem a sua decisão, mesmo que isso não signifique saber quando seu próximo salário chegará. — Andie parou, controlando o seu entusiasmo. — Eu só... Eu acho que é corajoso. — Concluiu suavemente. Colin lançou lhe um olhar. — Eu não diria exatamente que ele é corajoso. — Ele disse. — Chase tem mais dinheiro do que ele sabe o que fazer com o mesmo. Ela fez uma pausa. — O que você está falando? — A mãe dele morreu de um aneurisma cerebral há alguns anos atrás. Ela deixoulhe tudo. A grande casa em Connecticut, todo o dinheiro que ela ganhou no divórcio. — Ele parou, encolhendo os ombros. — Eu não entendo. — Andie disse, deslocando-se para ver o rosto de Colin inteiramente. — Você me disse que ele vive em um pequeno apartamento estúdio em Nova York. — Sim, ele mora, embora chamá-lo de um estúdio é generoso. É mais como um armário com um banheiro. — Ele disse com uma risada, olhando no espelho retrovisor. — Quero dizer, ele não ostenta seu dinheiro. A maneira como ele se veste, a maneira como ele age, você nunca sabe. Mas o meu ponto é, é fácil ser corajoso. — ele disse, usando o dedo como aspas. — E escolher uma profissão como essa quando você tem uma rede de segurança.

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Andie franziu a testa, mordiscando levemente a boca, enquanto ela se afastou dele para olhar para fora da janela do passageiro novamente. Algumas semanas atrás, ela provavelmente teria concordado com ele, percebeu com embaraço. Mas agora ela estava completamente frustrada pelo fato de que Colin estava diminuindo o que Chase fazia para viver. Ele era corajoso, ela decidiu; dinheiro não tinha nada a ver com isso. Ele estava seguindo o seu sonho, e ela respeitava isso. Ela invejava isso. — Se você pudesse ao menos chamar isso de profissão. — Colin adicionou como uma reflexão tardia, deixando cair um fósforo aceso para o barril de pólvora que era o estado emocional de Andie. Ela virou sua cabeça na direção dele. — Então você não acha que a fotografia seja uma coisa respeitável a se fazer? — Ela perguntou, sua voz cheia de ressentimento que aparentemente Colin não havia reconhecido. — Pode ser. — Ele disse com um casual encolher de ombros. — Para um grupo seleto. Talentos raros. Mas é uma profissão? Acho que não. É uma fuga. Fotógrafos, artistas, escritores, todos eles são sonhadores. Estes são passatempos, não carreiras. E lá estava. Ela percebeu, então, que talvez ela não disse a Colin sobre o fato de que estava escrevendo um romance, não porque ela tivesse vergonha de que estava perdendo seu tempo, mas porque bem no fundo, ela sabia que isso era exatamente o que ele acharia que ela estava fazendo. Andie olhou para o seu perfil, estudando-o como se ela estivesse vendo pela primeira vez. Então, de repente, ela se lembrou da noção de Chase sobre como as pessoas julgam a felicidade das outras pessoas de acordo com seus próprios padrões. Ela manteve os olhos sobre ele, com uma sensação estranha passando por ela, como se estivesse olhando para um estranho. — Você está feliz? — Ela perguntou abruptamente. ~ 126 ~

— Eu sou feliz? — Ele repetiu com uma risada, enrugando sua testa, e Andie de repente que se lembrou de algo que sua mãe costumava dizer a ela quando ela era jovem. Qualquer pessoa que repete a pergunta quando é questionado, está apenas ganhando tempo. — É claro que estou feliz. — ele disse com um sorriso, alcançando o console para pegar sua mão. Ele levou-a aos lábios, beijando-a suavemente antes de ele lançar lhe um sorriso, trazendo seus olhos de volta para a estrada. Ela sentou-se ali, a mão dela apertou a dele, percebendo que ele não fez a ela a mesma pergunta em troca. Não tinha certeza se era falta de cuidado de sua parte, ou a assunção automática que ela estava feliz, que impediu ele de fazer, mas para ela, naquele momento, ambas as coisas eram igualmente ofensivas.

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CAPÍTULO DEZ

Chase olhava a mulher sentada ao lado dele quando ela tirava o palito de sua taça de Martini e trouxe a azeitona para seus lábios. Ela ergueu os olhos, fazendo contato visual com os olhos dele, ela abriu a boca, sua língua lentamente correndo ao longo da parte inferior da azeitona então, tirou do palito e colocou na boca. Mastigou lentamente, com os olhos ainda grudados aos dele, um pequeno sorriso sedutor curvando seus lábios. Que diabos ele estava fazendo aqui? Ele havia encontrado essa mulher algumas semanas atrás, em alguma noite de karaokê de mau gosto, e antes que ele saísse, ela tinha lhe dado seu número. E embora ele tivesse mantido desde então, ele nunca teve intenções reais de chamá-la. Até esta noite. Viu-a girando o palito entre os dedos, numa tentativa evidente em ser sexy, e ele se sentiu quase nauseado. Poucas coisas deixavam Chase mais frustrado que tentativas gritantes de ser sedutor. Uma menina que fosse inadvertidamente sexy, aquela que estivesse totalmente inconsciente de seus recursos, do poder que ela exercia, era a que poderia deixá-lo louco de desejo. Meninas que poderiam trazê-lo de joelhos. Meninas como Andie. Ele baixou a cabeça ligeiramente fechando seus olhos. Ele estava aqui com essa mulher bonita que estava claramente interessada em dar-lhe o que ele desejava dela, e ainda assim ele não poderia tirar de sua mente a namorada de seu amigo. Ele tinha decidido pedir a Colin para trocar de lugar no último minuto, uma escolha que ele questionou toda a viagem de avião para casa e durante toda a semana que ~ 128 ~

se seguiu. Naquele momento ele tinha convencido a si mesmo de que era o mais inteligente a fazer, depois do que tinha quase acontecido entre ele e Andie na pista de dança na noite anterior, ele pensou que era para o melhor interesse de todos, que eles não passassem mais tempo sozinho juntos, pelo menos não até que eles tivessem algum tempo longe do que quer que fosse que tinha começado a se formar entre eles. Mas quando ele se obrigou a subir e dizer adeus a ela, lutando, sob o pretexto de que estava tudo bem, no segundo que ele pôs os olhos nela, ele não tinha certeza se ele tinha tomado a decisão certa. Ele podia ver nos olhos dela que estava confusa, que estava ferida, embora tenha tentado seu melhor para não deixar mostrar, e ele queria tanto tranquilizá-la, deixá-la saber que isso não tinha nada a ver com estar chateado, ou não querer passar mais tempo com ela. Era exatamente o oposto. Mas não havia nenhuma maneira dele fazer isso melhor. Colin estava bem ali, ao alcance da voz de qualquer conversa que pudessem ter. E mesmo que ele não estivesse, o que ele poderia dizer? Eu acho que eu estou apaixonado por você, e eu sei que não posso ter você, por isso é provavelmente melhor não passarmos mais tempo juntos? Ele abriu os olhos e tomou um gole de sua bebida, vagamente consciente de que a mulher próxima a ele estava falando, mas não podia se concentrar nas palavras. Este encontro era para distraí-lo, em algum nível subconsciente, Chase sabia que ele chamou essa menina esta noite porque ela era o oposto de Andie. Cabelos negros que caiam pela cintura, pele bronzeada, olhos de ‘quero levá-lo pro quarto’, roupas que cabem nela como se fossem pintadas. Tudo sobre ela gritava ‘sedutora’. Esta menina estava jogando um jogo, uma dança que ela havia aperfeiçoado, e ambos sabiam disso. Ele pensou que estava seguro escolhendo a completa antítese de Andie, mas, ironicamente, tudo o que esta mulher fez lembrava ela. Quando ela amaldiçoou diretamente, as palavras grosseiras caindo de sua língua com facilidade, ele não pode deixar de pensar em como os cantos da boca de Andie virariam para baixo em

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desaprovação e que a pequena ruga apareceria entre as sobrancelhas quando ela ouvia alguém usar palavrões desnecessários. Quando essa mulher olhou para ele com olhos de presa artificiais, tentando parecer inocente enquanto expressava sua proeza sexual, ele se lembrou de como Andie poderia facilmente desarmá-lo com um simples olhar, com os olhos arregalados e claros, sem esconder nada. Quando esta menina ordenou uma dose de Bourbon e tomou sem ao menos arrepiar, ele se lembrou da reação horrorizada de Andie com o Lemon Drop, e ele não pôde deixar de sorrir. E uma vez que ela estava em sua cabeça, era praticamente impossível tirá-la, as comportas abriram, e ele estava agredido com lembranças dela. O jeito que ela ria, enquanto subiam molhados do lago, suas roupas agarradas a cada curva de seu corpo. A forma como ela se sentia em seus braços, pressionada contra ele enquanto dançavam. O que teria sentido se ela tivesse colocado a boca na dele. Ele deixou que a fantasia fosse um pouco mais longe, continuando a ignorar a insípida, menina sem rosto que se sentou ao lado dele, completamente perdido em seus próprios pensamentos. Não demorou muito para que ele se sentisse ficando excitado, e ele limpou a garganta mexendo-se na cadeira, tentando recuperar o controle de seus pensamentos. Seu encontro pegou essa manobra desajeitada, um sorriso lento se espalhando sobre os lábios. Ela estava, obviamente, muito satisfeita consigo mesma, sem ter ideia do que realmente se tratava. Ele passou a maior parte da noite até agora permitindo que suas palavras trabalhassem por ele. Estava grato que ela não tinha nada de substancial para dizer, porque o obrigou a contribuir muito pouco para a conversa. Um aceno, um sorriso, uma risada aqui e ali, e ela estava totalmente apaziguada. Agora, ele se virou para ela, tentando fortemente se concentrar em seu rosto, no presente. Ele viu a boca se movendo, não registrando realmente as palavras, e ele suspirou para si mesmo. Ele não tinha dito a Andie que ele se orgulhava de fazer o que ele queria, quando ele queria? Ele não tinha dito a ela que ele se recusou viver a sua vida para outras

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pessoas? Que ele aprendeu a fazer o que o faria feliz, independentemente do que os outros esperassem dele? Mas isso era diferente. Foda-se. Por que tem que ser diferente? Ela era a namorada de Colin. Ele não podia fazer isto. Chase estava plenamente consciente de que ele às vezes ele parecia um idiota para as pessoas que não o conheciam, mas a verdade era que ele não era. Agora, porém, ele desejava que fosse. Ele desejou que não desse a mínima para o tipo de dor que causaria a Colin, porque ele a queria. Em todas as formas possíveis que uma pessoa poderia querer outra. A menina ao lado dele fez uma pausa na conversa, e Chase assentiu com a cabeça e sorriu, fazendo com que ela risse estridentemente e desse outra piscada sedutora novamente. Andie tinha que saber, Chase pensou. Ela tinha que saber como ele se sentia. Ele tinha certeza que ele viu em seus olhos em Tybee Island, e quase certeza que viu na pista de dança, sentindo a forma como seu corpo continuava gravitando em torno dele. Ele trouxe a bebida aos lábios, tomando um gole devagar. E ela tinha que saber que Colin não era certo para ela, ele ruminava, o álcool em seu sistema começando a abastecer seus pensamentos. Chase poderia dizer de que essa relação se tratava. Ela mesma disse. Colin era sua escolha segura. Sua vida foi cercada de escolhas seguras, mas lá no fundo, ele sabia que ela queria mais do que isso. Naquela noite, na Carolina do Sul, enquanto ela dormia ao lado dele, ele havia conseguido um vislumbre dentro de sua mente, sem a sua permissão. E ele agora sabia que havia muito mais nela do que estava deixando aparecer. Além disso, cada vez que ele a tinha empurrado para além de seu limite, embora ela reagisse inquieta no início, ela sempre acabava se emocionando com a ideia. Saboreando, mesmo. Ele queria ser aquele que iria mantê-la abrindo os olhos assim como para darlhe todas as coisas que ela queria, mas não admitiria a ninguém, nem sequer a si mesma. Ele queria ser aquele com que ela experimentaria coisas, para mostrar a ela que estava tudo bem em simplesmente... ser. ~ 131 ~

Mas ele não podia. Ele nunca faria isso com Colin. E mais, ele nunca faria isso com ela, transformá-la em alguém que fosse enganosa, desleal. Mas Deus, ele podia ver a si mesmo com ela. Ele fechou os olhos e trouxe sua bebida aos lábios, e desta vez, enquanto a imagem de estar com Andie brincava por trás de suas pálpebras, ele se deixou ir. O álcool estava fazendo-o cavaleiro, e ele estava cansado de lutar contra isso. E assim deixou-se ir na fantasia, aproveitando cada último momento imaginado, fabricado. Ele tinha quase esquecido sobre a menina ao lado dele até que sentiu a mudança em seu assento, e a próxima coisa que soube era a mão dela guiando-se para sua virilha, a evidência de sua excitação. Ele inclinou a cabeça para o lado, olhando para ela, ela tinha uma sobrancelha levantada, um sorriso irônico torcendo a boca. Ela mordeu o lado do lábio então, sem dúvida, tentando olhar tímida. — Bem, bem, bem. — ela disse, em voz baixa e gutural. — Parece que alguém está gostando da minha companhia. Ela sorriu, em seguida, trousse os lábios ao ouvido de Chase, e foi imediatamente envolvido em algum tipo de esmagador perfume almiscarado. — Vamos sair daqui, baby. — Ela sussurrou, permitindo que os dentes mordessem o lóbulo de sua orelha antes que ela puxasse para longe dele. Chase olhou para baixo, passando a língua sobre seus dentes, e respirou fundo, trouxe a bebida à boca, engolindo até o final como se fosse um tiro. Foda-se, pensou, quando ele bateu com o copo vazio no bar e pegou sua mão. E assim ele a levou para seu apartamento, lutando contra os pensamentos em Andie todo o caminho. Ela está com Colin, ele disse a si mesmo enquanto a garota se despia para ele. Eu não estou fazendo nada errado. Eu não tenho nenhuma razão para me sentir culpado, ele assegurou-se enquanto ela tirava ansiosamente as roupas dele. E quando ele entrou nela ali mesmo, no seu sofá, fechou os olhos, tentando abafar os exagerados, sons de filme pornô que vazavam de sua boca, o show que ela estava fazendo para ele. Ele imaginou que o cabelo espalhado sobre as almofadas eram loiros. ~ 132 ~

Que as unhas que cavavam em suas costas eram de Andie. Ele desapareceu dentro de si mesmo, permitindo sua mente revisitar sua fantasia do bar, só neste momento, ele se permitiu sentir. Sentir Andie debaixo dele, sentir sua respiração em seu pescoço, sentir seus corpos conectando mais e mais. Não demorou muito para que ele se encontrasse à beira, e ele cerrou os dentes para impedir que a palavra derramasse de sua boca. Andromeda. Linda.

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CAPÍTULO ONZE

Andie estava atrás do bar do restaurante de seu pai, com uma prancheta na mão enquanto seus olhos percorreriam as prateleiras de bebidas alcoólicas. — Este é andar para trás, você sabe. — Tracey disse, torcendo-se para frente e para trás em seu banquinho de bar como uma criança enquanto ela tomava um gole de Cosmo através de um canudo. — O que é? — Andie disse, levantando os olhos por um momento. — Não é o dono do bar que deveria estar abrindo suas entranhas? Raramente seria o barman que abriria seu coração. — Andie se inclinou sobre o bar e divertidamente bateu na cabeça de sua amiga com a prancheta. — Primeiro de tudo, eu não sou atendente de bar, eu estou fazendo o inventário. E em segundo lugar, você está me ordenhando para obter informações. Tracey sorriu. — Sim, e eu estou claramente torcendo seu braço. Estou te puxando com os dentes para você começar a falar sobre esse tal Chase. — Shh! — Andie disse, seus olhos voando nervosamente ao redor do bar antes de colocar para baixo sua prancheta e enterrar o rosto em suas mãos. Fazia duas semanas desde que tinha voltado da Flórida, duas semanas desde que tinha visto ou falado com Chase, e embora esperasse que o tempo apagasse a sensação que tinha na boca do estômago cada vez que pensava nele, de qualquer forma, isso só tinha ficado pior. Ela sabia que parte da razão pela qual ela se sentia desta maneira, era porque ela não teve um encerramento. E acima disso, não tinha falado uma palavra sobre isso com ninguém, mantendo o que tinha acontecido, o que ela estava sentindo apenas para si

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mesma sobre a confusão e culpa. Mas não ia para qualquer lugar. Ela sabia agora. E ela percebeu que quanto mais tempo ela mantivesse, mais ele iria apodrecer. Ela precisava contar a alguém. Então ela chamou Tracey quando o restaurante estava prestes a fechar e pediu-lhe para parar. Não era incomum para sua amiga ficar pendurada no bar enquanto Andie estava trabalhando. Mas neste momento, assim que Tracey sentou-se, Andie descarregou, derramando toda a história, começando com o seu primeiro encontro no noivado de Justin, há mais de um ano atrás e terminando com a maneira abrupta que tinham dito adeus na Flórida. Se alguém tivesse que dar uma orientação, seria Tracey. Ela tinha certeza de muita coisa. E talvez isso fosse tudo que ela precisasse para purgá-lo de seu sistema de um uma vez, uma forte dose de amor duro. — Por que não consigo parar de pensar nele? — Andie murmurou em suas mãos. — Porque você é uma mulher de sangue vermelho. — Tracey disse, colocando a bebida no bar e inclinando-se em direção a Andie. — Fantasias são saudáveis. Você só está pirando porque você é tão certinha o tempo todo. Andie baixou as mãos de seu rosto, mas seus olhos permaneceram baixos. — Eu sei, Andie. — Disse Tracey, de repente simpática. — Eu sei por que você está assim, mesmo que eu faça piadas. Mas a coisa é, você foi assim por tanto tempo, e de repente vem esse cara que agita sua gaiola. — Ela encolheu os ombros casualmente. — É claro que isso vai ficar em você. — Eu amo Colin. — ela disse com firmeza, como se ela tivesse que defender a ideia. — Então, por que não posso tirar Chase da minha cabeça? — Porque você acha que é errado, e assim por seu subconsciente está enroscando com você. Que também é normal. Todo mundo quer o que não podem ter. É como uma condição humana ou algo assim. — Tracey disse, inclinando-se para saborear a sua bebida. — Condição humana. — Andie repetiu suavemente, balançando a cabeça, agarrando-se a qualquer explicação que fosse absolvê-la de sua culpa. ~ 135 ~

— Pense nisso desta maneira. — Tracey disse, dobrando os braços na barra e inclinando-se em direção a Andie. — Seu cérebro é como um adolescente de educação super-rigorosa e rabo preso que está indo para a faculdade pela primeira vez. Você manteve um rígido controle sobre isso por tanto tempo, e agora que ele está quebrado e solto, ele está andando desenfreado como uma putinha bêbada. Andie começou a rir, sacudindo a cabeça enquanto pegava a prancheta de volta. — Não fique assustada. — Tracey consolou-a, pegando sua bebida e sentando em sua cadeira. — Como eu disse, isso é normal. Fantasias são saudáveis. — Ela acrescentou, com os olhos seguindo o cara que estava passando ao lado para o banheiro masculino, mostrando-lhe um sorriso sexy. Andie seguiu seu olhar e revirou olhos, ele era tipo típico de homem de Tracey. Bonito, com ar de um ‘bad boy’ de ponta, o suficiente para fazê-lo misterioso. Ela olhou de volta para sua amiga sentada no bar, girando seu palito em sua bebida enquanto ela sorria para si mesma, jogando pequenos olhares na direção do banheiro masculino, sem dúvida, à espera de sua reaparição. Andie nunca iria entender. Tracey só teve um relacionamento de longo prazo em sua vida. O namorado da faculdade, Nate. Ele era tão incrível, em todos os sentidos, que muitas vezes Andie encontrou-se sentindo um pouco de inveja do seu relacionamento. Ele era doce e atencioso, mas masculino. Ele era bem lido e inteligente, mas era engraçado e sociável. E tão adorável, mas ainda tinha este discreto apelo sexual. Depois que eles se separaram, Tracey começou a ir para caras que eram o exato oposto de Nate. Andie entendeu o que ela estava fazendo em primeiro lugar, porque, que garota iria querer namorar um cara que era exatamente como seu ex? Mas tinha sido há uns dois anos, e Tracey nunca tinha voltado. Ela continuou a ir atrás do tipo errado de cara, uma e outra vez, mesmo embora claramente não estivesse funcionando para ela. Um momento depois, a porta do banheiro abriu, e a pessoa do interesse de Tracey para à noite reapareceu, seus olhos encontrando os dela enquanto ele contornou o bar novamente. Ele sorriu um sorriso arrogante, erguendo o queixo em saudação quando passou por ela. Tracey sorriu e mordeu o lábio, segurando seu olhar antes que ela voltasse para Andie, arqueando as sobrancelhas. ~ 136 ~

Ela sentiu uma leve tristeza por sua amiga naquele momento, e ela não tinha certeza do porquê. Depois de tudo, quem era ela para julgar, depois de passar horas em falatório sobre um homem que não era seu namorado? Andie continuou fazendo o inventário enquanto Tracey terminou sua bebida, a conversa assumindo um tom muito mais leve enquanto observava sua amiga atirar olhares de ‘vem cá’ para o homem misterioso do banheiro. Cerca de dez minutos depois, Andie foi capaz de dedicar totalmente sua atenção para a tarefa em mãos quando o homem caminhou até o bar, direcionando a Tracey seu sorriso arrogante e efetivamente terminando a conversa. Tracey e seu novo amigo Dave foram os últimos a sair do restaurante e, quando Andie deu-lhe um abraço amigo, sussurrou o aviso gentil obrigatório em seu ouvido, para Tracey, que reagiu com o padrão. — É claro que eu vou ter cuidado. — Era uma dança que tinha dominado ao longo dos anos. Um por um, seus funcionários começaram a deixar o restaurante, e Andie demorou, encontrando coisas para limpar e organizar. Ela não queria ir para casa, no entanto, não enquanto sua mente ainda estava girando. Tracey havia prometido a ela que o que estava sentindo era normal. Apenas uma condição humana de fuga-para-omoinho, o desejo de algo que era imoral. Acontece a todos. Então, por que ela não se sentia segura? Cerca de meia hora depois, ela olhou ao redor do bar com um suspiro, percebendo que ela tinha esgotado todas as razões para ficar. Andie dobrou o pano que ela tinha usado para limpar o bar sobre o lado da pia quando abaixou-se para pegar sua bolsa. E então ela congelou, espiando a garrafa de Grey Goose4. Antes que ela decidisse conscientemente fazer mesmo isso, Andie estava de volta para trás do bar, buscando através do compartimento frigorífico retirando uma fatia de limão. Ela agarrou o recipiente de açúcar, mergulhando a fatia nos grânulos brilhantes até que ela ficou revestida, colocando-a suavemente num guardanapo. Em seguida, alcançou acima dela e puxou o copo de dose da prateleira. 4

Grey Goose - uma marca de vodka.

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— O que você está fazendo? — Perguntou-se silenciosamente derramando uma dose de vodka. Com uma respiração profunda, Andie levou aos lábios. — Para a condição humana. — Brindou, antes de jogar a cabeça para trás e se esgotar. Ela se encolheu, atingindo rapidamente para o limão e apertá-lo em sua boca, permitindo que o açúcar e o suco de limão tirassem a mordida da dose. Ela soltou uma respiração lenta enquanto jogava a casca de limão no lixo próximo a ela antes de fechar os olhos, deixando que o calor infiltra-se de sua garganta para o estômago e para fora através de suas extremidades. Lembrou-se da última vez que se sentiu assim, o calor agradável correndo através dela, de repente intensificado por suas palavras. Você vai dançar comigo? Ela abriu os olhos, pegando a garrafa novamente. Para sua surpresa, o segundo foi para baixo muito mais suave, o seguimento com limão e açúcar servindo como um tratamento e não uma necessidade. Andie ficou ali por um momento, mãos na bar e os olhos fechados. Seu corpo estava quente e solto, e ela revirou o pescoço lentamente, saboreando o sentimento. Seus pensamentos a faziam se sentir muito bem organizada, a culpa que tinha estado a frente de sua mente por duas semanas agora flutuava em algum lugar na distância, como o ruído de fundo. — Que diabos. — Ela disse, estendendo a mão para a garrafa mais uma vez. Ela não tinha vindo de carro para o restaurante naquela noite, era apenas uns dez minutos a pé do apartamento dela, e encontrar estacionamento normalmente era um pesadelo nas noites de fim de semana. Ela tomou a terceira dose, desta vez nem sequer incomodar-se com o limão antes de ela limpar tudo e colocar a garrafa abaixo do balcão. A caminhada para casa parecia passar mais rapidamente do que costumava ser, com o ar fresco em sua pele e as luzes da rua salpicando seu caminho. Andie notou que as arestas das coisas tomaram uma qualidade difusa, quase como se ela estivesse andando ~ 138 ~

em um sonho, e pegou-se sorrindo para si mesma como uma idiota em absolutamente tudo de uma vez. Ela subiu as escadas até seu apartamento, a impressão de sonho aumentando um pouco quando alcançou sua porta, e ela riu para si mesma, cambaleou um pouco para trás olhando para baixo para pegar as chaves fora de sua bolsa. Ela vasculhou-a, suavemente a princípio, e depois com um toque de pânico. — Merda. — Ela disse, deixando cair os braços para os lados e deixando a cabeça cair para trás. É claro que hoje à noite seria a noite em que ela deixaria suas chaves no restaurante. Assim quando ela estava prestes a voltar em direção à escada, ela congelou, lembrando que tinha colocado as chaves na mesinha da entrada quando correu de volta para seu quarto para pegar um grampo de cabelo antes de sair para o trabalho. E ela nunca as pegou de volta. Ela se virou em direção à porta e caiu para frente, batendo a testa nela três vezes antes de, finalmente, apenas deixar pressionada contra a madeira. Isto era tão diferente dela. Ela nunca fizera coisas irresponsáveis como esta. Porém, desde que ela voltou da Flórida, parecia ser uma ocorrência comum, estava desmiolada, sonhava em momentos inapropriados, ela não poderia escrever uma coisa para salvar a vida dela, e constantemente encontrava coisas sobre Colin que a irritavam. E depois, é claro, houve o reaparecimento do sonho. Ela abriu os olhos e rolou para o lado de modo que suas costas estavam pressionadas contra a porta, e ela deslizou pela frente até que estava sentada no chão. Tracey tinha a chave reserva, lembrou-se, mas antes que a ideia surgisse em sua cabeça, ela a rejeitou. Ela conhecia sua amiga, e sabia o que ela estava fazendo agora. Não haveria jeito de Tracey responder ao seu chamado. Nem Andie queria que ela o fizesse. Ela vasculhou a bolsa e pegou o telefone, enviou uma mensagem de texto a Tracey ao invés, explicando a situação e pedindo-lhe para ligar o mais rápido que pudesse. Ela poderia ter chamado Colin e dormido em sua casa hoje à noite, ela pensou. Mas se ela estivesse sendo honesta consigo mesma, ela não queria. Tudo que ela queria naquele momento era ficar sozinha com seus pensamentos, em sua cama, em sua casa. ~ 139 ~

Ela olhou para o telefone dela, seus polegares correndo sobre o teclado, e então, de repente, eles estavam se movendo. Lemon Drops estúpidas me mantendo fora de meu apartamento. Ela enviou o texto antes que sua mente nebulosa pudesse perdoar ou até opor-se ao que ela tinha acabado de fazer, e ela descansou a cabeça para trás contra a porta, uma pequena risada borbulhante de sua garganta. Sentia-se incrivelmente indiferente. Ela tinha quase adormecido contra a porta quando o som de seu telefone tocou sacudindo-a do seu torpor. Ela se atrapalhou com ele por um segundo antes de levar a sua orelha. — Olá? — Lemon Drops, hein? — Ele perguntou, e Andie pensou que seu coração fosse bater fora de seu peito. Ela sentou-se em linha reta, sua visão borrou por um momento antes de endireitar-se. — Eu não pensei que você fosse uma fã deles. — Chase acrescentou. — Eu não era. Eu não sou. — Ela disse, com a voz ligeiramente trêmula. — Posso perguntar como eles conseguiram deixar você trancada fora de seu apartamento? — Eu esqueci de pegar as minhas chaves comigo quando sair para o trabalho hoje à noite. — Hmm. — Chase disse. — Bem, isso dificilmente poderia ter sido o resultado das doses que você não tinha tomado ainda, mas é bom ter álcool como um bode expiatório para um comportamento idiota, não é? — Cala a boca. — Ela suspirou, encostando-se a porta e chegando a mexer com a maçaneta. — Será que ninguém mais tem a chave para o seu apartamento? — Minha amiga Tracey. ~ 140 ~

— Bem, você a chamou? — Ele perguntou. — Ela está... ocupada. — Andie disse, rolando seus olhos, distraidamente torcendo a maçaneta trancada na porta à cima dela. — Hmm, bem. — Chase disse, sua voz tomando um calibre gutural que causou uma vibração no estômago de Andie. — Há alguma janela que você pode subir? — Estou no segundo andar, lembra? E que está trancada de qualquer maneira. — É claro que elas estão. — Ele disse. — Eu esqueci com quem eu estava falando. — Oh, certo. — Andie respondeu, passando a mão molemente pela maçaneta, — Porque somente pessoas com retenção anal trancam suas casas quando saem. As pessoas normais saem deixando as portas e janelas abertas. Com pequenos sinais de néon sobre eles que dizem? ‘Andarilhos e ladrões são bem-vindos’. — Andarilhos? — Ele perguntou através de uma risada. — Você tem algum problema constante no seu condomínio? Andie apertou os lábios, lutando contra um sorriso. — Eu te odeio. — Ela finalmente conseguiu. — Por que você não arromba? — Arrombar? — Ela repetiu, incrédula. — O que você acha que eu sou? — É a sua própria casa. — Ele riu. — Todo mundo fez isso pelo menos uma vez em sua vida. Usando um cartão de crédito. — Isso só funciona nos filmes. — Ela disse, mas rolou desajeitadamente para o lado e se ergueu sobre os joelhos, examinando a maçaneta. Será que ela ainda tem um cartão de crédito com ela? Neste ponto, estaria disposta a tentar qualquer coisa. Só queria sua cama. Inclinou a cabeça para o lado e segurou a telefone com o ombro, lutando para recuperar o equilíbrio antes que ela começasse a vasculhar através de sua bolsa novamente.

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— Tudo bem, eu desisto. — Ela suspirou. — Como você faz essa coisa com o cartão de crédito? — Na verdade, eu tenho uma ideia melhor. — ela ouviu Chase dizer, embora sua voz soasse estranha, quase como um eco. Ela foi colocar o seu telefone na outra orelha, congelando quando ela viu algo em sua visão periférica. Ela lentamente virou a cabeça para o lado, e seu coração saltou em sua garganta. Chase estava a poucos metros de distância, sorrindo para ela, pegou o telefone de seu ouvido e terminou a chamada. — Olhe para você, você está exuberante. Você tem sorte que eu estava no meu caminho passando por aqui. É uma noite um pouco fria para dormir na porta. Andie sentou congelada, o celular ainda em seu ouvido, olhando para ele. Ele sorriu. — Você pode desligar agora. Andie piscou rapidamente, agarrando-se fora dela, enquanto arrancou o telefone da sua orelha, pressionando quatro botões antes de fazer o caminho certo para terminar a chamada. — O que você está fazendo aqui? — Ela finalmente conseguiu, tentando parecer composta. Chase gesticulou em direção à porta. — Ajudando você. — Não, quero dizer, o que você está fazendo aqui? — Ela perguntou. — No meu apartamento? — Meu amigo Benny faz um jogo de poker, uma vez um mês. Ele mora a poucos quilômetros daqui. Eu estava no meu caminho para casa. Sorte para você. — O toque de condescendência em sua voz lembrou Andie de seu primeiro encontro em porão da casa de Justin, e ele fez o seu sangue correr em suas veias novamente, só que desta vez por um motivo diferente. Ele se aproximou dela, alcançando seu bolso das calças e tirando algum objeto de metal que parecia um cruzamento entre uma longa agulha e um par de alicates. Ele parou na frente dela, e ela olhou para ele, não sabendo o que dizer em seguida. Ele arqueou sua testa, o sorriso voltando. ~ 142 ~

— Oh! Desculpe. — Andie disse, realizando manobras desajeitadamente para o lado e dando-lhe acesso a porta. Ele riu, agachando-se ao lado dela, correndo a ponta do seu dedo sobre o frente da tranca e inclinando-se para examiná-la. Andie olhou para o seu perfil. O ângulo de sua mandíbula, o despenteado sexy do seu cabelo. Suas inibições estavam crescendo tão confusas quanto a sua visão. Chase olhou para ela. — Então, aqui estamos novamente. Você, eu, e uma porta trancada. — Ele disse com um sorriso que fez com que o estômago de Andie desse cambalhotas. — Você percebe o quão estranho é que você tenha consigo um dispositivo usado para arrombar as casas das pessoas? — Ela deixou escapar, e ele riu antes que voltasse sua atenção para a maçaneta. — A maçaneta do meu apartamento é um pouco... temperamental. — Ele disse, inserindo a ponta mais longa da ferramenta dentro do buraco da fechadura. — Após a desmontagem da minha porta um monte de vezes, eu finalmente percebi que é apenas mais fácil possuir um destes. — Ele apontou para a ferramenta na sua mão, trazendo a outra mão para a maçaneta, segurando constante enquanto rolava o pulso ligeiramente, manobrando a ponta de agulha no pequeno orifício. Ela viu quando ele franziu a testa, concentrando-se, como se estivesse realizando uma cirurgia, e por um segundo ela podia vê-lo médico, como seu pai queria que ele fosse. Ele foi um pouco mais perto da porta, um pouco mais perto dela, rolando seu pulso um pouco mais rápido agora. Ela podia sentir o cheiro dele, ela percebeu, fechando os olhos e inalando um processo lento, respiração profunda. Um clique afiado soou bem em cima da cabeça dela, fazendo-a pular, e Chase torceu a maçaneta e abriu a porta. Ele virou-se para ela com um sorriso. — Moleza. — Ele disse antes de subir em seus pés e, estendeu suas mãos para ela. Ela pegou sua bolsa e passou o braço por ela antes de segurar as duas mãos dele, e ele apertou-as, puxando-a fora do chão. Ela tropeçou um pouco quando ela chegou a

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seus pés, e ele estendeu a mão, assim enquanto ela agarrou seus braços, firmando-se. Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância, e ambos congelaram. Depois de um segundo atordoado, Chase falou suavemente. — Você está bem? — Hum-hum. Permaneceram ainda, ela com os olhos fixos nos dele. Ela tinha quase esquecido do que aqueles olhos eram capazes. Seu coração batia freneticamente, e ela não estava bêbada demais para perceber que o momento tinha oficialmente cruzado para território estranho. Ela estava equilibrada agora. Não havia nenhuma razão para que continuasse agarrada a ele do jeito que estava. Ela viu como seus olhos mudaram, um olhar culpado passou sobre eles antes que ele abaixasse seu olhar. — Andie. — Ele disse, soltando-a. — Eu tenho que te contar uma coisa. Seu coração estava batendo contra o peito agora, ela se sentiu todo o seu corpo vibrava com a toda a sua força. — O que é? — ela sussurrou. Ele deu um pequeno suspiro, seus olhos ainda abatidos. — Eu li. Andie piscou para ele. — Do que você está falando? — Eu li. — Ele repetiu, um pouco mais alto dessa vez. — Seu livro. Ela balançou a cabeça ligeiramente. — O meu livro? — Sua mente estava muito nebulosa para segui-lo. Levantou seus olhos, em seguida, a leitura da confusão em seu rosto. — O que você está escrevendo. — Ele esclareceu. Era como se um balde de água fria tivesse sido despejado sobre a cabeça. Seus olhos se arregalaram um pouco quando ela se endireitou, afastando-se dele. — Você o quê?

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Ela sentiu o rubor queimar em suas bochechas, constrangimento e raiva que lutavam pelo controle de seu corpo. — Como isso é possível? Quando? — Ela perguntou, dando mais um passo para longe dele. Chase olhou para baixo novamente. — No sul da Carolina. Na noite em que assisti ‘Debi e Lóide’. — O quê! — Ela gritou, arrancando sua bolsa de seu braço e batendo-a na mesa da entrada, enviando as chaves esquecidas espalhadas pelo chão com um som metálico ruidoso. — Como você se atreve! Você invadiu meu computador? — Não, não. — Ele disse, segurando as mãos em rendição, com os olhos cheios de remorso e um toque de pânico. — Quando o filme acabou, eu desliguei o DVD player, e restou o documento aberto... e eu... eu li a página que estava aberta e então... continuei lendo. Um silêncio constrangedor prevaleceu quando ele arrastou-se inquieto e o constrangimento começou a prevalecer sobre a fúria surgindo através dela. Ela nunca tinha pensado que alguém iria ler o que ela escrevera, ela tinha escrito com essa mentalidade. Seu sonho era ver publicado, mas a verdade era que sentia como se o que tinha escrito fosse extremamente privado. Ele estava olhando para ela, obviamente esperando por ela para que dissesse alguma coisa, mas não podia falar. Em vez disso, ela ficou olhando para ele, a única pessoa que realmente tinha visto dentro de sua mente, aterrorizada com o que ele estava pensando. — Por que você não se leva a sério? — Ele perguntou, e Andie congelou, completamente pega de surpresa. Ela abriu a boca para falar, mas fechou-a novamente sem dizer nada, e ele balançou a cabeça ligeiramente. — Por que você está desperdiçando naquele restaurante quando é tão óbvio que isso é o que você deveria fazer? Ela continuou a fitá-lo, completamente sem palavras, e ele fechou os olhos, frustrado por seu silêncio. — Você nem percebe isso, Andie. Você não vê o mundo como outras pessoas fazem. E quando você baixar a sua guarda, a maneira de pensar, a maneira como você diz as coisas... você faz as pessoas olharem para as coisas diferentemente. Você faz as pessoas sentirem as coisas. E Eu só... — Ele parou, passando ~ 145 ~

as mãos pelo rosto, e Andie deu um passo adiante, segurando o batente da porta dela com a mão. — Termine isso, Andie. — Ele finalmente disse, olhando e encontrando seus olhos. — Apenas... se orgulhe do que você está fazendo e termine-o. Andie engoliu em seco, os olhos ardendo ligeiramente. Ela não sabia se era o álcool ou o fato de que suas emoções tinham estado em ultrapassagem por duas semanas, mas o seu encorajamento, a sua aprovação, a fez sentir como se ela fosse explodir em lágrimas. Foi a primeira vez que sentiu como o que ela estava fazendo fosse real. — Diga alguma coisa. — ele disse. Ela piscou, olhando para longe dele. Ela não sabia o que dizer. Como ela poderia expressar o que estava sentindo, sem soar algo excessivamente emocional ou dizendo que ela tinha se arrependido? Incerteza, vodka, saudade, culpa, gratidão e desejo nadaram através de seu sistema, uma mistura inebriante que a fez sentir completamente incompetente. Chase exalou pesadamente e fechou os olhos. — Sabe o que me incomodou sobre o seu livro? Seu estômago caiu quando ela percebeu que o tapete estava prestes a ser puxado por debaixo ela. — O quê? — Ela disse, com a voz tão suave, não tinha certeza de que ele a ouviu. — Seu personagem principal. Ela é tão ridiculamente autoconsciente. Ela sabe exatamente o que está fazendo, e exatamente o que ela precisa. — Ele deu um passo na direção dela. — Ela não espera pela aprovação de ninguém. Ela vê tão claramente quais são as melhores coisas para ela, e, em seguida, ela faz essas coisas acontecerem. — Qual é o seu ponto? — Andie sussurrou. — Ela é você! — Chase gritou, assustando-a. — Jesus Cristo, Andie, ela é você! Você a criou. Você escreve o que pensa, o que ela sente, o que ela quer, o que ela acredita. Não finja que não é você! ~ 146 ~

Todo o fôlego de Andie entrou em uma corrida, e ela trouxe a outra mão até o batente da porta, firmando-se. Ela nunca se sentira tão completamente exposta e vulnerável em sua vida inteira. — Chase. — Ela gaguejou. Ele deu um passo para frente, calmo, sua voz suave, mas seus olhos significativamente mais intensos. — Por que você se esconde? Por que não pode ser corajosa e fazer o que quiser em vez do que você acha que você deveria fazer? Andie olhou para ele, e de repente eles não estavam falando mais sobre seu livro, e ambos sabiam disso. Ela balançou a cabeça rapidamente, quebrando o contato visual, porque ela morria de medo do que aconteceria se não o fizesse. — Chase, eu não posso viver do jeito que você vive. De repente, seus dedos estavam sob o queixo, erguendo o rosto quando ele se inclinou em direção a ela, e por um segundo, Andie pensou que ele poderia beijá-la. — Alguma vez você já se quer tentou. — Ele perguntou baixinho, seu hálito quente caindo sobre os lábios dela, e então de repente ele se foi. Andie cambaleou para frente um pouco com a perda de contato, sua pele agora sentindo frio, onde os dedos havia tocado apenas momentos antes. Seus olhos focados apenas em tempo de vê-lo enfiar as mãos nos bolsos e desaparecer descendo as escadas.

Naquela noite, Andie sentou em seu sofá, lutando contra o sono durante o tempo que ela pode, porque ela sabia exatamente o que iria acontecer no segundo que caísse na inconsciência. Mas o dia tinha sido muito longo, e como os três shots5 de vodka gradualmente pelo seu caminho, ela perdeu a batalha. Tudo começou um pouco diferente esta noite. 5

Shots – doses.

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Andie entrou na adega, e quando ela se aproximou da parede mais próxima de vinho, ela ouviu a porta se fechar atrás dela. Ela se virou para ver Chase olhando para ela, e ela sorriu para ele. — Sinto muito. — Ela disse, e, em seguida, tudo de uma vez, ele foi contra ela, pressionando-a para a porta atrás dela. — Não se desculpe. — Ele sussurrou. Mas, de repente, não era Chase. Foi ele. E eles não estavam na adega, pois eles estavam no banheiro no andar de cima da festa de boas-vindas. E ele estava beijando seu pescoço. E mesmo assim, em meio ao mal-estar que estava começando a girar em seu intestino, Andie lembrou, pensando que ela teve sorte. Como ela não podia acreditar que isto estava acontecendo com ela. Derek O'Donnell estava no último ano. Não, Derek O'Donnell era o senior. Parecia um modelo, como se ele não pertencesse andando nos corredores de uma escola. Um atleta de triatlo com uma sagacidade e charme que conquistou cada adulto no edifício. E cada menina na escola. Andie assistia-o de longe, como todas as outras garotas normais. Ela tinha ouvido muitas vezes os adultos do edifício referirem-se a ele como um ‘mulherengo’, mas Andie sabia que era um eufemismo. Meninas se jogaram para ele, meninas que eram mais velhas, mais bonitas e mais experientes do que Andie. Ele era o sonho intocável. E Andie foi se apaixonando. Sua mãe uma vez encontrou um caderno dela em que ela tinha desenhado um coração enorme com os seus nomes no centro. O resto da capa tinha sido decorado com as palavras eu amo Derek em todos os tamanhos, estilos e cores diferentes. — Esse menino é velho demais para você. — Sua mãe tinha dito, batendo o caderno firmemente no seu dedo indicador. — Não, ele não é. — Andie protestou suavemente. — Ele está na escola, assim como eu. A mãe de Andie balançou a cabeça com firmeza, girando o caderno ao redor para enfrentar Andie. — Você não ama meninos como este. Na agapas me para Kefali sou, kai ~ 148 ~

tha eisai asfalis. — Ela disse, batendo a têmpora. — Ame com sua cabeça, e você estará segura. — Ela se endireitou, seus olhos sobre Andie. — Você ama com qualquer outra coisa. — Ela disse, com um gesto de sua mão. — E você estará em apuros. Andie tinha revirado os olhos para o aviso. Nem sequer se importava, não era como se ela já tivesse uma chance com ele de qualquer maneira. E então veio essa quinta-feira à tarde quando ele se aproximou dela depois da aula prática de vôlei. Ela ficou ali como um cervo nos faróis, absolutamente atordoada. Derek O'Donnell, falando para uma caloura? E quando ele lhe pediu para vir para a festa do baile naquele fim de semana, ela sentiu um curso de emoção através de seu corpo como nada que ela já tivesse sentido antes. Ela convidou Tracey para ir com ela, finalmente conseguindo convencê-la depois de uma longa luta, apesar de Tracey dizer a ela que Derek era um ‘homem-prostituta que provavelmente só queria entrar em suas calças.’ Andie sabia que era apenas o ciúme falando. Afinal, ele teve muitas oportunidades para ‘entrar nas calças’ de outras meninas. Ele não precisava dela para isso. Ele estava genuinamente interessado nela. Ela podia sentir isso. Ela e Tracey mentiram sobre estar uma na casa da outra naquela noite, e quando eles chegaram na festa, Derek sorriu. Cada vez ele entregava-lhe uma bebida, ele piscou. E cada vez que ele pôs a mão em suas costas, no pescoço, na sua coxa, sentiu raios de eletricidade chiarem através de seu corpo. Estar ao lado dele, tendo ele a tocá-la, era diferente de tudo ela nunca havia sentido antes. Sentiu-se excitada. Ela se sentiu sexy. Sentiu poderosa, tendo atenção deste menino. Um pouco mais tarde, naquela noite, Andie tinha ido ao banheiro, e quando ela abriu a porta, ele estava lá. Ele a levou para dentro e fechou a porta atrás de si, e, naquele momento, Andie estava com medo. Com medo que ela iria fazer-se uma tola de si

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mesma, com medo dela não saber beijar, que ela iria usar muito a língua, ou não o suficiente, medo de não ser boa o suficiente para ele. Ela estava com medo de todas as coisas erradas. Ele se aproximou dela rapidamente, apoiando-a no vidro da porta do chuveiro atrás deles quando ele começou a beijá-la, e tanto quando ela tentou, ela não podia manter-se. Foi desleixado, e forte, e sua cabeça mantida batendo na porta de vidro atrás dela. Isso não estava sendo nada como ela tinha imaginado que seria. A mão dele foi ao peito dela, apertando-o com firmeza, e ela tentou protestar, mas sua língua estava em sua boca, fazendo com que o discurso fosse impossível. Em vez disso, ela agarrou seu pulso e puxou. Quando sua mão soltou, ela ficou aliviada, até que sentiu que rapidamente escorregava por debaixo da saia dela. Antes que ela pudesse reagir, seus dedos estavam dentro dela. Ela estremeceu, levantando-se na ponta dos pés para fugir da pressão e da dor. Andie agarrou seu pulso, puxando novamente, mas desta vez ele não poderia ser movido. — Você pode parar? Por favor? Você está me machucando. — Ela murmurou contra sua boca. — Shh. — Ele disse contra seus lábios. — Eu estou ajudando você, baby. Isso nunca vai funcionar se você não se soltar. — E então sua boca estava sobre a dela novamente antes que pudesse compreender o que ele queria dizer. Sua cabeça estava nadando, e de repente ele mudou de lado, fazendo com que a dor entre suas pernas aumentasse, e ela gemeu, apesar de si mesma. — Shh. — Ele disse, beijando-a novamente, a parte de trás de sua cabeça batendo no vidro do chuveiro mais uma vez. De alguma forma, Andie conseguiu tirar sua boca da dele, e ela virou o rosto para longe, apertando os lábios. Sua boca estava imediatamente em seu pescoço, suas mãos firmemente plantadas entre as pernas, e foi quando Andie a viu. ~ 150 ~

A menina estava com medo, os olhos arregalados, toda a cor desapareceu de seu rosto e os dedos brancos, dela agarrar a parte de trás de sua camisa. Levou um segundo para perceber que ela estava se olhando no espelho. A esta altura dos acontecimentos a saia estava amontoada em torno de sua cintura, e ela sentiu que ele puxava a calcinha para o lado. Ela não tinha tido conhecimento dele ter tirado as suas calças, ela não tinha ainda ouvido um zíper, mas tudo de uma vez, ela sabia o que estava prestes a acontecer. Desesperada, ela levou as mãos até o seu peito, empurrando-o com tudo o que ela tinha nela, mas era como se empurrasse contra uma parede. A porta da ducha fria atrás dela, não dava nenhum escape. Ela o sentiu tentar entrar, e ela gritou em voz alta. — Shhh! — Ele sussurrou, com raiva desta vez, pressionando a mão para a boca de forma tão abrupta que sua cabeça bateu contra a porta num grande estrondo. Ela sentiu que reverberam através de sua visão, e por um segundo, tudo ficou embaçado. Ela queria que ficasse embaçada. Ela queria desaparecer dentro de si mesma. — Você vai gostar, uma vez que começarmos. — Ele disse. — Você vai ver. Apenas relaxe. Ele manteve sua mão sobre a boca, silenciando-a enquanto ele empurrou contra ela novamente, mas foi em vão. Ele tentou mais e mais, o movimento de seus quadris cada vez mais determinados enquanto ele tentava entrar totalmente dentro dela, o pulsar queimando entre as suas pernas aumentando a cada tentativa. Ela queria gritar. Ela queria bater nele. Mas ela não conseguia se mexer. Ela mal conseguia respirar. Ele sacudiu a cabeça para trás de repente. — Será que pode relaxar, porra! — Ele estalou, assim que bateram na porta. Ele congelou, seus dedos ainda pressionado firmemente sobre a boca. — Sim. — Ele disse. ~ 151 ~

— Yo, O'Donnell, pode acelerar, porra! — Alguém chamou através da porta. — Estamos iniciando a próxima rodada de pong6 e cerveja! — Tudo bem, me dê um segundo. — ele disse. Ele ficou em silêncio, então, o único som era o vibrar rápido dos batimentos cardíacos de Andie ecoando em seus ouvidos e os sons suaves a partir do outro lado da porta. Ele finalmente voltou em sua direção. — Isso não vale a pena. — Ele disse com desdém, empurrando ela para longe enquanto ele abotoou suas calças. — Se recomponha. — Acrescentou com um irritado acenar na direção da saia. Todo o corpo de Andie estava tremendo, e ela estendeu a mão nervosamente, as pontas dos dedos trêmulos segurando a barra da saia e puxando-a, com movimentos espasmódicos. Ele virou-se para sair do banheiro, mas parou de repente, olhando para ela. — Se você contar a alguém sobre isso, você sabe o que vai acontecer, não é? Ele olhou para ela como se estivesse à espera de uma resposta, mas ela permaneceu em silêncio, desejando que ele simplesmente girasse o botão e desaparecesse. Ele virouse para encará-la novamente, e seu coração saltou em sua garganta. — Eles vão saber que você está mentindo. — Ele disse. — Eu vou dizer-lhes que se jogou em mim. Que você me fodeu contra toda a superfície deste maldito quarto. E todo mundo vai saber que puta você é. Ele se virou em direção à porta, inclinando a cabeça sobre seu ombro mais uma vez. — E eu vou dizer que você era péssima nisso. — Acrescentou para uma boa medida. — Então, se eu fosse você, eu manteria a minha boca fechada. — Ele piscou para ela antes que ele vira-se e abrisse a porta, desaparecendo em meio à multidão e os risos e falas, os aplausos vindo da cerveja e pong. 6 Pong é o primeiro videogame lucrativo da história, dando origem a um novo setor da indústria. Não possuía gráficos espetaculares ou jogabilidade excelente, mas foi de importância fundamental na história do videogame. Foi criado por Nolan Bushnell e Ted Dabney na forma de um console ligado a um monitor, movido a moedas. A primeira instalação em um bar de San Francisco, Califórnia, mostrou aos dois a possibilidade de lucro da criação. Assim, em 27 de Junho de 1972, a empresa Atari foi fundada.

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Ela voltou-se, então, tentando afastar-se dele, na festa durante toda a noite. Este era o ponto em que ela sempre acordava. Ela tropeçava para trás, de costas batendo no vidro frio do chuveiro novamente, e ela irrompia em lágrimas, acordando em lágrimas que estavam tão reais como as daquela noite. Mas desta vez, quando ela recuou, não era uma porta de chuveiro rígida atrás dela. Estava quente, macio e confortável. Dois braços em volta dela, e em vez dela se afastar de seu toque, ela inclinou-se para ele, fechando os olhos e sentindo-se segura e envolvida. — Está tudo bem, Andie. — Chase sussurrou baixinho em seu ouvido. — Eu nunca iria machucá-la. Os olhos dela se abriram enquanto ela fugiu para a lateral do sofá, com o coração batendo contra sua caixa torácica. Seu corpo inteiro estava tremendo tão violentamente que seus dentes batiam, e ela trouxe seus joelhos ao seu peito, abraçando-se enquanto tentava parar o incessante tremor. Ela não tinha certeza se era um resultado do próprio sonho, ou a nova forma tinha terminado, mas uma nuvem de culpa esmagadora desceu sobre ela, misturando-se com o medo do sonho tipicamente invocado. O grande peso que a prendia ao sofá, e ela fechou os olhos, tentando lutar contra seu caminho de volta para a superfície. Após cerca de dez minutos de respiração profunda, seu corpo ainda tremia e seu estômago estava se movimentando implacavelmente. Ela não queria mais ficar sozinha. Andie se inclinou e pegou o telefone celular, acertando a marcação rápida para o seu número. Ela só queria que as coisas voltassem ao normal. Ela queria voltar para um momento em que novamente sentia-se feliz, segura e confiante em suas escolhas.

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— Andie. — Ele respondeu, com a voz rouca do sono. — O que há de errado? Tudo certo? — Oi, eu sinto muito por acordá-lo. — Ela disse. — Eu estou bem. Tudo está bem. Eu só... Eu preciso você. Você pode vir aqui? Ela ouviu os sons dele movimentar-se em sua cama. — Agora? — Sim. Sinto muito. Colin fez um barulho na parte de trás de sua garganta enquanto ele se esticava. — Não, está tudo bem. Estarei lá em alguns minutos. — Ok. — Ela sussurrou, e ele terminou a ligação. Quando Colin chegou vinte minutos depois, Andie ainda estava sentada no sofá, com os joelhos puxados para o peito e um cobertor enrolado ao redor de seus ombros. — Hey. — Ele disse suavemente, fechando a porta da frente e tirando sua jaqueta. Ele estava vestindo uma camisa e calças de corrida, com o cabelo ainda amassado do sono. — Oi. — Andie disse timidamente. — Obrigado por vir. Colin sorriu em seguida, movendo-se em direção a ela e trazendo sua boca para a dela enquanto pressionava a para as almofadas. Andie fez um barulho de surpresa contra os seus lábios, beijando-o suavemente para trás enquanto ele engatinhava acima dela. Ela sentiu as mãos empurrando a manta pelos ombros, e então sua boca estava em seu pescoço quando ele usou suas coxas para abrir as pernas antes de se estabelecer entre elas. — Colin. — Ela disse. Ele cantarolava baixinho enquanto sua mão fez o seu caminho até sua camisa, encontrando seu seio e trabalhando com o polegar sobre ele enquanto pressionava seus quadris nos dela.

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— Colin. — Ela disse novamente. — Espere. — O que foi? — Ele disse contra sua garganta. — Estou aqui agora, baby. Eu preciso de você, também. Levou um segundo para processar o que ele disse, e assim que entendeu, sentiu-se como o maior idiota do mundo. É claro que isso é o que ele pensou que ela queria dizer. O que mais ele acharia? Ela o chamou no meio da noite e pediu-lhe para vir. Eu só preciso de você, ela lhe tinha dito. Colin fundamentou-se contra ela, trazendo sua boca de volta para a dela, e Andie trouxe as mãos até os ombros, empurrando-o ligeiramente para trás. Seus lábios quebraram o contato com um pequeno gemido de protesto dele. — O que há de errado? — Ele perguntou por entre sua respiração ofegante. — Sinto muito, eu não quis... — Andie parou, passando a mão sobre os olhos. — Isso não é o que eu quis dizer quando eu disse que precisava de você. Colin ergueu-se um pouco sobre os seus braços, e Andie abriu os olhos, olhando para cima para ele. — O que você quis dizer, então? O que está acontecendo? Ela deu um pequeno suspiro. — Eu só não queria ficar sozinha esta noite. Eu tive um sonho ruim. — Ela disse suavemente, e mesmo quando as palavras saíram de sua boca, ela percebeu o quão ridículo elas soaram. Andie viu sua expressão por sua vez, de perplexa a divertida. — Você teve um sonho ruim? — Ele perguntou, lutando contra um sorriso. Ela assentiu com a cabeça debaixo dele. Ele riu suavemente, abaixando-se de volta para ela. — Coitadinha. — ele sussurrou em seu ouvido antes dele correr sua língua sobre o lóbulo. — Deixe-me fazer melhorar tudo.

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— Não, Colin, pare. — Ela disse, passando por baixo dele novamente. — Estou falando sério. Eu só... Eu não me sinto bem. Ele se levantou em seus braços novamente, olhando para ela com a testa franzida. — Podemos apenas falar? — Ela perguntou. — Falar. — Ele repetiu. Ele respirou fundo antes de passar a mão pelo rosto. — Sim, podemos conversar. Colin saiu de cima dela e Andie deslocou-se, pressionando o corpo contra a parte de trás do sofá para dar lugar a ele. Ele ficou ao seu lado e a encarou, segurando seu quadril e puxando-a contra seu corpo. Andie enterrou o rosto em seu peito, e ela sentiu que ele tinha o seu queixo no topo de sua cabeça. — Sobre o que era o sonho? Andie fechou os olhos, balançando a cabeça ligeiramente. — Eu não quero falar sobre isso. — Ela murmurou em sua camisa, e ela sentiu que ele tomou uma respiração profunda antes dele exala pesadamente. Ela poderia dizer que ele estava desapontado, embora não tivesse certeza se era porque ela lhe tinha feito ir a seu apartamento no meio da noite, após um sonho que ela nem sequer queria falar com ele sobre, ou porque pensou que ele estava vindo para fazer sexo e apenas foi recusado. Ela sentia como se devesse dar-lhe alguma coisa, ela só não sabia o quê. Ela sabia que não teria coragem de fazer sexo com ele, no entanto. Não agora, com as suas emoções misturadas do jeito que estavam. E ela definitivamente não estava pronta para falar sobre o sonho. Andie vinha mantendo tantas coisas dele ultimamente, e não podia resolver isso, mas sentiu que a única maneira de torná-lo melhor seria a de oferecer algo de si mesma para ele neste momento. Talvez fazê-lo, mesmo que fosse a menor coisa, pudesse ser um passo na direção certa. Um passo mais próximo para a forma como as coisas costumavam ser. ~ 156 ~

— Eu quero escrever um livro. — Ela disse, de repente, prendendo a respiração enquanto esperava sua resposta. Colin estendeu a mão e alisou sua mão sobre a parte traseira de sua cabeça. — Que tipo de livro? Andie sentiu o coração para enquanto ela sorria em sua camisa. — Uma história de amor. Ele mudou de posição ao lado dela, pressionando os lábios contra a coroa de sua cabeça enquanto ele ria suavemente. — Você é fofa. O sorriso dela caiu, e seu coração imediatamente seguiu. — Eu sou fofa? Colin assentiu com a cabeça contra ela, beijando sua cabeça novamente. — Como isso é fofo? — Ela perguntou oca. Ele se inclinou para trás, colocando os dedos sob o queixo e forçando-a a olhar para ele. — Não fique tão magoada. Estou dando-lhe um elogio. — Não é verdade. — ela disse, olhando para ele. — Eu não quero ser chamada de fofa. Eu quero ser levada a sério. — Ok. — Ele disse, correndo as costas de seus dedos sobre sua bochecha. — Bem, se escrever é o que você quer fazer, então por que não se candidata a algumas revistas, ou um jornal local? Andie piscou para ele, e ele acrescentou: — Se você quer ser levada a sério, eu simplesmente não vejo histórias de amor como o caminho a percorrer. Será muito mais gratificante se você escrever algo que tenha alguma substância, sabe? Algo que as pessoas possam respeitar. Ela continuou a olhar para ele e ele sorriu, inclinando-se para baixo e pressionando os lábios na testa, antes de colocar a cabeça para debaixo de seu queixo. Ela poderia ter discutido. Ela queria discutir, mas ela não tinha isso dentro dela. Suas palavras tinham tomado toda a luta dela, e com isso, o pingo de esperança que ~ 157 ~

momentaneamente queimava em seu peito quando ele mostrou interesse na ideia dela se tornar uma escritora. Afinal, não havia nenhum ponto em discutir com ele. No fundo, ela já esperava mesmo por essa reação. Este era Colin. Ele era realista. Ele era prático. Ele era sensato. Ele tomava decisões bem pensadas que envolviam pouco ou nenhum risco. Ela sabia isso dele. Ela adorava isso nele. Ela pensou que ela amava isso nele. Tudo o que ela queria esta noite era um pouco de paz de espírito, alguma garantia de que esta confusão era apenas uma fase, que ela e Colin iam ficar bem. Mas enquanto ela estava lá em seus braços, não tinha certeza de que isso era verdade. Andie fechou os olhos, tentando se concentrar nos traços que ela sempre achou tão atraentes nele. Essa lógica firme e inflexível que é utilizada para fazer ela se sentir confortada, sossegada. Estável. Em vez disso, ela se sentia inquieta. Sentia-se frustrada. E quando apertou os lábios, combatendo a crescente picada por trás de seus olhos, ela percebeu que acima de qualquer outra, ela sentia como se estivesse sufocando.

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CAPÍTULO DOZE

Chase sentou na beirada de sua cama, encarando o celular em suas mãos. Ele queria ligar para ela. Ele tinha digitado seu número três vezes, mas não poderia apertar o send. Ele não tinha ideia do que dizer para ela. O que ele sabia era que odiou a maneira como ele deixou as coisas com ela na noite anterior. Ele nunca queria ter invadido sua privacidade naquela noite na Carolina do Sul, mas uma vez que ele começou a ler, ele não pôde parar. Suas palavras manipularam-no, afundando-o e empurrando-o para longe, intrigando-o, fixando-o, seduzindo-o. Ele sabia em algum nível, que ele estava violando a sua privacidade, que estava aprendendo sobre ela, com cada palavra que estava lendo da mente dela enquanto ela dormia a seu lado, e ele sentiu seu sangue correndo por suas veias com a intimidade daquilo. Ele bebeu suas palavras com fervor, e quando eles terminaram abruptamente no meio do capítulo, ao invés de se sentir vazio, ele se sentiu ávido, faminto. Ele inspirou devagar, trazendo seu número de volta na tela mais uma vez. Ele não deveria ter dito a ela do jeito que fez, mas estar tão perto dela novamente, sentir as suas mãos sobre ele, fazia com que quisesse romper todas as paredes estúpidas que ambos estavam se escondendo atrás. Ele só queria dizer tudo que estava sentindo, tudo que ele estava pensando por semanas. Mas ele sabia que isso não poderia. Então ele fora honesto com ela dá única maneira que podia no momento, e o olhar no rosto dela após ele ter confessado o que tinha feito tinha ameaçado rasgá-lo completamente do seu rápido deterioramento do autocontrole.

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Então ele saiu. Que nem um covarde. Deixando-a tentar colocar sentindo em tudo sozinha. Chase colocou seu polegar sobre o botão enviar. Ele só queria ouvir a voz dela de novo, contar a ela que estava arrependido de tê-la chateado, mesmo sabendo que ele não se sentia arrependido por ter lido. Ele expirou pesadamente, movendo seu polegar para a direita e acertando o botão de apagar a tela. Com uma irritada sacudida de cabeça, ele lançou o telefone nos lençóis emaranhados perto dele, olhando para a pilha de fotos na pequena mesa próxima de sua cama. Ele procurou, sacudindo através delas rápido até que achou a que ele queria. Ela estava rindo, o vento soprava em seus cabelos, pequenos anéis de cabelos enrolados e chicoteando em volta de seu rosto enquanto ela olhava para a câmera, para ele. Foi essa foto que ele tirou quando ele contou a ela que queria uma evidencia do dia em que ela atirou a prudência pelos ares, o dia que ela o levou ao Tybee Island. Com a visão pesada, ele voltou para a cama, colocando a foto em seu peito enquanto fechava os olhos, desejando poder voltar naquele lugar, naquele tempo. Ele odiava isso, esse insatisfeito sentimento de querer, os constantes pensamentos dela que o consumiam. Chase sabia qual era o problema. Ele nunca se segurou desse jeito, nunca se afastava do que ele queria, pelo menos até agora, e então não tinha estratégias de como voltar atrás. Seus olhos sacudiram abertos quando ele escutou o abafado toque de seu celular, e se levantou rápido, abrindo uma brecha pelo lençol até sua mão cobrir tudo, tentando acalmar a pequena ponta de esperança que poderia ser ela ligando. Chamada de Tyler Ele fechou os olhos e balançou a cabeça levemente antes de apertar o botão para atender a chamada. ~ 160 ~

— Tyler. — Chase disse no telefone. — Ei, homem, o que está acontecendo? — Nada, só tentando resolver alguma porcaria do trabalho. — Chase disse, ficando em pé e passando a mão pelo cabelo. Ele se abaixou e pegou a foto de Andie. — O que você está fazendo? — Eu e o Matt estamos indo para o Rypley para jogar sinuca. Você quer se encontrar conosco lá? Chase encarou o rosto de Andie, antes de levantar os olhos, vendo sua imagem no espelho. Seus ombros estavam baixos, seu rosto miserável quando apertou a foto dela. Patético. Ele balançou a cabeça para sua imagem refletida antes de se inclinar e escorregar a foto dela para baixo da pilha de fotografias, a metáfora não perdida nele. Ele estava enterrando isso, como se ele tivesse tentando esconder esse sentimento, até que tivesse esquecido completamente sobre ambos. E ele começaria essa noite. — No Rypley? — Chase disse. — Eu estarei lá em vinte minutos.

— Não tem chance de você fazer isso, — Matt disse, fazendo gestos por sobre a mesa com sua garrafa antes que ele tomasse um gole da cerveja. Chase riu inclinando-se sobre a mesa, alinhando sua tacada. — Você quer deixar isso mais interessante? — Claro que quero. — Matt disse. — Não tem jeito nem fodendo. Se você acertar essa tacada, eu irei comprar bebidas para você o resto da noite. ~ 161 ~

Chase sorriu, levantando seus olhos da tacada por um segundo para olhar para seu amigo. — Cuidado, Matty. — Ele disse. — Eu acho que estou sentindo o gosto de Macallan. Ou talvez um pequeno Dalmore Sixty-two. Matt olhou para ele perplexo. — O que no inferno isso significa? Chase explodiu em sorrindo. — Dalmore é um whisky de qualidade. Essa merda custará a você mais ou menos sessenta mil a garrafa. Você nunca ouviu falar? Ganhe alguma merda de classe. — Ele disse, trazendo seus olhos de novo para a mesa. Ele tentou ignorar a risada do seu amigo enquanto alinhava sua tacada, deslizando o taco entre seus dedos. Ele parou, tomou fôlego antes de empurrar para frente, mandando a bola do taco girando no outro lado da mesa. Bateu na barreira no lado oposto da mesa e virou para a direita, quase perdendo a bola quatro do Matt e batendo no lado da bola oito, enviando a bola deslizando para dentro do buraco lateral. — Porra sim! — Chase berrou, apontando para seu amigo que parou e ficou sem palavras com seu queixo caído. — Puta merda. — Tyler riu. — Eu não acredito que você conseguiu isso. — Eu não acredito que eu tenho que pagar a esse otário um copo de whisky de sessenta mil dólares. — Matt disse, seu pescoço ficando vermelho. Chase passou e bateu as mãos nas suas costas. — Porque não começamos com uma Heineken. — Ele sorriu, girando o taco estre seus dedos e andou de volta para o outro lado da mesa. Quando alcançou o giz, seus olhos abateram numa moça sentada no bar. Ela estava olhando para ele, e no segundo que fizeram contato visual, ela sorriu timidamente, olhando para longe. Chase manteve seus olhos nela enquanto passava giz no taco; ela tinha virado para longe dele devagar, seu cabelo vermelho ondulado protegendo dele o seu rosto, e seus olhos caíram para ver o resto dela. Ela estava vestindo calça preta e uma camisa verde que cabiam perfeitamente nela. Ele podia ver que sua barriga era plana, que seu peito inchou muito bem antes de ser escondido pelo comprimento do seu cabelo.

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Ele levantou os olhos para o rosto, bem quando ela colocou a cortina vermelha atrás de sua orelha, novamente olhando em sua direção. Ela sorriu novamente, seu rosto enrubescendo levemente enquanto olhava para longe. — Tudo bem, será Heineken. — Matt suspirou, passando para Chase. — Espere. — Chase disse, tomando os vinte da mão de Matt. — Vou pegar as bebidas. Você arruma a mesa. — Ele agarrou o triângulo do lado da mesa e jogou-o ao seu amigo, caminhando em direção ao bar. Manteve-se na direita, deixando várias cadeiras entre ele e a menina. Ele podia vê-la do canto do olho, roubando olhares para ele, como ele esperava. — O que eu posso pegar para você? — Dê-me três Heinekens? — Sim. — O garçom disse enquanto se virou e alcançou dentro do refrigerador, agarrando três garrafas. Quando ele colocou-as no bar, Chase perguntou: — Essa ruiva no outro extremo, você sabe o que ela está bebendo? O barman olhou discretamente em sua direção, e Chase sorriu da sua habilidade. — Shiraz. — Ele disse, olhando para Chase. Ele balançou a cabeça, alcançando no seu bolso de trás a sua carteira. — E envia-lhe um copo de Shiraz, por favor. — Pode deixar. — Ele disse, levando o dinheiro que Chase o entregou. Ele deixou uma generosa gorjeta no bar antes de pegar as três garrafas, torcendo sua cabeça sobre seu ombro enquanto caminhava de volta para a mesa de bilhar. Ele viu o barman colocando o copo de vinho tinto na frente dela e dizer algo, gesticulando com a cabeça na direção de Chase. Ela se virou, um sorriso lento curvando seus lábios enquanto fazia contato visual com ele. — Obrigada. — Ela gesticulou com a boca, e Chase piscou, sorrindo quando viu as suas bochechas num tom de vermelho que rivalizava com o cabelo dela. — Certo homem, te vejo daqui a pouco. — Ele ouviu Matt dizer, e virou a cabeça na direção do seu amigo na hora de vê-lo terminar a chamada e colocar seu telefone no seu bolso. ~ 163 ~

— Quem era? — ele perguntou, entregando a Matt uma das cervejas. — Colin. Ele está a caminho daqui. Chase congelou. Com a menção de seu nome, ele sentiu algo na boca do estômago. Algo que não tinha sentido em anos, porque não fez mais nenhuma desculpa para si mesmo. Ele deixou cair à cabeça, exalando suavemente. Ele não tinha visto Colin desde a Flórida, e esta noite não era a noite que ele queria vê-lo novamente. Ele estava tentando tirar sua mente fora de tudo, e a última coisa que precisava era um lembrete de carne e sangue de por que não poderia ter o que ele queria. Um lembrete de que tinha se tornado em um amigo de merda. — Pausa. — Chase disse para Tyler quando ele pegou seu taco, tentando livrar-se da irritante sensação em seu estômago. Cresce, ele pensou, tomando um gole de sua cerveja. Isso não vai ser estranho a menos que você torne estranho. Poucos minutos depois, ele ouviu o balanço da porta abrir, e ele deu uma olhada, avistando Colin caminhar através da porta. E naquele momento, ele sabia que não seria tão ruim como pensava que seria. Ia ser cem vezes pior. Porque logo atrás dele, seus cabelos soltos e selvagens, suas bochechas rosadas do frio e sua mão apertando na dele, era Andie. Ele desejava o mal-estar que sentiu antes; teria sido muito preferido do que a náusea que agora rolou através dele. Ele parou rapidamente, afastando-se da porta e trazendo a garrafa à boca, tomando o resto de sua cerveja. Foda, foda, foda. — Colin! E ai. — Ele ouviu Tyler dizer atrás dele, e ele sabia que não havia nenhum lugar para ele ir. Ele cerrou os dentes juntos e espremeu seus olhos fechados antes de corrigir a sua expressão e girou, um sorriso fácil no rosto. — E ai, Chase. — Colin disse. ~ 164 ~

— É bom ver você, homem. — Chase respondeu, batendo-lhe no ombro com seu sorriso intacto. — Como estão as coisas? — Ótimo. — Colin disse com um encolher de ombros, escorregando uma das mãos em torno da pequena cintura da Andie, e Chase lutou arduamente para manter o sorriso em seu rosto, para manter seus olhos no seu amigo. Colin virou-se para Andie. — Você quer uma bebida, gata? — Sua vez, homem.— Ele ouviu Tyler dizer, e virou-se contra eles, grato por essa distração. Chase piscou rapidamente, tentando concentrar-se na mesa. Que razão ele poderia dar para ir embora? Chase pensava enquanto tentava alinhar uma tacada. Ele pode inventar um telefonema importante. Ele poderia dizer que não estava se sentindo bem. Ele poderia dizer que estava cansado. — H-h-h-hoje, Júnior! — Tyler gritou. Chase forçou um sorriso, empurrando o taco para frente, não tendo nenhuma ideia para onde ele mesmo enviou a bola ou o que teria atingido. Ele ouviu o barulho de algumas bolas, seguido pelas vaias de Tyler. E quando ele levantou e virou, ele quase colidiu diretamente nela. — Merda, desculpe. — Ele disse, voltando rapidamente. — Não, está tudo bem, eu não deveria ter andado atrás de você. — Ela disse suavemente. Ele balançou a cabeça, olhando para ela, e ela alternava entre fazer contato visual com ele e olhando em algum lugar por cima do ombro. — Oi. — Chase finalmente disse, e ela sorriu timidamente. — Oi.

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Uma tensão encheu o espaço entre eles, tão grossa que Chase sentiu como se não conseguia respirar. Não foi a falta de jeito incômoda que vem quando não há nada a dizer, mas sim quando há 1 milhão de coisas, mas são deixados não ditas. — Aqui está. — Colin disse, sua presença, oferecendo uma espécie de alívio irônico e Andie virou-se, tomando o copo de vinho de suas mãos. — Obrigada. — Ela disse, olhando para Chase mais uma vez antes que ela cruzasse para o outro lado da mesa. — Tudo bem, nós estamos jogando em duplas. — Tyler disse. — Colin, você está comigo. McGuire está perdendo sua quente linha de qualquer forma. — Ele acrescentou, e Chase reagiu violentamente e assim Matt veio para ele. — Yo, cara, você está bem? Chase se endireitou e limpou sua garganta. — Sim, eu estou bem, por que? — A última tacada foi horrível, bro, — Ele riu. — Colabore se você quer ficar na minha equipe. — Ele bateu-lhe nas costas e atravessou para o outro lado da mesa. Ele assistiu, Matt alinhou sua tacada, e com sua visão periférica ele podia ver Colin varrer o cabelo de Andie sobre seu ombro e plantar um beijo suave na lateral de seu pescoço. Ele tinha que sair de lá. Ele iria terminar este jogo, e então ele diria algo, qualquer coisa, que explicaria sua partida repentina. Ele só precisava passar deste jogo. É isso. Ele jogaria se tivesse que. E realmente, naquele momento, esse parecia seu melhor plano de ataque. Excruciantes dez minutos mais tarde, quando ele circundou a mesa e tentou parecer que estava estrategizando, ele ouviu Andie dizer, — Não, tudo bem, verdade. Você fica. — Gata, se você não estiver se sentindo bem, eu vou levá-la para casa. ~ 166 ~

Chase curvou sobre a mesa, seu foco voltado para a conversa que acontecia a poucos metros de distância. — Não, não há problema. É apenas uma dor de cabeça. Eu vou ficar bem. Fique. Você quase nunca consegue ver esses caras. Houve uma pausa. — Tem certeza? — Definitivamente. — Ela disse. — Você quer que eu passe lá mais tarde para ver como você está? — Não, eu acho que eu só vou para a cama. Vejo você amanhã. Chase fez sua tacada e errou, estimulando um coro de insultos de Matt, nenhum dos quais foram registrados. Ele estava esforçando-se para ouvir sua voz novamente. — Tchau, gente. — Ela disse, e Chase finalmente virou em sua direção. — Andie, você está indo embora? — Tyler perguntou. — Sim, eu estou com dor de cabeça, e eu tenho que estar no restaurante cedo amanhã de qualquer maneira. — Ah, bem, fique melhor. — Matt disse, inclinando-se para beijar sua bochecha, e Chase ansiava por essa indiferença, capacidade de ser tão arrogante sobre tocá-la. Ela soprou um beijo para Tyler, antes de se virar para Chase. — Tchau, Chase. — Ela disse com uma indiferença forçada que foi descaradamente transparente para ele. Ele levantou a mão. — Boa noite. Melhoras. Ela se virou, dando um beijo em Colin e trazendo sua bolsa até seu ombro, e viu-a sair pela porta, seus olhos não se movendo até que a porta fechou e ela se escondeu da sua vista. — Tudo bem, noite dos meninos! — Tyler chamou, e Matt riu. — Cara, você realmente vai citar Billy Madison durante toda a noite? ~ 167 ~

Chase riu, porque ele sabia que era para rir, mas sua mente estava a 1 milhão de milhas longe de citações do filme imbecil. Por que ela foi embora? Ela realmente não estava se sentindo bem? Ou estava procurando uma fuga tão desesperadamente como ele tinha? — Tudo bem, arrumando novamente. — Matt chamou por cima do ombro enquanto caminhava em direção ao bar para comprar outra rodada. — McGuire, tire sua cabeça para fora de sua bunda, ou você vai ser julgado como garoto do giz. Chase jogou outro jogo, seus movimentos apáticos e seus pensamentos dispersos. Ele não queria mais jogar. Isso não estava funcionando. Nada disso ia funcionar. Ele só precisava de tempo para acabar com esta merda, e nenhuma quantidade de apatia forçada ia levá-lo lá mais rápido. Ele conseguiu manter sua cabeça no jogo longo suficiente para ganhar para ele e Matt, e quando eles começaram a arrumar novamente a mesa, Chase colocou seu taco para trás na parede. — Tudo bem, eu vou embora. — Você está falando sério? É apenas dez e meia. — Eu sei, mas eu me levantei cedo esta manhã. Eu estou acabado pra caramba. — Vamos lá, não seja gatinha. — Tyler disse. — Cale-se e deixa-o ir. Não quero comprar para este imbecil mais bebidas. — Matt tocou, e Chase sorriu e balançou a cabeça. — Certo homem. — Colin disse. — Bem, foi bom vê-lo. Dá-me uma ligada. Vamos pegar um jogo juntos na próxima semana. Chase assentiu, derrubou o último gole de sua cerveja, e quando ele se virou e caminhou em direção à porta, viu um movimento em sua visão periférica. Ele olhou por cima do ombro para ver a ruiva no bar se aproximar dele. Merda. Ele tinha esquecido sobre ela, e agora ele diminuiu, mesmo que não tinha nenhum desejo de permanecer naquele bar por mais um minuto. ~ 168 ~

— Oi. — Ela disse, sua voz docemente tímida. — Hey. — Chase disse, empurrando as mãos nos bolsos. — Eu só queria agradecer novamente. — Ela disse. — Eu sou Jenna. — Ela acrescentou, segurando no ar sua mão. — Chase. — Ele disse, alcançando a mão dela. Ela corou mais uma vez e olhou para baixo, segurando em sua mão alguns segundos a mais que do que seria adequado para um aperto de mão. — Assim, Chase, está indo embora? — Hum... na verdade, sim. — Ele disse, esfregando a parte de trás do seu pescoço e olhando para a porta. — Posso sair com você? Chase olhou para ela por um segundo antes de assentir com a cabeça, e quando os dois se voltaram para a porta, ele ouviu um apito longo, seguido pela voz de Colin. — Cansado a minha bunda, McGuire! — Ele chamou, e o riso dos três homens irrompeu atrás dele. Assim que eles estavam fora, Chase virou-se para ela. — Sinto muito sobre isso. — Ele disse, gesticulando com a cabeça para trás para o bar. Ela acenou com a mão, rejeitando-os. — Tudo bem, então... — Chase diminuiu a voz. Sentia-se arrependido, que ele tinha incomodado essa menina, que ele tinha conseguido obter a sua atenção. Ela parecia doce, mas tudo o que queria naquele momento era ir para casa. Sozinho. — Então. — Ela disse, saltando um pouco nos seus pés e torcendo as mãos na frente dela. — Quer talvez ir a algum lugar? Tomar um café ou algo assim? Idiota, Chase pensou. Eu sou o maior idiota do mundo.

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— Ouça, Jenna. — Ele disse, correndo a mão pelo seu rosto. — Eu acho que você é realmente muito bonita. — Ela sorriu, e ele encolheu-se internamente. — Mas... Desculpa... Eu tenho que ir. — Seu rosto caiu ligeiramente, os olhos confusos. Ele não poderia fazê-lo. Dormir com esta menina não ia ajudá-lo a superar qualquer coisa. Ele já tinha tentado essa jogada e só o fez sentir-se pior. Além disso, ele sabia que ela não merecia isso. Eles mal tinham falado algumas palavras, mas Chase já poderia dizer que este não era o tipo de garota que você pega num rebote. Ele sabia que estava fazendo a coisa certa. Então por que se sentiu como um pedaço de merda? — Sinto muito. — Ele disse mais uma vez, precisando ficar longe desse olhar em seus olhos. — Eu só... Eu espero que você tenha uma boa noite. — Ele acrescentou, andando rapidamente e desastrado com suas chaves aproximando-se de seu carro. Ele saiu do estacionamento, recusando-se a olhar no espelho retrovisor, por medo de que ele a veria ainda lá, com aquele olhar confuso no rosto. Lembrou-lhe da maneira como ele havia deixado Andie na noite anterior. Jesus, quantas vezes ele ia fazer isso? Quando ele tornou-se essa pessoa metida a besta? Ela vai se recuperar, Chase pensou, fazendo uma volta sem mesmo se preocupar para usar o sinal. Ela nem sabe quem você é. Não é como se ela se preocupasse com você. E por um tempo ajudou a aliviar seu remorso de se enroscar com Jenna hoje à noite, mas não tinha nada que ele pudesse fazer para sentir-se melhor sobre o que tinha feito a Andie. Ele queria fazer a coisa certa. Antes que ele conscientemente tomasse a decisão, acelerou após a entrada para a estrada que o levaria para casa, continuando em linha reta. Ele sentiu seu pé ficar pesado sobre o gás, e pareceu que quanto mais perto ele chegasse ao seu destino, mais urgente sua necessidade se tornava. Poucos minutos depois, ele estacionou seu carro ao acaso num espaço aberto e pulou fora, subindo rapidamente o caminho para o seu prédio. No momento em que chegou nas escadas, ele foi correndo. Ele subia dois degraus ao mesmo tempo e se aproximou da porta, batendo imediatamente. E no silêncio que se seguiu, ele de repente começou a questionar sua decisão. E se ela foi embora esta noite porque ela não queria vê-lo? E se ela batesse a porta na cara dele? Se Colin descobrir que ele tinha estado lá? Colin. ~ 170 ~

E, de repente, sem aviso, o pensamento de seu amigo lhe trouxe uma memória de volta para Chase, suavemente e facilmente como se Chase só tinha chamado seu nome e Colin tinha se virado em sua direção. Era o último ano de Chase e de Colin, e a primeira vez em quatro anos que o time de futebol de campo de sua escola tinha ido para as semifinais. Parecia que a cidade inteira estava no jogo. Chase ainda podia ouvir os gritos, ainda sentir o chão vibrando enquanto a multidão carimbava descontroladamente as arquibancadas, ainda sentindo a adrenalina surgindo através de suas veias. Ele ainda não tinha descido do ponto alto, mesmo que eles estavam dirigindo para casa e cada um, agora e depois, Colin bombardeava seu punho pela janela do lado do motorista enquanto gritava algo comemorativo. Chase iria seguir o mesmo caminho, rindo o tempo todo, ele não conseguia se lembrar da última vez que sentiu assim bem, vivo. — Essa festa hoje à noite vai bombar. — Colin disse através de um sorriso. Chase acenou em concordância, tocando um solo de bateria selvagem no painel juntamente com o rádio. Dois carros os ultrapassaram, coberto de fitas vermelhas e pretas com ‘Go Devils’ pintado nas janelas, seus chifres explodindo enquanto os passageiros acenaram e gritaram algo ininteligível para Chase e Colin. Eles gritaram de volta, colocando seu chifre e rindo. — Isso é tão estranho. — Chase disse quando Colin entrou na garagem McGuire e desligou o motor. — Eu me sinto como uma celebridade. — Esta noite, meu amigo, você é. — Ele disse, divertidamente batendo no seu braço antes de sair do carro. Chase pulou fora, agarrando sua mochila do futebol e subindo rapidamente com Colin atrás dele. — Eu estou morrendo de fome. Podemos comer algo? — Colin perguntou. — Sim, vamos pegar algo rápido e, em seguida, nós tomamos uma ducha e saímos. — Chase disse assim que ele abriu a porta da frente e entraram em sua ampla cozinha, olhando para Colin por cima do ombro. — Eu só quero chegar a essa festa. — Ele se virou para trás e parou por apenas um segundo antes que ele continuou entrando na cozinha, seus olhos agora abatidos. ~ 171 ~

— Pai. — Ele disse, sua voz carente a inflexão de surpresa, mesmo que ele não esperava ver seu pai lá. Ao ouvir o som de Colin chegando atrás dele, Chase não podia decidir se estava mais irritado em ter de lidar com seu pai quando ele estava tentando apreciar seu bom humor, ou mais envergonhado que seu pai estava sentado na cozinha lendo o jornal em vez de estar no maior jogo da sua carreira de ensino médio. — Ei, Sr. McGuire. — Colin disse por trás de Chase, uma pitada de surpresa em sua voz. — Pensei que você tinha que trabalhar. O pai do Chase não levantou os olhos do jornal na frente dele, mas mais exatamente ele levantou o jornal um pouco mais alto, protegendo parte de seu rosto. — Eu tinha. Foi trabalho de papelada. Eu fiz no escritório de casa. — Oh. Bem, você deveria ter vindo para o jogo. — Colin disse, ainda montando sua própria intensidade. — Foi inacreditável! O silêncio que seguiu a voz entusiasmada de Colin parecia retirar o ar da cozinha enorme, e seu sorriso desvaneceu-se lentamente quando olhou em direção a Chase. Chase imediatamente virou-se, dando indevida atenção ao desfazer sua mochila de futebol e jogando a roupa suja na lavanderia adjacente, suas mãos completando a simples tarefa desajeitadamente quando ele tentou fazê-la rápido. Ele só queria sair de lá. Eles poderiam pegar algo para comer no caminho para a festa. — Foi incrível, Sr. McGuire. — Colin acrescentou, tentando novamente, e Chase fechou os olhos e exalou suavemente. Pare, ele pensou para si mesmo. Por favor, apenas pare. — Nós estávamos perdendo de dois a zero no meio tempo, então nós marcamos com cerca de cinco minutos para acabar e, em seguida, com seis segundos para o jogo acabar, Chase marcou o gol de empate.— Colin disse, batendo a mão sobre o balcão, a emoção assumindo a sua voz novamente. — Mas isso não é mesmo a melhor parte! A melhor parte é, esse garoto então recebe a bola e pontua novamente com quinze segundos em morte súbita! Você deveria ter ouvido a multidão. Chase ouviu o farfalhar de um jornal, o exagerado suspiro de seu pai.

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— Não foi tão grande coisa assim. — Chase disse devidamente, voltando para a cozinha quando ele rapidamente fecha sua mochila de futebol. Colin girou sobre ele. — Cara, você está brincando comigo? — Ele perguntou, suas sobrancelhas quase em seu couro cabeludo. — Pela primeira vez, eu estou inclinado a concordar com meu filho. — O pai de Chase disse. O ambiente ficou em silencio novamente, e Chase finalmente ficou e virou, capturando a expressão desconfortável de Colin antes de seus olhos pousarem sobre seu pai. — Eu continuo dizendo a você, Chase.— Seu pai disse, sua voz individual e seus olhos ainda no seu jornal. — Você realmente acha que é o futebol que vai torná-lo um grande homem? Se você colocasse metade do seu tempo e esforço em algo que valesse a pena e não nesse jogo ridículo, você poderia ter sido capaz de fazer um nome para si mesmo naquela escola. — Chase deixou cair seus olhos antes de se virar, seu queixo flexionando quando ele alcançou o refrigerador, só para estar fazendo alguma coisa. Ele nem estava mais com fome. Seu pai tinha que fazer isso agora? Na extremidade da cauda da sua vitória? Bem na frente de seu amigo? — Temos frios. — Chase disse para Colin, sua voz esticando com esforço para ficar otimista. — Você quer um sanduíche? Mas Colin não estava ouvindo, seus olhos estavam focados no homem sentado no canto. — Hum, com o devido respeito, Sr. McGuire, o nome Chase é conhecido. — Colin disse e Chase conhecia muito bem seu amigo para detectar a irritabilidade atrás da delicadeza em sua voz. Chase puxou sua fronte, tentando concentrar-se nos alimentos na geladeira em vez da conversa atrás dele. Ele sabia que Colin estava tentando defendê-lo, mas para Chase, foi como assistir a um filhote de cachorro brincando ao lado de uma rodovia. Ele sabia como ele terminaria, e ele não queria assistir. — E não apenas para o futebol. — Colin adicionou. — Quero dizer, ele está se formando nos top cinco da nossa classe. — Os olhos de Colin estavam bem abertos, ~ 173 ~

como se ele não poderia compreender o fato de ter que explicar os méritos de uma coisa, especialmente para o pai do Chase. O jornal balançou novamente, e Chase virou-se para ver seu pai olhando Colin sobre o topo do jornal. — Mas não no topo, certo? Chase fechou os olhos e balançou a cabeça, desejando que Colin percebesse que ele não poderia ganhar, desejando que seu pai ficasse farto com a conversa e saísse. Desejando que ele não tivesse vindo para casa em primeiro lugar. — Como disse? — Colin perguntou, claramente impassível. — Ele está se formando nos cinco melhores, mas não no topo. Tem gente acima dele, correto? — Seu pai perguntou, seus olhos ainda em Colin e sua voz também. Silêncio. — Isso é que eu quero dizer. — Ele disse, dobrando o seu jornal. — Ele poderia ter feito melhor. Ele deveria ter feito melhor.— Chase fechou a geladeira e virou-se, então, sabendo que ele tinha que salvar seu amigo do que tinha começado inadvertidamente. Os olhos de Colin estavam abatidos, e Chase ficou aliviado porque ele não tinha que olhá-lo nos olhos. — Você quer o chuveiro primeiro? — Chase perguntou, nem tentando manter sua fachada alegre agora. Mas antes que Colin pudesse responder, Sr. McGuire se voltou para Chase pela primeira vez desde que eles tinham entrado a cozinha. — Um pouco de foco é tudo que eu peço a você. — Ele disse com um suspiro de reprovação. — Eu sei que você não é inútil. Eu desejo que você possa parar de agir como tal. — E com isso ele levantou e saiu da cozinha sem olhar para trás. Foi tranquilo durante alguns segundos, o único som sendo os pesados passos do pai, desvanecendo-se no final do corredor, até que Chase limpou suavemente sua garganta. — Então... você quer um sanduíche? — Ele perguntou, voltando-se para a geladeira, sua indiferença forçada pateticamente transparente, mesmo para ele. ~ 174 ~

— Não, eu estou bem. — Colin disse suavemente. — Você quer apenas tomar banho e sair daqui? Chase não respondeu. Em vez disso, ele fechou a geladeira e inclinou-se agarrou sua mochila vazia do futebol, balançando-a por sobre o ombro e andando rapidamente em direção as escadas. Ele podia ouvir os sons de Colin o seguindo, embora ele não dissesse nada. Chase passou em seu quarto, jogando sua mochila ao acaso na porta, ele continuou no final do corredor para a rouparia e pegou duas toalhas. Ele voltou na direção de Colin, inquieto quando ele entrou em seu quarto. — Sinto muito. — Colin disse repentinamente. — Eu não devia ter dito nada. Chase forçou um sorriso. — Ele teria encontrado uma maneira de colocar seu ponto de vista sem a sua ajuda. Não se preocupe. Colin olhou para baixo, balançando suavemente a cabeça e, pegando a toalha nas mãos. Ele estava prestes a virar e cabeça em direção ao banheiro, quando parou e encarou Chase novamente. — Pode me fazer um favor? Chase olhou para ele. — Você pode apenas tentar lembrar-se de como você estava se sentindo há dez minutos atrás? Chase fechou os olhos e riu sem humor. — Eu não vou estragar a sua noite. — Ele disse secamente. — Só deixa assim. Eu vou ficar bem. Colin sacudiu a cabeça. — Eu não quero saber da merda da festa, Chase. Apenas me responda. Você se lembra como você se sentiu há dez minutos? Chase franziu seus lábios, seus olhos fixos no chão e balançou a cabeça lentamente com um sim. — Bom. — Colin disse. — Lembre-se desse sentimento. Porque tão bom quanto isso sentiu, vai sentir-se cem vezes melhor quando fizer algo de si mesmo, apesar daquele imbecil. ~ 175 ~

Chase levantou seus olhos bem na hora de ver Colin sorrir suavemente, ele bateu na caixa de porta duas vezes com o lado do punho antes de se empurrar daquilo e desceu no corredor para o banheiro. Eles nunca falaram dessa conversa novamente. Mas Chase sempre quis saber se Colin percebeu o que ele tinha lhe dado naquele dia. Mais vezes do que ele mesmo poderia contar, encontrou-se apegado a essas palavras como um colete salva-vidas. Às vezes, elas eram a única coisa que manteve sua cabeça acima da água. Os sons de movimento do outro lado da porta de Andie trouxeram Chase de volta da sua memória, e ele piscou rapidamente, reorientando-se no presente. Ele não deveria estar aqui. E assim como essa epifania ocorreu-lhe, ele ouviu os sons da trava deslizando para o lado e a porta abriu uma fenda. Ele podia ver o contorno da sua espiada, e pareceu que seu coração parou em seu peito quando a porta finalmente abriu. Ela ficou ali, sua expressão um pouco atordoada. — O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou calmamente. Ele não tinha ideia do que ele estava pensando, por que ele foi até lá em vez de simplesmente ligar. Foi estúpido, ele percebeu. Mas não podia sair de novo. Não até que ele fizesse a coisa certa. Chase respirou fundo, seus olhos caindo por um segundo. — Noite passada. — Ele disse, olhando de volta para ela. — Eu só queria dizer me desculpe novamente... — Está bem. — ela disse, cortando-o. — Não, não está. — Ele disse com um balanço de sua cabeça. — Eu não deveria ter feito isso. Eu invadi sua privacidade, e eu não tinha o direito... — Eu estou feliz que você tenha feito isso. — Ela disse, e ele congelou.

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— Você está? — Ele finalmente falou. Ela assentiu, seus olhos nos dele. — Sim... Eu quero dizer... é ridículo para mim gastar todo o meu tempo e esforço em algo e ai nunca deixar ninguém lê-lo. — Ela olhou para baixo, lambendo seus lábios antes de olhar para ele de novo. — E muito obrigado. Por ser honesto sobre tudo. Ele olhou para ela por um segundo antes de assentir, completamente pego desprevenido. Ele não tinha esperado que tivesse sido tão fácil para ela ser tão compreensiva sobre o comportamento flagrantemente insensível. Chase ficou parado a sua porta enquanto outro silêncio caiu sobre eles. Não havia nada a dizer, e ainda havia tudo a dizer. Ele deveria ir agora. Ele sabia que deveria. Ele tinha cumprido o seu propósito para vir. Ele pediu desculpas, e ela o perdoou. Não havia razão para ele ficar por mais tempo. E ainda lá ficou, sua mente à procura de qualquer desculpa para prolongar este tempo com ela. — Você quer uma aula? — ele perguntou de repente, inclinando-se sobre seu ombro. Ela virou a cabeça para o lado, olhando na direção que ele havia indicado, para o piano contra a parede. Foi um momento antes de ela se virar para trás para enfrentá-lo. — Isso ajuda uma dor de cabeça. — Acrescentou com um pequeno encolher de ombros. Ela ficou ali, sem dizer nada, e por um minuto Chase esperava que ela iria recusálo. Ele sabia que ir embora era a coisa certa a fazer, mas ele obviamente não ia ser forte o suficiente para tomar essa decisão por conta própria. A visão dela, o som de sua voz, sempre foi o suficiente para borrar as linhas de certo e errado para ele. E então, para sua consternação completa e total satisfação, ela pisou para o lado, concedendo-lhe acesso ao seu apartamento. Ele hesitou antes de entrar, andando alguns metros em sua sala de estar, e quando ele ouviu-a fechar a porta atrás dele, ele sentiu algo como triunfo passar através dele, momentaneamente aliviando sua entorpecente culpa. ~ 177 ~

Ele estava em guerra com ele mesmo, e naquele momento, percebeu com temor, ele não tinha ideia de qual lado iria prevalecer. Com muito medo de virar para trás e olhar para ela, ele se aproximou do banco do piano e sentou-se, correndo seus dedos sobre as teclas. Chase sentiu o cabelo na parte de trás do seu pescoço levantar-se, ciente de que Andie tinha vindo atrás dele, e instintivamente ele deslizou para a direita, dando o seu espaço para se sentar no banco ao lado dele. Ela sentou-se calmamente, seus movimentos lentos e cautelosos, como um animal assustado. — Eu não sei ler música. — Ela disse. O canto da boca levantada em um sorriso. — Está tudo bem. Existem apenas alguns acordes da canção. Eu vou apenas te ensinar esses. Houve uma pausa antes que ela disse. — Eu não conheço acordes também. Ele riu para si mesmo, e ouviu-a rir baixinho ao lado dele. Um flash de alívio percorreu seu corpo enquanto o constrangimento entre eles cresceu difuso em torno das bordas, revelando um vislumbre do conforto e facilidade que existiu para eles dentro do carro de Andie há apenas algumas semanas. — Eu vou ser uma estudante horrível. Chase sacudiu a cabeça. — Não, você não vai. Aqui. A mão direita é um pouco complicada, então eu só vou te ensinar à esquerda. São os mesmos quatro acordes mais e mais sempre. Você pode tocar essa parte e eu farei o resto. Ele chegou mais perto e trouxe a mão esquerda dela ao piano, o movimento fazendo com que seus ombros se tocassem, e ele fechou os olhos por um segundo, tentando ajeitar sua postura antes de posicionar a mão dela sobre as teclas. — Você vai começar com A, trabalhando em oitava. — Ele disse. Sua voz tremeu um pouco, e ele limpou sua garganta antes de continuar. — Isso significa apenas que você irá apertar dois As ao mesmo tempo. Faz a nota ficar mais rica. ~ 178 ~

Ele espalhou a mão dela sobre as teclas, colocando seu mindinho e o polegar onde pertenciam, antes de colocar a mão em cima da dela. Ele alinhou seus dedos com os dela, para que o seu polegar e mindinho descansaram sobre os de Andie, e pressionou-os para baixo suavemente, fazendo-a tocar as notas. Ela arqueou seus dedos sob seu toque, ondulando sua mão na dele próprio e aumentando a pressão da pele dele nela. Ele inalou uma respiração superficial, sentiu um quente vibrando em seu estômago. — A. — Ele disse baixinho, mantendo seus olhos em suas mãos enquanto ele delicadamente mudou a mão dela para a próxima posição. — E você só vai continuar usando os mesmos dedos. — Ele murmurou, colocando seu mindinho e o polegar sobre as teclas pretas desta vez. Mais uma vez ele colocou sua mão sobre a dela, pressionando levemente seus dedos sobre os de Andie, fazendo-a tocar as notas, e ele sentiu seu corpo mudar infinitamente mais perto do seu. — B afiado. — Ele disse, sua voz pouco acima de um sussurro. Ele se inclinou em direção a ela, enquanto ele guiava a mão dela para as teclas da próxima posição, fazendo o comprimento do braço direito dela esfregar-se contra sua cintura, e ele sentiu a pele formigar e queimar por baixo de sua camiseta. — F. — Ele murmurou, tocando as notas com ela, e ela espalhou a sua mão, permitindo que os dedos dele deslizassem entre os dela. Por um segundo sem folego, os dedos entrelaçaram, e Chase fechou os olhos, apertando sua mandíbula. Ele a ouviu exalar um tremendo fôlego ao lado dele, e sua mão direita enrolado em um punho a seu lado, lutando a cada instinto surgindo através de seu corpo. Chase inspirou lentamente antes de abrir os olhos e desemaranhando seus dedos, trazendo a mão dela para sua posição inicial. — De volta para o A. — Ele disse suavemente, pressionando os dedos dela e tocando as notas novamente. Ele podia sentir o calor do corpo dela como se fosse uma coisa tangível. Permeou sua roupa, sua pele, todo o seu ser, acendendo um fogo que estava ameaçando ficar fora de controle, a consumir qualquer raciocínio dentro dele e entregar-lhe a seus impulsos. Ele então percebeu que seu coração estava competindo, e pela primeira vez desde que eles se sentaram, teve oportunidade de olhar para ela, seus olhos estavam sobre ele, sua expressão ilegível. ~ 179 ~

Chase teve dificuldade de engolir, tentando obter o controle sobre sua voz. — É uma contagem de oito. — Ele disse baixinho. — Você está tocando nos primeiros. — OK. — Ela sussurrou, seus olhos trancados nos seus. Relutantemente ele retirou os olhos dela e olhou para suas mãos. — Se você começar com a mão na minha, eu vou te ajudar. — Ele disse. Andie deslizou sua mão por cima da de Chase, alinhando seus dedos novamente. — OK. — Ela respirou, e Chase sentiu o calor em seu estômago se propagando em seu peito e indo até suas extremidades. Ele respirou curto quando trouxe sua mão direita para as teclas, posicionando os dedos e tocando as notas de abertura. Ele manteve os olhos na mão dela sobre as suas, seus dedos retorcidos juntos quando ela seguiu sua direção, pressionando os dedos dela sobre os seus quando ela o sentiu tocar as notas. Sua mão direita deslizou facilmente sobre as teclas, dançando sobre a superfície lisa, e em sua mente, era a pele dela sobre seus dedos, ele acariciou-o repetidamente com toques leves e fugazes que fez o ar em torno deles cantar. Ela inclinou a cabeça em direção a ele, e sua respiração prendeu em sua garganta. — Chase. — Ela sussurrou. Seus dedos permaneceram nas teclas e ele fechou os olhos. Ele não sabia quanto mais disso ele poderia aguentar. — Você pode tocar para mim? — Ela perguntou baixinho, deslizando cuidadosamente sua mão para fora da dele. Ele sentiu sua mudança no banco ao lado dele, trazendo seu corpo incrivelmente mais perto, e ele manteve os olhos fechados, tentando focar a sensação das teclas sob seus dedos, o tique-taque do relógio no canto, qualquer coisa menos a mulher ao lado dele, o cheiro dela, o calor dela. Ele engoliu quando reposicionou sua mão esquerda, e lentamente, ele começou a tocar. Com algumas notas, toda a sua emoção reprimida trabalhou seu caminho através de seus dedos, e de repente as notas estavam em todo lugar, enchendo a sala e rodando

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em torno deles, puxando-o e empurrando-o, afogando-o em um momento, e ele achou que nunca iria querer ressurgir. Ele sentiu Andie mover-se ao lado dele, e sem aviso, a coxa dela foi pressionada contra a sua, qualquer medida de espaço entre eles agora completamente abandonada. Seus instintos assumiram momentaneamente, e ele pressionou a perna contra a dela, sufocando um gemido quando ouviu o suspiro quase inaudível que saiu de seus lábios. Chase arrumou seu queixo, seus olhos ainda fechados e começou a se concentrar na letra da canção, em uma tentativa desesperada para manter sua mente racional. Taffy stuck and tongue tied, Stutter-shook and uptight, Pull me out from inside… I am ready…7 Houve um ligeiro movimento ao lado dele novamente, e desta vez quando ela exalou, ele pode sentir a respiração em seu pescoço. Ele fez um pequeno ruído na parte traseira de sua garganta enquanto sentiu a forma das fissuras em sua compostura, rachando e propagando e serpenteando através dele em um ritmo alarmante. Os dedos do Chase se moveram com mais determinação agora, os acordes soando com uma intensidade que fez com que o ar ao redor deles zumbisse. I am covered in skin, No one gets to come in, Pull me out from inside…

7 Eu sou galês, imobilizado e com a língua travada, / Gaguejo trêmulo e sem firmeza. / Arraste-me de dentro para fora... / Eu estou pronto... / Eu estou coberto por uma casca, / Ninguém pode entrar, / Arraste-me de dentro para fora... / Eu estou embrulhado, desembrulhado e desembrulhando... / Eu sou...

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I am folded, and unfolded, and unfolding…. I am… — Chase. — Ela sussurrou novamente, seu hálito abanando o calor em seu pescoço quando a ponta do seu nariz roçou a pele lá. Seus dedos vacilaram, uma nota desafinada incongruente, tinindo através do ar e suas mãos enroladas no modo que ele descansou dois punhos cerrados nas teclas. O súbito silêncio ecoou pela sala, impregnado de impossibilidade. — Chase. — Ela disse novamente, e o desejo em sua voz desativou o último de sua contenção. Ele virou-se rapidamente em direção a ela e ela ofegou, seguido de um suspiro pesado enquanto as mãos dela foram para o lado dele, prendendo na sua camiseta e puxando-o mais perto. — Caramba, Andie. — Chase respirava e ele trouxe suas mãos segurando seu rosto, encostando sua testa na dela. Ele sentiu o aperto em sua camiseta se soltar, e ela lentamente passou as mãos para cima e para baixo do seu lado, fazendo-o tremer. Ele podia sentir a respiração dela chegando em pequenas rajadas, tremendo e palpitando em seus lábios, e ele deslizou as mãos das laterais do rosto, passando sobre o calor pulsante de seu pescoço e ao longo do topo dos ombros. Ela suspirou baixinho, e Chase cerrou os dentes tão forte que ele sentiu dor em sua mandíbula. Parecia que algo dentro dele ardia. O Calor presencial pulsou através de cada parte dele, e com cada toque naquela pele de seda perfeita, o inferno brilhou com renovada intensidade. O Coração do Chase bateu no peito quando ela começou a tremer sob seu toque. Ele sabia que ela estava se desembaraçando, e ele não estava muito atrás dela. Ele apertou sua mandíbula novamente, tentando manter a sua última aparência de controle. Andie trouxe suas mãos até o rosto de Chase, seu toque incrivelmente perfeito, e ela levantou seu queixo um pouco, tentando trazer seus lábios aos seus. ~ 182 ~

Ele virou a cabeça, movendo sua boca para longe da dela, mas mesmo que ele negou o contato de seus lábios, mesmo que ele tentou fazer a coisa certa, suas mãos foram até os quadris dela, puxando-a contra ele antes que seus braços a envolvessem, trazendo seu corpo em cheio com o seu. Os olhos de Chase reviraram ligeiramente quando ela enterrou seu rosto em seu pescoço. — Você disse para parar de se esconder. — Ela sussurrou contra sua pele, e Chase fechou os olhos. — Você disse para parar de jogar pelas regras. Que eu deveria fazer o que eu queria fazer. — Quando ela falou novamente, sua voz tremeu. — Eu estou tentando. Por que você não me deixa? Chase foi para trás ligeiramente para que ele pudesse olhar nos olhos dela, e imediatamente as mãos dela vieram para os lados do pescoço. Suas bocas estavam apenas centímetros de distância. Ele podia sentir sua respiração em seus lábios, prová-la em sua língua. — Eu sei o que eu disse, Andie. — Ele murmurou. — Mas não posso deixar você fazer isso. Eu não vou deixar você ser espontânea dessa maneira. — Ele trouxe sua mão ao seu rosto, escovando o cabelo para longe do seu rosto, seus narizes se tocando. — Eu quero que você vá atrás do que você quer, mas não se for algo que vai fazer você se sentir culpada. Não se for algo que vai fazer você se decepcionar com você mesma. Ela se recolheu um pouco e o encarou com aqueles olhos, olhos que não escondiam nada, olhos que eram de chocolate e caramelo e inocência e sexo, e ele podia ver a dor por trás deles, a dúvida que ele tinha inculcado lá com suas palavras, como se ela não acreditasse que essa era a verdadeira razão pela qual ele recusou-a. A dor em seus olhos foi o golpe final, quebrando o último de seu autocontrole. Ele tomou seu rosto em suas mãos, seus olhos focados no dela. — Eu quero você. Você não tem ideia do quanto. Eu quis você desde aquele segundo que eu vi você naquela... Ela fechou os olhos, e ele se inclinou e tocou seus narizes novamente. — Mas não assim. Não quando vai ser algo que lamentaremos. Eu não vou fazer isso com você. Ou com ele. Eu não posso. ~ 183 ~

Ele ouviu-a fazer um som minúsculo, como se ela estava tentando conter sua emoção. — Andromeda. — Ele sussurrou, e ela ficou parada, sua respiração presa em sua garganta. Ele levantou o queixo, em seguida, pressionando seus lábios na sua testa, segurando-os lá tanto que parecia para sempre, como se ele perdesse um pedaço de si mesmo, uma vez que quebrasse o contato com ela. E quando ele puxou lentamente longe dela, foi exatamente o que ele sentia. Ele levantou do banco e correu as costas dos seus dedos do lado do rosto dela, antes que ele se virasse e caminhasse em direção à porta. Um pedacinho dele estava esperando que ela iria impedi-lo, esperando que ela lutasse, dando-lhe uma desculpa para quebrar as regras. Mas o único som foi o da abertura e o fechamento da porta e de seus passos quando ele andava mais longe e mais longe do único lugar que ele mais queria ficar. Chase chegou ao seu carro, o ataque das emoções que ele havia sentido apenas momentos antes sendo substituído por uma estranha dormência. Ele ligou o carro e saiu do estacionamento, dirigindo sem rumo, entrando e saindo de estradas que não significavam nada para ele. Ele não queria ir para casa. Mas ele sabia que ele não poderia voltar. Ele precisava ir a algum lugar. Em qualquer lugar. Sua lealdade a Colin deveria ter sido suficiente para evitar isso. Tudo isso. Seus sentimentos por Andie, seus pensamentos constantes nela, sua necessidade inegável de estar perto dela. Deveria ter sido suficiente para impedi-lo de ir lá esta noite. Não deveria mesmo ser uma pergunta em sua mente, ele percebeu. Não deveria ser algo que ele tivesse que lutar contra. Mas era. O que aquilo queria dizer sobre ele? Que seus sentimentos pela namorada do seu amigo estavam provando serem mais forte do que a sua lealdade para com esse amigo?

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Ele acelerou para a estrada, seu subconsciente tomando as rédeas. Ele ainda não tinha percebido onde ele estava indo até que estava quase lá. No momento em que ele chegou, quase uma hora tinha passado desde que tinha deixado Andie, embora pudesse ter sido segundos ou dias. O tempo juntos, correu como um borrão insignificante para ele. Chase entrou na rua escura e desligou o motor, girando as chaves entre seus dedos antes de respirar fundo e sair do carro. Ele sabia que estava fechado, que o portão estaria trancado, mas ele também sabia que o muro de pedra em torno dele era baixo e fácil de escalar no lado esquerdo. Ele se aproximou rapidamente, sua respiração visível na sua frente na escuridão, e ele colocou suas mãos em cima do muro. Com um salto rápido, ele foi acima e do outro lado, percorrendo vivamente a grama sem cortes, as mãos enfiadas nos bolsos. Seus olhos se ajustaram para se adaptarem à escuridão, apenas fazendo as formas das coisas que ele passou, mas ele sabia o caminho em torno deste lugar melhor do que ele gostaria. Finalmente, ele parou, encarando até que seus olhos só conseguiram distinguir seu contorno. Ele ficou parado ali o que parecia ser para sempre, seus olhos focados no arco, o único som era o farfalhar das folhas restantes nas árvores e um assobio baixo e distante dos carros no asfalto molhado. Lentamente Chase caiu de joelhos, sentindo o solo e os seixos e a grama sob suas calça jeans. Tinha sido muito tempo desde que ele esteve aqui. — Desculpe-me que eu não tenho vindo aqui por muito tempo. — Ele sussurrou, inclinando para a frente e descansando sua testa sobre a pedra fria e áspera. Quase que instantaneamente, ele sentiu o tremor familiar de seu queixo. Desta vez que ele nem sequer tentou combatê-la. Ele tinha tido o suficiente de tentar inibir suas emoções por uma noite. Ele sentiu seus olhos começarem a molhar, e naquele momento, ele deu boas vindas a isso. Ele queria. Ele queria esvaziar-se de todas as emoções que lutaram pelo controle no seu peito até que ele se sentisse vazio. Só havia duas mulheres na vida de Chase que verdadeiramente significavam algo para ele, que o fizeram querer ser um homem melhor. ~ 185 ~

Uma delas estava sob a lápide na frente dele. Ele expirou fortemente, sua cabeça ainda descansando no seu túmulo, e quando ele fechou os olhos, sentiu duas trilhas de sua pulsação correrem pela sua face, um nítido contraste com o ar frio. Porque por mais que ele desejasse que não fosse verdade, ele percebeu que a outra era inacessível.

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CAPÍTULO TREZE

— Tudo na minha vida que uma vez pareceu tão significante de repente pareceu extremamente trivial. É como se todo pensamento, todo sentimento, toda experiência que eu tive antes disso foi praticamente para esse momento. Tudo de uma vez só, o mundo ao meu redor me pareceu real. E pela primeira vez, assim eu fiz. — Andie digitou, parando para tomar um gole do seu chá gelado antes de colocar o copo pra baixo e continuar. Em outro capítulo, ela já teria terminado o romance. Já tinha se passado uma semana desde que Chase foi até seu apartamento, duas semanas desde que sentaram no piano nos braços um do outro. Desde aquela noite, pareceu que ela estava transbordando. Parecia como que seus dedos não se moviam rápido o suficiente para recordar todas as palavras da sua cabeça. Ela não tinha certeza por quanto tempo ela ficou sentada lá depois que ele saiu naquela noite, e ela honestamente não poderia se lembrar de algum pensamento que passou pela sua mente. Tudo que sabia fora aquele minuto que estava sentada imobilizada no banco do piano, e o próximo passo ela estava sentada com as pernas cruzadas no chão, o seu laptop sobre suas coxas e seus dedos voando pelas teclas. Ela escreveu por três horas seguidas aquela noite. E nos dias que se seguiram, tinha sido o mesmo. Era como se algum recurso não revelado tinha sido aproveitado, sem limites. Se ela não estava no restaurante ou com Colin, ela estava escrevendo. A única coisa mais prolífica do que a composição de Andie foi seu desejo de falar com Chase. Muitas vezes, ela encontrou-se querendo chamá-lo, para dizer-lhe, para agradecer-lhe, só para ouvir sua voz novamente. Mas por todas as vezes que desejo a consumiu, ela só se permitiu contatá-lo uma vez. Foi à noite que ela percebeu que ela ~ 187 ~

estava apenas alguns capítulos longe de terminar o livro, e ela tinha enviado uma mensagem, perguntando-lhe se ele iria lê-lo uma vez que concluído. Ele havia respondido a ela quase que imediatamente, dizendo é claro que ele iria lêlo, que ele ficaria honrado. E esse foi todo o contato que ela tinha tido com ele. Andie não lutou contra seus pensamentos nele. Ela abraçou-os como parte de sua rotina diária, deu boas vindas a eles como a musa óbvia que a reinspirou. A porta que dava para os fundos do restaurante abriu, e a mãe de Andie entrou com uma caixa em seus braços. A poucas semanas atrás, Andie tinha pulado para esconder o que estava fazendo, mas hoje ela manteve os olhos na tela, seus dedos clicando ao longe nas teclas. — Oi querida. — Sua mãe disse, colocando a caixa para baixo e agarrando um cortador de caixa de uma das gavetas. — Ei. — Andie disse, sorrindo para ela por um segundo antes que retomasse o que estava fazendo. Ficou um silencio por um momento, o único som sendo emitido era o clique das teclas, até que sua mãe disse. — O que você está fazendo por ai? Andie sorriu. — Eu estou escrevendo. — Ah sim? — Disse sua mãe, sua sobrancelha levantada e seus olhos focados no que estava dentro da caixa que ela tinha aberto. — Escrevendo o que? — Apenas... uma história que eu tinha na minha cabeça por um tempo. Sua mãe olhou para ela por um segundo e sorriu. — Bom para você, querida. Você sempre teve um jeito com as palavras. — Ela pegou de dentro da caixa dois frascos, voltando-se para colocá-los em uma prateleira alta, do outro lado da sala. Andie olhou para cima por sobre a tela e assistiu-a indo e voltando, tirando itens para fora da caixa e colocando-os nas prateleiras adequadas enquanto cantarolava para si mesma. ~ 188 ~

Seus dedos pararam por um segundo assim que ela pensou em sua mãe, tentando imaginá-la quando era jovem, tentando imaginar o que a fez sorrir naquele tempo, o que a fez pensar, do que ela tinha medo, o que ela desejou. Ela se perguntava se era isso. — Ei, mamãe? — Andie disse, e sua mãe olhou sobre seu ombro, ficando em pé, guardando as coisas. — Hmm? Andie pausou, pensando em como ela poderia frasear isso e finalmente disse, — O que você queria ser quando você crescesse? A mãe riu baixinho, virando e colocando suas mãos sobre a volta da sua costas, arqueando e torcendo enquanto se alongava. — Uau, já faz um tempo que alguém me perguntou isso. — Ela se endireitou, ajustando sua camisa. — Bem, quando eu era uma garotinha, eu queria ser uma rainha. — Ela disse, e Andie riu. — Mas quando eu percebi que não estava dando resultado, eu queria ser uma enfermeira de obstetrícia. — Sério? — Andie disse, tirando as mãos do teclado e voltando-se para encarar totalmente a sua mãe. — Nunca soube disso. Ela assentiu com a cabeça. — Quando eu era uma adolescente e estava visitando minha família na Grécia um verão, nós estávamos em uma festa e uma mulher entrou em trabalho de parto. Ela acabou dando a luz ali mesmo na grama, ao lado de uma das arquibancadas, e lembro de pensar que foi a coisa mais incrível que eu já tinha visto. — Ela sorriu para si mesma. — E pensei, uau, esta seria uma coisa incrível de se fazer todos os dias, ajudar a trazer vida ao mundo. Andie fitou-a quando ela olhou para o chão, o sorriso suave permanecendo nos lábios antes de respirar e olhar para cima, chegando na caixa novamente. — Então por que é que você não fez? — Andie perguntou, e sua mãe deu de ombros indiferente. ~ 189 ~

— As coisas mudam. — O que mudou? — Andie perguntou. — Bem, por um lado, eu conheci seu pai. — Ela disse antes de se virar para colocar os últimos itens na prateleira. Andie levantou sua testa. — Papai não queria que você fosse uma enfermeira? — Não, pai teria me apoiado, é claro. Eu acho que só queria coisas diferentes, depois que eu o conheci. — Ela disse, capotando a caixa vazia e cortando o fundo. Andie puxou seu lábio inferior entre os dentes assentindo lentamente. Talvez alguns meses atrás ela não teria sido capaz de entender essa linha de pensamento, mas agora ela sabia muito bem que encontrar alguém poderia mudar a maneira que você olha para o mundo ao seu redor, ou mesmo a maneira que você olha para si mesmo. — O que fez você querer se casar com o pai? — Andie deixou escapar, surpreendida com a sua própria pergunta. A mãe de Andie aplainou a caixa e deslizou-a sobre a pilha de papelão que estava esperando para ser reciclado. — Seu pai é um homem bom. — Ela disse. — Eu sei disso. — Andie disse, — Mas eu quero dizer, existem muitos homens bons por aí. O que fez você querer estar com ele para sempre? Ela parou, olhando para Andie por um segundo, tentando entendê-la antes que ela caminhasse até a mesa e sentasse em cima dela, encarando sua filha. — Seu pai é uma pessoa inteligente, gentil e honesta. Quando eu o conheci, eu sabia que ele tinha uma boa cabeça sobre seus ombros, que era responsável. Que ele seria um bom parceiro, um bom pai, um bom exemplo, que poderia sustentar uma família. Andie olhou para ela, esperando ela continuar, mas ela não disse nada. Sua mãe podia ver que Andie estava insatisfeita com sua resposta, que ela queria ter mais, e ela sorriu suavemente, balançando sua cabeça. ~ 190 ~

— O que eu sempre disse a você, Andrômeda? — Ela inclinou, divertidamente tocando sua filha na testa com o dedo quando disse: — Na agapas me to kefali sou, kai tha eisai asfalis. Ame com sua cabeça, e você estará segura. — Ame com qualquer outra coisa e você estará em apuros. — Andie terminou em estéreo com a sua mãe, fazendo-a rir. Ela escovou o cabelo da filha atrás de sua orelha antes de se levantar da mesa e virou para andar para fora do restaurante. — Quanto ao seu coração? — Andie disse. Sua mãe parou assim que ela chegou na porta, voltando-se para olhar para ela. — Que tal se você amar com o coração? — Andie perguntou baixinho. Ela olhou para a filha por um segundo antes de cruzar a sala até ela, colocando a mão do lado do rosto de Andie. Ela olhou para baixo, sorriu suavemente, e Andie podia jurar que havia um toque de tristeza por trás dele. Inclinou-se para baixo e beijou o topo da cabeça de Andie antes de se virar e caminhar para fora do restaurante, sem dizer nada. Andie caiu para trás em sua cadeira, a força de sua súbita epifania batendo-a como uma onda. Era como se o mundo estivesse apenas endireitando-se na frente de seus olhos. Talvez amando com sua cabeça foi o que funcionou para a mãe, mas Andie soube naquele momento, soube com uma certeza que ela nunca tinha sentido nada em sua vida antes daquele momento, que aquilo não iria funcionar para ela. Ela amava Colin. Nunca foi um problema não amá-lo. Ele era um bom rapaz, gentil e previsível, estável e seguro. Ela apenas não o ama com seu coração. Ela não queima por Colin. Não se derrete por ele. Ele não a fez querer ser uma pessoa melhor. Ele não a desafiava, não a inspirava, não a fazia sentir como se o mundo estivesse a seus pés, como se tudo fosse possível. Andie sabia como era experimentar essas coisas agora, mesmo que foi só por um momento. Ela queria experimentá-los novamente. Ela sentou-se em linha reta em sua cadeira, rapidamente salvou seu trabalho e fechou o seu computador. Suas mãos tremiam.

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Ela não tinha certeza do que ia fazer, mas se sentiu como se precisasse fazer algum tipo de ação. Era como se um véu tinha sido levantado na frente de seus olhos, e agora que ela podia ver tudo claramente, não queria perder mais tempo. Ela tinha que falar com Colin. Ela precisava ver Chase. Com as mãos tremendo, ela empurrou seu laptop de volta para a pasta e balançouo sobre seu ombro, caminhando rapidamente para a porta e vacilando de repente quando ela abriu e a fez tropeçar para trás. — Merda! Desculpa, você está bem? — Tracey riu, chegando a firmar sua amiga. — Jesus! Por que você está agitada assim aqui como uma louca? — Eu não agitei, eu só abri a porta. Não é minha culpa que você queria carregá-la como um touro para o outro lado. Onde diabos você vai com essa pressa? — Eu só... Eu tenho que falar com Colin. — Andie disse, escovando o cabelo fora do rosto e tentando soar calma. — Você está indo para lá agora? Andie olhou para seu relógio, perguntando se ele estaria em casa, querendo saber se era o melhor plano de ação. — Hum... sim, eu acho que sim. — Perfeito. — Tracey disse. — Eu estava vindo para cá para ver se você poderia me deixar na minha irmã. Estou cuidando de seus filhos hoje à noite e nunca há um lugar para eu estacionar em seu desenvolvimento. — Tudo bem. — Andie disse, andando em volta de sua amiga. — Mas precisamos sair agora. Tracey fez uma careta antes de levar sua mão até a testa em uma saudação. — Senhor, sim senhor! — Ela disse, seguindo sua amiga até a porta.

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Andie riu, revirando os olhos, puxou a porta aberta e saiu do restaurante. Ela teceu seu caminho em torno da área do bar e saiu pela porta lateral, nem mesmo verificando se Tracey foi atrás dela. Assim que ambas as meninas estavam dentro do carro, Andie viu Tracey virar no assento de passageiro para enfrentá-la. — Tudo bem, Weber. Desembucha. — Desembucha? — Andie perguntou como se ela tivesse voltado do espaço. — Sério, o que diabos está acontecendo com você? —Tracey perguntou, a preocupação prevaleceu sobre a ludicidade em sua voz. — O que? Nada. Eu estou bem. — Andie disse, e quando Tracey respondeu com silêncio, ela olhou sua amiga, olhando para ela. — Eu digo besteira. Andie suspirou pesadamente. Ela não sabia quem que ela queria enganar, tentando fugir de sua melhor amiga de quase vinte anos. — Bem. — Ela disse suavemente. — Eu só percebi que eu posso... Quero dizer que eu tenho... — Ela abanou a cabeça, tomando fôlego. — Eu tenho sentimentos por Chase. — Deus, vai a merda. — Tracey riu. — Eu não posso ter um cara bom, e aqui está você, fazendo fila. Andie manteve seus olhos na estrada, sem dizer nada. — Espere, espere, você está seriamente considerando fazer algo sobre isso? — Tracey perguntou, o humor agora saindo de sua voz. Ela lambeu seus lábios, antes de ela assentir com a cabeça, os olhos para a frente. Um silêncio caiu sobre o carro, e Andie sentiu um aperto no peito, enquanto esperava a resposta de Tracey. — Andie. — Ela finalmente disse. — Colin é ótimo. — Eu sei. — Andie respondeu baixinho. ~ 193 ~

Houve outro silêncio antes de Tracey dizer. — Eu quero dizer, você ao menos conhece esse cara Chase? Ele tem sentimentos por você também? Ou ele apenas quer você? Quantos pensamentos você colocou nisso? É só que...Colin é muito para jogar fora. Andie expirou pesadamente enquanto voltou sua cabeça contra o banco. — Eu pensei nisso, Trace. É tudo que eu tenho sido capaz de pensar no mês passado. Tracey não disse nada, mas pelo canto do olho, Andie podia ver sua mudança para que ela ficasse de frente para a estrada novamente. — É só porque eu escolhi errado. E eu quero que você certifique-se de que você não está fazendo a mesma coisa. — Você escolheu errado? — Andie perguntou, sua testa sulcada. — Do que você está falando? — Nate. — Mas Trace. — Ela disse, tentando escolher suas palavras com cuidado. — Não foi você que fez uma má escolha. Nate... — Ela parou, não querendo dizer as palavras. — Nate rompeu com você. Você não teve escolha sobre isso. — Eu trai ele, Andie. — Ela sentiu seus olhos abrirem amplamente antes de virar a cabeça em direção à amiga. — Você traiu o Nate? — Ela perguntou, incapaz de manter o choque fora de sua voz. Tracey assentiu com a cabeça. Andie abriu a boca para responder, mas não vieram as palavras. Tracey tinha dito que Nate rompeu com ela, porque ele sentia que eles eram jovens demais para ser tão sério, que queria experimentar a vida universitária. — Por que não você nunca... — Eu estava muito envergonhada para dizer. — Ela disse calmamente, cortando-a. ~ 194 ~

Ficou um silencio por um momento antes de Andie dizer. — Então... ele rompeu com você, porque ele descobriu? — Seu companheiro de quarto descobriu. Ele disse que eu tinha que dizer a Nate, ou ele diria. Andie caiu silenciosa, tentando dar sentido a tudo o que tinha ouvido. Apenas um pensamento vinha na sua mente, alto e claro: Por que diabos ela teria enganado Nate? — Eu fui estúpida. — Tracey disse, como se ela tivesse lido a mente de Andie. — As coisas eram basicamente perfeitas com ele. Eu sei disso agora. Mas na época, eu não poderia abalar o sentimento que talvez... Eu não sei... Talvez a grama era mais verde em algum outro lugar. Ele foi meu primeiro namorado real. O pensamento de só estar com ele... ele só me fez sentir como, eu não sei... como talvez eu estava fixando-me e nem mesmo percebendo. Andie respirou fundo, olhando mais para sua amiga. — Mas você sabe como essa história termina. — Tracey disse com um sorriso triste, antes de abanar a cabeça. — Nada foi tão bom quanto ele. — Ela estava calma antes de se virar em direção a Andie. — Eu estraguei tudo. E eu provavelmente vou passar o resto da minha vida lamentando a minha decisão. — Ela olhou para baixo antes de acrescentar: — Às vezes quando você comete um erro, você não pode voltar atrás e corrigi-lo, você não pode desfazê-lo tanto quanto você queira. Tem certeza que isso não vai ser um desses erros? Andie expirou lentamente, sem dizer nada. Porque a verdade era, ela não tinha certeza. Ela não tinha ideia do que o futuro guardava para ela e Chase. Elas dirigiram em silêncio, ambas claramente perdidas em seus pensamentos. Andie tentou imaginar-se na situação de Tracey. Ela podia se ver contando esta história, anos a partir de agora e referindo-se a ele como o maior erro de sua vida? Ela podia ver-se lamentando o fato de que ninguém que seguiu Colin tinha comparação? E quando ela parou o carro na rua em frente à casa da irmã de Tracey, bateu-lhe. Não importa o que o futuro guardava para ela, não tinha como ela ser verdadeiramente feliz com Colin agora. ~ 195 ~

Ela percebeu que ela queria mais do que ele poderia dar, e ficar com ele só porque estava com medo do desconhecido seria tão injusto para ele como seria para ela. Tracey virou-se para ela. — Antes de fazer qualquer coisa, apenas... Certifique-se de que você está certa. — Ela disse assim que desapertou o seu cinto de segurança. — Obrigada pela carona. Eu te amo. — Ela acrescentou, inclinando-se e beijando a bochecha de Andie. — Trace? — Andie disse bem quando sua amiga estava prestes a sair do carro, e ela parou, olhando sobre seu ombro. — Eu não quero o que meus pais têm. Eu quero o que o casal no parque tem. Tracey franziu a testa. — Você quer o quê? Andie sorriu. — Eu tenho que ir. — Ela disse enquanto colocou o carro na primeira, a urgência de volta na sua voz e em seus movimentos. — Eu também te amo. E muito obrigada. Tracey olhou para sua amiga por um momento e sorriu tristemente. — Boa sorte. — Ela disse antes de sair do carro e caminhar até a porta da frente de sua irmã. Andie apressou-se para a estrada, a adrenalina correndo por ela quando sua convicção ficou mais forte. Colin merecia alguém que amava-o, que realmente o amava, não alguém que ficou com ele porque ele fazia sentido. Ela estava fazendo a coisa certa para ambos. Ela sabia que estava. Andie chegou e puxou seu celular do porta-copos no console, fazendo a discagem rápida para Colin. Ele respondeu ao primeiro toque. — Ei querida, eu estava prestes a te ligar. — Oi. — Ela disse, sua convicção um pouco vacilante quando ouviu sua voz. — Hum, onde está você? — Eu acabei de chegar em casa. Onde está você? — Eu acabei de deixar Tracey em sua irmã. ~ 196 ~

— Você está bem? — Ele perguntou. — Você parece crepitada. Andie engoliu, tentando lembrar o que a fez pensar que ela poderia fazer isso. — Não, eu estou bem... Eu só... Eu queria ir até ai. Eu preciso falar com você. — OK. — Ele disse. — Eu queria falar com você sobre algo também. Por um segundo, o coração de Andie caiu. Ele sabia? Ele poderia possivelmente saber? Seu estômago rolou com o pensamento. Não importa. Ela estava indo para seu apartamento com toda a intenção de terminar. Mas, ainda assim, se ele sabia sobre o que tinha acontecido entre ela e Chase, ele iria odiá-la. Ela não queria que ele a odiasse. Talvez ela fosse incrivelmente ingênua, mas ela estava esperando que, depois que tudo tivesse dito e feito, eles poderiam permanecer amigos. — OK, bem, estou cerca de dez minutos. — Tudo bem. Vejo-a daqui a pouco. — Ele disse antes que terminou a chamada e Andie passou o resto do caminho para seu apartamento tentando analisar seu tom, suas palavras, na tentativa de preparar-se para o que podia estar chegando no seu caminho. Ela se aproximou da porta da frente e parou, fechando os olhos e tomando uma respiração longa e profunda antes de soltá-la lentamente através de sua boca. Esta é a coisa certa a fazer. E com esse pensamento, ela abriu os olhos e virou a fechadura. — Colin? — Ela chamou baixinho, entrando. A sala estava escura. — Aqui. — Ela ouviu ele dizer e seguiu sua voz para a cozinha. Havia velas sobre a mesa, suas luzes piscando ao redor dele, ele estava no balcão, ainda vestido em seu traje de trabalho, abrindo uma garrafa de vinho. Ele olhou para ela e sorriu. — Oi.

~ 197 ~

— Oi. — Ela disse suavemente, seus olhos escaneando a sala e seu batimento cardíaco aumentando ligeiramente. — O que é isso? — Ela perguntou, depois de uma pausa, balançando a cabeça em direção as velas. Seu sorriso cresceu ainda mais amplo. — Estamos comemorando. — Ele disse, entregando-lhe uma taça de vinho que ele tinha enchido. Ele levantou a sua própria, tinindo suavemente na dela. — OK. — Andie disse com uma pequena risada, olhando para baixo em seu copo. Ela o rodou suavemente, e ela tinha certeza que ela parecia tão inquieta quanto sentia. — Posso perguntar o que estamos comemorando? Colin tomou um lento gole de vinho antes que ele colocasse sobre o balcão e, Andie delicadamente colocou o dela para baixo ao lado do dele sem ter tomado um gole. Ele virou em direção a ela, então, e seu sorriso era deslumbrante. — Eu tenho a conta de Davis. Andie engasgou. — Oh meu Deus! — Ela gritou, completamente perdendo-se no momento que ela pulou e envolveu seus braços em torno de Colin. — Estou tão orgulhosa de você! Ele apertou os braços em volta dela, rindo baixinho. Ela congelou em seu abraço, percebendo como contra producente seu comportamento fora, mas ela não podia deixar sua reação visceral à notícia. Estava realmente animada por ele. A conta de Davis era enorme, e Andie sabia que quase todo mundo na empresa de Colin estava atrás dessa conta durante meses. Ela o sentiu esfregar as mãos sobre suas costas, e ela mastigou impacientemente seu lábio inferior, afrouxando gradualmente seu abraço em volta do pescoço dele. Era inútil agora sequer tentar voltar ao seu propósito para a vinda. Ela sabia que não tinha chance de fazê-lo hoje à noite, não depois do que ele tinha dito a ela. Ela jamais permitiria que ela mesma manchasse este momento para ele. — Parabéns. — Ela disse com um sorriso suave e se afastou dele.

~ 198 ~

— Eu sou o mais sortudo filho da puta do planeta. — Ele disse, afrouxando sua gravata com uma mão e pegando o seu vinho com a outra. — Não diga isso. — Andie o repreendeu suavemente. — Isto não é sobre a sorte. Você trabalhou realmente duro por essa conta. Colin assentiu com a cabeça, tomando outro gole de vinho. — Eu sei. — Ele disse, colocando o copo para baixo. — Eu quero apenas dizer em geral. Tudo na minha vida está indo da maneira que eu esperava. Eu tenho tudo que eu quero. Andie engoliu, olhando para baixo, seu estômago rolando inquieto. — Bem, quase tudo. — Ela ouviu-o dizer quando ele abaixou-se para pegar algo do chão. Quando passaram poucos segundos e ele não tinha levantado novamente, ela levantou os olhos para olhar para ele, e sua respiração parou em sua garganta. Ele estava ajoelhado diante dela. O copo de vinho escorregou de suas mãos, estilhaçando no chão na frente dele. — Oh Deus. — Andie atordoada, inclinando-se e alcançando freneticamente as toalhas de papel. Sua mão veio, segurando seu pulso e acalmando seus movimentos. — Deixa assim. — Ele disse baixinho, e ela parou, levando um tremendo fôlego antes que ela se obrigou a olhar para baixo, para ele. Ela se sentiu como se ela poderia estar doente, e ela engoliu convulsivamente, incapaz de remover seus olhos da caixa na mão dele, o diamante dentro brilhando delicadamente com o refratar das velas. — Quando eu ganhei essa conta hoje, tudo que eu queria fazer era vir para casa e compartilhá-lo com você. E eu sei que isso é tudo que eu sempre vou querer. — Ele foi para a frente, pegando a sua mão esquerda suavemente. — Qualquer experiência que eu tiver, boa ou ruim... Eu quero estar com você. — Ele olhou para ela por debaixo de seus cílios. — Casa comigo, Andie. ~ 199 ~

No segundo que suas palavras deixaram sua boca, todos os cenários possíveis correram através de sua mente. Ela poderia aceitar. Ela pensou na sua mãe, optando por se casar com um homem porque ele era amável e inteligente e responsável, que seria um bom parceiro, um bom pai. Tinha tudo acabado bem para ela, não tinha? Seria realmente tão terrível se Andie fizesse a mesma escolha? Ela poderia dizer sim agora, para não estragar o momento e, em seguida, dizer-lhe a verdade sobre seus sentimentos após as coisas acalmarem. Ela poderia encontrar uma razão para romper o noivado depois que ela tivesse tempo para pensar. Ela fechou os olhos, engoliu com força novamente, porque ela já sabia que não iria fazer qualquer uma dessas coisas. Não havia nenhuma maneira que ela poderia concordar em casar com ele sabendo que não estava apaixonada por ele, e não queria ter de dizer sim apenas para terminar no meio do caminho. À sua maneira, ambas as opções eram igualmente cruéis. Ela encontrou-se lutando para respirar enquanto seu coração despencou. Ele estava ajoelhado diante dela, oferecendo-lhe um futuro. E ao fazê-lo, ele foi deixando-a sem escolha. — Colin. — Ela disse, e sua voz parecia muito longe como se não pertencesse a ela. — É bonito. Ele sorriu para ela, e ela sentiu o ardor começar por trás de seus olhos. — Eu só... — Ela disse, sua voz quase um sussurro. —Desculpe-me... Eu não posso. Seu sorriso desvaneceu lentamente, seus olhos nos dela, e ele mudou seu peso ligeiramente, permanecendo em um joelho. — Eu sei que parece rápido, Andie. — Ele disse, sua voz suave com persuasão. — Mas nós amamos um ao outro. O que mais existe? Andie baixou os olhos para o vidro quebrado no chão, brilhando com a luz de vela como o diamante na mão de Colin.

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— Nós poderíamos morar junto primeiro. — Ele ofereceu. — Não temos de casar imediatamente. Nosso noivado pode durar quanto você quiser que seja. Um pesado silêncio desceu sobre eles, e Andie sentiu como se pudesse sufocar sob o peso dele. Ela inalou uma respiração trêmula e levantou seus olhos bem na hora de ver a expressão de Colin mudar; ela assistiu a esperança escorrer de seus olhos como lágrimas e ela teve que afastar o olhar novamente, bem quando as suas próprias começaram. — Quer dizer que você não pode casar-se comigo agora? Ou você não pode casar comigo nunca? — Ele perguntou, sua voz rouca. Ela sentiu as lágrimas correrem para baixo pelas suas bochechas antes de olhar para ele, sua imagem imediatamente borrando, quando seus olhos se enchiam até a borda novamente. — Desculpe-me. — Era tudo o que ela podia conseguir. Colin olhou para baixo, sua testa franzida, ele sacudiu a cabeça um pouco. Após um segundo atordoado, ele lentamente levantou seus olhos para Andie. — Há mais alguém? Andie expirou. — Não. — Ela disse fracamente. — Bem, então, o que é? — Ele perguntou, sua voz, assumindo uma qualidade desesperada quando ele levantou e colocou a caixa do anel sobre o balcão. — Quero dizer, o que está acontecendo aqui? — Eu... Eu só... — Ela ficou ausente, cobrindo o rosto com ambas as mãos e abanando a cabeça. Ela não queria fazer isso dessa maneira. Ela queria sentar-se com ele, conversar, tentar mostrar-lhe como esta era a melhor decisão para ambos. Ela não queria deixar apenas deixar escapar porque ela se sentiu acuada. Como ela poderia quebrar seu coração, quando ele estava na frente dela, oferecendo-lhe uma vida com ele? — Você o que? — Colin perguntou, sua voz oca. ~ 201 ~

Ela manteve suas mãos sobre seu rosto, as lágrimas escorrendo quente e rápido para baixo de seu rosto. — Você o que? — Colin repetiu, uma pitada de raiva rastejando em seu tom. Ela abriu a boca, mesmo que sua mente não tinha formulado uma resposta, e ela o sentiu agarrar seus punhos e puxar as mãos longe do seu rosto. — Jesus Cristo, Andie, apenas diga. — Ele disse, sua voz cheia de frustração e seus olhos cheios de dor. — Eu mereço isso. Andie ficou parada ali, seus pulsos nas mãos dele e as lágrimas escorrendo por seu queixo à fora. — Eu me importo com você. Muito. — Ela disse, sua respiração, pegando entre as palavras. Ele olhou para seu rosto, seus olhos buscando os dela, precisando desesperadamente de sua resposta, e de repente sentiu algo clicar dentro dela, deixando em seu rastro um desprendimento lúgubre, removendo-a desde o momento em tempo suficiente para dizer as palavras. — Mas... Eu não sou apaixonada por você. Ele olhou para ela por um segundo antes soltar seus pulsos, virando-se e segurando a borda do balcão, deixando cair a cabeça. Instintivamente, ela estendeu a mão para confortá-lo, mas antes de ela fazer contato, ele inclinou-se e agarrou a caixa do anel com um movimento abrupto que Andie vacilou. Ela ficou imóvel, a mão ainda estendida em sua direção, uma combinação de desamparo e contrição sobre ela. Os olhos dela caíram ao seu lado para as mãos dele, embalando a caixa que apenas momentos atrás segurou seu futuro, e com uma rápida onda de seus dedos, ele agarrou para fechar, o som agudo ecoando através do apartamento. A porta fechando sobre eles para sempre. — Saia. Andie exalando baixinho, finalmente deixou cair sua mão estendida. — Colin... ~ 202 ~

— Saia. — Virou-se do balcão de modo que suas costas estavam viradas para ela, seu punho fechado ao redor da caixa do anel. Seus olhos se encheram novamente quando ela sussurrou, — Eu posso simplesmente... — Saia, da porra meu apartamento, Andie. — ele disse com uma formalidade fria que causou uma forte pontada no peito. Ela merecia. Ela sabia que ela merecia. Sua respiração prendeu novamente enquanto ela se afastava dele, o vidro quebrado esmagando sob seus pés. — Sinto muito. — Ela sussurrou antes de se virar e tropeçar para fora da cozinha. Ela se sentiu desajeitada e inepta, quase como se ela estivesse correndo debaixo d'água quando se aproximou da porta dele, e logo que ela estava fora, sua mão voou para a sua boca quando o primeiro soluço arrancou de sua garganta com uma força surpreendente. Ela cambaleou do apartamento até o seu carro, ganhando vários olhares de pessoas que passavam. Um adolescente realmente parou, esfregando a parte de trás do seu pescoço desajeitadamente. — Você está... Você está bem? — Ele perguntou inquieto. Andie assentiu com a cabeça, tentando forçar um sorriso, mas afastou-se dele quando outro soluço partiu de seus lábios. Ela finalmente chegou ao seu carro e derramou-se dentro. Não tinha como dirigir em seu estado atual, mas ela virou a chave na ignição do mesmo jeito. Andie teceu pelas ruas escuras, uma mão no volante e a outra percorrendo suas lágrimas inexoráveis. Em sua mente, ela sabia que deveria ir para casa agora. Mas tudo no seu corpo gritava Chase. Ela só precisava vê-lo. Andie percebeu que ela provavelmente deveria esperar para falar com ele. Ela precisava se acalmar e reunir seus pensamentos. Depois de estragar as coisas tão mal com Colin, ela queria certificar-se de que ela fizesse pelo menos essa parte direito. E ainda cinco minutos mais tarde, ela estava na rodovia que iria levá-la a ele.

~ 203 ~

Ela nunca estivera em seu apartamento antes. Só sabia sobre o assunto, por suas discussões no caminho para a Florida, e ela esperava que através da escuridão e suas incoerências, ela conseguisse descobrir qual deles era. Quando ela finalmente entrou na rua que ela sabia ser a dele, ela estacionou o carro, apertando os olhos pelo para-brisa e tentando ver os números dos edifícios através de sua visão turva. Não era o melhor bairro, e ela não queria passear no escuro, especialmente em seu estado atual. Os olhos dela estavam queimando e ela já podia sentir o quão inchado eles estavam. Ela saiu do carro rapidamente e correu até as etapas de construção que ela esperava que era dele, olhando rapidamente a campainha; a palavra McGuire foi rabiscada ao lado de 3B. Com urgência renovada ela correu para dentro e subiu as escadas, diminuindo a velocidade quando se aproximou da porta. Sua mão tremia e ela bateu suavemente. Passou um minuto antes que ouvisse o som de alguém do outro lado, e quando a porta abriu, os olhos se encheram de lágrimas novamente. Só que desta vez, houve alívio por trás deles. Ele estava sem camisa, a calça de pijama de flanela desgastada que ele estava usando estava bem abaixo do seu corpo, revelando o V musculado de seus quadris. Seu cabelo era uma bagunça amarrotada e seus olhos estavam vesgos de sono. — Oi. — Andie sussurrou baixinho, seu queixo tremendo. Seus olhos se arregalaram em alarme. — Jesus Cristo, o que aconteceu com você? Você está bem? — Ele avançou rapidamente, a alcançando. — Colin me pediu para casar com ele. Ele congelou antes de trazer os braços para trás a seu lado. Havia a menor oscilação de algo por trás de seus olhos, mas logo que apareceu, tinha ido embora, substituído por um sorriso educado. — Parabéns. ~ 204 ~

— Eu disse que não, — Ela sussurrou. Ela assistiu seu sorriso cair, e piscou acima para ele, uma nova rodada de lágrimas derramando de seus olhos enquanto esperou para ele dizer algo. Sua expressão estava ilegível. — Eu disse que não, Chase. — Ela repetiu. Ele fechou os olhos antes de expirar fortemente, deixando cair a cabeça e correndo a mão pelo seu cabelo. — Isso não é o que... — Ele rastejou, gaguejando com as palavras. — Eu não queria que isso acontecesse. — Chase. — Andie disse, sacudindo a cabeça. Ela não iria deixá-lo assumir a culpa por isso. Ela havia tomado essa decisão. Ele poderia ter aberto os olhos dela para certas coisas, mas com Chase ou sem Chase, ela e Colin nunca teriam dado certo. Andie deu um passo em direção a ele, e ele recuou abruptamente. Ela parou, seu estômago se torcendo desagradavelmente com sua reação. Lentamente, ele levantou os olhos para os dela. — Andie. — Ele disse, sua voz suave, mas firme. — Você deveria ter dito que sim. Todo o ar deixou seu corpo enquanto ela olhava para ele, seu coração afundando, ela tomou em sua expressão suave. O fogo nos olhos dele, o desejo que ela quase se afogou naquela noite ao piano, estava longe de ser encontrado. — Você deveria ter dito que sim. — Ele repetiu baixinho quando deu mais um passo pequeno para trás. Ela sentiu o calor inundar seu rosto assim como a humilhação estabelecendo-se em torno dela como uma névoa, impedindo qualquer reação lógica ou pensamento, qualquer resposta racional. Em vez disso, ela virou, tentando manter alguma aparência de dignidade, enquanto andava rapidamente em direção à escadaria que traria de volta para baixo do nível da rua.

~ 205 ~

Ele não tentou impedi-la. Ela saiu do prédio, a respiração vindo em pequenas rajadas rasas, assim como as pernas estavam tremendo, lutando com a tarefa de apoiá-la. Para sua surpresa, os olhos dela permaneceram secos quando ela deslizou em seu lugar do condutor, e até mesmo quando ela saiu rapidamente para fora do estacionamento. Não foi até que ela acelerou para a estrada que iria levá-la para casa que ela sentiu o ardor familiar por trás de suas pálpebras, e por um segundo, ela se perguntava se era possível ficar sem lágrimas. Ela desejou que fosse. Como poderia ela ter começado isso tão errado? Como poderia ela tê-lo interpretado erroneamente? Imagens de Chase passaram em um loop através de sua mente, uma apresentação de slides das suas indiscrições: o quarto de hotel na Carolina do Sul, o lago, Tybee Island, a pista de dança, a noite em que ela se trancou para fora. O piano. Era possível que ela tinha interpretado tudo isso mal? Ou ele apenas mudou sua mente? Andie engoliu, sacudindo a cabeça. Não importava. Tão horrível como ela se sentia agora, ela sabia que o que tinha feito esta noite foi o melhor. Em algum lugar por trás da dor maçante em seu peito tinha uma pequena brasa de reafirmação. Ela nunca seria Tracey, olhando para trás nesta noite com pesar. Ela nunca poderia ser sua mãe, casar-se com estabilidade em vez de amor. E ela nunca se arrependeria de ter se apaixonado por Chase, mesmo que ele não retribuísse os sentimentos. Ela agora olhava para o mundo ao seu redor com olhos diferentes, por causa dele. Ele tinha dado a ela confiança. Tinha mostrado a ela como encontrar humor e conforto nas coisas que ela temia. Tinha provado a ela que uma pessoa poderia tomar o seu sofrimento e usá-lo para se tornar uma pessoa melhor; ele tinha lembrado a ela que o mundo estava cheio de possibilidades. Mesmo que eles não tinham nenhum futuro juntos, ela nunca iria lamentar as experiências que teve com ele. ~ 206 ~

E se não fosse por Chase, talvez ela acabaria com Colin, e ela nunca seria verdadeiramente feliz. Colin merecia uma menina que estava de corpo e alma para ele e Andie merecia amar alguém com todo o seu ser, seu coração, mente e corpo. E agora eles estavam livres para encontrar exatamente isso. Isso foi tudo para o melhor, ela disse-se repetidamente. E ela se perguntava quanto tempo levaria para ela acreditar nisso.

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CAPÍTULO CATORZE

O que ele tinha feito? Chase passeou o comprimento de sua sala de estar, uma mão agarrada em seu cabelo enquanto trouxe a outra à boca, tomando uma tragada longa do seu cigarro. Ele não tinha fumado em meses, não desde a viagem até a Flórida, mas ele já estava no seu terceiro desde a hora que Andie saiu. Os olhos dela. Ele não conseguia parar de pensar sobre o olhar em seus olhos. Se só tinha visto aquele fogo, o que ele sabia que era capaz de acender lá. Aquele que tinha queimado ele com sua raiva naquela noite na adega de Justin. Se apenas ela tivesse o olhado dessa forma, se ele tivesse visto algum nível de autossuficiência ou resiliência em seu olhar, se ela lhe tinha dito para ir para o inferno, então talvez ele poderia começar a se mover após a porra da calamidade que ele tinha criado. Mas a dor por trás de seus olhos, o constrangimento, a confusão, ele não conseguia parar de vê-lo. A cena se manteve desdobrando na sua frente de novo e de novo: queixo trêmulo, suas lágrimas manchando o rosto, a esperança na sua expressão, as palavras o exaltaram e rasgaram o seu coração ao mesmo tempo. Eu disse que não, Chase. Ele fechou os olhos e balançou a cabeça, tomando o cigarro entre os lábios para liberar suas mãos enquanto andava rapidamente em direção à cozinha e atingiu acima de sua geladeira. Ele pegou a primeira garrafa em que sua mão pousou e olhou para baixo quando retirou a tampa. Johnnie Walker Black, embora quase não importava.

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Ele puxou o cigarro de seus lábios com uma mão enquanto ele trouxe a garrafa à boca com a outra, tomando um gole enquanto andava de volta para a sala de estar. Chase caiu para trás em seu sofá, sua cabeça descansando contra ele, enquanto alternava a garrafa e seu cigarro. Ele queria se dilacerar, para chegar no interior de seu peito até que ele poderia colocar seu punho ao redor da sensação que estava doendo lá e puxar para fora de seu corpo. Ele havia se sentido culpado suficiente quando ele pensou que estava se intrometendo no relacionamento deles, mas não tinha ideia que as coisas eram assim tão graves. Merda, eles tinham apenas começado a namorar quando ele a conheceu, o que significava que não poderiam ter estado juntos por mais de um ano e meio. Ele não esperava que qualquer um deles estaria já pensando em casamento. Já tinha sido merda o suficiente querer a namorada de Colin, mas querer sua esposa? Para tirar isso dele? Ele expirou uma baforada de fumaça e trouxe a garrafa à boca novamente. Chase não tinha ideia que seu relacionamento estava lá. Se ele soubesse, teria tentado controlarse mais. Como poderia ter sido tão egoísta? Como poderia ele ter feito isto ao amigo? Como poderia ter feito isso para Andie? Ele engoliu, sentindo o calor deslizando para baixo de sua garganta, e ele se inclinou para a frente, colocando a garrafa sobre a mesa de café, antes que ele descesse a mão livre aproximadamente pelo seu rosto. Ele não deveria ter ido ao seu apartamento na noite que ela saiu do Ripley. Até esse ponto, tudo era gerenciável. Tudo estava sob controle. Ele deveria ter saído de lá sozinho o bastante. Mas não, ele tinha de segui-la. Ele tinha que se convidar para entrar sob o pretexto besta de dar-lhe uma aula de piano. E com um movimento egoísta, ele conseguiu arruinar o futuro dela inteiro. Ele olhou para baixo para sua mão enquanto rolava o cigarro entre seu polegar e o indicador, e com um destro movimento do seu pulso, ele assistiu a brasa se desintegrar, chovendo em seu tapete e manchando-o com pequenos pontos de cinza. Chase trouxe o ~ 209 ~

cigarro à boca mais uma vez, saltando um pouco muito alto, quando uma batida frenética soou em sua porta. Ele parou por um momento antes de fechar os olhos. Apenas uma pessoa estaria vindo em seu apartamento a esta hora da noite, batendo com esse tipo de determinação frenética. Colin. Filho da puta. Ele não queria fazer isso agora. Com os olhos ainda fechados, ele caiu para trás contra o sofá, exalando a fumaça lentamente através de seu nariz. A batida na sua porta soou novamente, um pouco mais alta dessa vez, e os músculos no maxilar do Chase contraíram-se. Ele nunca tinha sido o tipo de fugir das consequências. Na verdade, algumas coisas desligaram dele mais do que uma pessoa que não poderia possuir seus erros. E por mais questionável que a integridade de Chase tinha sido ao longo dos últimos meses, ele não iria mostrar fraqueza de caráter agora. Ele correu sua língua sobre os dentes, rindo sem humor para si mesmo para a patética ironia disso tudo, como se fosse mostrar algum tipo de fibra moral enfrentando seu amigo depois que ele furtivamente tinha atraído sua namorada para longe dele. Apesar do fato de que não poderia mesmo envolver sua mente em torno de ter esta conversa agora mesmo, ele sabia que iria abrir a porta fora do princípio. Colin merecia uma explicação, tanto como Chase merecia algum tipo de repercussão. A batida na sua porta soou novamente com tal ferocidade que Chase tinha certeza que a pessoa do outro lado tinha-a chutado e ele sentou-se lentamente, atingindo letargicamente a garrafa em cima da mesa para tomar um último gole. Em algum nível, Chase sabia que isso estava por vir. Ele sabia no segundo que as palavras deixaram a boca de Andie mais cedo naquela noite. Ele só não esperava que seria tão cedo. Mas talvez seria melhor superar isto de uma vez. Talvez era cedo suficiente para que algo pudesse ainda ser reaproveitado.

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Ele levantou do sofá, inclinando-se para apagar o cigarro e colocando a garrafa de volta na mesa, e finalmente endireitou-se, esfregando os olhos com os calos de suas mãos antes de corrê-las através de seu cabelo. Chase aproximou-se de sua porta, sentindo o instinto se instalar em sua mandíbula, se preparando para qualquer coisa que viesse agora. Mas quando ele abriu a porta, sua mente ficou completamente em branco. Não havia nada que poderia ter preparado ele para isso. Ela parou na entrada da porta, os olhos vermelhos e inchados, e apesar de que seu rosto ainda estava listado com lágrimas, estava inexpressivo. Seus olhos eram impassíveis, sua postura perfeitamente parada. Chase estava congelado, olhando para ela. Parecia que uma hora tinha passado antes de qualquer pensamento coerente ser devolvido a ele, e naquele momento, ele percebeu que provavelmente deveria dizer alguma coisa. Mas ela encontrou seu olhar por trás dessa expressão em branco, Chase encontrou-se lutando para encontrar palavras. Um simples pedido de desculpas nunca seria bom o suficiente para o que ele fez, mas foi a única coisa que conseguia pensar naquele momento que fazia qualquer tipo de sentido. Antes que pudesse sequer tentar achar as palavras, Andie pulou para a frente, empurrando-o com tanta força que ele foi tropeçando de volta para sua sala de estar. Chase esforçou-se para firmar-se, e tão logo ele recuperou seu equilíbrio, ela se dirigiu pra frente novamente, suas palmas mantendo contato com seu peito forte o suficiente para mandá-lo cambaleando, de volta contra a parede. — Você não pode apenas fazer isso! — Ela gritou, sua voz rouca de emoção. — Você não pode apenas aparecer na vida de alguém e estragar tudo como você fez! Eu estava bem antes de você! Chase empurrou-se completamente atordoado, para fora da parede e ela deu um passo para trás, tremendo de raiva. — Você acha que você pode fazer o que quiser em detrimento de outras pessoas? Que você não precisa se preocupar com ninguém além de si mesmo? Chase vive apenas ~ 211 ~

para Chase, certo? — Ela gritou, gesticulando para ele com raiva. — Você acha que só porque você foi ferido, você não tem que considerar os sentimentos de outras pessoas mais? Que você começa a virar-me de cabeça para baixo em um capricho seu e depois é só ir embora? Ele ficou imobilizado sob seu brilho, seu coração batendo no peito. Ele merecia isso. Ele merecia cada segundo disso e muito mais. Ele iria ficar lá e tomar tudo o que ela precisava para desabafar, dando-lhe o único tipo de reparação, que ele poderia. Ela rudemente tirou os cabelos de seus olhos, seu peito arfando. — Eu não imaginei, Chase. — Ela disse, sua voz amaciando e tremendo de uma forma que causou uma dor aguda no peito dele. — Então o que? Você só queria me foder? Exceto isso. Ele iria pegar qualquer coisa que ela tinha que dar, menos isso. Ele poderia ficar lá e deixá-la derrubá-lo, deixar que ela o chamasse de tudo o que era e não era, mas ele não iria tolerar ela se menosprezando. Ele não ficaria lá e deixá-la diminuir o que ele sentia por ela, ou deixá-la crer, até mesmo por um segundo, que era apenas sobre sexo. Que ele achava tão pouco dela. — Andie, não. — Não, me diga. — ela disse, mudando o seu peso enquanto ela dobrava seus braços, colocando um ar de zombaria intrigante. — Eu sei que eu não imaginei isso. O que quer que isso foi entre nós. Então o que foi? Você apenas queria me foder e enviarme de volta para ele? Deixá-lo lidar com a relação real, enquanto você tinha seu divertimento? De repente conseguiu ficar demasiado sério para você? Ele engoliu, o peito pungente com uma dor familiar, e ele percebeu que as últimas palavras que tinham cortado ele dessa maneira, tinham vindo da boca de seu pai. — Pare com isso, Andie. — Ele disse, sua voz baixa. — Bem, então me diga do que isso se trata! — Ela gritou, levantando suas mãos em frustração. ~ 212 ~

— Eu mereço uma explicação, porra! Chase podia sentir o calor vindo em cada superfície de seu corpo, sentir suas mãos trêmulas. Ele não tinha ideia do que estava por vir, e ele estava com medo de mover-se, com medo de abrir a boca por medo do que poderia sair. Então ele ficou ali, seus olhos sobre ela e não disse nada. Andie olhou para ele, esperando por uma resposta, mas depois de quase um minuto de silêncio, Chase assistiu como a bravura lentamente deixou seu corpo, a raiva derreteu de sua expressão, e de repente ela apenas parecia derrotada. Ele olhava com horror como as lágrimas brotavam de seus olhos, e quando ela falou, sua voz foi tremendo. — Você é um covarde. — Ela disse antes que se virasse e dirigiu-se para a porta. Ele tinha a deixado ir uma vez. Ele não iria cometer o mesmo erro novamente. Em três passos longos, ele cruzou a sala e agarrou seu braço, virando-a rapidamente puxando-a na sua direção. Ela olhou para ele, seus olhos com alarme, e antes que ele pudesse sequer pensar sobre o que estava fazendo, ele trouxe sua boca a dela. Ele sentiu os braços dela subirem, e por uma fração de segundo, ele pensou que ela poderia acertá-lo. Mas em vez disso, eles deslizaram em seu pescoço, os dedos serpenteando em seu cabelo quando ela puxou a boca dele contra a sua e que por um segundo ele parou de pensar completamente. As mãos dele vieram para a cintura dela, pressionando o corpo dela contra o seu enquanto ele continuou a beijá-la, fazendo com que seu tronco se curvasse com a força dele. Quando ele sentiu o arco do corpo dela, a forma como ela foi se rendendo, ele começou a puxar para trás, mas os cabelos dele se enrolaram nas mãos dela em punho e ela puxou-o de volta em direção a ela, pedindo sem palavras o que ele estava dando para ela poucos segundos antes. Com um gemido suave que ele obrigou, beijando-a totalmente, seus lábios e respiração combinando com renovada urgência. As mãos de Andie ainda estavam ~ 213 ~

entrelaçadas em seu cabelo, e ele podia sentir seus próprios dedos cavando na carne das suas costas sob sua camiseta. Cada segundo de tensão acumulada, cada pingo de desejo proibido, cada desejo ilícito, finalmente tinha encontrado uma saída. Ele podia senti-la pronta para ele em seus braços, alimentando sua própria rendição, dando-lhe livre reinado como o ataque de emoções reprimidas que explodiu entre eles. Chase trouxe suas mãos até o rosto dela, seu polegar acariciando seu rosto, tentando mostrar-lhe através do beijo frenético que isso era mais do que apenas físico para ele, mas ele não conseguia parar de beijá-la tempo suficiente para dizer as palavras. Quando ele fantasiou isso muitas vezes, Chase nunca tinha imaginado que seus lábios eram tão perfeitos. Toda vez que ele retirou a boca da dela, ele encontrou-se inclinando de novo apenas para senti-los novamente. O gosto dela era realmente doce, e ele já podia sentir-se embebedar-se dela. Ficando viciado a ela. Ele correu seus polegares pelo seu rosto novamente, e ela puxou para trás ligeiramente, olhando para ele. Desta vez enquanto ele se inclinava de novo, ele assumiu o controle do beijo, diminuindo sua velocidade, escovando seus lábios contra os dela, partindo seus lábios com o seu próprio, puxando sempre tão ligeiramente para trás antes de permitir que suas bocas fizessem contato novamente. Com um pequeno gemido que quebrou o coração do Chase e restabelece-o simultaneamente, ela seguiu sua direção, beijando-o com a mesma reverência que ele estava sobre ela, e de repente eles estavam ambos presentes novamente, tão dolorosamente ciente de si, de cada respiração, som e toque. Ele escovou seus lábios contra os dela novamente, lutando contra cada instinto de seu corpo quando se afastou dela, levantando a mão para escovar o cabelo longe do seu rosto. — Chase. — Ela sussurrou, sua voz, uma mistura de desejo e confusão, e ele se inclinou para a frente, beijando a ponta do seu nariz e colocando seu cabelo atrás da sua orelha. ~ 214 ~

— Como pode você não saber? — ele sussurrou, e ela olhou para ele com aqueles olhos que lhe pertenciam desde o primeiro dia em que ele olhou para eles. — Você tem que saber como me sinto sobre você, Andie. Ela deixou cair o seu olhar, um leve blush coloriu seu rosto, e Chase trouxe os dedos por baixo do queixo dela, levantando o rosto dela de volta para a seu. — Como você poderia pensar que isso era apenas sobre sexo? Ela lambeu seu lábio inferior nervosamente, inadvertidamente tentando Chase a levar sua boca de volta na dela, mas ele não permitira-se. Ainda não. Não até que ele deixasse claro seus sentimentos. — Mas... porquê... você disse que eu deveria ter... — Ela falou nervosamente, sua voz quase um sussurro. — Andrômeda. — Ele disse baixinho, e ela se calou, olhando para ele. — Eu quero você. E eu não estou falando apenas de sexo. Eu quero você em todos os sentidos. Mas... você merece mais do que o que eu posso lhe oferecer. Ele pode dar-lhe coisas, um futuro e uma vida que eu só... — A voz dele morreu, balançando a cabeça. — Eu não sou Colin. — Ele disse finalmente. — Há uma boa chance que eu vou foder isso, e depois tudo terá sido em vão, e você desejará que tivesse... Andie abanou a cabeça antes de pressionar sua boca na dele, silenciando-o. Havia tantas coisas que ele ainda queria dizer, e, tanto quanto ele precisava esclarecer as coisas com ela, ele foi imediatamente puxado de volta para o beijo. A mão esquerda enrolada em torno da nuca dela enquanto seus lábios se separaram para ele, sua língua provocando o lábio inferior dele, implorando por entrada. Ele favoreceu com um gemido, e quando ela lhe pressionou contra a parede, ele perdeu todos os comboios do pensamento. Foi Andie que retardou as coisas desta vez, puxando-se para trás com ele um pouco, e ele encontrou-se inclinando-se para ela, tentando prolongar o contato. ~ 215 ~

— Então... esta é a única razão que você me disse que eu deveria ter dito sim? — Ela perguntou, e ele pressionou a testa para a dela. — Estou pronto para enfrentar minhas consequências, Andie. Eu só quero que você tenha certeza. — Ele sussurrou, seu lábio inferior pastorando o lábio superior dela. — Eu quero que você pense sobre o que você estaria abrindo mão. — Não há nada para pensar. — Ela murmurou contra seus lábios, beijando-o com um toque leve. — Eu sei que você é o que eu quero. Chase fechou os olhos no momento em que uma corrida agradável de calor evoluiu através de seu corpo com suas palavras, palavras que pareciam boas demais para ser verdade. — Diga mais uma vez. — Ele sussurrou. Ele sentiu sua risada contra seus lábios antes de ela se puxar para trás ligeiramente, encontrando o seu olhar. — Você é o que eu quero, Chase. Ele trouxe sua testa para a dela novamente enquanto um contentamento que nunca tinha conhecido se envolveu em torno dele, quase tirando o seu fôlego. Andie levantou seu rosto, tocando a ponta do seu nariz no nariz dele, acariciando suavemente a parte de trás do seu pescoço. As emoções estavam cursando através dele com velocidade alarmante, nenhuma delas reconhecidas, mas todas elas poderosas. Ele Sentia-se bêbado, como se algo tivesse tomado conta de seu corpo, bombardeando-o com ondas de prazer e satisfação, e ele nunca quis se sentir normal novamente. Ele levantou a cabeça, em seguida, olhando para ela, e ela sorriu para ele. Ele ficou esperando por ele sentir-se mal, estando lá com a ex. do seu amigo em seus braços, mas a verdade era inegável, nada em sua vida nunca tinha sido tão certo. — Eu não posso fazer nada. Eu quero isso. — Ele disse roucamente, e ela sorriu, sua mão ainda pastando na parte de trás do seu pescoço. — Então é seu.

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Ele trouxe sua boca de volta a dela, incapaz de lutar contra a sua necessidade de tocá-la, e ela envolveu seus braços em torno dele novamente, delicadamente andando com ele mais distante para o quarto, ainda continuando a beijá-lo. Quando ele sentiu as costas dos joelhos baterem do lado da sua cama, ele congelou e com uma suave cotovelada de Andie, suas pernas amassaram quando ele sentou-se no colchão. Chase olhou para ela, tentando ler a sua expressão. Ele a queria mais do que qualquer coisa. Queria senti-la, adorá-la, finalmente fazê-la sua depois de tanto tempo, mas não queria que ela achasse que tinha que fazer isso agora. — Andrômeda. — Ele começou, e seus olhos vibraram fechados. — Adoro quando você me chamar assim. — Ela suspirou, trazendo seus joelhos para a cama do lado de fora das coxas dele e montou em seu colo, e ele trouxe as mãos para seus quadris, olhando para ela. Ela olhou para ele, uma madeixa de cabelo caiu na frente de seus olhos, e ela mordeu seu lábio inferior antes de sorrir. Meu Deus, ele pensou, esta mulher não tem ideia de quão sexy ela é. — Por que você parece tão nervoso? — Ela brincou suavemente. — Essa não é sua primeira vez, é? — Você sabe que nós não temos que... — Mas suas palavras foram cortadas com um gemido quando ela abaixou seu peso no seu colo, fornecendo a pressão mais incrível. Ele cavou seus dedos em seus quadris, esperando, tarde demais, que ele não estava machucando-a. Ela olhou para ele novamente, sua expressão agora docemente grave. — Eu quero. — Ela sussurrou. — Eu quis por tanto tempo. Mas não temos que fazer esta noite se você achar que é uma má ideia. Eu só quero estar perto de você. Ele soltou seu domínio sobre os quadris dela, correndo suas mãos até os lados do seu corpo, e ela suspirou, fechando os olhos e arqueando-se em direção a ele. ~ 217 ~

Sua mandíbula flexionou quando a deixou entrar. Ela realmente acha que ele iria decepcioná-la? Ela pensou que ele negaria alguma coisa a ela? — Andie, eu lhe darei qualquer coisa que você queira. Ela abriu os olhos e olhou para ele. — Eu vou me apaixonar por você. — Ela sussurrou. Tão logo as palavras deixaram sua boca, foi a mais ínfima cintilação de alarme na sua expressão, como se ela não deveria ter divulgado essa informação. Ele queria responder. Ele queria tirar o medo fora dos olhos dela. Ele queria dizerlhe que a vencera há muito tempo, que ele tinha se apaixonado por ela naquele dia em Tybee Island, cada experiência que teve com ela desde então só o tinha reforçado. Mas tudo neste momento parecia tão delicado, tão surreal; ele estava apavorado que iria dizer a coisa errada e danificá-lo. Ele não queria fazer um discurso extravagante incessantemente com palavras simples que não seguravam uma vela para o que ele estava sentindo. Em vez disso, ele deslizou sua mão por trás do seu pescoço e puxou-a para baixo para ele, a ponta da sua língua ao longo da ondulação do seu lábio antes dele separá-los, beijando-a com cada pingo de emoção que conseguiu reunir, derramando cada palavra não dita para o beijo, dizendo-lhe, sem palavras, como ela tinha conseguido reviver tudo dentro dele que era bom, mostrando-lhe que ele queria que ela se apaixonasse por ele, porque ele já estava apaixonado. E quando ele sentiu a sua curva de lábios em um sorriso contra a sua, ele soube que ela compreendeu. Ela se inclinou para ele, então, pressionando-o de volta para a cama e no segundo que Chase deitou com Andie em cima dele, ele sabia que isto ia ser diferente. Parecia que ele existia dentro de um vácuo. Cada sentido foi amplificado e estava intensamente sensível a forma como ela estava se movendo contra ele, como ela beijou, pequenos sons que ela estava fazendo, o sabor dos seus lábios, o cheiro de seu cabelo quando ele caiu em cortinas de seda em torno de seus rostos, escondendo-os do resto do mundo.

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Ele estava extremamente consciente de tudinho, e tudo isso alimentou o fogo que foi construindo baixo no seu estomago, crescendo com velocidade surpreendente. Sexo para Chase tinha sido sempre um meio para um fim. Mesmo quando ele realmente se importava com a mulher com quem ele estava, tratava-se de afastá-la. Mas desta vez, com Andie, o final era a coisa mais distante de sua mente. Todo o seu foco estava neste momento, neste segundo, agora. Andie se moveu em cima dele com confiança, seu ritmo lento e sensual, mas enraizado em seu desejo crescente enquanto ela dava seus perfeitos beijos ao longo do lado do seu pescoço, e ele agarrou seus quadris firmemente, inclinando sua cabeça para trás para dar a ela melhor acesso. Jesus Cristo, como poderia ele se sentir tão bem com quatro camadas de roupa ainda entre eles? Então Chase sentou-se, embalando-a, torceu o seu corpo e a deitou no colchão, posicionando-se em cima dela. Ele queria estar no controle. Ele queria saborear cada segundo com ela. Ele estabeleceu um ritmo lânguido e começou a explorá-la, descascando intrusivos artigos de vestuário um por um, e ela o seguiu, deliberadamente, o suspense crescendo tangível quando seus corpos ficaram sob as mãos um do outro. E uma vez que eles ficaram totalmente expostos um ao outro, uma vez que não havia nada, exceto a sensação de pele na pele, a bonita seda quente do seu corpo, esfregando contra a sua, com todos os movimentos, só então trouxe sua mão entre eles permitindo-se tocá-la, realmente tocá-la, pela primeira vez. Ambos gemeram no contato, e o calor em sua barriga instantaneamente acendeu um fogo rasgando, ardendo por suas veias como uma nova urgência batendo em seu sangue. Ele sentiu que ela se contorceu contra sua mão um pouco, e isso foi tudo o que o levou a desarmá-lo. Era um borrão de pele e lábios e mãos depois disso, ambos frenéticos, quase desesperados. Chase nunca tinha estado assim em sintonia com uma mulher antes. Ele foi colado em cada detalhe dela, as pistas que ela lhe deu com seus movimentos, com ~ 219 ~

seus sons, quando ele tinha feito a coisa certa, e ele seguiu cada um, tocando o corpo dela como seu piano, descobrindo a melodia que ele passou. Sua atenção foi perfeitamente dividida entre a aprendizagem do corpo de Andie e sentindo as mãos dela explorando ele próprio. Cada toque dela, cada beijo, era tão perfeito, e quando ela finalmente alcançou entre eles e pegou-o em sua mão, ele pensou que poderia chorar. Chase respirava áspero contra sua boca, a sentindo sentindo ele e seus olhos reviraram suavemente antes de vibrar fechado. Suas fantasias desta mulher foram sombras patéticas do que ela era capaz. Ele moveu sobre ela, precisando ficar mais perto e a nova posição causou um alinhamento de seus corpos de uma forma que fez Andie suspirar alto, seguido de um gemido que quase acabou com Chase. — Chase... por favor. — Ela arfou. — Eu sei. — Ele soprou contra sua boca, mudando seu peso novamente, e o movimento trouxe seus quadris para o recanto perfeito das coxas dela. Instintivamente, ela arqueou seu corpo em direção a ele, buscando-o. Ele levantou seus quadris para fora dela, puxando ligeiramente para trás, ele levou as mãos ao lado do seu rosto. — Nós podemos apenas... Eu quero... — ele disse através de sua respiração difícil e Andie assentiu com a cabeça suavemente. — Devagar. — Ela sussurrou, entendendo o que ele queria. Ele acenou com a cabeça, escovando o cabelo longe de seus olhos, e ele viu a necessidade lá, viu o seu próprio desejo irresistível espelhado em sua expressão. — Devagar. — Ele repetiu baixinho, trazendo as mãos para o rosto, e com uma respiração final para firmar-se, ele trouxe seu corpo suavemente para o dela. Ele pensou que teria que concentrar-se em seu ritmo próprio, no controle de si mesmo, mas quando ela arqueou seu corpo em direção a ele, respirando seu nome, quando ela o levou para dentro em seu corpo, ele sabia que não havia nenhuma maneira que ele jamais iria querer apressar isso. ~ 220 ~

Ele foi imediatamente e completamente tomado por ela, e ele recebeu-o, deixando a mulher debaixo dele consumir sua própria existência. Sua respiração. Seus sons. Seu corpo abraçando-o perfeitamente. O atrito incrível. Seu nome caindo de seus lábios. Suas mãos sobre ele, puxando-o mais perto. O cheiro dela em seus lençóis. Na sua pele. O cabelo dela espalhou-se sobre seu travesseiro. O rolamento de seus quadris. O calor. A dor lenta e em construção. Suave. Agradável. Macio. Perfeito. Cada outra experiência sexual que ele tinha tido antes disso parecia ser uma fraude, como se ele tivesse passado toda a sua vida sem sabê-lo. Ele pensou que tinha entendido, pensou que tinha conhecido o que significava experimentar uma mulher, mas Chase percebeu então que ele não tinha ideia do que era intimidade até este momento. Não demorou muito tempo ele sentiu as coxas dela apertarem em torno de seus quadris, e ele levantou a cabeça do seu ombro, sabendo o que seu corpo estava dizendo a ele. — Oh Deus, Chase. — Ela sussurrou baixinho quando sua cabeça caiu para trás. Ele levou suas mãos para o colchão e levantou-se, querendo absorver cada segundo do que ele sabia que estava prestes a acontecer, e a mudança em sua posição foi para empurrá-la a beira do abismo. Chase poderia sentir que começou quando o primeiro grito deixou a boca dela, e todo o fôlego deixou seu corpo em uma corrida suave enquanto a observava, uma mão dela segurando o travesseiro ao lado da cabeça enquanto a outra agarrava as costas dele, seu corpo arqueando-se enquanto, os mais belos sons caíram de seus lábios separados, rodando através dele e dentro dele e pôr em torno dele, isso tirou dele tudo o que tinha somente para manter-se em movimento em cima dela. Ele nunca tinha visto nada tão bonito em toda a sua vida. E quando seu corpo finalmente começou a relaxar sob ele, quando sua mão ficou frouxa no travesseiro e seus olhos caíram fechados, ele assistiu um sorriso preguiçoso curvar os cantos da boca dela e uma risada soprosa caiu de seus lábios, e não pôde evitar

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o sorriso que se espalhou em todo o rosto sobre o fato de que ele era o único que a fez se sentir dessa forma. E mesmo que Chase estava perto, ele forçou-se a abrandar, querendo dar-lhe uma oportunidade de recuperar. Quase instantaneamente, Andie o surpreendeu por sentar-se e deslocou seu peso até que as costas dele bateu no colchão atrás deles. Ela subiu em cima dele, em seguida, seus corpos reconectando quando ela se sentou, e Chase olhou para ela admirado quando ela começou a se mover. — Jesus, Andie. — Ele soprou. Foi demais, vê-la em cima dele desta maneira, sentindo a maneira que ela manipulou seu corpo com o seu próprio. Ele sentou-se rapidamente, pressionando o rosto em seu pescoço enquanto ele foi para a beira do abismo, gemendo baixinho contra sua pele. Ela enterrou seu rosto em seus cabelos, continuando a mover-se contra ele, até que ela soube que ele estava completamente gasto. Quando o rolamento do corpo dela gradualmente abrandou, ele sentiu a trilha das pontas dos dedos dela para baixo de sua nuca. — Chase. — Ela sussurrou baixinho contra a coroa de sua cabeça, pressionando os lábios em seu cabelo, e ele apertou os braços em volta dela quando caiu de volta na cama e levou-a com ele. O quarto estava cheio de suaves e ralos sons de suas respirações difíceis enquanto eles acalmavam-se lentamente, ele trouxe sua mão para o cabelo dela, delicadamente, segurando sua cabeça contra o peito. Seu coração estava batendo forte, e ele queria que ela ouvisse. E ele queria que ela soubesse que daqui em diante, bateria exclusivamente para ela.

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CAPÍTULO QUINZE

Em algum lugar no fundo da sua mente, Andie percebeu que deveria estar exausta. Ela e Chase tinham acabado de fazer amor pela terceira vez e que, juntamente com a turbulência emocional da noite, deveria ter sido suficiente para colocar de lado a contagem. Ainda sentia uma energia tranquila correndo por suas veias, mantendo os olhos abertos. Ela estava com a cabeça no peito de Chase, sua mão descansando baixo em seu estômago, e cada minuto, seus lábios viravam uma curva em um sorriso gentil com nada em particular. Ela podia ouvir a respiração de Chase, sentir a ascensão suave do seu peito, e apesar de suas respirações lentas e descansadas, as suas mãos em seu corpo não estavam. Ele alternava puxando os dedos preguiçosamente através de seus cabelos e arrastando-os sobre a pele de suas costas, seus braços, as mãos, em qualquer lugar que ele poderia alcançar. Andie inalou uma respiração profunda, exalando com um zumbido suave, contente, e sentia-o pressionar seus lábios para o topo de sua cabeça. Ela sorriu novamente quando seus olhos pentearam seu apartamento, absorvendo-o pela primeira vez desde que ela chegou lá mais cedo naquela noite. Era, como Colin tinha dito uma vez, basicamente um quarto com um banheiro. Era apenas uma sala grande, a pequena copa-cozinha ocupou metade do espaço, e seu quarto/sala ocupou a outra metade. Sua cama, a cama em que eles estavam deitados, era apenas um sofá desdobrável, e ela podia ver que havia um banheiro minúsculo fora da cozinha.

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Tinha um encardido na pintura das paredes, para os aparelhos na cozinha, o resultado da velhice, em vez de sujeira, de fato, enquanto o apartamento em si era uma pequena bagunça, tudo o que tinha dentro era surpreendentemente limpo. — Posso te perguntar alguma coisa? — Andie perguntou antes de ela ter ainda totalmente decidido falar. — Qualquer coisa. — Ele respondeu baixinho. — Colin disse que você... — Ela ficou fora, percebendo agora que ela não sabia exatamente como frasear sua pergunta sem soar rude. — Colin disse que eu...? — ele a incitou. — Que você não tem que... viver aqui. — Ela finalmente disse, mastigando seu lábio inferior e encolhendo um pouco. Ela sentiu seu peito saltar com riso sob sua bochecha. — O que você quer dizer? Você não aprecia essas acomodações cinco estrelas? — Eu não quero dizer desse jeito. — Ela disse, claro que ele podia senti-la corar contra seu peito. — Eu só queria dizer... ele disse que você poderia... que este apartamento não... Deus, deixa pra lá. — Ela disse com um rolo frustrado de seus olhos, percebendo que não havia nenhuma maneira educada de fazer a pergunta e desejando agora que ela não tivesse dito nada. Chase passou seus dedos pelo cabelo dela novamente. — Você está perguntando sobre o meu dinheiro? — Ele disse, um sorriso em sua voz. — Não, não. — Ela protestou, oficialmente em transição de envergonhada para mortificada. — Eu só... Deus, me desculpe... Eu não deveria ter dito nada. Ele riu novamente, inclinando-se para baixo e beijando o topo de sua cabeça. — Está tudo bem. — Ele disse. — E ele está certo. Eu tenho os meios para viver em um lugar mais agradável do que isso. Andie lambeu seus lábios, seu constrangimento fluindo ligeiramente enquanto ele continuou a passar seus dedos para cima e para baixo nas suas costas. ~ 224 ~

— E você queria saber por que eu escolhi ficar aqui? — Perguntou contra sua cabeça. Ela assentiu baixinho, e ela o sentiu tomar uma respiração profunda. — Porque aquele dinheiro não é meu. Eu não mereci nada. Era da minha mãe, e é só meu agora porque ela se foi. Pegar aquele dinheiro, o dinheiro dela, e usá-lo para manter-me confortável enquanto eu brinco fingindo ser um fotógrafo... Andie levantou a cabeça do seu peito. — Pare. — Ela cortou-o. — Não se menospreze desse jeito. Ele sorriu para dela. — Coloque desta forma; Eu não poderia sustentar-me melhor do que isso somente com minha fotografia agora. E até que eu possa, eu considero-me estar apenas brincando. Não é autodepreciativo. É apenas fato. Andie franziu a testa, e ele retorceu seus dedos juntos antes de levar a mão dela à boca e beija-la suavemente. — Enfim. — Ele expirou. — Eu não vou usar aquele dinheiro a menos que esteja indo em direção a algo... Sabe... Digno. Algo que ela iria se orgulhar. E eu simplesmente não sinto que mereço-o, ainda. Andie olhou para ele, completamente humilhada por suas palavras. Parecia que toda vez que ela pensou que o tinha descoberto, ele fazia ou dizia algo que revelou que ele era ainda mais complexo, mais surpreendente do que ela, inicialmente, deu-lhe de crédito. — Bem, eu amo este apartamento. — Andie disse quando ela inclinou-se para baixo e beijou-o suavemente. — Na verdade, quando você se tornar um grande fotógrafo, eu acho que você deve mantê-lo. Ele riu novamente, puxando-a para baixo no seu peito. — Vamos ver. — Ele suspirou e Andie começou a traçar padrões disformes em seu peito com a ponta dos dedos. Chase levantou a cabeça, olhando para o que estava fazendo. — Há contusões aí? — Contusões? — Ela perguntou, levantando a cabeça. ~ 225 ~

— Sim. Na forma de suas mãos? Andie revirou os olhos quando ela viu o sorriso levantar o canto da sua boca. — Cale-se. Eu não o empurrei tão forte. — Não me empurrou tão forte? — Ele riu-se em descrença. — Você quase me fez passar através da parede! — Andie pressionou seus lábios juntos, lutando para não rir quando ele acrescentou. — Eu quero dizer, merda, me lembre de nunca mais te chatear novamente. A compostura finalmente quebrou quando ela riu, deixando cair sua testa no peito dele. — Você tem sorte de isso ser tudo que você teve. — Isso é verdade. — Ele disse, sua mão encontrando o caminho para o seu cabelo novamente. — Por um segundo pensei que você ia me socar. — Eu estava pensando nisso. — Andie disse. — Mas eu realmente não sei como dar um soco. Teria levado ao longe o meu ponto de vista se eu estivesse fazendo isso na parte de trás de uma ambulância no caminho para fazer um raio-x. Ela sentiu seu peito saltar com riso novamente. — E mais. — Ele acrescentou, — Como você poderia viver com você mesma se você estragasse tanta beleza? Ficaram em silencio por um momento antes de Andie suspirar. — Você é um bastardo presunçoso. Ele riu completamente então, puxando o corpo dela até o comprimento do seu até que eles estivessem cara a cara, e ele trouxe sua boca para a dela, beijando-a com uma experiência que fez Andie sentir como se eles tivessem se beijado por anos em vez de apenas algumas horas, quase que como se nunca tinha beijado ninguém além dele. Ele os rolou quando terminou o beijo, sorrindo baixinho enquanto ele escovava o cabelo longe do seu rosto. Quando ele levantou o braço, os olhos de Andie foram imediatamente atraídos para o lado de seu tronco. No calor do momento, ela tinha vagamente notado a tinta lá, mas agora que ela estava lúcida, ela levantou a cabeça para dar uma olhada melhor. Ela trouxe seus dedos para a sua pele, e ele mudou o seu braço,

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dando o seu melhor acesso quando ela arrastou-os sobre as palavras escritas no comprimento do seu lado. KNOW REGRETS. Andie levantou os olhos para os dele. — Não é para ser sem arrependimentos? Com NO? — O que? — Ele disse, saltando para cima com um alarme fabricado. — Quer dizer que ele está escrito errado este tempo todo? Ele olhou para Andie com incredulidade trocista e Andie riu, divertidamente empurrando-o de volta para a cama. Ele estendeu a mão e puxou-a para baixo ao lado dele, e ela imediatamente estava de volta para o recanto do seu corpo que parecia ser feito só para ela. — Realmente era no regrets (sem arrependimento) quando eu fiz. Eu tinha dezesseis anos. Eu e meu amigo fomos para este salão de tatuagem obscuro que não tinha cartão. Eu tenho sorte que eu sai daquele lugar sem hepatite. — Ele disse, e Andie sorriu contra seu peito. — Eu adicionei o K e o W poucos meses depois da morte de minha mãe. Andie perdia seu dedo sobre as ondas na barriga dele. — Eu não entendi. — Ela disse suavemente. — Porque quando eu fiz, eu era este adolescente teimoso, auto importante. Eu ia pegar a vida pelas bolas e não me preocupar com o que eu deixei no meu caminho. — Ele riu suavemente antes de olhar para ela. — Mas como se vê, eu agarrei a vida pelas bolas, e ela se virou e enfiou um pedaço enorme de torta de humilhação na minha garganta. Andie pressionou seus lábios ao peito dele, pensando em tudo o que ele tinha sofrido que não deveria ter passado: a pressão de seu pai excessivamente crítico, o divórcio, a perda de sua mãe. — Um monte de merda aconteceu depois disso e eu não sei, eu acho que só percebi que não queria ser o tipo de cara que não tinha arrependimentos. Honestamente, eu não confiaria em alguém que não tivesse arrependimentos. Significa que eles nunca ~ 227 ~

aprenderam com os seus erros, ou são demasiado arrogantes para perceber que eles erraram em primeiro lugar. — Ele mudou para o seu lado, enfrentando-a totalmente. — Acho que ter arrependimentos nos faz pessoas melhores. — Ele disse — Então... em vez de não se arrepender, devemos conhecer nossos pesares. — Ele levantou seu braço e olhou para seu lado. — Usá-los como um emblema de lições aprendidas. — Ele trouxe seus olhos para os dela, e a intensidade por trás deles causou uma inundação de borboletas no estômago de Andie. — Se nós não reconhecermos quando erremos, então como podemos saber quando nós acertamos, certo? Andie mordeu seu lábio inferior, combatendo as palavras que estavam na ponta da sua língua. Ela tinha lhe dito antes que ia se apaixonar por ele. Mas ela já sabia, com certeza absoluta, que ela já tinha. Ela trouxe seus lábios para o dele, e seu beijo mais uma vez tirou a sua respiração. Eu te amo, ela pensou quando ela colocou sua cabeça para trás em seu peito. Eu te amo, Chase McGuire. — Então. — Chase disse baixinho: — Você tem tatuagens secretas? — Ele levantou o lençol, a espreitar por baixo, e ela gritou quando o puxou de volta em torno de si mesma. — Não. — Ela riu. Ele puxou o corpo dela contra o seu por baixo do lençol. — Eu imaginei. Eu acho que é seguro dizer que eu fiquei completamente familiarizado com seu corpo esta noite. — Ele disse, correndo sua mão para baixo a seu lado e fazendo-a tremer. — Se você tivesse uma, ela teria que estar muito bem escondida. — Não, sem tatuagens. — Ela suspirou, um suave sorriso nos lábios enquanto seus olhos caiam fechados. Ele passou por baixo dela, e então ela sentiu os seus lábios em seu cabelo. — Digame seu maior arrependimento. — Ele sussurrou. ~ 228 ~

Andie olhou para ele. — Meu maior arrependimento? — Ela perguntou baixinho. — Mm-hm, — ele murmurou. E quando ele disse isso, ela sabia o que ela iria dizer-lhe. Ela queria que ele a conhecesse, realmente conhecesse, para que quando ele finalmente dissesse que a amava, ela saberia que ele quis dizer ela toda. Tudo. Mesmo seus piores erros. Saber seus arrependimentos. Usá-los como um emblema de lições aprendidas. — Eu quase fui estuprada. — Ela disse, desejando que sua voz não soasse tão patética quando ela pronunciou as palavras. Ela sentiu o peito dele ainda debaixo dela por um momento, e de repente ele se moveu, levantando o seu corpo para que ele pudesse ver seu rosto. Mas ela não poderia olhá-lo nos olhos, ainda. — Quando? Andie lambeu seus lábios nervosamente, seus olhos no lençol quando os seus dedos arrancaram a costura. — Quando eu tinha quatorze anos. O quarto cresceu silencioso e Andie olhou para ele inquieta. Ele abriu a boca, mas fechou antes de dizer qualquer coisa, balançando a cabeça um pouco. Sua expressão era mais perturbada do que confusa e Andie poderia dizer que ele estava dividido entre pedir para ela explicar e não querendo incomodar. — Eu realmente não o conhecia. — Ela ofereceu, abaixando os olhos novamente. — Quero dizer, eu sabia dele. Íamos na mesma escola. A mão de Chase encontrou a sua na cama, seu polegar fazendo uma passagem suave sobre a parte traseira da mesma. — Ele era mais velho que eu. Realmente popular. Eu tinha uma grande paixão por ele. — Ela disse com um sorriso triste antes que ela abanou a cabeça suavemente. — Ele me convidou para uma festa, e convenci minha amiga de ir escondida comigo. Em

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algum momento, fui ao banheiro, e ele me seguiu até lá. Ele entrou e trancou a porta... — Andie olhou para Chase novamente. Os músculos de sua mandíbula foram flexionando-se repetidamente, mas seus olhos eram ainda macios. Ela tomou uma respiração profunda, e para seu embaraço, tremeu. Já fazia anos desde que ela tinha dito isso em voz alta, e ela estava despreparada para o poder que as palavras ainda tinham para ela. Ele apertou a mão dela, em seguida, entrelaçando os dedos, e ela segurou-o quando ela encontrou sua voz novamente. — De qualquer forma, ele tentou, mas... Eu estava lutando... E eu acho que eu estava tão assustada que eu... Que meu corpo... — Ela olhou para baixo e abanou a cabeça. — Ele apenas... ele não conseguia conduzir... e então ele acabou se fartando e saiu. — Ela disse com um pequeno encolher de ombros, mastigando seu lábio inferior. — Eu nunca disse isso para ninguém. — Ela acrescentou, sua voz pouco acima de um sussurro. — Ninguém? — ele disse baixinho. — Seus pais? Colin? Andie abanou a cabeça. — A única que sabe é minha amiga Tracey, e isso é só porque ela estava lá naquela noite. Assim que ela me viu, ela sabia que algo tinha acontecido, e ela não desistiria até que eu contasse a ela. Caso contrário, eu provavelmente não diria nada para ela. — Por que você não disse algo? — Ele perguntou, sua voz quase desesperada. — Por que você não o prendeu? — Porque eu era jovem e com medo, e ele me disse que ninguém iria acreditar em mim, e eu acreditei nele. E além disso, quando voltamos para a escola, ele passava por mim como se eu não existisse, como se eu fosse completamente invisível, e de certa forma, fiquei aliviada. Eu queria ser invisível para ele. Não queria fazer nada que iria forçar-me a interagir com ele, nunca mais. — Jesus, Andie. — Ele disse, e sua voz era tão triste que ela voou em direção a ele, pressionando o rosto contra a lateral de seu pescoço. Seus braços imediatamente estavam ao seu redor, segurando-a firmemente contra o peito. ~ 230 ~

— Você me perguntou uma vez se eu já tinha feito algo sem me preocupar com as consequências. Algo só para mim, porque era o que eu queria. Bem... agora você sabe. — Ela disse suavemente. — E eu não estou tentando dar desculpas. Mas é por isso que sou do jeito que eu sou, eu acho... Como você disse, sempre jogando pelas regras, sempre fazendo a coisa certa. Porque eu sei que há consequências se fizer a coisa errada. Ele soltou-a em seguida, puxando para trás um pouco com o rosto cheio de preocupação. — Você não pode possivelmente pensar que foi culpa sua. Ela lambeu os lábios e olhou para baixo. — Eu não sei. Quer dizer, eu sei que eu não merecia, mas eu me coloquei nessa situação. Eu mal o conhecia, e fui para essa festa porque eu era ingênua de pensar que ele estava interessado em mim. Minha mãe disse que era errado, minha amiga disse que era errado, mas fiz isso de qualquer maneira. E eu paguei o preço. — Não importa. — Ele disse firmemente, balançando a cabeça. — Então você tomou uma decisão por si mesma. Assim você não fez o que alguém esperava de você. Isso não é um crime, e você certamente não merecia pagar um preço por isso. A única razão que isso aconteceu foi porque ele era um covarde pedaço de merda. Um canalha do caralho. Não tem nada a ver com sua escolha de ir a uma festa, independentemente de quem não queria que você fosse. Andie acenou mordendo a parte interna de seu lábio. — A coisa é, porém, em algum nível, mesmo no meu coração eu sabia que não deveria ter ido. Chase inclinou, varrendo seu cabelo atrás da sua orelha. — Ainda não é sua culpa. Mas agora você sabe melhor. Você nunca deve ignorar seus instintos. Você não tem que fazer o que outras pessoas lhe dizem para fazer, mas você deve sempre fazer o que seu coração lhe diz. Andie assentiu com a cabeça quando ela olhou para baixo. Era tão diferente do que ela sempre tinha aprendido. Use sua cabeça. Ame com sua cabeça. Tudo era sempre lógico, sensato, cuidadoso. Ela pensou de volta em tudo o que tinha acontecido naquela noite: declinar a proposta de Colin, ir ver Chase, retornando para sua casa uma segunda vez para confrontá-lo, descobrindo-se nele, mente, corpo e alma. Nada disso foi sensato. Nada disso foi cuidadoso. Ainda assim, tudo parecia certo. ~ 231 ~

Ela então olhou para ele, deitado ao lado dela e olhando para ela com um sentimento tão puro que fez os seus olhos encherem de lágrimas. Você deve sempre fazer o que seu coração lhe diz. Ela pegou a mão de Chase e pressionou seus lábios contra a palma da mão. — Eu finalmente fiz. — Ela sussurrou.

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CAPÍTULO DEZESSEIS

— Ok, agora eu realmente tenho que ir para a cama. — Andie disse depois que bocejou fortemente no telefone. — Você está dizendo isso faz uma hora. — Chase disse, se movendo no sofá para olhar para o relógio. — Já passou da 1h. — Eu sei. — Andie fez beicinho. — Então pare de falar comigo. Chase riu, estendendo-se por todo o comprimento do seu sofá. — Eu não posso. Eu gosto muito da sua voz. — Mmm, você é bom. — Andie disse sonolenta. — Lembre-me novamente porque você tem que estar no restaurante às seis da manhã? — Porque nós estamos recebendo um chá de noiva e uma festa de aposentadoria um depois do outro amanhã. — E qual deles começa antes de o sol nascer? — Nenhum, espertinho. — Andie disse. — Mas há um monte de organização e arrumação e outras coisas por trás das cenas que precisa ser feito. Vai ser um dia cheio. — Bem, então o que você está fazendo falando ao telefone à uma da manhã? Ela riu baixinho, e Chase sorriu. Ele realmente amava sua voz. E seu sorriso. E os pequenos ruídos sonolentos que ela estava fazendo ao telefone enquanto ela lutava contra o sono para falar com ele. Mas ele sabia que tinha que parar de ser egoísta, considerando o dia que ela tinha em sua frente. ~ 233 ~

— Ok, hora de você dormir um pouco. — Ok. — Ela suspirou, soando como uma criança que acabou ouvir que era hora de dormir. — Tem certeza que você não quer uma companhia? Você pode cair no sono mais rápido se houver alguém na cama com você. Ela riu com voz rouca, e Chase sorriu. — Boa tentativa, mas eu tenho certeza que se você viesse aqui, eu ia ficar sem dormir completamente. — Fique à vontade. — Ele disse alegremente. Andie bocejou pela quarta vez. — Eu te ligo amanhã, ok? — Tudo bem. — Boa noite, Chase. — Andie, espere. — Ele disse, de repente, esperando que ela não tivesse desligado. — Hmm? Alguma coisa o estava incomodando desde a noite que eles admitiram seus sentimentos um pelo outro, na noite em que dormiram juntos pela primeira vez. Ele ainda não tinha pensado nisso até dois dias depois, quando ela voltou para seu apartamento depois de ter saído do trabalho. Assim que ela entrou pela porta, suas mãos estavam por toda parte, rasgando e puxando a roupa até que finalmente caíram um por cima do outro gemendo em seu sofá. E duas noites atrás, ele tinha ido ao apartamento dela com planos de assistir Débi & Lóide, mas mal conseguiram passar dos créditos de abertura antes do filme ser esquecido. Não era que ele não gostava de sexo. Ele gostava. Era, de longe, o melhor que ele já teve. Só de pensar fazia um nó no estômago e os dedos dos pés enrolavam de uma forma que o fazia querer correr para o seu carro e dirigir até o apartamento dela agora. Era só que ele se sentia como, de alguma forma, ela tivesse sido menosprezada em todo este processo. E ele queria fazer isso direito. ~ 234 ~

— Deixe-me levá-la para sair amanhã. — Eu já disse que eu tenho que trabalhar amanhã em duas festas. — Ela disse com uma risada. — Depois disso. — ele disse, sua voz ficando séria. — Amanhã à noite. Vá a um encontro comigo. Houve uma pequena pausa antes de falar, um sorriso em sua voz. — Um encontro? — Eu sei, estamos invertidos. — Ele disse. — Mas deixe-me fazer isso da maneira certa, mesmo que seja na ordem errada. — Chase McGuire, você quer me dizer que esse tempo todo, você tem sido um romântico enrustido? — Você pode parar de me torturar? — Ele riu. — Deixe-me levá-la para sair amanhã. Ela riu suavemente antes de falar, sua voz em um suave sussurro. — Eu gostaria de ir a um encontro com você. — Ela disse, e Chase sorriu por essas palavras em seus lábios. Uma das mais belas coisas que ele já tinha escutado. .

Chase esperou pela luz vermelha, os dedos tamborilando no volante. Ele olhou no retrovisor mais uma vez, passando a mão pelos cabelos em uma tentativa de arrumá-lo, e ele congelou, deixando cair a cabeça para trás no assento e exalando uma risada ofegante. Será que ele está tendo um ataque sério de nervosismo de primeiro encontro agora?

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— Tome vergonha na cara. — Disse ele a si mesmo, tirando o pé do freio quando a luz ficou verde e ele se concentrou em acalmar seus dedos enquanto ele dirigia os últimos quilômetros para o apartamento dela. Ele saiu do carro, alisando a frente de seu botão verde caído. Ele usava uma camisa, as mangas arregaçadas até os cotovelos, e seu mais agradável par de jeans. Chase se movimentou subindo os degraus até a porta, batendo suavemente, e em poucos segundos ela se abriu. — Oi. — Ela sorriu. — Na hora certa. — Este é o nosso primeiro encontro, você sabe. Você não pode já estar pronta. Você deveria me fazer esperar um pouco. Deixe um pouco de mistério. Ela sorriu para ele, balançando a cabeça, e ele estendeu o buquê de flores que ele trouxe para ela. — Chase, o que você está fazendo? — Ela suspirou, retirando-o dele enquanto ela baixou o rosto para inalar seu perfume. — Trazendo-lhe flores. Ela olhou para ele por cima do ombro enquanto ela se virou para ir para a cozinha. — Você não tem que fazer isso, — Ela disse, com a voz que tanto apreciava e repreendia. — É claro que eu não tenho. Mas eu quis. Há um monte de coisas que quero fazer por você hoje à noite, e eu gostaria que você me deixasse. Andie ergueu a testa ligeiramente. — É justo. — Ela disse com um sorriso, colocando o buquê em cima do balcão. — Deixe-me colocar isso na água e podemos sair. — Ela acrescentou, virando-se e levantando-se na ponta dos pés, para alcançar por cima do armário para pegar um vaso. Quando ela estendeu o braço, a parte inferior das costas arqueadas levemente, dando-lhe uma maravilhosa vista por trás, e ele gemeu baixinho. Andie inclinou a cabeça sobre o ombro, pegando o jeito que ele estava olhando para ela. ~ 236 ~

— Bem, agora, isso é um pouco atirado para um primeiro encontro, você não acha? Ele riu baixinho, olhando para longe dela. — Você está fazendo isso difícil, Andie. — Sério mesmo? Chase riu de novo, antes de ajeitar a expressão e se virar para ela, apontando com um aviso brincalhão. Ela sorriu e levantou as mãos em sinal de rendição. — Ok, ok,— ela disse quando começou a arrumar as flores, e Chase olhou para ela, suas mãos movendo-se com precisão, chegando de vez em quando para dobrar um fio de seda loira atrás da orelha. Sua testa estava enrugada de concentração, ela apertava os lábios, arrumando o arranjo de flores. Ele tinha visto ela vestida para noite, ele tinha visto ela em uma camiseta e calça jeans, ele a tinha visto suada, e ele tinha visto ela usando nada, ele nunca ficou decepcionado. — Tudo bem. — Ela suspirou, virando-se para ele. — Eu estou pronta. Pelo menos, eu acho que estou pronta. Estou bem? Eu não tinha certeza para onde estávamos indo. — Ela apontou para o vestido que ela usava sobre suas justas leggings castanhas. — Está melhor do que bem. — Ele disse. — E se isso não fosse o nosso primeiro encontro, eu poderia encontrar alguns outros adjetivos mais empolgados para descrever a maneira que esse vestido encaixa em você. O canto de sua boca levantou em um sorriso. — Eu aprecio a sua contenção de cavalheiro. — Ela disse, agarrando sua bolsa e dando um beijo suave em seus lábios quando ela passou por ele na porta. Eles caminharam até o carro e ele abriu a porta para ela, o que lhe rendeu um outro sorriso. Ele sabia que ela estava achando engraçado seu comportamento, mas ele não se importava. Quando estava interessado o suficiente em uma menina para levá-la em um encontro, é assim que ele deveria tratá-la. Não deveria fazer, então, pelo menos isso para a garota que ele amava? ~ 237 ~

— Então. — Ele disse, deslizando para o banco do motorista. — Como foram suas festas de hoje? — Ambas foram muito bem. — Ela disse. — O homem da festa de aposentadoria era o mais lindo homem velho que eu já vi. Chase riu. — Estou falando sério. Ele deve ter cerca de 70 anos de idade, e ele estava apenas flutuando ao redor, agradecendo a todos por terem vindo, por fazer sua vida tão agradável. E ele continuou a dançar. — Andie disse, olhando para ele com um sorriso. — Ele chamou todas as garçonetes de queridas. — Ele soa como meu avô. — Chase disse. — Eu costumava passar uma semana com ele a cada verão até meus dezesseis anos. Ele olhava para qualquer mulher que cruzava seu caminho, e eu juro, ele ficava ruborizado ou tinha uma risada quase o tempo todo. Andie sorriu. — Isso é adorável. Por que você parou de ir vê-lo? Expressão de Chase se endireitou. — Meu pai queria que eu passasse meus verões trabalhando. Para parar de ‘viver a vida de Riley’, como ele dizia. — Como se visitar o seu avô possivelmente fizesse de você mimado? — Ela perguntou, e ele encolheu os ombros. — Eu não tenho ideia. Ele não era o pai do meu pai, era da minha mãe. Então eu acho que o meu pai não dava a mínima se eu o visse ou não. Chase olhou para ver o rosto de Andie, tinha a expressão mais triste em seus olhos, e ele sorriu suavemente, chegando perto e correndo o dedo sobre sua bochecha. — Não fique tão triste. Eu tive vários bons anos com ele. Ele me ensinou muita coisa. — Como o quê? — Andie disse suavemente, aproximando-se de seu assento, para que ela apoiasse a cabeça no ombro de Chase. — Conte-me sobre ele. ~ 238 ~

Chase sorriu pela memória de seu avô e entrou numa estrada secundária. — Vamos ver. — ele disse. — Ele me ensinou como trocar um pneu. Ele me ensinou como fazer espaguete. — Andie riu ao lado dele e Chase sorriu, virando-se para um beijo rápido no topo de sua cabeça. — Ele sempre me dizia: ‘Lembre-se, Chase, ser um cavalheiro não se aplica somente ao modo como você trata sua mulher, mas como você trata as pessoas ao seu redor’. — Tão doce. — Andie disse suavemente. — Ele também me disse que eu nunca deveria entrar em uma briga com uma pessoa feia, porque eles não têm nada a perder. Andie começou a rir, e Chase sorriu enquanto seu som favorito enchia o carro. Poucos minutos depois, Andie se sentou e olhou para fora da janela do passageiro. — Para onde estamos indo? — Ela perguntou quando Chase diminuiu a velocidade do carro em uma rua lateral, entrando em um espaço aberto. — É um pequeno restaurante que eu encontrei um tempo atrás. — Ele disse, cortando a ignição. — Meio desconhecido. Eu acho que você vai gostar. Ele saiu do carro e dirigiu-se rapidamente ao redor para seu lado, abrindo a porta e estendendo a mão para ela. — Obrigada. — Ela disse, saindo para a calçada, os olhos vasculhando a rua, e ele viu como suas sobrancelhas se arquearam. — O lugar não parece muito. — Ele disse um pouco inquieto, começando a duvidar da sua decisão de trazê-la. Ele tinha estado lá mais vezes do que ele poderia contar, mas agora, ele olhou para o prédio e percebia como podia parecer pelo olhar de outra pessoa. Não havia nada residencial ou mesmo comercial nesta rua, parecia os fundos de um armazém. O edifício em si era de tijolo, portas e janelas que tinham uma tinta marrom lascada. Logo acima, tinha um pequeno sinal de néon que dizia: — El Hueco. Ela ajeitou a expressão, sorrindo para ele. — Não seja bobo. — Ela disse. — Eu confio em você. Eu achei que não havia nada na rua. O que ‘El Hueco’ quer dizer? ~ 239 ~

— Eu não tenho certeza. — Como você achou esse lugar? Chase riu baixinho. — Essa é outra história para outro momento. Certamente não é uma história de primeiro encontro. — Ele disse com uma piscadela, colocando a mão na parte inferior das costas dela assim que ele abriu a porta e conduziu-a para dentro. Eles caminharam por um corredor escuro, e Chase pode ouvir os sons fracos de música que vinham da sala que ainda não podia ver. — Você tem certeza que está aberto. — Andie perguntou, sua voz um pouco trêmula enquanto ela segurava sua mão na escuridão, e ele sorriu, dando-lhe um aperto suave. — Está aberto. — Ele disse, caminhando à sua frente e puxando-a suavemente atrás dele. — Siga-me. Eles chegaram à outra porta, pesada, preta, e sem janelas, e Chase estendeu a mão, segurando a alça e puxando-a. Imediatamente, eles foram recebidos pela luz que vinha de dentro, uma música mexicana otimista, um cheiro de pico de gallo e guacamole e limão e pimenta. Era uma sala pequena, cerca de oitocentos metros quadrados, com piso de concreto e um punhado de mesas no canto. Havia um bar de madeira ao longo do lado esquerdo, pintado de verde brilhante, com diferentes banquetas coloridas alinhadas na frente dele. As próprias paredes eram de um vermelho profundo, com exceção da parede do fundo, que tinha um enorme mural colorido de uma pequena cidade mexicana. Do teto pendiam lanternas multicoloridas e cordões de luzes, e hoje à noite, no espaço vazio entre o bar e as mesas, dois casais que dançavam o que Chase assumiu que era salsa, com os pés e os quadris se movendo tão rapidamente que era quase difícil acompanhar. Virou-se então, olhando para Andie, e teve um sorriso lento nos lábios quando viu sua expressão. Seus olhos estavam varrendo a sala, os lábios entreabertos ligeiramente em reverência quando ela examinou tudo. Ela se virou para ele, então, com o mais belo sorriso no rosto, e Chase estava prestes a se inclinar e beijá-la quando sentiu uma mão descer em seu ombro. ~ 240 ~

— Señor Chase! — Manuel. — Chase sorriu. — Como esta? — Bien, bien. Há muito tempo, não? Quien es esta? Ele perguntou, sorrindo para Andie. — Su? Mujer — Si. — Chase disse. — Andromeda, este é Manuel. Ele é dono deste lugar. Andie sorriu para ele, estendendo a mão para apertar a dele, e ele inclinou-se, dando-lhe um beijo na bochecha. — Aye, preciosa. Es mejor que tenga mucho cuidado de este. Conozco a uma buena mujer cuando la veo. Chase sorriu, olhando para Andie. — Eu vou. — Bien. Se sientan. — Manuel disse, apontando para uma mesa vazia antes que ele se virasse em direção ao bar, falando a garçonete em espanhol que Chase estava aqui e para trazer o habitual. — O que ele disse para você? — Andie perguntou enquanto Chase puxava a cadeira para ela. — Ele disse que é melhor eu cuidar bem de você, que ele conhece uma boa mulher quando vê uma. Ela olhou para baixo, um pequeno sorriso em seus lábios enquanto suas bochechas coraram ligeiramente. — Eles provavelmente já vão trazer a comida para nós. — Ele disse enquanto se sentava em frente a ela. — Mas se você quiser algo específico, eu posso lhe trazer o cardápio. — Tudo o que você quiser, eu vou querer. — Ela disse antes de olhar em volta, vendo aos seus arredores. — Este lugar é incrível. Tão... eu não sei a palavra... autêntico? Orgânico? Isso não parece certo. — Ela disse, olhando para ele, e ele sorriu.

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— Estou feliz que tenha gostado. Espere até você provar as enchiladas. Você nunca mais vai querer ir para outro restaurante mexicano de novo. — Ele disse, agradecendo a garçonete enquanto ela trouxe uma jarra de margaritas e alguns guacamole. Chase serviu para Andie uma bebida antes de ele ter uma para si mesmo, erguendo o copo. — Pelo nosso primeiro encontro. — Pelo melhor encontro em que já estive. — Ela disse, batendo o copo para ele. — Que belo modo de encarar. Ele ainda nem começou. — Não importa. — Ela disse em voz baixa. — Eu estou com você. Chase inclinou a cabeça. — Você está tentando entrar em minhas calças no primeiro encontro? Andie riu quando um barulho repente entrou em erupção, e Chase virou a cabeça para ver um dos casais na pista de dança girando e girando e girando tão rápido que ele estava surpreso que eles permanecessem em seus pés. — Uau. — Andie disse, tomando um gole de margarita. — Eles são incríveis. — Já teve aulas de dança? — Não como isso. — Ela riu. — Eu tive algumas aulas de balé quando eu era jovem, mas nunca foi realmente meu forte. Chase sorriu um pouco, rindo e encontrando o olhar de Andie. — Por que isso é engraçado? — Ela perguntou. — Eu não estou rindo de você. — Ele disse sobre a parte superior do copo antes de tomar um gole. — Eu apenas pensei que era divertido que temos isso em comum. Andie congelou. — Nós temos o que em comum? Chase riu novamente, tomando mais um gole de sua bebida, quando ele trouxe seus olhos de volta para a pista de dança, tentando não sorrir, mas não conseguiu evitar quando ele ouviu: — De jeito nenhum! Você dançou ballet? ~ 242 ~

— Ei, eu quero que você saiba que todos tiveram que fazer. Meu treinador de futebol na escola nos obrigou. Ele disse que ajudaria com flexibilidade e agilidade. Andie ergueu as sobrancelhas, pensativa. — Huh.— Ela disse. — Então, você usou colã? — Não. — Ele respondeu, pegando um taco. — Mas isso foi só porque eu não queria fazer os outros caras se sentirem mal. Andie apertou os lábios antes dela começar a rir. Poucos minutos depois, a garçonete trouxe a comida, enchiladas posotinas de Chase, e quando Andie fechou os olhos e gemeu na primeira mordida, ele se apaixonou ainda mais por ela. A conversa fluiu facilmente enquanto eles devoravam as enchiladas e viravam o jarro de margaritas. Eles falaram sobre o tempo de Andie na faculdade, sobre a mãe de Chase, sobre a melhor amiga Tracey de Andie, sobre os verões de Chase com o avô. Eles falaram sobre as coisas mais embaraçosas que já havia acontecido com eles e as melhores coisas. Eles conversaram sobre tudo e nada, e eles riram o tempo todo. Andie tinha razão. Foi, de longe, o melhor encontro que jamais tiveram. Manuel saiu arrumando seu avental, disse-lhes estava preparando uma sobremesa especial para eles, e enquanto eles esperavam, um dos homens da pista de dança se aproximou da mesa e perguntou a Chase se ele poderia dançar com Andie. — Oh Deus. — Ela riu, o belo rubor que mostrou a Chase uma cor as bochechas. — Eu não posso dançar desse jeito. — Eu lhe ensino. — Disse o homem. — É fácil. Chase sorriu. — Vá em frente. — ele disse, apontando para a pista de dança. — Oh Deus. — Andie murmurou novamente, com o rosto esquentando enquanto o homem pegou a mão dela e levou-a para o espaço aberto. Chase virou em seu assento, seus olhos sobre ela, o homem caminhou com ela através de alguns dos passos básicos. Ela o seguiu, hesitante no início, e apesar de sua falta de experiência admitida, ela levouse com tal elegância e uma graça que parecia que ela dançava há anos.

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Chase podia ver seu sorriso, ver a confiança crescente por trás dele enquanto pegava os passos, e de vez em quando, ela jogava a cabeça para trás e ria de algo que o homem dizia. Ela não tinha a menor ideia de como ela era carismática. Todos na sala pareciam estar olhando para ela, e Chase não conseguia descobrir o que ele fez na sua vida para merecê-la. Quando o homem viu Manuel trazer sua sobremesa para a mesa, ele beijou as mãos de Andie e mandou-a para fora da pista de dança, acenando para agradecer a Chase, e Chase ergueu a mão e sorriu de volta. — Você estava ótima. — ele disse enquanto se sentava em frente a ele, abanandose. — Eu não sei nada sobre isso, mas pelo menos eu fiquei em pé. Eles terminaram a sobremesa e disseram adeus a todos no restaurante, e ficou flagrantemente claro para Chase que todo mundo estava tão apaixonado por Andie como ele estava. — Foi muito divertido. — Andie sorriu enquanto caminhavam de volta para a rua. — Eu sabia que você ia gostar. Ah, e Andie? — Ele disse abrindo a porta do carro para ela. — Sim? — Eu sei o El Hueco significa. Isso significa ‘o buraco’. — O Buraco? — Andie repetiu, com as sobrancelhas levantadas. — Sim. Eu percebi que eu provavelmente não deveria te contar antes de entrarmos. — Muito bem pensado. — Ela disse através de sua risada, e ele inclinou-se e a beijou suavemente na boca, antes de fechar a porta e caminhar até o lado do motorista.

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— Eu me diverti muito esta noite. — Ela disse quando ele entrava no carro. — Obrigada. — Não acabou ainda. Há mais um lugar que eu quero levá-la. Chase percorreu as ruas escuras com a cabeça de Andie descansando em seu ombro, e desta vez, quando apareceram estradas vicinais e entraram em uma trilha de terra, ela não questionou para onde estavam indo. Ele estacionou no fim da pista e pegou a mão dela quando ela saiu do carro, caminhando através da vegetação rasteira e até uma pequena colina. — Isso pode ser um pouco difícil de alcançar. — Chase disse, apontando para a inclinação de pedras que levavam até a ponte acima. — Eu consigo. — Andie disse. — Mas fique atrás de mim, só por precaução. Chase olhou e arregaçou as mangas de sua blusa enquanto ela cravava a ponta da bota de salto para o lado da parede, usando as mãos para ajudar a escalar. Era inacreditável o quanto algo tão bobo como vê-la subir o excitava. — Você vem? — Ela disse sobre o ombro quando chegou ao topo, e ele riu, balançando a cabeça antes de subir atrás dela. — Uau. — Ela respirou quando ele veio por trás dela, tendo em vista que era tão familiar para ele quanto o seu próprio apartamento. — Chase... isto é... — Eu sei. — Ela disse, envolvendo os braços em volta da cintura por trás e apoiando o queixo em seu ombro. A ponte em si era velha e esquecida, a estrada foi fechada anos atrás, mas a partir do topo, você pode ver por quilômetros. De um lado, as luzes da cidade abaixo brilhavam e brilhavam em cores diferentes como joias espalhadas, e por outro lado, o pacífico, um trecho tranquilo do deserto, quebrado apenas por um riacho preguiçoso e sinuoso por toda parte. — Você pode me dizer como você encontrou este lugar? Ou será que não é uma história de primeiro encontro também? — Ela murmurou com satisfação. Ele riu suavemente. — Quando eu era mais jovem, sempre dirigi para me afastar de todas as

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porcarias da minha vida. Metade do tempo eu nem sabia onde estava indo. Uma vez, eu acabei aqui. — É lindo. Como deve ser uma pintura. Ou uma imagem. Chase sorriu, fechando os olhos. — Esta foi à primeira fotografia que eu vendi. Ele a sentiu virar a cabeça na direção dele. — Sério? — Mm-hm. — Ele murmurou. — Eu fotografei toda uma série deste lugar, a transição do dia para a noite. E um dia eu tive coragem de ir a uma galeria e mostrar. Foi vendido na primeira meia hora. Essa foi a primeira vez que eu senti como se fosse bom nisso, sabe? Eu sempre adorei, mas essa foi a primeira vez que eu senti que era bom. Ela deslizou as mãos sobre a sua que descansava em seu estômago. — Eu venho aqui sempre que eu preciso de um pouco de inspiração. — E você precisa de um pouco de inspiração hoje à noite? — Andie perguntou, e Chase balançou a cabeça. — Não quando eu estou com você. Nunca com você. Andie sorriu, recostando-se contra ele quando ela fechou os olhos. — Um dia eu vou levá-la até aqui em cima. Andie virou a cabeça ligeiramente para olhar para ele. — Não estamos já aqui em cima? Chase balançou a cabeça. — Um dia eu vou levá-la até aqui. — Ele disse, passando as mãos sobre seus quadris quando ele a puxou contra seu corpo de volta. Andie gemeu baixinho, enquanto seus olhos se fecharam. — Então faça isso. — Ela sussurrou, virando-se em seus braços e envolvendo eles ao redor de seu pescoço. — Leve-me. Chase quase quebrou sob aquele olhar em seus olhos, mas ele balançou a cabeça. — Agora não. Eu nunca faria isso no nosso primeiro encontro. ~ 246 ~

— Chase.— Ela sussurrou. — Não é realmente... Ele a cortou com um aceno de cabeça. — Sem sexo hoje à noite, Andie. Apenas nós. Apenas isso. — Ele disse, apontando entre eles com a mão. — Isto é muito importante para mim. Ela olhou para ele, com os olhos ainda cheios de luxúria. — Isso é um muito autocontrole que você tem aí, McGuire. Ele sorriu lentamente. — Não é tão infalível como você pensa. — ele disse, beijando suavemente os lábios. — Dito isto, eu vou te levar para casa. Andie colocou o lábio inferior para fora, fazendo beicinho adoravelmente, e ele riu suavemente antes de se inclinar e o tomar entre os lábios. — Nós vamos voltar. — Ele sussurrou contra sua boca. — Eu prometo. Chase a ajudou a descer do lado da ponte, e caminhou de volta para o carro, com as mãos unidas em um silêncio confortável. E quando eles voltaram para o apartamento dela, ele a acompanhou até a porta, agradeceu-lhe pela noite maravilhosa, e beijou-lhe dando boa noite. — Mmm. — Ela cantarolou contra seus lábios. — Seus beijos ainda me dão borboletas. Ele sorriu, colocando o cabelo longe de seu rosto. — Você realmente não vem? Apenas por alguns minutos. — Ela perguntou, e ele riu baixinho. — Eu sou um homem que sabe seus limites, Andie. — Ele disse, beijando-lhe a mão, antes de se virar e caminhar em direção à escada. — Chase. — Ela chamou, assim que ele chegou ao topo, e ele virou a cabeça sobre o ombro a tempo de vê-la sorrir. — Agora é a minha vez de fazer isso direito. Libere sua agenda para amanhã à noite. Eu vou fazer o jantar. ~ 247 ~

CAPÍTULO DEZESSETE

Chase estava em sua sala de estar, arrumando seu aparamento. Tinha arrumado tanto quanto possível, especialmente a cozinha. Andie assegurou-lhe que sua falta de suprimentos de cozinha e talheres não seria um problema, que ela estaria trazendo tudo o que precisava, então ele pelo menos queria proporcionar-lhe um espaço arrumado para trabalhar. Ele estava prestes a limpar o fogão mais uma vez, quando ouviu uma batida em sua porta, e ele sorriu, virando-se para abri-la. — Ei. — Ele disse, mas seu sorriso caiu assim que a porta estava totalmente aberta. Merda. Ele corrigiu sua expressão um pouco tarde, sorrindo novamente. — Colin. Bom te ver, homem. — Ele sabia que Andie não tinha mencionado nada para Colin sobre seu relacionamento. Eles só tinham se falado duas vezes desde o rompimento, e foram conversas muito formais, na maior parte apenas sobre a devolução dos pertences um do outro. Independentemente disso, ele não tinha certeza como ele deveria agir. — Você está ocupado? — Colin perguntou. Merda, merda, merda. — Uh. — Chase disse sem jeito, passando a mão pelo cabelo e pensando como ele poderia fazer Colin sair de lá antes de Andie aparecer. Ele estava totalmente ciente de que, eventualmente, Colin iria descobrir que eles estavam juntos, mas ele não precisa saber o quão logo após o rompimento isso aconteceu. — Não, eu não estou ocupado. O que houve? Como você está? — Eu já estive melhor. Pergunta estúpida, Chase pensou. ~ 248 ~

— Sim, eu ouvi. Tyler me contou. — ele disse. Colin estava ali, sua expressão ilegível. Ele não parecia triste, ou chateado, ou confuso, ou ferido. Ele apenas... estava ali. Nunca tinha havido um silêncio mais constrangedor. Foda-se, pensou. Ele tinha que dizer alguma coisa. Convide-o para entrar. Ele poderia mandar uma mensagem para Andie, dizendo para ela segurar um tempo. — Você quer uma cerveja ou algo assim? — Chase disse, dando um passo de volta para o apartamento. — Não. Eu não posso ficar. Eu estava no bairro. Outro silêncio, o que fez ficar mais complicado pelo fato de Chase não acreditar nele nem por um segundo. — Eu fui na Andie para pegar algumas das minhas coisas hoje. — Colin disse, e Chase se mexeu, esfregando a parte de trás do seu pescoço. Ele não tinha ideia do que ele deveria dizer. Ele estava totalmente despreparado para isso, e ele deveria ter imaginado. — Eu imaginei que seria melhor se eu fosse enquanto ela não estivesse em casa. — Colin acrescentou. Chase exalou lentamente. — Sinto muito, cara. Colin riu, uma risada com humor seco enquanto ele inclinou a cabeça para o lado. — Por que as pessoas sempre dizem que eles estão tristes quando algo de ruim acontece com você? Quero dizer, não é como se você tivesse feito alguma coisa, certo? Então, pelo que você sente muito? Chase manteve sua expressão suave, seus olhos em seu amigo. — De qualquer forma. — Colin continuou. — Eu estava na casa dela, e eu achei isso.

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Pela primeira vez, Chase percebeu que ele trazia algo em suas mãos, e ele olhou para baixo, assim que Colin desenrolou e a estendeu. Era a camisa que Andie tinha usado quando adormeceu na noite em fizeram amor pela primeira vez. A única que ele a deixou levar para casa, porque ela disse que era a camisa mais confortável que já tinha usado. E porque ela parecia tão adorável dentro de sua velha, desgastada camisa de futebol. Com McGuire estampada nas costas. Ele olhou para cima e encontrou os olhos de Colin. A próxima coisa que ele percebeu foi uma dor de cegar que queimou todo o lado esquerdo de seu rosto, quando suas costas bateram contra o refrigerador, um baque forte, seguido pelo som de vidros quebrando quando algumas das garrafas que estavam ali anteriormente caíram para o chão. Ele endireitou-se imediatamente, com os punhos cerrados ao lado do corpo e seu corpo pronto a lutar, mas ele não fez nenhum movimento para retaliar. — Oh, vamos lá, McGuire. — Colin gritou. — Não queira tentar ser um bom amigo agora! Dê seu golpe, porra! O olho de Chase estava pulsando, uma dor latejante que ele sabia que iria sentir dez vezes pior depois que a adrenalina não estivesse correndo em suas veias. Seus músculos estavam tão tensos que eles estavam tremendo, com os punhos cerrados ao seu lado, pronto para se defender se Colin viesse para ele novamente. Mas ele não conseguia acertá-lo. Ele não tinha o direito. Colin riu balançando a cabeça com raiva. — Então deixe-me ver se entendi. Você pode se jogar em minha namorada quando eu lhe pedi para olhar por ela, mas você não pode dar um golpe contra mim? Que tipo de lógica fodida é essa? Dê o seu golpe. — Ele gritou, sua voz tremendo de raiva. — Colin. — Chase disse, sua voz controlada. — Não era para ser assim. — Ah, e como era para ser? Você deveria manter a foda nas minhas costas? Bem, eu sinto muito se a sua merda explodiu Chase, realmente eu sinto. Meu coração sangra por você! Chase balançou a cabeça. — Não foi assim. Olha, eu sei que você não quer ouvir isso agora, mas nunca aconteceu nada entre nós enquanto vocês dois estavam juntos. ~ 250 ~

— Foda-se. — Ele interrompeu, dando um passo rápido em direção a ele. — Você acha que a ordem das operações faz a diferença para mim? Você é um egoísta! Você flutua através da vida, fazendo o que lhe convier, com nenhuma responsabilidade, nenhuma preocupação com ninguém, além de si mesmo. E eu sempre soube isso sobre você. Eu só nunca pensei que você iria me ferrar. Eu a amava, Chase! Você a ama? Ou você só está mantendo ela ao redor enquanto se entretém? Chase olhou para ele, sem dizer nada. Não havia nenhuma maneira de responder a essa pergunta sem piorar as coisas. — Seu inútil pedaço de merda. Seu pai estava certo sobre você. Uma onda de calor inundou o corpo de Chase quando a dor no peito cresceu, rivalizando com a dor de seus olhos, e ele deu um pequeno passo em direção a Colin. Ele não sabia quanto tempo ele poderia conter-se depois disso. — Você precisa ir embora. — Chase disse, sua voz marcada com uma raiva que sentia brotar em seu estômago. Colin fechou a mão, olhando para Chase com nojo. — Quando você foder com isso, quando você quebrar o coração dela, eu espero que você possa viver com você mesmo. — Ele jogou a camisa no rosto de Chase antes de se virar e sair, batendo a porta atrás de si. Chase ficou lá, sua respiração difícil e seu corpo tremendo enquanto olhava a porta, depois de um minuto atordoado ele se virou, agachando-se para recolher o vidro quebrado no piso. Ele levantou uma das garrafas quebradas, pulando para cima e de repente batendo contra a parede. — Merda. — Ele gritou antes de deixar cair a cabeça para trás e cobrir o rosto com suas mãos.

Chase não tinha certeza de quanto tempo tinha passado. Ele estava deitado no sofá segurando uma pizza congelada no olho esquerdo, e ele não conseguia levantar a cabeça

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para verificar o relógio. Seu corpo inteiro doía, e ele rolou seu corpo e flexionou a mão livre, tentando quebrar a tensão de seus músculos. A voz de Colin continuou gritando mais e mais em sua mente, dizendo a Chase que seu pai tinha estava certo sobre ele. Ele não conseguia parar de ouvir e, a cada segundo que passa, o seu corpo ficava mais apertado. O martelar atrás de seu olho era implacável, e Chase pressionava a pizza mais firmemente contra ele, grunhindo enquanto o inchaço hipersensível doía em protesto. Ele estava tentando abafar a raiva que foi agitada no poço de seu estômago desde que Colin saiu de seu apartamento, mas o esforço era desgastante. Ele não conseguia descobrir o que o enfurecia mais: O fato de Colin ter dito aquelas palavras para ele, em primeiro lugar, ou pela realização de Chase que houvesse realmente verdade por trás delas. Ele podia apenas imaginar o rosto de seu pai, o suspiro condescendente quando ele balançava a cabeça e perguntava-lhe que tipo de homem faria o que Chase tinha feito. Chase sentiu o bloqueio da mandíbula enquanto seus músculos tencionaram novamente, ampliando o pulsar em seu olho esquerdo. Ele ouviu o som de alguém se aproximando de sua porta, o farfalhar das sacolas combinado com o clique de saltos, e ele soltou uma maldição. Se ele tivesse pensado racionalmente, ele teria ligado pra ela e adiado isso. Ele não estava com disposição para falar com alguém agora, e muito menos desfrutar de um jantar romântico. — Ei! — Ele a ouviu dizer, seguido pelo som de vidro quebrado. — Oh, droga. Chase? Por que há vidro quebrado por todo o chão? Houve um momento de silêncio antes que ele ouviu os sacos de supermercado caírem. — Oh meu Deus! O que aconteceu com você? — Ela gritou, sua voz cheia de pânico, ela correu em direção a ele. Ela se sentou na beira do sofá, estendendo a mão para tirar a pizza de seu olho, e sua mão voou para a boca quando os olhos dela se arregalaram. Ele sabia como parecia um pouco antes, o olho fechado e inchado, a pele bem apertada sobre a massa roxa e rosa. Ele duvidou que parecesse melhor agora. ~ 252 ~

— O que aconteceu? — Ela perguntou, com alarme, e ele olhou para ela, exalando pesadamente. Chase olhava nos olhos a mudança quando a realização finalmente bateu sobre nela. — Oh meu Deus.— Ela sussurrou. — Como? Ele sabia exatamente o que ela estava perguntando, e fez um gesto sem entusiasmo para a mesa de café. Andie se virou, avistando a camisa de futebol de Chase amassada no centro dela. — Ele a encontrou quando ele foi na sua casa para pegar as coisas dele. — Ele murmurou. Foi um momento antes dela se virar para ele. — Eu só não entendo isso. — Ela disse, com a voz triste. — Foi a minha decisão de romper com ele. A minha escolha. Você não fez nada. Você nunca tocou em mim enquanto eu ainda estava com ele. Por que ele faria isso com você? Chase riu amargamente. — Bem, o que você esperava que ele fizesse? Apertasse minha mão? Felicitar-me por pegar a garota que ele queria se casar? Oferecer-se para comparar as anotações? Ela virou a cabeça ligeiramente para trás, parecendo um pouco magoada. Depois de um atordoado segundo ela fechou os olhos e deu um pequeno suspiro antes de abri-los, tentando endireitar sua expressão. — Isso dói? — Ela perguntou suavemente, estendendo a mão para tocá-lo. Chase moveu a cabeça para fora de seu alcance enquanto ele colocava a pizza de volta em seu olho. Ele se incomodou que ela havia lhe perdoado pelo seu último comentário, e que ela estava sendo tão gentil com ele agora. Ele merecia sofrer um pouco. — É apenas um olho roxo, Andie. Acredite em mim, ele está muito pior do que eu estou. Ela largou a mão dela de volta para o lado dela, baixando os olhos. — Você bateu nele?

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— Não, eu não bati nele. — Ele zombou. — Nós dois sabíamos que deveria esperar. Ele tinha todo o direito de fazer isso. Por que diabos eu iria batê-lo? — Eu apenas pensei que... você disse que estava muito pior do que você. — Sim, eu quis dizer por que seu coração acabou de ser arrancado do seu maldito peito por duas pessoas em quem confiava. Não é realmente algo que uma pizza congelada pode cuidar. Ela baixou os olhos novamente, e Chase viu seu queixo tremer. — Eu não quis que isso acontecesse. — Ela disse, com a respiração presa antes que ela acrescentasse — Eu sou uma pessoa terrível. Ele riu sem graça do próprio sentimento que ele estava se castigando pela última meia hora. — Bem, então realmente somos um par perfeito, não somos? Ele deveria estar agradecendo as suas estrelas da sorte que ele está livre de nós. Andie levantou os olhos para ele, não havia uma pitada de raiva por trás deles, guerreando com a dor que estava nadando lá desde que ela percebeu que Colin tinha feito isso. Ela abanou a cabeça um pouco antes de sussurrar: — O que está errado com você? Ele riu suavemente antes de suspirar. Será que ela realmente não sabia a resposta para isso? — A mesma coisa que havia de errado comigo a noite em que te conheci na adega do Justin, e naquela primeira manhã que fomos para a Flórida, e na noite em que me ofereci para dar-lhe uma aula de piano. A mesma coisa que vai estar errado comigo amanhã, e no próximo mês, e no próximo ano. — Ele tirou a pizza para fora de seu olho e se virou para ela, com a voz impassível. — Eu sou um idiota, Andie. Ela olhou fixamente para ele até que ele se afastou dela para olhar de volta para o teto de novo, e Chase sentiu o sofá levantar de onde ela estava sentada. — Sim, você é. Ele fechou os olhos e trouxe a pizza de volta para o inchaço, e ouviu um ligeiro farfalhar acompanhado por passos, sua porta se abrindo e, em seguida, batendo fechada, ~ 254 ~

e Chase ouviu quando o clique de seus saltos no corredor desapareceu até não haver nada.

Desta vez, Chase não tinha o luxo de ser indiferente ao tempo, ele sentiu cada segundo, cada minuto que passava depois que a porta se fechou atrás dela. Foram sete minutos de respiração profunda antes de sua frequência cardíaca diminuir e voltar às batidas regulares novamente. Foram dez minutos antes de a pizza ter se descongelado completamente e a embalagem começar a se desfazer em suas mãos, e foram mais cinco minutos antes de ele se importar. Depois que tinha se livrado da embalagem encharcada, ele teve mais doze minutos para amaldiçoar a bagunça de uma profecia autorrealizável que tinha destruído toda esta noite. Ele estava tão incomodado com o fato de Colin ter dito que ele era um canalha que ele se virou e agiu como uma pessoa que merecia ser chamado disso. Chase estava sentado em seu sofá agora, o pulsar atrás de seu olho tinha diminuído um pouco e seus pensamentos eram muito mais claros do que tinha sido há meia hora. Ele apenas manteve o desejo que ela não tivesse aparecido em sua casa, quando ela fez. Se ela tivesse vindo agora, ele não teria sido um sarcástico, idiota insensível. Em seu atual estado de espírito, ele teria sido capaz de agir como um ser humano, para confortá-la, para tranquilizá-la. Para cuidar dela, do jeito que ele lhe prometeu que faria. — Merda. — Ele murmurou para si mesmo, passando a mão pelo seu rosto antes de parar. Ele tinha pensado que queria ficar sozinho hoje à noite, mas quando ele estava em sua sala de estar olhando para o chão da cozinha, as sacolas espalhadas onde ela as deixou caírem no vidro quebrado, ele percebeu o quanto ele a queria lá. Com um suspiro, ele aproximou-se da bagunça na cozinha. Ele iria limpar, e então ele ia ligar para ela e pedir-lhe para voltar. Ele imploraria a ela se ele tivesse que fazer. Ele nem sequer se importava se eles jantariam. Ele só queria que ela deitasse ao lado dele, com a mão em seu estômago e sua cabeça em seu peito e sua perna jogada sobre ~ 255 ~

sua coxa. Ele amava quando deitava com ela dessa forma, ela se encaixava tão perfeitamente contra ele, como se o universo tivesse reforçando o fato de que eles estavam exatamente onde eles pertenciam. Quando Chase ajoelhou-se e usou um pedaço de papelão para varrer os cacos de vidro em uma pilha, ele tomou respirações lentas e profundas, exalando a amargura e vergonha que vinha o consumindo desde a visita de Colin. Com cada inspiração, ele se concentrou em vez disso, no que seria a sensação quando Andie estivesse com ele novamente. Porque esse sentimento foi o que fez toda a merda de hoje à noite vale a pena. Depois que ele tinha varrido todo o vidro e limpou o chão, ele colocou os mantimentos Andie no balcão e foi ao banheiro para verificar o seu olho uma última vez. — Merda. — Ele suspirou, trazendo as pontas dos dedos para o ferimento. Ele tinha mudado de rosa escuro para um roxo-azulado, e ainda não era capaz de abri-lo totalmente. Ele iria parecer muito pior nos próximos dias. Chase suspirou quando desligou a luz e saiu do banheiro. Ia ser extremamente difícil tirar a mente de Andie do que tinha acontecido com um constante lembrete, literalmente, estampado no rosto. Ele pegou seu telefone celular e apertou o botão para ligar para ela, fechando os olhos quando foi direto para a caixa postal. Deveria ter esperado isso. Ele não iria querer falar com ele também se fosse ela. Ainda assim, ele apertou o botão para tentar de novo, já caminhando para o armário para seus sapatos. E quando ele ouviu a voz dela, pedindo-lhe para deixar uma mensagem, ele desligou o telefone e pegou as chaves antes de sair pela porta. Ela podia ignorar seus apelos durante toda a noite, mas ela não iria deixá-lo do lado de fora da porta por muito tempo. Ele tinha certeza disso. Chase correu escada abaixo e através do lobby, parando assim que seus pés tocaram a calçada do lado de fora. Seu carro ainda estava estacionado na frente de seu prédio. Ele puxou a testa junto e se virou, olhando tão longe na quadra quanto ele poderia, antes de se virar e olhar para o outro lado. Não havia nenhum lugar para ela ir aqui, não havia restaurantes ou lojas ou qualquer coisa a uma curta distância razoável. Onde ela

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poderia ter ido sem o carro dela? Sua vizinhança certamente não era o tipo de lugar que alguém iria querer dar uma volta para desabafar. Chase decidiu fazer uma volta em torno da quadra de qualquer forma, no caso de ela querer ter tirado sua frustração sem realmente pensar sobre seus arredores. Mas depois de cerca de dez minutos, ele estava de volta na frente de seu prédio sem nenhum sinal dela. O carro de Andie ainda estava onde ela tinha deixado quando ele saiu, e Chase olhou a área circundante mais uma vez antes de ele se virar para descer a quadra em direção a seu carro. Ele só tinha dado dois passos antes de seu pé cair sobre algo que deslizou sob seu peso, fazendo-o tropeçar em frente. — Que diabos? — Ele murmurou, virando-se para olhar para trás. Seus olhos imediatamente caíram sobre o pequeno anel de prata de chaves ligado a um roxo redemoinho na forma de um coração. Ele reconheceria as chaves em qualquer lugar. Ele ajudou-a quando ela tinha trancado as chaves dentro de seu apartamento. Ele usou essas chaves ao dirigir seu carro. Chase abaixou-se e pegou-os antes de olhar na rua novamente, desta vez com algo parecido com pânico em seu peito. Com as chaves seguras na mão, ele cavou seu telefone do bolso e discou o número dela novamente. Ele foi direto para a caixa postal. — Merda — ele sussurrou enquanto caminhava rapidamente para seu carro e saltou para dentro. Tinha que haver uma explicação razoável para isso. Ela deve ter deixado cair às chaves. Ela deve ter andado pra casa. Ela provavelmente estava enrolada no sofá agora, comendo sorvete e lamentando seu namorado babaca. Chase manteve esses pensamentos quando correu para o apartamento dela. Ele discou seu número de novo e de novo enquanto dirigia, mantendo um olho na estrada e outro varrendo as calçadas e áreas vizinhas. Toda vez que sua caixa de mensagem atendia e a voz melodiosa de Andie pedia-lhe para deixar uma mensagem, seu coração batia um pouco mais rápido em seu peito. Quando ele puxou para o estacionamento na frente do seu prédio, ele já sabia que ela ~ 257 ~

não estava em casa. Ele podia ver a janela de seu quarto, sua sala de estar, ambos com tinta preta, mas ele subiu correndo os degraus até a porta da frente de qualquer maneira, batendo bem forte enquanto tentava recuperar o fôlego. — Andie? — Ele chamou, batendo novamente. — Andie, eu juro, eu vou ir embora, se você quer que eu saia, mas se você estiver aí, me deixe saber que você está bem. Chase ficou lá por um minuto, ouvindo o silêncio antes que ele batesse uma vez mais. — Andie? Por favor, deixe-me saber que você está aí. Você não precisa nem abrir a porta. Mais uma vez, nada. Ele se virou, passando sua mão em seu cabelo enquanto ele puxou o celular do bolso. Onde diabos ela poderia estar? — Droga. — Ele disse antes de apertar os olhos fechados. Ele não sabia os números de telefone de seus amigos. Ele nem sequer sabia o número de seu restaurante. Ele poderia ir lá, ele pensou, mas ele não queria assustar seus pais. Eles não sabiam nada sobre ele ainda, então como ele poderia simplesmente explodir em seu restaurante e apresentar-se, perguntando se eles tinham visto a sua filha, que ela só fugiu no meio da noite, porque ele era um idiota impensado? Ele manteve os olhos em seu telefone enquanto ele percorreu inconscientemente através de seus contatos. E então ele viu: Tate, Colin. Ela poderia ter procurado Colin? Ela teria ido até lá? Ela estava se sentindo tão culpada por tudo o que aconteceu antes, que Chase podia vê-la fazendo algo parecido. Ele podia imaginá-la indo para ele, tentando fazer as coisas direito para todos novamente, apesar de Chase saber que era uma causa perdida neste ponto. — Foda-se. — Ele suspirou para si mesmo, tomando uma respiração profunda antes de apertar no botão para ligar para Colin. O telefone tocou cinco vezes antes de ir para a caixa postal. Chase baixou a cabeça para trás e trouxe os dois punhos em seus olhos antes que ele começasse andar pelo corredor em frente à sua porta. Ele odiava a sensação que ele tinha agora, neste desamparo. Ele não sabia o que diabos ele deveria fazer, mas ele precisava encontrá-la. Isso estava claro. ~ 258 ~

Chase apertou o botão para ligar para Colin novamente, e desta vez foi para o correio de voz depois de um toque. — Filho da puta. — Ele gritou, terminando a chamada e indo em direção as escadas. Ele tinha que ir lá. Era a sua única opção. Ele não poderia voltar para casa até que ele descobrisse onde ela estava e soubesse que ela estava bem. Ele chegou na casa de Colin na metade do tempo que normalmente teria levado, então ele realmente não tinha tido tempo para se concentrar na estupidez que estava prestes a fazer. Chase bateu na porta de Colin, e quando ela se abriu, o rosto de seu amigo passou de chocado a branco no espaço de um segundo. — Ela está aqui? — Perguntou Chase. Colin olhou para ele. — Você tem que estar brincando comigo. — Eu não sei onde ela está. — Chase disse desesperadamente. — Ela está aqui? O queixo de Colin flexionou, enquanto ele continuava a olhar para Chase. — Inacreditável.— Ele murmurou antes de fechar a porta para ele. Sem pensar Chase jogou a mão, parando na porta, e os olhos de Colin brilharam com raiva. — Mova sua mão. Agora. — Nós tivemos uma briga. Um momento de descrença ofuscou a irá de Colin. — E você está vindo aqui para eu ter pena? Você realmente é hilário. Colin foi fechar a porta novamente, e dessa vez Chase bateu a mão contra com tanta força que virou da mão de Colin e bateu na parede. — Ela pode estar machucada! — Chase gritou, e Colin congelou. — Por favor. — Ele disse, sua voz significativamente amolecida e no limite do desespero. — Por favor... me ajude. Chase não conseguiu decifrar a expressão no rosto de Colin, mas quando ele falou, sua voz era firme e controlada. ~ 259 ~

— O que quer dizer que ela pode estar ferida? O que você fez? — Eu não fiz nada. — Chase disse. Ele explicou o que havia acontecido rapidamente, e Colin ouviu, sua expressão imutável. Finalmente, depois do que pareceram horas de silêncio, Colin virou-se e entrou em seu apartamento, deixando a porta aberta. — Colin? — Eu vou fazer uma ligação. — Ele disse secamente. Chase deu dois passos hesitantes na casa de seu amigo, observando como Colin agarrar seu telefone e acertava alguns botões antes de trazê-lo para sua orelha. — Tracey? — Disse. — É Colin. Andie está com você? — Houve um silêncio antes que ele dissesse: — Não está tudo bem. Se você souber dela, você pode pedir para ela me ligar? Obrigado. — Merda. — Chase disse baixinho, correndo ambas as mãos pelo cabelo. — Onde ela está? Colin olhou para o telefone por um segundo antes de ele bater alguns botões novamente. — Ei, Danielle. É Colin. Andie está trabalhando hoje? — Uma pausa. — Oh. Bem, ela chegou a passar no restaurante? — Outra pausa quando Chase ouviu o som de seus próprios batimentos cardíacos vibrando em seus ouvidos. — Tudo bem. Se ela for ao restaurante, você pode pedir para ela me ligar? Obrigado. Quando Colin terminou a chamada, Chase começou a andar na frente da porta com as duas mãos em seu cabelo. Não havia outro lugar que ela poderia estar que fizesse sentido. Com seu carro ainda em seu apartamento. E as chaves na chão. Ele ouviu um som áspero estranho e percebeu que era sua própria respiração. Chase forçou-se a parar de andar enquanto ele se dobrou na cintura, trazendo as mãos aos joelhos, enquanto tentava se acalmar, e ele notou Colin olhando para ele com uma expressão estranha em seu rosto. Havia algo mais por trás da raiva em seus olhos. ~ 260 ~

Descrença? Escrutínio? Choque? Fosse o que fosse, ele não tinha tempo para analisá-lo. Ele pegou o telefone e começou a discar. — O que você está fazendo? — Colin perguntou. — Chamando a polícia. — Chase, eles não vão fazer nada. Ela teria que ficar fora por vinte e quatro horas. — Eu não me importo. — Ele gritou. — Eu não vou ficar parado! Colin levantou-se, passando a mão pelo seu cabelo enquanto Chase explicou a situação para o oficial. Quinze minutos mais tarde, havia dois policiais na porta de Colin. Uma mulher de meia idade e um homem que parecia estar em seus vinte anos. Chase explicou tudo para eles, sobre Andie ter deixado seu apartamento, sobre o seu carro e as chaves na rua, e como ninguém sabia onde ela estava. Enquanto o jovem anotou algumas coisas em um bloco de notas, a mulher de meia-idade arqueou a sobrancelha para Chase. — O que aconteceu com seu olho? Chase lambeu os lábios e olhou para Colin antes de dizer: — É uma longa história. — Mm-hm. — Ela disse, virando-se para o outro policial e gesticulando com a cabeça. — Neste momento não há realmente nada que possamos fazer por vocês. — Ele disse. — Não parece ter algo suspeito acontecendo. As pessoas perdem suas chaves o tempo todo. Ele olhou para cima quando ele fechou o bloco. — Nos ligue, se ela não aparecer dentro 24 horas. Chase balançou a cabeça em descrença. — Então, eu apenas deveria sentar aqui? — Posso perguntar qual sua é relação com a garota em questão? — A mulher de meia-idade perguntou. Ele olhou para Colin antes que ele respondesse: — Eu sou o namorado dela. A mulher acenou com a cabeça antes que ela disse: — E você?

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Colin olhou para ela por um momento, antes que ele disse friamente: — Eu sou o seu ex. O canto da boca da mulher torceu antes que ela olhasse para o parceiro. — E se você ainda quiser denunciar seu desaparecimento depois 24 horas, eu sugiro que você chame alguém que tenha relação sanguínea com ela e os faça denunciar. Chase olhou para trás e para frente entre os dois em estado de choque, e o rapaz disse: — A menos que vocês sejam casados, vivam juntos, ou tenham um filho juntos, não podemos aceitar a denúncia de você. Além disso... — Ela disse, sorrindo para seu parceiro — Essa coisa toda parece um pouco estranha. Como talvez duas pessoas estarem tentando encontrar uma menina que não quer ser encontrada. Chase abriu a boca para protestar, mas a mulher levantou a mão. — Faça a família nos dar uma chamada, se ela não aparecer. Tenha uma boa noite senhores. — Ela disse, e os dois policiais se viraram e saíram pela porta, fechando-a firmemente por trás deles. Chase ficou ali olhando para a porta com pânico e impotência lutando para controlar seu peito. Depois de um minuto atordoado ele estendeu a mão e abriu a porta. — Onde você está indo? — Ouviu Colin perguntar. — Eu vou dirigir por aí até encontrá-la, — ele disse, mas antes que ele pudesse terminar a sentença, ele ouviu o telefone tocar de Colin atrás dele. Ele virou-se na soleira da porta, observando quando Colin atendeu o telefone. — Sim.— Ele disse. — O que está acontecendo?— Colin olhou para cima antes que ele disse: — Ela está lá? — Jesus. — Chase sussurrou, caindo contra o batente da porta e fechando os olhos. — Por quê? O que há de errado? Chase sacudiu a cabeça. — O que aconteceu? Colin levantou a mão antes que ele disse: — Tudo bem, eu vou estar lá em dez minutos. — Ele terminou a chamada antes que ele disse. — Isso foi Tyler. Ele passou no Ripley para pagar a sua conta do final de semana. Ela está lá. Ele disse que eu precisava ir até lá. ~ 262 ~

Chase virou antes de Colin ter terminado a frase, descendo os degraus e indo para o seu carro, iniciando antes mesmo de fechar a porta. Ele estava vagamente consciente de Colin entrar em seu próprio carro, enquanto dirigia pela rua e fazia uma curva à esquerda, mas a única coisa que ele podia se concentrar era em ir ao Ripley para que ele pudesse ver com seus próprios olhos que ela estava bem. Ele estacionou em um espaço vazio no final da rua que não foi feito para estacionamento antes que ele saltasse e caminhasse rapidamente pela calçada em direção ao bar. Assim que ele abriu a porta, o alívio inundou como água fria em suas veias superaquecidas. Ela estava sentada com o cotovelo no bar, com o queixo apoiado fortemente na palma da mão, e Chase tinha certeza de que sua mão era a única coisa que mantinha a cabeça naquele momento. Seus olhos estavam vidrados e fora de foco, enquanto a mão livre preguiçosa jogava com a bagunça no bar em frente a ela. Uma pilha de cascas de limão descartadas. Em qualquer outra circunstância, ele teria sorrido sobre sua vítima não resistir as doses de limão, mais de uma vez, mas a expressão em seu rosto estava rasgando seu coração. Ela tinha aquela pequena ruga entre as sobrancelhas, e tudo o que ele queria fazer era pegá-la em seus braços e beijá-la lá até que suavizasse. — Você vai cuidar dela? Chase não tinha sequer ouvido Colin vir atrás dele. Ele olhou de volta para ele antes de olhar para Andie novamente, seus olhos caindo fechados para uma piscada muito tempo antes que dela abri-los lentamente. — Sim. Eu vou lidar com isso. — Ele disse, dando um passo na direção dela. Ele sentiu uma mão vir para baixo em seu braço quando Colin agarrou com força, girando Chase de volta ao redor para encarar ele. — Não. — Ele disse com firmeza, os olhos intensos enquanto eles encaravam Chase. Ele tomou uma pequena respiração antes de dizer de novo: — Você vai cuidar dela? Só que desta vez, o seu significado era claro. Chase sentia a queda de tensão dos seus ombros, e pela primeira vez em um longo tempo, ele foi capaz de olhar para o seu amigo no olho antes de falar com ele. ~ 263 ~

— Sim. Colin olhou para ele por um momento, o músculo de sua mandíbula flexionando enquanto o controle sobre o braço de Chase soltava. Com um firme aceno de cabeça, ele soltou completamente antes de se virar e sair pela porta, fechando-a atrás dele. Chase ficou lá por um momento, olhando para a madeira escura e a alça de bronze sem realmente ver. Ele ouviu o som da porta do carro de Colin batendo seguido pelo som do seu carro acelerando quando ele desceu a rua, e Chase fechou os olhos e abaixou a cabeça, respirando fundo antes de se virar em direção a Andie. Ela estava lambendo os grânulos de açúcar de uma velha casca de limão enquanto ela olhava fixamente para o espaço. Chase caminhou em direção à extremidade do balcão, e quando ele se aproximou dela, seus olhos deslizaram sobre ele e, em seguida, embora sem o menor sinal de reconhecimento. Ele tomou uma profunda respiração, pensando que talvez ele tivesse sorte e que ela estivesse bêbada demais para lembrar-se de que ela estava brava com ele. Mas quando parou na frente dela, ela balançou a cabeça. — Vá embora, Chase. — Não. Seus olhos brilharam com os dele. — Tudo bem. — Ela disse, pegando um dos copos vazios quando ela inclinou a cabeça de volta, tentando escoar os restos de uma dose que ela já tinha tomado. Após alguns segundos, sem sucesso, ela bateu a traseira de vidro no bar. — Então, eu vou. Ela se afastou dele, pegando sua bolsa quando ela chamou o garçom. — Desculpe-me, Billy? Barney? Chase reprimiu um sorriso. — O nome dele é Bailey. — Barney. — Ela disse de novo. — Posso pegar mais um desses? — Ela perguntou, acenando com o copo vazio no ar enquanto ela tentava reunir a bolsa com a mão livre. Chase virou-se para Bailey, sacudindo a cabeça imperceptivelmente enquanto ele moveu suas pontas dos dedos para trás sobre sua garganta, e Bailey acenou uma vez antes de dizer: — Desculpe querida. Nós já servimos a última dose. ~ 264 ~

— É justo. — Ela disse antes de se virar e atrapalhar-se com as tiras de sua bolsa, tentando reunir suas coisas. — Você sabe o que você não sabe sobre mim, Chase?— Ela perguntou de repente, antes de puxar a bolsa do banco e olhou para ele. — Eu amo gotas de limão. — Ela encolheu os ombros levianamente enquanto ela acrescentou: — É verdade. Eu sou um tipo de garota que gosta de Licor. Desta vez, ele não poderia lutar contra o seu sorriso. — Eu posso ver isso. — E você quer saber outra coisa sobre mim? — Ela disse, levantando do banquinho com sua bolsa. Ela vacilou, mas agarrou a borda do bar para se firmar antes que de se virar para ele. — Eu não quero falar com você. Ela passou por ele enquanto ele disse? — Eu posso ver isso também. Chase viu sua tentativa de sair do bar, parando a cada poucos segundos para segurar a parte de trás de um banquinho de bar antes de continuar. Ele enfiou a mão no bolso de trás e pegou sua carteira, jogando dinheiro no bar e saudando Bailey antes de ele segui-la pela porta. Depois de alguns passos Andie parou abruptamente enquanto ela se virava para encará-lo, e ele parou. — E aqui está outra coisa que você não sabe sobre mim. — Ela disse, só que desta vez seus olhos estavam vidrados com lágrimas não derramadas. — Eu não sou uma pessoa terrível. Chase expirou, sua expressão ficando séria. — Eu sei disso. — Não, você não sabe, e você é um merda, porque você não sabe! — Ela disse, dando um passo rápido em direção a ele e cutucando-o no peito com força suficiente para mandá-lo de volta um passo. — Você disse que nós combinávamos, porque nós dois somos terríveis, e eu não sou terrível! Andie deu um passo para trás antes de continuar, com a voz trêmula. — Porque se eu fosse, não estaria partindo meu coração de tão triste que ele está triste agora. Se eu fosse, não teria sido uma batalha para conseguir ficar com você em primeiro lugar.

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O peito de Chase apertou instantaneamente com suas palavras. — Você está certa. — Ele disse suavemente, dando um pequeno passo em direção a ela. Ela imediatamente tirou um passo para trás, tropeçando um pouco quando a parte traseira de seu pé escorregou de seu salto alto. — E eu não deveria ter que explicar isso para você. — Ela disse com desdém, as palavras correndo juntas enquanto ela tentava fazer com que seu pé voltasse em seu sapato. — Eu não deveria tem que convencê-lo de que sou boa. — Você não precisa. — ele disse, dando outro pequeno passo em direção a ela. — Você deveria saber. — Ela gritou, chicoteando sua cabeça enquanto ela perdia o controle sobre o sapato, o pé ainda meio fora do calcanhar, enquanto caia sobre a calçada. Ela tirou o cabelo dos seus olhos antes de balançar a cabeça. — Eu nem sei quem você era antes. Eu odeio quem você era lá. Chase assentiu, dando um pequeno passo em direção a ela. — Eu também. — Porque você não é terrível também. — Ela disse, tentando obter o equilíbrio antes de apontar para ele. — Eu não me sentiria assim sobre você se você fosse. — Andie. — Chase disse, e ela balançou a cabeça. — Por que você age como um idiota, se você não é um idiota? Por que você age como tal? — Ele fechou o resto da distância entre eles, envolvendo os braços em volta dela e puxando-a em seu peito. — Eu não quero que você aja como um idiota. — Ela disse com firmeza antes de empurrá-lo para longe. Ele deu um passo para trás e ela acrescentou: — E eu não quero estar feliz que você esteja aqui agora. Andie estendeu a mão para seu sapato, seu outro braço batendo ao seu lado enquanto ela tentava levá-lo de volta a seu pé, e Chase se adiantou mais uma vez, firmando-a antes da tentativa de levá-la em seus braços. Ela o empurrou de novo, mas desta vez com menos força. — E eu não quero amar o seu cheiro. — Ela murmurou antes de recuar. Com um bufo frustrado ela rasgou seu sapato e jogou-o para o calçada, em pé de forma desigual enquanto ela cruzava os braços e erguia o queixo, olhando para ele. Ela estava se esforçando para ser desafiadora, mas seus olhos estavam vulneráveis.

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Chase adiantou-se e abaixou-se, pegando o sapato descartado. Quando retornou, a embalou contra seu peito. Ela agarrou a frente de sua camisa. — E eu não quero me sentir assim quando você me segura. — Ela disse, toda a luta caindo em sua voz. Chase apoiou o queixo no topo de sua cabeça enquanto caminhava em direção ao seu carro com ela em seus braços. — E eu não quero mais ficar com você. — Ela murmurou contra sua camisa. Ele inclinou a cabeça para baixo, pressionando os lábios para o topo de sua cabeça. — Você está me ouvindo? Eu disse que não quero mais ficar com você. — Ela sussurrou, apertando sua camisa enquanto escondia o rosto em seu peito. — Feche os olhos, Andie. Podemos falar mais quando chegarmos em casa. — Ok. — Ela suspirou contra ele, e no momento em que chegou ao seu carro, seu peso tinha integralmente liquidado em seus braços, e ela estava fria. Ele a colocou no carro e afivelou o cinto de segurança antes de calmamente sentar no banco do condutor, cuidando para não perturbá-la. Mas, quando ele os levou de volta ao seu apartamento, tornou-se muito claro que nada menor do que uma explosão iria acordá-la agora. Chase parou na calçada em frente a seu prédio e caminhou ao redor para o lado de Andie, levantando-a e colocando-a sobre seu ombro para liberar uma de suas mãos para a sua chaves. Ele não tinha dado dois passos em direção à porta da frente antes de ouvir um som murmurado, e algo quente e úmido bater as costas. Ele congelou, fechando os olhos. — Merda. — Ele disse, assim que uma nova rodada de calor úmido caía em suas costas, e ele moveu um pouco, trazendo Andie abaixo de seu ombro e segurando-a com um braço enquanto tentava puxar o cabelo para trás com a mão livre, ela continuava a vomitar pela rua. Quando teve certeza que ela terminou, ele a pegou em estilo de noiva e subiu os três andares para seu apartamento o mais rápido que podia, tentando não se acotovelar com ela. Assim que eles estavam dentro, Chase a deitou em sua cama antes de ir para o banheiro e remover a camisa suja, jogando-a na banheira. Ele estava certo sobre a lavá-la, quando ouviu o mesmo som borbulhante de antes, e ele pegou o cesto de lixo e saiu correndo do banheiro, caindo de joelhos na frente dela a tempo para ela vomitar sobre ele. ~ 267 ~

Chase afastou o cabelo do seu rosto e sussurrou coisas reconfortantes para ela, embora fosse claro que ela não podia ouvi-lo. Depois de vários minutos Andie caiu para trás no sofá, com os braços abertos para os lados e os olhos fechados, e Chase percebeu o vomito na frente de sua camisa. Ele colocou o balde no chão e cuidadosamente puxou os braços para fora das mangas segurando a cabeça dela com uma mão e puxando a camisa por cima com a outra. Ele voltou para o banheiro com o balde e sua camisa, soltando-o na banheira ao lado de sua própria antes de começar a limpá-los. Depois de enxaguar tudo e colocar as camisas sobre a haste de cortina para secar, ele foi procurar na sua caixa de remédios por uma aspirina. Ela estava um pouco coerente depois de vomitar pela segunda vez, e Chase foi capaz de convencê-la a engolir dois comprimidos com alguns goles de Gatorade de laranja. E então ela ficou completamente inerte em sua cama em seu sutiã e calça jeans, roncando ligeiramente. Chase olhou para ela por um minuto, sacudindo a cabeça com uma pequena risada. — Eu acho que cumprir minha penitência da noite. O que você acha? Ela roncava em resposta. Ele riu de novo enquanto ele tirou sua calça jeans e jogou sobre uma cadeira próxima. Então ele pegou a camisa de futebol da mesa do café e puxou-a suavemente sobre a cabeça dela antes de colocar os braços nas mangas. Chase a levantou do sofá e moveu a cadeira para que ele pudesse arrumar a cama. Uma vez que ele tinha colocado o cobertor e travesseiros, ele pegou-a pelas costas e a colocou sobre o colchão antes de subir na cama, deitado de lado para encará-la. E ele ficou assim, com a cabeça apoiada em seu braço, olhando-a até que o céu lá fora ficasse rosa com o sol nascendo.

Chase abriu os olhos, piscando contra o brilho antes de virar a cabeça para o lado. Ela estava sentada, com as pernas puxadas para o seu peito e seu queixo repousando sobre seus joelhos enquanto ela olhou para ele.

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— Oi. — ela disse suavemente. Chase lentamente rolou para o lado dele, olhando para ela. — Oi. — Ele disse, com a voz áspera de sono. Ela ficou em silêncio por um momento antes de dizer: — Seu olho parece terrível. Ele acenou com a cabeça. — É uma sensação terrível. Um silêncio caiu sobre eles novamente, e Chase apoiou a cabeça na mão, procurando-a. Seu rosto estava um pouco pálido e tinha um pouco de manchas de maquiagem em cada olho, mas fora isso, ela parecia tão bonita quanto nunca. — Como você está se sentindo? — Ele perguntou. — Não é tão ruim quanto deveria estar. — Sim, bem, você vomitou bastante, de modo que sempre ajuda. Andie se encolheu quando um pouquinho de cor floresceu nas bochechas. — Desculpe. — Ela sussurrou. Chase sorriu. — Além disso, eu lhe dei alguns goles de Gatorade e aspirina antes de oficialmente desmaiar. Regurgitar, hidratar, medicar. Tríade do homem bêbado. O canto de sua boca levantou em um sorriso indiferente perante a sala que ficou em silêncio novamente. Chase sentou-se, e seus olhos seguiram. — Onde você foi ontem à noite? — Ele finalmente disse. — Será que você andou até o Ripley? Andie olhou para baixo, tocando a ponta do seu edredom. — Eu não conseguia encontrar minhas chaves. Eu percebi que as deixei aqui em cima, mas eu não queria voltar e vê-lo. Ela olhou para ele antes de desviar o olhar timidamente. — Eu peguei um táxi. — Elas estavam do lado de fora na calçada. Ela balançou a cabeça suavemente. — Eu deixei minha bolsa cair quando eu estava descendo as escadas. Eu não as vi cair. ~ 269 ~

— Bem, você me deixou com muito medo. Andie olhou para ele antes de levantar um ombro e depois encolher de novo, e Chase suspirou. — Eu acho que eu mereço isso. — Ele murmurou. Ele estendeu a mão e passou pelo seu cabelo amassado antes de perguntar: — O que você lembra da noite passada? Andie ergueu o queixo para fora de seus joelhos, movendo-se para sentar de pernas cruzadas. — Eu lembro de beber o meu peso corporal em gotas de limão. Lembro-me do lado de fora do Ripley com você. — Só isso? Ela olhou para suas mãos. — Todo o resto é um pouco confuso. Chase a observava atentamente enquanto ele disse: — Você me disse que não queria mais ficar comigo. Os olhos de Andie esvoaçaram aos seus antes de olhar de volta para suas mãos novamente. Chase engoliu, de repente, com medo da sua próxima pergunta. — Isso é verdade? Ela lambeu os lábios nervosamente, mantendo os olhos fixos em seus dedos enquanto ela falou. — Você me fez sentir como se isso fosse errado. E por mais que eu não quisesse magoar Colin, eu nunca senti como se estar com você fosse errado. — Ela tomou um pequeno fôlego, finalmente olhando para ele. — Então, se você realmente acredita nisso... então não, eu não quero ficar com você. — Andie. — Ele disse, colocando as mãos na cama e inclinando-se para ela. — Você tem alguma ideia do que você fez para mim na noite passada, quando eu pensei que algo tinha acontecido com você? Ela puxou o rosto e abriu a boca para protestar, mas ele a parou. — Não, deixe-me dizer isto. Quando eu pensei que você estava ferida, eu juro por Deus, eu não podia respirar. Eu literalmente não conseguia respirar. Era como se meu corpo não funcionasse. Eu não poderia pensar em nada, e eu só ficava me movendo nestes círculos

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inúteis...— Ele parou agitando sua cabeça. — Eu nunca me senti tão fora de controle na minha vida. Chase exalou pesadamente, passando a mão pelo seu rosto antes de dizer: — E fora do Ripley, quando você me disse que não me queria mais, eu não conseguia nem sentir a dor do que isso significava porque estava tão malditamente feliz porque você estava segura. Sua expressão se suavizou antes que dela baixar os olhos para a cama. — E eu não consegui dormir à noite passada porque eu só ficava pensando que se essa fosse realmente a última noite em que você fosse estar na minha cama, eu não queria perder um segundo disso. — Andie levantou os olhos para ele, e desta vez eles estavam cheios de lágrimas. Ele moveu-se para ela na cama, tomando seu rosto entre as mãos. — Eu errei na noite passada. Eu não estava pensando, e eu errei. — ele disse, passando o seus polegares sob seus olhos quando as primeiras lágrimas caíram. — Eu não posso te prometer que eu nunca vou ser um idiota novamente. Mas eu posso te prometer que não quero ser assim. E eu não posso prometer que nunca vou cometer erros, mas eu posso te prometer que vou aprender com eles e fazer o que for preciso para fazer o certo com você de novo. Andie fechou os olhos, enviando mais duas lágrimas pelo rosto, e Chase as escovou com os polegares novamente. Ele esperou até que ela abrisse os olhos antes dele dizer: — E eu posso prometer-lhe com todo o meu ser que eu não acho que você seja uma pessoa terrível. Eu acho que você é a mais incrível, altruísta, inteligente, corajosa, bonita, engraçada, talentosa e adorável pessoa que eu já conheci na minha vida. E eu posso absolutamente prometer a você que eu não acho que isso, — ele apontou entre eles, — seja errado. Você pode muito bem ser a única coisa que eu já fiz de certo. Seus olhos se fecharam quando um pequeno soluço caiu de seus lábios, e quando ela abriu, ela estava sorrindo. — Você procurou no Google os 'melhores discursos de desculpa’ enquanto eu estava desmaiada? Chase sorriu lentamente, roçando os dedos sobre sua bochecha. — Posso te beijar agora? — Ele sussurrou. Ela se afastou um pouco. ~ 271 ~

— Tenho hálito de vômito. — Eu te amo. — Ele disse, e seus olhos voaram para seu rosto, a vendo sorrir em uma reação assustada. — Eu amo. Eu te amo. Então, eu vou ter seus beijos de qualquer maneira que eu possa obtê-los, sejam vomitados ou de outro modo. Andie respirou profundamente, e quando ela suspirou, seus olhos estavam brilhando com lágrimas novamente. — Eu também te amo. — Ela sussurrou. Chase sorriu, inclinando-se para ela. — Então, não há nenhuma maneira de isso estar errado. — Ele sussurrou contra seus lábios. Ela fechou a pequena distância entre eles, trazendo-lhe a boca para a dele, e os braços vieram em torno dela, puxando-a contra seu corpo, e finalmente, ele sabia que ele nunca iria deixá-la ir novamente.

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CAPÍTULO DEZOITO

Andie se sentou em uma longa fila de carros, tamborilando os dedos no volante. Ela deveria ter pensado melhor antes de pensar que isso seria uma viagem rápida. Ela tinha aprendido, através de muitos anos de tentativa e erro, que a melhor hora para ir a seu banco era na primeira parte da manhã, mas que não tinha acertado hoje. Hoje ela teria sorte, se tivesse tempo para respirar. Era uma maneira boa de estrar ocupada, no entanto. Naquela manhã, ela tinha ido ao restaurante para finalizar algumas coisas com Dana, a gerente assistente que iria assumir como gerente pelas as próximas três semanas, na ausência de Andie. Depois que ela tinha ido ao apartamento de Chase na breve janela de tempo que sabia que ele estaria fora em uma reunião com um cliente para que ela pudesse embalar o resto de suas coisas. Ela ainda não podia acreditar que não tinha sido pega ainda, que ela tinha pego as coisas dele, pouco a pouco, ao longo dos últimos dias, pegando apenas as coisas que tinha certeza que ele não estaria procurando, coisas que ele não iria precisa diariamente, de modo que ele não iria perceber o que ela estava fazendo. Mas hoje, ela tinha guardado o resto das coisas que ele precisava: seus artigos de higiene pessoal, os sapatos, o seu jeans favorito e levado sua mala de volta com ela. Porque esta noite que ela iria falar a verdade. Hoje à noite, ela iria lhe contar sobre a surpresa. Mas primeiro ela precisava ir ao banco para que ela pudesse fazer um depósito na conta do restaurante, bem como a retirada de seu dinheiro pessoal para a preparação para a viagem. Ela podia ver o porquê da demora. Alguns carros à frente, uma mulher estava obviamente fazendo várias operações na janela do autoatendimento e não tinha tido tempo ou atenção para esse assunto, de preencher os papeis antes do tempo. Andie ~ 273 ~

podia vê-la apoiando-se no painel de operações, enquanto ela preenchia cada formulário, lenta e metodicamente. E enquanto os carros na frente dela tocavam suas buzinas e avançavam com impaciência para frente, Andie não conseguia ficar irritada. Ela tinha se tornado uma dessas pessoas. Inabalavelmente felizes, perpetuamente contente. Completamente apaixonada. Ela suspirou baixinho enquanto ela descansava a cabeça para trás na cadeira, esperando a fila de carros avançar. Imaginou seu rosto quando ela lhe contasse o que ela tinha planejado, e não pôde evitar o sorriso que curvou seus lábios. Poucos minutos depois, a mulher com as transações infinitas finalmente terminou seu negócio, e quando Andie avançou, a nova posição de seu carro deu-lhe uma visão clara do café do outro lado da rua que tinha acabado de abrir. Ela nunca tinha estado lá, embora ela houvesse notado várias vezes. Ele parecia pitoresco e interessante, e hoje era quente o suficiente para abrir o pátio ao ar livre, as mesas externas estavam lotadas. Devemos ir lá um dia, ela pensou, olhando para o relógio no painel para verificar seu tempo. E então ela congelou, sua mente registrando o que ela tinha acabado de ver. Andie levantou os olhos lentamente de volta para a janela do passageiro, mas ela não precisa olhar novamente. Ela já sabia. As atitudes. A cor do cabelo. O azul profundo dos olhos dele que ela já tinha amado. A gravata que ela tinha dado a ele de Natal. Colin. Ela não percebeu que parou de respirar até que ouviu a ingestão rápida de respiração e reconheceu como sendo sua. A última vez que o tinha visto foi mais de três meses atrás, na noite que ela recusou sua proposta. Eles só tinham se falado outras duas vezes depois daquela noite, e ambas foram conversas telefônicas curtas. Pouco antes dele saber sobre ela e Chase. Ele tinha sido frio e formal, e ela tinha entendido. Eles fizeram combinações para devolverem as coisas um do outro, e Colin queria fazê-lo de uma forma que eles não precisassem se ver.

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Foi então que Andie percebeu que, tanto quanto ela desejasse que pudesse falar com ele, tanto quanto ela quisesse explicar as coisas para ele, ele não estava pronto para ouvi-la. E, pela primeira vez, ela entendeu que ele nunca poderia estar. Doía-lhe pensar isso. Pensar que alguém que ela realmente se preocupava, alguém que tinha sido importante para ela, nunca estaria em sua vida novamente. Mas quando ela pensou na alternativa, o pensamento de como a vida dela teria sido se nunca tivesse recusado, ela sabia que valia a pena. Tudo o que tinha feito, cada decisão difícil que ela tinha feito, a tinha trazido para Chase. Ele era além de valer pena. No entanto, quando ela olhou para fora da janela do passageiro para ele, ela não poderia evitar a pontada que sentia no peito. — Não há problema em sentir falta dele. — Chase tinha dito a ela uma noite, quando tinha estado particularmente quieta, aparentemente perdida em seus pensamentos. — Eu sinto falta dele também. Suas últimas lembranças de Colin eram tão terríveis: o olhar em seu rosto a última vez que ela o viu, a forma distante com que ele tinha falado com ela ao telefone. O que ele tinha feito a Chase. Nenhum deles tinha tido qualquer contato com Colin depois da noite em que ele bateu em Chase. Andie ainda se sentia responsável pelo que aconteceu naquele dia, apesar da quantidade de vezes que Chase lhe assegurou que ele tinha sido culpado. Chase estava certo sobre uma coisa. Era bom sentir falta dele. Ela poderia, finalmente, admitir a si mesma enquanto olhava para fora da janela para ele, sentado à mesa. Ela não sentia falta dele romanticamente, ou até mesmo sexualmente, nada nela queria estar com ele novamente. Ela só queria ser capaz de falar com ele, de vê-lo sorrir, ouvi-lo rir novamente. Para apagar essas lembranças desagradáveis de seus últimos encontros com ele. Para saber que ele ia ficar bem. Andie se sentou um pouco mais reta em sua cadeira, trazendo seus olhos para frente, mas segundos depois, eles estavam no café novamente. Ela reconheceu o cara ao lado dele imediatamente, Sean, um de seus bons amigos do escritório, inclinando-se e apontando para algo que ela não podia ver. Colin assentiu, dizendo alguma coisa em ~ 275 ~

resposta, e Sean riu. O carro na frente dela se moveu, e Andie relutantemente tirou os olhos do café, subindo um lugar antes de voltar sua atenção para a janela do passageiro. Havia também duas mulheres na mesa. Ela sabia que uma delas era de seu escritório, ela não conseguia lembrar o nome dela, mas tinha sido apresentada a ela em uma festa do escritório uma vez. Ela estava grávida na época, recém-casada. Seu marido era um professor, Andie lembrou. Seu filho tinha, provavelmente, vários meses de idade agora. A segunda mulher era alguém que Andie não reconhecia imediatamente. Ela só podia ver o perfil dela, mas de repente sua atenção foi puxada de volta para o outro lado da mesa, onde Colin estava com a cabeça jogada para trás em gargalhadas. A respiração de Andie deixou em uma corrida suave quando ela sorriu, com os olhos ardendo com a ameaça de lágrimas. Ele estava rindo. Ela não percebeu o quanto ela precisava vê-lo feliz até aquele momento. Na verdade, sentiu como se um peso estava saindo de seu peito. Seu sorriso ficou mais destacado enquanto Colin disse algo e riu de novo, a mesa se juntando a ele neste momento. Uma forte explosão de buzinas a fez pular, e ela trouxe seus olhos para frente, percebendo que o carro à sua frente tinha ido embora. Ela piscou rapidamente, mudando em seu assento e avançando o carro para frente quando ela abriu sua janela. Ela entregou os boletos para o caixa, respondendo suas perguntas sobre as transações, e a mulher virou-se para inserir informações em seu computador, Andie olhou para fora da janela do passageiro. Eles estavam de pé agora, todos os quatro deles, a mulher que Andie reconheceu colocando a bolsa no ombro. Ela observou como Colin caminhou ao redor da mesa e ajudou a mulher que não conhecia com sua jaqueta. Ela disse algo para ele, tocando em seu braço, e ele sorriu. — Obrigada, tenha um bom dia. — Ela ouviu o narrador dizer através do altofalante, e ela virou a cabeça para trás ao redor para ver o seu comprovante de depósito e o dinheiro que ela tinha retirado esperando na gaveta. — Obrigado. — Andie disse, pegando suas coisas, e pelo tempo em que ela tinha colocado tudo em sua bolsa e olhou para cima, ela só podia ver suas costas quando os quatro viraram a esquina e desceram a rua em frente. Ela inalou lentamente, um sorriso iluminando seus lábios. Ela não sabia quem era aquela mulher. Ela não tinha ideia se era ~ 276 ~

uma amiga do escritório, ou uma conhecida, ou um interesse amoroso. Mas isso não importava. Ele era o Colin que ela recordava. Ele parecia ótimo. Ele parecia saudável. Ele estava rindo. Ela sorriu novamente quando piscou para a umidade em seus olhos antes de cair, saindo do estacionamento do banco e para a estrada que iria levá-la para casa. Um pouco mais tarde, ela entrou em sua vaga no estacionamento, seu estômago vibrando quando viu o carro de Chase ao lado dela. Era cedo. Ela correu até as escadas rapidamente e abriu a porta, ele estava deitado no sofá lendo um livro, e quando ele a ouviu entrar, ele o abaixou o suficiente para revelar seus olhos por cima dele. Ela poderia dizer pela forma deles de que ele estava sorrindo. Em um segundo, ela estava do outro lado da sala, e ele jogou o livro no chão quando ela saltou sobre o sofá, envolvendo os braços em volta dele e imediatamente encontrando sua boca. Ele riu contra seus lábios e se afastou um pouco. — Bem, Olá. — Oi. — ela sussurrou, beijando-o novamente, desta vez mais suave, e ele respondeu na mesma moeda. — Você começou sem mim? — Ela perguntou. — Não muito. — Ele disse, enquanto Andie sentou-se, e ele estendeu a mão para pegar o livro que ele tinha derrubado. O Guia para agentes literários. Chase foi incrível durante todo o processo. Quando Andie finalmente decidiu que estava pronta para dar o salto e começar a tentar comercializar seu livro, ele passou duas horas na livraria com ela naquele primeiro dia, encontrando e comprando cada peça de literatura que existia para aspirantes a autores. E então ele passou os próximos dias, ajudando a resolver através de todas as informações. Ele veio com o plano de encontrar e apresentar a dois agentes por semana, a sua ideia era que fazendo só dois por vez faria o processo parecer menos esmagador, além de que desta maneira ela poderia usar o tempo para pesquisar as pessoas e descobrir quem seria o melhor para ela. Todas as noites, desde então, ele a ajudava com a lição de casa, como ele chamava carinhosamente. Ele procurava pelo guia de agentes, lendo várias opções, dando-lhe os ~ 277 ~

nomes e as estatísticas de quem poderia estar interessado no que Andie tinha para oferecer, e então ela procurava o site da agência no computador, pesquisando-os ainda mais e discutindo-os com ele. Seu encorajamento era vital, sua ajuda inestimável, seu apoio indefectível como o ar para ela. — Já tem alguém para mim? — Na verdade, sim. — Ele disse, tomando o livro dela e lançando para trás um par de páginas. — Está aqui. Leslie Melden. Ela trabalha com o Grupo Literário Feller. Diz aqui que ela está à procura de novos autores de ficção contemporânea. Ela tem uma lista de clientes impressionante. E, aparentemente, esta agência abrigaria Lara Heady. Andie engasgou. — Ok, eu vou nesta. — Ela disse, inclinando-se e bicando os lábios algumas vezes, em rápida sucessão, fazendo-o rir. — Você está muito exuberante hoje. — ele disse, quando Andie pulou do sofá e praticamente o ignorou entrando em seu quarto para obter o seu laptop. — Eu não sou normalmente? — ela perguntou, reaparecendo e estatelando-se no sofá ao lado dele enquanto ligava o computador. — Não, você é. Mas esta noite, você está excepcionalmente exuberante. Ela riu, exuberante nem sequer chega perto de descrever como se sentia. Ela estava exultante. Parte disso era estar ao lado de Chase, que sempre a fazia feliz, e então é claro tinha o segredo que ela tinha planejado, a emoção de sua próxima surpresa. Sem mencionar ver Colin antes. Ela sorriu para Chase, sentindo o fluxo de euforia constantemente por ela. — Você tem esse efeito em mim. Chase piscou para ela antes de dizer: — Ok, acalme-se agora. Hora do dever de casa. Ele pegou o livro e começou a folhear as páginas, sua expressão estudiosa, e ela riu quando puxou o site da Agência de Feller e começou a ler. Cerca de meia hora mais ~ 278 ~

tarde, quando Andie estava terminando sua carta de apresentação, Chase deslocou-se no sofá ao lado dela, sentando-se e brincando com o cabelo dela. — Então. — Ele sussurrou. — Você vai me dizer onde minhas coisas estão? Os dedos de Andie pararam no teclado por um segundo antes dela recuperar a compostura, tentando parecer inocente. — Suas coisas? — Ela perguntou, suas sobrancelhas levantando e os olhos na tela. — Mm-hm. — ele murmurou, passando a ponta do seu nariz abaixo da orelha, fazendo-a tremer. — Eu estou supondo que você tenha feito algo com as minhas coisas. Se não, temos um ladrão muito persistente em nossas casas. — Um ladrão persistente? — Andie disse, tentando concentrar-se nas palavras na tela, em vez de sua respiração em seu pescoço. — Isso poderia ser um problema. — Talvez não. Ele é muito conservador. E bastante atencioso, na verdade. Ele só parece pegar algumas coisas por vez. Os cantos dos lábios de Andie tremeram quando ela olhou para ele. Ele apertou os lábios, lutando contra seu próprio sorriso, Andie exalou pesadamente quando seus ombros caíram em derrota. — Há quanto tempo você sabe? — Ela fez beicinho. — Isso de você estar escondendo as minhas coisas? Alguns dias. — Ele disse, sentando-se e escovando os cabelos atrás da orelha. — Achei que você estava tentando me mudar furtivamente para seu apartamento, mas eu não vejo nada das minhas coisas aqui. Você está as vendendo no eBay? Andie clicou para enviar em seu e-mail antes de fechar o laptop e virou-se para ele com ofensa fingida. — Mudar furtivamente você para cá? — Bem, sim, quero dizer, você teria que me enganar para isso. Por que eu iria querer deixar o luxo e conveniência de um apartamento que tem uma sala, um quarto, uma cozinha e banheiro todos em um mesmo lugar?

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Andie apertou os lábios quando ele acrescentou: — Quero dizer, teria que ter algo muito importante aqui para me seduzir. Andie manteve os olhos sobre ele, inocentemente endireitando sua expressão quando ela levou as mãos à barra da parte superior da blusa. Em um movimento ágil, ela puxou-a para cima e sobre a cabeça antes de casualmente a jogar no chão. Seus olhos caíram imediatamente, levando as curvas dos seios inchados em seu sutiã de renda cor de rosa. Quando ele ergueu os olhos para os dela, o seu olhar enviou uma emoção através dela. Ele moveu-se em seguida, pressionando-a de volta no sofá quando ele a beijou, e suas pernas se separaram enquanto ele se estabeleceu entre elas. Ele trouxe os cotovelos para o sofá de cada lado dela quando ele quebrou o beijo, apoiando seu peso quando ele olhou para ela e segurou o rosto dela entre as mãos. — Isso foi desonesto. — Ele disse suavemente. — Bem jogado. — Eu acho que sou uma sedutora melhor do que eu sou uma ladra. — É claro. — Ele sussurrou antes de beijá-la novamente. — Sinto muito por ter arruinado a surpresa. — Você não fez isso. — Ela disse, tocando e brincando com o decote de sua camisa. — Você só sabe que é uma surpresa, não o que é. — Isso é verdade. — Ele disse, inclinando-se e escovando o lábio inferior sobre o seu. — Quando eu irei saber o que realmente é? — Amanhã. — Andie disse, apertando as mãos atrás do pescoço. — Vou levá-lo em algum lugar para o seu aniversário. Você já está agendado. E isso é tudo o que você vai saber hoje à noite.

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— Sério? — Ele perguntou baixinho, correndo as pontas dos dedos para o lado de seu pescoço quando ele apertou os em sua delicadeza. — Isso é tudo que estou recebendo hoje à noite? Seus olhos se fecharam. — Ok, talvez isso não seja tudo que você vai ter. — Ela suspirou, e ele riu com voz rouca, antes de trazer sua boca para a dela.

— Isso é tudo? — Andie perguntou enquanto Chase desceu as escadas com mais algumas malas. — Sim, esta é a última delas. — Ele disse enquanto se aproximava de seu carro, e Andie moveu as malas que já estavam no porta-malas para abrir espaço para as duas últimas. — Você tem muita merda. — Ele disse, usando seu peso de corpo inteiro para empurrar a última dentro. Ela riu e abriu a porta do carro e, quando Chase caminhou até o lado do passageiro, parou de repente, olhando para o banco traseiro. — Meu equipamento de fotografia? — Ele perguntou, sua expressão surpresa quando ele olhou para ela por cima do carro. Andie sorriu para ele antes de sentar no banco do motorista e, quando ele entrou no carro, deslocou-se para encará-la. — Você é uma ladra melhor do que eu pensava.— Ele disse, mas havia ternura em sua voz, e ela olhou para vê-lo maravilhado com ela. — Você é incrível. E eu nem sei o que vamos fazer ainda. — Estamos indo para uma viagem. Ela viu quando um sorriso lento se espalhou sobre o rosto. — Para onde estamos indo? — Em qualquer lugar. Em todos os lugares. Eu tenho as próximas três semanas livre. E você pode trabalhar, se você quiser. — Ela disse, apontando para o equipamento no banco de trás. — Ou você pode relaxar. Tudo o que você quiser fazer, vamos fazer. Você quer, finalmente, ir a Crystal River para ver a maior população do mundo de peixes-boi? Vamos fazê-lo. ~ 281 ~

Seu sorriso era impressionante quando ele se inclinou para beijá-la, e então se afastou um pouco, apenas o suficiente para olhar em seus olhos. — Ilha Tybee? — Qualquer coisa que você quiser. — Ela sussurrou, sua frequência cardíaca, aumentando ligeiramente, e ela adorava que ele ainda podia incitar essa reação com um simples olhar. — Eu te amo. — Ele murmurou, beijando-a suavemente antes de se recostar na cadeira e afivelar o cinto de segurança. — Claro que você ama. Você seria um tolo se não amasse. — ela disse, e ela o ouviu rir quando ela ligou o carro. — Eu tenho que dizer, estou impressionado. Estamos realmente fazendo isso sem nenhum plano? Sem itinerário? — Sem plano. Sem itinerário. Só você e eu. — E o que é isso? — Ele perguntou, ainda divertido. Ela olhou para ele, então, e quando falou, foi com absoluta certeza. — Isso é tudo.

FIM

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Sobre a autora… Priscilla Glenn vive em Nova York com o marido e três filhos. Ela tem ensinado Língua Inglesa nos últimos 11 anos, enquanto trabalha como escritora, mãe, treinadora, estudante, profissional e lava roupa. Se você pegá-la quando está se sentindo sofisticada, ela vai lhe dizer que suas coisas favoritas são bons livros e um bom vinho. Nos outros momentos, ela vai admitir seu amor pelo sorvete Ben e Jerry, as lutas de UFC, e Robert Pattinson. Glenn é a autora dos romances contemporâneos Back to You e Emancipating Andie. Você pode contatá-la em [email protected]

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CRÉDITOS o marido e

Tradução

Revisão e Formatação

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Priscilla Glenn - Emancipating Andie (Parceria Tad-mab)

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