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ACONSELHAMENTO CRISTÃO
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia – Aconselhamento Cristão – Pr. Mateus Duarte
– Capítulo I
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O atual desafio da Poimênica e do Aconselhamento Pastoral.
O texto inicia com a citação de uma interessante parábola do posto de salva-vidas contada por Theodore Wedel retratando a situação de muitas igrejas que começam bem a sua missão e perdem a noção de seu propósito no meio da caminhada. O primeiro desafio atual citado por Howard J. Clinibell para a poimênica e o aconselhamento pastoral é a irrelevância das necessidades das pessoas para a igreja nos últimos tempos. Ainda destaca a necessidade da comunidade de f ter uma linguagem de relacionamentos para tr atar com vidas e comunicar o evangelho. Para o autor o aconselhamento pastoral é uma coluna da igreja que mantém de pé seus relacionamentos fazendo reconciliações constantes na vida das pessoas e lutando pela preservação do amor. A poimênica proporciona à Igreja relacionamentos profundos que capacitam pessoas para a cura, libertação e crescimento de seu próximo. À semelhança do convívio de Jesus com seus discípulos, é no interior da comunidade de fé que surgem as situações para o tratamento de vidas. Clinibell fala sobre a renascença contemporânea com satisfação pelas pesquisas e descobertas da psicanálise, principalmente pela aceitação pela Igr eja a estes recursos no acompanhamento dos problemas humanos até então tratados apenas espiritualmente. O interesse pela psicologia aliada à ação pastoral tem crescido a cada dia e vários grupos ou instituiçes têm sido formados para esta área específica da missão. A abertura da teologia para a psicologia tem dado relevantes contribuições ao ministério pastoral principalmente quanto à autocompreensão ou auto-imagem do/a pastor/a e sua função como conselheiro/a. A partir desta aliança entre conhecimento teológico e técnicas da psicanálise muitos equívocos foram evitados no seio da igreja. Há um maior discernimento quanto aos problemas humanos que hoje são reconhecidos por suas causas reais e não são espiritualizados. Com isso a aceitação no meio da comunidade de fé é muito maior e mútuo tratamento é conseqüncia natural na poimênica da igr eja. Poimênica e aconselhamento estão ligados e devem agir juntas, mas não é a mesma coisa. O aconselhamento pastoral é o trabalho específico do pastor no acompanhamento de vidas tratando seus problemas pessoais com apoio da teologia e com auxílio de técnicas da psicanálise. A poimênica é proporcionada pela igreja como um todo que acolhe e trata pessoas contribuído para o crescimento e cura de vidas no meio da comunidade de fé ou na sociedade em geral. Nota-se que uma precisa da outra. Se houver poimênica e faltar aconselhamento pastoral o trabalho fica incompleto e vice-versa.
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O autor passa a esclarecer o objetivo do livro da seguinte maneira: -Objetivo geral: auxiliar pastores/as ou estudantes de teologia para desenvolverem suas aptidões de poimênica e aconselhamento pastoral com vistas à cura e crescimento. -Objetivos específicos: 1) descrever um novo paradigma mais abrangente centrado na integralidade humana e com objetivo de libertação e crescimento. 2) dar uma visão geral: - da missão da poimênica; - dos fundamentos teológicos para o aconselhamento; - da herança histórica deste ministério; - falar sobre o caráter único da poimênica e do aconselhamento pastoral. 3) expor procedimentos úteis para toda poimênica e todo aconselhamento pastoral com propostas de metodologias para o trabalho de cura e crescimento. 4) apresentar uma tipologia sobre situações do aconselhamento pastoral e da poimênica para melhorar o entendimento do objetivo das mesmas que é a cur a e o cr escimento. 5) ressaltar os tipos de poimênica e aconselhamento pastoral que são essenciais e normativos para o trabalho de cura e crescimento em diversos tipos de problemas humanos, com uma forma especial de tratar cada situação especificamente. 6) promover o uso do ensaio de realidade ou desempenho de papéis como método de aprendizagem da poimênica e do aconselhamento pastoral. Um técnica simples que permite aprender fazendo sem correr risco de utilizar pessoas e seus reais problemas como =cobaias‘. Depois de especificar seus objetivos Clinibell ainda ensina como tirar proveito máximo do livro como uma bula que ensina a utilização e dosagem de um remédio em cinco passos: 1. Ler todo o livro para ter uma visão geral dos métodos expostos. 2. Voltar ao início e ler cuidadosamente refletindo sobre cada capítulo destacando as idéias úteis e como se aplica ao trabalho pessoal de poimênica ou como conselheiro/a pastoral. 3. Procurar companheiros interessados em aprender mais sobre aconselhamento pastoral e poimênica, de preferência que já conheçam o livro para o exercício através do ensaio de realidade. 4. Utilizar o que foi aprendido na medida em que surgirem oportunidades para o aconselhamento pastoral intercalando o aprendizado do livro, ensaios de realidade e prática do aconselhamento.
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5. Procurar por supervisão de algum especialista ou conselheiro experiente para solucionar dúvidas. Se possível é também importante fazer cursos de capacitação ou especialização na área da psicanálise. Sobre os ensaios da realidade, Clinibell acredita que seja uma forma eficaz de aprendizado e orienta que seja feito entre duas ou três pessoas interessadas em treinar as técnicas apresentadas no livro. Para fazer o ensaio da r ealidade é muito prático organizando o grupo da seguinte maneira, podendo variar ou intercalar os papéis para que todos possam aprender: Pessoa 1: CONSELHEIRO/A – ouve e aplica as técnicas estudadas para o aconselhamento pastoral e poimênica com vistas à libertação e crescimento. O conselheiro precisa saber antecipadamente qual o tipo de caso para se inteirar dos métodos apropriados para o tratamento. Pessoa 2: ACONSELHANDO/A – expõe a situação ou problema a ser tr atado representando o personagem real (ou vítima). O caso apresentado pode ser uma situação real da vida de um dos participantes ou uma situação específica para o treinamento como, por exemplo, o luto, vícios, desemprego, enfermidade, etc. Pessoa 3: OBSERVADOR/A – assiste o ensaio da realidade passivamente analisando a forma e a aplicação das técnicas utilizadas para correção de possíveis falhas posteriores. Caso não haja uma terceir a pessoa para ser observador, Clinibell orienta a utilização de tecnologias de gravação em áudio ou preferencialmente vídeo para uma posterior análise e estudo. Pessoa 4: SUPERVISOR/A – se possível é bom ter alguém capacitado e experiente na área de aconselhamento ou mesmo psicanálise que assiste e contribui com orientações para melhor alcançar o objetivo e utilização dos métodos estudados. Mas caso não seja possível a presença de um supervisor nada impede que o ensaio de realidade aconteça. O ensaio da realidade é uma forma de treinamento eficaz que proporciona ao/à estudante a habilidade com o método teórico. No início pode parecer apenas um teatro, mas com o tempo o/a aprendiz de conselheiro entende sua importância como treinamento de teorias que devem ser vividas na prática e colocam em jogo a vida das pessoas. À medida que repete a técnica ganha mais capacidade para lidar com situações reais do aconselhamento pastoral e da poimênica.
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Quanto ao uso do livro em seminários e cursos de aconselhamento, Clinibell também dá orientações baseado em suas próprias experiências na utilização do conteúdo do livro. Para o autor a melhor forma de compreensão é composta por três passos: 1. Dar um =mapa cognitivo‘ através de uma primeira explanação geral do tema com as propostas de técnicas apresentadas no livro. 2. Proporcionar uma prévia observação de como utilizar os métodos através de uma apresentação de um ensaio da realidade para que vejam e aprendam. 3. Prática em grupo através do ensaio da realidade a partir do que foi aprendido e posteriormente fazer um feedback com a teoria e a técnica. A proposta do autor é muito útil levando a sério o objetivo a ser alcançado que é fazer do/a conselheiro/a alguém capaz de tratar pessoas de forma eficaz. O método de aprendizado é intercalar teoria e prática até que se torne algo natural na vida do/a conselheiro/a a aplicação das técnicas propostas. Essa forma de didática do autor se manifesta no texto com sua formatação em uma primeira explanação do tema com subtítulos, depois uma explicação detalhada de cada tópico e com propostas para a prática do aconselhamento.
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Capítulo II – Crescimento.
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Um modelo Holístico, centrado em Libertação e
O propósito deste capítulo é a instituiço de paradigmas úteis para o aconselhamento pastoral e a poimênica mostrando um modelo de trabalho que vise a integralidade humana centrada no Espírito conduzindo para libertação e crescimento. Num primeiro momento o autor se dedica a definições de terminologias utilizadas, depois faz uma apresentação geral do modelo em dezesseis tópicos e então passa para a explicação do modelo passo a passo. Clinibell demonstra que nos tempos modernos há grandes possibilidades para o trabalho da psicoterapia pelo amplo estudo do comportamento humano. Também a teologia tem considerado o fator antropológico como alvo de seus estudos reconsiderando a forma do trabalho religioso de forma a apontar para o divino e o humano equilibradamente. Mas chama a atenção para não confiar apenas nestas ciências devido à fácil mutação nos comportamentos tão presente na atualidade. Para isso é preciso estar atento, com olhos abertos para novas possibilidades. As definições apresentadas pelo autor são das terminologias mais utilizadas neste trabalho: poimênica e aconselhamento pastoral (juntos), poimênica, aconselhamento pastoral (separados) e psicoterapia pastoral. Assim são conceituadas: - Poimênica e Aconselhamento Pastoral: é a prática de pessoas que exercem o ministério de relacionar com indivíduos ou grupos buscando potencializar situações curativas e de crescimento através relacionamentos principalmente no meio da comunidade de fé. - Poimênica: acontece no meio da comunidade de fé como um ministério natural da Igreja em cuidar de vidas que se achegam durante o ciclo da vida visando sua integralidade centrada no Espírito com propósito de crescimento. - Aconselhamento Pastoral: é uma face da poimênica a ser praticada de forma mais técnica por alguém que se dedique especialmente a este ministério como o/a pastor/a, por exemplo. Principalmente em períodos de crise o trabalho terapêutico durante um curto prazo é uma grande ajuda para pessoas que têm seu crescimento comprometido. - Psicoterapia Pastoral: é um trabalho mais profundo e demorado quando o/a pastor/a acompanha por longo prazo uma pessoa que precisa de tr atamento devido a um trauma que precise de acompanhamento especializado. Este trabalho é geralmente exercido por pessoas que se dedicam a este ministério e se capacitam com técnicas e métodos psicoterápicos visando a reconstrução de vidas.
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O autor expõe de forma resumida os principais temas do modelo holístico centrado no Espírito e visando a libertação e o crescimento que apresento de forma ainda mais concisa para depois tratar especificamente: 1.
O objetivo de libertar visando à integralidade humana centrada no Espírito;
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O cerne da integralidade humana é a integralidade espiritual e ética;
3.
Integrar insights psicológicos e teológicos;
4.
Contemplar todas as dimensões da integralidade humana de forma holística;
5.
Aproveitar oportunidades de crescimento nas diversas fases da vida;
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A poimênica no meio da comunidade é a base par a o aconselhamento pastoral;
7.
Tanto a comunidade como o/a pastor/a deve exercer a poimênica;
8.
As crises e mudanças são situações que proporcionam o crescimento;
9.
A poimênica e A. P. deve ser inclusivo principalmente na questão de gênero;
10. É necessário capacitar pessoas para o trabalho da poimênica e A.P.; 11. Aproveitamento do papel de autoridade pastoral para o aconselhamento; 12. Maior aproveitamento de métodos intuitivos (lado direito do cér ebro); 13. Conceber a integralidade de forma andrógena e livre de estereótipos sexuais; 14. Recorrer às novas psicoterapias orientadas para o crescimento de sistemas; 15. Contemplar o exercício da poimênica em todas as áreas e ministérios da igreja; 16. Continuar a crescer! Reconhecendo a necessidade de ajuda e crescimento. Este modelo compreende desde a integralidade do ser humano com suas características físicas, emocionais e espirituais até a integralidade de técnicas terapêuticas, teológicas e pastorais, à vivência da comunidade de fé como um todo e ao treinamento do/a pastor/a como líder espiritual e agente da poimênica. O objetivo alcan ar a =vida abundante‘ prometida por Jesus. Para isso o trabalho do aconselhamento pastoral e da poimênica são muito eficazes porque contemplam a espiritualidade humana muito mais do que psicologia somente. O ministério da igreja e do/a conselheiro/a pastoral juntos possibilitam o empoderamento de pessoas para serem curadas e libertas alcançando sua integralidade. O autor fala do objetivo da poimênica e do aconselhamento pastoral em libertar vidas conduzindo para um crescimento para viver uma vida abundante. A humanidade não utiliza toda a sua potencialidade e, além disso, há muitas vidas feridas e traumatizas que não conseguem viver uma vida livre e plena reduzindo sua capacidade de ser feliz. Clinibell acredita no crescimento de técnicas que possam algum dia medir em uma escala o Quociente
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de Vivacidade (QV) expressando o nível de capacidade humana utilizada por um indivíduo como um exame para o tratamento que vise o máximo de crescimento para a vida. Para este modelo holístico o cerne da integralidade é o Espírito. Por isso o tratamento deve ser feito nas direções vertical (espiritual) e horizontal (humana) associando conhecimentos da teologia e da psicoterapia unindo forças contra tudo o que impede o ser humano de crescer e ser livre. O acúmulo de sofrimentos e decepções da vida provoca uma dor que só pode ser aliviada quando se quebr a este círculo vicioso que impede o ser humano de crescer. Neste momento o aconselhamento pastoral e a poimênica são a ferramenta de libertação. Mas libertação de quê? É preciso LIBERTAR : -
em direção à VIDA em toda a sua plenitude;
-
parauma vida no ESPÍRITO;
-
dasmuitas forças que LIMITAM o crescimento humano.
O ser humano não é um sistema fechado, pronto e sem transformação. É um ser vulnerável de transformações e mudanças. Por isso o tratamento deve acontecer em meio aos relacionamentos com vistas ao crescimento. Clinibell não acredita na auto-realização e sim na integralidade sempre por meio relacional. Somente em conjunto é possível alcançar a satisfação total. A eficácia da poimênica e o aconselhamento pastoral consistem em proporcionar às pessoas um melhor convívio em seus relacionamentos para alcançar integr alidade em si e nas pessoas de sua vivência. Isso acontece através da satisfação mútua das necessidades. A integralidade pode ser alcançada gradualmente em cada estágio da vida. A poimênica e o aconselhamento pastoral não compreendem o crescimento humano como algo imediato e sim como um processo, por isso trabalham como orientação para o desenvolvimento das capacidades de libertação e crescimento em várias fases da vida. Especialmente na comunidade de fé onde há pessoas em faixas etárias diferentes e formações variadas é possível criar um programa de acompanhamento e troca de experiências para que um ajude o outro a superar suas dificuldades. Ou seja, que já viveu e venceu um problema aconselha quem está vivendo tal situação no momento. Clinibell acredita que tanto os as mudanças nos comportamentos podem resultar em transformações nos sentimentos e na autopercepção -terapia tradicional orientada para o insight- como também as mudanças construtivas nos relacionamentos e no comportamento produz transformações de sentimentos e atitudes.
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Com o objetivo de compreender melhor a integralidade o autor descreve seis dimensões que são alvo da poimênica e o aconselhamento pastoral:
1) Avivar a mente: Desenvolver os recursos da personalidade. O ser humano tem muito mais capacidade do que o que utiliza e pode aumentar seu potencial enriquecendo seu conhecimento, libertando a imaginação e a criatividade além de expandir intelectualmente.
2) Revitalizar o corpo: Cuidar melhor da saúde e utilizar plenamente o corpo de forma mais prazerosa e amorosa. Valorizar o tato e o bem estar par a um equilíbrio entre corpo-mente-espírito.
3) Renovar e enriquecer os relacionamentos: Melhorar a qualidade dos relacionamentos e aumentar o círculo de convivências. Ter relações mais saudáveis e profundas para mútua satisfação e integralidade.
4) Aprofundar a relação com a natureza e a biosfera: Aumentar a consciência, comunhão e cuidado ecológicos são formas de buscar equilíbrio com o que é externo, mas essencial à vida integral do ser humano cuidando da saúde.
5) Crescer em relação às instituições significativas para a vida: Lutar em conjunto pela justiça social para a libertação e cr escimento de mais vidas na sociedade derrubando tudo o que subtrai a integralidade humana. Isso é possível através da união de forças com instituiçes que lutam pela vida. O autor cita exemplos de grandes líderes que alcançaram sua integralidade em conjunto com sua geração pelo amor à vida humana unida ao trabalho social.
6) Aprofundar e vitalizar o r elacionamento com Deus: O crescimento espiritual é um vínculo unificador com as outras dimensões da integralidade. A vida precisa de valores, de fé e amor para fortalecer os relacionamentos. O cultivo espiritual é uma força proporcionada pela poimênica e o aconselhamento pastoral para a libertação e o crescimento do indivíduo considerando sua potencialidade.
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No ambiente da igreja como comunidade de fé é que acontecem as oportunidades para a poimênica e o aconselhamento pastoral. O/a pastor/a tem a função de promover a capacitação para este ministério nutrindo o rebanho não só espiritualmente, mas com conhecimentos que possibilitem a comunidade saber e querer cuidar de vidas. As crises são oportunidades para o crescimento desde que haja uma identificação destas e a consideração de que há possibilidade para libertação e crescimento. Clinibell diferencia dois tipos de crises: -crises desenvolvimentais: acontecem em situações de mudanças e momentos transiçes que são normais na vida, mas que se tornam um pesadelo se não for bem trabalhado. Por exemplo, uma mudança de cidade ou trabalho, o casamento, o nascimento de um/a filho/a, etc. -crises acidentais: problemas inesperados que pegam a pessoa despreparada gerando uma situação de pânico em meio a tensões e perdas. Em geral são doenças, acidentes, desemprego, catástrofes naturais, etc. O aconselhamento pastoral visa dar forças num momento de fraqueza para que a pessoa enfrente seus problemas acreditando em seu potencial e transforme a crise em uma oportunidade para crescimento. O medo é o principal obstáculo em situações de crise. Ao invés da fuga a melhor soluço é o enfrentamento das crises orientado por alguém capaz. O autor chama atenção para a valorização da identidade e autoridade pastoral como agente da poimênica e o aconselhamento pastoral incentivando que este ministério seja muito mais do que um atendimento formalizado. O relacionamento na comunidade de fé e do/a pastor/as para as ovelhas proporciona as maiores oportunidades de libertação e crescimento. Clinibell aconselha aos/às pastores/as 1 : -conhecer as técnicas para =encontros‘ de aconselhamento pastoral, como entrevistas, por exemplo, e utilizá-las sempre que possível; -aproveitar as oportunidades que acontecem em momentos informais para dar um primeiro passo em direção à libertação e crescimento de vidas; -ir em direção às pessoas através de uma visita ou um encontro é uma liberdade que o/a pastor/a tem de não esperar ser procurado, mas tomar a iniciativa assim que diagnostica a necessidade;
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Pág. 34 (reformulaço do pensamento do autor conforme minha compreensão).
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-usar sua autoridade pastoral através de sua influência social e racional para trabalhar os relacionamentos e conduzir a comunidade a um processo de cura, crescimento e auto-satisfação de suas necessidades. Outro fator interessante que visa à integralidade não só do aconselhando, mas também do conselheiro é a utilização do cérebro todo conforme as descobertas do cientista Roger Sperry que permite um conhecimento integral do cérebro humano com seus dois lados e suas respectivas funções ou capacidades 2 :
DIREITO: Percepção, imaginação, integração, modelos e consciência. Intuitivo, integrador, metafórico.
ESQUERDO: Linguagem, Raciocínio Análise, Avaliação Pensamentos matemáticos e abstrato.
Até pouco tempo os métodos da psicoterapia não conheciam esta capacidade da mente humana, por isso o autor incentiva uma maior utilização de m todos intuitivos do =cérebro direito‘ com sua capacidade holística aliada racionalidade do =c érebro esquerdo‘ , que é mais analítico, como ferramenta eficaz para a poimênica e o aconselhamento pastoral. Uma compreensão andrógena da integralidade surge à medida que a humanidade alcança valores igualitários para homens e mulheres bem como a derrubada de preconceitos raciais e abertura de espaço para pessoas com necessidades especiais. Principalmente a contribuição feminina é um potencial a mais para a saúde holística do ser humano. Para entender a humanidade de forma integral é preciso deixar a cultura machista para dar espaço às mulheres que são muito capazes principalmente para o ministério da poimênica e o aconselhamento pastoral. O autor incentiva a utilização de diferentes ter apias centradas no crescimento. Nos últimos tempos com o desenvolvimento das ciências e da capacidade terapêutica existem diversos tipos de terapias que não devem ser ignoradas pela poimênica e o aconselhamento pastoral porque podem contribuir ricamente para este ministério. Este campo tem sido amplamente explorado e deve ser aceito e utilizado pelos conselheiros desde que sejam centradas no crescimento.
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Pág. 35 (esquema co nforme o texto para melhor memorização ).
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Sobre a relação entre a poimênica e as demais funções do ministério na comunidade de fé o autor ilustra com um diagrama que tem ao centro a
integralidade centrada no Espírito e
ao seu redor os ministérios ou funções da igreja num círculo que demonstra a atividade holística da poimênica. Todas as funções em conjunto formam uma órbita em torno de seu objetivo unificador que é a integralidade centrada no Espírito. As funções citadas são: -Proclamação da boa-nova (pregador/a): a transmissão de uma mensagem centrada na pessoa é uma rica oportunidade para tratar os problemas humanos, investir no crescimento cultural e espiritual e valorizar os relacionamentos. -Culto e adoração (sacerdote): o grupo expressa juntos seus sentimentos e se alimenta espiritualmente, recebe o perdão dos pecados e adquire maior confiança; -Educação (professor/a): é uma forma de ensinar e capacitar para o crescimento em diferentes grupos que podem ser formados para ajuda mútua; - Liderança e desenvolvimento congregacional (administração): cria um ambiente curador e organiza as pessoas em grupos de convivência que valorize relacionamentos sadios; -Capacitação de leigos (treinador): investir na capacidade das pessoas para o exercício do ministério e o crescimento na comunidade; -Serviço comunitário (servidor): vai além da comunidade em direção à sociedade para a transformação social com objetivo de libertar vidas; -Ação Social (profeta): luta por mudança nas instituiçes e na comunidade para o apoio mútuo e não repressão da integralidade humana. Associado ao ministério da poimênica e o aconselhamento pastoral todas as outras funções na igreja visam à integralidade humana centr ada no Espírito para libertação e crescimento através da satisfação das necessidades um do outro. A comunidade de fé alcança sua integralidade quando os ministérios se juntam com este objetivo e a capacidade de alcançar e curar vidas é muito maior. Qual é a história da poimênica e o aconselhamento pastoral? Como começou este ministério? Uma ponte histórica também é feita pelo autor em direção à herança deste modelo centrado em libertação e crescimento. Embora as últimas décadas tenham sido marcadas pelo desenvolvimento de teorias, técnicas e práticas psicoterápicas que auxiliam a poimênica e o aconselhamento pastoral, este ministério é muito mais antigo do que estas ciências. Na igreja primitiva a poimênica era conhecida como cura d‘almas com o significado de cuidado e crescimento de vidas na comunidade. Clinibell cita diversos nomes
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de mulheres e homens que marcar am o trabalho de aconselhamento em toda a história da Igreja cristã mostrando a importância e antiguidade da poimênica. Na modernidade o que marcou o aumento de interesse na área foi principalmente a difusão dos conhecimentos da psicanálise e sua grande necessidade devido aos problemas humanos deixados após a Segunda Guerra Mundial. A renascença da poimênica remonta da década de 1920 com apoio para tr atamento de outras doenças e através de treinamento para capelania hospitalar. Posteriormente os insights do conhecimento da psicoterapia foram associados para contribuir com o trabalho da poimênica. Baseado no trabalho de William A. Clebsch e Charles R. Jaekle, o autor apresenta quatro funções da poimênica secular e fazem um quadro explicando sua funcionalidade, as expressões históricas que denominavam este ministério e as terminologias utilizadas atualmente. Em seguida Clinibell acrescenta um tópico a mais de acordo com seus conhecimentos e sua experiência pessoal. Principais funções da poimênica: Cura: tem por objetivo superar alguma debilitação e restituir à pessoa a sua integralidade. Antigamente utilizada através de unção, exorcismo, santos, relíquias e curandeiros carismáticos. Atualmente é denominado como psicoterapia pastoral, cura espiritual, aconselhamento e terapia matrimonial. Sustentação: auxílio para pessoas que têm dificuldade em transcender situações que aparentemente são insolúveis. Teve expressões históricas através de preservar, consolar e consolidar e no momento é chamada de poimênica e o aconselhamento de apoio em casos de crise, luto ou perda. Orientação: ajuda para tomada de decisões quando alguém não sabe que direção tomar em meio aos desafios e alternativas da vida. Antes conhecida como dar conselhos, exorcismo e o simples ato de escutar e na atualidade é chamada de aconselhamento educativo, tomada de decisões em curto prazo, aconselhamento de confrontação e orientação espiritual. Reconciliação: auxílio para restabelecer relacionamentos rompidos entre a pessoa e seu próximo ou até mesmo com Deus. Historicamente conhecida como confissão, perdão e disciplina e para a prática atual é chamada de aconselhamento matrimonial e aconselhamento existencial (reconciliação com Deus). Nutrição: capacitação de pessoas para o crescimento desenvolvendo as potencialidades recebidas por Deus para vencer diante das situações da vida. Na teologia tradicional é conhecida como santificação ou treinamento de membros novos na vida cristã ou
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educação religiosa. O autor denomina este novo item para as funções da poimênica de aconselhamento educativo, grupos de crescimento, enriquecimento do matrimônio e da família, assistência para a possibilitação de crescimento através de crises desenvolvimentais. O autor destaca a importância da divulgação destas funções como incentivo à poimênica na comunidade de fé aumentando a capacidade para a assistência pastoral e o aconselhamento. Além disso, a igreja deve contar com o apoio de profissionais especializados para auxiliar em situações que superem o conhecimento das pessoas que trabalham no ministério como situações clínicas e doenças mentais ou psicológicas. Clinibell conclui este capítulo sobre
Um modelo Holístico, centrado em Libertação e
Crescimento com uma ilustração de Daniel Yankelovich que fala das placas continentais em movimento comparando com as transformações na humanidade nos últimos tempos. Isso desafia a constante atualização de conhecimentos para a poimênica e o ministério pastoral ao mesmo tempo em que demonstra a instabilidade atual da sociedade. Daniel Yankelovich fala sobre a atual efervescência nos movimentos sociais e as enormes mudanças comportamentais na humanidade atingindo até mesmo a natureza. Também mostra uma grande mudança na ética em três momentos: - antiga ética do trabalho que dava maior valor a responsabilidade, dever e sucesso com objetivo de alcançar poder, prestígio e propriedade numa luta competitiva (esta foi abandonada). - ética da auto-realizaço privatizada que exalta a liberdade, a espontaneidade e o individualismo como reação à ética tradicional num sentido de mudança (período que está sendo atravessado). - nova ética de compromisso
que valoriza a responsabilidade mútua nos
relacionamentos através da integralidade como eu, com o próximo e com a sociedade (demonstra a direção de um novo tempo). Apesar de em meio a tantos mudanças e tremores este pensamento é uma grande esperança para a poimênica e o aconselhamento pastoral. A ética voltada para compromisso e integralidade como um novo chão ou pelo menos uma = placa‘ sólida que dá segurança ao ministério mesmo correndo o risco de entrar em choque com outros valores. A igreja deve se mover para ser uma força a mais para este novo tempo.
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Capítulo III – A Missão, os Fundamentos Bíblicos e a Unicidade da Poimênica e do Aconselhamento Pastoral. O terceiro capítulo é dedicado por Howard J. Clinibell para falar da Fundamentos Bíblicos e a Unicidade da Poimênica e do Aconselhamento Pastoral
Missão, os . O texto
inicia com uma citação de Paul E. Johnson falando da inconstância da humanidade e da sociedade como o meio onde acontece o trabalho da poimênica, fazendo uma ponte com a última parte do capítulo anterior onde fala das placas em movimento . Para falar da missão da poimênica Clinibell define mais uma vez o seu sentido como “uma resposta à necessidade que cada pessoa tem de calor, sustento, apoio e cuidado”
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Quanto ao aconselhamento pastoral sua missão é ser uma continuação da poimênica reparando o seu trabalho de uma forma mais específica no tratamento de pessoas que procuram ajuda em meio a suas crises. O autor conta sua experiência pastoral e diz que do púlpito da igreja um/a pastor/a pode ver pessoas com diferentes problemas em busca de uma resposta. Num momento difícil a primeira pessoa que procuram é o/a pastor/a. Tanto fora como dentro das igrejas há pessoas que precisam de aconselhamento e apoio para o estresse pessoal ou social e a poimênica e o aconselhamento pastoral prestam serviço a estas vidas como parte do seu ministério no Reino de Deus. Sobre a importância crucial do aconselhamento pastoral,
uma pesquisa comprova um
considerável aumento na procura de profissionais na área da saúde mental e maior ainda a procura por clérigos, o que demonstra a importância e confiabilidade do aconselhamento pastoral para a vida das pessoas. Conforme a pesquisa antes mesmo de procurar um psicólogo ou terapeuta a maioria das pessoas procura um ministro religioso para se aconselhar. A maioria das pessoas também tem procurado ajuda para resolver questões de relacionamentos. O que a maior parte destas pessoas procura é alguém para conversar, para ser entendido e se aconselhar sobre seus problemas. Por causa dessa confiança e a demanda por aconselhamento pastoral maior é o desafio da poimênica na igreja local. É preciso de capacitação para que haja conselheiros para acolher vidas que procuram a comunidade de fé, bem como auxiliar ao ministério pastoral na função do aconselhamento. O/a pastor/a não deve ignorar os conhecimentos de métodos terapêuticos por causa de sua primazia em relação aos outros profissionais da área. Por causa
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disso deve ser maior ainda a busca por treinamento em técnicas que contribuam para o aconselhamento. Contudo se o/a pastor/ não é um/a clínico/a na área de psicoterapia não deve se aventurar em ascender uma fogueira que depois não possa apagar. O ministério do aconselhamento pastoral tem sua contribuição ímpar para a cura e libertação de vidas. Além do conhecimento de técnicas terapêuticas o/a pastor/a conta com um arsenal de conhecimentos bíblicos que são úteis no aconselhamento. É possível fazer teologia através da poimênica e do aconselhamento com insights de exemplos bíblicos de pessoas que passaram por situações semelhantes ao/à aconselhando/a e outros textos que servem de inspiração em momentos de angústia. A Bíblia é um livro que fala de Deus para o ser humano pode e deve ser usada no aconselhamento por que: A Bíblia é fonte do imaginário ocidental (judaico-cristão) por isso comunicam de forma eficaz na sua linguagem quanto aos valores, costumes e a própria her ança histórica e religiosa; O diálogo com insights bíblicos ajuda o/a conselheiro/a ter atitudes e consciência de cura e crescimento; Principalmente se as histórias da Bíblia fazem parte das verdades consagradas na mente da pessoa, o uso de imagens bíblicas pode avivar de forma criativa essa esperança na mentes dessas pessoas; A Bíblia tem uma concepção de integralidade maior do que a cultura atual e até mesmo que as ciências atuais. Conceitos bíblicos podem ser utilizados para
criticar ,
corrigir e enriquecer esta falta de concepção da integralidade humana. Devido à fragmentação dos conhecimentos humanos em diversas especialidades nas quais visam aprofundamento específico de uma área, o mundo sofre de miopia e não consegue observar-se na sua integralidade. Os paradigmas bíblicos presentes em personagens judaico-cristãos são instrumentos para a reconstrução da auto-imagem e consciência de si mesmo. V rios textos bíblicos podem ser usados para falar de integralidade. Desde a cria ão imagem e semelhança de Deus como referencial de integralidade. At ao famoso versículo o Senhor o meu pastor e nada me faltar como desejo de manuten ão dessa integr alidade. E tamb m a vida abundante‘ dada por Jesus em restitui ão ao que o =ladrão‘ veio roubar, matar e destruir da integralidade humana. Além destas imagens várias palavras
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(termos bíblicos em seu sentido original), parábolas e personagens falam sobre a humanidade em seu significado integral. Falar da integralidade compreende equilibrar a potencialidade e as limitações humanas. É preciso restituir potencialidades subtraídas das pessoas sem cair no erro de esquecer-se de avisar sobre suas limitações. Seria como tomar um remédio sem receita e sofrer as conseqüncias de contra-indicações. Por isso a finitude humana faz parte de sua integralidade. No mundo há um desequilíbrio que faz com que homens e mulheres pensem que são infinitos e outros/as que não são capazes de suas atribuições mais simples. Contrabalancear isso é tarefa contínua do aconselhamento. O autor faz um paralelo entre as seis dimensões da integralidade a partir de suas raízes bíblicas: - Avivar a mente: 4 Na visão bíblica não há separação entre alma, espírito e corpo ou o dualismo mente e corpo. Isso faz a visão bíblica de integralidade mais holística através de uma compreensão total do ser humano e não em partes. Integralidade mental é o aspecto cognitivo, intelectual, emocional e espiritual valorizado por Jesus em Marcos 12.30 que fala do amor total com todo o teu cora ão, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua for a . - Revitalizar o corpo: A integralidade física porque o corpo é considerado sagrado no Antigo Testamento e no Novo ganha significado ainda maior como habitação de Deus em I Coríntios 6.19 onde fala do corpo como templo do Espírito Santo. - Renovar e enriquecer os relacionamentos: a integralidade relacional é tema constante na Bíblia através das palavras shalom que significa inteiro, paz e saúde bem como o termo koinonia num sentido comunitário da paz que deve ser coletiva, como fruto de relacionamentos saudáveis. Deus não criou a humanidade para viver só, mas em família como uma só carne (Gênesis 2.24) em a igreja como membros do corpo de Cristo (Romanos 12.5). - Aprofundar a relação com a natureza e a biosfera: a integralidade ecológica é vista na Bíblia através de um Deus que é Criador e sustentador de sua criação tendo dado a humanidade a função de mordomos. Na Bíblia tudo que Deus fez é BOM (Gênesis 1.31) e Ele é o dono de tudo (Êxodo 9.29). Jesus andava sempre em meio à natureza 4 Nas
páginas 47 (último parágrafo ) e 48 (primeiro e segundo parágrafo) o autor troca a ordem originalmente apresentada nas páginas 29 e 30 quanto às duas primeiras das seis dimen sões da integralidade que é: 1. Avivar a mente e 2. Revitalizar o corpo para o inverso desta ordem. Embora o autor tenha feito uma associação entre os d ois primeiros fatores, não demonstrou motivos claros para esta mudança na ordem. Preferi manter a primeira forma apresentada para melhor coesão no entendimento do texto. Mesmo assim a ordem dos fatores não altera o produto.
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e fazia uso poético de imagens dela tema de suas palavras para ensinar sobre o Reino de Deus. - Crescer em relação às instituiçes significativas para a vida: a integralidade institucional ou social é vista na Bíblia pela atuação profética que busca transformar não somente o indivíduo, mas tudo ao seu redor. A luta por justiça está presente na história bíblica desde a instituição da lei como parâmetro da vontade de Deus até o ministério de cura e libertação de Cristo. Jesus curava pessoas individualmente com o propósito de libertar a sociedade. Novas teologias como a da libertação, a feminista, negra, africana e latino-americana têm contribuído para uma melhor compreensão sobre necessidade de libertação para cumprimento da justiça e estabelecimento do Reino de Deus. - Aprofundar e vitalizar o relacionamento com Deus: a integralidade espiritual é o centro da mensagem bíblica para a humanidade. A Bíblia devolve ao homem e à mulher esta consciência de que é um ser espiritual. Este fator soma todos outros itens da integralidade humana reunindo suas potencialidades conforme é o propósito de Deus. Esta visão panorâmica da Bíblia sobre a integralidade humana contribui ricamente para os insights durante um aconselhamento devido ao conteúdo prático que pode ser utilizado e à visão geral da vida. Não é à toa que a Bíblia é comparada a um manual de instruções, uma bula, uma lâmpada, uma bússola, mapa, alimento, água e outros essenciais par a a vida. Contudo o uso da Bíblia não é algo mágico. É um processo onde interagem o/a conselheiro/a, o/a aconselhando/a com seu meio relacional e Deus como fomentador deste processo de cura e crescimento. Trabalhar em busca da integralidade humana é como montar pacientemente um quebracabeça aonde pouco a pouco cada coisa vai chegando ao seu lugar e a imagem original de Deus vai aparecendo no semblante humano. Jesus mostrou este quadro completo quando se fez carne e habitou entre os humanos dando esperança para a restauração da integralidade. A poimênica e o aconselhamento pastoral visam à cura e o crescimento em direção à integralidade. Isso acontece quando alguém ferido procura a comunidade de fé como um hospital para sua alma e recebe primeiro um tratamento para cura. Imediatamente a mesma pessoa deve ser enviada para crescimento. Isso é o que Jesus fazia quando perguntava
que
queres que eu te faça mostrando o objetivo de cura e libertação e depois enviando com as palavras toma teu leito e anda , vai a tua fé te salvou ou
vá e não peques mais que
representam o desejo de Cristo pelo crescimento para estas pessoas.
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A igreja é o ambiente apropriado tanto para cura e libertação como também especialmente para o crescimento. É na comunidade de fé que a pessoa recebe confronto e estímulo para ir adiante. Em meio aos relacionamentos que o amor é aperfeiçoado conduzindo para o crescimento. O próprio Cristo desejou viver em conjunto mostrando que desta forma seria possível fazer as pessoas crescer muito mais, por isso procurou pessoas que não tinham grandes expectativas para ser em seus discípulos e se tornarem em grandes homens de Deus. Para Clinibell a igreja proporciona crescimento por que: - tem como
paradigma de integralidade a pessoa de Cristo ;
- a integralidade é vista como um - tem como parâmetros o - acontece em meio aos - tem a missão de
processo contínuo em busca da santificação;
amor e a justiça ; relacionamentos ;
servir ao próximo.
Antes de iniciar um processo de cura e libertação para o crescimento em direção a integralidade é preciso acontecer um quebrantamento tanto pessoal como social. A situação humana de degradação de sua original integralidade é descrita na Bíblia com a queda da humanidade para apontar o pecado como fator gerador de morte. É nesta raiz do problema que a poimênica e o aconselhamento pastoral contribuem para cura e crescimento mais do que outras práticas terapêuticas otimistas que não alcançam este entendimento. Contudo o objetivo não é condenar o pecado porque este já tem suas conseqüncias e sim libertar vidas para continuar crescendo. Deus tem o r emédio para o pecado que é o perdão e cura para a conseqüncia do pecado que é a ressurreiço. A compreensão da finitude humana conduz o olhar para a gr andeza de Deus. Quando o/a conselheiro/a tem consciência do mal como causa da perca da integralidade pode conduzir o/a aconselhando/a a desejar se levantar e crescer. No entanto há casos em que mesmo curadas as pessoas e até mesmo a sociedade estão tão atrofiadas que têm medo da dor de reagir. Neste momento deve-se contar com a graça de Deus e não desanimar na tarefa encorajadora em direção ao crescimento. Para esclarecer o conceito de crescimento, Clinibell faz uma trilogia com as palavras luta, morte e renascimento. É como um tripé que tem a habilidade de se manter erguido mesmo em terreno pedregoso ou desnivelado. O eixo que une e equilibra o desejo de lutar, morrer e ressurgir é a graça de Deus. Somente pela graça Jesus foi capaz de lutar pelo ser humano, morrer por amor e ressurgir para revelar a integralidade almejada por Deus para a humanidade.
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Os grandes relatos bíblicos de lutas são seguidos das mais belas vitórias. A própria natureza mostra um ciclo de morte e vida seguidos para iluminar os olhos de quem precisa de esperança ao saber que renascer á. O ministério de Jesus focalizou pessoas que pr ecisavam de cura, libertação e salvação deixando para a igreja o ministério
therapeuo de salvar, curar e libertar através do cuidado
com vidas. Jesus anunciou um novo tempo para a integralidade humana restabelecendo vidas com a visão do Reino de Deus. Entretanto conforme Pierre Teilhard de Chardin a autoconsciência atingida pela humanidade também constitui num esperançoso desafio para a poimênica e o aconselhamento pastoral. A igreja é um centro para a integralidade levando o amor de Deus para as pessoas que estão privadas deste sentimento devido à falta de amor nos seus relacionamentos. Somente através da vivência do amor a igreja reintegra vidas mutiladas em sua capacidade de amar. Essa tarefa da Igreja é descrita tradicionalmente por quatro palavras gregas no Novo Testamento:
kerygma :
didache :
proclamação da mensagem do evangelho que restaura o ser humano;
o ensino em direção ao crescimento
Igreja koinonia
: uma comu nidade unida e voltada para Cristo
diakonia : o serviço ao próximo como expressão de amor
Na Igreja acontecem estas quatro dimensões do crescimento em busca da integralidade quando recebem a mensagem libertadora do evangelho (
kerygma ), aprendem a verdade que
liberta ( didache ), são integradas a um grupo que vive em comum (
koinonia ) e são enviados
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para servir ao próximo ( diakonia ) dando continuidade a este círculo de proclamação, ensino, comunhão e serviço. Atualmente a poimênica e o aconselhamento pastoral numa perspectiva holística associadas a uma teologia integral, sem distinções culturais, sexuais, sociais ou raciais contribuem par a a visão cristã do Reino de Deus. Quanto a esta teologia inclusiva nas concepções bíblicas de não haver distinço entre homem e mulher, nas descobertas da exegese quanto a palavras femininas que se referem a Deus e principalmente no trato de Jesus igualmente para todas as pessoas quer sejam mulheres, crianças, pobres, ricos e outros desprezados da sociedade. O autor ressalta a contribuição das mulheres para a igreja bem como para a teologia quanto a essa abertura com uma visão holística sem estes limites preconceituosos. Segundo Clinibell o ministério do aconselhamento pastoral possui uma singularidade e unicidade que outras áreas que prestam serviço terapêutico não possuem. O/a pastor/a tem, consciência de si mesmo, de Deus, de sua fé e da necessidade das pessoas. O ministério pastoral tem a capacidade de unir sua herança, orientação, recursos e consciência teológica em torno do aconselhamento. Dentre outras funções somente o/a pastor/a tem formação ao mesmo tempo teológica e psicológica, bem como de outras áreas que falam da humanidade, o que faz do aconselhamento pastoral mais holístico. A singularidade do ministério pastoral também é fruto do objetivo de crescimento espiritual, os recursos de tradiço religiosa e o ambiente proporcionado pela igreja para cura e crescimento. O ministério pastoral além de unificar várias características e disciplinas de outras funções terapêuticas e ser singular em diversos aspectos que estas funções não têm acesso, também tem a vantagem de acontecer dentro de um círculo de relacionamentos saudáveis que é a Igreja. Além disso, o/a pastor/a exerce uma série de outros papéis que lhe possibilitam uma visão mais abrangente da vida em sociedade. Outro fator discutido pelo auto é que geralmente pastores não cobram para aconselhar porque isso já faz parte de suas atribuições pastorais. O fato do aconselhamento pastoral não ser cobrado tem o aspecto positivo de ser feito em uma relação de amor e amizade onde a figura pastoral de torna uma referência para a vida, mas tem outros negativos como o fato de ser uma tarefa a mais e acaba não sendo feito por completo. Clinibell chama atenção que fazer aconselhamento de tempo parcial não pode ser desculpa para fazer o serviço mal feito. Seria melhor cobrar e atuar como conselheiro/a de tempo integral podendo se especializar na área para tr atamentos mais profundos que o autor não aconselha pastores despreparados a se aventurar caso não tenham treinamento ou experiência no assunto.
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Capítulo IV – O Fundamento de todos os tipos de Poimênica e Aconselhamento. A difícil tarefa do aconselhamento e da poimênica pode ser simplesmente resumida no ato de ouvir verdadeiramente o/a aconselhando. Na agitada sociedade atual essa é uma missão realmente desafiadora. É preciso treinamento, paciência e reaprendizado para ouvir atentamente uma pessoa aflita. Como o autor apresenta em sua citação de uma frase de Dietrich Bonhoefer “quem não mais ouve seu irmão [ou irmã], em breve também não mais ouvirá a Deus” 5 . Este capítulo traz um prático exemplo de conversa entre um pastor e um homem que precisava de ajuda como ilustração de como acontece o aconselhamento pastoral. Para fazer uma relação entre necessidade de correspondência apresento o relato neste quadro
Aconselhando Primeiro o homem visitou a comunidade de fé então o homem correspondeu telefonando para o pastor se abriu inicialmente contando o seu problema aceitou e compareceu ao encontro falou mais abertamente sobre sua situação pessoal aceitou as duas propostas
Atitude de correspondência
6:
Conselheiro depois o pastor o procurou para uma visita e não o encontrando deixou um cartão com um recado e o número de telefone se dispondo para contato que espontaneamente o conduziu para se abrir perguntando quanto a sua dificuldade propôs uma conversa em um encontro marcado no gabinete pastoral no mesmo dia deu continuidade ao assunto demonstrando interesse diagnosticando a necessidade marcou um novo encontro e propôs auxílio de um membro da comunidade comunicou com um membro da igreja para que o procurasse um irmão da igreja o procurou e marcou um encontro no interregno do próximo aconselhamento pastoral
aceitou e compareceu ao encontro dando abertura para continuar o acompanhamento
5
Pág. 69. Forma pessoal de descrever a conversa narrad a nas páginas 69 e 70 demonstrando a correspondência das atitudes de conselheiro/a e aconselhando/a.
6
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O propósito deste exemplo é demonstrar como o/a pastor/a pode agir ativamente e correspondentemente no aconselhamento e como despertar a pessoa a responder positivamente. Um relacionamento curativo não acontece de uma vez. Pode ser comparado a uma semente que embora pequena tenha a capacidade de crescer. Assim o aconselhamento deve ser algo crescente. Na primeira sessão de aconselhamento existem cinco passos que devem ser tomados para estabelecer inicialmente uma r elação curativa
7:
Se continuar o aconselhamento fazer um contrato com objetivos e expectativas 5º passo Recomendar uma forma de obter ajuda, como um aconselhamento 4º passo Diagnóstico inicial de como a pessoa se sente interiormente 3º passo Ouvir com atenção e refletir empaticamente 2º passo Proporcionar calor e solicitude 1º passo
Crescimento em uma Relaço de Cura
Desta forma o/a conselheiro/a pode ajudar pessoas que têm dificuldade de se abrir inicialmente não perdendo a oportunidade de um primeiro contato. Outros três conceitos importantes na mente do/a aconselhador/a são qualidades de uma conversa: -terapêutica: com o objetivo de cuidar e curar pessoas, tomando cuidado principalmente com julgamentos; -maiêutica: ajudar a pessoa a nascer e crescer. Segundo a filosofia de Sócrates é uma arte de saber inquirir a pessoa para extrair verdades que estão encobertas
8.
-reconciliação: ajudar a enfrentar situações e reativar os laços quebrados. Pesquisas apontam que a maior necessidade de pessoas que procuram aconselhamento ou tratamento terapêutico é de serem ouvidas por alguém. A tarefa mais desafiadora para o aconselhamento não é o que será dito pelo/a conselheiro/a ao/à aconselhando/a e sim o ouvir verdadeiramente durante o atendimento. Principalmente para pastores e pastoras que são tentados/as a falar respondendo de imediato, para alcançar este ouvir verdadeiro é preciso disciplina e treinamento constante. Por isso todo/a conselheiro deve evitar distrações e outras impressões internas que possam lhe impedir de ouvir atentamente, principalmente se o/a conselheiro/a não estiver bem emocionalmente podem acontecer interferências. Segundo Clinibell ouvir é 9 : - presença (estar com a pessoa); - prestar atenção somente na pessoa sem interromper; - se interessar pelo que a pessoa está falando; 7
Quadro feito para melhorar a compreensão pessoal do texto da página 71. Consulta ao dicionário Aurélio. 9 Con forme páginas 72 e73. 8
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- estar em sintonia com o sentimento da pessoa; - ser empático e reflexivo enquanto a pessoa fala; - ter profundidade na expressão corporal. Para o autor o/a conselheiro/a deve pr estar mais atenção aos sentimentos expressos do que às palavras utilizadas na conversa ou fatos ocorridos. O objetivo de ouvir em profundidade proporciona por si só a cura para pessoas em crise quando o/a conselheiro/a alcança uma compreensão empática ou demonstra o desejo de compreender de forma que a pessoa se sinta aceita e motivada ao crescimento. Antes de continuar as sessões de aconselhamento o/a conselheiro/a precisa descobrir qual foi a motivação que conduziu a pessoa a procurar sua ajuda. Isso pode ser feito perguntando por que a pessoa procurou aconselhamento pastoral, o que espera do aconselhamento, qual é o problema e o que pode ser feito para ajudar. Enquanto a pessoa fala deve-se prestar atenção especial aos
sentimentos dominantes . Algumas motivações
talvez estejam encobertas ou inconscientes para a pessoa e não deve haver pressão. Para isso é preciso concentrar-se no problema de apresentaço ou problema inicialmente apresentado como motivo de procurar aconselhamento. Um exemplo disso é demonstrado na continuação da narrativa ilustrando a conversa do pastor aconselhando um homem. Nesta sessão o pastor ouve atentamente o homem e lhe faz algumas perguntas para diagnosticar qual o problema central ou sentimento dominante. Baseado nisso o aconselhamento pode ser continuado. Então o pastor continua o diagnóstico no fim da conversa perguntando como o homem se sentia após ter conversado e propõe um novo encontro. Quando a pessoa procura voluntariamente aconselhamento o diagnóstico é rápido porque a pessoa inicia apresentando seu problema. Mas caso a pessoa seja pressionada a ir a um/a conselheiro/a sem vontade própria, segundo Clinibell cinco passos são tomados para alcançar um diagnóstico: 1. Descobrir como a pessoa vê seu problema; 2. Saber onde a pessoa sente dor e se este é o motivo de procurar ajuda; 3. Encorajar a expressar sua raiva em ter sido pressionada; 4. Aceitar o direito da pessoa em não continuar o aconselhamento; 5. Fazer com que a pessoa se sinta livre e calorosamente envolvida para continuar a conversa apresentando seus verdadeiros motivos para pedir ajuda. Além destas dicas o autor orienta que caso a pessoa seja pressionada a procurar aconselhamento pode-se procurar quem fez tal pressão para participar da próxima sessão por
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que possivelmente tem algum problema entre as duas pessoas. Neste caso deve também trabalhar a reconciliação entre ambas. Qualquer tipo de intervenção na fala do/a aconselhando deve ser feita cuidadosamente sem interferir diretamente no que pensa. O/a conselheiro/a pode ajudar a pessoa a elaborar suas palavras para expressar seus sentimentos. Isso pode ser feito através de perguntas referindo-se a como a pessoa se sente. Toda e qualquer intervenção além de cuidadosa deve ter como objetivo alcançar o diagnóstico do problema. O diagnóstico é feito para a continuidade do aconselhamento de forma eficaz e para isso deve-se observar: - as seis áreas da integralidade humana, descobrindo em qual delas está o problema; - a forma de tratamento que pode ser feita para a pessoa, se de curto ou longo prazo ou mesmo se a pessoa deve ser encaminhada para tratamento clínico especializado; - um diagnóstico pastoral, se o/a pastor/a tem condiçes de atender a necessidade da pessoa a ser aconselhada. Depois de diagnosticar a motivação ou problema inicial é preciso propor uma continuidade no aconselhamento marcando outras sessões para conversar. Isso não deve ser feito diretamente e sim sugerir se dispondo caso a pessoa quiser continuar. Se não aceitar ou procurar novamente deve ser respeitada. Se concordar marcam as próximas sessões e pode ser feito um contrato especificando objetivos, expectativas e a forma do acompanhamento. Para o sucesso da continuidade no aconselhamento o/a conselheiro deve focalizar em cada encontro a catarse emocional que mostrará os verdadeiros sentimentos da pessoa por trás dos diversos problemas que vão sendo apresentados. Essa catarse é alcançada com aceitação solícita através de uma linguagem emocional e compreensiva. Além disso, o aconselhando deve saber que seu engajamento ativo na mobilização de seus próprios recursos é essencial para resolver seus problemas e para o sucesso do aconselhamento muito mais do que qualquer intervenção do/a conselheiro/a. Clinibell deixa algumas dicas de como alcançar a catarse emocional: Evitar fazer perguntas de informação
para não deslocar os sentimentos em
detrimento de detalhes ou fatos; Fazer apenas perguntas de sentimentos ajudando a pessoa a descobrir suas emoçes escondidas por trás de suas razões; Responder aos sentimentos e não tomar tempo com respostas intelectuais; Ficar atento à portas para os sentimentos
com o expressões, palavras, postura
corporal ou facial que demonstrem dor, raiva ou qualquer sentimento;
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Estar alerta para sentimentos negativos especialmente; Evitar conselhos e interpretações prematuras sobre os fatos ou sentimentos. Outra preocupação de Clinibell é quanto a aconselhamentos que começam e não têm continuidade, por isso deixa algumas dicas de como evitar isso: Expressar interesse ativo em trabalhar com a pessoa; Explicar sobre a necessidade de várias conversas de aconselhamento; Dar esperança de que o aconselhamento pode ajudar a pessoa; Desde a primeira entrevista deixar algo para que pessoa possa refletir; No fim de cada sessão perguntar como se sentiu coma conversa; Deixar a pessoa à vontade para falar se não está gostando do aconselhamento para conversarem evitando ocorrer uma interrupção pelo abandono aos encontros; Conduzir a expectativas realistas de forma gentil; Fazer um contrato claro determinando o número de sessões como padrão para que o tempo seja aproveitado e a pessoa se esforce para alcançar o objetivo. O autor também orienta prestar atenção em alguns detalhes chamados de mecânicos como publicidade, ambiente, fichário e o uso do telefone que são imprescindíveis para quem deseja ter um ministério de aconselhamento pastoral eficaz. As recomendações de Clinibell são: Publicidade: visto que muitas pessoas não sabem que o/a pastor/a tem habilidade ou treinamento em aconselhamento por isso é preciso divulgar isso na comunidade para que as pessoas procurem o aconselhamento pastoral. Para isso também é preciso organizar a agenda de atendimento pastoral marcando horários. Ambiente: deve ser em um lugar tranqüilo e livre de interrupções e para isso o autor deixa diversas recomendações com desligar telefone, deixar um cartaz na porta ou ter uma secretária. Fichário: deve ser um arquivo confidencial com informações sobre os aconselhamentos visando uma visão holística da situação do/a aconselhando/a para um futuro feedback. Isso deve ser feito discretamente e com o conhecimento da pessoa e destruído quando não houver mais utilidade. Telefone: embora nunca substitua o aconselhamento pessoalmente pode ser utilizado nos intervalos entre as sessões como uma forma de acompanhamento e
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também na impossibilidade de um encontro dever usado como recurso além de servir para marcar horários de aconselhamento. Um sério conselho deixado pelo autor é que pastores/as nunca podem priorizar questões administrativas a frente dos sentimentos das pessoas. Para isso é preciso ter cuidado na linguagem e nas decisões com pessoas e famílias que estão em crise ou sofrimento. De forma prática Clinibell apresenta uma proposta de como aplicar os princípios do método holístico no aconselhamento pastoral: Incluir todas as seis dimensões da integralidade inclusive a física; Ter consciência das forças e potencialidades encobertas no/a aconselhando/a e declarar isso quando for apropriado; Usar de forma equilibrada a Fórmula do Crescimento: Solicitude + Confrontação; Ter em mente o objetivo do crescimento-em-direção-à-integralidade articulando com expectativas e desafios; Relacionar-se com o/a aconselhando e considerar sua r ede de relacionamentos como seu ambiente de crises e potencialidades para o tratamento; Centralizar a espiritualidade na pessoa levando-a a compreender sua necessidade de crescimento. Além de focalizar a integralidade humana de forma holística há também aptidões essenciais para o ministério do aconselhamento pastoral baseado na experiência de Robert R. Carkhuff. As aptidões fundamentais para o aconselhamento são: - comportamento atencioso e solícito até nas expressões corporais e faciais; - fazer per guntas breves convidando a pessoa a falar sobre assuntos significativos para sua vida; ouvir e observar mensagens não verbais de forma cuidadosa; - deixar a conversa fluir naturalmente evitando mudar de assunto e seguir a iniciativa da pessoa; - responder empaticamente mostrando que compreende o que a pessoa está sentindo; - procurar clarear as coisas de forma que tanto conselheiro/a como aconselhando/a tenham consciência de que entendem o que está acontecendo em cada estágio ou sessão; - focar e explorar as áreas mais significativas para a pessoa; - confrontar na medida em que for necessário sempre valorizando a potencialidade da pessoa; - a partir da compreensão por meio de insights diagnósticos r ecomendar auxílio necessário para a solução do problema.
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Estas aptidões devem ser alvo de toda pessoa que deseja se preparar para o ministério do aconselhamento de forma holística e desenvolver a capacidade de tr abalhar com pessoas conduzindo para a cura e libertação com vistas ao crescimento centrado no Espírito para a restauração da integralidade humana. O cuidado com as respostas dadas pelo/a conselheiro/a é uma das preocupações do autor no aconselhamento e apresenta cinco tipos de respostas baseado em Elias H. Porter Jr. e uma acrescentada pelo próprio Clinibell. Os seis tipos de respostas são:
AVALIAÇÃO: Um julgamento dos sentimentos da pessoa com uma sugestão embutida. Usado em aconselhamento de confrontação. INDAG AÇÃO: Frases que ajudam a pessoa a responder questões internas ou temas para a discussão. Usada no aconselhamento educativo de curto prazo.
INTERPRETAÇO: Indica a intenção de ensinar, comunicar algo significativo ou explicar o porquê. Útil no aconselhamento matrimonial.
?
COMPREENSÃO: Um retorno à pessoa para que saiba que está sendo ouvida de forma empática. Muito importante na fase inicial do aconselhamento.
APOIO: Indica o propósito de tranqüilizar e reduzir o sofrimento. Principalmente em situações de crise as respostas de apoio são muito importantes. CONSELHO: Sugerir abordagens, ações, crenças ou atitudes recomendando como lidar com o problema. Também útil para aconselhamento de confrontação.
A seguir um exemplo de como em uma situação de aconselhamento estes tipos de respostas é útil no caso de uma jovem que demonstra ódio pelo próprio pai sem mesmo saber o motivo. O autor apresenta os seis tipos de respostas que podem ajudar neste exemplo específico e ensina como estas respostas podem ser práticas para o aconselhamento. O tipo de resposta mais escasso entre conselheiros é a de compreensão. Para pessoas moralistas rapidamente dão respostas de avaliação. A posição pastoral de autoridade e a tendência a uma resposta pronta e rápida são perigos para o aconselhamento. Quanto a resposta o/a pastor/a deve ser muito cauteloso/a e quanto a autoridade deve ter cuidado para não ser repressivo/a ou criar expectativas de resolver o problema da pessoa fazendo-se continuar dependente e inibindo sua libertação e crescimento. Mais uma vez Clinibell insiste em que o aconselhamento seja mais inclusivo e transcultural denunciando o sexismo racista e classicista tão forte na sociedade e influente sobre as demais ciências. Para o autor a contribuição de pessoas negras, mulheres,
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deficientes e de diversas culturas é um grande avanço para a poimênica. Não são apenas pessoas de cultura anglo-européia, brancos de classe média e do sexo masculino que precisam e podem fazer o aconselhamento pastoral. Segundo Clinibell é preciso uma abertura para outros
backgrounds que é o conteúdo de
conhecimento e experiência de vida trazida por pessoas diferentes. A contribuição de diferentes tipos de pessoas é um grande avanço para o aconselhamento pastoral porque abre o leque de alcance deste ministério para pessoas que não têm acesso a outro tratamento terapêutico. Isso é perceptível na formação de grupos que lutam para atender seus desafios étnicos e culturais como, por exemplo, os ministérios negros, f eministas, latino-americanos com a teologia da libertação, associações como os Alcoólicos Anônimos e de deficientes que têm lutado pela cura e crescimento atingindo pessoas fora do alcance de tradicionais meios terapia. Para trabalhar em busca de libertação na vida das pessoas o/a próprio/a conselheiro/a deve ser alguém liberto de preconceitos raciais, culturais e de gênero. O autor lista uma série de vantagens para um aconselhamento libertador baseado na abertura pessoal do/a conselheiro que está livre de estereótipos opressivos da sociedade como o racismo e o machismo. Um interessante proposta do autor é a formação de grupos de aconselhamento e autoajuda para discussão em conjunto de problemas sociais e comunitários visando a libertação e crescimento coletivos. Um exemplo clássico disso são as classes wesleyanas e os CEBs latino-americanos. Também não pode ser ignorada a contribuição do movimento pentecostal no Brasil com a formação de inúmeras pequenas comunidades onde são agrupadas pessoas com origem rural em meio aos grandes centros urbanos. Embora o tipo de aconselhamento pastoral exercido por este grupo seja muito de avaliação e interpretação faltando principalmente a compreensão, exercem importante trabalho de crescimento porque seus adeptos podem vivenciar sua forma de pensar e expressar sua espiritualidade Um exercício de ensaio da realidade é recomendado no final do capítulo e melhor esclarecido por uma explicação clara dos papéis do/a paroquiano/a, do/a pastor/a e do/a observador/a ou monitor/a. O caso deve ser baseado em alguma experiência ou problema pessoal vivido pela pessoa que representará o/a aconselhando/a. Após a repetição da atividade trocando os papéis no grupo é importante refletir sobre o que ocorreu à luz do texto estudado.
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Capítulo V – Integralidade Espiritual: o cerne da Poimênica e do Aconselhamento. A citação inicial do capítulo leva a crer que o tema que intitula o texto não é uma novidade. Desde Platão já se pensava na importância da contemplação do espírito para o crescimento integral do se humano. O/a pastor/a devem ter um faro aguçado para perceber quando as necessidades de um/a aconselhando/a é de natureza espiritual, bem como aproveitar os conhecimentos teológico e a experiência religiosa como fomentadores de crescimento. Uma pesquisa mostra que raramente um problema de origem espiritual é diagnosticado inicialmente numa primeira sessão de aconselhamento. Mas contraditoriamente a isso se descobre posteriormente que muitos problemas têm ao menos vínculo com situações re religiosidade. Quando o problema de apresentação tem alguma característica religiosa podese diagnosticar uma origem espiritual, mas nem sempre o problema de apresentação é mostrado com ligação espiritual. No decorrer do aconselhamento pode-se chegar a este diagnóstico porque problemas espirituais podem estar embutidos em outros sintomas. Segundo o autor vários estudos demonstram que a principal crise no mundo é a falta de significado chamada de crise existencial e tem como sintomas emocionais um desequilíbrio religioso em forma de excesso ou falta de espiritualidade e o medo da morte como fruto de aceitação quanto sua origem familiar. O aumento de tecnologia e modernidade tem feito a sociedade quebrar sua ponte histórica e como conseqüncia as pessoas têm perdido seu sentimento de origem e significado existencial. Problemas espirituais também são percebidos conjuntamente com problemas familiares. A ligação entr e a figura paterna e divina é um exemplo: ausência do pai pode ser o motivo para não crer em Deus ou um pai muito rigoroso pode fazer a pessoa acreditar em um Deus ditador. Do mesmo modo é possível perceber outras raízes espirituais em problemas familiares como a má convivência entre irmãos e a dificuldade de comunhão com a igreja. Problemas religiosos podem ocultar problemas psicológicos e vice-versa. Mas pesquisadores da área têm preferido acreditar que os problemas psicológicos têm maior probabilidade de ter uma patologia espiritual. No entanto ao tratar questões espirituais o/a conselheiro/a pastoral está lidando com o cerne da integralidade humana e tem chances de alcançar libertação total possibilitando o crescimento.
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Entretanto o autor chama atenção para não espiritualizar as coisas imediatamente. É preciso deixar fluir e vir à tona o que está no profundo do/a aconselhando/a. Quando o/a pastor/a vai direto tratando como problema espiritual pode causar um bloqueio e atrapalhar a libertação inibindo o crescimento. Ao falar sobre a dimensão espiritual em todos os problemas humanos o autor mostra que a ansiedade é um sentimento muito presente em todas as fases da vida humana e mais forte ainda no intervalo entre estas fazes como na adolescência e intervalo da idade adulta para terceira idade. A ansiedade pode ser per cebida pelo medo da morte, frustração quanto aos sonhos, falta de sentido para a vida por causa da dificuldade de fazer vínculo com o passado e um medo do futuro por causa das decepções com o passado. Para Paul Tillich a ameaça da ansiedade existencial que toca a heran a da finitude no ser humano quando este tem a consciência de sua finitude. Este medo do não-ser e tem três formas: ameaça de destino e morte, culpa e condenação e vazio e perda de sentido tendo no âmago destes sintomas o medo de não-ser
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.
Ansiedade existencial: Segundo Paul Tillich
Ameaça de Destino e Morte MEDO de NÃO-SER Culpa e condenaço
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Vazio e perda de Sentido
Diagrama feito par ilustrar o pensamento do autor na página 103.
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Clinibell chama aten ão que a ansiedade existencial a mat ria prima, o protótipo e o manancial e outras ansiedades e que não h respostas psicológicas ou psicoterápicas para a ansiedade existencial
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Contudo a religião é uma forma de enfrentar a ansiedade existencial e presta o importante serviço de dar sentido à vida quando prega o perdão para o passado e esperança pra o futuro. Entretanto segundo Paul Tillich o impacto religioso poder ter duas formas de conseqüncias: destrutiva ou patogênica e a criativa ou salugênica. Vejamos a diferença entre estas duas
Religiosidade Destrutiva ou patogênica: Qualquer forma de idolatria que se torne uma preocupação incondicional como a deificação de posses, saúde, sucesso, álcool, o estado ou uma instituição como a igreja. Uma religiosidade repressiva leva a fugas através da negação do ser manifestam em forma de neuroses mutiladoras. Uma religiosidade patogênica produz doença e bloqueia o crescimento. Manifesta-se em formas rígidas, autoritárias e que negam a realidade.
Religiosidade Criativa ou salugênica: Uma religião aberta que incrementa a vida e capacita a enfrentar a ansiedade existencial ao invés de fugir dela. Ensina a transcender a transitoriedade em busca da fé na eternidade. Uma vida religiosa autêntica ajuda a pessoa a perceber a imagem de Deus dentro de si a aceitar sua existência. Uma religiosidade criativa ou salugênica respeita a realidade, produz comunhão com Deus e com as pessoas e diz um sim à vida acima de tudo. formas de religiosidade 12 :
Ao descobrir qual tipo de religiosidade está sendo vivida pelo/a aconselhando/a é possível perceber como está sua vida espiritual facilitando o diagnóstico. Uma religiosidade saudável é diagnosticada por conduzir o ser humano para cima, elevando para o transcendente e Divino. E uma religiosidade prejudicial pode ser per cebida por rebaixar a humanidade através da negação de sentimentos e valores humanos em rígida obrigação a regras e exigências moralistas. O autor se baseia no pensamento de Paul Tillich para falar das necessidades básicas do ser humano que não são apenas num sentido religioso institucional, mas algo inerente à própria existência humana. O objetivo da religião de vê ser ajudar a satisfazer as 11 12
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necessidades espirituais humanas. Não há como separar do ser humano a sua espiritualidade. É a sua dimensão vertical como afirma Tillich. O objetivo do aconselhamento relativo a problemas religiosos numa visão holística centrada no Espírito é ajudar as pessoas a potencializar sua libertação e crescimento a partir de sua espiritualidade e atingindo todos outros aspectos de sua vida. O crescimento acontece através de um saudável relacionamento com Deus, com as pessoas ao redor e com a natureza. Para isso é preciso satisfazer as necessidades espirituais básicas não só num sentido religioso e sim humano pela compreensão integr al do ser com sua centralidade espiritual. Clinibell enumera nove necessidades espirituais básicas
9. Pertencer a uma comunidade solícita que nutre e sustenta a jornada espiritual.
1. Filosofia de vida com sistema de crenças e símbolos que dêem sentido a vida.
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2. Imagens e valores que criativos para orientar construtivamente o estilo de vida
8. Buscar „experiênciaspico” ou momentos de transcendência espiritual.
3. Compromisso e relacionamento com um Deus amoroso que integra e ativa a vida.
4. Desenvolver o self interior ou a alma como centro de todo o ser.
7. Desenvolver formas de reduzir o narcisismo alienador e fortalecer a autoestima. 6. Descobrir modos de passar d alienação da culpa para a reconciliarão do perdão.
5. Renovar a confiança básica para ter esperança em meio a perdas e tragédias.
Para atingir o crescimento necessário é preciso deixar alguns conceitos cômodos e ir à busca de respostas que satisfaçam as necessidades espirituais profundamente. No aconselhamento é pr eciso ajudar as pessoas a procurar estas respostas e não entregar 13
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respostas prontas. A busca por respostas aos anseios interiores faz parte do processo de libertação e crescimento. Por isso deve-se ter cuidado com imposição de verdades cristalizadas que impedem a pessoa de questionar e raciocinar aprisionando a mente num mundo religioso sem poder enxergar horizontes mais distantes. Segundo o autor quando a pessoa tem uma experiência-pico consegue transcender sua finitude e atinge o sentimento de satisfação existencial alcançado quando a se sente em harmonia com o universo. Isso chamado por Maslow de sentimento oce nico que permite a pessoa estar ligada a todos os outros =continentes‘ ao mesmo tempo no sentido de que o espírito da pessoa tem acesso a todas as outras áreas de sua integralidade. O ser humano precisa constantemente de orientação para sua vida. Em toda a história da humanidade os líderes têm uma importante função para orientação. Até mesmo na igreja sempre foi necessário uma liderança para dirigir a congregação. Neste sentido Clinibell destaca a importância do/a conselheiro/a pastoral como um/a guia espiritual para o/a aconselhando/a. Essa direção espiritual deve acontecer como um meio de orientação para evitar autoritarismo que bloqueia o crescimento. Com o objetivo de enfatizar a importância da direção ou =guia‘ espiritual, o autor faz uma explicação de semelhanças e diferenças entre direção espiritual e psicoter apia secular baseado no pensamento de Ruth Barnhouse Semelhanças e Diferenças entre Direção Espiritual e Psicoterapia Secular
Diferenças
Semelhanças
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Direço Espiritual Psicoterapia Secular Critério de avaliação: o Critério de avaliação: as relacionamento da mudanças no ser interior pessoa com Deus e com e nos relacionamentos a comunidade cristã. da pessoa. Faz distinço entre alma Não faz distinço entre e psique enfocando a alma e psique e às vezes integr alidade dos valores ignora os valores orientada para questões espirituais. de saúde espiritual. Motivação interior para mudar Uma pessoa mais objetiva (terapeuta ou orientador) para ajudar a identificar áreas cegas na percepção Lidam com questões específicas e singulares na vida das pessoas Exigem treinamento na técnica de escolher
Quadro formado conforme conteúdo da página 111.
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Estes fatores comprovam a relevância da direção espiritual como forma eficaz de aconselhamento principalmente por contemplar a integralidade humana centrada no espírito e acontecer em meio a um grupo de relacionamentos que é a comunidade de fé. Em um mundo secularizado onde a individualidade é supervalorizada, a aceitação de uma direção espiritual é um desafio para a poimênica. Principalmente porque até mesmo a religião absorveu estas car acterísticas seculares individualistas tomando forma de uma religião de consumo e perdendo valores de serviço e comunhão com o próximo. Entretanto o/a conselheiro/a como diretor/a espiritual tem a capacidade de reunir pessoas para viver uma vida comunitária visando à mútua satisfação de suas necessidades. Sobre como diagnosticar o problema de origem espiritual o autor orienta ao/a conselheiro/a a não ter receio de perguntar sobre questões espirituais ou sentimentais que tenham raízes no espírito como a culpa, o rancor e o medo da morte, por exemplo. Após diagnosticar uma questão de cunho espiritual deve-se conduzir a pessoa quebrantada a um momento de cura para que possa se sentir livre para crescer. Clinibell pontua dois níveis no processo do aconselhamento
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Níveis no processo do aconselhamento pastoral
Ajudar as pessoas a enfrentar seus problemas ou crises
Encorajar a examinar questões espirituais causadoras dos sintomas .
A partir da compreensão das causas fundantes dos problemas espirituais e sua seqüente cura é possível dar continuidade ao crescimento por novas portas que vão se abrindo a medida que a pessoa tem forças para enfrentar suas crises existenciais e encontra sentido para a vida. Baseado em sua experiência o autor acredita que a religiosidade pessoal de forma saudável pode incrementar a integralidade e a ausência de uma religiosidade ou uma religião patogênica pode diminuir a integralidade humana. Pensando nisso o autor enumera uma grande lista de Crenças, atitudes e práticas religiosas das pessoas com o objetivo do/a
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aconselhador ter subsídio para conhecer melhor a espiritualidade humana e diagnosticar práticas e crenças que produzem problemas emocionais ou espirituais. Segundo Albert Ellis ao se perceber um sistema de valores, crenças e atitudes bem como uma religiosidade destrutiva para integralidade humana é preciso conduzir a pessoa a uma mudança destas crenças patogênicas para outra religiosidade criativa e salugênica. Se a pessoa tem uma fé inibidora fica mais difícil trabalhar sua libertação. Isso é desenvolvido por Albert Ellis como uma terapia Racional-Emotiva (TER) com o objetivo de tratar os pensamentos irracionais inválidos corrigindo pela substituiço de crenças que sejam criativas e salugênicas. Contudo Clinibell destaca que este trabalho não é fácil por causa da dificuldade das pessoas em reconhecer e repensar seus valores e crenças. Um exemplo de aconselhamento é apresentado onde um paroquiano demonstra não acreditar em si mesmo e na soluço de seus problemas. Então o pastor numa sessão de aconselhamento confronta este sentimento de descrédito demonstrando-se empático ao paroquiano e conduzindo-o a se sentir aceito. Esse foi um caminho para a mudança. A partir da solicitude do pastor o paroquiano pôde absorver a fé que o pastor queria transmitir. Quanto ao uso de subsídios religiosos em poimênica e aconselhamento pastoral o autor chama atenção à importância de usar termos e figuras bíblico-teológicas, mas tomar cuidado porque podem ter significados diferentes dependendo da pessoa a ser aconselhada. É preciso tomar cuidado com imagens rígidas que geram culpa e legalismo para não bloquear o crescimento. Clinibell orienta o uso construtivo de subsídios religiosos da seguinte forma: 1) Conhecer a pessoa melhor para saber sua forma de entender a religião para saber o tipo de conteúdo que pode ser usado; 2) Perguntar se é significativo para a pessoa antes de fazer oração ou ler a Bíblia para não ser algo forçado; 3) Depois de usar um subsídio religioso perguntar qual foi a impressão da pessoa; 4) Usar com maior freqüência em aconselhamentos de apoio, crise, luto ou perda e menos vezes em caos de psicoterapia pastoral e aconselhamento orientado para insight; 5) Especialmente em pessoas dependentes usar subsídios que não diminuam o senso de iniciativa, força e responsabilidade; 6) Não usar subsídios de forma que reprima os sentimentos da pessoa e sim que se sinta aceita por Deus e possa expor seus sentimentos negativos;
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7) Ajudar a pessoa a enriquecer sua relação vertical com Deus sem substituir sua relação horizontal com o próximo; 8) Nunca usar termos ou subsídios religiosos de forma forçada, mas deixar fluir de acordo com a necessidade e oportunidade; 9) Deixar a pessoa participar, se quiser, orando, fazendo uma leitura ou meditação como uma forma de ensino e crescimento espiritual. O autor orienta a observar a formação de valores e crenças das pessoas e utilizar recursos religiosos de acordo com a necessidade e que a pessoa se sinta a vontade com isso. Caso seja uma pessoa de formação cristã é fácil perceber a utilidade de subsídios religiosos e se não for uma pessoa religiosa deve-se fazer isso aos poucos se a pessoa se abrir para isso. Tudo deve ser feito visando à libertação e o crescimento. A importância do uso da Bíblia no aconselhamento já foi citado no capítulo 3 e o autor deixa aqui algumas orientações de como utilizar a Bíblia de forma eficiente: 1- permite que a sabedoria bíblica informe o processo através dos insights bíblicos que acontecem durante a conversa; 2- palavras de consolo da Bíblia podem ser muito úteis para ajudar pessoas em situação de sofrimento para fortalecer e curar; 3- ajuda a diagnosticar problemas atr avés dos temas e histórias bíblicas principais que auxiliam a compreender pessoas no aconselhamento; 4- proporciona cur a e mudança de pensamentos patogênicos com um ensino adequado da verdade bíblica; 5- a Bíblia ensina o que é bom para manter uma vida espiritual saudável e produz crescimento na fé e nos relacionamentos da comunidade. Clinibell alerta quanto ao perigo do mau uso da Bíblia na poimênica e no aconselhamento pastoral muito difundido no meio de teologias fundamentalistas que utilizam imagens bíblicas para confrontação das pessoas culpando-as, diagnosticando seus problemas como conseqüência do =pecado‘ e não direcionando para a cura e crescimento. Esse método foi muito difundido por Jay Adams e posteriormente O. Hobart Mowrer que pregavam rejeição a toda ajuda de outras ciências pregando que apenas a Bíblia seria suficiente e o resto era chamado de puro humanismo num sentido pejorativo. Deste modo o autor depois de ensinar como utilizar a bíblia no aconselhamento e alertar sobre os riscos do mau uso da Bíblia ainda mostra três errosprincipais que devem ser evitados que são:
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1- O fundamentalismo impede de integrar a sabedoria bíblica com as ciências humanas e disciplinas psicoterápicas; 2- O legalismo faz que o/a conselheiro/a dê conselhos imediatos inibindo o crescimento e aumentando a dependência do aconselhando; 3- O biblicismo rígido impede as pessoas de descobrir a Bíblia como Palavra Viva de Deus que fala e transforma suas vidas. A oração também é um subsídio importante para a poimênica e o aconselhamento pastoral e tem três utilidades principais segundo o autor: 1) Preparação espiritual do/a próprio/a conselheiro/a para o aconselhamento; 2) Para intercessão em favor do/a aconselhando/a; 3) Pode ser ensinada ao/à aconselhando/a como forma pessoal de buscar sua cura e crescimento. Num mundo agitado e cheio de obrigações se torna cada vez mais difícil parar para pensar em Deus. E em meio a tanto materialismo é quase impossível crer no invisível. Por isso e outras coisas a oração é um grande desafio. Mesmo assim Clinibell acredita no valor e utilidade da oração para cura, libertação e crescimento em direção à integralidade humana porque a oração parte do centro da integralidade que é o espírito. O autor incentiva conselheiros/as a ter uma disciplina de oração além de orar com aconselhados/as e ensinálos a praticar a oração como forma de cura e crescimento. Uma ferramenta muito útil para a concentração é a prática da meditação que ajuda tanto na oração como na reflexão bíblica e principalmente a refletir sobre os próprios problemas espirituais e emocionais. O autor cita um exercício muito interessante para relaxamento e meditação que ajuda a usar a imaginação em prol da libertação de tudo que incomoda ao redor e concentrar no cerne da integralidade que é o espírito. A partir do momento que a pessoa tem consciência de si mesma e pode transcender suas crises com sua mente encontra forças pra crescer. Práticas como a leitura da Bíblia, oração, meditação e imaginação fortalecem o uso do lado direito do cérebro e podem ser muito úteis na poimênica. Também o uso das percepções feministas é muito importante para o crescimento espiritual. As mulheres por muito tempo foram inibidas de pensar e falar sendo consideradas como dependentes dos homens, mas hoje é possível perceber um enorme desenvolvimento como fruto da participação feminina na sociedade. Clinibell chama atenção para o cuidado com o machismo embasado no sistema patriarcal das famílias tradicionais, na cultura bíblica judaica e no massivo número de
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pastores homens diante da expressiva maioria feminina nas igrejas como forma de legitimar um autoritarismo masculino que inibe o crescimento. Para isso o autor recomenda a leitura de textos de teólogas e terapeutas femininas que podem ser formadoras de uma opinião mais aberta para a contribuição feminista atual. O/a pastor/a precisa também de subsídios espirituais para sua vida pessoal. Sua confiança pessoal, sua forma de crer, sentir e ver a vida e a morte influenciará diretamente no aconselhamento pastoral. Por causa disso o autor orienta a busca contínua de crescimento espiritual para o bom desenvolvimento da alma do/a pastor/a bem como de sua teologia viva e amaneira como lida com sua própria ansiedade e problemas existenciais. É preciso tomar muito cuidado com a imagem do/a pastor/a com um/a super herói/heroína. Deus usa o/a pastor/a muito além de sua capacidade ou condiçes espirituais, mas é importante que se prepare e cuide de si mesmo para estar bem podendo cuidar de outras vidas. Antes, durante e depois do aconselhamento é preciso orar e pedir ao grande Conselheiro que ajude e flua pela fragilidade humana através do Espírito potencializando cura, libertação e crescimento. Howard Clinibell aponta algumas terapias contemporâneas que têm sido uma esperança futurística no aconselhamento pastoral com respeito a questões espirituais: -perspectiva existencialista : enfatiza valores, criatividade, liberdade de escolha com responsabilidade, autenticidade, ansiedade existencial como fruto de culpa ou até de alegria, o ser e o sentido. Esse modelo de terapia é compatível com o pensamento hebraico-cristão da maioria das pessoas quanto à compreensão do ser humano como um ser singular e espiritual porque não é reducionista considerando a humanidade como um mecanismo apenas. -psicossíntese : é uma terapia rica em insights e métodos para o aconselhamento pastoral centrada no crescimento com orientação espiritual. A psicossíntese foi desenvolvida pelo psiquiatra italiano Roberto Assagiolo. No fim do capítulo mais um exercício de ensaio da realidade é recomendado com três tipos de situações-problema podendo ser representados pelo papel do/a paroquiano/a baseado em causas reais no meio do grupo: Primeiro - Sobre conflitos, dúvidas ou confusão de ordem religiosa; Segundo - Uma mulher que não se conforma com os termos masculinos para falar de Deus e quer saber se é aceita como mulher; Terceiro - Um homem de classe média está fraco na fé por causa de problemas de saúde e a esposa desanimada por causa de dívidas com medicamentos.
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Nos três casos representados o/a paroquiano/a procura o/a pastor/a que deve aconselhar baseado no conteúdo deste capítulo. Enquanto isso o observador ou monitor faz um feedback para enriquecer o conteúdo do grupo. Os papéis podem ser trocados para fazer o aconselhamento em três sessões. O capítulo termina com uma rica bibliografia indicada sobre aconselhamento espiritual.
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CONCLUSÃO
O texto estudado tem um conteúdo prático e relevante para a poimênica e o aconselhamento pastoral além de ser f ruto de experiência pastoral e conteúdo teóricoterapêutico profissional. O autor utiliza uma linguagem poética evangelical em conjunto com termos técnicos da psicoterapia pastoral dando o significado aplicado par a os termos apresentados. Certamente o autor é alguém que vive o que transmitiu porque o aconselhamento é apresentado de forma muito simples e prática, podendo ser exercido por qualquer pessoa que realmente deseje ajudar alguém. Contudo o uso de métodos pode ser ineficaz se não estiver preenchido da essência apresentada claramente que é a vida com Deus. Dentre as inúmeras contribuições da leitura para o ministério pastoral, posso destacar primeiramente a necessidade contínua de aprendizado e o não conformismo com as experiências passadas para estar aberto ao novo. Em segundo lugar, nunca perder de vista o caráter curador e potenciador do ministério. Em terceiro a valorização da vida humana de maneira integral e em particular das pessoas e seus corpos que têm sido alvo maior de crises. E em quarto lugar a busca constante de tornar a Igreja uma comunidade saudável para tratar
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vidas terapeuticamente e para isso como pastor também preciso estar bem tendo forças para levantar o meu próximo. A mensagem central do texto é que o sucesso do aconselhamento pastoral está ligado a poimênica vivida na igreja local e a dedicação pastoral em treinamento e experiência com aconselhamento. Para isso é importante muita leitura sobre o assunto, participar sempre que possível de treinamentos na área de terapia, formar grupos de ensaio da realidade e dedicar tempo para estar com as pessoas para aprender como trabalhar com elas em meio a seus relacionamentos. Aconselhar é um processo vivo que transmite vida para quem perdeu o sentido na vida. É preciso disposição para estar neste processo doando ou recebendo vida.
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