A VIDA DE PAULO DE TARSO

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A VIDA DE PAULO DE TARSO Para falarmos sobre, a vida do Apóstolo Paulo, vamos inicialmente, fazer a leitura do texto neotestamentário que se encontra II Tm 4.6-18. É muito importante entender, antes da leitura do texto bíblico que Paulo escreveu esta carta, da sua segunda prisão em Roma. Esta foi a última carta que Paulo escreveu. E esta segunda prisão, não era uma prisão como a primeira, em uma casa, uma prisão domiciliar, mas, ele estava numa masmorra. Escura úmida, fria e insalubre. De onde as pessoas saiam leprosas, ou para o martírio. Foi desta masmorra que Paulo escreve esta carta. A ultima carta. Este capítulo, é o último capítulo da carta. E os versos que destacamos, são os últimos versos deste capítulo. Consequentemente, vamos notar que, estas são as últimas palavras de Paulo antes de morrer. Portanto, vale a pena continuar esta leitura com bastante atenção. E ele diz assim: "...quanto a mim, já estou sendo oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé. Já agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor , reto juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos quantos amam a sua vinda. Procura ter comigo depressa, porque Demas tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, Tito para a Dalmacia. Somente Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério. Quanto a Tíquico, mandei-o até Éfeso. Alexandre o latoeiro, causou-me muitos males. O Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele porque resistiu fortemente às minhas palavras. Na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor, antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em conta. Mas o Senhor me assistiu, e me revestiu de forças, para que por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida e todos os gentios a ouvissem. E fui libertado da boca do leão. O Senhor me guardará de toda obra maligna. O Senhor me levará salvo, para o seu reino celestial. A Ele glória, pelos séculos dos séculos. Amém."

Vamos fazer menção a esta referência bíblica, somente na conclusão deste texto. O nosso propósito, é apresentar à você, o Apostolo Paulo. Quem foi este homem? Você e eu não temos dúvidas de que Paulo foi o maior pastor, o maior missionário, o maior evangelista, o maior teólogo e o maior plantador de igrejas da história do cristianismo. O homem que plantou igrejas na província da Galácia, da Macedônia, da Acaia, e da Asia menor. O homem que, a partir de Jerusalém, evangelizou judeus e gentios. Quem foi este homem? Este homem que morre pobre, velho, abandonado, cheio de cicatrizes, degolado em Roma. Mas, que é mais conhecido, e influenciou mais a história da humanidade do que todos os Cezares de Roma juntos. Quem foi este homem? Nós vamos apresenta-lo a você. Primeira verdade que temos dele está em Filipenses 3.5-6, onde somos informados que ele foi circuncidado ao oitavo dia. Da tibo de Benjamin. Da linhagem de Israel, hebreu, de Hebreus, quanto a Lei fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja. Ele era um judeu "puro sangue". Sabemos à luz de Atos 22.3, que ele nasceu em Tarso na Silícia, importante região do império. Consequentemente ele era um cidadão romano. Sabemos que ele foi enviado muito moço ainda para Jerusalém, a capital intelectual da teologia, para estudar aos pés do grande mestre Gamaliel, pra ser um rabino judaico. Esse Gamaliel era neto do grande e conhecido rabino Hileu, e, a Bíblia nos informa que, Saulo vai ser treinado pra ser um rabino. E à luz de Galatas 1.14, distinguiu dentre os da sua idade, tornando-se zeloso da tradição dos seus pais, e torna-se um grande líder. Um homem culto, poliglota, um homem de cultura enciclopédica, um homem que vai trafegar com muita liberdade pelos corredores do conhecimento humano. Tanto é verdade que, quando ele chega em Atenas, a capital intelectual do mundo, a terra de Aristóteles, Sócrates, Platão e Péricles, ele discute com os filósofos, estóicos e epicureus. Quando ele escreve a sua carta a Tito, ele cita Epimênedes, um filósofo do sexto século AC. Era um homem que tinha uma cultura invulgar.

Curiosamente, enquanto Saulo de Tarso se fortalece em Jerusalém como rabino, um outro rabino também crescia em Israel. Não na decantada Jerusalém, onde estavam os escribas, doutores da lei, os fariseus, os saduceus os sacerdotes, o sinédrio, mas, na pequena, pobre e esquecida Nazaré da Galileia. Não perlustrando os bancos de uma academia, mas com as mãos calejadas na urdidura de uma carpintaria. E esse rabino da Galileia, aos trinta anos de idade, vai ao Jordão, é batizado por João Batista, e da início ao seu ministério. Diz a Bíblia, que ele pregava, não como os escribas e fariseus, mas, como quem tinha autoridade. Pregava aos ouvidos e pregava aos olhos. Os cegos viam, os coxos andavam, os leprosos eram purificados, os mortos ressuscitavam.

As multidões o seguiam. Isso provoca inveja no sinédrio judaico e começam a vigia-lo, caça-lo, a persegui-lo. Prenderam-no. Acusaram-no. Levaram-no ao tribunal romano e Jesus é sentenciado a morte, para alívio do sinédrio judaico. Entretanto, três dias depois, uma notícia explode em Jerusalém, como que uma bomba no arraial do inimigo: o túmulo do rabi da Galileia está aberto! Aberto de dentro pra fora! Jesus ressuscitou! Nesse momento o sinédrio se perturba. Nesse momento os judeus se inquietam. E é nesse momento que Saulo de Tarso vai se levantar como líder da oposição ao cristianismo. E vai se levantar como o maior perseguidor da fé cristã.

O novo testamento, vai descreve-lo agora de duas maneiras, duas metáforas, duas figuras: a primeira figura é que o NT chama Saulo de Tarso de "uma fera selvagem". Esta é a figura que está em Atos 9.1. Ele vai para Damasco "respirando ameaças e morte" contra os discípulos. Esta expressão no grego trás a idéia de uma fera selvagem que salta sobre sua presa para destruí-la. Ele era uma fera selvagem. Senão vejamos: em I Tm 1.13, ele se definiu como insolente, blasfemo e como perseguidor. Em I Co 15.9, ele se definiu como o menor dos apóstolos porque ele perseguiu a igreja de Deus. No texto de Atos 8.3 diz que ele assolava a igreja e entrava nas casas e arrastava homens e mulheres os jogava na prisão. Ele não respeitava domicílio doméstico. Em Atos 9.21, somos informados, de que ele não apenas assolava, ele exterminava os discípulos de Cristo, em Jerusalém. E você sabe que exterminar, não é prender, não é bater, exterminat é matar. Saulo era um assassino. Um assassino em série. No texto de Gl 1.13, está registrado que ele devastava a igreja de Deus. Ele era uma fera selvagem. Vejamos ainda o que diz texto de Atos 22.4: Saulo perseguiu o Caminho. A religião do Caminho, até a morte. E agora sabemos que ele perseguia não apenas os crentes, perseguia também a religião dos crentes. Perseguiu o Caminho. Com furia mortal.

Está registrado em Atos 26.9, que ele entendia que devia fazer muitas coisas contra o nome de Jesus. E agora quero dizer que ele não perseguia apenas os crentes, a religião dos crentes, ele perseguia o Deus dos crentes. Ele perseguia Jesus. Atos 26.10, diz que ele encerrou, não alguns, não poucos, mas muitos dos santos, em prisões. E contra esses muitos santos, ele dava o seu voto quando os matavam. Às vezes nós pensamos que Saulo só mandou matar Estevão. Não é verdade. Ele mandou matar muitos dos santos na cidade de Jerusalém. Ele foi um homem sanguinário, ele foi uma fera selvagem. O texto que está em Atos 26.11 diz que não por algumas sinagógas, mas por todas as sinagógas, ele afligia os crentes, ele batia nos crentes forçando-os a blasfemar. E nós podemos compreender então, que ele não perseguia apenas físicamente. Ele perseguia também psicológicamente. Em outras palavras, ele entrava dentro de uma sinagóga e dizia: ou você nega Jesus ou eu te prendo, ou você nega Jesus ou eu te mato! Ele era uma fera selvagem.

Mas, o NT nos oferece um outro retrato deste homem. Saulo não era apenas uma fera selvagem. Ele era um "touro indomável". Esta figua está em Atos 26.14. Quando o próprio Jesus aparece para ele no caminho de Damasco dizendo assim: ..."Saulo! Saulo! Por que me persegues? Dura cousa te é recalcitrares contra os aguilhões." Quem foi criado no interior, na roça, entende muito bem essa figura. Para amansar um bezerro, um garrote ou um boi, usa-se

um intrumento chamado "aguilhão". Ás vezes nós pensamos que o espírito de Deus só começou a trabalhar em Saulo, no caminho de Damasco. Isso não é verdade. Toda vez que Saulo entrava numa casa e arrastava um homem ou mulher pra jogar na cadeia, toda vez que Saulo entrava numa sinagoga e batia nos crentes, levando-os à prisão obrigando-os a blasfemar, e esses crentes preferiam morrer a negar o nome de Jesus; e esses crentes ao invés de morrer blasfemando e murmurando, eles morriam glorificando a Deus. Era Deus ferroando a consciência desse touro bravo que não quer se amansado. Até o dia que esse touro bravo, vai pra Damasco respirando ameaças e morte, e de repente, o domador de touros bravos, joga esse touro bravo no chão, e grita dos céus: Saulo! Saulo! Por que me persegues! Dura cousa te é recalcitrares contra os aguilhões. Naquele momento, o toruro bravo está caído. O touro bravo está vencido. O touro bravo está subjugado. O maior perseguidor do cristianismo está convertido. Fecha-se aqui, o primeiro capítulo da sua vida. Abre-se um novo capítulo, a preparação se Saulo para o ministério. E você vai entender que este homem foi levado cego, diante da gloriosa visão que ele teve no caminho de Damasco, para cidade de Damasco. Na rua direita. Na casa de Judas. Ele fica tres dias alí, orando e jejuando. Quando o próprio Senhor aparece pra Ananias em Damasco, e diz: vai à cadsa de judas em Damasco, porque eu quero que ore por Saulo, imponhas as mãos sobre ele para que ele seja curado da cegueira.

Ananias responde para Deus assim em Atos 9.13: Senhor, mas eu tenho escutado de tanta gente, todos os males que este homem tem feito aos teus santos em Jerusalem! Mas Deus diz: vai, porque ele é para mim um vaso escolhido. Eu o enviarei pra longe, aos gentios, e eu lhe mostrarei o quanto importa sofrer pelo meu nome. Ananias foi, o chamou de irmão, Ananias impôs as mãos sobre ele, ele foi curado, ele recebeu o Espírito Santo e ele foi batizado. Vamos nos reportar ao texto de Atos 9.20. e ver o que aconteceu com ele, depois que ele foi curado, depois que ele foi revestido com o Espírito Santo, e depois que ele foi batizado. Logo depois ele passou a pregar nas sinagogas de Damasco, afirmando que Jesus é o filho de Deus. Veja o texto que está em Atos 9.22 que diz que Saulo mais e mais se fortalecia, confundindo os judeus, demonstrando que Jesus é o Cristo. E quero chamar a sua atenção para um detalhe: há alguma diferença entre o verso 20 e o 22? Preste atenção no texto.

No verso 20 ele afirma que Jesus é o filho de Deus. No verso 22 ele demonstra que Jesus é o Messias, o filho de Deus. Há uma diferença? Sim, há uma profunda diferença. No verso 20 a pregação é declaratória. No verso 22 ela é demonstrativa. E demonstrar é provar uma tese. Detalhada, meticulosa e exaustivamente.A grande pergunta é: quanto tempo se passou entre a pregação do verso 20, e a pregação descrita no verso 22 onde ele demonstrava que Jesus é o Messias? Atos não responde.

A resposta está em Gl. 1.15-17. Esse tempo foi de tres anos! Tres anos! Outra pergunta: onde Paulo estava nestes tres anos? E nós entendemos a luz de Galatas, que ele estava na arábia. Porque diz aí que, logo que ele teve a experiência em Damasco, ele não subiu para Jerusalém onde estavam os apostolos antes dele, nem consultou carne e sangue, mas aprouve ao Senhor revelar-se a ele e nele. Então ele partiu para a região da arábia, e depois de tres anos é que ele volta outra vez para Damasco e então sobe a Jerusalém. O que ele ficou fazendo na arábia? Foi nesse tempo, que o senhor Jesus se revelou a ele e nele. De tal maneira que o conteúdo teológico que Paulo ensina nas suas cartas, ele não o aprendeu aos pés de nenhum mestre humano, ele recebeu por revelação direta do senhor Jesus.

Na verdade ele fez um seminário intensivo com Jesus nestes tres anos. Se Jesus dedicara tres anos aos apostolos em Israel, agora, Jesus dedica tres anos a Paulo, na arábia. E nesses tres anos ele certamente releu o AT. E ele percebe uma coisa: que aquele Jesus que ele perseguira, de fato era o Messias. De fato era o Cristo. Convencido desta verdade nestes

tres anos, diz Gl.1 17-18, que ele volta outra vez para Damasco, e é nesta volta à Damasco que se encaixa o verso 22: ..."Saulo mais se fortalecia confundindo os Judeus demonstrando que Jesus é o Cristo."

O que acontece com ele? Os judeus resolvem mata-lo! E ele tem que fugir de Damasco. À noite, dentro de um cesto. Muralha abaixo, de forma humilhante. Segundo em Atos 9.26, ele sobe para Jerusalém. Gostaria de levantar aqui, uma tese. E eu preciso que fique bastante atento agora para que possas acompanhar o meu raciocínio. E a tese é esta: nós temos uma idéia que Saulo foi usado poderosamente por Deus, desde a sua conversão. Isso não é verdade. Saulo precisou aprender uma das grandes verdade da fé cristã, mais importante do seu ministério. Que verdade? A verdade da Nova Aliança. Verdade essa que ele vai ensinar mais tarde na sua segunda carta aos corintios a partir do capítulo 2 verso 14, quando ele diz assim: "...graças porém a Deus, que em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e por meio de nós manifesta a fragância do seu conhecimento tanto nos que são salvos quanto nos que se perdem, para uns cheiro de vida para a vida, para outros, cheiro de morte pra a morte, mas, quem porém é suficiente para essas cousas?" A pergunta fica no ar...II Co. 2.16. Quem é suficiente para uma vida dessas? Não tem resposta.

A resposta só vem no capítulo 3 versículo 5, quando ele diz "...a nossa suficiência ou capacidade vem de Deus." Isto é Nova Aliança, quando tudo depende de Deus. Velha Aliança é quando tudo depende de mim, nada depende de Deus. Lembra-se quando Moisés desceu do monte Sinai com as tábuas da Lei e o povo disse assim: tudo que o Senhor falou, nós faremos!

Fizeram mesmo? Claro que não. Faltou-lhes sinceridade...não??!! Faltou-lhes poder... faltou-lhes poder. Eu não consigo nada. Quando eu coloco "eu" na frente; eu vou conseguir, eu vou fazer, eu vou realizar, já está tudo fracassado porque eu estou partindo do presuposto da Velha aliança, onde tudo depende de mim. Na Nova Aliança, tudo depende de Deus. Nada depende de mim. A nossa suficiência vem de Deus.

Quando Saulo vai para Jerusalém, ainda está governado pela Velha Aliança, e, não pela Nova Aliança. Vou provar essa tese: a graça de Deus. Quando Saulo sobe para Jerusalém, ele sobe com algumas idéias na sua mente. Ele pensa o seguinte: eu vou ser o grande líder da igreja em Jerusalém. Eu tenho o melhor curriculum. Eu tenho o melhor perfil. Eu tenho o melhor cabedal para assumir a liderança da igreja em Jerusalém. E êle tinha razões para pensar assim. Sabe por que?

Primeiro, todos os apóstolos de Jesus, exceto Judas Iscariotes,

eram galileus.

Gente lá do norte, da Galiléia. E você sabe que em Jerusalém, os galileus eram recebidos com preconceito. Com reservas. Era gente de segunda categoria. É tanto verdade que, quando o pentecoste aconteceu, você lembra que o Espírito Santo foi derramado, o povo de Jerusalém chegou pra ver a cena, uns olharam e perguntaram: o que é isso que está acontecendo? Alguns disseram: não... são galileus... estão bêbados! Gentinha!

Segundo: todos os apóstolos de Jesus eram homens iletrados. Incultos. E Jerusalém era o local onde se reunia a liderança judaica intelectual. Os doutores da lei, os escribas, os fariseus, os saduceus os sacerdotes, o sinédrio. E Saulo pensou assim: esses homens incultos não vão conseguir alavancar a obra aqui nessa cidade tão preconceituosa tanto com gente da galiléia quanto com gente inculta.

Terceiro:ele conhecia Jerusalém. Ele estudou em Jerusalém. Criou-se em Jerusalém. Ele era talvêz um dos membros do sinédrio. Ele conhecia os intestinos do poder eclesiástico daquela cidade. Ele tinha transito livre nos corredores do poder daquela cidade. Eu tenho o melhor perfil, eu tenho o melhor curriculum, eu vou ser o líder. Sabe o que aconteceu com ele? Vejamos o texto de Atos 9.26: quando ele chega em Jerusalém, todos os discípulos, todos, não alguns, todos, não acreditaram que ele fosse discípulo de Jesus. Acharam que ele

estava blefando. Que ele estava sabotando a fé cristã, e bateram a porta da igreja na cara dele!

Primeira decepção: nem acolhido na igreja foi! Agora de uma olhada em Atos 9.27: Barnabé vai interferir, vai pegar Saulo, vai apresenta-lo aos apóstolos, vai contar sobre a visão que ele tivera no caminho de Damasco e agora então, Saulo recebe a acolhida da igreja. E imediatamente ele começa a trabalhar, começa a falar, começa a pregar, começa a discutir com os gregos helenistas, gregos que tinham nascido fora de Israel. E quando ele começa o seu trabalho, entusiasmado, os gregos helenistas dizem: vamos mata-lo! Aí os discípulos se reunem, ou seja, os membros da igreja se reunem e diz assim para ele: Saulo, você não pode ser o nosso pastor. Você tem de ir embora daqui.! ... Ser mandado embora de uma igreja não é fácil. Ainda mais sendo um pastor! Não é fácil. Sabe o que aconteceu? Ele não foi embora! Ele não foi embora! Mas não foram apenas os crentes, os membros da igreja de Jerusalém que não queriam que ele ficasse! Deus também mandou ele sair da igreja! Veja o que diz o texto em Atos 22.17: diz o texto que ele estava em Jerusalém, quando o próprio Deus apareceu para ele e diz: ..."vá embora de Jerusalém! Êles não vão te ouvir!... Ser mandado embora da igreja pela liderança ou pelos membros da igreja, é uma coisa! Mas, ser mandado embora da igreja pelo próprio Deus? Sabe o que ele fêz? Ele não foi embora! Não foi! Alias, ele começa a discutir com Deus! Ele começa a arrazoar com Deus! Veja o que está em Atos 22.18-19: ele diz, mas, Deus, eu persequi a igreja aqui em Jerusalém. Quando se matou Estevão, sua testemunha, eu estava presente. Consentia com a morte dele. E até guardei as vestes daqueles que o apedrejaram! Em outras palavras ele esta dizendo o seguinte para Deus: Deus, olha, o Senhor vai cometer um erro estratégico me tirando daqui! Eu sou o cara! Eu sou o homem! Eu sou o líder! Eu tenho o melhor perfil!Tenho o melhor curriculum! OSenhor não pode fazer isso! Só que Deus não mudou. Foi Saulo quem teve de mudar e mudar-se. E Deus diz: vai!! Sabe o que aconteceu? Êle não foi!! Não foi!

Voltemos ao texto de Atos 9.30: o texto diz que os discípulos se reuniram, levaram Saulo até Cezaréia, (veja que ele não foi, ... foi levado). Êle não saiu. Saíram com êle. Ele saiu de Jerusalém como Ló saiu de Sodoma: a reboque! E de Cezaréia mandaram para onde mesmo esse camarada? Para Tarso. E onde era Tarso? A cidade em que êle nasceu! A casa dele. Sabe o que Deus esta dizendo para esse cara que acha que é insubstituível? Deus esta dizendo: meu filho arruma as malas e volta para casa. Se você pensa que eu preciso de você, está enganado. Você é que precisa de mim. Você tem que aprender ainda o princípio da Nova Aliança: tudo depende de Deus, nada depende de mim! Sabe o que aconteceu? Ele ficou em Tarso em torno de dez anos, no anonimato! Longe do palco! Longe das luzes da ribalta! Longe dos holofotes! Veja. O pior não tinha acontecido ainda! Leia Atos 9-31: no dia em que Saulo arrumou as malas e foi embora da igreja, diz a bíblia que a igreja passou a ter paz e a crescer! Quer coisa pior para um pastor do que isso? Saber que quando ele vai embora da igreja todos os problemas se resolvem e a igreja explode em crescimento?

Deus estava trabalhando nesse homem, para depois trabalhar através desse homem. Deus estava mostrando a ele a necessidade de aprender o princípio da Nova Aliança: tudo depende de Deus, nada depende de mim! Muitos anos depois, explode um avivamento em Antioquia da Síria, e a igreja de Jerusalém manda para lá o seu melhor pastor: Barnabé. Ao chegar em Antioquia, Barnabé vê a graça de Deus prosperando, e, lembrou-se de Saulo, foi atrás dele em Tarso, e o buscou para trabalhar com êle em Antioquia durante um ano. Eles pregaram e ensinaram. Tendo eles pregado e ensinado, estando orando e jejuando, o Espirito Santo aparece e diz: agora separai- me a Barnabé e a Saulo para a obra que lhes tenho preparado. Preste atenção: não foi Saulo e Barnabé, foi Barnabé e Saulo.

Você já foi reserva alguma vez? Você já ficou na sombra de alguém alguma vêz, já andou debaixo do cajado de alguem alguma vêz?! Saulo não era o líder, ele era o liderado.

Deus ainda estava trabalhando nêle. Para depois trabalhar através dele. Então eles partiram. Barnabé, Saulo e o jovem João Marcos, primo de Barnabé, como um auxiliar dos dois, e eles então começam a obra missionária, e chegam na ilhe de Chipre, e vão à cidade de Pafos, e lá, o Governador, o pro-Consul Sergio Paulo, estava interessaado no evangelho, mas, o seu mago particular, Elimas, tenta impedir o governador Sergio Paulo de se converter, (porque se o pro-consul fosse convertido, ele perderia o seu emprego de mago particular). E como Saulo percebeu que Elimas estava tentando impedir Sergio Paulo de converter-se, cheio do Espirito Santo, olhou para ele e disse: ..." ó servo do diabo, até quando perverterá os retos caminhos de Deus? Pois ficarás cego. O mágico fica cego." O pró-consul se converte. O temor de Deus cai sobre a multidão presente. E diz a escritura que a partir de Pafos, Saulo deixa de usar o seu nome Judaico (Saulo) e passa a usar o seu nome romano (Paulo). E a partir dali, Paulo torna-se o maior líder do cristianismo. Poque já havia aprendido a verdade: tudo depende de Deus, nada depende de mim.

Eles estão entrando na região de Salamina, em Perge da Panfília, uma região alagadiça, pantanosa, lugar de muitas doenças endemicas na época, muito perigosa, quando, diz a Bíblia que Paulo fica doente. João Marcos, com medo volta para Jerusalém. Muito moço ainda, talvêz pensasse que missões fosse uma viagem de turismo, deve ter chegado à seguinte conclusão: não, eu sou jovem ainda, não vou entrar nessa não. Vou voltar a Jerusalém. E voltou. E diz Gl 4.14, que, por causa de uma enfermidade física foi que Paulo pregou pela primeira vêz o evangelho na região da galácia. Não sabemos que enfermidade era essa. Mas em II Co 12, Paulo diz que foi um espinho na sua carne. Mensageiro de satanás para esbofetea-lo. Enfermidade essa que ele orou tres vezes para que Deus a tirasse do seu corpo. E Deus não tirou. Ele disse: ..."não, não vou tirar não, a minha graça te basta! Meu poder vai se aperfeiçoar na sua fraqueza." (Teria sido uma doença que lhe afetou duramente a visão, e que segundo os estudiosos provocava fortes dores). Por isso, Gl. 4 diz que quando os crentes da galácia o receberam, tiveram tanta compaixão por ele que se possível, teriam arrancado os próprios olhos para dá-los à Paulo. E Paulo então, chega na província da galácia, aquelas regiões montanhosas, a mais de mil metros do nível do mar, e ele prega alí em Antioquía da Psídia, em Icônio, em Listra, ele prega em Derbe. Com lutas, com lágrimas, com sangue. A ponto de ser apedrejado em Listra e ter sido arrastado como morto. Mas por onde ele passa, ele deixa convertidos, ele deixa líderes estabelecidos, ele deixa igrejas plantadas. Ele está de volta agora, da primeira viagem missionária, Atos 14.27, quando ele retorna pra base, retorna para a igreja de Antioquia da Síria, para dar um relatório dessa primeira viagem missionária, tendo reunido os discípulos relatou a eles quantas coisas fizera Deus, e como Deus abrira a porta da fé para os gentios. Há espaço para tetemunhos na igreja. não há espaço para projeção humana na igreja. Relatarou, não quantas coisas fizeram eles, mas quantas coisas fizera Deus. Aprenderam a doutrina da Nova aliança. Quem faz a obra é Deus. Nós somos apenas os instrumentos. Potanto não cabe qualquer aplauso ao homem, qualquer glória ao homem, qualquer tributo ao homem, pois toda a glória pertence a Deus.

Agora, quando Deus faz a obra o inimigo também se incomoda muito. Não há obra de Deus sem oposição. Não há. E logo em seguida Atos 15.1, começa o problema. Porque quando Paulo chega com Barnabé em Antioquia da Síria, e dá esse relatório, a notícia de que os gentios estavam se convertendo, chega em Jerusalém. Por causa disso alguns membros da seita dos fariseus, descem de Jerusalém e começam a dizer para os crentes gentios: ..."se vocês não se circuncidarem, não podem ser salvos. Atos 15.5. Se vocês não guardarem a lei de Moisés, vocês não podem ser salvos." Isso é um problema muito sério! Porque aqui, estão alterando, modificando o evangelho. Estão dizendo que só a fé em Cristo não é suficiente para alcançar a salvação. Que a salvação é uma somatória de fé mais obras. Isso não é o evangelho. O evangelho mostra que a salvação é exclusivamente pela graça de Deus mediante a fé. Ef. 2.8. Não é o que faço para Deus. É o que Deus fez por mim em Cristo.

O que aconteceu? Reuniram-se os apóstolos e os presbíteros em Jerusalém, para discutir a matéria. Nesse concílio falaram, Pedro, Paulo, Barnabé, Tiago irmão de Jesus, que era o presidente desse concílio, e toma as decisões junto com aqueles irmãos. Ao final declara: ..."pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não impor aos gentios, nehuma exigência para salvação, além da fé em Cristo. Agora, recomendamos que tomem cuidado com alguns aspectos culturais do judaísmo para não criar barreiras para o evangelho." Decisão tomada. Decisão escrita. Decisão enviada às igrejas. Agora está tudo em paz. Vamos voltar para a segunda obra missionária. Atos 15.37-41. Agora, é Paulo quem chega para Barnabé e diz: vamos nos preparar para a segunda viagem missionária? Barnabé diz: vamos sim Paulo. Só um detalhe, eu quero levar de volta conosco o meu primo João Marcos. Ele está querendo ir também e eu quero investir na vida dele. Paulo endureceu e disse: comigo esse moço não vai. Eu não acho justo levarmos aquele que nos abandonou desde lá de trás, em Perge da Panfília. Comigo esse moço não vai. Eu não o quero na minha presença. Eu não o aceito na minha companhia. Ele não vai comigo. E diz a Bíblia que houve tal desavença entre Paulo e Barnabé, que os dois não puderam andar juntos mais.

Consequência: Barnabé, tomou seu primo Marcos e foi pra Chipre. Paulo tomou Silas, um dos membros da igreja de Jerusalém, que viera trazer o relatório para as igrejas e partiram, encomendados pela graça de Deus para outra região. Líderes crentes não deveriam brigar. Mas às vezes brigam. Líderes não deveriam ter desavenças uns com os outros. Mas, às vezes têm. Mas até quando os líderes têm desavenças, eles não podem frustrar os projetos de Deus. Agora em vez de uma caravana missionária... tem duas! O projeto missionário de Deus vai passar pelo relato de Paulo e Silas. Quero lembrar que, de Antioquia, Paulo escreve a sua primeira carta aos Gálatas. Exatamente para condenar a atidude daqueles judaizantes que estavam querendo trazer a igreja de Cristo de volta pro judaísmo. De volta para a lei. Tem inicio a segunda viagem missionária. Eles querem entrar na Ásia e Deus diz: não, não é para a Ásia que vocês vão e os impedem de entrar na Ásia. E nesse momento Paulo escuta um varão macedônio dizendo: passa à Macedônia e ajuda-nos. E eles entram na Europa. Na Macedônia. Vou destacar um fato muito importante aqui. Deus orienta o rumo missionário da igreja. Mas quem escolhe os melhores métodos somos nós. Você vai notar, que Paulo só vai se fixar em cidades estratégicas. Filipos era colônia romana. Tessalônica era capital da Macedônia. Bereia era importante cidade da Macedônia, Atenas era a capital intelectual do mundo. Corinto, era capital da Acaia. Diz-se, ou traduz-se por Grécia. O que nos aprendemos com ele? Agora. Nesse momento. Vamos plantar uma igreja? Vamos. Em que cidade? Vamos comprar um terreno para construir um templo? Em que bairro? Em que rua? Que terreno vamos comprar? Porque às vezes, a igreja vai comprar um lote numa cidade mais difícil, mais escondida, de mais difícil acesso.. vai comprar o pior terreno do bairro, na rua mais escondida do bairro... vai plantar uma igreja lá que vai ficar 20 anos como uma congregação!!! Paulo está dizendo que devemos ser estratégicos ao plantarmos igrejas. Em locais estratégicos. Para que essas igrejas estratégicas, possam influenciar a micro região à sua volta. Agora, o fato de você fazer a obra de Deus, do jeito de Deus, com os melhores métodos, não significa que você vai ter vida fácil. Porque Paulo foi preso e açoitado em Filipos, foi escorraçado de Tessalônica, foi enxotado de Bereia, foi chamado de tagarela em Atenas e Paulo foi chamado de impostor em Corinto. De Corinto, ele escreve as suas duas cartas à igreja de Tessalônica.

E agora, na terceira viagem ele volta e vai ficar tres anos em Éfeso, a capital da Ásia menor. Era uma cidade cosmopolita com mais de duzentos mil habitantes. Lá, ficava o templo da deusa Diana. Um belíssimo palácio de marmore branco. Era oito vezes maior do que Parthenon de Atenas. Os nichos da deusa Diana, que eram miniaturas do templo, eram vendidos à rodo na cidade, e aquecia o comércio de Éfeso. Nos tres anos que passou ali, Paulo desarticulou a idolatria da cidade, desarticulou a feitiçaria da cidade, onde, as pessoas

queimavam os seus ídolos em praça pública. Milhões de reais hoje, foram perdidos por causa do evangelho. Milhões de livros foram queimados pelos convertidos em praça pública que se desvencilhavam das coisas dos anos de idolatria. E a palavra de Deus prevalece em Éfeso e a partir de Éfeso, Paulo influencia toda a Ásia menor, plantando as igrejas que hoje nós conhecemos como as sete igrejas do Apocalipse, ou as sete igrejas da Ásia menor. De Éfeso ele escreve as suas duas cartas à igreja de Corinto.

Agora, saindo de Éfeso, rumo a Jerusalém, porque ele havia firmado um compromisso Gl 2.10,de ir para os gentios, mas não se esquecer dos pobres. E, agora ele está levantando uma oferta para os pobres da Judeia. Atos 18-2, Cláudio imperador romano, expulsou os judeus de roma, e agora Paulo está levando uma oferta para os crentes da Judeia. Quando ele está caminhando, ele pára na Acaia, sobretudo em Corinto, fica por ali durante três meses, e escreve sua carta mais importante, dali, a carta aos Romanos. E nesta carta ele pede oração para a igreja de Roma, para a viagem que faria a Jerusalém e o pedido era duplo: primeiro, que ele não fosse morto pelos rebeldes judeus, segundo, que os judeus recebessem de bom grado a oferta que ela estava levando doada pelos gentios. Paulo queria que a igreja fosse abençoada, com coisas materiais, porque havia abençoado a igreja gentílica com verdades espirituais. E Paulo estava interessado não apenas em suportar aqueles irmãos financeiramente, mas, também costurar a unidade espiritual da igreja. Pois bem, Paulo está de viagem. No meio da viagem ele chega, depois de algumas viagens regionais, ao porto de Mileto, manda chamar os presbíteros de Éfeso, Atos 20.22 e diz assim: "...meus irmãos o Espirito Santo me assegura, que de cidade em cidade, o que me espera daqui pra frente, são cadeias e tribulações. Mas em nada eu considero a vida preciosa para mim mesmo, conquanto que eu complete a minha carreira e o ministério que eu recebi do Senhor Jesus para testemunhar da graça de Deus."

Ele embarca em Mileto, vai desembarcar em regiões costeiras por ali, até chegar em Cesareia, e dali, vai desembarcar em Jerusalém. Ele entrega a oferta, é recebido pela igreja e depois ele é preso. Os judeus entram em conspiração para mata-lo. Paulo testemunha para a multidão em Jerusalém, para o sinédrio, que quer mata-lo, quarenta judeus entram em conspiração para mata-lo,... quando Deus aparece para ele Atos 23.11, lá na fortaleza d' Antônia, na prisão, e diz assim, "...coragem Paulo, porque assim como você deu testemunho de mim em Jerusalém, eu quero que você dê testemunho também em Roma." A orquestração contra Paulo é descoberta, o sobrinho de Paulo, comunica Paulo, que comunica ao centurião, o centurião comunica ao comandante, o comandante, naquela mesma noite, usa quatrocentos e setenta soldados para tirar Paulo de Jerusalém e leva-lo até Cesareia, quartel general de Roma, onde estava o governador Felix. E Paulo fica preso ali dois anos sendo acusado pelos judeus, que até contratam um advogado chama Terto, para acusar Paulo. Paulo se defende.

Na troca de governo de Félix para Festo, este, sobre para Jerusalém, conversa com sinédrio, que tenta corromper o governador, para que mandasse Paulo para Jerusalém, para ser julgado, porque queriam mata-lo na estrada, caminho de Jerusalém. Ao perceber que estavam tramando, mais uma vez para mata-lo, Paulo diz: ..."eu sou cidadão Romano. Quero ser julgado diante de Cesar. Quero ser julgado em Roma". O Governador diz: então te mandarei para ser julgado em Roma.

No dia

em que Paulo tomou o navio para Roma, porque Deus o queria lá,

ele enfrenta um naufrágio, você pode entender isso? Tinha naquele navio 276 presos. Chegou um momento de pânico de desespero tal que, depois de jogar toda a carga do navio fora, o desanimo tomou conta de todos e disseram: nós vamos morrer! Nesse momento, o Anjo de Deus apareceu para Paulo e disse: ..."coragem Paulo, ninguém vai morrer. Eu entreguei toda essa gente nas suas mãos mas, vocês vão ter que chegar a uma ilha.' Quando o dia amanheceu, eles avistaram a ilhA de malta. O navio se despedaça todo, mas, todos os

prisioneiros e tripulação se salvam e os malteses os receberam. Eles estavam molhados, sentindo muito frio, e montaram uma grande fogueira num lugar aberto, pra aquece-los, e, o único que quis manter a fogueira acesa foi Paulo, que foi catar alguns gravetos pra colocar na fogueira e quando ele pega os gravetos e joga na fogueira, do fogo brota uma víbora e prende na mão de Paulo. Aquela cobra, tinha 276 outras opções para morder. Foi morder logo na mão de Paulo.

E quando os bárbaros viram aquela cobra na mão de Paulo, eles gritaram imediatamente: é um assassino, tendo se livrado do mar a justiça não o deixa sobreviver! Vai cair, vai inchar... vai morrer! Não, caiu, não inchou, não morreu! Mudaram de opinião e disseram: é um deus! Não. Não era um assassino nem um deus. Era um servo do Deus Altíssimo. Na verdade não foi a tempestade que levou Paulo para a ilha de malta. Foi a mão da providência divina. O pai do prefeito estava doente. E Paulo, orou por ele e ele foi curado. Os demais enfermos vieram até Paulo que orou por eles e todos foram curados. E agora os bárbaros que não falavam grego e os malteses, mandaram Paulo para Roma com todas as suas necessidades supridas.

Ele chega em Roma preso. Algemado. Fica dois anos preso. E é desta prisão que ele vai escrever, Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon. E na sua carta aos Filipenses 112, ele diz assim: "... meus irmãos, eu quero cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram, têm antes contribuído para o progresso do evangelho. Eu não sou prisioneiro de Cesar. Eu sou prisioneiro de Cristo. Eu sou embaixador em cadeias". Esse homem entende uma coisa: quem dirige a vida dele é Deus. E se você pudesse entrevista-lo e perguntar-lhe: que coisas Paulo, aconteceram com você que contribuíram para o progresso do evangelho? Que coisas são essas? Ele te responderia: olha, eu fui perseguido em Damasco, eu fui rejeitado em Jerusalém, fui esquecido em Tarso, eu fui apedrejado em Listra, fui preso e açoitado em Filipos, fui escorraçado de Tessalônica, fui enxotado de Beréia, fui chamado de tagarela em Atenas, fui chamado de impostor em Corinto, enfrentei feras em Éfeso, eu fui preso em Jerusalém, eu fui acusado em Cesaréia, eu enfrentei um naufrágio na viagem para Roma, eu fui picado por uma cobra em Malta, eu cheguei em Roma preso e algemado, mas eu quero que todos saibam que as coisas que me aconteceram, tenho-as como contribuição para o progresso do evangelho de Jesus Cristo.

Esse homem não crê em acaso. Esse homem não crê em sorte, não crê em azar, esse homem não tem medo de olho gordo, esse homem não crê em feitiçaria, não tem medo de sexta-feira 13... esse homem sabe, que Deus dirige o destino de sua vida. Por que ele estava preso? Ele compartilha em Filipenses 1: a igreja foi mais encorajada a pregar. A igreja se levantou por causa da prisão de Paulo, para orar, pregar, com motivações, algumas erradas, a bem da verdade, uns por inveja, outros por porfia, outros por ciumes, mas o que importa é que o evangelho está sendo pregado. Quem prega com a motivação errada, vai prestar contas a Deus!! É claro que Paulo não está elogiando quem está pregando heresia. Quem está pregando heresia, deve se calar. Mas se está pregando o evangelho, ainda que a motivação não seja boa, que me importa dizer! Porque Paulo estava preso, diz ele: ..."evangelizei toda a guarda pretoriana bem como os demais". Era a guarda pessoal do imperador! Era a "tropa de elite" do império! Eram 16 mil soldados que tinham trânsito livre nos corredores do palácio. Era gente que tinha influência política no império!

E durante dois anos,

em três turnos por dia, dois solados ladeando Paulo... e

Paulo lhes falava das maravilhas que Deus fizera a favor dele. Depois de dois anos a guarda pretoriana estava toda evangelizada! É por isso que em Filipenses 4-22, Paulo diz assim: "... os santos vos saúdam, especialmente os da casa de Cesar! Nero não sabia, mas Deus o havia constituído, em presidente das missões estrangeiras do império!!

Quando as pessoas pensam que estão destruindo a igreja... estão a promove-la! A igreja de Deus é indestrutível. Porque Paulo estava preso, não podia visitar as igrejas, então ele o fazia, escrevendo à elas. Começou a escrever cartas... se ele não estivesse preso, talvez não teríamos essa jóias preciosas em nossa vida. Talvez você pense: meu Deus, a minha vida está de ponta cabeça... meu Deus, eu não estou entendendo! Eu quero ir para direta mas estou indo para esquerda! Eu quero ir para frente, estou indo para trás. Eu quero ir para cima, estou indo para baixo. O que está acontecendo comigo? Pare! Acalme-se! A mão de Deus dirige o seu destino.

Na primeira prisão Paulo pediu pra sair, orou pra sair, e saiu! Mas não saiu pra se aposentar. Não saiu para vestir um pijama. Não saiu para deitar em uma cadeira de balanço. Ele saiu para visitar as igrejas. Ele deixou Timóteo em Éfeso, deixou Tito na ilha de Creta, foi até Nicópolis, talvez tenha ido até a Espanha. Nesse período ele escreve mais duas cartas: sua carta a Tito e sua primeira carta a Timóteo. Agora chamo sua atenção para uma coisa! A política do mundo está mudando. Chega o ano 64 DC. Paulo está solto, e Nero, o imperador, está no trono. Só que este homem é louco. E este homem põe fogo na cidade de Roma. Sobe ao alto da torre de Mecena, e, vestido de ator, tangendo uma lira, assistindo ao espetáculo de Roma sendo lambida pelas chamas... sete noites e seis dias de incêndio. Quando as chamas apagaram, dos 14 bairros de Roma, 10 haviam sido totalmente destruídos. Apenas quatro bairros restaram. Desses, dois, deles eram densamente povoados por judeus e cristãos. Nero encontro um bom álibi para por a culpa do incêndio nos cristãos.

Começa uma perseguição brutal e sangrenta. Os crentes são presos, amarrados em postes e queimados vivos! Para iluminar as noites de Roma. Eram enrolados em peles de animais e jogados nas arenas para os cães morderem, para os touros pisarem e os leões esfaimados da Líbia devorarem! Banho se sangue! Neste tempo, Paulo está solto e procurado como o maior líder do cristianismo , até o dia em que ele foi capturado outra vez. Talvez em Trôade, na casa de Carpo. Não houve tempo nem para pegar seus objetos pessoais. E agora, é jogado em uma masmorra. Fria, úmida, escura, insalubre, na chegada do inverno. Lugar de onde as pessoas só saiam leprosas, ou para o martírio. Pois é desta masmorra, que Paulo vai escrever sua última carta. A II Carta a Timóteo. A pergunta é: como é que Paulo se sente? Já velho, todo cheio de cicatrizes, abandonado, pobre, dentro de uma prisão e sabendo que vai morrer?! Eu fico imaginando que se Paulo fosse examinado à luz da "teologia da prosperidade" ele seria um fracasso! Um fracasso! Depois de tudo... como é que ele se sente!! Vamos ver? Primeiro ele faz uma avaliação do seu passado. II Tm 4.6-18. Vamos ver o que diz o verso 7: ..."combati o bom combate, completei a carreia e guardei a fé." Todos os verbos, estão no passado. Ele diz, "a minha vida não foi de amenidades... foi um combate! E eu não abandonei a carreira no meio do caminho não! Eu completei minha carreira. E eu não negociei a verdade não. Eu não prostituí meu ministério por causa de lucro não. Eu guardei a fé." Agora ele vai fazer uma avaliação do seu presente, olhe o verso 6... "quanto a min, estou sendo oferecido por libação e o tempo da minha partida é chegado.Paulo esta dizendo o seguinte: "não é Roma que vai me matar não! Eu que vou me entregar! E eu não vou me entregar para Roma não! Vou me entregar como oferta ao Senhor."

Ele usa uma linguagem eufêmica, aí para a morte. Ele não diz a hora da minha morte é chegada. Ele diz: ..."o tempo da minha partida". A palavra partida, no grego, tem três significados. Primeiro, significa tirar o fardo das costas de alguém. Sabe o que é morrer para um crente? Ap 14.13 diz: ..."é descansar das suas fadigas" Segundo, significa desamarrar um bote, para que ele atravesse para o outro lado do rio. Sabe o que é morrer para um crente? É atravessar o rio e fazer a ultima viagem desta vida rumo à pátria celestial. Terceiro, significa afrouxar as estacas de uma barraca, levantar acampamento e ir para a sua casa permanente,

sua morada eterna. Sabe o que é morrer para um crente? É ir para a casa do Pai. Paulo não está com medo de morrer, porque "ele sabe em quem tem crido" e sabe para onde está indo. Terceiro lugar, ele vai fazer uma avaliação do seu futuro. Veja o verso 8: ..."já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia, e, não apenas a mim mas, a tantos quantos amam a sua vinda". Paulo está dizendo: eu não estou indo para a decapitação, eu não estou indo para a espada, eu não estou indo para a sepultura, eu não estou indo para um túmulo gelado, eu estou indo para a presença do Pai. Eu estou indo para a presença daquele que vai me coroar com a coroa da justiça. Ele está dizendo o seguinte: não me importa se Roma vai me considerar culpado e réu de morte. O que me importa é que Jesus, o reto Juiz, onde, diante de quem, eu, e todos vão comparecer, já me justificou e me declarou sem culpa e reservou para mim a coroa da justiça. Louvado seja Deus.

Mas, esse homem, não é um super-homem! Nem tampouco um super crente! Ele é humano. Ele tem emoções. E ele não tem vergonha de compartilha-las conosco, ainda que nos portais da morte! E ele vai mostrar para nós os dramas que ele está enfrentando naquela masmorra. O primeiro drama que ele está enfrentando, é o drama da solidão.Veja o verso 9: ..."procura vir ter comigo depressa.". veja o que diz o verso 21: ..."venha meu filho, venha depressa... venha antes do inverno"... Olhe o verso 11: ..."quando você vir Timóteo, traz contigo Marcos, poque ele me é útil para o ministério." Ah! Como eu gosto deste verso! Você se lembra de Atos 15.37-41, quando ele diz para Barnabé: ..."eu não acho justo levarmos este moço conosco,... comigo ele não vai,... eu não o quero na minha presença,... ele não serve para andar comigo". Pois, agora, Paulo, antes de morrer, está dizendo: eu quero esse menino do meu lado... eu quero esse menino encostando a cabeça no meu peito. Eu preciso dele. Ele é útil para mim. Paulo está nos ensinando que nunca é tarde para curar nossos relacionamentos quebrados. Ele nos ensina que precisamos aprender a lidar com o perdão. Para reconhecermos os nossos erros. Voltarmos atrás nas nossas palavras e atitudes.

Em segundo lugar,

ele está dizendo que enfrentou o drama do

abandono. Olhe o verso 10:. "Demas, tendo amado o presente século, me abandonou." Não é fácil lidar com abandono. Sobretudo no final da vida. É quando você mais precisa de um ombro amigo, você percebe que aqueles que estiveram com você, não estão mais. Alguem já disse que, amigo, é aquele que chega quando todos já foram embora! Na hora que mais Paulo precisava de Demas, ele o abandonou. Alias, Demas, só aparece três vezes no NT. A primeira delas é quando ele é chamado de cooperador. A segunda vez, só aparece o nome dele. A terceira vez, ele amou o presente século e abandonou Paulo. Gente que começa bem. Gente que para. Gente que retrocede.

Em terceiro lugar, Paulo está enfrentando aqui, o drama da traição. Dê uma olhada no verso 14: "...Alexandre o latoeiro, causou-me muitos males. O Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras." Os estudiosos afirmam que foi Alexandre o latoeiro quem delatou Paulo culminando na sua segunda prisão e no seu consequente martírio. Gente que apunha-la pelas costas! Gente que puxa o tapete. Gente que torce contra o patrimônio. Gente que se alegra com o seu sofrimento. Não é fácil lidar com isso. Sobretudo quando você investiu a sua vida na vida dessa pessoa. No vesro 15, Paulo diz que não foi apenas oposição a ele, mas à mensagem que ele pregava. ..."Tu Timóteo, guarda-te também dele, pois, resistiu fortemente a minha mensagem". Alexandre perseguiu fortemente o mensageiro e a mensagem.

Em quarto lugar, Paulo lida com o drama das privações. O verso 13 vai dizer: ...quando você vier meu filho traz a capa que deixei em Trôade na casa de Carpo e não se esqueça dos livros, especialmente os pergaminhos. Paulo está enfrentando aqui três privações. Primeira provação, é a emocional. Paulo está precisando ver gente. Gente precisa de Deus. Mas, gente precisa de gente. A segunda é uma privação mental. Ele precisava ler. ..."traga os meus livros. Os pergaminhos". O que me impressiona é que Paulo sabe que vai

morrer e ainda quer estudar! Tem gente que passa a vida inteira sem estudar nada! Sem ler! A terceira privação, é física. Ele esta sentindo frio. O inverno está chegando. E dentro de uma masmorra é mais frio do que fora! Em Roma, no inverno, a temperatura chega a atingir graus negativos. Abaixo de zero! E você sabe que gente mais velha sente mais frio. E ele diz em Filemon, que ele era velho. E ele diz: ..."meu filho, não se esqueça da minha capa, porque eu posso morrer de frio antes de morrer degolado. Portando quando você vier, traz a minha capa". O que me impressiona, é que o maior pastor, o maior missionário, o maior teólogo, o maior plantador de igrejas da história do cristianismo, não tinha aposentadoria. Não tinha casa para morar, não tinha carro para andar, não tinha roupas para vestir, não tinha sequer uma capa surrada para cobrir o seu corpo na hora do inverno!

Quantas vezes, você e eu reclamamos, murmuramos, tendo casa para morar, tendo cama para dormir, tendo roupas para vestir, tendo comida sobre a mesa... Em quinto lugar, ele relata para nós, talvez o maior drama, o drama da ingratidão. Ele diz no verso 16: "...na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor, antes,todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em conta." Eu fico pensando, Paulo indo para aquela audiência, imaginando que haveria uma multidão de crentes para defende-lo! Havia plantado igrejas na Ásia, Galácia... e quando ele chega para a audiência... não tem ninguém! Ninguém!...

Você investe a sua vida, você se entrega, você abençoa... e na hora de receber um gesto de carinho... você não encontra! Esse homem fecha as cortinas de sua vida colhendo ingratidão! Mas, preste atenção no verso 17: ..."mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças para que por meu intermédio a pregação fosse plenamente cumprida e todos os gentios a ouvissem, e fui libertado da boca do leão. O Senhor me guardará de toda obra maligna e me levará a salvo para o seu reino celestial.! Pode faltar a você o apoio dos homens, mas, não lhe faltará o apoio de Deus.

E para terminar... o que vou dizer agora não está no texto... talvez seja fruto da minha imaginação... mas, pelo que já li até hoje sobre este fim de Paulo, eu vejo esta cena! Ela está vívida na minha memória. Houve um dia em que um carcereiro de Roma, homem rude e insensível, naquela masmorra suja, úmida, fétida, insalubre, recebe na mesa um pedaço de "papel", de couro, contendo o nome de um prisioneiro que devia ser executado naquele dia. Eu vejo esse homem pegando um pesado molho de chaves com uma mão, e na outra uma tocha de fogo, com passadas pesadas e largas, ele percorre um longo e escuro e frio corredor, abre uma pesada porta de ferro, entra naquela masmorra escura, com aquela tocha de fogo na mão gritando: prisioneiro Paulo!...Prisioneiro Paulo!... Prisioneiro Paulo!... E lá do fundo da masmorra o velho responde: "Sou eu. Eu estou aqui". Foi algemado... acorrentado... retirado daquela masmorra e levado para o patíbulo... e o carcereiro lhe pergunta: quer dizer algumas palavras antes de morrer? Ele diz:"eu quero". Talvez o carcereiro pensasse que ele fosse blasfemar, reclamar, clamar por misericórdia, que ele fosse mostrar a sua mágoa, a sua revolta, a sua dor... e Paulo ergue os olhos aos céus e diz: "ao Senhor Jesus, seja a glória pelos séculos dos séculos, amém". Colocou a cabeça no cepo, e a espada de Roma tosou-lhe a cabeça. Cabeça pra um lado... corpo para o outro. Tombou na terra como mártir. Foi recebido no céu como um príncipe. É este homem que diz para você e para mim: ..."sede meus imitadores, como eu sou de Cristo." Que Deus nos ajude a viver este cristianismo. Sólido. Puro. Vivo. Maiúsculo. Superlativo.Para a glória do Senhor.
A VIDA DE PAULO DE TARSO

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