Análise de redações exemplares | ENEM + Vestibulares

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Análise de redações exemplares Tema 1 (Enem) A humanização do atendimento médico em discussão no Brasil

AÇÃO 2

O filme “Patch Adams - O amor é contagioso” retrata a história de um médico, interpretado por Robin Williams, que utiliza uma técnica diferenciada em seus pacientes, ao tratá-los de forma atenciosa e divertida. Porém, diferentemente do que ocorre no cinema, no Brasil, o atendimento hospitalar não ocorre de maneira humanizada na maioria dos centros de saúde. Nesse sentido, é importante analisar essa problemática a partir da falta de verbas D1 suficientes ao setor e da mecanização do trabalho. D2 Em primeira análise, observa-se que o hospital público é exorbitantemente sucateado CONSEQ. no país. Isso ocorre pois o governo não investe suficientemente na área de saúde, tornando D1 = CAUSA (TÓP. FRASAL) as unidades básicas de atendimento carentes de recursos, como médicos, aparelhos de exame e remédios. Dessa forma, os pacientes, ao procurarem atendimento, deparam-se com CONSEQ. filas grandes e listas de espera, além de consultas cada vez mais rápidas, o que pode piorar o grau de sua enfermidade. Por consequência, o SUS deixa de respeitar a sua teórica REPERTÓRIO acessibilidade, e a democratização dos direitos básicos dos cidadãos torna-se uma utopia. CAUSA/EXPLIAlém disso, é fato que a objetificação dos seres humanos é um fenômeno causado CAÇÃO DA CAUSA pelas alterações nas relações sociais na pós-modernidade. Segundo o sociólogo Frederic Jameson, os indivíduos, em meio ao bombardeamento de tecnologias e informações advindas da Revolução Técnico-científica, se tornaram extremamente individualistas e D2 = CAUSA DO apáticos, situação denominada “esmaecimento dos afetos”. Sob esse prisma, a formação PROBLEMA + CONSEQ. DA acadêmica dos profissionais de saúde, muitas vezes, foca apenas a cura das doenças e CAUSA (TÓP. FRASAL) ignora a sensibilidade, o que, futuramente, causa a coisificação dos pacientes. Dessa CONSEQ. maneira, o tratamento oferecido à população é desumanizado, confirmando o ideal do + USO PRODUTIVO D1 estudioso e afastando o bem-estar social da população brasileira Evidencia-se, portanto, que a insuficiência de recursos básicos nos hospitais públicos D2 e a falta de sensibilidade por parte dos profissionais são impasses para um tratamento AGENTE médico adequado. Para alterar esse cenário, é necessário que o Ministério da Saúde, por MEIO/MODO AÇÃO meio de um maior investimento no setor, reforme as unidades do SUS, a fim de oferecer uma EFEITO DA AÇÃO maior qualidade aos pacientes, como pela contratação de mais médicos e a maior DET. OU DO MEIO AGENTE 2 distribuição de remédios. Ademais, é necessário que psicólogos especializados viabilizem palestras nos hospitais para os trabalhadores desses locais, apresentando alternativas de EFEITO 2 atendimento mais humanizado, visando confortar a população.DET.Assim, em um futuro DO EFEITO 2 próximo, o panorama brasileiro será verossímil ao filme do palhaço Patch Adams. Tema 2 (Enem) A literatura de cordel como elemento de construção de identidade no Brasil Essencialmente brasileira, a literatura de cordel sempre significou bem mais do que poemas vendidos em cordas; ela protagoniza aqueles que sempre foram marginalizados na história do país: os nordestinos. Apesar do grande valor cultural, essa tradição não é valorizada dentro do território nacional, favorecendo a destruição de uma identidade popular única. Nesse sentido, a era da globalização e a mínima divulgação dessa arte tornaram-se D1 D2 ameaças à sobrevivência desse patrimônio. D1 = CAUSA (TÓPICO FRASAL) Em primeira análise, cabe apontar que a universalização da cultura, com o advento dos meios de comunicação, enfraquece as produções nacionais. Isso ocorre, pois, assim como o Brasil importa tecnologia dos países centrais por serem mais desenvolvidos, consome-se, também, uma quantidade ilimitada de filmes, séries e livros estrangeiros, os quais são considerados superiores. Dessa forma, as próprias obras da nação perdem investimentos e começam a ser descartáveis para o povo, o que torna culturas como o

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EXPLICAÇÃO/ CAUSA DA CAUSA

CONSEQ.

CONSEQ. DA CONSEQ.

DET. DO EFEITO

cordel, por exemplo, impopulares. Assim, essa literatura desaparece enquanto perde espaço na vida dos brasileiros. D2 = CAUSA (TÓPICO FRASAL) É importante destacar, além disso, que a escassez de informações acerca dos poemas nordestinos acentua o cenário de desvalorização. Essa realidade vem se intensificando nas EXPLICAÇÃO/ CAUSA DA CAUSA últimas décadas, visto que as escolas não mais apresentam tal arte para os alunos, que crescem sem saber o que é um cordel. Ademais, as antigas gerações, que têm lembranças EXPLICAÇÃO/ CAUSA DA CAUSA dessas tradições ou apenas ouviram falar, no campo acadêmico, vão desaparecendo com o tempo, deixando para trás essas recordações. Dessa maneira, a sociedade perde pouco a CONSEQ. pouco sua identidade proveniente de tais obras, visto que elas não conseguiram resistir à passagem do tempo. Portanto, é evidente queAGENTE. a literatura de cordel não recebe a valorização que deveria, e AÇÃO. isso precisa mudar. Logo, cabe à mídia representar melhor essa cultura, buscando maior EFEITO conhecimento da nação sobre suas próprias obras. Isso pode ser feito por meio da utilização MEIO/MODO. DO MEIO + da temática em minisséries e novelas, como foi feito em “Cordel Encantado”, na Rede Globo, DET. REPERTÓRIO visando popularizar e valorizar essa arte no país. Assim, o Brasil fortalecerá sua identidade nacional, ao compreender o grande valor histórico-cultural por trás dos cordões e barbantes - ou cordéis, como são conhecidos em Portugal. REPERTÓRIO Tema 3 (Enem) Os problemas relacionados à doação de sangue no Brasil Recentemente canonizada pelo Papa Francisco, Madre Teresa de Calcutá pode ser apontada como uma das maiores defensoras do altruísmo e da caridade. Todavia, apesar de fundamentais para uma vida social próspera e harmoniosa, tais valores, não raro, são esquecidos no atual contexto brasileiro, como reflete a pouco expressiva doação de sangue. Vale, assim, analisar a relevância dessa prática para o funcionamento do sistema público de saúde nacional, bem como para a promoção de uma cultura de solidariedade entre os cidadãos. Em primeira instância, convém destacar a intrínseca relação existente entre os inúmeros procedimentos médicos e cirúrgicos realizados por dia no Brasil e os bancos de armazenamento de sangue. Uma vez que os hospitais municipais, estaduais e federais são diretamente dependentes dos hemocentros, é possível afirmar que essas instituições se articulam por meio de uma solidariedade orgânica. Esse conceito, formulado pelo sociólogo Émile Durkheim, refere-se a um modelo de coesão social pautado na dependência e na complementaridade, por meio das quais os envolvidos auxiliam uns aos outros. Dessa forma, faz-se notório o papel da coleta de sangue e, por conseguinte, da doação enquanto pilares básicos para que a estrutura de saúde pública nacional mantenha sua plena atuação. Além disso, cabe atentar-se para a contribuição da prática do voluntariado para o desenvolvimento de uma cosmovisão empática e altruísta, tanto a nível pessoal quanto coletivo. No entanto, em virtude do fortalecimento do individualismo e do egoísmo enquanto tendências comportamentais intensificadas pela competitividade própria do mundo moderno, tornam-se mais escassos os momentos destinados a ajudar o próximo. Tal situação é abordada pelo sociólogo Zygmunt Bauman, ao retratar a efemeridade e superficialidade dos laços interpessoais, fragilizados ao longo do final do século XX e início do século XXI. Assim, uma vez que os problemas alheios são cada vez mais encarados com um olhar de indiferença, a doação de sangue perde espaço no mundo contemporâneo. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de construção de uma postura social mais empática e humana, que rompa com a insensibilidade típica da modernidade líquida de Bauman. Logo, as escolas e as universidade públicas, responsáveis pela formação do pensamento crítico, devem incentivar a doação de sangue entre seus alunos, por meio de palestras e aulas de campo nos hemocentros, no Ensino Médio, além de trotes solidários, no ambiente acadêmico. Por conseguinte, será possível disseminar a solidariedade entre os jovens, que se engajarão de fato com a causa social em questão. 2

Tema 4 (Enem) Exposição exagerada no ambiente virtual O episódio “Queda livre”, da série televisiva Black Mirror, tem como principal REPERTÓRIO discussão a divulgação excessiva da vida nas redes. A rotina dos personagens envolve alcançar pontuações altas em um sistema de curtidas pelo celular, a fim de garantir direitos básicos - como o de entrar em um prédio ou participar de um grupo de amigos. Hoje, o debate, apesar de não tão distópico, está próximo dos seus problemas: mergulhados em um contexto de exposição exagerada, os indivíduos parecem caminhar rumo à virtualização total do eu. Nesse sentido, a necessidade de engajamento torna-se o principal catalisador desse hábito, o que abre espaço para a difusão de crimes na internet. D2 Pode-se destacar, em primeira análise, que a exibição excessiva é característica básica do mundo de hoje. Isso porque, uma vez que as redes sociais ganharam dedicação total na CAUSAS vida do indivíduo, compartilhar dados - principalmente privativos - e dizer “no que você está DA CAUSA pensando?”, frase-chave de publicações no Facebook, tornou-se prática diária. Consequentemente, com a popularização dessa exposição, principalmente por famosos, o D1 = CAUSA (TÓP. FRASAL) homem médio sente-se obrigado a expor sua rotina - muitas vezes, por meio de fotos exageradamente pessoais ou até informações sigilosas. Tal prática transforma o ambiente virtual em uma espécie de “aldeia global”, termo cunhado pelo comunicador Marshall REPERTÓRIO McLuhan que define os meios de comunicação como ferramentas que expandem a intimidade e a proximidade entre as pessoas, já que ali vê-se qualquer coisa no menor tempo possível. Há, porém, consequências graves dessa divulgação ilimitada. A mais relevante é a D2 = CAUSA (TÓP. FRASAL) possibilidade de surgirem, no meio virtual, crimes a partir da utilização dos dados e informações rotineiras. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman afirma que, na vida em comunidade, é necessário que o indivíduo encontre um equilíbrio entre as noções de REPERTÓRIO segurança e liberdade - a fim de viver da melhor forma possível. Entretanto, em um cenário de exposição exagerada, o internauta parece abrir mão da sua privacidade ao mostrar USO PROD. livremente sua vida - o que abre espaço para casos de pedofilia, roubo de dados financeiros e divulgação criminosa de imagens íntimas, como foi o caso do surfista Gabriel Medina, em EXEMPLO 2019, que teve vídeos seus, em momentos de intimidade, vazados na internet. É evidente, portanto, que a exposição exagerada é prejudicial ao usuário e deve ser EFEITO revista. A fim de reduzir essa dedicação excessiva ao compartilhamento de dados, cabe ao AGENTE Ministério da Educação, em parceria com escolas públicas e privadas, elaborar palestras e debates sobre os perigos dessa prática. Isso pode ocorrer por meio de convites a psicólogos e profissionais ligados às tecnologias da educação, que levem aos alunos exemplos básicos de crimes virtuais gerados dessa divulgação sem filtros - como o caso da atriz Carolina Dieckmann. Assim, será possível evitar, no futuro, que a distopia de Black Mirror seja realidade no mundo. Tema 5 (PUC/FGV) A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Conscientização do catártico No quadro “Os Retirantes, de Cândido Portinari, está retratada a trajetória de uma família que busca melhores condições de vida. De forma crítica, a pintura utiliza o óleo sobre a tela de maneira extremamente sensível: os abutres no céu e os indivíduos esboçados sem cor com feições esqueléticas explicitam a precariedade de suas vidas sertanejas. Diante dessa análise, a arte se reafirma sob a mimes da vida. Quando uma obra artística chega ao público, há reflexão, pois mesmo em seu sentido mais abstrato, a arte gera comoção. Tendo como alvo o ser humano, o objeto artístico desempenha a catarse. Para Aristóteles, essa descarga emocional está ligada à purificação da alma, por meio de um 3

D1

AÇÃO MEIO/MODO

DET. DO MEIO

choque ou trauma. Assim sendo, avaliar uma obra — em qualquer formato que lhe for dado — é agir involuntariamente com criatividade. Mesmo condenada ao fracasso ou à barbárie, o simples ato de rotulação de uma obra já faz com que ela cumpra seu papel na sociedade. O pop-art, por exemplo, estigmatizado como a arte alienadora surgiu justamente para argumentar com o consumo em massa estabelecido pelo American Way Of Life. A Escola Modernista brasileira também evidencia a importância artística na construção da memória cultural-afetiva no plano social. Com Macunaíma, Mário de Andrade desconstrói a ilusão do indígena como um bom-selvagem e remete, inclusive, a falta de caráter do primeiro herói brasileiro. Graciliano Ramos, em Vidas Secas, retrata a história miserável de uma família de retirantes nordestinos com a cachorra Baleia — mais humana que seus donos —, reflexo da realidade de milhares de famílias no país, que esquece suas sub-regiões e mazelas. Torna-se evidente, portanto, que ao menor sinal artístico se constrói criticidade. As habilidades de comoção e empatia provocadas pela arte desmascaram a realidade dos seres humanos. Por vezes, o reflexo visto diante das obras chamam atenção não só para o problema contestado, mas sim para o maior de todos: vidas que não observam outras vidas. Vidas que, docilizadas pela própria realidade, observam “Os Retirantes” e leem “Vidas Secas”, sem perceberam sua escassez. Vidas secas diante da mímese que desconhecem. Tema 6 (PUC/FGV) O que leva pessoas, em condições semelhantes às de Fabiano, a se considerarem inferiores às demais? Mudança “A primeira condição para transformar a realidade é conhecê-la”. A emblemática frase de Eduardo Galeano enquadra perfeitamente o panorama de não reconhecimento do indivíduo com ele mesmo, tendo em vista que as muitas adversidades que as pessoas marginalizadas vivem em seu cotidiano promovem a latente falta de perspectiva de mudança em sua vida de sofrimento e privações, o que influencia diretamente na forma como se enxergam. Fabiano, em “Vidas Secas”, é um exemplo dessa situação, uma vez que se considera inferior em várias partes da obra, o que demonstra a sua relevância para o tempo presente. Defendemos, assim, que a invisibilidade social e a vida árdua de milhares de indivíduos possuem parte ativa nesse sentimento de inferioridade em seus aspectos mais subjetivos. Acreditamos que esse cenário de inferiorização da importância humana vai além de um processo sociológico, é um projeto de classes dominantes. Ao relacionarmos a maneira como a pessoa se enxerga e o projeto governamental, fica nítido o interesse das autoridades em manter esse sentimento negativo acerca de si nos sertanejos, visto que essa postura passiva do indivíduo é extremamente benéfica para a manutenção do controle da sociedade, o que leva à negligência quase total, principalmente, no sertão. Esse descaso dos governantes reflete diretamente nos aspectos psicológicos e emocionais do ser, posto que, se o Estado e a maioria da população os consideram invisíveis, por que se considerariam o contrário? Dessa forma, milhares de fabianos espalhados pelo Brasil, por uma constante falta de importância social, reafirmam sua inferioridade e se submetem a situações desumanas por acreditarem que essa é a única via de sobrevivência, havendo a degradação daquilo que mais prezamos constitucionalmente: a dignidade humana. Além desse mecanismo de opressão, outro fator que influencia nessa visão negativa acerca de si mesmo é a vida de miséria vivida por muitos. Isso porque as experiências e traumas presenciados por esses viventes embrutece seus sentimentos e os tornam menos emotivos, já que sentir de forma intensa diante de uma realidade árida, na qual os pés sofrem rachaduras e a boca sente sede, é sinônimo de sofrimento extremo. Tal fato, relacionado à falta de um senso crítico mais apurado e de autoconhecimento – não por escolha, mas por 4

falta de oportunidade –, dificulta o desenvolvimento de um olhar mais empático sobre si, o que faz com que se sintam mais como animais que como seres humanos. Assim, tem-se a desconstrução da famosa frase de Euclides da Cunha de que “o sertanejo, antes de tudo, é um forte”, visto que essas pessoas se enxergam, antes de tudo, fracas e inferiores por viverem à margem da sociedade. Afirmamos, portanto, que a inferioridade presente na subjetividade de cada um desses fabianos, sinhas vitórias, meninos mais velhos e mais novos é fruto da não importância social que lhes é concedida e do cenário de privações do espinhaço do sertão. Desse modo, faz-se indubitavelmente relevante promover uma mudança efetiva nesse panorama, ou essas pessoas continuarão submetidas à exclusão, à degradação e à miséria presente desde sempre, não só no sertão, como também em todo o Brasil. Tema 7 (PUC/FGV) O que leva pessoas, em condições semelhantes às de Fabiano, a se considerarem inferiores às demais? Cidadãos ou apenas números? Graciliano Ramos, em sua obra “Vidas Secas”, retrata a difícil e árdua realidade da família de Fabiano, que vive no sertão nordestino e sente na pele como é ser tratado de forma desigual, sem acesso às condições mínimas de sobrevivência. Contemporaneamente, é notório que muitos cidadãos brasileiros enfrentam situações similares à de Fabiano, na medida em que também são tratados como bichos, vivendo à margem da sociedade. Com efeito, cabe analisar que a compactuação do corpo social e a ineficiência estatal contribuem para a ascensão do número de indivíduos que se consideram inferiores, uma vez que são tratados como tal. A conivência da sociedade corrobora ativamente para o agravamento da problemática. A gênese desse fato decorre do individualismo endêmico recebido como herança do período colonial, no qual práticas opressoras com grupos considerados inferiores – negros, índios, homossexuais, entre outros – eram cotidianas, o que propiciou um expressivo cenário de aculturação das camadas sociais menos favorecidas, que passaram a aceitar a sua realidade como um fato quase que imutável, visto que historicamente seus ancestrais também viviam em condições análogas e eram utilizados apenas como mão de obra barata. Sob essa ótica, a perspectiva de Fabiano acerca do futuro de seus filhos era de que eles também estavam destinados à vida miserável e peregrina em busca de sobrevivência, contudo sinhá Vitória o repreende imediatamente, enxergando como esperança a ida para à cidade grande. Outra causa a ser evidenciada é a negligência das instâncias públicas em prover direitos sociais. Isso ocorre porque o Poder Público, dentro da lógica neoliberal, prioriza pautas que sustentam e garantem a manutenção dos interesses do grande capital, visto que somente por meio dessa postura os representantes políticos conseguirão perpetuar-se no poder, o que gera como consequência a violação de garantias fundamentais previstas na Constituição Federal, como o direito à saúde, à dignidade, à igualdade e principalmente o direito à vida. O fisiologismo governamental tem nos levado a refletir sobre um grande paradoxo: de que forma o Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de produtos agropecuários do mundo, consegue disputar a liderança no ranking da pobreza e da desigualdade social? Portanto, a incompetência do Poder Público e a compactuação do corpo social fomentam o lastimável quadro de inferiorizarão de milhares de brasileiros. Nesse sentido, torna-se indubitavelmente necessário o rompimento dessas práticas tóxicas e nocivas ao coletivo nacional, oriundas não só do Estado, como também de pessoas que naturalizam e reproduzem o passado histórico, visando ao convívio harmônico, ético e justo a todos os seres humanos. 5

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