B.B. Hamel - Barone Crime Family 4 - Packing Heat (rev) R&A

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Sinopse Eles querem me matar, mas ele quer me derrubar. De qualquer maneira eu estou ferrada. Eu estava escrevendo a história mais importante da minha vida, mas a máfia descobriu. E agora estou totalmente fodida. Rafa Allegri é um bastardo arrogante, impetuoso e perigoso. Ele também é um assassino da Família Barone Crime. Rafa deveria me matar, mas ele tem outros planos. Com seu corpo duro e musculoso e olhares quentes, eu simplesmente não posso dizer não. Ele me leva a um beco atrás do bar e me faz sentir coisas que nunca imaginei. Ele não me machucará, mas não trairá a máfia também. É quando ele sugere algo insano, algo tão maluco que mal consigo acreditar. O bastardo quer me engravidar. Rafa diz que impedirá a máfia de vir atrás de mim. Ele diz que é a única maneira de me proteger, mas estou preocupada que ele só quer tomar meu corpo de novo e de novo.

Eu não posso dizer não. Se eu fizer isso, a máfia vai me matar, e ele é o único tentando me proteger. Mas o pior de tudo parte de mim quer que ele faça isso...

Prólogo Cassidy Boas garotas não vão atrás de mafiosos. Não vão a um bar da máfia, e definitivamente não flertam com caras malvados. Boas meninas não vão para casa com homens estranhos. Talvez eu não fosse boa. Sempre achei que fosse. Cresci em Ohio, tive uma infância normal e nunca me meti em confusão. Tornei-me uma jornalista porque queria ajudar o mundo. Estava trabalhando duro em uma história e pensei que pudesse ajudar a desvendar o tráfico de seres humanos e talvez salvar muitas vidas. Em vez disso, eu o encontrei. Arrogante, alto e tão lindo, imediatamente senti medo do quanto queria que ele me arrastasse para um canto escuro e nunca me deixasse ir. Esse era o tipo de homem que ele era. Era mais provável que me pegasse e arrastasse do que sorrisse e educadamente dissesse “oi”. Eu estava com medo dele, mas havia algo mais sob esse medo que me fez sentar ao seu lado e pedir uma bebida. Era somente uma bebida, disse a mim mesma. Estava pesquisando uma história, tentando descobrir sobre tráfico de pessoas em Chicago.

Só que uma bebida se transformou em muito mais. Nunca

esqueceria

seus

olhos

enquanto

ele

me

pressionou contra a parede atrás do bar. Nunca esqueceria suas palavras. — Você será minha essa noite, se ainda não sabe. E você implorará por isso. Aquele acontecesse.

bastardo Eu

arrogante.

deveria

agir

Nunca

como

quis

uma

que

isso

jornalista,

e

jornalistas não deveriam se envolver com seus investigados. Eu deveria estar bem. Mas, quando ele apareceu, acabei sendo má. Muito, muito má. Aqueles olhos verdes brilhantes. Um sorriso que me fez ficar com tanta raiva que mal conseguia respirar. Uma boca suja que varreu toda aquela raiva e me deixou em uma poça babando no chão. A cidade estava cheia de escuridão e luz. Pensei que estava trabalhando para a luz, e ele estava firmemente no escuro. Mas nada era tão simples. Em uma cidade como Chicago, haviam mais coisas escondidas, coisas que não eram fáceis de enfiar em caixas. Ele era assim, um pequeno jogo distorcido, envolvido em um corpo incrivelmente lindo. Pensei que odiava jogos. Ele me fez perceber que não sabia nada sobre mim ou sobre o mundo. Seu sorriso sujo e arrogante de novo em exibição.

— Vamos lá, garota, pare de fingir. Deixe-me te ensinar uma coisa ou duas. Mordi meu lábio e desviei o olhar. Eu não deixaria ele me ter. — É tarde demais para isso. Leve o que quiser. Não queria estar no lugar entre as trevas e a luz. Mas, talvez, apenas talvez, se fosse lá com ele, veria mais. Voltaria com uma história e finalmente descobriria quem eu era. Ou talvez ele me arruinasse completamente.

Capítulo Um Cassidy Eu me sentia como um espião em um filme. Bem, um espião muito ruim. Puxei a bainha do meu vestido, enquanto caminhava lentamente através do bar lotado. Senti os olhos passando por todo meu corpo. Não conheço ninguém aqui, e ninguém me conhece, o que era perigoso. Estava no meio de um ninho de vespas, atrás das linhas inimigas e estava totalmente exposta. Claro, esse era o plano. Estava usando meu vestido mais sexy, queria chamar a atenção, pensei em tudo, sobre planos de emergências, até trouxe um spray de pimenta na minha pequena bolsa. O

que

provavelmente

era

idiota.

Enquanto

eu

nervosamente me sentava no bar, percebi que o spray de pimenta não ia fazer nada contra esses homens. — O que posso pegar para você? — Perguntou o barman. — Hm, vinho branco? Ele assentiu e se afastou. Nervosamente olhei meu telefone e então respirei fundo.

Precisava me recompor. Havia um trabalho a ser feito. Cruzei as pernas e peguei a taça do barman, sorrindo para ele. Ele assentiu e me deixou tomando um gole. Somente uma bebida. Ia sentar e ouvir, talvez falar com alguém, se eles falassem comigo, e então iria embora. Eu não ia me expor mais do que o necessário. Estive trabalhando nessa história por tanto tempo que estava começando a me esquecer de como era ter uma vida fora dela. Minha família, amigos e colegas de trabalho, eu não era apenas uma jornalista disfarçada tentando resolver o problema do tráfico de pessoas em Chicago. Ok, talvez eu não consiga resolver. Talvez eu pudesse pelo menos esclarecer alguma coisa, escrever sobre os principais responsáveis, obter algum apoio público para a causa. Isso seria bom suficiente. Senti que estava chegando perto. Já entrevistei dezenas de pessoas, mas o verdadeiro avanço veio há um mês quando conheci Dasha. Ela era intensa. Alta e bonita, Dasha foi uma escrava sexual. Ela me contou a história de como foi tirada de sua aldeia, quando estava com apenas dezesseis anos, e dois anos mais tarde acabou viciada em heroína e trabalhando em um bordel da cidade. Ela me disse para onde olhar. Ela me disse para tentar esse bar.

Era um bar da máfia, ela disse. Todo mundo lá seria mafioso ou relacionado aos negócios. Ela disse que precisava ser cuidadosa. Eu estava sendo cuidadosa. Bebi minha bebida e escutei, mas as conversas à minha volta eram todas muito comuns – esportes, ações, negócios – as mesmas coisas chatas de sempre. Os homens eram barulhentos e alguns pareciam atentos, mas era muito difícil de dizer. Quando comecei a investigação, não sabia nada sobre a máfia,

mas

agora

sentia

que

estivava

intimamente

familiarizada com a família Barone. Não conhecia todos os membros, mas sabia que eram os principais. Arturo Barone era o líder e um homem horrível. Lucas Barone, seu filho, era um dos líderes em ascensão. Havia outros homens, como Vincent Mori e Gian, chefes, por direito. Mas, por mais próxima que me sentisse da máfia, havia enormes lacunas no meu conhecimento. Enquanto olhava ao redor, percebi que não reconheci um único rosto nesse mar de rostos, o que provavelmente era ruim. Deveria conhecer pelo menos uma pessoa. Eu devia ser uma especialista nesse tipo de coisa, e ainda não conhecia ninguém e estava sentada no bar da máfia. De repente senti alguém se sentar ao meu lado. Olhei discretamente e voltei para a minha bebida, fiz isso mais duas vezes. Ele sorriu para mim. Olhos verdes, rosto bonito e deliciosos lábios. Ele era alto, facilmente mais que um metro

e oitenta e coberto de músculos. As mangas estavam arregaçadas, revelando tatuagens intricadas. — Está olhando ao redor como se estivesse perdida — Ele observou. — Não estou perdida. Ele encolheu os ombros. — Bom. Aqui não é o tipo de lugar que você quer se perder. — Por que diz isso? Ele fez um gesto para o barman e pediu um uísque. — Há muitos homens maus aqui. Mas, acho que você já sabia disso. — Não sei o que dizer. Ele acenou para mim. — Esse vestido, o jeito que você está sentada sozinha, olhando ao redor. Procurando por homens maus? — Não sei — respondi. Ele sorriu novamente quando chegou seu uísque e o bebeu. — Qual é o seu nome? — Jessica — Menti usando o nome que havia escolhido com antecedência. — Jessica, eu sou Rafa. — Muito prazer.

— Não acho que seja um prazer me conhecer. Você ainda não me conhece, garota. — Você é um homem mau, Rafa? — Pergunto me aproximando dele. Ele ri. — Depende do que você acha que é ruim. — O que você acha que é ruim? — Acho que você é um peixe fora d’água e isso me interessa — Ele se inclina em minha direção — Você será minha essa noite e ainda não sabe. Pisco surpresa. Vindo de qualquer outro homem seria totalmente ofensivo, mas por algum motivo, Rafa somente afirmou. Não podia explicar. Quando ele disse isso, acreditei nele. E isso me assustou. Rapidamente tomei um gole para cobrir o meu embaraço. Ele riu e bebeu novamente seu uísque. —

Não

seja

tão

tímida,

garota.

Você

veio

aqui

procurando por problemas. Decidi que irei lhe dar um gostinho. — Não quero problemas. Somente vim para beber. — Ok, uma bebida — Ele assentiu para meu copo — Beba. — Estou bem agora. Ele riu e pediu outro uísque.

— O que você faz, Jessica? —

Trabalho

com

relações

públicas



respondo

mentindo novamente. — Qual empresa iria contratar uma garota como você para fazer relações públicas? — O que isso significa? — Olhe para você. Vestido curto, pernas perfeitas, olhos que gritam sexo, sentada em um bar rodeada por homens perigosos, porra. Você é problema, já posso sentir isso. — Você gosta de problemas? — Pergunto. — Sim eu gosto — ele responde sorrindo — Mas, não tenho certeza se você realmente sabe com quem está jogando. Ele toma sua bebida outra vez, e fico impressionada com a maneira que riu novamente, no fundo da sala, dois homens se levantam e começam a discutir em voz alta. Rafa se virou para ver a comoção. Percebi que a maioria das pessoas estavam olhando para eles, observando suas vozes cada vez mais altas. Não conseguia entender o que estavam discutindo, mas tive a sensação de que era um negócio que deu errado. Toda a atmosfera mudou na sala. Uma parte da multidão se inclinando em seus lugares. Senti de repente como se estivesse cercada por um bando de lobos famintos, e eles estavam prestes a atacar. Estava com medo. Rafa se levantou.

— Venha — Ele me chamou. — O quê? — Perguntei. Ele pegou minha mão me puxando do meu lugar. — Vamos sair. Ele começou a andar e largou minha mão. Eu olhei para a porta da frente. Poderia ter me virado e saído de lá. Eu poderia ter saído para a noite e apenas continuar andando. Eu poderia não ter olhado para trás, não seguir Rafa, o bonito estranho. Em vez disso, olhei para suas atraentes costas se movendo através da sala e corri para alcançá-lo. Atravessamos a multidão, em direção aos banheiros. Ele abriu uma porta não numerada e entramos em uma sala de armazenamento.

Havia

caixas

e

prateleiras

cheias

de

alimentos, especiarias e bebidas por todo o lado. Atrás, havia outra porta. Ele andou diretamente em direção a ela e a abriu. Saímos no beco atrás do bar. — Estava ficando quente lá dentro — Ele falou. — Sobre o que eles estavam discutindo? — A mesma coisa que sempre discutem, negócios. — Que tipo de negócios? Ele vem na minha direção. Pressiona-me até que minhas costas encostam na porta. Não havia nenhuma maçaneta no

lado de fora. Podia sentir o frio do metal contra as minhas pernas. — Você faz muitas perguntas. Estou cansado de perguntas — Ele para perto de mim e meu coração acelera no meu peito. — O que estamos fazendo aqui? — Pensei que você gostaria de tomar um pouco de ar fresco — Ele sorri e sabia que deveria fugir, mas estava congelada. Eram seus olhos. Zombeteiros e intensos, não consegui desviar meu olhar deles. Percebi que estava inclinada mais perto dele, em direção ao seu corpo, quase como se tivesse algum tipo de gravidade me atraindo. Queria tocar seus músculos, sentir a dureza de seus braços e rastrear as tatuagens ao longo de sua pele. Queria tocar seus lábios. Ah, meu Deus, percebo. Queria tocar seus lábios. — Obrigada. — Não me agradeça ainda. Se você quiser, posso lhe dar algo para me agradecer. — Talvez eu deva ir. Seus

lábios

passam

no

meu

pescoço.

Fiquei

completamente imóvel. — Talvez. Aposto que você quer fugir. Mas, não está se movendo, certo? — Não.

— Porquê? — Não sei. — Eu sei. É porque você quer saber o que sentiria. — Como o assim? E então ele me beijou. Passei muito tempo estudando sobre ética jornalística. Sabia que se beijasse alguém que poderia ser um assunto na minha história eu estaria atravessando a linha ética e não poderia voltar atrás. Isso não me impediu. Beijei-o de volta, envolvendo meus braços em seu pescoço e o puxando contra mim. Ele esmagou os lábios contra os meus, beijando-me forte, pressionando meu corpo contra a porta de metal. Eu queria que Rafa empurrasse com força quando suas mãos agarraram meus quadris, puxando-me contra ele. Nossas línguas dançaram uma com a outra, e amei seu gosto, suas mãos fortes, amei como me agarrou e me tomou. Percebi que estava toda molhada e totalmente fora de mim. O beijo pareceu durar para sempre. Até que senti a porta atrás de mim começar a abrir e tropecei para frente. Rafa me puxou contra ele dando um passo atrás. A porta abriu e um homem ficou ali, olhando para nós. — Aí está você. Ernesto nos quer. — O que ele quer?

— O chefe disse que temos que ir para um lugar — Ele olha para mim. Ele era mais forte, com cabelos e olhos escuros — Quem é a garota? — Que tal não se preocupar com isso. Sim? O cara encolheu os ombros. — Tanto faz. Movimente sua bunda. Livre-se da puta do caralho. Rafa me colocou de lado suavemente e foi em direção ao cara. — Cai fora agora, Jimmy, antes que quebre seu pescoço. O cara se vira e caminha rapidamente para dentro. Rafa coloca o pé na porta antes que se feche completamente. Ele se vira para mim segurando-a aberta. — Dê-me seu número — diz. Ele me dá o seu telefone. Concordo com a cabeça e rapidamente digito meu número. Não fazia ideia do por que, mas dei-lhe meu número verdadeiro. — Bom. Até mais, Jessica. Ele coloca seu telefone no bolso e desaparece em seguida de volta ao bar. A porta se fecha atrás dele. Olho aquilo por um segundo e então solto uma respiração

profunda.

Balanço

minha

estivesse saindo de um sonho. Que merda acabou de acontecer?

cabeça,

como

se

Fui ao bar para tentar pesquisa alguma coisa para a reportagem sobre tráfico pessoas. Sabia que esses homens eram mafiosos e que eram meus inimigos. Mas, Rafa parecia diferente. Mal o conhecia, e ainda assim acabei o seguindo em um beco escuro e o beijando. Foi totalmente louco. Mas, o jeito que ele olhou para mim, a maneira como falou comigo, ele me empurrou para o limite. Fui de racional e profissional para uma bagunça total, louca em apenas alguns segundos. Precisava ficar longe desse homem. Instantaneamente me arrependi de lhe dar meu verdadeiro número, mas isso não importava. Eu sairia daqui e iria esquecê-lo. Havia outras maneiras

para

tentar

conseguir

algumas

informações

beco,

sentindo-me

privilegiadas. Rapidamente

andei

estranhamente desapontada.

pelo

Capítulo Dois Rafa Aquela menina estava mentindo sobre algo, mas não dava a mínima. A única coisa que me importava eram aqueles malditos lábios. Cheios e bonitos, parecia que foi dado a ela esses lábios por um anjo especificamente para chupar um pau. Fiquei excitado somente de pensar em seu rosto bonito indo para baixo, seus olhos olhando para mim quando levasse meu pau na garganta. E foda-se, a maneira que ela reagiu quando a beijei. Conheci muitas mulheres na minha vida, centenas mesmo, mas poucas delas beijaram assim. Beijou-me como se quisesse foder, e não havia nenhuma dúvida sobre isso. Foi tudo paixão e intensidade. Jessica. Ela era uma linda estranha e definitivamente fora do seu lugar habitual, naquele bar. Os caras já estavam de olho nela, e eu peguei o Fat Jimmy considerando se alguém não deveria ensiná-la o que significava entrar na porra do bar privado da máfia. Fiz um favor para a garota. Não sei porque, mas em vez de deixar os rapazes foderem com ela, decidi resgatá-la. Felizmente, o velho Ernesto e o velho Alfonse entraram em outra briga de merda, isso forneceu a distração perfeita.

Quando os meninos não estavam olhando, eu a tirei de lá antes que fizessem algo estúpido. E então ia fodê-la naquele beco, fazê-la entender quão sortuda era por ser salva por mim. Em vez disso, aquele idiota do Fat Jimmy decide atrapalhar. Normalmente não pegava o número de uma garota assim, desde que sempre tem mais quando quero, mas ela era diferente. Havia algo nela que não conseguia realmente entender. Não parecia o tipo de mulher da máfia. Ela parecia uma menina normal. Na família criminosa Barone não havia muitas garotas normais sobrando esses dias. A guerra com os russos conduzia lentamente a uma ruptura dentro da organização. No entanto, era uma guerra velha que ocorria por anos de uma forma ou de outra. No momento, estávamos em uma tensa trégua, mas não duraria muito tempo. Acontece que nós temos um inimigo mútuo. Os malditos Spiders. Aqueles filhos da mãe estiveram atacando prostíbulos por toda a cidade e roubando nossas garotas. Não sabemos muito sobre eles, mas sabíamos que eles queriam roubar nossas meninas. Eu não estava muito interessado nisso. Na família Barone, havia dois tipos de chefes: aqueles que traficavam meninas e aqueles que não. Eu não era o tipo que paga uma garota para transar, então não estava interessado no negócio

de tráfico. Mas, havia homens que estavam nisso, e alguns deles eram meus chefes. Foi assim que acabei num bordel na periferia da cidade a uma da manhã em vez de foder aquela garota bonita no beco. Fat Jimmy parou o carro, eu desci e o segui. — O que acha que aconteceu? – Ele pergunta. — Que tal irmos perguntar e descobrir ao invés vez de acabar com nossos paus tentando adivinhar? — Não precisa ser um idiota, Rafa. Sorrio para ele. — Cai fora, Jimmy. Você bloqueou meu pau mais cedo. — E daí? Você roubou aquela garota. Ela era minha. — Ela não era de ninguém, seu idiota gordo de merda. — Repita isso. — Idiota gordo de merda. Vamos lá. Entrei na casa e Jimmy relutantemente me seguiu. Ele era um covarde nojento e sabe disso. Não gostava de arrastálo ao redor, mas às vezes esse desgraçado de pau pequeno tem uma cabeça grande e alguém precisava mantê-lo sob controle. A Madame do lugar estava de pé na sala de estar. O quarto foi totalmente revirado. Cada gaveta foi puxada e cada travesseiro desfiadas.

cortado.

As

cortinas

foram

arrancadas

e

A senhora era uma mulher mais velha, de pele escura no final dos cinquentas anos. Ela era magra e dura, e imaginei que ela esteve no negócio por muito tempo. — O que aconteceu? — Pergunto. Ela resmunga. — Cinco pessoas vieram. Máscaras de esqui, grandes armas. Mataram Robert. — Quem é Robert? — Pergunta Jimmy. — Guarda — Diz a senhora. — Qual é o seu nome? — Pergunto. — Eloise. — Ok, Eloise. Então, Robert foi morto. O que aconteceu depois? — Como disse, eles chegaram rápido. Mataram Robert, assaltaram os clientes. Roubaram e bateram nas pessoas ao redor. Então levaram as meninas para alguns carros que estavam lá fora e se foram. Balanço a cabeça. Parecia como os outros dois ataques que aconteceram nos últimos meses. — Viu qualquer um deles? — Não — ela diz — Somente escutei. Acho que eram todas mulheres. — Mulheres? — Pergunta Jimmy — Está brincando? — Cale a boca, Jimmy.

Esse era outro fator comum. Os ataques foram feitos por mulheres usando máscaras de esqui. Tanto quanto sei, os Spiders eram um bando de princesas guerreiras ou alguma merda assim. Não estava muito interessado nesse bordel ou nas meninas, mas fui mandando aqui por Ernesto, e embora ele não fosse meu chefe diretamente, era um dos líderes da organização. Não podia exatamente dizer não a ele. — Cheque o local — Ordeno a Jimmy. — O quê? Não. Você faça isso. — Vá — Digo irritado — Verifique se há alguma coisa. — Como o quê? — Puta merda — Viro para ele — Faça-me dizer de novo. — Ok, Ok. Farei isso. — Idiota preguiçoso. Ele me mostrou o dedo e depois subiu as escadas. Eu me virei para a senhora. — Sinto muito sobre isso. — Está tudo bem. Estou acostumada com esse tipo de homem por aqui. — Existe algo mais que pode me dizer? Alguma coisa estranha aconteceu nas semanas que antecederam isso? Ela balançou a cabeça franzindo a testa.

— Os negócios têm sido um pouco lentos, mas nada incomum. Uma garota ficou grávida duas semanas atrás, mas cuidamos disso. Suspiro olhando ao redor da sala. Essas Spiders eram profissionais tanto quanto poderia dizer. Do que sabia dos outros ataques não encontraríamos nada. Nunca deixaram nada para trás, e elas sempre levaram cada garota com elas. Nunca

matavam

os

clientes,

embora

geralmente

os

machucassem muito. A organização estava muito infeliz sobre as Spiders. Aparentemente estavam atingindo os russos também, e estavam nos custando um monte de dinheiro. Não era barato comprar e treinar um bando de garotas do exterior, ou pelo menos assim me disseram. Não me interessava muito pela economia dessa merda doentia, assim fiquei no que eu era bom. — Ok — falei a Eloise — Eu darei uma olhada ao redor. Eu me afastei e comecei a vasculhar para encontrar algo nos destroços no caso de uma das Spiders ter decidido deixar a carteira de motorista cair. Tudo isso era uma irritante perda de tempo, mas precisava ir de acordo com os movimentos. Havia uma guerra menor acontecendo, uma guerra travada dentro da própria máfia. Era uma guerra entre aqueles que queriam continuar comprando e vendendo meninas e aqueles que não queriam.

Alguns homens eram contra isso porque não era mais rentável, outros eram contra porque toda a prática era doente e

bárbara.

Claro,

éramos

ladrões

e

assassinos,

mas

escravidão sexual era fodido, mesmo para nossos padrões. Em seguida, havia aqueles que viam a escravidão sexual como um novo negócio. Eles viam como o futuro da nossa organização. Qualquer um pode vender drogas e armas e fazer toda essa merda, mas somente nós temos os recursos para comprar e vender meninas. Era uma guerra silenciosa. Ninguém morreu, pelo menos não ainda. Mas, estava fervendo, e sei que um dia iria estourar. — A propósito — Eloise falou quando saia do quarto — Acabei de me lembrar. Uma jornalista estava farejando por aqui talvez um mês atrás. — Jornalista? — Sim. Jovem, vinte e poucos anos. Coisa linda. Ela fazia perguntas que não deveria. — Como o quê? — Como quantas meninas haviam aqui, como elas eram. Quantas delas eram provenientes da Europa Oriental. Esse tipo de coisa. Eu fiz uma careta. — Você acha que isso é importante? Ela sacode os ombros. — Porra, se eu sei. Foi apenas fora do comum.

— Obrigado. Ela assente com a cabeça e sai, de volta para a outra sala. Então

uma

jornalista

esteve

bisbilhotando.

Uma

jornalista jovem e bonita. Não sabia se isso significava alguma coisa ou se foi apenas uma coincidência, mas teria que investigar. Não era o tipo que seria acusado de ser ruim no meu trabalho. Escuto um barulho alto, algo quebrando e alguns palavrões. Suspiro e me dirijo ao pé da escada, apenas a tempo de escutar uma mulher gritando obscenidades para Fat Jimmy. Ele riu e tropeçou no corredor. — Seu porco — Ela grita — Esse lugar está destruído o suficiente. Seu doente filho da puta. Ele estava rindo e abotoando a calça. — Jimmy — Rosno — Venha cá. Ele sorriu e vem na minha direção. — O que foi? — O que você fez? — Somente me divertindo um pouco. Sabia que tem uma sala cheia de pornografia lá em cima? Jesus, grande idiota. Aquele desgraçado patético. — Seu idiota. Mantenha suas calças fechadas. — Tanto faz — Ele encolhe os ombros — Nós terminamos?

— Terminamos. Vamos lá. Lidero o caminho para fora. Jimmy me segue, esse gordo idiota. Entramos no carro, mas já estava pensando sobre aquela garota de novo. Não conseguia tirar seu traseiro da minha mente, a maneira como me beijou, como se estivesse relutante, com medo, mas totalmente molhada. Fico duro somente de pensar nisso. Felizmente, guardei o número dela. Pela primeira vez na minha vida, talvez fosse realmente ligar de volta para uma garota.

Capítulo Três Cassidy O parque era bonito, mas não estava aqui pela beleza. Ou talvez estava. Prosseguia tentando fazer algo de bom, mas continuava presa em um beco sem saída. Precisava me recompor senão ia deixar essa história se afastar de mim. Estava bastante cheio o parque, mas isso não era surpreendente. Era domingo à tarde, o dia seguinte em que quase deixei aquele homem da máfia fazer o que quisesse comigo. À luz do sol da tarde, eu me senti totalmente tola pela maneira como eu reagi a ele. Nunca fiz isso antes com um estranho. Nunca segui um homem assim e o beijei com a intenção de fazer mais, muito menos permiti um homem falar daquela maneira comigo. E quando rafa me disse aquelas palavras, acreditei nele. De alguma forma ele fez parecer completamente normal eu sair para a rua com ele e me entregar. E eu queria também, tornando tudo pior. Eu queria muito, muito mesmo. Quando sentei no banco e observei o parque, fiz melhor que pude para banir esse homem da minha mente. Essa reunião era algo muito mais importante que um bandido atraente. Chequei meu relógio, feliz que estava dez minutos adiantados.

Mães

observavam

seus

filhos

brincarem.

Pessoas

passeavam com seus cães, jovens casais estavam em seus cobertores e um homem com shorts jeans estava tocando uma guitarra acústica por alguns trocados. Entrei em contato com ela através de outro informante que consegui quando pesquisava o tráfico de pessoas. Esse cara acabou sendo um perdedor, mas esse novo contato parecia sólido. Soou como uma “informante” real, alguém que conhecia a cidade e sabia o que estava acontecendo. Eu tinha grandes expectativas, mas também estava nervosa. — Bom dia. Quase morri de susto. Eu olhei e uma linda mulher está sentada ao meu lado. Vestia jeans simples e uma camisa azul clara com as mangas arregaçadas. Eu a reconheci pela a foto. Ela sorriu para mim. — Uh, sim, é. Bom dia. — Veio encontrar alguém aqui? Pisco para ela, uma sugestão de reconhecimento vem na minha mente. — Sim. — Bom. Qual é o nome dela? Hesito. Não queria entregar a minha carta. E se não fosse ela? — Não sei o nome dela. A mulher sorri.

— Meu nome é Dasha. É bom conhecer você Cassidy. Ela era meu contato. Solto um suspiro, viro e inclino a cabeça observando-a melhor. Ela tinha talvez vinte e cinco anos, mais ou menos a minha idade. Não podia acreditar que meu contato era tão jovem, mas acredito ser ela. Além disso, reconheci sua voz, uma pitada de sotaque russo. — Bom te conhecer, Dasha. — Lindo dia. — Realmente. Obrigada por me encontrar. — Claro. Essa dica que deu sobre o bordel não deu em nada. — Dica? Ela riu. — Você não percebeu, não é? — Acho que não. — Você mencionou um bordel e investiguei. Bem, você estava certa. Estava cheio de meninas. — Puta merda — Respondo chocada — Eu estive lá. — Eu sei. Eu permaneceria escondida por algumas semanas se fosse você. — Do que você está falando? Ela sorri para mim outra vez. — Cassidy, o que você sabe sobre a família Barone?

— Eles são a maior família da máfia, no centro-oeste. Eles controlam essa cidade, basicamente. — É isso mesmo. Mas e quanto a seus inimigos? — Os russos — encolho os ombros — Isso é tudo que sei. — Errado. Há mais um grupo, um grupo de pessoas dedicadas a impedir certas práticas bárbaras. — O que você quer dizer? — Eles nos chamam de Spiders — Ela olha ao redor do outro lado do parque — Adotamos esse nome. Acho que nos convém.

Somos

viúvas

negras,

mulheres

assassinas.

Matamos para salvar inocentes daqueles bastardos. — Você é parte de uma gangue? Achei que fosse uma das vítimas. — Eu era há um tempo atrás. Mas, alguém me salvou e agora salvo outras. — E vocês se chamam de Spiders? Começo a tirar meu gravador do meu bolso. Ela levanta a sua mão. — Não registre. — Por favor, você tem que me deixar. Isso é tão importante. — Estou te dizendo muito, apenas porque essa dica foi muito boa. Salvamos um monte de garotas.

— Pelo menos me diga que posso usar isso no meu artigo. — Você pode, mas eu não o faria. Você irá se tornar um alvo quase que instantaneamente. — Não tenho medo. Ela olha para mim séria, franzindo a testa. — Você deve ter medo, Cassidy. Muito medo. É por isso que vim aqui hoje. — Para me avisar? — Para avisá-la — ela confirma — Seja discreta. Não se meta em nada por um tempo, pelo menos até que isso passe. — O que você fez? — Como disse, salvamos algumas vidas. — Não posso deixar isso de lado. Isso é muito grande. O fato de existir uma gangue de mulheres por aí salvando escravas sexuais. É irreal. Ela se levantou. — É real, Cassidy. Não estamos ganhando, mas faremos em breve. Você precisa se cuidar. Cuidaremos de todas as outras. Ela começa a ir embora. Levanto. — Espere. Por favor. Conte-me mais. Como posso contatá-la novamente?

— Não pode — ela responde acenando — Boa sorte, Cassidy. Não ignore meu aviso. Ela continuou andando ate sumir de vista. Minha mente estava praticamente rodando com aquela curta reunião. Presumi que ela era apenas mais uma informante interessante. Em nossa única conversa ao telefone, eu percebi que sabia uma coisa ou duas, então imaginei que ela fora uma escrava em algum momento. Mas, ela era muito mais. Se ela estivesse falando a verdade, era uma espécie de combatente da liberdade. Não somente ela, mas todo um grupo de garotas que lutavam pela liberdade de escravas sexuais, lutando contra um dos mais poderosos grupos de crime organizado em todo o país. Isso era fantástico. Não pude deixar de me sentir nervosa, no entanto. Ela veio a essa reunião somente para me avisar, ela disse. Combinamos a reunião no final da nossa conversa, e estava imaginando que se minha dica tivesse falhado, ela teria sumido. Mas veio e me disse para ficar quieta. Não entendi o que isso significava. Não sabia como ficar quieta, não agora que descobri algo tão grande. Não havia nenhuma maneira que iria recuar agora. As Spiders. Sento de novo respirando fundo. Perguntome quantas pessoas na cidade sabiam sobre essas pessoas. Nunca ouvira falar delas, e eu li quase tudo que chegava em

minhas mãos sobre o tráfico sexual na cidade. Ninguém havia mencionado qualquer Spider em qualquer lugar. Tive uma dica muito importante aqui. Não podia deixála ir. Essa história era muito importante. Quando me levantei para ir para casa, meu celular começou a vibrar. Puxei do meu bolso e não reconheci o número. Esse foi um dia estranho suficiente. Achei que não poderia ficar mais esquisito. — Alô? — Digo. — Jessica. Aquela voz. Atingiu-me como um pedaço de gelo entre os dentes. — Rafa. Uh, Olá. — Estava pensando em você. — Estava? — Estava pensando sobre nosso assunto inacabado. Você tem pensado sobre a maneira que a pressionei contra a porta? — Não — Minto — Estou muito ocupada. — Tenho certeza que sim. Mas quero te ver de novo. — Isso é uma boa ideia? — Não, mas gosto de más ideias.

Mordo

meu

lábio,

olhando

para

o

chão. Isso é

exatamente o tipo de coisa que Dasha não quer que eu faça. Definitivamente não deveria sair com um homem da máfia. — Ok — Respondo. — Bem. Hoje à noite? — Tudo bem. Eu posso hoje. — Enviarei um texto com os detalhes. — Espera. O que quer fazer comigo? Ele ri suavemente. — Você verá. E então desligou o telefone. Solto um suspiro... E percebo que meu corpo todo ficou tenso. Guardo meu telefone de volta em meu bolso e sabia que estava cometendo um erro. Definitivamente deveria ficar longe, muito longe desse Rafa, especialmente considerando a maneira que me fazia sentir. Atração pura e instantânea. Talvez fora luxúria. Não estava certa. Talvez houvesse outra coisa lá também. Mas eu definitivamente o queria, mesmo contra meu melhor julgamento. Ainda assim, precisava ter cuidado. Mesmo que ele parecesse interessado na mesma coisa que eu, ainda não o conhecia. Ele era da máfia, talvez estivesse somente ligado a eles de alguma forma. Não estava certa de qualquer maneira.

Podia fingir que o estava usando para essa história, mas isso era estúpido. Não era realmente capaz de fazer isso. Ir ao bar com a intenção de ouvir coisas e conversar com um cara, foi uma total insanidade, fiquei agradecida que Rafa tivesse me tirado dali. Mas, agora fiquei com medo do que mais ele iria fazer. Respiro fundo e corro para casa. Meu telefone vibra em meu bolso, e sabia que era ele me dizendo exatamente o que ele queria de mim essa noite. Senti uma emoção quando peguei meu telefone do bolso e li a mensagem.

Capítulo Quatro Rafa Fiquei fora do prédio encostado na parede. Essa

pode

não

ser

a

minha

melhor

ideia,

mas

aparentemente não consegui me conter. Não conheço essa garota, e ela poderia ser uma espiã ou alguma merda assim, isso não me impediu. Já lidei com merda suficiente, e pela primeira vez, queria um pouco de distração. E Jessica era a distração perfeita. Pensei nela desde o momento em que me afastei, e agora finalmente pegarei de onde relutantemente parei. Nada pararia isso hoje à noite nem por uma porra de emergência. Após cerca de dez minutos, um táxi parou na calçada. Ela desceu e senti meu pulso acelerar, esses sentimentos vieram correndo. Ela sorriu para mim, um pouco insegura. — Onde estamos? — Ela perguntou. Não pude deixar de rir. Ela estava vestindo shorts que faziam sua bunda parecer fantástica e uma camisa que não deixava muito para imaginação. Gritava sexo, mas era bom suficiente que ela não se sentisse muito exposta, estava disposto a apostar.

— Nunca escutou sobre O Bar? — Isso que estou perguntando. Qual bar? Eu ri novamente. Estávamos em um bairro afastado, do lado de fora de um edifício branco com absolutamente zero marcadores e sem janelas. — Chama-se “O Bar”. Esse é o nome. Ela geme. — Isso é terrível. — Talvez, mas você vai gostar. — Parece uma prisão. Andei até a porta e bati. Um segundo depois, a porta abre e os olhos de um homem me encaram. — Fidelio — digo a ele. A porta fecha com um estrondo. Jessica permanece ao meu lado. — Isso é como em um filme. — Essa é a ideia. A porta lentamente começa a abrir. Música inunda a rua. Entro e ela me segue lentamente. O Bar era um lugar conceitual, mas por acaso eu conheço um cara. Nós nos movemos para a sala escura e tudo é de madeira polida. Era estranhamente moderno, como se alguém tivesse decidido construir um pub britânico moderno ou algo assim. O lugar estava lotado, apesar do

exterior do edifício e a localização relativamente remota. Todo mundo era jovem e legal, ou mais velho e rico. Eu estava no meio, onde gostava de estar. Rico, mas não milionário, jovem, mas não um idiota. Jessica se encaixava bem. — Aqui — Um homem nos diz quando passamos para a sala principal. Nós o seguimos e ele nos acomoda em uma mesa pequena no canto. — Como você sabia desse lugar? — ela pergunta — É muito popular agora. Além disso, estou no ramo de restaurantes. Ela sorri um pouco. O garçom vem e peço um uísque. Ela pede vinho branco. Quando ele se afasta, eu me inclino na sua direção e pergunto. — Gostou de ter vindo? — Ainda não sei. Ainda não me decidi. Eu sorrio para ela. — Isso é uma mentira. Posso dizer que sua mente já está sobre o que faremos depois de comer. — Quer dizer quando me levar para casa se pode ou não ter um casto beijo na boca? — Estava pensando que a levaria para minha casa, mas não seriamos capazes de chegar até lá. Acabaria caindo sobre você no banco de trás do táxi.

— Oh, realmente, enquanto o taxista assistia? — Pagaríamos generosamente, obviamente. — Não sei. Isso soa nojento. Balanço os ombros sorrindo para ela. — O que posso fazer? Provoco o melhor nas pessoas. Ela não pode deixar de rir quando nossas bebidas chegam. Seguro a minha. — Saúde — Brindo. — Saúde — Nós tocamos as taças — Então, disse que estava no ramo dos restaurantes? — Algo assim. — Bem, o que é então? — Sou dono de dois restaurantes. E alguns outros negócios. — Como o quê? Dou um sorriso para ela. — Isso importa? Que tal você me dizer o que faz em vez disso. — Sou uma garçonete — ela diz rapidamente e sei que está mentindo. Mas, por que ela mentiria sobre isso? Talvez ela estivesse envergonhada do seu trabalho, ou talvez não quisesse que descobrisse o que faz. Havia uma bandeira vermelha, acenando na minha mente, mas balancei a cabeça e ignorei como um maldito idiota.

Em vez disso, termino a minha bebida. — E como está funcionando as gorjetas para você? — É ok, eu acho — ela responde — Estou mais interessada nesse seu trabalho misterioso. — Claro que está. Tenho certeza que você está muito interessada no que faço. — Estou, mas tenho a sensação de que você não está mais falando de trabalho. — Prefiro falar sobre outra coisa. Dou uma risada e aceno ao garçom por outra bebida. — Não precisa fingir que está aqui por algum outro motivo, você quer terminar o que começamos. Ambos sabemos disso. —Talvez estivesse apenas interessada em jantar com você. — Talvez, mas duvido. Acho que está interessada em sentir

meus

lábios

em

seu

pescoço

novamente.

Está

interessada e molhada pensando sobre que posso fazer nessa boceta molhada, antes de me mover entre suas pernas. Ela ia responder, mas o garçom veio com a minha bebida. Bebo um pouco e dou um sorriso pelo vermelho nas bochechas dela, enquanto ele se afasta. — Não estou aqui para isso — ela diz. — Você está mentindo muito essa noite. Mas acho que não me importo. Não mentirá quando me implorar por mais.

— Que tal comer primeiro? Então talvez tenha sorte. — Sorte não tem nada a ver com isso. Abrimos nossos menus e pedimos a comida. Não estava interessado em nada, além de sua boceta apertada e pequena, mas tudo bem. Poderia jogar o jogo dela se isso era o que precisava. Ambos sabíamos o que fazíamos aqui, mas ela precisava fingir que estávamos em um encontro de verdade, bem, isso estava bom para mim. Não havia mais nada para fazer, e além do mais, gostei de observá-la e deixála nervosa. — Então vai ao bar frequentemente? — ela perguntou. — Você já me pegou, não há necessidade de perguntas idiotas. Ela dá risada. — Sinceramente estou curiosa. — Por quê? — Não sei. Ouvi algumas coisas sobre esse bar. — Como o quê? — Pessoas duras frequentam lá. — Pessoas duras — respondo sorrindo para ela — o que acha que isso significa? — Não tenho certeza. Talvez você saiba. — Eu sou um homem difícil? — Provavelmente — Diz ela balançando os ombros.

— Você deve ter razão, pois estava procurando esse tipo de homem quando entrou lá. — Eu estava — ela admitiu — O que acha? Trabalha com homens assim? Franzo a testa, não gostando de onde isso estava indo. Ela claramente estava tentando perguntar se eu era da máfia, mas devia saber que era uma pergunta estúpida. Homens da máfia não saiam por aí falando sobre suas conexões. E as pessoas que conheciam a máfia sabiam que não deviam perguntar esse tipo de merda. Essa foi a segunda bandeira vermelha da noite. — Talvez. Mas é melhor se não continuar fazendo perguntas. — Por que isso? Estou apenas tentando te conhecer. — Você não quer me conhecer, garota, você não gostaria do que iria descobrir. — Teste. O que há de tão ruim sobre você? — Você deve ter cuidado. — Você é um homem mau, Rafa? Dou um sorriso e me inclino para frente. — Você sabe que sou. E é por isso que está toda molhada agora, esperando que eu sugira que pulemos o jantar. — Estou com fome — Ela diz.

— Também estou, mas não quero essa merda. Quero minha língua na sua boceta, e quero ouvir você gemendo meu nome. Ela cora de novo e percebo que estou atingindo ela. — Você é sempre tão direto? — Sou. Não brinco por aí. — O que você quer de mim então? Você somente quer terminar o que começamos e é isso? Dou de ombros. — Isso é com você. É algo que você quer? Que eu faça você gozar várias vezes em uma noite? — Está muito confiante. — Tenho prática. Ela ri e balança a cabeça. — Não sou esse tipo de garota. — Toda garota diz isso — Falo baixinho, inclinando-me para ela e olhando em seus olhos — Mas uma vez que se move ao longo do meu pau, suspeito que irá pensar de uma forma diferente. Ela morde o lábio, e naquele momento tive a certeza que a convenci, e que se me levantasse e saísse, ela me seguiria por vontade própria e faria tudo o que eu queria, e isso era exatamente como eu queria que ela estivesse. Implorando e toda molhada.

Quando peguei minha bebida para deixar esse momento se estender, meu telefone começa a tocar no meu bolso. Irritado o silencio. Mas um segundo mais tarde começa de novo. Com licença. — Falo pegando-o e caminhando na direção do banheiro. — O que eu disse? — É Vince. Hesito. — O que foi? — Você precisa ir agora ao endereço que te enviarei. — Por quê? — Os caras de Ernesto pegaram alguém. Quero um dos meus homens nisso antes que a merda saia de controle. Resmungo. Vince era meu chefe da máfia, um dos caras mais bem classificados em toda a organização. Ele estava do lado oposto de Ernesto, outro chefe de alto escalão. — Tudo bem — Respondo — Onde estou me metendo? — Eles pegaram uma Spider. — Você está brincando. — Não. Leve sua bunda até lá e descubra o que está acontecendo. — Entendi — Desligo o telefone. Um segundo depois um endereço chega ao telefone.

— Merda — Murmuro enquanto caminho de volta para a mesa. Jessica me olha com expectativa. — Peço desculpas. Mas tenho que ir. — Sério?? — Ela franze a testa. — É do trabalho. — O negócio com restaurantes tem horários estranhos. — Sim. Vamos lá. Chamarei um táxi. — Tudo bem — ela responde — Chamarei um Uber. Pode ir. Estreito meus olhos e suspiro. Odeio me afastar assim. A única coisa que realmente queria era sentar e finalmente fechar esse negócio, mas sabia que não podia. Nunca havia visto uma Spider. Elas sempre conseguiam fugir ou se matar antes que pudéssemos leva-las. Eram loucas fanáticas e aterrorizavam um monte de homens. Não eu, no entanto. Entendia o que estavam fazendo. Queriam destruir uma coisa e somente uma. Traficantes de pessoas eram seus inimigos, e não podia culpá-las. — Boa sorte no trabalho — Ela diz. Eu me aproximo dela e me abaixo. Em vez de beijar sua bochecha, pressiono meus lábios em sua orelha. — Pense em mim essa noite quando chegar em casa. Sei que estará frustrada. Pense em mim quando move seus dedos profundamente dentro de sua boceta. Pense no que posso fazer com seu corpo.

Eu me afasto e ela pisca os olhos para mim. Dou um sorriso e então viro e saio sem mais uma palavra. Grande merda. Meu pau estava duro como o inferno quando chamei um táxi. Queria voltar e saborear essa garota, mas havia um trabalho a fazer. O táxi chega e dou ao cara o endereço. Era no antigo distrito de armazém, e já sabia qual era o lugar. Era um prédio abandonado que a máfia às vezes levava as pessoas, pessoas que eles precisavam interrogar intensamente. A máfia nunca deixava alguém sair vivo dali.

Capítulo Cinco Cassidy Ele simplesmente desapareceu, simples assim. Depois de todo o flerte e tensão, ele precisou sair por causa do trabalho. Isso me deixou completamente chateada, mas não deixei transparecer. Não lhe daria essa satisfação. Ele adoraria que realmente estivesse frustrada, nunca iria esquecer isso. Em vez disso, termino meu copo de vinho e me acalmo. Não sabia o que diabos estava fazendo com um cara que claramente trabalhava para a máfia. Tentei fazê-lo falar sobre isso, mas tenho certeza que ele percebeu minha intenção. Fui um pouco desajeitada sobre isso e Rafa claramente não era um idiota. Além disso, não sabia o que ele realmente queria. Ele falou que queria apenas dormir comigo, mas me levou para jantar primeiro. Se isso era somente uma rapidinha, não entendi por que me trouxe para um lugar tão impressionante. Ele falou sujo, mas também parecia completamente comprometido

comigo,

como

se

fosse

a

pessoa

mais

importante no mundo. Era quase lisonjeiro e realmente me atraiu em sua direção.

Quando termino meu vinho, chamo um Uber no meu telefone. Peço ao garçom a conta, mas aparentemente ela já fora paga. Rafa era um homem impressionante, tanto quanto odiava admitir. Entrei no Uber e fui para casa. Uma vez no meu apartamento, coloco uma roupa confortável e me sento no sofá para passar a noite assistindo lixo na televisão e pensando sobre minhas decisões estúpidas. Dasha foi um dessas decisões estúpidas. Não devia tê-la deixado ir, mas pensei que ela havia me dito o suficiente para começar a investigar. Mas acabou que não me disse nada. Não consegui informações sobre as Spiders em qualquer lugar. Desacreditei que me perdi na pesquisa, mas quando comecei a ver tudo de novo, percebi que simplesmente não havia nada sobre elas. Nada online, impresso, apenas nada. Era como se não existissem. Ela me disse que estavam fazendo um trabalho sério para salvar as mulheres da cidade. Se elas estavam atacando prostíbulos e salvando mulheres, como não ouvi falar disso? Fui muito estúpida em não a pressionar. Mas Dasha parecia preocupada e assustadora, como se realmente fosse a guerreira que dizia ser. Não havia nenhuma razão para duvidar dela, além do fato de que parecia totalmente louco que isso fosse verdade.

Fiquei ali assistindo televisão a noite inteira, navegando à toa na internet por qualquer informação sobre as Spiders, já sabendo que não encontraria nada. A noite caiu, e antes que percebesse o relógio apontava meia noite. Levanto, bocejando e me preparando para a cama. Outro longo dia de investigação me aguardava amanhã, e eu esperava encontrar alguma coisa. Escovo os dentes, lavo o rosto e caminho para a cama. E então começo a pensar sobre Rafa. Como ele disse, assim que deito na cama, começo a imaginar seu rosto e seus olhos olhando nos meus. Então, ele era muito intenso e forte, de uma forma que nunca vi antes. Realmente não podia colocar meu dedo sobre ele, mas assim que chegou perto de mim, senti arrepios na espinha. Queria me entregar, mesmo sabendo que era complemente louco. Ele ainda era um estranho. Havia se esquivado das minhas perguntas sobre o trabalho e basicamente queria ficar falando sobre como poderia me despir. Era inteligente e escorregadio, mas também era bonito e beijava muito bem. Não pude deixar de escorregar minhas mãos por baixo da minha calcinha, quando comecei a imaginar o que poderia ser essa noite. Sabia que ia deixa-lo fazer o que quisesse comigo. Ele teria escorregado seus dedos entre minhas pernas e me encontrado toda molhada. Sem dúvida teria feito algum comentário que me deixaria quente, deixando-me louca e envergonhada, mas ele estaria muito ocupado, esfregando

meu clitóris lentamente. Minha raiva somente aumentou o prazer quando aquele bastardo sujo beijava meu pescoço. Solto um gemido suave quando começo a esfregar o clitóris. Percebo que não havia gozado há quase um mês, pois estava muito ocupada com a história. Solto um pequeno suspiro quando começo a trabalhar sozinha, e aprofundo minha fantasia sobre Rafa. Ele morde meu lábio e me gira, lentamente puxa minha calcinha para baixo nas minhas pernas. Ele bateria na minha bunda e sussurraria no meu ouvido. Rafa me faria implorar antes de finalmente pressionar seu pau entre as minhas pernas. Ah, ele seria perfeito. Já sabia disso. Ele me foderia selvagem, seu pau fundo dentro de mim quando batesse na minha bunda e falasse coisas sujas no meu ouvido. Moveria meus quadris, levando seu pau como se não pudesse viver sem ele. Mordo

meu

lábio,

trabalhando

na

minha boceta,

imaginando o corpo de Rafa contra o meu. Sabia que era isso o que ele realmente queria que fizesse, mas não pude me conter. Era quase como se porque ele tivesse me mandado fazer, não podia deixar de cumprir. Então, houve uma batida forte. Por um segundo, pensei que era somente minha mente. Mas, não, aconteceu de novo. Paro de me mexer e escuto. Acontece novamente. Alguém estava batendo na minha porta.

Sento olhando para o relógio. Era meia noite e meia. Não fazia ideia de quem poderia ser, mas de repente estava nervosa. Eu me visto e saio da cama, novamente frustrada. Caminho até a porta e a batida começa a ficar mais insistente. — Ok, ok — reclamo. Certifico de que a corrente está no lugar antes de abrir a porta. Ali de pé, iluminado pela a luz do corredor, estava Rafa. Ele parecia sério. Não havia nenhum sorriso no rosto. — Ei, Cassidy — Ele fala. Como diabos ele sabia meu nome? Queria fechar a porta na sua cara e correr, mas essa porta não o deteria. Não acho que nada poderia parar esse homem quando queria algo. — Você me deixará entrar Cassidy ou faremos isso da maneira mais difícil? Porra. Porra. Porra. Eu estava tão fodida.

Capítulo Seis Rafa Algumas horas antes O armazém estava muito escuro enquanto caminhava ao redor. Não conseguia ouvir nada que estava acontecendo dentro, embora soubesse que provavelmente houvesse muitas pessoas. Paro na porta e dou uma rápida batida. Uma fresta é aberta. — Quem é? — É Rafa, porra. Abra a porta. A porta se move abrindo um pouco mais. O cara que está me olhando é Ryan ou algo assim, um dos homens de Ernesto. — O que está fazendo aqui? — Ele pergunta — Vince não está aqui. — Eu sei. Ele me mandou. Abra essa porra. Ele estreita os olhos. — Ernesto não disse nada sobre isso. Eu me aproximo dele irritado. — Você se moverá agora ou chutarei seu traseiro. Então quando você chorar como uma cadela sobre isso para seu chefe, chutarei seu rabo de novo. Mova-se.

Ele me encarou por meio segundo e depois se afastou. Passo por ele e entro no prédio abandonado. A porta se fecha atrás de mim. Mais à frente, o corredor termina em um cruzamento. Viro à direita e continuo. Podia escutar as vozes através das velhas paredes de metal quando chego mais perto e mais próximo da movimentação. Abro a porta no final do corredor e entro em uma sala ampla. Estava iluminada apenas com um único holofote brilhante pendurado no teto. Sentada sob a luz estava uma linda garota amarrada a uma cadeira. Parados ao redor estava alguns homens que reconheci. Inclinado contra a parede no fundo estava Ernesto. Ignoro a garota. Chego a até ele que acena quando me aproximo. — Estava pensando quando você chegaria. — Vince me mandou. — Não brinque. — Essa é ela? Ele assente. — É ela — Ela falou algo? — Nem uma palavra. — O quanto você trabalhou com ela?

— Não muito. Estou lhe dando uma pausa antes de Lonnie chegar. Estremeço, mas escondo minha reação. Lonnie era o torturador da máfia, era um cara brutal, mas parecia como qualquer outro pai de meia idade. Olho ao redor da sala e o vejo de pé ao lado de uma mesinha onde tem seus instrumentos espalhados. Era careca, pálido e magro, e usa uma camiseta com shorts cáqui e sapatos. Parecia que veio do golfe. Olho para Ernesto. — O que vem agora? — Como disse, Lonnie irá trabalhar. Ela quebrará eventualmente. Somente então Lonnie voltou para a garota. A sala inteira fica silenciosa e escura, e me esforço para não desviar o olhar. É fraqueza e todo mundo perceberia. Mas eu não queria assistir isso. Ninguém queria. Ainda assim, o mínimo que podíamos fazer era ver o que estava sendo feito com a pobre garota. Ela era minha inimiga, mas não desejaria Lonnie para ninguém, nunca. Ele começou com um par de alicates. Fez uma pergunta simples, esperou que ela respondesse e então arrancou uma das unhas. A mulher gritou e lutou, mas não disse uma palavra.

Isso continuou em ambas as mãos. Cada unha foi arrancada. Sangue estava escorrendo pela cadeira, e o rosto dela estava branco, doloroso, mas ela não falava. Fiquei impressionado. Muitas pessoas não duram tanto tempo. Lonnie estava sereno, no entanto. Simplesmente lhe deu um curto descanso antes de voltar a trabalhar. O clima no quarto estava sombrio. Estes criminosos violentos eram homens que estavam acostumados a lutar e matar, mas ver isso era outra coisa. Lonnie voltou para ela com uma engenhoca que se parecia com um alicate, mas cada lado era uma lâmina afiada, como um cortador de charutos. Ele moveu seu dedo mindinho na ferramenta. — Qual é o seu nome? — Ele perguntou. Ela não respondeu. Ele cortou o dedo na primeira junta. Ela gritou e ele pacientemente esperou que terminasse. Ele moveu a engenhoca para sua próxima junta. — Qual é o seu nome? — Ele perguntou de novo. Novamente nenhuma resposta. Novamente, ele corta o dedo na próxima junta. Cerro meus dentes. — Qual é o seu nome? — Ele pergunta. — Dasha — A garota diz soluçando — Meu nome é Dasha.

— Bem. É um prazer conhece-la Dasha. Ela cospe nele. Ele limpa antes de mover a engenhoca no final do seu dedo mindinho. — Para quem trabalha? — Foda-se. Ele cortou o pedaço restante do seu mindinho. Ela grita. — Para quem trabalha? — Para as Spiders — ela chora — A porra das Spiders. — Como sabiam sobre esse bordel? Ela balança a cabeça. — Vá para o inferno, seu filho da mãe doente. Estupradores. Seus malditos doentes violadores. Ele tira o anel do dedo. Repetindo o procedimento até que seu dedo anelar se foi. — Como sabiam? — Ele pergunta começando no dedo médio. — Jornalista — ela chora — Uma garota chamada Cassidy. Oh Deus, por favor, deixe ela fora disso. Lonnie assente para Ernesto. — Bom primeiro bocado de informação — diz Ernesto. — Você acredita nela? Olha como ela está. — Lonnie acredita nela. Então também acredito — Ernesto olha para mim — Lidaremos com isso.

— Temos apenas um nome. Lonnie olha Dasha. — Onde ela mora? — Somente tenho um número de telefone. — Entregue. Ela fala. Ernesto encolhe os ombros e olha para mim. — É o suficiente? — Já chega. — Cuide dessa jornalista. Descubra o que sabe sobre ela e depois a mate. — Tudo bem —Respondo. — Vá. Saio rapidamente da sala com os olhos de Dasha me seguindo, e sabia que ela teria muito mais dor antes que a noite terminasse. Tiro

meu

telefone

e

chamo

Vince.

Ele

atende

imediatamente. — Como foi? — Ele perguntou. — Brutal — Digo — Como ela era? — Somente uma menina. Forte e teimosa, mas Lonnie a quebrou. — Ela escolheu a profissão errada, Rafa. Não se esqueça o que elas fizeram ao nosso povo.

— Não me esqueci — Conhecia os homens que as Spiders mataram, homens que não eram maus. — O que acontece agora? — Ernesto tem uma pista, quer que investigue. — Vale a pena fazer? — Sim. Preciso que investigue um número. — Ok Falo o número. — Consegui. — É a jornalista que deu as Spiders a localização do nosso bordel, aparentemente. — Tudo bem. Enviarei para você o nome e endereço em poucos minutos. — Ok Desligo o telefone e saio do armazém. Ryan permaneceu rígido quando passei, mas não estava com disposição para uma briga. Saio para a noite até meu carro, e encosto no capô. Os gritos da mulher ecoavam na minha mente. Eu era um bandido violento. Matei e machuquei homens, fiz coisas que as pessoas normais não ficariam felizes. Era meu trabalho, no entanto. Isso era o que eu era. Violência e destruição era como eu vivia. Mas torturar uma menina não era minha ideia de diversão. Estava feliz por sair. Teria ficado lá e resistido,

porque não era fraco. Dada a escolha, porém, não quero ver alguém ter seus dedos cortados pouco a pouco. Finalmente meu telefone tocou com um endereço. Cassidy Andrews vivia no centro da cidade. Entro no meu carro e dirijo pelas ruas. Envio a Ernesto uma mensagem. — Tenho o endereço. Visitando a menina. Ele respondeu alguns minutos mais tarde. — Bom. A Spider está quebrando. Vaca. Franzo a testa e jogo meu telefone no banco do passageiro. Não sei o que ia fazer com essa jornalista, mas precisava checar. Achei que seria capaz de intimidá-la a conversar, e se ela realmente soubesse demais, teria que matá-la, embora não quisesse fazer isso. Eu poderia ser capaz de comprar seu silêncio, ou talvez extorquir algo dela para usar como chantagem. Havia muitas maneiras de manter alguém na linha, e matar não era o meu método preferido. Paro fora do seu apartamento e desço do meu carro. Era o tipo de lugar onde você precisava ser anunciado, então somente andei e esperei que alguém estivesse entrando ou saindo. Dez minutos passaram até que finalmente uma mulher mais velha veio na direção da porta a desbloqueando. Agindo como um cavalheiro educado, prestativo, abri a porta para ela, sorrindo e a segui para dentro.

Subo as escadas. Cassidy morava no terceiro andar. Atravesso o corredor e paro em frente a sua porta. Não estou nervoso. Nunca me sinto nervoso. Estou excitado e agitado. Vivo por esse tipo de coisa. Não gostava de ameaçar mulheres, mas gostava de fazer o meu trabalho e era bom nisso. Bato. Bato de novo. Finalmente a porta se abre, com a corrente conectada. Quase caio quando ela me olha. Era ela. Jessica. Sabia que havia mentido sobre algumas coisas, mas droga. — Ei, Cassidy — Digo tentando disfarçar meu choque. Ela olha para mim, claramente tão surpresa quanto eu. Sorrio, tentando parecer legal, mas por dentro eu estava fodido. Realmente era ela, a garota que não saia dos meus pensamentos. Sabia que ela era provavelmente má notícia, mas uma maldita jornalista? Nunca teria adivinhado que ela seria tão estúpida a ponto de ir àquele bar sozinha sendo uma jornalista de merda. — Você me deixará entrar Cassidy ou faremos isso da maneira mais difícil? — Pergunto. Ela continuou me olhando e suavemente fechou a porta. Escuto o som da corrente e então a porta abre novamente. Ela se afasta, deixando-me entrar em seu apartamento. Entro, meu coração martelando no meu peito.

O que eu ia fazer? Essa situação estava fodida antes, mas agora chegou a um nível totalmente novo.

Capítulo Sete Cassidy — O que você está fazendo aqui? Ele entra no meu apartamento, como se fosse dono do lugar, e fecho a porta atrás dele. Olha ao redor, não me olhando imediatamente. Cruzo meus braços, meus nervos em chamas. Sabia que devia fazer alguma coisa, talvez sair pela porta da frente gritando ou talvez chamar a polícia. Sei que era ruim que ele soubesse meu nome verdadeiro, mas não fazia ideia do quão ruim. Talvez isso fosse tudo que soubesse. Talvez não soubesse que estava envolvida com a história de tráfico humano. Talvez somente tivesse descoberto minha verdadeira identidade e ficou chateado com isso. Mas ele havia mencionado da “maneira mais difícil”. Finalmente ele me olha. — Por que mentiu para mim sobre seu nome? — Tive medo — Respondo honestamente. — Você deve ter medo — Ele suspira e se senta na mesa da cozinha — Tem uma bebida? Pisco surpresa. — Ah, sim. Com certeza.

— Uísque se tiver. Na cozinha encontro uma velha garrafa na parte de trás do gabinete. Pego dois copos, levo tudo para a mesa e derramo a bebida. Ele pega a dele, engolindo e então derramando mais. Tomei um gole do meu, grata e na esperança de que isso ajudasse em me acalmar um pouco. Finalmente me sento e ele apenas me encara. — Você é uma jornalista — Diz ele finalmente. — Freelance. — Para quem? — O Chicago Diary. — Jornal de merda. — Sim. Mas paga as contas. — O que fazia no bar naquela noite? — Pesquisa — Admito. — Para que tipo de história? — Sobre a máfia. Ele assente, seu rosto frio e impassível. Não podia lê-lo nenhum um pouco. — O que você sabe sobre a máfia, Jessica? — Ele faz uma pausa e sorri — Sinto muito. Quero dizer, Cassidy. — Eu não sei. Nada. — Não minta. Você queria descobrir algo, vá em frente, pergunte.

— O que você sabe sobre tráfico de pessoas? — Deixo escapar. A cara dele se desfaz por apenas um instante. Parecia quase aflito, acredito que disse a coisa errada nesse momento. Ele rapidamente se recompôs e o momento passou. Ele balança a cabeça. — Não sei muito. — Mas sua organização faz isso. — Sim. — Por quê? Não é errado, até mesmo para você? — Sim — Ele concorda — Existe uma divisão sobre esse assunto, não estamos todos interessados no tráfico. — Então por que fazer? — Porque traz dinheiro. E não estamos a ponto de nos dividir por causa disso. — Por que está aqui? — Pergunto. Ele toma um gole e suspira. Por um segundo, tenho o desejo totalmente irracional de me levantar e caminhar ao redor da mesa. Queria sentar no seu colo e esquecer tudo isso, voltar a ser Jessica, voltar àquele momento no beco. Foi um momento perfeito, e pensei nisso desde então. Quase conseguimos

voltar

uma

vez,

mas

agora

parecia

desapareceu totalmente. — Você conhece uma mulher chamada Dasha? Meu coração quase parou.

que

Recosto na cadeira e bebo meu uísque de uma vez. Viro tudo na minha garganta e quase vomito, mas respiro fundo e me recomponho. — Sim, conheço. — Porra — Ele me encara — Dasha está atualmente em um armazém na periferia da cidade, sendo torturada para falar tudo o que sabe. Até agora, ela deu seu nome. — Por quê? — Pergunto — Como assim? — Queríamos saber como ela sabia sobre esse bordel. Ela disse que uma jornalista chamada Cassidy lhe disse. Essa é você. Senti como se o mundo inteiro estivesse desmoronando ao meu redor. Estava a ponto de perder minha cabeça. Sentada em frente a esse gangster, percebi que não o conhecia realmente. Esse tempo todo ele era apenas um estranho e tudo o que eu queria era prová-lo. Isso foi tudo o que aconteceu entre nós. Mas

agora

Dasha

foi

capturada

e

estava

sendo

torturada. Dasha, aquela mulher forte que eu mal conhecia, a mulher que eu tanto queria ser. Capturada e torturada. — Como? — Pergunto — Não sei — Ele admitiu — Não foi meu grupo que a pegou. Mas agora você Cassidy deve estar muito preocupada. — Sou apenas uma jornalista — Deixo escapar — Estou apenas atrás de uma história.

— Você está mexendo onde não devia. — Essas pessoas são reais, Rafa. Estou tentando fazer algo de bom. — E estou tentando fazer a mesma coisa — Ele suspira balançando a cabeça — Como você sabia sobre aquele bordel? — Estou entrevistando pessoas. Apenas segui algumas dicas até que o encontrei. Não sabia que a máfia era a dona. — Bem, nós somos. Ou pelo menos éramos antes das Spiders virem e nos atacar. — Não foi minha intenção. — O que quer que você pretendia, Cassidy, agora está no meio disso. — O que acontecerá com ela? Ele balança a cabeça. — Você não quer saber. O medo me domina. Se uma mulher como Dasha podia ser pega e torturada, então o que estava os impedindo de me levar? Estava em perigo e não havia ninguém para me proteger. Não era nem funcionária integral do jornal. Somente peguei alguns trabalhos que tinham. Estava trabalhando nessa história de tráfico de pessoas por conta própria. Ninguém podia me ajudar. — O que acontecerá comigo?

— É uma boa pergunta — Ele pega a sua bebida e a vira — Não sei o que acontecerá com você. — Rafa, não tive nada a ver com isso. — Sim, você teve. Você se envolveu nisso. E agora é o meu trabalho cuidar de você. Senti uma bola na minha garganta. — Cuidar de mim? — Relaxe — Ele diz — Nada acontecerá com você. Solto um suspiro. — Por enquanto, pelo menos. Mas você precisa fazer algumas promessas. — O que você quer que eu faça? — Pare de investigar essa história. procurar

qualquer

coisa

que

possa

Porra, pare de estar

conectado

remotamente à máfia. Não chame a polícia. Não deixe a cidade. Seja discreta e não faça movimentos bruscos. — Tudo bem. Posso fazer isso. — É sério, Cassidy. Não faça nada sem me consultar primeiro. E sem mais mentiras. — Ok — Digo concordando. Não sei por que parecia que ele estava me ajudando, mas se isso significasse não ser morta ou torturada, eu aceitaria — Farei o que precisar. Somente não me machuque. Ele suspira.

— Não te machucarei. Ok? Prometo. Mas os homens que eu trabalho, eles podem, então você precisa me ouvir. — Ok — concordo assustada. — Se você for para a polícia, você morrerá. Se sair da cidade, você morrerá. Se fizer algo remotamente estúpido, será morta. Então fiquei quieta e não faça nada — Ele se levanta e termina sua bebida — Obrigado pelo uísque. — Claro — Respondo, minha mente um zumbido em branco. Ele anda até a porta e levanto para vê-lo passar. Quando abre a porta, olha para mim. — Ficará tudo bem, apenas faça o que digo. — Ok. Ele me dá um breve olhar e desaparece pelo corredor. Encaro a porta fechada e em seguida corro para ela. Tranco todas as fechaduras e depois caio no chão, incapaz de parar o medo que me domina. Respiro fundo. Não ia chorar. Não seria a idiota em prantos que precisava ser salva. Mas, novamente, precisava ser salva. A máfia me queria morta, tudo por que coloquei o nariz no que não devia. Pensei que poderia ajudar a salvar a cidade, mas em vez disso, eu me coloquei em perigo. Não entendi porque Rafa parecia estar me ajudando. Claramente foi mandando para o meu apartamento para me machucar, mas ele não quis. Talvez fora por causa do que

aconteceu entre nós. Ou talvez ele estava apenas me assustando para que lhe contasse tudo o que sabia. Não sabia qual era o seu objetivo, ou se havia uma cartada final. Tudo o que sabia era que queria sobreviver a isso. Morrer por causa de uma história nunca foi parte do plano. Estava entorpecida e confusa. Era apenas uma garota normal, tentando fazer algo de bom no mundo. Agora fui empurrada para algo muito maior do que eu, algo que eu mal entendia. Estava à deriva, esperava que Rafa pudesse me impedir de me afogar.

Capítulo Oito Rafa Continuei vendo o medo nos olhos de Cassidy enquanto eu andava pelos corredores luxuosos. O complexo era o centro do poder da família Barone. Era uma grande mansão localizada em um enorme pedaço de terra, com estábulos e piscinas. Era o pico absoluto da opulência e poder, tudo gritava bens e riquezas. O corredor que eu estava andando de um lado para o outro era acarpetado em ricos pisos de madeira de nogueira, vermelhos e macios. Pinturas caras forravam as paredes. Não via nada disso, no entanto. Estava passando pelo corredor fora do escritório do meu chefe, tentando me recompor, tentando descobrir como resolveria isso. Vince não precisava dessa garota morta. Sabia que não se importaria. Mas Ernesto seria um problema, mais cedo ou mais tarde. Tudo dependia do que aquela garota Dasha lhe constasse, se fosse útil ou não. Se fosse uma boa informação, provavelmente esqueceriam Cassidy. Mas, se fosse ruim, eles precisariam de alguém para conseguir mais informações. Não podia deixa-la ser morta ou torturada. Não sabia por que estava desenhando uma linha tão rígida com essa menina. Mal a conhecia. Acabei de descobrir seu nome verdadeiro. Ela brincou comigo desde o começo, ou pelo

menos estava tentando. Vi através dela muito facilmente, isso me irritou que ela era uma jornalista e eu fui sugado para sua merda. Ela não parecia uma jornalista insensível, embora. Ela me parecia bem ingênua, especialmente depois de ontem. Vi medo em seus olhos. Eu não cheguei exatamente e disse a ela por que eu estava lá, mas ela claramente entendeu. A garota não era estúpida, e ambos sabíamos que Cassidy estava em uma posição de merda. Não podia dizer se era uma ameaça real à organização ou não. Ela não parecia saber muito mais sobre as Spiders ou Dasha, embora ainda não tivesse certeza. Meu instinto me dizia que era apenas uma garota inofensiva, e meu instinto estava certo mais frequentemente do que não. O

problema

era

tentar

convencer

os

outros.

Eu

conquistei algum poder na máfia, mas não era o cara mais alto no ranking. Estava perto, mas Ernesto poderia ordenar eu ou um de seus homens para matar a garota, e teria que obedecer. Escuto alguns passos se aproximando e olho para cima. Vince sorri para mim quando caminha em minha direção. — O que está fazendo? — Ele pergunta. — Caminhando — Resmungo. — Você está parecendo louco para caralho — Ele abre a porta do escritório — Venha aqui.

Entramos em seu escritório. Era um espaço muito grande. Havia uma mesa para ele na parede dos fundos e a minha ficava na frente. A maioria dos caras não mantinha um escritório como esse, mas Vince administrava sua equipe como um negócio. Ele não brincava em serviço como alguns dos outros caras. Era duro, violento e poderoso, mas não era um maluco de merda como alguns dos homens. Não teria trabalhado para ele se fosse assim. — Como foi com a garota ontem à noite? — Bem. Ele se senta na sua mesa e apenas me inclino na minha. Estou com muita energia, sento e ajo como se estivéssemos trabalhando em algum negócio. Queria sair nas ruas e quebrar alguns crânios. Era o que eu fazia melhor. Tenho um jeito com as pessoas, especialmente com homens que achavam que era difíceis. Poderia quebrar um homem se precisasse e gostaria disso. Quebrar homens maus era um dos meus passatempos preferidos. — O que ela disse? — Ele pergunta — Ela não sabe de nada. É somente uma garota. — Mas aquela Spider sabia seu nome. — Verdade. Ela estava escrevendo um artigo sobre tráfico de pessoas e descobriu as Spiders. Aparentemente ela deu a localização do nosso bordel mesmo sem saber o que era realmente e nem de quem era o lugar.

Vince assente franzindo a testa. — Então você acha que ela é inocente? — Não é inocente. Mas não é uma ameaça. — Ela estava escrevendo um artigo sobre nós. — Estava. Mas, acredite em mim, quando disse a ela quem eu era, quase surtou. Não quer ter nada a ver com isso agora. — Esperta. — Ela é inteligente. E ingênua. Vince, essa garota não será um problema. Ele me olha por um segundo e então assente com a cabeça. — Ok. Confio nos seus instintos. Mas terá que convencer os outros. Sabe que não posso pará-los. — Eu sei. Farei o possível. — Bom. Você tem meu apoio também. — Tem alguma atualização da garota Spider? Vince assente. Pega a garrafa, dois copos da mesa dele e derrama uma bebida. Eu me inclino e pego um. Ele pega o del3. — Está morta — Ele diz. — O que aconteceu? — Lonnie aconteceu. Parece que o coração dela parou eventualmente. Perda de sangue e estresse fizeram isso.

Balanço a cabeça. Bebemos nossas bebidas. — Ela falou mais alguma coisa? — Pergunto. — Um pouco. Falou sobre como as Spiders são um grupo de mulheres lutando para libertar as escravas do sexo. Disse um monte de besteira idealista, também. — Você acredita nela? — Não sei. Não estava lá. Somente escutei isso de segunda mão. — Ela parecia ser uma fanática de merda. Deixou Lonnie arrancar todas as unhas, antes que começasse a falar. — Merda — Ele derrama mais duas bebidas — Para essa vadia foda. — À Spider. Tocamos os copos e bebemos. —E rnesto não parecia feliz. Ele pareceu não gostar do que elas sabem. — Isso é ruim para a jornalista. Vince diz: — É, e é ruim para nós. Se elas forem realmente um grupo

idealista

de

combatentes

pela

liberdade,

talvez

tenhamos uma guerra séria em nossas mãos. — Não era sério antes? — Não — Ele diz — Antes podíamos negociar, talvez chegar a um acordo ou algo assim. Mas agora? Elas vão

tentar nos fazer sangrar antes de cederem, assumindo que essa menina disse a verdade. Concordei, entendendo a situação. Se as Spiders estivessem nisso para o lucro, poderíamos lhes oferecer um negócio melhor e talvez abrir algo junto. Mas, se estão apenas para nos destruir, bem, então nunca chegaremos a um acordo com elas. Simplesmente não havia um terreno comum com um inimigo que discordasse fundamentalmente de sua existência. E nos negócios, era necessário um terreno comum. Dasha parecia dura, e me perguntava por que ela aguentaria tanto ao invés de falar. Ela nos deu a jornalista, mas fazia sentido. Provavelmente viu Cassidy como um baixo perigo, e ela podia nos dar pouca coisa. Então decidiu morrer antes de nos contar algo útil. Essa era uma garota difícil. Precisava admitir, admirava sua coragem e suas convicções, mesmo que fossem muito sinistras. — Qual é o plano para a jornalista então? — Vince pergunta — Por enquanto, disse para ela se manter quieta. — Isso pode não ser suficiente, não com essa Spider morta. — Imaginei. — Precisará pensar em outra coisa se quer mantê-la viva.

— Ela não sabe nada. Ernesto verá isso. — Não — Diz Vince balançando a cabeça — Não acho que irá. Ernesto é uma puta teimosa, e está chateado com as Spiders. — Ele é um bastardo doente. — Sim — Vince concorda — A coisa toda é uma merda — Ele suspira e derrama mais duas doses. — O que aconteceu com os bons velhos tempos, quando a máfia não comprava e vendia seres humanos? Bebemos e dou de ombros. — Quem sabe? Não fazemos isso. — Não fazemos. E tem outros na máfia que são contra também. — Lucas? — Lucas, por exemplo — Diz Vince acenando. Lucas Barone era filho de Arturo Barone, herdeiro de toda a família. Quando esse pau velho do Arturo finalmente morrer, Lucas estará no controle de tudo. A máfia iria mudar para melhor. Lucas aprendeu tudo com o seu pai, mas não estava sobrecarregado sendo um completo idiota. Lucas era esperto o suficiente para saber o que precisava ser feito e forte o suficiente para fazer. Mas ele não era uma pessoa insana como seu pai. Porém Arturo fez muito pela máfia. Assumiu a família Barone e cresceu mais do que qualquer um poderia ter imaginado, sendo um dos mafiosos mais cruéis que já viveu.

Agora somos um dos grupos mais poderosos do país, mas quando Arturo começou, éramos quase nada. Devemos muito a Arturo, mas ele não era invencível. — Será o suficiente para finalmente fazê-lo agir? — Provavelmente não — Diz Vince — Assumir a máfia e matar seu pai não é pouca coisa. Precisamos esperar. — A espera não é minha especialidade — Coloco o copo na mesa dele— Estou indo. — Tudo bem. Tenha seu telefone em mãos. Quem sabe quando virão atrás de você. — Atrase-os para mim. — Farei o que puder. Assinto com a cabeça para ele e então saio. As coisas estavam complicadas na máfia, e agora Cassidy foi jogada no meio. Havia uma guerra em ambos os lados, dentro e fora, e ninguém estava a salvo, muito menos Cassidy. Dasha morrer foi a pior coisa para ela, especialmente considerando que a garota não falou muito. Se ao menos ela tivesse dado a Ernesto algo bom, talvez Cassidy estaria segura. Dessa forma Ernesto iria atrás dela, e precisava me certificar que ele falaria comigo antes de ir direto a ela. Eu saí com raiva, pronto para encontrar Cassidy e me certificar de que estava bem.

Capítulo Nove Cassidy Eu mal dormi a noite. Continuava tendo visões de homens mascarados, quebrando minha porta e me matando enquanto dormia. O sol surgiu e brilhou através da janela me acordando. Estava exausta e lenta quando me levantei e fiz o café, mas pelo menos ainda estava viva. Precisava

sair

do

meu

apartamento.

Continuava

imaginando aqueles homens me atacando, e nada parecia ajudar. Tomo banho, visto-me e bebo café. Não escutei nada de Rafa, mas realmente não esperava. Eu queria que ele não tivesse saído e me deixado só, não entendia o porquê. Ele era o inimigo, mas não conseguia realmente pensar dessa forma. Ele falou que não queria me machucar, que não ia me machucar, e por alguma razão acreditei nele. Confiava nele, talvez não devesse. Rafa era um completo estranho, mas ainda estava atraída por ele. Foi tão estúpido e frustrante, continuava lembrando aquele beijo. Agora que ele sabia meu nome verdadeiro e quem era, tudo precisava acabar. Ainda que ele dissesse que não ia me machucar. Precisava acreditar nisso. E precisava fazer o que ele disse. Sem pesquisar mais as Spiders. Acabei com o tráfico de pessoas, com tudo isso.

Queria ajudar a cidade, mas não queria morrer. Poderia fazer mais bem viva do que poderia morta. Deixo meu apartamento e entro no meu péssimo, velho e surrado Nissan. Irei ao escritório do jornal, preciso fazer algo para me distrair. Estaciono e vou para o prédio de escritórios. Entro no elevador e subo até o quinto andar, olhando sobre o ombro o tempo todo. Era paranoia eu sei, mas precisava me manter firme. Rafa disse que precisava apenas ser discreta, então isso era o que faria. As portas do elevador abrem e saio. Sorrio e aceno para a recepcionista, que acena de volta quando passo. Caminho em direção a porta, meu coração batendo rápido. Adoro jornal e os jornalistas. Escritores eram as pessoas mais esquisitas do mundo, e os jornalistas eram os escritores mais estranhos. Eram pessoas cínicas e difíceis, cada veterano grisalho com inúmeras histórias, decepções, brigas e ameaças. Queria ser uma jornalista de verdade um dia, uma boa jornalista, não a que era no momento. Minha história do tráfico humano era para ser o começo disso, mas agora tenho que encontrar uma nova maneira. Quando entro vejo o local movimentado. Acenei para algumas pessoas que reconheci, mas era uma estranha aqui. Era somente uma freelance, o que significava que era o fundo do fundo. Não me importava tanto, embora às vezes as pessoas podiam ser idiotas. — Ei, Cass!

Faço uma pausa e dou um sorriso. — Jimmy. — Como está? Jimmy ficou na porta de seu escritório de braços cruzados. Estava em seus cinquenta anos, seus cabelos grisalhos, a pele bronzeada. Era magro, provavelmente do estresse constante de ser editor de um jornal. Ele era o homem que me contratou. Eu o considerava meu mentor em alguns aspectos. Quando comecei como freelance, ele era a única pessoa a sair do seu caminho para tentar me ajudar a aprender os ofícios. Era um cara bom, embora ele pudesse ser muito duro às vezes. Gostava disso sobre ele. Gostava que fosse um cara muito pragmático. Sua redação era ordenada, ou pelo menos tão ordenada quanto uma poderia ser. Ando em sua direção e encolho os ombros. — Estou bem. — Não a vi por aqui em algumas semanas. — Ocupada. — Com o quê? Você não me entregou nada. — Estava trabalhando na minha própria história um pouco. — Essa coisa de tráfico de pessoas? Continua com isso? — Sim — Digo balançando a cabeça — Mas não estou mais.

— O que impediu você? Hesito, não sabendo o que dizer. Por um segundo queria lhe contar a verdade. Isso

era

estúpido.

Não

podia

falar.

Rafa

disse

especificamente para não contar a ninguém, ou pelo menos deixou fortemente implícito. Não seria idiota no dia seguinte. — Somente fiquei presa — Digo — Cansei de bater cabeça contra a parede. Então agora farei uma pausa. — Não dê uma pausa muito longa — Diz Jimmy — Você perderá a magia. Sabe o que quero dizer? — Não, não sei. Ele encolhe os ombros. — Em qualquer trabalho existe uma sequência. Você entra nela, o trabalho aparece fácil. Escrever uma história, uma séria, o fluxo pode ser longo e chato, mas está lá, sentado nas beiradas. Não pode perder isso. — Entendi o que está dizendo. — Então fique com isso. Todas as histórias importantes começam devagar. Você irá superar. — Obrigado. Talvez eu continue. — Você está aqui para algum dinheiro enquanto isso? — É o objetivo. Ele assente. — Tem alguma merda real no lixo. Vá em frente. — Obrigada. Agradeço muito.

— Boa sorte, garota — Ele acena e desaparece de volta em sua sala. Saio, franzindo a testa para mim mesma. Estava desistindo com muita facilidade? O objetivo de ser uma jornalista de investigação séria era porque você não desistia facilmente. Lutava com unhas e dentes de verdade, não importava o quê. E aqui estava eu, indo embora no primeiro sinal de dificuldade. Mas, não. Não, isso era estúpido. A maioria dos jornalistas não recebiam da máfia ameaças de morte. Isso não era uma situação normal. Continuei andando, distraída e frustrada. Eu parei em uma longa mesa no fundo da sala cheia de recortes, basicamente pequenas folhas de uma página apresentando as histórias que precisavam ser escritas. Peguei alguns que pareciam promissores e sai. Eles não pagam muito, talvez algumas centenas pela matéria acabada, talvez mais se eles realmente queriam o resultado. Mas eu poderia pagar meu aluguel se eu produzisse algum trabalho por mês. Demorava talvez uma semana de esforço, às vezes menos, às vezes mais. Tudo dependia de qual história eu pegava. Entro no elevador e desço, minha mente fervilhando com as palavras de Jimmy, com as ameaças do Rafa. Não sabia em quem acreditar ou quem confiar, ou se precisava simplesmente fazer o que achava melhor.

Era muita coisa. Segurava as folhas, tentando não deixar a raiva me dominar. Então, talvez raiva fosse bom. Era definitivamente melhor do que o medo. O elevador desce e passo através do lobby. Não sabia o que queria e não me sentia melhor, mas pelo menos havia algum trabalho a fazer. Ficava melhor quando fazia algo para me distrair, algo que ocupasse meu tempo. Não esqueceria o que estava acontecendo comigo, mas pelo menos, poderia ignorar um pouco enquanto fazia essas tarefas. Enquanto caminhava em um dia quente de verão, paro de repente. Logo à frente, inclinado contra o capô de um carro preto estava Rafa. Ele sorriu e tirou os óculos escuros quando me viu. Medo e excitação aumentaram no meu peito. Era um sentimento estranho. Queria fugir e queria correr em direção a ele, e não sabia o que era mais forte. No final, fiquei parada. Ele caminhou até mim, vestindo um terno caro e sorrindo com aquele sorriso arrogante. — Você está bem? — ele pergunta. — Como sabia que estava aqui? Ele encolhe os ombros. — Segui você. — Você o quê? — Segui.

— Isso é assustador. — Sim, talvez. Mas me agradeceria se compreendesse o porquê. — Tente explicar. Ele franze a testa para mim. Queria o alcançar e tocar seu lindo rosto. Queria que ele me pressionasse contra a parede e me beijasse até que eu não pudesse me conter de arrancar suas roupas. Eu queria gritar por ajuda. — Tem certeza de que quer saber? — Ele pergunta. — Eu preciso saber. — Sua amiga está morta. Eu fiquei chocada, tristeza crescendo em mim. Eu mal a conhecia e, no entanto, senti tanta tristeza pela morte dela. Mal conseguia descrever, mas senti uma estranha afinidade com ela. Ela era muito mais forte do que eu jamais poderia ser, mas parte de mim achava que, se as coisas fossem diferentes para mim, talvez eu seria como ela um dia. Agora ela se foi, e senti uma angustia perfurar o seu caminho através do meu estômago. — Como? — Pergunto. — Você sabe como. Se isso te faz sentir melhor, ela não falou. Bem, exceto seu nome. — Isso não me faz sentir melhor. — Não pensei que fosse. Mas me escute. Você está em perigo ainda mais do que antes.

— Por quê? — Porque é a única pista que lhes resta. — Mas não sei de nada. — Sei disso. Eles não. — O que isso significa? — Significa que eu estava me certificando de que ninguém está tentando te arrancar da rua e tirar suas unhas até que você diga a eles qualquer coisa que queiram ouvir e muito mais. Dou um passo para trás horrorizada. — Eles fazem isso? — Eles fazem isso — Ele balança a cabeça — Não quero te assustar, Cassidy. Estou tentando te ajudar. — Está fazendo um grande trabalho em não me assustar. — Não sirvo para isso — Ele diz — Normalmente não tento salvar alguém. — O que normalmente tenta fazer? Ele era grande e intenso, musculoso e tatuado. Sabia o que fazia normalmente. — Normalmente, quebro cabeças. Machuco as pessoas. Pessoas más, mas mesmo assim. — Não sei o que fazer.

— Confie em mim. Isso é tudo o que pode fazer — Ele faz um gesto para seu carro — Vamos. Eu te darei uma carona para casa. — Estou de carro aqui. — Vamos pegar ele mais tarde. Quero ter certeza que chegará bem em casa. — E então o quê? Ficaremos para sempre na minha casa? — Não, eu te deixarei e preciso voltar para o complexo e arrumar essa merda. — Que complexo? — pergunto muito frustrada — Estou perdendo minha cabeça aqui, Rafa. — Sei disso — De repente ele para na minha direção e põe as mãos nas minhas costas. Congelo, os sentimentos de medo e emoção, surgindo através de mim. — Cuidarei de você — Ele diz — Venha comigo. — Ok — Praticamente sussurro. Caminhamos em direção a seu carro, e sinto um desejo formigando ao longo das minhas costas. Quando subo no banco do passageiro e o motor ruge para a vida, pergunto-me se tomei a decisão certa. Não conheço esse cara. Ele era lindo e intenso, mas até agora tudo o que sabia era sua palavra nisso. Mas ele sabia meu nome. E sabia quem era Dasha. E definitivamente era da máfia.

Sabia que estava ferrada. Não havia como voltar. Talvez, Rafa pudesse me manter viva e me ajudar a passar por isso.

Capítulo Dez Rafa Levei Cassidy de

volta para o

seu

apartamento,

verifiquei que ninguém estava lhe esperando e depois sai. Tanto quanto sei, eu era o único a segui-la, e nenhum dos homens de Ernesto estavam rondando o prédio. Por mais que eu quisesse ficar, precisava voltar. Queria falar com Ernesto e ver o que estava planejando antes de fazer qualquer movimento. Talvez pudesse levar a menina comigo, mas era como levá-la para um ninho de vespas. Ela estava mais segura em seu apartamento. Eu disse a ela que se alguém além de mim viesse até a porta, ela deveria ligar para a polícia. Isso não ajudaria a longo prazo, mas iria mantê-la viva por um tempo. Pelo menos, tempo suficiente para que tentasse lhe ajudar. Paro no estacionamento e entro. Minha mente zumbindo com mil cenários diferentes, mas uma coisa continuava voltando. Queria aquela garota. Assim que toquei seu corpo, lembrei tudo de novo. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia parar de pensar nela de outro jeito. Não podia vê-la apenas como uma civil, inimiga da máfia. Não conseguia pensar nela como um alvo.

Claro, ela mentiu, mas porra, eu mentia todo o tempo. Não dei a mínima que seu nome verdadeiro fosse Cassidy ou que ela pensava que ia me usar para uma história. Ela sabia tão bem quanto eu que não ia tirar merda nenhuma de mim, somente estava fazendo isso porque não podia ajudar a si mesma. Vi o jeito que ela me olhava: medo, mas me querendo mesmo assim. Ela me olhou como se quisesse tirar minha calça, chupar meu pau e me fazer gozar forte. E isso me pegou com força. Não conseguia explicar o porquê. Não queria que ela ficasse com medo de mim, mas também

achei

esse

medo

excitante.

Queria

beijá-la

suavemente enquanto batia duro em sua bunda. Queria fazêla implorar, rir e gozar. Mas, não podia fazer nada disso se Ernesto a torturasse e matasse. Uma vez lá dentro, entrei pelos corredores até chegar ao escritório. Empurrei a porta e entrei. Vince levantou os olhos da mesa. — Ela está bem? — Está bem. — Bom. Ernesto está a caminho agora. — O quê? — Ele chamou um minuto atrás. Queria uma reunião. Presumo que seja sobre você. — Porra.

— Relaxe. — Estou calmo. Mas estou com medo de machucar aquele pedaço de merda. — Tenha um pouco de controle. — Verei o que posso fazer. Sento na minha mesa, mas logo escuto uma batida na porta. Vince me olha e levanto, em seguida abro a porta. Ernesto está ali, com uma expressão azeda no rosto. — Rafa. — Ernesto. Entre. — Estou feliz que esteja aqui. — O que podemos fazer por você Ernesto? — Vince pergunta. Ernesto caminha até ele e se senta na cadeira a sua frente. — Queria falar sobre essa merda das Spiders. — Imaginei — Vince se inclina para trás — Você sabe que não tenho muito a ver com isso. Não é problema meu. — Elas são problema nosso — diz Ernesto — Além disso, seu menino está envolvido. — Somente porque você me envolveu — Digo irritado. — Não importa. Quero essa garota, a jornalista. O que acha dela, Rafa?

— Ela não é um problema — Respondo — Ela não sabe nada. — Oh, olhe, um especialista de merda — Ernesto faz uma careta — Escute, Vince quero a garota. Estou aqui somente por cortesia para você e Rafa. — Não achamos que você precisa levá-la — Vince responde lentamente. — Não me interessa. Ela é a única ligação que temos com as Spiders, e quero aquelas malditas bastardas. — Ela é somente uma garota — Digo — Uma garota estúpida que estava no lugar errado e na hora errada. Ernesto olha para mim. — Ela é uma jornalista olhando nossos negócios. Somente isso seria o suficiente para matá-la. — Escolhi não a matar, porque sei o que é melhor — Praticamente rosno para ele. — Rafa é um bom juiz — Diz Vince rapidamente tentando acalmar minha raiva. —Talvez ele seja, mas ainda quero essa garota. — Eu não deixarei você matá-la — Vince responde simplesmente. Ernesto olha surpreso. Maldição, eu estou surpreso. Ernesto se levanta lentamente. — Você não pode me impedir — Diz ele.

— Posso — Diz Vince simplesmente — Fique longe da menina. — Seu menino estúpido — Ele diz — Seu maldito garoto idiota. Arturo vai ter sua bunda. — Arturo pode fazer o que quiser. Por agora você pode ir se foder. Ernesto olha para ele e depois para mim. — Seu covarde. Devia ter matado a garota — Ele se vira e sai da sala. Levanto e olho para Vince. — Obrigado. Agora tenho que matar esse filho da puta. — Sente-se — Diz Vince — Eu não fiz nada. Ele pode fazer o que quiser, mas está com medo de começar uma guerra de verdade. — E você não está? — Não, porque isso foi uma puta de uma ameaça vazia. — E daí? Somente o deixamos pegá-la? — Veremos o que diz Arturo. Por enquanto, fique de olho nela. — Tudo bem — Ando em direção a porta e então faço uma pausa — Obrigado por me apoiar. Vince suspira abanando a cabeça. — Sei o que você está passando. Levanto uma sobrancelha.

— Você? — Algo parecido. Agora saia daqui. Balancei a cabeça e abria porta saindo da sala. Ernesto era um merda, mas era poderoso na máfia. Ele mantinha um bom número de soldados, talvez tantos quando Vince. Se tivesse uma luta, poderia não ser a nosso favor. Mas eu adoraria uma briga. Eu era bom nisso. Poderia cortar gargantas de qualquer homem. Merda, eu poderia fazer muito. Queria uma chance de sangue. Em vez disso, eu vigiaria a garota, certificando-me que estava segura, enquanto o maldito conselho de chefes fazia sua maldita escolha. Vince discutiria meu caso e era isso. Saio com meu carro, com a intenção de ficar um longo dia sentado, entediado para caralho. Não ia deixar Cassidy saber eu a estava seguindo. Não precisava assustar a menina mais do que o necessário. Embora desejava poder entrar em seu apartamento, lentamente tirar a calcinha de sua pele lisa e passar a língua ao longo de sua deliciosa boceta até que ela esquecesse tudo isso e viesse como um raio na minha boca.

Capítulo Onze Cassidy Rafa me levou até meu apartamento, verificou que estava vazio e depois saiu. Assim que a porta se fechou estava sozinha e senti que ia desmoronar e chorar. Em vez disso, deitei no sofá e respirei profundamente, recompondo-me. Não podia ter um colapso cada vez que Rafa aparecesse. Havia muita coisa em jogo, e sabia que precisava manter a calma, não importando o que acontecesse agora. Tentei meu melhor para manter minha rotina. Coloquei roupas confortáveis, fiz almoço, assisti televisão e depois tentei fazer algum trabalho. Estava escrevendo uma história sobre um homem local que havia começado uma instituição de caridade coletando sapatos para os desabrigados. Era muito chato, mas pagaria bem o suficiente, então estava empenhada em fazer isso. Meu dia seguiu assim. Continuei sonhando com Rafa, imaginando seu corpo contra o meu, seus braços envolvidos em volta de mim quando pressionava contra o sofá. Queria sentir o que ele faria com o meu corpo, mas também esperava nunca o ver novamente. Jantar veio e se foi. Cozinhei, comi e voltei ao trabalho. Estava me jogando nesse artigo chato simplesmente tentando me distrair de ter tanto medo.

O fato de que Rafa sentiu a necessidade de me levar para casa e ver meu apartamento significava que alguém estava atrás de mim. Ele não estava tentando esconder o problema, mas ainda assim, parecia quase irreal. Nunca antes fui ameaçada, e nunca estive em perigo. Agora algum mafioso estava me protegendo do resto da máfia, e não sabia porquê. Eu não entendi o que o Rafa estava tirando disso. Se realmente era uma ameaça para a sua organização, não entendia por que estava me ajudando. Ele estaria traindo seu próprio povo. Ou talvez não. Talvez realmente houvesse uma divisão dentro da máfia sobre a questão do tráfico de pessoas. Ou talvez ele soubesse que eu não estava relacionada com isso e não sabia absolutamente nada. Talvez no fundo daquelas

tatuagens,

aquele

sorriso

perigoso,

aqueles

músculos, talvez sob essa força mortal, houvesse um homem que realmente se importava. De qualquer forma precisava me concentrar no meu trabalho. Eu me concentrei e consegui uma boa parte da pesquisa. Quando percebi estava olhando para a tela do computador a uma da manhã, cansada e entediada. Nada aconteceu o dia todo. Foi tranquilo, muito tranquilo e não ouvi nada de Rafa. Ninguém estava me observando, ou pelo menos foi como me sentia. Eu não pude fazer nada. Estava me incomodando, cavando os cantos do meu cérebro. Fiz uma pesquisa rápida

no Google, tentando encontrar algo sobre o próprio Rafa, embora

não

houvesse

nada

on-line.

Isso

não

me

surpreendeu. Fiz mais algumas pesquisas e cliquei através de alguns sites.

Estava

procurando

alguma

informação

sobre

o

envolvimento da máfia no tráfico de pessoas, especialmente qualquer coisa que surgisse sobre uma divisão dentro da máfia. Queria encontrar a verdade e não consegui evitar. Sabia que era estúpido. Sabia que não deveria brincar com essas coisas. Mas, sozinha no meu apartamento, digitando no meu laptop, eu me sentia segura. Não deveria ter me sentido segura. Uma coisa levou à outra e logo estava fazendo uma busca rápida sobre as Spiders. Não achei nada, como antes, mas não pude me conter. Comecei a pesquisar mais, indo mais fundo. Foi quando meu computador parou de funcionar. Isso não estava certo. Mas aconteceu, a tela de repente ficou preta. Olho para ele surpresa, e não sabia o que estava acontecendo. Tentei ligá-lo, mas não aconteceu nada. — Merda — Falo irritada. Pensei que fosse um vírus. Mas um texto começou a aparecer. — Por que você ainda está procurando por nós? Olhava aquelas palavras e senti uma pontada de pânico. Digitei de volta.

— Quem é você? Alguns segundos depois, outra mensagem. —

Temos

observado

você.

Sabemos

o

que

está

acontecendo. Mal podia respirar. Isso era exatamente o que Rafa me avisou, e estava acontecendo. Não sabia quem estava me enviando as mensagens, mas imagino que era a máfia. Eles sabiam que havia quebrado as regras. Sabiam que estava procurando as Spiders, apesar do fato de Rafa ter me dito para ficar quieta. Quase me levantei e fugi. Em vez disso digitei outra mensagem. — Quem é você? O que você quer? — Nós somos as Spiders. Queremos que pare de procurar por nós. Respiro fundo. Afinal, não era a máfia. Eram

as

malditas

Spiders,

as

pessoas

que

desesperadamente queria conversar. — Por que estão me observando? — Por que a máfia quer você morta e não gostamos quando a máfia machuca as mulheres. — Isso foi o que a Dasha disse. — Dasha era uma boa lutadora. Estamos revoltadas pelo que aconteceu com ela. Não podia acreditar no que estava fazendo.

Isso era provavelmente a pior ideia possível. Deveria jogar o laptop pela janela e fingir que não vi essas mensagens. Devia botar fogo e me fazer de boba. Mas não consegui. Dasha morreu pelas Spiders. Talvez me entregou e eu estava um pouco chateada com isso, mas mesmo assim. Ela morreu pela causa que acreditava. Eu estava com muito medo de correr único risco. Eu não era Dasha, e não era uma lutadora pela liberdade. Era apenas uma garota normal que caiu nisso. Não era nada especial, e estava com medo de que estaria perdida para sempre se continuasse abusando da sorte. Mas elas me contataram. Elas vieram a mim. Não podia recusar essa oportunidade. Tantos jornalistas matariam por essa chance. — Fiquei revoltada também — Digito — Odeio o que estão fazendo nessa cidade. — Desculpe, ela colocou você em perigo. Nós não sabemos o que ela estava pensando. Mas você está em perigo, Cassidy. — Eu sei. O que faço? — Podemos proteger você. Podemos ajudar. Venha a nós. — Ir para você? — Sim. Podemos protegê-la. — Não sei quem é você. — Nós somos as Spiders. Somos mulheres como Dasha.

— Não confio em você. Dasha me meteu nessa confusão. — Não te culpamos por não confiar em nós, mas está sendo vigiada. Podemos ajudar. Estou totalmente confusa. Não sei o que fazer nessa situação. Por um lado, sim, as Spiders pareciam lutar no lado bom. Estavam liberando mulheres e lutando contra a máfia. Mas Dasha me entregou, foi ela quem me colocou nessa posição. Mesmo concordando com o que elas queriam, definitivamente não estava feliz com o que ela fez para mim. Agora queriam me proteger, mas como isso poderia ser real? A única pessoa que realmente fez alguma coisa por mim até agora foi Rafa. As Spiders podem estar do lado certo, mas foi Rafa, na verdade, que veio comigo e estava tentando me proteger.

As

mensagem

Spiders

aleatória,

apenas

me

assustadora,

mandaram através

alguma do

meu

computador. Não podia confiar nelas. Sabia isso no fundo, tanto quanto queria confiar. Não acredito em ninguém, exceto talvez o Rafa, mas ele também era questionável. — Não posso — Respondo. — Temos que ir. Eles estão te observando Cassidy. Se mudar de ideia, amarre um lenço vermelho na cerca, na esquina das ruas Arch e Gales do Sul. Adeus. E depois meu computador voltou normal como se nada tivesse acontecido.

Rapidamente fecho minhas pesquisas e bato com a tampa fechada, o meu coração estava acelerado. Agora se precisasse poderia deixá-las uma mensagem. Não ia fazer nada sobre isso nesse momento, mas era um pequeno alivio, saber que havia uma opção. Elas continuaram dizendo que estava sendo observada, uma e outra vez. De tudo, isso é o que me assustou mais. Porque não sabia o que significava. Era a máfia que me observava ou eram elas? E o que seria era pior? Essa

mensagem

somente

tornou

as

coisas

mais

complicadas. Elas não esclareceram uma única coisa me enviando essas mensagens. Agora estava mais estressada e confusa do que antes, e nem pensei que isso fosse possível. Não somente a máfia queria me matar, mas agora estava sendo

vigiada

pelas

Spiders

também.

Elas

facilmente

tomaram conta do meu computador, então quem sabia o que mais poderiam fazer. Elas eram perigosas, isso era um fato. Minha vida estava em jogo aqui, e não havia um lugar para fugir. O sorriso perverso de Rafa aparece de novo, e desejo novamente que não tivesse me deixado sozinha.

Capítulo Doze Rafa — Como está a menina? Grunhi quando sento na minha mesa levantando meus pés. — Ela está bem. — Onde esteve o dia todo? — Principalmente a seguindo. Vigiei a casa e cuidei dela. — Perseguindo, você quer dizer. Sorrio para Vince. Senti-me tenso, mas ele geralmente conseguia trazer leveza a uma situação difícil. Ele era um bom patrão, um capo de qualidade na máfia, de longe um dos melhores. Eu não teria trabalhado para qualquer outro cara... Já era tarde, passava de uma da manhã. Estava exausto, mas sabia que Ernesto provavelmente estava tentando convencer Arturo a se virar contra a garota, a cada segundo que pudesse. Vince se levantou e trouxe um copo de uísque. Peguei com gratidão e bebi. Ele se inclinou contra a mesa suspirando. — Uma merda — Ele diz.

— Não brinca. Quando veremos o velho? — Em breve. Enviei uma mensagem para Lucas. Cuidaremos disso. — Quer dizer eu vou. — Que seja. Somente não faça algo estúpido. — Faço o que tenho que fazer. Ele balança a cabeça. — Esse é o seu problema, Rafa. Você é muito teimoso, muito teimoso. Não pode quebrar tudo o que não gosta. Às vezes você tem que ser político. — Não sou o tipo político. — Você está crescendo na organização, Rafa. Todos sabemos que você é o próximo na fila para ter um território próprio. É melhor aprender a ser político ou então. Balanço minha cabeça e tomo minha bebida. Poderia trabalhar as pessoas, fazer ameaças onde eram necessárias. Merda, poderia superar a maioria dos idiotas da máfia. Mas quando se tratava de beijar o traseiro e jogar o jogo, eu simplesmente não sabia como. Não estava no meu sangue. Então, houve uma batida na porta. — Entre — Vince grita dando-me um olhar. Fat Jimmy coloca sua cabeça redonda para dentro. — Caras, Arturo e Ernesto querem conversar. — Por que te mandaram? — Pergunto

— Estava perto, então me mandaram. Isso é tudo que tenho a dizer. — Bem — Vince diz levantando-se — Vamos, Rafa. Eu os segui para fora da sala, irritado. Sabia que isso poderia ser um momento importante, mas não poderia deixar me sentir chateado com isso. Disse a eles para não tocar na menina. Isso deveria ser o suficiente. Mas Ernesto era um capo e um chefe, isso significava que ele teria palavra final sobre a minha. Fomos até o nível superior da mansão, para o escritório de Arturo. Fat Jimmy parou no final do corredor e se inclinou contra a parede. Nós o ignoramos quando passando e paramos na grande porta de carvalho. Vince bateu e esperou. Depois de um segundo, Arturo nos chamou para dentro. Ele abriu a porta. Nós entramos, fechando atrás de nós. O escritório de Arturo era o maior na mansão. Ricamente decorado com couro e peças caras. Provavelmente porque o local custava um milhão de merda, pelo menos. Sentado na grande mesa estava o próprio Arturo. Ele era um homem velho, careca, mas ainda grande, com um pequeno sorriso e olhos intensos. Ernesto se sentou em uma cadeira, olhando para nós. Arturo não parecia imponente, mas era. Construiu a maldita máfia com suas próprias mãos. Ele era um homem velho, mas era perigoso e violento.

Vince assentiu com a cabeça para os chefes. — Cavalheiros. — Vincent — Diz Arturo — Sente-se. Sentamos nas duas cadeiras restantes. Ernesto lançava adagas, mas não disse nada. — Do que se trata? — Vince pergunta — É tarde e ainda não estou suficientemente bêbado. Arturo ri. — Vocês dois sabem do que se trata. — A garota — Eu falo. — A vaca — Ernesto corta. Eu dei a ele uma olhada. Ele virou a cabeça para o outro lado. — Ela não é uma ameaça — Diz Vince — Não precisamos mais falar sobre isso. Ela não vale nada. — Ela vale — Diz Ernesto. — Basta — Intercepta Arturo levantando uma mão. Ele olha para Vince — Em respeito a você e a Rafa não fizemos nada. Estávamos discutindo, tentando descobrir o que era melhor. Mas algo novo aconteceu. Fico surpreso. Havia lhe dito para se manter quieta e não fazer nada, então não poderia imaginar que algo novo aconteceu.

Tanto

quanto

sabia,

estava

sentada

apartamento dela, trabalhando em um artigo de merda. — O que aconteceu? — Pergunto.

no

— As Spiders entraram em contato com ela — Rosna Ernesto. Isso me surpreende. — Duvido — Respondo. — Fizeram algo com seu computador — Diz Arturo — Nossos homens estavam monitorando e encontraram algo estranho. — Alguém assumiu o controle do computador. Não conseguimos ver o que estavam fazendo ou dizendo, mas foram as Spiders — Acrescenta Ernesto. — Como você sabe? — Pergunta Vince. — Tem que ser elas. Ninguém mais poderia fazer isso. — Você não sabe com certeza. — Quem mais iria entrar em contato com a garota assim? Vince me olha. Balanço a minha cabeça. — Ela não é uma ameaça — Digo — Não me importo se elas entraram em contato. Ela não é estúpida o suficiente para falar com elas. — Claramente é — Diz Arturo — Eu quero ela. Quero saber o que elas disseram. Quero saber o que ela sabe. — Não — Digo simplesmente. Todos os três chefes me olham. — Você não pode dizer não — Diz Arturo lentamente — Isso não é seu lugar.

— É o meu lugar. E digo que não. Ele vira a cabeça para mim. Vince me olha surpreso. Eu estava enfrentando o mais violento, perigoso e poderoso homem da cidade. — Porque se importa com essa garota? — Arturo me pergunta — Porque você se importa com ela? Ela era uma estranha para você. — Ela era uma estranha. Mas agora não é. Sei que não está envolvida com as Spiders. Ela é somente uma garota inocente nisso tudo. — Não importa — Grita Ernesto — Elas falaram com ela. Precisamos saber o que ela sabe. — Deixe que eu pergunte. — Não — Diz Arturo — Acho que não. Estava perdendo. Sabia que estava perdendo. Estava a ponto de empurrar minha sorte longe demais, e se isso acontecesse, não seria capaz de fazer alguma coisa por ela. A abordagem direta não estava funcionando. Olho de relance para Vince. Ele franze a testa para mim. Talvez pudesse tentar a abordagem política. Talvez pudesse tentar outra coisa, algo diferente. Falo a primeira coisa que me veio à mente. — Eu a engravidei — Digo. Todos os homens me encararam. Ninguém move um músculo.

Não sabia o que estava fazendo. Porque diabos disse isso? Não era verdade. Nem dormi com ela. Mas família significava alguma coisa para a máfia. Era uma das poucas coisas que fazia. — Quando? — Arturo pergunta — Eu a conheci antes no Spiller. Ela falou algo espertinho e acabei a levando para casa. — Fat Jimmy disse que foi apenas há dois dias — Diz Ernesto. — Não foi a primeira vez que nos encontramos — Respondo — Foi a segunda. Ernesto olha para Arturo. — Ele está mentindo. — Ele não mentiria sobre algo tão estúpido — Diz Vince — Então cuidado com sua boca, velho. Arturo levanta as mãos. — Senhores, por favor. Rafa isso é mesmo verdade? — Ela está grávida do meu filho é por isso que não quero que ninguém a torture. Arturo suspira. — Entendo isso. É muito azar. — Deixe-me falar com ela. Descobrirei o que sabe. — Arturo você não pode acreditar nisso — Diz Ernesto.

— Por que o menino iria tão longe, Ernesto? Porque ele tem a garota grávida. Não seja tão rígido — Arturo me olha — É admirável que você a esteja protegendo dessa forma. Você sabe, você estava perto de ser morto, filho. — Tenho certeza — Digo forçando-me a sorrir. — Isso muda as coisas — Anuncia Arturo — Rafa pode falar com a garota. Por agora, não podemos fazer nada até que tenhamos mais informações. — Merda, porra — Ernesto cospe. Arturo o ignora. — Vá agora antes que eu mude de ideia. Vince e eu nos levantamos. — Obrigado — Digo. Vince assente com a cabeça aos dois homens. Ernesto olha com raiva, mas não diz nada. Viramos e saímos da sala. A porta se fecha atrás de nós. Fat Jimmy está longe de ser visto — Seu idiota de merda — Diz Vince suavemente. Sorrio para ele. — Você disse para ser político. — Não disse para mentir para Arturo assim. — Qual é o problema? Isso passará. — Não passará. Eles estão com medo das Spiders, ela é a única ligação. Vão querer provas.

Balanço a cabeça. — Não sei como provar isso. Vince suspira e me olha nos olhos. — É melhor que engravide aquela garota, Rafa. É melhor fazer isso rápido. Observo enquanto ele se vira e começa a andar. Eu o sigo, franzindo a testa para mim mesmo. Eu não consegui engravidá-la. Eu não consegui fazer isso. Então, novamente, eu não me importo. Eu não queria uma criança, mas com certeza queria sentir o que era estar dentro dela tanto que mal conseguia respirar. Talvez ele estivesse certo. Talvez realmente precisava deixar Cassidy grávida para salvar nossas vidas.

Capítulo Treze Cassidy Acordo cedo, agitada e confusa. As mensagens no meu computador continuavam passando na minha mente, embora fossem somente um texto verde com um fundo preto. Não conseguia descobrir o que era certo. Sentia-me presa no meio de algo, sendo puxada em diversas direções. Havia as Spiders, a máfia e Rafa. As coisas estavam acontecendo ao meu redor, mas nem conhecia todos os jogadores. Fiz um café e sento na mesa da cozinha, bebendo o líquido preto, tentando me sentir um pouco mais humana. Estava exausta e mal-humorada, e realmente não queria voltar a trabalhar, mesmo sabendo que precisava. Enquanto olhava para a parede, desejando que minha vida melhorasse de repente, meu telefone começou a tocar. Eu quase pulei da cadeira. — Alô? — Digo pegando e atendendo sem olhar para identificação. — Olá, você. — Rafa. Uh, como está? — Melhor agora que estou falando com você. O que está fazendo?

— Bebendo café, ainda são nove da manhã. — Estou passando para te buscar — O quê? Aonde vamos? — Você verá. Precisamos conversar. — Sobre o quê? — Sobre o American Idol. Quase podia ver o seu sorriso arrogante na minha mente. — Engraçadinho. Quando estará aqui? — Cinco minutos. — Preciso de mais tempo para me vestir. — Vista-se rápido, menina. Buscarei você. Ele desliga o telefone. Suspiro joga o telefone sobre o sofá, tomo mais um gole de café e decido o que fazer. Poderia ignorar e ficar onde estava, ou poderia me apressar e me arrumar. Não sabia o que ele queria ou onde estávamos indo. Levanto e ando para meu quarto decidida. Rapidamente troco de roupas, um par de shorts jeans curto, uma bela blusa e um tênis branco. Escovo os dentes e lavo o rosto, jogando meu cabelo acima em um coque bagunçado. Ele bate na minha porta quase exatamente cinco minutos mais tarde.

— Entre — Grito. Escuto a porta abrir e fechar. Ele atravessa meu apartamento e o vejo aparecer na porta do banheiro. — Não devia deixar a porta destrancada, sabe disso. — Ele sorri para mim. Mordo meu lábio. Ele parecia tão lindo em seu terno perfeitamente cortado. — Por que tão bem vestido? — Pergunto. — É uma coisa da máfia. Algo como um código de vestuário. — Vocês têm um uniforme? Ele ri. — Não exatamente. Mas gostamos de mostrar nosso dinheiro. — Elegante — O que posso dizer. Sou um homem de classe — Ele cruza os braços — Pronta? — Estou pronta. — Vamos lá. Sigo através do meu apartamento até a porta da frente. Quando descemos as escadas noto que ele está olhando ao redor o tempo todo, quase como se estivesse paranoico. Seguimos em frente e entramos no carro preto. Ele liga o motor e deixando rugir à vida. — Onde está me levando tão cedo? — Pergunto.

— Você verá. Suspiro. — Não. Vamos, não seja vago comigo, não agora. Ele ri. — Você gosta de um pouco de mistério. — Acho que prefiro saber. — Que tal sentar e imaginar minhas mãos entre suas pernas. Deixe que me preocupe onde estamos indo. — Não estou preocupada, e não estou imaginando nada. Ele segue o trânsito, sorrindo, eu queria tirar esse sorriso do rosto dele, ou talvez aproveitar sua oferta. Estava ficando louca com ele por perto, mas também me sentia segura. Dirigimos através do centro e vamos a parte ocidental da cidade. — Então, como você acabou na máfia? — Pergunto. — História chata. Era uma criança pobre. Pai era um alcoólatra

pedaço

de

merda.

Mãe

era

viciada

em

metanfetamina. Ele morreu em um acidente de carro, ela de câncer. — Sinto muito. — Não sinta. Estou melhor sem eles. Encontrei a máfia para preencher o vazio. Ajuda que gosto do trabalho. — Então gosta de ser um criminoso.

— Algo assim — Ele olha para mim — Gosto de ser meu próprio dono. — Respeito isso. — Talvez o que eu faça seja ilegal, mas faço minhas próprias escolhas. — Você tem um chefe. — Por enquanto. Fomos para um bairro que nunca havia ido antes. Era um lugar de classe operária, um bairro muito típico de Chicago. Ele parou o carro no final do quarteirão. — Essa é minha casa — Ele diz. — Você cresceu aqui? — Sim. Vamos lá. Saímos do carro e seguimos após virar a esquina. Logo a frente, tem um carrinho de comida, o tipo de lugar que sempre existiu na cidade. Ele para ao lado dele e entra na fila. — Você me trouxe até aqui para ver um carrinho de comida? — Pergunto. — Não é qualquer carrinho — Ele diz — Esse é o melhor café da manhã da cidade — A fila move-se rapidamente, e assim chegamos na frente, o cara que trabalha no carrinho dá uma risada. — Rafa. Você está bem! Faz muito tempo. — Ei, Roger. Você ainda faz a melhor comida do bairro?

— Melhor em toda a cidade e sabe disso. Quem é a menina bonita? — Cassidy, esse é Roger. — Oi, Roger. — Olá, senhorita Cassidy. — Roger, dois dos meus habituais. — Saindo. Dou um sorriso para Rafa que sorri de volta. Roger era um homem mais velho, talvez em seus 50 anos. Era gordo, grisalho e provavelmente esteve nesse mesmo carrinho e nesse mesmo local há muitos anos. Claramente conhecia Rafa. Logo, estamos com dois recipientes de isopor branco cheio de comida e duas pequenas xícaras de café. Rafa paga o homem, e então andamos de volta para seu carro. — Vamos lá. Comeremos aqui — Seguimos em direção ao carro e viramos a esquina, porem andamos na direção do parque. Encontramos espaço em um banco e sentamos. Abro minha caixa e olho para baixo para ver três panquecas deliciosas. Rafa já estava devorando as dele. Não posso deixar de rir. — Panquecas? — Claro que sim — Ele diz.

— Você não me parece um homem de panqueca. — Não sou, mas costumava comer aqui o tempo todo quando crescia. Faz algum tempo. — Por que me trouxe aqui? — Sinceramente, não sei. — Você disse que queria conversar. — Sim. Você não vai gostar disso. Sinto um pouco de medo. — Eles estão vindo para mim? — Não. Eu consegui pará-los. Mas, você não gostará de saber como foi. — Rafa, fale. — Coma primeiro. — Não. Você tem que me dizer. Essa é a minha vida. — Dê uma mordida. Então contarei. Suspiro

e

olho

para

as

panquecas.

Parecia

absolutamente deliciosa. Um pequeno bloco de manteiga derretendo lentamente no centro. Sirvo um pouco de xarope de um pequeno pacote e dou uma mordida. Elas eram deliciosas, doces, salgadas e fofas. As panquecas perfeitas. Dei outra mordida e depois outra e em logo estávamos comendo

em

silêncio.

Por

um

instante,

esqueci

completamente o que deveríamos estar fazendo. Esqueci de

tudo, queria apenas comer ao lado de Rafa e apreciar a bela manhã. Mas logo que as panquecas se foram a realidade me atingiu. Rafa se inclina no banco e toma um gole de café. Viro na direção dele, levantando uma sobrancelha. — Ok. Fale. — Tem uma coisa que precisa saber sobre a máfia. Somos uma verdadeira família. Sei que parece estúpido, mas é a verdade. Família ainda significa algo para nós. — Bandidos violentos que se preocupam com as mães. Entendo. — Algo assim — Ele encolhe os ombros — Eles queriam você, Cassidy. Merda, alguns deles ainda querem. Não sabia mais como parar isso. — O que fez? Disse que sou sua irmã? — Não. Falei que estava grávida do meu filho. Isso me atingiu como um martelo no peito. Pisco para ele, não sabendo o que dizer. — Parece loucura, mas funcionou. Recuaram por agora — Ele encolhe os ombros — Então é o seguinte. Você está supostamente grávida do meu filho. — Isso é loucura. Eu não estou grávida. — Eu sei. Mas, teremos que fazer algo sobre isso.

Quase deixo meu café cair. Não havia como ele estar sugerindo o que estava sugerindo. Isso era muito selvagem, muito insano. Vejo flashes de seu corpo pressionado contra o meu. Olhei ao redor do parque, e por um segundo eu pensei que podia ver o homem sob toda aquela violência. Nunca poderia imaginar que ele diria algo assim como uma solução. Era muito louco, mesmo para essa situação. Não havia como ele me engravidar.

Capítulo Quatorze Rafa Não faço ideia por que a trouxe no meu antigo bairro. Talvez quisesse que me conhecesse um pouco, antes de contar a ela que precisava engravidá-la para salvar nossas vidas. Quando disse as palavras, o olhar no seu rosto era esclarecedor. Ela ficou chocada e talvez com um pouco de medo, mas não estava rindo. Não estava fugindo. Porque ela me queria. Sabia que ela o fazia no momento que nos conhecemos, e a sensação foi mútua. Eu a queria tanto, queria o seu corpo, mas queria conhecê-la também. Admiro uma mulher que iria tão longe por sua paixão, mesmo que estivesse errada e perdendo a cabeça. Mas admiro o suficiente para engravidá-la? Aparentemente sim, porra, o que era a parte mais doida. —

Você

realmente

quer

me

engravidar?



Ela

finalmente fala. — Quero nos manter vivos e eles vão precisar de provas. — Não podemos trazer um bebê a esse mundo apenas para salvar nossas vidas. Ele encolhe os ombros.

— Não concordo com isso. Podemos dar a criança para adoção, encontrar pessoas que querem um bebê, mas não tem um. — Isso é loucura. — É uma loucura — Concordo — Mas, agora, é a nossa única opção. Preciso te engravidar para te manter viva. — Adoção — Ela diz suavemente balançando a cabeça — Rafa, nem pensar. Não ficarei grávida de você, nem o conheço. — Entendo. Escutei o que está dizendo. Mas, até agora te orientei errado? — Não — Ela admitiu — Mas você ainda é um estranho. Isso é loucura. — Você se meteu nisso e menti para o cabeça da família Barone por você. Se quiser tanto sobreviver, precisa me dar o que quero. — Nunca pedi para você mentir — Ela diz. Percebo que está prestes a desmaiar. Eu me levanto. — Vamos lá. Vamos voltar para sua casa. — Não. De maneira nenhuma. Não ficarei grávida. Isso é uma loucura. — Escute — Digo agachando na frente dela. Coloco minhas mãos nas suas pernas e olho em seus olhos — Isso não é um jogo, Cassidy. Não quero morrer e não quero vê-la morrer. Não precisa decidir agora, mas tem que escolher

eventualmente. — Faço uma pausa, olhando fixamente em seus lindos olhos — Além disso, sabemos que quer meu pau entre suas pernas. Ela balança a cabeça e me levanto. Dou alguns passos e ela me segue, jogando seu recipiente na lata de lixo. Jogo o meu fora e então vamos em direção ao carro. Cassidy anda em silêncio atordoada, e a deixo assim. Sabia no que ela estava pensando. Estava imaginando como seria se entregar para mim, para abrir as pernas e deixar foder sua boceta apertada até que gritasse. Voltamos para o meu carro, ligo o motor e começo a dirigir de volta para o apartamento dela. Dirigimos em silêncio, e quase podia ouvir as engrenagens girando em sua mente. Isso não era exatamente algo que eu realmente queria. Não queria um bebê. Imaginei que pudéssemos colocar a criança para adoção, mas não sabia o que ela realmente desejava. Talvez quisesse mantê-lo, e então teria que fazer a coisa certa. Ou talvez ela fosse recusar tudo isso e tentar fugir. Não sei dizer exatamente o que estava acontecendo em sua cabeça, mas sabia que não podia pressioná-la. De qualquer forma, o que ela decidisse eu faria o meu melhor para mantê-la viva. Sentia algo ali, algo que não conseguia explicar. Por algum motivo queria que ela me conhecesse, por isso que a levei para o meu antigo bairro.

Talvez somente quisesse que conhecesse o homem que queria engravidá-la. Não estava acostumado a me sentir assim. Normalmente comia uma garota e depois me esquecia dela, mas Cassidy somente se manteve firme na minha mente. Eu nem sequer senti o que era estar dentro dela ainda. — Cresci em Ohio — Ela diz de repente quando chegamos mais perto de seu prédio. — Menina do centro-oeste — Digo. — Sim — Ela assente com a cabeça olhando pela janela — Meus pais ambos ainda estão vivos e casados. Meu pai é dentista e a minha mãe ensina para o ensino médio. — Parece legal. Como veio para Chicago? — Fui para a faculdade aqui. Tenho um diploma de jornalismo da Universidade de Chicago. — Boa escola. — Isso é como me meti nisso tudo. Queria deixar a minha marca. — Você certamente está fazendo uma agora. Ela dá de ombros e olha para mim. — Acho que sim. — O que seus pais diriam sobre sua escolha de homens? — Pergunto sorrindo para ela. — Provavelmente me deserdariam ou talvez tentassem prendê-lo.

Dou uma risada. — Sinto muito em ouvir isso. Acho que eles não vão saber do bebê. — Provavelmente não. Acho que mataria meu pai. — Eles são religiosos? — Acho que sim. São apenas velhos antiquados na verdade. Meu pai acha que deveria ter me tornado uma enfermeira, veterinária ou algo assim. — Então ele adoraria se você se tornasse minha esposa na máfia e dona de casa. Ela dá um sorriso. — Sim. Talvez. — Você pode criar os filhos. Fazer yoga todo o dia. — Soa bem. — Você ia adorar. Eu racharei crânios e você ficará em casa trocando fraldas. — Maravilhoso. Faríamos uma equipe incrível. — Criando bebês e chutando bundas. Ela dá risada enquanto vamos em direção ao seu prédio. Em vez de estacionar, passo devagar. Ela vira a cabeça confusa. — Esse era meu prédio lá trás. — Eu sei — Murmuro.

Haviam dois bandidos de pé na entrada da frente, dois caras que reconheci. Os dois eram meninos de Ernesto. O que faziam ali? Deveria permanecer longe de Cassidy por enquanto. Não havia razão para colocar esses homens fora de seu apartamento. A menos que estivessem indo contra as ordens. Paro na esquina e estaciono alguns prédios abaixo da casa dela. — Fique aqui — Ordeno. — Por quê? — Tenho que fazer uma coisa — Olho para ela sério — Fique aqui. Ela assente. — Ok. Tudo bem. Saio do carro e fecho a porta. Caminho em direção ao seu prédio, dedilhando a arma que estava na minha cintura. Não sabia o que eles queriam, mas eu não estava brincando. Eles não me viram chegando. O primeiro deles chamado Leo, estava de costas. Era magro, com cabelo preto encaracolado. O outro cara era Ollie, e estava muito ocupado falando no celular para me ver. Fui até Leo e toquei seu ombro. Ele virou com o rosto cheio de raiva. Ollie olhou para cima e encarou quando soquei Leo no nariz, enviando-lhe ao chão.

Senti o osso de Leo quebrar quando caiu no chão. Sangue jorrava do ferimento. Ollie deixou seu telefone cair e veio até mim, rugindo como um idiota. Facilmente recuo e deixo cair o cotovelo na parte de trás do pescoço, mandandoo direto para o chão. Leo estava de pé e estava irritado. Ele deu alguns socos, mas desviei, sorrindo para ele. Meu coração estava acelerado, e estava amando essa merda. As pessoas do outro lado da rua estavam olhando, mas isso não importava. A única coisa que importava naquele momento era a luta. Vivia para a luta. Leio tentou me atingir com toda força, mas bloqueio o seu gancho de direita. Chego perto dele e deixo cair meu ombro, girando meus quadris. Usando o impulso ele move seu quadril. Rosno quando Ollie me aborda por trás. Bato no chão com força e vejo estrelas por um segundo antes de virar de costas. Ollie veio para me bater, mas eu era muito rápido. Bato meu cotovelo na lateral de seu rosto. Viro de novo, empurrando-o de cima de mim e ficando de pé. Leo vem até mim gritando. Dessa vez, acabarei com isso. Ele dá um soco descontroladamente em mim e facilmente me esquivo. Pego o pulso direito e puxo. Bato minha testa em seu nariz. Ele resmunga e faço de novo e de novo até que ele cai no chão inconsciente. Podia sentir uma mancha de sangue no meu rosto, mas não me importei. Ollie recua, seus olhos bem abertos com

terror. Andei calmamente até ele e o acerto três vezes até que ele finalmente cai no chão, gemendo e sangrando. Cuspo ao lado dele. — Diga ao seu chefe para ir ao inferno, ou então farei pior. — Porra, Rafa. — Tire seu amigo daqui. Ollie

lentamente

consegue

ficar

em



instável.

Consegue reanimar Leo e os dois homens mancam indo embora enquanto ando em direção ao carro. Cassidy estava me olhando quando me aproximo. — O que foi? — Pergunto. Ela sai do carro. — Você tem sangue no rosto. — Oh — Tiro um lenço do meu bolso e limpo — Melhor? — Não. O que foi isso? — Aqueles eram os homens de Ernesto. Suspeito que estavam aqui para machucá-la. — Suspeita? — Provavelmente sim. Ela me encara. — Isso foi assustador, Rafa.

— Você está bem agora — Jogo o lenço de lado. Nem sabia por que carregava um. Acho que me sentia bem em ter um quando estava vestindo terno — Vamos. Vamos lá. — Ok — Ela diz suavemente e me segue em direção ao prédio. A multidão já havia se dispersado. Não sabia se alguém chamou a polícia ou o quê, então estava com pressa para entrar. Era uma má ideia estar na calçada se a polícia aparecesse depois da briga. Paramos na entrada do prédio dela. Ela se vira para mim uma expressão estranha no rosto. — Você deveria subir — Ela diz — Deveria verificar se você está bem. — Tudo bem — Eu falo. — Mas, eu estou bem. Relaxe. Sorrio para ela e concordo. Sabia o que realmente queria. Podia ver nos seus olhos. Estava começando a dar início ao meu plano.

Capítulo Quinze Cassidy Ver Rafa espancar dois homens foi assustador e emocionante, como praticamente tudo que o envolve. Não sabia o que ele estava fazendo, então tive que dar uma olhada. Tão logo ele caminhou no quarteirão em direção ao meu prédio, sai do carro e me movi um pouco mais perto. Então a briga começou. Rafa se movia tão rápido, tão gracioso, que era possível quase esquecer que estava esmagando o rosto de dois homens. Eles não fizeram nada para provocar a briga, mas entendi que era necessário. Enquanto assistia lentamente me dei conta. As Spiders disseram que iam me proteger, mas Rafa estava realmente fazendo isso. Estava disposto a colocar sua vida pela minha. Estava disposto a lutar por mim, tirar sangue por mim. A emoção estava começando a superar o terror quando ele venceu os dois homens. Rapidamente volto ao carro, respirando fundo, tentando me acalmar antes que ele voltasse. Estava sentindo algo muito complicado, algo que passou ao longo da minha espinha e fez meus dedos querer enrolar. Era luxúria, pura e simples. Eu o queria antes, mas vêlo me defender assim, somente me fez o querer mais.

Também senti como se o conhecesse um pouco, ele havia me levado para sua casa e me comprou o café da manhã, na maior parte somente porque queria que o conhecesse. Também porque ele queria me engravidar. Eu não pude esquecer disso. Mordo meu lábio olhando pela janela. Ele queria me engravidar. Disse que era a única maneira de salvar as nossas vidas, mas isso parecia louco. E se ele estivesse certo? Talvez ele realmente precisasse me engravidar para provar à máfia que eu não era uma ameaça. Se fosse a garota dele ou pelo menos parecesse assim para eles, talvez me deixassem em paz. Eles iriam confiar nele, mesmo que não confiassem em mim. Mas, engravidar de um estranho, mesmo um estranho que eu queria, era muito louco. Quando ele volta para o carro, eu o sigo para a entrada do prédio. Enquanto, estávamos ali, tive uma ideia insana. Queria pedir para ele subir. Queria que ele subisse e que me possuísse. Rafa sabia disso. Vi nos olhos dele. Ambos sabíamos o que eu estava pensando. Dei uma desculpa esfarrapada sobre querer olhar seus ferimentos, e entramos no elevador. Ele se aproximou, mas ficamos em silêncio. Saímos e caminhamos juntos pelo meu corredor. Eu parei na minha porta e olhei para ele. — Rafa — Começo, mas não sai mais nada.

Ele me pressiona contra a porta e me beija. Sinto suas mãos na minha cintura, seus lábios contra os meus, e me entrego. Sei que devia ter dito não, mas não consegui. Queria que acontecesse com cada fibra do meu ser, desde que o vi lutando. Eu o beijei de volta, envolvendo meus braços em volta do seu pescoço e me pressionando contra ele. Suas mãos pareciam certas enquanto corriam pelos meus quadris, puxando-me para mais perto. Ele era tão grande e musculoso, senti como se ele estivesse me engolindo com seu corpo. Seus lábios e língua perfeitos contra os meus, o gosto dele inundando minha boca e me cegando para qualquer coisa. Depois de um segundo, eu me afasto rapidamente e abro a porta do meu apartamento. Ele praticamente me joga para dentro, agarra meu corpo e me puxa contra ele. Fecha a porta atrás de nós e me pressiona contra a parede me prendendo. Rafa segura meus braços acima da cabeça quando beija meu pescoço e lábios. Ofego quando seus lábios roçaram minha orelha. — Isso é o que tem pensado, não é? — Não — Digo ofegante. Ele segura meus pulsos mais apertados. — Mentirosa. Você é uma garota muito suja, e quer que vá fundo nessa bocetinha. — Não quero ficar grávida.

— Não — Ele diz beijando meu pescoço. Uma de suas mãos solta meu pulso, mas ainda estava os segurando com a outra. Sua mão, lentamente move para baixo do meu corpo e para pressionando na frente do meu short. Ofego quando ele encontra minha calcinha molhada e sem pressa começa a esfregar meu clitóris. — Mas você quer que foda essa bocetinha apertada — Diz ele — Você quer que te faça gozar enquanto grita meu nome. — Sim — Sussurro. — Boa garota — Ele beija meus lábios quando sua mão se move sob minha calcinha para encontrar meu clitóris escorregadio. Ele começa a me esfregar em círculos quando me beija forte, e explodo de prazer na minha mente. Todo o medo derrete quando ele trabalha na minha boceta. Toda a preocupação e dor se foi. Os dedos e a boca de Rafa tiram isso de mim e a única coisa que vi foi ele pressionado contra mim, trabalhando meu corpo. Os dedos dele escorregam dentro de mim e solto um gemido baixo e profundo. Ele sorri e beija meu pescoço, quando seus dedos me fodem. — Acho que você está pensando — Diz ele baixinho — Sei que está pensando sobre minha proposta. — Não podemos — Falo e então gemo quando seus dedos se movem dentro e fora.

— Talvez, não agora. Não te forçarei a fazer nada. Mas você tomará meu pau e terei você implorando por mais. — Rafa — Gemo boquiaberta — Por favor. — Exatamente — Ele puxa os dedos para trás e deixa meus braços. Rapidamente tira minha blusa e solta meu sutiã, jogando minha roupa de lado. Beija e aperta meu peito, brincando com meus mamilos com a língua. Ele cai de joelhos e desabotoa meu short. Mordo meu lábio quando ele tira e então move minha calcinha para baixo na minha pele, enviando arrepios por todo meu corpo. Ele olha para mim com aqueles olhos incríveis, lindos, com uma expressão arrogante e faminta em seu rosto. — Implore — Diz ele. — Para quê? Os dedos pressionam dentro de mim e abro minhas pernas mais amplas. Agarro seus cabelos e gemo. — Implore para chupar seu clitóris até que não aguente mais. — Rafa — Gemo. Ele era tão sujo, mas não podia agir como se não amasse isso. — Implore para lamber essa bocetinha, garota suja – Seus dedos trabalham em mim. — Por favor, Rafa — Gemo — Oh meu Deus, por favor. Quero sentir sua língua em mim. — Onde?

— Não me faça dizer. — Diga onde. — Minha boceta. Por favor, lamba a minha boceta. E então ele pressiona os lábios contra o meu clitóris e começa a trabalhar. Os dedos dele me penetram e abro ainda mais minhas pernas, com a mão livre ele segura minha bunda. Sua língua, dentes e os lábios trabalham em meu clitóris, chupando e lambendo enquanto seus dedos estão me fodendo, e era tudo o que poderia fazer para ficar em pé quando agarro seus cabelos e o aperto contra mim. — Rafa — Gemo quando ele me fode, sua língua incrível contra meu clitóris inchado e dolorido. Não podia acreditar o quanto precisava disso, mas agora que sua boca estava entre as minhas pernas, percebi que ia estourar. Sonhei com ele, pensando em seu corpo, dia após dia, desde que nos conhecemos, apesar de todo o medo e confusão. Movo meus quadris em sintonia com sua boca, e ele não para, seus dedos profundamente dentro. Podia sentir que estava perto de gozar em sua perfeita boca. Mas ele se afastou, levantou e me beijou rapidamente. Tiro seu casaco e então desabotoo a sua camisa querendo desesperadamente ver seu corpo musculoso. Senti seu peito e abdômen, traçando as linhas da sua tatuagem ao longo de seu tronco. Rapidamente desabotoou as calças e tiro o cinto. Ele deixa as calças irem para o chão, e então ele me arrasta para o sofá, beijando-me o tempo todo. Seu corpo era incrível, somente com uma camisa branca aberta na frente e

boxer preta. Quando chegamos perto do sofá, eu o empurro para baixo e então me ajoelho na sua frente. Ele sorriu enquanto lentamente baixava suas boxers. — Ah, caralho — Ele diz quando pego seu pau nas minhas mãos. Mordo meu lábio, olhando seu pau e lentamente começo a acariciar. Ele pega um punhado do meu cabelo. — Você é uma menina suja para mim, não é? — Sim. — E você quer chupar esse pau bem forte. — Por favor. Ele me pressiona lentamente para baixo e o coloco entre meus lábios. Gemo quando começo a o chupar e ele resmunga de prazer. Adoro chupá-lo, amo o jeito que ele geme quando tento tirar o máximo dele na minha boca. Ele me pressiona, empurrando o pau na minha garganta. Começo a chupar mais rápido, masturbando seu pau, trabalhando com meus lábios e língua. — Chupa esse pau, menina suja — Ele diz — Quero ver ele desaparecer entre seus lábios. Gemo enquanto trabalho nele mais rápido, sugando-o mais duro. Queria fazê-lo sentir como me senti, queria o pau dele tão duro quanto possível. Ele geme, em seguida, puxa-me beijando forte. Ele levanta e me põe de lado quando tira as suas calças. Tira algo de dentro e anda de volta para mim, puxando-me para baixo.

Rafa me empurra para o sofá, para que fique de joelhos. Escuto ele rasgando uma camisinha e rolando em seu pau quando abre as pernas, amplas e agradável. Minha boceta estava pingando e exposta. Olho por cima do meu ombro quando ele se ajoelha atrás de mim e começa a lamber minha boceta por trás. Gemo tão chocada. Era tão sujo, mas parecia incrível. Ele recua, toma meus quadris e se inclina para frente com a ponta de seu pau pressionando contra mim. — Diga — Sussurra. — Por favor, Rafa. Foda-me. Ele afunda seu pau dentro de mim. Estava tão molhada que ele se moveu profundamente com um único golpe.Gemo, segurando a parte de trás do sofá quando Rafa segura meus quadris com firmeza. Ele puxa meu queixo de volta e me beija, apertando bem dentro de mim por um momento. Não podia acreditar que poderia levar seu pau grosso, mas o prazer a e a dor misturados dentro de mim deixam uma intensidade deliciosa que mal conseguia pensar. Ele agarrou meus quadris e começou a se mover dentro e fora, mais rápido, moendo profundamente. — Foda-me, Rafa. Oh, merda. Ele bate na minha bunda. — Adoro ver essa boceta linda engolindo meu pau. Está gotejando de molhada para mim.

— Estou tão molhada. Deus, não posso evitar. — Tem razão você não pode — Ele começa a me foder mais rápido e movo meus quadris com ele, saboreando o tapa de sua pele contra a minha, seu pau enchendo cada polegada. Ele bate na minha bunda novamente e gemo com uma deliciosa dor. Rafa agarra meu cabelo quando seu pau bate mais forte dentro de mim, fodendo com um abandono selvagem que nunca senti antes. Desejo estava tocando em toda a minha essência, enchendo cada polegada, somente queria ser preenchida por ele, fodida por ele várias vezes. Começo a mexer meus quadris, moendo minha bunda contra ele, desesperada para conseguir mais contato. Agarro atrás do sofá, quando ele me bate, derrubando meu queixo com as mãos. Chega ao meu lado e começa a esfregar meu clitóris, quando me fode, balançando para frente e para trás. — Rafa — Gemo — Eu quero. — Deus, faça você mesma. Você quer esse pau. — Preciso disso. — Você faz a merda que precisa. Trabalhe nesse pau, garota. Movo

meus

quadris

gemendo,

minha

mente

completamente em branco. Podia sentir o orgasmo se aproximando, lentamente tomando forma no meu núcleo. Foi uma onda imparável, sabia que estava perto

Mas ele me puxou de volta antes que pudesse quebrar sobre mim. Ele senta no sofá e me manda montá-lo. Monto em seus quadris, a boca dele contra meu peito, sua língua provocando meus mamilos, enquanto lentamente abaixo ao longo de seu pau. Desço em seu pau e gemo, minhas mãos em seus ombros. — Porra, isso mesmo. Monta meu pau. Quero ver seu rosto, quando gozar. — Você quer assistir? — Pergunto. — Sim. Quero ver tudo. Começo a trabalhar meus quadris, cavalgando cima para baixo, movendo ao longo de seu pau grosso. Beijo forte e então

começo

a

trabalhar

meu

traseiro

mais

rápido,

movendo-me para cima e para baixo, tendo seu pau dentro de mim. Ele agarra meus quadris e me ajuda, empurrando no mesmo ritmo que meus movimentos. Trabalhamos juntos assim, suor escorrendo pelo meu corpo, quando ele me fode sem piedade. Monto esse pau e adoro, prazer fluindo através de mim. Olho nos seus olhos intensos e vejo algo que não esperava, mas foi algo mais do que pura luxúria. Olho em seus olhos quando o monto, mais rápido e mais rápido, tendo seu pau dentro de mim.

A ideia me bate mais forte que qualquer orgasmo e sabia que era loucura. Racionalmente, sabia que não deveria fazer isso. Movo-me, deixando-o sair de mim e então paro. Encontro seu pau e puxo a camisinha. Ele me olha com um pequeno sorriso em seus lábios. — O que está fazendo? — Cala a boca — Digo e lentamente me movo para baixo ao longo dele. Ele geme. — Merda. Maldição. Amo isso. Minha pele contra sua. Nada entre nós. Eu o beijo e começo a montá-lo de novo, o prazer dobrando. Não sabia porquê, mas confiava nele, confiei completamente. Talvez o plano dele fosse louco, mas era o plano dele, e até agora me manteve salvo, até mesmo lutou por mim. Ele me fodeu com uma paixão renovada. Eu o cavalgava mais rápido, levando-o dentro de mim, gemendo por isso. Queria que ele me enchesse com seu sêmen. Queria que ele me enchesse até o limite absoluto. Ele agarra meus quadris e me mantém ali, o pau dele ainda dentro de mim. Vira meu corpo pressionando minhas costas no sofá e abrindo minhas pernas. Rafa

me

fode

duro

enquanto

observo

seu

corpo

musculoso. Eu me movo para frente não tocando seu peito

com as mãos, pressionando meus seios juntos. O polegar dele encontrando o meu clitóris enquanto me fode, e sabia que não conseguia segurar por mais tempo. O orgasmo me atingiu. Cada músculo do meu corpo ficou tenso e contraído. Não conseguia parar os gemidos saindo da minha boca, quando disse o nome dele outra vez, implorando para ele me foder, pedindo-lhe para encher-me com seu esperma. E quando gozei, senti ele endurecer. Sinto ele gozar dentro, enchendo-me, enterrado profundamente dentro de mim. Gozamos juntos assim, nossos corpos suando e nossos olhos travados um contra os outro. Nunca me senti tão bem, tão livre. Sabia que era loucura me sentir assim por um estranho me engravidar, mas precisava disso, precisava no momento dele dentro de mim, fodendo-me, gozando dentro de mim e me fazendo dele. Finalmente terminamos juntos, e ele saiu de dentro de mim, desabando no sofá. Ainda podia senti-lo dentro de mim, e não pude deixar de sorrir. — Isso foi inesperado — Ele disse — Acho que decidi que confio em você. — Bom — Ele pegou meu queixo e me beijou — Continue confiando em mim.

Balancei a cabeça e me aconcheguei seu peito. Ele envolveu seus braços grandes e musculosos em volta de mim e ficamos assim por muito tempo.

Capítulo Dezesseis Rafa Acordo em um apartamento desconhecido, em um sofá desconhecido. Levo um segundo para perceber que ainda estava com Cassidy, e estava dormindo em meus braços. As luzes da rua surgiam através das janelas. Televisão preta, tapete cinza. Respiro fundo e sinto o cheiro do seu xampu. Mal podia acreditar no que aconteceu entre nós. Sabia que ia acabar fodendo a garota, mas na verdade nunca pensei que ia tentar engravidá-la. Tarde

demais

para

desistir.

Não

que

estivesse

arrependido, mas mesmo assim. Estava feito, e ela também poderia estar grávida ou não. Não havia volta. Silenciosamente me levanto do sofá, certificando-me de não a acordar. Visto minhas roupas e vou para a sua cozinha, até que encontro a garrafa de uísque e um copo. Sirvo, bebo e tomo outra dose. Somente tentei deixá-la grávida. Estava disposto a fazer isso por ela, para salvá-la, tudo porque um doente filho da puta da máfia estava destruindo mulheres e as usando. Havia feito algumas más escolhas na minha vida e até mesmo

fui um idiota para muitas mulheres inocentes, mas nunca fora mal. A máfia fazia isso com um homem. Podiam lhe tirar as coisas importantes e muda-lo. Por alguma razão, Cassidy me fez querer mudar novamente. Talvez fosse essa guerra com os russos, com as Spiders, com

meu

próprio

povo.

Era

guerra

o

tempo

todo,

constantemente, por anos. Talvez eu quisesse tentar algo bom pela primeira vez, em vez da morte e destruição que tive por tanto tempo. A memória do seu corpo pressionado contra o meu pairava na minha mente quando terminei meu segundo copo e derramei o terceiro. Sua boceta era perfeita, apertada e molhada, e ela estava linda quando chupou meu pau. Nunca me senti tão bem antes, não com qualquer outra mulher que fodi antes. Com Cassidy foi diferente. Senti no momento que nos conhecemos. Senti isso quando a apresentei a minha antiga vida. E senti sentado na cozinha, bebendo uísque, perguntando-me se ela ficaria grávida ou não. Suspiro, tomando minha bebida e pego meu celular no meu bolso. Franzo a testa para as várias chamadas perdidas de Vince. Chamo de volta. Ele atende depois de dois toques. — Rafa. Onde diabos está? — Com a garota.

— Merda, cara. Você sabe com o que estou lidando? Tive um pressentimento de que sabia. — O quê? — Ernesto. E ele está puto. — Imagino que está infeliz porque bati em seus homens. — Sim, ele está. O que estava pensando? — Estava pensando que o idiota quer Cassidy para ele e não quis correr nenhum risco. Ele suspira. Vince parecia estressado, mas não estava com raiva. Não era tão medroso, nem estava com medo de pressionar os botões de Ernesto. — Avise da próxima vez — Ele diz — Então não serei pego de surpresa. — Desculpe por isso, chefe. — O que aconteceu? — Haviam dois homens esperando do lado de fora do prédio de Cassidy. Não sabia o que queriam, e não quis perguntar. — Ele diz que os colocou lá para protege-la. Dou risada baixinho. — Duvido. — Duvido muito também, mas Arturo está infeliz. — Diga para Arturo se acalmar.

— Ele acha que toda a organização está prestes a explodir como uma bomba. — As tensões estão elevadas. — Você está certo, elas estão. Arturo não está errado em ser paranoico. Há uma divisão no grupo, e a merda vai cair mais cedo ou mais tarde. — Você acha que Ernesto tentará agitar essa merda agora? — Talvez. Não tenho certeza. — Cassidy está em perigo? Ele faz uma pausa. — Não sei isso também. — Merda — Bebo de novo minha bebida – Que horas são mesmo? — Duas da manhã. — O que está fazendo acordado? — Sabe que não durmo. Dou risada. — Bom ponto. — Olha, acho que você devia trazê-la. — Está brincando? — Não estou brincando. Traga-a para a mansão. Podemos ficar de olho nela. Tenho força aqui. — Assim como Ernesto.

— E todo mundo também. Ninguém faz nada aqui. Sabe disso. Suspiro, servindo-me outra dose. Ele estava certo. Ninguém se metia com a santidade da mansão, ou pelo menos nunca tentaram. Havia muitos homens com muitos diferentes níveis de lealdade, para realmente fazer um movimento. Parecia loucura, no entanto. A mansão era o centro do poder da família Barone. Arturo estaria ali, Ernesto estaria ali e qualquer outra pessoa que talvez quisesse Cassidy, também. Podemos estar em menor número, dependendo do que todos os chefes queriam no momento. Nós poderíamos observá-la de perto. Teríamos muitos caras em todos os momentos. Guardá-la neste apartamento seria uma despesa enorme e uma dor na bunda. Nós não poderíamos fazer isso, mesmo que quiséssemos. Eu não queria ir para aquela porra de lugar. Eu queria levá-la o mais longe possível deles. Mas se Vince achava que era melhor, eu teria que confiar nele. — Ok — Digo finalmente — Bem. Irei levá-la. — Sei que você não quer. Nós resolveremos isso. — Sim — Resmungo — Com certeza. — Falarei ao pessoal. — Até mais tarde. Desligo o telefone e suspiro. Termino minha última bebida.

Uma merda de uísque. Caminho calmamente para a sala e por um segundo a observo dormir. Ela era linda, calma, inocente e idealista. Ela deveria ser meu inimigo. Ela queria dizimar meu povo. Mas, eu a queria mais do que poderia sequer começar a entender. Agacho ao lado dela e digo suavemente seu nome. Ela pisca os olhos e acorda lentamente. — Ei — ela diz. — Precisamos ir. Ela se senta esfregando os olhos, pega um cobertor e envolve ao redor de si. — Uh, o quê? — Sinto muito — Levanto — Precisamos ir para um lugar mais seguro. — O quê? O que tem de errado? — Não tem nada, mas não estamos seguros aqui. Precisamos ir. —Rafa, não quero ir a lugar nenhum. — Junte suas coisas. Eu te arrastarei para fora se for preciso. Ela me olha desafiadoramente por um segundo e isso faz meu pau se mexer. Mas, finalmente se levanta. — Tudo bem — ela concorda e desaparece no quarto.

Dou um sorriso e me inclino contra a porta. Ela não queria ir embora e não a culpava Cassidy não fazia ideia do que estava reservado para ela.

Capítulo Dezessete Cassidy A mansão estava localizada fora da cidade em um enorme pedaço de terra. Pensei que estávamos indo através do deserto, mas realmente estávamos apenas dirigindo pela floresta externa da mansão. A própria mansão era enorme. Já ouvi falar de lugares grandes assim antes, mas nunca vi de fato. Parecia mais um hotel do que uma casa. Estacionamos numa garagem sob o prédio, e Rafa saiu. — Bem-vinda ao coração do crime — Ele diz. — É enorme. — Você não tem ideia. Esse lugar foi construído como uma fortaleza. — Quantos quartos têm? Ele encolhe os ombros. — Um monte. É um hotel cinco estrelas, porra. Você verá. Ele lidera o caminho para dentro do prédio principal. A porta de entrada é de tirar o fôlego. O lugar era todo decorado e haviam belas esculturas. Somente as pinturas eram mais caras do que tudo o que possuía, para não

mencionar os quadros. Elas eram lindas e não reconheci nenhum deles. Deveriam estar em um museu. Mas, em vez disso, estavam penduradas na entrada da mansão da máfia. — Vamos — Diz Rafa — Vamos ao escritório de Vince. — Quem é Vince? — Meu chefe? — Por que um mafioso tem escritório? Ele riu. — Há mais negócios envolvidos nisso do que pensa. — Pensei que passavam os dias apenas quebrando as rótulas e ameaçando as pessoas. — Nós fazemos. Bem, eu faço. Vince não muito mais, desde que começou uma família. — Mafioso com uma família. Isso é uma surpresa. — Qualquer um pode ter uma família. Talvez todo mundo mereça uma. Sigo através dos salões, muito ocupada olhando ao redor para as pinturas e o esplendor, para pensar sobre o que ele disse. Estava totalmente desnorteada, surpresa com o que estava vendo. A mansão era mais como um museu do que qualquer outra coisa. Arte inestimável alinhada nos corredores. Assim que começamos a avançar para o interior, estava perdida. O lugar parecia como um labirinto.

Depois de alguns minutos de caminhada, Rafa para atrás da porta. Ele se vira para mim. — Você está prestes a conhecer o meu chefe. — Ok. E daí? Ele encolhe os ombros. — Vamos lá — Ele abre a porta e entra. Eu o sigo e olho o que parecia ser um escritório bastante normal. Havia uma mesa perto da porta e outra mesa em direção ao fundo da sala, uma cafeteira e um prato quente no balcão a direita, além de um frigobar. Sentado atrás da mesa estava outro homem. Ele sorriu e se levantou quando entramos. Era da a mesma altura que Rafa, lindo e tatuado. Mas, onde Rafa parecia duro e áspero, Vince estava sorrindo como um homem de negócios. — Cassidy — Ele diz chegando ao redor da mesa — Muito prazer. — Igualmente — Apertamos as mãos e ele sorri. — Não é comum Rafa trazer uma garota para casa. Rafa resmunga. — Cuidado. — Ele tem um monte de garotas? Vince dá risada. — Você é ciumenta? — Não. Na verdade, não.

— Bom. Porque você não é a primeira mulher com quem ele esteve. — Surpresa, surpresa — Rafa diz. — Estou escandalizada — Respondo. Os homens dão risada. — Estou feliz que veio com ele — Diz Vince — Sei que foi uma decisão difícil. Isso não será fácil. — Não foi fácil — Concordo, francamente, não sei o que está acontecendo. — Bem-vinda ao nosso mundo — Vince sorri para mim e decido que gostei dele. — Fica mais fácil — Rafa acrescenta — Irá se acostumar a ele. — Acho que nunca me acostumarei com homens querendo me matar. — Tudo dará certo. Confie em mim. Lidamos com isso todos os dias. — Isso tem que ser um exagero. Rafa ri. — Ele não está brincando. Não acho que passou um dia sem pelo menos um homem tentar me matar. — Um? Você é sortudo — Diz Vince — Tente ser o chefe. — Sempre que quiser se demitir estou à disposição. — Não fique convencido. — Não é arrogância, sei que posso lidar.

— Esse idiota pensa que é a melhor coisa do mundo — Vince me diz girando os olhos. — Isso porque sou. Sorrio para os dois, incapaz de me controlar. Eles eram homens da máfia musculosos, perigosos, e ainda estavam brincando um com o outro como se fossem irmãos. Era desconcertante e encantador, e embora ainda estivesse apavorada, eu me senti um pouco à vontade. Não era um lugar horrível. Era um escritório aonde homens vinham trabalhar. Claro, eles eram bandidos e o trabalho deles não era legal, mas eram apenas pessoas. Confiei em Rafa. Tão louco como era, achei que realmente confiava. Talvez fosse estupidez, mas depois de tudo o que já fiz com ele, fazia sentido para mim, eu me entregar a ele. — Tudo bem, escute — Diz Vince caminhando para a mesa dele — Não é exatamente uma convidada oficial aqui. Entende? — Acho que sim — Digo. Ele pega um pequeno pacote. — Isso é a merda de boas-vindas de sempre. Você verá que aqui é realmente um hotel maravilhoso. Aqui tem a chave do quarto e seu crachá de visitante. Não se incomode em usálo. — Ok. Por que me dar isso?

— No caso de alguém falar alguma merda. Não sei — Ele balança a cabeça — Enfim, você está livre para caminhar. Conhecer o lugar. Mas, não saia sem falar comigo ou Rafa. — Tudo bem. Posso lidar com isso. — A comida e o resto são de graça. Peça o que quiser. — Pedir? — Serviço de quarto — Diz Rafa sorrindo — Bem-vinda ao paraíso. — De verdade? — De verdade. — Eu posso lidar com isso — Respondo rindo. — Aqui — Vince me entrega o pacote e eu pego — Rafa sabe onde é seu quarto. — Obrigada, Vince. —

Sem

problemas.

Mantenha

sua

cabeça

baixa.

Cuidaremos disso. Balanço a cabeça e sigo Rafa para fora da sala. Estava exausta, mas estava com a adrenalina e curiosidade. Nós voltamos para outra série de corredores. Começo a notar os funcionários parados nas sombras. Alguns deles estavam fazendo tarefas de limpeza, e alguns estavam andando rapidamente como se estivessem ocupados, mas a maioria parecia que estava parado. — O que há com todas essas pessoas? — Pergunto a Rafa.

— São funcionários. Ignore-os. — Mas por que estão apenas parados? — Porque já é tarde e não tem nada para fazer. — Parece loucura ter tantas pessoas trabalhando até tão tarde. — Você não viu a loucura ainda — Ele sorri para mim — Essa é a família Barone. Extravagância é o nome do jogo, moça. Ele para em frente a uma porta e coloca o pacote em minhas mãos, tira um cartão de acesso, assim como dos hotéis, e usa para abrir a porta. O dormitório era de tirar o fôlego. Absolutamente lindo e enorme. Havia uma área principal na sala, uma cozinha pequena, um quarto e banheiro ao longo de um pequeno corredor. Era igual ao meu apartamento, mas na verdade muito mais agradável. A mobília era claramente cara, e havia um bar totalmente abastecido. No banheiro havia todos os produtos de higiene pessoal que pudesse imaginar, e os lençóis pareciam como seda. — O que acha? — Rafa pergunta depois que explorei o interior. — É incrível. — Há uma coisa, no entanto. Suspiro. — O que é agora?

— Você pode não gostar disso. — Apenas despeje. — Ficarei nesse quarto também Olho para ele. — Porquê? — Precisamos fazer isso parecer real. Além disso, estará mais segura se eu estiver sempre aqui. — Não — Digo simplesmente. — Você não tem escolha. — Tenho uma escolha. Não quero ficar no mesmo quarto que você. — Que pena — Ele caminha até o bar e serve uma bebida — Não será muito ruim, querida. Você pode vir implorar por mim quando estiver de bom humor. — É improvável — Respondo. Sinceramente era por isso que não queria que ficasse. Uma vez que já dormimos juntos, eu me entreguei ao desejo e queria mais.

Sabia que era perigoso me envolver

com esse homem, especialmente agora que poderia estar grávida. Aceitaria a proteção dele, mas não iria deixa-lo ter mais nada de mim. Pude

ver

como

isso

poderia

ficar

incrivelmente

complicado. Merda, as coisas já estavam complicadas. Deixei que gozasse dentro de mim, sem camisinha, com a intenção de me engravidar. Esse pensamento enviou um arrepio na

espinha, novamente, mas precisava ignorar isso. Não podia continuar me jogando para ele e me colocar ainda mais em perigo. — De qualquer maneira não importa — Ele diz. Senta no sofá e estica seus pés — Ficarei aqui. Cerro meus dentes. — É sempre tão teimoso? — Somente quando estou certo. — Bem. Idiota. Acho que não posso dizer não. Mas irá dormir no sofá. Ele encolhe os ombros, ao tirar seus sapatos. — Tudo bem. — E as minhas malas? — Vão chegar logo. — Boa noite. Ele levanta sua bebida. — Noite, Cassidy. Dei-lhe um olhar e depois voltei para o quarto. Desabei na cama enorme e afundei nos lençóis, deixando suas fibras macias me envolverem. O que diabos eu estava fazendo? Estava na mansão da máfia, rodeada por inimigos e ao que parece alguns aliados. Estava mais em perigo do que nunca estive em toda minha vida.

E ainda assim eu continuei pensando sobre aquele homem bonito. Isso era tudo que eu conseguia pensar. Seu corpo pressionado contra o meu, beijando-me, tocando-me, seu pênis profundamente entre as minhas pernas. Eu podia senti-lo dentro de mim novamente, seu sêmen quente me enchendo. Não sabia se estava grávida ou não. Não havia como saber, pelo menos, ainda não, mas precisava assumir que estava. Não sei o que faria com essa criança. Rafa mencionou a adoção, e talvez isso fosse uma opção. Adoção era uma coisa muito boa. Uma grande família que queria um bebê, mas não podia ter e tomaria conta do nosso filho. Até mesmo pensar em desistir do meu bebê fazia minha ansiedade aumentar. Não

conseguia

lidar

com

isso.

Estava

exausta.

Aconchego-me sob os lençóis e fecho os olhos, tentando esquecer onde estava e o que estava acontecendo. E especialmente tento não pensar sobre o homem lindo no outro quarto, e como desesperadamente queria que ele viesse para minha cama e me fizesse sentir viva de novo.

Capítulo Dezoito Rafa Odiava dormir no sofá, mas sabia que não deveria pressioná-la. Pelo menos não na primeira noite. Acordo com o sol entrando pelas janelas e resmungo. Uma garrafa de uísque pela metade estava sobre a mesa do café na minha frente, e uma ressaca estava martelando no meu crânio. Olho para cima e vejo que a porta do quarto ainda estava fechada. Levanto e faço café. Não sabia que horas geralmente a menina acordava, mas imaginei que seria melhor deixa-la dormir o tanto que quisesse. Eu não estava feliz que estávamos na mansão. Entendia a lógica por trás disso e confiava no plano de Vince, mas não estava feliz com isso tudo. Os meninos de Ernesto podiam estar no quarto ao lado e eu não faria ideia. Não sabia quem era leal a Vince e quem era leal a Ernesto. A equipe era cruel, e eu quase nem confiei em nossa comida. Estava sendo paranoico demais. A equipe nunca ajudou um chefe, ou pelo menos não matando alguém. Arturo pagava bem seu pessoal para ter sua lealdade.

Ainda assim, não podia deixar de ficar um pouco irritado. Os filhos da puta dos chefes queriam torturar essa pobre menina para ter informações, mesmo que eu tivesse certeza que ela não sabia de nada. Eu coloquei meu pescoço em risco para protegê-la. Vince não precisava se envolver mais. Não queria arrastá-lo comigo. Quando comecei a beber meu primeiro copo de café do dia, houve uma batida suave na porta, e depois um pedaço de papel caiu. Rapidamente abro a porta, mas vi apenas alguns membros da equipe no corredor. Eu me inclino e pego o papel. Era uma nota escrita de Arturo solicitando minha presença em seu escritório, assim que estivesse acordado. Cerro os dentes e suspiro. Precisava ir. Eu não podia simplesmente ignorar uma ordem do chefe, mesmo que eu realmente quisesse. Eu não sabia do que se tratava, mas ele claramente sabia que eu estava na mansão e em qual quarto. Caminho até a mesa da cozinha, pego um papel e uma caneta, escrevo a Cassidy uma nota rápida. Dobro-a e a deixo ao lado do café para que ela possa encontrar. Quando termino, saio rapidamente do quarto. Precisava de um banho e, provavelmente, fazer a barba, mas essa merda podia esperar. Estava muito curioso sobre o que o grande chefe queria para deixá-lo esperar até mesmo alguns minutos. Passo pelos corredores ignorando o poder e riqueza em torno de mim. Havia andado através dele tantas vezes que já

não me impressionava mais. Ainda gostava de ver como as outras pessoas reagiam na primeira vez. Cassidy olhou à sua volta como se algo fosse saltar para fora do papel de parede sobre ela, ou que estava prestes a tropeçar e cair em uma estátua inestimável. Ambos esses cenários não são tão improváveis, na verdade. Paro na porta de Arturo e bato uma vez. Depois de um segundo, escuto-o me chamar. Abro a porta e então fecho atrás de mim. Arturo estava sentado em sua mesa habitual, bebendo café. — Quer um copo? — Ele perguntou quando me aproximei. — Por favor. Ele assentiu com a cabeça e indicou a mesa ao lado. Aproximo e derramo café preto fumegante da jarra. Sento na frente dele e tomo um gole. Forte, escuro e quente. — Como você dormiu? — Arturo pergunta. — Péssimo. — Isso é uma pena. Durmo como um bebê nos dias de hoje. — Fico feliz em ouvir isso. — Eu também. Quando estava com a sua idade, costumava ficar acordado a noite toda preocupado. Estava construindo essa maldita máfia na época, você sabe. Muitos homens me queriam morto.

— Também não dormiria se fosse você. —

Não, você não faria. Você não é e você ainda não

dorme. Por que isso, Rafa? — Não sei. Somente não sou o tipo que relaxa, eu acho. — Isso é uma pena — Ele se inclina tomando seu café. — Você me chamou aqui apenas para falar comigo sobre o sono? — Não — Ele diz — Claro que não. Tem algum lugar para ir? — Não — Digo bebendo meu café — Somente estou no limite. — Compreensivelmente.

Desde que Ernesto quer te

matar. — Foda-se Ernesto. — Cuidado. Ele é seu superior. — Eu sei, mas foda-se ele mesmo assim. Arturo dá uma risada suave. — Gosto de você. Sempre gostei. Quando Vince o trouxe, fiquei orgulhoso de você. — Obrigado — Respondo surpreso — Não imaginava que você sabia quem eu era. — Mantenho um olho em todas as estrelas em ascensão na minha organização. Especialmente quando elas estão irritando um dos meus chefes mais antigos e mais leais. — Os capangas dele mereceram — Digo

— Provavelmente. — Não me desculparei. — Não estou pedindo isso a você. — O que vai pedir então? — Diga o que a garota sabe. Suspiro balançando a cabeça. — Ela não sabe nada. — Infelizmente para você, não acredito nisso. — Senhor, sei que parece suspeito, mas eu não arriscaria minha vida por uma garota que é um perigo para a nossa organização. — Acredito em você — Ele concorda — Mas, ela sabe de algo. E se não sabe, precisará descobrir algo rápido, porque Ernesto quer ambos mortos e não posso mantê-lo afastado por muito tempo. — Podemos encontrar algo. —

Bom.

Procure

ajuda

se

precisar.

Encontre

informações sobre as Spiders e encontre rapidamente. Concordo com a cabeça e coloco meu copo para baixo sobre a bandeja na mesa ao lado. Arturo observa enquanto caminho em direção à porta. Paro e olho para ele. — Posso perguntar uma coisa? — Vá em frente.

— Você sabe sobre a ruptura na organização. — Sei tudo sobre isso. — O que está fazendo sobre isso? Ainda não falou nada para ambos os lados. — Tenho feito isso por muito tempo. Sabe disso? — Sei disso. — Já vi coisas assim antes. Esta não é a primeira questão a nos separar — Ele encolhe os ombros. — Os chefes chegarão a um consenso. E se não fizerem, vão matar uns aos outros até que restem apenas os homens mais fortes. — E os soldados? — Alguns vão morrer. A maioria será absorvida em outros territórios. — Você quer a guerra? — Eu não quero guerra. Eu quero paz. Mas eu entendo que a guerra pode ser a única opção. Você não pode temer isso. — Não temo a guerra. Não tenho medo de violência. — Bom — Diz ele sorrindo. Eu me viro e o deixo, sem saber o que pensar.

Capítulo Dezenove Cassidy Acordo em uma cama estranha e tenho que espantar o pânico antes que me domine completamente. Eu

fiquei

totalmente

imóvel,

envolta

em

lençóis

estranhos, até que lentamente me lembrei do que havia acontecido na noite anterior. Lembrei-me de Rafa entrando no meu apartamento. Eu lembrei de seu corpo contra o meu. Lembrei-me de ficar temporariamente insana e tirar o preservativo do seu pênis e dele vindo dentro de mim. Suspirei, alongando-me. Mal dormi e ainda me sentia exausta. Olhei para o relógio e suspirei. Já passava das nove da manhã, nossa ida do meu apartamento tarde da noite levou

algumas

horas,

então

eu

estava

realmente

me

arrastando quando saí da cama. Abro a porta do quarto e encontro no chão a mala que arrumei com pressa. Levo para dentro e faço minha rotina pessoal no belo banheiro e então mudo de roupa. Chego na sala de estar, mas Rafa está longe de ser visto. O cheiro fresco de café flutuava acima da área da cozinha, então pego uma caneca. Ao lado da máquina de café havia um pedaço de papel dobrado ao meio, apoiado contra as canecas.

Pego e leio. “Cassidy durma até a hora que quiser. Tenho alguns negócios para cuidar. Sinta-se livre para fazer o que quiser, mas tenha cuidado. Rafa.” Suspiro novamente e deixo a nota de lado. Tomo um café e depois sento em uma cadeira da cozinha, cruzando as pernas. Ninguém irá procurar por mim. Meus pais nunca saberiam que não estava no meu apartamento, e meus amigos nunca viriam sem que pedisse. Ninguém realmente sabia onde eu estava, o que na verdade me deixava preocupada. Bem,

tudo

sobre

minha

situação

me

deixava

preocupada. Faço uma pausa no meu terceiro gole de café e percebo que não fazia ideia se podia mesmo beber cafeína ou não. Precisei bloquear o pânico novamente pela segunda vez nessa manhã. Posso estar grávida de um filho de Rafa. Não importa o que aconteceria, agora ele e eu estávamos ligados para sempre, acredito que estava grávida. Além disso, agora ele teria outro incentivo para lutar pela minha vida, supondo que se preocupava com o bebê. Rapidamente eu pego o telefone na sala e faço uma busca rápida.

Uma xícara de café provavelmente não faria mal. Começo a procurar mais um pouco e a magnitude total do que fiz realmente me atinge. Toda minha vida ia mudar. Teria esse bebê, e nunca seria a mesma, mesmo que o desse para adoção. Eu teria que ter cuidado com tudo o que colocasse no meu corpo nos próximos nove meses. Por alguma razão, esse pensamento realmente trouxe para meu corpo a magnitude total do que estava acontecendo ao meu redor. Levanto, tentando lutar contra a maré de pânico e terror que estava remoendo dentro de mim. Não podia ficar parada. Rapidamente caminho até a porta e a abro, saindo pelos corredores mais rápido que podia. Eu não estava prestando atenção para onde eu estava indo.

Eu

apenas

andei.

Senti

como

se

estivesse

hiperventilando, respirando muito rápido, curto e rápido. Meus passos combinavam com a minha respiração enquanto eu corria pelos corredores silenciosos, passando pela arte cara, pelas estátuas de valor inestimável e pelos membros da equipe que me encaravam. Deixei um homem estranho gozar dentro de mim, com a intenção de engravidar. Ia ter um filho dele. Eu o queria e fui incrivelmente atraída por ele, mas isso foi demais. Acima disso tudo, parte da máfia me queria morta. Eu estava ferrada. Não havia nenhuma outra maneira de olhar para isso. Estava ferrada e seria destruída.

Parei na primeira porta que encontrei e passo o cartão. A luz fica verde e abro a porta. Minha respiração quase é arrancada do meu peito quando entro na sala. Era úmido e grande. As plantas me rodeavam por todos os lados. Era uma sala verde ou algo como uma sala verde. Na verdade, era mais uma daquelas exposições de selva no zoológico, com plantas reais e imponentes flores por um caminho estreito. Por um segundo, pensei que tivesse saído, mas podia ver o teto de vidro acima de mim. Entro

na

sala,

com

meus

problemas

esquecidos.

Caminho lentamente, seguindo ao longo do caminho. Estava estranhamente quieto. Quando entrei, esperava ouvir o que normalmente ouve numa floresta: aves, pequenos animais se movendo entre os arbustos, o vento através dos ramos. Mas tudo estava silencioso, como um quarto vazio. Era lindo. Deve ter dado um trabalho enorme manter tão lindo assim. Não sabia qual sua finalidade ou porque estava no meio de uma mansão da máfia, mas estava grata por isso. Senti que estava realmente sozinha e por um segundo pude recuperar meu fôlego. Continuei ao longo do caminho, até que chego a uma pequena clareira de plantas. Havia um banco à direita e uma estátua de pé em uma extremidade. Eu me senti atraída por aquela estátua e fui até ela. A mulher era linda. Cabelo comprido, lábios grossos, um rosto lindo. Quem fez essa escultura fazia parecer quase viva.

As roupas dela pareciam tão reais que estendi a mão e a toquei. — Essa é minha mãe, sabe. Quase morri de susto. Viro e vejo uma versão mais jovem da estátua. Com cabelos escuros e olhos escuros intensos. Ela era linda. — Desculpe? — Digo estupidamente. A menina assente com a cabeça para a estátua. O rosto dela completamente calmo. — Essa é minha mãe, Condita. — Oh — Digo olhando para a estátua — Ela era bonita. — Ela era — Concorda a garota. Imagino que tenha a minha idade. — Eu sou Cassidy — Digo. — Eu sei. — Uh, prazer em conhece-la. — Sou Louisa Barone. Tudo bem? Eu a encaro por um segundo. Essa era a filha de Arturo Barone. Era muito famosa. Ouvi muitos boatos sobre ela, principalmente como ela era louca e como nunca deixava seus aposentos. Ela parecia bastante normal para mim, embora um pouco estranha e definitivamente não estava no quarto dela. — É um prazer conhece-la, Louisa — Respondo finalmente.

— Essa sala é o santuário dela — Louisa caminha até a estátua e coloca a mão no pé dela. — Meu pai construiu antes da minha mãe morrer. — Isso é muito bonito. — Na verdade não. Meu pai é um idiota. Pisco os olhos. — Oh, desculpa. — Tudo bem. Você não o tornou assim. Além disso, ele sabe que é um idiota. Ele apenas não se importa — Louisa vira a cabeça para mim — A questão é o que você está fazendo aqui? — Não sei —Respondo — Desculpe. Estava vagando por aí. Essa sala é proibida? — Normalmente — Disse Louisa — Mas, eu os enganei um pouco. Dei ao seu cartão acesso irrestrito acesso à mansão. Isso me surpreendeu. Em um piscar de olhos não sabia bem o que dizer. — Por que fez isso? — Por que eu quis — Disse Louisa — Estava entediada e ouvi que você estava vindo. — Então você me deu acesso? — Claro. Pensei que seria divertido ter uma jornalista vagando pelos corredores da mansão da máfia — Ela me deu um sorriso misterioso.

— Uh, acho que sim. Seu pai não ficará chateado? — Meu pai é um babaca. — Ela levou a mão no pé da mãe — E ele não manda em mim. Ninguém o faz. — Isso deve ser bom. — É bom — Ela vem na minha direção. Dou um passo atrás inconscientemente — Posso te dar essa liberdade também, Cassidy. Você quer ser livre? — Talvez — Digo — Todo mundo quer ser livre. — Posso dar isso a você. Eu tenho esse poder. — Não sei o que dizer. Estava

começando

a

me

sentir

incrivelmente

desconfortável. Os olhos de Louisa estavam me queimando com uma intensidade que beirava loucura. Tive a sensação de que deveria fugir, mas não sabia por quê. Ela não estava me ameaçando, mas agiu de forma estranha. Ela me fez sentir desconfortável. — Não tenho certeza se entendi o que você está dizendo. Louisa soltou uma risada curta e afiada. — Claro que não. Não te darei a história toda. Principalmente porque não quero. Mas acredite Cassidy que sou a única pessoa nessa mansão toda que tem os seus melhores interesses no coração. — Ok — Digo — Acho que deveria ir agora. — Adeus, Cassidy.

Dou um sorriso. — Adeus. Viro e praticamente corro de lá. Uma vez que estava no corredor principal, rapidamente comecei a refazer meus passos, minha cabeça girando. O que havia com aquela garota? Por que ela estava falando sobre minha liberdade e tendo os melhores interesses no coração? Não a conhecia. Nunca a vi antes na minha vida. E ela ainda agiu como quem de alguma forma se preocupava comigo e queria me salvar. Foi muito perturbador. Enquanto, caminhava, percebi que estava perdida. Tive que pedir direções duas vezes antes de finalmente chegar ao meu quarto. Meu cartão de acesso poderia abrir qualquer porta. Isso foi um avanço interessante. Não sabia o que Louisa estava pensando me dando esse poder, mas não poderia exatamente devolver. Paro fora do meu quarto por um segundo e olho em volta. Qualquer uma das portas eram minhas para abrir. Eu poderia entrar absolutamente em qualquer lugar. Afinal ainda era uma jornalista. Seria uma grande história. Não, isso era estúpido. Aqui estava tentando salvar a minha vida, não tentando encontrar outra história. Respiro fundo e abro a porta.

Então ri do que vi. Sentado à mesa, rodeado de bandejas de comida, estava Rafa. Ele sorriu quando entrei. — Bom dia, linda — Ele diz. Faço uma careta. — Bom dia — Fecho a porta atrás de mim — O que é isso? — Não conseguia decidir o que comer, então pedi tudo. Ela ri balançando a cabeça. — Isso é loucura. — Achei que você ajudaria. Eu me aproximo e olho para a mesa, havia ovos, bacon, panquecas,

basicamente

qualquer

coisa

que

pudesse

imaginar. Até mesmo quiches de café da manhã, alinhados em uma fila reta. Ele deu uma mordida nas panquecas. — Eu queria somente panquecas — Ele diz. — Você é louco. — É comida de graça. Quem se importa? Pego um prato e ponho um pouco de comida. — O que eles fazem com que sobra? — Tenho certeza que doam. — É mesmo? A máfia doa comida? — Nós somos a máfia, não monstros.

— Bom ponto — Sento na frente dele e começo a comer. De repente percebi que devia contar a ele sobre meu encontro com Louisa. Mas, assim que abro minha boca para falar, penso melhor. Não sabia porque. Foi um encontro estranho. Não queria preocupar Rafa mais do que já estava, e além disso ela era inofensiva. Ela não quis dizer nada com isso. Quando Rafa começa a me contar uma história sobre o tempo que ele viu um homem tentar comer dois quilos de panquecas, tentei tirar Louisa da minha mente. Ela não era importante. Rafa era importante. Não podia deixar de sorrir quando ele falou, e senti meu estresse lentamente desaparecendo.

Capítulo Vinte Rafa Sabia que ela ia gostar do buffet de café da manhã. Era verdade, encomendei tudo para ela. Estava grávida e precisava comer. Afinal estava comendo por duas pessoas. Não queria constrangê-la ou parecer uma maricas de merda, então falei essa merda sobre querer tudo. Dou um sorriso para ela quando comemos. Eu a deliciava com histórias do meu passado na máfia, algumas delas bastante engraçadas, tentando manter as coisas leves. Mas podia ver o estresse na sua expressão. Sabia que isso a estava afetando. Era um sentimento estranho, sentir carinho por outra pessoa com tudo acontecendo ao seu redor. Normalmente passava meus dias tentando conseguir dinheiro e ferrando quem entrasse no meu caminho. Agora, no entanto, era responsável por ajuda-la. Talvez não responsável, mas estava nas minhas costas. Precisava protegê-la de Ernesto, os capangas dele e de todo mundo. Para mim, era uma sensação estranha. — E então? — Ela pergunta. — Bem, o idiota tentou, pulou a cerca e correu direto para o arame farpado. Ela riu balançando a cabeça.

— Sério? — Sério. O cachorro latiu e latiu, e ele sentou em cima do muro, gritando para nós irmos ajuda-lo. — O que você fez? — Rimos até que o cachorro se cansou e foi embora. Ela riu, se apoiando em sua cadeira, amei o olhar em seu rosto. Por um segundo, era como se fossemos duas pessoas normais tomando café da manhã juntos, fazendo coisas normais. Mas é claro que não éramos normais. Estava tão longe do normal como um ser humano poderia conseguir. Quando termino meu prato e Cassidy finaliza o dela, tem uma batida na porta. Ela para, vejo o medo em seus olhos. — Relaxe — Digo — Eu cuido disso. — Claro. Estou bem. Não pude deixar de notar que ela estava segurando o garfo tão forte que seus dedos estavam ficando brancos, mas não falei nada. Levanto e caminho para a porta abrindo um pouco. — O quê? — Pergunto. — Ei, Rafa. Era o maldito Ernesto. —

Você

impressionado.

trouxe

sua

própria

bunda

aqui.

Estou

— Você estará por perto. Achei que deveria fazer isso sozinho. — Bom para você. O que quer? — Falar com a menina. — Não. — Ordens de Arturo. — Na verdade, isso é mentira. Falei com ele hoje de manhã e ele não disse nada sobre isso. Saboreio o olhar amargo na cara dele. — Escute, seu rato de rua. Você é um merda sabia? — Porra, saia daqui, Ernesto. — Fale comigo assim de novo e começaremos uma guerra. Olho para ele e quero tanto derrubar esse idiota. Queria mata-lo ali mesmo no corredor, mas vejo alguns de seus capangas na proximidade e penso melhor. — Vá embora agora — Digo. — Deixe-me ver a garota. — Você não entrará aqui. Ernesto sorri para mim. — Um dia você se arrependerá dessa decisão. Não pense por um segundo que não tentei fazer isso do jeito certo. — Prefiro do jeito difícil, seu velho babaca. — Adeus, Rafa, seu idiota.

Ele se vira e sai. Sorri para seus capangas e então fecho a porta. Cassidy estava me encarando, seus olhos presos nos meus. Podia ver o medo pela maneira que encarava. — Está tudo bem — afirmo. — Ele se foi. — Esse era o cara? Ernesto? — Era ele. Mas, ele sabe que não pode chegar a você. — E se ele decidir derrubar a porta e me levar de qualquer maneira? Dou risada para ela, sorrindo imensamente. — Adoraria que ele tentasse. — Você não pode segurar todos seus homens. — Talvez não, mas irei fazê-lo pensar duas vezes. Ela suspira colocando o garfo na mesa e cruza os braços. — O que faremos, Rafa? — Vamos terminar de comer, talvez dar uma volta ao redor. Não sei. Porra, vamos matar o tempo. — Hoje não. Quero dizer sobre essa situação. Não podemos ficar sentados. — Não — Concordo — Não podemos. — Diga-me que tem um plano. — Tenho um plano — Sento na frente dela — Mas você não gostará.

— Fale. —

Conversei

com

Arturo

essa

manhã.

Ele

quer

informações e não se importa se você tem ou não. — Como isso ajuda? — Sabemos que precisamos tirar você dessa situação. Se dermos a Arturo algumas informações, podemos trocar isso pela sua liberdade. Ela estava quieta por um segundo, mordendo seu lábio e olhando pela janela. — Não podemos — Diz finalmente. — O que você disse? — Não podemos ajudá-los, Rafa. Não podemos fazer isso com as Spiders. — Fodam-se as Spiders. Não dou a mínima para elas. — Eu faço. Eu me importo com elas, e me importo com as mulheres dessa cidade. Suspiro. —

Cassidy,

não

poderemos

ajudar

ninguém

se

estivermos mortos. — É verdade, mas não valemos nada em comparação às Spiders. — As malditas Spiders são minhas inimigas. — Elas são? — Ela se levanta — Não estou tão certa. Você não está envolvido no tráfico de pessoas, está? — Não — Ele diz — Não estou.

— Então elas não são suas inimigas. — A máfia é minha família. Posso não concordar com tudo, mas sou leal. Não irei contra minha família. — Sua família está errada e você sabe disso — Ela caminha em direção a sala de estar — Não posso desistir delas. — Não precisamos desistir delas. Somente precisamos dar algo. Ela suspira sacudindo a cabeça. Levanto e me movo em sua direção. — Nem sei como contatá-las. — Você esteve em contato com elas antes. Pode fazer de novo. Ela morde o lábio. — Elas me enviaram uma mensagem. Hesito. — Quando? — Recentemente — Ela olha para mim — Mas, você sabia disso, não é? — Suspeitava. — Elas me ofereceram proteção eu recusei. Aceno, não surpreso. As Spiders com certeza iriam proteger alguém como ela. O que me surpreende foi que ela me escolheu ao invés delas. Parecia pensar que as Spiders eram boas e a minha

família era malvada. Realmente não conhecia as Spiders, e ainda assim havia me escolhido. Talvez ela percebeu que eu era a única pessoa que dava a mínima para ela em tudo isso. As Spiders provavelmente iriam mandá-la para China e escondê-la em algum ninho de ratos. Elas não davam a mínima para ela. — Se pudermos contatá-las de novo, talvez possamos explicar a situação e elas podem nos dar alguma coisa. Ela franziu a testa. — O que quer dizer? —

Falamos

com

as

Spiders.

Elas

nos

fornecem

informações. Nós damos aos meus chefes. — Isso não seria mentir? — Quem se importa? As Spiders podem mentir ou podem nos dar algo real. De qualquer forma, precisamos de algo. Ela olha para mim. — Por que você está fazendo tudo isso? — Não sei — Respondo honestamente — Você pode estar carregando meu bebê. — Talvez, mas não estava antes. — Verdade — Chego até ela. Ela dá um passo para trás — Talvez esteja cansado de tanta violência sem motivo. Talvez queira uma razão. — Por que sou sua razão?

— Você sabe por quê. — Porque você quer dormir comigo. — Isso em grande parte — Eu me aproximo dela, alguns centímetros de distância. Pego-a pelas costas e a puxo contra mim. — Você só quer continuar me fodendo. — Pode ter certeza que sim — Sussurro no ouvido dela. Então a beijo duramente. Ela me beija de volta, nossos lábios se movendo juntos quando minhas mãos a seguram contra meu corpo. Desejo perfurando a minha pele. Tudo desaparece, exceto Cassidy e seu corpo perfeito pressionado contra o meu. Podia sentir meu pau cada vez mais e mais duro quando nos beijamos. Lentamente ela recua e me olha. — Não sei o que fazer — Ela diz. — Confie em mim. Você está certa. As Spiders não são minhas inimigas pessoais. Se fizermos isso corretamente, não teremos que ferrá-las. — Ok — Ela concorda — Confiarei em você. — Bom — Tento beijá-la novamente, mas ela faz seu caminho para longe do meu controle. — Deixe-me pegar meu computador na bolsa – Ela diz. — Podemos fazer isso depois. Ela sorri balançando a cabeça.

— Vamos fazer isso agora antes que eu mude de ideia. Ela desaparece no quarto e fico lá com um pau duro e uma séria frustração. Eu amei, porra. Poderia lidar com um pouco de provocação. Principalmente porque sabia que ia conseguir o que queria no final.

Capítulo Vinte e um Cassidy Lentamente tiro meu computador da bolsa, disposta a me acalmar. Eu estava excitada, toda molhada e respirando profundamente. Queria ir lá e implorar até que ele me desse exatamente o que queria. Em vez disso, precisei me controlar. As coisas estavam difíceis e não poderia deixar me distrair mais. Não queria destruir as Spiders. Rafa, claramente, não se importava de qualquer maneira. Ele parecia principalmente motivado a me manter viva e entrar na minha calcinha, o que definitivamente eu não estava reclamando. Confiava nele mais que qualquer pessoa. Não podia explicar, mas estava atraída por ele. Mesmo que as Spiders estivessem fazendo um bom trabalho na cidade e acabando com criminosos violentos, sabia que Rafa se preocupava comigo. Por baixo de toda essa braveza e coragem, ele definitivamente se preocupava. Por que arriscar tanto por alguém? Ele realmente se importava. Precisava acreditar nisso. Volto para a outra sala, meu computador debaixo do braço. — Venha — Ele diz — Vamos para outro lugar.

— Onde? —

Outro

quarto.

Torna

mais

difícil

para

elas

descobrirem que somos nós. — Ok. Lidere o caminho. Vamos para fora no labirinto de corredores. Fico perto de Rafa quando descemos um andar e seguimos alguns corredores longos, ignorando os olhares dos funcionários. Senti que estávamos sendo seguidos por mil olhos, e provavelmente estávamos. Existiam câmeras em todos os lugares, embora não pudesse saber onde. Não acredito que a máfia não iria vigiar sua própria mansão. Finalmente paramos em frente a uma porta sem graça. Rafa tira seu cartão do bolso e destrava. A porta se abre e caminhamos para dentro. O quarto estava completamente estéril. Parecia que fora um

apartamento

em

algum

momento,

mas

estava

provavelmente em obras, ou possivelmente conseguindo mobília nova. — Isso servirá — Ele diz. — Você consegue acesso Wifi? — Deixe-me ver. — Sento-me no chão e cruzo as pernas. Abro meu computador e ligo. Rafa se inclina contra a janela, com os braços cruzados. O computador liga e conecta na internet sem problemas. — Consegui — Falo. — Ok. Então, faça sua parte. Faço uma pausa e depois dou risada.

— O que quer dizer? — Veja se as Spiders te chamam. — Não fiz nada na última vez. Elas assumiram o meu computador. — O que você fazia quando assumiram o controle? — Estava pesquisando sobre elas — Admito. — Vamos lá. Procure. — Não estamos sendo observados agora? — Não aqui dentro. Estão reformando essa sala e o equipamento de vigilância está desligado. Balanço a cabeça, isso explicava por que decidiu vir aqui ao invés de ficar no nosso quarto. — Isso significa que eles não estão vendo e nos ouvindo? — Não — Ele diz — Isso significa que se fizermos isso no nosso quarto, eles saberão onde nos encontrar agora mesmo. Mas aqui teremos algum tempo antes que venham. — Entendo — Digo me sentindo nervosa — Tem certeza que é seguro? — Nada do que estamos fazendo é seguro — Diz ele sorrindo para mim — Mas não se preocupe. Estou aqui para protegê-la. — Muito reconfortante. — Obrigada. Agora procure.

Suspiro e começo a digitar. Se era pra fazer isso, queria acabar logo. Poderia sentar, discutir e me preocupar o dia todo, mas isso não ajuda. Precisamos fazer algo. Não podia simplesmente esperar que Rafa de alguma forma me salvasse. Precisava de uma tarefa, um trabalho para distrair. Odiava ser passiva nisso tudo, simplesmente não era da minha personalidade. Era uma jornalista, e como uma constantemente via o mundo, buscando e aprendendo. Isso era apenas como eu existia. Mas até agora, eu estava com muito medo de fazer qualquer coisa. Eu estava acompanhando, fazendo o que precisava ser feito, mas não realizei grandes ações sozinha. Era hora de mudar isso. Eu tomei a decisão de ir com Rafa e seguir com a gravidez, mas agora eu precisava assumir um pouco de responsabilidade. Começo a procurar pelas Spiders, assim como naquela noite. Não estava realmente interessada no que estava encontrando, mais no ato de fazer a busca. Eu esperava que as Spiders estivessem monitorando as buscas por seus nomes e me identificassem tentando contatá-las. Dez minutos se passaram. Rafa desapareceu em algum momento e voltou minutos depois com uma garrafa de uísque e um copo. Bebeu enquanto me olhava. Frustração aumentava. A primeira vez que fiz isso, elas me contataram minutos depois da minha busca. Quando os minutos passaram, comecei a pensar se ainda me notariam.

Talvez não quisessem falar. Acredito que elas que sabiam onde eu estava. Talvez me viam como uma traidora. E não quisessem se comunicar. Depois de vinte minutos, Rafa começa a andar. — Talvez isso não funcione — Ele diz. — Não temos escolha. Terá que funcionar. — Puta que pariu. Odeio essa merda de tecnologia. — A culpa não é da tecnologia. As pessoas são sempre pessoas, com ou sem tecnologia. Ele riu com isso. — Do que está falando? — Não culpe a tecnologia pelas pessoas serem uma merda. Ele sorriu e voltou a andar de um lado para o outro. Eu continuei

digitando,

cavando

mais

e

mais,

tentando

encontrar quaisquer indícios das Spiders. E de repente, como da última vez, a tela do meu computador ficou preta. Um ponto verde estava piscando no canto superior direito, e uma mensagem rolava no topo como se alguém em algum lugar digitasse para mim. — Sabemos onde está. Você nos recusou. Olho para Rafa. — São elas. Ele se aproxima e agacha atrás de mim. — Ok. Vamos conversar.

— Preciso de sua ajuda — Digito. — Sabemos. — Diga-lhes que precisamos de alguma informação — Diz Rafa. Digito a mensagem dele. — Não falaremos com Rafa Allegri. Vamos falar somente com você. Faço uma pausa e depois olho para ele. — Assustador. — Elas estão blefando. Diga que não estou perto. Digito essa mensagem. Elas respondem um minuto depois. — Não confiamos em Rafa e acreditamos que você está mentindo. Minta para nós outra vez e acabou. Ele ri suavemente. — Tudo bem então. Diga que não falará sem mim. Franzo a testa — Rafa, acho que você deve ir. — Está brincando? — Não. Deixe-me falar com elas. Entendo o que precisa ser feito. Ele me olhou em silêncio por um segundo e então suspirou abanando a cabeça.

— Ok. Isso vai contra minha natureza, mas deixarei que lide com isso — Ele se levanta — Voltarei logo. — Obrigada. Ele acena e sai da sala. Sinto como se estivesse sozinha pela primeira vez em muito tempo, embora ainda não passasse nem um dia sozinha. Digito — Ele se foi. — Sabemos que confia nele, mas ele é o inimigo. — Ele não é meu inimigo. Por favor, a máfia acha que tenho informações sobre vocês. Se puder lhes dar algo, podem poupar minha vida. — Por que nós daríamos informações a eles? Encaro isso por um segundo. — Porque Dasha iria querer isso. Houve uma longa pausa e por um segundo pensei que a tivesse perdido. Medo começa a crescer em meu peito. Mas depois veio uma mensagem. — Sim, ela teria. Era uma idealista e agora se foi. — Dê-me algo. Ajude-me. — Vamos ajudar, mas vamos querer sua ajuda em troca. — O que você quer?

— Nada de você. Queremos a ajuda de Rafa Allegri. — Pensei que não confiava nele. — Não confiamos. Nós confiamos em você para fazê-lo seguir adiante. — Ok. Tentarei. O que você quer? — Nada ainda. Vamos lhe dizer quando chegar a hora. — Tudo bem. Por favor, rápido. — Venha para o ponto de entrega que mencionamos antes. Irá encontrar o que precisa lá. Procuro no meu cérebro por um segundo antes de lembrar o que disseram durante a primeira conversa. Elas queriam que fosse para a esquina nas ruas Arch e Gales do Sul. — Ok. Eu me lembro. — Adeus, Cassidy, e boa sorte. Minha tela voltou ao normal. Olho para ela por um segundo, a minha mente correndo em círculos. Estava certa em pensar que as Spiders estavam monitorando

suas

buscas

e

pelo

menos

estavam

me

monitorando. O que significava que provavelmente eram poderosas, em seguida, percebo que, poderiam pegar esse tipo de dados da nuvem que era todo o tráfego da internet. Elas tinham alguma habilidade de internet muito boa.

Fecho meu computador e me levanto. Abro a porta e encontro Rafa encostado na parede lá fora. — Tudo certo? —Ele pergunta. — Elas concordaram em nos dar algo — Respondo. Ele sorriu. — Maravilha. Você é durona. Sabe disso? — Não se empolgue. Querem algo em troca. — Claro que querem. O que é? — Querem que você lhes faça um favor. Ele franziu a testa. — Qual favor? — Não disseram. — Suponho que disse para elas irem ao inferno. — Disse que estaria feliz em fazer. Ele suspirou resmungando. — Claro que fez. — Não tive escolha. — Tudo bem. O que te deram? — Temos que ir buscar. Elas me deram um endereço. — Merda — Ele diz — Isso fica pior e pior. — O que está errado? — Estaremos expostos. Isso pode ser uma armadilha. — Acho que não.

— Talvez, mas ainda pode ser — Ele começou a andar e rapidamente o acompanhei — Vamos descobrir. — Fiz o melhor que pude — Falo. Ele para e me deixa alcançá-lo. Agarra minha cintura e me beija na boca. — Você fez bem, garota. — Cale a boca — Empurro ele de novo sorrindo — Cretino. — Vamos lá. Vamos comemorar. — Comemorar o quê? — Você chutando traseiros. — Chutei, não é? Ele ri e pega pela mão, arrastando-me atrás dele. Eu me sentia bem. Sentia como se tivesse feito algo de valor. Não estava apenas sentada esperando por Rafa me salvar. Estava fazendo negócios e me envolvendo. Não era apenas um peso morto. Não era apenas um fardo. Sorri para mim mesma, animada, além do que teria imaginado. Principalmente porque sabia exatamente como ele queria comemorar e era o que pensava desde que o conheci.

Capítulo Vinte e dois Rafa Faço meu caminho para o nosso quarto e pego o telefone fixo na parede. Agarro o receptor e rapidamente peço serviço de quarto enquanto Cassidy me segue. — O que você está fazendo? — Ela pergunta. — Como disse estamos comemorando. — Não posso beber, lembra? — Eu sei. Você está carregando meu bebê também, sabe. Ela dá de ombros e senta no sofá. — Bom ponto. — Você entende o que isso significa? Ela balança a cabeça. — Não realmente. — Temos uma linha direta com as Spiders. — E? Suspiro. — Nunca fomos capazes de nos comunicar com elas. São como a porra de fantasmas. Ela assente com a cabeça.

— Então agora você tem uma maneira de conseguir mandar mensagem. — Exatamente. — Não estou certa sobre como me sinto em ajudar a máfia. — Poderia me ajudar. Merda, estaria ajudando a você. Foda-se o resto. — Ainda assim. Não quero lhes ajudar a machucar as Spiders. — Não vamos. — Não controlamos isso. — Quero dizer, Vince. Ela balança a cabeça. — Não. Não podemos. — Podemos confiar nele. — Rafa, não o conheço. Ele não se importa comigo. Não podemos lhe dizer. — Ele não gosta do comércio de sexo tanto quanto você. Acredite, ele não quer machucar as Spiders. — Por favor, Rafa. Não podemos dizer as pessoas sobre isso, ainda não. Então houve uma batida na porta. Fui e abri. Um funcionário com um carrinho de rodas entrou e deixou ao lado da mesa da cozinha. Aceno e empurrou-o para dentro.

No carrinho havia uma boa garrafa de uísque, uma garrafa de cidra e duas lagostas lindas. Apesar de sua raiva, percebi que ela estava interessada na comida. — Vamos. Faremos um brinde e comeremos em seguida. Então decidiremos o que fazer. Ela franziu a testa. — Acho que podemos fazer isso. Sorrio para ela. Bastou um pouco de comida e ela estava calma. Talvez Cassidy tivesse razão. Vince não estava tão envolvido nisso como estávamos, e não sabia como ele usaria a informação. Precisava de uma vantagem contra Ernesto e esse tipo de coisa podia ser exatamente isso. Mas, poderia levar a um ataque contra as Spiders e isso era exatamente o que ela queria evitar. Servi cidra espumante para ela e uísque para mim. — Por um trabalho bem feito — Brindo. — Por não sermos torturados. Dou risada e bebo meu uísque derramando outro. Ela toma um gole de sua bebida e depois senta quando coloco comida na sua frente. Ela suspira e dá uma mordida. — Isso não significa que terminamos de falar. — Eu sei. — Sorrio para ela e me sento. — Mas podemos chamar de trégua.

— Tudo bem. Uma trégua curta — Ela aponta o garfo para mim — Mas não fique à vontade. — Ou então irá me apunhalar? Ela dá de ombros e começa a comer. — Talvez — Ela diz entre as garfadas — Estou grávida, lembra? —

Pode

estar

grávida



Corrijo



Ainda

não

confirmamos. Ela olha para mim. — Isso é verdade. — E nós não podemos saber por mais algumas semanas. — Isso também é verdade. Mas temos que assumir que estou. — Sem argumentos aqui. — Farei o teste assim que puder. — Sem pressa. Ela me olha de novo e então volta a comer. Não estava com fome, por isso me servi outra bebida e me recostei na cadeira. A ideia da paternidade não me ocorreu antes. Não é como se os bandidos não tivessem filhos. Eles na verdade tendiam a ter um monte, desde que gostavam muito de foder. Gostava muito de foder. Mas não gostava de ter que cuidar de uma criança ou ter alguma responsabilidade séria.

Era um mafioso, pelo amor de Deus. Não sabia como criar uma criança, muito menos criar uma criança decente. Nem sabia o que significava ser decente. Quero que meu filho me siga na máfia? Não tenho ideia. Não era uma vida fácil, embora tivesse suas vantagens. Ainda assim, seria vida e morte o tempo inteiro para ele, e não sabia se queria isso para meu filho. Talvez tivéssemos uma menina e não teria que me preocupar com sua ida para a máfia. Teria que me preocupar com a porra de algum mafioso estúpido em vez disso. Meninas tinham seus próprios malditos problemas. Por alguma razão, não estava pirando. Assumi que ela daria a criança para adoção, mas quando penso sobre isso, percebi que não sabia ao certo o que ela gostaria de fazer. Desde que tudo isso começou, não houve um momento de paz. Não sabíamos onde estávamos e meu primeiro pensamento foi fazer qualquer coisa para mantê-la segura. Mas, agora quando algo finalmente deu certo, tive um segundo para parar e pensar sobre o que havia feito. Eu seria pai e não estava pirando com isso. Isso por si só me assustava um pouco. A ideia de estar com Cassidy, realmente estar com ela, não me repelia como o pensamento fez com tantas outras mulheres. Podia ver algo nela, algo que me fez querer mudar. E não era o tipo que gostava de mudança. Ela terminou sua refeição e sentou sorrindo para mim.

— Tudo bem — Ela diz — Estava muito bom. Admito. Dou risada. — Bom. Que bom que gostou. — Eu me acostumaria com isso. — Pode ter o que quiser aqui. Ela empurrou o prato para fora do caminho e se inclinou para frente, seus cotovelos na mesa. — Vamos conversar. — Não fale com Vince sobre isso. — Convença-me de por que não deveria. Ela franziu a testa. — Não posso. Somente não faça isso. — Isso não é o tipo de coisa que não deveria manter dele. — Pelo menos vamos para o local de entrega. Vamos ver o que existe antes de contar a ele. — Essa é uma má ideia. Não deveríamos fazer isso sozinhos. — Temos que fazer isso sozinhos. Rafa, não devemos confiar em ninguém a não ser um no outro. Suspiro. Ela estava errada. Sei que podíamos confiar em Vince, mas a maneira que ela olhava para mim me fez mudar de ideia. Não quero discutir.

Levanto. — Tente mais — Digo. — O que mais posso dizer? Faça isso por mim. Chego até ela e puxo seu queixo na minha direção. — Vamos. Convença-me. —

Estou

praticamente

implorando



Ela

diz

suavemente. — Talvez, mas não da maneira que quero. — O que você quer? Eu me inclino e aperto meus lábios contra os dela. Ela me beija de volta por um momento antes que eu me afaste para sussurrar em seu ouvido. — Você sabe o que quero — Digo. — Diga-me que irá me esperar. Pego o cabelo dela e puxo seu queixo de novo. Ela suspira e a beijo de novo, mais forte. Ela volta a me beijar gemendo baixinho. — Vou esperar — Digo. — Bom — Ela se afasta e começa a desatar meu cinto — Pensei que faria. Sorrio para ela. — Você é muito convincente. — Nem comecei — Ela termina de tirar meu cinto e desce minhas calças. Eu já estava duro quando ela veio em

minha direção. Beijo-a novamente enquanto puxa minha cueca para baixo e toma a base do meu pau na mão. Ela lentamente me acaricia quando a beijo, nossas línguas duelando. Prazer e desejo percorrendo meus ossos, e não posso evitar pensar sobre a criança que cresce no estômago dela. Isso me deixa mais duro. Ela se afasta e sorri para mim, quando lentamente toma meu pau em sua boca. — Porra. Adoro ver meu pau entre seus lábios. Você me deixa tão duro, menina. Ela responde me acariciando e chupando com mais força. Gemo, pegando a sua cabeça e jogando para baixo ao longo do meu pau duro. Não podia acreditar que essa mulher estava grávida do meu filho e estava chupando meu pau. Era um sentimento estranho, sabendo que havia algo maior que eu, e somente me fez querê-la mais. Ela começou a me chupar com mais força, mais rápido, sua mão me acariciando. Ela não era tímida sobre me chupar e me bagunçar, era o que eu mais gostava. Queria uma mulher para levar meu pau em sua garganta e gostar. Queria que

Cassidy

cuspisse

ao

longo

do

meu

pau

e

me

masturbasse, usando seu cuspe para se mover ao longo da minha pele. Ela olhou para mim, e gemia quando empurrei para baixo, pressionando dentro da sua garganta. Queria foder seu rosto e sua boca desesperadamente. Empurro para baixo e a deixo me levar na sua garganta, amando a maneira que ela me chupava, seus olhos me

observando. Eu a solto, e puxo de volta, tendo uma grande ofegante respiração e me masturbando. Arranco sua blusa e jogo de lado, abrindo seu sutiã. Sinto seus seios nus quando a pressiono contra o balcão, as mãos dela ainda trabalhando meu pau, movendo-o ao longo da minha pele molhada com sua saliva. — Quero cada centímetro seu. Quero você se inclinando sobre esse balcão agora. Mostre-me sua boceta molhada. Lamberei até você gritar. — Rafa — Ela diz olhando para longe. — Não fique toda tímida comigo agora. Ambos sabemos que é uma menina suja. Puxo seu short para baixo e a penetro através de sua fina calcinha de algodão. Ela solta um gemido suave que sufocava com minha boca enquanto escorregava meus dedos sob sua calcinha e encontro seu clitóris molhado. Ela contorcia quando comecei a tocá-la, sua boca pressionando contra a minha. Seguro seus gemidos quando coloco meus dedos dentro dela. Eu amo a sua pequena e molhada boceta. Não há nada melhor do que uma boceta molhada esperando para fodê-la duro e profundo. Queria sentir isso de novo, apertada envolvida em torno do meu pau. Queria enchê-la, queria que ela tomasse cada gota de porra. Queria ter certeza que estava grávida, que teria meu bebê, ela precisando ou não.

Fico de joelhos e agarro seus quadris, virando-a. Ela ofega quando tiro sua calcinha e abro suas pernas. — Não estava brincando. Abaixe para mim. Mostre-me esse doce traseiro. Ela faz como peço olhando por cima do ombro. — Não precisa ser tão sujo. — Sim, preciso. É a única coisa que realmente ama. — Amo as outras coisas também. — Talvez. Mas, não é como se não amasse minha língua entre suas pernas. Não é como se não amasse eu gozando dentro de sua boceta molhada, fazendo-a implorar e fazendo com que goze. Antes que ela pudesse argumentar, dou um forte tapa na sua bunda. Ela engasga, surpresa, e então rapidamente começo a lamber sua boceta, segurando seus quadris. Dou novamente outro tapa no seu traseiro, quando provo o seu ponto molhado. Empurro minha língua dentro dela,

lambendo

subindo

e

descendo,

lambendo

cada

centímetro. Amo seu gosto e o jeito que ela se contorce contra mim, fingindo que ela não amava ter minha língua ao longo de seu traseiro, mas sabia que ela adorava. Minha língua encontrou seu agradável clitóris e trabalho nele quando ela joga sua cabeça para trás e geme. Puxo para trás e aperto meus dedos dentro dela. Ela ofega, baixo e primitivo, enquanto a comia com meus dedos. Aperto profundamente dentro dela, trabalhando dentro e fora,

enquanto volto para cima, agarrando o cabelo e o puxo de volta. Ela geme quando beijo seu pescoço. — Você quer meu gozo dentro de você? — Pergunto — Quer que encha você? — Sim — Ela geme — Merda, sim. Por favor. — Boa garota. Adoro quando você implora. Você é uma coisa tão suja, fingindo ser boa. Mas eu conheço bem. Vi o seu verdadeiro eu. — O meu eu verdadeiro? — A você verdadeira está pingando molhada de pernas abertas enquanto é fodida por meu grande pau. Ela gemeu quando começo a foder com meus dedos, minha mão suavemente enrolando em volta do pescoço, puxando seu queixo. — Você gosta de sentir isso, não é? — Sentir o quê? Segurando seu queixo com força, empurro meus dedos dentro dela. — Isso. Gosta de sentir que estou no controle. — Você não está. — Sim, estou — Eu a empurro para o balcão e bato no seu traseiro — Você está pingando, essa bocetinha é toda minha.

— Rafa — Ela geme quando movo meus dedos novamente dentro dela. — Diga meu nome mais uma vez, menina suja. Ela olha para mim. — Foda-me, Rafa. Aperto meu pau contra sua boceta e a penetro profundamente. Amo como era fácil preenche-la. Estava toda molhada, fazendo-me mover suavemente e prazerosamente. Agarro seus quadris quando a penetro com mais foça. Ela geme e mexe os quadris. Eu a pressiono ainda mais e começo a foder mais rápido, mais profundo, pressionando meu pau entre suas pernas. Ela geme e segura na beirada do balcão enquanto transo com ela. Amo sua boceta apertada, profunda, molhada imersa no meu pau que a penetra. Pego o cabelo e viro sua a cabeça enquanto fodo sua boceta não sendo capaz de me segurar. Estava esperando sentir essa boceta por anos, e agora finalmente estava profundamente dentro dela. Não conseguia o suficiente com meu pau empurrando dentro dela e dobro para frente para sussurrar em seu ouvido. — Amo meu pau entre suas coxas — Digo — Amo seu gosto e sua boceta apertada. Amo o jeito que geme. — Mal posso pensar — Ela responde. Sorrio e bato em sua bunda, forte, fazendo-a gemer. Bato de novo e então atinjo gozo dentro dela.

Ela empurra de volta contra mim, movendo seus quadris. Levo-a assim, nossos corpos juntos, trabalhando até o suor começar a escorrer no meu peito. Passo em torno de seus quadris e encontro seu clitóris. Conforme me movo, continuo transando com ela, moendo profundamente. Ela move contra mim, gemendo alto, quando meus dedos trabalham em seu clitóris. Queria que ela gozasse. Queria que todo o seu corpo entrasse

em

espasmo

e

explodisse

com

meu

pau

a

preenchendo profundamente. Mas queria ver seu rosto quando fizesse isso. Recuo e a viro. Ela engasga enquanto a levanto para o balcão, enganchando suas pernas sobre meus ombros. Beijo seus lábios quando começo a mover para dentro e para fora, amando como está molhada. Ela coloca uma mão atrás da cabeça, enquanto a outra se apodera do balcão. Transo com ela mais rápido, nossos olhos presos um no outro, percebo que ela está perto. — Goze para mim, garota suja do caralho — Rosno para ela — Vamos, goze no meu pau. — Foda-me então. Foda-me com mais força. Vamos lá. Resmungo, adorando quando dou a ela o que queria. Transo com ela fundo e forte, movendo-me dentro e fora de sua pequena boceta perfeita, batendo as costas contra o balcão. Ela geme em resposta, segurando meu cabelo quando a tomo como um animal.

Vejo lentamente seu rosto mudando. Os olhos dela ficaram vidrados e seu corpo tenso quando gozou forte. Não me segurei quando ela gozou. Fui mais fundo e mais forte, trabalhando duro. — Goze mais mim, Cassidy. Goze para mim. Seja uma boa menina. Ela gozou forte e continuei, e me levou ao limite. Podia sentir o orgasmo formigando ao longo dos meus membros e sabia que não podia parar. Gozo dentro de sua boceta. Eu a encho e a cada segundo eu continuo gozando, segurando suas pernas e traseiro. Ela toma meu pau, meu esperma e gemo ainda mais. Finalmente terminamos. Retiro-me e praticamente entro em colapso numa cadeira. Ela desce do balcão e eu a pego no colo, a cabeça contra meu peito. — Precisava disso — Ela diz. — Eu também. Porra, garota, sua boceta é viciante. Ela ri baixinho. — Que bom que gostou. — Quero isso todos os dias da minha vida — Coloco meus braços ao seu redor, respirando fundo, flutuando do orgasmo. Percebi naquele momento que não estava mentindo. Poderia ter isso todos os dias da minha vida. Era um terrível

pensamento, quase tão assustador quanto o bebê crescendo dentro dela. Mas não ia a qualquer momento, mesmo que essa merda me enlouquecesse.

Capítulo Vinte e três Cassidy Acordamos na manhã seguinte. Depois do que aconteceu naquela tarde, fui para uma longa caminhada nas redondezas. Precisava sair do quarto e ficar longe de Rafa antes que fizesse algo estúpido. Queria mais dele, muito mais, mas havia muito para entregar. Felizmente ele havia saído quando voltei. Ele prometeu não contar a Vince ou qualquer pessoa sobre nosso plano, e confiaria nele. Ele não voltou até o momento em que fui dormir em torno da dez da noite. Quando me levantei às sete, ele estava dormindo no sofá. Pedi café da manhã, e ele acordou, claramente de ressaca e com fome. — Você sabe onde estamos indo? — Pergunto mais tarde, depois que comi e me vesti. Estávamos sentados no carro dele, saindo lentamente da mansão. — Eu sei — Ele diz — Canto do Sul de Gales e Arch — Ele balança a cabeça — Já estive ali sabe. — Eu sei. Mas, provavelmente por isso nos mandaram lá. — Talvez — Ele resmunga — Não gosto disso. Sorrio.

— Sei que não. Continue dizendo isso. Ele olhou para mim. — As Spiders são mais perigosas do que pensa. — Talvez sejam, mas não acho que querem me fazer mal. — Não pode ter certeza do que querem — Ele olha para frente — Não deixarei elas terem você. — Isso não é o que está acontecendo aqui. — Não mesmo, maldição. Suspiro. — Sei que não quer fazer isso. — Como pode dizer isso? Dou-lhe um olhar, mas continuo. — Estamos fazendo a coisa certa, Rafa. — Vamos para uma situação totalmente desconhecida que está sendo orquestrada por um violento e perigoso inimigo. — Elas não são perigosas. Ele olha para mim. — Elas são. Eu me preocupo que ainda não entendeu isso. — Olha, podemos discutir sobre esse ponto, mas estamos fazendo isso. Então podemos seguir em frente?

— Tudo bem — Ele resmunga — Mas, quando essa merda der errado, olharei você nos olhos e direi “eu avisei”. — Tudo bem — Cruzo meus braços e olho pela janela, enquanto o carro se move. Ele era teimoso. Acreditava que estava sempre certo, mas não conseguia ver isso do meu ponto de vista. Até agora, as Spiders não fizeram nada, além de tentar me ajudar, e até se ofereceram para nos dar o que precisávamos. Claro, pediram um favor, mas é o que teriam feito. Rafa teria que lidar com isso. Ele pode estar chateado, mas isso estava acontecendo e não havia volta. Entramos nos limites da cidade e lentamente nos movemos mais fundo no coração de Chicago. Estávamos indo para o lado mais distante, mais perto dos lagos. Tanto quanto sabia, não havia muito naquela esquina, talvez um lote vazio, um prédio abandonado ou algo assim. Chicago era cheia desse tipo de coisa. Qualquer cidade grande estava constantemente em mudança, vivia para os altos e baixos do mundo. Prédios se levantavam e caiam, as pessoas mudavam, viviam e morriam, era como funcionava o mundo. Paramos na esquina. Rafa estaciona o carro e olhamos em volta. Como pensava. Havia um campo vazio rodeado por uma cerca de arame. — Tem certeza que isso está certo? — Ele perguntou.

— Tenho certeza. Ele suspira. — Vamos — Ele sai do carro e o acompanho. Andamos até a cerca. Não havia nada além dela, apenas um espaço vazio com monte de sujeira e lixo. Mas o lixo foi acumulado ao longo da cerca, prova de vida humana, embora nada parecia vivo por perto. Rafa começou a chutar o lixo, com uma carranca permanente em seu rosto. Eu me movo pela cerca olhando com atenção. Não sabia o que estava procurando, mas achei que saberia quando visse. As Spiders disseram que deixariam algo para nós, precisava acreditar que sim. Não conseguia ver o que ganhariam mentindo sobre isso. Vou para outro trecho da cerca e avisto algo estranho. Havia uma sacola no chão com um arco através da cerca. Mas em vez de ser nojento como todo o resto, parecia novo. — Rafa — Digo ajoelhada ao lado dele — Olha para isso. Estendo a mão para abrir. — Pare. Espere — Ele se ajoelhou ao meu lado e olha ao lado do saco. — O que está fazendo? — Certificando que não tem uma bomba. — Está ouvindo um tic-tac? Ele sorri.

— Não estou. Mas também estou tentando cheirar qualquer massa plástica ou molde. — E? Ele cheirou e esperou. — Nada. — Vamos lá — Agarro o zíper e abro. Nenhuma explosão. Solto um suspiro. No saco estava um único pedaço de papel. Pego e desenrolo. Estava escrito no centro outro endereço, não muito longe de onde estávamos. — Merda — Diz Rafa. — Vamos lá — Levanto — Temos outra parada. — Não vamos. — Vamos lá. Não temos outra escolha. Ele se levanta e sacode a cabeça. — Vir aqui, para um lugar público, já era ruim o suficiente, mas não sabemos o que nos espera no outro endereço.

Não

estamos

preparados

para

isso,

Cass.

Precisamos de reforços. — Não. A máfia irá estragar isso. Precisamos ir. Essa é a nossa melhor chance, Rafa. Ele olha para mim e por um segundo pensei que ele fosse me jogar por cima do ombro e me arrastar de volta para a mansão. Em vez disso, ele sorri e balança a cabeça. — Você me matará — Ele volta para o Carro — Então?

Sorrio e entro no lado do passageiro. — Então, vamos lá. Ele arranca. Dirigimos por alguns minutos pelo bairro. Era uma área muito ruim e a maioria das casas estavam vazias ou em ruínas. Certas partes do Chicago pareciam uma zona de guerra, com todas as casas faltando como se fossem dentes quebrados. Ficamos mais perto e mais perto do endereço e finalmente paramos em uma casa aparentemente normal. — Não parece ruim — Digo. Ele assente. — Isso me preocupa — Ele desliga o carro e saímos. A casa foi provavelmente a coisa mais bonita no quarteirão. Estava com todas as suas janelas intactas, sua porta da frente não estava coberta de grafite, e as escadas não estavam repletas de vidro e lixo. Rafa caminhou até a porta. Volto um pouco ficando nervosa. Ele bate e esperamos. Não acontece nada. Ele bate de novo, mais alto e esperamos. Ele me olha. — Ninguém em casa — Ele diz. — Procure a campainha. Ele franze a testa e a aperta. A porta se abre com facilidade.

— Merda — Ele murmura. Ele dá a volta e pega sua arma — Fique aqui — Ele me diz. — Não — Respondo ficando perto dele — Estamos nisso juntos. Ele não discutiu. Estava muito ocupado observando o local quando entramos no prédio. A sala estava completamente vazia. Estava limpa, embora talvez um pouco mofada, mas não havia mobília em qualquer lugar. Andamos ao redor e olho de relance um corredor. Haviam mais salas lá atrás, e pareciam igualmente vazias. Rafa foi para a cozinha. Eu o segui, ficando perto, meu coração batendo rápido. Estava apavorada, mas não sabia por que. Algo parecia errado. Na cozinha, estava uma única mesa. Em cima da mesa um retângulo de plástico preto. Rafa chegou mais perto — Fita VHS — Ele diz — Provavelmente a partir de uma câmera de segurança. — Isso é o que elas queriam nos dar. — Parece que sim. Sorrio para ele de repente exultante. — Isso é incrível. — Vamos lá. Vamos dar o fora daqui.

Viro e ando em direção a porta da frente. Eu me sinto bem, flutuando no ar. Sinto como se finalmente tivesse feito algo certo, finalmente tomei uma boa decisão. Então de repente, senti uma dor enorme. Algo me empurrou contra a parede violentamente e a escuridão chegou.

Capítulo Vinte e quatro Rafa Parecia uma armadilha. Criei um monte de armadilhas como essa. Você atrai alguém com uma sensação de segurança para trazê-los para um local de entrega, mas uma vez que estão no local, bam. Você os pega. Isso era exatamente o que faria se quisesse prender as Spiders. Cassidy não compreendia isso, claro. Como poderia? Encontrar a fita VHS não provava nada, eu estava ainda mais alerta quando nós viramos para sair. Provavelmente foi a única coisa que a salvou. Quando começou a voltar para a sala de estar, uma pessoa vestida de preto bateu nela, empurrando-a contra a parede e jogou um saco na sua cabeça. Faço dois disparos. Eles batem na pessoa com proteção e a derruba, mas sabia que não estava morta. Eu me movo rápido, mas havia mais pessoas se espalhando pela sala. Agarro Cassidy pelo braço e a puxo atrás de mim, quando os tiros começam a sair. Ela grita, mas a jogo contra a parede e para a cozinha, mantendo-nos presos.

Conto mais três pessoas, alguns no chão. Havia uma porta nos fundos, mas não sabia se que estava protegida. Estávamos presos. Agarro o saco e o tiro da cabeça de Cassidy. Ela parecia aterrorizada. — Abaixe-se — Grito. Verifico o local e as balas veem sobre mim, forçando-me a voltar. Porra. Precisava pensar. Repasso rapidamente o que aconteceu, quando escuto pessoas no outro quarto mudando suas posições. E então me atingiu. Agarro Cassidy pelos ombros. — Corra para a porta. — O quê? Você está louco? — Não. Você tem que ir. — Estão atirando em nós. — Estão atirando em mim. Tentaram te agarrar e eu impedi. Não querem você morta. — Rafa, não posso te deixar. — Você tem que ir — Eu a empurro na direção da porta — Vá, maldição. — Rafa. — Vá — Grito e então ouço o disparo de alguns tiros. Ela olha para mim e foge em direção a porta dos fundos.

Eu a cubro para escapar, disparando tiros de volta para o quarto, mas não estavam apontando para ela. Ela chegou até a porta dos fundos, abriu e fugiu para o quintal. Sorrio para mim mesmo. Pelo menos ela sairia dessa. Cassidy e o bebê eram mais importantes do que eu. Se eu morresse que assim fosse. Pelo menos meu filho sobreviria nela. Olho para trás, para a sala. A pessoa no chão se foi e apenas duas pessoas permaneceram. Amaldiçoou e faço alguns disparos, acertando uma pessoa no ombro. Escuto um grito e ela recua. As outras duas devem ter ido atrás de Cassidy. Grito uma maldição e disparo alguns tiros quando corro para a porta dos fundos. Balas assobiam através do ar em torno de mim, quando sinto uma chama de dor na minha panturrilha. Tropeço e caio, rolando para frente. Fico de pé, girando e esperando por alguns tiros. Isso salvou minha vida, porque a Spider havia me seguido. Meus tiros pegaram o colete no seu corpo quando ela atinge o chão. Fui baleado na panturrilha, mas estava bem. Olho ao redor e vejo a porta dos fundos aberta. Manco através dela o mais rápido que posso. Olho e vejo Cassidy lentamente se afastando com duas pessoas vestindo preto. Recarrego minha arma e disparo. Acerto umas das pessoas e a derrubo. A outra dispara de novo. Cassidy corre quando caio para trás, me pressionando contra o muro. A

Spider se arrasta, desaparecendo na esquina enquanto disparo mais alguns tiros. Tento ir atrás delas, mas quando chego lá se foram. — Rafa! Viro e Cassidy estava acenando para mim. Manco em direção a ela. — As chaves — Ela grita. Jogo as chaves do carro e corro o mais rápido possível. Eu me sentia exausto e pesado, percebi que provavelmente por causa de perda de sangue. Chego até o beco, consigo sair para a calçada e me inclino contra a lateral de uma casa, recuperando o fôlego. O carro arranca um segundo mais tarde, subo na parte de trás e então ela começa a dirigir. — Você está sangrando — Ela grita. — Estou bem. Continue — Rasgo uma faixa com minha camisa e uso como curativo. Ela dirigia rápido, fugindo do lugar. — O que diabos foi isso, Rafa? Por que fariam isso? — Não sei. — Elas nos dão a fita e depois nos atacam? — Não sei — Respondo outra vez, mas fazia uma ideia. Não queriam saber de mim. Queriam Cassidy. Como adivinhei, o plano delas era simples. Deram-nos a fita no caso de sairmos da armadilha. Assim não seriamos mortos pela

máfia. Mas, o que realmente queriam era capturar Cassidy, e provavelmente me matar. Por qual razão, não sei. Estava cansado demais para pensar corretamente. Tudo me fazia sentir confuso e pesado, o mundo uma névoa de fiação de cores e movimento. Tudo se movia lentamente, como no fundo de uma piscina, meus pensamentos, sumiam da forma que viam. Não conseguia me segurar a nada, por mais que tentasse. — Rafa! Quem está gritando? — Rafa! Rafa! Acorda! Estou bem aqui. Estou acordado. — Rafa! Senti um ferrão afiado em meu rosto. Sacudo de volta à consciência. Pisco para Cassidy, preocupação e medo gravados no seu rosto. — Estou bem — Consigo dizer. — Não sei onde estou indo. Sento e olho ao redor. — Ok — Digo — Leve-nos. — Para onde? O hospital? — Não. Mansão. — Você está morrendo, Rafa! Precisamos de um hospital.

— Tem um na mansão. Uma unidade. Ela me encara aterrorizada, mas faz o que peço. Sinto que estava prestes a desmaiar de novo, mas precisava resistir. Tentava ficar consciente e continuava falando, queria ficar vivo. Essa não foi a primeira vez que fui baleado, mas isso era pior. Estava perdendo sangue mais rápido do que antes. Ela começou a dirigir como uma louca e dei as direções. Apenas continuei falando, balbuciando na verdade, dizendo um monte de bobagem. Conseguimos chegar fora da cidade e no caminho certo para a mansão. Vamos pelo longo caminho para a mansão e ela explode através do portão. Sorrio para mim, mas paro de falar. Sabia que a merda estava prestes a explodir, mas não podia fazer nada sobre isso. Ela ruge com o carro para o estacionamento da frente. Sentia-me tão cansado e tão pesado. Olho para baixo e o banco estava encharcado com meu sangue. A última coisa que me lembro antes que o mundo parasse foi Cassidy gritando e alguém me agarrando pelos braços.

Capítulo Vinte e cinco Cassidy Estava encharcada com o sangue de Rafa. Nunca estive coberta pelo sangue de outra pessoa antes. Ele foi baleado somente na panturrilha. Pensava que ia ficar bem, mas não parou de sangrar. Foi tudo tão rápido que mal podia acreditar. Pensei que ele havia morrido. Mas, quando bati nele, voltou a consciência, e conseguiu se segurar tempo o suficiente para nos levar de volta para a mansão. Quando dirigia o carro em linha reta através do portão de segurança, vieram sobre nós como um enxame. Foi bom, no entanto, porque rapidamente descobriram o que estava acontecendo, e os homens estavam lá, agarrando Rafa e tirando-o do carro. Estava caída em uma cadeira na sala de espera da clínica da mansão. Aparentemente, eles mantinham um médico em tempo integral e uma equipe de enfermagem, pronta e esperando para saber das coisas. Rafa estava lá, e eu fui deixada sozinha na sala de espera, coberta de sangue e me culpando. Foi minha culpa.

Rafa não queria ir desde o começo. Argumentou contra isso, queria chamar ajuda, queria chamar Vince. Mas eu pressionei, insisti que as Spiders não fariam isso comigo, não fariam isso conosco. Agora ele estava em cirurgia e eu não sabia se ele ia sobreviver. Minha mente voltou a piscar para o que aconteceu naquela casa. Parecia tão calmo, tão normal. Não vi ninguém, nem percebi qualquer movimento quando fomos para a cozinha. Peguei a fita e coloquei na minha bolsa, e quando caminhava em direção a sala de estar, alguém me bateu e colocou um saco na minha cabeça. Foi quando o mundo explodiu. Ele me forçou a fugir. Não queria deixa-lo para lutar por sua vida, mas estava certo. Elas não tentaram me matar. Quando me pegaram no beco, não estavam tentando me machucar. Estavam tentando me capturar. Podia ouvir suas vozes. — Cassidy — Ela disse — Pode se juntar a nós. Deixe aqueles monstros. Precisamos de jornalistas como você para espalhar as notícias. — Quem é você? — Perguntei. — Junte-se a nós — Ela insistiu — Antes que seja tarde demais. Foi quando Rafa apareceu e as assustou. Nessa altura ele já estava sangrando, mas ainda conseguiu escapar. Não

perdi um segundo. Somente corri e peguei o carro mais rápido que pude. Ele salvou minha vida duas vezes. E agora podia morrer, porque forcei uma situação que ele não queria participar. Meu filho cresceria sem um pai. Esse pensamento me atingiu como uma tonelada de tijolos no peito. Havia um bebê crescendo dentro de mim e Rafa era o pai. Se ele morresse, meu bebê não teria um pai, e teria uma morte em minhas mãos. Não sabia o que ia fazer. Horas se passaram. Devo ter adormecido em algum momento, porque suavemente fui acordada por um homem bonito em seus meados dos quarenta anos. — Cassidy? — Ele perguntou. — Sim? Rafa está bem? Ele assente. — Rafa ficará bem. Queria chorar. — Obrigado. — Ele está vivo porque chegou rápido. A bala cortou a artéria tibial posterior, e perdeu muito sangue. Fomos capazes de reparar o dano. — Posso vê-lo? Ele assente. — Está perguntando por você.

Levanto e sigo o médico até os quartos. Ele me leva a um corredor e um quarto do lado. Na cama estava Rafa, parecendo muito abatido, mas vivo. — Rafa – Digo baixinho caminhando para o seu lado. Ele sorri para mim. — Não fique triste, porra. Não sou fácil de matar. Enterro meu rosto em seu colo e solto um soluço. Sintome estúpida, mas não conseguia parar. Fiquei tão aliviada que estivesse vivo, que mal podia respirar. — Tudo bem — Ele disse acariciando meus cabelos — Estou bem. Choro por um segundo e então respiro fundo tentando me recompor. — Sinto muito — Digo. — Pare. — É tudo culpa minha. Fiz você ir lá. Levou um tiro. Sinto muito, Rafa. — Pare — Ele diz novamente — Não me obrigou a nada. — Eu fiz. Eu fiz tudo isso. Ele suspirou. — Pare — Ele diz de novo — Estou falando sério. Poderia ter voltado a qualquer momento. Não me forçou a nada. Escolhi ir com você e escolhi fazer o que fiz. Foi minha culpa, não sua.

Isso me fez querer chorar de novo, mas ele volta um pouco e aceno com a cabeça. —Você está certo. É sua culpa. Ele ri alto e então tosse, parecendo aflito. — Como se sente? — Pergunto. — Cansado. Como uma merda. Mas vivo. — Quanto tempo ficará nessa cama? — Não muito, o médico disse. O dano não foi muito ruim. Nenhum osso quebrado. — Bom — Digo — Odeio te ver assim. Ele ri. — Vamos lá. Sei que você está molhada agora. Nada mais sexy que um homem em uma roupa de hospital. Sorrio e dou risada, sentindo-me um pouco melhor. Ele parecia bem, apesar de ter quase morrido. — Ok — Alguém disse na entrada. Viro e Vince está ali — Chega de toda essa merda. — Vince — Diz Rafa Vince entra no quarto e pega na mão dele. — Irmão. Você está bem? — Estou bem. Vince me olha. — Poderia nos dar um segundo? Olho de relance para Rafa e então concordo.

— Claro. Estarei no meu quarto — Olho para Rafa — Voltarei em breve. — E vista algo sexy — Diz Rafa. Não posso deixar de sorrir quando o deixo. Os dois homens começam a conversar em um tom mais baixo, enquanto saio da clínica e volto para meu quarto. Ele não estava morto. Eu me sentia exausta, drenada e quebrada, mas Rafa não estava morto. Ainda tínhamos uma chance de sair dessa confusão. Coloco minha mão na minha barriga, sem pensar, somente percebi o que estava fazendo quando estava na metade do caminho para o meu quarto. Não sabia se estava grávida. Provavelmente era muito cedo para fazer o teste, mas não precisava. Sabia que estava esperando o bebê dele, soube assim que começou esse perigo. Tive esse impulso irresistível de salvar a mim mesma, não pela minha vida, mas pela crescendo dentro de mim. No final, tínhamos saído de lá, nós dois e conseguimos sair de lá com a fita. Sinto o peso da minha mala contra meu ombro e respiro fundo, equilibrando-me. Era hora de descobrir pelo que quase morremos.

Capítulo Vinte e seis Rafa Três dias em uma porra de cama de hospital. Três dias. Odiava estar aqui por uma hora, muito menos por três dias. Não era o tipo de homem que ficava e escutava as ordens do médico, teria saído da cama em um dia se não fosse por ela. Cassidy nunca saiu do meu lado o tempo todo, exceto quando implorei para ir comer alguma coisa ou tomar um banho. Caso contrário estava sentada comigo, falando comigo, rindo ou apenas assistindo televisão em silêncio. Três dias. Isso era muito quando estava preso em uma cama com apenas uma pessoa o fazendo companhia. Aprendemos muito um sobre o outro naqueles três dias. Eu disse coisas a ela, que nunca pensei que diria a alguém. Falei sobre minha infância. Falei sobre meus medos e meus mais profundos desejos. E ela me disse o mesmo. Falou sobre suas ambições, sua necessidade para tentar salvar a cidade. Somente me fez admirá-la muito mais. Ela era mais forte do que sabia. A garota era uma campeã. Poderia fazer absolutamente tudo que quisesse, e quanto mais conversávamos, mais estava convencido disso.

E queria ainda mais ela. Continuava pensando em gozar profundamente entre suas pernas e desejei que pudesse sair dessa maldita cama e tomá-la do jeito que queria. Em vez disso, conversamos. Ela me contou sobre seus pais, sobre o primeiro namorado e sobre a faculdade. Contei sobre o primeiro homem que matei, uma história que nunca pensei que contaria. O tempo passou lentamente, mas finalmente o médico me deu alta. Acordei

essa

manhã,

animado

para

caralho

de

finalmente estar fora dessa cama e estar por minha conta. Ouvi uma batida na porta e Cassidy entrou. Conduzindo uma cadeira de rodas. — Porra. Ela olha para mim — Sente-se nela. — Nem pensar. — Respondo. Ela não podia evitar. Começou a rir e então deu um sorriso enorme. — Estou apenas brincando. — Tonta — Digo me levantando. Usava as roupas que ela trouxe do nosso quarto no dia anterior — Vamos lá. Vamos lá. — Doutor o liberou?

— Foda-se o médico. Eu assinei — Passo por ela, para fora no corredor e em direção ao nosso quarto. — Como se sente? — Ela pergunta — Muito bem. Odiava estar no quarto. — Ora, pelo menos tinha companhia. Sorrio para ela. — Verdade. Uma companhia sexy. — Chega disso — Ela não conseguia esconder o sorriso. — Vamos lá. Temos algum trabalho a fazer. Ela suspira. — Já? — Já. Conversamos sobre isso. Ela parou cruzando os braços. — Você precisa se recuperar mais. — Não. Precisamos mostrar a Vince. Podia ver a incerteza em seus olhos, mas estávamos fazendo as coisas à minha maneira de agora em diante. Na primeira hora da manhã, Cassidy entrou no meu quarto. Não disse uma palavra, apenas ligou um aparelho VHS no canto na televisão e colocou a fita. Vimos como um dos melhores tenentes de Ernesto brincava sobre roubar dinheiro da máfia para começar seu próprio negócio de puteiro. Gabando-se de que ninguém sabia sobre isso.

Não sei como ele foi filmado. Provavelmente era uma fita de segurança, o som era muito bom. Não mostrava muito, somente o idiota de Marco sentado em um sofá azul vestindo seu habitual terno escuro. Não podia dizer com quem estava falando, e a gravação parou quando ele terminou de falar. Iriamos mostrar ao Vince e então decidiremos para onde ir. Sem mais brincadeiras, sem mais erros. Precisamos de sua ajuda. — Vamos. Entregue-me. Relutantemente ela me deu a fita. — Ainda acho que devemos fazer isso sozinhos. — Sim, eu sei. Vamos fazer do meu jeito agora. — Ok — Ela me segue quando começo a andar em direção ao escritório. Sabia que Vince estaria lá. Sempre estava. Aquele desgraçado estava constantemente trabalhando, o que não era ruim. Abri a porta e entramos, e ele desvia seu olhar do que estava fazendo. — Está vivo — Ele diz. — Quase — Sorrio para ele. — Bom te ver. — Parece que nunca fui baleado antes, Ele ri — Parecia que estava morto, cara. — Bem, ainda não morri. Mas tenho algo para você.

— O que é isso? — Ele se levantou quando Cassidy e eu entramos no escritório. Ela começa a ir até o leitor de VHS no canto da sala. — Encontramos isso na casa das Spiders que nos atraíram. — Elas deixaram isso para você? — Acho que sim. — Por que fizeram isso? — Não posso dizer. Acho era no caso do plano delas falhar. — Elas são loucas. — São. Cass,

acena

para

mim

e

liga

a

televisão.

Ela

silenciosamente aperta o play e ficamos ao redor da pequena tela assistindo. Presto atenção mais no rosto de Vince do que na fita. Vi o suficiente para saber o que o homem viu. Vince não parece muito surpreso, mas podia ver um pequeno sorriso, subindo ao longo do seu rosto. Finalmente acabou e Cassidy parou a fita. Vince não pode deixar de sorrir. — Isso é uma loucura. — Certo? — É um dos chefões Ernesto. Se isso for verdade irá derrubar toda a sua organização.

— Isso é o que estava pensando. — Espere por que? — Cassidy perguntou. — Não se rouba dinheiro da máfia sem subornar as pessoas, não importa quão alto esteja — Diz Vince. — Sempre falamos sério sobre dinheiro — Sorrio para ela. — Então vocês acham que ele teve ajuda? — Com certeza — Confirmou Vince. Ele olha para mim — O que fazemos com isso? — Esperava que você soubesse. — Bem, que merda. Acho que devemos levá-lo para Ernesto e esfregar em sua cara suja. — Porquê? — Cassidy pediu — Podemos levar isso para Arturo. — Não — Digo — É melhor se tivermos uma vantagem sobre ele, ao invés de simplesmente destruí-lo. Ele pode ser útil. — Ele é perigoso, embora — Diz Cassidy. — Sim — Vince concordou. — Mas somos mais perigosos — Respondo sorrindo. Vince ri. — Confie em mim, Cassidy. Essa é a melhor jogada. Ela olha para mim e sabia o que aquele olhar significava.

— Ficará tudo bem — falo. — Ok. Confio em você. Vince me olha. — Vamos lá. Vamos lá. — Agora? — Cassidy pergunta. — Nesse momento. Não podemos ficar aqui. Ela parecia nervosa, mas aceno para ela. — Fique aqui. Ficará tudo bem. — Quero ir. — Não. É perigoso e não acho que irá participar se estiver lá. Ela ia discutir de novo, mas parou. Podia ver o desafio em seus olhos, mas também vi algo mais. Estava lembrando o que aconteceu da última vez, meu corpo sangrando no banco de trás do carro enquanto resmungava direções para ela, perto da morte e drenado. Podia ver isso, e desejei que ela não lembrasse dessa merda, desejava que pudesse tirar isso. Ela concorda. — Ok. Vá pegá-lo. Sorri para Vince, pego a fita e a guardo, então saímos. — Menina forte — Diz Vince enquanto caminhávamos. — Sim é. — Salvou sua vida. — Quase me fez morrer, também.

— Verdade. Mas você deveria tê-la visto gritando com o segurança. Dou risada. — Posso imaginar. — Então ela está realmente grávida? — Poderia estar — Dou de ombros — Não é por falta de tentativa. — Droga — Vince ri balançando a cabeça — Você é cheio de merda, não é? — O que quer dizer? — Você está interessado em engravidar essa garota para mantê-la salvo. O Rafa que conheço nunca daria a mínima para uma vadia. — Ainda sou o Rafa. Mas, todos mudam não? — Sim. Confie em mim. Você irá mudar ainda mais quando aquele garoto aparecer. — Não duvido. — Lembre-se do que é importante — O que seria isso? — Sua vida. A vida do seu filho — Ele balança a cabeça suspirando — O resto é somente briga. Essa organização, esse dinheiro, esse perigo é bom e fica conosco durante o dia, mas no final o que importa é sua família. Se essa garota é família, proteja isso. — Não sei sobre família. Mal nos conhecemos.

— Família nem sempre é fácil — Paramos do lado de fora de uma porta — Está pronto? — Vamos. Vince bate e esperamos. Escutamos Ernesto resmungar no interior antes de finalmente abrir a porta. Ele para bruscamente quando vê que éramos nos dois. — O que esses dois idiotas estão fazendo na minha porta? — Ele pergunta. Ernesto ficava na mansão na maioria das vezes. Um monte de homens do topo fazia, afinal era muito luxuoso e confortável ele mantinha fortes laços na máfia e uma amizade com Arturo, mas não era invencível. Ninguém era invencível quando estava roubando da máfia. — Estamos aqui somente para conversar — Diz Vince — E mostrar um pequeno vídeo. Ele levanta as sobrancelhas. — Vídeo? Eu aumento o jogo. — É verdade. Ernesto olha para mim. — Ouvi que estava morto. — Quase, mas estou de volta. O diabo disse olá. Ele ri alto sorrindo imensamente. — Ok, tudo bem. Podem entrar. Vamos fazer isso rápido.

Nós o seguimos em sua sala interior. A suíte de Ernesto era enorme, mais que um apartamento, e entramos na sua sala de estar exterior. Caminho até a televisão em um canto e começo a ajustar a fita. — O que é tão importante que precisa vir me mostrar sem aviso prévio? — Ele pergunta, claramente perdendo a paciência, pela nossa visita repentina. — É sobre um de vocês — Diz Vince. — Marco — Acrescento — Você conhece Marco certo? — É claro. Ele é um dos meus melhores homens — Ernesto franze o cenho para nós — O que diabos tem nessa fita? — Você verá — Responde Vince cruzando os braços. Tive o aparelho configurado e liguei a televisão. Sem mais delongas aperto play. Ver o rosto de Ernesto foi uma das experiências mais satisfatórias que tive na vida. Ele passou de entediado e irritado para chocado, ao pavor do caralho em cerca de trinta segundos. Ele gira em torno de Vince, praticamente tremendo de raiva. — O que é isso? Vince me olha.

— Achei antes das Spiders quase me matarem — Digo — Acho que é sua maneira de agitar as coisas. — Mentira — Ele cospe — Uma mentira suja. Meus meninos não fazem isso. — Não? — Vince dá de ombros — Parece que fazem, Ernesto. — Seu pedaço de merda — Ele se irrita ainda com Vince que apenas sorri. Em uma luta, Ernesto era brincadeira. Pego minha arma apenas no caso — Melhor vocês dois saírem. — Ernesto, por favor — Diz Vince — Não faça escândalo aqui. Ninguém culpa você. — Estou ouvindo as indiretas. Posso vê-las. — Ninguém está dizendo isso — Diz Vince. — Eu estou — Digo. Vince ri. — Rafa, pare. — Seu pedaço de merda — Ernesto vem na minha direção e apenas sorrio para ele — A bala deveria ter matado você. — Não matou, por isso estou aqui, para pegá-lo pelas bolas e apertar. — Comporte-se bem, Ernesto — Diz Vince — Ou então levaremos isso ao Arturo. — Tudo bem. Mostre a ele. Mostre que você é um covarde.

— Estou sendo gentil vindo a você primeiro — Diz Vince — Estou dando a você a chance de fazer a coisa certa. — Saia — Ele ruge — Saia agora. Retiro a fita e ando em direção a porta. Vince dá a Ernesto um último olhar. — Reconsidere sua posição e venha me ver em breve — Ele acena e depois saímos. Fora no corredor Vince ri, e não posso me controlar a não ser rir junto com ele. Foi um movimento corajoso, uma ação realmente corajosa. Não tivemos nenhuma prova de que a fita era verdadeira, mas estava apostando que Ernesto sabia que cada palavra era verdade. — Agora o quê? — Pergunto. — Agora esperamos ele perceber que está na merda e tentar remar de volta. Dou risada e caminhamos juntos no corredor. Eu me sinto exultante e bem pela primeira vez em muito tempo, apesar da dor na minha perna.

Capítulo Vinte e sete Cassidy Estava nervosa, enquanto esperava por Vince e Rafa se vingarem confrontando Ernesto. Estava

descontrolada

com

tudo

isso.

Sabia

que

realmente não entendia a política da máfia, mas não podia deixar de me sentir nervosa sobre todos os movimentos que Rafa estava fazendo. Até agora, ele não esteve errado, e me manteve a salvo. Ainda achava difícil deixá-lo cuidar de mim, no entanto sabia como que ele queria. Do que poderia dizer ser da máfia era algo normal. Eles tinham escritórios e mansões, e um belo composto bem aberto. Desconfiava que mantinham outras lojas como fachada para lavagem de dinheiro, mas alguns deles provavelmente faziam dinheiro legal. No fundo, porém, tudo era ameaça e violência. Era impossível ignorar aquele perigo persistente em tudo que estava acontecendo, mesmo em uma conversa normal. Violência impregnava tudo e até mesmo nas simples ações. Sabia como esses homens sobreviviam. Rafa até parecia crescer no perigo constante. Ele quase morreu há poucos dias e ainda estava de pé e agindo como se nada tivesse acontecido. Ele estava se jogando de cabeça no perigo e isso me assustava muito.

Felizmente, não tive que esperar muito tempo. Não precisei sentar e deixar meus medos conseguirem o melhor por mim. Depois de uns dez minutos ou menos, eles voltam, ambos sorrindo. — Tudo bem? Eles pareciam atletas triunfantes de volta de uma grande vitória. — Foi perfeito — Diz Rafa. — Então ele irá recuar? — Não — Diz Vince indo para a sua mesa — Ele está muito bravo. — Isso não é ruim? — Não — Diz Rafa — Queremos que ele fique louco. Queremos que perca o equilíbrio. Ele acha que é invencível, mas lhe mostraremos que pode sangrar. — O que faremos agora? — Agora, vamos voltar ao nosso quarto e almoçar. Suspiro. — Quero dizer depois disso. — Vamos esperar e ver. — Esperar e ver? Rafa assentiu. — Bem, agora precisamos ver como Ernesto irá reagir a isso, antes de fazermos outro movimento.

— Não se preocupe — Diz Vince — Rafa sabe o que está sabendo. — Tudo bem. Confio em vocês. — Vamos lá — Rafa abre a porta — Vamos. Sigo para o corredor e para o nosso quarto. Ando até ele, caminhando próximo ao seu ombro. — Então o que realmente aconteceu? — Ele estava descontente, fez algumas ameaças vazias. Mas acho que o que o homem disse na fita é verdade. — Isso é bom então. — Pode ser. Depende do que Ernesto fará com essa informação e o que irá fazer Arturo. — Se esses caras realmente estão roubando, Arturo não irá querer parar com isso? — Ernesto é parte da velha guarda. Ele e Arturo tem uma longa amizade. Se Ernesto realmente está roubando, terá o que é dele, mas temos que provar. Até agora, não temos provas. — Precisamos procurar. — Talvez. Vamos ver. Chegamos ao quarto e entramos, Rafa fecha a porta atrás de mim. Então ele agarra meu pulso e me puxa contra ele. — Rafa — Digo.

— Tenho pensado sobre isso desde o segundo que acordei — Ele diz suavemente — Você acha que não merece um pouco de punição pelo que fez? — Não sei — Digo — Acho que sentar ao seu lado por três dias direto foi castigo suficiente. Ele sorri e me pressiona contra a parede. — Não sei sobre isso. — Pensei que queria almoçar. — Sim — Ele cai de joelhos e começa a desabotoar meu short — Isso é o que estou para fazer. — Rafa tenha cuidado. Não está curado. — Acha que isso irá me machucar? — Ele ri puxando o calção para fora — Isso não pode me machucar — Ofego quando seus dedos encontram meu centro e fico surpresa pelo quanto estou molhada. — Os pontos — Consigo dizer quando ele puxa minha calcinha. — Estão bem. — Merda — Gemo quando sua boca entra a minha boceta, sua língua trabalhando meu clitóris. Ele não estava perdendo um segundo e admito que gostei. Ele começou a me chupar, rolando a língua ao longo do meu clitóris e as mãos passando pela minha bunda. Estava preocupada, há três dias Rafa estava quase morto. Os médicos tiveram que reparar totalmente uma veia

grave na sua perna e disseram que ele deveria evitar qualquer atividade extenuante. Mas não podia detê-lo, mesmo que quisesse. Rafa segurava minha bunda firmemente enquanto sua língua trabalhava a minha boceta. Passo meus dedos por seu cabelo, e sabia sem sombra de dúvida que isso era o que queria, sonhei com esse momento quando ele finalmente poderia sair da cama de hospital e me tomar da maneira que queria. Ele move sua mão para minha boceta e abro minhas pernas mais amplas, inclinando-me contra a porta. Minhas pernas estavam cansadas, mas ele ajudou ao me apoiar com uma mão esquerda enquanto a direita começava a me foder com seus dedos. Eu gemo, jogando minha cabeça para trás enquanto ele brincava, a língua chupando e lambendo meu clitóris inchado, enquanto seus dedos moviam dentro e fora de mim. Quase me esqueci da forma como ele me fazia sentir. Somente estar perto dele fazia meu coração bater mais forte e rápido. Mas quando ele tocava meu corpo, perdia o controle. Qualquer

preocupação

ou

desejo

ia

embora

em

um

movimento quente, duro e molhado. Rafa me tomou. Era a única maneira de descrever. Ele me tomou e me fez dele, completa e absolutamente. Não importa o que fiz ou disse, seria dele e ele ia conseguir o que queria de mim, o que fez meu coração disparar no meu peito.

Contorço minha bunda, apertando seu cabelo enquanto ele trabalha em mim. Ele era como um homem morrendo de sede, finalmente encontrando um pouco de água e me tomou como se fosse chá gelado e mal podia se conter. Puxo suavemente para longe dele. Ele me olha quando o empurro ligeiramente. Ele sorri e lentamente fica de pé. Tiro minha camisa e deixo meu sutiã de lado quando ele começa a apertar meus seios, provocando meus mamilos. — Isso é o que eu precisava — Ele diz — Esse corpo perfeito no meu. — Você precisa descansar. — Agora não — Ele bate na minha bunda e dou uma risadinha — Preciso entrar profundamente nessa boceta apertada. Sorrio quando ele escorrega e desabotoa as calças, ajoelhando. Retiro a calça e, em seguida, suas cuecas, tendo o cuidado com os pontos ao longo de sua perna. Ele observa quando tiro seu pau, coloco na minha boca e lentamente sugo seu cumprimento, minhas mãos em ambos os lados de seus quadris. Ele geme quando começo a chupar mais rápido, minha língua rolando ao longo de sua ponta. Chupo forte, amando seu gosto, perdendo-me em seus gemidos. — Vamos, menina — Ele diz — Chupa esse pau. Tenho sonhado com isso.

Levo-o em minha garganta, amando o quanto ele queria isso, a necessidade de trabalhar com ele. Puxo, ofego e balaço, olhando nos olhos dele. Ele geme e me puxa para baixo, pressionando minha boca ao longo de seu pau, empurrando em minha garganta. Deixei-o foder minha boca assim, levando-o entre os meus lábios, gemendo. Não podia me controlar, sentindo meu clitóris molhado, esfregando enquanto o chupo. Abro as pernas, traseiro no ar, chupando seu pau, levo-o na minha garganta. Ele grunhe, empurrando para baixo e então me solta. Engasgo e não podia aguentar um segundo mais. Movo para frente, envolvo minhas pernas em volta da sua cintura e lentamente movo-me para baixo ao longo dele. — Oh, merda — Ofego quando ele pega meus quadris e o sinto dentro de mim. Ele geme quando movo meus quadris, trabalhando minhas costas e se movendo para cima. — Isso mesmo. Amo sentir essa boceta encharcada em torno do meu pau. Adoro sentir sua pele por dentro, porra, garota. Cavalgue-me. — Sim, Rafa — Gemo. — Foda-me — peço. — Sim, Rafa. Ele bate no meu traseiro quando começo a montar de cima para baixo, movendo-me ao longo dele. Sinto o brilho de prazer em meu núcleo quando começo a me mover mais rápido e mais rápido, trabalhando meus quadris. Ele coloca suas mãos na minha bunda e me fode, mantendo meu ritmo. Coloco minhas mãos em seu peito, olhando nos seus olhos. Queria que ele gozasse dentro de

mim, queria tomar seu quente esperma dentro da minha boceta. Não acreditava como era bom quando estava com ele, movendo meus quadris. Ele bate de novo na minha bunda. — Quero que goze nesse pau grande — Ele comanda — Quero ver você gozar. — Sim, Rafa — respondo. Ele se move para frente e me puxa para baixo na direção dele. Segura meu cabelo e me beija intensamente quando começa a foder com força. Ele bate no meu traseiro, colocando seu pau dentro e fora de mim, enchendo-me e fodendo. Gemia em seu beijo, movendo meus quadris e montando no pau dele. Podia senti-lo construindo o orgasmo, dentro e fora. Podia sentir o quão perto estava, e não ia parar. Rafa não ia me deixar parar. Ele me segura e me fode, puxando contra o seu

peito.

Agarro

seus

ombros

enquanto

quebro,

completamente destruída e não podia impedi-lo. O orgasmo veio. Viro meu corpo e ele me abraça forte, não saindo, seu pau grosso me fodendo duro quando gozo. Apagando minha mente, corre através de mim como fogo, queimando meu núcleo e me levando para aquele lugar que somente poderia chegar quando Rafa tomava meu corpo. Sinto ele endurecer e gemo em resposta quando sinto seu orgasmo dentro de mim. Não posso me conter, começo a mover meus quadris, trabalhando com ele através de nossos orgasmos, adorando e precisando dele.

Finalmente passa e desabo ao seu lado no chão. Ambos pingando de suor. Abaixo e verifico sua perna. — Sangrou? — Ele pergunta — Não — Confirmo. — Bom. Valeria a pena de qualquer maneira. Apenas sorrio e coloco minha cabeça em seu peito. Escuto os batimentos de seu coração e percebo que não acredito que seria capaz de viver sem essa batida no meu ouvido nunca mais. Algo havia mudado e não sabia o que essa mudança realmente significava.

Capítulo Vinte e oito Rafa Minha maldita ferida doía, mas valia mais do que a pena por ter tido aquela garota cavalgando meu pau. Cassidy me fez sentir bem, ela me fazia sentir bem. Ela acendeu um fogo no meu estômago e me manteve em chamas durante horas. Nenhuma outra mulher me fez sentir assim. Talvez fosse o perigo em que nos encontramos juntos, ou talvez o bebê que sabia que estava crescendo dentro dela. Talvez fosse somente ela. Inteligente, forte e sensual, Cassidy era algo que nunca experimentei antes. Sabia que deveria odiá-la, sabia que devia ter deixado meu povo tê-la, mas não consegui. Ela era minha inimiga, mas também não era. Almoçamos juntos, conversando e rindo calmamente. Era tão confortável ficarmos assim. Após o tempo que passamos juntos, enquanto me recuperava da cirurgia, parece que a conhecia há anos. Poderíamos falar sobre tudo e nada, e me sentia bem. Claro que não podia durar. Nada de bom podia durar na máfia. Ouço uma batida na porta quando acabamos de comer. — Vá embora — Grito.

Ela ri e se levanta, caminha até a porta e a abre. Arturo Barone estava ali sorrindo. — Olá, querida — Diz Ela recua claramente surpresa. Eu me levanto, uma onda de medo protetor passando através de mim. Arturo nunca fez visitas a domicilio. Você sempre ia até ele se quisesse vê-lo. Em todo o meu tempo na máfia, vi Arturo fora de seu escritório poucas vezes. Ele entra no quarto. — Oferece-me uma bebida? — Claro — Respondo. — Sente-se — Ele me diz — Você quase não morreu? — Sim — Grunhi e sento. Cassidy foi para o bar. — Do que gostaria? — Uísque — Ele olha para mim — Estou feliz que sobreviveu, jovem Rafa. — Obrigado. Cassidy deu-lhe um copo e colocou uma bebida. — Precisamos conversar — Ele diz. — Sobre o quê? — Sua visita a Ernesto essa manhã. Sento mais rígido, não tenho certeza do que esperar. Achava que Ernesto ia para Arturo, mas nunca esperava ele

fosse direto para ele. Achava que o cara pelo menos colocaria seus homens na linha antes de falar com Arturo. — Ele diz que o ameaçou — Diz Arturo — O que é bom, considerando a merda que viu na fita. — Ele te mostrou? — Sim — Diz Arturo. Não sabia que merda de jogo Ernesto estava jogando, mas o homem era realmente estúpido. — E? — Pergunto — E Marco está morto ou pelo menos prestes a morrer. E Ernesto não te incomodará mais — Ele senta-se à mesa. Cassidy se junta a nós. — Ernesto sabia sobre Marco. Arturo balança a cabeça. — Não. — Como pode ter certeza? — Se ele soubesse, não teria falado comigo agora mesmo. Meus rapazes levaram dez minutos para encontrar o rato e Ernesto estava tão surpreso quanto eu. — Então ele sai impune. — Não, não. Os homens envolvidos estão sendo reunidos e o grupo de Ernesto será seriamente enfraquecido — Arturo sorri para mim — O que é bom para você, certo? — Certo — Respondo.

— É engraçado como funciona desse jeito. As Spiders te deram a informação perfeita. — Sim. Engraçado. Ele sorri para Cassidy. — Fez bem. — Obrigada. O plano foi de Rafa. — Com certeza — Ele toma outro gole e então suspira — Essa parte é estranha. — O quê? — Ela pergunta. — Preciso mais de você, Cassidy. — Não — Eu me escuto dizendo. Tem um breve silêncio quando Arturo olha para mim. — Você é muito protetor com essa menina — Ele diz finalmente — Entendo que está carregando o seu bebê, ou pelo menos ela diz que está, mas devia saber o seu lugar. — Ela tem estado em enorme perigo. — E ela não estará mais. Simplesmente quero que entre em contato com suas Spiders de novo e deixe meu povo tentar rastrear o sinal delas. — Não sei se posso — Diz Cassidy. — Está tudo bem. Você pode tentar. — Ok — Ela diz simplesmente. Queria quebrar a mesa.

Isso não fazia parte do plano. Não queria que ela se envolvesse mais com a máfia, muito menos se envolvesse pessoalmente com o próprio Arturo. Ela precisava sair do radar, deixar a organização a esquecer tudo isso para que pudesse escapar e viver a vida de novo. Em vez disso, ela se colocou no meio de uma guerra da máfia. — Cassidy — Digo, mas Arturo levanta a mão. — Se a menina quer ajudar, deixe-a — Ele me encara — Ela já te tirou de uma encrenca. Talvez ela possa fazer mais. Mordo minha língua e permaneço em silêncio. Sabia que somente ia fazer mais mal do que bem se continuasse falando, então cerro meus dentes e não digo uma palavra. Arturo se levanta. — Vamos tentar amanhã — Ele diz — Descanse, jovem Rafa. Melhore logo. Ele sai da sala fechando a porta suavemente atrás dele. Olho para Cassidy e ela sorri tristemente. — Porque? — Pergunto — Você não precisa fazer isso. — Devo isso a você — Ela diz — Eu te coloquei nisso. Quase te matei. Pelo menos posso tentar conseguir algo das Spiders para você e seu povo. — Você não me deve nada. Porra, Cassidy. Devia estar fugindo, não tentando ajudar. Somos a maldita máfia. — Sei disso — Ela morde o lábio — Não estou ajudando a máfia. Estou te ajudando.

Eu me recosto na cadeira e suspiro. — Isso é um erro. — Talvez. Estou fazendo muito disso ultimamente. — Somente estou tentando deixá-la segura. — Sei disso. Mas se conseguir algo para Arturo, acho que será o fim. — Nunca será o fim. Isso é o que eles fazem. Usam você e então te destroem. — Veremos — Ela diz. Suspiro, balançando a cabeça e me levanto. — Tenho que falar com Vince sobre isso. — Tudo bem. Dou um último olhar antes de virar e sair da sala. A mulher tinha um talento especial para se colocar em encrenca.

Sabia

que

estava

com

boas

intenções

e

genuinamente queria ajudar, mas ela continuava a fazer escolhas sem me consultar. Tornava muito difícil protegê-la. Mas novamente era o que admirava nela. Não estava com medo de fazer escolhas e tentar algo. Não sentia medo de estragar tudo. Ela era forte e corajosa. Talvez fosse muito forte e muito corajosa para seu próprio bem.

Capítulo Vinte e nove Cassidy Sabia que Rafa não queria que eu ajudasse, mas não podia dizer não. Estava cansada de Rafa e Vince tentarem me salvar. Não queria ser um fardo. Sabia que sair por minha conta e fazer coisas contra os conselhos de Rafa era provavelmente uma má ideia, e o que fez com que ele levasse um tiro, mas também sabia que precisava continuar tentando. Não havia nenhuma razão para não tentar contatar as Spiders para a máfia. Estavam apenas jogando seu jogo político, pelo que entendi. Ou pelo menos entendi que estavam jogando. Não havia como saber de verdade. Porém, se pudesse ajudar a entrar em contato com as Spiders, tentaria. Não sabia mesmo se podia chegar a elas sem saberem sobre a máfia, mas era uma tentativa. Não custava nesse momento. Quando Rafa foi falar com Vince decidi sair da sala. Não explorei a mansão então me encontrei indo lá embaixo e na porta dos fundos, além da piscina um caminho entre os estábulos. Era lindo lá fora, senti uma brisa ligeira e as árvores balançavam ao longe. Fui passando os estábulos, onde fui

atingida por um poderoso cheiro de feno e cavalo. Passei por um campo aberto e andei ao longo da linha das árvores. Apenas caminhei, sem um objetivo em mente. Estava apenas caminhando e olhando a natureza. Fazia tempo desde que fui passear assim, sem um destino de verdade ou qualquer coisa em mente. Tanto quanto sabia, não havia nada além de mim e os pássaros. E a memória do corpo de Rafa contra o meu. Apesar de tudo que aconteceu, ainda o queria. Parecia quase estúpido, mas me sentia incrível perto dele. Talvez tudo o que aconteceu somente foi para nos aproximar. Conseguimos nos conhecer muito tem durante esses três dias no quarto do hospital. Não fizemos nada além de jogar cartas e falar sobre nossas vidas. Rafa não teve uma vida fácil até agora. Ele veio do nada e

conseguiu

construir

algo

por

ele

mesmo

e

estava

intensamente orgulhoso disso. Admito que fui atraída para ele, essa abordagem dominante e poderosa do mundo. Ele não sentia medo de pegar o que queria. Vivi tanto da minha vida com medo do que aconteceria se agisse, até que comecei a pesquisar sobre tráfico de pessoas e realmente me senti viva. Claro, que não funcionou tão bem para mim, mas mesmo assim. Estava prestes a fazer algo bom. Agora, porém, minha história estava morta. Sabia no fundo que não voltaria a escrever, mesmo que ainda quisesse. Estava muito envolvida com a máfia nesse ponto. Haveria

outras histórias para escrever, outros temas importantes para esclarecer. Mas

não

escreverei

mais

sobre

esse

assunto.

O

pensamento quase me deixou triste, respirei fundo e não me permiti sentir para baixo. Já fiz tanta coisa e havia uma criança crescendo dentro de mim. Não ia me arrepender de nada. Não permitiria. Fui por um caminho e escuto o som lento fluido na minha frente. Curiosa, atravesso as árvores e arbustos e piso em uma beirada. Paro com o que vejo. Na água estava Louisa Barone. Ela usava uma camisa de botão solta, branca e calças cáqui que estavam enroladas acima de seus tornozelos. Ela acenou assim que apareci. Quase pulo dos meus sapatos. Nunca esperava ver alguém tão fundo na floresta, muito menos Louisa Barone de pé no meio da água. — Cassidy — Ela chama — Venha se juntar a mim. — Uh — Digo — Não, obrigada. — Venha aqui. É adorável. Hesito. — Não quero me molhar. — Tire os sapatos. Você está usando short. Franzo a testa. Era um bom argumento.

Relutantemente

tiro

meus

sapatos,

totalmente

consciente de quão estranho a situação era. Vou até ela tendo cuidado de onde piso. A água estava fria, mas surpreendentemente boa. As pedras eram lisas e desgastadas sob meus pés. Ando em direção a ela e paro alguns centímetros de distância. Louisa sorri para mim. Estou impressionada por quão linda ela era. — Como está? — Ela pergunta. — Estou bem. — Soube de Rafa. Estou feliz por ter sobrevivido. — Também estou. — Ele é um bom homem. — Sim é. — Como está sua estadia aqui até agora? — Boa. Quero dizer, ótimo. Esse lugar é lindo. — É. Arturo trabalha duro para manter assim. — Você deve estar orgulhosa — Eu me senti estúpida por ter dito isso. — Não realmente — Ela olha para longe. — O que está fazendo aqui? — Pergunto. — Esperando por você. Olha para ela surpresa. Finalmente dou um sorriso. — Essa foi boa. Você estava aqui procurando por mim.

— Não estou brincando — Ela cruza os braços olhando para longe — Estava aqui nessa água gelada esperando por você, Cassidy. Viro minha cabeça para ela ainda supondo que estava brincando. — Por que estaria esperando por mim? — Porque precisamos conversar. — Sobre o quê? — As Spiders. Meu sorriso lentamente some. — O que sabe sobre elas? — Sabia que meu pai tem escutas colocadas por toda essa floresta? — Ela ri balançando a cabeça — Ele escuta tudo o que acontece por aqui, incluindo os pássaros. — Por que me diz isso? — Meu povo me disse que você estava indo para a floresta, então a segui. O caminho sempre leva as pessoas para esse fluxo, então peguei um atalho e esperei por você. — Porquê? Não entendia o que estava acontecendo. No começo pensava que ela estava brincando, mas a maneira como falou me fez pensar que não estava. O que era ainda pior. — Porque esse é o único lugar nessa mansão que é verdadeiramente seguro contra meu pai. Ele não escuta a

maioria das fitas e geralmente são destruídas, mas não posso arriscar sobre o que estou prestes a te dizer. — O quê? — Digo completamente hipnotizada. — Sou responsável pelas Spiders — Ela diz lentamente — Eu as comando. Sou a Spiders, Cassidy. Balanço minha cabeça, incapaz de acreditar nela. As Spiders eram o inimigo da família Barone. As Spiders mataram muitos dos homens de seu pai. E ela estava me dizendo que era sua líder? — Não acredito — Digo simplesmente — Isso é loucura. — Desculpe se parece loucura. É a verdade. — As Spiders são inimigos da sua família. — Não — Ela diz duramente — São inimigas do meu pai. Meu pai, o homem que me forçou a começar a minha própria máfia, porque ele era orgulhoso demais para permitir que sua filha o acompanhasse. Seu rosto estava lívido e com raiva, poderia dizer que se abriu uma ferida antiga. Ela parecia distante, perdida em memórias, seu rosto lentamente voltando a posição normal relaxante, descansada. Mas naquele momento de raiva, acreditei nela. Era muito real para ser falso. E estava apavorada. — Por que me disse isso? — Porque preciso que me ajude Cassidy.

— Você quase matou Rafa. — Não. Meu povo quase o matou. Pedi que elas o pegassem e desarmassem, não matasse. Infelizmente, Rafa é mais hábil do que imaginava. — Isso é loucura — Digo dando um passo para trás. — Espere, Cassidy. Você ainda quer salvar vidas? — Claro — Digo — Mas já parei de escrever a história sobre o tráfico de pessoas. — Não me importo com sua história. Quer saber porque comecei as Spiders? — Tudo bem — respondo. — Conte. — Queria me juntar a máfia desde que era uma menina. Onde a maioria das meninas sonhava com o dia de seu casamento, sonhava com o dia que teria minha própria equipe. Era a filha do meu pai e aprendi o que pude sobre o negócio enquanto pude. — Até que um dia meu pai me proibiu de aprender mais. Quando pressionei querendo entrar, ele se recusou. E então em vez de fazer o que ele queria, que era ir para a faculdade para me tornar uma garota idiota normal, eu me tranquei em meu quarto e aprendi. — Tudo começou online. Sou muito, muito boa com computadores e lentamente criei um seguimento. Logo, formei minha própria gangue cyber, e lentamente evoluiu para a coisa real. Um dia, escutei sobre as meninas que

foram compradas e vendidas, sabia que precisava fazer algo sobre isso. — Nunca nos chamamos de Spiders. Queríamos salvar a cidade, a máfia e libertar as pobres meninas trancadas na escravidão sexual. — Agora, porém quero começar uma organização real. Para isso, preciso fazer as pazes com meu pai e sair das sombras. Mal podia acreditar no que estava ouvindo. Essa linda e estranha menina era uma hacker talentosa e dirigia uma organização altamente treinada e mortal de lutadoras pela liberdade, tudo porque seu pai não a deixou se juntar a máfia. Ela era a pessoa mais louca que conheci ou a mais perigosa. Ela sorriu para mim. — Então agora você sabe. Sou a líder das Spiders e a maior inimiga do meu pai. — Não entendo o que quer de mim. — Simples. Quero que seja a mediadora da paz entre meu povo e o povo do meu pai. — Não posso fazer isso. Não tenho nenhum poder. — Claro que tem. Ele acha que pode entrar em contato com as Spiders certo? Assinto lentamente. — Isso foi você, não foi?

— Sim — Ela diz sorrindo — Fui eu — Ela encolhe os ombros e depois continua — Diga que entramos em contato com você e quero lhe encontrar para fazer as pazes. Diga-lhes tudo o que precisar. — Não acho que eles farão as pazes com você, Louisa. — Vão — Ela diz — Os russos ainda estão nas ruas querendo sangue, lembra. Já estamos em conversações com eles para acabar com o derramamento de sangue. Arturo terá que aparecer mais cedo ou mais tarde. — Seu pai sabe? — Claro que não — Ela diz rindo — Aquele velho tolo não sabe de nada. — Porque acha que irá me ouvir? — Não irá. Mas, poderia estar disposto a escutar Rafa. Ou pelo menos irá ao encontro, mesmo que venha para matar todos nós. — Você caminharia para uma armadilha. — Talvez — Ela sorri — Sou muito boa com armadilhas. Balanço minha cabeça deprimida. Não sabia como levar tudo isso. — Rafa sabe? — Você é a única pessoa que sabe. Não pode contar a ninguém que estou envolvida com as Spiders. Entende? — Entendo. Ela olha para mim.

— Se acha que pode conseguir vingança pelo que fizemos com Rafa, pense de novo. Apesar do que pensa, fiz um monte de bem para essa cidade, e não deixarei que estrague isso. — Entendo — Repito. — Bom — Ela começa a andar para a outra margem — Vá dizer a Arturo que teve contato conosco e pedimos paz. Saberei se ele concordar. — Por que eu? — Pergunto de novo. — Porque gosto de você — Ela chega do outro lado e sorri para mim — Boa sorte, Cassidy. Não me decepcione — Ela acena e depois desaparece nas árvores. Fico ali na água, não sabia o que pensar. Era

tanta

comandava

coisa

para

as Spiders, e

processar.

Louisa

Barone

ela queria que eu e

Rafa

tentássemos negociar a paz. E era a única pessoa na máfia que conhecia sua verdadeira identidade. Começo a ir para os meus sapatos, minha mente girando. Sabia que não ia trair a confiança dela, mas não sabia

se

podia

fazer

a

paz

acontecer.

Não

confiava

plenamente nela, e não acreditava que realmente queria um acordo de paz. Ainda assim, esse era seu pai. Era sua família. Ela era um membro da família Barone, mesmo que não pudesse participar de verdade da máfia. Ela podia realmente matar seu povo?

Não tinha ideia do que fazer. Sento e amarro meus sapatos. Olho para fora da água, minha mente pensando nas possibilidades. Queria ajudar, e agora era a oportunidade perfeita. Se pudesse mediar essa paz e acabar com a guerra, talvez pudesse ajudar a salvar vidas. Mas, novamente, as Spiders eram as únicas a lutarem contra o tráfico de pessoas na cidade. Talvez estivesse ajudando a criar outra gangue violenta e os escravos sexuais perderiam seu único aliado. Louisa disse que queria transformar a organização em algo real, mas não sabia o que isso significava. Talvez quisesse manter a economia da cidade, mas queria fazer em uma escala maior. Era demais para processar. Precisava encontrar Rafa, mas não podia falar as partes mais importantes. Respiro fundo. Dependia de mim. Não sabia porque Louisa colocou esse peso em mim, mas colocou. Tive que fazer uma escolha, decidir se queria confiar em Louisa e ajudar as Spiders ou se iria traí-la e ajudar a máfia. Balanço minha cabeça e olho para água, perdida em meus pensamentos.

Capítulo Trinta Rafa Claro, estava cético sobre esse acordo de paz. Não fazia sentido. Odiava admitir, mas tanto quanto sei, as Spiders estavam vencendo. Matamos algumas delas e finalmente interrogamos uma, mas ainda não sabíamos nada sobre elas. Elas eram o terror de noite. Tinham a máfia no limite, se isso era o que queriam, conseguiram. Não atacamos de volta porque não sabíamos onde atingir. Houve um caso alguns meses atrás, mas isso foi ao acaso. Desde então nada. Cassidy não tem mais nada a oferecer do que isso. Ela disse que a contataram em seu computador de novo em um momento aleatório, quando nem estava as buscando. Disse que queriam negociar uma paz, e queriam que ela fizesse isso. Não havia razão para desconfiar de Cassidy. Ela foi sincera comigo desde o começo, e realmente ela estava em perigo a maior parte do tempo. Talvez fosse um pouco imprudente e fez escolhas ruins, mas isso não a fazia uma mentirosa. Ainda, podia dizer que esse negócio era mais do que estava falando, mas não insisti. Precisava confiar nela como confiou em mim. Se ela precisava que soubesse de algo, então contaria. Caso contrário, seguirei em frente com o plano.

Era verdade, intermediar um acordo com as Spiders foi uma boa ideia para nós. Significava que elas não eram apenas

um

grupo

fanático

anti-máfia

e

assassinas.

Significava que elas poderiam ser sólidas, e se pudessem ser sólidas, podiam ser cuidadas. Nós as veríamos pela primeira vez, realmente cara a cara e aprenderíamos sobre nosso inimigo. Bato na porta do escritório de Arturo e espero. — Entre — Ele chama. Entro na sala e fecho a porta atrás de mim. Sento em uma das cadeiras de couro na frente de sua mesa e inclino para trás. — Então? — Ele pergunta — Você tem algo importante. — Cassidy foi contatada pelas Spiders de novo. Ele levanta uma sobrancelha. — Estivemos monitorando o computador dela. Meus caras da tecnologia não mencionaram nada. Dou de ombros. — Talvez as Spiders sejam melhores. — Talvez — Ele franziu o cenho — Não gosto disso. Parece que precisaremos de novos tipos de tecnologia. — É melhor. Mas essa parte não é importante. — O que as Spiders disseram? — Querem um acordo, e que Cassidy seja mediadora na paz entre nós e elas.

Arturo me olha por um segundo e então começa a rir. — Paz? — Paz — Confirmo — Elas querem se encontrar e conversar. — Isso é loucura. Por que diabos aceitaríamos algo assim? — Porque é uma boa ideia. Ele ri de novo balançando a cabeça. — Não, jovem Rafa. Não consegui a minha posição fazendo acordos de paz com pessoas como as Spiders. — Verdade. Mas não temos outra opção, certo? — Não estamos desesperados ainda. — Acho que estamos. As Spiders estão ganhando essa guerra, pouco a pouco. Ainda não sabemos nada sobre elas. — Verdade, mas estamos em maior número e tamanho. — Nós estamos? Ele acaricia seu queixo. — É verdade que não sabemos nada sobre elas. — Fazer as pazes nos permitirá aprender sobre elas. Mais do que isso, prova que não são apenas um bando de loucas. — Os loucos não fazem as pazes com seus inimigos — Ele concorda.

— Podemos trabalhar com elas, aprender. E então destruí-las, se necessário. Ele suspira. — Ninguém gostará disso. Muitos dos nossos homens morreram para isso ir mais além. — Foda-se o que eles pensam. Os chefes vão entender. — Alguns não. — Podem ser convencidos. Arturo balança a cabeça. — Não entendo por que você está pressionando tanto isso, Rafa. Significa que podemos continuar agindo no tráfico de pessoas, que entendo que você é contra. — É verdade, mas também sou contra uma guerra perdida. A outra coisa é que podemos descobrir isso internamente. Não podemos fazer ambos ao mesmo tempo. Ele assente, e poderia dizer que está vendo a razão. Não sabia

o

que

impenetrável,

estava mas

acontecendo

pelo

menos

além

estava

de

seu

ouvindo.

rosto Talvez

estivesse fazendo planos para me matar ou talvez estivesse fazendo planos para se encontrar com as Spiders. De qualquer forma, fiz o que disse que faria. Fiz meu caminho e isso foi tudo o que podia fazer. — Muito bem — Arturo fala — Tenho muita coisa para pensar. — Fizemos as pazes com inimigos antes e faremos de novo.

— Isso veremos. Viro e saio da sala fechando a porta atrás de mim. Algo ainda parecia errado nisso. Concordava com meu próprio pensamento, fazer as pazes nessa situação fazia sentido. Mas ainda assim parecia muito conveniente. Não conseguia entender o que as Spiders tinham a ganhar com a paz. Isso estava me incomodando demais. Não conseguia ver suas motivações, porque pareciam imprevisíveis e aleatórias. Não tinha nenhum rosto as Spiders. Agora, era apenas mais uma organização. Entrar em conversa de paz, mesmo que falhasse, teria as humanizado. Elas tinham tudo a perder nisso e nada a ganhar. Mas alguma coisa deve ter acontecido para as pressionar desse jeito. Caminho em direção ao corredor. Lá, Cassidy estava encostada contra uma parede, uma perna inclinada para trás. Ela sorriu quando me aproximei. — Como foi? — Disse que ia pensar nisso. — Então é melhor do que esperava. — Verdade — Paro na frente dela e cruzo os braços — Está me escondendo algo — Digo. — O quê? — Escute, Cassidy. Não sei o que está te segurando ou por que, mas tudo isso parece ser uma armadilha. Até você tem que ver isso.

Ela assente lentamente. — Vejo. — Então porque estamos tentando fazer isso acontecer? — Tem razão não contei algo. Suspiro. Pelo menos ela admitiu isso. — Preciso saber de tudo se quer ajudar. Podia ver que ela estava dividida. Ela desviou o olhar, ao fundo do corredor e então de volta na minha direção. — Não posso contar isso — Ela responde finalmente — Desculpe, Rafa. Confio mais em você do que em qualquer pessoa, mas o que estou guardando é muito importante para dizer. Prometi que guardaria segredo, até mesmo de você, e guardarei. Meus dentes cerram. — Deve ser uma pessoa muito importante para prometer isso. — É importante. E se você soubesse, ou alguém, isso tudo desmoronaria. Acho que essa paz é de verdade. — Eu quero que seja, mas não confio nessas pessoas como você. Depois de tudo o que aconteceu, não entendo. Ela vem na minha direção franzindo a testa. — Eu sei. Não culpo você. — Elas quase me mataram. Ela estende a mão e toca meu rosto olhando nos meus olhos.

— Eu sei. Desculpe. — Não preciso que se desculpe — Estendo a mão e agarro seu cabelo, puxando um pouco mais perto de mim — Preciso apenas de você. Ela respira fundo. — Não irei a qualquer lugar. — Você quer que confie em você? Eu faço. Mas, você é minha prioridade. Essa criança é minha prioridade. Entende? — Entendo. Eu a beijo pressionando seu corpo contra mim, derrubando sua cabeça para trás. Ela também me beija, envolvendo os braços ao redor de meus ombros. Ficamos com nossos corpos colados, e de repente percebo que isso pode ser uma das últimas vezes que faríamos isso antes que tudo acontecesse. Puxo a para trás e pego sua mão, arrastando-a atrás de mim. Sigo para a primeira porta que encontro e que não era um apartamento, tento abrir, mas a porta permanece fechada. Cassidy pega o cartão dela e instantaneamente a porta se abre. Olho de relance para ela, mas não me importo. Entramos em uma sala vazia, fecho a porta atrás de nós, bloqueando com a trava manualmente. Quase não tive tempo para registrar onde estávamos. Claramente era um quarto de armazenamento, mas levo um

segundo para perceber o que estava armazenando: caixas e caixas de munição. No entanto, não me importava. Eu a agarro e puxo contra mim, beijando-a duramente. Ela não pareceu se importar também quando me beijou de volta. Eu a encosto em um rack de armazenamento, as balas em suas caixas chacoalhando e começo a desabotoar seu short. Ela geme quando minha mão se move para baixo em sua calcinha e a encontro molhada. — Porra, amo quão rápido você fica molhada — Sussurro enquanto beijo o pescoço dela. — Não posso controlar. — Bom. Amo que você fique assim quando me vê. — O que você quer? — Quero você. Quero cada centímetro seu — Escorrego meus dedos dentro dela e engasgo, gemendo. Beijo-a novamente, duro e desesperado, como um homem se afogando. Havia um grande segredo entre nós, mas não me importei. Isso não importava. Sabia que nesse momento o que disse no corredor era verdade. Cassidy era minha prioridade, talvez fosse desde que nos conhecemos. Agora que provavelmente estava carregando meu filho, nunca deixaria nada acontecer com qualquer um deles. Esse pensamento somente me fez a querer muito mais. Trabalhei em sua boceta, meus dedos rolando ao longo de

seu local molhado, esfregando o clitóris. Ela vem para frente e desaperta o cinto, gemendo quando me beija e consigo tirar minhas calças. Ela tira meu pau da cueca e começa a me acariciar. Era desesperado e sujo, do jeito que eu precisava. — Não posso esperar — Ela sussurra — Não quero esperar um segundo. — Do que precisa? — De você dentro de mim. Rafa, por favor. Dou um sorriso e aperto meus dedos dentro dela. Ela solta um gemido baixo. — Repete, por favor. — Por favor — Ela geme. Puxo meus dedos e agarro seus quadris. Ela se vira e puxa rapidamente seu short e calcinha completamente. Quando ela tira, começo a lamber sua boceta por trás, querendo um sabor antes de ela conseguir o que queria. Ela geme, mantendo-se firme no rack quando minha língua escorrega e desce até seu clitóris. Pressiono minha língua dentro dela, trabalhando em círculos, amando seu gosto. Aperto os quadris dela e bato na sua bunda enquanto a lambo, excitando-a. Ela estava gemendo, e as pernas tremiam de prazer através sua boceta encharcada. Estava com o pau duro para caralho. Nada me deixava mais duro que sua bunda no ar, sua boceta pingando esperando meu pau para enchê-la. Pego seus quadris e

pressiono lentamente meu pau grosso profundamente entre suas pernas. Ela agarra o rack e mergulha a cabeça em direção ao chão, gemendo. — Oh, merda — Ela falou — Rafa. Eu gemia, amando sentir a nossa pele. Nada era melhor do que meu pau nu dentro dela quando lentamente comecei a fodê-la, movendo-me dentro e fora. Ela estava molhada, pingando, quente e apertada. Sua bunda era perfeitamente redonda e me fez querer morder sua pele macia. Agarro os quadris dela, empurrando fundo e a inclino para frente. Pego seu queixo e viro a cabeça para trás. — Você é minha — Digo — Cada centímetro seu é meu. O que está crescendo dentro você é meu. Você é minha garota. — Sim — Ela geme quando me movo lentamente — Eu sou sua. Sou toda sua, Rafa, por favor. Ela começa a contrair os quadris o movendo contra mim. Sabia o que ela queria. Sabia que queria cavalgar meu pau grosso até que gozasse, e daria isso a ela. Começo a me mover, deixando-a fazer a maior parte do trabalho, deixandoa definir o ritmo. Ela se move de novo, o traseiro se movendo subindo e descendo. Dou um tapa nela que geme, movo mais rápido quando seguro seu cabelo. Ela adorava quando virava a cabeça para trás e batia dentro dela, forte, porra.

Ela segurou o rack mais forte, as balas chacoalhando nas caixas, metal tinindo e pólvora. Fodo sua boceta apertada, amo seu cheiro, seus gemidos e as sensações que passava ao longo dos meus nervos e da minha cabeça. Agarro seus quadris e a como mais rápido e selvagem. Não podia esperar mais. Precisava ouvi-la gozar, precisava sentir sua boceta apertada contra meu pau quando perdia o controle de si mesma. Nada me fez sentir melhor do que isso. Puxo o cabelo dela e vejo o comprimento da coluna vertebral batendo contra mim, seus músculos trabalhando mais rápido, os quadris dela se movendo. Pressiono fundo dentro dela, excitando-a, amando a imersão, sentindo sua boceta me prendendo. Mal podia respirar com o suor escorrendo lentamente no meu peito. — Rafa — Ela geme — Continue. Continue. — Vamos lá, garota — Dou um tapa na bunda dela — Trabalhe mais forte. Dê o que quero. Ela geme, segurando o rack de metal, pressionando de volta. Grunhi quando a bunda dela bateu contra meu pau. Dou um tapa mais forte, mais duro, indo fundo, fazendo-a me tomar, fazendo-a minha. Ela jogava a cabeça para frente, vejo seus músculos contraindo. Seus gemidos ficaram mais altos, mais leves, e sabia que estava perto. Eu a fodi com força, segurando os quadris

quando

implacavelmente.

ela

contraiu

contra

mim,

fodendo-a

Ela goza duro quando continuo batendo contra ela. Podia

sentir

meu

próprio

orgasmo

se

aproximando,

construindo através das minhas veias. Seguro mais forte seus quadris quando a fodo com o orgasmo passando nela e gozo. Ela me avisou que estava no limite, e a enchi, gozando profundamente dentro dela. Continuamos nos movimentando assim, diminuindo gradualmente até que finalmente ela recua, ofegante. Cassidy se vira e joga os braços em minha volta, beijando-me. Eu a seguro e beijo de volta. Isso era o que precisava. Talvez não tivesse percebido, mas isso era o mais importante. Precisava de uma mulher que

pudesse

me

pressionar,

lutar,

que

fosse

forte,

independente e inteligente. Ajudava que a sua boceta me deixava louco, e não conseguia o bastante dela. Nós nos vestimos em silêncio, apreciando a companhia um do outro. Adorei ver as linhas do corpo dela quando puxou a calcinha de volta, sorrindo timidamente para mim. Saímos da sala de mãos dadas.

Capítulo Trinta e um Cassidy A decisão aconteceu rápido e não houve tempo de nos prepararmos para a coisa real. Poucas horas depois da conversa de Rafa com Arturo, disseram que o acordo de paz estava acontecendo. Fui para o meu laptop assim que escutei e comecei a procurar as Spiders. Sabia que era apenas um disfarce, desde que Louisa provavelmente havia escutado. Ela sabia o que estava acontecendo e esperava que soubesse o que estava fazendo. Odiava guardar esse segredo de Rafa, mas estava fazendo isso por ele. Se o crime organizado e as Spiders continuassem brigando, nunca conseguiríamos ficar longe disso. Sempre terá uma guerra, mesmo se Arturo e elas não se importassem comigo. Rafa estaria lá, e sempre estaria em perigo. Se tivesse paz, era uma coisa a menos que me preocupar. Não queria que o pai do meu filho fosse morto. Isso não era justo. Não queria que Rafa morresse por razões egoístas. Queria, precisava dele, e precisava cada dia mais. Ele era bom e forte, o tipo de homem que sabia que podia cuidar de mim. Quanto mais conhecia o mafioso violento por fora, mais eu vi como ele realmente era.

Gentil, bonito e forte. Ele sabia que algo estava acontecendo e que não estava contando, e ainda assim não pressionou. Ele confiou em mim. As Spiders eventualmente assumiram meu computador, mas não houve uma conversa. Dessa vez foi somente sobre o encontro, local e hora. Rafa franziu a testa para a tela. — Amanhã à noite. No distrito de armazéns. Balançando a cabeça. — Faz sentido. Vazio e calmo. — Difícil planejar em pouco tempo. — Isso é provavelmente porque escolheram lá. Ele resmunga. — Direi a Arturo — Ele se levanta. — Espere. Tem algo mais. Ele suspira. — Por favor, não me diga que tem outra reviravolta. Não posso deixar de sorrir. — Sem reviravolta. — Ok. O que é? — Eu quero ir no encontro. Ele balança a cabeça. — Absolutamente não. — Tenho que ir, Rafa.

— Mesmo que dissesse sim, isso não cabe a mim. — Nós dois sabemos que você pode fazer acontecer. — Não quero que isso aconteça — Ele cruza os braços e me encara, exasperação clara no rosto — Você continua mergulhando de cabeça no perigo, não é? — Não é isso. — É sim, no entanto. Não posso protegê-la se tudo que quer fazer é arriscar sua vida. — Não precisa me proteger. Não com isso. — Isso é que disse sobre as Spiders antes. — Não estava errada. Foi você quem quase morreu. Ele suspirou balançando a cabeça. — Você não entende, não é? Não estou somente te protegendo. Estou protegendo nosso bebê, também. — Entendi, mas preciso estar lá — Olho para ele esperando que entenda — Por favor, Rafa. Essa é a última coisa que pedirei. Ele me observa por alguns segundos antes de finalmente relaxar a postura. — Ok — Ele disse — Contra minha vontade, mais uma vez, farei o que pede. Mas essa é a última vez, Cassidy. — Obrigada — Sorrio e o beijo na boca. — De nada. Agora preciso avisar Arturo sobre isso. — Boa sorte.

Ele assente, vira e sai do quarto. A máfia era um exército mais do que uma organização frouxa de criminosos, especialmente quando se mobilizava para ir nessa reunião. Havia pelo menos cem homens, cada um deles bem armado e vestindo coletes. Eram homens aterrorizantes, o tipo de homens que imaginava que fosse da máfia. Eram soldados, do nível mais baixo da máfia e o mais perigoso. Cada homem era um assassino e cada homem era bem pago por isso. Não sabia qual era o plano, mas podia ver claramente que a máfia estava se movendo com vigor. As Spiders nunca me proibiram de ir expressamente, então presumi que iriam aparecer em força também. Não sabia o que ia acontecer, mas sabia que não ia ser bom. Fiquei

de

lado,

na

sombra,

assistindo

todos

se

prepararem. Continuei olhando em volta nervosa, tentando encontrar Louisa, mas ela estava longe de ser vista. Na verdade, não sabia nada dela desde que a vi no rio, assumi que estava ocupada com seus próprios preparativos. — Impressionante, não é? Dou a volta assustada. Vince sorri para mim. — Oh, sim. É. — Você vem? — Sim, irei.

— Bom para você. Presumo que Rafa estava muito chateado com isso? — Estava. Vince ri e fica ao meu lado. Ficamos em silêncio por um minuto, observando os preparativos. Gostei de Vince. Ele parecia diferente dos outros homens, não tão reservado, porém mais duro. Ele parecia entender algo que mais ninguém viu, ou pelo menos, sempre estava com essa expressão. Eu me sentia confortável perto dele, embora realmente não o conhecesse. — Rafa gosta muito de você — Vince diz finalmente. — Sinto o mesmo por ele. — Bom. Então ouça quando digo isso — Ele olha para mim, sua expressão dura — Não morra! — Não planejo isso — Digo pega de surpresa. — Bom. Então quando o Rafa falar corre, você corre, porra. Se ele diz grite, você grita. Entendeu? Concordo outra vez. — Certo. — Bom — Ele olha para os homens — Você está realmente grávida? — Não sei — Digo — Não fiz o teste ainda. — Pegue um assim que puder. Não segure isso. — Ok. Ele escolheu isso. Ele queria isso.

— Isso foi antes — Ele balança a cabeça — Ele gosta muito de você, Cassidy, mas quem sabe o que ele realmente quer. Ele

acena

para

mim

e

depois

sai,

deixando-me

atordoada e confusa. Rafa disse a Vince que viesse para mim assim? Não podia imaginar isso. Rafa parecia tão animado de eu estar grávida, e agora Vince estava sugerindo o contrário. Não sabia o que sentir, mas não tive tempo de pensar sobre isso. Os homens estavam subindo em caminhões com os chefes dando ordens. Vince estava no meio deles, dando ordens, fazendo com que todos se movessem. Alguém acena chamando minha atenção. Era Rafa, em pé perto de um grande caminhão preto. Aceno de volta e tento sorrir, mas estava abalada. Fui com ele. As luzes do caminhão me cegaram por um segundo. — Pronta? — Ele pergunta. — Pronta. — Vamos lá — Ele sobre no banco do motorista. Fico no banco do passageiro. Assim que entro no carro, saímos. Era onze horas, uma hora antes que a reunião foi agendada. — O plano é simples — Disse ele — Vamos chegar lá cedo e os homens vão se preparar. Vamos ficar aqui, no

carro, até que esteja perto do horário marcado. Iremos nos encontrar com os outros chefes e ver o que acontece. — Tudo bem — concordo. — Você está bem? — Ele pergunta olhando para mim. — Estou bem. Ele

assente

e

se

concentra

em

dirigir,

não

me

pressionando mais. Não sei se notou minha apreensão em torno dele, mas não importava. Ele provavelmente pensava que estava nervosa sobre o que ia acontecer. Eu estava nervosa, claro. Nunca fiz algo assim, e sabia que seria perigoso. Diabos, todos me diziam que era estúpida por querer ir junto. Mas isso estava acontecendo por minha causa. Não consegui ficar longe. Era esse tipo de pessoa. Mesmo depois de tudo, ainda precisava me expor e ver as coisas além. Rafa parecia entender isso. Talvez sim ou talvez não. Pensei que ele me entendesse e me quisesse mesmo, mas talvez Vince tivesse razão. Talvez estivesse fazendo isso por uma espécie de orgulho ou obrigação. Odiava que Vince tivesse me jogado nesse loop nessa hora final. As coisas estavam prestes a vir à tona, e iria me libertar logo, estando grávida ou não. Não questionei as coisas até esse momento, indo para a reunião mais perigosa da minha vida.

A caravana estava saindo da mansão e passando pela cidade. Ninguém nos impediu, e passávamos os faróis vermelhos. Presumi que a polícia fora comprada, e se foram era incrivelmente impressionante. Era apenas mais um exemplo de quanto dinheiro e poder a família Barone na verdade tinha. Chegamos ao local por volta das onze e vinte. Os carros estacionaram e todos saíram. As ordens foram gritadas quando fico ao lado do nosso carro. Rafa falou com alguns caras que não reconheci, e fiquei apenas observando. Todos moveram-se com precisão. Alguns, indo para o telhado do prédio, e outros entrando. Rafa estava olhando para mim, mas não sei se foi por nervoso ou qualquer outra coisa. Passaram os minutos. Ficava olhando para o meu relógio, nervoso correndo através de mim. Todos haviam ido embora, e logo era somente eu e Rafa. Ele verifica o seu relógio. — Pronta? Balanço a cabeça. Era quase hora do show. — Estou pronta. Começamos a caminhar em direção ao prédio onde os outros chefes já tinham se reunido. — Preciso te dizer uma coisa — Deixo escapar, não sei por que. — O quê?

— Primeiro, preciso saber de algo. Isso é de verdade? Ou é porque posso estar grávida? Ele para e olha para mim. — O que disse? — Você e eu. É real ou não? Ele assente. — É real. — Louisa Barone é a líder das Spiders. Ele olha surpreso. — O quê? — Isso era o que estava escondendo de você. Eu a encontrei ao sair da floresta, e ela me contou tudo. Ela é a líder das Spiders. — Isso é... — Ele estava confuso — Precisamos ir. — O quê? — Vamos lá — Ele me pega pela mão. — Espera. O que está acontecendo? — Arturo planeja matar as Spiders. Preciso pará-lo. — Merda. — Vamos lá. Corremos para dentro do prédio, meu coração pulsando em meu peito. Não sabia se tomei a decisão certa, mas sabia de uma coisa: tudo o que existe entre nós é real. Sentia como ele.

Era real.

Capítulo Trinta e dois Rafa Puxo Cassidy para trás de mim quando corremos para o edifício aberto. O plano de Arturo era simples: esperar até que as Spiders aparecessem e então matar todas elas. Não se importava se estava as traindo, apenas queria o assunto morto e enterrado. Era a única coisa em sua mente. Louisa Barone mudava as coisas. Sabia que Cassidy estava se segurando, e agora entendi por que. Louisa era bonita e impressionante, podia ver como Cassidy iria querer proteger seus segredos. Mas Arturo precisava saber. Ele não iria adiante com esse ataque se conhecesse a verdadeira identidade das Spiders. Essa era a parte que significava crescer. Precisava confiar em Cassidy e aceitar suas escolhas. Meu papel era protegê-la não importava o que decidisse e apoia-la se falhasse. Isso era o que faria. Isso era tudo que podia fazer. Isso era real, e sabia o que ia acontecer. Entramos no armazém. Em frente, os chefes estavam em grupos pequenos, cercados por homens armados. Sabia que

eles também estavam nas vigas e ao longo da passarela, embora não pudesse vê-los; Seguimos uma linha reta em direção a Arturo e seus rapazes. Mas, quando chegamos lá, outro soldado corre para Arturo e avança na nossa frente. — Chefe, elas estão aqui. Todo mundo fica parado. — Onde? — Pergunta Arturo. — Estão vindo pela entrada dos fundos. — Quem? — Três pessoas vestidas de preto. As Spiders. — Três? — Somente três, senhor. — Verifique a área. Deve ter mais. — Sim, senhor. Arturo estava voltando para seus homens e começou a verificar nervosamente. Paro no meu caminho e olho para Cassidy, meus olhos bem abertos. Já era tarde demais para parar, e talvez nem sequer tivesse algo para parar. As Spiders estavam tramando algo. Olhamos quando as três figuras começaram a chegar mais perto. Pessoas se deslocam, e o ambiente todo ficou nervoso. Vince veio e parou ao nosso lado, silenciosamente olhando com os braços cruzados.

Quando as figuras se aproximavam, vi que elas estavam vestidas em roupas de combate preto com máscaras de gás na frente. — Roupas padrão das Spiders — Murmuro. — Elas parecem terríveis. — Suspeito que isso faça parte de seu plano. Elas são práticas, também. As três pararam cerca de vinte metros longe de Arturo. Estavam desarmadas, tanto quanto sei. A do meio era mais alta, embora nenhuma delas fosse muito alta, talvez da minha altura na melhor das hipóteses. Estava quase certo que a pessoa no meio era Louisa, e as outras duas também eram mulheres. Não podia provar, mas sabia. A pessoa a direita se adiantou. — Estamos aqui para discutir os termos — Ela gritou. Definitivamente a voz de mulher. — Você é a líder das Spiders? — Responde Arturo. — Não sou. Ela é — A mulher faz um gesto para a figura do centro. Arturo observou. — Dê-me uma razão para não matar as três. — Você não quer fazer isso — A mulher que tinha falado antes respondeu. As outras duas não se moveram — Podemos estar desarmadas, mas nosso povo não.

— Não tem mais ninguém aqui. Não blefe. Temos esse armazém todo cercado. — Claro que sim — Diz a mulher — Mas nós também. Arturo parecia zangado. — O que você quer? — Queremos paz. — Quais são os seus termos. — Apenas um termo. Pare com o negócio de tráfico de humanos e a guerra acaba. Arturo

riu

alto,

praticamente

tremia.

Houve

um

murmúrio suave e comentários preocupados quando Arturo lentamente retomou o controle. Quando terminou de rir, ele foi em direção as três Spiders. — Escute, suas putas loucas. A família Barone não faz acordos com putas assassinas. — Não, não faz. Houve um silêncio chocante quando a mulher do meio veio a frente. A voz dela estava abafada pela máscara de gás. — Ah, agora ela fala — Diz Arturo sorrindo. — Não importa, no entanto. Já decidi matar todos vocês. — Como Rosita disse, não quer fazer isso. — Quero. Eu quero muito. Vocês desgraçadas tem feito meu povo sangrar e para quê? Um bando de putas viciadas em drogas de outros países. Bem, foda-se. Não me curvarei a algumas putas repugnantes como vocês.

— Isso é uma pena. Seguro minha respiração. A mulher tira a máscara. Louisa Barone sorri para a multidão chocada. — Não gostaria de machucar sua filha, gostaria, papai? Arturo parecia estar prestes a ter um AVC. Ele ficou chocado, fisicamente perturbado, e deu alguns passos para trás. Seu rosto estava roxo de surpresa ou raiva, não sei dizer, e suas mãos apertaram em punhos. — Isso é uma brincadeira? — Ele pergunta — Louisa o que está fazendo? — Desculpe, Arturo — Ela sorriu para ele — Comandei as Spiders todo esse tempo. Surpresa. Ele não podia falar. Ele tentou, mas saiu um gemido estrangulado. Ele respirou fundo e abriu os punhos. — Louisa, sei que tem suas fantasias, que tem suas ideias. Mas isso foi longe demais. Compreende o que fez? Ela continuou sorrindo. — Não. Diga-me. —

Você

me

fez

mobilizar

toda

a

máfia



Ele

praticamente gritou — Todos porque? Para alguma piada? Ela sorriu. Ele continuou seu discurso retórico. — Você garota, ingrata. Dei-lhe tudo. Tudo! E você não me deu nada além de mal comportamento, raiva e desgosto.

Você se recusou a fazer qualquer coisa normal, recusou-se a ir para a faculdade, recusou-se a se tornar uma mulher respeitável. E agora olhe para você, levantando o vestido e brincando com a minha organização. Pode se trancar no seu quarto e fazer birra, posso lidar com isso. Mas, isso Louisa foi muito longe. Você está acabada. — Não, Arturo — Ela diz suavemente — Você está acabado. Aceita minhas condições? — Condições? Pare com essa brincadeira e venha aqui — Ele olha ao redor — Agora — Ele grita. — Aceita minhas condições? — Ela pergunta mais alto. — Não aceito suas condições de merda — Ele olha para o homem na sua direita, um dos guardas — Leve-a — Ordena ele — Todas elas. Traga-a de volta — Ele se vira e começa a sair. Os chefes caminham com ele. O guarda caminhou em direção a Louisa, franzindo a testa. — Venha comigo — Ele pede. Calmamente, Louisa chegou por trás e puxou uma arma preta. Ela segurou para fora e deu três tiros. A explosão soou no espaço, e o guarda entrou em colapso no chão, sangrando. — O quê? — Arturo gritou — O que está fazendo? — Aceita minhas condições? Essa é sua última chance. — Sua puta louca! Leve-a. Louisa põe sua máscara e o mundo desaba.

Explosões começam por todo o perímetro da sala. Grossas

nuvens

de

fumaça

cobrindo

o

espaço,

instantaneamente ao redor de todo mundo. Haviam gritos confusos, mais gritos, pessoas tentando entender o que estava acontecendo. Foi quando o tiroteio começou. Não podia dizer de onde estava vindo. Agarro Cassidy pelo pulso. — Vamos — Grito — Temos que ir. — Louisa! — Ela diz. — Porra — Respondo. Um plano de repente surge na minha mente – Foda-se ela e a máfia. Vamos lá — Eu a jogo para fora. Não me importo se queria fugir ou tentar salvar a garota. O que me importava apenas era mantê-la viva por agora. Mal podia vê-la e ela estava pertinho. Vince foi embora como todos na fumaça. Começo a tossir quando puxo o ar em meus

pulmões.

Sinto-me

pesado,

como

se

estivesse

respirando chumbo. Arrasto-a quando os tiros ecoam por todos os lados. Confusão e gritos de dor preenchem o ar, eu me movo mais rápido. Podia ver figuras na fumaça ao nosso redor, mas não paro de lutar. Minha única prioridade era sair enquanto ainda podíamos nos salvar. Logo, chegamos a uma parede. Começamos a contornála, em direção ao que esperava que fosse a saída. Segurei seu pulso firmemente, enquanto corríamos, e ela manteve o melhor que pode.

De repente da fumaça surgiu uma pessoa. Era um mafioso, segurando sua arma. Não o reconheci, e não sabia o que teria feito se tivesse. Não hesitei. Soco o homem na garganta e então puxo minha arma. Coloco duas balas nele e continuamos a nos mover. Ele estava morto, e traí meu povo. Isso era o que precisava acontecer. Não podíamos ficar. Não podíamos fazer esse trabalho. Precisava dela, ela iria viver. Grávida ou não, precisava dela e tínhamos que fugir. — Era um dos seus — Ela grita. — Não tenho mais ninguém — Respondo — Vamos lá. Mantenha-se em movimento. Passando através da fumaça, tiros e gritos tocando tudo ao nosso redor. Paro de repente, ela puxando para baixo. Em frente, apareceu uma Spider, em nossa direção com um objetivo. Aperto três disparos e ela cai no chão. Podia ter mais delas vindo de todo o lado. — Tem mais delas — Digo — Elas estão aqui. Mas, de onde vem? — Do porão — Ela grita — Elas estavam no porão. — Como sabe? — A fumaça veio do chão. — Porra. Vamos lá. Recomeço com ela, meu coração acelerado com emoção e adrenalina. Não sabia para onde estávamos indo, ou se estávamos perto, mas nos mantive em movimento.

Finalmente chegamos a saída e tropeço para fora. A fumaça estava derramando na noite. Ambos saímos tossindo quando puxamos ar limpo para nossos pulmões. As pessoas estavam por todo o lado. Algumas eram Spiders e outros eram da máfia, e estavam lutando, brutal e mortalmente. Eu a puxo para perto, e corremos através da confusão. Paro para matar um homem que entrou no nosso caminho, atirando entre os olhos sem hesitar ou pensar. Simplesmente o matei e continuei nos movendo. Nada estava me atrapalhando. Nada estava me impedindo de salvar Cassidy. Sangue encharcava o chão quando os corpos eram rasgados ao meio. Em frente, alguns dos carros já estavam saindo. Colocoa na frente conforme me viro e dou mais alguns disparos. Seguro-os enquanto ela corre em direção ao caminhão. Uma vez que está lá a sigo. Abro a porta e me jogo dentro. Ligo o motor e acelero, indo em direção à noite. Ando na direção oposta da mansão, indo para longe do combate e da máfia. Nós vamos embora. Os tiros continuam quando os combatentes saem, mas estávamos correndo, voando ao longo das estradas. Dirigimos por dez minutos, fora cidade e para os subúrbios, antes de finalmente encostar. A magnitude total da minha decisão me atinge naquele momento e por algum motivo não me importava. Tudo o que importava era que Cassidy estivesse segura ao meu lado. Ela

olha para mim, com horror e medo nos olhos pelo que tinha visto. Agarro o rosto dela. — Você está bem? — Estou bem — Ela diz. Solto um suspiro e suavemente a solto. — Bom. — Rafa, o que estamos fazendo? Você matou um cara da máfia lá trás. — Acabamos com isso — Falo — Vamos embora. — O quê? Olho para ela. — Não posso obrigá-la ir comigo, mas quero que faça. — Ir para onde? — Não sei, mas tenho dinheiro. Um monte de dinheiro. Posso conseguir novas identidades. Podemos começar de novo. — Isso é loucura. — Não estamos seguros aqui. Nunca estaremos seguros aqui. As Spiders, a máfia, alguém tentará nos machucar mais cedo ou mais tarde. Mas se partimos agora e nunca mais voltar, o caos nos protegerá. Pensam que morremos ou algo pior. Podemos começar de novo.

Ela me olha surpresa e chocada. Não podia acreditar que estava disposto a deixar a máfia por ela, mas era verdade. — Não sei — Ela diz. — Eu te amo. Preciso de você. Vem comigo. Isso é real. Ela morde os lábios. — Também te amo. Eu sabia. Eu sentia. Precisava disso. Eu a beijo e ela me beija de volta. Depois de um tempo, talvez anos não sei, paramos. Estaciono o carro. Pego na mão dela. E saio. Eu a amava. Sabia que era verdadeiro, sabia que a amava desde o começo, mas agora disse isso. De alguma forma, falar em voz alta tornou mais real, tornava de alguma forma real. Daria qualquer coisa por ela. Faria qualquer coisa por ela. Não me importava se estava grávida ou não. Realmente nunca me importei, embora quisesse que fosse verdade. Ela era minha. Ela me fazia um homem melhor e sabia que estava fazendo a coisa certa. Poderia dar-lhes uma vida real. Eu lhe daria uma vida real. Bem longe, num lugar onde ninguém pudesse nos tocar. Somente eu, Cassidy e nosso bebê, juntos contra o mundo.

Isso era tudo o que precisava.

Capítulo Trinta e três Cassidy Um ano depois Respiro fundo, olhando para longe. Para as montanhas, bonitas e imponentes, nem um movimento, nunca mudando. Elas eram uma das duas constantes em minha vida. Rafa era outra constante. Amava o Colorado. Nunca pensei que iria, mas por algum motivo realmente combinou comigo. Talvez fosse o ar tranquilo ou apenas outra coisa, mas adorei. — Cassidy! Caminho até a margem. — Sim? — Venha aqui! Eu me abaixo, sorrindo para mim mesma. Tive um momento para mim pela primeira vez em tanto tempo e agora Rafa tinha que me chamar. Não que me incomodasse. Ele estava de plantão com o bebê e era um pai maravilhoso. Adorava estar ao redor dele e do pequeno Jonathan.

— Olhe — Entro na cozinha, no momento em que Rafa levantava Jonathan no ar. O bebê riu e espalhou seus braços como um avião e Rafa riu. Não pude deixar de rir também. Ele parecia com um pequeno avião de bebê. Rafa o desceu, rindo e fazendo cócegas em Jonathan. Nunca em toda minha vida imaginei que Rafa, esse homem da máfia, enorme, assustador e tatuado, ficaria como um bobo ao redor de um bebê. Mas assim que Jonathan nasceu, era exatamente o que aconteceu. Não ouvimos muito sobre máfia depois que saímos. Havia rumores de que algumas pessoas importantes da máfia morreram, mas nada era uma verdade concreta. Não havia muitas pessoas falando de uma família do crime de Chicago no Colorado. O que era exatamente nosso desejo. As Spiders nunca me contataram. Nunca entraram em contato comigo depois que as deixei, e presumi que isso era de propósito. Rafa nos comprou novas identidades quando viajamos, e acabamos em Boulder, Colorado. Rafa era um vendedor de carros. Era totalmente bizarro vê-lo ir para um trabalho normal, mas ele fez isso. Disse que adoraria voltar a rachar crânios se ele pudesse, mas precisava sustentar sua família. Em vez disso, ele estava vendendo e movendo o negócio.

Quanto a mim, ainda era uma jornalista. Aceitava empregos escrevendo para jornais

locais e lentamente

construía meu portfólio. Tirei um tempo para me dedicar a Jonathan, mas lentamente estava voltando ao normal. O bebê bocejou e eu ofereço meus braços. Rafa sorri e o entrega. — Você quer brincar de avião? — Ele pergunta. — Não, obrigada. Quero colocar o bebê para dormir. Ele suspira. — Sim, por favor. Preciso de algum tempo de adulto. — Eu sei — Digo sorrindo — Vamos lá. Carrego o bebê para cima nos meus braços. Consigo colocá-lo para dormir depois de apenas alguns minutos de agitação, que era basicamente um milagre. Quando volto, Rafa estava sentado no sofá, bebendo uísque. — Traga sua bundinha aqui — Ele diz. Caminho sorrindo. Ele me agarra, puxa-me para seu colo e me beija. Beijo de volta, um beijo gostoso e longo. Amo esse homem. Mesmo depois do bebê, ele ainda era incrível para mim. Ele fazia meu corpo sentir coisas que nunca imaginei e estávamos apenas começando. — Escute — Ele diz — Eu quero outro. — Outro?

— Bebê Dou risada. — Não. — Vamos lá — Ele me beija de novo — É tão divertido fazê-lo. — Sim, mas não é divertido tê-los. — Você sabe que quer outro. Suspiro. — Quero uma família maior. — Bem tudo bem. Vamos ao trabalho. — Mas dois filhos fora do casamento? Meus pais iriam desmaiar. — Felizmente, para os seus pais você está morta. Franzo a testa. Odiava essa parte de nossas vidas. Não fomos capazes de dizer nada a ninguém quando partimos, e deixei para trás toda a gente que conhecia. Ele me beija. — Sinto muito. Piada de mau gosto. — Tudo bem. — Posso fazer isso com você? — Você pode. — Bom — Pensava que ele ia me beijar de novo. Em vez disso, ele enfiou a mão no bolso e puxou um anel. Olho para ele.

— O que é isso? — Um anel de noivado. Case comigo. — Está falando sério? — Estou falando sério. — Pensei que isso traria muita atenção para nós. — Quero você. Vamos tornar isso oficial. — Sim — Digo — É claro. Ele coloca o anel no meu dedo, e o beijo, beijo forte e duro. Era exatamente o que precisava. Talvez não o que já imaginava, mas era o que precisava. Tinha meu bebê, meu marido, minha vida. Eu me senti completa e em paz pela primeira vez em muito tempo. Com Rafa sabia que ia ficar tudo bem. Ele me abraçou, me beijou, e fez coisas que nenhum outro homem poderia fazer. Ele levou tudo o que estava faltando dentro de mim, deu forma e devolveu. Ele me curou, corrigiu e não poderia fazer isso sem ele.
B.B. Hamel - Barone Crime Family 4 - Packing Heat (rev) R&A

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