TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO TOC PROF. SILVANA FELICIANO

TOC 

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma doença psiquiátrica muito comum, ela manifesta-se com diferentes níveis de gravidade.  Pode ser leve, não acarretando maiores problemas, ou grave, incapacitando totalmente seus portadores, exigindo hospitalização e interferindo na vida de toda a família.

TOC É um transtorno mental onde o indivíduo apresenta manifestações de obsessões ou pensamentos obsessivos.



TOC E PENSAMENTOS OBSESSIVOS 



Pensamentos obsessivos são ideias, imagens, sons, frases, lembranças, dúvidas ou impulsos, usualmente desagradáveis e acompanhados de apreensão ou angústia, que invadem a consciência contra a vontade da pessoa, de forma repetitiva e estereotipada. O indivíduo com toc, apesar de considerar os seus pensamentos obsessivos absurdos, estranhos ou exagerados, não consegue afastá-los. Tenta resistir a eles, ignorá-los ou suprimi-los com ações, atos mentais, ou com outros pensamentos, geralmente sem sucesso.

TOC - COMPULSÃO No TOC o indivíduo também apresenta reações compulsivas e imediata a estímulos externos.  São impulsos indesejados e intensos onde o mesmo irá realizar atos (rituais) para se livrar da ansiedade que a idéia obsessiva causa ao indivíduo.



TOC E COMPULSÕES MAIS COMUNS   



Evitar tocar pessoas para não se contaminar. Evitar de andar em locais considerados contaminados. Dúvidas repetidas e frequentes quanto a melhor decisão. Uma necessidade extrema de ter as coisas em ordem.

TOC E COMPULSÕES MAIS COMUNS 





Necessidade de lavar repetidamente as mãos, as roupas, o corpo. Evitar o contato com objetos considerados contaminados. Ex: trincos de portas, corrimãos de escadarias ou ônibus, assentos de banheiros públicos. Não usar toalhas dos demais membros da casa, não sentar em bancos de praças.

TOC E COMPULSÕES MAIS COMUNS    

Verificar repetidamente portas e janelas; Realizar contagens, rezas, repetir números ou palavras mentalmente; Repetir atos, toques, gestos. Alguns pacientes são também extremamente lentos, geralmente em função das dúvidas antes de tomar decisões, ou de compulsões mentais.

TOC E COMPULSÕES MAIS COMUNS 

  

Também são comuns pensamentos relacionados com agressividade. Medos absurdos de que possa acontecer algo de ruim para si ou seus familiares. Preocupações exageradas com exatidão, perfeccionismo, simetria, alinhamento. Lentidão para executar as tarefas do dia-adia.

TOC E RITUAIS 

Os rituais, compulsões ou comportamentos repetitivos são executados com a finalidade de reduzir o medo, desconforto ou apreensão que acompanham as obsessões, ou para prevenir algum evento temido, ou mesmo em virtude de regras auto impostas pelo indivíduo e que devem ser seguidas rigidamente, as quais, muitas vezes, nem ele mesmo consegue justificar.

TOC E RITUAIS 



 

Geralmente não possuem uma conexão realística direta com o que desejam prevenir ou neutralizar e são claramente excessivos. Ex: tentar prevenir uma doença apagando e acendendo uma luz várias vezes. Ex: tocar repetidas vezes num objeto, para não ficar doente. Ex: repetir tantas “x” vezes um determinado número para que algo de ruim não aconteça.

TOC - OBSESSÕES As obsessões graves podem causar perda de tempo, desconforto acentuado ou um distúrbio significativo na vida do indivíduo. 

TOC E MUDANÇA DE VIDA 

É onde o indivíduo muitas vezes falta ou chega atrasado no trabalho ou em qualquer compromisso social devido a obsessões compulsivas que o impedem de chegar no horário.

TOC E COMPORTAMENTO IRRACIONAL O indivíduo reconhece que seu pensamento e comportamento é excessivo e irracional, porém é compelido a continuar o ato devido ao sentimento de alívio do desconforto. 

RITUAIS E VERGONHA 



Muitos pacientes têm vergonha de seus rituais e até mesmo de seus pensamentos obsessivos, e em função disto procuram ocultá-los dos familiares, precisando esconder-se das demais pessoas para realizar atos que eles mesmos consideram absurdos. Como não conseguem controlar-se e nem evitá-los, interpretam tal necessidade como "mania", uma espécie de loucura, fraqueza, desvio moral ou da personalidade, o que aumenta a autocrítica e os sentimentos de culpa.

RITUAIS E VERGONHA 

Isto é muito comum naqueles pacientes cujas obsessões envolvem agressão, sexo, pensamentos obscenos ou blasfêmias.

TOC - OBSESSÕES  Portanto, obsessões são pensamentos,

ideias, imagens e impulsos indesejáveis, invasivos e persistentes que passam pela mente do indivíduo, muitas vezes.  Essas obsessões são irracionais e contra a sua vontade e tem grande significado emocional para o indivíduo com o distúrbio do TOC.  Essas obsessões causam muito desconforto, tremores, medo e ansiedade para o indivíduo.

TOC - RITUAIS 



Com o tempo o indivíduo aprende a impedir a ansiedade e o desconforto, evitando a situação a qual elas se associam, ou executando rituais que aliviam a ansiedade. Esta repetição de ideias imperativas e atos impulsivos controla o paciente a ponto de não mais conseguir realizar as suas atividades normais do dia a dia.

TOC - RITUAIS 

Alguns indivíduos passam a maior parte do dia realizando os seus rituais, que com o decorrer do tempo se transforma em uma obsessão única e exclusiva de sua vida.

TOC E COMORBIDADES 



Sabe-se ainda que fatores de natureza psicológica influem no surgimento, na manutenção e no agravamento dos sintomas de TOC. É bastante comum ainda que os sintomas surjam depois de algum estresse psicológico. Sabe-se também que conflitos psíquicos agravam os sintomas.

TOC E MEDO EXAGERADO 

Os pacientes com TOC sofrem de muitos medos exagerados e aprendem que usando certas rituais conseguem neutralizar seus medos, obtendo alívio da aflição que normalmente acompanham seus pensamentos e por este motivo passam a repeti-los, mesmo que isto significa estar mantendo ou agravando a doença.

TOC E DISTORÇÕES COGNITIVAS 





Os pacientes com TOC apresentam certas alterações no modo de pensar, perceber e avaliar a realidade. Eles tendem a supervalorizar a importância dos pensamentos como se pensar fosse o mesmo que agir ou desejar. Tendem a supervalorizar o risco e as possibilidades de ocorrerem eventos desastrosos (contrair doenças, perder familiares, contaminar-se).

TOC E DISTORÇÕES COGNITIVAS 



Tendem a superestimar a própria responsabilidade quanto a provocar ou prevenir eventos futuros. São perfeccionistas e perdem muito tempo com a preocupação de fazer as coisas bem feitas e evitar possíveis falhas ou imperfeições.

TOC E DISTORÇÕES COGNITIVAS  



Precisam ter certeza de tudo. Imaginam modificar o curso futuro dos acontecimentos com a execução dos rituais (pensamento mágico). Cada paciente pode apresentar uma ou mais destas distorções, que são mantidas, mesmo as evidências sendo contrárias a elas, ou apesar de não terem comprovação na realidade.

PORTADORES DE TOC São indivíduos:  Extremamente críticos. Com tendência a introspecção.  São tímidos. Voltam-se para si mesmo.  Preferem a solidão e o isolamento.  Modo de se vestir repetido.  Impulsos agressivos ou hostis.  Imagens sexuais.

PORTADORES DE TOC  

 

Seus escrúpulos são extremamente exagerados. São detalhistas, principalmente com relação a aparência e limpeza. Padrões de todo comportamento repetido. Atos mentais repetidos.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM   



Não impedir que o paciente realize o seu ritual, isso vai causar mais ansiedade e medo. Permanecer ao seu lado durante o ritual, principalmente quando houver risco. Não apressá-lo caso isso aconteça, ele iniciará novamente o ritual. Mantê-lo sempre ocupado com atividades que lhe proporcionem muito prazer.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM  

   

Dar apoio e mostrar aceitação. Fazer com esse paciente um planejamento do tempo, de tal forma que o ritual não interfira nas atividades diárias. Adquirir vínculo. Não criticar ou ridicularizar o seu comportamento. Não fazê-lo raciocinar sobre o seu ritual. Proporcionar oportunidades para que obtenha êxito.

TRATAMENTO 

Deve-se iniciar o tratamento com esclarecimentos a respeito da origem do quadro, estabelecimento de um vínculo com o paciente e família e suporte técnico para orientação ao paciente e família.

TRATAMENTO   

 

MEDICAÇÕES. TERAPIA INDIVIDUAIS. TERAPIA DE GRUPOS. TERAPIA FAMILIAR. INSERÇÃO DO PACIENTE EM GRUPOS DE AUTO AJUDA.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO  Casos

leves de TOC são administrados só ansiolíticos.

TRATAMENTO MEDICAÇÕES 



São utilizados os antidepressivos que apresenta também uma ação antiobsessiva, normalmente são utilizados doses mais altas que na depressão. Ex: Clomipramina (Anafranil), Paroxetina (Aropax, Pondera), Fluvoxamina (Luvox), Fluoxetina (Prozac, Psiquial, Verotina, Deprax, etc.), Sertralina (Zoloft, Tolrest), Citalopram (Cipramil).

TRATAMENTO MEDICAÇÕES Deve-se manter a medicação por pelo menos 3 meses em dose máxima para avaliação de sua eficácia.  Caso os sintomas estejam controlados, pode-se começar a redução para uma dosagem de manutenção após 6 meses e tentar sua suspensão após 18 meses. 

MEDICAÇÕES E EFEITOS COLATERAIS 

Muitos pacientes abandonam a medicação por causa dos efeitos colaterais. É importante lembrar que, embora incômodos, eles são mais intensos nas primeiras semanas de uso e que, em geral, diminuem depois.

MEDICAÇÕES ANTIDEPRESSIVAS E EFEITOS COLATERAIS 



Os mais comuns da clomipramina são: constipação intestinal, tonturas, "queda de pressão", boca seca, visão borrada, sonolência, retardo na ejaculação. São mais raros tremores das mãos e sudorese noturna. Os mais comuns da fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina e citalopram são: inquietude, náuseas, dor abdominal, diarréia, insônia, dor de cabeça, disfunção sexual, tremores e, eventualmente, sonolência.

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL A TCC é considerada um dos tratamentos de primeira linha para o TOC, juntamente com os medicamentos. 

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 

A TCC baseia-se na constatação de que, se o paciente desafia seus medos. Ex: expondo-se às situações que evita ou tocando nos objetos que considera contaminado (exposição) e, ao mesmo tempo, deixa de realizar os rituais de descontaminação em pouco tempo a ansiedade e o desconforto desaparecem espontaneamente em alguns pacientes.

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 



Na verdade a terapia cognitivocomportamental exigirá um esforço bastante grande por parte do paciente para fazer o contrário do que estava habituado. São mencionadas algumas recomendações: Tudo o que costuma evitar tocar por considerar sujo ou contaminado, toque por tempo prolongado (15 a 20 minutos ou até não sentir mais nenhuma aflição).

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 



Se sentir vontade de lavar as mãos, depois de tocar em algo que considera sujo ou contaminado, evite fazê-lo por pelo menos uma hora e meia (até “esquecer”). Lave as mãos só por motivos de higiene: antes das refeições, depois de usar o banheiro, ou quando estejam de fato sujas. Se tiver alguma dúvida observe como a maioria das pessoas se comporta: é uma forma de constatar quando um determinado comportamento pode ser exagerado.

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 



Verifique portas e janelas apenas uma vez, e contenha-se de fazer novas verificações. Aprenda a perceber quando sua mente é invadida por obsessões (idéias fixas, medos ou pensamentos absurdos ou exagerados), diga para você mesmo em voz alta “Para”, e procure se distrair ocupando-se com alguma atividade prática.

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 



Tentar afastar da mente pensamentos "horríveis". Se você não der importância eles desaparecem por si. Mas se tentar fazer algo para neutralizá-los não só estará colaborando para que eles reapareçam, mas para que reapareça com maior intensidade ainda. Evite neutralizá-los com rezas, contagens ou pensamentos contrários.

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 

 

Não tente ter certeza de tudo. Muitas vezes isto é impossível, assim como não cometer falhas ou fazer as coisas absolutamente perfeitas. Evite repetições ou perguntar coisas que você já sabe. Pergunte para você mesmo se você tem alguma comprovação para o desastre que você imagina, ou de que você de fato seja capaz de cometer as coisas horríveis que lhe passam pela cabeça, ou se na verdade estes pensamentos lhe ocorrem porque você tem TOC.

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 

Observe como a maioria das pessoas pensa, avalia, sente e se comporta diante de situações idênticas: todos têm os mesmos medos ou só você? Todos fazem as mesmas verificações ou repetem as coisas como você, ou isto ocorre porque você tem um transtorno (TOC)? Seus medos têm alguma comprovação de que podem ser verdadeiros ou são claramente exagerados?

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 





Procure enfrentar tudo o que tem evitado e deixe de fazer tudo o que lhe dá alívio. Lembre-se de que, em pouco tempo, a ansiedade desaparece com a repetição dos exercícios; Quanto maior o tempo dedicado a estes exercícios e maior o número de vezes a eles dedicado, mais rápida é a redução dos sintomas; Para convencer-se de que seus medos são absurdos, exagerados ou infundados, nada melhor do que testálos na prática.

TOC E FAMÍLIA Muitos familiares também não compreendem as manifestações do TOC, ainda mais que em muitas situações interferem de forma acentuada nas rotinas da própria família e no desempenho profissional ou escolar do paciente. 

TOC E APOIO FAMILIAR A família pode se transformar em um suporte importante para o diagnóstico e tratamento do TOC.  Pode auxiliar a identificar rituais encobertos e não percebidos pelo próprio paciente, na elaboração das listas de rituais.  Para tanto, é necessária a compreensão da doença e da ansiedade do paciente. 

TOC E APOIO FAMILIAR A família deve ser orientada sobre a importância da adesão ao tratamento,  A ter paciência e tolerância para eventuais aumentos de ansiedade ou retrocessos do paciente.  Se houver um familiar com o qual o paciente tenha uma melhor relação, este poderá ser escolhido, em acordo com o terapeuta, para apoiar na realização das tarefas. 

OBRIGADA
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