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Marcella Ganme LVI terça-feira, 4 de agosto de 2020
Tendinopatias do Tornozelo
Considerações Iniciais
- O tendão de aquiles é formado por 3 mm: o tríceps sural, gêmeos e sóleo. Eles se unem no terço médio da perna e formam o tendão do calcâneo, que se insere na tuberosidade posterior do calcâneo. A principal função do tendão é a flexão plantar do pé.
- Há, no tendão, uma zona sem vascularização, localizada de 2 a 6cm da inserção. É nessa região que ocorre a grande parte das lesões e rupturas.
Tendinite de Aquiles
- A tendinite é mais prevalente na população fisicamente ativa, configurando a lesão por sobrecarga. A corrida na rua é uma das principais causas, principalmente em indivíduos sem o preparo adequado. A tendinite pode ser dividida em insercional e em não insercional, dependendo do local de acometimento.
- Causada por uso excessivo, aumento súbito de carga de treino, doenças sistêmicas, uso de medicação (fluoroquinolonas), alterações biomecânicas, diminuição do espaço retrocalcâneo
- Fatores de risco: obesidade, idade avançada, DM, pé cavo, pé excessivamente pronado, overuse, erros de treinamento 1
terça-feira, 4 de agosto de 2020
- Tendinose Não insercional: paratendinite ➔ tendinose Peritendinite: inflamação na periferia do tendão; leva a diminuição da irrigação do tendão e, consequentemente, a uma degeneração atrófica (tendinose) Tendinose: processo de degeneração do tendão (não há receptores de dor no interior do tendão, de forma que não cursa com dor no começo) sem inflamação; a perda da elasticidade das fibras gera micro-rupturas no tendão, que, com o tempo, levam a ruptura completa Quadro clínico: dor retrocalcaneal crônica com piora aos esforços, edema e aumento de temperatura, espessamento do tendão, fraqueza na fase de impulso da marcha, alargamento do tendão com aumento da dorsiflexão, ruptura tendinosa
- Tendinite insercional: microrupturas, degeneração das fibras colágenas, fibrose e calcificação (esporão); costuma cursar com bursite retrocalcânea (conjunto de bursite + tendinite é chamado de deformidade Haglund); comum em pacientes com artrite reumatóide ou gota
Quadro clínico: A dor tipicamente é mais intensa pela manhã, ao levantar para andar, ou ao longo do dia, no início dos movimentos de marcha (durante a noite, há cicatrização das microrupturas e, ao colocar o pe no chao, a alongamento brupto), alargamento do tendão
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terça-feira, 4 de agosto de 2020 Exame físico: paciente vai apresentar dor à palpação da região acometida e muitas vezes um espessamento visível e até palpável, seja no tendão, seja em sua inserção no calcâneo.
- Diagnóstico: história clínica + RNM - Tratamento: iniciado pelo tratamento conservador (repouso + crioterapia + gelo + fisioterapia), se não funcionar, usamos gesso; se não funcionar, partimos para a cirurgia (desbridamento, alongamento, reforço do tendão com transferência tendinosa)
Lesão Aguda do Tendão de Aquiles
- A ruptura do tendão de aquiles ocorre por uma sobrecarga mecânica em um tendão previamente degenerado; assim, a rotação abrupta das fibras na região avascularizada promove a ruptura ➔ acredita-se que a ruptura não ocorre sem degeneração prévia (se o tendão estiver intacto, a rotação leva a fratura do calcâneo)
- Fatores de risco: uso de antibióticos (fluoroquinolonas) e corticoides, gota, artrite reumatóide, dislipidemia, sobrepeso. A maior incidência é em homens, com sobrepeso, dos 30 aos 50 anos, que praticam esportes apenas casualmente.
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terça-feira, 4 de agosto de 2020
- Mecanismos de ruptura: impulso com pé apoiado e joelho estendido (arrancada), dorsiflexão súbita e inesperada do tornozelo (pisar em um buraco) e dorsiflexão forçada (queda de altura)
- Quadro clínico: dor súbita, as vezes acompanhada de estalido; incapacidade para continuar atividade física.
- Exame físico: edema posterior, depressão no local da ruptura, dor. A capacidade de realizar a flexão plantar do tornozelo é mantida (flexor longo do hálux e flexor plantar dos dedos) ➔ subdiagnóstico (como movimento é mantido acreditam que não houve rompimento) Teste de thompson: paciente de bruços, com joelhos dobrados, aperta-se a panturrilha. Se o pé entrar em flexão plantar, o exame está normal; se o pé não se mexer, teste + para ruptura
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terça-feira, 4 de agosto de 2020 Teste de Maties: joelhos dobrados, paciente de bruços; se tiver tendão rompido, pé “cai" para o lado
- Diagnóstico: quadro clínico + exame físico + exames complementares (usg, radiografia ou rnm)
- Tratamento: conservador ou cirúrgico Conservador: Gesso suropodálico (perna até dedos do pé) de 6 a 8 semanas + tratamento funcional (mobilização precoce); indicado em idosos, sedentários, diabéticos, tabagistas Cirúrgico: O tratamento cirúrgico pode ser realizado de maneira aberta convencional, percutânea ou por mini-incisão; indicado para atletas
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terça-feira, 4 de agosto de 2020
Entorse do Tornozelo
- O entorse do tornozelo é uma lesão comum, causada, em geral, pela inversão e flexão plantar, o que lesiona o complexo ligamentar lateral do tornozelo e subtalar (ligamento talofibular anterior e posterior e ligamento calcaneofibular). Estabilidade do tornozelo: ligamentos (estática) e ação muscular, propriocepção e gravidade (estabilidade dinâmica) Lesões comumente associadas: lesões condrais, osteocondrais, ligamentos mediais, ligamentos do pé, fraturas, neurite (lesão do n sural ou fibular superficial)
- Quadro clínico: dor, edema e hematoma - Diagnóstico: quadro clínico + exame físico + exames complementares (raio x para descartar fratura, RNM para melhor visibilidade ligamentar)
- Classificação: Grau I: estiramento do talofibular anterior; cursa com dor leve a moderada, deambulação presente e mínima perda funcional Grau II: lesão parcial do talofibular anterior e do calcâneo-fibular; cursa com dor moderada a grave, claudicação ou incapacidade para marcha, perda funcional Grau III: lesão do talofibular anterior, calcâneo fibular e talofibular posterior; cursa com dor e edema grave, incapacidade de marcha e grande perda funcional
- Tratamento: grau I e II com tratamento funcional; grau III com imobilização + fisioterapia; tratamento cirúrgico em caso de falha 6
terça-feira, 4 de agosto de 2020
- Instabilidade crônica: lesões agudas não tratadas levam a instabilidade crônica (pode levar a artrose). A lesão mais comum é a lesão dos mecanorreceptores, de forma que há perda da propriocepção. Pode ser instabilidade mecânica (exame radiológico +) ou funcional (exame radiológico negativo). Quadro clínico: queixa de dor e entorses frequentes, pode cursar com edema; atenção a lesões associadas Exame da gaveta: tornozelo é puxado para frente e o pé sai de baixo da perna no raio-x; deve ser feito comparativamente Tratamento: treino de propriocepção + fortalecimento dos fibulares; possibilidade de órtese; em caso de falha, tratamento cirúrgico (reconstrução anatômica ou não anatômica)
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