Apostila 4 – Botânica e Zoologia

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Curso de Biologia AULA 1 Introdução ao Reino Vegetal O Reino Plantae ou Vegetalia ou Metaphyta engloba organismos conhecidos por vegetais ou plantas, possuindo características como: - São organismos eucariontes pluricelulares dotados de organização tecidual; as algas pluricelulares (clorofíceas, rodofíceas e feofíceas), anteriormente consideradas vegetais, passaram a ser incluídas no Reino Protista por não apresentarem esta organização tecidual, além de haver representantes unicelulares no grupo. - São autótrofas fotossintetizantes dotadas de clorofilas a e b; as algas podem apresentar outros tipos de clorofila, mas como já mencionado, são atualmente consideradas integrantes do Reino Protista. - São dotadas de células com parede celular à base de celulose, e armazenam amido como substância de reserva. - Não apresentam tecido nervoso, não possuindo, portanto, sensibilidade. - Não apresentam tecido muscular, não possuindo, portanto, capacidade de locomoção. - Apresentam crescimento ilimitado, ou seja, mantêm o crescimento por toda a vida, apesar de que, quando adultas, possuem um menor ritmo de crescimento. A capacidade de continuar crescendo por toda a vida é devida à existência de células meristemáticas, indiferenciadas, localizadas no ápice do caule e da raiz. Em organismos animais, o crescimento limitado é benéfico para evitar dimensões exageradas que dificultariam a locomoção e, consequentemente, a busca por alimento. Além disso, grandes dimensões implicam em grande necessidade calórica, o que é inadequado para o modo de vida desses organismos. Em organismos vegetais, o crescimento pode ser ilimitado, porque, por não se locomoverem, não possuem restrições de peso. Além disso, e principalmente, o crescimento ilimitado permite maiores dimensões, o que facilita a captação de luz e, desse modo, a fotossíntese. Segundo a Taxionomia moderna, uma apomorfia (característica comum e exclusiva do grupo) das plantas terrestres que pode ser usado como critério de definição do Reino Plantae é a formação de um embrião maciço e com nutrição dependente da planta mãe. Esse embrião maciço diferencia plantas de animais, cujo embrião (blástula) é oco devido à existência da blastocele. Esse embrião de nutrição matrotrófica (matro = mãe, trophos = alimentação) diferencia plantas de algas, que não formam embrião (a partir do zigoto ou dos esporos forma-se diretamente um organismo adulto) ou formam um embrião clorofilado nutricionalmente independente do talo da alga mãe. Usa-se, então, o nome Embryophyta (embriófitas) para descrever as plantas terrestres, o que implica na existência do embrião sem nutrição independente e sem cavidade interna.

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A evolução das plantas Algas Algas são organismos autótrofos fotossintetizantes sem organização tecidual, restritos a ambientes aquáticos ou terrestres úmidos e dotados de clorofila como pigmento fotossintetizante. O termo phyceae vem do grego ‘alga’, de modo que organismos com tal designação devem ter relação com as algas. As algas pluricelulares são conhecidas como talófitas (corpo formado por um talo, uma massa de células não diferenciadas em raiz, caule folhas). Uma vez que são aquáticas, não precisam de estruturas impermeabilizantes. São avasculares, pois não apresentam vasos condutores de seiva, de modo que a distribuição de substâncias ocorre por difusão célula a célula. A difusão célula a célula é um processo lento e bastante ineficaz, o que normalmente restringe bastante o tamanho do organismo, por não permitir a condução de água ou gases das superfícies de absorção até o interior do corpo em tempo hábil para manter o metabolismo das células. Para algas, entretanto, devido à ausência de estruturas impermeabilizantes e ao seu habitat aquático, todo o corpo funciona como superfície de absorção de água. Como a pequena espessura do talo permite a difusão célula a célula de modo bastante eficaz, em toda a extensão corporal, algumas algas podem atingir grandes comprimentos (até 100 metros, como nas kelps, gênero Macrocystys), mesmo sem haver vasos condutores. Nessas algas maiores, podem ocorrer células condutoras, mas não ainda caracterizados como vasos condutores. A reprodução envolve gametas masculinos flagelados. O ambiente aquático possibilita a reprodução desse modo. Algas são criptógamas (cryptós = escondido), ou seja, não possuem órgãos reprodutivos facilmente visíveis (ou seja, não possuem flores).

Transição do ambiente aquático para o terrestre Acredita-se, atualmente, que os vegetais terrestres tenham se originado a partir de grupos primitivos de algas verdes, que deram origem, também, às atuais clorofíceas. Essa proximidade evolutiva é evidenciada por uma série de semelhanças, entre as quais se destacam os mesmos tipos de clorofila (a e b), a mesma substância de reserva (amido) e a formação de lamela média à base de fragmoplastos após a divisão celular (pelo menos em algumas formas de clorofíceas). As algas pardas e vermelhas teriam sido originadas por outros grupos primitivos de organismos. Considerando os ambientes aquáticos e terrestres, há vantagens e desvantagens a considerar em cada um deles. O ambiente aquático oferece um meio adequado para o desenvolvimento (lembre-se que a maior parte da composição de qualquer organismo vivo é a água), não havendo risco de ressecação. A água tem um alto calor específico, conferindo a esse ambiente uma razoável estabilidade térmica. Entretanto, há no ambiente aquático algumas limitações, em particular para atividades como fotossíntese e respiração.

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- O ambiente aquático não tem muita luz disponível, uma vez que ela só penetra até um máximo de cerca de 400 metros de profundidade no oceano. - O gás carbônico necessário à fotossíntese e o gás oxigênio necessário à respiração não são muito solúveis em água, havendo pois baixa disponibilidade de gases na água. - Não há tampouco tantos sais minerais. Com exceção de NaCl, os teores de sais minerais são muito pequenos na água. Desse modo, as primeiras “plantas”, as algas, apesar de aquáticas, preferem se instalar próximas ao litoral, onde há uma série de benefícios: menores profundidades e consequentemente mais luz, mais gases devido à agitação das ondas que favorece uma maior dissolução de gases na água e mais minerais, uma vez que os rios “lavam” os solos, transportando sais minerais para as praias. Algas capazes de se instalar nessas regiões costeiras apresentam pois vantagens em relação àquelas das regiões de mar aberto. O litoral, entretanto, oferece riscos. A turbulência da água gerada por ondas pode arrancar as algas do lugar onde estão instaladas, o que se torna desvantajoso, uma vez que elas já estão no litoral para se beneficiarem da maior disponibilidade de luz, gases e sais. As variações dos níveis de água proporcionados pelas marés podem aprisionar algas em áreas secas, havendo então riscos de ressecação. As algas que resistiram às condições adversas das regiões litorâneas foram aquelas selecionadas por terem estruturas de fixação para resistir à turbulência gerada pelas ondas (apressórios, que em grupos terrestres equivale à raiz) e estruturas impermeabilizantes para aumentar as chances de sobrevivência em casos de aprisionamento em áreas secas no caso de marés muito baixas. Em algumas algas de maiores dimensões, houve seleção de células condutoras de matéria orgânica das porções superiores iluminadas e fotossintetizantes para as porções de fixação instaladas em maiores profundidades e com menor disponibilidade de luz, devido à sombra das demais partes do talo. Essas algas instaladas no litoral são possivelmente aquelas que deram origem às plantas terrestres. Expostas ao ambiente de terra firme, vantagens como a maior disponibilidade de luz, gases e nutrientes minerais começaram a ser percebidas, e a seleção natural novamente favoreceu aqueles organismos com estruturas de fixação e absorção de água, impermeabilização e condução cada vez mais eficientes. Nessa transição evolutiva de “plantas” aquáticas (algas) para o ambiente terrestre, foram selecionadas transformações que surgiram ao acaso e que se mostraram adaptativas às novas condições ambientais. Adaptações ao ambiente terrestre No ambiente terrestre, os organismos enfrentam problemas diferentes dos que encontram no ambiente aquático, sendo o mais importante deles a falta de água. No ambiente aquático, as plantas absorvem água diretamente do meio que as circunda, não existindo células ou tecidos especializados na absorção e na condução de água. No ambiente terrestre, a quantidade de água sob a forma líquida é bem menor, estando a maior parte dela acumulada no interior do solo. Estruturas como rizoides e raízes,

exercendo funções de absorção de água e de fixação da planta ao solo, foram positivamente selecionadas propiciando a expansão das plantas para o ambiente terrestre. Além do problema da obtenção de água, as plantas enfrentam, no ambiente terrestre, o problema da perda de água devido à evapotranspiração. O surgimento de cutículas e súber impermeáveis e de estruturas denominadas estômatos, dotadas de poros que podem abrir ou fechar de modo a controlar a saída de água das plantas, também contribuiu para o sucesso das plantas no meio terrestre. Estruturas impermeáveis estão ausentes em plantas briófitas em geral, sendo os estômatos encontrados em somente alguns grupos dessas plantas. A ausência dessas estruturas impermeabilizantes restringe as briófitas a ambientes úmidos e sombrios, devido a sua grande tendência de desidratar. Em pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, essas estruturas são encontradas, sendo tais plantas capazes de habitar locais ensolarados. Os estômatos também vêm compensar outra séria dificuldade do meio terrestre quando comparado ao meio aquático, que se trata das temperaturas muito variáveis ao longo do tempo. A transpiração por estômatos auxilia o controle térmico. Outra modificação que se mostrou altamente vantajosa foi o desenvolvimento de tecidos de sustentação e de transporte, ausentes nas algas e nas briófitas. Os tecidos de sustentação permitiram que as plantas se mantivessem eretas, buscando melhores condições de luminosidade, o que se tornou particularmente importante com o aumento da competição entre as plantas terrestres por luz. Os tecidos condutores permitiram a condução de água e dos sais minerais, retirados do solo pelas raízes (seiva bruta), para as partes superiores das plantas, de modo que a reposição de água se dá numa velocidade maior do que as perdas por transpiração, o que dificulta a ressecação. A água é conduzida até as folhas, então, onde, através da fotossíntese, são produzidas substâncias orgânicas. Estas, juntamente com a água (seiva elaborada), são transportadas pelos tecidos condutores, das folhas até às raízes, distribuindo nutrientes às demais células da planta. Os tecidos de sustentação e de transporte propiciaram o surgimento de plantas de grande porte. Os vasos condutores de seiva surgiram inicialmente nas pteridófitas, plantas consideradas as primeiras entre as tipicamente terrestres. Quanto à reprodução sexuada, o grande passo que favoreceu a exploração do ambiente terrestre pelas plantas foi a diminuição da dependência da água para a reprodução. As algas reproduzem-se sexuadamente através de gametas móveis flagelados que se deslocam no ambiente aquático. Tal mecanismo, obviamente, não é eficiente no meio terrestre. As briófitas e as pteridófitas ainda são plantas que dependem de água para a reprodução, pois seus gametas masculinos são flagelados, havendo necessidade de gotas de chuva ou de orvalho para que eles entrem em contato com o gameta feminino. Em função disso, essas plantas ainda estão restritas a ambientes úmidos. Nas gimnospermas e angiospermas, já não há mais essa dependência de água para a reprodução. Os elementos reprodutores masculinos são imóveis, sendo levados por estruturas denominadas grãos de pólen até os elementos femininos através

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Curso de Biologia de diferentes agentes de polinização, como o vento, os pássaros e os insetos. Quem surgiu primeiro: briófitas ou pteridófitas? As briófitas são normalmente consideradas as primeiras plantas terrestres, devido à sua simplicidade quando comparadas com as demais plantas, e à sua grande dependência de ambientes úmidos e sombrios para a sobrevivência. Segundo essa ideia, as pteridófitas teriam surgido depois. Entretanto, registros fósseis levantam dúvidas, uma vez que os fósseis mais antigos de briófitas e pteridófitas têm idades semelhantes. Assim, para alguns autores, talvez as pteridófitas tenham sido a primeiras plantas terrestres. Além disso, se as briófitas tivessem sido os primeiros vegetais terrestres, um questionamento poderia ser levantado: como elas estão restritas a ambientes sombrios, como poderiam ter sobrevivido em terra sem cobertura vegetal nenhuma e consequente sem ambientes sombrios (talvez por exceção da sombra de rochas e cavernas)? Sendo as pteridófitas as primeiras plantas terrestres, essa pergunta não precisa ser feita, já que elas são dotadas de estruturas impermeabilizantes que lhes permite habitar locais ensolarados. As pteridófitas então fariam sombra, e segundo essa ideia, nessa sombra, as primeiras briófitas poderiam ter se desenvolvido.

Briófitas

As briófitas, representadas pelos musgos, são muitas vezes consideradas as primeiras plantas terrestres, sendo organismos, ao contrário das algas, dotados de organização tecidual. Entretanto, não possuem ainda órgãos bem caracterizados, ou seja, não possuem raiz, caule e folhas, mas estruturas mais simples e avasculares denominadas rizoides, cauloides e filoides. Apesar de terrestres, sofrem duas sérias limitações: estão restritas a ambientes sombrios e úmidos. Briófitas estão restritas a ambientes sombrios porque elas não possuem estruturas impermeabilizantes, estando facilmente sujeitas a ressecação. Além disso, briófitas são avasculares, dependendo da difusão célula a célula para a condução de água. Ao contrário de algas que absorvem água por todo a superfície de seu talo, em briófitas, a única região de absorção de água são os rizoides, e a condução é mais lenta que a evaporação, reforçando a tendência a ressecação. Caso sejam muito altas, a água não consegue atingir as regiões mais superiores, que ressecam. Assim, a ausência de vasos condutores e tecidos de sustentação justificam o pequeno porte (até cerca de 20 cm de altura) dessas plantas. Também são criptógamas e de gametas masculinos flagelados, o que justifica sua restrição a ambientes úmidos: há dependência da água para a reprodução. São plantas embriófitas, formando embrião no ciclo de vida (algas não são embriófitas, não possuindo um embrião caracterizado). Como já dito, alguns autores têm questionado nos últimos anos as briófitas serem as primeiras plantas terrestres, uma vez que elas estão restritas a locais sombrios. Como haveria sombra num ambiente virgem e estéril de quando as plantas saíram da água? Rochas não teriam como proporcionar sombra em tempo

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integral. Assim, talvez as pteridófitas tenham surgido primeiro, e sob sua sombra, as briófitas teriam encontrado seu nicho ecológico.

Pteridófitas

As pteridófitas, representadas pelas samambaias, são consideradas as primeiras plantas realmente terrestres, já podendo habitar locais ensolarados, desde que úmidos. Elas são as primeiras cormófitas: o corpo agora é um cormo, bem diferenciado em órgãos como raízes, caule e folhas. as primeiras plantas com estruturas São impermeabilizantes, daí a possibilidade de habitar locais ensolarados. São também as primeiras plantas com tecidos vasculares (traqueófitas) e tecidos de sustentação, o que contribui para a diminuição de risco de ressecação, bem como para maiores dimensões. Portes maiores são vantajosos para a melhor captação de luz. As limitações das pteridófitas em termos de habitat são reprodutivas: novamente são criptógamas e de gametas masculinos flagelados, com dependência da água para a reprodução, o que novamente justifica sua restrição a ambientes úmidos. São também embriófitas.

Pteridospermas As pteridospermas estão atualmente extintas, e seus órgãos vegetativos, raízes, caules e folhas, eram semelhantes aos das samambaias, apesar de já produzirem sementes. Elas seriam, portanto, “samambaias com sementes” e muito provavelmente foram as precursoras das atuais gimnospermas.

Gimnospermas Com a Terra ficando mais seca, o que ocorreu há alguns milhões de anos, a dificuldade de se reproduzir tornou-se um problema para as então dominantes pteridófitas. Assim, a seleção natural favoreceu o surgimento de um novo grupo vegetal: as gimnospermas, representadas pelos pinheiros. Como o grupo anterior, são cormófitas, dotadas de estruturas impermeabilizantes, traqueófitas e embriófitas, podendo pois facilmente se instalar em áreas ensolaradas. A maior novidade é a não restrição a ambientes úmidos, devido a um a série de importantes inovações no campo reprodutivo. A primeira inovação é o fato de serem plantas fanerógamas (fanerós = visível), com estruturas reprodutoras bem visíveis, nesse caso chamados de estróbilos (para alguns autores, um tipo de flor). Esses produzem grãos de pólen, que carregam células que originarão os gametas masculinos (não flagelados nesse grupo vegetal). Os grãos de pólen são nesse caso dotados de sacos aéreos, que funcionam como velas, sendo transportados pelo vento, sem necessidade da participação de água. Um inconveniente é que o vento não é direcionado, não garantindo que o pólen vai para o estróbilo de outro membro da espécie para haver a reprodução. As gimnospermas aumentam suas chances de polinização produzindo grandes quantidades de pólen. (Se bem que a água também não oferece essa garantia: mesmo os gametas masculinos de criptógamas sendo flagelados, eles não têm forças para vencer correntezas

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mínimas, dependendo da direção da água). O transporte do pólen é chamado de polinização, e no caso de gimnospermas, é chamado de polinização anemófila (proporcionada pelo vento). Em gimnospermas inferiores, como as cicas e o ginkgo, o grão de pólen ao chegar libera os gametas masculinos flagelados, que nadam num líquido encontrado no interior do estróbilo para fecundar o gameta feminino. Apesar de a água não ser necessária no transporte do pólen de uma planta a outra, é necessária ao encontro dos gametas dentro do estróbilo. A independência máxima em relação à água para a reprodução vem com o surgimento do tubo polínico, em gimnospermas superiores, como os pinheiros. Quando o pólen chega ao estróbilo de outras plantas, forma um tubo polínico, que permite o deslocamento do gameta masculino não flagelado até o gameta feminino sem necessidade da participação de água. Gimnospermas são ditas, devido à presença de tubo polínico, sifonógamas. Graças ao pólen e ao tubo polínico, gimnospermas são as primeiras plantas independentes da água para a reprodução. Gimnospermas são também as primeiras plantas espermatófitas, plantas dotadas de sementes. Sementes são bem resistentes a secas, mais uma interessante adaptação à vida terrestre. Apesar de dotadas de sementes, não ocorrem frutos em gimnospermas, de modo que as sementes são expostas, o que origina o nome do grupo (gymnós = nu; spermatós = semente: “semente nua”).

Angiospermas O que há de mais moderno em termos de vegetais, entretanto, são as angiospermas. Elas correspondem a 90% da cobertura vegetal atual, com cerca de 285 mil espécies num total de 315 mil espécies do Reino Vegetal. A maior parte das características de angiospermas é compartilhada com gimnospermas: ambas são cormófitas, com estruturas impermeabilizantes, traqueófitas, fanerógamas, sifonógamas, espermatófitas e, ufa, embriófitas. As novidades das angiospermas que justificam sua ampla dominância nas paisagens vegetais do mundo atual são duas: flores verdadeiras e frutos. Flores verdadeiras, ao contrário dos estróbilos das gimnospermas, possuem uma série de atrativos bem perceptíveis: pétalas vistosas e coloridas, glândulas odoríferas ou osmóforos produtores de perfume e nectários produtores de secreções açucaradas conhecidas como néctar. Este néctar atrai animais que o utilizam como alimento. As cores e odores indicam aos animais onde há néctar. Quando os animais vão recolher o néctar, o pólen das angiospermas, dotado de uma parede espinhosa chamada exina, adere aos animais. Como cada flor apresenta pequenas quantidades de néctar, estes animais precisam visitar várias flores por dia para consegui-lo em quantidades satisfatórias. Assim, a polinização é feita por esses animais, que garantem que o pólen vai para outras flores da mesma espécie, mesmo com uma mínima quantidade de pólen gerado. Essa polinização por animais é chamada de zoófila: entomófila por insetos, ornitófila por aves, quiropterófila por morcegos, malacófila por moluscos ou artificial por humanos.

Em gimnospermas, a semente é desprotegida, não havendo frutos. Em angiospermas (angiós = urna), frutos são estruturas derivadas do ovário da flor verdadeira, e consistem numa eficiente proteção para a semente. Além disso, são nutritivos e saborosos, atraindo animais que venham comê-lo. Como a semente tem sabor desagradável, normalmente é descartada, facilitando a dispersão da planta. Às vezes, a semente é engolida, e tendo revestimentos de celulose, não digerível, atravessa intacta o tubo digestivo do animal sendo descartada nas fezes. Novamente a dispersão é facilitada. Nesse caso, a dispersão é chamada de zoócora (por animais). Alguns frutos secos aderem a animais, que o carregam, como ocorre no carrapicho. Outros frutos secos apresentam projeções aladas para a dispersão anemócora (pelo vento), como ocorre no algodão e no dente-de-leão. Outros frutos secos ainda são dotados de reservas de ar para flutuar na dispersão hidrócora (pela água), como ocorre no coco.

Classificação taxionômica em vegetais A classificação taxionômica em vegetais é mais uma tradicional confusão em Biologia, em que cada autor utiliza uma classificação diferente. Principalmente para saber quais são as Divisões no Reino Plantae. Dessa forma, torna-se difícil afirmar qual o melhor sistema de classificação, havendo quatro muito utilizados: o de Eichler (1883), o de Tippo (1942), o de Whittaker (1969) e o de Bold (1970). Não se pretende, discutir detalhadamente cada um desses sistemas. Serão apresentados três deles, simplesmente para comparação, não havendo necessidade de que sejam fixados em seus detalhes. Discutiremos apenas alguns termos introduzidos por esses sistemas de classificação e muito empregados na ciência que estuda as plantas: a Botânica. Os sistemas aqui apresentados estão simplificados, pois não é objetivo discutir sistemática vegetal. Em Botânica, alguns autores preferem o termo “Divisão” em vez de “Filo”. EICHLER, 1883 REINO VEGETAL a) Cryptogamae Divisão 1: Thallophyta - Classe 1: Algae, Cyanophyceae, Phaeophyceae, Rhodophyceae - Classe 2: Fungi Divisão 2: Bryophyta Divisão 3: Pteridophyta b) Phanaerogamae Divisão 1: Spermatophyta Classe 1: Gymnospermae Classe 2: Angyospermae

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Chlorophyceae,

Curso de Biologia TIPPO, 1942 REINO VEGETAL Sub-Reino 1: Thallophyta Filo 1: Cyanophyta Filo 2: Chlorophyta Filo 3: Euglenophyta Filo 4: Phaeophyta Filo 5: Rhodophyta Filo 6: Chrysophyta Filo 7: Pyrrophyta Filo 8: Eumicophyta Sub-Reino 2: Embryophyta Filo 1: Bryophyta Filo 2: Tracheophyta Classe 1: Filicinae Classe 2: Lycopodinae Classe 3: Gymnospermae Classe 4: Angyiospermae

WHITTAKER, 1969 REINO 1: MONERA Filo 1: Cyanophyta Filo 2: Eubacteriae REINO 2: PROTISTA Filo 1: Euglenophyta Filo 2: Chrysophyta Filo 3: Pyrrophyta (não incluímos os outros filos) REINO 3: PLANTAE Filo 1: Rhodophyta Filo 2: Phaeophyta Filo 3: Chlorophyta Filo 4: Bryophyta Filo 5: Tracheophyta Classe 1: Filicinae Classe 2: Licopodinae Classe 3: Gymnospermae Classe 4: Angyospermae Eichler dividiu o Reino Vegetal em dois grandes grupos, com base nas estruturas reprodutoras: criptógamas e fanerógamas. As plantas criptogramas não produzem flores sem sementes, enquanto as fanerógamas apresentam esses elementos. Os termos “criptógamas” e “fanerógamas”, entretanto não se referem a categorias taxonômicas como divisão, classe, filo ou outras. Entre as criptógamas, Eichler incluiu: - talófitas: plantas cujo corpo é um talo, estrutura não diferenciada em raiz, caule e folha; - briófitas: plantas de pequeno porte, que apresentam rizoide, cauloide e filoide, respectivamente formas semelhantes à raiz, ao caule e à folha, mas que não têm tecidos condutores de seiva. - pteridófitas: plantas que já possuem raiz, caule e folhas.

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As fanerógamas apresentam uma única divisão, que é a Spermatophyta (espermatófitas), nome referente a plantas que formam sementes (sperma = semente). São espermatófitas as Gymnosperme e as Angyospermae. As gimnospermas possuem flores e sementes, mas estas últimas são “nuas”, ou seja, não se abrigam no interior de frutos, vindo desse fato a denominação gymnos = nu e spermae = semente. Já as angiospermas têm suas sementes dentro de frutos, e a denominação do grupo baseia-se nesse fato: angios = urna e spermae = semente. Tippo, 1942, dividiu o Reino Vegetal em dois grandes subreinos: Thallophyta e Embryophyta. Ele empregou o termo “embriófita” às plantas que, durante seu ciclo de vida, apresentam a formação de um embrião. Em Botânica, embrião significa planta rudimentar formada dentro de sementes ou de arquegônios (estruturas multicelulares de briófitas e de pteridófitas que abrigavam os gametas femininos). Dentre as embriófitas, Tippo considerou dois filos: Bryophyta e Tracheophyta. As briófitas são plantas terrestres avasculares, ou seja, não possuem tecidos condutores de seiva e, em função disso, têm tamanhos reduzidos, quando comparadas com a maioria das plantas terrestres, que são vasculares. Em função da presença de vasos condutores de seiva, Tippo agrupa os demais vegetais terrestres no Filo Tracheophyta. Dentro desse filo existem várias classes, mas consideramos, por conveniência, apenas quatro delas: Filicinae, que corresponde às samambaias e avencas; Lycopodinae, representada pelas Selaginelas; Gymnospermae e Angiospermae. Whittaker, 1969, classificou os seres vivos em cinco grandes reinos, considerando como pertencentes ao Reino Plantae os Filos Rhodophyta, Phaeophyta, Chlorophyta, Bryophyta e Tracheophyta. Esta será a sistemática por nós adotada. Consideraremos, como simplificação, o termo pteridófita como sinônimo de Filicinae e de Lycopodinae, uma vez que, segundo a sistemática que adotamos, o termo “pteridófita” não representa uma categoria taxonômica. Os termos criptógamas, fanerógamas, pteridófitas, talófitas, algas e embriófitas serão empregados quando for conveniente, ficando claro, no entanto, que não representam categorias taxonômicas, como ordem, classe etc. Bold, 1970, e alguns outros autores mais recentes, não consideram as gimnospermas uma categoria taxonômica, utilizando o termo como uma designação vulgar referente a quatro grupos distintos: Ginkgophyta, Cycadophyta, Coniferophyta e Gnetophyta. Vamos manter por conveniência o termo Gymnospermae como uma divisão dentro do Reino Plantae, seguindo a classificação de Whittaker, 1969. Classificação atual Se você ainda não se suicidou com essa loucura toda, ou ao menos desistiu do vestibular para a área de saúde, é sinal de que você é um grande exemplo de saúde e equilíbrio mental. Parabéns! Agora vamos aterrissar e apresentar a classificação atualmente mais aceita.

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- Briófitas hoje são consideradas um grupo de três Divisões: Divisão Hepatophyta (hepáticas), Divisão Anthocerotes (antóceros) e Divisão Bryophyta (musgos). - Pteridófitas hoje são consideradas um grupo de quatro Divisões: Divisão Pterophyta (pteridófitas ou filicíneas: samambaias e avencas), Divisão Lycophyta (licopodíneas: licopódios e selaginelas), Divisão Arthrophyta ou Sphenophyta (cavalinhas ou equisetos) e Divisão Psilophyta (psilófitas). - Gimnospermas hoje são consideradas um grupo de quatro Divisões: Divisão Ginkgophyta (Ginkgo biloba, 1 espécie), Divisão Cicadophyta (cicadáceas), Divisão Conyferophyta (coníferas: pinheiros) e Divisão Gnetophyta (gnetófitas). - Angiospermas correspondem a uma única divisão, Divisão Anthophyta ou Magnoliophyta, com duas classes: Classe Monocotyledones ou Liliopsida e Classe Dicotyledones ou Magnoliopsida.

QUADRO RESUMO REINO PLANTAE (CERCA DE 325 MIL ESPÉCIES) CRIPTÓGAMAS AVASCULARES (cerca de 23 mil espécies) (plantas sem flores, sementes e vasos condutores) - Divisão Hepatophyta (hepáticas) - Divisão Anthocerotes (antóceros) - Divisão Bryophyta (musgos) CRIPTÓGAMAS VASCULARES (plantas sem flores e sementes e com vasos condutores) - Divisão Psilophyta (psilófitas, 8 espécies) - Divisão Arthrophyta ou Sphenophyta (cavalinhas ou equisetos, 40 espécies) - Divisão Pterophyta (pteridófitas ou filicíneas, 12 mil espécies) - Divisão Lycophyta (licopódios e selaginelas, 1 mil espécies) FANERÓGAMAS OU ESPERMATÓFITAS (plantas com flores, sementes e vasos condutores) Gimnospermas (sem frutos) - Divisão Ginkgophyta (Ginkgo biloba, 1 espécie) - Divisão Cicadophyta (cicadáceas, 100 espécies) - Divisão Conyferophyta (coníferas, 550 espécies) - Divisão Gnetophyta (gnetófitas, 70 espécies) Angiospermas (com frutos) - Divisão Anthophyta ou Magnoliophyta Classe Monocotyledones ou Liliopsida (monocotiledôneas, 48.500 espécies) Classe Dicotyledones ou Magnoliopsida (dicotiledôneas, 236.500 espécies)

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) Os frutos são exclusivos das angiospermas, e a dispersão das sementes dessas plantas é muito importante para garantir seu sucesso reprodutivo, pois permite a conquista de novos territórios. A dispersão é favorecida por certas características dos frutos (ex.: cores fortes e vibrantes, gosto e odor agradáveis, polpa suculenta) e das sementes (ex.: presença de ganchos e outras estruturas fixadoras que se aderem às penas e pelos de animais, tamanho reduzido, leveza e presença de expansões semelhante a asas). Nas matas brasileiras, os animais da fauna silvestre têm uma importante contribuição na dispersão de sementes e, portanto, na manutenção da diversidade da flora.

CHIARADIA, A. Mini-manual de pesquisa: Biologia. Jun. 2004 (adaptado).

Das características de frutos e sementes apresentadas, quais estão diretamente associadas a um mecanismo de atração de aves e mamíferos? A) Ganchos que permitem a adesão aos pelos e penas. B) Expansões semelhantes a asas que favorecem a flutuação. C) Estruturas fixadoras que se aderem às asas das aves. D) Frutos com polpa suculenta que fornecem energia aos dispersores. E) Leveza e tamanho reduzido das sementes, que favorecem a flutuação. 2. (ENEM) Caso os cientistas descobrissem alguma substância que impedisse a reprodução de todos os insetos, certamente nos livraríamos de várias doenças em que esses animais são vetores. Em compensação teríamos grandes problemas como a diminuição drástica de plantas que dependem dos insetos para polinização, que é o caso das A) algas. B) briófitas como os musgos. C) pteridófitas como as samambaias. D) gimnospermas como os pinheiros. E) angiospermas como as árvores frutíferas. 3. (UNIFOR) De acordo com a sistemática moderna, a classificação dos seres vivos deve ser baseada nas relações filogenéticas existentes entre os atuais grupos de seres vivos. Assim, as atuais plantas terrestres: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas estão agrupadas no Reino Plantae, porque todas derivam, provavelmente, de um ancestral comum, que desenvolveu características capazes de possibilitar a exploração do ambiente terrestre. Nesse contexto, a inovação evolutiva que permitiu a grande expansão da vegetação nos continentes a partir deste ancestral comum foi A) o surgimento de sementes e dos vasos condutores de seiva. B) o surgimento de flores e frutos. C) o aparecimento de estruturas semelhantes aos caules e raízes atuais. D) o surgimento de folhas modificadas para reprodução. E) o aparecimento de órgãos reprodutores.

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COLUNA I 1. Anemocoria 2. Mirmecoria 3. Hidrocoria 4. Ornitocoria 5. Autocoria

COLUNA II (_) Os frutos são secos e deiscentes, com sementes pequenas e leves, normalmente apresentando estruturas aerodinâmicas que auxiliam o voo. (_) A planta lança suas sementes pelas redondezas, por meio de algum mecanismo particular, ou simplesmente libera as sementes diretamente no solo. (_) A dispersão das sementes é realizada por formigas. (_) Presença marcante de coloração nos frutos maduros. (_) Inclui frutos com durabilidade e capacidade de flutuação. A sequência correta, de cima para baixo, é: A) 1, 5, 2, 4, 3. B) 2, 3, 4, 5, 1. C) 1, 5, 4, 2, 3. D) 2, 3, 1, 4, 5. 8. (UECE) Representam vegetais que possuem semente: A) pinheiros, leguminosas e gramíneas. B) avencas, bromélias e cactáceas. C) cavalinhas, pinheiros e orquídeas. D) leguminosas, hepáticas e gramíneas. 9. (UECE) Constituem exemplos de vegetais intermediários e foram as primeiras plantas a conquistar realmente o ambiente terrestre os(as): A) pinheiros. B) musgos. C) samambaias. D) cactáceas.

Entre as adaptações dos vegetais à vida terrestre, uma das mais importantes está relacionada com o desenvolvimento da reprodução sexuada independente do meio aquático. Sob este aspecto, os vegetais terrestres que conseguiram superar a dependência da água para a fecundação dos gametas foram apenas as: A) pteridófitas. B) gimnospermas. C) briófitas. D) angiospermas. E) gimnospermas e angiospermas. 7. (UECE) No que diz respeito às estratégias de dispersão dos vegetais, relacione as colunas abaixo, numerando as características contidas na coluna II, de acordo com os termos apresentados na coluna I.

10. (UECE) No processo evolutivo dos vegetais, para se estabeleceram no meio terrestre, o primeiro a oferecer condições para tal foi o grupo das: A) pteridófitas. B) talófitas. C) briófitas. D) gimnospermas. 11. (UECE) No sertão, é comum e do conhecimento da maioria das pessoas, as plantas rasteiras conhecidas por “Pega-Pinto” e Carrapicho. Os frutos dessas plantas possuem dispositivos morfológicos que fazem com que eles se “grudem” ao corpo dos animais, facilitando sua dispersão e aumentando, assim, a propagação das espécies. Esse tipo de dispersão ou disseminação recebe o nome de: A) anemocórica. B) zoocórica. C) hidrocórica. D) geocárpica. 12. (FACID) A figura a seguir corresponde ao desenho esquemático de uma orquídea: flores com alas similares às abelhas e vespas, de tal forma que os machos dessas espécies são atraídos e chegam a copular com elas. Ao abandoná-las, poderão levar grãos de pólen e encontrando flores semelhantes, podem repetir o processo deixando o pólen que carregavam, polinizando-as. O processo descrito é chamado de

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Fonte: Biologia: uma abordagem evolutiva e ecológica. Avancini e Favareto. 1ª Ed, página 279.

A) Anemofilia. C) Heterostilia. E) Quiropterofilia.

B) Ornitofilia. D) Entomofilia.

13. (FACID) As plantas terrestres, possivelmente, surgiram de um clado de algas verde denominado Charales que, provavelmente, viveram às margens de poços ou charcos, circulando-os como uma esteira verde. Os primeiros indícios de plantas terrestres, ou de ancestrais no ambiente terrestre, datam, aproximadamente, de 400 a 500 milhões de anos atrás. Enquanto a água, essencial à vida, está por toda a parte no ambiente aquático, é difícil obter e reter água no ambiente terrestre. Todos os itens a seguir relacionam adaptações ao ambiente terrestre, entretanto, uma destas, provavelmente, já se fazia presente nas algas ou em seus ancestrais. Identifique-a. A) Parede celular com composição celulósica garantindo maior resistência à célula. B) Desenvolvimento de cutícula, revestimento de cera que retarda a perda de água. C) Esporos com paredes grossas prevenindo dessecamento e apodrecimento. D) Gametângios, invólucros que revestem os gametas prevenindo ressecamento. E) Embriões os quais são plantas jovens envolvidas por uma estrutura protetora. 14. (FACID) Sobre plantas julgue as afirmativas abaixo em verdadeira (V) ou falsa (F). I. Antófitas – plantas que produzem flores. O termo é geralmente aplicado somente às angiospermas, como o eucalipto. II. Cormófitas – plantas que apresentam órgãos vegetativos bem desenvolvidos. Exemplo: hepáticas. III. Sifonógamas – plantas com tubo polínico e independentes da água ambiental para a reprodução. Os psilotos são vegetais desse grupo. IV. Espermatófitas – apenas as plantas que apresentam sementes envolvidas pelo fruto, como por exemplo, o abacate. Marque a alternativa correta. A) Apenas os itens I e IV são verdadeiros. B) Apenas os itens II e III são verdadeiros. C) Apenas os itens II e IV são verdadeiros. D) Apenas o item III é falso. E) Somente o item I é verdadeiro.

15. (FCM-CG) “A polinização é um dos serviços ecossistêmicos ou ambientais gerados naturalmente por ecossistemas. Esses serviços produzem benefícios aos seres humanos, seja na forma de produtos – como alimentos e substâncias medicinais –, seja na forma de processos relacionados à fertilização do solo, controle do clima e muitos outros”. É resultado da polinização A) a reprodução de plantas espermatófitas que produzem sementes. B) a manutenção da reprodução de plantas avasculares que produzem sementes. C) a transferência de grãos de pólen das células reprodutivas femininas para o aparelho receptor masculino das plantas esporófitas. D) a garantia da manutenção de apenas espécies espermatófitas, já que sua variabilidade genética é baixa. E) o transporte de grãos de pólen das células reprodutivas masculinas para o aparelho receptor feminino dos vegetais, que são levados pelo aparelho bucal das abelhas, os mais importantes polinizadores. 16. (UPE) Para algumas angiospermas, lançar o pólen ao vento é suficiente para garantir a disseminação de sementes, mas a grande maioria das plantas com flores depende de animais para espalhar seu pólen. Orquídeas, por exemplo, são flores altamente complexas. De acordo com Darwin, a evolução esticou, torceu e transformou as partes de flores comuns para criar os arcos e outros engenhos que estas usam para espalhar o seu pólen, valendo-se da coevolução com insetos. Em relação à evolução da reprodução das angiospermas, analise as afirmativas abaixo: I. As flores das angiospermas substituem os estróbilos masculino e feminino das gimnospermas. II. As fanerógamas produzem sementes envolvidas por frutos, e os gametas independem do meio líquido para se encontrarem, sendo transportados pelo processo chamado de polinização. III. Os frutos formam-se a partir do desenvolvimento da gema apical da flor e possuem papel fundamental na proteção e disseminação das sementes. IV. As diferentes estratégias de disseminação das sementes das angiospermas auxiliam na colonização de novos locais e aumentam as chances de sobrevivência das plantas-filhas, que não irão competir com a planta-mãe. Está correto o que se afirma em A) I e II. B) I, II e III. C) I e IV. D) II, III e IV. E) III e IV. 17. (UEMA) Considerando a classificação atual dos seres vivos, a apomorfia típica das plantas é (são) A) alternância de gerações haploides e diploides. B) meiose gamética. C) embriões multicelulares maciços que se desenvolvem à custa do organismo materno. D) presença de vasos condutores de seiva. E) presença de semente, que se constitui na unidade reprodutiva que contém o embrião.

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Curso de Biologia 18. (FUVEST) Abaixo estão listados grupos de organismos clorofilados e características que os distinguem: I. Traqueófitas – vaso condutor de seiva. II. Antófitas – flor. III. Espermatófitas – semente. IV. Embriófitas – embrião. V. Talófitas – corpo organizado em talo. Considere que cada grupo corresponde a um conjunto e que a interseção entre eles representa o compartilhamento de características. Sendo P um pinheiro-do-paraná (araucária), indique a alternativa em que P está posicionado corretamente, quanto às características que possui. A) B)

a aquisição de uma característica: lendo-se de baixo para cima, os ramos anteriores a um número correspondem a plantas que não possuem essa característica e os ramos posteriores correspondem a plantas que a possuem. As características correspondentes a cada número estão corretamente indicadas em:

A) B) C)

C)

D)

E)

19. (FUVEST) Na evolução dos vegetais, o grão de pólen surgiu em plantas que correspondem, atualmente, ao grupo dos pinheiros. Isso significa que o grão de pólen surgiu antes A) dos frutos e depois das flores. B) das flores e depois dos frutos. C) das sementes e depois das flores. D) das sementes e antes dos frutos. E) das flores e antes dos frutos. 20. (FUVEST) A presença ou a ausência da estrutura da planta em uma gramínea, um pinheiro e uma samambaia está corretamente indicada em: ESTRUTURA GRAMÍNEA PINHEIRO SAMAMBAIA A) Flor ausente presente Ausente B) Fruto ausente ausente Ausente C) Caule ausente presente Presente D) Raiz presente presente Ausente E) Semente presente presente Ausente 21. (FUVEST) O esquema abaixo representa a aquisição de estruturas na evolução das plantas. Os ramos correspondem a grupos de plantas representados, respectivamente, por musgos, samambaias, pinheiros e gramíneas. Os números I, II e III indicam

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I presença de vasos condutores de seiva presença de vasos condutores de seiva formação de sementes

D)

formação de sementes

E)

produção de frutos

II formação de sementes

III produção de frutos

produção de frutos

formação de sementes

produção de frutos

presença de vasos condutores de seiva produção de frutos

presença de vasos condutores de seiva formação de sementes

presença de vasos condutores de seiva

22. (UNESP) O vento soprava fraco, dobrando levemente as hastes de uma planta dominante, que mal superava a altura do tornozelo, mas nem sempre era assim. Na maior parte das vezes o deslocamento de ar era intenso e se transformava num jato de uivos poderosos, durante as tempestades de verão. ...Açoitadas pelo deslocamento de ar, as hastes se dobravam e se agitavam para liberar o conteúdo das copas, arredondadas como antigas lâmpadas incandescentes. Então as sementes partiam. Cada uma pousaria num ponto distinto, determinadas a perpetuar a espécie, adaptando-se com a disposição de migrantes que desembarcam numa terra estranha. O futuro está ali, não lá, de onde partiram.

Ulisses Capozzoli. Memória da Terra. Scientific American Brasil, janeiro 2010. Adaptado.

O texto retrata uma cena na Terra há alguns milhões de anos. Pode-se dizer que o texto tem por protagonista as _____ e descreve um processo que lhes permitiu _____. Os espaços em branco poderiam ser corretamente preenchidos por A) briófitas – manterem-se como uma mesma espécie até os dias atuais. B) pteridófitas – manterem-se como uma mesma espécie até os dias atuais. C) pteridófitas – diversificarem-se em várias espécies, algumas delas até os dias atuais. D) gimnospermas – manterem-se como uma mesma espécie até os dias atuais. E) gimnospermas – diversificarem-se em várias espécies, algumas delas até os dias atuais.

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23. (UFSCAR) Aproximadamente 90% da flora neotropical produz frutos carnosos, com características atrativas para os vertebrados que os consomem. Desse modo, estes animais têm papel importante na dispersão de sementes e na organização das comunidades vegetais tropicais. Com relação à dispersão de sementes pelos vertebrados, pode-se afirmar que A) os animais frugívoros que têm visão monocromática, como alguns canídeos, são ineficazes no processo de dispersão de sementes. B) a única forma de dispersão realizada pelos mamíferos é através do transporte acidental nos pelos. C) a dispersão através das fezes é possível porque as enzimas digestivas não digerem o embrião de algumas sementes. D) os peixes não se alimentam de frutos e por isso não participam do processo de dispersão de sementes. E) os animais onívoros só promovem a dispersão de sementes quando ingerem as vísceras de animais frugívoros. 24. (UERJ) Desde o início da colonização do ambiente terrestre, houve grande diversificação das plantas, graças ao surgimento de características vantajosas à adaptação, que permitiram a sobrevivência e a reprodução em terra firme. As estruturas correspondentes a adaptações evolutivas exclusivas das plantas, que contribuíram para seu desenvolvimento e diversificação no habitat terrestre, estão indicadas em: A) fruto, semente e mitocôndria. B) vaso condutor, cutícula e estômato. C) membrana celular, cloroplasto e raiz. D) meristema apical, parede celular e flor. 25. (UFC) Pesquisas recentes têm mostrado que o aquecimento do Planeta tem provocado a extinção ou a migração de várias espécies animais para as regiões mais frias, principalmente borboletas, abelhas e beija-flores. Como cerca de 90% da produção mundial de cereais depende das espécies polinizadoras, pode-se supor o comprometimento desta produção no futuro. Com respeito à polinização, marque a segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando o agente polinizador com o processo de polinização. (1) vento (_) entomofilia (2) inseto (_) quiropterofilia (3) pássaro (_) anemofilia (4) morcego (_) ornitofilia (5) molusco (_) malacofilia A sequência correta será: A) 24135. B) 13524. C) 45312. D) 31542. E) 24531. 26. (UFPI) Atualmente, biólogos da área de sistemática e evolução dos seres vivos incluem as algas como pertencentes ao reino Protista, e não ao reino Vegetal, como tradicionalmente se conhece devido à sua aparência com as plantas. A explicação para

se classificar as algas como Protista e não como Vegetal está no fato da: A) presença de células com parede celulósica. B) ausência de envoltório nuclear em suas células. C) ausência de tecidos e órgãos bem diferenciados. D) presença de clorofila como pigmento fotossintetizante. E) ausência de organelas celulares. 27. (UFPB) A polinização e a dispersão das sementes são dois mecanismos de grande importância no ciclo de vida dos vegetais. Sobre esses dois mecanismos, é incorreto afirmar: A) Os frutos contribuem para a dispersão das sementes, a exemplo do coco-da-baía que, por ser flutuante, pode ser levado pelas correntes marinhas para praias distantes, onde a semente germinará. B) A dispersão das sementes pode ocorrer através do transporte de frutos que aderem ao corpo de animais, como acontece com o carrapicho. C) A dispersão das sementes pode ocorrer através do vento, a exemplo do que acontece com as sementes aladas das orquídeas. D) A polinização feita por animais como morcegos, pássaros e insetos é um fenômeno característico das angiospermas. E) As gimnospermas têm flores rudimentares (estróbilos) e nelas não se verifica o fenômeno da polinização. 28. (UFPB) O reino Plantae reúne cerca de 300 mil espécies de organismos que possuem características em comum, ou seja, esses organismos são A) eucariontes e procariontes, autótrofos fotossintetizantes, contendo cloroplastos com pigmentos. B) autótrofos facultativos, com células de paredes rígidas, contendo celulose e cloroplastos com clorofila. C) unicelulares ou pluricelulares, autótrofos fotossintetizantes e quimiossintetizantes, contendo cloroplastos com clorofila e outros pigmentos. D) eucariontes, autotróficos fotossintetizantes, contendo células de parede celular rígida, com celulose e cloroplasto com clorofila. E) autotróficos fotossintetizantes, com células de parede celular flexível, contendo celulose e cloroplasto com clorofila e outros pigmentos. 29. (UFMG) Analise esta tabela: DIVERSIDADE ATUAL DE PLANTAS COM SEMENTE NA TERRA No de No de Época de famílias espécies surgimento na Terra (milhões de anos) Gimnospermas Ginkgophyta 1 1 280 Cycadophyta 3 100 300 Coniferophyta 7 500 330 Gnetales 3 100 200 Angiospermas 500 300.000 120

Com base nas informações dessa tabela e em outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que a diferença entre a diversidade de Gimnospermas e de Angiospermas pode ser explicada

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REINACH, Fernando. A função da cafeína na natureza. O Estado de São Paulo, 4 abr. 2013. [Adaptado]

Sobre os pontos abordados no texto, indique a soma da(s) proposição(ões) correta(s). 1. O néctar é um composto que pode ser produzido por flores, caules e folhas. 2. Como estratégia para atrair polinizadores, além do néctar contendo ou não cafeína, as flores podem apresentar pétalas com cores vibrantes ou aromas perfumados. 4. O transporte de pólen por animais, como as abelhas, representa uma estratégia evolutiva importante para a independência de um ambiente aquoso na reprodução de Briófitas, Pteridófitas e Angiospermas. 8. Os grupos de plantas que apresentam pólen são os mesmos que produzem sementes. A semente deriva de um óvulo fecundado e a fecundação só pode ocorrer com a formação de um tubo polínico. 16. O pólen representa o gameta masculino produzido pelo gineceu das flores. O androceu é responsável pela produção de óvulos. 32. A cafeína é capaz de causar dependência por aumentar os níveis de neurotransmissores, como a dopamina, no cérebro.

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Questões discursivas 32. (FUVEST) Pesquisadores encontraram características surpreendentemente avançadas no fóssil de um peixe primitivo conhecido como Gogonassus, que viveu há cerca de 380 milhões de anos no oeste da Austrália. Esse gênero faz parte de um grupo de peixes com barbatanas lobuladas que deu origem aos vertebrados terrestres e é uma das amostras mais completas já encontradas de seres aquáticos do período Devoniano (419 a 359 milhões de anos atrás). [...]

Rev. Pesquisa FAPESP – edição Online, 20/10/2006

A) É correto afirmar que os primeiros vertebrados terrestres, descendentes dos peixes de barbatanas lobuladas, de que fala o texto, foram necessariamente consumidores primários? Por quê? B) Considerando que no Devoniano surgiram os primeiros filos de plantas gimnospermas, quais dentre as seguintes estruturas dessas plantas poderiam ter servido de alimento a esses primitivos vertebrados terrestres: caule, folha, semente, flor e fruto? Justifique. 33. (FUVEST) A conquista do meio terrestre, pelas plantas, foi possível graças a um conjunto de adaptações. A) Cite duas adaptações dos vegetais terrestres relacionadas à economia de água. B) Que estruturas vegetais permitem a dispersão das pteridófitas e das gimnospermas, independentemente do meio aquático? 34. (FUVEST) Um botânico recebeu duas plantas de origens desconhecidas. Estudando-as, concluiu que uma delas era polinizada por insetos e oriunda de região de alta pluviosidade; já a outra era polinizada pelo vento e provinha de uma região árida. Explique como ele pôde ter chegado a estas conclusões, com base nas observações e análises realizadas. 35. (UNICAMP) Na Região Sudeste do Brasil as paineiras frutificam em pleno inverno, liberando suas sementes envoltas por material lanoso, como mostram as figuras abaixo. Tal fato está relacionado com o mecanismo de dispersão das sementes.

Foto à esquerda - Fonte: www.deverdecasa.com. Acessado em 19/12/2012. Foto à direita – Acervo pessoal.

A) Explique como ocorre a dispersão das sementes das paineiras e qual a importância da frutificação ocorrer no inverno da Região Sudeste.

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B) Diferentemente das paineiras, existem plantas que investem na produção de frutos carnosos e vistosos. De que maneira tal estratégia pode estar relacionada à dispersão das sementes dessas plantas? Explique. 36. (UNICAMP) A polinização das angiospermas é feita por agentes abióticos (vento e água) ou por vários tipos de animais. Nesse processo se observa relação entre as características florais e os respectivos agentes polinizadores. A) Considerando as informações sobre as flores das quatro espécies apresentadas na tabela abaixo, escolha, para cada uma delas, o possível agente polinizador dentre os seguintes: vento, morcego, beija-flor e abelha. B) Explique o papel do grão de pólen no processo de formação de sementes. Característica florais

Período de abertura da flor

Corola (pétalas)

Perfume

Néctar

1 2

Diurno Diurno

Ausente Ausente

Abundante Ausente

3 4

Noturno Diurno

Vermelha Ausente ou brancoesverdeada Branca Amarela

Desagradável Agradável

Abundante Presente ou ausente

do segundo grupo. Essa grande diversidade de espécies de angiospermas deve-se 2.

http://educacao.uol.com.br. Adaptado.

Construa dois novos trechos que possam substituir as lacunas do texto. No trecho 1 você deve citar duas vantagens adaptativas das sementes em comparação aos esporos, e no trecho 2 você deve citar uma característica exclusiva das angiospermas e explicar como essa característica contribuiu para sua maior diversidade. 39. (UNESP) As curvas da figura representam, uma, a relação existente entre a probabilidade de encontro de uma planta jovem em diferentes distâncias a partir da árvore-mãe e, outra, a probabilidade de sobrevivência dessas plantas jovens.

Espécies

37. (UNICAMP) As informações a seguir estão relacionadas a dois mecanismos importantes no ciclo de vida dos vegetais. I. As sementes de orquídeas flutuam no ar e são carregadas pelo vento. II. A formação dos frutos de maracujá depende da presença de mamangavas. III. Os pássaros comem os frutos da goiabeira mas suas sementes não são digeridas e saem nas fezes. IV. O carrapicho se prende aos pelos dos animais. V. Os morcegos visitam as flores que se abrem à noite. A) Identifique o mecanismo em cada um dos casos. B) Dê duas vantagens que esses mecanismos trazem para os vegetais. 38. (UNESP) GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO VEGETAL Uma das maiores inovações que surgiram no decorrer da evolução das plantas vasculares foi a semente. Essa estrutura 1. Por isso, as gimnospermas e angiospermas têm vantagem sobre os grupos de vegetais que se reproduzem por meio de esporos. A prova disso é que existe um número muito superior de espécies vegetais produtoras de sementes do que de plantas que fazem uso de esporos para se propagar. As angiospermas são as plantas que apresentam o maior sucesso evolutivo nos dias atuais. Se compararmos os números de espécies de angiospermas e gimnospermas, poderemos notar que o primeiro grupo de plantas conta com cerca de 235 mil espécies viventes contra 720 espécies

Considerando esta figura, responda. A) Que curva deve representar a probabilidade de sobrevivência das plantas jovens em relação à distância da árvore-mãe? Cite duas relações intraespecíficas que podem ser responsáveis pela tendência observada nessa curva. B) Cite um exemplo de mutualismo entre a árvore-mãe e animais que pode contribuir para o estabelecimento de plantas jovens em pontos distantes dessa árvore. 40. (UNIFESP) Copaifera langsdorffii é uma árvore de grande porte, amplamente distribuída pelo Brasil e conhecida popularmente como copaíba. A dispersão das sementes da copaíba é feita por aves frugívoras. A) Indique e explique objetivamente a relação ecológica que se estabelece entre a copaíba e as aves frugívoras. B) Considerando que as sementes poderiam germinar ao redor da planta-mãe, por que a dispersão é importante para a espécie vegetal? 41. (UFSCAR) Sobre flores, responda: A) As flores coloridas das angiospermas são interpretadas como uma aquisição evolutiva que aumenta a eficiência da reprodução sexuada. De que modo isso ocorre? B) Que fator ambiental contribui para a reprodução sexuada de flores não coloridas, como as do capim? 42. (UFU) Leia o trecho abaixo. Os primeiros vegetais tiveram origem na água. Com a evolução e a aquisição de inúmeras adaptações, as plantas conseguiram conquistar o ambiente terrestre e, atualmente, existem espécies que conseguem sobreviver mesmo em regiões bastante áridas. Sobre esse assunto, pede-se:

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A) Para conquistar o ambiente terrestre, como os vegetais resolveram o problema de captação da água do solo? B) Cite duas adaptações que permitiram aos vegetais restringir a perda de água. C) Como as plantas terrestres conseguiram agilizar o transporte interno de substâncias, que nos grupos vegetais aquáticos primitivos acontecia lentamente, apenas por difusão? 43. (UFLAVRAS) Complete o texto abaixo, preenchendo os espaços em branco (Observação: uma só palavra por espaço). Em alguns sistemas e classificação, Algas, Briófitas e Pteridófitas formam o grupo das (a)_____, ou seja, vegetais que não possuem flores. Gimnospermas e Angiospermas são reunidas no grupo das (b)_____, ou seja, vegetais que possuem flores. Considerando que vegetais que possuem flores são capazes de produzir sementes, esses dois grupos de vegetais são também denominados (c) _____, que são, literalmente, plantas produtoras de sementes. Outro sistema de classificação de vegetais agrupa aqueles que não possuem tecidos e órgãos (Exemplo: Algas) numa categoria denominada (d)_____. Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas, por possuírem tecidos e órgãos, são denominadas (e)_____. Pelo fato de possuírem vasos de condução de seivas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas fazem parte do grupo das (f)_____. 44. (UFOP) As florestas tropicais se caracterizam por apresentar alta umidade e pouca insolação. Tais características são ideais para o crescimento de briófitas, que apresentam poucos centímetros de altura, e de pteridófitas, que podem chegar até a cinco metros, como o samambaiaçu. Entretanto, o grupo vegetal melhor representado nas florestas em geral é o das angiospermas, as plantas com flores e sementes. Considerando as plantas citadas, responda às questões e faça o que se pede. A) Como pode ser explicada a diferença de tamanho entre os musgos e as samambaias, já que os dois grupos são abundantes e somente se desenvolvem bem em locais úmidos? B) Ainda sobre os musgos e as samambaias, é correto afirmar que tais plantas necessitam de água para a reprodução sexuada? Justifique sua resposta. C) As angiospermas apresentam ampla distribuição, ocorrendo em todos os ambientes. Cite duas características morfológicas ou anatômicas e justifique a importância destas para o sucesso adaptativo desse grupo.

Relacione, de acordo com o critério presença/ausência, os componentes citados com os grupos de vegetais apresentados e, em seguida, escreva cada um deles, nos espaços abaixo, correspondendo aos algarismos romanos I, II, III e IV. 47. (UFRJ) As sementes de diversas espécies de plantas são revestidas por fibras de esclerênquima, um tipo de tecido vegetal rico em celulose e lignina. Explique como esse revestimento das sementes contribui para a dispersão dessas espécies de plantas. 48. (UFRJ) A fotossíntese realizada nas folhas produz glicídios que se distribuem pela planta e ficam acumulados em diferentes órgãos, como raízes, caules subterrâneos e frutos. No caso de raízes e caules subterrâneos, esse acúmulo representa uma reserva nutritiva para a planta. No caso dos frutos, esse acúmulo é importante para a dispersão do vegetal. Explique por quê. 49. (UFRJ) Na maioria dos angiospermas – plantas com flores e frutos – a reprodução depende da polinização, ou seja, do transporte dos grãos de pólen de um indivíduo para outro. Em alguns casos, o transporte é feito pelo vento e, em outros, por animais polinizadores que visitam sistematicamente as flores. Em qual dos dois casos a produção de pólen deve ser maior? Justifique sua resposta. 50. (UFRJ) Os vegetais, em geral, são fixos e apresentam uma forma ramificada; por outro lado, a maioria dos animais tem um corpo compacto, sem grandes ramificações. Qual a relação entre essas características e a maneira como os dois grupos se alimentam?

45. (UFC) Uma das razões do sucesso das angiospermas no ambiente terrestre é a presença de mecanismos de transporte do pólen de uma planta para o gametófito feminino de outra planta. Cite quatro características das flores dessas plantas que facilitam a polinização e permitiram a sua grande disseminação na Terra. 46. (UFCG) O esquema abaixo representa subdivisões dicotômicas de grupos de vegetais, considerando a presença ou ausência dos seguintes componentes: sementes, vasos condutores, clorofila e frutos.

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AULA 2 Introdução à reprodução vegetal

formam o zigoto diploide. Esse se desenvolve por mitose e origina um novo adulto diploide. O ciclo haplobionte-diplonte, ocorre em todos os animais e em certas espécies de algas.

Ciclos de vida na natureza

Adulto 2n

Existem três tipos básicos de ciclos vitais na narueza, e as algas podem apresentar qualquer um dos três, dependendo da espécie. Os ciclos vitais podem ser descritos de acordo com duas características básicas: a ploidia dos indivíduos adultos e o número de tipos de formas adultas no ciclo. Quanto à ploidia, os ciclos podem ser haplontes, quando os indivíduos adultos são haploides (n), ou diplontes, quando os indivíduos adultos são haploides. Quanto ao número de tipos de formas adultas, os ciclos podem ser haplobiontes, quando só há uma forma adulta (haploide ou diploide), ou diplobiontes, quando há duas formas adultas (haploide e diploide) se alternando. Analisando os três tipos de ciclo de vida, temos:

1. Ciclo Haplobionte-Haplonte (com meiose inicial ou zigótica)

No ciclo haplobionte-haplonte, só ocorre um tipo de adulto quanto à ploidia, o qual é haploide. Assim, os indivíduos adultos são haploides e formam gametas por mitose. Esses se unem, formando zigotos diploides, que, logo em seguida, sofrem meiose (chamada meiose inicial ou zigótica) , formando esporos haploides. Os esporos se multiplicam por mitose, produzindo indivíduos haploides adultos. O ciclo haplobionte-haplonte ocorre em certas espécies de algas, protozoários e fungos.

Adulto n Mitoses

Gameta n

Gameta n

Germinação

Fecundação

Meiose gamética

Gameta n Desenvolvimento

Fecundação

Zigoto 2n 3. Ciclo Diplobionte ou Haplonte-Diplonte ou Haplodiplobionte (com meiose intermediária ou espórica)

No ciclo diplobionte, ocorrem dois tipos de adulto se alternando, e como há uma fase adulta haploide e outra fase adulta diploide, ele também é chamado de haplobionte-diplonte ou haplodiplobionte . Neste ciclo de desenvolvimento, os indivíduos haploides são chamados gametófitos e produzem gametas por mitose, e os indivíduos diploides são chamados de esporófitos e produzem esporos por meiose (chamada meiose espórica ou intermediária). Células do gametófito haploide produzem gametas por mitose. Esses se fecundam e originam o zigoto diploide, que sofre mitoses para originar o esporófito. Células do esporófito diploide sofrem meiose e originam esporos haploides, que se desenvolvem por mitose originando novo gametófito. O ciclo haplobionte-diplonte ocorre em todas as plantas e em certas espécies de algas.

Germinação

Adulto n gametófito Mitoses

Meiose zigótica

Esporos n

Gameta n

Gameta n

Zigoto 2n

Gameta n

Esporos n

2. Ciclo Haplobionte-Diplonte (com meiose final ou gamética) No ciclo haplobionte-diplonte, só ocorre um tipo de adulto quanto à ploidia, o qual é diploide. Assim, os indivíduos adultos são diploides, originando, por meiose (chamada meiose final ou gamética), gametas haploides, que, na fecundação,

Meiose espórica

Fecundação

Desenvolvimento

Adulto 2n esporófito

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Zigoto 2n

Curso de Biologia Em todos os organismos vegetais ocorre um ciclo de vida em que há alternância de uma fase de indivíduos diploides com uma fase de indivíduos haploides. Fala-se em alternância de geração ou metagênese. Nos indivíduos diploides, algumas células sofrem meiose, dando origem a esporos (n). Estes são liberados e, ao se fixarem em local adequado, dão origem a indivíduos haploides, através de várias divisões mitóticas. Algumas células desses indivíduos haploides diferenciam-se em gametas (n). Um gameta feminino pode ser fecundado por um gameta masculino, originando um zigoto diploide que, por mitoses sucessivas, dará origem a indivíduos diploide, reiniciando o ciclo. Neste caso, a meiose é espórica ou intermediária. Tanto os esporos como os gametas são células haploides. A diferença entre eles é que os esporos dão origem diretamente a novos indivíduos, enquanto os gametas fundem-se dois a dois, sendo um gameta masculino e um feminino, originando um zigoto diploide que produzirá um novo indivíduo. Organismos desse tipo são ditos haplodiplobiontes ou diplobiontes, ou ainda haplontes-diplontes por possuírem em sua vida uma fase haploide e uma diploide. Os indivíduos haploides são chamados gametófitos, e produzem gametas por mitose e os indivíduos diploides são chamados esporófitos, e produzem esporos por meiose espórica. Células do gametófito haploide produzem gametas por mitose. Esses se fecundam e originam o zigoto diploide, que sofre mitoses para originar o esporófito. Células do esporófito diploide sofrem meiose e originam esporos haploides, que se desenvolvem por mitose originando novo gametófito. Esse ciclo de vida ocorre em muitas algas e em todas as briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Nas algas que possuem alternância de gerações em seus ciclos de vida, as fases gametofítica e esporofítica podem ser igualmente bem desenvolvidas, e independentes uma da outra; em alguns casos, não há inclusive diferenças morfológicas entre indivíduos diploides e haploides, a não ser em suas estruturas reprodutoras. Em vegetais terrestres, as duas fases do ciclo de vida são bem diferentes, e sempre ocorre uma fase predominante, duradoura, visível a olho nu, e uma fase passageira, microscópica. A tabela a seguir mostra quem são essas fases nas plantas terrestres. Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Fase passageira Esporófito (2n) Gametófito (n) Gametófito (n) Gametófito (n)

Fase duradoura Gametófito (n) Esporófito (2n) Esporófito (2n) Esporófito (2n)

No decorrer da evolução das plantas, o que se observa é a redução da fase gametofítica e maior desenvolvimento da fase esporofítica, que se torna independente da fase gametofítica. Uma vez que a fase gametofítica nunca possui estruturas impermeabilizantes, ela torna a planta muito susceptível à ressecação. Quanto maior a fase gametofítica, então, maior a tendência à ressecação. A redução da fase gametofítica possibilita, consequentemente, uma melhor adaptação a ambientes secos.

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Nas briófitas, a fase gametofítica é a mais desenvolvida; o esporófito é quase aclorofilado e se desenvolve sobre o gametófito, dependendo deste para sua nutrição. Nas pteridófitas, a fase esporofítica mais desenvolvida que a fase gametofítica, bastante reduzida. Nas gimnospermas e especialmente nas angiospermas, a fase gametofítica atinge o máximo de redução, não se verificando uma alternância típica de gerações, pois não se formam mais indivíduos haploides bem caracterizados: os gametófitos desenvolvem-se no interior das flores dos esporófitos, num fenômeno conhecido como desenvolvimento endospórico do gametófito.

Tendência evolutiva na alternância de gerações nas plantas.

Origem dos gametas

Em briófitas e pteridófitas, o gametófito (n) possui órgãos denominados gametângios (n) para a produção de gametas (n). O gametângio masculino se chama anterídio e produz os gametas masculinos denominados anterozoides. O gametângio feminino se chama arquegônio e produz os gametas femininos denominados oosferas. Em gimnospermas, com o desenvolvimento endospórico do gametófito, o gametófito se reduz bastante, sendo o masculino formado por apenas duas células (denominadas célula do tubo e célula geradora) e o feminino, maior, formado por várias células, nele se formando arquegônios bem caracterizados. O gameta masculino vem da célula geradora e é nesse caso denominado núcleo espermático. O gameta feminino é gerado no arquegônio e mantém o nome de oosfera. Em angiospermas, com o máximo do desenvolvimento endospórico do gametófito, o gametófito masculino se mantém com apenas duas células (ainda denominadas célula do tubo e célula vegetativa), mas o feminino se reduz a apenas oito células, sem arquegônios caracterizados. O gameta masculino continua sendo gerado a partir da célula geradora, mantendo o nome de núcleo espermático, e o gameta feminino, uma das apenas oito células do gametófito feminino, continua mantendo o nome de oosfera.

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16 Origem dos esporos

Em todos os vegetais terrestres, o esporófito (2n) possui órgãos denominados esporângios (2n) para a produção de esporos (n), por meiose. Em briófitas e na maioria das pteridófitas, apenas um tipo de esporo é formado, caracterizando um fenômeno conhecido isosporia. Em pteridófitas selaginelas, gimnospermas e angiospermas, dois tipos de esporângios aparecem, sendo eles denominados microsporângios ou androsporângios, masculinos, para a produção de micrósporos ou andrósporos, masculinos, além de megasporângios ou ginosporângios, femininos, para a produção de megásporos ou ginósporos, femininos.

a)

b)

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) A imagem representa o processo de evolução das plantas e algumas de suas estruturas. Para o sucesso desse processo, a partir de um ancestral simples, os diferentes grupos vegetais desenvolveram estruturas adaptativas que lhes permitiram sobreviver em diferentes ambientes.

c)

d)

Disponível em: http://biopibidufsj.blogspot.com. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

Qual das estruturas adaptativas apresentadas contribuiu para uma maior diversidade genética? A) As sementes aladas, que favorecem a dispersão aérea. B) Os arquegônios, que protegem o embrião multicelular. C) Os grãos de pólen, que garantem a polinização cruzada. D) Os frutos, que promovem uma maior eficiência reprodutiva. E) Os vasos condutores, que possibilitam o transporte da seiva bruta. 2. (ENEM) Os seres vivos apresentam diferentes ciclos de vida, caracterizados pelas fases nas quais gametas são produzidos e pelos processos reprodutivos que resultam na geração de novos indivíduos. Considerando-se um modelo simplificado padrão para geração de indivíduos viáveis, a alternativa que corresponde ao observado em seres humanos é:

e)

Disponível em: www.infoescola.com (adaptado).

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Curso de Biologia 3. (UNIFOR) O esquema a seguir representa de forma simplificada, o ciclo de vida de uma samambaia.

esporófito

zigoto

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5. (UNIFOR) Os esquemas abaixo referem-se a ciclos de vida das algas.

esporos

gametófito

Nesse ciclo, surgem por reprodução sexuada e por reprodução assexuada, respectivamente, o A) esporófito e o gametófito. B) gametófito e o esporófito. C) esporófito e os esporos. D) gametófito e o zigoto. A) zigoto e o esporófito. 4. (UNIFOR) Os esquemas abaixo representam ciclos de vida dos seres vivos. A meiose em I, II e III é, respectivamente, A) Espórica, gamética e zigótica. B) Espórica, zigótica e gamética. C) Zigótica, gamética e espórica. D) Gamética, zigótica e espórica. E) Gamética, espórica e zigótica. 6. (UNICHRISTUS) Cientistas descobriram em Tarija (Colômbia) o fóssil vegetal mais antigo já encontrado na América do Sul, de 400 milhões de anos. Trata-se de uma das “plantas superiores” mais antigas, cuja proliferação permitiu o desenvolvimento da vida animal fora dos oceanos.

Revista Terra – Fev./96 - No 2 - Edição 46 - Editora Azul.

Os ciclos de vida da maioria dos animais e de todos os vegetais estão representados, respectivamente, em A) I e II. B) I e III. C) II e I. D) II e III. E) III e II.

É sabido que as plantas sofreram evolução passando do meio aquático ao terrestre. Várias adaptações ocorreram, levando o grupo mais adaptado ao ambiente terrestre, as Angiospermas, a conquistarem todos os ambientes do planeta. Baseado no texto e conhecimentos correlatos, pode-se inferir que A) para que a conquista do ambiente terrestre fosse efetiva, foi necessário o desaparecimento de vasos condutores. B) nas criptógamas, a fase gametofítica correspondente a um período curto que depende da água. C) a evolução levou ao aparecimento da semente e do fruto, estruturas protetoras do embrião e que proporcionam condições inadequadas à sua dispersão. D) as angiospermas ainda dependem do meio líquido para a sua reprodução, pois os seus gametas masculinos apresentam flagelos, estruturas adaptadas à locomoção. E) as raízes exercem funções de fixação do vegetal e absorção da água e foram estruturas selecionadas durante a evolução, propiciando assim, a expansão das plantas no meio terrestre.

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7. (UECE) No ciclo de vida das briófitas podem ser consideradas as seguintes etapas: I. Produção de esporos; II. Produção de gametas; III. Formação de indivíduo haploide; IV. Formação de indivíduo diploide. A sequência correta destas etapas é: A) I, III, IV e II. B) III, I, II e IV. C) III, I, IV e II. D) I, III, II e IV. 8. (UECE) Os seguintes organismos apresentam um ciclo de vida do tipo haplobionte-diplonte, com meiose gamética: A) mosquito, tubarão, elefante. B) bolor de pão, mandacaru, água viva. C) jiboia, coqueiro, golfinho. D) hidra, pinheiro, beija-flor. 9. (FCM-CG) Um estudante em suas pesquisas comparou o modo de vida de briófitas e anfíbios e concluiu que havia algumas semelhanças entre ambos. Essas semelhanças verificam-se porque A) ambos reproduzem-se por alternância de geração. B) ambos apresentam o mesmo ciclo reprodutivo. C) ambos dependem da água para reprodução. D) ambos correspondem aos organismos mais simples dos seus Reinos. E) ambos apresentam o mesmo tipo de nutrição. 10. (FCM-CG) A ilustração seguinte resume esquematicamente o ciclo de vida haplonte-diplonte.

12. (UPE) A evolução das plantas terrestres se deu a partir de plantas aquáticas, provavelmente algas clorofíceas multicelulares, relativamente complexas, há aproximadamente 500 milhões de anos. Entretanto, a conquista do ambiente terrestre necessitou de uma série de adaptações que permitissem sua sobrevivência e seu ciclo de vida. Os problemas enfrentados pelas espécies de plantas terrestres estão relacionados a seguir: I. Desidratação; II. Sustentação; III. Reprodução; IV. Respiração; V. Nutrição. Correlacione as adaptações evolutivas das plantas terrestres aos problemas listados acima. Assinale a alternativa que apresenta a respectiva correlação A)

I. Epiderme e Súber

II. Caule e raiz

B)

I. Caule e raiz

C) D)

I. Esporângio e Flores I. Estômatos

II. Epiderme e Súber II. Estômatos

E)

I. Estômatos

II. Epiderme e Súber II. Epiderme e Súber

III. Esporângio e Flores III. Estômatos

IV. Estômatos

V. Vasos condutores V. Vasos condutores

III. Caule e raiz

IV. Epiderme e Súber IV. Caule e raiz

III. Vasos condutores

IV. Caule e raiz

III. Esporângio e Flores

IV. Vasos condutores

V. Esporângio e Flores V. Caule e raiz

V. Vasos condutores

13. (UPE) Na reprodução sexuada das plantas, a alternância de geração está presente no ciclo de vida, desde os vegetais mais simples, como as briófitas, até os vegetais mais evoluídos, como as angiospermas. A figura abaixo mostra, através de esquema, esta alternância de geração, com ciclo haplodiplobionte das plantas.

Os eventos que ocorrem nos intervalos 1, 2, 3 e 4 são, respectivamente, A) meiose – mitoses – meiose – mitoses. B) meiose – mitoses – mitoses – mitoses. C) mitoses – mitoses – meiose – meiose. D) meiose – meiose – mitoses – mitoses. E) mitoses – meiose – mitoses – meiose. 11. (FCM-CG) Considerando-se a filogênese dos grupos vegetais, pode-se dizer que, a partir das briófitas, A) a meiose precede a formação de esporos. B) ocorre sempre heterosporia. C) o gametófito é sempre aclorofilado. D) o vegetal duradouro é o esporófito. E) os gametófitos são monoicos.

Sobre as características da reprodução e do ciclo de vida dos organismos pertencentes ao reino Plantae, considere as afirmativas abaixo. I. Nas briófitas e pteridófitas, a fase gametofítica é duradoura, e a esporofítica é efêmera e dependente. Nas gimnospermas e angiospermas, ocorre o inverso, e a fase gametofítica é reduzida a estruturas florais.

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Curso de Biologia II. A meiose que produziu o esporo é denominada espórica ou intermediária, por estar situada entre as gerações esporofíticas e gametofíticas. III. Ao germinar, o esporo diploide origina um gametófito. Este produzirá gametas masculinos e femininos, denominados, respectivamente, anterozoide e oosfera. IV. Por mitose, o gametófito produz gametas(n) masculinos e femininos, denominados grãos-de-pólen e oosferas, nas angiospermas.

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Pode-se afirmar corretamente que A) I e II ocorrem nas briófitas e pteridófitas. B) III e V ocorrem nas angiospermas, mas não nas pteridófitas. C) IV ocorre apenas nas briófitas. D) I e V ocorrem nas gimnospermas. E) II ocorre nas briófitas, mas não nas angiospermas. 17. (UERJ) No cladograma, está representado o grau de parentesco entre diferentes grupos de vegetais.

Assinale a alternativa que reúne as afirmativas corretas. A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I e III. D) II e IV. E) III e IV. 14. (FUVEST) As briófitas, no reino vegetal, e os anfíbios, entre os vertebrados, são considerados os primeiros grupos a conquistar o ambiente terrestre. Comparando-os, é correto afirmar que, A) nos anfíbios e nas briófitas, o sistema vascular é pouco desenvolvido; isso faz com que, nos anfíbios, a temperatura não seja controlada internamente. B) nos anfíbios, o produto imediato da meiose são os gametas; nas briófitas, a meiose origina um indivíduo haploide que posteriormente produz os gametas. C) nos anfíbios e nas briófitas, a fecundação ocorre em meio seco; o desenvolvimento dos embriões se dá na água. D) nos anfíbios, a fecundação origina um indivíduo diploide e, nas briófitas, um indivíduo haploide; nos dois casos, o indivíduo formado passa por metamorfoses até tornar-se adulto. E) nos anfíbios e nas briófitas, a absorção de água se dá pela epiderme; o transporte de água é feito por difusão, célula a célula, às demais partes do corpo. 15. (FUVEST) Ao longo da evolução das plantas, os gametas A) tornaram-se cada vez mais isolados do meio externo e, assim, protegidos. B) tornaram-se cada vez mais expostos ao meio externo, o que favorece o sucesso da fecundação. C) mantiveram-se morfologicamente iguais em todos os grupos. D) permaneceram dependentes de água, para transporte e fecundação, em todos os grupos. E) apareceram no mesmo grupo no qual também surgiram os tecidos vasculares como novidade evolutiva. 16. (UNESP) Analisando os processos sexuados e ciclos de vida das plantas, considere as informações seguintes. I. Fase gametofítica muito desenvolvida. II. Fase esporofítica independente da planta haploide. III. Fase gametofítica muito reduzida. IV. Fase esporofítica cresce sobre a planta haploide. V. Sementes não abrigadas.

Adaptado de biologiaevolutiva.wordpress.com.

As letras A, B e C indicam, respectivamente, o momento em que surgem, ao longo do processo evolutivo, as seguintes características dos vegetais: A) cutícula, sementes, tecidos vasculares. B) embriões multicelulares, esporófito dominante, frutos. C) esporófito dominante, embriões multicelulares, frutos. D) gametângios multicelulares, tecidos vasculares, sementes. 18. (UFV) Analise as seguintes afirmativas sobre o ciclo reprodutivo de diferentes grupos de plantas: I. Os anterozoides são células flageladas produzidas pelas briófitas, e requerem água livre para moverem-se até a oosfera. II. Uma característica comum entre as briófitas e as plantas vasculares é a retenção do zigoto e do esporófito jovem no interior do gametófito feminino. III. Nas plantas vasculares, o esporófito haploide é a fase predominante no ciclo de vida, e produz grande quantidade de esporos diploides. Está correto o que se afirma apenas em: A) I e II. B) II e III. C) I e III. D) II.

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20 19. (UFC) Observe a figura abaixo.

(_) O ciclo haplodiplobionte apresenta meiose espórica, com indivíduos adultos diploides (2n) e desenvolvimento do zigoto diploide (2n). Questões discursivas 22. (FUVEST) As algas apresentam os três tipos básicos de ciclo de vida que ocorrem na natureza. Esses ciclos diferem quanto ao momento em que ocorre a meiose e quanto à ploidia dos indivíduos adultos. No esquema a seguir está representado um desses ciclos.

O esquema apresentado mostra o ciclo de produção de esporos em algumas plantas. Assinale a alternativa que contém apenas nomes de plantas que apresentam esse ciclo. A) Psilotos e selaginelas. B) Gimnospermas e licopódios. C) Psilotos e angiospermas. D) Angiospermas e licopódios. E) Selaginelas e gimnospermas. 20. (UFPI) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto: Um dos mais importantes eventos na evolução das plantas foi o surgimento de uma camada de células _____, protegendo as estruturas de reprodução e a retenção do _____ jovem dentro do gametângio feminino, o _____, que propiciou o seu desenvolvimento, sendo nutrido e protegido contra agentes externos. A) férteis, óvulo, anterídio. B) estéreis, embrião, arquegônio. C) férteis, gameta, arquegônio. D) férteis, óvulo, arquegônio. E) estéreis, fruto, anterozoide.

A) Identifique as células tipo I, II e III. B) Considerando que o número haploide de cromossomos dessa alga é 12 (n=12), quantos cromossomos os indivíduos X, Y e Z possuem em cada uma de suas células? 23. (UERJ) O ciclo vital de animais e vegetais que se reproduzem sexuadamente exige a produção de gametas. A figura a seguir apresenta dois ciclos biológicos de reprodução dos vegetais.

Questões estilo V ou F 21. (UPE) Sobre ciclo de vida, analise as afirmativas e conclua. (_) O ciclo haplobionte apresenta meiose zigótica, sendo os adultos haploides, que produzem gametas haploides (n). Estes se unem para formar um zigoto diploide (2n). (_) Nos ciclos haplobionte e diplobionte, ocorre formação de esporos haploides (n). (_) O ciclo haplodiplobionte apresenta meiose espórica, com indivíduos adultos haploides (n) e desenvolvimento do zigoto diploide (2n). (_) O ciclo diplobionte apresenta meiose gamética, com indivíduos adultos diploides (2n), que formam gametas haploides (n). Estes se unem para formar o zigoto diploide (2n).

A) Cite uma desvantagem da geração haploide como fase mais duradoura do ciclo vital dos vegetais do tipo A. B) Entre os vegetais que apresentam ciclo de vida do tipo B, há alguns que realizam autofecundação e outros em que a fecundação ocorre entre gametas de indivíduos diferentes. Cite uma vantagem para a ocorrência de fecundação entre gametas de indivíduos diferentes.

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AULA 3 Vegetais intermediários: Briófitas e Pteridófitas

Briófitas As briófitas são plantas consideradas criptógamas, por não produzirem flores, e avasculares, por não apresentarem tecidos condutores de seiva. Nesses organismos, a seiva é conduzida de célula a célula, por processos passivos denominados osmose e difusão. Em função disso, constituem plantas de pequeno porte, sendo que a maioria não ultrapassa 20cm de altura. Vivem em ambientes úmidos e sombreados, uma vez que não possuem estruturas impermeabilizantes desenvolvidas e são por isso muito suscetíveis à dessecação. Por serem criptógamas e dotadas de gametas masculinos flagelados, são fortemente dependentes da água para a reprodução. Ocorrem em abundância nas matas tropicais, formando coberturas densas, principalmente sobre barrancos úmidos e troncos de árvores. Existem espécies, como a Ricciocarpus natans, que vivem flutuando em águas doces pouco movimentadas, e outras, como a Riccia fluitans, que vivem submersas em água doce. A maioria das briófitas, entretanto, ocorre sobre solos úmidos, não havendo nenhuma espécie marinha. Alguns autores argumentam que pela ausência de raiz, caule e folhas, as briófitas devam ser consideradas talófitas, com o corpo sendo caracterizado como um talo, composto de rizóides, caulóides e filóides, todos avasculares. Apesar disso, ao contrário das algas, as briófitas possuem organização tecidual bem caracterizada.

Diversidades das briófitas A) Indique, para cada esquema, a etapa em que ocorre a meiose. B) Identifique a ploidia (haploide ou diploide) de cada um dos quatro indivíduos (pólipo, medusa, esporófito e gametófito) indicados nos ciclos.

Briófitas hoje são consideradas um grupo de três Divisões: Divisão Hepatophyta, Divisão Anthocerotes e Divisão Bryophyta.

Divisão Hepatophyta

A Divisão Hepatophyta corresponde às hepáticas, e receberam esse nome em função da forma do corpo de algumas espécies, que lembra os lobos do fígado (hepatos = fígado). A maioria das hepáticas apresenta corpo achatado, cresce em contato com o solo e não possui porte ereto. Apresentam rizóides que fixam as plantas no substrato de onde absorvem água. A absorção de água e de minerais também se processa diretamente por todo o gametófito. As hepáticas mais comuns são as do gênero Marchantia, que vivem em solos úmidos. São as plantas mais simples: as únicas que não possuem estômatos. As espécies aquáticas Ricciocarpus natans e Riccia fluitans, já mencionadas, são briófitas do grupo das hepáticas.

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geral, uma extensa e ampla cobertura sobre o solo e, em função disso, são importantes na proteção contra a erosão. O musgo individual consiste em um eixo principal ereto, o cauloide, de onde partem estruturas semelhantes a folhas, denominadas filoides. A planta fixa-se ao substrato através de estruturas chamadas rizoides, que absorvem água e sais minerais. Talo de hepáticas em forma de lóbulos hepáticos.

Divisão Anthocerotes A Divisão Anthocerotes corresponde às antocerotas, cujo gênero mais comum é o Anthoceros, têm corpo multilobado e crescem aderidas a solos e rochas úmidos.

Musgo. Alguns autores utilizam para as briófitas os termos rizoide, caule e folha, mas preferimos manter os termos rizoide, cauloide e filoide em função da ausência de tecidos vasculares nessas estruturas.

Antóceros.

Divisão Bryophyta A Divisão Bryophyta corresponde aos musgos, e são muito comuns em ambientes úmidos, sobre solos, rochas e árvores, os quais eles cobrem amplamente, formando o lodo ou limo. É raro que ocorram como indivíduos isolados; formam, em

Hadrome Apesar de serem consideradas plantas avasculares, certas espécies de musgo apresentam, na porção central do cauloide, um tecido especializado na condução de água e nutrientes pelo corpo da planta. Esse tecido, denominado hadrome, é formado por dois tipos de células: hidroides e leptoides.

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Hidroides (do grego hydro, água) são células alongadas, com paredes transversais finas e altamente permeáveis, dispostas em fileira ao longo do cauloide. Ao se tornarem maduros, os hidroides morrem e tornam-se ocos, permitindo o deslocamento de água e nutrientes minerais em seu interior. Nisso eles se assemelham aos vasos lenhosos das planta vasculares, que também são células mortas, especializadas na condução de seiva bruta (água e sais). Leptoides (do grego leptos, fino) são células alongadas que, na maturidade, perdem o núcleo, mantendo o citoplasma. Os leptoides também se dispõem em fileiras ao longo do cauloide, mantendo-se unidos por plasmodesmos. Os leptoides formam um cilindro contínuo ao redor do feixe de hidroides e são especializados no transporte de substâncias orgânicas pelos corpo das plantas. Tanto em estrutura como em função, os leptoides são semelhantes aos vasos condutores de seiva elaborada (solução de substâncias orgânicas) das plantas vasculares. O conjunto formado por hidroides e leptoides assemelha-se ao encontrado em fósseis de plantas conhecidas como protraqueófitas, consideradas um elo evolutivo entre as plantas avasculares e as plantas vasculares (traqueófitas). Extraído de Amabis & Martho, Biologia dos Organismos, 2ª edição

O musgo-de-turfeira ou turfa (gênero Sphagnum) é usado em países de clima temperado para evitar a erosão do solo, bem como, quando seco, é queimado como combustível. Até a Primeira Guerra Mundial, a turfa era usada como curativo, e só depois dessa época, o algodão o substituiu, devido a sua cor branca que dá idéia de limpeza, em contraste com o verde acinzentado da turfa. Apesar disso, a turfa seca tem uma capacidade muito superior de absorção e retenção de líquidos. Estima-se que a turfa esteja entre as plantas ais comuns do planeta, talvez representando sozinha cerca de 1% da cobertura vegetal da Terra. Os musgos compõem uma vegetação denominada tundra, presente em regiões de grandes latitudes, onde as baixas temperaturas no ano todo impedem o desenvolvimento de qualquer tipo de vegetação, restringindo o desenvolvimento de musgos e também de liquens ao curto período de verão.

Reprodução sexuada

Como as demais plantas terrestres, as briófitas apresentam ciclo de vida haplodiplobiontes, haplontes-diplontes ou diplobiontes e alternância de gerações. Nessas plantas a geração gametofítica é a mais desenvolvida e é autótrofa, formando o corpo da planta ou talo, enquanto a geração esporofítica é reduzida e praticamente aclorofilada, vivendo sobre o gametófito e dependendo dele para sua nutrição, de modo a se comportar como parasita.

Nas briófitas, ao contrário do que ocorre nas algas, os órgãos formadores de gametas, ou gametângios, apresentam uma camada de células estéreis, protetoras, revestindo as células que produzem os gametas. Esse revestimento é mais uma adaptação ao meio terrestre e ocorre em todas as plantas terrestres. Os gametângios masculinos são denominados anterídios e os gametas masculinos, anterozóides. Estes últimos são biflagelados, dependendo, assim, de meio líquido para sua locomoção, o que constitui mais um fator que limita o desenvolvimento dessas plantas a ambientes úmidos. Os gametângios femininos denominam-se arquegônios. No interior de cada arquegônio existe um gameta feminino imóvel, denominado oosfera. Da fecundação da oosfera pelo anterozóide, no interior do arquegônio, tem-se a formação de um zigoto e posteriormente de um embrião. As briófitas são as primeiras plantas embriófitas, em que se forma um embrião dependente da mãe para a nutrição. Nas demais plantas terrestres, há igualmente formação de um embrião, sendo que nas pteridófitas ele fica também no interior do arquegônio, enquanto nas fanerógamas encontra-se no interior da semente. Nas briófitas e nas pteridófitas, existe a oogamia, pois o gameta masculino e o feminino são diferentes quanto a forma, tamanho e movimentos. Nas fanerógamas, também se fala em oogamia, porém os gametas masculinos não são flagelados.

Reprodução assexuada

Ciclo de vida em briófita

Reprodução em briófitas

A reprodução assexuada em briófitas de um modo geral pode ocorrer através de fragmentação do talo. Em hepáticas como as do gênero Marchantia pode se reproduzir assexuadamente através de pequenas estruturas em forma de cálice, denominadas conceptáculos, no interior dos quais originam se inúmeros propágulos para a reprodução assexuada. Cada pequeno propágulo é verde, em forma de um oito, e formado por células indiferenciadas. Ao sair do conceptáculo e cair no solo, origina um novo talo. Esta reprodução é independente da alternância de gerações.

Dependendo da espécie de briófita, a geração gametofítica pode ser composta por plantas que produzem gametas masculinos e femininos no mesmo indivíduo (hermafroditas), ou por plantas que produzem ou gametas masculinos ou femininos, não ocorrendo os dois no mesmo indivíduo (sexos separados). Para explicar o ciclo de vida de uma briófita, pode-se tomar como exemplo o de um musgo pertencente ao gênero Polytrichum, comumente encontrado sobre barrancos. Nesse gênero, os gametófitos são de sexos separados. Assim, existem gametófitos femininos e gametófitos masculinos. Os gametângios desenvolvem-se no ápice da planta, dentro de uma taça folhosa.

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Gametófitos em Polytrichium. Os gametófitos (n), são a fase duradoura do ciclo vital. Nele se desenvolvem os gametângios (n) para a produção dos gametas (n). A fecundação ocorre por ocasião de chuvas ou garoas, cujas gotas, ao atingirem o ápice do gametófito masculino, fazem com que os anterozoides sejam lançados a partir dos anterídios (n), juntamente com os borrifos, para fora da planta. Caindo no ápice de uma planta feminina, onde já existe água acumulada, esses anterozoides (n) nadam em direção às oosferas (n), atraídos provavelmente pelo líquido que se forma no canal do arquegônio (n). Ao entrar em contato com a oosfera, ocorre a fecundação, originando uma célula-ovo ou zigoto (2n). O zigoto desenvolve-se no interior do arquegônio e, portanto, no ápice da planta feminina. Em seguida, forma-se um embrião (2n), que dará origem ao esporófito (2n). Dessa forma, o esporófito, que é diplóide, desenvolve-se no ápice do gametófito, sendo formado por uma porção basal, denominada pé, por uma haste ou seta, longa e delicada, e por uma cápsula apical, onde há esporângios. Os esporos formamse nessa cápsula, por divisões meióticas, e são, portanto, haplóides. A cápsula possui um capuz externo denominado caliptra (n), correspondendo a uma parte do tecido haplóides do arquegônio que permanece sobre a cápsula. Ao cair, a caliptra expõe o ápice da cápsula, onde existe o opérculo (2n). Este, ao cair, expõe a abertura da cápsula, que apresenta uma estrutura denominada peristômio. O peristômio é um anel simples ou duplo de segmentos dentiformes higroscópicos situados ao redor da abertura da cápsula. Sendo higroscópicos, essse dentes absorvem umidade do ar, quando o tempo está úmido, ficando retraídos; quando o tempo está seco, eles arqueiam-se, separando-se uns dos outros e auxiliando na expulsão dos esporos. Os esporos (n), resultantes da meiose, ao caírem em substrato adequado, germinarão, dando origem a um sistema de filamentos ramificados denominado protonema (n). A formação de protonema não ocorre em todos os ciclos de briófitas. É mais frequente nos musgos. O protonema é haploide e, de pontos em pontos, desenvolvem-se gemas. De cada gema surge um gametófito. Os gametófitos crescem e amadurecem, reiniciando o ciclo.

Ciclo de vida em Polytrichium.

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Curso de Biologia Em hepáticas, ocorrem nos talos estruturas denominadas chapéus ou gametangióforos (anteridióforos masculinos e arquegonióforos femininos) para a reprodução. Os chapéus masculinos produzem na superfície alguns anterídios, e os chapéus femininos produzem na região inferior alguns arquegônios. Os talos são dioicos, isto é, têm um único sexo e correspondem ao gametófito. O ciclo é semelhante ao dos musgos, pois há também a geração esporofítica representada por pequenos esporângios formados nos chapéus femininos após a fecundação das oosferas no interior dos arquegônios.

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raízes e clorofila, torna-se totalmente independente do gametófito, que morre em seguida. No esporófito, existem vasos condutores de seiva e, portanto, seu corpo é organizado em raiz, caule e folhas verdadeiros, sendo caracterizado como um cormo, e por isso pteridófitas são as primeiras plantas cormófitas. Como possuem revestimento impermeabilizante bastante eficiente, podem habitar ambientes ensolarados sem com isso sofrer grandes riscos de desidratação. Nos esporófitos das pteridófitas, assim como em todos os haplodiplobiontes, a meiose é sempre espórica. Dessa forma os esporos são haploides (n). Existem pteridófitas que produzem esporos iguais entre si, sendo por isso denominadas isosporadas (iso = igual). Há, também, as que produzem esporos diferentes, as heterosporadas (hetero = diferentes), representadas pelas selaginelas. Um de seus esporos, o megásporo, é maior que o outro, denominado micrósporo.

Diversidade das pteridófitas Marchantia polymorpha, espécie de briófita do grupo das hepáticas, que possui sexos separados.

Pteridófitas As pteridófitas são as primeiras plantas vasculares. O termo pteridófitas, conforme já explicado, está sendo usado aqui como simplificação sistemática, agrupando plantas classificadas como pterófitas ou filicíneas, representadas pelas samambaias e avencas, e as licopodíneas, representadas pelo Lycopodium e pela Selaginella, além de artrófitas e psilófitas. As pteridófitas são plantas criptógamas, o que faz com que ainda dependam da água para a reprodução, sendo, portanto, restritas a ambientes úmidos. A geração predominante é a esporofítica (2n); o gametófito (n) é uma planta reduzida, de pequeno porte, denominado prótalo. Este tem estrutura muito simples, apresentando corpo achatado, fixo ao substrato por meio de rizoides.

Pteridófitas hoje são consideradas um grupo de quatro Divisões: Divisão Psilophyta (psilófitas), Divisão Arthrophyta ou Sphenophyta (cavalinhas ou equisetos), Divisão Pterophyta (pteridófitas ou filicíneas: samambaias e avencas), e Divisão Lycophyta (licopodíneas: licopódios e selaginelas),

Divisão Psilophyta As psilófitas ou psilotófitas são plantas vasculares de características bem particulares, uma vez que não apresentam raízes nem folhas. A parte aérea consiste num caule clorofilado e ramificado que apresenta apêndices em forma de escama e a parte subterrânea apresenta rizoides. A ausência de um sistema foliar mais desenvolvido pode ter contribuído para a pequena disseminação atual do grupo, que consiste em apenas dois gêneros e 8 espécies.

Psilófitas; note a ausência de folhas. Prótalo. O esporófito depende do gametófito apenas nos primeiros estágios de seu desenvolvimento. Assim, que passa a apresentar

Divisão Arthrophyta ou Sphenophyta As artrófitas ou esfenófitas alcançaram sua abundância e diversidade máxima em eras há muito passadas, particularmente no Período Carbonífero. Nessa época, formavam plantas de até

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cerca de 20 metros de altura. Essas pteridófitas pré-históricas do grupo das artrófitas deram origem à maior parte das atuais reservas mundiais de carvão mineral. As atuais esfenófitas compreendem um único gênero com cerca de 40 espécies conhecidas como cavalinhas ou equisetos. Essas plantas são facilmente reconhecidas pelos seus caules articulados (daí o nome arthro, articulação, ou cavalinha, pela semelhança com a articulação de patas de cavalos). As folhas, chamadas escamas, são pouco desenvolvidas. Atualmente, são plantas de pequeno porte, raramente atingindo 1 metro de altura e, assim como as psilófitas, pouco disseminadas devido à sua pequena superfície foliar.

Pteridófitas filicíneas.

Artrófitas; note as folhas atrofiadas e as “articulações” no caule.

Divisão Pterophyta

As pterófitas ou filicíneas são o grupo de pteridófitas com maior número de representantes vivos possuindo, pois, grande diversidade de formas e de hábitats. Existem filicíneas de caule ereto e com folhas bem desenvolvidas, como a samambaiaçu, e até 20 metros de altura e frequente em florestas tropicais, e existem espécies de pequeno porte, aquáticas, como as de Salvinia, Azolla e Marsilea. As samambaias arborescentes podem apresentar, na base de seus troncos eretos, uma trama de raízes adventícias que pode atingir grande volume. Essa trama é conhecida popularmente por xaxim e vem sendo muito utilizada como vaso para diferentes tipos de plantas ornamentais. Existem filicíneas de porte intermediário, como as avencas e as samambaias, muito comuns em florestas temperadas e tropicais e que são utilizadas como plantas ornamentais. Ao contrário da samambaiaçu, que é arborescente, com caule ereto, a maior parte das filicíneas possui caule do tipo rizoma. Algumas espécies vivem como epífitas, cujos rizomas crescem justapostos ao tronco das plantas hospedeiras.

As folhas jovens das filicíneas têm o ápice enrolado em função do maior crescimento inicial da face superior da folha em relação à inferior. Essas folhas recebem o nome de báculo, nome também dado ao cetro usado por bispos e que tem a extremidade enrolada. Todas as plantas, apresentadas aqui correspondem ao esporófito, que é a forma dominante e desenvolvida do ciclo de vida das pteridófitas. Na época da reprodução, essas plantas produzem esporos no interior de esporângios localizados nas folhas. Os esporângios ficam reunidos em estruturas denominadas soros, que podem ou não apresentar uma estrutura de proteção denominada indúsio.

Detalhe de folha de samambaia com soros.

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decomposição do rizoma na área compreendida entre duas gemas pode dar origem a indivíduos independentes.

Reprodução sexuada em pteridófitas isosporadas: samambaias

Corte transversal de um soro com indúsio.

Divisão Lycophyta

As licopodíneas são vegetais atualmente representados por apenas cinco gêneros, dos quais os mais comuns são Lycopodium (licopódios) e Selaginella (selaginelas). As espécies do gênero Lycopodium ocorrem desde as regiões árticas até as tropicais, onde são mais abundantes como epífitas. As espécies do gênero Selaginella são muito comuns em matas tropicais, mas ocorrem também em regiões áridas, como desertos e caatingas. Nas caatingas do Nordeste brasileiro, por exemplo, existe a espécie Selaginella convoluta, que, como outras plantas de regiões áridas, permanece em estado latente quando as condições do meio não são favoráveis. Havendo o aumento da umidade do ar, elas voltam a se tornar viçosas. Em função dessa característica, são chamadas de plantas revivescentes. Nas selaginelas, assim como em outras licopodíneas, existem folhas especiais (esporófilos) que abrigam esporângios e ocorrem reunidas na extremidade de ramos férteis, formando estruturas denominadas estróbilos ou espigas, raramente verificadas nas filicíneas. As espécies do gênero Lycopodium são todas isosporadas e, portanto, seus estróbilos possuem um só tipo de esporângio. Já as espécies do gênero Selaginella são heterosporadas e em cada um de seus estróbilos existem folhas abrigando megasporângios, que são esporângios produtores de megásporos, e folhas abrigando microsporângios, que são esporângios produtores de micrósporos.

Reprodução em pteridófitas Reprodução assexuada

Várias espécies de pteridófitas se reproduzem por brotamento a partir de gemas localizadas nos rizomas, de onde partem folhas e raízes. A posterior fragmentação ou

Como exemplo do ciclo de vida de pteridófita isosporada, será estudado o de uma samambaia. O esporófito (2n) se samambaias apresenta na face ventral de suas folhas estruturas denominadas soros contendo os esporângios nos quais se formam os esporos (n) através de meiose. Os soros geralmente ocorrem na face inferior da folha, distribuindo-se de várias maneiras, dependendo da espécie de filicínea. Nas avencas e em algumas samambaias, eles localizamse nos bordos das folhas, enquanto, em outras espécies, ocorrem ao longo das nervuras principais da folha. Quando maduros, os esporos são liberados dos esporângios, que têm um anel quase completo de células, com espessamento em forma de “U”. Esse anel é denominado annulus. As células que completam o annulus não têm reforço e constituem o estômio. Com a diminuição da umidade do ar, as células se retraem. Em função do reforço das células do annulus, ocorre tendência a inverter a curvatura do esporângio, levando-o à ruptura na região do estômio e à liberação dos esporos. Esses esporos são eliminados e, caindo em substrato adequado, dão origem a gametófitos (n), ou prótalos, de formato cordiforme (forma de coração) e hermafroditas. Em um mesmo prótalo, portanto, desenvolvem-se gametângios femininos, ou arquegônios, produtores de gametas femininos (n), as oosferas, e gametângios masculinos, ou anterídios, produtores de gametas masculinos flagelados (n), os anterozoides. Os arquegônios localizam-se na região superior do prótalo e os anterídios, na inferior, próximos aos rizoides.

Prótalo. Na época da maturação, os gametas masculinos, que são flagelados (anterozoides), são eliminados e nadam sobre a lâmina úmida do prótalo, buscando atingir a oosfera no interior do arquegônio. A orientação dos anterozoides se faz provavelmente por atração química. Ocorre a fecundação da oosfera pelo anterozoide, o que dá origem a um zigoto (2n), que se desenvolve em um embrião (2n) e posteriormente em um novo esporófito (2n), reiniciando o ciclo.

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Ciclo de vida em pteridófita isosporada.

Reprodução sexuada em pteridófitas heterosporadas: selaginelas Como exemplo de ciclo de vida em pteridófita heterosporada, será estudado o da Selaginella. Pelo amor de Deus, apenas as licopodíneas selaginelas são heterosporadas; as licopodíneas licopódios são isosporadas, beleza? O esporófito (2n) apresenta em seus estróbilos ou espigas, formados a partir de folhas modificadas, esporângios de dois tipos: - microsporângios (ou androsporângios) masculinos (2n), formados de folhas modificadas chamadas microsporófilos (ou androsporófilos), e formadores, por meiose, de esporos masculinos (n), micrósporos (ou andrósporos); - megasporângios (ou ginosporângios) femininos (2n), formados de folhas modificadas chamadas megasporófilos (ou ginosporófilos), e formadores, por meiose, de esporos femininos (n), megásporos (ou ginósporos); O nome de esporângios pode ser justificado pelo fato de as estruturas masculinas serem normalmente menores que as femininas, daí os nomes micros (= pequeno) ou andrós (= homem) para as masculinas e megas (= grande) ou ginós (= mulher) para as femininas. Os esporos, ao contrário do que ocorre nas samambaias, não são eliminados dos esporângios quando estão maduros, iniciando a germinação ainda ligados ao esporófito. No interior dos esporos, ocorre a formação do gametófito, fenômeno esse denominado desenvolvimento endospórico do gametófito. Na maioria dos casos, esse desenvolvimento é finalizado no solo, após a separação gametófito-esporófito. Em algumas espécies de Selaginella, entretanto, o gametófito desenvolve-se totalmente quando ainda ligado ao esporófito. Será o ciclo da uma destas espécies que discutiremos. Os megásporos (n) originam megaprótalos (n), gametófitos femininos, e os micrósporos (n) originam microprótalos (n), gametófitos masculinos. Em Selaginella, portanto, os prótalos têm sexos separados, diferindo das samambaias, que possuem prótalos hermafroditas. Nos megaprótalos, diferenciam-se gametângios femininos (n), arquegônios, que produzem gametas femininos (n), oosferas, enquanto, nos microprótalos, diferenciam-se gametângios masculinos (n), anterídios, que produzem gametas masculinos (n), anterozoides flagelados. Estes são levados até as oosferas através de borrifos de água, fecundando-as. Com a fecundação, formam-se, então, zigotos (2n), ainda ligados ao esporófito. Somente após a fecundação é que os gametófitos, contendo zigotos já formados, desprendemse do esporófito e, caindo em solos contendo condições adequadas, dão origem a embriões (2n) e daí a outros esporófitos (2n), que reiniciam o ciclo.

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Ciclo da vida de uma pteridófita heterosporada (Selaginella).

Alguns aspectos desse ciclo de vida permitem-nos compreender como poderia ter ocorrido a passagem evolutiva das criptógamas para as fanerógamas. Nas selaginelas, já existe uma estrutura que pode ser considerada um primórdio de flor: folhas especiais relacionadas

com a reprodução e reunidas em estruturas denominadas estróbilos, devido à semelhança com as flores das gimnospermas. Os estróbilos das selaginelas, no entanto, não são flores verdadeiras, pois estas são definidas como ramos modificados que possuem folhas férteis, dotadas de estruturas reprodutoras. Em gimnospermas e angiospermas, todas as espécies são heterosporadas, como ocorre em selaginelas, havendo, portanto, esporângios masculino e feminino. Outro aspecto evolutivo interessante, no ciclo de vida das selaginelas, é a produção de esporos diferentes quanto ao tamanho e à função e o desenvolvimento endospórico do gametófito, especialmente do feminino, que permanece ligado ao esporófito até o início do desenvolvimento do embrião. Este poderia ser um esboço evolutivo do aparecimento de sementes semelhantes às das gimnospermas, primeiras fanerógamas. A semente de gimnosperma é, em última análise, um gametófito feminino desenvolvido no interior do megásporo, contendo um embrião diploide. Ela fica retida nas flores (estróbilos) dos esporófitos até amadurecer, quando então se desprende e, caindo em local adequado, inicia a germinação e origina outro esporófito. As primeiras plantas com sementes, no entanto, não foram pteridófitas primitivas, mas vegetais hoje extintos denominados de pteridospermas, que guardavam semelhanças com as pteridófitas. Esse grupo vegetal, pteridospermas, deve ter dado origem às atuais gimnospermas.

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Exercícios

3. (UNIFOR) A figura abaixo mostra um musgo.

Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Analise a figura abaixo:

Sobre ela fizeram-se as seguintes afirmações: I. X resultou do zigoto e vive às custas de Y. II. Y é o gametófito feminino e, nos musgos, o gametófito representa a fase duradoura do ciclo de vida. III. X e Y são, respectivamente, haploide e diploide. Adaptado de César e Sezar. Biologia. São Paulo: Saraiva, 1999. P. 397.

Ela resume a relação entre as fases do ciclo de vida de quatro grupos vegetais. Sobre esses ciclos, pode-se afirmar corretamente que: A) A sobrevivência do esporófito independe de nutrientes fornecidos pelo gametófito nos quatro grupos considerados. B) o esporófito cresce sobre o gametófito durante toda a vida da planta, tanto em I como em II. C) o esporófito é mais desenvolvido do que o gametófito, tanto em II, como em III e IV. D) o gametófito de IV é mais desenvolvido do que o gametófito de I e II. E) os gametófitos de III e IV desenvolvem-se sobre o solo úmido e darão origem aos respectivos esporófitos após a fecundação. 2. (UNIFOR) Considere as figuras abaixo.

É correto o que se afirma, apenas, em A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III. 4. (UECE) Durante muito tempo as samambaias dominaram a paisagem da Terra e, ao longo de milhões de anos, as várias espécies adaptaram-se a todos os tipos de ambiente. Uma das características das samambaias é a presença de uma estrutura reprodutiva denominada prótalo que é um A) esporófito verde, haploide, que origina esporângios. B) gametófito com rizoides, diploide, que origina esporângios. C) gametófito avascular haploide, efêmero, que origina gametângios. D) esporófito subterrâneo, diploide, que origina gametângios. 5. (UECE) Nos itens a seguir encontram-se as características de alguns organismos. I. Possuem um micobionte como parte da associação. II. São predominantemente pluricelulares. III. Os líquidos podem ser conduzidos por células especiais denominadas hidroides e leptoides. IV. De tamanho variado, a fase duradoura é a esporofítica.

A seiva é conduzida por vasos lenhosos e liberianos somente em A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) I e III.

Marque a alternativa na qual a associação entre os organismos e suas características está correta. A) I-Fungos, II-Clorofíceas, III-Briófitas, IV-Angiospermas. B) I-Liquens, II-Rodofíceas, III-Musgos, IV-Pteridófitas. C) I-Fungos, II-Rodofíceas, III-Algas, IV-Angiospermas. D) I-Liquens, II-Clorofíceas, III-Pteridófitas, IV-Hepáticas.

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6. (UECE) As plantas, assim como todos os demais seres vivos, possuem ancestrais aquáticos e desta forma sua história evolutiva encontra-se relacionada à ocupação progressiva do ambiente terrestre. Para que isso pudesse acontecer algumas características foram selecionadas e dentre elas podemos destacar: I. Sistema vascular; II. Esporófito dominante; III. Filoides; IV. Esporófito não ramificado.

C) os soros são agrupamentos de esporângios que se distribuem na face inferior ou na borda dos folíolos; os esporângios são responsáveis pela produção de esporos por meio da meiose. D) o zigoto diploide se divide por mitoses sucessivas, originando o embrião, que será nutrido por substâncias fornecidas pelo gametófito e terá suas células diferenciando-se em raiz, caule e folha.

São características respectivamente: A) I e II; III e IV. B) I e III; II e IV. C) II e IV; I e III. D) III e IV; I e II.

9. (UPE) Durante o ciclo de vida de uma Pteridófita, encontram-se diversas estruturas morfológicas próprias de cada fase, destacadas pela numeração abaixo.

próprias

de

pteridófitas

e

briófitas,

7. (UERN) No ciclo de vida das pteridófitas, os esporos liberados atingem o solo e podem desenvolver os gametângios, também conhecidos como prótalos. No mesmo indivíduo, os prótalos diferenciam-se em masculinos e femininos sendo, portanto, hermafroditas. A figura representa o prótalo e suas estruturas. Observe.

Assinale a afirmativa correta. A) Os arquegônios (II) produzem as oosferas – gametas femininos. B) Os arquegônios (I) produzem os anterozoides – gametas masculinos. C) Na posição II estão os anterídios, que produzem os anterozoides – gametas masculinos. D) Os anterídios estão na posição I, o arquegônio na posição II e os rizoides na posição III. 8. (UERN) As imagens mostram os soros visíveis a olho nu em uma folha de samambaia.

Em relação à reprodução das pteridófitas, é incorreto afirmar que A) a sincronia entre a fase do ciclo da planta e a estação úmida do local é importante para que os anterídios, haploides e flagelados atinjam o arquegônio. B) em relação às briófitas, as pteridófitas possuem uma redução da fase gametofítica, sendo conhecida como fase passageira ou efêmera, e a fase esporofítica denomina-se duradoura.

Identifique neste ciclo, estas estruturas e assinale a alternativa correta. A) 1-folíolo, 2-rizoide, 3-esporângio, 4-prótalo, 5-arquegônio, 6anterídio. B) 1-fronde, 2-rizoma, 3-soro, 4-protonema, 5-arquegônio, 6anterídio. C) 1-fronde, 2-rizoma, 3-esporângio, 4-prótalo, 5-anterídio, 6arquegônio. D) 1-filoide, 2-rizoide, 3-caliptra, 4-protonema, 5-gametófito feminino, 6-gametófito masculino. E) 1-fronde, 2-radícula, 3-soro, 4-prótalo, 5-conceptáculo, 6propágulo. 10. (FUVEST) Um pesquisador que deseje estudar a divisão meiótica em samambaia deve utilizar em preparações microscópicas células de A) embrião recém-formado. B) rizoma da samambaia. C) soros da samambaia. D) rizoides do prótalo. E) estruturas reprodutivas do prótalo. 11. (UNESP) As espécies dos grupos vegetais A e B assemelhamse, pois: crescem preferencialmente em solos úmidos; possuem órgãos de reprodução pouco desenvolvidos; são destituídas de flores, sementes e frutos; dependem da água para a reprodução; reproduzem-se por alternância de gerações. Contudo, as espécies do grupo A são vasculares e as do grupo B, avasculares. Nos grupos A e B, poderiam estar incluídas, respectivamente, A) clorófitas e rodófitas. B) samambaias e avencas. C) musgos e hepáticas. D) musgos e samambaias. E) avencas e hepáticas.

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12. (UFV) A figura abaixo corresponde a duas plantas com parte de suas estruturas morfológicas e reprodutivas indicadas por I, II, III e IV. II

III

I

D) Após a produção de esporos, o esporófito morre e o gametófito permanece, permitindo afirmar que nas briófitas a fase dominante é a haploide. E) Plantas do filo Hepatophyta (hepáticas) apresentam esporófito cujo contorno assemelha-se a um fígado, e são encontradas em locais úmidos e sombreados. 14. (UFRGS) A figura abaixo apresenta algumas das características compartilhadas por grupos de plantas.

IV

Observe a representação e assinale a afirmativa correta: A) III corresponde a soros 2n que produzem os esporos nas pteridófitas. B) A estrutura indicada por I é diploide e corresponde ao prótalo. C) II indica os anterozoides haploides produzidos pelo esporângio. D) As duas plantas são vascularizadas e apresentam folhas clorofiladas. E) As estruturas indicadas por IV são gametófitos haploides. 13. (UFJF) Em relação às briófitas, assinale a opção incorreta. A) O pequeno porte das plantas resulta da falta de estruturas rígidas de sustentação e de um sistema de condução de seivas. B) Na maioria dos musgos, o sexo é separado: cada gametófito possui apenas anterídios ou apenas arquegônios. C) A forma mais característica de reprodução é a alternância de gerações, através de um ciclo haplontediplonte, também conhecido como haplodiplobiôntico.

Adaptado de: SADAVA et al. Vida: a ciência da biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

As características associadas aos números 1 e 2 representam, respectivamente, a presença de A) esporófito haploide e folhas verdadeiras. B) gametófito haploide e sementes. C) esporófito haploide e estômatos. D) embrião protegido e tecido vascular. E) embrião protegido e sementes.

15. (UFPI) Observe o diagrama abaixo, que representa a distribuição dos grupos de Pteridophyta ao longo do tempo, e analise as afirmativas que se seguem.

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I. Ao final do Paleozoico, ocorreu a extinção de alguns representantes das Lycopsida (Licopódios), Sphenopsida (Equisetum) e Psilotopsida (Psilotum). Isto se deveu, em parte, à ausência de folhas complexas com área fotossintética reduzida. II. A diversificação do grupo das Pteropsida (Samambaias) a partir do Mesozoico se explica pela evolução das folhas complexas, com muitas nervuras e ampla área fotossintética. III. A reprodução sexuada que se caracteriza pela presença de gametas masculinos móveis explica a diversificação das Pteropsida (Samambaias) a partir do Mesozoico. Após a análise e com base nas características evolutivas das Pteridófitas é correto afirmar que: A) apenas I é verdadeira. B) apenas II é verdadeira. C) apenas III é verdadeira. D) apenas I e II são verdadeiras. E) apenas II e III são verdadeiras. 16. (UFPB) O prótalo de uma samambaia está representado na figura ao lado, onde os números I e II correspondem, respectivamente, às seguintes estruturas:

A) B) C) D) E)

I anterídio diploide arquegônio diploide arquegônio haploide esporângio diploide esporângio haploide

II arquegônio haploide anterídio haploide anterídio haploide arquegônio diploide anterídio diploide

17. (UESPI) As plantas avasculares são pequenas e são comuns em ambientes sombreados. Sobre suas características reprodutivas, observe o ciclo de vida exemplificado abaixo e assinale a alternativa correta.

E) O esporófito (5) representa a fase assexuada do ciclo reprodutivo. Questões estilo V ou F 18. (UFPI) As plantas são eucariotos fotossintetizantes que utilizam as clorofilas a e b, armazenam carboidratos na forma de amido e se desenvolvem a partir de embriões protegidos pelo tecido parental. Os 12 (doze) filos de sobreviventes de plantas podem ser agrupados em duas categorias atraqueófitas e traqueófitas. Sobre as atraqueófitas, analise as proposições seguintes e assinale V, para as verdadeiras, ou F, para as falsas. (_) Os licopódes e as cavalinhas são atraqueófitas sem sementes que apresentam folhas simples, ao passo que as samambaias possuem folhas complexas. (_) Os gametófitos mais simples das hepáticas são placas achatadas que produzem os anterídeos, na superfície superior, e os rizoides, na superfície inferior, para a absorção de água. (_) As psilófitas são atraqueófitas que possuem apenas um sistema rudimentar de células condutoras de água e alimento. (_) Os musgos são atraqueófitas que podem ser consideradas irmãs das traqueófitas por apresentarem um minúsculo canal para o transporte de água, provavelmente, um progenitor dos traqueídes. Questões discursivas 19. (UFV) A figura abaixo ilustra três espécies (I, II e III) de um mesmo grupo taxonômico de plantas, conhecido como "traqueófitas", que se destaca pela sua importância filogenética e botânica.

A) Na cápsula, ocorre a meiose, formando-se esporos haploides que são eliminados no solo (1). B) Cada esporo desenvolve-se formando gametófitos unicamente masculinos (2). C) Anterozoides haploides fecundam oosferas diploides (3), ocorrendo a seguir divisões meióticas sucessivas. D) O arquegônio com o embrião diploide (4) desenvolve-se formando uma estrutura haploide.

A) Qual a divisão taxonômica que engloba essas três espécies vegetais? B) Cite uma característica básica desse grupo de plantas. C) Que nome recebe a estrutura indicada pela seta em I e II?

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20. (UFJF) Os mais antigos fósseis conhecidos de pteridófitas são do período Siluriano (400 milhões de anos atrás), de plantas com poucos centímetros de altura, que viviam sempre associadas a ambientes com alta disponibilidade hídrica. Do final do período Devoniano até o final do Carbonífero (entre 375-290 milhões de anos), as pteridófitas formaram grandes florestas, sendo as plantas mais abundantes. As primeiras angiospermas surgiram no início do Cretáceo (há 130 milhões de anos) e atualmente atingem a dominância global na vegetação e o máximo da diversificação morfológica. A interação com animais foi um dos fatores mais importantes no processo de diversificação das angiospermas, sendo a evolução de suas estruturas reprodutivas direcionada pelas relações cada vez mais especializadas com seus agentes polinizadores. Considerando os aspectos expostos no texto sobre pteridófitas e angiospermas, responda às questões propostas a seguir: A) Cite todos os órgãos vegetais disponíveis como alimento para os herbívoros durante as seguintes épocas: - Final do Carbonífero: - Início do Cretáceo: B) A proximidade da água favoreceu a reprodução sexuada das primeiras pteridófitas, sendo ainda necessária para as espécies atuais desse grupo. Explique por quê. C) Classifique as seguintes estruturas das pteridófitas, de acordo com a ploidia de suas células (haploide = n; diploide = 2n). - Prótalo: - Soro: D) Cite duas características de uma angiosperma que apresenta a entomofilia como síndrome de polinização. 20. (UFMG) Observe as figuras A, B, e C, referentes a grupos vegetais nos quais algumas estruturas foram indicadas por números.

AULA 4 Vegetais Superiores: Gimnospermas e Angiospermas

Gimnospermas As gimnospermas são cormófitas, traqueófitas (vasculares) e embriófitas, além de serem as primeiras plantas produtoras de flores, denominadas fanerógamas, e de sementes, denominadas espermatófitas. As angiospermas também são fanerógamas e espermatófitas, diferindo das gimnospermas basicamente por produzirem frutos envolvendo suas sementes; são plantas floríferas e frutíferas, enquanto as gimnospermas são floríferas, mas não frutíferas, produzindo "sementes nuas", não encerradas no interior de frutos. As flores das gimnospermas são denominadas estróbilos, ramos especiais com folhas férteis, onde se desenvolvem os esporângios. São, portanto, os esporófitos das gimnospermas que formam flores. A geração gametofítica é ainda mais reduzida que a das pteridófitas, desenvolvendo-se no interior dos esporângios, ou mais precisamente, dos esporos, o que caracteriza o desenvolvimento endospórico do gametófito. A presença de um estróbilo garante também a existência de grãos de pólen, o que torna a reprodução independente da água, uma vez que o pólen é transportado pelo vento, caracterizando uma polinização anemófila. A existência de um tubo polínico na maioria das espécies torna essa independência ainda maior, pois permite que o gameta masculino encontre o feminino sem necessitar de água, caracterizando essas plantas como sifonógamas. A presença do grão de pólen e do tubo polínico torna as gimnospermas as primeiras plantas terrestres bem adaptadas a ambientes secos.

Pteridospermas

Com relação as figuras, cite o que se pede. 1. Cite as funções das estruturas 1 e 2. Cite a(s) figura(s) que correspondem à fase esporofítica 2. Cite o(s) grupo(s) que apresenta(m), durante o seu desenvolvimento, a estrutura apontada pela seta 8 na figura D. Cite o número de cromossomos da estrutura indicada pela seta 8, considerando-se que a espécie apresenta 2n = 60. O tipo de reprodução que origina a estrutura indicada pela seta 8. 3. Cite a função das estruturas indicadas por 3. Cite a principal condição ambiental que favorece a proliferação dos grupos A e B em um jardim.

As pteridospermas são plantas já extintas que eram comuns no Carbonífero, há cerca de 300 milhões de anos. Seus órgãos vegetativos, as raízes, caules e folhas, eram semelhantes aos das samambaias, mas já produziam sementes. Elas seriam, portanto, "samambaias com sementes" e muito provavelmente foram as precursoras das atuais gimnospermas. Nas pteridospermas, a germinação dos megásporos ocorria no interior dos megasporângios (óvulos), que ainda permaneciam presos à planta e não no solo como em Selaginella. Além disso, dos quatro megásporos haploides formados por meiose no interior de cada megasporângio, três se atrofiavam, restando apenas um. Este, acumulando muito material de reserva, germinava e dava origem a um prótalo ainda protegido e preso à planta. A partir desse grupo, a fecundação não mais ficou na dependência de água do meio, pois já acontecia no interior do próprio megasporângio (óvulo). Após a fecundação, é justamente esse órgão protegido por uma membrana externa que corresponde à semente, a grande aquisição evolutiva na passagem das pteridófitas (traqueófitas sem sementes) para as pteridospermas (traqueófitas com sementes).

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Curso de Biologia Diversidade das gimnospermas Gimnospermas hoje são consideradas um grupo de 4 divisões: Divisão Ginkgophyta (uma única espécie, Ginkgo biloba), Divisão Cicadophyta (cicadáceas), Divisão Conyferophyta (coníferas: pinheiros) e Divisão Gnetophyta (gnetófitas). Todas as gimnospermas são heterosporadas. Os grãos de pólen produzidos pelos esporângios masculinos, localizados nos estróbilos, são transportados pelo vento, e há, normalmente, formação de tubo polínico, caracterizando uma independência da água quanto à reprodução. Em coníferas e gnetófitas, os gametas masculinos são imóveis, e os tubos polínicos os conduzem diretamente aos gametas femininos localizados no arquegônio, que se forma no interior do estróbilo feminino. Nas cicadáceas e em Ginkgo, a fecundação é intermediária entre a condição encontrada em pteridófitas, onde ocorrem anterozoides flagelados que nadam livremente para encontrar os gametas femininos, e a condição encontrada nas demais gimnospermas e nas angiospermas, onde os gametas masculinos são imóveis e levados pelo tubo polínico. Embora em cicas e Ginkgo o tubo polínico seja eventualmente formado, ele não penetra no arquegônio, de modo que anterozoides masculinos multiflagelados têm que nadar até o arquegônio para fecundar a oosfera. Nesse caso, a água para o deslocamento dos gametas se encontra no interior do estróbilo feminino, o que caracteriza, como é regra para as gimnospermas, uma independência da água para a reprodução.

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Divisão Cycadophyta

As cicadáceas são plantas morfologicamente semelhantes a palmeiras e já foram muito abundantes na Era Mesozoica, por vezes referida como “Era dos Dinossauros e das Cicas”. Nos dias de hoje, compreendem cerca de 140 espécies em 11 gêneros. As atuais cicas vivem em regiões tropicais e subtropicais e correspondem, em sua maioria, a árvores de grande porte, com até cerca de 20 metros de altura. Normalmente são tóxicas e carcinogênicas, mas abrigam cianobactérias fixadoras de nitrogênio. Apesar da polinização em gimnospermas normalmente ocorrer pelo vento (polinização anemófila), em cicas, os insetos desempenham um papel importante (polinização entomófila), apresentando o estróbilo, para isso, alguns elementos atrativos. Como ocorre com Ginkgo, as cicas são árvores de sexos separados e dotadas de gametas masculinos flagelados, que partem do tubo polínico (quando este se forma no ciclo de vida) e nadam para encontrar o gameta feminino.

Divisão Ginkgophyta A única espécie atual dentro do grupo das ginkgófitas é denominada Ginkgo biloba e é uma árvore de grandes proporções que pode atingir 30 metros de altura ou mais. Diferentemente da demais gimnospermas, as Ginkgo são caducifoliadas (decíduas), e suas folhas tornam-se douradas antes de caírem, no outono. Provavelmente não existem mais plantas nativas de Ginkgo no mundo, sendo árvores preservadas ao redor de templos na China e no Japão. A espécie foi introduzida em outras partes do mundo, e é bem representada em parques e jardins de regiões temperadas. Acredita-se que Ginkgo possui propriedades terapêuticas. O Ginkgo é uma planta uma dioica, com estruturas masculinas e femininas em indivíduos distintos, e como já dito, os gametas masculinos provenientes do grão de pólen são flagelados e têm que nadar a partir do tubo polínico, dentro do estróbilo feminino, para atingir a oosfera.

Cica ornamental (tudo bem, eu admito, parece uma palmeira, mas palmeira é angiosperma, viu?).

Detalhe do estróbilo da cica (as folhas da frente foram removidas para permitir sua visualização).

Divisão Coniferophyta

Detalhe de folha de Ginkgo.

As coníferas recebem este nome pela semelhança de seu estróbilo feminino, denominado pinha, com um cone. (Uma outra explicação por vezes dada para justificar o termo “coníferas” é a forma cônica das árvores de pinheiro, principais representantes do VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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grupo.) São as gimnospermas mais comuns na atualidade, compreendendo cerca de 550 espécies em 50 gêneros, de espécies como pinheiros, abetos, sequoias e araucárias.

Detalhe de estróbilo feminino (pinha) em Pinus. Observe as folhas em agulha que justificam o termo “aciculifoliados” para os pinheiros. São plantas abundantes em regiões temperadas, chegando a formar vegetações extensas, como as taigas, no hemisfério Norte, e a mata de araucária, no Sul do Brasil (do Paraná até o Rio Grande do Sul). A mata de araucária está atualmente muito reduzida, principalmente em função da exploração feita pelo homem da madeira do pinheiro-do-paraná, planta predominante nessa mata, cuja espécie é a Araucaria angustifolia. Os pinheiros, como o pinheiro-do-paraná, são as gimnospermas mais conhecidas. O do gênero Pinus, nativo da Europa e dos Estados Unidos, foi introduzido com sucesso no Brasil, tendo se adaptado bem na região Sul, onde o clima é mais frio. As coníferas podem apresentar plantas de grande porte, como as sequoias (Sequoia sempervirens), que ocorrem na Califórnia (Estados Unidos). Essas plantas chegam a atingir 120 metros de altura e o diâmetro de seus troncos, 12 metros. Estimase que as atuais tenham aproximadamente 4 mil anos de idade. As coníferas são profundamente adaptadas a climas frios e secos, através de adaptações como caules com súber espesso para funcionar como isolante térmico, folhas aciculifoliadas com uma pequena superfície de transpiração e adaptadas ao mínimo acúmulo de neve. São também plantas heliófilas, necessitando de bastante sol para seu desenvolvimento. A forma cônica de pinheiros possibilita uma grande superfície de exposição ao sol, bem como a presença de folhas somente na cúpula de uma araucária pode ser justificada pela morte das folhas localizadas abaixo da cúpula por estarem à sombra das demais folhas. Apesar da inexistência de frutos, em coníferas da família dos taxos, a semente é rodeada por uma cúpula carnosa, denominada arilo, que atrai pássaros e outros animais para ajudar na dispersão da semente. Ao contrário de Ginkgo e cica, os gametas masculinos não mais são flagelados, e o tubo polínico os conduz até os gametas femininos para a fecundação.

Cúpula de Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná).

Divisão Gnetophyta As gnetáceas correspondem atualmente a apenas 70 espécies de 3 gêneros, Gnetum, Ephedra e Welvitschia. Gnetum inclui árvores e trepadeiras de regiões tropicais. Ephedra corresponde a arbustos com folhas não muito bem caracterizadas, em forma de escama, e é encontrado em áreas desérticas. Welvitschia é provavelmente a planta vascular vivente mais bizarra, com a maior parte de seu enorme caule enterrado em solo arenoso, ficando exposto somente um disco do qual parte duas imensas folhas de até 3 metros de comprimento que se dividem espontaneamente, dando a impressão de serem várias. Este gênero habita os desertos da costa atlântica da África, e seus representantes vivem por mais de 100 anos. As plantas gnetófitas são as gimnospermas que mais guardam semelhanças com as angiospermas. Em certas espécies, ocorrem estróbilos com inflorescências (lembrando o que ocorre com algumas flores verdadeiras), além da presença de elementos de vasos no xilema (típicos de angiospermas, enquanto em gimnospermas em geral ocorrem traqueídes) e da ausência de arquegônios em Gnetum e Welvitschia. Podem ainda ser citados a existência de estruturas semelhantes aos estames de flores verdadeiras para a produção de pólen (que é inclusive normalmente transportado por animais como insetos, e menos efetivamente pelo vento), a existência de um duplo tegumento no óvulo, como ocorre em angiospermas, e a existência de dupla fecundação no gênero Ephedra. Apesar de não terem originado as angiospermas, as gnetófitas devem ter um ancestral comum bem próximo com elas. Assim como ocorre em cicas, apesar da polinização anemófila ser a mais comum, em certas espécies ocorre polinização entomófila. Assim como ocorre em coníferas, e ao contrário de Ginkgo e cica, os gametas masculinos não mais são flagelados, e o tubo polínico os conduz até os gametas femininos para a fecundação.

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Curso de Biologia Reprodução sexuada em gimnospermas Assim como ocorre em pteridófitas selaginelas, as plantas gimnospermas são heterosporadas, com a formação de micrósporos masculinos e de megásporos femininos, tendência que se mantém no grupo das angiospermas, que será estudado mais à frente. Como exemplo de ciclo de vida de gimnosperma, será estudado o do pinheiro do gênero Pinus, onde as estruturas envolvidas com a reprodução sexuada são ramos especiais férteis formados a partir de folhas modificadas denominadas esporófilos; esses ramos são os estróbilos. Esses estróbilos estão localizados no esporófito (2n), fase duradoura da planta. Os microstróbilos masculinos contêm microsporângios (ou androsporângios) masculinos (2n), formados de folhas modificadas chamadas escamas ou microsporófilos (ou androsporófilos), e formadores, por meiose, de esporos masculinos (n), micrósporos (ou andrósporos). Já os megastróbilos femininos, também conhecidos como pinhas ou cones, contêm megasporângios (ou ginosporângios) femininos (2n), formados de folhas modificadas chamadas escamas ovulíferas ou megasporófilos (ou ginosporófilos), e formadores, por meiose, de esporos femininos (n), megásporos (ou ginósporos). Em Pinus, os estróbilos masculinos e os femininos ocorrem em um mesmo indivíduo.

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Nos microstróbilos desenvolvem-se microsporângios, nos interior dos quais formam-se, por meiose, vários micrósporos haploides. Ainda protegidos pela parede do esporo, os micrósporos dão origem aos gametófitos masculinos, falando-se, nesse caso, em desenvolvimento endospórico do gametófito. O gametófito masculino é formado inicialmente por quatro células. Duas degeneram, ficando apenas a célula do tubo, ou vegetativa, e a célula geradora, ou generativa. A parede do micrósporo desenvolve duas projeções laterais em forma de asas. O micrósporo assim modificado passa a ser chamado de grão de pólen.

Grãos de pólen de gimnosperma: estrutura derivada de um micrósporo. Possui externamente duas expansões laterais em forma de asa, desenvolvidas a partir da parede do micrósporo. Em seu interior está o gametófito masculino, imaturo, formado por duas células haploides: a célula do tubo ou vegetativa e a célula geradora ou generativa. Nos megastróbilos, desenvolvem-se os megasporângios, cada um deles revestido por tegumentos. Cada megasporângio revestido por tegumentos recebe o nome de óvulo. Em gimnospermas, portanto, o óvulo não é o gameta feminino, e sim o megasporângio revestido por tegumentos. A massa de células no óvulo, interna ao tegumento, é denominada nucelo. Detalhe de ramos de Pinus, que possui estróbilos feminino (megastróbilo) e masculino (microstróbilo) em um mesmo indivíduo.

Óvulo de gimnosperma: megasporângio revestido por tegumentos. Pelo amor de Deus, não é o gameta feminino, que corresponde à oosfera.

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Em cada óvulo existe um orifício no tegumento denominado micrópila. No megasporângio, uma única célula origina quatro células haploides, ao sofrer meiose. Destas, três degeneram e apenas uma passa a ser o megásporo funcional (n).

Todo esse processo, da polinização à fecundação, é muito lento, durando cerca de 15 meses em Pinus.

Fecundação em gimnosperma.

Formação de megásporos em gimnosperma. Em determinadas épocas do ano ocorre a polinização: os grãos de pólen são liberados e, em função de suas projeções laterais, facilmente transportados pelo vento (polinização anemófila); alguns deles podem passar através da micrópila do óvulo, atingindo uma pequena cavidade do ápice do megasporângio, denominada câmara polínica, geralmente contendo líquido secretado pelo óvulo. As gimnospermas são as primeiras plantas terrestres a se tornarem independentes da água para sua reprodução, graças ao grão de pólen e ao tubo polínico. Após a polinização, o megásporo funcional (n) sofre várias divisões mitóticas, dando origem a um gametófito feminino (n), chamado de megagametófito ou megaprótalo, onde se diferenciam dois ou três arquegônios (n) na região próxima à micrópila. Em cada arquegônio diferencia-se apenas um gameta feminino, a oosfera (n). Enquanto isso, o grão de pólen, localizado na câmara polínica, inicia sua germinação. A célula do tubo desenvolve-se, dando origem a uma estrutura longa denominada tubo polínico. Essa estrutura perfura os tecidos do megasporângio e vai crescendo pelo nucelo até atingir o arquegônio, também de maneira bastante lenta, como ocorre com a germinação do megásporo funcional. A célula geradora então se divide, originando dois núcleos espermáticos, que se dirigem para o tubo polínico. Esses núcleos espermáticos são os gametas masculinos das gimnospermas. Um deles fecunda a oosfera, gerando um zigoto (2n); o outro sofre degeneração. Comumente, as oosferas de todos os arquegônios são fecundadas, cada uma delas por núcleos espermáticos de grãos de pólen distintos. Todos os zigotos começam a se transformar em embriões (2n) (poliembrionia), mas, em geral, apenas um deles se desenvolve.

O embrião (2n) permanece no interior do gametófito feminino (n), que acumula substâncias nutritivas, dando origem a um tecido nutritivo haploide denominado endosperma (n). Enquanto isso, os tegumentos endurecem, passando a formar uma estrutura denominada casca ou tegumento. Ao conjunto de casca (2n), nucelo do megasporângio (2n), endosperma (n) e embrião (2n) dá-se o nome de semente. Esta permanece presa ao estróbilo até amadurecer, quando então se desprende e cai ao solo. Encontrando condições adequadas, inicia a germinação, originando um novo indivíduo diploide, o esporófito, que reiniciará o ciclo.

Semente de gimnosperma. Os megastróbilos são em geral globosos, grandes, e comumente denominados pinhas. Estas, após a fecundação, formam várias sementes contendo um embrião em seu interior. São as sementes comestíveis conhecidas por pinhão. A semente é constituída por: - casca ou tegumento da semente (2n): resultante do espessamento do tegumento do óvulo; - nucelo do megasporângio (2n); - embrião (2n): resultante da fecundação da oosfera pelo núcleo espermático, corresponde ao esporófito jovem; - tecido nutritivo ou endosperma (n): corresponde ao gametófito. Em seguida, representamos esquematicamente o ciclo de vida de uma gimnosperma.

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Ciclo de vida de Pinus. GYMNOSPERMAE - Esporófito (2n): planta desenvolvida com raiz, caule, folhas, flores e sementes. - Microstróbilo (2n): flor masculina. - Megastróbilo (2n): flor feminina. - Grãos de pólen (n): esporos masculinos (micrósporos) modificados contendo sacos aéreos e o gametófito masculino em seu interior. - Gametófito masculino (n): conjunto formado por célula do tubo e célula geradora (gametófito imaturo) e tubo polínico (gametófito maduro). - Gameta masculino (n): núcleos espermáticos. - Gametófito feminino (n): megaprótalo com arquegônios; futuramente forma o endosperma para reserva nutritiva na semente. - Gameta feminino (n): oosfera. - Óvulo (2n): megasporângio revestido por tegumento. - Semente: óvulo fecundado e desenvolvido.

Angiospermas

atração de agentes polinizantes, e de frutos, no interior dos quais ficam abrigadas as sementes, e que ajudam na dispersão do vegetal. Essas características fazem com que elas tenham ampla vantagem sobre os demais grupos vegetais, de modo que elas correspondem ao grupo de plantas com maior número de espécies sobre a Terra, perfazendo cerca de 90% das atuais plantas. Ocorrem em ampla diversidade de hábitats, possuindo desde espécies aquáticas, inclusive marinhas (as únicas plantas com espécies marinhas), até plantas adaptadas a ambientes áridos. Entre as angiospermas são encontradas espécies arbóreas, arbustivas, herbáceas, epífitas e parasitas de outras plantas. Há desde espécies gigantes, como a Eucalyptus regnans, que chega a medir 114 metros de altura e 19 metros de circunferência, até as microscópicas, com a Wolffia microscopica, que atinge no máximo 1 milímetro de comprimento. As angiospermas estão reunidas numa única divisão, denominada Divisão Anthophyta ou Magnoliophyta, que se divide em duas classes: a Classe Monocotyledones ou Lilliopsida e a Classe Dicotyledones ou Magnoliopsida.

Monocotiledôneas e Dicotiledôneas

As angiospermas são, assim como as gimnospermas cormófitas, traqueófitas (vasculares), embriófitas, espermatófitas, sifonógamas e fanerógamas. As duas diferenças primordiais consistem na existência de flores verdadeiras contendo pétalas, osmóforos e nectários para a

Monocotiledôneas comuns são as das famílias das gramíneas (milho, trigo, cana-de-açúcar, bambu, etc) e das palmáceas (palmeiras, coqueiros...). Dicotiledôneas são a maioria das angiospermas, com destaque para a família das leguminosas (plantas cujas sementes estão em vagens, frutos secos: feijão, soja, ervilha, etc...).

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As principais características que permitem distinguir as monocotiledôneas das dicotiledôneas estão resumidas no quadro a seguir: Nº de cotilédones Raiz

Monocotiledôneas

Dicotiledôneas

1

2

Fasciculada ou “em cabeleira”, onde não há raiz principal (a radícula que emerge da semente degenera, daí não haver raiz principal), com todas as radicelas sendo raízes adventícias (provenientes do caule) Caule Com nós bem definidos, (morfologia) sendo tipo colmo nas gramíneas (com folhas saindo de cada nó) e estipe nas palmáceas (com folhas apenas na cúpula do caule) Caule Xilema e floema difusos (histologia) (atactostélico) Folha

Flor

Fruto

Invaginante (sem pecíolo e com grande bainha saindo direto do caule) e paralelinérvea (com nervuras paralelas) Trímera (com estruturas em número múltiplo de três) Trímero (com lojas em número múltiplo de três)

Pivotante ou axial, onde há uma raiz principal de onde saem raízes secundárias (a radícula do embrião não degenera)

Com nós não definidos, sendo normalmente do tipo tronco

Anel de xilema por dentro e anel de floema por fora (eustélico) Normalmente peciolada (com pecíolo bem desenvolvido) e peninérvea (com nervuras reticuladas) Tetrâmera ou pentâmera (com estruturas em número múltiplo de quatro ou cinco) Dímero ou pentâmero (com lojas em número múltiplo de dois ou cinco)

completas são formadas por pedúnculo ou pedicelo, que suporta a flor, e um receptáculo, base da flor onde se inserem os verticilos florais. Estes são: - cálice: formado pelo conjunto de sépalas, geralmente verdes, para proteção. - corola: formada pelo conjunto de pétalas, que podem apresentar várias cores, para atração de agentes polinizantes. - androceu: formado pelos estames, derivado de folhas modificadas, microsporófilos, e que constituem o sistema reprodutor masculino, sendo os produtores de grãos de pólen. - gineceu: formado pelo pistilo ou carpelo, derivado de folhas modificadas, megasporófilos, e que constitui o sistema reprodutor feminino, sendo dotado de óvulos que formarão sementes e de ovários que formarão frutos após a reprodução. Uma flor só é considerada completa quando possui os quatro verticilos florais: gineceu, androceu, corola e cálice, dispostos nessa ordem, do centro para a periferia do receptáculo floral.

Flor de angiosperma Em algumas angiospermas, as flores não ocorrem em ramos isolados, mas em grupo, formando o que se chama de inflorescência. As inflorescências recebem classificações diferentes, como, por exemplo, as seguintes:

Pelo fato do grupo das dicotiledôneas não ser monofilético, atualmente a tendência é dividir esse grupo em eudicotiledôneas e dicotiledôneas basais, sendo essas últimas dotadas de traços bastante primitivos, o que nos leva a crer que são remanescentes do grupo ancestral que originou tanto dicotiledôneas como monocotiledôneas modernas.

A flor das angiospermas Nas fanerógamas, as estruturas que participam da reprodução sexuada são as flores, formadas a partir de folhas modificadas, algumas estéreis para a proteção e atração de agentes polinizantes (sépalas e pétalas), e outras férteis (esporófilos, formadoras de esporos). Nas angiospermas, as flores VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Alguns tipos de inflorescências. Racemos são também chamados de cachos. Em parreiras, cachos de flores originam cachos de uva, assim como em milho espigas de flores originam espigas de flores. Algumas inflorescências são muito agrupadas e organizadas, dando a impressão de serem uma única flor. Em margaridas e girassóis (dotadas de uma inflorescência conhecida como capítulo), as flores mais internas, na região central, têm pétalas muito reduzidas e fundidas entre si e à parede do carpelo, enquanto as flores mais externas possuem suas pétalas fundidas em uma estrutura que se projeta para fora, dando a impressão de uma pétala única. Essas flores periféricas são normalmente estéreis e suas projeções envolvem toda a região ocupada pelas flores centrais, formando um anel de pétalas.

Detalhe da inflorescência em capítulo.

Classificação das flores quanto à estrutura

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O conjunto cálice-corola é denominado perianto. Algumas flores apresentam só o cálice ou só a corola, enquanto outras não possuem nenhum desses dois verticilos. Existem, ainda, flores em que as sépalas não se distinguem das pétalas, pois ambas têm a mesma cor. Nesses casos, fala-se em tépalas, cujo conjunto forma o perigônio. Flores que apresentam sépalas e pétalas distintas são chamadas de heteroclamídeas, havendo, pois, um perianto bem caracterizado. Flores com tépalas são chamadas de homoclamídeas, o que caracteriza nelas um perigônio. A maioria das flores apresenta os quatro tipos de verticilos florais, gineceu, androceu, corola e cálice, sendo chamadas de flores completas. Quando um ou mais verticilo está ausente, falase em flores incompletas. Flores incompletas pela falta simultânea de cálice e de corola são chamadas de aclamídeas ou aperiantadas. Quando possui apenas um dos verticilos do perianto, somente pétalas ou somente sépalas, a flor é denominada monoclamídea. No caso de faltar algum dos verticilos férteis, o androceu ou o gineceu, fala-se em flor díclina. No caso de a flor díclina possuir apenas gineceu, ela é chamada de pistilada; se possuir apenas estames, é denominada estaminada. Flores com estames e pistilos simultaneamente são chamadas de flores monóclinas.

Classificação das flores e plantas quanto ao sexo As flores podem ser monóclinas ou díclinas. Flores díclinas apresentam somente um dos sexos. Elas possuem apenas o androceu ou apenas o gineceu, sendo denominadas, respectivamente, flores masculinas ou estaminadas, e flores femininas ou pistiladas. Flores monóclinas apresentam os dois sexos simultaneamente, ou seja, possuem simultaneamente androceu e gineceu, sendo, pois, hermafroditas. A maioria das flores se enquadra nessa categoria. Em algumas flores hermafroditas, ocorre o fenômeno de cleistogamia, uma polinização que ocorre antes da flor desabrochar, sendo, pois, uma autofecundação (ou autogamia). Isso pode ser vantajoso em áreas desérticas ou muito frias, por exemplo, em que a pequena quantidade de insetos e aves dificultaria uma polinização zoófila que levaria à fecundação cruzada (ou alogamia). Essa autofecundação, no entanto, tem o inconveniente de não permitir aumento significativo de variabilidade genética. Geralmente, no entanto, as flores hermafroditas possuem mecanismos que impedem a autofecundação, o que garante a fecundação cruzada (ou alogamia) e possibilita uma maior variabilidade genética. Alguns desses mecanismos estão resumidos a seguir:

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42 Dicogamia

Hercogamia

Autoesterilidade

Curso de Biologia Amadurecimento do androceu e do gineceu em épocas diferentes. Fala-se em protandria quando o androceu amadurece primeiro e em protoginia quando ocorre o inverso. Barreira física impedindo a queda do pólen no estigma da mesma flor. Em certas plantas, as anteras têm uma disposição tal que um inseto polinizador, por exemplo, só se impregna com o pólen após ter passado pelo estigma, o que impede a autofecundação. Em certas espécies ocorre a heterostilia, em que existem dois tipos de plantas, que diferem quanto à posição de seus estames e estigma (abertura do pistilo). Em um desses tipos, conhecido como “alfinete”, o estilete (cabo do pistilo) é longo e o estigma fica no nível do ápice do tubo da corola; os estames são curtos e as anteras (estruturas produtoras de pólen no estame) ficam localizadas na região mediana da corola. No outro tipo, conhecido como “franja”, a situação inverte-se: os estames são longos e as anteras localizam-se no nível do ápice do tubo da corola. Essa disposição estratégica de anteras e estigmas favorece a polinização cruzada entre os dois tipos de planta, pois um inseto polinizador que visita uma for do tipo alfinete se impregnará de pólen na altura do corpo correspondente à posição do estigma das flores das plantas tipo franja, e vice-versa. Incompatibilidade genética entre pólen e óvulo levando à não germinação do grão de pólen.

Classificação das flores quanto à posição do ovário Os botânicos costumam também classificar as flores de acordo com a posição dos diferentes elementos florais em relação ao ovário (ou ovários). No caso de as sépalas, as pétalas e os estames estarem abaixo do ponto de inserção do ovário no receptáculo floral, a flor é denominada hipógina (do grego hypo, abaixo, e gyne, mulher) e o ovário é denominado súpero. Quando o cálice forma um pequeno tubo, com o ovário inserido no fundo e as pétalas e os estames inseridos na borda, ficando estes em posição intermediária entre a base e o topo do ovário, a flor é denominada perígina (do grego peri, ao redor) e o ovário é denominado intermediário. Quando as sépalas, as pétalas e os estames inserem-se no receptáculo floral perto do topo do ovário, a flor é denominada epígina (do grego epi, acima) e o ovário é denominado ínfero.

Quanto às flores, as plantas podem ser dioicas, monoicas ou hermafroditas. Plantas dioicas apresentam sexos separados, com flores díclinas, havendo em alguns indivíduos somente flores masculinas (estaminadas), e em outros, somente flores femininas (pistiladas). O mamoeiro é um exemplo bastante conhecido, com apenas o mamoeiro fêmea produzindo frutos. Plantas monoicas possuem flores díclinas, mas as flores masculinas (estaminadas) e as femininas (pistiladas) ocorrendo no mesmo indivíduo. A abóbora possui ao mesmo tempo flores estaminadas e flores pistiladas, correspondendo a um exemplo dessa classificação. Plantas hermafroditas possuem flores monóclinas. A maioria das plantas angiospermas é hermafrodita.

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Alguns tipos de placentação: (a) parietal; (b) axial; (c) central-livre.

Reprodução sexuada em angiospermas Androceu na flor: o conjunto de estames Placentação O ovário (ou ovários) encontrado no gineceu apresenta óvulos. Esses ovários são a parte mais basal do pistilo ou carpelo, e é formado por folhas modificadas. Para alguns autores, reserva-se o nome carpelos para essas folhas modificadas formadoras de ovários, podendo o ovário ser formado por um carpelo ou por vários deles. Ovários formados pela fusão de dois ou mais carpelos geralmente apresentam compartimentos isolados, os lóculos, dentro dos quais se formam os óvulos. O número de lóculos está relacionado ao número de carpelos que formam o pistilo. Os óvulos de angiospermas, como os de gimnospermas, são megasporângios, ou seja, órgãos produtores de esporos femininos. A região do ovário a partir da qual se forma o óvulo e onde ele permanece até a maturidade é chamada de placenta. O modo como os óvulos ficam presos no interior do ovário, denominado placentação, varia nas diferentes espécies, podendo ser do tipo parietal, axial, central livre, basal ou apical. - Na placentação parietal, os óvulos formam-se na parede do ovário ou extensões dela; - Na placentação axial, eles se formam na região central do ovário, no ponto de união entre os vários lóculos; - Na placentação central livre, os óvulos formam-se em uma coluna de tecido central não conectada com as paredes laterais do ovário; - Em certas flores com um único carpelo e um único óvulo, este pode estar preso à base ou ao ápice do ovário, constituindo as placentações basal ou apical, respectivamente.

O androceu é constituído por estruturas denominadas estames, formados de folhas modificadas, os microsporófilos e contendo os microsporângios. Cada estame consiste em uma haste fina denominada filete, em cuja extremidade diferencia-se a antera. Nesta, desenvolvem-se quatro microsporângios, também denominados sacos polínicos. Comparando-se essa estrutura com o que ocorre nas gimnospermas, verifica-se que o estame corresponde à folha portadora de microsporângios das gimnospermas. Nos sacos polínicos originam-se, por meiose, os micrósporos haploides. Estes, à semelhança do que ocorre nas gimnospermas, iniciam a formação do gametófito masculino no interior da parede do esporo (desenvolvimento endospórico do gametófito), dando origem ao grão de pólen, que permanece no interior dos esporângios até a época da reprodução. O grão de pólen das angiospermas contém em seu interior o gametófito masculino formado por duas células haploides: a célula do tubo ou vegetativa, e a célula geradora. A parede do grão de pólen é dupla, formada pela exina, mais externa e resistente, e a intina, mais interna, delgada e flexível. A exina apresenta vários poros, projeções e ornamentações que facilitam a aderência do pólen ao gineceu. Os grãos de pólen das angiospermas são semelhantes aos das gimnospermas, diferindo destes por não apresentarem expansões aladas.

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Gineceu na flor: o pistilo ou carpelo

O gineceu é formado por uma estrutura normalmente única denominada de pistilo ou carpelo, formada de folhas modificadas, os megasporófilos e contendo os megasporângios. No pistilo, as folhas modificadas se fundem, dando origem a uma porção basal dilatada, denominada ovário, e a uma porção alongada, tubular, denominada estilete, cuja abertura ápice é o estigma.

Comparando-se o óvulo de angiosperma com o de gimnosperma, verificam-se duas diferenças principais. - A primeira diferença é a existência de dois tegumentos ao invés de um, como ocorre em gimnospermas. Esses dois tegumentos dos óvulos de angiospermas são denominados de primina (mais externo) e secundina (mais interno). O óvulo em angiospermas continua sendo dotado de uma abertura denominada micrópila, que ainda conduz a uma massa de células denominada de nucelo. Assim como em gimnospermas, no nucelo de uma angiosperma existe também uma célula mãe do megásporo (2n), que por meiose, origina quatro megásporos, (n) sendo que três deles degeneram e um deles permanece como o megásporo funcional (n), que por sua vez dará origem ao gametófito feminino. - A segunda diferença é o fato do gametófito feminino ou megaprótalo em angiospermas, agora também chamado de saco embrionário (nome que não se utiliza para gimnospermas), ser ainda mais reduzido, formado por apenas oito células e sem diferenciação de arquegônios.

O pistilo corresponde à folha portadora de megasporângios das gimnospermas. Seria possível supor em termos evolutivos, que essas folhas especiais teriam sofrido dobramento sobre si mesmas, fundindo-se e dando origem a uma urna que abriga os óvulos. Os óvulos das angiospermas, assim como os das gimnospermas, correspondem ao megasporângio delimitado por tegumentos. Pelo amor de deus de novo, nas plantas, os óvulos não são os gametas femininos.

Na formação do gametófito feminino no interior do óvulo, o megásporo funcional (n) inicialmente apresenta grande crescimento, passando a ocupar todo o espaço interno do megasporângio. Em seguida, o núcleo haploide sofre três divisões mitóticas, gerando oito núcleos haploides, ao redor dos quais podem formar-se posteriormente membranas delimitando células. Estas se organizam e passam a ocupar lugares definidos, formando o gametófito feminino ou megaprótalo ou saco embrionário: - próximo à micrópila ficam duas células laterais, denominadas sinérgides, e uma central, denominada célula central ou oosfera, que é o gameta feminino; - no polo oposto, ficam três células denominadas antípodas; - no centro, ficam dois núcleos denominados núcleos polares, que podem se fundir, dando origem a um núcleo diploide denominado núcleo secundário do saco embrionário.

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Polinização e dupla-fecundação Em determinadas épocas do ano, ocorre a deiscência, ou seja, a abertura das anteras, com a liberação dos grãos de pólen, que podem então ser transportados pelo vento ou por animais, principalmente pássaros e insetos, e atingir o estigma de uma flor. A esse processo de transporte do grão de pólen das anteras até o estigma da flor dá-se o nome de polinização. Enquanto nas gimnospermas a polinização se dá quase sempre pelo vento (com exceção de algumas cicadáceas e gnetáceas) e corresponde ao transporte de grãos de pólen dos microsporângios até a micrópila do óvulo, nas angiospermas a polinização pode ser pelo vento ou por animais, e o grão de pólen atinge o estigma da flor e não a micrópila, pois o óvulo encontra-se protegido no interior do ovário. ANEMOFILIA: Polinização pelo vento. As plantas anemófilas têm geralmente flores pequenas, pouco atrativas, e sem nectários. Produzem grande quantidade de grãos de pólen. Estigmas longos e geralmente ramificados. ENTOMOFILIA E ORNITOFILIA: Polinização por insetos e aves, respectivamente. Nestes casos, as flores são vistosas, possuem nectários bem desenvolvidos e glândulas odoríferas. O estigma secreta uma substância mucilaginosa pouco concentrada, que auxilia a fixação e a germinação do grão de pólen. Vários grãos de pólen iniciam a germinação, mas só um deles participa da fecundação. No processo de germinação, a célula do tubo forma o tubo polínico, que cresce, penetrando no estilete em direção ao ovário. À medida que isto ocorre, há migração para o tubo polínico, do núcleo da célula vegetativa (núcleo vegetativo) e da célula geradora. A célula geradora sofre divisão mitótica e dá origem a dois núcleos espermáticos, que são os gametas masculinos. Como já citado antes, a diferenciação do tubo polínico permitiu às plantas independência da água para a reprodução, pois os gametas masculinos são levados até o feminino através dele, o que descarta a necessidade de um meio líquido para a locomoção dos gametas flagelados das plantas inferiores. O tubo polínico geralmente penetra no óvulo através da micrópila, e entra em uma das sinérgides. O núcleo da célula do tubo, ao entrar em contato com o saco embrionário, degenera-se. Ocorre então a dupla fecundação, um aspecto exclusivo das angiospermas e de gimnospermas gnetófitas.

O primeiro núcleo espermático (n) se funde à oosfera (n), caracterizando sua fecundação e dando origem ao zigoto (2n). O segundo núcleo espermático (n), que em gimnospermas, se degenera, se funde aos dois núcleos polares (n + n), dando origem a uma célula triploide (3n), a célula geradora de albume, que origina o tecido de reserva nutritiva do embrião, o endosperma (3n). Como os dois núcleos espermáticos agem no processo de fecundação, fala-se, nesse caso, em dupla fecundação,

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Após a fecundação, as sinérgides e as antípodas degeneram. O zigoto (2n) sofre várias divisões mitóticas, gerando o embrião (2n). A célula geradora de albume (3n), também por divisões mitóticas, dá origem ao endosperma ou albúmen (3n), tecido que muitas vezes acumula reservas nutritivas utilizadas pelo embrião durante seu desenvolvimento.

Formação do endosperma ou albúmen (3n). VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Formação da semente O embrião maduro (2n) de angiosperma consiste basicamente em epicótilo, uma ou duas folhas, denominadas cotilédones, e um eixo abaixo dos cotilédones, denominado hipocótilo, que se estende até uma raiz embrionária denominada radícula. Com o desenvolvimento do embrião, os tegumentos do óvulo tornam-se impermeáveis. Nesse ponto, a estrutura toda passa a ser chamada de semente. Assim, a semente nada mais é do que o óvulo fecundado e desenvolvido. Os tegumentos do óvulo dão origem aos envoltórios da semente que contém o endosperma e o embrião, em situação dormente. Comparando-se as sementes de angiospermas com as de gimnospermas, verifica-se que ambas apresentam: - casca ou tegumento (2n) da semente, originada da diferenciação dos tegumentos (2n) do óvulo; - nucelo do megasporângio reduzido (2n); - tecido nutritivo denominado endosperma; - embrião (2n), que corresponde ao esporófito jovem (2n). A diferença entre elas está no tecido nutritivo ou endosperma, que nas gimnospermas é um tecido haploide, correspondendo aos restos do gametófito feminino (n) após a fecundação. Nas angiospermas, o endosperma é um tecido nutritivo especial, triploide, que se forma após a fecundação e não corresponde ao gametófito feminino. O endosperma das gimnospermas é também chamado de endosperma primário (n) e o das angiospermas, de endosperma secundário (3n), pois este se forma após a fecundação. A semente em angiospermas é formada por tegumento e amêndoa. O tegumento é constituído de: - testa (2n): originada da primina do óvulo; - tégmen (2n): originado da secundina do óvulo. A amêndoa é formada por: - embrião (2n): originado da oosfera fecundada; - endosperma (3n): tecido triploide originado da fusão dos dois núcleos polares com o núcleo espermático. Em algumas angiospermas, o endosperma é digerido pelo embrião antes de entrar em dormência. O endosperma digerido é transferido e armazenado geralmente nos cotilédones, que se tornam, assim, ricos em reservas nutritivas. Isso ocorre, por exemplo, em feijões, ervilhas e amendoins. As sementes que transferem as reservas do endosperma para os cotilédones são denominadas sementes sem endosperma ou sementes sem albúmen. Nas sementes em que isso não ocorre, os cotilédones não contêm reservas nutritivas, e as sementes são chamadas de sementes com albúmen (ou endosperma).

À medida que a semente vai se formando, verifica-se, nas angiospermas, o desenvolvimento da parede do ovário da flor, um processo do qual irá resultar o fruto. Ao germinar, a semente dá origem à planta jovem (plântula), que por sua vez dá origem à planta adulta. ANGYOSPERMAE - Esporófito (2n): planta desenvolvida com raiz, caule, folhas, flores e sementes. - Androceu com estames (2n): parte masculina da flor, com estames que produzem grãos de pólen. - Grãos de pólen (n): esporos masculinos (micrósporos) modificados contendo duas paredes, exina e intina, e o gametófito masculino em seu interior. - Gametófito masculino (n): conjunto formado por célula do tubo e célula geradora (gametófito imaturo) e tubo polínico (gametófito maduro). - Gameta masculino (n): núcleos espermáticos. - Gineceu com pistilo (2n): parte feminina da flor, com ovários contendo óvulos. - Óvulo (2n): megasporângio revestido por dois tegumentos, primina e secundina. - Gametófito feminino (n): megaprótalo ou saco embrionário formado por apenas oito células haploides: uma oosfera, duas sinérgides, dois núcleos polares e três antípodas. - Gameta feminino (n): oosfera. - Semente: óvulo fecundado e desenvolvido. - Fruto: ovário desenvolvido. RESUMO DE DIFERENÇAS ENTRE GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS EM TERMOS REPRODUTIVOS: - o pólen de gimnospermas tem sacos aéreos e não possui exina e intina como em angiospermas; - o óvulo de gimnospermas não tem dois tegumentos (primina e secundina em angiospermas), apenas um; - em gimnospermas, com exceção das gnetófitas, não há a duplafecundação, uma vez que a célula geradora no grão de pólen também forma dois núcleos espermáticos, mas um deles degenera sem entrar no tubo polínico, de modo que não se forma uma célula geradora de albume ou um endosperma 3n; - neste caso, o endosperma é n, sendo equivalente às sobras do gametófito feminino n após a fecundação; - o gametófito feminino em gimnospermas não possui só 8 células haploides, mas várias células n, que se organizam formando dois ou três arquegônios, gametângios femininos (que não existem no

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gametófito feminino das angiospermas), que formam cada qual uma oosfera; essas várias oosferas podem ser fecundadas por núcleos espermáticos de diferentes tubos polínicos, formando assim vários embriões (no entanto, apenas um embrião se desenvolve, e os demais se degeneram); - percebe-se então que arquegônio é uma estrutura que só existe em espermatófitas do grupo das gimnospermas; - não há ovários e frutos em gimnospermas.

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) O esquema abaixo mostra uma flor completa de angiosperma.

Sônia Lopes. BIO. São Paulo: Saraiva, 2004, v. único, p. 244

Semente de feijão (dicotiledônea).

O grão de pólen e a oosfera são produzidos respectivamente, pelas estruturas A) I e III. B) I e VI. C) II e IV. D) II e V. E) III e VI. 2. (UNIFOR) A figura abaixo mostra uma flor de angiosperma

Fruto de milho com semente (monocotiledônea).

José Mariano Amabis & Gilberto Rodrigues Martho, Biologia dos Organismos, v.2, São Paulo: Moderna, 1999, p. 137

Essa flor é A) hermafrodita e poderá produzir um fruto com várias sementes B) hermafrodita e poderá produzir vários frutos, cada um com uma semente C) somente feminina e poderá produzir um fruto com várias sementes D) somente feminina e poderá produzir vários frutos, cada um com uma semente E) somente masculina e não poderá produzir frutos 3. (UNIFOR) Na reprodução das angiospermas, o embrião diploide se forma a partir da união de uma A) oosfera com o núcleo da célula do tubo. B) oosfera com um núcleo espermático. C) oosfera com qualquer um dos núcleos do tubo polínico. D) sinérgide com um núcleo espermático. E) antípoda com um núcleo da célula do tubo. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia 4. (UNIFOR) A figura abaixo mostra três fases do ciclo de vida de uma planta.

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C) meiose – mitose e óvulo – semente. D) meiose – meiose e grão de pólen – semente. E) meiose – meiose e grão de pólen – óvulo. 7. (UNIFOR) Mas gimnospermas, o grão de pólen corresponde ao: A) Gameta masculino. B) Megásporo. C) Micrósporo. D) Esporofilo. E) Tubo polínico.

Trata-se de uma A) gimnosperma porque apresenta semente com endosperma. B) gimnosperma porque apresenta prótalo e tubo polínico. C) angiosperma porque apresenta semente alada. D) pteridófita ou gimnosperma porque apresenta prótalo. E) pteridófita porque apresenta prótalo. 5. (UNIFOR) Considere a figura abaixo.

Nela está representada uma flor A) masculina de monocotiledônea. B) feminina de monocotiledônea. C) hermafrodita de dicotiledônea. D) masculina de dicotiledônea. E) hermafrodita de monocotiledônea. 6. (UNIFOR) O esquema abaixo representa o ciclo de vida de uma gimnosperma do gênero Pinus.

Os processos I e II e as estruturas 1 e 2 são, respectivamente: A) mitose – mitose e semente – grão de pólen. B) mitose – meiose e óvulo – óvulo.

8. (UNIFOR) Das plantas abaixo, as únicas que apresentam inflorescências tipo espiga são as A) leguminosas. B) gramíneas. C) compostas. D) palmáceas. E) cactáceas. 9. (UNICHRISTUS) Em uma espécie de monocotiledônea foram identificadas duas linhagens homozigotas (I e II) para as seguintes características: (I) caule longo e frutos ovais; (II) caule curto e fruto redondo. Em ambas, os genes para essas características segregam-se independentemente, sendo: A o alelo dominante na determinação do caule longo e a o recessivo para caule curto; B o alelo dominante na determinação do fruto redondo e b o recessivo para fruto oval. Considerando a descendência do cruzamento dessas duas linhagens em F2, bem como aspectos comparativos da morfologia das monocotiledôneas, analise as afirmações a seguir. I. Do cruzamento das linhagens I e II, a proporção esperada de descendentes com caule curto e fruto oval em F2 é 1/16. II. Nessa mesma descendência, a proporção esperada para plantas de caule longo e fruto oval, bem como de plantas de caule curto e fruto redondo é, em cada caso, o triplo do esperado para plantas de caule curto e fruto oval. III. A maioria das monocotiledôneas apresenta a estrutura primária do caule com o mesmo padrão de disposição dos feixes liberolenhosos, concêntricos ou dispersos, encontrado também nas eudicotiledôneas herbáceas. IV. Tanto nas monocotiledôneas como em eudicotiledôneas, o fruto, no sentido comum do termo, invariavelmente se desenvolve pela diferenciação da parede do ovário, e a semente resulta de dupla fecundação. São verdadeiras as afirmações: A) I, II e III, apenas. B) II e III, apenas. C) I, II e IV, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. 10. (UECE) Apesar de serem mais conhecidas pela maioria das pessoas por sua função decorativa, as flores são os órgãos responsáveis pela reprodução nas angiospermas, sendo compostas por folhas modificadas, com funções específicas, denominadas verticilos florais. Com relação aos verticilos florais, pode-se afirmar corretamente que

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A) as tépalas são o conjunto de pétalas coloridas e a corola compreende o conjunto de sépalas. B) a corola corresponde ao conjunto de sépalas e o perianto compreende o conjunto de pétalas. C) o cálice é constituído pelas sépalas; já a corola é constituída pelas pétalas. D) todas as flores possuem cálice, corola, androceu e gineceu. 11. (UECE) Leia o texto abaixo: “Ontem floriste como por encanto, sintetizando toda a primavera; mas tuas flores, frágeis entretanto, tiveram o esplendor de uma quimera. Como num sonho, ou num conto de fada, se transformando em nívea cascata, tuas florzinhas, em sutil balada, caíam como se chovesse prata...” Sílvio Ricciardi. Fonte: http://epoca.globo.com/especiais/rev500anos/planta.htm

Durante a primavera, a floração de diversas espécies promove um grande espetáculo para os que transitam nas cidades, pois é nessa estação que ocorre uma explosão de cores e formas. Analise as seguintes afirmações sobre a estrutura das flores: I. O androceu é o verticilo reprodutor masculino, formado por folhas modificadas denominadas estames, cuja função é a produção dos grãos de pólen. II. O grão de pólen é um micrósporo e representa a função de gameta masculino do vegetal, sendo assim denominado anterozoide. III. Flores dioicas possuem os dois sexos e por isso são denominadas hermafroditas. IV. O posicionamento dos óvulos na parede interna do ovário corresponde à posição que ficarão as sementes quando este se transformar no fruto. Está correto o que se afirma em A) I, II, III e IV. B) I e II apenas. C) II e IV apenas. D) I e IV apenas. 12. (UECE) A bela flor do maracujá é hermafrodita. Se você quisesse deixá-la totalmente feminina, podaria ou extirparia o(a): A) conectivo, o filete e a antera. B) estigma, o filete e a antera. C) antera, o estigma e o filete. D) conectivo, o estigma e o estilete. 13. (UECE) O diagrama abaixo demonstra etapas do processo de reprodução nas angiospermas.

As setas 1, 2, 3 e 4 indicam, respectivamente: A) grão de pólen, tubo polínico, saco embrionário e micrópila. B) macrósporo, micrópila, oosfera e saco embrionário.

C) macrósporo, saco embrionário, micrópila e oosfera. D) grão de pólen, saco embrionário, oosfera e micrópila. 14. (FCM-JP) O ritmo de vida atual e a adoção de hábitos alimentares inadequados levam a um aumento na frequência de doenças cardiovasculares. A Ginkgo biloba é uma árvore oriental, de cujas folhas se extraem substâncias que são utilizadas no tratamento da insuficiência cerebrovascular e suas manifestações funcionais, as frações farmacologicamente mais ativas são a flavonoide e a terpenoide. Em junho de 2006, o governo Federal lançou a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos com a qual estabeleceu diretrizes para o desenvolvimento de ações segundo o Ministério da Saúde. O conhecimento das propriedades medicinais das plantas inicia-se a partir de informações obtidas da etnobotânica. Na atualidade encontram-se catalogadas aproximadamente 320 mil espécies de plantas. Em relação à classificação e caracterização das plantas, pode-se afirmar: I. As gimnospermas são espermatófitas, plantas cujas sementes não ficam protegidas no interior de um fruto, são denominadas sementes nuas. II. As pteridófitas são plantas vasculares, sem sementes, apresentam vasos lenhosos (xilema), que transportam água e sais absorvidos pelas raízes e pelos vasos liberianos (floema), que transportam uma solução orgânica com os produtos da fotossíntese. III. As angiospermas são plantas vasculares com sementes, além da existência de raízes, caules, folhas e sementes, apresentam duas características exclusivas as flores e os frutos. IV. As briófitas são plantas simples vasculares, que abrangem três classes: hepáticas, antóceros e os musgos. V. Pteridófitas e angiospermas são plantas avasculares com sementes, e apresentam exclusivamente raízes, caules e folhas. Está(ão) correta(s): A) Apenas II, III e IV. B) Apenas I e II. C) Apenas a IV. D) Apenas I, II e III. E) Apenas a V. 15. (FCM-CG) Uma gimnosperma, uma monocotiledônea e uma dicotiledônea diferem umas das outras A) pela ausência de ovário na gimnosperma e decorrente ausência de semente. B) pela presença de flor e sistema de vasos condutores na dicotiledônea. C) pela organização do aparelho reprodutor. D) pelos tipos de tecidos meristemáticos apresentados pela monocotiledônea e decorrentes formas de ciclo de vida. E) pela forma como transportam a seiva. 16. (UNP) A polinização é um processo importante na reprodução dos vegetais espermatófitos. Quais são as partes florais diretamente envolvidas nesse processo? A) cálice e corola. B) corola e antera. C) antera e cálice. D) estigma e corola.

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Curso de Biologia 17. (UNINASSAU) As plantas Angiospermas são hoje classificadas como Anthophyta ou Magnoliophyta. Podem ser subdivididas em três grupos: Monocotiledôneas, Eudicotiledôneas e Dicotiledôneas Basais. Qual dos itens a seguir cita um exemplo correto dessas plantas, associada a características que as distingue? A) A soja é uma Dicotiledônea basal por apresentar dois cotilédones e um caule tipo colmo. B) O milho é uma Monocotiledônea por apresentar folhas paralelinérveas e flores pentâmeras. C) A manga é uma Eudicotiledônea por apresentar caule tipo tronco e flores trímeras. D) A graviola é uma Eudicotiledônea por apresentar caule tipo tronco e folhas paralelinérveas. E) O arroz é uma Monocotiledônea por apresentar folhas paralelinérveas e flores trímeras. 18. (CESUPA) A espécie Mourera fluviatilis, uma planta aquática encontrada na Amazônia e na Mata Atlântica do Nordeste depende das abelhas. Depois de seis meses submersa, a planta faz brotar flores lilases ou róseas, com um cheiro forte a adocicado. Mas, ao contrário das outras espécies da mesma família, o pólen não é disperso pelo vento ou submetido a uma autofecundação. Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) revelou que são as abelhas que garantem a reprodução da espécie, que está em risco de extinção. http://www.ufpe.br/agencia/clipping - adaptado.

Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta adaptações nas flores das plantas polinizadas por insetos. A) Flores com pétalas vistosas e coloridas, e com anteras pendentes. B) Flores com pétalas pequenas e coloridas, e com estigma no interior da flor. C) Flores que aparecem na estação fria, com nectários e estigma grande e plumoso. D) Flores que aparecem na estação quente, com nectários e pólen pegajoso e rugoso. 19. (UPE) As angiospermas compreendem uma ampla diversidade de plantas; os dois maiores grupos que as constituem correspondem às monocotiledôneas e eudicotiledôneas, os quais são distintos por diversas características. O quadro mostra, de forma aleatória, características que são observadas frequentemente em um ou outro grupo. I. Raiz axial; II. Pólen monoaperturado (possui um poro ou sulco); III. Folhas com nervuras paralelas; IV. Flores tetrâmeras ou pentâmeras; V. Vasos de condução ordenados regularmente.

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20. (UPE) As afirmativas abaixo se referem a eventos comuns que são observados na reprodução das Angiospermas. Analise-as. I. O transporte do pólen até o estigma da própria flor ou de outras flores pode ser realizado por diversos tipos de agentes polinizadores, dependendo de processos adaptativos, que as plantas sofreram durante a evolução. Assim, flores polinizadas por animais, por exemplo, geralmente têm características que os atraem, como corola vistosa, glândulas odoríferas e produtoras de substâncias açucaradas. II. Ocorrendo a polinização, o grão de pólen entra em contato com o estigma de uma flor reprodutivamente compatível, germina e forma o tubo polínico. Esse tubo cresce no interior do estilete, atinge o ovário e penetra no óvulo, através da micrópila. III. No interior do tubo polínico, um dos núcleos espermáticos degenera, e o outro fecunda a oosfera, formando o zigoto (2n), que se desenvolverá, originando o embrião, o qual será nutrido através de um tecido triploide (3n), denominado de endosperma. IV. Após a fertilização, o óvulo e o ovário serão modificados, originando a semente e o fruto, respectivamente. Nesse processo, as sinérgides e os núcleos polares se fundem, formando o tecido suspensor. Somente está correto o que se afirma em A) I e II. B) II e III. C) III e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV. 21. (UEMA) Nas angiospermas, a maioria das flores apresenta tanto o androceu quanto o gineceu, sendo denominadas flores monóclinas. Com o fim de dificultar a autofecundação, e assim propiciar a fecundação cruzada, essas flores desenvolveram alguns mecanismos, entre eles a dicogamia, que corresponde à (ao): A) incompatibilidade entre pólen e gineceu, não ocorrendo germinação do grão de pólen na própria flor. B) barreira física que impede a queda do pólen no estigma da mesma flor. C) amadurecimento do androceu e do gineceu em épocas diferentes. D) ocorrência de androceu e gineceu na mesma flor em plantas diferentes. E) ocorrência de androceu e gineceu em flores diferentes na mesma planta. 22. (FUVEST) O ciclo de vida de uma planta de feijão pode ser representado pelo esquema abaixo:

Assinale a alternativa que indica características que estão presentes apenas nas Monocotiledôneas. A) I, II, III e IV. B) II e III. C) II, III e IV. D) III, IV e V. E) IV e V. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Um conjunto haploide de genes é encontrado em células do A) embrião que se forma a partir de 4. B) endosperma que se forma em 1. C) endosperma que se forma em 5. D) tubo polínico que se forma em 2. E) tubo polínico que se forma em 5. 23. (FUVEST) Considere o surgimento de flor, fruto e semente: (A) em uma planta ao longo de um ano e (B) no reino vegetal ao longo do tempo evolutivo. Comparando A e B, a sequência em que os órgãos surgem, nos dois casos, é A) diferente, pois, em A, a sequência é flor, seguida simultaneamente por fruto e semente; e, em B, é fruto e semente simultaneamente, seguidos por flor. B) diferente, pois, em A, a sequência é flor, seguida por fruto, seguido por semente, e, em B, é flor e semente simultaneamente, seguidas por fruto. C) diferente, pois, em A, a sequência é flor, seguida simultaneamente por fruto e semente; e, em B, é semente, seguida simultaneamente por flor e fruto. D) igual, pois, em ambos, a sequência é flor, seguida simultaneamente por fruto e semente. E) igual, pois, em ambos, a sequência é flor, seguida por fruto, seguido por semente. 24. (UNIFESP) Observe a figura.

Na formação das estruturas reprodutivas presentes na flor e apontadas pelas setas na figura, é correto afirmar: A) não ocorre meiose em nenhuma delas. B) ocorre meiose apenas no interior do ovário. C) ocorre meiose apenas no interior da antera. D) ocorre meiose no interior do ovário e da antera. E) ocorre meiose apenas depois da fecundação da oosfera. 25. (UFV) Sobre o ciclo de vida das gimnospermas, é incorreto afirmar que: A) os micrósporos são produzidos em cones chamados de microestróbilos. B) os megaestróbilos apresentam escamas ovulíferas contendo óvulos em sua axila. C) os micrósporos são formados por mitoses das células-mãe dos esporos. D) o megásporo funcional dá origem, por mitoses, ao gametófito feminino. 26. (UFV) Diferentes estratégias reprodutivas são verificadas durante a evolução das plantas. Um bom exemplo pode ser observado nas adaptações que acompanharam o curso da

evolução da avascularização e dos tecidos mais simples para especializações mais complexas. As figuras abaixo (I, II e III) representam três diferentes adaptações que são características do ciclo reprodutivo de seus respectivos tipos de plantas.

Assinale a afirmativa incorreta: A) A sequência representada das estruturas não corresponde à da ordem evolutiva. B) O arquegônio não está presente em plantas que apresentam a estrutura I ou III. C) A sequência I, II e III corresponde ao prótalo, ao óvulo e ao esporófito, respectivamente. D) As estruturas indicadas por I e II pertencem a plantas que são vascularizadas. E) Na evolução das adaptações I, II e III, a II pertence às plantas mais evoluídas. 27. (UFV) A base da dieta do brasileiro está na combinação do arroz com o feijão. Segundo a classificação biológica das plantas, o arroz é uma planta do grupo das Monocotiledôneas e o feijão pertence ao grupo das Dicotiledôneas. Das afirmativas abaixo, assinale aquela que apresenta uma característica que diferencia o arroz do feijão, de acordo com a classificação biológica: A) O pé-de-feijão produz semente protegida por fruto. B) O pé-de-arroz armazena substâncias de reserva em sua semente para nutrir o embrião em desenvolvimento. C) O pé-de-arroz é uma planta com flor, pertencente às Angiospermas. D) O pé-de-feijão apresenta uma raiz pivotante ou axial e flores com cinco pétalas. E) O pé-de-feijão possui um conjunto de vasos, denominados xilema, que transportam água e sais minerais das raízes para as folhas. 28. (UFV) Em Angiospermas, a formação dos gametas ocorre na microsporogênese e megasporogênese, a partir da meiose das células-mãe dos micrósporos e dos megásporos, respectivamente. Estes dois processos são análogos na etapa meiótica, inclusive nas proporções de micrósporos e megásporos produzidos. Entretanto, após essas gametogêneses, a proporção dos núcleos que contribuirão efetivamente com as ploidias das células resultantes das fecundações é diferente. Assinale a alternativa que representa a proporção correta de núcleos que participam efetivamente nessas fecundações: A) 2:3. B) 1:2. C) 2:6. D) 1:4. E) 3:8.

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Curso de Biologia 29. (UFV) O esquema abaixo representa duas espécies de plantas com diferentes distribuições em relação aos tipos florais.

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A ordem correta dos elementos da segunda coluna é: A) IV, I, III, II. B) I, III, II, IV. C) IV, II, I, III. D) III, I, II, IV. E) II, IV, I, III. 32. (UFC) É correto afirmar que o grão de pólen é: A) o esporófito das angiospermas. B) o gametófito masculino das fanerógamas. C) o esporófito das gimnospermas. D) o gameta masculino responsável pela dupla fecundação. E) o gameta masculino responsável pela formação do tubo polínico.

Assinale a alternativa incorreta: A) A espécie I é um exemplo de planta monoica. B) Plantas da espécie II não podem se autofecundar. C) A variabilidade genética pode ocorrer nas duas espécies. D) Na espécie I cada flor pode se autofecundar. E) As duas espécies apresentam flores díclinas. 30. (UNIMONTES) Inflorescência é a parte da planta onde se localizam as flores, caracterizada pela forma como estas aí se dispõem umas em relação às outras. As figuras a seguir ilustram a inflorescência em diferentes plantas. Analise-as.

33. (UFPI) A flor é o órgão de reprodução sexuada, usualmente com estruturas protetoras e reprodutoras, ainda que um ou mais destes verticilos possam faltar. Sua morfologia é bastante variável entre as plantas, refletindo a especialização no uso de diferentes polinizadores. Com relação à presença de flores nas angiospermas, é correto afirmar: A) Espécies com flores aclamídeas ou aperiantadas são aquelas que apresentam apenas um verticilo de proteção. B) Em espécies monoicas, um mesmo indivíduo apresenta tanto flores estaminadas quanto flores carpeladas. C) Em espécies dioicas, as flores estaminadas e carpeladas ocorrem no mesmo indivíduo. D) Indivíduos que possuem flores homoclamídeas apresentam sépalas e pétalas distintas; nesse caso, o perianto é denominado perigônio. E) Algumas espécies apresentam gineceu apocárpico; nesse caso, dois ou mais carpelos se fundem para formar um único ovário. 34. (UFPI) O núcleo espermático contribui para a formação do zigoto e do endosperma triploide. A dupla fecundação é característica da reprodução de angiospermas. Observando a figura abaixo, identifique corretamente a sequência dos eventos da dupla fecundação, conforme os itens indicativos da figura.

Considerando as figuras e o assunto abordado, analise as alternativas abaixo e assinale a que não representa uma inflorescência em capítulo. A) I. B) II. C) III. D) IV. 31. (UEL) Relacione os mecanismos que dificultam a autofecundação ou que favorecem a fecundação cruzada, em diversas espécies de plantas (coluna da esquerda), às suas respectivas definições (coluna da direita). I. Dicogamia (_) Os estames amadurecem primeiro que os II. Protandria ovários. III. Protoginia (_) Barreira física que dificulta o contato do IV. Hercogamia pólen com o estigma da própria flor. (_) O amadurecimento de estames e ovários ocorre em momentos diferentes. (_) Os pistilos amadurecem primeiro que os estames. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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A. A célula generativa divide-se mitoticamente, produzindo duas células espermáticas haploides. B. A sinérgide degrada-se, um núcleo espermático une-se a dois núcleos polares, formando a primeira célula da geração endospérmica 3n. C. O tubo polínico contém duas células haploides, a célula generativa e a célula vegetativa. D. O outro núcleo espermático fertiliza a oosfera, formando o zigoto, a primeira célula da geração esporofítica 2n. E. As duas células espermáticas penetram no citoplasma de uma sinérgide. A sequência correta é: A) 1.C 2.A 3.E 4.B 5.D. B) 1.C 2.A 3.B 4.E 5.D. C) 1.A 2.B 3.C 4.E 5.D. D) 1.A 2.B 3.C 4.D 5.E. E) 1.B 2.A 3.E 4.D 5.C. 35. (UFPI) A figura ao lado mostra o desenvolvimento de uma mesma flor nos tempos 1 e 2.

Observando a figura, é correto afirmar que: A) a autopolinização é facilitada devido ao amadurecimento das estruturas sexuais ocorrer simultaneamente. B) os estames desenvolvem-se antes do estigma. C) a autopolinização é dificultada em função do amadurecimento temporal diferenciado dos órgãos sexuais. D) a autofecundação é impossibilitada nessa espécie de planta. E) o tamanho dos estames posiciona as anteras de maneira a impedir a polinização. 36. (UFPI) A seguir, são apresentados alguns caracteres morfológicos e fisiológicos encontrados nas flores de determinadas plantas: I. Dicogamia; II. Presença de nectários; III. Pétalas vistosas e com glândulas odoríferas; IV. Estigmas longos e ramificados; V. Autoincompatibilidade. Assinale a alternativa que indica os caracteres morfológicos encontrados nas flores de determinadas plantas: A) II e III. B) II e V. C) I e IV. D) I e V. E) III e IV.

37. (UFPI) Considere a figura abaixo. Nas angiospermas, o embrião resulta da união do núcleo espermático com apenas

A) I. D) I e II.

B) II. E) II e III.

C) III.

38. (UESPI) As flores das plantas, além de chamarem atenção devido a sua beleza e colorido, são importantes órgãos reprodutivos. Considerando este assunto, observe a flor abaixo e aponte a alternativa que ordena corretamente suas estruturas.

A) 1. Antera; 2. Pólen; 3. Estigma; 4. Ovário; 5. Pétala; 6. Sépala; 7. Óvulo; 8. Estame. B) 1. Estigma; 2. Pólen; 3. Antera; 4. Óvulo; 5. Pétala; 6. Sépala; 7. Ovário; 8. Estame. C) 1. Antera; 2. Pólen; 3. Estigma; 4. Óvulo; 5. Sépala; 6. Pétala; 7. Ovário; 8. Estame. D) 1. Estigma; 2. Óvulo; 3. Antera; 4. Ovário; 5. Pétala; 6. Estame; 7. Pólen; 8. Sépala. E) 1. Antera; 2. Pólen; 3. Estigma; 4. Ovário; 5. Sépala; 6. Pétala; 7. Óvulo; 8. Estame. 39. (UESPI) Com relação às Gimnospermas, analise as afirmações abaixo. 1. São plantas com grande crescimento em espessura; no grupo, estão incluídas as maiores espécies vegetais conhecidas: as sequoias. 2. É um grupo vegetal de grande interesse econômico, como, por exemplo, para a extração de madeira, gomas, resinas e substâncias antissépticas. 3. Têm como representantes as coníferas, importantes, quer pelo número de espécies, quer pelo desenvolvimento do esporófito; de muita utilidade para o homem. 4. Entre elas, cita-se a espécie Ginkgo biloba, da qual se extrai uma droga eficaz na profilaxia de problemas circulatórios.

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Curso de Biologia Estão corretas: A) 1 e 2 apenas. B) 3 e 4 apenas. C) 1, 2 e 3 apenas. D) 2, 3 e 4 apenas. E) 1, 2, 3 e 4. 40. (UFPB) A araucária ou pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) é uma espécie comum na mata de transição da região sul do Brasil. Ela tem grande importância econômica na região, a exemplo do uso de sua madeira para fabricação de papel (extração de celulose). Considerando o conhecimento sobre esse grupo vegetal, pode-se afirmar: I. O fruto dessa espécie, o pinhão, é outra fonte de renda importante, pois é muito usado na alimentação local. II. O pinhão é consumido por várias espécies de aves e mamíferos, os quais contribuem para sua dispersão. III. A exploração dessa gimnosperma é um risco para a conservação dessa mata, que é uma fitofisionomia dos Campos Sulinos. IV. Essa espécie apresenta interações ecológicas com animais, porém sua polinização ocorre pela ação do vento. Estão corretas: A) apenas I e III. B) apenas II e IV. C) apenas II, III e IV. D) apenas I, II e IV. E) I, II, III e IV. 41. (UFPB) A figura, abaixo, ilustra a evolução das plantas atuais.

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Sobre os diversos grupos vegetais pertencentes às Traqueófitas (plantas vasculares), identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s). (_) Licopódios e Cavalinhas apresentam alternância de geração e são plantas homósporas. (_) Cícadas e Gnetófitos fazem parte do grupo de plantas com flores, sem frutos e com sementes, conhecidas como Gimnospermas. (_) Angiospermas são plantas que, além de apresentarem dupla fecundação, possuem endosperma triploide. (_) Angiospermas possuem dois grandes grupos monofiléticos: as dicotiledôneas e as monocotiledôneas. (_) Gimnospermas e Angiospermas apresentam as traqueídes como as principais células condutoras do xilema. A sequência correta é: A) VVVFF. B) FVFVV. C) VFVFF. D) VFFVV. E) VFVVF. 42. (UFRN) A perpetuação das espécies depende da capacidade de reprodução das mesmas, e isto se dá por diversos processos – declara Ribossomildo. Para ilustrar essa declaração, ele coleta dois exemplares de flores, representados nas figuras abaixo, e mostra que há diferenças entre elas, inclusive em relação às estruturas envolvidas no processo de polinização.

Y

Z

X

I

Adaptada de: PURVES, K. W.; SADAVA, D.; ORIANS, G. H.; HELLER, H. C. Vida: a ciência da biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 508.

W

II

Analisando-se as figuras I e II, pode-se afirmar que a flor A) II deve ser polinizada pelo vento, pois contém pequena quantidade de pólen no pistilo, o qual está representado pela letra w. B) II deve ser polinizada por insetos, pois contém pequena quantidade de pólen no estigma, o qual está representado pela letra y. C) I deve ser polinizada por insetos, pois contém grande quantidade de pólen no estilete, o qual está representado pela letra z. D) I deve ser polinizada pelo vento, pois contém grande quantidade de pólen na antera, a qual está representada pela letra x.

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43. (UFPE) As angiospermas são plantas nas quais os elementos relacionados com a reprodução sexuada encontram-se em flores. Elas podem ser monocotiledôneas (gramíneas, palmáceas e liliáceas) e dicotiledôneas (leguminosas, cactáceas, palmáceas etc). Assinale a alternativa que traz duas angiospermas leguminosas e uma gramínea, nessa ordem. A) Dendê, amendoim e babaçu. B) Coco-da-baía, carnaúba e feijão. C) Feijão, ervilha e cana-de-açúcar. D) Carnaúba, palmito e soja. E) Babaçu, dendê e amendoim.

1. A dupla fecundação é característica de que grupo de plantas? 2. Quais das estruturas mencionadas no texto correspondem aos gametas masculino e feminino, respectivamente? B) O gameta feminino de uma planta heterozigótica Aa, fecundado pelo gameta masculino de uma planta homozigótica aa, produz um zigoto heterozigótico. Qual é o genótipo das células do endosperma? 46. (FUVEST) O desenho mostra as estruturas de uma flor em corte longitudinal.

44. (UFMG) Observe estas figuras, em que estão ilustrados alguns tipos de polinização de plantas com flores:

A) Identifique com a letra "A" a seta que aponta a estrutura da qual um inseto retira pólen. B) Identifique com a letra "B" a seta que aponta a estrutura na qual o grão de pólen inicia o desenvolvimento do tubo polínico. C) Identifique com a letra "C" a seta que aponta a estrutura que irá se desenvolver dando origem ao fruto. D) Identifique com a letra "D" a seta que aponta a estrutura em que ocorre a união de gametas masculino e feminino e que dará origem à semente.

FONTE: RAVEN, P. N., et al. Biologia Vegetal. 6. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 510-519.

Com base nas informações dessas figuras e em outros conhecimentos sobre o assunto, é incorreto afirmar que, para a ação dos agentes polinizadores, é importante A) em IV, o tamanho das anteras. B) em II, a coloração das pétalas. C) em I, a quantidade de grão de pólen. D) em III, a produção de néctar. Questões discursivas 45. (FUVEST) Na dupla fecundação que ocorre em certas plantas, um dos núcleos espermáticos do tubo polínico funde-se à oosfera e origina o zigoto diploide. O outro núcleo espermático funde-se aos dois núcleos polares do óvulo e origina uma célula triploide que, por mitoses sucessivas, produz o endosperma. A)

47. (UNICAMP) A polinização geralmente ocorre entre flores da mesma planta diferentes da mesma espécie, caracterizando a polinização ou fecundação cruzada. Como a maioria das flores é hermafrodita (monóclina), a mecanismos que evitam a autopolinização (autofecundação). A) Explique um dos mecanismos que dificultam ou evitam a autopolinização. B) Qual a importância dos mecanismos que evitam a autopolinização? 48. (UNICAMP) O texto abaixo se refere ao ciclo de vida de uma planta vascular: Os esporos germinam para produzir a fase gametofítica. Os micrósporos se tornam grãos polínicos e, depois do transporte para a micrópila do óvulo, o microgametófito continua o seu desenvolvimento na forma de um tubo, crescendo através do nucelo. Um megásporo produz um gametófito envolvido pela parede do nucelo e por tegumento. Os gametófitos produzem gametas: duas células espermáticas em cada tubo polínico e uma oosfera em cada arquegônio. A) A que grupo de plantas se refere o texto? B) Que estrutura mencionada no texto permitiu essa conclusão? C) Quais são os outros grupos de plantas vasculares?

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Curso de Biologia 49. (UNICAMP) Uma das tendências evolutivas no reino vegetal foi a redução progressiva da fase haploide, o gametófito. A) A que corresponde, nas angiospermas, o gametófito masculino? E o feminino? B) Indique, através dos números, onde estão localizadas essas estruturas, no esquema de flor apresentado a seguir. C) Dê o nome do gameta feminino.

50. (UNICAMP) Um estudante de Biologia, desejando obter gametófitos para demonstração em uma Feira de Ciências, seguiu três procedimentos distintos: 1. Coletou soros de folhas de uma samambaia, esmagou-os e deixou o xaxim constantemente umedecido por vários dias; 2. Colocou grãos de pólen em solução açucarada e esperou algumas horas até germinarem; 3. Colocou sementes de feijão em algodão embebido em água, tendo o cuidado de manter a preparação em lugar bem iluminado. A) O que são gametófitos? B) É possível obtê-los nas 3 condições descritas? Justifique. 51. (UNICAMP) O termo óvulo é usado tanto em Zoologia como em Botânica, porém com sentidos diferentes. Compare o óvulo de um vertebrado com o de uma angiosperma quanto à organização, ploidia e desenvolvimento. 52. (UNESP) Uma das preocupações dos ambientalistas com as plantas transgênicas é a possibilidade de que os grãos de pólen dessas plantas venham a fertilizar plantas normais e, com isso, “contaminá-las”. Em maio de 2007, pesquisadores da Universidade de Nebraska, EUA, anunciaram um novo tipo de planta geneticamente modificada, resistente a um herbicida chamado Dicamba. Um dos méritos do trabalho foi ter conseguido inserir o gene da resistência no cloroplasto das plantas modificadas. Essa nova forma de obtenção de plantas transgênicas poderia tranquilizar os ambientalistas quanto a possibilidade de os grãos de pólen dessas plantas virem a fertilizar plantas normais? Justifique. 53. (UNESP) Um turista chega a Curitiba (PR). Já na estrada, ficou encantado com a imponência dos pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia). À beira da estrada, inúmeros ambulantes vendiam

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sacos de pinhões. Um dos vendedores ensinou-lhe como preparálos: - Os frutos devem ser comidos cozidos. Cozinhe os frutos em água e sal e retire a casca, que é amarga e mancha a roupa. O turista percebeu que embora os pinheiros estivessem frutificando (eram muitos os ambulantes vendendo seus frutos), não havia árvores com flores. Perguntou ao vendedor como era a flor do pinheiro, a cor de suas pétalas, etc. Obteve por resposta: - Não sei, não, senhor! A) O que o turista comprou são frutos do pinheiro-do-paraná? Justifique. B) Por que o vendedor disse não saber como são as flores do pinheiro? 54. (UNESP) Em visita a um Jardim Botânico, um grupo de estudantes listou os seguintes nomes de plantas observadas: Ipê-amarelo-da-serra, Seringueira, Ciprestes, Jaboticabeira, Orquídea, Hepáticas, Coco-da-baía, Avenca, Palmeira-dos-brejos ou Buriti e Sequoias. Dentre as plantas observadas no Jardim Botânico, A) indique aquelas que pertencem ao grupo das gimnospermas. Cite uma característica reprodutiva particular desse grupo. B) cite um exemplo de planta do grupo das pteridófitas. Mencione uma aquisição evolutiva desse grupo em relação às briófitas. 55. (UNESP) Observando a inflorescência feminina do milho (espiga), a que corresponde o que comumente se chama "cabelode-milho"? O que acontecerá se cortarmos o cabelo-de-milho" antes que ocorra a polinização? Justifique a sua resposta. 56. (UNIFESP) Ao comermos um pinhão e uma castanha-do-pará, ingerimos o tecido de reserva do embrião de uma gimnosperma (araucária) e de uma angiosperma (castanheira), respectivamente. Pinhão e castanha-do-pará são sementes. A) O órgão que deu origem ao pinhão e à castanha-do-pará, na araucária e na castanheira, é o mesmo? Justifique. B) A origem dos tecidos de reserva do embrião do pinhão e da castanha-do-pará é a mesma? Justifique. 57. (UFV) Observe a figura abaixo, na qual estão representados alguns aspectos de Zea mays. Após observação, cite:

A) o número da inflorescência feminina e o do local da microsporogênese: B) o nome do padrão da nervura foliar e o dos feixes vasculares: C) a classe dessa planta, considerando as características do item b:

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58. (UFRJ) As células da raiz de um pé de milho possuem 20 cromossomos. Levando em conta o ciclo reprodutivo desse vegetal, quantos cromossomos você espera encontrar nas células do albume (endosperma) e do embrião de um grão de milho? Justifique sua resposta. 59. (UFF) Nas angiospermas as flores são estruturas que participam da reprodução sexuada. O desenho abaixo mostra 4 plantas da classe Angyospermae.

A) Que planta(s) possui/possuem flores monóclinas e quais possuem flores díclinas? Justifique. B) Em alguns casos as plantas dioicas apresentam nectários e glândulas odoríferas. Estas estruturas estão geralmente menos desenvolvidas em plantas, que apresentam polinização por: anemofilia, entomofilia, ornitofilia ou quiropterofilia? Justifique. C) Se uma planta (A) apresentasse folha peciolada ou séssil e se outra (B) tivesse folha invaginante, como seriam classificadas em relação à presença dos cotilédones?

AULA 5 – Frutos Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das angiospermas: protegem as sementes e auxiliam em sua disseminação. Eles correspondem ao ovário desenvolvido, o que geralmente ocorre após a fecundação. Algumas plantas, entretanto, formam frutos estimuladas por certos fatores, como hormônios vegetais tais quais auxinas e giberelinas, sem que ocorra a fecundação. Fala-se, neste caso, em partenocarpia (desenvolvimento do ovário sem fecundação). Em função disso, os frutos partenocárpicos não possuem sementes, pois estas são óvulos fecundados e desenvolvidos. A banana é um exemplo de fruto que normalmente se desenvolve por partenocarpia. No fruto, a parede desenvolvida do ovário passa a ser denominada pericarpo. O pericarpo é formado por: - epicarpo: mais externo, correspondendo à casca do fruto, sendo proveniente de uma modificação da epiderme externa do ovário; - mesocarpo: médio, sendo em geral a região mais desenvolvida e que acumula substâncias de reserva, sendo proveniente de uma modificação do tecido (mesófilo) localizado entre a epiderme externa e a interna do ovário; - endocarpo: mais interno, envolvendo a semente e sendo proveniente de uma modificação da epiderme interna do ovário. O pericarpo envolve a semente.

60. (UFRRJ) Uma determinada espécie vegetal possui flores monoicas com polinização anemófila. Nessa espécie há duas variedades (A e B) com diferentes tamanhos de androceus, representados nos esquemas abaixo.

Esquema da origem das diferentes estruturas das sementes e dos frutos das angiospermas.

Tipos de frutos quanto à origem carpelar

A

B

Sabendo que nessa espécie o androceu torna-se fértil na mesma época em que o gineceu, cite qual das duas variedades (A ou B) possui maior chance de aumentar sua variabilidade genética? Justifique sua resposta.

- Fruto simples: Origina-se de uma flor com um único ovário. Ex.: tomate, pêssego e berinjela. - Fruto agregado ou composto: Origina-se de uma flor com vários ovários. Ex.: framboesa e morango - Fruto múltiplo: Compõe-se de vários ovários de diversas flores de uma inflorescência. Ex.: jaca e abacaxi.

Tipos de frutos quanto à natureza do pericarpo - Fruto carnoso: Dotado de pericarpo suculento. Dentre os frutos carnosos, existem dois tipos: A) Baga: Dotado de sementes livres, facilmente separáveis do fruto. Ex.: uva, tomate, laranja, mamão, abacate, melancia. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia B) Drupa: Apresentando tegumento da semente fundido ao endocarpo do fruto, sendo a semente bastante aderida ao fruto. Ex.: ameixa, azeitona, pêssego. - Fruto seco: Dotado de pericarpo seco. Os frutos secos podem ser: A) Deiscente: Abre-se espontaneamente quando maduro, liberando as sementes. Podem ser: A.1) Síliqua: Dotado de duas fendas, deixando as sementes presas no septo mediano. Ex.: couve e ipê verde. A.2) Cápsula: Dotado de vários carpelos, com diversas maneiras de abertura. Ex.: algodão, papoula, castanha-do-pará, sapucaia. A.3) Folículo: Dotado de um único carpelo, abrindo-se por uma única fenda longitudinal. Ex.: esporinha e chicha. A.4) Legume ou vagem: Dotado de um único carpelo, abrindo-se por fendas longitudinais. Ex.: leguminosas (feijão, ervilha, soja, etc). B) Indeiscente: Não se abre espontaneamente quando maduro. Podem ser: B.1) Aquênio: Dotado de uma só semente ligada à parede do fruto por um só ponto. Ex.: girassol. B.2) Cariopse ou grão: Dotado de uma só semente ligada à parede do fruto por toda a sua extensão. Ex.: trigo, arroz e milho (no milho, a semente é a parte branca facilmente destacada quando ele está cozido). B.3) Sâmara: Dotado de expansões aladas. Ex.: tipuana, cabreúva e centrolóbio.

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- Pseudofruto composto: É proveniente do desenvolvimento do receptáculo de uma única flor, com muitos ovários. Ex.: morango (o morango vem do receptáculo; os pontinhos na superfície do morango são os verdadeiros frutos, que são secos, do tipo aquênio).

Pseudofrutos Os pseudofrutos são estruturas carnosas, contendo reservas nutritivas de forma semelhante aos frutos. Desenvolvemse, no entanto, de outras partes da flor que não o ovário, como o pedúnculo e o receptáculo. Associado a um pseudofruto sempre existe o fruto verdadeiro, atrofiado. Os pseudofrutos podem ser: - Pseudofruto simples: É proveniente do desenvolvimento do pedúnculo ou do receptáculo de uma só flor. Ex.: caju (o caju vem do pedúnculo; a castanha é o verdadeiro fruto), maçã (a maçã vem do receptáculo; o talo é o verdadeiro fruto). - Pseudofruto múltiplo ou infrutescência: É proveniente do desenvolvimento de inflorescência. Ex.: amora, abacaxi, figo. O abacaxi é um exemplo de pseudofruto que normalmente se desenvolve por partenocarpia.

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60 Disseminação das sementes pelo fruto

A semente, após seu desenvolvimento, é disseminada no meio ambiente através de vários mecanismos. Estes podem envolver adaptações das próprias sementes ou dos frutos que as contêm. A disseminação das sementes no ambiente é importante para a sobrevivência da espécie, pois diminui a probabilidade de que caiam muito próximas umas das outras, evitando a competição entre elas. Pode ocorrer pelo vento (anemocoria), por animais (zoocoria) ou pela água (hidrocoria). As espécies anemócoras apresentam sementes ou frutos leves, com pelos ou expansões aladas, facilitando o transporte pelo vento.

Fruto do coco-da-baía (Cocus nucifera).

Casos especiais de reprodução sexuada nas fanerógamas

Nas espécies zoócoras, os frutos são atraentes, servindo de alimento para os animais. Algumas sementes, para germinarem, necessitam passar pelo trato digestivo de animais, como ocorre com a planta parasita erva-de-passarinho. Em outras espécies zoócoras, os frutos são secos, mas tem formações que os prendem à pele de animais, sendo levados a grandes distâncias. São os carrapichos e picões.

Apesar de envolverem variabilidade genética, três outros processos se aproximam da reprodução assexuada em vegetais, por não envolverem parceiros reprodutores: autogamia, apogamia e partenogênese vegetal. A autogamia é o processo de autofecundação em vegetais. Como já mencionado, em áreas desérticas ou muito frias, onde a polinização por animais se tornaria dificultada pela pequena quantidade insetos e aves. A apogamia é o raro desenvolvimento de um organismo sem fecundação, a partir de células reprodutivas, gerando organismos haploides (como na partenogênese animal!). Isso ocorre em algumas espécies de orquídeas. A partenogênese vegetal se caracteriza pela fusão de duas células sexuais maternas, gerando um embrião e daí uma planta. Também é um fenômeno raro que pode ocorrer em orquídeas.

Reprodução assexuada nas fanerógamas

As espécies hidrócoras possuem frutos ou sementes leves que retêm ar. Dessa forma, podem ser transportados flutuando na água. É o caso do coco-da-baía, fruto com mesocarpo fibroso que retém ar.

Nas fanerógamas, praticamente todos os órgãos vegetativos, como as raízes, os caules e as folhas, têm capacidade de propagação. Falamos em reprodução ou propagação vegetativa, que pode se dar naturalmente ou pode ser executada artificialmente pelo homem. É conhecendo bem esses processos naturais que o homem consegue obter com facilidade um grande número de novas plantas geneticamente iguais, a partir de um único exemplar original. Isso explica a uniformidade dos produtos hortifrutículas obtidos de muitas plantas cultivadas. A reprodução assexuada pode ocorrer por propagação vegetativa, através de caules e folhas que têm capacidade de propagação, dando origem a novos indivíduos. A apomixia é o nascimento direto de um novo indivíduo a partir de uma ou mais células da planta matriz, sem a intervenção de células reprodutoras, como se fosse uma clonagem. Isso pode ser feito através de caules e folhas.

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Curso de Biologia Uma importante característica dos caules é a presença de botões vegetativos ou gemas. Quando as gemas entram em contato com o solo, podem enraizar e formar uma nova planta. É o que ocorre, por exemplo, com os caules prostrados, denominados estolhos: desenvolvendo-se sobre o solo, em contato com a superfície, suas gemas enraízam e formam novas plantas que podem se separar da planta-mãe. Os rizomas e os tubérculos, caules subterrâneos, também podem originar novas plantas, a partir de suas gemas. É o caso do tubérculo da batatinha, e dos rizomas do bambu e da bananeira. As folhas também podem dar origem a novos indivíduos, como se pode observar em fortuna e em begônia. Na fortuna (Bryophylum), as margens das folhas caídas no solo formam pequenas plantas que enraízam e se desenvolvem em novos indivíduos. Folhas de begônias, isoladas e colocadas sobre a terra, também produzem pequenas plantas a partir dos bordos de cortes efetuados transversalmente nas nervuras. É bem conhecida a planta Kalanchoe, que, nas extremidades de suas folhas, desenvolve várias plântulas. Caindo da folha, as plântulas crescem e formam novos vegetais. Curioso é o caso da pita ou piteira, uma das espécies de agave (de cujas folhas se extrai a fibra de sisal). Do centro das folhas dispostas em círculo sai uma enorme inflorescência, cujo eixo ramificado chega a vários metros de altura. Ela tem poucas flores, mas centenas de bulbilhos que ao caírem no solo enraízam

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e se desenvolvem em novas plantas. Depois de florescer uma só vez durante sua vida, a planta morre.

Produção de mudas Os mecanismos descritos ocorrem espontaneamente na natureza, mas podem também ser provocados pelo homem, principalmente para cultivo econômico de certas plantas. Através da propagação vegetativa, caracteres vantajosos podem ser mantidos inalterados nos indivíduos que se formam. O homem desenvolveu vários mecanismos de propagação vegetativa, sendo os mais importantes a estaquia, a mergulhia, a alporquia e a enxertia. ESTAQUIA: Reprodução através de estacas. Estas são ramos caulinares cortados, contendo gemas. A extremidade cortada da estaca deve ser enterrada no solo e a gema apical deve ser cortada para não interferir no desenvolvimento da estaca, ou seja, na "pega" da muda ou "pega" da estaca. MERGULHIA: Nesse processo, mantém-se parte de um ramo da planta enterrado, até que forme raízes. Isto ocorrendo, separa-se o ramo com as raízes, plantando-o a seguir. ALPORQUIA: Nesse processo, faz-se pequeno corte em um ramo, colocando-se, neste local, terra úmida envolta por saco ou por lata, presos ao ramo. Deixa-se até enraizar. Isto ocorrendo, separa-se o ramo com as raízes, plantando-o a seguir.

ENXERTIA: É o transplante de uma muda, chamada cavaleiro ou enxerto, em outra planta, denominada cavalo ou porta-enxerto, provida de raízes. O cavalo deve ser de planta da mesma espécie do cavaleiro ou de espécies próximas. Na enxertia, é importante que o cavaleiro tenha mais de uma gema e que o câmbio (tecido meristemático) do cavalo entre em contato com o câmbio do cavaleiro. Além disso, deve-se retirar as gemas do cavalo a fim de evitar que a seiva seja conduzida a elas e não para as gemas do cavaleiro. Alguns dos diferentes tipos de enxertia estão esquematizados ao lado. A enxertia pode ocorrer por garfagem, incrustação ou escudos (borbulhas).

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Dentre esses mecanismos, a enxertia é o modo de propagação vegetativa mais utilizado pelo homem. A técnica é vantajosa por vários motivos, destacando-se dois: - a muda (cavaleiro) já encontra um cavalo munido de raízes e, com isso, o desenvolvimento é mais rápido; - pode-se selecionar plantas com raízes resistentes a certas doenças e utilizá-las como cavalo. Com isso, a reprodução vegetativa de espécies sensíveis a essas doenças torna-se mais eficiente. A produção de mudas por cultura de tecidos será analisada detalhadamente junto ao estudo dos fitormônios.

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Curso de Biologia Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) A figura abaixo esquematiza o interior de um grão de milho.

I, II e III correspondem, respectivamente, a A) embrião, endosperma e cotilédone. B) cotilédone, endosperma e embrião. C) cotilédone, embrião e endosperma. D) endosperma, embrião e cotilédone. E) endosperma, cotilédone e embrião. 2. (UNIFOR) O esquema abaixo é de um coco-da-baía cortado longitudinalmente:

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5. (FCM-CG) O fruto de um vegetal é o resultado do ovário hipertrofiado, após a fecundação. A parte comestível do fruto geralmente é chamada de mesocarpo, não sendo a única a servir como alimento. Nos pseudofrutos as partes comestíveis originamse de outras partes da flor. Dos falsos frutos abaixo listados, assinale qual deles não tem a parte comestível corretamente mencionada. A) No figo, come-se a parte que é originada a partir do receptáculo e de outras peças florais reunidas em inflorescências. B) Na pera, a parte comestível é a parte central, originada do receptáculo floral. C) Na maçã, a parte comestível é a parte central, originada do receptáculo floral. D) No morango, a parte comestível desenvolve-se do receptáculo de flor com diversos ovários. E) No caju, a parte comestível e suculenta desenvolve-se da corola. 6. (FUVEST) No morango, os frutos verdadeiros são as estruturas escuras e rígidas que se encontram sobre a parte vermelha e suculenta. Cada uma dessas estruturas resulta, diretamente, A) da fecundação do óvulo pelo núcleo espermático do grão de pólen. B) do desenvolvimento do ovário, que contém a semente com o embrião. C) da fecundação de várias flores de uma mesma inflorescência. D) da dupla fecundação, que é exclusiva das angiospermas. E) do desenvolvimento do endosperma que nutrirá o embrião. 7. (UNESP) As figuras apresentam diferentes mecanismos que um agricultor pode empregar para promover a propagação vegetativa de algumas espécies vegetais.

O endosperma, o embrião e o mesocarpo estão indicados, respectivamente, por: A) I, II, e III. B) I, III e II. C) II, I e III. D) II, III e I. E) III, II e I. 3. (UNIFOR) Considere os pares abaixo: I. frutos de carrapicho e picão. II. sementes de paina e de algodão. Esses dois pares são disseminados, respectivamente, por A) animais e água. B) vento e água. C) água e animais. D) animais e vento. E) vento e animais. 4. (UECE) Indique a alternativa que contenha somente exemplos de frutos carnosos: A) feijão e algodão. B) milho e feijão. C) uva e tomate. D) tomate e feijão. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Sônia Lopes e Sérgio Rosso. Bio. Adaptado.

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Sobre esses quatro métodos de propagação vegetativa, pode-se afirmar corretamente que: A) apenas um deles permite que uma mesma planta produza frutos de duas espécies diferentes. B) na estaquia, a gema apical da estaca deve ser mantida, sem o que não haverá o desenvolvimento das gemas laterais. C) na mergulhia, a nova planta produzirá apenas a parte vegetativa, e não desenvolverá frutos ou sementes. D) na alporquia, a nova planta será um clone da planta que lhe deu origem, exceto pelo fato de não poder desenvolver a reprodução sexuada. E) na enxertia, é importante que o tecido meristemático do enxerto não entre em contato com o tecido meristemático do porta-enxerto, sob o risco de não se desenvolver. 8. (UNESP) Durante a aula, a professora apresentou aos alunos uma receita de bolo, e pediu-lhes que trouxessem os ingredientes para a aula seguinte, mas que seguissem à risca suas instruções. Se todos acertassem a tarefa, o bolo seria assado no refeitório da escola. BOLO DE FRUTAS SECAS E PINHÕES 1 kg de farinha de trigo. 100g de fermento biológico. 200g de manteiga. 200g de açúcar. 15g de mel. 8 gemas. 10g de sal. 200g de frutas cristalizadas. 200g de uvas-passas. 200g de castanhas-de-caju. 200g de pinhões cozidos. 3 copos de leite. 1 pitada de canela em pó. A Maria, pediu que trouxesse ingredientes de origem mineral, e ela trouxe o sal e a canela. A João, pediu que trouxesse produtos produzidos por gimnospermas e angiospermas, e ele trouxe a farinha de trigo, as frutas cristalizadas e as uvas-passas. A Pedro, pediu que trouxesse dois produtos de origem animal, e ele trouxe os ovos e o fermento biológico. A Mariana, pediu que trouxesse produtos derivados de outras partes do vegetal, que não o fruto, e ela trouxe o açúcar, as castanhas-de-caju e os pinhões. A Felipe, pediu que trouxesse produtos naturais e livres de colesterol, e ele trouxe o mel, o leite e a manteiga. Pode-se dizer que A) todos os alunos trouxeram o que a professora pediu, e o bolo pôde ser assado conforme o combinado. B) somente as meninas trouxeram o que a professora pediu. C) somente os meninos trouxeram o que a professora pediu. D) somente Mariana e Felipe trouxeram o que a professora pediu. E) todos os alunos erraram a tarefa, pois nenhum deles trouxe o que a professora pediu. 9. (UNIFESP) A figura mostra uma espiga de milho em que cada grão é um ovário desenvolvido e contém grande quantidade de amido, um polímero que é formado a partir de precursores produzidos pela planta.

Considerando a origem da espiga e do amido, é correto afirmar que cada grão de milho: A) é um fruto e o amido ali presente teve sua origem em precursores formados a partir da fecundação da oosfera e dos estames. B) é uma semente e o amido ali presente teve sua origem em precursores formados a partir da dupla fecundação e do ovário. C) é um fruto e o amido ali presente teve sua origem em precursores que procedem do ovário e de qualquer outro órgão da planta. D) é uma semente e o amido ali presente teve sua origem em precursores que procedem do fruto e das folhas. E) é uma semente e o amido ali presente teve sua origem em precursores que procedem do único cotilédone que o embrião possui. 10. (UNIFESP) As bananeiras, em geral, são polinizadas por morcegos. Entretanto, as bananas que comemos são produzidas por partenocarpia, que consiste na formação de frutos sem que antes tenha havido a fecundação. Isso significa que: A) essas bananas não são derivadas de um ovário desenvolvido. B) se as flores fossem fecundadas, comeríamos bananas com sementes. C) bananeiras partenocárpicas não produzem flores, apenas frutos. D) podemos identificar as bananas como exemplos de pseudofruto. E) mesmo sem polinizadores, ocorre a polinização das flores de bananeira. 11. (UFJF) Fruto é um órgão exclusivo de Angiospermas. É resultante do ovário desenvolvido após a fecundação, ou de diversos ovários, ou, ainda, de outras partes da flor. Sobre frutos, são feitas as seguintes afirmativas: I. Frutos partenocárpicos são aqueles nos quais apenas o pedicelo da flor é a parte comestível. II. Frutos têm como principais funções proteger e disseminar as sementes, contribuindo para a dispersão das espécies vegetais. III. Frutos são constituídos por apenas duas partes: pericarpo e semente. IV. Frutos carnosos têm apenas seu mesocarpo comestível. São corretas: A) I e II. C) I e IV. E) III e IV.

B) I e III. D) II e III.

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Curso de Biologia 12. (UFJF) Ao prescrever uma dieta para seu paciente, um nutricionista recomendou a ingestão de legumes de baixa caloria como a abobrinha, o pepino e a berinjela. De acordo com a terminologia botânica, no entanto, tais alimentos não podem ser considerados legumes porque o termo legume designa frutos: A) secos e deiscentes, e os alimentos citados correspondem a cápsulas, que são frutos carnosos e indeiscentes. B) carnosos e deiscentes, e os alimentos citados correspondem a drupas, que são frutos secos e indeiscentes. C) secos e deiscentes, e os alimentos citados são pseudofrutos (não são frutos verdadeiros). D) secos e deiscentes, e os alimentos citados correspondem a bagas, que são frutos carnosos e indeiscentes. E) partenocárpicos (frutos que se desenvolvem sem a produção de sementes). 13. (UEL) Leia o texto, analise a figura e responda à questão: O louro ou loureiro, importante condimento pertencente ao gênero Laurus, é originário do Mediterrâneo oriental. Ramos desta planta eram usados na Grécia antiga para confeccionar as famosas coroas com que eram agraciados os atletas ou outros heróis nacionais que se distinguiam excepcionalmente, costume estendido mais tarde à Roma dos Césares. Derivado do nome do gênero (Laurus) e de seu uso, originou-se o termo vernáculo laureado. Adaptado: JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1991. p. 290.

De acordo com as informações sobre o louro contidas na prancha (Fig. 7) e os conhecimentos sobre morfologia vegetal, considere as afirmativas a seguir.

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II. Pertence ao grupo das angiospermas, por apresentar flores e frutos, sendo que o fruto abriga e protege a semente. III. As flores apresentam verticilos florais, gineceu, androceu e corola. IV. É planta leguminosa, por produzir fruto legume, que se abre quando maduro, com um número variável de sementes. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e IV são corretas. B) Somente as afirmativas II e III são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. E) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 14. (UFRGS) Diversos órgãos vegetais fazem parte de nossa alimentação. Em termos biológicos, a abóbora, o tomate e o pimentão constituem A) frutos verdadeiros. B) pseudofrutos. C) legumes. D) infrutescências. E) frutos partenocárpicos. 15. (UFPI) Um fruto é um ovário maduro, podendo ou não incluir outras partes florais. Os frutos podem ser classificados em simples, agregados ou múltiplos. Apesar de comumente apresentarem sementes, alguns deles podem desenvolver-se sem a formação da semente, sendo conhecidos como frutos partenocárpicos. Em certas espécies, os frutos desenvolvem partes que não se originam do ovário, constituindo os pseudofrutos. A alternativa abaixo que contém 2 (dois) exemplos de frutos simples e 2 (dois) pseudofrutos, respectivamente, é: A) maçã, manga; goiaba, milho. B) mamão, uva; morango, ameixa. C) maçã, caju; maracujá, tomate. D) azeitona, tomate; pera, morango. E) caju, limão; laranja, abacaxi. 16. (UFRN) Como resultado da fecundação em fanerógamas, pode-se afirmar que A) o albúmen é formado a partir da união do primeiro núcleo espermático com as sinérgides, as células polares e as antípodas. B) a semente é formada pelo endosperma e pela plântula, originários da fusão do segundo núcleo espermático e da oosfera. C) o pericarpo se desenvolve a partir da parede do ovário, a qual é estimulada por um hormônio produzido pela semente. D) o embrião se desenvolve a partir da formação de um zigoto diploide, derivado da fusão do tubo polínico com o óvulo.

Nome: Laurus nobilis; Família: Lauraceae; Livro original: Prof. Dr. Otto Wilhelm Thomé Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz, 1885.

I. É planta dioica, por apresentar órgãos reprodutores masculino e feminino situados em diferentes indivíduos.

17. (UFRN) O coco-da-baía, cultivado na costa brasileira, desde o Rio de Janeiro até a região Norte. A) possui mesocarpo formado por uma espessa camada fibrosa que permite o fruto boiar, facilitando sua disseminação pela água. B) apresenta folhas penadas, com bainhas grandes e nervuras reticuladas. C) produz fruto do tipo baga, com endocarpo pétreo, que protege a única semente.

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D) é uma dicotiledônea com estipe alto, ramificado e com folhas no ápice. E) possui endosperma comestível, de coloração verde e pobre em gordura.

B) De que estrutura da flor se origina a porção carnosa de um fruto verdadeiro? C) A maçã, apesar de carnosa, não é fruto verdadeiro. Explique de que estrutura ela se origina.

18. (UFPE) Um fruto verdadeiro é originado do desenvolvimento de um ovário, enquanto um pseudofruto tem origem a partir do desenvolvimento de outras partes da flor e não do ovário. Assinale a alternativa que indica apenas frutos verdadeiros. A) Abacaxi, ameixa e pêssego. B) Morango, uva e tomate. C) Caju, laranja e mamão. D) Maçã, trigo e milho. E) Melancia, mamão e feijão.

22. (UNESP) Bom seria se todas as frutas fossem como a banana: fácil de descascar e livre do inconveniente dos caroços. Para darem uma forcinha à natureza, pesquisadores desenvolveram versões sem sementes em laboratório [...]. Para criar frutos sem sementes a partir de versões com caroços, como acontece com a melancia, é preciso cruzar plantas com números diferentes de cromossomos, até que se obtenha uma fruta em que as sementinhas não se desenvolvam.

19. (UFF) Técnicas antigas e modernas de manipulação vegetal têm sido utilizadas pelo homem e têm contribuído para aumentar a rentabilidade econômica das plantas obtidas. Seguem-se exemplos de algumas destas técnicas: I. Transferem-se genes entre plantas de espécies distintas para torná-las, economicamente, mais vantajosas. II. Insere-se um pedaço de caule com mais de uma gema no caule de uma outra planta com raiz para a obtenção de plantas mais resistentes a certas doenças. III. Enterra-se, no solo, parte do ramo de uma planta até que se forme raiz nesta região. Em seguida, o ramo com raiz é cortado e plantado em outro local. IV. Cortam-se e enterram-se ramos caulinares no solo para que se reproduzam. As técnicas descritas, resumidamente, nos itens I, II, III e IV denominam-se, respectivamente: A) enxertia / transgênese / estaquia / mergulhia. B) clonagem / mergulhia / enxertia / estaquia. C) clonagem / transgênese / estaquia / mergulhia. D) transgênese / enxertia / mergulhia / estaquia. E) transgênese / estaquia / enxertia / mergulhia. Questões discursivas 20. (FUVEST) O coqueiro (Cocos nucifera) é uma monocotiledônea de grande porte. Suas flores, depois de polinizadas, originam o chamado coco-verde ou coco-da-baía. A água de coco é o endosperma, cujos núcleos triploides estão livres no meio líquido. A) O coco-da-baía é um fruto ou uma semente? Copie a frase do texto acima que justifica sua resposta. B) O endosperma triploide é uma novidade evolutiva das angiospermas. Que vantagem essa triploidia tem em relação à diploidia do tecido de reserva das demais plantas? 21. (UNICAMP) Frutos carnosos imaturos são na maioria verdes e duros. Durante o amadurecimento, ocorre a decomposição da clorofila e a síntese de outros pigmentos, resultando em uma coloração amarelada ou avermelhada. Com o amadurecimento também ocorre o amolecimento devido à degradação de componentes da parede celular e aumento nos níveis de açúcares. A) Qual a vantagem adaptativa das modificações que ocorrem durante o amadurecimento dos frutos carnosos?

Veja, 25.01.2012.

Melancia sem sementes Suponha que, no caso exemplificado, a melancia sem sementes tenha sido obtida a partir do cruzamento entre uma planta diploide com 22 cromossomos e uma planta tetraploide com 44 cromossomos. Quantos cromossomos terão as células somáticas da nova planta? Considerando que as sementes são o resultado da reprodução sexuada, explique por que os frutos dessa planta não as possuem. 23. (UNESP) Considere as afirmações relativas à enxertia nos vegetais. I. Constituiu um processo de reprodução assexuada. II. Permite a reprodução de variedades de plantas pouco resistentes, principalmente, ao ataque de parasitas. III. Contribui para a variabilidade genética. A) Quais afirmações são verdadeiras? B) Justifique sua resposta. 24. (UNIFESP) A banana que utilizamos na alimentação tem origem por partenocarpia, fenômeno em que os frutos são formados sem que tenha ocorrido fecundação. Existem, porém, bananas selvagens que se originam por fecundação cruzada. A) Uma pessoa perceberia alguma diferença ao comer uma banana partenocárpica e uma banana originada por fecundação cruzada? Justifique. B) Qual dos dois tipos de bananeira teria maior sucesso na colonização de um novo ambiente? Justifique. 25. (UFJF) A invasão biológica é considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade do planeta, perdendo apenas para a destruição e fragmentação de habitats naturais. A invasão biológica ocorre quando uma espécie exótica é introduzida em um novo ambiente, fora dos seus padrões naturais de distribuição, formando uma população capaz de manter os processos vitais de crescimento, reprodução e perpetuação. Na Mata Atlântica,

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Curso de Biologia existem muitas espécies de árvores introduzidas, mas poucas ainda são consideradas invasoras, devido a uma etapa fundamental para o sucesso na invasão: a capacidade de dispersão das sementes no ambiente. No quadro, a seguir, são apresentadas as características das sementes e o tipo de dispersão de três espécies de árvores introduzidas na Mata Atlântica brasileira: NOME PINHEIROABACATEIRO GOIABEIRA VULGAR AMERICANO Espécie Pinus elliottii Persea Psidium Engelm. americana Mill. guajava L. Divisão Coniferophyta Magnoliophyta Magnoliophyta Origem América do América América Norte Central Central Tamanho 5–7 30 – 50 3–5 das sementes (mm) Número de 100 – 500 01 100 – 500 sementes por fruto Tipo de Anemocórica Zoocórica Zoocórica dispersão das sementes Com base nas características acima citadas, responda: A) Qual dessas espécies tem o fruto do tipo drupa? Justifique. B) Qual(is) dessas espécies possui(em) semente(s) com tecido de reserva haploide? Justifique. C) Com base no número e tamanho da semente e tipo de dispersão, qual dessas espécies tende a ter menor sucesso no processo de invasão biológica? Justifique.

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27. (UEL) Analise a figura a seguir.

As angiospermas representam a maior parte das plantas atuais do mundo visível: árvores, arbustos, cactos, gramados, jardins, plantações de trigo e de milho, flores do campo, frutas e verduras na mercearia, as cores na vitrine de uma floricultura e plantas aquáticas, como lentilhas-d’água. Em praticamente qualquer lugar em que você esteja, as angiospermas também estarão. A) Nesse contexto, cite 2 (duas) características exclusivas desse grupo que contribuíram para essa grande diversidade. B) A figura acima mostra um pêssego cortado ao meio, o qual representa o fruto das angiospermas. O que são as estruturas marcadas por I e II, e que elementos florais, respectivamente, lhes dão origem? 28. (UFC) O feijão e o milho são cultivados por civilizações humanas desde uma época muito remota e fazem parte da dieta alimentar de milhões de brasileiros. A figura A representa uma vagem e uma semente de feijão em corte transversal. A figura B representa uma espiga de milho e um grão de milho, também em corte transversal.

26. (UFJF) As flores são estruturas de grande importância para o sucesso das angiospermas no ambiente terrestre. Observe a figura a seguir que apresenta padrões florais encontrados em diferentes espécies vegetais:

A) Considerando a figura, identifique o padrão ou padrões florais (A, B, C e/ou D) onde é impossível a ocorrência de autopolinização. Justifique a(s) sua(s) escolha(s). B) Considerando os padrões florais apresentados, identifique o padrão ou padrões florais (A, B, C e/ou D) onde não seria possível a formação de frutos. Justifique a sua resposta. C) No que consiste um fruto partenocárpico? D) Quais são os dois hormônios vegetais que, aplicados às flores de algumas espécies, podem estimular a formação de frutos partenocárpicos?

Considerando os esquemas da morfologia destes dois vegetais: A) Diferencie a estrutura 1 do grão de milho da estrutura 1 do feijão. B) A estrutura 3 do grão de milho e a do feijão possuem a mesma função biológica? Justifique. C) Quanto à ploidia, como as células da estrutura 2 do grão de milho e da estrutura 2 do feijão são caracterizadas? 29. (UFC) A dicogamia, condição na qual estames e carpelos de uma flor hermafrodita (monóclina) amadurecem em períodos distintos, e a partenocarpia, formação de frutos sem sementes, são fenômenos que ocorrem nas angiospermas. Pergunta-se: A) Qual a consequência direta da dicogamia na reprodução sexuada das plantas e por que essa característica favorece a

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adaptação ambiental e a sobrevivência da população vegetal que a apresenta? B) Como as plantas que só formam frutos partenocárpicos se reproduzem naturalmente? C) Como é possível a produção de artificial de frutos partenocárpicos, uma prática importante na fruticultura? 30. (UFRJ) A barraca de frutas de um feirante oferece, hoje, alguns produtos apetitosos: abacaxis (Ananas comosus, família das Bromeliáceas: Angiospermas), laranjas (Citrus sinensis, família das Rutáceas: Angiospermas), uvas (Vitis vinifera, família das Vitáceas: Angiospermas) e pinhões (Araucaria angustifolia, da família das Araucariáceas: Gimnospermas). Do ponto de vista botânico, dois desses produtos não podem ser considerados frutos. Identifique esses produtos. Justifique sua resposta.

AULA 6 Desenvolvimento e germinação O conjunto de processos e eventos que levam um organismo multicelular a atingir o tamanho e a forma típicos da espécie constitui o desenvolvimento. Na maioria das plantas vasculares, que são cormófitas, o desenvolvimento origina um organismo constituído por três partes básicas: raiz, folhas e caule. A raiz geralmente cresce sob o solo e suas principais funções são a fixação da planta e a absorção de água e sais minerais. As folhas são órgãos especializados em fotossíntese, processo pelo qual as plantas produzem substâncias orgânicas que lhes servem de alimento. O caule sustenta as folhas, conduzindo até elas a água e os sais absorvidos pelas raízes, e levando para outros órgãos as substâncias orgânicas produzidas nas folhas. O caule da maioria das plantas eleva as folhas, propiciando maior exposição à luz, especialmente nos locais onde a vegetação é mais densa.

Morfogênese e diferenciação celular A organização básica do corpo de uma planta é estabelecida durante a formação da semente. Imediatamente após a fecundação, o zigoto passa a se dividir por mitoses sucessivas e cresce, alimentando-se das reservas nutritivas acumuladas nos tecidos do óvulo, agora semente. Nessa fase, as células embrionárias têm forma poliédrica, parede celular fina e flexível (parede celular primária), citoplasma denso com pequenos vacúolos e núcleo volumoso. Células com essas características são chamadas de células meristemáticas (do grego merizein, divisão) devido a sua grande capacidade de se dividir por mitose e originar novas células. As células meristemáticas nessa fase constituem o meristema primordial, tecido indiferenciado que compõe a estrutura do embrião. Meristemas como esse permanecerão por toda a vida da planta em algumas regiões da planta promovendo crescimento por divisão celular. As primeiras divisões celulares do desenvolvimento embrionário formam um bastão de células. Na extremidade voltada para a micrópila do óvulo, as células dividem-se transversalmente, originando um cordão celular, o suspensor, que tem uma grande célula na base. Na extremidade oposta, forma-se um bloco celular a partir do qual se formará a planta. Nesse bloco diferenciam-se os cotilédones e os meristemas apicais, assim chamados porque ficarão localizados nas extremidades da raiz e do caule, promovendo o crescimento desses órgãos. Em muitas espécies, a principal função do suspensor parece ser a de empurrar o embrião para o interior dos tecidos nutritivos que preenchem o gametófito feminino. A contínua produção de novas células pelos meristemas apicais faz com que o embrião se alongue. Com isso, as células mais velhas se afastam progressivamente das extremidades do caule e da raiz em formação. À medida que se distanciam das extremidades do embrião, as células vão se especializando para a realização de funções definidas, processo conhecido como diferenciação celular. Os primeiros tecidos a se diferenciarem são os meristemas, isto é, tecidos dotados de células com grande capacidade de multiplicação. São eles a protoderme, que dá VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia origem aos revestimentos da planta, o meristema fundamental, que dão origem aos tecidos de preenchimento e nutrição, e o procâmbio, que dá origem aos tecidos vasculares. À medida que o desenvolvimento progride e a diferenciação dos tecidos primários prossegue, ocorre a morfogênese, processo em que se define a forma da planta, com o desenvolvimento dos primórdios de suas partes principais: raiz, caule e folhes. A morfogênese ocorre logo após a germinação da semente.

Germinação

Após a diferenciação dos três primeiros meristemas (protoderme, meristema fundamental e procâmbio), o ritmo de desenvolvimento do embrião diminui sensivelmente no interior da semente. Esta se encontra dentro do fruto em formação e ainda está ligada ao organismo materno, crescendo graças ao acúmulo de reservas nutritivas nos cotilédones ou no endosperma. Os dois cotilédones de muitas eudicotiledôneas armazenam praticamente todo o alimento que nutrirá o embrião durante a germinação da semente (elas possuem então sementes chamadas de “sem albume”, uma vez que este está acumulado nos cotilédones). Cotilédones de outras dicotiledôneas e das monocotiledôneas contêm relativamente poucas reservas nutritivas; sua função primordial é transferir substâncias nutritivas do endosperma, onde estão armazenadas, para as células embrionárias (elas possuem então sementes “com albume”, nas quais o cotilédone ou cotilédones são pouco desenvolvidos). Após atingir o tamanho definitivo, as sementes amadurecem dentro dos frutos, os quais contribuem para a dispersão das sementes pelo ambiente. No devido tempo, e ao encontrar condições adequadas, a semente germina. Germinação é a retomada do crescimento e da diferenciação do embrião, e depende de uma série de fatores, principalmente de água, gás oxigênio e temperatura adequada. A semente madura tem, em seu interior, um embrião envolto por substâncias nutritivas, acumuladas no endosperma, nos cotilédones ou em ambos. Em uma das extremidades do embrião situa-se a radícula, como é denominado o primórdio de raiz; nela localiza-se o meristema apical da raiz. Na extremidade oposta está o caulículo, como é denominado o primórdio de caule, em cuja extremidade localiza-se o meristema apical do caule, e, pouco abaixo, insere-se o cotilédone ou cotilédones. A região inferior do embrião, localizada entre a radícula e o ponto de implantação do cotilédone (ou cotilédones), é denominada hipocótilo. A região superior, entre os cotilédones e o meristema apical do caule, recebe a denominação de epicótilo. Toda a porção acima do ponto de implantação do cotilédone (ou cotilédones), constituída pelo epicótilo, pelo meristema apical do caule e, algumas vezes, por primórdios de folhas, é denominada plúmula. Nas gramíneas, a plúmula fica envolta por uma lâmina foliar protetora, o coleóptilo. Um dos eventos iniciais da germinação é a absorção de água pela semente, fenômeno denominado embebição. A água é necessária para que as células retomem suas atividades metabólicas e possam mobilizar as reservas nutritivas estocadas no cotilédone e no endosperma. Em sementes que acumulam óleos como reserva, organelas conhecidas como glioxissomas

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convertem os lipídios em carboidratos para que sejam usados como fonte de energia. Com a embebição, a casca da semente rompe-se e permite a entrada de gás oxigênio, necessário à respiração das células embrionárias. Até a casca romper-se, as células obtêm energia principalmente da fermentação de moléculas orgânicas das reservas nutritivas. A primeira estrutura a emergir da semente após o rompimento da casca é a radícula, que se diferencia em raiz primária. Esta cresce para dentro do solo, ancora a planta e inicia a absorção de água e sais. Nas plantas eudicotiledôneas, a raiz primária se desenvolve e origina ramificações laterais, as raízes laterais ou secundárias, constituindo um sistema radicular ramificado que caracteriza a raiz pivotante ou axial. Na maioria das monocotiledôneas, a raiz primária degenera e é substituída por raízes adventícias, que se desenvolvem a partir do caule, nos pontos de inserção das primeiras folhas, o que dá origem a uma raiz fasciculada. Germinação epígea e hipógea A maneira como o caule emerge da semente varia entre as espécies. No feijão, por exemplo, o hipocótilo se alonga e se curva, emergindo do solo como um cotovelo, denominado gancho de germinação. O crescimento do hipocótilo puxa os cotilédones para fora do solo e leva ao desdobramento do gancho. Os cotilédones separam-se, expondo a plúmula. Quando está dentro do solo, a plúmula fica protegida entre os dois cotilédones, o que evita que o meristema apical sofra eventuais lesões pelo atrito com a terra. Esse tipo de germinação, em que os cotilédones são trazidos para fora do solo, é denominada germinação epígea (do grego epi, acima, e geo, terra). A germinação em que os cotilédones continuam sob o solo é chamada de hipógea (do grego hypo, abaixo). A formação do gancho de germinação é uma proteção para a plúmula, pois é ele que abre caminho entre as partículas do solo até atingir a superfície. Em certas plantas, como na ervilha (uma eudicotiledônea), o gancho de germinação é formado pelo crescimento do epicótilo, de modo que os cotilédones permanecem dentro do solo (germinação hipógea). Em outras plantas, como na cebola (uma monocotiledônea), o gancho se origina pelo crescimento do cotilédone, abaixo do qual se formam mais tarde as primeiras folhas. Nesse caso, o cotilédone é trazido para fora do solo (germinação epígea). Monocotiledôneas gramíneas como milho, arroz, aveia e trigo não formam gancho de germinação. Nessas plantas, a plúmula é protegida pelo coleóptilo, uma folha especial que permanece fechada até o caule emergir do solo e só então se abre para expor a plúmula. O coleóptilo protege o tecido meristemático contra possíveis lesões pelo atrito com as partículas do solo. As sementes de gramíneas permanecem abaixo do solo, ou seja, têm germinação hipógea. De modo geral, a maioria das eudicotiledôneas apresenta germinação epígea, mas há exceções, como a ervilha. Assim como a maioria das monocotiledôneas apresenta germinação hipógea, havendo também exceções, como a cebola.

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Condições para germinação Para que a semente germine é necessário que sejam satisfeitas várias condições internas e externas.

Condições internas ou intrínsecas Condições internas são aquelas que dependem da própria semente. São condições intrínsecas que devem ser satisfeitas para que a semente possa germinar: maturidade, vitalidade e boa constituição. - Maturidade ou aquisição do poder germinativo da semente: Corresponde ao completo desenvolvimento da semente e de seu embrião. Esta maturidade da semente nem sempre corresponde à maturidade do fruto. - Vitalidade: Corresponde ao fato de que o embrião esteja vivo, o que é obviamente essencial à germinação. - Boa constituição ou integridade: Corresponde à presença de todos os elementos da semente bem constituídos. Caso algum componente esteja ausente ou danificado, pode ocorrer um desenvolvimento incompleto da semente, que fica atrofiada e não adquire seu poder germinativo. Somente uma semente íntegra em sua constituição consegue germinar.

Condições externas ou extrínsecas Condições externas são as que se referem ao meio em que se desenvolverá a semente. Depois de satisfeitas as condições internas, as sementes só germinam se lhes forem satisfatórias as condições mesológicas (isto é, do meio), no que se refere à temperatura, água, ar (oxigênio) e luz.

- Água: A germinação da semente começa com a embebição da água que penetra por toda a superfície da mesma, por difusão, assegurando as primeiras transformações vegetais. A água rompe a casca da semente possibilitando a entrada de oxigênio para ativar o metabolismo que leva à quebra das substâncias de reserva da semente, ativando o processo de germinação. Das condições externas é a mais importante e indispensável, pois, mesmo que sejam satisfeitas todas as outras, as sementes não podem germinar sem o devido umedecimento do solo. A água permite a dissolução das substâncias nutritivas que vão alimentar o embrião. Além disso, as células vivas só entram em atividade e elaboram as enzimas para a digestão das matérias nutritivas, depois que possuem uma tensão normal em água, a qual na maturidade havia desaparecido por forte desidratação. - Temperatura: Cada espécie vegetal possui seu ponto ótimo, isto é, uma temperatura intermediária entre a máxima e a mínima acima ou abaixo da qual as sementes não germinam. Essas três temperaturas críticas (máxima, mínima e ótima) variam de acordo com a espécie. - Ar: É uma das condições importante para a germinação da semente, razão pela qual, não se lançam as sementes numa grande profundidade, ainda que sejam satisfeitas as outras condições internas e externas, porque nas camadas profundas do solo, o ar não circula e as sementes sem oxigênio para a respiração não passam do estado latente para a vida ativa. Há também uma pressão parcial do oxigênio do ar que tem influência sobre a germinação é a pressão ótima, intermediária entre a máxima e a mínima, nos limites das quais a germinação se processa muito latente.

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Curso de Biologia - Luz: A luz pode influenciar na germinação de acordo com a característica da semente. O efeito da luz sobre a germinação é conhecido como fotoblastismo.

Efeito da luz sobre a germinação Pigmento fitocrômico e percepção de luz na planta A substância envolvida na percepção de luz por parte da planta, agindo é denominado fitocromo, uma cromoproteína de cor azul-esverdeada. O fitocromo possui a parte proteica e uma parte não proteica semelhante ao pigmento ficocianina encontrado em cianobactérias e algas vermelhas. Pesquisas recentes demonstraram que o fitocromo está presente no citoplasma bem como associado à membrana de determinadas organelas, como o vacúolo, e à própria membrana plasmática. Entretanto não foi localizado nos cloroplastos, apesar de alguns autores mencionarem que sim. O fitocromo existe em duas formas interconversíveis, uma inativa chamada fitocromo Fv ou Pr ou R, e outra ativa, chamada fitocromo Fve ou Pfr ou F. O fitocromo R ou Pr (do inglês red, vermelho, ou Pr (phytochrome red) se transforma em fitocromo F ou Pfr (do inglês far red, vermelho longo, ou p (phytochrome far red) ao absorver luz vermelha de comprimento de onda de 660 nm. O fitocromo F, por sua vez, transforma-se em fitocromo R ao absorver luz vermelha longa, no comprimento de onda na faixa dos 730 nm (vermelho de onda mais larga).

A luz solar contém ambos os comprimentos de onda (vermelho e vermelho-longo). Por isso, durante o dia, as plantas apresentam as duas formas de fitocromos (R e F), mas como o comprimento de onda do vermelho curto predomina, há predominância do fitocromo F. À noite, o fitocromo F, mais instável, converte-se espontaneamente em fitocromo R. Dependendo da duração do período de escuridão, essa conversão pode ser total, de modo que a planta, ao fim de um longo período de escuridão, pode apresentar apenas fitocromo R. O fitocromo F é sempre a forma ativa, que pode ser no sentido de estimular ou inibir algum fenômeno.

Luz na germinação: Fotoblastismo Fotoblastismo é o efeito da luz sobre a germinação das sementes. Dá-se o nome de sementes fotoblásticas positivas às sementes que só germinam quando estimuladas pela luz. Essas devem ser plantadas em solo raso, para que a luz possa atuar na germinação. Na presença de luz, o fitocromo F começa a se acumular e induz a germinação nas mesmas. São exemplos de sementes fotoblásticas positivas alface, bétula e estévia. A dependência da luz para a germinação é uma característica

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adaptativa de sementes pequenas que não possuem muitas reservas nutritivas precisando germinar próximas ao solo para que logo recebam luz e possam iniciar sua atividade fotossintética. O papel do fitocromo F na germinação de sementes fotoblásticas positivas foi demonstrado experimentalmente em sementes expostas alternadamente a lampejos de luz vermelha (660 nm) e vermelho-longa (730 nm). Independentemente de quantos lampejos forem dados, a planta responde apenas ao último deles. Se o último lampejo, porém, for de luz vermelholonga, as sementes permanecerão dormentes. A explicação para esses resultados é que os dois tipos de luz têm efeitos antagônicos. Luz vermelho-curta induz a conversão de fitocromo R em fitocromo F, enquanto a luz vermelho-longa induz à conversão de fitocromo F em fitocromo R. Como dito, as sementes só germinam na presença de fitocromo F. Dá-se o nome de sementes fotoblásticas negativas às sementes que têm sua germinação inibida pela luz. Essas devem ser plantadas em solo profundo, para que a luz não iniba a germinação. Na presença de luz, o fitocromo F começa a se acumular e inibe a germinação nas mesmas; no escuro, o fitocromo R gerado não promove esse efeito e a germinação pode ocorrer. Um exemplo de semente fotoblástica negativa é a melancia.

Estiolamento Na maioria das espécies, a semente é fotoblástica negativa, germinando mesmo quando é enterrada em solo muito profundo, no escuro. Estiolamento é o conjunto de características desenvolvidas por uma planta que se desenvolve no escuro, como no caso de solos muito profundos. O estiolamento é provocado pela ação do fitocromo R, ou melhor, pela ausência de fitocromo F, o que ocorre no escuro ou quando há iluminação com luz vermelha longa (730 nm). A planta estiolada apresenta rápido crescimento de caule, folhas pequenas e aclorofiladas (amareladas) e ápice caulinar curvado, caracterizando um gancho apical. O estiolamento é uma adaptação para dar maiores chances de sobrevivência a sementes que tenham sido enterradas muito profundamente no solo. Lá, quando elas germinam, enfrentarão um período de escuro, pois não encontrarão logo a superfície. Assim, o rápido crescimento no estiolamento permitiria que ela encontrasse rapidamente a superfície, e consequentemente luz para um eficiente desenvolvimento. As folhas pequenas reduzem o atrito com o solo. O ápice em gancho protege o meristema apical caulinar durante a saída do solo. A não produção de clorofila se dá para desviar o metabolismo da planta no sentido de economizar energia para que seja usada no crescimento, já que sem luz não há necessidade da clorofila.

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Curso de Biologia Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Ron Sveden é americano e tem 75 anos. Protagonizou o raro fenômeno de, ao engolir um alimento, ele se instalar no pulmão e não no estômago. Foi um grão de ervilha. Dele começou a brotar um pé que atingiu 1,25 centímetros. Sveden passou mal e cogitouse ser câncer. O pé de ervilha foi retirado cirurgicamente de seu pulmão. O paciente está bem.

CAVALCANTI, Bruna. “Com um pé de ervilha no pulmão”. In: Revista ISTOÉ Independente, n. 2127 agosto /2010 (com adaptações)

A planta da esquerda se desenvolveu normalmente; a da direita se desenvolveu em estiolamento.

Sementes quiescentes e sementes dormentes Dá-se o nome de quiescência ao fenômeno pelo qual a semente germina diante de requisitos mínimos de água, temperatura, ar e luz. Para que uma semente germine, ela precisa de condições favoráveis, caso contrário, elas podem permanecer vivas, mas inativas, em nível metabólico extremamente baixo, estado denominado quiescente. Semente quiescente é aquela que germina quando tiver à sua disposição requisitos mínimos para o seu desenvolvimento. Dá-se o nome de dormência ao fenômeno pelo qual a semente não germina mesmo diante dos requisitos mínimos de água, temperatura, ar e luz, precisando de condições especiais para ativar a germinação. Em muitos vegetais, mesmo que as condições mínimas preencham os requisitos básicos para a germinação as sementes não germinam, necessitando dessas condições especiais. Neste caso, dizemos que tais sementes se encontram em atividade metabólica muito baixa, em estado de dormência, só podendo retomar seu metabolismo diante dessas referidas condições especiais, que são eventos capazes de quebrar a dormência. Semente dormente é aquela que necessita de requisitos normais e específicos para a sua germinação. Para quebrar a dormência, algumas sementes precisam de um período de exposição ao frio, como ocorre com plantas que vivem em regiões temperadas. Essas sementes permanecem dormentes até passar o inverno germinando apenas quando as condições do meio se tornam mais favoráveis ao crescimento da planta.

Foi possível o surgimento de vida na ervilha dentro do pulmão, pois: A) o órgão forneceu todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento da ervilha. B) o órgão favoreceu o desenvolvimento da ervilha através do aporte de oxigênio e proteínas de reserva. C) a vida foi possível unicamente pelo fato de a ervilha estar em um ambiente na ausência de luz. D) a ervilha estava em um ambiente rico em dióxido de carbono, fundamental para o processo de germinação. E) havia condições adequadas de temperatura, aeração e umidade para iniciar o processo de germinação da ervilha. 2. (UECE) Sementes são óvulos fertilizados e desenvolvidos que, embora apresentem diferenças morfológicas entre si, têm como função primordial a perpetuação e a multiplicação das espécies. Atente para as seguintes afirmações a respeito das sementes. I. A presença de substâncias nutritivas na semente é um fator que favorece a propagação dos vegetais. II. A semente é uma estrutura vegetal importante, mas no caso das ervas daninhas, a plântula resultante da germinação estabelece uma relação de competição imediata e nociva com a planta-mãe. III. As sementes são elementos essenciais para uma maior dispersão das espécies. IV. Somente as sementes produzidas em frutos secos realizam a proteção mecânica do embrião. Está correto o que se afirma apenas em A) I e IV. B) II e III. C) I e III. D) III e IV. 3. (UECE) As sementes, nas fanerógamas, são estruturas resultantes da maturação do óvulo após a fecundação. Levando em consideração as partes da semente, escolha dentre as alternativas abaixo, o item que representa uma estrutura triploide A) cotilédone. B) tegumento. C) endosperma. D) plúmula. 4. (UNP) Um professor, no intuito de demonstrar aos alunos o processo de germinação de uma semente, preparou o solo da escola com adubo orgânico e outros nutrientes. Em seguida, plantou algumas sementes, em locais com iluminação solar. Todo dia, o professor regava o referido local para favorecer a germinação das sementes e o aparecimento das plantas. Ao final

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Curso de Biologia do experimento, o professor explicou que a primeira estrutura vegetal que se forma, durante a germinação, denomina-se: A) Epicótilo. B) Radícula. C) Cotilédone. D) Folha. 5. (UERJ) A germinação de algumas sementes, como a da alface, é estimulada por radiação luminosa na faixa do vermelho curto ou inibida por radiação na faixa do vermelho extremo, mesmo quando expostas por breve período de tempo. Outras, como a do milho, germinam normalmente – com rendimento superior a 60% – em presença ou ausência de luz. Sementes de alface colocadas em câmara escura, em condições adequadas para germinação, foram iluminadas, apenas por 1 minuto, com radiação de comprimento de onda de 730 nm (vermelho extremo) e, daí por diante, permaneceram no escuro. Em outra câmara idêntica, sementes de milho foram mantidas sempre no escuro. Após o intervalo de tempo adequado, contou-se o número de sementes de cada espécie que germinaram ou não. Analise os gráficos abaixo, que mostram diferentes possibilidades de percentagens de germinação.

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B) possibilitar a formação de um embrião com estrutura bipolar, ou seja, com parte aérea e raiz. C) hidratar o embrião somático, simulando as condições reais de umidade elevada de uma semente verdadeira. D) evitar que as plantas oriundas de embriões transgênicos polinizem outras plantas no ambiente onde as “sementes” serão lançadas. E) compensar a ausência de reservas nutritivas, que são acumuladas nos processos normais de desenvolvimento das sementes. 7. (UFMG) Considere o processo representado nesta figura:

É incorreto afirmar que, para esse processo ocorrer, é preciso haver, no solo, A) matéria orgânica. B) oxigênio disponível. C) suprimento hídrico. D) temperatura adequada. 8. (UFG) Analise a figura a seguir.

Aquele que apresenta os valores compatíveis com o resultado do experimento é o de número: A) 1. B) 2. C) 3. D) 4. 6. (UFC) Qualquer célula vegetal viva, que possua núcleo, adequadamente manipulada, poderá originar embriões, semelhantes aos embriões zigóticos, denominados de embriões somáticos. Dentre as várias possibilidades de utilização desses embriões somáticos está a produção de sementes artificiais. A técnica consiste na produção de cápsulas de gelatina que contenham o embrião e um hidrogel com substâncias orgânicas e inorgânicas. A principal função desse hidrogel seria: A) induzir mutações e inibir a germinação daquelas plantas com características indesejáveis.

A figura ilustra a curva de crescimento da parte aérea de duas espécies vegetais (A e B) nativas do Cerrado, a partir da germinação da semente, durante o período de um ano. Considere que, nesse período, as condições climáticas e edáficas foram típicas da região e que a taxa de crescimento foi calculada pelo quociente entre a variação da altura (cm) e do tempo (meses do ano). A seta indica a ocorrência de queimada. Os dados apresentados mostram que o hábito de crescimento das duas espécies é distinto, pois, na espécie A, A) a brotação é inibida pela ocorrência de queimada, enquanto, na espécie B, esse fator destrói a parte aérea preexistente. B) o crescimento da parte aérea é menos sensível à precipitação, enquanto, na espécie B, esse fator não altera o crescimento. C) o crescimento da parte aérea é nulo durante o período de dias longos, enquanto, na espécie B, esse fator não altera o crescimento.

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D) a germinação da semente é estimulada pela ocorrência de queimada, enquanto, na espécie B, esse processo ocorre devido ao aumento da disponibilidade de água no solo. E) o aumento da massa fresca é inversamente proporcional à temperatura média mensal, enquanto, na espécie B, esses fatores são diretamente correlacionados.

12. (UNESP) A figura mostra a variação observada na proporção de massa (em relação à massa total) do embrião e do endosperma de uma semente após a semeadura.

Questões estilo V ou F 9. (UFPI) Germinação é um conjunto de etapas e processos associados à fase inicial do desenvolvimento de uma estrutura reprodutora, seja uma semente, esporo ou gema. A germinação em sementes maduras de espermatófitas é conhecida como a retomada do crescimento e da diferenciação do embrião. Entre as opções abaixo, marque V, para verdadeiro ou F, para falso. (_) Em germinação epígea, o crescimento do hipocótilo faz com que os cotilédones se elevem acima do solo, sendo exemplos o feijão e a ervilha. (_) Em germinação hipógea, o hipocótilo é curto, de modo que os cotilédones permanecem no solo. Exemplos: o milho e a ervilha. (_) A embebição é a absorção de água pela semente. Com a embebição, a casca da semente se rompe e permite a entrada de gás carbônico necessário à respiração das células embrionárias. (_) A primeira estrutura a emergir da semente após o rompimento da casca é a radícula, que se diferencia posteriormente em raiz primária, fixando a planta ao solo e iniciando a absorção de água e sais minerais para a planta.

Sabendo que a germinação (G) ocorreu no quinto dia após a semeadura: A) Identifique, entre as curvas 1 e 2, aquela que deve corresponder à variação na proporção de massa do embrião e aquela que deve corresponder à variação na proporção de massa do endosperma. Justifique sua resposta. B) Copie a figura no caderno de respostas e trace nela uma linha que mostre a tendência da variação na quantidade de água da semente, desde a semeadura até a germinação. 13. (UNIFESP) Analise os gráficos seguintes:

Questões discursivas 10. (FUVEST) Um lote de sementes, plantadas em solo úmido, começou a germinar. O gráfico a seguir representa as variações nas quantidades de amido, glicose e total de carboidratos medidas em amostras de sementes do lote, em um período de 9 dias após o início da germinação. A) Considerando P, Q e Z, qual deles corresponde a água, a carboidratos e a fibras? B) Com base no gráfico da semente, explique sucintamente qual a vantagem adaptativa de se apresentar tal proporção de carboidratos, lipídios, proteínas e água na composição de seus tecidos. 14. (UFV) A sequência representada abaixo (A a K) faz parte do processo de desenvolvimento de uma dicotiledônea. A) Que processo metabólico é responsável pelas variações que ocorrem até o 5°dia? B) E após o 5° dia? 11. (UNICAMP) O albinismo é uma característica hereditária determinada por um gene recessivo que é letal em plantas, mas não em animais. A) Por que as plantas albinas morrem pouco tempo depois da germinação? B) Como as plantas albinas conseguem se desenvolver por alguns dias?

Após analisar a sequência proposta, responda aos itens seguintes: A) Cite o nome e a origem da estrutura representada em A. B) Cite o nome do processo representado pelas letras de A a K.

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Curso de Biologia C) O processo representado pelas letras de A a K ocorre, especificamente, no interior de qual estrutura? D) Com base na figura, como se justifica o fato do processo de desenvolvimento esquematizado ser característico de uma dicotiledônea? 15. (UFV) A primeira etapa da germinação da maioria das sementes é a embebição. A hidratação faz com que a semente se expanda e rompa seus tegumentos, induzindo modificações metabólicas que levam à emissão do eixo embrionário. Isso se dá pela ação de enzimas produzidas de novo, em resposta a estímulos hormonais provenientes do embrião. Observe a figura da germinação de uma semente e responda às questões abaixo:

A) Qual é a classe taxonômica da semente representada no esquema? B) Cite o nome da estrutura indicada por IV. C) Qual é o número que está indicando a região do endosperma? D) Cite o nome do hormônio, produzido em III, responsável pela indução da síntese de enzimas em I. E) Qual é a função das enzimas produzidas em I?

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17. (UFU) As sementes de diversas plantas de clima temperado, como por exemplo a macieira, somente germinam após uma exposição a baixas temperaturas. Com base nestas informações, responda: A) qual é o processo envolvido neste fenômeno e onde ocorre? B) qual é a vantagem evolutiva deste fenômeno? 18. (UFRJ) No interior das sementes podem ser encontrados o embrião que dará origem a uma nova planta e uma reserva de alimento que nutrirá o embrião no início de seu desenvolvimento. Se todos os componentes necessários para a formação de um novo vegetal já estão presentes nas sementes, por que os grãos de feijão, por exemplo, normalmente não germinam dentro das embalagens nas quais estão contidos? 19. (UFF) Dois grupos de sementes de estévia foram submetidos, alternadamente, a dez lampejos de luz nos comprimentos de onda de 660 nm (vermelho curto) e 730 nm (vermelho longo). No primeiro grupo, iniciou-se a experiência com o lampejo correspondente ao vermelho longo e no segundo grupo, o primeiro lampejo foi o correspondente ao vermelho curto. Após este tratamento, as sementes de estévia apresentaram alterações fisiológicas importantes. A) Que substâncias presentes nas sementes respondem aos estímulos luminosos usados nessa experiência? B) Que efeito fisiológico importante o programa de iluminação exerce sobre as sementes em cada um dos dois grupos? Justifique a resposta. 20. (UFMG) Observe essa figura, em que está representada a distribuição de plantas em uma horta:

16. (UFV) Sementes de alface (Lactuca sativa), uma espécie fotoblástica positiva, foram germinadas sobre papel de filtro umedecido, dentro das placas de Petri, e submetidas a tratamentos de luz vermelha (V) e vermelho extremo (Ve), com duração de três minutos cada. Após cada tratamento, representados a seguir (I, II, III e IV), as placas foram transferidas para o escuro e as respostas de germinação obtidas quarenta e oito horas após.

Com base nas germinações apresentadas em I, II, III e IV, resolva os itens: A) Qual é o pigmento envolvido no processo de germinação? B) Explique as respostas de germinação obtidas em II e IV? C) Cite um outro processo em que o pigmento mencionado no item (a) está envolvido.

1. Considerando as interações descritas a seguir, que favorecem o aumento da produtividade da horta, faça o que se pede: A) Ervas – como cebolinha e hortelã – protegem couves a alfaces do ataque de pequenos herbívoros – como pulgões e lagartas. Explique o mecanismo de ação dessa proteção. B) Crescendo ao redor dos pés de couve, o espinafre melhora as condições abióticas do ambiente. Cite dois componentes abióticos alterados pelo espinafre e explique os mecanismos envolvidos em cada uma dessas alterações. 2. A placa colocada na horta anuncia: “Vende-se alface orgânica”

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A) Explique o que o horticultor quer dizer com o termo “orgânica”. B) Explique o significado científico desse termo. 3. Numa parte do canteiro, o horticultor observou que algumas verduras apresentavam cor amarelada, gancho apical virado para baixo e caule e fino como representado nesta figura:

Cite o fator que favorece o aparecimento de plantas com essas características. Justifique sua resposta. 4. Muitos cultivos – como por exemplo, de hortelã na horta – são mantidos por clonagem vegetal. Explique um método de obtenção de clone vegetal.

Explique por que a água de cal, no tubo II, se tornou turva no terceiro dia.

20. (UFMG) Observe este experimento de teste de glicose em grãos de soja, antes e depois da germinação:

1. Com base nos resultados desse experimento em outros conhecimentos sobre o assunto. Cite: A) o tecido de reserva da semente. B) a enzima que inicialmente atuou sobre a reserva de alimento para produzir glicose, no filtrado II. 2. Para que ocorra a germinação, é necessário que o solo seja arejado. Explique o papel do ar no aceleramento da germinação das sementes. 3. Há algum fundamento na colocação de certas sementes na água um dia antes do plantio? Justifique sua resposta. 4. Certas sementes – como, por exemplo, as de alface – têm menor índice de germinação em solo profundo, necessitando, portanto, de sementeiras de solo raso. Justifique o sucesso do crescimento das sementes germinadas em solo raso. 5. Observe este experimento:

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Curso de Biologia AULA 7 – Histologia Vegetal Tecidos meristemáticos Logo ao germinar, uma semente mostra na extremidade do caulículo e da radícula um tecido, o meristema primordial, responsável pelo crescimento, cujas células estão em contínuas mitoses. Na região vizinha ao meristema, subterminal, já são visíveis as células em alongamento e logo depois a de diferenciação, pois aparecem diferentes tipos celulares como, por exemplo, os primeiros vasos condutores, na região central, tanto do caule quanto da raiz.

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As células meristemáticas são pequenas, de núcleo grande e profundamente indiferenciadas, sendo capazes de se multiplicar de maneira indefinida, o que garante o crescimento ilimitado da planta, bem como sendo capazes de se diferenciar em qualquer outra célula do vegetal. Diz-se, então, que as células meristemáticas são totipotentes. Aliás, como é possível desdiferenciar qualquer célula adulta em meristemática, que depois pode se rediferenciar em qualquer outra célula adulta, pode-se dizer que todas as células vegetais são totipotentes. É evidenciado em mecanismos de culturas de tecidos, a partir dos quais se podem obter clones vegetais a partir de um grupo de células quaisquer. Células meristemáticas são dotadas de uma parede celular delgada e elástica, denominada parede celular primária, o que facilita bastante o alongamento e a divisão celular. Em células adultas bem diferenciadas, a parede celular é bastante espessa e rígida, sendo denominada parede celular secundária. As células meristemáticas também são caracterizadas por possuírem vários vacúolos pequenos, invisíveis ao microscópio óptico. Esses pequenos vacúolos coalescem, se juntam, formando um vacúolo de suco celular grande e único em células vegetais adultas.

Embrião em início de desenvolvimento.

Surgimento dos meristemas.

Meristemas primários

O meristema primordial logo se organiza em três ou quatro grupos de tecidos denominados agora de meristemas primários. Esses são os responsáveis pelo crescimento longitudinal (em comprimento) da planta. Eles se localizam nas regiões apicais da planta: ápice do caule e sub-ápice da raiz. O ápice da raiz é ocupado por um tecido especial denominado coifa ou caliptra, que protege o meristema subapical radicular do atrito com o solo durante a penetração da raiz no mesmo. Isso é fundamental para a sobrevivência das células meristemáticas, uma vez que são pequenas e de parede celular fina, sendo, pois, muito frágeis, o que as faria ser facilmente destruídas por esse atrito. Assim, ele é subapical, estando localizado logo abaixo do ápice radicular. O meristema apical caulinar dispensa a coifa porque cresce em contato com o ar, sendo o atrito desprezível. Assim, ele é realmente apical, uma vez que não tecidos mais externos a ele no ápice caulinar. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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São meristemas primários: - Protoderme ou dermatogênio (mais externo): forma o sistema de revestimento primário, correspondente à epiderme. - Meristema fundamental ou periblema (médio): forma o sistema fundamental, correspondente aos tecidos de sustentação, colênquima e esclerênquima, e aos tecidos de assimilação e reserva, parênquimas. Os tecidos fundamentais se localizam principalmente na casca ou córtex de raiz e caule. - Procâmbio ou pleroma (mais interno): forma o sistema vascular, correspondente aos tecidos de condução, xilema e floema. Os tecidos de condução se localizam na medula ou esteIo ou cilindro central de raiz e caule. - Caliptrogênio: encontrado somente na raiz, é responsável pela formação e contínua renovação da coifa ou caliptra. Ao se diferenciarem, os meristemas primários dão origem aos tecidos adultos ou tecidos permanentes primários: epiderme, colênquima, esclerênquima, parênquimas, xilema e floema. Entre o xilema e o floema, permanece tecido meristemático indiferenciado com o nome de câmbio (intra) fascicular.

Meristemas secundários Em raízes e caules de plantas adultas de gimnospermas e da maioria das angiospermas dicotiledôneas (excetuando-se as dicotiledôneas herbáceas, de pequeno porte), parênquimas sofrem desdiferenciação e dão origem a meristemas secundários, denominados felogênio e câmbio interfascicular. O câmbio (intra) fascicular volta a ter atividade meristemática como meristema secundário. Os meristemas secundários são responsáveis pelo crescimento transversal (em espessura) de raízes e caules de plantas adultas em alguns grupos vegetais (eu vou citar de novo porque eu quero é que você decore mesmo: gimnospermas e a maioria das angiospermas dicotiledôneas, com exceção das dicotiledôneas de pequeno porte). O crescimento secundário também pode ocorrer em algumas monocotiledôneas (gêneros Dracaena, Yucca e Alloes). São meristemas secundários: - Felogênio ou câmbio suberógeno: derivado do parênquima cortical (do córtex, região mais externa) de caule e raiz, origina súber para fora e feloderma para dentro. Juntos, súber, felogênio e feloderma constituem a periderme, que substitui a epiderme como tecido mais externo da planta, constituindo o sistema de revestimento secundário. - Câmbio interfascicular: derivado do parênquima medular (da medula, região mais interna) de caule e raiz, origina mais xilema e mais floema, denominados agora xilema e floema secundários. O câmbio interfascicular tem esse nome porque se forma entre grupos de tecidos condutores, formados por xilema, floema e câmbio (intra)fascicular (dentro do espaço entre xilema e floema). O câmbio interfascicular acaba se unindo ao câmbio fascicular, que retoma a atividade meristemática para produzir mais xilema e floema secundários, organizando juntos um anel contínuo de câmbio na raiz e no caule da planta adulta. Ao se diferenciarem, os meristemas primários dão origem aos tecidos adultos ou tecidos permanentes secundários: súber, feloderme e xilema e floema secundários. Folhas, flores, frutos e sementes nunca dispõem de meristemas secundários, sempre possuindo estrutura primária. Se as células meristemáticas mostram uma permanente capacidade de efetuar as mitoses, promovendo um contínuo crescimento, o tecido é chamado meristema primário. Se ao contrário eles passam por um período sem mitoses, retomando essa capacidade de crescimento em certos períodos, falamos em meristemas secundários. Quadro resumo

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Curso de Biologia Tecidos adultos ou permanentes A partir dos meristemas, diferenciam-se os muitos tecidos vegetais, os chamados tecidos adultos ou permanentes, alguns bastante especializados para uma Única função, podendo até se constituir em tecidos mortos. Os tecidos permanentes podem ser agrupados em 3 sistemas, de acordo com a função desempenhada: - Sistema de revestimento, tegumentar ou de proteção: compreende os tecidos mais externos da planta; na estrutura primária, corresponde à epiderme, na estrutura secundária, corresponde à periderme (conjunto de súber, felogênio e feloderme). - Sistema fundamental: compreende os parênquimas (tecidos de preenchimento, assimilação e reserva) e o colênquima e o esclerênquima (tecidos de sustentação). - Sistema vascular (ou cambial): compreende os tecidos de condução, xilema e floema, bem como os câmbios que dão origem a eles.

1. Sistema de revestimento Os tecidos de revestimento ou tegumentares abrangem a epiderme e todas as suas estruturas anexas, responsáveis pela proteção dos vários órgãos da planta. Suas células têm paredes celulósicas resistentes e impermeáveis pela impregnação de várias substâncias ou camadas depositadas nas suas superfícies externas. Assim, há cutícula de cutina nas folhas, um lipídio que reduz a transpiração; suberina, um outro lipídio nas camadas externas dos caules de plantas de climas áridos. Folhas da carnaúba, frutos (ameixa, maçã, uva) e caule da cana-de-açúcar acumulam ceras, também impermeabilizantes, que reduzem a transpiração e a estagnação de água. Há ainda impregnação de cálcio e silício, que torna as folhas duras, de bordas cortantes, caso da cana, capim-navalha e outras. Formam o sistema de revestimento a epiderme e a periderme.

- Estômatos: são estruturas epidérmicas reguláveis, têm por função promover a entrada e saída de gases (fotossíntese e respiração), bem como, realizam a transpiração. São formados por células estomáticas, normalmente reniformes e as únicas células clorofiladas da epiderme, que determinam a formação de uma fenda, o ostíolo.

Estômatos em vista frontal. - Hidatódios: semelhantes aos estômatos, eliminam água na forma líquida (gutação). - Pelos ou tricomas: diferenciações de células epidérmicas formadas por uma única célula (pelo unicelular) ou por várias células (pelo pluricelular) tendo funções tais como proteção térmica (em caules e folhas de plantas de ambiente árido), absorção (na raiz e em certas folhas de plantas epífitas) e secreção (de substâncias tóxicas, por exemplo, como na urtiga).

Tricomas. - Escamas ou pelos em escudo: pelos de grande de superfície, também com função de proteção térmica e absorção (nesse último caso, em folhas de plantas epífitas).

1.1. Epiderme A epiderme é o tecido superficial da planta em sua estrutura primária. Assim, recobre raiz e caule de plantas jovens e de plantas adultas sem crescimento secundário, e folhas, flores, frutos e sementes de todas as plantas de todas as idades. É um tecido uniestratificado, permeável à água e constituído de células fortemente justapostas e desprovidas de cloroplastos e clorofila, exercendo importantes funções tais como: proteção mecânica, absorção, trocas gasosas, proteção contra transpiração etc. Essas funções podem estar relacionadas a diferenciações da epiderme conhecidas como anexos epidérmicos. Os principais anexos da epiderme são: - Cutícula: é uma película formada de cutina (substância lipídica) em folhas, promovendo impermeabilização e impedindo a transpiração excessiva. Podemos encontrar associada à cutina, algumas vezes, a cera.

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Escamas.

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- Papilas: pelos unicelulares, curtos e cônicos encontrados em pétalas florais; evitam a reflexão da luz pela pétala, tornando-a facilmente visualizável a longas distâncias e permitindo a distinção quanto às folhas, que refletem a luz do sol devido à camada de cutina. - Acúleos: saliência da epiderme, com células epidermais reforçadas relacionada com defesa; são bem superficiais e facilmente destacáveis, como ocorre em roseiras. Podem ser distinguidos de espinhos (folhas modificadas) porque esses últimos não são fáceis de destacar.

Acúleos.

1.2. Periderme A periderme é o conjunto formado por súber (mais externo), felogênio (médio) e feloderme (mais interno). É o tecido superficial da planta em sua estrutura secundária. Assim, recobre raiz e caule de plantas adultas com crescimento secundário, ou seja, gimnospermas e a maioria das angiospermas dicotiledôneas. Com a desdiferenciação do parênquima cortical, surge o felogênio, cuja atividade de crescimento em espessura (crescimento secundário) produz feloderme, voltado para dentro, e súber voltado pra fora. O crescimento em espessura é de tal modo intenso que destrói a epiderme localizada externamente, e o tecido mais externo da planta passa a ser a periderme (súber, felogênio e feloderme). O súber, também chamado de felema ou cortiça, é um tecido cujas células acumulam em suas paredes celulares um lipídio denominado suberina. Essa suberina é impermeabilizante, o que leva à morte da célula, cujo citoplasma é substituído por ar. O súber é então um tecido suberinizado morto, impermeabilizante e isolante térmico, devido ao ar acumulado em sua estrutura. Em árvores típicas da região mediterrânea denominadas sobreiros (Quercus sober), o súber é bastante espesso, e dele se extrai a cortiça de uso comercial. No súber, abrem-se fendas denominadas lenticelas, próprias para a realização de trocas gasosas com o meio. Essas trocas gasosas não podem ocorrer diretamente pelo súber pela sua propriedade impermeabilizante que também bloqueia a passagem de ar.

Lenticelas. O felogênio é um tecido não suberinizado vivo, com características semelhantes às do parênquima. À medida que a planta envelhece, novas camadas de felogênio se formam no parênquima cortical por desdiferenciação, resultando na formação de uma nova periderme, localizada internamente à periderme mais antiga. Como o súber é impermeabilizante, impede o fluxo de água para a periderme mais antiga e externa, que acaba por descamar. Dá-se o nome de ritidoma à periderme que descama devido à atividade de um novo felogênio no córtex, com formação de um novo súber mais interno. Na goiabeira (Psidium guajava), o ritidoma é bastante perceptível, descamando a medida que o caule cresce em espessura.

2. Sistema fundamental Os tecidos fundamentais são produzidos pelo meristema fundamental e se situam abaixo dos tecidos de revestimento, tanto no córtex (região mais externa) como na medula (região mais interna) da planta. Preenchem espaços, realizam fotossíntese, armazenam nutrientes e sustentam a planta. São do sistema fundamental parênquimas, colênquima e esclerênquima.

2.1. Parênquima Os parênquimas são tecidos ele células poliédricas e isodiamétricas, isto é, com diâmetros iguais nas várias direções; são vivas e suas paredes celulares não têm reforços. Essas paredes são formadas por uma fina lamela média de amilopectina, situada entre duas camadas mais espessas de celulose. Aí existem muitos pequenos poros, através dos quais finíssimas pontes de protoplasma estabelecem ligação entre as células vizinhas. Tais pontes são os plasmodesmos, que facilitam as trocas metabólicas no tecido. O conjunto de células que se interligam mutuamente por plasmodesmos se chama simplasto. As células dos parênquimas possuem vacúolos grandes, bem desenvolvidos. Segundo as funções que realizam, os parênquimas são denominados de preenchimento, assimilador, de reserva, secretor e excretor.

Parênquimas de preenchimento Ocupam espaços entre outros tecidos e formam boa parte da medula (parênquima medular) e do córtex (parênquima cortical) dos caules e das raízes. São bastante importantes na

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regeneração de lesões, graças à grande capacidade de multiplicação de suas células.

Parênquimas assimiladores ou clorofilianos São ricos em cloroplastos e, portanto responsáveis pelas fotos síntese nas folhas e outros órgãos verdes das plantas. São também chamados clorênquimas.

Parênquimas de reserva São tecidos predominantes em certos órgãos suculentos, tuberosos (caules, raízes, frutos) e nas sementes. Suas grandes células armazenam nutrientes, particularmente amido (parênquima amilífero), água (parênquima aquífero), ou ainda ar (parênquima aerífero). O parênquima amilífero está situado na casca ou na medula das raízes, medula dos caules, frutos e sementes. Este parênquima permite a sobrevivência do vegetal em condições desfavoráveis, armazenando nutrientes em seus vacúolos e leucoplastos. A reserva da semente é utilizada na germinação e desenvolvimento inicial do novo vegetal. A reserva do fruto permite atrair os animais que realizam a disseminação da semente. A reserva dos tubérculos e bulbos é utilizada na formação das flores ou para a propagação vegetativa (reprodução assexuada). Além de amido, em especial em sementes, o parênquima de reserva armazena também proteínas, óleos, sacarose e inolina; estas duas últimas substâncias e o amido são carboidratos. O parênquima aquífero tem seus espaços entre células preenchidos por mucilagem que tem grande capacidade de armazenar água. Este tecido é muito encontrado em plantas epífitas e plantas de lugares secos (xerófitas), como as cactáceas, cujo caule é chamado suculento por reter grande quantidade de água. O parênquima aerífero ou aerênquima apresenta grandes espaços intercelulares, chamados lacunas ou câmaras, por onde circula ar, o que facilita as trocas gasosas e a flutuação das plantas aquáticas. Geralmente os espaços intercelulares comunicam-se com o ar atmosférico através dos estômatos situados nas partes emersas.

Parênquimas de secreção Os parênquimas secretores produzem e acumulam diferentes substâncias, como por exemplo néctar, resinas, tanino (amargo e adstringente), alcaloides, cristais (de carbonato de cálcio, conhecidos como cistólitos, e de oxalato de cálcio, conhecidos como drusas e ráfides), látex, essências, gomas e muitas outras.

Inclusões citoplasmáticas. Essas substâncias são para a atração de animais que fazem polinização e disseminação de sementes, bem como protetoras. Muitas dessas secreções produzidas pelos vegetais são de grande interesse medicinal e econômico. Essas substâncias são extraídas, em larga escala, das flores, sementes, caules, folhas e raízes de várias plantas nativas ou cultivadas pelo homem. Serão citadas apenas aquelas mais importantes, algumas das quais utilizadas pelo homem desde as mais antigas civilizações. - Látex: É normalmente retirado de estruturas denominadas de tubos laticíferos, através de incisões nas camadas externas do caule (casca). Sua composição química é diferente de uma planta para outra, mas apresenta muitas substâncias orgânicas, como proteínas, enzimas, resinas, borracha e grãos de amido. Às vezes contém também substâncias tóxicas que, se forem ingeridas, podem até causar a morte do homem e de animais. Exemplos: Dieffenbachia sp (comigo-ninguém-pode), mandioca-brava e outras. A borracha é extraída da seringueira (Hevea brasiliens). O látex da seringueira coagula rapidamente quando em contato com o ar, recobrindo feridas produzidas no corpo da planta. - Tanino: Também extraído da casca de várias plantas, como Quercus (carvalho) e acácia. É uma substância adstringente, empregada no curtimento de couros, tornando-os resistentes e imputrescíveis. O tanino é abundante em muitos frutos verdes (caqui, banana). - Resinas: Têm largo emprego como substâncias antissépticas, bactericidas. Dela se extrai a terebentina, usada na produção de

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muitas tintas e vernizes. Elas são bastante inflamáveis e é por isso que os incêndios em pinheirais são difíceis de controlar. - Essências: São substâncias orgânicas insolúveis em água, mas solúveis em álcool e éter, em geral presentes nas flores e folhas. São normalmente voláteis e de odor forte, característico para cada espécie. As plantas relacionadas a seguir são largamente usadas como ervas medicinais ou condimentos, justamente pela presença de essências: arruda, alecrim, erva doce, erva-cidreira, canela, cânfora, cravo, hortelã, noz-moscada, losna, gerânio, manjericão, boldo, malva. São ainda usadas na produção de perfumes. - Alcaloides: São substâncias nitrogenadas, básicas, com acentuada ação fisiológica nos animais, causando-lhes inibições ou estimulações metabólicas. Há dezenas de alcaloides empregados em farmacologia, dos quais serão citados apenas alguns mais conhecidos e as plantas das quais são obtidos: Atropina - Atropa beladona; Cafeína - Coffea arabica (café); Cocaína - Erythroxylum coca; Estricnina - Strychnos lluxvomica; Morfina - Papover somniferum (papoula); a morfina é o principal alcaloide do ópio, e a partir dela se obtém a heroína; Nicotina - Nicotiana tabacum (fumo); Quinina - Cinchona sp; a quinina é usada no tratamento da malária; Teobromina - Theobroma cacao (cacau); Colchicina - Colchicum autumnale; a colchicina é usada em estudos citogenéticos, pois aplicada a tecidos em mitoses bloqueia a divisão, possibilitando o estudo de cariótipos. Parênquimas de excreção O parênquima excretor se encontra associado a hidatódios e está relacionado à eliminação do excesso de água do solo na forma líquida, processo conhecido como gutação ou sudação.

2.2. Tecidos de sustentação: colênquima e esclerênquima São representados pelo colênquima e pelo esclerênquima. Esses tecidos têm paredes celulares espessas, reforçadas por celulose e, às vezes, lignina (tipo de resina). A camada reforçada é uma parede celular secundária, que se justapõe à parede celular primária, de celulose. O lúmen ou espaço central das células fica então reduzido. Se o reforço ocorre em toda a extensão da parede celular, esta torna-se impermeável e impede a troca de materiais, causando a morte da célula. O colênquima é representado por células vivas, nucleadas, alongadas e com reforços de celulose nos ângulos ou apenas em algumas paredes. Quando cortadas transversalmente têm aspecto hexagonal. As células do colênquima encontram-se dispostas formando feixes. Elas podem crescer por distensão das paredes nos pontos não reforçados, o que justifica a presença desses tecidos em órgãos em crescimento. O colênquima é um tecido bastante flexível, sendo encontrado em estruturas jovens como pecíolo de folhas,

extremidade de caules, raízes, frutos e flores. Pode ser comparado à cartilagem dos vertebrados.

Esquema de colênquima.

Fotomicrografia eletrônica de colênquima. O esclerênquima consiste em um tecido que, quando completamente desenvolvido, é formado por células mortas, com paredes celulares bastante espessas, reforçadas por deposição de lignina. É a lignina que, por ser impermeabilizante, leva à morte das células, mas as deixam duras e bastante adequadas à função de sustentação. É um tecido rígido e inflexível, sendo encontrado em partes velhas da planta, nos tecidos de condução e revestindo frutos secos e sementes. Pode ser comparado ao osso dos vertebrados. As células do esclerênquima podem ser grandes e alongadas, chamadas fibras, ou pequenas, de várias formas, chamadas escleritos ou esclereídeos. As fibras são células alongadas (medem de 0,5 a 55cm), de modo geral associadas aos vasos condutores, mas também possam esta misturadas a outras células, principalmente nas folhas de certas plantas. Com frequência, as fibras de esclerênquima, que se apresentam agrupadas em feixes nas folhas acabaram sendo de interesse econômico, fornecendo as fibras de linho, sisal, juta etc. Os escleritos ou esclerídeos são células irregulares, com muitos prolongamentos e encontrados em folhas, nas polpas de frutos e nas cascas de muitas sementes. As "pedrinhas" que mastigamos em peras são esclereídeos.

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De modo geral, o colênquima é de localização periférica e muitas vezes misturado às células do parênquima de preenchimento. O esclerênquima pode localizar-se tanto na periferia como em regiões internas do órgão e, nesse caso, encontra-se associado aos feixes formados pelos vasos condutores.

Esclereídeos.

3. Sistema vascular ou cambial Os tecidos condutores transportam as substâncias que devem ser trocadas entre os vários órgãos das plantas. Suas células estão organizadas em feixes vasculares, os feixes líberolenhosos, nos quais predominam os vasos lenhosos ou xilema (condutores da seiva bruta) e os vasos liberianos ou floema (condutores da seiva elaborada). Sabemos que a seiva bruta é a solução de água e sais absorvida pelas raízes, e a seiva elaborada é uma solução orgânica com produtos da fotossíntese, particularmente sacarose, e outras substâncias que é distribuídas para nutrir os outros órgãos da planta. Num feixe vascular há, então, além dos vasos lenhosos e liberianos, as fibras de sustentação, as células parenquimáticas e um meristema chamado câmbio fascicular, que produz novas células condutores. Nos feixes das monocotiledôneas, não há esse câmbio. As células do tecido condutor são de vários tipos, mas apresentam-se reunidas em dois grupos, que recebem o nome genérico de lenho ou xilema e líber ou floema. As células efetivamente condutoras da seiva superpõem-se, formando longos tubos contínuos ou interrompidos por septos transversais perfurados. Daí serem chamados vasos condutores.

3.1. Xilema ou Lenho No xilema, condutor de seiva bruta, os únicos elementos condutores são os elementos de vasos ou traqueias e os traqueídes. Nesses elementos condutores, os reforços de lignina em anéis ou espirais fazem lembrar a traqueia dos vertebrados. Tais reforços podem dar diferentes aspectos aos vasos condutores, que são então definidos como anelados, espiralados, escalariformes, reticulados e pontuados. Existe um amplo espaço interno, o lúmen, que permite o deslocamento de um grande volume de seiva bruta. Durante sua formação a partir do procâmbio, as células formadoras do xilema inicial secretam lignina, que se deposita internamente à parede celular. A secreção de lignina ocorre em regiões específicas da membrana, formando anéis ou hélices rígidas, que evitam o colapso da parede da célula e permitem que os vasos se alonguem durante o crescimento em extensão da planta. A diferenciação da célula se completa com a morte e o desaparecimento do conteúdo celular, restando apenas a parede; a célula vazia é então chamada de elemento traqueário. O conjunto desses primeiros elementos condutores de seiva bruta recebe a denominação de protoxilema. Mais tarde, células do procâmbio localizadas internamente ao protoxilema dão origem ao

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metaxilema. O protoxilema e o metaxilema, por se diferenciarem diretamente do procâmbio, constituem o xilema primário. Mais tarde, nas plantas com crescimento secundário, novo xilema é produzido pela atividade de meristemas secundários, câmbio fascicular câmbio interfascicular, apresentando grande crescimento em espessura e caracterizando o xilema secundário. Os elementos traqueários em gimnospermas em geral são os traqueídes, mas em gimnospermas gnetófitas, ocorrem também os elementos de vaso. Em angiospermas, ocorrem traqueídes e elementos de vasos. Tanto traqueídes como elementos de vaso dispõem-se em fileiras ao longo do eixo longitudinal da planta, comunicando-se através de suas extremidades, onde há espaços para a passagem de seiva, e constituindo-se então em tubos. Os traqueídes conservam as paredes transversais das células que os originaram. Nas paredes celulares transversais que separam traqueídes consecutivos, ocorrem estruturas bem características, chamadas pontuações, onde não houve deposição de lignina. Assim a seiva atravessa as paredes celulares transversais nos traqueídes por essas pontuações. Cada pontuação tem um poro no centro de uma saliência circular da parede da célula. Ao redor desse poro, observa-se na lamela média um pequeno espessamento, o toro, que mantém a área da pontuação sempre aberta para permitir a passagem da seiva bruta. Os elementos de vasos apresentam grandes perfurações nas extremidades das células, resultantes da total desintegração das paredes transversais que separam células consecutivas. Devido às pontuações encontradas nos traqueídes serem muito estreitas, bolhas de ar eventualmente encontradas na seiva podem promover obstrução dos vasos. Nos elementos de vaso esse risco é bastante diminuído porque as perfurações são bem mais amplas, uma vez que simplesmente não parede celular entre as células, dificultando a obstrução dos vasos por bolhas de ar.

Os vasos lenhosos no xilema são compostos por três conjuntos de estruturas: - Traqueídeos / elementos de vaso: células mortas, diretamente ligadas à condução da seiva bruta; caracterizam-se por apresentar reforços de lignina. - Parênquima lenhoso: localiza-se junto aos vasos lenhosos formando os raios medulares. É constituído por células vivas pouco diferenciadas, cuja função é armazenar substâncias e preencher espaços. - Fibras esclerenquimáticas: células mortas, lignificadas, que se situam junto com os vasos, com a finalidade de sustentação. As células do parênquima lenhoso que circundam os vasos podem mostrar uma atividade especial quando os vasos são velhos ou sofrem ferimentos. O protoplasma delas forma saliências que penetram pela parede dos vasos e crescem até provocar uma total obstrução do lúmen. Tais expansões, as tilas, põem fora de função os vasos. Assim, esses vasos lenhosos mais velhos passam a desempenhar apenas um papel de sustentação mecânica. Nas plantas com crescimento secundário, quando adultas, o esclerênquima deixa de ser o principal tecido de sustentação, cedendo seu papel a esse xilema envelhecido. Num caule, isto ocorre na região mais central, que se torna muito rígida e compacta, constituindo o chamado cerne, que corresponde à madeira. Apenas o lenho mais periférico, que é mais novo e produzido pelos meristemas secundários, permanece funcional, constituindo o chamado alburno. Tilas podem se formar também para isolar microorganismos que estão no xilema, evitando sua disseminação pela planta. - cerne: xilema central envelhecido em plantas com crescimento secundário, tendo sua luz obstruída por tilas; forma a madeira e se constitui como o principal elemento de sustentação na planta adulta; - alburno: xilema periférico mais novo e funcional em plantas com crescimento secundário; constitui-se no elemento de condução de seiva bruta.

3.2. Floema ou líber

Elementos de vaso e traqueídes; note as diferenças entre perfurações e pontuações.

No floema, condutor de seiva elaborada, os únicos elementos condutores são as células crivadas e os tubos crivados. Eles se formam pela superposição de células vivas, alongadas, de paredes finas e sem lignificação. As paredes transversais entre células consecutivas do floema não são completamente dissolvidas, ficando com um aspecto característico de crivos, como um chuveiro. Uma placa crivada permite a total continuidade de matéria viva entre duas células superpostas, uma vez que, pelos seus poros, o protoplasma emite filamentos de ligação entre elas. Durante a diferenciação das células crivadas e dos tubos crivados, a partir do procâmbio e próximo ao protoxilema, ocorre desintegração e desaparecimento do núcleo, da membrana vacuolar (tonoplasto), dos ribossomos do complexo de Golgi e do citoesqueleto. No citoplasma, restam apenas retículo endoplasmático liso, mitocôndrias e alguns plastos. A seiva elaborada é então o próprio conteúdo dos vacúolos dos tubos crivados, que passa a ser conduzido de uma célula a outra. Trata-

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Curso de Biologia se basicamente de uma solução orgânica, onde predominam açúcares solúveis, particularmente sacarose. Apesar da perda do núcleo e dos ribossomos, as células crivadas e os tubos crivados conseguem manter-se vivos porque estão intimamente associados a um tipo especial de célula parenquimática que lhes fornece proteínas e outras substancias necessárias ao metabolismo. Essas células, bem apropriadamente chamadas de células companheiras, mantêm vivos os elementos condutores do floema, o que é essencial para a condução da seiva elaborada, que, como dito, é o próprio protoplasma dos elementos condutores. Em gimnospermas, ocorrem células crivadas, enquanto que em angiospermas ocorrem tubos crivados. A diferença entre células crivadas e tubos crivados está no diâmetro dos crivos. Em células crivadas há poucos crivos e de diâmetro menor, enquanto que em tubos crivados existem áreas com grande concentração de poros, sendo estes de diâmetro maior e constituindo-se em placas crivadas. Essas placas crivadas, exclusivas de tubos crivados, são interpretadas como uma maior especialização para a condução de seiva em relação às células crivadas.

Tubos crivados e células companheiras. Os vasos liberianos do floema são compostos por quatro estruturas: - Células crivadas / tubos crivados: células vivas, anucleadas, cujas membranas de separação, entre um vaso e outro, são perfuradas por poros, formando a placa crivada. - Células companheiras: células vivas, com núcleo volumoso, sem placas crivadas, ligadas diretamente aos tubos crivados através de plasmodesmos. Servem para manter os tubos crivados, uma vez que estes são anucleados. - Parênquima liberiano: formado por células vivas, junto aos vasos liberianos com função de reserva. - Fibras esclerenquimáticas: células mortas, lignificadas, com função de sustentação. Nos vasos já velhos ou temporariamente não funcionais, como durante um inverno rigoroso, a seiva elaborada não pode circular, uma vez que os poros das placas crivadas são obstruídos pelo acúmulo de um carboidrato especial, a calose.

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Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Examinando-se um determinado tecido vegetal ao microscópio óptico, verificaram-se as seguintes estruturas: - células vivas; - células intimamente unidas; - parede celular cutinizada; - citoplasma sem cloroplastos. Com base nessas características, pode-se afirmar que se trata de A) colênquima. B) meristema. C) floema. D) epiderme. E) xilema. 2. (UNIFOR) A figura abaixo esquematiza três tipos de células encontradas nos vegetais.

Os meristemas primários e os parênquimas das raízes apresentam, respectivamente, células dos tipos A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) III e I. E) III e II. 3. (UNIFOR) Considera-se como excreção nos vegetais a A) saída de glicose dos vasos liberianos. B) eliminação de látex cicatrizante em plantas lactíferas. C) produção de néctar em grande variedade de flores. D) eliminação do excesso do cloreto de sódio absorvido em plantas halófitas. E) produção de substâncias digestivas em plantas carnívoras. 4. (UNIFOR) A figura abaixo mostra um tecido vegetal.

As características representadas indicam tratar-se de A) meristema. B) parênquima. C) epiderme. D) floema. E) colênquima.

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5. (UNIFOR) O xilema, além de conduzir a seiva bruta, tem a função de A) conduzir também a seiva elaborada para as raízes. B) proteger o caule das plantas contra a evaporação e o calor. C) produção de madeira, nas plantas que só têm crescimento primário. D) sustentação, nas plantas que apresentam crescimento secundário. E) condução de látex, nos caules de árvores de grande porte. 6. (UNIFOR) Considere a figura abaixo que representa um tecido vegetal em corte transversal.

Considere também o seguinte texto: "Trata-se do I, que é um tecido II, o que pode ser deduzido pela presença de III em algumas células." Para que esse texto venha a ser a legenda correta da figura, basta substituir I, II e III, respectivamente, por A) colênquima – vivo – núcleo. B) esclerênquima – vivo – núcleo. C) colênquima – morto – espessamentos na parede celular. D) esclerênquima – morto – espessamentos na parede celular. E) xilema – morto – espessamentos na parede celular. 7. (UNIFOR) As células que formam os vasos lenhosos A) são vivas apesar de não terem um núcleo. B) possuem um grande vacúolo e uma fina camada de citoplasma. C) são dotadas de paredes laterais com reforços de lignina. D) apresentam paredes transversais com inúmeros poros. E) comunicam-se com células companheiras através de plasmodesmos. 8. (UNICHRISTUS) Curitiba, capital do Paraná, deve seu nome à mata de araucária (na língua tupi, curi significa pinheiro e tyba, aglomeração). Comparando um exemplar da espécie Araucaria angustifolia com outro da espécie Cocos nucifera (coqueiro-dabahia), é correto afirmar que suas respectivas estruturas caulinares são: A) primária e secundária, e em ambas há crescimento do caule em espessura. B) secundária e primária, e em ambas há crescimento do caule em espessura. C) ambas secundárias, como no mamoeiro (Carica papaya). D) ambas primárias, como no caule das palmeiras em geral. E) ambas portadoras de periderme.

9. (UECE) As plantas são organismos cobertos por um tecido superficial denominado epiderme vegetal. Esse tecido pode ser formado por uma ou mais camadas de células e possui estruturas especializadas nas trocas gasosas e na prevenção da perda de água nesses organismos que, de acordo com as alternativas abaixo, compreendem respectivamente os A) estômatos e as lenticelas. B) hidatódios e os tricomas. C) estômatos e os tricomas. D) tricomas e os hidatódios. 10. (UECE) Segundo Simões (1999), uma planta é considerada medicinal quando possui metabólitos com propriedades químicas associadas a algum tipo de ação farmacológica. Assim, as substâncias ativas presentes nas plantas medicinais, que são produtos do seu metabolismo, são A) os metabólitos primários, que são somente carboidratos. B) os metabólitos primários, que são somente as proteínas tóxicas vegetais. C) os metabólitos secundários, que são todas as proteínas de defesa. D) os metabólitos primários, que são carboidratos, aminoácidos e lipídeos, e os metabólitos secundários, que são compostos fenólicos, terpenoides, óleos essenciais e alcaloides. 11. (UECE) As rolhas são usadas há mais de 3.000 anos para tampar ânforas utilizadas para transportar vinhos e outros líquidos. Para a produção de rolhas naturais, a parte da planta que é utilizada corresponde ao A) córtex. B) súber. C) lenho. D) líber. 12. (UECE) Chamam-se meristemas os tecidos das plantas relacionados ao crescimento vegetal. Com relação às funções desempenhadas por estes tecidos podemos afirmar, corretamente, que A) meristemas primários encontram-se localizados, apenas, nas extremidades caulinares dos vegetais. B) somente as angiospermas desenvolvem o corpo secundário. C) os meristemas apicais do sistema caulinar são responsáveis pela produção de um maior número de folhas que irão realizar o processo fotossintético. D) o câmbio vascular, derivado de meristemas laterais, encontra-se relacionado ao sistema cortical das gimnospermas. 13. (UECE) Com relação às células e tecidos das plantas vasculares, são feitas as seguintes afirmações, numeradas de 1 a 6. 1. Na periderme das plantas vasculares podem ser encontrados estômatos e tricomas. 2. O xilema é responsável pelo transporte de alimentos dissolvidos. 3. O floema encontra-se relacionado à condução de água e solutos, sendo responsável pelo movimento ascendente. 4. Os nectários florais e extra-florais são exemplos de estruturas secretoras. 5. As células do esclerênquima apresentam paredes celulares espessas e, geralmente, lignificadas.

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Curso de Biologia 6. O conjunto xilema-floema forma um sistema vascular contínuo que percorre a planta inteira. Assinale o correto. A) Apenas as afirmações 1, 4, 5 e 6 são verdadeiras. B) Apenas as afirmações 3, 4 e 5 são verdadeiras. C) Apenas as afirmações 2, 3 e 6 são verdadeiras. D) Apenas as afirmações 4, 5 e 6 são verdadeiras. 14. (UECE) Dentre as plantas citadas abaixo, a opção que contém somente aquelas que não apresentam meristema secundário é: A) carnaubeira; milho; capim. B) feijoeiro; soja; abacateiro. C) coqueiro; cajueiro; mangueira. D) catingueira; ficus-benjamin; goiabeira. 15. (UECE) O fenômeno da desdiferenciação celular consiste na reaquisição da capacidade de células adultas, já diferenciadas, voltarem ao estado embrionário. Isto ocorre na(s) seguinte(s) região(ões) meristemática(s) dos vegetais: A) procâmbio, originando o lenho e o súber; B) protoderme, originando a epiderme dos vegetais; C) câmbio e felogênio que constituem o meristema secundário nos vegetais; D) meristema fundamental, produzindo os tecidos responsáveis pela fotossíntese, sustentação, armazenamento de substâncias, dentre outros. 16. (FACID) O corpo vegetal é constituído de unidades morfologicamente reconhecíveis, as células. Dentro das massas celulares, os grupos de células divergem, formando assim tecidos com formas e funções bem distintas. O _____ é considerado um tecido mecânico, portanto, sustentação, sendo que suas paredes são flexíveis e as células conservam protoplastos bem ativos até à maturidade. Já o _____ é considerado um tecido de condução, sendo responsável pelo transporte de água a partir dos elementos traqueais. Os tecidos que completam corretamente as lacunas, respectivamente, são: A) Esclerênquima e xilema. B) Meristema e floema. C) Parênquima e floema. D) Esclerênquima e periderme. E) Colênquima e xilema. 17. (FCM-JP) Observe a figura abaixo e identifique as estruturas enumeradas

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A) 1.cloroplasto, 2.ostíolo, 3.células estomáticas, 4.célula anexa, 5.vacúolo. B) 1.célula guarda, 2.cloroplasto, 3.ostíolo, 4.vacúolo, 5.célula anexa. C) 1.célula guarda, 2.célula anexa, 3.ostíolo, 4.cloroplasto, 5.vacúolo. D) 1.cloroplasto, 2.ostíolo, 3.célula anexa, 4.célula estomática, 5.vacúolo. E) 1.célula anexa, 2.vacúolo, 3.célula estomática, 4.cloroplasto, 5.ostíolo. 18. (FCM-CG) CORTIÇA FECHA A GARRAFA E ABRE UM UNIVERSO Envelhecida 43 anos. Esta é a idade mínima de uma rolha de cortiça. Pouca gente se dá conta, mas quase sempre, aquele pedacinho de material isolante que fecha as garrafas de vinho é mais antigo do que a bebida propriamente dita. E em geral, é apenas com a safra das uvas que se preocupam os consumidores. É um engano, já que uma rolha de má qualidade pode transformar o melhor vinho em vinagre ou, no melhor dos casos, alterar o seu sabor.

Fonte: revistaadega.uol.com.br/artigo/cortica-fecha-a-garrafa-e-abre-um-universo_5944.html (adaptado).

O objeto foco da notícia é um produto do sobreiro – o súber, A) tecido de revestimento existente somente em troncos que funciona como um excelente isolante térmico, pois controla a temperatura do vegetal para que não ocorra a sudação. B) ou felogênio, um tecido vegetal primário de proteção mecânica e impermeabilizante, que substitui o córtex das plantas vasculares com crescimento secundário. C) um parênquima, impregnado de grossas camadas de cutina, que é formado do lado externo do caule pelo câmbio fascicular. D) um tecido meristemático fundamental que substitui o córtex das plantas de crescimento secundário e que é constituído por células mortas e inúmeros espaços intercelulares. E) que, com o crescimento da planta, racha em muitos pontos e se destaca, juntamente com outros tecidos, originando o ritidoma, ou seja, um conjunto de tecidos corticais mortos. 19. (UNP) Analise as assertivas abaixo: I. O meristema apical determina a estrutura primária. II. O feloderma é constituído por células vivas, enquanto o súber é constituído por células mortas. III. O câmbio vascular e o felogênio, que são os meristemas laterais, possibilitam o crescimento da planta, isto é, o desenvolvimento secundário. Assinale: A) Todas as assertivas estão corretas. B) Apenas as assertivas I e II estão corretas. C) Apenas as assertivas I e III estão corretas. D) Apenas a assertiva I está correta. 20. (UERN) Os vegetais vasculares caracterizam-se por apresentar tecidos condutores de seivas. A seiva mineral (bruta) é conduzida da raiz para a folha através do lenho ou xilema. A seiva orgânica (elaborada) é conduzida da folha para a raiz através do líber ou

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floema. A madeira corresponde ao lenho que deixou de transportar a seiva mineral e passou a exercer a função de sustentação no vegetal. Sabemos da sua importância no nosso cotidiano devido à grande utilização desse material pelo homem. Boa parte dos móveis das casas é feito de madeira. Pode ser usada também como combustível (carvão vegetal), na construção de casas, como dormente de linhas férreas, na construção de carroceria de caminhão, moirões de cerca etc. Esse tecido originado da diferenciação de células oriundas do câmbio ou do procâmbio, ocupa uma região mais interna no caule e na raiz, possuindo características que o difere do líber ou floema, que também tem sua origem da diferenciação de células produzidas pelo câmbio ou procâmbio.

Ser Protagonista: Biologia, 3: Ensino Médio / Antônio Carlos Bandouk. [ET. AL..]. – 1ª edição – São Paulo: Edições SM, 2009

A figura a seguir ilustra um dos componentes do lenho. Observe:

Em qual das alternativas a seguir encontramos uma característica do lenho que o difere do líber? A) Enquanto o lenho é um tecido formado por células mortas, o líber é formado por células vivas. B) Enquanto o lenho conduz a seiva mineral no sentido folha-raiz, o líber conduz a seiva orgânica no sentido raiz-folha. C) Enquanto o lenho não possui reforço de lignina, o líber possui esse tipo de reforço. D) Enquanto o lenho ocupa a menor parte do caule, o líber ocupa a maior parte do caule. 21. (FUVEST) Enquanto a clonagem de animais é um evento relativamente recente no mundo científico, a clonagem de plantas vem ocorrendo já há algumas décadas com relativo sucesso. Células são retiradas de uma planta mãe e, posteriormente, são cultivadas em meio de cultura, dando origem a uma planta inteira, com genoma idêntico ao da planta-mãe. Para que o processo tenha maior chance de êxito, deve-se retirar as células A) do ápice do caule. B) da zona de pelos absorventes da raiz. C) do parênquima dos cotilédones. D) do tecido condutor em estrutura primária. E) da parede interna do ovário.

A) praticamente à mesma altura e mantinha o mesmo tamanho e proporções de anos atrás. B) a cerca de 3 metros do chão e mantinha o mesmo tamanho e proporções de anos atrás. C) a cerca de 3 metros do chão e mantinha as mesmas proporções, mas tinha o dobro do tamanho que tinha anos atrás. D) a cerca de 3 metros do chão e não tinha as mesmas proporções de anos atrás: estava bem mais comprido que largo. E) praticamente à mesma altura, mas não tinha as mesmas proporções de anos atrás: estava bem mais largo que comprido. 23. (UNESP) Nos vegetais, estômatos, xilema, floema e lenticelas têm suas funções relacionadas, respectivamente, a: A) trocas gasosas, transporte de água e sais minerais, transporte de substâncias orgânicas e trocas gasosas. B) trocas gasosas, transporte de substâncias orgânicas, transporte de água e sais minerais e trocas gasosas. C) trocas gasosas, transporte de substâncias orgânicas, transporte de água e sais minerais e transporte de sais. D) absorção de luz, transporte de água, transporte de sais minerais e trocas gasosas. E) absorção de compostos orgânicos, transporte de água e sais minerais, transporte de substâncias orgânicas e trocas gasosas. 24. (UFV) Na figura estilizada abaixo, a enfermeira e o paciente representam dois tipos celulares vegetais intimamente associados e especializados de um mesmo tecido. Embora sejam células vivas, um desses tipos celulares não possui núcleo quando completamente diferenciado. O outro tipo de célula adjacente é nucleado e denso em material citoplasmático e mitocondrial.

Pode-se afirmar corretamente que o tecido em questão é o: A) meristema. B) colênquima. C) floema. D) xilema. E) esclerênquima. 25. (UFV) Observe o cladograma indicando as relações filogenéticas entre os principais grupos de embriófitas. Bri—fitas

Pterid—fitas

Progimnospermas Gimnospermas Angiospermas

22. (UNESP) Um rapaz apaixonado desenhou no tronco de um abacateiro, a 1,5 metros do chão, um coração com o nome de sua amada. Muitos anos depois, voltou ao local e encontrou o mesmo abacateiro, agora com o dobro de altura. Procurou pelo desenho que havia feito e verificou que ele se encontrava VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia Entre as características abaixo, consideradas como ponto de ramificação evolutiva, aquela que corresponde à indicada pela seta é: A) xilema e floema secundários. B) sementes nuas ou protegidas. C) saco embrionário com 4-16 células. D) zigoto multicelular com arquegônio ou saco embrionário. E) traqueídes com paredes desigualmente espessadas. 26. (UFJF) Se fizermos uma analogia funcional entre as estruturas animais e vegetais, podemos afirmar que a pele, os ossos, os vasos sanguíneos e o sangue podem equivaler, nas plantas, respectivamente, a: A) esclerênquima, bainha, xilema, seiva. B) periderme, esclerênquima, xilema, seiva. C) periderme, estômato, xilema, seiva. D) periderme, esclerênquima, seiva, xilema. E) esclerênquima, bainha, seiva, xilema. 27. (UFJF) Analise as afirmativas abaixo, sobre a origem e as características morfofuncionais da epiderme nos vegetais. I. Origina-se do meristema fundamental, localizado nas extremidades do caule e da raiz. II. Além da função de revestimento, também está envolvida na realização da fotossíntese. III. É substituída pela periderme em órgãos que desenvolvem crescimento secundário. IV. Possui células especializadas para realização de trocas gasosas e secreção de substâncias diversas. Estão corretas as afirmativas: A) I e II. B) I e III. C) I e IV. D) II e III. E) III e IV. 28. (UEL) Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. O crescimento em espessura da raiz e do caule de vegetais dicotiledôneos e gimnospermas, denominado crescimento secundário, se deve fundamentalmente: A) À hipertrofia das células do parênquima cortical. B) À hipertrofia das células do parênquima medular. C) À divisão celular verificada no câmbio e no felogênio. D) À divisão celular verificada no periblema e no pleroma. E) À atividade condutora do xilema e do floema. 29. (UFC) São exemplos de células anucleadas: A) célula parenquimática e célula muscular. B) elemento de tubo crivado e hemácia de mamíferos. C) hemácia de mamíferos e célula albuminosa. D) elemento de vaso e macrófago. E) vírus e hemácia de mamíferos. 30. (UFRRJ) Tal como acontece com os animais, os vegetais superiores também apresentam células com uma organização estrutural formando tecidos. Existe uma certa analogia entre alguns

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tecidos vegetais e determinados tecidos animais. Esta analogia existe entre A) o esclerênquima encontrado nos vegetais e tecido cartilaginoso dos animais. B) o tecido suberoso dos vegetais e o tecido sanguíneo dos animais. C) os vasos liberianos dos vegetais e o tecido ósseo dos animais. D) os canais laticíferos dos vegetais e a epiderme dos animais. E) o colênquima dos vegetais e o tecido muscular liso dos animais. 31. (UFMG) A estrofe abaixo foi extraída do poema “Jogos Frutais”, de João Cabral de Melo Neto. “Está desenhada a lápis de ponta fina, Tal como a cana-de-açúcar que é pura linha.” O termo “pura linha” a que se refere o poeta corresponde ao tecido vegetal A) colênquima. B) esclerênquima. C) meristema. D) parênquima. 32. (UFT) Para muitas pessoas, o âmbar, formado pela fossilização de resinas produzidas por algumas plantas, pode ser considerado como pedra semipreciosa, embora não seja um mineral. Deste modo, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. Os canais resiníferos de plantas secretam resinas ou âmbar. II. A função de uma resina ou âmbar é proteger a planta do contato de insetos e de outros pequenos organismos. III. As inclusões no âmbar podem conter animais e/ou plantas, que podem contribuir para os avanços no conhecimento sobre paleoecologia. A) As afirmativas II e III estão corretas. B) Somente a afirmação III está correta. C) Somente a afirmação II está correta. D) As afirmativas I, II e III estão corretas. E) Somente a afirmação I está correta. Questões estilo V ou F 33. (UPE) Sobre tecidos vegetais, analise as afirmativas a seguir e conclua. (_) O colênquima é um tecido formado por células alongadas, vivas e flexíveis localizadas na periferia de caules jovens, pecíolos e pedúnculos de flores e frutos. (_) O floema é o principal tecido responsável pela produção de papel e largamente empregado na construção civil e na marcenaria. (_) O xilema é um tecido responsável pela condução da seiva mineral. Suas células se caracterizam pela impregnação de lignina nas suas paredes e pela presença da placa crivada. (_) O parênquima é um tecido de preenchimento, cujas células se especializaram no processo de a armazenamento e/ou fotossíntese.

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(_) Os meristemas apicais são tecidos com grande atividade mitótica, sendo responsáveis pelo crescimento tanto em altura como em espessura 34. (UFPI) Os principais tecidos das plantas vasculares estão agrupados em unidades maiores conhecidas como sistemas de tecidos, são facilmente reconhecíveis, muitas vezes a olho nu. No corpo vegetal, observamos três sistemas de tecidos presentes nos órgãos vegetativos que revelam a similaridade básica entre eles, bem como a continuidade do corpo da planta. Com relação aos sistemas e à presença de determinados tipos celulares nos órgãos vegetais, coloque V (verdadeiro) ou F (falso). (_) Estômatos apresentam grande importância nas trocas gasosas e no processo de transpiração da planta, sendo as células guardas responsáveis pelo movimento de abertura e fechamento do ostíolo. (_) A periderme formada por súber-felogênio-feloderme é o tecido de revestimento em órgãos que apresentam crescimento primário. (_) Xilema e floema são os tecidos condutores no vegetal. Os tipos celulares básicos de cada um desses tecidos são, respectivamente, elementos do tubo crivado e elementos de vaso. (_) O parênquima é o mais comum dos tecidos fundamentais, pode ser de vários tipos, dependendo da função principal que ele exerce. No parênquima de reserva, são armazenadas substâncias nutritivas como amido e cloroplastos; no parênquima aquífero, é armazenada água e, no parênquima amilífero, é armazenado ar.

A) Que tipo de estrutura produz a substância urticante? B) A que tecido vegetal pertence essa estrutura? 38. (UERJ) A clonagem de plantas já é um procedimento bastante comum. Para realizá-lo, é necessário apenas o cultivo, em condições apropriadas, de um determinado tipo de célula vegetal extraído da planta que se deseja clonar. Nomeie esse tipo de célula e apresente a propriedade que viabiliza seu uso com esse objetivo. Indique, ainda, uma parte da planta onde esse tipo de célula pode ser encontrado. 39. (UFV) Analise a figura abaixo, que representa diversos tipos celulares indicados com números de I a VIII. As células representadas correspondem às especializações morfológicas e funcionais na formação dos tecidos e órgãos das plantas.

Questões discursivas 35. (UNICHRISTUS) Inicialmente, uma planta dicotiledônea jovem cresce mais rápido em comprimento, para, em seguida, crescer também em espessura (crescimento secundário). A) Qual a vantagem adaptativa de ser priorizado o crescimento longitudinal? B) I. Como é denominado o conjunto das células indiferenciadas na extremidade do caule e da raiz em desenvolvimento? II. Qual a denominação coletiva dos três tecidos diretamente oriundos da diferenciação dessas células? III. Nomeie cada um deles. C) Quais os três grupos de tecidos diferenciados que constituem a estrutura primária do caule? (Não há necessidade de citar os componentes de cada grupo) D) A partir de quais tecidos resulta o crescimento secundário do caule e da raiz? E) É correto afirmar que esses tecidos (item D) derivam por diferenciação direta das células indiferenciadas dos ápices caulinar e radicular? Justifique.

Após análise da figura, cite: A) o nome do processo que origina as células indicadas pelas setas a partir de I. B) o nome do tecido que contém as células indicadas por I. C) uma função desempenhada pelo tecido representado pela célula IV. D) os números correspondentes aos tipos celulares que apresentam cloroplastos. E) o número associado com os esclereídeos. F) a natureza química da estrutura presente na célula II. 40. (UFV) Em relação aos tecidos vegetais: A) qual a função dos meristemas primários e onde se localizam? B) qual a função dos meristemas secundários? C) escreva uma característica do esclerênquima que o diferencia do colênquima. D) dê o nome do tecido localizado nas folhas e nos caules jovens, caracterizado por células ricamente clorofiladas com função fotossintética.

36. (FUVEST) Um casal de namorados entalhou um coração numa árvore, a 1 metro do solo. Casaram. Ao completar suas bodas de prata, voltam ao local. A árvore, agora frondosa, tem o triplo da altura. A que distância do solo está o coração entalhado? Relacione a posição do coração com o crescimento da árvore. 37. (UNESP) Quando se esbarra em uma planta de urtiga, ocorre forte irritação no local atingido, devido à reação do organismo da pessoa em resposta à substância urticante produzida pela planta. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia AULA 8 Disposição dos tecidos nos órgãos vegetativos

Disposição dos tecidos nas raízes A raiz é normalmente um órgão subterrâneo, aclorofilado, com ramificações, que faz a absorção de água e sais do solo e transporta as seivas. Ela se desenvolve a partir de uma radícula, visível na germinação da semente. A raiz pode crescer como um eixo, caso da raiz pivotante ou axial, do qual partem as ramificações secundárias, típicas das dicotiledôneas, ou como um feixe de raízes finas e longas, partindo todas de um mesmo ponto, caso das raízes fasciculadas ou em cabeleira, típicas das monocotiledôneas. Na estrutura típica de uma raiz são reconhecidas, da ponta para a base, as seguintes regiões: 1. Coifa ou caliptra: Estrutura formada por células parenquimáticas, semelhante a um capuz, que cobre e protege a zona meristemática da raiz e tem sua origem a partir do caliptrogênio. Nas raízes terrestres a coifa protege o meristema contra as asperezas do solo, o que é importante uma vez que células meristemáticas têm paredes celulares primárias, bastante delgadas; nas raízes aéreas atua contra a falta de umidade no ar, o que poderia levar à desidratação, e nas raízes aquáticas protege contra microorganismos. A coifa possui abundância de substâncias mucilaginosas que lubrificam a raiz durante sua penetração no solo, reduzindo o atrito. 2. Zona meristemática ou de proliferação: Localiza-se na região subapical da raiz, onde se observa células embrionárias com alto poder de divisão celular. É nela que se localizam os meristemas primários da raiz, protoderme, meristema fundamental, procâmbio e caliptrogênio, sendo protegidos pela coifa. 3. Zona lisa ou de alongamento: É a região de crescimento, onde as células meristemáticas ainda indiferenciadas se distendem, proporcionando um crescimento longitudinal, em comprimento. 4. Zona pilífera ou de diferenciação ou de absorção: É a região onde se começa a encontrar tecidos adultos primários: ao invés de protoderme tem-se agora epiderme; ao invés de meristema fundamental tem-se agora parênquimas, colênquima e esclerênquima; ao invés de procâmbio tem-se agora xilema e floema. Na epiderme, ocorrem pelos absorventes, unicelulares, que proporcionam uma grande superfície para a absorção de água e sais minerais do solo. Estes pelos nem sempre estão presentes 5. Zona suberosa ou de ramificação: É a região mais antiga da raiz e, também, a mais extensa. Nela, ocorre desdiferenciação de parênquima dando origem a meristemas secundários, felogênio e câmbios, que por sua vez se diferenciam novamente em tecidos adultos secundários, como súber, feloderme e xilema e floema secundários. Uma vez que seu revestimento não mais é de epiderme, e sim de súber, que é impermeável, essa região não mais pode absorver água e sais do solo. Entretanto, é dela que partem as raízes secundárias ou radicelas. Cada raiz secundária

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repete a estrutura da raiz principal, contendo então coifa, zona meristemática, zona lisa e zona pilífera. As regiões exclusivas da raiz são a coifa e a zona pilífera. Após a raiz, tem-se o caule. Dá-se o nome de colo à zona de transição entre a raiz e o caule.

Raiz.

Estrutura primária da raiz Podemos estudar a estrutura primária de uma raiz observando cortes histológicos transversais na região pilífera, onde já são encontrados tecidos plenamente diferenciados. Aí são reconhecidas três partes: a epiderme, o córtex ou casca e o cilindro central ou medula ou estelo. A epiderme tem origem na protoderme e é uma camada simples, com muitas de suas células dotadas de pelos absorventes. O córtex ou casca tem origem no meristema fundamental e é formado principalmente por um parênquima uniforme (parênquima cortical), de células grandes e com pequenos espaços entre elas, o meato, por onde transita livremente a seiva bruta até atingir os vasos lenhosos. Além disso, encontram-se colênquima e, especialmente em áreas mais velhas, esclerênquima. A camada mais interna do córtex da raiz, que delimita o cilindro central, é o endoderma, um parênquima especial, formado por células bem encaixadas entre si e com reforços especiais de suberina nas paredes. Esses reforços de suberina, em forma de cinta, são denominados estrias de Caspary. A estria de Caspary dispõe-se como uma faixa contínua ao redor das paredes laterais que conecta cada células às suas vizinhas endodérmicas. Além de suberina (uma complexa mistura de ácidos graxos insaturados),

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ela pode conter, em certos casos, lignina. Essas substâncias penetram entre as moléculas de celulose da parede celular e chega até a camada de material intercelular que cimenta as células vizinhas, a lamela média. As estrias de Caspary então promovem o vedamento dos espaços entre as células do endoderma, de modo que qualquer substância que passar do córtex para o cilindro central tem que atravessar o citoplasma das células endodérmicas, pois não espaços permeáveis à água entre elas, como ocorre em outros tecidos. Posteriormente, será analisada a importância de garantir essa passagem pelo cito plasma das células endodérmicas.

O cilindro central ou medula ou esteio tem origem no procâmbio e está localizado internamente ao córtex, contendo os tecidos vasculares e sendo também ser chamado de cilindro vascular. Além de xilema, câmbio e floema, possui ainda parênquima (parênquima medular, organizado em raios entre os feixes condutores), esclerênquima e periciclo. O periciclo é constituído por células meristemáticas, dispostas como uma lâmina ao redor do cilindro central, logo abaixo do endoderma, promovendo a separação entre córtex e medula. (O endoderma é a parte mais interna do córtex, tendo origem no meristema fundamental, enquanto o periciclo é a parte mais externa da medula, tendo origem no procâmbio.) As células do periciclo têm paredes tinas e podem readquirir a capacidade de divisão, se comportando como meristemas secundários e dando origem às raízes secundárias (ramificações) a partir da zona suberosa. Assim, as raízes secundárias se formam a partir do cilindro central, tendo, pois, origem endógena. Nisso elas se diferenciam de folhas e ramos dos caules, que se formam a partir de células meristemáticas localizados superficialmente no caule, tendo então origem exógena. A partir do periciclo, pode haver, além da formação de raízes secundárias, formação de esclerênquima nas raízes sem crescimento secundário e formação de felogênio e câmbio nas raízes com crescimento secundário.

Células da endoderme com estrias de Caspary.

Raiz em corte primário. Em plantas dicotiledôneas, os vasos condutores estão localizados bem no centro da raiz, havendo entre os feixes vasculares grupos de células de parênquima medular, os raios medulares. Em plantas monocotiledôneas, ocorre uma medula central com parênquima medular bem desenvolvido, envolvido por um anel de feixes vasculares. Assim, o centro da raiz é ocupado por parênquima, e não por vasos condutores.

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Raiz de dicotiledôneas.

Raiz de monocotiledôneas.

Estrutura secundária da raiz

Na maioria das monocotiledôneas e em algumas dicotiledôneas de pequeno porte (herbáceas), o crescimento da raiz é proporcionado somente por meristemas primários, havendo pouco desenvolvimento em espessura, o que caracteriza um crescimento primário somente. Em gimnospermas e na maioria das dicotiledôneas, a raiz adulta apresenta um crescimento secundário em espessura proporcionado pelo surgimento de meristemas secundários. Podemos observar a estrutura secundária da raiz a partir da zona suberosa, onde o crescimento secundário ocorre. Nela, parênquima cortical (externo) sofre desdiferenciação e dá origem a um meristema secundário, o felogênio ou câmbio suberógeno. Este forma internamente feloderme, vivo, semelhante a parênquima, e externamente súber, morto, suberinizado e impermeável. Com o crescimento em espessura promovido pelo meristema secundário, o córtex e a epiderme se rompem e são destruídos, passando a periderme (feloderme, felogênio e súber) a funcionar como tecido mais externo de revestimento. Também na zona suberosa, parênquima medular (interno) sofre desdiferenciação e dá origem a outro meristema secundário, o câmbio interfascicular. Assim, câmbio fascicular (localizado entre xilema e floema nos feixes vasculares) e o recém-formado câmbio interfascicular (localizado no espaço entre feixes vasculares vizinhos, onde antes havia raios medulares) se unem para formar um anel de câmbio. Este forma mais xilema (voltado para dentro) e mais floema (voltado para fora), caracterizando xilema e floema secundários, que levam ao aumento de espessura verificado na zona suberosa.

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Desenvolvimento da raiz.

Disposição dos tecidos nos caules O caule é geralmente um órgão aéreo, de sustentação do corpo da planta e de condução das seivas. Apresenta folhas e gemas. Destas se originam as ramificações, botões florais e até raízes. A gema é um meristema protegido por primórdios de folhas em forma de pequenas e delicadas escamas. A presença de gemas é uma característica exclusiva dos caules, o que permite diferenciá-las das raízes e folhas, que não as possuem. A parte mais jovem do caule é a que se localiza junto ao ápice, onde ocorre a multiplicação das células do meristema apical caulinar, chamado também gema apical, que promove o crescimento longitudinal. À medida que o caule vai crescendo, formam-se, de espaço em espaço, primórdios foliares, dotados de células meristemáticas que dão origem às folhas.

Na junção de cada primórdio de folha com o eixo caulinar resta um grupo de células meristemáticas que forma a gema lateral ou gema axilar. O tecido que foram essas gemas é um meristema primário, diretamente derivado do meristema apical. As gemas laterais permanecem em estado de dormência até serem ativadas, quando originam então ramos laterais. O local de inserção do primórdio foliar ao eixo do caule é denominado nó; o espaço entre dois nós vizinhos é o entrenó. À medida que o caule cresce pela atividade da gema apical, vão sendo produzidas novas unidades na planta, cada qual formada por um nó com seus primórdios foliares e pelo entrenó que se segue, na base do qual ficam as gemas axilares. Essas unidades constituídas de nó, primórdios foliares, entrenó e gema axilar são denominadas fitômeros.

Ápice caulinar: em A, fotomicrografia óptica; em B, esquema. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Estrutura primária do caule

Assim como na raiz, na estrutura primária dos caules existe epiderme e córtex. Ao contrário das raízes, na maioria dos caules não ocorre endoderme e periciclo, além de não se formar cilindro vascular bem caracterizado. Caules de plantas jovens e de plantas herbáceas, onde ocorre estrutura primária, são revestidos por epiderme. Esta epiderme é revestida de cutina, um material impermeabilizante também encontrado nas folhas. Ela contém ainda estômatos para possibilitar a ocorrência de trocas gasosas. O córtex do caule é formado por parênquima e colênquima, basicamente. O parênquima é formado por células clorofiladas, que dão cor verde ao caule na estrutura primária, realizando fotossíntese. O colênquima se dispõe num cilindro contínuo, que dá sustentação ao caule jovem. Pode ocorrer ainda esclerênquima e tecidos secretores. Na estrutura primária dos caules das gimnospermas e dicotiledôneas em geral, os feixes vasculares dispõem-se formando um círculo ao redor da medula, constituída basicamente de parênquima com função de preenchimento. Essa estrutura é chamada de eustélica. Cada feixe é constituído de xilema voltado para dentro e floema voltado para fora, estando o câmbio fascicular entre os dois. Já nas monocotiledôneas e dicotiledôneas herbáceas esses feixes vasculares estão distribuídos de modo difuso pelo parênquima, não havendo limites distintos entre córtex e medula. Essa estrutura é chamada de atactostélica. Em monocotiledôneas como o trigo, a cevada e o bambu, o caule é um cilindro oco e os feixes vasculares distribuem-se formando um anel ao redor do espaço interno. Os feixes vasculares em si mantêm a organização de xilema por dentro e floema por fora, não havendo, no entanto, câmbio caracterizado.

A figura mostra cortes transversais de caules na região de entrenó. Em A e B, padrões de gimnospermas e da maioria das dicotiledôneas; em C, padrão das monocotiledôneas e das dicotiledôneas herbáceas.

Estrutura secundária do caule Em gimnospermas e na maioria das dicotiledôneas, o caule pode apresentar crescimento secundário em espessura pela adição de xilema e floema, a partir do câmbio, e pela formação de periderme, a partir do felogênio. A periderme protege os vasos condutores, ficando o floema mais próximo dela e o xilema mais interno. A periderme pode descamar pela produção de peridermes mais interna, formando ritidomas. Nas monocotiledôneas os caules podem apresentar crescimento em espessura, como acontece nos caules das palmeiras. Entretanto, nesses casos o crescimento ocorre por divisões celulares não-localizadas, isto é, a partir de células de vários tecidos, sem a intervenção do câmbio. Como não há participação do câmbio, esse tipo de crescimento em espessura não é considerado crescimento secundário. O xilema secundário do caule de espécies arbóreas é denominado madeira e tem grande aproveitamento econômico.

Madeira Anéis de crescimento As madeiras quando vistas em cortes transversais apresentam zonas concêntricas sucessivas, denominadas anéis de crescimento. Esses anéis são bem evidentes especialmente em madeiras de regiões temperadas, em que as estações do ano são

bem marcadas. Nesses casos, cada anel é chamado anual, e com base no número de anéis é possível verificar a idade de uma árvore. Cada anel é formado pelo conjunto dos chamados xilema inicial ou primaveril e xilema tardio ou estival. O inicial é menos denso, constituído por células de paredes finas; já o tardio é mais denso, formado por células de paredes bem espessadas. Troncos de árvores que vivem em regiões temperadas apresentam, portanto, anéis de lenho estival intercalados com anéis de lenhos primaveril. Quando estes troncos são observados em cortes transversais, esses anéis são facilmente identificados (o primaveril sendo o mais espesso por ter um lúmen grande), e o número de pares de anéis corresponde à idade da árvore. Esta técnica de contagem de idade em árvores é denominada dendrocronologia. É interessante que esta técnica permite também uma análise do clima de uma região no período de tempo registrado nos anéis: em épocas de secas ou cheias, os anéis de lenho ficam menos ou mais espessos respectivamente, devido a uma menor ou maior atividade fotos sintética. Cerne

À medida que as plantas crescem e se tornam mais velhas, a região mais interna dos caules, formada basicamente pelo xilema, eventualmente perde sua funcionalidade. Assim, deixa de ocorrer a condução de seiva bruta nessa parte da planta, devido a

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tilas que obstruem a luz dos vasos lenhos os e o os lignifica. Essa parte central do caule, que não tem mais função de condução, mas sim de sustentação, recebe o nome de cerne. Nessa região verifica-se a impregnação das células por várias substâncias, como óleos, resinas e taninos, que escurecem o cerne, o tornam resistente ao ataque de decompositores e algumas vezes fazem com que produza um aroma característico para cada espécie de planta. O cerne é o que se chama normalmente de madeira. Alburno Nem todo o xilema deixa de ser funcional, senão a planta morre. A parte mais externa do xilema, mais próxima do câmbio, permanece funcional e recebe o nome de alburno, apresentando coloração mais clara que o cerne. A espessura do cerne e do alburno varia de acordo com a planta. Tilas

Em muitas plantas, quando o xilema se torna inativo, ocorre a invaginação de células parenquimáticas através dos poros dos vasos lenhosos. Essas projeções chamam-se tilas, acumulam resinas e lignina e muitas vezes chegam a ocupar totalmente o lúmen do vaso, convertendo xilema funcional em cerne. As tilas podem se formar prematuramente nas plantas, como uma resposta de defesa ao ataque dos parasitas. Ao fechar os vasos lenhosos, impedem que os parasitas se dispersem pela planta por meio do xilema.

Tecidos do caule em estrutura secundária.

Anéis de crescimento.

Fotomicrografia óptica em corte.

Disposição dos tecidos nas folhas A forma e a anatomia das folhas das plantas estão relacionadas às duas funções básicas que elas exercem: fotossíntese e respiração. A lâmina ou limbo das folhas forma uma superfície ampla, que favorece a absorção de luz para a realização da fotossíntese. Além de ampla, a superfície é delgada, de modo que mesmo suas células mais internas não ficam muito distantes da superfície. Essas características facilitam as trocas gasosas entre a folha e o meio externo. Assim como a raiz e o caule a folha também apresenta tecidos de revestimento, tecidos fundamentais e vasculares. Não ocorre estrutura secundária em folhas, que não crescem em espessura. Assim, não encontramos nelas tecidos meristemáticos como câmbios e felogênio. O revestimento da folha é feito pela epiderme. Na face superior da folha, mais exposta ao sol e com temperaturas mais elevadas, ocorre uma cutícula bem desenvolvida, o que a torna bem lisa e brilhante. Na face inferior da folha, sombreada, a cutícula é pouco desenvolvida. Normalmente na face inferior da epiderme, diferenciam-se os estômatos, estruturas que participam da transpiração e das trocas gasosas entre os meios externo e interno da folha. Dependendo do ambiente onde a planta 'vive, os estômatos podem ocorrer na epiderme superior e inferior do limbo, ou em apenas uma delas. Em ambientes com pouca umidade e muita luminosidade, eles são mais frequentes na face inferior das folhas, sendo raros ou ausentes na face superior, onde a perda de água é maior. Os estômatos restritos à parte superior encontram-se em folhas flutuantes de plantas aquáticas. Neste caso, se estivessem na face inferior, seriam obstruídos pela água, deixando de exercer seu papel nas trocas gasosas e na transpiração. Entre as epidermes superior (dorsal) e inferior (ventral) das folhas existe o mesófilo, formado pelos parênquimas clorofilianos, chamados de paliçádico e lacunoso ou esponjoso, onde também pode haver cistólitos, drusas e ráfides, que são cristais de cálcio acumulados em certas células. O parênquima paliçádico se caracteriza por apresentar células justapostas, cilíndricas, dispostas perpendicularmente

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Curso de Biologia à epiderme e ricas em cloroplastos. É o principal tecido com função fotossintética. A disposição das células no parênquima paliçádico, perpendiculares à epiderme, reduz a superfície de exposição direta à luz, o que protege a clorofila, uma vez que luz em excesso a destrói. O parênquima lacunoso ou esponjoso se caracteriza por possuir células arredondadas, com muitos espaços entre elas, chamados de lacunas. A quantidade de cloroplastos é menor que no parênquima paliçádico, mas também realiza a fotos síntese. Suas células dispostas aleatoriamente são mais adequadas para captar luz difusa, como a que reflete a partir do solo. Sua função principal, no entanto, é permitir as trocas gasosas no interior da planta, por isso, é também considerado como um tipo de parênquima aerífero. Disposição dos clorênquimas na folha A disposição dos clorênquimas nas folhas depende do ambiente onde a planta vive. Em locais com umidade moderada e grande luminosidade, o parênquima paliçádico se encontra na face superior da folha, enquanto o parênquima esponjoso se encontra na face inferior. Nesse caso, trata-se de folhas com estrutura dorsiventral ou assimétrica. A maioria das dicotiledôneas possui folhas com esse padrão. Assim, na superfície superior, que recebe luz intensa, as células justapostas do parênquima paliçádico protegem a folha contra a luz e o calor excessivos, assim como a sua posição vertical em relação à superfície da folha garante uma menor superfície de exposição da célula à luz intensa, como uma forma de também proteger a clorofila, pois, como já mencionado, luz em excesso a destrói. Na superfície inferior, onde a luz já é difusa e menos intensa, pois é proveniente principalmente da reflexão a partir do solo, está o parênquima lacunoso ou esponjoso, onde as células estão distribuídas de forma livre e desordenada, para melhor captar esta luz fraca. Os espaços entre as células favorecem a circulação do ar a partir dos estômatos localizados normalmente na face inferior. Apesar de estarem associados tanto à epiderme em contato com parênquima paliçádico como à epiderme em contato com o parênquima lacunoso, os estômatos estão mais comumente associados ao parênquima lacunoso, cujos espaços facilitam a passagem dos gases. A disposição dos cloroplastos no interior das células também confere à planta adaptação à fotossíntese: colocados uns acima dos outros, os cloroplastos protegem-se mutuamente do excesso de luz no parênquima paliçádico; distribuídos de forma desordenada nas células do parênquima esponjo, captam o máximo da luz difusa que chegam até eles.

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Esquema de folha dorsiventral em corte tridimensional. Já em ambientes secos, o parênquima paliçádico ocorre em ambas as faces do limbo, e o parênquima esponjoso encontra-se no centro, caso de folhas com estrutura isobilateral ou simétrica. O parênquima paliçádico nas faces dorsal e ventral possibilita uma maior proteção da clorofila contra o excesso de luminosidade. A maioria das monocotiledôneas, em especial as gramíneas, possui folhas com esse padrão. Certas plantas que vivem em climas áridos apresentam cutícula superespessa, epiderme multisseriada e duas ou três fileiras de células no parênquima paliçádico de suas folhas. Ainda como adaptação a condições adversas de temperatura e umidade, nessas folhas costuma haver amplas criptas estomáticas (reentrâncias) na epiderme inferior, onde se abrem vários estômatos. Frequentemente, observam-se numerosos tricomas retentores de ar junto às criptas, constituindo um sistema de isolamento térmico que reduz a perda de água. Neste caso, não existem estômatos na epiderme superior.

Fotomicrografia óptica de folha de xerófita. Imersas no mesófilo, encontram-se também as nervuras, que correspondem aos feixes vasculares condutores de seiva, associados ou não a elementos de sustentação. Em cada feixe vascular podem se observar o xilema voltado para a epiderme superior e o floema, para a inferior. O xilema conduz a água absorvida pelas raízes para as células da folha. Essa água será

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utilizada na fotossíntese, e seu excesso será eliminado pela transpiração. O floema transporta o alimento sintetizado nas folhas para as outras regiões da planta. Além da função de condução, os feixes vasculares dão suporte mecânico aos tecidos do mesofilo. Folhas epistomáticas, hipostomáticas e anfistomáticas A maioria das folhas apresenta estômatos somente na região ventral da folha. Como essa região é sombreada, a temperatura é mais amena e isso impede uma excessiva perda de água por transpiração. Essas folhas são denominadas hipostomáticas. Em folhas de plantas aquáticas localizadas na superfície da água, os estômatos só ocorrem na face superior, de onde se adquire o ar. Essas folhas são denominadas epistomáticas. Folhas submersas frequentemente não possuem estômatos, realizando suas trocas gasosas por difusão com a água.

Células em divisão e células em elongação, que garantem o crescimento desse órgão dos vegetais, estão presentes somente em A) I. B) I e II. C) II e III. D) I, II e III. E) II, III e IV. 3. (UNIFOR) O tecido característico das gemas caulinares é o: A) meristema. B) parênquima. C) xilema. D) colênquima. E) esclerênquima 4. (UNIFOR) Considere o esquema abaixo que representa um corte transversal de uma folha

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Analise o esquema abaixo.

As funções das estruturas I, II e III são, respectivamente, A) proteção, fotossíntese e trocas gasosas. B) fotossíntese, transporte e absorção. C) sustentação, transpiração e circulação de ar. D) fotossíntese, trocas gasosas e transpiração. E) absorção, sustentação e osmose. 2. (UNIFOR) O esquema abaixo representa uma raiz em corte longitudinal.

Com base nas características estruturais indicadas, pode-se concluir que a planta que apresenta folha desse tipo é A) aquática e vive submersa. B) aquática, com folhas flutuantes. C) terrestre, de região úmida e quente. D) terrestre, de região seca e quente. E) terrestre, de região seca e fria. 5. (UECE) Nas plantas, as folhas são os órgãos responsáveis pela fotossíntese e pelas trocas gasosas com o meio em que vivem. Relacione as características da primeira coluna com as possíveis vantagens obtidas pelos vegetais, em função das adaptações foliares, listadas na segunda coluna. 1a COLUNA 2a COLUNA 1. Epiderme revestida por a. Aumento da superfície de cutícula absorção de luz e de CO2 2. Estômatos presentes em b. Diminuição da perda de água maior quantidade na pelo vegetal epiderme superior da folha c. Melhor eficiência na circulação 3. Parênquima lacunoso interna dos gases 4. Morfologia laminar d. Maior eficiência das trocas gasosas em plantas aquáticas Assinale a alternativa que contempla corretamente a associação entre a primeira e a segunda colunas. A) 1-b; 2-d; 3-c; 4-a. B) 1-d; 2-b; 3-a; 4-c. C) 1-b; 2-a; 3-c; 4-d. D) 1-d; 2-c; 3-a; 4-b.

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6. (UECE) Analise o texto abaixo: Um tecido é formado por células que apresentam unidade funcional. Nos vegetais, a função do periciclo é _____, do câmbio é _____ e dos meristemas apicais é _____. Assinale a alternativa que contém as funções que completam corretamente e na ordem o texto anterior. A) formar raízes laterais; formar vasos liberianos para fora e lenhosos para dentro; formar o corpo primário das plantas. B) formar a endoderme; promover o crescimento primário do caule e da raiz; formar o corpo secundário em plantas herbáceas. C) formar a epiderme na raiz; formar a casca do caule e da raiz; formar o corpo primário das plantas lenhosas. D) formar a casca do caule; permitir o crescimento secundário do caule; formar o corpo secundário das plantas lenhosas.

II. Quando o caule cresce, surgem os primórdios foliares que, por multiplicação das suas células meristemáticas, originarão as folhas. III. Durante o crescimento do caule há a produção de novos fitômeros, ou seja, de novos primórdios foliares. IV. Em caules recém-formados, o xilema primário fica localizado na região voltada para o exterior da planta, enquanto que o floema primário está voltado para o seu interior. Estão corretas apenas A) III e IV. B) II e III. C) I, II e III. D) II, III e IV. E) I e II.

7. (FACID) O desenho a seguir mostra o tronco de uma árvore com as relações entre as camadas concêntricas sucessivas. Sobre ele, podemos afirmar corretamente que

9. (UNP) Os vegetais são constituídos por conjuntos de células que formam os vários tecidos que desempenham processos fisiológicos fundamentais ao seu desenvolvimento. A coluna da esquerda apresenta estruturas e a da direita, processos fisiológicos. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda. 1. Estômatos (_) Reações fotossintéticas 2. Xilema (_) Transporte de solutos 3. Floema orgânicos 4. Hidatódio (_) Trocas gasosas 5. Mesofilo (_) Transporte de sais e água (_) Gutação

Fonte: Biologia. Helena Curtis. 2ª Edição. Ed. Guanabara. P.406. 1997

A) a seta 1 aponta para a cortiça, um tecido com citoplasma ativo, pronto para proteger os tecidos internos contra a ação de insetos herbívoros e lesões mecânicas. B) a seta 2 indica o floema, tecido que conduz a seiva elaborada por meio de células denominadas traqueídes. C) a seta 3 indica o alburno ou xilema não funcional. D) a seta 4 aponta para o câmbio fascicular, tecido primário e exclusivo do caule. E) a seta 5 indica o cerne, constituído inteiramente de células mortas. Trata-se da coluna central de sustentação da árvore madura.

Assinale a sequência correta. A) 5, 3, 1, 2, 4. B) 5, 2, 1, 4, 3. C) 4, 1, 5, 3, 2. D) 4, 3, 5, 2, 1. 10. (UPE) As florestas de mangue são compostas por espécies arbóreas típicas, tolerantes ao sal presente na água do mar. Através de glândulas de sal, pequenas estruturas presentes nas folhas de algumas espécies, como o mangue-preto, a árvore pode excretar sal, evitando, assim, a concentração do soluto no tecido das folhas.

8. (FCM-CG) SOMBREAMENTO EVITA QUE ALFACE FIQUE COM O CAULE LONGO Quando a alface cresce rápido, especialistas dizem que a planta está estiolada. Isso acontece por causa do excesso de calor e da alta temperatura. Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/(adaptado)

Com relação ao processo de crescimento de uma angiosperma, analise as afirmativas. I. A parte mais jovem do caule é encontrada junto ao ápice, local em que ocorre a multiplicação das células do meristema apical, que propicia o crescimento em extensão da planta.

Como mostrado no corte transversal de uma folha dessa espécie, observe a ilustração e indique onde está localizada a estrutura responsável por essa função. I. Entre 1 e 2, que correspondem à cutícula e epiderme axial. II. Entre 2 e 3, que correspondem a parênquima paliçádico e epiderme abaxial. III. Entre 3 e 4, que correspondem à epiderme adaxial e parênquima paliçádico.

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IV. Entre 1 e 3, que correspondem à epiderme e hipoderme. Está correto o que se afirma em A) I e II. B) II e III. C) I. D) III. E) IV. 11. (UPE) No esquema abaixo, está representado um corte transversal de uma folha.

Analise as alternativas abaixo, relacionando-as com as estruturas foliares do esquema, indicadas por números e assinale a que estiver correta. A) Nas células da epiderme, a fotossíntese é mais intensa devido à maior incidência dos raios solares: estrutura 1 – Epiderme com cutícula cerosa. B) Células com cloroplastos em seu interior, com alto catabolismo (fotossíntese) em relação à atividade de reduzido anabolismo (respiração): estrutura 2 e 3 – Parênquima lacunoso e paliçádico, respectivamente. C) Vasos lenhosos e floema, responsáveis pela condução de seiva, circundados por cinturão de esclerênquima: estrutura 4 – Feixe liberolenhoso. D) Tecido formado por uma única camada de células achatadas, aclorofiladas, de formato irregular; células mortas devido ao acúmulo de lignina (impermeabilidade): estrutura 1 – Epiderme foliar. E) Anexo elaborado pela epiderme, com função de trocas gasosas; suas células não possuem cloroplastos: estrutura 5 – Estômato. 12. (UPE) Estabeleça a associação entre cada tecido vegetal listado na 1ª coluna e as características apresentadas na 2ª coluna. 1. Periciclo (_) tecido complexo formado por vários tipos 2. Xilema de células, dentre elas os elementos de 3. Floema vasos e os traqueídes. 4. Colênquima (_) tecido de sustentação formado por células 5. Esclerênquima vivas, com paredes espessas, constituídas de celulose, pectina e outras substâncias. (_) tecido responsável pela formação de raízes laterais. (_) tecido mecânico de sustentação, constituído por células com paredes espessas, ricas em celulose e lignina. (_) tecido complexo formado por vários tipos de células, dentre elas destacam-se as células com placas crivadas.

Assinale a alternativa que contempla a sequência correta das associações entre as colunas. A) 3, 4, 1, 2, 5. B) 5, 2, 3, 1, 4. C) 2, 4, 1, 5, 3. D) 2, 4, 3, 5, 1. E) 5, 2, 3, 4, 1. 13. (UFSCAR) Nos vegetais pertencentes às Angiospermas: A) a endoderme é responsável pela formação das raízes secundárias. B) a presença do periciclo e da endoderme caracteriza o crescimento secundário da raiz. C) os anéis de crescimento percebidos em um tronco são originários da atividade diferencial do meristema cambial, em função de mudanças no ambiente. D) as células-companheiras dispõem-se paralelamente ao longo de um elemento de vaso, auxiliando-o no transporte da seiva bruta. E) a deposição de celulose na parede das células parenquimáticas de um tronco provoca a morte das mesmas por impermeabilizá-las. 14. (UFJF) Alguns tecidos, as zonas da raiz e os tipos de crescimento em que ocorrem são apresentados abaixo: I. Feloderme, presente na zona de maturação ou diferenciação celular, durante o crescimento secundário. II. Protoderme, presente na zona de multiplicação ou divisão celular, durante o crescimento secundário. III. Endoderme, presente na zona de maturação ou diferenciação celular, durante o crescimento primário. IV. Epiderme, presente na zona de multiplicação ou divisão celular, durante o crescimento primário. Indique a alternativa que apresenta todos os itens corretos. A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) II e IV. E) III e IV. 15. (UEL) Esses anéis de crescimento são bastante evidentes em árvores de regiões temperadas, onde as estações do ano são bem definidas. Os anéis são resultantes de diferentes taxas de crescimento em espessura do caule devido às variações das condições ambientais. Com base nessas informações e na figura 11, pode-se afirmar que cada anel é formado pelo conjunto de vasos denominado _____ primaveril e _____ estival. O primaveril é _____ denso, constituído por células de paredes _____; já o estival é _____ denso, formado por células de paredes _____. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto. A) Floema, floema, menos, espessas, mais, finas. B) Floema, xilema, menos, finas, mais, espessas. C) Xilema, xilema, menos, finas, mais, espessas. D) Xilema, floema, mais, espessas, menos, finas. E) Xilema, xilema, mais, espessas, menos, finas. 16. (UEL) A peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron), símbolo presente no logotipo da Universidade Estadual de Londrina, foi intensamente explorada pela construção civil no início do povoamento de Londrina, devido à rigidez e à qualidade da

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Curso de Biologia madeira. Com relação à constituição do tronco de uma árvore, considere as afirmativas a seguir. I. Os três tecidos mais periféricos no tronco de uma árvore são: câmbio, floema e casca. II. O tecido encontrado no centro do tronco é formado por vasos lenhosos mais antigos. III. O tecido adjacente ao câmbio vascular apresenta vasos lenhosos ainda em atividade. IV. O alburno, diferentemente do cerne, é duro e resistente ao ataque de decompositores. Estão corretas apenas as afirmativas: A) I e IV. B) II e III. C) II e IV. D) I, II e III. E) I, III e IV. 17. (UEL) Geralmente, caules subterrâneos que acumulam substâncias nutritivas, denominados tubérculos, são confundidos como sendo raízes tuberosas que também acumulam reserva de amido. Um caso típico desse equívoco seria o de classificar a batata-inglesa como raiz tuberosa. Qual das alternativas apresenta uma característica que diferencia um tubérculo de uma raiz tuberosa? A) O tubérculo possui pelos absorventes para a absorção de água. B) A raiz tuberosa possui gemas axilares para o crescimento de ramos. C) O tubérculo possui coifa para proteger o meristema de crescimento. D) A raiz tuberosa possui gemas apicais para desenvolver novas raízes. E) O tubérculo possui gemas laterais para desenvolver ramos e folhas. 18. (UFPI) Folhas são estruturas aéreas de crescimento determinado, usualmente laminar, com função principal de órgão fotossintético. São extremamente variáveis e importantes na adaptação das plantas a diferentes ambientes. Com relação à folha, é incorreto afirmar: A) As folhas de xerófitas geralmente contêm maior número de estômatos; isso permite uma taxa mais elevada de trocas gasosas durante os períodos, relativamente raros, de suprimento de água. B) Pelos epidérmicos podem ocorrer em uma ou em ambas as superfícies foliares. Juntamente com resinas que são secretadas por alguns pelos, eles podem retardar a perda de água pelas folhas. C) Algumas folhas apresentam em suas margens hidatódios responsáveis pela eliminação do excesso de água na planta em forma de vapor. Esse fenômeno é conhecido como gutação. D) No mesófilo, encontramos espaços intercelulares que estão conectados com a atmosfera através dos estômatos, os quais facilitam as trocas gasosas, e os cloroplastos, que são particularmente especializados para a fotossíntese. E) No mesófilo, encontramos numerosos feixes vasculares, ou nervuras. Em muitas eudicotiledôneas, o padrão reticulado é mais comum; já nas monocotiledôneas, o arranjo de nervuras mais comum é paralelo.

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19. (UFPI) A figura ao lado representa o esquema de um (a):

A) caule de dicotiledônea. C) caule de monocotiledônea. E) folha.

B) raiz primária. D) raiz secundária.

20. (UFPI) Nas folhas de algumas plantas que habitam as regiões áridas, os estômatos localizam-se, geralmente na face inferior (abaxial) da lâmina foliar e dentro de criptas (depressões da epiderme), recobertas de pelos. Essas características são importantes porque: A) facilitam a eliminação de CO2 proveniente da respiração celular. B) diminuem a incidência direta da luz solar, ocasionando o fechamento dos estômatos. C) evitam o contato direto dos estômatos com o ar seco, reduzindo a velocidade de transpiração. D) facilitam a absorção de oxigênio para a respiração celular. E) dificultam a fotossíntese porque diminuem a absorção de luz solar pelos estômatos. 21. (UFRN) O palmito juçara é extraído do topo da palmeira Euterpe edulis, Martius (parente do açaí), outrora abundante em toda a Mata Atlântica. Para essa extração é realizado um corte que produz um único rolo de palmito e é responsável pela parada de crescimento e morte da árvore. Uma alternativa para a produção comercial de palmito é a pupunha (Bactris gasipaes, Kunth), que, além de ser mais fácil de cultivar, diferente da juçara, é capaz de sobreviver à mutilação, fazendo brotar novos ramos. Essa limitação de sobrevivência da palmeira juçara ao corte se explica porque, A) na retirada do palmito do interior do caule, há comprometimento da condução da seiva. B) nessa planta, inexiste tecido de expansão celular além daquele encontrado no ápice do caule. C) em todas as palmeiras, não há folhas além daquelas localizadas no topo da planta. D) nessa espécie, a ausência de gemas laterais não permite a formação de novos ramos. 22. (UFMG) Observe esta figura:

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Nessa figura, podem-se observar marcações feitas com tinta, por um estudante, no embrião de uma semente em germinação, para verificar a taxa de crescimento por região. Após uma semana de observação, ele verificou que a taxa de crescimento tinha sido maior nas regiões identificadas, na figura, pelos algarismos A) I e II. B) I e II. C) II e III. D) II e IV. 23. (UFT) A figura abaixo representa o caule de uma angiosperma com crescimento secundário.

Modificado de: http://flores.culturamix.com/informacoes/morfologia-do-caule. Acesso: 16 de abril, 2012.

Marque a alternativa que indica corretamente as camadas indicadas pelos números: A) I – Cerne; II - câmbio; III – alburno; IV – floema; V – casca. B) I – Cerne; II – alburno; III – câmbio; IV – floema; V – casca. C) I – Alburno; II – cerne; III – floema; IV – câmbio; V – casca. D) I – Alburno; II – cerne; III – câmbio; IV – periciclo; V – floema. E) I – Alburno; II – cerne; III – câmbio; IV - floema; V – periciclo. Questões estilo V ou F 24. (UFPE) Com relação a diferentes tecidos vegetais, analise as proposições abaixo. (_) A periderme, composta pelo feloderme, felogênio e súber, substitui a epiderme quando há crescimento secundário da planta. (_) Enquanto nos caules de gimnospermas a disposição dos feixes vasculares é difusa, nos caules das angiospermas tais feixes têm disposição regular em forma de anel. (_) O aumento de espessura do caule em certas plantas pode provocar o rompimento do súber, o qual se desprende com outros tecidos mortos, compondo, então, o chamado ritidoma. (_) Os feixes liberolenhosos ficam mergulhados no parênquima, tendo, nesses feixes, o xilema a localização interna, e o floema, a localização externa. (_) O câmbio vascular está relacionado com o crescimento primário da planta, e o meristema fundamental determina o crescimento secundário da planta (em espessura). Questões discursivas 25. (FUVEST) Os esquemas representam cortes transversais de regiões jovens de uma raiz e de um caule de uma planta angiosperma. Alguns tecidos estão identificados por um número e pelo nome, enquanto outros estão indicados apenas por números.

Com base nesses esquemas, indique o número correspondente ao tecido A) responsável pela condução da seiva bruta. B) responsável pela condução da seiva elaborada. C) constituído principalmente por células mortas, das quais restaram apenas as paredes celulares. D) responsável pela formação dos pelos absorventes da raiz. 26. (UNICAMP) O calor e a seca do verão de 2003 na França fizeram mais uma vítima fatal: morreu o carvalho que havia sido plantado em 1681, árvore preferida de Maria Antonieta, rainha decapitada na Revolução Francesa. Provavelmente a árvore será cortada mantendo-se apenas a base do seu tronco de 5,5m de circunferência, o que atesta sua longa vida de 322 anos. Adaptado de Reali Júnior, O carvalho de Maria Antonieta em Versalhes morreu de calor, O Estado de S. Paulo, 28 /08/2003.

A) Se não houvesse registros da data do seu plantio, a idade da árvore poderia ser estimada através do número de anéis de crescimento presentes no seu tronco. Como são formados esses anéis? Quais os fatores que podem influenciar na sua formação? B) Seria possível utilizar essa análise em monocotiledôneas? Explique. 27. (UFV) O hábito que algumas pessoas têm de riscar os troncos das árvores, imprimindo marcas, como as iniciais dos seus nomes ou recados do tipo “estive aqui”, pode provocar lesões nas plantas, deixando áreas expostas ao ataque de microorganismos causadores de doenças e também à perda de água do vegetal para o meio externo. Com base no enunciado, responda às questões abaixo: A) Que tecido do tronco da árvore é lesionado no caso descrito acima? B) Se a lesão for mais profunda, além da casca, que tecido pode se tornar aparente? C) O local da lesão logo é cicatrizado, pois as células vizinhas às que se romperam entram em intensas divisões celulares, formando um tecido de cicatrização. Como é chamada a capacidade que uma célula apresenta de regenerar outras células? D) Que produto é extraído, a partir de lesões às cascas de árvores, e qual a sua utilidade na indústria?

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Curso de Biologia 28. (UFV) Os esquemas I e II abaixo correspondem a um tipo de tecido de grande importância para as plantas e algumas de suas especializações celulares distribuídas em dois padrões distintos.

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AULA 9 – Morfologia Vegetal Raiz A raiz é tipicamente um órgão subterrâneo para a fixação da planta e a absorção de água e sais minerais. A estrutura histológica da raiz já foi descrita anteriormente. Agora serão analisados tipos de raízes.

Sistema pivotante e sistema fasciculado Com base nas características desse tipo de tecido, cite: A) as duas classes de vegetais que são diferenciadas pelos padrões de distribuição I e II, respectivamente. B) o nome da estrutura especializada representada nos esquemas. C) o nome do meristema primário que origina esse tipo de tecido. D) o nome das únicas células clorofiladas apresentadas nesse tipo de tecido. E) um exemplo de planta de interesse agronômico que apresenta o padrão de distribuição do tipo de tecido observado no esquema II. 29. (UFRJ) O número de estômatos por centímetro quadrado é maior na face inferior do que na face superior das folhas. Há mesmo folhas de algumas espécies de plantas que não têm estômatos na face superior. Essa diferença no número de estômatos nas duas faces das folhas é uma importante adaptação das plantas. Explique a importância funcional dessa adaptação.

No sistema pivotante ou axial, há uma raiz principal, proveniente da radícula do embrião, de onde saem raízes secundárias ou radicelas. É, como já visto, o sistema encontrado tipicamente em gimnospermas e dicotiledôneas. Esse sistema apresenta grande crescimento em profundidade, sendo adequado para plantas de solos profundos. No sistema fasciculado ou "em cabeleira", não há raiz principal, uma vez que a radícula que emerge da semente degenera, com todas as radicelas sendo raízes adventícias, provenientes diretamente do caule. É, como também já visto, o sistema encontrado tipicamente em monocotiledôneas. Esse sistema não apresenta grande crescimento em profundidade, mas sim em superfície, sendo adequado para solos rasos com bom suprimento hídrico. Em plantas como as gramíneas, a raiz fasciculada é de grande ajuda na retenção de água e na estabilização de solos instáveis, podendo essas plantas serem utilizadas para evitar a erosão.

30. (UFF) Em estudos com Arabidopsis thaliana, um vegetal terrestre, foram utilizadas plantas jovens com genótipo mutante (M), que não apresentam a formação de uma estrutura presente na raiz, e plantas jovens com genótipo normal (N). As plantas foram cultivadas em solução nutritiva em condições adequadas ao crescimento, entretanto, com metade da concentração de fosfato recomendada para essa espécie. Após um mês de cultivo, o teor de fosfato foi avaliado na matéria seca das plantas, fornecendo os resultados apresentados no gráfico ao lado:

A) Qual das regiões da raiz foi afetada pela mutação? Justifique sua resposta. B) Suponha que as plantas jovens com genótipo normal, ao serem transferidas da solução nutritiva para o solo, tenham sido cortadas na região logo abaixo daquela afetada pela mutação nas plantas mutantes (M). Quais foram as regiões perdidas e como isso afeta o crescimento e funcionamento da raiz?

Sistema pivotante e sistema fasciculado, respectivamente; o pivotante penetra mais profundamente, enquanto o fasciculado é mais superficial, mas com grande capacidade de reter água no solo e evitar sua erosão.

Raízes tuberosas Raízes tuberosas são raízes que se apresentam intumescidas pelo armazenamento de substâncias de reserva,

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principalmente amido. Se o intumescimento ocorrer no eixo principal, a raiz é denominada de tuberosa axial; se ocorrer nas radicelas será denominada tuberosa fasciculada. Como exemplo pode-se citar a cenoura e a dália respectivamente. Macaxeira e batata-doce também possuem raízes tuberosas.

Raízes aéreas

Trata-se de um tecido pluriestratificado que reveste a raiz. O exemplo mais notável é o da orquídea. - Raízes grampiformes: São raízes aéreas curtas, semelhantes a grampos, que surgem do caule e têm por função fixar certas trepadeiras em superfícies rugosas. A hera apresenta raízes desse tipo.

- Raízes suporte ou escora: São raízes aéreas (em contato com o ar) e adventícias (que se originam de caules ou de ramos) que aumentam o sistema de fixação de algumas plantas. Como exemplo pode-se citar o milho e plantas de mangue, sendo que estas últimas precisam desse tipo de raiz em particular devido à grande instabilidade do solo em que se instala.

Raízes suportes em mangue (Rhizophora mangle).

- Raízes estranguladoras: São raízes de vegetais epífitas, não parasitas, que vivem sobre outros e que os envolvem, crescendo em direção ao solo. Como têm um crescimento secundário bastante pronunciado, acabam por pressionar o tronco, dificultando a circulação da seiva, matando, assim, a planta suporte. Como exemplo cita-se o cipó mata-pau.

- Raízes respiratórias ou pneumatóforas: São raízes aéreas especiais que apresentam geotropismo negativo, emitindo ramificações ascendentes (pneumatóforos), que apresentam orifícios (pneumatódios), através dos quais penetra o ar. Nas plantas de terrenos alagadiços, onde a oxigenação é muito deficiente, como nos mangues, essas raízes são frequentes. O mangue amarelo (Avicennia sp) é um exemplo característico.

Raízes respiratórias em mangue (Avicennia tomentosa). - Raízes cinturas: São raízes aéreas que consistem em adaptações peculiares das plantas epífitas (plantas que vivem sobre outras plantas). Estas raízes crescem enroladas ao tronco da planta suporte. Como característica fundamental nestas raízes é a presença do velame, que absorve e acumula água das chuvas.

- Raízes sugadoras ou haustórios: São raízes aéreas que caracterizam as plantas parasitas. Têm estruturas de contato, chamadas apressórios. Os tecidos centrais do apressório penetram no caule da planta parasitada constituindo o haustório. As plantas parasitas são classificadas em holoparasitas, quando seus haustórios penetram nos vasos liberianos para retirar seiva elaborada (como no cipó-chumbo, que chega a ser aclorofilado, por retirar material orgânico pronto da planta hospedeira), e em hemiparasitas, quando seus haustórios penetram nos vasos lenhosos (como na erva-de-passarinho).

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Caule

- Raízes tabulares: São raízes aéreas achatadas com aspecto semelhante a tábuas, encontradas em algumas árvores de grande porte. Auxiliam a fixação da planta e aumentam a superfície de respiração, pois são dotadas de lenticelas. Figueira e choupo são exemplos de plantas com essas raízes.

O caule é tipicamente um órgão aéreo de porte ereto para a sustentação da planta e a condução de água, sais minerais e nutrientes orgânicos. A estrutura histológica do caule já foi descrita anteriormente. Agora serão analisados tipos de caules. Algumas plantas apresentam o caule indiviso, não se ramificando, como ocorre com a palmeira e o milho, mas, na maioria das vezes, as plantas possuem o caule ramificado. A ramificação pode ser: - Monopodial: Nele, de um eixo que cresce indefinidamente, partem ramos laterais secundários menores e de crescimento mais lento. - Simpodial: Nele, o eixo primário tem crescimento determinado, sendo interrompido quando há produção de ramos secundários, de crescimento também limitado e que podem por sua vez, produzir eixos terciários, etc.

Caules aéreos eretos - Haste: Caule pouco desenvolvido, flexível e clorofilado, tipicamente encontrado nas dicotiledôneas herbáceas e nas plantas jovens em geral. A couve é um exemplo de haste. - Tronco: Trata-se de um caule bem desenvolvido, lenhoso e ramificado, característico de árvores e arbustos. Ocorre nas gimnospermas e dicotiledôneas de grande porte. - Colmo: Caule também cilíndrico, indiviso e com nós bem nítidos, mas dotado de folhas saindo de cada nó. Como exemplo temos o milho e a cana, que possuem colmos cheios e o bambu, que possui colmo oco.

Raízes aquáticas

Raízes aquáticas são raízes de plantas aquáticas, geralmente não apresentando pelos absorventes e sendo dotadas de coifa dupla e muito desenvolvida para proteção contra microorganismos, abundantes no ambiente aquático. Como exemplo pode-se citar o aguapé (Eichornia crassipes). Trazida como planta ornamental da Europa, é uma planta aquática flutuante com flores roxas e raízes bastante ramificadas, e hoje é muito comum em todo o Brasil. Essa planta se prolifera facilmente, tornando-se uma praga em certas regiões, onde cobrem todo o espelho d'água de lagos, impedindo a passagem de luz para o interior da água, com consequente morte de algas. Hoje ela é projetos de pré-tratamento de rios e esgotos, funcionando como "filtro biológico" natural, purificando a água. As raízes do aguapé abrigam microorganismos que removem detritos orgânicos da água (sendo, pois, decompositores), o que leva à depuração da mesma.

Detalhe de colmo de bambu mostrando os nós com as folhas. - Estipe: Caule cilíndrico e indiviso, com nós bem evidentes, dotado de folhas somente na cúpula da planta. É característico das monocotiledôneas palmáceas.

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Caules aéreos especiais

- Cladódios: São caules achatados de aspecto foliar, fotos sinteticamente ativos e de crescimento indeterminado. Ocorre nos cactos, por exemplo.

Caules aéreos trepadores - Volúvel: Caule que, através de um movimento chamado circunutação, cresce enrolado num suporte. Pode ser dextrógiro, quando sua ponta volta-se para a direita, ou sinistrógiro, quando se volta para a esquerda. O feijão, por exemplo, tem caule volúvel dextrógiro.

- Filocladódios: São caules semelhantes aos cladódios, mas de crescimento determinado. Ocorre no aspargo, por exemplo. - Caules suculentos: São caules aéreos e espessados adaptados para acumular água. Apresentam parênquima aquífero muito desenvolvido. Ocorrem nas xerófitas, como cactos e a barriguda. Observe que os cactos possuem cladódios suculentos.

- Sarmentoso ou escandente: Caule que se fixa a um suporte através de gavinhas, ramos modificados que se enrolam no suporte, ou através de raízes adventícias grampiformes. No primeiro caso, a videira e o maracujá são exemplos; no segundo, a hera.

Barriguda.

Caules subterrâneos

Gavinha: para alguns autores, modificação no ramo, para outros, modificação na folha.

Caules aéreos rastejantes ou prostrados

- Rizomas: São caules que se desenvolvem paralelamente abaixo da superfície do solo. Seus ramos são aéreos e suas raízes são adventícias. Com exemplos temos a bananeira, a samambaia e a espada-de-São Jorge. No caso da bananeira, a parte aérea não é caule, e sim pseudocaule, sendo formado pelas bainhas de enormes folhas, que se juntam numa estrutura maciça.

- Estolhos ou estolões: São caules que rastejam e desenvolvemse paralelamente ao solo. Podem emitir raízes adventícias, folhas e flores a partir dos nós. Os exemplos mais conhecidos são o morango, a melancia e a abóbora. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Bulbo composto de alho; cada dente de alho é uma porção do bulbo.

Caules aquáticos Geralmente tenros e clorofilados, armazenam ar para flutuação através de um parênquima aerífero bem desenvolvido. Como exemplo, temos o aguapé. Pseudocaule em bananeira.

Morfoses caulinares

- Tubérculos: São caules geralmente arredondados, que armazenam substâncias de reserva, principalmente amido. Podem ser diferenciados de raízes tuberosas por apresentarem nós e gemas, das quais podem partir ramos e folhas. São exemplos a batata-inglesa e o inhame. - Bulbos: são caules subterrâneos com internos bastante reduzidos, formando uma estrutura denominada prato. Suas folhas modificadas ou catáfilos protegem o meristema terminal. Podem ser: tunicados, quando os catáfilos forem em forma de túnica, como na cebola, escamosos, quando os catáfilos se dispõem de forma imbricada, como no lírio, ou sólidos, quando os catáfilos forem bastante reduzidos, como na tulipa.

Os caules podem apresentar morfoses, que representam modificações que visam à integração da planta com o seu meio. - Gavinhas: Estruturas que servem de elementos de fixação de muitos vegetais, em especial nas plantas trepadeiras como o maracujá e a videira. Podem ser interpretados como folhas modificadas. - Espinhos: São estruturas caulinares pontiagudas e endurecidas, que servem como elementos de proteção, como ocorre no limoeiro. Também podem ser interpretados como folhas modificadas e muitas vezes se formam com o objetivo de diminuir a superfície de transpiração foliar, como em cactos. Nos cactos, como as folhas se modificam em espinhos, o caule, do tipo cladódio, assume a função fotossintetizante. - Xilopódio: Estrutura subterrânea muito resistente, que acumula substâncias de reserva e água. Tem natureza caulinar e radicular, sendo comum em plantas do cerrado, sujeitas frequentem ente a queimadas. Nesse caso, a parte aérea da planta pode morrer, mas o xilopódio se mantém vivo, posteriormente originando outra planta.

Folhas

Rodelas de cebola evidenciando catáfilos.

A folha é uma modificação de um ramo, produzido a partir de gemas laterais. De superfície ampla para aumentar a superfície de captação de luz, e de espessura reduzida para melhorar a circulação de gases, ela é o órgão especializado em fotossíntese na planta, sendo sempre clorofilado. Morfologicamente, a folha é constituída dos seguintes elementos: - Lâmina ou limbo: porção laminar onde são encontrados os tecidos assimiladores revestidos por uma epiderme, e onde geralmente o pecíolo se ramifica formando as nervuras. - Pecíolo: É a parte da folha em forma de uma pequena haste que liga o limbo ao caule.

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- Bainha: É a parte basal, localizada geralmente na base do pecíolo, que abraça total ou parcialmente o caule e que serve para fixar a folha. - Nervuras: São estruturas constituídas por elementos de sustentação e condução, contendo o xilema e o floema da folha. - Estípulas: Apêndices da bainha que algumas folhas têm em sua base, como ocorre na roseira. Em algumas plantas, como na ervilha, as folhas se modificam em gavinhas, e as estipulas passam a ter grande superfície, assumindo a função de fotos síntese. Dá-se o nome de folhas incompletas àquelas em que falta algum dos elementos principais: bainha, pecíolo ou limbo. - Folha peciolada: Nela, o pecíolo se insere diretamente no caule, não havendo bainha ou havendo bainha pouco desenvolvida. Na maioria das plantas dicotiledôneas, é esse o padrão de folhas.

Filotaxia é a disposição das folhas no caule. Quanto à filotaxia, as folhas podem ser alternas, na qual cada nó se fixa numa folha; oposta, quando em cada nó se fixam duas folhas, ou verticilada, quando no mesmo nó inserem-se 3 ou mais folhas:

- Folha invaginante: Nela, a bainha prolonga-se com o limbo, não havendo pecíolo. Nas monocotiledôneas, é esse o padrão de folhas. Particularmente nas gramíneas, pode ocorrer ainda um apêndice membranoso que reforça a união entre limbo e a bainha, chamado de lígula.

Filotaxia oposta. - Folha séssil: Nela, o limbo se insere diretamente no caule, não havendo pecíolo nem bainha, como nas folhas de fumo.

Quanto à duração, as folhas podem ser persistentes, o que ocorre me vegetais perenifólios ou canudos, o que ocorre em vegetais caducifólios, cujas folhas caem na estação seca.

Morfoses foliares

Em gavinhas e espinhos, não ocorre o limbo da folha, sendo também elas folhas incompletas.

Classificação

As folhas podem ser simples ou compostas. Nas folhas simples, o limbo é indiviso, ou seja, não está dividido em partes. A maioria das folhas é desse tipo. Nas folhas compostas, o limbo é dividido em porções laminares, chamadas de folíolos, sendo que o pecíolo também é ramificado.

Muitas espécies de vegetais possuem folhas modificadas para a realização de funções especializadas ou para assegurar a sobrevivência em condições excepcionais recebendo denominações distintas. Destacamos os seguintes exemplos principais. - Espinhos: São folhas que reduziram a sua superfície como proteção contra a transpiração excessiva, e cuja extremidade pontiaguda constitui eficiente proteção contra os animais. Ex.: cactos - Brácteas: São folhas coloridas que se inserem na base das flores ou na periferia das inflorescências, fornecendo proteção e atração

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- Escamas e catáfilos: São folhas, geralmente incolores e carnosas, que cobrem os bulbos (escamosos e tunicados) e que protegem as gemas axilares de muitas plantas. - Folhas carnívoras: Possuem diversas adaptações para a captura de insetos. Em algumas delas ocorrem folhas em forma de urna, que se fecham ao contato, como em Sarracenia sp. Em outras, ocorrem folhas dotadas de cerdas ou tentáculos secretores de material pegajoso, como em Drosera sp.

Brácteas em flamboyant. - Glumas: São brácteas pequenas que ocorrem nas gramíneas, e cujas flores não têm perianto. Ex.: grama, capim, trigo.

Folhas de Dionaea, planta carnívora

Inflorescência em gramínea, protegida por glumas. - Espata: É a grande lâmina foliar branca ou pigmentada que protege as inflorescências em forma de espiga. Ex.: copo-de-leite e antúrio.

- Folhas coletoras: São características de vegetais epífitas, nos quais as rosetas foliares servem à captação e ao armazenamento de água de chuva. Ex.: cravo-do-mato. - Filódios: São folhas sem limbo nas quais o pecíolo se torna achatado para suprir sua falta. Ex.: acácia. - Cotilédones: São folhas embrionárias com função nutridora (reserva), encontrada nas sementes. - Folhas de multiplicação vegetativa: Em algumas folhas, como o caso da folha da fortuna, o meristema primário pode permanecer ativo e originar raiz, caule e folha, formando uma plantinha (plântula). - Esporófilos: Folhas modificadas contendo esporângios para a reprodução sexuada. - Antófilos (pétalas, sépalas, estames e carpelos): Formam as flores. Os verticilos florais são formados por folhas modificadas, que se destinam à reprodução sexuada. Cada folha transformada em elemento da flor é denominada de antófilo. Por esta razão, as plantas angiospermas, que formam flores, são, também, denominadas de antófilas.

Heterofilia

Fala-se de heterofilia quando dois ou mais tipos de folhas se formam sobre o mesmo vegetal, ou quando se formarem diferentes tipos de folhas em sucessivas fases de crescimento da planta.

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Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Considere as seguintes partes da planta: I. Raiz. II. Caule. III. Folha. IV. Flor. V. Fruto. VI. Semente. Assinale a alternativa que classifica corretamente os alimentos da tabela quanto à sua principal parte comestível. PINHÃO CEBOLA CENOURA CHUCHU A) VI III I V B) V I II V C) V I II II D) IV V I II E) II IV VI I 2. (UNICHRISTUS) CANA-DO-BREJO: ÓTIMA PARA OS RINS E REUMATISMO

A cana-do-brejo é uma planta herbácea, de haste dura, com folhas alternas, oblongas, invaginantes, verde- -escuras, com bainha pilosa e avermelhada nas margens. Suas flores são amarelas com brácteas cor de carmim. A caninha-do-brejo é um diurético de uso comprovado pela ciência. Partes utilizadas: rizomas, hastes e folhas frescas. Princípios Ativos: ácido oxálico, inulina, taninos, matérias pécticas. Propriedades medicinais: anti-inflamatória dos rins e bexiga, antilítica, antidiabética, antirreumática, aperitiva, calmante das excitações nervosas e do coração, depurativa, diurética, diaforética, emenagoga, estomáquica, febrífuga, resolvente de tumores, sudorífera, tônica. http://viver-bem-a-vida.blogspot.com.br/2013/01/cana-do-brejo. Fonte: www.caldeiraodeplantasmedicinais.com

Relacionando o texto a seus conhecimentos de Química e Biologia, pode-se inferir que A) rizoma é um caule que cresce horizontalmente, geralmente subterrâneo, mas pode também ter porções aéreas. B) não é possível uma planta apresentar substâncias com propriedades diurética e sudorífera. C) o ácido inorgânico presente entre os princípios ativos apresenta fórmula molecular H2C2O4. D) o ácido presente entre os princípios ativos é orgânico e apresenta fórmula molecular H2CO2. E) a propriedade medicinal dessa planta de ser antidiabética devese à presença de insulina.

3. (UECE) Os vegetais apresentam superfícies foliares e radiculares bastante ramificadas. Esta afirmativa encontra-se relacionada ao tipo de nutrição e de reserva de energia desses seres vivos. Com relação ao que foi dito acima, podemos afirmar corretamente que: A) plantas áfilas não são capazes de realizar fotossíntese, e, portanto, retiram seus nutrientes do solo. B) para as plantas é mais vantajoso apresentar uma maior superfície corporal, pois essa característica determina uma maior área de absorção de água e luz. C) a raízes fasciculadas, típicas de dicotiledôneas, absorvem mais água que as raízes pivotantes. D) por não possuírem folhas verdadeiras, as briófitas realizam um processo alternativo a fotossíntese para produzir a energia necessária a sua sobrevivência. 4. (UECE) Algumas plantas permanecem ativas durante períodos de seca. Para tanto, tiveram que desenvolver adaptações estruturais que possibilitaram sua sobrevivência. Assinale a alternativa que contém apenas exemplos de adaptações a ambientes secos. A) Cutícula, pneumatóforos, tricomas. B) Aerênquima, tricomas, espinhos. C) Suculência, cutícula, glândulas de sal. D) Espinhos, tricomas, suculência. 5. (UECE) O quadro abaixo se refere a adaptações morfológicas que ocorrem em plantas. PARTE DA PLANTA ADAPTAÇÃO MORFOLÓGICA I Estipe Folha II Raiz III IV Gavinha Assinale a alternativa cujos elementos preenchem de forma correta os espaços I, II, III, IV, respectivamente. A) raiz, catáfilo, rizoma, fruto. B) caule, bráctea, pneumatóforo, ramo. C) caule, composta, aérea, gavinha. D) folha, simples, tubérculo, ramo 6. (UECE) Associe a coluna I (caules subterrâneos), com a coluna II (vegetal que apresenta o respectivo tipo de caule). COLUNA I COLUNA II 1. Rizoma (_) Batatinha 2. Tubérculo (_) Samambaia 3. Bulbo (_) Bananeira (_) Cebola A associação correta na coluna II, de cima para baixo, é: A) 1-2-1-3. B) 2-1-1-3. C) 2-1-3-2. D) 1-2-3-3. 7. (UECE) As folhas podem modificar-se e produzirem: A) gavinhas, lenticelas e ócrea. B) brácteas, espinhos e coifa. C) espinhos, brácteas e gavinhas. D) estípulas, espinhos e pelos.

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Curso de Biologia 8. (FCM-JP) Ao preparar sua refeição José incluiu no seu cardápio, arroz, feijão preto e batata inglesa. Considerando esta ordem, assinale a alternativa que representa a parte comestível, do cardápio de José. A) Endosperma da semente, caule, semente. B) Semente, endosperma da semente, raiz. C) Endosperma da semente, semente, caule. D) Semente, raiz e fruto. E) Semente, caule, raiz. 9. (UPE) As raízes são caracterizadas como órgãos cilíndricos, subterrâneos e aclorofilados, que apresentam geotropismo positivo e fototropismo negativo. Externamente, a raiz distingue-se do caule, por não apresentar nós e internós nem gemas laterais ou folhas, salvo poucas exceções. As raízes se classificam segundo o meio onde se encontram, podendo ser terrestres, aéreas ou aquáticas e desempenhando, ainda, diversas funções. Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira. COLUNA I – COLUNA II – CARACTERÍSTICAS TIPOS DE RAÍZES 1. Pivotantes ou (_) Emitem ramificações verticais axiais ascendentes, de geotropismo negativo, que 2. Tuberosas crescem para fora dos solos encharcados. 3. Suportes Geralmente apresentam estruturas de 4. Aéreas aeração, denominadas pneumatódios, que 5. Pneumatóforos auxiliam a planta na obtenção do oxigênio atmosférico, em solos com pouco oxigênio. (_) Desenvolvem-se parcial ou totalmente em contato com a atmosfera, apresentando as mais diversas adaptações estruturais e funcionais. São comuns entre as plantas epífitas, e todas são consideradas adventícias quanto à origem. (_) Apresentam um sistema radicular bem desenvolvido, formando outras raízes adventícias acima do solo. Essas raízes se formam especialmente naquelas plantas, nas quais haveria perda de estabilidade, seja pelo fato de o substrato não oferecer apoio suficiente, seja pelo fato de a planta ser relativamente alta para sua reduzida base de apoio. (_) Desenvolvem-se como estruturas de reserva, tornando-se intumescidas. O acúmulo de substâncias de reserva pode ocorrer na raiz principal ou nas raízes laterais. (_) Apresentam uma raiz principal, maior e mais desenvolvida, que penetra perpendicularmente, no solo e forma muitas raízes secundárias, cada vez mais finas, que crescem em direção oblíqua. Marque a alternativa que apresenta a sequência correta. A) 5, 4, 3, 2, 1. B) 5, 3, 1, 4, 2. C) 1, 2, 3, 4, 5. D) 2, 4, 1, 3, 5. E) 4, 3, 1, 5, 2.

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10. (UPE) Açaí ou Juçara é o fruto bacáceo de cor roxa, que dá em cacho na palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome científico é Euterpe oleracea. Espécie monocotiledônea nativa da várzea da região amazônica, especificamente dos seguintes países: Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas e Brasil (estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia, Acre e Tocantins). A festa da Juçara do Maranhão refere-se ao açaí. Fonte: adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7a%C3%AD.

Sobre o texto, analise os itens abaixo: I. O termo monocotiledônea coloca o açaizeiro no grupo de plantas traqueófitas e fanerógamas. II. O termo palmeira encontrado no texto refere-se a plantas, que possuem caule cilíndrico, não ramificado, do tipo estipe. III. As regiões, onde são encontradas essas palmeiras, possuem em comum sua localização dentro de áreas de clima temperado. IV. O fruto do açaizeiro é resultado da fecundação de uma criptógama com formação de flor e fruto. Estão corretos os itens A) I e II. B) II e III. C) III e IV. D) I, II e III. E) I, II e IV. 11. (UPE) Fibras vegetais são empregadas na fabricação de telhas e caixas d’água, através da tecnologia do fibracimento, como alternativa aos materiais de construção civil, em substituição aos produzidos com amianto. É uma tecnologia nacional, que utiliza fibras vegetais da madeira, como pinho e eucalipto. Também são aproveitadas fibras de outras partes vegetais de folhas de sisal e bananeira, frutos, como o coco, e o bagaço da cana-de-açúcar, com a finalidade de adicionar reforços aos materiais de ação cimentante. Analise as afirmativas que vêm a seguir, referentes às palavras sublinhadas do texto acima. I. Fibras vegetais da madeira: fibras de esclerênquima e de xilema são impregnadas de lignina, que conferem resistência à estrutura. II. Bananeira: vegetal de caule subterrâneo tipo rizoma; suas folhas largas têm bainhas que se enrolam. III. Coco: pseudofruto do coqueiro, planta monocotiledônea. IV. Cana-de-açúcar: caule tipo estipe, com armazenamento de glicose. Marque a alternativa que reúne as afirmativas corretas. A) I, II e III, apenas. B) II, III e IV, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) III e IV, apenas. 12. (FUVEST) Que características esperamos encontrar em uma angiosperma aquática e submersa? A) Sistema vascular bem desenvolvido e epiderme rica em estômatos. B) Tecidos de sustentação bem desenvolvidos e epiderme rica em estômatos. C) Tecidos de sustentação bem desenvolvidos e sistema vascular reduzido. D) Tecidos de sustentação e sistema vascular bem desenvolvidos. E) Tecidos de sustentação pouco desenvolvidos e epiderme sem estômatos.

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13. (UNESP) O quadro apresenta, na linha principal, diferentes ecossistemas e, nas linhas numeradas de 1 a 5, estruturas adaptativas presentes em diferentes espécies vegetais. ECOSSISTEMA MANGUEZAIS LAGOS CERRADO CAATINGA 1 Raízes profundas; Pneumatóforos Espinhos; Caules Pneumatóforos Espinhos tortuosos 2 Raízes-escora; Glândulas Aerênquima Pneumatóforos Raízes-escora; Glândulas de sal de sal 3 Pneumatóforos; Raízes-escora Raízes-escora; Glândulas de sal Aerênquima Aerênquima 4 Espinhos; Pneumatóforos Glândulas de sal Espinhos; Raízes Aerênquima profundas 5 Raízes-escora; Aerênquima Caules tortuosos Espinhos Pneumatóforos A linha que relaciona corretamente as estruturas adaptativas ao ecossistema onde as mesmas são mais frequentemente encontradas nas plantas é A) 1. B) 2. C) 3. D) 4. E) 5. 14. (UNIFESP) Que partes de uma planta são ingeridas em uma refeição constituída de batatinha, cenoura, milho verde, grãos de feijão e alcachofra? BATATINHA CENOURA MILHO VERDE GRÃOS DE FEIJÃO ALCACHOFRA A) raiz caule fruto fruto inflorescência B) raiz raiz semente semente flor C) caule raiz semente fruto flor D) caule raiz fruto semente inflorescência E) caule caule semente fruto inflorescência 15. (UERJ) No preparo de uma sopa, foram utilizados 3 kg de tomate, 2 kg de berinjela, 1 kg de abobrinha, 1 kg de pimentão, 3 kg de vagens de ervilha, 1 kg de couve-flor e 1 kg de brócolis. A sobremesa foi preparada com 6 kg de laranja. Considerando o conceito botânico de fruto, a quantidade total, em kg, de frutos usados nesta refeição, foi igual a: A) 6. B) 9. C) 13. D) 16. 16. (UFV) Plantas como beterraba, batata-doce, cenoura e batata inglesa apresentam como característica comum o armazenamento de reservas nutritivas em algum órgão tuberoso. Assinale a alternativa que apresenta incorretamente o órgão de armazenamento da planta indicada: A) beterraba: raiz. B) batata-doce: caule. C) cenoura: raiz. D) batata inglesa: caule. 17. (UFV) As plantas, como organismos sésseis, necessitam de adaptações para sobreviverem a determinadas condições ambientais. Nos cerrados ou em campos rupestres, onde o fogo é de ocorrência frequente, certas espécies apresentam um tipo de órgão subterrâneo rico em substâncias de reserva, o qual pode brotar após as queimadas. A alternativa em que aparece exemplificado esse tipo de órgão é: A) Pneumatóforo. B) Hidatódio. C) Xilopódio. D) Laticífero. E) Haustório.

18. (UFJF) As plantas vasculares apresentam uma grande diversidade de adaptações morfológicas que permitem a ocupação dos mais diferentes tipos de ambientes. Com relação aos sistemas radiculares e caulinares, é correto afirmar que: A) O rizoma da bananeira é um tipo de raiz pivotante armazenadora de amido. B) Na cebola, o sistema caulinar é do tipo colmo, formado por camadas de folhas carnosas armazenadoras. C) As plantas parasitas, como a erva-de-passarinho, desenvolveram raízes aéreas sugadoras ou haustórios. D) Em regiões com estresse hídrico, muitas espécies de plantas xerófitas, como os cactos, desenvolvem raízes do tipo pneumatóforos. E) Os cladódios são sistemas radiculares especializados no armazenamento de nutrientes. 19. (UFJF) Correlacione os diferentes tipos de adaptações morfológicas das plantas com o hábito ou com o ambiente onde elas ocorrem: 1. caule transformado em gavinhas (A) caatinga 2. folhas transformadas em espinhos (B) trepadeiras 3. raízes respiratórias (pneumatóforos) (C) mangue 4. velame (D) parasitas 5. haustórios (E) epífitas A) 1B, 2A, 3C, 4E, 5D. B) 1E, 2A, 3D, 4C, 5B. C) 1C, 2E, 3D, 4A, 5B. D) 1B, 2D, 3C, 4E, 5A. E) 1C, 2E, 3B, 4A, 5D.

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Curso de Biologia 20. (UFPR) Imagine que você tenha recebido do seu nutricionista a seguinte recomendação para uma dieta: ingerir diariamente uma porção de tubérculos, raízes tuberosas, folhas verdes, frutos do tipo baga e sementes do tipo cariopse. Qual das alternativas abaixo apresenta os vegetais que atendem a dieta indicada? A) Batata, cenoura, espinafre, uva e milho. B) Beterraba, rabanete, couve-flor, abacate e arroz. C) Mandioca, cebola, couve, pêssego e semente de girassol. D) Nabo, alho, brócolis, tomate e amendoim. E) Batata-doce, alface, rúcula, acerola e ervilha. 21. (UEL) Christos e espiciarias! – por Cristo e especiarias – foi o grito jubiloso dos marinheiros de Vasco da Gama quando, em maio de 1498, eles se aproximaram da Índia e da meta de ganhar uma fortuna incalculável com condimentos que durante séculos haviam

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sido monopólio dos mercadores de Veneza. A sua demanda e a das fragrantes moléculas da pimenta, da canela, do cravo-da-índia, da noz-moscada e do gengibre estimularam uma procura global que deu início à Era dos Descobrimentos. Adaptado de: COUTEUR, P.; BURRESON, J. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. p.23.

Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, o órgão da planta utilizado como especiarias: pimenta, canela, cravoda-índia, noz-moscada e gengibre. A) Fruto, semente, botão floral, rizoma, tronco. B) Fruto, tronco, botão floral, semente, rizoma. C) Rizoma, semente, tronco, botão floral, fruto. D) Semente, rizoma, fruto, botão floral, tronco. E) Semente, tronco, botão floral, fruto, rizoma.

22. (UEL) As plantas vasculares colonizaram a paisagem terrestre durante o período Devoniano Inferior, há cerca de 410 a 387 milhões de anos. A ocupação do grande número de hábitats demandou uma grande variedade de formas e adaptações nas plantas. Com base na morfologia dos diferentes tipos de caules, assinale a alternativa que contém caules adaptados à reprodução assexuada e à fotossíntese, respectivamente. A) Rizoma e Bulbo. B) Colmo e Bulbo. C) Estolão e Rizoma. D) Cladódio e Estolão. E) Estolão e Cladódio. 23. (UEL) Observe a tabela: Brasil Arroz polido Milho em grão Feijão rajado Cebola Tomate Batata inglesa

24,546 3,179 5,077 3,471 5,000 5,271

AQUISIÇÃO ALIMENTAR DOMICILIAR PER CAPITA ANUAL (kg) Grandes Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul 26,938 20,654 27,274 18,031 2,279 3,013 3,944 2,459 5,280 5,297 6,077 1,247 2,776 3,401 3,474 4,389 3,257 4,942 5,505 4,758 2,390 2,737 6,084 10,310

Centro-Oeste 34,582 1,686 5,939 2,568 4,587 3,011

Adaptado de: IBGE, Diretoria de pesquisas, coordenação de índices de preços. Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 22 jul. 2007.

Com relação aos dados da tabela e nos conhecimentos sobre morfologia vegetal, é correto afirmar: A) O Brasil consome mais vegetais classificados como fanerógamas, angiospermas e dicotiledôneas. B) A Região Sudeste consome mais angiospermas, monocotiledôneas com frutos deiscentes. C) A Região Centro-Oeste consome menos fanerógamas, dicotiledôneas com fruto tipo cariopse. D) A Região Norte, em relação às demais regiões, consome menos angiospermas com frutos deiscentes. E) A Região Sul consome mais dicotiledôneas que produzem caules subterrâneos. 24. (UEL) Considere as descrições a seguir, referentes a quatro diferentes espécies vegetais. I. Vegetal com folhas verdes, cujas raízes cresçam aderidas à casca de uma árvore. II. Vegetal com folhas verdes, com raízes imersas no xilema dos ramos de uma árvore. III. Vegetal sem clorofila, com raízes imersas no floema dos ramos jovens de uma árvore. IV. Vegetal sem clorofila, com raízes imersas na matéria vegetal morta depositada sobre o solo.

As espécies vegetais descritas acima respectivamente, a: A) Ectoparasita, Endoparasita, Saprófita, Epífita. B) Epífita, Hemiparasita, Holoparasita, Saprófita. C) Hemiparasita, Epífita, Holoparasita, Saprófita. D) Epífita, Endoparasita, Ectoparasita, Micorriza. E) Orquídea, Bromélia, Parasita, Cogumelo.

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correspondem,

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25. (UFRGS) As afirmações abaixo referem-se às plantas que se desenvolvem sobre as árvores. I. Caracterizam-se pela presença de bulbos, tubérculos e rizomas. II. Podem apresentar adaptações morfológicas como os haustórios nas raízes e as escamas nas folhas. III. Apresentam sementes ou frutos com ganchos para facilitar a dispersão por mamíferos como capivaras e graxains. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. 26. (UFPI) O caule é a estrutura que intermedeia os sistemas radicular e fotossintético (folhas), e é o eixo principal da planta. É sempre dividido em nós e entrenós, podendo realizar também reservas de amido, entre outras funções. Entre os exemplos abaixo, marque a opção que contém somente exemplos exclusivos de tipos de caules e/ou estruturas caulinares. A) Espinhos e gavinhas. B) Sarmentosos e pneumatóforos. C) Haustórios e bulbos. D) Cladódios e velame. E) Colmos e estolão. 27. (UFPB) Os diferentes órgãos vegetais podem apresentar adaptações que lhes permitem desempenhar funções especiais. Sobre essas adaptações, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo: (_) Brácteas coloridas e vistosas são modificações que favorecem a polinização por insetos e pássaros. (_) Os espinhos encontrados nos limoeiros e nas roseiras são modificações, apresentadas pelos caules, que evitam a perda de água por transpiração. (_) Catáfilos desenvolvidos, como os das cebolas, atuam como órgãos de reserva. (_) Raízes adventícias do tipo escoras, encontradas em plantas típicas dos mangues, são adaptações ao solo pobre em oxigênio. A sequência correta é: A) VVVF. B) VVFF. C) FFVV. D) VFVF. E) FVVF.

derivada da raiz primária do embrião, da qual partem várias raízes laterais. O sistema radicular fasciculado degenera-se, logo plantas com esse tipo de sistema não desenvolvem raiz principal. (_) Dicotiledôneas são plantas que possuem folhas pecioladas, isto é, o limbo prende-se ao ramo caulinar por meio de um pecíolo. Monocotiledôneas, são invaginantes e prendem-se ao caule por meio de uma bainha, que corresponde a uma modificação da base do pecíolo. Nesse caso, folhas das dicotiledôneas diferem das monocotiledôneas não só pela presença de pecíolo, mas também pelas nervuras. (_) Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das angiospermas. Protegem as sementes e auxiliam em sua disseminação. Correspondem ao desenvolvimento do ovário que ocorre após a fecundação. Algumas espécies desenvolvem os seus frutos sem sementes; fenômeno conhecido como partenocarpia. (_) As angiospermas estão divididas em duas classes a saber: Classe Monocotyledoneae e Classe Dicotyledoneae. Na primeira classe, as folhas possuem nervuras paralelas (paralelinérveas), as raízes são fasciculadas e a flor é trímera. Já na segunda classe, as folhas apresentam-se com nervuras ramificadas, as raízes são axiais e as flores apresentam uma organização tetrâmera ou pentâmera. (_) Elas formam grandes florestas no hemisfério norte. Representam uma soma considerável de todas as florestas no mundo. No Brasil, podemos exemplificar a Mata de Araucária, a qual é formada por pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia). O pau-brasil (Caesalpinia echinata) pode ser citado como um dos mais importantes exemplos de plantas representantes desse grupo vegetal. Assinale a sequência correta: A) FFVVV. B) FVVFF. C) VVVVF. D) FFFFV. E) FVFFF. 29. (UFPE) Os caules subterrâneos e aéreos, ilustrados em 1, 2, 3, 4 e 5, são observados, respectivamente, em plantas de:

28. (UFCG) As angiospermas são as plantas dominantes no planeta, formando a maior parte da vegetação, incluindo árvores, arbustos, trepadeiras, capins etc. Estas plantas habitam no solo, na água ou sobre outras plantas. Analise abaixo as seguintes características sobre as Angiospermas e assinale verdadeira (V) ou falsa (F). (_) Possuem dois tipos principais de sistemas radiculares: pivotante ou axial (dicotiledôneas) e fasciculado monocotiledôneas). No sistema pivotante há uma raiz principal, VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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A) morango, banana, gengibre, maracujá e cana-de-açúcar. B) banana, morango, maracujá, cana-de-açúcar e milho. C) milho, batata, banana, maracujá e morango. D) morango, gengibre, batata, banana e milho. E) maracujá, gengibre, batata, morango e cana-de-açúcar. 30. (UFG) O berimbau é um instrumento musical de origem africana, muito tocado no Brasil em rodas de capoeira. Em sua obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil Jean-Baptiste Debret descreveu o berimbau como segue: "Este instrumento musical se compõe da metade de uma cabaça presa a um arco curvo de bambu, com um fio de latão, sobre o qual se bate ligeiramente. Pode-se conhecer o instinto musical do tocador, que apoia a mão sobre a frente descoberta da cabaça a fim de obter, pela vibração, um som grave e harmonioso”. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2012.

As estruturas vegetais obtidas da cabaceira, Cucurbita sp., e do bambu, Bambusea sp., utilizadas para fabricar o instrumento musical descrito são, respectivamente, A) pseudofruto e estipe. B) fruto composto e haste. C) fruto verdadeiro e colmo. D) infrutescência e tubérculo. E) fruto partenocárpico e tronco. Questões estilo V ou F 31. (UPE) Sobre as características morfológicas dos vegetais, analise as afirmativas abaixo. (_) Na bananeira, o caule subterrâneo, do tipo rizoma, torna-se bem visível na produção e na sustentação do cacho de banana. (_) O caule da batata-doce, denominado de túbera, é especializado no armazenamento de substâncias de reservas. (_) A palma, cactácea utilizada para alimentação do gado no período de seca no Sertão, apresenta o tronco do tipo cladódio. (_) A castanha de caju é um fruto indeiscente do tipo aquênio. (_) O grão de milho e o grão de girassol são tipos de frutos secos deiscentes. Questões discursivas 32. (FUVEST) Duas plantas da mesma espécie, que vivem em ambientes distintos, apresentam folhas morfologicamente diferentes, representadas nas figuras A e B.

A) Indique, justificando, qual das folhas corresponde à planta que vive em campo aberto e qual corresponde à planta que vive no interior de uma floresta. B) Se recortarmos um quadrado de mesma área de cada uma dessas folhas e extrairmos a clorofila, de qual amostra se espera obter maior quantidade desse pigmento? Por quê? 33. (FUVEST) Uma semente deixada por um pássaro origina uma planta que se desenvolve em cima de uma árvore. Um investigador faz observações frequentes acerca do desenvolvimento dessa planta e da árvore que a suporta. Após um longo período de coleta de dados, ele conclui que se trata de uma planta epífita, e não de uma parasita. A) Cite duas características que permitiriam ao investigador distinguir essa planta de urna parasita. B) Qual a vantagem de uma planta epífita se desenvolver sobre outra planta? 34. (UNICAMP) Na cantina do colégio, durante o almoço, foram servidos 10 tipos de alimentos e bebidas: 1 – arroz, 2 – feijão, 3 – bife, 4 – salada de alface, 5 – salada de tomate, 6 – purê de batata, 7 – sopa de ervilha, 8 – suco de pêssego, 9 – pudim de leite e 10 – chá de hortelã. A) Na preparação de quais alimentos acima foram utilizados frutos ou sementes? B) Dentre os frutos carnosos utilizados na preparação dos alimentos, um é classificado como drupa e outro como baga. Quais são eles? Que características morfológicas diferenciam os dois tipos de frutos? C) Indique o prato preparado à base de uma estrutura caulinar. Explique por essa estrutura pode ser assim denominada. 35. (UNESP) O cipó-chumbo é um vegetal que não possui raízes, nem folhas, nem clorofila. Apresenta estruturas especiais que penetram na planta hospedeira para retirar as substâncias que necessita para viver. Por sua forma de vida, o cipó-chumbo é considerado um holoparasita. Uma outra planta, a erva-depassarinho, é considerada um hemiparasita e, embora retire das plan-tas hospedeiras água e sais minerais, possui folhas e clorofila. Considerando estas informações, responda. A) Pelo fato de o cipó-chumbo ser holoparasita, que tipo de nutriente ele retira da planta hospedeira para a sua sobrevivência? Justifique sua resposta. B) Quais estruturas das plantas hospedeiras são “invadidas” pelo cipó-chumbo e pela erva-de-passarinho, respectivamente? Justifique sua resposta. 36. (UNESP) Um aluno de uma Escola de Ensino Médio recebeu de seu professor de Biologia uma lista de diversos vegetais considerados comestíveis. O aluno elaborou um quadro onde, com

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o sinal (X), indicou o órgão da planta utilizado como principal alimento. VEGETAIS RAIZ CAULE FRUTO PSEUDOFRUTO COMESTÍVEIS Batata inglesa X Azeitona X Tomate X Manga X Pera X Mandioca X Maçã X Cenoura X Cebola X Moranguinho X Pepino X Após a análise do quadro, o professor informou ao aluno que ele havia cometido quatro erros. A) Indique os quatro erros cometidos pelo aluno e identifique os verdadeiros órgãos a que pertencem os vegetais assinalados erradamente. B) Quais são as estruturas da flor que dão origem, respectivamente, aos frutos verdadeiros e aos pseudofrutos relacionados no quadro? 37. (UFPB) O aguapé (Eichornia crassipes) é uma planta aquática flutuante com flores roxas e raízes bastante ramificadas, muito comum em todo o Brasil. Essa planta passou a ser pesquisada e utilizada em projetos de pré-tratamento de rios e esgotos, funcionando como "filtro biológico" natural, purificando a água.

Explique como funciona esse filtro biológico. 38. (UFRJ) A distribuição das folhas de uma planta ao longo dos nós presentes no caule segue padrões de organização conhecidos como filotaxia. Na "filotaxia oposta" as folhas aparecem aos pares em cada nó e cada folha está diametralmente oposta à outra. Além disto, o par de um nó forma ângulo de 90° com os pares imediatamente superior e inferior. Em geral, os nós são também distantes entre si.

Explique a importância da filotaxia oposta para os processos metabólicos das plantas.

AULA 10 – Nutrição e Absorção Nutrição A nutrição das plantas é autotrófica, nisso diferindo da nutrição animal, que é heterotrófica. Enquanto os animais obtêm alimento comendo outros seres vivos, as plantas fabricam elas mesmas a matéria orgânica que lhes serve de alimento. Para isso utilizam gás carbônico proveniente do ar e água e sais minerais retirados do solo. Elas sintetizam todas as substâncias orgânicas de que necessitam a partir de água (H2O), sais minerais, gás carbônico (CO2) e energia luminosa. No século XVII o fisiólogo belga Jean-Baptiste van Helmont investigou a nutrição das plantas por meio de um experimento simples. Plantou uma semente em um vaso que continha 90,9 quilogramas de solo e, 5 anos mais tarde, pesando a planta e o solo restante no vaso, Helmont verificou que a planta gerada pela semente pesava 76,8 quilogramas e o solo, 34,1 quilogramas, ou seja, havia diminuído 56,8 quilogramas. A conclusão foi de que cerca de 56,8 quilogramas da planta eram proveniente de substâncias do solo e que os 20 quilogramas restantes deviam ser provenientes da água com que o vaso era regado. Um século mais tarde o fisiólogo inglês Stephen Hales sugeriu que as plantas, além do que retiravam do solo, alimentavam-se principalmente de substâncias presentes no ar.

Fatores edáficos: o solo Hoje sabemos que as plantas retiram do solo apenas água, sais minerais e gás oxigênio necessário à respiração das raízes. Uma planta pode se desenvolver normalmente na ausência do solo, desde que sejam adicionados certos sais minerais à água que lhe é fornecida. Os sais minerais contêm elementos químicos essenciais ao desenvolvimento da planta. Componentes inorgânicos do solo O solo se forma pela decomposição de rochas, causada tanto por fatores físicos quanto pela ação de organismos vivos. As características de cada solo dependem dos tipos de rocha a partir dos quais se formaram. Além da composição química, os solos diferem também quanto ao tamanho das partículas que os compõem. Partículas grandes, com diâmetro entre 2 e 0,02 milímetros, são genericamente chamadas de areias; partículas de tamanho médio, com diâmetro entre 0,02 e 0,002 milímetro, são chamadas de siltes; partículas pequenas, com diâmetro menor que 0,002 milímetro, são chamadas de argilas. As partículas de argila, por terem carga negativa, atraem íons minerais com carga positiva, evitando que eles sejam lavados do solo pelas águas das chuvas. Solos bons para a agricultura têm aproximadamente 40% de areia, 40% de silte e 20% de argila. Solos muito arenosos retêm pouca água e sais minerais. Solos muito argilosos, por sua vez, tendem a tornar-se muito compactos, o que diminui os espaços entre as partículas, onde se acumulam água e ar. Ar e água no solo Aproximadamente 30 a 60% do volume do solo corresponde aos espaços existentes entre as partículas

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que o constituem. Esses espaços são preenchidos por água e ar, que podem ser utilizados pelas raízes das plantas.

Quando o solo é pobre nesses elementos, é necessária a utilização de fertilizantes ou adubos, que podem ser de dois tipos:

Componentes orgânicos do solo O solo contém certa quantidade de substâncias orgânicas provenientes da decomposição de cadáveres de plantas e animais. A decomposição origina o húmus, formado por uma mistura de solo e matéria orgânica parcialmente degradada. Com a decomposição dos cadáveres, minerais que constituíam a matéria orgânica são liberados e fertilizam o solo. Organismos do solo Os solos geralmente são habitados por uma comunidade viva complexa, formada por bactérias, algas, protozoários, fungos, vermes, insetos, plantas e animais. Uma única colher de chá de solo agricultável contém milhões de organismos vivos. A atividade desses seres contribui para melhorara qualidade do solo para a agricultura. As bactérias e os fungos são fundamentais no processo de decomposição de cadáveres, atuando sobre o húmus e liberando minerais essenciais ao desenvolvimento das plantas. Algumas espécies de bactérias são, além disso, fundamentais para a ocorrência do ciclo do nitrogênio, um elemento químico indispensável a qualquer ser vivo.

Fertilizantes orgânicos São constituídos por restos ou partes de animais e plantas. Farinha de peixe, farinha de soja, húmus, estrume e guano (excrementos de aves, abundante na costa oeste da América do Sul) são exemplos. É importante que se note que os elementos orgânicos no adubo orgânico não são úteis para a planta, uma vez que ela é autótrofa. O adubo orgânico é utilizado com o objetivo de ser decomposto pelas bactérias, liberando elementos minerais que serão absorvidos pelas raízes das plantas. O principal desses elementos é o nitrogênio (uma vez que carbono, hidrogênio e oxigênio O são obtidos pela água e CO2). Muitos agricultores adubam o solo cultivando plantas leguminosas (plantas cujas sementes estão em vagens, como o feijão, a soja, a alfafa, etc...) e deixando-as apodrecer no campo. As plantas leguminosas, por viverem em associação com bactérias fixadoras de nitrogênio (Rhizobium sp) acumulam nitrogênio no solo, e ao apodrecerem, formam um adubo riquíssimo nesse elemento. Outros agricultores cultivam as leguminosas e as colhem, o que diminui o teor de nitrogênio no solo, apesar de ainda assim ser um ótimo processo de adubação. A utilização de leguminosas como adubo é conhecida com adubação verde. Outra técnica baseada no uso de leguminosas é a chamada rotação de culturas, conhecida desde a Idade Média. Planta-se leguminosas para acumular nitrogênio no solo. No plantio seguinte, planta-se uma planta não leguminosa, que não possui bactérias fixadoras associadas, e então consumirá o nitrogênio acumulado. Para evitar o esgotamento do solo, no plantio seguinte planta-se novamente uma leguminosa para recuperar o nitrogênio do solo. Numa técnica semelhante, a plantação consorciada, promove-se o cultivo simultâneo de leguminosas e não leguminosas, com efeitos equivalentes.

Micorrizas Inúmeras plantas, entre elas as orquídeas e as grandes árvores, possuem fungos associados às suas raízes formando micorrizas (do grego mykes, fungo, e rhiza, raiz). Há dois tipos de micorrizas: endótrofas e exótrofas. Micorrizas endótrofas (do grego endo, dentro, e trophos, nutrição) são aquelas em que as hifas dos fungos vivem dentro das células do parênquima radicular. Já as micorrizas exótrofas (do grego exo, fora) envolvem externamente a raiz e penetram nos espaços entre os tecidos. Acredita-se que os fungos das micorrizas, decompondo substâncias orgânicas dentro ou bem junto à própria raiz, facilitem a absorção de nutrientes minerais pela planta. Esta, por sua vez, fornece ao fungo moradia e substâncias orgânicas produzidas na fotossíntese.

Nutrientes inorgânicos essenciais: Macronutrientes e Micronutrientes

Os elementos minerais essenciais (isto é, indispensáveis ao crescimento) para um vegetal são em número de 16. Alguns desses são necessários em grandes quantidades, sendo ditos macronutrientes (em número de 9) e outros em quantidades muito pequenas, os micronutrientes (em número de 7). Os macronutrientes são C, H, O, N, P, S, K, Mg e Ca e os micronutrientes são boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), Molibdênio (Mo) e zinco (Zn). Observe que os macronutrientes envolvem os componentes da matéria orgânica (C, H, O, N, P e S), o K, principal regulador da pressão osmótica em vegetais e principal íon positivo na planta, o Mg participante da clorofila e que atua como cofator de várias enzimas e o Ca regulador da permeabilidade das membranas plasmáticas e que também atua na formação da lamela média. Todos os micronutrientes são cofatores enzimáticos.

Fertilizantes inorgânicos São compostos por elementos minerais já prontos, produzidos industrialmente. Devem conter pelo menos três elementos: N, P e K. O principal exemplo é o salitre, que contém esses três elementos. Em termos de utilidade nutriente, não há vantagem de um tipo de adubo sobre outro, uma vez que ambos liberam elementos minerais (apenas os orgânicos esperam pela ação dos microorganismos decompositores). A vantagem da adubação orgânica é que ela fornece uma textura adequada ao solo facilitando a retenção de água pelo solo. A vantagem da adubação inorgânica é que ela possibilita calcular as quantidades exatas de cada elemento mineral fornecida à planta. Isso é importante, pois a concentração relativa de cada elemento tem influência no tipo de crescimento da planta. por exemplo, o fornecimento de altas doses de nitrogênio estimula um crescimento vegetativo vigoroso, com produção de muitas folhas, em detrimento da reprodução. Assim, é interessante fornecer bastante nitrogênio para uma cultura de alface, por exemplo, cujo produto explorado é a folha. Já em uma cultura de tomates, onde o produto explorado é o fruto, deve-se reduzir a quantidade de nitrogênio.

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Muitas pessoas rotulam de "não-naturais" os alimentos produzidos em solos adubados com fertilizantes inorgânicos, defendendo uma adubação puramente orgânica. Essa visão, porém, carece de fundamento se pensarmos que os elementos químicos fornecidos pelos dois tipos de fertilizantes são idênticos; não há qualquer diferença entre o nitrogênio de um adubo químico e o do estrume da vaca. A origem dessa ideia pode estar ligada à confusão que se faz entre fertilizantes e agrotóxicos, estes usados para combater pragas que atacam as plantas. Os agrotóxicos, de fato, podem ser prejudiciais à saúde, principalmente se não forem aplicados corretamente.

- a água deve ser suprida com soluções nutritivas; - o aquecimento e a iluminação devem ser controlados; - deve haver um sistema adequado de aeração das raízes, uma vez que elas esgotam rapidamente o oxigênio da água. Tudo isso eleva muito o custo da técnica de hidroponia, de modo que vegetais hidropônicos são mais caros.

Correção do solo Um outro problema a ser analisado é que, quando o pH do solo não é adequado, a planta apresenta dificuldades de absorver todos os nutrientes essenciais. Por exemplo, num solo de pH 8,0 a planta consegue absorver cálcio, mas é incapaz de absorver ferro. - Se o solo estiver alcalino, a correção é feita com sulfatos ou fosfatos de sódio ou magnésio. - Se o solo estiver ácido a correção é feita por calagem, com o uso de calcário (carbonato de cálcio). Solos como o do cerrado brasileiro são muito ácidos, e ainda têm o inconveniente de apresentar alto teor de alumínio, que é tóxico.

Irrigação: aspersão X gotejamento Um fator fundamental para o crescimento das plantas é a disponibilidade de água no solo. Muitas regiões desérticas, apesar de ter solo fértil, sob o ponto de vista de sua composição mineral, são pobres em vegetação porque falta água. Isso é evidente nas regiões desérticas que se tomaram altamente produtivas por meio da irrigação artificial. A aspersão é um método de irrigação de baixo custo, mas com o inconveniente de levar a um alto desperdício de água por evaporação. No mundo atual, irrigação é a atividade humana que mais consome água potável, o que consiste num problema ecológico. O gotejamento exige bem mais tubulação, e isso aumenta o custo do processo. Entretanto, o processo é mais eficiente e leva a um desperdício de água bem menor porque a evaporação é muito reduzida.

Hidroponia

Hidropônica é o cultivo de vegetais em soluções aeradas de sais minerais quimicamente definidos, sem solo. É uma técnica bastante útil em locais onde o solo é pobre ou não há muito espaço disponível. A hidroponia apresenta vantagens como: - possibilidade de cultivo em pequenos espaços; gasta menos água que na agricultura tradicional (a evaporação é menor que na irrigação, daí a economia de água e a utilidade da técnica em ambientes áridos); - permite o cultivo numa área onde patógenos e pestes estão ausentes (não necessita então do uso de pesticidas); - permitir o controle da quantidade de nutrientes no meio de cultura. Em contrapartida, apresenta desvantagens como:

Tubos para hidroponia.

Absorção A água se encontra no solo como uma fina película ao redor das partículas sólidas, sendo chamada água de adsorção (não confundir com absorção). Ela ocupa ainda os espaços capilares entre as partículas, constituindo a água capilar. Fala-se que um solo está saturado quando todos os espaços entre as partículas estão ocupados por água. Nestas condições, todo o líquido que nele penetrar tende ao escoamento, circulando rapidamente pela ação da força de gravidade. É a água gravitacional, que penetra mais profundamente no solo, formando o lençol freático. O maior volume hídrico que um solo pode reter após drenar toda a água gravitacional é a chamada capacidade de campo. A excessiva circulação (percolação) dessa água gravitacional é denominada lavagem ou lixiviação. Ela pode ser muito prejudicial às plantas, pois em solução são arrastados minerais solúveis, substituindo-se os íons Ca++, K+ e Mg++ por H+. O solo fica então ácido e o pH deve ser corrigido pela colocação de calcários, a chamada calagem. A lixiviação intensa provoca ainda alta concentração de alguns óxidos de ferro e alumínio em regiões superficiais. Eles formam uma espécie de camada impermeável, compacta, o laterito, um solo estéril, usado na produção de tijolos. Diferentes solos têm diferentes capacidades de retenção de água capilar, em função do tamanho de suas partículas, isto é, de sua textura. Solos de partículas grandes, como os arenosos, têm menor superfície interna (entre as partículas) do que os de partículas pequenas, como os argilosos. Assim, os solos argilosos têm maior capacidade de campo do que os arenosos. É bom lembrar ainda que a permeabilidade de um solo à água depende também do grau de compactação de suas partículas.

Absorção de água e sais Os nutrientes minerais presentes no solo são absorvidos pelas plantas em solução aquosa, por meio dos pelos absorventes. Eles são longas expansões filamentares das próprias células

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epidérmicas da raiz na zona pilífera. São, portanto, unicelulares e estendem-se em grande área de solo junto à planta, infiltrando-se nos espaços microscópicos entre as partículas. Após atravessar a epiderme, a água e os sais nela dissolvidos deslocam-se para a região central da raiz. Esse deslocamento ocorre de duas maneiras: pelos espaços externos às membranas celulares, que compõem o apoplasto; através dos citoplasmas das células corticais, que compõem o simplasto. Apoplasto se refere a tudo o que se localiza exteriormente à membrana plasmática, ou seja, os espaços existentes entre as paredes das células e os espaços microscópicos presentes nas próprias paredes celulósicas, que se embebem de líquido como um papel-toalha. Simplasto se refere ao citoplasma das células, que é contínuo, uma vez que os citoplasmas das células de uma planta se comunicam através de finas pontes citoplasmáticas, os plasmodesmos. Transporte através da endoderme O transporte de água pelo apoplasto é interrompido na região da endoderme. As células endodérmicas estão fortemente unidas umas às outras por meio de cinturões de suberina, as estrias de Caspary, que impedem a água e os sais nela dissolvidos de atravessar as paredes celulares. Assim, para penetrar no cilindro central, a água e os sais têm necessariamente de atravessar a membrana plasmática penetrando no citoplasma das células endodérmicas. As estrias de Caspary também dificultam o retorno, ao córtex, dos sais minerais que já entraram no cilindro central. A disposição dessas estrias faz com que a água e os sais minerais absorvidos do meio sejam conduzidos por um único caminho viável até o xilema, passando pelo citoplasma das células da endoderme. Isso é necessário porque a endoderme apresenta em suas células uma bomba de sais direcionada para o xilema. Assim, devido ao transporte ativo, os sais minerais se acumulam no xilema, que fica hipertônico e passa a atrair água por osmose a partir do meio externo. Esse é o mecanismo de absorção de água na planta. Os sais do xilema, se tentarem voltar por difusão a partir das células da endoderme, são bombeados de volta ao xilema. Esses mesmos sais não podem passar por difusão no espaço entre as células da endoderme porque esse espaço está vedado pelas estrias de Caspary. Desse modo, os sais que entram (e por consequência a água que os acompanha por osmose) não poderão sair. Esse mecanismo também auxilia a subida da seiva bruta, pois a pressão de entrada de água por osmose eleva a coluna de seiva bruta no xilema. É a chamada pressão positiva ou impulso da raiz, que, no entanto, não existe em todas as plantas, não podendo ser uma forma de generalização da elevação de água e sais minerais para todas as espécies vegetais.

Uma vez no interior do cilindro central, os sais minerais são bombeados para o interior dos traqueídes e dos elementos de vaso por um tipo especial de célula, chamada célula de transferência. Esse processo consome energia, obtida pela degradação de ATP a ADP e fosfato, também num mecanismo de transporte ativo.

Seca fisiológica

Além de O2, CO2 e temperatura, outros fatores também int1uem na absorção de água e sais. O excesso de fertilizantes no solo, aumentando-lhe os valores osmóticos, ou ainda substâncias tóxicas, dificultam ou impedem a absorção. Sabemos ainda que as plantas não absorvem a água muito fria. Solos com temperatura entre 2 e 4°C, mesmo estando saturados de água, causam a chamada seca fisiológica. Não é uma seca física, pois existe água. Mas a planta, por razões não bem esclarecidas, é incapaz de absorvê-la. A seca fisiológica é uma situação em que a planta se torna impossibilitada de captar água do solo por algum motivo, mesmo havendo água no solo. - No inverno de regiões temperadas, a água congela e não mais pode ser absorvida pela raiz, consistindo num caso de seca fisiológica. - Caso haja muita água no solo, a falta de oxigênio impede a produção de ATP pela respiração, de modo que a bomba de sais do xilema não pode ser ativada. Assim, a absorção da água não pode ocorrer. - Caso haja muitos sais no solo, inclusive pelo excesso de adubos NPK, o solo hipertônico leva à perda de água por osmose na planta, que não consegue absorver água do solo. Só as raízes absorvem? Durante algum tempo se acreditou que a absorção de água e sais só era feita pela zona pilífera das raízes. Hoje sabemos que não só outras regiões radiculares, rosas até as folhas também absorvem.

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A pulverização das folhas como soluções nutritivas de água e sais pode garantir à planta uma boa e rápida absorção através de micro canalículos da cutícula. É a adubação folial. Dependendo do grau de complexidade da planta e da sua adaptação a um determinado hábitat, a absorção pode ser feita por estruturas bem especializadas. Em orquídeas epífitas há finitas raízes brancas ou esverdeadas, as raízes aéreas, que ficam pendentes no ar. A camada mais externa dela é o velame, tecido morto, com grande capacidade de absorção de água. Quando é alta a umidade relativa do ar, o velame funciona como uma espécie de mataborrão, garantindo suprimento de água para a planta. Muitas bromeliáceas, também epífitas, têm em suas folhas estruturas mortas, permeáveis e em forma de escamas microscópicas, para a absorção direta de água da chuva.

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) A lavoura arrozeira na planície costeira da região sul do Brasil comumente sofre perdas elevadas devido à salinização da água de irrigação, que ocasiona prejuízos diretos, como a redução de produção da lavoura. Solos com processo de salinização avançado não são indicados, por exemplo, para o cultivo de arroz. As plantas retiram a água do solo quando as forças de embebição dos tecidos das raízes são superiores às forças com que a água é retida no solo. Winkel, H. L.;Tschiedel, M. Cultura do arroz: salinização de solos em cultivos de arroz. Disponível em: http://agropage.tripod.com/saliniza.hml. Acesso em: 25 jun. 2010 (adaptado).

A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a absorção de água pelas plantas, o que provoca o fenômeno conhecido por seca fisiológica, caracterizado pelo(a) A) aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração de sais maior que a das células das raízes das plantas, impedindo, assim, que a água seja absorvida. B) aumento da salinidade, em que o solo atinge um nível muito baixo de água, e as plantas não têm força de sucção para absorver a água. C) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas não têm força de sucção, fazendo com que a água não seja absorvida. D) aumento da salinidade, que atinge um nível em que as plantas têm muita sudação, não tendo força de sucção para superá-la. E) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas ficam túrgidas e não têm força de sudação para superá-la. 2. (ENEM) O lixo orgânico de casa – constituído de restos de verduras, frutas, legumes, cascas de ovo, aparas de grama, entre outros –, se for depositado nos lixões, pode contribuir para o aparecimento de animais e de odores indesejáveis. Entretanto, sua reciclagem gera um excelente adubo orgânico, que pode ser usado no cultivo de hortaliças, frutíferas e plantas ornamentais. A produção do adubo ou composto orgânico se dá por meio da compostagem, um processo simples que requer alguns cuidados especiais. O material

que é acumulado diariamente em recipientes próprios deve ser revirado com auxílio de ferramentas adequadas, semanalmente, de forma a homogeneizá-lo. É preciso também umedecê-lo periodicamente. O material de restos de capina pode ser intercalado entre uma camada e outra de lixo da cozinha. Por meio desse método, o adubo orgânico estará pronto em aproximadamente dois a três meses. Como usar o lixo orgânico em casa? Ciência Hoje, v. 42, jun. 2008 (adaptado).

Suponha que uma pessoa, desejosa de fazer seu próprio adubo orgânico, tenha seguido o procedimento descrito no texto, exceto no que se refere ao umedecimento periódico do composto. Nessa situação, A) o processo de compostagem iria produzir intenso mau cheiro. B) o adubo formado seria pobre em matéria orgânica que não foi transformada em composto. C) a falta de água no composto vai impedir que microrganismos decomponham a matéria orgânica. D) a falta de água no composto iria elevar a temperatura da mistura, o que resultaria na perda de nutrientes essenciais. E) apenas microrganismos que independem de oxigênio poderiam agir sobre a matéria orgânica e transformá-la em adubo. 3. (UECE) Em um laboratório, sementes de feijão de corda foram embebidas em água destilada e colocadas para germinar em papel germitest, também embebido em água destilada, mantendo-se adequadas as condições de temperatura, umidade relativa do ar e luminosidade. Alguns dias depois, todas as sementes germinaram e produziram plântulas. Cinco destas plântulas foram, então, transferidas para cinco vasos contendo uma mistura proporcional de terra e adubo, e as outras cinco foram mantidas no papel germitest. Todas permaneceram nas mesmas condições de luminosidade e umidade relativa do ar, sendo aguadas com água destilada. Considerando que as plantas foram mantidas e observadas por algumas semanas nessas condições, assinale a opção que pode explicar corretamente os resultados obtidos. A) Todas as plantas cresceram em uniformidade, pois são capazes de obter, por meio da fotossíntese, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. B) Somente as plantas mantidas em vaso desenvolveram-se, pois, além das substâncias obtidas por meio da fotossíntese, absorveram da mistura de terra e adubo, os macro e micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. C) Todas as plantas (as que estavam no papel germitest somente com água e as que estavam nos vasos com terra e adubo) desenvolveram-se uniformemente, pois absorveram dos seus respectivos meios aos quais foram acondicionadas, os macro e micronutrientes necessários para sua manutenção, via fotossíntese. D) Somente as plantas em papel germitest cresceram e se desenvolveram, pois apenas nessa condição elas são capazes de obter os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. 4. (FCM-CG) Em tempos de secas prolongadas é quase certo que as plantas perderão água em excesso, especialmente aquelas com folhas largas. A água do solo é aproveitada para repor essa perda

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Curso de Biologia e para participar da seiva elaborada. A planta pode retirar água do solo obedecendo à capacidade específica do potencial hídrico de suas raízes mais finas, o que é suficiente para absorver a maior parte da água capilar contida nos solos. Contudo, a taxa de condutividade da raiz, além de depender da capacidade de retenção de água do solo, ou seja, do seu potencial hídrico, depende também de fatores endógenos e exógenos. Sobre a condutividade da água via raízes, analise as proposições a seguir: I. A água percorre os pelos absorventes da raiz, atravessa o protoplasma epidérmico, a zona cortical e o endoderma até atingir o xilema da planta. II. Os fatores endógenos mais importantes para a condutividade da água são os pelos radiculares e o potencial hídrico. III. São fatores exógenos importantes a temperatura, a presença de O2 e CO2, a umidade do solo, e as propriedades do perfil da vegetação. IV. A água chega até o xilema através do transporte passivo, orientada pelas células de Caspary. V. As células da endoderme, além de controlar a quantidade de água que entra no xilema, selecionam os sais minerais por transporte passivo, enquanto a água chega por osmose. Estão corretas apenas A) I, III e IV. C) II, IV e V. E) II, III e IV.

B) I, II e III. D) I, IV e V.

5. (UNP) As células epidérmicas das raízes (pelos absorventes) absorvem água do solo, normalmente, quando A) a concentração de sais das células for menor que a concentração de sais do solo. B) a concentração de sais das células for igual a concentração de sais do solo. C) a concentração de sais das células for maior que a concentração de sais do solo. D) a concentração de água das células for maior que a concentração de sais do solo. 6. (UPE) A agricultura orgânica prioriza a saúde do meio ambiente, preservando a biodiversidade e excluindo o emprego de substâncias químicas, que, no solo, agridem os ecossistemas. Os elementos da natureza valorizados pela agricultura orgânica são: I. Inimigos naturais, ou seja, os organismos que mantêm, em equilíbrio, os níveis de população de insetos, considerados praga. II. Oligoquetas detritívoros que vivem no solo e contribuem para a produção de húmus. III. Fungos associados às raízes de plantas, que mantêm relações ecológicas mutualistas. IV. Plantas de uma mesma espécie, a chamada “monocultura”, facilitando a colheita e gerando maior lucro. Estão corretos os itens A) I, II e III, apenas. C) II, III e IV, apenas. E) I, II, III e IV.

B) I, III e IV, apenas. D) I e IV, apenas.

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7. (FUVEST) Dez copos de vidro transparente, tendo no fundo algodão molhado em água, foram mantidos em local iluminado e arejado. Em cada um deles, foi colocada uma semente de feijão. Alguns dias depois, todas as sementes germinaram e produziram raízes, caules e folhas. Cinco plantas foram, então, transferidas para cinco vasos com terra e as outras cinco foram mantidas nos copos com algodão. Todas permaneceram no mesmo local iluminado, arejado e foram regadas regularmente com água destilada. Mantendo-se as plantas por várias semanas nessas condições, o resultado esperado e a explicação correta para ele são: A) Todas as plantas crescerão até produzir frutos, pois são capazes de obter, por meio da fotossíntese, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. B) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois, além das substâncias obtidas por meio da fotossíntese, podem absorver, do solo, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. C) Todas as plantas crescerão até produzir frutos, pois, além das substâncias obtidas por meio da fotossíntese, podem absorver, da água, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. D) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois apenas elas são capazes de obter, por meio da fotossíntese, os micronutrientes necessários para sua manutenção até a reprodução. E) Somente as plantas em vaso crescerão até produzir frutos, pois o solo fornece todas as substâncias de que a planta necessita para seu crescimento e manutenção até a reprodução. 8. (FUVEST) Os adubos inorgânicos industrializados, pela sigla NPK, contêm sais de três elementos químicos: nitrogênio, fósforo e potássio. Qual alternativa indica as principais razões pela: esses elementos são indispensáveis à vida planta? NITROGÊNIO FÓSFORO POTÁSSIO A) É constituinte de É constituinte de É constituinte de ácidos nucléicos ácidos nucléicos e ácidos nucléicos e proteínas. proteínas. e proteínas. B) Atua no equilíbrio É constituinte de Atua no osmótico e na ácidos nucléicos. equilíbrio permeabilidade osmótico e na celular. permeabilidade celular. C) É constituinte de É constituinte de Atua no ácidos nucléicos ácidos nucléicos. equilíbrio e proteínas. osmótico e na permeabilidade celular. D) É constituinte de Atua no equilíbrio É constituinte de ácidos nucléicos, osmótico e na ácidos glicídios e permeabilidade nucléicos. proteínas. celular. E) É constituinte de É constituinte de Atua no glicídios. ácidos nucléicos e equilíbrio proteínas. osmótico e na permeabilidade celular.

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9. (FUVEST) Pesquisadores norte-americanos produziram uma variedade de tomate transgênico que sobrevive em solos até 50 vezes mais salinos que o tolerado pelas plantas normais. Essas plantas geneticamente modificadas produzem maior quantidade de uma proteína de membrana que bombeia íons sódio para o interior do vacúolo. Com base em tais informações, pode-se concluir que plantas normais não conseguem sobreviver em solos muito salinos porque, neles, as plantas normais A) absorvem água do ambiente por osmose. B) perdem água para o ambiente por osmose. C) absorvem sal do ambiente por difusão. D) perdem sal para o ambiente por difusão. E) perdem água e absorvem sal por transporte ativo. 10. (FUVEST) A maior parte da massa de matéria orgânica de uma árvore provém de: A) água do solo. B) gás carbônico do ar. C) gás oxigênio do ar. D) compostos nitrogenados do solo. E) sais minerais do solo. 11. (UNIFESP) Considere alimentação como o processo pelo qual um organismo obtém energia para sua sobrevivência. Usando esta definição, atente para o fato de que ela vale para todos os organismos, inclusive os vegetais. Entre as plantas, as chamadas “carnívoras” atraem, prendem e digerem pequenos animais em suas folhas. Elas vivem em terrenos pobres e utilizam o nitrogênio dos tecidos desses animais em seu metabolismo. Com esses pressupostos, assinale a alternativa que contém a afirmação correta. A) As plantas carnívoras não dependem do nitrogênio dos animais que capturam para se alimentar. Assim, mesmo sem capturar, são capazes de sobreviver havendo temperatura, umidade e luminosidade adequadas. B) O nitrogênio é importante para a alimentação de vegetais em geral, sendo absorvido pelas raízes ou folhas. Plantas carnívoras que não capturam animais morrerão por falta desse alimento. C) Havendo acréscimo de nitrogênio ao solo, as plantas carnívoras são capazes de absorvê-lo pelas raízes. Com esse nitrogênio, produzirão o alimento de que precisam, sem a necessidade de capturas. D) O nitrogênio integra a estrutura de proteínas e lipídeos que servirão de alimento para as plantas. Daí a importância de as carnívoras efetivamente capturarem os animais. E) O nitrogênio é usado pelas plantas carnívoras e demais plantas como complemento alimentar. Existem outros nutrientes mais importantes, como o fósforo e o potássio, que são essenciais e não podem faltar aos vegetais. 12. (UFV) Nas árvores, o transporte da seiva bruta se dá basicamente, na condução horizontal, dos pelos absorventes até o cilindro central das raízes e, na condução vertical, do lenho até a copa. Assinale a alternativa que apresenta o principal mecanismo que contribui para a condução do tipo horizontal: A) Gradiente osmótico. B) Capilaridade.

C) Pressão positiva da raiz. D) Coesão-tensão-transpiração. 13. (UFV) Na transição evolutiva das plantas do habitat aquático para o terrestre, algumas substâncias, como a lignina, a suberina e a cutina, foram muito importantes nessa adaptação. Com relação a essas substâncias, analise as afirmativas abaixo. I. A lignina é de ampla ocorrência nas plantas vasculares e se relaciona principalmente à sustentação. II. A cutina está associada aos tecidos de revestimento, sendo depositada na superfície da parede celular da face externa da célula. III. A suberina está relacionada à restrição de perda de água e pode ser encontrada em peridermes e em estrias de Caspary da endoderme. Assinale a opção correta: A) Apenas a afirmativa I é verdadeira. B) Apenas a afirmativa II é verdadeira. C) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. D) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são verdadeiras. 14. (UFC) Em um pequeno experimento, um estudante montou algumas hortas contendo terra, folhas secas e madeira morta. Nestes locais ele plantou várias hortaliças. Com o passar do tempo, o estudante percebeu que pequenos cogumelos apareciam na madeira morta e nas folhas secas que estavam depositadas no chão. Temendo que isso pudesse matar as plantas, ele adicionou fungicida na horta matando apenas os fungos. Ao fazer isso, que consequência ocorrerá para as hortaliças? A) A quantidade de herbívoros que se alimentam das hortaliças aumentará. B) A disponibilidade de nutrientes para as hortaliças será menor. C) A umidade do solo onde as hortaliças ocorrem reduzirá. D) As folhas das hortaliças crescerão mais rapidamente. E) As hortaliças adquirirão resistência a fungos. 15. (UFC) Mesmo existindo muita água ao seu redor, há ocasiões em que os vegetais terrestres não podem absorvê-la. Esse fenômeno é denominado de seca fisiológica. Analise as declarações abaixo. I. A seca fisiológica pode ocorrer quando o meio externo é mais concentrado (hipertônico) do que o meio interno, em virtude do excesso de adubo ou da salinidade do ambiente. II. A seca fisiológica pode ocorrer em temperaturas muito baixas. III. A seca fisiológica pode ocorrer em locais onde o excesso de água expulsa o oxigênio presente no solo. Assinale a alternativa correta. A) Somente I é verdadeira. B) Somente I e II são verdadeiras. C) Somente II e III são verdadeiras. D) Somente I e III são verdadeiras. E) I, II e III são verdadeiras.

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Curso de Biologia 16. (UFPI) A nutrição de plantas envolve a absorção de todos os materiais brutos do ambiente que são necessários para os processos bioquímicos essenciais e para a distribuição desses materiais dentro da planta e sua utilização no metabolismo e no crescimento. Um total de 17 nutrientes inorgânicos são necessários à maioria das plantas para o crescimento normal. Esses são categorizados como macronutrientes e micronutrientes, dependendo das quantidades nas quais eles são necessários. Assinale a alternativa que contém apenas micronutrientes. A) Fósforo, Cálcio, Zinco, Cloro. B) Enxofre, Boro, Molibdênio, Nitrogênio. C) Potássio, Magnésio, Nitrogênio, Fósforo. D) Cloro, Ferro, Níquel, Manganês. E) Potássio, Cálcio, Cloro, Ferro. 17. (UFPI) Os nutrientes essenciais aos seres vivos são, geralmente, classificados em macro e micronutrientes, de acordo com as quantidades requeridas. Cerca de 16 elementos químicos foram identificados como essenciais às plantas. Dentre esses, são considerados macronutrientes: A) nitrogênio, fósforo e potássio. B) ferro, boro e manganês. C) cobre, molibdênio e cloro. D) manganês, molibdênio e ferro. E) cloro, zinco e cobre. 18. (UNIRIO) A descoberta das plantas carnívoras no século XVIII deu origem a ideias muito bizarras e mitos no passado. Existem muitos relatos onde se dá a notícia que as plantas carnívoras seriam monstros terríveis, capazes até de vitimar pessoas. São, no entanto, bem mais modestas! Só poderão aparecer como monstros aos olhos dos insetos ou de outros pequenos animais que conseguem capturar. As plantas carnívoras, também denominadas insetívoras, representam um caso muito particular de adaptação de algumas espécies vegetais.

Fonte: http://www.naturlink.pt

Considere as seguintes sentenças: I. Capturam geralmente insetos para reforçar as suas necessidades alimentares. II. Encontram-se, normalmente, em habitats eutróficos, muito ricos em nutrientes minerais. III. Ocorrem em solos onde a decomposição da matéria orgânica é muito rápida IV. Não possuem órgãos fotossintéticos, assemelhando-se a plantas parasitas (holoparasitas) V. Sob condições ideais, desenvolvem-se até à floração e maturação das sementes sem usar o recurso da digestão adicional de insetos. Estão corretas as afirmações A) I e V. B) II e III. C) IV e V. D) I e II. E) III e IV.

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19. (UFMG) As plantas insetívoras, ou carnívoras, vivem, geralmente, em solos pobres em nutrientes. Com base nessa informação e em outros conhecimentos sobre o assunto, é incorreto afirmar que as plantas insetívoras A) podem realizar respiração celular. B) são consideradas produtores primários. C) usam matéria orgânica de suas presas para fotossíntese. D) utilizam nutrientes das presas no seu metabolismo. 20. (UFMG) Uma semente de roseira plantada num vaso com 2 kg de terra se transforma, em dois anos, em uma planta de 800g. Esse aumento de peso deve-se principalmente à absorção de A) matéria orgânica. B) gás carbônico. C) nitrogênio. D) fósforo. Questões discursivas 21. (UNICHRISTUS) A figura abaixo representa a raiz de uma planta angiosperma.

A absorção da água e de sais minerais pela raiz é feita normalmente através de processos tanto ativo como passivo, que, sendo simultâneos, se complementam na eficiência da absorção. A) Em qual grupo de angiospermas é mais frequente este tipo de raiz? Classifique-a. B) Denomine as regiões da raiz numeradas na figura. C) Na raiz, qual região promove a absorção passiva de maior volume de água e sais minerais? Nessa região, qual é o tecido cuja elevada osmolaridade é o principal fator determinante da pressão da raiz? D) Que estrutura, em outra região da planta, é mais diretamente relacionada com a determinação de fluxo contínuo de água e sais minerais ao longo do caule no sentido raiz-folhas? Qual o processo fisiológico que ocorre nessa estrutura? 22. (UNICAMP) FAÇA DO LIXO UM ADUBO: Folhas mortas, casca de frutas, restos de alimentos quando queimados liberam gases poluentes. [...] Use este material para fazer u fertilizante natural. Consiga um latão, perfure-o nas laterais e vá intercalando este ‘lixo úmido’ com camadas finas de terra. Coloque em local arejado e mantenha sempre úmido, mas não demais. Em poucos meses, o material ficará uniforme, escuro, com cheiro de boa terra. Está pronto o adubo orgânico.

Informação na Internet: //www.meioambiente.org.brj conversa.htm; Jornal Urtiga, Associação Ituana de Proteção Ambiental, Itu.

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A) Que processo transforma o lixo em adubo? Explique em que consiste esse processo, indicando os organismos envolvidos. B) Cite dois produtos desse processo presentes no fertilizante, que são utilizados como fonte de macronutrientes para a planta. 23. (UNESP) Antes de viajar, os moradores tomaram providências para que a planta do vaso não murchasse por falta de água: o vaso, com um orifício na base, foi colocado em um recipiente com água, como mostra a figura.

necessitam em quantidade relativamente grande. Explique qual sua participação na fisiologia da planta. 26. (UNIFESP) Leia os dois trechos de uma reportagem. TRECHO 1: (...) a represa Guarapiranga está infestada por diferentes tipos de plantas. A mudança da paisagem é um sinal do desequilíbrio ecológico causado principalmente por esgotos não tratados que chegam ao local. TRECHO 2: O gerente da qualidade de águas da Cetesb (...) esteve na represa ontem e mediu a concentração de oxigênio em 9,4 mm/l. O normal seria ter uma concentração entre 7mm/l e 7,5mm/l, e a máxima deveria ser de 8 mm/l. Folha de S .Paulo, 05.08.2005.

Explique: A) a associação que existe entre o aumento de plantas e o esgoto não-tratado que chega ao local. B) o aumento da concentração de oxigênio na água. Ao retornar da viagem, os moradores verificaram que, embora o recipiente ainda contivesse muita água, a planta estava murcha. Na floricultura, foram informados pelo profissional que a planta havia entrado em estado de seca fisiológica. A) Considerando o ocorrido, o que é seca fisiológica? Explique por que a planta murchou. B) Em solos pantanosos, as plantas encontram situação semelhante àquela representada no esquema. Que adaptação permite que, nesses solos, as plantas não murchem? 24. (UNESP) Se representássemos em um gráfico os rendimentos de determinada cultura, devido à utilização de quantidades crescentes de macronutrientes e de micronutrientes minerais, obteríamos as curvas I e II a seguir. Analise estas curvas e responda.

27. (UFJF) O esquema abaixo representa caminhos de absorção de água pelos vegetais:

Sobre o esquema, responda às seguintes questões: A) Qual órgão vegetal está representado no esquema acima e qual a região, quanto à morfologia externa, onde foi realizado o corte esquematizado? B) Quanto à compartimentalização, diferencie os caminhos (A e B) que a água pode seguir quando está sendo absorvida pelo vegetal. C) A camada de células (Y) se encontra entre o córtex e o cilindro vascular, possui suas paredes celulares impregnadas por suberina, formando faixas denominadas estrias de Caspary. Nomeie a camada Y e cite a função das estrias de Caspary no processo de absorção de água pelos vegetais. 28. (UFC) Analise as figuras 1 e 2 e responda os quesitos que se seguem.

A) Qual delas, I ou II, representa a utilização de micronutrientes? B) Justifique sua resposta. 25. (UNIFESP) A hidroponia consiste no cultivo de plantas com as raízes mergulhadas em uma solução nutritiva que circula continuamente por um sistema hidráulico. Nessa solução, além da água, existem alguns elementos químicos que são necessários para as plantas em quantidades relativamente grandes e outros que são necessários em quantidades relativamente pequenas. A) Considerando que a planta obtém energia a partir dos produtos da fotossíntese que realiza, por que, então, é preciso uma solução nutritiva em suas raízes? B) Cite um dos elementos, além da água, que obrigatoriamente deve estar presente nessa solução nutritiva e que as plantas

Figura 1 – Corte transversal de uma raiz primária.

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AULA 11 – Condução

Figura 2 – Taxa de absorção de água em diferentes regiões da raiz. I. Quais são as vias, indicadas por A e B (figura 1), através das quais a água é absorvida pela raiz? II. Por que pela via B a água absorvida não alcança livremente o xilema? III. Explique o comportamento da taxa de absorção de água (Figura 2) entre as distâncias 40 mm e 80mm, correlacionando-o com as características morfológicas da raiz. 29. (UFC) Atualmente é muito comum haver, em muitos supermercados da cidade, verduras que foram cultivados através da técnica de hidroponia, ou seja, o cultivo em soluções de nutrientes inorgânicos e não no solo. Pergunta-se: A) Como são classificados os nutrientes inorgânicos essenciais, adicionados à solução. Cite 2 (dois) exemplos de cada grupo. B) Por que a solução de nutrientes utilizada na hidroponia deve ser continuamente aerada? 30. (UFRJ) Tanto as folhas quanto as raízes das plantas respiram. A taxa de respiração é proporcional à taxa de metabolismo. Foram feitas medidas da intensidade de respiração de raízes e folhas de uma árvore, localizada em um país da zona temperada do hemisfério sul, onde as chuvas são constantes durante todo o ano. Os resultados estão no gráfico a seguir:

A maioria das plantas terrestres é constituída de três partes principais: raiz, caule e folhas. A função da raiz é absorver água e sais minerais do solo. Essas substâncias irão compor a seiva bruta, que precisa ser transportada até as folhas, onde é necessária para a fotossíntese. Uma das funções do caule é exatamente transportar a seiva bruta da raiz até as folhas. Na fotossíntese são produzidas substâncias orgânicas (açúcares, aminoácidos etc.) necessárias à nutrição da planta. A solução de substâncias orgânicas elaboradas na folha a seiva elaborada distribuída pelo caule a todas as células não-fotossintetizantes do próprio caule e da raiz. As briófitas não possuem tecidos especializados na condução de seiva. Por isso a distribuição de substâncias através de seu corpo ocorre por simples difusão célula a célula. A relativa lentidão da distribuição de substâncias por difusão impede que as briófitas atinjam grande tamanho, além de mantê-las restritas a ambientes úmidos. As traqueófitas ou plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) possuem tecidos condutores de seiva (xilema e floema) formados por sistemas de tubos (vasos) altamente eficientes no transporte de substâncias. As plantas vasculares, graças à eficiência de seus sistemas ele transporte de seiva, puderam atingir grandes tamanhos e colonizar diversos tipos de ambientes. O conhecimento dos mecanismos de transporte nas plantas se aprofundou a partir do século XVII, quando William Harvey, o descobridor da circulação sanguínea, aventou a hipótese de que animais e plantas teriam sistemas circulatórios semelhantes. Hoje sabemos que o transporte de substâncias nas plantas difere muito da circulação animal. Entre outras coisas, nos animais os líquidos são bombeados por bombas mecânicas, os corações, enquanto nas plantas o deslocamento de líquidos se dá, principalmente, por diferenças de potencial osmótico.

Condução da seiva bruta A água e os sais minerais absorvidos pelas raízes elevamse até a copa das árvores, às vezes localizadas a dezenas de metros acima do nível do solo. Três fenômenos distintos estão, envolvidos na subida da seiva das raízes até as folhas: capilaridade, pressão positiva da raiz e transpiração.

Capilaridade A) Com base no gráfico, qual é o parâmetro climático que explica a redução da taxa de respiração nos meses de junho, julho e agosto? Justifique sua resposta. B) Por que as taxas de respiração das raízes apresentam a mesma tendência que as das folhas, mas com valores muito menores?

Capilaridade é um fenômeno físico que resulta das propriedades de adesão e coesão manifestadas pelas moléculas de água. As moléculas de água são capazes de subir espontaneamente por um tubo, de pequeno calibre, chamado "capilar" por ser fino como um cabelo. Devido ao movimento cinético natural das moléculas de água, algumas dessas moléculas sobem espontaneamente na parede do tubo e lá aderem. Como as moléculas de água mantêm-se coesas por pontes de hidrogênio, as que aderem às paredes da capilar arrastam consiga as demais

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moléculas. O movimento então as continua empurrando tubo acima, formando uma coluna contínua de água. A água para de subir no tubo capilar quando, a força de adesão, torna-se insuficiente para vencer o peso da coluna líquida. A altura que a coluna de líquido atinge depende do diâmetro da capilar. Quanto menor o diâmetro do tubo, mais alta a coluna de água subirá. E vice-versa. Isso acorre porque, quanto mais aumenta o diâmetro do tubo, menos moléculas de água aderem à parede em relação ao número de moléculas que há, naquele volume, para ser arrastadas para cima. Conhecendo-se o diâmetro de um tubo é possível calcular a altura que a coluna de água nele subirá como resultado das forças de capilaridade. Os cientistas calculam que, em um vaso xilemático com cerca de 30 a 50 micrômetros de diâmetro, o fenômeno da capilaridade é suficiente para elevar a coluna de água a pouco mais de 0,5 metro acima do nível do solo. Isso significa que a capilaridade sozinha não é suficiente para a ascensão da seiva bruta até a capa das árvores. Se uma das extremidades de um tubo fino for mergulhada em um recipiente com água, o líquido subirá espontaneamente pelo tubo até uma determinada altura. Esse fenômeno, conhecida como capilaridade, resulta das forças de adesão e de coesão da água. A altura que a coluna de água atinge depende do diâmetro do tubo: quanto mais fino, maior a capilaridade.

Pressão positiva ou impulso da raiz As raízes de muitas plantas empurram a seiva bruta para cima, fenômeno conhecido como pressão positiva da raiz. Em certas plantas verificou-se que a pressão positiva da raiz é suficiente para elevar a coluna de água nos vasos xilemáticos a alguns metros de altura. A pressão da raiz é causada pela alta concentração de sais minerais no cilindro central. Os sais que penetram na raiz são continuamente bombeados para dentro do xilema e seu retomo ao córtex por difusão é dificultado pelas estrias de Caspary. A diferença de concentração salina entre o cilindro central e o córtex força a entrada de água por osmose, gerando a pressão que faz a seiva subir pelos vasos xilemáticos. Os cientistas descartam a possibilidade de a pressão positiva da raiz desempenhar um papel muito importante na ascensão da seiva bruta. Além de muitas árvores não apresentarem pressão positiva da raiz, o deslocamento da seiva por esse mecanismo é muito lento, insuficiente para explicar o movimento total de água nas árvores.

Tensão-coesão de Dixon A teoria da tensão-coesão, também conhecida como teoria de Dixon, admite que a seiva bruta é puxada desde as raízes até as folhas como resultado da evaporação de água ocorrida nas células foliares.

Esquema simplificado da tensão-coesão. O processo seria semelhante ao de sugar líquido através de um canudinho de refresco. A sucção de água exercida pelas folhas puxa a seiva para cima porque esta forma uma coluna líquida contínua dentro dos tubos xilemáticos. Nessa coluna, as moléculas de água se mantêm unidas por forças de coesão à base de pontes de hidrogênio. Ao perderem água por transpiração, as folhas sugam seiva do xilema e toda a coluna líquida se eleva desde a raiz. As raízes, então, absorvem água do solo. A coluna de seiva nos vasos xilemáticos é tensionada, de um lado, pela sucção das folhas, e de outro, pela força da gravidade. A coluna líquida não se rompe devido à coesão entre as moléculas de água. Os tubos xilemáticos, por sua vez, não entram em colapso graças aos reforços de lignina presentes em sua parede. Calcula-se que a tensão criada pela transpiração é suficiente para elevar uma coluna de água dentro de um vaso xilemático a cerca de 160 metros de altura (mais do que as plantas mais altas, com cera de 120 metros de altura).

Condução da seiva elaborada Como vimos anteriormente, a água e os sais absorvidos do solo pelas raízes constituem a seiva bruta, que é transportada até as folhas através do xilema. Parte da água que chega às folhas é perdida por transpiração, parte é utilizada nos processos vitais das células, em particular a fotossíntese, e parte irá constituir, juntamente com as substâncias orgânicas fabricadas na folha e alguns sais, a seiva elaborada. Essa seiva é transportada pelo líber ou floema.

Fluxo por massa ou fluxo por pressão de Münch

Em 1927 o botânico alemão E. Münch propôs uma explicação bastante plausível para o transporte de seiva elaborada, VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia aceita até hoje. Segundo a hipótese de Münch, o transporte da seiva elaborada pelo floema resulta do desequilíbrio osmótico entre as duas extremidades dos vasos condutores. Para testar sua hipótese, Münch desenvolveu um modelo físico semelhante ao que descreveremos a seguir. Um tubo em forma de "U" cujas extremidades são conectadas a bolsas de membrana semipermeável. Na situação inicial, uma das bolsas deve conter uma solução de açúcar e a outra, água pura. Nessa condição, mergulham-se as bolsas na água pura. Estabelece-se osmose na bolsa que contém a solução de açúcar, uma vez que a concentração de solutos no interior da bolsa é maior que a do meio exterior. Através da membrana semipermeável ocorre passagem de água para dentro da bolsa. A pressão de entrada de água determina um fluxo líquido em direção à bolsa com água pura, arrastando moléculas de açúcar pelo tubo que comunica as duas bolsas. A analogia desse modelo com a planta viva é a seguinte: a bolsa com a solução de açúcar representa a extremidade do tubo crivado localizada na folha e a bolsa com água pura representa a extremidade do tubo crivado localizada na raiz ou em outro órgão consumidor de seiva elaborada. O tubo em forma de "U" representa os vasos liberianos.

Na extremidade do tubo crivado localizada na folha, a pressão osmótica é relativamente elevada; isso porque os açúcares e outras substâncias orgânicas produzidas na fotossíntese foram bombeadas para o interior dos tubos crivados. Na extremidade do tubo crivado localizada na raiz ou outro órgão consumidor, a pressão osmótica é relativamente menor que na extremidade da folha; isso porque as substâncias orgânicas estão sempre sendo consumidas e sua concentração é baixa. De acordo com a hipótese de Münch, a pressão de entrada de água por osmose nos vasos liberianos da folha faz com que se estabeleça um fluxo de substâncias orgânicas pelos plasmodesmos dos tubos crivados.

Anel de Malpighi

Uma experiência clássica - a retirada do anel de Malpighi demonstra o papel do floema na condução das substâncias orgânicas elaboradas nas folhas. Um anel da casca de um ramo é cortado e removido. A casca contém periderme, parênquima e floema, e se descola exatamente na região do câmbio vascular, um tecido frágil e delicado situado entre o floema (mais externo) e o xilema, que forma a madeira do ramo. A interrupção do floema provoca acúmulo de substâncias orgânicas na extremidade do ramo. Após algumas semanas da

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retirada do anel de Malpighi nota-se um engrossamento da região acima do corte, devido ao acúmulo da seiva elaborada. A retirada de um anel de Malpighi do tronco de uma árvore acaba por matála, em virtude da falta de substâncias orgânicas para a nutrição das raízes.

Poderia até se pensar que o deslocamento de seiva elaborada ocorre pela ação da gravidade, uma vez que as folhas estão normalmente num plano elevado em relação à raiz. No entanto, em alguns casos, o deslocamento dessa seiva elaborada ocorre conta a força da gravidade, isto é, indo da raiz para os galhos (e não as folhas, como se verá adiante). Em plantas caducifólias (xerófitas e plantas de áreas temperadas), ocorre a perda de folhas na estação seca. Com isso, os ramos passam a estar com uma baixa concentração de açúcar, pois passam de zona produtora a zona consumidora de glicose. A raiz, que passa os períodos úmidos recebendo açúcar através exatamente da seiva elaborada, armazena parte desse açúcar na forma de amido (que é insolúvel e portanto não tem poder osmótico). Na seca, esse amido é convertido em glicose para manter a planta enquanto a fotossíntese está interrompida pela falta de folhas. O transporte de seiva elaborada então se inverte: a raiz passa a estar hipertônica com o açúcar proveniente da quebra do amido, e esse açúcar no floema atrai água por osmose, o que impulsiona a subida da seiva elaborada até os ramos, que estão hipotônicos por não mais terem folhas para fabricar glicose.

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Exercícios

6. (UERN) Observe a figura.

Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Considere os seguintes processos em uma planta: I. realização de fotossíntese no parênquima foliar; II. transporte de substâncias através do xilema; III. armazenamento de substâncias orgânicas em células da raiz; IV. transporte de substâncias através do floema. A ordem na qual esses processos ocorrem, a partir da absorção de água e sais minerais do solo, é A) I → II → III → IV. B) I → III → IV → II. C) II → I → IV → III. D) III → II → I → IV. E) IV → III → II → I. 2. (UNIFOR) Considere a relação abaixo: I. O2 e CO2; II. nutrientes; III. excretas nitrogenados; IV. hormônios. A maioria dos vegetais e a maioria dos animais têm sistemas especializados para o transporte. Nos vegetais, porém, a função desses sistemas relaciona-se somente com A) I. B) II. C) I e II. D) II e III. E) II e IV. 3. (UNIFOR) Fornecendo-se CO2 com carbono radiativo a uma planta, os primeiros tecidos em que se pode detectar radiatividade nas substâncias orgânicas transportadas são os A) pelos absorventes. B) aerênquimas. C) vasos lactíferos. D) vasos lenhosos. E) vasos liberianos. 4. (UNIFOR) Considere os seguintes fenômenos: I. Gravidade; II. Capilaridade; III. Transpiração; IV. Pressão positiva na raiz.

Após a retirada de um anel completo da casca de um tronco (anel de Malpighi), analise. I. A ascensão da seiva elaborada não será prejudicada, ao contrário do que ocorre com a seiva bruta. II. Ocorre acúmulo da seiva elaborada e formação de um tecido local. III. Ocorre acúmulo de seiva bruta e formação de um tecido local. IV. As raízes e as demais partes abaixo do corte deixarão de receber a seiva elaborada. V. A planta deixa de receber a seiva bruta e perde a fonte de obtenção de água e sais, morrendo. Estão corretas apenas as afirmativas A) II e IV. B) III e V. C) I, II e V. D) I, III e IV. 7. (UPE) Leia o texto a seguir: Insatisfeito com uma árvore na sua calçada, um sujeito decidiu matá-la sem deixar suspeitas, cometendo um crime ambiental por não ter solicitado autorização à prefeitura. Com um artefato cortante, retirou um anel completo da casca, conforme mostra a figura a seguir. Entretanto, um morador do bairro, ao perceber que a árvore estava morrendo, chamou um analista ambiental da prefeitura, especialista em Botânica, para emitir um parecer técnico.

Estão envolvidos na subida da seiva, das raízes até as folhas, apenas: A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) I, III e IV. E) II, III e IV. 5. (UECE) O sistema de condução de qualquer ser vivo deve garantir a distribuição de nutrientes e a retirada de substâncias tóxicas das células dos tecidos de todo o organismo. Nos vegetais, a condução de seiva é feita por meio de vasos que se distribuem ao longo do corpo das traqueófitas. Pode-se afirmar corretamente que o transporte de seiva bruta nos vegetais vasculares ocorre devido à A) pressão negativa da raiz. B) plasmólise celular. C) capilaridade e à transpiração foliar. D) diminuição da transpiração no vegetal.

Fonte: Dias, D. P. Biologia Viva. São Paulo. Editora Moderna, 1996.

Assinale a alternativa que representa corretamente o parecer do perito quanto à morte da árvore com a retirada da casca. A) Interrompeu o fluxo de seiva elaborada das folhas em direção às raízes, expondo o xilema. B) Permitiu que fungos e bactérias nocivas colonizassem o floema, levando à putrefação do caule. C) Interrompeu o fluxo da seiva bruta das folhas para os órgãos consumidores, expondo o floema à dessecação. D) Expôs os vasos condutores do xilema e floema à dessecação, evitando o transporte de água da raiz às folhas aos galhos. E) Reduziu a taxa fotossintética das células do tecido caulinar até níveis insustentáveis para a árvore.

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Curso de Biologia 8. (FUVEST) A prática conhecida como Anel de Malpighi consiste na retirada de um anel contendo alguns tecidos do caule ou dos ramos de uma angiosperma. Essa prática leva à morte da planta nas seguintes condições: TIPO(S) DE PARTES ÓRGÃO DO QUAL PLANTA RETIRADAS NO O ANEL FOI ANEL RETIRADO A) Eudicotiledônea Periderme, Caule parênquima e floema B) Eudicotiledônea Epiderme, Ramo parênquima e xilema C) Monocotiledônea Epiderme e Caule ou ramo parênquima D) Eudicotiledônea, Periderme, Caule ou ramo Monocotiledônea parênquima e floema E) Eudicotiledônea, Periderme, Caule Monocotiledônea parênquima e xilema 9. (FUVEST) A contribuição da seiva bruta para a realização da fotossíntese nas plantas vasculares é a de fornecer: A) glicídios como fonte de carbono. B) água como fonte de hidrogênio. C) ATP como fonte de energia. D) vitaminas como coenzimas. E) sais minerais para captação de oxigênio. 10. (FUVEST) Nas grandes árvores, a seiva bruta sobe pelos vasos lenhosos, desde as raízes até as folhas, A) bombeada por contrações rítmicas das paredes dos vasos. B) apenas por capilaridade. C) impulsionada pela pressão positiva da raiz. D) por diferença de pressão osmótica entre as células da raiz e as do caule. E) sugada pelas folhas, que perdem água por transpiração.

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Assinale a alternativa que apresenta os termos que poderiam substituir os números I, II e III da tabela. A) I: Por difusão pelos estômatos, principalmente. II: Por difusão ou por transporte ativo pelas raízes. III: Por difusão pelos espaços intercelulares e pelas células. B) I: Por transporte ativo pelos estômatos, principalmente. II: Por osmose pelas raízes. III: Dissolvidos na seiva bruta. C) I: Por fluxo de massa através das lenticelas. II: Por difusão pelas lenticelas. III: Dissolvidos na seiva elaborada. D) I: Por transporte ativo pelas lenticelas. II: Por difusão e transporte ativo pelas raízes. III: Por difusão entre as células do parênquima. E) I: Por difusão pelos estômatos, principalmente. II: Por osmose pelas raízes. III: Dissolvidos na seiva bruta. 12. (UNESP) A análise do líquido coletado pelo aparelho bucal de certos pulgões, que o inseriram no caule de um feijoeiro adulto, revelou quantidades apreciáveis de açúcares, além de outras substâncias orgânicas. Plântulas de feijão, recém-germinadas, que se desenvolveram sobre algodão umedecido apenas com água e sob iluminação natural, tiveram seus órgãos de reserva alimentar (folhas primordiais modificadas) sugadas por outros pulgões. A análise do líquido coletado dos aparelhos bucais destes pulgões também revelou a presença de nutrientes orgânicos. Os resultados destas análises indicam que os pulgões que sugaram o feijoeiro adulto e os que sugaram as plântulas recém-germinadas inseriram seus aparelhos bucais, respectivamente, no A) parênquima clorofiliano e súber. B) xilema e cotilédones. C) esclerênquima e xilema. D) floema e súber. E) floema e cotilédones. 13. (UFSCAR) Se retirarmos um anel da casca de um ramo lateral de uma planta, de modo a eliminar o floema, mas mantendo o xilema intacto, como mostrado na figura, espera-se que

11. (UNESP) Considerando o movimento de substâncias nas plantas, foi construída a tabela: SUBSTÂNCIA ÁGUA

ENTRADA NA PLANTA Por osmose, pelas raízes.

SOLUTOS

II

GASES

Por difusão pelos estômatos, lenticelas e epiderme.

TRANSPORTE

LIBERAÇÃO

Por fluxo de massa através do xilema. Por fluxo de massa pelo xilema (principalmente os íons) ou pelo floema (compostos orgânicos) III

I Pela queda de flores, folhas, ramos, frutos, etc.

Por difusão pelos estômatos, principalmente.

A) o ramo morra, pois os vasos condutores de água e sais minerais são eliminados e suas folhas deixarão de realizar fotossíntese. B) o ramo morra, pois os vasos condutores de substâncias orgânicas são eliminados e suas folhas deixarão de receber alimento das raízes. C) o ramo continue vivo, pois os vasos condutores de água e sais minerais não são eliminados e as folhas continuarão a realizar fotossíntese. D) o ramo continue vivo, pois os vasos condutores de substâncias orgânicas não são eliminados e suas folhas continuarão a receber alimento das raízes. E) a planta toda morra, pois a eliminação do chamado anel de Malpighi, independentemente do local onde seja realizado, é sempre fatal para a planta.

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14. (UFPR) Para não se perderem na floresta, João e Maria resolveram fazer marcas nas árvores pelas quais passavam. A marca consistia em cortar com uma faca um anel do tronco, na altura dos seus olhos. Na volta para casa algum tempo depois, ficaram surpresos ao observar que algumas das árvores que tinham marcado estavam morrendo. Considere o esquema do caule das árvores apresentado abaixo e assinale a alternativa que explica o que ocorreu.

A) Ao cortarem o anel das árvores, João e Maria removeram o felogênio, o que resultou na falta de produção de parênquima cortical necessário à manutenção do tronco. B) Embora o corte tenha atingido apenas a camada 1, os troncos perderam sua proteção natural, o que levou à morte das árvores. C) As árvores teriam sobrevivido se o corte chegasse somente até a região do câmbio, pois ficariam preservadas as estruturas essenciais a sua sobrevivência: a camada 4 e o cerne. D) Quando foram cortadas, as árvores que estão morrendo perderam a estrutura 3, responsável pela distribuição de nutrientes. E) Pequenos ferimentos causados na estrutura 2 já são suficientes para matar as árvores, pois essa estrutura é responsável pela proteção contra a dessecação do tronco. 15. (UFC) A teoria de Dixon é uma das hipóteses que tenta explicar o transporte de água da raiz até as folhas de árvores com mais de 30 metros de altura, como a castanheira-do-pará. Assinale a alternativa que contém aspectos nos quais se baseia essa teoria. A) Coesão entre as moléculas de água, adesão entre essas moléculas e as paredes do xilema, tensão gerada no interior dos vasos pela transpiração foliar. B) Aumento da concentração osmótica no interior dos vasos xilemáticos da raiz, entrada de água por osmose, impulsão da seiva para cima. C) Semelhança dos vasos do xilema a tubos de diâmetro microscópico, propriedades de adesão e coesão das moléculas de água, ocorrência do fenômeno da capilaridade. D) Permeabilidade seletiva das células do córtex da raiz, presença da endoderme com as estrias de Caspary, transporte ascendente da seiva bruta. E) Produção de carboidratos nas folhas, aumento da concentração osmótica nesses órgãos, ascensão da seiva bruta, por osmose e capilaridade, nos vasos do xilema. 16. (UFC) A água e os sais minerais absorvidos pelas raízes atingem todas as folhas da copa de uma árvore. Através da transpiração foliar, a água é perdida para a atmosfera e o déficit hídrico gerado no interior da folha é prontamente revertido pela absorção radicular. A teoria da coesão-tensão é a mais aceita

atualmente para explicar a condução da seiva bruta no interior das plantas vasculares e pressupõe: A) que o fenômeno da capilaridade, resultante das propriedades de adesão e coesão da água é o responsável pela elevação da seiva bruta, através do caule, para a copa das grandes árvores. B) que os sais minerais acumulados no interior do xilema radicular desenvolvem uma grande pressão osmótica, impulsionando a seiva bruta até a copa das árvores. C) que a transpiração pelas folhas provoca uma tensão no interior do xilema, succionando e elevando a coluna de seiva bruta, que é contínua e mantida unida pelas forças de coesão entre as moléculas de água. D) que a tensão, exercida pela pressão positiva da raiz, succiona a seiva bruta até às folhas e a coluna de água eleva-se pelas forças de adesão entre as suas moléculas e as paredes dos vasos do xilema. E) que a capilaridade é a grande força impulsionadora da seiva bruta, uma vez que os vasos do xilema apresentam um diâmetro diminuto, facilitando a adesão com as moléculas de água e a elevação da coluna a grandes distâncias do solo. 17. (UFC) Ao fazermos o anelamento (retirando um anel contínuo) no tronco de uma árvore, observamos que, com o passar do tempo, suas folhas vão amarelecendo e caindo, culminando com a morte da planta. Assinale a alternativa que explica esse fenômeno: A) ocorre a interrupção do fluxo de água e minerais absorvidos pela raiz; B) ocorre a obstrução do xilema e, consequentemente, do fluxo de fotossintatos produzidos nas folhas, para as raízes; C) ocorre a obstrução do floema e a interrupção do fluxo dos produtos da fotossíntese das folhas para a raiz; D) a retirada da periderme faz com que a planta morra em consequência da perda excessiva de água para o meio; E) a retirada da casca permite a invasão de organismos patogênicos que se instalam no sistema vascular, obstruindo-o. 18. (UFPB) A figura abaixo representa o experimento desenvolvido pelo cientista italiano Marcello Malpighi, para verificar a translocação dos solutos orgânicos no caule de plantas vasculares.

Adaptada de: Purves, W. K.; Sadava, D.; Orians, G. H. & Heller, H. G. Vida: a ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 629.

Com base na figura e nos processos de condução através dos tecidos vasculares, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s): (_) O xilema continua transportando água e sais minerais para a folha.

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Curso de Biologia (_) O xilema acumula os solutos orgânicos na parte superior do caule, como indicado pela seta na figura B. (_) O floema está situado mais externamente em relação ao xilema. (_) O floema deixa de transportar compostos orgânicos para as raízes e, por esse motivo, a planta poderá morrer. (_) O floema, responsável pela translocação, continua levando os compostos orgânicos dos locais onde se encontram em baixa concentração para os locais de alta concentração. A sequência correta é: A) FVVFV. B) VFFVF. C) FVFVV. D) VFVVF. E) VFVFV. 19. (UFRRJ) Sobre o esquema a seguir são feitas algumas afirmativas:

I. O esquema representa o tecido vegetal de sustentação. II. Neste sistema movimenta-se uma solução orgânica onde predominam açúcares solúveis. III. Este tecido está presente em todos os vegetais terrestres. IV. A movimentação de solução orgânica neste sistema faz-se da região mais concentrada para a menos concentrada. Sobre as afirmativas, pode-se concluir que apenas A) II e III estão corretas. B) II e IV estão corretas. C) I e IV estão corretas. D) I e II estão corretas. E) I e III estão corretas. 20. (UNIRIO) Plantas jovens e muito semelhantes foram, de início, cultivadas num meio nutritivo sem a presença de nitrogênio. A partir de um determinado momento, foram regadas com uma solução de nitrato, onde o elemento nitrogênio era radioativo. A intervalos regulares, retiraram-se algumas plantas e investigou-se nelas a presença de matéria radioativa em cortes realizados ao nível das raízes e ao nível da folha. O quadro resume os resultados obtidos:

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II. O elemento nitrogênio se encontra sob a forma orgânica no xilema. III. Após a realização da fotossíntese, fazendo parte da seiva elaborada, o nitrogênio passou, através do floema, das folhas à raiz. IV. No floema, o nitrogênio se encontra sob a forma mineral. As afirmativas corretas são: A) I e II, apenas. B) I e III, apenas. C) I e IV, apenas. D) II e III, apenas. E) II e IV, apenas. 21. (UFMG) Para explicar-se o deslocamento de água em vegetais, foram feitos dois experimentos: no primeiro – experimento I –, um ramo de pinheiro foi acoplado a um tubo contendo água, inserido em uma cuba com mercúrio; no segundo – experimento II –, o ramo de pinheiro foi substituído por um vaso de argila porosa.

Em ambos os experimentos, após certo tempo, observou-se a elevação da coluna de mercúrio, como mostrado nas figuras I e II. Os processos que explicam o deslocamento da água no experimento I e no experimento II são, respectivamente, A) a pressão osmótica e a evaporação. B) a pressão radicular e a evaporação. C) a transpiração e a evaporação. D) a transpiração e a difusão. 22. (UFMG) A figura abaixo representa um potômetro usado para verificar a transpiração de uma planta que se encontra num ambiente quente e com ventilação. O potômetro consiste em dois frascos (I e II) que contêm água e estão unidos por um tubo, no interior do qual se encontra uma bolha de ar.

Resultado: presença (+) ou ausência (-) de radiação. Após a análise dos resultados, foram feitas as afirmativas a seguir. I. O nitrogênio, fazendo parte da seiva bruta, passou, através do xilema, da raiz às folhas. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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A transpiração da planta será constatada, quando a bolha de ar A) permanecer imóvel no centro. B) deslocar-se em direção a II. C) oscilar entre I e II. D) deslocar-se em direção a I. 23. (UFMG) O corte da haste de flores a dois centímetros da ponta e dentro d'água, prolonga a conservação das flores em jarros. Essa prática, muito adotada em floriculturas, tem como objetivo impedir A) a abertura dos estômatos, essencial ao transporte de água. B) a formação de bolhas de ar para favorecer a capilaridade. C) a perda de água pelas flores, que resfria a planta. D) o funcionamento dos vasos do floema como tubos condutores. 24. (UFMG) Esta figura representa um fenômeno observado após a poda anual das videiras.

A alternativa que melhor explica o fenômeno é A) a abertura dos estômatos provocando a eliminação da seiva. B) a sucção de água pelas células dos ramos da planta. C) o deslocamento da seiva devido à pressão de raiz. D) o transporte ativo da seiva pelas células das raízes da videira. 25. (UFMG) O esquema a seguir refere-se a um sistema constituído por dois balões, 1 e 2, de membrana semipermeável, que se comunicam através de um tubo de vidro 3. O balão 1 contém uma solução concentrada de sacarose, e o balão 2 contém somente água. Os dois balões são colocados nos recipientes I e II, que contêm água e se comunicam pelo tubo 4. Comparando-se o sistema descrito com uma planta viva, a alternativa que contém a correlação incorreta é

Questões discursivas 26. (FUVEST) Os floristas recomendam, para as flores colhidas durarem mais, que seus cabos sejam cortados sob a água. Outra sugestão para prolongar a vida das flores é colocar, na água do vaso, tabletes de açúcar. Com base em seus conhecimentos de botânica, explique os porquês dessas duas recomendações. 27. (UNICAMP) O aumento na taxa de transpiração das plantas, levando-as a um maior consumo de água, torna-as mais sensíveis à deficiência hídrica no solo. A) Explique o mecanismo de reposição da água perdida pela planta com o aumento da taxa de transpiração. B) Explique o(s) caminho(s) que pode(m) ser percorrido(s) pela água nas plantas, desde sua entrada nos pelos absorventes até a sua chegada no xilema da raiz. 28. (UNICAMP) A remoção de um anel da casca do tronco de uma árvore provoca um espessamento na região situada logo acima do anel. A árvore acaba morrendo. A) O que causa o espessamento? Por quê? B) Por que a árvore morre? C) Se o mesmo procedimento for feito num ramo, as folhas e os frutos desse ramo tenderão a se desenvolver mais que o normal. Por quê? D) No inverno, em regiões temperadas, a remoção do anel não causa espessamento nas árvores que perdem folhas. Por quê? 29. (UNIFESP) Considere duas árvores da mesma espécie: uma jovem, que ainda não atingiu seu tamanho máximo, e uma árvore adulta, que já atingiu o tamanho máximo. Ambas ocupam o mesmo ambiente e possuem a mesma quantidade de estômatos por unidade de área foliar. A) Por unidade de massa, quem absorve CO2 mais rapidamente? Justifique. B) Considerando apenas o transporte de água no corpo da planta, qual das duas árvores deve manter os estômatos abertos por mais tempo? Justifique. 30. (UFF) Com base nos conhecimentos sobre anatomia e fisiologia vegetal e nas figuras I e II:

A) 1 – folha. B) 2 – raiz. C) 3 – floema. D) 4 – plasmodesmo. E) I e II – xilema.

A) identifique e diferencie funcionalmente as duas regiões 1A e 1B do tronco da árvore mostrada na figura I; B) indique o número do tecido responsável pela condução da seiva elaborada mostrado na figura I e o nomeie; C) justifique o fenômeno apontado pela seta na figura II que ocorre após o destacamento de um anel completo da casca do tronco da planta (anel de Malpighi); D) informe o que acontecerá com a planta após um período prolongado sem esse anel. Explique. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia AULA 12 – Transpiração e Gutação Transpiração Transpiração é a perda de água por evaporação que ocorre através da superfície corporal de plantas e animais. Nas plantas, a perda de água para a atmosfera se dá principalmente nas folhas, através dos estômatos, que se abrem para a planta poder absorver o gás carbônico necessário à fotossíntese. A transpiração abaixa a temperatura da planta, fazendo-a cair entre 10 e 15° C abaixo da temperatura ambiental. Além disso, promove a força de sucção que leva à subida da seiva bruta. A transpiração total de uma planta é representada pela soma da transpiração pelos estômatos e a transpiração pela cutícula. - A transpiração estomática corresponde a aproximadamente 90 - 95% da transpiração total, é ativa, variável e depende do grau de abertura dos estômatos. - A transpiração cuticular ou evaporação é praticamente constante para cada espécie, embora seria maior nas folhas mais velhas. Corresponde a 5 -10% da transpiração total, é passiva e é um fenômeno puramente físico.

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que inicialmente os estômatos estavam abertos e a planta transpirava por eles (transpiração estomática). Com a interrupção do fluxo de água provocado pela retirada da folha da árvore, os estômatos começaram a se fechar e a transpiração estomática foi se reduzindo, até acabar. Após esse ponto, a folha continuou a perder água apenas através da cutícula (transpiração cuticular), fenômeno sobre o qual a planta não tem controle. A transpiração cuticular, entretanto, é muito pequena se comparada à transpiração estomática. O gráfico representa a curva de fechamento estomático e permite avaliar a taxa de transpiração foliar de uma planta.

Medindo a Transpiração das Plantas Pode-se avaliar o quanto uma planta transpira pesando, a intervalos regulares, uma folha recém-destacada. A diminuição de peso observada a cada pesagem deve-se à perda de água por transpiração.

Curva de fechamento estomático: quando o gráfico se estabiliza é porque houve o fechamento dos estômatos

Tempo decorrido após ser Peso (gramas) destacada (minutos) 1 1,358 2 1,348 3 1,341 4 1,335 5 1,330 6 1,326 7 1,322 8 1,318 Variação no peso de uma folha destacada Pesagens 1ª para 2ª 2ª para 3ª 3ª para 4ª 4ª para 5ª 5ª para 6ª 6ª para 7ª 7ª para 8ª Variação entre as pesagens

Peso 0,010 g 0,007 g 0,006 g 0,005 g 0,004 g 0,004 g 0,004 g

Nos primeiros momentos, após ter sido retirada da planta, a folha perde grande quantidade de água. Com o passar do tempo a perda de água vai diminuindo até se estabilizar. A razão disso é

Em A, curva de fechamento rápida típica de plantas xerófitas (perceba a curva mais acentuada); em B, curva normal

Estrutura dos estômatos O estômato é uma estrutura epidérmica da folha que permite controlar a entrada e saída de gases e de vapor de água. Um estômato é formado por duas células em forma de rim ou de

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haltere, ricas em cloroplastos, denominadas células guardas, e por um número variável de células acessórias ou subsidiárias.

mediana, abrindo o ostíolo. Quando as células-guardas perdem água, as extremidades diminuem e as regiões medianas das células se aproximam, fechando o ostíolo.

Modelo de estômatos representados em preservativos de látex com fitas adesivas para simulação das fibras de celulose; em A e B, de dicotiledôneas, respectivamente fechados e abertos; em C e D de monocotiledôneas gramíneas, respectivamente fechados e abertos Em (a), estômatos abertos; em (b) estômatos fechados; fotomicrografias eletrônicas.

Fatores ambientais que afetam a abertura dos estômatos Diversos fatores ambientais influenciam a abertura dos estômatos. Dentre eles destacam-se a luz, a concentração de gás carbônico e o suprimento hídrico da planta.

Fotomicrografia óptica mostrando células guarda e células acessórias. Propriedades das células-guardas Os estômatos se abrem quando as células-guardas absorvem água, aumentando de volume, e se fecham quando as células-guardas perdem água, tomando-se flácidas. Esse comportamento deve-se à disposição estratégica das fibras de celulose na parede das células-guardas dos estômatos. Na maioria das dicotiledôneas as células guardas tem forma de rim. As microfibrilas de celulose da parede das célulasguardas são orientadas de tal maneira que, ao ficar túrgidas, elas aumentam a curvatura, o que causa sua separação e a abertura do ostíolo. Ao perder água, por outro lado, as células-guardas diminuem a curvatura e se aproximam, fechando o ostíolo. Nas gramíneas, as células-guardas têm forma de haltere, com as extremidades mais dilatadas e a região mediana mais comprimida. As extremidades têm paredes finas e a região central tem paredes grossas. Quando as células-guardas ficam túrgidas, suas extremidades se dilatam, o que causa afastamento na região

Fatores externos (ambientais) - Temperatura: A velocidade de transpiração duplica, sempre que a temperatura se eleva cerca de 10° C. Embora isto possa dar uma ideia de que a temperatura afeta a transpiração de modo diretamente proporcional, alterações entre 10º e 25° e pouco afetam o comportamento dos estômatos, porém temperaturas acima de 30/ 35°e podem ocasionar o seu fechamento. - Umidade do ar: Quanto maior a umidade, menor será a transpiração, pois a água perde-se mais lentamente para o ar já sobrecarregado de vapor d'água. - Ventilação: O vento retira o vapor d'água que existe na superfície da folha, com isto aumenta a velocidade de transpiração. Um vento úmido pode diminuir a transpiração, porém um vento seco aumenta muito a transpiração. - Luz: É um fator que age indiretamente, tanto pela influência no aumento da temperatura quando no grau de abertura dos estômatos. Em ambos os casos, faz aumentar a transpiração. - Umidade do solo: Quanto maior a umidade do solo, maior a absorção e maior a transpiração. Internos (da própria planta) - Área transpirante (superfície da folha): Influi de modo diretamente proporcional: quanto maior a superfície, maior a transpiração. Vegetais de florestas escuras e muito úmidas possuem grandes superfícies foliares, porque "seu problema" é obter luz e não perder água.

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Curso de Biologia - Espessura da cutícula: Quanto mais espessa, menor a transpiração. Alguns vegetais também apresentam cera sobre a cutícula. - Pelos: Plantas de regiões muito ventiladas possuem frequentemente pelos. Esses pelos estabilizam a camada de ar sobre a folha, diminuindo assim a transpiração. Estômatos - grau de abertura: Quanto maior o grau de abertura, maior a transpiração. - número: Quanto maior o número de estômatos, maior a transpiração. - localização: Normalmente situam-se na superfície inferior da folha e nos vegetais xerófitos. São protegidos em criptas. - eficiência: Os estômatos são mais eficientes em vegetais xerófitos; em plantas de regiões úmidas, os estômatos são pouco eficientes. Condições ambientais Intensidade luminosa Concentração de CO2 Suprimento de água

Alta Baixa Alta Baixa Alto Baixo

Comportamento do estômato Abre Fecha Fecha Abre Abre Fecha

Mecanismos de abertura e fechamento dos estômatos Mecanismo hidroativo O mecanismo hidroativo é o mecanismo primordial na abertura e fechamento dos estômatos. Todos os demais mecanismos dependem dele. Para entender abertura e fechamento de estômatos, primeiro deve-se falar um pouco sobre a anatomia do estômato. Cada estômato é formado por 2 células guarda ou estomáticas (únicas células clorofiladas da epiderme) que delimitam uma abertura, o ostíolo. Envolvendo as células guarda, há várias outras células chamadas células anexas. Em dicotiledôneas, as células guardas têm aspecto reniforme. A porção de parede celular junto ao ostíolo é espessada. A partir dessa região, partem fibras de celulose radiais. A porção da parede celular oposta ao ostíolo é mais fina. Quando as células guarda ficam túrgidas, a concavidade da parede espessada de celulose junto ao ostíolo impede que este de feche. Ao contrário, a entrada de água irá promover um a pressão sobre a região mais fina da parede, ou seja, do lado oposto ao ostíolo. Esta irá dilatar. Ao dilatar, ela se expande e acaba promovendo uma tração sobre a parte espessada (que não pode fechar o ostíolo devido à concavidade mas pode ser tracionada em sua região convexa), o que promove a abertura do ostíolo. Quando as células guarda ficam plasmolisadas, cessa a tração sobre a região espessada da parede celular, que cede, assumindo uma postura flácida e fechando o ostíolo. Assim, a abertura dos

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estômatos na turgência é explicada pelo espessamento da parede celular e pelas fibras radiais de celulose. Em monocotiledôneas, as células guarda têm aspecto de halteres. Na sua região mediana, há um reforço na parede celulósica, ausente nas extremidades. Quando as células guarda ficam túrgidas, a região central não dilata, devido ao reforço, mas as extremidades dilatam, promovendo um afastamento das regiões medianas das células e consequentemente abertura do ostíolo.

Mecanismo fotoativo O mecanismo fotoativo é acionado pela luz. Em presença de luz, as células estomáticas (as únicas clorofiladas da epiderme) realizam fotossíntese, o que faz diminuir a concentração de CO2 e consequentemente a concentração de H2CO3 e íons H+ dentro delas. Desse modo, aumenta o pH e o meio vai se tornando alcalino (ou básico). Esse meio alcalino ativa a enzima fosforilase alcalina, que converte amido (osmoticamente inativo, insolúvel) e transformado em glicose (solúvel, osmoticamente ativa). Essa glicose aumenta a concentração nas células estomáticas, o que aumenta a pressão osmótica. Consequentemente, as células estomáticas absorvem água das células anexas e se tornam túrgidas: abre-se o ostíolo e aumenta a transpiração. Na ausência de iluminação, o processo de fotossíntese não se realiza e tanto o CO2 vindo do ar como o produzido na respiração deixam de ser utilizados. No citoplasma, o CO2 forma ácido carbônico, tornando o meio celular ácido. Em meio ácido, a enzima fosforilase ácida das células estomáticas catalisa a transformação da glicose em amido. Assim, diminui a pressão osmótica do conteúdo das células estomáticas, que passam a perder água para as células epidérmicas vizinhas. Com diminuição do turgor dessas células, os ostíolos dos estômatos se fecham.

Mecanismo acionado por potássio O mecanismo acionado por potássio é também fotoativo, sendo, pois, acionado pela luz. A luz (especialmente azul) ativa um pigmento localizado provavelmente no tonoplasto (membrana do vacúolo), que por sua vez estimula o bombeamento do potássio para dentro das células-guarda, que se tornam hipertônicas, atraem água por osmose e se tornam túrgidas, levando à abertura estomática. Como os primeiros raios de sol da manhã são azulados, é provável que a abertura matinal dos estômatos seja acionada por esse mecanismo.

Mecanismo pelo ácido abcísico (ABA) Em situações de estresse hídrico na folha (ou seja, falta de água), há a liberação do hormônio vegetal ácido abcísico (ABA). Esse ABA induz o bombeamento de potássio para fora das célulasguarda, o que as torna hipotônicas. Desse modo, elas perdem água e ficam plasmolisadas, o que leva ao fechamento dos estômatos. Esse mecanismo é importante para evitar perdas de água pela planta em situações de estresse hídrico, o que poderia levá-las à ressecação e consequentemente à morte.

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Métodos para demonstração da transpiração - Condensação do vapor d'água: Esse método qualitativo para a verificação da transpiração consiste na colocação da planta sob uma redoma de vidro, para verificar a condensação do vapor de água transpirado na parede da redoma.

Gutação - Método do potômetro: podem ser avaliados o volume de transpiração e a velocidade de transpiração, através da velocidade de deslocamento da bolha de ar.

- Método do papel de Cobalto: Este método utiliza o papel de Cobalto (papel de filtro + CoCl2), o qual em meio anidro é azul e em meio hidratado é róseo. - Método gravimétrico: Neste método utiliza-se uma planta envasada, em que o vaso, a terra e a planta foram previamente pesados. Recobre-se com papel alumínio, a terra e o vaso. Depois de algum tempo de transpiração, faz-se uma nova pesagem. A diferença de peso corresponde à água perdida na transpiração. - Método gravimétrico de pesagens rápidas: Destaca-se uma folha da planta e a seguir pesa-se esta folha em intervalos regulares de, por exemplo, um minuto cada um. Pode-se construir um gráfico e ter ideia do momento do fechamento dos estômatos, pois, a partir desse ponto, a perda de água mantém-se praticamente constante (somente transpiração cuticular).

A gutação ou sudação é a eliminação do excesso de água do solo no estado líquido, durante a noite, quando os estômatos estão fechados e não há transpiração. Esse mecanismo ocorre através de estruturas especiais chamadas hidatódios. Os hidatódios são estruturas encontradas nas folhas, aparecendo no ápice ou e bordo das folhas. Existem dois tipos de hidatódios: epitemal (estômato aquífero) e epidermal. - Hidatódio epitemal: é o mais frequente nos vegetais. Consta de duas células epidérmicas rígidas (células estomáticas), delimitando entre elas um poro permanentemente aberto. Abaixo da epiderme encontramos um parênquima aquífero (epítema) onde aparecem terminações dos elementos do xilema. - Hidatódio epidermal: consta de uma única célula epidérmica que excreta água. A gutação é um processo que só ocorre em determinadas condições como (I) ausência de transpiração, (II) solo bem suprido com água e (III) solo bem suprido com sais e oxigênio (uma vez que o mecanismo é ativo, exigindo energia da atividade respiratória). Quando a planta não transpira não ocorre a força de sucção das folhas. A planta continua a absorver sais do solo (absorção ativa) e isto aumenta a pressão osmótica das células radiculares; em consequência as células retiram água do solo. Vaise criando, no sistema radicular, pressões cada vez maiores até que todo material começa a ser empurrado no interior do xilema onde circula pelo caule e atinge a folha. O excesso acaba saindo da folha através dos hidatódios sob forma de gotículas líquidas. A seiva que circula pelo xilema nestas condições está com pressão positiva (a pressão positiva ou impulso da raiz). Pode-se demonstrar tal fato cortando-se o caule na sua base. A seiva começa a extravasar. Ligando-se ao caule seccionado um tubo manométrico, pode-se medir o valor da pressão de raiz. Não se deve confundir gutação com produção de orvalho. Orvalho é a condensação do vapor de água da atmosfera em noites frias e úmidas.

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Ciclo de Calvin.

Em A, representação de hidatódios; em B, gutação.

Plantas C3, C4 e MAC

Ao fim do ciclo, o PGAL formado pode ser utilizado para a formação de diversas moléculas orgânicas. A partir dele, pode-se formar frutose, que posteriormente originará glicose ou outros açúcares mono ou polissacarídeos, bem como todas as outras moléculas orgânicas da natureza. O nome ciclo das pentoses vem do composto que se une ao CO2 no início do ciclo, a ribulose-1,5-difosfato ou RuDP, que é uma cetopentose. A enzima que catalisa a primeira reação do ciclo (união da RuDP ao CO2 para produção da hexose instável que se quebrará para formar o PGA) é denominada RuDPcarboxilase-oxigenase, apelidada Rubisco.

Fotorrespiração

Para entendermos o processo de fotorrespiração, temos que lembrar alguns aspectos da fotossíntese vegetal. A fotossíntese vegetal ocorre em 2 etapas: A fase clara ou fotoquímica ocorre na membrana interna dos plastos (lamelas e tilacoides), utilizando luz, clorofila para captá-la e água, e produzindo NADPH e ATP, além de liberar O2 para a atmosfera. A fase escura ou química ocorre no estroma dos plastos através de uma reação conhecida como ciclo de Calvin-Benson ou ciclo das pentoses, utilizando o NADPH e o ATP produzidos na fase clara, além do CO2 atmosférico, para produzir um composto denominado fosfogliceraldeído ou PGAL, que posteriormente formará glicose. O ciclo de Calvin-Benson ou ciclo das pentoses ocorre da maneira descrita abaixo:

Detalhe da reação catalisada pela Rubisco. Esta enzima é a mais abundante numa planta, correspondendo a cerca de 15% das proteínas de um vegetal, sendo provavelmente a mais abundante proteína do mundo! A Rubisco (RuDP-carboxilase-oxigenase) tem este nome porque ela atua de duas maneiras: - caso haja baixos teores de O2 na célula vegetal, a Rubisco carboxila, ou seja, adiciona CO2 à RuDP, iniciando o ciclo de Calvin;

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- caso haja altos teores de O2, não importando os teores de CO2 (há maior afinidade pelo O2) a Rubisco oxigena, ou seja, adiciona O2 à RuDP, provocando o processo de fotorrespiração. A fotorrespiração ocorre então em dias iluminados em que há muita fotossíntese, havendo então muita atividade na fase clara da fotossíntese e grande produção de O2. Quando o O2 se liga à RuDP (5C), promove sua quebra, liberando um composto de 3C, o PGA que entra no ciclo de Calvin, e um composto de 2C, denominado ácido fosfoglicólico. Este passa por peroxissomas, glioxissomas e mitocôndrias, onde é degradado em CO2 sem produção de energia como ATP.

hexose produzida é tão instável que nunca foi isolada, rapidamente sendo convertida em PGA). Elas utilizam o ciclo de Calvin para essa fixação, também chamado de ciclo C3. A maioria das plantas correspondem a plantas C3. São exatamente estas plantas que passam pelo problema descrito anteriormente: abertura parcial dos estômatos para eliminar o O2 e evitar a fotorrespiração, tendo que para isso perder muita água por transpiração.

Plantas C4 Plantas C4 têm esse nome porque fixam o CO2 num composto de 4C, o ácido oxalacético. O CO2 é unido a um composto de 3C, o fosfoenolpiruvato ou PEP, formando o ácido oxalacético de 4C. Elas utilizam simultaneamente o ciclo C3 e o ciclo de Hatch-Slack ou ciclo C4. O ciclo 4 funciona como descrito abaixo:

Em cima, ciclo de Calvin; embaixo, fotorrespiração. Além de não produzir energia, a fotorrespiração acaba sendo prejudicial à planta, pois desvia a RuDP da produção de glicose para produzir mais CO2. Observe que mesmo que o CO2 seja reutilizado no ciclo de Calvin, a planta está diminuindo sua produção de glicose no ciclo de Calvin (lembre-se que são necessárias 6 voltas do CO2 no ciclo para produzir uma glicose): sem fotorrespiração, para cada RuDP produz-se 2 PGA para o ciclo de Calvin; com fotorrespiração, para cada RuDP produz-se apenas 1 PGA para o ciclo de Calvin e 2 CO2. Se não houvesse fotorrespiração, ela utilizaria todo o RuDP para a produção de glicose! Sob condições de fotorrespiração, até 50% do carbono fixado no ciclo de Calvin é reconvertido em CO2, havendo uma diminuição na produtividade vegetal em cerca de 50% também. Um dos maiores problemas advindos disso, diz respeito às perdas de água pela planta nos estômatos. A planta vive um sério dilema durante o dia: se manter os estômatos muito fechados, o O2 produzido na fotossíntese não é eliminado, aumentando muito a fotorrespiração e reduzindo a produtividade; se manter os estômatos muito abertos, poderá eliminar o e diminuir a fotorrespiração, em compensação, as perdas de água por transpiração serão muito grandes. Assim, a abertura dos estômatos durante o dia é parcial: os dois problemas são mantidos, ainda que em intensidades menores. Quanto ao mecanismo de fixação de CO2 as plantas podem ser classificadas como C3, C4 ou MAC.

Plantas C3

Plantas C3 têm esse nome porque fixam o CO2 num composto de 3C, o PGA (observe que ele é o primeiro produto do ciclo de Calvin após a união do CO2 ao RuDP; lembre-se que a

A fixação de dióxido de carbono pela via C4. O dióxido de carbono é "fixado" no fosfoenolpiruvato (PEP) pela enzima PEP carboxilase. Dependendo da espécie, o oxaloacetato resultante é reduzido a malato ou convertido em aspartato através da adição de um grupo amino (- NH2). O malato ou o aspartato passam para as células da bainha vascular, onde CO2 é liberado para o ciclo de Calvin. O malato ou o aspartato (4C) liberam então CO2 que passa ao ciclo de Calvin, formando um composto de 3C dito ácido pirúvico. Este é reconvertido em PEP ao reagir com ATP, que forma AMP. É interessante que se entenda porque a planta C4 faz isso. Para isso, é necessário que se entenda a anatomia de uma folha de planta C4. Normalmente, as células do mesófilo das folhas das plantas têm a responsabilidade de realizar todas as etapas da fotossíntese (ou seja, fases clara e escura), e as células da bainha, que envolvem a as nervuras, não realizam fotossíntese. Nas plantas C4, as células do mesófilo só realizam a fase clara da fotossíntese (e consequentemente produzem grandes quantidades de O2), não realizado ciclo de Calvin. Já as células da bainha realizam fotossíntese, sendo que não fazem fase clara (tendo pois baixos teores de O2), apenas fase escura (ciclo de Calvin). A vantagem disso é que as taxas de fotorrespiração diminuem consideravelmente. Lembre-se que a fotorrespiração ocorre quando o O2 ataca a RuDP e diminui a eficiência do ciclo de Calvin. Observe que numa planta C4, o ciclo de Calvin só ocorre nas células da bainha, onde não há fase clara e consequentemente pequenas taxas de O2. Assim, o ciclo de Calvin não é afetado pelo O2 e diminui enormemente as taxas de fotorrespiração.

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Curso de Biologia O CO2 é fixado em ácido málico pelo ciclo C4 nas células do mesófilo, migra para as células da bainha e libera o CO2 para o ciclo de Calvin. O ácido pirúvico liberado corno subproduto volta ao mesófilo onde regenera o PEP para fixar mais CO2. Uma vez que o processo de fotorrespiração é reduzido nas plantas C4, elas podem reter uma quantidade maior de O2 sem afetar a produção de glicose podendo diminuir o grau de abertura dos estômatos (não há tanta necessidade de eliminar o excesso de O2). Diminuindo o grau de abertura dos estômatos, podem também reduzir as perdas de água por transpiração. Assim, plantas C4 estão bem adaptadas a climas secos. A desvantagem das plantas C4 em relação às plantas C3 é seu gasto energético para produzir glicose. Se for observado o ciclo de Calvin descrito anteriormente, será notado que são utilizados 18 ATP para os 6 CO2 fixados, ou seja, 3 ATP por CO2. Nas plantas C4, além destes 3ATP do ciclo de Calvin, são consumidos mais 2 ATP por CO2 ao regenerar o PEP a partir do ácido pirúvico, havendo um consumo total de 5 ATP por CO2. São plantas C4 algumas plantas ele importância econômica como o milho, o sorgo e a cana-de-açúcar. As plantas C4 têm produtividade 2 a 3 vezes maior que plantas C3, mantidas as mesmas condições.

Plantas MAC A sigla MAC significa "metabolismo ácido das crassuláceas" (CAM em inglês). São exemplos então as crassuláceas e cactáceas, além de plantas ele interesse econômico como o abacaxi. As plantas MAC também utilizam simultaneamente os ciclos C3 e C4, fixando o CO2 pelo ciclo C4, como as plantas C4. A diferença é a maneira como elas utilizam o ciclo C4. Plantas MAC têm a característica de manter seus estômatos abertos durante a noite e fechados durante o dia. A grande vantagem é que, como as temperaturas são menores pela noite, reduzem-se as perdas de água por transpiração. São, pois, plantas típicas de regiões secas, como as plantas C4, apesar de serem mais numerosas que essas últimas. O problema seria que, se os estômatos estão fechados durante o dia, que é quando ocorre a fotos síntese, como seria adquirido o CO2 para este processo? Bem, as plantas MAC fixam o CO2 durante a noite pelo ciclo C4 nas células do mesófilo (que como nas plantas C3 realizam a fase clara e a escura da fotossíntese), armazenando-o na forma de ácidos málico ou isocítrico, que foca armazenado nos vacúolos dessas células do mesófilo. Durante o dia, os ácidos málico ou isocítrico liberam o CO2 que passa a participar do ciclo de Calvin. Nesse caso, a fixação do CO2 a fase clara e a fase escura ocorrem nas mesmas células, sendo o primeiro processo (ciclo C4) realizado durante a noite e o segundo e o terceiro durante o dia. A desvantagem dessas plantas é que o CO2 para o ciclo de Calvin é liberado durante o dia, quando há a fase clara e consequentemente altas taxas de O2. Como elas mantêm os estômatos fechados durante o dia, o O2 não é eliminado e se acumula ao mesmo tempo e que há o ciclo de Calvin, havendo pois muita fotorrespiração. Assim, como elas têm uma produtividade menor, têm maiores dificuldades de crescer.

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Observe que cada planta (C3, C4 ou MAC) apresentam vantagens e desvantagens. Em condições de alto estresse hídrico, as plantas C4, e principalmente as MAC, apresentam vantagem. A diferença entre as plantas C4 e MAC em relação à ocorrência dos ciclos C3 e C4 é que nas plantas C4 o ciclo C4 ocorre no mesófilo e o C3 nas células da bainha e nas plantas MAC o ciclo C4 ocorre de noite e o ciclo C3 ocorre de dia, ambos nas células do mesófilo.

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) Na transpiração, as plantas perdem água na forma de vapor através dos estômatos. Quando os estômatos estão fechados, a transpiração torna-se desprezível. Por essa razão, a abertura dos estômatos pode funcionar como indicador do tipo de ecossistema e da estação do ano em que as plantas estão sendo observadas. A tabela a seguir mostra como se comportam os estômatos de uma planta da caatinga em diferentes condições climáticas e horas do dia. Considerando a mesma legenda dessa tabela, assinale a opção que melhor representa o comportamento dos estômatos de uma planta típica da Mata Atlântica.

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2. (UNIFOR) Assinale a alternativa que indica corretamente a curva correspondente ao fechamento dos estômatos de uma planta adaptada a ambiente seco.

A)

B)

C)

D)

E)

3. (UNIFOR) Quando uma folha é destacada da planta, a transpiração estomática dessa folha: A) Aumenta e a cuticular também aumenta. B) Aumenta e a cuticular diminui. C) Cessa e a cuticular mantêm-se. D) Cessa e a cuticular também cessa. E) Mantêm-se e a cuticular essa. 4. (UNICHRISTUS) Dois tipos de plantas, designadas C3 e C4, respondem de forma diferente à taxa de fotossíntese, dependendo da intensidade luminosa e da temperatura, conforme demonstra o gráfico abaixo.

Disponível em: http://www.biologia.bio.br/. Acesso em: 13 de abril de 2013.

A porcentagem de insolação e a temperatura em que as plantas C3 apresentam taxa fotossintética máxima são, respectivamente, A) em torno de 50% e cerca de 20oC. B) em torno de 50% e cerca de 40oC.

C) em torno de 1% e cerca de 20oC. D) em torno de 100% e cerca de 20oC. E) em torno de 40% e cerca de 10oC. 5. (UECE) Considere duas plantas da mesma espécie: uma delas em um ambiente bem iluminado, com pequena disponibilidade de água no solo e a outra colocada em um ambiente escuro, com bastante água disponível. Nessas condições, o comportamento dos estômatos será A) fechar nas duas situações. B) abrir nas plantas bem iluminadas e fechar nas plantas submetidas à escuridão. C) fechar nas plantas bem iluminadas e abrir nas plantas submetidas à escuridão. D) abrir nas duas situações. 6. (UECE) Preencha os espaços abaixo: Sabe-se que a água é o elemento principal para o metabolismo de todas as formas de vida. No caso dos vegetais a água representa de 80% a 90% do seu peso fresco, mas existem plantas, que mesmo saturadas continuam a absorver água, eliminando o excesso através de poros presentes nas folhas. Nesse caso, as plantas eliminam água no estado líquido através dos _____, sendo esse processo conhecido como_____ ou _____. Assinale a alternativa que contém os termos que completam corretamente e na ordem a sentença anterior. A) parênquima aquífero – transpiração – gutação. B) estômatos – sudação – exsudação. C) hidatódios – sudação – gutação. D) hidatódios – sudação – transpiração. 7. (FCM-JP) A fonte primária de energia da biosfera no nosso planeta é a luz, que é convertida em energia química via fotossíntese. As substâncias orgânicas que nutrem uma planta são produzidas por meio deste processo em células dotadas de cloroplastos, localizadas principalmente nas folhas. Com relação à fotossíntese marque a alternativa correta: A) A nutrição orgânica das plantas ocorre através da fotossíntese, moléculas de água (H2O) e de oxigênio (O2), reagem originando moléculas orgânicas, tendo a luz como fonte de energia. B) Durante o dia a planta faz fotossíntese, consumindo gás carbônico e produzindo gás oxigênio, a maior parte deste gás é eliminada para a atmosfera através dos estômatos. C) O gás O2 necessário à fotossíntese entra nas folhas através de estruturas epidérmicas denominadas estômatos. D) A abertura dos estômatos de uma planta depende de diversos fatores, principalmente da luminosidade, da concentração de oxigênio, e da quantidade de água disponível para as folhas. E) Ao respirar a planta libera gás nitrogênio, que é imediatamente utilizado para a fotossíntese. 8. (UNP) Durante o movimento fotoativo de abertura dos estômatos, não se observa nas células-guardas: A) diminuição do turgor celular. B) aumento do consumo de CO2 pelos cloroplastos. C) variação do pH. D) transformação do amido em glicose.

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Curso de Biologia 9. (UERN) As plantas perdem água em forma de vapor principalmente através das folhas – fenômeno conhecido como transpiração. Nesse processo, a planta pode perder água através da cutícula que reveste a epiderme, ou pode ocorrer perda pelos estômatos. O gráfico hipotético representa a variação do peso da folha recém-destacada no decorrer do tempo, de acordo com o processo de transpiração. Observe.

Analise o gráfico e assinale a alternativa correspondente. A) I – fechamento de todos os estômatos; II – transpiração cuticular; III – transpiração cuticular e estomática. B) I – transpiração cuticular e estomática; II – fechamento de todos os estômatos; III – transpiração cuticular. C) I – transpiração cuticular; II – fechamento de todos os estômatos; III – transpiração cuticular e estomática. D) I – transpiração cuticular e estomática; II – transpiração cuticular; III – fechamento de todos os estômatos. 10. (UERN) Andou como renegado no mato, furando as caatingas, farejando grotas.

REGO, José Lins do. Usina, p.21

Na fitogeografia brasileira, a caatinga destaca-se como uma das principais formações vegetais resultantes de alterações climáticas e edáficas, exigindo das plantas ali instaladas, inúmeras características que determinam sua adaptação às chuvas irregulares, às secas prolongadas e às temperaturas elevadas. Dentre tais características, está o funcionamento dos estômatos que se abrem e se fecham de modo mais rápido do que nas vegetações de locais úmidos. Indique a alternativa que descreve um erro no funcionamento dos estômatos: A) Quando uma planta dispõe de pouca água, suas folhas murcham e os ostíolos se abrem, limitando a perda de vapor de água, apenas à transpiração cuticular. B) Quanto maior for a concentração de íons potássio no suco vacuolar das células-guarda, maior o grau de abertura dos estômatos. C) A difusão dos íons potássio para as células vizinhas determina redução da pressão osmótica e saída de água das células-guarda, seguida de fechamento dos estômatos. D) Plantas de regiões áridas, que mantêm seus estômatos fechados por muito tempo, têm o mecanismo da fixação noturna de dióxido de carbono.

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11. (UPE) Uma das vegetações típicas do sertão nordestino corresponde às cactáceas, como, por exemplo, o mandacaru e o cacto. Esses e outros vegetais dessa região apresentam características morfofisiológicas que permitem sua adaptação ao ambiente seco. Sobre essas características e seus respectivos efeitos, analise as afirmativas abaixo. I. Folhas modificadas em espinhos, reduzindo a superfície foliar e, consequentemente, a perda de água. II. Presença de parênquima aquífero, contribuindo para o suprimento hídrico da planta. III. Epiderme rica em ceras impermeabilizantes ou portadora de pelos, favorecendo o aumento da transpiração. IV. Abertura permanente dos estômatos durante o dia, favorecendo a absorção do CO2 e retenção de água. Somente está correto o que se afirma em A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) I e II. E) III e IV. 12. (FUVEST) Existe um produto que, aplicado nas folhas das plantas, promove o fechamento dos estômatos, diminuindo a perda de água. Como consequência imediata do fechamento dos estômatos, I. o transporte de seiva bruta é prejudicado. II. a planta deixa de absorver a luz. III. a entrada de ar atmosférico e a saída de CO2 são prejudicadas. IV. a planta deixa de respirar e de fazer fotossíntese. Estão corretas apenas as afirmativas: A) I e II. B) I e III. C) I e IV. D) II e III. E) III e IV. 13. (FUVEST) Retirou-se uma folha de uma planta e, a cada intervalo de 5 minutos, pesou-se a folha em um local com umidade relativa constante. O gráfico abaixo representa os valores das diferenças de massa entre duas medidas sucessivas.

Com base nesses resultados, é possível afirmar que: A) Aos 5 minutos as células estomatais estavam mais túrgidas do que aos 25 minutos. B) Aos 25 minutos o estômato estava mais aberto do que aos 5 minutos. C) Aos 10,15, 20 e 25 minutos não houve mudança da abertura dos estômatos. D) Aos 25, 30 e 35 minutos a perda por evaporação se equiparou à absorção. E) Entre os 5 e os 25 minutos a transpiração cuticular diminuiu.

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14. (UNESP) Um pequeno agricultor construiu em sua propriedade uma estufa para cultivar alfaces pelo sistema de hidroponia, no qual as raízes são banhadas por uma solução aerada e com os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Para obter plantas maiores e de crescimento mais rápido, o agricultor achou que poderia aumentar a eficiência fotossintética das plantas e para isso instalou em sua estufa equipamentos capazes de controlar a umidade e as concentrações de CO2 e de O2 na atmosfera ambiente, além de equipamentos para controlar a luminosidade e a temperatura. É correto afirmar que o equipamento para controle da A) umidade relativa do ar é bastante útil, pois, em ambiente mais úmido, os estômatos permanecerão fechados por mais tempo, aumentando a eficiência fotossintética. B) temperatura é dispensável, pois, independentemente da temperatura ambiente, quanto maior a intensidade luminosa maior a eficiência fotossintética. C) concentração de CO2 é bastante útil, pois um aumento na concentração desse gás pode, até certo limite, aumentar a eficiência fotossintética. D) luminosidade é dispensável, pois, independentemente da intensidade luminosa, quanto maior a temperatura ambiente maior a eficiência fotossintética. E) concentração de O2 é bastante útil, pois quanto maior a concentração desse gás na atmosfera ambiente maior a eficiência fotossintética. 15. (UNESP) Sobre o processo da transpiração dos vegetais, foram feitas as cinco afirmações seguintes. I. Em torno de 95% da água absorvida pelas plantas é eliminada pela transpiração, principalmente pelos estômatos. II. Os estômatos abrem-se quando a turgescência das células- guardas é alta, fechando-se quando esta é baixa. III. A reação mais imediata da planta à pouca disponibilidade de água no solo é o fechamento dos estômatos. IV. A consequência do contido na afirmação III será uma diminuição da difusão de CO2 para o interior das folhas. V. Considerando a concentração de gás carbônico, a disponibilidade de água no solo, a intensidade luminosa, a temperatura e a concentração de oxigênio, esta última é a que exerce menor efeito sobre o processo de abertura e fechamento dos estômatos. São corretas as afirmações A) I e III, apenas. B) I e IV, apenas. C) II e IV, apenas. D) I, II, III e V, apenas. E) I, II, III, IV e V. 16. (UNESP) Você já deve ter observado que, eventualmente, na extremidade de folhas de pequenas plantas formam-se gotas de água. Isto ocorre até mesmo com plantas em vasos, dentro de casa. Trata-se da gutação, fenômeno no qual pequenas gotas de água e sais são eliminados por poros denominados hidatódios ou estômatos aquíferos. A gutação ocorre quando: A) a umidade relativa do ar é alta, a transpiração e a sucção foliar são baixas, o solo é úmido e arejado e há boa absorção de água pelas raízes. B) a umidade relativa do ar é alta, a transpiração e a sucção foliar são intensas, o solo é úmido e arejado e há baixa absorção de água pelas raízes. C) a umidade relativa do ar é alta, a transpiração e a sucção foliar são baixas, o solo é seco e há baixa absorção de água pelas raízes. D) a umidade relativa do ar é baixa, a transpiração e a sucção foliar são intensas, o solo é seco e há baixa absorção de água pelas raízes. E) a umidade relativa do ar é baixa, a transpiração e a sucção foliar são intensas, o solo apresenta excesso de água e pouco gás oxigênio e há boa absorção de água pelas raízes. 17. (UNESP) Algumas árvores com folhas largas, revestidas por cutícula, foram cultivadas em uma região onde a temperatura é sempre alta, a umidade do ar é baixa e há abundância de água no solo. Considerando os processos de troca de água com o meio, assinale a alternativa que corresponde às respostas fisiológicas esperadas para estas árvores, crescendo sob essas condições. ESTÔMATOS TRANSPIRAÇÃO DE ÁGUA ABSORÇÃO DE ÁGUA TRANSPORTE DE ÁGUA A) Abertos Elevada Elevada Rápido B) Fechados Elevada Reduzida Lento C) Abertos Reduzida Elevada Rápido D) Fechados Reduzida Reduzida Lento E) Abertos Elevada Elevada Lento 18. (UNIFESP) Um professor deseja fazer a demonstração da abertura dos estômatos de uma planta mantida em condições controladas de luz, concentração de gás carbônico e suprimento hídrico. Para que os estômatos se abram, o professor deve: A) fornecer luz, aumentar a concentração de CO2 circundante e manter o solo ligeiramente seco. B) fornecer luz, aumentar a concentração de CO2 circundante e baixar a umidade do ar ao redor. C) fornecer luz, diminuir a concentração de CO2 circundante e adicionar água ao solo. D) apagar a luz, diminuir a concentração de CO2 circundante e adicionar água ao solo. E) apagar a luz, certificar-se de que a concentração de CO2 circundante esteja normal e aumentar a umidade do ar ao redor. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia 19. (UFV) Analise as seguintes afirmativas, sobre o processo de fotossíntese: I. Na fotofosforilação acíclica (fase clara), os elétrons fluem da água para o fotossistema I, em seguida para o fotossistema II e por fim para o NADP+. II. O primeiro passo do ciclo de Calvin é a fixação de um átomo de carbono, proveniente de uma molécula de dióxido de carbono, a uma molécula de ribulose-1,5-bifosfato. III. Embora a via C4 de fixação de carbono apresente um custo energético superior ao da via C3, isso é compensado pela ausência de fotorrespiração nas plantas C4. Está correto o que se afirma apenas em: A) I. B) II. C) I e II. D) II e III. 20. (UFJF) O fenômeno da gutação consiste na perda de seiva xilemática, em estado líquido, através dos hidatódios. As condições ideais para a ocorrência desse fenômeno são: A) baixa umidade relativa do ar, temperatura elevada e solo seco. B) alta umidade relativa do ar, temperatura elevada e solo seco. C) baixa umidade relativa do ar, temperatura amena e solo úmido. D) alta umidade relativa do ar, temperatura amena e solo úmido. E) baixa umidade relativa do ar, temperatura amena e solo seco. 21. (UEL) A figura a seguir é uma fotomicrografia ao microscópio óptico de estômato de Tradescantia, em vista frontal:

Adaptado de: AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos Organismos. São Paulo: Moderna. 2004. v. 2, p. 232.

Os estômatos são responsáveis pela regulação das trocas gasosas e pela transpiração nos vegetais. A concentração de CO2 e a temperatura atmosférica são fatores ambientais que influenciam no controle do mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos. Com base na figura, no texto e nos conhecimentos sobre o processo de abertura e fechamento de estômatos, assinale a alternativa que explica corretamente as razões fisiológicas pelas quais a luz influencia neste processo. A) Na ausência de luz, as células-guarda recebem íons Na+, perdem água para o ambiente por osmose, tornam-se murchas e, como consequência, o ostíolo se fecha. B) Na presença de luz, as células-guarda eliminam íons K+, perdem água para o ambiente por osmose, tornam-se flácidas e, como consequência, o ostíolo se fecha. C) Na ausência de luz, as células-guarda eliminam íons Na+, absorvem água por osmose, tornam-se túrgidas e, como consequência, o ostíolo se abre. D) Na presença de luz, as células-guarda recebem íons K+, absorvem água por osmose, tornam-se túrgidas e, como consequência, o ostíolo se abre.

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E) Na presença de luz, as células-guarda recebem íons Na+, perdem água para o ambiente por osmose, tornam-se flácidas e, como consequência, o ostíolo se abre. 22. (UEL) Analise o gráfico a seguir.

Fonte: ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1988. p. 20.

Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre o tema, analise as afirmativas a seguir. I. As plantas C3 tendem a atingir a taxa fotossintética máxima, por unidade de área de superfície foliar, sob intensidades luminosas e temperaturas moderadas e a serem inibidas por altas temperaturas e à plena luz do sol. II. As plantas C4 estão adaptadas à luz intensa e altas temperaturas, superando em muito a produção das plantas C3 sob essas condições. Uma razão para esse comportamento é que nas plantas C4 ocorre pouca fotorrespiração, ou seja, o fotossintato da planta não se perde por respiração, à medida que aumenta a intensidade luminosa. III. As plantas C4, são particularmente numerosas na família das dicotiledôneas, mas ocorrem em muitas outras famílias. IV. Apesar da sua maior eficiência fotossintética por unidade de área foliar, as plantas C3 são responsáveis pela menor parte da produção fotossintética mundial, provavelmente porque são menos competitivas nas comunidades mistas, nas quais existem efeitos de sombreamento e onde a luminosidade e temperaturas são médias em vez de extremas. Estão corretas apenas as afirmativas: A) I e II. B) III e IV. C) II e IV. D) I, II e III. E) I, III e IV. 23. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre as relações hídricas e fotossintéticas das plantas. I. A água absorvida pelas raízes percorre uma única via, através dos espaços intercelulares. II. A abertura dos estômatos permite a saída do vapor de água e a entrada do CO2 atmosférico por difusão. III. Apenas uma fração da água absorvida é retida na planta e utilizada em seu metabolismo. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

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24. (UFC) O professor de botânica montou um experimento para observar o efeito da luz sobre a transpiração foliar. Escolheu um arbusto de papoula (Hibiscus sp.) e encapsulou as extremidades de dez ramos com sacos plásticos transparentes, lacrando-os com barbante para evitar as trocas gasosas. Cobriu a metade dos sacos com papel alumínio e, após 48 horas, observou as diferenças no conteúdo de água acumulada dentro dos sacos, nos dois grupos. Assinale a alternativa que indica o resultado observado mais provável. A) A quantidade de água nos dois grupos foi igual, devido à inibição da transpiração pela alta umidade relativa que se formou no interior de ambos. B) O teor de água acumulada foi maior nos sacos plásticos sem a cobertura do papel alumínio, uma vez que a luz induziu a abertura dos estômatos e permitiu uma transpiração mais intensa. C) A quantidade de água acumulada foi maior nos sacos plásticos envoltos com papel alumínio, uma vez que a ausência de luz solar diminuiu a temperatura dentro dos sacos e a evaporação foliar. D) A concentração mais elevada de CO2 no interior dos sacos sem o papel alumínio induziu o fechamento dos estômatos, e a quantidade de água acumulada foi menor. E) A concentração de oxigênio foi menor nos sacos envoltos com papel alumínio, devido à falta de luz para a fotossíntese, ocasionando a abertura dos estômatos e o aumento da transpiração. 25. (UFC) As letras na figura abaixo representam o caminho percorrido pela água desde o solo até a atmosfera, passando pelo interior da planta. Considere as seguintes afirmativas:

A B

C

D I. Num dia chuvoso, devido ao acúmulo de água em A, a pressão osmótica em B torna intensa a movimentação de água na forma de vapor, de C para D. II. Dado um solo em condições ótimas de armazenamento de água e dada uma atmosfera em boas condições de radiação solar, vento e umidade relativa, a água move-se, geralmente, na seguinte direção: A → B → C → D. III. Em determinadas horas do dia, a transpiração das plantas torna-se tão intensa que a velocidade de movimentação da água do ponto A para o B é menor que a velocidade do ponto C para o D, ocasionando o fechamento dos estômatos. IV. O movimento da água de C para D dá-se na forma de vapor e é favorecido por condições atmosféricas brandas, como baixa

radiação solar, baixas temperaturas, ausência de vento e alta umidade relativa do ar. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas verdadeiras. A) I, III e IV. B) II e III. C) I, II e III. D) I e II. E) II e IV. 26. (UFPI) Assinale a alternativa falsa sobre os estômatos, no processo de transpiração dos vegetais: A) Com suprimento de água ideal, eles ficam abertos. B) Ficam abertos quando há luz. C) Fecham-se quando a planta tem risco de desidratação. D) A baixa concentração de gás carbônico na folha estimula sua abertura. E) O ácido abcísico inibe o transporte de K+, abrindo-os. 27. (UFPB) Os estômatos são células modificadas da epiderme responsáveis pelas trocas gasosas entre a planta e o ambiente. Essas trocas se dão através do ostíolo, que tem seus movimentos de abertura ou fechamento provocados, entre outros fatores, pela concentração de água e de íons K+, no citoplasma das células guardas, concentração de CO2 e O2, na câmara subestomática, e pela intensidade luminosa. Com relação à influência desses fatores na abertura ou fechamento dos ostíolos, é correto afirmar que a A) alta intensidade luminosa promove o fechamento. B) alta concentração de CO2, na câmara subestomática, promove a abertura. C) baixa concentração de O2, na câmara subestomática, promove o fechamento. D) alta concentração de K+, no citoplasma das células-guardas, promove o fechamento. E) baixa concentração de água, no citoplasma das célulasguardas, promove a abertura. 28. (UFPB) A transpiração das plantas é controlada pelo grau de abertura dos estômatos e também ocorre passivamente através da cutícula foliar. Para se avaliar a taxa de transpiração foliar de uma planta, realizou-se, durante um determinado intervalo de tempo, a pesagem de uma folha recém-retirada. Os resultados obtidos permitiram construir o gráfico abaixo. Compare os pontos 1, 2 e 3 assinalados no gráfico com os estádios A, B e C de abertura dos estômatos da mesma folha.

Transpiração

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1

2

3 Tempo

Estágios de abertura dos estômatos VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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30. (UFT) Diversas espécies de plantas, que vivem em regiões de clima seco (zonas áridas e semiáridas), possuem folhas espessas e suculentas. Essas plantas apresentam taxas reduzidas de transpiração sendo denominadas plantas com Metabolismo Ácido Crassuláceo (CAM). Em relação às adaptações das plantas CAM, analise as afirmativas abaixo. I. Os estômatos permanecem fechados durante o dia para evitar a perda de água. II. Os estômatos permanecem fechados durante a noite para evitar a perda de água. III. Os estômatos permanecem abertos durante a noite para permitir a entrada de CO2. IV. Os estômatos permanecem abertos durante o dia para permitir a entrada de CO2. Marque a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e III são corretas. B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. C) Somente as afirmativas II e III são corretas. D) Somente as afirmativas III e IV são corretas. E) Nenhuma das afirmativas é correta.

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Questões estilo somatória 31. (UFSC) A figura abaixo representa, ao centro, o esquema de uma estrutura vegetal chamada estômato.

A respeito da estrutura acima e de seu papel fisiológico, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 1. O funcionamento dos estômatos está associado aos mecanismos de transporte de seiva no vegetal. 2. A seta II da figura indica a presença de cloroplastos nas células estomáticas. 4. Os estômatos são estruturas encontradas em várias partes do vegetal, especialmente no caule. 8. A seta III indica as células-acessórias ou subsidiárias; através delas ocorre a eliminação da água por transpiração para o exterior do vegetal. 16. Os estômatos são estruturas muito versáteis, participando inclusive dos mecanismos de defesa vegetal, pois podem produzir e eliminar substâncias tóxicas. 32. A seta I indica a abertura estomática que ocorre entre as células-guarda e por onde se realizam as trocas gasosas nos vegetais. 64. O funcionamento do estômato é controlado por fatores intracelulares, sendo independente de fatores externos como a luminosidade e a umidade. Questões discursivas 32. (FUVEST) A) Relacione a abertura e fechamento dos estômatos com o grau de turgor das células estomáticas. B) Por que é vantajoso para uma planta manter seus estômatos abertos durante o dia e fechados à noite? 33. (FUVEST) Pesagens 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Pesos (g) 1,827 1,817 1,810 1,804 1,799 1,795 1,791 1,787 A tabela acima mostra os resultados das pesagens de uma folha verde, realizadas a cada 5 minutos, logo após sua retirada de uma planta. Nota-se que a folha perdeu peso. Isso se deveu à perda de água. Essa perda de água foi constante durante o experimento? Explique por quê. 34. (FUVEST) Quando se transplanta um arbusto, como por exemplo o hibisco, é prática comum cortar algumas de suas folhas. Explique qual a vantagem de tal procedimento.

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146 35. (UFC) O gráfico abaixo apresenta experimento realizado com uma planta suprida de água. Durante o período acompanhadas a abertura estomática concentrações de íons potássio (K+) e de guarda.

o resultado de um C3, adequadamente de um dia foram e a variação nas sacarose nas células-

ambiente seco, mantendo-se, porém, a mesma iluminação. Algum tempo após essa transferência, retirou-se uma folha de cada planta e mediu-se a quantidade de K+ por célula-guarda, em cada folha, calculando-se o quociente Q: quantidade de K+ (planta A) / quantidade de K+ (planta B). Considerando que esse quociente Q era, inicialmente, igual a 1, em ambiente de alta umidade, informe a alteração do quociente Q após a colocação da planta B em condições de baixa umidade. Justifique sua resposta. 39. (UFF) Os gráficos mostram, relativamente às plantas X e Y, a fixação de CO2 e sua incorporação no amido produzido, em função das diferentes horas do dia.

A) Observando os períodos compreendidos entre 7:00 e 11:00 h e entre 17:00 e 23:00h, qual a substância realmente efetiva na abertura e no fechamento dos estômatos? Justifique. B) A luz é a causa primária da abertura dos estômatos, porém, mesmo num dia ensolarado, havendo falta de água para a planta, os estômatos se fecham. Esse fechamento é determinado por um hormônio vegetal, que, ao ser absorvido pelas células-guarda, diminui a turgidez das mesmas. Cite que hormônio é esse e explique por que ele altera a turgescência dessas células. C) Qual a razão das células-guarda deformarem-se, abrindo o poro estomático (ou ostíolo) ao ficarem túrgidas? 36. (UFRJ) As plantas chamadas de C3 perdem muito rendimento de produção de moléculas orgânicas por fotossíntese quando a concentração de CO2 é baixa. As plantas chamadas de C4 possuem um metabolismo que contorna essa situação, mantendo a velocidade da fotossíntese mesmo em baixas concentrações de CO2. Considerando a função dos estômatos das folhas no controle da evapotranspiração, indique qual dos dois tipos de planta perde menos produtividade em um clima seco e quente. Justifique sua resposta. 37. (UFRJ) Existem plantas adaptadas às condições do deserto, nas quais a fotos síntese é do tipo CAM. Essa fotossíntese se caracteriza pela absorção do gás carbônico (CO2) pelos estômatos, durante a noite. O CO2 se acumula dentro da célula, ligando-se ao ácido málico. Durante o dia os estômatos se fecham, mas a planta pode usar, na fotossíntese, o CO2 retido no ácido málico. Explique, do ponto de vista evolutivo, a existência da fotossíntese CAM em muitas plantas que vivem nos desertos. 38. (UFF) Duas plantas idênticas (A e B) foram mantidas em condições ideais de iluminação em ambiente de alta umidade. Em determinado momento, apenas a planta B foi transferida para

A partir da análise dos gráficos, responda: A) Como se comportam, em função da luminosidade, os estômatos das plantas X e Y? B) Dentre estas duas plantas, qual possui maior possibilidade de sobreviver em ambiente seco? Por quê? 40. (UFES) Boa parte da floresta Amazônica e das caatingas do Nordeste coincidem na sua latitude. Assim, a quantidade de luz que recebem é semelhante. No entanto, o tipo de 'paisagem vegetal' é totalmente diferente nas duas regiões. I. "O clima da região amazônica reúne as condições necessárias ao desenvolvimento de uma vegetação exuberante. Nela destacam-se árvores de grande porte com a castanheira-do-pará, a seringueira e o caucho, plantas produtoras de madeira como o angelim, a sucupira, a amburana e a copaíba, etc..." II. ''A caatinga, na seca, tem uma fisionomia de deserto. As cactáceas como o mandacaru, a coroa-de-frade, o xiquexique, o facheiro são exemplos de sua vegetação típica. Também algumas bromeliáceas como a macambira. Todas elas apresentam várias adaptações que lhes permitem sobreviver na época da seca".

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AULA 13 Movimentos Vegetais e Fitormônios Movimentos Vegetais

A) Relacione o comportamento de abertura e fechamento estomático, que está representado no gráfico pelas linhas a e b, com o grupo de plantas citadas nos textos I e II. Justifique sua resposta. B) A intensidade da fotossíntese das plantas representadas nas linhas a e b no gráfico é semelhante? Justifique sua resposta.

Existem três tipos de movimentos em vegetais e organismos relacionados. Os nastismos são movimentos não direcionados acionados por um determinado estímulo. Assim, o estímulo aciona o movimento, mas o movimento não se dá em direção ao estímulo. No fotonastismo ou nictinastismo e no sismonastismo, a luz ou o contato, respectivamente, acionam o movimento, que não se dá necessariamente em direção à fonte luminosa ou ao ponto de contato. Os nastismos são mecanismos mais rápidos, relacionados a mudanças de turgor em determinadas células. O fotonastismo ou nictinastismo (nicto = noite) é verificado em muitas plantas leguminosas que possuem, na base dos folíolos ou das folhas, estruturas denominadas púlvinos: são pequenas dilatações formadas por células com capacidade de alterar rapidamente o seu turgor. Ao anoitecer os folíolos tendem a se fechar e a folha assume uma posição voltada para baixo. Ao amanhecer, a folha e os folíolos se abrem, expondo-se mais aos raios solares. Esses movimentos ocorrem por alteração da turgescência das células dos púlvinos como resposta à variação na luminosidade. O sismonastismo (sismo = abalo) ocorre nas chamadas "plantas sensitivas" ou "dormideiras", como a Mimosa pudica, e em plantas carnívoras, como em Dionaea muscipula. Nas sensitivas, o toque em seus folíolos determina seu fechamento, sendo que quanto mais forte for o estímulo, mais os folíolos e a própria folha se inclinam. Esses movimentos decorrem de alterações no turgor dos púlvinos e são extremamente rápidos.

Púlvinos em sismonastismo.

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Hormônios vegetais: Fitormônios

Mimosa pudica aberta e fechada, respectivamente (é nada...). Na planta carnívora Dionaea muscipula (muscipula = armadilha), as folhas são articuladas na região mediana, e cada metade possui tricomas sensitivos. Quando um inseto pousa sobre a superfície foliar atraído pelo néctar, ele toca nesses tricomas desencadeando o rápido fechamento da armadilha. Nesse caso, o toque provoca alterações no turgor das células que mantinham abertas as metades da folha.

Acho que a mosquinha se lascou... Os tactismos são deslocamentos direcionados por um estímulo. Assim, em bactérias, há um quimiotactismo, um deslocamento em direção a substâncias químicas que são alimentos, bem como em certas algas unicelulares flageladas há um fototactismo, um deslocamento em direção a fontes de luz. Por fim, os tropismos são movimentos direcionados por um determinado estimulo. Assim, no fototropismo, no geotropismo ou no tigmotropismo, o movimento é direcionado respectivamente por luz, gravidade e toque, sendo que este último ocorre em gavinhas (folhas modificadas de videiras e maracujás que se enrolam sobre um suporte). Os tropismos são mecanismos lentos relacionados ao crescimento da planta, em particular aos hormônios vegetais conhecidos como auxinas.

Uma vez que vegetais não possuem tecido nervoso, todo o processo de coordenação das atividades vitais é feita a partir de fitormônios, os hormônios vegetais. Essas atividades incluem germinação de sementes, crescimento, desenvolvimento, movimentos e floração. Os fitormônios são substâncias pequenas, de fácil transporte na planta e penetração nas células. Ao contrário do que ocorre com animais, em que os hormônios são transportados pelo sangue, os fitormônios não são necessariamente transportados pelos vasos condutores de seiva, o que só ocorre para alguns deles. Os principais grupos de hormônios vegetais são auxinas, giberelinas, citocininas, ácido abcísico (ABA) e etileno.

1. Auxinas

Auxinas são hormônios produzidos principalmente pelas células meristemáticas, em particular do meristema apical do caule. São também produzidas por meristemas subapicais radiculares, folhas jovens, flores, frutos e sementes. A principal auxina é o AIA (ácido indolacético), sintetizando na planta a partir de um aminoácido denominado triptofano. O transporte das auxinas é dito polarizado, ocorrendo sempre no sentido do ápice caulinar (onde se dá sua produção mais intensa) para a raiz. Esse é um mecanismo de transporte se dá de célula a célula. O principal efeito das auxinas é promover o crescimento da planta por elongação ou distensão celular. Isto ocorre porque a auxina estimula a síntese de uma enzima que quebra as ligações entre os filamentos de celulose da parede celular, o que a enfraquece. Assim, a célula se expande devido à entrada de água nos vacúolos, que têm alta pressão osmótica (isto não ocorre normalmente porque a parede celular rígida expulsa a água que entra por osmose). Em menor grau, parece também promover aumento na atividade de divisão celular. A concentração de auxina pode estimular ou inibir o desenvolvimento da planta, conforme suas concentrações. De modo geral, temos: - Concentrações muito baixas não têm efeito sobre a planta. - Concentrações moderadas estimulam o crescimento. - Concentrações muito altas inibem o crescimento. Caules e raízes têm uma sensibilidade diferenciada às auxinas, sendo as raízes bem mais sensíveis. Assim: - Em concentrações muito baixas de auxinas, não há efeito sobre caule nem sobre raiz; - Em concentrações baixas de auxinas, ainda não há efeito sobre o caule, mas já estímulo ao crescimento da raiz; - Em concentrações medianas de auxinas, há estímulo ao crescimento do caule, mas a raiz já é inibida em termos de crescimento; - Em concentrações altas de auxinas, há inibição do crescimento tanto do caule como da raiz.

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Sensibilidade diferenciada de raiz e caule às auxinas. Baixa concentração Concentração média Alta concentração Raízes Estimula Inibe Inibe Caules Sem efeito Estimula Inibe Esse efeito de sensibilidades diferentes entre raiz e caule explica alguns fenômenos de tropismos na planta, que são movimentos da planta em direção a um determinado estímulo. Fototropismo No fototropismo, a planta cresce em direção à luz. O caule tem um fototropismo positivo, crescendo em direção à fonte luminosa, enquanto a raiz apresenta um fototropismo negativo, crescendo no sentido contrário ao da fonte luminosa. Numa planta iluminada unilateralmente, o caule se curva em direção à luz, e a raiz se curva no sentido contrário. Isso ocorre porque a luz promove a migração de auxina para o lado não iluminado. Lembre-se que o transporte da auxina é um processo polarizado, podendo ocorrer por transporte ativo, e é nesse caso estimulado pela presença de luz. Assim, haverá mais auxina no lado não iluminado e menos no lado iluminado. Lado iluminado: pouca auxina Lado não iluminado: muita auxina Caule Sem efeito Cresce Raízes Cresce Inibe Veja que no caule, o lado não iluminado cresce e o iluminado não cresce, o que gera uma curvatura do caule em direção à luz (fototropismo positivo). Já na raiz, o lado iluminado cresce e o lado não iluminado não cresce, o que por sua vez gera uma curvatura em direção contrária à luz (fototropismo negativo).

Fototropismo. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Descoberta das Auxinas Diversos pesquisadores, ao estudar a resposta de plantas à iluminação unilateral, notaram que os ápices dos caules desempenham importante papel na curvatura em direção à fonte luminosa. O próprio Darwin já havia descoberto que plantinhas jovens de gramíneas podiam ser impedidas de se curvar em direção à luz se suas pontas fossem removidas ou simplesmente cobertas por um papel à prova de luz.

Experimentos demonstraram que o ápice dos coleóptilos é o responsável pela percepção e desencadeamento da resposta de curvatura das plantas em direção à fonte de luz. Diversos experimentos realizados com plantas jovens de aveia e alpiste permitiram entender o papel do ápice das plantas nas respostas fototrópicas. Essas gramíneas formam, no início da germinação, uma folha protetora denominada coleóptilo, que envolve e protege as folhas primárias da jovem planta. A função do coleóptilo é impedir que o atrito com o solo, durante a germinação, prejudique as delicadas folhas da plântula. Plântulas de aveia que tiverem o ápice do coleóptilo cortado e removido param de crescer. No entanto, o crescimento será retomado se o ápice cortado for recolocado sobre o coleóptilo decapitado. Em 1928, o botânico holandês Fritz Went notou que, quando o ápice do coleóptilo era previamente colocado sobre um bloco de ágar e este, posteriormente colocado sobre a planta decapitada, esta retomava o crescimento. A conclusão foi de que alguma substância existente no ápice do coleóptilo havia se difundido para o bloco de ágar e fora ela que induzira o crescimento. Verificou-se, também, que se o ápice cortado de um coleóptilo fosse recolocado em posição deslocada sobre a planta decapitada, de modo a cobrir apenas metade dela, o coleóptilo crescia dobrando-se na direção do lado que ficara descoberto. O mesmo resultado será obtido se, em vez do ápice, for colocado, em posição deslocada sobre um coleóptilo decapitado, um bloco de ágar que tenha estado em contato com um ápice cortado de coleóptilo.

Experimento de Went que permitiram o isolamento e a caracterização das auxinas: em A, efeito das auxinas em blocos de ágar; em B, efeito da luz VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia Geotropismo ou gravitropismo No geotropismo ou gravitropismo, a planta cresce em direção ao centro da Terra, orientada pela gravidade. O caule possui geotropismo negativo, crescendo em sentido contrário ao da gravidade, enquanto a raiz apresenta geotropismo positivo, crescendo no sentido da gravidade. Uma planta mantida na horizontal apresentará em seu caule uma curvatura para cima e em sua raiz uma curvatura para baixo. Isso ocorre porque a gravidade faz com que os líquidos do corpo da planta (onde a auxina estará) se acumulem na parte mais inferior da planta. Assim, haverá mais auxina na parte inferior da planta que na sua parte superior. Lado inferior: Lado superior: muita auxina pouca auxina Caule Cresce Sem efeito Raízes Inibe Cresce Assim, a parte de baixo do caule na horizontal cresce e sua parte de cima não, o que leva a uma curvatura com geotropismo (-). Já na raiz, a parte de baixo com muita auxina não cresce e a parte de cima cresce, levando por sua vez a uma curvatura com geotropismo (+).

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auxinas por todo o corpo da planta, e o geotropismo não mais serás percebido, pois ele se origina exatamente da distribuição heterogênea dessas substâncias em certas partes da planta.

A rotação promove uma distribuição homogênea de auxinas: não há geotropismo. Hidrotropismo Além do geotropismo, as raízes realizam um outro movimento denominado hidrotropismo, que é provocado e orientado pela água. Uma interessante experimentação, na qual se pode verificar a um só tempo o geotropismo e o hidrotropismo da raiz é a seguinte: - tomamos uma pequena caixa triangular de madeira; fazemos uma série de furos no fundo da caixa, a espaços regulares de aproximadamente 2 cm; - pegamos alguns feijões e os colocamos, uma a um, ao lado de furos alternados; - molhamos bem a terra e colocamos a caixa em posição inclinada, conforme o desenho.

Hidrotropismo.

Geotropismo. Caso a planta mantida na horizontal seja acondicionada a um dispositivo giratório que a faça girar ao longo de seu eixo longitudinal, passará a ocorrer uma distribuição homogênea de

Ao iniciar a germinação, as raízes saem verticalmente da caixa, em direção ao centro da Terra, devido ao geotropismo positivo. Ficando expostas ao ar, perdem água, ressecam e retomam à caixa em busca de água, evidenciando o hidrotropismo positivo. O processo continua com as raízes saindo da caixa devido ao geotropismo positivo e a ela voltando devido ao hidrotropismo positivo. Essa experimentação deixa muito claro que o geotropismo refere-se ao movimento orientado pela Terra e relaciona-se com a força da gravidade, de modo que não tem relação com a terra (solo). É interessante observar que, nas condições da experimentação, o hidrotropismo superou o geotropismo, pois tomou-se condição de sobrevivência para a planta. Em raízes aquáticas, o geotropismo positivo manifesta-se sem nenhuma limitação imposta pelo hidrotropismo, pois as raízes estão mergulhadas na água.

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Desenvolvimento dos frutos O crescimento dos frutos é estimulado pela auxina liberada pelas sementes em formação. Pode-se obter frutos partenocárpicos (sem sementes) pulverizando-se auxina sobre flores não-fecundadas. Agricultura e fruticultura Além das auxinas naturais, como é o caso do AIA, e auxinas artificiais, como é o caso do ANA (ou ácido α-naftalenoacético) e o 2,4-D (ou ácido 2,4-diclorofenóxi-acético). Estas auxinas têm inúmeras aplicações na prática de agricultura e fruticultura. - Auxinas são aplicadas em estacas para estimular o desenvolvimento de raízes nas mesmas e facilitar a pega das mudas em processos de estaquia. - Auxinas são também aplicadas em caules do tipo tubérculo, como a batata-inglesa, para evitar o brotamento de raízes, o que estragaria os mesmos para comercialização em consumo. Assim, aumenta-se o tempo de armazenamento da batata. - Plantas monocotiledôneas são menos sensíveis às auxinas do que as dicotiledôneas, provavelmente porque estas últimas teriam uma maior eficiência no transporte dessas auxinas: uma concentração de auxina que estimula uma monocotiledônea pode já ser suficiente para inibir a dicotiledônea. Assim, auxinas como a 2,4-D são usadas como herbicidas seletivos em plantações de monocotiledôneas para impedir o desenvolvimento de ervas daninhas dicotiledôneas que concorreriam com a plantação pelos nutrientes e água do solo. - Auxinas como o ANA são utilizadas para estimular a floração em algumas plantas como as bromeliáceas, que possuem representantes de utilidade na alimentação humana como é o caso do abacaxi. - Auxinas induzem à partenocarpia em flores, ou seja, promove o desenvolvimento do ovário em fruto mesmo que não haja fecundação do óvulo, o que forma frutos sem sementes (o ovário forma o fruto mas o óvulo não é fecundado para formar a semente). Dessa maneira, pode-se obter uvas, melancias e tomates, dentre outras frutas, sem sementes. - Auxinas inibem a senescência e abscisão de folhas e frutos, pois bloqueiam a síntese de etileno, o que permite que se mantenham os frutos por mais tempo nas árvores sem que caiam, até que estejam prontos para a colheita (se os frutos caíssem, estragariam e não poderiam ser comercializados). O mecanismo de ação do etileno será analisado mais a frente. - O agente laranja, um produto desfolhante utilizado como arma química pelas tropas norte-americanas na guerra do Vietnã, é uma mistura de ésteres butíricos do 2,4-D e do ácido 2,4,5triclorofenoxiacético (2,4,5-T), outra auxina sintética. O agente laranja contém um contaminante do 2,4,5T, a dioxina 2,3,7,8TCDD, que é tóxica para animais e pessoas, além de ser provavelmente cancerígena, a dioxina causa lesão severa da pele da cabeça e da porção superior do corpo. Por esse motivo, a produção do 2,4,5-T foi proibida nos EUA. Dominância apical induzida por auxinas A principal região da planta que produz auxinas é o meristema apical caulinar. Essas auxinas, como já mencionado, são transportadas de maneira polarizada do ápice caulinar para a

raiz. Entretanto, cada meristema localizado nas gemas laterais também produz auxinas. Somando as auxinas já produzidas nas gemas laterais com as auxinas recebidas a partir da gema apical, os níveis de auxinas nas gemas laterais acaba sendo muito elevado, o que leva à inibição das mesmas, que entram então em dormência. Esse efeito das gemas laterais serem inibidas pela ação das auxinas produzidas pela gema apical recebe o nome de dominância apical. A medida que a planta cresce pela ação da gema apical caulinar, as gemas laterais mais inferiores, e, portanto, mais antigas, passam a se localizar cada vez mais distantes da influência da dominância apical, podendo então sair da dormência. Saindo da dormência, as gemas laterais ativas podem então produzir ramos, folhas e flores. No processo de poda, remove-se a gema apical, permitindo a quebra da dormência das gemas laterais, e aumenta a quantidade de ramificações. Além de deter o crescimento em altura da planta e torná-la mais capaz de promover sombreamento, as ramificações podem gerar uma maior quantidade de flores, e, consequentemente, de frutos. Se for colocada sobre a ferida gerada pela poda uma pasta de lanolina (material inerte) contendo AIA, as gemas laterais continuarão dormentes, como se a gema apical continuasse presente. Usando-se a pasta de lanolina sem AIA, as gemas laterais saem da dormência, comprovando que a dominância apical é resultante da ação das auxinas.

2. Giberelinas Em 1926, o cientista japonês E. Kurosawa descobriu uma doença em plantas de arroz causada por um fungo do gênero Gibberella fujikoroi. Quando plantas jovens eram atacadas por esse fungo, tornava-se anormalmente altas. Após alguns anos de investigação, os cientistas japoneses descobriram que esse crescimento anormal das plantas doentes era induzido por uma substância liberada pelo fungo, que foi denominada giberelina. Estudos posteriores mostraram que substâncias semelhantes às produzidas pelo fungo Gibberella estão presentes normalmente nas plantas, onde controlam diversas funções. O crescimento anormal das plantas doentes era causado por uma quantidade excessiva de giberelina liberada pelo fungo. O principal exemplo de giberelina é o ácido giberélico ou GA3. As giberelinas são hormônios produzidos em meristemas, sementes, frutos, raízes e brotos foliares. O transporte de giberelinas ocorre, provavelmente, pelo xilema da planta. As giberelinas atuam estimulando o crescimento de caules e folhas, mas têm pouco efeito sobre o crescimento das raízes. A ação das giberelinas está basicamente na elongação celular, por estimular o aumento da entrada de água na célula vegetal. Assim, a aplicação de giberelina não aumenta significativamente o peso seco da planta (matéria orgânica no vegetal), mas aumenta a massa total e o tamanho da mesma. Plantas anãs tratadas com giberelinas passam a ter crescimento normal. Juntamente com as auxinas, as giberelinas produzidas por sementes atuam no desenvolvimento dos frutos. Misturas desses dois hormônios têm sido utilizadas na produção de frutos partenocárpicos (sem sementes).

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Curso de Biologia As giberelinas desempenham, junto com as citocininas, importante papel no processo de germinação das sementes. A absorção de água pelas sementes, embebição, faz com que o embrião nela contido libere giberelina. Com isso a semente sai do estado de dormência e inicia o desenvolvimento. As giberelinas liberadas pelo embrião estimulam a produção de enzimas que degradam amido a açúcares simples e nutrem o embrião.

3. Citocininas

Uma terceira classe de hormônios vegetais é a das citocininas, assim chamadas porque estimulam a divisão celular (citocinese). A principal citocinina é a cinetina. Outro exemplo é a zeatina. As citocininas são produzidas nas raízes e transportadas provavelmente através do xilema para todas as partes da planta. Sementes e frutos também devem produzir citocininas. Citocininas mantêm a atividade de divisão celular nas plantas, retardando seu. Diz-se que elas inibem a senescência das mesmas. Aplicando-se citocininas à água de vasos de plantas, flores duram bem mais tempo. Por isso, é prática comum no comércio de plantas pulverizar citocininas sobre flores recémcolhidas, para retardar seu envelhecimento. Junto às auxinas, as citocininas atuam no controle da dominância apical, tendo os dois hormônios efeitos antagônicos. Enquanto as auxinas, transportadas no sentido caule-raiz, induzem a dormência, as citocininas, transportadas no sentido raiz-caule, induzem a quebra da dormência das gemas laterais. As gemas laterais localizadas mais próximas ao ápice caulinar estão sob influência principalmente das auxinas, estando dormentes. Já as gemas laterais mais distantes do ápice caulinar estão sob influência principalmente das citocininas, estando ativas. Ao remover a gema apical do caule, a influência passa a ser somente das citocininas, e daí a quebra da dormência das gemas laterais. Cultura de tecidos para a produção de clones vegetais De um modo geral, a técnica consiste simplesmente na inoculação de pequenas partes de um vegetal sadio (como pedaços de raiz, caule ou folha, meristema apical radicular ou meristemas caulinares apicais e laterais, pedaços de cotilédones ou eixos embrionários, etc) em meio sólido ou líquido, contendo os nutrientes necessários ao desenvolvimento de novas plantas e na incubação desse material em salas especiais, onde se possa controlar aspectos como temperatura e fotoperíodo. Posteriormente é feita a aclimatação dessas plantas em casas de vegetação, seguindo-se a transferência para o campo. O papel das citocininas no desenvolvimento das plantas tem sido estudado em culturas de tecidos. Quando um fragmento de uma planta, um pedaço de parênquima, por exemplo, é colocado em meio de cultura, contendo todos os nutrientes essenciais à sua sobrevivência, as células podem crescer, mas não se dividem. Se adicionarmos apenas citocinina a esse meio, nada acontece, mas, se também colocarmos auxina, as células passam a se dividir e podem se diferenciar em diversos órgãos. O tipo de órgão que surge em uma cultura de tecidos vegetais depende da relação entre as quantidades de citocinina e auxina adicionadas ao meio. Quando as concentrações dos dois hormônios são iguais, as células se multiplicam mas não se

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diferenciam, formando uma massa de células denominada calo. Se a concentração de auxina for maior que a de citocinina, o calo forma raízes. Se, por outro lado, a concentração de citocinina for maior que a de auxina, o calo forma brotos, que podem formar ramos, folhas e flores. [auxinas] = [citocininas] calos [auxinas] > [citocininas] raízes [auxinas] < [citocininas] brotos: ramos, folha e flores Com altas concentrações de auxinas, inibe-se a atividade de gemas, deixando as citocininas livres para estimular a formação de raízes; com baixas concentrações de auxinas, as gemas laterais podem se tornar ativas, gerando ramos, folhas e flores.

4. Ácido Abcísico (ABA) O ácido abcísico (ABA) recebeu esse nome por se atribuir a ele a abscisão, ou seja, a queda de folhas, flores e frutos. Apesar de hoje se saber que é o etileno o responsável por essa atividade, o nome foi mantido. Tudo indica que a produção do ABA ocorra nas folhas, na coifa e no caule, e que seu transporte ocorra pelos vasos condutores de seiva. A concentração de ABA nas sementes e frutos é alta, mas ainda não está claro se esse hormônio é produzido nesses órgãos ou apenas transportado para eles. O ABA é um hormônio inibidor do desenvolvimento vegetal, atuando como um hormônio de estresse: quando a planta é submetida a condições rigorosas, ele é liberado para aumentar as chances de sobrevivência da mesma. Durante um inverno rigoroso, em que a água congela, ou durante uma seca, em que não há água disponível, a planta corre um sério risco de desidratação, pois não tem como repor a água perdida. Nessas condições, o ABA induz a dormência na planta. Outro efeito do ABA é induzir a dormência das sementes diante de condições inadequadas para germinar, como a ausência de água. Em regiões áridas, as sementes de muitas plantas só germinam após serem lavadas pela água de uma chuva, que remove o excesso de ABA e as permite sair da dormência. Uma vez que a chuva traz água, as condições para a germinação são agora adequadas. Por fim, diante de condições de estresse hídrico na planta, o ABA é liberado e estimula a difusão de potássio para fora das células guarda dos estômatos, o que as torna plasmolisadas e leva ao fechamento do ostíolo, de modo a impedir perdas excessivas de água que poderiam levar à morte da planta.

5. Etileno (C2H4)

O etileno é uma substância gasosa produzida em várias partes da planta e que se distribui, ao que tudo indica, difundindose nos espaços entre as células. Os dois principais efeitos do etileno são promover a abscisão e o amadurecimento dos frutos. O principal hormônio responsável pela abscisão é o etileno. Quando a concentração de AIA nas folhas é menor que no caule (por redução no metabolismo da folha por lesões ou diminuição na luminosidade e consequentemente na atividade fotossintética), isso induz modificações na base do pecíolo, no que virá a ser a zona

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de abscisão, que passa a produzir etileno. Esse hormônio vai estimular a produção de enzimas que enfraquece as paredes celulares das células da área, bem como estimula a mitose, o que por sua vez gerará células pequenas e frágeis. Devido a essa camada de células frágeis, a chamada zona de abscisão, o pecíolo não aguenta o peso da folha, que cai (abscisão). Este efeito ocorre também em frutos em amadurecimento. A abscisão pode ser então descrita como o resultado da interação de dois hormônios vegetais principalmente: auxinas e etileno. Observe que ao aplicarem-se auxinas sobre frutos, mantém-se alta a concentração de auxinas, o que evita a produção de etileno e consequentemente a abscisão, dando mais tempo para a colheita antes que os frutos caiam e se tornem inadequados para o consumo. Durante bastante tempo, acreditou-se que o fitormônio ácido abcísico (ABA) fosse o principal responsável pelo fenômeno, porém hoje se sabe que isso não é correto, apesar de haver uma certa relação. Quando há estresse hídrico, o ABA é liberado e estimula o fechamento estomático, o que impede a entrada de CO2 para a realização de fotossíntese. Com isso, há uma queda na produção dos precursores das auxinas, que diminuem de concentração. O que leva à queda na concentração de etileno dentro da folha. O etileno além de induzir a abscisão também induz o amadurecimento de frutos, pois ativa enzimas que promovem a Quadro resumo dos fitormônios. Hormônio Principais funções Auxinas Estimula o alongamento celular; atua no fototropismo, no geotropismo, na dominância apical e no desenvolvimento dos frutos. Giberelinas

Citocininas

Ácido Abcísico ou ABA Etileno

Promove a germinação de sementes e o desenvolvimento de brotos; estimula o alongamento do caule e das folhas, a floração e o desenvolvimento de frutos. Estimula as divisões celulares e o desenvolvimento das gemas; participa da diferenciação dos tecidos e retarda o envelhecimento dos órgãos. Inibe o crescimento; promove a dormência de gemas e de sementes; induz o envelhecimento de folhas, flores e frutos; induz o fechamento dos estômatos. Amadurecimento de frutos; atua na abscisão das folhas.

decomposição da clorofila e a síntese de outros pigmentos, resultando numa coloração amarelada ou avermelhada, o amolecimento devido à degradação de componentes da parede celular e o aumento nos níveis de açúcares simples (sacarose) pela degradação de açúcares complexos (amido). Há tempos, pensava-se que o calor também tinha este efeito, pois ao colocarem-se frutos em ambientes abafados, acelerava-se o seu amadurecimento. No começo do século, vários fruticultores construíram galpões arejados com forte iluminação geradora de calor para acelerar o amadurecimento de frutos. Entretanto, verificou-se que este amadurecimento não ocorria. Chegou-se a conclusão então de que não era o calor, e sim o abafamento, pois impede a volatilização do etileno, este sim o responsável pelo amadurecimento. Ao colocarem-se os frutos nos galpões quentes, porém arejados, o etileno volatilizava e não se verificava a aceleração do amadurecimento. Assim, ao se colocar bananas em fornos ou embrulhadas em papel para que amadureçam, este efeito se dá pela retenção e consequente aumento na concentração do etileno. Baixas concentrações de O2 inibem a síntese de etileno e altas concentrações de CO2 inibem o efeito do etileno. Essas suas situações, assim como baixas temperaturas, são estratégias utilizadas para retardar o amadurecimento.

Local de produção Meristema apical do caule, primórdios foliares, folhas jovens, flores, frutos e sementes. Meristemas, frutos e sementes.

Transporte Células parenquimáticas do floema e da periferia dos feixes condutores de seiva, célula a célula, de modo polarizado Provavelmente através do xilema.

Desconhecido; acredita-se que um dos locais de sua produção seja a extremidade das raízes. Folhas, coifa e caule.

Desconhecido; acredita-se que seja através do xilema.

Diversas partes da planta.

Difusão através dos espaços entre as células.

Provavelmente através dos vasos condutores de seiva.

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Curso de Biologia Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) A produção de hormônios vegetais (como a auxina, ligada ao crescimento vegetal) e sua distribuição pelo organismo são fortemente influenciadas por fatores ambientais. Diversos são os estudos que buscam compreender melhor essas influências. O experimento seguinte integra um desses estudos.

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A) absorção. B) reprodução. C) divisão celular. D) elongação celular. E) diferenciação celular. 4. (UNIFOR) Considere a relação abaixo: I. tropismos; II. tactismos; III. dominância apical; IV. formação de frutos partenocárpicos. As auxinas participam A) somente de I, II e III. C) somente de I, III e IV. E) de I, II, III e IV.

B) somente de I, II e IV. D) somente de II, III e IV.

5. (UNIFOR) A poda, usada em jardinagem, tem como finalidade: A) Eliminar a gema apical, impedindo a ação de auxinas em toda a planta. B) Estimular a produção de auxinas pelas gemas laterais. C) Diminuir a absorção de nutrientes pela raiz, uma vez que parte da planta foi eliminada. D) Eliminar a gema apical, produtora de auxinas. E) Estimular a produção de giberelinas pelas folhas. O fato de a planta do experimento crescer na direção horizontal, e não na vertical, pode ser explicado pelo argumento de que o giro faz com que a auxina se A) distribua uniformemente nas faces do caule, estimulando o crescimento de todas elas de forma igual. B) acumule na face inferior do caule e, por isso, determine um crescimento maior dessa parte. C) concentre na extremidade do caule, e, por isso, iniba o crescimento nessa parte. D) distribua uniformemente nas faces do caule e, por isso, iniba o crescimento de todas elas. E) concentre na face inferior do caule e, por isso, iniba a atividade das gemas laterais. 2. (UNIFOR) Um pesquisador dividiu um lote de plantas jovens em quatro grupos que foram tratados como segue. Grupo I. As plantas tiveram o ápice coberto com papel à prova de luz. Grupo II. As folhas das plantas foram retiradas. Grupo III. As folhas das plantas foram retiradas e o ápice foi coberto com papel à prova de luz. Grupo IV. Controle: planta íntegra. Todas as plantas foram iluminadas unilateralmente. As do grupo IV curvaram-se em direção à fonte de luz. Tiveram o mesmo comportamento que as plantas do grupo controle somente as de A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III. 3. (UNIFOR) Hormônios são substâncias produzidas em pequenas quantidades em certas partes do organismo e transportadas para outras, onde agem. São exemplos as auxinas dos vegetais, produzidas nos ápices das raízes e caules e transportadas para as regiões de

6. (UNIFOR) Cortaram-se os ápices de dois grupos de coleóptilos de aveia que, em seguida, foram recolocados como mostram as figuras abaixo.

Se os dois grupos forem colocados em ambiente com luz difusa, I deverá: A) Crescer verticalmente e II curvar-se-á para a direita. B) Crescer verticalmente e II curvar-se-á para a esquerda. C) Curvar-se-á para a direita e II crescerá verticalmente. D) Interromper o crescimento e II curvar-se-á para a direita. E) Interromper o crescimento e II crescerá verticalmente. 7. (UNICHRISTUS) GRAVITROPISMO VERSUS FOTOTROPISMO – PLANTAS QUE VIVEM EM AMBIENTES FECHADOS NORMALMENTE CRESCEM NA DIREÇÃO DA LUZ, NO ENTANTO, ÁRVORES AO AR LIVRE CRESCEM VERTICALMENTE, SEM SE INCLINAR NA DIREÇÃO DO SOL Ao germinar no solo, a semente desenvolve um coleóptilo elemento tubuloso e oco que reveste e protege o caulículo - que cresce verticalmente para cima enquanto as raízes se orientam para baixo. Essa resposta originalmente chamada de geotropismo por estar mergulhada na Terra (geo), foi alterada por sugestão da NASA para gravitropismo por ser a linguagem correta para descrever a resposta de crescimento vegetal estimulada pela força da gravidade, e que realmente representa um tropismo. A resposta

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da raiz (dirigida para a ponta do vetor que representa a força gravitacional) é chamada de gravitropismo positivo, enquanto que a resposta do coleóptilo (na direção oposta ao vetor da gravidade) é chamada de gravitropismo negativo. Esses tropismos opostos sugerem então uma pergunta: Como cada parte da planta “sabe” que deve crescer para cima ou para baixo?

Extraído de http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/gravitropismo_versus_fototropismo.html, em 20 de outubro de 2010.

O responsável por essa decisão é: A) a auxina, pois a concentração desse hormônio vegetal é diferente nas duas metades superior e inferior de mudas de plantas orientadas horizontalmente. Tanto a raiz como o coleóptilo contêm maior quantidade de auxina nas metades inferiores e concentrações mais baixas nas metades superiores. Essas diferenças nos níveis hormonais produzem estímulos diferenciados no coleóptilo, curvando-o para cima, e na raiz, que se curva para baixo. B) a auxina, pois a concentração desse hormônio vegetal é igual nas duas metades superior e inferior de mudas de plantas orientadas horizontalmente. Tanto a raiz como o coleóptilo contêm a mesma quantidade de auxina nas metades inferiores e superiores. Essa igualdade nos níveis hormonais produz estímulos diferenciados no coleóptilo, curvando-o para cima, e na raiz, que se curva para baixo. C) a giberelina, pois a concentração desse hormônio vegetal é diferente nas duas metades superior e inferior de mudas de plantas orientadas horizontalmente. Tanto a raiz como o coleóptilo contêm maior quantidade de auxina nas metades inferiores e concentrações mais baixas nas metades superiores. Essas diferenças nos níveis hormonais produzem estímulos diferenciados no coleóptilo, curvando-o para cima, e na raiz, que se curva para baixo. D) a auxina, pois a concentração desse hormônio vegetal é diferente nas duas metades superior e inferior de mudas de plantas orientadas horizontalmente. Tanto a raiz como o coleóptilo contêm menor quantidade de auxina nas metades inferiores e concentrações mais altas nas metades superiores. Essas diferenças nos níveis hormonais produzem estímulos diferenciados no coleóptilo, curvando-o para cima, e na raiz, que se curva para baixo. E) a citocinina, pois a concentração desse hormônio vegetal é diferente nas duas metades superior e inferior de mudas de plantas orientadas horizontalmente. Tanto a raiz como o coleóptilo contêm menor quantidade de auxina nas metades inferiores e concentrações mais altas nas metades superiores. Essas diferenças nos níveis hormonais produzem estímulos diferenciados no coleóptilo, curvando-o para cima, e na raiz, que se curva para baixo.

8. (UECE) Os hormônios vegetais são substâncias orgânicas que desempenham importante função na regulação do crescimento, através de respostas fisiológicas específicas. Sobre os fitormônios, considere as seguintes afirmativas: I. As giberelinas, produzidas nas raízes e nos brotos foliares, estimulam o crescimento de caules e folhas. II. As citocininas, em conjunto com as auxinas, atuam no controle da dominância apical. III. O etileno, gás produzido em diversas partes do vegetal, encontra-se associado ao amadurecimento dos frutos. IV. O ácido abcísico é produzido nas folhas, na coifa radicular e no caule e promove, em conjunto com outros hormônios, o crescimento vegetal. São corretas: A) apenas I, II e III. B) apenas I e II. C) apenas II e III. D) I, II, III e IV. 9. (UECE) O crescimento e o desenvolvimento das plantas são controlados por interações existentes entre fatores ambientais, como luz, temperatura, água e hormônios vegetais. Com base nos efeitos destes fitormônios, assinale a alternativa verdadeira. A) A auxina é o hormônio responsável pelo crescimento das plantas e, portanto, sua atividade independe da sua concentração. B) O ácido abcísico é produzido apenas nas folhas e é responsável pelo crescimento vegetal em condições ambientais adversas. C) As citocininas são produzidas nas raízes e distribuídas por todo o vegetal através do xilema, retardando o envelhecimento das plantas. D) As giberelinas são as responsáveis exclusivas pelo processo de germinação, sendo sua produção estimulada através da absorção de água pelas sementes. 10. (UECE) Dentre os hormônios vegetais, marque a opção que contém aquele que é liberado pelo embrião para nutri-lo, estimulando a produção de enzimas que degradam o amido em açúcares simples: A) Citocininas. B) Auxinas. C) Etileno. D) Giberelinas. 11. (FACID) A humanidade tem aproveitado a grande capacidade de regeneração das plantas para propagá-las assexuadamente. Uma forma comum de propagação, muito utilizada por agricultores e jardineiros, consiste em utilizar um pedaço de caule retirado de uma planta adulta que, em certos casos, pode ser plantado no solo ou deixado por um período mergulhado em água, até formar raízes. Roseiras, por exemplo, são quase sempre multiplicadas através desse processo. No tocante ao assunto abordado no texto acima, podemos afirmar que A) o método de reprodução citado é a mergulhia, e as raízes surgem quando a concentração de auxinas supera a concentração de citocininas. B) o método citado é a alporquia, e as raízes surgem sempre que a concentração de citocininas for inferior à de auxinas. C) esse tipo de reprodução é mais conhecido como estaquia, e a alta concentração de auxinas em relação à concentração de citocininas determina o surgimento de raízes adventícias.

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Curso de Biologia D) a reprodução descrita é denominada enxertia e não está condicionada aos fitormônios, pois um caule adulto tem alta capacidade de regeneração. E) se a concentração de citocininas aumentar em relação às auxinas, ocorre a estaquia, pois as raízes adventícias deverão surgir a partir de tecidos primários. 12. (NOVAFAPI) Sabe-se que os hormônios vegetais são substâncias orgânicas, simples ou complexas; que atuam em baixíssimas concentrações; que estimulam, inibem ou modificam, de algum modo, processos fisiológicos específicos; e que atuam à distância, ou não, do seu local de síntese. Associe a segunda coluna de acordo com a primeira e assinale a alternativa com a sequência correta: I. Auxina. (_) Estímulo a divisão e diferenciação II. Giberelina. celular. III. Ácido abcísico. (_) Amadurecimento de frutos. IV. Etileno. (_) Germinação de sementes. V. Citocinina. (_) Crescimento de caule e raiz. (_) Inibição do crescimento, dormência de sementes. A) V – II – III – IV – I. B) V – IV – III – I – II. C) V – IV – II – I – III. D) II – V – I – IV – III. E) II – I – IV – V – III. 13. (UNP) Os hormônios vegetais, ou fitormônios, são substâncias orgânicas que atuam como principais reguladores do crescimento. Alguns hormônios são produzidos em um tecido e transportados para outro tecido, em que produzem respostas fisiológicas específicas. Outros agem dentro do mesmo tecido no qual são produzidos. Dentre esses hormônios, alguns deles promovem a estimulação do crescimento do caule, principalmente na região do entrenó de plantas jovens mediante a estimulação da divisão e elongação celular; também regulam a transição da fase juvenil a fase adulta, influenciam a iniciação da floração e a formação de flores unissexuais em algumas espécies, podendo substituir estímulos ambientais como luz e temperatura. Regulam o ciclo celular nos meristemas intercalares, produzindo o desenvolvimento e a divisão celular. De qual hormônio está se falando? A) Citocininas. B) Giberelinas. C) Etileno. D) Metionina. 14. (UNP) A figura abaixo ilustra um fenômeno que ocorre com vegetais. A esse respeito, analise as seguintes afirmações:

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I. O fenômeno mostrado é decorrente da atividade das auxinas. II. A esse fenômeno dá-se o nome genérico de fototropismo. III. A planta cresce voltando-se na direção da luz porque esta estimula a produção das auxinas. Assinale: A) As afirmações I e II estão corretas. B) Somente a afirmação III está correta. C) As afirmações I e III estão corretas. D) As afirmações II e III estão corretas. 15. (UNINASSAU) A caatinga nordestina é um ecossistema tipicamente brasileiro, com flora e fauna típicas. Para se adaptar ao clima quente e seco, as plantas desta região apresentam adaptações anatômicas e fisiológicas próprias. Uma dessas é a perda de folhas com a chegada do período seco. Este fenômeno decorre da ação dos hormônios vegetais e determina o significado do nome caatinga (mata branca). Marque a alternativa a seguir que explica corretamente este fenômeno. A) A possível explicação está na liberação de ácido abcísico (ABA) pelas raízes, que é conduzido pelo xilema até as folhas. O aumento da concentração dessa substância nas gemas caulinares estimula a queda das folhas. B) A diminuição da concentração do gás etileno nas folhas provoca a formação da camada de abscisão, levando à queda das folhas. C) O aumento da temperatura e a diminuição da umidade provocam uma concentração excessiva de auxinas nas folhas, causando suas quedas. D) O aumento do ácido abcísico nas folhas determina a formação da camada de abscisão em sua base, levando à queda das mesmas. E) A proximidade do período seco determina uma diminuição da concentração de auxina nas folhas, levando à formação da camada de abscisão na base do pecíolo. 16. (UERN) Uma sabedoria popular bastante conhecida é a de embrulhar frutos verdes em jornal para que eles amadureçam mais depressa. Isso realmente ocorre e a explicação para tal fato está no aumento da concentração de um hormônio vegetal que possui, entre outras, funções de acelerar o amadurecimento do fruto. Se colocarmos frutos maduros junto com frutos verdes haverá, também, uma aceleração no processo de amadurecimento. Outra forma de acelerar o amadurecimento de alguns frutos é colocá-los na presença de carbureto (Carbeto de Cálcio). A reação do carbureto com a água libera o acetileno, gás inflamável que acelera o processo de maturação. Os vegetais produzem hormônios que terão diferentes funções no desenvolvimento e no crescimento desses organismos. Podemos citar como exemplos de fitormônios a auxina, a giberelina, a citocinina, o etileno e o ácido abcísico. Dos hormônios citados anteriormente, o que possui função de estimular o amadurecimento dos frutos e: A) Auxina. B) Giberelina. C) Citocinina. D) Etileno.

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17. (FUVEST) Para se obter a ramificação do caule de uma planta, como a azaleia, por exemplo, deve-se A) aplicar adubo com alto teor de fosfato na planta, de modo a estimular a síntese de clorofila e maior produção de ramos. B) aplicar hormônio auxina nas gemas laterais, de modo a estimular o seu desenvolvimento e consequente produção de ramos. C) manter a planta por algum tempo no escuro, de modo a estimular a produção de gás etileno, um indutor de crescimento caulinar. D) cortar as pontas das raízes, de modo a evitar seu desenvolvimento e permitir maior crescimento das outras partes da planta. E) cortar as pontas dos ramos, de modo a eliminar as gemas apicais que produzem hormônios inibidores do desenvolvimento das gemas laterais. 18. (UNESP) Em uma aula de biologia, a professora pegou três sacos de papel permeável e colocou, em cada um deles, um par de frutas, segundo a tabela. Saco 1 Saco 2 Saco 3 Banana verde X X Mamão verde X X Banana madura X Mamão maduro X

Bananas e mamões, verdes e maduros, como os usados na aula. Todas as frutas estavam íntegras e com bom aspecto. Cada saco foi fechado e mantido em um diferente canto da sala de aula, que tinha boa ventilação e temperatura em torno de 30ºC. Na semana seguinte, os sacos foram abertos e os alunos puderam verificar o grau de maturação das frutas. Pode-se afirmar que, mais provavelmente, A) as frutas maduras dos sacos 2 e 3 haviam apodrecido, e as frutas verdes dos sacos 1, 2 e 3 iniciavam, ao mesmo tempo, seus processos de maturação. B) as frutas verdes dos três sacos haviam amadurecido ao mesmo tempo e já iniciavam o processo de apodrecimento, enquanto as frutas maduras dos sacos 2 e 3 já se mostravam totalmente apodrecidas. C) as frutas maduras dos sacos 2 e 3 haviam apodrecido, e as frutas verdes dos sacos 1, 2 e 3 continuavam verdes. D) as frutas verdes dos sacos 2 e 3 haviam amadurecido, e as frutas verdes do saco 1 estavam em início de maturação. E) as frutas dos três sacos se encontravam tal como no início do experimento: as frutas verdes dos sacos 1, 2 e 3 ainda estavam verdes e as frutas maduras dos sacos 2 e 3 estavam no mesmo ponto de maturação.

19. (UNESP) A figura reproduz um experimento em que uma planta colocada em um vaso transparente recebe luz lateralmente, no caule e nas raízes, conforme indicam as setas. Após alguns dias, o caule apresenta-se voltado para a fonte de luz e as raízes encontram-se orientadas em sentido oposto. Isso se deve à ação das auxinas, hormônio vegetal que atua no controle do crescimento de caules e raízes, promovendo o alongamento das células.

Podemos afirmar corretamente que, no caule, as auxinas promoveram o crescimento do lado A) não iluminado da planta, enquanto nas raízes promoveram o crescimento do lado iluminado. A inclinação do caule e da raiz deve-se à maior concentração de auxina no lado não iluminado da planta. B) iluminado da planta, enquanto nas raízes promoveram o crescimento do lado não iluminado. A inclinação do caule e da raiz deve-se à maior concentração de auxina no lado iluminado da planta. C) não iluminado da planta, assim como o fizeram nas raízes. A inclinação do caule e da raiz deve-se à maior concentração de auxina no lado iluminado da planta. D) iluminado da planta, assim como o fizeram nas raízes. A inclinação do caule e da raiz deve-se à maior concentração de auxina no lado iluminado da planta. E) não iluminado da planta, enquanto nas raízes promoveram o crescimento do lado iluminado. A inclinação do caule deve-se à maior concentração de auxina no lado iluminado, enquanto a inclinação da raiz deve-se à maior concentração de auxina no lado não iluminado. 20. (UERJ) “Uma fruta podre no cesto pode estragar todo o resto.” O dito popular acima baseia-se no fundamento biológico de que a liberação de um hormônio volátil pelo fruto mais maduro estimula a maturação dos demais frutos. Esse hormônio é denominado de: A) etileno. B) auxina. C) citocinina. D) giberelina. 21. (UERJ) A senescência e queda das folhas de árvores são fenômenos observados com grande intensidade no outono, em regiões de clima temperado, quando as noites se tornam progressivamente mais frias e os dias mais curtos. A diminuição da temperatura e a menor iluminação acarretam as seguintes alterações de níveis hormonais nas folhas: A) diminuição de auxina e aumento de etileno. B) aumento de auxina e diminuição de etileno. C) aumento de giberelina e aumento de auxina. D) diminuição de giberelina e aumento de auxina.

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25. (UFC) O gráfico ao lado mostra o resultado de um experimento, em que se observa o efeito do aumento na concentração de auxina sobre o crescimento de raízes, gemas e caules e sobre a produção do gás etileno, que também afeta o crescimento vegetal. Através da análise do gráfico, pode-se concluir corretamente que:

Esse exemplo de reação nas plantas é conhecido como: A) geotropismo. B) nictinastia. C) fototropismo. D) sismonastia. E) tigmotropismo. 23. (UFJF) O malte, um dos componentes mais importantes na fabricação da cerveja, é produzido durante o processo de germinação das sementes de cevada. Qual hormônio vegetal pode interferir diretamente no rendimento do processo de produção do malte? A) auxina. B) citocinina. C) giberelina. D) etileno. E) ácido abcísico. 24. (UFU) O esquema a seguir mostra o movimento dos folíolos de 'Mimosa pudica', comumente chamada de "sensitiva" ou "dormideira", que ao ser tocada reage dobrando os folíolos para cima.

Adaptada de LOPES, S. Bio. São Paulo: Saraiva, v. 2, 2002.

Com relação ao movimento dos folíolos desta planta, analise as afirmativas a seguir. I. Os folíolos apresentam geotropismo negativo ao serem tocados. II. O fechamento dos folíolos é um exemplo de nastismo, ou seja, movimento não orientado, independente da direção do estímulo. III. O toque na planta desencadeia um impulso elétrico, que provoca a saída de íons potássio das células dos púlvinos, as quais perdem água por osmose. Assinale a alternativa que apresenta somente afirmativas corretas. A) I, II e III. B) II e III. C) I e III. D) I e II.

A) nos caules, concentrações muito baixas de auxina já apresentam efeito inibitório, quando comparado às raízes e gemas. B) a extrema sensibilidade das raízes à auxina está correlacionada ao forte efeito inibitório do etileno sobre o crescimento radicular. C) os caules respondem de maneira bastante satisfatória à auxina, apresentando um crescimento exponencial com o aumento na concentração deste hormônio. D) a resposta à auxina é similar tanto em caules como em raízes e gemas sendo, todavia, a concentração ótima do hormônio muito menor em caules. E) o crescimento do caule é extremamente inibido por concentrações de auxina que promovem o alongamento em raízes e gemas. 26. (UFPI) As plantas possuem a capacidade de responder e fazer ajustes a uma ampla faixa de alterações em seu ambiente externo. Essa capacidade é manifestada principalmente nas mudanças dos padrões de crescimento. Com relação aos principais tipos de movimentos ou respostas de crescimento aos estímulos externos nas plantas, é correto afirmar: A) Gravitropismo é o crescimento para baixo das raízes e do caule, aparentemente causado pela redistribuição vertical da auxina para o lado superior do caule e da raiz induzida pela gravidade. B) Fototropismo é o crescimento do sistema caulinar em direção à luz. Pode ser causado por uma redistribuição lateral da auxina para o lado sombreado da estrutura, induzida pela luz. C) Hidrotropismo é o crescimento de caules em direção a regiões de maior potencial hídrico. As células sensoras estão localizadas no ápice caulinar. D) Tigmonastia é o movimento resultante do estímulo mecânico, tal como o fechamento de folhas de plantas sensitivas e carnívoras. Resulta da mudança de turgor das células do mesofilo foliar. E) Nictinastia é o movimento de dormir das folhas, resultante de mudanças de turgor das células vasculares. O fitocromo e o relógio biológico controlam esse movimento.

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27. (UESPI) No gráfico, ilustra-se a relação entre a concentração de uma auxina (AIA) sobre a taxa de crescimento em raiz e em caule. Com relação ao assunto, analise as proposições abaixo.

1. Para uma mesma concentração, a auxina pode ser ineficaz a um dos órgãos. 2. A raiz é mais sensível a menores taxas de auxinas do que o caule. 3. O caule é mais sensível à ação do AIA. 4. Dependendo da concentração, a auxina promove o crescimento de um órgão e inibe o crescimento de outro. Está(ão) correta(s): A) 1 e 3 apenas. B) 3 e 4 apenas. C) 2 apenas. D) 1, 2, 3 e 4. E) 1, 2 e 4 apenas. 28. (UFPB) Um estudante de Biologia, realizando experimentos com algaroba, observou o efeito da aplicação de diferentes concentrações de auxina (ácido indolilacético - AIA) no desenvolvimento de caules e raízes. Os resultados obtidos mostraram que as concentrações abaixo de determinado ponto mínimo são insuficientes para promover o crescimento, enquanto concentrações acima de determinado ponto máximo inibem o crescimento.

III. A concentração de auxina ótima para o desenvolvimento da raiz é maior do que a concentração ótima para o desenvolvimento do caule. IV. A inibição do crescimento de caules e raízes começa a ocorrer, a partir da concentração ótima de auxina para o desenvolvimento do caule. Estão corretas apenas as conclusões A) I, III e IV. B) I e II. C) I, II e IV. D) II e IV. E) II, III e IV. 29. (UFG) O proprietário de um viveiro de plantas deseja incrementar seu lucro com o aumento da produção de mudas provenientes de brotação. Para tanto, solicitou a orientação de um especialista que recomendou o tratamento com o hormônio vegetal A) ácido abcísico, para propiciar o fechamento estomático. B) auxina, para promover o enraizamento de estacas. C) citocinina, para estimular a germinação. D) etileno, para intensificar a maturação dos frutos. E) giberelina, para induzir a partenocarpia. Questões discursivas 30. (UNICAMP) Sabe-se que uma planta daninha de nome "striga", com folhas largas e nervuras reticuladas, invasora de culturas de milho, arroz, cana e de muitas outras espécies de gramíneas na Ásia e na África, é a nova dor de cabeça dos técnicos agrícolas no Brasil. Sabe-se também que algumas auxinas sintéticas são usadas como herbicidas porque são capazes de eliminar dicotiledôneas e não agem sobre monocotiledôneas. A) Qual seria o resultado da aplicação de um desses herbicidas no combate à "striga" invasora em um canavial? E em uma plantação de tomates? Explique sua resposta. B) Indique uma auxina natural e mencione uma de suas funções na planta. 31. (UNICAMP) Um lote de plântulas de feijão foi mantido em água destilada (lote A) e um outro em solução contendo giberelina (lote B). Após 10 dias, os dois lotes apresentavam a mesma massa seca, mas as plântulas do lote B tinham comprimento duas vezes maior do que as do lote A. A partir dessas informações, responda: A) Qual o efeito da giberelina? B) Você esperaria encontrar diferença entre os dois lotes quanto à massa fresca? Por quê?

Modificado de PAULINO, W. R. Biologia, São Paulo: Ática, 1998.

Além disso, verificou a existência de uma concentração ótima onde o crescimento é maior. Os resultados obtidos foram representados no gráfico acima. Em seguida, para discutir com o professor e seus colegas de turma, o estudante elaborou as seguintes conclusões: I. O ponto máximo para desenvolvimento da raiz é mínimo para o desenvolvimento do caule. II. As concentrações de auxina acima do ponto A inibem o crescimento da raiz e estimulam o crescimento do caule.

32. (UERJ) Para estudar o tropismo de vegetais, tomou-se uma caixa de madeira sem tampa, com fundo constituído por uma tela de arame. Sobre a tela, colocou-se uma camada de serragem, mantida sempre úmida, e uma camada de terra vegetal. Por cima da terra, foram espalhados grãos de feijão. A caixa foi suspensa, mantendo-se o fundo na horizontal, sem contato com o solo. As raízes dos grãos germinaram, passando pela tela de arame em direção ao solo, mas voltaram a entrar na caixa, através da tela, repetindo esse processo à medida que cresciam. Aponte os dois mecanismos fisiológicos envolvidos no crescimento das raízes e descreva a atuação de ambos no processo descrito.

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33. (UFPR) Pinhão-manso (Jatropha curcas) é uma planta cujas sementes podem ser usadas para a fabricação de biocombustível. Por isso, cientistas têm estudado formas de maximizar sua produção. O uso de hormônios vegetais artificiais é uma via de obtenção de rendimento maior nesses casos. Pesquisadores testaram a influência de um desses hormônios (Ethrel) na razão entre flores masculinas e femininas por inflorescência e no rendimento de sementes por planta. Os resultados encontrados por eles estão apresentados nos gráficos abaixo. (Et. = Ethrel; ppm = partes por milhão; g = gramas.)

A) O uso do hormônio Ethrel é uma alternativa viável para aumentar a produção de biocombustível pelo uso do pinhãomanso? Justifique sua resposta. B) Qual a correlação que pode ser estabelecida entre a razão de flores masculinas e femininas e a produção de sementes nessa planta? 34. (UFC) A figura a seguir mostra os resultados de um experimento que compara o crescimento do caule (A) e das raízes (B) de plantinhas de milho normais (tipo selvagem) e mutantes (que não produzem ácido abcísico – ABA), transplantadas para dois tipos de substratos. Um grupo, formado pelos dois tipos de planta, foi colocado em substrato sob condições de suprimento hídrico ideal (SH), e outro grupo, também contendo os dois tipos de planta, foi colocado em substrato sob condições de déficit hídrico (DH). Com base na análise dos gráficos acima, responda o que se pede a seguir. A) Qual o efeito do ABA no crescimento do caule e da raiz, sob condições de déficit hídrico? VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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B) A mudança no crescimento da planta sob condição de déficit hídrico, induzida pelo ABA, sugere alterações em dois processos fisiológicos, envolvidos no balanço hídrico da planta. Que alterações são essas? 35. (UFC) Em cidades como Fortaleza, que apresenta um grande índice de insolação, o pedestre fica sujeito a um grande desconforto térmico e à exposição a níveis elevados de radiação ultravioleta, aumentando o perigo de contrair câncer de pele. A arborização urbana, portanto, deveria ser uma prioridade nas ações dos poderes públicos e uma preocupação da iniciativa privada e da comunidade em geral. Responda aos itens a seguir, que abordam alguns aspectos relacionados a esse importante tema. A) Observa-se que a temperatura sob a copa de uma árvore é mais baixa que a temperatura embaixo de um telhado que esteja exposto à mesma insolação. Que fenômeno relacionado à planta está mais diretamente envolvido com essa diferença observada? B) De um modo geral, deve-se respeitar o formato natural de cada árvore. Porém, às vezes é necessária a realização de podas denominadas de formação/condução, que modificam a arquitetura da parte aérea, muitas vezes abrindo a copa. B.1. Que região dos ramos deve ser cortada para permitir novas brotações? B.2. Qual a denominação do fenômeno vegetal que está sendo afetado por essa prática? B.3. Qual o regulador de crescimento mais diretamente envolvido nesse fenômeno? C) Galhos com diâmetro superior a 8 cm devem ser preservados por ocasião das podas, pois a cicatrização é mais demorada em galhos muito grossos. A poda de tais galhos permitiria o ataque de cupins. C.1. Que tecido vegetal ficará mais exposto por ocasião da poda e se tornará o principal alvo desses insetos? C.2. Qual a principal função desse tecido na planta? C.3. Qual é o principal tecido responsável pela regeneração da casca? D) Nos projetos de arborização, deve-se priorizar o plantio de espécies nativas. Cite o principal aspecto benéfico para a fauna local, como consequência dessa prática. E) Sempre que possível, deve-se evitar a varrição embaixo das árvores plantadas em bosques e praças. Isso permite a reutilização de folhas e galhos mortos, frutos etc. E.1. Como esses materiais podem ser reaproveitados naturalmente pelas próprias plantas? E.2. Cite um exemplo de organismo que contribui diretamente para esse processo de reaproveitamento. 36. (UFC) Leia as estrofes dos dois sonetos a seguir e responda o que é perguntado. SONETO I "Dezembro se anuncia estorricante nos ares ressecados. No jardim, a quietude branca de um jasmim

por água clama às águas tão distantes. Amiga mão lha traz, exuberante em seu próprio arco-íris engastada, e vai, planta por planta desfolhada, umedecendo o chão, perseverante." MAIA, Virgilio. Aguação do Jardim in Palimpsesto & Outros Sonetos. Fortaleza: Edições UFC. 2004

A) Qual o fenômeno vegetal que possibilita a sobre vivência, na estação climática descrita, das plantas citadas no poema? B) Cite os dois principais hormônios vegetais envolvidos nesse fenômeno. SONETO II "Estas águas bonitas que setembro asperge sobre tenro maturi, reluzem vegetais quando sorri, no brilho dos cajus, airado outubro. Em farfalhantes cores se anuncia o fruto, agora já maturescente, no cajueiro posto em oferenda" MAIA, Virgilio. Chuvas do Caju in Palimpsesto & Outros Sonetos. Fortaleza: Edições UFC. 2004

C) Qual o fenômeno vegetal indicado na segunda estrofe e qual o principal hormônio vegetal envolvido? D) Qual a explicação bioquímica para a alteração na cor do caju? E) Por que o caju é considerado um pseudofruto? 37. (UFC) Atualmente, a cultura de células e tecidos está se tornando uma das técnicas mais utilizadas no melhoramento vegetal. É a maneira mais eficiente para a obtenção de plantas livres de vírus (ou bactérias) parasitas. Estes agentes infecciosos translocam-se através dos vasos condutores de seiva para toda a planta. A cultura de meristemas mostrou-se o método mais eficiente para a obtenção de plantas sadias nos casos de infecção por vírus. Pergunta-se: A) De uma maneira geral, no que consiste a técnica de cultura de tecidos vegetais? B) Qual a explicação para o sucesso da cultura de meristemas no caso específico da infecção por vírus? 38. (UFPB) Nastismos são movimentos não orientados, reversíveis, causados por estímulos externos, independentes de sua direção, que ocorrem nos vegetais. Estes movimentos são determinados por dois tipos de mecanismos. A) Cite dois estímulos que causam estes movimentos. B) Explique, em detalhes, como ocorre o mecanismo de variação da turgescência (turgor) das células. Palavras-chave: íons, turgor, água, polaridade, toque 39. (UFRN) Foram colocadas sementes de aveia para germinar. Em seguida, as plantinhas foram introduzidas em uma rolha previamente furada, quem fechava um tubo de ensaio contendo água, de modo que a raiz ficava mergulhada. Cada tubo foi preso a

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40. (UNIRIO) Em plantas, como em animais, hormônios regulam o desenvolvimento e o crescimento. Os hormônios são efetivos em quantidades extremamente pequenas. Os hormônios vegetais são compostos orgânicos produzidos em uma parte da planta e transportados para outra, onde eles irão induzir respostas fisiológicas. Os fitormônios podem ser estimulantes, em uma determinada concentração, e inibidores, em concentrações diferentes. Cinco tipos de hormônios vegetais foram identificados: auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abcísico. Juntos, eles controlam o crescimento e desenvolvimento vegetal em todos os estágios de sua vida. Adaptado - Universidade de São Carlos: biologia.if.sc.usp.br/fisiologia-vegetal.(2005)

A) Qual o principal efeito da associação das citocininas com as auxinas? B) Considerando que grande parte das citocininas é produzida nas raízes, de que modo são transportadas para as demais partes do vegetal? 1. Com o efeito natural da gravidade, qual a orientação do crescimento de cada um dos coleóptiles? 2. Qual é e como age a substância que atua nesse fenômeno? 40. (UFRJ) O etileno é um hormônio vegetal gasoso e incolor, produzido nas folhas, nos tecidos em fase de envelhecimento e nos frutos, onde determina o seu amadurecimento e sua queda. Que relação pode ser feita entre a ação do etileno e o hábito, bastante comum, de se embrulhar em jornal os frutos verdes, retirados precocemente, para que amadureçam mais rapidamente? 40. (UNIRIO) O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, algo em torno de 39 milhões de toneladas por ano. Não obstante essa colocação, o Brasil exporta pouco mais de 1% da sua produção de frutas in natura, ocupando o 20º lugar entre os países exportadores, segundo dados do Ministério da Agricultura. No Brasil, produzem-se frutas tropicais e de clima temperado, o que é decorrência da extensão do território, sua posição geográfica e suas condições edafoclimáticas.

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O controle do amadurecimento das frutas armazenadas em câmaras frigoríficas faz parte do conjunto de procedimentos de inspeção e controle adotados pelos produtores agrícolas para a manutenção do alto padrão do fruto exportado. Considere as seguintes situações: Situação A – alta concentração de Oxigênio e baixa concentração de Gás Carbônico; Situação B – baixa concentração de Oxigênio e alta concentração de Gás Carbônico. Com o conhecimento sobre fisiologia dos frutos e baseado nas situações descritas, determine A) qual das situações é ideal para o retardamento do amadurecimento do fruto. B) qual o fitormônio envolvido neste processo e como este regula o amadurecimento dos frutos, considerando apenas as concentrações de CO2 e O2. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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AULA 14 – Floração Efeito da temperatura: vernalização Certas plantas só florescem quando previamente submetidas a um período de frio, o que caracteriza um fenômeno conhecido como vernalização. Na natureza, em climas temperados, o inverno representa o período de vernalização, mas isso pode ser induzido em laboratório artificialmente, pela submissão de plantas a baixas temperaturas. O efeito do frio pode ser revertido através de um processo denominado desvernalização: expõe a planta a temperaturas em torno de 30°C e, com isso, a floração é inibida. O efeito da vernalização é mais comum nas plantas bianuais ou nas perenes, sendo mais raro nas anuais. As plantas anuais são aquelas que completam seu ciclo de vida em um ano, florescendo uma vez e vindo a morrer em seguida. Em algumas espécies de plantas anuais, a floração pode ser induzida pelo frio durante a germinação das sementes. Nas bianuais e nas perenes, o efeito do frio só é sentido após a formação da planta. As plantas bianuais são aquelas que completam seu desenvolvimento vegetativo no primeiro ano e florescem no segundo. São as que mais frequentemente requerem um tratamento de frio para a floração. Se mantidas em estufas, vivem vegetativamente por vários anos e não formam flores. As plantas perenes têm longa vida vegetativa, florescendo várias vezes ao longo de sua existência. Muitas delas precisam ser estimuladas pelo frio para florescer a cada ano.

Efeito da luz: fotoperiodismo Ao longo das estações do ano, existem variações na duração do dia e da noite. No verão, os dias são mais longos e as noites mais curtas, e no inverno ocorre o inverso. Isso permite a planta identificar, pela luminosidade, a adequada época para a floração. Dá-se o nome de fotoperiodismo à resposta biológica às proporções relativas entre períodos de luz e escuridão, num ciclo de 24 horas. Esse fenômeno controla o ritmo circadiano (relógio biológico) na planta, controlando o processo de floração. O fotoperiodismo promovendo a regulação da floração foi descoberto pelos cientistas Garner e Allard em 1918. Esses pesquisadores associaram a floração ao comprimento do dia, que denominaram fotoperíodo. Eles classificaram as plantas em três categorias principais: plantas neutras ou indiferentes, plantas de dias curtos (PDC) e plantas de dias longos (PDL). As plantas neutras ou indiferentes florescem independentemente do comprimento do dia. É o caso do tomate, do feijão e do milho. As plantas de dias curtos (PDC) florescem quando submetidas a um período de iluminação igual ou menor que um determinado período de iluminação denominado de fotoperíodo crítico, que varia de 8 a 15 horas de iluminação por dia. Assim, quando expostas a fotoperíodos (regimes de iluminação) menores que seu fotoperíodo crítico, as PDC florescem, e quando expostas

a fotoperíodos maiores que seu fotoperíodo crítico, as PDC crescem, mas não florescem. Por exemplo, se a PDC tem fotoperíodo crítico de 15 horas, florescerá com exposições a luz de 15 horas diárias, 14 horas diárias ou menos, e não florescerá com exposições a luz de 16 horas diárias, 17 horas diárias ou mais. As PDC florescem no início da primavera ou no outono. São exemplos plantas como morango, café e orquídea.

Plantas de dia curto que receberam menos luz que seu fotoperíodo crítico florescem; plantas de dia curto que receberam mais luz que seu fotoperíodo crítico não florescem. OBSERVAÇÃO: Como, na verdade, é o período de exposição à escuridão que determina a floração, pode-se argumentar que as PDC florescem quando submetidas a um período de escuridão maior ou igual que o período de 24 horas subtraído de seu fotoperíodo crítico. Assim, se a planta é de dia curto e tem fotoperíodo crítico de 15 horas, ela florescerá com períodos de iluminação de 15 horas ou menos, ou seja, com períodos de escuridão de 9 horas ou mais (24h – 15h = 9h). As plantas de dias longos (PDL) florescem quando submetidas a um período de iluminação igual ou maior que seu fotoperíodo crítico, que varia de 12 a 16 horas de iluminação por dia. Assim, quando expostas a fotoperíodos maiores que seu fotoperíodo crítico, as PDL florescem, e quando expostas a fotoperíodos menores que seu fotoperíodo crítico, as PDL crescem, mas não florescem. Por exemplo, se a PDL tem fotoperíodo crítico de 15 horas, florescerá com exposições a luz de 15 horas diárias, 16 horas diárias ou mais, e não florescerá com exposições a luz de 14 horas diárias, 13 horas diárias ou menos. São exemplos plantas como espinafre, aveia, trigo e cevada. As PDL florescem no verão.

Plantas de dia longo que receberam menos luz que seu fotoperíodo crítico não florescem; plantas de dia longo que receberam mais luz que seu fotoperíodo crítico florescem. OBSERVAÇÃO: Como já dito, como é o período de exposição à escuridão que determina a floração, pode-se argumentar que as PDL florescem quando submetidas a um período de escuridão

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menor ou igual que o período de 24 horas subtraído de seu fotoperíodo crítico. Assim, se a planta é de dia longo e tem fotoperíodo crítico de 15 horas, ela florescerá com períodos de iluminação de 15 horas ou mais, ou seja, com períodos de escuridão de 9 horas ou menos (24h – 15h = 9h). O fotoperíodo crítico é um valor que varia de espécie para espécie, mas que é constante para uma mesma espécie. Note que não é possível identificar se a planta é de dias curtos ou de dias longos somente sabendo seu fotoperíodo crítico: é necessário saber se ela floresce com menos luz ou mais luz que seu fotoperíodo crítico, caso das PDC e das PDL respectivamente.

Resultado do fotoperiodismo na floração de uma planta de dia curto.

Resultado do fotoperiodismo na floração de uma planta de dia longo. Em 1938, entretanto, dois outros pesquisadores, Hanner e Bonner, estudando o fotoperiodismo, fizeram uma descoberta inesperada: é o comprimento da noite e não do dia que é crítico para a floração. Esses cientistas verificaram que as PDC precisam de uma noite longa para florescer. Se o período de escuro for interrompido por até mesmo um minuto de exposição à luz, elas não florescem; se houver interrupção no período de luz, entretanto, não há alteração na floração. As PDL precisam de noites curtas, florescendo mesmo quando submetidas a noites longas interrompidas pela luz.

Ação dos fitocromos no fotoperiodismo O pigmento fotorreceptor envolvido no fotoperiodismo é o fitocromo, já descrito na aula sobre germinação de sementes. Ele é uma proteína de cor azul esverdeada, localizado em membranas de várias organelas (mas não dos plastos) e existe em duas formas interconversíveis, o fitocromo R, inativo, e o fitocromo F, ativo. O fitocromo R se transforma em fitocromo F ao absorver luz vermelha de comprimento de onda de 660 nanômetros. O fitocromo F, por sua vez, transforma-se em fitocromo R ao absorver luz vermelha longa no comprimento de onda na faixa dos 730 nm.

A luz solar contém ambos os comprimentos de onda (vermelho e vermelho-longo). Por isso, durante o dia, as plantas apresentam as duas formas de fitocromos (R e F), mas como o comprimento de onda do vermelho curto predomina, há predominância do fitocromo F. À noite, o fitocromo F, mais instável, converte-se espontaneamente em fitocromo R. Dependendo da duração do período de escuridão, essa conversão pode ser total, de modo que a planta, ao fim de um longo período de escuridão, pode apresentar apenas fitocromo R. Nas PDC, o fitocromo F é um inibidor da floração. PDC florescem em estações do ano de noites longas, porque, durante o período prolongado de escuridão, o fitocromo F se converte espontaneamente no fitocromo R, deixando de inibir a floração (a conversão de fitocromo F em R é lenta, exigindo longos períodos de escuridão). Uma breve exposição à luz (cerca de 1 a 10 minutos), é suficiente para impedir a floração das PDC, pois, nesse curto período, o fitocromo R é convertido em fitocromo F (a conversão do fitocromo R em F é rápida, de modo que um rápido período de luz já a promove), que então inibe a floração. Nas PDL, o fitocromo F é um indutor de floração. Assim, plantas de dia longo só florescem se os períodos de escuridão não forem muito prolongados, com noites curtas, de modo que não haja conversão total de fitocromo F em fitocromo R. Já em estações do ano em que as noites são longas, as plantas de dia longo não

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florescem, porque todo o fitocromo F é convertido em fitocromo R, que não induz a floração. Uma breve exposição à luz durante uma noite longa é suficiente para promover a floração das PDL, pois, nesse curto período, o fitocromo R é convertido em fitocromo F, que então estimula a floração. Hormônios Florígenos Várias pesquisas sobre floração têm mostrado que os fitocromos localizados nas folhas é que participam da floração. Existem fortes indícios de que esses fitocromos, estimulados pelo fotoperíodo adequado, desencadeariam a síntese de certos hormônios, que migrariam das folhas até a gema lateral, através do floema, induzindo a floração. Esses hormônios ainda não foram identificados, e são genericamente chamados de hormônios da floração ou florígenos. Chailakyan, um fisiologista russo, foi quem primeiro propôs que essa substância translocável tratava-se do hormônio vegetal da floração e o denominou de florígeno. Assim, os fitocromos não agem diretamente na floração, mas através da indução da produção de florígenos. A existência dos florígenos é questionada, uma vez que nunca foram isolados, mas há fortes evidências de que existem e são produzidos nas folhas. Estas evidências são: Plantas sem folhas não florescem. Como há pigmentos fitocrômicos mesmo fora das folhas, percebe-se que as folhas têm um papel fundamental na floração. Ao colocar-se uma planta no escuro, e direcionar um feixe de luz sobre uma única folha, ocorrerá florescimento, desde que o fotoperíodo seja adequado. O que ocorreria seria que a única folha iluminada produziria os florígenos que levariam à floração. Ao enxertar-se duas plantas e manter-se as mesmas no escuro, e então direcionar um feixe de luz sobre uma única folha de uma delas, ocorrerá florescimento de ambas, desde que o fotoperíodo seja adequado para a folha iluminada (mesmo que os fotoperíodos das duas espécies sejam diferentes!). O que ocorreria neste caso é que a folha iluminada produziria florígenos que seriam distribuídos para ambas as plantas. Mesmo que elas tenham fotoperíodos diferentes, o acionamento na produção de florígenos na folha iluminada levaria as duas a florescerem.

Experimentos demonstrando a origem foliar dos hormônios florígenos.

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) O fotoperíodo crítico de uma planta de uma planta é de 12 horas. Se ela ficar 7 horas no claro e 17 horas no escuro, não floresce. Desses dados, pode-se concluir que a planta em questão é: A) Adaptada à sombra. B) Fotoblástica negativa. C) Fotoblástica positiva. D) De dia longo. E) De dia curto. 2. (UNICHRISTUS) Os organismos são influenciados pela incidência e ausência da luz solar, respondendo à sincronização do dia e da noite e, assim, possuem um mecanismo para medir a sazonalidade. Considerando o evento da floração, plantas de dia curto (PDC) e plantas de dia longo (PDL) foram submetidas a três diferentes regimes de luz, como representado no esquema.

Com base no esquema e nos seus conhecimentos relacionados ao assunto, analise as proposições a seguir e identifique a incorreta. A) Nesse fenômeno, o que importa é a duração do período contínuo de escuridão em relação ao período de iluminação. B) Na PDC, o fitocromo F inibe a floração, quando submetida a um período escuro superior ao seu fotoperíodo crítico. C) Na PDL, o fitocromo F induz a floração, quando submetida a um período escuro inferior a seu fotoperíodo crítico. D) A PDC floresce no regime B e a PDL nos regimes A e C, apenas. E) A PDC floresce nos regimes B e C e a PDL no regime A, apenas. 3. (UECE) A biosfera recebe a radiação solar em comprimentos de onda que variam de 0,3 μm a aproximadamente 3,0 μm. Em média, 45% da radiação proveniente do Sol encontra-se dentro de uma faixa espectral de 0,18 μm a 0,71 μm, que é utilizada para a fotossíntese das plantas (radiação fotossinteticamente ativa, RFA). Em função da luz solar, pode-se afirmar corretamente que A) as plantas que crescem sob a sombra, desenvolvem estrutura e aparência semelhantes às daquelas que crescem sob a luz. B) a parte aérea das plantas recebe somente a radiação unidirecional.

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Curso de Biologia C) fotoperiodismo é a resposta da planta ao comprimento relativo do dia e da noite e às mudanças neste relacionamento ao longo do ano. D) respostas sazonais em plantas não são possíveis porque os organismos vegetais são incapazes de “perceber” o período do ano em que se encontram. 4. (UNESP) O professor chamou a atenção dos alunos para o fato de que todos os ipês-roxos existentes nas imediações da escola floresceram quase que ao mesmo tempo, no início do inverno. Por outro lado, os ipês-amarelos, existentes na mesma área, também floresceram quase que ao mesmo tempo, porém já próximo ao final do inverno. Uma possível explicação para este fato é que ipêsroxos e ipês-amarelos apresentam A) pontos de compensação fótica diferentes e, provavelmente, são de espécies diferentes. B) pontos de compensação fótica diferentes, e isto não tem qualquer relação quanto a serem da mesma espécie ou de espécies diferentes. C) fotoperiodismos diferentes e, provavelmente, são de espécies diferentes. D) fotoperiodismos diferentes, e isto não tem qualquer relação quanto a serem da mesma espécie ou de espécies diferentes. E) fototropismos diferentes, e isto não tem qualquer relação quanto a serem da mesma espécie ou de espécies diferentes. 5. (UNESP) Os moradores de uma determinada cidade sentem-se orgulhosos pela beleza de suas praças e alamedas. Todos os anos, em determinado mês, quase todos os ipês da cidade florescem e as deixam enfeitadas de amarelo e roxo. O florescimento simultâneo dos ipês é devido ao: A) fato de todas as árvores terem sido plantadas na mesma época. B) fato de todas as árvores terem sido plantadas com a mesma idade ou grau de desenvolvimento. C) fato de só nessa época do ano haver agentes polinizadores específicos. D) fototropismo. E) fotoperiodismo.

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Analisando o resultado do experimento, é correto afirmar que a planta: A) é de dia curto e floresce quando exposta a curtos períodos de exposição à luz. B) é de dia curto e floresce quando a noite é mais curta do que o fotoperíodo crítico. C) é de dia longo e floresce quando exposta a longos períodos na ausência de luz. D) é de dia longo e floresce quando a noite é mais longa do que o fotoperíodo crítico. 7. (UFMG) Animais, como, por exemplo, a preguiça e algumas espécies de morcegos e pássaros são considerados "jardineiros" da floresta, porque seu comportamento alimentar desempenha importante papel no desenvolvimento e na preservação das plantas. Todas as seguintes situações podem ser explicadas a partir desse comportamento, exceto A) A distribuição de algumas espécies de plantas numa região. B) A sobrevivência de famílias de plantas dependentes da polinização animal. C) O efeito da poda nas plantas. D) O período de floração das plantas. 8. (UFMG) Este esquema refere-se a um experimento realizado para estudar a floração em três plantas da mesma espécie que foram submetidas ao mesmo tempo de exposição à luz (fotoperíodo).

6. (UFV) O esquema abaixo representa um experimento, realizado com uma espécie de planta, para verificar aspectos relacionados com sua floração. Com base nos resultados observados, todas as conclusões são possíveis, exceto A) O tratamento fotoperiódico de uma única folha ou de toda a planta produz o mesmo efeito. B) A floração da planta depende da retirada de algumas folhas. C) A planta sem folhas não apresenta fotoperiodismo. D) A planta intacta floresce após um fotoperíodo adequado.

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9. (UFG) O mapa mundi abaixo mostra o itinerário da mais importante viagem que modificou os rumos do pensamento biológico, realizada entre 1831 a 1836. Acompanhe o percurso dessa viagem.

Essa viagem foi comandada pelo jovem capitão FitzRoy que tinha na tripulação do navio H. M. S. Beagle outro jovem, o naturalista Charles Darwin. No dia 27 de dezembro de 1831, o Beagle partiu de Devonport, na Inglaterra, rumo à América do Sul com o objetivo de realizar levantamento hidrográfico e mensuração cronométrica. Durante cinco anos, o Beagle navegou pelas águas dos continentes e, nesta viagem, Darwin observou, analisou e obteve diversas informações da natureza por onde passou, o que culminou em várias publicações, sendo a Origem das Espécies uma das mais divulgadas mundialmente. Contudo, o legado de Darwin é imensurável, pois modificou paradigmas e introduziu uma nova forma de pensar sobre a vida na Terra. Em 2006, completou-se 170 anos do término desta viagem. A questão de número _ trata de relatos de Charles Darwin durante a sua estada no Rio de Janeiro, no ano de 1832. Para respondê-la questão, consulte o mapa. No mês de abril, Darwin observou uma espécie vegetal de dia curto que estava florida, cujo fotoperíodo crítico é de 13 horas. Utilizando como referência o percurso mostrado no mapa, em qual outra localidade e em qual mês do ano, sob condições naturais, poder-se-ia observar essa espécie com flores? A) Terra do Fogo, em janeiro. B) Ilhas Malvinas, em fevereiro. C) Ilha Maurício, em maio. D) Inglaterra, em julho. E) Arquipélago dos Açores, em agosto. Questões estilo V ou F 10. (UFPB) Em uma aula de Fisiologia Vegetal, o professor tratou acerca do fotoperiodismo em plantas de dias longos e plantas de dias curtos. Durante a aula, o professor apresentou as seguintes informações: - Algumas plantas de dias longos necessitam de 16 horas de luz e 8 horas de escuro para florescer; - Algumas plantas de dias curtos necessitam de 8 horas de luz e 16 horas de escuro para florescer.

Após a aula, o professor montou com seus alunos um experimento em uma câmara de crescimento submetida à iluminação artificial e controlada, utilizando plantas com as características acima. No experimento, as plantas de dias longos e as plantas de dias curtos foram expostas a 6 horas de luz e 18 horas de escuro. Ao final do experimento, somente as plantas de dias curtos floresceram. Com base no texto, no experimento e nos conhecimentos acerca do fotoperiodismo de plantas, identifique as afirmativas corretas: (_) O fotoperiodismo independe da ação dos hormônios vegetais.

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(_) As plantas de dias longos não floresceram por terem sido submetidas a um período de escuro superior ao seu fotoperíodo crítico. (_) O fitocromo é um pigmento que participa do processo de floração. (_) Algumas plantas independem do período de luz e de escuro para florescer. (_) As plantas de dias curtos floresceram porque foram submetidas a um período de escuro superior ao seu fotoperíodo crítico. Questões discursivas 11. (UNICAMP) Um agricultor decidiu produzir flores em sua propriedade, localizada perto da cidade de Fortaleza (CE). Devido à sua proximidade com a linha do Equador, nestas cidades os dias mais longos do ano (janeiro) são de 12:30 horas de luz, e os mais curtos (julho) são de 11:30 horas de luz. O agricultor tem dúvida sobre qual hora deve cultivar: uma variedade de crisântemo, que é uma planta de dia curto e tem um fotoperíodo crítico de 12:30 horas, ou uma variedade de "brinco-de-princesa" (Fucsia sp.), que é planta de dia longo e tem fotoperíodo crítico de 13:00 horas. A) Qual espécie de planta o agricultor deveria escolher? Justifique. B) Com relação à floração, o que aconteceria com a espécie de dia curto (crisântemo) se fosse dado um período de 15 minutos de luz artificial no meio da noite ("flash de luz")? Explique. 12. (UNICAMP) Em muitas plantas a floração é controlada pelo fotoperíodo. Em condições naturais, uma planta de dia longo floresce quando é exposta a 16 horas de luz seguidas por um período escuro de 8 horas. Plantas de dia curto florescem quando submetidas a 8 horas de luz, seguidas por um período escuro de 16 horas, conforme as figuras abaixo:

Em um experimento, plantas de dia longo e de dia curto foram colocadas em uma câmara de crescimento e submetidas artificialmente a 16 horas de luz, seguidas por 16 horas de escuro. A resposta obtida foi a seguinte:

A) A que conclusão o experimento permite chegar? B) Qual é o pigmento envolvido no fotoperiodismo? C) A que outro processo este pigmento está relacionado? 13. (UNESP) Foram feitos experimentos em laboratório variando artificialmente os períodos em horas, de exposição à luz e ao escuro, com o objetivo de observar em que condições de luminosidade (luz ou escuro) determinadas plantas floresciam ou não. No experimento I, exemplares de uma planta de dia curto foram submetidos a condições diferentes de exposição à luz e ao escuro. Já no experimento II, plantas de duas outras espécies foram também submetidas a períodos de exposição à luz (ilustrados em branco) e ao escuro (destacados em preto). Em duas situações, houve pequenas interrupções (destacadas por setas) nestes períodos de exposição. Os sinais positivos indicam que houve floração, e os negativos, que não houve, para todos os experimentos.

A) Interprete os resultados do experimento I considerando as exigências de exposição à luz e ao escuro para que ocorra a floração desta planta. B) Considerando o experimento II, qual das interrupções – a que ocorreu durante o período de exposição à luz ou ao escuro interferiu no processo de floração? C) Qual é o nome da proteína relacionada à capacidade das plantas responderem ao fotoperíodo?

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14. (UFSCAR) A figura seguinte representa uma resposta fisiológica para o florescimento de duas espécies vegetais, em função da relação existente entre a duração do dia (período iluminado) e da noite (período escuro).

16. (UFJF) Em muitas plantas, a floração é controlada pelo fotoperíodo, sendo as espécies classificadas como plantas de dias curtos (PDC) ou plantas de dias longos (PDL). Observe a figura abaixo, que ilustra um experimento realizado com PDC e PDL, e responda:

J. M. Amabis e G. R. Martho. Modificada.

A) Qual é o nome da resposta fisiológica para as variações dos períodos de claro e escuro? Em condições naturais, em quais estações do ano as plantas de dia curto e as plantas de dia longo florescem? B) Quais as condições representadas nas situações I e III, para que as duas espécies floresçam? 15. (UERJ) Pesquisadores observaram que uma espécie vegetal florescia quando submetida a curtos períodos de exposição à luz solar. Ao associarem várias plantas por intermédio de enxertos, como ilustrado abaixo, e submeterem uma única folha a curtos períodos de exposição solar, todas as plantas associadas floresceram. Observe, no esquema, que os enxertos estão indicados pelas setas.

Adaptado de PURVES, W. K. et al. Life, the science of Biology. Sunderland: Sinauer Associates, Inc., 1997.

Justifique a floração de todas as plantas, quando uma única folha foi submetida a curta exposição à luz.

A) Qual a classificação fotoperiódica (PDC ou PDL) das plantas das espécies A e B, considerando os resultados obtidos nos experimentos? B) O que representa o fotoperíodo crítico para as plantas fotoperiódicas? C) Explique como é possível a ocorrência de florescimento das plantas A e das plantas B em uma mesma localidade, na mesma época do ano. 17. (UFC) Em um experimento, o pesquisador submeteu uma determinada planta, com fotoperíodo crítico de 12 horas, a três tratamentos que diferiam com relação ao fornecimento de luz, e obteve os seguintes resultados quanto à floração: I. 14 horas de luz e 10 horas de escuro → Não floresceu II. 10 horas de luz e 14 horas de escuro → Floresceu III. 10 horas de luz, 4 horas de escuro, flash de luz e mais 10 horas de escuro → Não floresceu. Pergunta-se: A) Que classificação devemos dar a esta planta em relação ao fotoperiodismo (que controla a floração)? B) Por que o tratamento III inibiu a floração? C) Qual o nome, a natureza química e a provável localização, na célula, da substância envolvida na percepção do período de exposição à luz (ou escuro)? Num segundo experimento, foram removidas as folhas da metade superior de plantas da mesma espécie. Estas plantas foram subdivididas em 2 (dois) lotes, sendo cada lote submetido a um tratamento diferente, segundo o quadro abaixo.

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Curso de Biologia LOTE 1

2

TRATAMENTO As folhas da metade inferior da planta foram expostas a 10 horas de luz e 14 de escuro, e a metade superior (sem folhas) foi exposta a 14 horas de luz e 10 de escuro.

RESPOSTA Surgiram flores em todos os ápices caulinares das plantas. As plantas não floresceram.

As folhas da metade inferior da planta foram expostas a 14 horas de luz e 10 de escuro, e a metade superior (sem folhas) foi exposta a 10 horas de luz e 14 de escuro. Com base no experimento acima, pergunta-se: D) Que órgão da planta foi o responsável pela percepção do estímulo para a floração? E) Como se explica o surgimento de flores em todos os ápices caulinares das plantas do lote 1?

18. (UNIRIO) O fotoperiodismo é uma reação do organismo às proporções relativas de luminosidade e escuridão num ciclo de 24 horas. Esse termo também pode ser aplicado para explicar a floração nas Angiospermas. Nesse caso, ao invés de uma estrutura, existe um pigmento especial relacionado à captação da luz - o fitocromo. Cite um outro fenômeno que ocorra nas plantas e que aconteça em virtude de ação dos fitocromos. 19. (UFMG) Para avaliar-se o ritmo biológico de duas plantas de espécies diferentes - I e II -, elas foram submetidas, artificialmente, a dias longos (16 horas) e noites longas (20 horas). 1. Observe estas figuras:

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Explique o que ocorreria se a folha fotoinduzida fosse retirada da planta imediatamente após sua iluminação. Justifique sua resposta. 3. Observe este quadro: PERÍODOS DE FLORAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES VEGETAIS CULTIVADAS EM CONDIÇÕES NATURAIS EM ALGUNS PAÍSES DE CLIMA TEMPERADO PERÍODOS DE FLORAÇÃO Jan/mar Abril/jun Jul/set Out/dez Lycopersicum X X X X esculentum (tomate) Triticum aestivum X X (trigo) Glycine max (soja) X X Com base nos dados desse quadro, cite os prováveis períodos de floração das três espécies, se fossem cultivadas em condições naturais no Brasil. Justifique sua resposta. 20. (UFG) Ao visitar, no mês de julho, uma instituição de pesquisa nos EUA, um pesquisador brasileiro observou uma angiosperma florida e se interessou pelo estudo do ciclo reprodutivo desse vegetal. Ao retornar ao Brasil, iniciou uma pesquisa, a esse respeito, com a mesma planta. Contudo, observou que o florescimento dessa angiosperma ocorreu no mês de janeiro. O estudo foi concluído após a observação de todas as fases do ciclo reprodutivo da planta. Considerando as observações feitas pelo pesquisador, no Brasil, A) como se explica a floração das plantas ter ocorrido no mês de janeiro? B) cite quatro fases consecutivas do ciclo reprodutivo dessa planta.

Explique por que apenas a planta da espécie I floresceu. 2. Uma planta mantida no escuro por 12 horas, após receber um feixe de luz vermelha diretamente sobre uma de suas folhas por 15 minutos, floresceu, conforme mostrado nestas figuras: VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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AULA 15 – Introdução à Zoologia A categoria taxonômica mais elevada que será estudada a partir deste capítulo é o Reino Animal, definida segundo características comuns a todos os animais: organismos eucariontes, multicelulares, heterotróficos e que obtêm seus alimentos por ingestão de nutrientes do meio. Mesmo dentro de critérios assim tão amplos, podemos encontrar exceções, em função de fatores diversos, como adaptações de organismos a meios de vida especiais. É o que ocorre, por exemplo, com alguns endoparasitas que perderam a capacidade de ingestão de nutrientes, obtendo-se por absorção direta dos líquidos do corpo dos organismos parasitados. Neste capítulo, vamos discutir algumas das características mais generalizadas dos grupos situados logo abaixo do reino – os filos –, que são muito utilizadas na tentativa de se entender a filogenia do Reino Animal. Essas características, frequentemente encontramos durante o desenvolvimento embrionário e não apenas no organismo adulto, são: níveis de organização do corpo, simetria, disposição das estruturas relacionadas com a digestão, número de folhetos germinativos e presença de celoma. Além dessas, mencionaremos também a metameria, embora ela não tenha um caráter filogenético e apareça em grupos com histórias evolutivas distintas.

Níveis de organização do corpo Todos os animais começam seu desenvolvimento a partir de uma única célula: a célula-ovo ou zigoto. Essa célula sofre várias divisões mitóticas, dando origem a organismos multicelulares. Alguns animais desenvolvem-se até um conjunto de células que não chega a formar tecidos verdadeiros, enquanto a maioria atinge níveis de organização superior a tecidos, tais como órgãos e sistemas. É possível, assim, distinguir dois grandes grupos: - Parazoa (parazoário): representado pelos Porifera (esponjas), no qual não há formação de tecidos verdadeiros; - Eumetazoa (eumetazoário): representado por todos os outros animais, que possuem tecidos diferenciados.

Número de folhetos germinativos Dois grandes grupos de animais distinguem-se com base no número de folhetos germinativos que surgem durante o desenvolvimento do embrião: os diploblásticos, ou diblásticos, e os triploblásticos, ou triblásticos. Os diblásticos possuem dois folhetos germinativos: a ectoderme, mais externa, e a endoderme, mais interna. Os triblásticos possuem três folhetos germinativos: a ectoderme, a endoderme e um folheto denominado mesoderme, que ocorre entre os outros dois. São animais diblásticos os cnidários. Os demais eumetazoários são triblásticos.

Presença de celoma Entre os animais triploblásticos distinguem-se três grandes grupos: celomados, acelomados e pseudocelomados. Os celomados são aqueles que possuem celoma, cavidade interna do corpo totalmente delimitada pela mesoderme. Nos acelomados, a mesoderme preenche totalmente o espaço entre a ectoderme e a endoderme, não havendo formação de cavidade. Já os pseudocelomados possuem cavidade interna denominada pseudoceloma (falso celoma), pois é delimitada pela mesoderme e pela endoderme. São acelomados os platelmintos; pseudocelomados os nemátodas e celomados os demais eumetazoários triploblásticos.

Dentre os Eumetazoa distinguem-se dois outros grupos: o dos organismos que não passam do nível e organização superior a tecidos, do qual fazem parte os cnidários, e o dos organismos que já apresentam os órgãos reunidos em sistemas definidos, compreendendo a maioria dos Eumetazoa.

Acelomado. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Pseudocelomado.

Disposição das estruturas relacionadas com a digestão

Celomado. Dois outros grandes grupos podem ser distinguidos entre os celomados, com base no tipo de desenvolvimento embrionário da mesoderme e do celoma. Em um deles, a mesoderme originase a partir de células situadas ao redor da estrutura que dará origem ao tubo digestivo do adulto; são formadas várias células a partir de fendas que se abrem na endoderme; tais células são denominadas teloblastos. Estas posteriormente se organizam formando uma membrana que delimita o celoma. O celoma assim formado chama-se esquizoceloma (do grego ‘cavidade dividida’), e os animais que o apresentam são denominados esquizocelomados. Outro modo de formação da mesoderme e do celoma é a partir de evaginações da endoderme, formando bolsas que se dispõem entre a ectoderme e a endoderme. Essas bolsas se desprendem, havendo diferenciação de mesoderme e da cavidade por ela delimitada: o celoma. Nesses casos, o celoma é denominado enteroceloma, e os animais que o possuem, enterocelomados. São esquizocelomados os moluscos, os anelídeos e os artrópodes; são enterocelomados os equinodermos e os cordados.

São três os tipos básicos de disposição: rede de canais, tubo com uma abertura e tubo com duas aberturas. A disposição em rede de canais é exclusiva das esponjas. Nessa rede, existem células flageladas que, em função do batimento dos flagelos, estabelecem correntes de água que entram no corpo do animal por pequenos poros e que saem por uma abertura única denominada ósculo. Essas correntes transportam partículas alimentares, que são capturadas pelas células flageladas. Não existe um tubo digestivo. A presença de um tubo digestivo começa a ser verificada a partir dos cnidários. Animais com tubo digestivo são chamados de enterozoários, e o tubo digestivo pode ter uma abertura (enterozoários incompletos) ou duas aberturas (enterozoários completos) para o exterior. A disposição em tubo ou saco aberto em um só ponto é típica dos cnidários e dos platelmintos. Nesses casos, a abertura única atua como boca e ânus. A disposição em um tubo com duas aberturas ocorre nos demais bilatérias. Durante o desenvolvimento embrionário, esse tubo começa como um saco aberto em um só ponto; posteriormente, este se alonga e outra abertura se forma, geralmente no extremo oposto à primeira. Uma dessas aberturas desenvolve-se em boca e a outra em ânus. Estabelece-se a passagem de alimento em um só sentido: da boca para o ânus. No tubo que se forma entre esses dois orifícios, há diferenciação de regiões com funções específicas, a órgãos como faringe, esôfago, estômago e intestino. Entre os eumetazoários podem-se distinguir dois outros grandes grupos de animais: o dos protostômios e o dos deuterostômios.

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Nos protostômios a primeira abertura do tubo digestivo, surgida durante o desenvolvimento embrionário, diferencia-se em boca e, nos deuterostômios, em ânus. São protostômios os nemátodas, anelídeos, moluscos e artrópodes; são deuterostômios os equinodermos e os cordados. Entre os eumetazoas com uma abertura, os platelmintos são animais protostômios. Não se aplica o termo protostômio ou deuterostômio para cnidários, pois esse termo tem sido aplicado tradicionalmente somente para animais triblásticos.

Esquema da origem da boca e do ânus nos metazoários.

Simetria A simetria é a divisão imaginária do corpo de um organismo em metades especulares. Quanto a esse caráter, os animais podem ter simetria radial (ou radiada) ou bilateral. Na simetria radial, existem vários planos de simetria (vários planos que passam pelo centro do corpo geram simetria). Apenas duas faces do corpo podem ser reconhecidas, a dorsal e a ventral. Na simetria bilateral, existe um único plano de simetria, chamado plano sagital, que divide o corpo metades direita e esquerda, e serve de referência para a identificação das regiões anterior (cefálica, cabeça) e posterior (caudal, cauda). Existem, no entanto, animais cujo corpo não pode ser dividido em metades especulares. Nesses casos, não existe simetria, falando-se em animais assimétricos.

A maioria dos animais possui o mesmo tipo de simetria desde a fase embrionária até a fase adulta. Alguns, entretanto, têm um tipo de simetria na fase embrionária e outro na fase adulta, caso em que a mudança está geralmente associada a adaptações dos adultos a modos de vida especiais. A simetria observada no embrião ou na larva é denominada primária e no adulto, secundária. Se, durante o desenvolvimento embrionário de um indivíduo, a simetria do embrião ou da larva for diferente da simetria do adulto, é a simetria primária que fornece indícios da real estrutura do corpo do animal, sob o ponto de vista taxonômicoevolutivo. Os animais com simetria primária radial são chamados radiados e os com simetria primária bilateral, bilatérias. São radiados os poríferos e os cnidários, e bilatérias todos os demais. As esponjas, apesar de terem simetria primária radial, podem apresentar-se assimétricas na fase adulta, como ocorre com muitas de suas espécies. Alguns cnidários, como é o caso das anêmonas-do-mar, possuem simetria secundária bilateral, com base na organização interna do corpo. Entre os bilatérias, alguns possuem simetria secundária radial, como é o caso dos equinodermos, representados pelas estrelas-do-mar.

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Metameria Um organismo metamérico apresenta o corpo dividido em porções semelhantes, ordenadas ao longo do eixo do corpo e separadas umas das outras por tabiques de mesoderme. Cada porção dessas é um segmento individualizado, que recebe o nome de metâmero; fala-se, então, em segmentação metamérica ou metameria. A metameria só ocorre em bilatérias, triblásticos e celomados, estando restrita aos anelídeos, artrópodes e cordados. Nos anelídeos, os metâmeros são bem evidentes, enquanto, nos artrópodes, verifica-se fusão de segmentos formando os tagmas, como a cabeça, o tórax e o abdome.

Metameria em anelídeos.

Uma provável filogenia dos animais

Metameria com tagmatização em artrópodes. Nos cordados, percebe-se a metameria apenas em algumas estruturas, como é o caso de certos músculos que têm organização metamérica.

Metameria parcial em cordados (evidente em algumas estruturas do corpo, como é o caso da musculatura sob a pele, formando os blocos musculares chamados miótomos).

Com base nas características generalizadas discutidas, é possível tentar compreender a evolução dos animais. O esquema a seguir apresenta uma provável história evolutiva (filogenia) dos animais, aceita por muitos zoólogos. Não é, no entanto, a única. De acordo com ela, os animais surgiram provavelmente de protozoários flagelados coloniais, que teriam se especializado, aumentando a interdependência celular. Dessa maior especialização, teriam surgido, de um lado, os parazoários, representados pelas esponjas, e, de outro, os eumetazoários, que apresentam maior interdependência entre suas células, formando tecidos verdadeiros. Entre os eumetazoa, apenas os cnidários são diblásticos; os demais já apresentam três folhetos germinativos. O metazoário ancestral, que deu origem aos cnidários e platelmintos, provavelmente tinha simetria radial, mantida nos cnidários e modificada para simetria bilateral na linhagem da qual provêm os platelmintos. Estes são triblásticos acelomados. Acredita-se que dos platelmintos teriam surgido os pseudocelomados e os celomados. Estes últimos teriam se especializado segundo duas principais linhas evolutivas: a dos esquizocelomados e a dos enterocelomados. Os esquizocelomados e os pseudocelomados mantiveram muitas das características do desenvolvimento embrionário do ancestral acelomado, sendo uma delas a protostomia. Os enterocelomados apresentam desenvolvimento embrionário com características distintas, sendo uma delas a deuterostomia. A metameria ocorreu independentemente em duas linhas evolutivas: na dos esquizocelomados, dando origem aos anelídeos e artrópodes, e na dos enterocelomados, dando origem aos cordados.

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Reprodução em animais Fecundação quanto ao sexo dos organismos parentais

Em organismos animais, os gametas são produzidos em órgãos denominados gônadas. A gônada masculina recebe o nome de testículo e produz o gameta masculino, o espermatozoide. A gônada feminina recebe o nome de ovário e produz o gameta feminino, o óvulo. Na grande maioria das vezes, o indivíduo possui o testículo, sendo do sexo masculino, ou possui o ovário, sendo do sexo feminino. Esses organismos são ditos de sexos separados ou dioicos. Em outros organismos, pode acontecer do mesmo indivíduo possuir simultaneamente testículo e ovário. Nesse caso, eles são ditos hermafroditas ou monoicos. Os indivíduos animais hermafroditas são normalmente incapazes de promover uma autofecundação. Assim, quando se reproduzem, dois indivíduos hermafroditas trocam de gametas, ambos sendo fecundados e gerando zigotos. Essa situação de hermafroditismo é particularmente vantajosa para animais muito lentos e com dificuldade de encontrar parceiros para o ato sexual. Sendo hermafroditas, a fecundação cruzada permite que sejam gerados muito mais descendentes que se fossem de sexos separados, pois neste último caso apenas a fêmea produziria zigotos.

Fecundação externa e interna Outro aspecto que pode ser diferenciado em relação à fecundação é o fato de ela poder ser externa ou interna. A fecundação externa acontece com o lançamento dos gametas masculinos e femininos fora do corpo, normalmente na água. O encontro dos gametas se dá então fora do corpo, com o zigoto se formando fora do corpo dos indivíduos parentais. Espécies cujas fêmeas eliminam seus óvulo na água são ditas ovulíparas. Este tipo de fecundação apresenta dois inconvenientes. Como os gametas são lançados no meio, eles têm que enfrenta uma série de dificuldades para sobreviver e encontrar o gameta de sexo oposto, promovendo a fecundação. Assim, os organismos que fazem fecundação externa têm que produzir uma enorme quantidade de gametas para aumentar a probabilidade de haver a fecundação. O custo energético dessa produção de gametas é alto para o organismo. O segundo problema é que, como a fecundação externa normalmente ocorre na água, os organismos que fazem fecundação externa não podem viver longe de ambientes aquáticos, caso contrário serão incapazes de se reproduzir. A fecundação interna ocorre com a introdução do gameta masculino pelo macho numa cavidade do corpo da fêmea. Nessa cavidade, ocorre a fecundação. Para haver a fecundação interna, a natureza proveu os machos com um órgão denominado pênis (ou estruturas análogas) , capazes de ser introduzidos no orifício do corpo feminino, o poro genital feminino ou vagina ou cloaca, onde vai ocorrer a fecundação interna. Este tipo de fecundação traz vantagens em relação à fecundação externa. Primeiramente, o número de gametas

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Curso de Biologia produzidos pode ser bem menor, pois eles serão introduzidos numa cavidade protegida do corpo feminino, com condições bem menos desfavoráveis que as do meio. Isso represente um menor custo energético para produção de gametas. Além disso, o pênis permite que a fecundação ocorra em terra firme, e não apenas na água como a externa, permitindo uma certa liberdade em relação a ambientes aquáticos.

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Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) O esquema abaixo representa uma árvore filogenética dos animais.

IMPORTANTE: Nem toda reprodução sexuada envolve ato sexual. A conjugação e a fecundação externa, por exemplo, não envolvem o ato sexual. O ato sexual caracteriza-se pela introdução do pênis no poro genital feminino. Assim, esse processo é típico de fecundação interna em animais. Mas nem toda fecundação interna envolve ato sexual: em vegetais e esponjas, por exemplo, há fecundação interna sem ato sexual. Animais ovíparos, ovovivíparos e vivíparos Em animais, na maioria das vezes, o zigoto formado encontra-se no interior de um ovo, fazendo seu desenvolvimento embrionário fora do corpo da mãe e no interior desse ovo. As espécies que produzem ovos e eliminam esses ovos de maneira que seu desenvolvimento seja fora do corpo da mãe são ditas ovíparas. Os organismos ovíparos têm que produzir grande número de ovos porque estes estarão sujeitos aos rigores do meio. Normalmente, depois que colocam os ovos, os pais protegem esse ovos para evitar que predadores os eliminem. Outros enterram os ovos. De qualquer maneira, o risco pelo qual passam esses ovos é muito grande, o que explica o grande número de ovos produzidos para a pequena quantidade de descendentes sobreviventes. Em outros casos, os zigotos originam ovos que são armazenados no interior do corpo da fêmea até que eles eclodam e liberem os novos indivíduos. Assim, os ovos mantêm-se protegidos no interior do corpo da fêmea. Organismos como esses são ditos ovovivíparos. Tanto no caso dos organismos ovíparos como no dos ovovivíparos, os ovos deverão encerrar em seu interior tudo aquilo que o embrião vai precisar durante seu desenvolvimento: nada pode ser acrescentado ou retirado, com exceção de gases respiratórios e, em algumas ocasiões, água. Por isso, alguns organismos não produzem ovos. Seus zigotos desenvolvem-se no interior de um órgão denominado útero, estando esse órgão ligado à mãe. Através de vasos sanguíneos é possível o fornecimento de nutrientes e outras substâncias úteis, bem como a remoção de metabólitos indesejados. Além disso, a mãe acaba carregando o embrião sempre consigo, não estando o mesmo sujeito às condições impostas pelo meio e à ação de predadores. Estes organismos que não produzem ovos e que já liberam a cria completamente formada são ditos vivíparos. Eles normalmente produzem um número menor de descendentes que os organismos ovíparos e ovovivíparos, uma vez que o risco de vida ao qual os filhotes de vivíparos estão sujeitos é bem menor.

Nele, as características representadas por 1, 2 e 3 são, respectivamente, A) simetria radial, simetria bilateral e celoma. B) protostomia, deuterostomia e notocorda. C) pseudoceloma, celoma e deuterostomia. D) simetria radial, pseudoceloma e deuterostomia. E) protostomia, pseudoceloma e simetria bilateral. 2. (UNIFOR) Considere os seguintes exemplos de animais: I. Todos os indivíduos possuem testículo e ovário, sendo a fecundação sempre externa. II. Certos indivíduos só possuem testículo e outros somente ovário. O embrião se desenvolve no interior do corpo da fêmea às custas de nutrientes contidos no ovo. III. Certos indivíduos só possuem testículo e outros somente ovário. O embrião se desenvolve no interior do corpo da fêmea às custas de nutrientes fornecidos por ela. Assinale a alternativa que contém a classificação correta, respectivamente, de I, II e III. A) monoicos e ovíparos; dioicos e ovovivíparos; dioicos e vivíparos. B) dioicos e ovíparos; monoicos e ovovivíparos; monoicos e vivíparos. C) monoicos e ovovivíparos; dioicos e vivíparos; dioicos e ovovivíparos. D) dioicos e vivíparos; monoicos e ovíparos; monoicos e ovovivíparos. E) monoicos e ovovivíparos; dioicos e ovíparos; dioicos e vivíparos. 3. (UNIFOR) Em uma gástrula de camarão, injetou-se uma substância radiativa nas células que circundam o blastóporo. Se tal substância permanecer nessas células, poderá ser evidenciada, no animal adulto, A) na região anal. B) na região oral. C) nas brânquias. D) nas gônadas. E) no intestino.

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4. (UNICHRISTUS) Os desenhos A, B e C abaixo representam cortes transversais dos corpos de três vermes adultos pertencentes a três filos distintos. A

B

5. (UNICHRISTUS) FAUNA MARINHA É AMEAÇADA – 25 ESPÉCIES, ENTRE INVERTEBRADOS E PEIXES, ESTÃO NA LISTA VERMELHA DO IBAMA, MAPEADAS PELO IBGE NO ESTADO Nas águas cearenses, assim como nas brasileiras, biodiversidade e abundância já não navegam juntas. A pesca predatória, a explotação (a sobrepesca), a destruição de habitats naturais, o comércio desordenado de peixes ornamentais e poluição colocam em risco a nossa rica e diversificada fauna marinha. Algumas espécies correm perigo iminente de extinção e, segundo especialistas, o desaparecimento pode ocorrer em menos tempo do que se imagina se medidas urgentes não forem tomadas para reverter o gravíssimo processo. Na lista dos animais ameaçados na costa cearense, o tubarão lixa, a cioba, peixe-serra, o tubarão baleia, as estrelas-do-mar (aquelas tão apreciadas pelo artesanato e que são encontradas facilmente em feirinhas), nos ouriços e a lagosta. São 25 espécies incluídas no Livro Vermelho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e mapeadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trabalho intitulado “Fauna ameaçada de extinção: invertebrados aquáticos e peixes 2009”.

C

Extraído de http://diariodonordeste.globo.com/imagem.asp?Imagem=388863, em 15 de setembro de 2010.

Com base em seus conhecimentos e na análise das imagens, a que filo de vermes pertencem os animais A, B e C, respectivamente? A) Nematelminto, platelminto, anelídeo. B) Platelminto, anelídeo, nematelminto. C) Anelídeo, platelminto, nematelminto. D) Nematelminto, anelídeo, platelminto. E) Anelídeo, nematelminto, platelminto.

Podemos afirmar que os animais presentes na lista pertencem aos Filos A) Echinodermata, Arthropoda e Chordata. B) Mollusca, Echinodermata e Chordata. C) Arthropoda, Echinodermata e Annelida. D) Mollusca, Nematoda e Arthropoda. E) Annelida, Molusca e Chordata. 6. (UECE) Em levantamento faunístico realizado na serapilheira de uma propriedade localizada na Serra de Guaramiranga, Ceará, foi encontrada grande variedade de animais nessa camada superficial do solo. Considerando-se o ambiente em que foi feito o levantamento, espera-se encontrar representantes de A) Arthropoda, Cnidaria, Anellida.

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Curso de Biologia B) Echinodermata, Anellida, Mollusca. C) Chordata, Arthropoda, Mollusca. D) Porífera, Anellida, Cnidaria. 7. (UECE) Características como simetria bilateral, presença de três folhetos germinativos, cavidade digestória completa com boca e ânus, cavidade corporal e metameria destacaram-se durante a história evolutiva dos animais. Da ocorrência destas características entre os diversos grupos animais, marque a afirmação correta. A) Todos os animais com simetria bilateral apresentam metameria e três folhetos germinativos. B) Todos os animais com metameria apresentam cavidade corporal e simetria bilateral. C) Todos os animais com cavidade corporal apresentam três folhetos germinativos e metameria. D) Todos os animais com cavidade digestória completa apresentam simetria bilateral e metameria. 8. (UECE) Existem milhares de espécies animais distribuídas nos mais variados habitats. Conhecer essa diversidade é uma necessidade para que possamos ter um futuro mais saudável. Sobre os principais grupos animais, é correto afirmar-se que A) todos os equinodermos são exclusivamente marinhos. B) caramujos, baratas, e ouriços do mar são exemplos de animais que apresentam exoesqueleto. C) cordados são todos os animais que possuem vértebras. D) anelídeos e nematelmintos são parasitas obrigatórios. 9. (UECE – 2011.1) Estes são alguns dos bichinhos de estimação de Maria Paula. BICHOS TIPO TÁXON 1. Brieta cão mamália 2. Lúcia já vou indo lesma molusco 3. Baleco tartaruga reptília 4. Tamiris estrela-do-mar equinoderma Com base na filogenia, que representa a história evolutiva da ancestralidade e da descendência, pode-se afirmar corretamente que, de todos esses bichinhos, o que herdou as características, possuindo o ancestral comum mais antigo, por ser esquizocelomado, protostômio e invertebrado, é A) Brieta. B) Lúcia já vou indo. C) Baleco. D) Tamiris. 10. (UECE) Marque a opção na qual todos os animais possuem tubo digestivo completo. A) Água viva, minhoca e gafanhoto. B) Água viva, esponja e peixe. C) Peixe, minhoca e gafanhoto. D) Esponja, peixe e minhoca. 11. (UECE) Com relação a presença de celoma, marque o animal acelomado A) Lombriga (Nematelminto). B) Minhoca (Anelídeo). C) Planária (Platelminto). D) Peixe (Vertebrado).

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12. (UECE) Marque a opção que apresenta seres vivos com simetria radial. A) planária, tênia, esquistossomo. B) traça, sarna, camarão. C) hidra, água-viva, anêmona-do-mar. D) sanguessuga, minhoca, poliqueta. 13. (UECE) Dos Filos abaixo citados, são considerados diblásticos: A) cordados. B) platelmintos. C) cnidários. D) poríferas. 14. (FACID) Os animais dotados de simetria bilateral têm cabeça definida, que é a parte do organismo com maior concentração de células nervosas. Isso é muito útil, pois a cabeça normalmente é a parte que primeiro entra em contato com o ambiente. Em qual das alternativas a seguir aparecem animais com as características citadas no texto? A) Anêmonas do mar e planárias. B) Solitárias e ofiúros. C) Pulgas e minhocas. D) Ouriços e corais. E) Gatos e esponjas. 15. (FCM-JP) Em alguns filos de animais ocorre reprodução assexuada. As esponjas e cnidários reproduzem-se por brotamento. Entretanto, a forma mais comum de reprodução em todos os filos é a reprodução sexual. Sobre o desenvolvimento embrionário dos animais, todas as alternativas apresentam características verdadeiras, exceto: A) Os poríferos são os únicos animais que não formam gástrula nem folhetos embrionários. B) O ciclo reprodutivo sexual consiste na união de duas células sexuais diploides, uma delas o gameta feminino, óvulo e a outra o gameta masculino, o espermatozoide. C) O desenvolvimento animal origina um aglomerado de células com cavidade interna denominada blástula. D) Os cnidários formam somente dois folhetos germinativos, o ectoderma e o endoderma, sendo chamados diblásticos. E) Na maioria dos animais, a formação da blástula leva à formação da gástrula, em que se diferenciam os folhetos germinativos. 16. (FUVEST) As lulas, lombrigas, minhocas e tênias eram reunidas antigamente em um mesmo grupo denominado Vermes, o que já não ocorre nas classificações atuais. Sobre as características morfológicas e de desenvolvimento desses animais, é correto afirmar que A) as lulas, minhocas e tênias possuem celoma, mas as lombrigas são acelomadas. B) as minhocas e lulas apresentam metameria, que não é encontrada nas tênias e lombrigas. C) as lulas, minhocas e lombrigas possuem mesoderme, mas as tênias não têm esse folheto embrionário. D) as minhocas e lombrigas apresentam simetria bilateral e as tênias e lulas têm simetria radial. E) as lulas e minhocas possuem sistema digestório completo, mas, nas tênias e lombrigas, ele é incompleto.

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17. (FUVEST) O esquema abaixo representa uma árvore filogenética de alguns filos animais. Cada número, I, II e III, corresponde à aquisição de uma característica ausente nos ramos anteriores a ele e presente nos posteriores.

No quadro abaixo, as características correspondentes a cada número estão corretamente indicadas em: I II III A) Células Sistema Tubo nervoso dorsal nervosas digestório completo B) Células Tubo nervoso Sistema digestório nervosas dorsal completo C) Tubo nervoso Células Sistema digestório dorsal nervosas completo D) Tubo nervoso Sistema Células nervosas dorsal digestório completo E) Sistema Células Tubo nervoso dorsal digestório nervosas completo 18. (FUVEST) Considere os seguintes grupos de animais: I. Animais aquáticos fixos, com poros na superfície do corpo e que englobam partículas de alimento da água que circula através de sua cavidade interior. II. Animais parasitas que se alojam no intestino de vertebrados e que se alimentam de substâncias geradas pela digestão realizada pelo hospedeiro. III. Animais aquáticos, de corpo mole, revestidos por concha calcária e que se alimentam de organismos do plâncton. Esses animais obtêm nutrientes orgânicos, como aminoácidos e monossacarídeos, por: GRUPO I GRUPO II GRUPO III A) digestão assimilação direta, digestão intracelular sem realizar extracelular digestão B) digestão digestão digestão intracelular intracelular extracelular C) assimilação direta, digestão digestão sem realizar intracelular extracelular digestão D) assimilação direta, assimilação direta, digestão sem realizar sem realizar intracelular digestão digestão E) digestão digestão assimilação extracelular extracelular direta, sem realizar digestão

19. (FUVEST) A figura mostra uma árvore filogenética dos grandes grupos de animais invertebrados.

Existe um filo animal, pouco mencionado nos livros de textos, chamado Gnathostomulida, cujos representantes atuais vivem entre os grãos de areia de certas praias oceânicas. Os animais desse grupo não apresentam corpo segmentado nem cavidade corporal, mas certas espécies têm tubo digestivo completo, com boca e ânus. Tais características sugerem que os gnatostomulídeos se separaram do tronco principal da árvore filogenética entre os grupos de: A) poríferos e cnidários. B) cnidários e platelmintos. C) platelmintos e nematelmintos. D) nematelmintos e moluscos. E) moluscos e anelídeos. 20. (UNICAMP) Levantamentos faunísticos da serapilheira (material recém-caído no solo, constituído principalmente de folhas, cascas, galhos, flores, frutos e sementes) de florestas tropicais revelam a presença de uma grande variedade de espécies nessa camada superficial do solo. Considerando-se os diferentes filos animais, espera-se encontrar na serapilheira representantes de A) Chordata, Arthropoda, Cnidaria. B) Echinodermata, Anellida, Mollusca. C) Chordata, Arthropoda, Mollusca. D) Echinodermata, Anellida, Cnidaria. 21. (UNESP) Em um barzinho à beira-mar, cinco amigos discutiam o que pedir para comer.

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Marcos, que não comia peixe, sugeriu picanha fatiada. Paulo discordou, pois não comia carne animal e preferia frutos-do-mar; por isso, sugeriu uma porção de camarões fritos e cinco casquinhas-de-siri, uma para cada amigo. Marcos recusou, reafirmando que não comia peixe. Eduardo riu de ambos, informando que siri não é peixe, mas sim um molusco, o que ficava evidente pela concha na qual era servido. Chico afirmou que os três estavam errados, pois os siris e os camarões não são peixes nem moluscos, mas sim artrópodes, como as moscas que voavam pelo bar. Ricardo, por sua vez, disse que concordava com a afirmação de que os siris e camarões fossem artrópodes, mas não com a afirmação de que fossem parentes das moscas; seriam mais parentes dos peixes. Para finalizar a discussão, os amigos pediram batatas fritas. O amigo que está correto em suas observações é A) Ricardo. B) Marcos. C) Paulo. D) Eduardo. E) Chico.

24. (UFJF) O grau de semelhança entre os organismos sempre foi o principal critério para os seus agrupamentos. Com o advento da ideia de evolução entre os seres vivos, o grau de semelhança também passou a significar grau de parentesco evolutivo. O grau de parentesco evolutivo entre os metazoários é determinado por semelhanças exclusivas fundamentais que caracterizam os grupos. As letras A, B e C representam as seguintes características, respectivamente:

22. (UNIFESP) Atualmente, os seres vivos são classificados em cinco grandes reinos. Na caracterização do Reino Animalia (animais), é correto afirmar que: A) estão excluídos os organismos multicelulares e que não possuem tecidos verdadeiros. B) a segmentação do corpo aproxima evolutivamente os anelídeos e os nematódeos. C) são incluídos tanto organismos unicelulares quanto seres vivos multicelulares. D) a simetria radial é uma característica que evidencia parentesco evolutivo entre os organismos que a possuem. E) grupos como equinodermos e cordados são aproximados evolutivamente pela origem do celoma.

A) Simetria bilateral; Boca derivada do blastóporo; Presença de notocorda. B) Simetria radial; Boca derivada do blastóporo; Tegumento quitinoso. C) Simetria bilateral; Ausência de celoma verdadeiro; Presença de um pseudoceloma. D) Presença de celoma; Metamerizados; Ausência de apêndices articulados. E) Simetria radial; Com três folhetos germinativos; Ausência de metameria.

23. (UNIFESP) Esta é a turma do Bob Esponja:

Lula Molusco é supostamente uma lula; Patrick, uma estrela-domar; o Sr. Siriguejo, um caranguejo; e Bob é supostamente uma esponja-do-mar. Cada um, portanto, pertence a um grupo animal diferente. Se eles forem colocados segundo a ordem evolutiva de surgimento dos grupos animais a que pertencem, teremos respectivamente: A) esponja-do-mar, estrela-do-mar, lula e caranguejo. B) esponja-do-mar, lula, caranguejo e estrela-do-mar. C) estrela-do-mar, esponja-do-mar, caranguejo e lula. D) estrela-do-mar, lula, caranguejo e esponja-do-mar. E) lula, esponja-do-mar, estrela-do-mar e caranguejo.

25. (UFPR) Metameria é uma característica de espécies de alguns filos animais. Ela representa a divisão do corpo em segmentos e está relacionada à repetição de estruturas internas, incluindo órgãos excretores e sistema nervoso. A metameria está associada a especializações de partes do corpo, através de um processo conhecido como tagmatização, que pode representar a especialização ou a fusão de segmentos de uma região corporal para a realização de funções específicas. Sobre metameria e tagmatização, considere as seguintes afirmativas: 1. Cordados apresentam metameria especialmente visível na musculatura corporal. 2. Nos anelídeos, a segmentação é bastante evidente, formando anéis do corpo, e a tagmatização pode existir, como no caso do clitelo em minhocas. 3. Nos artrópodes, a segmentação existe, mas a tagmatização é observada apenas nos insetos (ex. tórax). 4. Moluscos apresentam segmentação e tagmatização limitadas às regiões localizadas no interior de suas conchas. Assinale a alternativa correta. A) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. B) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. C) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. D) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. E) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

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26. (UEL) Observe a figura a seguir, e responda à questão.

29. (UFPB) A figura, a seguir, mostra esquemas de secções transversais do corpo de três animais triblásticos.

Estudo Homem Vitruviano, Leonardo da Vinci, 1490.

A figura mostra um modelo de organismo com simetria bilateral. Nos grupos animais, o aparecimento da bilateralidade está associado às seguintes características morfofisiológicas: A) Sistema circulatório fechado e digestão extracelular no estômago. B) Sistema digestório completo e cordão nervoso ganglionar dorsal. C) Sistema digestório incompleto e órgãos dos sentidos ocelares. D) Sistema nervoso central e coordenação motora para locomoção. E) Sistema nervoso difuso e sangue com hemácias anucleadas. 27. (UFC) Evidências moleculares, baseadas em sequências de RNA, sugerem o parentesco entre moluscos e anelídeos. Esses dados reforçam a hipótese de que esses grupos apresentam um ancestral comum. O parentesco entre esses grupos pode ser evidenciado também levando-se em consideração características biológicas tais como: A) protostomia, cordão nervoso dorsal e desenvolvimento direto. B) metameria, presença de celoma e desenvolvimento indireto. C) presença de celoma, simetria bilateral e clivagem espiral. D) pseudoceloma, simetria bilateral e respiração branquial. E) protostomia, clivagem espiral e metameria. 28. (UFPI) Desde o período Cambriano, os protostomados e os deuterostomados, linhagens monofiléticas, vêm evoluindo separadamente. Os protostomados possuem sistema nervoso ventral, cordões nervosos pareados e larvas com cílios compostos, ao passo que os deuterostomados apresentam um sistema nervoso dorsal e larvas com um único cílio. São exemplos de protostomados pseudocelomados os filos: A) Rotifera, Nematoda e Nematomorpha. B) Annelida, Mollusca e Nemertea. C) Echinodermata, Hemichordata e Chordata. D) Uniramia, Crustacea e Chelicerata. E) Bryozoa, Brachiopoda e Phoronida.

Adaptada de: AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos Organismos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004, p. 271.

Os esquemas 1, 2 e 3 representam, respectivamente, as secções transversais do corpo dos seguintes animais: A) Planária, lesma e lombriga. B) Tênia, lesma e minhoca. C) Tênia, planária e lombriga. D) Planária, ancilóstomo e filária. E) Lesma, minhoca e lombriga. 30. (UFPB) Observe o cladograma ao lado, que representa uma hipótese de história evolutiva dos Metazoários.

Parte das espécies ancestrais está identificada por um número, e a espécie ancestral de todos os Metazoários, representada por um X. Cada uma das espécies ancestrais, destacada por um ponto e associada a um número no cladograma, originou um caráter que foi herdado por todos os seus descendentes. A correspondência correta entre as espécies e os caracteres é:

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Curso de Biologia A)

ESPÉCIE 1 Simetria bilateral

ESPÉCIE 2 Pseudoceloma

ESPÉCIE 3 Tubo digestório completo

B)

Multicelularidade

Diblastia

Simetria bilateral

C) D)

Tecidos Multicelularidade

Simetria bilateral Tubo digestório completo

Tubo digestório completo Celoma

E)

Tecidos

Pseudoceloma

Celoma

31. (UFPB) Os esquemas abaixo representam, em corte transversal, a organização corporal de um animal acelomado e de um celomado.

183 ESPÉCIE 4 Exoesqueleto quitinoso Boca não originada do blastóporo Celoma Esquizocelia Exoesqueleto quitinoso

ESPÉCIE 5 Esquizocelia Celoma Metameria Boca não originada do blastóporo Metameria

O invertebrado, observado por Mafalda, pertence ao filo que, evolutivamente, é o mais próximo dos cordados, por apresentarem A) hábitat marinho. B) mesoderme. C) deuterostomia. D) fecundação externa. E) simetria radial. Questões estilo V ou F

Comparando-se a organização corporal dos dois animais, pode-se dizer que o desenvolvimento do celoma propiciou: I. a circulação de substâncias nutritivas e de gases respiratórios. II. a formação de um tubo digestivo com movimentos próprios. III. maior difusão superficial dos gases respiratórios. Está (ão) correta (s), apenas: A) I. B) II. C) I e II. D) I e III. E) II e III. 32. (UFG) Observe a tira abaixo:

QUINO. Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p.67. (Adaptado)

33. (UFPI) Os biólogos avaliam diversas características para inferir sobre a filogenia animal, as quais são evidenciadas, em primeiro lugar, em registros fósseis, por meio da observação de padrões de desenvolvimento embrionário, da morfologia, e fisiologia e, em segundo lugar, em estruturas moleculares. Analise as características dos diversos filos protostomados e assinale V, para as verdadeiras, ou F, para as falsas. (_) Os rotíferos são animais, em sua maioria, marinhos, celomados e segmentados, com sistema digestivo completo. (_) Os anelídeos são vermes que vivem somente em ambientes marinhos, acelomados, assegmentados e com tubo digestivo incompleto. (_) Os crustáceos são os artrópodes marinhos dominantes, possuem corpo segmentado e dividido em cabeça, tórax e abdome, ou em cefalotórax e abdome, e apresentam sistema digestivo completo. (_) Os moluscos sofreram uma das maiores radiações evolutivas, com base em um plano corporal, com pé, manto e massa visceral, e possuem celoma reduzido e sistema digestivo completo. Questões discursivas 34. (FUVEST) Os equinodermos são animais deuterostômios marinhos que apresentam simetria radial na fase adulta e bilateral na fase de larva. A) A palavra deuterostômio deriva do grego: deuteros = segundo, secundário; stoma = boca. Que característica justifica denominar os equinodermos como deuterostômios? Cite outro filo animal com o qual essa característica é compartilhada. B) No desenvolvimento dos equinodermos, verifica-se a transição de simetria bilateral para simetria radial. Essa sequência reflete o que ocorreu com a simetria ao longo da evolução dos metazoários invertebrados? Justifique sua resposta.

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35. (FUVEST) O quadro abaixo mostra diferenças que ocorrem no reino animal quanto ao plano corporal e aos sistemas digestório, circulatório e nervoso: 1 2 3 A – Simetria na fase Ausente Radial Bilateral adulta B – Sistema Ausente Incompleto Completo digestório C – Sistema Ausente Aberto Fechado circulatório D – Sistema nervoso Ausente Cordão Dorsal nervoso ventral Os anelídeos, por exemplo, apresentam as características A3, B3, C3 e D2. A) Que grupo animal apresenta as características A1, B1, C1 e D1? B) Que características de A, B, C e D estão presentes em um crustáceo? C) Que características de A, B, C e D estão presentes em um anfíbio? 36. (UNICAMP) Sob a denominação de “vermes”, estão incluídos invertebrados de vida livre e parasitária como platelmintos, nematódeos e anelídeos. A) Os animais citados no texto apresentam a mesma simetria. Indique qual é essa simetria e dê duas novidades evolutivas associadas ao aparecimento dessa simetria. B) Hirudo medicinalis (sanguessuga), Ascaris lumbricoides (lombriga) e Taenia saginata (tênia) são exemplos de parasitas pertencentes a cada um dos filos citados que podem ser diferenciados também pelo fato de serem endoparasitas ou exoparasitas. Identifique o filo a que pertencem e separe-os quanto ao modo de vida parasitária. 37. (UNICAMP) Os animais podem ou não apresentar simetria. Considere os seguintes animais: planária, esponja, medusa (águaviva), minhoca, coral e besouro. A) Quais deles apresentam simetria radial? E quais apresentam simetria bilateral? B) Caracterize esses dois tipos de simetria. C) Por que a simetria radial da estrela-do-mar é considerada secundária?

39. (UFPR) Dentre as cerca de 8,5 milhões de espécies de organismos vivos presentes hoje em nosso planeta, mais de 7,5 milhões são animais. Essa enorme diferença em número parece estar vinculada à enorme flexibilidade conferida por características da arquitetura do corpo dos animais, que os tornam aptos a viver nos mais diferentes hábitats do planeta, o que certamente deve ter contribuído para a diversificação do grupo. Dentre as grandes mudanças ocorridas no processo evolutivo, podemos destacar três importantes: aquisição da multicelularidade, aquisição do trato digestivo e aquisição de segmentação corporal. Apresente uma consequência favorável que cada uma dessas mudanças trouxe aos organismos. 40. (UFPR) A figura abaixo representa esquematicamente cortes do corpo de três diferentes grupos de animais multicelulares: anelídeos, platelmintos e nematelmintos (não necessariamente nessa ordem). Elas representam o processo evolutivo que levou ao surgimento de cavidades no corpo dos animais.

A) Correlacione cada figura com os grupos animais apresentados no enunciado. B) Discorra sobre duas vantagens trazidas pelo surgimento de cavidades corpóreas.

38. (UNICAMP) A vida animal originou-se nos oceanos primitivos. A partir dos ancestrais marinhos, alguns grupos invadiram a água doce enquanto outros se deslocaram para a terra. A) Cite duas adaptações importantes para a ocupação do ambiente terrestre. B) Dê exemplo de um filo de invertebrado que apresente espécies tanto aquáticas quanto terrestres. C) A partir de ancestrais terrestres, alguns mamíferos ocuparam o ambiente marinho. Cite duas características morfológicas e/ou fisiológicas que permitiram a sua adaptação a esse ambiente.

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Curso de Biologia AULA 16 – Filo Porifera Até há pouco tempo atrás, o Reino Animal era subdividido em dois grandes grupos, os protozoários e os metazoários, estes últimos caracterizados como animais pluricelulares, em oposição aos protozoários, unicelulares. Com a classificação dos seres vivos em cinco reinos, os protozoários, como vimos, passaram para o Reino Protista e os metazoários são os constituintes do Reino Animal. É claro que essa classificação não exclui as relações evolutivas entre os diferentes reinos, sendo muito provável que os animais tenham se originado de protozoários flagelados. Assim, um pequeno grupo de “flagelados de colarinho” foi provavelmente o que deu origem às esponjas ou poríferos. Os coanócitos, células típicas e exclusivas das esponjas, e os protozoários conhecidos como “flagelados de colarinho” ou coanoflagelados são muito semelhantes estrutural e funcionalmente, o que fundamenta essa hipótese.

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Diversidade e hábitats O filo Porifera reúne cerca de 7 mil espécies, todas obrigatoriamente aquáticas, predominantemente marinhas, mas eventualmente dulcícolas. Não existem representantes terrestres. As esponjas são animais sésseis, isto é, vivem fixos no fundo arenoso ou cobrindo grandes extensões das rochas litorâneas junto aos corais e às algas, em águas rasas e quentes. Muitas espécies formam, sobre as rochas, grossas camadas de cores variadas, onde são visíveis muitos poros em toda a sua superfície. Esses animais muito simples são definidos como filtradores, pois há uma contínua corrente de água em seu interior, provocada pela atividade dos flagelos de suas células especiais, os coanócitos. A água entra pelos inúmeros poros distribuídos por toda a superfície externa, circular por uma série de canais e câmaras, chega a uma cavidade geral, o átrio, e finalmente sai por uma abertura maior, superior. Essa água circulante traz partículas alimentares e pequenos organismos do plâncton, que são capturados pelos coanócitos, além do oxigênio para a respiração, que se difunde diretamente para todas as células corporais. Também pela água são eliminados o gás carbônico e os resíduos e substâncias de excreção solúveis.

Importância

Poríferos, um atalho evolutivo Os poríferos ou esponjas, incluídos no filo Porifera (do grego porus, ‘poro’, e phorus, ‘portador’), são animais aquáticos extremamente simples, sem a organização em sistemas e órgãos ou sequer tecidos, uma vez que suas células formam grupos nem sempre bem definidos e estruturados. Elas funcionam mais ou menos livremente, com pequeno grau de interdependência e coordenação e pouca especialização. Por uma série de outras características, especialmente embriológicas, é aceito que os poríferos constituem uma linha evolutiva diferente daquela que deu origem a todos os outros filos de animais, daí receberem o nome de parazoários, que significa “ao lado dos animais”. Desse modo, o filo Porifera é o único dentre os filos animais incluído no sub-reino Parazoa do reino Animalia, que inclui animais sem organização tecidual; todos os demais filos estão incluídos no sub-reino Eumetazoa do reino Animalia, que inclui animais com organização tecidual.

A importância econômica das esponjas está no fato de que algumas delas só podem ser usadas como esponjas de banho. Estas são dotadas de um esqueleto macio de uma proteína denominada espongina. Com o advento das esponjas plásticas, esponjas naturais tiveram sua utilização diminuída. Apesar disso, com a pesca predatória de esponjas e a diminuição dos estoques naturais, a extração de esponjas de banho não é suficiente para atender à demanda. Na Europa da Antiguidade, esponjas, além de usadas como esponjas de banho, eram utilizadas para fabricar esfregões e proteções para capacetes de guerra e para tomar vinho, encharcando-as e espremendo-as depois. A importância médica das esponjas está na produção de várias substâncias venenosas que as esponjas produzem para se defender contra predadores. As próprias espículas de silício e calcário que algumas esponjas possuem em seus esqueletos podem penetrar na pele e causar irritações sérias. Em caso de acidente, a irritação promove a formação de vesículas (minúsculas bolhas), pápulas (pequenas elevações sólidas) e, eventualmente, bolhas maiores. Pode haver prurido (coceira) e dor local. O tratamento consiste na aplicação local de fita adesiva para a remoção das espículas, seguida da aplicação de vinagre para aliviar os efeitos das toxinas. No Brasil, acidentes são raros. Muitas toxinas de esponjas têm demonstrado ação farmacológica, e o maior interesse atualmente nas pesquisas com esponjas está exatamente na identificação de substâncias de interesse médico.

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186 Características gerais

Poríferos são: - radiados, apesar de assimétricos na idade adulta; - únicos animais sem tubo digestivo, sendo animais filtradores; - únicos animais parazoários (sem organização tecidual, e consequentemente sem órgãos nem sistemas); - obrigatoriamente aquáticos; - obrigatoriamente sésseis na idade adulta; - únicos animais sem células nervosas.

Organização corporal nas esponjas Esponjas mais simples, denominadas áscons, possuem corpo tubular, todo perfurado por orifícios denominados óstios ou poros, por onde a água entra nos processos de filtração. No corpo, existe uma cavidade central denominada átrio ou espongiocele, que apresenta um grande orifício de saída de água denominado ósculo. A água que entra pelos óstios traz plâncton e partículas em suspensão, além de gases respiratórios, que circulam pelo átrio, onde são capturados por células denominadas coanócitos, havendo posterior saída da água pelo ósculo, sem os nutrientes, que ficaram retidos, e com o CO2 e as excretas.

O sentido que a água percorre no corpo dos espongiários, então, é sempre: óstios → átrio ou espongiocele → ósculo. A parede corporal apresenta uma camada celular mais externa, formada por células denominadas pinacócitos, e uma camada celular mais interna, formada por células denominadas coanócitos. Entre essas duas camadas, existe um espaço denominado meso-hilo ou mesogleia, que apresenta uma grande variedade de células e estruturas de sustentação.

Tipos celulares em esponjas Pinacócitos Os pinacócitos (pinna = em forma de prancha) são células achatadas responsáveis pelo revestimento externo do corpo das esponjas, formando uma camada por vezes denominada pinacoderme.

Coanócitos Os coanócitos (coano = funil), exclusivos das esponjas, têm um conjunto de microvilosidades organizados de forma a originar um colarinho, ao redor de um longo flagelo, cujo contínuo batimento força a circulação da água. As microvilosidades do colarinho captam as partículas alimentares que deslizam até a sua base, entrando em contato com o corpo celular, que as engloba por pinocitose. Surge nesse ponto um vacúolo que digere o alimento; portanto, a digestão é intracelular, como nos protozoários. Porócitos Os porócitos são células tubulares que ligam o meio exterior do corpo ao átrio, e por onde passam água e material a ser filtrado. A abertura dos porócitos corresponde aos óstios ou poros descritos anteriormente. A origem dos porócitos está relacionada ao alongamento dos pinacócitos, que passam então a formar tubos, que correspondem aos próprios porócitos. Miócitos Os miócitos são células ricas em miofibrilas contráteis, formadoras dos esfíncteres dos poros e dos ósculos, controlando a passagem de substâncias do meio externo para o átrio. Amebócitos Os amebócitos são células de formato ameboide localizadas no meso-hilo, sendo móveis através da emissão de pseudópodes. A principal de suas funções é distribuir alimento pelas células da esponja. Na verdade, os coanócitos capturam o alimento através de seus colarinhos e se transformam em amebócitos, passando então a se deslocar pelo meso-hilo transferindo o alimento digerido às demais células. Uma outra função essencial de amebócitos é a de defesa, sendo células de ação fagocitária. Alguns amebócitos podem receber denominações particulares de acordo com a função desempenhada. Eis alguns exemplos: - Arqueócitos: células indiferenciadas totipotentes capazes de originar qualquer tipo celular na esponja, responsáveis por atividades como regeneração e formação de gametas. - Espongioblastos ou espongiócitos: células responsáveis pela formação de espongina, uma proteína semelhante ao colágeno que é um dos componentes do esqueleto de certas esponjas. - Escleroblastos ou esclerócitos: células responsáveis pela formação de espículas de sílica e calcário, também formadoras do esqueleto de certas esponjas. - Gonócitos ou tocócitos: células responsáveis pela formação de gametas nas esponjas.

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Curso de Biologia É bom lembrar que esses quatro tipos celulares citados são amebócitos, de modo que todas essas funções podem ser mencionadas como se referentes a amebócitos.

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Calcula-se que um pequeno pedaço, de 1 cm3, pode fazer circular de 10 a 20 litros de água em 24 horas. A maior parte das esponjas tem estrutura leuconoide, podendo atingir grandes dimensões.

Tipos morfológicos em esponjas Há três tipos morfológicos em esponjas, denominados Áscon, Sícon e Lêucon. A organização estrutural mais simples existente nas esponjas é o tipo áscon, de formato tubular com paredes retas. Elas têm tamanhos limitados, atingindo dimensões máximas de cerca de 10 cm. Um aumento de tamanho representaria uma menor relação superfície/volume para as esponjas, o que significaria uma menor quantidade de coanócitos para deslocar a água no átrio, com uma pior filtração e nutrição para elas. As esponjas do tipo sícon, de formato tubular com paredes onduladas, apresentam uma vantagem sobre as áscon: as ondulações geram tubos/canais radiais que aumentam a área de superfície do corpo, aumentando a quantidade de coanócitos para um mesmo volume de átrio. Isso significa uma maior quantidade de coanócitos para promover a circulação de uma mesma quantidade de água no átrio, o que permite por sua vez uma circulação mais eficiente de água, com uma consequente melhor filtração e melhor nutrição. Nesse tipo morfológico, os coanócitos estão restritos aos canais radiais, e a espongiocele reduzida está em contato com pinacócitos internos, os endopinacócitos. As esponjas do tipo lêucon têm formato esférico e não possuem átrio bem caracterizado. Nesse caso, o átrio se divide em uma intrincada rede de canais e inúmeros minúsculos compartimentos forrados de coanócitos, denominados câmaras vibráteis ou flageladas. Assim, nessa categoria de esponjas, o fluxo de água segue o caminho: poros→ canais inalantes ou aferentes → câmaras vibráteis → canais exalantes ou eferentes → ósculo (que nesse caso pode ser mais de um). Essa rede de canais reduz muito o volume da cavidade de circulação de água, o que implica na maior relação superfície/volume dentre todos os tipos de esponja, consequentemente proporcionando a melhor circulação de água, melhor filtração e melhor nutrição dentre todos os tipos de esponja.

Classes de esponjas Esponjas estão organizadas em três classes, de acordo com a natureza das estruturas esqueléticas encontradas no mesohilo. 1. Classe Hexactinellida ou Triaxonida: esqueleto formado por espículas de sílica (SiO2) de 6 pontas (hexa, de Hexactinellida), organizadas em 3 eixos (tri, de Triaxonida) e/ou fibras da proteína espongina. 2. Classe Calcispongiae ou Calcarea: esqueleto formado por espículas de calcário (CaCO3). 3. Classe Desmospongiae: esqueleto formado por fibras da proteína espongina, um tipo de colágeno, o que as torna macia. São as esponjas dessa classe que podem ser usadas como esponjas de banho. (Leia o texto ao fim do capítulo.) Como esponjas são sésseis, não dispondo de meios para fugir de agressores, muitas delas apresentam substâncias venenosas que podem causar acidentes em banhistas e mergulhadores. A própria penetração das espículas de sílica e/ou calcário pode originar feridas de difícil cicatrização.

Fisiologia Esponjas não dispõem de tecidos, e consequentemente nem de órgãos ou sistemas. - Processos como respiração e excreção ocorrem por simples difusão a partir da superfície corporal (não se deve usar o termo

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cutâneo para se referir à respiração porque esponjas não têm pele, que é um órgão). - Não há sistema circulatório, de modo que a distribuição de substâncias se dá também por difusão, com um importante papel os amebócitos. - A nutrição é por filtração, sendo a digestão exclusivamente intracelular. Este fato permite aos poríferos ingerir somente nutrientes microscópicos, como plâncton e matéria orgânica particulada no meio, capazes de serem retidos na membrana de filtração dos coanócitos, composta pelas microvilosidades do colarinho. Esses nutrientes devem ser também suficientemente pequenos para entrar nos coanócitos, pois a digestão é totalmente realizada em seu interior, em organelas citoplasmáticas denominadas lisossomos. - Não há sistema nervoso e nem sequer células nervosas (neurônios).

Reprodução A reprodução assexuada se faz por fragmentação (regeneração), brotamento (gemiparidade) e gemulação. - A fragmentação é um processo reprodutivo intrinsecamente ligado à capacidade de regeneração do organismo. Alguns animais, ao terem pedaços de seu corpo arrancados, podem não apenas regenerar os pedaços perdidos como podem também os pedaços regenerar todo resto do corpo, originando um novo indivíduo. O processo de fragmentação independe da vontade do organismo que se reproduz, dependendo de agentes externos que provoquem a perda dessas partes do corpo: predadores, acidentes etc. A regeneração no processo de fragmentação é possível graças à presença de células com características embrionárias, isto é, indiferenciadas no organismo adulto, como é o caso dos amebócitos/arqueócitos. - O brotamento ou gemiparidade envolve a formação, no corpo do indivíduo, de um broto ou gema, formado por células indiferenciadas. Estas vão se diferenciando de maneira a formar um novo organismo, que se destaca e passa a ter vida independente. - A gemulação é uma forma de reprodução particular de poríferos. Em algumas esponjas de água doce, por exemplo, durante a seca, ocorre a morte devido à falta de água para sua nutrição por filtração. Para garantir a sobrevivência da espécie, elas originam estruturas denominadas gêmulas. As gêmulas são pequenos sacos formados por espículas e por uma proteína impermeabilizante semelhante à espongina contendo em seu interior arqueócitos. Há também uma abertura denominada micrópila. A gêmula permanece enterrada na areia durante a seca, e quando começa a época de chuvas, restabelecendo o rio ou lago, os arqueócitos começam a se diferenciar numa nova esponja, que vai saindo da gêmula pela micrópila.

Na reprodução sexuada, as esponjas podem ser dioicas (de sexos separados) ou monoicas (hermafroditas), sendo que, nesse último caso, espermatozoides e óvulos amadurecem em épocas diferentes, evitando a autofecundação. Assim, os óvulos de uma esponja são fecundados por espermatozoides produzidos por outros animais da mesma espécie. Espermatozoides e óvulos são formados a partir de amebócitos (às vezes chamados Gonócitos) ou coanócitos. Os espermatozoides, quando maduros, são eliminados através do ósculo junto à corrente exalante de água. Eles então são atraídos pelo fluxo de água de alguma esponja próxima, entrando pelos poros junto à corrente inalante de água, sendo capturados pelos coanócitos. Estes coanócitos se transformam em amebócitos que conduzem o espermatozoide até o óvulo, localizado no meso-hilo. A fecundação é interna. Só se conhece uma espécie de esponjas de fecundação externa. O desenvolvimento é indireto. Por divisões celulares resulta do zigoto uma larva ciliada, anfiblástula ou parenquímula, que sai da esponja, nada livremente um certo tempo e depois se fixa, originando uma esponja jovem chamada olinto, que origina um novo animal. Algumas esponjas têm desenvolvimento direto.

Regeneração nas esponjas As esponjas se regeneram com muita facilidade, pois qualquer pedaço do corpo que contenha amebócitos e coanócitos tem condições de crescer e “reconstituir” uma esponja de tamanho e estrutura normais. Isso pode ser entendido mais como uma grande capacidade de reorganização, dada a sua simplicidade e pequeno grau de diferenciação celular. Um experimento interessante demonstra essa capacidade. Esponjas vivas podem ser “desfeitas” em grupinhos de células se as fragmentarmos e coarmos através de um tecido de seda. As células separadas acabam se juntando umas às outras por movimentos ameboides, ficando os coanócitos no interior enquanto os amebócitos, que podem originar outras células, rearrumam as demais camadas; surge por fim uma esponja perfeitamente organizada.

Leitura – A esponja, uma república celular Animal ou vegetal? Em 350 a.C., Aristóteles classificava as esponjas no Reino Animal, pois acreditava que eram dotadas de sensibilidade. Segundo ele, os guerreiros colocavam no capacete uma “esponja-de-aquiles” (provavelmente uma orelha-de-elefante, esponja amassada muito utilizada), para amortecer o ruído ensurdecedor dos golpes de espada...

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Curso de Biologia No início do século 19, debatia-se para saber se as esponjas eram de natureza vegetal, animal ou intermediária (falava-se de “zoófitos”). Vários naturalistas deduziram, a partir da observação do funcionamento das esponjas vivas, a natureza animal desses organismos. Para alguns, eles seriam um ramo especializado dos protistas, simples colônias de animais unicelulares. Para outros, ao contrário, os mais simples animais pluricelulares, ou metazoários. De acordo com essa concepção, as esponjas forneceriam a imagem de uma transição evolutiva: a passagem do estado unicelular ao pluricelular. Essas ideias um pouco simplistas foram muito discutidas durante o século 20, mas todos os zoólogos reconhecem que as esponjas são de grande interesse para o estudo da aquisição da pluricelularidade. As esponjas pertencem ao grupo dos espongiários, ou Porifera, que compreende cerca de 7 mil espécies. Entre elas, apenas uma dúzia de espécies tem esqueleto dotado das qualidades necessárias para o uso doméstico – flexibilidade, resistência e retenção -, qualidades não igualadas pelas esponjas artificiais. Este esqueleto é constituído por fibras de um colágeno, chamado de espongina, semelhante ao colágeno dos tecidos conjuntivos. Cinco das espécies hoje comercializadas, que vivem no Mediterrâneo, são utilizadas desde a Antiguidade. São testemunha disso representações como a do palácio de Cnossos, em Creta, que datam de cerca de 4000 anos. Todas as esponjas são animais aquáticos, principalmente marinhos. Embora os moluscos lamelibrânquios, como os mariscos e as ascídias (animais em forma cilíndrica pertencentes, como o ser humano, ao grupo dos cordados), sejam também animais filtrantes, eles possuem um ou vários órgãos especializados nesta função, as brânquias. Nas esponjas, ao invés disso, o corpo como um todo dedica-se à filtragem de água, sem que haja um órgão especificamente voltado a esta função. A água entra na esponja através de uma série de pequenos orifícios inaladores invisíveis a olho nu, os poros, daí o nome Porifera atribuído ao grupo das esponjas. Em seguida, a água circula por uma rede de canais cada vez mais finos, até chegar ao motor do sistema, as câmaras coanocitárias. Tratam-se de canais ou esferas com cavidades de 50 micrômetros de diâmetro, em média, revestidos de células características, os coanócitos. Os coanócitos são munidos de um flagelo circundado por um colarinho, que é constituído por microvilosidades espaçadas de 0,2 micrômetro. O batimento dos flagelos põe em movimento a água, que é filtrada pelo colarinho, sem dúvida a melhor das membranas de filtragem conhecida. Os coanócitos emitem pseudópodes (projeções) que recuperam as partículas e as absorvem por pinocitose (a membrana se invagina e as partículas penetram nas células o interior de pequenas vesículas). Na saída das câmaras coanocitárias, a água é coletada por uma rede de canais exaladores que se juntam em uma abertura mais larga, o ósculo, pelo qual a água é evacuada. Uma esponja maciça, isto é, aproximadamente hemisférica, filtra seu próprio volume de água em 10 a 20 segundos. Além disso, ela retém quase todas as partículas do tamanho das bactérias (de 1 a 3 micrômetros) e uma proporção elevada de coloides de 0,1 a 1 micrômetro. O filtro mais grosseiro de um molusco ou de uma ascídia não retém as bactérias, as

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pequenas algas unicelulares nem os coloides, que constituem uma importante fonte alimentar, na disputa pela qual as esponjas encontram poucos concorrentes. Além disso, as esponjas contêm numerosos organismos simbióticos, como as bactérias, as cianobactérias, as zooxantelas ou as zooclorelas, que, provavelmente, participam da utilização de outra fonte alimentar abundante, a matéria orgânica dissolvida. Esse comportamento dá às esponjas um lugar à parte na competição pelos alimentos que ocorre entre os diversos animais filtradores fixados no fundo oceânico. Assim, calculou-se que, a 25 metros de profundidade nos recifes de corais das costas atlânticas da América Central, as esponjas, particularmente abundantes, filtram, em 24 horas, toda a coluna de água próxima. As esponjas colonizaram muitos meios aquáticos, do litoral às profundezas oceânicas, e até mesmo as águas doces. Elas se fixam nos fundos rochosos, mas algumas adaptaram-se aos fundos sedimentares, inclusive os mais profundos. A classe das hexactinélidas, com 500 espécies conhecidas, fixou-se nas regiões de 200 a 2 mil metros de profundidade e nas regiões abissais. Essas esponjas são chamadas de “esponjas-de-vidro”, em razão de seu esqueleto silicoso: longas espículas (de até 2 metros de comprimento) formam um caule graças ao qual elas se fixam e se elevam acima do substrato de lodo. Essas longas espículas são flexíveis e conduzem a luz melhor que as fibras ópticas industriais. As hexactinélidas alimentam-se nas águas das profundezas, pobres em partículas, graças a um sistema aquífero que difere daquele das esponjas do litoral: os canais são mais desenvolvidos e têm nas bordas tecidos muito finos, que são mais eficazes para filtrar. Mergulho profundo Mas as hexactinélidas não se aventuram além de 6 mil a 7 mil metros de profundidade, enquanto a família das Cladorhizidae, também alojada nas profundezas, vive nas maiores fossas oceânicas, e foram encontradas até a 8840 metros de profundidade. Como as esponjas sobrevivem nesses ambientes inóspitos pobres em partículas? Para surpresa geral, descobrimos que essas esponjas Cladorhizidae abandonaram o sistema de filtragem e se tornaram carnívoras. Elas são dotadas de filamentos munidos de espículas em forma de gancho que prendem passivamente os crustáceos. Em seguida, as células absorvem a presa e digerem na ausência de qualquer cavidade digestiva. Esse processo é tão diferente daquele realizado pelas outras esponjas que poderíamos duvidar que as Cladorhizidae pertençam ao grupo dos espongiários. Na verdade, elas não correspondem mais à definição clássica das esponjas dos tratados de zoologia: “metazoários sedentários, filtrantes, que utilizam uma parede de células flageladas (os coanócitos) para bombear uma corrente de água unidirecional através de seu corpo”. Entretanto, as espículas idênticas às de outras esponjas, as características das células, a ausência de órgãos e a análise dos ácidos nucléicos indicam que se tratam de esponjas, mas cujo sistema aquífero e os coanócitos desapareceram. Nossa definição dos espongiários precisa assim ser revista. Mais ainda, essa descoberta revela as potencialidades evolutivas que não supúnhamos estarem presentes nas esponjas. Em uma linhagem desses organismos, o

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plano de organização do animal filtrante foi abandonado em favor do modo de vida predatório. É notável, nas esponjas, a variedade de formas, dimensões, cores e estruturas esqueléticas. Esses animais dominam, frequentemente, as paisagens subaquáticas apreciadas pelos mergulhadores e são particularmente luxuriantes em certas regiões tropicais, como nas Antilhas ou, ainda, sobre o platô continental na Antártida, onde as espículas silicosas liberadas após a morte podem formar uma camada de 1 metro de espessura. Mas o principal interesse dessa diversidade é outro. Esses animais, fixados de forma estável, muito expostos à ação predatória, elaboram um excepcional escudo de substâncias tóxicas que os defende dos predadores. Algumas dessas substâncias revelaram, em laboratório, propriedades antibióticas, antivirais ou anticancerosas que poderiam tornar-se moléculas promissoras para o desenvolvimento de novos medicamentos. Vários medicamentos extraídos de esponjas já foram utilizados, como o Ara-C, prescrito para combater certas leucemias agudas e o linfoma de Hodgkins. Graças à eficácia de seu dispositivo de filtragem e a seu arsenal defensivo, as esponjas constituem, há pelo menos 550 milhões de anos, um dos ecossistemas marinhos mais bem adaptados, As esponjas comerciais No século 19, prosperava a exploração das esponjas mediterrâneas. Ela passa a enfrentar a concorrência de uma importante exploração americana após o naufrágio, nas Bahamas, de um comerciante de esponjas de Paris. Este percebeu que os habitantes utilizavam esponjas de boa qualidade. Numerosas famílias gregas instalaram-se então no Golfo do México para explorar este recurso. Os pescadores prosperaram até 1938, quando uma doença arruinou os campos de esponjas da América Central. O Mediterrâneo, onde as esponjas são de melhor qualidade, voltaram a ser o principal centro de produção. Mas, em 1987, os fundos de esponjas mediterrâneos também foram atingidos por uma doença, à qual se somou a superexploração. A produção mediterrânea passou de 150 toneladas em 1977 para 2 toneladas em 1990. Os pescadores das Antilhas e do Golfo do México, novamente prósperos, fornecem hoje o essencial da produção. Mas essa produção é inferior à demanda. Assim, a cultura de esponjas desperta interesse. Teoricamente, trata-se de algo fácil: basta cortar uma esponja em pequenos pedaços para que cada um deles regenere uma nova esponja. Essa cultura, porém, muitas vezes experimentada no século 20 e até mesmo no 21, não comprovou sua rentabilidade: o crescimento era muito lento e os riscos excessivos. Antes da venda como acessório de banho, os pescadores eliminam os tecidos da esponja viva, esmagando-a e deixando-a apodrecer na água do mar. Em seguida, eles a limpam e a descoram por meio de um tratamento químico: banhos sucessivos de ácido clorídrico, depois de permanganato de potássio e, por fim, de hipossulfito de sódio conferem à esponja uma cor amarelada. As esponjas naturais representam, hoje, menos de 5% das esponjas vendidas. Scientific American Brasil, outubro de 2003

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UECE) Dentre as características apresentadas abaixo, marque aquela que justifica a inclusão de um ser vivo no Filo Porífera e não em outros Filos animais. A) Possuem ciclo de vida assexuado e sexuado. B) Apresentam cnidócitos como mecanismo de defesa. C) Filtram a água para a absorção de nutrientes. D) Não possuem células organizadas em tecidos bem definidos. 2. (UECE) Sobre as esponjas, analise as afirmações abaixo. I. Sua pequena capacidade regenerativa revela a elevada interdependência e a diferenciação de suas células. II. Não possuem sistema digestório. A digestão é exclusivamente intracelular. III. Todas possuem espículas silicosas distribuídas pelo corpo, que são urticantes e importantes para a defesa das espécies. IV. Seus coanócitos criam uma corrente que faz a água circular no seu interior e sair pelo ósculo. Está correto apenas o que se afirma em A) I e III. B) II, III e IV. C) II e IV. D) I, III e IV. 3. (UECE) As esponjas são animais macios e flexíveis, dotados de poros por todo o corpo e pertencentes ao filo Porifera. Com relação aos poríferos assinale a afirmação verdadeira. A) Por serem animais bastante primitivos, os poríferos não desenvolveram mecanismos sexuados de reprodução. B) Apresentam exoesqueleto formado por espículas de calcário ou de sílica. C) Absorvem alimentos por meio de filtração, mecanismo possível pela presença de células flageladas que direcionam o fluxo de alimentos para a cavidade interna, denominadas cnidócitos. D) São seres exclusivamente aquáticos, que não possuem tecidos bem definidos, não apresentam órgãos nem sistemas. 4. (UECE) As esponjas, pertencentes ao filo Porifera, são animais bastante simples e tiveram sua origem há aproximadamente um bilhão de anos. Apresentam relativa simplicidade estrutural e, por conta disso, podem ser consideradas organismos pluricelulares bastante primitivos. Quanto as esponjas, e correto afirmar que: A) não possuem tecidos verdadeiros e apresentam apenas espículas silicosas. B) possuem tecidos verdadeiros e podem apresentar espículas CaCO3 ou silicosas. C) não possuem tecidos verdadeiros e podem apresentar espículas calcáreas ou silicosas. D) possuem tecidos verdadeiros e por isso mesmo apresentam seu esqueleto composto por espongina. 5. (UECE) O processo de reprodução sexuada aumenta a variabilidade genética das espécies. Ocorre de forma mais notável nos organismos multicelulares. Identifique o filo no qual ocorre o seguinte tipo de reprodução: “Os espermatozoides penetram no

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9. (UFRGS) Leia a tira a seguir, que ilustra os dilemas alimentares na vida de uma esponja. OS BICHOS – FRED WAGNER

6. (UECE) Dentre os elementos de sustentação das esponjas, as espículas são estruturas calcárias ou constituídas de sílica. Assinale a alternativa que contém a denominação correta das células que produzem essas estruturas. A) Pinacócitos. B) Porócitos. C) Espongioblastos. D) Escleroblastos. 7. (FCM-CG) A alta capacidade de regeneração das esponjas pode ser interpretada como A) simplesmente uma característica, sem relação com a evolução desses animais. B) alto grau de evolução, pois diminui a ocorrência de reprodução sexuada nesses animais. C) indício de primitividade, pois demonstra alto grau de especialização de suas células. D) indício de primitividade, pois demonstra pequeno grau de especialização de suas células. E) a alta capacidade de regeneração ocorre devido à incapacidade da reprodução sexuada nesses organismos. 8. (UPE) Antes da descoberta do plástico, as esponjas de banho utilizadas na higiene pessoal eram obtidas a partir de animais marinhos pertencentes ao Filo Porifera. Em relação aos animais desse Filo e suas características, pode-se afirmar que I. são invertebrados aquáticos filtradores, de corpo esponjoso e de estrutura simples, sem tecidos ou órgãos diferenciados nem sistema nervoso. II. apresentam numerosos poros laterais e, na região superior do corpo, uma única abertura para a entrada do alimento e da água, denominada de ósculo. III. apresentam digestão extracelular na espongiocele, que ocorre por meio de enzimas produzidas pelos nematocistos. IV. apresentam digestão intracelular, que ocorre no interior dos coanócitos e dos amebócitos. V. apresentam circulação de água, facilitada por meio de células especiais flageladas, denominadas de coanócitos. Assinale a alternativa correta. A) I, II, V, apenas. B) II, III, IV, apenas. C) I, IV, V, apenas. D) I, III, V, apenas. E) III, IV, V, apenas.

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Adaptado de: "Zero Hora", 26 jul. 2003.

O desejo da esponja, expresso no último quadro, não pode se realizar. Na evolução dos metazoários, a aquisição fundamental que possibilitou a digestão de macromoléculas, a qual não está presente na esponja, é A) a digestão intracelular. B) o celoma. C) o blastóporo. D) a diferenciação celular. E) a cavidade digestiva. 10. (UFPI) Assinale as características que tornam os organismos do filo Porifera bem diferentes daqueles de outros filos animais. A) Não podem se reproduzir. B) As formas adultas são sésseis. C) Não respondem a estímulos externos. D) Alimentam-se através de mecanismos de filtração. E) Suas células não são organizadas em tecidos. 11. (UFPB) Os poríferos são considerados os representantes mais simples entre todos do reino Animalia. Sobre os representantes desse grupo, é correto afirmar que possuem A) um estádio larval durante seu desenvolvimento. B) sistema nervoso simples e difuso pelo corpo. C) representantes protostômios. D) representantes diploblásticos. E) digestão extracelular. 12 (UFRN) Os poríferos ou esponjas formam, desde o Cambriano, uma fauna relativamente significante; no entanto, sua estrutura e seu comportamento peculiares têm levado alguns estudiosos a considerar que os representantes desse filo demonstram inabilidade em evoluir os sistemas ou os órgãos, diferentemente do que acontece com outros grupos, porque A) seu esqueleto constitui um suporte rígido que impede deslocamentos. B) a ausência de sistemas sensitivos que lhes assegurem defesa os torna vulneráveis à ação de predadores. C) a falta de sistema nervoso os impossibilita de se alimentarem de matéria em suspensão.

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D) sua fixação a substratos dificulta a captura de algas e, consequentemente, sua sobrevivência. 13. (PUCMG) Uma esponja-viva é um animal multicelular com pequena diferenciação celular. Suas células podem ser mecanicamente desagregadas passando-se a esponja numa peneira. Se a suspensão celular é agitada por umas poucas horas, as células se reagregam para formar uma nova esponja. É o processo de adesão celular. Sobre esse assunto, é incorreto afirmar: A) A agregação celular depende do reconhecimento que se estabelece entre as células e deve ser espécie-específica. B) A simplicidade celular das esponjas se deve ao fato de elas não apresentarem reprodução sexuada. C) Se duas diferentes espécies de esponjas são desagregadas juntas, as células de cada espécie se reagregam isoladamente. D) O alto grau de regeneração celular observado nas esponjas se deve ao pequeno grau de diferenciação celular do animal. 14. (PUCMG) Possuem sistema nervoso, exceto: A) Agnatos. B) Cnidários. C) Anelídeos. D) Poríferos. E) Moluscos. 15. (PUCRS) Um exame dos diferentes tipos celulares que formam o corpo de uma esponja nos revela que o revestimento externo destes animais está formado por células genericamente denominadas A) coanócitos. B) amebócitos. C) pinacócitos. D) arqueócitos. E) fibrócitos. 16. (UFSM) Nos poríferos, o mesênquima é uma massa gelatinosa, onde estão imersos elementos de sustentação, e os _____ são células de formato irregular que se movimentam por pseudópodos. Dentre outras funções, essas células participam na formação do esqueleto através dos(das) _____ e na distribuição dos nutrientes obtidos na digestão executada pelos _____. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. A) coanócitos – espículas – pinacócitos. B) amebócitos – pinacócitos – coanócitos. C) amebócitos – espículas – coanócitos. D) pinacócitos – amebócitos – porócitos. E) porócitos – pinacócitos – amebócitos.

Considere as afirmações sobre o desenho: I. A seta 1 aponta para uma cavidade do tipo pseudoceloma. II. O organismo se reproduz por alternância de gerações e de formas. III. As setas 2 e 3 apontam, respectivamente, para um coanócito e um porócito. Está(ão) correta(s) A) apenas I. B) apenas II. C) apenas I e III. D) apenas II e III. E) apenas III. 18. (FATEC) A digestão dos Poríferos (esponjas) é intracelular e realizada por células chamadas A) arqueócitos. B) porócitos. C) coanócitos. D) pinacócitos. E) amebócitos. Questões discursivas 19. (ACAFE – SC) De acordo com a complexidade, as esponjas são classificadas em três tipos. A) Cite os tipos. B) Caracterize um dos tipos. 20. (AMABIS) A figura representa um porífero em corte.

A) Identifique as partes numeradas. B) Indique a lápis, sobre o desenho, o sentido de circulação da água no corpo da esponja.

17. (UFSM)

SOARES, J. L. "Biologia: Os seres vivos, estrutura e funções". São Paulo: Scipione, vol. 2, 2000. p. 91.

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AULA 17 – Filo Cnidaria Os cnidários (knide = urtiga), incluídos no filo Cnidaria, são animais aquáticos caracterizados pela capacidade de produção e inoculação de neurotoxinas urticantes. Essas toxinas causam queimaduras e, em algumas espécies, as toxinas podem causar parada respiratória e cardíaca. É o caso da vespado-mar (Chironex fleckerii), água-viva australiana que possui um dos venenos mais ativos do Reino Animália, sendo responsável por mais acidentes fatais do que tubarões. O nome celenterados (koele = cavidade, enteron = intestino) se refere à existência de uma cavidade digestiva, a cavidade gastrovascular (CGV). Os celenterados devem ser o primeiro grupo na escala evolutiva a apresentarem um tubo digestivo. Na verdade, o termo celenterados se refere a dois filos, o filo Cnidaria e o filo Ctenophora, de poucos representantes e que não será estudado detalhadamente. Assim, celenterados e cnidários, apesar de não serem exatamente termos sinônimos, serão usados como referência ao mesmo grupo, o filo Cnidaria.

Diversidade e hábitats O filo Cnidaria é representado por cerca de 11 mil espécies de animais, todas obrigatoriamente aquáticas, predominantemente marinhas, mas eventualmente dulcícolas. Não existem representantes terrestres. Alguns representantes dos cnidários são sésseis, como anêmonas-do-mar e corais, e outros são vágeis (móveis), como hidras e medusas em geral. Os menores representantes do grupo são algumas microscópicas medusas e as hidras de água doce, com 1 a 2 mm; os maiores são algumas medusas, com alguns metros, que nadam livremente em alto-mar.

Leptomedusa.

Coral cérebro.

Importância A maior importância dos cnidários está no aspecto médico. A toxina de cnidários pode causar desde lesões leves até acidentes fatais, como no caso da já citada vespa-do-mar australiana. Nenhuma medusa brasileira, no entanto, apresenta esse nível de toxicidade. Na verdade, a toxina de águas-vivas não produz queimaduras, mas sim a sensação de queimaduras, devido à sua ação sobre o sistema nervoso e à reação inflamatória que pode promover. O maior perigo está na dor provocada, que pode fazer um nadador perder a concentração e acabar se afogando. No caso de medusas como a vespa-do-mar, o veneno pode levar à parada cardíaca ou respiratória. Outros efeitos das toxinas podem ser sudorese intensa, náuseas, vômitos e reações alérgicas. Nos mares brasileiros, quatro espécies principalmente estão relacionadas a acidentes: as medusas Tamoya haplonema, Chiropsalmus quadrimanus e Olindias sambaquiensis (conhecida como “relojinho” na região sudeste), além da caravela (Physalia physalis). No caso das caravelas, o mais comum dos cnidários a provocar acidentes no litoral brasileiro, as lesões podem ser reconhecidas pela presença de erupções cutâneas, vesículas (minúsculas bolhas), pápulas (pequenas elevações sólidas), vermelhidão, eventualmente necrose, e dor intensa. O tratamento das lesões deve ser feito à base de compressas de água do mar gelada (para remover as cnidas que ainda não dispararam), pasta de vinagre com farinha de trigo (o ácido acético do vinagre pode tornar inertes as cnidas que ainda não dispararam). Em caso de dor intensa, pode ser feita a aplicação de analgésicos via intramuscular.

Características gerais

Anêmona-do-mar Isoteallia antarctica.

Cnidários são: - radiados, apesar de algumas anêmonas apresentarem simetria bilateral na idade adulta (simetria 2ª bilateral); - 1os animais enterozoários da escala evolutiva, ou seja, com tubo digestivo, o que lhes permite realizar digestão extracelular; o tubo digestivo é incompleto, com um único orifício funcionando como ânus e boca;

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- 1os animais eumetazoários da escala evolutiva (com organização tecidual, mas ainda sem órgãos nem sistemas); - únicos animais diblásticos, possuindo somente dois folhetos germinativos, ectoderme e endoderme; - obrigatoriamente aquáticos; - 1os animais da escala evolutiva com células nervosas.

Tipos celulares em cnidários

Tipos morfológicos Há dois tipos morfológicos em cnidários, denominados pólipos e medusas. Os pólipos são dotados de corpo cilíndrico e tentáculos circundando a boca, que está voltada para cima, na extremidade livre, havendo um pé na extremidade oposta, em contato com o solo. São geralmente fixos (como anêmonas-do-mar e corais), mas eventualmente móveis (como hidras). As medusas têm forma de calota esférica, com tentáculos nas bordas, circulando a boca, que está voltada para baixo, em sua face oral; a outra face é denominada face aboral. São livres e nadam ativamente.

Cada camada celular do corpo de cnidários possui um determinado grupo de células que lhe é característico. Células epitélio-musculares ou mioepiteliais epidérmicas (na epiderme) As células epitélio-musculares são responsáveis pelo revestimento externo do corpo dos cnidários, além de desempenhar função contrátil. Não são consideradas células musculares verdadeiras, uma vez que são originárias da ectoderme, e células musculares são provenientes da mesoderme (que está ausente em cnidários, que são diblásticos). Células sensoriais (na epiderme) As células sensoriais são responsáveis pela percepção de estímulos no meio, uma vez que não há órgãos sensoriais caracterizados. Essas células podem perceber a presença e a intensidade de luz, funcionando como estruturas extremamente simples de visão, ou então substâncias químicas na água, pressão hidrostática, orientação quanto à gravidade (o que não é tão óbvio dentro da água) etc...

De uma certa maneira, pólipos e medusas são inversas, com a posição da boca determinando a caracterização. Assim, a inversão da posição da boca pode representar a mudança de formato, o que ocorre em algumas espécies, quando o pólipo volta sua boca para o solo e passa à forma medusoide, ou quando a medusa volta sua boca para cima e passa à forma polipoide.

Organização corporal Tanto em pólipos como em medusas, a parede do corpo é formada por apenas duas camadas celulares. A epiderme, mais externa, deriva da ectoderme, e a gastroderme, mais interna, deriva da endoderme e forra a cavidade gastrovascular. Entre as duas fica um material gelatinoso, denominado de mesogleia.

Células glandulares (na epiderme) As células glandulares da epiderme são responsáveis pela produção de muco lubrificante para facilitar a natação nas formas vágeis ou de substâncias pegajosas para promover a fixação ao substrato nas formas sésseis. Cnidoblastos ou cnidócitos (na epiderme) Os cnidoblastos são as principais células que caracterizam os cnidários, sendo altamente especializadas em proteção contra predadores e captura de alimento. São pequenas bolsas contendo internamente um filamento enrolado que, ao ser disparado, injeta no corpo das presas uma forte neurotoxina. Essa neurotoxina tem efeito urticante ou paralisante e, em certos casos, pode causar parada respiratória ou cardíaca na vítima. Os cnidoblastos são responsáveis pelos acidentes, às vezes graves,

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Curso de Biologia de queimaduras sofridas por banhistas que tocaram em medusas e caravelas, conhecidas popularmente como águas-vivas. Em ambas, o maior risco está nos tentáculos e filamentos, que têm muitos cnidoblastos. Para alguns autores, o nome cnidoblasto deve ser usado para a célula indiferenciada que origina a célula diferenciada cnidócito. Este possui uma organela especial denominada cnida, derivada de uma especialização do complexo de Golgi, responsável por fabricar a toxina do animal. O tipo mais comum de cnida é o nematocisto, que pode ser caracterizado como uma cápsula para armazenar o veneno, onde se encontra também um filamento urticante. O nematocisto apresenta uma tampa, denominada opérculo, e uma projeção denominada cnidocílio, que age como um gatilho para disparar o filamento urticante. Ao encostar no cnidocílio, o opérculo vira ao avesso, liberando o filamento urticante, que penetra na pele da vítima, injetando o veneno contido no nematocisto.

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Células intersticiais (na epiderme e na gastroderme) As células intersticiais são células indiferenciadas, capazes de originar qualquer outra célula no corpo do cnidário, sendo por isso responsável pela regeneração no animal, bem como reposição dos cnidoblastos utilizados. Células nutritivo-musculares ou mioepiteliais digestivas (na gastroderme) As células nutritivo-musculares são responsáveis pelo revestimento interno do corpo dos cnidários, forrando a cavidade gastrovascular. Essas células produzem enzimas digestivas, sendo responsáveis pela digestão e absorção do alimento por cnidários. São também dotadas de dois flagelos, cujo movimento auxilia a mistura do alimento às enzimas digestivas, aumentando a eficiência do processo digestório. Assim como as células epitélio-musculares, desempenham função contrátil, mas também não são consideradas células musculares verdadeiras, uma vez que são originárias da endoderme, e não da mesoderme, ausente nesse grupo. Células glandulares (na gastroderme) As células glandulares da gastroderme são responsáveis pela produção de muco para proteger a cavidade gastrovascular da ação das próprias enzimas digestivas do animal.

Fisiologia

Uma vez disparados, os cnidoblastos se perdem e devem ser substituídos por novos, originados a partir de células intersticiais, indiferenciadas, localizadas na epiderme.

Cnidários são os primeiros animais da escala evolutiva a disporem de tecidos, mas ainda não possuem órgãos nem sistemas caracterizados. - Processos como respiração e excreção ocorrem por simples difusão a partir da superfície corporal (não se deve usar o termo cutâneo para se referir à respiração porque esponjas não têm pele, que é um órgão). - Não há sistema circulatório, de modo que a distribuição de substâncias se dá também por difusão. A cavidade gastrovascular, como o nome “vascular” indica, faz também o papel de um sistema circulatório, recebendo e distribuindo substâncias pelo interior do corpo. - A nutrição é realizada por um tubo digestivo incompleto, com um único orifício funcionando simultaneamente como boca e ânus, sendo a digestão parcialmente extracelular e parcialmente intracelular. Este fato permite aos celenterados ingerir grandes presas ou pedaços de alimentos, que podem ser reduzidos a partículas menores, sendo em seguida quase que completamente digeridas fora das células pelas enzimas lançadas na cavidade digestiva. Ocorre, portanto, a digestão extracelular, completada depois pela intracelular, realizada em lisossomos, pois as partículas muito pequenas são fagocitadas pelas células da própria parede da gastroderme. - É a primeira vez que ocorrem células nervosas na escala evolutiva, uma vez que neurônios estão ausentes em poríferos. Estes neurônios se localizam na mesogleia, formando uma rede nervosa difusa. Apesar do termo sistema nervoso difuso ser utilizado, ele não é muito apropriado, pois cnidários não possuem órgãos nem sistemas caracterizados.

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Classes Cnidários estão organizados em três classes, de acordo com as formas predominantes, pólipos ou medusas. 1. Classe Hydrozoa: predomínio da fase polipoide; medusas somente para reprodução ou ausentes; 2. Classe Scyphozoa: predomínio da fase medusoide; pólipos somente para reprodução; 3. Classe Anthozoa: existência somente da fase polipoide; inexistência de medusas. Alguns autores consideram a existência de 2 outras classes, a classe Cubozoa e a classe Staurozoa. A classe Cubozoa compreende cnidários marinhos em que predomina a forma de medusa, como ocorre na classe Scyphozoa. Para alguns autores, inclusive, Cubozoa é uma subclasse de Scyphozoa. A medusa dos cubozoários lembra um sino de forma cúbica (daí o nome do grupo), com os tentáculos nos vértices das bordas do corpo. Uma espécie desse grupo relacionada a acidentes com nadadores é Chiropsalmus quadrumanus. A classe Staurozoa, recentemente descrita, possui como característica marcante o fato das medusas adultas de uma das duas ordens desta nova classe viverem agarradas a rochas ou algas através de uma estrutura chamada pedúnculo.

As hidras fazem reprodução assexuada por fragmentação (regeneração), brotamento (gemiparidade) e divisão binária (bipartição por fissão longitudinal). Já a reprodução sexuada depende da formação de gametas, no interior de gônadas (testículos e ovários), localizadas externamente como saliências da epiderme. Hidras são monoicas (hermafroditas). Espermatozoides são lançados na água e nadam até os óvulos localizados em ovários na superfície da epiderme. A fecundação é interna. Os zigotos se destacam e originam novos animais, de modo que o desenvolvimento é direto, portanto sem larvas.

Classe Hydrozoa A classe dos hidrozoários se divide em duas ordens principalmente, ordem Hydroidea e ordem Siphonophora.

Ordem Hydroidea A ordem Hydroidea se caracteriza pela inexistência de medusas, havendo somente pólipos, que são móveis e solitários, como a hidra (Hydra sp). A hidra verde é uma espécie de água doce. Microscópicas algas unicelulares, com clorofila, vivem no interior de suas células, daí sua cor. A associação entre as algas (zooclorelas) e a hidra é importante para ambas, pois a hidra usa o oxigênio liberado pela fotossíntese das algas e estas recebem em troca substâncias de excreção da hidra. É, portanto, um caso de mutualismo. A hidra é um animal bastante ativo, com grande capacidade de contração do corpo e dos tentáculos, além de poder se locomover por cambalhotas e mede-palmos.

Locomoção por cambalhotas.

Brotamento em hidras.

Ordem Siphonophora

A ordem Siphonophora apresenta pólipos como fase predominante e pequenas medusas de papel reprodutivo. Os pólipos são coloniais e podem ser vágeis, como na caravela portuguesa (Physalia sp) e na Vellela sp, ou sésseis, como no hidrocoral urticante (Obelia sp). A caravela portuguesa (Physalia sp) é um animal colonial flutuante, formador de colônias heteromórficas ou polimórficas. O termo “heteromórfica” ou “polimórfica” é usado para se referir ao fato de que os muitos indivíduos que constituem a colônia são bastante diferentes em forma, sendo, portanto, especializados para a realização de diferentes funções. Na caravela, chama a atenção uma grande bexiga flutuante, o pneumatóforo ou flutuador, cheia de gás, da qual saem longos filamentos submersos. Na extensão dos filamentos estão interligados muitos indivíduos ou zooides, especialmente os gastrozooides (para nutrição), os dactilozooides (ricos em cnidoblastos, para defesa) e os gonozooides (para reprodução). Cada zooide é um pólipo modificado, sendo que alguns autores os consideram medusas modificadas. Pelo grande número de dactilozooides presentes nos filamentos, as caravelas capturam com facilidade grandes presas, como peixes, por exemplo, que ficam enrolados nos tentáculos, são paralisados e depois lentamente digeridos pelos gastrozooides. As caravelas e as medusas costumam causar queimaduras em banhistas e representam um sério risco, até mortal, dependendo da extensão do ferimento provocado e da sensibilidade da pessoa acidentada.

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O hidrocoral urticante (Obelia sp) é uma colônia séssil de pólipos, com um endoesqueleto quitinoso na mesogleia. Também é uma colônia heteromórfica, com pólipos modificados na forma de gastrozooides e gonozooides. Em sifonóforos, como a caravela e a Obelia, a reprodução ocorre com alternância de gerações ou metagênese. A alternância de gerações ou metagênese é uma ocorrência rara no Reino Animal. Em muitas espécies de cnidários há duas fases de vida que se alternam, cada uma efetuando um tipo de reprodução, sexuada e assexuada. Assim, a fase de pólipo se reproduz assexuadamente originando medusas e estas, por sua vez, ao se reproduzirem sexuadamente, formam os pólipos, fechando um ciclo vital. No caso dos sifonóforos, os pólipos (fase duradoura) são responsáveis pela reprodução assexuada por brotamento, formando novos pólipos que permanecem unidos em colônia. Alguns pólipos (gonozooides) formam então medusas (fase passageira), responsáveis pela reprodução sexuada, em que as medusas são dioicas, de fecundação externa e desenvolvimento indireto, com formação de uma larva ciliada livre natante denominada plânula. A plânula nada para encontrar um lugar adequado à sua instalação, quando então sofre metamorfose e origina um novo pólipo, que reinicia o ciclo vital.

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Classe Scyphozoa Os cifozoários são caracterizados pelo predomínio da forma de medusa, com pólipos reduzidos com papel somente reprodutivo. As medusas atingem grandes dimensões, de até 2 metros de diâmetro por vários metros de comprimento nos tentáculos, como ocorre com Aurelia sp. Na margem do corpo das medusas distribuem-se faixas musculares responsáveis pela contração do corpo, o que provoca a expulsão de jatos de água para a natação do animal, num processo denominado de jato-propulsão.

Os antozoários não possuem forma medusoide, correspondendo todos a pólipos sésseis, solitários, como as anêmonas-do-mar, ou coloniais, como os corais. Anêmonas-do-mar As anêmonas ou rosas-do-mar só se apresentam sob a forma de pólipos sésseis, que são maiores e mais complexos do que nos demais grupos. São belos animais, de várias cores, que se destacam entre a fauna das rochas litorâneas pelo grande número de longos tentáculos envolvendo a abertura bucal. Internamente, a cavidade gastrovascular é subdividida por septos longitudinais (6 ou múltiplo de 6). Nesses septos, há longos filamentos ricos em células glandulares e também cnidoblastos. Quando estimuladas, as anêmonas podem retrair completamente seus tentáculos e o corpo todo, tomando a forma arredondada. Corais

Jato-propulsão em medusas. Em cifozoários, como a Aurelia, a reprodução também ocorre com alternância de gerações ou metagênese. As medusas (fase duradoura) são responsáveis pela reprodução sexuada, em que as medusas são dioicas, de fecundação interna e desenvolvimento indireto, com formação de uma larva plânula. A plânula sofre metamorfose e origina um pólipo reduzido, denominado cifístoma. Esse pólipo cifístoma (fase passageira) é responsável pela reprodução assexuada, que agora ocorre por estrobilização, um processo exclusivo desse grupo. Na estrobilização, o pólipo se divide transversalmente (fissão transversal) em segmentos denominados éfiras ou efírulas, que se destacam, originando cada uma medusa. As medusas, por reprodução sexuada, voltam a produzir os pólipos, caracterizandose assim a alternância.

Os corais são pequenos pólipos sésseis coloniais. O fato marcante nos corais é a produção de um forte esqueleto calcário e orgânico que sustenta uma infinidade de pequenos pólipos, todos interligados por longos tubos geralmente bem ramificados. Algumas espécies são, no entanto, pólipos isolados, individuais, que formam uma placa esquelética na região basal, na qual se apoiam. Corais podem ser de dois tipos, os corais falsos e os verdadeiros. Os corais falsos ou córneos, como as gorgônias ou corais de joalheiros, se caracterizam pela presença de um endoesqueleto de calcário, enquanto os corais verdadeiros ou pétreos, como o coral-cérebro, se caracterizam pela presença de um exoesqueleto de calcário. São os corais verdadeiros os responsáveis pela formação dos recifes de coral. Recifes de coral são formados pelo empilhamento de esqueletos calcários de corais mortos. Corais, à medida que morrem, têm sua parte orgânica decomposta, restando-lhes somente os exoesqueletos calcários. A nova geração de corais se forma por sobre os esqueletos dos corais mortos da geração anterior. Desse modo, num recife, sempre há uma camada de corais vivos na superfície da rocha coralínea. Esses fabulosos minúsculos animais são os responsáveis pelas maiores construções do planeta feitas por seres vivos. É o caso da Grande Barreira de Recifes, no nordeste da Austrália, com mais de 2 000 km de extensão, por 200 km de largura e 200 metros de altura em algumas regiões. Esse recife gigantesco deve ter começado a se formar há cerca de 10 000 anos! Os recifes de corais são importantes constituintes dos ricos e produtivos ecos sistemas litorâneos, não só por manterem relações de proteção e alimentação com outras espécies, mas também por fornecerem a elas pontos de fixação para a ocupação de novos espaços, além das próprias rochas. Os corais são abundantes nos mares tropicais, em águas rasas e agitadas, com temperaturas médias anuais entre 22 e 25°C, e a exemplo da hidra têm no corpo pequenas algas unicelulares do grupo dos dinoflagelados, as zooxantelas, de cor parda, com as quais vivem em mutualismo.

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Efeito estufa e branqueamento Com a elevação da temperatura média do planeta devido à intensificação do efeito estufa, as primeiras vítimas podem estar sendo os corais. O aumento da temperatura da água modifica o metabolismo fotossintético das algas zooxantelas, que acabam por produzir substâncias tóxicas aos corais. Os corais então expulsam as zooxantelas. A primeira mudança perceptível é a perda da coloração vistosa normalmente encontrada em corais, que se deve às algas, passando os mesmos a se tornarem pálidos, esbranquiçados. Essa condição é conhecida com o nome de branqueamento (do inglês bleaching). Sem as algas, os corais perdem sua principal fonte de nutrientes, e morrem. Considerando que os corais vivos são essenciais para manter a estrutura dos recifes de corais, sua morte leva à desagregação da rocha coralínea. Como os recifes de corais são o ecossistema de maior biodiversidade marinha, as perdas ecológicas podem ser drásticas.

Classe Anthozoa Darwin e os corais No século passado, Darwin formulou uma teoria para explicar a origem dos três tipos de recifes de corais, que surgiriam na seguinte ordem: franja, barreira e atol, na orla de ilhas vulcânicas, tão comuns no Oceano Pacífico. Numa primeira etapa e ao longo de milhares de anos, na faixa das marés ao redor da ilha, cresce uma camada de corais, como uma franja. Se houver uma lenta submersão da ilha de modo que os corais possam se manter superficialmente pelo crescimento vertical, começa a aparecer uma espécie de barreira entre o mar e a ilha. Pelas condições físico-químicas e alimentares mais favoráveis, vão permanecendo vivos e em crescimento apenas os corais voltados para o mar, enquanto morrem os voltados para o lado da ilha. Finalmente, por submersão total da ilha e o contínuo crescimento dos corais, formas e uma faixa anelada contínua ou interrompida, o atol, limitando uma espécie de lagoa interna, de águas calmas e fina areia na praia. Essa areia é um sedimento em grande parte resultante da erosão dos próprios esqueletos dos corais mortos. Pólipos Medusas

Reprodução assexuada (nos pólipos) Reprodução sexuada (nas medusas) Metagênese Exemplos

HYDROZOA Hidropólipos, isolados ou coloniais (fase duradoura) Hidromedusas, pequenas e com véu, que age como membrana para a natação (fase passageira); ausentes em Hydra sp Fragmentação, brotamentos e fissura longitudinal Desenvolvimento direto ou indireto (com larva plânula) Em algumas espécies; ausente em Hydra sp Hydra sp (hidra de agua doce, com pólipos solitários móveis); Obelia sp (hidrocoral urticante, com pólipos coloniais fixos); Physalia sp (caravelas, com pólipos coloniais móveis)

Leitura – Ameaça na Floresta Submersa: Mudanças climáticas põem em risco simbiose que sustenta recifes de coral Os recifes de corais são considerados um dos ecossistemas mais afetados pela onda de aquecimento global. Acredita-se que essa mudança climática seja originada principalmente pela emissão de gases provocadores do efeito estufa, que intensifica os fenômenos naturais em áreas de

SCYPHOZOA Cifopólipos, isolados (fase passageira) Cifomedusas, geralmente grandes e sem véu (fase duradoura)

ANTHOZOA Antopólipos, isolados ou coloniais

Estrobilização

Fragmentação, brotamentos e fissura longitudinal Desenvolvimento indireto (com larva plânula) Ausente

Desenvolvimento indireto larva plânula) Em todas as espécies

(com

Grandes medusas, como Aurelia aurita

Ausentes

Anêmonas-do-mar (com pólipos solitários fixos) e corais (com pólipos coloniais fixos)

menores latitudes, aumentando, por exemplo, a pluviosidade em locais onde chovia pouco e tornando mais secas regiões já relativamente áridas. No caso dos polos, também um dos ecossistemas mais afetados, a diminuição das calotas (cerca de 10% da cobertura de gelo mundial já desapareceu desde 1900) expõe novas áreas de solo onde espécies exóticas proliferam. A elevação do nível dos mares já fez com que muitos países do Pacífico Sul perdessem territórios. Recifes de corais são ecossistemas que se desenvolvem ao longo das faixas tropicais do planeta, onde a temperatura média das águas oceânicas é superior a 22o C. Isso se deve ao fato de

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que a precipitação de carbonatos é favorecida dentro de uma estreita faixa de temperatura, determinada principalmente pelas algas simbiontes que vivem associadas aos tecidos dos corais, também conhecidas como algas Zooxanthellae. São elas, também, as responsáveis pela maior parte da produção primária dentro de um recife de corais. Por se tratar de um ambiente extremamente estável ao longo do tempo, os organismos que lá se desenvolvem acabaram por evoluir para nichos extremamente específicos. São muito grandes as taxas de simbiose encontradas num recife de corais. Tendo em foco os ecossistemas dos recifes, é possível verificar que a intensificação dos fenômenos climáticos em baixas latitudes pode tornar-se catastrófica para aqueles menos resistentes. O aumento da frequência dos fenômenos conhecidos como El Niño causa enorme impacto sobre as populações marinhas. Esse fenômeno é caracterizado pelo aquecimento atípico das águas superficiais do oceano Pacífico central, promovendo a interrupção dos processos de ressurgência, responsáveis pelo afloramento de água profunda, fria e rica em nutrientes que fertilizam as águas superficiais e dão suporte à produção de biomassa marinha. Essa bomba de fertilização de águas superficiais ocorre sobretudo na costa oeste dos continentes e é o principal sustento da cadeia alimentar. Com a diminuição da circulação oceânica, o aquecimento das águas superficiais se torna cada vez mais intenso, tendo como uma de suas consequências, globalmente, a elevação da temperatura das águas além do limite suportável pelos corais, provocando o branqueamento. Esse processo é fundamentado na perda de pigmentos e de algas simbiontes associados aos tecidos dos corais, tornando-os brancos, susceptíveis a doenças e até mesmo à morte. Os fenômenos de branqueamento produzem um número crescente de vítimas nos recifes, que tiveram sua biodiversidade irreversivelmente afetada. Durante o maior evento de branqueamento, ocorrido em 1998 nos mares tropicais, cerca de um sexto das colônias do mundo pereceram. Através de estudos de monitoramento das condições climáticas e oceanográficas das regiões tropicais, estima-se que os eventos de branqueamento estejam aumentando em frequência e intensidade. Tais eventos são conhecidos pelo fato de que os invertebrados com algas simbiontes (não só os corais, mas também alguns moluscos, vermes e esponjas) expelem suas algas e seus pigmentos acessórios, que lhes conferem cores, expondo a coloração branca de seus esqueletos carbonáticos. Acredita-se que isso ocorra pelo fato de que pequenas elevações na temperatura média das águas, por períodos prolongados, provoquem um colapso do sistema fotossintético das algas simbiontes, tornando-as tóxicas aos corais. Scientific American Brasil, maio de 2004

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) Os esquemas abaixo representam diferentes formas de reprodução assexuada

Pode-se identificar I, II e III como sendo, respectivamente, A) brotamento – estrobilização – bipartição. B) brotamento – bipartição – estrobilização. C) estrobilização – bipartição – brotamento. D) bipartição – brotamento – estrobilização. E) bipartição – estrobilização – brotamento. 2. (UNIFOR) Nos cnidários cifozoários, a estrobilização de um único pólipo pode produzir A) diversas medusas de sexos diferentes, mas apresentando o mesmo genótipo. B) diversas medusas do mesmo sexo e geneticamente iguais entre si. C) diversas medusas do mesmo sexo, mas geneticamente diferentes entre si. D) diversos pólipos do mesmo sexo e geneticamente iguais entre si. E) diversos pólipos de sexos diferentes e com genótipos também diferentes. 3. (UECE) Os recifes de corais são ecossistemas de grande biodiversidade, formados principalmente por carbonato de cálcio, proveniente de esqueletos de animais e algas coralinas que se depositam nos oceanos ao longo de milhares de anos. Sobre os recifes de corais, pode-se afirmar corretamente que A) somente se desenvolvem em águas frias e representam uma barreira natural que protege a terra da erosão causada pelo mar, pois diminuem a força das ondas. B) quando afetados pela poluição, recuperam-se rapidamente devido à grande capacidade regenerativa dos animais que os compõem. C) se desenvolvem melhor em águas pobres em nutrientes que permitem uma melhor penetração da luz.

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D) uma de suas maiores ameaças são microrganismos conhecidos como zooxantelas, que se instalam nos pólipos, em uma relação conhecida como parasitismo. 4. (UECE) É próprio dos cnidários: A) simetria bilateral primária e radial secundária. B) pseudoceloma, e serem diblásticos. C) células urticantes de proteção, e serem deuterostômios. D) apresentarem sistema nervoso difuso e forma de vida medusoide. 5. (UECE) O Filo dos Celenterados compreende formas de vida pluricelulares, tais como as hidras, medusas e águas-vivas. Assinale a alternativa correta sobre o habitat dos celenterados: A) É exclusivamente marinho. B) É preferencialmente marinho. C) É preferencialmente de água doce. D) É exclusivamente de água doce. 6. (UECE) As estruturas anatômicas cnidoblastos e coanócitos são encontradas, respectivamente, nos: A) espongiários e equinodermas. B) celenterados e espongiários. C) platelmintos e celenterados. D) crustáceos e celenterados. 7. (UNP) Em Hydrozoa, ocorre um fenômeno de “alternância de gerações” com as formas pólipo e medusa, que correspondem, respectivamente, às formas de reprodução A) ambas assexuadas. B) ambas sexuadas. C) ambas simultaneamente sexuada e assexuada. D) assexuada e sexuada. 8. (UNP) A Grande Barreira de Coral se estende por mais de 2000 km ao longo da costa nordeste da Austrália e é considerada uma das maiores estruturas construídas por seres vivos. Quais são esses organismos e como eles formam esses recifes? A) Esponjas – à custa de secreções calcárias. B) Pólipos de Anthozoa – à custa de secreções calcárias. C) Celenterados – à custa de espículas calcárias e silicosas do seu corpo. D) Poríferos – à custa do material calcário do terreno. 9. (UEMA) O Filo Cnidaria apresenta uma grande diversidade de processos reprodutivos que lhe garante sucesso no povoamento dos ambientes. Com base nos seus conhecimentos e no esquema de reprodução do gênero Obelia, apresentado a seguir, é correto afirmar que nas fases indicadas pelas letras A, B, C e D ocorrem, respectivamente,

Adaptada de: AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia dos organismos. v. 2. São Paulo: Moderna. 1996.

A) reprodução assexuada por estrobilização; reprodução sexuada; fecundação externa e desenvolvimento indireto. B) reprodução assexuada por brotamento; reprodução sexuada; fecundação interna e desenvolvimento indireto. C) reprodução assexuada por brotamento; reprodução assexuada; fecundação externa e desenvolvimento indireto. D) reprodução assexuada por bipartição; reprodução sexuada; fecundação externa e desenvolvimento direto. E) reprodução assexuada por estrobilização; reprodução sexuada; fecundação interna e desenvolvimento indireto. 10. (UERJ) A visão de uma medusa, um delicado domo transparente de cristal pulsando, sugeriu-me de forma irresistível que a vida é água organizada. Jacques Cousteau ("Vida Simples", outubro de 2003)

A analogia proposta refere-se à grande proporção de água no corpo das medusas. No entanto, uma característica importante do filo ao qual pertencem é a presença de cnidócitos, células que produzem substâncias urticantes. Dois animais que pertencem ao mesmo filo das medusas estão indicados em: A) hidra – craca. B) hidra – esponja. C) anêmona do mar – coral. D) anêmona do mar – esponja. 11. (UEL) Os efeitos do aquecimento global podem ser percebidos na região tropical dos oceanos, mais precisamente nos recifes de coral. O fenômeno é conhecido como branqueamento, que é consequência da exposição dos esqueletos calcários após a morte dos corais. Com base nos conhecimentos sobre os celenterados, considere as afirmativas a seguir: I. O aquecimento global provoca a morte de algas simbióticas, essenciais para a vida de certas espécies de coral. II. Os recifes são constituídos por grandes colônias de pólipos, que são formas sésseis de celenterados. III. As células-flama são características dos celenterados e utilizadas para defesa e captura de alimentos. IV. O sistema nervoso dos celenterados é centralizado, sendo os primeiros animais a apresentá-lo.

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202 Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas I e III são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

12. (UFC) Diferentes estratégias foram desenvolvidas pelos diversos táxons, para aumentar a eficiência do processo de captura e subsequente digestão do alimento. O tipo mais primitivo de cavidade com função digestória conhecido é: A) cavidade gastrovascular. B) cavidade amniótica. C) cavidade do estômago. D) cavidade celomática. E) cavidade da rádula. 13. (UFPI) O filo Cnidaria reúne animais aquáticos de corpo mole e gelatinoso, cujos representantes mais conhecidos são as águasvivas, as anêmonas-do-mar e os corais. Nos sistemas de classificação, o filo Cnidaria é subdividido em quatro classes: Hydrozoa, Scyphozoa, Cubozoa e Anthozoa que predominam, respectivamente, ciclo de vida dos tipos A) medusoide, polipoide, polipoide, medusoide. B) polipoide, medusoide, polipoide, medusoide. C) medusoide, medusoide, polipoide, medusoide. D) polipoide, medusoide, medusoide, medusoide. E) polipoide, medusoide, medusoide, polipoide. 14. (UFCG) Banhistas do litoral brasileiro reclamam, frequentemente, de irritações cutâneas conhecidas como queimaduras. As medusas que lançam um líquido tóxico, pelo simples contato, podem levar pequenos animais à morte ou causar irritações à pele de seres humanos. Sobre essas águas-vivas, analise as afirmativas a seguir, e assinale com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas: I. São livre-natantes, impulsionadas por jatos de água lançados pelas contrações do próprio corpo. II. São formas sésseis vivem agrupadas às rochas e a outras formações submersas. III. São consideradas hidrozoários coloniais, formados por pólipos especializados adaptados à água salgada. IV. Contém o cnidoblasto, que é uma célula em cujo interior há o nematocisto que contém o líquido urticante. V. Contém o nematocisto, em cujo interior retém o cnidoblasto, que contém o líquido tóxico. VI. O cnidoblasto descarregado degenera-se, sendo produzido por diferenciações de células intersticiais. A sequência correta é: A) VVFVVF. B) VVFFVV. C) FVFVFF. D) FVFVFV. E) VFFVFV.

15. (UFLA) O esquema ao lado representa um corte transversal de um pólipo hidrozoário. Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta dos tipos básicos de células indicadas pelos números 1 a 4,

A) Intersticial, sensorial, glandular e mioepitelial digestiva. B) Mioepitelial epidérmica, sensorial, intersticial e glandular. C) Intersticial, mioepitelial, glandular e mioepitelial digestiva. D) Mioepitelial epidérmica, sensorial, glandular e intersticial. Questões estilo V ou F 16. (UFPE) O ambiente marinho possivelmente inclui a maior diversidade biológica do planeta. Dentre os organismos que habitam esse ecossistema, o ilustrado abaixo, popularmente conhecido como “caravela”, é bastante comum na região costeira do nordeste brasileiro.

Sobre as características do filo ao qual pertence a caravela, considere as assertivas seguintes. (_) É formada por uma colônia de diferentes pólipos especializados, que exercem em conjunto funções de flutuabilidade, captura da presa, defesa, dentre outras. (_) Inclui animais da classe Anthozoa (antozoários), como os corais, cujos pólipos produzem um esqueleto de carbonato de cálcio que resiste mesmo após a sua morte. (_) É onívora, ou seja, se alimenta de animais e algas, que são arrastados para a cavidade gastrovascular, onde ocorre a digestão intracelular. (_) Possui o corpo formado por espículas, que não estão organizadas como um tecido verdadeiro; o contato com as espículas pode produzir queimaduras na pele.

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(_) Pode reproduzir-se por brotamento ou sexualmente, mas as espécies são monoicas, ou seja, hermafroditas.

AULA 18 – Filo Platyhelminthes

Questões discursivas

O filo Platyhelminthes (platy = achatado, helminthes = verme) compreende vermes de corpo achatado. (O termo verme designa animais invertebrados de corpo alongado, sendo usado para integrantes de vários filos do Reino Animalia.) Na maioria dos platelmintos, o corpo é laminar, em forma de folha.

17. (UEMA) A Grande Barreira de Corais da Austrália é a maior faixa de corais do mundo com 2.300 quilômetros de comprimento e largura variando de 20 a 240 quilômetros, podendo ser vista do espaço. É a maior estrutura do mundo feita unicamente por milhões de organismos vivos. É situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-Nova Guiné. A Barreira de Corais da Austrália comporta uma grande biodiversidade e é considerada um dos patrimônios mundiais da humanidade.

Fonte: Disponível em: http://kabanamaster.com/os-10-lugares-mais-lindos-do-mundo/. Acesso em: 20 set. 2013. (adaptado)

A) Para a formação deste magnífico ecossistema, é necessária a importante participação de que invertebrados polipoides? B) Explique como ocorre o processo de construção dessas barreiras. 18. (FUVEST) Os acidentes em que as pessoas são “queimadas” por cnidários ocorrem com frequência no litoral brasileiro. Esses animais possuem cnidoblastos ou cnidócitos, células que produzem uma substância tóxica, que é composta por várias enzimas e fica armazenada em organelas chamadas nematocistos. Os cnidários utilizam essa substância tóxica para sua defesa e a captura de presas. A) Em que organela(s) do cnidoblasto ocorre a síntese das enzimas componentes da substância tóxica? B) Após a captura da presa pelo cnidário, como ocorrem sua digestão e a distribuição de nutrientes para as células do corpo do animal? 19. (UNICAMP) Alguns hidrozoários coloniais, como a ‘Obelia sp’, ocorrem na natureza sob a forma de pólipos e medusas. A) Como uma colônia destes hidrozoários se origina? E como esta colônia dá origem a novas colônias? B) Que estrutura comum aos pólipos e medusas é encontrada somente neste filo? Qual a sua função? 20. (UERJ) Biólogos da UERJ desvendam segredos dos corais de Búzios. Os moradores locais, preocupados com os danos que os barcos ancorados nas praias do balneário, a poluição do mar e a venda excessiva de corais no comércio local poderiam trazer para a fauna marinha da região, resolveram procurar ajuda.

Adaptado de: O Globo, 24/9/2000.

Cite uma função dos recifes de corais na preservação do ecossistema litorâneo.

Diversidade e hábitats Os platelmintos compreendem cerca de 15 mil espécies. Eles podem ser animais de vida livre (não parasitas), sendo encontrados em ambientes aquáticos marinhos ou dulcícolas (planárias) ou terrestres úmidos (geoplanas). É a primeira vez que aparecem animais terrestres na escala evolutiva. Há também espécies parasitas de vertebrados, inclusive do homem. É o caso do esquistossomo e das tênias (solitárias).

Surgimento de simetria bilateral e cefalização A diferença mais marcante entre platelmintos e os grupos anteriormente estudados refere-se ao surgimento da simetria bilateral, onde existe um único eixo de simetria no corpo, que acaba funcionando como uma referência para a identificação de esquerda e direita e cabeça e cauda. Assim, uma cabeça pode ser identificada na extremidade anterior do corpo, o que não ocorre em poríferos ou cnidários. Uma característica que pode ser percebida nos platelmintos como consequência do surgimento da cabeça é a cefalização, concentração de estruturas sensoriais e nervosas na cabeça. Durante a locomoção, a cabeça está sempre direcionada para frente, com as estruturas sensoriais nela posicionadas, explorando e avaliando o ambiente. As estruturas nervosas na cabeça permitem uma proximidade grande com as estruturas sensoriais, permitindo uma rápida interpretação das informações percebidas, e consequentemente uma rápida resposta aos estímulos. Assim, este é o primeiro grupo de animais na escala evolutiva que apresenta uma simetria bilateral e uma cefalização, ou seja, uma cabeça diferenciada na qual se concentram os órgãos dos sentidos e as células nervosas.

Surgimento da mesoderme Outra novidade desse grupo é a presença de três folhetos embrionários. Nos animais, a presença de mesoderme está relacionada ao surgimento de células musculares verdadeiras e órgãos. As camadas musculares são de origem mesodérmica. Além disso, esse terceiro folheto embrionário origina nos platelmintos um tecido conjuntivo, que preenche os espaços entre os órgãos internos. Os platelmintos são, no entanto, acelomados, já que não dispõem de outra cavidade corporal na mesoderme, ou seja, não dispõem de celoma.

Por que platelmintos são achatados? O termo platelminto, como já mencionado, significa “verme chato”. A razão para essa denominação é a forma VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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achatada do corpo, o que pode ser explicado pela ausência de celoma nesses animais. O líquido celomático (ou líquido pseudocelomático, no caso de nematódios), que preenche o celoma (ou pseudoceloma, no caso de nematódios), é responsável pela sustentação do corpo em muitos animais, funcionando como um esqueleto hidrostático. Uma vez que platelmintos não possuem esse esqueleto hidrostático, lhes falta uma adequada sustentação para o corpo, uma das razões para o corpo achatado. Além disso, o líquido celomático (ou líquido pseudocelomático, no caso de nematódios, de novo), funciona como um meio de distribuição de gases e nutrientes no corpo do animal, em caso de inexistência de sistema circulatório. Uma vez que platelmintos não possuem celoma ou sistema circulatório, a distribuição de gases e nutrientes em seu corpo ocorre por difusão célula a célula, um processo lento e ineficiente a longas distâncias. O corpo achatado dos platelmintos, dotado de poucas camadas celulares, garante que nenhuma célula estará distante da superfície corporal, por onde entra o O2, ou do tubo digestivo, por onde entram os nutrientes. Desta maneira, a difusão célula a célula pode ocorrer de modo eficiente, sem prejuízos ao metabolismo do animal: o corpo achatado e delgado possibilita uma grande relação superfície/volume corporal.

Importância Várias espécies de platelmintos têm hábitos parasitários, sendo muitos deles parasitas humanos. É o caso de vermes como Taenia (ou solitária), Echinococcus (a tênia do cão), Diphyllobothrium (a tênia do peixe), Schistosoma e Fasciola. Os platelmintos parasitas apresentam adaptações especiais a esse tipo de vida. Para garantir a fixação nos hospedeiros, eles têm ganchos de quitina e ventosas. Estas são estruturas musculares de sucção com forma circular, localizadas preferencialmente na cabeça ou na região ventral do corpo. Esses animais têm ainda uma cutícula protetora sobre a epiderme.

Características gerais Platelmintos são: os - 1 animais da escala evolutiva bilatérias; - 1os animais da escala evolutiva dotados de cefalização; - enterozoários com tubo digestivo incompleto; - eumetazoários (com organização tecidual, e os 1os animais com órgãos e sistemas); - 1os animais triblásticos, possuindo três folhetos germinativos, ectoderme, mesoderme e endoderme; - 1os animais com células musculares verdadeiras, provenientes da mesoderme; - acelomados; - aquáticos ou terrestres de ambientes úmidos.

Fisiologia Em termos de fisiologia, platelmintos possuem: - respiração cutânea direta;

- ausência de sistema circulatório; - sistema excretor formado por protonefrídias com célulasflama - tubo digestivo incompleto com probóscide (ou faringe protrátil) e digestão parcialmente extracelular e parcialmente intracelular; - sistema nervoso ganglionar com um par de cordões nervosos ventrais; - reprodução com fecundação interna, podendo ser monoicos ou dioicos, e de desenvolvimento direto ou indireto.

Classes Platelmintos estão organizados em três classes: 1. Classe Turbellaria: somente vermes de vida livre, como a planária; 2. Classe Cestoda: vermes parasitas como Taenia; 3. Classe Trematoda: vermes parasitas como Schistosoma.

Classe Turbellaria A classe Turbellaria compreende as planárias, pequenos vermes achatados, de apenas alguns milímetros, que se locomovem por arrastamento sobre folhas de plantas aquáticas ou no fundo de vários ambientes de água doce, sendo facilmente mantidas até em aquários. Externamente, na região dorsal da cabeça são bem visíveis dois grandes ocelos pigmentados e na região média ventral há uma abertura por onde pode sair um longo tubo, a faringe, com a qual o verme capta o alimento. Ao microscópio, pode ser vista uma epiderme ciliada, típica de muitos invertebrados aquáticos. Experimentos fáceis podem ser feitos para mostrar a grande capacidade de regeneração das planárias, uma vez que pedaços cortados e separados do corpo dão origem a novos animais completos; cortes bem executados, na cabeça, podem produzir a regeneração, ficando o animal com várias cabeças. Essa capacidade de regeneração só é possível pela existência de tecidos indiferenciados. Nos animais mais complexos, com tecidos mais especializados, a regeneração é difícil ou inexistente.

Organização tecidual O corpo de platelmintos é formado por três camadas teciduais na idade adulta, cada uma delas derivada de um dos folhetos germinativos. A camada mais externa é a epiderme (derivada da ectoderme), rica em células glandulares responsáveis pela produção de muco lubrificante para facilitar a locomoção. A face ventral do corpo é dotada de cílios, cujo batimento coordenado, junto à musculatura, permite o deslizamento do animal sobre a água ou uma trilha de muco produzida pelo verme. Uma outra característica da epiderme de planárias é que ela é recoberta por uma cutícula protetora, formada principalmente por uma proteína semelhante ao colágeno. A camada localizada abaixo da epiderme é o mesênquima (derivado da mesoderme), sendo responsável pela formação das células musculares do animal. As células musculares organizam

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Curso de Biologia três níveis de musculatura. A musculatura circular mais externa altera o diâmetro do corpo; a musculatura longitudinal mais interna altera o comprimento do corpo; e a musculatura transversal ou dorsiventral liga a face dorsal à face ventral, achatando o corpo. Essa musculatura em vários níveis permite às planárias executar uma ampla variedade de movimentos. As demais células mesenquimais são totipotentes, indiferenciadas, podendo originar qualquer outra célula do animal, sendo responsável pela alta capacidade de regeneração no mesmo. Não existe um celoma na mesoderme desses animais, sendo que o corpo não dispõe de um esqueleto hidrostático como em outros grupos. A camada localizada abaixo da mesoderme é o epitélio de revestimento do tubo digestivo (derivado da endoderme).

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cego. Desta maneira, as protonefrídias drenam as excretas diretamente dos tecidos corporais. Estas excretas passam por difusão para o tubo excretor e são conduzidas até o meio externo por meio do nefridióporo, nas protonefrídias de platelmintos. Neles, o fundo cego apresenta células especializadas denominadas células-flama (dotadas de um tufo de flagelos, cujo movimento lembra a chama de uma vela) ou solenócitos (dotadas de um único flagelo). Quando os flagelos entram em movimento, criam um fluxo de água que remove água e excretas dos espaços teciduais e as lançam nos tubos com os quais se comunicam. A água em excesso e as excretas são eliminadas pelo poro excretor (nefridióporo) localizado na região dorsal do corpo. O principal objetivo das células-flama, inclusive, é eliminar o excesso de água no corpo, uma vez que o animal é frequentemente hipertônico em relação ao meio em que vive, ganhando água constantemente por osmose.

- A nutrição é realizada, como em cnidários, por um tubo digestivo incompleto, com um único orifício funcionando simultaneamente como boca e ânus, sendo a digestão parcialmente extracelular e parcialmente intracelular.

Fisiologia Platelmintos são os primeiros animais a apresentarem organização do corpo com órgãos e sistemas. - A respiração é cutânea direta, uma vez que o O2 atravessa a pele e é então transportado por difusão célula a célula. (Em lesmas e minhocas, por exemplo, a respiração é dita cutânea indireta, pois o O2 atravessa a pele e é então transportado pelo sangue). - Não há sistema circulatório. - A excreção é feita por protonefrídias, que são tubos dotados de uma única abertura, correspondente ao poro excretor (nefridióporo). A outra extremidade do tubo, presente na intimidade dos tecidos, encontra-se fechada, terminando em fundo

A boca se localiza na região mediana do corpo e está associada a uma faringe protrátil ou probóscide, capaz de se projetar para fora e absorver alimento do meio. Em alguns casos, a faringe protrátil pode eliminar enzimas digestivas sobre o alimento, proporcionando uma digestão extracorpórea parcial. - O sistema nervoso é ganglionar com um par de cordões nervosos ventrais. Gânglios são grupos de neurônios concentrados. No caso de platelmintos, os gânglios se organizam aos pares e se comunicam através de um par de cordões nervosos longitudinais, que são ligados transversalmente por comissuras. Esses nervos transversais emitem muitas ramificações que inervam especialmente a musculatura. Na cabeça, ocorre um par

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de gânglios cerebroides, maiores que os demais e associados ao controle de estruturas sensoriais. A remoção da cabeça do animal não implica em sua morte, uma vez que os demais gânglios podem continuar funcionando de modo independente (Nas planárias, inclusive, a cabeça pode se regenerar). Esse padrão de sistema nervoso se repete na maioria dos invertebrados. - O sistema sensorial é formado por ocelos que permitem ao animal detectar somente a intensidade luminosa e a direção de incidência da luz, e por órgãos quimiorreceptores denominados aurículas, que permitem a percepção de substâncias dissolvidas na água do meio.

Reprodução A reprodução assexuada se faz por fragmentação (regeneração) e laceração. A fragmentação, já descrita antes, implica na ação de um agente externo que fragmenta o corpo do animal. Cada fragmento então regenera as partes que faltam do corpo. As planárias têm uma grande capacidade de regeneração. Experimentalmente, em laboratório, a secção do corpo de um desses vermes em vários pedaços poderá levar à formação de idêntico número de novas planárias. Um corte longitudinal no centro da cabeça pode levar à formação de duas cabeças no mesmo animal. Sabe-se hoje existe, nas planárias, um gradiente de regeneração decrescente da cabeça para a cauda. Os segmentos anteriores reconstituem o que falta com maior rapidez do que os segmentos caudais. Mas não há ainda uma explicação satisfatória para esse fato, embora existam várias hipóteses. Uma delas admite um metabolismo mais intenso nas células das regiões anteriores. Esse metabolismo seria estimulado por glândulas localizadas junto à cabeça e que estariam num gradiente de concentração decrescente da cabeça para a cauda. A laceração é muito semelhante ao processo de fragmentação. A diferença é que na laceração quem causa a perda de determinada parte que irá se regenerar não é um agente externo, mas o próprio organismo. O processo de laceração ocorre em platelmintos como as planárias (Euplanaria dorotocephala) e consiste num processo de convulsão do corpo, que se estica formando ondas sucessivas do meio para as extremidades até provocarem uma ruptura por distensão forçada. É um processo bastante traumático. Em seguida, deve haver regeneração, com surgimento de uma nova cabeça na extremidade anterior do segmento caudal e de uma nova cauda na extremidade posterior do segmento cefálico. Nos segmentos intermediários há regeneração de cabeça e cauda.

Na reprodução sexuada, as planárias são monoicas (hermafroditas), sendo obrigatoriamente a fecundação cruzada. A parte feminina do aparelho reprodutor consiste em um par de ovários, cada qual ligado a um oviduto que conduz os óvulos à vagina, que desemboca num poro ou átrio genital. Nos ovidutos ocorre também a abertura das glândulas vitelínicas, produtoras de vitelo para a nutrição dos embriões em desenvolvimento. Alguns platelmintos possuem também um útero, uma região dilatada da vagina que armazena os ovos até sua eliminação para o meio exterior. A parte masculina do aparelho reprodutor consiste em alguns testículos, cada qual deles ligado a um tubo que conduz os espermatozoides aos ductos deferentes. Tais ductos conduzem os espermatozoides até o órgão copulatório, o pênis, também localizado no átrio genital. Nas planárias, ocorre cópula, isto é, ato sexual: cada planária introduz seu pênis no poro genital do parceiro, sendo ambos fecundados. Após a cópula, os parceiros se separam e os espermatozoides recebidos fecundam os próprios óvulos no oviduto. A fecundação é interna, portanto. Os ovos são formados pela junção dos zigotos com o vitelo produzido pelas glândulas vitelínicas. Ambos os animais fazem depois a postura dos ovos, que são reunidos em cápsulas ou casulos de cor marrom-escura, que se fixam a algum substrato, em geral, folhas aquáticas. Quando o casulo se abre, saem novos indivíduos, sem passar por uma fase de larva. O desenvolvimento é direto.

Classe Cestoda Os cestodas são normalmente hermafroditas e extremamente adaptados à vida de parasitas intestinais. Para esta adaptação várias modificações ocorreram em seu organismo:

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Curso de Biologia - desenvolvimento de órgãos de fixação, como ventosas e ganchos quitinosos; - ausência de sistema digestivo, havendo a absorção de nutrientes por difusão a partir do alimento já digerido pelo hospedeiro; - hipertrofia dos órgãos genitais, para melhorar a capacidade de disseminação da espécie; - atrofia dos órgãos sensoriais, desnecessários para um organismo fixado no sistema digestivo do hospedeiro.

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A diferença entre as duas tênias, a T. solium e a T. saginata diz respeito aos escólex e hospedeiros intermediários: - a T. solium possui em seu escólex ventosas e um rostro, com ganchos quitinosos e tem o porco como hospedeiro intermediário; - a T. saginata possui em seu escólex apenas ventosas e tem o boi como hospedeiro intermediário. Ambas causam teníase. A T. solium é de mais difícil remoção pois sua fixação é melhor devido aos ganchos de quitina.

Teníase As tênias das espécies Taenia solium e Taenia saginata parasitam o sistema digestivo de humanos. Ambas são extremamente longas (de 2 a 8 metros) e finas. Normalmente há apenas uma por hospedeiro, o que justifica seu nome popular, solitária. A presença de um único exemplar de solitária no hospedeiro humano se deve a uma reação imunológica estimulada pela tênia no humano, que acaba por eliminar novas tênias jovens que tentem se instalar. Em até 12% dos casos, pode haver mais de uma tênia no mesmo hospedeiro humano, o que pode estar associado à aquisição simultânea de mais de uma tênia ou imunodeficiência no humano. As tênias têm seu corpo dividido em escólex ou cabeça, colo e estróbilo ou tronco, sendo este dividido em segmentos denominados proglótides.

Ciclo de vida da tênia A tênia no intestino humano possui proglótides em seu estróbilo. Estas proglótides surgem por uma forma especial de reprodução denominada estrobilação: o escólex se divide e origina os segmentos de proglótides. Cada proglótide contém aparelhos reprodutores femininos e masculinos simultaneamente, sendo capaz de autofecundação. As proglótides recém-formadas (e por isso mais próximas do escólex) não apresentam seus aparelhos reprodutores maduros, sendo ditas proglótides jovens ou imaturas. As mais distantes do escólex apresentam seus aparelhos reprodutores maduros, ocorrendo a produção de gametas, fecundação e acúmulo de ovos no útero, sendo estas proglótides ditas maduras ou gravídicas. As proglótides gravídicas destacam-se do estróbilo e são eliminadas junto às fezes. Os ovos na proglótide gravídica, se ingeridos pelo hospedeiro intermediário junto à água ou alimentos contaminados, liberarão larvas com espinhos denominadas hexacantas ou oncosferas (do grego hexa, ‘seis’, e canthus, ‘espinho’: ela é dotada de seis espinhos). Essas perfuram a parede do tubo digestivo do porco ou boi e caem na corrente sanguínea, que as conduzem até os músculos. Lá, as larvas se diferenciam em uma outra forma de larva denominada cisticerco, formada por uma cápsula contendo em seu interior um escólex invertido. Os cisticercos são esferas esbranquiçadas visíveis macroscopicamente na carne crua (têm cerca de 1 cm de diâmetro). Elas são chamadas popularmente de “canjiquinhas” ou “pipoquinhas” na carne. Ao comer carne mal-passada contaminada com cisticercos, o homem se contamina: os cisticercos ao atingirem o intestino liberam seu escólex, que se fixa na parede do intestino e começa a originar novos proglótides.

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Sintomas Como o verme consome os nutrientes do hospedeiro, a tênia causa magreza, anemia e indisposição e cansaço, estes últimos causados por toxinas liberadas pelo verme. Prevenção e tratamento Para combater a teníase, deve-se ter: - cuidados básicos de higiene e saneamento básico, de maneira a evitar a contaminação de água e alimentos ou vegetais a serem consumidos por porcos e bois através de fezes com ovos; - cuidados com a ingestão de carne, especialmente de porco (a T. solium fixa-se melhor e é de mais difícil remoção), procurando não comer carne mal-passada; - inspeções em açougues, tomando cuidado com a presença de cisticercos na carne. O tratamento é feito com medicamentos anti-helmínticos específicos.

Cisticercose

Quando o homem ingere diretamente o ovo da Taenia solium, através de água e frutas e verduras mal lavadas, o cisticerco passa a se desenvolver nele. A ingestão de ovos de Taenia saginata não leva ao desenvolvimento de cisticerco no homem, uma vez que o homem apresenta maior resistência a ela. O cisticerco da T. solium se desenvolve em órgãos delicados e vitais, com o olho e o cérebro, levando a uma grave doença denominada cisticercose. A presença do cisticerco no olho pode levar à destruição do globo ocular e consequente cegueira, e no cérebro pode levar a convulsões e até mesmo morte. O tratamento é feito pela remoção dos cisticercos, mas há o risco de não se remover todos eles numa cirurgia e o problema voltar a aparecer. Para evitar o retorno das convulsões, o paciente

ainda tem que passar bastante tempo utilizando drogas anticonvulsionantes. A prevenção consiste em cuidados básicos de higiene e saneamento básico, bem como um adequado tratamento de água, frutas e verduras (alimentos ingeridos crus, porque em alimentos assados ou cozidos os ovos tendem a morrer). Pelo amor de Deus, a ingestão de carne com cisticercos não leva à cisticercose!

Cisto Hidático ou Hidatidose O verme Echinococcus granulosus ou Taenia echinococcus, cuja forma adulta é bem menor que a tênia, possuindo de 3 a 6 mm, com o corpo também dividido em proglótides, causa uma espécie de teníase ao parasitar cães e outros canídeos (como a raposa), habitando-lhes o intestino. A fase larval é bem maior que o cisticerco, porém podendo ocorrer em vários animais, como bois, carneiros, porcos e inclusive o homem. Os ovos do Echinococcus são liberados junto às fezes do cão e podem contaminar a água. Se o homem ingerir ovos do Echinococcus, ao atingirem o intestino humano estes ovos liberarão larvas que perfuram a parede dos vasos e atingem diversos órgãos, como músculos, pele, vísceras e até mesmo o cérebro. As larvas se desenvolvem e formam grandes bolsas esféricas, cheias de líquido, chamadas cistos hidáticos. Ao crescerem, os cistos hidáticos vão destruindo os tecidos ao redor, podendo atingir diâmetros de 30 cm após alguns anos. Dependendo do órgão afetado e dos tecidos destruídos, a doença pode ser fatal. O cisto ainda pode formar cistos secundários que se espalham agravando a doença.

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Ciclo do Echinococcus granulosus.

Difilobotríase ou Botriocefalíase

O verme Diphyllobothrium latum, mais conhecido como tênia do peixe, é considerado o maior dos cestoideos, com um comprimento de até 15 metros, com o corpo também dividido em proglótides. Seu escólex não apresenta ventosas ou ganchos, mas somente duas fendas longitudinais profundas, denominadas pseudobotrídias ou bótrias para fixação. Os vermes são hermafroditas, e para completarem seu ciclo, exigem dois hospedeiros intermediários, sendo o primeiro um crustáceo microscópico planctônico copépode do gênero Cyclops ou Diaptomus, e o segundo um peixe de água doce (como salmão, truta e enguia). O homem é hospedeiro definitivo. O verme se instala no intestino humano e libera ovos, que são então liberados nas fezes. Quando os ovos são colocados em contato com a água limpa, doce e fria, liberam uma larva ciliada denominada coracídio. Esse coracídio se instala no crustáceo copépode (primeiro dos hospedeiros intermediários), passando à forma de procercoide. A larva procercóide detém seu desenvolvimento até que o copépode seja devorado por um peixe (segundo hospedeiro intermediário), quando então invade músculos, vísceras e tecidos conjuntivos do mesmo, passando à forma plerocercoide ou espargano. A larva plerocercoide, se ingerida por humanos (hospedeiro definitivo) através da ingestão de peixe cru, se instala no intestino delgado, passando à forma adulta, e o ciclo recomeça. (Interessante é que se outro peixe comer um peixe com a larva plerocercoide, a larva passa a se instalar no peixe predador sem alterações: peixes predadores então começam a acumular plerocercoides, se tornando cada vez mais capazes de infestar humanos.) Os sintomas são semelhantes aos da teníase, com o detalhe agravante que o verme tem uma grande capacidade de absorver vitamina B12, levando à deficiência da mesma, o que causa anemia perniciosa.

A prevenção consiste em cuidados básicos de higiene e saneamento básico, inspeção do pescado e cozimento adequado de peixes. Deve-se evitar o consumo de peixe cru, como ocorre na culinária japonesa em pratos como sushi e sashimi. Esses pratos estão relacionados a um surto de difilobotríase em 2005 no Sudeste brasileiro.

Classe Trematoda Esta classe apresenta vários parasitas, de hábitos diversos. Alguns deles são de sexos separados (dioicos), como ocorre com os do gênero Schistosoma, outros são hermafroditas (monoicos), como ocorre com a Fasciola hepatica.

Esquistossomose Várias espécies de Schistosoma parasitam humanos causando uma doença grave denominada esquistossomose. No Brasil, a espécie Schistosoma mansoni é a principal causadora da doença, atacando o chamado sistema porta-hepático no fígado. O S. mansoni é de origem africana e foi para cá trazido com o intenso tráfico de escravos dos séculos XVII a XIX. Na região do sudeste asiático, parasitas como o S. japonicum (que ataca o intestino), o S. haematobium e o S. mekongi (que atacam a bexiga) também causam outras formas de esquistossomose. Ciclo de vida do esquistossomo Como já dito, os esquistossomos são vermes dioicos, apresentando dimorfismo sexual. Assim, o macho apresenta-se de forma diferente da fêmea. O macho é mais curto e mais espesso (com cerca de 1 cm) e possui um canal, denominado canal ginecóforo, onde a fêmea, mais longa e mais fina (com cerca de 1,4 cm), se abriga. Tanto macho como fêmea possuem uma série de ventosas que permitem a fixação dos mesmos nos vasos parasitados.

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Dimorfismo sexual em Schistosoma. Os vermes adultos habitam as veias do fígado, principalmente a chamada veia porta-hepática, que comunica o intestino com o fígado, trazendo do intestino os nutrientes absorvidos no processo de nutrição. Na época de reprodução, a fêmea fecundada migra para a região do intestino, onde deposita seus ovos em finos capilares. Os ovos do esquistossomo são dotados de um espinho, e perfuram a parede dos capilares, caindo na luz do tubo digestivo e se misturando às fezes. Eles são eliminados através da defecação. Se os ovos caírem na água doce, eles eclodem, originando uma larva ciliada denominada miracídio. Este tem cerca de 24 horas para encontrar um hospedeiro intermediário, um caramujo da família Planorbidae (normalmente o Biomphalaria glabrata). No interior do caramujo, o esquistossomo passa por três estágios. (1) O miracídio vira esporocisto, um saco contendo outras formas larvárias, denominadas rédias. O esporocisto se rompe e as libera. (2) As rédias formam em seu interior outras larvas, as cercárias. (3) As cercárias liberadas abandonam o caramujo e passam à água. A formação de rédias e cercárias se dá por pedogênese. Para cada miracídio, cerca de 10 mil cercárias são liberadas. As cercárias são larvas microscópicas de forma típica de seta com uma cauda bifurcada. Elas nadam livremente até achar um novo hospedeiro: se algum homem ou outro mamífero estiver nadando ou ingerir água contaminada, a cercária perfura a pele ou mucosa bucal e penetra na corrente sanguínea. A penetração é feita às custas de enzimas líticas, que abrem espaços na pele ou mucosa para a entrada da cercária. Estas enzimas liberadas provocam coceiras no momento da penetração. Por esse motivo, as lagoas infestadas por cercárias são chamadas popularmente de “lagoas de coceira”. Na corrente sanguínea, as cercárias, agora chamadas esquistossômulos, são conduzidas até as veias do fígado, onde se alojam e se diferenciam em esquistossomos adultos.

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Curso de Biologia Sintomas Instalados na veia porta-hepática, eles promovem obstrução dessa veia, o que dificulta a passagem de sangue e causa um aumento na pressão hepática (hipertensão porta). Esse aumento de pressão leva ao extravasamento de líquido do fígado para o abdome. Esse líquido acumulado leva ao aparecimento de uma barriga pronunciada popularmente dita “barriga d’água”, mas cujo termo técnico é ascite. Além disso, o fígado passa a ser um órgão fibroso, e isso leva ao seu mau funcionamento. A doença não mata logo, podendo durar vários anos. Como o parasita pode viver até 30 anos, o portador da doença funciona como um reservatório natural, espalhando o mesmo por longo tempo. Prevenção e tratamento A esquistossomose atinge cerca de 10 milhões de pessoas só no Brasil (300 milhões no mundo todo), sendo o Nordeste uma região onde a doença é endêmica. A prevenção é feita através de: - cuidados básicos de higiene e saneamento básico, o que impede que os ovos do esquistossomo atinjam lagos e rios e possam contaminar fontes d’água; - cuidados com banhos e ingestão de água de lagoas suspeitas; no caso da água, ferver ou filtrar a mesma; - combate a mamíferos, como o rato, que podem funcionar como reservatórios naturais da doença;

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- combate ao hospedeiro intermediário, através do emprego de moluscocidas ou drenagens de lagoas (este último ecologicamente desfavorável, por eliminar também outras espécies de seres vivos). O tratamento da doença é feito através de medicamentos anti-helmínticos específicos.

Fasciolose A Fasciola hepatica, ao contrário do Schistosoma, é um verme hermafrodita, apesar de realizar fecundação cruzada. O hábitat do verme adulto é o interior da vesícula biliar e dos canais biliares mais calibrosos do hospedeiro definitivo vertebrado. Os ovos do verme são eliminados na bile e caem nas fezes do hospedeiro vertebrado. Se os ovos são eliminados na água doce, originam um miracídio, que nada até encontrar o hospedeiro intermediário, um caramujo denominado Lymnaea sp. No molusco, que é hospedeiro intermediário no ciclo, miracídio forma um esporocisto, que origina rédias, que originam cercárias. As cercárias abandonam o caramujo e se instalam na vegetação, formando um envoltório e passando a metacercárias. Quando as metacercárias forem ingeridas por um hospedeiro susceptível, o envoltório libera cercárias que perfuram o tubo digestivo e migram para o fígado, passando daí à vesícula biliar. A Fasciola normalmente ataca carneiros, tendo como hospedeiro intermediário também um caramujo. Eventualmente, ela pode infestar o homem, causando neste caso problemas hepáticos e na vesícula biliar.

Resumo Modo de vida Epitélio Sistema digestivo Sexos Exemplos

TURBELLARIA Livre Ciliado Incompleto Hermafroditas sem autofecundação; com desenvolvimento direto Planárias

CESTODA Ectoparasita Com cutícula protetora Ausente Hermafroditas com autofecundação; com desenvolvimento indireto Taenia sp, Echinococcus granulosus, Diphyllobothrium latum

Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) Conhecer o mecanismo de transmissão e disseminação de uma dada enfermidade é de muita importância para fundamentar medidas mais efetivas para o controle da doença. A esquistossomose mansônica, uma doença infecciosa parasitária, é um problema de saúde pública no Brasil. Sua apresentação clínica varia desde a forma assintomática até aquelas extremamente graves. O diagnóstico e o tratamento são relativamente simples, mas a erradicação só é possível com medidas que interrompam o ciclo de vida do parasita. Minas faz Ciência. Minas Gerais, set./nov. 2009 (adaptado).

TREMATODA Ecto ou endoparasita Com cutícula protetora Incompleto Sexos separados; com desenvolvimento indireto Schistosoma sp, Fasciola hepatica

Com base nas informações do texto, avalie qual das propostas seguintes será eficaz no controle da esquistossomose mansônica e na manutenção da saúde geral da população local: A) Eliminar os caramujos de regiões afetadas pela esquistossomose, aplicando substâncias tóxicas na água das lagoas. B) Evitar a contaminação de corpos de águas por ovos de esquistossomo, com a construção de instalações sanitárias. C) Evitar utilizar água de lagoa de regiões afetadas pela esquistossomose para beber ou para o preparo de alimentos. D) Impedir o consumo de carne crua ou mal cozida em regiões afetadas pela esquistossomose. E) Impedir o consumo humano de hortaliças regadas com água contaminada por esquistossomo. 2. (UNIFOR) Um biólogo recebe, para identificar, um animal vermiforme desconhecido. Após estudar os aspectos anatômicos e

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histológicos, o pesquisador verifica que o exemplar possui certas características: hermafrodita, medindo cerca de 5 metros de comprimento. Possui escólex globoso, tendo 4 ventosas e um rostro com dentes quitinosos. O colo é curto e o estróbilo apresenta aproximadamente 1000 anéis, possuindo proglotes jovens (largas), maduras (quadrangulares) e grávidas (longas com ramificações uterinas e terminações arborescentes). Marque a opção que apresenta o parasita identificado pelo biólogo e a doença ocasionada por ele, respectivamente: A) Taenia solium e cisticercose. B) Necator americanus e esquistossomose. C) Taenia sp. e colitite teniana. D) Ancylostoma duodenale e amarelão. E) Taenia saginata e teníase. 3. (UNIFOR) A série de figuras abaixo mostra um dos processos reprodutivos da planária.

O processo representado é o de A) fecundação cruzada. C) estrobilização. E) brotamento.

B) fissão transversal. D) partenogênese.

4. (UNICHRISTUS) As figuras ao lado estão relacionadas a uma parasitose causada por um animal platelminto.

B) os sintomas mais frequentes da fase aguda da doença são náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor de cabeça, sudorese, astenia, anorexia e emagrecimento. Também são comuns as manifestações de tosse e disenteria acompanhadas de incômodo, distensão ou dores no abdome, de hipersensibilidade, como a urticária. C) o hospedeiro definitivo da doença é um molusco da água doce, conhecido popularmente por caramujo ou caracol. Os caramujos criam-se e vivem na água de córregos, riachos, valas, alagados, brejos, açudes, represas e outros locais onde haja pouca correnteza. D) a profilaxia da doença inclui o combate às águas paradas e a formação de bons hábitos de higiene, evitando que as fezes humanas atinjam o meio aquático e libertem as cercárias, larvas que, atacando o caramujo transmissor, geram nele os miracídios. E) são medidas profiláticas da doença: impedir (ou reduzir as chances de) que bovinos e suínos se alimentem de ovos do parasita causador da doença; tratar as pessoas acometidas pela doença; intensificar a fiscalização sanitária em matadouros e frigoríficos, não comer carne crua, tampouco, mal cozida. 5. (UNICHRISTUS) Dr. House e sua equipe reconheceram e trataram um paciente portador de cisticercose. Em relação a essa infestação, todas as alternativas estão corretas, exceto: A) O paciente se comporta como hospedeiro intermediário. B) O paciente provavelmente se contaminou pela ingestão de água ou vegetais contendo ovos embrionados de tênia. C) No intestino do paciente eclode a oncosfera, que migra pelos vasos sanguíneos e se aloja como cisticerco, preferencialmente na musculatura e no cérebro. D) Um portador de cisticercose provavelmente ingeriu carne de porco mal cozida. E) Construção de fossas sépticas ou rede de esgotos, filtrar a água, lavar bem as mãos e os alimentos, são medidas profiláticas de cisticercose. 6. (UECE) A denominação células-flama provém da aparência destes tipos de células, as quais apresentam tufos de cílios que se assemelham à chama de uma vela. Estão presentes nos platelmintos, funcionando no processo de A) excreção. B) digestão. C) respiração. D) circulação.

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Em relação a essa parasitose, podemos afirmar que A) é conhecida como ancilostomose, também denominada barriga d'água, ou mal do caramujo é uma importante doença no Brasil, devido ao número de vítimas.

7. (UECE) A Taenia solium é um organismo bastante conhecido quando se cuida da saúde humana. Evolutivamente, podemos afirmar, corretamente, que este organismo pratica uma forma de nutrição A) ingestora como a de outros animais. B) absorvedora consequente da sua atividade de parasita. C) absorvedora consequente de sua atividade de fungo. D) ingestora como a de outros protozoários.

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Curso de Biologia 8. (UECE) A cisticercose humana é uma verminose que pode levar a quadros patológicos. É correto afirmar com relação a esta alteração: A) É causada por formas larvárias de Taenia saginata. B) Evitar o consumo de carne de porco crua ou mal cozida é uma das principais medidas profiláticas. C) É adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da Taenia solium. D) A invasão do corpo pelo verme se dá através da penetração das larvas na pele. 9. (FACID) A esquistossomose é uma doença conhecida desde a antiguidade. O exame de múmias do antigo Egito revelou lesões produzidas pela doença. Em 1852, Bilharz descobriu o verme causador da doença, o Schistosoma. No Brasil, a transmissão da doença teve início com a chegada dos escravos africanos que se localizaram em áreas onde existia caramujo planorbídeos. A descoberta dos primeiros casos aconteceu em 1951.

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teníases e nos casos mais graves pode haver o desenvolvimento de severa anemia. O agente etiológico da verminose citada no texto é: A) Diphyllobothrium latum. B) Echinococcus granulosus. C) Trichuris trichiura. D) Trichinela sp. E) Dugesia tigrina. 11. (FACID) Reprodução é a capacidade que uma espécie apresenta de produzir novos indivíduos da mesma espécie. Os mecanismos reprodutores são muito diversificados. Em um deles, por exemplo, ocorre a fragmentação de um indivíduo em duas ou mais partes, que crescem, refazendo animais completos. Esse tipo de reprodução pode ocorrer com as solitárias, retratadas na figura a seguir, e pode ser classificada como

Pirajá da Silva

Fonte: Coleção Objetivo. Livro 3. Pag. 157. Ed.2012

A) estrobilização. D) gemulação.

Acessado em 11/05/2013 as 17h:20; Disponível em www.papodeestudante.com.

A respeito do helminto causador da doença e dos hospedeiros relacionados ao ciclo parasitológico acima, há uma informação incoerente na alternativa: A) O agente etiológico é um Trematódeo dotado de sistema digestivo incompleto. B) O hospedeiro definitivo da moléstia pertence à classe Mammalia, subclasse Eutheria. C) A pedogênese, mecanismo assexuado, se passa no hospedeiro vertebrado. D) O hospedeiro intermediário da verminose apresenta respiração do tipo pulmonar. E) Trata-se de um parasita digenético no qual há dimorfismo sexual. 10. (FACID) O ciclo de vida da tênia do peixe é similar ao das outras solitárias, e as formas larvais são encontradas em crustáceos e peixes. A infestação ocorre pela ingestão de peixe e frutos do mar contaminados e crus. Os sintomas manifestados pelas pessoas contaminadas são semelhantes aos das outras

B) regeneração. E) gemiparidade.

C) brotamento.

12. (FCM-JP) MSV, 36 anos de idade, solteiro, do sexo masculino, pardo, procedente e natural da zona urbana de Patos, PB, procurou o serviço médico de um hospital público com queixas de cefaleia difusa, de forte intensidade, em "agulhadas", progressiva, seguida de repuxamento na cabeça (não sabia referir qual lado) e perda da consciência, situações em que os vizinhos o viam se "debater", com frequência de uma a duas vezes por semana. Referia que, após as crises, a cefaleia persistia com confusão mental, esquecimento e sonolência. A hipótese diagnóstica de neurocisticercose foi confirmada pela tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio. O paciente tinha cisticercos em vários estágios de evolução, com múltiplas lesões parenquimatosas. Com relação a essa parasitose e seu agente etiológico, coloque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas, e em seguida marque a alternativa correta. I. A cisticercose é decorrente da infestação do homem pela larva Cysticercus cellulosae, do parasita Taenia solium. II. A cisticercose é decorrente da infestação do homem pelo ovo do parasita Taenia solium. III. Existem duas espécies de Tênias: T. solium e T. saginata, que se diferenciam pela estrutura do escólex; na T. solium este apresenta ventosas e ganchos e na T. saginata apenas ventosas. IV. A cisticercose é contraída através da ingestão de carne de boi ou do porco mal cozida que contém as larvas, essas larvas perfuram o intestino, caem na circulação sanguínea, alojando-se no cérebro.

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V. A teníase é adquirida através da ingestão de carne de boi ou do porco mal cozida que contém as larvas. A) FVVFV. B) VFFVV. C) FFFVF. D) VVFVV. E) VFVFV. 13. (FCM-JP) Dona Filomena da Silva, de 35 anos, procura o atendimento médico na Unidade da Saúde da Família e relata que apresenta problemas neurológicos e convulsões. Após a investigação clínica, o médico requisitou uma série de exames para Dona Filomena, que confirmaram a cisticercose cerebral. Os problemas neurológicos e convulsões relacionam-se diretamente com: A) Acúmulo de filaria nos vasos linfáticos, impedindo a reabsorção da linfa. B) Ingestão de ovos de Tênia, e migração destes para o cérebro produzindo a cisticercose. C) As oncosferas libertam-se dos ovos e podem atingir o cérebro, transformando-se em cisticercos. D) Pela reação do sistema imunológico à presença dos ovos no cérebro. E) A infestação da Tênia solium no sistema nervoso central. 14. (FCM-CG) Analise criticamente a história em quadrinhos.

C) Não, uma vez que a parasitose em questão prescinde de vetores mecânicos. D) Não, porque o invertebrado “famoso” é um gastrópode e, sendo assim, não haveria como ocorrer a penetração das cercárias, larvas livre-natantes, através do seu manto. E) Sim, pois para o ciclo do esquistossomo se completar, há a necessidade de que o molusco ingira fezes de mamíferos contendo ovos com miracídios, os quais originarão um saco de células germinativas, que recebe o nome de esporocisto. 15. (UNP) As tênias, que têm o Homem como hospedeiro definitivo, utilizam também o porco ou o boi como hospedeiros intermediários. A Taenia solium pode provocar cisticercose no homem, mas a Taenia saginata, não. A hipótese que explica essa diferença é A) Os vermes adultos da T. saginata não sobrevivem aos sucos gástricos humanos. B) O funcionamento e as enzimas do aparelho digestivo humano assemelham-se mais com as do porco do que com as do boi, que é um animal estritamente herbívoro. C) Os cisticercos da T. saginata não conseguem se alojar na carne bovina; portanto, são incapazes de chegar ao intestino humano. D) As larvas da T. saginata não conseguem penetrar na pele humana; portanto, mesmo que a pessoa pise descalça em esterco bovino, ela não será contaminada. 16. (UPE)

Considerando que a obra tenha como foco somente a espécie Schistosoma mansoni, pergunta-se: “É possível a situação acima?” A) Não, pois parte do ciclo da esquistossomose se completa em planorbídeos do gênero Biomphalaria, os quais são encontrados exclusivamente em ambientes dulcícolas. B) Sim, pois as formas infectantes ao hospedeiro definitivo são produzidas no interior do corpo de moluscos e liberadas em ambientes edáficos.

“Se nadou e depois coçou, é porque pegou.” Este ditado popular faz uma alusão à contaminação por cercárias comuns nas chamadas lagoas de coceiras, que servem de abrigo aos caramujos, hospedeiros intermediários dos vermes causadores da Esquistossomose, doença muito comum no Brasil. Sobre isso, analise as afirmativas abaixo. I. A postura dos ovos ocorre nos capilares do intestino do hospedeiro. Eles são dotados de pequeno espinho, que perfura os vasos capilares e permite sua passagem para cavidade intestinal, de onde são eliminados junto com as fezes. II. Na água, os ovos eclodem e libertam os miracídios, larvas ciliadas, que ao encontrarem o caramujo da família dos Planorbídeos, que lhes serve de hospedeiro intermediário, nele penetram, perdem os cílios e transformam-se no esporocisto primário. III. O esporocisto primário gera o esporocisto secundário e este, as cercárias, que atravessam os tecidos do caramujo, saindo para a água. Se uma pessoa entrar em contato com a água, as cercárias podem penetrar pela sua pele, por ação de enzimas, que elas produzem, gerando uma coceira característica. IV. Ao penetrarem no corpo humano, as cercárias perdem a cauda, são esquistossômulos, que passam para os vasos sanguíneos ou linfáticos, migrando para o fígado. O ciclo se completa com a migração dos vermes adultos para os vasos mesentéricos do hospedeiro, iniciando a postura de ovos. V. Na fase aguda da doença, os sintomas são coceiras, dermatites, febre, vômito e emagrecimento, sendo a fase crônica, assintomática. A doença pode evoluir para quadros mais graves com o aumento do baço e do fígado. As medidas profiláticas mais

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Curso de Biologia eficazes no combate à doença são: uso de calçados, construção de instalações sanitárias e ingestão de carnes cozidas, para evitar a ingestão de ovos do parasita. Sobre o ciclo de vida do parasita causador da doença e das mediadas profiláticas mais importantes no combate a doença, assinale a alternativa correta. A) Apenas II, IV e V. B) Apenas I, III e V. C) Apenas I, II, III e IV. D) Apenas I e V. E) Apenas a III. 17. (FUVEST) Uma criança foi internada em um hospital com convulsões e problemas neurológicos. Após vários exames, foi diagnosticada cisticercose cerebral. A mãe da criança iniciou, então, um processo contra o açougue do qual comprava carne todos os dias, alegando que este lhe forneceu carne contaminada com o verme causador da cisticercose. A acusação contra o açougue A) não tem fundamento, pois a cisticercose é transmitida pela ingestão de ovos de tênia eliminados nas fezes dos hospedeiros. B) não tem fundamento, pois a cisticercose não é transmitida pelo consumo de carne, mas, sim, pela picada de mosquitos vetores. C) não tem fundamento, pois a cisticercose é contraída quando a criança nada em lagoas onde vivem caramujos hospedeiros do verme. D) tem fundamento, pois a cisticercose é transmitida pelo consumo de carne contaminada por larvas encistadas, os cisticercos. E) tem fundamento, pois a cisticercose é transmitida pelo consumo dos ovos da tênia, os cisticercos, que ficam alojados na carne do animal hospedeiro. 18. (UFV) Recentemente foram divulgados resultados sobre estudos de uma vacina contra o Schistosoma mansoni. Apesar de estar no início, a pesquisa aponta para proteínas do parasito capazes de estimular a resposta imune no nosso organismo. Dos estágios de desenvolvimento desse parasito, assinale aquele que tem o menor impacto na obtenção dessa vacina: A) Esquistossomo adulto. B) Esquistossomo jovem. C) Miracídio. D) Cercária. 19. (UFJF) A esquistossomose intestinal é uma doença parasitária causada pelo Schistosoma mansoni (Platyhelminthes, Trematoda, Digenea), também conhecida como “xistose” ou “barriga-d’água”. O Brasil é um foco endêmico da esquistossomose, com mais de seis milhões de pessoas infectadas. O ciclo do Schistosoma mansoni envolve dois hospedeiros; o homem é o hospedeiro definitivo e os caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria são os hospedeiros intermediários. As formas de controle da doença envolvem o tratamento das pessoas doentes, a implantação de medidas de saneamento básico e a eliminação dos moluscos hospedeiros intermediários. Sobre as formas de controle da doença mencionadas acima, leia as seguintes afirmativas:

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I. O tratamento das pessoas doentes por meio do uso de medicação anti-helmíntica visa à eliminação das formas adultas do parasito, as quais só estão presentes no hospedeiro definitivo. II. O tratamento das pessoas doentes por meio do uso de medicação anti-helmíntica visa à eliminação das formas larvais do parasito, que só estão presentes no hospedeiro definitivo. III. A implantação de medidas de saneamento básico impede que os ovos do parasito, eliminados com as fezes do hospedeiro definitivo, cheguem aos corpos de água (rios, açudes, córregos) e liberem os miracídios, que são larvas infectantes para os hospedeiros intermediários. IV. A eliminação dos moluscos visa à interrupção do ciclo do parasito, uma vez que as cercárias, que são as formas infectantes para os humanos, só se desenvolvem nos moluscos hospedeiros intermediários. V. A eliminação dos moluscos visa à interrupção do ciclo do parasito, uma vez que os ovos do Schistosoma mansoni, que são as formas infectantes para os humanos, são eliminados com as fezes dos moluscos. Estão corretas: A) as afirmativas I, II e III. B) as afirmativas II, III e IV. C) as afirmativas I, III e IV. D) as afirmativas I, IV e V. E) as afirmativas II, IV e V. 20. (UFPR) A esquistossomose é uma doença parasitária considerada grave, por ser a que mais causa morte em humanos dentre as causadas por organismos multicelulares. Uma forma de se combater essa doença é o controle biológico pelo uso de peixes como o tambaqui. De que maneira esse peixe ajuda a combater a doença em humanos? A) O peixe serve como o hospedeiro definitivo do verme da esquistossomose, do gênero Schistosoma, no lugar do homem. B) O tambaqui se alimenta da cercária, forma do parasita que infecta ativamente o humano. C) O miracídio, forma que infecta o caramujo (hospedeiro intermediário), passa a infectar o peixe e nele não consegue completar seu ciclo vital. D) O caramujo (hospedeiro intermediário) é comido pelo peixe, e o parasita não tem como completar seu ciclo de vida. E) O peixe e o caramujo (hospedeiro intermediário) competem pelos mesmos recursos naturais e o primeiro elimina o segundo por competição. 21. (UEL) O grupo dos platelmintos é caracterizado pelo aparecimento, pela primeira vez na escala zoológica, da simetria bilateral. Com base nesse fato, assinale a alternativa que apresenta as características que, durante a evolução destes animais, surgiram associadas ao aparecimento da simetria bilateral. A) Aparecimento do ânus e de células-flama. B) Aparecimento da boca e maior dimensão do corpo. C) Aparecimento da cefalização e movimentação direcional do corpo. D) Aparecimento da mesoderme e da cavidade gastrovascular.

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E) Aparecimento de digestão intracelular e melhor captura de presas. 22. (UESPI) As fêmeas do Schistosoma mansoni fazem a postura dos ovos em vasos sanguíneos próximos à luz intestinal. Com as fezes da pessoa parasitada, os ovos atingem o meio ambiente. No ciclo biológico desse parasita, resumidamente ilustrado no esquema, em 1, 2 e 3 representam, respectivamente:

A) miracídio, cercária e esporocisto. B) miracídio, esporocisto e cercária. C) cercária, miracídio e esporocisto. D) esporocisto, cercária e miracídio. E) esporocisto, miracídio e cercária. 23. (UFPB) CIDASC ALERTA PARA A CISTICERCOSE A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Curitibanos, SC, está alertando consumidores e produtores quanto ao aumento do número de bovinos infectados por cisticercose. De acordo com a veterinária Vanessa de Medeiros Bonatelli, a Cidasc preocupa-se com a saúde de quem trabalha com esses animais e dos consumidores, além da valorização da carne que sai do município e vai para comercialização no Estado. “Quando o abatedouro é legalizado, é possível detectar a doença, mas nossa maior preocupação é quanto aos não regularizados, onde qualquer tipo de carne é comercializada”, informou a veterinária. Ao detectar a cisticercose no animal, geralmente, a carne toda é condenada ou, em alguns casos, segue para fins industriais, mas nunca será vendida ao consumidor. Quando detectada a doença, a equipe da Cidasc vai até a propriedade e orienta o produtor sobre o tratamento dos demais bovinos e das pessoas suspeitas de serem portadoras da doença. Também é orientado o produtor sobre a importância de manter em dia as fossas das residências, evitando vazamento e contato com mananciais de água, não criar animais soltos e não abater animais para consumo na propriedade.

Disponível em: http://www.adjorisc.com.br/jornais/asemana/curitibanos/cidasc-alerta-para-acisticercose-1.952085. Acesso em: 05 out. 2012. Texto adaptado.

Considerando o organismo causador da doença descrita no texto e os aspectos morfológicos e fisiológicos da Classe Cestoda, é correto afirmar: A) Uma característica desse grupo é a ausência de tubo digestório. B) Essa espécie apresenta rostro com ganchos na região do escólex. C) O corpo dos indivíduos dessa espécie é formado por proglótides que podem apresentar estruturas reprodutivas femininas ou

masculinas, dependendo da posição em que a proglótide se encontra no corpo. D) A obtenção de nutrientes ocorre por pinocitose, principalmente nas proglótides. E) O sistema circulatório dos indivíduos dessa espécie é altamente especializado para poder percorrer toda extensão do seu corpo, que pode chegar a 10m. 24. (UFF) Os platelmintos pertencem ao primeiro grupo de animais a possuir um sistema excretor. Este é bastante primitivo, formado por células-flama. A principal função destas células é A) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do sangue e lançá-los para o intestino. B) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do sistema circulatório e lançá-los para o exterior. C) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do tecido epitelial e lançá-los para o intestino. D) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do ectoderma e lançá-los para os túbulos de Malpighi. E) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do mesoderma e lançá-los para o exterior. Questões discursivas 25. (UNICHRISTUS) Desde a década de 70, a médica Miriam Tendler, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, dedica-se à criação de uma vacina para a esquistossomose, infestação parasitária com 200 milhões de vítimas no mundo, das quais 10 milhões são brasileiras. Os testes em humanos começarão em 2009. Se tudo der certo, será uma conquista magnífica para a ciência nacional.

Revista Veja, junho de 2008.

Com relação a essa parasitose e ao ciclo vital do Schistosoma mansoni, responda: A) a qual classe do filo Platyhelminthes pertence esse agente? B) quais as respectivas formas larvárias que infestam o caramujo e o homem? C) através de qual processo reprodutivo é amplificada a população larvária desse parasita no corpo do caramujo? D) onde se instalam as formas adultas do parasita no organismo do hospedeiro definitivo? E) denomine o sistema de vasos no qual as formas adultas do parasita se deslocam, em contra-fluxo sanguíneo, até às vênulas intestinais, onde liberam os seus ovos que passam, em seguida, à cavidade entérica do hospedeiro. F) cite duas medidas profiláticas (preventivas) cujo objetivo é o de interromper o ciclo vital do parasita. 26. (UNICAMP) Notícias recentes informam que, no Brasil, há mais de quatro milhões de pessoas contaminadas pela esquistossomose. A doença, que no século passado era comum apenas nas zonas rurais do país, já atinge mais de 80% das áreas urbanas, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde uma das doenças mais negligenciadas no mundo. A esquistossomose é causada pelo Schistosoma mansoni.

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29. (UERJ) Isaltina! Olha o tamanho da lombriga Que o menino botou (...) Taenia pena Mas não mate o porco, Isaltina Pois a bicha era como um fio Era fina Inda bem que com jeitinho Dentro ela não se quebrou.

Isaltina. Falcão et alii, BMG Brasil, 1994

A) O ciclo do Schistosoma mansoni, acima esquematizado, está dividido em três fases. Em qual das três fases ocorre a infestação do homem? Explique como ocorre a infestação. B) O Schistosoma mansoni pertence ao Filo Platyhelminthes, assim como outros parasitas, como Taenia saginata, Taenia solium e Fasciola hepatica. Esses parasitas apresentam características relacionadas com o endoparasitismo. Indique duas dessas características e dê a sua função.

A letra da música faz referência ao gênero e ao animal hospedeiro de um parasita ainda comum no Brasil. Aponte o nome da espécie desse parasita e explique o motivo da observação feita nos dois últimos versos: Inda bem que com jeitinho / Dentro ela não se quebrou. 30. (UFV) Em uma feira científica de doenças parasitárias estavam, em exposição, os materiais biológicos indicados por I, II, III e IV, de uma mesma espécie. Sabe-se que este parasita pode causar duas doenças diferentes no homem.

27. (UNICAMP) No Brasil, duas espécies de tênias humanas são bastante comuns: a Taenia solium, conhecida como tênia do porco, e a Taenia saginata, conhecida como tênia do boi. A crença popular diz que a tênia do porco é mais perigosa para humanos do que a tênia do boi. Você concorda? Por quê? 28. (UFSCAR) O gráfico refere-se à prevalência do Schistosoma mansoni em três regiões distintas, I, II e III, do Brasil.

Observe o esquema e resolva os itens. A) Cite o nome da parasitose que acomete o homem quando é portador do verme indicado em II. B) Embora o ovo do parasita não esteja representado, qual é doença grave que pode ser causada no homem pela sua ingestão? C) Qual das indicações corresponde ao escólex desse parasita?

No período de 1890 a 1900 ocorreu um intenso fluxo migratório humano da região I para as regiões II e III. Responda. A) A que filo pertence o Schistosoma mansoni e que doença o mesmo causa ao homem? B) Como você explica a diferença de prevalência de Schistosoma mansoni entre as regiões II e III, no ano de 2000, sabendo que na região II predominam lagos e lagoas e na região III predominam rios?

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AULA 19 – Filo Nematoda

solúveis e oxigênio para os tecidos, bem como funciona como um esqueleto hidrostático.

O filo Nematelminthes ou Nematoda (nema = fio, filamento, helminthes = verme) corresponde a vermes de corpo cilíndrico. Esses animais são pseudocelomados, tendo uma cavidade corporal entre sua mesoderme e endoderme, o pseudoceloma, que lhes dá o aspecto de um corpo formado por dois tubos, um por dentro do outro. O tubo externo é a parede do corpo, e o tubo interno é o tubo digestivo; entre eles, o pseudoceloma. O termo asquelmintos era utilizado por alguns autores como o nome do filo (filo Aschelminthes), sendo que nematelmintos era uma classe (classe Nematoda). Hoje, asquelmintos se refere a um grupo de 8 filos de animais pseudocelomados, que inclui vários filos, sendo o principal deles o filo Nematoda.

Por que nematelmintos são cilíndricos?

Diversidade e hábitats Este é um dos maiores filos, estimando-se que haja mais de 12 mil espécies de nematelmintos. (No total, são cerca de 90 mil espécies de asquelmintos.) Eles, assim como os platelmintos, podem ser animais de vida livre (não-parasitas), sendo encontrados em ambientes aquáticos marinhos ou dulcícolas ou terrestres úmidos. Punhados de terra ou de sedimentos do fundo de águas paradas podem conter milhares ou milhões deles, de diferentes tamanhos e espécies. Sua alimentação constitui-se de resíduos orgânicos e microorganismos. Muitas espécies são parasitas de plantas e praticamente não há animal que eles não parasitem. Há também espécies parasitas de vertebrados, inclusive do homem. É o caso de lombriga, amarelão e filária, dentre outros.

Surgimento do tubo digestivo completo A grande novidade deste grupo é a existência de um tubo digestivo completo, com duas aberturas, boca e ânus, uma em cada extremidade do corpo. A boca serve exclusivamente para a tomada de alimento; o ânus é usado para a saída dos nutrientes não-digeridos (resíduos). Dessa forma, o trânsito do alimento é de “mão única”, o que representa uma grande vantagem sobre o aparelho digestivo de cnidários e platelmintos, em que o material recém-ingerido se mistura com resíduos e com alimento em processo de digestão. Um sistema de “mão única” permite, a partir deste filo, uma diferenciação cada vez maior do epitélio intestinal em regiões especializadas e, mais tarde, em órgãos. A parte inicial do tubo digestivo se especializa em tomar alimento. A parte seguinte produz enzimas digestivas. A região subsequente absorve o alimento, e a última elimina os resíduos. Em todos os demais filos, daqui por diante, o trânsito alimentar mantém o sistema de “mão única”.

Presença do pseudoceloma Os asquelmintos são filamentares, dotados de uma cavidade delimitada externamente por mesoderme e internamente por endoderme; portanto, a cavidade do corpo não é um verdadeiro celoma, mas um pseudoceloma. Essa cavidade é preenchida por fluidos que auxiliam na distribuição de alimentos

O líquido pseudocelomático exerce pressão sobre as paredes do corpo, atuando como um elemento de sustentação, já mencionado como um esqueleto hidrostático. É ele quem mantém a forma cilíndrica do corpo de nematódeos.

Importância

Muitas espécies de nematelmintos vivem no solo atuando como importantes decompositores, essenciais à manutenção dos ciclos biogeoquímicos. Várias outras espécies têm hábitos parasitários, sendo muitos deles parasitas de humanos, como Ascaris lumbricoides (ou lombriga), Necator americanus e Ancylostoma duodenale (ou amarelão), Ancylostoma braziliensis (ou larvas migrans), Strongyloides stercoralis, Enterobius vermicularis (ou oxiúro), Trichuris trichiura, Trichinella spiralis, Wuchereria bancrofti (ou filária), Onchocerca volvulus e Dracunculus medinensis (ou filária de Medina).

Características gerais Nematelmintos são: - bilatérias; - dotados de cefalização; - enterozoários, sendo os 1os animais com tubo digestivo completo, com ânus e boca distintos; - protostômios, com o blastóporo originando a boca; - eumetazoários (com organização tecidual, com órgãos e sistemas); - animais triblásticos; - pseudocelomados; - aquáticos ou terrestres; Em termos de fisiologia, nematelmintos possuem: - respiração cutânea direta; - ausência de sistema circulatório; - sistema excretor formado por protonefrídias com células denominadas renetes; - tubo digestivo completo e digestão parcialmente extracelular e parcialmente intracelular; - sistema nervoso ganglionar com quatro cordões nervosos; - reprodução com fecundação interna, normalmente dioicos, e de desenvolvimento direto.

Organização tecidual

O corpo de nematódeos, assim como o de platelmintos, é formado por três camadas teciduais na idade adulta, cada uma delas derivada de um dos folhetos germinativos. A camada mais externa é a epiderme (derivada da ectoderme), que pode ser um sincício, pois há muitos núcleos imersos em uma massa protoplasmática comum, sem membranas celulares para separá-las. A epiderme é recoberta por uma cutícula protetora formada principalmente por uma proteína semelhante ao colágeno. Esta camada protege o verme da ação

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Curso de Biologia de enzimas digestivas e substâncias de defesa do hospedeiro, no caso das espécies parasitas. Essa epiderme apresenta quatro projeções em direção ao pseudoceloma: uma formando uma linha dorsal, duas formando linhas laterais e uma formando uma linha ventral. No interior dessas linhas, são encontrados os quatro cordões nervosos de nematódeos. A camada localizada abaixo da epiderme é o mesênquima (derivado da mesoderme), sendo responsável pela formação das células musculares do animal. As células musculares se organizam num único nível de musculatura, a musculatura longitudinal. Pela presença somente da camada muscular longitudinal, os nematelmintos só podem realizar movimentos de flexão, o que os faz se movimentarem de modo sinuoso (“em S”), como ocorre em cobras. O líquido pseudocelomático atua como base para sustentação dos movimentos. Abaixo da mesoderme ocorre o pseudoceloma, preenchido pelo líquido pseudocelomático. A camada mais profunda é o epitélio de revestimento do tubo digestivo (derivado da endoderme).

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- Não há sistema circulatório. - A excreção é feita por protonefrídias, formadas por células alongadas denominadas renetes. Existem vários tipos de renetes. O mais comum corresponde a uma gigantesca célula, a maior do corpo, em forma de “H”, formando tubos que se estendem da cabeça até a cauda. Esse renete se abre num nefridióporo único, localizado próximo à boca.

Renetes.

Nematelminto em corte transversal.

- A nutrição é realizada por um tubo digestivo completo, com orifícios distintos para boca e ânus, sendo a digestão parcialmente extracelular e parcialmente intracelular. Na boca, pode haver lábios ou papilas e dentes ou estiletes (formados por proteínas). Após a boca, há uma faringe musculosa e sugadora, que leva a um intestino que termina em um ânus. - O sistema nervoso é ganglionar com quatro cordões nervosos. Esses quatro cordões nervosos são assim organizados: o dorsal é motor, os dois laterais são sensitivos e o ventral é misto (motor e sensorial). Como mencionado, os neurônios não possuem axônios, mas os músculos emitem prolongamentos em direção a eles para deles receber os comandos adequados.

Reprodução

Fisiologia Os animais deste filo mostram o máximo de eficiência funcional, obtida com uma organização estrutural extremamente simples. Isso significa que praticamente não apresentam especializações; têm, contudo, várias peculiaridades que os tornam diferentes de todos os demais grandes grupos zoológicos. Eles não apresentam cílios nem flagelos em nenhum tecido, e seus espermatozoides têm movimentos ameboides, isto é, deslocam-se por pseudópodes. Além disso, são os únicos animais em que os neurônios não emitem axônios em direção aos músculos, e sim as células musculares emitem prolongamentos em direção aos neurônios para deles receber os estímulos. - A respiração é cutânea direta, uma vez que o O2 atravessa a pele e é então transportado por difusão célula a célula.

Na reprodução sexuada, os nematódeos são dioicos com dimorfismo sexual. Os machos são menores que as fêmeas e dotados de espículas peniais ou copulatórias, ganchos com os quais prendem o corpo das fêmeas durante a cópula. As fêmeas de nematelmintos apresentam um par de ovários, cada qual ligado a um oviduto. Cada oviduto desemboca num útero, e os dois úteros se ligam a uma vagina, que por sua vez se comunica com o exterior através de um poro genital feminino localizado na face ventral do terço anterior do corpo. Os machos de nematelmintos possuem um único testículo, ligado a um canal deferente que conduz os espermatozoides até uma vesícula seminal. Esta produz líquidos para facilitar o transporte de gametas, bem como armazena os

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mesmos até o momento da cópula. A vesícula seminal leva a um canal ejaculatório, que por sua vez conduz a uma cloaca. A cloaca é ao mesmo tempo abertura do sistema reprodutor masculino e do sistema digestório, sendo portanto poro genital masculino e ânus simultaneamente. Nos nematelmintos, a cópula ocorre pela união dos parceiros pelas espículas copulatórias, o que posiciona o poro genital feminino junto à cloaca masculina. Os espermatozoides, sem cílios nem flagelos, se deslocam por movimentos ameboides para fecundar os óvulos no corpo da fêmea. A fecundação é interna, portanto. Os ovos são armazenados no útero e saem do corpo pelo poro genital feminino. O desenvolvimento é direto. Costuma-se falar em larvas para nematelmintos, mas este termo não é apropriado, uma vez que essas “larvas” são essencialmente iguais aos adultos, apenas sendo menores e sem aparelho reprodutor maduro. As “larvas” crescem e vão sofrendo mudas de cutícula: a cutícula é perdida e uma nova é desenvolvida. As larvas chegam a passar por quatro mudas, sendo denominadas L1, L2, L3 e L4 à medida que as mudas ocorrem. Em algumas espécies, sai do ovo a L1, mas em outras já sai a L2, pois a primeira muda se deu dentro do próprio ovo. Em algumas espécies, larvas são denominadas rabditoides quando não são infestantes, e de filarioides quando são capazes de infestar seus hospedeiros. Os adultos ainda crescem, mas não sofrem mais mudas.

Doenças causadas por nematelmintos Ascaridíase O verme nematelminto Ascaris lumbricoides, a lombriga, parasita o sistema digestivo humano ou de outros animais, como o porco, causando uma doença denominada ascaridíase ou ascaridiose. O verme adulto chega a medir 50 cm. Ciclo de vida da lombriga Todo o ciclo de vida da lombriga completa-se em um único hospedeiro, não havendo passagem por hospedeiros intermediários. Os vermes adultos vivem no intestino, sendo organismos dioicos. O macho fecunda a fêmea, que começa a produzir ovos envolvidos por uma casca rígida, sendo que a fêmea elimina por seu poro genital cerca de 200 mil ovos por dia. Esses ovos saem do hospedeiro juntamente com as fezes. Os ovos podem contaminar água, e conseqüentemente alimentos cultivados com essa água. A ingestão da água ou alimentos contaminados permitem a entrada do verme no hospedeiro, homem ou porco. No tubo digestivo, a rígida casca do ovo é digerida, e dele sai uma larva filamentar de cerca de 0,2 mm de comprimento. Esta larva é incapaz de se estabelecer no intestino nessa fase de vida, ela deve antes sofrer um processo de amadurecimento que ocorre ao longo de vários órgãos do corpo do hospedeiro. Assim, ela atravessa a parede do tubo digestivo e cai na corrente sanguínea, passando pelo fígado e coração até chegar aos pulmões. Nos pulmões, elas perfuram os alvéolos pulmonares e atingem os bronquíolos, causando intensa irritação e acessos de tosse. Essa tosse empurra as larvas para a região da faringe, onde as mesmas são deglutidas e voltam ao tubo digestivo, até que finalmente se instalam definitivamente no intestino, reiniciando o ciclo.

Dimorfismo sexual em lombrigas.

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Sintomas A tosse é comum no estágio de desenvolvimento da larva. Como todas as verminoses intestinais, pode haver náuseas, diarreias, mal-estar e cólicas abdominais, sendo uma doença de pouca gravidade. A criança com ascaridíase normalmente apresenta barriga dilatada e manchas esbranquiçadas no rosto, típicas da verminose. Entretanto, algumas situações especiais podem causar lesões graves: - O excesso de larvas pode provocar extensa destruição dos alvéolos pulmonares e insuficiência respiratória; - Alguns indivíduos podem apresentar reações alérgicas às lombrigas; - Uma quantidade exagerada de lombrigas adultas pode provocar a formação de um “novelo” que obstrui as vias digestivas, podendo levar à morte, devendo ser removido cirurgicamente; - Em raras situações, a lombriga pode invadir veias hepáticas, causando graves lesões.

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de ancilostomose), mas também o Necator americanus (nesse caso a doença pode ser chamada de necatoríase) pode causar a doença. Esses dois vermes são parasitas intestinais, com cerca de 1 a 1,5 mm na forma adulta, e dotados de dentes córneos que funcionam como lâminas cortantes, provocando lesões na parede do intestino e sangramento. Ciclo do A. duodenale e do N. americanus

Prevenção e tratamento Cuidados básicos de higiene como lavar bem a mão e os alimentos e ingerir água fervida ou filtrada, além de condições de saneamento básico que impeçam o contato das fezes contaminadas com fontes de água. O tratamento é feito por medicamentos anti-helmínticos específicos.

Amarelão

O amarelão, também chamado opilação, pode ser causado por dois vermes principalmente: o mais comum é o Ancylostoma duodenale (nesse caso a doença pode ser chamada VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Da mesma maneira que na ascaridíase, não há hospedeiro intermediário no amarelão. Os vermes causadores da doença são dioicos e habitam o intestino, onde copulam. A fêmea produz ovos, que são eliminados junto às fezes do hospedeiro. Se essas fezes atingirem o solo, o ovo libera uma forma larvária imatura, ainda sem poder infectante, denominada rabditoide. Esta passa algum tempo se alimentando de bactérias no solo. Cerca de 1 semana depois, ela assume a forma de uma larva com poder infectante, agora chamada filarioide. A filarioide pode penetrar na pele dos hospedeiros, normalmente através de pés descalços. A larva cai na corrente sanguínea até atingir os pulmões, onde perfuram os alvéolos e passam aos bronquíolos, onde provocam acessos de tosse e chegam à faringe, onde são deglutidos e enviados ao intestino, lá se estabelecendo e reiniciando o ciclo. Observe que o ciclo de Looss também ocorre nesse grupo. Sintomas Devido às lesões na parede intestinal, os vermes provocam hemorragias, caracterizadas pelas fezes sanguinolentas, e uma consequência da perda de sangue é a anemia, que dá o aspecto amarelado da doença. O indivíduo anêmico fica apático (sem vontade) e anoréxico (sem apetite), além de bastante debilitado. Prevenção e tratamento O uso de calçados e o fornecimento de condições de saneamento básico à população combatem eficazmente essa doença, endêmica em todo o Brasil atingindo normalmente trabalhadores agrícolas. O tratamento é feito com medicamentos anti-helmínticos específicos.

Bicho Geográfico ou Larvas Migrans O Ancylostoma braziliensis é um parasita intestinal de cães e gatos, causando ancilostomose em ambos. O ciclo é bem parecido com o descrito anteriormente, sendo que o cão ou gato assume o papel do homem. Os ovos são liberados nas fezes e vão para o solo, onde formam as larvas. Ao penetrar na pele do cão ou gato, eles caem na corrente sanguínea, passam pelos pulmões, perfuram os alvéolos, passam pelas vias aéreas inferiores e faringe e chegam ao intestino. Ocasionalmente, entretanto, a larva penetra na pele do homem. Lá, ela não consegue passar para a corrente sanguínea, se movimentando pela pele e causando intensa sensação de prurido (coceira). A movimentação da larva provoca o aparecimento de “caminhos”, linhas avermelhadas na pele. Esta larva se movimenta mais durante à noite, principal fase onde ocorre a coceira. Quando o portador coça, pode provocar úlceras e inflamação na área. A larva não origina a forma adulta no hospedeiro humano. A profilaxia dessa doença pode ser feita tratando cães e gatos doentes e impedindo que eles circulem por tanques ou quadras de areia ou terra onde crianças e adultos brincam ou praticam esportes.

Estrongiloidíase Esta é uma helmintose causada pelo verme asquelminto Strongyloides stercoralis. Esse parasita também penetra, como larva, pela pele dos pés das pessoas que andam descalças. É muito comum no interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ainda que não esteja ausente nos demais estados brasileiros, mas neles tem menor incidência. O tratamento da estrongiloidíase é um pouco mais difícil porque o verme tem o hábito de encravar-se na mucosa intestinal, ficando, assim, livre da ação dos anti-helmínticos. Todavia, a persistência do tratamento acaba por atingi-lo e exterminá-lo. Neste caso, o doente não elimina com as fezes os ovos do verme, mas sim as larvas, já que os ovos liberam as larvas ainda dentro da mucosa intestinal. Essas larvas evoluem no solo e penetram pela pele das pessoas que não usam calçados. Já no organismo humano, seguem o ciclo de Looss, visto para o Ascaris, o Ancylostoma e o Necator. O verme adulto mede cerca de 1 mm de comprimento. Extraído de Programa de Saúde de José Luís Soares

Enterobiose ou Oxiurose A enterobiose ou oxiurose é causada pelo verme Enterobius vermicularis, antigamente chamado Oxyurus vermicularis. O macho adulto é pouco menor que a fêmea, 5mm contra 12mm. Ambos vivem nas porções finais do intestino grosso. Os vermes se reproduzem no intestino, e, durante a noite, a fêmea migra para o ânus, buscando melhores condições de temperatura e umidade, além da presença do muco, para desovar. Essa migração da fêmea para o ânus promove intenso prurido nesta área, principal característica da doença. Os ovos são eliminados pelas fezes do hospedeiro e, ao contaminar alimentos, podem infestar novos hospedeiros por via oral. Em crianças, é muito comum a autoinfestação, através de mãos e objetos contaminados. Em adultos é uma doença rara. Os vermes causam náuseas, vômitos e dores abdominais, além do intenso prurido anal, especialmente durante à noite. Devido ao prurido, o indivíduo não consegue dormir à noite, ficando cansado e abatido. A prevenção é feita com medidas básicas de higiene, como lavar as mãos após defecar e antes das refeições, cortar as unhas para evitar acúmulo de ovos nessa área etc. A orientação das crianças é o principal mecanismo de combate à doença. Normalmente é uma doença auto-limitada: evitando a reinfecção, ela desaparece naturalmente.

Tricuríase Também chamada de tricocefalose, é causada por vermes da espécie Trichuris trichiura, que medem entre 4 cm e 5 cm e localizam-se no intestino grosso. Em pequeno número, especialmente nas pessoas adultas, passam despercebidos e só são descobertos com exame de fezes. Nas infestações intensas, há perda de peso, desconforto abdominal, diarreia e anemia. A transmissão ocorre pela ingestão de ovos presentes em alimentos contaminados (frutas e hortaliças, por exemplo). É comum a

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para os vasos sanguíneos da pele. Se o Culex picar um indivíduo com microfilárias, poderá disseminar a doença.

Extraído de Biologia Hoje volume 2

Triquinose A triquinose é causada por Trichinella spiralis, cujas formas adultas vivem no intestino delgado de diversos animais, como porcos, ratos, ursos etc.; a espécie humana é hospedeira eventual. As fêmeas sexualmente maduras desse verme, depois de fecundadas pelos machos, perfuram a parede intestinal do hospedeiro e atingem os vasos linfáticos, onda cada uma elimina cerca de 10 mil ovos. Dos ovos desenvolvem-se pequenas larvas, que migram para a corrente sanguínea e atingem os músculos, principalmente os do diafragma, da língua e dos globos oculares, onde formam cistos de cerca de 0,5 mm de diâmetro. Os animais hospedeiros e, eventualmente, pessoas adquirem o verme pela ingestão de carne crua ou malcozida, contendo cistos. A migração de grande quantidade de larvas, geralmente milhares, é o que causa maiores problemas ao hospedeiro. A pessoa sente fraqueza e dores musculares, os linfonodos inflamam, formando inchaços (ínguas), e pode ocorrer febre. Os sintomas da triquinose podem ser confundidos com outras doenças; por exemplo, infestações brandas são às vezes interpretadas como simples problemas intestinais. Casos mais graves podem produzir sintomas parecidos com os da febre tifoide (uma infecção bacteriana). Dependendo da quantidade de larvas, a pessoa pode sofrer sérias lesões musculares e até morrer. A prevenção da triquinose implica medidas rigorosas de inspeção e controle sanitário de matadouros e frigoríficos, para evitar a comercialização de carne de porco contaminada por cistos de Trichinella. Além disso, é aconselhável não comer carne de porco crua ou malcozida. Já foram encontrados mais de 15 mil cistos de triquinela em apenas 100 g de carne de porco. Extraído de Amabis & Martho volume 2

Filariose ou Elefantíase A Wuchereria bancrofti, também chamada filária, causa uma séria doença denominada filariose. Os vermes adultos, que possuem de 4 a 8 cm, vivem nos vasos linfáticos, principalmente de pernas, mas podem afetar outras regiões, como braços, mamas, saco escrotal etc. Ciclo da filária A doença é transmitida por um inseto, o mosquito do gênero Culex, comum em regiões tropicais e de hábitos hematófagos e noturnos. O mosquito infestado, ao picar uma pessoa, pode deixar lá os vermes na forma de microfilárias. As microfilárias migram para os vasos linfáticos através da corrente sanguínea. Nos vasos linfáticos, assumem a forma adulta de filárias. As filárias, dioicas, reproduzem-se nos próprios vasos linfáticos e lá depositam os ovos. Estes liberam larvas quase microscópicas denominadas microfilárias. Durante à noite, momento em que o mosquito Culex ataca, as microfilárias migram

Sintomas Os vasos linfáticos, dentre outras funções, removem o excesso de líquido dos tecidos, principalmente o acumulado nos membros inferiores (nos membros superiores, a própria gravidade ajuda a remover estes excessos). As filárias obstruem os vasos linfáticos, impedindo a drenagem deste excesso de líquido, que acaba se acumulando e promovendo inchaços nos órgãos afetados, depois de algum tempo. O grande volume que estes órgãos podem assumir deram à doença o nome de elefantíase. Além da dificuldade de locomoção, o peso excessivo dos membros pode promover dores, problemas de coluna etc. Prevenção A filariose é endêmica de regiões tropicais, como na região amazônica e no Nordeste brasileiro. O combate à doença é feito através do combate ao mosquito, uso de telas e cortinados nas áreas afetadas e no tratamento dos doentes. Não existe cura definitiva porque os medicamentos conseguem eliminar somente as formas larvárias, e não as adultas, mas isso evita que a transmissão possa ocorrer.

Oncocercose ou Cegueira-Dos-Rios

A oncocercose ou oncocercíase é causada por um tipo de filária denominada Onchocerca volvulus. A transmissão ocorre por mosquitos do gênero Simulium, vulgarmente conhecidos como borrachudos. Os vermes adultos se instalam no tecido celular subcutâneo, onde formam novelos, que dão origem a nódulos fibrosos gerados pela reação do hospedeiro contra o verme. Esses nódulos, denominados oncocercomas, nem sempre são encontrados. Nos nódulos, machos e fêmeas se reproduzem, gerando microfilárias que se instalam na pele. Elas podem então ser transportadas para outros hospedeiros pela ação do borrachudo. O poder de migração das larvas é muito grande, podendo ser encontradas nos tecidos do globo ocular, linfonodos, baço e outros. As alterações mais graves, inclusive, são devido a inflamações no globo ocular relacionadas à presença de larvas, o que leva à cegueira. Como os borrachudos transmissores se instalam em áreas florestais nas proximidades de rios, a doença ganhou o nome de cegueira-dos-rios, sendo endêmica em áreas da África e América do Sul. A prevenção se dá através do controle do agente transmissor.

Dracunculose A dracunculose ou dracontíase é uma verminose extraintestinal produzida pelo nematelminto Dracunculus medinensis, originário da Ásia e da África, de onde foi trazido com o tráfico de escravos. A maior incidência da moléstia tem sido observada no estado da Bahia.

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O dracúnculo, também conhecido como filária de Medina ou filária medinense, é um parasita dignético, isto é, parasita que evolui em dois hospedeiros obrigatoriamente. Nesse caso, o hospedeiro intermediário é um microcrustáceo de água doce – o Cyclops coronatus – , no qual os embriões ou microfilárias passam à fase de larva. O homem adquire a larva bebendo a água na qual existam aqueles diminutos crustáceos de dimensões quase microscópicas. As larvas evoluem para a fase adulta no tecido conjuntivo subcutâneo (abaixo da pele, principalmente das pernas). As fêmeas podem medir mais de 1 metro de comprimento, embora se mostrem filiformes. Os machos medem apenas cerca de 3 cm e morrem muito precocemente após a fecundação das fêmeas. Na época da postura, as fêmeas provocam uma ulceração na pele, por onde são eliminados os ovos contendo os embriões.

Estes, ganhando a água, procuram o microcrustáceo que lhes servirá de hospedeiro intermediário. Em algumas tribos africanas, já se verificou o hábito de o doente esperar a época de reprodução do parasita, quando a fêmea exterioriza a sua extremidade caudal. Nessa ocasião, o indígena usa uma estratégia: amarra a ponta do parasita num graveto e lentamente vai dando giros nesse graveto (dois ou três por dia), até extirpar completamente o verme. O tratamento médico consiste na injeção local de substâncias que provocam a morte do parasita, seguindo-se a sua extração imediata. A profilaxia diz respeito aos cuidados com a água de consumo, que deve ser fervida e filtrada nas regiões onde a doença é endêmica. Extraído de Programa de Saúde de José Luís Soares

RESUMO ESPÉCIE

DOENÇA

SINTOMAS

TRANSMISSÃO

Ascaris lumbricoides (lombriga)

Ascaridíase

Bronquite, pneumonia, convulsões, cólicas, náuseas, vômitos, diarreias, obstrução intestinal

Ingestão de ovos em água ou alimento contaminados com fezes de doentes

Ancylostoma duodenale e Necator americanus

Amarelão ou opilação ou ancilostomose ou necatoríase (“Doença do Jeca Tatu”)

Bronquite, pneumonia, diarreia com sangue, anemia, palidez, apatia, geofagia

Penetração da larva pela pele

Ancylostoma braziliensis

Larvas migrans ou bicho geográfico

Strongyloides stercolaris

Estrongiloidíase

Enterobius vermicularis

Enterobiose ou oxiurose

Prurido anal, distúrbios intestinais

Ingestão de ovos em água ou alimento contaminados com fezes de doentes

Trichuris trichiura

Tricuríase

Diarreia, anemia, perda de peso, desconforto abdominal

Ingestão de ovos em água ou alimento contaminados com fezes de doentes

Trichinella spiralis

Triquinose

Fraqueza e dores musculares, ínguas e febre

Ingestão de carne crua ou mal-cozida contendo cistos

Wuchereria bancrofti (filária)

Filariose ou elefantíase

Obstrução dos vasos linfáticos, com edemas em pernas, seios e escroto

Picada da fêmea do mosquito Culex sp (muriçoca ou pernilongo)

Onchocercus volvulus

Oncocercose ou cegueirados-rios

Nódulos cutâneos e cegueira

Picada do mosquito Simulium sp (borrachudo)

Dracunculus medinensis (filária de Medina)

Dracunculose

Lesões cutâneas e subcutâneas

Ingestão de água contaminada com o microcrustáceo Cyclops

Em cães e gatos, causa amarelão; em humanos, causa prurido intenso e rastros pela pele Bronquite, pneumonia, anemia, distúrbios gastrintestinais

Penetração da larva pela pele Penetração da larva pela pele

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PROFILAXIA Higiene pessoal, tratamento de água, saneamento básico, lavagem de frutas e hortaliças Saneamento básico, uso de calçados Uso de calçados, evitar areia de ambientes frequentados por cães e gatos Saneamento básico, uso de calçados Higiene pessoal, tratamento de água, saneamento básico, lavagem de frutas e hortaliças Higiene pessoal, tratamento de água, saneamento básico, lavagem de frutas e hortaliças Inspeção e controle em matadouros e frigoríficos Eliminação do mosquito, proteção com telas, mosquiteiros e repelentes, tratamento dos doentes Eliminação do mosquito, proteção com telas, mosquiteiros e repelentes Tratamento de água

Curso de Biologia Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) Em uma aula de Biologia, o seguinte texto é apresentado: A LAGOA AZUL ESTÁ DOENTE Os vereadores da pequena cidade de Lagoa Azul estavam discutindo a situação da Saúde no Município. A situação era mais grave com relação a três doenças: Doença de Chagas, Esquistossomose e Ascaridíase (lombriga). Na tentativa de prevenir novos casos, foram apresentadas várias propostas: Proposta 1: Promover uma campanha de vacinação. Proposta 2: Promover uma campanha de educação da população com relação a noções básicas de higiene, incluindo fervura de água. Proposta 3: Construir rede de saneamento básico. Proposta 4: Melhorar as condições de edificação das moradias e estimular o uso de telas nas portas e janelas e mosquiteiros de filó. Proposta 5: Realizar campanha de esclarecimento sobre os perigos de banhos nas lagoas. Proposta 6: Aconselhar o uso controlado de inseticidas. Proposta 7: Drenar e aterrar as lagoas do município. Para o combate da Ascaridíase, a proposta que trará maior benefício social, se implementada pela Prefeitura, será: A) 1. B) 3. C) 4. D) 5. E) 6. 2. (UNIFOR) O mosquito Culex é o vetor de um nematódeo que pode causar, no homem, obstrução da circulação linfática, característica da moléstia A) filariose. B) teníase. C) ascaridíase. D) ancilostomose. E) esquistossomose. 3. (UNICHRISTUS) PESQUISA DESCOBRE QUE BACTÉRIA É RESPONSÁVEL POR TIPO DE CEGUEIRA TROPICAL Não são vermes, mas sim as bactérias que vivem dentro deles que causam cegueira nas vítimas de uma doença tropical que afeta 18 milhões de pessoas, principalmente na África e Arábia, mas também no Brasil. O acúmulo de vermes mortos nos olhos das vítimas dessa doença, a oncocercose, provoca lesão progressiva na córnea que pode levar à cegueira. Mas um estudo publicado na revista Science (www.sciencemag.org) mostrou que o verdadeiro culpado é o micróbio que vive em mutualismo com o verme. A oncocercose é causada por uma filária, um verme, que cria nódulos debaixo da pele. A doença é transmitida por borrachudos, que precisam de água corrente para se reproduzir. Daí ser conhecida na África como "cegueira dos rios", por afetar quem vive perto deles. No Brasil, é encontrada na região fronteiriça com a Venezuela, no território ianomâmi. Já se sabia da importância das bactérias do gênero Wolbachia para o desenvolvimento do verme. Antibióticos que atacam as bactérias causam problemas também

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para os vermes. Para descobrir se as bactérias tinham papel também na doença, os pesquisadores fizeram vários testes em camundongos. Descobriram que os animais expostos a vermes com poucas bactérias, que tinham sido eliminadas por antibiótico, apresentaram menos problemas na córnea. Outro experimento mostrou que camundongos sem uma certa molécula ligada ao sistema de defesa também tiveram menos inflamação ocular. (Folha de São Paulo, 08/03/2002, com adaptações.)

Baseando-se no texto e em conhecimentos correlatos, pode-se dizer que A) os vetores da “cegueira dos rios” e da dengue são, respectivamente, o mosquito do gênero Aedes e o “borrachudo”. B) a bactéria parasita da filaria é do gênero Wolbachia e contribui para eliminar o verme. C) os efeitos produzidos por antibióticos específicos são verificados pela maior eliminação do agente etiológico da oncocercose. D) os antibióticos podem ter controlado a recombinação genética do tipo cissiparidade nas bactérias, pois a quantidade desses micróbios foi reduzida durante o experimento. E) a lesão em caráter progressivo da córnea é mais diretamente dependente do verme do que da bactéria. 4. (UNICHRISTUS) Observe a figura ao lado.

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O verme em destaque na figura tem o corpo alongado, cilíndrico, afilado nas extremidades, não segmentado e apresenta dimorfismo sexual. As fêmeas têm a parte terminal reta e arredondada, enquanto os machos têm a extremidade posterior encurvada com uma estrutura chamada espícula copulatória que é usada na reprodução. Dentre as alternativas abaixo, qual indica o nome científico do verme em destaque na figura, a doença causada por esse organismo e uma medida profilática para não contraí-la? A) Ancylostoma duodenale; ancilostomíase; andar calçado. B) Wuchereria bancrofti; filariose; combater os mosquitos transmissores. C) Taenia solium; teníase; ingerir carne de porco bem assada ou bem cozida. D) Ascaris lumbricoides; ascaridíase; lavar bem os alimentos consumidos crus. E) Schistosoma mansoni; esquistossomose; impedir que os ovos de esquistossomo, presentes nas fezes, contaminem reservatórios de água.

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5. (UNICHRISTUS) A figura ao lado mostra uma das formas de contágio de uma parasitose, denominada:

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A) Teníase. B) Ascaridíase. C) Elefantíase. D) Ancilostomose. E) Malária. 6. (UNICHRISTUS) Observe

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A garota do quadrinho está se referindo a um parasita do intestino humano; sobre ele, e a doença por ele provocada, podemos inferir que A) é uma verminose intestinal humana pouco disseminada no mundo. A contaminação ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, na água ou nos alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos. B) pode causar dor de barriga, diarreia, náuseas, falta de apetite ou nenhum sintoma. Quando há grande número de vermes pode haver quadro de obstrução intestinal. No seu ciclo, a larva passa pelas vias respiratórias, podendo fazer o indivíduo apresentar tosse, catarro com sangue ou crise de asma. C) a transmissão desta verminose dá-se por ingestão de ovos embrionados, ou da penetração das larvas através da pele. Cada fêmea põe mais de 200 mil ovos por dia. Portanto, se considerarmos o grande número de pessoas portadoras da

verminose e, principalmente, as condições precárias de higiene e saneamento, é fácil perceber a facilidade de se contrair a doença. D) o tratamento consiste principalmente na prevenção e educação sanitária, promovendo a erradicação do vetor, o mosquito. Os indivíduos infectados podem ser tratados através do recurso a drogas antiparasíticas. E) a transmissão do parasita se dá pela liberação de seus ovos por meio das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos eclodem e libertam larvas que morrem se não encontrarem os caramujos para se alojar. 7. (UECE) O Ascaris lumbricoides é causador da verminose mais difundida no mundo: a ascaridíase. Sobre esses vermes, pode-se afirmar corretamente que A) possuem coloração que varia entre o branco e o amarelado, corpo liso e brilhante, alongado e achatado. B) os machos são maiores do que as fêmeas e apresentam a extremidade posterior do corpo fortemente encurvada para a face ventral. C) a intensidade das alterações provocadas independe do número de larvas presente no hospedeiro e mesmo as pequenas infecções causam sintomas graves, como lesões hepáticas e perfuração de órgão, levando à morte. D) em consequência de sua elevada prevalência e de sua ação patogênica, esse verme pode ser considerado uma das causas do subdesenvolvimento nutricional de grande parte da população de países subdesenvolvidos. 8. (UECE) Os nematoides são vermes de corpo cilíndrico, esguio e alongado, afilado nas extremidades anterior e posterior. Vivem em ambientes de água salgada ou doce, no solo, em órgãos vegetais, ou em tecidos de diferentes tipos de animais. A lombriga, exemplo conhecido de nematoide, não possui A) sistema circulatório. B) intestino. C) simetria bilateral. D) sistema digestivo completo. 9. (UECE) Leia o texto a seguir: Jeca Tatu, personagem famoso de Monteiro Lobato era um homem que vivia na miséria e que morava perto de um pequeno riacho, no qual ele podia pescar. Sem cultura, ele não cultivava de forma alguma os necessários hábitos de higiene. Era visto pelas pessoas como preguiçoso e alcoólatra. Até que um dia um médico que passava pela sua residência nota sua coloração amarela e sua intensa magreza e decide examinar o caboclo. Jeca Tatu se queixa de muita fadiga e dores corporais e o doutor então, diagnostica a presença de uma enfermidade tecnicamente conhecida como ancilostomose, o famoso amarelão. Fonte: http://www.infoescola.com/biografias/jeca-tatu/

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Curso de Biologia Sobre a ancilostomose, é correto afirmar-se que A) é uma verminose cujas larvas podem se instalar no cérebro, condição conhecida como cisticercose cerebral. B) as larvas que atravessam as paredes do intestino delgado se direcionam aos vasos sanguíneos e linfáticos, espalham- se pelo organismo, atingem a faringe, e somente são liberadas juntamente com a tosse ou muco. C) os vermes adultos se instalam no aparelho digestivo dos seres humanos, nutrindo-se de sangue do hospedeiro e causando anemia. D) a contaminação se dá exclusivamente pela ingestão de ovos do verme, geralmente encontrados no solo, na água, em alimentos e em mãos que tiveram um contato anterior com fezes animais contaminadas. 10. (FACID) A maioria dos nematódeos parasitas pertence à classe Secernentea, que inclui alguns notáveis como oxiúros, ancilóstomos, lombrigas e outros. Uma das mais drásticas infecções de nematódeos nos seres humanos é a filariose, causada por qualquer nematódeo do grupo secernentídeos, chamado filarioideo. Observe o ciclo.

Acesso em 14/10/13 as 9:56h; Disponível em www.negritosbio.blogspot.com.

Sobre o parasita, o ciclo reprodutivo e a doença causada podemos considerar que A) a fêmea do Culex quando realiza o hematofagismo em pessoas infectadas, ingere larvas no 3º estágio tornando-a infectada. B) o verme Wuchereria bancrofti possui o corpo delgado, brancoleitoso, cilíndrico, dioico, blastocelomado sendo a fêmea maior que o macho. C) para pessoas que vivem em regiões endêmicas a utilização dos vários medicamentos profiláticos específicos consiste na principal via de prevenção.

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D) a doença se restringe basicamente ao Norte e Nordeste do país devido às condições climáticas como alta pluviosidade e temperaturas ambientais elevadas. E) como todo Platelminto, o parasita pertencente ao ciclo acima, possui um dimorfismo sexual acentuado, cavidade corporal falsa e sistema digestivo completo. 11. (FCM-CG)

Fonte: medicineisart.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html

A respeito da parasitose destacada na nota publicitária, é correto afirmar que A) no intestino grosso, as larvas eclodem dos ovos e, ao chegar ao meio ambiente com as fezes do hospedeiro parasitado, podem contaminar o solo e a água. B) é uma verminose desencadeada por Ancylostoma brasilienses, espécie que causa lesões na parede intestinal, as quais provocam quadros hemorrágicos. C) uma das medidas profiláticas adotadas no seu controle é a utilização de calçados, haja vista que as larvas penetram passivamente pela pele do seu hospedeiro. D) na região anterior do corpo do parasito adulto, há estruturas cortantes e ventosas que auxiliam na sua alimentação e fixação, cujo resultado é a anemia do seu hospedeiro. E) via sangue, as larvas chegam aos pulmões, perfuram os alvéolos pulmonares, se dirigem a traqueia e faringe, são deglutidas, alcançam o intestino, para então atingir a maturidade sexual. 12. (UNP) A principal rota de transmissão dos helmintos intestinais é o contato físico, no ambiente, com fezes humanas contaminadas. Sobre o assunto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. (_) A transmissão das enteroparasitoses é comum devido à capacidade de os ovos de helmintos migrarem através da pele da palma das mãos e planta dos pés. (_) Os ovos de helmintos são organismos que não resistem aos processos de higienização mais simples como uma rápida lavagem das mãos numa bacia com água. (_) A frequência de parasitoses intestinais no Brasil pode ser atribuída também ao manuseio de cédulas de dinheiro. (_) A presença de ovos de helmintos nos sanitários possibilita a transmissão das enteroparasitoses, principalmente em sanitários coletivos, como o caso de escolas e creches.

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228 Assinale a sequência correta. A) FVFV. B) VVFF. C) FFVV. D) VFVF.

13. (UFV) A pobreza, a desinformação e a falta de saneamento básico são os principais responsáveis por verminoses em humanos, tais como: ascaridíase, ancilostomose, cisticercose, esquistossomose, fasciolose e teníase. Considerando apenas essas seis verminoses, assinale a afirmativa correta: A) Duas delas são causadas por vermes que são nematoides e quatro por platelmintos. B) Duas delas são causadas por ingestão de ovos e quatro por ingestão passiva de larvas. C) Duas delas são causadas por penetração ativa e quatro por penetração passiva das larvas. D) Duas delas são causadas por vermes heteroxenos e quatro por monoxenos. E) Duas delas são causadas por vermes dioicos e quatro por monoicos ou hermafroditas. 14. (UFPR) Existe uma regra geral em fisiologia animal que define como sendo de 1 mm a espessura máxima de um tecido capaz de sustentar suas células se o mecanismo de transporte é realizado apenas por difusão. Células, tecidos e organismos precisam ter acesso a oxigênio e nutrientes e remover compostos nitrogenados e gás carbônico para poderem realizar suas funções vitais adequadamente. O principal sistema que provê essas condições nos cordados vertebrados é o sistema circulatório. Inegável reconhecer que, graças a esse sistema (entre outros), vertebrados podem atingir tamanhos tão grandes como o de baleias ou elefantes. Entretanto, mesmo não apresentando um sistema circulatório completo, com coração e vasos, alguns animais com estrutura corporal mais simples podem atingir tamanhos consideravelmente grandes. Sob essa perspectiva, considere as seguintes afirmativas: 1. Poríferos não apresentam tecidos verdadeiros e, portanto, não são capazes de desenvolver órgãos ou sistemas que possam resolver o problema das trocas internas de gases, nutrientes e excretas. Assim, poríferos são animais para os quais a regra do 1 mm é efetivamente aplicável, e por isso nenhuma espécie desse grupo atinge esse tamanho. 2. Alguns cnidários (celenterados) podem atingir grandes dimensões. As soluções para o problema do 1 mm são variáveis e geralmente baseadas em duas características: a) esses animais são diblásticos (apresentam duas monocamadas corporais, que geralmente se encontram diretamente em contato com a água externa ou com a água da gastroderme); b) o aumento corporal está associado ao aumento de uma camada acelular ou com poucas células, denominada mesogleia. 3. Animais pseudocelomados (também denominados de blastocelomados) podem realizar as trocas internas utilizando o fluido do pseudoceloma em si. O transporte pode, ainda, ser auxiliado por um sistema de canais como os encontrados em acantocéfalos e rotíferos, denominado em alguns desses grupos de sistema lacunar de canais. 4. Apesar de serem acelomados e de não apresentarem um sistema circulatório, muitos platelmintos podem atingir grandes

tamanhos. É o caso das planárias terrestres, que atingem mais de 30 cm de comprimento, e das tênias (algumas com dezenas de metros de comprimento). Nesses casos específicos, as trocas de gases, nutrientes e excretas ocorrem através do trato digestivo e pela superfície corporal desses animais, com um processo de difusão eficiente. Assinale a alternativa correta. A) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. B) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. C) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. D) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. E) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 15. (UEL) Leia o texto a seguir: “Assim como diversos outros povos, os indígenas que viviam no vale de Lluta, no nordeste do Chile, foram conquistados pelos Incas, cujo império se estendeu pela América do Sul entre os séculos XIII e XVI. As mudanças culturais impostas pelos Incas provocaram o aumento de infecções parasitárias na região. Segundo alguns pesquisadores, padrões de alimentação, saneamento, higiene e densidade populacional das cidades antigas podem ser descobertos por meio do exame dos parasitas identificados nas fezes fossilizadas, também chamados de coprólitos [...] Anterior à conquista dos Incas no vale de Lluta, foram encontradas amostras com ovos do verme Trichuris trichiura e do parasita Hymenolepis nana. Após a invasão dos Incas foram observados ovos de Diphyllobothrium pacificum, de Trichuris trichiura e de Enterobius vermicularis.” Adaptado de: AGÊNCIA FIOCRUZ DE NOTÍCIAS - Saúde e ciências para todos. MARQUES, F. Incas tinham alta prevalência de doenças parasitárias. 2003. Disponível em: www.fiocruz.org.br. Acesso em: 18 jun. 2007.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas. I. Trichuris trichiura pode parasitar o intestino grosso em humanos, se reproduz sexuadamente e os ovos são eliminados para o meio externo com as fezes, podendo contaminar alimentos sólidos e líquidos. II. Enterobius vermicularis pertence à família Oxyuridae, tem alta prevalência nas crianças em idade escolar, é de transmissão eminentemente doméstica ou de ambientes coletivos fechados, cujo mecanismo de infecção ocorre com a ingestão de ovos. III. Hymenolepis nana é uma espécie cosmopolita, atingindo roedores, humanos e outros primatas cujo mecanismo mais frequente de transmissão é a ingestão de ovos presentes em alimentos contaminados e nas mãos, principalmente de pessoas que vivem em baixas condições sanitárias. IV. Enterobius vermicularis, é uma doença popularmente conhecida no Brasil como “xistose”, ou “mal do caramujo”, cuja transmissão se dá pelas cercárias que penetram mais frequentemente nos pés e nas pernas, áreas do corpo que mais ficam em contato com águas contaminadas. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. A) I e II. B) II e III. C) III e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV.

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Curso de Biologia 16. (UEL) Nematódeos são animais vermiformes de vida livre ou parasitária, encontrados em plantas e animais, inclusive no homem. Sobre as características presentes em nematódeos, considere as afirmativas a seguir. I. Corpo não-segmentado coberto por cutícula; II. Trato digestório completo; III. Órgãos especializados para circulação; IV. Pseudoceloma. Estão corretas apenas as afirmativas: A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) I, II e IV. E) II, III e IV. 17. (UFPI) A doença é causada por um verme cuja larva penetra no corpo da pessoa através da picada de um mosquito contaminado. A larva cresce rapidamente e se transforma em verme maduro, que passa a se reproduzir sob a pele por até mais de 12 anos. Esse texto leva a concluir corretamente que A) hospedeiro intermediário do parasita é um inseto que se alimenta de sangue. B) o parasita se reproduz assexuadamente quando está sob a pele. C) a pessoa doente vive um pouco mais de 12 anos após ser contaminada. D) o mosquito transmissor do verme não é parasita. E) o verme parasita provoca inchaço dos membros inferiores dos doentes. 18. (UFCG) Os Nematódeos, importantes invertebrados, estão presentes no solo, na água e parasitando outros animais e vegetais. São causadores de várias parasitoses de ocorrência no Brasil e no mundo, a maioria das doenças em humanos está relacionada, principalmente, pela falta de saneamento básico e de medidas de higiene pessoal, entre outras. Sobre os Nematódeos agentes de doenças humanas, é correto afirmar que: I. Ascaris lumbricoides conhecido como lombriga é o agente causador da ascaridíase. II. Ancylostoma duodenale é o agente causador das doenças ancilostomose ou ancilostomíase, amarelão ou opilação, e da tricocefalose. III. A Wuchereria bancrofti é o agente causal da filariose linfática ou elefantíase de ocorrência, principalmente, em países tropicais, inclusive no Brasil. IV. Strongyloides stercoralis está relacionada à enterobíase, muito conhecida por oxiurose. Assinale a alternativa correta: A) I, II, III e IV. B) I e II. C) I, II e III. D) II, III e IV. E) I e III. 19. (UFCG) A humanidade sofreu muito com doenças microbianas pelo desconhecimento dos agentes etiológicos, dos métodos profiláticos e das drogas capazes de promover um controle efetivo sobre elas. O conhecimento da relação doença/agente etiológico/meio de transmissão é um procedimento clínico fundamental para o entendimento dessas doenças. Os itens abaixo apresentam algumas doenças, seus agentes etiológicos e a principal forma de transmissão. Analise e identifique nas

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alternativas abaixo, aquelas que não estão relacionadas com doenças de origem bacteriana. I. Dracunculose, doença provocada por Dracunculus medinensis, transmitida pela ingestão de água com microcrustáceos (Cyclops) contaminados. II. Febre tifoide, doença provocada por Salmonella typhy, transmitida pela contaminação fecal de água e alimentos. III. Meningite epidêmica, doença provocada pela Neisseria meningitidis, transmitida pelo ar contaminado. IV. Sífilis, doença provocada pelo Treponema pallidum, transmitida por meio do contato sexual. V. Amebíase, doença provocada pela Entamoeba hystolistica, transmitida por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Estão corretas: A) I e V. B) III e V. C) I e IV. D) II e IV. E) II e V. 20. (UFF) Mais de 4 mil e 400 índios das etnias Yanomami e Ye’Kuana, que habitam o norte do Amazonas e leste de Roraima até a fronteira com a Venezuela, sofrem de oncocercose, uma doença parasitária conhecida como “cegueira dos rios”. O parasita pode invadir o globo ocular, causando reações que podem levar à cegueira.

Adaptado: IBICT, Canal Ciência

Assinale a opção que apresenta, respectivamente, a família e o nome vulgar do inseto vetor desta filariose. A) Psychodidae e flebótomo. B) Argasidae e carrapato. C) Culicidae e mosquito palha. D) Simuliidae e borrachudo ou pium. E) Reduviidae e barbeiro. Questões estilo V ou F 21. (UPE) Na evolução dos seres do reino Animalia, o surgimento dos filos Platyhelminthes e Nematelminthes veio acompanhado por inovações evolutivas na organização do corpo, capacitando-os a uma melhor adaptação ao meio ambiente em que estão inseridos. Com relação às características dos animais pertencentes a esses filos, analise as afirmativas e conclua. (_) Os platelmintos são diblásticos e pseudocelomados, enquanto os nematelmintos são triblásticos e celomados. (_) Ambos possuem simetria bilateral, apresentam cefalização e centralização do sistema nervoso. Não têm órgãos ou sistemas especializados para trocas gasosas, e a respiração é cutânea. (_) A reprodução dos platelmintos é muito diversificada. Nas planárias, a reprodução é exclusivamente assexuada por fragmentação do corpo. Os esquistossomos e as tênias têm reprodução sexuada e são hermafroditas. Os nematelmintos são, na maioria, dioicos, com dimorfismo sexual. (_) São nesses dois filos que aparecem, pela primeira vez, no reino animal, estruturas especializadas na excreção de resíduos e sistema circulatório. Para excreção, os platelmintos desenvolveram as células-flama, e os nematelmintos desenvolveram os renetes, célula gigante com formato semelhante à letra H.

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(_) Apesar de os animais dos filos Platyhelminthes e Nematelminthes não apresentarem desenvolvimento de segmentação corporal e de sistemas esqueléticos, são capazes de movimentar-se por meios de contrações das células musculares localizadas sob a epiderme do corpo. 22. (UFPI) Assinale com V (verdadeira) ou com F (falsa) as afirmativas a respeito da estrutura dos espermatozoides e dos óvulos dos animais. (_) Os espermatozoides têm no seu interior reservas de nutrientes que serão utilizados para o desenvolvimento do embrião. (_) Os óvulos possuem enzimas que digerem os envoltórios do ovócito, para permitir a penetração dos espermatozoides, durante a fecundação. (_) Os espermatozoides são células, geralmente, muito menores que os óvulos, e apresentam grande eficiência no deslocamento. (_) Existem dentre os animais espécies que produzem espermatozoides sem flagelo, como é o caso da Ascaris lumbricoides. 23. (UFPE) Uma série de verminoses acomete o homem, especialmente na infância, como os helmintos – Ascaris lumbricoides (lombriga) e Enterobius vermicularis (oxiúro) – que podem ser veiculados por alimentos. Sobre esse assunto, considere as afirmativas abaixo. (_) Nematelmintos, como A. lumbricoides e E. vermicularis, possuem o corpo cilíndrico, simetria bilateral e pseudoceloma. (_) A A. lumbricoides, depois de ingerida, migra do intestino para os alvéolos pulmonares através da corrente sanguínea. (_) A ascaridíase provoca a “barriga d’água”, doença caracterizada pelo aumento do fígado e do baço, o que gera uma expansão abdominal. (_) No ciclo de vida de E. vermicularis, as fêmeas migram à noite do intestino grosso para a região anal, onde põem seus ovos. (_) A descarga de dejetos humanos ou animais no solo pode transmitir a oxiurose e a ascaridíase; assim, andar calçado pode prevenir ambas as doenças. Questões discursivas 24. (FUVEST) O nematelminto Ascaris lumbricoides (lombriga) é um parasita que provoca graves danos à saúde humana. A) Quantos hospedeiros o Ascaris lumbricoides tem durante seu ciclo de vida? B) Em que fase de seu ciclo de vida o Ascaris lumbricoides entra no corpo humano? C) Em que parte do corpo humano ocorre a reprodução do Ascaris lumbricoides? D) Que medidas podem evitar a contaminação do ambiente por Ascaris lumbricoides? 25. (UNICAMP) Depois da descoberta dos restos mortais do rei Ricardo III em um estacionamento na Inglaterra, em 2012, e do início de um movimento para rever a péssima imagem do monarca – cristalizada pela peça Ricardo III, de Shakespeare -, um novo achado volta a perturbar sua memória. Foram encontrados, nos

restos mortais do rei, ovos de lombriga (Ascaris lumbricoides). Os ovos estavam na região intestinal do rei e não foram encontrados em nenhum outro local dos restos mortais e nem em torno da ossada.

Adaptado de Folha de São Paulo, 04/09/2013, Caderno Ciência, edição online.

A) Os Ascaris lumbricoides até os dias de hoje causam problemas graves, principalmente em crianças desnutridas. Qual é a forma de transmissão desse parasita ao homem e como podemos evitá-lo? B) Os Ascaris lumbricoides são nematódeos que possuem sexos separados. É possível uma pessoa ter vermes de apenas um sexo? Justifique. 26. (UNICAMP) Uma criança, depois de passar férias em uma fazenda, foi levada a um posto de saúde com quadro sugestivo de pneumonia. Os resultados dos exames descartaram pneumonia por vírus ou bactéria. A doença regrediu sem necessidade de tratamento. Algumas semanas depois, um exame de fezes de rotina detectou parasitismo por Ascaris lumbricoides (lombriga) e por Enterobius vermicularis (oxiúro). A mãe foi informada de que um dos vermes poderia ter causado a pneumonia. A) Qual poderia ter sido o verme responsável? Justifique sua resposta. B) Cite um outro verme que pode causar sintomas semelhantes no ser humano. 27. (UNIFESP) Em um centro de saúde, localizado em uma região com alta incidência de casos de ascaridíase (lombriga, Ascaris lumbricoides), foram encontrados folhetos informativos com medidas de prevenção e combate à doença. Entre as medidas, constavam as seguintes: I. Lave muito bem frutas e verduras antes de serem ingeridas. II. Ande sempre calçado. III. Verifique se os porcos – hospedeiros intermediários da doença – não estão contaminados com larvas do verme. IV. Ferva e filtre a água antes de tomá-la. O diretor do centro de saúde, ao ler essas instruções, determinou que todos os folhetos fossem recolhidos, para serem corrigidos. Responda. A) Quais medidas devem ser mantidas pelo diretor, por serem corretas e eficientes contra a ascaridíase? Justifique sua resposta. B) Se nessa região a incidência de amarelão também fosse alta, que medida presente no folheto seria eficaz para combater tal doença? Justifique sua resposta. 28. (UFPR) Sobre as parasitoses humanas amebíase, giardíase, ascaridíase e enterobíase, responda: A) Em que aspectos os mecanismos de transmissão dessas parasitoses e os hábitats dos respectivos parasitas são similares? Justifique sua resposta. B) Com relação à ascaridíase e à enterobíase, em qual delas a auto-infecção é mais fácil? Por quê? 29. (UFC) A filariose ou elefantíase é uma doença frequente em regiões tropicais, inclusive no Brasil, e é causada por verme nematoide da espécie Wuchereria bancrofti e transmitida por um mosquito do gênero Culex.

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Curso de Biologia A) Que sistema do organismo humano é afetado e qual a consequência? B) Mencione duas medidas profiláticas. 30. (UFES) A ascaridíase, doença causada pelo ‘Ascaris lumbricoides’, atinge cerca de 60% da população brasileira. Essa doença, de endemia rural, como era entendida outrora, passa cada vez mais a ser um problema urbano.

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AULA 20 – Filo Mollusca O filo Mollusca (latim mollis = mole) compreende animais de corpo mole cujo corpo geralmente está protegido por uma concha calcária e orgânica, resistente, de uma ou mais peças. Alguns moluscos tiveram sua concha reduzida, internalizada ou mesmo perdida no decorrer de seu processo evolutivo. A Malacologia é o ramo da Zoologia que estuda os moluscos.

Diversidade e hábitats

1. Identifique o sexo dos animais da figura e dê suas características morfológicas diferenciais. 2. Uma professora relatou que um aluno, ao tossir, expeliu com a expectoração algumas larvas de lombriga. Descreva o caminho percorrido por esses parasitas, desde a sua entrada no organismo humano até o momento em que o fato ocorreu. 3. É característico dos vermes parasitas produzirem grandes quantidades de ovos. Uma fêmea de Ascaris produz cerca de 200mil ovos por dia, que são eliminados juntamente com as fezes do hospedeiro. Descreva dois fatores que justifiquem a necessidade de os Ascaris eliminarem esse elevado número de ovos no meio externo, relacionando esses fatores ao ciclo de vida dos parasitas.

Existem cerca de 150 mil espécies de moluscos, bem adaptadas aos mais diversos ambientes. Há espécies marinhas, dulcícolas e até terrestres (restritas a ambientes úmidos, como no caso de caracóis e lesmas). Algumas espécies aquáticas são sésseis, como ocorre em ostras, mas os moluscos em geral são vágeis. São moluscos polvos, lulas, ostras, mariscos, caracóis e lesmas. Algumas espécies marinhas podem viver presas às rochas, entre algas, corais, cracas e outros seres; arrastam-se no fundo arenoso ou vivem enterradas em várias profundidades, caso dos caramujos; nadam livremente e com velocidade como os polvos e as lulas; flutuam em suas belas conchas como o raro Nautilus. Seu tamanho varia desde alguns milímetros até vários metros, como por exemplo as lulas gigantes que vivem em profundidade nos mares, correspondendo aos maiores invertebrados existentes, com até 19 metros de comprimento (!!!). Algumas espécies fósseis de Ammonites tinham conchas de 2,5 m. O filo dos moluscos é o 2º maior filo do Reino Animalia em número de espécies, perdendo apenas para o filo dos artrópodes. Essa grande diversidade pode ser explicada através da eficiência em termos de mecanismos de defesa, a começar pela presença da concha. Nos grupos onde as conchas foram perdidas, a perda na proteção mecânica foi compensada por uma maior flexibilidade corporal, que em alguns animais implica numa grande agilidade, caso dos polvos, e em outros implica em uma maior facilidade de encontrar abrigo em espaços estreitos, caso das lesmas.

Importância ecológica

Em termos ecológicos, alguns moluscos, particularmente alguns caracóis e lesmas, agem como agentes de transporte de pólen (polinização malacófila ou malacofilia) e o transporte de sementes (disseminação zoócora de sementes ou zoocoria). Assim, a manutenção e a expansão de populações vegetais pode ser auxiliada por moluscos na área. (Tá bom, eu admito, eles não são tão importantes como insetos ou aves, mas merecem ser citados...) Muitos moluscos são importantes predadores e presas em ambientes aquáticos e terrestres, que acabam tendo papel essencial em várias teias alimentares. Particularmente em ambientes aquáticos, várias espécies de moluscos microscópicos são componentes importantes do zooplâncton, ocupando a posição de consumidor primário.

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Importância econômica Nos mares, os moluscos estão representados por grandes populações de animais como mariscos, mexilhões, vôngoles, ostras, vieiras, polvos e lulas, o que tem possibilitado sua contínua e proveitosa exploração pelo homem, como ricos alimentos proteicos. Outro motivo da importância econômica de moluscos está na fabricação de adornos a partir de madrepérolas (nácar) de conchas e pérolas. Pérolas são produzidas a partir de ostras perlíferas dos gêneros Pinctada e Pteria nos oceanos Pacífico e Índico, podendo às vezes atingir altíssimos valores, em particular as raras pérolas negras. Algumas ostras brasileiras até que produzem pérolas, mas pequenas e irregulares sem valor comercial.

Importância médica Algumas espécies de moluscos são vetores de doenças parasitárias, como é o caso dos caramujos da família dos planorbídeos, em particular o Biomphalaria glabrata, que é hospedeiro intermediário na esquistossomose. O caramujogigante africano Achatina fulica, introduzido no Brasil como uma alternativa à criação de escargot acabou se mostrando inadequado, tendo sido abandonado em ecossistemas naturais e passado a representar um sério problema de saúde, uma vez que pode transmitir dois vermes nematelmintos que prejudicam a saúde humana: Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave que pode causar a perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal e pode resultar em óbito; e Angiostrongylus cantonesis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, doença que causa, entre outros sintomas, distúrbios do sistema nervoso e fortes e constantes dor de cabeça.

Características gerais Moluscos são: - bilatérias; - dotados de cefalização; - enterozoários de tubo digestivo completo; - protostômios; - eumetazoários triblásticos celomados (esquizocelomados); - aquáticos ou terrestres. Em termos de fisiologia, moluscos possuem: - respiração branquial, cutânea indireta ou pulmonar paleal; - sistema circulatório aberto ou fechado; - sistema excretor formado por metanefrídias, chamadas genericamente de órgãos de Bojanus; - tubo digestivo completo com digestão parcialmente extracelular e parcialmente intracelular ou exclusivamente extracelular; - sistema nervoso ganglionar com um par de cordões nervosos ventrais; órgãos dos sentidos bem desenvolvidos, com ocelos ou grandes olhos, antenas táteis ou quimiorreceptoras; - reprodução com fecundação externa ou interna, monoicos ou dioicos, e de desenvolvimento direto ou indireto.

Padrão de organização

Ostras, caramujos e polvos são bem diferentes externamente. Apesar disso, a organização geral do corpo mostra um padrão característico e, com frequência, fácil de ser reconhecido. Descreveremos a organização básica do corpo de um molusco típico, com suas três partes: cabeça, pé e massa ou saco visceral. Na cabeça ficam a boca, os olhos e os órgãos gustativos; o pé é uma massa muscular bem desenvolvida, relacionado à locomoção, escavação e fixação; a massa visceral é constituída especialmente pelos sistemas digestivo, reprodutor e excretor. Normalmente, essa massa mole fica totalmente protegida pela concha. Uma extensa dobra da pele, o manto ou pálio, envolve toda a massa visceral e secreta a concha. Entre o manto e a massa visceral há um espaço, a cavidade do manto ou cavidade palial, diretamente em contato com o meio. Aí ficam as brânquias e as aberturas dos sistemas digestivo, reprodutor e excretor. Nas espécies terrestres essa cavidade é chamada pulmão, pois suas paredes internas são bem vascularizadas, permitindo a troca de gases respiratórios com o ar.

Esquema de molusco genérico hipotético. Nos moluscos, o celoma é bem desenvolvido na fase larvária, mas no adulto se restringe à cavidade pericárdica, relacionada às estruturas excretoras. Essa redução do celoma pode ser relacionada ao desenvolvimento da concha, que atua como um elemento de sustentação e dispensa a ocorrência de um esqueleto hidrostático.

Conchas A concha é formada a partir do manto. Esta possui glândulas que secretam uma mistura de carbonato de cálcio (calcário) com matéria orgânica (resinas) denominada madrepérola ou nácar. É esta madrepérola que forma a concha. A concha possui três camadas: (I) camada perolada ou nacarada, a mais interna, de superfície brilhante e bastante lisa, para não irritar o corpo do molusco, com quem ela está em permanente contato; (II) camada prismática ou óstraco, intermediária, é a mais espessa, e confere resistência à concha; (III) camada orgânica ou perióstraco, mais externa; ao contrário das demais, formadas predominantemente de calcário, ela é formada de matéria orgânica, para proteger a concha da leve acidez da água de mares, lagos e rios, uma vez que o calcário dissolve na presença desta acidez.

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Curso de Biologia Nas conchas dos lamelibrânquios observadas em corte, são reconhecidas três nítidas camadas, de fora para dentro: o perióstraco, uma fina camada orgânica; o óstraco, espessa camada de prismas calcários; e uma camada nacarada, com lâminas calcárias paralelas cimentadas por substâncias orgânicas. O manto também tem três camadas, de diferentes tecidos: um epitélio secretor, que produz a concha e que, portanto, está diretamente em contato com ela; um tecido conjuntivo e, mais internamente, voltado para a cavidade do manto, um epitélio ciliado.

Estrutura da concha. O estudo das conchas é de grande importância sistemática, isto é, na classificação desses animais. Assim, a classificação das milhares de espécies se baseia não só na forma, mas também em detalhes estruturais como as marcas deixadas pelos fortes músculos adutores que fecham a concha e ainda o número e a disposição dos dentículos de encaixe das duas valvas. Acredita-se que os moluscos primitivos tivessem conchas, tendo alguns grupos perdido essa característica. O fato das larvas de moluscos sem conchas apresentarem um esboço de formação de conchas é o maior indício dessa hipótese.

Fisiologia Respiração A respiração é bastante variável em moluscos, podendo ser branquial, cutânea indireta ou pulmonar palial. - A regra geral é que moluscos de hábitat aquático tenham respiração branquial. Essas brânquias são bastante rudimentares, formadas a partir de expansões vascularizadas de pele. Em muitos grupos, elas estão localizadas na cavidade palial. Nos gastrópodos (caracóis, lesmas e caramujos) e cefalópodos (polvos e lulas), as brânquias têm forma de penas; são os ctenídios, em número variável de acordo com a espécie. - Alguns moluscos aquáticos (dentálios e certas lesmas marinhas) e terrestres (lesmas terrestres) possuem respiração cutânea indireta. Nela, o O2 atravessa a pele, cai na circulação sanguínea e é por ela distribuído. - Caracóis, que são moluscos terrestres dotados de conchas, apresentam uma respiração pulmonar realizada pela cavidade palial, que é altamente vascularizada e por isso apta a realizar trocas gasosas.

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Circulação O sistema circulatório é aberto na maioria dos grupos. Entretanto, nos moluscos cefalópodes, há redes capilares, que caracterizam um sistema circulatório fechado. Há um ou mais corações, em forma de pequenas bolsas, o que no caso dos cefalópodes implica numa altíssima atividade metabólica. O sangue é dotado de um pigmento respiratório denominado hemocianina, de cor azul e dotado de cobre na composição. Excreção A excreção é feita por órgãos especiais ligados ao pericárdio, câmara que envolve o coração, sendo as estruturas excretoras denominadas órgãos de Bojanus, uma categoria de metanefrídias. As metanefrídias são tubos dotados de duas aberturas, correspondentes ao poro excretor (nefridióporo), que se abre no meio externo, e ao nefróstoma, que se abre na cavidade interna do corpo do invertebrado, ou seja, o celoma. Desta maneira, ao contrário das protonefrídias que drenavam os tecidos, as metanefrídias drenam as excretas a partir do líquido da cavidade celomática. No caso de moluscos, o celoma é bastante reduzido no adulto, se restringindo à cavidade pericárdica (ao redor do coração), onde as excretas se acumulam e são removidas pelas metanefrídias. A abertura da metanefrídia no celoma, chamada nefróstoma, retira estas excretas, conduzindo-as por tubos excretores até o poro excretor (nefridióporo), que as elimina no meio externo. Para remover as excretas do líquido celomático, o nefróstoma é dotado de cílios, que, ao movimentarem-se, criam um fluxo de água, de maneira análoga ao que ocorre com as célulasflama. Devido à presença dos cílios, o nefróstoma apresenta a forma de um funil ciliado. O tubo da metanefrídia é circundado por uma rede de capilares sanguíneos, que (I) reabsorvem substâncias úteis que tenham difundido para o celoma e sido drenadas pela metanefrídia e (II) eliminam certas excretas presentes no sangue diretamente para a metanefrídia. Dessa maneira, à medida que o fluido drenado percorre a metanefrídia, sua composição vai sendo alterada: água e substâncias úteis, como glicose e sais, são reabsorvidas, enquanto excretas nitrogenadas e substâncias em excesso vão progressivamente se concentrando. O fluido aquoso que contém as excreções é a urina, que será eliminada pelo poro excretor. Sistema Digestório Além da grande diversidade de formas, os moluscos mostram três tipos de adaptações relacionadas à alimentação, facilmente reconhecíveis na observação do sistema digestivo. - As ostras e os mariscos, por exemplo, são animais filtradores, pois captam organismos planctônicos através da corrente de água que circula entre as duas peças da concha, atingindo a região bucal. - Outras espécies, como os caramujos, raspam algas das rochas, enquanto os caracóis e as lesmas, do mesmo grupo, comem folhas

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e outros órgãos vegetais. Estes moluscos têm na boca a rádula, uma placa com muitos dentículos de quitina que funciona como um verdadeiro ralador, triturando o alimento. - Os polvos e as lulas, ao contrário, são ativos predadores que se alimentam de vermes, crustáceos e até peixes capturados com suas duas fortes mandíbulas. Neles, além da rádula, há na boca duas fortes mandíbulas em forma de bico de papagaio, que servem para a captura de presas e perfuração das suas carapaças. A rádula é encontrada em todos os moluscos, com exceção dos bivalves (ostras e mariscos), que são animais filtradores.

hermafroditas, cada animal possui uma glândula sexual única, denominada ovoteste. Dois animais unem-se na cópula e trocam espermatóforos, uma espécie de bolsa que acumula o líquido seminal, contendo espermatozoides. Após a fecundação dos óvulos, cada um dos animais faz a postura de dezenas de ovos, dos quais se desenvolverão diretamente os novos indivíduos, sem passar por fase de larva, ou seja, o desenvolvimento é direto. Em outros grupos, caso dos bivalves (ostras e mariscos), a maioria dos exemplares é de animais dioicos, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, pois do ovo se origina a larva trocófora, ciliada, de vida livre e planctônica. Em algumas espécies, essa é a única forma larvária, mas na maioria delas a trocófora dá origem à larva véliger, na qual se inicia a formação do pé e da concha. Um tipo de larva em bivalves dulcícolas é chamada gloquídio. Algumas larvas, após ficarem certo tempo como parasitas das brânquias de peixes, destacam-se e passam a animais de vida livre. Em cefalópodes (polvos e lulas), os animais são dioicos, a fecundação é interna e o desenvolvimento é direto.

Classificação

Funcionamento da rádula. Nos moluscos, há um par de glândulas digestórias, chamadas de hepatopâncreas, que representam boa parcela da massa visceral. O termo hepatopâncreas é uma referência à sua função simultânea de fígado e pâncreas. No intestino, há uma prega, a tiflossole, como ocorre em anelídeos. Sistema Nervoso e Sensorial O sistema nervoso é ganglionar, representado por vários pares de gânglios, ligados por longos nervos. São três pares de gânglios principais, um para cada parte do corpo: par cefálico (na cabeça), par visceral (na massa visceral) e par pedal (no pé). Nos cefalópodos, alguns deles se fundem formando uma grande massa cerebral. Os órgãos sensoriais são bem desenvolvidos nos carnívoros predadores, especialmente os olhos, estatocistos (equilíbrio), órgãos gustativos e táteis. Reprodução Os moluscos podem ser dioicos (de sexos separados) ou monoicos (hermafroditas) e seus sistemas reprodutores são bastante complexos, com várias estruturas e glândulas anexas. Nos gastrópodes (caracóis e lesmas), a maioria dos exemplares é de animais dioicos, com algumas espécies monoicas, e a fecundação é interna e sempre cruzada. Nos

Há sete classes de moluscos atuais: 1. Classe Aplacophora: moluscos sem concha, de formato vermiforme; gênero Chaetoderma; 2. Classe Monoplacophora ou Univalvia: dotados de uma única concha; gênero Neopilina; 3. Classe Polyplacophora ou Amphineura: dotados de 8 conchas articuladas; cabeça e cauda de aparência externa muito semelhante; gênero Chiton; 4. Classe Scaphopoda: dotados de uma única concha em formato de dente de elefante; pé em forma de quilha; gênero Dentalium; 5. Classe Gastropoda: dotados de um pé bastante amplo, que apoia toda a massa visceral; dotados de uma única concha ou sem conchas; caracóis, lesmas e caramujos; 6. Classe Bivalvia, Pelecypoda ou Lamelibranchia: dotados de duas conchas articuladas; nutrição por filtração; ostras, mariscos e mexilhões; 7. Classe Cephalopoda: dotados de pés divididos em tentáculos com ventosas; com conchas externas, internas ou ausentes; polvos e lulas.

Classe Aplacophora A classe Aplacophora (a = sem, placo = concha, phorus = portador) reúne moluscos pouco conhecidos, sem concha, com cerca de 2,5 cm de comprimento e formato vermiforme. Há apenas 320 espécies descritas do grupo. Algumas classificações recentes, no entanto, sugerem que a classe Aplacophora seja substituída por duas novas classes, Caudofoveata (com 70 espécies) e Solenogastres (com 250 espécies). Os aplacóforos vivem nos mares, em profundidades de 3000 m ou mais, alimentando-se de anelídeos e outros invertebrados. Apesar de não possuírem conchas, várias espécies têm espículas calcárias secretadas pelo manto. Um exemplo de aplacóforo é Chaetoderma canadensis.

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Extraído de Amabis & Martho volume 2

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Classe Monoplacophora ou Univalvia

Classe Gastropoda

Os monoplacóforos ou univalves (mono = um, placo = concha, phorus = portador; uni = um, valva = concha) eram conhecidos somente por fósseis dos períodos Cambriano e Devoniano até 1952, quando foram encontrados os primeiros exemplares vivos a grandes profundidades. Desde então, exemplares do grupo têm sido encontrados em profundidades entre 2000 e 7000 metros nos três oceanos. Os animais deste grupo possuem uma única concha, e existem três gêneros nessa classe, sendo o gênero Neopilina o mais conhecido.

Os gastrópodos (gastro = estômago, poda = pé) têm esse nome devido ao fato da massa visceral se apoiar sobre um amplo pé que constitui a base do corpo. É o grupo de maior biodiversidade e diversidade alimentar, com espécies herbívoras, carnívoras e detritívoras. É também o único grupo com representantes nos três tipos de ambiente: marinho, aquático e terrestre (aliás, é o único grupo com representantes terrestres). São exemplos caracóis e lesmas, ambos terrestres, e caramujos, aquáticos. À exceção das lesmas, os demais gastrópodos possuem uma concha constituída por uma única peça em espiral, com uma abertura por onde saem a cabeça e o pé. Em algumas espécies, há uma concha interna reduzida. Nos gastrópodes dotados de concha, o corpo todo pode ser recolhido para o interior da concha como uma forma de proteção, sendo a abertura da concha fechada por um disco quitinoso do corpo denominado opérculo. Nesse grupo, a cabeça apresenta um grande desenvolvimento, com um ou dois pares de tentáculos sensoriais e olhos. Durante o desenvolvimento embrionário nesses animais, ainda na fase larval, ocorre uma torção no corpo, uma rotação do corpo de 180º, de modo que o ânus e todas as estruturas da cavidade palial passam a se localizar sobre a cabeça. A consequência disso é que o tubo digestivo nesses animais assume o aspecto de “U”, e sobra menos espaço para estruturas respiratórias na cavidade palial. Assim, nas espécies de respiração branquial, ao invés de um par de brânquias, ocorre apenas um par. Esse fenômeno de torção é uma exclusividade dos gastrópodes, não ocorrendo em outros moluscos. No caso de algumas variedades de gastrópodes, as lesmas, houve uma destorção, e o ânus voltou a ser localizado na extremidade mais posterior do corpo. O significado adaptativo da torção não é bem esclarecido. Bem na frente do pé, está uma glândula pedal que produz uma camada de muco, que gera uma trilha por onde o animal pode deslizar em sua locomoção. A respiração em gastrópodes é bem diversificada. - Nas espécies aquáticas de caramujos e lesmas, a respiração é branquial. As brânquias são dotadas de muitos cílios para promover uma adequada circulação de água que garante as trocas gasosas. Em caramujos, as brânquias se localizam no interior da cavidade palial; já nas lesmas aquáticas, como os chamados nudibrânquios, as brânquias são formadas por projeções dérmicas para fora do corpo, uma vez que não ocorre nesse grupo cavidade palial. Essas brânquias externas podem ser caracterizadas como uma forma particular de respiração cutânea. - Nas espécies terrestres dotadas de conchas, ou seja, caracóis, a respiração é pulmonar palial, sendo realizada pela cavidade palial, que é altamente vascularizada. - Em lesmas terrestres, a respiração é cutânea indireta. - Em alguns gastrópodes aquáticos dotados de conchas, ou seja, caramujos, a respiração não é branquial, e sim pulmonar, o que caracteriza a subclasse Pulmonata. Esses caramujos devem

Classe Polyplacophora ou Amphineura Os poliplacóforos ou anfineuros (poly = vários, placo = concha, phorus= portador; ambi = dois, neura = cabeça) são possivelmente os moluscos mais primitivos. A característica marcante desse grupo é a concha, formada por oito placas sobrepostas, o que já ocorria há mais de 300 milhões de anos, em espécies muito semelhantes ao atual gênero Chiton. Esse animal tem um largo pé com o qual se fixa em rochas submersas na região litorânea, e seu corpo, de forma achatada, pode se enrolar para se proteger. Pode ter de 1 cm a 35 cm de comprimento. Há uma semelhança muito grande entre a extremidade cefálica e a extremidade caudal, de modo que uma visão superficial do animal gera uma dificuldade de identificar qual é a cabeça, o que valeu o nome anfineuro (“2 cabeças”).

Classe Scaphopoda Os escafópodos (scapho = quilha, poda = pé), uma pequena classe representada pelo gênero Dentalium, vivem parcialmente enterrados na areia de águas marinhas rasas. Eles têm uma longa concha recurvada em forma de dente de elefante. Essa concha é aberta em suas duas extremidades. A abertura menor, na extremidade superior, está fora da areia, e serve para realizar as trocas gasosas, que ocorrem por respiração cutânea, uma vez que não há brânquias. A abertura maior está enterrada na areia, e dela sai um pequeno pé em forma de quilha, especializado em cavar.

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subir à superfície para respirar ar. Um exemplo desse grupo são os caramujos de água doce da família Planorbidae, já citados anteriormente como hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni. NÍQUEL NÁUSEA

FERNANDO GONSALES

Classe Bivalvia, Pelecypoda ou Lamelibranchia A característica mais marcante dos bivalves (bi = duas, valva = concha; pelecy = machado, poda = pé; lameli = lâminas, branchia = brânquias) é que eles são dotados de duas conchas ou valvas articuladas. As duas conchas são presas por um ligamento elástico e articuladas por uma charneira (conjunto de dentes). Músculos muito fortes chamados de músculos adutores atuam para manter as conchas fechadas, o que torna muito difícil abrir um bivalve vivo. O fechamento, entretanto, ocorre pela simples elasticidade do ligamento. Ao se fecharem, as valvas protegem completamente todo o corpo do animal. O nome pelecípodas, “pés de machado”, é uma referência ao formato do pé, musculoso e achatado, usado para empurrar o animal ou cavar para se enterrar na areia, como nos mariscos. Nem todo bivalve, no entanto, se move se arrastando pelo substrato onde vive. Muitos deles são livre-natantes, como os pectens, que possuem pés reduzidos e nadam promovendo a rápida abertura e fechamento das conchas. E existem também bivalves sésseis, dotados de glândulas bissogênicas produtoras de bisso, uma substância adesiva para promover uma fixação ao substrato, como ocorre com ostras e mexilhões. O termo lamelibrânquios é uma referência ao formato das brânquias, em lâminas. Elas são responsáveis não somente pela respiração, mas também pela nutrição por filtração no grupo. Nutrição por filtração Em bivalves, a nutrição ocorre por filtração de água: ela entra por um canal chamado sifão inalante, trazendo O2 e nutrientes, passa pelas brânquias, onde as partículas de alimento são retidas pelo muco lá existente, e sai pelo sifão exalante, levando CO2, excretas e dejetos. Os nutrientes retidos no muco das brânquias são conduzidos por cílios até a boca, e daí seguem caminho pelo tubo digestivo. Ao redor da boca encontram-se um par de palpos labiais carnosos que auxiliam a manipulação do alimento. Tanto sifão inalante como sifão exalante ocorrem na parte posterior da concha, próximos ao ligamento elástico. Esse mecanismo de filtração é diferente do que ocorre em

poríferos, uma vez que existe aqui boca, cavidade digestiva e ânus. Pelo batimento ciliar do epitélio das brânquias, o alimento aderido ao muco é então impelido para a boca e daí para o estômago, sob a forma de um longo cordão. O estômago de bivalves é parcialmente dividido em câmaras. Uma dessas câmaras secreta muco e enzimas digestivas (particularmente amilase) que se cristalizam num bastão translúcido e flexível denominado estilete cristalino (encontrado também em alguns gastrópodes). Cílios na parede do estômago fazem o estilete girar, de modo que o cordão formado pelo conjunto muco/alimento vai nele se enrolando. No teto do estômago existe uma placa áspera de quitina, o escudo gástrico, onde o estilete e o cordão de alimento em rotação vão tocando e se desgastando, com consequente desagregação do estilete e liberação das enzimas digestivas sobre o cordão de alimento. Esse processo possibilita também uma digestão mecânica, já que os movimentos de rotação do estilete proporcionam uma melhor mistura e fragmentação do alimento. Essa mistura leva, por sua vez, a uma eficaz digestão química. A digestão do alimento no estômago é apenas parcial, e o alimento parcialmente digerido é direcionado por movimento ciliar para o interior das células das glândulas digestórias, onde a digestão se completa intracelularmente. Os resíduos inaproveitáveis retornam ao estômago e são direcionados para o intestino, a partir do qual são conduzidos ao ânus, que os elimina no fluxo de água que abandona o corpo do animal pelo sifão exalante. Não existe rádula em bivalves. Formação de pérolas Em certas espécies de ostras, pode ocorrer a formação das valiosas pérolas. Se um parasita ou pequeno grão de areia se introduz entre o manto e a concha, inicia-se uma reação de defesa, pois o manto passa a secretar uma camada de madrepérola (camada nacarada), que envolve o corpo estranho, formando uma pequena esfera que cresce envolta numa bolsa do próprio manto. A forma da pérola depende do corpo estranho. Especialmente no Japão, foram desenvolvidas técnicas de “cultivo” de pérolas, em que pequenas esferas de madrepérola ou jade são cuidadosamente introduzidas nos animais, agindo como núcleos sobre os quais o manto secreta a camada nacarada. O cultivo de pérolas, entretanto, é bastante demorado e bemsucedido somente em alguns casos de implantação do núcleo. Essas pérolas cultivadas não devem ser confundidas com as artificiais, produzidas com materiais sintéticos. Apenas dois gêneros de bivalves, as ostras Pinctada e Pteria, são capazes de formar pérolas. Existem representantes destes gêneros nos mares brasileiros, mas as ostras formadas, de pequeno tamanho, têm também pequeno valor comercial. Apenas as ostras do Oceano Pacífico e Índico são suficientemente grandes para serem usadas como joias, alcançando altos valores.

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interligados por um canalículo. O Nautilus tem um sifão propulsor, como nos demais cefalópodos, e os tentáculos também podem funcionar como remos, auxiliando no deslocamento. Outro cefalópodo, menos conhecido, é a sépia, semelhante à lula, de corpo alongado, cujo esqueleto interno é uma placa rígida, calcária. Nas lulas, esse esqueleto é uma lâmina orgânica, semelhante a um plástico, flexível.

Formação de pérolas.

Exercícios

Classe Cephalopoda A classe que mostra maiores modificações em relação a um tipo padrão é a dos cefalópodos (cephalo = cabeça, poda = pé). Há poucas espécies atuais com uma concha externa, caso de Nautilus e da fêmea do Argonauta; lulas e sépias têm concha interna em forma de lâmina alongada, rígida ou flexível, que dá sustentação ao corpo; os polvos não têm concha. Estes animais têm o pé modificado em tentáculos, que se prestam à captura de alimento. Os cefalópodos são atualmente representados por cerca de 350 espécies muito bem-sucedidas evolutivamente. Nesses animais, o corpo é bem característico, com volumosa massa visceral alongada ou oval e uma cabeça, de onde partem oito (polvos) ou dez (lulas) tentáculos com muitas ventosas ou discos adesivos. Os cefalópodos são os mais velozes invertebrados aquáticos, movendo-se por jato-propulsão através de um sifão exalante, para fugir de predadores ou capturar crustáceos e peixes, seus principais alimentos. Para isso, com fortes contrações musculares eles expelem, através de um sifão, a água presente na cavidade do manto. Eles têm boa capacidade de camuflagem, graças à presença de conjuntos de células pigmentadas envoltos por anéis musculares, os cromatóforos. Tais células, por contração e expansão, possibilitam rápidas mudanças de coloração da pele. Outro comportamento de defesa é a expulsão de fortes jatos de tinta marrom ou preta, quando se sentem ameaçados por predadores. A tinta turva a água junto ao animal, dificultando a visão desses predadores, bem como seu odor atrapalha o olfato. O cérebro e os olhos são bastante desenvolvidos. Os olhos são muito semelhantes aos dos vertebrados; possuem uma lente, o cristalino, e têm a capacidade de visão em cores. Exaustivas experiências mostraram que especialmente os polvos são invertebrados com grande capacidade de aprendizado, conseguindo rapidamente a resolução de situações-problema, propostas por pesquisadores. Numa dessas experiências, polvos aprenderam sozinhos, após algumas tentativas, a tirar lagostas de dentro de bolas de vidro transparente, removendo suas tampas rosqueadas! Um cefalópodo raro, reduzido a apenas um gênero atual, o Nautilus, merece destaque pela forma e funções peculiares. Esse animal flutua nos mares em diferentes profundidades com sua bela e grande concha (20-30 cm), que tem inúmeras câmaras de ar. A maior câmara, junto à abertura da concha, abriga todo o animal, exceto os tentáculos. As demais câmaras são reservatórios de ar,

Questões estilo múltipla escolha 1. (UECE) O filo Mollusca compreende imensa diversidade biológica dentro do reino animal, perdendo apenas em número de espécies conhecidas para os artrópodes. São predominantemente marinhos, podem viver nadando livremente ou fixos a substratos. Embora exista grande número de espécies, todos apresentam características comuns que definem o grupo. Com relação aos moluscos analise as afirmações abaixo I. Polvos são moluscos que apresentam cérebros bastante desenvolvidos, olhos dotados de cristalino capazes de formar imagens, semelhantes aos dos vertebrados, e sistemas sensoriais altamente específicos que possibilitam respostas rápidas aos estímulos ambientais, tornando-os excelentes predadores. II. Lulas são cefalópodes que vivem no mar e respiram por meio de brânquias, porém, diferentemente de seus parentes próximos, não possuem concha, e por isso seu corpo macio é muito apreciado na culinária especializada em frutos do mar. III. Bivalves são organismos envolvidos em conchas constituídas por duas valvas que tem por finalidade proteger o molusco de seus predadores naturais. Internamente, o corpo desses animais é constituído por um pé muscular e sifões inalante e exalante, que promovem a passagem da água pelas lâminas branquiais, estrutura relacionada a absorção de oxigênio, alimentos e poluentes dissolvidos. IV. Todos os gastrópodes apresentam o corpo protegido por conchas, que em sua maioria são espiraladas; o corpo desses animais apresenta tentáculos sensoriais e rádula, estruturas relacionadas, respectivamente, à percepção de estímulos ambientais e à locomoção desses animais. São corretas as afirmações A) somente I, II, e IV. B) somente I e III. C) somente II e IV. D) somente II, III e IV. 2. (UECE) Nos moluscos, o órgão constituído de uma membrana epidérmica, que possui glândulas responsáveis pela secreção da concha é o(a) A) rádula. B) papo. C) manto. D) pé.

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3. (UECE) Os moluscos caracterizam-se por serem animais que A) utilizam uma estrutura denominada rádula para se alimentar. B) possuem, logo após a faringe, uma região dilatada de paredes grossas denominada moela. C) apresentam exoesqueleto de quitina. D) eliminam os produtos da excreção através de estruturas denominadas túbulos de Malpighi. 4. (UECE) Leia o texto a seguir, referente ao caramujo Achatina fulica, introduzido no país em substituição ao escargot na década de 1980 e assinale a opção correta: “A infestação de caramujo africano que atinge vários bairros do Rio de Janeiro pode chegar à Floresta da Tijuca, que oferece condições favoráveis para a sobrevivência da espécie”. O alerta foi dado pelo coordenador da Defesa Civil da Prefeitura do Rio, João Carlos Mariano, que promove hoje uma grande operação de combate ao molusco no bairro do Grajaú, na zona norte. (...) João Carlos Mariano disse que os moradores da zona oeste são os que mais pedem o serviço de combate ao caramujo, através do telefone 199. A área ainda é rica em vegetação, o que atrai o molusco. Cada animal pode alcançar 15 cm de comprimento, oito de largura e botar 200 ovos a cada dois meses.

Texto retirado da matéria do jornal OPOVO (on line) intitulada “Defesa Civil promove combate a caramujo africano no Rio” de 18 de abril de 2005

Sobre o episódio descrito acima podemos afirmar que: I. a introdução de uma espécie exótica em um ecossistema é preocupante porque ela compete com a fauna nativa e não possui inimigos naturais, causando desequilíbrio ecológico e possível perda de biodiversidade II. o caramujo africano pode de fato transmitir ao homem os vermes que causam peritonite e meningite, sem, entretanto nenhum caso registrado no Brasil até o momento III. além da questão ambiental e da saúde humana e animal, esses caramujos são também considerados pragas agrícolas, pois competem com o escargot no ambiente natural das matas Assinale a opção verdadeira: A) apenas a afirmação I está correta. B) as afirmações I e II estão corretas. C) as afirmações II e III estão corretas. D) todas as afirmações estão corretas. 5. (UECE) Indique a opção que contém a classe maior e mais diversificada do filo Molusca, na qual estão incluídos animais que vivem no mar, na água doce e na terra, tendo como alguns exemplos: as lesmas, os caramujos e os caracóis. A) biválvia. B) scaphopoda. C) monoplacophora. D) gastrópoda. 6. (UECE) Indique a opção que contém somente seres vivos que apresentam os sistemas circulatórios abertos. A) polvos, mexilhões e ostras. B) ostras, lulas e mariscos. C) mexilhões, lulas e polvos. D) mariscos, mexilhões e ostras.

7. (FCM-CG) Os primeiros animais na escala zoológica a apresentar centralização do sistema nervoso e circulação sanguínea fechada são, respectivamente, A) platelmintos e anelídeos. B) platelmintos e moluscos. C) anelídeos e platelmintos. D) anelídeos e moluscos. E) moluscos e anelídeos. 8. (FCM-CG) Os gastrópodes pertencem ao filo Mollusca e, portanto, devem apresentar os seguintes caracteres A) corpo mole, não metamerizado, a maioria das espécies providas de concha de carbonato de cálcio e sistema sanguíneo aberto. B) corpo mole sustentado por um endoesqueleto ou exoesqueleto, metamerizado, e com sistema sanguíneo aberto. C) corpo mole, metamerizado, todas as espécies providas de concha de carbonato de cálcio e sistema sanguíneo aberto. D) corpo não segmentado, coberto por concha e sistema sanguíneo fechado. E) corpo metamerizado, provido de concha de carbonato de cálcio e sistema sanguíneo fechado. 9. (UNICAMP) O filo Mollusca é o segundo maior do reino animal em número de espécies. É correto afirmar que os moluscos da classe Gastropoda A) são exclusivamente marinhos. B) possuem conchas, mas não rádula. C) são exclusivamente terrestres. D) possuem pé desenvolvido e rádula. 10. (UNESP) O mexilhão dourado, Limnoperna fortunei, é uma espécie exótica originária da Ásia, que chegou ao Brasil junto com a água de lastro de navios. Trata-se de um molusco do mesmo grupo das ostras, que se alimenta de partículas em suspensão filtradas da água e que vem causando impactos na comunidade de bentos. Considerando o texto, analise as três afirmações seguintes. I. Uma comunidade de bentos refere-se a um conjunto de espécies que se movimentam ativa ou passivamente em um ambiente aquático. II. O mexilhão apresenta rádula, que é uma estrutura dotada de pequenos dentes de quitina, para sua alimentação. III. Esta espécie é um molusco que apresenta concha formada por duas valvas. Com relação às afirmações, estão corretas: A) I, apenas. B) II, apenas. C) III, apenas. D) I e II, apenas. E) II e III, apenas. 11. (UFV) Pesquisadores italianos fizeram um experimento com um grupo de animais que foram treinados para escolher bolas vermelhas, em um conjunto de bolas vermelhas e brancas. Quando os animais escolhiam as bolas vermelhas recebiam uma recompensa (alimento). Um segundo grupo de animais da mesma espécie, ainda sem treinamento, foi colocado ao lado dos animais treinados, de modo que podiam observá-los a escolher as bolas vermelhas. Quando o segundo grupo de animais foi levado a

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Curso de Biologia treinamento, a maioria já sabia que devia escolher a bola vermelha para receber a recompensa. Haviam aprendido pela observação Esse resultado revela o alto grau de desenvolvimento do cérebro desses animais, que são marinhos, sem esqueleto e apresentam circulação fechada, cromatóforos na pele com capacidade para mudança de cor, olhos bem desenvolvidos e rádula na boca. É correto afirmar que são: A) peixes ósseos. B) moluscos cefalópodes. C) vermes anelídeos. D) mamíferos cetáceos. 12. (UFPR) Diversos grupos taxonômicos são utilizados em cultivos marinhos para fins comerciais. Com relação aos moluscos, considere as seguintes afirmativas: 1. O consumo de mexilhões pode ser prejudicado pela retenção de microrganismos patogênicos ao homem, uma vez que esses animais são filtradores naturais da água do mar. 2. Os polvos são cefalópodes que devem ter a concha retirada antes de serem consumidos. 3. Há espécies de ostras cultivadas especialmente para a obtenção de pérolas, e não para consumo como alimento. 4. Os cromatóforos do manto das lulas causam danos à saúde humana quando ingeridos. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. B) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. C) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. D) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. E) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 13. (UFPI) Observe o desenho do molusco abaixo:

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contexto, identifique as características gerais dos organismos representantes desse filo: (_) São todos hermafroditas com reprodução cruzada. (_) Possuem sistema digestório com boca e ânus. (_) Possuem uma ou mais brânquias, relacionadas com a respiração em ambiente aquático, ou um pulmão, estrutura adaptada à respiração aérea. (_) Possuem sistema circulatório formado por vasos associados ao coração, e a excreção é feita principalmente por metanefrídios. (_) Não possuem sistema nervoso ganglionar. Questões discursivas 15. (UEMA) O Filo Mollusca é o segundo maior do Reino Animal, perdendo, apenas, para o Filo dos Arthropoda. Com base na morfologia e fisiologia, os moluscos foram organizados em classes, dentre elas, a Gastrópoda. A) Em quais ambientes vivem os animais pertencentes a essa Classe? B) Por que são chamados de Gastrópodes? 16. (UNICAMP) Os navios são considerados introdutores potenciais de espécies exóticas através da água de lastro (utilizada nos tanques para dar aos navios estabilidade quando vazios). Essa água pode conter organismos de diversos grupos taxonômicos. Com certa frequência leem-se informações relacionadas a essas introduções: I. O mexilhão dourado (‘Limnoperna fortunei’), um bivalve de água doce originário do sul da Ásia, chegou ao Brasil em 1998 e já infestou rios, lagos e reservatórios da Região Sul e do Pantanal. Além de causar problemas ecológicos, esse invasor ameaça o setor elétrico brasileiro, a agricultura irrigada, a pesca e o abastecimento de água devido à sua capacidade de se incrustar em qualquer superfície submersa.

Adaptado de Evanildo da Silveira, “Molusco chinês ameaça ambiente e produção no Brasil”. http://www.estadao.com.br/ciência/notícias/2 04/mar/18/75.htm

II. As autoridades sanitárias acreditam que o vibrião colérico, originário da Indonésia, chegou ao Peru através de navios e de lá se espalhou pela América Latina. Adaptado de Ilídia A. G. M. Juras, “Problemas causados pela água de lastro”. Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, 2003.

Ele pertence à Classe: A) Bivalvia. B) Polyplacophora. C) Scaphopoda. D) Gastropoda. E) Cephalopoda. Questões estilo V ou F 14. (UFPB) O filo Mollusca surgiu no início da era Paleozoica, há cerca de 500 milhões de anos, sendo representado por milhares de espécies. Os mares antigos apresentavam grande biodiversidade, comprovada pelos milhares de fósseis encontrados em seus sedimentos. No litoral Sul do Brasil, são encontrados amontoados de conchas de moluscos, denominados sambaquis. Nesse

A) Além de problemas como os citados acima, a introdução de espécies oferece risco de extinção de espécies nativas. Explique por quê. B) Indique uma característica que diferencie os moluscos bivalves das demais classes de moluscos. Indique uma outra característica que permita incluir os bivalves no filo Mollusca. C) Nas áreas de risco de contaminação por vibrião colérico, as autoridades sanitárias recomendam não ingerir mexilhões e ostras crus. Essa recomendação baseia-se no modo como esses moluscos obtêm alimento. Explique. 17. (UNESP) Considere as seguintes características de um determinado animal: hermafroditismo, celomado, pulmão simples, um par de nefrídios, dois pares de tentáculos sensoriais, glândula pedal secretora de muco e rádula. A) A que classe pertence o animal que apresenta todas as características descritas? Cite um exemplo.

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B) Qual é a função do muco secretado pela glândula pedal? Cite uma classe, do mesmo filo, onde esta glândula não existe.

AULA 21 – Filo Annelida

18. (UFC) As ostras, pertencentes ao filo Mollusca, classe Bivalvia, são de grande interesse econômico para o homem por diversas razões. As ostras perlíferas despertam interesse econômico pelo fato de poderem desenvolver entre o manto e a concha as famosas pérolas. Sobre esses organismos, responda: A) Como são formadas as pérolas naturais? B) Qual a importância do processo de formação de pérolas para as ostras?

Os animais do filo Annelida, anelídeos ou vermes anelados (do latim, annelus = anel; idios = forma de) são animais caracterizados principalmente pelo corpo alongado e dividido em anéis, que correspondem a segmentos denominados metâmeros. Assim, pode-se dizer que anelídeos possuem metameria ou segmentação. A divisão em metâmeros corresponde a uma característica denominada segmentação ou metamerização, compartilhada com grupos como artrópodes e cordados. No caso dos anelídeos, a metamerização atinge todo o corpo, sendo por isso dita total, e é um fenômeno não apenas aparente, pois a divisão dos metâmeros é também verificada internamente. Cada metâmero possui: - um celoma que lhe é exclusivo (separado dos demais por paredes de mesoderma, denominadas septos); - um par de gânglios nervosos; - um par de metanefrídias excretoras; - uma musculatura própria e independente da dos demais anéis. Assim, pode-se dizer que os metâmeros formam unidades praticamente repetidas, devido à sua grande semelhança.

19. (UFC) Os moluscos constituem um dos maiores filos, caracterizando-se por possuir corpos moles protegidos por conchas duras, calcíferas, embora muitas delas tenham se perdido ou reduzido muito ou ainda se internalizando no curso da evolução. As relações dos moluscos com o homem são as mais diversas, já que muitos são utilizados na alimentação, outros fornecem pérolas e madrepérolas para adornos, e alguns podem ser hospedeiros intermediários de parasitas. Sobre esse filo, determine: A) Três tipos de moluscos consumidos pelo homem e suas respectivas classes: B) Classe a que pertencem os moluscos produtores de pérolas: C) Classe a que pertence o molusco que é o hospedeiro intermediário do verme causador da esquistossomose: 20. (UFES) A classe Gastropoda conquistou uma ampla variedade de “habitats”, o que certamente tornou esse grupo o mais bem sucedido entre os moluscos. O referido grupo sofreu a mais extensa irradiação adaptativa dentro desse filo. A) Considerando as modificações que sofreram algumas espécies de gastrópodos, na transição do ambiente aquático para o terrestre, especifique as alterações que se deram no que se refere a: - concha; - desenvolvimento reprodutivo; - local de troca gasosa. B) Qual o significado evolutivo e ecológico da irradiação adaptativa ocorrida nos gastrópodos?

Diversidade e hábitats Os anelídeos compreendem animais como minhocas, poliquetas e sanguessugas. As minhocas habitam solos úmidos e têm importância fundamental na agricultura. Os poliquetas são vermes exclusivamente marinhos, sésseis ou errantes, muito comuns nas areias de águas marinhas rasas. Em 1977, foi descoberto um ecossistema em águas profundas no Oceano Pacífico que se baseia em produtores que são bactérias quimiossintetizantes, que vivem em associação mutualística com vermes anelídeos gigantes, de até 1 metro de comprimento. Até agora, é o ambiente mais estranho onde se pode encontrar representantes desse grupo de animais. Já as sanguessugas habitam os mais diferentes ambientes, como o meio aquático e o terrestre úmido. Percebe-se portanto que anelídeos podem habitar ambientes terrestres úmidos, aquáticos dulcícolas e aquáticos marinhos.

Importância Depois de artrópodes, anelídeos são o grupo de invertebrados de maior importância econômica para o homem, mesmo considerando os moluscos como fortes concorrentes a este posto, devido à gastronomia e à produção de pérolas. Essa importância considerável de anelídeos está principalmente na ação de minhocas na agricultura. Minhocas se alimentam de detritos orgânicos no solo, sendo ditas então detritívoras, e desse hábito alimentar resulta a escavação de túneis por onde transitam em busca de alimento. Esses túneis proporcionam dois efeitos essenciais à sobrevivência de vegetais: uma maior oxigenação das raízes e a drenagem do excesso de água do solo que poderia levar à asfixia das VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

Curso de Biologia mesmas. Além disso, as fezes e excretas das minhocas (à base de amônia), compõem um fertilizante agrícola natural conhecido como húmus, que facilita enormemente o desenvolvimento vegetal. Os túneis escavados por minhocas e a produção do húmus respondem pela grande importância agrícola desses animais, a ponto de haver uma atividade econômica denominada minhocultura própria para a criação deles. A minhoca vermelha da Califórnia (Eisenia foetida) e a minhoca gigante africana (Eudrilius eugeniae) são as espécies preferidas pelos minhocultores. Alguns anelídeos aquáticos agem como indicadores de poluição, por só se desenvolverem em águas poluídas, como é o caso dos vermes Tubifex. A presença deles na água é um indício da presença de poluentes orgânicos como os provenientes de esgoto doméstico. Outros anelídeos de razoável importância para as atividades humanas são os vermes sanguessugas (Hirudo medicinalis). Na medicina da Antiguidade, sanguessugas eram utilizadas numa prática muito comum da época, as sangrias. Acreditava-se que grande parte dos males que afetavam humanos eram resultantes do acúmulo de sangue “ruim”, devendo esse sangue ser removido para o organismo funcionar normalmente. Uma vez que sanguessugas dispõem de substâncias anestésicas em sua saliva, para não serem percebidas enquanto parasitam seus hospedeiros, elas eram frequentemente utilizadas para realizar as sangrias de modo indolor. Havia inclusive casas de sangria próprias para a aplicação desses animais. Apesar da prática de sangrias não ser mais considerada pela medicina, sanguessugas são ainda utilizadas na medicina moderna, com outros fins. Na recuperação de pacientes submetidos a cirurgias mais extensas, sanguessugas são utilizadas para remover acúmulos de sangue derramado sob a pele, os hematomas, tornando o pós-cirúrgico menos doloroso. Após o reimplante de órgãos amputados, o maior risco é o de uma oxigenação inadequada dos mesmos, conduzindo a uma necrose. Sanguessugas são aplicadas na extremidade do órgão reimplantado para, ao succionar o sangue, ativar a circulação e a oxigenação do mesmo, aumentando as chances de sucesso da cirurgia de reimplante. Só é meio nojento... É bom lembrar também que a hirudina da saliva das sanguessugas tem propriedades de interesse médico, sendo anticoagulante e anestésica.

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Características gerais Anelídeos são: - bilatérias; - enterozoários de tubo digestivo completo; - protostômios; - eumetazoários triblásticos celomados (esquizocelomados); - metamerizados com metameria total. Em termos de fisiologia, anelídeos possuem: - respiração cutânea ou branquial; - sistema circulatório fechado; - sistema excretor formado por um par de metanefrídias em cada segmento; - tubo digestivo com papo, moela e tiflossole e digestão exclusivamente extracelular; - sistema nervoso ganglionar com um par de cordões nervosos ventrais; - reprodução com fecundação externa, podendo ser monoicos ou dioicos, e de desenvolvimento direto ou indireto.

Fisiologia Tegumento A epiderme é um epitélio simples, recoberto por uma cutícula permeável. Uma vez que a pele é permeável, são capazes de realizar respiração cutânea, mas estão restritos a ambientes úmidos devido às altas chances de desidratação. Em algumas espécies, há cerdas de quitina, dispostas particularmente na região ventral; essas cerdas têm função sensorial e locomotora, dando apoio à locomoção do verme. Ainda em algumas espécies, há parapódios, projeções dermomusculares laterais que servem como patas, tornando mais eficiente a locomoção, e inclusive possibilitando a natação por parte desses animais.

NÍQUEL NÁUSEA

Musculatura Logo abaixo da epiderme, encontra-se a musculatura principal do corpo, derivada da mesoderme e composta de uma camada externa circular e uma interna longitudinal, constituindo o tubo músculo dermático, que forma a parede corpórea. As contrações alternadas dessas musculaturas contraem (contração da musculatura circular) e distendem (contração da musculatura longitudinal) os metâmeros. Quando contraídos os metâmeros, as cerdas se eriçam, permitindo que se apoiem no solo, facilitando a locomoção como se fossem pernas. Quando os metâmeros distendem, as cerdas são recolhidas.

FERNANDO GONSALES

Ação das cerdas na locomoção. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Respiração

Metanefrídias em minhocas.

Anelídeos em geral apresentam uma respiração cutânea indireta, onde o oxigênio absorvido a partir da pele é conduzido aos tecidos pelo sangue. No caso de anelídeos aquáticos do grupo dos poliquetas, em muitos casos os parapódios apresentam grande desenvolvimento e vascularização e se ramificam, funcionando como brânquias externas. Circulação O sistema circulatório é do tipo fechado, independente do celoma, e consiste principalmente em dois vasos sanguíneos longitudinais, colocados dorsal e ventralmente em relação ao tubo digestivo. O vaso dorsal é contráctil, funcionando como um coração e impelindo o sangue de trás para diante, no outro, o ventral, o sangue circula em sentido inverso. Em cada metâmero, aparecem capilares transversais, que rodeiam o sistema digestivo, estabelecendo uma comunicação entre os vasos dorsal e ventral. Na região anterior do corpo, alguns vasos podem adquirir um calibre maior e uma musculatura mais desenvolvida, transformando-se em corações laterais. Na minhoca há 5 pares de vasos contráteis, os corações, situados ao redor do esôfago, que impelem o sangue para o vaso ventral. O sangue é constituído por um plasma, que contém amebócitos livres e um pigmento respiratório na forma de hemoglobina dissolvida (deve-se perceber que a hemoglobina não se encontra em hemácias, mas diretamente no plasma). Em algumas espécies pode haver outros pigmentos respiratórios, como a clorocruanina, verde, e a hemeritrina, vermelho, ambos à base de ferro como a hemoglobina. Excreção A excreção é feita por metanefrídias, dispostos em um par por segmento. Cada nefrídeo é formado por 3 partes: nefróstoma, um funil ciliado que recolhe os catabólitos na cavidade celomática; nefroduto, um canal sinuoso, internamente ciliado, que atravessa o anel e desemboca no nefridióporo, um poro excretor situado no anel seguinte.

A principal substância de excreta é a amônia, que entra na formação do húmus de minhoca, juntamente com as fezes do animal. Digestão O tubo digestivo em anelídeos é do tipo completo, tubuloso e retilíneo, sendo esses animais protostômios. A digestão é exclusivamente extracelular. A boca, localizada no primeiro metâmero, apresenta em algumas ocasiões modificações, como o prostômio em minhocas, projeções musculosas equivalentes a lábios e usadas para cavar, maxilas em poliquetas, para a manipulação de alimento, ou dentes córneos em sanguessugas, utilizados para cortar a pele do hospedeiro e permitir seu hábito hematófago. Características marcantes no tubo digestivo de anelídeos são a presença de um papo, uma dilatação ligada a glândulas para lubrificar e umedecer o alimento, de uma moela fortemente musculosa, que age como um estômago mecânico, triturando os alimentos com a ajuda das próprias partículas de terra ingeridas, e de projeções como os cecos intestinais e a tiflossole ou válvula em espiral, que servem para aumentar a superfície de absorção de nutrientes. Na parede do tubo digestivo existem células que funcionam como um fígado, denominadas de células cloragógenas. Essas metabolizam substâncias diversas e armazenam nutrientes como reserva. Sistema Nervoso O sistema nervoso é ganglionar com dois cordões nervosos ventrais. Há dois gânglios cerebrais e um grande gânglio subfaríngeo, ligados por um anel nervoso, ao redor da faringe, de onde sai um longo cordão nervoso ventral, com dois gânglios por anel. Sistema Sensorial Nas minhocas, há células tácteis, foto e quimiorreceptoras, dispersas no epitélio, especialmente nos primeiros segmentos. Nos poliquetas, há olhos bem diferenciados. Cada célula sensorial está em contato com o meio externo e com terminações nervosas, possuem uma organela especial, a lente, que converge a luz para neurofibrilas na periferia da célula.

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A: dissecação de minhoca Lumbricus terrestris; B: detalhe da região anterior; C: corte transversal.

Classificação

O filo Annelida é constituído aproximadamente de 15 mil espécies, agrupadas em três classes: Polychaeta, Olygochaeta e Hirudinea.

Olygochaeta

Os oligoquetas (olygos = pouco: chaeta = cerda) são animais com poucas cerdas na epiderme e sem parapódios. Seus principais representantes são as minhocas (Lumbricus terrestris, Pheretima hawayana), que habitam solos úmidos, mas há representantes aquáticos, inclusive sésseis, na forma de vermes tubícolas que habitam tubos construídos à base de areia (Tubifex sp). Em termos de reprodução, são hermafroditas com fecundação cruzada externa e desenvolvimento direto. Uma região dilatada composta por 3 metâmeros, denominada clitelo e relacionada ao mecanismo de fecundação, é claramente diferenciada nesse grupo.

Polychaeta Os poliquetas (poly = muito; chaeta = cerda) são animais com muitas cerdas na epiderme e com parapódios, sendo obrigatoriamente marinhos. Algumas espécies são errantes (móveis) e outras são sésseis (fixas). A cabeça e corpo desses animais apresentam uma série de apêndices, como palpos, tentáculos, acículas e mesmo cerdas.

Poliqueta vágil.

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Em alguns poliquetas, sésseis, os parapódios se modificam em brânquias externas.

Poliquetas sésseis com brânquias. Os principais representantes desta classe são a nereida (Nereis vires) e o palolo (Eunice viridis), ambos errantes. Este último, palolo, libera grande quantidade de gametas na água na época reprodutiva, que acabam sendo consumidos como iguarias pelos habitantes das ilhas do Pacífico (eca!).

laceração, esta partição do corpo não é causada por agentes externos, mas pelo próprio organismo. Entretanto, é um processo bem menos traumático que a laceração. Não há hemorragia nos locais de fragmentação porque ocorre invaginação dos tecidos de revestimento, impedindo a exposição ao meio das estruturas internas no momento da cisão do corpo. Também pode ocorrer reprodução assexuada por fragmentação, em que algum agente externo promove a divisão do corpo. Em ambos os casos, os fragmentos originarão novos vermes.

Hirudinea ou Achaeta

Poliqueta.

Detalhe do parapódio. Quanto à reprodução, são dioicos com fecundação externa e desenvolvimento indireto, sendo a larva denominada trocófora. Não há clitelo nesse grupo. Poliquetas podem realizar também reprodução assexuada através de processos como esquizogênese, onde segmentos de epiderme invaginam e seccionam o corpo do verme. Como a

Os hirudíneos ou aquetas (a = sem; chaeta = cerdas) são anelídeos caracterizados pela ausência de cerdas e de parapódios. Esses animais podem ser de vida aquática ou terrestre; alguns são predadores e outros são ectoparasitas de vertebrados, possuindo nesse caso hábito hematófago, o que lhes valeu o nome de sanguessugas. O principal representante desta classe é a sanguessuga (Hirudo medicinalis). Para melhor se fixarem aos hospedeiros, apresentam ventosas terminais, e em suas bocas há estiletes quitinosos para possibilitar a abertura da pele e consequente saída de sangue. Para evitar que o hospedeiro perceba facilmente sua presença e as remova, as sanguessugas possuem em sua saliva uma substância denominada de hirudina, que é anestésica e anticoagulante (para impedir que o sangue do hospedeiro coagule durante a alimentação e estrague o “banquete” delas). Uma sanguessuga chega a sugar 20 vezes seu peso em sangue a partir de um único hospedeiro, e passar então semanas sem se alimentar. Essa é uma importante adaptação à escassez de hospedeiros em algumas regiões.

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Reprodução

Sanguessuga.

Locomoção por mede-palmos em sanguessuga. Em relação à reprodução, são hermafroditas com fecundação cruzada interna e desenvolvimento direto. Também há clitelo nesse grupo, ainda que não muito bem diferenciado.

Para a análise da reprodução em anelídeos, usaremos a minhoca como modelo. Minhocas são hermafroditas, com sistema reprodutor masculino e feminino bem diferenciados. O sistema reprodutor masculino em minhocas é formado por: - testículos, que produzem os espermatozoides, - vesículas seminais, que armazenam os espermatozoides produzidos pelos testículos do próprio indivíduo, - espermiodutos, que conduzem os espermatozoides armazenados nas vesículas seminais até o poro genital masculino, - glândulas prostáticas, que produzem secreções nutritivas para os espermatozoides. O sistema reprodutor feminino em minhocas é formado por: - ovários, que produzem os ovócitos, - ovidutos, que conduzem os ovócitos até o poro genital feminino, - poro genital feminino, por onde saem os ovócitos, - receptáculos seminais ou espermotecas, que recebem e armazenam os espermatozoides recebidos pelo parceiro. Na parte anterior do corpo da minhoca, encontra-se uma região formada por 3 metâmeros dilatados, constituindo um clitelo, cuja função é secretar um casulo onde a fecundação ocorrerá. Deve-se notar que em minhocas a fecundação é externa, mas não ocorre em ambiente aquático, como normalmente, mas no interior do casulo secretado pelo clitelo.

Sistema reprodutor em minhocas. Na fecundação cruzada da minhoca, os animais se colocam em posição invertida unindo-se pelas extremidades anteriores. Ventosas denominadas papilas copulatórias mantêm ligados os dois parceiros durante a cópula, onde os poros genitais masculinos de cada um se posicionam exatamente sobre os receptáculos seminais do outro. Assim, ocorre troca de espermatozoides entre eles, que posteriormente se separam. Essa troca de espermatozoides é o que caracteriza sua fecundação como cruzada. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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Logo após a troca de espermatozoides, o clitelo secreta um casulo, onde são depositados os óvulos, liberados a partir dos poros genitais femininos. O casulo se desloca para a frente devido a contrações musculares dos anéis e, ao passar pelos receptáculos seminais, recebe os espermatozoides que tinham sido recebidos do parceiro na cópula e estavam aí armazenados. Assim, com óvulos e espermatozoides no casulo, a fecundação ocorre no interior dele. Essa fecundação no casulo é o que caracteriza sua fecundação externa. O casulo continua sendo empurrado até ser eliminado pela extremidade anterior do corpo, já com os ovos formados. Esse casulo permanece no meio por algum tempo e libera os novos indivíduos, bastante semelhantes aos adultos.

Reprodução com fecundação externa em minhocas. Resumo Habitat Cerdas Parapódios Reprodução

OLYGOCHAETA Terrestre úmido ou aquático Poucas Ausentes Monoicos, de fecundação externa em casulo produzido por clitelo e desenvolvimento direto

POLYCHAETA Obrigatoriamente marinho Muitas Presentes Dioicos, de fecundação externa e desenvolvimento indireto; sem clitelo

HIRUDINEA Terrestre úmido ou aquático Ausentes Ausentes Monoicos, de fecundação interna e desenvolvimento direto; com clitelo pouco diferenciado

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Curso de Biologia Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (UNIFOR) As estruturas mostradas na figura abaixo representam órgãos excretores de um invertebrado.

O nome deste tipo de órgão excretor e o nome do grupo de animais no qual é encontrado são, respectivamente, A) protonefrídio – platelmintos. B) túbulo de Malpighi – insetos. C) nefrídio – anelídeos. D) glândula verde – crustáceos. E) glândula coxal – aracnídeos. 2. (UECE) Na filogenia, a ordem correta de aparecimento das apomorfias relacionadas a estruturas locomotoras é A) patas nos tetrápodes, pés humanos, pseudópodes e parapódios. B) pseudópodes, parapódios, patas nos tetrápodes e pés humanos. C) parapódios, patas nos tetrápodes, pseudópodes e pés humanos. D) pés humanos, patas nos tetrápodes, parapódios e pseudópodes. 3. (UECE) Assinale a alternativa que contém somente vermes com as seguintes características com relação ao seu corpo: alongado, cilíndrico e segmentado. A) planárias e esquistossomos. B) minhocas e sanguessugas. C) tênias e lombrigas. D) lombrigas e minhocas. 4. (UECE) Relativamente ao tipo de respiração de certos animais, relacione a coluna I (respiração) com a coluna II (animal). COLUNA I COLUNA II 1. respiração branquial (_) polvo 2. respiração cutânea (_) minhoca (_) lula (_) ostra Marque a opção que contém a numeração correta, de cima para baixo, na coluna II. A) 1, 2, 1, 2. B) 1, 2, 1, 1. C) 1, 2, 2, 2. D) 2, 1, 1, 2.

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5. (UNP) Um biólogo encontra uma nova espécie animal de aspecto vermiforme. A princípio, fica em dúvida se este é representante do Filo Annelida ou Nematoda. Para decidir entre as duas opções, você recomendaria que ele examinasse a presença de: A) simetria bilateral. B) sistema circulatório aberto. C) sistema digestivo completo. D) segmentação corporal. 6. (UERN) “A minhoca é a melhor amiga do homem”, segundo Darwin, que também afirma que “o arado é uma das mais antigas e preciosas invenções do homem, mas antes de sua invenção a terra já era arada pelas minhocas”. “Os antigos egípcios, conhecedores do seu valor, já protegiam este patrimônio endeusando-as e punindo com pena de morte quem as maltratassem. É possível, pois, que o Egito não seja uma dádiva do Nilo e sim, das minhocas.” Assinale a única alternativa que não apresenta uma característica para o sucesso adaptativo dos oligoquetos: A) O hermafroditismo e uma maneira para os animais lentos, que não encontram parceiros frequentemente, aumentarem o sucesso reprodutivo. B) A alta taxa de sobrevivência dos zigotos produzidos pela fecundação cruzada compensa o investimento parental relativamente alto. C) O sucesso desses animais dependeu em grande parte da reprodução com copula, troca de espermatozoides e desenvolvimento direto. D) A liberação de gametas no meio e o desenvolvimento indireto com uma larva são úteis nos ambientes da maioria dos oligoquetos. 7. (UPE) Nos diversos filos de invertebrados, encontramos estruturas distintas relacionadas com a função de coordenação nervosa e dos sentidos. Associe os representantes de invertebrados com seu sistema nervoso e órgãos dos sentidos. I. Planária 1. Sistema nervoso ganglionar; dois cordões II. nervosos ventrais; ocelos. Minhoca 2. Sistema nervoso difuso; células sensoriais ciliadas III. na epiderme. Nematodo 3. Pares de gânglios ligados entre si por cordões IV. Hidra nervosos; células sensoriais epidérmicas. 4. Dois cordões nervosos, dorsal e ventral; anel nervoso que circunda a faringe. Assinale a alternativa que indica a sequência correta dessa associação, em ordem crescente de evolução biológica. 1º 2º 3º 4º A) IV-2; I-4; II-3; III-1. B) IV-2; I-1; III-4; II-3. C) I-1; IV-2; II-3; III-4. D) I-4; II-3; III-2; IV-1. E) III-3; IV-2; I-1; II-4.

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8. (UERJ) O esquema abaixo exemplifica o tipo de sistema nervoso constituído de cérebro composto de gânglios na extremidade anterior, cordão nervoso ventral duplo e gânglios e nervos segmentares.

Este tipo de sistema nervoso é encontrado em: A) anelídeos. B) turbelários. C) vertebrados. D) equinodermos. 9. (UFJF) Em uma aula de ciências, os alunos buscaram informações em jornais e revistas sobre a importância de espécies animais para o homem. Ao final da aula, entregaram um exercício no qual classificaram como corretas ou incorretas as informações encontradas. Algumas dessas informações são apresentadas abaixo: I. Cnidários possuem células especializadas, os cnidoblastos, capazes de causar queimaduras e irritações dolorosas na pele de pessoas que os tocam. II. Algumas espécies de moluscos gastrópodes podem formar pérola a partir de algas raspadas pela rádula (dentes raspadores). III. Protozoários flagelados causam a inflamação dos ossos das pernas, tornando-as deformadas e provocando uma doença conhecida como elefantíase. IV. Devido ao seu hábito alimentar, as sanguessugas foram muito utilizadas no passado na prática de sangrias, em pacientes com pressão alta. Assinale a opção que apresenta somente afirmativas corretas. A) I e II. B) I, II e III. C) I e IV. D) II e IV. E) III e IV. 10. (UEL) É comum, quando pessoas entram em lagoas do Pantanal, anelídeos sanguessugas se fixarem na pele para se alimentarem. Para isso, utilizam uma ventosa oral que possui pequenos dentes afiados que raspam a pele, provocando hemorragia. Com relação às sanguessugas, considere as afirmativas a seguir. I. Contêm um par de nefrídio individualizado para cada segmento corporal. II. São celomados com inúmeros segmentos iguais separados internamente por septos transversais membranosos.

III. Da mesma forma que as minhocas, as sanguessugas apresentam cerdas para a locomoção. IV. Assim como nas minhocas, os órgãos são irrigados por uma rede contínua de capilares que se estende sob a epiderme. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas I e III são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 11. (UEL) Leia o texto a seguir. “Foi aproveitando a necessidade de dezenas de prefeituras por assistência médica que, de acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público, um grupo teria desviado R$ 110 milhões das verbas federais destinadas à compra de ambulâncias. O grupo, segundo a PF, reuniria uma centena de pessoas, entre políticos, empresários e servidores públicos. Pela acusação de sugar o Orçamento da União, seus representantes ficaram conhecidos (...) pela alcunha de sanguessugas” Fonte: MEIRELES, A. & MACHADO M. Um convite ao crime. In: Revista Época. São Paulo, nº 417, p..28, maio de 2006.

As verdadeiras sanguessugas são animais que habitam rios e lagos de água doce, têm o corpo ligeiramente achatado dorsiventralmente, sem apresentar cerdas nem parápodos e com duas ventosas para fixação. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a afirmativa que caracteriza as sanguessugas: A) Platelmintos trematodas. B) Platelmintos turbelários. C) Anelídeos poliquetas. D) Anelídeos oligoquetas. E) Anelídeos hirudíneos. 12. (UFPB) Em uma aula de Ecologia, o professor falou sobre a importância de alguns representantes do grupo dos anelídeos para o meio ambiente e de sua larga utilização no cultivo de produtos orgânicos. Sobre esses organismos, é correto afirmar que são A) acelomados, possuem sistema digestório completo e corpo formado por vários metâmeros. B) acelomados, possuem sistema circulatório aberto e respiração cutânea. C) celomados, possuem sistema circulatório fechado e liberam amônia como produto de excreção. D) celomados, diploblásticos e possuem reprodução do tipo sexuada e assexuada. E) celomados, deuterostômios e possuem sistema nervoso formado por gânglios ligados por cordões nervosos. 13. (UFCG) Animais invertebrados, como moluscos e anelídeos, representam importante papel econômico e ecológico. Exemplos clássicos são a ostra, muito utilizada na alimentação, e a minhoca, extremamente útil para agricultura e também na nutrição humana. Considerando a tabela abaixo, associe corretamente o representante Annelida (minhoca) e o representante Mollusca (ostra) às suas características e importância, respectivamente.

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Curso de Biologia INVERTEBRADOS 1 – Annelida

2 – Mollusca

CARACTERÍSTICAS A – Corpo em metameria B – Corpo dividido em cabeça, pé e massa visceral C – Classe Bivalvia D – Corpo mole, protegido por valvas E – Classe Olygochaeta

IMPORTÂNCIA F – Produção de húmus G – Produção de pérolas H – Adorno I – Ciclagem de matéria orgânica J – Nutrição animal e humana

Assinale a alternativa correta: A) 1 – A, E, F, G, H, J. 2 – B, C, D, I. B) 1 – B, C, D, F, I. 2 – A, E, G, H, I, J. C) 1 – B, C, H, I, J. 2 – A, D, E, F, G. D) 1 – B, E, F, G, H, J. 2 – A, C, D, I. E) 1– A, E, F, I, J. 2 – B, C, D, G, H, J. 14. (UFRN) A atividade das minhocas favorece a agricultura, pois reduz a compactação e facilita a aeração do solo. Entretanto, em função das características climáticas do semiárido nordestino, o uso de minhocas na lavoura não é recomendado devido à baixa sobrevivência desses animais na região. Isso ocorre porque há A) aumento da absorção de gás carbônico, aumentando o metabolismo. B) redução da difusão de oxigênio, aumentando a de gás carbônico. C) redução da concentração do sangue, diminuindo a difusão de oxigênio. D) aumento da desidratação, prejudicando a respiração. 15. (UFRN) Se uma minhoca for seccionada transversalmente, em duas partes de mesmo tamanho, cada uma das partes resultantes pode continuar a mover-se de forma independente. Isso é possível devido ao funcionamento do(a) A) sistema nervoso difuso. B) cadeia nervosa ventral. C) sistema nervoso cérebro-espinhal. D) gânglio cerebroide. 16. (UFMG) Observe esta figura:

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após cirurgias reparadoras. Considerando-se essa situação, é correto supor que o uso de sanguessugas se deve à A) redução da oxigenação dos tecidos lesados. B) estimulação da atividade da trombina. C) ação anestésica, visando-se à redução da dor. D) prevenção da coagulação sanguínea. 17. (UFMG) Nas floriculturas, tem crescido a venda de “húmus de minhoca” para o preparo do solo de jardins. Esse húmus favorece o crescimento das plantas de forma rápida e saudável, pois contém ovos de minhoca e grande quantidade de matéria orgânica. Considerando-se essa informação, é incorreto afirmar que a matéria orgânica e a minhoca são fatores de melhoria do solo porque A) a primeira dá estabilidade aos agregados do solo e a segunda aumenta a circulação do ar. B) a primeira é alimento das plantas e a segunda favorece a entrada de luz no solo. C) a primeira é alimento de bactérias decompositoras e a segunda permeabiliza o solo. D) a primeira retém a umidade e a segunda acelera a circulação de nutrientes. 18. (UFT) As trocas gasosas nos anelídeos ocorrem através de: A) Brânquias ou epiderme. B) Brânquias ou pulmões foliáceos. C) Brânquias e traqueias. D) Brânquias apenas. E) Traqueias apenas. Questões discursivas 19. (UNICAMP) O jornal O Estado de São Paulo de 2 de agosto de 1997 noticiou a descoberta de “colônias de vermes desconhecidos escondidos em metano congelado emergindo do fundo do mar. (...) As criaturas parecem pertencer a uma espécie nova na família dos organismos conhecidos como poliquetos (...). Elas parecem cegas, mas têm bocas, aparelho digestivo e um sistema de circulação complexo.” As características mencionadas não permitem classificar esses novos organismos como poliquetos. A) A que filo pertencem os poliquetos? B) Cite duas características que, em conjunto, permitiriam identificar esses animais como poliquetos. C) Quais são as outras duas classes deste filo? Dê uma característica de cada uma que as diferencie dos poliquetos. 20. (UNESP) Considere os versos da canção infantil: Minhoca, Minhoca, me dá uma beijoca Não dou, não dou Então eu vou roubar Minhoco, Minhoco, você é mesmo louco Beijou o lado errado, a boca é do outro lado

Na prática médica, a utilização de sanguessugas como agentes indutores de sangramento remonta ao ano 180 a.C. Atualmente, as sanguessugas têm sido usadas na prevenção de necrose tecidual,

www.escolapaulofreire.com.br/infantil/musica_amarelo.htm

A) Qual a importância das minhocas para as plantas? B) Com relação à organização do corpo das minhocas (Annelida), justifique a frase beijou o lado errado. Com relação à reprodução

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das minhocas, justifique a correção ou incorreção dos termos “minhoco” (macho) e minhoca (fêmea). 20. (UFMG) Observe as figuras I e II.

A figura I apresenta estrutura da minhoca do gênero Pheretima após dissecção e a figura II, um esquema em corte transversal. A) Cite as funções das estruturas 6 e 9. B) Cite o nome da região 13. C) Indique o número que corresponde, na figura I, à estrutura 10 da figura II. D) Identifique o sexo do animal e o(s) número(s) da(s) estrutura(s) que justifique(m) sua resposta.

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AULA 22 – Filo Arthropoda Os animais do filo Arthropoda, artrópodes (arthro = articulação; poda = pé), são animais caracterizados pela existência de um exoesqueleto quitinoso e pela presença de apêndices articulados, particularmente patas, o que deu origem ao nome do grupo.

Diversidade e hábitats O filo Arthropoda reúne a maior diversidade de espécies dentro do Reino Animal, com mais de 1 milhão de representantes, sendo 900 mil só de insetos, compreendendo no total cerca de ¾ do total das espécies conhecidas. Sua presença se verifica em todos os ambientes, terrestre, aquático dulcícola e aquático marinho, desde altitudes de 6 mil metros até mais de 9 mil de profundidade nos oceanos. Além das espécies de vida livre, que podem ter os mais variados hábitos alimentares, existem espécies parasitas de plantas ou de animais. Os principais grupos de artrópodes são insetos (moscas e baratas), crustáceos (caranguejos e camarões), aracnídeos (aranhas, escorpiões e carrapatos), quilópodes (lacraias) e diplópodes (embuás) GRUPO INSECTA CHILOPODA DYPLOPODA CRUSTACEA ARACHNIDA

DIVISÃO DO CORPO EM TAGMAS Cabeça, tórax e abdome Cabeça e tronco Cabeça, tórax e abdome Cefalotórax e abdome Cefalotórax (prossoma) e abdome (opistossoma)

NÚMERO DE PATAS 6 (hexápodes) 1 par por anel 1 par por anel de tórax e 2 pares por anel de abdome 10 a 14 8 (octópodes)

NÚMERO DE ANTENAS 2 (díceros) 2 (díceros) 2 (díceros)

APARELHO BUCAL Mandíbulas Mandíbulas Mandíbulas

4 (tetráceros) 0 (áceros)

Mandíbulas Quelíceras e pedipalpos

Importância Ecológica Em termos ecológicos, artrópodes, particularmente insetos, são responsáveis por atividades diversas, como o transporte de pólen (polinização anemófila ou anemofilia) e o transporte de sementes (disseminação zoócora de sementes ou zoocoria). Assim, a manutenção e a expansão de populações vegetais está diretamente relacionada à ação de insetos na área. Artrópodes participam de teias alimentares como predadores, parasitas, herbívoros e mais, o que faz com que controlem populações de pragas ou mesmo funcionem eles próprios como pragas em situações de desequilíbrios ecológicos causados por situações diversas. Ecossistemas marinhos em geral são mantidos pela presença de uma comunidade de organismos microscópicos como larvas de diversos animais, micromoluscos e, principalmente, microcrustáceos, como os minúsculos camarões conhecidos como krill. Em conjunto, esta comunidade recebe o nome de zooplâncton, e ocupa o papel de consumidor primário em ambientes aquáticos. Assim, todas as espécies aquáticas que ocupam níveis tróficos superiores dependem direta ou indiretamente desse zooplâncton. Baleias, por exemplo, seguem rotas migratórias nos oceanos em função da busca por áreas de abundância de krill.

Importância Econômica A importância econômica de artrópodes está muitas vezes ligada à sua importância ecológica. Lavouras dependem fundamentalmente da ação polinizadora de insetos. A construção de colmeias artificiais em lavouras para manter abelhas polinizantes na área é uma prática que aumenta enormemente a produtividade agrícola no local. Por outro lado, insetos podem também provocar séria destruição em lavouras quando seu crescimento populacional é exagerado. O interessante é que artrópodes tanto funcionam como pragas agrícolas como também podem ser usados para controlá-las, numa situação denominada controle biológico. No controle biológico, predadores ou parasitas específicos de uma praga são utilizados na sua eliminação. Insetos podem ser usados eventualmente nessa atividade. Também há que se considerar o aspecto gastronômico envolvendo esses animais. Particularmente crustáceos são considerados alimentos saborosos em várias culturas, como é o caso de camarões, lagostas e caranguejos. Abelhas estão relacionadas à produção de mel e alguns insetos são considerados petiscos em algumas regiões do mundo, desde tanajuras aqui na região nordeste do Brasil até crocantes gafanhotos na Tailândia (definitivamente, sem condições). Um outro aspecto a ser mencionado é a fabricação da seda a partir de casulos da lagarta de mariposa Bombyx morii. Fios de seda são usados na confecção de tecidos a milênios, e sustentaram uma das rotas mercantis mais importantes da história da humanidade, conhecida como a Rota da Seda, que ligava a Europa à China. VestCursos – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.VestCursos.com.br

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252 Importância Médica

Artrópodes merecem uma consideração toda especial diante de sua importância para a medicina. Várias espécies são parasitas do homem, temos animais hematófagos como mosquitos, pulgas, piolhos, percevejos (como o barbeiro), carrapatos e ácaros. Algumas espécies parasitas acabam causando ou transmitindo doenças. Outras espécies são predadoras ou mesmo herbívoras, mas são peçonhentas e podem atacar humanos acidentalmente quando ameaçadas, o que por sua vez pode causar complicações por vezes fatais. Artrópodes causadores de doenças (agentes etiológicos) DOENÇA CAUSADOR BERNE, BICHEIRA ou Larvas de moscas-varejeiras MIÍASE (Dermatobium sp)

BICHO-DE-PÉ

Fêmea da pulga Tunga penetrans

PEDICULOSE

Piolho (Pediculus sp)

PIOLHO-DE-PÚBIS OU CHATO

Piolho-de-púbis ou chato (Pthirus púbis)

SARNA OU ESCABIOSE

Ácaro Sarcoptes scabiei

CRAVO

Ácaro Demodex folliculorum

ALERGIAS RESPIRATÓRIAS

Ácaros diversos, como Dermatophagoides farinae

CARACTERÍSTICAS Moscas varejeiras deposita, seus ovos dentro de feridas expostas. Os ovos liberam larvas que se reproduzem por pedogênese (partenogênese larvária) e originam outras larvas. As larvas infestam a ferida e causam extensa destruição tecidual, até que algumas sofrem metamorfose e originam novas moscas adultas. A pulga fêmea grávida se aloja na pele, normalmente nos dedos do pé, causando prurido intenso, dor e descamação da pele. Devido ao grande desenvolvimento de seu abdome, o que está relacionado à formação de ovos, lesões bolhosas ocorrem na área afetada. O piolho infesta o couro cabeludo para se alimentar de sangue (hematófago) e causa prurido intenso, o que pode levar à formação de feridas na região. Os ovos de piolho, denominados lêndeas, podem ser transferidos de uma pessoa a outra por agentes como pentes. Menor que o piolho convencional, o Pthirus se instala normalmente nos pelos pubianos, podendo se instalar eventualmente em outras áreas como axilas, causando sempre um forte prurido. Os ácaros Sarcoptes scabiei, quase microscópicos, escavam a pele causando prurido e irritação, principalmente na região pubiana, sendo sexualmente transmissível. Espécies relacionadas podem causar a mesma doença em outros mamíferos como cães e gatos. Os ácaros Demodex se instalam em glândulas sebáceas associadas a folículos pilosos e dão origem a cravos, particularmente comuns na face. Presentes na poeira, podem causar alergias respiratórias em indivíduos susceptíveis, principalmente em épocas chuvosas, uma vez que dependem da umidade do ar para proliferar.

Artrópodes transmissores de doenças (vetores etiológicos) DOENÇA TRANSMISSOR DENGUE Mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus FEBRE AMARELA Mosquito Haemagogus sp ou Aedes aegypti MALÁRIA Mosquito Anopheles sp (mosquito-prego) LEISHMANIOSE Mosquito Lutzomya sp ou Phlebotomus sp (mosquito-palha ou birigui) FILARIOSE OU ELEFANTÍASE Fêmea do mosquito Culex sp (muriçoca) ONCOCERCÍASE OU CEGUEIRA-DOSMosquito Simulium sp (borrachudo) RIOS FEBRE TIFÓIDE Mosca doméstica (Musca domestica) DOENÇA DO SONO Mosca tsé-tsé (Glossina palpalis) DOENÇA DE CHAGAS TIFO EXANTEMÁTICO OU FEBRE-DASTRINCHEIRAS PESTE BUBÔNICA OU PESTE NEGRA FEBRE MACULOSA FILARIOSE DE MEDINA

Barbeiro (Triatoma sordida, Triatoma infestans, Rhodnius prolixa e Panstrogylus megistus) Piolho (Pediculus sp) Pulga do rato (Xenopsylla sp) Carrapato-estrela (Ambylomma cajennense) Dáfnia ou pulga d’água Cyclops sp

CAUSADOR Vírus Vírus Protozoário Plasmodium sp Protozoário Leishmania sp Verme nematelminto Wuchereria bancrofti Verme nematelminto Onchocerca volvulus Bactéria Salmonella typhy Protozoário Trypanosoma rhodesiensis ou Trypanosoma gambiensis Protozoário Trypanosoma cruzi Bactéria Rickettsia prowasekii Bactéria Yersinia pestis Bactéria Rickettsia rickettsii Verme nematelminto Dracunculus medinensis

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Curso de Biologia Artrópodes peçonhentos Animais venenosos são aqueles dotados de veneno, mas não necessariamente dotados de alguma estrutura capaz de inocular este veneno em suas vítimas. Do que adianta esse veneno então? Pode ser que esse veneno aja por contato com a pele, ou então quando o animal é ingerido por um predador. Nessa última situação, o veneno não protege o indivíduo em si, mas sua espécie, pois uma vez que um predador tenha se intoxicado uma vez com o veneno, passará a evitar membros dessa espécie com receio de uma nova intoxicação. Algumas espécies de borboleta, por exemplo, são venenosas, causando intoxicações em seus predadores quando ingeridas. Animais peçonhentos são animais venenosos dotados de alguma estrutura capaz de inocular seu veneno em sua vítima, como dentes ocos (em serpentes), ferrões ou aguilhões. O custo da produção de veneno para o animal é alto, e animais peçonhentos não atacarão sem motivo para não desperdiçar esse veneno. A consequência desse fato é que animais peçonhentos só atacarão vítimas que são alimentos em potencial, o que não é o caso de humanos normalmente (nós somos muito grandes para sermos usados como alimento pela maioria deles...). Assim, humanos só são atacados acidentalmente, quando o animal se sente ameaçado ou ele próprio é atacado. Lembre-se disso quando for atacado por uma abelha ou marimbondo: para eles, você é o agressor, e eles estão apenas tentando se defender. Artrópodes peçonhentos. ABELHAS, VESPAS E MARIMBONDOS Inoculação do veneno: Ferrão abdominal, com uma pequena bolsa onde o veneno fica armazenado. Na maioria das vezes, o ferrão fica preso na superfície picada, e quando a abelha tenta sair do local após a ferroada, ocorre ruptura de seu abdome e consequente morte do animal. Ação do veneno: Os venenos são bloqueadores neuromusculares, podendo provocar paralisia respiratória, e possuem ação destrutiva sobre as membranas biológicas, produzindo hemólise. Ocorre forte dor local, prurida, edema e formação de eritema. As reações de hipersensibilidade alérgica podem ser desencadeadas por uma única picada e levar o acidentado à morte devido a um edema de glote ou choque anafilático. A morte pode ocorrer também em caso de múltiplas picada, particularmente de abelhas africanizadas, as quais produzem grandes quantidades de mel e são as preferidas dos apicultores, mas são muito agressivas. Profilaxia e tratamento: Nos acidentes causados por abelhas, deve-se retirar os ferroes da pele através da raspagem com lâminas, e não por pinçamentos dos mesmos, uma vez que a compressão pode espremer a glândula de veneno ligada ao ferrão e inocular no paciente a peçonhas (veneno) ainda existente. Contrações musculares na bolsa de veneno permitem que o veneno continue sendo injetado mesmo depois da saída da abelha, de modo que, quanto mais rápido o ferrão for removido, menor será a quantidade de veneno injetada TATURANAS (Lagartas de fogo, principalmente Lonomia sp) Inoculação do veneno: Cerdas ou espinhos. (Taturanas não picam ou ferroam.)

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Ação do veneno: O veneno contido nos espinhos é injetado por contato e causa dor intensa e queimação, podendo aparecer também edema, vermelhidão e íngua; No caso de Lonomia, pode haver alteração da coagulação sanguínea, com sangramento em gengivas e outras regiões e presença de sangue na urina. Raramente pode causar insuficiência renal e sangramentos mais intensos. Profilaxia e tratamento: Deve-se tomar cuidado ao colher frutas ou manusear folgas e gravetos, sendo que o uso de luvas minimiza o risco de acidentes. Deve-se lavar bem o local com água corrente e fazer compressas com agua fria ou gelo, o que alivia a dor. Deve-se também tentar capturar o espécime que causou o acidente para a identificação do mesmo. No caso de Lonomia, pode ser necessário o uso de soro específico (antilonômico) para neutralizar o efeito do veneno. LACRAIAS Inoculação do veneno: Forcípula, na cabeça. Ação do veneno: O veneno causa dor e vermelhidão local, sem outras repercussões. Profilaxia e tratamento: Nos acidentes com lacraias, a aplicação local de gelo alivia a dor. ESCORPIÕES (escorpião amarelo Tityus serrulatus, encontrado principalmente na região Sudeste e nos estados da Bahia, Goiás e Paraná, e escorpião marrom Tityus bahiensis, encontrado principalmente na região Sul e nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo) Inoculação do veneno: Aguilhão ou télson, na extremidade da cauda. Ação do veneno: Neurotóxica, sendo que a picada causa dor local intensa, que se irradia para as regiões vizinhas. Pode haver sudorese, náusea, vômitos e, nos casos mais graves, arritmia cardíaca, choque, edema de pulmão e coma. Crianças com menos de 7 anos de idade podem morrer se não forem tratadas adequadamente, com índice de mortalidade de cerca de 0,1% dos casos. Profilaxia e tratamento: Escorpiões são animais de hábitos noturnos, se refugiando durante o dia em cascas de arvores e pedras, ou ainda em ambientes domésticos, principalmente em sapatos e botas. Assim, deve-se: - não acumular entulho e lixo doméstico; - usar telas em janelas e vedar soleiras de portas; - acondicionar bem o lixo para não atrair baratas e outros insetos que são alimentos usuais de escorpiões; - examinar roupas, calcados, toalhas e roupas de cama antes de usá-los; - andar sempre calçado; - usar luvas espessas para manipular material de construção, madeira e lixo. Em caso de picada, deve-se aplicar gelo no local, além de anestésicos para aliviar a sensação de dor. O ideal é a captura do espécime para identificar o mesmo e usar o soro adequado (antiescorpionídeo). ARANHAS - Viúvas-negras (Latrodectus sp), que têm esse nome pela falsa interpretação de que a fêmea mataria o macho depois da cópula, o que não ocorre; na verdade, o macho perde seu órgão copulatórios após o coito e morre naturalmente, sendo

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frequentemente devorado pela fêmea em casos de canibalismo sexual; os machos são menores (1 cm) e vivem menos que as fêmeas (3 cm), as quais são as responsáveis pelos ataques a humanos e podem ser reconhecidas pela cor preta e pela presença de uma mancha vermelha em forma de ampulheta em seu abdome; - Aranhas-armadeiras (Phoneutria sp), de coloração cinza ou castanha-escura e até 18 cm de comprimento; quando ameaçadas, levantam as quatro patas dianteiras para preparar o ataque, numa postura agressiva que deu origem ao termo “armadeira”; - Aranhas-de-jardim ou tarântulas (Lycosa sp), de coloração cinza ou marrom e uma mancha negra em forma de seta em seu abdome; vive em gramados e não é agressiva; - Aranhas-marrons (Loxosceles sp), de coloração marromamarelada e com abdome em forma de azeitona, com cerca de 4 cm de comprimento e comportamento não agressivo, atacando somente quando comprimida em roupas e calçados. Inoculação do veneno: Quelíceras na cabeça, próximas à boca. Ação do veneno: Dependendo da aranha, o veneno pode ser neurotóxico, com intensa dor local, mialgia e contrações musculares generalizadas (em viúvas-negras e armadeiras), cardiotóxico, podendo causar choque (em armadeiras), necrosante, com forte dor local e gerando feridas de difícil cicatrização (em tarântulas e aranhas-marrons), e hemolítica, com febre, mal-estar, icterícia, escurecimento da urina e insuficiência renal (em aranhas marrons); a taxa de mortalidade varia de 0,1% a 0,5% dependendo do tipo de aranha. Profilaxia e tratamento: A prevenção contra acidentes segue a mesma linha da prevenção contra ataques de escorpiões. O tratamento consiste na aplicação local de anestésico para alívio da dor e fornecimento do soro anti-aracnídeo específico contra a aranha em questão.

e dolorosos. Além disso, seus pelos podem causar irritação quando em contato com a pele humana.

Características gerais Artrópodes são: - bilatérias; - dotados de cefalização; - enterozoários de tubo digestivo completo; - protostômios; - eumetazoários triblásticos celomados (esquizocelomados); - metamerizados de metameria total, com tagmatização; - dotados de exoesqueleto quitinoso e patas articuladas.

Tagmatização Os artrópodes, assim como os anelídeos, são animais que apresentam metameria. Uma particularidade do grupo é a tagmatização, uma tendência à fusão de segmentos, formando unidades funcionais denominadas tagmas. São exemplos de tagmas, a cabeça, o tórax e o abdome dos insetos, ou o cefalotórax e o abdome em crustáceos e aracnídeos.

Larva.

Adulto.

Fisiologia NÍQUEL NÁUSEA – Fernando Gonsales De modo geral, aranhas peçonhentas podem ser reconhecidas pelo hábito noturno na maioria das espécies e pela construção de teias irregulares, que muitas vezes levam a uma falsa impressão de ausência de teias. Outros gêneros de aranhas podem também atacar humanos, mas causam somente dor local. As chamadas aranhascaranguejeiras (Mygalomorphae sp), conhecidas em algumas regiões como tarântulas (mas que não são as aranhas-de-jardim), apesar do aspecto ameaçador por seu tamanho (até 25cm!) e abundância de pelos, dificilmente causam problemas graves a humanos. O que pode ocorrer no entanto é que suas quelíceras são muito grandes e fortes, podendo causar ferimentos profundos

Em termos de fisiologia, artrópodes possuem: - respiração traqueal, filotraqueal ou branquial - sistema circulatório aberto com um coração alongado dorsal, que apresenta orifícios (óstios) através dos quais o sangue entre ou sai; não existe uma cavidade pericárdica - sistema excretor formado por glândulas renais (túbulos de Malpighi, glândulas coxais ou glândulas verdes/antenais); essas glândulas têm por característica filtrar os excretas do sangue, uma vez que não há cavidade celomática ampla - tubo digestivo completo com digestão exclusivamente extracelular - sistema nervoso ganglionar com um par de cordões nervosos ventrais; órgãos dos sentidos bem desenvolvidos, com

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Curso de Biologia grandes olhos, antenas táteis ou quimiorreceptoras, cerdas e pelos táteis - reprodução com fecundação externa ou interna, normalmente dioicos, e de desenvolvimento direto ou indireto.

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que estão refletidas nas inúmeras funções desempenhadas pelos apêndices articulados presentes no grupo: pernas, mandíbulas, quelíceras, antenas, entre outros.

Tegumento: o exoesqueleto quitinoso A característica mais marcante dos artrópodes e a grande responsável pelo sucesso ecológico do grupo é a presença de um exoesqueleto quitinoso, por vezes considerado como uma cutícula, que reveste todo o corpo do animal. Esse exoesqueleto é formado por placas que se articulam, propiciando movimentos do corpo e de seus apêndices, como é o caso das pernas. Aliás, como já mencionado, foi a presença de pernas articuladas que deu origem ao nome do grupo. O exoesqueleto é, na verdade, formado por três camadas: 1. A camada mais externa, composta por lipoproteínas ceráceas, aumenta a capacidade de impermeabilização do mesmo; 2. A camada média, formada por quitina, é espessa e rígida e fornece ao exoesqueleto sua capacidade de proteção mecânica; 3. A camada mais interna, também formada por quitina, é flexível e forma os ligamentos elásticos que permitem aos apêndices articulados sua capacidade de movimento.

Esquema de secção transversal de artrópode genérico. O exoesqueleto é impermeável O exoesqueleto dos artrópodes é impermeável a gases e a líquidos, fato que permitiu a esses animais ocupar com sucesso o ambiente terrestre, inclusive regiões áridas. Um exoesqueleto impermeável evita a perda de água, um dos principais problemas que os animais enfrentam no meio terrestre. Entretanto, a presença de uma estrutura impermeável revestindo o corpo impede as trocas gasosas através da pele. Para compensar a impossibilidade de respiração cutânea, os artrópodes apresentam estruturas especiais relacionadas com a respiração, sendo que elas variam de grupo para grupo, dependendo do ambiente onde os animais vivem, como a respiração traqueal em insetos, filotraqueal em aracnídeos e branquial em crustáceos. O exoesqueleto é rígido e com apêndices articulados Por ser rígido, o exoesqueleto atua como uma estrutura de proteção e suporte do corpo, e, por ser articulado, não impede a mobilidade do animal. A combinação entre proteção e suporte sem sacrifício da mobilidade é uma característica importante do exoesqueleto dos artrópodes. Esse exoesqueleto propiciou uma superfície rígida à qual a musculatura do corpo passou a se unir. A ação da musculatura associada às placas articuladas permitiu o desenvolvimento de grande diversidade e precisão de movimentos,

Apêndices unirremes em insetos e aracnídeos (não bifurcados) e birremes em crustáceos (bifurcado). A locomoção nos artrópodes está, portanto, associada a músculos que movem partes esqueléticas rígidas. Eles não apresentam mais um padrão de locomoção que envolve musculatura e pressão do líquido celomático, como ocorre nos anelídeos, grupo do qual os artrópodes provavelmente derivaram. Esse abandono do uso de pressões hidráulicas deve ter sido uma das causas da grande redução do celoma nos artrópodes. Nestes animais, o celoma é bastante reduzido e está restrito às cavidades das gônadas e estruturas excretoras.

Asas Além das características descritas na ilustração anterior, merece especial atenção o movimento das asas dos insetos. Os insetos são o único grupo de invertebrados com adaptações para o voo, possuindo asas que são movimentadas por músculos inseridos na face interna da placa torácica dorsal (tergo) e ventral (esterno). A contração desses músculos, denominados músculos transversais ou tergo-