AULA 2 TEXTO CRONOGRAMA ORCAMENTO FINANCEIRO DE OBRAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

BRUNO ALVES DE SANTANA

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE UMA OBRA VERTICAL: ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA

Caruaru 2012

BRUNO ALVES DE SANTANA

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE UMA OBRA VERTICAL: ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro Acadêmico do Agreste - CAA, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Área

de

concentração:

Engenharia/Engenharia

Civil/Construção Civil

Orientador: Prof. Dr. Flávio Eduardo Gomes Diniz

CARUARU 2012

Catalogação na fonte

Bibliotecária Simone Xavier CRB4 - 1242

S232c

Santana, Bruno Alves de. Cronograma

físico-financeiro

de

uma

obra

vertical:

elaboração,

execução,

acompanhamento da execução e análise crítica. / Bruno Alves de Santana. - Caruaru: O autor, 2012. 54f. : il. ; 30 cm. Orientador: Flávio Eduardo Gomes Diniz Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de Pernambuco, CAA. Engenharia civil, 2012. Inclui bibliografia. 1. Engenharia civil. 2. Construção civil – planejamento. 3. Orçamento. 4. Controle. I. Diniz, Flavio Eduardo Gomes (orientador). II. Título.

BRUNO ALVES DE SANTANA

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE UMA OBRA VERTICAL: ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro Acadêmico do Agreste - CAA, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Área

de

concentração:

Civil/Construção Civil

Aprovado em: Caruaru, 24 de outubro de 2012. Banca examinadora: Prof. Dr. Flávio Eduardo Gomes Diniz Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Orientador) Prof. Dr. José Moura Soares Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Avaliador) Profª. Dra. Renata Maciel de Melo Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Avaliador) Prof. Dr. Elder Alpes de Vasconcelos Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Coordenador da disciplina)

Engenharia/Engenharia

Dedico este trabalho ao Senhor, pois se cheguei até este ponto foi graças a Ele, e também a minha família, amigos e alguns professores que juntos me deram apoio.

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela oportunidade de finalizar o curso de engenharia civil, através deste trabalho. Agradeço ao meu professor orientador Dr. Flávio Diniz pelo empenho e atenção nos momentos necessários para a produção deste trabalho e por fim a minha família e amigos que sempre me deram forças para superar os momentos difíceis do curso de engenharia civil e incentivaram-me a me dedicar também a este último trabalho.

RESUMO Avaliação do andamento da execução do cronograma físico-financeiro do Edf. Marcone na cidade de Caruaru-PE A construção civil é uma área da engenharia bastante peculiar, devido as suas especificidades, dificuldades técnicas e imprevistos que acontecem no decorrer da execução de uma obra. Dessa maneira, é fundamental que se tenha planejamento e controle ao longo da construção. Além disso, é importante também que o engenheiro civil utilize de técnicas que sejam capazes de otimizar os custos e planejar o tempo de execução da obra, evitando assim prejuízos e atrasos. O trabalho em questão consiste em um estudo de caso que avalia o andamento da execução de uma dessas técnicas de planejamento e controle na construção civil que é o cronograma físico-financeiro. O cenário é a cidade de Caruaru-PE, onde a construção civil está muito aquecida. O tipo de construção é mista, compreendendo dois andares de residencial que totalizam oito apartamentos e um térreo comercial. O cronograma físico-financeiro para o edifício Marcone foi feito baseado em um orçamento preliminar, acompanhado e avaliado durante os meses de novembro de 2011 a agosto de 2012, o qual compreende o período previsto para execução da obra. A metodologia de elaboração e avaliação do cronograma físico-financeiro encontra-se em detalhes ao longo do trabalho. Os resultados obtidos durante a realização da obra com esse tipo de cronograma foram bastante positivos, gerando economia e otimização da alocação de recursos e aquisição de materiais. Porém, devido a imprevistos com os profissionais contratados para executarem a construção e escassez de outros no mercado, a obra foi fisicamente atrasada em 21,4% (51 dias). Em contrapartida, os gastos durante o período foram reduzidos em 24,4% do planejado para execução da obra. Palavras-chave: Engenharia civil. Construção civil. Orçamento. Planejamento. Controle.

ABSTRACT Evaluation of progress in implementing the physical and financial schedule of Edf. Marcone in Caruaru-PE The construction industry is a very unique area of engineering, mainly due to its specificities, and unforeseen technical difficulties that occur during the execution of a work. Because of this, it is very important the existence of planning and control in the sector and the civil engineer is current use of techniques that are able to improve and plan costs and execution time of a work, thus avoiding losses and delays. The work in question consists of a case study that evaluates the progress of the execution of these techniques of planning and control in construction is that the physical and financial schedule. The setting is the city of Caruaru-PE, where the construction is very heated and type of construction is mixed, comprising two floors of residential apartments totaling eight and a commercial ground floor, the physical and financial schedule for the building was named Marcone made based on a preliminary budget and monitored and evaluated during the eight months for which the work was scheduled, which are between November 2011 and August 2013. Every method for preparing and evaluating the implementation of physical and financial schedule details are at work along the results of performing the work with that kind of schedule were very positive, generating savings and optimization of resource allocation and procurement of materials over time, however due to unforeseen circumstances with the professionals hired to perform construction and other shortages in the market, the end of the scheduled time for the work she was physically delayed in 21.4% and at the same time had been spent 24.4 % of planned from start to finish. Key words: Civil engineering. Construction. Budget. Planning. Control.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Planta baixa do pavimento residencial do edifício..............................................

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Figura 2 - Fachada frontal do empreendimento...................................................................

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Figura 3 - Corte lateral da obra............................................................................................

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Figura 4 - Planta baixa do pavimento térreo........................................................................

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Figura 5 - Etapas da orçamentação......................................................................................

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Figura 6 - Modelo de cronograma físico-financeiro contendo auto explicação................... 24 Figura 7 - Hierarquia organizacional e habilidades relacionadas........................................

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Figura 8 - Cronograma físico da obra..................................................................................

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Figura 9 - Distribuição de percentuais genéricos em função do período de cada etapa construtiva de uma obra....................................................................................... 29 Figura 10 - Cronograma físico-financeiro do Edifício Marcone.......................................... 30 Figura 11 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de dezembro................... 32 Figura 12 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de janeiro........................ 34 Figura 13 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de fevereiro....................

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Figura 14 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de março......................... 38 Figura 15 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de abril...........................

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Figura 16 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de maio........................... 42 Figura 17 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de junho.......................... 44 Figura 18 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de julho..........................

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Figura 19 - Gráfico demonstrativo do comportamento dos custos da obra.........................

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Figura 20 - Comportamento do CUB/m² para o projeto padrão RP1Q em 2011................. 50 Figura 21 - Comportamento do CUB/m² para o projeto padrão RP1Q no período de janeiro a agosto de 2012.................................................................................... 50

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Orçamento preliminar da construção..................................................................

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Tabela 2 - Atividades executadas por serviço até o mês de dezembro................................

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Tabela 3 - Atividades executadas por serviço até o mês de janeiro.....................................

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Tabela 4 - Atividades executadas por serviço até o mês de fevereiro.................................. 37 Tabela 5 - Atividades executadas por serviço até o mês de março......................................

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Tabela 6 - Atividades executadas por serviço até o mês de abril......................................... 41 Tabela 7 - Atividades executadas por serviço até o mês de maio........................................

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Tabela 8 - Atividades executadas por serviço até o mês de junho.......................................

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Tabela 9 - Atividades executadas por serviço até o mês de julho........................................

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Tabela 10 - Custo da obra nos meses de agosto e setembro................................................. 48

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas BDI – Benefícios e Despesas Indiretas CUB – Custo Unitário Básico da Construção Civil IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................

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1.1 Justificativa....................................................................................................................

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1.2 Motivação....................................................................................................................... 15 1.3 Objetivos........................................................................................................................

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1.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................................

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1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................................. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................... 17 2.1 Orçamentos....................................................................................................................

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2.1.1 Definição e importância..............................................................................................

17

2.1.2 Atributos do orçamento............................................................................................... 18 2.1.3 Etapas de uma orçamentação......................................................................................

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2.1.4 Graus do orçamento....................................................................................................

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2.1.5 Legislação referente....................................................................................................

22

2.2 Cronograma físico-financeiro........................................................................................

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2.3 Gerenciamento de edificações........................................................................................ 25 2.3.1 Planejamento e controle..............................................................................................

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3 METODOLOGIA...........................................................................................................

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3.1 Apresentação geral da metodologia...............................................................................

27

3.2 Metodologia de elaboração dos cronogramas...............................................................

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3.3 Acompanhamento mensal dos cronogramas.................................................................

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................

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4.1 Habilidades do administrador.......................................................................................

31

4.2 Avaliação do andamento da execução dos cronogramas..............................................

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4.3 Análise global do andamento e custos da obra.............................................................

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................

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REFERÊNCIAS.................................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO O engenheiro civil da atualidade é desafiado cada vez mais a ser um administrador/gestor eficaz, principalmente na área da construção civil, onde os acontecimentos são na maioria das vezes acelerados. Dessa forma, é atribuído a esse profissional organizar as obras no que diz respeito as suas competências, tais como os custos de mão-de-obra, aquisição de materiais e o tempo de finalização da obra, assim como todos os eventos que acontecem durante a mesma. O gerenciamento na construção civil visa despertar o profissional da construção civil a adentrar a área de gerenciamento das empresas, abandonando o comportamento simplista de ser, eminentemente, um "técnico" alheio ao processo de gestão das empresas onde atua, para ser um gestor dos processos de engenharia (JUNGLES e ÁVILA, 2006). A execução de um projeto de engenharia necessita de várias habilidades administrativas do engenheiro responsável por seu acompanhamento, principalmente em uma cidade onde a construção civil cresce bastante, como é o caso de Caruaru, provocando problemas como o de escassez e atrasos de materiais por exemplo. Nessa problemática, teremos o estudo de caso relativo a uma obra onde o térreo será uma loja para aluguel e acima ter-se-á dois andares de apartamentos residenciais também para aluguel. O térreo da construção conta com vários vãos entre pilares e um escritório com banheiro, tipologia típica de uma concessionária multimarcas de carros, a qual é predominante na rua onde está sendo realizada a construção. Já os dois andares acima são residenciais contando com oito apartamentos, sendo quatro por andar. A planta baixa, a vista frontal do empreendimento, o corte lateral da obra e a planta baixa do pavimento térreo estão ilustradas nas Figuras 1, 2, 3 e 4, respectivamente. O trabalho requerido para a organização de uma obra é muitas vezes minucioso e deve ser feito através de cronogramas, onde se destacam o físico e o financeiro. O cronograma físico diz respeito aos serviços ou etapas construtivas executados ao longo da construção, já o financeiro está relacionado aos custos inerentes a eles. No geral, a lógica desses cronogramas deve ser examinada antes mesmo da construção ser iniciada, para que ela tenha sua viabilidade avaliada.

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Figura 1 - Planta baixa do pavimento residencial do edifício

Figura 2 - Fachada frontal do empreendimento

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Figura 3 – Corte lateral da obra

Figura 4 – Planta baixa do pavimento térreo

A produção dos cronogramas físico e financeiro de uma obra está intimamente ligada ao orçamento da obra, o qual deve ser indispensável para a realização de projetos de engenharia. A utilização do orçamento durante a execução de uma obra é considerado

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primordial para determinar a viabilidade do projeto antes mesmo da obra ser iniciada e também servirá como guia através do cronograma financeiro para que os recursos da obra sejam alocados da melhor maneira possível. O cronograma físico embora esteja relacionado ao orçamento, possui caráter gerencial, envolvendo decisões gerenciais relacionadas ao tempo e ao custo dos projetos, tanto para sua elaboração como para o seu acompanhamento durante a construção. No entanto, ao longo da execução desses cronogramas poderão ocorrer problemas não previstos e que são bastante comuns na área da construção civil, os quais deverão ser resolvidos a partir das habilidades do engenheiro. 1.1 Justificativa O mercado da construção civil encontra-se aquecido no Brasil, e em momentos de alta como este é comum que determinados princípios de análise física e financeira não sejam levados em consideração na execução de muitas obras. Na maioria das vezes, devido à pressa de início da construção ou até mesmo pela falta de interesse das construtoras, já que o lucro é quase certo em tais circunstâncias otimistas de mercado. Diante desse cenário, este trabalho acompanhará a execução de uma construção fazendo a avaliação de seu cronograma físicofinanceiro e ao longo dele poderá se perceber facilmente as vantagens de executar uma obra levando em consideração tais cronogramas. O tempo de execução de uma construção e seu respectivo custo são fatores de extrema importância para as partes envolvidas na mesma, daí destaca-se a importância desse trabalho que lida diretamente com tais fatores no cenário crítico já descrito no parágrafo anterior. 1.2 Motivação No mundo globalizado o capital rege os processos comerciais. Dessa forma, a otimização da alocação do mesmo é interessante e lucrativa para uma economia pertencente a tal sistema. Caruaru é uma cidade localizada no interior do estado de Pernambuco e atravessa um momento ímpar na construção civil, apresentando notável verticalização acelerada desde a última década. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o

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censo mais recente da cidade revela que sua população é de 314.951 habitantes. Esses dados, quando comparados ao censo de 2001, são notavelmente superiores, pois na época existiam 253.634 habitantes na cidade. Diante desse cenário de crescimento, a construção civil possui papel fundamental na extensão do número de habitações para comportar o aumento significativo da população. Nesse contexto, é motivante pesquisar sobre o tema desse trabalho, o qual ressalta a importância de utilizar um cronograma físico-financeiro na execução de obras, pois ele gera a reflexão de que é interessante aproveitar o momento favorável da construção civil, satisfazendo ao cliente com a entrega da obra na data prevista e melhorando os lucros do construtor. Pois, não se pode esquecer que os custos indiretos envolvidos na execução de uma obra aumentam com o atraso da mesma e a boa fase da construção civil no momento pode não durar muito tempo. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Elaborar e avaliar o andamento da execução do cronograma físico-financeiro de uma edificação construída na cidade de Caruaru, ressaltando a relação entre esses cronogramas e o gerenciamento da obra em termos físicos e financeiros. 1.3.2 Objetivos Específicos



Elaborar o cronograma físico-financeiro da obra e expor a metodologia empregada;



Avaliar mensalmente a execução dos serviços planejados para detectar as situações de atraso ou avanço dos mesmos;



Evidenciar os motivos que determinaram a situação de andamento da obra, levando em consideração a avaliação do cronograma;



Acompanhar os gastos reais da obra e compará-los aos planejados;



Propor soluções para resolver os problemas de caráter físico e/ou financeiros encontrados ao longo da execução da obra.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Orçamento 2.1.1 Definição e importância Orçamento pode ser definido como a expressão monetária e quantitativa de um plano, cujo objetivo, é atingir um resultado final, anteriormente traçado pelos responsáveis pela sua elaboração, com a participação de todos os setores da empresa (PADOVEZE, 2004). Mediante essa definição percebe-se que os orçamentos são instrumentos importantes para o gerenciamento e necessitam de um acompanhamento contínuo ao longo de uma gestão estratégica que já foi pré-definida, principalmente num setor como o da construção civil onde as construções precisam de um razoável período de tempo para serem finalizadas. O processo de elaboração de um orçamento é denominado orçamentação e esta não deve ser confundida com orçamento já que este é o produto e não o processo. Orçar portanto está relacionado a orçamentação. Orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação. Um trabalho bem executado, com critérios técnico bem estabelecidos, utilização de informações confiáveis e bom julgamento do orçamentista, pode gerar orçamentos precisos, embora não exatos, porque o verdadeiro custo de um empreendimento é virtualmente impossível de se fixar de antemão. O que o orçamento realmente envolve é uma estimativa de custos em função da qual o construtor irá atribuir seu preço de venda - este, sim, bem estabelecido (MATTOS, 2006, p. 22).

A viabilidade de um projeto é um aspecto que também dá importância a um orçamento, pois este poderá inviabilizar a obra uma vez que seu valor supere o recebido para a execução do mesmo. De maneira geral um orçamento da área da construção civil, em termos de valores, pode ser definido como sendo a soma dos custos diretos (relacionados à mão-de-obra dos operários, aos materiais, maquinários e ferramentas) mais a soma dos custos indiretos (relacionados às equipes de supervisão e apoio, impostos e lucros inerentes ao processo construtivo). Um orçamento finalizado tem outras utilidades além de definir o valor financeiro do projeto, tais como levantamento de materiais e serviços, realização de simulações, geração de cronogramas físico e financeiro, geração da curva A-B-C de insumos, entre outros.

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2.1.2 Atributos do orçamento Os atributos de um orçamento consistem nos principais fatores que se deve levar em consideração para a formulação de um orçamento. Segundo Mattos (2006) os principais atributos de um orçamento são a aproximação, a especificidade e a temporalidade. A aproximação está relacionada aos orçamentos são feitos baseados em algumas estimativas de variáveis, e isso pode gerar uma incerteza. Assim, o bom orçamentista deve ser dotado da utilização da boa aproximação para que seu valor final não seja muito desviado da realidade devido às incertezas associadas. A especificidade diz respeito ao fato de que não generalizar um orçamento para cenários diferentes, como em regiões distintas, por exemplo. Pois, cada cenário tem suas especificidades que irão influenciar na composição de um preço ou custo. As políticas e as condições locais da empresa são os principais determinantes da influência desse atributo no orçamento. A temporalidade está relacionada aos orçamentos que são feitos antes do início das atividades. Sendo assim, durante o tempo para o qual se executam atividades previstas num orçamento, diversos preços podem variar gerando diferenças nos valores, tais como custo dos insumos ao longo do tempo, criação ou extinção de impostos e encargos, ou até mesmo evolução dos métodos construtivos. 2.1.3 Etapas de uma orçamentação Uma orçamentação consiste num processo sequencial e que pode ser muitas vezes de difícil coordenação, por isso é importante que sejam seguidas etapas para que esta seja bem desenvolvida em seus aspectos fundamentais. De acordo com Mattos (2006) a orçamentação engloba três grandes etapas de trabalho, sendo essas o estudo das condições de contorno, a composição de custos e a formação de preços. Os projetos ou anteprojetos devem servir para nortear o orçamentista e como estes apresentam sempre condições de contorno específicas é válido executar a sequências de passos abaixo:

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a) Leitura e interpretação do projeto e suas especificações técnicas - Esse primeiro passo dá suporte e base ao orçamentista, pois é nesta etapa que as particularidades do projeto são conhecidas. b) Leitura e interpretação do edital (caso trate-se de uma licitação) - Conhecer bem o concurso e seu edital é fundamental para o sucesso de uma orçamentação dessa natureza. c) Visita técnica ao local da obra - Visualizar apenas o projeto em papel não é suficiente para compreendê-lo como um todo, por isso uma visita técnica ajudará o orçamentista a ter uma melhor visão de custos. Em relação às próximas etapas que são a composição de custos e a formação de preços, tem-se os passos abaixo: a) Identificação dos serviços que estarão presentes na obra - Todos os serviços são orçados e dão uma contribuição ao custo/preço total da obra, daí a importância de identificar todos eles. b) Levantamento de quantitativos de materiais - Esse passo é muitas vezes penoso, mas de extrema importância, pois a precisão desse levantamento ajudará numa orçamentação mais precisa. c) Discriminação dos custos diretos e indiretos - É o ato de organizar na planilha tais custos. d) Cotação de preços - Saber o preço dos materiais e serviços de acordo com a realidade e particularidades da obra é determinante para o sucesso do orçamento, assim como a visão de futuro desses valores. e) Definição de encargos sociais e trabalhistas. f) Definição da lucratividade - É dada geralmente, de acordo com a política da empresa e tipo de construção, mas para a construção civil gira em torno de 10%.

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g) Cálculo dos Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) - Esse cálculo é dado por diversos mecanismos que geram uma porcentagem de acréscimo ao custo de uma obra. h) Desbalanceamento da planilha - Esse passo consiste em fazer ajustes na planilha que contém o orçamento para equilibrar possíveis desbalanceamentos. A figura 5 mostra os passos descritos anteriormente de maneira sequencial. Figura 5 - Etapas da orçamentação

Fonte: Adaptado de MATTOS, 2006.

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2.1.4 Graus do orçamento De acordo com a situação a qual o engenheiro vai orçar, é necessário um determinado grau de detalhamento do orçamento coerente com o nível da obra. Segundo Mattos (2006) existem três graus de detalhamento de orçamentos, são eles: estimativa de custo, orçamento preliminar e orçamento analítico ou detalhado. A estimativa de custo é um grau de orçamento no qual o valor é estimado apenas com base histórica de construções do mesmo porte, experiência do empreendedor e indicadores. Tal modalidade é pouco confiável para valores muito grandes já que ela oferece apenas um indicativo da ordem de grandeza do custo, podendo ter assim um grande desvio para grandes valores (MATTOS, 2006). Para construção um dos indicadores é o Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) que fornece um valor significativo para o valor do custo de construção de um metro quadrado para uma determinada tipologia da edificação. Outros indicadores que se encaixam para utilização nessa modalidade de orçamento são o custo do quilômetro de estrada para obras de estradas e o custo de hectare de urbanização para a área de urbanismo. O orçamento preliminar terá um grau de incerteza menor que a estimativa de custos, já que envolverá o levantamento dos principais quantitativos e insumos para a sua elaboração. Muitas vezes esse orçamento é feito com base em indicadores da própria construtora, como o volume médio de concreto nas peças estruturais e área de fôrmas. O orçamento analítico ou detalhado requer cuidadoso trabalho de cotação de preços e levantamento preciso de quantitativos, para que o seu valor seja o mais próximo do real, já que este é o mais sofisticado das três modalidades de orçamento apresentadas. O orçamento analítico utiliza de uma composição de custos unitários para cada serviço da obra, levando em consideração quanto de mão-de-obra, material e equipamento é gasto em sua execução. Além do custo dos serviços (denominado de custos diretos) são computados também os custos de manutenção do canteiro de obras, equipes técnica, administrativa e de suporte da obra, taxas e emolumentos, entre outros. Esses custos são denominamos custos indiretos, chegando a um valor orçado preciso e coerente (MATTOS, 2006).

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2.1.5 Legislação referente Os orçamentos não podem ser feitos de maneira aleatória, nem implícita. Alguns artigos de leis padronizam e discriminam exigências relacionadas aos orçamentos. Os parágrafos a seguir fazem uma mesclagem das partes mais importantes dessas leis de maneira a explicitar as exigências e responsabilidades do técnico, no caso o engenheiro civil, no tocante a orçamento. O orçamento deverá ser elaborado a partir do levantamento dos quantitativos físicos do projeto e da composição dos custos unitários de cada serviço, obedecidas rigorosamente as Leis Sociais e Encargos Trabalhistas e todos os demais Custos Diretos, devidamente planilhados (TISAKA, 2006). De acordo com os Artigos 7°, 8°, 13º, 14º e 15º da Lei Federal nº 5.194/66, o orçamento estimativo do órgão que acompanha o edital de licitação, previsto na alínea II §2º do item XVII do Art. nº40 da Lei nº 8.666/ 93, que é a lei que rege os processos de licitações, deverá ter a sua autoria devidamente identificada no documento, com o nome completo do orçamentista, profissão de engenheiro civil ou arquiteto e o número de Registro no CREA. A Lei Federal nº 5.194, de 24.12.66, determina que: "Art. 7º - As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro agrônomo consistem em: desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada". "Art. 8º - As atividades e atribuições enunciadas nas alíneas 'a', 'b', 'c', do artigo anterior são da competência de pessoas físicas, para tanto legalmente habilitadas." "Art. 12º - Na União, nos Estados e nos Municípios, nas entidades autárquicas, paraestatais e de economia mista, os cargos e funções que exijam conhecimentos de Engenharia, Arquitetura e de Agronomia, relacionados conforme o disposto na alínea "g" do Art. 27, somente poderão ser exercidos por profissionais habilitados de acordo com esta Lei." "Art. 13º - Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho de engenharia, de arquitetura e de agronomia, quer público, quer particular, somente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com a lei." "Art. 14º - Nos trabalhos gráficos, especificações, orçamentos, pareceres, laudos e atos judiciais ou administrativos, é obrigatória, além da assinatura, precedida do nome da empresa, sociedade, instituição ou firma a que interessarem, a menção explícita do título do profissional que os subscreve e o número da carteira referida no art. 56."

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A falta dessa identificação poderá ensejar um Auto de Infração contra a empresa ou órgão licitante por parte da fiscalização do CREA ou até anulação da licitação por descumprimento dos dispositivos legais. "Art. 15º - São nulos de pleno direito os contratos referentes a qualquer ramo da engenharia, arquitetura ou da agronomia, inclusive a elaboração de projeto, direção ou execução de obras, quando firmados por entidade pública ou particular com pessoa física ou jurídica não legalmente habilitada a praticar a atividade nos termos desta lei."

Pelos Artigos 1º ao 14º da Resolução nº 425 de 18/12/98 do CONFEA, combinada com o Parágrafo 1º dos Artigos 2º e 4o da Lei nº 6.496/77, é obrigatório o recolhimento de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) pela execução do orçamento e pelo ocupante de cargo e função de orçamentista, ficando sujeito às penalidades da lei pelo seu não cumprimento. A Lei Nº 6.496/77 diz: "Art. 2º - A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento de engenharia, arquitetura e agronomia." "§ 1º A ART será efetuada pelo profissional ou pela empresa no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), de acordo com Resolução própria do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA).” "Art. 3º - A falta de ART sujeitará o profissional ou a empresa à multa prevista na alínea 'a' do Art. 73 da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e demais cominações legais."

O autor do orçamento deverá recolher ART, específico para cada obra objeto da licitação, atestando a sua autoria. Além disso, o órgão contratante deverá recolher ART de Cargo e Função do seu orçamentista, sob pena de autuação pela fiscalização do CREA. A Resolução nº 425 de 18 de dezembro de 1998 do CONFEA diz: "Art. 6º - O desempenho de cargo ou função técnica, seja por nomeação, ocupação ou contrato de trabalho – tanto em entidade pública ou privada -, obriga a Anotação de Responsabilidade Técnica, no CREA, em cuja jurisdição for exercida a atividade."

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2.2 Cronograma físico-financeiro De acordo com Dias (2004), o cronograma físico-financeiro é a representação gráfica do plano de execução da obra e deve cobrir todas as fases de execução desde a mobilização, passando por todas as atividades previstas no projeto, até a desmobilização do canteiro. É bastante vantajoso utilizar esse tipo de cronograma numa construção pois ele organiza de maneira temporal e financeira a obra, formando períodos, de maneira que o engenheiro possa acompanhar os acontecimentos em paralelo com os custos. Assim, o técnico tem uma visão ampla das possibilidades tanto para a solução de problemas, como para medidas de melhoria ao longo da obra, podendo estabelecer empreitadas, por exemplo, com os valores máximos possíveis e prazos máximos possíveis para negociar. A maneira de representar o cronograma físico-financeiro é importante, pois quanto mais claro ele estiver representado mais fácil ele será interpretado e consequentemente será melhor como ferramenta para que o engenheiro atue na obra utilizando-se dele. A figura abaixo (Figura 6) exemplifica um modelo desse tipo de cronograma. Figura 6 - Modelo de cronograma físico-financeiro contendo auto explicação

Fonte: Faria (2011).

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2.3 Gerenciamento de edificações Numa hierarquia organizacional um bom gerente deve ter determinadas habilidades para que desenvolva suas atividades atingindo bons resultados. . De acordo com o modelo sugerido por Robert L. Katz (apud Stoner, 1999) essas habilidades são classificadas em habilidades técnicas estão relacionadas à capacidade de desenvolver atividades com as próprias mãos. As habilidades humanas estão relacionadas à capacidade de comunicação com equipe de trabalho e lidar com pessoas. Já as habilidades conceituais estão relacionadas ao conhecimento teórico sobra a área de atuação. Numa estrutura organizacional, à medida que se sobe para níveis hierárquicos mais altos, menos se precisa de habilidades técnicas e mais se precisa de habilidades conceituais. A figura 7 relaciona as habilidades do administrador/gestor aos cargos numa hierarquia organizacional. Figura 7 - Hierarquia organizacional e habilidades relacionadas

Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2003.

Na área de edificações é fácil perceber que o engenheiro que gerencia, as principais habilidades necessárias são as humanas e conceituais, já que ele deve lidar diretamente com pessoas e se comunicar da maneira correta para que tenha sucesso, aliando as decisões ao seu conhecimento teórico.

26

2.3.1 Planejamento e controle O planejamento e o controle do processo construtivo de uma edificação são fundamentais para o sucesso da mesma, em termos de eficiência e eficácia de todas as suas etapas de construção. Essas etapas devem ser utilizadas em conjunto e se relacionar intimamente, pois se nada foi planejado não há o que se controlar. Antes que efetivamente se comece a controlar, é necessário que o serviço já esteja devidamente detalhado, através de um planejamento prévio. Tal ação permitirá uma seleção de prioridades e importâncias no controle. Quando não existe esta preocupação, muitas vezes os profissionais se perdem em controles minuciosos, que trarão pouco ou nenhum benefício (GOLDMAN, 2004). É fundamental que o engenheiro que exerce controle sobre serviços tenha conhecimento sobre a natureza deles, senão o controle fica comprometido devido à falta de conceitos sobre o assunto. Segundo Goldman (2004), o controle na construção civil está desmembrado em: Materiais que serão utilizados na execução dos serviços; Equipamentos auxiliares para execução; Ferramentas de trabalho dos operários; Mão-de-obra necessária à execução; Prazo de execução do serviço; Considerações sobre o método de trabalho empregado; Quantidade produzida do serviço; Custos correspondentes a cada insumo. Através de um planejamento bem elaborado e metas estabelecidas, a atividade de controlar torna-se mais direcionada e pode gerar melhores benefícios à empresa. A melhoria contínua da produção através do processo de controle pode ser implementada baseada em metas. Uma vez que detectado um problema ou uma meta está longe de ser atingida, o planejamento é melhorado para que se volte a controlar chegando mais próximo ou até mesmo a atingindo, definindo-se assim um processo cíclico.

27

3 METODOLOGIA 3.1 Apresentação geral da metodologia O cenário foi apresentado com detalhes na introdução deste trabalho e a metodologia geral utilizada para posterior obtenção de resultados consistiu numa pesquisa exploratória através de um estudo de caso. Segundo Yin (2001), a preparação para se realizar um estudo de caso envolve habilidades prévias do pesquisador. As evidências para um estudo de caso podem ser de suas fontes: documentos, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. A empresa envolvida na execução da obra é de pequeno porte, tendo dois anos no mercado e atua durante este tempo em construções de no máximo três pavimentos e reformas. Em média a empresa tem 12 funcionários considerando os terceirizados. A empresa forneceu gentilmente os dados necessários para a pesquisa. 3.2 Metodologia de elaboração dos cronogramas O orçamento preliminar está apresentado por etapa construtiva na tabela abaixo (Tabela 1), a qual também apresenta a porcentagem que o custo de cada serviço representa em relação ao custo total da obra. Esse orçamento foi feito antes mesmo da obra se iniciar e a partir dele foram gerados os cronogramas físico e financeiro. O custo total planejado para a obra foi de R$144.231,00. O cronograma físico foi feito baseado na disponibilidade lógica de mão-de-obra e tempo de locação de recursos, o resultado está apresentado na figura 8.

28

Tabela 1 - Orçamento preliminar da construção Serviço Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

Figura 8 - Cronograma físico da obra

Custo (em R$) 2.000,00 4.500,00 7.500,00 25.485,00 14.800,00 12.000,00 11.000,00 5.500,00 5.646,00 2.400,00 3.000,00 12.000,00 3.000,00 4.500,00 11.000,00 9.500,00 8.000,00 400,00 2.000,00 144.231,00

Custo total (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32 7,62 3,82 3,91 1,66 2,08 8,35 2,08 3,12 7,65 6,58 5,54 0,28 1,38 100

29

O cronograma financeiro foi feito a partir do cronograma físico e está baseado na distribuição de percentuais genéricos em função do número de períodos previstos para a execução de um serviço (Figura 9). Figura 9 - Distribuição de percentuais genéricos em função do período de cada etapa construtiva de uma obra

Fonte: GOLDMAN, 2004.

No caso do cronograma da obra em estudo os períodos são distribuídos em meses, como apresentado no cronograma físico, a partir daí podemos estabelecer as porcentagens de cada serviço ao longo de seus meses previstos para execução e obter facilmente os custos previstos para cada mês multiplicando-se as porcentagens mensais previstas pelo custo total de cada serviço apresentado anteriormente na tabela 1. O resultado desse processo, junto com o custo total mensal e seus acumulados ao longo do período de execução da obra é o cronograma físico-financeiro, apresentado na figura 10.

30

Figura 10 - Cronograma físico-financeiro do Edifício Marcone

3.3 Acompanhamento mensal dos cronogramas O acompanhamento mensal dos cronogramas foi feito a partir da medição dos serviços executados a cada mês e os respectivos custos dessa execução. A obra contou com folhas de pagamentos semanais onde estavam discriminados os valores de mão-de-obra e materiais e serviços que significaram custos. Dessa forma, a soma das folhas da semana que compôs cada mês significou o custo mensal da obra, que pode ser comparado com o valor programado para cada mês e está exposto no cronograma físico-financeiro. De acordo com o cronograma há uma porcentagem do serviço prevista para cada mês, essa porcentagem na prática foi obtida por proporção em relação ao total de execução do serviço. Essas porcentagens comparadas são capazes de traduzir se a obra e o serviço estão em situação de atraso, adiantamento ou prevista. Então a partir da comparação dos custos planejados com os realmente ocorridos, há possibilidade de justificar possíveis atrasos ou avanços e planejar melhor os próximos acontecimentos na obra.

31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Habilidades do administrador/gestor Como exposto no referencial teórico as habilidades relacionadas ao bom administrador/gestor são as conceituais, humanas e técnicas. Ao longo da execução da obra, as seguintes habilidades necessárias à engenharia foram pertinentes:  Conceituais •

Desenvolver os projetos estrutural, hidráulico, elétrico e compatibilizá-los quando necessário;



Dimensionar as equipes de trabalho;



Escolher os materiais adequados para a execução dos serviços;



Orientar a segurança na obra;



Resolver problemas que ocorrem repentinamente devido a dificuldades de execução;



Contratar serviços.

 Humanas •

Relacionar-se bem com a equipe para que ela entenda as instruções e as execute de maneira correta;



Conseguir negociar descontos nos materiais e empreitadas.

 Técnicas •

Utilizar computadores. Como esperado, a engenharia está no topo de uma pirâmide hierárquica organizacional

numa construção, por isso se verifica a grande quantidade de habilidades conceituais referentes a esta. 4.2 Avaliação do andamento da execução dos cronogramas

32

A avaliação do andamento da execução dos cronogramas será expressa por mês, através de diagramas de Gantt. A parte azul significa o que foi programado em um determinado mês para ser executado e em vermelho o que efetivamente ocorreu e suas respectivas porcentagens. Após a apresentação dos diagramas serão mostrados os cálculos relacionados às avaliações, os respectivos comentários e detalhes importantes que os justifiquem ou sejam pertinentes ao trabalho.  Mês de dezembro A figura 11, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos, bem como os acumulados até o final do mês de dezembro. Figura 11 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de dezembro

33

Na figura 11, observa-se a programação e execução de serviços, bem como os custos: Serviços programados: Serviços preliminares (100%), Fundações (100%), Movimento de Terra (100%), e Estrutura (12%). Serviços executados: Serviços preliminares (100%), Fundações (100%), Movimento de Terra (100%), Estrutura (12%). Custo de cronograma: R$ 15.058,20. Custo real: R$ 12.364,00. A tabela a seguir (Tabela 2), expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de dezembro. Tabela 2 - Atividades executadas por serviço até o mês de dezembro Mês: DEZEMBRO

Representação do serviço para a obra (em %) 1,38 3,12

Execução do serviço prevista até o final do mês (em %) 100 100

Produto do acumulado previsto até o mês (em %) 1,38 3,12

Serviço realizado até o final do mês (em %) 100 100

Produto do acumulado realizado até o mês (em %) 1,38 3,12

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

5,12 17,69 10,28 8,32

100 12 -

5,12 2,12 -

100 12 -

5,12 2,12 -

7,62

-

-

-

-

3,82 3,91

-

-

-

-

1,66

-

-

-

-

2,08 8,35

-

-

-

-

2,08

-

-

-

-

3,12 7,65 6,58

-

-

-

-

5,54

-

-

-

-

0,28 1,38 100

-

11,74

-

11,74

34

 Situação da obra •

Cronograma físico: O andamento programado era de 11,74% de conclusão para o primeiro mês e foi exatamente o obtido (soma das porcentagens da tabela 1 para os serviços em andamento multiplicadas pela porcentagem medida realizada). Ou seja, a obra está com andamento normal.



Cronograma financeiro: Abaixo do orçamento, foi gasto 82,1% do planejado.

Comentário: No primeiro mês, houve uma equipe de obra reduzida em relação a programada para as atividades. No entanto, a equipe estava entusiasmada e gerou uma produtividade acima da esperada. O planejamento de execução e aquisição de materiais foram bem programados, proporcionando realizar exatamente o que estava previsto.  Mês de janeiro A figura 12 ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados até o final do mês de janeiro. Figura 12 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de janeiro

35

Na figura 12, observa-se a programação e execução de serviços, bem como custos: Serviços programados: Estrutura (47%), Alvenaria (12%). Serviços executados: Estrutura (40%), Alvenaria (12%). Custo de cronograma mensal/acumulado: R$ 10.695,75 / R$ 27.753,95. Custo real mensal/acumulado: R$ 6.172,00 / R$ 18.536,00. A tabela a seguir (Tabela 3), expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de janeiro. Tabela 3 - Atividades executadas por serviço até o mês de janeiro Mês: JANEIRO

Representação do serviço para a obra (em %)

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %)

Produto acumulado previsto até o mês (em %)

Serviço realizado até o final do mês (em %)

Produto do acumulado realizado até o mês (em %)

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais

1,38 3,12

100 100

1,38 3,12

100 100

1,38 3,12

5,12 17,69 10,28 8,32

100 47 12 -

5,12 8,31 1,23 -

100 40 12 -

5,12 7,08 1,23 -

7,62

-

-

-

-

3,82 3,91

-

-

-

-

1,66

-

-

-

-

2,08 8,35

-

-

-

-

2,08

-

-

-

-

3,12 7,65 6,58

-

-

-

-

5,54

-

-

-

-

0,28

-

-

-

-

1,38

-

-

-

-

100

-

19,16

-

17,93

TOTAL

36

 Situação da obra •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 19,16% concluída e está com 17,93%, ou seja, um atraso de 1,23% (3 dias).



Cronograma financeiro: Abaixo do orçamento, mensalmente foi gasto 57,7% do planejado e acumuladamente foi gasto 66,78% da planejado.

Comentário: Há um pequeno atraso físico devido ao atraso de entrega da primeira laje em quase uma semana.  Mês de fevereiro A figura 13, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados até o final do mês de fevereiro. Figura 13 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de fevereiro

37

Na figura 13, observa-se a seguinte programação e execução de serviços bem como custos: Serviços programados: Estrutura (92%), Alvenaria (47%). Serviços executados: Estrutura (65%), Alvenaria (35%). Custo de cronograma mensal/acumulado: R$ 16.648,25/ R$ 44.402,20. Custo real mensal/acumulado: R$ 7.777,00/ R$ 26.313,00. A tabela 4, disposta abaixo, expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de fevereiro. Tabela 4 - Atividades executadas por serviço até o mês de fevereiro Mês: FEVEREIRO

Representação do serviço para a obra (em %)

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %) 100

Produto acumulado previsto até o mês (em %) 1,38

Serviço realizado até o final do mês (em %) 100

Produto do acumulado realizado até o mês (em %) 1,38

Projetos

1,38

Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

3,12

100

3,12

100

3,12

5,12 17,69 10,28 8,32

100 92 47 -

5,12 16,27 4,83 -

100 65 35 -

5,12 11,50 3,60 -

7,62

-

-

-

-

3,82 3,91

-

-

-

-

1,66

-

-

-

-

2,08 8,35

-

-

-

-

2,08

-

-

-

-

3,12 7,65 6,58

-

-

-

-

5,54

-

-

-

-

0,28

-

-

-

-

1,38

-

-

-

-

100

-

30,7

-

24,72

38

 Situação da obra: •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 30,7% concluída e está com 24,7%, ou seja, um atraso de 6% (14 dias).



Cronograma financeiro: Abaixo do orçamento, orçamento, mensalmente foi gasto 29,55% do planejado e acumuladamente 37,5% do planejado.

Comentário: Um dos profissionais responsáveis pela carpintaria teve que parar de trabalhar por motivo de doença séria repentinamente, além de ter sido dispensado em alguns turnos em dias de trabalho para consultas. Dessa forma, foi necessário o período de uma semana para conseguir um substituto. Esse fato atrapalhou a produção do mês, bem como o atraso da laje no mês anterior e as festividades de carnaval. Mas nota-se nota que o gasto foi bem abaixo do d esperado, tornando a situação relativamente aceitável.  Mês de março A figura 14,, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados acumulados até o final do mês de março. Figura 14 - Acompanhamento do cronograma cronograma físico para o mês de março

39

Na figura 14, observa-se a seguinte programação e execução de serviços bem como custos: Serviços programados: Estrutura (100%), Alvenaria (92%). Serviços executados: Estrutura (90%), Alvenaria (80%). Custo de cronograma mensal/acumulado: R$ 8.698,80/ R$ 53.101,00. Custo real mensal/acumulado: R$ 10299,58/ R$ 36.612,58. A tabela 5, disposta abaixo, expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de março. Tabela 5 - Atividades executadas por serviço até o mês de março Mês: MARÇO

Representação do serviço para a obra (em %)

Produto acumulado previsto até o mês (em %)

Serviço realizado até o final do mês (em %)

1,38 3,12

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %) 100 100

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

Produto do acumulado realizado até o mês (em %)

1,38 3,12

100 100

1,38 3,12

5,12 17,69 10,28 8,32

100 100 92 -

5,12 17,69 9,82 -

100 90 80 -

5,12 15,93 8,22 -

7,62

-

-

-

-

3,82 3,91

-

-

-

-

1,66

-

-

-

-

2,08 8,35

-

-

-

-

2,08

-

-

-

-

3,12 7,65 6,58

-

-

-

-

5,54

-

-

-

-

0,28

-

-

-

-

1,38

-

-

-

-

100

-

36,72

-

33,77

40

 Situação da obra: •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 36,72% concluída e está com 33,77%, ou seja, um atraso de aproximadamente 3% (7 dias).



Cronograma financeiro do mês: Acima do orçamento, foi gasto mensalmente 18,4% a mais que o planejado e globalmente o custo está em 68,94% do planejado.

Comentário: Como observado, o custo planejado foi superado para o mês para acelerar os serviços, já que no mês anterior foi gasto bem menos que o planejado e o atraso diminuiu mediante os problemas já ocorridos. O mês teve uma produção acima do esperado, valendo salientar que globalmente o cronograma financeiro está controlado.  Mês de abril A figura 15, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados até o final do mês de abril. Figura 15 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de abril

41

Na figura 15, observa-se a seguinte programação e execução de serviços bem como custos: Serviços programados: Alvenaria (100%), Instalações elétricas e telefônicas (46%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (46%), Esquadrias de madeira (14%), Revestimento interno (14%). Serviços executados: Estrutura (100%), Alvenaria (80%), Instalações elétricas e telefônicas (20%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (20%), Esquadrias de madeira (0%) e Revestimento interno (0%). Custo de cronograma mensal/acumulado: R$ 14.234,44/ R$ 67.335,44. Custo real mensal/acumulado: R$ 14.487,00/ R$ 51.099,58. A tabela 6, disposta abaixo, expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de abril. Tabela 6 - Atividades executadas por serviço até o mês de abril Mês: ABRIL

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa Corrida e Pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

Representação do serviço para a obra (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %) 100 100 100 100 100 46

Produto acumulado previsto até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 3,82

Serviço realizado até o final do mês (em %) 100 100 100 100 80 20

Produto do acumulado realizado até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 8,22 1,66

7,62

46

3,50

20

1,52

3,82 3,91 1,66 2,08 8,35 2,08 3,12 7,65 6,58 5,54

14 14 -

0,55 1,17 -

-

-

0,28 1,38 100

-

46,47

-

38,71

42

 Situação da obra: •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 46,47%, concluída e está com 38,71%, ou seja, um atraso de 7,8% (18 dias).



Cronograma financeiro do mês: Pouco acima do orçamento, mensalmente foi gasto praticamente o valor programado e globalmente foi gasto 75,8% do programado até então.

Comentário: A falta de profissionais fez a alvenaria ficar parada durante o mês e foi dada prioridade a estrutura para que ela fosse terminada, pelo mesmo motivo as esquadrias de madeira e o revestimento interno não foram iniciados, devido aos custos indiretos da obra (administração, energia, água, etc.) e adiantamento em aquisição de materiais para o início das instalações prediais o custo real foi maior que o programado.  Mês de maio A figura 16, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados até o final do mês de maio. Figura 16 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de maio

43

Na figura 16, observa-se a seguinte programação e execução de serviços bem como custos: Serviços programados: Instalações elétricas e telefônicas (100%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (100%), Cobertura (46%), Esquadrias de madeira (80%), Esquadrias de alumínio (100%), Revestimento interno (80%), Forros (46%). Serviços executados: Alvenaria (100%), Instalações elétricas e telefônicas (50%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (50%), Revestimento interno (20%), Cobertura (0%), Forros (0%), Esquadrias de madeira (20%), Esquadrias de alumínio (0%). Custo de cronograma mensal/acumulado: R$ 31.066,36/ R$ 98.401,80. Custo real mensal/acumulado: R$ 14.626,00/ R$ 65.725,58. A tabela 7, disposta abaixo, expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de maio. Tabela 7 - Atividades executadas por serviço até o mês de maio Mês: MAIO

Representação do serviço para a obra (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %) 100 100 100 100 100 100

Produto acumulado previsto até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Serviço realizado até o final do mês (em %) 100 100 100 100 100 50

Produto do acumulado realizado até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 4,16

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais

7,62

100

7,62

50

3,81

3,82 3,91

46 80

1,74 3,11

20

0,782

1,66

100

1,66

-

-

2,08 8,35 2,08 3,12 7,65 6,58

80 46 -

6,67 1,42 -

20 -

1,67 -

5,54

-

-

-

-

0,28 1,38

-

-

-

-

TOTAL

100

-

68,12

-

47,73

44

 Situação da obra: •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 68,12% concluída e está com 47,73%, ou seja, um atraso de 20,39% (49 dias).



Cronograma financeiro do mês: Abaixo do orçamento, mensalmente foi gasto aproximadamente 47% do programado e globalmente 66,8% do programado.

Comentário: Com um único pedreiro atuando na obra durante o mês, pouco se avançou nos serviços dependentes dele, como esperado o gasto foi bem inferior ao planejado. Ao fim desse mês foram contratados mais dois pedreiros com um custo bem acima do planejado e formulada a estratégia de fazer toda a cobertura da obra nesse próximo mês para liberar vários serviços que dependiam desta para serem iniciados, tentando assim recuperar os atrasos.  Mês de junho A figura 17, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados até o final do mês de junho. Figura 17 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de junho

45

Na figura 17, observa-se a seguinte programação e execução de serviços bem como custos: Serviços programados: Instalações elétricas e telefônicas (100%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (100%), Cobertura (100%), Esquadrias de madeira (100%), Revestimento interno (100%), Esquadrias de alumínio (100%), Revestimento interno (100%), Forros (100%), Pisos (46%), Bacias louças e metais (46%), Revestimento externo (100%) e Vidros (100%). Serviços executados: Instalações elétricas e telefônicas (60%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (60%), Esquadrias de madeira (65%) e Revestimento interno (40%), Cobertura (100%), Forros (0%), Esquadrias de madeira (65%), Esquadrias de alumínio (100%), pisos (0%), bacias louças e metais (0%), Revestimento externo (0%), vidros (0%). Custo de cronograma: R$ 24.359,20/ R$ 122.761,00. Custo real: R$ 13.508,00/ R$ 79.233,58 A tabela 8, disposta abaixo, expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de junho. Tabela 8 - Atividades executadas por serviço até o mês de junho Mês: JUNHO

Representação do serviço para a obra (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %) 100 100 100 100 100 100

Produto acumulado previsto até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Serviço realizado até o final do mês (em %) 100 100 100 100 100 60

Produto do acumulado realizado até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 5,00

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

7,62

100

7,62

60

4,57

3,82 3,91 1,66 2,08 8,35 2,08 3,12 7,65 6,58 5,54 0,28 1,38 100

100 100 100 100 100 100 100 46 46 -

3,82 3,91 1,66 2,08 8,35 2,08 3,12 3,51 3,02 85

100 65 100 40 -

3,82 2,54 1,66 3,34 58,24

46

 Situação da obra: •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 85% concluída, mas na verdade estava aproximadamente 58,24% concluída, ou seja, um atraso de 26,76% (64 dias).



Cronograma financeiro do mês: Abaixo do orçamento, foi gasto 55,4% do planejado no mês e globalmente 64,5% do planejado.

Comentário: O atraso na obra aumentou porque muitas atividades que seriam desencadeadas pelas anteriores não puderam ser iniciadas, e um dos contratados não se adaptou ao trabalho e trabalhou apenas uma semana. A estratégia para o próximo mês foi empreitar o máximo de serviços possíveis e fazer a obra funcionar nos fins de semana para diminuir o atraso.  Mês de julho A figura 18, disposta abaixo, ilustra o andamento físico da obra programado e real e os custos mensais programados e ocorridos bem como os acumulados até o final do mês de julho. Figura 18 - Acompanhamento do cronograma físico para o mês de julho

47

Na figura 18, observa-se a seguinte programação e execução de serviços bem como custos: Serviços programados: Obra finalizada. Serviços executados/todos os pendentes listados: Instalações elétricas e telefônicas (90%), Instalações hidro sanitárias e pluviais (90%), Esquadrias de madeira (100%) e Revestimento interno (80%), Forros (50%), Revestimento externo (100%), pisos (50%), bacias louças e metais (50%), massa corrida/pintura (0%), limpeza de fachada (0%), acabamentos finais (0%), vidros (0%). Custo de cronograma mensal/acumulado: R$ 21.470,0/ R$ 144.231,00. Custo real mensal/acumulado: R$ 31.364,00/ R$ 110.597,58. A tabela 9, disposta abaixo, expressa os cálculos de porcentagens executadas de cada serviço em relação à obra até o final do mês de julho. Tabela 9 - Atividades executadas por serviço até o mês de julho Mês: JULHO

Representação do serviço para a obra (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Execução do serviço prevista até o fim do mês (em %) 100 100 100 100 100 100

Produto acumulado previsto até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 8,32

Serviço realizado até o final do mês (em %) 100 100 100 100 100 90

Produto do acumulado realizado até o mês (em %) 1,38 3,12 5,12 17,69 10,28 7,5

Projetos Serviços preliminares Fundações Estrutura Alvenaria Instalações elétricas e telefônicas Instalações hidro sanitárias e pluviais Cobertura Esquadrias de madeira Esquadrias de alumínio Vidros Revestimento interno Revestimento externo Forros Pisos Bacias, louças e metais Massa corrida e pintura Limpeza de fachada Acabamentos finais TOTAL

7,62

100

7,62

90

6,86

3,82 3,91 1,66 2,08 8,35 2,08 3,12 7,65 6,58 5,54 0,28 1,38 100

100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 -

3,82 3,91 1,66 2,08 8,35 2,08 3,12 7,65 6,58 5,54 0,28 1,38 100

100 100 100 80 100 50 50 50 -

3,82 3,91 1,66 6,68 2,08 1,56 3,83 3,3 78,60

48

 Situação da obra •

Cronograma físico: Atrasado, a obra deveria estar 100% concluída, mas na verdade estava 78,6% concluída o que significa um atraso de 21,4% (51 dias).



Cronograma financeiro do mês: Acima do orçamento, mensalmente foi gasto 46% a mais que o planejado e globalmente foi gasto até então 76,6% do planejado.

Comentário: A estratégia foi avançar os serviços mais longos para que pudessem ser finalizados no próximo mês e liberar vários outros para execução no mês de agosto. Em relação ao valor acima do orçamento, este se deu pela grande aquisição de materiais e empreitadas durante o mês para iniciar vários serviços no mês seguinte.  Meses de agosto e setembro Nesses dois meses a obra teve os demais serviços pendentes executados e foi finalizada ao fim de setembro. O acompanhamento desses meses não está mostrado, pois não havia cronograma para tal e por não fazer parte dos objetivos propostos para esse trabalho. Na tabela abaixo estão dispostos os custos relativos a esses dois meses. Tabela 10 - Custo da obra relativo aos meses de agosto e setembro Mês

Custo

Agosto

R$ 27.571,00

Setembro

R$ 22.262,00

Total

R$ 49.833,00

4.3 Análise Global do andamento e custos da obra A figura 19 ilustra o resultado final da obra, que foi finalizada em setembro de 2012. Nesta figura pode se observar o comportamento dos custos ao longo da construção, tanto na fase de cronograma que foi acompanhada por esse trabalho como nos dois últimos meses.

49

Figura 19 - Gráfico demonstrativo do comportamento dos custos da obra 180000,00 160000,00 140000,00 120000,00 100000,00 80000,00 60000,00 40000,00 20000,00 0,00

Custos planejados

Custos ocorridos

Custos planejados acumulados

Custos ocorridos acumulados

É possível observar na figura 19 que no período que a equipe dimensionada para os serviços estava completa os custos ocorridos se comportaram de acordo com os programados. A escassez de mão-de-obra foi determinante para o descontrole de custos e atraso da obra, de forma que para finalizá-la foi preciso se gastar mais para compensar os problemas ocorridos. O custo final da obra foi de R$ 160.430,58. Comparado esse custo com a variação do CUB/m² no período entre o qual foi feito o orçamento (novembro de 2011) e o final da construção (setembro de 2012) podemos encontrar um dos motivos para ter se gastado mais na obra. O projeto padrão utilizado para tal finalidade foi o RP1Q-Residência popular conforme a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 12721:2006, sendo este o que mais se assemelha ao projeto da obra (ABNT, 2006). As figuras a seguir 20 e 21 ilustram o comportamento do CUB/m² para o projeto padrão RP1Q e servirão para posteriormente analisarmos a variação do valor e comparar com a variação do custo orçado em relação ao ocorrido na construção, que junto com o atraso deverá justificar o segundo custo que foi quase R$ 16.000,00 maior que o primeiro.

50

Figura 20 - Comportamento do CUB/m² para o projeto padrão RP1Q em 2011

Figura 21 - Comportamento do CUB/m² para o projeto padrão RP1Q no período de janeiro a agosto de 2012

51

 Custo planejado: R$ 144.231,00.  Custo Ocorrido: R$ 160.430,58.  Variação do CUB/m² no período: 1,84%. Essa variação significa que o mesmo orçamento feito no período que a obra foi finalizada seria R$ 144.231,00 x 1,84%, ou seja, R$ 146.893,62. Então, a variação do CUB/m² no período é um dos motivos para o custo ocorrido ser superior ao planejado. O custo extra com mão-de-obra nos meses de agosto e setembro foi de R$ 10.230,00. Como esses meses não estavam previstos no cronograma da obra, esse custo teoricamente compõe parte do valor que ultrapassou o planejado para a obra. Por fim, não podemos esquecer que todo orçamento contém imprecisões e que o orçamento utilizado para essa obra foi do tipo preliminar.

52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento e o controle para um setor como a construção civil numa cidade onde há bastante crescimento na área, não são capazes de garantir o prazo de uma construção, pois a disponibilidade de mão-de-obra foi o grande problema encontrado ao longo do trabalho. Seguem em tópicos as principais conclusões do trabalho:  Caso não houvesse a escassez de mão-de-obra de profissionais durante a construção, esta seria provavelmente entregue no prazo;  O regime de trabalho de diária funciona apenas para os serventes e em poucos serviços de responsabilidade de profissionais, sendo assim a melhor estratégia é empreitar os serviços por etapas para que o prazo e o custo fiquem menores. A consequência disto é alguma antecipação financeira, mas que logicamente é compensada de maneira global devido às vantagens que ela oferece localmente. O custo do serviço empreitado geralmente é superior ao do regime de diárias, mas como este termina mais rápido nas empreitadas, a obra acelera de maneira localizada, evitando custos indiretos decorrentes desse serviço e permitindo a possibilidade de que serviços dependentes do que finalizou-se antes do prazo comecem antes do prazo ou não;  As possibilidades de negociação, para descontos em materiais e mão-de-obra são muito difíceis de prever num orçamento devido a maneira aleatória com a qual a negociação acontece e significaram custos menores que o planejado em muitos casos ao longo dessa construção;  O cronograma físico-financeiro foi capaz de auxiliar bastante no custo e tempo da construção, sem ele provavelmente teria ocorrido um atraso maior e alguns prejuízos financeiros;  A obra que deveria ser finalizada ao final de julho estava com um atraso de 21,4% (51 dias) ao final do mês, e nesse mesmo momento foi gasto 76,6% do planejado;  O custo final da obra foi superior ao planejado em 11,23% e os motivos para que isso tenha ocorrido foi principalmente a escassez de mão-de-obra ao longo da construção, fazendo com que em muitos dias a obra funcionasse com equipe abaixo da dimensionada, e secundariamente foram a variação do CUB/m² e as imprecisões inerentes ao orçamento feito.

53

REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.721/2006 – Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios e edifícios - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2006. 91 p. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010: Resultados do Universo. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/download/estatistica.shtm>. Acesso em: 10 de set. 2012. BRASÍLIA. Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências. Brasília, 24 de dez., 1966. BRASÍLIA. Lei nº 6.496, de 7 de dezembro 1977. Institui a "Anotação de Responsabilidade Técnica" na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional; e dá outras providências. Brasília, 7 de dez., 1977. BRASÍLIA. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília, 21 de jun., 1993. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, Ed. 7, 2003. CONFEA, Resolução nº 425, de 18 de dezembro de 1998. Dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e dá outras providências. Brasília, dez. de 1998. DIAS, P. R. V. Engenharia de custos: Uma metodologia para orçamentação de obras civis. COPIARE, Ed. 5, 2004. 220 p. FARIA, R. Cronograma físico-financeiro. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2012. GOLDMAN, P. Introdução ao planejamento e controle de custos na construção civil brasileira. PINI, ed. atual, São Paulo, 2004. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução Daniel Grassi – Ed. 2 . Porto Alegre Bookman, 2001. JUNGLES A. E.; ÁVILA A. V. Gerenciamento na construção civil, ARGOS-FUNDESTE, Ed. 1, volume único, 2006. 270 p. MATTOS, A. D. Como preparar orçamentos de obras. PINI, Ed. 1, volume único, 2006, 289p.

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PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. São Paulo: Atlas, 2004. STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, Ed. 5, 1999. TISAKA, M. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e execução. São Paulo: PINI, 2006.
AULA 2 TEXTO CRONOGRAMA ORCAMENTO FINANCEIRO DE OBRAS

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