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Danii!le Kergoat 2 Sociologia e nacurcza: casses. raças e sexos .................................... . J
Amo11io Sérgio A. Guimarães
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Inclui bibliografi1 Tu duç:lo de alguns orrigus
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Transformações neoliberais do crabalho das mulheres: liberação 37 ou novas formas de apropriação? ........... ......... ...................................................... ... .
ISBN 978-85·7559-489-6 1. Sociologi2. 2. Sociologi• do cnbalhu. J. Compommenro org•niucion>l. 1. Alice Rangel de p.,;,.. Abreu. li. H1!5. ' ' 'P ' (.~\-1 ~· L Sociologu du gmrr. P~ri.\, Armand C:olin, 20 12. (C:ole\fo 128). D1\ 1CHARY. C /,, dispm101111111rniwil. louloLL Angd "crs1ty of Cal1fornb Press. 1983.
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serviços à pessoa, segundo a ideia de "desenvolvimeruo" dos serviços, consiste no agrupamento de arividades com trajeróri:is i11sri111cionais e hisróricas muito diferences e finalida~es cambém ~uito diversas. Uma dessa~ aril'idadcs - os serviços de limpeza ~ arrumaçao - remece d1rcramcnce ao doméstico, e a manutenção de sua dinâmica económica assenra-se ineviravelmenre sobre o aumento das desigualdades económicas: para_recorrer ao pessoal de serviço, é necessário que as desigualdades encre as pessoas servidas e aquel:15 que as servem sejam suficicncemenre grandes para fazer com que u~a~ recorram :15 ou~.ras (Gorz, 1989). A outra - os serviços de ajuda em domicílio, o nucleo do cUJdado para pesso,1s fr.ígeis ou vulneráveis - resulta, na França, de uma longa tradição de ação social, fundada na resposta. por meio de um sisrema reoulado e que mobiliza operadores sem fins lucrativos, às necessidades sociais muica; vezes n~o fornecidas pel? aror público (Escado ou colerividades locais). Os serviços à pessoa nao podem ser univocamente considerados como uma jazida de empreoos (Deverrer· Jany-Carrice e Ribaulr, 2015). b '
Uma sociedade de serviços à pessoa é s ustentável?
Uma atividade econômica como qualquer outra? Uma cttpaciclade de criaçâo de empregos Na França, o desenvolvimenro do setor dos serviços à pessoa tem sido visco, desde o início da década de 1990, e sobrcrudo de 2005 em diante, a panir de uma capacidade quase intrínseca de criação de empregos: trata-se de "exrernalizar" um cerro núme ro de trabalhos domésticos realizados na esfera do domicílio. Essa rendência de recomposição do tempo doméstico em tempo assalariado CTany-Carrice, 2014) relaciona-se com dois fatores tradicionalmenre explicarivos. Primeiro, o seror de serviços à pessoa é frequentemente considerado uma resposta às mudanças sociodemográficas, em particular o envelhecimento da população e o aumento da atividade feminina. Porém, o envelhecimento da população não tem um efeito claro nem sobre a magnitude da futura população "dependente", nem sobre a demanda por novos serviços. As projeções mais recentes do número de idosos dependentes ao longo das crês próximas décadas variam de 1,7 a 2,2 milhões, dependendo da escimaci,·a (Marbot e Roy, 2013). O oucro fator comumente evocado para apoiar a tese da dinàmica dos empregos do cuidado é o aumento do emprego feminino. Mas as transformações dos padrões na relação das mulheres com o trabalho e o emprego não são, contudo, recentes: desde os anos 1960, as mulheres passaram a e ntrar em massa no mercado de rrabalho, rendendo a permanecer ativas após a maternidade (Maruani, 20 l l ). A alca caxa de atividade das mulheres reria a virtude de permitir a emancipação feminina por meio do assalariamento, sendo a cencralidade do trabalho impregnada no imaginário social dominante (Sobe!, 20 12; Méda, 1995). Em seguida, a progressão do emprego das mulheres furia surgir novas necessidades de conciliação do rempo, levando os domicílios a prepararem-se para a compra de serviços a fim de liberá-los, assim, de um rempo doméstico que se tornou restrito (cuidar das crianças, da limpeza, das compras etc.). O exposto acima não é coralmenre falso. O problema é que, apresenradas dessa maneira, cais dinâmicas aparecem como justificativa para o desenvolvimento dos serviços à pessoa. Mas elas se baseiam c m um equívoco, já que o referido seror ele
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Uma vez idenrificadas, pelo menos no nível an:ilítico, as duas dinâmicas (domesticidade x ação social), produz-se um curro-circu ito implícito entre o econômico e o mercado ao identificar-se no cuidado uma "atividade econômica" e mercanril. O Plano de ~e~envolvimento dos Serviços à Pc:ssoa, elaborado pela França em 2005, d_efen~e a :d;1a de que para haver reconhecimenro - e rambém "valorização" e "profiss1onahzaç,ª? , sendo ~ss:s ~ermos frequenremenre mobilizados na linguagem pública e tecnocr~nca como smonimos - das atividades de serviços à pessoa, é necessário que elas transite~ pelo econômico (ou seja, que se recorra :io emprego "produtivo") e pelo mercado. Diversos fundamenros doutrinários dominantes da economia orienram essa idei_ª: e parece~ e~raizados no imaginário polírico que presidiu a elaboração dessa polmca: em pnme1ro lugar, as necessidades seriam forçosamenrc transformadas e transformáveis em demanda efetiva; em segundo lugar, a coordenação mais eficaz seria a da concorrência no mercado3 • Princípios de écica liberal também formam a base do conjunto dessa política: a liberdade democrárica do consumidor bem informado é sua base insuperável, mesmo que rais "consumidores" sejam pessoas idosas dependentes e em alguns casos de capacidade cognitiva :ilterada.
Uma visão hegemônica do va/o,: .. e do que é importante Identificam-se oucros pressupostos do que Funda e cria o valor. A análise da sociedade de serviços à pessoa é muiro heurística para arualizar esses elemenros mais indizíveis. Na ver~ade, o desen~olvimenro