EMBRIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO diafragma transcrição-1

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EMBRIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO – FORMAÇÃO DO DIAFRAGMA Antes de conhecermos a formação embriológica do diafragma temos que saber as partes deles. O músculo do diafragma é um músculo formado por duas cúpulas, sendo a cúpula direita um pouco mais alta que a esquerda. Esse músculo possui um grande tendão (de tecido conjuntivo denso modelado) na sua região central, que recebe o nome de CENTRO TENDÍNEO (ou tendão central do diafragma). As fibras musculares que formam o ventre desse músculo ficam ao redor do tendão. Quando o diafragma contrai ele desce, então tenho que ter fibras musculares que puxam esse tendão para baixo. Então, alem dessas fibras que ficam na cúpula diafragmática, o diafragma apresenta dois pilares (fibra muscular no formato de um pilar): um PILAR DIAFRAGMÁTICO DIREITO (mais longo) E UM ESQUERDO, que ficam inseridos profundamente nas vértebras lombares. Entre os dois pilares tem o HIATO AÓRTICO, por isso que consideramos, na verdade, que a aorta passa por trás do diafragma. Existe uma estrutura embriológica que forma o tendão, outra estrutura que forma os músculos da cúpula e outra que forma os pilares. Na segunda semana de gestação o embrião possui formato discoide, e no dorso do embrião existe uma linha primitiva e que no final delaexiste uma depressão chamada de nó primitivo. Se seccionarmos esse embrião no sentido transversal, veremos que ele é formado por duas lâminas: epiblasto e hipoblasto. E durante a segunda semana teremos a diferenciação dessa célula, em um processo chamado de GASTRULAÇÃO (formação de um embrião trilaminar). As células do epiblasto se diferenciam e migram na direção da linha primitiva e mergulham formando um espaço entre o hipo e o epiblasto.Elas formam uma camada média de células que chamamos de mesoderme. Essas células invadem o hipoblasto e formam uma terceira camada de células chamada de endoderme. Finalmente, as células que antes eram do epiblasto se diferenciam e se transformam em células da exoderme. O epiblasto, então, acabou formando 3 camadas: ecto, meso e endoderme. Ectoderme formará a pele e o sistema nervoso. Mesoderma formará tecido conjuntivo e muscular. E endoderma formará os epitélios de revestimento. Ao fazer um corte na horizontal no disco germinativo, vemos que as camadas estão mais organizadas. Surge um órgão no mesoderma chamado de NOTOCORDA. Ela estimula a formação da medula primitiva e, também, a formação do sistema nervoso. Depois que a notocorda termina de executar suas funções ela degenera. A notocorda forma um eixo no embrião (tubo comprido). E o mesoderma se distribui ao redor da notocorda. O mesoderma será dividido em três partes de acordo com a posição que ele está em relação à notocorda. O mesoderma perto (paralelo ao eixo) da notocorda será chamado de MESODERMA PARAXIAL. Esse mesoderma vai se dividir em segmentos chamados de SOMITOS, que formarão as vértebras, a base do occipital etc. Do lado do mesoderma paraxial aparece um tanto de mesoderma que será chamado de MESODERMA INTERMEDIÁRIO, que será responsável pelo desenvolvimento de grande parte do aparelho urogenital. Na borda do embrião surge o MESODERMA LATERAL. Nesse mesoderma lateral começam a surgir fendas que chamaremos de ESPAÇOS CELÔMICOS (figura 1). Elas surgem pequenas e depois se juntam ate formar uma grande cavidade, chamada de CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO. Do lado de cima do celoma temos ectoderma e o mesoderma. Do lado de baixo, temos mesoderma e endoderma do embrião. O mesoderma do embrião mais a ectoderma será chamado de SOMATOPLEURA e a parte de baixo será chamada de ESPLANCNOPLEURA. A cavidade que esta em cima do embrião e a cavidade amniótica. A cavidade embaixo do embrião é chamada de saco vitelino. Na figura 2 o embrião está com 24 dias. Nessa idade gestacional, o embrião vai fazer duas dobraduras. Ele era um disco, mas começou a crescer muito e precisa se ajeitar. Ele vai fazer uma dobradura no eixo supero-

inferior (formando uma concavidade anterior) e fará outra latero-lateral. O saco vitelino vai ficando para dentro da dobradura. Quando ela se fecha, um pedaço do saco vitelino fica dentro do corpo do embrião e dará ori ge m a o i n t e st i n o p ri mi t i vo. Conforme embrião foi se dobrando, um grande espaço também foi englobado (figura 3) por ele e será chamado de celoma intraembrionário. Preciso formar uma cavidade dentro do embrião para armazenar as vísceras, então, ele precisa fazer essa dobradura para incorporar espaço dentre dele. Ele vai crescer em torno dessa cavidade. Tanto que, os espaços dentro das vias aéreas e digestória não são considerados como cavidade interna e, sim, como meio externo. Nosso corpo cresce em torno do meio externo. O embrião com 28 dias de gestação apresenta dentro dele um pedaço do saco vitelino e, também, incorporou uma cavidade. A ectoderma que estava em cima vai começar a crescer em torno desse espaço. Na 4ª semana de vida gestacional, o embrião já possui uma cavidade corpórea. Esta cavidade estará divida em duas regiões comunicadas por dois canais. Ainda não tem tórax e abdome, para ter temos que já ter o diafragma. O embrião possui uma região superior chamada de CAVIDADE PERICÁRDICA e uma região inferior chamada de CAVIDADE PERITONEAL. Essas duas regiões se comunicam por dois canais chamados de CANAIS PERICARDIOPERITONEAIS. O intestino ocupa todo espaço do corpo do embrião. De cada lado do intestino do embrião fica um canal. O primeiro sinal de surgimento do d i a f r a g m a é a f o r m a ç ã o d o S E P TO TRANSVERSO (figura 4). Ele se origina da mesoderme que recebeu estímulo das células da crista neural (a ectoderma forma o tubo neural e sobram algumas células da crista neural, que migram para a região cefálica da cabeça e formam ossos do crânio. Algumas células migram para a região do ventre do embrião e estimulam a mesoderme da região). O septo transverso vai crescer e se juntar ao intestino e, assim, o corpo do embrião será fechado (não tem como passar pela frente, somente pelos canais). Recém nascido que tem má formação de cabeça também, geralmente, tem má formação cardíaca, pois algumas células da crista neural migram via septo transverso para estimular o processo de septação cardíaca. Essa associação é muito freqüente. O septo transverso esta encostado no intestino anterior, mas ainda há comunicação nas laterais. A parte CENTRAL do diafragma foi formada e isso é importante porque o coração se forma muito rápido dentro do saco pericárdico (que é indissociável ao diafragma). Ainda não há tórax e abdome. De cada lado do intestino anterior ficarão dois canais chamados de pericardioperitoneais. Agora vamos fechá-los. O fechamento começa do tórax para o abdome. O abdome é uma cavidade única = cavidade abdominal. Mas dentro do tórax são duas cavidades separadas, uma cavidade pericárdica e uma cavidade pleural. Elas têm que ser

formadas separadas. Simultaneamente à formação do coração, começa a formar o sistema respiratório e o broncobrônquico (pequeno pulmão = brotinhos). O pulmão e o coração estão unidos, inicialmente. Eles têm que separar por cada um tem sua movimentação. Conforme o pulmão vai crescendo, ele vai se afastando e vai ficando cada um dentro da sua cavidade. Os brotos brônquicos crescem para dentro dos canais pericardioperitoneais (pois o canal está aberto). Começa a aparecer uma membrana para impedir que isso aconteça, ela é chamada de MEMBRANA PLEUROPERICÁRDICA. Formam-se as membranas, então. Do lado do abdome começa a se formar outra membrana, chamada de MEMBRANA PLEUROPERITONEAL (Figura 5). Porque as duas se chamam pleuro? Pois as duas vieram da somatopleuro e da esplancnopleuro. O tecido da pleura (seroso) é o mesmo tecido do peritônio. As membranas crescem até que o coração é separado completamente do pulmão. As membranas vieram do mesoderma do embrião (estimuladas pelas cristas neurais). Agora, já temos tórax e abdome. O embrião precisa crescer. Da parede posterior do embrião, vieram duas membranas: pleuroperitoneais e pleuropericárdicas. O pulmão ficou entre elas (atrás do coração). Essas membranas se fundiram ao septo transverso. E, dessa maneira, conseguimos separar completamente o tórax do abdome. AS MEMBRANAS SE FUNDEM NA 6ª SEMANA DE GESTAÇÃO. Nessa época já tem que ter a cavidades delimitadas, para que os órgãos se formem nos locais corretos. O lado direito fecha primeiro que o lado esquerdo, porque o fígado se forma precocemente. Existe um processo de indução recíproca entre fígado e diafragma. À medida que o embrião se desenvolve duas outras estruturas surgem para formar o diafragma, que é MESO-ESÔFAGO DORSAL e OS MIÓTOMOS DA PAREDE LATERAL. N afigura 6, tem-se o esôfago (bolinha amarela) com o mesoderma ao redor. Na verdade, é mesênquima (se diferencia em apenas tecido conjuntivo). O mesoderma que estiver na frente do esôfago é o MESO-ESÔFAGO VENTRAL. O mesoderma que estiver atrás será chamado de MESO-ESÔFAGO DORSAL. O septo transverso separa o coração do fígado (nessa fase, o fígado ainda esta no plano mediano). O septo trasverso surge na 3ª semana, cresce, expande e se funde com o meso-ventral do esôfago. Ficaram duas cavidades chamadas de canais pericardioperitoneais que se fechará na 6ª semana. As membranas crescem em direção ao septo transverso e em direção do meso-esôfago dorsal (ocorre fusão). Precisamos, ainda, formar os pilares do diafragma e toda musculatura em volta. O meso-esôfago dorsal corresponde ao mesoderma que esta na região do dorso e na região mediana do embrião e vai se diferenciar e mioblasto (célula embrionária precursora do músculo). Esses mioblastos crescem na direção da coluna lombar, formando os PILARES DIAFRAGMÁTICOS. A musculatura ao redor será formada com ajuda da parede lateral do tórax. No mesoderma paraxial se segmentam os somitos que vão formar as vértebras e os músculos do dorso. Somito= segmento do mesoderma paraxial. Cada somito é composto por um esclerótomo (forma osso), por um miótomo (forma musculo) e por um dermátomo (forma pele). São 33 vértebras, mas temos 45 somitos. Os 8 somitos cervicais formarão a base do osso occipital. Os outros 33 cada um formará a vértebra, o músculo e a pele que está ao redor. Alguns desses somitos dão células que migram para esse diafragma primitivo para formar essa faixa de músculos que fica ao redor. As células que estão na parede lateral do corpo, então, são os MIÓTOMOS. Os míotomos do 3º ao 5º cervical entram na formação do músculo diafragma, eles são inervados pelo nervo frênico (que é formado pelos nervos cervicais 3, 4, 5). O diafragma no feto tem tendão central, tem pilares e tem músculos na parede lateral ao redor dele (figura 7). A parte do septo transverso das membranas pleuropericardicas vai formar o centro tendíneo. Só

que no diafragma primitivo, os músculos ainda não proliferaram. À medida que os músculos do miotomo vão crescendo, o tendão central fica cada vez mais no meio e os músculos crescem ao redor. O tendão central é formado pelo septo transverso (amarelo – figura 7). As membranas pleuroperitoneais contribuíram para fechar o septo. Ao redor, temos os miótomos da parede lateral de C3 a C5. E formando os pilares do diafragma temos o meso-esôfago dorsal. Existem mioblastos no meso-esôfago (veio do meso-esôfago dorsal) e na parede lateral (veio dos miótomos dos somitos), mas possuem origens diferentes. O meso do dorso do esôfago é da região intermediaria. E o outro é da região paraxial. HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA é a doença mais freqüente no diafragma. Ela, também, pode ser chamada de Bochdalek ou de defeito congênito póstero-lateral. Nessa hérnia o que não se forma são as membranas pleuroperitoneais, ficando os canais abertos dando passagem do tórax para o abdome. Ela afeta 1 a cada 2200 nascidos vivos. É, então, resultado da não formação da membrana pleuroperitoneal ou da não fusão das 3 partes. O diafragma deve estar fundido até a 6ª semana. O intestino possui seu ápice na 10ª semana. Uma parte das alças intestinais começa a se desenvolver dentro do cordão umbilical, mas na 10ª semana os vasos umbilicais já estão grandes e o intestino não possui mais espaço e precisa, então, regredir. Então, na 10ª semana o intestino volta do cordão umbilical e se encontrar o diafragma ainda aberto algumas vísceras (intestino delgado, estômago, baço) herniam e comprimem o pulmão e o coração contra a parede anterior do tórax (pode gerar uma hipoplasia pulmonar – pulmão não tem espaço no tórax para crescer). São vários graus de hérnia. Em 90% dos casos a hérnia é do lado esquerdo, porque o fígado estimula a formação do diafragma no lado direito. O raio-X deve ser feito de duas maneiras: com a criança em decúbito (vísceras no tórax) e com a criança na vertical (vísceras no abdome- por causa da gravidade). O tratamento é apenas cirúrgico.
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