G 10 PARAOLÍMPIADAS

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE PSICOLOGIA PROFESSORA FÁTIMA GONÇALVES CAVALCANTE

DISCIPLINA: P.P.N.E TRABALHO: SEMINÁRIO

GRUPO 09 – PARAOLIMPÍADAS

POR MARCUS TULLIUS SPARAPANI MACHADO – 20151103399 CAROLINA DE ANDRADE CORREIA – 20131104711 JAQUELINE SANTOS DO ROSÁRIO – 20142102796 SILVIA BARBOZA DA SILVA – 20142102834 RONALDO JOSE – 20151101580 MAÍRA VILETE MACHADO – 20162102741

Rio de Janeiro 2018/2°

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SUMÁRIO

1. Introdução .........................................................................................................3 2. A criação das Paralimpíadas .............................................................................4 3. Modalidades desportivas ..................................................................................5 4. As Paralimpíadas do Rio de Janeiro.........…...................................................11 5. Os Mascotes Paralímpicos..............…..............................................................13 5.1 Legado Paralímpico...................................................................................15 6. Conclusão .......................................................................................................17 Referência bibliográfica .................................................................................18

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INTRODUÇÃO

A história das Paralimpíadas oficialmente tem início apenas após a segunda guerra mundial, isto influenciado pelos diversos soldados que voltavam para casa mutilados. Os Estados Unidos foram pioneiros nas criações das primeiras modalidades desportivas adaptadas surgindo as primeiras competições de basquete em cadeira de rodas, Atletismo e natação através da Paralysed Veterans of América. Já na Inglaterra o alemão Ludwig Guttmann neurologista e neurocirurgião teve a iniciativa de fazer com que seus pacientes vítimas de lesão medular ou de amputações pudessem praticar esportes dentro do hospital.

As Paralimpíadas tem a importante tarefa de promover para toda a sociedade a nível global a superação dos limites do ser humano, e em especial das pessoas com necessidades especiais. Porém esta superação não está apenas na conquista de medalhas ou na própria competição em si, mas no exemplo que esses atletas passam para centenas de milhares de pessoas que vivem estigmatizados por suas deficiências físicas e mentais. Mesmo aquelas pessoas que não aspirem ser atletas, podem sentir-se inspirados pela coragem dos atletas, levando esse público a buscarem por notícias e terem vontade de estarem pessoalmente assistindo aos jogos.

Apesar da bela mensagem sabemos que ainda temos muitos problemas para superar com relação aos espaços públicos, mobilidade e inclusão das pessoas com algum tipo de deficiência. Por este motivo os Jogos Paralímpicos são tão importantes pois carregam a mensagem de que, para o ser humano não tem limites basta ele querer, se esforçar e se empenhar, que ele consegue vencer qualquer obstáculo.

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A CRIAÇÃO DAS PARALIMPÍADAS O esporte para atletas com algum tipo de deficiência já existe há mais de 100 anos. Há registro de um clube para surdos em 1888, na cidade de Berlim, capital da Alemanha. Foi somente depois da segunda guerra mundial que essa prática foi realmente aplicada e desenvolvida. O objetivo era dar assistência aos civis e veteranos de guerra feridos e lesionados. Em 1944, a pedido do governo britânico, Dr. Ludwig Guttmann abriu um centro de tratamento de lesões da coluna dentro do Hospital Stoke Mandeville. Ao mesmo tempo o esporte que havia começado com o foco na reabilitação, passa a ser uma forma de recreação, para então evoluir como esporte competitivo. Em 28 de julho de 1948, no dia da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres, o Dr. Guttmann organizou a primeira competição para atletas cadeirantes, nomeada de “Stoke Mandeville Games”, um marco na história das paralimpíadas. Era composta de 16 militares, homens e mulheres, na modalidade arco e flecha. Em 1952, militares holandeses se juntaram ao grupo e os jogos internacionais de Stoke Mandeville foram fundados. Esses jogos no futuro se tornariam os Jogos Paralímpicos, que aconteceram pela primeira vez em Roma, no ano de 1960, com 23 países e 400 atletas. A partir daí o evento passou a acontecer de 4 em 4 anos, nos moldes das Olimpíadas. Desde os jogos olímpicos de verão de 1988, em Seul, na Coréia do Sul, que os eventos paralímpicos passaram a acontecer nas mesmas cidades e instalações das Olimpíadas.

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MODALIDADES DESPORTIVAS

Atletismo Lá se vão mais de cinco décadas que o atletismo integra o esporte paralímpico. Homens e mulheres, com deficiências físicas ou sensoriais, podem competir nas categorias corridas, saltos, lançamentos e arremessos. São seguidas as regras da Federação Internacional de Atletismo, com adaptações sutis para uso de próteses, cadeiras de rodas ou do atleta-guia. Este profissional corre ao lado do atleta e é ligado ao atleta por uma cordinha. Ele tem a missão de indicar o caminho ao competidor, mas nunca poderá puxá-lo.

Basquete em cadeira de rodas Membros do exército americano, feridos durante a Segunda Guerra Mundial, deram origem a esse esporte nos anos 40. Por isso, esta modalidade esteve presente em todas as edições dos Jogos Paralímpicos. No Brasil, chegou bem cedo, em 1958. Homens e mulheres com algum tipo de deficiência motora podem praticá-la. As regras são definidas pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas e as cadeiras são adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra e a altura da cest a são idênticas ao basquete olímpico e a principal mudança na regra original é a possibilidade de dar dois movimentos na roda da cadeira antes de quicar, passar ou arremessar a bola.

Bocha Estreante do programa paralímpico em Nova Iorque-1984, a bocha pode ser disputada até por paralisados cerebrais severos que se utilizem de cadeiras de rodas. Não há grandes mudanças na regra original da modalidade e é permitido o uso das mãos e dos pés, além de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento dos membros superiores ou inferiores. A bocha pode ser disputada nas categorias individual, dupla ou equipe e, no Brasil, é regida pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes.

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Canoagem Estreante no programa olímpico, a canoagem velocidade adaptada pode ser disputada por atletas com qualquer tipo de deficiência físico-motora, em três classes funcionais: LTA, onde o atleta utiliza braços, tronco e pernas para auxiliar na remada; TA, na qual o atleta utiliza apenas o tronco e os braços; e A, em que o atleta só tem a possibilidade de utilizar o movimento dos braços. Assim como na disputa olímpica, o mais rápido de cada bateria vence. Os caiaques utilizados tem suas adaptações de acordo com as habilidades funcionais de seus tripulantes.

Ciclismo No início dos anos 1980, apenas deficientes visuais tinham direito a competir no ciclismo. Mas já na Paralimpíada de Nova York, em 1984, paralisados cerebrais, amputados e deficientes visuais foram incluídos. Há disputas em equipe e individuais, sempre sob as regras da União Internacional de Ciclismo, que define mudanças sobre os tipos de segurança e classificações dos atletas. No Brasil, a Confederação Brasileira de Ciclismo regulamenta da modalidade. O ciclismo paralímpico divide-se entre ciclismo de pista, com provas de contrarrelógio, perseguição e velocidade, e ciclismo de estrada, com provas de contrarrelógio e resistência.

Esgrima A esgrima é aberta apenas para atletas com deficiência locomotora e as regras são seguidas da Federação Internacional de Esgrima, mas o Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paralímpico Internacional é que faz a administração. As cadeiras de rodas são fixadas no solo e têm a movimentação proibida por regra, uma das poucas mudanças em relação ao programa olímpico da modalidade.

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Futebol de cinco Exclusivo para deficientes visuais, o futebol de cinco teria sido praticado por cegos pela primeira vez no Brasil na década de 50, mas foi a partir dos anos 80 que a modalidade se organizou, de fato. As partidas são realizadas em uma quadra de futsal adaptada e a bola tem guizos internos para que possa ser identificada. A torcida deve ficar em silêncio e apenas comemorar gol. Há também um guia, que fica atrás do gol e pode orientar os jogadores. Goleiros têm visão total e não podem ter atuado em competições da Fifa nos últimos cinco anos. São quatro jogadores na linha e um na meta.

Futebol de sete O futebol de sete surgiu no fim dos anos 70 e rapidamente se popularizou. É praticado por homens com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou AVCs. As regras da Fifa sofrem adaptações básicas e o campo tem até 75m x 55m, além de traves menores. Seis jogadores na linha e um no gol. Cada partida tem dois tempos de 30 minutos.

Goalball Criado de modo informal no fim dos anos 40, o esporte foi incorporado ao programa paralímpico em 1980 – quatro anos depois, mulheres também puderam competir na modalidade. O goalball tem a peculiaridade de apenas aceitar atletas paralímpicos e com deficiência visual. A quadra tem dimensões idênticas à de vôlei e é jogada por trios com bolas que têm guizos internos – logo, se exige silêncio da torcida. Partidas têm dois tempos com 10 minutos. A Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais cuida do esporte.

Halterofilismo Disputado por paralímpicos desde Tóquio-1964, o esporte reuniu homens e mulheres pela primeira vez em Sidney-2000, a segunda Paralimpíada com halterofilistas. Atletas com deficiências físicas nos membros inferiores ou com paralisia cerebral p odem 7

competir, sempre deitados no chamado aparelho supino. A exemplo do modelo olímpico, os participantes são separados por pesos.

Hipismo Apenas o adestramento compõe o programa paralímpico no hipismo, incorporado de maneira definitiva em Sidney-2000. Atletas com vários tipos de deficiência têm direito a participar em provas mistas, com disputa entre homens e mulheres. Na modalidade, não só amazonas e cavaleiros recebem medalhas, mas também os cavalos.

Judô Primeira modalidade de origem asiática a fazer parte do programa paralímpico, o judô compõe os Jogos desde 1988. Até então, só participavam homens com deficiência visual. As mulheres passaram a ser aceitas apenas em Atenas-2004. São três categorias praticadas, isso de acordo com a possibilidade visual de cada um. A Federação Internacional de Esportes para Cegos é quem administra a modalidade no País.

Natação Desde a primeira Paralimpíada, em Roma-1960, a natação compõe o programa e pode ser disputada por homens e mulheres. Atletas com quase todo tipo de deficiência, como visual e física, competem em piscinas de tamanho idêntico aos dos atletas olímpicos. As regras são dispostas pelo IPC Swimming, órgão responsável pela modalidade no Comitê Paralímpico Internacional. Adaptações sutis são feitas nas largadas, viradas e chegadas.

Remo Pequim-2008 marcou a entrada do remo para o programa paralímpico. O equipamento possui alterações sutis para que possa ser praticado, mas não às características de cada competidor. Atletas com os mais diferentes tipos de de ficiências podem competir, sendo que a separação de classes definida de acordo com o grau de 8

limitação.

Rugby em cadeira de rodas Com equipes de quatro jogadores e oito reservas, dada a quantidade de contato físico entre os participantes, o rugby em cadeira de rodas é praticado em quadras de basquete com 28m x 15m. Apesar de adotar regras bastante específicas para os paralímpicos, mantém a essência do esporte praticado de maneira convencional. A Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas controla a modalidade, integrada ao calendário paralímpico por completo em Sidney-2000.

Tênis de mesa Uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Paralímpicos, o tênis de mesa é jogado por homens, mulheres e duplas com paralisia cerebral, amputados ou cadeira ntes – as competições são divididas entre atletas andantes ou cadeirantes. A Federação Internacional de Tênis de Mesa cuida do esporte, cujas regras têm mudanças muito sutis aos parâmetros olímpicos. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facili tar.

Tênis em cadeira de rodas Criado em 1976, o esporte chegou ao programa paralímpico em Seul-1988. Em Barcelona-92, passou efetivamente a valer medalhas e a reunir homens, mulheres ou duplas. Pessoas com deficiências na locomoção têm direito a participar.

Tiro com arco Com regras praticamente idênticas às da Federação Internacional de Tiro com Arco, a modalidade paraolímpica tem seu próprio comitê administrador no Comitê Paralímpico Internacional. É permitida a participação a tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com limitações de movimento nos membros inferiores. Estes podem escolher entre competir em pé ou sentados em bancos. 9

Tiro Só homens puderam competir pela primeira vez no tiro adotado nos Jogos Paralímpicos de Toronto, no Canadá, em 1976. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paralímpico Internacional rege a modalidade, cujas disputas são masculinas e femininas. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências motoras podem competir e há mudanças específicas em relação à regra do esporte olímpico.

Triatlo O triatlo também faz sua estreia nos Jogos Paralímpicos de 2016. São 750m de nado, 20km de ciclismo e 5km de corrida, sendo que o tempo gasto na transição entre nado, ciclismo e corrida também é computado no tempo total de prova. Vence o atleta que realizá-la no menor tempo. Participam do esporte pessoas com diversos tipos de deficiência, desde cadeirantes, amputados até atletas com deficiência visual. As cinco classes do Paratriatlo são definidas pela União Internacional de Triátlon, através de um sistema de pontuação específico, e reconhecidas pela sigla PT. Vela Um dos mais recentes esportes incorporados ao calendário paralímpico, a vela provém de parceria entre a Classe de Vela Day Sailer, o Clube Paradesportivo Sup eração e o Clube Municipal de Iatismo em São Paulo, a partir de 1999. Em 2003, o Comitê Paralímpico Brasileiro reconheceu a adoção. Pessoas com deficiências locomotora ou visual podem competir, sempre em barcos adaptados à realidade dos paraolímpicos. Há competições nas categorias individual, em duplas ou trios.

Voleibol sentado Nos Jogos Paralímpicos de 1980, na Holanda, o voleibol sentado passou a efetivamente valer medalha, realidade hoje que também inclui mulheres. Com os princípios básicos do esporte olímpico, sofre mudanças em relação ao tamanho da quadra 10

e à altura da rede. Podem participar atletas amputados e com outros tipos de deficiência motora. A Organização Mundial de Voleibol para Deficientes é responsável por administrar o esporte. 4 – AS PARAOLIMPÍADAS DO RIO DE JANEIRO.

As paralimpíadas do Rio de 2016, já começaram emocionantes com o voo radical do atleta Aaron Fotheringham, que atravessou com sua cadeira de rodas um arco de fogo na cerimônia de abertura. Seguido pelo maestro João Carlos Martins, que executou o hino nacional brasileiro, no piano. Tendo um público recorde no primeiro sábado dos Jogos, com 170 mil pessoas no Parque Olímpico, tendo, ainda quebrado alguns recordes, 100 mundiais e os brasileiros Petrúcio Ferreira nos 100m e Daniel Martins nos 400m. O site da revista GQ, fez uma lista de 30 momentos marcantes dos Jogos, entre eles, estão, as nove medalhas conquistadas por Daniel Dias, sendo quatro de ouro, além dos dois ouros de Alessandro Zanardi e Siamand Rahman, que levantou 305kg no levantamentos de peso e se tornou o primeiro atleta paraolímpico a superar a marca dos 300kg. Ibrahim Hamadtou, e seu show de técnicas no tênis de mesa, não podiam ficar de fora e as atletas Libby Kosmala e Zulfiya Gabidullina, sendo a primeira, com 74 anos, a atleta mais velha a participar dos jogos e a segunda, aos 50 anos ganhando a medalha de ouro nos 100 metros livres da natação. Algumas notícias tristes também marcaram os Jogos Paralímpicos de 2016, como a história de Marieke Vervoort, um grande nome entre os atletas paralímpicos, que recebeu o aval de seu país para o procedimento de eutanásia, a mesma se aposentou depois de uma prata e um bronze nos Jogos. E no penúltimo dia de competição, Bahman Golbarezhad sofreu um acidente em sua prova de ciclismo, o que culminou a morte do atleta, a primeira morte em uma paralimpíada. Tendo cerca de 300 sessões esportivas, com os esportes: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol de cinco, futebol de sete, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, remo, rugby em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro, triatlo, vela e voleibol sentado. A canoagem e o triatlo foram estreantes nas paraolimpíadas do Rio. Sendo divididas em diversas classes, como por exemplo, segundo o site da BBC, na natação tem 14 classes com variações entre essas classes, de S1 a S10 “cobrem graus de lesão medular, paralisia cerebral, prejuízo 11

de pólio, nanismo, amputações ou outras limitações, com o nível 10 sendo o de atletas com menos limitações”. Já as modalidades entre S1 e S13 atletas com problemas visuais e S14 os que possuem deficiência intelectual.

Daniel Dias, nadador, dono de 15 medalhas, sendo 10 de ouro, foi destaque da delegação brasileira e Terezinha Guilhermina, tetracampeã do atletismo, concorreu aos 100m, 200m e 400m, são exemplos de atletas conhecidos que participaram das paraolimpíadas do Rio. O Globo Esporte, em 2016, fez um levantamento de 10 atletas que chamam a atenção na competição, nelas se encontram, além dos atletas supracitados, Jason Smyth medalhista paralímpico, dono de 4 medalhas de ouro de 100m e 200m, sendo o mais rápido de sua classe (T13), ficou conhecido como o Bolt paralímpico. Markus Rehm, medalhista de ouro no salto em distância, sendo dono do título e recorde da categoria T44. Cuiquing Liu, foi considerada a maior ameaça a Terezinha, nos 100m, 200m, 400m na categoria T11 e no 4x100m nas categorias T11-13. Jonas Jacobsson, dono de 17 medalhas de ouro, duas de prata e nove de bronze no tiro esportivo, sendo o segundo maior medalhista paralímpico. Markus Swoboda, um dos favoritos na estreia da canoagem, possui seis medalhas de ouro na categoria K1-TA. Alex Zanardi, dono de três medalhas (duas de ouro e uma de prata), concorre no ciclismo. Jefinho Gonçalves, apelidado de Pelé, compete no futebol de 5 onde é bicampeão e foi eleito melhor jogador em 2010. Ramona Brussig, com quatro títulos mundiais, uma promessa do judô paralímpico. Uma das marcas importantes deixadas pela paralimpíada do rio, em 2016, com certeza foi o clima de inclusão encontrado, ajudando a reduzir o preconceito encontrado em pessoas com algum tipo de deficiência. Mudando assim, a visão tida anteriormente, onde os portadores de alguma deficiência eram vistos como inferiores. Em uma entrevista do Estadão Esporte, uma família conta que aproveitou a experiência para conscientizar seus filhos.

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5 – OS MASCOTES DAS PARALIMPÍADAS

Os jogos paralímpicos encantam pela superação dos atletas que neles competem. E para passar os valores da competição, os mascotes, símbolos importantes para a Paralimpíada, cativam crianças e adultos, movimentando os negócios, desde sua criação até a confecção. Designers apresentam projetos criativos para passarem em processos de seleção, que escolherão o idealizador da marca. Depois, o comitê organizador dá vida aos desenhos, os transformando em pelúcias, que trazem um bom retorno financeiro. A Paralimpíada é realizada desde 1960, porém as cinco primeiras edições, Roma em 1960, Tóquio em 1964, Tel Aviv em 1968, Heidelberg em 1972 e Toronto em 1976, não tiveram mascotes. Somente em 1980, na Paralimpíada de Arnhem, na Holanda, que foi escolhido um símbolo para representar os valores da competição. Um par de esquilos, desenhados por Necky Oprinsen venceu um concurso realizado pela Avro, se tornando o primeiro mascote paralímpico. A imagem foi transformada em souvenir e comercializada na cidade durante a competição. Quatro anos depois, nos Jogos de Nova York, outro mascote foi escolhido, O leão Dan D. Lion, idealizado pela professora de arte Maryanne McGrath Higgins. Seu nome foi escolhido por alunos da Human Resources School, uma instituição de educação voltada para alunos com deficiências físicas graves. Da mesma forma, na Paralimpíada de Seul, em 1988, foram escolhidos dois ursos para representar o espírito da competição. Seu nome foi Gomdoori, derivado da palavra coreana para “urso de pelúcia”. Normalmente associados a sabedoria e coragem, estavam com suas pernas amarradas, simbolizando a capacidade dos atletas paraolímpicos em superar adversidades. Em Barcelona, sede dos Jogos paralímpicos de 1992, o novo mascote foi a Petra, uma menina sem braço. A personagem representa uma menina positiva, extrovertida, independente, enérgica e corajosa. A modalidade Race Running (Petra) criada por um paratleta chamado Mansor Siddiqi, foi batizada como Petra, em homenagem à mascote, que ao experimentar essa nova modalidade demonstrou um incrível desempenho. Retornando aos Estados Unidos, o mascote da vez ganhou o céu no corpo da fênix Blaze, projetada pelo desenhista Trevor Irvin. Ela representa a capacidade dos atletas de superar as dificuldades e renascer das cinzas, como a fênix. A ave também é um símbolo da cidade de Atlanta, sede das competições de 1996. 13

Em 2000, na paralimpíada de Sydney o mascote foi Lizzy, um lagarto-de-gola natural dos desertos australianos. Sua gola possuía as cores verde e ouro, para representar as riquezas naturais, e o marrom de sua pele, em homenagem à cor da terra. A força, determinação e atitude do réptil simbolizam os atletas paralímpicos do evento. Atenas, em 2004, escolheu o cavalo-marinho Proteas, criado por Spyros Gogos, batizado em homenagem a criatura mitológica deus-mar ou deus dos rios e corpos oceânicos da água, Proteus, com significado de "versátil", "mutável", "capaz de assumir muitas formas ". Protean tem conotações positivas de flexibilidade, versatilidade e adaptabilidade e foi usado para expressar os valores paraolímpicos de inspiração, força, determinação e celebração. Também representava a meta dos atletas de alcançar a excelência. Quatro anos depois, os chineses escolheram a vaquinha Fu Niu Lele como mascote do evento. O Comitê Organizador da Paralimpíada de Pequim em 2008 escolheu o desenho de Wu Guanying, que cresceu numa fazenda e acreditava que as vacas criavam laços afetivos com os humanos que cuidavam delas. Pintada nas cores no ano novo chinês, o nome do mamífero significa “Boa sorte!” (Fu), “vaca” (Niu) e “felicidade” (Lele), podendo ser entendido como “Vaca da boa sorte e felicidade”. Também simboliza uma coexistência harmoniosa entre a humanidade e a natureza, representa atletas com deficiência que se esforçam para progredir e o conceito dos jogos paraolímpicos de Beijing de "Transcendência, Igualdade e Integração". Formada a partir da última viga de aço do Estádio Olímpico de Londres, o mascote Mandeville teve seu nome foi escolhido em homenagem ao Hospital Mandeville Stoke, local de nascimento dos Jogos de Stoke Mandeville, que antecederam os jogos paralímpicos, realizados após a Segunda Guerra Mundial. Na edição brasileira da Paralimpíada, o destaque ficou para a fauna brasileira. Criado pelo estúdio de animação Birdo, Tom, mascote dos jogos paralímpicos Rio, em 2016, é a mistura de todas as plantas das florestas do Brasil. Batizado com o nome do maestro, compositor e cantor brasileiro Tom Jobim, um dos principais responsáveis pela internacionalização da bossa nova, o símbolo tem como missão incentivar o uso da criatividade e da determinação, para ir sempre mais longe e se divertir. Com a sua cabeleira formada por folhas de árvores, Tom conquistou os espectadores do evento e bateu Vinícius, mascote olímpico, no total de vendas.

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A mascote da paralimpíada de Tóquio em 2020 já foi escolhida. A mascote da Paralimpíada é uma personagem divertida e com poderes supernaturais. É normalmente calma, mas consegue ser muito forte quando é necessário. A mascote é uma amante da natureza e pode conversar com rochas e com o vento. Possui o poder de mover as coisas apenas com a força da mente. A inspiração veio das flores de cerejeiras. 5.1 – LEGADO PARALÍMPICO. Após um grande evento como é o caso das Olímpiadas e Paralimpíadas, não é difícil encontrar pessoas e jovens que comecem a demonstrar interesses pelos diferentes esportes. Segundo a associação desportiva para deficientes com o término das paralimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 tivemos um aumento no número de pessoas e jovens interessados pelos esportes adaptados e chamou atenção a idade acima dos 30 anos. Além da associação também existem ONG’s que atendem de graça e se mantém com parcerias e doações. Um dos grandes exemplos que a associação tem é o atleta Daniel Dias, o maior nadador paralímpico do mundo, que começou a nadar através da associação. Sobre infraestrutura, segundo entrevista de Geraldo Nogueira advogado e presidente da comissão de defesa dos direitos das pessoas com deficiência na OAB-RJ “A conscientização do povo é o maior legado paralímpico”. Por exemplo o empresário precisará pensar melhor ao receber um cliente que tenha uma deficiência, no quesito acessibilidade e reformas nas áreas urbanas feitas pela prefeitura. As reformas no Rio de Janeiro pela prefeitura aconteceram apenas no entorno dos locais dos jogos. As calçadas da cidade continuam como um dos principais inimigos dos deficientes físicos. Geraldo comenta ainda que “ A prefeitura considera que está tudo bom porque cuidou dos acessos perto das arenas, mas perdeu uma grande oportunidade de cuidar da acessibilidade de forma mais ampla, principalmente em relação às calçadas, que continuam muito ruins. Não tem como pensar em locomoção, transportes, edificações, comércio, sem passar por uma calçada.” Sobre exemplo de legado perfeito Geraldo citou Barcelona que modificou boa parte da cidade para a paralimpíada de 1992. “Eles começaram com a preocupação de cuidar das calçadas, colocar rampas. Inclusive, surgiu um movimento grande, na época, com conceito novo para a arquitetura em função dos jogos Paralímpicos, que foi o movimento por desenho universal que tem como princípio desenhar a cidade para uma maior gama antropométrica, pensando nas pessoas e suas variações de tamanho, peso, força doença, deficiência e 15

mobilidade”. Geraldo destacou ainda que o Rio poderia ter seguido o mesmo modelo adotado por Barcelona. “Isso, sim seria um ótimo legado. Antigamente as cidades eram desenhadas para o “homem padrão”, de 1,70 m de altura, com força mediana. Só que na verdade este é o menor grupo dentro da sociedade, o maior grupo é formado por idosos, mulheres gestantes, crianças, obesos, pessoas com deficiências, com dificuldades de locomoção. O homem padrão é o que tem menos dificuldade e a sociedade era projetada para ele”. Geraldo está envolvido em projetos sociais a mais de 20 anos, dá palestras, e tentou unificar os jogos Olímpicos aos Paralímpicos no Brasil, o projeto pedia a unificação dos Jogos, para que ambos acontecessem no mesmo período. Tinha o intuito de dar mais visibilidade aos atletas paralímpicos. As diferenças ainda são encontradas nos preços dos ingressos que são inferiores aos da Olímpiada, o público é diferenciado e muitas empresas oferecem ingressos gratuitamente. Isso não vai de encontro ao conceito de inclusão", analisa.

Para o advogado, essa integração tem que partir junto como a educação, que tem alunos com e sem deficiências estudando juntos. "Querem inclusão e fazem jogos separados? Além disso, a Olimpíada é exibida 24h. Se os Jogos fossem juntos, a Paralimpíada pegaria carona da divulgação, ganharia mais força na mídia. Por que não colocar, por exemplo, um jogo de basquete de rodas antes ou depois de um jogo de basquete olímpico? Assim, aquele mesmo público teria a opção de assistir aos dois jogos no mesmo dia", sugere o advogado.

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CONCLUSÃO

A frase mais famosa e repetida sobre as olímpiadas é do Barão de Coubertin que hoje soa como desgastada, mas ainda com impacto diz “O importante não é ganhar uma medalha, mas simplesmente competir”. Se aplica perfeitamente ao atleta paralímpico, que antes mesmo de competir nacional ou internacionalmente teve que competir consigo, com certeza não existirão medalhas que possam premiar o primeiro obstáculo subjetivo superado.

Além disto, fica a sensação de que estas pessoas por mais que lutem e se esforcem para terem seus direitos e necessidades garantidas ainda precisarão de muito mais tempo para serem respeitadas, podemos ver em nosso pais que as nossas ruas e calçadas não estão preparadas para uma simples caminhada que uma pessoa cadeirante ou deficiente visual precise fazer, não são pensadas para este tipo de público, apesar de avanços sabemos que ainda é precário o investimento não apenas na infraestrutura das cidades, mas podemos dizer que ainda existem hotéis, espaços públicos, escolas e universidades que ainda não possuem acomodações especificas para atender a este público.

As paraolimpíadas são necessárias neste intuito, para fazer a sociedade refletir sobre os aspectos que a pessoa com necessidades te direitos tantos quanto as outras pessoas, e devem ser respeitadas e tratadas com dignidade e equidade, que é ser tratado igualmente apesar das diferenças.

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G 10 PARAOLÍMPIADAS

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