Lembre-me - Jacqueline Sampaio

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Lembre-me! Autor(es): Jacqueline Sampaio

Sinopse Ao abrir os olhos, Bella notou que tudo ao seu redor era estranho, até mesmo seu próprio rosto. Descobriu ter sofrido um acidente de carro e, como sequela, perdera a memória. Agora tinha de se acostumar a uma vida de luxo e a um marido encantador de nome Edward Cullen. No entanto, nem tudo são flores. Descobriu também os podres de sua vida, uma Isabella que jamais pensou existir. O que Bella fará diante dessa situação? Reviver sua antiga e não abençoada vida ou dar início a um recomeço com Edward?

Notas da história *Esta estória pertence a Jacqueline Sampaio (eu). *Personagens de Stephenie Meyer da série Crepúsculo. *Postagens diarias, se houver comentários. Embora eu tenha pegado a ideia de perda de memória de um livro ela não é uma adaptação.

Índice (Cap. 1) Prólogo (Cap. 2) Capítulo 1 (Cap. 3) Capítulo 2 (Cap. 4) Capítulo 3 (Cap. 5) Capítulo 4 (Cap. 6) Capítulo 5 (Cap. 7) Capítulo 6 (Cap. 8) Capítulo 7 (Cap. 9) Capítulo 8

(Cap. 10) Capítulo 9 (Cap. 11) Capítulo 10 (Cap. 12) Capítulo 11 (Cap. 13) Capítulo 12 (Cap. 14) Capítulo 13 (Cap. 15) Capítulo 14 (Cap. 16) Capítulo 15 (Cap. 17) Capítulo 16 (Cap. 18) Capítulo 17 (Cap. 19) Capítulo 18 (Cap. 20) Capítulo 19 (Cap. 21) Capítulo 20 (Cap. 22) Capítulo 21 (Cap. 23) Capítulo 22 (Cap. 24) Capítulo 23 (Cap. 25) Capítulo 24 (Cap. 26) Capítulo 25 (Cap. 27) Capítulo 26 (Cap. 28) Capítulo 27 (Cap. 29) Epílogo (Cap. 30) Capitulo extra 1: Segunda lua-de-mel (Cap. 31) Capitulo extra 2: Grávida (Cap. 32) Capitulo extra 3: Primeira lua-de-mel (Ed povs)

(Cap. 1) Prólogo Abro meus olhos, tudo a minha volta está parcialmente escuro. Pouco a poucos me acostumo com a semi-escuridão do ambiente. Reconheço precariamente o local após uma rápida análise, um hospital. Estou em um quarto de hospital, mas... Por quê? Eu estou deitada em uma cama com estrutura metálica. O cobertor que me cobre é confortável. Um bip soa próximo a mim, certamente um equipamento está conectado ao meu corpo acompanhando meus batimentos cardíacos. Algo está preso a minha mão direita e logo percebo ser uma agulha levando medicamentos a minha

corrente sanguínea. Meu corpo está dolorido e sinto-me sem forças para sequer erguer um dedo da minha mão. –Ah, senhora Cullen! –Uma voz feminina soou pelo amplo aposento. Virei um pouco minha cabeça para a esquerda e me deparo com uma mulher trajando vestes de enfermeira. Estava sentada em uma poltrona de couro sintético preto, um romance nas mãos. –Eu irei comunicar ao seu médico que a senhora despertou. –Ela falou atarantada enquanto seguida para a porta do local, saiu. Continuei completamente parada agora com os olhos fixos no teto de gesso. O que estava acontecendo? Eu sabia que estava no quarto de um hospital, mas não sabia como fui parar naquele local. Teria eu sofrido um acidente? Por que minha memória estava falha? Talvez uma lesão na cabeça... Uma imprudência. Mesmo não sabendo se poderia fazê-lo, eu me forcei a ficar sentada. Notei que havia algo na minha testa. Toquei o local e percebi pela textura tratar-se de uma bandagem. Eu havia me acidentado então. Ergui o cobertor que me cobria, tinha ataduras em meu corpo aqui e ali para cobrir ferimentos. Apesar da situação eu não me assustei. Eu queria processar as informações de minha mente e descobrir o que tinha acontecido exatamente comigo. Levantei-me e caminhei lentamente para uma porta que estava em meu quarto, devia ser a porta do banheiro. Eu precisava ir ao banheiro. Após entrar, acendi as luzes e me deparei com um grande espelho em cima da pia. Eu olhei a figura que era mostrada, uma jovem de pele alva, olhos castanhos, cabelos longos, castanhos. Um choque percorreu meu corpo. Aquela jovem tão desconhecida para mim era deu, tinha que ser eu! Puxei ar para meus pulmões e, ignorando o barulho que vinha do meu quarto, alguém provavelmente estava entrando lá, eu consegui fazer algo que realmente me faria bem. –AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Naquele momento de desespero eu havia descoberto que não sabia quem era. O rosto a minha frente, mesmo pertencendo a mim, era completamente desconhecido. Notas finais do capítulo Oi pessoas! Espero que gostem da estória. Já escrevo fics de Crepúsculo a algum

tempo, mas só agora estou postando aqui no nyah. Espero que gostem do meu trabalho, postarei aqui também a partir de agora.

(Cap. 2) Capítulo 1 –Então, devido a este acidente ocorrido há dois meses, a senhora infelizmente... –A voz de meu médico soava longe enquanto ele dizia o que eu já havia deduzido por mim mesma. Isso mesmo, eu sofri um acidente de carro gravíssimo. Fiquei em coma por dois meses e agora eu finalmente havia acordado, contrariando as expectativas pessimistas da equipe médica que cuidava de mim. Meu médico, um tiozinho chamado Stanley, veio me examinar durante todo o dia juntamente com um grupo expressivo de quatro enfermeiras. Para me acalmar enquanto tentava explicar com termos técnicos o que havia acontecido, Stanley aplicou um calmante forte o suficiente para que eu dormisse rapidamente. Meu primeiro dia havia sido assim e eu nem sabia qual era meu primeiro nome. Pensei que, após o baque de saber que eu não sabia quem era, o outro dia seria melhor. Estava enganada. Assim que abri meus olhos para uma nova manhã sendo alguém que eu não sabia quem era, notei que havia um buque de rosas vermelhas em cima da cômoda direita de minha cama e, no meu dedo anular esquerdo, havia uma grossa aliança de ouro. Aquilo me deixou atordoada. Em algum lugar de minha mente havia informações preciosas e rapidamente percebi que aquela aliança significava compromisso. Não havia ninguém em meu quarto. Olhei o buquê com olhos clínicos fascinada com sua beleza. Peguei um cartão junto as flores e o li, seu conteúdo deixou-me nervosa. “Para, quem sabe, um novo recomeço. Bem vinda de volta. E. Cullen.”. Cullen? O mesmo sobrenome pelo qual o medico se referiu a mim. Devia ser um parente ou algo assim. Acreditei que, lendo o cartão, olhando a caligrafia, eu poderia ter algum resquício de memória ativado, não ocorreu. Voltei a repousar na cama com o cartão em mãos. Uma leve batida na porta, uma enfermeira adentra. –Bom dia senhora Cullen! Como se sente? –Perguntou enquanto vinha em minha

direção e afofava os travesseiros. –Confusa... E faminta. –Ah, claro! Seu café da manhã está sendo providenciado, eu a ajudarei a se alimentar e a banhar-se. Como seu café da manhã ainda não está pronto nós iremos nos banhar primeiro. Tudo bem? –Perguntou. Sua simpatia amainou um pouco o mal estar que estava sentindo por não saber quem era. Sorri de volta e tão logo a enfermeira ajudou-me a seguir para o banheiro e a tomar um refrescante banho. ... Limpa e alimentada, tive permissão para caminhar pelos jardins do hospital com a ajuda da mesma enfermeira que me auxiliou pela manhã. Soube então pela mesma que seu nome era Angela, recentemente formada em enfermagem. Uma moça simpática conversava comigo sobre futilidades. Devia imaginar que me sentia desconfortável em falar sobre mim sendo que nem sabia quem era. Foi bom sair de um ambiente hospitalar, admirar o lindo jardim que ficava ao lado do hospital. Não sentia muitas dores, constantemente recebia doses pequenas de morfina para não sentir dor. Tive vontade de perguntar a Angela quem havia mandado o buquê, se ela sabia algo sobre mim, mas me acovardei. Metade do dia foi com visitas esporádicas do medico fazendo perguntas ao meu respeito, na esperança de que minha memória voltasse. Uma esperança vã. Após o almoço, tive de ficar em meu quarto por algum motivo. Eu estava sem informação desde que acordei e isso me enervava. Por fim o medico veio, não sei ao certo se para saciar minha curiosidade ao meu respeito, mas eu o fiz assim que ele passou pela porta. –Boa tarde senhora Cullen. Como está se...? –Doutor, eu preciso saber de coisas ao meu respeito! Diga-me... Eu ficarei sem memória para sempre? Qual é o meu nome? Eu tenho amigos, familiares? Eu... – O medico caminhou para perto de mim, sentou-se em uma poltrona ao meu lado, a mesma poltrona em que vi uma enfermeira no primeiro dia que abri meus olhos. –Senhora Cullen acalme-se. Se as informações são escassas é por que não quero pressioná-la. Eu já lhe disse ontem o porquê de estar aqui e sua condição física atual. Surpreendentemente seus ferimentos estão cicatrizando rapidamente. A maior lesão sofrida foi em sua cabeça e teve como conseqüência seu quadro de amnésia. Não sabemos ao certo se esta sua condição é permanente, mas saiba que em todos os pacientes que tratei com lesões similares e com quadros de amnésia, todos felizmente recobraram suas lembranças após alguns meses de convívio com amigos e familiares.

–E onde estão esses amigos e familiares? Eu tenho alguém? –Tentei suprimir a dor em minha voz com tal pergunta, mas foi inútil. O medico sorriu levemente. –Claro que a senhora tem pessoas que a querem muito bem! Desde que foi internada neste hospital recebeu muitas visitas: sua mãe, alguns amigos e seu marido. Estaquei. –Meu o que? –Perguntei atordoada. O medico avaliou-me e pareceu relutante em repetir suas palavras. –Bem... O seu marido. Ele tem vindo aqui todos os dias, chegou a pedir para que pudesse estar neste apartamento aguardando sua convalescença. Eu estava simplesmente em choque. Uma coisa é você descobrir que possui familiares, amigos, com isso você pode conviver. Outra bem diferente é saber que você é casada e tem deveres para com o marido. Empalideci. –Foi ele que lhe enviou este belo buquê e, quando a viu ontem à tarde, enquanto estava desacordada pelo calmante, colocou esta aliança em seu dedo. – Disse apontando para a grossa aliança em meu dedo anular. –E ele, meus familiares e amigos... Eles sabem da minha condição? Sabem que eu... –Sim. Eu não só comuniquei seu despertar após dois meses como disse que está com amnésia. Por esse motivo você não recebeu visitas até agora. Não podemos simplesmente introduzir uma vida a você, isso poderia ser altamente prejudicial. Primeiro iremos deixá-la ciente de sua condição, coisa que fiz ontem e estou fazendo agora. O próximo passo é receber visitas, uma a uma. Ver objetos seus pode ajudar também. –Hmmm... Então me responda a uma pergunta: qual é o meu nome? Todos me chamam como senhora Cullen, mas ninguém disse meu primeiro nome. –Bem seu nome é... –Nesse momento Angela, a enfermeira por quem eu tinha grande simpatia, adentrou o quarto. –Doutor, há alguém que precisa vê-lo. –Falou e acenou para mim. Correspondi ao seu cumprimento. O medico levantou-se. –Volto em alguns instantes. –Disse para mim e saiu sendo seguido por Angela. Ótimo, ele não havia respondido minha pergunta! Isso me deixou frustrada. Peguei novamente o bilhete que acompanhou o buquê de rosas. Quem seria “E. Cullen”? Antes que minha mente trabalhasse nessa incógnita, o bom doutor Stanley estava de

volta, um sorriso nervoso nos lábios. –Senhora Cullen? Tenho uma surpresa. –Surpresa? O que seria? –Há um familiar aqui que deseja vê-la. No entanto ele só poderá vê-la com sua autorização, claro. Eu não sabia o que poderia me acontecer se estivesse diante de um rosto que eu deveria conhecer, mas achei mais prudente aceitar tal visita. –Sim. Deixe essa pessoa entrar. –Disse com o olhar perdido na paisagem ofertada pela persiana de vidro de minha janela. O medico afastou-se seguindo para uma ante-sala, onde visitantes ficavam antes de adentrar o quarto do paciente. –Com licença. –A voz masculina disse e senti a aproximação de alguém. Automaticamente virei meu rosto e me deparei com um jovem de pé. Era alto se comparado a mim, incrivelmente branco, olhos cor de âmbar e cabelos bagunçados de cor bronze. Trajava um elegante blazer preto, por baixo uma camisa de botões azul marinho. Fitava-me intensamente, mas eu não sabia dizer o que aquele olhar revelava. Era algo perturbado de ver, aquele olhar sobre mim com o poder de um buraco negro. Senti necessidade de desviar o olhar e fitar em qualquer direção, menos a que ele estava. –Oi. –Murmurei sentindo-me pouco a vontade de repente desejando que o desconhecido não ficasse muito tempo em meu quarto. –Oi. –Disse. –Sabe quem sou eu? –Perguntou. Não ousei olhá-lo. Mantive meus olhos na janela. –Não. O medico deve ter dito a você que eu estou com amnésia sendo assim não me lembro de nada, nem sei meu próprio nome. –Ri sombriamente. –Sim, ele me comunicou, mas... Tinha esperanças que me reconhecesse quando me visse. –Falou com a voz tão baixa que não tive a certeza se realmente tinha dito essas palavras. –Seu nome é Isabella Marie Swan Cullen. Ah, finalmente um nome! Acabei por olhá-lo querendo agradecê-lo por finalmente me ceder tal informação. –Então... Quem é você? Pode me dizer? –Perguntei olhando-o com curiosidade. Talvez se mantivesse os olhos nele eu conseguisse me lembrar de algo. O rapaz fitou o chão e quando olhou para mim, tinha olhos tão intensos que me senti paralisar.

–Sou Edward Anthony Masen Cullen, seu marido. Suas palavras me açoitaram! O que? Por quê? Onde? Mais o que...? Marido? Ele? Esse cara? Em meio à confusão que senti com a notícia algo me ocorreu tardiamente, algo que mais tarde iria refletir sobre... Nossa! Ele é gostoso!

(Cap. 3) Capítulo 2 Edward alguma coisa Cullen ficou de pé olhando para mim com apreensão. Eu não sei o porquê disso, mas dei de ombros. –Será que eu... Eu poderia me sentar próximo a você? –Pediu apontando para uma poltrona ao meu lado. –Ah, claro! –Disse sorridente, por algum motivo Edward parecia espantado por eu sorrir. Ele veio com muita cautela e sentou-se na poltrona, a arrastou minimamente para ficar de frente para mim. E então foi isso. Por alguns minutos ficamos apenas olhando para o outro. Eu me senti compelida a puxar papo. –Obrigada pelas flores. São suas, não são? –Disse e Edward assustou-se, devia estar absorvo em algo. –Ah, sim. Fico feliz que tenha gostado. –Disse super simpático, mas notei que seu sorriso era falso. Talvez estivesse sendo difícil para ele estar diante de sua esposa e ter que tratá-la como uma desconhecida. –É estranho, não é? Eu não me lembrar de você e tudo mais. Sinto muito, deve estar sendo difícil para você como está sendo para mim. –Disse sorrindo tristemente. Edward olhou minimamente para mim, fitava agora o chão. –Talvez esteja sendo mais fácil agora. –Murmurou, mas foi tão baixo que não tive a certeza se realmente ele havia falado isso. Novamente alguns minutos sem comunicação. –Você receberá alta logo, ficará convalescendo em casa. Sei que pode ser... Pode ser estranho para você estar dividindo um lar com alguém, por isso você

deveria ir morar com a sua mãe e, caso queira, voltar para a nossa casa. Pensei na proposta de Edward, eu deveria aceita-la, morar com minha mãe, mas havia algo nos semblante daquele estranho de atitudes gentis que me desmoronou. Uma profunda tristeza. Soube intuitivamente que se eu aceitasse sua proposta ele iria sofrer. –Não. Eu não quero incomodar minha mãe. –Não seria incomodo para ela recebê-la, Bella. –Algo ocorreu, seus olhos com algum brilho como se quisesse que eu desse uma justificativa para ficar ao seu lado. –Mesmo assim o médico disse que devo voltar a minha antiga vida para poder me lembrar rapidamente. Eu concordo com ele. Acho que devo retomar a minha vida como era e... Bom... Eu vou precisar muito da sua ajuda, Edward. Você me ajuda? –O olhei intensamente. Edward olhou-me e um meio sorriso brotou em seus lábios. Olhar para seu rosto era algo perturbador, ele era tão lindo! –Tudo bem. O medico me disse anteriormente que seu estado é bom, você receberá alta amanhã à tarde. Eu venho após o meu trabalho para buscar você. Muitas pessoas querem vê-la então eu dei o alvará para sua mãe preparar uma festa para você. Você concorda com isso? –E-eu não sei! Quero dizer não sei se estou preparada para ver tantos rostos conhecidos de uma vez. Será que poderia, sei lá, adiar isso. –Falei nervosamente. Edward pareceu compreender. –Claro. Pedirei a Renée que mude para o fim de semana. Então eu soube que você fará uma bateria nova de exames agora e, se permanecer bem, sairá amanhã. –Quer dizer que se me acontecer algo até amanhã eu posso passar mais tempo aqui no hospital? –Perguntei tentando mostrar tristeza, mas no fundo eu sentia alivio. Eu não sabia como seria ficar em uma casa cheia de desconhecidos, não ia ser algo bom. Era preferível ficar no hospital com os poucos rostos conhecidos com quem convivi. –Sim, mas não precisa se preocupar eu tenho certeza que nada acontecerá a você. –Aqueles olhos cor de ocre, tão belos e intensos, se fixaram em mim e me senti presa aquela olhar, como uma lebre olhando para uma serpente... Não que Edward fosse uma serpente, claro. –Hum... Bella, não se lembra de nada mesmo? Não sente nada quando olha para mim? –Ele perguntou. –Bem eu... Não fique triste, mas para mim você é só um desconhecido. –

Murmurei sem graça. Eu não ousei olhá-lo mais, fitei minhas mãos cruzadas sobre meu colo. –Bella? –Ele me chamou, movi meu olhar para a persiana do outro lado do quarto. –O que foi? –Virei-me para vê-lo e vi que Edward se levantar da poltrona. Pensei que ele iria embora ou coisa parecida e verdadeiramente me surpreendi quando o vi sentar diante de mim na cama. Ele parecia ansioso e ao mesmo tempo temeroso por algo. Podia ver claramente em seus olhos que Edward desejava muito fazer algo, mas, embasbacada como estava, eu não soube o que era. Ele ergueu a mão direita e colocou uma mecha de meu cabelo que havia saído da trança que usava para trás do meu ombro, bem lentamente. –Estou feliz por vê-la bem. Pensei que iria perdê-la. Eu não quero mais sentir o que senti quando a vi tão maltratada pelo acidente. Prometa-me que nunca mais fará alguma bobagem, tudo bem? –Ele pediu aflito. Eu apenas assenti incapaz de lhe perguntar algo, de formular um questionamento para mim mesma. Algo dentro de mim sabia que Edward queria me beijar. Uma coisa estranha, eu sei, mas era isso que eu sentia. Uma parte de mim queria repeli-lo afinal ele era um estranho, mesmo sendo meu marido, mas outra queria muito saber qual era o sabor daqueles lábios de aparência suculenta. Edward decidiu por nós. Após me olhar tão fixamente ele se afastou com um meio sorriso nos lábios. –Eu tenho que ir. Amanhã virei aqui. Espero que saia amanhã para irmos para casa. Você quer receber as visitas de seus amigos, sua mãe? –Eu não sei. Sei lá não me leve a mal, não é como se eu não quisesse vê-los, eu só... –Murmurei perguntando-me se Edward conseguia entender algo que eu estava dizendo. Ele entendeu. –Tudo bem. Pedirei a todos que a deixem em paz e só a vejam no jantar que faremos no fim de semana. Posso impedir boa parte de seus conhecidos, mas certamente eu não impedirei sua mãe. Ela virá aqui comigo para buscá-la. –Se é assim então eu a verei amanhã. Ah, pode me trazer algumas roupas minhas? Eu só tenho pijamas hospitalares para vestir aqui. –Pedi um pouco sem graça. Eu não queria parecer abusada. Edward continuava sorrindo, minhas atitudes pareciam deixá-lo feliz. Era estranho. –Eu trouxe alguns pertences seus. Estão na ante-sala. Quer que eu pegue? –Ah, claro. –E num átimo Edward levantou-se da cama e foi para a ante-sala do meu quarto. Voltou rapidamente com uma pequena bolsa de couro que parecia

cheia. A deixou em meu colo. –Trouxe roupas, jóias, seu celular e alguns produtos de higiene pessoal. –Nossa, obrigada Edward! –Abri a bolsa incapaz de conter minha curiosidade, pude notar que todos os objetos, em minha rápida avaliação, eram de boas marcas. Então eu devia ser rica, no mínimo. Olhei rapidamente para Edward e vi que o mesmo trajava roupas de boa marca. Um frelógio caro nos pulsos, algo que só notara agora e também... A aliança. Eu não a havia notado até então, a grossa aliança que Edward exibia no dedo. Parei de remexer na bolsa trazida por Edward e olhei para meu dedo anular. –Edward? –O que? –Perguntou, distraído. Estava sentado na poltrona olhando para a janela. –Há quanto tempo estamos casados? –Quer saber disto agora ou prefere deixar os detalhes para quando chegarmos em casa? –Edward ainda olhava distraído para a janela. –Acho que não tem problema saber agora. Então? –Insisti e os olhos de Edward moveram-se rapidamente para os meus, voltaram a se fixar na janela. –Estamos casados a um ano. –Disse. –E quantos anos eu tenho? Nós temos filhos? –Perguntei apavorada com a idéia de que seria mãe sem nem saber como se procede. Edward deve ter visto meu desespero e sorriu. –Não temos filhos e você, ou melhor, nós temos vinte e um anos. –Nossa, somos tão novos! Devíamos nos amar muito para casarmos tão cedo! – Comentei. Edward fixou seus olhos em mim e senti que tentava me passar um recado, tão logo ele desviou o olhar. –Sim. Nós nos amávamos. –Falou e por algum motivo me passou pela cabeça que Edward mentia. Bobagem a meu ver. Por que ele mentiria? –Olha eu... Eu tenho certeza que com a convivência, sabe, eu vou me lembrar ai agente vai poder ter uma vida normal então... –Falei agoniada. Eu me sentia mal por vê-lo triste e saber que a razão era eu. Edward apressou-se em se levantar da poltrona e colocou uma de suas mãos em minha bochecha.

–Não se pressione demais. Eu não me importo que você passe muito tempo sem se lembrar de nada, fico feliz com o fato de estar viva. –Eu podia sentir algo em Edward, uma profunda tristeza quando mencionava sobre o acidente. Considerando que ele me ama deve ter sido difícil quase me perder. Senti-me mal por que, mesmo sendo tão bonito, eu não o amava. Ele ainda era um desconhecido. Edward afastou-se. –Preciso ir. Amanhã venho buscá-la. Se precisar de algo basta discar para o número do meu celular. Está na memória do seu celular. –Aproximou-se de mim e beijou-me na testa. Fiquei rubra pelo seu ato. –Obrigada Edward. –Murmurei sem saber se ele havia me ouvido. Tão logo ele saiu. E agora que estava só poderia refletir sobre este primeiro encontro. Pude perceber que Edward me amava e que estranhamente parecia feliz pela minha condição de desmemoriada. Tudo bem talvez seja insanidade pensar assim. Que marido ficaria feliz em saber que sua esposa não se lembrava dele? O que posso fazer? Eu descobri algo sobre mim: eu era intuitiva. E na minha intuição foi isso o que Edward passou. Ele parecia ser paciente, carinhoso, educado e sabia se vestir maravilhosamente bem, na certa era vaidoso. E nestas pequenas observações eu fui montando um perfil do meu marido. “Meu marido”... Era tão estranho pensar assim! Apenas para não pensar nas sensações que me assaltaram enquanto tinha sua companhia, eu voltei a mexer na minha bolsa. ... Manhã de quarta. Agora eu sabia que dia da semana era: quarta-feira. Após fazer uma bateria de exames e não ter sentido nada durante a noite, eu estava livre para ir para casa. Edward viria me buscar logo acompanhado pela minha mãe. Eu já havia tomado banho e vestia as roupas trazidas por Edward: um lingerie preto, calça jeans preta desbotada, botas de cano médio pretas de couro que cobriam minha calça, uma blusa branca colada ao corpo e uma jaqueta de couro preta colada por cima da blusa. Para completar coloquei um pouco de maquiagem, apenas um brilho labial transparente, e argolas prateadas. Eu estava bonita de acordo com as enfermeiras. Angela brincou comigo, disse que eu estava produzida demais para o seu gosto. Ela dizia que eu fazia isso só por que descobri estar casada com um homem milionário e bonito, mas eu não fazia isso para Edward! Pelo menos eu achava que não. Esperava por Edward em meu quarto, ao lado minha bolsa com meus outros pertences e o buque de rosas vermelhas que Edward me dera. Uma coisa me chamou a atenção enquanto eu esperava pela chegada de Edward. Mexi em meu celular e notei que não havia nenhum número na agenda, apenas o de minha mãe, pelo menos eu achava que era minha mãe, e o de Edward.

Nenhuma mensagem na caixa postal, nenhuma mensagem de texto, nada. Estranho. Na minha antiga vida eu era uma espécie de reclusa ou o que? Deixei a situação para ser discutido com Edward posteriormente, talvez o celular fosse novo ou algo assim. Após minutos esperando, cerca de trinta minutos, Edward chega e uma senhora bonita, de cabelos castanhos curtos num penteado Chanel e roupas de boa marca, chega ao seu lado. Ela me olha emocionada. Deduzi que a mulher era minha mãe. –Oi. –Murmurei e levantei-me da cama segurando a bolsa com uma das mãos. Minha mãe correu e abraçou-me. –É tão bom vê-la de olhos abertos meu bem! Pensei que iria morrer! Como está se sentindo? O medico disse que está bem, mas eu não confio muito nesses caras. –Ela me olhava de um jeito engraçado, parecia ser uma pessoa divertida. Eu sorri. –Eu to bem por isso to saindo hoje. Os resultados dos exames serão dados a mim na próxima semana. –Falei. –Que bom. Então vamos, eu sei que você não se lembra de nada meu bem, mas eu vou fazê-la se lembrar. Nada como um evento para reunir você e todos os seus amigos. –Renée, quero dizer, minha mãe disse enquanto colocava a mão no meu ombro e guiava-me para a saída. Acenei para as enfermeiras conhecidas e para o medico. Eu já havia falado com todos eles e me despedido adequadamente. Seguimos para o estacionamento. Minha mãe tagarelava sobre algo, eu não conseguia manter atenção em sua conversa. Eu estava tensa por que iria conhecer uma vida desconhecida que era minha. E eu teria que ficar com ela querendo ou não. Temia o que poderia encontrar, muito embora tudo parecesse agradável. Tentei ser simpática com minha mãe, ela parecia feliz por eu estar bem e parecia não se importar com minha amnésia acreditando que logo eu recuperaria minhas memórias. Ainda sim eu me sentia incomodada com o modo como agia, tão intimamente como se eu soubesse quem ela era. Edward pareceu notar que eu estava desconfortável, ele estava calado durante todo esse tempo e gentilmente carregou minha bolsa e o buque dado por ele. Chegamos até seu carro, o tipo de carro que tira o fôlego de qualquer um. Eu não sabia que marca era, mas devia ser caro. Era de cor prata. Renée se prontificou a ir à frente, o que eu agradeci, mas Edward a deteve enquanto colocava meus pertences na mala. –Senhora Renée eu peço para que deixe Bella ir à frente. –Ele disse e Renée forçou um sorriso enquanto entrava no banco de trás. Edward abriu a porta para mim. Murmurei um “obrigado” e entrei pasma com o luxo do carro. Edward caminhou com graça em frente ao quarto, eu o olhei. Hoje vestia calça jeans azul escura, uma

camisa de botões branca e uma jaqueta de couro cor bege colada ao corpo. Ele era lindo e fazia com que meu corpo tivesse reações estranhas. Renée continuava a falar, mas eu estava atenta demais a Edward para dar atenção ao que dizia. Quando ela reivindicava minha atenção eu apenas dizia “isso mesmo” ou “ah” fingindo estar atenta a conversa, me perguntei se eu era assim quando tinha minhas memórias. Permiti-me ficar perdida em devaneios enquanto seguíamos de carro sem me preocupar em decorar a trajetória até minha casa. Felizmente minha mãe calou-se e pude apreciar apenas o barulho das moléculas de ar chocando-se contra a estrutura metálica do carro. –Estamos chegando a sua casa, Renée. –Edward disse subitamente. –Ué, eu pensei que eu iria para a casa de vocês para ajudar Bela com as lembranças! Afinal quero que ela se lembre de mim! –Falou Renée com um pouco de rudeza. –Bela deve estar cansada. Deixemos os exercícios de memória para outro dia, após o jantar que você está organizando. –Ele falou com tal autoridade na voz que Renée calou-se. Agradeci a ele. Não que eu quisesse minha mãe longe, mas eu não queria receber todas as informações de minha vida no mesmo dia em que sai do hospital. Edward estacionou em frente a um prédio luxuoso, devia ser um apartamento por andar. Então minha mãe era rica. –Bem hoje eu deixarei você livre minha filha, mas amanhã lhe farei uma visita. Ah, aquele tal de Jake está me atazanando querendo saber de você. Ele certamente fará uma visita. –Minha mãe falou parecendo irritada. –Quem é Jake? –Perguntei. Ela pareceu se tocar que eu não me lembrava. –Deixa pra lá, melhor que não se lembre dele mesmo. –Ela falou com desdém e percebi que Edward estava tenso com uma expressão um pouco aborrecida no rosto. Eu me perguntei por que ele ficou assim e tive a impressão que era pelo nome “Jake”. –Até mais meu amor. Vejo você amanhã. –Renée se despediu e saiu do carro seguindo para o portão. Edward não perdeu a tensão enquanto voltávamos para a avenida. Eu não toquei no assunto. Eu pretendia ficar durante todo o trajeto sem falar com ele por não saber o que dizer. Edward quebrou o silencio por nós. –Conversei com o medico. Você virá periodicamente ao hospital fazer exames e terá acompanhamento medico para solucionar seus problemas de memória.

–Sei. Que bom. –Disse distraída. –Nós estamos chegando. –Ele anunciou e notei que íamos para uma parte afastada do centro urbano. Minhas mãos começaram a tremer de ansiedade ou nervosismo, eu não sei. Subitamente senti uma mão pegar a minha no banco. Olhei para o banco e vi a mão de Edward segurando a minha com firmeza. –Vai ficar tudo bem. –Ele sorriu para mim e tão rápido que nem reagi aproximou minha mão de seus lábios e a beijou. Eu fiquei paralisada. Só voltei a si quando Edward falou: –Finalmente chegamos a nossa casa. –Murmurou e o vi estacionar diante de um grande portão. Os portões se abriram e pude ver, enquanto ele entrava com o carro, a casa mais maravilhosa que já vi em minha vida! Notas finais do capítulo Pronto 2 cap. Deixem comentários que posto rapidinho. Ah tem uma estória aqui chamada "Lembra de mim?" ou algo assim aqui que possui uma estória parecida, mas minha fic não é plagio ok? Até por que ela é antiga.

(Cap. 4) Capítulo 3 –NOSSA! Essa é realmente a nossa casa? –Perguntei enquanto olhava freneticamente para o local pela janela do carro. Tinha um sorriso gigantesco no rosto. O terreno era enorme, arborizado, repleto de pássaros, borboletas, flores aqui e ali. Um jardim magnífico contornava toda a casa, o prédio principal mais parecia um palácio pelo tamanho, tinha uns quatro andares e era bem extensa, sua arquitetura era coloquial, uma restauração perfeita. Um pequeno palácio branco, um sonho. Edward guiou o carro para a lateral da casa, havia uma garagem lá. Entrou lentamente na garagem parcialmente iluminada por suas paredes serem de vidro. –Essa casa é enorme! Quem mora aqui além de nós dois? –Perguntei a Edward olhando as lindas maquinas que estavam paradas no amplo estacionamento. –Bem, moram os empregados responsáveis pela propriedade. –Edward estacionou ao lado de um carro preto incrível. Eu não reconhecia as marcas, mas

sabia que deviam ser caros. –Que carro é esse que você dirige? –Perguntei enquanto desafivelava o meu cinto assim como Edward. –Um Volvo prateado. Eu o uso para ir ao trabalho. –Saímos do carro, um empregado veio nos recepcionar. –Senhor Cullen, bem vindo. –Disse sorridente. Seu sorriso desmoronou um pouco quando me viu, parecia sorrir forçadamente. –Bem vinda senhora Cullen. Fico feliz em ver que está melhor. Soube que perdeu sua memória, o senhor Cullen nos avisou. Uma lastima. –Falou num tom falsamente pesaroso. –Recolha os pertences da senhora Cullen. A propósito Bella... –Edward se pôs ao meu lado. –Este é Joel, nosso mordomo. –Edward apontou para o homem diante de mim, devia ter uns trinta, trinta e cinco anos, Era alto, magro e meio calvo. Joel pegou minha bolsa e caminhou para o interior da grande casa. Eu fiquei parada olhando os outros carros do local. –E esse carro preto? É seu? –Apontei para um luxuoso carro ao lado do Volvo. Edward deu um meio sorriso. –Sim, o carro é meu. É um Aston Martin. –Disse. O nome soou familiar e tardiamente me toquei de algo. –Como é possível isso? Eu me lembro de lugares, comidas, objetos e tudo mais, mas não me lembro de pessoas. –Comentei. Edward olhava para seu Aston preto, vago. –O médico disse que você teve uma lesão cerebral em uma região do cérebro responsável pelo arquivamento de lembranças de pessoas, algo assim. Ele certamente explicará melhor a você à medida que você for sendo submetida ao tratamento. –Falou. Meus olhos vagaram para o espaço enquanto eu assentia em concordância com sua explicação. Vi mais um carro um pouco afastado do Aston Martin preto, era um conversível vermelho. –Aquele conversível vermelho é seu Edward? –Não, ele é seu. –Ele disse com um meio sorriso. Eu andei cambaleante até o carro afastado alguns metros de nós. O que? Aquele carro incrivelmente lindo era meu? –Eu sei dirigir? –Perguntei mais para mim mesma do que para Edward. –Sim. Está carro é seu.

–No hospital me falaram que eu sofri um acidente de carro, com meu carro e que foi perda total. Foi este carro aqui? –Perguntei enquanto tocava na lataria, a pintura de uma cor reluzente. –Era igual a este. Infelizmente o carro ficou em pedaços, mas a seguradora cobriu o prejuízo com este carro idêntico ao anterior. Aquela moto também é sua. – Edward tocou em meus ombros virando-me para o lado sul da garagem, havia uma moto linda de cor laranja no canto. –Nossa! Eu também sei dirigir motos? Legal! Essa moto é linda! –Falei admirada rumando para lá. A moto era fantástica, me perguntei se conseguiria me lembrar de como dirigir. –Depois que tal passearmos pelo terreno? Assim vamos ver se você ainda se lembra como dirigir sua moto. –Edward sugeriu sorrindo. Eu sorri também. E então ficamos nos olhando, o silêncio era insuportável. Mais uma vez eu vi nos olhos de Edward algo, um brilho imprudente nos olhos. Edward queria fazer algo, mas hesitava. –Então... –Murmurou. –Vamos. Eu irei lhe mostrar a casa, ou pelo menos boa parte. –Passou a caminhar até uma porta larga que estava aberta desde a passagem do mordomo. Eu segui junto a ele, subindo uma escada encapetada na cor marrom. Quando nós chegamos ao salão principal eu ofeguei. O lugar era lindo em seu interior, uma casa de decoração antiga com direito a pinturas, esculturas, móveis antigos de sofisticação invejável. Um punhado de empregados, sete do sexo masculino e sete do sexo feminino, estavam colocados um ao lado do outro vestindo uniformes tradicionais das corres branca e azul escuro. –Sejam bem vindos, senhor e senhora Cullen. –Falaram num coro. O mordomo descia as escadas agora. –O quarto da senhora Cullen foi devidamente limpo e arrumado e o buque que o senhor comprou foi posto no local. –Joel disse. Eu estaquei. Meu quarto? Ah, claro. Claro que Edward providenciaria um quarto para mim, seria muito estranho ter que dormir com ele. –Sirva o almoço. Bella deve estar com fome, não é? –Edward olhou para mim. Eu assenti. –Eu gostaria de ir para o meu quarto tomar um banho e trocar de roupa. Tomei banho apenas pela manhã então... –Tudo bem. –Edward olhou para Joel. –Joel, leve-a até o seu aposento. Eu tenho que dar alguns telefonemas e os farei antes do almoço. –Disse seguindo para outro lugar. Os empregados se dispersaram seguindo para seus afazeres. Segui o

mordomo subindo a grande escadaria em forma de caracol. Eu me perdia com a opulência daquele lugar. Subimos um lance de escadas para o segundo andar e mais um lance para o terceiro. Joel parou em frente a uma porta dupla de cor de mogno, assim como as portas e janelas da casa. –Este é seu aposento senhora Cullen. –Joel anunciou abrindo a porta. Eu adentrei e fiquei muda. O quarto era lindo, uma parede inteira de vidro com visão privilegiada para o jardim, uma cama king com cobertas vermelhas contrastando com a cor alva do quarto, os móveis vermelhos. Duas portas: uma devia ser do banheiro e a outra o closet, uma estante cheia de CDs e DVDs, uma tela enorme presa a parede com um DVD embutido na parede como a televisão. Era um quarto relativamente simples, mas sua simplicidade me impressionava. –Uau! Edward preparou tudo isso pra mim? –Comentei para mim mesma. Para a minha surpresa Joel falou. –Não senhora, este quarto foi decorado pela senhora. –Virei e o olhei, ainda estava na porta. –Como assim? Eu sempre tive um quarto separado do de Edward? –Sim senhora Cullen. A senhora nunca dividiu um quarto com ele... Alias... Dividiu por pouco tempo, mas depois exigiu um quarto só para a senhora. Mas ora... O que estou dizendo! Pela sua expressão surpresa, meu senhor nada disse sobre isso. –Joel disse confuso pela minha face espantada. E eu estava espantada afinal nós éramos casados. Não deveríamos dormir juntos? Tudo soava estranho, suspeito. –Bom então eu desço logo para comer junto com o Edward. Diga para ele me esperar, por favor. Eu não quero comer sozinha. –Ao falar notei o assombro no rosto de Joel. –O que foi? –Bem senhora Isabella, não é comum a senhora comer junto ao senhor Edward. O senhor Edward provavelmente comerá antes da senhora em algum lugar da casa. Novamente fiquei surpresa. Não era comum Edward e eu comermos juntos? O olhei novamente espantada, tudo que eu estava descobrindo não estava se encaixando no que eu pensava ser um casamento. –Vejo que o senhor Edward falou muito pouco de sua antiga rotina, não é? Bem não serei eu a contar. Perdoe-me por aborrecê-la. Se precisar de algo, senhora Cullen, basta chamar um dos empregados apertando essa campainha. –Joel apontou para um botão branco quase imperceptível próximo a porta. –Essa campainha esta ligada a cozinha. Alguém virá para auxiliá-la. –Falou dando um sorriso incrivelmente falso e saindo. Eu olhei desnorteada para tudo. Aquele era meu

quarto, eu poderia saber as lembranças que me escapavam apenas vasculhando o lugar, mas antes... Corri para a porta e chamei por Joel que ainda caminhava pelo corredor. –Senhor Joel? –Sim? –Ele virou-se. –Diga a Edward que vou descer rapidinho. Diga que gostaria que ele almoçasse comigo. –Assim sendo entrei no quarto. ... Demorei mais tempo do que pretendia. Foi difícil entrar naquele banheiro fabuloso e ir diretamente para o Box tomar banho. O banheiro todo vermelho (eu realmente devia amar vermelho ou algo assim). Após o relaxante banho foi difícil escolher algo simples em meio a tantas roupas espetaculares e tantos acessórios, o closet era do tamanho do meu quarto, que já era grande, no mínimo. Encontrei algo simples no meio das roupas, um vestido escondido no interior da gaveta de lingeries, um vestido azul escuro de alça até os joelhos. –Espero não ter demorado. –Disse ofegante, eu simplesmente corri até a sala de jantar (melhor não comentar que me perdi na tentativa de encontrar o lugar). Edward estava de pé em frente a uma das grandes janelas, dois empregados estava de pé próxima a mesa esperando para nos servirem. Edward virou-se sorrindo. –Tudo bem. Vamos comer agora. –Edward sentou na ponta da grande mesa de mogno em uma cadeira da mesma cor forrada com veludo vermelho. Uma empregada aproximou-se de Edward com um sorriso de orelha a orelha. Senti algo emanar daquela empregada... Interesse em Edward, no mínimo. Outra empregada veio me servir, ao que tudo indicava meu lugar era na outra ponta da mesa, bem longe de Edward. Nossa, por que precisávamos ficar tão longe um do outro? Levantei e chamei a empregada que me servia com o dedo. Ela veio e cochichei no ouvido dela. –Por favor, pegue essas coisas e leve para a cadeira ao lado do senhor Cullen. –Eu disse. A empregada me olhou com assombro. Acabou acatando ao meu pedido. Edward ficou espantado quando caminhei até ele, sorrindo, e sentei em uma cadeira próxima a sua, a empregada colocando meu prato em frente a mim. –Melhor assim né? –Sorri. Edward pareceu surpreso com minha atitude, uma surpresa que pareceu deixá-lo feliz. Fiquei quieta enquanto serviam a entrada.

O almoço foi um evento silencioso e constrangido de ambas as partes. Eu tinha muitas perguntas para fazer com o pouco que descobri ao meu respeito, mas tinha receio de perguntar. Algo me dizia que Edward era a última pessoa que deveria me dizer certas coisas. Mas se não fosse ele quem mais me diria? –Edward, você estará ocupado após o almoço? –Perguntei sem querer ser inconveniente. –Infelizmente tenho que ir a empresa resolver um assunto. Prometo que voltarei antes do jantar. –E você vai agora? –Sim. Perdão. –Edward disse. Eu dei de ombros. –Tudo bem Edward. Eu vou ficar bem. Agente se fala a noite então. –Me despedi triste por que eu sabia que não me sentia bem estando sem ele naquela casa. ... Era estranho. Tudo o que encontrei em meu quarto foram roupas, sapatos, bolsas, acessórios, produtos de beleza... Nada de álbum com fotografias ou diário ou qualquer coisa que me ligasse a alguém. Uma palavra surgiu em minha cabeça enquanto eu olhava os objetos do meu quarto: insensível. Eu era insensível em minha antiga vida? Como pode alguém não ter nenhum pertence que não seja valioso, um pertence que mostre que você se importa com alguém? Aquele quarto, apesar de muito bonito e espaçoso, era frio. Frio por que a pessoa que o habitava parecia não ter apego a ninguém, exceto a objetos materiais e fui eu a antiga moradora desse quarto. Enquanto caminhava com os olhos distraídos pela extensão de meu quarto, olhei para a paisagem fora da parede de vidro que ladeava meu quarto. Uma paisagem bela cercada de flores e de... Piscina. Uma piscina linda! “Nossa! Será que posso nadar?” –Pensei e não esperei para ter meu pensamento respondido. Graças a minha tarde fuçando meus próprios pertences eu sabia onde ficavam alguns dos objetos no fabuloso closet. Peguei um maiô preto, o mais discreto dentre todas as peças que consegui, e o vesti. Peguei também um roupão vermelho que vesti por cima do maiô. Consegui driblar os funcionários e sair sem ser percebida, eu não queria uma platéia observando-me. Felizmente todos estavam ocupados demais com os preparativos do jantar. Eu não havia percebido que tinha escurecido, perdi tempo demais analisando meu novo quarto. A noite estava fria, mas isso não me fez recuar. Ainda sim sai pela porta lateral da casa que dava para a garagem e, após passar pela garagem eu

caminhei para o lugar onde devia ficar a piscina. A achei sem problemas. “Acho que dá tempo de um mergulho antes do jantar.” –Pensei enquanto me aproximava da borda da piscina. A piscina, como tudo na casa, era espetacular. Havia um trampolim em um canto e uma escadaria mais afastada. Cadeiras brancas rodeavam a área da piscina. Retirei o roupão deixando-o em uma cadeira. Estremeci com o frio. Aproximei-me da borda e toquei a água com a mão, estava morna. Sorri. Caminhei pela borda em direção ao trampolim. Caminhei lentamente para a borda do trampolim e dei pequenos saltos para ganhar altura. Um pulo. Dois pulos. Três pulos. Eu saltei e consegui distancia afastando-me consideravelmente da borda e mergulhando. Ah, a água estava muito agradável! Era tão cristalina e as luzes ao fundo da piscina faziam com que tudo pudesse ser visível. Eu me permiti ficar um pouco no fundo, segundos eu diria e então tentei emergir... Tentei. Estranho, eu não tinha força nos pés para emergir. Fiz o possível, mas notei, tarde demais, que eu não sabia nadar. Eu não sabia nadar. Essa conclusão aterrorizante entrou em mim assim como a água cheia de cloro que estava a minha volta. Eu nem poderia gritar, abrir a boca só faria a água entrar mais e mais nos meus pulmões. Eu iria morrer. A frase veio potente. Estava desorientada e não percebi que uma figura de vestes negras estava na água e agora me envolvia puxando-me para a superfície. –RESPIRE! –Gritou. Eu tentei respirar, mas tudo o que saia de minha boca e narinas era água. Um braço me envolvia pelo tórax e fui arrastada para a escadaria. Foi um alivio sentir as escadarias abaixo de mim. Fui deitada no chão e pude ver nitidamente quem estava comigo. Era Edward, estava com o terno molhado, tinha o rosto assustado. –Bella, você ta bem? –Perguntou, a voz falhando. Eu ainda tossia e estava desorientada. Edward virou-me de bruços e deu tapinhas em minhas costas, a tosse foi cessando. Endireitei-me e sentei, Edward estava sentado bem próximo de mim, quase de frente. Ele colocou as mãos nos meus ombros e vi algo brotar nos seus olhos, raiva. –O QUE DEU EM VOCÊ? POR QUE ENTROU NA PISCINA? VOCÊ SABE

PERFEITAMENTE QUE NÃO SABE... –Ele estacou. Eu o olhava, assustada. –Bella, você sabia? Que não sabe nadar? –Eu apenas neguei com a cabeça. Eu não sabia desse fato e isso quase custou minha vida. Edward suspirou pesadamente. –Onde estão os empregados? Por que ninguém estava de olho em você? –Ele perguntou enquanto se levantava. –Não os culpe. A culpa foi minha. Eles estão atarefados com o jantar então... Eu consegui sair sem ser percebida. –Disse, a voz falhando pela garganta dolorida. Levantei e cambaleei, acabei sentando em uma das cadeiras de plástico para não cair. Edward não estava ao meu lado, havia ido até o outro lado da piscina para pegar meu roupão. A golfada ártica dos ventos daquele fim de tarde me tomou fazendo meu corpo tremer vertiginosamente. Mais rápido do que pensei, Edward estava ao meu lado ajudando-me a vestir meu roupão. –Tem certeza que está bem? Podemos ir a um hospital ou eu posso ligar para um médico vir aqui e... –Eu to bem Edward, não foi nada graças a você. Obrigada, você salvou minha vida. –Disse e minha voz ferveu de gratidão. Num impulso estranho eu me inclinei e o abracei fortemente. Edward lentamente sentou na mesma cadeira que a minha sem sair do abraço e ficou ali, sendo abraçado por mim. Os braços timidamente contornando-me pela cintura, puxando-me para mais perto dele. –Deixemos pra lá, o pior já passou. Felizmente eu estava chegando quando vi você no trampolim. Se eu não tivesse corrido rápido você... –Edward se interrompeu e afastou-se de mim. –Está tudo bem, não está? –Ele perguntou inseguro. –Sim. Vamos pra casa. O Jantar já deve estar sendo servido há essa hora. – Sorri e me levantei. No mesmo instante em que o fiz eu cambaleei. Meu equilíbrio não havia voltado. Edward levantou-se para impedir minha queda. –Tem certeza de que está bem? –Ele perguntou cheio de duvida. –Sim, só estou um pouco sem equilíbrio e... –E quando me toquei Edward havia me erguido. –EDWARD! –Gritei em pânico. –ME PÔE NO CHÃO! –Exigi completamente sem graça. Edward pareceu se divertir com meu constrangimento. –Vamos, eu só não quero que caia ou algo assim. –MA-MAS O QUE OS FUNCIONARIOS VÃO PENSAR! –Que somos marido e mulher, ora! –Disse divertido. –Não se preocupe, eu vou entrar sem ser percebido. –Murmurou em meu ouvido. Fiquei vermelha como uma

pimenta. Bem como Edward prometeu, ninguém percebeu que nós estávamos no interior da casa. Os funcionários conversavam animadamente na cozinha, era possível ouvir as vozes estridentes e o assunto envolvido. Fiquei surpresa quando notei qual era o assunto dos empregados: eu. –Não dá para acreditar que ela perdeu a memória! –Uma voz estridente dizia. –Deve ter inventado isso por causa de todas as burradas que fazia. Eu estaquei com as palavras. Estava rígida nos braços de Edward. Eu não ousei olhá-lo. Sacudi-me levemente nos seus braços e Edward entendeu que eu queria que ele me descesse. Ele o fez, calado. –Eu vou tomar um banho e vestir roupas limpas. Eu acho que vou querer comer no meu quarto. Pode pedir para alguém levar? –Perguntei sem vê-lo fingindo me distrair com o roupão, ajeitando-o. –Tudo bem. –Eu o ouvi murmurar e então caminhei, ou melhor, corri para o meu quarto. Por que eu fiz isso? Simples: era aterrorizante existir pessoas ao seu redor que sabiam mais sobre você do que você mesma. E o pior era que eu agora me sentia assustada em descobrir quem eu era. Tomei um demorado banho. Quando sai a comida estava servida em uma mesinha branca com uma cadeira, colocadas lá. Vesti uma camisola da Victoria Secret preta, longa de alças e comi a comida ofertada. Eu estava me sentindo mais estranha nesta casa do que em qualquer outro dia. Parecia que eu iria enlouquecer não importava que lugar da casa eu escolhesse para ficar. E eu desejei sinceramente ter aceitado a idéia de Edward de ficar com minha mãe. Um barulho de vozes me tirou de meu devaneio. Eu deixei o prato de lado e abri a porta. Caminhei lentamente até o ultimo lance de escadas que dava para a sala de visitas, vi Edward de pé olhando furioso para uma das empregadas, reconheci a empregada que chorava copiosamente diante de um Edward colérico, era a empregada que havia me servido no almoço e quando ouvi sua voz percebi que era ela que também havia tecido aquele comentário maldoso sobre mim. –Por favor, senhor Cullen... –Ela implorava tremula para Edward. Ele foi categórico. –Pegue suas coisas e rua! Saia daqui amanhã sem falta, você receberá seus honorários. –Falou e senti que o assunto encerrara. Convergiu para a mesma escada em que eu estava. Praticamente corri para meu quarto. O que foi aquilo? Edward demitiu a empregada? Por quê? Teria sido por mim? Coisas e coisas giravam na minha cabeça e me senti incapaz de comer, eu estava confusa demais para ingerir algo. Eu estava um caos, tudo estava claro e escuro demais para mim. Minha vida

parecia aberta como um livro e ao mesmo tempo fechada. Quem eu sou? Acabei sentando próxima a porta, os olhos no nada. Ouvi uma leve batida. Levantei e atendi a porta sem me preocupar em vestir um hobby por cima da camisola. Era Joel, o mordomo. –Senhora Cullen, terminou sua refeição? Vim para levar a louça suja e para perguntar se deseja mais alguma coisa. –Eu não terminei de comer, mas você pode levar. Perdi o apetite. Obrigada. – Dei espaço para Joel entrar, ele prontamente o fez recolhendo a comida. Olhou o prato com a testa franzida, eu praticamente não comi nada. Assim que Joel saiu com os pratos segui para o banheiro a fim de escovar os dentes, fiz o processo bem lentamente. Quando o conclui pensei em seguir direto para a cama, mas outra batida na porta ecoou quebrando o silencio. –Bella, eu posso entrar? Edward. Peguei meu hobby preto em cima da cama e o vesti. –Entra. –Disse após sentar na cama. Edward entrou cauteloso, notei que vestia roupas próprias para dormir, eu não tinha percebido que ele havia trocado de roupa, era a primeira vez que eu o via com roupas casuais. Calça moletom preta com camisa preta, um hobby preto cobrindo-o, mas aberto na frente. Ele estava sério, ainda resquícios a mascara de fúria que vi tomar seu rosto há poucos minutos na sala. –Você está bem? Eu vi Joel com sua refeição e você quase não comeu. Se for pelo episodio lastimável agora a pouco eu resolvi o assunto. Demiti a empregada. –Não deveria fazer isso Edward. Se ela é competente então a mantenha como sua empregada. Se você for demitir todo e qualquer funcionário que não gosta de mim, você terá que fazer a manutenção da nossa casa. –Brinquei e sorri falsamente. –Não tire conclusões precipitadas por um ou dois comentários. Você não é assim, aquela empregada mentiu. –Ele murmurou e não fitava meus olhos, ele claramente mentia. –Eu não te conheço direito, mas... Você... Você está mentindo, não é? –Eu disse sorrindo tristemente para ele. Edward emudeceu. –Eu preciso saber quem sou eu Edward e sei que, no momento, só você pode me dizer. –E eu vi a hesitação nos olhos de Edward. Poderia apostar que ele não queria que esse tipo de situação acontecesse, quando o coloco na parede para que ele responda meus

questionamentos. Silencio. Eu estava prestes a desconversar quando ouvi a voz de Edward com uma emoção que me queimou até a alma. –Você é a pessoa mais maravilhosa que já conheci. Nunca duvide disso Bella. Não se preocupe com quem você foi, apenas viva. Foi libertador! As palavras de Edward foram como um bote salva-vidas em meio a um naufrágio. Eu levantei da cama, caminhei com certa urgência e o abracei. Eu comecei a chorar. Lembrei-me que até então eu não tinha chorado, as novidades eram tantas que eu não parei para pensar na grande confusão que era minha vida. Mas agora, após estar em uma casa estranha cercada por estranhos que não gostavam de mim, eu me senti desorientada e triste, muito temerosa. Não mais. Naqueles braços que gentilmente me abraçava eu me senti quente e protegida. Era tão bom estar nos braços de Edward, a melhor coisa que já experimentei desde que acordei para minha vida, minha nova vida. “...Não se preocupe com quem você foi, apenas viva.” –Lembrei-me das palavras de Edward e me senti bem. Eu não iria viver minha antiga vida, eu viveria uma nova vida. E Edward indiscutivelmente ia estar ao meu lado. Poderia soar estranho pensar nisso, mas... Agora eu sabia por que eu havia me apaixonado por ele.

Notas finais do capítulo Leiam também minha fic chamada "Internato Cullen: um amor avassalador" que está sendo postada aqui por uma leitora. Como ela começou a postar eu não vou postar. Se quiser podem deixar comentários daquela fanfic aqui para eu saber o que vocês acham.

(Cap. 5) Capítulo 4 Manhã de quinta, eu estava bem melhor do que ontem. Ontem havia sido um

dia tenso onde descobri coisas de forma abrupta, coisas que eu não queria descobrir. Como querer ver um filme de terror, mas temer o que você vai encontrar. No entanto eu estava melhor, melhor por que Edward estava me apoiando. Levantei-me e tomei um relaxante banho. ... –Ele saiu? –Perguntei a Joel enquanto me era servido o café da manhã na sala de jantar. Joel assentiu. –Sim senhora. O senhor Cullen teve de sair bem cedo. Ele me recomendou para cuidar da senhora e evitar qualquer... Qualquer incidente. –Não se preocupe comigo Joel. Eu vou me comportar. Eu acho que vou ficar por aqui e minha mãe disse que viria me visitar. Eu vou esperá-la. –Que bom. Ainda sim, mesmo ficando aqui não é necessário ficar enclausurada nesta casa, senhora Cullen. Após o café da manhã que tal um passeio pela propriedade? –Joel sugeriu, um sorriso nos lábios cheios. Eu hesitei. Ele era estranho, parecia não gostar de mim, sei lá. Intuição apenas. –Tudo bem. Ficaria feliz em passear e conhecer toda a propriedade. Você vai comigo Joel? –Claro senhora Cullen, se for seu desejo. –Eu gostaria. –Sorri. O café custou bem menos do que eu gostaria e não demorou a Joel e eu sairmos em um pequeno veículo que Joel diz ser de freqüentadores de golfe. Joel guiou o veiculo e me mostrou metodicamente tudo. O terreno era extenso e belo, flores, árvores para todo o lado. Eu me senti bem contemplando aquela paisagem, sentindo a brisa da manhã no meu rosto. Joel falava sobre o lugar, a extensão, as flores e árvores plantadas, o tempo que a casa fora construída... Eu não dei muita atenção perdida no frenesi que era contemplar tudo aquilo. Algo me ocorreu. –Ah, a empregada que Edward demitiu... O que aconteceu a ela? –Perguntei a Joel sem olhá-lo. –Bem... O senhor Cullen decidiu deixá-la conosco. Parece que foi graças ao seu pedido. A pobre coitada não tinha para onde ir, ficamos gratos pelo seu bom coração, por ter deixado para lá a grosseria dela. –Edward fez isso? Por mim? –Perguntei atônica. –Sim senhora. O senhor Cullen sempre leva em consideração seus gostos.

Eu parei e pensei. Joel conhecia meu antigo “eu” e agora estávamos sós. Edward parecia relutar em me contar coisas ao meu respeito por algum motivo e vi em Joel alguém que poderia dizer sem papas na língua. Quando iria verbalizar minhas perguntas... –Ah, o local mais interessante! Olhe ali, senhora Cullen. Aquele é o labirinto vivo! –Ele apontou para um paredão de plantas. –Aquele é o labirinto, bem extenso e complicado. Em seu centro há um chafariz. A senhora vinha para cá sempre, escondia-se neste labirinto. Apesar de este labirinto estar na propriedade há tempos, o senhor Cullen nunca soube como entrar e sair sem problemas, mas a senhora descobriu. –Sério? Que coisa! –E naquele instante eu engatei, minhas perguntas teriam que ser respondidas. –Joel, você me conhece relativamente bem, não é? –Eu o olhei e vi Joel travar. –Bem, eu convivi com a senhora então sei um pouco de sua pessoa, mas acredito que quem mais a conhece e o senhor Cullen. Por que não pergunta ao senhor? –Edward não me fala nada. Claro que não tivemos tempo para parar e conversar, mas... Joel, eu tenho algumas perguntas para fazer então será que você pode... O celular de Joel toca, ele o retira do bolso interno de seu paletó clássico de mordomo. Ele apenas ouve por alguns instantes para depois fechar o celular. –Parece que devemos retornar. Sua mãe, a senhora Renée Swan, a espera. –E então seguiu para a grande propriedade. Fiquei frustrada. Eu queria ter minhas respostas e Joel me pareceu à chave para isso. ... –Filha! –Renée veio e abraçou-me. Eu correspondi sem graça ao abraço. – Nossa, mas o que é isso? Você acabou de se acordar ou algo assim? –Ela perguntou olhando-me da cabeça aos pés. –Não, eu estou acordada há algum tempo. Por quê? –Olhe só para você Bella! Essas roupas estão terríveis em você! –Apontou para minha bermuda caqui e minha blusa branca. –E seu rosto está sem maquiagem. Isso é terrível! Vamos, eu vou maquiá-la. –Dizendo isso Renée puxou-me pelo braço em direção as escadas. Eu fui desnorteada, assustada com sua reação. Ela era estranha.

... –Pronto! Está linda! –Minha mãe disse. Guardou o que havia retirado de meu kit de maquiagem em uma maleta e a colocou em meu closet. Sai do meu banheiro e sentei na cama. Notei que minha mãe havia trazido uma bolsa enorme de couro. Quando ela se juntou a mim eu perguntei. –O que tem dentro dessa bolsa, mãe? –Ah, eu trouxe umas fotos. Quem sabe isso não reacende sua memória? – Renée olhava meu quarto, a decoração com claro sinal de desgosto. Aquilo me encheu de curiosidade. Peguei a grande bolsa e retirei apenas um álbum de lá, muito bonito de veludo e detalhes dourados. Comecei a passar as fotos, olhando-a cuidadosamente. Renée sentou ao meu lado. Uma foto me chamou a atenção, de uma criança, um senhor e uma versão mais nova de Renée. –Quem são? –Perguntei. Renée olhou atentamente a fotografia, seu sorriso se esmaeceu assumindo uma máscara de tristeza. –Sou eu e você pequena e seu pai, Charlie. –O que aconteceu com meu pai? Não o vi até agora. –Ele morreu Bella. –Ela disse e levantou-se. Passou a olhar para a paisagem fora da janela. Mesmo aquele homem de sorriso bonito ser um desconhecido para mim agora, senti um aperto ao saber que ele era meu pai e não estava mais aqui. –Do que ele morreu? –Do coração. Charlie não cuidava da saúde, nunca cuidou. Não foi por falta de aviso. Um silêncio incômodo se instaurou. Renée o quebrou. –Então vamos ver o restante das fotos. Eu trouxe poucas fotos, mas trouxe as mais importantes. Esta aqui é quando você estava na escola e algumas de suas amigas. –Renée apontou para uma fotografia de um punhado de meninas. A maioria das fotos era de quando eu era pequena. Renée disse que nunca fui de gostar de sair em fotos e após passar pela pré-adolescência eu bati o pé, mesmo que isso fosse indelicado afinal eu vinha de uma boa família. Eu não reconhecia os rostos que me apareciam, sejam parentes ou amigos. Aquilo me preocupou. Eu nunca iria reconhecer pessoas próximas a mim? Eu sempre as veria como desconhecidos? E quanto ao meu casamento? Edward conseguiria lhe dar com isso? Pensar em Edward e na possibilidade dele não agüentar essa minha indiferença, chutando-me me assustou. Ele tinha sido a melhor coisa que encontrei

desde que despertei. Graças a ele eu estava segurando a barra. Foi naquele momento que eu vi uma foto que me chamou a atenção, Renée tinha sua atenção para seu celular, aparentemente alguém tinha ligado para ela. Era uma foto minha, longe da pompa que parecia me rodear. Eu estava sentada em um banco de praça abraçada a um jovem de cabelos negros, lisos e compridos, e pele acobreada. Era um rapaz bonito e parecia ter muito intimidade pelo modo como nos abraçávamos. –Mãe, quem é esse? –Eu perguntei tomando sua atenção de volta para o álbum. Renée num átimo pegou o álbum e retirou a fotografia. –Nossa! Como fui deixar essa foto aqui? Não é ninguém em especial. –Não é o que está parecendo. E então mãe? Quem é? Ela suspirou e murmurou. –Um antigo amigo seu, mas isso é uma longa historia. Ele nem está mais por aqui. –Então ele não é mais meu amigo, mãe? –Acho que não. Você troca facilmente seus amigos quando enjoa deles. Suas palavras me pegaram. Como assim? Eu era tão insensível assim a ponto de deixar para lá amigos quando enjoava deles? Senti um enjôo no estômago. –Eu não vim aqui para isso. Vamos planejar o jantar. Eu vou usar o salão de festas no quarto andar desta casa e já falei com uma amiga minha que vai organizar o evento. Deixei em suas mãos capacitadas para fazer um jantar esplêndido. Ainda sim precisamos ver a lista dos convidados e... –Mãe, eu deixo em suas mãos. Eu não conheço ninguém mesmo então minha opinião não é válida. –Eu disse já aborrecida. Eu pensei que eu até poderia arrancar informações sobre minha vida, mas minha mãe parecia apenas uma mera espectadora de uma Bella superficial. Ela não parecia me conhecer. Dei de ombros. Deixei Renée fazer os planos que queria enquanto olhava o álbum. Não deixei de notar que a foto de mim com o rapaz de pele acobreada estava escondida em alguma parte do corpo dela. Eu fiquei tentada a pedir a foto, uma parte de mim me dizia que Renée me escondia coisas como todos na casa pareciam fazer. Droga! Eu estava perdida! Como eu iria saber quem eu sou se ninguém queria me dizer? Após o almoço, Renée se foi com a promessa de voltar o que não me deixou muito feliz. ...

Eu estava sentada na escadaria principal da casa quando Edward chegou em seu Volvo. Ele pareceu não me notar. Eu permaneci sentada na escadaria ouvindo o barulho de seu carro entrando na garagem. Era fim de tarde, quase à noite. Ouvi Joel e Edward conversando, decidi entrar e recebê-lo também. Eu o vi entrar pela lateral da casa, a porta que as pessoas da garagem utilizam para chegar à sala. Edward estacou a me ver. Eu sorri. Joel pirregateou. –Verei os preparativos para o jantar. –Joel disse seguindo para a cozinha. –Oi. –Falei para ele aproximando-me. –Oi. Como foi o seu dia? –Ele perguntou com a voz afável. –Foi bom. Minha mãe veio aqui para ver os preparativos do jantar e... Para mostrar umas fotos. –Eu disse enquanto caminhávamos para o lance de escadas, Edward estacou ali, uma postura rígida. –E como foi essa sessão de fotos? Lembrou-se de algo? –Não, mas soube que meu pai morreu. Isso me deixou chateada. –Minha expressão antes risonha se esmaeceu. –Sinto muito. –Ele falou tão pesaroso quanto eu. –Tudo bem. Acho que por culpa dessa amnésia eu estou entorpecida por dores assim. –E sobre essas fotos? Alguma te chamou a atenção? Alguma historia... – Edward perguntou e percebi que ele parecia querer me sondar de algo. –Nenhuma. Só rostos desconhecidos. Renée não estava com saco de me explicar. Eu dei carta branca para ela sobre o jantar. Acha que fiz mal? –Nem notei que já estávamos em frente ao meu quarto. –Não sei bem, sua mãe é meio exagerada e... –Edward fechou os olhos, encostou-se rapidamente em uma parede, uma das mãos na testa. Eu tentei apoiá-lo. –Hei, Edward, tudo bem? –Perguntei. Fiquei assustada ao tocá-lo, ele estava com febre. –Eu estou bem, só cansado. Vou tomar um banho. –Edward seguiu para seu quarto. Eu o vi se afastar, preocupada. Ele não parecia muito bem. ... –Ele não vai descer para comer? –Perguntei a Joel enquanto degustava forçadamente do jantar, estava sem apetite.

–Sim o senhor Cullen disse que iria dormir. Ao que parece ele se alimentou antes de vir para cá. –Joel disse observando atentamente as empregadas me servirem. Eu ainda não tinha visto a empregada que tinha dito coisas rudes a meu respeito. Joel deve estar mantendo a dita cuja longe de mim. –Eu acho que vou vê-lo após o jantar. Ele não me parecia bem e quando o toquei acho que estava febril. –Murmurei para mim mesma, ninguém poderia me ouvir, já estavam afastados da mesa em que jantava. Terminada minha refeição, pedi a Joel para que providenciasse uma sopa e aleguei ser para mim. Ele não discordou, mas vi como estava se esforçando para manter um sorriso. Pedi para que levasse ao meu quarto e segui para lá. Assim que entrei em meu quarto escovei meus dentes, troquei minha roupa por uma de dormir usando o mesmo conjunto moletom da noite passada (eu não iria me acostumar a usar peças da Victoria Secret). Logo uma empregada veio e trouxe a sopa, de abobora. Peguei o prato agradecendo a gentileza e colocando a comida na pequena mesa que estava em meu quarto. Quando não ouvi nenhum barulho no corredor eu segui para o quarto de Edward que, ao que tudo indicava, ficava no final do extenso corredor. Duas batidas leves. Ouvi um “entre” e entrei com o prato em mãos. Acendi as luzes. Edward estava deitado, devidamente vestido com um pijama de seda. Coloquei o prato em cima da mesa de cabeceira e sentei na cama. Edward me olhava quando me virei para olhá-lo. –Desculpe perturbá-lo. Como está se sentindo? –Toquei sua testa, estava febril. –Você está com febre! Por que não me avisou? –Não quero incomodar. –Falou numa voz falha. –Não é incomodo nenhum, Edward. É melhor chamar um medico. –Não se preocupe, não é nada. Devo ter ficado resfriado, eu nem ao menos comi no almoço entretido com o trabalho. –Não deve fazer algo assim. Sua saúde deve estar em primeiro lugar. De qualquer forma eu trouxe comida. Pedi para os empregados fazerem uma sopa e você vai comer mocinho. –Falei num tom de reprimenda, ele sorriu. Sentou-se com alguma dificuldade enquanto eu pegava uma almofada e colocava o prato na mesma, no colo de Edward. –Quer que eu te dê na boca? –Perguntei entre risos. –Não. Não precisa disso. –Ele falou risonho. Desatou-se a comer comigo ali sentada assistindo-o. Senti-me meio sem graça.

–Eu vou voltar para o meu quarto. –Fiz menção de levantar, mas Edward me reteve. –Fica. –Um brilho nos olhos dele me aqueceu, me queimou sem dor. Eu me senti incapaz de negar aquele pedido. Voltei a sentar em frente a ele enquanto o observava comer. –Será que eu devo pegar um remédio para você ou algo assim? Não acho que uma sopa resolverá sua febre. –Não se preocupe. Eu tomei um antitérmico e um antigripal. Amanhã estarei novo em folha. E me desculpe por ter passado o dia fora. –Edward, não se preocupe com isso. Você tem sua vida, seu trabalho. Não traga problemas para você por minha causa. Eu vou ficar bem aqui e hoje foi um dia... Divertido. Joel disse a você que ele me mostrou a propriedade? –Sim. –Ah, me desculpe. Vamos, coma. Estou atrapalhando você. –Você nunca me atrapalha. Fiquei rubra com as palavras de Edward. Só para não ter que olhá-lo, foquei-me no seu quarto. Era um quarto muito espaçoso, as paredes pintadas de branco com moveis marrons, simples, porém clássicos. Mais afastado havia uma prateleira de vidro cheia de fotografias. Levantei-me e caminhei para lá. Tinham nove fotografias. A primeira era de um homem e uma mulher cercado de crianças, três ao todo; a segunda era de um garotinho e reconheci Edward nele, a fotografia anterior devia ser a família de meu marido; a terceira era de uma garotinha num vestido lindo, seu rosto era familiar... Pensei que poderia ser eu quando criança; o restante das fotografias era do meu casamento com Edward. Eu fiquei assustada quando olhei as fotografias. Estávamos belos nos trajes tradicionais e a decoração do local onde ocorreu a festa era exuberante, mas tinha algo nos nossos rostos que nada tinha haver com o clima de festividade. Estávamos sérios, sem sorrir sequer. Edward ainda esboçava um sorriso, os olhos tinham um brilho todo especial, mas eu não. Eu estava séria, morta. Desviei os olhos daquele horror. Eu não queira ver aquelas fotos e minha indiferença num momento que deveria ser feliz. Aquilo estava me deixando doente. Edward já estava quase acabando a refeição. Ele devia estar faminto. Caminhei lentamente pelo quarto olhando ao redor sem voltar a olhar para a prateleira com fotos. –Acabou? –Perguntei quando o vi afastar o prato.

–Sim. Obrigado pela refeição, estava deliciosa. –Agradeça aos empregados que providenciaram e não a mim. Não fiz nada. –Ainda sim agradeço por ter se preocupado com isso, Bella. –Disponha. –Peguei o prato de seu colo. –Eu vou deixar isso na cozinha. Volto daqui a pouco. Vá e escove seus dentes. –Dizendo isso eu segui para a cozinha e deixei na pia a louça suja, queria seguir o quanto antes ao quarto de Edward e ver se ele ficaria bem. Entrei de mansinho no quarto e apaguei as luzes, Edward estava se cobrindo com o edredom quando entrei. Caminhei até ele e sentei na cama, ele virou-se para me olhar. Liguei a luz do abajur para que pudesse vê-lo melhor. –Então eu vou para meu quarto dormir. Se você sentir algo é só ligar para mim que eu venho aqui com você. Onde está seu celular? Vou colocá-lo próximo a você assim você poderá me ligar sem fazer esforço. –Está no bolso interno do meu paletó. Ele está pendurado naquela poltrona. – Edward apontou a direção e fui para lá. Rapidamente encontrei o celular no local designado deixando-o em cima do criado mudo. Edward virou-se, deitando de lado. Ajeitei o edredom para cobri-lo melhor e quando fiz menção de me levantar uma mão me reteve, a mão macia e firma de Edward. Ele não se virou para me olhar e achei que talvez fosse uma reação de alguém adormecido. Pensei em sair do aperto de sua mão na minha devagarzinho, mas quando me remexi sob sua mão ouvi a voz dizer: –Fique aqui, por favor. –Edward disse com a voz rouca, sem potência alguma. Era estranho, mesmo nós sendo casados, não tínhamos, na minha atual circunstância, intimidade para isso, para dividirmos uma cama. Mas como eu poderia recusar aquele pedido da pessoa que tanto havia feito por mim em tão pouco tempo? Edward era jovem, bonito, bem sucedido, mas... Mesmo sem lembrar-se do passado... Por que eu sentia que ele era a pessoa mais triste e solitária do mundo? Sua dor, minha dor. Alguém que eu mal conhecia... –Tudo bem. –Eu disse e me deitei colando meu peito as suas costas, meu braço o envolveu por cima de Edward enquanto ele ainda segurava minha mão. Ele era quentinho, me senti bem ali, aconchegada em suas costas, abraçando-o. Edward foi relaxando ao meu abraço até que, por fim, sua respiração ficou pesada, os batimentos lentos. Estava dormindo. Eu poderia sair dali e ir para o meu quarto, Edward não iria notar ou me criticar por deixá-lo sozinho, mas quando eu me remexi tirando nossas mãos antes dadas, ele reagiu. Edward virou-se, ficando de lado e automaticamente de frente para mim. Prendi a respiração. Estávamos tão perto que sentia o hálito de Edward em meu rosto, um hálito saboroso. Ele se

aproximou de mim e encostou sua testa no meu queixo enquanto seus braços me envolveram. Fiquei estática sem saber o que fazer, como sair daquela prisão inescapável criada pelos braços de um Edward sonolento. “Oh cara como eu vou sair disso?” –Pensei sentindo-me embasbacada por aquela situação. Edward tão próximo de mim! Tudo bem que no inicio a proximidade não estava me incomodando, mas agora era tão constrangedora que estava me sentindo mal. Eu não iria conseguir dormir daquele jeito. Tentei me desvencilhar lentamente dos braços de Edward, mas meu movimento, bem como pensei que iria acontecer, o acordou. Eu o vi abrir parcialmente os olhos cor de ocre e focarem em meu rosto um pouquinho acima do seu enquanto seus braços ainda me envolviam mantendo-me próxima a ele. –Edward... Desculpe acordá-lo, mas eu... –E então, de forma lenta, ele se aproximou de mim e juntou seus lábios aos meus. Meu coração parou. O que? Como? Como eu estou cuidando de um enfermo e de repente estou sendo beijada por ele? De forma puramente instintiva, eu reagi. Ao sentir os lábios de Edward sobre os meus separando-os para aprofundar o beijo, eu o empurrei e acabei por cair no chão. Minhas costas doeram ao cair no chão encapetado de seu quarto. Lentamente eu me recompus e sentei. Edward pareceu finalmente despertar, os olhos fitando-me com assombro. Eu não sei por que agi assim, medo talvez, ele era um desconhecido poxa! –Eu... –Edward murmurou, sem palavras para aquela situação tanto quanto eu. Eu nem o deixei falar. Levantei-me e sai correndo para o meu quarto, para o único lugar daquele mundo que descobri ontem que poderia ser chamado de santuário. Notas finais do capítulo Oi amores obrigada pelos comentários. Como agradecimento estou colocando um capitulo novo. Gostaria da ajuda de vocês divulgando essa fic para pessoas que conheçam e gostem de fics. Preciso de muitos leitores! T-T/ Beijos a todas.

(Cap. 6) Capítulo 5 A pior noite que já tive, eu mal preguei os olhos. Meu rosto estava levemente inchado, mas isso não me incomodou. Após o banho eu fiquei sem ter o que fazer. Queria descer e comer, mas não me sentia bem para ficar com Edward. Depois do que houve eu não queria vê-lo, estava envergonhada demais. O que tinha acontecido exatamente noite passada? Edward teria realmente me beijado ou foi um reflexo da sonolência? Sentia borboletas no estomago só por pensar em tais coisas. –Senhora Cullen, está acordada? –Era Joel. –Sim, estou. –Falei fracamente. –O senhor Cullen está à mesa e deseja sua companhia. Descerá para comer? – Ele perguntou. Eu nem precisei pensar. –Joel, poderia trazer meu café da manhã para cá? Quero comer aqui. –Claro minha senhora. Eu sabia que dessa forma passaria uma má impressão a Edward, mas não queria pensar em nada, não agora. ... –Bella, sou eu, a mamãe, abra a porta! –Ouvi a voz de Renée no corredor. Deixei o livro que estava lendo em cima da cama e abri a porta. –Oi mãe. O que veio fazer aqui? –Ela entrou num átimo com toda a sua alegria contagiante... E enjoativa. Eu não estava querendo isso naquele dia. –Mãe, eu estou um pouco cansada então... –Eu trouxe seu vestido para amanhã queridinha. –Ela disse mostrando a grande caixa preta atrás de si e pondo na cama. A abri revelando um lindo vestido vermelho de seda. Que provavelmente ficaria muito apertado e curto para mim. –Que isso? –Perguntei. –Seu vestido para amanhã filhinha. Você vai arrasar! Ah, vamos ao spar para cuidar de você e deixá-la deslumbrante para amanhã! –Vamos hoje mãe? –Não querida, só amanha. Eu venho buscá-la. Todos estão ansiosos para vê-la. Renée estava ansiosa, eu não. Eu queria fugir dali! Talvez fosse o melhor pra

mim depois do que aconteceu. Eu tive que aturar a alegria entediante de minha mãe e experimentar diversas vezes o vestido que trouxe para mim. Por um lado era bom tudo aquilo, eu não iria pensar assim no incidente envolvendo Edward. Eu preferiria qualquer coisa a pensar no beijo. ... Eu me senti aliviada quando minha mãe, após mostrar novamente os planos do jantar e passar a agenda de amanhã, foi embora. Toda esta agitação em torno do meu retorno a sociedade não era saudável. Eu meio que me rendi ao conforto e segurança do meu quarto, eu não sai para nada. Não foi algo desagradável, eu procurei me ocupar com livros, música, CDs tentando através dos meus gostos reacenderem minha memória. Nada. Claro, isso eu já sabia. Memória não é algo que aparece quando você quer. E com o pouco que eu sabia sobre a minha antiga vida, eu acho que eu não queria descobrir. Uma batida na porta. –Quem é? –Senhora Cullen, há alguém que deseja vê-la e está a sua espera na sala de estar. –Quem é Joel? –Eu já estava tensa. Seria Edward? Eu não estava preparada para encará-lo. –Não. Um amigo seu. Amigo meu? Eu não estava com uma cara muito boa para receber ninguém, mas a curiosidade verdadeiramente me atiçou. –Já estou indo. –Disse seguindo para o banheiro. Uma rápida ajeitada no cabelo e pronto. Desci. Sabe quando você vê alguém que você sabe que é especial para você, mesmo que não se lembre dele? Pois é, foi isso que aconteceu! Quando eu vi os longos cabelos negros de alguém que estava de pé, de costas para mim, eu senti algo estranho. –Oi? –Disse apenas para chamar a atenção. Ele se virou. Eu soube quem era, mas não exatamente a pessoa em si, mas eu já havia visto seu rosto. O rapaz de rosto bonito e pele acobreada que vi junto a mim em uma foto no álbum de Renée. Ele ficou parado, os olhos arregalados. Caminhou lentamente até mim enquanto eu descia a escada e subitamente fui abraçada por ele. Eu fiquei estarrecida com o ato e correspondi timidamente ao abraço pensando no que dizer ou como agir.

–Estou tão feliz que você está bem! Eu quase morri quando soube o que aconteceu, Bella. Nunca mais faça isso! –Ele se afastou e segurou meu rosto entre suas mãos grandes e quentes, os olhos negros olhando-me com intensidade desconcertante. Eu emudeci. Ele pareceu perceber o que estava fazendo e se afastou, mas suas mãos estavam em meus ombros. Criei coragem. – Meu nome é... Isabella Cullen. Prazer. –Ao falar isso com a voz baixa o rapaz diante de mim pareceu levar um choque. Ele se afastou cambaleante. –Que? Você... –Murmurou apavorado. E então ele se recompôs tão rapidamente que meus olhos quase perderam isso. –Ah, sua mãe comentou algo sobre isso, sua amnésia, com o meu pai. Então é verdade? –Sim. Então você é...? –Eu sou Jacob Black, somos amigos desde pequenos. –Ele sorriu forçadamente. –Ah, eu tinha visto você em uma foto de um álbum que minha mãe me mostrou ontem, mas ela disse que não éramos mais amigos. Jacob pareceu se enrijecer com o que disse, mas fazia esforço para não me mostrar o que sentia. –Bem, isso não é verdade. Nós nunca nos afastamos. Nem mesmo quando... Quando nossas vidas seguiram rumos diferentes. Então Bella... Como está sendo? Está bem? –Se quer saber é tudo uma loucura! O pior é que todo mundo parece esconder algo de mim, sei lá. Hei, você pode me contar algumas coisas? Sabe, eu to sondando todo mundo e pelo pouco que descobri parece que eu fui uma megera, sei lá! –Disse divertida, mas não foi com divertimento que Jacob agiu. –Quem está fazendo você pensar assim, Bella? –Falou entre dentes. Eu me encolhi. –Ninguém eu... Eu estava meio que brincando. Eu não era nenhum pouco bem humorada no passado, né? –Não. Deixe para lá. Eu vou contar um pouco sobre você se isso deixa você feliz. Deixa, não é? –Claro! Ah, vamos para outro lugar, perto da piscina. É um bom lugar para se ficar. Você quer algo para beber? Eu peço ao Joel. –Não se incomode comigo Bella. Eu estou bem. –Jacob sorriu. Eu me sentia

bem com aquele sorriso. Não parecia ser um sorriso falso como os outros que venho recebendo de empregados. Caminhamos até a piscina sentando em uma das mesas. Notei que Joel estava me observando, talvez temendo que me acontecesse novamente o episodio da piscina. –Então... Conte-me tudo o que puder contar. –Disse descansando minha cabeça em cima de minhas mãos e olhando-o com curiosidade. Jacob sorriu. –Bem... Nossas famílias se conhecem há tempos. Seu pai e meu pai são amigos de infância ou pelo menos eram. Quando Charlie construiu o império de calçados da família Swan, ele convidou meu pai para trabalhar como seu braço direito na fabrica. Foi assim que eu e você passamos a conviver mais e também eu consegui estudar na mesma escola que você, mesmo que minha situação financeira não fosse tão boa quanto a sua sempre foi. –E como eu era Jacob? Eu era uma dondoquinha que só sabia estar num shopping gastando ou o que? –Não. Você até poderia agir assim de vez em quando, mas fazia isso apenas para agradar aos olhos de quem convinha. Comigo era outra coisa, você era o que você queria ser, simplesmente Bella. Não havia roupas de marca, talões de cheques, jóias, nada disso. Você era tão simples que ninguém iria reconhecê-la. Sem maquiagem nem nada, apenas sua carinha branca, ainda mais encantadora. –Jacob suspirou e notei algo estranho no ar, um clima estranho que resolvi ignorar. –E quando nós nos afastamos? Minha mãe disse que não somos mais tão próximos. –Eu perguntei e vi Jacob emudecer. Ele ficou calado alguns minutos até falar. –Bem, sua vida seguiu um rumo. Você se casou com Edward e eu estou para me casar com Leah. Então inevitavelmente nos afastamos. –Poxa, que pena. Se somos, ou éramos tão bom amigos então não deveríamos nos afastar. Você não concorda comigo? –Sorri. Jacob parecia ter um olhar vago. –É. Eu verdadeiramente não gostaria de me afastar de você. Você é uma pessoa muito especial Bella. –E sua voz fervilhou de emoção. Eu fiquei sem graça, ele era um desconhecido para mim. –Eu não o conheço, mas posso conhecê-lo, ficar sua amiga. Teremos que começar do zero, claro. Se você não se importar com isso. –É, talvez seja melhor começarmos do zero. Do jeito que estava não dava mais. –Ele murmurou.

–O que disse? –Perguntei sem ter certeza do que ele tinha dito. Jacob deu de ombros. –Esquece. Pensei alto, só isso. Então como estão as coisas aqui? Edward está tratando você bem? –Jacob perguntou e notei que falou o nome do meu marido entre dentes, parecendo raivoso. Mais um mistério! –Edward é um amor de pessoa. Ele tem sido muito legal comigo. –Menos a parte em que me beijou, pensei, mas guardei isso para mim. –Fico feliz que estejam se dando bem dessa vez. –Dessa vez? Como assim? –E no momento em que verbalizei minha pergunta eis que surge alguém a alguns metros olhando-nos. Edward. Eu o olhei, atônica. Jacob acompanhou meu olhar. Edward tinha um olhar estranho, eu nunca havia visto um olhar tão hostil antes. Eu me levantei juntamente com Jacob e sorri nervosamente para ele. –Oi Edward. Esse é um amigo meu, veio me visitar. –Nós já nos conhecemos Bella. –Jacob se apressou em dizer. Edward pareceu se recompor. Caminhou casualmente até onde nós estávamos. –Olá Jacob. –Ele disse friamente. Havia um clima hostil no ar. –Olá Edward. Bella, eu preciso ir. Venho vê-la em outra ocasião. –Claro. Ah, amanha vai haver um jantar aqui. Venha junto com a sua noiva e o seu pai. Gostaria de conhecê-los. –Falei a Jacob. Ele virou para mim e sorriu. –Eu verei se posso vir. Fique bem Bells. –Jacob vez menção de ir. –Espere! Vou acompanhá-lo até a porta. –E então passei por Edward seguindo até a saída com Jacob. Nem eu nem Jacob trocamos uma palavra, ainda imperava um clima estranho no ar, tenso. Eu não entendia isso e não sabia se era bom perguntar. Perguntei-me se existiria alguém disposto a me contar algo sobre mim e me libertar de todo esse mistério. Ao chegarmos à porta eu vi a moto estacionada na calçada. –Nossa, é sua? –Sim. –Eu também tenho uma moto e um carro, mas não sei dirigir. –Confessei envergonhada. Jacob riu. –Quem sabe eu não ensino você a andar de moto novamente?

–Seria ótimo Jacob. Eu quero retomar minha vida, mas não posso sozinha. Vou precisar de ajuda. –Até mais Bells. Verei se posso vir. –E dizendo essas palavras Jacob subiu em sua moto e desapareceu. Protelei bastante antes de ir para casa. Estava confusa com a atitude de Edward, aquela hostilidade toda me assustou. Procurei entrar silenciosamente na sala, felizmente não havia ninguém lá. Rapidamente alcancei o lance de escadas e rumei para o meu quarto. Eu teria entrado de imediato lá se vozes em um tom alto não tivessem despertado minha curiosidade, uma delas era de Edward. Lentamente fui para perto da porta do seu quarto que estava entreaberta dando atenção a discussão. –Perdão senhor, eu não sabia que deveria proibir a entrada do senhor Black. Como soube que visitas poderiam ajudar a senhor Cullen eu pensei que... –Bella pode receber visitas de familiares e amigas, mas nenhum homem terá minha permissão em vê-la especialmente este Jacob. Se ele aparecer invente algo, mas não o deixe chegar perto dela, nem ele e nenhum outro homem! –Edward falou exasperado, ainda mais irreconhecível do que no momento em que o vi quando estava com Jacob. E eu tinha que confessar, pelo menos para mim, que sua atitude estava me assustando. Corri para o meu quarto. ... Mais uma noite mal dormida? Era o que estava parecendo. Eu estava atordoada demais para simplesmente dormir pelo dia de amanhã em que veria desconhecidos conhecidos e com o meu relacionamento com Edward que estava confuso. E eu não sabia como remediar isso. Só então me lembrei de algo: Edward tinha ficado doente ontem. Estaria ele melhor hoje? Ignorando tudo o que têm acontecido eu sai do meu quarto seguindo para o quarto de Edward. Já era de madrugada, ele certamente devia estar dormindo. O quarto estava precariamente iluminado por um abajur de luz amarela. Edward dormia, o seu cobertor cobrindo a partir de sua cintura, uma expressão sisuda apesar de estar dormindo. Aproximei-me cautelosa e sentei na cama. Toquei sua testa, sem febre. Suspirei aliviada. O cobri melhor e quando afastei minha mão eu o ouvi sussurrar. –Bella... –Olhei alarmada, mas ele ainda estava de olhos fechados. Falava enquanto dormia, foi o que conclui. –Bella... Não me deixe. –As palavras saiam débeis. Ele tinha o rosto tão sofrível, parecia estar tendo pesadelos terríveis. Resolvi intervir.

–Eu estou aqui Edward. Eu não vou deixá-lo. –Murmurei e acredito que ele me ouviu. Um sorriso apareceu em seus lábios. –Você promete? Promete ficar dessa vez? –Edward murmurou, a voz falhando mais e mais. –Prometo. –Eu te amo Bella. –Quase não ouvi meu nome, ele já devia estar mergulhado na inconsciência. –E eu vou te amar Edward, Vai ser fácil como cair de um penhasco, sem esforço. –Eu disse, inclinei-me e o beijei na testa. Deixei o quarto vendo um sorriso em seus lábios e querendo que aquele sorriso permanecesse ali para sempre, onde era o seu lugar. Notas finais do capítulo Gente leiam minha fic chamada Internato Cullen: um amor avassalador postado aqui por uma leitora. Sinopse: Bella têm uma vida tediosa... Até conhecer o filho do diretor do internato feminino que passa a morar no local: Edward Cullen. Ela descobre de forma intensa o prazer que um homem pode proporcionar causando mudanças irremediaveis em sua vida. http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php? sid=40726&ageconsent=ok&warning=4

(Cap. 7) Capítulo 6 Manhã de sábado, dia da festa. Acordei cedo e vesti uma roupa qualquer, calça jeans um pouco colada e regata preta com salto preto, para ir ao Spa com minha mãe. Tomava café na mesa da sala de estar, os empregados ainda estavam ali para servir Edward quando este aparecesse. Eu estava ansiosa e temerosa de vê-lo, pensei em tudo o que ocorreu ontem como a atitude hostil de Edward e sua declaração de amor que me comoveu. E eu não sabia como deveria agir agora, mas sabia de uma coisa: eu iria me esforçar para amá-lo, Edward merecia.

Ele desceu apressadamente as escadas cumprimentando aos empregados que via pelo caminho. Estacou quando me viu sentada a mesa comendo. Provavelmente pensou que eu não iria mais comer com ele depois do episodio em seu quarto. –Bom dia. –Falei numa voz afável e um sorriso no rosto. Edward ficou olhando-me até ter alguma reação. Ele parecia reprimir um sorriso, tinha um brilho nos olhos cor ocre encantador. –Bom dia. –Ele murmurou sentando no seu lugar. Uma empregada prontamente o serviu e logo nos vimos sozinhos no amplo espaço, mas tinha a impressão que os outros empregados nos observavam. Enquanto eu degustava do meu café eu pensava na melhor forma de quebrar o gelo. Edward fez por nós dois. –Você pretende sair hoje? –Ele perguntou sem me olhar. –Sim. Minha mãe vai me levar a um SPA. Passarei o dia todo lá. –Falei sem esconder o desagrado. Edward sorriu como quem se desculpava. –Desculpe por isso. Quer que eu freie sua mãe? –Não se preocupe, eu vou sobreviver. Acho que é bom eu passar um tempo com minha mãe. E você Edward, está indo para o trabalho? –Sim, mas não passarei o dia lá. A equipe de decoração que sua mãe contratou está no quarto andar agora, eu dei uma espiada na decoração, está ótima. Ela escolheu a cor vermelha, sua favorita. –Ele deu um meio sorriso. –Sabe de uma coisa? Acho que minha cor favorita agora é azul. –Sorri. Edward acompanhou meu sorriso e rompi o silencio constrangedor que começava a se instaurar degustando do meu café. –Edward, eu posso fazer uma pergunta? –Claro. –Disse cauteloso. –Eu trabalhava? –Não. Você tem ações que são administradas por especialistas na empresa de meu pai, você lucra dessa forma. Assim como sua mãe. Não há necessidade de trabalho. –Mas o que eu fazia o dia todo? Não me diga que passava o dia em um SPA! – Perguntei incrédula. Assustava-me pensar que eu era fútil e era isso que parecia. Edward pareceu ver como sua resposta me frustrou. Levantou-se e ficou bem próximo a mim, afagou minha bochecha.

–Hei, o que há? –Perguntou aflito. –Nada. Então... Você tem que ir. –Sim. –Ele suspirou pesadamente. –Parece cansado. –Comentei e me levantei para acompanhá-lo até a garagem. –Na verdade frustrado, não queria ir para o trabalho hoje. Estou um pouco indisposto. Foi instintivo. Aproximei-me e toquei sua testa para verificar a temperatura. Edward parecia bestificado com meu ato, mas ignorei. –Sua temperatura está boa. Que bom. Avise-me se voltar a se sentir mal, ok? Agora vamos, eu o acompanho até seu carro. –Seguimos silenciosos até seu carro. Enquanto o via ir eu me lembrei da promessa silenciosa que fiz de amá-lo e seguir com as obrigações de esposa para com ele. Eu bem sabia que não teria dificuldades. Edward era apaixonante, eu já até me sentia balançada com ele, seu sorriso, seu perfume,... Balancei a cabeça para deixar pensamentos como esses depois. Acenei quando Edward saiu em seu carro e fui esperar minha mãe em meu quarto. E as promessas que fiz naquela notei vieram tomar minha mente. Eu prometi, diante de um Edward adormecido, que iria amá-lo. O problema era minha timidez. Era embaraçoso pensar que, por sermos casados, Edward já devia conhecer meu corpo, certamente dormimos juntos. Se eu ficasse com ele, desse a entender que queria tê-lo como marido novamente, ele me pressionaria a um contato mais intimo? Balancei a cabeça em negativa, era absurdo pensar dessa forma. Edward era um cavalheiro, não iria fazer algo assim comigo. Uma batida na porta me tirou de minhas abstrações. –Senhora Cullen, sua mãe a aguarda. –Joel anunciou. Com um suspiro resignado levantei-me da cama onde estava sentada e segui para fora do quarto. ... Renée parecia se divertir enquanto passava por toda aquela tortura de embelezamento. Eu tentei ignorar a situação e esconder meu aborrecimento e forçar um sorriso. Não queria ser desagradável com ela. Enquanto Renée tagarelava sobre as pessoas que estariam lá e algo sobre o que a imprensa noticiou sobre meu acidente, meu celular, próximo a mim, toca. Eu o saquei da bolsa pedindo desculpas à cabeleireira por me mexer, era um celular desconhecido. Quando fiz menção de atender, o celular para de tocar.

“Que estranho...” –Pensei. Pretendia retornar a ligação, mas a cabeleireira chamou minha atenção para voltar a minha posição original. Eu o fiz e deixei a ligação para lá. ... –Mãe, esse vestido parece meio apertado. –Reclamei enquanto Renée ajudava-me com os últimos preparativos. Eu estava perfeita, graças a uma manhã inteira no SPA: maquiagem impecável, cabelos lustrosos e num penteado simples (eles estavam soltos, mas um pouco ondulados num estilo Chanel), o salto agulha preto, o vestido longo incrivelmente justo da cor vermelha e brincos dourados, acredito serem de ouro com pedras de diamante. Em outras palavras tudo era um exagero! “Respire Bella e encare isso até o fim, logo acabará.” –Pensei para poder me manter sã enquanto Renée agora preocupava-se em terminar de se arrumar. Ela usava um vestido longo preto de cetim, salto alto preto, um colar de brilhantes que combinava com os pequenos brincos e a pulseira. Estava linda com sua maquiagem um pouco pesada e cabelos num penteado elaborado. Sentei-me na cama olhando para a paisagem proporcionada pela janela. Era quase à noite e um barulho quase ensurdecedor ecoava no andar superior, possivelmente os serviçais da festa. Como Renée parecia que ia demorar eu sai do quarto para pegar um ar no corredor. Fechei a porta atrás de mim ao passar por ela e suspirei enquanto encostava-me na porta, os olhos fechados. –Bella? –A voz soou bem próxima. Abri os olhos em choque e o vi próximo. Edward estava lindo num smoke clássico, os cabelos penteados para trás, diferente do cabelo levemente desorganizado. Ele estava lindo, mais lindo do que nunca. Eu fiquei parada, admirando toda aquela beleza. Edward parecia bestificado, talvez fascinado com algo. Pensei que pudesse ser eu, ele estava olhando para mim afinal. –Você está linda. –Disse subitamente. Eu corei de prazer e respondi sem olhá-lo. –Você também está lindo. –Senti a aproximação de Edward. –Onde está sua mãe? –Está terminando de se arrumar no meu quarto. Os convidados já chegaram Edward? –Ainda não. A movimentação no quarto andar é apenas de funcionários por enquanto. Ainda sim devemos nos apressar. Está pronta?

–Sim. Podemos ir à frente e seja o que Deus quiser. –Disse amuada e acima de tudo nervosa. Edward tocou meu rosto com uma de suas mãos, seus olhos nos meus. –Não se preocupe, não vou sair do seu lado um minuto sequer se isso for fazê-la se sentir melhor. –Ficaria muito feliz com isso. –Peguei sua mão, par a surpresa de Edward, e comecei a caminhar para o lance de escadas que nos levaria ao andar da festa. Abruptamente Edward parou. –Eu tenho algo para lhe dar. –Assim sendo retirou algo do bolso interno do smoke, uma caixa aveludada e a abriu diante de mim. Era uma jóia dourada, uma pulseira linda cravejada com brilhantes. –Nossa! É pra mim? É linda! –Eu falei enquanto Edward colocava em meu pulso esquerdo delicadamente. –Ainda sim não precisava disso. Deve ter sido caro. –Não se preocupe com isso. Se quer saber eu pechinchei. –Falou num tom brincalhão. Eu ri. –Então vamos recepcionar os convidados, minha dama? –Falou parecendo uma imitação perfeita de Joel. Beijou a costa da minha mão esquerda e me puxou para seguir junto a ele. Não foi desconfortável o contato de nossas mãos unidas, Edward parecia satisfeito com isso e seu rosto feliz me aquiesceu da vergonha que eu deveria sentir. Suas mãos eram macias, um pouco frias, mas me passava algo estranho, um calor estranho. E eu queria mais, algo que me assustou. Eu queria mais do que segurar sua mão, eu queria... –Ah, senhor Cullen, senhora Cullen! Os convidados estão chegando. Irei conduzi-los até o quarto andar. –Joel disse saindo em seguida. Olhei para a decoração e estaquei, era um evento muito mais grandioso que eu estava imaginando. Rosas escarlet vermelhas em pequenos buques nas mesas e espalhadas aqui e acolá, tecidos pendiam como cortinas das janelas em tons de vermelho escuro e dourado fosco. Haviam empregados em uniformes clássicos preparados para servir. Conclusão: tudo muito assustador. Apertei a mão de Edward, ele pareceu perceber que eu estava assustada com a proporção da festa. –Desculpe,eu devia ter supervisionado a festa que sua mãe preparava. –Tudo bem Edward. Você estava ocupado com a empresa. Longe de mim querer atribuir outra função para você. Vai ficar tudo bem, é só por uma noite mesmo. –Dei de ombros como quem está indiferente, tudo fingimento. Logo mais Renée entrou, pegou-me pela mão, reclamando por eu tê-la deixado sozinha no quarto, e me guiou para o que julguei ser a entrada por onde os convidados entrariam. Não demorou a eu ver os primeiros convidados, rostos desconhecidos para mim. Eu olhei em volta antes dos convidados chegarem até mim. Edward

conversava com Joel, seus olhos encontraram os meus, aflitos, e convergiu para mim. Postou-se ao meu lado e segurou minha mão. Era incrível o poder que as mãos de Edward tinham de extrair meu nervosismo. –Edward... –O chamei. –Sim? –Pode me ajudar falando quem é quem? Eu não quero cumprimentar as pessoas chamando-as de cicrano ou beltrano. –Edward riu com minhas palavras. –Tudo bem, eu vou ajudar. Veja lá... –Apontou minimamente para frente. – Aqueles que estão vindo são o senhor e senhora Gerandy, empresários de bebidas energéticas. Logo atrás é o senhor Frederick Banton, possui uma empresa que fabrica peças automobilísticas. E assim foi. Edward foi cochichando no meu ouvido os nomes dos convidados, os cumprimentei cortes dizendo seus nomes. Renée falava com todos como se fossem velhos amigos, acredito que ela nem os conhecia direito. Edward não saiu um minuto sequer do meu lado, o que agradeci de bom grado. Eu me sentia tensa ali enquanto tinha de falar com pessoas desconhecidas. O pior de tudo é que percebi que boa parte dos convidados parecia estar por ali para ganhar status por estar em um evento promovido por Edward e não por terem algum coleguismo comigo. Pergunteime bobamente onde estavam meus amigos, familiares, sei lá. E naquele momento de angustia, ouço uma voz. –AMIGAAAAA! –E alguém simplesmente se atraca no meu pescoço. Uma jovem. –Eh, oi. –Eu murmurei sem graça correspondendo ao abraço. Olhei frenética para Edward. –Olá Jessica. Acredito que, se falou com Renée, deve saber que Isabella está temporariamente com amnésia. –Ah, é mesmo. Tinha me esquecido desse detalhe. Que pena miga sobre isso, mas não se preocupe. Eu vou atualizá-la de todas as fofocas sobre as pessoas ao nosso redor. Não hoje devido ao jantar, mas amanhã quem sabe. Vai ao jogo de Pólo no clube amanhã? –Jessica falava como se ignorasse o fato de que eu estava sem memória, parecia com minha mãe Renée. Claro que Edward me ajudou novamente. –Isabella ainda não foi interada nas atividades que costumava executar, mas certamente ela estará lá. Bella, você quer ir ao clube amanhã comigo? Vai haver um jogo de Pólo. Eu só irei se você for.

–Tudo bem. –Respondi com meus olhos cravados nos de Edward. –Eu vou me sentar em minha mesa, avistei uma pessoa pra me fazer companhia. Querida vá à minha mesa, ok? –Jessica beliscou minha bochecha e saiu num rompante. –Nossa, eu não sabia que tinha amigas assim. –Comentei mais para mim do que para Edward que estava ao meu lado. –É, acho que sempre temos um amigo assim em nosso passado negro. –Edward falou com um riso reprimido na voz. Eu o acompanhei rindo. Voltei meu olhar para a entrada e vi um senhor de meia idade, moreno e de cabelos um pouco longos, grisalhos, se aproximando. Andava em uma cadeira de rodas. A pessoa que o empurrava era Jacob, aquele meu amigo acompanhado por uma linda mulher. Eu sorri. Enfim um rosto familiar no meio de tantos convidados. –Oi Jacob, fico feliz que tenha vindo. –Disse. –Olá Bella. Você está linda! –Ele falou com alguma emoção na voz. Senti Edward enrijecer ao meu lado, mas ele nada disse. –Bella, eu quero que conheça Leah, minha noiva, e meu pai Billy. –É um prazer conhecê-los. –Disse apertando a mão de Leah e Billy. –Obrigada pelo convite, a decoração da festa está divina! –Leah disse olhando envolta. Eu sorri sem saber o que dizer. Billy olhava-me. Voltei meu olhar para ele. –É muito bom vê-la bem minha filha. Fiquei aterrorizado com o que aconteceu. Sei que não se lembra, mas eu fui um grande amigo de seu pai e apesar de não ter ligação sangüínea com você, sinto como se fosse uma sobrinha. –E não pude duvidar, a emoção na voz rouca e nos olhos negros era evidente. Fiquei feliz por ver que eu era cercada por pessoas, poucas é verdade, mas pessoas que verdadeiramente queriam meu bem. –Obrigada. Fico feliz por ter pessoas como vocês em minha vida. –Disse com a voz falha. –Mas ora, vamos entrar. Joel! –Chamei Joel, ele veio prontamente. – Leve-os a uma ótima mesa. –Disse e logo Billy juntamente com os outros. Olhei para Edward, vi seus olhos com algum tipo de angustia, raiva até. Quando ele percebeu que eu o observava, endireitou-se e colocou o sorriso mais forçado que já vi em seu rosto. Ele continuou ao meu lado ajudando-me com os nomes dos convidados a medida que eles chegavam. ...

Nem sei quantos convidados tinham, mas o grande salão estava lotado. O farfalhar de vozes e risadas estava me enervando. Eu estava tão habituada com o silencio! Sabia que ao final da noite meu rosto ficaria dolorido pelo sorriso que era obrigada de acordo com as regras da etiqueta a manter. Edward ficou boa parte do tempo comigo, mas fora chamado para se juntar a uma mesa de empresários e discutir coisas sobre a economia nos dias de hoje. Ele não queria ir, mas o incentivei. Devia estar sendo um saco para Edward ficar o tempo todo comigo, por mais que ele não demonstrasse. Renée passou o tempo inteiro bancando a anfitriã, não falei com ela o resto da noite. Cansada demais para ficar de pé eu resolvi sentar em uma mesa vazia no canto mais afastado dos convidados. Olhei toda aquela movimentação com desinteresse, eu preferiria ficar no meu quarto lendo um livro. Senti que alguém puxava a cadeira ao meu lado, para minha surpresa era Jacob. –Divertindo-se com a festa Bella? –Ele perguntou com um cara de zombaria. Eu fiz uma careta. –Preferiria estar no meu quarto. –Disse. Jacob riu. –Você não mudou nada mesmo! Nunca gostou de festas embora freqüentasse muitas. Fico feliz por sua verdadeira personalidade estar intacta. –Verdadeira personalidade? Como assim? Eu tinha outras? –Bem... Acho que somente eu conhecia a verdadeira Bella, eu e meu pai e seu pai também. Devido a sua posição você tinha outra personalidade a fim de agradar as pessoas que a observavam, a imprensa. –Então eu era falsa? –Perguntei subitamente aborrecida. Jacob me olhou com pesar. –Claro que não! Você só fazia algo que qualquer pessoa com muito status faz. Mas a verdadeira Bella era simples, alegre, de personalidade forte e gostos muito bons. –Fico feliz em saber disso Jacob. –Nós dois sorrimos para o outro, cúmplices. Definitivamente Jacob era a única amizade verdadeira que eu devia ter. Bom, antes uma do que nenhuma! Jacob olhou para frente e rapidamente sua expressão risonha se transformou em uma careta carrancuda. Olhei na direção em que ele olhava e vi Edward de pé nos olhando com ódio. Desviei o olhar. Era a mesma expressão hostil de ontem. Eu não entendia o motivo disso e decidi perguntar. –Jacob, você e o Edward não se dão bem? –Minha pergunta o tirou de sua posição furiosa.

–O que? –Você e Edward se odeiam ou coisa parecida? Desde ontem tenho notado uma forte hostilidade entre vocês e eu não entendo. O que houve? –Esperei, mas Jacob levantou-se. –Preciso ir. Leah me fez prometer que não a deixaria muito tempo sozinha. Sei que já falei isso, mas você está linda. –Ele completou com um sorriso nos lábios cheios. Eu sorri. –Obrigada, você também. –Ele se afastou e vi que Edward vinha em minha direção, os dedos nas têmporas como se estivesse com dor e os olhos fixados no chão. Quando ficou de pé em frente a mim novamente forçou um sorriso. –Está cansada? –Perguntou com a voz minimamente ríspida. –Um pouco. Fiquei de pé por muito tempo. Eu terei que bancar a anfitriã à festa inteira? Eu queria poder descansar um pouco. –Disse já imaginando que teria que ficar em pé vagando para lá e para cá côo Renée fazia. Edward deu um meio sorriso, caminhou e sentou-se ao meu lado na mesma cadeira que Jacob havia sentado. –Não se preocupe. Faça o que quiser, sua mãe cuidará do resto. –Afagou minha bochecha direita e olhou para frente onde podíamos ver ao longe as mesas repletas de pessoas e os garçons servindo bebidas e o coquetel. –Então se me permite quero ficar sentada e comer algo. –Eu a acompanho. Olhamos para a frente e vimos Renée olhando de um lado para o outro. –Acha que ela está nos procurando? –Perguntei. –Certamente. Vamos para a cozinha comer, ninguém vai nos encontrar lá. – Levantou-se e tinha um sorriso matreiro no rosto, como uma criança sugerindo uma traquinagem. Ergueu a mão para mim e aceitei sem hesitar o que deixou seu rosto iluminado. Andamos de mancinho para uma escadaria por onde os funcionários estavam vindo da cozinha para o salão, todos os que nos viram, funcionários do evento, nos olhavam abismados por estarmos indo para um setor em que convidado algum vai. Em pouco tempo chegamos à cozinha. Edward cumprimentou a todos, sempre tão educado, e sentou-se em uma grande mesa. Pediu para que nos servissem antes de todos o banquete e assim pudemos comer no mais completo silencio sem a intervenção de ninguém. Foi bom comer ao lado dele. Alias tudo ao lado dele era bom. Peguei-me

sorrindo enquanto comia, mas Edward pareceu não notar. Enquanto degustava da maravilhosa refeição como eu fazia, parecia perdido em pensamentos. Isso era algo freqüente, eu queria muito poder ler sua mente. Algo me ocorreu quando estávamos comendo a sobremesa, após a refeição principal. Tomada de coragem resolvi perguntar. –Edward, por que você não gosta do Jacob? –Eu nem ousei olhá-lo, mas senti seu sobressalto com a pergunta. –Ele disse algo para você? –Sua voz falhava, nervosismo talvez. –Não. É que desde ontem notei que vocês não se dão bem e fico me perguntando por quê. Jacob não quis me responder quando o perguntei agora a pouco. Silencio. Será que nunca ninguém responderia minhas indagações? –Jacob não foi muito a favor do nosso casamento. –Ele disse claramente pouco a vontade. Virei-me e o olhei confusa. –Por que Edward? –Ele acha que não sirvo pra você. –Edward olhava as sobras de sua sobremesa brincando com a mesma com a colher. –Por quê? Eu ainda não entendo. Edward deu de ombros fingindo indiferença. –Quem sabe. Só Jacob poderia dizer. Esqueçamos esse assunto. –E vi o aborrecimento em seu rosto. Edward escondia coisas de mim, ele e todos que me cercavam. Pensei em insistir, mas algo no rosto dele me fez recuar. –Ah, ai estão vocês! O que estão fazendo aqui? –Olhamos para o lado e vimos Renée. Ela nos olhava furiosa. –Bella estava faminta e viemos comer. –Bella, querida, você sabe que anfitriões de festas não comem durante o evento. –Ela falou com um falso sorriso ficando diante de mim e pegando minha mão. Saiu me rebocando porta afora. Eu olhei apavorada para Edward. Ele levantou-se e seguiu ao meu lado. A festa acima de nós era barulhenta. –Eu pedi ao DJ para colocar a música de vocês para uma dança. –Renée dizia alegremente. Eu olhei confusa para Edward. –Temos uma música, de acordo com a sua mãe é a nossa música. Tocou no

nosso casamento. É a música “Crazy” do Rulio Iglesias. –Eu não me lembro dessa música. Chegamos ao salão, alguns casais dançavam uma música qualquer. Todos pararam e nos olhavam retornar. Renée acenou para o DJ e ele mudou a música para uma música lenta. Era linda. Edward aproximou-se e pegou minha mão, um lindo sorriso nos lábios. Renée afastou-se e nos deu espaço assim como todos os outros casais que dançavam na pista. Eu fiquei parada enquanto Edward se aproximava, pegava minhas mãos colocando-as em sua nuca e puxou-me para mais perto até nossos corpos estarem colados, suas mãos em minha cintura. Eu deveria ter ficado embasbacada pela proximidade, mas estava tão enfeitiçada pela magia que parecia emanar de Edward que não liguei. Envolvi meus braços em seu pescoço e coloquei meu rosto para o lado a fim de evitar seus olhos. Dançamos para lá e para cá lentamente, Edward colou sua bochecha na minha, seu hálito em meu ouvido. Eu podia ouvir as batidas frenéticas de seu coração assim como o meu. E me permiti esquecer-se de todos que observavam nossa dança aproveitando aquele momento como se fosse o último. Deitei minha cabeça em seus ombros deslizando minhas mãos para seus ombros largos e relaxando. Fechei meus olhos e me deixei levar. Edward estava tão perfumado, era tão quente! Eu imaginei como deveria ser dividir uma vida com Edward de forma plena, não somente conversando com ele, mas partilhando um contato mais intimo. Enrubesci com o pensamento. –Está cansada? –Edward perguntou. –Um pouco, mas estou bem. –Eu sei que deve estar chateando muito você está festa, mas... –Não se preocupe. É uma festa muito útil. Se tiver que retomar minha vida eu preciso me familiarizar com rostos aqui presentes. Além disso, você está aqui comigo. Isso ajuda e muito. Obrigada pela ajuda de hoje. Desculpe-me se eu o estou aborrecendo. Edward apertou-me mais em eu corpo reagindo de forma estranha as minhas palavras, eu devo acrescentar. –Não tem idéia do quão feliz eu fico por ouvir tais palavras suas. –Ele murmurou com a voz embargada. Eu me afastei e vi seus olhos cheios de um brilho indecifrável. Demorei um pouco para compreender o que era aquilo. Edward havia dito, enquanto estava dormindo, que me amava. Um coro soou no salão.

–BEIJA! BEIJA! BEIJA! –As vozes diziam animadas. Eu enrijeci e olhei pasma para Edward. Ele olhou todos em volta e em seguida fixou seus olhos nos meus, um meio sorriso nos lábios. Eu o vi se inclinar em minha direção e fechei os olhos. Senti seu beijo em minha testa. Ouvi um “ahhhhh” dos expectadores frustrados, mas ignorei. Eu abri meus olhos e vi o rosto de Edward, ele ainda mantinha os olhos em mim. Aproximou-se e sussurrou as seguintes palavras em meu ouvido: –Só quando você pedir Bella. Não se repetirá o que aconteceu naquela noite. –E então Edward se afastou segurando minha mão. Puxou-me para fora da multidão e, quando chamado por um grupo de homens, a largou seguindo para onde eles estavam. Eu fiquei parada, sem saber o que fazer. Por fim alguém me tira de minhas abstrações, era a tal Jessica. –Amiga o Mike chegou. Vou ter que apresentar ele de novo para você! É o meu peguete. –Ela riu e me puxou para próximo da entrada. Um rapaz meio loiro de olhos azuis veio todo sorridente. Ele se apresentou um pouco sem graça, acho que era estranho ele se apresentar novamente para alguém. Notei que todos pareciam cientes de que eu estava com amnésia, Edward ou minha mãe dele tê-los alertado. Após me apresentar para o seu namorado que, de acordo com Jessica, era uma estrela em ascensão por ser o protagonista de um seriado adolescente, saiu com ele para sua mesa. E então eu estava só e não encontrava nem minha mãe nem Edward a vista. Olhei a mesa onde Jacob estava sentado e notei que não havia ninguém lá, eles teriam ido embora? Por quê? Tentei procurá-los e nada encontrei. Naquele momento em que me sentia um peixe fora da água decidi fazer o que qualquer adolescente faria: refugiar-me no quarto. Sai de mansinho, ninguém percebeu. Senti um alivio imenso quando segui para lá e fechei a porta. Nem me dei o trabalho de ligar as luzes. Caminhei até a cama e me joguei lá. Eu sabia que seria falta de educação simplesmente desaparecer da festa sem justificativa alguma, mas estava sentindo meu corpo moído e desejava apenas tomar um banho, vestir roupas confortáveis e dormir. Nada mais. Meu celular toca. Levanto-me num átimo e o procuro, logo o encontro. Um número que eu não conhecia, pensei em Jacob. –Alo? –Digo ao atender. –Estou aqui em frente a sua casa. Os seguranças não querem me deixar entrar. Poxa gatinha rolando uma festa pela sua ressurreição e você não me convida? –A voz masculina disse. Eu fiquei desnorteada. –O que? –Perguntei confusa. –Vem aqui na frente de sua casa. Estou esperando. –O homem do outro lado

desliga. Encaro boquiaberta meu celular. Bom, deveria ser alguém que me conhece, supus. Caminhei para a porta do meu quarto e segui pela casa fazia para a entrada do local. Claro que não fui notada, todos estavam no quarto andar da festa. Fiquei incomodada com meu salto, decidi tira-lo sem me importar se meus pés descalços em contato com o chão ficariam sujos. Era uma boa caminhada até os portões da frente, mas, movida pela curiosidade, não me cansei. Eu queria saber quem era e falava com tanta intimidade comigo. Os seguranças olharam desconfiados para mim. –Podem abrir o portão. Preciso falar com uma pessoa. –Pedi. Eles me atenderam lançando olhares desconfiados entre eles. Quando os grandes portões foram abertos vislumbrei um cara encostado em uma moto preta. Era alto, branco, cabelos ondulados um pouco compridos da cor mel, olhos de mesma cor, um sorriso cínico nos lábios. Ele me chamou com o dedo indicador, mas eu continuei parada. Por fim desistiu e veio até mim. –Oi Bella. Está linda. –Ele disse. –Oi. Bem eu sinceramente não me lem... –Ele me puxou quase com violência e me beijou. Fiquei parada, em choque. Por fim me desvencilhei empurrando-o. Não cheguei a derrubá-lo, mas ele deu alguns passos para trás. –Hei gatinha, o que foi? –COMO SE ATREVE A ME BEIJAR? EU NEM CONHEÇO VOCÊ! –Gritei limpando minha boca. Ele me olhou espantado, depois o sorriso cínico surgiu. –Então aquela notinha divulgada pela imprensa estava certa? Você está com amnésia? –O QUE VOCÊ ACHA? –Gritei rumando para o portão. Ele foi mais rápido e agarrou-me pelo pulso. –ME SOLTA! –Exigi. –Tudo bem então fingirei que acredito em você, mas se está pensando que vai se livrar de mim está muito enganada! –E você é o que meu para exigir atenção desse jeito? –Perguntei rude. Ele sorria. –Seu amante, claro! James, muito prazer. –Puxou minha mão beijando a costa dela. Eu quase tive uma síncope naquele momento. Ele era o que meu? Meu amante? –É mentira... –Murmurei. –Claro que não e não vai querer que eu mostre as provas que tenho, vai? Você

deixou pertences seus no meu apartamento em nosso ultimo encontro. Eu não conseguia me mover ou ouvir suas palavras, eu não queria acreditar nelas. –Está tudo bem ai senhora Cullen? –Um segurança, que devia estar observando tudo, perguntou. James largou meu pulso e olhou com aborrecimento para o segurança. –Não é nada. –Disse, baixinho, e caminhei para o interior da casa. –Vou ligar para você para marcarmos um encontro. Até mais meu amor. – James disse saindo em sua moto, mas não o vi partir, eu já estava no interior do casarão. Eu caminhei debilmente para a casa completamente desnorteada. Aquele cara estaria dizendo a verdade? Seria meu amante? Talvez estivesse mentindo aproveitando-se de minha amnésia. Inda sim surgiu um aperto no peito ante aquela incógnita. Eu não conseguia acreditar que tendo um marido tão perfeito como Edward eu poderia traí-lo. Eu nem senti quando cheguei à casa de tão desnorteada que estava. Não pensei duas vezes antes de me refugiar em meu quarto. Assim que passei pela porta trancando-a em cai sentada no chão. O incomodo no peito me deixava com dificuldade de respirar. Coloquei a cabeça entre os joelhos e isso pareceu aplacar meu mal estar. As batidas de meu coração, antes frenéticas, foram se acalmando. Alguém bate minha porta. –Bella, você está ai? Se estiver está muito encrencada mocinha! Como se atreve a ir embora sem falar com os convidados? Bella, está me ouvindo? –Era Renée. Eu me encolhi e nada disse. Ela forçou a maçaneta, mas felizmente eu havia trancado. Ela bateu mais algumas vezes até desistir. Ouvi sua voz conversando com alguém no corredor, mas logo não ouvi mais nada. Talvez tivesse ido embora. Suspirei aliviada. Era péssimo sentir isso, mas eu me sentia bem melhor longe da minha mãe. –Bella? –Uma voz soou atrás da porta. –Eu sei que está ai? Você está bem? Aconteceu alguma coisa? –Era Edward, a última pessoa no mundo que eu queria ver ou falar. Permaneci calada. –Sua mãe não está aqui então não se preocupe. Você não precisa voltar à festa se não quiser. –Eu não to bem. –Murmurei. –Eu estou indo dormir. Pode pedir desculpas aos

demais por mim? –Sim. Posso saber o que aconteceu? –Edward perguntou e nem precisava olhar em seu rosto para saber que devia estar muito preocupado comigo. Eu não tinha coragem parra responder a sua pergunta. –Boa noite Edward. –Foi tudo o que consegui falar. –Boa noite. –Ele respondeu e então não o ouvi mais nos corredores. Eu sabia que minha atitude reservada estava chateando todo mundo e poderia estar magoando Edward, mas naquele momento de descobertas desagradáveis eu só queria me isolar para evitar um mal maior. Levantei-me rumo o banheiro. Eu iria dormir. ... “Eu posso sentir o seu medo. Tem medo de descobrir quem você realmente é?” –Ela era igual a mim fisicamente falando, mas haviam diferenças. Nos lábios um batom vermelho e sorriso cínico, os olhos refletindo rancor, as vestes curtas e provocantes. “Cala a boca!” –Retorqui enquanto estava ajoelhada no chão, as mãos em meus ouvidos e minha cabeça curvada tocando meus joelhos. “Ah, tem medo sim! Tem medo de descobrir a biscate que você era!” –A jovem com minha aparência dizia num tom rude. –PARA! –Gritei e olhei envolta. Nada. Eu estava em meu quarto, deitada em minha cama. O quarto estava escuro, mas havia alguma iluminação por causa da parede de vidro aos fundos do quarto. Coloquei as mãos na cabeça enquanto tentava digerir o ocorrido. Um pesadelo apenas, mas era algo que não era totalmente ilusão. Eu temia descobrir quem eu era atualmente após conhecer James e pelo pouco que coletei de mim. Senti algo no rosto, uma umidade. Eu estava chorando. Após a descoberta dessa reação, meu choro apenas aumentou até chegar ao soluçar. Eu estava com medo, com tanto medo! Eu queria poder recomeçar do zero, mas sabia que não poderia apagar meu passado. O desespero me tomou. Eu já havia chorado antes, mas o choro de antes era bem menos intenso que esse. E eu sabia que não poderia ficar aqui naquele quarto que reforçava meus medos, pertencido a uma pessoa que eu queria enterrar: eu mesma. Sem pensar muito, vestindo meu hobby por cima da camisola de seda azul marinho comprida, eu saí do quarto. Eu estava cansada, queria dormir, mas não conseguiria dormir em meu quarto. Havia varias portas naquele andar de quartos de hospedes. Tentei entrar em todas as portas, mas estavam trancadas. Bufei. Provavelmente teria que chamar Joel para

abrir as portas. Só havia uma porta que devia estar aberta... Eu rumei para lá cansada demais para pensar em algo melhor ou no que Edward pensaria se me visse em seu quarto. Bem, eu poderia dizer que sou sonâmbula. Caminhei débil até seu quarto e entrei, estava parcialmente escuro. Eu não ouvia quase nada a não ser a respiração calma dele. Com o pouco que consegui enxergar notei que além da cama havia algumas mobílias, uma era promissora, um sofá. Eu não tinha coragem de me deitar com Edward por vários motivos, o maior deles era pensar no que eu poderia ter feito com Edward, ter me envolvido com outro homem... Caminhei cambaleante até a poltrona afastada no lado direito do quarto e me deitei. Estava me sentindo segura só por estar no mesmo ambiente que Edward. Ignorando a falta de um travesseiro ou lençol, eu adormeci.

–Hmmm… -Um murmúrio débil. Virou-se de lado e abriu rapidamente os olhos. Os fechou. Estacou, abriu os olhos novamente. Sentou-se lentamente em sua cama sem acreditar. Acendeu o abajur no lado direito de sua cama e pôde ver a silhueta delgada deitada no sofá no canto mais afastado de seu quarto, encolhida. Não podia acreditar. Após tudo o que ocorreu e a frieza com que Bella o tratou quando a encontrou no quarto, não imaginou que a veria ali, em seu quarto. Levantouse e seguiu até ela, a figura feminina estava em posição fetal e tremia pelo frio, mas parecia tão cansada que isso não a despertou. Movido por um sentimento inexplicável, a tomou nos braços deitando-a em sua cama, no lugar que deveria ser seu. Cobriu Isabella com o edredom e deitou-se ao seu lado. Ah, quantas coisas desejava fazer! Edward nada faria, não sem o consentimento de Bella. Aplacou os desejos mais primitivos de tocá-la, beijá-la e sentir a esposa como sentira antes, mas recuou. Ele já havia forçado Bella a muito até aquele ponto, não faria nada mais. Tocou o rosto sentindo a umidade, Bella andou chorando. –Eu vou te proteger Bella. É isso o que tenho desejado desde que a vi pela primeira vez. Eu não quero mais lhe causar dor. –Aproximou-se a beijando na testa e viu um pequeno sorriso brotar dos lábios da jovem. O sorriso a muito perdido que Edward queria manter a todo custo no rosto bonito. Queria mais do que qualquer coisa manter seu corpo próximo ao dela, mas conservou a distancia e dormiu aproveitando, quem sabe uma ultima vez, dividir o leito com Bella. Notas finais do capítulo

Presentinho pelos reviews que estou recebendo. Apesar de poucos fico muito feliz. Postei varios trabalhos meus aqui, para visualizarem só ir no item pesquisar e colocar na barra de busca "jack-chan" e usuário. Recomendo a fic Renascida.

(Cap. 8) Capítulo 7 Eu me sentia quente, não me lembro de ter adormecido em um local tão bem aquecido. Quando abri meus olhos vislumbrei o quarto pouco conhecido e me toquei de que eu havia ido ao quarto de Edward. Levantei num átimo e tardiamente notei que eu não estava deitada no sofá, estava em sua cama coberta com seu edredom. Eu não precisei pensar para descobrir quem me colocou ali, claro que foi Edward. Senti o rubor me tomar, o que Edward pensou a me ver em seu quarto? Se ele me colocou em sua cama, teríamos dormido juntinhos? –Que bom que acordou. –Ouvi uma voz masculina dizer. Virei-me a tempo de vê-lo abotoando uma camisa sem mangas azul celeste que trajava, saia de seu closet. Endireitei-me em uma posição ainda mais formal cobrindo-me com seu edredom. Eu nem ao menos conseguia fita-lo. –Me desculpe por estar aqui, eu... Eu nem sei o que... –Não se preocupe Bella. Não fez nada de errado. –Deve ter pensando mal de mim por acordar e me ver no seu quarto. Eu posso explicar! Ontem eu tive um pesadelo e... –Falei frenética e só parei quando vi que Edward aproximando-se de mim sentando-se na cama. –Hei, tudo bem. Não pensei nada negativo de você, nunca pensaria! Fiquei apenas preocupado. Só isso. Você não parecia muito bem ontem e fiquei me perguntando o que houve. Por que saiu da festa sem falar com ninguém e se enclausurou no seu quarto. Pode me dizer o que houve? Eu estaquei. Nunca conseguiria dizer que eu fui abordada por um homem que se intitulou meu amante. –Bem eu... Eu tive um pesadelo e não consegui ficar no meu quarto. Tentei ficar em um dos quartos de hospedes, mas estavam trancados e não queria incomodar Joel. Desculpe-me por... –Senti na bochecha o toque de uma de suas

mãos. –Está tudo bem. Que bom que acordou. Eu estou indo para o clube, tenho um jogo de Pólo a tarde. Gostaria que você fosse comigo. Seria bom passear um pouco, mas tudo bem se quiser ficar aqui. O que você acha? –Edward perguntou e falhou miseravelmente na tentativa de ser indiferente. Eu podia ver que ele queria que eu fosse e eu não iria desapontá-lo. –Não, eu vou. A minha... Quero dizer Jessica disse que iria e queria que eu fosse para conversarmos mais. Importa-se de esperar um pouco? Vou me arrumar rapidinho. –Não tenha pressa. Eu vou esperá-la. Aproveitamos e tomamos café juntos. – Edward sorria e notei a euforia por minha resolução. Sorri também. Eu realmente precisava sair, mudar de ares. Mas o medo de descobrir mais coisas a meu respeito era caótico, tão caótico que a vontade de ficar enclausurada em casa parecia tentadora. Não, eu tinha que ser mais forte! Eu tinha que voltar a ser eu mesma, ou pelo menos tentar. Segui constrangida para o meu quarto com a máxima de presa. Tratei logo de tomar meu banho e vesti as roupas mais confortáveis que consegui: um vestido longo de um tecido super confortável na cor lilás, sandálias brancas baixas, chapéu branco e óculos escuros. Peguei uma bolsa transparente e enfiei coisas que eu pensei que se usasse em clubes como protetor solar, um maiô e uma canga, toalha. Só quando eu já estava pronta e seguindo para a sala de jantar eu percebi que levar aqueles pertences eram inúteis, afinal de contas, por que eu não sabia nadar. Edward me recebeu com um lindo sorriso quando me viu ir à direção da mesa em que ele estava sentado. Não havia sequer tomado café, esperando-me, como supus. Enquanto degustávamos do maravilhoso café da manhã feito pelos empregados, eu perguntei a Edward tentando aparentar despreocupação. –Edward, o que se leva quando você vai para um clube? Eu separei algumas coisas, mas não tenho idéia se é necessário levá-las. Coloquei até um maiô sendo que eu nem sei nadar. Provavelmente não vou ter a oportunidade de usá-lo. –Não, leve peças de banho. Eu estive pensando, depois daquele incidente na piscina, que eu deveria ensiná-la a nadar, se me permitir, claro. Com essa eu tive que olhá-lo. –Sério? Vai me ensinar a nadar? –Perguntei surpresa e eufórica. Eu não queria mais gerar preocupações desnecessárias e vigilâncias sem sentido toda vez que decido passear pela área da piscina e o fato de que seria Edward a me ensinar verdadeiramente me deixava ainda mais animada.

–Se você quiser... Será um prazer para mim. –Mas e o seu jogo de Pólo? Eu não quero que você deixe de fazer o que gosta para... –Não se preocupe Bella. Meu jogo será apenas a tarde. Teremos boa parte da manhã para suas aulas de natação. –E eu pude ver naqueles grandes orbes cor de ocre que Edward parecia feliz com sua resolução em me ensinar a nadar. Isso me encheu de satisfação. Após o café e Edward separar alguma coisa para que ele levasse, nós fomos ao seu carro, um Aston Martin preto, para o clube que até então era desconhecido para mim. ... Eu estava rubra, queria me esconder em algum arbusto ou não sair no banheiro. O maio que trouxera cobria boa parte do meu corpo, ele era simples, mas era da cor azul marinho e colava bastante no meu corpo. Eu esperava na área da piscina enquanto Edward que havia ido ao banheiro masculino, fora para trocar de roupa. Nossos pertences haviam sido deixados em uma mesa a poucos metros da piscina e um funcionário do clube as vigiava. Felizmente tínhamos chegado cedo e não havia ninguém naquela parte do clube. As poucas pessoas que estavam lá pareciam ter se concentrado nas quadras esportivas. Ainda sim eu estava nervosa, não sei bem o motivo, mas era provável que se devia ao fato de que eu iria ver Edward com roupas bem menores do que as habituais. Fiquei sentada em uma das muitas cadeiras brancas dobráveis típicas em áreas de piscina enquanto aguardava por Edward. Na tentativa de diminuir o nervosismo injustificado, olhei mais atentamente ao ambiente que me cercava. O clube era lindo, o tipo de clube que só era freqüentado por pessoas de alto poder aquisitivo. Tudo era tão bonito, os jardins, as praças, a área gastronômica, os salões para eventos... Não vi muito do clube, mas o pouco que vi era fascinante. Edward, enquanto seguíamos para a área da piscina, disse que após nossas aulas ele iria me mostrar o clube. A euforia tomava conta de mim e eu fiquei estarrecida ao perceber que só estava vibrante desse jeito por que eu estaria com Edward. Enquanto eu ainda estava sozinha na área da piscina, refleti sobre o porquê de estar assim. Muito se devia a eu sentir que estava em debito com ele. Eu não tinha certeza se anteriormente eu o traí com o rapaz chamado James, mas ainda sim eu me sentia culpada. Edward era tão amável, pessoa como ele não merecia tal coisa. A culpa realmente me fazia querer compensar, mas não explicava as coisas que sentia quando estava perto dele. Mas não importava o que motivava este sentimento desconhecido que crescia dentro de mim por Edward, ou qual sentimento era esse. Eu queria... Não, Eu PRECISAVA corresponder aos sentimentos que eu via que

Edward nutria por mim. Ele merecia ser feliz e se eu fosse à pessoa destinada a proporcionar essa felicidade, eu o faria. Eu senti a aproximação de alguém e o vi caminhar, apenas trajando uma sunga preta, em minha direção. Meu coração deu um solavanco, acho que qualquer um ouviria como meus batimentos estavam acelerados. Eu percebi que não precisaria me esforçar para amá-lo, bem como eu havia dito a ele quando o mesmo estava dormindo. Por que Edward era glorioso por fora e por dentro também. –Então, pronta para a sua aula? –Ele perguntou postando-se frente a mim. Eu assenti desorientada. –O que houve Bella? Você está estranha. –Edward comentou. Só então despertei da letargia repentina que havia me atacado. –Ah, me desculpe. Estou um pouco distraída. –Levantei da cadeira e caminhei até a borda da piscina, próximo a escadaria. Edward me acompanhou em silencio. Eu desci pela escadaria e não precisei de muito para constatar que a piscina era funda. Fiquei segurando a escadaria de metal sem saber se deveria solta-la. Edward pulou dentro da piscina com graça, como um nadador, e ficou submerso por poucos segundos. Após isso veio à superfície, ficou boiando enquanto uma mão era passada em seus cabelos cor de bronze, agora escurecidos pela água que o molhava. Larguei a escadaria e me esforcei para me manter flutuando. Consegui com algum esforço, mas precisei do auxilio e Edward. Ele veio até mim e abraçou-me para me firmar na água sem que eu precisasse me esforçar tanto para bater os pés. –Bella, não fique nervosa acreditando que quanto mais você bate os pés, mais você se manterá flutuando. Isso só faz você gastar suas energias. Agora, quando quiser flutuar, use os pés e as mãos em movimentos lentos. Só volte a bater os pés quando sentir que está afundando e tente respirar pausadamente. Sem pressa. –Ele disse e peguei algumas coisas do que dizia. Era difícil raciocinar com ele tão próximo de mim, usando tão pouca roupa. Eu nem sequer olhei para ele. Fiz o que Edward recomendou e com satisfação vi que estava dando resultado. E assim os minutos se passaram. Edward decidiu me ensinar apenas o básico o que agradeci. Já era difícil executar os movimentos básicos imagina fazer algo mais rebuscado como nadar ao estilo borboleta? Foi fácil aprender, mas sabia que a facilidade estava por Edward estar me ensinando. Ele era paciente, sua voz era sempre afável, como se sentisse muito prazer com o que estava fazendo. E o pior, ou melhor, depende da perspectiva, era que meu coração batia audivelmente toda vez que ele me tocava. O mais assustador é que essa sensação de ser tocada por ele não me repelia de Edward, só me fazia querer estar mais próxima para que ele me tocasse mais. Talvez meus sentimentos por ele, os mesmos que me fizeram casar tão cedo e que pareceram se perder desde o acidente, estavam vindo a tona. Ainda sim não deixava de ser estranho, complicado. Eu queria primeiramente me lembrar de tudo antes de sentir o que eu achava que sentia por Edward.

Após algum tempo, não sei se minutos ou horas, eu estava nadando. –Nossa, eu consegui! –Falei com animação. Nadei um pouco e fiquei próxima a borda da piscina. Edward estava próximo a mim, sorria satisfeito. –Sim. Você conseguiu. Sabia que conseguiria rapidamente. –Ah Edward eu só consegui rapidamente por que você é um bom professor. – Eu disse incapaz de não sorrir. –É mesmo, seu jogo de Pólo! É melhor você ir. –Eu não me importo de ficar de fora hoje. Além disso, apesar de você saber nadar um pouco, não é muito prudente deixá-la sozinha aqui na área da piscina. –E vi nos olhos de Edward real preocupação. Nossa, ele era muito preocupado mesmo! Eu me sentia como uma criança quando estava sobre aquele cuidado exacerbado, não que eu me importasse com isso. –Eu vou sair também, assisto ao seu jogo de Pólo. –Eu sabia que Edward ficaria feliz com minha proposta, um sorriso ainda mais belo se fixou em seus lábios, os olhos brilhantes demais, como uma criança que acaba de ganhar um brinquedo que sempre quis. –Seria ótimo. Melhor sairmos agora então. –Edward deu algumas braçadas indo para a extremidade da piscina. Eu, que estava do outro lado da escada, arrisquei atravessar a nado satisfeita por conseguir realizar tal ato sem problemas. Senti uma leve fisgada na panturrilha da perna que resolvi ignorar, eu já estava no meio da piscina seguindo diretamente para a escada. A fisgada aumentou. Eu sabia agora o que era: câimbra. Fui para o fundo rapidamente, toda a força dos meus pés perdida. Eu não conseguia me manter flutuando com aquela dor horrenda tomando minhas pernas. Oh droga, novamente eu estava me afogando. Edward nunca mais iria me deixar alguns segundos, sozinha em uma piscina. Senti um braço me puxar para cima. Quando cheguei à superfície tossi um pouco. Fiquei alguns instantes desorientada enquanto era levada para a borda. Quando por fim consegui me recuperar do susto notei que estava nos braços de um Edward muito preocupado. –Tudo bem? O que houve? –Perguntou, frenético. –Câimbra. –Disse envergonhada pela proximidade. Eu esperei que Edward me largasse de imediato, ele sabia que eu ficava sem graça quando ficávamos muito próximos fisicamente, mas isso não aconteceu. Eu experimentei olhá-lo e me arrependi disso. O olhar de Edward era novamente brilhante, mas havia um brilho desconhecido pra mim, um brilho de uma excitação quase imprudente. Eu deveria me afastar, mas não consegui. Fiquei parada em seus braços, fitando seus olhos. Num rápido lampejo da vista captando o mínimo movimento que seus lábios faziam,

separando-os como se estivesse faminto por algo. O mais estranho de tudo não era a intensidade com que Edward estava comigo, era que eu não queria sair daquela prisão feita por seus braços a minha volta, a dor da câimbra esquecida. Senti um forte arrepio perpassar meu corpo. –Está com frio? –Edward perguntou notando como minha pele estava arrepiada. Eu não estava com tanto frio, mas não poderia dizer a ele exatamente o que motivava as correntes de arrepio pelo meu corpo. Eu assenti e sabia que minha cara assombrada devia ser cômica. Edward puxou-me para mais perto, colou seu corpo ao meu e seus braços me envolveram ainda mais fortemente. Não havia espaço algum entre nós. Sua pele, mesmo molhada, era lisa, perfumada, quente. Eu me inclinei e coloquei minha cabeça em seu ombro fechando os olhos. Eu não queria sair dali, dos seus braços. Era tão bom! Edward parecia estar tão à vontade naquela posição quanto eu. –Bella... –Ele murmurou e eu sabia por que fazia isso. Eu o permiti a me abraçar daquele jeito tão intimo então o que seria um beijo? E no meu marido? E eu não sentia necessariamente o peso da obrigação em mim, era algo que eu queria, eu queria saber como era beijá-lo. Afastei-me minimamente e meu rosto ficando a centímetros do dele. Edward projetou seu rosto para frente, bem lentamente, antes avaliando se havia em mim aceitação. Eu não me afastei ou o olhei assustada, o que certamente o desmotivaria a se mexer. Eu apenas esperei por seu próximo passo e, caso Edward não o desse, eu sabia que acabaria por agir no lugar dele. Edward se aproximou, bem lentamente, eu podia sentir através de meus lábios entreabertos a doce respiração que ele tinha e quando fechei os olhos, preparada para o beijo... –Bella! Ah você veio! –A voz feminina soou estridente não muito longe de nós. Eu me afastei num átimo de Edward e logo notei Jessica parada, de pé, próxima da entrada da área da piscina. –Oi Jessica. –Eu disse numa voz um pouco alta para que ela ouvisse. Jessica se aproximou e estacou ao perceber como eu estava com Edward. Ela deu um sorriso travesso. –Melhor sairmos. –Edward disse afastando-me ainda mais dele. Não usou a escadaria de metal que estava a poucos metros de nós. Ofereceu sua mão ajudandome a sair da piscina. Em momento algum ele me olhou. Ele saiu tão rápido e não fez questão de me esperar, mas sei que só fazia isso pro que Jessica poderia me fazer companhia. Jessica se apressou em vir para o meu lado, caminhei silenciosa, pelo menos por poucos segundos, até a mesa onde estavam meus pertences. –Puxa amiga, eu acho que atrapalhei vocês dois, não é?

–Não atrapalhou nada Jessica. Edward só estava me ensinando a nadar. Só isso. –Eu menti e vi que Jessica não acreditava nada em mim. –Sei, vou fingir que acredito. O jogo dos meninos vai ser logo mais. Você vai assistir? –Sim, eu prometi a Edward. –Meu namorado Mike vai jogar também. Vim como sua convidada. É uma pena que eu não seja tão rica para me tornar sócia daqui. Acho que passaria o dia aqui socializando com as pessoas importantes. –Jessica disse e continuou a falar sobre os freqüentadores importantes do clube, apontando para os mesmos enquanto seguíamos para o banheiro feminino. Eu sabia que eu não devia sentir isso, mas estava aborrecida por Jessica ter atrapalhado. Tentei ocultar meu aborrecimento, eu não queria descontar nela. Só consegui me livrar do seu falatório quando decidi tomar um banho e tirar os vestígios de cloro do meu cabelo. Procurei ser rápida, não queria perder o jogo de Pólo de Edward. Quando terminei todo o processo de limpeza e me tranqüilizei um pouco mais, sai junto a Jessica para o local onde ocorreria o jogo. Todos os jogadores da partida já estavam ali. Só reconheci Edward e Mike, namorado de Jessica, que havia ido a minha festa junto a ela. Jessica acenou para ele e ele acenou de volta. Sentamos em uma mesa branca próxima ao campo e viramos um pouco nossas cadeiras para frente, para melhor visualizar o jogo. Edward então ficou mais visível, montado em um cavalo cor de chocolate de pelo muito lustroso. Edward estava lindo, uma camisa pólo preta, calça caqui e botas pretas de couro. Usava luvas, chapéu e toda a parafernália de quem joga Pólo. Edward pareceu nos notar, graças a Jessica que acenava feito uma louca para o tal Mike. Nossos olhos se cruzaram pelo que diria instantes, mas foi algo muito intenso, arrebatador. A intensidade entre nós dois estava crescendo mais e mais, eu estava temerosa e excitada com tudo isso. Não dei muita atenção ao jogo ou a Jessica falando ao meu lado, eu pensava... “Quando ocorreria o próximo passo entre nós? O que aconteceria exatamente? Eu teria minhas lembranças antes disso?”. Fiquei perdida em pensamentos, o falatório de Jessica, mais alto do que o de costume, me despertou. –Olha quem está ali, aquele abutre! –Falou com desdém apontando para um rapaz que tirava fotos do jogo de Pólo em que Edward participava. –Quem é ele? –Perguntei evidentemente curiosa.

–Um paparazzi, ou pelo menos era. Nem sei para qual revista sensacionalista ele está trabalhando agora. Você não se lembra, não é? Dos problemas que ele gerou para você e para qualquer pessoa conhecida. –Não. Não lembro. O que ele fez pra mim Jessica? –Inventou uma historia de que você estava tendo um caso com aquele guitarrista daquela banda de rock. Nem lembro qual era a banda, mas você gostava da banda. Acho que o nome dele era James. Aquele nome! James, o rapaz que me ligou e me abordou dizendo que éramos amantes. Poderia ser a mesma pessoa? –Você diz que ele inventou? Então não era verdade? –Eu estava nervosa, as mãos trêmulas suavam frio, mas Jessica pareceu não perceber. –Na época ele divulgou a noticia com uma foto e um texto no blog dele, mas uma semana depois apagou a noticia e se desculpou em sua pagina dizendo que havia se enganado, que não era você aos beijos com James em uma boate. Disse que era uma modelo iniciante parecida com você. Acho que depois disso a credibilidade de suas matérias foi por água abaixo. Na época ele trabalhava como paparazzi para algumas revistas, mas depois disso perdeu seus trabalhos. Nem sei como ele e sustenta. Eu acho que deve estar trabalhando as escondidas para alguma revista ainda, ou ganhando apenas com a publicidade que existe no seu blog. Eu tentei digerir, o alivio percorrendo meu corpo como analgésico. Era uma noticia falsa então. O tal paparazzi havia se enganado. Talvez o tal de James soubesse que eu estava desmemoriada estava tentando se aproveitar de mim. Aliás, qualquer um poderia se aproveitar de mim. Anteriormente eu estava com medo de descobrir meu passado e nem sequer me esforcei para descobrir coisas ao meu respeito, mas agora parecia ser um mal necessário. Eu tinha que saber sobre mim, caso o contrário qualquer um poderia se aproveitar de minha condição. –... E acredita que ele insinuou isso no seu blog? Até parece que sou o tipo de pessoa que se aproveita das amizades e namoros com famosos para estar na mídia! –Jessica comentou irritada. Eu não dei muita atenção ao que dizia enquanto pensava no que iria fazer. Eu precisava agir e já. Seria questão de chegar em casa e vasculhar meu quarto, pegar coisas eu compartilhei com Edward e visitar minha mãe. Talvez pedir ajuda a Jacob, ele parecia me conhecer muito bem. Quem sabe, fazendo isso, minha memória não voltava? Não que eu fizesse questão disso, eu continuaria a viver minha vida do jeito que eu sou. E eu iria começar pela informação que estava diante de mim.

–Jessica, eu vou ao banheiro. –Quer que eu vá com você? –Não precisa. Não vou demorar. –Eu disse e segui. Contornaria o campo e falaria com o tal paparazzi. Meus olhos estavam fixos nele. Após mais duas fotos ele caminhou, para a saída talvez. Eu o segui tentando ser discreta e obtive sucesso. Esperava que nenhum conhecido me visse o seguindo. O clube era grande e foi cansativo andar tanto até o estacionamento. Fiquei com medo de acabar me perdendo e de não conseguir chegar até o campo de Pólo depois. O rapaz pegou a bolsa e a jogou no banco traseiro de seu carro, um modelo preto que não reconheci. –Hei, você! –Eu o chamei correndo para alcançá-lo. Eu não queria que ele se enfiasse no carro e fugisse. Ele me olhou assustado e o vi se projetar para dentro do carro. Num átimo, sem ligar para as conseqüências, eu consegui abrir a porta do carona e me enfiei lá. –Hei, saia do meu carro! –Ele protestou. –Tenho... Umas perguntas para fazer. –Falei ofegante. Ele parecia estar em estado de choque. –Acho que você sabe quem eu sou, deve saber de coisas sobre mim. –Claro, quem não sabe quem é Isabella Cullen? –Falou com deboche. –Você deve saber que eu me acidentei e perdi minha memória. –Sim, eu soube disso. Não se preocupe, eu não lancei nenhuma matéria sobre você. –Falou com certa irritação na voz. –Você deve ter matérias que escreveu sobre mim, não tem? –Perguntei. –Não. –Disse categórico, mas algo me dizia que mentia. –Dá para sair do meu carro? Eu preciso ir embora. –Quanto você quer para me passar tudo o que tem a meu respeito? –Eu ofereci, gente sempre cooperava melhor com dinheiro. Vi que minha oferta o pegou de surpresa. Eu não sabia quanto eu tinha no banco, mas achava que poderia paga-lo. Ele parou para pensar, claro que faria isso. Por fim disse: –Não tenho nada sobre você, pelo menos nada que você não possa encontrar usando a internet. É melhor sair do meu carro, senhora Cullen. Se quer descobrir seu passado perdido consulte outra fonte. Não quero trazer mais transtornos em minha vida como fiz no passado. –Ele parecia estar perdido em lembranças no mínimo desagradáveis. Bem, estava claro que eu não obteria nada dele, mas alguma coisa dizia que nossos caminhos iriam se encontrar.

–Tudo bem. Desculpe pelo incomodo. –Disse e sai do seu carro. Ele saiu logo mais. Caminhei lentamente para a direção do campo, ou pelo menos a direção que julguei ser a do campo. Então era isso, procurar em jornais e revistas antigos e em noticias na internet. Eu acho que devia ter um laptop em algum lugar do meu quarto. Eu já deveria imaginar que demoraria mais para chegar ao local do jogo visto que não dei muita atenção ao caminho que deveria usar para chegar lá. Acabei tendo que pedir ajuda de funcionários que encontrei pelo caminho. Quando souberam que eu era esposa de Edward Cullen, se apressaram em conseguir um transporte para mim (aqueles carinhos de campos de golfe) e me conduziram para lá. Nossa! Só agora tinha percebido o quanto andei enquanto seguia o paparazzi. Jessica estava de pé conversando com Mike, o jogo devia ter dado uma pausa. Edward estava olhando de um lado para outro, o rosto tomado de preocupação. Quando me viu chegar de carro, ladeada por um funcionário do clube, sua expressão suavizou. Veio direto até mim. –Bella, onde você estava? Fiquei preocupado quando não a vi. Cheguei a pensar que você tinha ido sozinha para a piscina e... –Falou frenético, mas se interrompeu quando viu que sua voz estava um pouco mais alta que o normal. – Desculpe, só estava preocupado. –Tudo bem. Desculpe-me, eu saí para comprar algo pra comer e me perdi. – Eu não gostava de mentir para ele, mas o que eu poderia fazer? Eu havia notado que Edward se incomodava quando eu dizia querer saber algo sobre mim. –Me desculpe, realmente está tarde e você deve estar com fome. Vamos comer. Deixe-me trocar de roupa apenas. –Edward disse e logo seguiu para o banheiro masculino. ... –O que foi? Está sem fome? –Edward perguntou vendo-me remexer o prato de comida. Eu nem estava dando atenção à refeição. –Não, não é isso. Não é nada, só estou sonhando acordada. –Falei risonha comendo mais rapidamente. Estávamos no restaurante, em uma área reservada para casais. Edward estava sentado de frente para mim e, por mais que tentasse demonstrar indiferença, eu podia sentir seus olhos me sondando, estranhando minha desatenção. –Edward, eu tenho um computador com acesso a internet? –Perguntei abruptamente. –Sim. Está em seu quarto. Por que a pergunta?

–Nada não. É que vou precisar de um. –E eu posso saber para que você precisa dele? –Ele perguntou enquanto degustava do seu prato. –Eu vou pesquisar coisas a meu respeito. Já que eu venho de uma família abastada deve haver noticias minhas e de meus pais circulando pela internet. –E notei, talvez só impressão, que Edward ficou imediatamente tenso. –Por que quer pesquisar coisas sobre você? Bella, pensei que eu havia dito a você que não precisa se preocupar com sua perda de memória. As lembranças virão com o tempo, não precisa se apressar. –Ele falava com um tom nervoso na voz. –Eu quero fazer isso por que... Bem... Na minha atual condição qualquer pessoa pode vir dizer algo sobre mim e eu vou acreditar. Eles podem se aproveitar de mim. Eu preciso me informar e estar preparada. –Algo perpassou nos olhos de Edward, raiva. –O QUE? O QUE QUER DIZER COM ISSO? ALGUEM ESTÁ SE APROVEITANDO DE VOCÊ? –Ele estava colérico. Eu já havia visto Edward assim após a visita de Jacob em minha casa. Aquele era um Edward que eu não conhecia. –Acalme-se, eu falei hipoteticamente. Ninguém está se aproveitando de mim! –Eu não iria falar de James, claro que não. O rosto de Edward se suavizou um pouco. –Edward eu só quero evitar qualquer problema futuro. Quero saber coisas sobre mim. Vou precisar da ajuda de minha mãe, sua, de amigos talvez... Usarei a internet para conseguir algumas informações e... Ah, pedirei ajuda ao Jacob. Ele parece se muito próximo a mim e... –Não. Eu estaquei. –O que você disse? –Perguntei dando atenção a Edward. Ele tinha a cabeça sustentada por uma das mãos. –Nada. Não disse nada. Tem todo meu apoio. Vou ajudá-la no que puder. –Ele disse olhando para mim e forçando um sorriso. –Obrigada Edward, isso significa muito pra mim. –E eu dizia com sinceridade, significava muito ter sua ajuda. Uma pena. Eu sentia que era um sacrifício para Edward me ajudar a descobrir mais coisas sobre mim por que ele temia algo, algo que eu poderia descobrir vasculhando minha vida.

–Então... Vamos passear pelo clube? –Ele perguntou claramente fugindo do assunto. –Claro. ... O clube era enorme e lindo. Aquela altura já estava lotada de pessoas. Edward e eu passeávamos em um pequeno veiculo de golfe e ele me apontava cada coisa parecendo conhecer aquele lugar como a palma da mão. Eu dei atenção total a ele feliz pelo tempo em que estávamos tendo, juntos. –Gostando do passeio? –Edward perguntou enquanto meus olhos estavam fixos em um belo jardim ao nosso lado, o veiculo movimentando-se lentamente. –Sim. Esse lugar é incrível! Deve ser um gasto e tanto ser sócio daqui. –É. O gasto é grande, mas não para mim. Eu não pago absolutamente nada já que meu pai é um dos fundadores desse clube. –Sério? Que coisa! Pensei que sua empresa lidasse apenas com calçados. –Nós temos investimentos no setor mobiliário também. Não exatamente no setor imobiliário, mas sim na hotelaria. Temos alguns hotéis em algumas localidades litorâneas dos Estados Unidos. O único investimento diferente é este clube. – Edward dizia enquanto dirigia o carrinho. –Hmmm... Por falar nisso, eu não conheci seu pai ou sua mãe, nem irmãos, caso tenha. Eles não foram à festa, apenas amigos nossos e familiares meus. –Olhei seu rosto querendo desvendar algo. Edward parecia tranqüilo enquanto dizia: –Minha mãe morreu quanto tinha nove anos. Meu pai mora atualmente em Dubai, está administrando a nova sede da empresa implantada dois meses antes do seu acidente. Eu falo freqüentemente com ele ao telefone ou por e-mail. Ele nos prometeu uma visita daqui a três semanas. Ah, e sou filho único. Tenho apenas uma prima, Rosalie, mas ela mora na Austrália com o marido, às vezes nos falamos. –Eu sinto muito pela sua mãe. –Eu disse. Edward não pareceu se abalar. –Não se preocupe, já faz muito tempo. Você chegou a conhecê-la, sabia? Fazíamos freqüentemente festas e você, como membro de uma família importante, era convidada. –Então nós nos conhecemos desde pequenos? –Sim. Chegamos a brincar juntos até. Desde aquela época eu... –Edward se

deteve como se estivesse constrangido demais para dizer. –O que? –Perguntei estimulando-o. –Desde aquela época eu só tinha olhos pra você. –Ele disse, virou-se e me fitou com uma intensidade desconcertante. Eu senti a necessidade de desviar o olhar. –Então eu suponho que, visto que casei cedo, eu também só tinha olhos pra você, não é? –Disse e sorri, mas quando vi o rosto de Edward eu estaquei. Ele estava tenso, parecia aborrecido com algo. Não falamos mais nada durante o pequeno tour no clube. ... Edward era uma incógnita. Ora radiante, ora sombrio. Existiam muitas facetas dele que eu desconhecia, facetas diretamente ligadas a mim. Se eu soubesse dos segredos que nos envolvem, eu saberia quem é Edward Cullen. Agora era noite. Tínhamos jantados juntos, calados, e cada um havia se recolhido em seu quarto. Eu estava me sentindo mal por isso, nem ao menos consegui agradecê-lo adequadamente pelo dia incrível que tive. Agora que meu relacionamento com James tinha sido desmentido pelo paparazzi (ou pelo menos alguém tinha dito que eu não havia dito um caso), eu me sentia aliviada. Em parte meu afastamento de Edward era por isso, por eu não saber quem eu fui e o que fiz que pudesse tê-lo magoado caso soubesse, mas se eu tinha a ficha limpa quanto a casos extraconjugais então o que me impedia de me aproximar mais de Edward? Nada, nada me impedia. Não acredito que este pensamento me motivou a ir ao quarto de Edward, o meu quarto ainda me parecia desconfortável. Eu saí silenciosamente do meu quarto e segui pelo corredor até o quarto de Edward. Não sabia bem o que iria fazer ou dizer, temi que ele estivesse acordado. Edward dormia calmamente, um livro nas mãos, devia estar lendo. Fechei a porta ao passar, sentei ao seu lado. Tirei o livro de suas mãos e fiz menção de colocá-lo em cima da mesa de cabeceira, mas algo me chamou a atenção. O que Edward segurava não era um livro, era um pequeno álbum de fotografias, fotos de nosso casamento. Edward devia estar olhando isso pouco antes de dormir e me perguntei frenética por que ele fazia isso. Eu tinha a resposta, mas no fundo não queria admitir. Edward estava olhando aquilo por que me amava e devia estar sendo difícil para ele nosso afastamento. Claro que ele não demonstrava isso, ele não queria me pressionar a nada, mas eu sabia. E sentia. Edward era tão bom, eu não queria causar dor alguma a ele, eu queria protegê-lo de toda a dor e dar-lhe felicidade em excesso. Para isso eu teria de assumir de uma vez o papel de esposa.

–Bella... –Um murmúrio débil soou pelo amplo espaço me tirando dos pensamentos. Era Edward que falava enquanto dormia. Existia entre suas sobrancelhas uma ruga de preocupação, a testa franzida. –Fica. –Pediu. Eu fiquei parada, ainda sentada ao seu lado na cama, olhando-o. Esperei e Edward voltou a falar. –Bella... –A voz soou tremula, como se Edward estivesse a ponto de chorar. – Me perdoa. –Ele disse e seu rosto ficou contorcido em agonia, ele devia estar tendo um pesadelo e eu era a atriz principal. Eu aproximei meu rosto do dele e sussurrei em seu ouvido: –Edward, não precisa pedir perdão. Você nunca me fez nada. Por que você pede perdão? O que você fez pra mim? –Perguntei e sabia que, desta forma, poderia arrancar alguma coisa de Edward dessa forma por que ele poderia me ouvir e confessar algo ciente de que era um sonho. Ele não respondeu, permaneceu com a tez franzida, uma agonia evidente no rosto. –Bella... –Ele ainda chamava, como seu eu, em seu sonho, estivesse partindo. Eu ergui a mão e toquei seu rosto afagando levemente a bochecha. Meu rosto a centímetros do dele. –Edward... –Eu me inclinei e o beijei na testa franzida, a mesma relaxou. – Este beijo é para que você saiba que eu estou aqui e... –sem sequer me deixar levar pela duvida, inclinei-me ainda mais e o beijei nos lábios. –Esse beijo é para que você saiba que eu não vou deixá-lo. E eu sentia que aquelas palavras eram verdadeiras. Eu queria Edward feliz e para isso sabia que teria de ficar do seu lado. Eu ficaria não somente por que ele era meu porto seguro, mas também por que eu estava apaixonada por ele. Eu sabia. Eu sentia. O rosto de Edward relaxou completamente, seus lábios com um resquício de sorriso. Ele parecia feliz, deve ter ouvido e sentido tudo o que tentei passar a ele. E aquela certeza me encheu de satisfação. Tudo seria esquecido quanto ao suposto amante, aquilo devia ser mentira de James. Colei meus lábios novamente nos seus sem, infelizmente, não ser correspondida, e levantei-me para voltar ao meu quarto. Eu me sentia bem o suficiente para dormir ali. Eu não só procuraria saber mais sobre mim, a fim de evitar pessoas que tentassem se aproveitar de minha situação, como procuraria me aproximar de Edward e religar os nossos laços contando com sua cooperação. Eu dormi tão bem sentido nos meus lábios o gosto doce dos lábios de Edward.

O amanhã seria diferente, eu iria mostrar o novo sentimento que eu nutria por ele. Notas finais do capítulo Gente ajudem na minha popularidade e deixem reviews o/ ah tenho outros trabalhos postados aqui e indico "Correntes: atados pelo sofrimento", "Renascida" e "Internato cullen: um amor avassalador".

(Cap. 9) Capítulo 8 Eu me senti bem, renovada até. A noite tinha sido boa não somente por eu ter conseguido dormir bem, mas também por ter enfim descoberto o sentimento que estava nutrindo por Edward. Sentia-me aliviada, eu queria isso afinal. Edward merecia tudo de bom que eu pudesse oferecer e agora eu poderia oferecer meu amor como ele sempre quis. Mas não seria algo abrupto. Eu não iria simplesmente pular em seu pescoço e reivindicar o posto de esposa. Seria algo gradativo, eu iria permitir um pouco mais de intimidade entre nós e quando me sentisse segura de meus sentimentos, ocorreria à entrega. Após um relaxante banho, eu me vesti com roupas simples – Uma calça caqui e uma regara branca – e segui para degustar do café. Para a minha surpresa Edward não havia descido. Isso era bom. Eu precisava pensar em como deveria agir. –Bom dia senhora Cullen. –Joel me cumprimentou enquanto duas empregadas me serviam do café. Rapidamente eu programei meu dia: visitaria minha mãe e coletaria o máximo de informação minha naquela casa, após isso usaria meu Lap top para coletar informações na internet. Talvez pedisse ajuda a Jacob, algo me dizia que ele era a pessoa mais próxima a mim e que conseguiria muito mais dele do que de qualquer meio de comunicação. Claro que tinha Edward também, mas faria o possível para não incomodá-lo. Algo me dizia que Edward não queria que eu vasculhasse minha vida, temendo algo. –Bom dia. –A voz soou próxima a mim. Dei um sobressalto. Era Edward. – Assustei você? –Perguntou aparentemente preocupado. Sentou-se em sua cadeira e logo foi ladeado por duas empregadas que o ajudaram a se servir. –Não se preocupe, não foi nada. –Falei sorrindo. Sentia borboletas em meu

estomago. Era difícil agora estar diante dele após minha decisão de corresponder aos seus anseios. Envergonhada, baixei minha cabeça encarando minha xícara de café. Edward tomava seu café, mas eu poderia jurar que ele me olhava sempre que eu não estava olhando para ele, como se estivesse me avaliando. O silencio foi quebrado, claro, por ele. –E então? O que pretende fazer hoje? –Eu vou visitar minha mãe. Não a vejo desde o jantar e... Bom... Eu quero investigar algumas coisas lá. –Quando olhei para Edward ele, apesar da expressão serena, apertava furiosamente a alça da xícara de café que estava na mão esquerda. –Investigar? Ah, você havia dito isso, que iria procurar coisas ao seu respeito. Então começará pela casa da sua mãe? –Sim. Depois farei uma nova vistoria no meu quarto. Procurarei coisas na internet. A propósito eu não sei como chegar à casa da minha mãe e nem sei se ainda consigo dirigir então será que você poderia... –Quer uma carona para lá? Eu passo lá antes de ir à empresa. –Edward, eu não quero que você se incomode com isso. Eu posso pegar um taxi. –Não será incomodo algum Bella. Após o café poderemos ir. Eu não vou morrer se me desviar um pouco do meu caminho. –E após dizer isso Edward deu um meio sorriso de tirar o fôlego. Eu apenas assenti completamente desorientada. Após o café, peguei minha bolsa com alguns pertences e fui para a casa de minha mãe. ... –Chegamos. –Anunciou enquanto estacionava no meio fio. –Quer que eu venha buscá-la? –Não precisa. Eu posso pegar um taxi. –Bella, não vai ser incomodo algum pra mim. Assim poderemos almoçar juntos. Que tal? Vamos a um restaurante. –Tem certeza que não vou atrapalhar? –Perguntei cautelosa. Eu não queria ser um fardo para ele como às vezes eu parecia ser. –Claro que não. Ficaria muito feliz com sua companhia no almoço. Então nos vemos mais tarde. –Hesitante, Edward ergueu sua mão direita e afagou minha bochecha. As borboletas do meu estomago se agitaram freneticamente e me senti quase nauseada de nervosismo.

“Pare com isso Bella! Não pode se deixar levar pelo nervosismo desse jeito, não quando tem a pretensão de ir mais adiante!”. Edward tentou retirar a mão de minha bochecha direita, mas ergui rapidamente minha mão colocando sobre a mão dele, mantendo-a em meu rosto. Edward se sobressaltou com meu ato enquanto eu tentava me manter tranqüila. Eu me aproximei furtivamente, quanto mais rápido mais difícil seria eu me deter, na tentativa de beijá-lo. Eu já deveria saber que eu era covarde demais para uma atitude tão extremada. Ao invés de beijá-lo na boca, eu o beijei na bochecha e sai sem nem olhá-lo no rosto. Eu era uma idiota mesmo! ... –Fico tão feliz que tenha vindo aqui me visitar! Ah, você viu as noticias sobre o jantar? Eles falaram muito bem do evento. –Renée falava esfuziante enquanto me rebocava para uma pequena sala que devia funcionar como escritório para ela. Em seu lap Top varias paginas abertas de noticias sobre o meu jantar. –Eu nem sabia que a imprensa havia sido informada sobre isso. –Murmurei. –É claro que eles ficariam atentos a um evento como esse. Falaram muito bem da decoração e falaram horrores do seu vestido, você estava linda! Ah, quer ver as fotos? Estão todas aqui. –Assim sendo Renée me mostrou um arquivo de seu lap top com fotos do jantar. Engraçado, eu não me lembro de ter posado para nenhuma foto, mas ali estava eu – realmente estava impecável – e Edward ao meu lado. –As fotos ficaram lindas. –Ficaram sim. Estou enviando todas para o seu e-mail. –E eu tenho e-mail? –Claro Bella! –Renée se afastou e pegou um papel que estava em uma mesinha, no canto de seu escritório. Estendeu para mim. –Aí está informações que talvez você tenha esquecido. Senhas de bancos, seu e-mail, senha do seu e-mail, informações de contas, endereços... Tudo o que você precisa saber. –Obrigada mãe. Será de grande ajuda. –Mas tome cuidado com essas coisas Bella. –Eu sei.

–Então... Veio almoçar com a mamãe? –Ela perguntou toda contente. –Pra dizer a verdade eu só vim para coletar o máximo de informação sobre mim. Almoçarei com Edward hoje. Desculpe. –Tudo bem filha, você almoça outro dia com a mamãe. Então o que quer especificamente? –Renée nem me olhava, havia tensão nela. Procurei ignorar sua reação. –Fotos, vídeos e sua palavra. –Tudo bem então. Vamos começar! –Ela sorriu e não havia autenticidade alguma em seu sorriso. ... As fotos e vídeos de família estavam separados, dentro de algumas sacolas. Eu iria ver com cuidado mais tarde. –Então por onde eu começo? Hum... –Renée refletia. Eu dei a dica. –Que tal como conheceu o papai? Quero a história toda! –Falei empolgada com o que eu poderia absorver. –Eu conheci seu pai em um bar. Estava afogando as mágoas por meu namorado ter terminado comigo. Eu já o havia visto, claro. Ele tinha começado seu negócio com calçados e estava obtendo destaque. Naquela mesma noite nós ficamos. Tem muita gente que especula que banquei a interesseira quando me uni a ele pela rapidez com que nos casamos. Em dois meses estávamos morando juntos e um mês depois nos casamos. Você nasceu nove meses depois do casamento. Charlie era muito amoroso, dedicado, trabalhador... E ele era um marido e pai exemplares. Nunca consegui encontrar outra pessoa como ele. Renée desviou o olhar, eu sabia que estava lagrimando. –Ele fez de sua pequena fábrica um império. Eu vivi apenas para cuidar de você, mas não me queixo. Eu cuidava de você e de Charlie. Sempre tão descuidado com tudo! Menos conosco e com seu trabalho. Eu pedi a ele que cuidasse da saúde, mas Charlie era tão teimoso! Foi rápido, o seu ataque, ele não sentiu dor eu acho. –Uma pena que eu não me lembre dele. –Confessei. Senti um aperto na garganta, mas reprimi a vontade de chorar. –Ele era fantástico. Era sim. –O que aconteceu depois que ele... –Vi o rosto de Renée em uma máscara de

tensão, acho que era nesse ponto que ela não queria chegar. Renée parecia perdida em pensamentos. Editando o que iria falar? –Eu tentei tocar os negócios, não confiava muito em Billy, melhor amigo do seu pai, para fazer isso por mim. Eu realmente não entendia de administração. –A empresa faliu, não foi? –Sim Bella. Naquela época você estava com Edward. O pai dele comprou nossa empresa e pagou as dividas. Deu-nos ações para administrarmos e emprego para todos os antigos funcionários. –Sério? Nossa, Carlisle é bom. –Eu comentei e vi que minha mãe fez uma careta, como se não concordasse. Guardei aquilo pra mim. –E então não demorou até Edward agir e pedir você em casamento. Vocês se casaram ano passado. Faz um ano. O casamento com Edward realmente foi uma boa coisa. –É. Edward é um amor de pessoa. –Falei com a voz afável. –Ah e quanto a Jacob? Você não o citou nenhuma vez. Renée ficou rígida como uma estatua. –Jacob não é importante. Agora está tarde. Se não vai almoçar com a mamãe então é melhor se apressar. Logo Edward... Mal Renée falou e meu celular toca. Era ele. –É o Edward. Deve estar me esperando no Hall. Preciso ir mãe. Foi naquele momento, num lampejo, que eu vi algo nos pulsos de minha mãe. –Mãe? –Perguntei enquanto ela me abraçava. –O que foi bebê? –Que cicatrizes são essas nos seus pulsos? –Peguei suas mãos e as ergui mostrando as cicatrizes. Renée se apressou em se livrar de minhas mãos. –Nada querida, nada! Vamos logo. Vou descer e cumprimentar meu genro. Ela tentou disfarçar, mas eu não iria desistir. Aquilo não era nada. Aquilo eram cicatrizes e não tirei de minha cabeça que pareciam tentativa de suicídio. Eu encontraria na internet. Certamente teria algo lá. ...

Assim que cumprimentou Edward, Renée desapareceu de vista. Edward me recebeu daquele jeito carinhoso que eu adorava e seguimos para o restaurante de sua escolha. Ele não me perguntou nada sobre meu dia, algo atípico dele, e pareceu tenso assim que nos encontramos. Sua tensão foi diminuindo à medida que a tarde transcorria. Ele só me fez perguntas sobre minha manhã após o almoço quando seguíamos para casa. –E então descobriu muitas coisas suas? –Nem tanto. Minha mãe foi bem sucinta em sua explicação. Disse como conheceu meu pai, como ele era, essas coisas. Eu estou levando um monte de fotos e vídeos para ver. –Eu pedi a Joel para separar fotos e vídeos. Estão em seu quarto. Acho que hoje será um fim de tarde cansativo para você vendo tudo isso. –É, mas não me importo. A cada coisa que descubro eu fico mais empolgada para saber. Minha mãe também me deu algumas informações pessoais. Ah, Edward, pode parar em um banco? Quero testar minha senha e sacar dinheiro. –Claro. –Edward disse e desviou-se um pouco da nossa rota. Em pouco tempo estávamos em um caixa do banco. Edward ficou no carro me esperando enquanto seguia para o caixa eletrônico. A coisa mais estranha aconteceu. Eu cheguei ao caixa e simplesmente digitei minhas informações sem precisar pegar o papel que Renée havia me dado. Fiquei encarando, incrédula, o dinheiro que eu solicitei – dois mil dólares apenas – saindo da pequena abertura. Enfiei o dinheiro dentro da minha bolsa e encerrei a operação. Ainda fiquei parada encarando o caixa enquanto processava a informação. –Hei moça, dá pra sair daí? –Um jovem me alertou vendo que eu nada fazia. –Ah, me desculpe! –Disse e corri apressada até o Volvo que me esperava. Edward estava ao celular quando entrei no carro. Desligou o celular de imediato. –Oi. Conseguiu sacar sem problemas? –Ele me perguntou finalmente olhando para mim. Ficou espantado com a expressão facial que eu conservava. –Bella? O que foi? –Edward, eu me lembrei! Eu me lembrei da minha senha, nem precisei pegar o papel que minha mãe me deu com minhas informações. Meu Deus! Nem acredito! Eu... Eu... –Eu falava arfante, eufórica. –Vai ser em breve, não vai? Certamente logo eu vou...

–Vamos para casa. –Edward murmurou dando atenção ao transito. Durante todo o trajeto ele não me olhou e pareceu estar conservando a duras penas uma expressão indiferente, mas havia algo nos seus olhos que o denunciava. Algo feroz, desesperado. Toda a minha alegria por descobrir algo sozinha se esvaiu. Por quê? Por que todos ficavam apreensivos quando eu queria saber algo sobre meu antigo eu? Isso era frustrante! Eu me sentia cada vez mais perdida. ... –Obrigada pelo almoço e pela carona. –Disse de forma mecânica enquanto pegava tudo o que tinha trazido da casa de minha mãe. –Deixe-me levar pra você. –Ele sugeriu erguendo as mãos para pegas as sacolas. –Não precisa. Eu carrego. Você vai voltar para a empresa, não é? Então agente se vê no jantar. –E falando isso, tentando ao máximo não olhar para ele, eu segui para o interior da casa, mais precisamente para o meu quarto. Eu estava chateada com Edward. Essa sua inconstância me fazia mal. Eu queria saber de tudo sobre mim, mas se não tivesse ajuda eu permaneceria no escuro. Eu não queria mais isto, não depois do aparecimento de James. Coloquei as fotos e vídeos em cima da cama e fui retirá-los. Começaria com os vídeos que eram poucos e passaria para as fotos. Duas batidas na porta. –O que foi? –Perguntei ainda concentrada no que fazia. Devia ser Joel ou outro empregado. A porta não foi mais batida. Irritada, eu levantei da cama e caminhei até a porta, tinha certeza que não havia trancado nem nada disso. Por que a pessoa não entrou? –O que foi Joel? –Comecei a dizer enquanto abria a porta. Não era ele, eu já devia imaginar. –Edward o que você ainda está fazendo... Ele veio, apressado, me agarrando num abraço apertado. O vento tratou de fechar a porta atrás dele. Eu fiquei imóvel, meu coração martelando no peito, sem saber o que fazer. Eu não precisei pensar por nós, de novo. Edward o fez. Eu demorei a perceber que agora ele me beijava, havia ânsia em seus lábios contra os meus. Suas mãos estavam em meu rosto e seus lábios tentavam entreabrir os meus na tentativa de me fazer corresponder. Passado o susto, por fim, eu reagi e foi só contentamento. Meus braços envolveram sua cintura e me deixei relaxar sob seu toque. Entreabri os lábios e Edward de imediato aprofundou o beijo explorando

avidamente o interior da minha boca com sua língua. A principio apenas desfrutei daquela entrega, só depois me senti corajosa o suficiente para explorar o interior da boca de Edward com minha língua. Foi o frenesi. Eu me perdi naquele momento e então soube que isso era certo. Eu e ele éramos certos juntos. Meus medos todos foram obliterados por aquele momento. Eu estava amando Edward Cullen.

(Cap. 10) Capítulo 9 Seus lábios, a força com que me abraçava, seu calor... Tudo estava sendo guardado na memória para, depois, saborear nas lembranças aquele momento. Eu estava me perdendo em Edward e podia sentir que o mesmo acontecia a ele. O seu beijo era algo viciante, tinha certeza que sentiria falta dos seus lábios nos meus quando ele se afastasse. Procurei aproveitar, meus braços o apertavam mais, como se o espaço entre nós ainda fosse grande enquanto eu o beijava com mais entusiasmo, ignorando o fato de que meus pulmões reclamavam por ar. Cedo demais, ele me soltou. Estava arfando, como eu. Seu rosto assumiu uma máscara de desespero. –Eu sinto muito! Eu não deveria ter feito isso! Eu... –Edward estava atarantado. Nem ao menos olhava para mim. Eu permaneci parada, sem saber o que fazer ou o que dizer, mas tendo consciência que eu tinha apenas alguns segundos para fazer algo antes que ele saísse pela porta do meu quarto e começasse a me evitar. Ele projetou seu corpo para a porta, com uma mão abriu a maçaneta, mas não chegou a sair. Segurei sua outra mão e fiz força o suficiente para que ele permanecesse ali comigo. Edward virou-se, sua expressão insondável. Eu sabia que ele tinha muitas perguntas para meu ato e eu não sabia como respondê-las, mas precisava tentar. –Não vai. –Murmurei olhando para o chão. Edward afastou-se da porta e a fechou silenciosamente. –Não fique assim por causa de um simples beijo, isso não é nada para... Para um casal. –Eu consegui com um esforço hercúleo olhá-lo. Edward pareceu absorver minhas palavras e seu rosto tornou-se perspicaz.

–De fato isso é comum para casais, mas não conosco, não em sua atual situação. Eu não deveria ter me empolgado tanto, me deixado levar. Eu sinto muito isso não vai se... –Edward, isso pode até ser algo incomum para nós, somos casados e eu não tenho nada de minha memória, mas... –Minha voz diminuiu. –Eu não veria problema, nem você, se nós fossemos namorados. Deixei que minha proposta ecoasse pelo quarto e mantive certa distancia de Edward. Temia que ele recusasse minha proposta, meu pedido. Por que o que eu mais queria era estar com ele, ter mais intimidade que eu tinha, sem, no entanto, ter a obrigatoriedade de uma esposa. Após alguns minutos fitando o chão decidi olhá-lo temendo o que iria encontrar. Não consegui ver sua expressão por que Edward agarrou-me num poderoso abraço. Eu soube, naquele instante, que era aquilo que Edward tanto queria ouvir de mim e ele não mais iria se detiver quando estivesse comigo, o que me agradava. Afastou-se e tinha um sorriso encantador no rosto, os olhos cheios de alegria e emoção. –Você fala sério? Realmente nós... –Eu não quero esperar até minha memória retornar. –Não precisa fazer isso, não por mim. –Edward murmurou com tristeza. – Sabe o que eu sinto, sabe que a amo. Amo o suficiente para esperar até que esteja pronta. Não quero compeli-la a nada. –Não faço isso por me sentir compelida. Eu... Você já deveria saber, claro, do poder que tem sobre as pessoas. O poder de deslumbrá-las. Você é uma pessoa apaixonante e eu sabia desde que o vi que seria fácil me apaixonar, como respirar. – Eu não consegui dizer claramente o que sentia, dizer “estou apaixonada por você”, mas sei que Edward deve ter captado a mensagem. Ele mantinha uma expressão linda, como uma criança diante do brinquedo que tanto desejou, um faminto diante de alimento, um moribundo diante do seu milagre de cura. Ergueu a mão, hesitante, e tocou minha bochecha afagando-a. Corei horrivelmente. –Deixe-me entender: você me pediu em namoro? –Falou com um meio sorriso nos lábios. Eu acompanhei seu riso. –Por tradição deveria ser o homem a pedir, mas... É, eu pedi você em namoro. Eu não posso ser sua esposa, mas posso ser sua namorada, pensei.

–Se é assim então será que eu poderia beijá-la novamente? –Perguntou. Eu assenti timidamente. Afoito, Edward tomou meus lábios e não protestei com a força exercida. Seus braços envolveram minha cintura enquanto seus lábios moviam-se sobre os meus, sua língua explorando minha boca com delicadeza, sem pressa. Senti meu corpo quente, um calor bom, um calor que me consumia. O tipo de calor que exigia que Edward fizesse mais do que me abraçar e me beijar, mas procurei sufocar isso. Eu não estava habituada a me deixar levar por desejos tão avassaladores como os que me assaltavam agora. Não sei quanto tempo esse beijo durou, poderiam ter sido poucos segundos ou longos minutos, era difícil cessar algo tão prazeroso. Edward, como antes, cessou o beijo e nossos pulmões reclamaram por ar. –Me desculpe, eu me empolguei. –Ele disse, arfante, enquanto suas mãos ainda estavam em minha cintura. –Você não é o único que se empolga. –Falei enquanto sorria. Edward alargou ainda mais o sorriso. Ah, como era bom vê-lo tão risonho! Eu queria, não, eu precisava manter aquele sorriso ali onde era seu lugar. Edward colocou suas mãos em minha face e se projetou para frente querendo me beijar novamente. Eu me preparei para recebê-lo, sentindo a vergonha se dissipar. Quando seu lábio roçou o meu... Seu celular toca. Nós dois bufamos e sorrimos com a sincronia de nosso ato. Edward olhou o visor de seu celular que estava no bolso interno de seu paletó. Franziu a testa. –Tenho alguns compromissos. Havia me esquecido disso. –Que pena. –Disse incapaz de simplesmente sorrir e dizer um “até logo”. Edward sorriu com o tom lastimoso de minha voz. Afagou meu rosto. –Eu voltarei rapidamente, prometo. Aproveite e faça suas pesquisas com os vídeos e fotos que estão em seu quarto. –Tudo bem. Edward aproximou-se lentamente, sempre testando minha reação, e beijoume na testa. –Volto assim que puder. E ele se foi. Alegre e trêmula, eu fui para a minha cama separando as fotografias, começaria por elas. Eu nem sabia que não conseguiria me concentrar plenamente na tarefa. ...

Ver as fotos não indicava nada. Nem os vídeos. No entanto eu me demorei em tudo o que estava ligado ao casamento. Um enigma em tudo aquilo. O que devia ser uma data festiva e alegre, pelo menos para mim, pareciam ser o enterro de um ente querido tamanha a expressão vazia que eu fiz. Eu me perguntava o que Edward sentia ao ver aquelas fotos, sabia que não iria querer estar ciente da resposta. Eu precisava de ajuda e não consegui pensar em ninguém mais para recorrer e não ser... Jacob. Quando dei por mim meu celular estava em mãos. Procurei seu número na agenda telefônica e disquei. Na segunda tentativa Jacob atendeu. –Bella? –Oi Jacob. Como você está? –Eu estou bem. Aconteceu alguma coisa? –Sua voz era alarmada. –Não. Eu queria saber se você poderia me fazer uma visita qualquer dia desses. Eu estou cheia de fotografias aqui em casa e não conheço nenhum dos rostos. Pensei que com a sua ajuda eu poderia... –Está em casa agora? –Perguntou-me subitamente. –Sim. –Estou a caminho então. –Falou e pude perceber que devia estar sorrindo. Encarei, estarrecida, meu celular. Ele estava falando sério em vir? ... –Oi Jacob. Nem acredito que veio! –O cumprimentei verdadeiramente feliz por ele está em minha casa. Joel olhava com reprovação para Jacob, mas nós o ignoramos. –Eu disse que viria! –Falou falsamente exasperado. –Então onde estão as fotografias e vídeos? –No meu quarto. Vamos para lá. –O segurei pela mão conduzindo-o. Não era nada demais meu ato, mas Jacob pareceu se iluminar com isso. Ele assoviou ao ver a quantidade de material que eu havia separado. –Nossa, parece que teremos uma tarde atarefada! –Me desculpe por pedir para vir. Nem perguntei se você estava livre. Se não puder me ajudar eu vou entender.

–Não se preocupe Bells. To livre, dia de folga. Vamos começar. –Ele se aproximou e sentou em minha cama. –Eu separei em duas pilhas, as fotos que peguei com minha mãe... –Apontei para a maior pilha com porta fotos de veludo vermelho. –E a outra pilha é do meu casamento. Jacob olhou com azedume o monte que indiquei como fotos de meu casamento, ignorando-os completamente. –Vamos começar com o que interessa, as fotos da família. E os vídeos? –Consegui alguns. –Apontei para a sacola no canto do quarto onde tinham os DVDs. –Pronta para conhecer os furos da sua vida? –Perguntou, divertido, piscando para mim. –Claro, mas corta as partes ruins. Quero saber só o lado cor de rosa! –Falei brincando, mas o olhar que Jacob me lançou afastou o tom de brincadeira. Ele tinha um olhar sombrio. –Se for assim então eu nada vou contar sobre sua vida. –Murmurou tão baixo que talvez não fosse sua intenção que eu ouvisse. Eu o encarei num silêncio pasmo. Jacob mudou da água para o vinho. –Então vamos começar com suas fotos de infância. São as minhas favoritas. – Jacob disse risonho. Fiquei aliviada pelo clima inesperadamente descontraído que ele instaurou. ... –Nossa, isso foi bem cansativo! –Comentei enquanto arrumava todas as fotos e vídeos na sacola que peguei de minha mãe. Peguei algumas fotos para mim, fotos de família, já que não tinha encontrado nada pelo meu quarto. Jacob parecia radiante com a incumbência que eu lhe dera, pelo menos inicialmente ele parecia radiante. À medida que olhávamos as fotografias, seu sorriso foi esmaecendo. Eu sabia o porquê disso mesmo sem Jacob não dizer nada. Não havia nenhuma foto dele entre as fotos que eu tinha. Teria ele ficado chateado com isso? Pensando que de repente eu me livrei das fotos por nós não sermos tão próximos como antes? Eu queria perguntar, mas me calei. –Eu tenho que ir. Prometi a Leah que iria vê-la. –E como ela está? E Billy?

–Estão todos bem, mas e você Bella? –Ele me olhou com evidente curiosidade. Sorri timidamente. –Bem. –Como Edward está tratando você? –Muito bem. –Meu sorriso se alargou. Isso pareceu incomodar Jacob. –Sei. –Falou num tom rude. Se recompôs rapidamente. –Eu preciso ir. Foi bom vê-la. Venho aqui assim que possível e ai andamos na sua moto. –Ah, claro. Seria legal. Desculpe-me pelo incomodo. –Eu disse sabendo que foi egoísmo pega-lo para mim a tarde toda. –Não foi nada e... –Ele se levantou da cama onde estava sentado. –Hei, que tal uma voltinha na sua moto? Pelo menos vamos testar, ver se você se lembra de como dirigir. –Jacob deu uma piscadela para mim. –Claro! –Disse e caminhei saltitante para a garagem, no caminho perguntei a Joel se ele sabia onde estava a chave da minha moto, claro que ele sabia. Estendeu a chave para mim e olhou temeroso para mim e para Jacob. –Vai sair com a moto, senhora Cullen? –Não exatamente. Vou apenas testar minhas habilidades com a moto. Vou ficar por aqui pela propriedade mesmo. –Dizendo isso nós saímos. Jacob arrastou minha moto para uma parte remota do extenso jardim. Eu me sentia bem com Jacob, viva eu diria. Eu podia sentir que ao eu lado eu era mais quem eu queria ser, um pouco mais irresponsável. Afastamos-nos consideravelmente, Jacob saiu arrastando a minha moto. Por fim nós paramos. –Pronto, agora que não há ninguém que possa ser atropelado pro você, vamos às aulas. –Disse enquanto segurava nas mãos as chaves da moto. Só então notei que havia duas chaves: uma era da moto e a outra era desconhecida, pequena, e não parecia ser de um veiculo. Dei de ombros, depois procuraria o lugar que usava aquela chave, talvez fosse à chave do meu closet, sei lá. Eu montei na moto e coloquei a chave na ignição. Foi estranho, como quando eu estava em frente ao caixa eletrônico, eu sabia o que fazer. Ainda sim eu fui cautelosa e tentei conter a histeria enquanto eu executava o processo para andar. Jacob estava ao meu lado segurando o guidão. –Vamos com calma. –Ele disse e sua mão tocou a minha. Constrangida, eu afastei minimamente. Jacob fingiu não perceber e esperava que ele não

interpretasse de forma negativa. Mias rápido do que a aula de natação com Edward, em pouco tempo eu estava dirigindo a moto, em uma velocidade baixa, claro. Jacob parecia satisfeito. Deu-me algumas dicas de como dirigir. Eu ouvi atentamente. Eu não sei quanto tempo se passou, muito eu diria. Jacob parecia despreocupado com o tempo tendo a máxima paciência comigo. Pegou minha moto uma ou duas vezes para andar um pouco me deixando apenas como observadora. Acho que teríamos ficado ali por longas horas conversando sobre inutilidades e andando em minha moto, se o celular de Jacob não tivesse tocado. –Droga! É a Leah. Eu me esqueci que tinha prometido ir vê-la. –Me desculpe Jacob. –Tudo bem. Gastei muito de passar o dia com você. Temos que repetir a façanha. –E assim sendo Jacob piscou para mim. Eu sorri. –Vamos, levo você até a porta de moto. O jardim é meio extenso. –Sugeri. Jacob montou em minha moto logo atrás de mim, suas mãos em minha cintura. Senti um arrepio perpassar meu corpo ao sentir suas mãos grandes e quentes em meu corpo. Procurei sufocar isso, essa sensação de familiaridade, mas sabia que isso me faria pensar em Jacob. Segui lentamente com a moto até a entrada da mansão. Enquanto passei pela casa eu vi que alguém estava em frente à entrada principal, logo percebi que era Edward. Jacob também percebeu, lançou um olhar zangado para Edward e apertou-me ainda mais pela cintura. Segui com mais velocidade para a entrada. Os seguranças abriram os portões e eu desci de minha moto para me despedir adequadamente de Jacob. –Obrigada por ter vindo Jacob. Até qualquer dia. –Disse. Jacob se virou e me olhou com uma expressão indecifrável. –Me chame de Jake. Era assim que você me chamava. –Tudo bem então. Um alô para seu pai e sua noiva. –Claro. –Ele caminhou alguns passos e montou em sua moto. Ela era linda, preta, mas não identifiquei a marca. –Jake? –Chamei enquanto ele colocava o capacete. –Sim? –O que há entre você e Edward? Vocês parecem não se gostar. –Ele não explicou para você?

–Não. Edward não fala quase nada do passado. Eu não o pressiono. Ele parece ficar triste quando toco no assunto. –Eu e seu marido não nos gostamos. Talvez seja por que somos muito diferentes um do outro. –Só por isso vocês não se gostam? Isso é meio bobo Jake. –Não, não é. Não se preocupe, é coisa de homem. Não precisa ficar desse jeito. Até mais Bells. –Ele acelerou a moto e partir rapidamente deixando-me cheia de perguntas. Perguntas que não seriam respondidas por ninguém, como sempre. Frustrada, segui para o interior da casa. Guardei minha moto e decidi ficar com a chave ao invés de deixá-la com Joel. Não vi ninguém à vista. Decidi seguir para o meu quarto e tomar um banho, após isso eu jantaria. Enquanto me preparava para o jantar, perguntas se formavam em minha cabeça. Como estar diante de um quebra cabeças com varias peças que pareciam não se encaixar. As fotos e vídeos não ajudavam em nada, mas as atitudes das pessoas ao meu redor pareciam realmente me ajudar. Eu sabia que teria de investigar sobre o meu passado longe dos muros de minha casa, com pessoas desconhecidas, pessoas como o paparazzi em que esbarrei no clube. Ao termino do banho, vesti roupas bem simples, um moletom vermelho e calça jeans preta, e segui para a sala de jantar. Joel estava lá ladeado por três empregados. Notei que Edward não estava lá. –Joel, onde está o Edward? –Ele está um pouco indisposto, senhora Cullen. Creio que não descerá para comer. –Ah, ta. Eu comi sem vontade nenhuma e me preocupei com isso. Eu pensei que, após o que se passou entre nós dois naquela manhã, Edward ficaria mais próximo a mim. Receberia-me risonho. Talvez ele estivesse realmente mal para me dar pelo menos um oi, ou talvez, só talvez, tivesse haver com a visita de Jacob. Eu não entendia. Tudo bem, eles pareciam se antipatizar, mas Jacob era meu amigo. Edward não poderia me privar de ver meus amigos por não gostar deles e, mais do que tudo, não poderia se afastar de mim toda vez que eu os via. Como imaginei não consegui terminar minha refeição. –Não vai querer a sobremesa, senhora Cullen? –Joel perguntou quando me viu levantar da mesa.

–Não Joel. Não estou muito bem. Vou ir para o meu quarto mais cedo. – Murmurei e subi rapidamente para lá. Eu apenas queria dormir e esquecer que novamente o clima de tensão e distanciamento entre mim e Edward estava de volta. Sem parar para pensar, me encaminhei para o quarto de Edward. Se ele estava se sentindo mal eu tinha que vê-lo, cuidar dele. Ao tentar forçar a maçaneta, notei que estava trancada. Eu poderia chamá-lo, pedir para que abrisse a porta, assim eu poderia entrar, mas não queria ser intrusiva e alguma coisa me dizia que aquele não era um bom momento para vê-lo. Frustrada e deprimida com a situação, eu segui para o meu quarto. ... Aquela foi a primeira vez que chorei desde que despertei. Eu não sabia o porquê do choro, teria sido apenas pela frieza de Edward? Ou por estar perdida em minha própria vida? Eu bem sabia que minha vida, meu passado, pouco importava agora. Após ter conseguido romper a barreira invisível que existia entre mim e Edward, eu estava profundamente decepcionada por ele ter reconstruído o muro. Após chorar durante longos minutos, o cansaço me encontrou. Não dormi de imediato, minha mente ainda estava atenta aos barulhos que podia ouvir no interior do meu quarto e do lado de fora do mesmo – grilos, uma coruja, o vento passando pelos galhos das árvores e balançando-os. Minha porta foi aberta e logo mais fechada, passos ecoavam no aposento. Eu estava sonolenta demais para abrir os olhos e ver quem entrava em meu quarto. Talvez eu só estivesse tendo um sonho muito real. Senti um peso a mais na cama, eu estava deitada de lado, o rosto voltado párea a parede de modo que, mesmo que abrisse os olhos, eu não conseguiria ver que adentrava o aposento, a não ser que eu me virasse. Tinha certeza que alguém não só entrara em meu quarto como se deitou ao meu lado, podia sentir em ondas o calor do corpo próximo ao meu. Despertei quando senti que um braço envolvia-me pela cintura apertando-me contra um corpo quente, uma respiração tão quente quanto o corpo estava próxima a mim, em minha nuca. Em choque, não consegui me mover. Fiquei o mais quieta possível a fim de saber o que aquela pessoa faria. Senti lábios em minha nuca em beijos curtos, um arrepio violento me atingiu e a muito custo consegui me conter. Sua mão em minha cintura massageava meu abdômen. Era Edward, não tinha mais duvidas assim como não tinha duvidas que realmente tudo isto estivesse acontecendo. Virei-me lentamente, o choque sendo a expressão predominante em meu rosto. Esta expressão sempre detinha Edward, não naquele momento. Ao me virar encostando minhas costas no colchão, Edward beijoume, o corpo cobrindo um pouco o meu. Eu fiquei parada, incapaz de raciocinar. A mão de Edward, antes em minha cintura, migrou lentamente para meu seio direito, apertando-o. Seus lábios entreabriram os meus e essa foi a deixa para que ele aprofundasse o beijo.

Eu continuei imóvel. Por fim Edward percebeu que eu não estava correspondendo a nada e afastou-se a fim de olhar meu rosto. O que quer que ele tenha visto ali o deixou transtornado. Minha cara devia está horrível. Inclinou-se colando sua testa a minha, os olhos fechados, os lábios trêmulos. –Sou um estúpido. Peço eu perdão. –Murmurou. –Estou traindo novamente toda a confiança que você depositou em mim. –Tudo bem. –Consegui me fazer pronunciar. Edward, sem aviso, deitou sua cabeça em meu peito, seu corpo tão próximo ao meu! –Me deixe ficar aqui hoje. –Pediu. Não consegui negar o pedido, não poderia, não queria. –Pode sim. –Eu o envolvi com meus braços acariciando as madeixas acobreadas, murmurando uma cantiga de ninar desconhecida até para mim a fim de fazê-lo dormir. –Obrigado. –Murmurou com a voz débil. Eu o senti relaxar mais e mais em meus braços até que, enfim, adormeceu. Continuei a acariciar seu cabelo. –Edward? –O chamei sabendo que não responderia. Consegui dizer sem vacilar. –Eu acho que amo você. Isso é o suficiente para deixá-lo mais tranqüilo? Ele não me respondeu e eu não voltei a falar. A exaustão me tomou e dormi aquecida com o calor do corpo de Edward.

(Cap. 11) Capítulo 10 Ele dormia tranquilamente em meus braços. Quando fazia menção de me afastar, Edward inconscientemente puxava-me para mais perto, seu corpo colado ao meu, sua cabeça descansando em meu peito. Algumas vezes ergui a mão e o acariciei nos cabelos. O Sol rompeu a manhã sem que eu percebesse a principio. Eu o estava amando e esta afirmação me enchia de satisfação. Secretamente, desde que o conheci, eu quis isso. Eu queria amá-lo e me entregar a ele sem reservas como forma de agradecer tudo o que Edward fez e faz por mim. Agora eu o amava, sem necessariamente me obrigar a isso. A fome me atingiu e sorri. Era tão fácil, enquanto estava ali com ele, me esquecer de coisas como alimentação. Levantei-me, vesti um hobby e sai do quarto

para degustar do meu café. Deixei Edward dormir; ele parecia exausto. A primeira pessoa que vi, transitando tranquilamente pelos corredores, foi Joel. –Bom dia senhora Cullen. Pronta para a degustação do café? –Sim. –Fui até a sala de jantar e novamente me vi cercada de empregados que me serviram. Quando os mesmos, duas empregadas, saíram em direção a cozinha, Joel falou: –O que aconteceu ao senhor Cullen? Ele não tomou o café, sequer o vi e não o encontrei em seu quarto. A senhora sabe? –Ele dormiu em meu quarto. É melhor o deixarmos dormir, parece cansado. – Não ousei olhar para Joel, claro que ele poderia interpretar erroneamente a informação que lhe dei supondo que eu e Edward tivemos envolvimento físico. Bem como imaginei Joel nada disse sobre suas especulações. –Talvez seja bom. De qualquer forma o vice-presidente da empresa ligou desejando falar com ele. Certamente ligará daqui a pouco então... –Joel, diga a este cavalheiro que Edward não irá ao trabalho hoje. Ele não estava muito bem ontem e acho que deve ficar em casa descansando. Aliás, eu gostaria que preparassem o café da manhã de Edward. Eu o levarei para ele no quarto. –Como quiser. –Tão logo disse, Joel sai em direção à cozinha. Agradeci por isso. Eu precisava pensar. ... Quando o vi sentado, uma das mãos passando preguiçosamente pela face, eu sorri involuntariamente. Ele era tão lindo em cada movimento que fazia como o de agora, tinha uma graça natural. Como não percebeu que eu entrara no quarto, munida de uma bandeja com seu café, eu bati levemente na porta. –Ah, Bella! Perdoe-me por ter adormecido aqui com você. –Falou numa voz sonolenta. –Sem problemas. Deve estar com fome. Eu trouxe o seu café. –Caminhei até a pequena mesa em meu quarto e coloquei a bandeja lá. Edward levantou-se, já estava vestido com seu hobby, sequer o tirou quando veio se deitar comigo, e sentou na cadeira. Seus olhos iam para mim sempre que ele pensava que eu não estava olhando, mas eu notava pela minha visão periférica. Fiquei de pé próxima a mesa, depois segui em frente à grande janela de vidro dando privacidade a ele. Não ouvi sua aproximação, imersa como estava em pensamentos. Edward caminhou e ficou

diante de mim, encostado na parede de vidro, os olhos no jardim. –Perdão pelo que fiz. Eu praticamente a ataquei. –Ele murmurou baixinho, os olhos tristes. –Não precisa pedir perdão. Não foi nada. Eu só estou preocupada com o que causou aquilo. Você parecia inquieto, agora mesmo parece estar inquieto. O que está acontecendo Edward? O que o aflige? –Eu fiquei a fita-lo querendo respondas. Edward me olhou rapidamente. –Não há nada que me aflige. –Está mentindo Edward. Eu sei que anda mentindo pra mim, não só você. Todos parecem esconder coisas de mim. Eu não quero que me protejam de nada, do que eu fui, do que eu fiz. Eu quero saber de tudo e assim poder te ajudar! –O nervosismo me desestabilizou. Senti os dedos de Edward em minha bochecha. –Calma! Desculpe, não fique nervosa por bobagens. Eu estou bem, não preciso de ajuda. –Edward sorriu e havia algo soando falso naquele sorriso. Eu poderia questioná-lo, mas sabia que isso o aborreceria. Coloquei minha mão sobre a sua que fazia menção de se afastar de mim e puxei a mesma para beijar a palma. Isso pareceu surpreender Edward. –Não tocarei mais no assunto. Diga-me quando estiver preparado. –Edward ficou calado e eu sabia pelo modo como agia que ele nunca tocaria no assunto. Bem, eu iria descobrir sozinha. –Eu falo isso por que estou preocupada afinal de contas eu sou sua namorada agora. –Disse sorrindo. Edward revelou um sorriso maravilhoso para mim, colocou suas mãos em ambos os lados de meu rosto e puxou-me para beijá-lo. Creio que Edward tenha feito isso de forma impulsiva, mas não me importei com nada. Quando nossos lábios se tocaram num beijo ávido eu não protestei, eu não pensei perdida demais para racionalizar sobre algo. Suas mãos pousaram em minhas costas puxando-me para mais perto dele e eu gostei de estar presa nos seus braços fortes. Envolvi seu pescoço com meus braços querendo estreitar ainda mais o espaço entre nós. Edward quebrou o beijo por nós, algo que me desagradou. Ele estava arfante como eu. Fechou os olhos, um sorriso bobo cravado nos lábios. Edward inclinou-se e encostou sua testa na minha. –Isso é como um sonho. Ouvir você dizendo que sou seu namorado. Perdoar uma pessoa tão imperfeita como eu. –Você imperfeito? Edward, se você é imperfeito então o que eu sou? –Eu disse levemente divertida. Edward, com uma mão, afagou minha bochecha.

–Você é a coisa mais linda, em todos os aspectos, que eu já vi. –O modo como ele acariciava meu rosto, como me olhava, me deixou ruborizada. –Hmmm... Melhor nós nos arrumarmos. –Arrumar? –Edward olhava para mim confuso. –Já que eu o dispensei do seu trabalho você bem que poderia dar um pouco de atenção para mim. Sairmos. Sei lá. O que você acha? –E eu fiquei ali esperando pela sua resposta, temendo que ele não quisesse sair, que não quisesse estar comigo. Eu já deveria saber que Edward não faria algo assim. –Como quiser. –Disse e abraçou-me novamente. ... Era estranho. Eu não conseguia imaginar Edward fazendo coisas simples e lá estava ele na fila do cinema comigo. Era tão estranho, mesmo para a idade dele, apenas vinte e um anos, ele estar ali como um adolescente qualquer! Ainda sim era bom para mim e certamente para ele. Eu podia ver nos seus olhos âmbares que emitiam um brilho excitado e nos lábios com um meio sorriso permanente que ele estava se divertindo. Em momento algum, desde que nós saímos de nossa casa até o cinema, Edward largou a minha mão, nem mesmo quando estava dirigindo. –Que filme você quer ver? –Ele perguntou quando chegou a nossa vez na fila. –Hmmm... Tanto faz. Escolha você, por hora não sei de que filme eu gostava de ver. –Está bem. –Edward olhou o painel que mostrava os filmes em cartaz, escolheu uma comédia romântica, certamente para me agradar. Eu não estava muito interessada em filmes, eu só queria deixá-lo feliz e me parecia uma boa idéia convidá-lo para sair, longe daquele ambiente pesado; de nossa casa. O filme não prendeu minha atenção, apesar de parecer divertido. Eu me aconcheguei em Edward, fiquei de olho na grande tela, mas só consegui me concentrar no braço que me envolvia e me puxava para mais perto dele, em uma de suas mãos que segurava a minha. Às vezes Edward desviava os olhos da tela e me puxava para me dar um beijo, geralmente nos lábios, e voltava a dar atenção ao filme. E eu fiquei pensando que queria aquilo, até as coisas mais simples, com ele, pra sempre. ... –A comida daqui é ótima! –Disse enquanto via o garçom servindo o prato principal. Já havíamos comido a entrada, uma salada muito saborosa.

–E então o que achou do filme que eu escolhi? –Edward perguntou. As mãos cruzadas sob o queixo. –Foi muito legal. –Disse e que ele não me perguntasse sobre a estória, eu não me lembrava de nada. –E está gostando de sair comigo? Mesmo que minhas idéias para diversão sejam tão clichê? –Suas idéias poderiam girar em torno de um dia em casa, ainda sim eu apreciaria. Só por eu estar com você. Estava precisando disso. –Deu de ombros. Ele parecia tão relaxado, tão feliz! Tão diferente do Edward sombrio de outrora. Tarefa cumprida, eu pensava. –Eu tinha percebido e a idéia me surgiu rapidamente. Espero não estar prejudicando seus negócios enquanto tento monopolizá-lo. –Bella, pode me monopolizar o quanto quiser. Quando o fitei, me perdi nos olhos âmbares, abrasadores. Era tão fácil me encantar com ele, com tudo o que vinha dele! E eu sabia que não demoraria a eu assumir o papel de esposa, não se Edward continuasse a agir dessa forma que me encantava a ponto de deixar meus ossos como esponjas. O restante do almoço foi silencioso e constrangido. Edward tinha um sorriso, o mesmo meio sorriso, cravado nos lábios e agora me olhava sem se preocupar em ser flagrado. Ainda sim me senti nas nuvens por ser alvo de seu olhar. Após a sobremesa, decidimos sair. –Espere aqui, eu irei ao toalete masculino. –Edward disse. Eu assenti e o esperei de pé em frente ao restaurante. Meu celular toca. O atendi. –Alô? –Perguntei já que não havia número para identificar a ligação. –Oi princesa. –Uma voz masculina disse. Eu, infelizmente, sabia de quem se tratava. –James. O que quer? –Vê-la, claro. Matar a saudade. Estou precisando de você gata. –Olha, eu sei que esse seu papo de que nós... Nós tínhamos um caso é falso. Eu soube da história toda por um paparazzi! –Disse entredentes. Ouvi a risada do outro lado da linha. –Não é para rir. Sua farsa de tentar se aproveitar de minha falta de memória acabou. –Parece que quem está se aproveitando de sua falta de memória é você para se livrar de mim. Acha que caio nesse seu papinho? –O que James? Acha que não perdi a memória?

–Talvez, mas sabe Bella, talvez você saiba que realmente existiu algo entre nós e agora usa a desculpa esfarrapada de perda de memória para me manter longe, algo que não vai acontecer. –Não volte a ligar seu babaca! –Disse e desliguei o celular. Eu estava irada! Como esse pilantra se atrevia a manchar o mais belo de meus dias com suas mentiras? Eu não iria cair em nenhuma lorota e era por isso que precisava descobrir mais coisas sobre mim. Edward chegou alguns instantes após a ligação de James, eu ainda não havia me recuperado. Ele notou minha tensão. –Bella, o que houve? –Ele perguntou alarmado pela minha cara, eu devia estar com uma expressão facial não muito boa. –Nada não. Vamos? –Tentei sorrir, mas acho que não o convenci de que estava bem. Felizmente Edward não me perguntou nada. Seguimos para casa. ... Contrariando o meu desejo e certamente o dele, Edward teve de ir à empresa com a promessa de que logo estaria em casa. Eu assenti, precisava mesmo ficar só. Olhar as fotografias e vídeos novamente não me serviu de nada, nem mesmo vasculhar meu quarto. Não havia nada, em lugar nenhum, para me dizer quem eu fui um dia. Tudo parecia superficial demais a minha volta. Notei, pelo conhecimento que obtive que existiam duas Bellas: a Bella de vida fútil e a Bella simples descrita, precariamente eu admito, por Jacob. Elas eram diametralmente opostas, não tinha como as duas serem verdadeiras. Como ficar em meu quarto tornou-se insustentável, decidi passear pelo jardim. Eu adorava os jardins daquele local, eram tão belos! Caminhei despreocupadamente tentando não pensar em nada a não ser o vento jogando meus cabelos para trás, o Sol bonito que iluminava tudo, as flores... O labirinto feito de cerca viva. Lá estava ele diante de mim. Lembrei-me que Joel disse que eu era a única a entrar e sair daquele luar, conhecedora das saídas. Não pensei duas vezes: segui para lá. O labirinto era intimidador, as cercas vivas eram altas demais e intransponíveis para o caso de querer cortar caminho pelas plantas. Mesmo assim eu quis seguir, minha intuição dizia para fazer isso e quem sabe reavivar algo da memória. Adentrei o lugar e caminhei lentamente para frente. Tudo era encantador de certa forma, como num conto de fadas, mas ao entrar naquele labirinto eu não pude sentir aquele espírito de fascínio que antes havia me tomado. Andar naquele labirinto era claustrofóbico, a luz solar parecia não entrar ali, não aquecer e iluminar adequadamente os corredores verdes. Enquanto caminhava eu tentava me lembrar de qualquer coisa; nada me ocorria. Isso era frustrante! Para ajudar, eu pensei em todas as informações

coletadas até aquele momento. Não ajudou. O tempo passou e fiquei ali a caminhar tentando ter um deja vu ou qualquer coisa que despertasse minhas lembranças, mas eu já sabia, sentia que tudo era vão. “É tolice. Não vou me lembrar desse jeito.” –Notei que escurecia, não saberia dizer quanto tempo se passou. Olhei o caminho que havia feito e percebi tarde demais que eu estava... –Droga. To perdida. –Murmurei. O desespero me tomou de forma avassaladora. Quão imprudente eu fui! Seguir para um labirinto sem saber o caminho, sem que ninguém da casa me visse sair! Eu era uma idiota mesmo! Comecei a caminhar tentando me lembrar de algum detalhe na cerca viva que me fizesse chegar à saída e notei que todo era igual, não havia detalhe para me guiar. Estupidamente corri ofegante, mas não encontrava o caminho. Eu caí no chão, tropeçando em meus próprios pés e lá fiquei. Eu não tinha idéia de como iria sair dali.

Notas finais do capítulo Gente se quando eu chegar da universidade houverem 10 reviews eu posto mais um capitulo hoje.

(Cap. 12) Capítulo 11 Dizem que quando estamos em uma situação difícil devemos desconectar nossa mente do corpo e vagar para lembranças de lugares bonitos onde estivemos fazendo coisas felizes... Mas quando você não tem lembranças? O que fazer? O que fazer quando sua mente não tem para onde vagar? Eu me perguntei isso enquanto caminhava debilmente pelos corredores verdes do labirinto. Já havia escurecido a o que antes era uma garoa, transformou-se em um temporal. Minhas vestes não me protegiam do frio, eu tremia tanto que não conseguia caminhar decentemente. Perguntei-me se alguém havia notado meu desaparecimento, se alguém iria procurar por mim. Continuei a caminhar.

A fim de não deixar o cansaço, fome e frio me tomar, eu pensei em Edward. Isso era algo sensato a fazer. Pensar nele estranhamente fazia qualquer situação não parecer tão apavorante, como se a felicidade que ele estava me proporcionando me envolvesse em um casulo e me tirasse de pensamentos e situações aflitivas. Lembrar de seu rosto, seu cheiro, seu calor, o timbre da sua voz... Isso conseguia fazer qualquer um ignorar o inferno. Uma luz. Estava tão alheia a tudo, lembrando de meus momentos com Edward que não notei em primeira instancia. Olhei envolta e fiquei surpresa ao ver que estava do lado de fora, eu tinha encontrado a saída. A princípio eu fiquei parada encarando a grande mansão ao longe e depois eu estava correndo. As minhas roupas pesadas devido à água não me impediram de avançar, querendo mais do que nunca o aconchego do meu lar. E então quando estava a alguns metros de casa, o cansaço me pegou forte e eu me vi seguindo trôpega até a porta. Ouvi vozes no interior da sala antes mesmo de passar pela porta dupla e ao passar notei que a sala estava cheia. Edward, Joel e todos os empregados estavam lá, os rostos estampando preocupação. A face de Edward não era apenas preocupada, era quase desesperada. Por alguns minutos todo o barulho se cessou e todos me olhavam. E então Edward despertou e veio às pressas em minha direção. –BELLA! –Gritou e abraçou-me fortemente. Continuei parada, cansada até mesmo para balbuciar algo. Meu corpo despencou sem que eu quisesse isso e eu teria ido ao chão se Edward não tivesse sustentado meu peso. –BELLA, O QUE HOUVE? –Perguntou alarmado. Tentei me manter consciente. –Eu to bem eu só... Eu estou um pouco cansada. –Disse lutando contra a letargia que ameaçava me engolir. –O que houve? Onde esteve? –Edward me perguntou um pouco mais composto. Ele me ajudou levantar e me levou até uma das cadeiras da mesa da sala de jantar para que eu descansasse o que eu agradeci. –Joel, traga água para Bella. –Edward ordenou e Joel, seguido por uma comitiva de empregados, foram para a cozinha. Edward retirou sua sobrecasaca e colocou por cima de meus ombros, eu tremia violentamente pelo frio. Edward puxou uma cadeira e sentou em frente a mim. –Onde esteve Bella? Fiquei muito preocupado quando cheguei e não a encontrei. Ninguém sabia dizer onde você estava. –Eu fui passear no jardim e entrei no labirinto verde, mas não conseguia

sair. Eu fiquei vagando até que encontrei a saída. –Bella, que atitude mais imprudente você foi ter! Deveria ao menos ter avisado que iria sair. Além disso, você perdeu a memória, não pode ir para aquele lugar desconhecendo sua saída! –Eu sei. Desculpe-me Edward. –Murmurei. Eu odiava causar preocupação para ele. Minhas palavras pareceram refrear o nervosismo de Edward. Eu o vi respirar fundo, duas vezes. –Não precisa se desculpar, você não fez nada de errado. Eu peço perdão por minha rudeza, eu fiquei muito nervoso, só isso. –Joel entrou com um copo de água nas mãos equilibrado em uma prateleira de prata. –Aqui está à água para a senhora Cullen. –Disse e ficou lá ao nosso lado enquanto eu bebia a água ofertada. Eu estava com muita sede. Após a água tive um acesso de tosse. –Você está ensopada! É melhor ir para o seu quarto e tomar um banho quente. Venha, eu vou ajudá-la a chegar até o quarto. –Edward envolveu minha cintura com um braço e ergueu-me para ficar de pé. Sustentou a maior parte do meu peso, só assim pude ir para o meu quarto. –Eu vou estar por perto caso precise de ajuda. –Sussurrou enquanto eu me afastava. –Eu estou bem. –Sorri. Ele ainda tinha uma expressão preocupada. –Vou tomar um banho e venho aqui para jantarmos juntos. –Edward beijou-me na testa e saiu do meu quarto. Fechei a porta e segui reto para o banheiro. De fato a água quente me fez relaxar, mas eu podia sentir minha garganta protestar. Certamente amanhã eu estaria doente. Após o banho, mesmo com uma fome enorme, eu não resisti e me deitei. O meu moletom limpo e quente, assim como a colcha de minha cama, me embalou rapidamente para a inconsciência. ... Era de manhã, notei pela claridade do meu quarto. Sentia minha garganta e corpo doerem, um dor de cabeça forte e o corpo quente. Sim, eu estava doente. Mover um único dedo parecia exigir de mim um grande esforço. O cansaço ainda estava presente em mim. Fechei os olhos e, embora estivesse acordada, estava cansada demais para me mover. Ouvi barulhos em minha porta, mas continuei imóvel, esgotada demais para mostrar que eu estava desperta. Uma mão tocou meu rosto, o afagou, era Edward. As vozes ficaram um pouco mais claras.

–Ah não! Bella está com febre! Deve ter sido por causa da chuva. –Lastimouse Edward. –Quer que eu chame o médico para ela, senhor Cullen? –Sim Joel. Ligue para o medico da família. Diga a ele que Bella não poderá ir até seu consultório para os exames de rotina como eu havia combinado com ele ontem por telefone. –Sim senhor. –Joel disse e acredito que saiu do quarto. Consegui abrir minhas pálpebras e o vi. Edward, lindo como sempre, traja do um elegante paletó preto com gravata azul celeste. Certamente estava pronto para ir ao seu trabalho. Estava sentado em minha cama, o tronco levemente inclinado para mim, uma mão em minha bochecha. –Oi amor. –Disse com a voz calma, meiga. –Edward... –Murmurei e tive de me deter pela crise de tose que tive. A preocupação de Edward era quase tangível. –Bella, eu acho que você está gripada. Eu pedi para Joel chamar seu médico. –Eu estou bem, só preciso descansar. Não chame nenhum médico. Não há necessidade. –Mas Bella, você está ardendo em febre! –Edward tocou minha testa, sua pele era fria. –Eu vou ficar bem. –Ontem seu médico me ligou e pediu que você fosse hoje de manhã para exames. Eu cancelei sua consulta. Você não está em condições de sair hoje de casa. E eu vou ligar para a empresa. Já que você não quer que um médico a veja então eu ficarei e cuidarei de você. –Edward sorriu e me pareceu que agradava ele a sua sugestão. –Não Edward. Não mude seus planos por mim. Eu vou ficar bem. Vou ficar aqui e descansar. –Eu sorri e vi que Edward estava dividido. Ele suspirou. –Esta bem. Volto rapidamente. Joel ficará de olho em você e caso piore irei levá-la ao médico. –Tudo bem. –Disse. Edward inclinou-se ainda mais, iria me beijar. Tapei a boca com minhas mãos. –Que foi? Não posso beijá-la? –Ele disse sorrindo, mas havia tensão em seus

olhos. –Não quero que fique doente também. –Disse com a voz abafada pelas minhas mãos. Edward soltou uma gostosa gargalhada. Inclinou-se beijando minha testa, retirou minhas mãos de minha boca e beijou-me nos lábios. Um simples selinho, mas que conseguiu me aquecer mais do que a febre. –Fique boa logo. Qualquer coisa ligue para mim. –Deu-me mais um selinho e saiu, em momento algum enquanto saia de meu quarto Edward deu as costas para mim. ... Tudo é uma questão de descanso, eu sabia disso. –Após comer, contra a minha vontade, e um bom banho, eu me sentia bem. Edward ligava a cada vinte minutos, eu dizia estar bem, realmente eu estava bem, mas Edward não confiava muito em mim. Eu sabia que ele também ligava para o telefone no andar de baixo para falar com Joel. Meu dia foi praticamente em casa. Para me distrair resolvi ver DVD e foi mexendo em minha cômoda que encontrei meu notebook. Lembrei-me que até hoje não havia mexido no computador. Eu o peguei na esperança de encontrar algo, mas fiquei frustrada ao vasculhá-lo. Mais uma vez nada encontrei. Era estranho não ter nada em meu celular, em meu quarto, nos álbuns de minha família, no meu notebook... Como se alguém tivesse apagado tudo, os vestígios para que eu não soubesse de nada. Liguei o notebook e, sabendo que não encontraria informações nos documentos comuns, conectei a internet. Uma idéia me ocorreu, talvez eu conseguisse encontrar algo na internet. Usei um site de busca e escrevi “família Swan”. Houve muitos resultados. Decidi por fim colocar juntamente com as palavras “família Swan” o complemento “família Swan empresa de calçados”. –Bingo! –Eu disse ao ver todas as reportagens. Dei uma olhada no resumo dos sites, não me interessava saber da empresa e sim dos meus familiares. Nenhum site chamou muito minha atenção até que vi uma noticia sobre meu pai. Cliquei no site abrindo-o. Falava da morte do meu pai e em como sua morte afetado a empresa. Minha mãe havia comentado que a empresa teve problemas, mas não entrou em detalhes. Li diversas matérias e nada encontrei. Claro que a imprensa não diria os podres da historia! Voltei à parte de pesquisas e estava prestes a fechar tudo aquilo quando vi algo promissor em um blog de algum jornalista. Era uma matéria sobre minha mãe. Eu a abri e li pacientemente. À medida que lia algo se operava em mim, peças se juntando num quebra-cabeça medonho. Antes de desligar meu notebook eu estava pronta. Peguei um casaco e minha bolsa e segui para o andar de baixo. Joel estava

na sala. –Senhora Cullen? –Joel, peça ao motorista que venha até aqui. Eu vou sair. –Mas senhora Cullen a senhora não está em condições e... –Eu estou bem. Preciso ir até a minha mãe. –Está bem. Eu chamarei o motorista. –Joel comunicou. Esperei com a paciência de Jó pelo motorista, ele demorou mais do que deveria. Tive a impressão de que Joel ligou para Edward antes de falar com a portaria pedindo que o motorista viesse até mim. Logo eu estava em um carro e não demorou nada para chegar ao apartamento de minha mãe. Liguei dizendo que estava em frente ao prédio. Claro que Renée me recebeu com entusiasmo, mas seu sorriso esmaeceu ao ver minha cara. Entrei em seu apartamento sem dizer nada. –O que foi filha? Aconteceu algo? –Por que não me disse que tentou se matar mãe? –Me matar? Do que está falando? –Eu me virei e mostrei seus pulsos e as cicatrizes em ambos os pulsos. –Você tentou se matar, não foi? Após a morte do meu pai, quando a empresa começou a ruir pela sua má administração. Não minta pra mim dessa vez mãe! –Eu disse com autoridade. Renée ficou abalada, isso era visível. Caminhou para longe de mim e sentou-se no sofá. Eu caminhei até ela, mas não sentei. –Não deve acreditar em notícias sensacionalistas. Onde leu esse absurdo? Tirei a matéria que eu havia impresso da minha bolsa e joguei no colo de minha mãe. Ela olhou atentamente a matéria, mas deu de ombros. –Isso é mentira. –Não, não é. Mãe, eu sei que isso é verdade. Por favor, para de tentar me enganar! Se não me contar nada eu vou investigar e será pior descobrir através de outra pessoa! –Esbravejei andando de um lado para outro. –EU FIZ ISSO! EU FIZ ISSO TA LEGAL! E DAÍ? EU NÃO SOU A ÚNICA QUE TENTA COMETER SUICIDIO! –Renée gritou e parecia reprimir um choro. Procurei me conter. Sentei em frente a ela no sofá. –Por que fez isso mãe?

–Eu cometi um erro. Billy Black, amigo do seu pai, deveria assumir os negócios , mas eu não confiava nele eu... –Você tentou assumir os negócios e a empresa do papai faliu, não é? – Perguntei. –Foi o fiasco! Ficamos endividadas e então... –E então a empresa foi comprada pelos Cullen. Entendo. Eles pagaram as dividas e converteram as empresas de meu pai em extensão da própria empresa deles. –É isso! É isso o que você queria saber? Bom ai está a sua verdade! Eu fiquei calada absorvendo a confirmação de minha mãe. E então uma coisa passou pela minha cabeça. –Mãe, o fato da nossa empresa ter falido e essa sua tentativa de suicídio... Que relação isso tem com o meu casamento? –Nenhuma Bella! O pai de Edward quis ajudar, só isso. E ele lucrou comprando nossa empresa. –Mas Renée não olhou para mim enquanto falava. Ela mentia. –Eu me casei com Edward para que o pai dele nos ajudasse, não foi? –Eu falei com a voz embargada. Renée apenas me olhou e então eu soube que era isso. Eu havia me casado com Edward para que ele salvasse nossa posição social. E então eu estava chorando. –Bella, minha filha, não é nada disso! Vocês se conhecem desde pequenos, vocês sempre se gostaram! Você nem queria que Edward comprasse a empresa, mas ele... –MENTIRA MÃE! É MENTIRA! –Levantei. Renée ficou alarmada com a minha cara. –Não é Bella! Escute-me eu fiz muita besteira, mas você não faria algo tão imprudente como se casar por interesse! –Renée ficou falando, mas não dei atenção. Sai num rompante e subi no carro sem olhar para trás. ... Eu estava deprimida, nem me dei ao trabalho de almoçar. Fiquei trancada em meu quarto enquanto minhas especulações assombravam minha mente. Quem estava certo? Renée ou eu? Por que eu achava que minhas especulações estavam certas? Se era isso que tipo de monstro eu era? O tipo de monstro que se casa por interesse?

Eu teria sido capaz de tal atrocidade com Edward? As batidas na porta soaram ao longe. –Bella? Sou eu, Edward. A porta está trancada. Poderia abrir? –Edward pediu, mas eu permaneci no lugar, sentada na cama. Só de pensar em minhas especulações eu sentia nojo de mim. Eu não queria vê-lo. Enterrei minha cabeça no travesseiro querendo desaparecer. Edward insistiu em entrar no quarto por alguns minutos, mas acabou desistindo. Eu agradeci por isso. ... Secava meus cabelos com o uma toalha. Já devia ser meia noite ou mais e lá estava eu em meu quarto, meu refugio, sem conseguir adormecer. Além da dor de imaginar o tipo desprezível de pessoa que fui outra coisa doía: eu estava magoando Edward enquanto o evitava. Eu sabia disso, mas não conseguia evitar. Como eu iria olhar para ele com aquelas especulações em minha mente? Um pouco afastado de mim, mas visível, estava matérias impressas sobre meu pai e sua empresa. Através daquelas matérias eu pude conhecer o homem que era meu pai, um homem fantástico. Mesmo lendo coisa agradáveis minha mente ainda vagava para minhas especulações. O silencio de minha mãe quando perguntei a ela se eu havia me casado com Edward por interesse foi uma confirmação de tudo. Se fosse assim o que eu faria? Como iria encarar Edward caso isso fosse verdade? Meus olhos agora estavam marejados. Mais do que temer minhas lembranças, eu temia que Edward descobrisse o que me levou a casar com ele e quisesse se afastar de mim. Eu estava dependente dele, eu precisava de Edward. Ignorando o corpo e cabeça doloridos assim como a febre que não havia cessado, eu me arrastei para a porta e, após sair de meu quarto, segui pelo corredor que me levaria até onde Edward deveria estar. Quando abri a porta pensei que o encontraria dormindo. Para a minha surpresa Edward estava acordado, sentado em sua cama com um notebook no colo. Ele trajava pijama de seda preta. Ficou espantado ao me ver na porta, isso deu para ver em sua cara. –Bella? –Ele perguntou colocando o notebook ligado em cima da mesinha ao lado de sua cama. –O que houve? –Pelo seu tom de voz notei que Edward estava alarmado. Não era para menos, passei a tarde trancada em meu quarto, isso após sair de carro. Ao vê-lo a tristeza que comprimia meu peito aumentou. Eu corri e me joguei em seus braços, enterrei meu rosto em seu ombro não querendo encará-lo. Edward correspondeu ao meu abraço após um tempo, devia estar desnorteado. Ajeitou-me em seus braços fazendo com que meu corpo ficasse praticamente em cima do seu. –Bella... –Murmurou meu nome, suas mãos mantinham-me em seus braços,

afagavam minhas costas. Edward comprimiu seu rosto em meu cabelo. –Você está tão febril! Tem que ir ao hospital. –Não quero. Me deixa ficar aqui, dormir com você. –Implorei numa voz sôfrega. Talvez Edward não tenha percebido isso, pois minha voz fora abafada pelo seu ombro. Edward ficou calado por alguns instantes. Por fim ajeitou-se na cama, deitando-se completamente e me colocou em seus braços o mais próxima possível do seu corpo. –Sua mãe ligou para mim, por isso voltei cedo para casa. Ela disse que vocês duas brigaram, mas não disse o motivo da briga. Quer conversar sobre isso meu bem? –Edward perguntou, uma mão acariciava minhas costas e a outra afagava meus cabelos. Abri meus olhos e fitei um canto qualquer do quarto sem querer olhá-lo. Meu silencio deve ter dado a dica de que eu não queria conversar. Experimentei olhá-lo e aquela dor em meu peito voltou de forma nauseante. Como eu pude? Como eu pude fazer algo tão tenebroso com Edward? O que eu tinha anteriormente no lugar do coração? Uma pedra? Senti meus olhos marejados novamente. Edward pareceu agoniado. A mão que antes afagava meu cabelo passou para meus olhos enxugando minhas lágrimas. –Bella, converse comigo, por favor. Diga o que a entristece. Sua mãe não quis me dizer, mas você pode. O que houve? O que conversaram? –Ele perguntava frenético enquanto eu estava quietinha nos seus braços tentando respirar pausadamente. Sacudi a cabeça em negativa, nunca eu diria algo sobre minhas especulações. Edward suspirou frustrado pela minha negativa. –Como posso ajudá-la se você não quer se abrir comigo? Bella, você deve ter mais confiança em mim. No entanto eu não vou pressioná-la. Conte-me quando estiver preparada, esta bem? –Eu assenti e Edward pareceu satisfeito com isso. Beijou-me na testa, na ponta de meu nariz e em meus lábios. –Eu estou aqui. Independente do que houve com sua mãe, saiba que sempre estarei ao seu lado. –Disse e seus olhos cor ocre estavam abrasadores fitando os meus. –Promete? –Murmurei. Prometo. –Inclinou-se e beijou-me nos lábios sem aprofundar o beijo. Aconcheguei-me melhor em seu corpo procurando pelo seu calor. Coloquei minha cabeça na curvatura do seu pescoço. Enquanto seus braços fechavam-se mais e mais em mim. Edward cantarolava uma música que eu conhecia, era a música “crazy” de Júlio Iglesias, nossa música de acordo com Edward. Eu fui relaxando, a respiração e batimentos cardíacos foram ficando mais e mais espaçados, minhas pálpebras pesadas. Mesmo quase que completamente entregue a inconsciência eu ainda podia

ouvir a voz de Edward próxima a mim, seus braços envolvendo-me, acariciando-me nas costas, e seus lábios roçando nos meus lábios. Eu não o merecia se realmente me casei com ele para salvar minha condição financeira, mas parando para pensar eu era uma nova pessoa. Enquanto eu não me lembrasse de nada eu poderia, quem sabe, merecê-lo um pouco que fosse. Esse pensamento me bastava para adormecer tranqüila sabendo que pela manhã Edward ainda estaria comigo, ainda estaria me amando.

Notas finais do capítulo Gente obrigada pelos reviews. Como prometi se tivessem 10 reviews eu postava o/ Leiam minha one-shot chamada Quando um estranho me olha e deixem reviews. Se tiver uns 10 reviews lá eu posto mais um cap aqui ainda hoje. beijos

(Cap. 13) Capítulo 12 Estava tendo um pesadelo. Em meu pesadelo... Eu estava em um local escuro, frio... Ainda si eu podia ver cada parte de mim, como se meu corpo emitisse luz própria. A minha frente à figura de Edward, lindo e glorioso. Ele estava afastado alguns metros. Olhava-me e não consegui interpretar a expressão de sua face. Subitamente virou-se e começou a caminhar para longe de mim. “Edward? EDWARD! NÃO! NÃO VAI! NÃO ME DEIXE! VOCÊ PROMETEU QUE FICARIA! EDWARD!” –Eu tentei correr, mas minhas pernas estavam lentas, como se estivesse pisando em lama. Eu despertei e a luz da manhã que se infiltrava pelas persianas de vidro me cegou temporariamente. Colocou a mão sobre os olhos tentando me situar onde estava. A cama era tão confortável, quente e com um cheiro inebriante. E enquanto minha visão ficar clara, eu me situava onde estava: o quarto de Edward. –Bom dia amor. –Eu o vi diante de um grande espelho ajeitando sua gravata cor vinho. Vestiu por último seu paletó preto por cima da camisa cor vinho, mesma cor de sua gravata. Assim que terminou de se vestir Edward caminhou até mim,

sentou-se a minha frente e beijou-me nos lábios. –Sua febre cedeu. Ainda sim você irá ao médico fazer os exames para ver como está sua saúde. –Tudo bem. –E eu vou acompanhá-la. –Edward, eu não quero prejudicá-lo na empresa. Eu vou ficar bem. Posso ir com um motorista. –Eu já atrasei alguns compromissos. Não tenho nada para fazer esta manhã. E eu quero acompanhar a minha espo... –Edward se interrompeu. Corrigiu-se rápido. –Minha namorada. –Sorriu. Eu sabia que, por mais que o namoro fosse o suficiente para mim, não era para Edward. –Tudo bem então. –Sorri. ... –O resultado dos exames sairá rapidamente e poderemos analisar sua situação. Por hora sua saúde, aparentemente, parece boa. Ainda si devemos fazer toda e qualquer investigação. –O médico falou. Eu estava sentada em frente a ele, em uma poltrona com Edward ao meu lado segurando minha mão. –E quanto a perda de memória doutor? –Edward perguntou. O assunto de minha falta de memória sempre o deixava tenso. Nunca tive coragem de perguntar o porquê. –Faremos sessões de treino psicológico para que a senhora Cullen possa recuperar mais rapidamente a memória. Começaremos a partir de amanha. –O medico me olhou e sorriu como se sua sugestão fosse uma noticia boa, mas não era. Não depois do que descobri com minha mãe. –Doutor, eu acho que prefiro me lembrar por mim mesma sem a necessidade de algum tipo de exercício. –Eu disse e senti Edward ficar rígido ao meu lado. O medico me olhou pasmo. –Mas senhora Cullen... –Eu quero desse jeito doutor. Não tenho pressa para recuperar minha memória. Gostaria que meu desejo fosse acatado. –Bem... Se desejar não ter essa ajuda nós iremos acatar embora eu não concorde com isso. Venha depois de amanhã nesse mesmo horário para avaliarmos o

resultado de seus exames. –O medico levantou-se de sua poltrona contornando a grande mesa de mogno que nos separava. Cumprimentou a mim e a Edward com um forte aperto de mão. –Cuide-se senhora Cullen. –O medico disse. Eu sorri para o medico gentil e segui junto a Edward para o estacionamento do hospital. Edward ficou calado enquanto seguíamos para o estacionamento, mas não me preocupei com seu silencio. Não quando sua mão macia e fria segurava a minha, o polegar acariciando a costa de minhas mãos. Por fim ele falou. –Se importa se almoçarmos no refeitório da empresa? Terei uma reunião daqui a pouco e se eu levá-la para casa eu irei me atrasar. –Ah, claro que não me importo Edward. –Será uma reunião rápida. Almoçamos e após a reunião eu a levo para casa. Que tal? –Ótimo. Assim eu conheço a empresa. Não fui para lá desde o acidente. Edward seguiu para a empresa. Ao longe eu pude ver o prédio, era magnífico! Fiquei alheia a tudo enquanto olhava pela janela do carro a estrutura colossal. –Nossa, esse lugar é incrível! –Disse admirada. Edward olhava-me de esguelha, um meio sorriso nos lábios. –Eu mostro toda a estrutura se quiser. –Talvez depois. Acho que se você fosse fazer algo como isso levaria dias. – Falei brincalhona. A empresa era enorme de estrutura arquitetônica ultramoderna. Todos os funcionários foram super simpáticos conosco. Eu notei que quase todas as funcionárias lançavam olhares lascivos para Edward e fiquei surpresa por isso ter me incomodado tanto. Apertei a mão de Edward com força. Fomos diretamente para sua sala. –Então é aqui que você trabalha? –Disse olhando a sala imensa e bem decorada. Uma parede inteira de vidro ao fundo. Caminhei até a mesa de Edward e olhei atentamente para os porta-retratos que lá havia. Eram quatro: uma foto minha com Edward no dia do nosso casamento e as outras três eram minhas. Minhas fotos individuais pareciam antigas e eu sem duvida alguma parecia feliz. Era estranho ver aquelas fotos e fazer tal comparação. Será que Edward percebia o mesmo que eu? Percebia como eu parecia infeliz nas fotografias com ele? Senti uma mão enlaçarme pela cintura puxando-me por trás até encostar minhas costas no peito rijo de

Edward. –O que está olhando? –Murmurou em meu ouvido. Ignorei as fotografias e me concentrei em respirar pausadamente pela aproximação de Edward. Impossível. Edward virou-me e o atrito de nossos corpos tão próximos me deixou desnorteada. Por alguns instantes ele ficou comigo prensada em seu corpo, seus braços em minha cintura, seus olhos nos meus. Aproximou-se cauteloso e beijou-me calmamente. Correspondi ao seu beijo, coloquei minhas mãos em seu ombro e o puxei para mim. Eu me perdi no sabor de seus lábios, um sabor único, que tinha o poder de me manter alheia a tudo. Problemas, dores, tudo era esquecido enquanto os lábios de Edward moviam-se em sincronia com os meus e seus braços estreitavam mais e mais o espaço entre nós, como se quisesse nos fundir. Subitamente Edward desceu suas mãos e as colocou em minhas nádegas, ergueu-me colocando-me sentada em sua mesa de vidro. Minhas pernas abriram-se e Edward encaixou seu corpo entre elas. Eu estava tão desnorteada que nada fiz para impedi-lo, perdida demais em seus lábios suculentos. Suas mãos voltaram para minha cintura mantendo-me perto. Eu podia sentir sua excitação apesar da roupa que nos cobria. Aquilo me desnorteou. Eu o empurrei levemente. –Edward! –Eu o olhei, apavorada. Não pelo que Edward fez, ele não havia feito nada de errado, mas por que eu ainda não sabia lhe dar com isso, com a excitação, o sexo. Mesmo sabendo que eu não era mais virgem, eu pensava e agia como uma. Eu não sabia como era estar com um homem, eu havia me esquecido. Edward afastou-se. –Me desculpe. Não era minha intenção te desrespeitar. –Ele disse e olhava para o chão. –Você não me desrespeitou eu só... A porta se abre. –Senhor Cullen, sua reunião. –A secretaria anunciou. –A reunião! Esqueci que devíamos comer. –Tudo bem. Eu espero Edward. –Não Bella. Não sei a que horas acabará. Elisabeth. –Ele chamou. A secretaria apareceu. –Leve minha esposa até o refeitório, tudo bem? –Sim senhor Cullen. –A senhora disse. Sorriu para mim. –Acompanhe-me senhora Cullen. –Ele disse caminhando para fora. Eu olhei para Edward e sorri fracamente, o constrangimento ainda me tomava. Ele sorriu e parecia envergonhado. Fui até o refeitório.

... Comia em um espaço reservado do refeitório para Edward. A secretaria não me deixou sozinha, Edward deve ter pedido para que ela me fizesse companhia. Eu estava sem fome, lembranças do que ocorreu com Edward tomavam minha mente. Meu celular toca. Distraída como estava não vi quem poderia ser. Eu apenas atendi. –Alô? –Olá meu amor. James. Droga! –Vou desligar! –Disse. –Melhor não fazer isso Bella. Você disse que queria provas e eu tenho. Eu as achei. –Quer mesmo que acredite nisso James? Deixe-me em paz! –Eu vou mostrar as provas você querendo ou não. Venha para o meu apartamento agora ou eu passo mais tarde na sua casa quando Edward estiver lá. Congelei. Eu não queria que Edward soubesse que aquele cara estava me causando problemas. Edward já tinha preocupações demais. –Tudo bem. Cadê o endereço? –Mandei uma mensagem para o seu celular. Espero você benzinho. –Disse e desligou. Segundos depois recebo a mensagem. Fiquei encarando o flip do celular sem saber o que fazer, mas já estava cansada de James. Eu tinha certeza que era mentira e se eu fosse poderia desmascará-lo. Eu já estava cansada de fugir de meus problemas, meus fantasmas. Levantei. A secretaria olhou-me confusa vendo que mal toquei na comida. –Oi será que você poderia avisar ao Edward que fui visitar minha mãe? Eu preciso falar com urgência com ela. –Claro, senhora Cullen. Sem mais delongas eu sai e felizmente consegui rapidamente um taxi em frente à empresa. Durante o percurso uma chuva começou a cair, mas isso não iria me impedir. Dei o meu celular para o taxista ler o endereço. Ele o leu e devolveu meu celular. Fiquei nervosa a viagem inteira. Por precaução desliguei meu celular. Edward poderia me ligar e seria difícil mentir para ele. James morava em um duplex afastado da empresa, no centro da cidade. Peguei o motorista e fiquei uns

bons dez minutos em frente ao prédio, embaixo do toldo para não me molhar, discutindo comigo mesma se valia mesmo a pena conferir se o que James dizia era verdade. Por fim eu subi no prédio. Eu não tinha o que temer. Eu não iria deixar pessoas como James montar em cima de mim. Respirei fundo ao ficar em frente à porta do seu apartamento. James atendeu após algum tempo. Vê-lo provocou uma onda de nervosismo em mim, mas isso não me deixou mais covarde. Entrei e olhei a televisão que estava ligada, mas fora do ar. Fiquei de braços cruzados enquanto James fechava a porta. Olhei para ele com uma carranca. James usava uma camisa branca colada e uma calça jeans. –Cadê a porcaria da prova? –Falei áspera. Ele sorria apenas. –Calma! Eu não trouxe você até aqui só para provar que tivemos um caso! – James se aproximou. Tentou me tocar. Eu o empurrei. –NÃO ME TOCA! MOSTRE-ME A DROGA DA PROVA! –James ficou calado, sorrindo. –Eu sabia. Não tem nada. Não sei por que me dei ao trabalho de vir aqui. Não se meta mais na minha vida! –Passei por James e caminhei até a porta. Quando segurei a maçaneta um barulho soou na televisão. Eu reconheci a voz, era minha. Virei-me lentamente para a televisão e me vi no vídeo. Eu estava deitada em uma cama bebendo uma garrafa de cerveja, nua, e alguém filmava. Pela voz masculina era James. Eu congelei e olhei a filmagem. –Vai amor. Dá um sorrisinho para a câmera? –James pediu e eu, na tela, sorri maliciosa deixando o lençol que cobria meu corpo escorrer revelando meus seios. –Tá bom assim? –Eu perguntei. James ria. –Ótimo. Acho que vou mandar esse DVD pro seu marido. De nós dois transando. –James disse divertido. Eu ria ruidosamente sem pudor algum. Aquela Bella era desconhecida para mim. –Pode mandar. Quero estar presente quando aquele babaca olhar isso! –A Bella do vídeo falou deixando a garrafa de cerveja vazia em cima da mesa e deitando-se na cama, as mãos abaixo da cabeça. –Nossa amor como você é má! Casou-se só para a família Cullen salvar sua família financeiramente e ainda humilha o pobre coitado? Nem eu sou tão diabólico! –James disse rindo ruidosamente. A Bella do vídeo abriu os olhos que havia fechado e o encarou séria. –Eu não to nem ai! Problema é dele!

Ao final do vídeo eu estava chorando. James desligou o DVD e sorria satisfeito. Eu ainda olhava a tela sentindo o mundo a minha volta desmoronar. –Duvida de mim agora? Esse foi o único DVD que achei. E então? Vai ficar aí parada ou vai aproveitar? –James caminhou até mim, certamente tentaria me agarrar. E então eu surtei. Corri até o DVD, o arranquei sem dó e diante dos olhos abismados de James e lancei o aparelho de DVD pela janela. Acredito que com a altura em que estávamos nada iria sobrar. Aos prantos eu corri e fugi de James, do vídeo, da Bella sem vergonha que vi no vídeo. Não, dela eu não conseguia fugir, não mesmo. A imagem me perseguia, me atormentava. Uma Bella dissimulada, uma vadia interesseira! Eu preferiria qualquer coisa, a morte, do que saber que eu era uma pessoa tão horrível assim. Eu corri desembestava e quase fui atropelada ao cruzar a rua. Felizmente era um taxista. Eu me enfiei no taxi jogando o dinheiro para ele. –Me leva pra casa. –Murmurei e lhe disse meu endereço. O taxista me olhou e deve ter se assustado com a minha cara. Eu continuei a chorar, soluçar, me desesperar sem ligar para o espectador atrás do volante. Eu estava perdida, mesmo sem me lembrar do meu passado, eu sabia quem eu era, a pessoa horrível que era. O pior não era saber a pessoa horrível que era, mas saber o que fiz a Edward. –Hein moça, chegamos. –O taxista disse. Eu estava em frente à mansão. –Moço, poderia ficar aqui? Eu vou apenas pegar umas coisas. –Falei com a voz tremula. Eu estava em pedaços. O homem pareceu deliberar, mas deu de ombros. Sai do taxi sentindo a chuva chocar-se contra minha roupa ensopando-a, mas eu não ligava. Todos que me viram cruzar o jardim correndo devem ter pensado que eu estava louca. Eu estava de certa forma. Eu sabia o que faria, não hesitaria. Eu iria ir embora, eu não tinha mais o direito de ficar com Edward. Eu me sentia suja e ficar próxima a ele iria contaminá-lo. Quando Joel abriu a porta eu estava seguindo para meu quarto. Eu não tinha muito tempo. Edward já deveria ter percebido minha farsa e devia estar procurando por mim. Rezei para que Edward não aparecesse. Eu não queria dizer adeus, dizer o porquê disso. Não conseguia parar de chorar, não poderia. Nem mesmo se cavasse um buraco em meu peito a dor física iria sobrepujar a dor psicológica que eu estava sentindo. Peguei uma mala no closet e retirei peças de roupa íntima, roupas comuns, produtos de higiene pessoal... Tudo que estava ao alcance de minhas mãos. Enfiei na mala, eu não poderia pegar todas as minhas coisas, só precisava de algo para aquela noite. Após arrumar uma mala e uma valise, desci apressadamente as escadas. Joel me olhou alarmado.

–Senhora Cullen, o que está havendo? Para onde vai? –Joel quando Edward aparecer aqui diga que eu saí e que não precisa se preocupar. –Eu disse seguindo para a porta. –Senhora Cullen o senhor Cullen ligou perguntando se estava aqui. Eu disse que sim. Ele está a caminho. –Ignorei as palavras de Edward rezando para que ele não chegasse tão rápido. Sai na chuva carregando a pesada mala e a valise. A chuva estava tão intensa que não consegui enxergar com muita clareza, baixei a cabeça e caminhei apressada. Ouvi um barulho ao meu lado, suspirei. Eu não tinha sido rápida como eu queria. –Bella, o que está fazendo? –A voz soou ao meu lado. Edward estava dentro do seu Volvo e sua janela estava aberta. Eu continuei a caminhar. Eu não conseguia encará-lo. A vontade de chorar veio de forma fulminante e senti a garganta se fechar. Não, eu não poderia encará-lo! –BELLA! –Ele gritou pegando-me pelo braço e me puxando para encará-lo. Ele viu o meu rosto desfigurado pelo choro exacerbado. –O que houve? –Perguntou atordoado. Eu o empurrei. –Estou indo embora. –Disse e voltei a caminhar. Edward arrancou a valise de minhas mãos jogando-a longe. –EDWARD, ME DEIXE IR! –Exigi aos prantos. –Não. Você não vai sair daqui enquanto não me der explicações. –Exigiu com a voz potente. A chuva ao nosso redor nos ensopava, mas estávamos concentrados demais naquela bolha de tensão para nos importarmos. –Diga Bella, o que aconteceu? Onde esteve? –Me deixe em paz Edward. Eu preciso ir. –Fiz menção de me mover, mas Edward agarrou minha mala jogando-a longe. Eu experimentei olhá-lo, ele estava furioso, mas eu sabia que não estava furioso comigo, ainda não. –Não vai sair daqui. Estou cansado de ser um mero espectador da sua vida. Se você não deseja partilhar seus problemas comigo, eu irei forçá-la a tal! –O aperto de sua mão em meu pulso era insuportável. Eu vi a resolução em seus olhos e soube que ele não me deixaria ir. Eu temia dizer a verdade a ele, temia ver o ódio em seus olhos direcionado a mim. Por que eu o amava. Eu o amava muito! Isso só fez com que meu choro aumentasse. Isso pareceu atenuar a raiva de Edward. Sua expressão facial se suavizou. –Bella, o que está acontecendo? Me fala! Por que você não conversa comigo? –Sua voz estava trêmula como se estivesse a ponto de chorar. Era um crime magoar alguém como Edward, mas eu precisava fazê-lo se quisesse que ele encontrasse a

felicidade no futuro. Eu precisava libertá-lo de mim. –Eu me casei com você por interesse Edward. Além disso, antes do acidente, eu o traí com um cara chamado James. É por isso que eu preciso ir. Eu não posso seguir ao seu lado agora que descobri a pessoa horrenda que fui. –Não sei como consegui falar, mas após despejar a verdade e ver o rosto chocado de Edward, me senti sucumbir. “Uma última dor. É só o que posso prometer a você.” –Pensei enquanto me livrava da mão de Edward. Corri para o portão sem me importar com minhas malas. Acreditei que após o que disse Edward me deixaria passar. Eu já deveria supor pelo modo como ele se comportava que não iria ser assim. Uma mão me puxou para trás antes que eu passasse pelo grande portão. Eu me virei e fui agarrada por um abraço. Era Edward me abraçando fortemente, me prendendo em seus braços. Fiquei imóvel. A única coisa a se mexer eram as lágrimas que corriam pelo meu rosto molhado pela tempestade e perdiam-se em minhas roupas. Por alguns instantes só o barulho que se ouvia era o da chuva caindo e de alguns trovões ao longe. Eu sabia que seria que me desvencilhar dos braços de Edward, mas não me senti forte para tal. Eu me permiti aquele abraço quem sabe uma última vez. –Eu sempre soube. –Edward sussurrou. Eu estaquei. –Eu sempre soube que você havia se casado comigo para salvar a situação financeira de sua família. Eu sempre soube que era traído. Sabe por que eu não fiz nada, por que ignorei tudo? Por que eu só queria tê-la por perto, por que eu te amo! Droga Bella eu te amo! Isso não basta? Não é o suficiente para você ficar? Eu aceito você do jeito que você é! Após seu desabafo ao pé do meu ouvido eu desmoronei. Pior do que saber da verdade era ouvir aquelas palavras de Edward. Eu não o merecia, agora eu sabia disso. Eu fiquei imóvel em seus braços e então meu corpo despencou. Edward não me permitiu cair, mas também não me manteve em pé. Com muito cuidado ele acompanhou minha quebra, seus braços ainda me envolvendo fortemente pela cintura, e ficamos de joelhos. Eu olhei para o céu, para as nuvens cinzas e para as gotas de chuva que caiam nos banhando. E então eu enterrei minha cabeça na curvatura do pescoço de Edward. Os meus soluços pararam, mas eu ainda chorava. Fechei fortemente os olhos e envolvi Edward com meus braços, passando pelo seu pescoço. Eu sussurrei as palavras que iriam me libertar, nos libertar sabendo que dizendo essas palavras não teria mais volta. –Edward... Eu te amo. Bem como eu imaginei todo o peso em meu peito desapareceu. Notas finais do capítulo

Se tiver pelo menos 15 reviews aqui eu posto mais (e mais 5 reviews em Quando um estranho me olha). Vamos lá gente, ajudem o/ Próximo cap com lemon *o*/

(Cap. 14) Capítulo 13 Os minutos se passavam, mas pela primeira vez eu não dei importância à passagem do tempo. O tempo era apenas algo que consegue ser inconveniente quando quer. A chuva acima de nós ignorada, ainda que sentíssemos o frio por nossas roupas ensopadas. Frio? Não, eu não estava sentindo frio, não enquanto estava sendo fortemente abraçada por Edward. Eu podia ouvir com clareza nossos corações batendo acelerados, em sincronia. Nunca estivemos em tamanha sincronia agora. Embora meus olhos ainda despejassem lágrimas, meu choro foi se aquietando e pude respirar normalmente. Acredito que era isso o que Edward estava esperando, ele esperava que minha agitação se esvaísse. Quando por fim eu estava calma, meus braços pendiam na lateral do meu corpo, Edward reagiu. Ergueu-me do chão. Eu fiquei quietinha em seus braços, meu rosto na curvatura do seu pescoço, enquanto Edward me levava para casa. Nenhum de nós disse algo enquanto seguíamos para o quarto de Edward. Eu sabia exatamente o que iria acontecer agora entre nós, mas não tive medo. Aliás, eu não consegui encontrar o medo em lugar nenhum. Não sei bem como Edward conseguiu entrar em seu quarto, não olhei. Assim que passamos pela porta e Edward desceu-me, ainda me mantendo presa em seus braços, ele exteriorizou o que queria o que eu também queria. Senti sua respiração quente próxima ao meu ouvido e sua voz rouca sussurrar: –Quero fazer amor com minha esposa agora. –Disse e um arrepio perpassou todo o meu corpo. Seus braços em minha cintura apertavam-me ainda mais contra o corpo de músculos rijos, o corpo de Edward. Eu assenti timidamente e fechei os olhos, entregue ao prazer ao sentir seus lábios roçando meu pescoço em beijos curtos, molhados. Edward caminhou para a cama juntamente comigo, caímos em cima da mesma. Beijamos-nos calmamente enquanto nos arrastávamos para o meio do colchão. De joelhos em frente ao outro, nossos lábios colados num beijo intenso, Edward começou a retirar lentamente minhas peças de roupa encharcadas. Enquanto

retirava as peças, fixou seus olhos cor de ocre em mim como que esperando por um protesto da minha parte. Eu nada disse, apenas o fitei ajudando-o a tirar alguma peça de roupa quando necessário. Edward deixou-me completamente nua e senti a vergonha me tomar, mas isso não me impediu de continuar. Meu coração batia frenético enquanto estendi as mãos e comecei a ajudá-lo a retirar suas roupas. Edward, assim como eu havia feito, apenas olhava-me despi-lo. As roupas foram jogadas no chão sem o menor cuidado. Era estranho, constrangedor, estarmos nus diante do outro, mas também a melhor experiência de minha vida. Não nos tocamos de imediato quando nos livramos de nossas roupas. Ficamos de joelhos na cama, um de frente para o outro, nos olhando. Não trocávamos palavras, mas eu sabia exatamente o que Edward queria dizer com o seu olhar, estávamos mais conectados do que em qualquer outro momento de nossas vidas. Edward ergueu sua mão e tocou meu rosto afagando-o. Fechei meus olhos e inclinei meu rosto para a sua mão aceitando de bom grado aquele contato. Enlaçou-me pela cintura puxando-me para seus braços. Agradeci ao abraço, a chuça caia furiosa lá fora e o frio parecia perpassar as paredes; eu precisava de calor. As mãos de Edward acariciavam minhas costas de forma despreocupada e experimentei fazer o mesmo com ele, sentindo a musculatura de suas costas, seu corpo era um deleite para mim. Eu podia sentir sua respiração acelerada, os batimentos furiosos de seu coração, mas ainda sim Edward não agia com pressa. Não sei por quando tempo ficamos apenas assim, abraçados nos tocando, os olhos fechados para melhor apreciar o momento, eu não me importaria de ficar para sempre daquele jeito sentindo a macies, o perfume e a temperatura da pele de Edward. Edward, como previ, agiu. Inclinou sua cabeça e beijou-me tão calmo, tão zeloso, tão cheio de amor que me senti derreter. Pouco a pouco seu corpo se inclinou fazendo-me deitar na cama com seu corpo cobrindo o meu sem, porem, sentir seu peso. Continuou a me beijar. Minhas mãos foram para sua nuca massageando-a, puxando seu rosto para mim. Quando senti que Edward abria minhas pernas com as suas, eu estaquei. Não, eu não iria impedi-lo, eu queria senti-lo dentro de mim, eu precisava senti-lo completamente, mas eu precisava avisá-lo de minha atual condição. Eu o empurrei levemente, só consegui afastá-lo por alguns centímetros. –Edward... Eu... Eu sou... Bom eu... Eu sou meio que virgem. –Senti o rubor me tomar. Queria ser uma ema naquele momento e enterrar minha cabeça no chão. Pensei que Edward riria de mim, mas ele não riu, pelo menos não em tom de zombaria. Colocou sua mão em minha bochecha e afagou com meiguice meu rosto. –Eu sei. Não se preocupe. No passado você foi a minha professora, ensinoume tudo sobre o prazer, o amor... Eu irei ensiná-la agora. –Dizendo isso mordiscou minha orelha e passou a me beijar no pescoço, na clavícula, no ombro. Beijos curtos,

porém intensos. Fechei os olhos e respirei aos arquejos enquanto sentia o caminho ousado dos lábios e mãos de Edward sempre descendo. Seus lábios se demoraram em meus seios, massageando-os com suas mãos. –Edward! Ah! –Arfei. –Shhh. Vou lhe dar prazer. –Edward murmurou e voltou o seu passeio com os lábios. Nenhuma parte foi esquecida. Meu corpo ficou tenso à medida que os lábios de Edward se aproximavam de minha feminilidade. Segurei fortemente os lençóis ao sentir sua respiração em minha virilha antecipando o que viria. Não errei. Edward beijou-me em minha feminilidade numa caricia ousada, como se estivesse me beijando. Meu arfar fora mesclado com gemidos e com a pronúncia débil do nome de Edward. Quando estava prestes a alcançar o ápice, Edward afastou-se continuando seu percurso com os lábios até meus pés. Quando ele cessou com os beijos eu abri meus olhos. Edward sorria um sorriso lindo, glorioso. Ele olhava para meu rosto, para meu corpo. –Que foi? –Perguntei com a respiração falha. –Não tenho pressa. Quero apreciar demoradamente você. Compensar o tempo perdido. –Encostou seu queixo em meu joelho. Eu agi por impulso. Eu não queria esperar. Sentei-me e me lancei em seus braços beijando-o fervorosamente. Minhas mãos passearam em seu peito, seu abdômen. Edward gemeu alto quando toquei seu membro e jogou-me na cama, não com força, claro. Seu corpo cobriu o meu, seus braços me apertaram fortemente contra seu corpo. O atrito de nossos corpos nus provocou algo estranho em mim. Uma mão eu segurei fortemente seu cabelo puxando-o. Edward deixou meus lábios e, enquanto recuperava o fôlego, deu leves mordidinhas em meu pescoço. Sua mão passeou pelo meu abdômen até chegar a minha feminilidade. Era uma loucura! Sentir sua língua explorando o interior de minha boca e seus dedos explorando minha feminilidade era algo sem precedentes. E quando eu estava no ápice da excitação Edward parava antes que chegasse lá, querendo prolongar o momento, querendo me torturar. –Edward... Eu quero você dentro de mim. –Sussurrei em seu ouvido e isso pareceu desperta-lo. Edward colocou-se entre minhas pernas e me penetrou lentamente. Não senti dor, biologicamente eu não era mais virgem. E a vergonha, o pudor foi se dissipando à medida que Edward investia em mim. Edward entrelaçou minhas mãos nas suas colocando-as acima de minha cabeça, seus lábios impediam-me de gemer alto. Fiquei a mercê de Edward enquanto o mesmo, mostrando imensa criatividade, guiava-me para um mundo de sonhos utilizando nossos corpos nas mais diversas posições. Nossos corpos se entrelaçavam de modo complexo com o intuito

de nos proporcionar prazer. Estranhamente Edward sabia o que fazer com meu corpo provocando mais e mais prazer. Eu fiquei perdida naquele frenesi sem saber a quanto tempo estávamos no quarto, quantas vezes nós alcançamos o gozo juntos, quantas posições diferentes Edward me mostrou como um professor tentando passar todo o tipo de conhecimento a uma aluna e torná-la habilidosa. Ou talvez eu estivesse enganada e Edward não quisesse me ensinar, queria na verdade me proporcionar prazer, estar mais próximo de mim. Eu puxei seu cabelo, o arranhei, mordi seu lábio e Edward não protestou. Edward me fez mulher naquele dia e eu sabia e sentia que não haveria ninguém além dele em minha vida. Pensar naquele homem tão bom que me dava uma segunda chance era algo tão intenso que me peguei chorando enquanto nos entregávamos à exaustão após o sexo. A primeira vez em que dormi era dez e vinte e três da noite, dormi nos braços de Edward que parecia igualmente cansado. Após dormir por algumas horas, despertei durante a madrugada sentindo um corpo cobrir o meu, seus lábios em meu corpo. Era Edward. Todo o cansaço se dissipou e voltei a me tornar a amante para resistir aos anseios de Edward. Puxei seu rosto para mim beijando-o enquanto sentia o ardor da excitação me tomar. Edward se uniu a mim sem muito cuidado como da primeira vez e eu o abracei guiando meu corpo contra o dele, fazendo o prazer aumentar. Ouvir os gemidos de Edward mesclados com meu nome foi maravilhoso. Quando chegamos juntos ao orgasmo os olhos de Edward estavam fixos nos meus. Edward deitou sobre meu corpo, sua cabeça no vão de meus seios. Não sei que horas eram. Devia estar próximo do amanhecer. Eu havia cochilado um pouco com Edward em meus braços. Despertei sentindo as mãos de Edward tatearem meu corpo. Ele estava deitado de lado, sua mão acariciava meu corpo de forma despreocupada. Sorria para mim. –Está cansada? –Perguntou. Ergui minha mão e toquei sua face. –Se eu disser que não... O que vai fazer? –Sorri matreira. Eu sabia o que ele iria dizer, ou melhor, fazer. Edward inclinou-se e tomou meus lábios afoito. Seu corpo, meu corpo, preparados para o prazer. Ainda sim Edward fez questão de me estimular com seus lábios suas mãos até que eu estivesse pronta para recebê-lo. Não havia duvidas de que ele estava fazendo de tudo para que eu encontrasse o prazer sem se preocupar em encontrá-lo. Eu teria que compensá-lo por isso. Após uma hora, deitada no peito de Edward, ele me deixou dormir. ...

Beijos eram depositados em minhas costas nuas. Abri meus olhos e os fechei devido à claridade da manhã. Eu estava deitada de bruços na cama. Sorri. Virei-me e encontrei os olhos calorosos de meu marido fitando-me. –Eu poderia acordar desse jeito maravilhoso para sempre, sabia? –Disse erguendo minha mão e tocando a bochecha de Edward. Ele fechou os olhos ante o contato, pegou minha mão beijando-a na palma. –Isso pode ser providenciado se desejar. –Bom dia amor. –Murmurei e me ergui minimamente encostando meus lábios aos dele. –Bom dia? Acho que seria mais adequado um “boa tarde”. –Boa tarde? Que horas são? –Edward olhou para um ponto de sua mesa de cabeceira. Eu acompanhei eu olhar e vi o relógio. Era meio dia e quarenta e oito. –MINHA NOSSA! Como pude dormir até tão tarde? Não é do meu feitio acordar nesse horário. –Bella, amor, depois de tudo o que fizemos seria mais do que justo você acordar nesse horário. –Não há problema para mim em acordar nesse horário Edward, mas e você? Não deveria estar na empresa. –Deveria, mas decidi tirar um dia de folga. Liguei para o vice-presidente, ele vai assumir meus compromissos. É competente o suficiente para tal. Queria aproveitar o dia com você, ser o primeiro que você veria ao despertar, essas coisas. –Edward deu um meio sorriso lindo deslumbrando-me. Eu ri. –Na verdade a primeira coisa que vi foi àquela mancha no seu carpete. – Disse brincalhona apontando para o lado direito do quarto. Edward riu. Inclinou-se e voltou a me beijar, o envolvi com meus braços. Subitamente meu estomago roncou. Natural. Eu estava sem comer desde a manhã do dia anterior. –Parece que você está faminta. Vamos, Joel preparou um maravilhoso café antes de sair. –Edward levantou-se da cama e só então notei que estava vestido e banhado. Ele devia ter acordado cedo. –Joel saiu? –Levantei com a ajuda de Edward e vesti o hobby que o mesmo oferecia para mim, o meu hobby. Edward não tirou os olhos de mim. –Sim, ele e os demais empregados. Liberei todos eles esta manhã para que se divertissem por ai. –Edward tinha um sorriso matreiro no rosto. Eu sorri, mas

estava confusa. –Posso saber por que fez isso, senhor Cullen? –Disse caminhando até ele e abraçando-o. –Por que quero aproveitar o dia inteirinho com minha amada esposinha sem ninguém para observar. –Inclinou-se ainda mais e beijou-me no pescoço. Eu arfei ante o contato e meu corpo automaticamente ardeu em chamas desejando ser possuída novamente por aquele homem. Edward afastou-se e pegou minha mão. –Vamos comer agora. –Disse e saímos de seu quarto seguindo não para a sala de jantar, mas para a área externa da piscina. Joel havia preparado uma mesa magnífica cheia de guloseimas. Sentei em uma das cadeiras e fui logo me servindo. Edward sentou-se ao meu lado, olhava-me, uma mão brincava com as mechas do meu cabelo embaraçado. –Não vai comer? –Perguntei servindo-me de suco. –Já comi. Quer que eu coma mais uma vez só para fazer companhia para você? –Disse brincalhão. –Poxa que pena que já comeu. Queria dar comida na sua boca como os casais incrivelmente românticos fazem. –Disse e Edward estacou. Eu estranhei sua reação, ele parecia muito tenso. –Edward, o que foi? –Perguntei ignorando meu café e tocando-o no rosto. –Não é nada. Bobagem minha. –Disse e tentou sorrir. Ele não me enganava. –Edward, eu quero saber o que se passa na sua cabeça, o que o preocupa. Acho que agora, depois de tudo o que aconteceu, não deveria haver segredos entre nós. Fale-me. –Edward suspirou. Inclinou seu rosto para minha mão. Tinha um semblante triste. –Você costumava dizer essa frase antes do acidente. –E quando ele disse isso eu soube. De alguma forma a minha memória estava voltando de forma gradativa. Antes eu não me importaria, ficaria até feliz, mas depois de saber a pessoa horrível que fui eu temia me lembrar. Eu também entendia o medo de Edward. Edward fora rejeitado por mim, humilhado. Ele temia que eu voltasse a fazer isso. Afastei-me dele e olhei para minhas mãos, apavorada. –Bella, o que houve? –Ele me abraçou. –Acha que se eu lembrar eu voltarei a ser aquela Bella de antes? –Perguntei com a voz embargada. Edward afagou minhas costas.

–Eu não sei meu amor, mas eu não acho que isso seja algo que deva se preocupar. Acalme-se. –Eu não quero Edward. Eu não quero voltar a ser aquela pessoa. Eu preferiria tudo, até mesmo a morte, a fazer o que fiz com você no passado. –Cobri meu rosto com as mãos e comecei a chorar. Edward abraçou-me apertado e sussurrou em meu ouvido: –Bella, não fique assim. Você não precisa se preocupar com isso. E não fale em morte, isso dói em mim. Eu não me preocupe, juro! Desde que você estava aqui comigo e com saúde eu não me importo! –Mas eu me importo Edward! Eu nem sei como você conseguiu me perdoar. Ter o seu desprezo era o mínimo para poder compensar a dor que eu fiz você sentir. –Edward retirou minhas mãos de meu rosto e fixou meu rosto entre suas mãos para que eu pudesse olhá-lo. Ele parecia perdido em pensamentos, seus lábios abriram-se como se fosse falar algo, mas desistiu. Com um suspiro inclinou-se e beijou-me. –Desculpe-me por falar bobagens. Vamos, termine de comer. Nós vamos sair. –Sair? Para onde? –Perguntei tentando me acalmar. Edward sorriu. –Vamos dar uma volta por ai. Enquanto via Edward sorrir eu me esquecia e todo sofrimento que deveria sentir. Ele era meu Sol aquecendo-me e me impedindo de permanecer na escuridão. ... –Sério que estamos indo para o cinema? –Perguntei enquanto via mais a frente, no final da avenida, o cinema. –Sim. Hoje vamos fazer de tudo um pouco. Cinema, compras, parque de diversões. Esse tipo de coisa. –Edward dizia enquanto dirigia. Embora tivesse apenas um meio sorriso nos lábios. Eu sabia que ele reprimia a intensidade de sua felicidade bem como eu fazia. Estiquei minha mão no acento num convite para que Edward segurasse minha mão, o que ele prontamente fez. Apenas sentir os seus dedos nos meus era o suficiente para despertar uma reação em cadeia em mim. Lembranças da noite que tivemos assaltavam minha mente. A vergonha se misturava a ânsia de que aquilo tudo se repetisse. –Você está rubra! –Edward disse e ergueu nossas mãos para afagar minha bochecha. –Posso saber o que se passa em sua cabecinha linda?

–Hmmm... Nada não. –Murmurei um pouco sem graça. O que Edward pensaria de mim se eu dissesse que estou me lembrando de nossa noite? Pensaria que sou uma pervertida! –Nada é? Você não me engana. Vamos, conte-me. Você me fez contar o que estava pensando durante o café, é sua vez agora. –Eu estava me lembrando de tudo o que fizemos... Ontem, à noite. –Nem ousei olhá-lo. Estava vermelha como um pimentão. –E é disso que tem vergonha? De admitir para mim que estava pensando na noite de ontem. Bella, amor, isso é normal. Eu por exemplo não paro um minuto sequer de lembrar. –Disse enquanto mantinha a expressão serena. Eu não conseguia me acostumar com a sua naturalidade em falar sobre o assunto, devia ser por que eu ainda estava com a mente pura. –Você realmente é virginal. Adoro essa nova faceta de você. É definitivamente a realização de um sonho para mim. Eu sempre quis ser o seu primeiro e agora tenho esse privilegio. –Hmmm... Edward. Será que podemos falar sobre isso em casa? Eu ainda não me acostumei. Edward riu. Beijou-me na bochecha e continuou a dirigir. –Melhor nos apressarmos se não perdemos o filme. Não que eu ligue para isso. –Piscou para mim. ... –Edward, quer mesmo assistir esse filme? –Perguntei enquanto eu o via se aproximar do balcão e comprar os ingressos de um filme sobre a vida de um cantor espanhol qualquer. Pela sinopse do filme eu o descreveria no mínimo como um tédio total. Edward sorriu enquanto pagava as entradas. –Acha mesmo que eu escolheria um filme que prendesse sua atenção? Nem pensar! Suas atenções deverão ficar voltadas apenas para mim. –Edward puxou-me pela mão para a sessão do cinema. Eu ri abertamente ao entender. O Edward que eu conhecia era sério, tristonho. Como se toda a sua juventude, juventude esta que um rapaz de vinte e um anos como ele deveria ter, tivesse se exaurido antes do tempo. Agora ele estava diferente. Estava tão alegre e tão otimista! E era eu a proporcionar essa mudança boa, isso me enchia de satisfação. Ao adentrarmos a sessão notei que não somente esta estava quase vazia como

a maioria de seu publico eram casais. –Nossa, por que só tem casais aqui? –Perguntei a ele enquanto seguíamos para os fundos da sala. –Você vai ver quando apagarem as luzes. –E notei o sorriso matreiro em seus lábios. Mas não importava o que Edward estivesse tramando, eu aceitaria de bom grado. Sentamos um ao lado do outro, Edward colocou seu braço em meu ombro puxando-me para mais perto. Assim que as luzes se apagaram vi os casais se aproximarem, ignorando completamente o filme. Eu não sabia exatamente o que aqueles casais estavam fazendo, mas tive a impressão de que não queria saber. Senti os lábios de Edward em meu cabelo e fiquei rígida. –Edward, eu sei que nós avançamos muito no nosso relacionamento, mas não acho eu esteja pronta para fazer amor em um local público. –Disse e ouvi a risada de Edward. –E quem disse que a trouxe para cá para isso? Não é por que estamos cercados de casais cheios de feromônios que precisamos agir como eles. –Eu olhei seu rosto com um sorriso cheio de segundas intenções. –É nós não precisamos fazer “aquilo”, mas também não precisamos ficar parados. –Edward captou rapidamente minha mensagem, puxou-me para seus braços e beijou-me. Naquele momento em que seus lábios estavam movendo-se junto com meus lábios e suas mãos seguravam-me contra seu corpo, eu me esqueci que estávamos em uma sessão de cinema. Foi mais fácil do que eu previa me deixar levar, deixar que Edward me guiasse, mas Edward não passou dos limites. Ainda sim foi bom. Eu me sentia normal, longe dos problemas da minha complicada vida, sendo apenas Bella, mulher de Edward. E parecia que o mesmo estava ocorrendo com Edward. Durante todo o filme curtimos apenas o outro. E parando para pensar nós tínhamos nos beijado naquele dia mais do que todo esse tempo desde que despertei do meu coma, talvez até desde que estávamos casados. Ficamos tão absortos que quando nos tocamos o filme já havia acabado. Sorrimos com aquilo. –Você se lembra do que era o filme? –Perguntei enquanto reprimia o riso. –Acho que era um documentário sobre pandas. –Edward disse divertido. –Não, não era um documentário! Acho que era um filme de artes marciais ou

coisa parecida. –Apesar de não termos visto o filme... Gostou da sessão? –Edward perguntou. –Gostei sim. Melhor do que assistir qualquer filme. –E minhas palavras fizeram sua mágica. Edward ficou radiante com o que eu disse. –E então o que faremos agora? –Perguntei. –Compras. –Edward disse apertando levemente minha mão. ... –E então? O que achou? –Edward perguntou enquanto saia do provador, estávamos na sessão masculina de uma boutique. Fingi avaliá-lo atentamente, Edward vestia uma camisa preta simples colada em seu dorso lindo, calça jeans preta e tênis. Um look bem casual, mas lindo de qualquer forma. Levantei da poltrona em que estava sentada e me aproximei. Envolvi o pescoço de Edward com meus braços e o beijei. –Está lindo. Parece o vampiro Damon, do seriado Vampire Diaries. –Disse. Edward inclinou-se me beijando na testa. –E desde quando você vê seriados hein? –Perguntou com bom humor. –Desde que zapeei a televisão e vi um cara bonito. –Adorei vê-lo fechar a cara. Ele ficava lindo com ciúmes. –Não quer comprar algo para você? –Perguntou fugindo do assunto de caras bonitos que encontrei na televisão. –Edward, eu tenho muita roupa em casa, algumas que ainda tem etiqueta. Não preciso de roupa. –Mas eu queria comprar algo para você. –Edward disse muxoxo. –Edward, amor, não precisa comprar nada. –Se eu comprar algo para você, você promete que irá usá-lo para mim? – Edward perguntou e havia algo em seu olhar, algo hipnotizante. –Tudo bem. –Disse. Vi Edward caminhar até a área intima para mulheres da boutique e olhar atentamente as peças de lingerie expostas. Estaquei ao entender o que Edward iria escolher e fiquei assustada ao ver a peça escolhida por ele: um conjunto rendado de calcinha e sutiã azuis. As peças além de serem rendadas - o que certamente as deixava transparente em alguns pontos - eram minúsculas. Eu

arfei. –Edward, você não acha que esse negócio está muito pequeno? –Murmurei ao chegar próximo a ele. Edward riu. –Bella, amor, eu já vi e toquei todas as partes do seu corpo. Para que ficar acanhada? E ele tinha razão. Era ridículo eu reagir assim. Eu bufei e fingi estar aborrecida, mas não o enganei. –Tudo bem. –Disse. Edward ficou radiante como uma criança tendo um desejo atendido. Era tão fácil agora fazê-lo feliz! Olhei envolta enquanto Edward voltava para o provador para vestir suas roupas. Localizei o espaço de peças intimas para homens. Sorri. Se Edward podia comprar algo para que eu usasse para ele, eu bem que poderia comprar algo e fazê-lo usar para mim. Aproximei-me do local e olhei atentamente as peças intimas. Avistei algumas cuecas Boxer lindas e lembrei-me de como era o corpo de Edward apenas para ter alguma idéia do que ficaria bem nele. Qualquer coisa ficaria bem, conclui e senti meu rosto pegar fogo enquanto eu pegava uma das peças. Enquanto procurava algo para que Edward pudesse usar, notei uma peça no mínimo curiosa. Reprimi fortemente a vontade de rir. Era uma cueca em forma de elefante. Não tive duvidas em pegas o modelo e comprá-lo antes que Edward saísse do provador. O coloquei em minha bolsa. Edward saiu do provador instantes mais tarde com as roupas que levaria para ele e a peça intima que escolheu para mim. Nem queria imaginar a cara que ele faria quando revelasse o que comprei a ele, certamente Edward faria uma cara cômica de desagrado. –Que foi? –Perguntou olhando atentamente meu rosto. Dei de ombros. –Nada. Estou com um pouco de fome, só isso. –Disse ainda tentando reprimir a vontade de rir. –Vamos diretamente para um restaurante comer. Deixe-me pagar as compras. –Ergueu nossas mãos entrelaçadas beijando a costa de minha mão. ... O restaurante era opulento, a comida saborosa. Já havíamos degustado da entrada e do prato principal, agora esperávamos a sobremesa. Edward sentou bem próximo de mim, brincava com meu cabelo. –Então agora que eu descobri meu pior lado... Não há nada para esconder de mim, certo? –Disse. Edward pareceu cauteloso agora.

–Por que diz isso? –É que queria saber tudo sobre você, ou melhor, sobre nós. Pode contar? Desde o inicio? –Pedi fazendo carinha de cachorro pidão. Edward parecia aborrecido com o tema que escolhi para conversarmos. Eu suspirei. –Vamos lá Edward eu já descobri a vadia interesseira que era. Pior do que isso não pode haver. –Edward colocou seu dedo indicador nos meus lábios. –Não fale isso. Não se diminua. –Pedi com premência na voz. –Não estou me diminuindo. Só estou dizendo a verdade. –Retirei seu dedo indicador dos meus lábios. –Se eu disser você pára com isso? –Tudo bem. Edward olhou para frente, parecia pensar no que diria. Edward subitamente sorriu. Virou-se para mim, passou seu braço em meu ombro puxando-me para mais perto. –Eu vi você pela primeira vez quando tinha cinco anos. Estávamos em uma festa promovida pela minha família. Você estava linda, como uma princesinha, num vestidinho azul anil. Quando coloquei os olhos em você eu não consegui enxergar mais ninguém. O garçom apareceu com nossos pedidos, mas isso não nos interrompeu. Não interrompeu nossa bolha de felicidade. –Ficamos amigos, do tipo que brinca junto enquanto os adultos discutiam economia e política. Tudo era mais divertido com você por perto. Eu só participava de eventos promovidos pela minha família quando você estava lá. Você me via como amigo e deixou isso claro, mas eu sempre a vi como aquela que eu desejava que fosse minha esposa. Eu esperei e durante minha espera eu me envolvi com outras mulheres, mas nunca consegui fazer sexo com elas. Eu sabia que você seria minha, eu rezei para que você me notasse. –E como eu o notei Edward? –Foi difícil para sua família quando o patriarca faleceu. Eu me aproximei e ofereci conforto. Você o aceitou, aceitou meu conforto, meus beijos, meu amor. Em pouco tempo nos casamos. –Eu me casei com você por que eu precisava da ajuda de sua família para comprar a empresa de meu pai. Diga-me Edward, eu comecei a tratá-lo mal logo no

inicio do nosso relacionamento? –Você não me tratou mal Bella. É só que... Olha, não vamos falar mais sobre isso. Tudo bem? Edward não gostava de falar daquela época, ele sofria com isso. Eu não queria mais causar sofrimento a ele. –Tudo bem. Vamos à sobremesa. –Disse dando atenção ao doce. –Aonde vamos depois daqui? –Perguntei. –Ao parque de diversões. O que acha amor? –Ótima idéia querido. ... Eu estava no paraíso. Ao lado da pessoa que amava desesperadamente, curtindo nossa juventude perdida. Eu queria que aquele dia durasse para sempre! Sempre ser beijada e abraçada por Edward. Sempre segurar sua mão. Sempre ouvir sua voz dizendo coisas doces, seus olhos em mim. Eu já não conseguia dissociar minha vida da dele. O melhor de tudo é que Edward correspondia aos meus sentimentos, inúmeras vezes ele provou que me amava. Olhávamos a paisagem fora da cabine da roda gigante. Tudo ao nosso redor estava escuro, a não ser o brilho mortiço das estrelas. Eu estava sentada no colo de Edward, minha cabeça repousava em seu ombro, seus braços envoltos de mim protetores. Seu queixo estava pousado em minha cabeça. –No que está pensando? –Edward perguntou quebrando o silencio. –Hmmm... Estou pensando em como é bom estar aqui desse jeito. Em como quero que as coisas entre nós fiquem assim sempre, ou melhorem, se isso for possível. Os braços de Edward se estreitaram a minha volta e senti que ele beijava meu cabelo. –Você não tem idéia do quanto eu rezei para que as coisas ficassem desse jeito. Deus mostrou-se misericordioso afinal. –Eu sinto muito por tudo o que fiz você passar. Você me perdoou? Mesmo? – O olhei. Edward olhou-me com tanto amor! –Não há o que perdoar. Vamos deixar o passado no passado. Vamos viver o agora. –Beijou-me na testa. Enterrei meu rosto em seu pescoço beijando-o naquele local. Senti que a roda gigante parava.

–Vamos para casa. Vamos fechar nossa noite com chave de ouro. –Edward sussurrou contra meus lábios. Sorri sentindo a ânsia da expectativa. Saímos de mãos dadas em direção ao carro. Eu me sentia bem com Edward, ainda mais quando via os olhares de cobiça que quase todas as mulheres lançavam para ele. A avareza crescia enquanto eu as via me olhar com inveja para mim. –Que foi? –Edward perguntou, deve ter percebido que meu bom humor estava se esvaindo. –Essas mulheres olhando para você... Eu não gosto! –Disse e estaquei. Não queria me impor dessa forma para Edward. Para a minha surpresa Edward parecia incrivelmente feliz com meu pequeno ataque de ciúmes. –Não acredito! Está com ciúmes? –Claro que eu to! Você é meu marido afinal! –Disse e Edward riu, mas não em um tom de zombaria. –Estou deliciado com isso. Mas sabe que não precisa disso. Eu só tenho olhos para você. –Edward puxou-me para o circulo de seus braços e fiquei ali por alguns minutos. –Vamos? Tem aquela peça intima que quero que você use pra mim. –Edward sussurrou em meu ouvido mordiscando-o. Eu senti o arrepio perpassar meu corpo. Edward sabia como me fazer esquecer a vergonha e ansiar pela luxúria que ele me proporcionava. ... Saímos do carro. O silencio na mansão indicava que os empregados ainda não haviam retornado. Edward pegou as sacolas de suas compras e sai carregando apenas a minha bolsa. Para a minha surpresa, ele não seguiu para o interior da cama. Deixou a sacola de qualquer jeito no chão da garagem ao lado do seu carro. Virou-se para me olhar. Sorria. –Que tal um banho noturno de piscina? A noite está bela e a água deve estar morna. –Tudo bem, mas eu vou precisar subir e trocar minhas roupas por uma peça de banho e... –Edward se aproximou, retirou minha bolsa do ombro deixando-a no chão e pegou-me nos braços. –EDWARD! –Protestei, mas meu protesto não foi o suficiente para pará-lo.

Edward me olhava com humor enquanto caminhava comigo em seus braços em direção a piscina. Não demorou a chegarmos lá. Edward parou, sorriu para mim e então correu comigo em seus braços. Tudo foi tão rápido que não tive tempo de gritar. Caímos de roupa e tudo na piscina e bem como Edward previu a água estava morna. Quando submergi junto com Edward, esbravejei. –Edward! Não poderia esperar eu trocar de roupa? –Disse enxugando o rosto com as mãos. Ao abrir meus olhos eu o vi a centímetros de mim. Edward tinha os olhos voltados para os meus embargados pelo desejo. Seus lábios estavam entreabertos e a respiração saia rápida. Edward enlaçou-me pela cintura e beijoume na testa, na ponta do nariz, nas duas bochechas. Eu me senti entorpecida demais com suas caricias. Seus beijos migraram para meu pescoço acompanhados de leves mordidinhas. Eu arfei, fechei os olhos e me deixei levar. Um barulho nos despertou. Abri os olhos, atordoada, e vi que havia ao longe uma iluminação estranha. –Parece que os empregados chegaram. –Edward disse aborrecido. Eu também estava aborrecida. –Vamos continuar com isso em nosso quarto. –Disse e piscou para mim. Não pude conter o riso. Edward ajudou-me a sair da piscina, conseguimos entrar na casa e seguir para nossos quartos sem sermos detectados. Levávamos nas mãos as compras daquela tarde. Ao chegarmos diante do meu quarto Edward subitamente abriu a porta puxando-me consigo. Prensou-me na parede e beijou-me com vigor. Correspondi à altura seu beijo envolvendo-o pelo pescoço com meus braços. Era algo sem precedentes sentir Edward em meus braços, em minha língua. Meu corpo subitamente estava em chamas e eu precisava de Edward dentro de mim. Certamente nossas caricias teriam rumado para o sexo se não tivéssemos sido interrompidos pelo barulho estridente do meu celular. –Droga! –Grunhi separando-me de Edward e caminhando até minha bolsa. –Deixe tocar Bella. –Preciso atender. Pode ser minha mãe. –Peguei o celular e vi o número, era desconhecido. –Alo? –Disse e esperei. Não demorou ao outro lado se manifestar. –Ah até que enfim atendeu o seu celular gatinha. E ai? Como está? Nós precisamos conversar. Sabe, você destruiu o único filme pornô caseiro que eu tinha com você. –Era James. Eu estaquei de espanto. Será que ele seria um constante tormento na minha vida? –Bella, quem é? –Edward perguntou e pareceu confuso ao ver minha expressão facial. –Me de o telefone. –Pediu estendendo a mão para mim. Desliguei o celular. Fitei o chão.

–Quem era? –Edward perguntou e notei que parecia estressado. –Ninguém. –Murmurei. Edward não acreditou em mim. –Era o James eu suponho. –Edward disse, sua expressão facial lívida. Eu assenti, não poderia mentir para ele. Edward perceberia. Com um suspiro Edward falou: –Deixemos ele Para lá. –E assim sendo sorriu. –Acho que deseja um banho. Eu vou esperá-la em nosso quarto e... –Edward pegou a sacola de compras tirando algo azul que logo reconheci como o lingerie que ele comprou para mim. –Eu gostaria que você usasse hoje meu presente. –Sorriu. Lembrei-me do que eu havia comprado, fui até minha bolsa deixando o celular em cima da cama e peguei um embrulho. –Comprei isso pra você. Gostaria que usasse também. –Disse reprimindo fervorosamente a vontade de rir. Edward pegou o pacote e pareceu satisfeito pelo presente. –Bom, se é assim tudo bem. –Ele se aproximou e sussurrou em meu ouvido: –Espero ansiosamente que vá ao meu quarto, senhora Cullen. Vou lhe dar muito mais prazer do que ontem. –Mordiscou minha orelha e saiu do meu quarto. Meu corpo pegava fogo literalmente. O frio pelas roupas molhadas que vestia totalmente esquecido. Caminhei tremula até o banheiro. Tomei um demorado banho concentrando-me em estar limpa e perfumada para ele. Me peguei rindo enquanto pensava em como Edward reagiria se visse a peça intima que havia comprado para ele. Tinha quase certeza de que ele não iria vestir. Por fim sai do banheiro e peguei a peça comprada por ele. A vergonha só me abateu quando eu me olhei no espelho e contemplei o todo. –Que coisa pequena! Isso não é uma calcinha, são só alguns fiozinhos! –Grunhi me sentindo uma idiota com as peças. Poderia ser até algo sexy em primeira instancia, mas o meu jeito desengonçado transformaria tudo numa grande piada. Vesti meu hobby preto de seda por cima e caminhei até o quarto. Edward devia estar pronto pelo tempo em que estive tomando banho. A porta do seu quarto estava entreaberta. Ouvi a voz de Edward alta, parecia conversar com alguém. Abri um pouquinho à porta e o vi de costas para mim, vestia um hobby preto de seda. Estava no celular. –Dê um jeito naquele bastardo! Eu não o quero incomodando novamente mulher! Mas não o mate, eu não quero problemas. –Edward disse e tive a impressão de que falava com alguém para dar cabo de James. Eu me afastei da porta horrorizada. Fui para meu quarto silenciosamente. Teria eu interpretado mal? Não, eu não havia interpretado mal. Mas o que significava isso? Sentei em minha cama sentindo-me desorientada. Edward nunca se mostrou violento, mas agora...

Algumas batidas me tiraram de meu devaneio. –Bella? Está viva amor? Está pronta? –Edward perguntava e sua voz indicava diversão. –Não eu... Espere-me no seu quarto, está bem? –Pedi tentando me acalmar. Eu ainda estava digerindo o que ouvi. –Tudo bem. Não me deixe esperando muito. –Ouvi seus passos se afastaram e caminhei para o banheiro. Lavei meu rosto. Era bobagem deixar o que ouvi estragar tudo. Eu não iria deixar nada atrapalhar o final do meu dia perfeito com Edward. Respirei fundo, duas vezes, e sai desligando a luz e fechando meu quarto. Ainda permaneci tensa enquanto seguia para o corredor, mas ao ouvira música que vinha do quarto de Edward eu me senti relaxar. Entrei timidamente no quarto. Edward estava em frente ao som de ultima geração. Virou-se e me olhou de forma especulativa. –Hmmm... Você está usando o meu presente. Não consigo ver com você coberta com esse hobby. –Ele disse e, enquanto seus lábios assumiam um sorriso malicioso, veio em minha direção. Baixei a cabeça, rubra. Edward, com seus dedos, ergueu meu queixo e me encarou. –Me concederia esta dança? –Pediu. Impossível não reagir a ele. –Claro. –Disse. Edward colocou meuás braços envolto do seu pescoço e suas mãos em minha cintura. Guiou-me para lá e para cá, seus olhos fixos em mim. Com o passar dos segundos eu deitei minha cabeça em seu peito. –Que música é essa? –Perguntei fechando os olhos. –“No sound but the Wind” da banda EDITORS. –Ele sussurrou. –É muito linda. –Disse enquanto deixava Edward me guiar. –É uma das minhas músicas preferidas. Ela me lembra você. Aliás, todas as músicas bonitas que ouço me lembram você. –Queria poder me lembrar de algo que me lembrasse você. Uma música, sei lá. É triste você ter recordações minhas, músicas que lembram a mim e eu não. – Comentei aborrecida. Edward afastou-se. Automaticamente olhei para ele. –Nunca é tarde para começarmos a criar vinculo. Podemos criar a partir de agora. –E dizendo isso Edward inclinou-se e beijou-me a principio calmamente, mas à medida que a música terminava, seu beijo foi ficando mais e mais intenso. Edward encostou-me na parede e instintivamente passei minhas pernas pelo seu quadril.

Seus beijos migraram para meu pescoço enquanto suas mãos apertavam minha cintura. Arfei sentindo minha pulsação acelerar e respiração ficar entrecortada. Edward levou-me presa ao seu colo até a cama, deitou-se comigo por baixo e voltou a me beijar. Seu corpo não estava completamente colado ao meu e uma de suas mãos trabalhavam no meu hobby abrindo-o. Sentei-me para retirar o hobby. Edward sentou-se retirando o seu hobby enquanto contemplava meu corpo. –Como eu imaginei que ficaria, está linda com esse lingerie. –Disse e então vi que Edward usava uma cueca Boxer preta e não a cueca que eu havia comprado para ele. –Ah, assim não vale! Você não está usando a peça que comprei com tanto carinho para você! –Brinquei fingindo desapontamento. Edward me olhou assustado. –O que? Você quer mesmo que eu use aquele negocio? –Perguntou. Eu assenti e isso pareceu deixá-lo apavorado. –Bella, não pode estar falando sério. –Eu estou. Poxa Edward eu estou usando o seu presente. Por que não usa o meu? –Por que ele é no mínimo constrangedor. –Vi Edward corar e eu não pude mais segurar a risada. Ele ficava tão fofo constrangido! –Vai amor, veste pra mim! –Pedi com carinha de cachorro pidão. Era incrível como agora o pudor parecia ter desaparecido sendo que era apenas a segunda vez que me encontrava em uma situação tão intima com Edward. Ele suspirou derrotado e levantou-se indo para o seu banheiro. Fiquei sentada na cama, quietinha, esperando por Edward. Vi o seu celular em cima da mesa de cabeceira. Lembrei-me da ligação e pensei em pegar o celular e ver qual o número que Edward havia discado, mas resolvi deixar para lá. Eu não queria bancar à paranóica agora. Após poucos minutos Edward estava de volta, coberto com um roupão. Ele estava vermelho como um pimentão e claramente nada contente com a situação. Virou-se de costas e retirou o roupão. –Eu devo mesmo amar você para usar algo tão ridículo! –Murmurou. –Não vale rir. –Edward virou-se e fiquei paralisada ao vê-lo. Realmente era cômica a cueca de elefante, qualquer um riria aos berros daquilo... Não eu. Dei um meio sorriso e disse baixinho, mas alto o suficiente para Edward ouvir. –Você fica lindo de qualquer jeito, sabia? Pergunto-me como eu não aproveitei tê-lo como meu marido desde o inicio, mas... Temos muito tempo para compensar o tempo perdido, não é? Edward estreitou o espaço entre nós e num átimo me beijou.

Quando estava nos braços de Edward eu me esquecia de tudo. Tudo. Seus lábios, sua mão, seu corpo... Naquele momento eu não era Isabella, ou Bella, ou a mulher sem memória tentando viver uma vida desconhecida. Eu era apenas e somente uma parte de Edward que se encaixava com perfeição em seu corpo. Notas finais do capítulo Próximo poste vai demorar um pouco por que eu ainda não terminei. Essa fic agora está com o mesmo numero de postagens do local onde eu a posto originalmente então postagens serão excassas. vamos deixem reviews e enquanto não posto leiam meus outros trabalhos (basta escrever meu nome jack-chan na barra pesquisar) o/ Obrigada pelos rewies. ah colaborem com minha popularidade o/

(Cap. 15) Capítulo 14 Nosso quarto, nossa bolha. Edward sentou-se, nu, na cama encostando suas costas no dosel da nossa King Size. Puxou-me pelos joelhos fazendo-me sentar em seu colo, sentindo sua ereção latente abaixo de mim. O seu cheiro, másculo, mas suave, seu calor, seu corpo... Perdi-me naquele frenesi. Edward envolveu-me pela cintura com seus braços puxando-me para mais perto. Gemi baixinho ao sentir sua masculinidade em contato com a minha feminilidade. –Rebole para mim meu amor. –Sussurrou em meu ouvido mordendo o lóbulo. Com um esforço hercúleo me controlei. Fiz o que me pediu sentindo sua mão ajudarme a descer o quadril encaixando-me nele todo. Eu o abracei fortemente, uma mão puxando seu cabelo, e iniciei o movimento de vai-e-vem. Fechei os olhos, os gemidos saiam de um jeito estranho de meus lábios, enquanto eu me entregava ao prazer. Pouco a pouco as mãos que senti me pareceram mais quentes, maiores, e o corpo abaixo de mim maior. Os cabelos que eu puxava pareciam crescer em meus dedos e a voz que gemia era mais grossa. Eu abri meus olhos sentindo a estranheza daquele momento e ao focar meus olhos em Edward, não foi ele quem eu encontrei. Era um quase estranho que estava ali comigo, no lugar do meu marido.

“MEU DEUS!” –Pensei, desesperada, enquanto meus olhos se abriam para a claridade do aposento. Eu estava no quarto de Edward, era manhã, e Edward repousava tranqüilo em meu peito. Um sonho. Um pesadelo. Um pesadelo perturbador. Sonhar estar com outro cara na cama foi perturbador e, o que é pior, eu conhecia o cara que estava comigo no sonho: Jacob Black, meu amigo. Por que ele? Não seria mais lógico sonhar com James? –Hmmm... –Edward murmurou me acordando de meus pensamentos tenebrosos. Procurei me ligar no momento enterrando as lembranças do pesadelo. Afastei-me retirando com cuidado Edward de cima de mim, mas não me afastei por completo. Edward dormia de bruços, ressonava tranqüilo. Apoiei minha cabeça em uma das mãos e fixei meus olhos nele todo. Notei arranhões nas cortas, pareciam estar cicatrizando, pelo menos boa parte deles. Eu Sabia que fui eu que havia feito aquilo em suas costas em nossa primeira noite e certamente ontem. Acariciei os arranhões sentindo a textura sempre perfeita de sua pele alva. Notei que havia um pequeno sorriso em seus lábios, Edward devia estar tendo um sonho bom. Bem diferente de mim. Lembrei-me que tinha uma consulta no médico. Levantei sem vontade alguma, vesti meu hobby e pequei as peças do meu lingerie. Dei um beijo nos cabelos acobreados de Edward e segui para meu quarto. ... Tentei a todo custo esquecer o pesadelo, mas não consegui. Eu me permiti, após o termino do banho, ficar embaixo do chuveiro ligado deixando a água morna cair mais especificamente em minha nuca. Meus olhos fechados. Por algum motivo, dentro de mim, havia uma certeza de que eu não deveria ignorar o pesadelo e era isso que me preocupava. Esperava que as imagens de Jacob e eu não fossem algo ligado ao meu passado, mas sim uma confusão sem importância de minha mente. Virei-me e, ainda de olhos fechados, fechei o chuveiro. Uma mão segurou a minha forçando o chuveiro a abrir novamente. Enrijeci preparando-me para gritar pelo desconhecido, mas a voz masculina conhecida soou antes que eu tivesse uma crise. –Deixe o chuveiro ligado. Vim tomar banho com você. –Murmurou em meu ouvido. Relaxei de imediato ao reconhecer Edward comigo no banheiro. Seus braços me enlaçaram pela cintura puxando-me para encostar-me em seu corpo. O calor e macies de sua pele foi reconfortante. Os lábios de Edward se colocaram em meu ombro e eu arfei. Virei-me e o vi, o rosto sonolento, lindo. Edward parecia muito feliz. Eu também deveria estar com a mesma expressão, mas não consegui. Ele notou isso.

–Que foi? Parece preocupada. –Ergueu sua mão tocando os vincos formados em minha testa, queria que eu relaxasse. Eu tentei sem muito sucesso. –Nada. –Menti e vi Edward com uma expressão incrédula. Ele me conhecia afinal. Precisei pensar rápido e dar uma justificativa plausível. –Bem hoje o medico fará uma avaliação do resultado dos meus exames lembra-se? –Sim. Uma pena, eu não poderei ir com você. –Tudo bem. Eu vou com o motorista. –Mas não gostaria que fosse sozinha Bella. Que tal ligar para sua mãe? Você não fala com ela há algum tempo. –Tem razão. Eu preciso mesmo me reconciliar com ela. Nós meio que discutimos da última vez. –Faça isso. –Inclinou-se colando seus lábios em minha testa. Caminhou comigo entrando de vez no chuveiro. Ficamos apenas abraçados embaixo do chuveiro. As mãos de Edward acariciavam minhas costas provocando arrepios. Incentivando-me a continuar a brincadeira de ontem. Fiz o mesmo com Edward e ao sentir as pequenas saliências de arranhões em processo de cicatrização perguntei: –Eu o arranhei feio nas costas. Deveria ter me avisado que estava machucando você. –Disse com um riso na fala. –Não senti tanto assim e, estava envolvido demais com a situação para parar e protestar pelos seus arranhões. –Baixou a cabeça e encontrou o meu olhar. Seus olhos cor de ocre pareciam abrasadores. Tive que desviar os olhos. –Por que tenho a impressão de que você não protestaria mesmo se eu cravasse uma faca nas suas costas? –Murmurei divertida. Edward riu. –Não pense que sou masoquista, mas... Não me importo de sofrer um ou dois machucados pelas suas mãos, especialmente quando estamos fazendo amor. É bom. – Sua voz foi diminuindo até ser apenas um sussurro ecoando pelo amplo banheiro. Arrepiei-me com suas palavras. Edward sabia mesmo como me despertar para o sexo sem necessariamente fazer um ato erótico. Seria ótimo curti-lo ali no chuveiro, mas se isso ocorresse, eu não iria para minha consulta e Edward não iria trabalhar. A fim de impedir o atraso eu me afastei e Edward bufou claramente aborrecido. –Se eu continuar aqui nós não vamos sair hoje de casa. –Disse abrindo o Box. –Termine seu banho. Eu vou me vestir e vou ligar para a minha mãe.

–Tudo bem, mas se mudar de idéia estarei aqui. –Vi o sorriso travesso nos lábios e sorri. Sai desejando muito permanecer no banheiro com ele. ... Tudo estava diferente, eu podia sentir. O ambiente na casa estava tão mais feliz! E era o sorriso de Edward que iluminava aquela majestosa casa. Eu não me cansava de olhá-lo. Fixei meus olhos nele e não tirei até Edward entrar em seu Aston Martin e seguir para a empresa, não sem antes me dar um beijo demorado nos lábios. Segui para o apartamento de minha mãe. Ela pareceu radiante quando liguei pedindo para que me acompanhasse. Quando a encontrei em frente ao prédio ela veio me abraçar. –Ah minha filha! Que bom que está aqui! –Desculpe não ter vindo antes mãe. Como estamos um pouco atrasadas é melhor nós irmos para o hospital. Conversamos no caminho. –Tudo bem meu amor. –Entramos no carro e, enquanto seguíamos para a consulta, minha mãe preencheu o silencio com banalidades. Ela não tocou no assunto referente à minha última visita. Eu também não. Agora que as coisas estavam esclarecidas eu não iria procurar por detalhes. Ainda sim havia algo que queria perguntar, sobre meu relacionamento com Jacob. Eu ainda estava perturbada pelo pesadelo com ele. Acabei não falando nada. ... –As feridas provenientes no acidente estão em processo acelerado de cicatrização. O que me preocupa verdadeiramente é o fato de sua amnésia perdurar. Tem certeza de que não quer participar de exercícios psicológicos senhora Cullen? –O médico perguntou ignorando temporariamente os papeis em sua mesa, resultado de meus exames. Eu assenti. Se já era ruim saber da verdade, imagina lembrar? –Que seja. Terá de vir regularmente para fazermos uma bateria de exames. –Disse o medico levantando-se de sua poltrona. Fizemos o mesmo. Ele estendeu a mão para mim e me cumprimentou amigavelmente. –Melhoras. –Disse com um sorriso sincero. Cumprimentou minha mãe também, ela pareceu radiante com tudo. Não sei por que, mas notei que havia certo interesse dela pelo senhor. Saímos antes do almoço. –Bella, querida, que tal almoçarmos juntas? Conheço um restaurante ótimo

nas proximidades. –Renée ofereceu. Eu assenti. Melhor sua companhia do que almoçar sozinha. Edward estaria ocupado demais para me fazer companhia no almoço. O restaurante era sofisticado. Sentamos em uma mesa no ponto mais agradável do restaurante, próximo a janela, e minha mãe fez os pedidos ao garçom. Pensei que Renée não falaria, ou voltaria a assuntos banais. Para a minha surpresa ela falou o assunto que eu pensei que não iria querer falar. –Filha, sobre o que houve... Aquela nossa conversa... –Deixa pra lá mãe. –Não filha. Não quero deixar pra lá. Eu sinto muito não ter contado algumas coisas, mas eu não queria perturbá-la. Tivemos muitos problemas antes do seu acidente. Perdoe-me pelo que vou falar, mas achei uma dádiva sua perda de memória. As coisas ficaram melhores para todos nós, até para você. –Eu sei mãe. –Murmurei. –Por isso não procure investigar sua antiga vida Bella. –Eu parei com isso mãe. Não me importa mais. Por isso recusei a ajuda do médico. –Fico feliz que tenha tomado tal decisão. –Renée segurou minha mão sobre a mesa. –É mesmo! Já comprou o seu vestido? –Vestido? –Haverá um evento empresarial amanhã à noite e certamente você irá acompanhando Edward. Edward não contou? –Não. –Ele está muito distraído para meu gosto. –Minha mãe resmungou. Eu reprimi um riso. Realmente Edward estava desligado de tudo a sua volta, menos de mim. –Então após o almoço vamos a algum lugar comprar um vestido para você. –Mãe, eu tenho muitos vestidos em casa. Não há necessidade. –Mas são vestidos que você certamente usou Bella. Não pode repetir roupas. Você é uma pessoa publica. Após isso vamos comprar seu vestido e ponto final. – Minha mãe fez uma careta e não tive como discutir. Não demorou a nossos pedidos chegarem. Após isso nenhum assunto ligado a

mim voltou à pauta, o que agradeci. ... Não foi desagradável as compras com minha mãe, embora não tenha ficado feliz com o preço do vestido que adquiri. Ainda sim eu estava ansiosa para que Edward me visse com o vestido que escolhi: um longo de seda azul anil em camadas tomara-que-caia. Após as compras deixei minha mãe em seu apartamento e segui para casa, eram quatro horas da tarde. Deixei as compras escondidas em meu closet, Edward só me veria com as roupas quando estivesse devidamente vestida. Tomei um bom banho e senti o cansaço após passar boa parte da manhã com minha mãe perambulando por ai. Vesti roupas simples, uma camisa e algodão e jeans, ligando a televisão e assistindo enquanto secava meus cabelos com uma toalha. Não havia nada de interessante para assistir no canal. Zapeei com o controle remoto e acabei por deixar em um programa de celebridades qualquer. Não dei muita importância às noticias. Quando estava usando o secador, já que a toalha não estava surtindo muito efeito, um nome chamou minha atenção. –... O baterista profissional James foi encontrado esta manhã em seu apartamento desacordado e com sinais de espancamento. Estaquei. Virei-me dando atenção a noticia. –... James está em observação no Hospital Estadual. É cogitada a possibilidade de James ter sido vitima de um assalto visto que seus pertences estavam revirados. Uma suspeita me atingiu enquanto eu ouvia a pequena noticia dita sobre James com descaso pela jornalista, lembrei-me de algo que me fez despertar para a notícia. Dê um jeito naquele bastardo! Eu não o quero incomodando novamente mulher! Mas não o mate, eu não quero problemas. As palavras que ouvi de Edward na noite anterior. Foram aquelas palavras que me instigaram a cogitar a possibilidade de Edward estar envolvido. Eu sabia que era ridículo pensar que alguém tão bom como Edward pudesse fazer isso com James, mas não consegui pensar em mais ninguém. Eu não pensei muito em minha conduta. Vi-me agindo por instinto. Calcei um tênis branco, peguei minha bolsa, a mesma bolsa que usei esta manhã, e sai com o motorista sob o olhar afiado de Joel. –Aonde deseja ir senhora Cullen? –O motorista perguntou enquanto eu

afivelava o cinto. –Ao hospital estadual. –Disse. ... –Com licença, eu estou aqui para visitar James, ele veio para cá vitima de agressão. Sou uma amiga dele. –Disse a recepcionista. Ela me sorriu. –Ah claro. Senhora Cullen, não é? Eu a conheço em revistas; Está aqui pelo guitarrista daquela banda? –Perguntou. Eu não queria entrar em detalhes, mas tinha de responder a pergunta. –Sim. Ele é um amigo e gostaria de vê-lo. –Ah claro. Eu lhe darei um crachá e visitante e um enfermeiro a encaminhará até o quarto. –Disse. Esperei pacientemente por todo o procedimento hospitalar até que, por fim, um enfermeiro me guiou até o quarto em que James estava. Edward ficaria muito irritado se descobrisse que estava visitante James, mas eu tinha que arriscar. Por mais que a opinião dele não valesse de muita coisa, eu precisava perguntar. James ficou surpreso em me ver passar pela porta. –O que? Mas o que você...? –Oi James. –Disse timidamente. Não ousei olhá-lo. Quando o fiz vi em seu rosto uma expressão azeda. Havia uma poltrona próxima a ele, mas não quis me aproximar mais. James não parecia tão mal, os ferimentos em seu rosto e nos braços, visíveis, eram superficiais. Havia apenas um corte na testa coberto por atadura que devia ser o mais preocupante. –O que? Veio para cá para rir de mim? –Perguntou com a voz cheia de deboche. –Claro que não. Vim saber como está. –E desde quando se preocupa com o meu bem estar? Nem mesmo quando éramos amantes você se preocupava. –James continuava na defensiva. Ele tinha todos os motivos para agir daquele jeito. Não querendo chegar a pergunta que me motivou a estar ali, perguntei outra coisa. –Como estão seus machucados? –Vão sarar rápido. Foram superficiais. Eu sou duro na queda. Precisa de muito mais para me derrubar. –Falou todo convencido. Franzi o celho. –Então... Por

que realmente está aqui? –Eu queria saber quem fez isso com você James. –Murmurei encostando-me na parede, olhei para a janela próxima a cama de James, para o jardim que a vista oferecia. –Quer saber se foi o seu maridinho que me prejudicou, não é? –Fiquei calada ante o questionamento dele. Uma confirmação de sua pergunta. Ele prosseguiu. –Bom, eu já deveria imaginar que ele iria agir. É típico de ele fazer de tudo para protegê-la. –Mas os noticiários falaram em assalto. –De fato algumas coisas minhas foram levadas. Eu sei que disse a você que tinha apenas um DVD nosso, mas eu menti. Eu tinha alguns guardados e os caras que apareceram no meu apartamento levaram todos. Uma pena. Lá se foi minha coleção de vídeos pornôs caseiros. Eles levaram alguns que nem eram os nossos. –James tratava do assunto despreocupado, a voz tingida de sarcasmo e diversão. Eu estaquei. Ele confirmou que foi Edward a fazer aquilo com ele. –Por que eu deveria acreditar em você James? Pode estar mentindo. –Disse raivosa. –Não estou mentindo. E não venha fingir que confia plenamente nele. Se confiasse não estaria aqui me perguntando. Com essa tive que ficar calada. Ele tinha razão. –Ainda sim eu não confio em você e... –Dizia quando James me interrompeu. –Ah Isabella! Você não tem idéia do que aquele seu marido é capaz! Acha que eu fui o primeiro a ser lesado por ele? –Suas palavras me pegaram desprevenida. O olhei. –Do que está falando James? Quem mais supostamente foi lesado por Edward? –Tem um paparazzi, o primeiro que capturou imagens nossas e divulgou no seu blog. Procure-o e ele dirá. Eu sabia quem era esse paparazzi. Lembro-me do modo como agiu quando falei em Edward e senti um arrepio passar por mim. James estaria dizendo a verdade? O que eu faria se fosse à verdade? Fiquei calada por vários minutos. James por fim se manifestou.

–Se veio só para isso então pode ir. Caso ainda tenha duvidas é só procurar o paparazzi que falo, não deve ser tão difícil. Ele mora no... –Eu não vou procurá-lo. Eu vou embora. Melhoras. –Disse praticamente correndo para longe de James, do hospital, da verdade que eu me recusava a ver. Edward não podia ser esse tipo de pessoa, claro que não! Não o meu Edward carinhoso, educado, gentil... Dê um jeito naquele bastardo! Eu não o quero incomodando novamente mulher! Mas não o mate, eu não quero problemas. As palavras de Edward naquela noite, ao celular, ecoavam de forma desagradável em minha cabeça. ... Tive que tomar um remédio para dor de cabeça, mas isso não me fez melhorar em nada. Fiquei tensa durante todo o tempo desde que cheguei do hospital a espera de Edward, sem saber se deveria perguntar algo a ele ou não. Edward já havia entrado em contato comigo através de uma mensagem para meu celular dizendo que chegaria tarde, mas a tempo de jantarmos juntos. Eram nove e quarenta e cinco quando ele chegou, pude ouvir a movimentação dos empregados que estavam arrumando o andar do meu quarto e assim saber. Eu permaneci no quarto, sentada em minha cama, olhando para a porta. Eu sabia que ele viria imediatamente até meu quarto me ver. Após poucos minutos desde que notei a movimentação dos empregados que denunciou a chegada de Edward, o próprio bateu a minha porta. –Bella? Está ai? –Perguntou. –Sim. –Disse, meus olhos se fixaram na parede de vidro com visão para o jardim. –Oi amor. Perdão pela demora. Recebeu minha mensagem? –Perguntou e senti sua aproximação. Virei-me para olhá-lo, Edward sorria, lindo. Estava tão em paz, tão feliz! –Sim. Desculpe-me não responder. –Tudo bem. Já jantou? –Não. Fiquei esperando pro você. –Minhas palavras alargaram o sorriso bonito nos lábios de Edward.

–Não precisava esperar por mim e ficar com fome, mas já que esperou vamos ao jantar. –Ofereceu sua mão, eu a aceitei levantando-me da cama. Não chegamos a passar pela porta. Eu empaquei quando estávamos próximos a ele, segurei a mão de Edward impedindo-o de seguir. Edward virou-me e me olhou com duvida. –Que foi? –Perguntou. Eu caminhei fechando a porta a minha frente. Encostei-me nela e fiquei de frente para Edward. –Edward, nós precisamos conversar. –Disse seriamente. Quando Edward notou minha seriedade ele ficou tenso. –Conversar sobre o que Bella? –Perguntou. Eu fixei meus olhos no chão. –Vi uma noticia sobre um incidente que aconteceu com James. Ele foi espancado ontem à noite e roubado. –Não me admira que algo assim aconteça a ele. James não é flor que e cheire. Ele é conhecido no meio artístico como um encrenqueiro. –Edward falou cheio de ressentimento na voz. –É, eu percebi. –Disse e houve uma pausa. Edward nada fez esperando que eu dissesse algo. –Eu fui visitá-lo no hospital. –Voltei meus olhos para o chão. –Como é que é? –Perguntou Edward e pude sentir o quanto estava colérico com minha declaração. Só pude sentir, me recusei a vê-lo assim. –Eu fui ver como ele estava e perguntei quem fez isso a ele. Sabe o que ele me respondeu? –Que fui eu certamente. Claro que diria algo assim. Difamar minha imagem e lucrar as minhas custas com injurias. –Foi mesmo uma injuria o que ele disse? –Perguntei e o olhei. Edward paralisou com minhas palavras. Parecia apavorado. –Bella, você está... –Ontem eu ouvi sem quer uma conversa sua e você parecia estar falando sobre prejudicar alguém. Foi isso que me fez duvidar. Eu fui para lá a fim de saber de James quem foi o responsável e ele disse que foi você. Edward, eu preciso da verdade. –Disse e Edward ficou calado, agora olhava o chão. –Então Edward? Foi você que prejudicou o James? –Perguntei. De repente ele voltou seu olhar para mim, havia muita sinceridade naquele olhar. –Sim. Fui eu Bella e não me arrependo do que fiz.

Fiquei paralisada. Edward estava sendo sincero e sua afirmação ruía a imagem que eu havia criado dele. Eu fiquei parada, a expressão atônica, enquanto tentava processar as palavras de James. Edward ficou calado. Eu não tinha nada a dizer, eu não falaria nada. Edward falou por mim, por nós. –Sabe o que ele pretendia fazer? James pretendia chantageá-la com os vídeos. Havia feito copias dele. Iria extorquir dinheiro de você. Ele ligou para o meu celular naquela noite pedindo dinheiro, caso o contrário iria difamar sua imagem. Eu não pensei duas vezes Bella. Eu mandei que fossem até ele e recuperassem as fitas. Eu não me arrependo do que fiz por que foi para o seu bem. Pouco me importa se ele me acusar de algo ou se você ficar chateada comigo. Eu fiz a minha parte como seu marido, eu a protegi do que James tramava para você. Edward dizia com a expressão raivosa, raiva que eu sabia que não era dirigida a mim. Procurou se acalmar e conseguiu com muito esforço. Ele se recompôs, faltava eu. Eu o fiz rapidamente por que tinha de lhe fazer uma pergunta. –E o paparazzi? Por que o prejudicou? –Minha pergunta o fez se assustar. Após isso estreitou os olhos. –James falou sobre ele? –Sim, mas eu já sabia de alguns detalhes dessa historia há algum tempo. Edward suspirou parecendo subitamente cansado. Caminhou até minha cama e sentou. Olhou para mim, encostada na porta. Eu me aproximei dele e sentei do seu lado, olhei o piso. –Bella, eu posso ter ficado indiferente ao que ocorreu no passado, sobre sua traição, mas entenda que seria muito doloroso para mim se o assunto viesse a público. Pior do que sofrer calado é ter espectadores da sua dor tentando me dissuadir a não prosseguir com o meu casamento. Aquele cara me ligou antes de publicar a foto. Queria dinheiro para não publicar. A principio não acreditei nele, eu desconfiava que você me traia, mas não sabia quem era a pessoa. Após a minha recusa ele divulgou a imagem. Eu fiquei tão cheio de fúria que... Eu conhecia o dono do jornal em que ele trabalhava e... –Você o fez perder o emprego. –Disse, não foi uma pergunta. Edward ficou calado. –Eu não o prejudiquei por completo. Eu o fiz perder o emprego para que me levasse com seriedade. Quando consegui meu objetivo e o fiz recuar eu paguei uma boa quantidade em dinheiro para que tirasse do ar a foto e a reportagem e desfizesse a noticia como um mal entendido. Ele o fez e creio que com o dinheiro

pôde fazer algo para se sustentar até hoje. Ficamos calados. Eu continuei parada. Edward virou-se e ficou a me olhar, mas eu não o olhei. –Bella, eu sei que o que fiz com James e com esse repórter foi errado, mas o que mais eu poderia fazer para protegê-la, para nos proteger? Eu nem pensei tanto em mim Bella, eu pensei mais em você e no que sofreria com comentários maldosos. Eu faria tudo de novo se fosse preciso. Eu fiquei refletindo e entendi o que tudo isso significava. Não, eu não deveria ficar assustada por testemunhar um comportamento estranho de Edward. Eu estava com raiva, frustrada, comigo. Abaixei minha cabeça enquanto contemplava horrorizada a conseqüência dos meus erros. Meus atos imprudentes estavam fazendo uma pessoa bondosa como Edward se transformar em algo tenebroso com o intuito apenas de me proteger. –Bella, fala alguma coisa. –Edward pediu. Eu engatinhei e sentei na cama encostando minhas costas na cabeceira. Coloquei a cabeça encostada nos joelhos. Fiquei calada. –Bella... BELLA! –Edward ficou alarmado. Claro. Eu estava chorando afinal. – Bella, eu sinto muito! Perdoe-me pelo que eu... –Ergui a mão e tapei sua boca. Finalmente mostrei meu rosto a ele. Edward pareceu aterrorizado com minha face sofrida. Finalmente eu consegui falar. –Não estou assim por você eu... Edward, você está se prejudicando por mim. –Eu não me importo de me prejudicar. –Ele murmurou. –Não se isso for significar que você vai ficar... –Não Edward, não. Eu te prejudiquei tanto! E de novo e de novo. Como você pode ficar comigo? –Bella... –Ele murmurou acariciando meu rosto com uma das mãos. –Sabe que eu amo você. –Ainda sim Edward... –Retirei delicadamente sua mão. Meus olhos ainda davam vazão às lágrimas. –Não vale à pena. O seu amor e o fato de estarmos juntos não compensam o sofrimento. Seria melhor para você ficar longe de mim. –E eu vi no rosto de Edward o pavor. Isso não me impediu de continuar a falar. –Se você estivesse longe de mim Edward seria muito mais feliz. Poderia encontrar alguém que o amasse e... –Edward beijou-me encerrando a conversa. Ele se afastava apenas quando nossos pulmões protestavam por ar, mas logo que se

recuperava voltava a me beijar. Pouco a pouco meu corpo foi deitando na cama e Edward deitando sobre meu corpo. Segurou minhas mãos colocando-as acima de minha cabeça, presa as dele. Abri minhas pernas e Edward encaixou-se entre elas. Seus beijos eram intensos, como se Edward quisesse me devorar. Logo seus lábios migraram de meus lábios para meu queixo, meu pescoço, meu ombro, minha clavícula. Descendo, sem pré descendo. Eu estava vestida, mas as vestes não foram nenhum impedimento para ele. Enquanto seus lábios tocavam minha pele em beijos morosos, suas mãos hábeis tateavam meu corpo a procura dos botões da camisa para abrir, o zíper do jeans. Edward estava afoito, alguns botões da camisa se perderam na sua tentativa de abri-la. Pensei em ajudá-lo, mas Edward não me dava muito espaço para me mexer, prensando seu corpo ao meu. Não sei bem por que ele fazia isso, por que estava tão intenso comigo. Talvez tivesse medo de me dar algum espaço, medo de que eu voltasse a pensar na separação como uma alternativa para a sua felicidade. Eu arfei quando senti suas mãos em meu colo já despido da camisa. Ele beijou toda a extensão do local por cima do sutiã rendado, as mãos puxando o meu jeans para baixo. Eu o ajudei nessa tarefa empurrando o jeans para tirá-lo. Sentei-me na cama, vestida apenas de calcinha e sutiã, e o ajudei a tirar a pesada sobrecasaca preta, o paletó, a camisa de botões, o colete e a gravata, a calça (não olhei muito para o que fazia, meus olhos cerrados, lábios nos lábios dele) deixando-o apenas de cueca Boxer. Tudo foi feito as pressas, acho que no processo ganhei vermelhidões na pele e Edward ganhou arranhões, mas estávamos concentrados demais em nossa bolha, entorpecidos demais com o êxtase do momento para notar algo que não fosse o nosso amor. Enlacei meus braços em seu pescoço puxando-o para mim. Deitamos novamente na cama. Edward cobriu meu corpo com o seu, suas mãos passeavam lentamente pelas laterais do meu corpo enquanto seus lábios, sua língua, moviam-se pela minha boca estimulando-me a acompanhá-lo. Eu não sei por quanto tempo ficamos daquele jeito nos beijando e nos acariciando. Nenhum de nós dois estava ávido para a penetração. O sexo em si também não importava. O que realmente importava é que estávamos juntos. Edward parou e se afastou minimamente de mim, seus olhos embargados pelo desejo. Beijou minha pele a começar pelos lábios e seus lábios foram descendo bem lentamente. Quando chegaram próximos aos meus seios, Edward me despiu do sutiã. Senti um arrepio perpassar meu corpo ao sentir sua respiração em meu colo nu já prevendo o que faria. Não errei. Arquejei meu peito enquanto sentia os lábios de Edward em caricias provocantes naquele local. Minhas mãos o agarraram pelos cabelos e foi preciso muito esforço para não puxá-los ao ponto de machucá-lo. Edward desceu seus

lábios, sua língua, roçando em minha pele. No processo arrancou minha calcinha, a última parte de roupa que me cobria. Eu bem sabia o que Edward iria fazer naquele momento, mas minha preparação não foi o suficiente para conter a histeria. Minhas mãos se agarraram aos lençóis enquanto eu respirava aos arquejos. Os lábios de Edward acariciavam minha feminilidade habilidosamente, uma doce tortura que me levou ao êxtase em poucos minutos. Trêmula, eu esperei. Edward não iria para apenas por que eu cheguei ao ápice do prazer, eu esperava que ele não parasse. Eu precisava que ele continuasse. Suas mãos acariciavam meu corpo enquanto Edward encaixava-se pelo meio de minhas pernas. Senti-lo dentro de mim era algo sem precedentes, como se de repente o tempo parasse, ou simplesmente fosse ignorado por nós. Eu deixava de ser um individuo para fazer parte dele, parte de seu corpo. Eu o puxei para mim abraçando-o fortemente enquanto sentia suas investidas. Pude ouvir com satisfação seus gemidos, eram como música para meus ouvidos. Eu não me importaria de não sentir prazer, já ficaria tremendamente grata se proporcionasse prazer a ele. Quando meu corpo teve espasmos, denunciando que logo eu teria meu segundo orgasmo, Edward saiu de mim. Não tive tempo para reclamar por ter parado, Edward não me deu muito espaço. Enquanto me beijava com avidez, deitou-se na cama atrás de mim colocando-me de lado, encaixou-se dentro de mim e recomeçou as investidas. Edward parecia apreciar as batidas do meu coração, sua mão estava bem no local onde meu coração estava. Seus lábios ficaram próximos ao meu ouvido esquerdo e novamente ouvi seus doces gemidos embalando aquele momento erótico, perfeito, e deixei que Edward fizesse o que queria com o meu corpo em busca de prazer, mas como eu já deveria ter imaginado, Edward fez questão de que eu chegasse ao prazer junto com ele. Naquela dança sensual em que nossos corpos participavam, sempre encontrando novas maneiras de se encaixar, de aumentar o prazer, eu cheguei ao céu quatro vezes. ... Não saberia dizer que horas eram, mas não me importava. Eu estava no melhor lugar do mundo, nos braços de Edward Cullen, meu marido. Minha cabeça repousava em seu peito nu, uma de minhas mãos atravessava seu tórax sendo segurada pela mão de Edward. Eu estava cansada, docemente cansada, por tudo o que fizemos minutos atrás. Enquanto a mão direita de Edward segurava minha mão esquerda, sua mão esquerda afagava meus cabelos. Fiquei quietinha ali, um sorriso bobo cravado nos meus lábios, esperando que a inconsciência me levasse. Desejando que eu revivesse os momentos de prazer com Edward nos meus sonhos. –Amor, você ainda está acordada? –A voz de Edward soou bem próxima a

mim. Em meio ao torpor eu respondi. –Sim... Eu acho. –Disse com a voz arrastava devido ao cansado. Edward riu. –Antes que você desmaie, quero conversar sobre algo com você.

–Diga. Mas é melhor ser rápido, estou quase desmaiando. –Falei brincalhona. Edward voltou a rir. Seu riso era tão lindo que desejei saber as piadas mais engraçadas do mundo para mantê-lo rindo para sempre. –Eu quero que me prometa uma coisa. Você promete? –Claro. –Disse sem pensar. A sonolência não estava me ajudando a raciocinar. Meus olhos ficaram fechados o tempo todo enquanto eu ficava atenta a sua voz. –Não procure mais o seu passado, deixe-o de lado. Também quero que você não volte a falar de separação. Eu já disse inúmeras vezes que a perdoei e prometo que não farei nenhum mal a aqueles que a perturbam, pelo menos nenhum mal tão pesado. Além disso, eu sei que às vezes você descobre coisas, ou acontecem coisas ao seu redor, e você as esconde de mim para me proteger. Prometa-me todas estas coisas para que eu fique um pouco mais tranqüilo. –É mais de uma, sabia? –Disse entre risinhos. Edward voltou a rir. –Eu sei, mas quero que prometa por todas elas. –Tudo bem. Qual é a primeira mesmo? –Perguntei me aconchegando mais em seu abraço. – Não procure mais o seu passado. –Edward disse. Seria fácil prometer isso. Eu já havia desistido mesmo de procurar pelo meu passado. O problema é que quando eu não o procurava, ele me perseguia. –Ok. Prometo. Próxima? –Não volte a falar de separação. –Ele disse e pude captar a dor quando falou a palavra “separação”. Lembrei-me da última opção e isso me desanimou. Não poderia prometer pela próxima então me aquietei para que Edward pensasse que eu estava quase dormindo. –Prometo. –Disse e procurei respirar pausadamente. –Agora eu quero que me prometa que vai me contar tudo. Tudo o que acontecer a você sendo bom ou ruim. Eu posso ver que às vezes você está triste com algo, algo que aconteceu, mas não me conta por não querer trazer preocupações

para mim. Bella, eu sou o seu marido, eu preciso saber de tudo o que acontece a você para poder ajudá-la. Você promete pra mim que vai me contar tudo? –Edward perguntou e esperou. Eu fingi dormir. Ele acreditou. –Dormiu. –Murmurou ajeitando-me em seus braços. Senti seus lábios em meu cabelo. –Boa noite minha adorada. Eu não queria mais mentir para Edward por isso fingi dormir para não ter que prometer. Edward poderia se fingir de forte, mas eu sabia, eu via, o quanto ele era vulnerável. Os fatos que eu descobria, as coisas que via, poderiam machucá-lo muito e eu não queria mais infligir dor naquele ser tão bom. Minha antiga e nada abençoada vida continuaria a me perseguir. Isto iria me causar dor e causar dor a Edward, caso ele soubesse. Se eu podia impedir o seu sofrimento, por que não fazêlo? Eu iria poupá-lo de tudo e suportar sozinha a carga de dor que me comprimia pelos meus pecados. Eu faria isto por que o amava, por que agora eu vivia para dar felicidade a ele, e em contrapartida ser feliz só por tê-lo ao meu lado. Nada mais.

Notas finais do capítulo Agora sim poste vai demorar, só postei hoje por que já estava escrevendo esse cap a algum tempo. no entanto continuarei a postar em mnihas outras fics. Para ver todos os meus trabalhos cliquem na minha imagem e vejam meu perfil. deixem muitos reviews. o/

(Cap. 16) Capítulo 15 Eu estava presa. A água se infiltrava pelo pára-brisa quebrado, penetrando não somente no carro, mas também em minhas narinas. Não pude enxergar com nitidez por culpa da água relativamente turva, mas sabia intuitivamente que precisava sair dali. Movendo-me lentamente devido à água que me envolvia, tentei desafivelar meu cinto. Tudo em vão. Eu estava lerda, pude ver a coloração avermelhada da água e soube que estava ferida. Eu iria morrer. Afogada, ferida. Fiquei parada sentindo a vertigem da morte me atingir, o corpo se entregar ao cansaço, o frio, a morte. Foi de repente. Olhei para o lado e vi uma figura nadando em minha direção, a claridade do Sol que se chocava na superfície deixava a água clara, deixava a

tudo visível. Um anjo. Essa foi à primeira coisa que pensei ao vê-lo nadar até mim, a face bela ainda que retorcida numa máscara de desespero. Eu não consegui identificar aquele rosto, mas eu senti que o conheci. Por que aquele rosto era de alguém que eu amava muito. –Edward... –Murmurei e notei que não estava mais naquele ambiente caótico, trancada em um carro no fundo de um rio qualquer. Eu estava deitada em minha cama coberta com meu edredom. Uma manhã bela. Eu sabia disso por que parte da parede do meu quarto era de vidro e eu podia ver através dela aquela beleza sem igual de uma manhã ensolarada. Tateei a cama a procura do corpo do meu marido e me frustrei ao constatar que ele não estava ali comigo. No entanto a cama não estava completamente fazia. Encontrei uma linda rosa vermelha e, ao lado, um bilhete. Reconheci a caligrafia elegante de Edward. O bilhete dizia o seguinte: “Bom dia meu amor. Infelizmente terei de ir à empresa, mas não dispensarei o privilegio de acompanhá-la no café da manhã. Estou aguardando você na área da piscina onde pedi a Joel para servir o café. Amo você. Edward.” Eufórica com a declaração singela, eu procurei ser rápida para poder ver aquele rosto adorável que eu tanto amava. ... Ofegante, corri para a sala de jantar. A presa deixou-me desastrada. Acabei tropeçando e teria ido ao chão se Joel não tivesse impedido minha queda. –Ah, desculpe Joel. O Edward ainda está aqui? –Perguntei enquanto Joel me firmava de pé. –Sim, o senhor Cullen a espera para a degustação do café da manhã. Eu estava novamente correndo. Cheguei rapidamente à área da piscina. Ele estava lá, sentado em uma das cadeiras, olhando a piscina. Parecia perdido em pensamentos felizes, um meio sorriso em seus lábios. –Bom dia. –Murmurei baixinho, mas foi o suficiente para Edward me ouvir. Ele levantou-se, um sorriso ofuscante na face, e veio em minha direção me abraçar. Seu abraço foi apertado, caloroso.

–Bom dia. –Sussurrou em meu ouvido. Arrepiei-me ao ouvir sua voz, sentir seu hálito em meu pescoço. Edward colocou suas mãos em meu rosto puxando-o para si e beijando-me calmamente. Após o beijo, Edward olhou-me, sorria. –Você está um caos. Não precisava correr até aqui. –Mas eu não queria demorar muito e atrasá-lo. Não procurei me arrumar, devo estar um horror. –Resmunguei. Edward riu. –Você está linda! –Beijou-me na testa. Pegou minha mão e guiou-me até a mesa ricamente arrumada. Sentei ao seu lado e rapidamente me servi. Notei que os olhos de Edward se fixaram em mim, deixando-me constrangida. Era impressionante como cercada por uma manhã magnífica, eu não conseguia ver a beleza daquela cena, não enquanto Edward estava ao meu lado, sorrindo. –A propósito tem algo que me esqueci de lhe dizer. Hoje a noite haverá um evento beneficente e tenho que participar. Eu adoraria sua companhia. –Edward disse, brincava distraidamente com uma mecha do meu cabelo. Dei um bom gole de meu suco para depois respondê-lo. –Eu sei. Mamãe me avisou ontem. Até comprei um vestido. Não queria, tenho muitos vestidos no closet, mas ela queria fazer compras então... –Nossa, sua mãe é bem precavida mesmo! Fico feliz que já esteja com seu lado adiantado amor. Isso significa que não poderá recusar meu pedido. –Edward, eu não recusaria mesmo que você me avisasse apenas com meia hora de antecedência! –Disse, divertida, ignorando meu café da manhã e virando-me para vê-lo melhor. Edward lançou todo o poder de seus olhos cor ocre que pareciam brilhar encantados com minhas palavras. Comemos silenciosos. Infelizmente, após o café da manhã, Edward precisou ir para a empresa. Eu tinha de aceitar, era o seu trabalho, mas não conseguia desfazer o aborrecimento por ter de ficar longe dele, nem ele. Despedi-me de Edward com um beijo. Edward adentrou seu veiculo e partiu. Meia hora depois minha mãe chega a minha casa e com ela uma equipe com a finalidade de me deixar deslumbrante para o evento que logo mais ocorreria. ... –Ah, você está tão linda! –Disse Renée para mim. Estávamos em meu quarto, local este em que passei o dia inteiro. Pensei que conseguiria ficar pronta com tempo de folga, mas as técnicas de embelezamento empregadas pelos sete

funcionários que vieram com Renée eram tão complexas que logo mais precisaria partir. Os funcionários já haviam ido, eu estava pronta e minha mãe... Bom... Ela decidiu permanecer e cuidar para que eu estivesse perfeita até a hora de partir para a festa. –Mãe, eu não deveria ter me vestido agora. Estou com fome, não comi quase nada no almoço. –Ah não Bella! Não vá se sujar! Deixe para comer após o evento. Você não vai morrer de fome se atrasar sua refeição, vai? –Disse Renée injuriada. Suspirei. –Não, não vou morrer de fome. –Murmurei saindo de frente do grande espelho localizado no interior de meu closet e indo me sentar ao lado de minha mãe na cama. –E então, como está? Não tivemos a oportunidade de conversar. Como está o Edward e você? –Mamãe perguntou. Involuntariamente sorri. –Estamos bem, muito bem. –Renée deve ter captado meu espírito feliz e, com um olhar malicioso, perguntou: –O que? Vocês finalmente se entenderam? Ah filha conte-me! –Renée saltitava em minha cama como uma criança ansiosa pelas novidades. Corei enquanto pensava em tudo o que houve entre mim e Edward num curto espaço de tempo. Mesmo Renée sendo minha mãe, eu não tinha intimidade com ela. A única pessoa com que tinha intimidade era Edward. Ainda sim me esforcei para dizer, eu queria estreitar mais e mais os laços entre nós. –Nós estamos vivendo como marido e mulher. Demorou um pouco, mas eu percebi a pessoa fantástica que estava ao meu lado. Não quis mais perder tempo. – Murmurei vermelha como um pimentão olhando para um canto qualquer do quarto. –Ah, isso me deixa tão feliz! Edward andava sofrendo muito com o afastamento que existia entre vocês. Fico feliz que estejam bem. –Nós estamos bem. Apesar de alguns contratempos que surgem nós... –Contratempos? Que tipo de contratempos Bella? –Mamãe perguntou e antes que eu pudesse responder alguém bate a porta. –Senhora Cullen? Há um rapaz que deseja vê-la. –Joel comunicou. Num átimo eu estava de pé. –Quem é Joel? Identificou-se? –Perguntei nervosa que pudesse ser James,

embora achasse improvável que ele viesse até minha casa. –Ele diz ser seu amigo, já veio para cá algumas vezes. Trata-se do senhor Jacob Black. Assim que ouvi o nome sai sem hesitar do quarto. –Eu vou recebê-lo. –Disse a Joel enquanto passava por ele. Procurei caminhar lentamente, tentando me equilibrar no salto agulha que usava, segurando algumas camadas do vestido para caminhar com mais liberdade. Jacob estava de pé em frente à escadaria principal. Virou-se ao ouvir o barulho que meu salto produzia no chão encarpetado. Vi seus olhos negros se arregalaram ao encontrar-me. –Oi Jake. Tudo bem? –Perguntei descendo totalmente as escadas e ficando diante dele. Jacob fitava-me com adoração, ou pelo menos assim pareceu para mim. Após se recuperar do choque, Jacob respondeu. –Oi Bella, como está? –Estou bem. –Sorri. –Você está linda! Aonde vai tão bonita assim? –Vou a um evento com o Edward, um evento empresarial. –Entendo. Acho que vim em uma má hora. –Não Jake! Claro que não! Edward ainda nem chegou do trabalho, eu que me arrumei cedo. A que devo a sua visita? Quer se sentar? Podemos ir para o espaço onde recebemos os convidados, há poltronas lá. –Ah não precisa se incomodar Bells. Vim rapidamente para entregar isso a você. –Jacob retirou um envelope branco do bolso interno de sua jaqueta cor caramelo. Eu o peguei. –O que é isso? –O convite do meu casamento. Será daqui a duas semanas. Você vai? –Claro Jacob! Ficarei muito feliz de estar lá. E... Será que Edward poderia ir comigo? –Perguntei sabendo da estranha antipática que Jacob tinha por Edward. Não seria a mesma coisa sem ele. Jacob fechou a cara, sabia que reagiria assim. –Ele pode ir se quiser. –Falou com desdém. –Mas duvido que vá querer. De

qualquer forma, mesmo que ele não queira ir, conto com você. Afinal você vai ser minha madrinha. –Jacob disse e sorria tristonho. Não saberia dizer por que ele parecia tão desanimado com o próprio casamento. –Ah, sério? Eu adoraria ser sua madrinha! Estarei lá no dia do seu casamento. Pode ter certeza. –Bom então é isso. Só vim para deixar o convite. Venho outro dia para conversarmos melhor, e você deve estar querendo andar na sua moto. –Certamente. Venha sim Jake. Será bom pra mim ter sua companhia. Hesitante, Jacob ergueu a mão e afagou minha bochecha. Lembrei-me do sonho que tive e isso complicou ainda mais a situação. De repente, eu percebi que aquele toque das mãos de Jacob tinha algo mais, algo mais do que amizade. Agora mesmo seus olhos fitavam-me com um brilho intenso. Será que agora eu conseguia ver algo mais profundo na superfície ou tudo era o reflexo do sonho que tivera com Jacob? Enquanto estava perdida em pensamentos, uma voz soou potente pelo amplo espaço. –Ah, olá Jacob? O que faz há essa hora aqui? –A voz feminina soou no topo da escada. Viramos-nos e vimos minha mãe. Seu tom de voz era ácido, ela parecia não gostar de Jacob. A expressão de Jacob indicava, assim como minha mãe, a inimizade que existia entre eles. –Olá senhora Swan. Eu preciso ir. –Jacob anunciou afastando-se rapidamente. Eu fiquei tão atônica pelo clima hostil que se formou com aquele encontro que nem pude me despedir adequadamente de Jacob. Renée desceu as escadas apressada, pegou o envelope de minhas mãos. –o que é isso que Jacob entregou a você? –Perguntou ríspida já fazendo menção de violar o envelope. Num átimo peguei de suas mãos. –Mãe! Não faça isso! Vai destruir o convite! –Convite? Convite de que? –Jacob vai se casar mãe. Ele me convidou, veio trazer o convite. O que há de errado com a senhora? –Perguntei aborrecida enquanto subia as escadas. –Não é nada. Eu só acho imprópria a conduta de Jacob para com uma mulher casada. –Ela falou num tom petulante. Bufei. –Ele é meu amigo. Não há nada de errado com a sua conduta. Se há alguém agindo de forma errada esse alguém é a senhora. –Disse com aspereza. Renée parou de subir as escadas.

–Quer saber? Acho que já está na minha hora. Se ficar aqui acabarei discutindo com você. Eu não quero isso. –Desceu alguns degraus que havia subido, caminhou até a porta, Joel a manteve aberta. –Aproveite o evento. –Disse antes de partir. Eu não gostava de brigar com ninguém, especialmente com minha mãe, mas não poderia ficar calada diante da injustiça que ela exercia com Jacob. Fui para meu quarto, iria esperar por Edward lá. Era tão injusto! Devia haver um motivo para Jacob ser tratado tão mal por Edward e por minha mãe, mas o que poderia ser? Será que Edward me responderia com sinceridade? Eu duvidava. Visto que estávamos indo muito bem e teríamos um evento para ir, deixaria as perguntas para depois. Enquanto minha mente vagava, acabei por lembrar o meu sonho com Jacob. Aquele sonho me atormentava! Teria ele ligação com meu passado? Aquela seria a prova de que eu tive algo com Jacob? Eu não sabia e, sinceramente, não queria saber. ... –Bella? –Uma voz soou fora do meu quarto. Levantei da cama num átimo. –Edward? –Perguntei caminhando para a porta. Edward a abriu, já estava pronto para o evento. –Nossa, nem ouvi você chegar! –Comentei saindo do quarto em direção ao corredor, postando-me ao seu lado. Edward olhava-me atentamente, havia fascinação naquele olhar e gostei disso. –Você está divina. Esta cor fica adorável em você. –Confidenciou olhando para meu vestido tomara-que-caia azul. Eu corei. –Obrigada. Você também está muito bonito. –Disse olhando-o atentamente. Usava um smoke clássico. Edward aproximou-se, sua mão encontrou a minha, segurando-o, e beijou-me na testa. Fechei os olhos ante o contato, apreciando seu perfume, seus lábios em minha pele. –Não sabe como desejo levá-la ao quarto e mante-la minha prisioneira. Está tão bela que temo deixá-la exposta. –Disse entre risos, seu hálito doce chocando contra meu rosto. –Não se preocupe. Eu não vou fugir. –Disse divertida. O envolvi com meus braços e aproximei nossos rostos para que pudéssemos nos beijar. Meus braços em seu pescoço. Seus braços em minha cintura e um beijo tão casto que me senti

derreter e desejar que Edward mudasse de idéia e ficássemos em casa, nos amando. Edward afastou-se, retirou algo de seu bolso. –Comprei para você. Combina com o vestido. –Disse e retirou um belo par de brincos da caixinha aveludada. –Nossa! Parecem ser caros. –Falei com preocupação. Edward riu enquanto retirava os brincos da caixa. –Não ligue para isso. É de prata, combina com o vestido e possui safiras e diamantes. Ficam perfeitos em você. Acho que adivinhei que escolheria azul para seu vestido. –Edward dizia enquanto ajudava-me com os brincos. Meus cabelos estavam presos, num penteado bem elaborado, expondo assim a jóia que Edward me presenteou. Beijou minha mão e puxou-me para segui-lo até a garagem. Dessa vez fomos no seu Aston Martin. –Então esse evento é para que fim? –Perguntei. –Para ajudar um hospital infantil da região. Nossa empresa ajudou a organizar o evento. –Então a empresa é envolvida em coisas desse tipo? Que bom. –É importante para o status empresarial participar de eventos beneficentes. –E você faz isso em prol do status da empresa Edward? –Virei-me para olhá-lo. Edward sorria. –Não, faço por que gosto. –Ah! –Joel disse que sua mãe foi até a nossa casa ajudá-la a e arrumar, ela e uma equipe de profissionais da beleza. –Sim. Não tive um minuto de sossego desde que ela foi até mim. Passei o dia sendo embelezada por sua equipe. –Mas valeu a pena, eles conseguiram a proeza de deixá-la ainda mais bela. – Edward disse, seus olhos em mim, erguendo a mão e afagando minha bochecha. Acabou por segurar minha mão no banco enquanto a outra manobrava o carro. –Quer bom que gostou. –Murmurei. Notei então algo no rosto de Edward, algo que ele parecia sufocar. Se Joel tinha contado de minha mãe certamente contou de Jacob. Edward poderia interpretar mal caso eu nada dissesse sobre a visita de Jacob. Com um suspiro eu comecei.

–Jacob foi me visitar agora a pouco. Entregou-me o convite do seu casamento. –Disse enquanto olhava para fora da janela. Edward suspirou. –Sim, eu sei. Joel me contou. –Ele me convidou para ser a madrinha. O casamento será daqui a duas semanas. Você vai comigo? –Virei-me para olhá-lo e não gostei da expressão que vi no rosto de Edward. Ele parecia aborrecido. –Sabe que faço qualquer coisa por você meu amor, menos isso. Seria muito... Desconfortável, para mim e para Jacob, se eu fosse. Eu queria que Edward fosse comigo, mas entendi naquela expressão que cobrar sua presença seria um martírio para ele. Eu não queria isso. –Tudo bem. Importa-se se eu for? –Não. Você é a madrinha, precisa ir. –Edward virou-se e sorriu, mas eu podia sentir que aquele sorriso estava sendo mantido com muito custo em seu rosto. Eu não entendia aquela situação. –Então vai haver alguém que eu conheça nesse evento? –Perguntei distraída querendo quebrar o silencio que se instaurou após nossa conversa sobre Jacob. –Provavelmente não, mas não se preocupe. Vou ficar o tempo todo ao seu lado. –Edward disse pegando minha mão, que estava no banco sendo segurada pela sua mão, aproximou de seus lábios e a beijou. Eu sorri. Felizmente era fácil, agora pelo menos, afastar o Edward sombrio que aparecia quando coisas do meu passado se aproximavam de mim. ... –Ah Edward! Que bom que veio! –Um senhor de meia idade disse cumprimentando ruidosamente Edward. Em momento algum desde que saímos do carro Edward deixou de segurar minha mão. –E vejo que trouxe sua adorável esposa desta vez. –O senhor continuou oferecendo-se para um cumprimento. Após pegar minha mão a beijou. –Eu sou Edgar Stokes. É um prazer conhecê-la pessoalmente, senhora Cullen. –Disse incrivelmente cortês. –É um prazer conhecê-lo também. –Venha Edward. Há muitas pessoas querendo cumprimentá-lo. –Edgar disse caminhando a nossa frente. Edward puxou-me para o seu lado, colocando sua mão em minha cintura, e caminhamos atrás de Edgar.

Edward fora recebido calorosamente por todos, cumprimentado diversas vezes. Era sem duvida a pessoa mais importante daquele evento. Por ser sua esposa eu também recebia a mesma atenção, mas não tanto quanto ele. Talvez fosse bobagem pensar nisso agora, mas enquanto me via cercada por homens e mulheres importantes, que exerciam alguma profissão prestigiada, eu me senti um nada. Apenas a esposa de Edward Cullen, um adereço dele. Não era culpa de Edward, a culpa era minha. Pelo que pude perceber tive uma vida acomodada cercada de luxo conquistado não por mim, mas pelo meu pai. Eu nunca me esforcei para nada. O momento em que deveria fazer algo, momento em que meu pai faleceu, eu decidi apenas dar o golpe do baú. Eu queria, precisava, fazer algo da minha vida. Eu iria fazer. Não tinha experiência com nada, mas nunca é tarde para aprender. Poderia arranjar um emprego, poderia ser qualquer emprego, só para poder ganhar meu próprio dinheiro e não ser uma desocupada. Fiquei perdida em pensamentos pensando no que faria, qual emprego poderia servir para mim e como Edward reagiria a essa decisão. Então notei que havia um rapaz, um pouco mais afastado de mim e de Edward, que me observava. Eu fui a única a notar, Edward conversava sobre a empresa com dois homens a nossa frente totalmente absorvo. O rapaz me olhava com malicia e isso me incomodou. Procurei não dar atenção a ele, mas era difícil. Deixava-me tensa aquela sensação de estar sendo observada. Conclui que precisava sair do campo de visão daquele rapaz. –Edward, eu irei ao toalete. –Sussurrei em seu ouvido. Edward retirou sua mão de minha cintura. –Tudo bem. Esperarei aqui, ou quer que eu a acompanhe? –Não precisa. –Mas você não sabe onde fica o toalete Bella. –Eu me viro. –O beijei na bochecha e sai. Não foi difícil localizar o toalete, apenas acompanhei algumas mulheres. O local estava cheio, mulheres retocando a maquiagem, conversando sobre futilidades ou até bebendo um pouco mais do que devia. Entrei em um dos Box e sentei na privada. Respirei. Eu estava me sentindo um peixe fora da água naquele lugar. As pessoas eram muito diferentes de mim, eu sabia que não pertencia aquele ambiente. Perguntei-me se a antiga Bella sabia lhe dar com lugares assim. Provavelmente. Enquanto as vozes no toalete feminino diminuíam, eu fiquei sentada procurando descansar. Enquanto me entregava temporariamente ao cansaço senti meu estomago protestar. Estava faminta.

O silencio pairou no toalete. Sai e constatei estar só no local, o que agradeci. Olhei meu reflexo no espelho, realmente a equipe fez um ótimo trabalho comigo, eu estava deslumbrante. Foi naquele momento enquanto me olhava que notei que não estava só. Alguém adentrava o banheiro e definitivamente não era uma mulher. –Olá. –O rapaz disse. Era o mesmo que lançou olhares desconcertantes para mim. –O toalete masculino é ao lado. –Comuniquei enquanto me preparava para sair. –Eu sei, mas é nesse toalete que precisava entrar. –O rapaz fechou a porta atrás de si e ficou de pé entre mim e a porta. Comecei a tremer. –Eu quero sair. Pode me dar passagem? –Pedi tentando aparentar despreocupação, mas certamente não o enganei. Um sorriso malicioso, perigoso até, nos lábios cheios. Eu nunca havia visto aquele rapaz até agora. –O que? Vai me tratar assim depois do que aconteceu entre nós Bella? –Ele disse enquanto seus olhos me avaliavam. Recuei alguns passos. –Não sei do que está falando. Nem sei quem é você. –Retorqui azeda. –Ah Bella, assim você me magoa! Ficamos três vezes juntos e você me prometeu que na próxima vez que nos encontrássemos em um evento rolaria algo mais. Não tem idéia do quanto esperei pelo quarto encontro. –O rapaz desencostouse da porta caminhando até mim. Recuei mais alguns passos. –Não sei quem é você. Deixe-me ir agora. –Pedi completamente apavorada. –Não se lembra de mim? Mesmo? Eu sou Alec, o cara com quem você chifrou o seu marido três vezes em eventos como este. E me prometeu mais... –Alec aproximou-se e antes que pudesse fazer algo e puxou-me para beijá-lo. O choque de seus lábios nos meus provocou um ferimento, pude sentir o gosto do sangue. Alec era forte, prendeu-me em seus braços enquanto eu tentava lutar, me libertar. Alec prensou-me na parede enquanto tentava quebrar a resistência de meus lábios para aprofundar meu beijo, no processo machuquei minhas costas. Consegui libertar um de meus braços e peguei um vaso de flores de porcelana que estava em cima da bancada da pia. Não pensei. Quebrei o vaso na cabeça de Alec. Este se afastou num átimo, atordoado. –Sua... Vadia... –Murmurou enquanto ajoelhava-se no chão em meio ao caos de pedaços do vaso. A mão no ferimento da cabeça. Após me recuperar da paralisia momentânea que sofri eu sai às pressas do banheiro deixando Alec caído, ferido. Eu

não sabia que expressão estava no meu rosto, mas não devia ser uma expressão facial boa. Todos me olhavam abismados enquanto eu cruzava o salão rapidamente. O nervosismo foi me abatendo de tal forma que me vi andar cambaleante. Minha respiração estava pesada, batimentos cardíacos acelerados e um enjôo forte. –Licença. –pedi a multidão enquanto caminhava e os empurrava. Eu precisava chegar até Edward e precisava sair dali. Eu estava bem próxima de desmoronar. Algo estava acontecendo. Eu vi Edward em cima de um palanque discursando. Olhei para trás, não demoraria até Alec sair dali ou alguém notar um rapaz ferido no toalete. Caminhei até a lateral do palco, Edward não havia me percebido ainda. Eu me escorei na parede sentindo as pernas bambas, a visão ficando mais e mais turva e o enjôo me atingindo de forma avassaladora. –... Obrigado. –Edward disse encerrando seu discurso. Seus olhos vagaram pelo salão aparentando preocupação. –Edward... –Murmurei tentando me manter de pé. Minha voz estava fraca demais para chamar a atenção de Edward. O gosto de sangue na boca pelo ferimento provocado por Alec. Enfim Edward me percebeu e desceu do palco pelo lado em que eu estava. A princípio sorriu, parecia aliviado por me ver. E então sua expressão mudou. –Bella, amor? –Edward... –Trêmula, eu me apoiei pesadamente nele. –Bella! O que houve? –Sua voz era contida para não chamar a atenção de todos que nos cercavam, mas eu poderia sentir a tensão dele. –Edward... Eu preciso ir. Preciso sair daqui. –Pedi tentando conter as lágrimas. –Meu Deus Bella você está gelada! Vamos, eu vou levá-la a um hospital. O que está sentindo? –Enquanto conversava comigo Edward procurava sustentar boa parte do meu peso. Mexi pesadamente meus pés para frente. –Edward, você não pode sair assim. –Disse. –Não se preocupe com regras de etiqueta agora Bella. O mais importante é você. Vamos a um hospital. –Enquanto cambaleava pela saída, pude ver, através de todo aquele caos, que Alec saia do toalete, a mão na cabeça e olhava-me furioso. Edward, enquanto seguíamos para seu carro, perguntou diversas vezes o que eu estava sentindo, se havia melhorado um pouco que fosse. Eu estava tão desnorteada que fiquei calada. Isso somente o deixou mais alarmado. Colocou-me

sentada no banco do carona e afivelou meu cinto. Os tremores vieram e o enjôo me atingiu como um soco. –Bella, amor, nós vamos a um hospital! –Disse com a voz tremula. Edward estava tão nervoso que nem ao menos conseguia colocar a chave do veiculo na ignição. Após algumas tentativas conseguiu e já estava acelerando o carro antes de sairmos da garagem. Tentei sem sucesso controlar os tremores, mas não consegui. Edward falava comigo, mas eu não conseguia me concentrar em suas palavras. Eu apenas sentia sua mão segurando fortemente a minha. –Edward, me leve pra casa. –Consegui dizer sem ter certeza de que ele havia ouvido meu pedido. –Amor, você precisa de um médico. Vamos ao hospital, está bem? –Não precisa. Eu quero ir pra casa. –Disse com a voz um pouco mais composta. –Bella, amor, vamos primeiro a um hospital e se tudo estiver bem... –EU QUERO IR PRA CASA! –Gritei surpresa com meu ato. Por que eu estava gritando com Edward afinal? Meu grito despertou algo em mim, o enjôo que tentei reprimir. Agoniada com o mal estar, desafivelei rapidamente o meu cinto de segurança. Edward continuava a dirigir e pelo canto de olho percebi que me olhava alarmado. –Edward, pare o carro! Preciso vomitar! –Implorei com a voz entrecortada. Coloquei as mãos sobre a boca e fechei os olhos. Edward estacionou o carro no meu fio e eu desci em disparada. A rodovia em que seguíamos não estava movimentada, o que agradeci. Não queria espectadores para assistir eu chegando rapidamente ao fundo do poço. Vomitei violentamente, não que houvesse algo para eu vomitar. Edward saiu do carro e postou-se atrás de mim. Passou gentilmente as mãos em minhas costas. Ele estava sendo extremamente gentil, coisa que eu não merecia. Após vomitar sabe-se lá o que, visto que meu estomago estava vazio, voltei para o interior do carro com a ajuda de Edward. Eu não voltei a perguntar para onde ele estava me levando, deduzi, olhando pela janela, que Edward decidira me levar para casa. Os tremores diminuíram consideravelmente, assim como o enjôo. Ainda sim eu me sentia esgotada, como se todos os sentimentos ruins de quando eu acordei me abatessem naquele momento. Eu era um lixo, um lixo que não merecia nem o chão que Edward pisava. Mesmo sabendo que Edward queria que eu estivesse ao eu lado, mesmo sabendo que ele ficava feliz com as coisas como estavam, eu não conseguia pensar da mesma forma. Logo

estávamos em casa, durante todo o trajeto Edward não voltou a falar. Quando estacionou seu carro na garagem de nossa casa, Edward me chamou. –Bella, amor, como está se sentindo? –Perguntou numa voz afável, segurou minhas mãos entre as suas. Virei-me para ele, não consegui disfarçar o que se operava em mim. –Estou melhor. –Disse. Edward ergueu uma das mãos e afagou minha bochecha. Seu rosto expressava sua preocupação com meu estado e certamente mágoa pelo modo rude com que o tratei. –Você está tão pálida, tão fria! Você não está bem Bella. Deveríamos ir a um hospital. Seu mal estar pode estar relacionado com o seu acidente e o médico nos alertou para quando você passar mal a... –Eu vou ficar bem, não foi nada. –Disse colocando uma de minhas mãos, a mão que não estava sendo segurada pela dele, em seu rosto. –Eu nem almocei. Bebi um pouco. Passei mal por isso. Vou ficar bem quando comer algo, tomar um bom banho. E... Desculpe-me por minha grosseria. Foi imperdoável e modo como falei com você agora a pouco. Edward colocou sua mão sobre a minha que ainda estava em seu rosto. –Não se desculpe. Não foi nada. –Ficamos calados, nos olhando. Os olhos de Edward tinham algo, como se ele soubesse o que havia acontecido comigo. Talvez soubesse que havia algo mais do que um estomago fraco, mas não seria eu a contar. Eu não poderia. Se Edward soubesse do evento que ocorreu, por mais que tentasse disfarçar ele iria sofrer. Eu não queria mais proporcionar nenhum sofrimento a ele. –Vamos entrar. –Disse. Saiu do carro e veio abrir minha porta. –Consegue andar ou quer que eu a carregue? –Eu posso andar. Meu equilíbrio voltou. –Disse e caminhei. Edward segurou minha mão. –Você precisa comer algo. Deve haver alguma sobremesa na cozinha preparada pelos empregados. Pegarei para você. Antes disso eu a levarei para o quarto. –Edward disse enquanto seguíamos pelas escadas. Tentei caminhar sem sua ajuda, mas não consegui por muito tempo. Logo Edward sustentava meu peso. Ao chegarmos ao meu quarto, sentei na cama. Edward sentou ao meu lado e manteve uma de minhas mãos entre as suas. –Vou pegar algo para você comer. –Tudo bem. E... Obrigada por tudo o que fez por mim. Mais uma vez perdão

por ter sido grosseira. Não era minha intenção eu só... Eu estava um pouco nervosa. Só isso. –Olhei para o chão. Edward levantou-se. De costas para mim ele disse: –Não precisa ser tão formal comigo Bella. Por um acaso se esqueceu que sou seu marido? –Disse numa voz séria o que me fez olhar para ele. Edward não se virou. Saiu e fechou a porta atrás de si. Pronto, eu o havia entristecido. Eu era uma miserável mesmo! Lentamente retirei meus sapatos, a jóia que Edward me dera, desfiz o penteado, fiquei nua em pêlo para poder tomar um banho. Peguei um roupão e fui ao banheiro. A água quente chocando-se conta minha pele ajudou um pouco. Eu me senti melhor enquanto o laquê e a maquiagem saiam com o banho. Procurei tomar um banho demorado, me concentrar apenas na tarefa deixando os acontecimentos perturbadores de lado. Impossível. Eu não era forte para suportar essa carga emocional, sempre soube disso. Ainda sim consegui suportar razoavelmente bem tudo o que havia acontecido comigo. Agora toda a força que eu possuía que já era pouca, se esvaiu. Então quando me toquei eu já estava sentada no piso do banheiro, encolhida, com o chuveiro ainda ligado sobre mim. Reprimi os soluços para não alertar Edward, eu não queria que ele me visse daquele jeito naquele estado deplorável. Nunca eu havia me sentido tão humilhada! Enquanto Alec me tocava, forçava um contato intimo comigo, eu pensei no que eu fui no passado, no que eu permiti que outros homens fizessem. O quão suja eu era? Fechei os olhos e abafei um grito no braço. Eu queria morrer, o mundo seria um lugar melhor sem mim. Edward seria uma pessoa melhor sem mim. Perdida em devaneios não notei que o chuveiro havia sido desligado. Estaquei quando senti que alguém me cobria com o roupão. Droga, como pude ser tão imprudente? Por que não tranquei a porta antes de ter um ataque? Estava tão envergonhada que não abri os olhos. Edward não disse nada. Após vestir o roupão em mim, pegou-me no colo e me levou para a minha cama. Deitou-me lá. Experimentei abrir os olhos e o vi sentado na cama, os olhos em mim enquanto acariciava meu cabelo molhado. Virei-me ficando de lado na cama e fechei os olhos, suspirei pesadamente. –Eu sinto muito. –Murmurei com a voz sôfrega. E eu sentia mesmo por tudo o que havia feito com Edward, tudo que estava fazendo com ele. Haveria um dia em que eu iria parar de machucá-lo? Quando esse dia chegaria? Quando deixaríamos de sofrer? Talvez hoje, amanhã, semana que vem... Ou nunca. Edward não disse nada enquanto deitava-se ao meu lado, havia trocado de roupa, agora vestia um pijama de seda verde escuro. Ficamos deitados de lado, de

frente para o outro sem dizer uma única palavra. Edward segurou minhas mãos entre as suas. Às vezes acariciava meu cabelo, meu rosto, meus lábios um pouco inchados pelo ferimento que o tal Alec provocou. Todo o desespero, o nervosismo, a tensão foi se dissipando enquanto eu olhava aquele rosto adorado da pessoa que mais me queria bem na face da Terra. Perto da inconsciência, após longos minutos fitando Edward, pude senti-lo puxandome para seus braços e assim nós dormirmos. Infelizmente sem a paz de outrora, mas com a certeza de que amanhã poderia ser um dia diferente, poderíamos ficar bem novamente. Talvez tenha sido um sonho, não sei. Mas em um determinado momento acredito que murmurei para Edward um “eu te amo” e ele me respondeu da forma que sabia que responderia: –Eu também amo você, mais do que tudo. Durma meu amor. Talvez com o som e sua voz e essas palavras eu pudesse ter um sonho bom. Notas finais do capítulo Desculpem a demora. Deixem reviews. o/

(Cap. 17) Capítulo 16 Eu observava, atônica, a mim mesma entregando sem reservas a um homem qualquer. Era uma cena grotesca. Eu não poderia fazer nada para impedir, apenas assistia. As lágrimas cortaram meu rosto rapidamente e me senti sufocar. Uma voz soou atrás de mim. –Por que está chorando? –Perguntou. Virei-me e pude ver uma mulher idêntica a mim que acompanhava com indiferença a cena diante de nós, o sexo que ocorria a apenas alguns metros. –Edward não merece isso. Como eu pude ser assim? –Perguntei com a voz falha àquela Bella, que, inexplicavelmente, parecia saber o real motivo para meu comportamento pavoroso. Eu observei sua face antes indiferente assumir uma máscara de sarcasmo.

–A vingança faz coisas estranhas com o ser humano. Conosco não foi diferente. –Falou com amargura e voltou todo o poder de seus olhos castanhos para mim. Queria perguntar o porquê da vingança, essa vingança era direcionada a quem? Então a consciência foi me encontrando, me tirando daquele lugar caótico e quando abri meus olhos eu encontrei um par de olhos cor de ocre que me olhavam ansiosos. Um pequeno susto pela proximidade, mas logo me recompus. Edward estava deitado em minha cama lado a lado comigo. –Oi. –Edward disse simplesmente. –Oi. –Falei. Edward permaneceu calado por alguns minutos e não quis romper o silencio. Pareceu-me algo agradável. Ergueu uma mão e afagou meu rosto. –Parece melhor esta manhã. –Sim, eu estou melhor. –Falei com rouquidão na voz. Edward ajeitou-se na cama, encostando suas costas na mesma, e puxou-me para que eu pudesse deitar em seu peito, juntinho dele. Notei que eu não usava roupão e sim uma camisola de seda marrom, certamente Edward me vestiu. Eu me senti bem em seus braços quentes. Não havia nesse vasto mundo alguém mais cheia de contentamento que eu, contentamento este desmerecido. Os sonhos, as descobertas, tudo conspirava para meu relacionamento com Edward e nunca estive mais cheia de dúvida sobre o que fazer do que agora. Eu já estava pensando seriamente em deixá-lo, me divorciar de Edward para que ele pudesse ser feliz. –Liguei para seu médico e contei o que houve ontem. Ele, assim como você, acredita que seu mal estar tenha sido pela falta de alimentação, mas se fosse assim você ainda estaria se sentindo mal, visto que nada comeu. –Edward disse e percebi que ele sabia, sabia que meu mal estar não estava relacionado com o fato de que não comi nada mais além do café da manhã ontem. Procurei disfarçar a tensão. Eu já havia começado a mentir para Edward, não tinha mais volta. –Eu suponho que não irá me dizer nada, como sempre. –Edward falou com a voz cheia de amargura. Senti um aperto no peito por isso. –Edward... –Comecei querendo desesperadamente me abrir com ele, mas sabendo que isso causaria dor. Acabei desistindo de falar. Edward ergueu meu queixo com uma das mãos obrigando-me a olhá-lo, acariciou minha face enquanto me olhava. Recuei um pouco de sua mão quando o mesmo tocou meus lábios, mais precisamente no local machucado por Alec. Estreitou os olhos quando notou o ferimento, acariciou o local, mas nada disse. Antes que ele fizesse mais perguntas

sobre ontem, procurei conversar sobre outra coisa. –Então... Não deveria estar a essa hora na empresa? Deve estar tarde. –Eu não irei hoje. –Não? Por quê? –Ontem eu conversei com o vice-presidente. Consegui sete dias de descanso. Iria contar a você, fazer uma surpresa. Eu achei que, com estes dias livres, nós poderíamos fazer algo juntos. Viajar quem sabe. Eu... Eu não tenho me dedicado muito a você como deveria. –Coloquei meus dedos nos lábios de Edward. –Você tem feito mais do que eu mereço. Não diga isso. –Ainda sim Bella, eu não me mantive suficientemente perto. Então pensei em me conceder estes dias livres para ficar com você, me concentrar somente em você. Poderíamos viajar para algum lugar. Minha família é proprietária de vários resorts espalhados pelo litoral. Há um no litoral californiano que é muito belo, poderíamos ir para lá. O que você acha? –Edward continuava a acariciar minha face com a ponta de seus dedos. Sorri. –Eu adoraria. –Minha resposta ao seu pedido pareceu deixá-lo feliz. Permanecemos calados por mais alguns minutos. Edward me manteve ali, aninhada em seus braços, protegida. Suas mãos acariciavam meu rosto, meus cabelos, e seus olhos nunca deixavam os meus. O clima foi rompido pelo barulho de meu estomago roncando. Fora tão alto o ruído que a situação ficou cômica. Eu e Edward rimos. –Parece que temos uma linda garota faminta. –Edward murmurou. –Absurdamente faminta eu diria. –Me aproximei de Edward beijando-o no pescoço. –Então vamos ao café da manhã. –Afastou-me e caminhou até a mesinha em meu quarto. Só então notei que havia uma mesinha de café da manhã lá. Edward a pegou trazendo-a para mim. Sentei-me na cama e Edward colocou a mesinha em meu colo. Havia um pouco de tudo, inclusive uma flor do campo. –Nossa, mesa caprichada! –Disse servindo-me de imediato. –Que bom que gostou. Ajudei os empregados a preparar. –Edward puxou uma cadeira que estava próxima a mesa e sentou-se próximo a mim. Olhava-me comendo. Apesar do constrangimento, eu comi com gosto. –Então... Quando iremos? –Perguntei querendo distraí-lo.

–Hoje. –Edward disse, sorria. –Hoje? Não está muito em cima? –Não. Eu antecipei que você iria aceitar então está tudo preparado. Já comuniquei que iremos para lá e preparei o helicóptero. Joel e outra empregada estão arrumando minhas malas. Pedirei para que venham auxiliá-la. –Não se preocupe, eu cuido disso. –Tudo bem. Eu tenho algumas coisas para resolver. Sairei e lhe darei privacidade. –Edward disse. Ergueu-se da cadeira em que estava sentado. Inclinouse para mim afagando minha bochecha esquerda com sua mão. Me olhava de um modo estranho, pensativo. –Que foi? –Perguntei. –Nada. –Disse e afastou-se me deixando em meu quarto, cheia de interrogações. ... Procurei ser rápida na organização de minha bagagem. Levei de tudo um pouco, inclusive vestimentas mais ousadas do meu antigo “eu”. Só voltei a ver Edward quando já estávamos de partida. Ele ainda parecia pensativo, me perguntei freneticamente o porquê de estar assim. Permanecemos calados durante os minutos do percurso até o aeroporto e Edward só falou comigo mais do que palavras monossilábicas quando estávamos de frente para o helicóptero que iria nos levar ao litoral californiano. –Então esta será sua primeira experiência de vôo após o acidente, não é? – Edward perguntou. Eu assenti sentindo minhas mãos suarem pelo nervosismo. –Acho que sim. –Murmurei e senti Edward apertar minha mão nas suas passando-me segurança. Em poucos minutos estávamos alcançando vôo para nossa viagem, a primeira viagem após o acidente. –Não precisa ficar nervosa. Já voei neste varias vezes e nunca aconteceu nada. –Edward sussurrou em meu ouvido, segurava minha mão. Eu assenti. Puxou-me para que pudesse me manter em seus braços e fui de bom grado. O calor que eu sentia emanar de Edward era tranqüilizante, retirando qualquer tensão que havia em mim. Fiquei pasma com a visão aérea que tínhamos incrivelmente bela. Em algumas vezes, como uma menininha conhecendo o mundo ao seu redor, colei a cara no vidro para ver melhor. Edward ria com minha atitude e não me incomodei, por que de fato eu estava agindo de forma hilariante.

–Então ficaremos neste hotel durante sete dias? –Perguntei querendo romper o silêncio. O barulho das hélices do helicóptero incomodava um pouco. –Se você quiser, sim. Mas se desejar ir para outro lugar nós iremos. –Ergueu sua mão e acariciou minha face. –Tanto faz. Não me importo bem com o lugar, mas com quem estou. –Disse e notei que Edward parecia maravilhado com minhas palavras. Ele sempre ficava em jubilo com quaisquer manifestações de afeto que eu dou a ele. E então, sem minha permissão, os tormentos do passado vieram. A cada minuto que eu passava ao lado desse homem maravilhoso tinha mais certeza de que não o merecia, de que deveria deixá-lo ir e ser feliz. Meu lado egoísta protestava e meu lado racional dizia que era o melhor para ele. Então esta seria minha ultima viagem com ele? Meu último momento? O que eu deveria fazer para que Edward aceitasse minha decisão? Pensei em tantas coisas que só despertei quando havíamos chegado ao nosso destino. –Chegamos meu bem. –Edward sussurrou em meu ouvido. Olhei em volta, estávamos em uma pista de pouso no terraço do hotel. O co-piloto abriu nossa porta e Edward puxou-me pela mão. Arfei com a paisagem diante de mim. O hotel ficava no litoral, um lugar incrivelmente belo. Maravilhada como estava, quase me esqueci de meus medos, minhas duvidas... –É lindo, não é? –Edward murmurou. Eu assenti. –Sim. Esse lugar é incrível! –Bella, amor, você ainda não viu nada. Terei o maior prazer em lhe mostrar tudo. Vamos. –Saímos da pista de pouso e fomos recebidos por praticamente todos os empregados que foram muito gentis conosco. Fomos guiados diretamente para a suíte presidencial, a acomodação mais espetacular daquele local. Meus olhos não perdiam nada, cada detalhe na decoração deslumbrante, na paisagem que podia ver aqui e ali pelas aberturas. O céu era de um azul límpido, a temperatura maior do que o de costume, verde de arvores, plantas, por todo o lado. –Bella? –A voz soou. Olhei para Edward finalmente dando atenção a ele. –O que? –Perguntei. Edward sorriu. –Está tão distraída! Acho que não deveria ter escolhido um lugar tão belo como este assim você não e concentrará em mim. –Edward disse divertido. Eu sorri. –Não se preocupe. O lugar não irá ofuscá-lo. –Mesmo sabendo que poderia estar agindo errado, já que havia decidido terminar com ele, o abracei. Senti na testa os lábios de Edward e seus braços envolvendo-me. Quase me entreguei à tristeza de saber que possivelmente depois da viagem eu não teria mais aquele

corpo para me aconchegar. –Vamos. Temos muito que aproveitar. –Dizendo isso Edward segurou minha mão e guiando-me por um corredor largo em direção ao nosso quarto. Serviçais traziam nossa bagagem. Ficamos diante de portas duplas brancas e um serviçal a abriu. Arfei. O quarto era enorme, muito bem decorado, uma vista incrível para o litoral. Tudo era tão belo, tão branco, e tinham tantos arranjos florais! –O que achou do quarto? –Edward perguntou. Só então notei que estávamos sós, nossa bagagem no chão. –É muito... Grandioso. Muito pomposo. Eu me sinto meio... Sei lá. Estranha nesse lugar. –Confessei sentando na poltrona da pequena sala. Edward sentou-se ao meu lado, segurou minha mão. –Não há por que ficar estranha. Este é o seu lugar, qualquer lugar é o seu lugar. –Ergueu sua mão a principio hesitante e tocou meu rosto. Como da outra vez, eu não consegui me afastar, mesmo sabendo que isso não iria ajudar em nada na hora de me desfazer desse casamento. Não protestei, sequer recuei ainda que minimamente quando Edward inclinou-se em minha direção e puxou-me pela nuca, selando nossos lábios. Um beijo a principio calmo, mas com o passar dos segundos intenso. Edward foi se inclinando, deitando-me na poltrona enquanto seus braços me prendiam firmemente ao seu corpo, seus lábios cada vez mais intensos nos meus. Senti o ferimento nos lábios protestar, eles ainda estavam feridos pelo ataque de Alec. Acabei colocando minhas mãos espalmadas em seu peito e empurrando-o. Edward afastou-se de imediato, seus olhos cor de ocre, insondáveis. Eu o olhei, alarmada, querendo corrigir minha atitude, que ele não pensasse que era uma rejeição. Ou talvez fosse melhor que ele pensasse assim, se eu estava disposta a me separar. Senti nos lábios os dedos de Edward, ele olhou o meu ferimento. –Você se feriu aqui. Notei este ferimento desde ontem. –Ele comentou e fiquei calada. O que eu iria dizer? Mentir? Ele me olhou com uma expressão frustrada e afastou-se. Tão logo se recompôs antes que eu dissesse algo e sorriu. –Vamos arrumar nossas coisas e passear. –Levantou-se e ofereceu sua mão que tão logo peguei. Arrumamos nossos pertences no enorme closet, calados. Não foi um silencio constrangedor, pelo menos não me pareceu para Edward. Eu particularmente não

gostava de ficar calada, isso deixava minha mente livre para pensar e a única coisa que vinha em minha mente era como eu faria o que é certo, como diria adeus a Edward, pelo bem dele, abdicando de minha própria felicidade. Não ia ser nada fácil, mas eu precisava tentar. Não sabia quando fazer, mas não poderia protelar. Naquela mesma noite eu daria fim a tudo. Ao meu casamento. ... Não aproveitamos muito aquele dia. Além de termos chegado ao entardecer, passamos muito tempo organizando nossa bagagem. Ainda sim tivemos tempo para um rápido passeio por todo o hotel sendo guiado pelo gerente do mesmo. O hotel era maravilhoso, estava com uma boa quantia de hospedes apesar de estarmos na baixa temporada. Durante nosso passeio pelas instalações, no interior do hotel ao exterior do mesmo, Edward e eu ficamos de mãos dadas. O calor de suas mãos era algo sem precedentes, eu me sentia tão bem! Será que eu conseguiria viver sem aquela mão segurando a minha, guiando-me? Fiquei perdida em devaneios. Duvidas. Uma parte de mim desejando, mesmo naquele inferno de lembranças desagradáveis, permanecer ao lado de Edward. O outro lado, o lado nobre que parece ter surgido após o acidente, pedia para deixálo ser feliz... Bem longe de mim. A viagem que devia ser feliz tornou-se preocupante para mim. Edward estava alheio as minhas preocupações, a minha decisão que certamente causaria dor. Eu não queria mostrar nada a ele, pelo menos por enquanto. Fui apresentada a algumas pessoas, conhecidos de Edward, que estavam hospedados no hotel. Passamos boa parte do dia assim, cumprindo o que eu chamaria de compromissos sociais. Quando nos demos conta, já estava anoitecendo. ... –Haverá um jantar no salão de festas. Como não aproveitamos quase nada deste dia pensei que poderíamos ao menos participar deste evento. Se você quiser. –Edward dizia enquanto eu enxugava meus cabelos com uma toalha. Havíamos nos recolhido ao nosso quarto. Edward de imediato foi ao banheiro para banhar-se, convidou-me para se juntar a ele. Embora eu quisesse tal coisa, inventei uma desculpa qualquer e acabei por tomar banho, sozinha, depois dele. Minha atitude não passou despercebida por Edward e isso o deixou ainda mais pensativo que antes. –Tudo bem, mas o que devo vestir? Algo mais chique? –Perguntei levantandome da cama e indo ao closet. Edward Continuou sentado na cama. –Vista o que quiser. Não se preocupe com isso. –Edward comentou e ouvi seus

passos no piso, caminhando até o closet. Procurei me ocupar em escolher o que vestiria enquanto Edward provavelmente fazia o mesmo com o seu lado do closet. Mesmo não o olhando as minhas costas, eu sentia seu olhar em mim. Acabei escolhendo um vestido Chanel preto, até os joelhos, e um salto preto. Sequei meus cabelos com o secador que trouxera e fiz um coque enfeitando-o com um broxe de prata em forma de libélula. Coloquei os brincos dados a mim por Edward. Edward ficou impecável em sua camisa de botões vermelha, um paletó preto por cima, calça social preta e sapatos pretos. Fomos calados até o salão de festas. Aquele clima estava estranho, incomodo, e a culpa era minha. Eu estava transformando o passeio que Edward planejou em um pesadelo, sem dúvida. Mas como poderia evitar? Eu não o enganava. Procurava sorrir e lá estava Edward olhando-me, percebendo meu estado de espírito e se frustrando por eu não me abrir com ele. O que eu tinha que fazer? Não importa o que fosse feito, Edward deveria ser feliz no final. Era isso o que importava, pois essa passou a ser a missão da minha vida. ... –O que achou da comida ofertada? –Edward perguntou a mim. Desviei os olhos que passeavam pelo luxuoso salão e o fitei. –Estava excepcional como tudo aqui. –Espero que tudo esteja agradando-a. –Edward sorriu, mas o sorriso não alcançava seus olhos. –Está sim. Obrigada por me trazer para este lugar, Edward. –Não agradeça agora. Agradeça apenas ao fim da viagem. Hoje é só o primeiro dia, a muito para se ver. Amanhã levantaremos cedo. Visitaremos se possível todas as praias em um iate que nos foi disponibilizado. –Que bom. Se for assim eu acho que nós deveríamos dormir cedo. –Sugeri. –Não. Não iremos dormir cedo hoje. –Edward disse. Eu o olhei interrogativamente, mas ele nada disse. Continuou a me olhar com aquela expressão pensativa. Subitamente levantou-se, fez um gesto com a mão à banda que estava um pouco afastada e eles começaram a tocar uma música suave. Edward ofereceu sua mão e eu prontamente aceitei. Puxou-me para a saída do salão e eu o segui. Ficamos afastados de todos, longe dos olhares curiosos, em um lugar bonito, iluminado pelo brilho da lua cheia. Um perfume de jasmim podia ser sentido, certamente havia aquela flor em algum lugar do imenso jardim. Lentamente, Edward me posicionou para que pudéssemos dançar. Pegou minha

mão direita mantendo-a erguida juntamente com a sua, sua outra mão em minha cintura. Valsamos. Havia algo nos olhos de Edward, algo que eu não sabia explicar, que estava me incomodando. Aqueles olhos claramente me sondavam. A fim de fugir daquilo, encostei-me toda a ele, abraçando-o. Edward correspondeu ao abraço e continuamos a valsar. Eu sabia que tinha que esclarecer as coisas e aquele me pareceu um momento adequado. Mas o que eu diria? Simplesmente pediria separação sem dar explicações ou abriria meu coração para Edward dizendo a ele o quanto sofria pelo seu sofrimento? Como terminar nosso casamento? A vontade de chorar me assaltou e com um esforço hercúleo eu a reprimi. Seria muito mais difícil dizer adeus com lágrimas nos olhos. Eu precisava ser forte, sem até cruel, para que Edward aceitasse o término. Eu precisava... –Você quer se separar de mim, não quer? –A voz masculina soou próxima ao meu ouvido. Petrifiquei com suas palavras. –Não negue. Eu posso ver isso em seus olhos. –Edward continuou a dizer e em momento algum interrompemos a valsa. Eu não disse nada, minha garganta estava fechada. O abracei mais forte e enterrei minha cabeça em seu ombro. Fechei pesadamente os olhos. –Entenderei sua reação como um sim. Não sei o que houve ontem, mas, bem como imaginei, deve ter sido algo sério. Não vou forçá-la a falar, só há uma coisa que quero dizer. –Dizendo isso Edward com uma mão ergueu meu rosto para olhá-lo. –O que? –Murmurei com a voz embargada. –Não vou permitir que se afaste de mim Bella. Nunca. Eu perdi muito, lutei muito, para simplesmente deixar você me escapar por entre os dedos. Se realmente quisesse se separar de mim, não deveria ter dito que me ama naquela noite. Você se condenou naquele dia. Agora que sei o que sente por mim, agora que meu sentimento é verdadeiramente correspondido, eu não vou abdicar de você. –Seus olhos cor de ocres intensos, fitando-me. Eu abaixei um pouco meus olhos, sua mão ainda em minha face. –É o melhor para você. Ficar próximo a mim não é nada bom para você. – Murmurei. –Acho que quem tem que julgar isso é eu e não você, Bella. –Edward falou com brandura. –O que? Vai negar que não o prejudiquei? Que não estou fazendo você sofrer? POR DEUS EDWARD! Eu o machuquei tanto! Eu não quero mais fazer isso! Me dói vê-lo sofrer por minha causa. Eu não... Não agüento mais... –E então as lágrimas foram brotando de meus dutos lacrimais. Edward ergueu mais uma vez meu

rosto para olhá-lo, enxugou as lágrimas com seu polegar. –Bella, eu só irei dizer uma vez e peço que ouça com atenção. Não importa o quanto você me prejudicou, o quanto eu sofri. O que passou, passou. Agora iremos recomeçar como é meu desejo e seu desejo. Se quiser me ver feliz e conseqüentemente ser feliz basta ficar ao meu lado. Não pense que se afastando de mim as coisas irão se resolver por que não irão. Se você se for Bella, acabou pra mim. Tudo. Você vai me fazer experimentar uma dor ainda pior do que todas as dores que senti. Não importa o que você decida fazer, vai ser inútil ao seu propósito de me fazer feliz. Eu pude ver a incontestável sinceridade nas palavras de Edward e então entendi que se eu queria compensá-lo, se queria fazê-lo feliz, eu deveria apenas permanecer ao seu lado, amando-o. Por que eu já havia dito que o amava. Era tarde demais para mim e para ele. Edward não me deixaria ir e eu não iria querer ir. Então eu me entreguei aos meus sentimentos e que se danasse o que iria acontecer daqui em diante. Eu não iria me privar de Edward nunca mais. O abracei apertado. –Vamos para o quarto. Como eu lhe disse, hoje não iremos dormir cedo. – Falou e soube o que ele queria. Edward colocou suas mãos em meu rosto e beijou-me nos lábios. Um simples selinho, mas preenchido com tanto amor que senti as pernas bambas. –Vamos sair daqui. –Disse em meus lábios e rapidamente puxou-me pela mão. Seguimos calmamente para nosso aposento, contendo a ânsia que sentíamos pelo que iria acontecer. Quando chegamos ao nosso quarto, Edward abriu as portas. Eu passei por elas e ouvi quando ele as fechou. Edward puxou-me pelo braço fortemente. Eu me choquei contra seu peito e rapidamente fui beijada de uma forma intensa. Virou-me e me prensou na parede, suas mãos apertaram minhas nádegas e ergueu-me encaixando meu quadril ao seu. A força que empregava em meus lábios fez o ferimento feito por Alec protestar, mas ignorei. O envolvi com minhas pernas prendendo-me ainda mais a ele. Meus braços o envolviam pelo pescoço, segurei um bom punhado de seus cabelos e os puxei. Nosso beijo era ávido, envolvente. Todo o cuidado que Edward tivera comigo esquecido. Agora queríamos dar prazer ao outro uma, duas, milhares de vezes. Tão rápido que não percebi o movimento, Edward desencostou-se da parede e nos guiou a cama, comigo grudada nele. Nossos lábios não se deixaram em momento algum. Edward afastou-se e com uma ânsia que poderia assustar a um espectador qualquer, rasgou meu vestido sem dó. Eu não liguei. Foi retirando aos puxões, sem me machucar, claro, claro, meu vestido, meu sutiã, minha calcinha e por fim meus sapatos. Após isso ficou parado, de joelhos na cama, contemplando meu corpo nu. Então se pôs a tirar suas vestes. Retirou rapidamente o paletó. Eu me ajoelhei diante dele e tentei ajudá-lo com a camisa, mas como estava impaciente, acabei

puxando-a com força, os botões saindo. Após isso o ajudei com a calça procurando ser rápida. Eu queria... Não, eu precisava senti-lo dentro de mim. Consumar aquele amor que era tão grande ao ponto e doer. Após ajudá-lo a retirar as últimas peças (calça, sapatos, meias e sua cueca Boxer) fiquei parada, de joelhos diante dele, nua, respirando com dificuldade. Edward estava tão arfante como eu, de joelhos também, nu, a alguns centímetros de mim. Em momento algum desviamos nossos olhos do outro. Eu sabia que Edward só estava parado por que queria recompor um pouco da energia perdida com toda a correria de tirar roupas, mas que logo ele investiria em mim e esperei irracionalmente ansiosa para que ele agisse. Edward colocou suas mãos sobre meu joelho e os puxou para frente. Cai no colchão e fiquei quieta enquanto Edward deitava-se sobre mim, entre minhas pernas. Puxou meus braços acima de minha cabeça entrelaçando meus dedos aos seus, prendendo-me no colchão. Procurou meus lábios e beijou-me com urgência. Movi minhas mãos para seus cabelos puxando-o, sem senti-lo protestar. Enquanto nos beijávamos como loucos nossos corpos atritavam-se. Edward começou o passeio de seus lábios, beijou toda a minha face, meu pescoço, clavícula, ombro, foi descendo e tomou na boca, ávido, meus seios. Meus gemidos saíram descontrolados pelos meus lábios e me vi sendo pega por espasmos diante do prazer que Edward me proporcionava. Suas mãos enquanto isso passeavam pela lateral do meu corpo até encontrar minha feminilidade e senti naquele local as mãos hábeis de Edward. Ah! Era tão prazeroso! Meu corpo serpenteou enquanto Edward me tocava intimamente e seus lábios continuaram o ousado passeio em beijos molhados. Abdômen, virilha, coxas, pernas. Então fizeram o caminho contrário, subindo. Afastou minhas coxas e beijou em minha feminilidade. Sua língua trabalhou naquele local enquanto eu enlouquecia com seu ato. Segurei fortemente os lençóis enquanto meu corpo se oferecia daquele modo tão intimo a ele. Por alguns minutos Edward manteve sua cabeça entre minhas pernas, proporcionando um prazer sem igual para mim. Quando estava chegando ao clímax Edward parou. Eu o olhei, aborrecida, enquanto ele sorria quase que perversamente. Engatinhou até estar sobre mim novamente e voltou a me beijar nos lábios. Meu corpo inteiro pulsava para te-lo dentro de mim. Edward afastou-se, seus pulmões protestavam por ar. Ergui uma mão e o acariciei na face. Edward fechou os olhos e inclinou sua cabeça na direção de minha mão apreciando o contato. Acariciei seu rosto perfeito, sentindo a textura sem igual de sua pele alva. Quando passeei meus dedos em seus lábios Edward os entreabriu e, com a ajuda de uma de suas mãos, chupou alguns de meus dedos. Voltou a me beijar na boca encanto colocava-se entre minhas pernas, a penetração ocorrendo de forma lenta. Meu corpo foi entregue aquele homem e deixei que ele agisse livremente.

Edward encontrou diferentes posições para que nossos corpos se encaixassem, sempre cessando a penetração quando sentia que eu chegaria ao orgasmo. Ele próprio estava se controlando, como se quisesse prolongar aquele momento. Mas uma hora ele cansou e quis despejar em meu corpo o prazer que sentia por me ter em seus braços e eu bendisse quando isso ocorreu. –Ahhhh... –Gemi enquanto chegava ao orgasmo. Edward despejou em mim, não mais se controlando e deitou-se em meu peito, arfante. Ficou sobre mim enquanto esperava que as batidas de seu coração se aquietassem. Eu o abracei querendo prolongar aquele contato. Depois de alguns minutos, poucos, Edward deitou-se ao meu lado, parecia exausto. De fato deveríamos estar, estávamos fazendo amor a mais de uma hora. Pareceu algo inacreditável para mim que conseguimos prolongar o momento por tanto tempo e só chegar ao ápice agora. Fiquei deitada de lado, vendoo. Edward tinha um sorriso cravado nos lábios. –Cansou? –Perguntei divertida. –Só me dê um ou dois minutos e mostrarei quem está cansado aqui. –Edward falou arfante. Eu ri. Ergui um pouco meu corpo e deitei sobre ele, nossos rostos próximos. Edward abriu seus olhos e fiquei a contemplar aqueles olhos maravilhosos. –Me diz: o que gosta durante o sexo? –Perguntei. Edward estacou ao ouvir minha pergunta, mas logo seu rosto assumiu uma expressão maliciosa. –Que tipo de pergunta é essa, amor? –Perguntou abraçando-me. –Você sempre procura me agradar quando estamos fazendo amor. Eu quero compensá-lo. Quero fazer algo que goste. Deve haver algo que você gosta. Edward pareceu pensativo. Então sacudiu a cabeça em negativa. –Não se preocupe com isso amor. Eu adoro o que você faz quando estamos na cama. –Eu não faço nada Edward. Só fico deixando você me guiar. Tem algo que goste? –Eu pude ver pelos seus olhos que havia algo que ele gostava, mas parecia relutante em contar. Fiquei ali parada olhando-o, sentindo que Edward estava novamente excitado e logo estaria pronto para me amar novamente. Por fim ele suspirou. –Tem algo que eu gosto. Você costumava fazer antes. –Edward murmurou. Parecia pouco a vontade. –E o que é? –Insisti inclinando-me e beijando-o no pescoço. –Tem um lugar que eu quero que você... Beije. –Ele sussurrou. Afastei-me um

pouco para olhá-lo e soube do que se tratava. Reprimi um riso. Por que Edward estava tão acanhado para me pedir algo como sexo oral? Ele sempre fazia em mim, por que não compensá-lo da mesma forma? Eu não tinha prática, mas isso não significava que não sabia o básico. Fui beijando seu corpo como Edward fizera no inicio. Nenhum lugar deixou de ser beijado. Arrisquei inclusive a sugar seu mamilo ouvindo com satisfação o gemido de Edward. Por fim eu cheguei à região de sua genitália. Comecei dando beijos e logo utilizei minha língua. Enquanto o tomava em minha boca pude ouvir com satisfação os gemidos altos de Edward. Fiquei feliz por proporcionar tal prazer a ele. Eu continuei ali o estimulando até sentir que Edward iria gozar e não afastei meus lábios quando isso ocorreu. Para quem vê na perspectiva de espectador pode achar meu ato nojento, mas não há nada nojento quando se trata de dar prazer a quem você ama. Edward puxou-me para seus braços, tremia. Sua pulsação e respiração muito acelerados. Fiquei satisfeita com o que fiz. –Então? Gostou? –Perguntei. Ouvi a risada de Edward. –Você sempre consegue me surpreender, sabia? –Edward disse. Ergui um pouco meu tronco e deixei minha cabeça apoiada em seu peito, olhando-o. –Que bom que não perdi essa capacidade. –Falei divertida. Edward fitou-me, intenso. Sua mão acariciando meu rosto. Tinha um sorriso misterioso cravado nos lábios. –Que foi? –Perguntei. Edward tinha um olhar sonhador. –Não vejo mais dúvidas em seus olhos. –Murmurou e então eu soube que Edward havia antecipado o que eu faria horas atrás. –Então acho que eu consegui o que queria. –O que? A viagem foi para me dissuadir a não me afastar de você? Pensei que você quisesse apenas que tivéssemos um tempo juntos. –Comentei. –Inicialmente a viagem era para este fim, mas... Essa manhã eu senti que você iria fazer uma besteira então meus planos mudaram. Agora eu quero ouvir de você, Bella. Edward me olhou intensamente por alguns instantes e eu disse o que ele queria ouvir: a verdade. –Não vou me separar de você, nunca. –Sussurrei. Vi o sorriso de Edward se alargar. Virou-se bruscamente deitando-me no colchão, ficando sobre mim. –Já descansei tempo suficiente. Minhas baterias estão recarregadas. – Anunciou tomando meus lábios naquela avidez de um adolescente diante de algo novo

e nos amamos até o dia raiar. E enquanto eu sentia seus lábios, suas mãos, seu cheiro, seu calor, eu pensava... Não há nada que vá me separar dele. Nunca! Notas finais do capítulo Pronto agora quero muitos reviews o/

(Cap. 18) Capítulo 17

O que diabos eu estava fazendo no jardim de minha casa? Eu não deveria estar no litoral com Edward? Conclui que aquilo só devia ser um sonho. Caminhei despreocupada pelo vasto jardim esperando pelo momento em que acordaria, de preferência, nos braços de Edward. Estaquei ao ver eu mesma cruzando, apressada, o jardim. Nas mãos uma espécie de baú de madeira. Acabei por seguir aquele meu “eu” e notei pelas vestes ousadas que vestia (um top de couro vermelho e calça de couro preta) que aquela era a Bella de outrora, a Bella antes do acidente. Não demorou a eu notar para onde a tal Bella ia carregando o baú: o labirinto verde. Adentrou o local, despreocupada, como se conhecesse os caminhos. Fiquei parada em frente à entrada olhando-a desaparecer na primeira curva do labirinto. –Não vai segui-la? –A voz feminina soou. Era meu outro “eu”, uma versão duplicada da Bella pré-acidente que eu queria enterrar. –Por que eu seguiria? –Perguntei com descaso. –Por que se segui-la saberá a verdade. –A outra Bella, ao meu lado, disse. O dilema me tomou. Embora eu quisesse ignorar a verdade, uma parte de mim desejava acabar com as dúvidas. Fiquei parada, olhando o local para onde a outra Bella havia ido portando os segredos de minha vida. Acabei dando um passo instável sem ter certeza se deveria ir ou não.

–Bella? –A voz masculina, a voz do meu Edward, quebrou o silencio que até então havia se instaurado. Virei-me e o encontrei a alguns metros. Olhava-me desesperado, uma mão erguida. –Não vá! –Pediu suplicante. A Bella ao meu lado sibilou. A ira que emanava dela era terrível. Ira contra Edward? Por quê? Voltei meus olhos para Edward, este me olhava agoniado, com a mão erguida. Dei um passo para ele. A Bella ao meu lado deteve-me segurando meu pulso. –Vai até ele? –Perguntou com repulsa. Eu não entendia sua atitude. Por que ela era tão ríspida com Edward? Se ela era uma parte de mim não deveria compartilhar do amor que sentia por ele? –Bella... –Edward murmurou. Seu gesto com a mão erguida insistia para que eu fosse até ele. Eu não pensei duas vezes. Ignorando a verdade, as “Bellas”, tudo, eu fui até sua direção, correndo, e fui agarrada em um poderoso abraço. Mesmo estando em um sonho eu podia senti-lo com clareza. Não havia nada melhor do que estar naqueles braços. –Eu sinto muito pelo que fiz. Perdoe-me. –Edward murmurou em meu ouvido. Afastei-me e o olhei confusa. –O que você fez Edward? Por que fica o tempo todo me pedindo perdão? – Perguntei. Edward me lançou um olhar torturado, com uma mão afagou meu rosto e a outra estava em minha cintura mantendo-me em seus braços. –Por que eu... –Edward começou a dizer e subitamente sua voz desapareceu. Ele ainda falava, seus lábios moviam-se, mas eu não conseguia ouvir. –Edward, eu não estou ouvindo o que você está dizendo! –Falei desnorteada. –TIRE SUAS MÃOS DELA! ELA É MINHA! –Outra voz masculina, a alguns metros de nós, grunhiu. Assustei-me com a rudeza da voz. Virei-me para ver quem agia daquela forma, mas quando me virei... Era o teto da suíte que Edward e eu estávamos ocupando. Passei alguns minutos, poucos, fitando o teto. Senti sobre meu corpo um corpo quentinho, de pele macia, perfumada. Virei à cabeça um pouco de lado e encontrei a face bela de um Edward adormecido. Nossos corpos estavam entrelaçados, nus, precariamente cobertos pelo edredom. Sua face tão perto da minha que nem precisaria me esticar para beijá-lo. Meu braço esquerdo embaixo da cabeça de Edward, o outro estava livre e só assim pude tocá-lo na face. Sua pele macia e convidativa ao toque, seus cabelos em desalinho, lindos porém, que passeavam entre meus dedos.

Sorri bobamente ao me lembrar de tudo o que havia acontecido entre nós dois, a união que surgiu. Até mesmo em meus sonhos eu ignorava o passado, as verdades e mentiras, querendo apenas estar com ele. Seria sempre assim. Fiz um movimento tentando retirar Edward de cima de mim, o mesmo remexeu-se e, murmurando palavras desconexas, colocou seu corpo novamente sobre mim. –Bom dia. –Sussurrei beijando seus lábios novamente. Um lindo sorriso brotou dos lábios de Edward, mas ainda sim não despertou. Consegui sair da cama ajeitando Edward na mesma, o cobri melhor com o edredom. Fui direto para o banho, sentindo-me um pouco pegajosa pelo suor. Eu me sentia renovada! Não pela água fria que saia do chuveiro e caia em meu corpo, mas por ter finalmente me entendido com Edward. Nós estávamos tão íntimos, tão unidos, como sempre desejei. O meu passado fora deixado de lado. Eu só queria aquele começo com Edward e nada mais. Perdida como estava nos planos que fazia para o futuro eu notei tardiamente que alguém enlaçava minha cintura por trás. Sabendo quem era o dono daquelas mãos maravilhosas, do corpo que se colava as minhas costas, virei-me risonha e estaquei. A pessoa ali comigo não era Edward. –AHHHHH! –Gritei empurrando-o e em contrapartida chocando minhas costas a parede, mais precisamente chocando minhas costas na alavanca que abre a água do chuveiro. Senti as costas protestarem, isso deixaria uma ferida. Lentamente me ajoelhei no chão enquanto crispava os olhos pela dor do ferimento. –BELLA! –Uma voz alarmada soou a minha frente. Abri meus olhos e vi Edward, nu a minha frente. Olhava-me agoniado. –BELLA, O QUE HOUVE? –Perguntou. Eu fiquei parada onde estava e então percebi que havia tido uma alucinação. Foi Edward o tempo todo ali comigo. Edward aproximou-se e tocou no ferimento em minhas costas. –Você machucou as costas. O que houve? Por que me empurrou? –Ele perguntou com brandura. Procurei me recompor, eu não queria preocupá-lo por culpa de uma bobagem. –Não foi nada, eu só me assustei com sua proximidade. –Murmurei sem graça. Que ele não percebesse a mentira. Edward me olhou interrogativamente, mas deu de ombros. –Deixe para lá. Perdão por tê-la assustado. E é melhor cuidarmos desse ferimento nas suas costas. –Edward dizia, afagava meu rosto. Procurei deixar para

lá, eu não deixaria qualquer bobagem estragar a nossa manhã. –Quer ajuda em seu banho? –Sugeriu com um sorriso malicioso nos lábios, cheio de segundas intenções. Corei horrivelmente. Com sua ajuda fiquei de pé. Edward, com seus olhos fixos nos meus, ajudou-me a me lavar. Sentir suas mãos em meu corpo era o frenesi. Edward provocava-me com suas caricias, definitivamente queria me levar à loucura. Vingativa, eu fiz o mesmo com ele com a desculpa de ajudá-lo no banho, demorando-me a passar o sabonete em seu corpo, alisando-o em toda a extensão de seus músculos magníficos. Ficamos nessa troca de caricias enquanto tomávamos banho por um bom tempo sem, porém, ultrapassar os limites. Nossos olhos cheios de promessas silenciosas. E eu sabia, enquanto via Edward me olhar com olhos famintos, que ao anoitecer teríamos uma noite tão intensa quanto à noite anterior. ... –Pronto. –Edward anunciou colocando um curativo em minhas costas. Senteime na cama abaixando a blusa branca que vestia. –Agora podemos ir. –Disse enquanto levantava-se da cama, já estava devidamente vestido. Iríamos passear, conhecer aquele local bonito. Verdade seja dita Edward me despertou enquanto tomávamos banho. Eu queria era ficar com ele no quarto, terminar o que tínhamos começado debaixo do chuveiro. Claro que eu não iria dizer uma coisa dessas para Edward, eu não queria que ele pensasse que eu era depravada. Senti-me satisfeita, ao menos, enquanto seguíamos para um passeio pelo hotel, vendo-o em sua totalidade. Era um hotel impressionante! Notei que Edward chamava a atenção das mulheres, elas lançavam olhares lascivos, e em momentos como este eu apertei sua mão. Ele era meu, não precisava me preocupar com a cobiça alheia, mas tudo aquilo me incomodou. Ainda sim procurei não demonstrar concentrando-me apenas no agora, no passeio, no guia que nos mostrava todas as instalações. Após conhecer detalhadamente o hotel seguimos para a área externa. Mais uma vez o funcionário nos mostrou a tudo, área de esportes, área das piscinas, restaurantes, lojas, enfim. Pode até parecer algo entediante olhar a tudo ao invés de aproveitar logo o passeio fazendo algo que não seja caminhar, mas eu estava tão satisfeita por ter Edward ao meu lado, o tempo todo segurando minha mão, às vezes beijando-me, que não liguei. –Então senhor Cullen? Há algum lugar que deseja conhecer mais a fundo? –O funcionário perguntou. Edward sacudiu a cabeça. –Agora eu e minha esposa iremos aproveitar. Obrigado pelos seus préstimos Alex. –Edward disse. Alex em pouco tempo nos deu privacidade, satisfeito por ter

agradado ao dono do empreendimento. –Então o que acha de andarmos de Jet-ski antes do almoço? É bem divertido. –Edward perguntou empolgado com a idéia. –Claro, só espero não me afogar nem nada. –Claro que não vai amor. Você sabe nadar, eu a ensinei. De qualquer forma andará de colete e eu estarei na sua cola. –Edward, você é sempre super protetor assim? –Perguntei divertida. Ele riu. –Na verdade sou pior, mas você me pegou em um dia despreocupado. –Ergueu nossas mãos entrelaçadas beijando minha mão. –Vamos. –Edward guiou-me até o local onde os hóspedes poderiam ter acesso a coisas como barcos, Jet-ski, iates... ... Enquanto tudo era preparado para nosso passeio de Jet Ski, eu olhava maravilhada para a praia. Tudo era tão lindo! Minha vida não poderia estar mais perfeita. E enquanto olhava a figura bela de meu marido conversando com um funcionário do hotel, eu dizia a mim mesma como tive sorte por ter alguém como ele em minha vida. Não existia ser mais perfeito do que Edward Cullen e ele era todinho meu. –Amor, você está pronta? –Perguntou para mim tirando-me de minhas abstrações. –Ah, claro. –Retirei minha blusa branca ficando apenas de biquíni e um short que estava vestindo. Satisfeita, notei que Edward olhava-me dos pés a cabeça, o desejo claro em seus olhos. Procurou se recompor, sem muito sucesso, pegando minha mão. Eu também o olhava, maravilhada com a perfeição de seu corpo. –Agora vamos nos divertir. –Disse sorrindo lindamente. ... Passeio de Jet-Ski, em uma lancha, até em um Iate. Também nadamos em uma piscina natural nas proximidades do hotel. Além da paisagem bela que nos cercava, das atividades divertidas, tinha o toque de Edward, seu abraço, o aperto firme de sua mão na minha, seus beijos... Em alguns momentos, enquanto nos divertíamos, eu parava para olhá-lo. Sempre tão lindo, risonho, um Edward diferente do Edward melancólico de outrora. Era eu que proporcionava aquela felicidade, realizando um desejo que secretamente escondi dentro de mim quando comecei a me envolver com ele.

Em alguns momentos, sentindo aquela imensa felicidade, quase dolorosa, eu chorei. Edward perguntava-me por que meus olhos estavam marejados e eu dizia que era o vento carregando partículas de areia em meus olhos. Ele acreditava, ou fingia acreditar. De qualquer forma eu não tinha mais motivos para ficar deprimida, os problemas esquecidos, e Edward sabia disso. Passamos o dia para lá e para cá curtindo tudo o que o hotel tinha de melhor para proporcionar. Quando Edward não estava olhando, enquanto passeávamos pelas lojas, dei uma escapulida e comprei algo para presenteá-lo, um a correntinha de prata com um pingente no formato da face de Jesus Cristo. Eu iria dar a ele quando a oportunidade surgisse. –Ah, Bella! –Disse com a voz saturada de alivio, quando nos encontramos após meu rápido desaparecimento para comprar um presente para ele. Caminhou apressadamente em meio à multidão e abraçou-me. –Onde esteve? Fiquei preocupado. –Eu estava olhando umas coisas em uma loja e nos perdemos, mas agora estou aqui. –Disse pegando sua mão. –Vamos continuar o passeio. Assim sendo continuamos a andar pelos corredores do shopping do hotel. ... –Nossa, estou exausta! –Anunciei jogando-me na cama. As sacolas de compras que havíamos feito aquela tarde estavam no chão. O presente que comprei para Edward estava guardado em minha bolsa. Edward fechou a porta do nosso quarto e caminhou até a cama, deitou-se ao meu lado. –Parece mesmo cansada. Quer dormir? –Perguntou. –Sim. –Disse com os olhos fechados. Claro que não iria dormir naquele momento. Primeiro tomaria um bom banho, faria amor com Edward e depois dormiria. Sorri involuntariamente com os meus planos. Edward ficaria satisfeito com eles, ou pelo menos com a parte do “fazer amor”. Abri os olhos e encontrei os seus, pareciam pensativos. –Que foi? –Perguntei. Acabei por sentar na cama para encará-lo melhor, Edward fez o mesmo. –É que vai haver um luau na praia e eu ia perguntar se você não quer ir. Mas como está cansada podemos deixar para depois. –Ele deu de ombros. Mas notei algo, como se houvesse nele uma vontade reprimida. –Você quer ir? –Perguntei com meus olhos fixos em sua face, estudando-o.

Edward deu de ombros, mas seus olhos denunciaram sua vontade. –Quero estar com você. E como você está cansada nós ficamos. –Quer saber? Acho melhor irmos. Temos que aproveitar ao máximo, deixar o descanso para depois. E não sabemos quando ocorrerá outro luau então... –Bella, amor, você está cansada. Deixemos para depois. –Não, eu quero ir. Vamos, vai ser divertido. –Levantei-me rumando para as sacolas de compras sabendo o que eu iria vestir: um vestido azul celeste que comprei em uma boutique. Edward continuou sentado na cama, olhava-me. –Se é assim então tudo bem. Vamos nos arrumar. O luau acontecerá na praia. Eu estava cansada, mas não perderia a oportunidade de agradar Edward. Engoli o cansaço, vesti o traje que havia comprado juntamente com uma sandália branca, brincos pequenos e sai com Edward. Edward estava impecável. Usava calça branca, camisa de botões branca, um Deus grego. Descemos as escadas, um acesso do hotel a praia, e seguimos para o luau. Com uma decoração sofisticada, o luau bombava. Tendas brancas com uma iluminação futurista e a música em volume alto. Havia muitas pessoas lá, provavelmente pessoas que nem eram hospedes do hotel. Rapidamente nossa aproximação foi notava devido ao responsável pela música que anunciou Edward e eu (sendo Edward o dono do hotel e responsável indireto do evento, ele se sentiu na obrigação de prestar uma homenagem). Novamente Edward foi cobiçado pelas mulheres (e alguns homens por incrível que pareça) e isso me irritou. Edward percebeu de imediato a mudança súbita do meu estado de espírito. –O que foi amor? –Perguntou enquanto caminhávamos para uma parte mais reservada do luau. –Eu não gosto dessas mulheres olhando pra você. –Murmurei emburrada. Edward parou de caminhar e pensei que o que havia dito poderia aborrecê-lo, mas para minha surpresa ele tinha um sorriso lindo, os olhos brilhantes, maravilhado. –Está com ciúmes de mim? –Perguntou como que querendo uma confirmação. Assenti baixando a cabeça e fitando a areia. Senti as mãos em meu rosto, Edward puxando-me para ele, colando seus lábios aos meus, amoroso. Suas mãos me prenderam possessivamente em seus braços. Separamos-nos, arfantes, e sorrimos para o outro. Edward puxou-me para a pista de dança e, embalados pela música agitada, começamos a dançar. O flash tornava a visão do lugar embaraçada, assim como as pessoas ao redor. Eu não sabia dançar então apenas fiquei pulando como uma louca. Acredito que Edward fez o mesmo. Enquanto a adrenalina era produzida

pelo meu corpo, atingindo rapidamente meus membros, o cansaço que anteriormente estava sentindo se esvaia. Eu me perdi em toda aquela confusão com uma sensação estranha de Deja vu, eu já havia feito aquilo em algum lugar. Continuei a dançar enquanto via coisas que não estavam realmente acontecendo. Eu via a mim mesma em outro lugar, uma boate, dançando frenética, com roupas ousadas, cercada por pessoas, a maioria homens loucos para tirar uma casquinha. Com os olhos fechados eu pude ver mais nitidamente aquelas imagens, detectando-as como alucinação de minha antiga vida. E não pude simplesmente fugir de minhas alucinações como outrora. Eu estava tão envolvida pela batida da música, os flashes, o ambiente, que continuei de olhos fechados me deixando levar por aquela loucura que é ser a Bella do presente e a Bella do passado, num único instante. Despertei ao sentir algo apertando minha bunda. Abri os olhos e virei a tempo de ver o rosto do homem que havia ousado me tocar e ver Edward pulando em cima dele. Fiquei parada, tentando entender o que havia acontecido. Alguém me apalpou, Edward viu e pulou em cima do cara. Agora Edward estava sentado em cima do homem esmurrando-o. Uma roda se abriu no meio da pista e a iluminação voltou à iluminação normal. Foi só quando vi que o cara que havia passado a mão em mim, e até então estava a mercê de Edward, conseguiu se recuperar socando-o no rosto eu consegui reagir. –NÃO! PAREM! –Gritei colocando-me entre eles, puxando Edward para longe do cara. Felizmente o desconhecido foi contido por um segurança e retirado. O cara gritou revoltado com o fato de que Edward não foi levado. Claro que Edward não seria levado para fora, ele era o dono da festa. –Senhor Cullen, está bem? –Um segurança perguntou. –Sim. –Edward disse um pouco áspero, ainda estressado pelo ocorrido. – Obrigado pela ajuda. –Disse puxando-me pela mão. Com a outra mão tentava conter o sangramento em seu lábio inferior. Eu fiquei calada enquanto Edward me puxava para longe da pista, para o bar. –Edward, meu amor, você está bem? –Perguntei aflita enquanto ele encostava-se ao balcão. Toquei seu rosto. –Sim. Estou bem. –Murmurou fechando os olhos e parecendo apreciar minha mão em eu rosto. –Ele machucou você. –Murmurei sentindo as lágrimas em meu rosto. –Por minha culpa você se feriu. –Toquei seu lábio inferior. Não era nada sério, mas ainda sim aquilo doía. Edward me olhou alarmado. –Hei, não fique assim! Por que está triste? Você se preocupou comigo? Eu estou bem. Foi só um corte à toa. –Edward dizia esfregando suas mãos em meus

braços. –Você está sempre se prejudicando por minha causa. Eu não agüento mais isso Edward! Eu... –Edward tapou minha boca com seu dedo indicador. Parei de falar, minha pulsação acelerada foi se acalmando enquanto sentia o passeio preguiçoso de seus dedos em minha face. –Acho melhor irmos embora, certo? –Sim. Eu quero ir embora. Assim sendo Edward segurou minha mão e saímos de todo aquele tumulto. Eu ainda sentia aquele sentimento opressor de culpa me atormentando. Mesmo que Edward negasse minha culpa, não era o suficiente para aplacá-la. E mesmo sabendo dos prejuízos que causava a Edward, eu não me via mais com forças para lutar contra a vontade de ficar ao seu lado. Por que eu já havia decidido permanecer ao seu lado. Edward parou, estávamos a alguns metros do acesso ao hotel. –Edward? –O chamei. Edward virou-se para mim com um sorriso matreiro no rosto. –O que foi? Eu não tinha como prever o que Edward estava pensando. O conhecia, é verdade, mas não tanto assim. Subitamente Edward me pegou no colo, correndo em direção a água da praia. –EDWARD! N... –Nós entramos com tudo na água. Felizmente esta estava morna. Emergimos ao mesmo tempo. –Edward! Por que fez isso? –Perguntei em tom de reprimenda. Ele sorria. –Queria aproveitar a praia. A água está morna e não há ninguém além de nós dois aqui. –Disse brincalhão. Olhei envolta. Ele estava certo. A praia estava deserta. –E o que tem em mente, hein? –Perguntei já sabendo do que se tratava. Edward aproximou-se me abraçando. –O que acha que tenho em mente? –Murmurou beijando-me na curvatura do pescoço. Arfei. Querendo entrar na brincadeira eu o empurrei. –Terá que me pegar primeiro Cullen. –Dizendo isso eu mergulhei sabendo que Edward teria dificuldade para me encontrar naquela escuridão. Nadei até o fundo, um pouco desorientada pela escuridão. Mãos enlaçaram-me pela cintura puxando-me para a superfície. Era Edward.

–Peguei você. –Edward disse e antes que eu pudesse dizer algo me puxou para seus braços beijando-me com vigor. Suas mãos em todo o meu corpo, seus lábios movendo-se com os meus. Esqueci o fato de que estávamos em um local publico e me concentrei em Edward. O enlacei pelo pescoço enquanto recebia beijos em meu pescoço, no ombro. As mãos de Edward migraram de minha cintura para minhas nádegas erguendo-me e me encaixando em seu colo. –Edward... –Murmurei seu nome, os olhos fechados apreciando o contato. Senti os dedos de Edward e infiltrarem em meu vestido, na peça de baixo de meu lingerie, puxando-o de lado. A penetração ocorreu sem problemas. Eu o apertei contra meu corpo sentindo Edward dentro de mim. Não havia como descrever aquele momento tão único, tão perfeito, em que nos encaixávamos. Os movimentos vagarosos de Edward me estimulavam, os gemidos saiam de minha garganta contra minha vontade. Fiquei satisfeita ao notar que Edward parecia estar gostando tanto quanto eu, até mais, pelos gemidos que saiam de sua garganta. Sentia o orgasmo chegando e o apertei mais em mim. Quando estava prestas a alcançar o êxtase... Algo nos pegou separando-nos. Fiquei desorientada enquanto a onda me rebocava para a beira da água. Quando cheguei à areia tossi um pouco pelo pouco de água que havia ingerido. Ajeitei minhas roupas e procurei por Edward. Eu o vi cambalear, caminhando em minha direção. Joguei-me na areia e comecei a rir. Edward sentou-se ao meu lado, ria também. –É, isso sim é que é ser atrapalhado! –Disse divertida, sentando- me. Edward riu abertamente. –Nem me fale. Até os elementos da natureza estão conspirando contra nós. – Edward dizia entre risos. Levantou-se e sufoquei uma risada ao ver sua ereção. Edward notou meu olhar e, constrangido, cobriu a prova de nosso crime com as mãos. –Oh droga, como vou entrar no hotel assim? –Edward murmurou vermelho como um pimentão. Levantei. –Não se preocupe. Eu ficarei bem a sua frente. –Disse postando-me em frente a Edward. Ele colou seu corpo ao meu enlaçando-me pela cintura. Arrepieime com o contato. Edward sussurrou em meu ouvido: –Assim você não ajudará, definitivamente. –E assim sendo mordiscou minha orelha. –Edward, seja um bom garoto e vamos para o hotel, sim? –Eu disse brincalhona. Seguimos em meio à escuridão da praia para a escadaria que daria

acesso ao hotel. ... Com a ajuda de um funcionário conseguimos chegar até a nossa suíte sem chamar a atenção. Em compensação o carpete que reveste o piso ficou encharcado. Entramos em nossa suíte aos tropeços, abraçados, nos beijando, incapazes de desgrudar do outro. As mãos de Edward foram se infiltrando por baixo do meu vestido enquanto minhas mãos desabotoavam sua camisa. Caminhamos para a cama, mas subitamente Edward parou e saiu me puxando para o banheiro. –Vamos terminar o que começamos na praia. –Sussurrou em meu ouvido mordendo-o levemente. Eu me deixei levar para o luxuoso banheiro. Até então ignorei a jacuzzi no local, até por que usei mais o chuveiro. Edward ligou a banheira e sentou-se na beirada. Edward me chamou com um movimento do indicador. Prontamente me sentei de frente para ele. Vendo-o me olhar com adoração, como é característico de Edward, procurei olhar para algum lugar que não os seus olhos. –Você fica linda rubra, sabia? –Edward disse. Corei ainda mais. –Acho algo muito meigo, mesmo com toda a intimidade que desenvolvemos que você ainda fique tão constrangida. –Me desculpe se isso o aborrece Edward. É que tudo é tão novo pra mim e... –Hei, não peça desculpas. Isso não me incomoda nenhum pouco, muito pelo contrário. –Edward levantou-se retirando as últimas vestes. Eu o olhei, maravilhada. Quando estava totalmente despido, Edward pegou minha mão colocando-me de pé. Segurou na barra do vestido puxando-o lentamente para cima. Por último retirou meu lingerie. Adentrou a banheira, pegou sais de banho perfumados que estavam ao alcance de sua mão dentro de um pote de cristal e despejou na banheira. Eu entrei e sentei no lado oposto ficando de frente para Edward. A água estava morna, perfumada. O tamanho da jacuzzi era grande o suficiente para duas pessoas se acomodarem sem problemas de espaço. Por alguns minutos ficamos apenas nos olhando. Então Edward, tão afoito em me ter próximo a ele, se aproximou de mim. Dentou-se de costas para mim, entre minhas pernas, a cabeça deitada em meu peito. Eu o abracei pelo tórax e, com uma mão, molhei seus cabelos com a água da banheira. Fiz um gostoso cafuné. Edward fechou os olhos parecendo relaxar. –Melhor não dormir em meus braços amor. Eu não sou forte o suficiente para carregá-lo. –Murmurei em eu ouvido. Edward soltou uma gostosa risada. –Acha mesmo que vou dormir depois da interrupção que ocorreu na praia? Bella, você me acendeu lá. Eu só vou dormir quando estiver saciado de você. –Virou-

se e beijou-me colando nossos corpos. Ficamos nos beijando, abraçados, e a excitação veio rápido graças ao atrito de nossos corpos nus. Edward foi se sentando na ponta oposta da banheira levando-me pela cintura. Sentei em seu colo encaixando-me todo nele e tão logo nos encaixamos eu me movimentei contra o colo de Edward vagarosamente me deliciando com seus gemidos mesclados ao meu nome. Assim que decidi fazer movimentos mais frenéticos, cheguei ao orgasmo. Edward chegou junto comigo, ou talvez tivesse chegado antes. Ficamos parados, abraçados, com as respirações e batimentos a toda. Somente quando nossa respiração deixou de ser um arquejo e passou para algo mais calmo foi que eu sei de seu colo. Edward não me deixou simplesmente seguir para a extremidade da banheira. Abriu as pernas e me fez sentar entre eles, de costas para ele, como fizera instantes atrás. Ele me manteve colada em seu peito segurando-me pelo abdômen, beijou-me nos cabelos. –Você sempre me surpreende. E eu gosto muito disso. –Ele sussurrou. –Fico feliz que agrade mesmo não conhecendo muito de contato amoroso. – Murmurei com os olhos fechados sentindo que, com uma das mãos, Edward me fazia cafuné como eu fizera com ele. –E então? Gostando de nossa estadia aqui? –Edward perguntou despreocupado. –Muito! Estamos aqui há quantos dias mesmo? –Dois dias. Acho que para dois dias nós já aproveitamos muito, não acha? – Comentou enquanto suas mãos acariciavam despreocupadamente meu corpo. Um forte arrepio perpassava meu corpo pela caricia. –Realmente, mas apesar de tudo o que já aproveitamos eu não me importaria de ficar aqui com você, fazendo as mesmas coisas. –Virei-me e o abracei colocando minha cabeça na curvatura do seu pescoço, inspirando o perfume que vinha de sua pele. –Eu também não me importaria nenhum pouco. Está sendo muito bom assim. Quando estávamos em nossa casa, sempre tinha algo para nos atrapalhar, para instaurar a duvida em você e, conseqüentemente, me deixar uma pilha de nervos. Temia até ir para o trabalho e encontrá-la diferente, algo que aconteceu com certa freqüência. O desabafo de Edward fez com que eu estacasse. Com tudo o que houve eu não havia pensado em como Edward se sentia. Agora me sentia mal por tê-lo machucado tanto. Escondi meu rosto em seu pescoço. –Me perdoa. –Era tudo o que poderia dizer a ele. Edward me abraçou mais

apertado. –Prometemos que deixaríamos tudo de lado. Não tocaremos mais no assunto relacionado ao que aconteceu. –Edward disse. Afastei-me um pouco recebendo um beijinho nos lábios. –Vamos terminar nosso banho e dormir. Posso ver o quanto está cansada. –Tudo bem. –Olhei o ferimento de Edward, não estava tão ruim quando pareceu no momento em que ele foi golpeado. Toquei o ferimento com a ponta dos dedos. –Prometa-me que não fará nada imprudente novamente. –Não posso prometer Bella. Se alguém tentar fazer algo contra você eu irei agir. Tenho certeza de que você faria o mesmo por mim. –Ainda sim Edward eu peço para que não faça nada, por favor. Por mim. –O olhei com olhos suplicantes. Edward suspirou. –Farei o possível. –Falou com certa relutância. Sorri. –Vamos terminar logo esse banho. Minha pele está parecendo passas. –Disse. ... Acordei de madrugada desorientada, arfante. Olhei para todos os lados só para constatar que tinha sido apenas um pesadelo. –Bella, amor? –Edward me chamou alarmado. Sentou-se na cama e pegou meu rosto com suas mãos, puxando meu rosto para ficar de frente ao seu. –Bella, o que houve? –Perguntou apavorado com minha expressão. Tentei me lembrar do pesadelo. Era o mesmo de outras noites. Eu, ferida, presa em meu carro que estava no fundo de um rio. Antes de a inconsciência me tomar, eu vi alguém nadar em minha direção. Em outras noites eu não conseguia ver o rosto da pessoa que nadava até mim, provavelmente para me salvar. Agora eu tive visto nitidamente, como via agora. –Edward... –Murmurei com a voz falha. –Foi você que me tirou da água no dia que me acidentei? –Perguntei trêmula. Edward parou de respirar, me olhou atônico. Para mim sua atitude era no mínimo uma confirmação. Eu sabia que daquela noite (daquela madrugada para ser mais exata) não passaria. Edward teria que me contar algo sobre mim antes da perda de memória. Notas finais do capítulo

Devido a provas não sei quando vou postar até por que tem outras fics que tenho que postar. Aguardem. Ah meu novo perfil do orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=2637970539681295295&rl=t O meu antigo perfil tá cheio então não dá pra add mais ninguém.

(Cap. 19) Capítulo 18

–Bella... –Edward murmurou ainda chocado pelas minhas palavras. Eu o segurei pela camisa, não de forma bruta. –Edward... Eu preciso saber. O que houve no dia do acidente? Foi você quem me tirou da água? –Por que está perguntando estas coisas a respeito do acidente? –Ele perguntou ainda perturbado pelo meu estado. –Eu tenho tido pesadelos freqüentes e, de alguma forma, sei que estão relacionados com o dia do acidente. Eu me vejo presa em um carro, no fundo de um rio, ferida. E então eu vejo alguém nadar em minha direção. Pode ser apenas loucura minha, mas eu sinto que aquilo está diretamente ligado ao acidente. Além disso, eu vi você. Nadando em minha direção. Edward me diga algo sobe o acidente, por favor. – Eu pedi completamente transtornada com o silencio de Edward. Agora não tinha tempo para evasivas. Edward ergueu a mão afagando meu rosto com meiguice, os olhos perdidos. Deitou-se na cama e puxou-me para seu peito, mantendo-me presa ao seu corpo. Com aquele contato eu relaxei, os batimentos e respiração se acalmaram. Cheguei a pensar que Edward, como sempre, não iria responder a minha pergunta, mas para a minha surpresa sua voz soou pelo aposento. –Fui eu que a retirei do carro. Eu a estava seguindo aquele dia. –Disse e sua voz soava com tensão. –O que aconteceu? –Perguntei num fio de voz.

–Você ficou instável após dois meses de casamento, Bella. E adquiriu hábitos nenhum pouco louváveis. Naquele dia você não estava bem, dirigia bêbada. Eu a segui temendo o pior. Você dirigiu na direção de um caminhão e eu tive de intervir. Tirei seu carro da rota com a ajuda de meu carro jogando-o para o lado oposto ao do caminhão. Por muito pouco nós dois não batemos. Certamente nenhum de nós teria sobrevivido. Mas meu ato desesperado de salva-la não garantiu você sair ilesa. Você perdeu o controle da direção, estávamos na ponte. Seu carro capotou e caiu no rio. Eu não pensei duas vezes. Quando vi o que tinha acontecido eu pulei da ponte e a retirei do carro. Se eu não tivesse feito isso você teria morrido afogada. Sempre me senti culpado por que de certa forma eu causei o seu acidente. Você não sabe o quanto isso me corroeu por dentro. –Eu podia sentir a tristeza e a angústia de Edward. Agora eu entendia por que ele, até mesmo em meus sonhos, sempre se culpava de algo. Ele acreditava ter sido responsável pelo meu acidente quando na verdade me salvou não uma, mas duas vezes. –Entendo. Agora eu entendo. –Disse fechando meus olhos e relaxando de vez em seus braços. –Entende? O que quer dizer com isso Bella? –Podia sentir os olhos de Edward em mim combinado com a tensão que se corpo emanava. Abri meus olhos e encontrei seus olhos cor de ocre, abrasadores, temerosos de algo. Sorri e toquei seu rosto. –Se era isso o que você temia me contar, que o deixava preocupado, então sua preocupação acabou, certo? –E Edward me olhou de um jeito tão intenso que senti uma quentura no rosto. Acariciou meu rosto, meus cabelos dizendo: –Sim. Acabou. –Inclinou-se para me beijar e nos acomodou melhor na cama e rapidamente me entreguei à inconsciência. ... Pouco a pouco a luz da manhã foi me despertando, penetrando através de minhas pálpebras e me tirando da inconsciência. Senti um beijinho gostoso sendo depositado em minha testa, em minhas bochechas e por último em minha boca. Sorri já sabendo quem fazia isso. –Bom dia. –Murmurei. A voz rouca. Abri meus olhos e encontrei os de Edward. Estava sentado na cama, já de banho tomado e vestido, inclinado em minha direção. –Bom dia meu bem. –Edward disse voltando a sua posição original. Sentei na cama e olhei envolta. –Que horas são? Tenho a impressão de que dormi por muito tempo.

–Não se preocupe com as horas Bella. Eu também acordei agora a pouco. Pedi para que servissem nosso café da manhã aqui na mesa na varanda. Assim que Edward falou em comida eu senti meu estomago protestar. Levantei vestindo o hobby no processo. –Então acho melhor nós comermos agora. Estou faminta! –Disse pegando-o pela mão. A mesa estava maravilhosa. Sentei-me e fui logo me servindo. Edward fez o mesmo, mas notei que me olhava, sorrindo de modo sutil. Durante alguns minutos, poucos, ficamos apenas em silencio apreciando a comida. Fui eu a quebrar o silencio. –Então qual a programação de hoje? Acho que em dois dias de estadia nós já fizemos de tudo. Pergunto-me se irei me surpreender nesse terceiro dia. –Disse rindo. Edward riu também. –Garanto que irei surpreendê-la. –Então diga: o que iremos fazer? –Perguntei, mas Edward sacudiu a cabeça. –É surpresa. ... Só fui descobrir nosso destino quando entrei no iate. Os murmúrios dos passageiros denunciaram o local para onde Edward estava me levando, uma ilha muito conhecida aqui, propriedade do hotel. Eu me sentia cansada, não totalmente recuperada da noite quase insone que tive e as olheiras de Edward denunciavam que ele havia dormido menos do que eu. A ilha era pequena, ficava próxima da praia. A viagem de Iate deve ter durado no máximo meia hora. Assim que atracamos em um pequeno porto, os passageiros que haviam ido a tal ilha conosco desembarcaram e seguiram um guia, mas Edward segurou-me pela mão e me arrastou para o lado oposto ao que o grupo de turistas seguia. –Edward, não deveríamos ficar com o grupo? –Perguntei sem saber para onde ele estava me levando, já estávamos caminhando há vinte minutos. –Não vamos passear com aquele grupo, não é preciso. Eu quero lhe mostrar um lugar sensacional aqui. –Disse alegre. Dei de ombros. Eu aceitaria qualquer coisa para ver Edward feliz. Sei que, por mais que ele tente disfarçar, Edward ficou preocupado comigo após aquele súbito ataque que tive durante a madrugada. Ele não demonstrava claramente, mas eu via algo nos seus olhos, aquele brilho que seus olhos cor de ocre emanam quando está preocupado.

Caminhamos durante alguns minutos pela praia, Edward puxou-me subitamente para a mata. Apesar das duvidas a respeito do lugar para onde estávamos indo e até do pânico por estar seguindo uma trilha minúscula em meio à mata, eu me sentia bem por estar com ele. E então cruzamos a pequena ilha e estávamos do outro lado, um lado que certamente os turistas não tinham acesso. Perdi o fôlego ao ver aquela paisagem, uma praia, pedras, uma densa vegetação. No final da praia, entre a vegetação, quase invisível, uma cabana. Ficamos parados, de mãos dadas, no final da trilha olhando aquela paisagem exuberante. –Gostou? Nessa parte os turistas não vêem. –Edward, esse lugar é maravilhoso! –Disse com a voz falha. O dia bonito apenas emoldurava a toda aquela beleza. –Que bom que gostou. Prefiro este lado aqui da ilha. Sentei-me na areia sem me importar em ficar suja. Edward sentou ao meu lado e ficamos ali na sombra de algumas árvores olhando a praia, sentindo aquela brisa gostosa passando pelo nosso corpo. Encostei minha cabeça no ombro de Edward. Ele logo passou seu braço em minha cintura puxando-me para mais perto, os olhos fixos no mar. Então decidi brincar, o puxei pela gola da camisa pólo que usava jogando-o delicadamente no chão. Deitei-me sobre ele dando beijinhos em seu rosto (bochechas, pálpebras, lábios, pontinha do nariz). –Sabe de uma coisa? Pra fechar com chave de ouro esse passeio quero fazer amor com você! –Disse beijando-o na curvatura do pescoço. Edward riu. Apertoume contra seu peito. –Amor, não me tente com tal proposta. Não sem antes chegarmos à cabana. –Cabana? –Eu olhei para Edward, interrogativa. Edward tinha um sorriso matreiro nos lábios. –Não vamos simplesmente ir embora depois de todo o trabalho para vir aqui e também não ficaremos ao relento. –Edward levantou-se e puxou-me pela mão. Seguimos em direção a tal cabana, uma casinha de madeira pintada de branco aparentemente pequena. Edward caminhou à frente e abriu a porta. Arfei ao ver o interior da cabana. O interior era requintado, com decoração rústica. Quem visse o exterior da casa jamais imaginaria algo assim. Entrei e olhei a tudo sendo seguida por Edward. A casa era composta pó uma sala que possuía uma lareira, uma cozinha conjugada, um quarto com banheiro. Só. Tudo muito bonito, requintado. –Você pediu para que preparassem esse lugar aqui? –Perguntei voltando a

sala, sentando no confortável sofá marrom. Edward sentou ao meu lado. –Sim. Não achei que você iria querer ficar em uma cabana sem nada deitada em folhas de alguma palmeira. –Edward disse entre risos. –Eu não iria dormir em cima de folhas de palmeira! Eu iria dormir em cima de você! –Falei e novamente minhas palavras despertaram Edward. Ele deitou-me no sofá e deitou-se sobre mim. Começou a distribuir beijos pela minha face como fiz com ele na areia, antes de entrarmos na cabana. –Edward? –Eu o chamei sem fôlego. Suas caricias estavam me deixando bastante excitada. –O que foi amor? –Ele disse enquanto beijava minha garganta. –Acho que agora é um bom momento. –Falei. Ele parou. –Momento e que? –Ele perguntou desconfiado. –De conhecer meu marido, seus gostos e desgostos. Quero saber tudo o que puder me contar. ... –Sério que você curte essa banda? Pensei que só gostasse de música clássica! –Disse bebericando meu vinho. Edward notou que minha taça estava ficando vazia, inclinou-se pegando a garrafa de vinho que estava em uma mesinha de madeira branca e colocou um pouco mais de vinho tinto pra mim. Estávamos sentados na varanda da casa, ficamos assim, comendo, bebendo e conversando durante horas. Já era mais de seis horas da tarde. –Eu curto rock também. Meu gosto por musica clássica foi por causa de meu pai e meu gosto por rock veio de você. Quando éramos mais novos e nos encontrávamos você sempre andava com um mp3 com músicas de rock, de Van Morison a Remmistein. Eu ouvia com você de vez em quando e acabei aderindo ao seu gosto musical. –Ele disse tomando da sua taça. O Sol se punha lentamente deixando a paisagem a nossa frente bela. –E filmes? Qual você gosta? –Cessei a ingestão de vinho sentindo a tontura clássica de quem bebeu demais. Deixei a taça no chão. –Não sou muito fã do cinema atual. Prefiro os filmes antigos. Filmes de faroeste por exemplo. –Edward fechou os olhos recostando-se melhor na poltrona de madeira que estava sentado. Eu sabia que ele estava recordando coisas antigas. –Eu invejo você, sabia? –Disse. Edward rapidamente abriu os olhos.

–Você me inveja? Por quê? Não olhei para Edward. Voltei a olhar para o mar em seu ir e vir. –Você sabe o que gosta, está neste exato momento se lembrando. Eu não tenho lembranças ou gostos. Por que tudo o que está em meu quarto, lá em casa, parece ser da Bella de antes e não meu. Eu me sinto uma completa estranha ainda, mesmo tendo você e minha mãe. –Bella... Eu não quero que se sinta assim. –Mesmo sem vê-lo eu sabia que Edward estava angustiado com minhas palavras. Ele sempre se sentia mal pela minha dor. Então eu continuei. –Eu tenho sofrido muito desde que despertei Edward. Olhar para meu rosto e não reconhecer a mim mesma foi à pior das provações, pelo menos era assim que eu pensava. E então a verdade veio até mim. Primeiro o paparazzi agindo de forma enigmática, Jessica, s evasivas da minha mãe... James. Ele me ligava e vendo que eu não tava nem ai foi no dia do jantar que minha mãe promoveu. Eu fiquei transtornada com o que ele disse que ele era meu amante. E isso junto com pesadelos, alucinações... Isso quase me enlouqueceu. Eu sabia que poderia estar arruinando tudo o que Edward e eu construímos dizendo a verdade, mas precisávamos passar por aquilo também para seguirmos adiante. Então continuei sentindo o rosto ficar úmido pelas lágrimas. –Naquela época eu já o estava amando, talvez sempre o amei, mas estava cheia de coisas na cabeça para perceber. E então lá estava você me aceitando do jeito que eu era, aquilo me ergueu- me deu forças, mas ao mesmo tempo me derrubou. Eu tenho me sentido, ao mesmo tempo, bem e mal ao seu lado, até agora. –Bella... –Edward murmurou com a voz fraca. Eu não ousei olhá-lo. Eu precisava dizer tudo, tirar todo o peso. –E quando eu achei que tudo estava bem, naquela festa em que fomos, eu me deparo com alguém chamado Alec. Tive um caso com ele, ou ele afirma que tivemos. Ele tentou... Ele tentou me agarrar no banheiro feminino. Foi ele que me feriu no lábio, que me fez ter aquela crise. Antes da viagem eu estava pensando... Não, eu tinha decidido acabar com tudo. Pedir divórcio pro seu bem. –E eu consegui fazê-la muar de idéia? –Ele perguntou com a voz ainda fraca. Virei-me e o encarei. Sorri. –Sim. –Ao sentir minha tranqüilidade Edward pareceu relaxar. Levantou-se da poltrona em que estava, deixou sua taça em cima da mesa. Ficou de frente para mim e então se ajoelhou diante de mim colocando sua cabeça em meu colo. Acariciei

as madeixas acobreadas olhando-o com tanta ternura, tanto amor, que a garganta fechou. Edward depositou um beijo em minha coxa. Eu me ajoelhei diante dele, afastando-o enquanto fazia isso. O abracei sentindo Edward como eu nunca senti antes, não como um homem, mas como o ar dosa meus pulmões, os pés que fazem com que eu me locomova para frente. Ele é tudo pra mim e sem ele eu seria uma estranha de mim mesma. Então eu o beijei de forma ávida, precisando dele dentro de mim, do atrito de nossos corpos, de seu calor e cheiros misturados com o meu. Passei minhas pernas em sua cintura e Edward me ergueu, nos conduzindo para o interior da cabana, para o quarto, para a cama. Edward afastou-se, acariciou meu rosto com a ponta dos dedos, encostou sua testa a minha com os olhos fechados, sorria. –Eu te amo tanto! –Edward disse com fervor voltando a me beijar de uma forma desesperada enquanto suas mãos ocupavam-se em me despir. Fiquei impressionada em constatar que, mesmo com toda a intimidade que tínhamos, para mim fazer amor com Edward sempre parecia como nossa primeira vez. Tudo sempre é novo, intenso e meu amor por ele a cada beijo, cada toque, aumenta mais e mais. Naquela noite, em seus braços, eu cheguei ao orgasmo repetidas vezes entregando-me a ele sem pudor algum. E quanto mais Edward se mostrada disposto, pronto para me ter, mais eu queria dar prazer para ele. Mesmo cansada, mesmo ofegante, com o corpo um pouco dolorido, eu queria mais e mais de Edward por que era isso que ele queria. De tão casada que fiquei, eu apaguei em seus braços. ... Estava quase inconsciente, não poderia abrir os olhos, me mover, falar, mas poderia sentir. Eu sentia o corpo nu de Edward bem próximo do meu, sua mão afagando meu rosto, meus cabelos. A outra mão afagando minhas costas nuas. Às vezes beijava meus lábios. Ah, era tão prazeroso tudo isso! Se eu soubesse que era tão bom teria me entregado mais rápido a ele. E então, para minha surpresa, eu ouvi sua voz. –Me perdoa. Eu não tive coragem de contar. Não posso perder tudo o que conquistei. Se eu te perder vai ser o fim pra mim. Eu vou recompensá-la pelos meus erros Bella. Farei com que não se arrependa de todo o sacrifício que você passou desde que casamos. Vou rezar todos os dias para que você não se lembre de nada. Por que eu te amo. Eu não sabia se aquelas palavras eram um sonho, produto de uma imaginação quase inconsciente. No entanto, enquanto ouvia as supostas palavras proferidas por Edward, eu senti um aperto tão grande no peito que morrer seria um verdadeiro

alivio. O que ele quis dizer com aquelas palavras? Será que realmente Edward disse aquilo? Por que me senti tão mal com o que ele disse? O sono me pegou tirando-me daquele pesadelo momentâneo.

Notas finais do capítulo Agora priorizarei postes em outras fanfics. Aguardem que logo tem mais. ^-^/

(Cap. 20) Capítulo 19 Ao abrir meus olhos... –Que? –Era o teto de meu quarto, reconheci. Como era possível? Deduzi, de imediato, que eu devia estar sonhando. O quarto estava escuro, parcialmente iluminado pelo brilho mortiço da lua que adentrava pela parede de vidro. Além disso, a luz do corredor estava acesa e minha porta aberta. Levantei-me da cama notando que usava um vestido vermelho, tomara-que-caia, que ia até os joelhos. Estava descalça e estranhei minhas unhas perfeitas pintadas de preto. Segui para fora do quarto. –Edward? –Sussurrei olhando para o final do corredor. Caminhei lentamente até ficar de frente para as portas duplas do quarto de Edward. A porta não estava trancada. Entrei no cômodo e acendi as luzes. Estava vazio. Sai rapidamente sentindo algo estranho, uma agonia. Não sei o que me guiou para aquele compartimento da casa, mas lá estava eu correndo em direção a garagem pelo acesso que tinha na sala de visitas. Um barulho soou pelo amplo salão e nossa mansão, algo se quebrando. Apressei meu passo e então eu vi a cena, algo que preferiria não ver. A Bella diante de mim usava o mesmo vestido vermelho tomara-que-caia, salto preto agulha, uma jaqueta de couro preta sobre o vestido. Uma maquiagem pesada, borrada, o rosto aparentando

cansaço, fúria, doença. Segurava uma garrafa quebrada em uma das mãos. Ela olhava diretamente para mim, temi que tentasse me ferir, mas ignorou-me virandose e ficando de frente com outra pessoa. –Não... –A palavra saiu entre meus dentes enquanto via a tal Bella, tão parecida e tão diferente de mim, fazer um movimento brusco e ferir Edward. Gritei apavorada querendo avançar naquela Bella e detê-la, mas não consegui me mover e meus gritos não foram notados. Como e eu não estivesse ali. Olhei apavorada para Edward que olhava para aquela Bella insana com os olhos arregalados. –Bella... –Edward pronunciou trêmulo, meu nome. Vi que sua mão esquerda estava sangrando, foi lá que ele foi lesionado. Eu não conseguia ver o rosto de Bella, apenas olhava apavorada para Edward vendo sangue descer de sua mão e lágrimas cortarem seu rosto. Eu senti nos lábios o sabor dos lábios de Edward. Acordei assustada. Tudo estava em seu lugar, nós dois no quarto arejado e simples da cabana de madeira branca. Olhei atordoada para Edward que estava a centímetros do meu rosto. Não demorou a ele captar que eu não estava bem. Acariciou minha testa e com um semblante preocupado disse: –Você está bem? Eu a assustei? –Bem... Assustou-me sim, mas está tudo bem. –Sorri tentando conter aquela sensação opressiva no meu peito pelo pesadelo. Edward tinha a expressão insondável enquanto olhava meu rosto, acariciando-o com a ponta dos dedos. Coloquei minhas mãos em seu rosto puxando-o para mim, deliciando-me com seu hálito de menta em minha boca. Quando nossos lábios se tocaram toda a agonia se dissipou. Edward riu entre meus lábios. –Acho que com esse beijo você deixou bem claro que tudo está bem. –Edward disse. Olhei para um pequeno relógio em cima da mesinha ao lado da cama. –Nossa, você não acha que está muito cedo? São sete da manhã. Nós fomos dormir as cinco. –Disse manhosa aconchegando-me melhor no edredom. Edward ajeitou-se sentando a minha frente. –Sei que está cedo, mas o iate virá nos buscar ao entardecer então eu pensei em acordá-la cedo para aproveitarmos um pouco mais a ilha antes de ir. Mas se estiver cansada demais podemos ficar aqui. Eu não me importo, desde que estejamos juntos. Edward era tão meigo, tão carinhoso. E era meu.

–Que foi? –Edward perguntou enquanto eu ria. Eu o puxei pela gola do roupão branco que usava deitando-o na cama e em contrapartida deitando-o em cima dele. –Você é tão fofo. Dá vontade de fazer de você um chaveiro e andar para lá e para cá com você. –Disse beijando-o com vontade e sendo correspondida com a mesma intensidade. Edward ria entre os beijos, suas mãos mantendo-me comprimida contra seu corpo. –Você não existe. Então acho que vamos ficar aqui. –Falou e seus lábios encontraram a pele do meu pescoço, dando beijos curtos. –Quer saber, acho que você tem razão. Melhor aproveitarmos a ilha. Só tem um problema. –Qual? –Edward perguntou. Eu me aproximei e sussurrei em seu ouvido. –Eu não tenho roupas limpas. Deveria ter avisado que ficaríamos em uma ilha, teria trazido roupas para cá. –Não se preocupe amor. Você tem sim o que vestir. –Edward falou afastando-me de si e levantando. Mantive meu corpo embrulhado no edredom enquanto o via abrir o pequeno guarda-roupa e retirar algo branco de lá. Edward me estendeu a peça e a peguei. –Um roupão? –O olhei confusa. Ele sorriu. –É a única coisa que tem para vestir aqui. –Mas e as minhas roupas? –Perguntei vestindo o roupão ofertado. –E as lavei juntos com minhas roupas. Estão secando ao Sol. Acho que até o entardecer estarão limpas e secas para usarmos. Após vestir o roupão fui diretamente ao banheiro. Eu estava um caos! Cabelo emaranhado, lábios inchados, marcas vermelhas no pescoço e em alguns outros lugares. Sorri ao me lembrar do por que de estar daquele jeito: a noite intensa, maravilhosa que tivera com Edward. –Eu estou um horror! Vou tomar um banho. –Disse enquanto passava as mãos no cabelo tentando colocá-lo em ordem. Edward abraçou-me por trás. –Você está linda, como sempre. Virei-me enlaçando seu pescoço com meus braços. –Quer me fazer companhia? –Sugeri cheia de segundas intenções. Edward

inclinou-se me beijando nos lábios; se afastou. –Se eu entrar no chuveiro com você nós não iremos comer nada. Tenho que terminar de preparar o café da manhã. –Quer ajuda? Posso ajudá-lo e cuidar de mim mais tarde. –Sugeri, mas Edward negou com a cabeça. –Negativo. Vá tomar seu banho e deixe o café comigo. –Você está tão mandão! –Brinquei enquanto retirava o roupão. Edward deu um tapinha em minhas nádegas antes de sair do banheiro. –HEI! –Esbravejei, mas ele já não estava lá. Eu estava me sentindo tão bem que poderia utilizar a expressão “andando nas nuvens” sem problemas. Edward era assim, ele tinha esse poder de distribuir bem-estar a quem estivesse por perto. Pensei em um banho rápido a fim de ajudá-lo em algo, mas a sensação da água caindo em meu corpo e o cheiro do sabonete me manteve por mais tempo ali. Após me enxugar com uma toalha, vesti o roupão (única coisa que tinha para vestir) e sai do banheiro. Lembrei-me, antes mesmo de passar pela porta, que em minha bolsa havia o presente de Edward. Peguei minha bolsa retirando o embrulho com o cordão de prata e pingente no formato da face de Jesus Cristo. Edward arrumava o café na mesa de madeira branca na varanda. O abracei por trás. –Que menino mais cheio de talentos! –Disse olhando a mesa impecável que Edward havia preparado. –Não me considero uma pessoa cheia de talentos por ter feito um café descente, mas agradeço o elogio, amor. Antes de dizer algo mais, retirei do bolso do roupão o embrulho do presente de Edward. –Tenho algo para lhe dar. Feche os olhos. –Exigi. Edward virou-se para mim e fechou os olhos. Um sorriso lindo brincando no canto de seus lábios. Retirei o cordão do saquinho de veludo e pus no pescoço de Edward. –Pode abrir os olhos. –Disse. Edward logo moveu a cabeça para o peito pegando nas mãos o pingente. Parecia maravilhado com o que estava segurando. –Presente seu? –Murmurou. Eu assenti. Ele me abriu um sorriso ofuscante. – É a primeira vez que sou agraciado com um presente seu. Obrigado.

–Gostou? Eu não sei muito bem do que você gosta então... –Imagina! Eu adorei! Muito obrigado pelo presente. Vou cuidar muito bem dele. Agora vamos comer. –Edward afastou a cadeira para que eu sentasse. Sentouse a minha frente. O evento do café da manhã foi silencioso, mas agradável. Às vezes pegava Edward distraído, olhando para o seu presente. Ao final do café ajudei Edward com a louça, conversamos sobre os detalhes de nossa partida para o continente. Verdade seja dita eu não queria ir. Queria viver para sempre naquele paraíso com Edward ao meu lado, desfrutando intensamente dele todo sem reservas. Eu temia secretamente que as coisas mudassem quando voltássemos para nossa casa, nossa vida. “Bobagem” –Pensei. Tudo já estava resolvido, nada iria nos atrapalhar. Quando terminamos de limpar a cozinha Edward disse: –Sabe, eu achei algo interessante em um cômodo desta casa. Dois caiaques, remos e coletes. Que tal um pouco de canoagem? Conhece um local com piscinas naturais ótimo para essa prática. –Tudo bem, mas não entendo nada de canoagem. –Não se preocupe Bella, eu explico. Não é nada difícil. –Mas Edward, eu não tenho nenhum biquíni pra vestir. Como vou praticar canoagem? –Perguntei encarando-o com duvida, duvida esta acentuada com a expressão divertida em seu rosto. –Simples: vamos praticar canoagem nus! ... Era uma idéia ridícula, mas por algum motivo eu aceitei. E não foi por que Edward me garantiu que ninguém nos veria ali, nus, mas sim por que eu deixava a razão de lado por ele. Edward carregou os dois caiaques (nunca saberei como fez isso) enquanto eu levava os remos e os coletes salva-vidas. Seguíamos para as piscinas naturais próximas a cabana ainda trajando nossos roupões. Após alguns minutos de caminhada Edward parou deixando os caiaques no chão. Vi um pouco mais a frente rochas, um monte delas. –As piscinas naturais ficam além daquelas rochas, são magníficas! Ótimas para a prática da canoagem. –Edward foi retirando seu roupão enquanto falava. Caminhou até uma árvore e pendurou o roupão em um galho. Ruborizei ao vê-lo nu, embora já conhecesse muito bem seu corpo. Retirou o cordão que lhe dei de

presente colocando no bolso do seu roupão, certamente não querendo que a água salgada o estragasse. –Muito bem, os caiaques que iremos utilizar não afundam então você só precisa entrar e remar. Lembre-se do movimento que deve executar com remos? – Edward perguntou pegando um dos remos que estava na minha mão. Assenti com a cabeça. –Ótimo. Então só preciso ensiná-la como entrar no caiaque, o resto é fácil. Vem. –Edward pegou os caiaques levando-as com certa dificuldade para a beira de uma das pedras. Levei os dois remos e os coletes. Ficamos na beira da pedra, fiquei deslumbrada com as águas abaixo de nós, tão transparentes que podíamos ver com clareza o recife de coral e espécies aquáticas. Edward colocou os dois caiaques na água, elas realmente não afundaram. Veio para o meu lado. Meus olhos ainda em toda aquela beleza. –É lindo, não é? –Murmurou no meu ouvido. –Sim. –Senti as mãos de Edward desfazendo o nó do laço do meu roupão. Virei para ele e senti o roupão escorregar até o chão. Desviei os olhos para qualquer outro ponto, envergonhada demais para encará-lo. Edward sorria satisfeito. Pegou um dos coletes que deixem cair no chão e o vestiu em mim. Pegou o segundo colete e vestiu nele próprio. –Vem, vou mostrar como entrar. –Disse pegando minha mão e conduzindo-me até a beira da piscina. Ensinou-me a como entrar no caiaque e tão logo estávamos remando para lá e para cá na bela piscina. Foi algo muito divertido. Nem sei por quanto tempo ficamos ali ora praticando a canoagem, ora nadando, ora nos amando em cima das pedras, aproveitando a ausência de roupas. Quando nos tocamos estávamos famintos e o Sol estava no meio do céu. Eu estava deitada em cima de uma pedra, Edward deitado ao meu lado, segurando minha mão. –Melhor nós irmos. Você precisa comer. –Edward murmurou. –Você também. –Eu me ergui e beijei sua bochecha. –Tem razão. Estou com fome. –Edward levantou-se. Sorriu para mim. Seguimos juntos para a cabana. ... Fiz o almoço, algo prático e simples, e Edward comeu com gosto. Nossas roupas ficaram secas antes do tempo previsto e ao entardecer estávamos à espera

do iate. –E então? Gostou do passeio? –Edward perguntou. Sorri. –O que você acha? –Ironizei. Edward abraçou-me. –Eu sei, foi uma pergunta muito idiota. Fico feliz que tenha gostado. – Ficamos abraçamos olhando para a paisagem e ignorando os outros passageiros, sorrindo. Como se soubéssemos que em nosso futuro apenas coisas felizes iriam acontecer. ... Secava meus cabelos com um secador, estávamos no hotel em nosso quarto. Edward estava com seu notebook resolvendo um contratempo qualquer da empresa pela internet. Ao término de todo o ritual do banho, sai e segui para a cama. Edward, quando me viu, largou seu notebook em cima da mesinha ao seu lado. Joguei-me na cama sendo abraçada por ele no processo. –Pronta para dormir, senhora Cullen? –Disse em meu ouvido. –Pronta. Estou morta de cansaço. –Murmurei já sentindo o cansaço me tomar e me embalar. Edward deitou-se melhor na cama e me aconchegou em seus braços. Tínhamos dormido muito mal (algo que eu não reclamava visto que isso tudo era por que fazíamos amor freqüentemente) e precisávamos repor as noites perdidas. Por isso, assim que anoiteceu, nós nos recolhemos para dormir. Dormi abraçadinha com Edward, a cabeça deitada em seu peito, os braços de Edward a minha volta, seus lábios em meus cabelos... ... –Não! –Gritei arfante. Olhei desorientada para o local onde eu estava, era o quarto de hotel. Edward dormia tranquilamente, nem mesmo os sons que fiz o despertaram, o que agradeci. Afastei-me dele e fiquei ao seu lado, sentada na cama, lembrando-me de meu pesadelo. Foi o mesmo pesadelo da noite anterior, o pesadelo em que eu via a mim mesma ferir Edward com uma garrafa de Uísque quebrada. Lembro-me que no pesadelo eu provocava um corte na palma de sua mão esquerda. Olhei para Edward ao meu lado dormindo como um ano. Lentamente eu peguei sua mão esquerda que repousava em sua barriga e a virei. Tudo em mim desejava não ver nada em sua mão, nenhuma cicatriz. Eu precisava disso, saber que, apesar de todos os absurdos que aprontei, eu nunca machuquei Edward. Jamais conseguirei descrever o sentimento que me tomou ao ver, na palma da

mão esquerda de Edward, uma cicatriz. Fiquei parada, sentada ao lado dele, segurando sua mão por mais tempo que o normal. Eu certamente estava em estado de choque e não conseguia sair daquele torpor. Por fim, após alguns minutos naquela posição, eu consegui me erguer da cama, caminhei lentamente ao banheiro. Eu não queria me ver no reflexo do espelho, mas o fiz. Tranquei a porta e me encarei, enojada com meu próprio rosto. Liguei a torneira e lavei o rosto tentando, sem sucesso, esquecer o pesadelo e a confirmação de que meu pesadelo era real. Impossível. E então, como que tomada por alucinações, vi meu reflexo sorrir debochado. Encarei incrédula aquela situação pensando pela primeira vez que eu devia estar ficando louca. Meu reflexo mantinha um sorriso cínico no rosto, divertindo-se com a minha miséria e aquilo me enervou. –Eu não vou deixar... –Murmurei. –Não vou deixar que tire ele de mim. Vá para o inferno. A Bella do outro lado do espelho riu de mim, de minhas palavras. Senti a fúria me tomar. –Vai pro inferno! –Falei com potencia na voz desferindo então um forte soco no espelho, quebrando o vidro e machucando bastante minha mão. O espelho ficou em pedaços, minha mão doía e sangrava, mas não me importei. Sentindo um alivio por não ver meu reflexo no espelho, aquele reflexo zombeteiro, eu me sentei no piso do banheiro longe da bagunça de vidro na pia e no chão. Dobrei os joelhos e descansei minha cabeça lá. Deixei que o remorso e a culpa fizessem seu trabalho comigo, me castigassem. E as horas se passaram, mas eu as ignorei como ignorei a dor do ferimento causado pelo golpe no espelho. E quando o remorso e culpa fizeram seu trabalho, castigando-me, levantei e segui para o quarto, para ficar ao lado do meu porto seguro, do meu marido. Notas finais do capítulo Espero que tenhma gostado. Para quem quiser ganhar 10 livros é só se cadastrar nesse link. http://www.skoob.com.br/promocao/codigo/74789 e escolher os livros. fazendo isso você estará me ajudando. é um site de leitura muito bom.

(Cap. 21) Capítulo 20 Notas do capítulo Tive um surto de criatividade e escrevi esse cap ontem mesmo. Só não postei aqui por que o site estava com problemas, mas postei em outro site (sempre dou prioridade pra lá) chamado twilightfics. Espero que gostem, é um cap curto sem muitas revelações. Sentia o ferimento protestar, uma ardência intensa. Abri os olhos, o meu rosto crispado pela dor. Notei que o quarto estava iluminado e alguém segurava minha mão. –Desculpe. –Edward disse voltando a olhar minha mão que estava em seu colo. Já era de manhã. Edward cuidava de minha mão, passava algo com um cheiro estranho, devia ser um medicamento. Fiquei quietinha vendo-o cuidar de minha mão direita com empenho até tudo está acabado. –Pronto. –Edward disse satisfeito com o seu trabalho. Minha mão estava coberta com atadura. Sentei-me na cama. –Posso saber como a mão da senhorita ficou ferida desse jeito? Vi pela expressão de Edward que ele estava profundamente preocupado, mas tentava manter uma expressão serena. –Hmmm... –Eu não queria contar o que houve, Edward pensaria que sou louca. Desconversei. –Eu não me lembro direito. –Eu fiquei muito assustado. Acordei abraçado a você e quando me afastei para ir ao banheiro vi o espelho quebrado. Notei que minha camisa, onde estava sua mão, estava manchada de sangue. Corri até você achando que poderia estar... – Edward calou-se perdido em pensamentos sombrios. –Não lembro muito bem o que aconteceu. Devo ter escorregado e caído, não sei. Mas não é nada grave. –Eu chamei um médico. Ele me garantiu que não era nada grave, se ofereceu

para cuidar de sua mão, mas pedi para fazê-lo. Ele aplicou algo para que não sentisse dor enquanto dormia. O efeito do anestésico deve ter passado quando comecei a limpar o ferimento. –Sinto muito por preocupá-lo, mas isso não é nada. Acho que banquei a sonâmbula ou algo assim. –Sorri, mas Edward pareceu não se convencer. Lembrei então da cicatriz em sua mão, dos pesadelos... –Edward? –O chamei quando este se levantou da cama. Virou-se para me olhar. –O que foi amor? –Perguntou com brandura, um meio sorriso nos lábios. Apesar de tudo estava feliz e não seria eu a desfazer aquela felicidade. –Há quantos dias mesmo estamos aqui? Perdi a noção de tempo. –Hoje é o quinto dia. Mais dois dias e retornaremos a nossa casa. –Meu rosto deve ter desmoronado um pouco quando Edward falou em voltar. Levantei-me tentando manter um ânimo bom. –Temos que aproveitar esses três dias que restam, ou dois, dependendo da hora em que iremos sair. O que vamos fazer hoje? –Perguntei enquanto ia ao closet. Edward sentou-se na cama. –Na verdade eu tenho algumas pendências do hotel para resolver agora. Importa-se se eu for? –Não Edward, claro que não. Pode ir. –Quer me acompanhar? –Acho que vou ficar por aqui esperando por você. Você se importa? – Caminhei até ele, sentei-me em seu colo e Edward enlaçou-me pela cintura. –Não. Fique aqui, você precisa descansar. Prometo que não irei demorar. O café da manhã foi servido na sacada. Melhor comermos. –Edward beijou-me nos lábios, levantou-se e me guiou para a sacada. Tivemos mais uma manhã tranqüila, perfeita. Edward usava meu presente, ele não o tirou para nada, apenas quando entrou na água salgada. ... Tinha sido uma péssima idéia. Ficar sozinha no quarto, tomada pelas lembranças que me atormentavam. Se soubesse que iria me torturar novamente com pensamentos, eu teria ido com Edward. Faziam mais de uma hora que Edward havia saído. Tentei me distrair assistindo algo na TV, liguei para minha mãe e recebi uma

ligação de Jessica, mas isso não foi o suficiente para esquecer. Lá pelas tantas tomei um bom banho, vesti roupas simples e confortáveis (calça jeans, camiseta de algodão, tênis e boné) e sai. O hotel era lindo, mas não me senti empolgada como antes para um passeio. Devia ser por que Edward não estava lá comigo, segurando minha mão. Cumprimentei alguns funcionários que foram gentis comigo. Caminhei pelo interior e exterior do hotel. Quando cheguei a um dos jardins, sentei-me em um banco de frente para o mar. Ainda doía lembrar-se do sonho e da cicatriz na palma da mão esquerda de Edward. Eu temia mais e mais essas descobertas, temia saber que causei mais dor para Edward. Olhei para minha mão ferida. “Que isto sirva de lição. Quem sabe assim, sentindo a dor dele, seu pecado não diminui?” –Pensei. Olhei para o lado, puro reflexo, e o vi empurrando um balanço para uma menininha. Era Edward. Divertia-se em um parquinho a alguns metros de mim, brincando com uma menina de no máximo cinco anos. O pai da criança se aproximou e cumprimentou Edward, parecia ser um conhecido. Edward conversou com ele enquanto o senhor pegava a criança no colo. A menininha acenou para Edward enquanto ia embora com o pai. Eu percebi enquanto via a cena tão singela algo, algo que me fez involuntariamente sorrir. Edward sentou-se no balanço antes ocupado pela menininha e ficou se balançando lá. Caminhei lentamente, contornando-o por trás, e sentei em um balanço desocupado ao seu lado. Edward sobressaltou-se com minha aproximação, sorriu ao me reconhecer. –Amor, eu pensei que ficaria no quarto. –Terminou seus afazeres? –Sim. Fiquei aqui brincando com a filha de um conhecido. Já estava voltando para o quarto. Ia convidá-la para ir à área da piscina no hotel. Tem muitas opções de divertimento lá. –Ok. Vamos para o quarto para trocarmos de roupa e aí seguimos para a área da piscina. –Disse levantando-me da balança e puxando Edward pela mão. Aquele era o quinto dia, ainda teríamos dois dias para explorar a área da piscina. Naquele momento eu não queria perder meu tempo na água. Eu queria mergulhar em algo muito mais prazeroso, queria mergulhar no corpo de Edward, me afogar em seus beijos. Caminhamos silenciosos até o quarto e quando a porta se fechou atrás de mim

eu o puxei pela gola da jaqueta de couro bege que usava em direção a minha boca. Edward correspondeu com avidez meu beijo, mantendo-me presa em seus braços. Eu procurei guiá-lo para a cama jogando-me com ele na mesma. Enquanto o beijava, minhas mãos trabalhavam em sua camisa, tentando tirar sua jaqueta. Edward percebeu o que queria, sentou-se na cama mantendo-me sentada em seu colo e retirou a jaqueta, a camisa preta. Acariciei o peito desnudo, lindo, enquanto Edward virava-nos na cama mantendo seu corpo sobre o meu. Fechei meus olhos sentindo as mãos hábeis de Edward retirar meu jeans. Acariciou minhas pernas, seu polegar enroscando-se no elástico de minha calcinha. Sentei-me na cama enroscando meus braços em seu pescoço, puxando-o para mim. Senti as costelas protestarem pelo abraço de Edward, ficaria marca, mas não liguei. Edward afastou-se um pouco me olhando com os olhos embargados pelo desejo. –Você me deixa louco, sabia? –Ele murmurou. Colou sua testa na minha, sua respiração pesada. Perdi-me em seus olhos cor de ocre. Senti suas mãos em minha feminilidade em caricias provocantes. Arfei. Agarrei os lençóis sentindo Edward retirar mais peças. Quando estava totalmente nua e não senti Edward próximo a mim eu abri os olhos e o vi retirar as últimas peças de sua vestimenta. Vendo até mim e deitou-se sobre mim. Recebi no rosto beijos dele e no corpo o toque de suas mãos. –Eu amo você. –Murmurei em seu ouvido quando Edward veio beijar meu pescoço. Edward aproximou seus lábios do meu ouvido e disse: –Eu amo você. –Edward sussurrou enquanto suas mãos seguravam meu quadril e seu corpo se movia contra o meu. Entrelaçou nossas mãos e colou nossas bocas. Agora éramos um só corpo buscando a satisfação do outro. Não havia nada melhor do que isso. ... Repousava nos braços de Edward. Estávamos cansados, mas satisfeitos. Edward sorria de modo sutil, os olhos fechados. –O que deu em você, hein? Geralmente sou eu que a ataco. –Ele disse divertido. –Fiquei com saudades de você. –Disse beijando seu peito. Seus braços se estreitaram a minha volta. –Nossa, se vai reagir assim então acho que sairei do seu lado de vez em quando. Ri ao ouvir as palavras de Edward.

–Nem brinque com isso Edward! Um silêncio bom se instaurou. Edward acariciava uma mecha dos meus cabelos. –Edward? –O chamei. Edward virou seu rosto para me olhar. –Posso fazer uma pergunta pra você? –Claro. O que quer saber? –Por que ainda não tivemos filhos? –Quando perguntei Edward estacou. Ele me olhou por alguns minutos parecendo chocado com minha pergunta. Procurou se recompor; fixou seus olhos no teto. –Você não estava preparada para ser mãe. –Como não? Eu disse alguma coisa? –O olhei, mas Edward não me olhava. Suspirou. –Após um mês de casados eu exteriorizei meu desejo de ser pai. Você disse que não estava preparada. E também... –E também...? O que foi? Olha, isso foi antes. Sabe, eu vi você com aquela criança, você parecia tão feliz! Então eu pensei que eu... –Você não pode ter filhos. –Edward disse e eu congelei. Senti minhas mãos suarem. –O que? Co-como assim? –Perguntei com a voz falha. –Você implantou um DIU em seu útero antes do casamento. Teria que retiralo para termos filhos. Fiquei aliviada por saber que não era estéril, deitei minha cabeça no peito de Edward. –Por que eu fiz isso? –Murmurei. Edward acariciava meus cabelos. –Você é nova demais para ser mãe, Bella. –Edward disse com brandura. Ergui um pouco meu corpo e o fitei. Edward logo olhou para mim. –Não me considero nova agora. –Disse séria. Edward me olhou atônico. –Eu acho que é isso o que está faltando para nós. Estava pensando anteriormente em trabalhar, não quero vida de dondoca apenas aproveitando o fruto do seu trabalho. Mas agora eu quero essa função pra mim, quero ser mãe e lhe dar uma criança. E sei que você quer. Percebi isso enquanto o via brincar com aquela criança no parque.

Edward ficou calado me olhando. Parecia absorver minhas palavras. Por fim vi a sua expressão facial passar de confusa para emocionada. –Quero muito ser pai, mas de um filho seu. Só seu. –Edward começou a acariciar meu rosto. E vou esperar você estar pronta. Peguei sua mão que acariciava meu rosto e beijei a palma. –Estou pronta. –Disse. O sorriso de Edward se alargou. Subitamente deitouse sobre mim, beijou-me ininterruptamente nos lábios. –Você não tem idéia do quanto está me fazendo feliz! –Edward sussurrou em meu ouvido. Mantive Edward ali, nos meus braços, preso ao meu corpo. –Fico feliz. Muito feliz. Essa é a missão da minha vida, fazê-lo feliz, ser feliz como conseqüência. –Edward afastou-se me olhando nos olhos. Beijou-me zeloso. –Amo você. -Disse deitando-se em meu peito. E as horas passaram... E os dias passaram...

Oitavo dia Estava na sacada de nossa suíte. Era de manhã. Edward havia saído para tratar dos últimos preparativos para a nossa partida. Nossas malas estavam arrumadas e muito provavelmente já estavam no helicóptero. Eu fiquei ali, olhando aquela linda paisagem, sentindo a brisa marítima cortar meu rosto. Mãos tocaram meu ombro. –Bella, amor, nós precisamos ir. –Sussurrou em meu ouvido. Assenti. –Eu sei, também sentirei falta daqui. –Queria poder ficar aqui pra sempre com você. Tenho medo de voltar para aquele lugar. –Confessei com meus olhos ainda na paisagem. Edward beijou-me no cabelo. –Não se preocupe. Não vou permitir que nada aconteça a nós dois. Agora vamos. O tempo está ficando nublado. –Edward beijou-me nas mãos e me puxou para fora. Cumprimentamos boa parte dos funcionários que vieram se despedir de nós. Nossa viagem foi tranqüila. Tivemos um pouco de turbulência durante a viagem, estava chovendo em nossa cidade, mas isso não me preocupou. Após chegarmos à

pista de pouso, um carro nos esperava e fomos diretamente para casa. Edward deve ter avisado a Joel e aos empregados que estávamos chegando, pois eles nos esperavam na garagem. Durante o momento que sai do hotel até agora, eu me senti mal. Nada disse para Edward, não queria que ele ficasse cismado com algo. “Não fique assim Bella. Tudo está bem. Nada pode se colocar no caminho de vocês!” –Repeti tais pensamentos como um mantra. Ainda sim meu corpo estava tenso e Edward percebeu já que segurava minha mão. –Vamos almoçar juntos. Mais tarde terei que passar na empresa. Quer ir comigo amor? –Edward perguntou enquanto seguíamos para a sala de jantar onde o almoço havia sido servido. –Não quero atrapalhar. Pode ir. Vou ficar quietinha aqui. –Disse e sorri um sorriso meio forçado. –Tem certeza? Adoraria sua companhia. –Edward disse enquanto afastava a cadeira ao seu lado para que eu sentasse. –Estou um pouco cansada pela viagem. Vou tomar um bom banho e dormir um pouco. –Ok. –Edward beijou-me antes de tomar o seu lugar na mesa. Fomos servidos pelos empregados. ... Quando Edward não estava ao meu lado eu sentia meu peito oprimido. Sabia que teria de me acostumar com isso, eu não poderia mantê-lo perto de mim o tempo todo como foi no litoral. Sorri ao pensar que, quando eu tivesse meu bebê, todo esse medo de ficar só iria se exaurir. Levantei da minha cama, meus cabelos ainda úmidos por terem sido lavados. Sai do quarto e decidi passear pelo jardim, nenhum empregado notou que havia saído. Passeei, despreocupada, admirando a beleza daquele entardecer. A chuva que nos recebeu se dissipou dando lugar a uma garoa inofensiva. Peguei um botão de rosa e o prendi em meus cabelos. O labirinto verde Ele estava ali a minha frente. Lembrei-me do sonho que tivera, o sonho em que eu machucava Edward. Aquele sonho havia sido real. Eu me perguntei se os outros sonhos eram reais. Havia um que tivera e que agora me perguntava se era real: quando vi a mim mesma entrar no labirinto verde carregando um baú. Involuntariamente meu corpo seguiu para a entrada do labirinto verde.

“Pare Bella! Você promete que iria deixar o passado de lado!” –Minha mente gritava enquanto meu corpo avançava mais e mais. Eu sabia que estava muito perto da verdade, eu poderia sentir. No centro daquele labirinto estava o baú de madeira que apareceu em meus sonhos. A verdade ao alcance de meus dedos... Parei. –Não vou. –Murmurei na porta do labirinto já projetando meu corpo para retornar a casa. Logo Edward estaria lá. Foi rápido. Enquanto me virava algo no chão chamou minha atenção. Parei e me ajoelhei no chão coberto por folhas. Toquei o chão tateando-o e então encontrei o que havia chamado minha atenção. Uma corda bem fina, de um dourado fosco. Puxei um pouco a corda e notei que ela adentrava o labirinto verde. Agora eu sabia como a antiga Bella entrava e saia sem problemas do labirinto, ela conhecia o caminho, ela desenvolveu um meio de encontrar o centro. Aquela corda levava ao centro, eu poderia sentir. Eu estava muito perto, a alguns metros da verdade. A idéia nunca me pareceu tão tentadora. Finalmente eu saberia de tudo.

(Cap. 22) Capítulo 21 –Senhora Cullen? –A voz soou distante. Eu ainda hesitava em frente à entrada do labirinto verde. Havia encontrado um possível método de chegar ate o centro. Seria tão fácil descobrir a verdade! –Senhora Cullen? –Virei-me assustada com a voz que agora estava próxima. Era Joel. –Ah, oi! O que deseja? –A senhora tem uma visita, está esperando na sala de visitas. –E quem é Joel? –Perguntei vendo-o se virar. –O senhor Jacob Black. –Joel disse. ...

–Jake! –Gritei ao vê-lo de pé na sala. Jacob virou-se e abrir um lindo sorriso quando me viu. Veio e me abraçou. –Oi Bells. Bom te ver. Como está? –Jake me soltou e me firmou. –Estou bem. E você? –Estou ótimo, principalmente agora. –Jacob ficou me olhando de um jeito que me incomodou. –Então a que devo a honra da sua visita? Vamos nos sentar. –Peguei sua mão levando-o a uma sala onde possuía sofás, nos sentamos. Após sentar Jacob falou: –Leah vai fazer um chá de panela. Ela me pediu para entregar a você o convite. Tome. –Jake retirou um pequeno envelope cor salmão do bolso e entregou a mim. –Tentei entregá-lo durante essa semana, mas seus empregados me disseram que você estava viajando. Era verdade? –Sim. Eu precisei dar um tempo daqui. –Disse um pouco melancólica. –E você? Deve estar muito ocupado com os preparativos do casamento. –Sim. Está tudo uma loucura! E estou um pouco nervoso. –Jake olhava para o chão. Coloquei minha mão sobre a dele. –Não precisa ficar nervoso. Você a ama e ela é a pessoa certa, não é? – Sorri. Jacob me olhou e vi naquele seu olhar algo estranho, uma dor. Então Jacob fechou os olhos. –As coisas não estão saindo do jeito que eu quis, mas acho que, se não fosse por Leah, eu estaria bem pior. –Hmmm Quer conversar sobre isso? –Perguntei sabendo que algo o atormentava e querendo ajudá-lo. Jacob me olhou querendo, de alguma forma, transmitir algo. Nossas mãos ainda estavam juntas. Então Jake virou-se olhando para a entrada. Eu acompanhei seu olhar e encontrei Edward de pé na entrada, olhava para nossas mãos e para o rosto de Jake. Sua expressão era de uma fúria contida. Jacob pareceu não se abalar. Beijou minhas mãos e as soltou. Levantou-se. –Eu preciso ir. Tenho coisas a fazer. Espero que possa ir ao chá de panela, vai ser divertido. Poderemos conversar melhor lá. –Jake, vai estar no chá de panela? Isso não é algo tipicamente feminino? –Eu não vou participar, mas estarei na mesma casa, em outro cômodo assistindo televisão com os outros cuecas. Tchau Bells. –Jacob sorriu para mim, passou por Edward e o cumprimentou com um leve aceno de cabeça. Murmurou algo,

tão baixo que não ouvi, para Edward. Saiu. Edward virou-se olhando Jacob partir. Seus punhos fechados. A raiva que emanava dele era tão grande que não ousei me aproximar. –Oi amor. –Sussurrei. Edward suspirou. Virou-se para mim e sorriu, mas seus olhos não sorriam. –Oi. Desculpe a demora em vir. –Tudo bem. Não demorou nada. –Caminhei até ficar próxima dele. Segurei sua mão. Edward não me perguntou nada a respeito da visita de Jacob, mas eu sabia que precisava falar. –A noiva do Jake está promovendo um chá de panela e me convidou. Vai ser hoje à noite. Eu vou. –E o tal Jacob vai estar lá? –Edward disse o nome do Jake de uma forma rude. Suspirei. –Sim, mas não vai participar da festa. Vai ficar por lá fazendo algo tipicamente masculino. Eu até convidaria você, mas é uma coisa de mulher então... –Bella? –Edward me chamou, eu o olhei. Edward colocou uma mão em meu rosto. –Vamos fazer alguma coisa juntos esta noite. –Edward, eu tenho o chá de panela pra ir. Marcamos algo outra noite e... –Bella, eu serei sincero com você; não quero que você vá. –A intensidade de suas palavras e a imposição das mesmas me sobressaltou. Tentei processar as palavras de Edward, mas não tive muito sucesso. –O que quer dizer com isso? –Balbuciei. –Por que eu tenho ciúmes de Jacob. E ele vai estar lá. Não quero que fique a sós com ele, nunca. –Edward, isso é infantilidade. Jacob é meu amigo. –Disse num tom de reprimenda. Edward ainda me olhava de uma forma intensa. –Bella, por favor. Eu estou pedindo pra você. Fica comigo. Podemos fazer algo, juntos. Você pode passar lá e entregar o presente, diga que não está se sentindo bem. Assim não ficará feio pra você. –Edward, eu não entendo esse seu medo. Jacob é só o meu amigo. Depois de tudo o que passamos você deveria confiar em mim. –Disse magoada com a desconfiança de Edward. Mas também depois de tudo o que aprontei era natural

que ele desconfiasse de mim afinal eu tinha traído ele diversas vezes. E de repente o medo que Edward sentia não parecia bobo. Eu o abracei. Edward me abraçou fortemente. –Tudo bem Edward. Eu vou apenas entregar o presente e então nós saímos. Edward ficou feliz por minha resolução. Eu precisaria fazê-lo confiar em mim e este seria um processo demorado, mas eu iria me esforçar. –Obrigado. Muito obrigado. –Sussurrou em meu ouvido e então me puxou para um inesperado beijo. ... Ambos estávamos prontos para sair. Eu usava um vestido preto até os joelhos tomara-que-caia, salto vermelho, cabelos presos num coque frouxo e os brincos que Edward me deu. Edward usava um blazer preto, camisa interna cinza, estava belo. Vesti um moletom velho por cima e não me maquiei. Compramos um presente no caminho e seguimos para o endereço. Estávamos no Aston Martin de Edward. –Vou tirar meus sapatos. Calçar este tênis que peguei. Não quero que Leah pense mal de mim e certamente pensaria se me visse arrumada para sair para outro lugar. –Como quiser. –Edward estava feliz, claro. Eu estava fazendo sua vontade. Ainda estava ruminando seu comportamento após a saída de Jacob. Ao chegar à casa de Leah eu sai enquanto Edward ficou no carro esperandome. Bati na porta duas vezes, o som de música vinha da casa. Foi à própria Leah que abriu. –Ah, Bella! –Abraçou-me. –Que bom que veio. Entra! –Tentou puxar minha mão, mas fiquei plantada no lado de fora. –Oi Leah. Só vim entregar o presente. Eu não vou poder ficar. Meu marido não está se sentindo bem e eu ficarei cuidando dele. –Disse estendendo o presente que comprei com Edward antes de ir à festa. Leah o pegou. –Que pena. Queria que ficasse. –Leah disse com pesar. –Sinto muito, mas não poderei. Vejo você no casamento? –Ah, é. Você será a madrinha do Jake. Não sei se ele falou, mas antes do dia do casamento, à tarde, vai haver o ensaio da cerimônia. Seria muito bom se você viesse.

–Eu irei. Diga a Jacob para me mandar o endereço onde vai ocorrer o ensaio. –Pra dizer a verdade vai ser aqui. Faremos um casamento no jardim. –Que bom! Eu virei sim Leah. Perdão por não ficar. –Tudo bem Bella. Melhoras para seu marido. Jacob vai confirmar o ensaio. –Ok. –Acenei enquanto caminhava pela calçada. Encontrei com Edward a duas quadras da casa de Leah. Rapidamente saímos pela cidade sem destino certo. ... Edward estava feliz por eu estar ali com ele, eu também. Uma parte de mim, porém, se preocupava com o modo que Edward agiu. Refleti que era algo natural visto que fiz muitas coisas ruins a ele. Mesmo nessa boa fase de nossa vida, Edward ainda temia que algo atrapalhasse e seu medo devia ser maior do que o meu. –E então, qual a programação? –Perguntei ligando o som do carro. Edward olhava a estrada. –Bem... Fica a sua escolha. Quer algo chique ou popular? –Edward perguntou divertido. –Acho que vou querer o popular. Tivemos muitos momentos chiques no litoral. –Deixei minha mão repousar no banco e Edward prontamente a segurou. Ficamos de mãos dadas durante todo o trajeto. Para a minha surpresa, Edward parou em um parque de diversões modesto. Estacionamentos em um estacionamento privativo em frente ao parque. Edward retirou seu paletó e eu retirei meus brincos e desfiz o coque dos cabelos. –E então, vamos? –Pegou minha mão. –Ok, parece ser divertido. Você guia. –Dizendo isso Edward me puxou para dentro da multidão. Não havia muitas opções naquele parque quando o assunto era divertimento, mas ainda sim nós nos divertimos muito. Carrossel, montanha-russa, casa fantasma, tapete voador... Certamente fomos a todos os brinquedos daquele lugar. Edward não falou muito, sorria de modo sutil. O silencio não era estranho, mas agradável. Após andarmos para lá e para cá, paramos em uma barraquinha de tiro. –Olha que urso lindo! –Apontei para um panda de pelúcia com um laço amarelo amarrado em seu pescoço. –Você o quer? –Edward me olhava. Eu assenti. Eu o vi dobrar as mangas de

sua camisa de botões cinza e pagar o homem antes de pegar uma espingarda. Edward tentou uma, duas, três vezes e nada. Tentou uma quarta vez, mais movido pela frustração de errar os alvos do que movido pelo desejo de me presentear. Eu o detive antes que perdesse mais dinheiro. –Edward, deixe-me tentar. –Pedi já retirando de suas mãos a espingarda. Edward entregou-me com um sorriso malicioso, ele não era o único com o sorriso por que o homem da banca também sorria. Aquilo era um desafio. Engatilhei a arma e a segurei mirando no primeiro alvo. O acertei. E então foi uma seqüência de acertos. Naquele momento em que eu acertava os alvos com facilidade, tive um deja vu. Eu já havia vivido algo assim antes. –Eu quero aquela girafa de pelúcia! –Tudo bem gata, será seu. Mas se quiser não serei eu a ganhar. –Então quem vai ganhar o bicho? –Você Bells. Eu vou te ensinar como ganhar nesse jogo. É fácil. –Ok. Mas se eu não ganhar a porcaria do bicho de pelúcia por culpa de suas aulas você vai se ver comigo! –Eu também te amo Bells. –Amor? Amor? –Hã? O que foi? –Olhei para Edward. –Você ganhou. –Ele disse risonho. –Ah, ok. –Devolvi a arma para o senhor da barraca e apontei para o urso. Ele me deu o prêmio escolhido. Olhei para um boné vermelho muito bonito próximo ao urso. –Hei moço, vou tentar mais uma vez. –Anunciei pegando a espingarda. ... –Obrigado pelo boné. Eu adorei. –Edward disse satisfeito, o boné na cabeça. Também usava o cordão que lhe dei. –Edward, não me diga que toda vez que eu lhe der algo você vai usar ao mesmo tempo? Desse jeito vai parecer uma loja ambulante! –Brinquei. Seguíamos para o último brinquedo: a roda gigante. –Pode apostar que vou usar! Não tem idéia do quanto fico feliz com cada

coisa que você me dá. –Mas o que eu dou nem tem tanto valor se comparado com seus presentes. – Disse. Edward sacudiu a cabeça em negativa. –Você não tem idéia do quanto eles valem. Nem mesmo todo o meu patrimônio é páreo. –E então Edward me puxou para uma cabine da roda-gigante. Sentamos-nos ao lado do outro sentindo a cabine se mover. Olhei para a paisagem noturna do lado de fora da cabine, estremeci com o frio que senti pela corrente de ar. Edward, notando que eu estava com frio, colocou seu braço envolto de mim. –Obrigada. –Disse fechando os olhos e me encostando-se a ele todo. –Está cansada? –Edward perguntou beijando meu cabelo. –Sim. –Ué, mas a noite nem começou. Eu pensei em irmos ao cinema e terminarmos nossa noite em uma lanchonete. –Terminar nossa noite em uma lanchonete? Edward, amor, eu pensei que... – Aproximei meus lábios de seu ouvido. –Que terminaríamos essa noite em nossa cama. –Mordisquei a orelha de Edward e o senti estremecer. Arfante puxou-me para me beijar de uma forma intensa, possessiva, excitante. Só deixamos os lábios do outro quando estávamos sem ar. –Eu acho que... Que podemos pular as outras etapas. Sabe... Irmos direto para a parte da nossa cama. –Ele disse intenso. Sorri –Por mim tudo bem. Esperamos até a roda gigante para e seguimos para o estacionamento. Quando chegamos ao carro, Edward puxou-me e me jogou com um pouco de rudeza na lateral do carro, beijando-me com vigor. Suas mãos me puxando com força para seus braços. –Não posso mais esperar. –Sussurrou em meus lábios. Abriu a porta e nos puxou para o banco de trás. Sentou-se e me colocou sentada em seu colo. –Edward! –Esbravejei enquanto ele beijava-me no pescoço. –Aqui não! É um lugar publico! –Ainda sim Edward não parou com suas caricias. –Sabe o que dizem sobre casamento? Que todo casal deve fazer amor em um local publico pelo menos uma vez. –Mordiscou minha orelha. E não pude mais resistir a ele, não com aquelas mãos em mim, os lábios em minha pele, seu cheiro, seu timbre sussurrando para me entregar a ele...

Suas mãos seguraram a barra do meu vestido e ergui meus braços para facilitar o que Edward queria. Meus dedos, após ele me despir, abriram os botões de sua camisa. Foi rápido, mas muito prazeroso e excitante ficar com Edward no interior do carro. Como o estacionamento estava deserto não tivemos nenhum problema. Retirei o boné, outras peças de roupa, deixando apenas o cordão de prata em seu pescoço. Encaixamos-nos com facilidade e rapidamente chegamos ao ápice. De algum modo, após o sexo, conseguimos nos deitar no banco de trás. Eu nos braços de Edward. –E então? Valeu à pena ficar comigo hoje? –Edward perguntou. Sorri meus olhos fechados. –Sim. Muito. E adorei a cosia de fazer amor em um local publico. Apesar de ter sido rápido, foi muito bom. –Quer experimentar de novo a sensação de fazer algo proibido? Estou prontinho. –Hei Edward, contenha-se! –Soquei de leve seu peito. –Ainda está cansada? –Perguntou olhando para mim. –Não. Passou. –Então vamos seguir o cronograma. Pulamos uma etapa, ou melhor, adiantamos. Quer ir ao cinema? –Que tal a um restaurante? To com muita fome! –Disse levantando-me e pegando meu vestido. –Ok. Vamos à comida. ... Todo foi lento ou rápido demais, eu não sei. Fomos a uma lanchonete, comemos um monte de besteiras, fomos para nossa casa, tomamos banho juntinhos, fomos nos deitar. Como já havíamos feito amor no carro e debaixo do chuveiro, decidimos dormir. Exaustos demais com o dia intenso que tivemos. Lá estava eu abraçadinha a Edward sentindo o sono chegar. –Amor? –Chamei. –O que foi amor? –Ele perguntou. –Encontrei o número do meu ginecologista. Eu o verei amanhã. Vou marcar a

retirada do DIU. –Amor, não precisa fazer as coisas por mim. Eu esperarei até que esteja pronta para ser mãe. –Edward dizia com brandura, seus dedos enroscados em meus cabelos. –Eu quero ter um filho seu, não estou fazendo isso só por você. Senti os lábios de Edward em minha testa. –Você me faria o homem mais feliz do mundo se me desse um filho. –E eu seria a mulher mais afortunada com isso. –Levantei um pouco meu corpo e o beijei nos lábios. –Boa noite meu amor. –Fechei os olhos me entregando à exaustão. –Boa noite meu amor. Eu amo você. –Ouvi a voz de Edward. Sorri. –Eu também amo você. –Murmurei entre um bocejo e rapidamente adormeci. ... “Por que insiste com a mentira? Por que insiste em viver com a mentira? É assim que quer viver? Com toda essa enganação?”. A voz feminina soou longe. Eu devia estar próxima de um sonho. Certamente teria mais uma revelação de minha antiga vida através do sonho. E então eu ouvi um som que sobrepujou a voz. Tum Tum Tum... Era o coração de Edward que eu podia ouvir com perfeita clareza. Um som tão bonito, tão tranqüilizante que apagou qualquer outra coisa.

(Cap. 23) Capítulo 22 Edward já havia ido à empresa quando acordei, mas deixou um cartão e uma rosa no lugar que deveria ocupar em nossa cama. Levantei sentindo-me renovada. As mudanças permanentes de minha vida começariam a partir de agora. ...

–Quer dizer que só poderei retirar o DIU semana que vem? –Perguntei ao meu ginecologista. Ele assentiu. –Infelizmente minha agenda está lotada. Perdoe-me senhora Cullen. A senhora é uma cliente preferencial, mas desta vez não poderei adiantar esta pequena intervenção cirúrgica. –Está tudo bem doutor Mark. Deixemos para a semana que vem. Agora eu preciso ir. Minha mãe exigiu minha presença em seu apartamento para um almoço. – Disse levantando-me. Cumprimentei o doutor antes de partir. Almoço com minha mãe. Contei sobre minha viagem com Edward. Mamãe ficou feliz por nossa reconciliação e por meus planos de ter filhos. Senti que parecia aliviada também, mas não fiquei especulando muito sobre isso. Ao chegar em casa não encontrei boa parte de meus pertences em meu quarto. Descobri que Edward pediu a Joel para colocar meus pertences em seu quarto. Sorri. Edward deixou claro com esse ato que queria que vivêssemos como um casal, dividindo um quarto. Compartilhávamos da mesma vontade. Ao anoitecer Edward chegou, mais tarde do que o de costume. Estava tão sonolenta que nem ao menos consegui abrir os olhos quando ouvi o barulho na porta do nosso quarto. Tudo o que senti foi o livro que estava lendo ser retirado das minhas mãos, alguém afagar meu rosto e um beijo ser depositado nos meus lábios. ... Não sei bem como, mas os dias passaram como um borrão. Aquela era mais uma manhã em que eu tinha como única tarefa do dia o ensaio para o casamento de Jacob que seria no outro dia. Edward sabia que eu iria ao ensaio, não gostou nada, mas também não me disse para não ir. –Então eu preciso ir. Meu motorista a levará a casa de Leah. –Edward disse enquanto colocava luvas de couro e sua sobrecasaca. Estava uma manhã fria e muito provavelmente iria chover. –Tudo bem. Não vou demorar no ensaio. –Prometi. –Pedi a Joel para preparar um jantar especial para nós dois. –Edward murmurou. –Para comemorar a retirada do seu DIU semana que vem. –Edward disse brincalhão. –Edward! Isso lá é coisa para se comemorar! –Soquei de leve seu ombro. Edward ria abertamente. –Eu acho que é um bom motivo para comemorar. Agora eu preciso ir. Procure

se agasalhar. Vai fazer frio e muito provavelmente choverá. –Colocou suas mãos em meu rosto e puxou-me para beijá-lo. Nosso beijo foi demorado e intenso, como todos os beijos que dávamos, mas por algum motivo eu quis prolongar mais o beijo até deixá-lo sem ar. Foi Edward que nos afastou. –Hei moça está querendo me matar por asfixia? –Perguntou ainda com os olhos fechados. –Talvez. –Sorri maliciosa. Edward inclinou-se mais uma vez para me beijar e então partiu. Eu me ocupei em arrumar os poucos pertences que ainda estavam no meu antigo quarto em meu quarto com Edward. Isso conseguiu me distrair tempo suficiente para que eu não percebesse a passagem das horas. Não demorou a eu estar pronta para o ensaio do casamento de meu amigo. ... –Ah Bella! –Leah me cumprimentou, sua casa estava um caos de pessoas cuidando já do ambiente para o casamento. –Que bom que você veio! O ensaio vai começar daqui a cinco minutos. Vamos logo para o jardim. Leah me puxou pela mão da porta em direção ao interior a sala. Seguimos rapidamente, passando pelas muitas pessoas que ocupavam o pequeno cômodo, em direção ao jardim. O local já estava decorado com as cadeiras onde muito provavelmente os convidados sentariam e uma estrutura que seria o altar. Leal segurou minha mão e foi me apresentando a amigos e familiares. Fui cumprimentando a todos à medida que era apresentada. Alguém acenou para Leah no altar de madeira. –O ensaio vai começar. Está vendo aquele grupo? São os padrinhos. Você fica ao lado daquele garotinho ali. –Ela apontou para um garoto moreno que sorria para nós duas. –É meu irmão, o Seth. Ele será padrinho junto com você. –Ok. –Disse caminhando até o rapaz de nome Seth. –Oi. Você deve ser a madrinha do Jake, não é? –Ele perguntou. –Prazer, meu nome é Bella. –Disse ao garoto. Ele me ofereceu sua mão e prontamente a aceitei para um cumprimento. –Eu sou o Seth, irmão mais novo da noiva. –Oi Seth. Viu o Jacob? Ainda não o vi. –Ele estava ajudando o pessoal a trazer algumas coisas para o interior da

casa, mas logo vai estar aqui. –Então Seth, o que eu devo fazer como madrinha? –Vi as pessoas ao nosso redor se organizarem. –É só ficar ao meu lado. A única coisa que faremos é assinar a papelada do cartório quando for solicitado. Ah, lá vem o noivo! –Seth anunciou. Vi Jacob entrar acompanhado de seu pai, Billy, com quem eu não conversava há algum tempo. Vestia roupas simples, calça jeans preta e camiseta branca. Ele ficou surpreso em me ver e seus olhos ficaram fixos em mim por mais tempo do que a cortesia existe. Se Billy não tivesse percebido a troca de olhares entre nós e cutucado Jake, ele ficaria olhando para mim até o final do ensaio, posso apostar. E então veio Leah, acompanhada de um homem que só poderia ser seu pai. Todos, inclusive Leah, estavam emocionados, apesar de ser um simples ensaio. Mas Jacob não parecia emocionado, ele parecia triste, como naquela tarde em que me visitou. E era estranho como aquilo me doía, devia ser por que Jacob era meu amigo e eu queria que ele fosse feliz. Apesar de Leah ser legal e bonita, ele não parecia muito feliz agora. De tão distraída que estava nem percebi que o ensaio se desenrolava e que logo chegou minha vez de fingir assinar o nome no livro do cartório. Graças a Seth não paguei nenhum mico, ele me alertou o momento em que teria que agir como madrinha. ... –Ah, você já vai? Queria que ficasse um pouco mais. Vai rolar minha despedida de solteira aqui em casa. –Leah disse pesarosa. –Obrigada pelo convite. Queria ficar, mas prometi ao meu marido que iria cedo para casa. Ele está preparando algo especial pra mim hoje. –Sorri ante a perspectiva da minha noite com Edward. –Tudo bem. Você já sabe de tudo a respeito de amanhã, não é? As informações estão no convite. Gostaria que viesse um pouco mais cedo. –Claro Leah. Virei mais cedo. Ah, viu o Jake? Não falei com ele desde que cheguei e gostaria de me despedir. Só falta me despedir dele. –Ah o meu noivo está lá em cima no nosso quarto. Vá lá se despedir dele. Eu vou ter que cuidar de uns detalhes da decoração aqui em baixo. –Leah disse risonha. Eu a abracei num gesto de despedida e rumei para as escadas. Como Leah supôs, Jake estava no quarto do casal. Jacob estava sentado em

uma cadeira na varanda, os olhos na movimentação intensa no jardim das pessoas responsáveis pela decoração da casa. –Oi? –Chamei. Jacob levantou-se num átimo. –Oi! Já está de saída? –Perguntou caminhando em minha direção. –Sim. Sua noiva me convidou para ficar, mas não vou poder. –Que pena. Obrigado por vir Bells, não pensei que você viria. –Ora Jake e por que eu não viria? –Por que você não veio no chá de panela. –Jake disse com rudeza. Ficou claro que minha falta o aborreceu. Procurei me redimir. –Desculpe, houve um imprevisto. Edward passou mal ai eu... –Murmurei nada contente em ter que mentir. –O Edward passou mal? Mas que conveniente passar mal justo quando iríamos nos ver! Aposto que aquele ali vai amputar um braço amanhã só pra que você não venha no meu casamento. –Jacob disse com aspereza. O ódio que cada palavra parecia conter me deixou aturdida. –Jake, não diga essas coisas! Edward não teve culpa de passar mal! –Disse brava em defesa de meu marido. Tudo bem que de fato era mentira que Edward estivera doente, mas eu era tão cúmplice da mentira quanto ele. Jake respirou fundo parecendo se conter. –Desculpe Bells. Esquece isso, ta? Vamos falar de outra coisa. –Jacob sentou-se na cama, fez menção para que eu me sentasse ao seu lado, o que eu fiz de bom grado. –E então? Onde pretende passar a lua de mel? –Perguntei a fim de restabelecer aquele clima agradável que estava antes do nome Edward ser citado no meio da conversa. –Vou para o litoral. Eu ficarei uma semana por lá, no máximo duas. –Sério? Que bom! Olha, que tal ficar hospedado em um dos hotéis de Edward? Vai ser tipo meu presente de casamento. –Quando falei isso Jake mostrou uma expressão de desagrado horrível para mim. –Não, obrigado. O pai de Leah tem uma casa de praia, ficaremos lá. –Ah, ok. –Murmurei sem graça. Como eu iria manter o clima leve entre nós dois? –E filhos, pretendem ter?

–Sim, mas não agora. Leah e eu somos muito novos. –Eu não acho. Você é o que? Um ano mais velho do que eu? –Perguntei. –Sim. –Acho que está na idade certa. Seria legal se vocês tivessem filhos agora, assim quando eu tiver meu bebê eles terão idades aproximadas. –Comentei sorrindo como uma boba enquanto eu me lembrava de meus planos com Edward. Ouvi o riso de Jacob e virei para olhá-lo. –O que? Pretendendo ter filhos? Posso saber com quem? Não me diga que vai apelar para a inseminação artificial? –Jacob perguntou zombeteiro. Isso me desagradou. –Eu sou casada, lembra-se? Edward não é estéril. Teremos nossos bebês da forma tradicional. –Disse petulante enquanto fazia uma careta. Algo mudou. O clima ficou pesado subitamente e vi Jacob fitar a parede, os punhos cerrados. –O que você disse? –Perguntou entredentes. Estremeci com a hostilidade que emanava dele. –Por um acaso aquele desgraçado ousou tocar em você? –JACOB! COMO OUSA CHAMAR EDWARD DE DESGRAÇADO? – Levantei num átimo e encarei Jacob com ódio. Ele pareceu não se abalar com o que eu disse. –EU CHAMO AQUELE FILHO DA PUTA DO QUE EU QUISER E NENHUMA OFENÇA SERIA O SUFICIENTE! Não agüentei. Ergui a mão e estapeei Jacob com toda a minha força. Jacob ficou atordoado com o tapa, acredito que não esperava por uma agressão. –Por que... Fez isso? –Ele perguntou atônico. –Por que eu o bati? Por que você está xingando gratuitamente o Edward e ele nunca fez nada pra você Jake! –NUNCA FEZ NADA PRA MIM? AQUELE MISERAVEL DESGRAÇOU COM A MINHA VIDA, COM AS NOSSSAS VIDAS! –Jacob segurou fortemente meu braço. Eu o olhei com incredulidade. –Me solta Jake. Você enlouqueceu? Não sei do que fala.

–É CLARO QUE NÃO SABE! AQUELE DESGRAÇADO NÃO CONTOU! ESTÁ SE APROVEITANDO DE SUA CONDIÇÃO PARA TE TER! –CHEGA JAKE! ME DEIXA IR! –Eu o empurrei e rumei para a porta. Como ele se atrevia a dizer coisas tão desagradáveis sobre Edward? Edward, apesar de tratá-lo com indiferença, nunca fez nada para Jacob. Jacob se colocou entre mim e a porta. –Jacob, sai da frente. –Sibilei. –Não, não sem antes você saber de tudo pela minha boca. –De tudo o que? O que o Edward fez para você? –O que ele fez para mim? O que ele fez para nós Bella! Por culpa daquele cretino nós dois fomos separados! –Jacob, pare de dizer asneiras! O modo como soa faz pensar que você era meu amante! –Amante? Não me compare com James ou com quem outro com quem você teve um caso! Eu não era seu amante, eu era seu noivo! Era para estarmos casados agora. Se não fosse por ele, nós estaríamos juntos e felizes. –Sua voz soou trêmula como se Jacob fosse chorar a qualquer momento. Eu estaquei. Mais do que saber sobre meu caso com James, Jake dizia que tínhamos sido noivos. Como? Sacudi a cabeça em negativa atordoada demais para falar. Jacob segurou meu braço e me sacudiu. –Não... –Murmurei. –Não é possível. O que você está dizendo é... Nem ao menos tem provas! –Claro que tenho provas! Você também tem! Naquele baú de madeira você disse que guardou todas as nossas lembranças e as escondeu em um lugar que só você tinha acesso. Mas para o caso de você não saber onde está o baú, eu tenho provas aqui comigo e vou mostrá-las a você! –Jacob saiu rapidamente em direção a um cômodo. Obriguei minhas pernas a se mover e logo estava correndo. Cheguei rapidamente ao meu carro. –Senhora Cullen? –O motorista, que estava encostado na lataria do carro, perguntou. Minha cara devia estar horrível. –Preciso ir para casa. Agora. –Murmurei entrando. Logo o motorista entrou e deu partida. Pude ver Jacob saindo da casa com lago nas mãos. Olhou meu carro partir. Coloquei minhas mãos na cabeça, meus olhos fixos no chão. O que tinha sido

aquilo? Como Jacob sabia do baú, de James? Por que ele disse algo como “noivos” para nós dois? Isso não era possível. Eu arfava, tremia e senti as lágrimas cortarem meu rosto. Estava muito confusa, sentia um aperto em meu peito atordoante. Imagens vinham a minha cabeça, imagens confusas de meus sonhos com Jacob, de tudo o que vivi desde que despertei relacionado à Jacob e que soou estranho para mim. Minha mãe desconversava quando o assunto era sobre ele, Edward o odiava, Jacob sempre dizia coisas estranhas, vagas... Não, Jacob era um mentiroso! Tudo era mentira! Mas e se... –Senhora Cullen, chegamos. –O motorista avisou estacionando o carro em frente a casa. Sai num átimo. Não percebi que já havia começado a chover. Comecei a correr para o labirinto sem ter certeza de que era o certo ir para lá. –Senhora Cullen! –O motorista gritou parecendo alarmado com meu comportamento. –Eu já volto! –Disse alto o suficiente para que ouvisse. Sai em disparada pelo grande jardim tropeçando algumas vezes e por duas vezes caindo. Por fim eu estava diante do labirinto verde. “Eu tenho que saber se não poderei enlouquecer!” –Pensei enquanto adentrava o labirinto olhando para o fio dourado que estava no chão. Caminhei apressadamente pelo labirinto com os olhos fixos no chão. E então um espaço aberto surgiu. Levantei a cabeça e notei que estava no centro. A chuva se intensificava, mas ignorei. Olhei envolta, havia um bonito jardim repleto de flores, um chafariz com uma escultura de Afrodite. Bancos de madeira espalhados no local. Tudo era tão belo, mas não enxerguei a beleza. Eu precisava encontrar. Olhei para cada canto e nada vi de estranho. Uma parte de mim queria ir embora, esperar Edward e ter a melhor noite de todas ao seu lado, mas as palavras de Jacob martelavam minha cabeça. Te todas as vezes que ouvi coisas sobre mim, essa sem duvida era a que eu não conseguiria ignorar. “Volta Bella! Não tem nada aqui! Volta!” –Minha mente gritava desesperada. Olhei o caminho de volta e naquele momento algo se operou em mim, um estalo. Olhei para a fonte com a escultura de Afrodite em uma concha, baseada em uma pintura que certa vez vi. Eu me aproximei cautelosa circundando a escultura. Eu vi algo escondido abaixo da concha. Ajoelhei no chão e retirei então um baú de tamanho mediado que estava escondido lá. O baú que Jacob falou e que por duas vezes sonhei. Se o baú era real então as coisas ditas por Jacob também eram? Só havia uma maneira de saber. –DROGA! –Praguejei quando tentei abrir e não consegui. O baú estava trancado. Onde poderia estar à chave? Pensei na misteriosa chave no molho de

chaves de minha moto. Só podia ser aquela! ... –Senhora Cullen? –Joel me olhou assombrado enquanto eu entrava apressada em casa segurando o baú. –Joel pegue as chaves da minha moto, por favor? –Pedi indo em direção as escadas. Não olhei para ver se Joel havia ido pegar as chaves. Entrei em meu antigo quarto, agora só havia minha cama e a televisão de LCD embutida na parede. Ajoelhei no chão e coloquei o baú em frente a mim. Retirei meu casaco, pesado por estar molhado, e coloquei meus cabelos para trás. Joel entrou após alguns minutos, me estendeu a chave. –Aqui está senhora. –Disse. –Obrigada agora pode me deixar só? –Meus olhos só no baú. –Claro. –Disse e rapidamente saiu do meu quarto fechando a porta. Eu sabia que tinha pouco tempo. Minhas atitudes estranhas deixaram Joel alarmado. Ele iria ligar para Edward certamente. Lentamente peguei a chave e a abri. Bem como pensei o baú foi aberto. Deixei a chave da moto e o pequeno cadeado ao meu lado. Com as mãos trêmulas eu ergui a tampa notando que havia muitos objetos lá. Pouco a pouco fui identificando as formas, toquei nos pertences examinando-os melhor. A verdade penetrava em mim como uma faca cravada em minha carne. A respiração cessou enquanto examinava tudo o que havia lá. Fotos, cartas, presentes, um diário. Tudo, tudo ligado a Jacob. Enquanto via tudo naquele baú às lembranças vinham. Colar que Jacob me deu, foi no dia do meu aniversario de 15 anos. Girafa de pelúcia que ganhei num parque de diversões. Só ganhei por que Jacob me ensinou a como atirar. Fotos nossas desde quando éramos pequenos até nosso noivado. Nossa aliança... E naquele momento eu me lembrava de tudo, tudo! Notas finais do capítulo Chocados? Acho que não, muitos sabiam que Bella e Jake tiveram algo. Deixem muitios reviews. Fic em reta final.

(Cap. 24) Capítulo 23

Era pequena, não compreendia quase nada da vida, mas eu soube o que fazer. Lá estava o garotinho chorando pela mãe perdida. Eu não sabia que estava em um enterro, não sabia onde estava, nem quem era o garotinho de cabelos acobreados que chorava copiosamente. Eu me ajoelhei diante dele e o abracei. O garotinho de cabelos acobreados parou de chorar e dormiu, exausto, em meus braços. Foi desta forma que conheci Edward. –HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! Eu ganhei! Na sua cara! Na sua cara! –Brandia enquanto saltitava pelo meu quarto. Jacob bufou jogando o controle do videogame no chão, exasperado. Ele odiava perder. Continuei com minha dancinha da vitoria sacudindo os braços como um boneco inflável de oficina. –Sorte, pura sorte. –Murmurou. Eu estaquei. –Sorte uma ova! Joguei com o jogador mais fraco do jogo e você usou o mais forte. Admita que eu venci! –Disse convencida jogando-me no sofá ao lado dele. Jacob me olhou matreiro. –Não ouse! –Sussurrei já sabendo o que ele faria. Jacob deitou-me no sofá e começou a me fazer cócegas. –Diz que eu sou o maior, diz! –Jacob disse enquanto me provocava cócegas. Eu gargalhava enquanto tentava empurrá-lo de cima de mim. –PARA! HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! PARA JAKE! –Gritei enquanto tentava me conter, mas Jacob era forte demais. Tive que desistir. –OK! VOCÊ É O MELHOR! –Melhor assim. –Jacob disse presunçoso, mas não se afastou de mim. Ele estava tão perto! Quase deitado sobre mim. O clima mudou. Havia um brilho diferente nos olhos negros de Jacob. Ele se aproximou como se não estivesse pensando em seu ato, nossas respirações mesclando-se...

–BELLA! –Minha mãe. O empurrei e sentei-me melhor no sofá. Jacob fez o mesmo, sua expressão facial indecifrável. –BELLA! –Mamãe rompeu o quarto pela porta. Olhou-me horrorizada. –EU NÃO ACREDITO! COMO PODE ESTAR VESTIDA DESSE JEITO? Olhei para mim mesma. Eu usava roupas simples, já que estava em casa: calça jeans e camisa. –O que tem minhas roupas? –Por um acaso se esqueceu que temos um evento na casa dos Cullen para ir? Vá logo se arrumar! Vou ligar para o meu cabeleireiro para ver se ele a arruma antes de anoitecer. –Mamãe disse nervosa remexendo em seu celular, deixou meu quarto. Suspirei. –Odeio esses eventos que sou obrigada a ir. –Isso é que dá ser de uma família abastada! Ainda bem que o meu pai apenas trabalha para o seu pai. –Jake disse levantando-se. Vê-lo fazendo menção de ir embora me deixou angustiada. –Ah Jake não vai! Fica aqui! –Bells, você vai sair. Eu não tenho o que fazer aqui. Além disso, vou sair com o Quil. Conseguimos ingressos para uma corrida de motos. –Droga! Queria ir com você! –Disse zangada recostando-me na porta. Jacob aproximou-se tocando meu rosto. –Levo você da próxima vez. –Beijou-me na bochecha. –Tchau Bells. –Jake, por que você não vem comigo? Me faz companhia? –Implorei. Jacob sacudiu a cabeça. –Lamento Bells. Não vai dar. Fica pra uma próxima. –Eu não quero ficar sozinha. –Murmurei carrancuda. –Não vai ficar sozinha. O Edward vai estar lá. Fará companhia pra você. – Jake saiu e me senti um pouco mais reconfortada. Meu amigo Edward estaria lá, seria melhor do que nada. Jake virou-se antes de sumir pelas escadas, seu olhar era estranho, tentava me passar algo, mas partiu antes que eu descobrisse. Isabella Marie Swan tinha 14 anos. Seu melhor amigo chamava-se Edward Cullen e seu amigo, e grande amor, era Jacob Black. Eu pertencia à família Swan, conhecida pela sua produção de calçados

masculinos e femininos. Éramos ricos graças ao império de calçados construído pelo meu pai. Admiro Charlie por isso, ele começou um negócio no fundo do seu quintal de calçados e hoje é o empresário mais bem sucedido do ramo. Sou grata por ser parecida com ele, mesmo tendo crescido na riqueza eu nunca me deixei corromper; Sou uma pessoa simples sem frescura alguma. Minha mãe, ao contrário de mim, deixou o luxo e pompa ofuscar a antiga Renée, mulher simples, por uma pessoa totalmente consumista. Eu não reclamava, porém. Sem dúvida alguma ela amava meu pai. –Agora temos de nos socializar. Espero que se comporte mocinha. –Minha mãe cochichou para mim enquanto entravamos na mansão opulenta dos Cullen. Dei de ombros. Ela não precisava me alertar sobre como se comportar em lugares assim, eu já estava habituada a assumir uma fachada de filhinha perfeita e classuda quando ia a algum lugar com eles. Aquele local, a mansão dos Cullen, era familiar para mim. Meu pai era amigo de Carlisle, outro empresário do ramo de calçados – o segundo melhor do país no ramo. Desde a morte de Esme, esposa de Carlisle, nossa família se aproximou de tal modo da família Cullen que minha infância foi praticamente no interior desse amplo espaço. –Ah Charlie! Renée! E também a pequena Bella! Que bom que vieram! – Carlisle nos cumprimentou assim que nos viu passar pelas portas duplas. –Boa noite Carlisle. Uma linda festa. –Mamãe disse olhando para a rica decoração do salão de festas. –Obrigado Renée. Fico feliz por terem vindo. –Boa noite senhor Cullen. –Disse fazendo um gesto com a cabeça. –Olá Bella. Como está linda! Edward ficará muito feliz em vê-la, estava ansioso pela sua chegada. Por que não vai até ele? Tenho certeza que Edward está em seu quarto. –Ah, claro! Eu irei até ele. –Disse seguindo para o já conhecido trajeto até o quarto de Edward. De tantas vezes que fui aquela casa já a conhecia como a palma de minha mão. Meus pais ficaram no salão com Carlisle, provavelmente falando de negócios. ... Bati uma única vez na porta. Ouvi um “já vai!” e logo Edward estava abrindo a porta para mim, um sorriso gigantesco no rosto.

–Bella! –Abraçou-me apertado. –Hei garoto, calma ai! Desse jeito vai desarrumar minha roupa! –Falei numa voz falsamente anasalada, imitando aquelas garotas superficiais que costumava me cercar. Edward riu disso, ele sabia que se tratava de pura encenação. –Senti sua falta. Pensei que não viria hoje. –Disse pegando minha mão e me conduzindo ao seu quarto. O quarto de Edward era como o meu quarto: grande, lindamente decorado e com tudo o que alguém precisa em um quarto. Fui para uma poltrona e lá me sentei próximo a parede de vidro. Edward puxou uma poltrona e sentou-se bem próximo de mim. –Eu nem me lembrava desse evento. Foi mamãe que me lembrou. Sinceramente não queria vir, não gosto de eventos assim. A única coisa que me motivou foi que você estaria aqui. –Disse. Edward pareceu encantado com minhas palavras. Aliás, ele sempre ficava encantado quando eu dizia o quanto gostava dele. –E então? O que vamos fazer? –Edward perguntou empolgado. Eu pensei um pouco e por fim decidi. –Vamos para o labirinto verde. Matar o tempo até a festa acabar. O que acha? –Vai ser um prazer. –Edward disse pegando minha mão. Seguimos juntos para fora do quarto em direção ao jardim. ... –Não sei como você consegue entrar e sair daqui com tanta facilidade. – Edward murmurou. Estávamos deitados sobre uma manta no centro do labirinto verde, um labirinto feito de cerca viva que ficava no fim da propriedade dos Cullen. –É segredo. –Disse divertida. Aprendi a como chegar ao centro com um método muito simples ao estilo João e Maria: coloquei um fio dourado, imperceptível, na entrada que liga o inicio ao centro. Ninguém até hoje percebeu esse fio e olha que o coloquei lá há um ano. Por algum tempo ficamos deitados ao lado do outro apenas olhando o céu, apreciando a forte ventania que chegada até nós pelos corredores que nos cercavam. –Então seus 15 anos será daqui a dois meses. O que vai querer de presente? –Edward perguntou. Virei-me para ficar de frente para ele, apoiava minha cabeça em uma das mãos. Ele fez o mesmo. –Não tenho o que pedir. Uma sessão de cinema talvez. O que você acha? –

Edward fez uma careta com minhas palavras. –Não quer nada? Um computador, um celular, alguma coisa do tipo? –Não tenho nada para pedir. O que você me der está bom, mesmo que seja uma moeda de um centavo, ou um dólar. –Sorri. Edward fixou seu olhar em mim de um jeito constrangedor, não era a primeira vez que ele me olhava daquele jeito e de algum modo o olhar que ele me lançada lembrava-me do olhar que recebi de Jacob quando quase nos beijamos, mas minha reação aquele olhar não era a mesma quando recebia tal olhar de Jacob. E a grande diferença era que eu amava Jacob, não como amigo, mas como homem. Eu não via Edward da mesma forma. –Então acho que já estamos aqui há algum tempo. É melhor nós voltarmos. – Disse levantando-me. Tentei desamassar o vestido lilás que usava sem muito sucesso. Minha mãe teria uma sincope quando me visse descabelada. Edward levantou-se dobrando a manta vermelha em que nos deitamos e guardando-a embaixo da fonte, em um local onde a chuva não iria molhá-la. ... Eu sabia que Edward nutria algo por mim, só um burro não enxergaria, o próprio Jacob disse certa vez e, inexplicavelmente, desde que Jacob percebeu os sentimentos de Edward, ele parou de freqüentar a casa dos Cullen. Eu, Edward e Jacob nos conhecíamos deste pequenos. Conheci Edward quando sua mãe Esme morreu. Jacob eu já conhecia há mais tempo, praticamente crescemos juntos. E mesmo assim eu acho que nunca vi Jacob como amigo. Eu sempre senti algo por ele, algo que só recentemente pude nomear. Eu amava Jacob e queria que tudo fosse com ele, meu primeiro beijo, meu primeiro namorado... Eu sentia que Jacob sentia o mesmo, mas nenhum de nós, até agora, havia se manifestado. Tinha esperanças de que mais dia ou menos dia ele se declarasse. E os meses se passaram... A festa de 15 anos chegou e com ela muitas expectativas Elogios por toda a parte. Eu estava alheia a tudo, mesmo eu sendo o centro das atenções. Isso tudo por que, ontem, ao entardecer, Jacob disse que tinha algo muito especial para me dar de presente. Não sei, mas o modo como Jake me olhou e disse essas palavras me fez acreditar que talvez hoje fosse o dia em que ele diria algo sobre nós, acabando com essa chatice de fingirmos sermos apenas bons amigos quando algo muito mais intenso por detrás de tudo. A festa preparada por minha mãe era pomposa, felizmente ela aderiu ao meu pedido de usar azul na decoração. Meu pai estava ao meu lado, olhava-me com emoção. Eu devia estar emocionada com aquele rito de passagem, mas estava tensa

demais com o próximo passo de Jacob para pensar em outra coisa. Ah, olha quem veio! –Minha mãe exclamou e virei-me ansiosa para a entrada. Não era Jacob. Edward e seu pai Carlisle passavam pela entrada. Ainda sim sorri, era bom ver Edward. Ele me olhou parecendo maravilhado. –Ah Bella! Está linda! –Disse abraçando-me num ímpeto. Eu correspondi ao seu abraço. –Você também está lindo com esse smoke. –Falei olhando-o de cima a baixo. Edward corou. Afaguei sua bochecha. –Está linda Bella. Meus parabéns. –Carlisle disse cumprimentando-me, respondi ao cumprimento com um aperto de mão. –Obrigada. Fico feliz por estarem aqui. –Olhei de esguelha e vi o meu fotografo balançando os braços freneticamente a fim de chamar minha atenção. Suspirei. –Fique a vontade. Já volto. Segui até o local onde estava o meu fotografo... E não consegui parar no lugar. Tantas filmagens, fotos, receber convidados, guardar os presentes... Sabia que ao final do dia eu iria desabar! Felizmente Jacob e seu pai vieram, mas a confusão de coisas a fazer foi tamanha que nem pude falar com ele. Eu sabia que só havia um momento em que nós iríamos nos falar sem a intervenção de meu fotografo, de minha mãe ou o que quer que viesse: a valsa. ... –Você está linda! –Edward disse enquanto valsávamos. Eu olhava ao redor procurando por Jacob. –Bella? –Ah, oi! –Está tão distraída! O que houve? –Edward perguntou com brandura. As câmeras tiravam fotos e mais fotos nossas quase me cegando. –To procurando o Jake. Não falei direito com ele. –Quando olhei para Edward, ele tinha um olhar sombrio. –O que foi? –Toquei seu rosto. Ele suspirou. Colocou sua mão sobre a minha e naquele momento paramos de valsar. –Talvez esse não seja o melhor momento, mas eu tenho algo para lhe falar. Bella, eu q... –Ah Bells! Minha vez de valsar! –Jacob disse e se aproximou. Edward o

fulminou com o olhar quando ele foi logo colocando um braço em meus ombros, puxando-me para ele. –Licença Ed. Devolvo Bella após a valsa. –Jacob disse com sarcasmo. Edward afastou-se me olhando com tristeza. Sorri para quem sabe animá-lo. –Não precisava expulsa-lo Jake. –Disse em tom de reprimenda. Jacob sorriu. –Não fiz nada! Juro! –Sei. Jake não sabia dançar, mas estava valsando muito bem, o que me surpreendeu. –Nossa, fez algum curso para dançar bem? –Perguntei. –Algo assim. –Jacob deu de ombros. Naquele momento eu fiquei ciente de Jacob ali comigo e tudo ao meu redor desapareceu. Eu me encostei-me a ele todo e fechei os olhos apreciando aquele momento abraçadinho a ele, ao grande amor de minha vida. Jacob abraçou-me e passamos a dar um passo para lá e outro para cá. –Hei, ainda não dei o meu presente, sabia? –Eu recebi o embrulho do Billy. Como assim não me deu presente? – Murmurei ainda de olhos fechados abraçadinha a ele. Jacob parou de dançar. Um homem fez menção de se aproximar e dançar comigo, mas Jacob fez um gesto com a mão para que esperasse. Eu o olhei sem entender o que fazia, o vi retirar um colar do bolso. –Seu presente. Posso colocá-lo? –Perguntou. Assenti sentindo seus dedos roçarem em meu pescoço enquanto colocava um lindo colar de prata com um pingente de cristal em formato de coração. –Que lindo! –Disse maravilhada. Nunca fui muito fã de jóias, mas aquela era especial por que Jake havia me dado. –Obrigada. –Disse olhando-o com amor. Ah, como eu queria que houvesse mais nesse aniversário! –Hei, quem disse que é só isso que eu tenho para lhe dar? –Ouvi Jacob dizer. Ergui a cabeça para olhá-lo e não pude mais pensar. Os lábios dele, carnudos, tocaram os meus. Eu me perdi no sabor daqueles lábios sentindo a felicidade me preencher. Ele me amava! Me amava! ...

A passagem do tempo é algo estranho: momentos em que queremos que o tempo corra lentamente, ele corre rapidamente; momentos em que queremos que ele corra rapidamente, ele corre lentamente. Os lábios que eu amava beijavam meu pescoço, descendo, sempre descendo. Suas mãos infiltravam-se em minha camisa. Arfei. –Jake... –Murmurei embriagada pela doçura do momento. Com 19 anos e boa parte desses anos sendo namorada de Jake, mesmo tendo perdido a virgindade com ele, eu ainda me deliciava com tudo que vinha dele, como se fosse à primeira vez. –Filha, você está aqui? –A voz masculina soou no corredor. –Merda. –Murmurei empurrando Jacob de cima de mim. Jake bufou. Levantou-se e foi se sentar na cadeira de minha escrivaninha. Fiquei sentada na cama, arrumei minhas roupas. –Filha? –Meu pai entrou. Quando notou Jacob no quarto fechou logo a cara. Meu pai não aceitava a intimidade que nós tínhamos, mas, ao contrário de minha mãe, não se opunha ao nosso relacionamento. –Oi Charlie. –Jake cumprimentou fingindo ler um livro. Claro que Charlie não iria cair nessa. –Oi Jake. –Ele cumprimentou rapidamente. –Bella, jantar na casa dos Cullen. Arrume-se. –Charlie disse e saiu do quarto. Eu sabia que ele ficaria de um lado para outro no corredor se certificando que não faríamos nada demais. Sorrimos para o outro. Estávamos tão ligados que pensávamos igual. –Então vai a mais um evento na casa do Edward. –Jake disse emburrado. Ele e Edward não se bicavam há algum tempo. Jake sabia o sentimento que Edward nutria por mim. –Pois é. Mas não se preocupe, gosto de Edward como amigo. Espero não ter que ficar repetindo isso Jake. –Disse azeda. Jacob deu de ombros. –Tudo bem. Não vou brigar por causa do cara até por que ele não fez nada. –E mesmo que ele faça Jake, ele não me interessa. –Disse seriamente. Jacob virou-se para me olhar. –Agora me dá um beijo antes de eu chutar sua bunda daqui para me arrumar. –Sorri. Jacob veio até mim, jogou-se sobre mim e beijou-me. ... As coisas estavam diferentes. Desde meus 15 anos, Edward mantinha certa distância de mim. Nossa amizade se dissipou. Eu sabia o porquê disso. Edward

sentia algo por mim e ficou extremamente magoado por eu ter ficado com Jacob, por ter aceitado seu pedido de namoro feito enquanto cantavam meus parabéns. Eu não pude fazer nada. Eu amava Jacob, eu queria ficar com ele. Eu o fiz mesmo sabendo que isso poderia magoá-lo. Agora Edward criara uma parede intransponível. Mas eu sabia que ele estava bem, isso tinha acontecido há anos e pelo que eu sabia Edward ficava com muitas mulheres. A festa era para comemorar a filial da empresa de Carlisle em Dubai. Agora sua empresa de calçados disputava ferozmente com as empresas de meu pai, mas isto em nada abalou a amizade dos dois. Minha mãe foi logo se enturmando com as endinheiradas do lugar, meu pai beijou-me na testa e foi cumprimentar Carlisle e um grupo de empresários que o rodeavam. Eu me vi sozinha no salão. Já deveria ter me acostumado com isso, mas não me acostumava. Suspirei e segui para o labirinto verde, ficaria lá até o final da festa. ... Estava eu na entrada do labirinto, com meu inseparável Mp4 nas mãos quando ouvi a voz. –Ora, você veio. Virei-me e me deparei com Edward em pé, encostado no tronco de uma árvore. Olhava-me com indiferença. Suspirei. Eu odiava a indiferença com que era tratada. –Por que não viria? –Por que você quase não vem aos eventos que minha família prepara. –Eu podia sentir o ressentimento na voz de Edward. De fato me afastei, o clima entre nós era tão incomodo que não me sentia a vontade em participar de festas promovidas pelos Cullen. –Eu tenho andado ocupada com a escola e agora com meu ingresso para a universidade. –Sei. –Disse num tom debochado. Fiz uma careta. Depois de todo o tempo que se passou desde que comecei meu namoro com Jacob, ainda era possível Edward guardar rancor? Caminhei em sua direção, um ato que pareceu surpreender Edward, e toquei sua face antes indiferente, agora surpresa. –Edward, eu... –Comecei, mas as palavras, as desculpas, ficaram presas na

garganta ao sentir a aproximação de alguém. –Edward! Ai está você! –Uma voz feminina soou. Virei-me e me deparei com uma loira deslumbrante. Eu sabia quem era, Tânia Denali, cantora. –Espero não ter me atrasado. Vamos? Edward afastou-se de mim, lançou-me um olhar tão intenso que estremeci. Seguiu para perto de Tânia e saiu de minha vista mais rápido do que poderia imaginar. “Ah, que se dane!” –Pensei seguindo para o interior do labirinto verde, eu refugio até o final da festa. ... –Não sei por que você não se socializa nos eventos como antes, e por que não fala direito com o Edward? Aquele sim é partido para você e... Desliguei minha mente do corpo. Odiava a mesma ladainha de minha mãe e sua exposição sobre sua preferência quanto a Edward. Não via a hora de sair de casa, tocar minha vida sem ouvir seus argumentos preconceituosos. Fiquei brincando com a comida no meu prato. Meu pai puxou assunto com minha mãe livrando-me de ouvir coisas chatas. Fui até a porta, ansiosa, e lá estava Jacob, de pé, e seu pai ao seu lado. –Oi! Que bom que vieram para o jantar!Entrem! –Disse recebendo um gostoso beijo de Jacob ao passar pela porta. –Ah, que bom que vieram! Billy, o jogo vai começar daqui a pouco. Vamos comer rápido. –Charlie disse conduzindo Billy e Jacob até a mesa. Minha mãe os cumprimentou friamente com um aceno de cabeça e se retirou. Suspirei. Eu odiava o fato dela não aceita-lo, não aceitar ao meu Jacob. Pelo menos nenhum dos dois, Jacob e Billy, pareciam se importar. ... Beijos eram depositados em minhas face, suas mãos percorriam com suavidade meu corpo, dos pés aos cabelos. Eu adorava ser tocada por Jacob em todas as partes do corpo. Uma pena que momentos quentes como esse raramente ocorriam. Mas quando ocorriam, geralmente as escondidas de meus pais, aproveitávamos intensamente. Suas mãos grandes e quentes se infiltraram em minhas roupas. Arfei sabendo que aquelas carícias iriam nos levar ao frenesi e então...

–Bella? Filha? Está no quarto? –Meu pai bateu a porta. Eu e Jacob paramos. Jacob murmurou para que eu falasse algo assim meu pai não abriria a porta. Ele não sabia que Jake ficou após a partida de Billy. –Oi pai. –Disse alto o suficiente para ele ouvir. –Eu estou me vestindo. O que foi? –Bem... Não é nada demais. Só queria dizer boa noite. –Ele disse. –Boa noite pai! –Falei alto. E ouvi os passos do meu pai se afastando. –Jake, vai embora! –O empurrei tirando-o de cima de mim. –Se te pegam aqui estamos fritos. Jake se afastou irado. Ele odiava quando tínhamos de interromper momentos como estes. –Estou cansado de termos de nos esconder. –O que quer que eu faça? Que peça para meu pai para você dormir aqui para podermos fazer sexo? Jake, meu pai gosta de você, mas não tanto assim. –Disse com sarcasmo levantando-me da cama. –Vem, vou guiar você para a saída. Que ninguém perceba que você está aqui. –O empurrei em direção à porta. Consegui levá-lo até a saída sem problemas. –Melhor você ir logo. –Disse empurrando-o para fora. Jacob hesitou. –Espere. Tenho algo pra perguntar. –Disse e parei de empurrá-lo. –Seja rápido então antes que alguém o veja. –Disse olhando para a ampla sala, temendo que alguém aparecesse, mas já era noite, todos deviam estar dormindo. –Você gosta que nos interrompam o tempo todo? Gostaria que tivéssemos mais liberdade? Com essa eu tive que olhá-lo. –Claro que quero Jake, mas como vamos conseguir algo assim? –Vi Jake sorrir, inclinou-se me beijando. –Até mais meu amor. –Disse. Senti um arrepio com o seu sorriso. Jake estava aprontando algo, eu podia sentir. Segui para meu quarto sorrindo como uma boba. Eu sempre ficava assim após um encontro com Jake. Enquanto seguia para o quarto, notei que a luz do escritório de meu pai estava acessa. Caminhei para lá, não falei direito com meu pai devido ao

fato de que Jake estava no quarto. “Vou dar boa noite para ele.” –Pensei caminhando para o escritório. Porta aberta. Eu a abri ansiosa para vê-lo e o vi. Estava deitado no chão, um copo de uísque de qualquer jeito próximo a ele. Desacordado. –PAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! ... Minha mãe dopada em um dos quartos de hospital, meu pai no CTI. Eu estava um caco. Encontrei meu pai no chão vitima de infarto, minha mãe desmaio ao ouvir meus gritos e vê-lo nos meus braços. Liguei para a ambulância e agora estávamos todos ali. Meu celular nas mãos. Eu tinha que ligar para Jacob e dizer o que estava acontecendo, mas não tinha força nas mãos para digitar o número. Os repórteres já deveriam saber o que houve e já estariam noticiando o fato, Jake logo viria até mim. Eu estava sentada em uma cadeira de acolchoada na sala de espera. Encolhime na mesma e deitei minha cabeça nos meus joelhos. Eu já havia chorado muito desde que encontrei meu pai desacordado, mas ainda me restavam lágrimas. Chorei pesadamente sem me importar de ficar em silencio naquele lugar. Sei que devia estar recebendo olhares tortos pelo barulho, mas não liguei. Senti uma mão no meu ombro. Ergui rapidamente o rosto acreditando ser Jacob, mas o rosto que encontrei não foi o seu. Arquejei. –Oi Bella. –A voz masculina soou. Fiquei paralisada vendo-o sentar ao meu lado em uma cadeira. –Olá... Edward. –Disse num fio de voz. Edward olhava para mim com pena. Não gostava que me olhassem com pena, mas nada pude sentir diante daquele olhar. Ele estava preocupado comigo e veio até ali. Ergueu a mão branca tocando meu rosto, secando as lágrimas. Não me contive. Esquecendo toda a estranheza que nos envolvia até pouco tempo, eu me atirei em seus braços. Edward abraçou-me protetor e relaxei com aquele abraço. Lembrei-me de quando Edward era pequeno, havia acabado de perder a mãe, e eu o abracei daquele mesmo jeito protetor. Estranhamente minhas preocupações desapareceram enquanto sentia seu calor e então eu me lembrei, num turbilhão de pensamentos, por que Edward era importante para mim, por que eu não poderia desistir da amizade que tínhamos tido. –Bella. –Uma voz diferente soou a alguns metros. Reconheci a voz de Jacob. Edward afastou-se com certa relutância. Podia sentir a hostilidade entre eles, mas como tinha preocupações maiores a ignorei. Edward levantou-se do banco em que estava sentado.

–Olá Jacob. Disse com indiferença. –Oi. –Jake disse olhando para mim, sentou-se no mesmo lugar em que Edward ocupava anteriormente. –Bella, como está meu amor? –Jake perguntou puxando-me para seus braços. Voltei a relaxar sentindo algo mais do que senti com o abraço de Edward. –Nada bem. –Murmurei com a voz rouca. Fechei os olhos. –Deve está cansada. Por que você não vai pra casa e descansa lá? Eu fico aqui. Billy também veio, está conversando com o médico. –Não quero sair daqui Jake. –Olhei em seus olhos de forma suplicante. Eu não queria me ausentar. Só sairia dali quando meu pai saísse comigo. –Eu posso providenciar um local para você e sua mão aqui no hospital Bella. Posso falar com o responsável. Assim você não precisará se ausentar para comer ou descansar. –Edward disse, não tinha percebido que ainda estava próximo. Virei-me para ele e murmurei um “por favor”. Edward sorriu levemente, ergueu a mão e tocou minha bochecha. Jacob enrijeceu ao meu lado, mas nada disse. Assim que Edward desapareceu pelos corredores, Jake me puxou para mais perto. –Vai ficar tudo bem. Charlie é forte. Vai sair dessa. –Jacob disse para me confortar e de fato comecei a ficar confortada. Mas o conforto não durou por muito tempo, a realidade chocou-se um pouco antes do esperado. Charlie, meu pai, meu amigo, morreu vitima de parada cardiorrespiratória. ... Eu não sentia os abraços em mim nem ouvia os pêsames que me eram dados. Eu estava entorpecida, talvez fossem os remédios que eu fui obrigada a tomar. Minha mãe chorava copiosamente, mas eu mal percebia sua presença. Eu estava sentada em uma poltrona em frente ao caixão de meu pai, o rosto inchado de tanto chorar. Agora não havia mais lágrimas, apenas um torpor estranho que me deixava parada como estatua. Jake estava sentado ao meu lado, preocupado, segurando minha mão. Billy cumprimentava os recém chegados, tentava se manter forte sem muito sucesso. E havia rostos conhecidos por toda a parte: minha amiga Jessica, funcionários da empresa, empresários, imprensa, etc. Levantei-me. Jacob me olhou sobressaltado.

–Bella? –Ele me chamou. Eu apenas me retirei daquele lugar. Eu precisava fugir daquilo. Jacob levantou-se agarrando meu braço. –Bella, aonde vai? –Perguntou frenético. –Quero ficar só. –Murmurei saindo do local onde ocorria o velório e seguindo sem rumo pelo imenso jardim. Eu precisava ficar só, deixar a dor de perder aquele que amava me estragar sem causar preocupação a quem me cercava. Encontrei uma arvore bem afastada do tumulto e sentei-me na grama encostando minhas costas lá. As lágrimas vieram com o poder de um soco e senti que o ar me escapava. Eu estava à beira da loucura e não sabia como remediar a situação. Sabia que precisava me controlar, mas não conseguia achar forças dentro de mim. Mãos pousaram em meu ombro e só então eu o notei ajoelhado a minha frente. Sua expressão era de uma preocupação muito mais intensa do que a de qualquer um dentro do velório. Enxugou minhas lágrimas com uma das mãos, bem suavemente. Puxou-me para o circulo dos seus braços onde repousei, exausta. Lembrei-me naquele momento, enquanto repousava nos braços de Edward, que foi assim que nós nos conhecemos. Em um momento de perda para Edward, quando era criança, eu o consolei. Ele agora me devolvia a mesma gentileza e me senti grata por isso. Eu dormi sem nem perceber aninhada nos braços de Edward, daquele que certamente me compreendia mais do que os demais.

Notas finais do capítulo Então o cap está completo agora. quem tiver twitter me siga, ok? http://twitter.com/jacksampaio perguntas para mim sobre fics ou qualquer outra coisa basta perguntar por aqui: http://www.formspring.me/jacksampaio beijos.

(Cap. 25) Capítulo 24 –Obrigada por comer em nosso estabelecimento. –Disse sorridente a uma cliente e seu filho. O pequeninho acenou para mim no colo da mãe. Caminhei para a próxima mesa para atender ao cliente. Esta era minha nova vida, trabalhar como garçonete em uma lanchonete próxima de casa. As coisas mudaram radicalmente em minha vida após cinco meses da morte do meu pai. Billy tentou dirigir os negócios, mas minha mãe temia que ele acabasse roubando nossa empresa, tolice a meu ver. Decidiu ela mesma tomar as decisões e o que isso gerou? Algo que eu previa sabendo a falta de conhecimento que minha mãe tinha: nossa falência. Agora estávamos endividadas até o pescoço devido a direitos trabalhistas, as fábricas de calçados estavam paradas e a imprensa não parada de dar ênfase a nossa decadência. Eram tempos difíceis, eu me sentia mal por ver o patrimônio que meu pai se esforçou para construir se esvair, mas por um lado estava feliz por ter uma vida simples, normal. Havia também outro motivo para estar feliz... –Aqui está seu pagamento garota. –Meu chefe, o senhor Harry, disse. Peguei o envelope, feliz por ter conquistado aquele dinheiro. –Obrigada senhor. Até mais. –Despedi-me e segui para a saída do lugar. Minha moto, que adquiri recentemente em um ferro velho, estava no conserto. Teria que ir de ônibus ou a pé para casa. –Hei gatinha! –A voz masculina soou antes que eu pudesse ir para a parada de ônibus. Virei-me e sorri. –Oi gatinho. –Corri para ele e o abracei. Beijamos-nos com vontade ignorando as pessoas que viam a cena. –Vim buscar você. Soube que sua moto não pegou essa manhã e você veio de ônibus para o trabalho. –Jake dizia enquanto pegava um capacete para mim. Eu o coloquei e rapidamente subi na moto, abraçando-o. –Você bem que poderia me ajudar com a moto, assim não precisaria pagar uma grande quantia pelo seu conserto. –Falei enquanto Jake ajeitava-se na moto

colocando seu capacete. –Eu vou fazer isso quando tiver folga do trabalho. –Ele disse e logo estávamos correndo pela avenida. Jake trabalhava em uma empresa de transportes, trabalho que conseguiu com muito esforço. Agora era dele que sustentava seu pai Billy que estava desempregado. Ganhava bem e juntava grana para o nosso futuro. Após a morte de meu pai Jake me pediu em casamento e eu aceitei. A princípio eu o fiz por carência, eu estava tão fragilizada e precisava de Jacob mais próximo de mim. Agora eu sabia que era o melhor para nós dois, mesmo eu sendo nova, tendo apenas dezenove. Claro que minha mãe não aprovou isso, tentava me dissuadir da decisão, mas eu não lhe dava ouvidos. Eu iria ser feliz, custe o que custar. ... –Billy está procurando emprego. Disse que não precisa fazer isso, eu posso sustentá-lo, mas ele não quer. –Jake dizia. Estávamos em minha casa (o único bem que o banco ainda não havia levado para o pagamento de dividas), mais precisam ente deitados em minha cama no meu quarto, vestidos. Minha mãe, assim que o viu passar pela porta, trancou-se no quarto. –Deixe seu pai Jake. Você sabe como ele é, não vai querer ser sustentado. Aconcheguei-me melhor nos seus braços sentindo o cansaço de um dia inteiro trabalhando me abater. Senti os lábios de Jacob na minha testa. –Essa não é a única coisa que me aborrece. Eu não gosto de vê-la trabalhando, parando seus estudos. Quero que volte a estudar Bella. Eu acho que com o que ganho posso sustentar você. –Eu agradeço a oferta meu amor, mas eu quero trabalhar. To procurando algo melhor pra mim. Deixo os estudos para depois. Eu não tenho dinheiro para pagar nada e não vou permitir que você pague. Não sei se Jake disse mais alguma coisa por que durante a conversa eu adormeci. E as peças foram se movendo debaixo de meus pés para o fim de minha felicidade. Eu achei estranho minha mãe estar acordada e arrumada àquela hora, mas dei de ombros. –Oi mãe. –Disse colocando minhas chaves no chaveiro e já me projetando

para ir ao meu quarto. Eu estava tão cansada que se parasse iria dormir. Mamãe estava sentada em uma poltrona bebericando nossa ultima garrafa de champanhe, sorria de forma sutil. –Bella, eu tenho boas notícias. É sobre nossa situação financeira. –Ah é? E o que seria? –Parei olhando-a. –Consegui um comprador para as empresas de seu pai. Ele ficará com tudo, mas irá arcar com as dividas e nos prometeu algumas ações para administrar. –Isso é estranho mãe. Quem compraria nossas empresas? Não acho que seja algo lucrativo. –Disse indo até a cozinha, bebi um copo de água. Minha mãe me seguiu. –Carlisle irá comprar tudo. Ele vai nos ajudar. –Carlisle? Mas pó que ele está fazendo isso? Tudo bem que ele era amigo de Charlie, mas se comprometer dessa forma só para nos ajudar é... –Eu sei, Carlisle está fazendo um jogo arriscado, mas ele também espera ganhar algo em troca. –Mamãe disse aproximando-se de mim. O sorriso que tinha no rosto era agourento. –E o que o senhor Cullen quer em troca? –Bem... Carlisle quer... ... –HEI ESPERE SENHORITA! O SENHOR CULLEN ESTÁ... Deixei o funcionário falando sozinho e rompi a porta da sala de reunião. Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para mim. Minha expressão demoníaca deve tê-los assustado. –Senhores, eu creio que devemos interromper nossa reunião. –Carlisle disse e de imediato os três senhores que até então estava com ele saíram da sala. O funcionário fechou a porta atrás de nós. Voltei meus olhos para Carlisle, ainda sentado, uma expressão serena em seu rosto. –Imaginei que, após minha conversa com sua mãe ontem, você viria até aqui. –Como se atreve a fazer tão proposta pra minha mãe, tratando-me como se eu fosse um objeto! –Disse entredentes segurando a vontade de esganá-lo. Eu

costumava ter tanto apreço por ele, mas agora... –Edward a ama desde pequeno. Ele se tornou um jovem deprimido após você se comprometer com Jacob e as coisas pioraram após ele saber que ficaram noivos. –Por isso teve a brilhante idéia de lançar tal proposta? De dizer a minha mãe que pode salvar nossa situação financeira caso eu me case com Edward? Acha que está fazendo um bem para mim, para o seu filho, desse jeito? –Tentava me controlar para não gritar, mas estava sendo difícil. –Foi o único modo que pensei para que meu filho fosse feliz. Mas não a estou obrigando a tal coisa, Bella. Vai por você aceitar ou não. Como eu odiava aquele rosto sereno dizendo tais absurdos para mim! Eu me aproximei e o segurei pela gola da camisa, Carlisle me olhou surpreso. –Escute bem, eu não serei a prostituta do seu filho! E que Deus não permita que Edward descubra o que você está tramando! –Sai rapidamente da sala para não fazer uma besteira maior. Pensei em contar para Jake, mas sabia que se contasse para Jake Edward acabaria sabendo. Decidi por fim guardar para mim, estava acabado de qualquer forma. ... –O QUE? –O que você ouviu. Pus o Carlisle no lugar dele. –Disse enquanto colocava algumas coisas em uma bolsa. Eu sabia o quão insuportável minha mãe iria ficar agora que contei à decisão que tomei, a decisão de recusar a proposta de Carlisle. –NÃO PODE FAZER ISSO! TEM IDEIA DO QUE SIGNIFICARIA PRA NÓS DUAS O SEU CASAMENTO COM O FILHO DELE? –Ela gritava desesperada. –Eu sei o que significaria pra você, mamãe querida: vida de dondoca. Mas escute o que eu vou dizer: acostume-se com a vida simples por que é isso que nós duas iremos ter, nada mais. –Falei com premência na voz. Renée sentiu que eu estava falando sério e que nada iria fazer com que eu mudasse de opinião. Sai de casa. ... Estava cansada, mas docemente cansada nos braços do meu noivo. Jake me mantinha presa contra seu corpo, nua, sendo aquecida pelo seu corpo másculo. Mesmo após ter feito amor com ele três vezes seguidas, não foi o suficiente para esquecer tudo o que tinha acontecido até então comigo e Jacob percebeu.

–O que foi amor? Está estranha. –Jake disse acariciando meu rosto com uma das mãos. Suspirei. –Nada. É só a minha mãe. Ela não está habituada a vida de pobreza e tudo está pirando ela. –Eu queria me abrir com Jake, mas não queria que Edward fosse lesado pela sandice do pai. Eu devia isso a ele. –Eu já imaginava que as coisas seriam difíceis para a sua mãe. Mas quer saber? Acho algo meio injusto ela agir dessa forma sendo que conheceu o que é ter uma vida simples. Você por exemplo nasceu cercada do luxo e parece não se importar com sua condição. –A única coisa que me abalou foi à morte de meu pai. A mudança de minha condição financeira não me afetou, muito pelo contrário. Eu gosto das coisas assim, simples. Gosto da sensação de ter conquistado o dinheiro que ganho atualmente. Acho que no fundo sempre quis essa vida simples. –Senti no rosto o roçar do polegar de Jake que subitamente puxou meu rosto para fita-lo. –Sempre amei isso em você, essa simplicidade. Esse foi um dos motivos para eu ter escolhido você como aquela que eu queria ter ao meu lado pra sempre. Emocionada pelas palavras simples de Jake, me aconcheguei melhor em seus braços beijando-o no pescoço. –Fico feliz que pense assim. Na época em que éramos apenas amigos eu temia que a diferença de classe social o impedisse de se aproximar de mim. –Confessei sabendo que Jacob ridicularizaria meus pensamentos. –Que coisa ridícula! Até parece que eu não iria me aproximar de você só por que você era rica! –Jake bufou. Eu sorri. Disse exatamente o que imaginei. –Aliás, temos que marcar a data do nosso casamento. Eu não enfiei esse anel no seu dedo para ficar de enfeite. Acabei olhando para meu dedo anular direito onde estava a aliança dada por Jacob. Uma súbita tristeza me atingiu. –Não temos dinheiro para pagar algo como casamento Jake. É melhor deixarmos isso para depois. –Senti os braços de Jake se apertarem ao meu redor. –Não quero deixar para depois. Economizei uma grana e podemos fazer algo modesto, mas bonito. Você disse que queria um casamento no jardim, não foi? –Sim. –Imaginei a cena. Certa vez assisti um filme com Jake em que a estória de amor terminava com um singelo casamento no jardim. Imediatamente eu quis isso pra mim.

–Vamos nos casar o quanto antes, eu não quero mais esperar. Não há motivos para esperarmos. Você não tem idéia do quanto eu quero assumir o papel de seu esposo. O olhar de Jake me queimava, assim como o seu toque despreocupado. Eu sabia que tinha muito com o que me preocupar, mas naquele momento eu não queria pensar nisso. Só queria planejar minha vida ao lado daquele homem e nada mais. Mais algumas horas... Para o fim –MÃE! Eu gritei vendo seu corpo inerte no chão no banheiro, os pulsos cortados. Eu a peguei nos braços e chamei pelo seu nome. Ela não reagia. –MÃE! MÃE! –A chamei. Nada. –JAKE! –Gritei sabendo que ele não havia ido embora ainda. –JAKEEEEE! – Gritei mais alto, ele veio ao meu encontro. E ele me ajudou a não perder a única da minha família que ainda restava. Nunca imaginei que seria assim, que minha mãe tentaria o suicídio após nossa conversa antes de eu sair para a casa de Jake. Minha mãe sempre foi melodramática, mas nunca chegou a extremos. Lá estava eu no hospital, a segunda vez em menos de um ano, com Jake ao meu lado. Jake não estava entendendo muito do que aconteceu, não como eu. Eu estava certa de que a culpa era minha. Renée viu a chance de voltar à riqueza desaparecer quando me neguei a aceitar a proposta de Carlisle e por isso tentou se matar. –A culpa é minha... –Balbuciei e de tão desorientada que estava eu esqueci que havia decidido não contar nada. –Bella, amor, não diga besteira! –Jacob pediu mantendo-me em seus braços. Abaixei minha cabeça ditando o chão enquanto as lágrimas vinham. –Ela me lançou uma proposta para deixarmos a pobreza e eu não quis. Eu não sabia que ela... Que ela iria reagir assim. Eu... –Bella, do que você ta falando? –Jake puxou meu rosto para olhá-lo, mas eu não o fiz completamente. –Carlisle se ofereceu para comprar as empresas, quitar nossas dividas, nos ajudar. Ele quer que eu case com Edward. Eu recusei. Minha mãe ficou desesperada com minha recusa. –Murmurei esperando pela explosão que tão logo veio. –O QUE? QUE HISTORIA É ESSA? AQUELE FILHO DA P... –Tapei a boca de Jacob.

–Pare Jake. Aqui não! –Algumas pessoas já olhavam para nós com expressões de censura. Jacob tirou minha mão de sua boca. –Desde quando isso aconteceu? Por que não me disse Bella? –Foi ontem à noite. Minha mãe e eu discutimos e eu fui à empresa do Carlisle dizer poucas e boas. Depois disso voltei a discutir com ela, mas nunca poderia prever que ela... –Senti um nó na garganta. –Por que não me contou ontem? –Não queria confusão. Eu disse não a proposta, pronto, acabou. –Não acabou não! Bella, você deveria ter me contado isso! Eu sabia que Jake tinha todo o direito de ficar bravo, mas Edu estava me sentindo tão fragilizada que fiquei calada, incapaz de explicar, de balbuciar algo mais. Jacob pareceu perceber que aquele não era o momento para me encher de indagações. Suspirou, tão cansado quanto eu, e me deixou aninhada nos seus braços. –Desculpe Bells. Vamos deixar esse assunto pra depois. Ou melhor, vamos deixar isso de lado. –Ele disse na tentativa de me acalmar, mas eu sabia que não iria deixar o assunto de lado. Por que se minha mãe havia tentado se matar pela minha recusa quanto à proposta de Carlisle, o que a impediria de tentar o suicídio novamente. ... –Mãe, por quê? –Murmurei olhando para a sua figura deitada em uma maca, pálida. Os pulsos enfaixados. Ela olhava para um ponto qualquer do teto. –Eu não posso Bella. Por mais fútil que seja o que vou dizer, é a mais pura verdade. Eu não consigo me imaginar em outra vida, na pobreza. Eu preciso disso Bella. Se eu tiver que viver essa vida miserável eu... Eu prefiro não ficar por aqui. –Renée falava com a voz sofrível e, enquanto via a histeria deformar sua voz, eu soube que ela não estava brincando. –Não posso fazer isso mãe. Vou me casar com o Jake, eu o amo. Entende isso? –Falei com a voz embargada, minhas mãos tremiam. –Jake não pode fazer nada por nós. E quando ele te deixar você se arrependerá de não ter aceitado a proposta. –Eu prefiro me arrepender disso a casar obrigada. O que é isso? Por que está me colocando na parede desse jeito? O que é isso? –Eu perguntei histérica. Mamãe não disse mais nada, fitava o nada. Eu sabia que ela não iria me ouvir e que

certamente tentaria de novo se eu me casasse com Jacob. O desespero me tomou. Engoliu-me. Eu fiquei perdida em algum lugar que não sei. Uma decisão precisava ser tomada. Eu sabia que ele iria me encontrar. Como um tubarão faminto farejando sangue, Jacob iria me encontrar. Estava sentada de qualquer jeito no escritório de meu pai, muito da mobília que embelezara o lugar fora vendida para pagamento de dividas. Nossa casa sem tanto glamour, tudo que era valioso não estava mais ali. Eu não me importei. Não me importei com o que via, ou com o que poderia ver. Eu em uma casa simples de poucos cômodos, ou em um barraco. Se Jake e minha mãe estivessem comigo então tudo estaria perfeito. Mais do que um capricho, minha decisão afetaria demais. Não seria só o luxo que eu iria perder. Serpa que eu suportaria perder o único parente que eu tinha; logo a minha mãe? –Bells? –Jacob me chamou. Nem notei quando se aproximou e se ajoelhou diante de mim. –Bells, o que houve? Por que saiu do hospital? Por está com essa cara? –Ele perguntava enquanto suas mãos acariciavam meus braços. Eu o olhei, apática me, perguntando quanta dor minhas próximas palavras iriam infringir. Baixei meus olhos para o chão e minha decisão saiu num rompante. –Ela vai se matar se eu não ceder, a minha mãe. Ela não está blefando. Então eu pensei em satisfazer o seu desejo e o de Carlisle por algum tempo. Ele não poderá desfazer o negócio caso eu me separe de Edward depois de um tempo. Silêncio. Jacob me soltou de imediato. Eu não ousei olhá-lo. –Eu sei o que você acabou de dizer, mas prefiro acreditar que estou enganado. Isso é alguma piada? –Pela sua voz pude sentir o quando Jake estava desnorteado. –Não seria definitivo como disse. Uns meses, no máximo um ano. Nós poderíamos nos ver. –Eu não precisei olhar para sentir Jacob sentando ao meu lado, espiei de esguelha e notei seu olhar perdido para o piso. Mais silêncio. Eu odiava o silêncio. Era mau sinal. –Eu pensei que sua mãe fosse egoísta, mas o que você está me pedindo, o que fará com Edward tomando essa decisão... Você é mesmo filha dela. –Jacob murmurou. Levantou-se e saiu. Eu me deitei no chão e chorei silenciosamente.

Inexoravelmente o fim chegava Minha mãe iria receber alta, eu iria levá-la para casa, mas antes precisava concertar a burrada que havia feito. Seguindo pela avenida em minha moto até a casa de Jake, lembrei-me de nossa conversa de ontem. Como pude pedir a ele para aceitar minha proposta? Idéia estúpida, mas tão logo eu me desculparia. Eu não iria fazer isso comigo, com Edward e com Jake, não valia a pena. Claro que isso não significava que estava mandando minha mãe a merda com sua frescura. Eu não iria aceitar suas atitudes insanas. Interná-la, era isso o que iria fazer. Acelerei um pouco mais querendo abraçar Jake, beijá-lo, fazer amor com ele e marcar nosso casamento para ontem. As coisas iriam se resolver. Ah, como me senti bem ao estacionar minha moto em seu gramado (ou jogá-la pra ser mais sincera)! Jake estava de folga, eu sabia. Billy não estava em casa, perfeito! Precisávamos mesmo de privacidade. Encontrei Jake na cama, não estava dormindo. Banho tomado, deitado, olhando o teto. Ele notou minha presença, claro, mas não me olhou. Sentei na sua cama e fiquei olhando-o. Ele continuou calado. –Sinto muito pelo que disse ontem. Fui egoísta. Eu estava desesperada, mas agora pensei melhor. Eu darei um jeito com a minha mãe e as coisas continuarão como sempre foram antes dessa proposta do Carlisle. Jacob continuou calado. Eu esperei. Eu o magoei ontem, culpa do meu desespero. Jake subitamente sentou, seu rosto a centímetros do meu. –Não vou fazer você escolher entre mim e sua mãe. Eu não sou egoísta como ela. Acabou. –Jake disse e levantou-se. –Não entendi. –Disse olhando para ele confusa. Jacob se virou e me lançou um olhar estranho, doido. –Mas antes do fim, eu quero te sentir novamente. –Murmurou com a voz embargada. Novamente me surpreendeu. Abraçou-me apertado e me deitou na cama. E eu não notei, perdida que estava no frenesi de senti-lo, que Jacob parecia muito mais intenso na cama por que aquela seria nossa última vez ... –Ah, filha! Por que demorou? Ignorando o sorriso de minha mãe e sua condição ainda delicada de saúde, eu

a peguei pela gola do casaco que usava. Minha atitude rude a calou, algo muito raro. Com a voz mostrando meu cansaço físico e mental e os olhos inchados e tanto chorar, eu disse: –Você viu o caminho pra minha felicidade e para sua e escolheu a sua felicidade. Escolha perigosa. Com isso você perde a filha. –Disse soltando-a, mostrando com o olhar todo o ódio e desespero que sentia. Eu não olhei para Renée enquanto me afastava. Eu não queria isso pra mim, mas agora estava sendo compelida a fazer a escolha que não queria. Minha mãe me magoou e eu poderia nunca perdoá-la por ter me obrigado a aceitar a proposta. Carlisle me magoou pensando apenas no bem do seu filho. Jacob me magoou me deixando, ainda que fosse para o que ele achava ser o meu bem. ... Entrei sem cerimônia na sala de Carlisle, ele já me aguardava. Motivada pela angustia que sentia por Jacob ter me deixado, pelo ódio, por todos os sentimentos negativos que nunca pensei que iria experimentar, eu disse: –Vim aqui só para dizer que aceito a proposta. Faça os papeis para a compra. –Disse com a voz cansada. –Sabia decisão senhorita Swan. –Carlisle disse simplesmente. Eu saí de sua sala, estava me sentindo... Morta. Notas finais do capítulo Gente feliz natal e ano novo atrasados. Tudo de bom pra vocês. Já estou escrevendo o próximo capitulo. Obrigada por este ano maravilhoso em que ganhei leitores, reviews, popularidade e amigos. Beijos meu povo e quero muitos coments! o/

(Cap. 26) Capítulo 25

Uma semana se passou desde que oficializei meu tratado com o demônio, ou com Carlisle. Minha mãe estava radiante, mas ao mesmo tempo preocupada. Ela via como eu estava, um zumbi que vagava pela casa quando não estava no trabalho. Meu comportamento também foi notado pelos clientes e meu chefe da lanchonete, mas ele nada perguntou. Claro, agora eu não usava a aliança que Jake havia me dado. Ele deve ter percebido. A música soava pelo meu quarto, era noite. Eu não tinha mais tempo, não agora que os papéis estavam prontos. Carlisle esperava de mim um telefonema para Edward e assim assinar os papéis. Entorpecida pela dor que me torturou durante uma semana a fio, peguei o telefone e disquei números que nunca pensei que discaria após meu afastamento de Edward. O telefone da residência tocou apenas duas vezes. –Residência dos Cullen. –A voz feminina disse. Com a voz morta eu pedi: –Sou Isabella Swan. Gostaria de falar com Edward Cullen. –Disse e, enquanto a empregada anunciava minha ligação, procurei disfarçar uma voz mais entusiasmada. EEle não demorou a atender. –Alô? Bella é você? –Edward disse do outro lado da linha, ofegava. Deve ter corrido até o telefone. –Oi Edward. Há quanto tempo não nos falamos. –Procurei parecer feliz, entusiasmada, mas não devo ter convencido meu interlocutor. –É verdade e eu lamento por isso. –Imagine. Não há o que lamentar. Eu... Eu liguei por que estou de folga do trabalho e... Bom... eu gostaria de saber se você quer sair hoje. –Ah, eu adoraria! Você tem em mente um lugar onde você queira ir? –Edward estava sendo tão afável! Ele não merecia o que eu estava fazendo, conspirando com seu pai, mas eu já havia feito merda demais para voltar atrás. –Não tenho nada em mente. Pensei apenas em fazermos algo simples. Eu não tenho muita verba para esbanjar então... –Não se preocupe Bella, eu pensarei em algo. Passo as sete na sua casa? –Sete da noite. Perfeito. Até mais Edward. Caso não possa ir, me avise. –Claro que irei Bella. Sou eu que deveria dizer isso a você. –Edward disse com a voz levemente divertida. –Até as sete então.

... Eu não via Edward há algum tempo, desde o enterro de meu pai pra ser franca. Lá estava ele com sua nova aquisição automobilística: um lindo Volvo prateado último modelo. –Oi Bella, espero não ter demorado. –Disse ele. Segurava um buquê de flores, rosas vermelhas. Eu sorri forçadamente rezando para que ele não notasse. Entregou o buquê em minhas mãos. –Obrigada pelas flores, mas não precisava. –Disse. Edward sorria, parecia tão feliz! –Imagina! Fico feliz que tenha gostado. Eu o olhei atentamente, tão lindo com suas vestes caras e casuais! Calça jeans preta, sapatos italianos, camisa preta, casaco branco... Eu não via a beleza diante de mim. Meus olhos estavam mortos como todo o resto. –Eu vou subir e dar a minha mãe para colocá-las num vaso. Quer subir? – Perguntei fazendo o caminho para o interior do nosso apartamento, o único luxo que conservamos por não ter para onde ir. Edward me seguiu. Eu sabia que teria de me esforçar, bolar um plano. Edward parecia não ter idéia do que seu pai fizera, devia estar confuso por eu ligar para ele. Iria me cobrar explicações e eu teria que dálas. Primeiro ficamos sozinhos no interior do elevador. A princípio Edward respeitou meu silêncio e rezei para que ele o mantivesse. Eu já imaginava que ele iria se manifestar. –Fiquei surpreso com sua ligação. Surpreso e feliz. –Eu sei. Espero não ter atrapalhado nada. Se a sua namorada descobrir que está saindo comigo isso pode... –Não tenho namorada. Já faz um pouco de tempo. –Edward parecia perdido em pensamentos. Foi nesse momento que o elevador chegou ao seu destino. Seguimos silenciosos até o apartamento. Toquei a campainha e minha mãe atendeu, um sorriso enorme no rosto. Claro, eu estava realizando seu desejo em troca da minha felicidade. Que mãe egoísta! –Ah Edward! Faz tempo que não nos víamos! Como está? E Carlisle? Ó meu Deus como sou mal educada! Entre! –Renée disse super simpática. Impossível não comparar o modo que trata Edward e o modo que ela tratava Jake. Meu olhar sombrio deve ser notado por ela, mas ela ignorou inteligentemente. –Olá senhora Swan. Agradeço o convite, mas acredito que Bella deseja

partir agora, não é? –Ele me olhou. Assenti. –Leve essas flores e coloque-as em um vaso. Vamos Edward. –Disse seguindo novamente para os elevadores. Edward deve ter notado o tratamento ríspido que dirigi para minha mãe, ele não tinha consciência do que ela me fez. Meu relacionamento com Renée tem sido difícil. Parei de chamá-la de mãe, tenho a evitado o tanto quanto posso e sempre sou fria com ela. Claro que o modo como eu a estava tratando a magoava, mas ela não reclamava. Ela era culpada por isso afinal. Tentei reprimir a raiva, a frustração que sentia. Edward estava feliz e não seria eu a prejudicar sua felicidade. –Então, eu planejei algo simples para nós dois como era seu desejo, mas não sei ao certo se irá gostar. –Edward dizia enquanto ajudava-me a entrar no carro. Quando entrou nele, eu respondi. –Não se preocupe, o que você escolher está bom pra mim. –Sorri rezando para que não parecesse algo falso. Edward ligou o som de seu carro e naquele momento eu estaquei. Oh merda, uma coisa era se manter serena, na quietude da noite, e aceitar o suplicio de fingir gostar de alguém; outra coisa bem diferente era fazer isso ouvindo uma de minhas muitas músicas em que lembrava-me momentos com Jake. Desliguei o som subitamente. Edward me olhou alarmado. –Não quer ouvir música? –Não. Estou com um pouco de dor no ouvido. Importa-se de ouvir apenas o silêncio? –Sorri desculpando-me. Edward sorriu também, um sorriso bonito que sempre me fascinou. Por que eu não conseguia ver a beleza naquele sorriso, nele todo? A noite não foi desagradável. Edward bolou um programa bem simples, como desejei. Uma passada em uma lanchonete, um passeio no parque com um sorvete nas mãos. Conversamos sobre sua vida, seu progresso trabalhando na empresa do pai. Edward não perguntou nada sobre mim, ainda bem. Eu pensei que nosso encontro transcorreria sem problemas, mas na hora do cinema, a última coisa que faríamos, sou novamente testada. Um filme romântico, Edward escolhera. No inicio procurei ignorar o filme, puxei papo com Edward para não dar muita atenção na estória. Eis que uma cena no filme chama minha atenção: um casal de jovens em um parque de diversões, o rapaz consegue um bicho de pelúcia para a namorada e partem de moto. Uma dor esmagadora me oprimiu. Imagens do filme mescladas com minhas

lembranças. Eu sabia que precisava sair dali ou iria desmoronar. –Bella? Bella, você está bem? –Senti uma mão de Edward em minhas costas enquanto eu estava curvada com a cabeça entre as mãos. Levantei-me num átimo. Murmurei um “sinto muito” e sai correndo. ... –Bella, o que faz aqui? E nesse estado? –Billy avaliava-me. Eu estava molhada, pega pelo sereno do fim de tarde, com uma cara não muito boa. –O Jake... Eu preciso ver ele. –Disse arfante pela corrida. Billy hesitou na porta, perturbado com minha presença, mas me deu passagem. Eu entrei e fui logo vasculhando cada canto da casa, nada encontrei. Tive esperanças de encontrá-lo na garagem, o lugar que ele passava mais tempo na casa, mas nada encontrei. Cai de joelhos e rapidamente sentei em um canto da pequena garagem. Billy veio atrás de mim após uns poucos minutos. Ajoelhou-se em frente a mim. –Bella, querida, o Jake saiu. Eu teria dito se você tivesse parado um minuto. Olhe, vá para a sua casa e quando ele chegar eu digo que você esteve aqui. –Não. Eu espero. Preciso falar com ele. –Murmurei. –Bella, querida... –Billy começou querendo me dissuadir de minha empreitada de esperar por Jacob. Sacudi a cabeça e não falei mais nada. –Tudo bem. Eu vou trazer algo para você se cobrir, está frio. –Billy disse saindo da garagem. Pouco mais de dois minutos ele trouxe uma manta e me cobriu. Saiu. Eu fiquei ali determinada a vencer o cansaço, o frio, e o desespero. No final eu perdi e devo ter dormido lá na garagem mesmo. Na manhã seguinte eu estava deitada na cama do Jake. Pensei que tinha sido ele a me carregar, mas descobri que Billy fez o serviço. Jake não havia dormido em casa. Sentindo-me ainda pior do que na noite passada, eu fui para casa. Claro que minha mãe sabia o que tinha acontecido, pela boca de Edward e pela boca de Billy que ligou para ela. Provavelmente estava com uma bronca na ponta da língua por eu ter abandonado Edward, mas sua bronca ficou presa na boca ao ver a minha cara. Com as roupas úmidas, roupas do meu encontro com Edward, eu deitei na minha cama querendo nunca mais sair dali. E as horas, dias foram passando. Meu desgosto e minha dor cresceram tanto ao ponto de eu não conseguir me mover. A frase “Jacob não liga mais pra mim” vinha na minha mente, atormentando-me. ...

–Bella, meu amor, você precisa comer alguma coisa. –René implorou. Eu a ignorei, ou melhor, eu fiquei parada, encolhida em minha cama. ... Eu podia ouvir as vozes no corredor. Minha mãe trouxe um médico como imaginei que faria. Eu nem notei a presença deles. Senti apenas a picada da agulha e então eu apaguei. Na manhã seguinte notei o soro preso ao meu braço. O retirei e voltei a ficar imóvel. ... Terceiro dia em que não comia nada. Se não fosse pelo soro que minha mãe me obrigou a tomar, eu estaria pior. Ainda sim minha situação não era boa. A única coisa que me motivava a me levantar da cama era para fazer minhas necessidades fisiológicas, tomar banho e escovar os dentes. A força do meu corpo se esvaia e isso dificultava a locomoção. Quarto dia Muito provavelmente recebi visita do médico, novamente fui dopada e recebi soro. Eu não sabia. No entanto o soro não poderia fazer com que eu voltasse a ser a mesma Bella. Eu sabia que Renée estava desesperada sem saber o que fazer, mas eu não ligava. Eu só queria ficar ali parada, acordar daquele pesadelo que era a minha vida. Descobrir que meu pai estava vivo, olhando documentos da empresa em seu escritório; minha mãe preocupada apenas com o que iria vestir em um evento; Jake no meu quarto, fazendo amor comigo. Isso não iria acontecer. E era por isso, sabendo dessa verdade monstruosa, que eu estava imóvel em minha cama. Eu não esperava que Renée fosse ficar tão desesperada ponto de chamar ele. E verdadeiramente não queria vê-lo, a pior visita de todas. Ele entrou tímido, a princípio não me encarou. Nas mãos, claro, uma bandeja com comida. Ele colocou a bandeja em cima de uma mesinha e veio até mim, hesitante. A Expressão demonstrando uma preocupação ainda maior do que a de minha mãe. Sentou-se na cama. Notou que eu não estava agasalhada e o frio deixava minha pele arrepiada. Pegou uma manta que estava dobrada, atrás de mim, e me embrulhou. Ficou ali, por quem sabe quantos minutos, sentado, fitando-me, a mão em meu braço coberto pela manta. –Eu estive tentando falar desesperadamente com você após o nosso encontro, há quatro dias. Sua mãe não me deixou falar com você, disse que tinha viajado, inventou um monte de desculpas. Eu sabia que ela estava me escondendo algo, mas não imaginei que era algo tão grave.

Senti no rosto o toque frio de seus dedos, hesitantes. Um afago contínuo. –Assim que soube esta manhã por ela eu vim aqui. Trouxe comida de um restaurante para você, está naquela bandeja. Vamos comer um pouco? –Ele disse levemente divertido, mas ao perceber que duas palavras não surtiram efeito, Edward ficou novamente sério. –Bella, você precisa comer. Se continuar assim você... –Ele parou, reprimindo o medo, quem sabe, de eu deixar este mundo. Talvez fosse o único que se importava. –Quem liga. –Murmurei. –Eu estou cercada de pessoas egoístas. Sou a única que parece estar se sacrificando. Quem liga se eu morrer? –Minha voz estava cuidadosamente morta. Eu estava em pedaços, cada célula do meu corpo gritava essa afirmação. –Eu ligo. Muito. Mais do que você imagina. –A voz de Edward dizia com uma emoção tão forte que me fez voltar meus olhos para ele. Não falei nada, apenas o olhei. Eu via tanta dor, mas do que qualquer um, Edward parecia sofrer muito. E era estranho, eu nunca dei o devido valor a ele e lá estava ele mostrando ser melhor, mais próximo do que qualquer um que me cercava, do que Jake... –Bella, eu sei de boa parte das coisas que aconteceu a você: a morte de seu pai, sua situação financeira e... Como não estou vendo nenhuma aliança no seu dedo acredito que Jacob não está mais com você. Enquanto dizia isso, as palavras que eu não queria ouvir, Edward afagava meus cabelos. Eu me encolhi na manta. –Não sou bom com palavras. Ainda sim eu direi algo por que eu quero muito que você se recupere. Se você acha que as coisas estão difíceis pra você e não tem a quem recorrer, recorra a mim. Se você acha que não tem por quem lutar, então pense em mim. Eu sei, não temos nenhum vinculo forte, mas... Eu realmente quero que fique bem e se preciso for, em um tempo recorde, eu aprofundo os laços entre nós. –Eu podia sentir seu desespero, quase tangível. Com dificuldade consegui sentar. Meus olhos nos olhos de Edward. Como não o vi antes? Parecia que Edward e eu éramos iguais e só agora eu o enxergava. Poderia parecer tolice, mas talvez valesse a pena, após ter sido abandonada por todos aqueles por quem eu lutei, lutar por este simpático estranho. –Vai, me passa a bandeja antes que eu me arrependa. –Disse, a voz falha. Num salto Edward estava de pé, foi até a mesinha pegar a bandeja. Devia estar feliz... Quando ele voltou os olhos para mim, eu estava encolhida no canto da cama chorando copiosamente, mudando de Bella receptiva,como fui segundos atrás, para uma Bella literalmente na merda. Ele esqueceu a bandeja em cima da mesa e

caminhou para mim. Sentou-se na cama e puxou-me para seus braços. Eu o abracei fortemente e ficamos ali, fortemente abraçados, durante um bom tempo. Ele não sabia que eu chorava por ele. Por que eu não merecia alguém como Edward quando tramei com seu pai ganhar dinheiro às custas de sua felicidade. Após alguns minutos (ou horas, não sei) eu relaxei em seus braços e quando ergui meu rosto que repousava em seu pescoço, para fita-lo melhor, Edward, sem aviso, inclinou-se para mim e me beijou. Eu tinha um papel a cumprir, ele me pareceu menos penoso agora. Dois meses se passaram, os dois meses mais confusos da minha vida. Fingir amar alguém e não saber se você está mentindo ou não é atordoador. Ainda sim eu continuei a farsa enquanto, por baixo dos panos, Carlisle formalizava a compra e o restabelecimento de nossa situação financeira. Não vi mais Jacob pelo que me pareceu um bom tempo e sofri com isso. ... “Vamos Bella, sorria!” –Ordenei a minha mente enquanto Billy guiava-me até o altar. Jacob não veio ao meu casamento, claro. Minha mãe estava radiante, chorona também. Apesar de chamá-la de mãe em pensamento, ou não verbalizava. Ela não merecia. Edward estava de pé em seu lugar, tão lindo e feliz! Tentei sorrir, mas o sorriso pareceu forçado. Ver o meu próprio casamento lembrava-me de meus planos com Jake, o casamento simples no jardim. Procurei me segurar e confesso que estava boa em reprimir sentimentos que poderiam me prejudicar. Caminhei lentamente até o altar, os flashes me cegavam. Havia tantas pessoas! Boa parte eu não conhecia. Localizei Jess acenando, a amiga mais falsa e divertida que alguém pode ter. Um punhado de ilustres políticos, empresários, tanta gente importante! “Quero que acabe logo.” –Pensei seguindo mais apressadamente até o altar. Procurei me concentrar apenas em Edward e na pessoa maravilhosa que descobri nele nesses dois meses de namoro. Para minha sorte, o padre não ficou enrolando com todo aquele blá blá blá de casamento e a cerimônia seguiu mais rápida do que o esperado. Mas no momento em que tive de dizer sim, não foi algo fácil. Eu vi o rosto do meu amado Jacob em Edward e isso doeu muito. –Sim. –Eu murmurei com a voz embargada. Sorte minha estar com maquiagem

a prova de água e sorte eu ser a noiva, uma noiva tem todo o direito de chorar no dia do seu casamento, não é? –Então eu os declaro marido e mulher. Agora pode beijar a noiva. –O padre disse risonho, feliz por ter cumprido seu papel. Eu estava cumprindo meu papel, mas não estava feliz, não como deveria. Edward colocou as mãos gentilmente em meu rosto, os olhos cor de ocre brilhavam. Eu podia senti-lo adorando-me, os dedos afagando o rosto. Puxou-me gentilmente e me beijou. beijá-lo era bom, mas não maravilhoso como seria com Jacob. Cada comparação que minha mente fazia estilhaçava-me. Nossas línguas timidamente tocaram-se durante o beijo, meus braços em sua cintura. Aproximou seus lábios do meu ouvido e sussurrou: –Eu amo você. Mais do que tudo. Eu irei fazê-la muito feliz. –Disse. Meus olhos se encheram de lágrimas. –Eu também amo você. –Murmurei. ... Não existia ser mais apático do que eu. Juro que tentei, no decorrer da festa, parecer uma noite animada, mas não obtive muito sucesso. Eu percebia cochichos dos convidados que pareciam indagar o porquê de eu estar desanimada. Mas Edward estava ali, ao meu lado, parecendo não perceber meu estado de espírito. Isso era bom, eu não queria que ele percebesse minha melancolia e sofresse junto comigo. Se apenas ele continuasse sorrindo, ficaria tudo bem. Quase não comi, nem eu nem Edward. Estávamos o tempo todo posando para fotos e para os camera-man que filmavam o evento. Fiquei o tempo todo nos braços de Edward seja posando para fotos, dançando, cortando o bolo, fazendo o brinde... E a todo o momento ele dizia que me amava, me beijava, me abraçava, dizia que me amava... Eu dizia “eu também” e o beijava antes que ele percebesse a mentida por detrás de minhas palavras. ... O fim, o fim de tudo. Talvez estivesse sendo dramática demais, mas não encontrei melhor forma de definir o que estava prestes a acontecer. Uma coisa é beijar um homem que não se ama, outra é doar seu corpo a ele. Eu me sentia uma prostituta, de fato era isso o que eu era. Por dinheiro eu estava ali naquele banheiro usando um lingerie diminuto para me entregar a Edward. “Respire Bella! Você precisa fazer isso!” –Pensei enquanto ofegava. Havia trazido uma taça com champanhe nas mãos quando disse a Edward que iria me vestir

no banheiro. Virei a taça bebendo todo o seu conteúdo. Eu estava arrumada: lingerie branco, um hobby transparente cobrindo o restante, maquiagem leve. Não seria algo fácil, mas eu iria fazer. Não pelo dinheiro, pela minha mãe, pela raiva que sentia de Jacob por me abandonar, mas por Edward. Ele tem sido amável, merecia qualquer sacrifício meu. Foi com esse pensamento, confiando na memória os bons momentos que Edward me proporcionou desse que éramos crianças, que eu saí do quarto deixando a taça no banheiro. Edward estava tenso, exalava tensão por todo o seu corpo. Usava apenas uma calça de seda preta, o dorso nu. Estava de costas para mim, a mão tocando distraidamente o abajur. A meu pedido, não viajamos em nossa lua e mel. Iríamos passá-la em minha nova casa, a mansão dos Cullen, de Edward. Felizmente Carlisle mudou-se, dando a casa ao filho. Tinha planos de morar em Dubai, o que agradeci. Eu o evitava o tanto quanto podia e quando o encontrava o tratava com frieza. Eu tremia e tentei sem sucesso me acalmar. Estendi a mão e segurei a mão de Edward, o abracei por trás. Notei que Edward parecia tão nervoso quanto eu. Ele virou-se e me manteve em seus braços, respirava o perfume pelo meu pescoço. –Você está perfeita. –Murmurou. Seus lábios tocando a base do meu pescoço, roçando-o por toda a sua extensão. Suas mãos acariciavam minha cintura puxando-me mais para o seu peito. –Ansiei muito por esse momento. –Suas mãos subiram acariciando meus braços. Eu fui empurrando Edward com meu corpo até cairmos na cama. Minhas mãos envolveram seu pescoço e Edward gentilmente rolou para cima de mim. Beijou-me, ávido, enquanto suas mãos acariciavam meu corpo todo. Era gostoso, eu não poderia negar, mas só estava conseguindo levar aquilo por que meus olhos estavam fechados e minha mente em Jake. Separamo-nos ofegantes, os rostos a milímetros. Obriguei-me a olhá-lo. –Meu amor, eu tenho que lhe dizer que... –Edward parou, parecia relutante em dizer algo. Toquei seu rosto. –O que foi? –Sussurrei. Ele estava vermelho, parecia encabulado com algo. Afastou-se e sentou ao meu lado na cama. Eu me senti de frente para ele. –Edward, o que foi? –Perguntei colocando minha mão em seu joelho ainda coberto por sua calça de seda preta. Ele não olhava para mim, seus olhos fixados em um ponto no chão. –Se eu dizer algo, promete não rir? –Ele murmurou, constrangido. Preocupei-me. O que poderia ser?

–Claro que não irei rir. O que é? Pode falar. –Incentivei olhando-o com ternura, ou pelo menos tentando olhá-lo assim. Edward ficou calado durante poucos minutos olhando para o mesmo ponto no chão. Então voltou seu olhar pra mim, ruborizado. –Eu sou virgem. Hã? –O que disse? –Perguntei novamente. –Eu disse que sou virgem. Se Edward pudesse se enterrar, ele o faria. Não havia duvidas de que ele estava muito constrangido. Eu fiquei parada tentando segurar a vontade de rir. Lembrei-me de um dia em que Jacob teceu um comentário maldoso sobre Edward, na época em que estávamos juntos. Não sei, eu olho para o Edward e ele me parece tão puro! De duas uma: gay ou virgem! Não precisei reprimir a vontade de rir. Mesmo lembrar-se de Jacob com suas piadas era sentir dor. Enquanto estava, sem querer estar, mergulhada em lembranças com Jake que certamente me despedaçariam, Edward falou: –Desculpe. Eu acho que estraguei o clima, não foi? –Ele voltou seu olhar para mim e deu um meio sorriso. Eu não esperei. Retirei lentamente meu hobby revelando o lingerie diminuto que usava vendo os olhos de Edward se fixarem em meu corpo. Inclinei-me e o beijei. Edward ainda estava tenso, eu precisava fazê-lo relaxar e sabia o que dizer, o que fazer. Eu o puxei pelos tornozelos fazendo-o deitar na cama e deitei-me cobrindo todo seu corpo com o meu. Peguei suas mãos e as coloquei ao lado de sua cabeça, prendendo-o ali na cama. Edward me olhou alarmado. Eu o beijei novamente, calmamente. Aproximei meus lábios do seu ouvido. –Não se preocupe. Eu terei o maior prazer de ser sua professora. – Sussurrei mordiscando sua orelha, minhas mãos passeando pelo seu tórax e abdômen definidos. Os braços de Edward me envolveram super hesitantes. Naquele momento lembrei como foi ser sua namorada. Eu era contida com nosso relacionamento, eu ainda não aceitava a situação em que estava metida. Nunca entendi por que Edward se continha, mas agora eu sabia. Ele era puro e eu seria sua primeira. Senti algo no peito, uma estranha satisfação por ele ter se guardado, ainda que tenha tido mulheres exuberantes como suas namoradas. Eu fui a escolhida. Segurei a barra de sua calça e a retirei lentamente olhando atentamente o

corpo de Edward. Sempre achei Edward bonito, desde pequeno e imaginava que seu corpo era bonito, mas não pensei que fosse tão bonito assim. Um corpo esculpido por Deus, tão bonito e detalhado que não poderia pertencer a um mero humano. Mas pertencia, pertencia a Edward. Eu precisava dar a ele uma lua de mel de verdade. Reprimindo lembranças desagradáveis e deixando-me envolver pelo clima de luxuria e sedução daquele momento, me aproximei de Edward. Para meu espanto ele cobriu suas partes intimas com as mãos. Não pude segurar o riso. –Edward, o que está fazendo? –Perguntei olhando para seus olhos que se desviavam. –Hei, sou sua esposa agora. Eu tenho o direito de ver você todo. Ou você quer que eu vista meu hobby e vá dormir? –Disse com sarcasmo. Edward pareceu apavorado ante a idéia de nossa lua de mel terminar assim. Afastou suas mãos do corpo e ficou me olhando. –Já que eu estou nu em pêlo, chegou a sua vez de tirar a roupa. –Ele disse num tom provocante. Suas palavras fizeram meus ossos estremecerem. Bem lentamente retirei o sutiã observando seus olhos fixos em meus movimentos. Edward não esperou que eu tirasse a segunda peça, agarrou-me num poderoso abraço e me deitou na cama. Pronto, não tinha mais volta! Edward iria me possuir e, de certa forma, eu seria dele. Sem querer pensei em Jake, como ele deveria estar se sentindo agora que eu estava casada com Edward? Estava doente nele, como eu mim, o fato de que eu pertencia a outro homem? Suas mãos percorriam meu corpo com suavidade, demorando em meus seios. Arfei sentindo seus lábios naquele local, entregando-se ao momento e deixando de lado sua timidez. Fechei os olhos tentando me concentrar naquele momento, mas só consegui desligar minha mente e me entregar aquele momento quando ouvi Edward murmurar em meu ouvido: –Eu amo você. Sempre amei. –Disse com emoção na voz. Eu o abracei apertado beijando-o de forma ávida, finalmente enclausurando todos os sentimentos negativos acerca do casamento. Edward foi relaxando com meus beijos, meu toque, o atrito de nossos corpos. Tudo tão rapidamente e tão lentamente... O prazer que proporcionei a ele foi como ácido em minhas veias. Fiquei satisfeita por saber que pelo menos Edward era embalado pelo prazer, pela magia do momento. E mesmo tendo sucesso em minha empreitada de esquecer tudo, quando Edward dormiu, exausto, em meus braços, eu o afastei de mim, sai da nossa cama e me tranquei no banheiro. Chorei baixinho sentindo-me suja. Edward não merecia uma esposa falsa como eu, Jake não merecia

esse tipo de castigo por ele ter me abandonado. Ninguém merecia o sacrifício que eu estava fazendo a não ser Edward. Notas finais do capítulo não ficou muito bom o cap. estou doente e não consegui pensar num fim melhor. caso não tenha dito isso... feliz ano novo povo! o/

(Cap. 27) Capítulo 26 Eu permaneci no chão frio do banheiro, me lastimando, por tempo demais. Ao cair na cama onde Edward repousava, dormi rapidamente. Minhas coisas já estavam na casa, até mesmo pertences da época em que namorei com Jake. Quis me livrar daqueles pertences, mas não consegui. Optei por escondê-lo no labirinto verde, local que só eu conseguia entrar. A meu pedido Edward e eu não tivemos lua de mel, não viajamos nem nada disso. Carlisle decidiu nos dar a casa e passou a morar em um apartamento por algum tempo até a sede em Dubai estar pronta. Edward havia assumido o comando da empresa que antes pertencia a seu pai. Por isso não estranhei quando, pela manhã após nossa primeira noite, eu não o encontrei deitado. Ele tinha seus compromissos afinal. Ainda sim Edward fez questão de deixar em seu lugar da cama uma rosa vermelha com um cartão. Nele estava escrito: “Infelizmente preciso trabalhar. Estarei cedo para compensar minha falta. Sentirei sua falta pelo tempo em que estiver ausente. Eu amo você, mais do que você imagina. Edward”. Palavras bonitas, palavras que só enchiam meu peito de dor. Eu chorei naquela manhã segurando a rosa e o cartão. ... Eu não deveria fazer isso, sabia disso. Edward ficaria preocupado se

soubesse, mas eu precisava de um tempo de toda essa loucura de casamento. Olhei novamente para os comprimidos para dormir que havia comprado em uma drogaria naquela tarde. Peguei dois, sendo que um era mais do que necessário, e os engoli. Escondi a caixa de comprimidos na minha parte do closet. Fui para a cama trôpega, sabendo que quando deitasse minha cabeça no travesseiro, eu iria dormir rapidamente. Edward era um cavalheiro. Mesmo tendo direitos sobre mim como meu esposo ele não iria me tirar de um sono profundo para satisfazer seu corpo com o meu. Dormi de imediato sabendo que, por mais que Edward não descobrisse que eu estou tomando remédios para dormir para evitá-lo, ele ficaria magoado com meu ato. ... Manhã do dia seguinte. Minha cabeça estava pesada, tomei remédios demais. Edward já não estava no quarto. Escapei de um dia, mas sabia que não poderia fazer isso o resto de minha vida. Uma hora eu ia ter que encarar meu casamento com Edward. Notei novamente uma flor e um cartão com escritos lindos nele. Chorei. Edward não merecia isso, mas agora era tarde demais para voltar atrás. Procurei seguir com meu dia normalmente. Agora que estava casada não precisava trabalhar, uma condição que Edward sutilmente pediu, tinha um carro dado por Edward, um conversível vermelho, e nada para fazer. Decidi sair com Jessica e me distrair com qualquer coisa. Ficar naquela casa não estava me ajudando. ... Eu evitei Edward por um dia tendo tomado remédios para dormir e pensei que poderia evitá-lo mais vezes. Conclui que isso não seria mais possível quando vi o seu carro na garagem. Estacionei meu carro ao lado do seu e respirei fundo. Eu ia ter que encará-lo após ter ficado um dia sem vê-lo. “Vamos lá Bella. Até parece que Edward é desagradável!” –Pensei saindo do carro, uma sacola de compras na mão. Minha saída com Jessica foi um tédio, ela não sabia fazer outra coisa que não fosse falar da vida alheia. Ainda sim era melhor que ficar naquela casa chorando pela vida feliz que poderia ter tido com Jacob e chorando por saber que eu não conseguiria fazer Edward feliz. Esbarrei com o mordomo Joel na porta. Ele sorriu falsamente para mim. –Boa tarde senhora Cullen. O senhor... –Eu sei, eu vi o seu carro. Onde ele está? –Perguntei com rudeza. Não é do meu feitio ser desagradável com uma pessoa, mas algo me dizia que aquele Joel não era de confiança.

–O senhor Cullen está no aposento. –Joel disse rumando para a cozinha enquanto eu subia as escadas. Suspirei pesadamente. Fazer sexo com Edward não tinha sido algo penoso como imaginei que fosse, mas também não tinha sido incrivelmente bom. A todo o instante enquanto ele me tocava eu pensava em Jake e isso doía. Edward estava em nosso quarto, naturalmente. –Boa tarde. Chegou cedo, o que houve para estar aqui? –Perguntei e só então notei que Edward segurava algo nas mãos. Meus remédios para dormir. DROGA! –Bella, amor, por que você não me disse que estava tendo problemas para dormir? –Perguntou olhando para o remédio em suas mãos. Engoli seco. –Não quis preocupá-lo. –Murmurei enquanto colocava a sacola de compras no chão. Eu sempre fui uma péssima mentirosa. Esperava que ele não percebesse que eu mentia. –Tem prescrição médica para isso? –Ele ainda encarava a caixa e parecia farejar a verdade. –Não, eu comecei a ter insônia um pouco antes do casamento. Não tive tempo para ir a um médico então eu comprei esse remédio para ajudar. Como você achou esse remédio? –Perguntei desconfiada. Como ele sabia? Vasculhou minhas coisas? –Você estava estranha ontem e, bom, eu achei um comprovante de compra de remédio para dormir no chão. –Mostrou um papel num tom amarelado. MALDITO DESCUIDO! –Desculpe por não ter avisado. Não achei algo necessário. –Tudo sobre você me interessa. Acho melhor marcarmos um medico para que ele avalie se você pode tomar um remédio pesado como este para dormir. Tudo bem? –Edward virou-se para me olhar. Eu assenti derrotada. Será que eu não conseguira escapar dele essa noite? Ele levantou-se da minha cama e veio até mim. Fiquei parada tentando manter uma expressão tranqüila enquanto meu coração batia acelerado. Edward ficou próximo de mim com uma mão acariciou meu rosto. –Desculpe, acho que não estou me dedicando como deveria. Eu deveria ter pedido dispensa da empresa por alguns dias para aproveitarmos nossa lua de mel. Coloquei minha mão sobre a dele que afagava minha bochecha. –Não é preciso. Cuide de seus negócios. Eu ficarei bem. –Disse risonha. Sentia o olho de Edward avaliando-me.

–Se está tão bem então por que anda chorando? –Ele perguntou, suas mãos em meu rosto. Seus lábios roçando os meus. Era o pior! Alguém estava contando a Edward como eu estava agindo, alguém me espionava! Por algum motivo pensei em Joel. –Quem disse que eu choro? –Perguntei tensa. Edward encostou sua testa na minha, com os olhos fechados suspirou. –Bella, eu não estou fazendo você feliz? –Ele perguntou. Sua voz, assim como sua expressão facial, deixavam claro que ele estava sofrendo. Que bosta! Em menos de 48 horas eu já estava fazendo Edward infeliz! –Não Edward! Claro que não! De onde tirou essa idéia ridícula? –Perguntei apavorada enquanto segurava seu rosto. Edward abriu seus olhos e fixos nos meus. Eu não pensei mais. O puxei para beijá-lo me permitindo um beijo muito mais intenso do que os beijos que eu dava em Jake. Edward me ergueu do chão encaixando-me em seu colo levando-nos até nossa cama. Jogou-me lá muito delicadamente e passou a distribuir beijos por todo o meu rosto. Subitamente parou. Eu estranhei seu comportamento, ter parado enquanto estávamos no maior amasso. Edward ergueu seu rosto para me olhar, tinha os olhos perdidos, muito embora olhasse pra mim. –Me perdoe. –Murmurou baixinho, quase não pude ouvir. Aquilo me doeu. Edward achava que eu estava infeliz por sua culpa. Se ele soubesse a verdade... –Hei. –O chamei. Edward pareceu finalmente me notar. –Por que pede perdão? Você não fez nada. Sou eu que estou deixando o passado bagunçar a minha vida. Eu não deveria permitir isso. Acariciei seu rosto, a centímetros do meu, com minhas mãos. Edward pareceu relaxar e verdadeiramente apreciar o meu toque. –Eu sei que Jacob está em primeiro lugar, eu não acho que vá remediar isto, mas... Se eu ficar em segundo, é mais do que o suficiente pra mim. –Ele disse e pude sentir a veracidade em suas palavras. De certa forma Edward sempre foi o segundo para mim, algo que não pude impedir de acontecer. Talvez fosse por que eu passava mais tempo com Jake e por que Jake e eu de certa forma éramos iguais, mesmo com a diferença de classes. E me perguntei, enquanto olhava para um Edward amargurado diante de mim, se minha vida tivesse sido melhor se Edward sempre estivesse em primeiro ao invés de Jake. Ergui um pouco meu rosto e o beijei na testa, meus olhos presos nos dele.

–Jacob é meu passado. Você é meu presente e meu futuro. Super clichê, eu sei, mas é a mais pura verdade. E a propósito, eu amo você. Pela primeira vez senti uma pontada de sinceridade em minhas palavras, isso desde que comecei a namorar Edward há dois meses. Talvez eu já o amasse de certa forma. Não um sentimento avassalador com o que sentia por Jake, mas algo que certamente não poderia ser ignorado. Fizemos amor à tarde inteira e senti uma imensa satisfação por Jake, naquele momento, não povoar minha mente. Pude me concentrar em Edward e experimentei, mesmo com dúvidas sobre meus sentimentos, ter a esperança de que um dia eu pudesse dizer a ele a frase “eu te amo” de forma verdadeira, plena. ... O centro do labirinto verde. Fui para lá com um objetivo. Caminhei até a fonte e peguei meu baú de madeira onde sempre coloquei as coisas mais importantes. Ao pegá-lo e abri-lo, procurei não olhar para os pertences que me lembravam Jake. Eu só queria uma coisa daquele baú: meu diário. Naquele caderno eu escrevia apenas os fatos mais importantes. Evitava ler, haviam momentos que não queria recordar. Achei uma folha em branco. Peguei uma caneta de dentro do baú e fui me sentar em algum lugar mais confortável. Começaria a escrever. Querido diário Eu pensei que iria apenas sofrer estando casada com alguém que não amo, mas descobri que não há como sofrer tendo alguém tão maravilhoso como Edward ao seu lado. Essa gravata está boa? –Edward perguntou para mim. Levantei da poltrona onde estava deixando o livro de lado. Edward estava de frente para o grande espelho do closet tentando ajeitar o nó na gravata. –Está sim. Vermelho fica bem em você, mas a gravata está torta. –Disse aproximando-me dele e arrumando sua gravata. Notei que Edward sorria. Ele adorava esse nossos dia-a-dia como um casal. Edward é maravilhoso. Sinto que só agora eu o estou conhecendo. –Jantar hoje à noite? –Edward propôs enquanto beijava meu pescoço. Arfei. –É difícil dizer não com você me beijando desse jeito, concorda? –Disse divertida.

A casa dia que passo ao seu lado, fico ainda mais encantada com ele. Jake e Edward sempre foram diferentes. Estou começando a me acostumar com o jeito de Edward, mas do que eu esperava. –Que tal termos um filho? –Edward subitamente perguntou levantando sua cabeça para me encarar. Eu encarava o teto enquanto acariciava suas madeixas acobreadas. –Sou muito nova, não acho que esteja preparada. Além disso, antes do casamento implantei um DIU no meu útero. –Ah! –Edward disse deitando sua cabeça em meu colo. Eu sabia que minhas palavras o aborreceram embora ele não expressasse isso com clareza. –Edward? –Eu o chamei. Edward ergueu a cabeça. Peguei seu rosto entre minhas mãos e o beijei. –Nós temos tempo. Muito tempo. Logo chegará o dia em que irei querer ser mãe e será você a me dar esse privilégio. Minhas palavras tiveram seu efeito. Edward sorriu e beijou-me. Tudo foi esquecido enquanto fazíamos amor. E realmente, meu amigo, eu estou feliz. Agora, com o passar destes dois meses de casamento, posso dizer que sinto algo por Edward. Quando digo “eu te amo” para ele, já não soa como algo falso. Pode não ser um grande amor, mas Edward sem dúvida alguma é alguém querido para mim. Eu estou completamente apaixonada por ele. Fechei meu diário guardando-o no baú. Decidida a, quem sabe, deixar aquela caixa esquecida para sempre. Jake estava seguindo com sua vida. Eu também seguira com minha. Levantei-me e rumei para fora. Naquela linda manhã eu queria aproveitar, de preferência com Edward. Faria uma surpresa, sabendo que ele aprovaria. Iria ao seu escritório e o convidaria para almoçar comigo. Demorei alguns minutos para me produzir, querendo estar bem bonita para ele. Usei um vestido azul, Edward gostava de azul em minha pele. Enquanto saia em meu carro eu sorri para aquela beleza da natureza. ... Segurando um pequeno buquê de margaridas que comprei para Edward no caminho, aproximo-me de sua sala. Uma secretaria risonha me recepciona. –Senhora Cullen, boa tarde. –Diz em uma voz amável. –Oi. Eu vim falar com o Edward. Ele está ocupado?

–O senhor Cullen está em uma reunião com seu pai, senhor Carlisle. –Sei. Vou esperar. –Olhei em volta e vi cadeiras promissoras. Sentei ali. –Deseja algo enquanto espera senhora Cullen? Algo para beber... –Ah, não precisa! Estou bem assim. Obrigada. –Disse a simpática funcionaria. Ele sorriu e afastou-se para seu trabalho. Olhei envolta, para a opulenta decoração, para os funcionários que transitavam por aquele corredor, só para poder me distrair. O tempo foi passando a minha impaciência crescendo. Levantei-me e rumei para a sala de reuniões. Ninguém pareceu notar que me dirigi para lá. A porta estava entreaberta e podia ouvir com clareza a voz de Edward e de seu pai. As vozes pareciam estar exaltadas por isso não entrei. Fiquei ouvindo a discussão. –Edward, as coisas podem não acabar bem. –Carlisle disse a Edward numa voz que soava preocupada. –Você disse que a garota estava sofrendo. Acha que vale a pena tudo isso se o seu casamento não está feliz como imaginou? –Isso foi antes meu pai, mas agora as coisas estão indo bem, eu posso sentir. Bella está sentindo algo por mim. Não sei por que está se preocupando. Pelo que sei a compra das empresas, o acordo todo, como sugeri, não gerou nenhum prejuízo. –De fato não tivemos prejuízos Edward, mas eu me preocupe é com você. Eu acatei sua suplica e fiz o acordo. Bella casou-se graças a isso com você. Mas eu me pergunto se valeu a pena todo o seu planejamento. Compelir esta menina a deixar o rapaz que gosta para se casar com você não me pareceu algo bom. E não ouvi mais nada, tudo o que eu precisava ouvir foi ouvido. As peças foram se encaixando em minha cabeça e pude enfim visualizar a verdade medonha que as palavras de Carlisle e Edward mostravam. Eu sempre odiei Carlisle por ter feito a proposta, minha mãe quase se matou com tudo isso. Se não fosse por essa proposta, se ela não tivesse acontecido, eu estaria casada com Jake, estaria feliz em uma vida simples e minha mãe não iria pirar. Agora eu descobria que o único que pensei que valia meu sacrifício, Edward, era o responsável por isso. A mágoa me tirou o chão. Por que tinha que ser ele? Por quê? As lágrimas saíram sem que eu quisesse. Não tinha mais por quem lutar, ninguém era digno do meu sofrimento e sacrifício. Ninguém. Enquanto a tristeza transformava-se em ódio, uma mulher segurando um punhado de papeis entrou na sala. Edward e Carlisle viraram-se para olhá-la. Foi naquele momento que meus olhos encontraram os olhos de Edward. Antes que algum

de nós pudesse dizer algo, a porta se fechou e senti que aquela não era a única porta que iria se fechar e nos manter afastados do outro. Em poucos instantes eu estava correndo. Edward ouve o barulho na porta, uma das empregadas do local. Virase para vê-la adentrando a sala carregando uma pilha de papeis. Sua atenção volta-se novamente para a porta. Ele vê a figura de sua esposa, de pé, os olhos num misto de espanto e dor. O buquê em suas mãos, de suas flores preferidas, cai no chão. A porta se fecha. Edward corre, assim que seu corpo o obedece, e vai até a porta. Ao abri-la não encontra nada além de um buquê no chão. Houve claramente o barulho da porta do elevador se fechando. Bella partiu e com ela a medonha verdade que tentou esconder. Eu corri como louca sabendo que Edward devia estar em meu encalço. Não parei até estar no interior de meu carro. Ao dar a partida, eu estava voando pelas ruas. Durante longos minutos eu dirigi sem rumo, as lágrimas cortando meu rosto, e por fim parei. Eu estava inconsciente de tudo, do modo perigoso como dirigi quase atropelando os pedestres que atravessavam a rua, tudo esquecido. Encostei minha cabeça no volante e respirei pausadamente. Novamente a verdade surgiu em minha mente e um torpor estranho me tomou. Meu lado racional pensava nas informações que eu havia captado naquela breve conversa entre Edward e Carlisle. Cheguei a conclusão que odiei a pessoa errada. Edward sempre gostou de mim, eu sabia, mas ignorava o fato. As coisas mudaram entre nós após Jacob me pedir em namoro. Acreditei que sua indiferença e os muitos casos que teve fossem indicio de que Edward me esquecera, mas estava enganada. Edward nunca me esqueceu, estava apenas esperando pelo momento oportuno de me ter e o momento chegou após a morte do meu pai. Ele planejou tudo, convenceu seu pai a ajudá-lo e então... Xeque-marte Por culpa do egoísmo de Edward eu fui compelida a deixar o homem que amava para me casar com ele. Por culpa de Edward eu vi minha mãe tentar o suicídio. Por culpa de Edward eu sofri como um cão e esse tempo todo eu pensei que ele era o único que merecia meu sacrifício. O pior de tudo é que eu estava começando a ser feliz ao seu lado, a sentir algo por ele. A dor e o sofrimento que tanto tentei reprimir para que Edward não notasse veio de forma potente me

assombrar. Deixei que a dor fizesse seu trabalho comigo, me deixasse em pedaços novamente. Por alguns instantes eu pensei que iria enlouquecer como quase aconteceu após meu primeiro encontro com Edward. Isso não aconteceu, para minha infelicidade. Ergui a cabeça quando as lágrimas secaram. Alguém batia meu vidro insistentemente, devia ser o guarda. Eu não liguei. Tomada pelo ódio como eu estava, sai com o carro sem rumo certo, sabendo exatamente o que faria quando visse Edward novamente. ... Não sei como consegui dirigir sem provocar nenhum acidente de transito, ou como consegui chegar à mansão no estado em que me encontrava. Passei o restante da tarde perambulando pelos bares, encontrando o consolo que me carecia na bebida. Bebi tanto que cheguei a vomitar, deve ser por ter vomitado que estava um pouco mais lúcida. Claro que Edward estava a minha espera, talvez estivesse esperando-me em sua casa desde que deixei a empresa. Ele ficou parado enquanto eu entrava com o carro na garagem e o estacionava no lugar de sempre. Sai trôpega segurando uma garrafa de vodca que estava pela metade. Eu a bebi enquanto tentava recuperar o equilíbrio, encostada no carro. Ao esvaziá-la, fiz o caminho para entrar em casa. –Bella. –Edward chamou, eu o ignorei. Continuei a caminhar. –Bella! –Chamou com mais potencia na voz. Segurou meu braço quando eu estava a um passo. Sem pensar em quebrei na parede a garrafa que segurava em minha mão livre e antes que Edward deixasse de segurar minha mão, projetei meu corpo para encará-lo de modo que eu pudesse feri-lo com a garrafa quebrada em minha mão esquerda. Edward esquivou-se, claro, mas não o bastante para sair ileso. A palma de sua mão foi cortada. Edward olhava para mim horrorizado. –Bella... –Balbuciou. Movida pela fúria tentei atacá-lo, mas Edward, por estar sóbrio, conseguir desviar-se retirando de minhas mãos minha arma tosca. Prensou-me na parede na tentativa de me parar, mas soltou-me quando comecei a me debater. Eu o segurei pela gola do casaco e o joguei com rudeza na parede. Edward ficou imóvel enquanto eu o encarava com todo o ódio que podia. Apontei para seu peito enquanto falava: –Você vai pagar caro por tudo o que fez pra mim. Vou fazer da sua vida um inferno! Vai se arrepender por ter arruinado com a minha vida em troca da sua felicidade! –Disse libertando todo o ódio que esteve guardado em mim. Minhas palavras tiveram seu efeito. Edward estava em choque sem conseguir pronunciar nada. Bom. Eu o larguei e segui para um quarto, precisava dormir. Claro que não iria

dormir no quarto com Edward! Felizmente um dos quartos de hospedes, o antigo quarto de Edward na casa, estava destrancada. Cai na cama e apaguei. ... –MERDA! –Gritei exasperada quando saquei onde estava. Eu não só estava deitada na cama de Edward como vestia camisola. Certamente foi ele que fez isso. Será que ele não tinha entendido meu recado? Minha cabeça doía tanto! Eu nunca fui de beber e, para quem não é de beber, comecei super mal. Mesmo com minha bebedeira eu me lembrava de tudo a respeito de ontem. Cerrei os punhos com força. Se Edward ainda não tinha entendido, eu o faria entender. Ele não iria gastar nada disso. O começo –Isso, coloquem o móvel aqui. –Disse a um funcionário da loja em que eu havia comprado mobília para o meu novo quarto. Edward não foi para o trabalho naquele dia. Ficou observando enquanto eu coordenava os funcionários. Nada disse. E então a vingança foi se consolidando... Edward apenas me olhava, fazia mais de dois meses que não me tocava, mal nos falávamos. Eu o olhei enquanto jantar na grande mesa, sozinho. Joel, leve meu jantar para meu quarto. –Disse subindo as escadas. Para aquele que já tinha tudo, seria difícil uma vingança –Bella, o que pretende com isso? Se destruir? –Edward perguntou exasperado. Trôpega, segui para o banheiro de meu quarto a tempo de vomitar no vaso. Eu queria expulsar Edward de meu quarto, mas toda vez que abria a boca era para vomitar. Quando acabei, fui retirada de lá por Edward que me carregou e me deitou na cama. Estava tão cansada por ter passado o dia fora, bebendo e dançando por ai, que não tive forças para impedi-lo de me tocar. Edward não partiu de imediato. Sentou-se na cama, os olhos em mim. Não havia dinheiro que pagasse aquela cara deprimida. Sorri. –E então? Já está arrependido de casar comigo? –Perguntei com um sorriso presunçoso no rosto. Edward colocou a mão no rosto, parecia exausto. –Estou, mas não do modo como está pensando. Gostaria de fazer diferente. – Murmurou. Notei que ele ainda usava a nossa aliança. A minha eu havia tirado desde que nos separamos de certa forma. Edward abriu os olhos e ficou ali, sentado a me olhar.

–Sai daqui. –Disse. Ele suspirou e saiu. Eu sabia como me vingar, mas para isso eu teria que me prejudicar Não importava Edward conversava com alguns homens com quem fazia negócios. Eu fui apenas por que sabia que poderia dar o troco a ele de alguma forma naquele jantar de negócios. Do outro lado do salão, olhando para mim, havia um rapaz. Eu sorri para ele e fiz um movimento com a cabeça para que ele me seguisse. Ele o fez prontamente. Ele não me atraia apesar da beleza, mas eu aceitava qualquer coisa que ferisse Edward. Quando chegamos ao banheiro feminino, felizmente vazio, eu o agarrei. Quando ambos estávamos sem fôlego pelo beijo, eu perguntei: –Qual é o seu nome garoto? –Meu nome é Alec. E então fiquei satisfeita por saber que enquanto eu me despedaçava, levava Edward comigo –O QUE DISSE? –Jacob perguntou exasperado. Eu o havia chamado e, pela primeira vez, ele atendeu meu chamado. Vê-lo novamente foi como um golpe no coração. Eu ainda o amava. –O que você ouviu: foi idéia de Edward. –Disse com descaso tomando meu drink. –EU VOU MATÁ-LO! AQUELE FILHO DA P... –Jacob levantou-se. Ele mataria Edward se o visse. Levantei e disse: –Por quê? Você me abandonou, abdicou de seus direitos por mim. Não tem o direito de fazer nada contra Edward. –Minhas palavras fizeram seu trabalho. Jacob parecia mortificado. –Sabe por que fiz isso. Não queria que você escolhesse entre mim e sua mãe. Fiz isso por você. –Disse com a voz embargada. –Ou talvez tenha feito isso por que não queria a garota-problema ao seu lado. –Disse sem me importar se o magoaria com as minhas palavras. Jake pareceu apavorado com minhas palavras. –NÃO! CLARO QUE NÃO! Bella, eu sei que meti os pés pelas mãos, mas quero que as coisas voltem como eram. –Ah, você quer? Se é assim que tal voltarmos a ficarmos juntos? Sermos um

casal, o que acha? –Perguntei debochada sabendo como Jacob reagiria. Ele sempre foi homem honrado. Mesmo que Edward merecesse algo como uma traição, Jacob não iria querer fazer parte disso. –Quer saber de uma coisa Jake? Você é o único que ainda mantém essa pose de homem honrado. Ninguém mais faz isso ao seu redor. Levantei da cadeira onde estava sentada, caminhando para a saída do restaurante. Jacob me chamou, mas eu o ignorei. Mesmo o amando, eu não conseguia perdoar seu ato, por mais que ele parecesse algo altruísta. Se estivesse no lugar de Jake e ele no meu, eu teria sido egoísta o bastante para pedir a ele para escolher entre mim e um familiar. Ao chegar em minha casa, tarde da noite, Edward estava lá. Elegante em um smoke clássico, próximo ao seu carro. Não o cumprimentei. Queria demais me refugiar em meu quarto. –Bella. –Ele me chamou. Eu o ignorei seguindo para o acesso da garagem a casa. –Tem um evento empresarial e eu gostaria de saber se você... Quer ir... Comigo. –Murmurou enquanto eu adentrava a sala. Para mim Edward era uma sombra que insistia em me importunar, mas que já não incomodava tanto. Eu precisava de alguém louco e o encontrei no lugar mais improvável –MERDA! –Resmunguei quando notei que não havia trazido dinheiro suficiente. Queria mais doses de algo alcoólico, mas não tinha como pagar. O bar man olhava para mim esperando pelo dinheiro. Sorri amarelo pra ele. –Será que você me daria uma dose agora para ser paga depois? –Perguntei sabendo que ele iria se negar. Tão logo eu falo um rapaz sentasse em um dos banquinhos em frente ao balcão. –Duas bebidas, pra mim e para a gatinha aqui. –Disse. Olhei irritada para o cara. –Não preciso de favores. –Disse num tom petulante. –Não é o que parece. Vamos, não é como se estivesse carimbando sua testa com a frase “eu sou vadia” só por que está aceitando uma bebida. –Disse com um sorriso sensual nos lábios. Seu rosto era jovial, cabelos castanhos claros, um pouco compridos, presos num rabo de cavalo, olhos castanhos, pele branca, relativamente musculoso. –Conheço você de algum lugar... –Murmurei. –Eu devo ter tocado em alguma banda conhecida sua. –Dizia enquanto pegava sua bebida das mãos do bar man e sorvia o liquido de uma só vez. Senti seu olhar

desafiador. Peguei minha bebida paga por ele e virei o conteúdo sem sequer engasgar. –Puxa a gatinha aqui sabe beber! É das minhas! –James. Agora sei que você tocava na minha banda preferida, era guitarrista. –Certo. –Por que saiu da banda? –Perguntei verdadeiramente curiosa. Ele deu de ombros. –Dei uns pegas na mulher do vocalista. Ele era o dono da banda e me chutou de lá. –James dizia isso enquanto acenada para o bar man, um pouco afastado de nós, para trazer mais uma bebida. Eu sorri. Definitivamente era ele o que eu procurava, alguém que não se intimidaria com o fato de que sou esposa de um homem poderoso. E aquele estranho foi útil apenas para provocar mais dor Eu sabia que havia fotógrafos em frente à boate em que eu estava com James, mas ignorei. Pouco me importava se Edward descobrisse. Peguei a mão de James, meu amante e algumas semanas, e o puxei pra fora. –Não se preocupa que nos vejam? –Ele perguntou. –Afinal você é casada. –Não to nem ai! –Disse e James riu. –Que se dane então! –Falou puxando-me para fora. Um fotógrafo nos clicou, mas não liguei. –Vamos sair daqui. A noite é uma criança e quero ficar a sós com você. – James disse em meu ouvido. Eu sorri, um sorriso falso, como todos os que eu dava para ele. Eu estava com James, não sei ao certo por que aceitei isso. Mesmo James sendo bonito, ousado, eu não sentia nada por ele. No entanto eu era compelida, pela vingança que me movia, a tê-lo, me entregar a ele. A satisfação surgiu quando o tal fotógrafo publicou em seu site a foto, eu a vi antecipadamente em meu lap top. O paparazzi não me decepcionou. A matéria deixava claro que James era meu amante. Ri enquanto via a foto comprometedora e a matéria. Eu sabia o e-mail de Edward e tinha um e-mail que usava que ninguém sabia que era meu. Mandei a matéria, pensando em como ele reagiria ao ver a noticia.

Ao anoitecer daquele dia eu soube. Naquela noite eu não saí como normalmente faço. Fiquei em casa, sóbria, esperando pela chegada de Edward. Por algum motivo ele demorou a chegar, tanto que acabei por adormecer. Enquanto o sono vinha deixando-me em um estado de semi inconsciência, eu ouvi passos silenciosos em meu quarto e soube que eram os de Edward. Ele devia ter visto a matéria, afinal ele verificava seu e-mail diariamente. Enquanto seus movimentos em meu quarto me despertavam aos poucos, procurei me manter imóvel como se estivesse dormindo. Senti quando alguém sentou em minha cama, bem próximo de mim. Ouvi um barulho vindo de Edward que a principio não consegui identificar. Como o barulho aumentava soube o que era: Edward devia estar chorando. Pensei que saber disso me encheria de felicidade, saber que o estava machucando a ponto de Edward chorar. Não senti felicidade. Meus olhos se abriram em choque quando o senti me abraçar, seu corpo colocado com cuidado sobre o meu. Edward não notou que eu estava acordada, seu rosto enterrado na curvatura do meu pescoço. Edward ficou por alguns instantes lá e senti na pele as lágrimas que ele derramava. Fechei os olhos quando ele se afastou. –Eu não vou reclamar, eu mereço isso. –Murmurou beijando-me na testa. Sai. Não sei como Edward não percebeu que eu estava acordada. Meu coração palpitava freneticamente e agora minha respiração saia aos arquejos. Eu estava confusa. Se ele era o vilão, por que eu me sentia tão mal, como se tivesse feito uma atrocidade a ele? Nem mesmo quando beijei Alec, transei com James, até então, eu não tinha sentido nada, apenas a sensação de satisfação por sacaneá-lo. Agora era diferente. Sentei-me na cama sentindo-me suja. Nunca até então meus atos me incomodaram, mas agora... ... A situação era desconfortável. Desde a noite em que Edward adentrou meu quarto e o ouvi chorar, eu não me sentia mais confortável com a situação. Acabei por agir de forma mais ríspida com Edward. Eu não falava com ele e quando era obrigada a tal, era áspera. Passava a maior parte do tempo fora de casa ou com Jess, ou com James. Às vezes via Jacob, era a única coisa que Jake me concedia: a oportunidade de falar com ele. –Bella, é verdade? –Ele perguntou naquela manhã enquanto tomávamos café juntos. –O que? –Perguntei indiferente bebericando meu café. –Aquela história com o tal James? –Ele não me encarava.

–Você não me quis. Procurei quem quisesse. –Disse indiferente e vi Jacob reagir. Ele me olhou com fúria. –Você está... Está tendo um caso? –Perguntou com a voz perturbada. –Estou tendo. Precisava de algo para movimentar minha vida. –Disse querendo que Jacob reagisse, que ele mostrasse ciúmes e deixasse sua honra de lado. Eu o queria como nunca quis antes, eu necessitava de Jake. Eu não sabia mais o que era ser tocada por alguém que eu amasse. Então algo aconteceu. Jake pareceu se recompor. –Não concordo muito com o que está fazendo, mas quem sou eu para dizer o que deve fazer? Como você disse certa vez você não é mais minha. Você seguiu em frente e eu também segui. –Jacob levantou-se enquanto eu apreendia suas palavras. Um estalo ocorreu e num rompante eu me levantei pegando-o pelo braço. –COMO É QUE É? –Gritei chamando a atenção para mim. –Estou com uma pessoa. –Ele murmurou e saiu. Eu fiquei parada, em choque. ... Se não fosse por Edward eu teria vomitado no chão. Ele me recebeu na garagem, ajudando-me a sair do carro, levou-me até meu quarto e levantou a tampa da privada. Lá estava eu, num estado deplorável até para mim, vomitando horrores pela quantidade de álcool que ingeri. Eu sei que deveria repudiá-lo como sempre fazia, eu evitava a todo custo contato, mas estava mal demais para fazer algo. Após vomitar tudo o que tinha para vomitar, deitei a cabeça no vaso, respirando ofegante. Edward ficou ajoelhado ao meu lado, acariciando minhas costas. Eu o olhei. –por que faz isso? Por que me ajuda? Eu já não o humilhei o suficiente? – Perguntei. Edward continuou me fitando e nada disse. Fechei os olhos. –Odeio o seu altruísmo. Acha que ficar se sacrificando agora vai mudar o ódio que sinto por você? –Não, mas ainda sim eu vou agir como acho que devo agir. –Pausa. Silencio. – Como está sentindo? –Perguntou. Eu o olhei e então desabei. Não pude segurar. Chorei copiosamente enquanto lembrava-me das palavras de Jacob. Só de imaginar ele com outra eu sentia meu mundo ruir. Edward ficou afastado ouvindo meu choro, como ouvi o seu, certa noite. Quando abri os olhos e o vi condoído por mim ainda de joelhos no chão eu me enervei.

–Vai embora. –Murmurei. –Já não acha que fez muito mal pra mim? Ficar aqui só vai piorar. Vai embora. –Fechei os olhos e levantei, cambaleante, para o Box do banheiro. Eu precisava de um banho. Liguei o chuveiro e me molhei com roupa e tudo. Sentei-me no chão. Edward me acompanhou com o olhar. Levantou-se, fechou a tampa da privada dando descarga e sentou-se lá, em cima da tampa. Olhava o chão. –Aproveitando que agora você está bêbada demais para se lembrar que não me suporta, posso fazer uma pergunta? –Ele disse sem olhar pra mim. Eu poderia mandá-lo a merda, ignorá-lo, ou expulsa-lo. Qualquer opção era boa. Mas acabei por lembrar-se do dia em que o machuquei deixando que soubesse do meu caso com James. Ouvi-lo chorar doeu tanto que não toquei mais nesse assunto, nem mesmo vi James. –Pergunte. –Disse encostando-me na parede, os olhos fechados enquanto recebia no rosto a água do chuveiro. –Antes de você saber da verdade... O que sentia por mim? Eu fiquei calada por um longo tempo. Poderia mentir, mas naquele momento, talvez por culpa do álcool, eu só conseguia dizer a verdade. Talvez se Edward soubesse da verdade, fosse bem pior que uma ofensa. –Estava te amando, mas acabou. Você matou isso. –Falei com descaso, coisa que não sentia naquele momento. Edward ficou calado. Eu não ousei olhá-lo. Após alguns minutos ouvi a porta do banheiro ser fechada. Ele não estava mais lá. ... –Hei Bella, está me ouvindo? –Jess perguntou com rudeza. Eu a olhei com descaso, minha mente em outro lugar. –Claro. Você estava falando de sua nova conquista: Mike Newton. –Disse olhando para o campo onde o dito cujo jogava pólo com mais algumas figurinhas da sociedade, dentre eles Edward. Crispei os olhos ao vê-lo. –Fiquei surpresa por você ter vindo com o Edward para cá. Não é do seu feitio. –Notei que Jess estava pensativa. Ela tinha a mente aberta, deve ter percebido que Edward e eu não agimos como um casal. –Eu vim pra cá por que você me ligou e pediu. Nem sabia que Edward tinha jogo de pólo. –Disse com descaso e meus olhos acabaram encontrando novamente Edward, montado em um cavalo, jogando elegantemente pólo. Vê-lo agora, após os últimos acontecimentos, faziam eu me sentir estranha. –Vai Bella, confessa, o que tá pegando entre você e o seu marido gostoso?

Vocês agem como se não ligassem para o outro. Bom, você age assim. O Edward está sempre olhando pra você com cara de peixe morto então eu acho que ele te ama. – Ela murmurava enquanto acenava para Mike que cavalgava. –Eu... Eu preciso de um pouco de ar. –Disse e me levantei da cadeira em que estava. Ignorando Jessica eu segui caminhando sem rumo pelo enorme clube. Ainda doía a historia de que Jake tinha alguém, talvez fosse mentira, mas não havia como eu saber. E também havia meu relacionamento com Edward a cada dia mais estranho. Eu não estava mais suportando. Precisava fazer algo para esquecer tudo, esquecer minha vida caótica. –CUIDADO AI! –A voz disse. Virei a tempo de receber uma bola de vôlei na cabeça. O impacto. Fui lançada para trás. Uma piscina impediu que minha queda fosse sentida, mas visto que eu não sei nadar teria sido melhor cair no chão. –SOCORR... –Tentei gritar, mas afundei rapidamente. Eu não consegui encontrar força nos pés para emergir a superfície. Parece estranho pensar nisso agora, mas me veio a promessa que certa vez Jake fez a mim, que iria me ensinar a nadar temendo que um dia precisasse de tal conhecimento. Ele me deixou sem amor e sem conhecimento. Após lutar para emergir eu parei. Por que não deixar que a água invadisse meus pulmões e me matasse? Talvez assim eu tivesse paz. Antes que eu decidisse alguém me puxou tirando-me na piscina. Tossi enquanto meus pulmões puxavam ar, a água saindo pela minha boca. –Hei, você está bem? –A voz masculina, desconhecida, perguntou enquanto colocava-me no chão. Quando abri os olhos encontrei os de um salva-vidas. –Eu to bem. –Murmurei. Levantei-me. –Talvez devêssemos levá-la a enfermaria. –Disse e notei que muitas pessoas me observaram. Caminhei apressada ignorando o salva-vidas e todos. Querendo sair dali. Fui até meu carro só para descobrir que minha bolsa estava com Jessica, assim como as chaves do carro. –Bosta! –Esbravejei e, não querendo encontrar Jessica, Edward ou quem quer que fosse, fui em direção ao portão principal. Iria a pé para algum lugar. ... Essa é uma das vantagens de ser rica, ou no mínino conhecida. Não precisei de nada além do meu rosto e posição de senhora Cullen quando fui até uma boutique comprar roupas. Também comprei uma moto para servir como locomoção, eu que não

iria a pé pra casa. Na verdade a compra da moto foi mais por Jake. Eu tinha me esquecido como achava divertido andar de moto. Lembrei-me da época em que andava com uma moto aos pedaços, o vento no cabelo, Jacob com sua moto ao meu lado... Ah, como tinha saudades daquela época! Época esta que nunca retornaria. Estacionei a moto na garagem e lá estava ele, claro, sentado na escadaria que dava acesso a sala. Levantou-se assim que me viu, veio ao meu encontro. Seus olhos ficaram arregalados quando viu a moto e logo vi a cara dele mudar para algo como aborrecimento. –Estava esperando por você. O que aconteceu? Por que foi embora do clube sem o seu carro e deixo suas coisas com Jessica? E que moto é essa? Eu o olhei com desprezo. Odiava quando ele me impunha coisas, mesmo que fossem perguntas. –Desde quando tem direito sobre mim a ponto de me questionar? –Perguntei entre dentes. Edward estacou finalmente percebendo que ele estava ultrapassando limites. –Desculpe. –Murmurou. –Soube que você se afagou na piscina e... –Me deixa! –Esbravejei seguindo para meu quarto, apenas para esperar o melhor momento de ir ao meu refugio, o labirinto verde. ... Quero diário As coisas estão difíceis, a cada dia mais. Jake me deixou, agora toca sua vida com uma vadia qualquer. Estou só. Eu não quero ver minha mãe que me insiste em ligar. Não quero mais meus amigos fúteis. Não quero ninguém. Todos aceitaram isso, aceitaram meu afastamento... Menos ele. Edward continua como uma sombra em meu encalço, isso me enerva. Por que ele fica o tempo todo sendo amável comigo? Por que ele não desiste de mim? Eu o odeio por sua amabilidade, sua complacência, por tudo! Fechei o diário e deitei no concreto que forrava o centro do labirinto verde. Parecia o único lugar que oferecia um pouco de conforto para mim. Eu não conseguia parar, não conseguia para de magoar Edward, mas não sentia mais nada com as coisas que fazia para machucá-lo. –Bella, pare com isso. –Edward murmurou. Eu estava na privada, de novo, vomitando. Não fiz isso por ele. Tinha tido um encontro difícil com Jake. Jake era tão amável, eu não conseguia odiá-lo. E ficar próximo a ele, ainda que por alguns

minutos, era causar muita dor. –Me deixe. –Murmurei quando parei de vomitar. Levantei do chão e fui escovar meus dentes, a única coisa que faltava para eu cair na cama, já que eu já tinha tomado banho no motel em que fui com James um pouco antes de voltar para casa. Apesar de ter ido ao motel, eu não transei com ele. Tomei banho, inventei uma desculpa, paguei a estadia e sumi. –Pare com isso. Não vê o que está fazendo com você? Por que insiste nisso? – Ele questionou. –Quer saber o porquê? Por que eu sei que dói em você também. É isto o que me motiva. Ver o seu sofrimento, a sua culpa... –Eu disse com um meio sorriso nos lábios. Edward fixou seus olhos nos meus. –Eu não vejo mais... –O que? –Não vejo mais aquele brilho de motivação nos seus olhos. Eu sinto que isso não mais a motiva, me machucar. Não como antes. Eu estaquei. Edward estava dizendo tudo o que eu sentia. Ele captou o negócio. E eu odiava isso. –Não pense que me conhece, por que não conhece. Sai daqui. Pára de me seguir como um cachorrinho! Acha que fazendo isso vai mudar algo? Não vai. Minha vida é um inferno por sua causa! Ele ficou me olhando, como sempre fazia. Suspirou, derrotado. –Se precisar de mim estarei em meu aposento. –Disse e se afastou. Aquilo me enervou. Aquela calma... Peguei um objeto qualquer da bancada e atirei em Edward, mas não acertou. Edward virou-se e me olhou chocado. –PARA COM ISSO! PARA COM ESSA CALMA, ESSA AMABILIDADE! VOCÊ ME DÁ NOJO! SEU DESGRAÇADO! –Eu tive um surto. Comecei a pegar objetos da bancada e atirar em Edward sem, porém, acertá-lo. Edward desviou-se dos objetos. –OLHA O QUE EU SOU! EU SOU UMA DESGRAÇA POR SUA CAUSA! – Disse e soquei o espelho diante de mim que refletia minha imagem. Edward segurou minhas mãos, ensangüentadas, tentando me manter parada, impedindo-me de me machucar. Eu me debatia em seus braços gritando, chorando, querendo que Deus fosse misericordioso o suficiente para lançar um raio na minha cabeça e me levar daquele mundo caótico. Edward me arrastou para fora do banheiro e me manteve o

mais imóvel possível em seus braços. Eu fui relaxando aos poucos, os batimentos cardíacos e respiração diminuindo até se equilibrarem a um nível mais saudável. Meus pés fraquejaram e fui escorregando, com Edward ainda me segurando, até sentar no chão. Eu não sentia as dores nas mãos onde o vidro as cortou. Deixei o torpor me dominar e fiquei calada, quieta nos braços de Edward. –Estou tão cansada. –Murmurei debilmente. –Cansada. Tão... Cansada. De tudo. O salva-vidas não devia ter me tirado da água. Eu devia ter morrido afogada, devia... Ele seguiu com a vida dele. Eu também queria seguir. –Senti na testa os lábios de Edward, nas costas o passeio de seus dedos. –Você ainda pode seguir. –Edward disse com brandura. Sacudi a cabeça em negativa. –Pode Bella. Deixe-me cuidar de você, deixe-me... Eu o empurrei, os olhos no chão. –Quero ficar só. –Murmurei. –Deixe-me cuidar das suas mãos. Está sangrando Bella. –Me. Deixa. Sozinha. –Disse pausadamente não com a voz raivosa de sempre, mas com a voz cansada. Edward me olhou de forma suplicante, querendo ficar ali, querendo cuidar de mim. Não, eu não o queria ali. Eu não queria sentir... Nada. Um fragmento não está aqui na minha cabeça Eu não consigo encontrá-lo Algo está faltando, algo importante Uma lembrança Um sentimento que se perdeu após o acidente As imagens das lembranças continuaram sem se interromper Eu estava bêbada e dirigia perigosamente pela via. Mas estava sóbria o suficiente para me lembrar. Eu pretendia visitá-lo, dizer que estava tentando ser uma nova pessoa, descartei James, e então vi o convite de casamento. Jake iria se casar com Leah. Eu vi as provas em sua casa. Sai de lá rumo aos bares, enchendo-me de bebida. Quando o dinheiro acabou eu passei em casa. Edward estava lá, mais cedo que o normal, e apenas me olhou enquanto pegava dinheiro na minha carteira, em meu quarto. –Bella... –Ele murmurou. Eu o olhei de forma mortífera.

–Você sabia, não sabia? É por isso que está aqui! –Vociferei. Ele ficou calado. –Billy está trabalhando em uma das minhas empresas, como você deve saber. Ele comentou com alguns funcionários. –Desde quando sabe sobre isso? –Sibilei. Edward mirava o chão. –Há duas semanas ou menos. –Por que não me contou? Por que Edward? Acho que você me devia pelo menos isso! –As lágrimas de raiva e de tristeza saíram sem que eu quisesse. Edward sacudiu a cabeça, parecia frustrado, triste. –Ainda pergunta o porquê? Olhe para você. Acho que gosto de vê-la sofrendo? –O rosto bonito torturado pela angustia, a tensão do momento. –Se não gostasse de me ver sofrer, nunca deveria ter me obrigado a casar com você! –Disse entredentes. Edward calou-se como sempre. Ele não tinha como contra-argumentar quando minha lógica era colocada. –Eu sei o quanto lhe prejudiquei, mas eu não receberei a culpa sozinho. Jacob desistiu de você. Eu não pus uma arma na cabeça dele para largá-la. Ele decidiu isto. Se eu estivesse no lugar dele, nunca teria abandonado você. Por que eu sempre a amei muito mais do que ele. Eu poderia contestá-lo, mas a lógica dele suplantou a minha. De fato Jacob desistiu de mim, por mais altruísta que tenha parecido seu ato. E Edward fez de tudo, com o risco de me magoar e magoar outras pessoas, só para me ter. Contentouse em me ter por perto, agüentando minha rudeza, os impropérios que gritava para ele... –Você não é melhor que ninguém. Não é. –Afastei-me ainda com os olhos fixos nele e quando dei por mim eu estava correndo enquanto uma verdade estranha penetrava minha mente, ainda mais do que em outros dias, deixando-me aturdida, assustada. Eu sabia que Edward me seguia, preocupado com meu estado, mas em momento algum olhei para trás. Quando dei por mim estava em meu carro, correndo, sem saber ao certo se voltaria. Eu bebi, eu corri, eu chorei Eu bebi, eu corri, eu chorei Eu bebi, eu corri, eu chorei

Meu carro em direção a ponte, minha mente cheia de lembranças terríveis. Eu me perguntei freneticamente o que me motivava a viver. Ouvi um barulho alto, um carro a toda velocidade. Olhei pelo retrovisor e vi um brilho prateado conhecido, mas estava desorientada demais para pensar em quem poderia ser se era ELE. O carro oscilou enquanto eu estava na ponte e vi então uma carreta seguir caminho contrário. Pensei em meu pai, como tinha saudades! Ele devia estar em um lugar bonito e me perguntei se iria para lá, se meus pecados seriam perdoados e eu poderia encontrá-lo no céu. Era tão tentadora essa alternativa! Meu carro foi lentamente para a pista oposta, de frente a carreta. Ouvi buzinas, mas ignorei. A carreta, com seu brilho vermelho, exercia um poder hipnótico em mim, como uma serpente. Fechei os olhos esperando pelo impacto. O impacto veio do lado errado e quando dei por mim eu estava girando. Tudo foi caos em volta de mim enquanto meu carro capotava, mas não imaginei que iria cair no lago. A morte que um dia ansiei em ter certa vez no clube me tomava novamente. Tudo era caos, tudo era dor, mas havia por detrás de tudo um conforto, Eu vi a silhueta conhecida adentrar a água e se aproximar, o rosto numa mascara de agonia. Fechei os olhos tendo como ultima imagem o rosto daquele que fora meu algoz: Edward. E as peças se encaixaram. A Bella que surgiu após o acidente era uma pálida figura se comprada a Bella real, de personalidade forte e esmagadora. Tudo de encaixou. Todas as lembranças estavam ali em minha cabeça. Tudo era caos, ódio e lágrimas novamente. ... –Senhora Cullen? –A voz masculina soou na cozinha. Eu o olhei com descaso. Era Joel e olhava-me aturdido. Na certa estranhando as vestes que me cobriam, ousadas em todos os seus detalhes, coisa que não usava quando era a patética Bella pós-acidente. –Minhas garrafas. Onde estão? –O que? –Comprei algumas garrafas e as estoquei aqui. Onde estão? –Meus olhos voltaram-se novamente para a adega. Não havia nada. –Senhora Cullen, a senhora não comprou nenhuma bebida, pelo menos não recentemente.

–Eu sei disso! –Sibilei. –Foi antes da porcaria do acidente! O que fizeram? Vocês beberam? –Eu o olhei com fúria. –Bem o senhor Cullen disse que... –Joel murmurava parecendo nervoso. –Ah! Entendi! –Falei com sarcasmo. –Então Edward pediu para que vocês se livrassem das bebidas. Sabe quanto tudo me custou? E vocês beberam! Que ótimo! – Fechei com aspereza a porta, as chaves de meu carro nas mãos. –Vou sair pra beber. –Espere senhora Cullen! –Joel me seguiu enquanto falava. –Eu acabo de ligar para o senhor Cullen para perguntar o que deve ser servido no jantar de hoje e... – Virei com as suas palavras. Joel estacou. –Não, você ligou para contar a ele que estou estranha. Esta tem sido sua função, não é? Ficar bisbilhotando minha vida e repassando para Edward como um maldito garoto do recadinho! –Esbravejei já na garagem. Entrei em meu veiculo ligando-o com a chave. Joel ficou parado, olhando-me mortificado. –Vai, corre e liga para a portaria dizendo a eles, para não liberarem minha passagem! Garanto que serei mais rápida! –E então arranquei com o carro sem saber se voltaria para aquela casa, sem saber que Bella predominava em minha mente, sem saber como ficaria Edward e eu. Tudo estava sendo temporariamente esquecido enquanto eu me distanciava daquele local, daquelas lembranças, daquela vida. Como imaginei eu consegui sair antes que Joel alertasse os seguranças que ficavam na portaria. ... Os passos apressados denunciavam sua tensão. Adentrou na sala encontrando seu mordomo ladeado de alguns empregados. –Senhor Cullen, que bom que chegou. –Joel murmurou. –Onde ela está? –Perguntou já seguindo o caminho de seu quarto. Joel o seguiu. Os demais empregados permaneceram na sala. –A senhora Cullen saiu para beber. Edward estacou e olhou surpreso para Joel, tal o absurdo de suas palavras. –Como assim? –Perguntou com aspereza. –Ela não achou as suas bebidas na adega e disse que iria sair para beber. – Joel disse, fitava o chão. Edward olhou para ele confuso.

–Senhor, eu não quero alarmá–lo, mas... O modo como à senhora Cullen estava agindo... Lembrou-me seu “eu” antes do acidente. Eu acho que ela... Edward não esperou pela conclusão das palavras de Joel. Notou que a porta do antigo quarto de Bella estava entreaberta e adentrou o local. O chão estava um pouco úmido, a porta do banheiro completamente aberta. Notou que havia objetos no chão e quando os viu ficou paralisado. Ajoelhado no chão, tocou cada um dos objetos próximos a ele: uma fotografia de Bella com Jake na moto, um colar, um urso, cartaz de amor... O desespero o incapacitou por longos minutos enquanto a verdade terrível penetrava em sua mente. As lágrimas cortaram o rosto bonito, agora desfigurado em uma máscara de desespero. Levou as mãos à cabeça segurando dolorosamente os cabelos entre seus dedos. –Não... –Murmurou com a voz débil não querendo ver o que estava diante de si. O espetáculo, os momentos de felicidade, acabara. –Não. Não... –Murmurou mais algumas vezes enquanto sacudia a cabeça em negativa. Joel olhou com pena ao senhor que servia. –Sinto muito, senhor Cullen. –Murmurou sabendo que este era o único consolo a oferecer aquele que parecia inconsolável. Notas finais do capítulo desculpem a demora, mas tive problemas para postar. deixem muitos reviews. proximo cap é o ultimo e depois vem epilogo (eu axo). bj

(Cap. 28) Capítulo 27 A velocidade que corria era perigosa, mas eu já estava acostumada. Aliás, meu antigo “eu” estava. Eu tinha dinheiro, um carro com um tanque cheio e não queria parar. Uma parte de mim se perguntava se Edward ficaria perturbado demais com o meu desaparecimento, mas a mente que dominava agora, a da antiga Bella, queria mandar tudo à merda. Parei no primeiro bar que encontrei, sofisticado, poucas pessoas: perfeito! Tomei duas doses, sai de lá quando o garçom me chamou de “senhora Cullen”. Eu não

queria pessoas que me reconhecessem ao meu redor. Dirigi pelas ruas enfiando-me em becos, nos bares mais escondidos. Encontrei um bar promissor, ainda estava sendo aberto e o garçom não parecia me conhecer. Pedi uma cerveja e fiquei bebendo, sentada em um banco alto em frente a bancada e fiquei a pensar. O que seria de mim? A pergunta veio para me atormentar. Eu não queria dividir uma casa com minha mãe, não tinha mais Jacob, não poderia dar trabalho a Billy e não tinha dinheiro suficiente para comprar e manter uma casa. Eu poderia ficar no carro zanzando por ai até me fixar em algum lugar, mas eu sabia que não agüentaria tal vida. Após esvaziar a garrafa de cerveja deitei minha cabeça na bancada. De repente fiquei ciente de algo. Havia alguma memória, algo pequeno, mas significativo, que eu ainda não lembrava. Foi naquele momento que o celular que estava em minha bolsa tocou. Peguei o celular com descaso. Varias ligações, mais de trinta e sete, todas de Edward. O telefone parou de tocar e então tocou novamente. Atendi sem pressa. Eu iria dizer algumas coisinhas a ele antes que o desconhecido me engolisse. Só Deus sabe o que iria acontecer a mim quando não tivesse mais dinheiro. Ficamos calados, eu ouvia apenas sua respiração rápida ao celular. Eu queria gritar ofensas para ele, culpá-lo como sempre fiz por todos os problemas que enfrentei até ali. Culpá-lo até mesmo por eu estar viva, por não ter morrido na colisão de meu carro com o caminhão. –Bella... Bella eu preciso ver você. Onde está? Está aqui perto de casa? Diga-me e eu irei... –Achou mesmo que poderia me esconder? Achou que estava seguro já que eu não tinha mais memórias? Deve ter ficado feliz não é? Quando o meu médico diagnosticou amnésia, não foi? –Minha voz calma, mas intensa. Edward calou-se. Ele não poderia argumentar comigo. Tudo o que dissesse só iria aumentar o clima de hostilidade que existia entre nós dois. –Bella... –A voz embargada, ele devia estar reprimindo um choro. –Temos muito que conversar. Tenho muito a dizer a você. Precisamos nos ver, conversar pessoalmente. Por favor, Bella. Bella, eu imploro! Edward aguardou ansioso pela minha resposta. Havia muitas coisas que queria dizer a ele, mas limitei-me a dizer apenas algumas poucas palavras. –Eu não irei lhe dizer onde estou, mas direi para onde vou. Procure-me daqui a alguns minutos no necrotério. Eu estarei lá! –E então desliguei o celular jogando-o no fundo da bolsa. Ele não voltaria a me incomodar já que meu celular estava desligado. Peguei algumas notas e joguei no balcão, pagando pela minha bebida. Sai

sem pressa alguma sabendo que meu próximo destino não ia ser nada agradável. Antes de seguir o meu curso, minha sina, parei em uma loja de conveniência e comprei uma garrafa de vodka. Ao passar por um corredor vi uma garrafa de vinho, a mesma marca de certa garrafa que Edward e eu bebemos. Lembrei-me das risadas, o clima gostoso entre nós... E odiei isso. Paguei pela bebida e praticamente corri em direção ao estacionamento onde estava meu carro. Segui sem rumo, sem perspectiva de nada, em direção ao desconhecido Não sabia onde estava ao certo, um parque abandonado qualquer. Estava sentada em um banco numa posição desconfortável. Bebia a vodka enquanto olhava os trilhos de uma ferrovia que nem sabia existir na cidade. Meu carro estacionado de qualquer jeito a alguns metros. Pensava em tudo: lembranças antigas, lembranças recentes e no elo perdido que unia as duas lembranças. Um fragmento de lembrança que estava perdido e que parecia ser importante. “O que importa? Estará acabado em menos de 24 horas!” –Pensei sorvendo um pouco mais da vodka. O caos em minha cabeça estava amainando e era aí que residia o perigo, este vazio. Peguei o celular no fundo da bolsa ainda desligado. Pensei em ligar para alguém: Jess, alheia aos meus problemas, sempre com uma fofoca na ponta da língua; minha mãe Renée que, apesar de todos os prejuízos que me causou, eu amava; Jake e seu sorriso lindo que sempre apagava minhas tristes, ou quase sempre... Eu nunca fui de muitos amigos nem de muitos namorados. Entristeceu-me saber que não teriam muitos que chorariam minha morte, mas pensei que só a tristeza que Edward sentiria compensaria muito. Sacudi a cabeça ao lembrar dele, mas esse simples movimento não me libertou de mais pensamentos sobre ele. Ouvi um barulho se aproximando, um trem. Naquele momento a inspiração mórbida me tomou. Como uma marionete, eu senti meus membros serem puxados por uma força maior, talvez a vontade de parar de sofrer, em direção ao meu carro. A minha morte O ultimo gole da garrafa de vodka. Olhei o trilho, diante de mim. A chave ainda estava na ignição, mas não havia forma de voltar atrás. Eu morreria de uma forma bem autentica, meu carro seria esmagado pelo trem que vinha em minha direção, já que eu estava em sua rota. Não me preocupei. O local em que estava era isolado o suficiente para não ter nenhuma interrupção como da vez em que tentei me matar na ponte. Seria rápido, seria eficaz e então eu estaria em algum lugar, talvez com meu pai. A garrafa de vodka resvalou até o chão do carro enquanto eu

me inclinava no banco do motorista fechando meus olhos, esperando o impacto do trem que vinha. Naquele momento eu me permiti pensar naquele que povoava minha mente: Edward. Agora que meu fim chegava, por que não pensar nele? Naquele momento eu me permiti pensar apenas nos momentos felizes, embora enganosos, que tivemos. Nossas mãos entrelaçadas, sua voz, seu cheiro, o sorriso que saia fácil com qualquer bobagem que fazia para ele, nossa dança no quarto, nosso primeiro e desconcertante beijo... Coloquei minha cabeça no volante atormentava. Eu queria morrer odiando-o a única coisa que parecia saber fazer! Lembrar do Ed bonzinho não estava ajudando. E então algo veio, algo estranho... A última lembrança para completar o quebra, cabeças, o elo perdido... Caminhei lentamente ao seu aposento. Ele não acordou com o barulho que produzi. Em suas mãos uma foto de nosso casamento, uma prática que ele desenvolvera desde que descobri a verdade: dormir abraçado com o porta-retrato. Sentei na cama esforçando-me para que ele não sentisse o peso adicional no colchão. Peguei a fotografia e a coloquei em cima do criado mudo. Olhei Edward em seu sono tranqüilo. Era tão difícil vê-lo com uma feição tranqüila como esta! Estava sempre sombrio, resultado de tudo o que fiz a ele. –Você não aprende mesmo, não é? Amar alguém que só maltrata você é uma atitude muito burra! Mas quem sou eu pra falar se estou amando aquele que tanto me prejudicou? –Sorri. Inclinei-me lentamente e o beijei. Edward mesmo adormecido sentia, claro que sentia. Ergui a cabeça num rompante. O trem a alguns metros. Liguei o carro e acelerei de ré enquanto o trem estreitava o espaço entre nós. Dei uma guinada e consegui sair dos trilhos com o carro, mas não consegui sair por completo. O trem me bateu em algum ponto e meu carro rodopiou, minha cabeça chocou-se contra a vidraça da minha janela. Eu fiquei parada. Ótimo, alguns minutos parados para me certificar que eu estava viva. E eu estava. Levantei sentindo o tremor da estrutura do carro que estava a centímetros do trem que ainda passava em seus trilhos. Minha respiração foi se abrandando à medida que o trem seguia seu curso, desaparecendo de minha vista. Olhei pelo espelho retrovisor e vi que minha testa estava machucada. Meu carro havia sido danificado também. –Eu to viva? AI MEU DEUS! HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! –Disse sozinha enquanto me apalpava. Como sobrevivi a toda aquela loucura? –Obrigada senhor!Obrigada! Essa vai ser a ultima vez, eu prometo. Não abusarei da sorte de novo! –Falei com as

mãos juntas olhando para o teto do carro. Agia como uma insana, talvez o ferimento que recebi pela batida do trem na lateral do meu carro fosse mais preocupante que o esperado. Eu sabia que tinha de ir a um médico, mas não tinha cabeça pra isso. Eu precisava ver Edward, precisava agora! –Tudo bem, eu passo em uma drogaria, compro algo pra dar um jeito na minha testa e vou pra casa. –Planejei ligando novamente o carro. Peguei a garrafa de vodka vazia no chão e a joguei pela janela. Enquanto dirigia com rapidez eu pensava na ultima lembrança que me assaltou, o elo perdido: Eu sempre amei Edward Eu quis me matar naquele fatídico dia não por Jake ter tocado sua vida ao ponto de se casar com alguém, mas por que havia descoberto que amava Edward, aquele que eu não poderia amar. Foi esta novidade que quase me enlouqueceu. E era por este motivo, descobrir aquele amor antigo que se duplicou por eu já te-lo amado como a Bella pós-acidente, que eu corria como uma louca para meu lar, para vê-lo. ... –-Bom dia senhora... –A voz da atendente morreu ao me olhar mais atentamente. Eu não a culpava pelo susto. Eu estava comum ferimento na testa, o rosto cheio de sangue. –Eu quero isso, por favor. –Disse ofegante devido à pressa com que cheguei até aquela drogaria e peguei o que precisava: uma água mineral, gaze e esparadrapo. A mulher começou a passar o leitor de código de barras. –Hmmm... A senhora não parece bem. Precisa de ajuda? –Perguntou olhando diretamente para meu ferimento. –Parece estar precisando de um médico. –Ah, eu estou bem. Isso não foi nada. Um barbeiro me deu uma fechada e bati com o carro. –Falei numa voz afável, mas pela expressão da atendente ela não estava acreditando em mim. Bom, eu devia estar cheirando a álcool, eu não a culpava. Moveu sua atenção para as compras. Como torrei toda a minha grana em bebida, paguei no cartão. Decidi, um pouco antes de ir embora, comprar um energético para me manter acordada e balas de menta para tirar o bafo de álcool. Antes de sequer entrar na minha rua, peguei toda a tralha que comprei e usei para a assepsia do meu ferimento. Nem precisei ficar diante dos grandes portões e minha casa para ver o caos que estava formado. Duas viaturas policiais na porta. Aquilo era mal sinal.

–Senhora Cullen? –O segurança anunciou chamando a atenção de todos para mim. Bufei. –Sim, sou eu. Quero entrar. –Inquiri e logo recebi passagem para adentrar a propriedade. Mais carros da policia. Não deveria me surpreender com o tumulto, Edward deve ter ficado apavorado com minhas ultimas palavras naquela ligação. Senti olhos em mim, mas ignorei. Só estava preocupada com Edward e ninguém mais. Estacionei meu carro na vaga de sempre. Vi minha mão ladeada de alguns policiais correrem em minha direção. –Merda. –Murmurei saindo do carro, deixando minha bolsa lá. Minha mãe correu, berrando meu nome, e me agarrou num abraço. –Bella, onde esteve? Fiquei tão preocupada! –Ela chorava e não havia resquício de fingimento. Eu a abracei sentindo que até mesmo o ódio pela minha mãe havia se dissipado. –Desculpe, eu precisei colocar a cabeça no lugar. –Murmurei. –Então você é a fujona? –O policial falou, deveria ser o que comandava os demais. –Acho que isso significa que eu e meus homens não somos mais necessários. –Obrigada por seus préstimos. –Minha mãe disse ao homem. Ele acenou e saiu sendo seguido por uma quantidade impressionante de policiais, muitos dos quais eu não tinha notado. –Filha, eu soube que sua memória está de volta. Eu sei que fiz coisas horríveis e eu quero que saiba que... –Ela gaguejava com lágrimas nos olhos. –Deixa pra lá. Eu quero enterrar esse assunto. –Falei com uma voz cansada, cansada de tudo. –Eu sei, é o melhor, mas... Ainda sim eu peço perdão. Por tudo. –E sua voz ardia de arrependimento. Beijei sua testa. –Tudo bem. Agora eu quero ver o Edward. Preciso muito dele agora. – Comecei meu trajeto até a sala, foi quando eu vi Joel ladeado de um médico. –Joel, por que esse médico está aqui? –Perguntei ignorando o fato de que eu estava sendo mal educada por nem cumprimentá-los adequadamente. Eles trocaram um olhar significativo e então eu soube que eles me escondiam algo. Alguma coisa aconteceu a Edward. –Droga! –Corri como louca para onde Edward poderia estar. Notei passos atrás de mim, mas ignorei.

–ONDE ELE ESTÁ? ACONTECEU ALGO? –Perguntei desesperada enquanto corria. Acho que era Joel que me acompanhava. –O senhor Cullen estava muito agitado pelo seu desaparecimento. Tentou sair abalado como estava para procurá-la. Se ele saísse de casa poderia acontecer uma catástrofe então eu liguei para seu médico e pedi que viesse. –Joel dizia enquanto seguíamos para o quart de Edward. Virei para olhá-lo. –E o que fizeram para que ele não saísse? –Perguntei e então uma voz sôfrega chamou meu nome. –Bella... Eu reconhecia aquela voz. Virei a tempo de vê-lo parado a sua porta, apoiando-se na parede. Estava descalço ainda vestido com sua calça social preta e camisa azul marinho de botões. Olhava para mim, mas seus olhos de alguma forma pareciam perdidos, como se não conseguisse me enxergar. –Bella... –Murmurou novamente tentando caminhar pelo corredor até mim. Fiquei parada e só consegui reagir quando o vi cambalear. Edward iria ao chão se alguém não o segurasse. Corri em sua direção e pude, com sucesso absoluto, agarrálo antes que caísse. Seu peso, no entanto, foi demais para mim. Cai de joelhos, com ele em meus braços. –EDWARD! –Chamei. Edward murmurava meu nome sem parar, inconsciente de que eu estava ali com ele. –MAS POR QUE DIABOS ELE ESTÁ ASSIM? – Perguntei num tom rude a Joel. –Foi o único modo que o doutor encontrou para impedi-lo de cometer uma loucura. Ele teve de aplicar um calmante no senhor Cullen. Acredito que aplicou uma dose maior do que a necessária. –Joel dizia enquanto ajudava-me a pegar Edward para levá-lo novamente a cama. Ele o ergueu colocando um dos braços de Edward em seu ombro, o outro na cintura, e o arrastou. Eu segui ao lado de Edward. – O senhor Cullen deveria estar dormindo profundamente. Não entendo como se manteve acordado. Na certa estava tão preocupado que não deixou o calmante nocauteá-lo. –Dizia Joel enquanto deitava Edward na cama. Mesmo agora, quase apagado pelos medicamentos, eu via o semblante sofrido de Edward. Senti uma pontada de culpa. –Eu cuido dele agora. –Murmurei sentando na cama. Próximo a ele, enquanto retirava meus sapatos. –Tudo bem. Cuidarei de tudo. Boa noite senhora Cullen. –Disse o mordomo

seguindo para a porta. –Joel? –Eu o chamei antes que passasse pela porta, meus olhos fixos em Edward. –Obrigada por tudo. Perdão pelas coisas que fiz. –Falei baixo, mas acredito que Joel tenha ouvido. –Não precisa agradecer. É meu trabalho cuidar desta casa e das pessoas que residem nela. Sei que como empregado eu não tenho direito de pedir determinadas coisas, mas tenho um pedido a senhora. –A surpresa pelas suas palavras me vez virar para olhá-lo. Joel tinha uma expressão facial afável, algo atípico dele. –Cuide do Edward. Ele é um bom rapaz apesar de tudo. –Eu vou cuidar. –Prometi do fundo do meu coração. Joel lançou um olhar para Edward e então partiu, fechando a porta atrás de si. Levantei apenas para trancar a porta, não queria nenhuma interrupção. Retirei o casaco de couro que usava deixando-o em cima e uma poltrona. Eu retirei em seguida os brincos de argola e outros pertences que me adornavam, com exceção de minha aliança. Pensando bem eu nunca a tirei do dedo, mesmo quando descobri a verdade. Talvez apenas por esquecimento eu não tenha feito tal coisa. –Bella... –O murmúrio débil de Edward me despertou e fui imediatamente para o seu lado. Ele estava sentado na cama, uma mão no rosto. Definitivamente estava dopado. Fiquei sentada na cama de frente para ele. –Eu estou aqui. –Disse tocando seu rosto. Edward afastou a mão que até então cobria seu rosto e colocou sobre a minha em sua bochecha esquerda. Seus olhos cor de ocre se fixaram nos meus e ao me encontrar ali, Edward inclinou-se sobre mim aconchegando-me em meus braços já abertos a sua espera. Eu o senti tremer em meus braços. Pensei que pudesse ser uma reação a droga que deram a ele, mas quando ouvi soluços eu soube que Edward estava chorando, de novo. Fiquei um pouco reconfortada em saber que, com minha resolução, eu não seria mais motivo de pesar em sua vida. Afaguei suas costas esperando que ele desabafasse e só assim dizer algo, pedir perdão. Quem poderia imaginar o que ele pretendia fazer? Subitamente Edward me beijou com tanta intensidade que precisei empurrálo quando meus pulmões protestaram por ar. Mesmo nossos lábios não se tocando, os lábios de Edward não saíram de mim (passaram pelo meu rosto, meu pescoço, clavícula, ombro). Deitou-se sobre mim e, afoito, tentou se desvencilhar das próprias peças de roupa. Eu o ajudei, ele não tinha condições alguma de fazer isso sozinho e, como estava tão urgente quando ele, eu acabei rasgando sua camisa. Nossa urgência foi aumentando e então tudo o que vi antes de senti-lo dentro de mim foi minhas peças de roupas voando e caindo no chão.

Nunca me senti mais plena, nem mesmo quando fiz amor com Jake pela primeira vez. Talvez fosse por que meu amor por Edward havia se duplicado, o amor da antiga Bella unido com o amor da Bella atual. Cara célula do meu corpo parecia estar ciente de Edward sobre mim, dentro de mim, nossas peles atritandose e seus gemidos em meu ouvido. Arranhei suas costas comprimindo-o mais contra mim, quase o fundindo em meu corpo. De fato era isso o que eu queria, queria que fôssemos um só. Quando eu estava quase chegando ao orgasmo, Edward parou. Simplesmente parou. Ergueu um pouco seu corpo e fechou pesadamente seus olhos, levou uma mão no rosto. Edward devia estar esgotado, lutando para conter a letargia causada pelo medicamento que foi aplicado pelo doutor. –Não... –Murmurou pesaroso como querendo afastar o cansaço. Toquei seu rosto. –Descanse. –Pedi. Edward deitou-se novamente sobre mim. –Não posso. Se eu dormir... Voz vai embora. –Sua voz era baixa, arrastada, mas eu conseguia ouvir. Coloquei minhas mãos em seu rosto e o fiz olhar para mim. –Eu vou estar aqui. Eu não vou à parte alguma. Agora descanse, ficar se forçando assim faz mal. –Acariciei seu rosto com a ponta dos dedos, querendo continuar o que estávamos fazendo mais do que tudo, mas sabendo que o melhor para Edward era dormir. –Vem cá. –Chamei envolvendo-o em meus braços, colocando sua cabeça na curvatura do meu pescoço. –Eu amo você. –Murmurou contra minha pele e continuou a murmurar a frase até adormecer. O abracei apertado contra mim adorando aquele calor, aquele cheiro másculo dele, a textura da sua pele. Eu o queria pra mim, pra sempre. Eu precisava de Edward, sempre precisei. Eu não seria capaz de deixá-lo novamente e o ódio que me guiou durante tanto tempo no passado não mais existia. Eu estava liberta de toda a dor finalmente. –Quem diria que daria certo algo que nasceu tão errado, hein? –Eu o olhei ternamente sentindo minhas pálpebras mais e mais pesadas, finalmente sucumbindo ao cansado de um dia esgotante física e mentalmente falando. Eu o beijei na testa, como uma mãe beijando seu filho de forma carinhosa. Apaguei com ele em meus braços. ... Lá estava ele deitado na cama, nu, o lençol mal cobrindo seu corpo. Voltei meus olhos para a parede de vidro olhando o lindo jardim banhado pelos brilhos do Sol. Durante a madrugada, quando acordei após alguns minutos cochilando, tomei uma decisão. Eu sabia que era preciso, mais do que continuar com tudo aquilo, com

aquele casamento de ilusão. Mãos me abraçaram por trás e um beijo foi depositado em meu ombro. Embora não tenha notado sua aproximação, não me alarmei. Edward me apertou contra o corpo e senti que ainda estava nu. –Pensei que não a encontraria pela manhã... Que tudo era um sonho. –Disse próximo ao meu ouvido. Sorri. –Você estava dopado demais para distinguir o que era real e o que era um sonho. –Falei entre risos virando-me para ele e o abraçando pra valer. –Ainda que tudo seja real, que você esteja aqui, eu me pergunto se isso vai durar. Eu não... –Coloquei o dedo em sua boca. –Shhh! Não quero falar sobre isso, eu não quero falar sobre nada. –Fechei os olhos e encostei minha cabeça em seu ombro. –Perdão. –Edward disse. Sabia que ele não iria perder a oportunidade de me pedir perdão. –Sei que não quer ouvir nada a respeito, mas preciso pedir perdão e preciso que você me perdoe. –Sua voz mostrada toda a emoção daquele momento. Era chegada a hora de dizer e isto não seria fácil. Minha resolução certamente iria feri-lo em primeira instância. –Eu o perdôo se você me perdoar também. Fiz muito mal a você. –Toquei seu rosto com uma mão. Edward inclinou sua cabeça para a mão que eu mantinha em seu rosto. Fechou os olhos. –Eu mereci. –E seu tom de voz soava amargo, como se odiasse a si mesmo pelo que tinha feito. –Mas eu não me arrependo do que fiz. –E seus olhos cor de ocre queimaram enquanto olhava para mim. –Vamos enterrar tudo o que aconteceu Edward. –Pedi. Era tudo o que queria. Até falar no assunto era doloroso. –Mas... Antes de encerrar o assunto por completo, para enterrar tudo o que de ruim nos aconteceu, eu tenho um pedido. –O que você quiser. –Edward murmurou concentrado ao máximo no que eu iria dizer. Respirei fundo e pronunciei bem lentamente as palavras que iriam sentenciar nosso futuro: –Eu quero o divorcio. –Disse resoluta. Edward olhou-me com assombro, uma máscara de desespero em sua face tão bela. Eu sorri. Notas finais do capítulo Escrevendo a continuação. após isso faço minhas considerações finais. Para quem

quiser saber tudo sobre minhas fics em primeira mão só me seguir no twitter: www.twitter.com/jacksampaio Ah e para quem lê aqui minha fic chamada "Internato Cullen: um amor avassalador" eu conversei com a minha leitora que está postando e ela estava viajando. Vai voltar a postar.

(Cap. 29) Epílogo Minhas mãos suavam. Eu não compreendia o porquê do nervosismo. Eu não havia casado antes por interesse? Meu nervosismo não deveria ter ficado naquele momento? Fazia um mês que estava separada de Edward, um mês em que me preparei para um casamento de verdade com aquele que mais amava. –Bella, querida, você está suando! Ainda bem que está usando maquiagem a prova d’água. –Minha mãe dizia enquanto ajeitava minha grinalda. –Temos que ir. Ela me ajudou a chegar até o jardim onde aconteceria o casamento sem problemas. Lembro de meus planos com Jacob, o quanto queríamos um casamento simples no jardim. Agora meu sonho estava se realizando. Billy, representando meu pai, guiou-me até o local onde meu noivo esperava. Minha mãe caminhou apressadamente para tomar o seu lugar próximo ao noivo. Olhei para os poucos convidados ali, apenas por alguns instantes e então vi Jacob. Ele estava lindo, um rosto com uma expressão emocionada que ele tentou reprimir. Leah, sua mulher, estava ao seu lado não percebendo a emoção que ele deixava transparecer. Assim que olhei meu padrinho e minha madrinha, meus olhos foram para aquele que eu mais queria ver. Edward estava lindo, os olhos brilhantes, lacrimejantes. Vestia um lindo fraque branco com detalhes em azul, combinando com meu vestido tomara que caia branco com detalhes azuis no buquê e em algumas partes do meu vestido. Billy levou-me até metade do corredor ornado com guirlanda de flores, Edward veio me pegar. –Cuide da garota. –Billy disse numa voz rude, soou como uma ameaça. Edward reprimiu um riso.

–Eu zelarei por ela com toda a certeza. –Disse pegando minha mão e guiando-me até o altar onde o padre esperava. Já havíamos casado na igreja, teoricamente não poderíamos nos casar novamente, mas como eu estava me casando com a mesma pessoa o padre concordou em fazer a cerimônia. Os votos foram simples, mas tão cheios de amor e veracidade que chorei antes mesmo de dizer “sim”. Trocamos nossas antigas alianças por novas. Não queríamos nada do passado, a única coisa que mantemos foi a casa, o restante, inclusive nossas fotos e vídeo de casamento, foram jogados fora. –E eu os declaro marido e mulher. Agora pode... –Antes que padre concluísse suas palavras Edward puxou-me para seus braços e me beijou de forma entusiasmada. Ignoramos todos ao nosso redor, concentrados apenas em nós e nada mais. Querido diário Achei que minha vida tinha acabado quando meu pai partiu, quando a inanidade e minha mãe me compeliu a fazer o que ela queria. E agora, todo o sofrimento, no momento em que soube que o amava se dissipou. –Diz que me ama? –Edward perguntou, seu rosto a centímetros do meu. Envolvi seu pescoço com meus braços puxando-o para deitar sobre mim. –Hei, esse lance de sentimentalismo deveria ficar apenas com as pessoas do sexo feminino. Você nem parece um homem! –Quando disse isso, no intuito de provocá-lo, Edward provocou fazendo cócegas em mim. –HÁ HÁ HÁ HÁ! PARA! –Eu gritei tentando empurrá-lo. –Vai me dizer AGORO que me ama! –Ele disse divertido. Lembrei-me que Jacob e eu tínhamos a mesma brincadeira, mas não senti dor alguma pela lembrança. –Eu te amo. –Murmurei. Edward lançou um sorriso triunfante enquanto inclinava-se para me beijar. Estar com Edward era maravilhoso. Edward tornou-se meu mundo, meu tudo. Acho que sempre soube que seria assim. Sempre soube que Edward iria me conquistar. Por isso eu o temi, tentei evitá-lo. Cumprimentei a quase todos do evento beneficente em que estava com Edward. Pensei que Edward iria ficar com os acionistas da empresa e me deixar com as socialites que odeio, mas ele m e surpreendeu. Pegou-me pela mão e me puxou para a pista de dança. –O que está fazendo? –Perguntei enquanto ele enlaçava minha cintura com

suas mãos. –Dançando com minha esposa. –Ele disse sorrindo. Agora Edward estava sempre sorrindo. Isso me enchia de satisfação. –Mas Edward, não está tocando nenhuma música! –E no momento que disse isso a música soou, a nossa música. Eu o olhei surpresa. –Você é impossível! –Disse e o beijei com empolgação, esquecendo onde nós estávamos. E mesmo com o pouco tempo em que estamos vivendo esse conto de fadas, foi o suficiente para enterrar minhas dores. Agora tudo está perfeito. Jake com sua Leah, eu com meu Edward... Ainda sim nós mantemos distância, esperando que as feridas do passado fiquem fechadas. Um dia nós iríamos nos encontrar e falar abertamente sobre o passado sem sofrer. –Você faz esse movimento com o bastão. –Edward dizia em meu ouvido. Edward me deixou guiar o bastão que estava segurando fazendo o movimento e acertando a bola. Edward havia tirado o dia para me ensinar a jogar pólo. Agora compartilhávamos um cavalo e passeávamos pelo campo de pólo do clube. Não me importava com as aulas. Só me importava em sentir Edward tão perto de mim. Ele beijou minha bochecha enquanto retomávamos a aula. E toda vez que Edward me beija, me toca, me toma, sinto que é nossa primeira vez. Vai ser sempre assim. Sempre. E agradeço a Deus por isso. Esta será a última vez que irei escrever em tuas paginas. Eu não preciso de nenhum lembrete de meus momentos de dor e alegria. Por que eu os sinto e isso basta. –Com sono? –Perguntou, seus abraços envolvendo-me. Estávamos deitados em nossa cama de frente para o outro. –Um pouco. Você me deixa esgotada quando fazemos amor. –Disse divertida fechando meus olhos em seguida. Senti seus lábios em minha testa, minhas pálpebras. –Então durma meu amor. Vou velar pelo seu sono. –Edward murmurou. –Não quero que vele pelo meu sono, quero que durma junto comigo. – Murmurei numa voz débil, já me entregando a inconsciência. –Eu amo você. –Edward disse, sua voz tão bonita! Sorri. –Eu também te amo. O tempo passa e percebemos, naquele momento, que somos apenas

suas marionetes Nada escapa do tempo No entanto, o tempo não deteriorou Ele agiu para fortificar laços E para dar algo a mais para Edward e eu –Não acredito! A Leah te ligou? –Jacob perguntou surpreso. –Sim. Ela me implorou para visitá-la. Não agüenta mais visitas masculinas. Eu vou vê-la amanhã. –Disse enquanto tomava meu sorvete. O dia estava quente, perfeito para algo assim. Jacob notou que seu sorvete derretia e voltou a comê-lo. –E quando os gêmeos virão? Daqui a um mês? –Perguntei distraída. –Menos do que isso. Por isso o médico disse que seria melhor Leah ficar internada até o momento de ser operada. Para que não sejamos pegos de surpresa. E você? Quando a menina vai vir? Já tem uma data? –Jacob tocou minha barriga, visível agora. Acariciei meu ventre. –Tem muito tempo ainda Jake. Estou com menos de quatro meses. E que papo é esse de menina? Eu nem sei o sexo! –Eu sonhei que você teria uma menina. Acho que estou certo. Sonhei que Leah ficaria grávida de gêmeos e acertei. Queria ter essa sorte na loteria. –Murmurou falsamente emburrado. Soquei seu ombro. –Não fica jogando praga! Não me importo com o que vier. Mas se for menina já tem um nome: Reneesme Carlie. –Bonito. –Jacob sorriu discretamente. –As coisas mudam, não é? Você nem pensava em ser mãe e agora será uma com apenas vinte e trás anos. –Pois é. Mas Edward me fez mudar de idéia. –Não o olhei. Eu sabia que Jake diria algo. –Ainda dói Bella. Não ter você... –Vai melhorar. A Leah vai curá-lo assim como Edward está me curando. – Olhei para ele e sorri. Ele sorriu também. –Foi bom te ver. Espero ter mais encontros como esse. –Ele olhou pro sobre os ombros e riu. –Parece que o seu motorista chegou. Cadê o seu carro?

–Edward me fez vender tudo. –Bufei. Se antes ele já era preocupado, com minha gravidez ele piorou. Não me aborreço com isso, porém. –Tchau Bells. –Jake disse beijando minha bochecha. –Até logo Jake. –Disse vendo-o se afastar em sua moto. Esperei ele desaparecer e só então entrei no carro. –Para onde senhor Cullen? –O motorista perguntou. –Para casa. Murmurei acariciando o meu ventre enquanto seguíamos no carro, afastando-se da praça onde eu estava anteriormente com Jacob. Demorou apenas alguns poucos minutos até chegarmos a minha casa, agora com um brilho diferente. Os empregados sempre felizes, flores nos jardins e em vasos pela casa. Tão aconchegante! O carro estacionou em frente às escadarias da entrada principal. Sai sem pressa, sem esperar que o motorista abrisse a porta. Ele estava ali naturalmente. Esperando por mim, como em todos os outros dias. Um sorriso lindo nos lábios. Ergueu as mãos esperando que eu encurtasse a distância e o abraçasse. Eu caminhei e então me deixei envolver. –Bem vindas de volta, meus amores. –Edward disse afetuoso para mim e para o nosso bebê. –É bom estar em casa. –Murmurei contra eu peito. Eu o beijei nos lábios e nós entramos. A porta fechando lentamente atrás de nós. O tempo passa... As memórias enfraquecem na minha cabeça, mas não em meu coração FIM

Notas finais do capítulo Bom então é isso. Obrigada a todos pelo apoio. Obrigada aos que leram, comentaram, divulgaram... Sem vocês eu não sou nada como escritora de fics. Esta fic não terá continuação ou versão de Edward. Darei continuidade aos meus projetos parados. Continuarei a postar em O contrato e Viva Stanford. Também postarei fics novas que já estão sendo escritas. Beijos e obrigada.

(Cap. 30) Capitulo extra 1: Segunda lua-de-mel Aquele era o fim e o começo. O fim da angústia, da tristeza. Não havia mais muros entre mim e Edward, apenas um amor inexplicável. –Vamos lá Bella. –Murmurei para a minha imagem em frente ao espelho do banheiro. Eu estava pronta para a minha segunda lua-de-mel. Caminhei até a porta e girei a maçaneta. Cenas do nosso casamento passavam em minha cabeça; quanta diferença se comparado com o meu primeiro casamento com ele! Em meu primeiro casamento, eu não o amava. Fui obrigada a deixar a pessoa que amava e me casar com Edward. Mas agora... Trajando nada mais do que um hobby branco, adentrei o nosso quarto. A meia luz do abajur, eu percebi que Edward não me esperava na cama. Estava de pé colocando um CD no aparelho de som sofisticado. Assim como eu, Edward trajava apenas um hobby de seda preto cobrindo sua nudez. –Fundo musical? –Perguntei. Mesmo Edward estando de costas, eu sabia que sorria. –Acho apropriado. A música “No sound but the Wind” da banda EDITORS soou pelo aposento. Lembrei da primeira vez em que a ouvi, quando fiz amor com Edward pela segunda vez após o acidente. De fato aquela tinha se tornado nossa música. Edward caminhou lentamente até onde eu estava. Com os olhos fixos nos meus, abraçou-me fazendo meu corpo acompanhá-lo para lá e para cá. Correspondi ao abraço encostando minha cabeça em seu ombro e fechando os olhos, deixando-me envolver por aquele momento mágico. –Hoje foi o dia mais feliz da minha vida. –Edward murmurou. –Nós vivemos muitos momentos bonitos, mas hoje sem dúvida foi o melhor. –E novamente as lembranças de nossa cerimônia, o casamento no jardim que sempre sonhei, vieram em minha mente, em nossa mente. As flores do campo. Os risos dos convidados. O cantar dos pássaros. As borboletas. A música tocada por um grupo de músicos. E Edward esperando-me no

altar, lindo em seu fraque branco com detalhes azuis. Sua voz encantadora dizendo “sim”. O novo anel deslizando pelo meu dedo. Seu beijo doce. O aperto de suas mãos nas minhas. O arroz jogado em nós dois sendo que boa parte dos grãos caíram em meu decote. O pôr do Sol. O cheiro de vinho mesclado ao de jasmins. A comida que desta vez eu degustei, ao contrário do primeiro casamento em que fui obrigada a posar para fotos e mais fotos. E agora as mãos de Edward acariciando minhas costas, por cima do meu hobby branco, enquanto dançávamos sozinhos no nosso quarto, em nossa casa. Meu corpo todo se arrepiou. Rocei meus lábios em sua clavícula pouco exposta pela abertura do hobby enquanto minhas mãos acariciavam suas costas. –Tantas vezes pensei que iria perdê-la. Agora você é realmente minha. Mesmo sabendo o quão imperfeito eu sou, quis ficar comigo. –Seu desabafo me comoveu. Ele sempre se colocava no posto de vilão e sofria com isso. –Eu fiz tanto mal quanto você. De qualquer forma acabou. –Falei num suspiro. Havia acabado. Isso era maravilhoso. A sensação de não precisar mais agir como uma guerreira espartana, pronta para uma batalha, era reconfortante. Bailamos por mais alguns minutos, ignorando a nova música que tocava. Edward manteve um braço em minha cintura puxando-me de encontro a ele. A mão livre ele usou para erguer meu rosto e encará-lo. Fazia caricias em minha bochecha e meus lábios com o polegar. Fechei os olhos e beijei sua mão, me aproximei e beijei seu pescoço, ergui meu rosto e beijei sua boca. Os lábios de Edward moviam-se lentamente contra os meus, suas mãos acariciavam minhas costas por cima do hobby branco. Minhas mãos envolveram seu pescoço, içando meu corpo para mais perto dele. Eu poderia permanecer daquele jeito pelo resto de meus dias, pensei. Sempre nos braços de Edward, sempre o beijando. Sempre. Meu Edward, só meu. Aquele que eclipsava tudo a minha volta, tornando-se meu Sol. Seria possível alguém amar outra pessoa mais do que eu? Mais do que ele me amava? Eu duvidava. Ergueu meu corpo e me conduzir à cama. Deitou-se sobre mim, suas mãos retiravam meus cabelos de meu rosto. –Minha linda esposa. –Murmurou enquanto dava beijinhos em meu rosto. Conseguiu com isso arrancar risos meus. –Edward, Pará! –Pedi quando senti cócegas feitas por ele. Que ótimo! Edward estava acabando com o clima de excitação. Tentei empurrá-lo ainda aos risos. Minhas mãos, antes espalmadas em seu peito, foram capturadas e presas acima de minha cabeça. Edward conseguiu essa proeza apenas com uma mão. Sua

outra mão acariciou meu corpo, do pescoço a virilha, e seus dedos se infiltraram em meu hobby, abrindo-o, chegando a minha feminilidade. –Ah! –Arfei ao sentir seus dedos ali. –Minha linda mulher. –Sua voz mostrava todo o desejo suprimido até aquele momento. O clima amistoso dera lugar novamente aquele sentimento de luxúria e amor, perigosamente mesclados num só. Tomou meus lábios com brusquidão, mas não me assustei. Eu o queria daquele jeito, bruto, amoroso, de qualquer jeito. Meu Edward, só meu. Minhas mãos o puxaram para meu corpo, pelos cabelos. Suas mãos me despiram do hobby que eu usava; eu fiz o mesmo com ele. Senti um prazer intenso quando nossas peles nuas se tocaram, fazendo meu corpo inteiro ficar em brasa. Nós já nos conhecíamos, era verdade, mas novas descobertas surgiam naquele momento. Minhas mãos passearam pelo corpo de Edward, conhecendo-o. Edward acariciou meu corpo com o mesmo objetivo. A descoberta mútua durou vários minutos e quando Edward se deu por satisfeito, começou o reconhecimento com a sua boca. Entorpecida pelo prazer, deixei que agisse em mim. Seus lábios beijavam cada parte do meu corpo de forma ousada, concentrando-se nos pontos mais sensíveis. Edward havia se tornado um amante habilidoso e fiquei satisfeita em saber que eu fui sua única professora. Quando senti sua língua em minha feminilidade, eu quis ousar como ele. Eu o afastei apenas para posicioná-lo do jeito que eu queria. Edward entendeu o recado sem que houvesse a necessidade de explicações. Com os corpos de frente para o outro, nossas bocas acariciavam nosso ponto maior de prazer. E era tão bom dar e receber! Com alguém que se ama, compartilhando de tamanha intimidade... Ele era meu único amor. Ninguém ocuparia o seu lugar, pensei enquanto Edward penetrava com suavidade meu corpo, marcando-me novamente como dele. E suas mãos, seus lábios, não deixavam minha pele. Edward me dominou e me deixou dominar. Amantes, ambos participativos do ato de fazer amor, dando e recebendo prazer sem limites. Ele exigia do meu corpo, encaixando-nos de varias formas, pressionando seu corpo contra o meu com diferentes níveis de força. Eu me deixei levar, ajudando-o quando podia e usando de criatividade naquele momento, assim como ele fazia. Eu o queria para sempre.

–Está cansada? –Perguntou para mim quando paramos. Ergui uma mão e acariciei seu rosto. –Não. Eu apenas... Eu gosto de ficar olhando para você sem fazer nada. E gosto dessa expressão que você faz. –Ele pegou minha mão e beijou a palma. –Qual é a expressão que eu faço? –Perguntou. –De felicidade e paz. Essa expressão está no seu rosto desde o dia de hoje. Eu gosto dela. –Confessei. Edward, que estava deitado de lado e de frente para mim, arrastou-se para mais perto até nossos narizes se tocarem tamanha a proximidade. –Você a verá todos os dias a partir de agora. Isso é uma promessa. –Disse. Olhamos-nos por alguns instantes. –Eu quero de novo. –Pedi deitando-me sobre ele. Edward logo entrou em sintonia com o meu bom humor. –O que você quer? –Perguntou retoricamente. Ele sabia o que eu queria. –Quero você. –Meus lábios moviam-se juntamente com os seus. –Seu pedido é uma ordem. –Ditou-se sobre mim. Novamente fomos para as nuvens. ... O Sol raiava. Senti primeiramente o seu calor para depois ver o quarto belamente iluminado por seus raios. Mas eu não vi a luminosidade do Sol de imediato. Encontrei um par de olhos cor de ocre que me olhavam com um amor indescritível. –Bom dia esposa. –Disse numa voz afável. Reprimi a vontade de chorar pela felicidade que eu estava sentindo. –Bom dia esposo. –Sorrimos para o outro, cúmplices de um amor avassalador que duraria o resto de nossos dias. Notas finais do capítulo Como eu havia dito postarei 3 especiais dessa fic com temas escolhidos atraves de votação no meu blog. esse primeiro mostra a lua de mel de Ed e Berlls apos o segundo casamento. uma continuação da fic.

(Cap. 31) Capitulo extra 2: Grávida Nenhum dia era igual ao outro, não para mim. Até um dia tedioso para alguns, para mim, porém, era fantástico. E isso se devia a duas pessoas: meu marido Edward e minha filha Reneesme. Mesmo com o tempo de casado que tínhamos, três anos, ainda vivíamos aquele amor juvenil de outrora. Edward não mudou nada fisicamente, parecia ser ainda o jovem de vinte e um anos com quem me casei, mas mesmo que a idade lhe pesasse, não me importaria. Reneesme estava com um ano, uma formosura! Tão parecida com Edward e ainda sim parecida comigo! Como era possível alguém ser parecido fisicamente com duas pessoas do sexo oposto? Ser mãe mudou a minha vida. Era estranho ter alguém quase que totalmente dependente de você, parecido fisicamente com você, alheio a todos os perigos do mundo exterior e sustentando suas crenças e verdades em minha imagem... Edward brincava com Reneesme no jardim. Era uma maravilha vê-los se divertindo com pequenas coisas, como Reneesme ficar toda sorrisos por causa da bolinha que Edward jogava em seus pés para que ela chutasse. Eu me lembrei o modo no mínimo curioso com que eu descobri estar grávida... –Senhora Cullen, eu acho que deveria... –Joel murmurou pela décima vez. Eu me afastei minimamente do vaso sanitário e o olhei com raiva. –Se falar que eu devo ligar para Edward e contar, eu vou vomitar em você. – Ameacei. O enjôo me tomou novamente e voltei a vomitar. –Senhora Cullen, já está passando mal desse jeito há três dias. Isso não é normal. Eu não contei nada ao senhor Cullen por que me garantiu que contaria a ele e procuraria um médico. Mas não fez nada disso. –Joel me repreendeu. Mal ele sabia que esse meu mal estar já durava sete dias. Se eu tivesse sido cuidadosa há três dias, nem mesmo ele saberia. Eu havia ido ao médico no terceiro dia e deveria receber o resultado dos exames anteontem, mas meu exame misteriosamente desapareceu. Meu médico marcou uma nova consulta daqui a quatro dias.

–Eu vou contar a ele hoje. –Murmurei pegando o copo de água que Joel me oferecia. Limpar a boca com a água fria ajudou um pouco a atenuar meu mal estar. –Espero mesmo que conte. Caso não diga nada, eu direi. E eu sabia, por experiência própria, a devoção de Joel por Edward. Tudo o que acontecia na casa, especialmente comigo, Joel contava a Edward. Eu não queria contar, não antes de saber o que eu tinha. Temia ser algo grave. E se eu estivesse doente? Edward era tão sensível, já havia sofrido tanto! Eu não queria infringir um novo sofrimento. Ele não precisava sofrer junto comigo. ... Deitava em nossa cama, meu celular tocou. Não queria levantar e atendê-lo, eu estava fraca até para mover um dedo. Esforcei-me para me levantar e seguir, trôpega, até a poltrona onde estava meu celular. Era Edward. Procurei fazer uma voz de uma mulher saudável. –Oi amor. –Oi amor. Eu estou saindo da empresa. Gostaria de fazer algo com você. Que tal se saísse para jantar comigo? Eu queria dizer não. Havia vomitado quase tudo o que ingeri e por isso me sentia fraca. –Tudo bem. Eu vou me arrumar. –Falei com uma voz falsamente animada. –Vejo você daqui a pouco. Um beijo. –Edward desligou. Com muito esforço levantei e fui ao nosso closet. De banho tomado, roupas vestidas, acessórios, jóias e maquiagem, esperei Edward na sala. Ele não demorou a chegar. Ele me cumprimentou com um beijo e trocou de roupa. Estava lindo em um blazer preto. ... –O que foi meu amor? –Edward perguntou. Eu sorri com muito esforço. –Não é nada. –Disse. A verdade era que havíamos comido uma entrada e eu vomitei antes do prato principal. Agora que tínhamos comido o prato principal, eu queria vomitá-lo antes da sobremesa. –Você está muito calada. Tem certeza que está bem? Por um acaso está assim por que sua mãe disse que iria viajar conosco para o Havaí?

–Não. Só estou um pouco cansada. Eu já havia usado a tática do “retocarei minha maquiagem”. Eu não sabia qual iria usar agora. Talvez falar que tiraria água do joelho... E quando pensei em balbuciar algo, senti a ânsia de vomito aumentar. –Merda! –Levantei e corri para o toalete. Minha farsa devia ter sido descoberta. Edward ficaria preocupado, Joel daria com a língua nos dentes e tudo iria por água abaixo. Vomitei violentamente em um vaso. Não havia ninguém no toalete feminino. Quando coloquei tudo para fora e sai para lavar minha boca, encontrei com Edward de pé próximo a pia. –Eu posso explicar. –Murmurei. Ele me olhava com reprovação. –Deveria ter me contado. Está há sete dias assim e nada falou para mim. –Você sabia? –Perguntei surpresa. E eu que pensei ter escondido de todos, menos de Joel. –Eu sempre sei tudo sobre você. Fui o primeiro a perceber que não estava bem. Achei que me contaria, mas não falou nada. Se eu não tivesse visto o resultado indicando que está grávida, eu provavelmente... O tempo parou juntamente com minha respiração. –O que você disse? –Perguntei apressadamente. Edward me olhava confuso. –Você está grávida. Sinto muito. Eu peguei o seu exame e não o devolvi. O médico acabou tendo que marcar outro exame para você, não é? Tudo ficou escuro. Era engraçado lembrar agora, mas na época eu senti tanto medo! Achava que não estava preparada para ser mãe. Bobagem! Ser mãe foi a maior e melhor experiência da minha vida, atrás apenas da satisfação em casar com o homem da minha vida. Uma bola cor de rosa caiu nos meus pés. Reneesme veio cambaleante até mim (mesmo com a pouca idade ela já conseguia dar alguns passinhos) e vir até mim. U sorri para aquela bonequinha de porcelana trajando um vestidinho amarelo. –Vem cá meu bibelô! –Eu disse erguendo-a num solavanco. Reneesme ria ruidosamente. Edward nos olhava com carinho. Seus olhos registravam a cena, Reneesme e

eu, emoldurando o momento como eu fazia. a279; Notas finais do capítulo Esse deveria ser o segundo especial, mas acabei escrevendo esse antes do segundo. então o proximo e ultimo especial será a versão do edward da primeira lua de mel. eu já estou escrevendo. se der posto hoje. aguardem. espero que gostem desses dois e mandem comentarios. meu twitter: @jacksampaio

(Cap. 32) Capitulo extra 3: Primeira lua-de-mel (Ed povs) Os convidados –Você reparou na noiva? Tinha um sorriso tão falso! –Eu encontrei com a noiva no banheiro. Ela havia ido até lá retocar a maquiagem. Acho que andou chorando. Os fotógrafos –Não sei como vou fazer a noiva parecer feliz. Não há Photoshop que consiga a proeza! Bella Lá estava eu a sua espera. Infelizmente eu sabia por que ela demorava. Não era por estar se preparando para mim. Bella estava criando coragem para o que viria a seguir. Seria difícil para ela e difícil para mim por que eu sabia exatamente o porquê de Bella estar ali comigo. Eu havia forçado Bella a casar comigo O pensamento me deixava nauseado. Eu era egoísta, manipulei o futuro de Bella para não perdê-la. Por minha culpa Bella e Jacob terminaram, ela testemunhou

o quase suicídio da mãe e havia sido forçada a casar comigo. Levantei da cama onde estava sentado e fiquei de pé próximo ao abajur. O arrependimento pelo que estava fazendo com ela, sendo que Bella não tinha consciência de meus atos, me tomou, incapacitando-me. Ela não merecia nada disso. Eu deveria... O barulho da porta captou minha atenção, mas não me movi. Eu temia olhar para o seu rosto e ver a tristeza que ela tentou mascarar durante toda a festa. Mas todo o meu temor foi sufocado quando senti a mão pequena e macia de Bella tocando a minha, após isso me abraçou. Quando meu corpo entrava em contato com o corpo de Bella, mesmo com um simples toque, eu me esquecia de tudo. Concentrava-me apenas nela e nas sensações que me assaltavam. Eu me virei e a abracei, sentindo seu perfume gostoso. Não avaliei como estava vestida, mas tinha certeza de que ela estava... –Você está perfeita. –Murmurei roçando meus lábios em seu pescoço. Minhas mãos, impacientes, acariciavam seu corpo enquanto eu exercia uma delicada pressão a fim de sentir seu corpo ainda mais. –Ansiei muito por esse momento. –Confessei. Bella nunca saberia o quanto eu ansiei. Abdiquei de tudo, inclusive de minha dignidade, para tê-la. Eu agora a tinha e sentia meu mundo encher-se de felicidade, nada mais. Eu era inexperiente, nunca estivera com uma mulher, mas estava disposto a fazer de tudo para que aquele momento fosse especial para ela. Eu iria ter que agir, provavelmente Bella não faria nada além de me deixar agir, tomada pelas duvidas e tristezas da situação. Para minha surpresa, eu a senti me empurrar até que ambos caímos na cama. Suas mãos envolveram meu pescoço, puxando-me para ela, e rolei até pairar acima de seu corpo. Não pude me conter. Eu a beijei com sofreguidão, entregue a felicidade e ao prazer de estar ali daquele jeito com ela. Minhas mãos acariciavam seu corpo macio. Eu queria conhecê-la toda, estreitar a intimidade que já tínhamos. Eu queria conhecer seu calor, seu cheiro, a textura de sua voz, tudo o que me foi negado pelo fato de Bella não ter me escolhido antes. Após um longo e extraordinário beijo, nós nos separamos. Bella olhava-me com expectativa, talvez. Ela esperava que eu desse o primeiro passo e lhe proporcionasse momentos inesquecíveis. Ela não imaginava que eu nunca havia me envolvido fisicamente com ninguém.

Eu precisava contar a verdade. -Meu amor, eu tenho que lhe dizer que... –Parei. Era vergonhoso. Alguém com vinte anos dificilmente era virgem. Bella não era. Senti seu toque no meu rosto. –O que foi? –Perguntou curiosa. Eu me afastei sentando na cama. Bella me acompanhou. –Edward, o que foi? –Ela perguntou aparentando preocupação. Eu olhei para o chão, totalmente constrangido. Mas eu queria que ela soubesse, entendesse. –Se eu dizer algo, promete não rir? –Murmurei. Devia estar vermelho. –Claro que não irei rir. O que é? Pode falar. Eu deveria dizer. Eu iria dizer. Nosso casamento já era marcado por polemicas e mentidas, eu seria sincero com o que eu pudesse. Lembrei das vezes em que estive com mulheres, mas nunca consegui me deitar com elas. Eu pensava apenas em uma, desejava apenas uma mulher. Ela estava seminua na minha frente. Meus olhos procuraram os seus. –Eu sou virgem. Seu rosto pasmo. Ela não esperava por isso, deu para perceber. –O que disse? –Perguntou atordoada. –Eu disse que sou virgem. –Repeti, querendo que a terra me tragasse. O que Bella pensaria de mim agora? Me veria como um mentiroso? Um idiota? Ela ainda parecia digerir a situação. Ela apenas mostrava-se surpresa. Subitamente seu rosto mostrou algo diferente, como se estivesse absorva em algum pensamento. Um vestígio de dor atravessou seu rosto por alguns segundos, mas consegui captar. Após todo esse jorro de emoções, eu resolvi me manifestar. –Desculpe. Eu acho que estraguei o clima, não foi? –Eu disse tentando tira-la daquele estado de transe. Quando Bella despertou, algo mais aconteceu a ela. Olhava-me com desejo e foi retirando seu hobby. Impossível não olhar para a perfeição que Bella me apresentava. Ela era tão linda, a mais linda das mulheres que eu já conheci. Veio para mim e tomou meus lábios com os seus. Surpreso como eu estava, fiquei tenso por alguns instantes. Mais uma vez Bella me surpreendeu puxando-me pelo tornozelo e fazendo-me deitar. Deitou-se sobre mim pegando minhas mãos no processo e deixando-a acima de minha cabeça.

Quando nos afastamos, eu a olhei alarmado. Eu não sabia como proceder e isso era apavorante. Bella percebeu, claro. –Não se preocupe. Eu terei o maior prazer de ser sua professora. – Sussurrou mordiscando minha orelha enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo. Em contrapartida eu a abracei hesitante enquanto Bella me conduzia. Suas mãos seguraram a barra da calça de seda preta que vestia e a puxaram lentamente. Seus olhos estudavam meu corpo, memorizando cada pedaço. O modo como ela me olhava era excitante, tão excitante que senti as partes intimas esquentarem. Cobri minha evidente ereção. Meu ato surpreendeu Bella. –Edward, o que está fazendo? –Perguntou. Eu não conseguia olhá-la. –Hei, sou sua esposa agora. Eu tenho o direito de ver você todo. Ou você quer que eu vista meu hobby e vá dormir? Ela faria isso? Interromperia tudo? Eu não duvidava, afinal de contas Bella foi induzida a tal. Eu não queria isso. Eu a queria muito, era insano! Afastei minhas mãos deixando meu corpo toda à mostra, olhando-a. –Já que eu estou nu em pêlo, chegou a sua vez de tirar a roupa. –Disse firme, provocante. Bella estremeceu. Pensei tê-la assustado, o que a impediria de continuar, mas, felizmente, ela se moveu. Retirou lentamente o sutiã com os olhos fixos nos meus. Eu não esperei Bella terminar. Abracei Bella contra o meu corpo, deliciado em sentir em meu peito seus seios roçando. Eu a deitei e minhas mãos logo se ocuparam em acariciá-la em todas as partes do corpo. Não satisfeito em acariciá-la apenas com as mãos, acariciei com meus lábios. Ouvi, satisfeito, os seus gemidos. Então eu me aproximei de seu rosto, seus ouvidos, e disse: –Eu amo você. Sempre amei. –Disse. Bella não tinha idéia do quanto eu a amava. Eu era tão obcecado por ela, que destruí seu lindo futuro. Senti o seu abraço e por alguns instantes o desejo não me possuiu. Apenas culpa. Culpa. Culpa. Bella me beijou com força. Exigindo minha atenção e concentração. Eu cedi por que eu a queria. Por que eu não queria pensar o quanto eu era nojento. A culpa iria me arruinar. As circunstancias iriam arruinar nós dois. –Bella... –Murmurei seu nome a cada vez que invadia seu corpo. Eu a amava tanto!

–Machuquei você? –Perguntei ofegante. Bella nada falou. Apenas me puxou para mais perto de si. –Nunca me machucou. –Sussurrou em meu ouvido. Ela não tinha idéia. –Bella... –Eu a chamei, tocando levemente seu rosto com a ponta dos dedos. Ela abriu seus olhos e sorriu. –Não estou dormindo ainda. Eu sei que você quer continuar. Vem cá. –Seus dedos entrelaçaram em meus cabelos puxando-me para ela. Iríamos recomeçar. Eu sabia. Enquanto ela sorria e sentia prazer, na verdade, Bella estava caindo. Que horas seriam? Eu não sabia. Não teria sido capaz de enxergar se não fosse à luz do banheiro, escapando das frestas da porta fechada e iluminando precariamente o quarto. Bella não estava deitada junto a mim. Levantei sem me preocupar em cobrir minha nudez. A passos silenciosos, eu fiquei de pé em frente à porta. Ouvi seu choro, baixo. Bella estava chorando e eu sabia exatamente o porquê disso. Eu a queria. Após a morte do pai, Bella ficou em uma situação difícil. Ela não se importaria em ser pobre, eu sabia. Sua mãe sim. Tentou o suicídio e isso ajudou Bella a aceitar a proposta de meu pai. Se Bella se casasse comigo ela não precisaria se preocupar com sua situação financeira. Ela não iria aceitar se Jacob não a tivesse largado. Jacob, seu antigo noivo. Ele fez isso por que não queria que Bella fosse obrigada a escolher entre ele e a mãe, ela sofreria ainda mais. Eu fui o articulador de tudo. Eu compeli meu pai à proposta que levou a destruição de Bella. Sentado no chão próximo a porta, eu chorei baixinho. Bella não me ouviria, imersa demais em sua dor. Isso era bom. Se eu pudesse fazê-la me amar, será que bastaria para ela voltar a sorrir? Notas finais do capítulo Então é isso gente. Obrigada por lerem, indicarem e deixarem reviews. Amanhã é o meu niver (dia 15 de agosto). passarei em um hospital então não será o melhor dos aniversarios. adoraria ver muitos reviews. qualquer coisa podem falar comigo pelo meu e-mail ou twitter. bj meus amores. e os preparativos para o livro baseado nessa fic continuam o/

email: [email protected] twitter: @jacksampaio

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Lembre-me - Jacqueline Sampaio

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