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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Geografia FLG0435 - Trabalho de Campo Em Geografia I Prof.ª Dr.ª Larissa Mies Bombardi Thamiris Lima Barreis Nº USP: 8982501 Resenha crítica I
Texto: SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes. Pesquisa de Campo em Geografia, UFRGS, 2002.
Suertegaray abre seu texto discutindo a importância do trabalho de campo para o geógrafo. Estruturando a discussão em um primeiro momento trazendo quatro questões norteadoras, um segundo momento em que ela discute o papel das novas tecnologias e um terceiro momento em que conclui suas discussões. No primeiro momento, a primeira questão trazida é “o que é a pesquisa?” e temos como resposta que pesquisar é responder perguntas que nos instigam em relação ao mundo e a nós neste mundo, fazendo com que a pesquisa também seja um processo de autoconhecimento. A segunda questão se refere ao processo de conhecimento e autoconhecimento que é a pesquisa, em que a autora diz que o sujeito e objeto se fundem e que sujeito constrói o objeto e o objeto reconstrói o sujeito. O terceiro questionamento é sobre a relação objeto-sujeito e se ela sempre foi vista dessa forma; é entendido que diferentes métodos e diferentes momentos históricos moldam as formas de leitura que temos do mundo, Suertegaray traz exemplos como o método positivista, neopositivista, dialético, fenomenológico e
hermenêutica as suas relações que esses métodos estabelecem em relação ao trabalho de campo. Já a quarta questão “Os diferentes métodos encaminham formas diferenciadas de pesquisa de campo?” se refere às práticas desses métodos e como eles vão expressar diferentes Geografias defendendo que a partir da prática dos sujeitos e suas indagações podemos buscar a mudança ou defesa do “sistema” atual. No segundo momento do texto, Suertegaray nos diz que devemos repensar o uso das novas tecnologias instrumentais (como os SIG’s) que auxiliam o olhar do Geógrafo durante o trabalho de campo, de forma que essas novas tecnologias sejam nossos meios e não os encaminhadores de resultado. Esses instrumentos nos dão possibilidades analíticas, o que não se deve tratar como a “velha” Geografia, que buscava uma síntese da realidade, e usar desse instrumento para fazermos “empilhamento de mapas ou planos de informação” de forma mais rápida, perdendo a capacidade de entendimento da “dinâmica da natureza e a complexa articulação com a sociedade”. No terceiro momento, ela fala sobre como o trabalho de campo é um instrumento de análise que permite o reconhecimento do objeto, sendo parte da pesquisa, permitindo que se insira no movimento da sociedade. A reflexão sobre as novas tecnologias nos serve a auxílio desse processo, para que não nos tornemos “objetos do processo”. A pesquisa e a ciência em geral se torna parte do processo produtivo do capital, fazendo com que o setor privado aumente seu interesse, transformando o conhecer em mercadoria e o pesquisador em objeto com um método previamente determinado. Suertegaray termina o texto com a frase “educar é ensinar a aprender, ou seja, pesquisar”. (SUERTEGARAY, 2002) Suertegaray nos mostra como o trabalho de campo é essencial no trabalho do Geógrafo por meio das relações que são estabelecidas entre o pesquisador e o objeto de trabalho, em que se insere no objeto e o vive, observa, olha e analisa a partir de métodos que moldam nossa pesquisa e nosso olhar sobre aquele espaço. Além das buscas de bibliografias, dados e mapas, as novas tecnologias nos permitem fundir essas informações de forma gráfica e visual, fazendo com que esse
seja um instrumento de análise muito útil e poderoso, de forma rápida e eficaz, os programas de SIG conseguem facilitar a demonstração do que estamos a pesquisar. Apesar dessa facilidade adquirida, perdemos o nosso foco em entender as dimensões das características que funcionam ao mesmo tempo, em um mesmo espaço, que se conversam e que estamos adicionando àqueles mapas as características estáticas de forma que a pesquisa se torna não o entendimento da nossa vivência em relação à um espaço, mas o espaço por si, se essa tecnologia não é integrada como um instrumento de análise dentro da pesquisa.