TCC II ORIENTAÇAO Maiene

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UNIVERSIDADE NILTON LINS CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA TCC II

MAIENE MENEZES MARTINS

PSICOLOGIA HOSPITALAR; MORTE EM VIDA - UMA COMPREENSÃO ACERCA DA VIVÊNCIA DE AMPUTAÇÃO E DAS ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS PRESENTES NA RECONSTRUÇÃO DA AUTOIMAGEM EM PACIENTES DIABÉTICOS.

Manaus 2019

MAIENE MENEZES MARTINS

PSICOLOGIA HOSPITALAR; MORTE EM VIDA - UMA COMPREENSÃO ACERCA DA VIVÊNCIA DE AMPUTAÇÃO E DAS ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS PRESENTES NA RECONSTRUÇÃO DA AUTOIMAGEM EM PACIENTES DIABÉTICOS.

Monografia apresentada à Universidade Nilton Lins como requisito parcial para obtenção do grau de Psicólogo. Linha de Pesquisa: Processos de Prevenção e Promoção da Saúde.

Orientadora Temática: Prof.ª Esp. Jaida Souza da Costa Orientadora Metodológica: Prof.ª Esp. Lúcia Araújo da Silva

Manaus 2019

MAIENE MENEZES MARTINS

PSICOLOGIA HOSPITALAR; MORTE EM VIDA - UMA COMPREENSÃO ACERCA DA VIVÊNCIA DE AMPUTAÇÃO E DAS ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS PRESENTES NA RECONSTRUÇÃO DA AUTOIMAGEM EM PACIENTES DIABÉTICOS.

Monografia apresentada à Universidade Nilton Lins como requisito parcial para obtenção do grau de Psicólogo. Linha de Pesquisa: Psicologia e Processos de Prevenção e Promoção da Saúde.

APROVADA em: _____/_____/________

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Profa. Esp. Jaida Souza da Costa Orientadora Temática

_________________________________________ Prof.ª Esp. Lúcia Araújo da Silva Orientadora Metodológica

__________________________________________ Psicólogo Henrique Carlos Santana Redman Membro Convidad

I

DEDICATÓRIA

A Deus pelo seu amor e cuidado, e aos meus pais; pelo amor, carinho, compreensão, zelo e incentivo. Sobretudo por me possibilitar a realização desse sonho, por serem meu porto seguro, e minha maior fonte de motivação.

II

AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus; por ter me dado a possibilidade de realizar este sonho e me revelado forças onde imaginei não ter; pelo seu sustento em meus momentos de angústias, pelas vitórias e conquistas ao longo do caminho. Aos meus pais; Ione Menezes, Gelcimar Martins, pelas orações, pelo amor incondicional, sustento, apoio, garra e dedicação. Sobretudo por sonhar junto a mim. Aos melhores irmãos; Sabrina Menezes, Heliandro Menezes, Mailson Martins, Marlon Martins, por partilharem comigo momentos de alegria, e felicidade, por todo apoio, carinho e compressão. Aos meus tios; Antônio de Menezes, Mariana Rocha; pelas orações, amor, apoio, e carinho por mim e pela minha família. A minha professora e orientadora temática; Jaida Souza da Costa pelo seu incansável amor pela profissão, por ser um exemplo de profissional, pelos seus ensinos, acolhimento e compreensão. Sob tudo por acreditar e estar comigo ao longo dessa árdua trajetória. A minha professora e orientadora metodológica; Lúcia Araújo da Silva pelas orientações, paciência e ensino. Ao professor; Jessé Assis, por ser esse profissional brilhante e exemplar, por toda ajuda, e ensino. Bem como ter me revelado o quão valioso são os nossos esforços. Aos meus supervisores de estágio; Júlia Velliz, Joseph Assupção, pelos ensinos teóricos, e práticos, por me ensinarem valores sólidos da vida, e da profissão. Ao meu supervisor de estágio, e psicólogo local; Henrique Redman, por todo aprendizado, apoio, incentivo, e compreensão, por me mostrar o que verdadeiramente é ter dedicação, e amor pelo ser humano, e pela profissão. A Dayanne dos Santos, e Valdilene dos anjos; por todo apoio carinho e por me ouvirem em meus momentos de aflições, e partilharem comigo momentos de dificuldades, e alegrias. Ao Adriel Moreira; pelas orações, amor, apoio, zelo e incentivo. Sobretudo por acreditar em mim e em meus sonhos, bem como partilhar comigo momentos de alegrias e aflições.

III

A Larissa Melo, Thalita Colares; minhas amigas e companheiras de caminhada agradeço por se fazerem presentes em meus momentos de vitórias, e dificuldades, pelas motivações, e ensinos pessoais, profissionais e acadêmicos. Por todo apoio, carinho, compreensão e paciência. A Ester Tavares e seu esposo; serei eternamente grata pela boa vontade e ajuda no decorrer dessa árdua caminhada. Ao corpo docente da universidade Nilton lins; por todo ensino e aprendizado para o meu amadurecimento pessoal e profissional. Ao hospital pronto socorro 28 de agosto; pela oportunidade de desenvolver minha pesquisa, por todo acolhimento, ensino e aprendizado. Aos participantes; pelo acolhimento, compreensão, colaboração, e ensino para o desenvolvimento dessa pesquisa, e para o meu crescimento profissional, acadêmico e pessoal.

IV

EPÍGRAFE

V

RESUMO Esta pesquisa aborda sobre a compreensão acerca da vivência de amputação e das alterações psicológicas presentes na reconstrução da autoimagem em pacientes diabéticos. A pesquisa encontra referencial teórico na Psicologia Hospitalar enquanto campo de atuação. A perda de um membro torna-se real a sensação de desintegração corporal gerando grande impacto na vida de uma pessoa em tal vivência originando uma série de respostas psicológicas complexas. A amputação de um membro é considerada um procedimento de caráter reconstrutor, entretanto radical, e altamente invasivo, submetendo o paciente a passar por fases adaptativas, formas de elaboração, e enfrentamento, com alterações biopsicossociais. Essa pesquisa é uma exigência parcial para o grau de Psicólogo, sendo uma pesquisa de campo, de abordagem qualitativa, do tipo exploratória. O instrumento empregado na pesquisa tratou-se de uma entrevista semiestruturada. Os participantes foram 05 idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, internados no hospital, que seja portador da doença Diabetes mellitus e tenha passado por procedimento de amputação. A coleta deu-se no segundo semestre de 2019. Palavras-chave: Amputação, Diabetes mellitus, psicologia hospitalar, alterações biopsicossociais.

VI

ABSTRACT This research addresses the comprehension about the experience of amputation and the psychological alterations present in the reconstruction of self-image in diabetic patients. The research finds theoretical referential in Hospital Psychology as a field of action. The loss of a limb becomes a real sensation of bodily disintegration causing great impact on the life of a person in such an experience giving rise to a series of complex psychological responses. The limb amputation is considered a reconstructive procedure, however radical, and highly invasive, subjecting the patient to go through adaptive phases, forms of elaboration, and coping, with biopsychosocial changes. This search is a partial requirement for the degree of Psychologist, being a field research, qualitative approach, exploratory type. The instrument employed in the research it was a semistructured interview. Participants were 05 elderly of both sexes, aged 60 years or older, admitted to the hospital, who has the disease Diabetes mellitus and has undergone amputation procedure. The collection God is in the second half of 2019.

Keyword: Amputation, Diabetes mellitus, Hospital psychology, Biopsychosocial changes.

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS EPÍGRAFE RESUMO

I II IV V

ABSTRACT

VI

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO 1 - EMBASAMENTO TEÓRICO

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1.1 Teoria de Base 1.2 Revisão da literatura

12 14

1.2.1. Adoecer

14

1.2.3. Hospitalização

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1.2.4. Diabetes Mellitus

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1.2.5 Amputação

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CAPÍTULO II - MATERIAIS E MÉTODOS

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2.1 Tipo de Pesquisa

29

2.3 Local da pesquisa

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2.4 Instrumentos da Pesquisa

30

2.5 Tratamento e Análise dos dados

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2.6 Aspectos éticos da pesquisa

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REFERÊNCIAS

10

10

INTRODUÇÃO

11

Geral: Compreender as alterações psicológicas, e os mecanismos adaptativos no enfrentamento da reconstrução da autoimagem no processo cirúrgico de amputação. Específicos: 

Verificar as alterações psicológicas presentes em pacientes submetidos a amputação.



Relatar o significado da perda do membro para pacientes hospitalizados.



Identificar as estratégias de enfrentamento, durante os procedimentos e a hospitalização.

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CAPÍTULO 1 - EMBASAMENTO TEÓRICO 1.1 Teoria de Base A psicologia hospitalar surgiu após a segunda guerra mundial quando perceberam a necessidade de assistência psicologica para os militares, inicialmente ela se deu como psicologia da saúde, tanto que em muitos países esse ramo é conhecido assim até hoje. Com isso para Azevêdo (2016), na década de 1970, ocorreu, nos EUA, uma série de questionamentos relacionados à atuação do psicólogo no ramo da saúde e em 1973 surgiu uma análise investigativa para saber quais seriam as possíveis competências desse profissional neste determinado contexto, mas foi somente em 1978 American Psychological Association oficializou a Divisão 38 marcando a origem da psicologia da saúde, sendo o primeiro presidente da American Psychological Association, Joseph Matarazzo. Segundo Mosimann, (2011, p.212), “a Psicologia da Saúde é um subcampo da Psicologia que aplicam princípios e pesquisas psicológicas para melhoria, tratamento e prevenção de doenças. ” As áreas de interesse da Psicologia da Saúde incluem condições sociais, e fatores biológicos, bem como traços da personalidade. Assim a inserção deste profissional nos Estados unidos foi focalizada na minimização do sofrimento, na promoção e prevenção de saúde nos mais variados contextos como: postos de saúde, comunidades, hospitais, entre outros ficando conhecida mundialmente chegando até o Brasil. Segundo Azevêdo (2016), a partir da década de 50 as instituições de saúde pública do país abriram espaço para diversos profissionais, possibilitando assim oportunidade para a entrada do psicólogo na instituição hospitalar, onde as primeiras atividades foram realizadas em 1954 com Matilde Néder, na clínica ortopédica e traumatológica do Hospital das clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. E com a política da humanização este profissional passou a ser bem visto para buscar estratégias de minimização do sofrimento psíquico dos pacientes ocasionados pelos diversos procedimentos médicos invasivos, dolorosos além da hospitalização, e o adoecer em si. Em 1977 surge o primeiro curso de psicologia hospitalar do país realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, produzido e ministrado por Bellkiss Romano, marcando avanços significativos para a área, e delimitando a prática desse profissional. Para Azevêdo (2016), de imediato a prática desse profissional se deu como a psicologia tradicional clínica, mas surgiram inúmeras dificuldades para exercer esse modelo dentro dos hospitais então após

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um período de enfrentamento desses e muitos outros desafios no decorrer das décadas de 1970, 1980 e 1990, foram implantados os Serviços de Psicologia Hospitalar, que se tornaram referência no Brasil. Diante disso a teoria trabalhada na questão temática desta pesquisa é a Psicologia Hospitalar, que segundo Cunha (2016, p.34), “a psicologia hospitalar se refere à aplicação dos conhecimentos da ciência psicológica em âmbitos que abarcam os processos de doença/internação/tratamento, bem como as relações entre paciente/família/equipe de saúde. ” O psicólogo tem o papel de possibilitar meios que venha minimizar o sofrimento e angústias do paciente decorrentes da doença e hospitalização, assim como proporcionar assistência e apoio familiar, ao paciente e a equipe de saúde, com intervenções voltadas para a escuta, acolhimento, e enfrentamento das dificuldades durante essa fase. Desse modo para Felipini (2015), o profissional de psicologia torna-se de fundamental importância dentro dos hospitais, trabalhando nos mais diversos contextos incluindo o trabalho com pessoas em processo de amputação pois ser uma pessoa com diabetes, e em processo de amputação (remoção cirúrgica de um membro) pode ter o significado de poder desenvolver formas de viver essa nova realidade, tornando-se uma pessoa autentica, entretanto para muitos estes procedimentos tem o significado de vivenciar um cotidiano perneado de inúmeras dificuldades e limitações sendo econômicas, sociais, e principalmente pessoais. A experiência da deficiência física transita pelos estados de “ser” e “sentir-se” deficiente, e esta questão depende do contexto social e da trajetória pessoal, na qual a identidade é formada, refutando ou aceitando alguns atributos. Diante desse contexto, conhecer as experiências das pessoas com deficiência física, pode contribuir para a construção de formas alternativas do cuidar em saúde mais coerentes com a diversidade sociocultural e contextual desse segmento social. (FELIPINI, 2015, p.26)

O adoecer, e a hospitalização traz consigo uma desorganização e transformação na vida, e personalidade das pessoas acometidas, com isso se faz necessário o profissional de psicologia para auxiliar o paciente durante este processo. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2003, 13), “o psicólogo que se especializou em psicologia hospitalar assume características e funções voltadas nas áreas secundárias e terciárias de atenção à saúde. ”

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1.2 Revisão da literatura 1.2.1. Adoecer Segundo Campos (2015), o adoecimento (perda na capacidade funcional) impõe uma série de alterações à vida da pessoa, pois os danos físicos vêm acompanhados de prejuízos psicológicos e modificações abruptas no cotidiano, é um processo em que tem seus enfrentamentos diários, viabiliza sofrimento e dor no sujeito e cada pessoa o vivência de maneira singular tendo relações com resposta à medicação, sintomas, curso da enfermidade, crenças, valores, meio social e cultural, ou seja, é um processo que se constitui de forma multidimensional, tendo este formas distintas de digerir o diagnóstico da doença, levando em conta sua rotina, seu momento atual de vida, como se deu o esclarecimento do processo do adoecimento além das pessoas com quem se relaciona. Por vezes o ser humano tem o pensamento de que o valor maior se atribui as conquistas, e lucros financeiros, esquecendo-se de um dos aspectos mais importante da vida humana, a saúde, e quando ela é afetada gera grandes impactos, e perdas reais e imaginarias em sua vida, e dos envolvidos, assim, para Kreuz (2017, p. 170), “o adoecimento grave ou crônico implica perda do status de/do ser saudável, culminando, muitas vezes, na perda de autonomia, no abalo na integridade física e em uma inevitável aproximação com a reflexão acerca da própria finitude”. De acordo com Silva (2018, p.29), “a doença é vista como um processo social que envolve todo o círculo de relações do sujeito, sua personalidade, nível econômico e traços culturais havendo, portanto, a necessidade da análise de variáveis do campo social, como crenças, comportamentos, estrutura familiar, hábitos e valores.” O adoecimento chega sem aviso prévio, afetando pessoas de qualquer idade, em qualquer classe social, sem fazer distinção de pessoas acarretando mudanças significativas em todo seu existir, e a forma como o indivíduo irá se adaptar diante do adoecimento diz respeito um todo, se fazendo necessário um olhar global e minucioso. Segundo Campos (2015), conhecer as representações da doença e sua influência nas diversas facetas da experiência elaborada e partilhada é o que deverá subsidiar o entendimento de como essas pessoas percebem a doença, dificuldades, angústias e de como os cuidados podem fazer parte do cotidiano delas, pois as respostas explicativas encontradas para a doença pode se fazer através de duas facetas, a teórica, e técnica, aquelas elaboradas por

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profissionais, e especialistas a respeito dos sintomas, da etiologia, severidade da doença, patofisiológicas, e aquelas explicações formadas pelos leigos (sem especialização ou formação do assunto), que tem influência subjetiva, cultural, e histórica, entretanto é multável contribuindo ou não para uma elaboração adaptativa. Para Silva (2018, p.73), “verifica-se ainda a relevância de todo o contexto do diabético, considerando aspectos familiares, sociais, culturais e de saúde que compreendam que dão suporte físico e emocional ao sujeito adoecido. ” Pois quando o paciente tem esse suporte não somente em casos de diabéticos, ou crônicos em geral, mas em todos os quadros é essencial conhecer o paciente e seu contexto, pois contribui para melhores intervenções e acolhimento visto que tal fator mexe com todos os envolvidos e pode contribuir para o fortalecimento do paciente e adesão ao seu tratamento, tendo papel ativo nas mudanças que precisam ocorrer. De acordo com Oliveira (2017), as doenças implicam rupturas, e impactos psicológicos e comportamentais na vida do paciente, diante disso muito dos sujeitos e seus familiares acabam encontrando suporte emocional para o enfrentamento por meio da religiosidade que tem aspectos positivos como: o apoio espiritual, o perdão religioso, a participação religiosa colaborativa, a ligação social e a redefinição benevolente do estressor. Uma característica muito comum de se revelar e que pode ser utilizada como uma ferramenta desde que não venha causar danos, afetar negativamente o bem-estar, e a adesão do paciente ao tratamento. Para Teston (2016), outro aspecto que pode contribui efetivamente é que o paciente tenha compreensão objetiva da doença e do adoecer, e de seu papel como sujeito ativo nesse processo, o indivíduo consegue reconhecer a importância do autocuidado (atividades que a própria pessoa faz em seu benefício para manutenção da vida.) Nesse período o suporte médico, familiar, social, e religioso é indispensável, mas não se pode caminhar sem a colaboração do paciente e para que ocorra tal colaboração é essencial que o indivíduo compreenda o seu papel, e lembre-se que mesmo diante do adoecer ele é um sujeito autônomo e o protagonista de sua história. Segundo Oliveira (2017), o enfrentamento no adoecer bem como a adaptação às mudanças físicas, psicológicas, sociais e espirituais impostas pela (con)vivência com o diagnóstico da doença perpassam pelo efetivo apoio psicossocial (família, amigos, grupos de apoio, equipe médica) no intuito de estimular e fortalecer a qualidade de vida e tratamento do adoecido.

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1.2.2 Alterações psicológicas do adoecer Para Costa (2019, p.10), “a doença traz incertezas, medos e angústias, reações que surgem desde a confirmação do diagnóstico, percorrendo o tratamento e sua reta final. ” Ela e suas implicações gera alterações e perdas não só fisiológicas como também psicológicas e tais alterações podem contribuir ou não para a adesão do paciente ao tratamento, sua participação ativa, e ainda facilitar sua adaptação ao seu novo ambiente, estilo de vida e até nas suas novas relações construídas no decorrer do percurso, podendo também auxiliar no trabalho dos profissionais da saúde sendo possível uma maior efetividade no decorrer de toda a essa nova trajetória. De acordo com Kreuz (2017), no decorrer do adoecer é desencadeado não só o sofrimento físico, como também o sofrimento psíquico, medos, dúvidas, ansiedade e anseios em relação à sua condição de adoecimento, pois a saúde é vista como ausência de dor, e a doença é visto como dor, insuficiência, perda na capacidade da obtenção de prazer, e qualidade de vida gerando o afastamento das habitualidades e de alguns familiares, além das angústias diante do medo da morte. Segundo Ramos (2015), o adoecimento tem alterações distintas e subjetivas em todas as idades, e gêneros, e se tratando de doença renal crônica vale salientar que se torna importante levar em conta não somente os aspectos de sua personalidade, meio social como também a fase de vida em que o indivíduo se encontra, como na criança e adolescente que além de estar em uma fase conflituosa, transição somada com uma doença pode privar a pessoa de diversas possibilidades na medida em que interfere no seu cotidiano, em sua autoestima, no controle do próprio corpo e em suas relações interpessoais. Para Viegas (2018), no adulto e idoso o adoecer associado a uma doença crônica é sinônimo de debilidade, incapacidade, deformidade e ainda implica em lutos intensos tal qual rompe com a ilusão da imortalidade, agregando perdas fisiológicas, psicológicas, sociais, e cognitivas que envolve mudanças, adaptações, e elaborações emocionais significativas na vida do sujeito acometido, entretanto sabe-se que não se pode generalizar mas torna-se indispensável um certo conhecimento e consideração a respeito da fase de vida em que o paciente se encontra sem deixar de levar em conta a sua subjetividade, pois o adoecer pode chegar a todos no entanto tem alterações biopsissocial e formas diferentes do sujeito reagir a este fenômeno.

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De acordo com Costa (2019), o adoecimento afeta a todos, e traz grandes alterações, não só na pessoa acometida como também em todos os envolvidos, como no sistema familiar, pois família não é somente aqueles de laços sanguíneos, mas todos dentro do sistema, e quando um dos membros adoece, implicações emocionais atingem todo o grupo, sendo assim, a família acometida passa por momentos de crise, angústias, mudanças em seu funcionamento e desorganizações às quais deve se adaptar, trazem esperança, descrença, desejo de término do sofrimento, medo da morte, sentimento de impotência, revolta, culpa, negação, tristeza, cansaço, crises de ansiedades dentre outras. Segundo Malta (2018), sentimentos de ansiedade, angústia, medo, dor e sofrimento são formas contida nas experiências de adoecimento, pois o adoecer é encarado como uma ameaça ao destino, é um desencadeador de uma série de reações como: temor, desesperança, agressividade, labilidade afetiva, carência afetiva que por vezes ocorre como um desejo do próprio paciente para ser o centro da atenção da família, e de terceiros, além dos ganhos secundários, ganhos em que a pessoa acaba por receber no decorrer do adoecer, nesse período também a pessoa revisa seus projetos de vida, pensa em suas limitações tanto físicas como psicológicas e sociais, tem a necessidade de ganhar afeto e carinho, o adoecer faz com que modifique a relação consigo e com o mundo. De acordo com Salomé (2018, p. 08), “a doença, como um evento estressor, está relacionada ao modo com que o indivíduo percebe o diagnóstico e como vai enfrentar o processo de tratamento. ” Sabemos que o indivíduo acometido pela doença passa por uma série de reações, e alterações psicológicas no adoecer e na hospitalização que dependerá da singularidade de cada um, se fazendo presente uma variedade de medos nesse período como a ameaça à integridade narcísica pois as fantasias de imortalidade e onipotência são atingidas, a ansiedade de separação do meio em que vive e das pessoas significativas, medo da perda do controle, culpa e medo de que a doença veio como consequência. Para Salomé (2018), a doença crônica afeta a vida dos indivíduos em seus âmbitos social, emocional, físico, familiar. No âmbito emocional existe também dúvidas do que fazer diante do diagnostico, o medo da perda do amor e de aprovação, medo de estranhos, pois o doente tem a crença de que suas vidas estão nas mãos de desconhecidos, a despersonalização, ele perde a identidade de pessoa para ter apenas a identidade de doente, e em casos de pacientes crônicos o medo da perda de parte do corpo torna-se cada vez mais aparente.

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1.2.3. Hospitalização De acordo com Gomes (2016), o adoecer gera uma série de reações, e quando o acometido se depara com a hospitalização ele a considera como uma situação extremamente perturbadora na vida do ser humano, uma vez que inclui uma série de fatores como o declínio da condição de saúde e o afastamento do contexto familiar e social, desencadeando uma variedade de reações (carência, ganhos secundários, ansiedades, medos etc) como visto anteriormente, diante disso o indivíduo apresenta alguns sintomas como: humor deprimido, preocupações, ansiedade, sentimentos de incapacidade em adaptar-se ao estresse que a hospitalização trás, perspectivas sombrias em relação ao futuro, e dificuldades na realização de atividades do cotidiano. Para Oliveira (2018), tal fator proporciona experiências adversas e sofrimento psíquico, e surge mecanismos de adaptação como a regressão em que o paciente adota postura infantil como capricho, egocentrismo, mas quando ele aceita a hospitalização e aceita ser ajudado torna-se útil, se faz presente também a negação quando o indivíduo tem a recusa da consciência de estar doente podendo ser total ou parcial, a minimização da gravidade de sua enfermidade e problemas associados a ela, raiva e culta, questionando a validade do diagnostico, culpando outras pessoas, apresentando agressividade, depressão resultante a perda da saúde, a rejeição de falar sobre a questão, pensamentos mágicos de reversão, e a fase final de adaptação a aceitação. De acordo com Gomes (2018), o estresse é resultante de forças estressoras externas, e internas assim na inserção do sujeito ao contexto hospitalar, fazem-se presentes comportamentos e estratégias resultantes da dificultosa convivência com o corpo adoecido, como, por exemplo, reclamar da dor, mal-estar, desconforto, protestos contra as restrições (alimentar, corporal, etc.), esquivar-se de interações, rejeição aos procedimentos hospitalares, não expressar o que sente, indiferença, constante estado de alertas, com isso se faz necessário a colaboração, compreensão da família e de toda equipe multidisciplinar e até mesmo do próprio paciente para que venha ter êxito no tratamento, e na hospitalização. Para Faria (2017), assim, a colaboração da família é indispensável pois essa caracterizase como um sistema recíproco, e que, portanto, toda influência ocorrida sobre um dos membros ocasionará mudanças nos outros componentes, diante disso exigindo mobilidade para o enfrentamento da crise, assim, se faz aparente como cada família funciona; existindo a

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família simbiótica que se caracteriza por não deixar o paciente tomar suas próprias decisões, ter autonomia para a realização de tarefas ainda que simples, tem o grande desejo de proteção e cuidado, por vezes passando dos limites em nome do amor, e quaisquer tentativa de individualização considera-se traição, a família aglutinada, aquela família unida, em que delimitam bem os papéis, organizam e dividem as atividades. Segundo Oliveira (2018), a família esquizoide que se caracteriza por desejar realizar as atividades sozinhos, sem incomodar os médicos ou a equipe, que preferem o distanciamento social, e a família estável que funciona adequadamente oferece e recebe ajuda, mantem os vínculos, e apoia o paciente e a família instável que há instabilidade nos vínculos, o paciente por vezes perde a referência, ocorre em casos em que os familiares são de outros locais, assim podemos ver que a internação influencia na vida da família e no convívio de seus membros, já que a doença surge de forma inesperada, sem que a família ou o acometido estejam preparadas para lidar com essa situação. Segundo Faria (2017, p.96), “em meio a essa dicotomia de sentimentos, a família se sente na obrigação de acompanhar o doente, uma vez que acredita ser capaz de apoiá-lo e de permitir uma maior adaptação do sujeito ao ambiente hospitalar. ” A família passa por fases de adaptação, de acordo com a necessidade, por período de flutuação caracterizado por estresse, incerteza, período de busca por informações buscando compreender o que ocorre, período de acompanhamento e busca de recursos para suprir as necessidades do hospitalizado. Para Gomes (2018), o contexto familiar desempenha um significativo papel socializador, mediador entre o indivíduo e a sociedade, dando suporte, atenuando cotidianamente os eventos estressores, condições e impactos sociais na vida deles. A família é a fonte de referência da pessoa hospitalizada, ela é a fonte de ideologias, de identidade, a ajuda concreta, o refúgio e apoio, pois quando muitos se negam a ajudar, cuidar, e amar, a família se faz presente se doando, abdicando de suas atividades cotidianas, ainda que apenas um dos membros se disponha a isto. Entretanto nem sempre os pacientes hospitalizados têm esse apoio, com isso considera-se a necessidade do suporte psicossocial para esses. No decorrer da hospitalização surge grandes desgastes físicos, e emocionais, reações como distúrbio alimentar e do sono, apatia, hiperatividade intensificação da religiosidade, prejuízos no contato social, uso abusivo de substâncias, automedicação, e elevado nível de angústia familiar e do paciente, além da manifestação de depressão reacional frente a doença e

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hospitalização, reações psicossomáticas, melancolia (situação que a pessoa sofre pelo o que não viveu), nostalgia (dor pelas lembranças vividas), e perda e luto, prejudicando a sua qualidade de vida, e o próprio tratamento. Assim, para Faria (2017, p.98), “acredita-se que os familiares também merecem a devida atenção por parte da equipe técnica da instituição de saúde. ” O profissional de psicologia se torna de extrema importância no âmbito hospitalar auxiliando o paciente, família, equipe neste processo, com muitas possibilidades de atuação e em distintos ambientes dentro da instituição, oferecendo escuta, acolhimento, cuidado e afeto tendo em vista que os pacientes acabam longe da família com carência afetiva, além do medo da morte, e também como forma de compreender o sofrimento desse indivíduo frente a doença, realizando intervenções com o intuito de favorecer a exposição, elaboração dos sentimentos relacionados. A resolução destaca que o psicólogo hospitalar desenvolve diferentes tipos de intervenção, atende pacientes que se encontram em ambientes distintos (como a unidade de terapia intensiva, enfermarias, ambulatórios etc.) e aponta que os procedimentos utilizados precisam priorizar a relação paciente, família e equipe de saúde por meio do contato interdisciplinar com os profissionais para compartilhar informações úteis para o direcionamento de estratégias. (Azevedo, 2016, p.580)

Para Moura (2014), a hospitalização não só afeta a família, e o paciente como também a equipe multidisciplinar, pois a rotina hospitalar necessita de grande esforço tanto físico quanto emocional, pois o profissional acaba abdicando de suas atividades habituais, e domésticas para se dedicar ao trabalho, além de ter de lidar diariamente com muitos fatores que desencadeadores de estresse, como morte, trabalho diretamente com pacientes, familiares, e outros profissionais, podendo gerar sentimentos e atitudes negativas no relacionamento do indivíduo com o seu trabalho (insatisfação, desgaste, perda de comprometimento), minando o seu desempenho profissional e trazendo consequências indesejáveis para a organização. De acordo com Macedo (2017), o desempenho desses profissionais não deve se basear somente na execução de procedimentos técnicos, que colaboram para a recuperação da saúde, mas também assistir à família em suas dúvidas, dar apoio às suas iniciativas e oferecer constante estímulo no desenvolvimento dos seus cuidados. Diante disso torna-se essencial que os profissionais não percam suas identidades como pessoas, que antes de realizarem o cuidado com os pacientes, precisam cuidar de si mesmo, considera-se de extrema importância o acompanhamento psicológico dentro da instituição para tais profissionais e a valorização desse trabalho no decorrer de suas atuações.

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1.2.4. Diabetes Mellitus No Brasil algumas das doenças crônicas mais comuns com grande público de pacientes internados nos hospitais gerais são, a hipertensão, e diabetes mellitus que é um grupo de doenças metabólicas provocadas pela pouca ou quase nenhuma secreção e/ou ação de insulina, caracterizado por alterar o sistema vascular e neurológico. Segundo Garcia (2018), a diabetes é uma doença que se configura como uma emergência mundial de saúde no século XXI, se destaca como importante causa de morbidade (conjunto de indivíduos da população que adquirem uma doença específica trazendo agravo a saúde da população em um período de tempo) e mortalidade (condição que provoca morte) ocasionadas por herança genética, mal hábitos, ou estilo de vida prejudicial. Para um entendimento maior, a glicose é um açúcar fonte de energia para as células do corpo, o pâncreas é um órgão que produz insulina, hormônio responsável por transporta a insulina para as células gerando energia, quando isto não ocorre, ou tem baixo nível de insulina a glicose se acumula no sangue e as células ficam sem energia para um funcionamento correto. Para Dias (2016, p. 407), “uma síndrome de múltiplas etiologias, que pode ser decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade de a insulina exercer suas ações de maneira adequada. ” De acordo com Cortez (2014), é uma doença que a cada ano, mais pessoas vivem com essa condição, tem sua alta prevalência em pessoas acima de 50 anos de idade ocasionando variadas mudanças sócio comportamentais, sendo uma doença não transmissível que mais cresce nos países em desenvolvimento, é uma doença altamente limitante, pois por meio dela pode ocorrer a limitação funcional, a amputação, cegueira e ainda, complicações cardiovasculares, encefálicas e nefropatias prejudicando o funcionamento dos rins. Segundo Peres (2016), a diabetes mellitus se subdivide em duas categorias, tipo I e tipo II, o Diabetes Mellitus Tipo I (DMI), é o resultado da destruição de células betapancreáticas com consequente deficiência de insulina, pouca ou nenhuma é produzida geralmente diagnosticada em crianças, e adolescentes, doença relacionada ao sistema autoimune, por causa de um defeito no sistema, as células responsáveis pela defesa do organismo acabam atacando outras causando a sintetização de insulina, é tratada com injeção de insulina tendo a pessoa que utilizar durante toda sua vida, e não está associado a excesso de peso.

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Diabetes tipo II de acordo com Linhares (2015, p. 342), “é uma doença metabólica crônica caracterizada pela persistência da hiperglicemia, devido a defeitos na secreção ou na ação da insulina, ou ambos”. É uma doença característica do envelhecimento devido à resistência endógena (se origina no interior de um organismo, ou se desenvolve pela influência de fatores externos) a insulina, sendo uma doença que vem se agravando em muitos países, tendo no Brasil um número significativo de pessoas acometidas, sendo a grande causa de mortalidade prematura. Segundo Campos (2017), o envelhecimento da população, a crescente prevalência da obesidade e do sedentarismo, e os processos de urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, são considerados os principais fatores responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do DM em todo o mundo, sendo também muito comum sua prevalência em pessoas com baixo nível escolar, e a diferença de classe socioeconômica, o que acarreta prejuízos significativos não só na saúde pública, devido ao alto custo financeiro na utilização do sistema de saúde e hospitalização com frequência, e cuidados prolongados, como também acarreta prejuízos na sociedade como um todo, devido as dificuldades que as famílias e os pacientes acabam por enfrentar. Para Tavares (2017), grande número de doenças que acometem os idosos são cardiovasculares, tendo este que ter sua medicação e tratamento domiciliar, entretanto como suas cognições estão comprometidas devido o envelhecimento tal tratamento diferentemente do ambiente hospitalar, no ambiente domiciliar verifica-se na maioria das vezes a inexistência de profissionais capacitados, ficando comumente os cuidados à saúde do idoso a cargo de parentes ou conjugues sem formação de assistência, influenciando se este será um tratamento bem sucedido ou não, sendo também comum nas famílias as dificuldades econômicas de adquirir os devidos medicamentos e seguir as recomendações médicas, além das inferências na qualidade de vida enfrentado pelas mesmas. Segundo Pennafort (2016), a família entendida como uma organização conforma-se como lugar de apoio mútuo e, apresenta-se como suporte fundamental para aqueles que se encontram adoecidos, com isso o adoecimento não repercute somente nos pacientes adoecidos como também na vida de todos aqueles que se envolvem, podendo ocorrer diversos conflitos familiares, sobrecarga, dificuldades financeiras, abdicação de momentos, e planos, e desorganização no núcleo familiar dentre outros fenômenos presentes que repercute na vida do indivíduo adoecido e daqueles que cuidam.

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Apesar

das

dificuldades

torna-se

essencial

a

participação

da

família

no

acompanhamento e tratamento médico do paciente, para que ela venha aprender a lidar com a doença e para que o paciente possa se auto aceitar, entretanto mesmo que a família venha contribuir nesse cuidado o paciente tem e deve ter autonomia para comprometer-se com seu tratamento, com sua melhora; apesar de ser uma doença crônica, que não tem cura o paciente tem total liberdade e autonomia para responsabiliza-se pelo seu autocuidado. O autocuidado tem como os principais objetivos da educação em diabetes são: reduzir as barreiras entre indivíduos com diabetes, seus familiares, comunidades e profissionais de saúde; capacitar o indivíduo com diabetes para o autocuidado; melhorar os resultados clínicos; prevenir ou retardar o diabetes e as suas complicações agudas e crônicas; proporcionar qualidade de vida. Para o alcance desses objetivos, profissionais e equipes qualificadas em educação em diabetes devem capacitar e motivar o indivíduo a fazer escolhas adequadas diante de diversas situações, a fim de que ele desenvolva comportamentos de autocuidado e solucione problemas mais comuns do dia a dia. (Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes 2017, p. 132)

Para Sales (2016, p. 1198), o principal objetivo do tratamento é prevenir o aparecimento ou a progressão das complicações crônicas, como as microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia diabética) e as macrovasculares (acidente vascular cerebral e doença arterial periférica), ao mesmo tempo minimizando os riscos das agudas como a hipoglicemia severa. Assim, torna-se indispensável que o paciente se responsabilize, seja ativo, informado, tenha em mente que ainda que tenha profissionais especializados, ele deve ser o especialista no seu próprio cuidado cumprindo as instruções, prescrição médicas sem deixar de levar em consideração sua própria identidade como pessoa ainda que seu estilo de vida venha ser alterado em alguns aspectos. Viver com diabetes pode representar um desafio tanto para a pessoa quanto para aqueles que estão próximos a ela, pois a condição de estar diabético e amputado afeta a vida como um todo, alterando drasticamente o cotidiano, exigindo uma vivência de comportamentos especiais, de autocuidado para que a glicemia seja mantida o mais próximo possível de suas possibilidades e potencialidades, pois o controle inadequado da doença ao longo dos anos representa grave ameaça à vida do portador. (Batista, 2012, p. 245)

Pois pode ser atingido pessoas de qualquer idade e em qualquer condição social, envolvendo uma grande mudança no estilo de vida, exigindo um maior autocuidado, pois quando este não acontece, ocorre grande probabilidade do indivíduo ser submetido ao processo cirúrgico de amputação para que não ocorra o seu avance; entretanto, este processo é altamente invasivo e acarreta significadas repercussões não somente a uma perda da parte do corpo, mas também na qualidade vida, no meio social e em todo o existir do ser.

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1.2.5 Amputação Segundo Friggi (2018, p. 01), “a cirurgia de amputação de membros é um procedimento de caráter reconstrutor que objetiva melhorar a qualidade de vida das pessoas e trazer de volta o bom funcionamento do corpo. ” Consiste na remoção, ou perda por acidente de uma extremidade corporal, em casos em que ocorre por meio de procedimentos médicos consiste na remoção de um membro do corpo já morto, ou como medida de prevenção para que a doença não venha se espalhar, procedimento encarado como reconstrutor, porém altamente invasivo que implica repercussões físicas, psicológicas e sociais. Para Gabarra (2010, p.16), “prioritariamente, as amputações ocorrem por três razões: doenças crônicas, como diabetes e doenças vasculares, tumores benignos e malignos, acidentes traumáticos. ” Em casos de doenças, geralmente no Brasil é um processo médico muito comum de se ocorrer com pacientes portadores de diabetes, e lúpus (doença inflamatória autoimune afeta órgãos e tecidos), os níveis de amputação varia de acordo com o caso, podendo ocorrer no pé, transtibial (amputação da panturrilha), pododáctilo (dedos do pé), hálux (primeiro dedo do pé), meta-tarso (parte mediana do pé), desarticulações do ombro, cotovelo, punho, quadril, e a nível infrapatellar, e suprapatellar. Para Friggi (2018), a cirurgia de amputação é compreendida enquanto uma intervenção que abala o corpo subjetivo, e não somente um procedimento cirúrgico que secciona um membro anatômico, assim esse procedimento não somente ocasiona uma instabilidade emocional como também traz átona ameaça de morte, medo do futuro, e o indivíduo se depara com mudanças na sua imagem corporal, e várias limitações, essas limitações que restringem e, muitas vezes, impossibilitam a autonomia dos sujeitos amputados os colocam em contato constante com suas fragilidades, com uma imagem de si e um modo de vida que não existem mais. De acordo com Batista (2012, p. 245), “os portadores de DM têm quinze vezes mais chances de vir a sofrer uma amputação do que os que não têm a doença. ” Com isso, torna-se fundamental que o paciente tenha um apoio médico, familiar, psicológico, e social, antes, durante e após o procedimento, tendo um espaço em que este possa expressar seus anseios, tirar suas dúvidas, obtendo respostas honestas com a comunicação acerca da tentativa de salvar o membro, ou dessa impossibilidade, é importante para que se estimule uma relação ativa e cooperativa do paciente frente ao tratamento, além de sua participação do controle decisório.

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A amputação não significa somente a perda dos membros, frequentemente acarreta a perda do emprego, aposentadoria precoce e piora na qualidade de vida. A retirada de uma extremidade envolve mudanças importantes na vida de uma pessoa que, para se ajustar à nova situação necessitará de compreensão e apoio não só da equipe de saúde, mas também da família e da sociedade. (BARBOSA, 2010, p. 536)

A retirada do membro acarreta mudanças significativas na vida de uma pessoa, ela necessita de uma maior compreensão, e adaptação tanto física, como psíquica e social, por isso se dá a importância do paciente ter um apoio maior não só médico, como familiar, social, e psicológico passando pela desafiadora realidade de vencer a si mesmo e aos paradigmas impostos, por meio da adoção de estratégias de enfretamento positivo. Segundo Felipini (2015, p.24), “a amputação gera sentimentos de angústia, sofrimento e desânimo que se manifestam em decorrência da ameaça à integridade física e da perda da liberdade, leva os pacientes a desenvolverem um desequilíbrio psicoemocional, propiciando a perda de suas referências como pessoa. ” Por isso é imprescindível que este paciente obtenha apoio psicológico para que venha receber auxílio em relação a sua nova realidade, se fazendo necessário conhecer a respeito desse universo “tímido” em que tais pacientes fazem parte, compreender suas incertezas, medos, sonhos, convicções, direitos e deveres para que se tenha um olhar mais humanizado suspendendo seus pré-conceitos, e abrindo espaço para que esse ser tenha sua autonomia respeitada. Para Azevedo (2016), no hospital geral a psicologia se refere à atuação do psicólogo em uma instituição com pacientes que estão vivenciando a situação de adoecimento e hospitalização, com diversas possibilidades de atuação, sesse modo o profissional de psicologia torna-se de fundamental importância dentro dos hospitais, trabalhando nos mais diversos contextos incluindo o trabalho com pessoas em processo de amputação com o objetivo de auxiliar no processo de enfrentamento. De acordo com Branco (2017, p. 642), “sugere-se que a reabilitação da pessoa amputada se inicie de preferência no período pré-cirúrgico (amputações programadas) e pós-cirúrgico imediato, através de uma equipe multiprofissional que atue com um enfoque na atenção integral. ” Pois esse procedimento desencadeia muitas alterações, se fazendo necessário um olhar minucioso, e um trabalho em conjunto levando em consideração que se uma pessoa portadora de diabetes passa por este processo infelizmente não está isenta de passar por ele novamente tendo em vista que qualquer acidente ou agravo da doença tem essa possibilidade.

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1.2.5.1 Alterações psicológicas da amputação Segundo Freitas (2017, p.81), “alguns pacientes associam a perca de um membro, como a perca de um ente querido. ” Durante a hospitalização são comuns algumas reações emocionais nos pacientes amputados, dentre elas quadros que se assemelham ao processo de luto, tais como: negação, raiva/revolta, tristeza, depressão, adaptação, aceitação, além do sentimento de desesperança, perda da liberdade, culpa, arrependimento, ansiedade, e/ou ideação suicida. Negação e isolamento – Quando as vítimas e/ou os doentes não acreditam quando as suas vidas estão em riscos e não levam muito à sério a situação; raiva/fúria – Quando as vítimas e/ou os doentes processam quando as suas vidas estão em riscos, a tendência é sentirem raiva e indignação contra o agressor ou a doença; negociação (barganha) – Quando o sentido de sobrevivência surge nas vítimas e/ou nos doentes, eles buscam barganhar com o agressor, Depressão – Quando eles notam que não haverá barganha e o quadro mortal não pode ser revertido, as vítimas e/ou os doentes entram em estado de depressão, lamentando e analisando as suas fragilidades e os suas dificuldades pessoais; aceitação – Quando não há mais nada a fazer ou para sofrer, as vítimas e/ou os doentes atingem o estado de resignação, aceitando a morte. (SILVA 2017, p.145)

A depressão é tratada como um subdiagnóstico de exclusão, não sendo levada em consideração a sua influência no quadro clínico, não considerando o sofrimento psíquico do paciente acometido com a doença, e a perda do membro, indicando a necessidade de ter um olhar maior sob os aspectos físicos e psíquico do paciente internado. A depressão é um transtorno caracterizado pela presença de humor deprimido na maior parte do dia ou acentuada diminuição do interesse ou do prazer em quase todas atividades cotidianas associadas aos seguintes sintomas: perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta, insônia ou hipersônia, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimento de inutilidade ou culpa excessiva, capacidade diminuída de pensar ou de se concentrar ou de tomar decisão, pensamentos de morte recorrentes, ideias ou tentativas de suicídio. (LINHARES, 2015, p. 343)

Segundo Sabino (2013, p.225), “a ansiedade é definida como uma emoção desagradável caracterizada por preocupação, apreensão, tensão e medo. ” É comum durante a hospitalização sendo essa desencadeada pela falta de controle, de informações, distorção na autoimagem, fantasias, e perspectivas sombrias em relação ao futuro. E ao depara-se com a incompletude, o paciente acaba por entrar em uma fase de desespero e desesperança, Para Barbosa (2016, p.63), “a fase de desespero, caracteriza-se pela renúncia à esperança de recuperar o que foi perdido. ” A realidade começa a ser aceita e, por concentrar-se dolorosamente em sua perda, o enlutado fecha-se em si mesmo e o mundo lhe parece vazio.

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1.2.5.2 Significado da amputação Para Batista (2012, p.245), “perder uma parte do corpo é ter alterada toda uma existência, é viver uma incompletude que traz consigo uma série de alterações no existir. ” Sabemos que cada vivência é única, com seus sentidos e significados subjetivos; diante disso para um maior cuidado no tratamento desses pacientes se faz necessário uma maior compreensão dos significados atribuídos a tal vivência pois por vezes as pessoas aceitam passar por essa retirada de membro, devido à forte influência originada pela dor incessante, e o medo da morte, mas ao se deparar com essa dura realidade vem a manifestação de alterações psíquicas, medos, incertezas, e de se ver como incompleto. De acordo com Silva (2010, p. 405), “destaca-se que a parte extirpada do corpo de uma pessoa altera sua percepção de si, ou seja, sua auto-imagem e por seguinte sua autoestima. ” Pois este passa a se representar como portador de um corpo modificado, alterado – mutilado. O conceito do corpo ideal é construído e desconstruído ao longo dos anos pela cultura, e sociedade, e é neste campo em que pode facilitar ou não a vida de inúmeras pessoas, é através dessa aceitação que traz incontáveis influências no significado que se dá para a amputação, com suas mais variadas mudanças na vida e no cotidiano da pessoa amputada. Segundo Ferreira (2017), os pacientes que passam por processo de amputação acabam por manifestar sintomas como: dor física, psíquica, sentimento de impotência, raiva, pessimismo, distúrbio no sono, irritabilidade, preocupação com o futuro, vergonha, medo do abandono, pesadelos, lembranças do trauma, dificuldade em se concentrar, rebeldia para com a equipe médica, sintomas depressivos, e estes passam pelos estágios de luto, tais como, negação, raiva, tristeza, adaptação, aceitação. De acordo Bergo (2018), não se deve deixar de considerar os aspectos psicológicos, mudança na imagem corporal, identidade pessoal, qualidade de vida do paciente, pois a amputação envolve uma complexidade de fenômenos, e manifestações emocionais, sendo os aspectos mais frequentes os sentimentos de incompletude e problemas com a autoestima, medo de ser rejeitado pelos outros, medo de como as pessoas o olhariam, o sofrimento causado pela perda de independência e, consequentemente, pela dependência do outro e a sensação de isolamento social, e à presença de membro fantasma (fenômeno em que a pessoa sente presente membros que já foi retirado.)

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1.2.5.3

Estratégias

de

enfretamento

frente

ao

processo

cirúrgico

de

amputação A partir do momento em que a pessoa amputada tem a consciência de si ela começa a elaborar a perda passando pelo processo de aceitação, para Barbosa (2016, p. 71), “a aceitação e a adaptação ocorrem quando o indivíduo compreende devidamente a sua perda, incorporando suas reais limitações, pensando estratégias e alternativas eficazes para sua maior autonomia. ” Elas conseguem equilíbrio que se dá por meio do planejamento de maneiras adaptativas tanto psicológicas quanto físicas, sócias, e profissionais, ocorrendo através do enlace de aceitar a continuidade da vida mesmo em meio as dificuldades. Ser diabético e amputado significa a expectativa de viver em uma realidade permeada por dificuldades, limitações, restrições, medo, preconceito, e isolamento social, mas quando este começa a elaborar a perda, se dá início à criação de estratégias de enfrentamento adaptativos sendo comum o apoio familiar, e o apego espiritual como forma de reorganização e motivação para a continuidade da vida mesmo após a perda. Segundo Lucas, (2010, p. 538), “o vínculo familiar, pode ser visto como um aspecto positivo neste processo, a espiritualidade marcada pelo apego religioso é o ponto de apoio para a busca pela recuperação e vontade de melhora e cura. ” De acordo com Barbosa (2016), além do apoio familiar, espiritual, e de amigos, muitos almejam a prótese como meio adaptativo no enfrentamento a essa nova realidade, idealizando através desta a retomada da independência e reintegração social, contribuindo também para que essa pessoa venha ter uma maior aceitação na imagem corporal, e venha aprender a exercer funções com a utilização da prótese. Para Silva (2010), o pensamento positivo neste processo, e a maneira como a pessoa passa a valorizar a vida e o autocuidado torna-se fatores imprescindível no enfrentamento pois, depois de passarem pela doença e as suas complicações, começaram a valorizar o ato de cuidar de si, torna-se evidente a preocupação, com a saúde, em recuperar parte do bem-estar perdido ou pelo menos manter o corpo como está para não sofrerem com mais amputações. Desse modo, Ser-pessoa-com-diabetes-e-amputações significa depender dos outros e ter a vida pessoal e profissional modificada pela doença, viver sobre a dependência do medo da perda da integridade física, da ameaça permanente de outras complicações do diabetes e sentir-se reduzido à perspectiva da doença. Porém pode significar, desenvolvimento de outras habilidades e a busca por novas formas de viver a partir da atual realidade de ser diabético e amputado. (BATISTA, 2012, p.245)

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CAPÍTULO II - MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Tipo de Pesquisa Realizou-se a pesquisa de forma qualitativa, do tipo exploratória sendo caracterizada como uma pesquisa de campo. Para Marconi e Lakatos (2011), a pesquisa de campo é utilizada para conseguir informações de um indivíduo ou de um grupo com base em um problema, com o intuito de buscar uma resposta para resolve-lo, ou confirmar uma hipótese levantada. De acordo com Freitas (2013), a pesquisa exploratória tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto pesquisado, possibilitando sua definição, delineamento, e facilitando a delimitação do tema, fixação dos objetivos, e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. Enquanto Marconi e Lakatos (2011, p.269), a abordagem qualitativa, “preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano, fornecendo análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes e tendências de comportamento”. 2.2 Participantes Para a realização dessa pesquisa fizeram parte (05) participantes idosos de ambos os sexos, internados em uma unidade de saúde da cidade de Manaus, com a doença Diabetes mellitus, que passaram por procedimento de amputação, e que aceitaram participar do projeto de pesquisa, tendo em vista que os mesmos assinaram o TCLE. 2.2.1 Critério de Inclusão Foram incluídos pacientes internados em uma unidade de saúde na cidade de Manaus portadores da doença Diabetes mellitus, que passaram por procedimento de amputação, na idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Os quais assinaram o TCLE aceitando participar da pesquisa. 2.2.2 Critério de Exclusão Foram excluídos pacientes idosos internados em uma unidade de saúde na cidade de Manaus não sendo portador da doença Diabetes mellitus, que não tenham passado por procedimento de amputação, e pacientes na idade inferior a 60 (sessenta) anos, e os quais não aceitaram participar da pesquisa consequentemente não assinando o TCLE.

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2.3 Local da pesquisa A pesquisa foi realizada no hospital e pronto socorro 28 de agosto unidade de saúde da cidade de Manaus, vinculada ao estado do Amazonas, situado na Av. Mário Ypiranga,1581, Adrianópolis. Sendo inaugurado em 1986, instituição pública da Secretaria Estadual de Saúde (Susam) que acolhe os mais diversos tipos de problemas de saúde, sendo um hospital generalista, atendendo público adulto e idoso. 2.4 Instrumentos da Pesquisa Como instrumento da pesquisa, foi utilizado: Entrevista Semi – estruturada, dirigidas aos pacientes hospitalizados que passaram por procedimento de amputação composta com cinco questões abertas, no intuito de investigar o que se deu para a ocorrência do ato cirúrgico, como as pessoas se sentiram ao receber a notícia, quais os planos pós hospitalização etc. 2.4.1 Entrevista Semi - Estruturada A entrevista é uma ação com duas ou mais pessoas com finalidades determinadas no objetivo de propagar conhecimento, formar opiniões, levantar e averiguar informações. Para Marconi e Lakatos (2009, p.278), a entrevista representa um dos instrumentos básicos para a coleta dos dados, trata-se de uma conversa oral entre duas pessoas, das quais uma delas é o entrevistador, e a outra o entrevistado. A entrevista semiestruturada aproxima-se de uma conversa focada em determinados assuntos, de maneira não pré-determinada, formal ou rígida, com possibilidades flexivas e adaptativas. Segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 281), a entrevista semiestruturada, livre onde o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas necessárias e pode desenvolver cada situação em qualquer direção que for adequada com a pesquisa, como forma de poder explorar o assunto com eficácia. Optou-se por utilizar esse tipo de entrevista com o objetivo de deixar os entrevistados mais à vontade para dialogar sobre a temática e facilitar a observação. A entrevista foi realizada da seguinte forma: o entrevistador formulará cinco questões abertas aos entrevistados com a finalidade de coletar dados e informações relevantes a pesquisa no intuito de causar o mínimo de danos possíveis aos participantes.

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2.5 Tratamento e Análise dos dados A técnica utilizada nesta pesquisa foi a análise de conteúdo. De acordo com Bardin (1977), a análise de conteúdo possui três fases principais: a.

Especificação dos objetivos da pesquisa e formulação das hipóteses;

b.

Elaboração dos indicadores em que se apoiarão as hipóteses obtidas a partir das

definições operacionais dos conceitos teóricos apoiados na investigação; c.

Eleição dos documentos a analisar.

A análise de conteúdo é um conjunto de instrumentos metodológicos, onde procedimentos são utilizados para analisar e interpretar mensagens, a técnica é usada para investigar o discurso do sujeito. De acordo com Bardin (2009), é um conjunto de técnicas e análise das comunicações com o objetivo de obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitem a inferência ou não de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção destas mensagens. Segundo Grzybovski (2011, p. 734), percebe-se que a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise de comunicações, que tem como objetivo ultrapassar as incertezas e enriquecer a leitura dos dados coletados. Permite uma maior compreensão da realidade, e do grupo estudados que por vezes aparecem nas entrelinhas, assim por meio do processo de decomposição da fala, categorização do fenômeno nos permite uma análise mais minuciosa dos presentes dados. Para Bardin (2010, p. 44), a análise de conteúdo procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça, a análise de conteúdo é uma busca de outras realidades através das mensagens. Assim essa analise permite se aprofundar de maneira significativa, conhecer o que está por trás das palavras, enriquecendo assim a leitura da presente pesquisa. A análise dos dados será realizada seguindo as etapas proposta por Bardin (2010): 1) a pré-análise; 2) exploração do material; 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Sendo a pré analise de organizar o material, a exploração com o objetivo de explorar, e definir categorias, e o tratamento de resultados que diz respeito a interpretar os dados.

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2.6 Aspectos éticos da pesquisa O projeto de pesquisa foi submetido à avaliação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Nilton Lins. A pesquisa obedece aos critérios de respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos participantes da pesquisa científica, envolvendo seres humanos, considerando o desenvolvimento e o engajamento ético, que é inerente ao desenvolvimento científico e tecnológico, de acordo com a resolução 466 do Conselho Nacional de Saúde, publicada em 12 de dezembro de 2012. A presente Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade, científica e ao Estado. Este projeto de pesquisa envolve seres humanos e compromete-se a atender a esta resolução (466) em sua íntegra. Visando garantir o sigilo do sujeito entrevistado, não foi constado dados que permitam a identificação do mesmo, adotando pseudônimos para identificá-los, sendo uma maneira de garantir a confidencialidade e privacidade do material coletado, mesmo assim, o estudo garante que os participantes somente forneceram informações sobre o assunto, a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE. Assim, a pesquisa também se fundamenta nos princípios do Código de Ética do Psicólogo em seu artigo 16º, e na resolução Nº 010/2005. O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: a. Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; b. Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código;

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c. Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; d. Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem. Portanto, é importante ressaltar que a pesquisa respeita a autonomia do sujeito em assinar, ou não o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

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TCC II ORIENTAÇAO Maiene

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