03 - Enfeitiçado Por Ela

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JENNIFER SOUZA

ENFEITIÇADO POR ELA 1° Edição

Copyright © 2015 Jennifer Souza Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem a autorização por escrito da autora.

Revisão e Sinopse: Beka Assis

Diagramação: Thais Lopes

Capa: Jéssica Gomes

Jennifer Souza

1. 2. 3.

Romance Adulto Drama

Todos os direitos reservados á Jennifer Souza Essa é uma obra de ficção. Quaisquer semelhanças com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência.

E AO CONECTAR MEUS OLHOS COM OS DELA... ME VI ENFEITIÇADO. E A PARTIR DAQUELE MOMENTO, PERTENCI A ELA; E ELA PERTENCEU A MIM. John Lennox

PRÓLOGO JOHN LENNOX Ela estava linda como sempre esteve. Seu olhar era fogo puro, e seus cabelos escuros estavam espalhados pelo travesseiro. Ela continha um sorriso vago em seu rosto, saciada; porem algo tinha mudado ali e infelizmente eu sabia exatamente o que era. — Você está distante hoje... aconteceu alguma coisa na casa do seu sobrinho? — Perguntou ela, apoiando os cotovelos na cama, fazendo com que o lençol deslizasse e deixasse seus seios à mostra. — Creio que o motivo disso seja a minha preocupação com Jacob. — Menti; sabia exatamente qual era o meu problema, era ela. Desde o momento em que coloquei meus olhos sobre Cristiana, soube internamente que estaria arruinado. Sabe aquela sensação de que há borboletas dentro da sua barriga, em que você se sente leve e tenso ao mesmo tempo? Sente um arrepio frio na nuca e ao mesmo tempo seu corpo todo fica em chamas? Não sabia dizer o que tinha de tão especial nela... mentira, a quem estava tentando enganar afinal? Ela era linda, excepcionalmente linda, ou devo dizer exuberantemente linda. Seu rosto era perfeitamente esculpido, olhos de um tom de verde quase mel e lábios cheios e fartos que me deixaram louco. Minha vontade foi de ir até ela no mesmo instante em que a vi, e provar de seus lábios para comprovar se eram tão doces quanto pareciam, tão deliciosamente eróticos quanto eu imaginei. Queria mordê-los, puxá-los para mim, tomar aqueles lábios e aquela mulher e a torna-la minha. Isso foi assustador, confesso. Mas além de seu rosto lindamente esculpido, seus cílios longos e seus cabelos castanhos, que ficavam levemente avermelhados ao sol, ela também tinha um corpo escultural que me deixava em maus lençóis, proporcionando-me momentos constrangedores onde era impossível controlar minha ereção. Como é possível que um homem de 49 anos estivesse nessa situação, como se fosse um adolescente na puberdade?

Bem, voltando a descrição de seu corpo, ela era cheia de curvas; não era magra como a mulher que estava em minha cama nesse momento, e tão pouco lembrava minha falecida esposa. Cristiana era deliciosa, suas coxas eram grossas, seus seios fartos, seu bumbum empinado e grande. Deus, como eu ficava louco com essa mulher! Queria dar uns tapas em seu traseiro; tomála com força e ao mesmo tempo com suavidade. Aos olhos de muitas pessoas seu peso extra poderia ser considerado um defeito, mas ao meu ver ela era perfeita, e ao deitar-me com Adele naquele dia, não senti satisfação, senti-me incompleto... 1

Adele e eu tínhamos um affair há anos. Assim como eu, ela tornou-se viúva muito jovem e sentia-se solitária vez ou outra; e nos encontrávamos ao menos uma vez por semana. Ela havia se tornado uma amiga para mim e sempre que eu dormia com outra mulher, contava para ela e vice-versa; porém nesse dia, senti a necessidade enorme de esconder dela a razão de meu distanciamento: Cristiana. E isso era algo que deveria se pensar. Minha vida não fora muito fácil. Claro que ser herdeiro dos Lennox sempre me beneficiou, ao mesmo tempo que me atrapalhou também. Quando atingi os meus 18 anos, apaixonei-me perdidamente por Abigail Clark, uma jovem de uma fazenda vizinha, que foi meu primeiro amor. Isso, é claro, até Wilma aparecer e estragar tudo. Fui descobrir só muito tempo depois que Wilma manipulou a mim e Abby de uma forma dissimulada, mas quando fiz essa descoberta já era tarde demais, Abby havia partido e eu havia me casado com Wilma, já que ela esperava um filho meu. Casei-me aos 19 anos e aos 20 já era pai... um homem muito infeliz pela perda de seu amor de adolescência, mas muito feliz por ter um filho tão lindo em meus braços. Jacob, sem dúvidas, foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida e o amei incondicionalmente desde o primeiro minuto. Já não posso dizer o mesmo de Wilma, que vivia ausente, deixando Jake aos meus cuidados ou da Sra. Perkins. Então anos se passaram, muitos amantes que eu fingia não ver. Devo admitir que nunca amei Wilma, e as vezes em que Jake me via taciturno era por Abby, minha paixão de adolescência. Ficava me perguntando como seria se tudo desse certo entre nós, porém logo me conformava, afinal se tivesse me casado com Abby não teria Jake em minha vida e isso era inconcebível.

Com o passar do tempo esqueci de Abby; vi que era apenas uma paixão passageira, e comecei a me envolver mais com os trabalhos na fazenda. Tive todo o apoio de meu irmão Dominic, mas confesso que todas as vezes que o via com e sua esposa Rebecca, olhando-se com aquele amor que transbordava aos olhos, sentia uma pontada de inveja de meu irmão. Enfim, Wilma fugiu com seu mais recente amante, eu teria ficado aliviado com sua partida se ela não tivesse destroçado meu filho no processo. Se ela tivesse partido discretamente, eu poderia confortar meu filho, dizer que sua mãe havia ido para uma viagem e que demoraria a retornar. Ele logo a esqueceria, pois nunca dera amor a ele, mas não; a maldita esmagou o coração do meu pequeno Jake entre os dedos e então morreu em um acidente estúpido de carro. Por isso, creio eu, que minha admiração por Cristiana cresceu ainda mais ao vê-la cuidando do pequeno trio de Logan: Lizzie, Luke e Dom. Sem mencionar as cenas que presenciei dela com o pequeno Sebastian; uma mãe amorosa, carinhosa e atenciosa. Era isso que Cristiana era, e naquele instante eu tinha certeza que estava apaixonado por ela e que precisava tê-la para mim. — Acho que tenho de voltar ao Arizona. — Disse para Adele, que franziu a sobrancelha quando comecei a me vestir rapidamente. — Agora? — Perguntou ela atônita. — Sim, agora! — Disse enquanto calçava as minhas botas e colocava o chapéu. — Mas você acabou de voltar, por que vai ir de novo tão cedo? — Era normal contar tudo a Adele, afinal havíamos nos tornado bons amigos; mas a curiosidade dela me irritou, respirei fundo e disse. — Tem algo importante que deixei para trás. — Disse apenas. — Você voltará logo? — Não sei. — Então dei um beijo em sua testa, deixando-a com uma expressão de desapontamento e parti de sua casa. Montei em meu cavalo e segui até minha casa em alta velocidade. Precisava vê-la...precisava tê-la para mim...

CAPÍTULO 1 CRISTIANA BRANDÃO Novo lugar, novo trabalho, nova vida... tudo daria certo! Esse era um mantra que eu repetia diariamente todas as manhãs. O último ano não fora nada fácil para mim. Digamos que descobrir que o homem com quem você tem um relacionamento há um ano é casado e tem uma família pode ser algo devastador, principalmente nas circunstancias em que descobri tudo isso. Exatamente há um ano e seis meses, meu celular tocou com uma ligação do hospital, informando que Greg havia sofrido um grave acidente de carro e que meu número estava entre seus pertences. Muito nervosa e aflita, corri no mesmo instante para o hospital, e encontrei sua esposa e seus dois filhos, de mais ou menos 12 anos. Sua esposa — a qual eu sequer sabia da existência — estava muito aflita, e pensou que eu fosse uma colega de trabalho dele e não desmenti. Estava tão atordoada; era como se uma história se repetisse na minha cabeça. Meu pai traiu minha mãe e nos deixou por conta própria, ignorando totalmente sua família para viver com a nova. Lembro-me de ver minha mãe despedaçada, traída, humilhada e naquele momento, me senti assim. Ver a dor nos olhos do filho de Greg e de sua esposa fez com que eu me sentisse suja e usada. Me senti tão culpada e vulgar por fazer parte daquilo, mesmo estando ignorante quanto ao seu casamento. E para completar minha situação, estava grávida de 2 meses. Após passar uma semana na Unidade de Tratamento Intensivo em estado grave, Greg faleceu, deixando a esposa e os dois filhos quebrados. Eu estava destruída, e voltei para a casa da minha mãe naquela mesma semana. Ainda não compreendia como um homem mantinha uma vida dupla daquela forma? Como ele dormia a noite? Como conseguia ficar tão tranquilo enquanto enganava duas pessoas? Casamento! Que coisa mais estúpida para se fazer... eu iria cuidar de mim e do meu filho, e homens não entrariam nessa soma. Perdi minha mãe um mês após o nascimento de Sebastian, e me senti

novamente quebrada, porém naquele momento, tinha uma âncora para me apoiar. Sebastian era um lindo menino e saudável, que me deu forças para viver. De toda a forma, queria sair da casa de minha mãe, que tinha tantas memórias dolorosas, e após longos meses organizando tudo, aluguei a casa para um casal de idosos e parti sem rumo em meu carro. Acabei indo parar no Arizona e lá acabei conhecendo Paulina, que era empregada na casa de Logan e Nicolle Lennox, e vendo a minha situação, falou-me da vaga de emprego como babá e da chance de ter um lugar para morar. A ideia de morar em uma fazenda me atraiu, já que passei boa parte da vida em uma fazenda, e ter ido morar na cidade apenas me trouxe problemas. Quero dizer, nem tantos problemas, pois Sebastian era uma benção de Deus em meio aquele caos que minha vida havia se transformado. A convivência com Nicolle Lennox foi ótima logo de início, e mesmo ela sendo uma moça tão jovem, era uma mulher decidida e focada. Identifiquei-me com ela, e com os gêmeos, foi amor à primeira vista. Havia feito pedagogia e amava as crianças pelo fato delas serem completamente inocentes e honestas. Os Lennox eram pessoas tão incríveis que logo integraram meu Sebastian a seus filhos, que logo brincavam como irmãos. Sebs tinha quase um ano de diferença entre eles, mas ele era um menino muito doce, que eu amava acima de qualquer coisa. Na fazenda eu tinha uma vida muito tranquila, tomava conta dos meninos e podia passar muito tempo com meu filho; Nicolle e Logan me tratavam como se fosse da família, tinha um teto para morar e meu filho teria um ótimo futuro se dependesse de mim. Tudo era muito tranquilo, até um certo dia.... Tinha terminado de trocar as fraldas dos gêmeos e agora lia uma história para Sebastian sentada na grande cadeira de balanço, com uma voz baixa e melodiosa, que fez os gêmeos adormecerem e Sebastian acalmar-se; até que senti uma presença atrás de mim. Não o vi entrar no quarto, mas senti a intensidade em seu olhar em minhas costas e se não estivesse sentada, iria cair com toda a certeza. Sebastian havia dormido em meu colo, e por isso virei de relance, sem conseguir vê-lo realmente. Levantei-me e coloquei Sebs no acolchoado que tinha ali, para então encarar o desconhecido. Nicolle havia mencionado que

receberia a visita do tio de Logan, John Lennox e seu primo Jacob, então supus que fosse dele o olhar intenso que me fitavam, porém quando me virei e encarei aqueles belos olhos cor de mel, senti como se o chão se abrisse sobre os meus pés, e meu corpo inteiro entrou em chamas apenas com aquele olhar. Ele era um homem muito bonito, com cabelos escuros como a noite, rosto forte e bem desenhado, cílios longos e lábios perfeitamente desenhados. Seu rosto estava coberto por uma barba, e instintivamente senti vontade de tocá-la para apreciar a aspereza de sua barba em meus dedos, ou talvez passear com as minhas mãos por sobre seu corpo forte; pois ele tinha, definitivamente um corpo muito forte. Era possível ver alguns contornos de seu tórax através de sua camiseta preta, e sua calça jeans abraçava suas pernas com perfeição. Assustada com a intensidade daquele momento, dei um passo para trás e me obriguei a falar. — Senhor. — Minha voz saiu rouca, e senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Por um instante me senti violada por seu olhar. Por que ele tinha que me olhar daquele jeito? Como se lesse minha alma? Como se me visse nua... — Boa tarde, sou John Lennox. — Ele estendeu a mão na minha direção sem desviar o olhar — Você deve ser a senhorita Cristiana, certo? — O choque que senti ao tocar sua mão deixou-me mole e esqueci meu nome por alguns segundos. O que tem esse homem de especial afinal? — S... Sim, muito prazer senhor Lennox. — Disse contida. — Por favor me chame de John. — Disse ele e sorriu — E o prazer é todo meu. — Ele fez uma mesura e me encarou. — Não creio que seja apropriado chamar o senhor pelo primeiro nome. — Por que minha voz estava daquele jeito? Fina? Rouca? Trêmula? — Nesse mundo existem tantas outras coisas inapropriadas Cristiana; não creio que me chamar pelo primeiro nome seja algo assim tão inconcebível. — Ele sorriu sedutoramente, ou ao menos foi essa a minha impressão. Acho que até mesmo se ele desse um sorriso amarelo para mim, iria parecer sensual. — Sinto-me mais confortável chamando-o pelo sobrenome. Só me sinto confortável em chamar as pessoas que me são intimas pelo primeiro nome. —

Por que ainda estávamos discutindo aquele assunto? — Então — Ele deu um passo à frente, ficando bem próximo de mim — Se nos tornarmos íntimos, você me chamará de John e eu poderei chamar você de Cris? — Indagou ele, tão próximo de mim que pude sentir seu hálito em minha boca, uma mistura de hortelã e menta. Nesse momento, quebrando o transe do momento mais intenso que já tive com um homem, mesmo que fosse apenas uma conversa, Dominic acordou aos berros, e com isso acordou os outros irmãos. Corri dali, dando a volta no quarto para não passar por ele; estava assustada e só queria fugir dele. E ainda assim, em meio aos cuidados dos gêmeos, ele não parava de olhar para mim. — Senhor Lennox, por que o senhor está me olhando assim? — Perguntei constrangida. — Não consigo olhar para mais nada tendo você aqui. — Disse ele. Tentei notar se havia humor em suas palavras mas ele permaneceu sério, e por fim sorriu, novamente sedutor. — O senhor não deveria ficar dizendo essas coisas, é inadequado. — Censurei-o. — Desculpe, é mais forte do que eu. — Ele falou apenas. — Não me sinto à vontade, peço por favor que pare. Quero manter meu trabalho. — Prometo controlar minha língua, mas não me peça, por favor, para controlar meus olhos ou meus pensamentos. — Meu Deus! Conheci esse homem a menos de quinze minutos e ele já estava flertando comigo! Abri a boca para retrucar, mas naquele momento fiquei sem palavras. Não sabia o que poderia dizer... Apenas estava torcendo para que John Lennox fosse embora o mais rápido possível para o Texas.

CAPÍTULO 2 JOHN LENNOX Cheguei ao Arizona naquela noite e fui recebido com certa surpresa por meu sobrinho Logan. Meus olhos voltavam-se a todo o instante em direção ao corredor, imaginando que ela surgiria a qualquer instante, usando um jeans colado as suas curvas, com seus cabelos soltos nos ombros e uma blusa que marcava sua cinturinha curvilínea, mas para o meu desprazer, não a vi naquela noite. Logan mencionou algo que fez meus olhos iluminarem de prazer: Nicolle e ele iriam verificar as condições da cabana na floresta no dia seguinte, e se demorariam aproximadamente quatro horas por lá. Ele disse que antes de minha chegada estava indo até o escritório para ligar para Carmen, mãe de Nicolle, para que ela viesse ajudar Cristiana a tomar conta dos três bebês. Eu automaticamente o impedi de fazer isso, e disse que ajudá-la-ia com o maior prazer. — Obrigado tio, mas posso saber por que você voltou tão rapidamente ao Arizona? — Perguntou Logan após sentar-se em sua cadeira no escritório enquanto bebericávamos um uísque. — Estou preocupado com Jacob — Isso, é claro, não chegava a ser uma mentira; era uma meia verdade. Realmente estava preocupado que meu filho fosse estragar tudo outra vez com aquela moça, mas o que me fez voltar ao Arizona era Cristiana. — Não tem com o que se preocupar, tio. Ele vai saber se virar com o pouco dinheiro que tem. — Disse ele, tranquilamente. — Não é com isso que estou preocupado, e sim que ele troque os pés pelas mãos e perca a chance de ser feliz de verdade. — Acho que ele não será tão estúpido dessa vez, tio. Creio que ele vai dar um jeito de recuperar a mulher que ama. — Isso se ele se der conta de que a ama.

— Bem, isso é verdade. Jacob apesar de ter quase 29 anos ainda é muito estúpido e imaturo. — E isso tudo culpa minha. — Disse nostálgico. — Tio, o senhor fez o melhor que pode, não é sua culpa. — Disse Logan, convicto — Cada um lida com os problemas de um jeito, e Jacob resolveu lidar com os dele assim. — É verdade, mas me pergunto se tudo seria diferente se eu o tivesse tratado com mais pulso firme. Talvez ele fosse um pouco mais como você. — Tio, não se culpe pelo que aconteceu no passado. Não há nada que você possa fazer para voltar no tempo, e bem, o que nos resta agora é guiar Jacob para o melhor caminho. — Logan sorriu enigmático. — E tenho certeza que com emprego que eu lhe garanti, ele irá aprender a ser humilde. — Como assim? — Me inclinei para a frente, para escutá-lo. — Bem, eu fiz uma generosa doação ao hospital e conversei com a senhora responsável pela contratação de funcionários, e garanti que Jacob tivesse um emprego digno que fará dele uma pessoa muito mais humilde. — Tenho orgulho de você, e sei que Dominic, seu pai, deve estar orgulhoso de você onde quer que ele esteja. — Resolvi não questionar sobre o emprego que ele deu a Jacob; confiava em Logan e sabia que deveria ter sido uma sábia decisão, e que Jacob se tornaria um homem muito melhor e responsável. Depois de Logan ir deitar-se com sua esposa, fiquei divagando um tempo no escritório, comparando Jacob e Logan, e o que fiz de errado na criação de meu filho. Lembro-me com clareza daquela fatídica noite em que Wilma faleceu ao lado de seu amante, e de ter encontrado Jacob na escadaria da mansão da fazenda, tão pequeno... ele chorava descompassadamente, agarrado a sua zebrinha de pelúcia, tão magoado e destruído por aquela mulher perversa que lhe disse que não o amava. — Por que a mamãe não me ama, papai? — Perguntou ele aos soluços, com seu corpinho agarrado a mim. — É claro que ela te ama, meu filho. Por que você pensa o contrário? —

Afaguei seus cabelos dourados iguais aos de sua mãe enquanto tentava acalmá-lo. — Ela disse isso! Disse que não me amava e estava indo embora. — Ele falou amargurado. — Não meu filho, tenho certeza de que você entendeu tudo errado... — Eu entendi tudo direitinho; não sou retardado papai como ela me chamou... — Ei, não fale assim... — Ela me odeia.... — Ninguém poderia odiar você, meu filho. Eu amo você mais do que tudo na minha vida. — Amargurado e machucado, Jacob adormeceu em meus braços após chorar até a exaustão, e carreguei seu corpinho até a sua cama e o cobri com uma manta. Os acontecimentos daquela noite ficaram ainda mais conturbados, com os policiais informando sobre o acidente e a morte de Wilma Lennox e seu amante. Aquela semana foi ainda mais confusa, e me sentia perdido demais; não sabia se estava triste ou aliviado por sua morte, e isso quase me levou à loucura. Jacob passou aquela semana na casa dos tios Dominic e Rebecca, pais do Logan. As coisas aconteceram naturalmente. Primeiro Jacob estava tão desolado que eu não sabia mais o que fazer para deixá-lo feliz, então passei a oferecer intermináveis presentes na tentativa de animá-lo, e ele começou a maltratar os empregados. Eu não o censurava, pois tinha sempre tinha em mente que ele tinha acabado de perder a mãe e melhoraria com o tempo, mas nunca melhorou; na realidade, o seu comportamento só fez piorar. Depois de três anos, quando me sentia mais humano, e tentei em vão consertar o meu filho, meu irmão Dominic e sua esposa, Rebecca, faleceram em um terrível acidente de helicóptero. Para minha grande benção, Logan era um garoto muito diferente de Jacob e mesmo com sua tristeza, ele deu um jeito de tomar conta de tudo, e aprender comigo tudo o que podia sobre finanças e a fazenda. Perder meu irmão foi o fim para mim, e cansado de tudo, deixei que me filho continuasse com seu comportamento. Esse foi o maior erro que eu

cometi... Só espero que ele não deixe com que Megan escape por entre seus dedos, pois tenho certeza que ela é a única que o fará feliz.

a Acordei cedo no dia seguinte, tomei um banho demorado e vesti-me com cuidado; calça jeans, botas e uma camisa branca. Sentia-me como um adolescente prestes a ir para a escola, e ver a garota que sempre gostou. “Seja homem, John Lennox” disse a mim mesmo antes de sair do quarto. Fui até a mesa e o café da manhã já estava servido. Nicolle e Logan conversavam animados sobre a saída até a cabana, algo como pedaços da lua de mel. Suspeito que a ida a cabana, nada tinha a ver com reformas futuras, mas sim como um momento de privacidade entre eles. — Senhor Lennox, o que faz aqui? — Cristiana entrou na sala de jantar e encarou-me assustada. Todos os olhares se voltaram para ela, e sua exclamação surpresa não me passou despercebida. Ela encarou a todos os presentes desviando seus olhos dos meus, e só naquele se deu conta de sua gafe. — Digo, ... Senhora Nicolle, eles já adormeceram novamente então a senhora pode ir, se assim desejar. — Ótimo, vamos logo Logan... — Incitou Nicolle. Logan ainda olhava franzido de mim para Cristiana, que estava com o rosto pálido como papel, enquanto eu mantinha um sorriso enigmático. Eu mexia com ela; ela não era indiferente como me fez crer anteriormente. — Logan! Vamos logo, homem! — Insistiu Nicolle. — Sua mãe, digo, a senhora Carmen, já chegou? —Perguntou Cristiana. — Não, na verdade ela não vem... tio John ofereceu-se para ajudar você. Não foi gentil da parte dele? — Apenas eu notei o toque de malicia na pergunta de Nicolle? — Claro, claro... claro que sim... mas os gêmeos estão dormindo, então acho que dou conta de cuidar deles sozinha. Obrigado senhor Lennox. — Já pedi que me chamasse de John, Cristiana. — Nossos olhos se prenderam novamente por frações de segundos. Nicolle arrastou Logan dali, que foi de bom grado, e antes de sair, ela gritou na porta.

— Você, Cristiana, trate de tomar café! Não vi você comer nada hoje. — E assim meu sobrinho e sua perspicaz esposa se foram, deixando-nos finalmente a sós. — Então, sente-se comigo. — Levantei-me, puxando a cadeira para que ela sentasse a mesa. — Acho que devo tomar meu café com Paulina. — Disse ela, referindose a quase governanta da casa. — Por favor, sente-se em minha companhia. Detesto tomar café da manhã sozinho. — Insisti. — Não sei... eu... — Por favor Cristiana, eu não mordo... a não ser que você queira, é claro. — Sorri torto para ela. — Prometo me comportar e tentar controlar a minha língua, como você me pediu. — Ela mordeu o lábio inferior e parecia ponderar o que fazer a seguir. Aquele pequeno gesto de morder o lábio teve efeito imediato entre as minhas pernas. — Tudo bem — Suspirou vencida e sentou-se na cadeira. Dei a volta e fiquei ao seu lado, de pé. — Como gosta do seu café? — Perguntei, pegando o pequeno bule e servindo sua xícara. — Senhor Lennox, eu mesma posso fazer isso. — Disse, erguendo-se. — Por favor, eu insisto. Como gosta do seu café? — Ela me encarou novamente e todas as vezes que seus olhos esverdeados me encaravam daquela forma, eu sentia um baque dentro do peito. — Puro e só com uma pitada de açúcar. Detesto café doce. — Sorri e preparei seu café, que era da mesma forma que eu gostava. — Parece que temos uma coisa em comum, afinal. —Sentei-me de volta na minha cadeira e lhe ofereci as diversas guloseimas que tinham distribuídas na mesa do café da manhã, e ela aceitou uma fatia da deliciosa torta de maçã. — Como está o pequeno Sebastian? — Perguntei, o que fez com que ela finalmente sorrisse para mim.

— Ele está bem, saiu hoje cedo com Paulina. — Ela deve ter notado sua gafe, pois ela disse que iria tomar café com Paulina, mas sabia que ela não estava em casa, então esse era apenas um motivo para fugir de mim, mas por quê? — Ele é um garoto incrível, muito parecido com você. — Obrigada. — Mas creio que seja assim com os meninos, não é? Meu filho Jacob não tem praticamente nada de mim; é muito mais parecido com a mãe... Não saberia dizer se ele tem algo de mim. — Ele tem o seu sorriso. — A encarei atentamente. — Você acha? Você é bem observadora, Cristiana. — Ela ficou vermelha como um tomate. — Acho que vou dar uma olhada nos gêmeos. — Não se incomode, eu vou. Termine seu café. — Levantei-me e fui até o quarto dos gêmeos, e os três dormiam como anjos. Voltei rapidamente a mesa; queria saber mais dela, saber tudo dela, desvendar todos os seus segredos, despi-la de toda aquela camada de proteção. Quando voltei a mesa, ela já estava levantando-se. — Ei, já terminou seu café? Coma mais um pedaço de torta, ou uma torrada. — Obrigada senhor Lennox, mas estou satisfeita. Não devo abusar, estou de dieta. — E por que você faria dieta? — Bem, eu não sou magra; mas gostaria de ser mais curvilínea. — Ela começou a caminhar em direção ao corredor — Bem, isso não vem ao caso, vou... tomar conta dos gêmeos agora. — Eles estão dormindo. — Mas esse é meu trabalho, vou ficar com eles. — A puxei pelo braço e ela estremeceu. — E por que você não fica aqui comigo?

— Senhor Lennox, o senhor prometeu que controlaria sua língua. — Eu disse que iria tentar controlar a minha língua. Venha comer mais comigo; seu corpo é perfeito e não vejo o porquê você deve parar de comer, a menos que essa seja apenas uma desculpa para se afastar de mim. — Indaguei, ela virou-se para mim e sussurrou. — E se for? Se for uma desculpa apenas para me afastar. O senhor deveria me respeitar... Eu não posso ficar escutando seu flerte e me manter quieta — Ela me encarava agora furiosa — Peço por favor, senhor Lennox, que volte para o Texas e me deixe em paz ou terei de deixar esse emprego. Não sou o tipo de serviçal que o senhor deve estar acostumado. — Ela puxou o braço e afastou-se de mim, mas em dois passos eu a alcancei. — Do que você está falando? — Segurei seus ombros e a prendi contra a parede. — O senhor acha que não fiquei sabendo da fama dos homens Lennox de dormir com as empregadas? Eu não sou desse tipo; vim aqui para recomeçar... — Ela despejou toda a sua raiva em cima de mim, e prendi seu corpo ainda mais contra a parede. — Diferente do meu filho e sobrinho, eu sempre respeitei as empregadas das mansões Lennox, Cristiana... Viajei 665 milhas para chegar até você, e acredite que se fiz isso é porque você despertou em mim coisas que até então estavam mortas. — O senhor é louco! Por favor, não faça isso... — Disse ela tarde demais, pois meus lábios já estavam colados aos dela. Minha língua invadiu sua boca macia e doce, e seu corpo inteiro pareceu abrigar o meu. Minhas mãos desceram por sua coluna, acariciando cada pedacinho dela; e com os dentes, mordisquei seu lábio inferior, o puxando para mim. Ela retribuiu o beijo com paixão, mergulhando suas mãos por dentro da minha camisa, percorrendo e arranhando minhas costas, e meus lábios desceram até a curva de seu pescoço, sua pele doce e macia deixava-me louco. — John... — Ela sussurrou meu nome, e nesse instante um de meus sobrinhos-netos começou a chorar a plenos pulmões, despertando a nós dois daquele instante perfeito. — Isso nunca aconteceu! — Disse ela ofegante, e correu para o quarto dos meninos.

— Aconteceu, doce Cris... e vai acontecer de novo. — Joguei essa promessa no ar. Estava abalado e deliciado com ela; nossos corpos se encaixaram com perfeição e agora que tive o vislumbre do que seriamos juntos, me convenci de que ela seria minha, não importaria o quanto tentasse fugir de mim.

CAPÍTULO 3 CRISTIANA BRANDÃO Minhas noites tornaram-se intoleráveis após o episódio do beijo com John Lennox, e para piorar a situação parecia que ele não iria embora tão cedo. Se essa situação se sustentasse, eu teria de partir em breve pois não iria me envolver em problemas de novo. Aquilo parecia ser a maldição da família Brandão! Lembro-me da história contada por minha mãe, minha avó Maria Luísa apaixonara-se por um norte-americano e com isso mudou-se para a Pensilvânia, deixando sua família e sua vida no Brasil para trás. Após dois anos de casados, meu avô começou a traí-la, e sem opções, minha avó manteve-se nos EUA pois que se voltasse ao Brasil correria um grande risco de perder a guarda de minha mãe, Anna Katherine, que era uma cidadã americana legitima. Enfim, a história de minha mãe vocês já sabem e a minha também... Eis a maldição da família Brandão. E eu, Cristiana Brandão Young, não me livrei da maldição. Sendo assim, não deveria em hipótese alguma me deixar seduzir por John Lennox, pois aquilo seria o meu fim. Acordei naquela manhã e logo tinha alimentado os gêmeos e banhado cada um deles. Sebastian estava na cozinha com Paulina, que assim como eu, tinha origens latinas. Ela parecia muito feliz e nunca havia se casado. Se ela era feliz assim eu também poderia ser, não? — Cris, pode ir para o seu descanso — Nicolle entrou no quarto dos gêmeos e ficou admirando-os com um brilho de orgulho no olhar — Logan e eu vamos matar o serviço hoje para passar o dia com nossos pequenos. Vamos dar um passeio em família. — Obrigada Senhora Lennox. — Disse sorrindo. — Ei Cris, já disse que você deve me chamar de Nicolle; afinal temos quase a mesma idade. — Eu tento, mas sempre acabo me esquecendo... desculpe senhora... digo Nicolle. — Ela sorriu e disse.

— É sério, me sinto uma idosa ao ser chamada de senhora, afinal tenho só 20 anos, e você poderia ser minha irmã. — Ela disse sorrindo. — Tudo bem Nicolle, prometo me esforçar. — Neste ponto minha patroa tinha total razão, pois a nossa diferença de idade era mínima; eu em meus 25 anos e ela em seus 20 anos eram poucas as diferenças entre nós. — Obrigada Cris, agora vá lá com Sebs. Ele deve estar com saudades de brincar com a mãe. — Sim, eu vou. — Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto — Que horas a sen.... digo que horas você vai precisar de mim, Nicolle? — Vamos passar o dia fora, voltamos apenas ao crepúsculo. Vamos comprar coisas para levar na viagem para o Kansas. — Nós vamos viajar? — Aquela seria uma boa fuga de John Lennox, pensei. — Estive pensando em te dar uma folga, mas vamos ver. — Eu adoraria ir junto; sabe que gosto de ajudá-los, e você assim podem passear e conhecer o local. — Vamos ver Cris, vamos ver. Por ora, vá com o Sebs e descanse, sim? — Tudo bem, até logo. Deixei o quarto a passos rápidos, louca para pegar meu filho nos braços. Sentia saudades de Sebs, mesmo podendo estar com ele com frequência durante o dia, pois os senhores Lennox me davam a liberdade de estar com meu filho sempre que quisesse; mas como estava acostumada a estar com ele constantemente antes de voltar a trabalhar, esses momentos em que ficávamos longe me causavam uma saudade imensa. Ao chegar na cozinha, me deparei com Paulina preparando sua receita secreta de chili de carne, algo que eu e Rose, a empregada, mataríamos para saber dos detalhes. Rose mantinha todos os cômodos limpos com a ajuda de uma auxiliar, que vinha duas vezes na semana para fazer uma limpeza minuciosa, pois a casa era enorme, ou melhor, uma mansão com oito quartos, três banheiros de uso comum e três banheiros dentro dos quartos principais.

Apesar do tamanho, geralmente eram usados apenas três quartos nesse momento: os gêmeos dormiam juntos, havia o quarto do casal Lennox, e é claro, para meu desgosto, havia um quarto grande para o senhor John. Os outros quartos eram mantidos limpos, mas raramente eram usados, e por isso Rose conseguia manter tudo em ordem. Certamente, conforme os gêmeos crescessem, mais quartos seriam usados e provavelmente o quadro de empregados aumentaria. — Paulina, onde está Sebastian? — Perguntei apontando para o cercadinho em que ele ficava do lado oeste da grande cozinha. — Ah, oi querida. Por favor, venha provar o chilli; acho que está faltando alguma coisa. — Franzindo a testa, fui até ela e provei aquele alimento apimentado. — Cominho... está ficando divino — Suspirei, e ela sorriu em resposta. — Me diga, onde está meu pequeno? Está com a Rose? — Oh não, ele foi passear nos estábulos com o senhor Lennox. — Disse ela, tranquilamente. — Com o senhor Logan? — Perguntei e estranhei tal fato, já que Logan e Nicolle estavam de saída com os gêmeos; e também porque Sebastian ainda não tinha se adaptado a eles, e sempre que os via estranhava um pouco, chorando vez ou outra. — Não, com o senhor John. — Meu coração parou de bater por milésimos de segundos. Tentei evitar John Lennox a todo custo nos últimos três dias, sempre andando pelos corredores em horários que sabia que ele estaria trabalhando com o senhor Logan e evitando jantar com a família, mesmo sendo um costume adotado por Nicolle. — Menina, você quer uma água? Ficou pálida de repente. — Disse Paulina me amparando. — Eu estou bem... eu só não sabia que Sebastian estava com o senhor Lennox. — Oh! Entendi... pensei que você soubesse, já que tem três dias que eles fazem esses passeios, e Sebastian tem adorado. — Eu não poderia estar mais surpresa diante dessa declaração de Paulina. Sebastian detestava estranhos e todas as vezes que conhecia uma pessoa, demorava semanas para se acostumar

com ela. — O Sebastian... isso é inesperado. — Murmurei. — O Senhor Lennox parece ter magia — Disse ela, complementando meu comentário — Lembro que o pequeno Sebastian só veio para o meu colo depois de duas semanas que vocês vieram para cá, e agora bastou o senhor Lennox pegá-lo no colo uma vez e o menino já foi todo sorridente. Incrível! — Ela voltou a atenção para o seu chilli, e o máximo que consegui fazer foi balançar a cabeça em concordância. — Eu vou até eles. — Disse e me levantei rapidamente. Estava furiosa, pois ele estava jogando sujo ao tentar seduzir meu filho para chegar até mim. Estava furiosa por seu ato e iria cortar essa história de passeio diário nesse mesmo instante. Se ele pensava que iria seduzir meu filho até conseguir o que queria comigo, para depois nos largar feito sacos de feijões estragados, ele estava muito enganado! Ele não faria meu filho se apegar a ele! Eu não namorei após o nascimento de Sebastian, não só para me proteger de cafajestes, mas também para proteger meu filho de se apegar a uma pessoa e depois ter seu pequenino coração partido. — Então, esse é o Thor... — Escutei a voz inconfundível de John Lennox e lembrei-me daquela fatídica manhã em que ele me pressionou contra a parede, e meu corpo traiçoeiro aqueceu-se com tal lembrança. Aproximei-me e vi a mãozinha de Sebastian tocando a crina de um cavalo; seus pelos eram escuros e sua crina brilhava como uma noite enluarada. — Ele é um pouco temperamental, mas parece gostar de você. — John continuou ele falando do cavalo. Os olhinhos de Sebastian miraram agora em John, sorrindo desdentado, batendo palminhas. — Sabe Sebastian, quando meu filho Jacob quando tinha a sua idade, sempre vínhamos até o estábulo ver os cavalos... Meu filho sempre amou os cavalos, mas para ele era só um hobby; e por isso decidiu fazer faculdade de medicina, mesmo tendo o resultado que teve. — Sebastian piscou para ele e deitou em seu ombro forte, John Lennox acariciou seu cabelo ralo e escuro e disse: — Você está cansado meu amigo, sem problemas. Amanhã faremos outro tour. — Despertando-me daquela cena, caminhei até eles a passos largos. — Por favor senhor Lennox, me dê o meu filho. — Disse, e minha voz saiu em um tom ligeiramente seco.

— Cristiana, não sabia que estava aí. — Ele disse com um sorriso arrebatador. — Não estava, acabei de chegar aqui. — Menti. — Ah, é mesmo? — Perguntou arqueando a sobrancelha direita. Acenei com a cabeça e apontei para meu filho, que acabou por adormecer no ombro de John Lennox — Deixe que eu levo o pequeno para você; ele está tão confortável. — Ele fez menção de ir em direção a casa, mas parei em sua frente. — Não vou para a mansão, vou para o meu chalé. — Disse, referindo-se a um dos muitos chalés que foram construídos para os empregados da mansão Lennox. — Tudo bem, eu a acompanho. — Não há necessidade senhor Lennox... — Mas por que você é tão teimosa assim? — Perguntou ele interrompendo-me. — Deixe-me fazer a gentileza de lhe acompanhar até em casa e colocar o menino na cama. Se você o pegar agora ele acabará despertando e isso deixa as crianças muito mal-humoradas até onde eu sei. — Vamos. — Disse vencida — E desde quando o senhor tem experiência com crianças? — Questionei, e ele sorriu. — Criei meu filho sozinho desde que ele nasceu, conheço vários truques. — Disse ele enquanto caminhávamos lado a lado. — Mas certamente sua esposa fazia praticamente tudo, então não conta. — Disse atrevidamente. — Na verdade ela não fazia nada; sequer quis amamentá-lo. Eu fazia tudo, desde dar a mamadeira até trocar fraldas — Encarei-o com um misto de surpresa e horror pela mãe do Senhor Jacob ter sido uma mulher tão fria — Ei, não me olhe assim. — Disse ele, sorrindo — Tive muita ajuda da senhora Perkins. Ela era babá de Jacob e sempre esteve presente. — Eu só estava surpresa e impressionada. — Não fique. Fiz o que qualquer pai faria, cuidar e dar amor ao meu

filho. — Disse ele humildemente. — Nem todos os pais são assim. — Murmurei amargamente. — Onde está o pai de Sebastian? — Perguntou ele, de repente. — Não quero falar sobre isso, e creio que não seja da sua conta. — Por que você faz isso? — Isso o quê? — Perguntei em um tom defensivo. — Isso... Sempre que estamos tendo uma conversa produtiva, de repente você parece levantar um muro para esquivar-se de mim. — Sou uma mulher reservada, não fico discutindo certas coisas com estranhos. — Eu não sou um estranho Cristiana e já somos quase íntimos, pelo que sei. — Senhor Lennox, você não comece. — Nesse momento eu já estava uma pilha de nervos, tanto que custei a achar a chave certa. Meu chalé era modesto, mas tinha toques meus em todos os cantos, e me senti invadida quando ele entrou em meu pequeno lar. — O quarto de Sebastian é ali. — Apontei para a porta, seguindo-o, em seguida cobri Sebastian com uma manta. Já na sala, me postei na porta para que ele saísse. — Obrigado senhor Lennox, mas agora quero repousar e gostaria de ficar sozinha. — Só se você me chamar de John. — Como é? — Perguntei, confusa. — Isso mesmo, peça para que eu vá dizendo meu nome...— Ele se aproximou de mim, afastando uma mecha do meu cabelo e a colocando atrás da orelha. O caminho que seus dedos percorreram deixou minha pele em chamas. — Senhor Lennox, eu já disse que não me sinto à vontade... — Ele ficou ainda mais próximo de mim, e seu cheiro másculo deixou-me de pernas

bambas, com seu corpo forte a centímetros do meu. — Então talvez eu devesse fazer com que você se sinta à vontade Cristiana... — Com uma das mãos ele soltou o coque de meu cabelo, e com a outra, enveredou seus dedos entre eles. — Naquele dia no corredor você estava bem à vontade, tanto que me chamou pelo nome...ou devo dizer, você gemeu meu nome... — Nada aconteceu naquele dia. — Disse ofegante, querendo fugir, mas sem forças para me mexer. — Então você esqueceu? Eu vou ter de relembrá-la. — Não ouse...— E então ele ousou. Sua língua invadiu minha boca e nossos lábios se uniram com lasciva, sua língua quente e macia explorou cada recanto da minha boca, fazendo-me derreter em seus braços. Minhas mãos agarraram sua nuca, puxando levemente seus cabelos, aproximando ainda mais nossos corpos, e sua boca desceu lentamente para o meu pescoço, com sua língua brincando, acariciando-me, mordiscando-me. Sua ereção estava pressionada contra a minha pélvis, e instintivamente meu quadril foi para frente, esfregando desavergonhadamente em seu membro que estava duro feito pedra em suas calças. Gemi seu nome enquanto ele mordia minha pele, e seus dentes causavam uma mistura de dor e prazer. Sua barba por fazer roçava minha pele, fazendo-me querer arrancar seu jeans para que ele me tomasse ali mesmo. Esse pensamento me deixou em alerta, e me afastei dele, deixando ambos ofegantes e desorientados. — Eu... — Sch.. Não diga nada doce Cris... deixa que eu digo — Falou ele com a voz rouca pelo desejo. Seus cabelos estavam desgrenhados e uma mecha escura caia na sua testa. — Eu quero você Cristiana, muito mais do que você imagina; eu não estou brincando. — Disse sério — E vou provar a você na semana que vem quando formos para o Texas. — Eu não vou para o Texas, principalmente com você. — Você vai sim, você quer ir... Você também quer descobrir o que é isso — Disse ele, apontando para nós dois — Eu não me sinto vivo há décadas, e vou provar a você que isso que está acontecendo é algo único.

E então ele partiu, deixando um rastro do seu perfume por toda a sala do meu chalé. Parei na porta, vendo-o afastar-se com destreza. Eu estava perdida, completamente perdida... Deus, como sou fraca! Pensei que seria feliz nesse emprego, mas parecia que a confusão me perseguia.

CAPÍTULO 4 JOHN LENNOX O toque de seus lábios estava marcado como a ferro quente nos meus. Eu só conseguia pensar nela e em mais nada. Imaginá-la nua entre os lençóis me deixava à beira de um colapso! Eu precisava daquela mulher, estava perdidamente apaixonado por ela. Sim, eu sei; quem acredita em amor à primeira vista, não é? Ninguém acredita em amor à primeira vista, pois são coisas que acontecem apenas nos livros e filmes, mas eu me apaixonei por ela desde o instante em que a vi lendo uma história infantil para Sebastian, seu filho. Me encantei com a forma carinhosa com que ela tratava o filho; me encantei pelas formas voluptuosas de seu corpo, a forma como ela ficava corada quando eu flertava abertamente, o brilho no seu olhar ao olhar para o filho, o sorriso em seus lábios, por fim e não menos importante, a forma com que nossos corpos se encaixavam, como se pertencêssemos um ao outro. Encontrar o amor aos 49 anos de idade não era algo que eu estava esperando, mas como dizem, nunca é tarde para amar. Eu estava no escritório do Logan pensando em alguma forma de convence-la a ir para o Texas comigo; algo que a deixaria sem saída. Nunca precisei forçar uma mulher a fazer o que eu queria, pois a grande maioria atenderia ao meu pedido de bom grado, mas Cristiana era uma mulher excepcional, honesta e linda não se via na maioria. Ela era aquele tipo de mulher que eu havia dito ao meu filho que só se encontra uma vez na vida; ela seria minha e eu a faria muito feliz. — Podem colocar aqui. — Logan entrou no escritório e atrás dele vieram diversos carregadores levando um enorme piano de cauda preto. — Wow! Ele é magnifico. — Disse aproximando-me, passando a mão por toda a sua extensão, sentindo a madeira de carvalho gelada com meus dedos. Por alguns instantes me deixei viajar no tempo, e lembrei de minha mãe, e de como ela amava a música. Como filho mais novo de três irmãos, era eu quem sempre tocava para ela; Dominic, o mais velho, sempre fora voltado para coisas da fazenda com meu pai; já Harry, irmão do meio, sempre foi um

pouco mais fútil e um tanto sonhador demais. Lembrei que parei de tocar depois da morte de mamãe; ela e Harry contraíram uma forte pneumonia e ela faleceu três dias depois que soube da morte de Harry, nosso irmão. Era como se ela tivesse desistido de lutar após perder o filho. Lembro-me que fiquei muito zangado por ela não tentar curarse por nós, mas hoje entendo que ela não tinha forças para tanto, porém ainda assim, nunca mais toquei piano. — Tio? — Logan despertou-me dos devaneios. — Sim. — Você estava tão distraído, quase como se não estivesse aqui. — Disse ele, admirando o belo piano. — Não estava mesmo, tinha voltado no tempo. — Suspirei — Mas quem toca piano aqui? — Eu vou tocar, quer dizer, vou aprender a tocar. — Disse Logan, sorrindo. — Não sabia do seu interesse por música. — Isso é porque nunca me interessei, mas agora há um motivo especial para querer aprender isso. — Disse ele, com um brilho no olhar. — Me conte, por favor. — Me inclinei para frente apoiando no piano enquanto ele sentou em sua frente, acariciando as teclas brancas e pretas com a ponta dos dedos. Uma lágrima solitária escapou de seus olhos e fiquei impressionado. — Sabe tio, eu sou um pouco grosseirão e bruto as vezes. — Ele riu — Bem, eu tenho uma filha linda que é muito especial. — Ele continuou encarando as teclas, pensativo — Eu nem sei como brincar com uma criança, imagine com uma menina e uma menina especial como a Lizzie, que não enxerga. Eu não quero, em hipótese alguma, ser um pai ausente para ela; então comprei esse piano para aprender a tocar, e quando ela tiver idade suficiente eu poderei ensiná-la a tocar. Não quero ser um péssimo pai. — Logan, você nunca será um péssimo pai. — Disse comovido com o gesto do meu sobrinho. Era incrível como o amor podia modificar uma pessoa.

Logan era tão arrogante e tão contra se apaixonar, pois para ele aquilo era tolice, mas bastou conhecer a mulher certa para ele mudar por completo. — Você é um ótimo pai, meu sobrinho; e tenho certeza que Elizabeth vai ficar muitíssimo feliz por aprender a tocar piano. — Obrigado tio. Sabe, nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Ainda bem que obriguei Nicolle a casar-se comigo, ou seria o mesmo infeliz de sempre; e pelo menos nós dois poderíamos jogar dominó juntos, não é? — Disse ele sorrindo. — Como assim obrigou a Nicolle a casar-se com você? — Perguntei interessado, já que nunca conheci a história dos dois de fato. — Bem, eu a persuadi. Deixei-a sem escolhas, a não ser fazer exatamente o que eu queria; só não sabia que eu iria ser preso em minha própria armadilha. — Ele sorriu, enquanto eu fiquei pensando a respeito de tudo isso. — Estão falando de mim? — Nicolle entrou na sala e nos cumprimentou. — Sempre baby. — Disse Logan. — Bem ou mal? — Perguntou brincalhona. — Nunca falaria mal de você baby, não há motivos para isso. — Ela sentou-se no colo do Logan e deu um beijo estalado nos lábios. — Vou deixá-los a sós com o piano. — Eu disse retirando-me. — Não John, vim chamá-los para o jantar. Vamos antes que a Cris fuja; ela tem evitado jantar conosco, mas hoje a persuadi. — Você sabe ser persuasiva, baby. — Disse Logan. — Não mais que você, meu marido. — Disse ela, enquanto eles levantaram. Conforme os seguia, minha mente trabalhava em alta velocidade. Persuasão. Teria de usar isso para levá-la para o Texas. Ao chegarmos a mesa, sentei-me estrategicamente ao lado de Cristiana, e pude perceber que Nicolle estava notando nosso clima, por nos ter colocado lado a lado. Ela era uma mulher muito observadora. — ...então não tinha a máquina de escrever em braile, que chegará

apenas daqui a um mês. Eu sei que estou exagerando, mas quero aprender muito sobre isso para ensinar a Lizzie quando ela tiver idade. — Disse Nicolle — Só queria resolver isso antes de irmos para o Kansas, depois de amanhã. — Essa era a minha chance e eu não iria perdê-la. — Bem Nicolle, acompanhei a senhorita Cristiana hoje até o seu chalé — Senti-a suspirando ao meu lado — Havia mencionado esse assunto para ela; existe uma loja no Texas que vende essas máquinas de escrever. — Oh, é mesmo? Mas não sei quando poderemos ir ao Texas de novo. Nossa visita ao Jacob será breve; temos muitos assuntos por aqui. — Mas soube que você daria essa semana de folga a Cristiana, e mencionei a ela o lago com os patos que temos lá na fazenda. Certamente Sebastian ficará entusiasmado, já que ele parece ter uma afinidade natural com os animais da fazenda. — Encarei-a de relance e notei que ela estava pressionando os lábios em uma linha fina e rígida, como se quisesse me bater. — Gostaria de ir para o Texas, Cris? — Perguntou Nicolle encarando-a. — Bem... na verdade, prefiro trabalhar e acompanha-la ao Kansas, afinal, como conseguirá uma substituta a tempo? — Disse ela apressadamente. — Na verdade, eu já... uma moça chamada Kate. — Disse Nicolle calmamente — Mas se você quiser ficar aqui enquanto viajamos, tudo bem; mas seria um grande favor a mim se você buscasse a máquina de escrever. — Suspirei aliviado, e Nicolle olhou atentamente para mim, como se notasse algo que Logan não havia percebido. Mulher astuta era a do meu sobrinho. — Não quero ser um incomodo ao senhor John. — Não será incomodo nenhum. — Sebastian não tem dormido bem a noite; acho que os molares dele estão nascendo e ele tem chorado muito. — Não me incomoda, na verdade até sinto falta de uma criança em casa. Eu gostaria muito que vocês fossem Cristiana, vou adorar passar um tempo com o pequeno Sebastian. — Sorri. — Tudo bem, nós vamos. — Ela cedeu, suspirando cansada.

— Ótimo. — Disseram Logan e Nicolle em uníssono, e ambos entraram em um assunto sobre Dominic e Luke. — E para completar... vou adorar passar mais tempo com você. — Sussurrei próximo ao seu ouvido, e ela me fuzilou com os olhos e resmungou. — Os Lennox têm o costume de forçar as pessoas a fazerem o que elas não querem, é? — Ela manteve seu olhar no meu, e eu sorri para ela, dizendo. — Eu sei que você quer ir. — Minha mão entrou embaixo da toalha de mesa e apertei a carne de sua coxa com vontade. Ela deu um pulo em reação, e corou. — Está tudo bem, Cris? — Perguntou Nicolle. — Sim, só vou ver os gêmeos. — Disse ela, levantando-se. — Mas eles já dormiram. — Falou Nicolle. — Eu sei, mas... é meu trabalho, tenho que ir. — Ela despediu-se apressada e nos deixou. Logan logo recebeu uma ligação de última hora e foi para o escritório, e sorrindo vitorioso, levantei-me da mesa. Estava me dirigindo ao quarto quando Nicolle me chamou. — Sim? — Questionei. — Parabéns John, o senhor sem dúvidas provou ser um verdadeiro Lennox. Agora sei a quem Logan tem a puxar. — Disse ela sorrindo. — Isso é um elogio? — Questionei. — Sem dúvidas o é.

CRISTIANA BRANDÃO Eu não conseguia crer que estava dentro de um avião indo para o Texas com John Lennox, coisa que eu disse que não o faria, mas ele me deixou em uma emboscada que tive saída a não ser aceitar. O que mais me dava raiva era o fato de que internamente tudo o que eu mais queria era estar com ele no Texas.

Se John Lennox pensava que eu seria a submissa serviçal que era no Arizona, ele estava redondamente enganado! Aquela era a minha semana de folga, e eu iria e viria a hora que quisesse, passearia pela cidade vizinha a fazenda Lennox, e ignorá-lo-ia o quanto pudesse. Eu estava de folga e era uma mulher livre, não iria acatar suas ordens e ficaria bem longe dele! Ao chegar na fazenda do Texas, fiquei maravilhada olhando pela janela, enquanto Sebastian estava adormecido no banco de trás. Grandes e belos campos verdes estendiam-se para todos os lados, e sem dúvidas as terras do Texas eram muito mas vastas que as terra do Arizona. Mais à frente, centenas de cabeças de gado pastavam em um grande campo cercado, e o ar que invadia o carro era puro e doce como madressilvas. — Está gostando do passeio? — Perguntou John Lennox ao volante. Sua voz grossa e poderosa assustou-me um pouco. — Sim, essa fazenda é incrível, e parece ser bem maior que a do Arizona. — Comentei. — Na verdade é cinco vezes maior que a que o Logan mora. — Disse ele suspirando. — Mas a de Logan, sem dúvidas, é a mais aconchegante. Aqui é muito solitário sem uma família. — Tenho certeza que dificilmente o senhor fica solitário, senhor Lennox. — Por isso trouxe você, para que nunca mais precise ficar solitário. — Vou embora dentro de uma semana, senhor Lennox. — Cristiana você não vai voltar. — Disse ele, convicto. — O senhor é bem convencido, não? — Vamos Cris... aproveite o passeio, conheça a fazenda... Hoje, quando chegarmos, vou deixá-la descansar. — Eu sou uma convidada senhor Lennox, não preciso da sua autorização para descansar. — Disse a ele num impulso. — Atrevida. Gostei. Gosto quando me provoca, Cristiana. — Não estou provocando o senhor, apenas sendo realista.

— Já que é minha convidada, John seria muito mais apropriado que senhor, não concorda? — Disse ele sorrindo. — Não, pois se eu fazer isso, o senhor vai achar que pode tomar liberdades comigo. — Cruzei os braços sobre o peito e fiquei olhando pela janela enquanto ele gargalhava. — Cris meu bem, não farei nada que você não queira. Bufei e continuei olhando pela janela enquanto os campos ficavam ainda mais vastos e um lago passou a surgir na paisagem. — É esse o problema, não é, Cris? Você quer o que eu vou fazer. — Encarei-o indignada, e peguei meu livro na bolsa que tentei ler a viagem inteira, e ele sorriu. — Você vai voltar a fingir ler esse livro... tudo bem, vou te dar uma folga, apenas hoje. — Obrigado por me deixar em paz para ler. — Voltei para o mesmo parágrafo que tentei ler a viagem toda, e ele voltou a falar antes que chegássemos a casa, apenas para me dar um aviso. Eu sabia que aquele seria o meu fim e que estaria em sua cama mais rápido do que poderia reunir forças para fugir. — Você é minha por uma semana, deixarei você em paz... só hoje Cris. — Meu corpo inteiro ficou em chamas. Eu seria de John Lennox antes que essa semana terminasse... ou se duvidasse... antes que esse dia terminasse.

CAPÍTULO 5 CRISTIANA BRANDÃO A mansão do Texas era, sem dúvidas, muito maior que a do Arizona. Na verdade, acho que dentro daquelas paredes enormes cabiam mais umas cinco casas como a do Arizona. Sebastian estava exausto, e assim que fomos instalados em um confortável e elegante quarto de hospedes, ele adormeceu após alimentar-se de uma mamadeira. John nos deu privacidade, e disse que iria ver como andava o trabalho administrativo da fazenda e me encontraria na hora do jantar. Eu estava cansada, física e emocionalmente. Conversar com John Lennox havia se tornado um de meus passatempos favoritos, mas também, o mais perigoso. Ao mesmo tempo em que eu ficava tentada a responder a altura as suas provocações e mergulhar de cabeça nesse flerte, algo dentro de mim impedia que avançasse, deixando-me cautelosa. Sentia-me extremamente atraída por John Lennox, e o celibato de um ano não estava ajudando-me a resistir a atração e a química incrível que existia entre nós; e eu não tinha dúvidas de que teríamos muita química na cama também. Na realidade esse era o maior dos meus medos, pois depois de ir para a cama com John Lennox talvez não pudesse suportasse o que poderia ocorrer depois. Então o melhor que poderia fazer era tentar me conter e ficar o mais longe possível de situações comprometedoras com John Lennox, pois se isso ocorresse eu teria que abandonar a casa que passei a amar trabalhar. Após tomar um banho demorado, escolhi um vestido básico preto, com o decote em formato de envelope, que terminava na altura dos joelhos. Deixei meus cabelos castanhos soltos, passei um pouco de perfume e sem resistir, apliquei uma maquiagem básica. Não estava me arrumando para John Lennox, apenas era uma mulher vaidosa. Escutei batidinhas na porta, e levantei-me da penteadeira satisfeita com meu reflexo. Estava me sentindo sensual e poderosa como há muito não me sentia; como algo além de uma mãe dedicada, r sim, uma mulher e uma bela mulher. Abri a porta e a empregada informou que serviria o jantar em 10

minutos, e que John me aguardava na biblioteca. Agradeci e fechei a porta, encarando mais uma vez meu reflexo no espelho. Suspirando, deixei o quarto e só então me dei conta de que não sabia onde ficava a biblioteca. Devo ter me perdido nos corredores, pois aquela casa parecia um shopping center que qualquer outra coisa. Até que escutei o som de uma bela música; alguém estava tocando piano divinamente, e resolvi seguir o som para poder perguntar pela biblioteca da casa. Caminhei até um corredor repleto de estantes com medalhas e troféus de futebol americano, todos de Jacob Lennox, até finalmente localizar a origem do som. Ao atravessar as portas duplas que estavam abertas, visualizei John Lennox sentado em frente a um belo piano de cauda, vestindo uma calça jeans surrada e uma camisa preta que realçava os músculos de suas costas e braços, deixando-me hipnotizada com aquela cena. Ele parecia tão apaixonado tocando, que fez com que não conseguisse me mexer por alguns segundos, e como se notasse minha presença, ele parou de tocar e olhou para mim. Seu olhar avaliativo passeou por todo o meu corpo, fazendo com que me sentisse quente, e meu coração passou a bater descompassado, como se fosse saltar de dentro do peito. Naquele momento eu soube que já era dele, e ele sabia disso.

JOHN LENNOX Parei de acariciar as notas do piano no instante em que a vi. Meu velho piano, intocável por tantos anos, agora chamava por mim, e eu sabia quem era a minha fonte de inspiração: era ela. Como poderia um homem, que se sentia morto por dentro, agora sentir-se tão vivo? Eu não a deixaria escapar. — O que você estava tocando? É lindo... — Disse ela após um tempo. Notei o rubor em sua pele e isso fez com que meu desejo por ela expandisse ainda mais. Encarei o piano, desviando meus olhos dos dela por alguns segundos, e não pude deixar de fantasiá-la deitada sobre a cauda do piano, contorcendo-se em baixo de mim. 2

— “Somewhere in time” de John Barry ; apenas algo que aprendi quando Jacob nasceu, mas nunca cheguei a tocar de fato. — Sorri para ela e levantei-me.

— Não sabia que você... digo o senhor tocava piano. — Disse ela. — Ora, vamos lá Cris... não existe mais sentido esse jogo. Me chame de você, ok? Eu não sou seu patrão e você não está no trabalho. — Vamos jantar? — Claro, estou faminto. — Disse maliciosamente, encarando cada centímetro de seu corpo. Suas formas me deixavam maluco, fazendo-me querer jogá-la em minha cama, morder cada pedaço de seu corpo e degustá-la até que ela esquecesse seu próprio nome. — Não comece. — Censurou-me. — Só falei a verdade; do que me acusas? — Fiz uma mesura exagerada e ela sorriu. Logo que chegamos a mesa, puxei a cadeira para que ela sentasse, e os empregados começaram a nos servir. Eu estava mais do que faminto e comer costelinhas de porco assada era o céu para mim. Além das costelas, havia a 3 opção de frango com milho . Cristiana, assim como eu, estava com um ótimo apetite e adorei o fato de ela não estar mais desconfortável em comer na minha frente, como esteve naquela manhã na casa do Logan. — Gostaria de ir até a biblioteca beber uma dose de licor? — Estou cansada, prefiro ir dormir. — Vamos Cristiana, se solte! Você está passeando... ou está com medo de mim? — Perguntei desafiadoramente. — Não mesmo. — Ela se ergueu, pegou em minha mão e juntos fomos para a biblioteca. Servi nossos licores e ela se sentou no pequeno sofá enquanto eu ocupei a poltrona a sua frente. — Então, é hoje que o leão pretende devorar a sua presa? — Perguntou ela, atrevidamente. — Não, hoje o leão só vai rondar a presa e deixá-la descansar. Acredite, quando o leão for devorar a presa, ela precisará estar bem descansada para saciar a fome do Leão.

Ficamos nos encarando com os olhos brilhantes, e ela por fim disse: — Acho que esse leão fala demais e pouco faz.... só promete e nunca cumpre... — Não permiti que ela falasse, pois pousei dois dedos em seus lábios, fazendo com que se calasse. — Você é bem fraca para a bebida, gostei disso... Uma taça de vinho no jantar e uma dose de licor são o suficiente para você se soltar e mostrar quem realmente é: uma mulher de atitude, e com a língua afiada. — Colei meus lábios nos seus, e minha língua invadiu o calor doce de sua boca, fazendo com que ela gemesse contra meus lábios, excitando-me instantaneamente. Minhas mãos subiram por sua cintura até chegar aos seios fartos e pesados, e não resisti a apertá-los e afaga-los com meus dedos, roçando a ponta dos dedos em seu mamilo enrijecido sobre o vestido e sutiã. Mesmo com aquelas camadas de tecido, pude sentir em minhas mãos o calor de sua pele. Puxei a manga de seu vestido e libertei o seio da proteção do sutiã. — Tão linda... — Murmurei ao avistar o seio alvo e cheio em minhas mãos; e sem resistir, sedento por senti-la, passei a língua lentamente por sob o mamilo rosado. — Oh John... — Ela gemeu, e uma de suas mãos mergulhou em meus cabelos, puxando-me para ela. Passeei a ponta da língua, circundando seu botão rosado, mordendo e sugando como se não houvesse amanhã; faminto por mais. Com a outra mão acariciava o seio livre, o qual habilmente eu já havia libertado do sutiã. Lancei a ela um sorriso satisfeito ao vê-la desfalecer em meus braços, passando a dar atenção ao outro seio, tão igualmente suculento quanto o primeiro. Eu já estava excitado ao extremo, ao ponto de sentir dor entre as pernas. Enquanto sugava seu mamilo, mergulhei naquele momento intenso e quente, escutando seus gemidos. Ergui seu vestido e apertei suas coxas grossas com vontade, fazendo-a gemer e erguer os quadris em minha direção. Meu dedo mergulhou em sua calcinha e passei a massagear seu clitóris, que já estava entumecido de excitação. Seu cheiro me deixou maluco, principalmente quando passou a gemer meu nome e distribuir beijos por toda a extensão do meu pescoço, até que cheguei em sua boca e mordi seus lábios, faminto. — Senhor John... Senhor John... — Ouvi meu nome ser chamado do lado de fora da biblioteca e amaldiçoei o homem que me chamava. — Estou ocupado, do que se trata? — Perguntei com a minha voz rouca

e ofegante. — Um ladrão entrou na casa de rações senhor, estamos com ele preso no celeiro. O que devemos fazer? — Suspirei irritado. — Chame a polícia, homem. — Rosnei. — Já chamei senhor, mas o xerife disse que quando chegasse, precisaria falar com o responsável da fazenda. Frustrado, gritei. — Vá, vá... encontro vocês em 10 minutos! — Sim senhor. Encarei Cristiana, que parecia mais sã agora. — Eu... — Nem pense em levantar daí! Ainda não terminei com você. — Mas... — Voltei a mover meus dedos dentro de sua calcinha e tomei seus lábios nos meus novamente. Mordiscando o lóbulo da sua orelha, prossegui. — Vou te fazer gozar, meu bem... — Sussurrei em seu ouvido — Já basta eu ter uma noite insone imaginando-a completamente nua embaixo de mim, e frustrado por não ter minha libertação dentro de você. — Ela gemeu — Mas por hoje vou satisfazê-la — Enquanto sussurrava em seu ouvido meus dedos trabalhavam em seu clitóris enquanto, com a outra mão, beliscava seu mamilo intumescido. — Hoje te farei gozar assim, linda... amanhã será com a minha boca, devorando-a todinha... Vou passar a minha língua aqui — Aumentei o ritmo da fricção em seu clitóris quando ela convulsionou em um orgasmo, e mergulhei meus dedos no seu interior deliciando-me com os espasmos de seu êxtase. — Oh John... — Sim linda, John... o seu John.

CAPÍTULO 6 CRISTIANA BRANDÃO Meu plano de ficar distante de John Lennox não poderia ter tido um resultado pior. Em menos de um dia eu já havia tido um orgasmo na biblioteca de sua casa; e devo ressaltar, que orgasmo! Depois que ele me acompanhou até meu quarto, como um bom cavalheiro que era, não consegui pronunciar nenhuma palavra; não confiava em minha boca para dizer qualquer coisa, e mal sustentava minhas pernas que pareciam gelatina pura; tanto que ao entrar no quarto, a primeira coisa que fiz foi despir minhas roupas e entrar no chuveiro frio. Meus lábios ardiam por seu beijo arrebatador e intenso; meu pescoço estava avermelhado nos locais em que aprofundou o beijo, e o meio de minhas pernas latejava de desejo. Agora que tinha ciência do que John poderia fazer apenas com lábios e mãos, minha mente começou a vagar, criando fantasias do que ele poderia fazer com todo o restante do corpo se não fossemos interrompidos. Aquela noite fora insone para mim, e mesmo cansada da viagem longa não conseguia dormir, remexendo-me ansiosa na cama. Eu sabia o porquê: meu corpo queria muito mais do que havia recebido de John. Eu o queria por completo, afundado dentro de mim; eu o desejava muito e isso era muito perigoso. Quando finalmente consegui pegar no sono, tive sonhos eróticos em que John Lennox me empurrava em cima da cauda do piano e mergulhava sua língua em meu interior. Tal cena se projetou na minha mente criativa, como se eu fosse uma terceira pessoa visualizando a cena. De longe podia me ver deitada sobre o piano comas pernas afastadas para lhe dar acesso, e John inclinado sobre mim; e sua boca explorava cada recanto meu enquanto minhas mãos agarravam seus cabelos negros, o puxando para mim. Em meu sonho, ele me saboreava sem dó, e suas mãos grandes e fortes agarravam meu traseiro enquanto eu desfalecia em sua boca. Era, sem dúvidas, uma bela cena erótica que ficou gravada na minha cabeça desde o momento em que acordei. Tomei café no quarto com Sebastian pois não tinha coragem de encarar John. Sabia que iriamos nos ver em breve, e a cena de ontem na biblioteca

somada ao meu sonho deixou-me em chamas ao vê-lo. Vesti um jeans básico, botas e uma camisa azul bebê. Prendi os cabelos frouxamente e arrumei Sebastian para que ele passeasse e explorássemos a fazenda juntos. — Bom dia! Estava indo chamar vocês, vamos sair? — John Lennox veio a passos largos pelo corredor; sua calça jeans escura realçava suas pernas longas e musculosas, e a camisa cinza com gola em V dava destaque aos seus músculos dando-me um vislumbre de seus pelos no peito. Instintivamente, imaginei como seria a sensação de ter meus seios nus contra seu peito forte, quente e peludo, o que fez com que eu corasse. Ele sorriu na minha direção, como se soubesse exatamente o que eu estava pensando. — Quero levar vocês para conhecerem os campeões. — Eu pensei em explorar a fazenda com Sebastian. — Consegui dizer após um tempo — Não queremos atrapalhar você; sei que tem trabalho a fazer. — Sebastian, porém, já havia sido conquistado por John e no momento que me aproximei mais dele, meu filho se jogou em seus braços. — Isso... vem cá pequeno Sebs, você dormiu bem? — Ele começou uma conversa com meu filho e Sebastian apenas resmungou algumas palavras ininteligíveis e sorria em resposta a John. — Vocês não vão me atrapalhar, acredite. Será um imenso prazer. — Ao falar a palavra “prazer”, seus olhos pousaram em meus lábios por um instante fazendo com que uma centelha acendesse em seus olhos ao me admirar, e precisei apertar uma coxa contra a outra para aliviar o latejar crescente que tinha surgido ali. — Tudo bem. — Caminhamos juntos até o local onde estavam os campeões, como ele mesmo mencionou. Pensei que fosse mais um plano para tentar saber mais coisas sobre a minha vida, mas tudo o que ele fez foi conversar com Sebastian, me explicar sobre a alimentação dos cavalos e a importância de escolher a melhor raça. Disse também que muitas vezes ele domava os cavalos, mas estava à procura de um substituto para ajudá-lo com isso. Os cavalos eram os mais bonitos que já havia visto, e é claro, Sebastian ficou encantado com tudo. Eu não entendia muito de animais, mas estava admirada com a beleza dos bichos, tanto que acariciei a crina de um deles; seu pelo marrom brilhava e ele era bem dócil. John havia me dito que esse se chamava Adonis e era o mais manso de todos. Conhecemos a equipe de

veterinários que trabalhavam ali e até chegarmos em uma área onde haviam diversas medalhas das competições que os cavalos venceram; desde rodeios até competições de saltos. Quando percebi, já se passava do meio dia e meu estomago roncava. Havia sido um longo passeio e John fora mais que atencioso; ele foi perfeito, e vi que meu filho e eu estávamos cada vez mais fisgados por seu encanto. Sebastian, logo após comer sua papinha, adormeceu e então fui me encontrar com John na mesa do almoço. Estava ansiosa e nervosa pois Sebastian não estaria conosco para distrair sua atenção, e como ele disse, ele iria devorar sua presa, que era eu. A mesa estava repleta de comidas deliciosas desde o Meatloaf e como uma segunda opção e meu prato favorito Fried Chicken With Mashed Potatoes. O cheiro do tempero caseiro que a cozinheira de John deixava no ar todas as vezes que começava a fazer algo no fogo inebriou os meus sentidos. — Hmm... parece deliciosa. — John Lennox me assustou ao surgir atrás de mim. Ao dizer aquilo, ele não olhava para a comida, mas sim diretamente para mim. — Sim, parece mesmo... a comida vai esfriar, então é melhor sentarmos logo. — Ele sorriu e me guiou até uma cadeira, e ao puxá-la, fez questão de tocar meu pescoço com a ponta dos dedos, deixando minha pele em chamas ali. — Cris, eu tinha belos planos para nós dois para a tarde, mas infelizmente o trabalho exige minha presença. — Trabalho é trabalho; não me importo de ficar sozinha. — Disse rapidamente enquanto me servia. — O que você pretende fazer hoje á tarde, enquanto trabalho? — Vou sair, explorar a fazenda. — Não acho que seja uma boa ideia, você pode se perder. — É impossível que me perca; existem muitos trabalhadores na fazenda, posso pedir informações. — Não quero que converse com os trabalhadores. — Disse ele,

incomodado. — Acho que cabe a mim decidir. — Falei irritada pela forma como ele se expressou. — Não quero outro homem falando com você! Isso me incomoda... Você não vai... — Meu Deus, isto é um passeio ou uma prisão? — Exclamei, exaltada pelos seu modo de “homem das cavernas”. — Até que você entenda de uma vez por todas que você é minha, não quero você falando com outro homem — Ele balançou a cabeça, perturbado — Por Deus mulher; não quero você falando com homem nenhum nunca! — Você está sendo irracional. — Você tem esse poder sobre mim. Por favor, não explore a fazenda; assim que eu terminar o trabalho virei buscar você. — Não passarei a tarde inteira trancada aqui dentro. Está um calor dos infernos, meu filho adormeceu e eu já tenho 25 anos; idade suficiente para fazer o que bem entender. — Se você me desobedecer, haverá consequências! — Estou morrendo de medo! — Disse zombeteira. — Acredite — Ele sorriu perversamente — Você terá o que merece, e depois não reclame ou diga que eu não lhe avisei. — Eu pagarei para ver. Terminamos o almoço encarando-nos com fúria John Lennox saiu para trabalhar e eu fui tomar mais um banho pois estava um calor dos infernos. Coloquei um vestido florido e solto no corpo, e calcei botas pois sabia que poderiam haver cobras por ali. Beatriz, a empregada, tentou me impedir de sair o que fez com que risse ao pedir que ela cuidasse de Sebastian pois eu logo voltaria. Comecei a explorar os campos vastos, até que ao longe avistei John Lennox tentando domar um cavalo, que estava todo suado e parecia frustrado. Ele estava sexy como o diabo; sua camisa colava-se ao seu corpo, e tudo o que eu queria era me perder com ele e ser castigada como ele havia

ameaçado. Deixei que ele me visse, e ele sorriu perverso após encarar-me sério, causando-me calor e um temor ao imaginar o que ele faria comigo. Caminhei por mais um tempo e no caminho de volta tive a visão mais erótica da minha vida. John Lennox, nu em pelo, tomava banho num desses chuveiros improvisados na rua. Fiquei admirando a água escorrer por seu corpo bronzeado e forte e não consegui me mover... ele era um belo pedaço de mau caminho. Quando ele finalmente se virou para o outro lado, e seu olhar pousou sobre mim ele disse: — Gosta do que vê? — A passos largos, nu e delicioso, John Lennox me enlaçou na cintura e sussurrou no meu ouvido — Agora você vai pagar por me desobedecer...

JOHN LENNOX Seu corpo cheirava a rosas e chocolate, e fiquei em chamas no momento em que a abracei. Ela estava quente, e levemente bronzeada pela exposição ao sol. Ergui-a em meus braços e ela deu um grito assustada. — John me coloque no chão! Eu sou muito pesada... — “Que grande tolice”, pensei. Ela era perfeita, e eu estava louco para lhe dar o castigo necessário. — Você não pesa nada, amor. Você é perfeita. — Murmurei em seu cabelo, e minha voz soou rouca de desejo. Estávamos sozinhos naquela área próxima ao velho estábulo pois quando a avistei enquanto tentava, em vão, domar um puro-sangue, pedi a todos que se afastassem do local e me dessem total privacidade, idealizei o que faria com ela quando retornasse. Entrei em uma baia abandonada e assim que a coloquei de pé no chão, fechei a porteira. Ela me encarou ofegante, e seu olhar curioso passeou por meu corpo, e suas bochechas coraram instantaneamente ao ver o quão excitado eu estava. Aproximei-me lentamente dela como um felino que ronda a sua presa, e ela deu um passo para trás, ficando encurralada contra uma parede. Seu belos seios subiam e desciam rapidamente e ela umedeceu os lábios com a língua, o que teve efeitos devastadores em meu corpo.

— Você é bem desobediente, não é, Cristiana? — Encarei-a. — Sou adulta e faço o que quero. — Disse ela, ofegante. — Acho que vou ter que ensinar você a me obedecer... — Você não é meu patrão. — Não. Eu sou seu homem... e você é a minha mulher. — Antes que ela protestasse com aquela linda boquinha atrevida, tomei-a em meus lábios fazendo minha língua acariciar a sua, e meu membro livre ficou roçando entre suas pernas, arrancando gemidos dela. Desci com as mãos pelas suas costas até chegar em seu traseiro redondo e delicioso, e sem resistir, cravei minhas mãos em sua pele macia, trazendo-a para mais perto de mim. Com os lábios, percorri novamente aquele caminho que já estava ficando tão familiar para mim por seu pescoço longo e macio, depositando beijos, lambidas e mordidas. Eu queria devorá-la enquanto me movia entre suas pernas, apenas esfregando minha ereção entre elas. Cristiana gemia, segurando-se nas cordas que estavam presas a parede, e tudo o que me veio à mente foi a imagem dela nua presa em minha cama. Mordi seu mamilo enrijecido sobre o tecido do vestido, e minhas mãos desceram para as suas coxas para que erguesse seu vestido. Mergulhei minha mão dentro de sua calcinha e acariciei a carne macia e molhada de sua boceta. Aquele era o momento! Eu precisava prová-la! Ajoelhei-me aos seus pés como um cavaleiro prestes a ser ordenado em um momento de reverência, que desvaneceu-se quando vi o pequeno pedaço de renda...que cobria sua carne inchada, arranquei-a com violência, transformando a pequena calcinha em fiapos no chão. — É assim que você anda por ai? Com essa minúscula calcinha e esse vestido indecente? Quando você for minha não poderá usar isso... — Eu... — ronronou ela. — Eu não mandei você falar... — Ergui sua coxa grossa sobre meu ombro, tendo assim total acesso a sua boceta molhada. Sem resistir, passei a língua por toda a extensão de sua coxa, parando bem próximo da virilha. — Isso pode doer, meu bem; mas é irresistível demais para mim.

— O que? — Me perdoe, amor... mas não posso me conter. — Enquanto mergulhava dois dedos em sua fenda úmida e apertada, mordi sua coxa suculenta com vontade, deixando uma marca vermelha ali. Ao invés de reclamar de dor, ela gemeu e remexeu os quadris na minha direção num convite implícito para que eu saboreasse o sumo que escorria entre suas pernas. — Oh John! — Ela gritou e agarrou meus cabelos no momento em que mergulhei minha língua entre suas dobras, permitindo-me provar seu sabor indescritível, erótico e inebriante. Passeei a língua por toda a extensão de sua boceta, indo de sua entrada apertada até o clitóris que pulsava por liberação. Minha barba roçava-se em sua virilha, e ela balançava ainda mais os quadris, aumentando a fricção. Percebi que ela estava chegando muito perto, beirando ao orgasmo, e então afastei meus lábios dali, colocando sua perna apoiada no chão, lambendo os lábios e sorrindo para ela. — Mas? — Ela me encarou, frustrada. — Você quer gozar, meu amor...? Não sei se você merece... — Provoquei-a. — O que você pensa que está fazendo? — Perguntou ela confusa, esfregando uma perna na outra. — Pensei que você merecesse um castigo... — Sorri perversamente e me aproximei, fazendo minha ereção esfregar-se entre suas pernas. — A não ser que... — Ela abriu as pernas para me receber, mas em poucos segundos me afastei novamente. — A não ser que o quê? — Perguntou frustrada. — Que você me peça para continuar. — Ela fez um bico e me encarou furiosa. Sabia que ela estava dividida entre vencer nossa briga interna e entre o desejo que consumia a nós dois. — Isso é ridículo. — Disse ela, furiosa. — É uma pergunta razoável... você tem duas opções — Rocei uma vez mais minha ereção entre suas pernas — Você pode ganhar nosso joguinho interno e ir para a casa, ou... — Puxei seu lábio inferior com os dentes e

acariciei seus seios através do tecido. — Ou...? — Gemeu ela, remexendo os quadris inquieta. — Pode admitir seu desejo por mim e sairemos os dois vencedores... — Puxei a alça de seu vestido e passei a língua no mamilo rosado — Eu irei fazer você gozar, primeiro com a minha boca... — Libertei o outro seio e o suguei com vontade — Depois dentro de você com meu pau! — Peguei sua mão e fiz com que ela segurasse em meu membro; e quando ela o apertou entre os dedos, tive de usar todo o meu auto controle para não joga-la ali no feno e fazer dela minha de uma vez por todas. — Então, doce Cris, o que prefere? — Belisquei seu mamilo e chupei seu pescoço uma vez mais, e então ela sussurrou. — Eu quero você John... — Como um animal enjaulado que foi liberto, levantei seu vestido às pressas deixando-a nua na minha frente. Ela era, sem dúvidas, a mulher mais deliciosa e tentadora que eu já vi. Seu corpo era repleto de curvas e me passou pela cabeça as mil coisas que eu poderia fazer com ela. — Perfeita... — Mais uma vez de joelhos, ergui sua outra coxa em meu ombro e depositei beijos e mordidas ali, fazendo-a gemer e se contorcer, até que cheguei ao seu clitóris, tomando entre meus lábios aquele botão inchado e suculento. Passei a língua em sua volta mantendo as mãos firmes contra seu traseiro para poder banquetear-me e perder-me entre suas pernas, deliciandome com seu sabor exótico e sedutor até que ela convulsionasse em um orgasmo, embevecendo-me de desejo. Após tomar tudo dela, peguei uma toalha de banho que havia deixado ali e a estendi no chão, fazendo com que ela deitasse sobre a toalha para que meu corpo pairasse sobre o dela, mantendo nossos lábios colados, e as mãos ansiosas e ágeis, explorando o corpo um do outro. — Cris... eu tinha planejado uma noite de rainha para você em meu quarto, com champanhe e tudo o que você merece; mas perdão, não consigo me conter... sou um homem maduro... mas com você me sinto um adolescente... eu quero tanto você, você é tão linda... eu... — Me possua, John... — Implorou ela, e olhando dentro dos seus olhos, mergulhei a fundo nela, remexendo os quadris com vontade contra ela, que arranhava as minhas costas e erguia seu quadril em minha direção.

Estar dentro dela era o paraíso... era o nirvana, uma perfeição. Nunca em minha vida havia me sentido tão vivo, como se tivesse passado todos aqueles anos sozinho a espera dela. — Minha linda, você não está protegida, mas também não me importo de fazer um filho em você... assim você não poderá mais fugir de mim... — Você é completamente louco... — Disse ela entre um gemido e outro. — E estou protegida sim... Oh!. — Eu sou louco por você, você me enfeitiçou Cristiana... — Ela convulsionou em um orgasmo e me perdi dentro dela, atingindo o ápice do prazer, o êxtase total dentro dela. — Quando nos casarmos, você vai parar com a pílula... — Sussurrei em seu ouvido após um tempo, enquanto ainda estávamos colados um ao outro, com nossas respirações ofegantes. — Nunca vou me casar... — Retrucou ela. — Isso é o que veremos...

CAPÍTULO 7 CRISTIANA BRANDÃO Meu corpo flutuava. Estava nas nuvens, muito, mas muito perto do paraíso. Do Éden. Acho que nunca tinha me sentido assim antes, amada. Sabia que era loucura, já que conhecia John a poucas semanas, então me sentir amada por ele era uma loucura; uma ilusão criada por meu coração machucado e carente. Eu precisava de espaço para colocar as ideias na cabeça, e deitada, saciada em seus braços, não era o melhor local para pôr as ideias no lugar. Sentei-me e comecei a caçar minhas roupas sem encará-lo, e ao levantar, visualizei minha calcinha arruinada no chão em pedaços. Nunca haviam rasgado minha calcinha. Que homem era aquele que rasga calcinha como se ela fosse feita de papel? — Você é uma deusa. — Disse ele com a voz rouca atrás de mim. Senti sua respiração bem próxima a minha nuca, e suas palavras aqueceram meu corpo, que pensei já estar completamente saciado, mas mostrou-se desperto de desejo por ele novamente. — Por que você fica dizendo essas coisas para mim? — Questionei ainda sem encará-lo enquanto colocava meu vestido. Ele pousou suas mãos quentes sobre a minha cintura e me virou de frente para ele. — Porque é verdade. — Seus olhos cor de chocolate se fixaram nos meus, e meu coração palpitou no peito — Você é uma deusa Cristiana... para ser mais especifico, você é Afrodite. — A deusa do amor. — Disse, encarando-o cética. — Ela não foi apenas a deusa do amor, ela também era a deusa da beleza corporal — Suas mãos contornaram meu corpo subindo até o meu rosto, acariciando minha face com ternura — A deusa da sedução. — Concluiu ele. — Eu... — Fiquei atordoada com suas palavras pelo tanto que

pareceram sinceras. Homens mentiam diariamente para conquistar uma mulher, e eu sabia perfeitamente pois passei por isso, e convivi durante a minha vida inteira. Por que deveria confiar nele? Por que meu coração teimava em confiar em John Lennox? — Eu preciso ir ver o meu filho. — Disse apressadamente. — Claro, vá até o pequeno Sebastian — Ele roçou seu polegar sobre meu lábio inferior, e aquele pequeno toque fez o meu sexo pulsar de desejo. — Vou resolver algumas pendencias para ter a noite livre para ficar com você, minha deusa. — Por favor não me chame assim. — Pedi ofegante. Não bastava aquele homem estar nu diante de mim, ainda tinha que me seduzir com palavras? — Não me peça coisas que não poderei cumprir. — Ele mergulhou seus dedos em meus cabelos e inclinou meus lábios para si, tomando-os com os seus em um beijo cálido e sedutor. O senti crescer novamente, e sua excitação deixou-me ainda mais úmida de desejo, até que ele afastou-se bruscamente. — Agora vá minha linda, ou não respondo por mim. — Eu já vou. — Fui para um lado, mas logo ele me guiou para o outro. Estava tão desorientada que caminhei para o lado errado e quando finalmente me senti firme sobre as pernas, passei a correr em direção a casa, para longe de John. Precisava organizar meus pensamentos antes que perdesse meu coração para aquele homem, que assim como os outros, me deixaria destruída. Na verdade, sequer deveria comparar John Lennox com outros homens, pois lá no fundo eu sabia que quando ele me machucasse, e eu sabia que ele iria, seria muito mais excruciante do que os outros; e por mais que eu tivesse quase certa de que ele iria destruir meu coração, minha teimosia insistia que eu deveria viver essa paixão avassaladora com ele, e quando voltasse ao Arizona, pediria aos Lennox uma carta de recomendação para procurar um emprego em uma cidade vizinha. — Mas enquanto isso, meu filho, vou me permitir viver isso, mesmo que seja temporário. — Sebastian sorriu para mim de dentro da banheira. Sabia que era errado ficar mudando de casa a toda a hora, mas não poderia viver com os Lennox depois de ter vivido a experiência que vivi com John. E como a merda já estava feita; como não tinha como voltar atrás e desfazer meu ato, iria usufruir de John Lennox como amante atencioso que ele era e iria embora para nunca mais voltar.

JOHN LENNOX Se existia qualquer dúvida de que eu estava completamente apaixonado por Cristiana, essas dúvidas, esses pequenos grãos de areia, dissiparam-se de uma vez por todas. Ela enfeitiçou meu corpo, alma e coração. Eu era dela e ela era minha; só precisava faze-la entender isso. Notava a forma como ela me encarava, querendo confiar e ao mesmo tempo não confiando, o que mostrava que ela deveria ter sido, assim como eu, muito ferida no passado. Precisaria mergulhar a fundo, atravessar suas camadas de resistência, descobrir os seus segredos, curar suas feridas, cuidar dela e amá-la como ela merecia. Eu precisava dela como o ar em que respirava, como a água que saciava minha sede, como a vida que fluía em mim. Perdê-la de vista estava fora de cogitação pois minha vida seria miserável sem ela. Queria-a para mim e só para mim, e quase desejava marcá-la a ferro como um completo selvagem, o que era um sentimento completamente novo para mim, algo que nunca havia sentido antes por ninguém. Ela seria minha esposa, a mãe dos meus filhos... eu que acreditei que nunca mais pensaria em ter outros filhos depois de Jacob estava fantasiando ter outros filhos, e era obvio que queria me tornar pai de Sebastian; um menino tão doce por quem me afeiçoei instantaneamente. Tive medo que após nossa tarde de tórrida paixão ela se afastasse ainda mais de mim. Estava na biblioteca, tocando uma música romântica e sensual no piano quando Beatriz me chamou a porta. — Senhor Lennox, a senhorita Cristiana disse que encontrará o senhor na mesa de jantar. — Suspirei aliviado, pois pensei que iria jantar sozinho e que ela fosse jantar em seu quarto, voltando a me evitar como antes; mas o fato de ela me acompanharia no jantar me deu um fio de esperança, e me vi com um sorriso bobo nos lábios encarando Beatriz. — Tudo bem, senhor? — Questionou ela. — Claro, que horas o jantar será servido? — Dentro de vinte minutos começaremos a servir. — Tudo bem — Ela deu meia volta para sair e a chamei de volta — E

Beatriz... — Sim senhor. — Após pôr os pratos na mesa, dispense todos os empregados... podem tirar a noite de folga. — Mas senhor? — Faça o que estou mandando, Beatriz. — Disse sucintamente — Aproveite a noite. — Tudo bem, obrigada senhor. — Ela se retirou. Levantei-me, encarando a noite lá fora. O céu estava límpido, estrelado e a lua cheia estava ainda mais bonita, mas não era o que estava lá fora que me interessava, mas sim o que aconteceria aqui dentro aquela noite. Ansioso demais para esperar, fui a passos largos e bati na porta de seu quarto. Ela murmurou algo que entendi como um “já estou indo” e fiquei aguardando, ansioso como um adolescente em seu baile de formatura. Quando ela apareceu diante de mim, era, sem dúvidas, mil vezes mais linda que Melanie, a rainha do baile de formatura que tive na escola. Pensara que precisaria seduzir Cristiana, mas ela me seduziu instantaneamente com a roupa que vestia. Seus cabelos estavam soltos, levemente úmidos pelo banho recém tomado, e seu corpo estava coberto por um vestido preto e justo que tinha um decote profundo. Me senti endurecer ao visualizar a curva de seus seios, por lembrar da sensação de seus mamilos sobre meus lábios. Ela usava uma maquiagem leve que destacava seus olhos, mas, mas um batom vermelho que atraía meus olhos para seus, e não pude deixar de imaginar aqueles lábios rubros ao redor de minha ereção, deixando-me ainda mais excitado. — Gosta do que vê? — Repetindo a pergunta que fiz a ela naquela tarde, ela deu um passo à frente, fazendo seu cheiro doce inebriar meus sentidos. Quando ela fechou a porta do quarto, agarrei seus quadris e a prensei contra a parede pressionando minha ereção entre suas pernas. — Isso responde a sua pergunta? — Passei a língua em seu pescoço, abaixo de sua orelha, e soprei levemente sua pele fazendo-a estremecer em

meus braços. Afastei-me encarando seus olhos, e ela sorriu atrevidamente. — Sem dúvidas responde a minha pergunta John — Pousando sua mão sobre meu braço, ela disse — Vamos jantar? A atividade de hoje à tarde abriu meu apetite. Será que finalmente ela iria parar de resistir e entregar-se a mim de corpo e alma como eu estava entregue a ela? Eu adorava o seu lado tímido, mas o seu lado atrevido me deixava louco. Seguimos o caminho até a sala de jantar, com ela apoiando o braço ao meu, e ao chegar diante da mesa, Beatriz estava terminando de servir o jantar com outros empregados. — Boa noite senhor John, senhorita Cristiana. — Ela nos saudou com simpatia; a mesma simpatia com que tratava a Megan — Espero que apreciem o jantar. — Obrigado Bea. — Disse Cristiana, confiante. — Como é uma lasanha, atrevi-me a entrar na adega e pegar um vinho para acompanhar o jantar. Espero que não tenha problemas senhor John. — Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Cristiana disse: — Não tem problema nenhum, não é John? — Apenas acenei e Cristiana prosseguiu — E para a sobremesa, Bea? 4

— Cheesecake tradicional. — Hmm... com calda de frutas vermelhas? — Perguntou Cristiana gemendo em apreciação. — Sim. Senhor Lennox, se nos der licença, vamos aproveitar a noite como o senhor sugeriu. — disse Beatriz cautelosa. — Claro, aproveitem a noite. — Quando todos se retiraram, indiquei a mesa a Cristiana e a ajudei a sentar-se. — O que significa isso? Você dispensou os empregados por essa noite? — Perguntou ela logo que sentei-me. — Claro, acho que eles merecem uma folga, não?

— Você é um bom homem John Lennox; tenho certeza que não foi com segundas intensões que você deixou a casa completamente vazia. — Provocou ela. — Me sinto ofendido com sua insinuação. — Brinquei. — Você não me engana John. — Ela disse com um sorriso nos lábios e um brilho no olhar, como se nossas provocações fossem uma espécie de preliminar. — Tudo bem, eu confesso. Mandei os empregados sumirem de vista para que ficasse completamente só com você; assim não teria ninguém para nos interromper. — Interromper o que, John? — Perguntou ela mergulhando o garfo em sua boca, e o movimento de seus lábios se fechando em torno do garfo me deixou desconfortável em minhas calças. Um ato tão comum quanto comer tornava-se erótico diante de meus olhos. — Tudo o que pretendo fazer com você. — Disse olhando-a por cima da taça de vinho; e a dela já estava completamente vazia. — Aqui, beba mais vinho. — Preenchi sua taça com o líquido púrpura sem deixar de encará-la. — Pretende me embebedar John? — Não é uma ideia má. — Você é tão manipulador, dando folga aos empregados e agora me deixando embriagada para me levar para a cama. — Acusou-me exageradamente e sorriu. — Oh, perdoe-me milady, eu a ofendi? — Certamente que sim, ao supor que me entregaria a você após duas taças de vinho. — E quantas taças seriam necessárias? — Arqueei a sobrancelha, encarando-a. — Não devo revelar meu segredo a um homem tão perverso. — Estava adorando aquele jogo de sedução; a forma como ela colocava cada garfada na boca lentamente e sedutoramente.

— Então acho que você deveria beber um pouco mais — Pisquei para ela e enchi sua taça. — Acho que devemos partir para a sobremesa. — Ela levantou-se e cortou dois pedaços de cheesecake, deixando a calda de morango escorrer pelos lados do doce. Ela ergueu os dois pratinhos de sobremesa e me encarou — Pegue as taças de vinho e vamos comer a sobremesa na biblioteca. — Está tentando me seduzir, Cristiana? — Não sei se você já bebeu vinho o suficiente. — E então ela sumiu no corredor, quase derrubando tudo da mesa. Peguei as duas taças de vinho e a segui até a biblioteca. Ela sentou-se no sofá confortável de frente para o piano e sentei-me ao seu lado. Quando ela colocou a primeira garfada do doce em sua boca, gemeu de prazer. Um pouco da calda de frutas vermelhas escapou dos seus lábios, e sem resistir, me aproximei dela e limpei a calda doce de seus lábios com a língua. — Deliciosa. — Murmurei e peguei o pratinho de sua mão, cortando um pequeno pedaço de doce e aproximando o garfo de seus lábios. — Abra a boca. — Ordenei e passei a deliciar-me e deleitar-me apenas em admirá-la comendo aquele manjar dos deuses. A cada gemido eu ficava ainda mais excitado, ainda mais enfeitiçado, ainda mais apaixonado por aquela mulher que transformou minha vida sem cor em um completo arco-íris. — Você não vai comer seu doce? — Perguntou ela — Está tão gostoso. — Há outro doce nessa sala, muito mais tentador, mais apetitoso. — Beijei sua nuca, passando a língua por toda a extensão de seu pescoço — Esse doce é o melhor sumo que já foi criado. — Ela empurrou meu peito e me encarou séria. — Tudo bem John, deixe-me deixar claro uma coisa antes de prosseguirmos. — Por favor Cris... diga logo. — Depois que essa semana terminar, vou pegar meu filho, vou até o Arizona, arrumarei as malas e partirei para outra cidade. Tentei resistir a isso. — Disse ela, apontando para nós dois — Mas você não facilitou as coisas

para mim, não é John? — Ela sorriu — Bem, eu sabia que isso me custaria o emprego e como agora não posso, e nem quero, desfazer o que aconteceu, vou aproveitar o máximo de nós dois e depois vou sumir da sua vida, como se nunca tivesse existido. — Você não vai embora. — Por favor, não me interrompa. — Suspirou ela — Você me queria; você me teve e terá ainda mais, mas não crio ilusões de que ficaremos juntos. Sou realista e não acredito em contos de fadas. — Você está dizendo que teremos uma semana inteira juntos, como amantes, e você irá embora sem olhar para trás no final dela? — Sim, o acordo perfeito para qualquer homem, não é mesmo? — Quando você vai entender que não sou qualquer homem? — Não me iludo com homens ou suas palavras bonitas, John Lennox. Não irei entregar meu coração a você para tê-lo despedaçado. — Você não confia em mim, e isso é compreensível. — Não confio em homem nenhum e nunca irei confiar. — Acho que você me deu um desafio Cristiana, conquistar seu coração, e pelo que vejo terei uma semana inteira para isso. — Por que você simplesmente não curte o momento? — Não quero ser apenas um momento em sua vida Cristiana, quero ser todos os seus momentos futuros. — Beijei seus lábios, não permitindo que ela falasse — Não quero ser um cara passageiro em sua vida, Cristiana — Disse enquanto mordia e chupava seu lábio inferior — Serei aquele que vai ficar, para sempre. — Não... — ela disse ofegante. — Já disse o quanto amo quando você fala? O quanto conversar com você é revigorante? O quanto o som da sua voz me seduz? — Beijei seu ombro, deslizando a alça do vestido do seu corpo. — Mas nesse momento, minha deusa, quero que você cale essa boca linda e pare de falar essas bobagens.

Seu vestido preto deslizou sobre seus pés. Ela estava vestindo apenas uma calcinha minúscula, e seus mamilos estavam rijos de desejo. Segurei seus seios em minhas mãos, sentindo o peso daqueles belos seios macios, naturais e perfeitos. Belisquei seus mamilos rosados entre meu polegar e indicador, provocando-a. De joelhos diante dela, fiz com que ela se virasse de costas para que eu tivesse uma visão privilegiada de seu traseiro redondo delicioso, e a calcinha preta fio dental deixava aquele traseiro ainda mais delicioso. — Que bunda mais gostosa! — Grunhi de desejo — Nunca vi uma bunda tão linda quanto essa. — Sem resistir, mordi o lado esquerdo de sua bunda ao mesmo tempo que com as mãos retirava sua calcinha que quando chegou aos seus pés, ela retirou erguendo uma perna após a outra. Peguei o pequeno pedaço de renda entre meus dedos e cheirei, inebriado com o cheiro de sua excitação. — Agora é a minha vez. — Disse ela, virando-se de frente para mim e puxando minha mão para que eu levantasse. Ela começou a me despir, sem paciência com os botões de minha camisa, abrindo com violência e fazendo com que vários botões se perdessem sobre o tapete. Ao chegar a braguilha de minha calça jeans, precisei ajudá-la a retirar as calças com os pés e então ela ficou de joelhos diante de mim, encarando-me com malicia. Ela pegou meu pau entre seus dedos, deslizando sua mão por toda a extensão, contornando com os dedos as veias saltadas. Grunhi alucinado por seu toque, louco para que ela o enfiasse em sua boca. Minha falecida esposa nunca havia feito sexo oral em mim, e Adele fazia só porque eu insistia muito; e então, em minha mente já estava enraizado que as mulheres não gostavam de fazer tal ato. — Você não precisa... — Disse, mas fui interrompido. — Vai me impedir de provar a melhor sobremesa dessa casa? — Disse ela, lambendo os lábios. — A não ser que você não queira... — Oh! Pode ter certeza que eu quero, mas não precisa fazer só para me agradar. — Estou sendo muito egoísta... — Ela passou a língua na ponta de meu membro e eu grunhi, ansioso — Acredite quando faço isso é para o meu prazer, mas acho que não cabe na minha boca... — Ela passou a chupar, apenas

a cabeça, e gemi alucinado por sua caricia. Ela me encarava ao mesmo tempo que gemia, como se estivesse sentindo prazer só pelo ato de me ter em sua boca, e então começou a chupar ainda mais profundamente, engolindo o máximo que podia. Não pude resistir e comecei a mover meus quadris, segurando seus cabelos com fúria e paixão. Quando senti que estava próximo do ápice, me afastei e ela me encarou devassa, com os lábios inchados pelo que tinha acabado de fazer em mim. — Quero estar dentro e você. — Você estava dentro de mim, John; e estava muito gostoso. — Há algo que preciso realizar. — Uma fantasia? — Sim... — Puxei-a para mim, levando-a em direção ao piano, e fiz com que ela deitasse sobre a cauda do piano, de pernas abertas. — Você lê mentes agora, John? Você é alguma espécie de bruxo? — Se eu for mesmo um bruxo, esse jogo estará ganho e você será minha para sempre. — Estou dizendo isso pois fantasiei algo com nós dois aqui... — Isso acabou de ficar ainda mais interessante... — Mergulhei minha língua em suas dobras, e pude provar que ela já estava úmida, pronta para mim. Precisava fazê-la gozar antes de mergulhar em seu interior quente e macio, e me deliciar com o mel que escorria por sua fenda. Ela agarrou-se em meus cabelos enquanto eu provocava seu clitóris com a ponta da língua, e tentando resistir à tentação de tomá-la, mergulhei dois dedos em seu interior. Ela era tão macia, apertada e quente. — Olhe para nós, minha deusa — E apontei para o grande espelho que havia ao lado do piano. Ela estava linda, estirada em cima da cauda do piano preto; sua pele cor marfim destacava-se diante da luz amarelada dos abajures e seus seios estavam inchados entumecidos. Ela puxou meus cabelos e voltei a mergulhar em seu interior. Sabia que agora ela deveria estar vidrada, olhando pelo espelho a cena erótica que se seguia ali.

— Oh John! — Ela gritou meu nome, enquanto ondulava-se embaixo de mim quando seu sumo escorreu por suas dobras ao gozar, me deixando embevecido. Depois tomar tudo dela fiz com que ela levantasse e ficasse de costas para mim. — Apoie-se no piano. — Ordenei. — Empine sua bunda gostosa para mim! — Assim que ela o fez, a empalei com força, e ela gritou de tesão. Comecei a estocar em sua boceta como um animal descontrolado, e ela gemia e me encarava com tesão através do espelho. — Oh John! Oh John! — Senti-a convulsionando ao redor do meu pau, me deixando a beira do orgasmo. Tentei aguentar por mais um tempo, mas quando um orgasmo instantâneo a tomou por inteiro, não resisti e com isso explodi dentro dela, marcando-a como minha. Desfalecidos, ficamos um em cima do outro contra o piano, sem que eu saísse de dentro dela, com as respirações ofegantes, corações acelerados, encarando um ao outro diante do espelho. — Vamos para a cama? — Disse quando finalmente sai de dentro dela. — Você precisa começar a usar preservativos. — Você já toma pílula. — Retruquei. — Não é 100% eficaz. — Que sorte a minha então. — Disse enlaçando-a a minha cintura. — Venha minha linda, vamos para a cama. — Você precisa meter na sua cabeça que nosso caso é temporário. — Não, Cristiana. Você precisa meter na cabeça que é para sempre. — Beijei sua boca e disse — Agora vamos para a cama amor, sem discussões. — Eu não durmo longe de Sebastian... por falar nisso preciso ir vê-lo. — Que bom que nossos quartos são interligados por uma porta. — Como é? — Isso mesmo, amor. Agora vamos para a cama e sem discussões. — Me disseram que aquela porta era de um armário velho. —Disse

furiosa. — É o meu quarto amor... sabia que ficaria mais fácil para nós de dormirmos juntos, por causa do Sebastian. — Expliquei calmamente. — Você é muito convencido, não é mesmo? Como tinha tanta certeza de que eu iria para a cama com você? — Um homem pode sonhar, amor... — Em meio aos seus protestos, fomos ver o pequeno Sebastian que dormia calmamente, e finalmente abri a porta que ligava nossos quartos. Ela insistiu em tomar um banho sozinha, o que precisei ceder contra a minha vontade, e quando sai do meu banho, a, vi mexendo em meu guarda roupa. — Ei moça curiosa, achou algo interessante ai? — Pode-se dizer que sim, John Lennox. — Ela então virou-se de frente para mim, e em suas mãos estava um chicote marrom de montaria; ela acariciava o couro com malícia. Meu pau inchou diante de tal cena. — Você vai usar ele em mim, John? — É tudo o que eu mais desejo.

CAPÍTULO 8 CRISTIANA BRANDÃO Já ouviram falar em uma frase que diz que a curiosidade matou o gato? Pois então, eu sou uma mulher extremamente curiosa e enquanto John tomava seu banho, senti a necessidade latente de explorar cada recanto dali. Estava curiosa demais, interessada demais em descobrir os segredos deste homem tão intenso que havia entrado em minha vida, virando-a de cabeça para baixo. Comecei admirando suas prateleiras, alguns livros espalhados, e encontrei exemplares mistério, ação, poesia... Então John Lennox era realmente um romântico? Romântico, possessivo, determinado e bruto. Como resistiria a esse homem? Como criaria coragem para fugir depois de uma semana? Olhei pelo canto dos olhos para o meu quarto, mais especificamente para o berço de meu filho. Sim, proteger meu filho era o que existia de mais importante na minha vida e ele me daria forças para fugir dali. Eu sabia como eram as crianças, já havia trabalhado em creches e sido babá algumas vezes, elas se apegam facilmente as pessoas e quando estas se afastam, sofrem muito. Eu não me envolveria com John para depois de um tempo ele me dispensar. Eu sobreviveria a um coração partido, mas nunca me perdoaria por deixar meu filho envolver-se nisso. Meu plano daria certo, dali a alguns dias iriamos sumir da vida de John Lennox e eu sabia que após nossa partida ele notaria o quão sábia foi essa decisão. Ele certamente não iria atrás de mim, não é mesmo? Estive tão absorta em meus próprios pensamentos que quando percebi que estava mexendo dentro do guarda-roupas de John, soltei uma exclamação, que aumento ao encontrar lá dentro um chicote de montaria. Senti a aspereza do couro em minhas mãos, e passeei com os dedos por sua extensão, acariciando as tiras macias até chegar novamente ao cabo áspero e grosso dele. O cheiro de couro era ao mesmo tempo rústico e exótico, o que me lembrava o cheiro de John. Naquele momento lembrei-me de vê-lo mais cedo batendo com o chicote contra a porteira de madeira ao tentar domar o cavalo, e fiquei imaginando se ele usava esses brinquedos no sexo também, o que fez meu sexo inchar de desejo.

— Ei moça curiosa, achou algo interessante ai? — Sua voz rouca assustou-me, mas me virei de frente para ele com malícia no olhar. — Pode-se dizer que sim, John Lennox. — Seu olhar encontrou o meu e então desceu até as minhas mãos, vendo que eu acariciava sugestivamente o cabo do chicote. Vi o fogo em seu olhar e me atrevi a perguntar — Você vai usar ele em mim, John? — É tudo o que eu mais desejo. — Respondeu ele, e seu olhar se escureceu. Por Deus, eu estava perdida, louca para me jogar em seus braços, e deixar que ele fizesse o que quisesse comigo. — Você gostaria que eu o usasse em você, Cristiana? — Perguntou ele, dando dois passos na minha direção. — Você pode fazer o que quiser comigo John... e sim, eu gostaria de experimentar tudo o que você tem a me oferecer — Ele sorriu perverso, ficando a centímetros de distância de mim, com apenas aquela toalha branca envolta da sua cintura. Ele cheirava a homem e sabonete, e não sabia explicar que tipo de afrodisíaco havia no cheiro de homem que ele exalava. — Afinal, quero aproveitar bem essa semana. — Lembrei-o, ele resmungou e se afastou. — Você é uma mulher extremamente teimosa, Cristiana; eu já disse que você não vai ir embora daqui. — Ele agora parecia bravo, nem um pouco sedutor, mas ainda assim eu o queria com todas as minhas forças; só queria que ele entendesse que seria temporário. — John, você precisa me entender. — Guardei o chicote de volta no guarda-roupa e me virei para ele. — Você quer que eu entenda? Pois então me explique, o que te fez ser assim? — Ficamos nos encarando pelo que me pareceram horas, e apenas os sons das nossas respirações preenchiam o silêncio. Eu não queria conversar, eu só queria ser dele enquanto ainda poderia. Era doloroso demais relembrar o passado... meu pai abandonando a mim e a minha mãe por sua amante; Greg e sua família secreta no hospital. Era uma carga pesada demais para carregar, algo impossível de esquecer e seguir em frente. O medo me consumia, a vida me tornou assim, desconfiada... eu realmente gostaria de ser diferente, mas não era. — Eu... — Nesse momento Sebastian rompeu em choro no quarto ao

lado. John fez sinal para que eu fosse, e antes que eu deixasse o quarto, ele disse. — Essa conversa ainda não acabou. — Mas que diabos esse homem queria conversar? Por que simplesmente não fazia sexo comigo? Por que insistir em saber meus motivos. Ele deveria estar feliz com um caso rápido e satisfatório! Qualquer homem estaria satisfeito com o arranjo. Peguei o pequeno Sebastian no colo e passei a niná-lo. Havia uma mamadeira dentro de uma bolsa térmica ao lado do berço, e como ela ainda estava morna, passei a alimentei-o. Após uma hora ninando-o, Sebastian ainda chorava sem parar. Eu já estava exausta e a ponto de chorar de frustração. Sabia que seu choro era pelo nascimento dos dentes, e por isso ele estava enjoado assim. — Cris, deixe comigo. — John entrou no quarto, vestindo uma calça de pijama de cós baixo e sem camisa. — Não precisa, ele logo vai acalmar. Ele resmungou algo sobre eu ser teimosa e autossuficiente, então pegou Sebastian dos meus braços levando-o para o seu quarto. Lá havia um copo com algo que parecia chá; John umedeceu uma gaze no chá e passou a coçar a gengiva de Sebastian, que parou de chorar. — Isso, bom menino... — Aquela cena deu um baque em meu coração, meu filho nos braços de John parecia algo tão certo. — O que é isso? — Perguntei, apontando para o chá. — É camomila... eu fiz muito isso quando Jacob era pequeno. — Ele disse simplesmente. — Tenho experiência como pai solteiro. — Ele sorriu. — Mas você era casado quando Jacob era um bebê, não é mesmo? — Sentei-me ao seu lado na cama, sussurrando a pergunta. — Era como se não fosse casado; Wilma nunca amou a mim ou ao filho. Após Jacob nascer ela passou a ignorá-lo e a mim também... teve vários amantes, e nunca foi discreta quanto a isso. — Você parece não se importar.

— Por que me importaria agora, depois de tantos anos? Claro que me machucava e muito vê-la maltratando meu filho, mas não me magoava as traições; não depois de um certo tempo... — Você a amava? Desculpe, eu não deveria ter perguntado. — Não tem problema. Eu tentei amá-la; casei-me com ela pois ela estava grávida de Jacob, e busquei fazer nosso casamento dar certo, mas para isso, era preciso que os dois lutassem, não é mesmo? Depois de um tempo, cansei de lutar sozinho e ao vê-la maltratando meu filho foi o fim da linha. — Deve ter sido muito difícil. — Disse, pensativa. — Na verdade, depois que parei de tentar salvar nossa relação, foi tudo mais fácil. Trabalhei muito e criei nosso filho com todo o amor que podia lhe dar, mas após sua morte tudo mudou e desandou. Eu falhei com meu filho; só espero que ele aprenda a ser mais sábio agora. — Você fez o melhor que pode, John. — Apertei seu ombro, confortando-o. — Foi um ótimo pai; você é humano, não se culpe tanto. Sei que seu filho vai te deixar orgulhoso em breve. — Bocejei, cansada. — Deite-se Cristiana. Continuaremos nossa conversa amanhã, mas agora você vai me contar o porquê desses muros a sua volta. — Não quero conversar sobre o meu passado, John. — Disse deitandome sobre os travesseiros macios de sua grande cama. — Você vai me contar Cristiana, acredite. — O que vai fazer você desistir disso? — murmurei cansada. — Nada. Farei você falar, nem que precise prendê-la na minha cama e persuadir você a me contar tudo. — Isso parece uma ideia interessante... — Fechei os olhos e adormeci. Acordei com a luz do sol que entrava pelas venezianas. Ao meu lado, na cama de John estava Sebastian. Pelo visto, John adormeceu na outra extremidade da cama e Sebastian dormiu entre nós. Fiquei tocada por ele ter tomado conta de Sebastian na noite anterior, e tocada por sua história. Após alimentar Sebastian e tomar meu café sozinha, me encaminhei até

os jardins da casa com Sebastian nos braços. Sentei-me em uma espreguiçadeira em uma área que os passarinhos bebericavam água em uma pequena fonte de mármore. Quando senti que estava sendo observada, olhei para o meu lado esquerdo e vi uma mulher morena, esguia, de mais ou menos uns 40 anos de idade observava a mim e ao meu filho com desdém. — Olá, quem é você? — Perguntei, levantando-me protetoramente. — A pergunta certa seria quem é você? — Disse ela, muito irritada. — Eu me chamo Cristiana e sou... — Já sei quem você é.... a garota que veio dar o golpe em John... casamento? — Ela riu zombeteira. — Eu sou Adele Jones, dona da maior fazenda produtora de morangos do Texas, e John Lennox decide que quer se casar com uma ninguém! — Disse ela apontando para mim. — Isso não vai ficar assim garota, e em breve você e seu... seu... — Meça suas palavras ao falar do meu filho, Adele. — Rosnei — E se é John Lennox que você quer, ele é todo seu... agora não venha aqui me insultar só porque você é mal amada. — Eu conheço John Lennox a mais tempo que você, e vou ficar com ele. — Como eu disse, ele é todo seu. — Mas ele quer você. — Ela gritou. — Bem, então azar o seu não é mesmo? — Sorri perversamente — Você não tem tudo isso — Apontei para mim — Vamos combinar, homens não gostam de osso... eles querem é a carne. — Ora sua.... — Faça a gentileza de se retirar, por favor... sua presença está me incomodando. — Isso não vai ficar assim. — Ameaçou ela. — Faça qualquer coisa para mim, e esfregarei sua cara na lama. Faça qualquer coisa com meu filho e você será uma mulher morta. — Disse a centímetros dela.

Ela saiu resmungando, com seus saltos altos afundando na lama. O que será que John Lennox disse para essa louca? Perguntei a mim mesma.

CAPÍTULO 9 JOHN LENNOX Após uma noite intrigante, acordei bem disposto e muito pensativo. Deveria haver uma forma de convencer Cristiana a levar a sério nossa relação... deveria ter um jeito de penetrar em suas barreiras, tão altas e tão bem construídas. Eu iria descobrir os seus segredos e derrubar as barreiras que a cercavam. Ela seria minha para sempre, ou não me chamava John Lennox. Estava sentado analisando uns relatórios da fazenda quando Beatriz bateu na porta do escritório. — Sim Beatriz. — Senhor Lennox, uma mulher chamada Adele está a sua procura. — Franzi a sobrancelha. Não era do feitio de Adele aparecer aqui, já que sempre nos encontrávamos era na casa dela e havia deixado claro que nosso affair deveria ter esse distanciamento. — Posso mandá-la entrar, senhor? — Sim, mande-a entrar. — Teria que conversar com ela mais cedo ou mais tarde. Não tínhamos qualquer tipo de compromisso que exigisse que eu lhe desse satisfações, mas como gostava de deixar as coisas às claras, iria procura-la em breve para avisar que não nos veríamos mais; pelo menos na parte carnal. Dei a volta na minha mesa e fiquei apoiado na frente dela, quando Adele entrou na sala. Seus cabelos negros estavam soltos em seus ombros, ela usava um vestido justo preto e saltos altos, nada apropriados para a fazenda. Seu rosto estava coberto de maquiagem, algo que me incomodou no momento. Realmente algo tinha mudado dentro de mim. Eu que sempre achei Adele uma bela mulher, mas não achei nada de interessante nela nesse momento; apenas uma mulher sem graça ou atrativos para mim. Seu corpo era magro demais, sem curvas, seu rosto estava sempre rígido e maquiado demais para o meu gosto. Ainda assim, ela merecia o meu respeito e iria lhe deixar a par de que nosso affair havia acabado.

— John Lennox, você é um menino malvado. — Disse ela sorrindo ao se aproximar de mim e colar seus lábios frios nos meus. Afastei-me, pois aquele toque me incomodou. — Adele, como você está? — Perguntei sucintamente. — Eu? Estou bem, só senti saudades de você. — Lamentou-se ela. — Você é muito mal, voltou para o Texas e nem me avisou. — E por que eu avisaria? Nunca fiz isso antes... — Ah, eu sei — Disse ela, sentando-se na poltrona em frente à mesa — Mas é que quando você partiu para o Arizona foi tão de repente... você estava muito misterioso aquele dia. — Tudo bem, está certo — Caminhei lentamente até o bar — Aceita uma bebida? — Um martini, por favor — Enquanto servia nossas bebidas, ela veio por trás e enlaçou seus braços em minha cintura. — Então John, me conte... recuperou o que queria no Arizona? — Afastei seus braços da minha cintura, entreguei-lhe o Martini e a encarei sério. — Sim, tem algo que preciso conversar com você. — Ela fez uma careta de desgosto pelo meu tom sério. — Parece algo sério. Tem a ver com seu filho Jacob? Porque já disse que é uma péssima ideia tirar a mesada dele.... um homem precisa de dinheiro para viver bem... — Não é nada disso. — Interrompi-a — Jacob está bem, isso é sobre mim. — Ela arregalou os olhos e bebeu o resto do Martini. — Pois então conte logo antes que eu morra de ansiedade. — Eu conheci alguém no Arizona e ela está comigo essa semana aqui... — John! — Ela levantou-se — porque não me disse logo que tinha um novo casinho aqui com você? Sabe que eu sou aberta a compartilhar — Ela piscou e continuou — Me procure quando essa mulher for embora, como sempre fizemos e ... — Não é o que você está pensando Adele, dessa vez é diferente.

— Diferente como? — Eu estou apaixonado. — Ela caiu sentada no sofá. — Acho que vou precisar de mais um martini. — Peguei seu copo e preenchi. — Mas como assim apaixonado? Você nunca esteve apaixonado antes... — Eu sei, sempre foram casos passageiros, e sua amizade ao longo prazo sempre foi muito boa para mim. — Para mim também. — Disse ela, pesarosa. — Nada vai mudar na nossa amizade Adele, seremos amigos ainda, mas não faremos mais sexo. Bem, sempre fui claro contigo tanto quanto você foi comigo. — Sim — Disse ela absorta em pensamentos. — Mas também não sejamos radicais, John. Pode ser apenas uma paixão passageira e logo você volta a ser o devasso de antes. — Devasso? Eu? — Ri de seu comentário. — Eu sou viúvo e vez ou outra tinha alguns casinhos Adele, mas não posso ser considerado um devasso. Se você me considera um devasso, o que diz do estilo de vida que meu filho levava? — Pensando assim, você tem razão. Mas me diga, quem é ela e vocês estão o que? Namorando? — Disse em zombaria. — Ela é a babá dos filhos do Logan, seu nome é Cristiana e ela é maravilhosa... — Suspirei — Fui enfeitiçado por ela assim que a vi; primeiro por sua voz suave enquanto ela cantarolava uma canção de ninar para as crianças, depois me vi preso em seu olhar. Seus olhos azuis esverdeados me lembram o mar, e me vi mergulhando neles, me vi querendo afogar-me naquele oceano de sensações. Depois, claro, foi a atração por seu corpo, além da conversa que fez com que me abrisse mais e mais a ela, contando coisas que nunca contei a ninguém... e quando meus lábios tocaram nos dela, bem, foi como se o mundo finalmente voltasse a girar para mim. — Wow! E então, vocês são namorados? — Não... sou muito velho para namorar, vou me casar com ela. Quero

tê-la para sempre ao meu lado e por isso temos que terminar nosso affair. — Casar? John, acho que você não está em seu juízo perfeito. — Disse ela, muito pálida. — Lembra do verão passado, quando conversamos sobre se algum dia encontraríamos a pessoa certa? — Sim, eu me lembro vagamente. — Eu disse a você que quando você encontrasse o cara certo você iria perceber; que quando encontramos a pessoa certa, não sentimos vontade de ficar com mais ninguém. Eu sei que encontrei a pessoa certa agora, pois sei que a Cristiana irá me completar. Não quero mais ninguém, quero só ela para sempre. — Espero que você seja feliz, John. Estou torcendo por vocês. — Disse Adele, sorrindo e levantando-se. — Obrigado Adele, tenho certeza que nós três seremos muito felizes. — Vocês três? — Sim, ela tem um filhinho de um ano, o Sebastian. — Ela assentiu — Eu também tenho certeza de que você, minha amiga de longa data, também irá encontrar o cara certo. — Eu acho que já encontrei. — Disse ela, encarando-me. — É mesmo? E quem é o sortudo? — Perguntei animado. — Você logo vai saber, John... quanto menos você esperar. — Ela beijou minha bochecha e saiu da minha sala. Que atitude madura de Adele! Confesso que por mais que achasse conhecê-la, pensei que ela talvez tivesse outro tipo de atitude; mas não, ela também encontrou alguém a quem amar. Que sorte a nossa! Apaixonados e felizes. Só precisava persuadir a Cristiana a se casar comigo e ser minha para sempre. Eu a faria muito feliz, tinha certeza disso.

CAPÍTULO 10 CRISTIANA BRANDÃO Mas que audácia a daquela mulher, vir aqui interromper a minha paz e a paz de meu filho. Se visse essa mulherzinha em minha frente novamente não iria responder por mim. — Sou dona da maior fazenda de morangos do Texas... — Irritada, imitei a voz aguda daquela mulherzinha irritante. — Por mim ela pode se engasgar com os morangos dela. — Falando sozinha, Cris? — Beatriz surgiu dentre as árvores do jardim. — É tenho essa mania de vez em quando. — E posso saber quem você quer que se engasgue com morangos? — Perguntou ela, divertida. — Ah, um pedaço de cipó que passou por aqui. — Disse, lembrando-me da mulher magricela. Ela assentiu e disse. — Só para constar, o Tarzan não está mais enganchado no cipó. — Ela piscou o olho para mim. — Acho que ele finalmente achou sua Jane. — Do que você está falando, Bea? — Ah não se faça de tola. Adele sai pisando firme e irritada da sala do senhor John, com cara de despeitada e com dor de cotovelo; e senhor John olha para você como se estivesse andando pelo deserto durante dias e finalmente tivesse encontrado um oásis. Então, se Tarzan dispensou o cipó, significa que você é Jane que ele quer. — E eu que pensei que você fosse tímida! Você está bem falante hoje hein. — Eu sou muito observadora, e trabalho com os Lennox há mais de dez anos. Quando senhor Logan trouxe sua esposa aqui, sabia que ele tinha sido fisgado pelo amor; quando senhor Jacob trouxe Megan aqui, também soube que ele havia sido fisgado, mas o senhor Jacob é como você...

— Como eu? — Questionei confusa. — Sim, cabeça dura. Não reconhece o amor nem se ele estiver em um caminhão e atropelá-lo. — O amor é superestimado hoje em dia. Eu amo meu filho e isso já me basta. — O senhor John ama você, ou ao menos está começando a amar e você tenta negar esse sentimento assim como o senhor Jacob, é sinal de que você tem algum medo interno, só basta saber qual é.... — Acho que eu preferiria você quando era tímida. — Ela sorriu para mim. — Só gosto de ajudar... me afeiçoei aos Lennox. Eles me ajudaram em um momento em que pensei que não teria mais nada na vida, e aqui conheci Jack meu marido. — Vocês tem filhos, Bea? — Ela baixou os olhos cor de mel, que ficaram melancólicos. — Sou estéril, não posso ter filhos; mas amo crianças, seu Sebastian é lindo. — Disse ela, acariciando o rostinho de Sebastian. — Sinto muito, Bea. Você não pensa em adotar? — Talvez um dia, quando Jack se estabilizar no emprego. Eu gostaria de trabalhar cuidando de crianças, mas não me vejo longe dos Lennox. Observei Beatriz com atenção. Ela parecia uma boa mulher, deveria ter mais ou menos uns 30 anos, tinha o corpo magro, olhos amistosos, lábios finos e cabelos dourados. Ela brincava distraidamente com Sebastian, e então tive uma ideia. — Ei Bea, por que você não vai trabalhar no Arizona? Você daria uma excelente babá dos trigêmeos. — Ela me encarou e sorriu. — Não ambiciono seu emprego Cris, e também Jack trabalha aqui... seria impossível viver tão longe dele. — Mas tenho certeza de que se conversar com John, os dois podem ser transferidos para o Arizona; e eu não vou mais trabalhar para os Lennox.

— Verdade... você se tornará, em breve, a senhora Lennox. — Não seja boba Bea, depois dessa semana irei embora daqui para sempre. — Eu não entendo. — Não há o que entender; quando essa semana terminar, vou pedir minhas contas ao senhor e senhora Lennox e vou para Phoenix começar uma vida nova com meu filho. — Por que Phoenix? Tem parentes por lá? — Sim. — Menti, não tínhamos parentes, exceto os do meu pai, que eu não via há anos. Iria levar Sebastian para Dallas e lá começaria uma vida. Não queria que John soubesse minha localização e por isso não podia me arriscar a contar a Beatriz. — Bem você quem sabe, Cris; mas acho que você está cometendo um grande erro e o senhor John irá atrás de você. — Não se você guardar segredo. — Um segredo que era mentira. — Prometo tentar. — Ela levantou-se e disse — Vou ajudar a terminar o almoço. Até logo Cris, foi bom conversar contigo. — Foi bom conversar com você também, Bea. Estava perto da hora do almoço e levei Sebastian para dentro. Daria um banho nele pois estava muito quente, e depois de alimentá-lo e fazê-lo dormir, chegou a hora do meu banho. Eu estava ansiosa para ver John pois não havia visto-o a manhã inteira e senti sua falta. Isso não era algo que eu estava esperando, mas infelizmente já estava sentindo saudades dele. Infelizmente, estava me apaixonando novamente, por um cara que era, obviamente, encrenca. er tão tola? Senti em minha pele o calor que percorria cada fibra do meu ser ao queimar de desejo. As lembranças da noite anterior voltaram com intensidade... a cena em frente ao espelho, a boca carnuda e macia de John mergulhada entre as minhas pernas, devorando-me; e quando ele me penetrou por trás, puxando meu cabelo e estocando com força até que minhas pernas ficassem tão bambas que eu mal conseguia me manter de pé. Tudo o que mais

desejava agora era fazer tudo de novo, em todos os lugares, queria tudo o que ele tinha para me dar, daria a ele tudo o que ele quisesse... exceto meu coração. Enxuguei meu corpo rapidamente, olhando em direção a porta que ligava nossos quartos, imaginando o que ele faria comigo... o quão pervertido e quente seria brincar com aquele chicote. Eu nunca havia feito esses tipos de brincadeiras que envolvessem chicotes, mas não era boba, li livros o suficiente para imaginar como seria um homem sexy e possessivo me provocando com aquele pedaço de couro quente. John Lennox já era tentador o suficiente; com um chicote na mão ele ficava perigosamente ainda mais sexy. Eu mal havia vestido minha calcinha e ela já ficara encharcada com a imaginação fértil que eu tinha. — Uma flor por seus pensamentos libidinosos. — Disse John no vão da porta, sua voz rouca deixou-me arrepiada da cabeça aos pés. Em sua mão estava uma flor silvestre, daquelas que eram bem comuns no Texas e tinham a fama de crescer até mesmo em meio a ervas daninhas. — Eu não estava pensando em nada. — Ele sorriu e se aproximou, e colocou a pequena flor rosada atrás da minha orelha. — Você está corada — Ele murmurou, acariciando meu rosto. Sua mão desceu pelas alças finas do meu vestido e ele passou os dedos levemente pelo meu mamilo direito, me fazendo gemer — Seus mamilos estão enrijecidos... você está pensando em tudo, amor; não em nada. — Então sua mão mergulhou em meus cabelos e ele aproximou nossos lábios. Recebi sua língua de bom grado, e nos beijamos com leveza e sedução. Quando o beijo passou a ficar mais intenso ele afastou-se de mim, e quase desmaiei no chão, mole demais para me manter de pé. — Como está o pequeno Sebastian? — Questionou ele, apontando para o berço. — Bem... ele está bem. — Ele foi até o berço e acariciou as bochechas rosadas de Sebastian com ternura. Desviei o olhar daquela cena tão terna. — Vim buscar você para almoçar. — Ele pegou em minha mão e plantou os lábios ali, encarando-me com seu a sedutor — Depois do almoço quero

levar você até o lago... — Eu não posso, Sebastian pode acordar e.... — Se você não se importar, Beatriz disse que tomará conta dele. — Não quero dar trabalho para ela. — Deus sabe que nãos será trabalho nenhum; Beatriz adora as crianças. — Disse ele, sorrindo. — Tudo bem; tem algo que quero falar com você e pode ser durante o passeio. — Falei lembrando-me do que Beatriz tanto desejava. — Ótimo minha Deusa, espero que seja uma conversa breve. Também tenho assuntos pendentes com você e certamente tenho planos malignos quanto ao nosso passeio ao lago. — Ele comentou, sedutor. — Eu devo levar biquíni? — Não, só leve a si mesma... não precisa levar roupas; e usa-las é opcional. — Ele plantou seus lábios nos meus novamente em um beijo cheio de promessas...

CAPÍTULO 11 JOHN LENNOX Peguei o Jeep e seguimos rumo ao lago. Cristiana esteve um tanto quieta durante o almoço, e quando mencionei que Adele tinha ido ver-me e que ela era uma velha amiga, mas que havíamos tido uma espécie de affair mas tudo tinha terminado, Cris ficou indiferente; ao menos foi o que tentou parecer. Eu disse, ou melhor, reforcei que queria apenas ela e para sempre, mas Cris manteve-se em silêncio, falando apenas no carro. — Não vejo o motivo para você ter terminado com essa mulher John, sendo que já reforcei que não quero nada sério com você. — Querer não é poder, Cristiana. Você pode não querer nada sério, mas você não tem permissão de me deixar. — Você está dizendo que vai me manter aqui na fazenda contra a minha vontade? — Se for necessário... mas ambos sabemos que você quer ficar; só preciso descobrir o motivo que te impede. — Você é insistente, hein. — Você ainda não viu nada, amor. Quando um Lennox se apaixona de verdade, nada o impede de ficar com a mulher que ama. Um dia contarei a você a história dos pais do Logan, meu irmão Dominic e Rebecca, é uma bela história devo admitir. Ela bufou e continuou encarando a estrada de terra a nossa frente, até que a margem do lago surgiu em nossa frente e ele sorriu maravilhada. — Que lugar incrível! — Disse ela estupefata. Seus olhos se iluminaram e um sorriso animado surgiu em sua face. Estacionei o carro um pouco distante do lago, pois não queria perdê-la de vista. Enfeitiçado... essa era a definição perfeita do que Cristiana tinha feito comigo. Fiquei admirando-a, até que num impulso, ela desceu do carro e correu em direção ao lago. Era incrível como ela se encaixava em toda aquela paisagem e fiquei imaginando um quadro com

ela ali, usando aquele vestido florido, com botas marrons nos pés e cabelos bagunçados pelo vento. Seu rosto iluminou-se como uma criança que ganhava um presente, como Jacob quando ganhou seu primeiro animal de estimação. Eu estava ainda parado ao lado do carro, hipnotizado por sua risada era gostosa. Os raios solares que atravessavam as árvores deixavam seus cabelos ainda mais brilhantes. Ela era uma deusa, a mais bela de todas as deusas, sem dúvidas. Despertando-me da hipnose fui até a traseira do carro e peguei uma manta que colocaríamos no chão. Aproximei-me dela, que descalçou as botas e molhou os pés na água. — Que delícia! Ei, seu covarde, tire suas botas e venha até aqui. — Sorri maliciosamente para ela e tirei minhas botas também, além de baixar minhas calças e cueca. Tirei minha camisa por cima da cabeça e entrei na água. — John! — Exclamou ela, com os olhos arregalados e percorrendo meu corpo demoradamente. — O que foi? — Você está pelado! — Não quero molhar as minhas roupas. — Disse e mergulhei a água cristalina do lago, emergindo em seguida. — Quem é o covarde agora? — provoquei-a. Ela ficou me encarando, mordendo o lábio inferior como se pensasse a respeito, e então foi até a margem do lago e retirou o vestido e a calcinha. Para meu prazer, ela estava sem sutiã, e fiquei excitado ao ver as nuances de cores que o sol fazia ao tocar sua pele; até que mergulhou no lago, dando algumas braçadas, se afastando de mim. — Que delícia esse lugar! — Disse ela quando voltou a margem. — Não costumo vir aqui com frequência. — E por que não? Deus, se eu morasse aqui, passaria o verão de molho nesse lago.

— Seu desejo pode se tornar realidade... Ela revirou os olhos e me encarou. — O que você deseja, John? — Eu apenas sorri e mergulhei na água novamente. Abri os olhos embaixo d’água e localizei-a. — Você. — Disse quando surgi em sua frente. — Eu desejo você. — Beijei seus lábios, e uma corrente elétrica de pura luxuria percorreu meu corpo. Era amor o que eu sentia por essa mulher, só podia ser amor. Nunca senti nada tão forte antes na minha vida! Ela entrelaçou as pernas em volta da minha cintura e apoiou-se nos meus ombros, e comecei a caminhar em direção a margem do lago, carregando-a nos braços. Deitei-a sobre a manta e me afastei para ver seu rosto. Seus lábios estavam inchados e vermelhos e seus olhos estavam perdidos, como se tentasse entender a situação, e ao mesmo tempo como se tentasse fugir dali e daquele sentimento tão profundo. — Achei que você queria conversar... — Sussurrou ela. — Acho que isso pode esperar; já isso... — Esfreguei minha ereção entre as suas pernas e ela gemeu, movendo os quadris na minha direção. — Não pode esperar... — John... eu preciso de você. — Implorou ela, remexendo os quadris sugestivamente. — Mas você não está pronta. — Eu estou... — Ela agarrou meu pau e esfregou-o na sua entrada, que já estava muito úmida e quente. Sem resistir, penetrei-a profundamente, e suas dobras quentes agarraram-se a mim, fazendo com que me sentisse vivo. — Oh deus.... Cristiana... — Comecei a me mover dentro dela com força e ritmo, enquanto ela gemia e arranhava minhas costas. Queria estar dentro dela ainda mais fundo e marcá-la para sempre para mim. Após sugar seu lábio inferior, ergui sua perna e a apoiei sobre meu ombro direito, penetrando-a agora com mais profundidade e tendo total acesso ao seu clitóris. Com os dedos comecei a massagear seu botão inchado ao mesmo tempo que a observava gemer e se soltar como uma gata selvagem.

Deliciosa. Sexy. Perfeita. — Ah John... eu... — Quando atingiu o ápice, Cristiana gritou de prazer e suas dobras sugaram ainda mais meu pau para dentro, como se estivesse ordenhando meu membro. Queria fazê-la gozar uma vez mais, porém não me contive. Ela era quente demais, apertada demais e olhar para seu rosto e ver sua expressão ao gozar impediu que me conte-se, e explodi dentro dela, perdendo-me em seu interior, e isso ocasionou instantaneamente outro orgasmo nela. Quase sem forças, inclinei-me por cima de seu corpo, ofegante. Eu queria ter lambido cada centímetro dela, tê-la feito gozar com a minha boca, com meus dedos... mas não houve tempo para preliminares... com Cristiana eu nunca conseguia ser racional; com ela ao mesmo tempo em que eu me perdia eu me encontrava. Eu a amava! Seria possível amar alguém assim em tão pouco tempo? Após alguns minutos, fomos juntos para a água e logo estávamos os dois sentados e já vestidos sobre o tapete. Cristiana encarava a água do lago pensativa. — Cristiana, eu preciso saber... — O que? — Questionou ela. — Onde está o pai do Sebastian? — Ela pigarreou e me encarou. — Essa história não é da sua conta John. — Disse ela na defensiva. — Já te contei a história da Wilma e suas diversas traições... acho que não custa nada você se abrir comigo também. — Ela me encarou — Vamos, pode fazer bem a você. — Insisti. — Tudo bem... vou te contar a história resumida. — Suspirou ela, cansada. — Eu estava apaixonada por um cara... nós estávamos em um relacionamento já fazia um ano e então descobri que estava grávida. Um lindo dia me ligaram do hospital e disseram que ele tinha sofrido um acidente... corri aos prantos para o hospital preocupada com ele e lá conheci sua esposa e seus dois filhos. Satisfeito? Eu era a amante e ele nem teve a decência de me contar.

— Eu... que cara escroto! Então ele te deixou com o Sebastian e nem assumiu as responsabilidades? — Eu socaria esse cara se o visse na minha frente. — Ele morreu; Brad morreu depois de passar semanas em coma. — Ele nunca soube do Sebastian? — Eu enviei uma carta a ele antes de saber de tudo Ele dizia ser investidor e alegava estar sempre viajando, mas como se acidentou, creio que nunca chegou a ler a tal carta. — Ela deu um sorriso triste — Sebastian nunca terá um pai, assim como eu. — Me deixe ser o pai dele; me deixe amar vocês... estou sendo sincero quando digo que quero você para sempre. — Greg também dizia a mesma coisa. — Ela levantou-se e foi em direção ao carro. — Vamos voltar, quero ver meu filho. — Essa conversa irá continuar, Cristiana. — Não perca seu tempo John, não vale a pena. — Você vale a pena. — Disse, olhando-a nos olhos.

CAPÍTULO 12 CRISTIANA BRANDÃO Será que existia a remota possibilidade de eu estar sendo uma completa idiota em relação a John? Meu coração queria acreditar, meu coração queria confiar... mas meu cérebro lutava contra isso com todas as forças. Eu estava apaixonada por John, isso era fato, mas será que eu deveria dar uma segunda chance ao amor? Meu coração dizia que sim para tudo, mas meu cérebro dizia para eu fugir para as montanhas e meu instinto apenas me orientava a ir com cautela. Eu sabia que ele estava falando sério quanto a história de ficar comigo para sempre, mas seria John um homem capaz de ser fiel? Um homem tão cheio de fogo e sedução ser capaz de resistir as tentações da carne? Eu sabia o que o casamento representava aos homens; uma espécie de prisão sem grades, mas que eles sempre davam um jeitinho de dar as suas escapadas. Antigamente as mulheres fingiam não ver suas infames traições... reis tinham amantes embaixo do teto de suas rainhas, e infelizmente hoje em dia muitas coisas não mudaram. Ainda haviam mulheres que viravam para o lado e plantavam um falso sorriso no rosto para manter as aparências; mas eu não era esse tipo de mulher, jamais me casaria para ser traída! Poderia até tentar ter uma relação com John, mas nada que envolvesse essa instituição fracassada chamada casamento... o casamento estragaria tudo. Naquela noite em especial eu estava muito apreensiva e resolvi jantar no meu quarto. Sabia que cedo ou tarde John iria me procurar, afinal a porta que ligava nossos quartos era de fato um acesso bem fácil de chegar até mim. E foi. — Cristiana gostaria de conversar com você. — Disse ele bem sério na porta em que ligava os nossos quartos. —Você pode me encontrar na biblioteca por favor? — Ele parecia cansado, triste; talvez até decepcionado. Senti uma vontade enorme de confortar independente da dor que sentisse. Assenti, espiei Sebastian que dormia tranquilamente em seu berço, e segui rumo a biblioteca.

— Aconteceu alguma coisa, John? — Perguntei atrás dele, ele estava próximo ao pequeno bar e servia-se de uísque. — Aceita uma bebida, Cristiana? — Perguntou ele sem se virar. — Pode ser um vinho, por favor. — Enquanto ele servia o liquido púrpura na taça admirei o ambiente. O piano ao centro me trouxe lembranças quentes de nossa tórrida noite de paixão. — Eu ... Logan me ligou. — Disse ele e sentou-se de frente a mim, muito sério. Um arrepio frio percorreu minha espinha, como se algo ruim fosse acontecer. — Aconteceu alguma coisa? Eles estão bem? E as crianças? — Sim, estão todos bem... ao que parece estão todos perfeitamente bem... — Então o que aconteceu? Por que você parece tão triste. — A decepção faz isso conosco, não é? — O que aconteceu, John? — Questionei preocupada. — Jacob... ao que parece Jacob dormiu com Kate, a babá que substituía você; por isso Logan e Nicolle já estão de volta ao Arizona. — Ele balançou a cabeça — O que fiz de errado para esse garoto ser assim? Quando pensei que ele finalmente criaria juízo e provaria a mulher que ama que é digno de seu amor, ele estraga tudo! — Ei John... não culpe assim, não é culpa sua. — Suspirei — Infelizmente é da natureza masculina não ser monogâmico. — Ele levantou-se, muito irritado, e bebeu o restante do uísque com um só gole. — Você é igual ao Jacob! Meu Deus, qual o problema de vocês dois? — Disse ele irritado — Não é porque vocês tiveram uma experiência ruim no passado que todos os outros serão iguais! Imagine se eu pensasse assim; nunca mais me casaria, pois a Wilma foi uma esposa e mãe terrível! — John acalme-se... — Não me peça para me acalmar, e deixe-me continuar. Fique quieta! — Ordenou ele. — Jacob acha que todas as mulheres são como a mãe dele, e o

que isso resultou? Uma vida infeliz! Você acha que todos os homens são como o pai de Sebastian, e que vida você acha que terá pensando assim? — Eu... — Não mandei você falar! Vocês precisam entender que existem outros tipos de pessoa no mundo! Vocês precisam acordar ou ficarão infelizes para sempre. — Eu só estou protegendo a mim e ao meu filho! — Gritei. — Não, isso é o que diz para si mesma para não se sentir culpada, mas na verdade você só está se escondendo, vivendo com medo. Isso não é viver, Cristiana; isso é sobreviver. — Você não sabe o que eu já passei na minha vida, então não tente me analisar, John Lennox! — Você também não sabe, Cristiana. Sabe o que é ser o irmão mais novo de três? Sabe o que é enterrar seus dois irmãos quando ainda é apenas um garoto que mal entrou na adolescência? Sabe o que é perder o seu amor de infância e casar-se com a mulher errada, só para ela destruir sua alma e destruir seu filho? Eu tenho 49 anos Cristiana, e sim, já passei muito na vida; mas nem por isso irei desistir de viver a vida! Decida o que você quer da vida, pois eu já decidi o que quero da minha... — Eu vou para o meu quarto... — Você não vai para o seu quarto, você vai para o meu! — Não estou no clima para sexo, John! — Virei-me para deixar a sala quando ele me puxou pelo braço e me encarou furioso. — Quem decide isso sou eu! — Vai fazer sexo comigo contra a minha vontade? — Arqueei a sobrancelha, encarando-o desafiadoramente. — Contra a sua vontade? Eu nunca faria isso... — Ele me ergueu nos braços e me colocou sobre seu ombro. Mais uma vez, ele fez meu corpo parecer uma pena ao me erguer com tanta rapidez e habilidade. Ao chegar ao quarto, ele me jogou sobre a cama, e com uma gravata que

nunca o vi usar, amarrou meus braços na cabeceira da cama. — John não! — Fique quieta! — Disse ele — Ou terei de amordaçar você. — Fechei a boca no mesmo instante... havia um brilho animalesco em seu olhar, algo primitivo. Depois de me amarrar, ele levantou-se e encarou-me da beirada da cama. — Tem algo que eu não lhe contei Cristiana, você tem de voltar ao Arizona amanhã! — Achei que você disse com convicção que eu não iria embora. — Zombei dele. O vinho já tinha feito o efeito desejado em meu sistema, e eu estava mais solta. — Amordaçar você parece ainda mais fascinante. — Disse ele, e quando fechei a boca ele sorriu perversamente. — Você vai até o Arizona, arrumar as suas malas e vir para cá definitivamente. — Eu iria protestar, mas ele fez sinal que me amordaçaria e me calei. — Logan e Nicolle se viram com os gêmeos e tenho certeza que logo encontrarão uma babá adequada. — Quanto a isso... — Vai me interromper de novo? — Ele deu um passo para frente, com um ar ameaçador. — Não... é que a Beatriz... — O que tem a Beatriz? — Ela gostaria de ser babá dos gêmeos e.... — Perfeito. — Que jeito estranho de falar a respeito disso! Quando me imaginei ajudando Beatriz não imaginei que teria essa conversa amarrada a cama de John. — Mas o marido dela precisa ir junto... — Claro, não separaria um casal apaixonado. — Ele sorriu — Sou um romântico Cristiana, mas você me deixa maluco... então darei a você uma pequena prova do que sou capaz de fazer, você terá 24 horas longe de mim para pensar claramente, e fazer a coisa certa. — Qual seria a coisa certa?

— Casar-se comigo, sua tolinha. — Ele sorriu. — E se eu fazer a coisa errada... — Você será punida e casará comigo, nem que para isso precise amarrar você no altar. — Nem um padre faria um casamento assim. — Retruquei. — Eu sou um Lennox, ele fará o que eu quiser. — Você é tão arrogante! — E você teimosa como uma mula. — Que punição é essa que você mencionou? — Questionei, curiosa. — Vou te dar uma pequena demonstração da punição... — John caminhou a passos largos até o guarda-roupa e tirou de lá de dentro o chicote que eu havia acariciado com meus dedos. Meu corpo inteiro ficou alerta e quente, e o olhar de John brilhou quando ele me encarou como se eu fosse sua presa. — John... — Minha voz saiu trêmula, ofegante e desejosa. — Está com medo Cristiana, ou seria tesão? — Ele passou as tiras do chicote pelas minhas coxas, erguendo meu vestido e gemi. — Acho que a segunda opção. — Murmurou ele com aquela voz rouca e sedutora.

CAPÍTULO 13 JOHN LENNOX Ela estava precisando de um choque de realidade, assim como meu filho estava precisando. Eu disse a ela, descarreguei e desabafei coisas que eu deveria ter dito para o Jacob e estava muito irritado; mas ela também precisava escutar... ela precisava disso, e eu estava tão frustrado com tudo que não consegui ser doce ou romântico. Sentia-me animalesco, como um animal que vivera preso por tempo demais, e agora mostrar-lhe-ia um lado meu a ela que ela ainda não havia conhecido. Subi na cama e ergui seu vestido até que ele ficasse todo embolado junto aos seus punhos amarrados. Tirei minha camisa, e ainda com o chicote na mão, observei seu corpo cheio de curvas sensuais. Sua carne e suas coxas grossas me deixavam maluco, e com uma das mãos apertei sua carne, enquanto ela apenas me encarava, ofegante. Ela não disse mais nada após a minha afirmação de que o que ela estava sentindo era tesão, e não medo. Encontrei sua calcinha de algodão e sorri quando a vi ficar corada de vergonha pela estampa com o Piu-Piu. Sorri ao ver a pequena presa do Frajola estampada em sua calcinha branca de algodão, que cobria a carne inchada de sua boceta, que chamava por mim. Puxei sua calcinha, acariciando suas coxas no processo, sentindo o cheiro de sua excitação; e minha ereção pulsou dentro da calça, ansiando por libertação. — Eu tinha razão, você está louca de tesão... eu disse que não faria sexo contra a sua vontade Cristiana... — Eu não quero fazer sexo com você — Protestou ela. — Não é isso que seu corpo diz... — Esfreguei o indicador e o dedo médio em sua carne molhada e quente. Ela gemeu e remexeu seus quadris em minha direção. — Você está me forçando a isso... — Disse ela, quase sem fôlego. — Você é uma péssima mentirosa, Cristiana. Eu sei o que você precisa.

— Mergulhei minha boca em sua carne inchada, lambendo sua boceta. Automaticamente, ela separou as coxas, dando-me livre acesso ao seu local mais quente. Beijei sua coxa e sua virilha, e em seguida mordi ali ao mesmo tempo em que apertava sua bunda com força. Quando ela estava prestes a gozar, me afastei e ela gemeu em protesto; e fiz com que seu corpo se virasse de costas. — O que você pensa que está fazendo? — Perguntou ela frustrada quando fiz com que ela se apoiasse em seus braços amarrados e ficasse com aquele traseiro delicioso empinado para cima. — Punindo você! — Pare com isso! Eu não quero... — Disse sem convicção. — Ah, você quer sim, e você vai gostar tanto que vai pedir para que eu repita isso muitas outras vezes... — Acariciei seu traseiro redondo, e ela empurrava-o em minha direção. Sabia que ela estava frustrada por não ter gozado, mas eu tinha outros planos para ela. Segurei firme o chicote entre meus dedos e acertei seu traseiro com firmeza. Ela gritou e a pele alva de sua bunda ficou vermelha. — Você gosta, amor? — Antes que ela respondesse, acertei o outro lado do seu traseiro, fascinado com as marcas que ficavam em sua pele. — Ou eu devo parar? — Acariciei sua pele avermelhada e quente. — Eu quero mais... por favor... — Implorou ela. Eu sabia que, em parte, algumas tiras batiam contra sua boceta e com isso ela atingiria o orgasmo com mais algumas chicotadas. — Seu desejo é uma ordem, minha deusa — Sorri perversamente e dei mais três chicotadas uma em cada lado do seu traseiro... — Acho que já é o suficiente amor. — Não pare! Não pare! — Gemeu ela. — Talvez mais uma vez apenas... — Bati bem próximo de sua boceta, dessa vez com mais leveza; e então ela gritou e ondulou atingindo o ápice. Joguei o chicote no chão e agarrei seu traseiro empinado mergulhei minha língua em sua fenda quente que jorrava seus sucos deliciosos. A lambi do

clitóris ao ânus enquanto ela gemia de desejo. Passei a beijar sua pele avermelhada, enquanto dava um jeito te tirar minhas calças e esfreguei a cabeça de meu membro em seu clitóris, provocando-o. — Oh John... eu preciso de você ... — Sem aviso, penetrei-a profundamente. Fiquei parado dentro dela, controlando meu corpo para que não atingisse o orgasmo tão rapidamente. O interior dela era tão quente e tão macio que tive medo de me perder antes de fazê-la gozar uma vez mais. Com cautela, comecei a me mover admirando aquele traseiro delicioso. Arremetia sem dó, com força e brutalidade. Eu me sentia frustrado e queria deixá-la marcada, dolorida, para que não houvesse espaço para qualquer outro pensamento que não fosse eu, quando ela retornasse amanhã ao Arizona; para que todas as vezes que ela sentasse, sentisse seu traseiro arder e se lembrasse de mim; para que quando tomasse banho e se lavasse, ao sentir uma ardência entre as pernas, ela lembrasse de mim; para que ela se desse conta de que não teria apenas o amor de um homem, mas também uma amante louco por ela na cama. Um pai para o seu filho Sebastian, e para os outros filhos que teríamos juntos. Sai de dentro dela rapidamente, pois estava no meu limite, mas queria fazer isso olhando em seus olhos. Queria me perder encarando aquelas íris azuis-esverdeados e afundar-me naquele oceano. Mais do que isso, queria mostrar a ela através de meu olhar o mundo de promessas e coisas que poderíamos fazer juntos, caso ela parasse de lutar contra o que sentíamos. Afundei-me entre suas pernas uma vez mais. Ela estava ofegante e gemia sem parar com os olhos presos aos meus. Vi em seu olhar paixão, melancolia, medo e talvez até amor. Beijei sua boca, acariciando com a língua, chupando e mordiscando seus lábios. Ela prendeu meu lábio inferior entre seus dentes e quando se ondulou uma vez mais, mordeu-me com força o suficiente para me cortar. Aquela caricia dolorosa e excitante foi o fim de linha para mim e explodi em um orgasmo, levando-a a gozar junto a mim. A fricção de seus seios contra os pelos do meu peito parece ter apenas prolongado aquela sensação de ápice. Ainda em cima dela, encarei-a e ela parecia satisfeita, com a guarda baixa. Sabia que faltava muito pouco para torná-la minha para sempre; ela só teria que esquecer o passado e me dar uma chance. Dar uma chance a ela

mesma de ser feliz. Dar uma chance a nós dois para viver isso. Só de pensar que no dia seguinte ela iria para o Arizona sem mim, já estava morto de saudades. Sentia sua falta e ela nem sequer tinha ido. Eu poderia mandar todos os meus compromissos para o espaço e ir com ela, mas queria que ela pensasse por si mesma, refletisse sobre tudo, e no dia seguinte eu iria atrás dela no Arizona. Ainda naquela noite falei com Beatriz. Ela iria no dia seguinte para o Arizona acompanhando Cristiana. Seu marido iria comigo no dia seguinte, e suas coisas da mudança iriam em seguida. Contrataria uma empresa de mudança que faria todo o serviço e Beatriz ficou muito grata e feliz. — Espero que tudo dê certo entre você e a Cristiana, Senhor Lennox. — Disse ela, antes de partir no dia seguinte. — Eu também. — murmurei. — Tchau John. — Disse Cristiana antes de ir. O pequeno Sebastian adormeceu em meu colo e fiquei com a sensação de ter um braço arrancado após a partida deles, mas antes que eles fossem, disse a Cristiana. — Não deixe o passado corromper o presente e o seu futuro Cristiana, se dê uma chance de ser feliz e me dê uma chance de fazer você feliz. — Ela apenas assentiu e entrou no avião com Beatriz. O jato dos Lennox partiu em seguida, me deixando ansioso em partir para o Arizona o quanto antes também. Queria falar com Jacob e aproveitei o tempo sozinho para ligar para ele. — Alô. — Jake, filho como está? — Sorri ao escutar a sua voz, sentia muita falta de Jacob. — Péssimo pai. — Disse ele. — O que aconteceu? — Vai dizer que você não sabe? Duvido que Logan não tenha contado para você... — Sim, estou sabendo. A minha surpresa foi pelo fato de você estar se

sentindo péssimo por isso. — Eu sou um idiota pai, um imbecil que não consegue controlar o próprio pau. — Disse ele, amargamente. — Megan estará melhor sem mim mesmo... e a Deborah. — Não fale besteiras Jacob, sua filha precisa de você. — Um pai mulherengo que seria capaz de dar em cima das amigas dela quando ela estiver no colegial? — Pare de ficar choramingando e sentindo pena de si mesmo e tome uma atitude! Faça sua filha se orgulhar de você. — Eu pensei em voltar a estudar. — Não pense apenas, haja! — Nem sei por onde começar. — Você vai saber meu filho. Você ama a Megan, Jacob? — Eu amo, mas eu estraguei tudo. Não a mereço...ela merece alguém melhor do que eu. — Disse ele, tristemente. — Só o fato de você pensar assim já mostra o quanto mudou. Estou ficando orgulhoso de você. — Quem sabe... vamos ver quanto tempo até que eu falhe de novo. — Jacob, tenha mais fé em você, filho. — Eu vou tentar papai, eu vou tentar. — Eu sei que você vai conseguir. — Mas mudando de assunto papai, soube que a Cristiana estava ai com você, seu velho safado! — Disse Jacob, rindo pela primeira vez na ligação. — Não é safadeza, quero me casar com ela — Houve um silêncio na ligação — Jacob? Ainda está ai? — Bem sim, só estava me recuperando do choque. Como assim casar? — Casar. Na igreja ou no civil, conforme for o desejo dela.

— Wow! Mas pai, não quero parecer preconceituoso, mas ela não é muito nova para você? — Jacob! Que coisa feia... — Desculpe meu velho, só me preocupo com você. Não quero nenhuma madrasta dando o golpe no meu pai, sou muito novo para ser órfão. — A Cristiana não é assim, você vai ver quando conhecê-la. — Só quero que você seja feliz, pai. — E eu que você seja feliz meu filho. — Vou tentar ser um homem melhor para as minhas meninas. O papo está bom, mas agora preciso ir trabalhar. — Tudo bem Jacob. Nos falamos em breve. — Er... pai... — Sim? — Eu te amo. — Disse ele um tanto sem jeito. — Amo você também, filho. — Obrigado por cuidar de mim. — Eu faria tudo de novo. — Eu sei, e é isso que torna você tão especial. Espero deixar você orgulhoso de mim um dia. — Você já deixou Jacob, acredite. Nos despedimos e desliguei. Esperava, do fundo do coração, que meu filho conseguisse conquistar a mulher que tanto ama. Eu e ele lutaríamos por amor, e esperava que tudo desse certo no final.

CAPÍTULO 14 CRISTIANA BRANDÃO Assim que deixamos o solo do Texas e passamos a sobrevoar a fazenda, um sentimento estranho e esmagador tomou conta do meu coração. Sentia necessidade de chorar, exausta pelo turbilhão de sentimentos que vivi nos últimos dias. Provavelmente, se estivesse apenas com Sebastian no voo, teria dado liberdade as minhas lágrimas; mas como Beatriz estava confortavelmente acomodada na poltrona em frente a mim, apenas engoli em seco. — Gente, isso aqui é maravilhoso! — Ela sorria e olhava empolgada pela janela do avião para os campos verdes que se estendiam lá em baixo. — Olhem os bois e os cavalos... parecem formigas! Eu ri por seu entusiasmo e concordei com ela. — Devo estar parecendo uma boba, não é mesmo? — Questionou ela, com as bochechas coradas. — Não, de jeito nenhum. Isso é estimulante... toda essa sua animação está me contagiando. — Sabe o que é, Cris? Eu nunca voei de avião, não sabia que era assim tão confortável, emocionante e chique. — Disse ela, apontando para a taça de suco de laranja natural que a comissária de bordo nos trouxe. — Hey, não se iluda Bea. Nem sempre é assim, viu. — Comentei, apontando ao nosso redor. — Os voos em aviões comerciais tendem a ser bem desconfortáveis, principalmente para quem está na classe econômica. — Bem, eu não pretendo pegar um voo comercial mesmo. Olhando ao redor, recordei da última vez que estive naquele avião de pequeno porte, com apenas seis acentos confortáveis. Lembro-me que John e eu mal trocamos palavras, exceto quando já estávamos no carro. John... ah John, por que meu coração apertava-se de saudades se nós havíamos nos visto a menos de 30 minutos?

Olhei melancólica para Sebastian, que brincava sentado em seu banco. Ele havia feito uma cena na despedida pois não queria soltar John, o que talvez indicasse que meu filho sentia falta da presença de um pai. Será que eu deveria arriscar e me jogar nesse relacionamento? — Você está tão séria. — Disse Bea, despertando-me de meus pensamentos. — Estava apenas pensando... — No senhor John, acredito. — Ela deu um sorriso travesso, como se pudesse ler meus pensamentos. — No futuro na verdade. — Respondi. — Num futuro que inclui o senhor John. Não tente me enganar, Cris. — Não sei o que pensar quanto a John... — Eu sei o que eu penso quando vejo os dois juntos. — O que, espertinha? — Que os dois estão loucamente apaixonados um pelo outro, mas a diferença é que o Senhor John demonstra o que sente, mas você fica se escondendo, ou tentando esconder... — É mais complicado que isso... — Falei encarando o horizonte. — Não vejo o porquê seja complicado. As pessoas se apaixonam, fazem sexo, se casam e fim. — Foi assim com você e seu marido? — Bem, conosco foi quase a mesma coisa, só mudou a ordem... Fizemos sexo primeiro, depois nos apaixonamos e depois casamos. — Bea sua safadinha! — Nunca disse que era santa. Fugi para cá pois meu ex-marido tinha um comportamento abusivo, usava drogas, vendia as coisas de dentro de casa... enfim, pensei que nunca mais encontraria o amor e então conheci Jack; mas não fui mole como você, viu Cristiana.

— Como assim? — Quando vi que o homem valia a pena, lacei ele como os cowboys fazem com os bois e cavalos. — Ela gesticulou com as mãos como se estivesse laçando um animal e ri de sua apresentação. — Você ri, Cris; mas é a verdade... vai deixar John para Adele é? Não seja boba e lace logo esse homem. — Acho que tinha álcool nesse suco de laranja, Bea... — Zombei. — Talvez um pouquinho — Disse ela sonolenta — Mas você sabe que as pessoas quando bebem, são sinceras... — Sei sim. — Sorri — Acho melhor você tirar um cochilo antes do almoço. — Sim... Beatriz logo adormeceu, e eu fiquei perdida em meus pensamentos enquanto entretinha Sebastian. Foi um longo voo até o Arizona, e logo depois do almoço em que comermos camarões marinados, chegamos ao Arizona por volta das 14hrs. O capataz estava a nossa espera e levou-nos de carro até a casa de Logan e Nicolle. Estávamos exaustos apesar do voo ter sido tranquilo. Assim que descemos do carro, Nicolle, minha patroa, veio correndo até nós. — Cris, como senti sua falta! E Sebs, como você cresceu nesses últimos dias. — Nicolle o pegou de meus braços e sorriu. — Meu lindo, você está cansado, não é mesmo? — Ela fez menção para que nós a seguíssemos. — Meninas, fiquem ali no escritório. Tenho certeza que o pequeno Sebs quer dormir um pouco no quarto com os gêmeos. — Ela sumiu pelo corredor, e eu estava tão cansada que deixei que ela levasse Sebastian para a cama. Minha melancolia tinha se dissipado um pouco; havia me afeiçoado muito a Nicolle e sua energia sempre vibrante alegrou-me. — Pronto, ele adormeceu assim que o coloquei no berço de Dom. — Ela sentou diante, de nós alisando as mãos nas calças jeans. — Gente, que cabeça a minha! Muito prazer, me chamo Nicolle Lennox e você deve ser a

Beatriz. — Sim, olá senhora Lennox. É um prazer conhece-la. — Nicolle sorriu e fez uma careta em seguida. — Como eu já tinha dito a Cris, senhora está no céu... Eu ainda vou fazer 21 anos, sou uma moleca... me chame de Nicolle. — Tudo bem Nicolle. — Disse Bea. — Então Cris, minha profecia estava certa. — Disse ela, confiante — Eu disse a Logan que perderíamos você para o John, mas se pensarmos bem, não foi uma perda e sim um ganho; ou melhor, dois. — Eu... — Eu ia falar, mas ela continuou tagarelando animada. — Dois ganhos: a Beatriz, que soube que é uma moça excelente; e a Cris, como esposa de John. Cris, agora você é obrigada a me chamar de Nicolle se não quiser que eu a chame de tia Cris. — Ela falou aos risos. — Eu não tenho nada com John, senhora... digo Nicolle. — Torci o casaco entre meus dedos, desconfortável. — Como não? — Questionou ela. — Ah esperem, sou uma péssima anfitriã! Vocês querem beber alguma coisa? — Não, obrigada. — Respondemos em uníssono. — Tudo bem, mas me explica Cris que história é essa? — Ela apoiou o queixo no braço e inclinou-se para frente, interessada em saber. — Eu não tenho nada com o senhor John. Daqui irei embora para Dallas. — Achei que você tinha dito Phoenix. — Corrigiu-me Beatriz. — Bem sim, Dallas... Phoenix, é tudo igual. — Droga, eu tinha que me entregar! — Cris, eu acho que você está um pouco cansada pela longa viagem. Sugiro que você e Beatriz descansem um pouco nos quartos de hospedes. — Gostaria de ir até a casa. — Nada disso. Sebastian acabou de pegar no sono, então vocês duas

vão dormir por ora; e depois, senhorita Cristiana, eu tenho muito o que conversar com você. — Comigo? — Sim, com você. — Boa sorte Nicolle, a Cris é uma mulher teimosa. — Confidenciou Beatriz. — Eu sou muito mais teimosa... pergunte ao meu marido. — Disse Nicolle. — Traidora. — Sussurrei no corredor para Beatriz, e ela apenas deu uma risadinha. Assim que deitei na grande cama de casal do quarto de hospedes, lembranças da noite passada se fizeram presentes na minha memória. Nenhum homem havia me olhado de forma tão intensa; era como se John me venerasse e me adorasse apenas com a força de seu olhar, fazendo com que me sentisse adorada e amada. Depois lembrei-me da forma de como sua língua, lábios e dedos percorreram cada centímetro de meu corpo. Um fogo crescente tomou conta de todo o meu corpo, e mesmo tentando dissipar tal pensamento, não consegui... uma necessidade sem igual tomou conta de mim e inundou minha calcinha apenas com a lembrança de seu corpo sobre o meu. Sem resistir, comecei a me tocar embaixo dos lençóis, com a memória vívida de John cravada em minha mente e no meu corpo. Mergulhei meus dedos dentro da minha calcinha, lembrando-me da sensação de seus dedos ali, me desestabilizando, ou como sua língua me invadiu e sua barba por fazer roçava entre as minhas coxas. Não demorou muito para que explodisse em um orgasmo intenso e meu corpo inteiro relaxasse, saciando-se, porém, não totalmente satisfeito. O que eu precisaria para estar satisfeita era John; apenas John me completaria. Assim, deixe-me mergulhar no mundo dos sonhos, nos quais sonhei com John. Num sonho muito confuso, vi meu pai ir embora quando era apenas uma

garotinha desamparada. Ele partira com sua amante em sua caminhonete enferrujada, exatamente como de fato aconteceu. Eu estava espiando através das frestas da casa na árvore que estávamos construindo quando chamei seu nome. — Pai, quando vamos terminar a casa? — No sábado meu amor. — Você promete, papai? — Prometo — Disse ele, disperso; então ele entrou no carro e beijou a outra mulher nos lábios. Não entendi aquele gesto, nem entendi o porquê das malas estarem na traseira do carro. Lembro-me que entrei em casa e vi mamãe chorando, e apenas a abracei, e ela me prometeu que tudo ficaria bem. Esperei por meses... a cada sábado eu acordava cedo e ficava esperando meu pai voltar para casa e construir a casinha na árvore como havia prometido, mas ele nunca mais voltou. Na adolescência o vi com a esposa e dois filhos menores, e ele parecia tão feliz com eles. Eu havia passado a vida esperando-o, e depois de vê-lo, coloquei fogo na casa da árvore, que estava pela metade, e mamãe e eu partimos para o interior. O sonho depois mudou para o momento em que estava no hospital, em que lágrimas escorriam por ter acreditado nas promessas de Gregory, que tinha destruído meu coração, a semelhança do de meu pai. Ao sair do hospital, cai em um penhasco, mas como acontece nos sonhos, um homem me puxou e me abraçou, impedindo-me de cair no penhasco escuro. John Lennox me abraçou e chorei em seus braços, encarando-o... ele, assim como minha mãe, disse que tudo ficaria bem e que estaria sempre comigo, mas tentaram puxá-lo para longe de mim, algo como uma força obscura e assustadora... Acordei suada, assustada, com os olhos molhados de tanto chorar e o coração batendo descompassadamente. Seria aquele sonho apenas uma recordação dos dias ruins e a promessa de uma vida boa ou seria um aviso? Um aviso de que John Lennox também me magoaria? Eu estava cada vez mais confusa sobre o que fazer, estava calejada e cansada de sofrer. Seria essa a minha grande chance de ser feliz?

CAPÍTULO 15 JOHN LENNOX Como era possível sentir tanto a falta de uma pessoa que a dor chegava a se tornar física? Eu estava louco para voar para o Arizona ainda naquele dia; louco para passar a noite enroscado nos braços dela, e ter seu corpo nu colado ao meu. — Controle-se John. — Disse a mim, mesmo tentando controlar-me. — Senhor Lennox, a senhora Adele está aqui. — Judith, a substituta de Beatriz, bateu a minha porta. — Adele? — Estranhei a segunda visita na mesma semana. Afinal, que diabos Adele queria? — Sim senhor, mando-a entrar? — Claro. — Impaciente por ter sido desperto de meus pensamentos pecaminosos, me sentei por trás da minha mesa e aguardei Adele surgir. — John, boa tarde. — Ela se aproximou de mim, e naquele dia usava um vestido um tanto mais chamativo do que da outra vez, vermelho acima dos joelhos com um decote fundo na frente, um tanto vulgar, algo que nunca tinha visto Adele usar. Ela se inclinou por cima da mesa e veio me dar um beijo nos lábios, mas fui rápido o suficiente para virar o rosto. — O que você quer Adele? — Perguntei sem olhar para ela e olhando para a tela do computador. — Nossa, que recepção fria! Vim ver você, senti saudades... — Disse ela, e notei um tom de malícia na sua voz. — Adele, e quanto a conversa que tivemos? — Encarei-a com uma expressão séria enquanto ela se acomodava na cadeira em minha frente, cruzando as pernas sugestivamente, o que me fez sentir absolutamente nada. — Ah John, mas agora as coisas mudaram. Você está só e pensei que precisaria de companhia.

— Eu não estou só Adele, e falei sério quando disse que estou comprometido com Cristiana. — Mas ela foi embora! — Protestou. — E como você ficou sabendo disso? Você anda espionando a minha fazenda? — Ela baixou o olhar e tornou a me encarar. — Só estou tentando proteger você, meu amigo. — disse ela. — Essa mulher não diz quem ela é de verdade, ela se finge de pobre mas sabia que o pai dela é dono do Rancho Young seu concorrente. Acho que ela pode ser uma espiã e.... — Pare Adele, pare com isso... — Encarei-a furioso — Você andou investigando a minha mulher? Você enlouqueceu? — Eu... estava protegendo você! O pai dela é rico e.... — Já chega Adele! Já basta, não quero mais nem sua amizade... eu confio em Cristiana, e pelo que soube o pai dela a abandonou quando ela ainda era uma criança; então ela nem deve saber da existência dessa maldita fazenda. — John, por favor me escute... — Implorou ela — Pense direito, nossas fazendas são lado a lado... pense o patrimônio que você vai deixar para os seus netos quando morrer, poderemos unir nossas fazendas e.... — Já basta! Eu quero você fora das minhas terras! Pensei que você fosse uma boa amiga, mas você só quer as terras e poder. — Não é isso John, eu... — Eu nunca quis acreditar nos boatos, Adele; mas agora não sei mais no que acreditar... — Do que você está falando? — Sobre os boatos que você, a moça pobre e bela, ter se casado com Vincent, trinta anos mais velho que você, que depois de dois anos faleceu de causas desconhecidas... — Você está insinuando que?

— Não estou insinuando nada, nunca dei atenção a boatos; mas o fato de que a sua fazenda está à beira da falência e você agora vir aqui desesperada me propor casamento é suspeito. — Eu amo você, John... — Insistiu. — Eu amo a Cristiana e é com ela que vou me casar. — Será mesmo? — Saia daqui ou arrasto você pelos cabelos! Ela saiu pisando firme, e o barulho causado por seus saltos altos ecoou pelo chão. Que diabos essa mulher estava pensando? Lembrei-me dos diversos boatos de que Adele tinha matado seu marido, envenenando-o pouco a pouco até que ele ficasse muito doente. Lembrei-me, inclusive, do apelido que as más línguas usavam: viúva-negra. Nunca quis acreditar nos boatos, já que muitos zombaram de mim no passado por eu ter sido traído diversas vezes por Wilma, mas agora tudo o que falavam de Adele fazia sentido. Pesquisei na internet sobre o Rancho Young. O homem na foto tinha dois filhos e realmente era muito parecido com Cristiana. O maldito que a abandonou havia feito fortuna com sua esposa herdeira. Será que eu deveria mencionar a Cristiana sobre o seu pai? Será que ela sabia como o homem que a abandonou estava atualmente? Eu deveria contar; não conseguiria esconder isso dela.

CRISTIANA BRANDÃO Após tomar um banho, ver os lindos bebês e alimentar-me avidamente no café da tarde, Nicolle me arrastou para o escritório. — Mas e as crianças? — A Bea da conta por uma meia hora. — Ela fechou a porta — Agora sente-se ai e me diga porque diabos você quer fugir de John?

Suspirei e a encarei. — Já te contei a história da minha vida, Nicolle. Você mais do que ninguém deveria entender meus motivos. — Que eu saiba, o John nunca te fez nada. — Não o John não, mas eu não posso confiar de novo. — Mas que grande bobagem! Sabe o Logan... bem essa família tem experiência com traições. — O Logan traiu você? — perguntei chocada. — Por Deus, claro que não! Ele sabe que se fizer isso corto fora o pau mutante dele e esfrego a cara da vadia no esterco. — Eu ri. — Então, qual a história? — Questionei curiosa. — A primeira esposa de Logan, Michelle, o traiu; e bem, depois de dez anos, quando esse homem finalmente abriu o coração de novo, foi traído pela Nádia... não sei se já te contei mas o Logan tem uma outra filha, algo que soubemos alguns meses atrás. — Outra filha? — Sim, a Elena. Ele não sabia da existência dela, já que a Nádia deu-a para adoção e agora ela mora com uma família na Itália. — Nossa... — Pois é, mas o foco aqui não é esse. Acontece é que Logan foi machucado e magoado diversas vezes, assim como John ou como muitas pessoas ai fora... mas Cris, ninguém desiste de ser feliz por causa dessas coisas. — Mas eu tenho medo; quem me garante que John não vá me trair? — Ninguém vai te garantir nada disso. Relacionamentos são assim, um tiro no escuro, você só precisa ter fé, mulher! Quem me garante que o Logan não vá me trair, ou que iremos nos amar para sempre? E se um dia ele se cansar de mim? Ou eu dele? O futuro é incerto, Cristiana. O que importa é o presente, e o passado tem que ficar para trás. Dê uma chance a si mesma e ao

John para que vocês sejam felizes. — Eu quero fazer isso, mas... — Nada de “mas”; chega dessa palavra. E só um aviso, se você tentar fugir, o John te encontrará. — Como você tem tanta certeza disso. — Conheço os Lennox... eles não desistem quando querem algo de verdade. — Tinha uma mulher lá na fazenda, Adele e.... — Jogue a infeliz de cara no esterco! John quer você e não ela. Imponha-se e mostre que ele é seu homem e não dela. — Você fala como se já tivesse feito isso. — E eu já fiz garota... um dia te conto a história toda. Agora vou te liberar para ir abrir sua casa, arrumar suas coisas, pois John ligou ansioso para cá e diz que vem te encontrar amanhã. Nunca vi homem tão apaixonado. Suspirei. — Isso garota, suspire muito... eu vou lá ver o que Logan está aprontando no quarto, ele estava cantando para a Lizzie. Esses homens Lennox...quem resiste? — Nicolle deixou o escritório suspirando. Fui até a minha casinha abri todas as janelas para que o ar entrasse, pois o ar abafado me fez espirrar muitas vezes, até que comecei a guardar algumas coisas na mala e a pensar no futuro. John Lennox... talvez eu devesse mesmo seguir meu coração, fugir para os seus braços fortes e me permitir amar e ser amada; arriscar-me uma última vez... Meu celular tocou. Olhei para o visor e vi que era um número do Texas. Meu coração saltou dentro do peito e atendi. — John! — Vejo que também sentiu minha falta, minha deusa. — Sua voz rouca

causou-me arrepios na espinha. — Sim. — Disse, sinceramente. — Como foi a viagem, amor? — Foi bem tranquila. Como você está? — Estou no inferno pois você não está aqui, mas vou ficar bem logo que tiver você em meus braços de novo. — Você precisa ser tão dramático? — Li Shakespeare demais minha musa. — Lembrei-me de seus livros de poesia em seu quarto e sorri. — Você já tomou sua decisão? Ah desculpe, estou sendo ansioso demais em pressionar você, não é mesmo? — John eu quero... — O que você quer, Cristiana? — Eu quero que você venha pra cá, por favor. — Por que? — Eu já tenho a minha resposta... — Ele ofegou ao telefone. — Já tem? É uma boa resposta? Eu vou gostar? — Venha até aqui e descubra... — Disse sedutora. — Oh por Deus, estou indo agora... — Ouvi ele gritar com os empregados e mandar prepararem o jato. Gritos e mais gritos foram-se ouvidos e ri. — Acalme-se John... — Vou me acalmar quando estiver com você. — Estarei a sua espera, ansiosa... — Chegarei ai amanhã bem cedo, meu amor... — Eu estarei te esperando.

Nos despedimos e sorri satisfeita. Iria viver a minha vida e esquecer o passado de uma vez por todas, pois tinha esse direito de ser feliz. Enquanto sorria feito uma boba, quase cai de susto quando uma senhora de mais ou menos 60 anos parou diante de minha porta. Ela era muito elegante e estava séria, me encarando. — Olá, posso ajudar? — Cristiana Brandão? — Sim. — Sou Odete Smith, mãe de Gregory Smith. Viajei até aqui para conhecer meu neto Sebastian. — Cai sentada em uma cadeira. — Como você? — Aqui — Ela estendeu-me uma carta, a que eu tinha enviado a Greg, mas pensei que ele nunca tinha recebido — Meu filho Gregory leu antes de morrer... ele sabia do filho e pediu que eu tomasse conta do menino. — Como é? — Questionei indignada. — Eu posso dar uma vida melhor ao meu neto do que essa vida. — Ela olhou com desdém para a casa que me fora concedida pelos Lennox — Essa vida modesta que você dá a ele. — Você enlouqueceu! Meu filho está muito bem comigo e se você quiser visitá-lo e conhecê-lo, será muito bem-vinda. — Na verdade não quero ter nenhum envolvimento com a ex amante de meu filho — Ela estendeu-me outro papel — Aqui, tenho os cinco melhores advogados trabalhando nisso e vou garantir que você não fique com a guarda do menino. — Como você me achou? — Perguntei após alguns minutos de torpor ao ler um pedido de guarda em minhas mãos. — Investigadores particulares... bem, se você me der licença tenho de ir. Voltarei amanhã para conhecer meu neto; é bom que você já se despeça dele, pois vocês não ficaram muito mais tempo juntos. Ela me deixou ali, e minha euforia toda foi embora, dando vazão ao

medo, que agora me consumia. Esquecer o passado? Como esquecer o passado se ele voltou para me assombrar?

CAPÍTULO 16 JOHN LENNOX Nunca uma viagem até o Arizona fora tão lenta, mesmo com o piloto me informando que havíamos chegado 15 minutos antes do esperado; ainda assim, em minha opinião, aquela fora a viagem mais demorada que eu já fiz. Talvez fosse a ansiedade de ver Cristiana, e a esperança que crescia em meu peito. Eu não tinha receios, sabia que ela queria a mim tanto quanto eu a queria, mas ela era cabeça dura demais e pensei que ela, talvez, resistisse a isso. E se ela resistisse, eu teria de reivindicá-la a força, e provar-lhe que faria feliz ela e Sebastian. Estava agora em um dos carros da fazenda, e dirigia em alta velocidade rumo a fazenda do meu sobrinho. Adrenalina corria em minhas veias e no banco do carona estava um buque de flores. Antes de ir até ela, precisei parar na floricultura da cidade. Sabia que aquilo me atrasaria, mas queria cortejá-la e fazer com que ela se sentisse especial, pois ela era muito especial. Comprei duas rosas, duas margaridas, duas tulipas... duas de cada tipo de flores que tinham no estabelecimento, pois como não sabia qual eram suas flores favoritas então comprei uma de cada tipo. Sabia que estava parecendo um piegas apaixonado, mas gostava de ser um cara à moda antiga, romântico e cavalheiro; assim como também sabia encarnar o homem das cavernas, e se necessário fosse a arrastaria até o Texas comigo e faria amor com ela em minha cama até que ela estivesse convencida de que era a mim a quem ela pertencia. Quando me aproximei dos portões da fazenda, meu coração passou a dar saltos a cada quilômetro percorrido, e lá, desviei para a estradinha de terra que levava até a casa da Cristiana. A modesta casa azul estava toda fechada, e pelo horário, supus que ela e Sebastian ainda dormiam; mas eu não podia esperar muito mais. Desci do carro com o buque em mãos, subi na pequena varanda e as tábuas do chão rangeram com o meu peso, e bati na porta. Meu coração batia tão descompassadamente que pensei que poderia ser audível. Um galo cantava ao

longe e um casal de passarinhos cantarolava em uma árvore próximas, e aquilo que sempre me acalmou, deixou-me extremamente agitado. Bati na porta e esperei, já imaginando a sensação de tê-la em meus braços novamente, e de suas curvas perfeitas encaixadas com meu corpo. Bati novamente e passei a imaginá-la diante de mim, com os cabelos desgrenhados pelo sono. Ela estaria usando uma camisola, ou será que dormira nua? Impaciente pela falta de resposta, bati uma vez mais e com mais força, e mais uma vez fui presenteado com o silêncio. — Merda! — Resmunguei e bati na porta, quase socando-a. Aquele silêncio fúnebre me matou. — Cristiana! Cristiana! Cris, amor, abre a porta... — Insisti. Nada, nem mesmo um ranger do chão. Minha mão agora foi para a maçaneta e descobri a porta destrancada e entrei no cômodo escuro. Os raios solares se insinuavam por entre os vãos das persianas, mas fora isso, a casa parecia assombrosamente vazia. Percorri os cômodos em desespero, mas não havia sinal deles ali, e a cama sequer fora desfeita. Transtornado, abri os armários e encontrei-os vazios... na sala, observei com mais atenção e vi que os porta-retratos haviam desaparecidos e que na mesa da pequena cozinha estava um bilhete. Com as mãos tremendo, fui até ali e peguei o pequeno pedaço de papel. As letras estavam corridas, indicando que Cristiana havia escrito o bilhete às pressas, e meu coração apertou-se no peito. “John, Um futuro com você é um sonho que não posso ambicionar. Por mais que eu tente, meu passado insiste em me assombrar. Vivi a semana mais perfeita de minha vida com você, porém não posso ficar. Espero que um dia você me entenda, eu tenho de proteger o meu filho. Com amor, Cristiana.”

Amassei o maldito bilhete entre os dedos, tentando entender toda aquela merda. Ela ainda não havia confiado em mim; havia fugido pois pensou que eu iria magoá-la, ou pior, magoar o pequeno Sebastian. Maldição! Onde ela estaria agora? Não poderia estar muito longe... eu iria encontrá-la! A felicidade não iria escapar por entre meus dedos; eu não permitiria isso. Após proferir palavrões, socar uma parede e jogar as flores no lixo, me acalmei e resolvi ir até a mansão, pois talvez alguém tivesse uma pista do paradeiro de Cristiana. Corri até a mansão, e por sorte Logan e Nicolle sempre acordavam cedo, tanto que já estavam tomando café da manhã. — Como assim ela foi embora? — Nicolle parecia perplexa, sem entender nada. — Eu não entendo. Tivemos uma longa conversa ontem à tarde e pensei que tinha dado tudo certo... você tem certeza que ela se foi, John? — Infelizmente eu tenho. Eu preciso encontrá-la. — Eu posso lhe emprestar o Ramirez, tio..., se ele encontrou minha filha Elena na Itália tenho certeza de que achar a Cristiana será brincadeira de criança para ele. — Obrigado, Logan. — Sei que você faria o mesmo por mim — Disse ele, sorrindo. Assenti e sorri para ele. — Eu não entendo, eu preciso encontrá-la... eu sinto que tem coisa errada nessa história. — Sem dúvidas tem algo errado, John. Ela parecia tão apaixonada e confiante ontem à tarde... soube que ela veio pegar o Sebastian no final da tarde, porém não a vi. Talvez a Beatriz saiba de algo. — Beatriz! É isso! Ela deve saber o que aconteceu... — Ia correr para o quarto dos gêmeos quando Logan disse: — Calma ai tio, talvez tenha algo a ver com a mulher que veio aqui procurar pela Cristiana ontem. — Que mulher? — Perguntamos em uníssono, Nicolle e eu. — Uma senhora muito elegante, deveria ter uns 55 anos, não sei... ela

disse que procurava pela Cristiana e como ela não estava aqui, indiquei sua casa. — Qual era o nome? Qual era o nome dessa mulher? — Odete Smith. Aquele nome não me era estranho, fiquei pensando por alguns segundos porém não consegui fazer qualquer ligação da pessoa com o nome. — Preciso encontrar essa mulher... ela deve saber onde está Cristiana e ... — Tio, acalme-se. — Disse Logan apaziguador — Vou agora no escritório ligar para Ramirez. Sugiro que você durma um pouco e coma alguma coisa; assim que o Ramirez chegar chamo você. — Não vou dormir, não posso. — John, escute o Logan... vamos encontrar a Cris; mas para isso você precisa estar descansado. Eu realmente me sentia exausto. A viagem longa que não me deixou dormir e além disto, havia o cansaço emocional que fazia com que sentisse como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Fui arrastando-me para o quarto, tomei um bom banho e deite-me, até que vi meu celular na mesinha de cabeceira e decidi ligar para ela. Disquei o número algumas vezes, mas era atendido pela gravação da caixa postal. Deixei dezenas de recados e adormeci de exaustão, após insistir mais algumas vezes. Despertei num salto, pois um pesadelo terrível me fez despertar. Cristiana estava em uma montanha rochosa... eu corria em sua direção, mas não importava o quanto eu corresse, eu nunca a alcançava. Detestava pesadelos. Vesti-me rapidamente e corri em direção ao corredor, esbarrando com Nicolle na passagem. — Desculpe Nicolle. — Nossa John, você parece assombrado. — Pesadelos.

— Então é bom que você esteja desperto, pois a realidade é mais cruel. Odete está aqui, e preciso que você venha até o escritório. Acho que sei o motivo da Cris ter ido embora. — É mesmo? — Meu coração acelerou e a segui até a entrada do escritório. — Melhor você entrar sozinho, ou vou acabar jogando essa senhora de quase sessenta anos no chiqueiro. — Rosnou Nicolle. Arqueei a sobrancelha para ela e entrei no escritório. Uma senhora com expressão de tédio me encarou, cumprimentei a mulher e sentei-me de frente para ela. — Então, o que traz a senhora aqui? — Bem, não sei se a moça ali lhe informou, Senhor John, mas vim aqui para saber onde está aquela vadia da Cristiana, com o perdão da palavra. — O meu sangue ferveu nas veias tamanha minha raiva. — Posso saber qual o motivo do insulto? — Ela era amante do meu falecido filho Gregory, e meu neto está com ela, e o que parece que ela raptou agora. Gostaria de encontrá-la para fazermos um acordo; tenho certeza que com uma boa quantia em dinheiro ela irá ceder-me a guarda do menino. — Você quer tirar o Sebastian de Cristiana? — Tentei soar normal, mas rangi os dentes de raiva. — Sim. Tenho certeza que sua fuga com meu neto foi pelo fato que eu tenho o caso da guarda de Sebastian ganho, afinal, sou a avó paterna dele e tenho mais condições de cuidar do garoto; sem contar que ele será um excelente consolo, já que perdi meu Gregory. Tudo começou a fazer sentido para mim. Cristiana era arisca e ao se sentir acuada fugiu para longe daquela mulher insolente. Ela estava protegendo Sebastian da avó maluca e não de mim, e aquilo me deu um pouco de alívio. — Sinto que a senhora cometeu um equívoco, senhora Odete. — Como assim?

— Sebastian não tem avós vivos... meus pais morreram, e que eu saiba, a mãe da Cristiana também e o pai dela; bem, ele não conta. — O que o senhor está dizendo, senhor Lennox? Eu quero meu neto, eu quero Gregory! — A senhora quer dizer Sebastian, certo? Quer substituir seu filho morto, mas não com o meu filho! — Como assim seu filho? — Sebastian é meu filho. Conheço Cristiana há anos e tivemos nosso reencontro a poucos dias. — Isso é mentira! — Disse ela, alterada. — A senhora está chamando um Lennox de mentiroso? A senhora se atreve a me chamar de mentiroso em minha própria casa? — É impossível ele ser seu filho! — Ele é meu filho. — Então por que ela fugiu de mim? — Ela não fugiu, voltou para a minha casa no Texas. Vamos nos casar. — Vou exigir um DNA. — A senhora pretende brigar com um Lennox? É isso mesmo, senhora Smith? Agora me recordo do seu nome... são os Smiths que vendem ração para nossas fazendas. Que coincidência interessante, foi assim que conheci a Cristiana e a tirei das garras de seu falecido filho Gregory. — Menti descaradamente, mas precisava proteger a mulher que amo. — Eu não vou desistir! — Disse ela, levantando-se para ir embora. — Você vai sim, e se chegar perto do meu filho ou de minha mulher, destruirei os Smiths e farei um escanda-lo na imprensa. Foi seu filho que ganhou uma placa de filho honrado e marido leal, não foi? Imagine o que todos pensarão do honrado herdeiro dos Smiths por ele ter traído a esposa? — Você não faria isso.

— Eu faço qualquer coisa pelas pessoas que amo, então sugiro que a senhora nunca mais apareça aqui e nunca mais ameace a minha mulher e o meu filho! Passar bem. Ela se foi bufando. Sabia que Odete estava de mãos atadas, e agora eu só precisava encontrar Cristiana, registrar Sebastian com meu nome e casarme com aquela teimosa.

CAPÍTULO 17 CRISTIANA BRANDÃO Fazia uma semana desde a minha fuga da fazenda dos Lennox, Havia pego minha velha picape, meu filho, e as poucas coisas que nos restavam, porta-retratos e álbuns de fotos da minha mãe. Quando fui embora naquela noite, parecia que um pedaço de mim havia sido deixado para trás; uma metade estava aqui com Sebastian e a outra com John. Havia conseguido juntar um bom dinheiro com o trabalho de babá com os gêmeos e com isso consegui encher o tanque e partir sem rumo. Eu não poderia ir para nenhum lugar que havia mencionado para Beatriz ou Nicolle para que elas não dessem uma pista de meu paradeiro para Odete. Não poderia correr esse risco de ter o meu filho arrancado dos meus braços. Na tarde em que ela jogou aquela bomba em meu colo, agi por impulso pois meus instintos maternos em alerta. Eu não entregaria meu filho para aquela mulher, e Greg cometera um erro terrível ao pedir a mãe para que cuidasse de Sebastian; além de me trair em vida, ele agora me traia depois de morto. Acabei parando em Tucson, que ainda era dentro do Arizona, mas estava cansada demais para continuar dirigindo e hospedei-me em um hotel de beira de estrada. Mesmo com a cama sendo desconfortável, deitei-me com Sebastian e chorei até pegar no sono. Sentia falta de John; me doía pensar que ele chegaria até a minha casa no dia seguinte e a veria deserta. Esperava que ele conseguisse ser feliz, e que eu conseguisse suportar viver uma vida sem ele. No dia seguinte fui até a lanchonete do outro lado da rua. Meu humor não tinha melhorado, mas precisava alimentar Sebastian e me alimentar, e acabei conversando com a dona da lanchonete que disse que estava à procura de uma funcionária e que o pequeno loft acima do estabelecimento estava disponível. A senhora Tereza simpatizou comigo, e ela também era brasileira como a minha mãe. Acabei ficando em Tucson, uma cidade com, em média, 520 mil habitantes, onde poderia me misturar com facilidade e os Lennox ou os Smiths

nunca me encontrariam; se é que eles estavam me procurando. Será que John me procuraria? Eu gostaria que sim, por mais errado que fosse. Não levaria problemas para a vida de John, Odete era meu problema, e se ela me encontrasse eu daria um jeito. O filho de Tereza, um lindo menino de 13 anos, tomava conta de Sebastian enquanto eu trabalhava na lanchonete. O salário não era lá grande coisa, mas as gorjetas eram generosas, o que me dava certeza que após um mês poderia colocar Sebs em uma creche e procurar um lugar melhor para morarmos. — Cris, o senhor Young na mesa 4. Seja rápida esse homem é genioso. — Peguei o meu bloco de notas e me aproximei do senhor de cabelos grisalhos que estava na mesa. — Bom dia senhor, o que deseja para o desjejum? — Perguntei despreocupada, olhando para o bloco de notas. Como ele não me respondeu, baixei o bloco de notas e o encarei, o que foi um erro fatal. Ele me observava com atenção, como se tentasse recordar de onde lembrava-se de mim. Eu não precisei pensar muito para lembrar, aquele homem na minha frente era o meu pai, aquele que me abandonou. Ele deveria estar beirando os 56 anos, mas sua aparência era de uns 70 anos, parecendo muito mais velho do que realmente era. Ele era meu pai, mas senti um prazer perverso em ver o quanto o tempo não foi bondoso com ele. Tentando conter minha raiva e minha dor, suspirei e perguntei novamente. — O que o senhor deseja para o desjejum? — Minha voz saiu falha e esganiçada. Eu estava à beira de um colapso a minha criança interior estava gritando. — Cristiana? É você mesma? — Ele perguntou, e parecia admirado, emocionado, não sabia dizer. Meu estado emocional estava mais que abalado, e não precisava de mais um problema para acumular, e por isso, tentei levantar novamente uma barreira emotiva. — O senhor precisa de tempo para pensar? — É você sim! Meu Deus! Minha filha... — Toda a minha calma se

esvaiu; meu coração dava saltos dentro do peito que chegava a doer. Havia conseguido me controlar ao longo de toda aquela semana infernal... resisti diante de Odete, quando tive de deixar John; mas aquilo soou como a gota d’agua. — Eu não sou sua filha, seu covarde! Minha mãe foi meu pai e mãe ao mesmo tempo... não sou nada sua e você é ninguém para mim. — Rosnei descontrolada. O bloco de anotações estava amassado nas minhas mãos, a caneta estava a ponto de partir ao meio, e lágrimas, salgadas e quentes, escorreriam pelas minhas bochechas. Estava com raiva do mundo, cansada de sofrer; cansada do muro que havia construído e de ser forte o tempo todo. Corri para fora do restaurante pela porta dos fundos. Precisava de ar puro, de espairecer e sair da frente daquele homem que me decepcionou ao ponto de me deixar traumatizada para todos os outros e me deixar defeituosa. No fundo, sabia que Greg apenas terminou o serviço que ele havia começado. Corri para o estacionamento pois não queria que ele me seguisse; se bem que covarde como ele era, provavelmente iria embora sem falar comigo. Enquanto as lágrimas me turvavam a visão, bati de frente com um peitoral forte e quase cai. Encarei-o atordoada, sem acreditar no que via. — Cris, amor, você está bem? — Aquela voz rouca e forte de John só fez com que eu desabasse ainda mais. Agarrei-me a ele, precisava de conforto. — Shh, amor vai ficar tudo bem. Eu estou aqui com você agora. — Ele acariciava meus cabelos como se eu fosse um bebê, uma menininha indefesa que precisasse de proteção. E na verdade era isso que eu estava precisando, de um ombro, de alguém que tomasse conta de mim uma vez na vida. — Cristiana! — Ouvi uma voz familiar atrás de mim. Meu corpo inteiro ficou tenso e John deve ter percebido, pois me abraçou ainda mais forte. — Quem é você? — John perguntou ao meu pai. — Patrick Young, pai da Cristiana. — Isso fez com que John me apertasse ainda mais em seus braços. — Você quer dizer o homem que a abandonou, certo? — A voz de John saiu amarga e cheia de raiva. — Eu só quero conversar. — Disse meu pai, amuado.

— Você quer conversar com ele, Cris? — Balancei a cabeça em negativa. Não poderia fazer isso, não agora, não hoje... provavelmente que nunca. — Ela não quer falar com você, então sugiro que vá embora e volte outra hora. — Tudo bem, só queria dizer que... eu nunca te esqueci, Cris. Que hipócrita! Ele quem me abandonou, não me procurou nunca e agora falava aquelas baboseiras para mim. Aquilo era o fim do mundo. — Pronto, amor. Ele já se foi. — Soltei-me do abraço de John, como se só agora me desse conta de que ele realmente estava ali. — O que você está fazendo aqui? — Perguntei. — Vim encontrar você. — E como você me achou? — Isso não foi nada fácil, minha deusa, mas tenho meus métodos. — Disse ele, sorrindo torto. — Eu tinha planejado vir até aqui e te dar um bom castigo por você ter fugido de mim, mas encontrei você desse jeito e esqueci de tudo. Senti tanto a sua falta. — Eu também. — Droga, não deveria ter dito aquilo, e coloquei a mão na minha boca rapidamente. — Como você está se sentindo? Está mais calma? — Sim, um pouco. Não tive notícias dele por anos; pensei até que talvez estivesse morto. — Ele é dono de uma das fazendas mais prósperas do Arizona... é meio que um concorrente nosso. — Hmm, eu tenho que entrar ou vou perder meu emprego. — Suspirei — Você vem? — Claro, que horas você sai? Olhei meu relógio de pulso e o encarei. — Dentro de uma hora exatamente.

— Onde está Sebastian? — Está com o filho da Tê, lá em cima. Ele olhou para cima do restaurante, fez uma careta e questionou. — Você está morando ai com Sebs? — Sim. — Ele ralhou, irritado. — Droga Cristiana, nós realmente precisamos conversar; mas antes eu preciso te beijar. Você fica irresistível demais dentro dessa roupa. Não tive tempo de protestar quando John Lennox enfiou a língua dentro da minha boca; tudo o que pude fazer foi separar os lábios e acariciar sua língua com a minha. Aquilo me iluminou, preencheu meu coração e toda a dor que a visita de meu pai havia causado foi embora para bem longe. Eu amava aquele homem, isso estava constatado e estampado na minha cara, mas tinha muitas questões pendentes, muitos problemas. Será que John ainda iria me querer após saber dos pormenores; inclusive o fato de Odete estar rondando? Tudo o que me importou naquele momento foi ele, e seus lábios colados nos meus. Senti-me feliz pela primeira vez após aquela miserável semana.

CAPÍTULO 18 CRISTIANA BRANDÃO Atravessei a entrada do restaurante e caminhei em direção a Tê, que me encarava preocupada. A mão de John estava pousada possessivamente na minha coluna e acalmava um pouco meu coração, que batia com descontrole dentro do peito. Sentia-me emocionalmente destruída depois de todas as coisas que aconteceram nas últimas semanas, e queria apenas descansar e deixar os problemas para trás. — Cris, como você está? Pareceu que você viu um fantasma quando viu o senhor Young. — Questionou ela preocupada. — Ele é alguém do meu passado, e bem... vou terminar meu turno aqui, não se preocupe. — Disse, mudando de assunto — Esse aqui é John Lennox, ele é.... — Não sabia dizer o que John Lennox era na minha vida. Um amigo? Um conhecido? Não seria certo dizer isso, ele era o homem por quem eu estava perdidamente apaixonada e que apareceu no momento certo para me confortar — Ele veio me ver. — Disse por fim. John e Tereza se cumprimentaram e ela me encarou com um sorriso doce e reconfortante. — Cris, pode subir para conversar com a sua visita e tentar se acalmar. Eu dou conta daqui hoje; é a final de baseball então todos estão nos bares que tem Tvs ou nos estádios. — Olhei a minha volta e realmente o ambiente ali estava bem tranquilo. Agradeci a Tê e subi pela porta lateral com John. O que ele estaria fazendo ali? Será que Odete havia falado com ele? Será que ele iria tentar me persuadir a entregar Sebastian para ela; afinal John até poderia querer casar-se comigo, mas Sebastian poderia representar um peso extra. Muitos homens pensariam dessa forma e a grande maioria não namoraria uma mulher que fosse mãe solteira. Talvez a chegada de Odete tenha dado a John a esperança de uma vida só comigo e longe de Sebastian, afinal, porque ele iria querer criar o filho de outro quando poderia ter os seus próprios? Quando entramos no apartamento, Sebastian, assim que pôs os olhos em John, passou a bater palmas e seus olhos se iluminaram e ele passou por mim e

pegou meu filho nos braços, pousando os lábios em sua testa e o encarando-o emocionado. — Senti sua falta também, Sebs — Ele me encarou, e eu estava paralisada com a cena. Luan o filho de Tereza que tomava conta de Sebs saiu discretamente — O que nós vamos fazer com a teimosa da sua mãe? — Perguntou ele e em seguida voltou a encarar Sebastian — O que você acha de prende-la ao pé da cama? Ou talvez devêssemos prende-la na velha masmorra da fazenda? — Sebastian sorria encantado, a voz doce e ao mesmo tempo poderosa de John o acalmava e eu não deixei isso passar despercebido. — Vocês tem uma masmorra? — Sério? Depois de tudo é isso que você vai me perguntar? — Questionou John arqueando a sobrancelha. — Sim, temos masmorras. Nossa família é antiga, tanto quanto nossa. — Disse ele por fim. — O primeiro Lennox desembarcou em terras americanas em 1787, vindo da Inglaterra; mas isso não vem ao caso agora. Temos mais o que conversar Cristiana do que sobre meus ancestrais. Assenti e fui em direção a cozinha. — Vou preparar algo para jantarmos e conversaremos em breve. Enquanto tudo cozinha vou dar um banho no Sebastian e colocá-lo para dormir. — Eu precisava me ocupar, e o olhar intenso de John sobre meu corpo me lembrava de coisas que eu não poderia ter de novo. — Eu darei o banho no Sebastian e o colocarei para dormir. — disse John. — Mas... — Sem questionamentos. Deixe-me cuidar dele, que depois vou cuidar de você. — Disse ele tão determinado que não discuti. Fui até a cozinha disposta a preparar algo fácil e gostoso. Fiz um macarrão italiano que minha mãe sempre preparava aos domingos, pois certamente John estaria faminto depois de uma viagem de 127 milhas da fazenda até Tucson. Coloquei o espaguete para cozinhar, liguei a frigideira, e deixei refogando com manteiga e óleo o salsão e a cebola, juntei alho, carne moída e a calabresa de deixei fritar.

— Hummm, o cheiro está maravilhoso. — John retornou, agora com as mangas da camisa preta arregaçadas e alguns botões abertos. A simples visão parcial de seu peitoral bronzeado e forte já foi o suficiente para me aquecer. — Ei, não vai queimar? — Perguntou ele, aproximando-se de mim. — Meu Deus, é verdade! — Dei um pulo e voltei para a frigideira, e notei que John estava achando a situação engraçada. Maldito. Estava rindo de mim. Despejei um pouco de vinho branco na frigideira, mexi e deixei que fervesse um pouco. — Algo a distraiu, Cris. — Arqueou a sobrancelha e exibiu aquele sorrisinho sarcástico. — Muito engraçado, John. — Ele pegou uma mecha do meu cabelo e aspirou, e meu sangue ferveu ainda mais nas veias com sua proximidade... seu hálito fresco sobre meu rosto não deixava brecha para raciocínio. — Doce Cris, o que vou fazer com você, hein? — Aqueles olhos castanhos intensos me fitaram profundamente, e estremeci. Afastei-me de seu olhar para voltar a prestar atenção na comida, que cheirava maravilhosamente. Na verdade, voltei as panelas pois o perfume que exalava de seu corpo era ainda mais tentador. — Nem adianta tentar; você não conseguirá mais escapar de mim. — Disse ele em meu ouvido. Isso me tirou o equilíbrio e derramei mais orégano do que deveria na frigideira. — Preciso preparar a mamadeira de Sebastian; vou cuidar dele para depois cuidar de você. — Sussurrou ele ao meu ouvido. — Se você continuar com isso vou acabar exagerando nos temperos. — Disse com a voz trêmula. — Pimenta nunca é demais. — Ele mordiscou minha nuca e se afastou para pegar as coisas para a mamadeira de Sebastian. — Pode deixar que eu mesma faço. — Disse me aproximando. — Eu já sou pai Cris, sou perfeitamente capaz de preparar a mamadeira de Sebastian. — Tudo bem, vou dar um beijo nele. — Coloquei no fogo baixo e fui até

Sebs, que estava deitado no berço. Peguei-o nos braços e beijei carinhosamente sua bochecha rechonchuda. — Oh meu amor, amanhã mamãe estará de folga e vai ficar bem juntinha de você. — Ele abriu aquele sorriso sapeca que só ele tinha e então olhou por trás de mim. Seus olhinhos castanhos claros se iluminaram ainda mais, e ele balbuciou. — Papa... Papa... — Quando iria corrigi-lo, John chegou ao meu lado e disse: — Sim, papai chegou. Venha Sebs, vamos deixar sua mamãe preparar o jantar. — John pegou Sebastian dos meus braços, deixando-me estupefata. — Mas... — Vá preparar o jantar, Cris. — Disse John me interrompendo. Assenti e sai do quarto. O que ele pensa que está fazendo? Nenhum homem deve ser tão perfeito assim. Fui terminar de preparar o jantar e John logo já estava sentado na bancada da cozinha, me encarando. — Está tudo pronto, só vou tomar um banho; mas se quiser pode ir jantar agora. — Por que não vamos tomar banho juntos? — Por que não seria apenas um banho e precisamos conversar. — Realmente Cristiana, precisamos mesmo conversar. Vá tomar seu banho, pois se eu for junto certamente não conseguirei deixar as mãos longe do seu corpo e não posso esquecer o que vim fazer aqui. Fiquei apenas encarando-o, embasbacada. Ele tinha um magnetismo que era irresistível, e por alguns segundos me arrependi por não ter permitido que ele tomasse banho comigo; mas de certa forma eu estava naqueles dias e talvez John não quisesse estar junto. Sentia-me constrangida já que nunca fiz sexo durante a menstruação, pois Greg nunca me tocava quando eu estava naqueles dias. — Se você continuar me olhando assim com essa cara de tarada eu vou te arrastar para o banho e vou me afundar em você; mas precisamos conversar

antes, então sugiro que você corra. Sai correndo em disparada para tomar meu banho. Meus seios estavam muito sensíveis devido a fase em que estava e meu corpo todo ardia pois minha libido tornava-se mais ativa nessa época, com os hormônios a mil por hora. Se John passasse a noite ali, seria um tormento. Já limpa e vestida fui até a cozinha. A modesta mesa de madeira já estava coberta com uma toalha xadrez vermelha, com pratos, talheres e um candelabro com três velas. John já havia misturado o molho no macarrão e uma garrafa de vinho e duas taças reluziam a luz das velas. — Quis fazer algo romântico e especial. — Ele sussurrou no meu ouvido, seus braços me enlaçando a cintura. — Está perfeito. — Ele cheirou meu pescoço demoradamente, e esse pequeno toque fez com que meu clitóris vibrasse de desejo, como se meu pescoço e ele tivessem uma ligação direta. — Você tem um cheiro tão doce. — Ele pousou um beijo na minha nuca e estremeci. — Deve ser porque acabei de tomar banho. — Disse com humor, e ele mordeu meu pescoço. Esse homem estava me enlouquecendo. — Não é cheiro do banho, é o cheiro natural da sua pele... estava assim antes e continua assim. — Ele fez com que eu me virasse de frente para ele e encarou-me — Você é minha Cristiana, e nunca mais vou perdê-la de vista. Você vai se casar comigo. — Não foi uma pergunta, e sim, uma afirmação. — Você não sabe onde está se metendo, John. Eu sou cheia de paranoias, cheia de problemas de família; sou desconfiada, chata, não confio com facilidade... eu tenho bagagem tenho o Sebastian e sou garçonete no momento... não me encaixo no seu mundo. — Você é o meu mundo. — Ele tomou meus lábios com fúria, paixão e fervor, como se quisesse me punir, me marcar. Ele mordeu meu lábio inferior e senti dor e desejo, e então tão rápido quanto me agarrou, ele me soltou. — Você é o meu mundo Cristiana; sem você minha vida ficaria vazia, sem você não faria mais sentido viver. Eu quero você, com seus problemas, suas paranoias e mais do que tudo, eu quero Sebastian. Quero ser o pai dele, não

apenas criá-lo; também quero registrar ele como meu filho, assim você se livrará de uma vez por todas de Odete. Eu quero que você se case comigo e me deixe cuidar de vocês. Eu estava emocionada, sem palavras pelo que ele queria fazer tudo isso por mim. Ele queria me salvar de Odete, ele queria cuidar de mim. Eu, que sempre fui independente desde que meu pai deixou a mim e a minha mãe, que sempre cuidei de mim mesma; será que conseguiria deixar outra pessoa cuidar de mim? — Por que eu? — Foi tudo o que consegui dizer diante de todas aquelas palavras que me deixaram em choque. — Porque eu te amo, porque amo Sebastian... porque desde que conheci você minha vida foi muito mais feliz. — Ele ajoelhou-se diante de mim e em suas mãos estava uma caixinha que ele abriu e um diamante reluziu lá dentro; não muito grande nem muito pequeno, no tamanho certo. — Diga que aceita ser minha esposa, diga que me deixará amar e cuidar de você, minha família... os Lennox são intensos e problemáticos também... case-se comigo e descubra que tenho muitos mais problemas do que você. Vamos, minha Deusa, me conceda a honra de ser seu marido. Casa comigo, Cristiana?

CAPÍTULO 19 JOHN LENNOX Ela iria aceitar ou não? Bem, de qualquer forma ela não tinha escolha! Eu iria arrastá-la para a minha casa e minha cama de qualquer jeito, pois ela era minha e isso bastava; mas no fundo queria que ela aceitasse. Sabia que ela era uma mulher muito mais jovem do que eu e talvez tivesse outras ambições na vida, mas eu era louco por ela, tanto que abri meu coração. Sentia que ela queria o mesmo, só o medo a impedia de seguir comigo. Ela ficou olhando para mim com os olhos marejados, como se não acreditasse no que estava diante de si. — Então Cris, que tal dizer que aceita logo para que eu possa me levantar e pegar você nos meus braços. — Disse, sorrindo para ela. — Você é tão convencido. — Arqueei a sobrancelha e ela sorriu para mim. — Mas você tem razão, minha resposta é sim John Lennox. Eu aceito ser sua esposa, mas antes tenho coisas a ... — O alívio inundou meu peito. Agarrei-a em meus braços para que ela parasse de falar e de pensar tanto. — A melhor notícia que recebi essa semana! — Dei um beijo estalado em seus lábios e coloquei o anel em seu dedo, que coube com perfeição — Agora dá para você calar essa boquinha linda e parar de pensar tanto? Apenas sinta, Cris — Peguei sua mão e pousei sobre meu peito; meu coração batia acelerado e ela arregalou os olhos surpresa. — Sinta minha deusa, sinta o que você faz comigo. — John eu não sei o que dizer, eu... — Não diga nada, mulher. Vamos jantar e me deixe falar, sim? — Ela assentiu e sentou-se na mesa ainda admirando o anel. Eu havia comprado-o antes de viajar para o Arizona, e ele esteve no meu bolso quando entrei em sua casa naquele dia terrível. Pensei que não a encontraria tão cedo, mas como disse Logan, o investigador Ramirez era o melhor. Depois de dias tentando localiza-la nos locais que ela havia mencionado a Beatriz e a Nicolle, finalmente a encontramos; e qual foi a primeira coisa que fiz? Foi correr até

ali, obviamente, cheguei na hora certa. Patrick Young era realmente o pai de Cristiana e por sorte cheguei a tempo de confortá-la. Quem diria que ela iria procurar se afugentar justamente na cidade em que seu pai morava? O destino as vezes é incrivelmente traiçoeiro, mas como dizem, Deus escreve certo por linhas tortas. — John me desculpe, hoje o dia foi muito insano. — Ela suspirou e sentei-me de frente para ela. — Vamos comer um pouco e logo conversaremos, tudo bem? — Sim senhor. — Boa garota. — Ela riu, e por Deus eu amava o som do seu riso. Queria que ela risse daquele jeito para sempre. Comemos o delicioso macarrão italiano em silêncio; também quem em sã consciência iria conseguir conversar com aquele manjar dos deuses dentro da boca? Apenas trocamos olhares de entendimento quando ela gemeu ao colocar a primeira garfada na boca, e aquele gemido deixou-me completamente excitado. Minha ereção estava quase rasgando minha calça jeans... uma semana sem ela e eu já estava a ponto de bala. — Desculpe, não fiz sobremesa. — Disse ela, e tudo o que eu pensava em degustar na sobremesa era ela... queria despi-la bem lentamente, passar a língua sobre seus mamilos rosados e depois suga-los até que ela perdesse os sentidos... — Por que você está me olhando assim? — Perguntou ela corada, interrompendo minha mente pervertida de criar mais imagens de nós dois. — Não preciso de sobremesa quando tenho você bem aqui, diante de mim. — Sorri perversamente. — John, sinto muito desapontá-lo, mas não terá o que deseja hoje. — Franzi a sobrancelha. Ela não ia me negar o que era meu por direito, ela só podia estar fazendo uma brincadeira de mau gosto. — Você não vai me negar o que desejo. — Não! Não vou, mas eu estou naqueles dias e bem, não posso fazer... sabe? — Ah sim, eu havia entendido o que ela quis dizer. Não pude deixar de ficar um tanto decepcionado; eu queria que ela engravidasse, eu queria outro

filho e com ela e tinha esperanças que a maldita pílula tivesse falhado. — Isso não vai me impedir de me afundar nessa bocetinha linda, e nem de me fartar com seus seios na minha boca. — Ela corou novamente — Fiquei uma semana Cristiana, uma semana acordando excitado e sozinho na cama... sonhar com você era real demais e nada vai me impedir de realizar meu sonho erótico. — Eu pensei que... — Ela balançou a cabeça. — O que você pensou? Que eu iria recusar? — Pensei que... bem, o Greg nunca chegava perto de mim quando eu estava nesses dias e eu... — E você? — Fico mais sensível nessa fase e sempre tinha que usar meu... brinquedo... para me satisfazer. — Resmunguei um palavrão e a agarrei. — Saiba que esse Gregory era um grande idiota! Eu nunca deixaria você com vontade, e só de saber que você fica toda sensível nessa época me deixa ainda mais louco de tesão por você. — Agarrei seus seios inchados entre as minhas mãos — Você está sensível aqui? — Ela estremeceu em meus braços e gemeu quando acariciei seus mamilos rígidos sobre a renda do sutiã. — Fodase a conversa, conversaremos depois. Eu a arrastei até o quarto, onde havia uma cama de casal média, nada comparada a minha da fazenda, mas naquele momento, eu a devoraria até mesmo em um colchonete. Puxei sua blusa rosa por cima da cabeça e libertei seus seios fartos do sutiã, o jogando no chão próximo a blusa. A visão de seus seios fartos me deixaram ainda mais duro dentro das calças, tanto que passei a língua sobre o mamilo sensível fazendo-a gemer agarrar meus cabelos. Após brincar com a língua ao redor do mamilo, o enfiei na boca e o chupei, ávido e faminto como um bezerro recém-nascido, Cristiana gemia e contorcia-se embaixo de mim, principalmente quando passei os dentes sobre o botão rosado, dando atenção a um seio sem largar o outro, pois enquanto trabalhava com a minha língua, usava o polegar e o indicador para beliscar o outro. Cristiana gemia e ao mordiscar seu seio ela gritou meu nome e contorceu-se em baixo de mim.

Parei por alguns segundos e a encarei. — Você acabou de ter um orgasmo? — Questionei, mesmo já sabendo a resposta. Ela tinha sim tido um orgasmo apenas com o toque da minha boca em seus mamilos, e realmente ficava mais sensível nessa fase. Fiquei perguntando-me se ela ficaria ainda mais fogosa quando estivesse carregando um filho meu em seu ventre. Ela apenas acenou com a cabeça, ela estava mole e trêmula em meus braços. — Eu preciso entrar em você! Agora! — Ela empurrou meu peito e encarei-a. — Não é melhor fazermos isso no chuveiro? — Ela estava constrangida. Que porra era aquela? Ela era minha, e eu iria degustar dela nessa cama e depois a levaria para banhar-se. — Pare de pensar tanto. — Puxei suas calças com a calcinha junto, ela colocou as mãos sobre o rosto constrangida. Tirei minha calça e camisa, ávido, a cueca foi junto para o chão. Posicionei-me entre suas pernas e me afundei em seu interior quente e apertado. — Olhe para mim, gostosa. — Peguei suas mãos e as tirei de seu rosto. — Olhe como estou duro! Sinta como eu desejo você, de qualquer forma, de qualquer jeito, sempre ... — Ela agarrou meus ombros e comecei a me movimentar dentro dela. Seu olhar era pura lasciva, desejo e luxúria, e como um vulcão em erupção, ela gemia e remexia-se abaixo de mim como uma gatinha. — Oh John! Oh John... nossa... — Seus gemidos me deixavam ainda mais louco. Estava difícil me segurar depois de uma semana sem ela... ela era irresistível demais para minha sanidade, e em breve eu perderia o controle e gozaria dentro dela. — Como ficou ainda mais apertada? Porra Cristiana... isso é o paraíso... — Ela agarrou meu traseiro com as duas mãos e suas unhas se cravaram em minha pele quando ela perdeu-se novamente em um orgasmo. Suas paredes internas me engoliram e apertaram-se em minha volta, e sem resistir a tal prazer, me derramei dentro dela e gozei junto.

Ainda ofegante e em cima dela, a encarei. Ela sorria maravilhada, seus lindos olhos verdes encaravam-me com paixão. — Como senti falta de você. — Ela disse. — Você nunca mais vai sentir minha falta, porque nunca mais vou deixar você ir. — Dei um selinho em seus lábios e ainda dentro dela, semiereto, a agarrei e levantei-me da cama com ela em meus braços, rumando para o banheiro. — Agora vamos tomar um banho juntos, vou cuidar de você. — Você vai me deixar mal acostumada me mimando assim. — Disse ela em meu ombro. — Vou te deixar bem acostumada, você merece ser mimada e cuidada. — Não sei se um dia vou me acostumar a isso, mas posso tentar. — Você não tem escolha, Cristiana; você é minha! — Coloquei-a de pé sobre o piso do box e liguei o chuveiro. — Espero não ter machucado você, sei que fui muito bruto. — Você fez qualquer coisa, menos me machucar. — ela disse sorrindo. Peguei a esponja de banho e derramei sabonete líquido para lavá-la, ela estremeceu quando lavei entre as suas pernas. — Ai! — Eu sabia que acabaria machucando você. Droga! Eu sou um bruto mesmo. — John, está apenas ardendo um pouquinho. Foi delicioso demais e você me deixou saciada; não se preocupe com isso. — Disse ela, acariciando minha barba. — Tudo bem, mas já que agora você está dolorida, acho que finalmente poderemos ter aquela conversa. — Poderia ser amanhã? Estou exausta. — E o que você deseja fazer hoje? — Pensei que ela me mandaria embora e já estava preparado para a briga, pois não iria a lugar algum.

— Tudo o que desejo agora é lavar meu homem e dormir agarradinha a ele. — Disse ela, pegando a outra esponja e passando pelo meu peitoral. — Acho que a futura senhora Lennox está mais sábia agora. O que aconteceu? — Digamos que quando um homem como John Lennox aparece em nossas vidas, não devemos deixar escapar. — Eu penso o mesmo sobre você, soube desde o primeiro momento que não poderia deixá-la escapar. — Não vou mais escapar, John. — Acho bom, pois eu te encontrarei aonde quer que você vá. 5

— Vamos acabar logo com esse banho, meu cometa Halley . — Cometa Halley? Por quê? — Homens como você só aparecem na terra a cada 75 anos, assim como o cometa Halley que só orbita nas regiões do sistema solar a cada 75 anos; então John, é bom que você seja um Halley mesmo, pois cansei de me decepcionar nessa vida. — Nunca vou decepciona-la Cristiana. Na verdade, vamos nos casar na próxima semana e eu vou provar a você que sou um Halley. — Sorri para ela. — Quanto ao casamento, vamos esperar mais um tempo e.... — Calei seus lábios com as pontas dos dedos. — Vamos dormir mulher, antes que eu tenha que acertar uma frigideira na sua cabeça. Pare de pensar tanto, eu já disse. Aos risos nos enxugamos, enquanto Cristiana arrumava a cama eu espiava Sebastian que dormia tranquilamente no berço improvisado. Eu daria o mundo a essa mulher, eu daria o mundo a esse menino que eu tanto amava.

CAPÍTULO 20 CRISTIANA BRANDÃO Despertei com uma mão espalmada sobre meu seio esquerdo e uma ereção gigantesca pressionando meu traseiro. O cheiro másculo de John preencheu minhas narinas, o que me aqueceu e me fez sorrir. Milagrosamente eu não estava com cólicas como de costume ao despertar, pois o corpo de John me mantivera aquecida durante toda a noite, e ele ficou acariciando meu ventre antes que eu pegasse no sono. Agora, com o sol da manhã invadindo as persianas, notei o reluzir do anel em meu dedo. Meu Deus, então era real! Eu estava noiva de John Lennox! — É bom que a senhorita não tenha mudado de ideia... não seria bonito um casamento com a noiva algemada ao altar. — Sussurrou John na minha orelha. — Não desisti, só estou um pouco assustada. Ainda temos muito o que conversar antes. — Sim, sim. Conversar... pensar... eu sei. — Ele acariciou meu mamilo entumecido e um gemido involuntário escapou dos meus lábios. — Eu adoraria passar o dia na cama com você John, mas Sebs acabou de resmungar “mama” no berço dele. — Eu sei, vamos cuidar do nosso filho. — Ele levantou-se depressa. — Quanto a isso John, o que a Odete falou para você? — Não importa o que ela falou para mim, importa o que eu disse a ela. — Disse ele sério, vestindo a calça. — E o que você disse a ela? — Que Sebastian não é filho de Gregory e sim meu filho. — Mas isso não é verdade. — Pai é quem cria Cristiana, e Sebastian é meu filho do coração. Meu

advogado está preparando tudo para que eu o registre em meu nome, para que você não tenha mais que olhar na cara daquela mulher desprezível. — Fiquei chocada, tinha escutado realmente o que ele disse ou estaria ficando maluca? — John, você está dizendo que Sebastian será um Lennox? Que você vai registrá-lo como se fosse o pai dele, é isso? — Sebastian começou a chorar e John o pegou nos braços. — Sim, é isso mesmo que estou falando Cris. Não ficou claro? — Mas você não tem porque fazer isso, eu.... John, seu filho Jacob nunca iria aceitar e nem eu. — Que bobagens você está pensando agora Cristiana? — John, o Jacob é seu filho legítimo, não posso aceitar isso... Sebastian seria um herdeiro Lennox e as pessoas iriam pensar que somos aproveitadores. Eu não aceito isso, não posso. — Meu Deus, mulher! Você poderia ser menos teimosa, pelo amor de Deus? Eu quero dar o mundo a vocês dois; quero Sebastian como meu filho pois já o considero um Lennox, já o amo assim como amo você. — Eu também amo você, droga; mas não pelo seu dinheiro e sim por quem você é. — Ele ficou me encarando perplexo e só então notei que havia dito que o amava em meio a uma briga. — Então está tudo resolvido, teimosa. Nós três seremos uma família de verdade. — Mas só se você colocar uma cláusula de que Sebastian não terá direito a nada, e faça um acordo pré-nupcial para mim... não quero que sua família pense que sou aproveitadora. — Cristiana, ninguém pensa isso de você e não vou deixá-los desamparados se algo me acontecer. — Nada vai acontecer com você John; e mesmo assim, sou jovem e posso muito bem trabalhar. — Não vou fazer porcaria de acordo pré-nupcial nenhum. Não vou deixar minha mulher desamparada se algo de ruim me acontecer. — Disse ele

determinado. — Então não posso aceitar me casar com você. Vamos morar juntos, mas sem casamento; até porque nunca acreditei em casamento. — Deus, mulher! As vezes tenho vontade de te enforcar! — Ele falou enfurecido. — Viu? E ainda nem nos casamos! — Você é muito atrevida! Acho que está sentindo falta do calor do chicote na sua pele. — Disse ele ameaçadoramente e meu corpo inteiro ficou desperto. — Isso foi uma ameaça? Pois me pareceu mais uma promessa. — Um pouco dos dois... estou com saudades de ver sua pele vermelha e saber que fui eu quem causei isso em você. — Você pode ter isso, se tivermos um acordo pré-nupcial. — Eu disse determinada. — Teimosa! — Ele suspirou — Você terá seu maldito acordo prénupcial! Pronto, você venceu; mas vou fazer uma poupança para a faculdade de Sebastian no banco e não quero mais discutir isso. — Disse ele, estendendo a mão na minha frente antes que eu protestasse. — Tudo bem, chegamos num meio termo. Eu aceito me casar com você John. — Sorri. — Achei que tivesse aceitado ontem. — Retrucou ele. — Sim, mas agora é oficial. Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, mostrando que estava nervoso e irritado. — Você me paga, Cristiana. Mas antes prepare a mamadeira de Sebastian; vou trocar a fralda dele e vamos começar a arrumar suas malas para voltarmos hoje para o Texas. Eu ia deixar o quarto para preparar a mamadeira de Sebastian quando John me chamou.

— A não ser que você queira ficar por aqui mais um pouco... talvez queira conversar com o seu pai. — Meu estômago se revolveu. Sabia que John tinha boas intenções, mas eu não tinha interesse nenhum em ver aquele homem. Ele havia abandonado minha mãe e a mim, sem olhar para trás, e teve todos aqueles anos para nos procurar e nunca apareceu, então eu não tinha nada que conversar com ele, e sinceramente gostaria de nunca olhar para ele novamente. — Não! Vamos para o Texas hoje. Nada me prende aqui. — John assentiu e fui para a cozinha preparar as coisas.

a O voo do Arizona ao Texas foi tranquilo. Despedir-me de Tereza foi um tanto difícil, pois por mais que a conhecesse a apenas poucos dias, tinha me afeiçoado a ela. Deveriam existir mais pessoas como ela no mundo, que ajudam as pessoas em seus momentos de necessidade. Essas pessoas são como anjos, e eu nunca iria esquecer de como ela me acolheu no momento em que mais precisei de ajuda. John me explicou que assim que aterrissássemos no Texas iriamos registrar Sebastian, e com seu advogado superpoderoso, tudo seria muito mais rápido. John também pediu para prepararem o documento que tirasse Sebastian de seu testamento, o que fez a contragosto, só depois que insisti muito; e ligou para seu contador, mandando que ele abrisse uma poupança em nome de Sebastian e depositou um valor exorbitante lá. Mesmo com meus protestos, John fez o depósito e disse que esse era o meio termo que ele havia prometido. — Mas John! Meio milhão de dólares é um absurdo! Com isso dá para comprar uma faculdade. — Protestei. — Não discuta mais, Cristiana. Concordei com um maldito acordo prénupcial, com a retirada de Sebastian do testamento e você concordou com a abertura da poupança para ele. — Mas até ele ter idade para estudar, esse valor irá triplicar na poupança! Isso é muito dinheiro John. — Não é nem um grão do que eu tenho, Cristiana; os Lennox são bilionários. Para mim não importa o dinheiro, e sim a família, e vocês são a

minha família agora também, e eu sempre cuidarei da minha família. Com esse dinheiro, Sebastian poderá estudar onde ele bem entender, e cuidar da teimosa da mãe dele, caso e não esteja mais presente. — Discutir com você é inútil. Eu desisto. — Aleluia. — Disse ele, erguendo as mãos. — E pare de falar “caso eu não esteja mais presente”; você não vai morrer. — Tenho 49 anos, Cristiana, já vivi muito. Você tem apenas 25 anos; não quero deixa-la desamparada se algo me ocorrer. — Nada vai acontecer com você. — Disse com um aperto no peito. — Tudo bem, vamos conversar sobre os nossos planos para o futuro? — Claro, eu quero continuar trabalhando. Vou me sentir uma inútil se ficar em casa com as pernas pro ar como uma dondoca. — Ele riu. — Eu imaginei que você diria isso. O que você gosta de fazer Cristiana? — Eu amo crianças, por isso me formei em pedagogia. Gostaria de trabalhar com crianças. Os olhos de John brilharam por um tempo e ele me encarou pensativo. — Certo, tenho o trabalho perfeito para você. — Qual? — Perguntei empolgada. — Não sei se Nicolle mencionou, mas Logan é fundador de um hospital especializado no atendimento de pacientes com câncer que fica no Texas, e lá temos muitas crianças internadas em tratamento, que não podem frequentar a escola e.... — É perfeito! — Ei, calma. Caso você não queira também há as escolas. — De jeito nenhum, eu adoraria ficar com essas crianças que precisam tanto de carinho e distração.

— Então está decidido o que você vai fazer. Vamos nos casar em uma semana, passamos a lua de mel onde você quiser e então você poderá começar a trabalhar. — Vamos nos casar em seis meses e vou começar a trabalhar na segunda-feira. — De novo isso? — John... tente entender... — Eu só queria que você fosse minha. — Eu sou sua. — Oficialmente. — John, é só um pedaço de papel. — A pílula. — Disse ele. — Como é? — Questionei confusa. — Quer se casar em seis meses, Cristiana? — Sim. — Então para eu ceder, você vai ter de parar com a maldita pílula. Eu quero ter um filho com você. Você gostaria de ter mais filhos, Cristiana? — Mas é claro que sim. — Então esse é meu ultimato. — Tudo bem. — Cedi. Sabia que teríamos muito o que enfrentar ainda. Sabia que ainda existia Adele, Odete, meu pai, e muitas questões a serem resolvidas; mas tinha fé que com o tempo nos acertaríamos. Estava depositando o resquício de esperança que sobrava em meu coração naquele relacionamento; só esperava estar fazendo a coisa certa.

CAPÍTULO 21 JOHN LENNOX Algumas semanas depois...

Estava em meu escritório diante de meu advogado com Cristiana estava ao meu lado e segurava minha mão um tanto nervosa, mas eu tentava tranquiliza-la. Tivemos alguns problemas para registrar Sebastian, mas com um bom dinheiro, o advogado acelerou tudo e dentro da lei estávamos agora assinando os papéis. Se havia uma coisa boa em ter tanto dinheiro era o fato de as coisas se resolveriam com mais facilidade, mas um dos males eram as más línguas, que começaram a insinuar que Cristiana havia se interessado por mim por causa do meu dinheiro. Aquilo era um tremendo absurdo e tratei de calar a boca de todos. Mesmo sem me importar com o que os outros pensassem, não iria deixar que eles ofenderem a minha mulher ou magoarem-na. Tinha quase certeza de que a origem daqueles mexericos tinha sido Adele, ela porém havia saído do Texas pouco depois que nós havíamos voltado. Minha esperança era que isso logo fosse esquecido, e que a origem da fofoca, Adele, nunca mais retornasse para o Texas. — Está tudo pronto, é oficial. Sebastian Brandão Lennox está devidamente registrado. — Disse o advogado, e me vi sorrindo satisfeito. Aquele era um belo de um nome, e soava tão importante e especial. Fiquei orgulhoso do meu filho, e até mesmo Jacob disse estar ansioso para conhecer o irmão. — Obrigado Taylor, não sei o que faria sem você. — Apertei a mão do advogado, que sorriu. — É sempre um prazer trabalhar com os Lennox, senhor John. Se me derem licença. — Assenti e ele se retirou da sala e fui até a porta para fechala. Ao retornar para Cristiana, ela estava com a certidão de Sebastian nas

mãos e com lágrimas nos olhos. — Não acredito que você fez isso mesmo. John, eu nem sei o que dizer... — Não diga nada. Eu fiz e faria de novo e de novo. Amo você e Sebastian, e quero amar e cuidar dos dois, eu já disse. — Disse enlaçando as mãos em volta da sua cintura. — Eu sei e isso é maravilhoso. Você é maravilhoso. Essa foi a coisa mais incrível que já fizeram por mim. — Ela balançou a cabeça confusa. — Por que você parece perturbada? — Questionei apertando-a ainda mais em meus braços. — Nada, é que não estou acostumada a ser tratada assim.... Eu sempre fui muito independente e sempre cuidei de mim, da minha mãe e do meu filho sozinha... nunca ninguém tomou conta de mim, sabe? — Mas isso mudou agora. Está na hora de você me deixar cuidar de você, tirar esse fardo das suas costas, minha deusa. — Ela sorriu para mim, aquele sorriso que iluminava meus dias, como um sopro da vida para mim, e nunca iria me cansar de vê-la sorrir. — Eu disse que te daria o mundo. — Passei o polegar pelos seus lábios carnudos, já tentado a deita-la em cima daquele piano novamente e tomá-la para mim. — Eu não preciso do mundo, eu só quero você. — Ela murmurou. — Essa é, com certeza, uma excelente resposta. — Guiei-a até o piano de cauda e a coloquei em cima dele, ficando entre suas pernas para mordiscar seu pescoço. — Me diga agora, o que me impede de devorar você todinha em cima desse piano. — Ela gemeu quando lambi acima da curva dos seus seios, que estavam presos em uma blusa azul decotada. — As visitas, talvez... — Disse ela, ofegante. — Que visitas? — Perguntei enquanto ia abrindo os primeiros botões da sua blusa. — O Logan e a família dele.... Oh John, pare... — Ela mencionou o Logan? Ah sim, havia me esquecido por completo que eles iriam nos visitar. — Fodam-se as visitas; eles ainda vão demorar a chegar... e preciso

estar dentro da minha mulher agora. — Rosnei. — Oh sim, John... — Batidas na porta da biblioteca nos despertaram do nosso furor de prazer. — Volte outra hora! — Gritei para quem quer que fosse. — Tudo bem, tio. — Disse Logan rindo e pude escutar seus passos se afastando pelo corredor. Voltei a trabalhar na blusa dela... estava tão excitado que chegava a doer. — John, não podemos, temos visitas... — Eles que esperem... — Quando libertei seus seios fartos do aperto do sutiã e suguei-os com vontade, ela parou de protestar e inclinou-se para trás, entreabrindo ainda mais as pernas, ainda vestindo a saia lápis, que costumava usar em seu trabalho no hospital. Minhas mãos subiram por suas coxas torneadas, até que encontrei sua calcinha úmida no final daquele caminho da perdição. Com o polegar, comecei a massagear seu clitóris que estava inchado e molhado pela sua excitação. — John, por favor... — Implorou ela. — O que minha mulher quer? Uhn? Me conte... — Fiz com que ela deitasse novamente na cauda do piano, e puxei sua calcinha até jogá-la no chão. — Quero que você me foda, John! Por favor... — Não vou conseguir entrar em você sem antes provar do seu sabor... você é doce demais para desperdiçar... — Ergui sua saia até a cintura e espalmei minhas mãos naquele traseiro delicioso, puxando-a para a ponta. — Hmmm — Esfreguei meu nariz nos lábios da sua bocetinha rosada e inspirei o cheiro delicioso da minha mulher — Deliciosa... — Acariciei seu clitóris com a língua, fazendo círculos lentos a sua volta. — Oh John, isso é tortura... por favor... — Ela inclinava os quadris em minha direção e agarrava meus cabelos. Era obvio que ela queria mais que um contato lento, e eu já estava a ponto de gozar nas calças e precisava entrar

nela. Então, realizando seu desejo primitivo, coloquei o pequeno botão rosado entre os lábios e suguei até que ela se ondulasse abaixo de mim. Desci para sua entrada e mergulhei minha língua ali, deliciando-me com seus sucos, enlouquecido pelo tesão que só aquela mulher despertava em mim. Baixando as minhas calças rapidamente, puxei-a mais para a beirada e mergulhei dentro dela. Meu pau vibrou dentro da sua fenda apertada, me deixando louco. — Tão quente, tão apertada... tão minha... — Sim John... sua! Oh John, eu não poderia ser de nenhum outro nem se eu quisesse... você me fisgou desde o primeiro dia... Oh Deus! — Ela contorcia-se embaixo de mim. — Você me enfeitiçou com seu sorriso desde o primeiro dia... com esse corpo gostoso... Deus mulher, nunca vi um corpo tão tentador como o seu... olha como é gostosa! — Apertei suas coxas grossas e subi até seu bumbum delicioso e redondo. — Eu amo isso... um dia eu estarei aqui dentro também... — A ergui e acariciei a entrada apertada de seu ânus, e aquilo pareceu ter deixando-a ainda mais excitada. — Isso John continue... continue... — Fiz o que ela pediu e enfiei o dedo naquele buraquinho apertado. Enquanto ela arranhava as minhas costas, e eu me deliciava mordendo e beijando aquele pescoço sedoso e delicioso. Então ela me sugou ainda mais firme, todas as suas paredes internas ficaram ainda mais apertadas e ela gritou quando convulsionou em um orgasmo e outro em seguida. Não pude segurar muito mais e me perdi dentro dela, que ainda gemia loucamente e ordenhava meu pênis com ainda mais intensidade. Nunca a vi assim, e isso me deixou ainda mais louco por ela. Ela estava selvagem, intensa e ainda mais encantadora. — John isso foi... surreal. — Ela sussurrou ao meu ouvido quando ainda me recuperava da intensidade de tudo aquilo. — Você é surreal, minha deusa. Não sei o que fiz para merecer você, mas sou o cara mais sortudo do mundo... — Beijei seus lábios e acariciei sua face. — Eu quero tudo com você John! Tudo! — Eu sabia o que ela estava

querendo dizer e aquilo fez meu pau acordar novamente. — Também quero tudo com você, minha deusa do sexo. — Ela riu. — Mas nossas visitas chegaram, e por mais que eu queira ficar aqui com você trancado o dia inteiro temos que ir. — Meu Deus, eu me esqueci deles! Eu me esqueci de tudo e gritei. — Disse ela, com os olhos arregalados. Gargalhei e senti-me orgulhoso de mim mesmo, poia havia feito ela perder os sentidos, e aquilo era maravilhoso. — Adoro saber que você perder a noção de tudo quando está comigo; assim como eu perco a noção de tudo quando estou com você. — Beijei a ponta do seu nariz, e relutantemente, sai de dentro dela. — Impossível pensar em qualquer outra coisa quando você está com as mãos em mim. — Impossível pensar em qualquer outra coisa quando você está comigo, minha deusa. — Estendi a mão para ela, que logo alcançou a minha. — Preciso me trocar para recebê-los. — Disse ela. — Eu vou levar você até o quarto. — Ergui-a em meus braços e sai pela porta. — John, eu posso caminhar. — Eu gosto de carregar você. — Eu gosto de ser carregada por você. — Ela aninhou o rosto no meu pescoço e sorri. Finalmente ela havia parado de protestar por eu carregar ela! No começo ela dizia que era pesada demais para mim, mas porra, sou um homem forte e ela tinha o peso ideal para mim. Adorava a forma como ela vive, ela tem apetite para a vida... não fica comendo salada igual aquelas mulheres hiper preocupadas com o peso, ela ama seu corpo; não mais do que eu amo, é claro. Deixei-a no nosso quarto, que ela havia utilizado anteriormente, e que agora fora totalmente decorado para Sebastian. Ouvi muitas vozes lá dentro, e certamente o trio Lennox estava ali, juntamente com Nicolle e a babá de Sebastian.

Despi Cristiana e entramos juntos no chuveiro. Amava lavar suas curvas, dessa vez, a banhei com calma e adoração, admirando suas coxas grossas, seu bumbum delicioso, seus quadris largos, sua barriguinha avantajada e seus seios fartos. Eu amava e desejava muito essa mulher, e sem dúvidas, era o homem mais sortudo do mundo.

CAPÍTULO 22 CRISTIANA BRANDÃO Minha vida havia mudado radicalmente e eu ainda nem havia me tornado oficialmente a senhora Lennox. Aquilo tudo era muito assustador! Ser uma Lennox, pelo que eu havia notado, era algo que todas as mulheres solteiras e viúvas do Texas queriam ser. Muitas que tentaram fisgar Logan, tentaram também agarrar Jacob e agora todas me odiavam por eu ter conquistado o último dos solteiros Lennox. O que eu poderia fazer? Nada, só ignorar suas insinuações e seguir em frente. O homem era meu e agora que eu tinha colocado essa decisão em minha cabeça, nada e nem ninguém o tiraria de mim. Para a grande tristeza delas, é claro, quando os próximos Lennox crescessem elas estariam mortas e enterradas, ou cansadas de esperar Dominic, Luke e até mesmo Sebastian crescer. Não acreditava que meu filho se interessaria por qualquer uma que aparecesse por ali... Elas eram todas falsas e interesseiras, queriam ser uma Lennox pelo status; enquanto eu queria ser uma Lennox apenas por John... mesmo se ele fosse um simples funcionário da fazenda, eu seria dele. Ele era especial demais para se deixar escapar, e graças aos céus eu não o perdi. Ainda bem que ele fora teimoso o suficiente para me seguir e me encontrar ou estaria sozinha e arrependida agora, sonhando com uma vida que nunca teria e com o homem que me fisgara desde o primeiro instante. Por sorte ele lutou por nós dois, e agora eu lutaria por nós dois também; o que incluía ignorar os comentários maldosos que as mal-amadas da cidade estavam falando sobre nosso relacionamento. Terminei de me vestir e fui até o quarto de Sebastian, e lá encontrei Nicolle com os meninos. — Nossa, como eles cresceram! — Disse cumprimentando-a. — Não é mesmo? E o pequeno Sebastian, que em apenas um mês e meio já cresceu tanto! — Nicolle sorriu para mim — E você, mamãe Cris, está reluzindo de felicidade.

— Estou mesmo, não é? — Sorri para ela, não conseguia mais controlar aquele sorriso plantado em meu rosto. — Acho que nunca fui tão feliz em toda a minha vida. — Fico feliz que John tenha encontrado você. Ele também está todo bobo, tanto que foi até o escritório beber com o Logan e comemorar... afinal Sebastian agora é primo do Logan, não é mesmo? É tão bom ter vocês na família. Eu sempre soube que você era especial, Cris. Com os olhos marejados, encarei aquela mulher a minha frente. Quando entrei em sua casa pela primeira vez, ela fez com que me sentisse desejada ali e amada. Nicolle sempre me tratou como igual, assim como tratava a todos os outros empregados, e ali me senti querida, sabendo que poderia ter uma vida tranquila e boa com o meu filho; mas nunca me passou pela cabeça que minha vida mudaria tanto desde que coloquei meus pés ali. Não ambicionava me apaixonar ou me casar. Não ambicionava encontrar outro homem, já que os homens da minha vida sempre me decepcionaram. Queria apenas ter uma vida tranquila e criar meu filho em paz; mas ao colocar meus pés naquela casa e conhecer Nicolle, vi que todo o destino da minha vida fora traçado e eu estava muito feliz por ter escolhido trabalhar na casa dela e não em outra fazenda vizinha. — Então Nicolle, quais são as novidades? — Questionei, sorrindo. — Bem, a Meg está quase dando a luz. Em mais algumas semanas teremos a pequena Deborah no mundo para agitar. Jacob está estudando e trabalhando, mas isso John já deve ter lhe contado... certo? — Sim; na verdade eu gostaria mesmo de saber se Odete apareceu no Arizona de novo? — Depois do mês passado não, mas também ela não iria querer ficar toda suja de lama de novo... — Disse Nicolle, sorrindo. — Como assim? Cheia de lama? — Questionei confusa. — Bem, ela foi lá logo depois que você e o John vieram para o Texas de novo e começou a falar um monte de bobagens sobre vocês, e então eu ameacei jogá-la no chiqueiro se não parasse. — Ela fez uma pausa e mordeu o lábio inferior.

— E daí? — Questionei curiosa. — Bem e daí ela me chamou de caipira maluca e a arrastei até o chiqueiro e a joguei no meio dos porcos. — Ela falou como se isso fosse a coisa mais comum em se fazer. Encarei-a chocada e ri de sua atitude. — Não acredito que você fez isso! — Disse empolgada e rindo. — Ah, fiz sim. E disse ainda que se ela aparecesse novamente, não seria lama o que ela levaria na cara, mas sim esterco de cavalo. Ela ficou apavorada, chamando os Lennox de selvagens, o que nós somos mesmo, e foi embora. E fim. — Nicolle, você é sem dúvidas a melhor amiga que já tive, e com certeza muito maluca; mas preciso aprender a ser maluca assim também. Quem sabe você não me inspire, hein? — Tentei imaginar a cena em minha mente: Odete Smith em seu cardigã de cashmere sendo lançada aos porcos... deveria ter sido uma cena hilária. — Ah, com certeza você deve se inspirar em mim. Não se pode ser uma verdadeira Lennox sem passar pela iniciação. — Disse ela, séria. — Iniciação? — Franzi a testa e ela riu. — Sim, toda a Lennox que se preze tem que jogar alguma vaca na lama, ou no esterco, ou em um lago cheio de sanguessugas... que seja. — Tenho uma meia dúzia de mulheres que eu adoraria fazer isso. — Ah já sei! As adoradoras dos Lennox. — Isso. — Não dê bola para elas. Elas estão por ai malucas para fisgar um Lennox, e agora não tem mais nenhum disponível; exceto pelo Jacob, mas acho que ele e a Megan ainda vão se acertar. — Essas mulheres são muito maldosas... dizem que estou com John pelo dinheiro. — Ignore Cris, ou jogue-as na lama. — Elas não valem a pena.

— É isso ai, gostei da sua resposta. Você é das minhas! Eventualmente aparecerá alguma que valha a pena jogar na lama. Você já conheceu a Patrícia? — A chefe do hospital do Câncer? — Isso, ela mesma. Adoraria jogá-la na lama, mas quem sabe um dia eu tenha essa oportunidade. — Não gosto dela; é muito fútil e preconceituosa. — Como assim? — Esses dias chegou uma menininha afro-americana na emergência do hospital e ela disse que ali não era lugar para ela, que ela deveria procurar outro hospital. — Eu não acredito que essa vadia fez isso! — Disse Nicolle, furiosa — E daí, o que aconteceu? — Eu intervi, obviamente; mas acho, não querendo me meter, que deveria ser outra pessoa no seu lugar. — Eu também acho... vou pedir ao Ramirez para investigar o que mais ela anda fazendo com os pacientes do hospital. Vamos derrubar essa racista e vadia. — Vamos sim! Obrigada Nicolle, acho que nunca tive uma amiga assim como você. — Cris, eu nunca tive amigas... sempre fui muito reservada, mas nós, mulheres Lennox, devemos nos unir sempre. — Está certo. Passamos boa parte da tarde com as crianças. Os trigêmeos estavam lindos em seus cinco meses de vida, e tinham crescido rapidamente. A pequena Lizzie, mesmo com sua deficiência visual, agia por instinto e brincava com os outros alegremente. Ela era uma guerreirinha linda e valente. Dom continuava mais temperamental do que nunca e Luke sempre o mais sossegado dos três. Jantamos todos juntos naquela noite, como uma verdadeira família, e agora me sentia mais à vontade em conversar com Logan, afinal eu havia me

tornado sua tia postiça, por mais estranho que isso pudesse parecer. Eles passaram uma semana ali no Texas e quando partiram, todos sentimos a falta deles, em especial Sebastian, que havia acostumando-se com seus novos primos. O meu trabalho no hospital era revigorante, pois trazer alegria para aquelas crianças tão especiais me enchia de amor e eu me afeiçoava demais a cada um deles a cada dia que se passava. Em um mês a tal Patrícia foi desligada do hospital, e o senhor Johnson assumiu o seu lugar. Uma nova ala estava começando a ser construída, que serviria como maternidade, e John sonhava acordado que um dia seu filho Jacob voltaria para casa e assumiria a ala de maternidade. Certa noite uma ligação do Kansas nos despertou, avisando que a filha de Jacob havia nascido. Pegamos um voo direto para visita-los, pois John estava ansioso para conhecer sua netinha; e eu estava muito feliz por ele além de ansiosa para conhecer Megan.

BÔNUS NICOLLE LENNOX Arizona, quinta-feira Eu estava sentada em minha cadeira de balanço com Lizzie em meus 6 braços, que me escutava atentamente enquanto eu lia Orgulho e Preconceito . Ah sim, desejava que minha menina especial conhecesse alguém tão magnifico quanto Mrs. Darcy ou como seu pai. — Senhora Lennox. — Beatriz chamou minha atenção e a encarei. Será que ela nunca iria aprender a me chamar de Nicolle? Essa era teimosa como a Cris. — Nicolle, Beatriz... — Lembrei-a, falando baixo para não acordar Lizzie, que havia adormecido em meus braços. Ela adorava que eu lesse para ela, e faria isso o resto da minha vida se a deixasse feliz. — Desculpe. — Disse ela, sem jeito. — Tudo bem, já estou acostumada. — Sorri para ela e levantei com Lizzie nos braços, colocando-a no berço. — Prometo me acostumar em breve. — Sei. — Sorri e revirei os olhos para ela. — Você queria falar comigo? — Questionei, já que ela viera me chamar. — Na verdade, o senhor Lennox quer falar com a senhora... com você. — Corrigiu-se. — Ele está no escritório? — Sim. — Obrigado Beatriz. — Sai do quarto deixando-a lá com as crianças Eles estavam crescendo tão rápido! Dom e Luke a cada dia pareciam-se mais com Logan; era incrível a semelhança deles com o pai, e só Deus sabia o

quanto iria me incomodar quando as garotas começassem a aparecer. Eles fariam estrago... se um deles já faria, imagine gêmeos! Previa meus cabelos brancos em um futuro próximo, e no Logan com a Lizzie. Chegando ao escritório escutei Logan conversando com Ramirez. Que ótimo! Será que ele havia finalmente descoberto o que lhe pedi? — Senhor Ramirez, boa tarde. — Cumprimentei o investigador particular que praticamente fazia parte da nossa família. Havia conhecido sua esposa e seus oito filhos quando estiveram na fazenda para passar o feriado do 7 4 de julho , e Logan nos proporcionou um show de fogos de artifício que fez os filhos de Ramirez e Julie ficaram maravilhados. — Boa tarde. — Ele sorriu para mim e sentei-me ao lado de Logan, que enlaçou minha cintura possessivamente. — Como você está, baby? Está dolorida? — Sussurrou ele em meu ouvido e corei. As lembranças do sexo intenso na noite passada me vieram a mente. — Eu estou bem. — Sussurrei de volta e ele sorriu. — Baby, o senhor Ramirez está aqui para dizer que já tem o que você precisa... eu ainda não entendi direito o porquê de você querer investigar as mulheres mais fofoqueiras do Texas, mas ai está. O senhor Ramirez me entregou uma espécie de dossiê com os segredos cabeludos das socialites do Texas; mais precisamente das fãs dos Lennox. Da última vez em que estive no Texas foi para demitir Patrícia, e escutei muitos rumores e fofocas envolvendo o nome de Cris. Aquelas mal-amadas e invejosas, só porque não conseguiram agarrar John, estavam entrando na onda da tal Adele; mas já que Adele havia sumido, tinha de arrumar alguma forma de fazer aquelas vacas calarem a boca. — Perfeito! Obrigado. — Disse sorrindo para o senhor Ramirez. — Estou pronta para ir ao tal evento. — Disse para Logan. — O que você pensa em aprontar, hein? — Apenas vou derrubar algumas vacas na lama; não literalmente é claro, mas as farei calarem a boca e pararem de falar mal da minha amiga.

Você sabe como eu sou... — Eu sei sim, você luta para proteger aqueles que ama, e por isso eu a amo tanto. — Disse ele, encarando-me profundamente. — E eu amo você. — Ficamos nos encarando e nem notamos quando senhor Ramirez saiu discretamente. Logan acariciou meu rosto, e seu olhar era pura admiração e amor. — Você vai precisar de ajuda com o seu plano maléfico? — Não, pode deixar comigo. Sou fazendeira, Logan, me criei na fazenda... com vacas eu sei lidar muito bem... mesmo sendo vacas de duas pernas... Ele gargalhou alto e beijou meus lábios. Seu corpo passou a pressionar o meu contra o sofá deixando-se estava pronta para ele. Eu sempre estava pronta. Eu sempre estaria pronta para Logan. Texas, Sábado Era uma noite enluarada e bonita quando descemos em frente a mansão dos Roberts. Logan estava incomodado com sua gravata, e eu sabia o quanto ele detestava esses eventos, assim como eu também os detestava. Usar saltos altos e um vestido cheio de detalhes não era o que eu preferia, e sim, usar minhas botas e meu velho jeans; mas confesso que aquele vestido vermelho 8 estava maravilhoso. Me senti como uma heroína de Jane Austen em um daqueles bailes de antigamente. Estava ali para uma missão e não iria embora até conclui-la. — Pronta? — Logan estendeu o braço, e logo enganchei o meu no dele e assenti. — Sei que você detesta esses eventos... assim que terminar a minha missão vamos embora. — Sussurrei para ele enquanto as pessoas abriam espaço para passarmos. Logan era um homem maravilhoso e recebi vários olhares invejosos das mulheres. “Malditas! Agora sei os seus segredos!”, pensei.

— Espero que termine logo baby, pois é nossa noite longe de casa e estou louco para ter você embaixo de mim, perdendo os sentidos quando eu entrar fundo nessa bocetinha apertada. — Murmurou ele em meu ouvido. Essas promessas me deixaram louca de tesão, e suas palavras combinadas ao com seu hálito quente deixaram-me em chamas. — Acho que vou me juntar as mulheres... se continuar com você por perto vou perder o foco da missão. — Encarei-o e beijei seus lábios de leve. — Vá e termine logo com isso. Você está me torturando... que tal apenas um aperitivo na ala VIP? — Era uma proposta tentadora, mas não podia deixar-me esquecer o que vim fazer ali. — Tentador, senhor Lennox... mas não. — Você não pode culpar um homem por tentar não é mesmo? — Sorri para ele e me afastei, precisava ir ao banheiro. Lá dentro escutei algumas vozes maldosas, elas continuavam a insinuar que Cris estava com John pelo dinheiro e ressaltavam a diferença de idade entre eles; esse parecia ser o assunto favorito delas nos últimos dias. Ouvi que elas iriam para a ala VIP conversar e tive de me segurar dentro do reservado para não sair dali e afogar as vacas no vaso sanitário. Quando o bando de vacas finalmente saiu do banheiro, sai do reservado e me recompus. Encontrei Logan que parecia entediado em conversar com mais dois homens. Olhei para cima e vi o clã das vacas mal-amadas reunido, indicando que era a hora. — Nós já iremos embora. — Sussurrei ao passar por Logan e deixar minha calcinha úmida em sua mão. Ele viu e encarou-me com fogo no olhar. — Dentro de dez minutos. — Sorri sedutoramente para ele e me afastei quando ele passou a resmungar algo. Sabia que estava louco da vida comigo e que deveria estar dolorido de tão excitado, já que agora sabia que eu estava circulando por ali sem calcinha e isso apenas aumentaria seu desejo. Subi as escadas e no momento que entrei na ala VIP, as mulheres pararam de falar. Sorri para elas, sabendo que elas não gostavam de mim, já que há um tempo, era eu quem estava na boca daquelas vadias, que falaram mal de mim, assim como faziam agora com a Cris. Talvez, se elas tivessem um

trabalho ou criassem seus filhos ao invés de largar nas mãos das babás, elas não teriam tempo de ficar cuidando da vida alheia. — Por favor, não parem de falar por minha causa. — Disse e sentei-me no estofado de couro, mas antes peguei uma taça de champanhe de um garçom que passava por ali. Elas me encararam constrangidas e permaneceram em silêncio. — Vamos lá, amigas, me contem as fofocas do momento! — Insisti e elas coraram. — Bom, pelo menos vocês tem a decência de ficar com vergonha. — Disse virando o restante do champanhe com um só gole. — Bem, já que ninguém está a fim de falar deixem-me falar por vocês... Aquela gorda está com o velho Lennox só pelo dinheiro; ela é mais nova e ele, como é mais velho, pegou uma mulher daquele tamanho para compensar alguma coisa. E o pior é o garoto, que ela mentiu ser filho do velho Lennox e ele acreditou. — Disse a frase que me fez ficar furiosa dentro do banheiro. — Era disso que vocês estavam falando, não é mesmo? Ou algo muito parecido... bem, deixemme esclarecer uma coisa para vocês: Eu não quero mais ouvir nenhuma merda dessas, nunca mais entenderam? Elas me olharam desdenhosas, como se eu fosse uma maluca. Suspirei e prossegui com o meu discurso. — Eu sei que vocês falavam algo parecido sobre mim também. Eu não gosto de vocês, vocês não gostam de mim e eu não gosto que falem da Cristiana. Vocês são tão invejosas assim? Vão arrumar o que fazer... quando termino meu trabalho na fazenda eu cuido dos meus filhos e marido, vocês fofocam...que coisa mais feia! Mas resolvi cuidar da vida alheia essa semana também... ou melhor, da vida de vocês. Elas começaram a cochichar entre si, coisas como que era louca e descontrolada. — Meu Deus! Estamos no colegial é isso? — Eu estava realmente impressionada, eu iria fazer 21 anos em breve e tinha mais maturidade que essas mulheres de 30 e 40 anos. — Bem, eu não vim aqui para discutir com vocês, apenas dar um aviso. Elas agora todas pararam de falar e prestavam a atenção em mim.

— Se vocês tocarem no nome da Cris mais uma vez eu vou contar os segredinhos sujos de todas vocês a imprensa. Vocês podem ser poderosas, mas os Lennox são muito mais. — Ela está blefando, não sabe de nada. — Sussurrou uma delas para as outras mas eu escutei. — Linetty, certo? Bem Linetty me diga o que pensariam na imprensa ao saberem que você furta as lojas de grife? E que mais de uma vez colocou a culpa em suas empregadas por tais furtos? É querida eu sei de seu probleminha... — Ela me encarou, espantada. — E Emily, o que seu marido diria se soubesse que o único herdeiro dele é filho do motorista? — Todas me encararam chocadas. — E Katherine o que seu marido diria ao saber que você o trai com sua amiga Cindy? — As duas me olharam assustadas. — Sim, eu sei que vocês duas são gays e que vocês enganam a todos com suas idas ao Spa. E Geórgia ... bem Geórgia, acho que você não quer que eu conte aqui para todos sobre seu passatempo favorito, quer? — Não! Por favor, pare de nos constranger! Por favor... — Já disse o que quero de todas; que respeitem a mim e a Cristiana, pois ela merece respeito e eu também. Nós valemos mais do que todas vocês juntas! — Tudo bem, faremos o que você quer, agora vá embora. — Tem mais uma coisa. — Que coisa? — Perguntaram nervosas. — Quero que peçam desculpas para ela. Depois que ela me disser que vocês pediram desculpas, jogo o dossiê e as fotos incriminadoras de vocês na minha lareira. — Tudo bem, nós faremos. — Garantiu-me Geórgia. O segredo dela era muito cabeludo; ela traía seu marido com o enteado, e isso me dava náuseas. Nenhuma delas prestava, nenhuma delas valia nada; elas não eram ninguém para julgar a mim e a Cris. A Cris era uma guerreira, uma mulher de fibra e que merecia respeito. Sei que foi errado ter investigado a vida dessas mulheres, mas defendia minhas amigas com a alma, pois a amizade era algo

muito profundo e verdadeiro para mim. Imaginem então se um dia ferissem filho um meu; eu nem sei o que seria capaz de fazer! — Que bom que estamos de acordo. Aproveitem a festa, meninas. Eu vou voltar para o hotel, com o meu homem, o meu Logan. — Virei as costas e desci as escadas, e Logan logo veio ao meu encontro, me devorando com o olhar. — Pronta para ir embora, diabinha? — Mais do que pronta. Chegamos no hotel o mais rápido que o transito permitiu. Logan logo me despiu e avançou com a língua entre as minhas pernas. Nunca me cansaria daquilo, nunca me cansaria daquele homem. Que bom que brigamos e nos amamos desde que nos conhecemos. Queria passar o resto da minha vida brigando e fazendo as pazes com esse homem, e desejava a mesma felicidade para Megan e Cris.

CAPÍTULO 23 JOHN LENNOX Chegamos no Kansas e fomos direto para a casa do Jacob. Pelo que entendi, ele e a Megan estavam se entendendo aos poucos e não moravam juntos ainda. Eu achei essa atitude muito madura, para que eles conversassem e se entendessem com calma, e estava muito feliz por meu filho finalmente ter tomado juízo. Acho que no fim, eu consertei as coisas com a ajuda de Logan, e sem dúvidas, jogar Jacob no mundo real para ele lutar pela vida tinha sido a decisão mais sábia que tomamos. Mimá-lo para compensar a falta da mãe não fora uma coisa inteligente, e fiquei feliz que por não ser tarde demais para Jacob mudar. — Então vovô John, está ansioso? — Cris estava sorrindo para mim no banco do carona, divertindo-se as minhas custas e tentando me provocar, chamando-me de vovô. — Estou muito ansioso para conhecer minha neta. Tenho certeza que ela ficará encantada com o avô. — Sorri sedutoramente para ela e voltei a encarar a estrada. — Ah, sem dúvidas a pequena Deborah ficará orgulhosa de ter um avô tão bonito. — Disse ela acariciando minha perna. — E de quebra ela vai ganhar uma avó postiça e um tio. — Disse olhando Sebastian adormecido pelo espelho retrovisor. — Ei, serei tia Cris, não avó! — Retrucou ela, e eu ri. — Tudo bem vovó Cris, não se ofenda. Você também é muito linda e sua neta ficará encantada. — John, eu não sou avó dela... — Ela deu um tapa no meu braço enquanto eu me divertia as suas custas. — Você é minha mulher, então é avó de certa forma. — Não, não sou não. Só você que é avô. Sou a tia Cris. — Disse ela,

determinada. — Você quem manda, tia Cris. — Ela revirou os olhos para mim quando estacionei o carro em frente a antiga casa do Kansas. Não visitava aquele lugar há muitos anos, e tinha algumas poucas memórias daquele lugar. — Pronto, vovô John? Ou você precisa de ajuda para descer do carro? Sabe como é nessa idade, né... — Ela voltou a zombar de mim, e com um movimento, soltei o seu cinto e a coloquei sobre as minhas pernas. — O que você estava dizendo? — Questionei em seu pescoço, aspirando seu cheiro doce e afrodisíaco. Ela arfou em meu colo quando sentiu minha ereção contra seu traseiro e se remexeu em meu colo, ansiosa. — Nada... eu... — Sorri e beijei seu pescoço. — Acho que o vovô aqui deixou você sem ar.... Precisa de oxigênio, Cris? — Deus, o cheiro doce dela me enlouquecia e se não saíssemos do carro agora, iria cometer atentado ao pudor, tendo Sebastian ainda no banco de trás. — Eu estava brincando... — Disse ela, respirando com dificuldade. Ela estava tão sensível ultimamente, tanto que eu mal a tocava e ela já derretia-se por completo. — Eu sei... na verdade você estava me provocando, doce Cris; e você sabe o que acontece quando você me provoca. — Ela enlaçou seus braços em volta do meu pescoço e passou seus dedos por entre meus cabelos, descendo seus lábios carnudos colando-os aos meus para que massageasse sua língua com a minha, aprofundando o beijo... até que batidas na janela do carro nos despertaram. Jacob estava parado do lado de fora do carro. Deus, só quando o vi que me percebi o quanto sentia sua falta. Ele estava rindo, e Cris corou antes de sair de cima de mim. Abri a porta do carro e fui na direção dele, que vestia um jeans surrado, uma camiseta branca e seus cabelos – loiros como os de sua mãe – estavam presos a um rabo de cavalo. Quando fui abraça-lo, ele se afastou. — Ei pai acalme-se primeiro antes de vir me abraçar! — Disse ele rindo e então me dei conta que estava com um volume grande entre as pernas, e ri. — Seu velho tarado! — Ele finalmente veio me abraçar, porém mantendo

sua cintura bem longe da minha. O abracei forte, e ele ria e me abraçava ainda mais forte como a anos não fazia. Lembrei-me que a última vez que ele me deu um abraço tão forte, e ele era apenas um menino na época. Nos soltamos e ele estava com os olhos marejados, assim como eu. — Senti sua falta, meu velho. — Disse ele. — Senti sua falta também, filho. — Ele olhou para atrás de mim. — Então, você não vai me apresentar meu novo irmão e minha madrasta gata? — Disse ele, humorado. — Jacob! — Ei, estou provocando você... sou um homem diferente agora. — Cris veio até nós com o pequeno Sebastian que coçava seus olhinhos, pois tinha acabado de acordar. Olá Jacob. — Disse Cris sorrindo. — Olá Cristiana, é um prazer conhecê-la oficialmente. — Jacob apertou sua mão e sorriu. — E esse deve ser meu mais novo irmão, não é? Sempre quis ter um irmão. — Jacob acariciou o rostinho de Sebastian, que abriu um sorriso para ele. — Vamos entrar? Depois vamos até a casa de Megan, para que vocês conheçam minha filha. — Disse ele com um brilho no olhar. Aquele homem em minha frente nem parecia meu filho, e sim outra pessoa... ele se parecia comigo quando eu tinha sua idade, e não pude deixar de ficar feliz por isso.

CRISTIANA BRANDÃO Não pude deixar de ficar animada ao sentir-me tão bem-vinda na casa do filho de John. Confesso que cheguei a pensar que talvez Jacob Lennox não gostasse de mim e que talvez detestasse o fato de John ter adotado Sebastian como seu filho; eu mesma estava relutante quanto a isso. Mas não, Jacob Lennox nos tratou tão bem que nem parecia aquele homem perdido que vi uma vez na casa de Logan e Nicolle. Ele parecia feliz, e não mais sombrio como antes... acho que o amor e os filhos fazem isso as pessoas. Eu estava me sentindo estranha há duas semanas e o fato da minha

menstruação estar cinco dias atrasada já me alertava do que estava de fato acontecendo: Eu estava grávida. Tudo aconteceu tão rápido desde que John entrou na minha vida que eu ainda estava um tanto zonza. Eu iria contar a ele quando voltássemos ao Texas e sabia que seu próximo passo dele seria me levar ao altar. Mesmo assim, repetia mentalmente que poderia estar enganada; mesmo que minha menstruação nunca tivesse atrasado e que eu estivesse fervendo, com os mamilos hipersensíveis, talvez não estivesse grávida, não é mesmo? Eu estava tentando me convencer de algo que eu sabia que era certo. Conhecia meu corpo muito bem e tinha certeza que estava grávida de John, só precisaria fazer um teste para ter cem por cento de certeza. Após o almoço, Jacob nos levou a outro bairro no Kansas e paramos em frente a uma modesta casa de dois andares. Descemos e Jacob logo foi batendo na porta, ansioso. Percebi que, assim como seu pai, Jacob não gostava do fato de não morar com Megan, mas pelo que John havia me informado a história desses dois, ela era dolorosa demais e para a sorte de Jacob, Megan havia lhe dado uma terceira chance e última chance, como disse John; então compreendia aquela mulher mesmo antes de conhecê-la. Não é fácil confiar novamente, principalmente se você é tão magoada por alguém. Uma jovem mulher de cabelos castanhos claros e sorriso fácil abriu a porta, e em seu colo estava uma linda menininha de cabelos dourados. Mesmo sendo uma recém-nascida, ela tinha muito cabelo, como se tivessem lhe vestido uma peruca assim que nasceu. — Megan, por que não me mandou entrar? Esse ar da rua é perigoso para Deb. — Disse Jacob, fazendo sinal para que entrássemos, guiando Megan para dentro. — Jacob, acalme-se. Está um calor dos infernos ai fora. — Ele beijou seus lábios e ela nos encarou. — Senhor John, que prazer revê-lo. — Disse ela sorrindo abertamente. — O prazer é meu Megan. Fiquei surpreso e feliz ao saber que você deu mais uma chance para esse garoto aqui... mas olha só quem está ai... — John se aproximou e ficou encarando a pequena Deborah com adoração. — Ela é igualzinha a você, Jake. — Disse ele encarando Jacob. — Ah que cabeça a minha! Essa pequenina me encantou tanto que perdi meus modos.

John veio a passos largos até mim e Sebastian e pousou o braço em volta da minha cintura. — Megan, essa é Cristiana minha mulher e esse é Sebastian, seu cunhado. — Megan sorriu para nós dois. — Olá... Jacob seu irmão Sebastian é tão lindo que acho que escolhi o irmão errado, hein. — Disse Megan provocando-o. Todos rimos e simpatizei com ela desde o início, exatamente como Nicole disse que aconteceria. — Bem, posso pegar minha netinha nos braços? — John aproximou-se para pegar Deborah, mas Jacob deu um passo em sua direção antes. — O senhor lavou as mãos? Tem que passar álcool em gel nas mãos e não a beije muito... — Jacob! — Megan censurou-o. — O quê? Só não quero que a Deb fique doente... ela tem poucos dias de vida. — Deixa de ser besta, rapaz. Eu criei você praticamente sozinho e agora vai querer me ensinar ... John pegou a pequena Deborah dos braços de Megan e veio até mim. — Tenha cuidado com a cabecinha dela. — Disse Jacob, e recebeu um olhar irado de John. — Olha só Cris, como a minha neta é perfeita. Parece até um anjo. — Megan mandou Jacob pegar Sebastian e leva-lo para comer biscoitos na cozinha, já que assim ele se distrairia um pouco de Deborah. — Ela é maravilhosa, John. Parabéns! — Disse a ela. A pequena Deborah entreabriu os olhos e o encarou por vários minutos. John conversou e cantarolou para ela... ele ficava ainda mais lindo com um bebê nos braços, e ali me apaixonei por ele ainda mais. — O próximo bebê que eu carregar nos braços será um filho nosso, minha Cris. Será que teremos uma menina? Sempre quis ter uma menininha... — Ele pousou seus lábios sobre a cabecinha de Deborah e continuou ninando-

a. Será que eu estava grávida? A frase quase saiu de meus lábios quando John disse aquilo, mas precisava ter certeza antes de falar, pois não queria que ele se decepcionasse. Passamos o dia na casa de Megan e a noite fomos para a casa de Jacob. Ficamos no Kansas por mais três dias e então finalmente voltamos ao Texas. Minha menstruação continuava atrasada e aproveitei meu trabalho no hospital para pedir a enfermeira um exame de sangue. Com o envelope agora em meus dedos estava indo para a casa, depois de passar o dia trabalhando, ensinando e dando amor aquelas crianças, estava ansiosa para ver meu filho e o meu homem. Meu celular tocou assim que estacionei o carro na entrada da fazenda. Era Nicolle. — Olá Cris, como você está? — Oi Nicolle! Estou muito bem, e você? — Estou ótima, estamos indo para o Kansas nesse fim de semana para conhecer a famosa Deborah. — Ela é linda, John e Jacob estão babando por ela. —E como não estariam, não é? Bem Jacob me ligou na semana passada e resolvi perdoá-lo da merda que ele fez quando estivemos lá, afinal ele faz a Megan feliz, então quem sou eu para julgá-lo? Liguei pois na volta passaremos ai; Logan quer conversar com John sobre a ala do hospital e sobre trazer Jacob de volta um dia. — Ah tudo bem, vamos adorar a visita de vocês. — Eu estava ansiosa para desligar. Queria entrar e abrir o envelope com John, e saber se eu estava mesmo grávida. — Você está ansiosa Cris, o que aconteceu? — Nicolle e seu poder intuitivo! —As fofoqueiras que estão importunando você? — Não. Elas pararam de me incomodar magicamente... na verdade duas delas vieram se desculpar hoje... não entendi nada. — Ah, é mesmo? Que estranho não!? Devem ter notado que você é uma mulher muito melhor do que elas. — Eu ri, pois pensei que pudesse ter acontecido qualquer coisa, menos elas se darem conta disso.

— Na verdade eu estou atrasada... e quero abrir um envelope de exame com John, por isso estou assim.... — Ah! Que tudo! — Calma, pode não ser nada. Vou abrir lá dentro com John... ele precisa ser o primeiro a saber. — Claro, claro... me liga amanhã, Cris. Vou morrer de ansiedade aqui. — Ligo sim, pode deixar. — Tá, entre logo! John está a sua espera. — Um beijo, Nicolle. — Um beijo, linda. Nos despedimos e entrei em casa. Estava tudo silencioso, e por sorte era sexta-feira, o que me permitiria passar o dia inteiro com Sebastian, já que sempre que chegava, ele já estava dormindo. Fui até a biblioteca com o envelope em mãos e encarei John, que bebia um uísque enquanto me esperava para jantar. — Oi minha Deusa, que bom que chegou. Meu dia foi exaustivo... — Ele me abraçou e se afastou ao ver o papel que estava entre meus dedos. — O que é isso? Está tudo bem com você? — John... você notou que fizemos sexo initerruptamente por dois meses? — Bem sim e foi maravilhoso. — Ele então olhou para o papel. — Isso significa o que penso que significa? — Eu não sei, eu ainda não abri. Ele me puxou para o sofá e me colocou sobre seu colo; rasgou o envelope e leu seu conteúdo, e me alcançou enquanto sorria abertamente. — Minha doce Cris, minha vida está completa agora! Nós vamos ter um bebê!

CAPÍTULO 24 JOHN LENNOX Inesquecível. O dia do nosso casamento precisava ser inesquecível para Cristiana... ela não merecia menos que isso, então tratei de chamar as mulheres Lennox para me ajudar na organização de tudo, afinal, Cristiana estava grávida e não queria que ela se cansasse. Ah, esqueci de mencionar que ela estava grávida de gêmeos! Isso mesmo, ao que parecia o gene dos gêmeos estava em nossa família. Ainda lembro de quando acompanhei-a na primeira ultrassonografia e escutamos dois coraçõezinhos batendo juntos. Ela estava com 4 meses de gestação agora e ainda não sabíamos o sexo dos bebês, e eu estava organizando o casamento com a ajuda de Nicolle e Megan. — Então John, tudo já está devidamente organizado para o fim de semana. Será definitivamente mágico. — Disse Nicolle entrando na minha sala acompanhada de Megan. — Ah, sem dúvidas será mágico. Tive até vontade de casar logo com Jake, mas combinamos nos casar apenas após sua pós-graduação. — Vocês acham que ela vai gostar? As duas se entreolharam e Nicolle falou. — Se ela vai gostar? Pelo amor de Deus John, ela vai amar. — Vai ficar extasiada, sem dúvidas. — Completou Megan. — Não é nada comparado ao meu casamento às pressas com Logan... acho que vou me separar dele para casarmos de novo. — Disse Nicolle pensativa. — Ele não deixaria você se divorciar. — Disse divertido, encarando-a. — Verdade... Você conhece meu marido. — Bem é isso, John. Está tudo pronto e Cris já escolheu o vestido. Ela está no quarto e chamou por você. — Disse Megan. — E eu vou ver como Deb está.

— Será que ela parou de puxar os cabelos de Dominic? — Questionou Nicolle, e as duas deixaram a sala. Levantei-me e caminhei a passos largos em direção ao nosso quarto. Se minha futura esposa estava chamando por mim, eu iria até ela de bom grado. Entrei no quarto e tranquei a porta atrás de mim. — Cris? — Chamei seu nome e vi que seu vestido, sandálias, calcinha e sutiã estavam no chão do quarto. Ela estava nua em algum lugar e fiquei excitado com a expectativa. A gravidez a deixou ainda mais insaciável, e eu estava aproveitando ao máximo esse momento. — John, estou aqui. — Ela gritou do banheiro. Fui tão rápido quanto um raio e a encontrei recostada em nossa grande banheira, coberta de espuma que a cobria seus seios. Ela estava com a cabeça recostada para trás e ver seu pescoço assim, tão exposto, me deixou louco para ir até ali e cobrir aquela pele sedosa com a minha boca. — Essa é, com certeza, a visão do paraíso. — Disse para ela, que abriu os olhos e sorriu preguiçosamente ao me encarar. — Vai melhorar muito mais quando meu futuro marido se juntar a mim para o banho. — Ela colocou as mãos em conchas sobre os seios e acariciou os mamilos rosados. Minhas bolas se contraíram de desejo com aquela cena erótica diante de mim. — Eu já estou indo, minha deusa do sexo. — Despi-me apressadamente, ansioso para me juntar a ela na banheira e lhe dar o tratamento que ela tanto merecia. Ao me despir, entrei na banheira e ela se colocou de joelhos a minha frente. Seu olhar ávido e faminto sobre minha ereção não durou muito tempo já que ela cobriu-a com sua boquinha faminta. Joguei a cabeça para trás e grunhi alto, pois ela engolia meu pau completamente, engasgando com ele. Aquilo estava me deixando maluco! Agarrei seus cabelos e fiquei admirando-a enquanto minha ereção desaparecia dentro de sua boquinha gostosa. Seus seios estavam descobertos de espuma, e com uma das mãos, passei a massagear seus mamilos rosados, beliscando-os, puxando para mim. — Porra, Cristiana... se você não parar vou gozar nessa boquinha

pecaminosa... — Ela me encarou e seus olhos brilharam ainda mais de desejo. Essa mulher seria a minha morte! Ela começou a massagear minhas bolas enquanto devorava-me com ainda mais força, e quando senti o orgasmo se aproximando, joguei a cabeça para trás e gritei seu nome, e ela passou a língua por toda a extensão dele me fazendo vibrar louco de desejo. — Delicioso. — Disse ela lambendo os lábios. Puxei-a pelos braços e mergulhei minha língua em sua boca, sentindo meu gosto nela. Saber que ela estava com meu gosto na boca me deixava ainda mais possessivo em relação ela. Ela era minha. Só minha. O animal selvagem dentro de mim gostaria que ela tivesse tido apenas a mim em sua cama... queria que todos os outros desaparecessem e que ela ficasse apenas comigo na cabeça. Eu sabia o quão insano esse pensamento era, mas não queria que ela tivesse lembranças de nenhum outro homem que não fosse eu. Passei a língua por toda a extensão de seus lábios carnudos, mordiscando e chupando seus lábios. Eu poderia ficar ali o dia inteiro, me perdendo em seus lábios, agarrado a seu corpo nu, com ela presa a mim. Quando ela gemeu em minha boca, foi o gatilho para minha ereção voltar com força total. Agarrei sua bunda redonda e perfeita e me esfreguei nela, que derreteu-se ainda mais em meus braços, e enfiei minha mão entre suas pernas, penetrando-a com dois dedos enquanto meu polegar circundava seu clitóris. Ela estava tão úmida, tão pronta para mim que quase enlouqueci. Desci meus lábios pelo seu pescoço alvo e a apoiei com cuidado na borda da banheira, dando atenção aos seus seios fartos e deliciosos. — Tão linda. — Ao mesmo tempo que seu seio esquerdo preenchia minha boca, eu continuava a estimular seu clitóris sensível com os dedos, e Cristiana gemia e contorcia-se em meus braços. Eu adorava admirá-la quando ela atingia o ápice e sabia que ela estava muito perto de um orgasmo. Dei atenção ao outro seio, circulando-o com a língua e chupando-o. — Mais forte John... mais forte... — Chupei-a com mais força e movi meus dedos com mais velocidade. — Ah isso... Oh! John! — Quando ela atingiu o ápice, arranhou minhas costas e eu mordisquei seu seio com vontade, apoiando para que não caísse; admirando seu rosto enquanto ela acalmava-se dos espasmos intensos.

— Tão doce, minha deusa. — Seu gosto era viciante demais. — Não sei se consigo ficar em pé... — Disse ela, amolecendo em meus braços. — Vou levar você para a cama... ainda não terminei contigo. — Ergui-a em meus braços e a coloquei sobre a cama. Não estava preocupado se estávamos molhando o quarto inteiro, focado apenas nela, nua e linda sobre a minha cama; a realização de todos os meus desejos. — John... — Shh... preciso dela na minha boca... — Disse passando dois dedos pela sua bocetinha depilada. — Gostei do que você fez aqui, mas também gosto dela toda peludinha, toda minha... sabe que sou um homem a moda antiga... mas agora preciso prová-la assim.... — Cristiana me encarava desejosa, sabia que ela queria que eu a chupasse tanto quanto eu queria provála, mas ainda assim parecia haver uma dúvida em seu olhar. — Que carinha é essa, minha deusa? — Estou apenas pensando na lua de mel... se fizermos tudo hoje, não terá nada para a noite de núpcias. — Disse, mordendo o lábio. — Ah, teremos muitas coisas para fazer na noite de núpcias. — Antes que ela pensasse mais ou protestasse, passei minha língua por toda a extensão de suas dobras macias. Ela se contorceu embaixo de mim e gemeu meu nome uma vez mais. — Deus Cris, como você é doce e macia! Nunca vou me cansar disso, você é minha vida e minha morte... pelo menos sei que se isso me matar um dia, vou morrer como o homem mais feliz do mundo. — Peguei seu clitóris entre meus lábios e o suguei de leve, e isso desencadeou outro orgasmo intenso. Ela gritou meu nome e agarrou-se ao meu cabelo, mantendo minha cabeça ali enquanto outro orgasmo se formava. Deliciei-me com seu gosto, e fiquei maluco com sua reação fogosa. Eu precisava manter essa mulher grávida sempre; se bem que acho que eu não sobreviveria muito tempo se ela fosse tão fogosa assim para sempre... um homem precisa de descanso. — Oh John... nunca foi tão bom... nunca foi tão intenso... eu preciso de você agora, dentro de mim. — Ela não precisou falar duas vezes mergulhei profundamente em seu interior, tomando seus lábios uma vez mais, e meu gosto

e o seu formaram um gosto ainda melhor. O nosso gosto. Ela apoiou uma perna em meu ombro e consegui ir ainda mais fundo dentro dela. Quase enlouqueci quando suas paredes me sugaram com ainda mais força no momento de seu ápice. Desci sua perna e apoiei meus braços ao lado da sua cabeça, encarando seus olhos claros com admiração e amor. — Eu te amo, Cristiana... sempre vou amar... — Disse, pois senti uma necessidade sobre-humana de falar essas palavras. Uma lágrima solitária escapou dos seus olhos e a sequei com os lábios. — Ei minha vida, por que você está chorando? — Porque amo você também John, e nunca fui tão feliz na minha vida. Oh John obrigado. — Ela me abraçou firmemente, pernas e braços enroscados ao meu redor quando atingi o ápice junto a ela. Foi intenso, profundo e arrebatador. Despertei horas mais tarde, com Cristiana enroscada em meus braços. Ela era tão linda dormindo! Descobri o motivo de ter despertado quando as batidas na porta ficaram insistentes. Vesti um roupão e fui até a porta sem querer acordar a Cris. — Sim? — Era Jacob na minha porta, e ele parecia nervoso, bem diferente do habitual. — Desculpa interromper pai, mas parece que Patrick Young está aqui. — Meu pai? — Nem sequer tinha visto que Cristiana tinha levantandose e estava vestindo um roupão ao meu lado. — Isso. Ele quer falar com você. — Disse Jacob, sem jeito. — Diga que ele espere. — Fechei a porta e encarei minha deusa. A poucas horas ela estava sorrindo e estávamos conversando sobre nomes para nossos bebês, e agora ela tinha uma expressão quase de pânico na face. — Meu amor, se você quiser eu mando esse homem embora agora mesmo, eu o expulso da fazenda e ele nunca mais vai colocar os seus pés aqui. — Não... eu vou falar com ele. Isso precisa ter um fim. — Disse ela com a voz tremula. Há um mês havíamos recebido várias ligações do pai de Cristiana, que

não quis atender. Isso a incomodou muito, e mudei o número do nosso telefone para evitar mais ligações dele; e agora ele estava ali. Faltavam dois dias para o nosso casamento e aquele imbecil estava ali. Eu queria protegê-la do mundo; não queria vê-la magoada outra vez; ainda mais estando grávida. Porra, o que esse cara queria agora? Ele me lembrava a mãe de Jacob, que abandonou nosso filho ainda criança, o que me fazia imaginar uma Cris muito mais nova chorando pelo pai, e a casa da árvore que nunca fora construída. — Você tem certeza disso? — Perguntei, e era óbvia a preocupação em meu rosto. — Sim, eu tenho. — Disse ela, determinada. — Tudo bem, estarei ao seu lado para o que der e vier. — Falei, abraçando-a. — Eu sei, e por isso o amo tanto. — Ela murmurou enroscada em mim. — Eu amo mais, eu te amo muito mais, minha Deusa. Se você pedir, vou chutar o traseiro daquele homem para fora das minhas terras; basta você pedir. — Ela afastou-se de mim e sorriu. — Vou falar com ele e ver o que ele quer... talvez ainda precise que você o chute para fora daqui, então fique de sobreaviso. — Eu sorri... gostava de ver que ela sentia-se mais leve em relação a isso. — Pode deixar; e não vamos esquecer de quem está aqui. — Disse arqueando a sobrancelha. — Nicolle? — Sim, Nicolle... — Verdade, ela pode jogar ele no chiqueiro. — Disse Cris, mordendo o lábio. — Sem dúvidas, é só você pedir. — Ela suspirou. — Vamos ver o que ele quer primeiro. Beijei seus lábios com doçura e a levei de volta ao chuveiro, para um banho mais demorado, apenas reverenciando seu corpo, acariciando seu ventre e nossos dois filhos que ali estavam instalados. Ajudei-a a se vestir

como se ela fosse um bebê pois sabia o quanto ela estava nervosa quanto ao encontro com seu pai, e só não queria demonstrar isso. Passamos na ala das crianças que Cris havia decorado e depois de um beijo em Sebastian, que brincava com um trenzinho no chão com Luke, e então ela foi enfrentar seu pai e eu fui com ela. Não deixaria minha mulher passar por isso sozinha nunca. Eu iria protegê-la. Até mesmo de seu pai.

CAPÍTULO 25 CRISTIANA BRANDÃO Ok, eu posso fazer isso. Eu posso. Eu consigo. Aquele foi meu mantra enquanto eu caminhava lentamente pelo corredor. Eu precisava encerrar isso... eu conseguiria falar com aquele homem sem fraquejar, sem chorar. Acariciei meu ventre, as duas vidas que ali cresciam me daria forças para seguir. Eu conseguiria por eles, pelos meus bebês eu iria manter a calma. Entrei na sala e John logo surgiu ao meu lado e sentou-se comigo diante daquele homem, que naquele momento era um estranho para mim. O homem que tinha me deixado a muitos anos atrás não se parecia em nada com esse homem triste, magro e derrotado que estava a minha frente. Se ele não tivesse causado tanta dor a mim e a minha mãe eu teria sentido pena dele agora, mas não conseguia sentir nada. — Cristiana minha filha, que bom que você veio me receber. — Disse ele levantando-se e dando um passo na minha direção. Ergui a mão na defensiva e pedi que ele sentasse. — Então o que o senhor deseja ao vir aqui? — Questionei. John pressionava minha mão para me dar apoio e me senti mais forte por ter ele ao meu lado. — Vim para lhe pedir perdão Cris, minha pequena. — Não! — Protestei quando ele me chamou da forma que chamava quando eu era criança. — Não me chame assim, eu não sou mais criança. — Minha voz saiu amargurada e engoli em seco, tentando manter a calma. — Desculpe. Sei que o que fiz foi errado. Sei que foi covardia fugir com Verônica, sei que foi errado deixar você e sua mãe para trás... só queria que você soubesse que sempre pensei em você e sempre a amei. Uma risada nervosa escapou dos meus lábios e ele me encarou.

— Desculpe rir, mas é que foi engraçado o que você disse... pensar em mim, me amar... foi realmente hilário. — Você não entende... eu não tive escolha, não podia visita-la. Verônica era muito ciumenta e nunca aceitou que eu tivesse uma filha do primeiro casamento. Não podia ir visitá-la... eu queria ter ido, mas ela não deixava. — Então o que você está fazendo aqui agora? Sua esposa deixou o capacho de marido vir me visitar? — A amargura era clara em minha voz. Eu não queria ser assim, queria ser uma pessoa feliz e deixar toda aquela merda para trás. — Verônica faleceu há um ano. Acho que Deus me castigou afinal, por ser o covarde que fui, perdi Verônica e nossos dois filhos em um acidente de automóvel. Estou totalmente sozinho agora, perdi tudo o que tinha... eu... — Ele baixou os olhos e um aperto em meu peito se instalou em mim. Senti pena dele, senti sua dor, me compadeci deste homem... era mais forte do que eu. Eu sempre fui uma pessoa boa demais, sempre perdoei fácil demais. Senti também uma tristeza profunda. Queria ter conhecido meus irmãos, queria que tudo fosse mais fácil na vida. Levantei-me e o encarei. — Eu perdoo você, Patrick... sei que você cometeu erros, afinal você é humano; mas não creio que o que aconteceu seja um castigo de Deus, mas sim o que era para ter acontecido. Enfim, eu o perdoo; mas quanto a você ser solitário, acho que você merece isso. Quando minha mãe faleceu, eu fiquei completamente sozinha, tendo apenas Sebastian, então acho que você vai sobreviver a isso. — Mas você disse que me perdoou... — O fato de eu ter perdoado você não significa que quero você por perto; não é assim que as coisas funcionam, você agora é um estranho para mim e quem sabe um dia possa querer você por perto, mas agora não acho que você mereça. — Ele assentiu e engoliu em seco. — Tudo bem, serei paciente. Acho que você está certa... mas será que posso conhecer meu neto? — Sim, nunca privaria Sebastian de conhecer o avô... mas peço que você vá embora antes do final de semana, temos planos, e você não está

incluído neles. — O seu casamento? — Sim, meu casamento... você não está convidado para ele. — Entendo, acho que mereço isso. — Sem dúvidas. — Disse dura. — Quem levará você ao altar? — Acho que encerramos por aqui. Pode ir ver Sebastian; ele está com as crianças. Depois, peço que vá embora. — Eu sinto muito por ter lhe causado tanta dor. — Disse ele antes de sair da sala. — Você foi surpreendente, está tudo bem meu amor? — Me joguei nos braços de John, voltando poderia voltar a respirar normalmente. — Eu estou bem, um pouco melancólica, mas isso vai passar. Estou ansiosa para me tornar sua esposa e nada vai estragar nosso casamento, nada! — Eu sempre estarei aqui para você, meu amor, entendo perfeitamente o fato de você não querê-lo por perto. — John segurou meu rosto com as duas mãos e seu olhar parece ter colocado meu mundo nos eixos novamente, fazendo com que me sentisse segura, amada e protegida. — Obrigado por ter surgido em minha vida John Lennox, e por me fazer acreditar no amor uma vez mais. — Sou eu quem agradeço por você ter surgido na minha vida, minha Deusa. Minha vida era sem graça sem você... a luz do sol não era tão quente, a comida era sem gosto e as flores não tinham cheiro... mas quando você surgiu na minha vida, a luz do sol me aqueceu, a comida ficou divinamente mais apetitosa e apimentada, e as flores perfumadas... — Ele encostou sua testa na minha e disse por fim — Porém essas três coisas não são nada comparadas a você. Você é a luz que me aquece, a pimenta que torna minha vida mais deliciosa e seu cheiro doce é o nirvana. Eu estou no paraíso graças a você, meu amor. Como não se apaixonar por esse homem maravilhoso? Como não

perder-se em meio a essas palavras doces? John Lennox era um homem em um milhão, não haveria mais um como ele... Ele sabia dizer as coisas certas na hora certa, fazia com que me sentisse especial, amada e desejada; coisas que todas as mulheres deveriam sentir... Naquele momento eu soube que tudo daria certo dali para a frente.

CAPÍTULO 26 JOHN LENNOX Chegou o grande dia e eu estava simplesmente uma pilha de nervos. Já estava com o meu smoking, e por mais que eu detestasse usar aquela coisa, queria que tudo fosse perfeito para Cristiana. Ela tinha perdido muito na vida e merecia o mundo agora. — Ei pai, acalme-se... a noiva não vai fugir. — Disse Jacob sorrindo ao entrar no quarto. — Quero ver quando for a sua vez de se casar, daí eu estarei rindo as suas custas também. — Você não vai rir de mim, você é o meu pai. — Revirei os olhos. — Já está na hora de irmos? — Sim por isso vim chamá-lo. Megan e eu vamos entrar e Nicolle e Logan também. — A Cristiana recebeu os presentes? — Sim papai, entregamos tudo a ela há 30 minutos. — Que bom que ela não fugiu. — Eu sabia que você estava aflito, só não sei porquê. — Disse ele, confuso. — Quando conheci Cristiana ela tinha aversão a casamento, disse que é uma instituição fracassada e que nada a faria se casar; então você deve entender o meu medo de que ela fugisse, afinal ela já fugiu uma vez... — Ela está grávida. De gêmeos... Devo dizer que essa água da fazenda afetou você e o Logan, porque gêmeos! Minha nossa. — Não posso fazer nada se ainda sou potente como um touro. — Sorri orgulhoso para ele.

— Já chega de você e o Logan com esse papo. Não quero ficar com essa imagem na cabeça. Você já é avô! — Cale a boca, Jacob. Vamos para o altar antes que minha noiva mude de ideia. — Ela está gravida! De gêmeos! — repetiu ele. — Isso não a impediria de fugir se ela quisesse. — Retruquei, ainda nervoso.

CRISTIANA Meu reflexo diante do espelho era magnifico, e nem mesmo parecia eu ali. O vestido não era comprido, parando na altura dos joelhos e deixava os ombros de fora, tinha flores bordadas no decote. Nos pés, resolvi calçar botas para combinar com o casamento no campo. Eu estava ansiosa e nervosa quando Nicolle entrou no quarto. — Nossa Cris! Uau! Você está magnifica! O John vai ter um infarto hoje. — Ela veio por trás de mim e me alcançou uma caixinha. — Esse é um presente de John... ele disse que você precisaria de algo velho. Peguei a caixinha de suas mãos e lá estava uma antiga pulseira de pérolas, um pouco desgastada pelo tempo mas era linda. — É linda. — Sim, era a pulseira da mãe dele. Ele disse que ela dava para ele brincar quando ele tinha dois anos de idade e não conseguia se distrair com nada, e deixou esse bilhete também, disse que como um bom romântico, tinha de recitar Shakespeare para você. Nicolle me ajudou a colocar a pulseira e peguei o pequeno bilhete quando ela deixou o quarto. “Se te comparo a um dia de verão És por certo mais belo e mais ameno

O vento espalha as folhas pelo chão 9 E o tempo do verão é bem pequeno .” Logan entrou em seguida. — Olá Cristiana, quando Nicolle me disse que perderíamos nossa baba para meu tio nunca levei a sério, mas fico feliz por minha esposa sempre estar certa. Podemos ter perdido nossa melhor babá, mas ganhei uma tia e primos que estão a caminho. Seja bem-vinda a família. — Logan me entregou uma caixinha e um bilhete. — Não sou muito bom com as palavras mas isso é emprestado para você usar hoje, ele era da minha mãe Rebecca, e trouxe especialmente para você a pedido de John, isso é sua coisa emprestada. Era um lindo broche de diamantes, prendi ele ao meu vestido enquanto Logan deixava o quarto. No bilhete de John continuava o verso de Shakespeare “Ás vezes brilha o Sol em demasia Outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, Na terna mutação da natureza.” Megan, com um brilho no olhar, entrou no quarto agora e também trazia uma caixinha consigo, que me entregou, abraçando-me no processo. — Estou muito, mas muito feliz por vocês, Cris. Sempre imaginei se John um dia voltaria a ser feliz. No tempo que fiquei aqui com Jacob, sempre o observei e via o quão solitário e triste ele era. Obrigado por ser essa sogra maravilhosa, e sim, eu considero você minha sogra e eis sua coisa nova. Ela segurava uma liga ela prendeu a minha meia e a minha cinta por baixo do vestido. Eu estava tão emocionada que nem me importei por ela estar colocando algo que era tão íntimo em mim. — Eu te entrego isso também é claro... quem diria que John era tão romântico.

Ela deixou-me com o bilhete e saiu. “Mas em ti o verão será eterno, E a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno” Quando imaginei que já poderia sair Jacob Lennox entra no quarto com Sebastian nos braços. — Hey, aqui está sua coisinha azul. — Disse Jacob colocando Sebastian no meu colo. Havíamos combinado que ele me acompanharia até o altar. Quem seria mais digno que meu filho para me levar até John? — Trouxe a você esse bilhete de meu pai. Antes, gostaria de agradecer a você... nunca vi homem mais feliz no mundo. Fico feliz que você e Sebastian tenham entrado na família. Obrigado por tudo. — Com os olhos marejados, recebi o abraço de Jacob. Li o bilhete de John, agora os versos escritos por ele próprio.

“Não sou um poeta, mas a amo verdadeiramente. Prometo-te minha amada meu coração, meu corpo e minha alma. Obrigado por fazer desse pobre mortal o mais feliz dos homens. Sempre teu. John Lennox” Esse era, sem dúvidas, muito melhor que qualquer soneto de Shakespeare... eram feitos por John e isso por si só já os tornavam muito especiais. Sabia que dentro de alguns minutos iria casar-me com John. Fui até a rua com Sebastian nos braços. Meu momento. Nosso momento. Inesquecível seria tal momento. Beatriz estava ali para me ajudar com Sebastian, e caminhamos em direção de onde seria a cerimonia.

— PARE AI AGORA! — Uma voz estridente foi ouvida. Olhei para o lado e vi Adele caminhando a passos largos em minha direção. — Não vou permitir esse casamento! John me ama! Ele tem que me amar, e não a você, uma babá sem eira nem beira. — Cris, você está bem? — Questionou Beatriz. — Eu estou ótima. Leve Sebastian... Não se pode tornar-se uma Lennox sem a iniciação, não é mesmo? Beatriz me olhou confusa, e estava claro que ela não estava entendendo nada. Se Nicolle estivesse ali, certamente teria entendido. — Isso, leve esse moleque nojento daqui! Não o quero por perto quando acabar com a festinha da vagabunda da sua mãe. Ela ultrapassou um limite ao falar do meu filho, e outro ao me ofender. — Repete o que você disse. — Você está surda? Não vou repetir nada. Você não vai casar com John eu não vou deixar. — Você não vai deixar? — Não vou! Nem que para isso tenha que bater em você. Uma gargalhada saiu do fundo da minha garganta. — Você vai ser minha iniciação, querida. —Peguei-a pelo braço, que mais parecia um dedo, e confesso que fiquei com medo de quebra-la ao meio. — Você nunca mais vai chegar perto de mim, ou do meu homem, e menos ainda do meu filho. — Joguei-a firmemente no chiqueiro dos porcos, ela começou a gritar e a se remexer. Tal ato foi o suficiente para deixar os suínos agitados e eles começaram a correr assustados. Ela tentou se erguer, mas foi derrubada uma vez mais, caindo diretamente de casa na lama. Escutei aplausos atrás de mim. Nicolle dava pulos e parecia orgulhosa e John tinha um brilho orgulhoso no olhar. Bati as mãos e virei as costas. John acabou, no fim, me guiando para o altar e para Sebastian, que não parava de sorrir. A cerimônia estava simplesmente maravilhosa, com tendas e rosas brancas espalhadas por todos

os lugares, algo mágico. Dissemos nossos votos e finalmente me tornei a senhora Lennox. Não foi tão assustador como eu pensei que seria. Estava feliz e completa, e os hormônios estavam ansiosos pela noite de núpcias.

CAPÍTULO 27 CRISTIANA LENNOX Estava admirando a vista da janela do hotel. John fez questão de me levar até Nova Iorque para passar a nossa noite de núpcias, dizendo eu merecia ser tratada como uma rainha, e sem dúvidas, aquele quarto de hotel fora feito para uma rainha. De lá eu tinha a vista perfeita de toda Manhattan. Era deslumbrante, e sem dúvidas, se tornaria uma noite inesquecível. — Finalmente você é minha oficialmente. — Disse John vindo por trás de mim e estendendo-me uma taça de cristal com espumante sem álcool. — Vamos fazer um brinde a isso minha deusa, por finalmente eu ter convencido essa sua cabecinha linda de que nós pertencemos um ao outro. Virei-me para ele sorrindo, nossos dedos se tocaram quando peguei a taça de sua mão. Ele estava ainda mais lindo do que antes da cerimônia... seus cabelos estavam bagunçados e a camisa branca estava aberta, dando um vislumbre de seu peitoral forte e bronzeado. Suguei o ar com força antes de bater minha taça na sua, e o fogo já me consumia por dentro. Sabia que não se tratava apenas dos hormônios... era John. John Lennox empapava as calcinhas das mulheres por onde quer que passasse. — Por que você está me olhando assim? — Perguntou ele, guiando-me até o sofá de frente para as grandes janelas com vista para o Empire State. — Estava pensado em como sou uma mulher sortuda em ter você só para mim. Não é egoísmo com as outras mulheres? — Ele riu e balançou a cabeça. — Mesmo se for, não me importo em ser egoísta, senhor John Lennox, pois agora você é todinho meu e só meu... não costumo compartilhar. Ele me encarou por um momento, seu olhar escureceu e um brilho diabólico surgiu ali. — Nem eu. Não compartilho, e o fato de você ser assim tão possessiva quanto a mim me deixa louco de tesão por você... — Ele passou a mão na minha coxa, e seus dedos subiram por meu vestido de noiva, que ele fez questão que eu usasse na viagem de jatinho até ali... como ele mesmo disse,

ele queria me despir só ele. — Será que sua calcinha está molhadinha para mim? — Perguntou ao passar a língua em meu pescoço, causando arrepios por todo o meu corpo. — John, ela fica molhada só com o seu olhar... — Disse a ele em um sussurro rouco. — Gostei de saber disso. — Com a ponta dos dedos, ele acariciou a frente da minha calcinha, que já estava completamente úmida. — Gostei de saber que você fica molhadinha só com o meu olhar... — Sussurrou ele em meu ouvido, e sua voz firme e rouca me deixou em chamas. — E sua voz também... me faz pegar fogo John... — Ele sorriu antes de tomar meus lábios nos seus. Sua língua reverenciava minha boca como se fosse a primeira vez, e ele percorreu cada recanto dos meus lábios, beijandoos, lambendo-os e mordendo-os como se não houvesse amanhã. Acho que ficamos como um casal adolescente naquele sofá entre amassos e beijos por horas, onde John sussurrava em meu ouvido juras de amor, promessas de uma vida... ou como ele me achava a mais linda das mulheres, a mais perfeita. Naquele momento eu me sentia exatamente assim, éramos perfeitos um para o outro. Fiquei tão excitada que quando John puxou firmemente minha calcinha branca de renda pelas minhas pernas, minha excitação passou a escorrer pelas minhas coxas. — Minha Afrodite! — Disse John antes de afundar sua língua por sobre as minhas dobras. Ele explorou-me com a língua e lábios de uma forma sem igual, com as luzes de Nova Iorque como testemunhas daquele ato... sequer pensei que alguém poderia estar nos vendo do prédio vizinho. Eu não me importava, nada importava para mim a não ser aquele momento e aquele homem ajoelhado diante de mim, me adorando e me reverenciando com seus lábios, seu olhar ávido, e suas mãos que apertavam minhas coxas com força a ponto de doer. Estava tão faminta por ele que me agarrei em seus cabelos enquanto ele me explorava mais e mais, causando-me vários orgasmos simultâneos apenas com sua deliciosa e pecaminosa boca. Ah, aquele homem sabia usar a boca... não era apressado nem lento. John Lennox era, sem dúvidas, o melhor com a boca e língua; e todo o resto do corpo também é claro.

Perdi as contas de quantas vezes gritei seu nome e fiquei com as pernas enfraquecidas e o corpo exausto de tantos orgasmos. — Vamos. Vou colocar você na cama... já me banqueteei dela essa noite. Agora vou me perder dentro de você até que fique tão exausta que vai dormir dias... — Ele me ergueu do sofá e me levou até a cama. Fiquei grata por isso, pois sabia que não iria conseguir controlar as minhas pernas depois de tanto atingir o ápice, porém antes que eu pudesse me dar conta, adormeci profundamente.

JOHN LENNOX Ela era tão linda de manhã... Na noite passada quando ela adormeceu, não me importei. Sabia o quão cansada ela estava e não queria que ela se sentisse mal, afinal, além de tudo haviam os bebês que cresciam dentro dela. Então, quando ela adormeceu, tão linda quanto um anjo, a despi de seu vestido de noiva e a vesti com uma das minhas camisas. Eu estava excitado ao extremo, mas estava saciado. O fato de faze-la gozar tantas vezes que perdi a conta me deixou satisfeito. Eu havia satisfazendo minha mulher em nossa noite de núpcias e era isso o que importava para mim. — John? — Ela abriu os olhos e corou, provavelmente ao perceber que eu a estava admirando fazia alguns minutos. — Sim, esposa? — Acariciei sua barriga. Meus filhos. Meu orgulho. Minha esposa. Meu amor. — Já é de manhã? — Perguntou ela, tentando sentar-se. — Sim minha linda, já amanheceu. — Ela colocou as duas mãos no rosto envergonhada. — Oh meu Deus! Eu dormi na nossa noite de núpcias! Que péssima esposa eu sou... John eu sinto muito eu... — Shh... Cris, olhe para mim. — Tirei as mãos de seus olhos e ela me encarava envergonhada. Seus cabelos castanhos claros caiam em cascatas sobre seus ombros. Tão linda de manhã. Que homem de sorte eu sou.

— Está tudo bem, minha linda... estávamos exaustos ontem, foi um longo dia e você está grávida... temos a vida toda pela frente... — Mas como você ficou? Você estava bem animado ontem. — Disse ela olhando para o meio das minhas pernas. — Sim eu estava excitado, mas beber de você foi o suficiente para me saciar... você estava tão doce e quente ontem. Tão linda. — Afastei uma mecha do seu cabelo para trás de sua orelha. — Tudo bem, você me convenceu... prometo compensar você hoje. — Só hoje? — Perguntei, sorrindo torto. — Todos os dias da minha vida, está bom? — Com toda a certeza. Venha... estou acordado a um tempinho, e ia te acordar... nosso café da manhã chegou. — Puxei-a para o meu abraço e a guiei até a mesa do café da manhã. Nossos estômagos roncaram ao chegarmos a mesa e tratei de alimentar minha bela esposa e nossos filhos. Passamos o dia passeando por Nova Iorque, pois teríamos que voltar no dia seguinte para o Texas, afinal, sentíamos falta de Sebastian. Aquele menino tão doce conquistou-me, assim como sua mãe, e estava ansioso para ensiná-lo a montar nos cavalos da fazenda e para levá-lo para acampar no verão, como eu fazia com Jacob. Voltamos para o quarto cheios de lembrancinhas de Nova Iorque. Parecíamos dois turistas... é claro, Cris era, pois eu na verdade já havia ido uma ou duas vezes lá. Estávamos abarrotados de miniaturas do Empire State e da Estátua da Liberdade, que ela fazia questão de presentear a todos. Tomamos um longo banho juntos e resolvemos jantar no quarto, já que já havíamos almoçado em um belo restaurante italiano naquele dia. — Acho que agora devo compensar meu marido pela noite de ontem... — Disse ela, ajoelhando-se diante de mim e abrindo as minhas calças. — Por mais que ame essa sua boquinha me engolindo. — Ergui-a nos braços — Quero me afundar em você e consumar nosso casamento. — Mas ele já está mais do que consumado, os gêmeos provam isso.

— Quero fazê-la minha esposa oficialmente senhora Lennox. — Puxei sua blusa e despi sua calça. Cristiana logo arrancou os sutiã e a calcinha ficando nua diante de mim. Agarrei seus seios firmemente em minhas mãos e me perdi neles, sugando-os faminto. Não podia me conter mais, precisava entrar nela e o fiz. Ela já estava completamente molhada, pronta para mim. Parei de me mexer dentro dela a encarando profundamente. — O que foi? — Perguntou ela, abraçada a mim, sem fôlego. — Fiz um poema para você, minha deusa... — Um poema? Para mim? — Sim... quer ouvir? — Claro.

Amor louco, arrebatador, tomou conta. Sem tempo de pensar, aliás o que é pensar quando se está perto de você? Meu amor, doce e linda flor, das mais belas e cheirosas. Você me cativou, dominou todo o meu ser. Não entendo como, muito menos o porquê Para mim o que importa é te ter presente. Aqui. Assim. Linda, esculpida só para mim, Suas ondas. Seu calor. Todo o seu amor. Consumiu, derreteu, me fez jovem novamente. Sou todo seu minha Cris. 10

Somente seu de corpo, alma e coração .

Quando terminei de recitar o poema, Cristiana tinha lágrimas nos olhos e suas mãos acariciaram o meu rosto antes de puxar-me para um beijo. — Eu amo você John Lennox... você é o homem da minha vida e eu serei sua para todo o sempre. Uma lágrima solitária também escapou de meus olhos quando a encarei novamente. Havia tanto amor ali, tanta entrega e confiança. Cristiana era minha e eu era dela. Nosso amor seria lembrado para sempre.

CAPÍTULO 28 JOHN LENNOX De volta no Texas nossas vidas voltaram a rotina, uma rotina maravilhosa por sinal. Foi num dia frio que o advogado retornou a fazenda, entregando a mim e a Cristiana as cópias do maldito acordo pré-nupcial. Ela havia insistido em assina-lo ou não haveria casamento, então fui forçado a fazer aquele documento estúpido. — John meu amor, não fique assim tão carrancudo. — Falou ela, sentando-se no meu colo. — Esse papel é a coisa mais estúpida que já fiz. O que é meu é seu Cristiana, eu sei que você não é uma interesseira... eu conheço você, meu amor. — Disse mergulhando o nariz em seus cabelos que cheiravam a pêssego. — Eu me sinto melhor assim.... por favor, não vamos ter nossa primeira briga uma semana depois da lua de mel não é? — Claro que não. — Cedi por hora. Ela colocou as duas cópias em uma pasta e jogou em cima da mesa. — Então, você acha que sabe tudo sobre mim uhn? — É claro que eu sei... — Qual a minha cor favorita? — Perguntou sorrindo. — Azul. — Respondi sem pensar. — E o que te faz crer que eu goste da cor azul? Nunca mencionei minha cor favorita. — Você vive usando roupas azuis, então deduzi. — Esperto você e muito observador. — Observar você é um dos meus passatempos favoritos. — Ah é mesmo... e qual são os outros?

— Amar você... com força, lentamente, ou um pouco dos dois. — Ela plantou um beijinho em meus lábios. — Mas sério John... me conte seus passatempos e nada que envolva a mim... quero saber tudo de você. — Ela me encarou empolgada como uma criança a espera do presente de natal. — Certo; eu amo cavalgar, tocar piano, ler, domar os cavalos mais ariscos e caminhar pela fazenda. — Wow, um homem extraordinário com gostos simples... gostei. — Não preciso de muito para ser feliz. Basta você, nossos filhos, nossa grande família, a vida no campo e um bom café. — Ela sorriu. — Ah sim, verdade... impossível viver feliz sem o café. — E o sexo com você... sem dúvidas eu abriria mão do café para ficar mergulhado em você. — Ela se remexeu no meu colo, pois minha excitação estava evidente. — Minha mulher, toda minha... só minha. — Disse beijando forte o seu pescoço; e com uma, mão ela se afastou ofegante. — O que me lembra uma coisa John Lennox. — Disse fazendo bico. — O que exatamente minha Deusa? — Que não sou toda sua... ainda. — Como assim? — Questionei incomodado. Mas que diabos ela estava pensando? — Bem, tem partes do meu corpo que você ainda não tomou para você... — Disse ela esfregando as unhas no meu peito. — Sou virgem ainda...lá. Você me prometeu na lua de mel, mas só me deixou na vontade. Oh! Ela estava falando sobre eu me fartar na sua bundinha linda. Aquilo me deixou ainda mais excitado. — Pensei que talvez pudesse ser desconfortável para você... afinal, você está grávida. — Falei, com minha voz rouca de desejo. — Eu quero tudo de você John — Ela remexeu-se no meu colo, rebolando aquela bundinha deliciosa — Eu quero você dentro de mim, em

todos os lugares... me devore, John... completamente. — Deus! Aquelas palavras sacanas só me deixaram ainda mais duro. — Corra para o quarto, doce Cris... eu estou indo pegar o que me pertence... — Ela levantou-se num salto e saiu correndo para o quarto. Levantei-me da poltrona tão excitado que temi que o zíper de minha calça iria arrebentar a qualquer momento. Peguei a pasta com o acordo prénupcial e joguei os documentos na lareira. Se ela queria ser toda minha, seria nos meus termos. Foda-se acordo pré-nupcial, eu iria cuidar da minha família.

CRISTIANA LENNOX Corri para o quarto o mais rápido que pude. Eu estava muito excitada, e por sorte, estávamos sós naquela tarde. Sebastian havia ido passear com Jacob; Megan e Deborah, que vieram nos visitar. Quando comecei a me despir, John entrou no quarto e escutei o clique da porta sendo trancada. — Minha doce e deliciosa Cris, vou devorar cada pedacinho de você... será que você aguenta? — Seu hálito quente em meu pescoço e sua voz rouca e forte fariam com que eu aceitasse qualquer coisa que ele me oferecesse. — Venha e tome o que é seu, meu marido. — Nossas bocas se chocaram e nossas línguas começaram a dançar lenta e eroticamente. Nossas mãos avidas começaram a arrancar peça por peça de roupa um do outro. Peças de roupas foram lançadas ao chão, e logo John já estava com seus lábios e língua trabalhando em meus mamilos necessitados de atenção. Quando ele deitou-me na cama e passou a percorrer com a língua as dobras cremosas entre minhas pernas, e perdi a noção de tudo, deixando os orgasmos me atingirem um a um até que estivesse exausta demais para gritar. John logo me empalou firme, preenchendo-me em todos os cantos; e sua mão foi até o meu traseiro, e ele mergulhou dois dedos úmidos lá, me alargando para o que viria a seguir, e senti algo gelado em dedos e só então notei um tubo de lubrificante ao pé da cama. Gritei e me contorci quando atingi o ápice uma vez mais com ele todinho dentro de mim, e então, colocando minhas pernas sobre seus ombros, ele

agarrou seu membro e forçou minha entrada apertada. Tentei relaxar conforme ele pedia e então ele entrou com tudo dentro de mim. O ardor e a dor inicial logo foram substituídas por um prazer indescritível. Ao mesmo tempo que John arremetia em meu ânus, ele estimulava meu clitóris; o que me levou a mais um orgasmo. Seu cabelo pingava suor e quando belisquei meus mamilos provocando-o, John gritou meu nome e jorrou sua semente dentro de mim. Acalmando nossas respirações John foi até o banheiro e pegou uma toalha úmida, limpou-me deitando-se em seguida, agarrado a mim. — Isso foi indescritível minha Deusa, meu amor... — Falou ele pousando seus lábios sobre a minha testa. — Obrigado por aparecer em minha vida e me salvar da solidão. — Eu que agradeço por você ter me salvo da solidão, John; e por ser tão persistente. — Quando um Lennox quer muito... — Quando um Lennox quer muito uma coisa, ele nunca desiste. — Disse interrompendo-o. — Eu sei, já ouvi essa frase e que bom que ela é verdadeira. — Eu amo você Cristiana. — E eu amo você John.

a

JOHN LENNOX Acompanhar a gravidez de Cristiana foi, sem dúvidas, mágico. Pude acompanhá-la em cada consulta, escutar os batimentos cardíacos de nossos bebês, sentir seus chutes, massagear os pés de minha esposa e atender a todos os seus desejos. Ela diversas vezes havia reclamado de tanto zelo e mimo, mas não me importei. Iria mimá-la sempre, e ela estava carregando nossas filhas, o que sem dúvidas não deveria ser algo fácil para as mulheres. Eram momentos lindos que havia perdido quando Wilma estava grávida de Jacob, pois nunca pude sentir meu filho... ela nunca me permitiu aproximar-se dela

durante a gestação e nem acompanha-la nas consultas. Naquela época eu era muito jovem e pensei que fosse algo que as mulheres gostariam de passar sozinhas, mas Cristiana me garantiu que não havia nada melhor do que ser acompanhada pelo homem que ama a cada consulta médica, e sendo assim, cancelava todos os meus compromissos em cada dia de consulta. Por sorte, Jacob havia mandado Bart e sua família para ajudar na fazenda e assim eu podia ficar ausente sempre que quisesse. Nossos momentos de plena paz logo foram interrompidos, pois ao que parecia, Valentina era a única que estava recebendo os nutrientes necessários. Enquanto nossa Valentina pesava quase três quilos, nossa Victória não pesava nem um quilo. Cristiana teve de ser internada e monitorada, e eu me ausentei de tudo na fazenda, e por sorte Bart era um homem responsável e confiável e me informava de tudo por telefone. Fiquei lado a lado com minha esposa enquanto ela tomava injeções para fortalecer os pulmões das nossas meninas e aguardávamos para ver se Victória ganharia mais peso. Como não tivemos resultados, foi preciso fazer uma cirurgia cesariana de emergência para tentar salvar nossa pequena guerreira aqui fora. Aquelas foram, sem dúvidas, as horas mais longas da minha vida. Entrei na sala de parto tremendo, mais nervoso do que nunca, pois o medo de perder uma das três era tão grande como se pudesse ser visto, como se fosse palpável. Depois que escutei o choro alto de Valentina meu coração preencheu-se com ainda mais de amor... Cristiana apertava a minha mão e lágrimas escorriam soltas por sua face, e limpei as lágrimas com a ponta dos dedos, sem nem me dar conta de que também estava chorando. Após a enfermeira levar Valentina para seu primeiro banho houve um silêncio assustador na sala de parto, e então depois de alguns minutos que me pareceram durar anos, ouviu-se um choro fraco, mas que era nossa esperança. Nossa Victória era tão pequenina que mais parecia uma bonequinha, e só então notei que estava prendendo a respiração tamanho nervosismo. Ela logo foi colocada na incubadora e levada às pressas para a UTI. Lembro-me que o primeiro mês foi o pior, as análises médicas não eram nada promissoras e enquanto víamos nossa Valentina mamar com fúria nos seios da mãe, Victória era alimentada através de uma sonda. Quando tive

finalmente a autorização de pega-la em meus braços, senti uma emoção indescritível, e tive certeza de que ela venceria essa batalha e que a vitória seria nossa, pois eu não iria permitir que ninguém a tirasse de mim. Depois de todo o apoio da família e de passar mais um mês no hospital entre a UTI e a capela, Victória venceu e finalmente respirava sozinha e era alimentada pela mamadeira. A primeira coisa que fiz foi ligar para Cristiana, pois eu a havia mandado ir para a casa para descansar um pouco. Nossa felicidade estava completa, nossa filha iria para a casa. Nossa guerreira. Nossa menina especial. Os dias que se seguiram entre a saída da UTI e a alta hospitalar foram de pura felicidade, e tudo parecia fluir com tranquilidade para que nossa Victória fosse recebida em casa. — Você é uma menina muito, mas muito especial Victória, e eu tenho muito orgulho de ser seu pai. Minha guerreira, eu te amo. — Disse a ela assim que entramos em seu quartinho na fazenda. Ela já pesava quase três quilos, e com ela nos braços, soube que seria muito coruja com essas meninas. Coloquei-a no berço ao lado Valentina, que dormia tranquilamente. Elas eram idênticas, a única coisa que as diferenciavam era que Valentina era muito maior que sua irmã, mas tinha certeza que isso logo mudaria. — Seja bem vinda ao seu lar, minha linda Victória. Era seu primeiro dia no seu lar. Era o começo de uma vida abençoada. Graças a Deus e a Nossa Senhora de Guadalupe. A esposa de Bart, Angelita havia feito uma promessa para Nossa Senhora, e como nossa linda Victória venceu essa luta, ajudei-a a cumprir com sua promessa de construir uma capela na cidade em homenagem a santa. Eu seria grato a ela para o resto da minha vida.

EPÍLOGO CRISTIANA LENNOX 1 ano depois... Era o feriado de ação de graças e toda a família estaria ali. Tínhamos muito o que agradecer nesse ano em especial, em que eu e John vivemos tantos dramas. Eu estava no quarto admirando minhas filhas que dormiam calmamente no berço. Valentina era cinco minutos mais velha, e era maior que sua irmã. O parto fora difícil e tivemos de fazer uma cesárea de emergência pois todos os nutrientes de meu corpo estavam indo para Valentina, que estava se desenvolvendo muito bem; porém sua irmã não. Acariciei o rostinho de Victória, minha linda guerreira, que nasceu com apenas um quilo e precisou ficar dois meses na UTI. Houveram momento em pensamos que ela não sobreviveria, mas depois de meses angustiados e orando muito a Deus, nossa pequena salvou-se e era agora uma menina especial e saudável. Victoria passou por uma operação, pois seu coraçãozinho era muito frágil. Sabíamos que com ela teríamos que ter muita paciência, e que tudo seria mais lento e demorado do que com as outras crianças. Ela aprenderia com mais dificuldade, poderia andar mais tarde, enfrentar dificuldades na escola e teria que ser monitorada sempre, já que poderia ter problemas graves no coração; por isso seu nome fora devidamente escolhido. Ela tinha vencido a batalha! Ela era a nossa vitória e no dia de ação de graças tínhamos muito o que agradecer. Na verdade, agradecíamos diariamente por tudo que nos foi dado por Deus. A casa estava agitada e lotada, e confesso que adorei tudo aquilo. Ao passar pelo corredor vi Alejandro, o filho de nosso novo capataz com Deborah em seus braços, que sorria alegremente para ele e lhe pedia para levá-la para passear ainda mais. Sorri para ele e segui meu caminho até o outro quarto, onde Sebastian, Dominic e Luke brincavam de carrinho no centro de um grande tapete. Acenei para Beatriz que tomava conta deles e segui. Na biblioteca Logan estava com Lizzie nos braços e levava as mãozinhas dela até

as teclas do piano, e ela sorria a cada som que se escutava. Passei pela varanda e vi John e Jacob conversando amigavelmente, e ao passar para a cozinha o cheiro de deliciosas guloseimas invadiu minhas narinas. Megan, Angelita e Nicolle cozinhavam e deixavam nossa cozinheira apavorada, e resolvi me juntar a elas. Juntas, preparamos todo o menu de Ação de Graças conversamos e bebendo, o que era ainda mais divertido. Naquele momento pensei em meu pai, que deveria estar só naquele dia tão bonito. Ele não tinha ninguém e resolvi que estava na hora de chama-lo para a minha vida. Eu tinha recebido tantas bênçãos ultimamente. Meu bebê, que os médicos alegaram ter apenas 5% de chances de salvar, recuperou-se; Adele casou-se com um fazendeiro de 90 anos e nos deixou em paz finalmente; Odete nunca mais apareceu e soube que ela monopolizava seus outros netos e deixava a viúva de Greg maluca. Sabia que um dia teria de contar a verdade a Sebastian, e quem sabe um dia ele procuraria seus irmãos, se fosse de seu desejo; mas essa era a história dele, eu contaria quando ele tivesse idade suficiente e deixaria que ele decidisse por si mesmo o que faria a seguir. Fui até a varanda conversar com John sobre meu pai, pois gostaria da sua presença ali. Naquele dia não seria possível, mas quem sabe no próximo ano ou no natal. Ao chegar na varanda ele virou-se em minha direção, e estava lindo como nunca. Agora, aos 50 anos de idade, John Lennox parecia ainda mais poderoso e imponente. Alguns fios grisalhos despontavam em seu cabelo, mas só para torna-lo ainda mais sedutor e bonito. — Oi minha linda, estou aqui fora para tomar um pouco de ar, está uma loucura lá dentro. — Está sim, mas é maravilhoso ter todos reunidos aqui. — É sim. Estou convencendo Jacob a voltar para cá... ele disse que falaria com Megan e que viria apenas após a pós-graduação. Não o culpo, ele precisa mesmo disso. — Eles virão, tenho certeza. Você sabe o drama que é sempre que eles

vão embora, não é mesmo? — Ah sim. — Ele sorriu pensativo. — Minha pequena Pocahontas não gosta de ficar longe da fazenda e dos cavalos. — E de Alejandro. — Ah sim, ela gosta muito daquele menino... deve sentir falta de um irmão para apegar-se tanto assim a ele. Suspirei. A fascinação de Deborah por Alejandro era tanta que sempre que eles iam embora ela chorava até perder o fôlego, então Megan e Jacob vinham sempre que podiam. — Bem, na verdade, eu vim aqui falar com você sobre meu pai. — Seu pai? — Sim, gostaria de me reaproximar dele. Não consigo ser uma pessoa rancorosa e só de saber que ele está lá sozinho nesse feriado me deixa muito triste. — Você sabe que o fato de não guardar rancor das pessoas é um dos motivos por eu amar tanto você. — Eu sei... você vive dizendo isso... — Por que você não vai até o escritório, abre a primeira gaveta e pega a agenda? Lá tem o telefone do seu pai... ligue para ele, deseje-lhe boas coisas e convide-o para passar o natal conosco. — Excelente. Obrigado John, pensei que você não aprovaria. — Longe de mim, se a mãe do Jacob estivesse viva e lhe pedisse perdão, eu iria gostar muito se Jacob a perdoasse. Sabe como é desgastante guardar mágoa das pessoas? Eu sei como é... agora não tenho mais mágoa de ninguém, estou preenchido de amor graças a você minha linda, você e nossos 3 filhos lindos. — Você é um homem sem igual, John Lennox. — Sou um homem sortudo, isso sim. Agora vá... — Disse ele dando um tapa no meu traseiro. Sorrindo, fui até o escritório, e ao sentar-me fiz o que

John disse e ao discar o número do celular de meu pai, fiquei em expectativa esperando para ele me atender. — Alô. — Disse uma voz cansada e familiar do outro lado da linha. — Oi, é a Cristiana... — Filha! Oi que bom que você ligou! Como você está e as crianças? — Perguntou ele, ansioso. — Eu estou bem, nós estamos bem... — Eu ia ligar para você, eu estou na cidade e gostaria de saber se posso conhecer minhas netinhas amanhã — Você está no Texas? — Sim, não queria passar o feriado em Tucson sozinho naquela casa enorme, então vim para ficar um pouco mais próximo de vocês. Estou em um hotel próximo a cidade. — Você gostaria de se juntar a nós para o jantar? — Eu... jantar com vocês no Dia de Ação de Graças? Não precisa me convidar, minha filha... não quero atrapalhar seus planos e seu jantar com sua família. — Por favor, venha... tem comida para todo o lado e o peru fica pronto dentro de uma hora. Venha, gostaria mesmo que você viesse. — É mesmo? Você gostaria? — Sim eu gostaria que você viesse no natal também. Apesar de tudo você é minha família, é o avô dos meus filhos e não quero mais excluí-lo. — Obrigado minha filha, estou indo para ai agora mesmo. Obrigado. Era isso. Dei um passo na direção certa... sabia que minha mãe estaria feliz onde quer que estivesse por minha gratidão e capacidade de perdoar. Fui tão abençoada por Deus que seria infame se continuasse guardando rancor de meu próprio pai. E assim seguiu-se nosso feriado, nossa mesa estava lotada e as crianças

corriam feito loucas pela casa. Foi um dia para agradecer por muitas coisas; por família, nossa saúde e o amor que preenchia a todos.

Fim

AGRADECIMENTOS Bem os de sempre né... kkk.. Aqueles que sempre me apoiam desde sempre. Em primeiro lugar o meu querido pai André que luta lado a lado comigo. Minha madrasta Tereza que leu os primeiros livros e apaixonou-se por essa família tanto quanto eu. A minha mãe por todo o suporte e torcida. Ao meu marido Alex por atorar meus acessos de super criatividade e mau-humor. Ao meu filho Alex, por simplesmente existir e fazer da minha vida mais feliz, ao meu irmão Gabriel que está sempre perguntando sobre meu trabalho, ao meu mano Luan que também está sempre interessado e sei que torce por mim. Bem aos meus familiares, meus tios e primo; tias e primas. Para os meus avós Pedra e João, para o meu avô Claudio e para minha falecida vó Ana que entrou em meus sonhos por 3 vezes enquanto eu escrevia essa história e conversou comigo, foram dias muito criativos após nossa conversa no mundo espiritual. No mundo dos sonhos. Agradeço de coração a minha grande amiga, a minha irmã de coração, a minha irmã de alma, Debora Gomes, sério amiga, falar com você todos os dias, discutir ideias ou apenas sonhar com nossos mocinhos literários foi uma injeção de animo para mim, obrigado por sua amizade e carinho. Espero um dia conhecer você pessoalmente e te dar um abraço de urso ♥. A Cristiana Pereira que me deu a ideia de criar uma história para John Lennox e que me inspirou a fazer desse homem um perfeito cavalheiro. A Victória sua linda filha que foi dedicado a filha de John, quem sabe teremos uma história das gêmeas lindas, hein?! Obrigado de coração pelo apoio Cris. A Beka Assis minha amiga e revisora de textos linda, obrigado pelo incentivo, pelo apoio e pelo trabalho incrível nesse texto. A Jéssica Gomes pelas capas incríveis, aquela que dá vida as capas dos Lennox e a todas as minhas capas. Obrigado. A Jull Evans por ser uma amiga tão querida e me incentivar. A Penha Rangel por surtar comigo pelo John. A Gislany Setubal por ser maravilinda nos book trailers, obrigado linda pelo carinho e amizade.

A todas as meninas dos dois grupos do Whatsapp, as meninas lindas do grupo do Facebook e a todas e todos os meus leitores do Wattpad e Amazon. Obrigado. E principalmente a Deus, pelo dom maravilhoso que me foi concedido. Obrigado.

DESTINOS CRUZADOS SÉRIE LENNOX – LIVRO 4 Elena Valentini era uma italiana de temperamento forte e muito geniosa. Com um coração enorme e sempre querendo ajudar a todos, Elena quase entra em crise ao ver seus pais a beira do divórcio. Tentando intervir e uni-los novamente, Elena remexe nas coisas de sua mãe e encontra um bilhete suspeito de um homem chamado Logan Lennox. Certa de que o pivô da separação de seus pais é um cowboy, Elena parte em segredo para o Arizona para confrontar o suposto amante de sua mãe. Travis O’Connor é pai solteiro e professor na universidade do Arizona. Ele nunca foi um cara bom com seus relacionamentos amorosos, tendo cuidado sozinho de sua filha Amanda por doze anos, algo que não fora uma tarefa fácil, principalmente agora que a menina tinha diversos tipos de perguntas curiosas, as quais ele queria fugir. O destino de Travis e Elena se cruzam quando ela é deixada em frente a sua propriedade no interior do Arizona. Ao que parecia, aquela italiana sexy e que falava além da conta tinha uma antipatia por Logan Lennox, um forte ponto em comum com Travis. Vendo nela uma mulher perfeita para quem sabe formar um relacionamento longo e duradouro, Travis logo descobre que nem tudo é tão fácil quanto parece, já que Elena descobre que Logan Lennox é seu pai biológico. Em um impasse e em situações engraçadas e inusitadas, Travis luta contra seu orgulho e tenta unir pai e filha, para que assim Elena fique para sempre em sua vida.

A AUTORA

Jennifer Souza é uma gaúcha nascida no dia 10 de fevereiro de 1992, mora atualmente em São José, Santa Catarina. É casada e tem um lindo filho de 3 anos. Seu amor pela leitura começou aos 7 anos de idade quando seus pais a ensinaram a ler. Desde então seu amor pela leitura aumentou, fazendo-a conhecer o mundo por sob as páginas dos livros. Uma grande admiradora de Paulo Coelho, Jane Austen e Júlia Quinn. Desde os 13 anos criava estórias em seus diários, criando coragem apenas aos 22 anos de mostrar as pessoas seu trabalho e através da plataforma do Wattpad descobriu sua verdadeira vocação.

OUTROS TÍTULOS DA SÉRIE LENNOX

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OBRIGADO PELO CARINHO... JENNIFER SOUZA

Notas [←1] Affair é uma expressão que vem do francês affaire, que significa caso. É frequentemente usada em português para definir um caso amoroso

[←2] John Barry Prendergast, OBE foi um maestro e compositor britânico, responsável por diversas trilhas sonoras do cinema e ganhador de cinco prêmios Óscar de melhor trilha sonora.

[←3] baby back ribs(Costela de porco e Chicken with corn(frango com milho) São comidas típicas do interior do Texas.

[←4] O cheesecake já era conhecido dos antigos gregos. Os norte-americanos a criaram no século XX. Desde então, tornou-se uma espécie de bolo nacional

[←5] O cometa Halley é um cometa brilhante de período intermediário que retorna às regiões interiores do Sistema Solar a cada 75-76 anos, aproximadamente.

[←6] Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) é um romance da escritora britânica Jane Austen.

[←7] O Dia da Independência dos Estados Unidos é um feriado nacional celebrado no dia 4 de julho nos EUA, e é um dos feriados mais celebrados pelos americanos.

[←8] Jane Austen (Steventon, 16 de dezembro de 1775 – Winchester, 18 de julho de 1817) foi uma proeminente escritora inglesa.

[←9] Alguns versos de Shakespeare foram citados nas páginas acima.

[←10] Versos escritos pela leitora Catarina Speranza ♥.
03 - Enfeitiçado Por Ela

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