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Introdução à célula vegetal Izabella Scalabrini Saraiva PUC Minas – Campus BH Aula I
Células são as unidades estruturais e funcionais dos seres vivos 1 a 10µm
Envoltório nuclear ausente – célula procariota
5 a 100µm
Envoltório nuclear presente – célula eucariota
Desenho esquemático - Célula animal x Célula vegetal microfilamentos centríolo citoplasma cromatina nucléolo carioteca núcleo microtúbulos vacúolo
lisosossoma plasmalema
mitocôndrias retículo endoplasmático dictiossomo parede celular
TÍPICOS DA CÉLULA VEGETAL Parede celular, Vacúolo e cloroplasto
carioteca nucléolo cromatina núcleo cloroplasto microfilamentos microtúbulos citoplasma
Eletromicrografia de uma Célula Vegetal
Cloroplasto Núcleo
Mitocôndria
Vacúolo
Célula vegetal observada em ME 270X
Caracteres Citológicos e Bioquímicos da Célula Vegetal
parede celular (celulósica)
cloroplastos
vacúolos proeminentes
amido como reserva
tilacóides
Clorofila a
Detalhe do cloroplasto
Pigmentos: Clorofila a e carotenóides ( membranas dos tilacóides)
Constituição da Célula Vegetal parede celular membrana celular
Lamela média, parede primária, parede secundária, plasmodesmos
citoplasma organelas de membrana simples
vacúolo retículo endoplasmático dictiossomos microcorpos plastídios
organelas de membrana dupla ribossomos
mitocôndrias núcleo microtúbulos
citoesqueleto
microfilamentos filamentos intermediários
Protoplasma:
é a parte viva do protoplasto das células, usado para se referir aos conteúdos celulares
Protoplasto: conteúdo presente dentro da parede celular (citoplasma e núcleo)
Citoplasma: inclui as diferentes organelas
Citossol: “caldo celular” ou matriz citoplasmática
Parede Celular
A parede celular é uma característica distintiva da célula vegetal.
Parede Celular
Dá rigidez à celula, evitando sua ruptura por absorção excessiva de água.
O termo parede celular é empregado para designar uma estrutura celulósica que envolve o protoplasto das células vegetais.
Composição Química da Parede Celular
Polissacarídeos (90%) *Celulose * Hemicelulose * Substâncias pécticas
Proteínas estruturais (10%)
Celulose:
mais abundante É um polissacarídeo resultante da união de moléculas de glicose Disposta em longas cadeias formando as fibrilas, o que a torna bem rígida.
Hemicelulose
É tb um polissacarídeo derivado de açucares diferentes da glicose. Não forma fibrilas, mas sim um gel para alojar as fibras celulósicas na parede celular.
Substâncias pécticas
São polissacarídeos que formam uma substância gelatinosa e hidrófila que cimenta uma célula na outra. Ex: ácidos pécticos e pectina. Dão plasticidade à parede celular.
Lignina
Substância orgânica complexa derivada do fenilpropano. É impermeável à agua, muito resistente à pressão e pouco elástica. Confere às células vegetais grande resistência à pressão e à tração. Depositada a partir da lamela média.
Compostos graxos mais importantes
Cutina, suberina e as ceras. Localização: periferia do corpo da planta. Funções: proteção contra transpiração, efeitos de chuva, parasitas e lesões mecânicas. Cutina: paredes das células epidérmicas Suberina: parede de células do súber
Estrutura da parede celular
A parede celular apresenta: Lamela média Parede primária Parede secundária
Esquema hipotético de uma célula vegetal. Em A, mostrando apenas a parede 1ª e em B mostrando a parede 2ª, com redução do lúmen
Lamela média
Camada intercelular situada entre as paredes primárias de células vizinhas. Composta por substâncias pécticas, como ácidos pécticos, pectina e pectatos de cálcio e magnésio.
Parede primária
É a mais externa. É produzida primeiro durante o desenvolvimento da planta. Apresenta fibrilas de celulose. Matriz composta de substâncias pécticas e hemicelulose. Pode lignificar.
Parede primária
A parede primária não tem espessura uniforme e apresenta regiões mais delgadas que recebem o nome de campos primários de pontuação. Os campos primários de pontuação só aparecem quando a célula tem parede primária!
Plasmodesmos
Estabelecem comunicação entre os protoplasmas de células adjacentes.
P – membrana plasmática E – retículo endoplasmático 1 e 2 – células vizinhas Setas – indicam os plasmodesmos que comunicam duas células vizinhas
Parede secundária
Está presente depois que o crescimento celular já se completou. E aí a parede secundária é depositada na superfície interna da parede primária, diminuindo o lúmen da célula. Componente mais abundante: celulose, o que a torna mais rígida.
Aspecto tridimensional da organização da parede celular
Quando ocorre a deposição da parede 2ª, os campos primários de pontuação não são cobertos, resultando em depressões na parede, que recebem o nome de pontuações. As pontuações podem se formar tb aonde não existia campos primários de pontuação.
Pontuações
A – par de pontuações simples B – par de pontuações areoladas C – par de pontuações areoladas com toro (típico de coníferas)
O que é membrana de pontuação? É o conjunto formado pela lamela média mais as duas paredes primárias situadas entre o par de pontuações. Obs: par pontuado é área composta pelas pontuações opostas e membrana de pontuação
Pontuações
campo primário de pontuação (célula vegetal só tem parede 1ª) pontuação propriamente dita (célula vegetal tem parede 1ª e 2ª)
Funções Principais da Parede celular Estrutural: define e mantém a forma da célula. Em última instância a composição da parede aliada ao arranjo e tipos de celulares que confere resistência à planta. Reserva: pode funcionar como local de acúmulo de nutrientes na célula (celulose e hemiceluloses nas paredes de células endospérmicas).
Defesa mecânica contra a herbivoria: presença de lignina torna os tecidos duros (esclerificados), reduzindo a palatibilidade. Permeabilidade: altamente permeável à agua e a grande parte das substâncias nela dissolvidas. Plasticidade: se torna deformada, quando sujeita a mudanças de forma e tamanho. Elasticidade: propriedade de recuperação do tamanho e forma originais, após cessar a força que impõe a deformação.
Parede celular: Função de Reserva
Royena villosa (endosperma celular)
Diospyrus kaki (endosperma celular)
Parede celular: Função de Defesa contra Herbivoria célula pétrea
Polpa macerada e corada
Pyrus comunis (esclereídes)
Pyrus comunis (esclereídes)
MEMBRANA CELULAR fosfolipídios COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MEMBRANA CELULAR
lipídeos
esteróides
Proteínas (glicoproteínas, etc.)
periféricas integrantes proteínas de canal
Modelo Estrutural (Mosaico Fluído) Glicoproteína*
proteína de canal
proteína periférica
proteína Integrante*
bicamada lipídica
lipídeos
Funções Principais da Membrana Celular
Controle da entrada e saída de substâncias na célula: A membrana celular tem permeabilidade seletiva para solutos. Proteínas (carreadoras ou de canal e transportadoras) presentes na sua estrutura atuam nesse processo. Moléculas grandes e partículas sólidas podem ainda sair ou entrar da célula através da formação de vesículas (endocitose e exocitose).
Sinalização: A ativação de proteínas receptoras na membrana celular transmite sinais hormonais e/ou do ambiente que regulam o crescimento e o desenvolvimento celular. Além disso, fragmentos de lipídeos oriundos da membrana celular são reconhecidos por enzimas no citoplasma capazes de gerar respostas específicas. Coordenação da síntese de parede: Na membrana celular se localiza a enzima celulose sintase, responsável pela síntese da celulose. Essa enzima também atua na organização das microfibrilas celulósicas.
Controle da Entrada e Saída de Substâncias na Célula A) Substâncias de baixo peso molecular
difusão simples
difusão facilitada proteína carreadora
difusão facilitada proteína de canal
TRASPORTE PASSIVO
A) Substâncias de alto peso molecular e partículas sólidas
1-3: endocitose / 3-5: exocitose
TRASPORTE ATIVO
NÚCLEO cloroplastos
carioteca mitocôndrias
membrana externa
poro
membrana interna
RER
cromatina nucléolo
núcleo nucléolo
ribossomos Estrutura e função: Organela envolvida por duas membranas lipoprotéicas (envoltório nuclear ou carioteca), cuja a mais externa possui um sistema complexo de poros e é contínua com o RER. A matriz nuclear é rica em DNA (cromatina), RNA e proteínas. O núcleo é responsável pela formação dos ribossomos (exceto os presentes nos plastídios e mitocôndrias) e controla a atividade metabólica da célula. Contém a maior parte da informação genética celular.
RIBOSSOMOS Estrutura e composição: organelas sem membrana, formada por duas subunidades produzidas no núcleo e que se unem no citoplasma. É composto por RNA ribossômico e proteínas. Células com alta atividade metabólica podem apresentar agrupamentos de ribossomos, denominados polissomos ou polirribossomos. subunidade maior
Síntese Protéica (Tradução)
subunidade menor
Função: Possui sítios de conexão para o RNA transportador (subunidade maior) e para o RNA mensageiro (subunidade menor). síntese protéica.
VACÚOLOS Organelas características célula vegetal.
Pode ocupar até 90% do volume da célula.
vacúolo
Uma célula vegetal diferenciada apresenta, via de regra, apenas um vacúolo central. tonoplasto
suco vacuolar Parede celular cloroplasto
da
Os vacúolos tem uma composição química variada. O seu principal componente é a água, onde se encontram vários substâncias hidrossolúveis (diversas enzimas, proteínas de reserva, açúcares, pigmentos, ácidos orgânicos, íons, etc.). Os vacúolos podem conter inclusões cristalinas prismáticas (ex. carbonato ou oxalato de cálcio) Funções Principais: controle osmótico, reserva de substâncias (ex. aleurona).
Vacúolos com reserva. Célula do endosperma da semente de mamona (Ricinus communis, Euphorbiaceae), contendo reserva protéica (grãos de aleurona). Foto M. Arduin
- Idioblasto contendo ráfides no pecíolo de uma folha de banana-demacaco (Monstera deliciosa Araceae). B – Idioblasto ejetando as ráfides. Foto M. Arduin.
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO Estrutura e composição: Formado por uma membrana simples lipoprotéica que se dobra formando cisternas ou túbulos. Quando associado aos ribossomos denomina-se retículo endoplasmático rugoso (RER), quando não é chamado retículo endoplasmático liso (REL).
RER carioteca RER ribossomos
RER
REL membranas
REL
núcleo
Função: Forma uma rede contínua de comunicação intracelular e intercelular (desmotúbulos). Também desempenha papel na pré-secreção de substâncias, síntese e modificação de metabólitos celulares. O RER atua na síntese protéica de exportação e o REL na síntese lipídica.
Contínuo Retículo Endoplasmático—Carioteca Carioteca
ribossomos
RER REL
núcleo
DICTIOSSOMO OU CORPO DE GOLGI Estrutura e composição: Formado por um conjunto de sacos discóides achatados com membrana simples lipoprotéica. ESTRUTURA DO DICTIOSSOMO
cisternas
Face cis
Vesícula transportadora (do RE)
Vesícula em Formação Face trans Vesícula transportadora (para a parede celular)
Função dos dictiossomos: Atuam na pré-secreção de substâncias (constituintes do néctar, mucilagens) e na síntese de polissacarídeos não celulósicos da parede celular (pectinas e hemiceluloses). Participam também da reciclagem da membrana plasmática, do tonoplasto e do próprio complexo de Golgi. São organelas numerosas em tubos polínicos e nas células da coifa.
PLASTÍDEOS ou PLASTOS membrana dupla ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS PLASTÍDEOS
tilacóides
Composição e estrutura semelhantes a da membrana celular (presença de clorofilas e/ou carotenóides) DNA circular
matriz ou estroma
ribossomos enzimas de transcrição e tradução protéica metabólitos diversos
TIPOS PRINCIPAIS DE PLASTÍDEOS (de acordo com os pigmentos que contém)
Leucoplastos (sem pigmentos)
RESERVA
Cloroplastos (pigmento clorofila)
FOTOSSÍNTESE
Cromoplastos (pigmentos xantofila, carotenóide, licopeno, etc)
ATRAÇÃO
Tipos de plastídeos Cloroplastos Em plantas vasculares medem 4-8 micrômetros, Observados no MO em forma de grânulos Estão bem desenvolvidos nas folhas Função: fotossíntese
Estrutura do cloroplasto
Uma célula do mesofilo foliar apresenta de 40 a 50 cloroplastos Um milímetro quadrado de folha tem 500.000
Estrutura do Cloroplasto (tem dupla membrana semipermeável) membrana interna
Lamela = tilacóide
membrana externa
tilacóide
grânulo (granum)
Grânulo = vários tilacóides
estroma
Lamelas do estroma
O conjunto de grânum constitui a grana.
No estroma do cloroplasto encontra-se DNA, RNA e ribossomos. Local onde ocorre a Síntese protéica.
Ocorrência e função dos plastídeos PLASTÍDEOS
OCORRÊNCIA
FUNÇÕES
Proplastídio
Células meristemáticas
Originar outros plastídios.
Amiloplastídio
Células próximas ao ápice Seus grãos de amido radicular e caulinar, e como estatólitos em órgãos que gravipercepção. reservam amido.
Cloroplastídio
Órgãos verdes da planta
Cromoplastídio
Em geral em pétalas e Atração de frutos polinizadores.
Estioplastídio
Folhas crescidas escuro.
no
funcionam para a
Fotossíntese, síntese de lipídios, aminoácidos, hormônios, etc.
predadores
e
Se são pouco diferenciados, podem ser convertidos em cloroplastídios por ação da luz.
MORFOLOGIA DO GRÃO DE AMIDO IDENTIFICAÇÃO MICROSCÓPICA
batata
trigo
tapioca
arroz
milho
Sagu (Cycas)
A glicose produzida nos cloroplastos pela fotossíntese e não utilizada é levada até os tecidos de reserva, onde penetra no leucoplasto e é polimerizada como amido. A medida que mais amido vai se formando, novas camadas vão surgindo, aumentando o seu tamanho. O leucoplasto cheio de amido recebe o nome de amiloplasto.
O amido
Se apresenta em forma de grãos de tamanho e aspecto variáveis. Geralmente, pode-se notar num grão de amido um ponto bem nítido, o hilo, em torno do qual se alternam camadas concêntricas claras e escuras, que são as estratificações.
MITOCÔNDRIA
membrana dupla ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MITOCÔNDRIA
cristas
Composição e estrutura semelhantes a da membrana celular DNA circular
matriz ou estroma
ribossomos enzimas do ciclo de Krebs metabólitos diversos
Funções Principais das mitocôndrias: respiração aeróbica celular, fotorrespiração (em conjunto com os cloroplastos e peroxissomos), atuam no ciclo do glioxalato envolvendo reações que permitem a obtenção de energia a partir de lipídeos, culminando com a formação de carboidratos no citoplasma (gluconeogênese).
Estrutura da Mitocôndria membrana externa membrana interna
cristas
matriz
Substâncias Ergásticas
Do grego “ ergon” = trabalho. São o produto do metabolismo celular, de reserva ou armazenamento. Celulose, amido, taninos, proteínas, gorduras e cristais. Podem se acumular: Parede celular Vacúolos Plastídios
As proteínas são os principais componentes do protoplasto vivo, mas podem surgir como substância ergástica em estado cristalino ou amorfo (são inativas). Os taninos aparecem como massas granulares amarelas, vermelhas ou castanhas. Os cristais são compostos por oxalato de cálcio, carbonato de cálcio, anídrico silícico. Aparecem em forma de agulhas, cubos, prismáticos ou bipiramidais. Encontramos frequentemente, como material de reserva nas sementes, embriões e células meristemáticas: gorduras e óleos em abundância no organismo vegetal.
Exemplos de Substâncias Ergásticas
Drusa de Myriophyllum
Rafídeos em Eichhornia
Cistólito de Ficus
Cristal prismático de Tumera
Estiloide en Eichhornia