Aula Realismo e Naturalismo

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REALISMO/NATURALISMO

Série: 1º Série – Ensino Médio

Disciplina: Literatura brasileira Prof. Paulo Ramos

REALISMO E NATURALISMO Com diversas formas de manifestação, a arte realista teve grande importância tanto na Europa quanto no Brasil. Na Literatura, autores como Gustave Flaubert com a obra: A obra Madame Bovary na França. Realismo no Brasil inicia-se em 1881, com a publicação da obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Assim como ocorreu em Portugal, trata-se de uma estética de oposição ao Romantismo, valorizando a objetividade e o cientificismo. Agora, o autor realista não idealiza mais o tema de suas obras como fazia o romântico. No Brasil, o Realismo ocorre apenas na prosa – não houve poesia realista como em Portugal e França. A correspondência poética ao Realismo, no Brasil, foi o Parnasianismo.

• REALISMO E NATURALISMO • Com diversas formas de manifestação, a arte realista teve grande importância tanto na Europa quanto no Brasil. Na Literatura, autores como Gustave Flaubert com a obra: A obra Madame Bovary na França. • • Realismo no Brasil inicia-se em 1881, com a publicação da obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Assim como ocorreu em Portugal, trata-se de uma estética de oposição ao Romantismo, valorizando a objetividade e o cientificismo. Agora, o autor realista não idealiza mais o tema de suas obras como fazia o romântico. No Brasil, o Realismo ocorre apenas na prosa – não houve poesia realista como em Portugal e França. A correspondência poética ao Realismo, no Brasil, foi o Parnasianismo.

• Cultivado no Brasil por Machado de Assis foi, sem dúvida, o mais importante escritor realista. Suas obras foram marcadas por ironia; ceticismo; intertextualidade marcante (o constante diálogo com outras obras); aprofundamento psicológico das personagens, interesse em questões sociológicas a fim de criticar a sociedade; interpretação indireta dos fatos permitindo que o leitor tire conclusões. • • É uma narrativa voltada para a análise psicológica e crítica da sociedade a partir do comportamento de determinado personagem. • É uma narrativa que revela inequívoca preocupação com o indivíduo. • O romance machadiano analisa a sociedade através de personagens capitalistas, ou seja, pertencentes a classe dominante • Os romances da fase realista de Machado de Assis apresentam nomes próprios em seus títulos: • Memórias Póstumas de Brás Cubas; Quincas Borba, Dom Casmurro; Esaú e Jacó; Memorial de Aires;

Contexto histórico do Realismo • Os principais fatos históricos que permeiam o Realismo são: • Socialismo científico Karl Max • Desenvolvimento de teorias científicas na Europa, tais como o • Evolucionismo; • Determinismo; • Positivismo; • Abolição da escravidão no Brasil, em 1888; • Proclamação da República brasileira, em 1889

• O Realismo brasileiro acompanha os fundamentos teóricos do realismo europeu: • A filosofia positivista de Auguste Comte – defende um olhar científico para analisar comportamentos sociais; • O cientificismo – valorização das ciências exatas e sociais; • O darwinismo – teoria que afirma que só os mais, fortes, adaptados, sobrevivem; • O empirismo – só o que é experimentado, presenciado e observado pode ser narrado, valorizando o método científico; • O distanciamento – há uma impessoalidade para permitir uma visão objetiva dos fatos; • O determinismo – o comportamento humano é definido pelo meio (há total aceitação da existência tal qual ela se apresenta).

• É justamente o Determinismo que faz com que o Realismo se misture ao Naturalismo, tendo sido, por muito tempo, consideradas uma mesma escola literária no Brasil. Essa característica comum, entretanto, recebe contornos diferentes nas duas estéticas. O determinismo realista explica os comportamentos humanos por meio da observação psicológica enquanto o determinismo naturalista por meio da observação patológica, biológica.

• O Realismo na literatura brasileira tem algumas características fundamentais, entre as quais: • Objetividade: Ao contrário dos românticos, que exaltavam a subjetividade como enfoque ideal para a literatura, os realistas buscavam a maior objetividade possível, ou seja, enquanto os escritores do romantismo representavam o mundo a partir de pontos de vista ultrassentimentais ou muito pessoais, os autores realistas procuravam retratar a realidade tal qual ela era, com a menor influência pessoal possível. • Crítica social: Uma das marcas do Realismo é a representação das hipocrisias sociais de modo escancarado. Aqui também o movimento difere-se do Romantismo, que procurou exaltar o estilo de vida burguês. O Realismo, em oposição, critica as contradições e moralismos da elite burguesa. • O romance realista é documental – é retrato de uma época. • Ironia como marca retórica: Especialmente na obra de Machado de Assis, é possível perceber um claro traço de ironia nas descrições e narrativas. Em geral, essa figura de retórica expõe críticas diversas ao grupo social representado na narrativa. • Enfoque em descrições psicológicas: O Realismo brasileiro retratou não só a parte externa da sociedade brasileira do final do século XIX, mas também representou uma excepcional descrição dos valores e pensamento das personagens narradas.

CONTNINUAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS • • • • •

O herói problemático – marcado pelas qualidades e defeitos. A mulher não idealizada – o narrador apresenta a personagem como ela é. Personagens esféricas – sofrem alterações comportamentais ao longa da narrativa. As pequenas covardias – são enfocadas para mostrar as fraquezas humanas. O falso moralismo – personagens que se disfarçam para encobrir seus verdadeiro caráter.

• A formação dos triângulos amorosos – a mulher passar a trair os maridos, são geralmente membros da alta sociedade.

Capítulo XI O menino é pai do homem

• Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. • Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de «menino diabo»; e verdadeiramente não era outra cousa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce «por pirraça»; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo, – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – «ai, nhonhô!» – ao que eu retorquia: – «Cala a boca, besta!» [...]-me beijos.

• [...]Sim, meu pai adorava-me. Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro e muito coração, assaz crédula, sinceramente piedosa, -- caseira, apesar de bonita, e modesta, apesar de abastada; temente às trovoadas e ao marido. • [...]O que importa é a expressão geral do meio doméstico, e essa aí fica indicada, -- vulgaridade de caracteres, amor das aparências rutilantes, do arruído, frouxidão da vontade, domínio do capricho, e o mais. Dessa terra e desse estrume é que nasceu esta flor.

Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assim

O ROMANCE NATURALISTA • Cultivado no Brasil por Aluísio Azevedo e por Júlio Ribeiro

• A narrativa naturalista é marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados , em que se valoriza o coletivo; • O coletivo predomina sobre o individual; • O homem é comparado ao animal irracional;

• O Naturalismo apresenta romances experimentais: a influência de Darwin se faz sentir na máxima naturalista, que enfatiza a natureza animal do homem; isto é, antes de usar a razão o homem deixa-se levar pelos instintos naturais, não podendo ser reprimido em suas manifestações instintivas, como o sexo – pela moral da classe social dominante; • A constante repressão leva às taras patológicas, tão a gosto naturalista. Romances naturalista mais conhecidos: • O mulato, O cortiço, Casa de pensão (Aluísio Azevedo) • O Ateneu (Raul Pompéia).

• O CORTIÇO – Aluísio Azevedo

• Capítulo III • Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. • Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. • A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostrava uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas. • Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíram mulheres que vinham dependurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia.

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças e as saias; as crianças não se davam o trabalho de lá ir, despachavam-se li mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. O rumor crescia, condensando-se: o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulhavam os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.

• Naturalismo Por volta de 1870, assistiu-se a saturação do Romantismo. O progresso definitivo das cidades, a industrialização, o avanço das ciências e o florescimento de novas correntes filosóficas criaram um ambiente hostil ao sentimento romântico. Os tempos exigiam uma arte responsável, que registrasse a observação objetiva da realidade. Na segunda metade do século XIX, o contexto sociopolítico europeu mudou profundamente. Lutas sociais, tentativas de revolução, novas ideias políticas e científicas. A literatura não podia mais viver de idealizações como no Romantismo. Em resposta a esta necessidade nascem quase ao mesmo tempo e se entrelaçam mutuamente: o Naturalismo, o Realismo e o Parnasianismo. • Naturalismo:

- Forte influência da literatura de Émile Zola (França); - Romance experimental, apoiado na experimentação e observação científica; - A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre "de fora para dentro", os personagens tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes, pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimento; - Volta-se para a biologia e a patologia, centrando-se mais no social; - As obras retratam as camadas inferiores, o proletariado, os marginalizados e, normalmente, os personagens são oriundos dessas classes sociais mais baixas; - O tratamento dos temas com base em uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literariamente os textos.

• Características do Naturalismo

- Determinismo biológico; - Objetivismo científico; - Temas de patologia social; - Observação e análise da realidade; - Ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual; - Linguagem simples; - Descrição e narrativa lentas; - Impessoalidade; - Preocupação com detalhes.

Diferenças entre o Naturalismo e o Realismo É muito comum o emprego de termos Realismo e Naturalismo, associados. Algumas vezes aparecem como sinônimos e em outras aparecem como duas estéticas literárias muito próximas. Entretanto, é possível perceber a diferença entre a prosa realista e a prosa naturalista, apesar dos pontos comuns. Enquanto o Realismo procura ter uma visão global do narrado, explorando a vida psicológica de suas personagens, o Naturalismo atém-se à vida biológica das personagens, isto para comprovar as teorias: determinista e darwinista que equiparam o homem, excluída sua capacidade de raciocínio, a um animal. Por este motivo, os romances naturalistas são classificados como "de tese". Outra diferença diz respeito ao espaço social e à classe enfocada. O escritor realista se volta preferencialmente para a descrição da vida burguesa, e para os problemas que este modo de viver produz ao indivíduo e ao corpo social, por isso a preocupação com o psicológico. O escritor naturalista, por sua vez, busca no espaço coletivo - como cortiços, casas de pensão, escolas - nas camadas pobres da população, a comprovação de suas teses.

• Azevedo, com a obra "O mulato", em 1881 marcou o início do Naturalismo no Brasil. As diferenças entre o Naturalismo e o Realismo podem ser observadas: No Realismo a investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita de "dentro para fora", isto é, por meio de uma análise psicológica, capaz de abranger toda a sua complexidade, utilizando entre outros recursos a ironia, que sugere e aponta, em vez de afirmar, dá ênfase nas relações entre os homens e a sociedade burguesa, atacando suas instituições e seus fundamentos ideológicos, faz um tratamento imparcial e objetivo dos temas e garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras. • Por outro lado, no Naturalismo observa-se o seguinte: a investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre de fora para dentro, as personagens tendem a se simplificar, pois são vistas como vítimas dos fatores biológicos e sociais que determinam suas ações, pensamentos e sentimentos, há grande ênfase nas descrições de coletividades, dos tipos humanos, que encarnam os vícios, as taras, as patologias e as anormalidades reveladoras do parentesco entre o homem e o animal, o homem descendo a sua condição animalesca de mero produto das circunstâncias externas, como a hereditariedade, e o meio ambiente, o tratamento dos temas a partir de uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor. • luísio Azevedo, com a obra "O mulato", em 1881 marcou o início do Naturalismo no Brasil.

Realismo: - Forte influência da literatura de Gustave Flaubert (França); - Romance documental, apoiado na observação e na análise; - A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita "de dentro para fora"; - Volta-se para a psicologia, centrando-se mais no indivíduo;

- As obras retratam e criticam as classes dominantes; - O tratamento imparcial e objetivo dos temas garantem ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras.

• O Naturalismo na obra O cortiço Dentro da obra O cortiço, podemos verificar os traços marcantes do Naturalismo como:

- Revelação da miséria urbana; - Enfoque nas classes marginais; - Determinismo do meio (tese dominante); - Domínio do coletivo sobre o individual; - Desagregação dos instintos. - Há vários trechos na obra em que podemos observar características naturalistas, onde indivíduo traz dentro de si instintos hereditários, que explodem repentinamente em manifestações de luxúria, tara, indignidade e crimes. Por mais que cada um desenvolva sua racionalidade, seu domínio sobre si próprio, ajustando-se à

convivência social, nunca será suficientemente forte para domar as forças subterrâneas que vêm à tona, arrastando-o a um universo de anormalidades e vícios.

Em O Cortiço encontramos a seguinte passagem, que nos pode dar uma ideia da força do instinto: • "Amara-o a princípio por afinidade de temperamento, pela irresistível conexão do instinto luxurioso e canalha que predominava em ambos, depois continuou a estar com ele por hábito, por uma espécie de vício que amaldiçoamos sem poder largá-lo; mas desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior." Segundo Alfredo Bosi, na obra História Concisa da Literatura Brasileira (2006): Só em O cortiço Aluisio Azevedo atinou de fato com a fórmula que se ajustava ao seu talento: desistindo de montar um enredo em função de pessoas: ateve-se a sequência de descrições muito precisas, onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem, no conjunto, do cortiço a personagem mais convincente de nosso romance naturalista. Existe o quadro: dele derivam as figuras.
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