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Envelope Vermelho Howard Shen Série Multi-Autores Beije-me à meia-noite Aidan Wu está muito feliz com a sua vida, mesmo que nem tudo seja perfeito ele realmente não tem muito do que reclamar. Quando o policial Wells aparece na comemoração do Ano Novo chinês, ele percebe que o que falta em sua vida poderia arruiná-la completamente.
Nota da Revisora Angela : Envelope vermelho1
Conto
No sábado, seus pais quase foram presos. — Ai minha nossa quem será agora? Aidan, vá atender a porta. — Ok mãe. Aidan entrou pela porta dos fundos da casa de seus pais, deixando o resto de sua família no quintal cuidando dos últimos fogos de artifícios. O ano novo chinês tinha sido na quarta-feira, mas seus pais decidiram esperar até
1 No primeiro dia do ano na China é muito comum as crianças e os solteiros da casa ganharem um envelope vermelho contendo dinheiro. Este envelope é distribuído pela matriarca da casa (avó ou bisavó) com propósitos auspiciosos.
sábado para comemorar. Algo sobre os vizinhos não apreciarem fogos de artifícios durante a semana. — Gong xi fa oh... — , Aidan interrompeu sua breve saudação quando ele viu quem era seu visitante. — Hum, o que eu posso fazer por você policial? — Gong xi fa cai para você também — disse o policial, terminando a tradicional saudação em um mandarim muito bom. Estendendo a mão ele continuou.
—
Sou
o
policial
Wells.
Posso
saber
quem
eu
estou
cumprimentando? — Sou Aidan, policial — Aidan gaguejou, apertando a mão oferecida. Ele franziu a testa em confusão e soltou a mão do policial.
— Estamos com
algum tipo de problema? Wells sorriu. Aidan ficou boquiaberto com os dentes perfeitos e as covinhas da bochecha dele. Vê-los apagou todos os pensamentos de sua mente, menos um: ele precisava transar. — Não exatamente, senhor. Eu só queria lembrar que sua autorização de ruídos expira em... — , o policial Wells olhou o relógio, — … 10 minutos. Levou um momento para Aidan conseguir responder. Quando o policial Wells inclinou sua cabeça e olhou para baixo, Aidan teve um vislumbre de seu cabelo. Não era muito visível sob o boné, mas Aidan tinha certeza que
era vermelho brilhante. Não como um vermelho irlandês, mas como o vermelho da bandeira chinesa2. Ele olhou fixamente um pouco. — Ah sim, nós sempre planejamos o encerramento com os fogos para terminar bem na hora. —
Aidan sorriu.
— Meus pais gostam de se
certificar que os vizinhos tenham algo para lembrar do feriado. — Você é filho do Sr. e da Sra. Wu? — Wells parecia surpreso com o fato, o que confundiu muito Aidan.
— Gostaria de saber por que eu não
conheci você antes. — Espere, como você conhece os meus pais, e por que você esperava ter me conhecido? Não é como se qualquer um de nós tenha uma ficha criminal! Wells começou a rir. Sua risada era despreocupada e feliz, não excessiva, e vinha com um corpo que poderia superar qualquer criminoso em uma perseguição. Pena que Wells provavelmente era hétero. Aidan bufou. — Não, não é nada disso. Eu estou... — Aidan, o que está demorando tanto? Você vai perder a... — . A Sra. Wu mudou suavemente de mandarim para inglês, quando ela viu seu hóspede. — Oh, olá policial Wells. Eu estava me perguntando quando você ia aparecer. —
Ela pareceu considerar a chegada do policial Wells a peça que
faltava à noite, e Aidan arqueou as sobrancelhas na sua calma.
2 Não tinha conseguindo entender a expressão em inglês — Chinese-front-door red”, depois de pesquisar cheguei a conclusão que ele estava se referindo à bandeira chinesa que é vermelha.
Wells riu. — É claro Sra. Wu. O que seria do Ano Novo Chinês sem um lembrete de notificação de ruído? Seu rosto se transformou numa máscara de incredulidade, Aidan virou-se para sua mãe. — Isso já aconteceu antes? — Você saberia se tivesse lido meus e-mails sobre hoje, ou se tivesse se dado ao trabalho de voltar para casa nos últimos três anos. Aidan revirou os olhos. Ela enviava dez e-mails por dia para seus filhos, e ela sabia muito bem que eles liam no máximo dois. Quanto ao porquê de ele não ter voltado para casa por três anos, realmente ele não ia fazer em frente do pessoal da polícia aqui. — Aidan, vá buscar a pasta que está debaixo do balcão para mim. A cópia da licença para soltar os fogos de artifícios está lá. E se apresse ou vamos perder o encerramento. — Sim, mamãe. — Aidan virou-se e se dirigiu para a cozinha, onde sua mãe mantinha um livro das despesas mensais em uma gaveta no balcão. — Ooh Sra. Wu, a Sra. fez uma cópia para mim este ano? — Wells perguntou. A conversa foi interrompida quando Aidan entrou na cozinha. Ele não podia acreditar que a policia tinha visitado seus pais nos últimos três anos novos chineses, e ainda assim sua família continuava a soltar os fogos de artifício a cada ano. Retirando o livro da gaveta, Aidan se perguntou quão desconfiada sua mãe ficaria se ele perguntasse o primeiro nome de Wells para
ela. Ele suspirou quando encontrou a pasta. Saber seu nome completo não lhe faria nenhum bem. Olhando o relógio viu que eram 10:57hs, e seu pai terminaria os últimos ajustes lá fora em um minuto. Ele apressadamente voltou à porta da frente com a pasta. — Mãe está na hora. — Nossa você está certo. Aqui policial Wells, basta levar toda a pasta. Há um envelope vermelho para você lá. Você está convidado a se juntar a nós para o encerramento. Wells
sorriu.
—
Me
desculpe
Sra.
Wu,
mas
a política do
departamento diz que eu tenho que recusar. Boa noite, e foi bom conhecer você Sr. Wu. Aidan mal teve tempo de acenar com a cabeça antes de sua mãe o empurrar para o quintal.
Terça-feira, Aidan quase matou alguém. Aidan acordou quinze minutos atrasado e não teve tempo para arrumar seu cabelo corretamente. Sendo chinês, seu cabelo preto e curto seguia a sua inclinação natural e estava grudado no seu couro cabeludo, tão imóvel quanto o monólito do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço. Ele conseguiu levantar a franja um pouco, o suficiente para impedi-la de isolar sua testa, mas não o suficiente para destacá-la. Ele tinha jogado sobre o terno a primeira coisa onde as cores combinassem que ele pode encontrar, e hoje, infelizmente, isso significava que ele estava usando uma camisa verde muito grande para seu torso magro, mas com mangas muito curtas para os braços de um homem com um pouco menos de um metro e oitenta de altura. Aidan achou que já tivesse doado essa camisa. E ainda por cima, além de tudo isso, seus ouvidos ainda estavam zumbindo com o barulho dos fogos de artifício do sábado. Ele estava em seu carro quase na hora, grato por não ter que dar aula no primeiro horário; o segundo horário era um teste da unidade para a turma de química geral. Aidan teria algum tempo para respirar. A duas quadras de sua casa, um flash de amarelo se movendo rapidamente à direita de Aidan o fez pisar nos freios. À medida que ele registrou o cão galopando em direção à rua, o tempo desacelerou para Aidan, e ele percebeu várias coisas horríveis.
Primeira, seu mecânico tinha dito que as pastilhas de freio estavam em seus últimos suspiros3 um mês atrás. Em segundo lugar, uma estimativa rápida de velocidade, distância e força de frenagem indicou que seu carro não ia parar a tempo, mesmo se seus freios estivessem bons. Terceiro, havia uma criança correndo atrás do cão direto para rua. A dez metros do ponto de colisão, um instinto inato de dublê de motorista fez Aidan pegar seu freio de emergência e puxar com força. Seu carro chiou até parar a pelo menos cinco metros deles. Imperturbáveis, o cachorro e a criança correram na frente da rua, alheios à sua sorte. Sentado em seu carro, Aidan fechou os olhos e tentou não hiperventilar. Graças a Deus ele só estava há 40 km/h. Ele não conseguia entender de onde o garoto e o cão tinham saído, mas ele sabia que quase os matou. Aidan se sentia desconfortavelmente úmido, e por um momento se perguntou, se não tinha se molhado. Um inventário interno confirmou que ele estava ofegante e suando. — Hum, Aidan? A mão sacudindo seu ombro tirou Aidan do trem de pensamentos, e ele gritou. 3 No original fala em estertores que significa: respiração dos moribundos, agonia. Por isso achei que suspiros ficava melhor.
Seu pé voou no pedal de freio, mas o freio de emergência ainda estava puxado. O carro se moveu alguns centímetros antes de Aidan estacionar. Ele ainda estava ofegante. — Whoa Sr. Wu. Apenas respire profundamente. — Aidan percebeu que ele estava sendo abordado pelo nome por um estranho e se virou para ver quem era. — Policial Wells? —
Aidan não tinha totalmente certeza se era a
pessoa certa. Se passaram apenas três dias, mas ... — O que aconteceu com o seu cabelo? —
Ele estremeceu; o pânico deu um curto-circuito no seu filtro
cérebro-boca. A pele pálida do policial Wells corou ligeiramente enquanto ele ria. — Eu perdi uma aposta no trabalho. Esta é a minha cor natural. — Ele passou a mão pelo tufo de cabelos loiros sujos, todos os vestígios de vermelho se foram. Aidan sentiu mais calma olhando nos olhos castanhos que ele tinha se perdido na escuridão da noite de sábado. — Você está bem, Sr. Wu? Aidan respirou fundo e sacudiu-se.
— Sim, desculpe oficial. Hum,
não foi ... — Aidan se perdeu quando reviveu o momento de horror. — Não se preocupe Sr. Wu, eu vi o cão e a criança. — agachou um pouco e colocou a mão no ombro de Aidan. agradável, por sinal. Aidan bufou. — Obrigado.
Wells se
— Condução
Aidan percebeu de repente que havia uma grande quantidade de adrenalina no seu sistema. Ele esteve sozinho por mais de três anos, e ele podia sentir o cheiro do policial Wells muito claramente. Tinha um pouco de água de colônia, uma lufada de roupa limpa, e apenas a quantidade certa do cheiro que Aidan indissoluvelmente associava como masculino. O policial Wells também tinha uma mão quente. Aidan ficou muito, muito excitado. Aidan também ficou muito, muito grato que ele estava atualmente no nível dos olhos com Wells. — Obrigado por parar para ver como estou, policial Wells. Eu acho que já me acalmei agora. — Pelo menos ele acalmou seu pânico. Aidan sabia que seu desejo sexual era um assunto diferente. — Tudo bem Sr. Wu. Espero que o resto do seu dia seja melhor. — Policial Wells deu um tapinha no ombro de Aidan mais uma vez antes de se levantar. Aidan forçou seus olhos para cima e tentou sorrir, ou pelo menos não fazer caretas. — Obrigado, você também. Eu tenho que ir trabalhar. Policial Wells assentiu. Aidan dirigiu para a escola, onde felizmente, não houve surpresas.
Sexta-feira, a escola estava quase fechando. Aidan estava ensinando no quarto período. Os alunos estavam fazendo um trabalho em grupo sobre a tabela periódica e graças a Deus não estavam no laboratório, quando um menino gritou porque algo bateu no chão. — Sr. Wu! Emergência. Aidan praticamente se teleportou para o lado do aluno, onde o parceiro de mesa do menino estava se contorcendo no chão. Aiden virou para os dois alunos mais equilibrados.
— Dara, Pedro,
recepção. Thomas está tendo uma convulsão. James, Laura, Carina, afastem tudo pra longe dele: mesas, cadeiras, mochilas. Todos os outros, sentem-se. Mexam-se, e vocês vão se arrepender. Thomas continuava convulsionando, e Aidan franziu a testa para a duração incomum da crise dele. Ele olhou em volta. — Derek — , disse ele apontando para o maior aluno de sua turma, — eu preciso do seu capuz. —
Assim que ele o pegou, Aidan usou o capuz
para amortecer a cabeça de Thomas. O tempo passou e todos permaneceram em um silêncio mortal. Finalmente, Thomas parou de tremer. Aidan olhou para o relógio, tinham sido apenas dois minutos.
Ele olhou para os três alunos mais próximos a ele. — James, Laura, Carina, fiquem aqui no caso de eu precisar de alguma coisa. Todo mundo de volta ao trabalho. Aidan se ajoelhou ao lado de Thomas e suspirou de alívio quando viu a sua respiração. Thomas se agitou. — Ugh, eu quero a minha mãe — , ele sussurrou sem abrir os olhos. Aidan sorriu gentilmente. — Sinto muito Thomas, não posso ajudar com isso. Basta ficar aí por enquanto, ok? Ele conversou à toa com Thomas em uma voz calma por alguns minutos até que o Diretor e a diretora-assistente entraram. Eles conduziram os alunos para o lado da sala, assim que os paramédicos chegaram à porta. Os paramédicos colocaram Thomas rapidamente em uma maca e levaram-no para fora. O diretor olhou para Aidan.
— Sr. Wu, você deveria ir até a
recepção. A sra. Vasan ... a diretora assistente, pode cobrir para você. Aidan assentiu. — Essa provavelmente é uma boa ideia. Eu acho que preciso me sentar. O plano de aula está no meu computador — , disse a sra. Vasan. Ela sorriu com simpatia. Ele se encaminhou até a recepção, onde conversou com o gerente do escritório.
— A mãe de Thomas vai encontrá-los no hospital. Alguns policiais que estavam na área estão recebendo os detalhes dos médicos, e eles querem entrevistá-lo no escritório de Robert. Aidan assentiu e sentou-se na cadeira em frente ao escritório do diretor normalmente reservado para delinquentes. Ele olhou para o espaço, e se perguntou o que mais poderia dar errado. Primeiro tinha sido o quase homicídio culposo por atropelamento na terça-feira, e hoje, um estudante que não tinha tido uma convulsão em seis anos, teve uma em sua aula. O ponto culminante que Aidan poderia pensar para encerrar essa semana, era sua mãe retroagir para o jeito que ela era há três anos. Com o canto do olho, ele viu o que tinha que ser os agentes policiais caminhando em direção a ele. Aidan decidiu que ele merecia apenas curtir o momento e aproveitar o fato de que o policial mais próximo se ajustava muito bem em suas calças. Pernas de velocista ou talvez de ginasta. As coisas ficaram ainda melhores quando seus olhos se arrastaram... — Sr. Wu? Aidan se sacudiu e ficou feliz por não ter caído de sua cadeira. Mas a sua
bunda
estava
pulsando,
e
suas
pernas
estavam
espalhadas.
Ele
definitivamente estava sentado no chão agora. — Policial Wells? — Vocês se conhecem?— A outra policial, uma mulher negra mais velha, pareceu surpresa.
— Eu suponho que sim, Atlinson. Wu me deixe ajudá-lo, e nós podemos conversar. Aidan pegou a mão do policial Wells e levantou-se cautelosamente. Tentando não demorar a soltar sua mão, ele virou-se para Atlinson. — Oi, eu sou Aidan Wu. — Eu sou a policial Betty Atlinson. Você já conhece o policial Zane Wells. — Ela tinha um aperto de mão firme. — Esta é realmente a primeira vez que alguém me disse que seu primeiro nome. Combina com você, policial Wells . — Por favor Sr. Wu — , Zane disse, — já nos vimos tantas vezes essa semana, que você pode me chamar de Zane. Apesar de tudo, esta é uma visita relativamente amigável. — Tão informal no trabalho? Chocante.— Aiden sorriu. — Você pode me chamar de Sr. Wu . Zane riu quando se sentaram no escritório de Robert. — Como vocês se conheceram? — Atlinson perguntou casualmente. — Nós nos conhecemos na casa dos meus pais. As sobrancelhas dela se ergueram na resposta de Aidan. — Não foi bem assim Sr. Wu ... — Zane deu uma olhada para Aidan. — A casa dos pais dele fica na colina, é aquela da batida que você fez por mim
uma vez no ano passado. Eu o conheci no sábado, enquanto eu estava de serviço. — Oh, aquela. Aidan piscou no comentário. Que interações a polícia, especialmente Zane e Atlinson, tinham com os seus pais? — Bem, Sr. Wu, — resumo
do
que
aconteceu
Atlinson disse, hoje.
Podemos
— nós só precisamos de um fazer
algumas
perguntas
esclarecedoras, mas nada muito intenso. Aidan gastou cerca de 10 minutos relatando o que havia acontecido, descrevendo os sintomas e respondendo as perguntas. Atlinson e Zane pareciam relaxados, o que ajudou Aidan a se recompor um pouco mais. — Eu acho que estamos bem aqui — , disse Atlinson no final. Ela olhou para Zane.
— Wells, eu vou ligar para expedição e repassar essa
informação para o hospital. Encontro você no carro. — Claro Atlinson — . Quando ela saiu, Zane se virou. — Aidan tudo bem, podemos ter um telefone de contato seu, no caso de precisarmos entrar em contato com você novamente? Aidan sorriu pela forma que Zane disse seu nome.
— Claro. Onde
devo escrever? Zane deslizou-lhe um bloco de notas e uma caneta. Aidan começou a escrever o seu nome, endereço e número de telefone.
— Digamos que, já que você está me dando o seu número de telefone de qualquer maneira, gostaria de se encontrar comigo quando não eu estiver de uniforme? Aidan estremeceu o nome da sua da rua terminando com uma curva. — Eu sinto muito, mas você pode repetir? — Talvez ele realmente estivesse tendo um ataque, e isso tudo fosse uma alucinação. — Quer sair comigo? Podemos nos encontrar de propósito — , disse Zane com um largo sorriso. Aidan fez uma pausa, se perguntando como ele tinha saído do armário, e então decidiu que não importava. Um homem atraente o estava convidando pra sair, e ele não iria questionar isso. Aidan sorriu de volta.
—
Sim. — Tudo bem, eu te ligo Aidan. Eu tenho seu número agora. — Zane piscou quando saiu. Robert teve que expulsar Aidan de seu escritório dez minutos depois.
Domingo ..., na verdade o domingo foi muito bom. Aidan era um feixe de nervos na frente do restaurante eslovaco estranhamente chamado de Boyer que Zane havia escolhido. Aidan tinha certeza que Boyer era um nome francês ou britânico. Zane disse que queria comemorar o começo de algo novo, tentando algo novo. Aidan não tinha certeza de quão sábia era essa escolha, mas foi junto com ele. Aidan se curvou um pouco para poder ler o menu publicado fora do restaurante para evitar andar pela calçada. Aparentemente, a comida eslovaca incluía peixe frito, que ele se sentiu obrigado a comer já que ele não tinha comido seu peixe obrigatório no Ano Novo chinês. O schnitzel 4 parecia bom, e ele sempre teve um fraco para pratos de batata frita. O braço enrolado em volta da cintura de Aidan o fez pular de repente. Ele não atingiu Zane, que estava tão longe quanto uma pessoa poderia ficar e ainda poder colocar um braço ao redor de sua cintura. — Você sempre pula quando eu interrompo seus pensamentos que eu estou começando a pensar que seria mais inteligente manter distância — , Zane comentou. — Como você está, Aidan? — Bobo. Mas estou muito feliz de ver você. Eu gosto mais de você sem uniforme. — Serio!!! Obrigado. A maioria dos caras tem fixação pelo uniforme. 4 bife empanado.
Aidan não negava que as calças do uniforme faziam coisas deliciosas pelas pernas de Zane, mas o jeans azul escuro que ele usava hoje se agarrava bem no topo da coxa, em seguida, soltava enquanto ia descendo, apenas insinuando seus músculos bem definidos. O cinto de couro branco chamou a atenção de Aidan para uma cintura perfeitamente proporcional e também forçou sua atenção em duas coisas. Primeiro, os jeans de Zane exibiam seus dotes ainda melhor do que as calças do uniforme, sem ser obsceno. Segundo, Aidan tinha certeza de que ele poderia distinguir alguns dos músculos abdominais muito ondulados de Zane mesmo por baixo da camisa que ele estava usando. E a camisa era ainda mais surpreendente do que o jeans. Zane estava vestindo uma jaqueta no frio de fevereiro, mas estava aberta, deixando Aidan ver o colarinho aberto da camisa e o inexistente bronzeado de Zane. E a cor da camisa. Um cinza esfumaçado, que cintilava em azul conforme Zane se mexia e revelava o mesmo azul brilhante nos olhos castanhos de Zane. Aidan percebeu que Zane também o estava estudando com uma expressão pensativa. Ele tentou não se incomodar, sabendo que tirou o melhor de seu guarda-roupa. Suas calças de veludo exibiam a estreiteza de suas pernas, e as linhas do tecido o faziam parecer mais alto. Aidan estava usando seu casaco sob medida, ajustado para exibir um torso magro, alcançado por anos de corrida e yoga. Era de um negro intenso que, na verdade, fazia seus olhos parecerem mais escuros, a maioria de seus amigos falava que era fácil se perder em seus olhos com esse casaco. Ele tinha cortado o cabelo, e pela primeira vez seu cabelo estava se comportando, a franja não estava espetada, parecendo rígida.
Quando Zane continuou a olhar, Aidan começou a entrar em pânico. O que ele tinha esquecido de fazer? Ele estava com uma espinha? Será que ele esqueceu de barbear algum local? Se ele tivesse esquecido de tirar os pelos entre as sobrancelhas? Talvez ele não tivesse fechado a braguilha, e Zane pudesse ver exatamente o quanto ele estava atraído por ele. Zane sorriu de repente, como se fosse um predador.
— Vamos
entrar? Eles se sentaram imediatamente graças à reserva de Zane. O restaurante era aconchegante, com o mobiliário combinando a esmo. Sua mesa era de canto, e acabaram se sentando bem próximos um do outro. Eles passaram alguns minutos olhando o menu e estavam discutindo o que parecia bom quando a garçonete chegou. Ao ouvir que nenhum deles era familiar com a culinária Eslovaca, ela se animou. — Oh, eu sei exatamente o que vocês devem fazer. O chef adora novatos. Algum prato que estejam morrendo de vontade de experimentar? Zane se virou para Aidan. — Eu realmente queria peixe. — Ah, essa é uma das especialidades do chef — , a garçonete disse. — Não se preocupe, você definitivamente vai conseguir alguma coisa. — Ela olhou para Zane. — E você, senhor? — Os botões?5 5 Panquecas de batata muito populares na Eslováquia.
— É claro! Sem alergias, certo? —
Eles balançaram a cabeça.
Ótimo! Sentem-se, e nós cuidaremos de tudo. —
—
Ela se encaminhou para a
cozinha. — O que o atraiu para os botões? A pergunta de Aidan os lançou no tópico tradicional do primeiro encontro: preferências alimentares. Assim que eles terminaram de falar de seus pratos favoritos, a garçonete voltou com duas taças de vinho que não tinham pedido. Ela explicou que o chef sempre combinava as bebidas com cada prato. Zane começou a falar de suas bebidas favoritas depois disso. Eles já tinham terminado o vinho, quando o primeiro prato chegou. Eles conversaram sobre seus empregos e hobbies (Zane gostava de jogar Wii; Aidan compartilhou seu carinho por fazer sobremesas). Depois que eles devoraram o terceiro prato, Aidan decidiu só perguntar. — Como você conheceu meus pais? Zane riu. — Eu entrei para a força local cerca de quatro anos atrás, e fui designado para patrulhar o bairro cerca de meio ano depois. É um bairro calmo, a pior coisa que eu tive nos primeiros meses foi um gato desaparecido ocasionalmente. E então, no feriado de ação de graças... Aidan fez uma careta. — Estou vendo que você já sabe onde isso vai parar. É dia de Ação de Graças, e eu estou andando na rua, quando ouço uma explosão. Eu vejo uma nuvem de fumaça subindo de um quintal e começo a correr e pegar meu
rádio. Estou acabando de entrar em contato com a expedição, quando ouço sua mãe gritando. Ela não está em pânico, não com medo, mas ela está chateada. Falando metade em chinês, metade em inglês, mas a parte em inglês foi o suficiente para me fazer parar. Eu passo o endereço para a expedição, e eles começam a rir. — Este foi o ano do foguete no peru, não foi? — Sim. Seu pai instalou algum tipo de explosivo dentro do peru na esperança de que de fosse cozinhar mais rápido. O peru aqueceu, e boom! Bye-bye peru. Graças a Deus eles estavam do lado de fora. Aiden bufou.
— Se ele morresse fazendo isso, minha mãe o
ressuscitaria como um zumbi apenas para que pudesse torturá-lo. Zane começou a rir. — Na verdade sua mãe disse exatamente isso ao seu pai quando eu fui até eles. Primeiro levei uma hora para explicar o que tinha acontecido com o meu antecessor, e finalmente, descobrir o que o seu pai tinha feito. Depois disso, um novo vizinho sempre liga prestando queixa de barulho no ano novo chinês, que foi quando eu finalmente tive uma conversa calma com sua mãe. Eu conheci o seu irmão naquela noite. Todos os meses, algo acontece, e eu acabo em sua casa conversando com ela. Eu acho que pra se desculpar, ela ficava me dizendo que queria me apresentar a alguém, mas eu sempre me esquivei. Eles já tinham terminado sete pequenos pratos neste momento, incluindo o peixe, o placky, schnitzel, um ensopado, e algumas outras coisas, acompanhados por vinhos, cervejas, e algum tipo de suco. A garçonete só continuou trazendo pratos e copos.
— Isso explicaria por que você ficou tão surpreso por não me conhecer. Eu aposto que a minha mãe está tentando amarrá-lo a minha irmã. Ela é mais velha do que eu e minha mãe tem certeza que ela está condenada a ser uma solteirona . — Não, eu conheci sua irmã cerca de cinco meses atrás... Oh Deus, exatamente antes de sua mãe parar de insistir que tinha uma pessoa que eu deveria conhecer. Aidan sorriu no olhar horrorizado no rosto de Zane. A expressão de Zane suavizou, e ele sorriu. — Bem, eu não jogo no mesmo nível, como sua irmã. —
Ele colocou a mão no joelho de Aidan e
apertou. Seu sorriso assumiu uma aresta predatória novamente.
—
Especialmente porque há cinco dias que eu queria dar a seu irmão um boquete em seu carro. Felizmente, Aidan não estava comendo ou bebendo. — O quê? — Ele engoliu o grito no último segundo. — Foi quando eu decidi que tinha que te chamar para sair. Lá estava você, no seu carro, descendo da adrenalina de um quase-acidente. Eu fiquei pasmo com o quão rápido você se recuperou. Eu também percebi que você não estava excitado quando começamos a conversar, mas quando eu coloquei minha mão em seu ombro, você ficou incrivelmente duro rapidamente. Esse não é o tipo de coisa que um homem deve deixar passar. Eu não deixaria, com o perdão do trocadilho, naquele momento tudo o que eu realmente queria era tocar em você.
— Não, provavelmente não. —
Aidan sorriu.
— Para falar a
verdade, eu quase pulei em você quando você começou a rir na casa dos meus pais. E depois você foi doce, engraçado e corajoso em todos os nossos encontros posteriores, que são todas as qualidades que eu gosto. Enquanto o jantar continuava com mais quatro pratos, Aidan e Zane conversaram sobre suas esperanças e sonhos, alguns dos seus medos, e as coisas que amavam. Aidan descobriu que Zane queria casar, ter um marido e filhos, mas tinha medo de se machucar no trabalho e não ser capaz de cuidar e sustenta-los. Zane ouviu sobre o sonho de Aidan de escrever um livro melhor de química, seu amor secreto por romances, e sua tendência para o exagero. Na sobremesa, eles estavam bem longe dos assuntos típicos de um primeiro encontro. A garçonete trouxe a sobremesa explicou.
— Laskonky. São como
macaroons6, mas o Eslovaca é melhor. Tenham uma noite maravilhosa, meus senhores. Aidan pegou um dos bolos e ergueu. — Um brinde . Zane levantou o outro. — A nós. — A nós — . Eles brindaram com os doces, e Aidan de repente observou a massa do doce nos lábios de Zane. — Mas o que...? Ele foi cortado quando o doce foi colocado gentilmente em sua boca. Aidan finalmente abriu, e ele olhou fixamente nos olhos de Zane antes de 6 doce francês recheado de nozes, amêndoas, avelãs ou castanhas.
morder. Enquanto mastigava, ele retribuiu o favor com o laskonky que ele ainda estava segurando. Quando Zane chegou ao último pedaço do doce, Aidan abriu a boca um pouco mais, inclinou a cabeça para a frente, e fechou os lábios sobre os dedos de Zane. Quando ele encontrou o olhar assustado de Zane, Aidan usou a língua para lamber o restante do doce da mão dele. Gentilmente, ele rodou sua língua, limpando cada dedo devagar e depois se afastou um micrometro 7 de cada vez, até ter certeza que ele poderia reproduzir as impressões digitais de Zane com os lábios. Com os olhos semicerrados e um pouco vidrados, Zane se inclinou para comer o último pedaço que Aidan estava segurando. Assim que Zane abriu bem a boca, Aidan habilmente colocou o pedaço de bolo na língua de Zane e puxou sua mão para trás com um sorriso travesso. Os olhos de Zane brilharam com diversão. Depois que ele engoliu, ele colocou as duas mãos sobre os joelhos de Aidan e, enquanto se inclinava para frente, deslizou-as até que seu calor acariciou a virilha de Aidan, mas sem qualquer contato físico. Seu rosto estava tão perto do de Aidan que quando ele lambeu seus lábios, Aidan fantasiou com aquela língua passando em sua orelha esquerda. Suavemente Zane sussurrou,
— Aidan malvado, muito
malvado . Aidan sabia que ele estava respirando com dificuldade, e sorriu. — Vamos brigar para ver quem paga a conta?
7 Um micrometro é um submúltiplo do metro, unidade de comprimento do Sistema Internacional de Unidades. Está definido como um milionésimo de metro.
Eles brigaram alegremente por um minuto antes de dividirem a conta. Agradecendo entusiasticamente a garçonete por uma incrível refeição e experiência, eles se encaminharam para a saída. Zane abriu a porta para Aidan, e Aidan saiu apenas para ser surpreendido pelo fato de estar caindo uma chuva torrencial. — Merda, eu vim andando. — Então vou te dar uma carona. — Eles correram para o carro de Zane, e ficaram apenas úmidos ao invés de encharcados. Zane ligou o aquecedor, e passou alguns minutos reclamando sobre o tempo enquanto eles dirigiam. Eles estacionaram em frente ao apartamento de Aidan, e Zane se virou para ele. — Eu vou levá-lo à sua porta. — Você tem certeza? Você não precisa se molhar mais só por minha causa. Zane sorriu. — É claro! Eu gosto de ficar molhado por você. — Ele piscou. Aidan apenas riu. Eles fizeram outra corrida maluca até a porta de Aidan. Aidan abriu a porta, e eles entraram no seu hall de entrada. — Eu não vou ficar muito tempo já que nós dois temos que trabalhar amanhã de manhã.
Suspirando, Aidan assentiu. — Tem que ser um adulto responsável. Pelo menos me deixe lhe emprestar um guarda-chuva. —
Ele esperava que
Zane pegasse a dica que ele queria vê-lo novamente. Tirando o guarda-chuva do armário do hall de entrada, ele o estendeu para Zane. Zane o pegou lentamente, dando a Aidan muito tempo para soltálo, Zane usou o guarda-chuva pra puxá-lo para perto dele. Aidan não resistiu. Quando ele tinha Aidan em seus braços, Zane olhou em seus olhos. — Eu tive uma noite incrível. Nós vamos fazer isso de novo, não se preocupe. — Ele abaixou-se, e seus lábios se encontraram. Foi um beijo suave, destinado a acalmar Aidan. Zane tinha os lábios muito macios, cercados por uma barba levemente áspera. O contraste como o beijo continuou fez os nervos de Aidan formigarem. Ele se deu conta de seu peito pressionado contra Zane, a maneira como o cinto de Zane se imprensava contra seu estômago, e a mão quente contra sua nuca. Quando Zane se afastou, Aidan apenas afundou a cabeça na curva do pescoço de Zane e respirou. — Boa noite Aidan. — Com um último beijinho nos lábios, Zane foi embora. No domingo, Aidan se apaixonou muito, muito duro.
Na segunda-feira, ele percebeu que estava muito, muito ferrado. Aidan estava sentado na cama depois de um longo dia, e seu cérebro tinha finalmente concordado com o seu coração. Zane perguntou se Aidan tinha saído para sua família na noite passada. Aidan disse apenas que não foi uma situação bonita, e que não queria falar mais sobre isso. Se apaixonar por Zane tornava isso impossível. — Ou você fica no armário, ou não pago mais suas mensalidades. — Após o segundo ano da faculdade. — Aidan, você precisa bloquear o seu perfil da mamãe. Ela viu algo no Facebook que a assustou, e ela me disse que ela iria renegá-lo se souber que você já teve um namorado. — Durante a pós-graduação. — O casamento entre dois homens não é natural. —
Uma eleição
onde o casamento gay estava na cédula.8 — Aidan, eu te amo, mas eu não posso ser o seu segredo. — Seu último namorado, há quatro anos. 8 Nos EUA todos os assuntos importantes são votados, a cédula eleitoral deles é imensa e até mesmo os xerifes das cidades são escolhidos por meio de votação.
— Não!! Você não vai trazer seu namorado para o natal! — Apenas alguns dias depois. — Bem. Então divirtam-se sem mim! —
As últimas palavras da
conversa. Aidan não falou com sua mãe por mais de três anos depois disso. O namorado, que tinha sido o catalisador para sua separação violenta, durou apenas alguns meses. Aidan decidiu terminar o relacionamento, em vez de se envenenar com a amargura de não ter qualquer contato com sua mãe. Cada momento tinha ferido. Aidan sempre foi muito próximo de sua mãe antes de sair. O que ela nunca tinha entendido era que o fato de Aidan ser gay os ajudou a se conectarem, tornando-os mais simpáticos um com outro, e os passatempos de Aidan estavam mais de acordo com os dela. E tentar atravessar o abismo do seu último relacionamento havia estragado tudo com sua mãe. Ele se mudou, trocou o número de telefone e endereço de e-mail. E disse a seus irmãos que eles não deveriam nunca dar a sua mãe suas novas informações de contato. Sete meses atrás, os irmãos de Aidan tinham vindo para jantar com uma notícia surpreendente. A Sra. Wu tinha se quebrado chorando no jantar com os dois enquanto o Sr. Wu estava fora da cidade. Ela lhes disse que tinha sentido falta de Aidan, e que queria começar de novo. Ela só queria poder lhe dizer que o amava, e que estava arrependida.
Seis meses atrás, Aidan tinha concordado em ir ao jantar de família. Eles se abraçaram e se arrebataram, e a Sra. Wu se desculpou sem avisar. Ela disse que queria olhar para o futuro e não pensar no passado, para que eles nunca realmente precisassem reviver o que tinha acontecido há quatro anos. Aidan não queria reabrir suas feridas e concordou. Ele ainda estava um pouco cru demais para ir vê-la regularmente, e eles só se reuniram duas vezes entre o jantar e ano novo chinês. Eles conversaram sobre o que estava acontecendo em suas vidas, mas era como estar em um túnel do tempo. Ainda assim nunca conversaram sobre sua vida amorosa, ou ela mesmo reconheceu sua sexualidade. Exatamente como eles não tinham feito durante todos os anos entre a saída de Aidan e o dia de sua discussão arrasadora. Aidan sabia que sua mãe tinha sido sincera quando disse que não queria voltar ao passado, mas ele realmente não sabia se ela ia aceitar qualquer coisa. Todos os sinais indicavam que a única coisa que tinha feito foi voltar para o estado em que estavam antes de pararem de se falar. Aidan achava que não sobreviveria a outra ruptura com sua mãe, mas ele também sabia que queria Zane. Zane via sua mãe regularmente, e Aidan sabia sem perguntar que Zane não aceitaria manter seu relacionamento em segredo. Não havia maneira da Sra. Wu não descobrir sobre Aidan ter um namorado, e ela ainda não estava pronta para isso. Pela segunda vez em sua vida, Aidan teve de decidir entre os seus desejos e os desejos de sua mãe, e Aidan sabia que desta vez as consequências seriam permanentes.
Na quarta-feira, a Sra. Wu assumiu o controle da vida de Aidan. Assim que a aula acabou, Aidan se encaminhou para a casa de seus pais, o mais rapidamente possível. Como o único filho com algum talento na cozinha, sua mãe insistiu pra ele ajudar a montar tang yuan 9 para a festa do Festival das Lanternas10 essa noite, o que significava ter que chegar às quatro horas. Ele só esperava que sua mãe não o fizesse triturar as sementes de gergelim ou amendoim para o recheio como ele costumava fazer quando era criança. A Sra. Wu o agarrou antes mesmo que ele pudesse dizer: Olá e levou Aidan para a cozinha. Aidan suspirou de alívio quando viu o balcão, havia rolos de farinha de arroz glutinoso e uma variedade de recheios, mas pelo menos eles estavam prontos para usar. Fazer os recheios era miserável. 9 Tang yuan é um prato de bolinhos de arroz glutinoso servido em um caldo doce. Na cultura chinesa, é tradicionalmente servido em Dong Zhi, o solstício de inverno. Ao comer tang yuan, você dá boas-vindas no inverno e tornar-se um ano mais velho. 10 O festival das lanternas é à noite do dia 15 de janeiro, em chinês ele é chamado de Yuan Xiao Jie - o festival de Yuan Xiao. 'Yuan' significa aqui o primeiro mês do ano, 'Xiao' significa 'a noite' , e 'Jie' significa 'o festival'. O nome veio porque esta é a primeira noite de lua cheia depois do Ano Novo.
Seu mandarim estava vindo rápido hoje.
— Temos muitos
convidados, Aidan, e meus colegas de trabalho querem um pouco também. Eles são todos brancos, e nunca comeram tang yuan antes. Use tudo isso. — Claro, claro. Espere, você quer que eu use tudo isso? Ugh, eu vou ficar aqui a noite toda. — Eu tenho um casal de pessoas que vêm mais cedo para ajudar. — Tudo bem. Vou começar então. Uma hora e meia mais tarde, suas mãos estavam cobertas de pedaços de farinha de arroz e recheios, e ele estava se sentindo um pouco irritado porque sua mãe não estava ajudando. Quando a campainha tocou, ele quis se animar já que significava um outro conjunto de mãos para ajudá-lo. Aidan tinha acabado de começar a lavar as mãos para que ele pudesse atender a porta quando a Sra. Wu passou por ele. — Eu abro a porta, Aidan. Aidan revirou os olhos. Ele decidiu que poderia muito bem terminar de lavar as mãos e fazer uma pausa. Ele começou a procurar um lanche nos armários. — Você precisa ensinar-lhe como fazer tang yuan. — Nossa mãe, você não pode nem mesmo encontrar ajudantes que saibam.
— Hum, desculpe, meu mandarim é praticamente limitado a gongo xi fa cai, então eu não tenho ideia do que você está dizendo. Aidan deixou a caixa de biscoitos que ele estava segurando cair com a surpresa. — Zane! O que você está fazendo aqui? E como você consegue me espreitar em todos os lugares? —
A Sra. Wu tinha desaparecido
novamente. — É porque você se concentra muito no você está fazendo. É um tipo de adorkable11. Aidan corou e ficou completamente confuso se Zane usou adorkable como uma coisa horrível ou, bem, adorkable. — Shhh, você. — Então no que estamos trabalhando? — Estamos fazendo tang yuan, uma das melhores sobremesas chinesas de sempre. Ei, não se esquive da pergunta! O que você está fazendo aqui? Pela primeira vez nos 11 dias desde que se conheceram, Zane parecia tímido, e ele realmente abaixou a cabeça e arrastou o pé no chão. — Lembra que eu disse que sua mãe esta sempre tentando me apresentar alguém? Aidan revirou os olhos. — Sim, eu aposto na minha irmã. — E você sabe que ela me deu um envelope vermelho?
11 Quer dizer uma mistura de idiota e adorável.
— Com a licença de ruído, certo. — Bem, hoje é Festival das Lanternas, então eu abri o envelope vermelho. —
Aidan sorriu com o toque de tradição. Mesmo seu irmão não
dormia até abrir seus envelopes vermelhos no Festival das Lanternas.
—
Dentro havia um convite para a festa de seus pais, e ... você provavelmente deveria lê-lo. Aidan pegou o pedaço de papel que Zane estendeu pra ele, e viu a letra de sua mãe. — Caro policial Zane Wells, Eu sei que você ri sempre que eu digo que você deve conhecer alguém, mas eu estou falando sério. Nós vamos dar uma festa no Festival das Lanternas (que, se você foi um bom menino, é hoje), e você está convidado. E não, eu não estou tentando uni-lo com a minha filha (pelo menos não mais). A policial Atlinson me disse a um ano que você é gay, e eu aprendi com você que os homens gays podem ser ótimas pessoas. Você deve vir à minha casa entre cinco e seis horas. Dessa forma, você vai ter uma hora ininterrupta para conhecer meu único filho gay, Aidan. Atenciosamente, Daphne Wu Aidan olhou para o papel. — Eu acho que eu preciso me sentar. — Não havia cadeiras por perto. —
Também
subestimamos a sua mãe.
fiquei
surpreso
quando
li
isso.
Acho
que
nós
— Com certeza. —
O rosto de Aidan assumiu uma expressão
pensativa. — Mas tem uma coisa muito boa nisso tudo. — E o que seria? — Ninguém vai se importar se eu fizer isso. —
Aidan estendeu a
mão, segurou o pescoço de Zane, e o beijou. Assim que Zane superou sua surpresa, o beijo se aprofundou. A língua de Zane ecoou pelos lábios de Aidan, enquanto Aidan deixou as pontas dos seus dedos arrastarem pelos ombros e peito de Zane. Aidan descobriu que seu corpo sabia como fazer sua respiração circular enquanto ele estava recebendo um beijo muito bom. Seu último beijo tinha feito seus dedos se enrolarem, mas Aidan sabia este era diferente. Ele tinha certeza que ele tinha acabado de dar a Zane uma parte de sua alma, e Zane, bem Zane poderia muito bem ter proposta de casamento em seu beijo. Aidan podia ouvir a exasperação de alegria de sua mãe. — Finalmente. Só foram necessários quatro meses de planejamento.
Aidan sempre tinha pensado que a melhor parte do ano novo chinês eram os envelopes vermelhos. Mas no Festival das Lanternas, Aidan descobriu a melhor parte é que ninguém se importa se você beija antes da meia-noite.
Fim