CADERNO DE PROPOSTAS

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Prof. Ivo Filho PROPOSTA 01 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “o aborto no Brasil contemporâneo”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1

(fonte da imagem: https://parroquiaicm.wordpress.com/2012/06/20/un-debateinteresante-sobre-el-aborto-y-sus-consecuencias/)

Texto 02 "Sou contra a descriminalização do aborto porque entendo que a vida humana começa com a fecundação e que, por isso mesmo, é um direito natural que deve ser juridicamente protegido e garantido. Portanto, a descriminalização seria uma legalização às avessas, pois, o que o ordenamento jurídico não tipifica como crime passa a ser permitido. E o que passa a ser permitido? A prática do aborto. E o que é pior: sem nenhuma limitação. Seria o pior dos mundos para os nascituros que, sem defesa, estariam sujeitos a serem eliminados em qualquer fase de sua gestação." Jaime Ferreira Lopes (Coordenador nacional do Movimento Brasil Sem Aborto)http://www.brasilsemaborto.com.br/noticiavisual.asp?id=187

Texto 03 “Algumas pessoas acham que o aborto deve continuar sendo proibido, outras, que deve ser legalizado. Cada um tem seus próprios argumentos para defender sua posição, e dificilmente um lado um dia conseguirá convencer o outro, tornando o consenso algo praticamente impossível de atingirmos. Não que isso represente um problema, pois, na verdade, a opinião pessoal pouco importa quando tratamos dessa questão. E por quê? Porque as mulheres já abortam, independentemente do que pensemos. Segundo o IAG, Instituto Alan Guttmacher, entidade americana que estuda a questão do aborto no mundo, cerca de 1 milhão de mulheres abortam no Brasil todos os anos. As católicas e as evangélicas abortam; as loiras, as morenas, as afrodescendentes, as pobres, as ricas, as adolescentes, as casadas, as que saem com vários parceiros, as que tiveram apenas uma relação sexual na vida e as que são mães, também. E vão continuar abortando, pois a decisão

de interromper uma gravidez é pessoal e envolve várias questões que não podemos controlar.” Fonte: http://drauziovarella.com.br/para-as-mulheres/aborto-umproblema-de-saude-publica/

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Goiás.

PROPOSTA 02

Luciana Gimenez ficou absolutamente estarrecida com a agressão e tuitou várias mensagens denunciando o caso. A apresentadora Astrid Fontenelle, a jornalista Mariana Godoy e o ator Marcelo Médici também estão ao lado deLuciana Gimenez na campanha de denúncia à agressora e pedem uma posição do Ministério Público sobre o caso.

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema Como devem ser as relações entre as pessoas e seus animais de estimação? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

A ex-senadora e atual vereadora Heloisa Helena do PSOL/SE, mostrou-se indignada e foi uma das primeiars a denunciar a crueldade nas redes sociais. Ainda na noite de ontem, ela apresentou denúncia contra a suposta agressora no Ministério Público de Goiás. A denúncia foi feita com base no fato de a criança ter presenciado a crueldade cometida contra o indefeso e inocente cãozinho. O presidente da Comissão em defesa dos direitos da criança, vereador Elias Vaz, prometeu acompanhar o caso de perto já a partir desta sexta-feira (16).

A ligação entre o ser humano e os animais de estimação é muito antiga. Domesticados, os bichos tornam-se companheiros de seus donos, muitas vezes suprindo-lhes as necessidades de afeto e atenção. Mas essa ligação nem sempre é equilibrada. Na atualidade, vemos dois opostos polemizarem as opiniões públicas: de um lado estão os proprietários que destinam a seus bichinhos cuidados e regalias inimagináveis para uma imensidão de pessoas pobres no mundo; de outro lado estão os indivíduos que maltratam os animais, desrespeitando completamente a integridade desses seres vivos. Em dezembro, dois exemplos disso ganharam destaque na mídia: a notícia de um gato que herdou dez milhões de euros e o vídeo no Youtube de um cão espancado até a morte por uma enfermeira. Italiana deixa fortuna para gato de estimação Uma italiana de 94 anos deixou sua fortuna de dez milhões de euros, cerca de 24 milhões de reais, para seu bichano de estimação.

De acordo com a ONG Safernet, que se dedica à defesa dos Direitos Humanos na Internet, “uma cópia do vídeo foi preservada e será encaminhada para as autoridades que investigam crimes ambientais, para processar e punir a agressora.” [ANDA – Agencia de Notícias de Direitos dos Animais] Exagero no zelo com o pet Hoje em dia o animal de estimação é como um membro da família mas, algumas pessoas exageram nos cuidados. O que pode ser considerado exagero no zelo com o pet? É um equívoco julgar os animais a partir de parâmetros humanos. O maior exagero é projetar no bicho necessidades que não fazem o menor sentido para ele. Por exemplo, mudar a cor dos pêlos, fazer chapinha, passear dentro de carrinho de bebê, usar acessórios desconfortáveis, e por aí vai. Proteger demais, dar atenção o tempo todo, tratar o animal feito gente, não permitir que ele tenha uma identidade são atitudes equivocadas. Bicho não é gente e nunca vai ser. Respeitar o animal, atendendo às reais necessidades dele é a maior demonstração de afeto que se pode dar. Para fazer isso é preciso conhecer a natureza do bicho.

O gato ficará sob os cuidados de sua enfermeira, que agora é responsável também pelas várias propriedades da idosa, que morreu há duas semanas. [Jornal da Band, segunda-feira, 12 de dezembro de 2011] Tortura animal

Esses cuidados excessivos podem prejudicar os animais? O excesso nunca faz bem. Quando o dono dá muita atenção e mima demais está negando ao animal o direito de manifestar seus desejos e suas emoções, assim como aprender a lidar com suas frustrações e lidar com situações novas. Uma relação saudável é a que permite trocas entre os indivíduos. O maior prejuízo é o bicho se tornar dependente e desenvolver problemas de comportamento, como ansiedade de separação, fobias, timidez,agressividade... [Espaço animal] Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Art 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Imagem do vídeo no Youtube que provocou comoção no pais. Maus-tratos: agressão a cão yorkshire gera comoção nacional A notícia sobre o brutal espancamento sofrido por um cãozinho yorkshire publicado ontem (15) pela ANDA, chocou o país e mobilizou a sociedade, ganhando grande repercussão na internet e na imprensa em geral.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. [Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis]

O assunto desde ontem é um dos mais comentados no Twitter, Facebook e Orkut. Os internautas, indignados com a violência, compartilham e pedem justiça para mais este caso de maustratos e crueldade contra um inocente animal.

de interromper uma gravidez é pessoal e envolve várias questões que não podemos controlar.” Fonte: http://drauziovarella.com.br/para-as-mulheres/abortoum-problema-de-saude-publica/

O vídeo mostra imagens gravadas provavelmente da janela de uma casa vizinha, cenas de grande violência. A tutora espanca brutalmente um cãozinho yorkshire. Ela chuta, joga o pobre cão contra a parede e dá golpes com balde na cabeça do cachorrinho. A violência foi presenciada pelo filho dela de apenas 3 anos de idade. Segundo informações, ainda a ser confirmadas pela polícia, a agressora é uma enfermeira de

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Refavela

PROPOSTA 03

A refavela Revela aquela Que desce o morro e vem transar O ambiente Efervescente De uma cidade a cintilar ("Refavela", Gilberto Gil, 1977)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema Favela e cidade: as distâncias sociais desapareceram? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Inspiração

Cortiços ou favelas têm sido, na história do Brasil, comunidades tidas como lugares de exclusão social. Nos cortiços do Rio de Janeiro do século 19, pobres, imigrantes e negros libertos foram mostrados pela literatura de modo determinista, como criaturas consumidas pela animalidade. Isso era suficiente para separar os "verdadeiros" cidadãos dos excluídos. Entretanto, no século 20, as favelas emergem com força político-social e se impõem ao mundo dito "organizado" tanto do ponto de vista financeiro, quanto do ponto de vista social. Hoje, no século 21, talvez tenhamos chegado a um ponto de intersecção social diferente: quem é quem, se o mundo de todos é o mesmo? O glamour dos morros no mundo contemporâneo

A "Cadeira Favela" foi criada pelos premiados designers brasileiros, Fernando e Humberto Campana, com sarrafos de madeira recolhidos em vários lugares. Passou a ser produzida na Itália, pela empresa Edra, em 2003. A "Favela" apareceu em revistas de design internacionais e no jornal "The New York Times". Também está em exposição no Museu Georges Pompidou, em Paris, e no Museu de Arte Moderna, em Nova York.

Maquete usada por Hans Donner nas imagens de abertura da novela "Duas Caras" Hoje, o processo da globalização na cultura de massa transformou a vida na favela em comunidade exemplar, inserindo-a até em telenovela. A favela da Portelinha (Duas Caras, Rede Globo, 2008) não tem tiroteios nem assaltos nem drogas nem afrouxamento da moral - imposta com autoridade de "coronel" por Juvenal Antena. Seus moradores vão à universidade, são cineastas, políticos e pequenos empresários. A cidade vai à favela, onde está o melhor restaurante português, e negros e brancos, mesmo num país tão miscigenado como o nosso, nunca se amaram tanto como na polêmica telenovela de Aguinaldo Silva O acordar no cortiço naturalista "Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava (...) das portas surgiram cabeças congestionadas de sono.(...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres (...), via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas.. Sentiase (...) o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. ("O Cortiço, Aluísio Azevedo, 1890).

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PROPOSTA 04 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Prostituição infantil no Brasil: uma violência contra a criança”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Um dos temas mais constrangedores ao Brasil, não apenas à própria sociedade brasileira, como no âmbito internacional, é a existência da chamada prostituição infantil. A despeito de todos os esforços do Estado no enfrentamento deste problema, há a permanência de uma realidade hostil para muitas crianças – principalmente meninas – nas regiões mais pobres do país: segundo a UNICEF, em dados de 2016, cerca de 250 mil crianças estão prostituídas no Brasil. De forma geral, a prostituição infantil trata-se da exploração sexual de uma criança a qual, por vários fatores, como situação de pobreza ou falta de assistência social e psicológica, torna-se fragilizada. Dessa forma, tornam-se vítimas do aliciamento por adultos que abusam de menores, os quais ora buscam o sexo fácil e barato, ora tentam lucrar corrompendo os menores e conduzindo-os ao mercado da prostituição. Os aspectos facilitadores desta condição na qual se vê destruída a infância desconsideram os direitos e a necessidade de proteção da criança. Para além das possíveis vulnerabilidades decorrentes da situação socioeconômica - se não a principal causa, certamente uma das mais importantes – estão outros aspectos como o próprio gênero da criança, fato que explicaria uma maior vulnerabilidade das meninas, tão expostas à violência contra a mulher até mesmo no ambiente familiar. Isso sugere que são aspectos importantes para a compreensão da violência contra a criança e outros para além daqueles ligados apenas às questões de pobreza. A questão de gênero estaria intrínseca a um modelo sociocultural que, por vezes, como no caso brasileiro, pode reproduzir uma naturalização da discriminação contra a mulher (fruto de valores machistas), vista como objeto destituído de valor, de consciência e liberdade.

Meninas entre 11 e 17 anos foram sorteadas em rifas e bingos nos município de Encruzilhada e Cândido Sales, localizadas no sudoeste da Bahia, denunciou a ONG Menidadança, que trabalha com garotas em situação de risco em comunidades ao longo da BR-116. O fundador da ONG, o inglês Matt Roper, e repórter do jornal britânico Daily Mail, afirmou ao R7 BA que recebeu a informação de um advogado de Encruzilhada. O caso aconteceu há um ano, mas a organização revelou que tomou conhecimento do problema há apenas um mês. De acordo com o jornalista, que divulgou a matéria na publicação inglesa, os homens pagavam cerca de R$ 30 por um bilhete para participar dos sorteios e abusar das jovens. Quando o "prêmio" é uma menina virgem, os preços são mais caros.

https://amitafamitaf.jusbrasil.com.br

Combate A Lei nº 11.829/2008, que alterou os artigos 240 e 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, tornou a punição para crimes de pornografia infantil mais severa, aumentando as penas e incluindo várias condutas relacionadas a essa prática. A partir de então, é crime: produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente. E ainda: adquirir, possuir ou armazenar, oferecer, vender, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.

http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/prostituicao-infantil.htm

http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica

Texto 2 Se por um lado a prostituição infantil ainda faz parte da realidade brasileira, é importante destacar alguns avanços nesta luta. No Brasil, em 2000, institui-se o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil, assim como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil, comemorado em 18 de maio, dia em que uma menina de 8 anos foi abusada e morta em 1973 no Estado do Espírito Santo, causando indignação nacional. Esse Plano Nacional de Enfrentamento está dividido em seis eixos estratégicos, sendo eles: Análise da Situação, Mobilização e Articulação, Defesa e Responsabilização, Atendimento, Prevenção e Protagonismo Infanto-Juvenil. A coordenação deste Plano fica a cargo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), assim como dos Conselhos de Direitos Estaduais e Municipais de cada região. Além destas instituições, outras esferas de acompanhamento e controle foram criadas, além de Varas Criminais especializadas em crimes contra crianças e adolescentes. RIBEIRO, Paulo Silvino. "Prostituição Infantil: uma violência contra a criança"

Meninas de 11 anos são rifadas em bingos no sudoeste da Bahia Denúncia foi feita pela ONG Meninadança e pelo jornal britânico Daily Mail

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A regulamentação foi aprovada com o apoio das bancadas do Nordeste, onde a prática é mais comum. A iniciativa é a segunda reação do Congresso contra a decisão do STF. Em novembro do ano passado, Câmara e Senado aprovaram de forma relâmpago um projeto que transformou a vaquejada e o rodeio em manifestação cultural e patrimônios imateriais do Brasil. A lei já foi sancionada pelo presidente Michel Temer. Um dos principais argumentos de quem defende a legalização da prática é a importância cultural e o retorno econômico. "A vaquejada se expandiu por todo o Brasil e hoje tem uma cadeia produtiva que deve empregar, entre empregos diretos e indiretos, algo em torno de 1 milhão de trabalhadores", defendeu Otto Alencar (PSD-BA), autor do projeto. O senador afirmou ainda que, desde a decisão do STF, eventos de vaquejadas têm sido cancelados, o que gerou desemprego e tirou o sustento de muitas famílias. A questão, porém, encontra forte resistência entre os parlamentares mais ligados às causas dos animais. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ressaltou ser de origem nordestina, leu um comunicado de seu partido, em que a sigla se posiciona contra os maus-tratos aos animais. "Não pode haver cultura no sentido positivo e justo, ferindo assim de morte o direito e o respeito à vida tanto de animais quanto de humanos, pois aceitar uma violência contra um animal sem lhe respeitar o direito básico de viver é um passo para desrespeitar a vida humana", disse Randolfe.

PROPOSTA 05 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Vaquejada: uma questão cultural ou uma prática de maus-tratos a animais, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I NO NORDESTE DO BRASIL, COMO TUDO COMEÇOU Pelos meados da década de 40, mas sem registros precisos de data, a corrida de mourão começou a se tornar um esporte popular na região nordeste, na medida em que os vaqueiros das fazendas do sul da Bahia ao norte do Ceará, começaram a tornar público suas habilidades e de seus cavalos na lida com o gado. O rebanho, criado solto na caatinga e no cerrado, era manejado pelo sertanejo com muita dificuldade, devido a quantidade de espinhos e pontas de galhos secos que entrelaçavam seu caminho; os laços quase sempre ficavam atados às selas enquanto os vaqueiros faziam verdadeiros malabarismos, com o animal em movimento, para escapar dos arranhões e derrubar, pelo rabo, o animal que estivesse precisando de alguma assistência. Com o passar do tempo as montarias, que eram basicamente formadas por cavalos nativos daquela região, foram sendo substituídas por animais de melhor linhagem. O chão de terra batida e cascalho, companheiro dos peões aboiadores "de sol a sol", deu seu lugar a uma superfície de areia, com limites definidos e um regulamento. Uma banda de forró, dois repentistas e muita mulher bonita, acabaram fazendo do nordestino de hoje, sem o laço e sem o gibão, um desportista nato e orgulhoso de suas raízes. Com o passar do tempo, o esporte se popularizou de tal forma que existem clubes e associações de vaqueiros em todos os estados do nordeste, calendários com datas marcadas e até patrocinadores de peso, dando apoio aos eventos, que envolvem um espírito de competição e um clima de festa capaz de arrastar multidões e "embreagar" de emoção quem dele participa.

Disponível em: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,senadoaprova-regulamentacao-da-vaquejada-projeto-vai-a-camara, 2017

TEXTO III ASPECTOS FAVORÁVEIS À VAQUEJADA A vaquejada é uma atividade esportiva tipicamente nordestina. Possui raízes muito fortes no Ceará, caracterizando-se por ser uma disputa em que duplas de vaqueiros derrubam um boi puxado pelo rabo entre duas faixas de cal. Vence, assim, a dupla que obtiver o maior número de pontos. Surgiu, dessa forma, entre os séculos XVII e XVIII, com a necessidade de reunir os animais, pois não havia cercas, sendo criados soltos na mata. Assim, a vaquejada teve início com as festas de apartação. Na ocasião, vários vaqueiros se reuniam para separar os bois nas propriedades, pois não havia cercas que dividissem os vizinhos, além de determinar quais seriam vendidos, castrados ou ferrados. Durante esse manejo, alguns bois resistiam ao chamado do vaqueiro, sendo necessário persegui-lo e derruba-lo, puxando pelo rabo. O vaqueiro, então, ganhava fama e um prêmio que poderia, inclusive, ser o próprio animal. Logo, essa prática passou a ser vista como festividade, aproximando muitos vaqueiros da região. Contudo, com o passar dos anos, o crescimento da atividade e a visibilidade das práticas com o rebanho, os vaqueiros do Ceará ficaram conhecidos mediante o que se chamava de Corrida de Morão. Acontecia dentro das fazendas, no próprio pátio, onde os vaqueiros se desafiavam na derrubada do boi. Em seguida, com a propagação da modalidade, pequenos fazendeiros passaram a promover o “bolão de vaquejada”, mais semelhante com o que conhecemos hoje. Os vaqueiros pagavam uma quantia para participar da disputa e esse dinheiro era usado para premiar os vencedores, assim como custeava a organização do evento. Com isso, a estrutura ganhou corpo e espaço, pois os cavalos com maior potencialidade passaram a ser usados e a pista foi melhorada, tendo limitações e regras. Posto isto, temos que a vaquejada é movimento espontâneo popular, tendo em vista se tratar de manifestação expressa do povo. Segundo o artigo 215, §1º, da Constituição Federal de 1988, “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Como parte da cultura é a memória e identidade de uma região, devendo ser protegida e valorizada. Percebemos, portanto, que a vaquejada é um movimento cultural. A sua proibição fará com que a identidade de toda uma região seja esquecida. Tal tradição centenária, que começou com o pastoreio e mantém viva a cultura do povo nordestino em a exaltação ao vaqueiro. A nova vaquejada, contudo, não deixa de lado os costumes passados pelos

Disponível em: http://tudosobrevaquejada.webnode.com.br/historia-da-vaquejada/ Supremo decide que vaquejada é inconstitucional Vaquejada é mais popular na região Nordeste do País

Texto II BRASÍLIA - O Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que regulamenta a vaquejada, desde que não submeta os animais a maus-tratos. O projeto é uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a prática ilegal em decorrência da crueldade contra os animais.

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antigos, mas é a reinvenção, transformação, característica dos processos culturais aos quais toda a sociedade é submetida. É a prova de que mesmo com o passar dos anos, a tradição continua viva e presente nas novas gerações. Além disso, a vaquejada traz também fortes evidências na movimentação de investimentos, fazendo parte da economia do país. A festa reúne empresários, empresas de cavalos e criadores, que fazem investimentos altíssimos. De acordo com a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) estima-se que, durante o ano, mais de 4 mil eventos sejam realizados no Brasil. Pesquisas comprovam que mais de 700 eventos são realizados no Ceará, gerando 600 mil empregos diretos e indiretos, que movimentam mais de R$ 14 milhões. Desta maneira, percebemos a grande importância da vaquejada, que não é apenas uma tradição que apresenta fatores históricos e culturais, mas também contribui para a economia do país, movimentando altos investimentos nos grandes eventos que são promovidos para apreciar esta tradição. TEXTO IV ASPECTOS CONTRÁRIOS À VAQUEJADA Diante dos pontos positivos apresentados no capítulo anterior, passaremos a analisar os aspectos negativos. Para os vaqueiros e para o público, vaquejada é motivo de festa, porém, para os animais envolvidos, ocorre o inverso. Ora, durante o evento, os animais são maltratados, perseguidos e derrubados, pois a vaquejada trata-se de um “esporte” que tem a finalidade de agredir e explorar animais. Dessa forma, por mais fortes e bonitos que possam parecer os bois durante a vaquejada, eles sentem dor, visto que os fortes puxões no rabo maltratam. Se compararmos a situação de uma pessoa correndo e de repente alguém puxa o seu cabelo, a dor é intensa, assim como a dor sentida pelo boi quando seu rabo é puxado. Ademais, outro momento torturante para os animais acontece quando seu corpo se choca com chão no momento em que o vaqueiro consegue derruba-lo, pois o impacto é violento. Não são somente esses momentos que ocasionam sofrimento ao animal. Deveras, merece destaque o fato do boi ser tão agressivo durante a vaquejada, principalmente quando é libertado do brete. É desconhecido o que ocorre momentos antes à liberação do boi, provocando dúvidas acerca do tratamento que esse animal recebe. Logo, as condutas praticadas dentro do brete para estimular o animal não são devidamente reveladas. O que podemos observar é o sentimento negativo e a dor sentida pelo animal quando sai em disparada. A continuidade desse “esporte” à custa dos maus-tratos desses animais é inadmissível e constitui, portanto, uma verdadeira atrocidade. O artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais dispõe que nenhum animal será submetido a maus-tratos, assim como nenhum animal poderá sentir dor durante a sua morte. Complementando o artigo 3º, o artigo 100 da mesma declaração afirma que o animal não deve ser usado para o divertimento do homem. Portanto, facilmente pode ser argumento que a vaquejada se trata de tradição, mas tem sido considerado intolerável que algo tão desagradável continue sendo tradição. A divergência argumenta que os animais utilizados nesses eventos possuem um ótimo tratamento quando não estão competindo, porém, é evidente que não há compensação suficiente para a dor e a tortura.

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PROPOSTA 06 Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Trote universitário – o contraponto entre a integração social e o abuso de poder”, apresentando proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I: A ORIGEM MEDIEVAL DO TROTE UNIVERSITÁRIO A cada temporada de matrículas, o trote volta a preocupar. Mas ele é também uma forma de inserir os calouros na nova fase, algo que os antropólogos costumam chamar de “ritual de passagem”. Trata-se de uma tradição medieval – no sentido temporal da palavra. Sim, a prática do trote persiste desde a Idade Média. Segundo Antonio Zuin, professor do departamento de Educação da UFSCar, os candidatos aos cursos das primeiras universidades europeias não podiam frequentar as mesmas salas que os veteranos e, portanto, assistiam às aulas a partir dos “vestíbulos” – local em que eram guardadas as vestimentas dos alunos. “As roupas dos novatos eram retiradas e queimadas, e seus cabelos, raspados. Essas atividades eram justificadas, sobretudo pela necessidade de aplicação de medidas profiláticas contra a propagação de doenças”, explica Zuin, que é também autor do livro “O Trote na Universidade: Passagens de um Rito de Iniciação”. (...) Mais intrigante é a origem do termo “trote”: é uma alusão à forma pela qual os cavalos se movimentam entre a marcha lenta e o galope. A aplicação da palavra ao mundo das rela- ções entre calouro e veterano tem, na visão de Zuin, um significado claramente negativo. É como se o primeiro devesse ser “domesticado” pelo segundo “por meio de práticas vexatórias e dolorosas, que têm a função de esclarecer quais são as características das respectivas identidades”. Paulo Denisar Fraga, filósofo e professor da Unifal-MG, ilumina outro termo do “vocabulário do calouro”: “bixo”, que no contexto do ingresso na universidade é utilizado para designar os novos alunos. “É um trocadilho um tanto ofensivo, pois, a letra “x” indica, depois do vestibular, aquele que está marcado”. (...) “Desde o princípio de sua aplicação, com exceção da questão profilática, o trote já era caracterizado como um rito de iniciação e de passagem, fundamentado numa integração de caráter sadomasoquista”, afirma Zuin. Para ele, a prática serve como possibilidade de “vingar a dor” física e psicológica sofrida por alguém (o veterano, no caso) na universidade. “Para o calouro significa, entre outras coisas, a possibilidade de se sentir integrado na vida universitária e de se conformar com a promessa de que poderá se vingar das pancadas e, sobretudo, humilhações, no ano seguinte, quando se tornar veterano”.

Calouros da UFPR comemoram com o tradicional banho de lama /Crédito: Leonardo Bettinelli Texto III Como parar os trotes violentos? Na tarde da quarta- -feira 4, estudantes da faculdade Mackenzie, em São Paulo, interceptavam motoristas que trafegavam pela avenida Pacaembu, na zona oeste. Em grupo e sob efeito de álcool, os jovens andavam seminus e pintados para fazer o chamado “pedágio”, quando o aluno é obrigado a pedir dinheiro aos motoristas. A cena condenável, degradante para quem via, parece benigna perto dos atos de extrema humilhação, violência e tortura que ocorrem a cada início de ano letivo nas universidades. A situação é tão grave que foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito de Trotes Universitários na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em depoimento à CPI, no início do ano, uma aluna de medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas deu a medida do que os universitários consideram um rito de passagem: “Além de simular sexo oral com uma banana, os meninos tinham que mergulhar numa piscina com urina e fezes”, relatou a estudante de 21 anos, sobre um evento organizado pelos veteranos em uma chácara. (...) É preciso acabar com a barbárie dos trotes violentos e as faculdades não podem se eximir de suas responsabilidades. “Elas também devem ser punidas, porque adotam uma postura permissiva e políticas de segurança frágeis que funcionam apenas no momento da denúncia”, afirma Zilda Iocoi, coordenadora do Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos. Autor do livro “Anatomia do Trote”, o professor Antônio Ribeiro de Almeida Júnior, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura (Esalq), diz que há uma cultura do abuso e da humilha- ção. “As empresas deveriam evitar contratar profissionais que participaram de trotes violentos na universidade”, diz ele. “A mesma postura será reproduzida no ambiente de trabalho.” Fabíola Perez – jornalista. Revista Istoé – 06/02/2015. Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/403631_COMO+PARAR+OS+TRO TES+VIOLENTOS?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

Marina Dias – jornalista. Revista Veja –. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/origem-medieval- -troteuniversitario

Texto IV Trotes solidários Com a deflagração de acidentes e, inclusive, mortes, muitas instituições de ensino superior decidiram pelo fim dos trotes e passaram a adotar medidas alternativas, como atividades solidárias e culturais, para coibir a violência na universidade. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo, desde 2004 a instituição promove ações socioambientais com o objetivo de integrar os calouros e veteranos da Escola de Administração. As ações incluem distribuição de mudas de plantas, mutirão de doação de sangue e gincana para arrecadação de alimentos, itens de higiene e limpeza, roupas, calçados e outros materiais que são doados para instituições filantrópicas parceiras.

Texto II : Trotes abusivos Segundo especialistas, a expressão é originada do ato de “trotar”, domesticação vexatória aplicada a cavalos. Sua etimologia pode ser um dos argumentos utilizados para explicar os excessos adotados pela prática, mas não justifica as proporções inimagináveis e as sérias consequências ocasionadas por ela nos últimos anos, como acidentes, internações, depressões, desistências e até mortes. A necessidade de distinguir os alunos novos dos antigos acaba resultando em práticas sérias e violentas, como a utilização de bebidas alcoólicas e produtos químicos, além da imposição de situações de humilhação pública e agressões físicas e psicológicas. Nessas circunstâncias, geralmente, os calouros não possuem liberdade de escolha e se veem obrigados a participar das brincadeiras sem graça.

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A doação de sangue é um bom exemplo de trote solidário A boa ação também é compartilhada por outras importantes instituições do país, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a USP e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A Unicamp realiza visitas a orfanatos, asilos e cooperativas, além de oficinas de reciclagem e dinâmica de grupo. A USP promove campanhas de doação de sangue, medula óssea e vacinação, palestras sobre saúde, arrecadação de alimentos, visitas a instituições de assistência social, trabalho voluntário, plantio de árvores, entre outras ações. Já a PUC-SP trabalha com dinâmicas de entretenimento e faz parcerias com ONGs e instituições de caridade.

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da impunidade” jamais se demonstrou, tanto mais que prática de crimes tem crescido junto com encarcerização. A tese oculta uma importante variável: fator altamente criminógeno do ambiente prisional, que ainda maior quando se trata de jovens em crescimento.

PROPOSTA 07 Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo--argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A redução da maioridade penal e seus efeitos em discussão no Brasil, apresentando proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

a a o é

Disponível em: http://blog--sem-juizo.blogspot.com.br/2013/01/reduzir--maioridade--penal--e-equivoco.html.

TEXTO I A legislação brasileira sobre a maioridade penal entende que o menor deve receber tratamento diferenciado daquele aplicado ao adulto. Estabelece que o menor de 18 anos não possui desenvolvimento mental completo para compreender o caráter ilícito de seus atos. Adota o sistema biológico, em que é considerada somente a idade do jovem, independentemente de sua capacidade psíquica. Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/ maioridade_penal/index.shtml. Acesso em: 11 abr 2016.

TEXTO II

TEXTO III Pesquisa do Instituto DataSenado publicada em outubro apontou que 89% dos 1.232 cidadãos entrevistados querem imputar crimes aos adolescentes que os cometerem. De acordo com a enquete, 35% fixaram 16 anos como idade mínima para que uma pessoa possa ter a mesma condenação de um adulto;; 18% apontaram 14 anos e 16% responderam 12 anos. Houve ainda 20% que disseram “qualquer idade”, defendendo que qualquer pessoa, independente da sua idade, deve ser julgada e, se for o caso, condenada como um adulto. (…). -- Manter em 18 anos o limite para a condição de imputabilidade é ignorar o desenvolvimento mental dos nossos jovens. A redução da maioridade, por si só, não resolveria os nossos graves problemas de segurança pública. Entretanto, seria uma boa contribuição, pois os jovens, em função da impunidade, sentem--se incentivados à prática do crime -- disse Cassol, no Plenário, ao apresentar a proposta. Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/91122/.

TEXTO IV O sensacionalismo seduz, mas não responde à lógica: o fato de os adultos já serem processados criminalmente não tem evitado que pratiquem crimes. Por que isso aconteceria com os adolescentes? A ideia de que a criminalidade está vinculada a uma espécie de “sensação

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Com a empregada menos tempo nas casas, donas-de-casa, maridos e filhos terão menos mordomia, e a tarefa diária inadiável e mais frequente é exatamente a de desaparecer com a sujeira que resta das refeições diárias. Atualmente, menos de 2% das casas têm lava-louça no Brasil. Entre as classes A e B a penetração é de 10% e, na classe C, a queridinha dos fabricantes, de somente 1%.

PROPOSTA 08 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: Direitos dos trabalhadores domésticos em debate no Brasil. Apresente experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/economia/pec-dasdomesticas-sai-a-empregada-entra-a-lava-louca

TEXTO IV

TEXTO I Mais de dois anos depois da promulgação da proposta de Emenda à Constituição que ficou conhecida como PEC das Domésticas, que prevê novos direitos os trabalhistas para a categoria, a presidente Dilma Rousseff sancionou a regulamentação lei, que estabelece 7 novos benefícios para os trabalhadores, além dos que entraram em vigor em 2013. A PEC afeta qualquer trabalhador maior de 18 anos contratado para trabalhar em um ambiente residencial e familiar. Entre eles, estão profissionais responsáveis pela limpeza da residência, lavadeiras, passadeiras, babás, cozinheiras, jardineiros, caseiros de residências na zona urbana e rural, motoristas particulares e até pilotos de aviões particulares. PEC prevê a extensão, aos empregados domésticos, da maioria dos direitos já previstos atualmente aos demais trabalhadores registrados com carteira assinada (em regime CLT). Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/seudinheiro/noticia/2015/06/pec-das-domesticas-leia-perguntas-erespostas-e-tire-suas-duvidas-sancionado.html>

Disponível em http://www.jornaldebrasilia.com.br/charges/439/pecdas-domesticas-

TEXTO II

Disponível em: < http://monumentoarquiteturaearte.blogspot.com.br/2013/07/pec-dasdomesticas-emenda.html>

TEXTO III A PEC das Domésticas obriga a família brasileira a refazer as contas e dar mais atenção à carga horária dos empregados que mantêm a casa em ordem. O primeiro impacto será no bolso, com gastos com FGTS, horas extras e direitos equiparados aos de trabalhadores de outros setores. Em seguida, o esperado é uma transformação nos hábitos e na configuração das residências, que tendem cada vez mais a se parecer com os lares europeus e americanos, onde a empregada é cara e escassa e, por isso, há máquinas para quase tudo. A expectativa da indústria de eletrodomésticos é de que imediatamente entre em cena uma ‘ajudante’ ainda não muito presente na cozinha: a lava-louça.

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TEXTO III

PROPOSTA 09

Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/ogrande-erro-das-cotas-nas-universidades/

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Cotas nas universidades: Inclusão ou retrocesso? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I

TEXTO IV Estudos realizados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que o desempenho médio dos alunos que entraram na faculdade graças ao sistema de cotas é superior ao resultado alcançado pelos demais estudantes.O primeiro levantamento sobre o tema, feito na Uerj em 2003, indicou que 49% dos cotistas foram aprovados em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, contra 47% dos estudantes que ingressaram pelo sistema regular. No início de 2010, a universidade divulgou novo estudo, que constatou que, desde que foram instituídas as cotas, o índice de reprovações e a taxa de evasão totais permaneceram menores entre os beneficiados por políticas afirmativas. Os estudantes que entraram na universidade por meio do sistema de cotas para negros tendem a valorizar mais a sua vaga do que aqueles que não são cotistas, especialmente nos cursos considerados de baixo prestígio. Essa é uma das conclusões do estudo Efeitos da Política de Cotas na UnB: uma Análise do Rendimento e da Evasão, coordenado pela pedagoga Claudete Batista Cardoso, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB). De acordo com a pedagoga, os cotistas negros obtiveram notas melhores do que os demais alunos em 27 cursos da UnB.

Disponível em: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/04/02/racismo-naoexiste-as-armas-e-que-gostam-de-matar-jovens-negros

TEXTO II

Disponível em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/11/cotasalunos-cotistas-desempenho-superior.html

O racismo existe, é uma construção cultural baseada em infundados princípios de uma suposta inferioridade da população negra. A partir disso, alguns países adotaram políticas de proteção aos negros, como uma legislação antidiscriminatória, além de ações afirmativas para realizar a necessária integração do negro. (…) essa política como discriminatória e pautada em critérios não objetivos, já que há a impossibilidade de definir quem é o negro na miscigenada sociedade brasileira, diferentemente dos Estados Unidos, onde ocorreu o surgimento dessa política, lugar em que se adotava o critério objetivo de possuir um ancestral negro para ser classificado como negro.[…] A partir disso e considerando que o verdadeiro fator de segregação no Brasil é a pobreza, já que são os alunos de escolas públicas os prejudicados pelo desnível na educação pública e particular, sugere-se a adoção de cotas sociais como uma alternativa mais abrangente. Nenhuma dessas alternativas, no entanto, solucionaria as desigualdades no acesso ao ensino superior da população brasileira. É necessário melhorar a qualidade de ensino no Brasil, abrangendo e beneficiando a todos os alunos. (Adaptado) Disponível em: http://porleitores.jusbrasil.com.br/noticias/100040832/o-racismo-das-cotasraciais

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Texto 3

PROPOSTA 10 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A questão da Reforma do Ensino Médio. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 A reforma flexibiliza o conteúdo que será ensinado aos alunos, muda a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, dá novo peso ao ensino técnico e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral. O currículo do ensino médio será definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), atualmente em elaboração. Mas a nova lei já determina como a carga horária do ensino médio será dividida. Tudo o que será lecionado vai estar dentro de uma das seguintes áreas, que são chamadas de "itinerários formativos": linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias ; ciências da natureza e suas tecnologias;ciências humanas e sociais aplicadas ; formação técnica e profissional As escolas, pela reforma, não são obrigadas a oferecer aos alunos todas as cinco áreas, mas deverão oferecer ao menos um dos itinerários formativos. No ensino médio, a carga deve agora ser ampliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800 horas por ano, de acordo com o MEC. (...) A principal polêmica diz respeito às disciplinas obrigatórias do ensino médio. Até então, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) só citava explicitamente, em trechos diversos, as disciplinas de português, matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia como obrigatórias nos três anos do ensino médio. Na versão original enviada pelo governo, a MP mudou isso, e retirou do texto as disciplinas de artes, educação física, filosofia e sociologia. Outro alvo de críticas foi a permissão para que professores sem diploma específico ministrem aulas. O texto aprovado no Congresso manteve a autorização para que profissionais com "notório saber", reconhecidos pelo sistema de ensino, possam dar aulas exclusivamente para cursos de formação técnica e profissional, desde que os cursos estejam ligados às áreas de atuação deles. Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/entenda-a-reforma-doensino-medio.ghtml

Texto 2 Ex-ministros que passaram pela chefia do Ministério da Educação nos últimos anos comentaram, a pedido do G1, a medida provisória de reforma do ensino médio, publicada pelo governo Temer na semana passada. Aloizio Mercadante, Renato Janine Ribeiro e Henrique Paim demonstraram preocupação sobre como a flexibilização do currículo pode, caso não seja bem delimitada, significar que alguns estudantes tenham, na prática, mais opções que outros, o que aumentaria a desigualdade educacional no Brasil. Aloizio Mercadante, que se pronunciou sobre a medida provisória em um comunicado divulgado para a imprensa, afirmou que "a oferta de itinerários alternativos e a eleição de disciplinas opcionais pelo estudante, sem a fixação do que deve ser oferecido a todos como dever do estado, vai legalizar a desigualdade de oportunidades de aprender". O ministro disse que o texto, do jeito que foi publicado, representa "revestir com a norma legal a desigualdade de oportunidades de aprendizagem, o que, na pratica, atinge todos os brasileiros, especialmente, os mais pobres", e afirmou ainda que "a MP fala em dialogar com o interesse dos estudantes, nada mais consensual. Porém, delega as secretarias estaduais de educação, que possuem condições extremamente heterogêneas, a completa liberdade para definir os itinerários formativos e as disciplinas optativas. Essa medida representa o risco concreto de um verdadeiro apartheid escolar no Brasil". Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/novo-ensino-medio-podeaumentar-desigualdade-dizem-ex-ministros.ghtml

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Fonte: Adolescência & Saúde / Artigos

PROPOSTA 11 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema Os meios para alertar os adolescentes sobre os perigos do consumo excessivo de álcool, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 2: Quebrando o tabu Curiosidade, rebeldia, necessidade de afirmação perante um grupo, desejo de vivenciar novas experiências. São diversos os motivos que podem levar os adolescentes a procurar as drogas. O fácil acesso ao álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas antes mesmo da maioridade e, portanto, em idade escolar, torna a questão ainda mais delicada. De acordo com o Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – Comportamentos de Risco Entre Jovens, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com apoio do CNPq e da Fapesp, é pouco antes dos 15 anos de idade que os brasileiros experimentam as primeiras doses de álcool e fumam os primeiros cigarros. Fonte: Carta Educação / Reportagens Texto 3 Dia de Responsa”, que envolve cervejarias de 25 países, visita bares e estabelecimentos para conscientizar proprietários a pedirem RG e alerta sobre a combinação entre bebida e direção Desde 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina, no artigo 81, a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. Porém, o artigo 243 diz ser crime a venda ou fornecimento de produtos que possam causar dependência física ou psíquica, sem especificar o álcool. Esse aparente detalhe faz com que Superior Tribunal de Justiça (STJ) baseie frequentemente suas punições na Lei das Contravenções, que prevê penas mais brandas. Aprovado no Senado no ano passado e em tramitação na Câmara, o projeto prevê que os fornecedores de álcool a menores cumpram de dois a quatro anos de detenção. A multa pode variar de R$ 3 mil a R$ 10 mil aos estabelecimentos punidos. Fonte: Carta Capital / Sociedade

Texto 1 O uso de substâncias psicoativas (SPA), entre as quais se destacam as bebidas alcoólicas, constitui uma prática milenar e universal. Sua representação social difere entre povos e culturas e que, ao longo das décadas. Mas ela também passou a constituir determinante de doenças e desintegração social. Estudos da organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que aproximadamente dois bilhões de pessoas são consumidores de bebidas alcoólicas. Cerca de 76 milhões apresentam problemas relacionados a bebida. Dentre esses 67 milhões uma expressiva proporção mostra sintomas da doença e evoluem para o óbito. Nos EUA e países da América Latina, como o Brasil, o álcool e o tabaco são as SPA mais utilizadas. Com base em evidências epidemiológicas, o abuso de álcool é identificado como importante problema de saúde pública. Considerando o acometimento do indivíduo nos diferentes domínios, aumentando susceptibilidades a conflitos interpessoais, transtornos mentais e comportamentais. A problemática assume relevância quando as primeiras experiências ocorrem na adolescência, fase de maior vulnerabilidade. Suas consequências podem delimitar o potencial de desenvolvimento psicológico. Seu uso pode acarretar o comprometimento das potencialidades cognitivas e criativas. A longo prazo provoca um impacto social e econômico, decorrente das repercussões na saúde física e mental. Em nível mundial, estudos têm analisado a associação de múltiplos fatores ligados ao uso dessas substâncias. Nesses estudos, identifica-se que variáveis como gênero, idade da iniciação e problema familiar resultante desse hábito, podem estar associadas ao maior consumo, na dependência do contexto sociocultural. Pesquisas apontam a importância da transmissão geracional, na qual a influência de estilos e hábitos parentais pode interferir na iniciação e uso social das bebidas. Por sua vez, a alta disponibilidade dessas substâncias no ambiente social e a atitude favorável da família podem induzir a iniciação precoce. Familiares representam modelos de identificação e proteção. Assim sendo, os limites e regras das famílias importantes mediadores de comportamentos e estilos de vida, entre os jovens.

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Texto 4

PROPOSTA 12 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Alternativas de combate à violência infantil no Brasil. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Dados do relatório Violência letal contra crianças e adolescentes do Brasil mostram que a agressão física é o tipo mais frequente de violência que leva ao atendimento de meninos e meninas com menos de 1 a 17 anos nos serviços de saúde pública. O estudo, elaborado pela Faculdade LatinoAmericana de Ciências Sociais (Flacso), fez o levantamento com base nos registros do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, que captou ao menos 97.976 atendimentos por motivos de violência em todo o país em 2014. A negligência/abandono e o abuso sexual são os outros tipos mais recorrentes de ocorrências. A maior parte das violações é cometida em casa, pelos pais. Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2016/07/ 01/internas_polbraeco,538576/violencia-fisi ca-lidera-agressoes-acriancas-no-brasil.shtml www.projetoredacao.com.br. Acesso em 14 de agosto de 2017.

Texto 2 A lei que estabelece garantias e direitos de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (5). O projeto estabelece que sejam realizadas, periodicamente, campanhas de conscientização da sociedade, estimulando a mais rápida identificação da violência praticada contra crianças e adolescentes e a difusão dos seus direitos e dos serviços de proteção. A medida prevê que os sistemas de Justiça, segurança pública, assistência social e saúde devem adotar ações articuladas no atendimento das vítimas. Por exemplo, criação de atendimento telefônico para denúncias de abuso e de exploração sexual e de serviços de referência multidisciplinar no Sistema Único de Saúde (SUS) para atenção a crianças e adolescentes em situação de violência sexual. Além disso, a nova norma também cria o depoimento especial que assegura à criança e ao adolescente vítimas de violência o direito de serem ouvidos em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e espaços físicos que garantam sua privacidade Esses jovens não terão contato, nem mesmo visual, com o acusado. A nova legislação descreve diferentes formas de violência, como física, psicológica, sexual e institucional – essa última entendida como a praticada por instituições públicas ou conveniadas. [...] Fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-ejustica/2017/04/sancionada-lei-que-protege-vitimas-de-violenciainfantil

Texto 3 A violação dos direitos não se limita aos abusos que deixam marcas na pele. Pelo contexto do medo e da submissão, todas as manifestações de violências estão carregadas de agressões psicológicas e seus efeitos no desenvolvimento podem ser muitos. Dificuldades no aprendizado, incapacidade de construção de relações interpessoais, comportamentos negativos, baixa autoestima e humor depressivo foram exemplos citados pela médica psiquiatra da Coordenação Técnica de Saúde Mental do IFF, Cecy Dunshee de Abranches. Fonte: http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2016/06/cada-hora-5casos-de-violencia-contra-criancas-sao-registrados-n o-pais

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imagens de conteúdo adulto, a comportamentos de agressão verbal e bullying, à pornografia, além da proliferação de crimes como roubo de identidade, uso inapropriado de dados pessoais, tráfico de armas, venda de drogas e redes de pedofilia." [...]

PROPOSTA 13 O desafio do combate à pedofilia no Brasil Contemporâneo PROPOSTA A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O desafio do combate à pedofilia no Brasil Contemporâneo. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150616_entrevista_ especialista_pedofilia_ez_lgb

Texto 4

Texto 1 A mãe de um garoto de 13 anos se passou pelo filho no aplicativo de mensagem WhatsApp para preparar uma emboscada contra um suspeito de pedofilia. O homem de 30 anos foi preso em um shopping da zona norte no Rio, por policiais militares do Batalhão de Olaria (16º BPM). Em uma das mensagens, o suspeito questiona se o menino está deitado enquanto troca mensagens. A essa altura da conversa, já era a mãe do garoto fingindo ser ele. “Minha sobrinha que me mostrou, no começo. Aí ela falou pra mim e eu passei a falar com ele, eu que passei a manter o contato com ele”, afirma a mãe. Em outra mensagem, ele confirma saber que o menino era menor de idade, mas não para de trocar mensagens pelo aplicativo. Após 10 dias de conversa, o suspeito decidiu marcar um encontro com o menino. A Polícia Militar orientou a mãe sobre como deveria ser o encontro, como informou o comandante do 16º BPM, Sérgio Barbosa. “Depois de marcado o encontro, a equipe se posicionou de maneira a não chamar atenção e conseguiu lograr êxito em prendê-lo e conduzi-lo à delegacia”. O homem de 30 anos também pede ao garoto, sem saber que falava com a mãe dele, uma “chance para fazê-lo feliz”. Apesar das mensagens, o suspeito foi ouvido na delegacia de Inhaúma (44ª DP) e liberado. Na casa dele não teriam sido encontradas provas. A mãe do menino se revoltou com a liberação do suposto pedófilo. “É uma vergonha mesmo”. Fonte: http://www.nordeste1.com/mae-finge-ser-filho-adolescente-nowhatsapp-para-prender-suspeito-de-pedofilia/

Texto 2 Uma das matérias especiais do ‘Fantástico” deste domingo (18) é sobre o combate da pedofilia. Na matéria, a equipe vai mostrar como são reunidas as pessoas que atuam combatendo a pedofilia na Polícia Civil de São Paulo. Especialistas americanos treinaram investigadores paulistas para que saibam rastrear a atuação ode pedófilos. Para isso, é usado um software, que foi desenvolvido em uma central mundial de monitoramento de pedófilos, na Flórida, Estados Unidos. Na reportagem será possível ver como o programa consegue identificar, em tempo real, quem está baixando fotos ou vídeos de pedofilia. Após descobertos, o mandado judicial permite que os policiais realizem as apreensões e até prisões, mesmo que o pedófilo não tenha sido denunciado. Mais de 100 pessoas já foram identificadas, através deste programa, no Estado de São Paulo. Dentre os suspeitos há um técnico em informática, que também é professor em escolas municipais, que estaria usando computadores do local de trabalho para baixar vídeos e fotos e crianças. Fonte: http://www.horabrasil.com.br/15152/fantastico-pedofiliahormonios/

Texto 3 [...]Em entrevista à BBC Brasil em Roma, na Itália, onde esteve a convite do Telefono Azzurro, linha que recebe denúncias de violações aos direitos da infância, Allen defende que os pais imponham limites ao conteúdo acessado pelos filhos. "A internet mudou o mundo e isto é fantástico. Com ela as crianças podem aprender, se divertir e entrar em contato com pessoas com os mesmos interesses", argumenta. "O lado negativo é a enorme exposição de menores de idade a

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agora causam mais mortes do que a fome, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.

PROPOSTA 14 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema alimentação irregular e obesidade no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto III

TEXTO I Esta é para deixar pais e especialistas de cabelo em pé: a obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos e hoje atinge cerca de 15% dos baixinhos brasileiros, ou cerca de 5 milhões de crianças. Quem garante é a Sociedade de Pediatria de São Paulo. Dados do gênero explicam por que todos apontam o dedo para a dobradinha hambúrguer e batata-frita, ícones da chamada ‘comida trash’, que a garotada devora num piscar de olhos. A boa notícia é que uma luz de esperança começa a brilhar nesse cenário tão sombrio. Em resposta à acusação, o cardápio dessas fábricas de delícias gordurosas está abrindo espaço para itens praticamente impensáveis há alguns anos, como saladas, sucos, grelhados, queijinhos e até frutas. O movimento é mais forte nos Estados Unidos, mas felizmente a tendência já está desembarcando por aqui, mesmo que timidamente. “Devido aos altos índices de obesidade e de doenças crônicas, essa providência, mais do que desejável, é necessária” opina a nutricionista ituveravense Viviane de Souza Ribeiro Sandoval, responsável pela merenda escolar do município de Buritizal e que atende na clínica Longevitá. Segundo ela, a alimentação um pouco mais saudável nos fast food é apenas um começo, mas, segundo a especialista, ainda não é o suficiente. “Precisamos de campanhas de educação alimentar para pais e filhos”, disse Viviane. Disponível em: http://www.tribunadeituverava.com.br/ TEXTO II Paola Flores, que pede frango frito em um restaurante de comida rápida na capital da Colômbia, é um dos milhões de latino-americanos que lutam com a obesidade, uma epidemia que castiga a região mais duramente do que outras áreas em desenvolvimento no mundo. Mais de 56% dos adultos latinoamericanos estão acima do peso ou obesos, em comparação com uma média mundial de 34%, de acordo com um relatório do Instituto de Desenvolvimento do Exterior, divulgado no ano passado. O problema crescente costuma afetar principalmente os mais pobres na sociedade, e traz o risco de sobrecarregar os sistemas de saúde pública da América Latina e reduzir os ganhos econômicos no longo prazo, dizem os especialistas. Desde 1991, o número de pessoas que passam fome na América Latina caiu quase pela metade, de 68,5 milhões para 37 milhões em dezembro. Embora a região seja a única que está no caminho certo para atingir as metas da ONU sobre a redução da fome até 2016, muito menos atenção tem sido dada ao combate à obesidade. Na década passada, as economias de rápido crescimento impulsionadas pela expansão no consumo de matérias-primas, incluindo o México, Colômbia e Brasil, têm visto uma classe média em ascensão com um gosto por alimentos processados que são mais ricos em sal, açúcar e gordura. Benefícios em forma de transferências monetárias, adotados por alguns dos governos de esquerda da região, particularmente o Brasil, fazem com que as pessoas tenham mais dinheiro para gastar com comida. Os governos e os programas de nutrição agora precisam se concentrar em garantir que as pessoas comprem mais alimentos ricos em fibras e proteínas, tais como frutas e legumes, disseram autoridades da ONU. A obesidade é a doença crônica que mais cresce, matando 2,8 milhões de adultos a cada ano. Condições relacionadas com a obesidade, incluindo diabetes e doenças do coração,

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no estatuto do desarmamento (lei 10.826/03). O projeto revoga o estatuto aprovado em 2003 e referendado em 2005. Para virar lei, câmara e senado ainda devem votar a matéria em plenário. A revogação do estatuto divide opiniões entre os parlamentares, primeiramente porque em 2005, 59 milhões de brasileiros votaram contra o desarmamento no Brasil e depois porque não há nenhuma certeza de que o projeto de lei reduzirá a criminalidade no país. Quem defende a revogação do estatuto do desarmamento entende que a arma que está na mão dos cidadãos não contribui para os altos índices de criminalidade. As estatísticas não comprovam que as mortes são por armas legais. Acreditam que o estatuto deixa os cidadãos em situação vulnerável e fortalece os bandidos, que conseguem mais armas no mercado ilegal. Quem defende o estatuto do desarmamento acredita que o fim deste leva o país ao retrocesso. A construção do estatuto foi feita junto à sociedade e teve efeitos como a redução do número de mortes por arma de fogo. Derrubar o estatuto é permitir um número maior de armas em circulação, facilitando mortes por incidentes, o que pode piorar ainda mais o índice de criminalidade do país. Para esses, uma melhor solução seria fazer uma reforma na implementação do estatuto e não uma revogação. Fonte:http://www.politize.com.br/entenda-o-projeto-de-lei-derevogacao-do-estatuto-do-desarmamento/

PROPOSTA 15 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Sociedade e armamento: solução para a violência? Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1

A criação do Estatuto do Desarmamento provocou queda de 12,6% na taxa de homicídios do País, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Dez anos depois de virar lei, o código promoveu a redução de mortes violentas, segundo dados da pesquisa apresentada nesta quinta-feira (5), sobre o impacto do Estatuto do Desarmamento. De acordo com o estudo do Ipea, não há como relacionar, contudo, a redução dos crimes contra o patrimônio com o aumento do número de armas de fogo pelos cidadãos. Segundo o estudo, em média, a cada ponto percentual a mais no número de armas de fogo em uma cidade, a taxa de homicídios chega a aumentar dois pontos percentuais. De acordo com o diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, há uma “relação de causalidade” entre a redução do número de armas com a queda dos homicídios. “Onde se tem uma maior difusão de armas de fogo aumenta a taxa de homicídios em 1% ou 2%”, disse. Cerqueira afirmou que o Estatuto do Desarmamento foi responsável pela estabilização das taxas médias de homicídio no Brasil, que eram crescentes até 2004. Cerqueira, que é também diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, liderou alguns estudos sobre o tema no Brasil.

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O ser humano tem o direito à vida. Isso significa que ele tem o direito de não ter sua integridade física ameaçada ou violada. Assumindo que a maldade existe, negar ao indivíduo a posse de meios de defender a própria vida é violar o direito a ela. O jurista britânico William Blackstone afirmou que “o principal objetivo da sociedade é proteger os indivíduos no usufruto de seus direitos absolutos, que lhes foram investidos pelas leis imutáveis da natureza.” Assim sendo, as legislações de controle de armas impostas pelo governo violam o direito natural das pessoas e pervertem a natureza das instituições humanas que, num arranjo natural, teriam na preservação do direito sua principal razão de ser. Embora o argumento ético seja suficiente para encerrar o caso, há ainda o fato de que o armamento da população a torna mais segura. Os oito estados americanos com mais restrições à posse de armas possuem um índice de homicídio com armas de fogo per capita 60% maior do que os oito estados americanos menos restritivos. Os nove países europeus com menos armas de fogo por habitante apresentam uma taxa de homicídios per capita três vezes maior que os nove países europeus com mais armas de fogo por habitante. Poder-se-ia argumentar que o armamento civil é uma variável irrelevante diante de diferenças históricas, políticas e culturais. Mas a recorrente e abrupta elevação da criminalidade resultante da promulgação de legislações de controle de armas prova o contrário. Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2167 Texto 4

Estatuto O estatuto, criado pela Lei 10.826/03, autoriza o porte de armas por guardas municipais, bombeiros, colecionadores e seguranças privados, mas proíbe que civis portem armas. A exceção é para os casos em que a pessoa comprove estar sofrendo ameaça à vida. Mesmo assim, o porte pode ser cassado a qualquer momento se o portador andar armado e embriagado ou sob o efeito de drogas. A medida tornou mais difícil para o cidadão ter acesso ao porte de arma e estimulou a população a se desarmar. Foi o estatuto que instituiu a realização das campanhas de desarmamento, prevendo o pagamento de indenização para quem entregasse espontaneamente suas armas, a qualquer momento, à Polícia Federal. O Estatuto também aperfeiçoou a legislação para punir mais efetivamente o comércio ilegal e o tráfico internacional de armas de fogo. Tais crimes, antes enquadrados como contrabando e descaminho, passaram a ser expressamente previstos em lei especifica. A pena prevista para essas condutas é de quatro a oito anos de prisão e multa. Fonte: http://www.brasil.gov.br/defesa-eseguranca/2013/09/em-uma-decada-estatuto-dodesarmamento-reduziu-homicidios-em-12-6-no pais/54_1314116298_desarmamento.jpg/view Texto 2 Em 2012, foi apresentado na câmara dos deputados o projeto de lei nº 3.722, que tenta revogar o estatuto e facilitar o acesso de civis a armas. O projeto define mudanças como: – aumentar de seis para nove a quantidade de armas que podem ser adquiridas por cidadão. – a aquisição de munições passa de 50 por ano para 50 por mês. – a indenização por entrega de arma de fogo passa de R$ 450,00 para no máximo R$ 150,00. – a idade mínima para obter uma arma de fogo cai de 25 para 21 anos. Em 27 de outubro de 2015, o texto-base do deputado Laudívio Carvalho que facilita o porte e a compra de armas de fogo foi aprovado com 19 votos a favor e oito contra pela comissão especial da câmara formada para analisar alterações

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PROPOSTA 16 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “A questão da inclusão das pessoas com deficiência”. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Entra em vigor o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso à educação e saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população. Hoje no Brasil existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal e passa a valer com sua publicação no Diário Oficial da União. -Menos abusos Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência. Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito à pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência. -Veto Um trecho que foi vetado pela presidenta Dilma Rousseff na época de sua sanção, porém, gerou críticas. O projeto de lei aprovado pelos parlamentares obrigava empresas com menos de 100 funcionários a contratarem pelo menos uma pessoa com deficiência. Atualmente, a obrigação vale apenas para as empresas com 100 trabalhadores ou mais. O veto foi considerado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora da proposta na Câmara, uma “perda irreparável”. -Cotas De acordo com o estatuto, as empresas de exploração de serviço de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência. Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas a nova lei garante que haja no mínimo uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito. A legislação exige também que 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas sejam acessíveis e que, ao menos uma unidade acessível, seja garantida. -Mais direitos Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade. Ao poder público cabe assegurar sistema educacional inclusivo, ofertar recursos de acessibilidade e garantir pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, de acordo com a lei. Para escolas inclusivas, o Estado deve oferecer educação bilíngue, em Libras como primeira língua e português como segunda. Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/201601/estatuto-da-pessoa-comdeficiencia

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PROPOSTA 17 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os desafios do relacionamento familiar no contexto das novas tecnologias. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1

“ Ao observarmos nosso comportamento, em especial em nossos lares, entre pais e filhos, vamos notar que em diferentes momentos estamos fisicamente presentes, mas totalmente alheios ao contexto, isto porque estamos usando algum dispositivo móvel, conectados, vivenciando uma outra experiência. Afinal, o que está acontecendo? Chamarei de “primeira onda” aquela que, a partir do uso de computadores pessoais e depois celulares, transformou lares em extensão das empresas e de “segunda onda”, ao uso por todos (ou quase todos) os membros de uma família de dispositivos móveis e acesso às redes sociais. A primeira onda foi alavancada pela nova economia e a expansão do acesso à internet, fatores que ajudaram a diminuir as barreiras entre o local de trabalho e nossos lares. Acesso aos e-mails e diferentes sistemas corporativos, bem como o uso de celulares para manter contato com as atividades da empresa, fazem parte do cotidiano de milhões de profissionais ao redor do planeta. E embora diferentes autores (Castells, 2000; De Masi, 2000) observem este movimento como positivo, existe um preço a pagar. “A solidariedade familiar depende de uma sincronização das agendas de seus membros, algo cada vez mais difícil de se conseguir, considerando os regimes flexíveis de trabalho atuais.” (Wajcman et all, 2008). O problema que as famílias precisam resolver quando pais adotam o “home office” é como separar, dentro do espaço de seus lares, trabalho e atenção para o próprio relacionamento e para os filhos. Com a adoção de tecnologias móveis, em especial smatphones e tablets por crianças e adolescentes, a “segunda onda” apresenta desafios ainda maiores para o convívio familiar. Agora não somente os pais estão conectados, os filhos também.

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Fonte: http://nic.br/noticia/na-midia/a- familia-des- conectada-i/

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PROPOSTA 18 Com base nos seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida estudantil e nos textos norteadores abaixo, produza uma dissertação argumentativa sobre o tema: Atual cenário da leitura no Brasil: realidade favorável ou falta incentivo? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1 “Quanto mais estreita for a relação entre autor e leitor, maior a probabilidade daquele livro dar certo. Talvez o maior expoente da categoria amigo-do-leitor seja o best-seller John Green, autor que tem três livros publicados pela editora Intrínseca no Brasil e que já vendeu mais de dois milhões de cópias no país. Sua obra A culpa é das estrelas, que fala do amor e da luta de dois adolescentes contra o câncer, está nos cinemas. (...)” Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/22/cultura/ Texto 2 Quantos livros você leu no ano passado? Se você é como a maioria da população brasileira, deve ter respondido “nenhum”. Uma pesquisa divulgada na semana passada pela Federação do Comércio (Fecomércio) do Rio de Janeiro mostrou que 70% dos brasileiros não leram um livro sequer em 2014. Para especialistas, o dado é preocupante – principalmente pelo fato de o percentual ter aumentado em relação ao ano anterior. Mas por que o Brasil lê tão pouco? Entre professores e escritores, as respostas passam, inevitavelmente, pelo investimento que é feito em estudo, pela falta de vontade política, pelo processo de alfabetização tardio e pela própria cultura do povo brasileiro, mais oral do que textual. A professora Regina Zilberman, do Instituto de Letras da UFRGS, lembra que as crianças brasileiras passaram a ser alfabetizadas de maneira séria há menos de 100 anos. Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2015/04/po r-que-os-brasileiros-leem-tao-pouco TEXTO 03

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vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. § 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. [...] Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento.

PROPOSTA 19 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema:"O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios". Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Para cada criança na fila de adoção há seis famílias interessadas. No último 25 de maio de 2016, associações e órgãos do Estado realizaram eventos para lembrar o Dia Nacional da Adoção. Muitos deles incentivavam a chamada adoção tardia, a recepção de crianças de faixa etária mais elevada, o que poderia ajudar a resolver o impasse existente no Brasil: há 5,6 mil crianças precisando de adoção, mas a maioria não se encaixa no perfil desejado pelas mais de 30 mil pessoas querendo adotar. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em todo Brasil há 5.624 crianças aptas a serem adotadas. Para cada uma delas há seis adotantes (casais ou pessoas sozinhas) que poderiam ser seus pais (33.633), mas não são. Ocorre que apenas 6% das crianças aptas a serem adotadas têm menos de um ano de idade, enquanto 87,42% têm mais de cinco anos, faixa etária aceita por apenas 11% dos pretendentes. A questão racial também pesa: 67,8% das crianças não são brancas, mas 26,33% dos futuros pais adotivos só aceitam crianças brancas. […] O perfil das crianças na fila da adoção pode ser explicado por sua origem. A maior parte delas vem de setores vulneráveis da sociedade. Segundo Carvalho, os principais motivos que levam famílias a perderem seus menores são a negligência, o abandono e a violência física e sexual.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/para-cadacrianca-na-fila-de-adocaoha-quase-seis-pais-possiveis-> (adaptado)

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Texto 3 Alguns artigos da Lei 8.069/1990 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que tratam da adoção: Da Adoção Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se- á segundo o disposto nesta Lei. § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. § 2o É vedada a adoção por procuração. Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os

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PROPOSTA 20 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O drama dos refugiados no Brasil Contemporâneo. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 A nova Lei de Migração foi sancionada em maio de 2017 e entrará em vigor em novembro deste ano. Ela garante ao migrante, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. A legislação garante a proteção ao apátrida e põe o Brasil novamente na vanguarda mundial ao ter uma lei que expressamente permite a naturalização de forma mais rápida, com a finalidade de combater a apatridia no mundo. Fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2017/06/numerode-refugiados-no-brasil-aumentou-12-em-2016

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Texto 3 A Lei de Migração é o principal legado humanitário do Congresso Nacional em 2017. O professor André de Carvalho Ramos, da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que o Brasil ganha quando respeita suas origens e o seu passado de fluxos migratórios. De acordo com Ramos, a história ensina que nenhuma nação ganhou ao rechaçar a mobilidade humana. Um critério importante de avaliação da democracia, explicou, é analisar como um país trata os mais vulneráveis. Fonte: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/07/03/leida-migracao-e-elogiada-por-especialistas-em-audiencia-nacre?utm_source=midias-sociais&utm_medium=midiassociais&utm_campaign=midias-sociais

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PROPOSTA 21 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os empecilhos da doação de sangue no Brasil. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 No Brasil, 1,8% da população doa sangue, número que está dentro dos parâmetros, de pelo menos 1%. A taxa, entretanto, está longe da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 3% da população doadora. Apenas uma doação de sangue pode beneficiar até quatro pessoas. No Brasil, ao ano, cerca de 3,5 milhões de pessoas realizam transfusões de sangue. No total, existem no país 27 hemocentros e 500 serviços de coleta. O sangue é um recurso importante tanto para tratamentos planejados como para intervenções urgentes. Ele ajuda pacientes que sofrem de doenças crônicas graves, como a doença falciforme e a talassemia, além de servir de apoio para procedimentos médicos e cirúrgicos complexos. O sangue também é vital para tratar feridos em emergências. Fonte: http://odia.ig.com.br/mundoeciencia/2017-06-14/doacao-desangue-18-da-populacao-brasileira-doa-sangue-meta-d a-oms-e-3.html

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PROPOSTA 22 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A relação entre as crises brasileiras e a consciência política na sociedade contemporânea. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 As manifestações de junho de 2013, marcadas pela forte presença de jovens, reuniram no mesmo espaço público integrantes de movimentos que defendiam a manifestação como uma ação política e uma massa de indignados com a política e com a ação governamental. Os temas levantados pelas manifestações repercutiram também na agenda governamental. No nível municipal e estadual, em vários pontos do país, foram revogados aumentos de tarifas de ônibus. No nível federal, medidas foram propostas em diversas áreas: responsabilidade fiscal, reforma política, mobilidade urbana, educação e saúde. Nas manifestações de 2015, explicitaram-se de forma clara divisões já presentes em 2013. No dia 15 de março, manifestaram-se os que têm como principal bandeira o combate à corrupção. No âmbito desta vertente dos movimentos, inclui-se a proposta de impeachment da presidente Dilma e, de forma minoritária, a proposta do retorno à ditadura. Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/gestao-politica-esociedade/politica-e-sociedade-as-manifestacoes-de-rua-de-20 13-e2015/

Texto 2

Texto 3 A principal contribuição das manifestações ocorridas a partir de junho de 2013 no Brasil é o reanimar da sociedade civil brasileira em prol dos seus direitos. O questionar o Estado, as suas condutas, as suas aplicações financeiras e os seus servidores públicos, nas mais diversas esferas da formação do Estado. Não devemos observar políticos como senhores de nós, mas sim como servidores públicos. E como servidores públicos, servidores do povo, que tem por obrigação gerir o dinheiro e os bens públicos para o melhor bem estar de seu povo. Fonte: http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14720

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PROPOSTA 23 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O acesso à produção cultural em questão no Brasil. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 “Cultura” é um conceito usado genericamente para falar da totalidade dos valores e das práticas humanas. Neste sentido, cultura é tudo o que é produzido pelo ser humano enquanto não é próprio da natureza. Em um segundo sentido, costumamos chamar de cultura um tipo de recorte para definir práticas relacionadas às artes e às chamadas ciências humanas voltadas à pesquisa de cunho antropológico e social. Marcia Tiburi, 2009 Fonte: http://goo.gl/gwM0tB

Texto 2 Entretenimento: a minoria dos brasileiros frequenta cinema uma vez no ano. Quase todos os brasileiros nunca frequentaram museus ou jamais frequentaram alguma exposição de arte. Mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, embora muitos saiam para dançar. Grande parte dos municípios não possui salas de cinema, teatro, museus e espaços culturais multiuso. Livros e Bibliotecas: o brasileiro praticamente não tem o hábito de leitura. A maioria dos livros estão concentrados nas mãos de muito poucos. O preço médio do livro de leitura é muito elevado quando se compara com a renda do brasileiro nas classes C/D/E. Muitos municípios brasileiros não têm biblioteca, a maioria destes se localiza no Nordeste, e apenas dois no Sudeste. Acesso à Internet: uma grande porcentagem de brasileiros não possui computador em casa, destes, a maioria não tem qualquer acesso à internet (nem no trabalho, nem na escola). Profissionais da Cultura: a metade da população ocupada na área de cultura não têm carteira assinada ou trabalha por conta própria. Fonte: Unesco, 2015. Disponível em: http://goo.gl/VVslIX

Texto 3 O Vale-Cultura foi criado para beneficiar prioritariamente os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos. Com ele, o trabalhador pode comprar ingressos de teatro, cinema, museus, espetáculos, shows, circo, CDs, DVDs, livros, revistas, jornais, entre outros. O ValeCultura também poderá pagar mensalidades de cursos de audiovisual, dança, circo, fotografia, música, literatura, teatro, entre outras atividades culturais. O benefício é concedido pelo empregador aos seus trabalhadores com vínculo empregatício formal com empregador por meio de um cartão magnético pré-pago, válido em todo território nacional, no valor de R$ 50,00 mensais. Para os trabalhadores que quiserem adquirir produtos ou serviços culturais que custam mais de R$ 50,00, uma boa notícia: o crédito é cumulativo, ou seja, não expira nem tem prazo de validade. Assim, é possível fazer uma poupança para viabilizar a compra desejada. Fonte: Ministério da Cultura, 2015 Disponível em: http://goo.gl/ctX5tR

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PROPOSTA 24 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os acidentes de trânsito no Brasil e os fatores motivadores. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Os últimos levantamentos da ONU mostram que os acidentes de trânsito representam a principal causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos no mundo. Segundo os dados oficiais, mais de 1,2 milhão de pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito todo o ano no mundo. O Brasil está no 4º lugar do ranking de países com maior quantidade de mortes ocasionadas por acidentes de trânsito, segundo pesquisa do Instituto Avante Brasil. Um levantamento feito pelo Observatório Nacional de Segurança Viária indica que jovens do sexo masculino e de idade entre 18 e 25 anos compuseram mais de 28% das vítimas fatais nos acidentes de trânsito em 2013. Os números são assustadores e mostram que o problema da negligência no trânsito ainda é muito relevado. Os jovens estão entre os mais atingidos em razão do estilo de vida ao qual estão geralmente associados. Dirigir alcoolizado e o excesso de velocidade são as principais causas de acidentes entre jovens. No entanto, dirigir e utilizar o celular para mandar mensagens instantâneas começa a aparecer como um grande desencadeador de acidentes. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o ato de dirigir e mandar ou ler mensagens de celular aumenta em 23 vezes o risco de se envolver em acidentes. A implementação da “Lei Seca” (nº 11.705/2008), em 2008, foi uma tentativa de diminuir os acidentes de trânsito motivados pela direção sob efeito de álcool. Um levantamento do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostra que, entre o período de 2001 e 2010, em uma comparação entre os números de mortes por acidente de trânsito antes e depois da implementação da “Lei Seca”, a ocorrência de óbitos no estado de São Paulo diminuiu em 16%. A lei determina que a ocorrência de concentração de álcool no sangue maior que 0,05 miligramas por litro de sangue é considerada uma infração administrativa, sendo passiva de punição de até 12 meses de suspensão da carteira de motorista. Caso a medição resulte em 0,36 miligramas por litro ou mais, o condutor fica sujeito à punição de seis meses a três anos de reclusão penal. Campanhas educativas são a maior aposta do governo no combate à negligência no trânsito e às consequentes mortes. Os custos da violência no trânsito, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ultrapassou os 30 bilhões de reais entre os anos de 2011 e 2013. Entender os riscos e os custos que nossas ações no trânsito geram parece ser o caminho para tentar frear a tragédia que vemos em nosso dia a dia nas ruas de nossas cidades. Mais importante que o custo econômico é o custo de vidas humanas que são perdidas por descuidos que podem ser evitados.

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Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/jovenstransito.htm

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Texto 3

PROPOSTA 25 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: As deficiências do transporte Público Brasileiro. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 A motorização privada da mobilidade trouxe consigo grandes impactos negativos, na forma de aumento dos custos de operação dos ônibus, dos acidentes, da poluição e dos congestionamentos (ANTP, 2011). Como o uso do automóvel requer o consumo de grande espaço físico nas vias, o congestionamento cresceu e rebaixou a velocidade dos ônibus para 12 a 15 km/h, quando o desejável e possível com tratamento adequado é 20 a 25 km/h. Isso levou ao aumento dos custos operacionais dos ônibus entre 15% e 25%, sendo o custo adicional repassado aos usuários pagantes, na maioria com baixo nível de renda: embora o vale-transporte limite o gasto do trabalhador a 6% do seu salário, mais da metade dos usuários não têm acesso a esse benefício. As grandes diferenças de qualidade entre o transporte público e o individual devem ser acrescentadas às vantagens do custo de usar automóveis ou motos: uma viagem de 7 quilômetros, no pico da tarde, em uma grande cidade, usando transporte público, leva mais do que o dobro do tempo da viagem em automóvel ou motocicleta, além de custar o triplo da viagem em moto e apenas 10% a menos que a viagem em auto. Fonte: http://diplomatique.org.br/o-transporte- urbano-no- brasil/

Texto 2 Após a Constituição de 1988 e o afastamento do governo federal da questão do transporte público, os recursos federais ficaram limitados às fontes do Orçamento Geral da União e do BNDES, sendo aplicados em alguns corredores de ônibus e sistemas ferroviários e metroviários de grandes cidades. Mais recentemente, o Código de Trânsito de 1998 criou o Fundo Nacional de Segurança e Educação para o Trânsito (Funset) e o DPVAT (seguros contra acidentes). Desde então, essas duas fontes acumularam cerca de R$ 3,1 bilhões, recursos que, em sua maioria, estiveram contingenciados pelo Ministério da Fazenda. Adicionalmente, foi estabelecida a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que, originária do consumo de combustíveis, tem parte da destinação prevista para os transportes públicos. No entanto, a maior parte dos recursos da Cide (cerca de R$ 9 bilhões por ano) também foi sendo contingenciada ao longo do tempo. No tocante à operação dos sistemas de transporte de passageiros, os custos do transporte público são cobertos pelas tarifas pagas pelos usuários e, em alguns casos (principalmente nas ferrovias), também por complementações orçamentárias. A cobertura dos custos vem ficando cada vez mais difícil e iníqua, na medida em que a tarifa vem aumentando acima da inflação, afetando muito os usuários que não recebem o vale-transporte. Fonte: http://diplomatique.org.br/o-transporte- urbano-no- brasil/

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Na avaliação de Paulino, a alta aprovação à redução da maioridade penal está dentro do contexto de violência praticada por um adolescente. O levantamento feito em 2003 também foi realizado pouco tempo depois da morte de um casal de namorados (Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19) por um jovem que na época tinha 16 anos - conhecido como Champinha. [Folha de S.Paulo, 17/04/2013]

PROPOSTA 26 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema Deve-se reduzir a maioridade penal no Brasil? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

OAB: redução não resolve Brasília – O assassinato, na semana passada, do estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos, com um tiro disparado por um adolescente de 17 anos, em São Paulo, trouxe de volta ao debate a redução da maioridade penal, tema controverso sobre o qual a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sempre se posicionou contrariamente. Segundo o presidente nacional da entidade, Marcus Vinicius Furtado, a criminalidade envolvendo crianças e adolescentes requer atenção especial das autoridades e de toda a sociedade, mas não se deve deixar que a comoção leve a caminhos que não irão resolver o problema, mas apenas agravá-lo.

Toda vez que um crime cometido por um menor de idade ganha evidência na mídia, cria-se uma comoção nacional e a polêmica envolvendo a maioridade penal vem à tona. Isso ocorreu recentemente, após um jovem prestes a completar 18 anos ter assassinado um universitário por causa de um celular, no início de abril, em São Paulo. Pesquisa Datafolha, uma semana depois do fato, revelou que 93% dos paulistanos eram favoráveis à redução da maioridade penal, uma vez que, no Brasil, os menores de 18 anos não respondem criminalmente por seus atos. Dezesseis anos é a idade mais cogitada para marcar esse limite. A principal alegação apresentada na defesa dessa mudança é o precoce amadurecimento do jovem, que hoje tem fácil acesso a informações e discernimento suficiente inclusive para votar. No entanto, os opositores dessa mudança alegam que outros casos surgirão com jovens (ou até crianças) com idades inferiores a essa, uma vez que as causas do problema não estariam sendo combatidas.

“Seria um retrocesso para o país, além de transformar o menino num delinquente sujeito à crueldade das prisões”, afirmou. “É a negação de tudo que podemos imaginar para o futuro”. Para Marcus Vinicius, a criminalidade e a violência entre os jovens precisam ser enfrentados a partir de um trabalho social muito forte. “Um pouco de dignidade já resolveria muita coisa”, disse, lembrando a falta de perspectiva que leva muitos adolescentes a buscar o caminho das drogas e da criminalidade. (...) [Ordem dos Advogados do Brasil]

93% a favor da redução Pesquisa Datafolha mostra que 93% dos moradores da capital paulista concordam com a diminuição da idade em que uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder. Em consultas anteriores, em 2003 e 2006, a aprovação à medida pelos moradores da cidade foi de 83% e 88%, respectivamente - a margem de erro era de dois pontos. Sobre a idade a partir da qual um adolescente deveria passar a ser responsabilizado criminalmente, parte dos entrevistados, em respostas espontâneas (sem haver opções no questionário), defende que menores de 16 anos sejam enquadrados. (...) Um levantamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República em 53 países aponta que 42 adotam a maioridade penal a partir dos 18 anos. Entre os que responsabilizam mais jovens estão os EUA -a partir dos 12 anos, dependendo do Estado. O debate sobre a alteração na legislação voltou à tona depois do assassinato do universitário Victor Hugo Deppman, 19, mesmo sem ter reagido a um roubo de celular no último dia 9 em São Paulo. O suspeito pelo crime é um jovem que estava a três dias de fazer 18 anos. Ele foi detido e levado para a Fundação Casa (antiga Febem).

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Disponível em: https://aasp.jusbrasil.com.br/noticias/2172160/acumulo-deprocessos-nos-tribunais-e-as-dificuldades-na-administracaodo-judiciario Acesso em 18 jul 2017.

PROPOSTA 27 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “As dificuldades do poder judiciário no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO II DIANTE DE EXTREMA DIFICULDADE, PAPEL DA JUSTIÇA É PACIFICAR, DIZ CÁRMEN LÚCIA “O papel da Justiça é pacificar”, afirmou a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, na abertura do 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, na manhã desta segunda-feira (5/12) na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Ao expor suas expectativas sobre o evento, que reúne representantes de todo o Poder Judiciário, a ministra enfatizou a necessidade de a Justiça brasileira dar resposta às demandas dos cidadãos do país, sobretudo imprimindo mais celeridade ao julgamento dos processos. De acordo com a ministra, o Brasil espera que o Poder Judiciário cumpra seu papel de solucionar conflitos. “O cidadão brasileiro espera que julguemos os casos que são conflitos na sociedade e, como não há paz sem justiça, o que se busca é que atuemos no sentido da pacificação em um momento particularmente grave, porque aqui somos responsáveis por resolver conflitos que estejam nos processos”, disse a ministra, lembrando que há quase 80 milhões de processos aguardando decisão e apenas 16 mil juízes para julgá-los.

TEXTO I ACÚMULO DE PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E AS DIFICULDADES NA ADMINISTRAÇÃO DO JUDICIÁRIO Na sexta-feira (30/04), no encerramento do seminário O Novo Processo Civil e a Eficiência no Poder Judiciário, promovido pela Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região, o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) defendeu o acesso ao direito por vias alternativas como forma de tentar desafogar o acúmulo de processos no Poder Judiciário Brasileiro. No início da apresentação, o ministro falou sobre a história do Judiciário nacional nas últimas décadas e enumerou uma série de fatores que dificultam a tramitação processual no país. O Brasil tem uma característica muito singular em relação a muitos países no que diz respeito à questão judicial e ao chamado serviço judicial. Somos uma sociedade, felizmente, muito dependente da atuação judicial. Criamos uma cultura fortemente judicialista. Em 2008, 70 milhões de processos tramitaram pela justiça, em 2009, 80 milhões de processos. Isso significa que para quase 2, 3 cidadãos, temos um processo judicial. Do lado negativo desta questão judicialista, transformamos qualquer questão em processo, afirmou.

[…] Para ilustrar a urgência da missão da Justiça na manutenção do estado democrático de direito, a ministra Cármen Lúcia recorreu à filósofa alemã Hannah Arendt. “Em uma passagem de sua obra, Hannah Arendt afirma que toda sociedade vive um momento em que se vê em uma encruzilhada: ou se acredita em uma ideia de justiça que será atendida por uma estrutura estatal e partimos de um marco civilizatório específico ou a sociedade deixa de acreditar nas instituições e, por isso mesmo, opta pela vingança, que é o caudatário ou a não resposta de justiça. Nós, servidores do Poder Judiciário, não esperamos que a sociedade precise desacreditar a tal ponto que resolva, entre aspas, fazer justiça pelas próprias mãos, que nada mais é do que exercer a vingança, a negativa da civilização”, afirmou.

Para ele, o próprio Estado e as grandes corporações, se aproveitando do modelo, passaram a exigir que se tivessem decisões judiciais singularizadas. Em outras palavras, quem não fosse a justiça não teria reconhecido o seu direito, o que levou a um aumento no número de processos no Judiciário. Para o ex-presidente do STF, a única forma de reverter esse quadro é cobrando mais efetividade do serviço público e dos seus concessionários. É preciso melhorar o serviço público, fazer com que ele seja mais amigo do cidadão, incentivar as agências que cumprem esse papel. Não é possível que um percentual elevado das questões que vão para o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) depois se transformem em ações judiciais. Não há máquina judiciária administrativa capaz de responder a esse tipo de demanda.

Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84134-emmomento-de-extrema-dificuldade-papel-da-justica-e-pacificardiz-carmen-lucia Acesso em 18 jul 2017 Adaptado TEXTO III

Ao final do encontro, o ministro abordou um dos principais desafios da administração judiciária nos próximos anos: o processo virtual. O processo judicial eletrônico precisa ser uniformizado. Hoje temos muitas iniciativas bem sucedidas isoladas. O Conselho Nacional de Justiça está tentando construir um processo único que atenda aos vários procedimentos tanto na área penal quanto na aérea civil, processo sumário ou ordinário, com todas as características, a execução penal e também a execução fiscal. Outra questão levantada pelo ministro como desafio é a relação judicialização ou acesso ao direito por vias alternativas, inclusive por soluções de conflito via agências reguladoras e Procon de forma definitiva. Uma sociedade não pode depender exclusivamente do Judiciário para solução de suas controvérsias. O Brasil é muito dependente deste modelo, finalizou.

Disponível em: https://tokdehistoria.com.br/tag/goias/ Acesso em 18 jul 2017

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TEXTO IV

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/698128379707904406/ Aces so em 18 jul 2017

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explica Rudimar Riesgo, que também é chefe da unidade de neuropediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. No entanto, mesmo que ainda faltem muitas respostas, cientistas do mundo todo não se cansam de investigar a fundo esse transtorno – que, segundo estimativas, afeta 2 milhões de crianças só no Brasil.

PROPOSTA 28 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os desafios para os autistas no Brasil contemporâneo. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 3

O autismo é uma síndrome caracterizada por desvios de comunicação, atenção e imaginação; e, consequentemente, problemas comportamentais. Mais frequente em meninos do que em meninas, os primeiros indícios ocorrem, geralmente, antes dos três anos de idade, e persistem por toda a vida. Alguns destes são:

Texto 1 Crianças com autismo podem desenvolver talentos específicos

- Dificuldades em interações sociais, inclusive em comportamentos não verbais; - Comportamentos estereotipados; - Obsessão por partes de objetos; - Inflexibilidade em quebrar rotinas; - Problemas na dicção; - Risos em situações inapropriadas ou inesperadas; - Ausência ou pouca expressão facial, exceto quando estão bravos ou agitados; - Podem ser agressivos consigo ou com outras pessoas, em situações adversas.

Uma das maiores preocupações das famílias que estão no universo particular do autismo é com o futuro dessas crianças. Elas devem ir para escolas regulares ou especiais? E, quando crescerem, vão ter condições de conseguir um emprego? O autismo afeta quase todos os aspectos do comportamento: a fala, os movimentos do corpo, o interesse por amizades, a vida social, as emoções. O mundo autista é muito variado. Vai dos que nem falam, até aqueles com habilidades incríveis. Como educar crianças com necessidades tão diferentes? Colocá-las em escolas comuns ou especiais? Como incluir no mercado de trabalho pessoas com tanta dificuldade para compreender as intenções dos outros? Inclusão. É o tema do último episódio da série Autismo: universo particular. O autismo deve ser diagnosticado precocemente para que a criança possa ter acesso a profissionais especializados. É nessa fase inicial que o tratamento tem os melhores resultados.

Entretanto, por existirem níveis diferenciados de autismo, alguns desses indícios podem não proceder no caso em questão, e outros não listados podem estar presentes. Assim, para o diagnóstico é feita a análise comportamental do indivíduo e, em muitos casos, são aplicados testes específicos. Não são bem conhecidas as causas do autismo. Entretanto, sabe-se que o fator genético é um dos componentes, sendo reconhecido o gene CDH10 como um indício de risco para o desenvolvimento da doença, já que está presente 20% a mais em pessoas com essa síndrome. Fenilcetonúria, infecções virais, síndrome do X frágil, e exposição ao mercúrio, também propiciam sua incidência.

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/autismo-universo-particular/ Acesso em: 13 de fev. 2018

Texto 2 Autismo: novidades sobre o diagnóstico e o tratamento do transtorno Estudos recentes comprovam, entre outras coisas, que a idade dos pais influencia mesmo no desenvolvimento desse distúrbio e que a animalterapia estimula habilidades sociais nos pequenos autistas. Saiba mais sobre esses e outros achados da ciência.

Psicoterapia, educação especial, terapia ocupacional, fonoaudiologia e fisioterapia são alguns recursos que podem ser recomendados com a finalidade de melhorar a qualidade de vida do indivíduo, fornecendo resultados significantes. Aceitação, amor e compreensão dos familiares são muito importantes. https://bebe.abril.com.br/gravidez/autismo-novidades-sobre-odiagnostico-e-o-tratamento-do-transtorno/. Acesso em 13 de fev. 2018

Xavier_S/Thinkstock/Getty Images (/)

“Todos os dias, são divulgados na internet entre 60 e 70 novos artigos sobre autismo”, revela o neuropediatra Rudimar Riesgo, professor de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e um grande estudioso desse distúrbio neurológico que costuma dar caras na ainda primeira infância. Riesgo conta que, apesar de o transtorno ter sido descoberto há mais de 70 anos, a ciência não conhece completamente suas causas. “As pesquisas mais recentes fazem a gente pensar que algo acontece durante a gestação, de modo que essas crianças nascem com uma predisposição para serem autistas. E, na dependência da carga genética, somada a fatores ambientais, o autismo pode se manifestar nos primeiros anos de vida”,

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agora causam mais mortes do que a fome, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.

PROPOSTA 29 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Alimentação irregular e obesidade no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto III

TEXTO I Esta é para deixar pais e especialistas de cabelo em pé: a obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos e hoje atinge cerca de 15% dos baixinhos brasileiros, ou cerca de 5 milhões de crianças. Quem garante é a Sociedade de Pediatria de São Paulo. Dados do gênero explicam por que todos apontam o dedo para a dobradinha hambúrguer e batata-frita, ícones da chamada ‘comida trash’, que a garotada devora num piscar de olhos. A boa notícia é que uma luz de esperança começa a brilhar nesse cenário tão sombrio. Em resposta à acusação, o cardápio dessas fábricas de delícias gordurosas está abrindo espaço para itens praticamente impensáveis há alguns anos, como saladas, sucos, grelhados, queijinhos e até frutas. O movimento é mais forte nos Estados Unidos, mas felizmente a tendência já está desembarcando por aqui, mesmo que timidamente. “Devido aos altos índices de obesidade e de doenças crônicas, essa providência, mais do que desejável, é necessária” opina a nutricionista ituveravense Viviane de Souza Ribeiro Sandoval, responsável pela merenda escolar do município de Buritizal e que atende na clínica Longevitá. Segundo ela, a alimentação um pouco mais saudável nos fast food é apenas um começo, mas, segundo a especialista, ainda não é o suficiente. “Precisamos de campanhas de educação alimentar para pais e filhos”, disse Viviane. Disponível em: http://www.tribunadeituverava.com.br/

TEXTO II Paola Flores, que pede frango frito em um restaurante de comida rápida na capital da Colômbia, é um dos milhões de latino-americanos que lutam com a obesidade, uma epidemia que castiga a região mais duramente do que outras áreas em desenvolvimento no mundo. Mais de 56% dos adultos latinoamericanos estão acima do peso ou obesos, em comparação com uma média mundial de 34%, de acordo com um relatório do Instituto de Desenvolvimento do Exterior, divulgado no ano passado. O problema crescente costuma afetar principalmente os mais pobres na sociedade, e traz o risco de sobrecarregar os sistemas de saúde pública da América Latina e reduzir os ganhos econômicos no longo prazo, dizem os especialistas. Desde 1991, o número de pessoas que passam fome na América Latina caiu quase pela metade, de 68,5 milhões para 37 milhões em dezembro. Embora a região seja a única que está no caminho certo para atingir as metas da ONU sobre a redução da fome até 2016, muito menos atenção tem sido dada ao combate à obesidade. Na década passada, as economias de rápido crescimento impulsionadas pela expansão no consumo de matérias-primas, incluindo o México, Colômbia e Brasil, têm visto uma classe média em ascensão com um gosto por alimentos processados que são mais ricos em sal, açúcar e gordura. Benefícios em forma de transferências monetárias, adotados por alguns dos governos de esquerda da região, particularmente o Brasil, fazem com que as pessoas tenham mais dinheiro para gastar com comida. Os governos e os programas de nutrição agora precisam se concentrar em garantir que as pessoas comprem mais alimentos ricos em fibras e proteínas, tais como frutas e legumes, disseram autoridades da ONU. A obesidade é a doença crônica que mais cresce, matando 2,8 milhões de adultos a cada ano. Condições relacionadas com a obesidade, incluindo diabetes e doenças do coração,

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PROPOSTA 30 Com base nos textos motivadores abaixo e nos seus conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida estudantil, produza uma dissertação argumentativa sobre o tema “ Lei da Palmada: O contraponto entre a violência e a educação dos pais”, posicionando-se criticamente e elaborando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Disponível em http://vestibular.brasilescola.com/banco-deredacoes/tema-lei-palmada-contraponto-entre-violenciaeducacao-dos-pais.htm Acesso em 12 maio 2017.

Foi recentemente aprovada pela câmara dos deputados um projeto de lei que proíbe o uso de castigos corporais em crianças e adolescentes. A Lei da Palmada, como ficou conhecida, abriu portas para um leque de discussões em torno do modo pelo qual os pais devem educar seus filhos. Os que são a favor do projeto defendem a proibição afirmando que é totalmente desnecessária a utilização de qualquer tipo de agressão física como correção, alegando ainda que não é possível delimitar até que ponto a "palmadinha" torna-se violência. No entanto, os que são contra a lei defendem que o diálogo por si só não dará conta de impor limite às crianças, e mais, que este projeto de lei trará consequências irreparáveis à autoridade dos pais sobre os filhos. Quando eu tinha doze anos, cheguei bêbado em casa e tomei uma surra de cinto, depois de ter vomitado no quarto inteiro. Se chorei? Claro. Se doeu? Lógico. Mas, não me traumatizou e me afastou das bebidas. [Correio de Uberlândia ] Primeiro, um argumento que ouço muito, é de pais que são a favor da palmada, de tapas, mas dizem que são contra a pancada. Mas como mensurar isso? Porque quando se está com raiva, é difícil medir a força. [Revista Crescer ] Se uma criança se jogar no chão do supermercado exigindo um brinquedo ou um pacote de bolachas, se ela cuspir nos outros ou empurrar o irmãozinho escada abaixo num acesso de raiva, se ela der tapas ou pontapés no pai ou na mãe, coisas que as crianças frequentemente fazem, então os pais, mães e responsáveis passarão a ter a obrigação de resolver o problema sem tocar na criança, porque qualquer sacudidela, tapinha ou puxadinha de orelha constituem “punição corporal” e portanto se enquadram na Lei da Palmada. [Esboçando ideias ]

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Ouvir a experiência do vizinho ou somente ler a bula não basta: medicamentos fazem parte da prescrição de um tratamento e precisam ser indicados por profissional habilitado: o médico. Há décadas, o Ministério da Saúde divulga a orientação “Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”, após as propagandas dos laboratórios farmacêuticos. Um encaminhamento completamente equivocado, segundo a Associação Paulista de Medicina (APM): “É uma premissa absurda, invertida, um convite à automedicação que coloca a procura do atendimento como uma simples alternativa à falha daquele produto”, protesta o diretor de Comunicação da APM, Renato Françoso Filho. Na tentativa de corrigir este equívoco, o projeto de lei 328/06, que tramita no Senado, propõe a substituição da referida frase por “Antes de consumir qualquer medicamento, consulte um médico”. [Acontece Comunicação e Notícias/Associação Paulista de Medicina]

PROPOSTA 31 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema automedicação: por que a prática é tão comum entre os jovens? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Uma pesquisa do ICTQ (Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade), feita em 12 capitais do país, mostrou que a automedicação é praticada por 76,4% dos brasileiros, a maioria dos quais (90,1%) jovens entre 16 e 24 anos. Além disso a pesquisa apontou ainda que quase um terço (32%) dos brasileiros que se automedicam costuma aumentar a dose do remédio por conta própria, sem orientação do médico ou do farmacêutico.

Comprimidos também podem virar um objeto de desejo ou o consumidor sabe o que ingere? Fenômeno desejável, dentro de limites Antes de demonizar a automedicação e pintá-la como grande vilã da saúde pública, deve-se ter em mente que, dentro de certos limites, ela é um fenômeno desejável. A OMS, por exemplo, a descreve como “necessária” e com função complementar a todo sistema de saúde. O importante aqui é não perder de vista a totalidade do espaço amostral. Se olharmos só para as intoxicações involuntárias e óbitos daí decorrentes, fica mesmo parecendo que a automedicação é um mal a eliminar. Mas é preciso considerar também que a esmagadora maioria das doenças que afetam a população é autolimitada, não requerendo mais do que o alívio dos sintomas. Fazer com que a legião de pessoas que são diariamente acometidas por quadros virais menores e dores de cabeça benignas passe por um médico antes de ter acesso a um analgésico levaria os já saturados sistemas público e privado de atendimento ao colapso. A última coisa de que o SUS necessita é uma explosão da demanda motivada por casos triviais. O desafio diante das autoridades é encontrar o ponto ótimo na regulação que não onere demais o sistema com consultas desnecessárias nem estimule voos muito arriscados na automedicação. [Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo] A prática tem de parar A automedicação é um dos maus (e perigosos) hábitos mais difundidos no mundo. Mais do que uma atitude esporádica, trata-se de uma prática corriqueira – e de alto risco. Assim como em qualquer setor de mercado, os consumidores de remédios se julgam aptos a decidir qual produto adquirir. No entanto, os danos da ingestão inadequada de medicamentos, inclusive os isentos de prescrição médica, podem ser graves e até fatais.

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casos, o equipamento pode ser utilizado para afastar riscos ou danos às pessoas ou terceiros. Imagine, por exemplo, um professor descontrolado, que impõe um castigo cruel ao aluno. É raro? Sim, mas ninguém vai negar que pode acontecer. Além disso, vamos e venhamos, o Estado precisa se intrometer numa questão como essa? A escola, por si só, não tem autoridade para estabelecer a proibição?

PROPOSTA 32 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema É justo proibir o uso do celular na sala de aula? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

[Depoimento de educador à Página 3 Pedagogia & Comunicação]

Um caso extremo Vamos a um caso fictício: em uma sala de aula, em escola particular no Estado de São Paulo, duas alunas começam uma briga. A roda se forma, as meninas caem no chão e em alguns minutos o professor que estava fora da sala intervém e as alunas, machucadas, são levadas à enfermaria, uma claramente mais ferida, com cortes no rosto e o nariz sangrando. Esta cena, apesar de lamentável, não seria tão incomum assim, não fosse o fato de um aluno ter filmado todo o ocorrido com seu ultracelular, em altíssima resolução. Publicar na internet? Ele vai além e exige sexo com a adolescente para que o vídeo não seja divulgado.

Em muitos lugares do Brasil e do mundo já vigora a proibição do uso de celulares em sala de aula. Em outros, a ideia está em discussão. Conforme noticiou o UOL Educação, na rede municipal de ensino de Juiz de Fora (MG) não somente os celulares foram proibidos, como também os bonés. A situação com certeza é polêmica. Trata-se de mais um caso em que a esfera pública (o Estado) resolve invadir assuntos da esfera privada, como na restrição ao fumo em locais fechados? Os legisladores estariam se intrometendo em questões da vida individual do estudante que não lhes dizem respeito? Ou são os jovens que abusam e não conseguem compreender quanto o uso do celular, durante a aula, lhes é prejudicial?

[Dr. José Antônio Milagre, advogado, no Webinsider]

Em defesa da lei No meu entender, a nova lei vem em boa hora e os seus objetivos são mais do que justos. A proibição quer evitar que as aulas sejam frequentemente interrompidas pelo toque dos aparelhinhos, que os alunos se distraiam conversando com os amigos ou mandando torpedos e que atrapalhem os colegas. Além disso, vai impedir também os abusos, como no caso de estudantes que usam o telefone para colar nas provas. Eles usam mensagens de texto para passar cola com os celulares, sabia? Tem até quem tire foto da prova ou de uma questão e passe para um amigo de outro turno. [Depoimento de professor à Página 3 Pedagogia & Comunicação]

Dar um basta Boné e celular dentro da sala de aula são um claro desrespeito dos alunos para com os professores e seus colegas. Os pais perderam o controle sobre seus filhos. Agora alguém terá que impor regras e disciplinas. Estamos vivendo tempos de egoísmo, onde cada um só pensa em si mesmo. Isso tem que mudar, pois estamos assistindo menores engravidando, menores assaltando e menores cometendo os mais variados tipos de crime, desde xingamento aos próprios pais até o consumo de todo tipo de drogas. Está na hora de dar um basta. [E-mail de internauta para o UOL Educação, por ocasião da notícia sobre a proibição em Juiz de Fora (MG).]

É proibido proibir O Estado proibir os celulares dos alunos em sala de aula me parece um exagero, na medida em que viola o direito de a pessoa ir e vir com seus bens, atenta à dignidade da pessoa humana e também interfere no direito à segurança. Em muitos

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últimos tempos. As academias se proliferam pelas ruas das cidades, assim como salões de beleza com fórmulas mágicas de redução de medidas do corpo prometendo à mulher – e por que não ao homem também? - entrar naquele jeans tamanho 38, para ela. E vale também arriscar uma lipoaspiração e muitas pessoas estão recorrendo, embora a princípio a indicação deva ser exclusivamente para a boa saúde, à cirurgia bariátrica, a de redução de estômago, para ter aquele corpo que talvez nunca nem tivesse sonhado em ter. As próteses vêm sendo procuradas por uma camada cada vez mais jovem de pacientes. E de diferentes classes sociais. São alertados de todos os riscos, mas minimizados em favor da vontade. [Tribuna do Norte]

PROPOSTA 33 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema forma física, corpo perfeito e consumismo. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Vale tudo para obter um corpo perfeito? Os fatos indicam que não, como se pode ver por relatos publicados na imprensa. Não bastasse isso, os especialistas da área médica alertam constantemente para os perigos de cirurgias desnecessárias, de usar produtos químicos inadvertidamente, de apelar para profissionais (nem sempre da área médica) que fazem o serviço a preços módicos. Mesmo assim, é crescente o número de pessoas que se dispõem a realizar os mais variados procedimentos, em busca do corpo dos seus sonhos - ou daquele que a moda e os meios de comunicação apresentam como perfeito. Só para dar um exemplo, uma pesquisa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência mostrou que as cirurgias estéticas em adolescentes aumentaram 141% em quatro anos. Diante desse quadro, é o caso de se perguntar: teria o corpo perfeito se transformado também num objeto de consumo? O consumismo, afinal, chegou à forma física e à anatomia, assim como tem invadido vários outros aspectos da vida contemporânea?

Uma questão de bom senso A busca pelo corpo perfeito leva muitas mulheres às clínicas especializadas em busca da remoção de gordura localizada, flacidez, celulite e rugas. Estes procedimentos, no entanto, estão se tornando cada vez mais invasivos. Por isso, especialistas recomendam bom senso. “Por influência das celebridades da TV, as pessoas estão banalizando a procura por esses tratamentos, exibindo corpos moldados por meio de cirurgias ou aplicações hormonais realizadas em momento inadequado", explica a dermatologista Camila Ciarleglio. "Muitas vezes, essas sessões são realizadas ilegalmente por supostos médicos, que oferecem resultados milagrosos a baixo preço utilizando produtos de péssima qualidade”, completa. [Veja SP] Ditadura da beleza A “ditadura do corpo perfeito”, pregada a ferro e fogo pela sociedade, tem se transformado em armadilha para aqueles que acreditam que a felicidade está em músculos grandes, em corpos magros e sem gordura. Em busca da beleza escultural, homens e mulheres ingerem e injetam substâncias capazes de fazer milagres. Por um lado, deixam o corpo bonito, forte e aparentemente saudável em pouco tempo. Em contrapartida, os produtos cobram um preço alto por isso: funcionam como um tsunami interno no organismo, causando doenças graves e, em alguns casos, até a morte. Preocupados com o cenário que já se tornou uma obsessão global, muitos especialistas dizem tentar convencer as pessoas sobre os riscos que correm, mas o esforço, segundo contam, tem sido em vão, principalmente entre os jovens que buscam essa fórmula da beleza a qualquer custo. [Site LerSaúde]

Os ideais de beleza física, para a mulher ou para o homem, são cultuados desde a Antiguidade. Na mitologia grega, Afrodite (Vênus, para os romanos) era um símbolo de beleza. A imagem representa essa personagem, em versão renascentista italiana. É o quadro “O nascimento de Vênus”, pintado por Sandro Botticelli, por volta de 1485. Alergia, rejeição, infecção, necrose... Um jovem de 18 anos morreu na noite deste sábado (25) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) após injetar hidrogel no pênis, segundo a polícia. O caso suscita muitos questionamentos. O primeiro deles são os potenciais graves riscos do uso inadvertido desse produto, como já ficou demonstrado no episódio envolvendo a modelo Andressa Urach e da morte de uma mulher em Goiânia (GO). O hidrogel é formado 98% por água e absorvido pelo corpo após cerca de dois anos. Em tese, quando usado por médicos e em doses recomendadas, é seguro, mas frequentemente temos visto várias complicações associadas ao seu uso. Entre elas, alergia, rejeição, infecção e necrose dos tecidos. [Cláudia Colucci - Folha de S. Paulo] Riscos X Vontade Ser capaz de enfrentar qualquer sacrifício em favor da boa forma parece estar mais perto da realidade brasileira nos

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Perfil das vítimas

PROPOSTA 34

Os registros demonstram que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. “As consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras, uma vez que o processo de formação da autoestima - que se dá exatamente nessa fase - estará comprometido, ocasionando inúmeras vicissitudes nos relacionamentos sociais desses indivíduos”, aponta a pesquisa. Em metade das ocorrências envolvendo menores, há um histórico de estupros anteriores. Para o diretor do Ipea, “o estudo reflete uma ideologia patriarcal e machista que coloca a mulher como objeto de desejo e propriedade”. [Ipea]

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema cultura do estupro: a culpa é da vítima? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Poucos dias depois da divulgação de atos de assédio sexual no metrô de São Paulo e da revelação da existência de uma página intitulada "Encoxadores", no Facebook, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Governo Federal, divulgou dados de uma pesquisa sobre o estupro, em que 26% dos entrevistados concordam, total ou parcialmente, com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".

Supostos estudantes da UnB (Universidade de Brasília) seguram cartaz com apologia ao estupro durante trote. Mulher com roupa curta merece ser atacada Um estudo divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Ipea revela que a maioria da população brasileira acredita que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. [...] A pesquisa [...] sobre a tolerância social à violência contra as mulheres, entrevistou 3.810 pessoas em todas as unidades da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que as próprias mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados. [...] Na pesquisa do Ipea, os entrevistados foram questionados se concordavam ou não com frases sobre o tema. Nada menos que 26% concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada. [UOL Cotidiano] Cultura do estupro Na opinião da professora do Departamento de Sociologia da PUC-SP Carla Cristina Garcia, os resultados [da pesquisa] mostram uma inversão de papéis entre mulheres e agressores. "O comportamento da vítima jamais pode ser apontado como motivo da violência", alerta. "É preciso acabar com essa cultura do estupro, que está naturalizada." [...] Segundo Carla, é comum educar a mulher para sobreviver em um mundo sexista e violento, com restrições sobre roupas e lugares que frequenta. "Já as campanhas contra assédio no trabalho e no transporte público, por exemplo, aparecem menos." [Estadão/Brasil]

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Fumar ou não fumar eis a questão.

PROPOSTA 35

O ponto é simples: por que não permitir que um dono de bar ou restaurante coloque uma placa na frente de seu estabelecimento dizendo: "aqui é permitido fumar", ou "fumantes são bem-vindos". Logo, sabendo disso, não só os fumantes, mas seus amigos não-fumantes ou simplesmente aqueles que não trocam a vida pela saúde poderão entrar. [...] Enfim, algo bem singelo que atende pelo nome de liberdade individual. Ah, os coletivistas dirão: mas e a proteção aos funcionários do bar? [...] E o garçom que não fuma? Ele será coagido a aspirar a fumaça dos clientes. Ora, ora. Ninguém é coagido a trabalhar num bar que aceita fumantes. Na verdade, que eu saiba ninguém é coagido a trabalhar em lugar nenhum. [Aguinaldo Pavão. Jornal de Londrina, 15 de abril de 2016]

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema combate ao fumo: autoritarismo ou dever do governo? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Foi aprovada, no dia 7 de maio de 2009, pelo governador de São Paulo, uma lei antifumo válida para todo o Estado. A partir de 7 de agosto, está proibido fumar cigarros, cachimbos ou charutos em todos os lugares públicos fechados ou semifechados. Só será possível fumar no próprio carro, dentro de casa ou no meio da rua, desde que não haja tetos, toldos, ou guarda-sóis. Essa lei, aplaudida por muitas entidades e autoridades ligadas à saúde, é também criticada com violência por pessoas que a consideram radical e autoritária, pois tiraria do cidadão boa parte de sua liberdade, que passa a ser vigiada, e o livre-arbítrio para fumar ou não. Sou a favor do tabagismo Na verdade, sou a favor do direito ao tabagismo. [...]; claro que os não fumantes têm direito de não respirar a fumaça alheia e manter seus pulmões limpinhos e suas roupas cheirosas[...]. Onde vamos fumar nosso cigarrinho em paz? [...] Fumantes são tratados como anomalias: seres imundos e fedorentos que devem ficar lá fora, longe [...]. Nada de errado em avisar que o fumo faz mal, [...] . Mas tentar proibir as pessoas de fazer o que elas bem entendem é terrível. Dá licença se eu quiser morrer? [Clarah Averbuch, escritora. Revista da Folha. 17 de maio de 2016] Fumaça do cigarro: ignorância ou má-fé. Volto à proibição do fumo em ambientes fechados. Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é possível considerar a proibição de fumar nos lugares em que outras pessoas respiram uma afronta à liberdade individual? As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão contundentes que os defensores do direito de encher de fumaça restaurantes e demais espaços públicos só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. [...] Depois de uma manhã de trabalho num escritório em que várias pessoas fumam, a concentração de nicotina no sangue de um abstêmio pode atingir os níveis de quem tivesse fumado três a cinco cigarros. Empregados de bares e restaurantes que passam seis horas em ambientes carregados de fumaça, chegam a ter concentrações sanguíneas de nicotina equivalentes a de quem fumou cinco ou mais cigarros. [...] [Drauzio Varella, médico. Folha de S. Paulo, 25 de abril de 2016]

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PROPOSTA 36

Geração "baby boomers" Chegamos à metade dos anos 40. Terminou a Segunda Guerra Mundial, e nasceu uma geração. Nos Estados Unidos, com a volta dos soldados para casa, muitas mulheres engravidaram. Houve um "boom" de bebês. Por isso, a geração que aí começou é chamada de "baby boomers". “Uma geração que disse ‘eu não quero mais a guerra, eu quero a paz, eu quero o amor’”, afirma Eline Kullock, presidente do Grupo Foco.

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema o conflito entre gerações e a convivência social. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Geração X Regime militar no Brasil. Segunda metade dos anos 60. Década de 70. O Brasil vivia censurado pela Ditadura, mas um pouco depois, na década de 80, eram jovens e assistiam às Diretas Já. É a geração X. Quem é da geração X conheceu a Aids e ficou com medo dela, que levou Cazuza. Pintou a cara para derrubar o presidente. Viu a tecnologia entrar de vez em casa. Pagou com cruzeiro, cruzado, cruzado novo.

A convivência entre diferentes é, quase sempre, um problema. Isso também ocorre quando a diferença envolve faixa etária, uma vez que grupos de variadas gerações podem possuir valores e interesses muito distintos. O jovem, por exemplo, visto muitas vezes como um "rebelde sem causa", que age de modo inconsequente e tanto desafia os limites de instituições tradicionais, como a família e a escola, é, por outro lado, o mesmo que tem sido caracterizado historicamente como um revolucionário, aquele que se levanta contra uma situação estabelecida. São também os representantes das novas gerações, mais adaptadas às mudanças tecnológicas, que têm promovido grandes avanços nas relações de trabalho do mundo contemporâneo. Pensando nisso, questionamos: Como se caracteriza o convívio social entre gerações atualmente no Brasil e no mundo?

Geração Y A geração seguinte cresceu num país que já era uma democracia e uma economia aberta. Nos anos 90, o Brasil foi melhorando e sendo respeitado depois do plano Real, e a internet abriu as portas do mundo para a geração Y. “Esse é um profissional mais voltado para ele, para o prazer. Ele não quer um trabalho sisudo, um trabalho fechado. Ele não quer um chefe que diga para ele somente o que ele deve fazer, ele quer participar”, diz Eline.

Transformação recíproca

[Adaptado de entrevista do educador Mário Sérgio Cortella ao Jornal da Globo]

As relações intergeracionais permitem a transformação e a reconstrução da tradição no espaço dos grupos sociais. A transmissão dos saberes não é linear; ambas as gerações possuem sabedorias que podem ser desconhecidas para a outra geração, e a troca de saberes possibilita vivenciar diversos modos de pensar, de agir e de sentir, e assim, renovar as opiniões e visões acerca do mundo e das pessoas. As gerações se renovam e se transformam reciprocamente, em um movimento constante de construção e desconstrução.

Sinergia A experiência e a possível maturidade dos "mais velhos", somadas ao volume de informações e o expertise dos "mais novos" no manejo das tecnologias dos nativos digitais, têm sido responsáveis por resultados expressivos e pela capacidade de inovação de algumas organizações. Por outro lado, a falta dessa coexistência sinérgica leva a uma perda de energia e de recursos que impacta de forma negativa os resultados... O desafio é entender estes diferentes códigos, buscar os pontos de convergência, trabalhar no sentido da complementaridade entre as diferentes gerações, identificando onde e como cada geração poderá contribuir mais e melhor... Por que tão injusto quanto tratar pessoas iguais de forma diferente será tratar pessoas diferentes de forma igual.

[Adaptado de Maria Clotilde B. N. M. de Carvalho, Diálogo intergeracional entre idosos e crianças. Rio de Janeiro.]

As afirmações são de Denize Dutra, Mestre em Administração Pública pela EBAPE - FGV, Psicóloga Organizacional com PósGraduação em Gestão Empresarial e Educação, Coordenadora do MBA Gestão de Pessoas e Professora da FGV MANAGEMENT.[Administradores] O mundo é isso mesmo De vinte em vinte anos Aparece no mundo uma nova geração Mas de quarenta em quarenta É que todas as coisas se repetem

Intervalo mais curto Durante muitas décadas, definiu-se geração como sendo aquela que sucedeu a seus pais. Portanto, “calculava-se como sendo uma geração o tempo de 25 anos”, diz o educador Mário Sérgio Cortella. “A questão é que, nos últimos 50 anos, nós tivemos uma aceleração do tempo, do modo de fazer as coisas, do jeito de produzir. A tecnologia é decisiva para criar marcas de tempo”, completa Cortella. O intervalo entre uma geração e outra ficou mais curto. Hoje, já se pode falar em uma nova geração a cada dez anos. Isso significa que mais pessoas diferentes estão convivendo em casa, na escola, no mercado de trabalho.

Por isso não tenha medo Quando sua filha é tão maluca quanto a sua mãe Quem sabe os seus netinhos não vão ser Tão caretas quanto você [...] O mundo é isso mesmo A vida é isso mesmo O dia de anteontem é Igual ao dia de agora

Para conhecer as gerações que, hoje, são colegas de trabalho, nós agora vamos voltar na linha do tempo. Nos acontecimentos de cada época, está a chave para entender a cabeça de cada geração.

É tudo desse jeito E na natureza Nada se cria Tudo se transforma

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De vinte em vinte anos Aparece no mundo uma ideia nova Mas de quarenta em quarenta É que todas as ideias se repetem [...] [Zé Rodrix - Letra da Música “Gerações”]

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contraceptivos não dá para dizer que a gravidez vem por falta de informação. A questão é saber por que a informação não está sendo aplicada na prática. (Blog Jairo Bouer)

PROPOSTA 37 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema gravidez fora de hora: adolescência em crise. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Gravidez acidental na adolescência é um grande conflito para os jovens e sua família - tenha ela ou não recursos financeiros. O que fazer após a descoberta? Gostem ou não, alguns casais são obrigados a uma união precoce e pouco duradoura. Às vezes, a entrega do filho para adoção é uma saída. Quanto aos abortos, por serem ilegais, podem se tornar procedimentos de risco. Sem falar nas convicções religiosas. Qualquer que seja a solução, especialistas insistem nos traumas psicossociais dos principais envolvidos em suas vidas futuras. Jovem engravidou para ficar com namorado para sempre

"Juno": filme premiado que aborda o problema Uma paixão avassaladora levou Paula a engravidar aos 18 anos, do namorado que tinha 16. "Pensava que uma criança seria nosso vínculo eterno. Aconteceu justamento o contrário; na hora de buscar o resultado exame de gravidez, já não fomos mais juntos". (Folha de S. Paulo) Um aspecto econômico e social A gravidez na adolescência é um problema relacionado à pobreza. [...] Infelizmente os índices continuam altos. [...] E quase 90% das mães precoces cuidam dos filhos sem o parceiro. Se só informações não basta, a solução apontada por especialistas é despertar nos adolescentes, meninos e meninas, o interesse pelo futuro, para quebrar esse ciclo [...] já que a evasão escolar cresce e a vida profissional é adiada, aumentando ainda mais a exclusão social. (Ciça Vallerio, "O Estado de S. Paulo", 13 de abril de2008.) Patriarcalismo e violência: ainda? "Não, senhora!, Filha minha num fica grávida na minha casa, não. Por que fez besteira? Vai tê que se virá. Minha mulhé num manda nada não, num adianta chorá, que a filha já foi pra rua. E num quero sabe de neto sem pai. E se a irmã dela fizer essa safadeza vai embora também, que eu não criei filha pra comprá vergonha.[...] Mas uma coisa eu garanto. Se eu pegá o que fez a sem-vergonheza, eu capo ele, tá entendendo?" (Entrevista de pai de uma adolescente grávida, concedida a Flavia Di Roberto, periodontista, em pesquisa regional sobre a saúde bucal na gravidez. Osasco, São Paulo).

Gravidez precoce na contramão O número de adolescentes que se tornou mãe na última década aumentou. Mais garotas de 15 a 17 anos passaram a cuidar de bebês entre 1996 e 2006. O estranho é pensar que, em todas as outras faixas etárias, a taxa de fecundidade caiu. O que será que aconteceu com essa galera? Por que será que o pessoal mais novo tem vacilado mais? Para muitas meninas, ter filho significa abandonar os estudos e as pretensões profissionais para tomar conta do seu bebê. Será que essa é uma opção consciente ou um descuido impensado? [...] Nesses tempos em que a gente fala tanto de camisinha e métodos

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não significa liberdade de insultar", declarou Davutoglu à imprensa em Ancara antes de viajar a Bruxelas. "Não podemos aceitar os insultos ao profeta Maomé”, insistiu. [Correio Braziliense]

PROPOSTA 38 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema há limites para a liberdade de expressão? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Liberdade com responsabilidade Podemos pôr em risco a segurança e a vida de outras pessoas em nome da liberdade de expressão e do livre pensar? A liberdade de opinião e o direito de expressá-la são uma conquista social, não apenas um direito individual para servir aos interesses e ao narcisismo de pessoas ou de grupos. Portanto o livre exercício do direito de opinar, criticar, caricaturar e denunciar exige reflexão, responsabilidade e ética. (...) Não podemos transformar a liberdade de expressão em um dogma, pois os dogmas são antidemocráticos e geram autoritarismo e posições extremistas. [Luiz Carlos Barreto, Folha de S. Paulo]

No dia 7 de janeiro deste ano, terroristas islâmicos mataram a tiros de fuzil 12 pessoas e feriram 11 na Redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, a pretexto de vingar o profeta Maomé, alvo frequente das charges da publicação. Apesar das muitas manifestações de repúdio ao ato terrorista, o atentado também acabou provocando uma polêmica sobre a liberdade de expressão. Para alguns, ela deve ser geral e irrestrita, pois, se houver limites, não existirá liberdade de fato. Outros, consideram que há temas como a religião, que devem ser preservados, pois o direito de se expressar livremente não inclui a possibilidade de ofender. Há ainda quem defenda que a liberdade tem de coexistir com a responsabilidade e se submeter a uma ética.

Sem mas... O problema da liberdade da expressão é o "mas...", assim, com reticências. "Sou a favor da liberdade de expressão, mas..." E cada um tem o seu mas e as suas reticências. Se os mas e as reticências de todo mundo forem levados em conta, a liberdade de expressão simplesmente deixará de existir. [Carlos Lana, colaborador da Página 3 Pedagogia & Comunicação]

Capas do jornal satírico "Charlie Hebdo": humor provocativo, que entrou na mira de grupos terroristas "Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei até morrer o teu direito de dizê-lo." [Frase atribuída a Voltaire, filósofo iluminista francês] Expressão e democracia A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias. [site da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil] O papa se pronuncia Um dia depois da publicação da nova edição do jornal satírico francês "Charlie Hebdo", o papa Francisco afirmou que a liberdade de expressão tem limite e não se pode "provocar" nem "insultar" a fé das pessoas. (...) "Temos a obrigação de falar abertamente [sobre religião], temos esta liberdade. Mas sem ofender. Não se pode provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode tirar sarro dela", disse. [Folha de S. Paulo] Liberdade de insultar O primeiro-ministro islamita-conservador turco, Ahmet Davutoglu, denunciou nesta quinta-feira (15/01/15) a publicação de uma nova charge do profeta Maomé na capa da revista satírica “Charlie Hebdo”, ao considerar que a liberdade de expressão não é "a liberdade de insultar"."A publicação da charge é uma grande provocação (...) liberdade de imprensa

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Verdades inconveninentes Nos últimos anos, a discussão sobre o aquecimento global e suas consequências se tornou onipresente entre governos, empresas e cidadãos. É louvável que todos queiram salvar o planeta, mas o debate sobre como fazê-lo chegou ao patamar da irracionalidade. Entre cientistas e ambientalistas, estabeleceu-se uma espécie de fervor fanático e doutrinário pelas conclusões pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU. Segundo elas, ou se tomam providências radicais para cortar as emissões de gases do efeito estufa decorrentes da atividade humana, ou o mundo chegará ao fim do século XXI à beira de uma catástrofe. Nos últimos três meses, numa reviravolta espetacular, a doutrina do aquecimento global vem se desmanchando na esteira de uma série de escândalos. Descobriu-se que muitas das pesquisas que dão sustentação aos relatórios emitidos pelo IPCC não passam de especulação sem base científica. Pior que isso: os cientistas que conduzem esses estudos manipularam dados para amparar suas conclusões.

PROPOSTA 39 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema o Brasil e o conflito: defesa do meio ambiente X desenvolvimento econômico. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. As mudanças climáticas tornaram-se o bicho papão da atualidade. O cinema, por exemplo, já explorou os chamados temas apocalípticos em filmes como "O dia depois de amanhã", que trata do aquecimento global. Preocupados com as previsões catastróficas sobre o futuro do planeta, muitos governos têm se envolvido em acordos internacionais, como o Protocolo de Kyoto, que influenciam nos rumos da economia e nas políticas públicas. O problema é que o IPCC, principal órgão mundial responsável pela avaliação (e divulgação) das pesquisas sobre o tema, teve sua credibilidade abalada por denúncias de manipulação de dados e de erros (o principal diz respeito ao derretimento das geleiras do Himalaia). Se não se tem uma dimensão real do problema, é o caso de se perguntar: o Brasil deve continuar seguindo as orientações desses relatórios climáticos ou deve priorizar o crescimento econômico?

O primeiro abalo na doutrina do aquecimento global se deu no fim do ano passado, quando um grupo de hackers capturou e divulgou mais de 1.000 e-mails trocados entre cientistas ligados à Universidade de East Anglia, na Inglaterra, o principal centro mundial de climatologia. As mensagens revelam que cientistas distorceram gráficos para provar que o planeta nunca esteve tão quente nos últimos 1.000 anos. As trocas de e-mails também mostraram que os climatologistas defensores da tese do aquecimento global boicotam os colegas que divergem de suas opiniões, recusando-se a repassar dados das pesquisas que realizam. Os e-mails deixam claro, ainda, que o grupo dos catastrofistas age para tentar impedir que os céticos (como são chamados os cientistas que divergem das teses do IPCC) publiquem seus trabalhos nas revistas científicas mais prestigiadas. [O dogma derrete antes das geleiras]

Emerson Brito/Tonico O Brasil e o IPCC Em seu segundo relatório, o IPCC alerta que partes da Amazônia podem virar savana. Em entrevistas com jornalistas, cientistas disseram que entre 10% e 25% da floresta poderia desaparecer até 2080. O órgão concluiu que existe uma possibilidade de 50% de que a maior floresta tropical do mundo se transforme parcialmente em cerrado. Há riscos também para o Nordeste brasileiro, que poderia ver, no pior cenário, até 75% de suas fontes de água desaparecerem até 2050. Os manguezais também seriam afetados pela elevação do nível da água. As conclusões do IPCC sofrem influência política? O IPCC procura se constituir com base em seu caráter técnico e científico, mas está sujeito à ação de grupos de interesse e às pressões políticas. Principalmente nos resumos destinados aos formuladores de políticas públicas, divulgados junto com os relatórios. A repercussão das conclusões do IPCC e a ampla cobertura que a mídia em todo o mundo tem dado ao assunto, especialmente por causa do trabalho do grupo, colocou definitivamente a mudança climática entre as grandes questões mundiais e um dos principais temas da agenda política em diversos países.

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de tortura. Trote é uma forma de tortura”, disse o deputado Adriano Diogo, presidente da CPI. [Agência Brasil]

PROPOSTA 40 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema qual é o limite entre o trote e o crime? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Álcool e morte O ano em que entrei na universidade, 1999, foi marcado por um trote violento que terminou em uma tragédia. Foi naquele ano que o jovem Edison Tsung Chih Hsueh, calouro de medicina da USP, morreu afogado na piscina da atlética. Ele havia ingerido álcool forçado pelos “colegas” veteranos. Alguns cursos, especialmente de humanas, passaram a fazer o “trote solidário”, em que o calouro era convidado a fazer um trabalho social. Não havia tintas, cabelo raspado e nem humilhação pública. Isso é comum em países como os Estados Unidos. Lá, os calouros costumam ser recebidos por veteranos-tutores, que se ocupavam de orientá-los sobre moradia, alimentação, lugares para estudar e, claro, festas. Por aqui, a onda dos trotes violentos vai e volta. [Abecedário, blog de Sabine Righetti, Folha de S. Paulo]

O trote universitário é uma espécie de ritual de passagem que existe desde o surgimento das primeiras universidades, na Idade Média. Em teoria, essa prática deveria promover a integração entre calouros e veteranos. No entanto, cada vez mais, ela vem se tornando violenta e humilhante. Os excessos e abusos são frequentes, resultando em traumas e até mesmo em mortes. Em São Paulo, para tentar resolver o problema, deputados estaduais se reuniram em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades do Estado. Entre outras medidas, a CPI sugeriu que, em caso de violência, o trote passe a ser considerado uma forma de tortura.

Calouros pintados e ajoelhados observam veterano em trote na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília Reconhecimento social Apesar de ser uma prática repugnante, os trotes vêm sendo aceitos como um símbolo de reconhecimento social. Existe muita resistência por parte das Universidades e autoridades em organizar uma discussão a respeito ou tomar providências mais incisivas. O raciocínio predominante parece ser o de que, se não houver mortes ou mutilações durante as recepções aos novatos, então não há problema, pois se trata de um tradicional rito de passagem que promove a integração entre calouros e veteranos. Entretanto, tais atos de violência não devem ser entendidos como “brincadeira”. São atos de tortura, que na maioria dos casos deixam marcas que o tempo não apaga e podem, até mesmo, configurarbullying. É absolutamente inaceitável que um veterano imponha aos calouros condutas que venham a lhes causar danos à saúde, à vida ou os atinjam em sua dignidade. [Jusbrasil] Trote e tortura Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades paulistas. Os deputados paulistas pedem que os trotes praticados contra calouros nas universidades de todo o país sejam classificados de crime de tortura no Código Penal Brasileiro. “O que acho mais urgente é tirar toda a violência que ocorre nos trotes do capítulo de Atentado Violento ao Pudor, elevando-o à categoria

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Exacerbação da masculinidade Trecho de entrevista com Miriam Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade LatinoAmericana de Ciências Sociais e coordenadora de pesquisas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura)

PROPOSTA 41 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema violência escolar: expor o problema e sugerir soluções. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

A ciberviolência e a divulgação de vídeos de violência na internet aumentaram a sensação de violência? Eu acho que é uma questão muito importante e a escola não tem as ferramentas mínimas para poder prevenir esse tipo de violência. A escola é muito centrada em si mesma, no que pensam os adultos. Em segundo lugar, ela não sabe o que acontece na vida desse jovem. Colocar uma coisa na internet é uma forma de exibicionismo e nós vivemos numa sociedade do espetáculo. Isso tem um valor muito grande, principalmente para o jovem.

A violência na escola não é um problema novo, mas tem se agravado com o passar do tempo. Colabora para aumentá-la e difundi-la o próprio avanço da tecnologia e dos meios de comunicação - como a internet e as redes sociais. Publicar brigas entre alunos no YouTube, por exemplo, tornou-se uma prática corriqueira, como não é difícil conferir. Desse modo, é provável que, em maior ou menor escala, todos os estudantes já tenham presenciado ou ouvido falar de um caso do gênero.

O que motivam os atos de violência na escola hoje em dia? Brigar, eles sempre brigaram, isso sempre aconteceu. Mas eu acho que estamos vivendo um fenômeno de exacerbação da maculinidade e da cultura da violência. Aparece aquele que é mais violento, que sabe brigar melhor. Eu digo masculinidade, mas é para garotos e garotas. Aí também entra o uso das armas, porque a arma é símbolo de força e de poder. UOL educação

Alunos da Escola Estadual Geraldo Melo, em Maceió, são revistados antes do início das aulas por policiais militares. A medida foi adotada após reunião entre pais, professores, direção e conselho tutelar. Um caso recente Um garoto de 10 anos foi agredido com chutes e socos por um grupo de alunos da Escola Municipal Denilton Alencar, localizada na cidade de Gibués (a 817km de Teresina), por usar óculos. As agressões ocorreram na última quarta-feira (22) e foram filmadas por uma estudante que viu a cena ao sair da escola. Ferido, o menino teve convulsões ao chegar em casa e foi socorrido pela família para o posto de saúde de Gibués. Como estava desacordado, foi transferido para o Hospital Regional Manoel de Sousa, no município de Bom Jesus (a 210km de Gibués). Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Gibués no fim da manhã desta terça-feira. [UOL Educação] Um velho problema O fenômeno da violência no cenário escolar é mais antigo do que se pensa. Prova disso é o fato de ele ser tema de estudo nos Estados Unidos desde a década de 1950. Porém, com o passar do tempo, ele foi ganhando traços mais graves e transformando-se em um problema social realmente preocupante. Hoje, relaciona-se com a disseminação do uso de drogas, o movimento de formação de gangues – eventualmente ligadas ao narcotráfico – e com a facilidade de portar armas, inclusive as de fogo. Tudo isso tendo como pano de fundo o fato de que as escolas perderam o vínculo com a comunidade e acabaram incorporadas à violência cotidiana do espaço urbano. Enfim, deixaram de ser o porto seguro para os jovens estudantes. [Artigo O bê-á-bá da intolerância e da discriminação, Unicef Brasil]

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Resistência às mudanças climáticas O presidente da Monsanto no Brasil aposta que as empresas de biotecnologia se dedicarão nos próximos anos a criar plantas menos sensíveis às variações do clima, fazendo com que o aquecimento global não impeça o aumento da produção de comida. Numa entrevista à Folha de S. Paulo, ele declarou:“Acho que a importância da biotecnologia perante as mudanças climáticas vai ficar cada vez mais clara. Podemos desenvolver plantas com maior tolerância à seca, maior tolerância a variações de temperatura, germinação mesmo em condições não ideais. A outra tendência é agregar valor para o consumidor final. O arroz dourado é um dos maiores exemplos [geneticamente modificado para ser enriquecido com vitamina A]. [Folha de S. Paulo]

PROPOSTA 42 Com base na leitura dos textos motivadores abaixo e nos seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida estudantil, produza uma dissertação argumentativa sobre o tema Organismos transgênicos: fonte de problemas ou de soluções?, apresentando propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos. A discussão não chega a ser recente, mas nem por isso deixa de ter grande importância. Com a evolução da ciência e da tecnologia, o ser humano passou a criar organismos transgênicos, com finalidades variadas. Eles podem ser usados na agricultura, produzindo espécies de plantas capazes de enfrentar as mudanças climáticas; na criação de animais, com frangos resistentes à gripe aviária; na indústria farmacêutica, com pesquisas sobre algas cujas moléculas são capazes de inibir a replicação do HIV - o vírus da Aids. No entanto, há outros aspectos dos transgênicos que devem ser considerados. Muitos críticos do uso dessa tecnologia, particularmente na produção de alimentos, alertam para os seus riscos, tanto os presumíveis quanto os imponderáveis, para a saúde do ser humano e do meio ambiente.

Um outro aspecto da questão O brasileiro José Graziano, presidente da FAO, o órgão da ONU que trata de alimentação e agricultura, declarou em entrevista concedida a uma revista especializada em avicutura industrial: “Os transgênicos são um avanço científico muito importante para a humanidade exatamente porque não é tão somente um tema de alimentos. Tende-se a confundir os transgênicos com as sementes de soja. Este, no entanto, não é um tema de monopólio das sementes. Há as mais diversas aplicações para os transgênicos. Estou vindo agora de Barão Geraldo [distrito do município de Campinas-SP], onde há uma infestação de dengue. Uma das soluções encontradas para solucionar o problema é soltar um macho geneticamente modificado do mosquito Aedes aegypti [vetor da doença] que não procria.” [Avicultura Industrial]

Plantação no RS: a soja geneticamente modificada ocupou cerca de 92% da área plantada com essa oleaginosa entre 2013 e 2014. Você sabia? De acordo com um relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (cuja sigla em inglês é ISAAA), o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo entre os países que mais cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras. Perdemos apenas para os Estados Unidos. Atualmente, quase 90% do milho e da soja plantados no Brasil são transgênicos. [ISAAA] Produtos de alto risco Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com bactéria.Por meio de um ramo de pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas. As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço alto: riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos. Diante da crise climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura. Nesse cenário, os transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem resistentes a agrotóxicos, ou possuírem propriedades inseticidas, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a dose de agrotóxicos ano a ano. [Greenpeace]

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Esvaziamento dos reservatórios Tanto no caso da água como da eletricidade, dispomos de "cadernetas de poupança" hídrica, que são imensos reservatórios. Isto significa que a verdadeira causa da crise atual não é o fato de janeiro e fevereiro de 2015 terem sido os meses mais secos da história, e sim o fato dos reservatórios terem esvaziado progressivamente desde janeiro de 2012 até dezembro de 2014, quando chegaram ao pior nível da história

PROPOSTA 43 Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema Água: aprenderemos com a atual crise hídrica?, apresentando propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos. Há cerca de duas décadas, os ambientalistas têm alertado para o fato de a água doce ser um recurso escasso em nosso planeta. Neste começo de 2015, o Sudeste do Brasil tem uma clara percepção dessa realidade, em função da seca que o assola. Outras regiões ou Estados do Brasil, como o Nordeste, já vivenciam o problema há muito tempo, e até o Amazonas e o Pantanal têm sofrido, esporadicamente, com a estiagem. Além da questão climática, os especialistas apontam outros culpados para o problema da falta de água: os governos e os cidadãos de um modo geral. Por isso, muita gente tem dito que um dos pontos positivos da seca atual é aprendermos com ela e começarmos a tratar com mais cuidado a água de que dispomos e nossos recursos hídricos.

Portanto, a verdadeira questão é: por que os reservatórios esvaziaram tanto nos últimos três anos? À primeira vista, a resposta é óbvia: porque o volume de água que chegou aos mesmos neste triênio foi o pior, ou um dos piores, da história. No entanto, esta resposta não é verdadeira no caso do setor elétrico. Se compararmos as vazões que chegaram às hidrelétricas no triênio 2012-2014 com as dos 81 triênios do passado (1931-1933; 1932-1934; e assim por diante, até os tempos atuais) verificaremos que em 15 destes triênios ocorreram secas piores do que a atual. (...) Dado que a hidrologia não foi malvada e a demanda foi medíocre, a única explicação que sobra - a verdadeira - é que a capacidade de geração real é menor do que se pensava, devido a falhas no planejamento de construção das usinas e das linhas de transmissão. Todos nós cidadãos sabemos que às vezes as coisas saem muito errado por causas externas – como nas crises cambiais, por razões institucionais e políticas, como na hiperinflação, ou por falhas de planejamento, como no racionamento de 2001. A reação magnífica da população em todas estas crises torna imperdoável que não se aprenda com os erros cometidos. Na situação atual, mesmo que as crises de água e energia sejam aliviadas "aos 48 minutos do segundo tempo" pela combinação de medidas heroicas e de boas chuvas, é fundamental que a má experiência contribua para o fortalecimento da cidadania. [UOL Notícias – Opinião]

O Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, foi duramente afetado pela seca e chegou a ficar com cerca de 5% de sua capacidade Problemas de gestão Para entender como alcançamos esse grau de fragilidade hídrica, não basta olhar para a seca. Como sempre, há um conjunto de medidas que se somaram para construir o cenário: a gestão da água feita como se os recursos fossem inesgotáveis, ou seja, como se sempre fosse possível expandir a captação, a perigosa aproximação entre oferta e demanda e uma gestão de crise que revelou fragilidades quando a escassez ficou mais acentuada. Pesaram, também, o pouco espaço de participação da sociedade, a fragilidade dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos, além da não adoção pelo governo estadual de medidas mais severas de redução de consumo ou uso abusivo de água. É importante lembrar, ainda, a degradação ambiental das áreas de mananciais, resultado da poluição das fontes de água e desmatamento no entorno das represas. A crise atual exige união e compartilhamento de responsabilidades com respostas sistêmicas com metas e ações de curto, médio e longo prazos. Assim, é correto que o governo exerça papel protagonista para fomentar e implementar soluções múltiplas com escala e impacto que atinjam diversos setores de uma só vez. Mas também cabe aos consumidores de água, empresas e organizações da sociedade civil desempenhar seu papel de corresponsabilidade. [Ocas – Organização Civil de Ação Social]

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TEXTO IV Encontra-se em tramitação na Assembleia Legislativa projeto de Lei (1321/2017), de autoria da deputada Camila Toscano (PSDB), que propõe a criação Delegacia Eletrônica de Proteção Animal na Paraíba. Através do canal, as pessoas encaminharão pedidos de averiguações de ato ou fato envolvendo animais, ocorrido no Estado e tipificado em Lei como infração penal ou administrativa. “Hoje, é dia dos animais (4 de outubro) e não temos muito que comemorar. Deparamos-nos diariamente com cenas de maus tratos contra os bichos. São agressões, maus tratos, abandono e assassinatos e não podemos nos calar diante dessas situações, por isso, estamos propondo a criação desse canal especializado para receber esses tipo de demanda”, disse. O objetivo da criação do Portal é proporcionar agilidade das denúncias e nas averiguações dos crimes contra animais, tais como: tráfico, comércio, criadores clandestinos, abatedouros ilegais, empresas ou laboratórios que fazem testes em animais, espancamento, abandono, atropelamento, negligência, envenenamento, bem como todo e qualquer fato previsto em lei e tipificado como crime. Para a utilização da Depa, o denunciante deverá preencher os campos do sistema, fornecendo seus dados pessoais. Esses dados serão confirmados para liberação de acesso ao portal, possibilitando ao denunciante a opção de se enquadrar como testemunha protegida ou não, mantendo ou não seus dados em sigilo.

PROPOSTA 44 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Alternativas para combater os maus tratos aos animais”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm: Acesso em 31 outubro 2017

TEXTO II A Polícia Civil registra 21 denúncias de maus-tratos a animais por dia em 2016 no Estado de São Paulo. Os relatos desses crimes revelam casos de agressão física aos bichos por seus donos em casa, prisão em cativeiros sem condições de higiene ou alimentação e até brigas de galo. O Estado obteve os boletins de ocorrência feitos desde 2011 sobre esse delito. A maioria das denúncias é feita por vizinhos ou moradores próximos de onde aconteceu a agressão, de forma anônima. Imagens de maus-tratos publicadas nas redes sociais também podem virar alvo de apuração. Vídeos e fotos registrados por celulares têm ajudado o Ministério Público Estadual e a polícia a identificar os autores. Só neste ano, até julho, as delegacias já redigiram 4,4 mil boletins de ocorrência, cerca de 628 casos por mês desse tipo de crime. A média já é maior do que há cinco anos – em 2011, eram 348 casos por mês. A cidade de São Paulo concentra 9,6% das estatísticas, com 426 episódios de violência.

Disponível em: https://www.wscom.com.br/noticias/politica/projeto+cria+delegacia+el etronica+de+protecao+animal+na+paraiba-223461 Acesso em 31 outubro 2017

TEXTO IV

Disponível em: http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,policiaregistra-21-casos-de-maus-tratos-a-animais-por-dia-no-estado-desp,10000072438 Acesso em 31 outubro 2017

TEXTO III Saiba como denunciar maus-tratos ou crueldade contra animais Caso você presencie maus-tratos a animais de quaisquer espécies, sejam domésticos, domesticados, silvestres ou exóticos – como abandono, envenenamento, presos constantemente em correntes ou cordas muito curtas, manutenção em lugar anti-higiênico, mutilação, presos em espaço incompatível ao porte do animal ou em local sem iluminação e ventilação, utilização em shows que possam lhes causar lesão, pânico ou estresse, agressão física, exposição a esforço excessivo e animais debilitados (tração), rinhas, etc. –, vá à delegacia de polícia mais próxima para lavrar o Boletim de Ocorrência (BO), ou compareça à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente. A denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605, de 12.02.1998 (Lei de Crimes Ambientais) e pela Constituição Federal Brasileira, de 05 de outubro de 1988. É possível denunciar também ao órgão público competente de seu município, para o setor que responde aos trabalhos de vigilância sanitária, zoonoses ou meio ambiente. Lembrando que cada município tem legislação diferente, portanto caso esta não contemple o tema maus tratos pode utilizar a Lei Estadual ou ainda recorrer a Lei Federal. Disponível em: https://www.worldanimalprotection.org.br/denuncia Acesso em 31 outubro 2017

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de Silva ganhou as redes sociais no fim de semana com a divulgação das fotos da formatura pela empresa que registrou as imagens. (...)"Meus pais me deram oportunidade para que eu conseguisse me formar em direito. Apesar de não terem condições, me deram assistência financeira para me manter no curso. Os dois entraram na colação de grau comigo porque são meus maiores exemplos de humildade, honestidade, dedicação e amor", afirmou o novo advogado. [UOL Educação]

PROPOSTA 45 Com base nos textos norteadores a seguir e nos seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida estudantil, elabore uma dissertação argumentativa sobre o tema O SUCESSO VEM DA ESCOLA OU DO ESFORÇO INDIVIDUAL, apresentando propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos. De modo geral, não é segredo para ninguém que a realidade da educação brasileira enfrenta há muito tempo uma situação complicada. Não faltam exemplos que evidenciam a baixa qualidade do ensino no país. No Enem do ano passado, por exemplo, enquanto 8,5% dos alunos tiraram zero na prova de redação, a nota máxima foi obtida por apenas 0,004%. Agora, uma pesquisa acaba de revelar que ao menos um de cada cinco estudantes do 3º ano do ensino fundamental da escola pública não atinge níveis mínimos de alfabetização em leitura, escrita e matemática. No entanto, mesmo diante desse panorama, não é difícil encontrar casos de sucesso e superação entre os estudantes brasileiros, como mostram três reportagens publicadas pelo UOL Educação em setembro, integrantes da coletânea de textos que informa esta proposta de redação. Levando em conta esses diferentes fatos, é o caso de se perguntar: o sucesso nos estudos depende mais do esforço individual do que de escola eficientes, capacitadas para produzir os resultados que dela se esperam?

Estudando atrás das grades Sob aplausos de aproximadamente cem pessoas, Venilton Leonardo Vinci, 55, tornou-se, na quinta-feira (3), o primeiro detento do Estado de São Paulo a conseguir formação de nível superior exclusivamente em regime fechado. Formado em pedagogia, Vinci terminou o ensino médio atrás das grades e, graças a uma parceria com uma universidade que oferece a modalidade de ensino à distância, conseguiu o diploma. O próximo passo, segundo ele, é iniciar a pós-graduação. A cerimônia de colação de grau ocorreu na Penitenciária 1 de Serra Azul, presídio de segurança máxima no qual Vince é interno. "Só me resta agradecer. Primeiramente, a Deus. Depois, à direção desta unidade, que acreditou na educação e, principalmente, ao ser humano. Quero ser o espelho de uma nova realidade, pois hoje me torno um pedagogo", disse ele, logo após receber o diploma e ser ovacionado por parentes, colegas de presídio e professores. [UOL Educação] Campeã em evento mundial A brasileira Alice Cunha da Silva, de 25 anos, foi a vencedora da Nuclear Olympiad (Olimpíada Nuclear, em tradução livre), evento mundial voltado a estudantes que estejam interessados no desenvolvimento global de técnicas nucleares. A jovem cursa o quinto e último ano da faculdade de engenharia nuclear, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e foi classificada com mais quatro pessoas para a fase final da olimpíada, realizada nesta quinta-feira em Viena, na Áustria. O primeiro desafio da estudante foi produzir um vídeo de até um minuto sobre algum assunto relacionado à área. Para cumprir a tarefa, Alice se inspirou em um drama familiar. "Minha avó tem câncer e passou por tratamentos nucleares para se curar. Esse tema estava extremamente perto de mim e da minha família. Não tinha como eu fazer um vídeo sobre outra coisa", explicou em entrevista realizada em julho deste ano. Até o fechamento do texto, o vídeo da estudante havia sido visualizado 32.032 vezes. O vídeo foi avaliado e Alice passou para a última etapa, onde precisou fazer uma dissertação sobre a produção de radioisótopos e apresentar para os juízes da competição. [UOL Educação]

Filho de pedreiro e catadora se forma em direito e homenageia pais no PI Pátria educadora Ao menos um a cada cinco estudantes no 3º ano do ensino fundamental da escola pública não atinge níveis mínimos de alfabetização em leitura, escrita e matemática. Esse número foi obtido com base nos dados da ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização), divulgados nesta quinta (17) pelo MEC (Ministério da Educação). A ANA é uma avaliação diagnóstica para o Pnaic (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa). O MEC apresentou os resultados da ANA em percentuais por nível de proficiência (o quanto os alunos sabem): em leitura, 22,21% estão no nível 1 -- o que significa que 1 a cada 5 alunos não está no padrão mínimo. Na área de escrita, 34,46% deles estão nos níveis 1, 2 e 3 de escrita -- ou seja, 1 a cada 3 estudantes não atende o padrão mínimo. Já em matemática, o resultado é mais dramático: 57,07% estão nos níveis 1 e 2. [UOL Educação] Apoio dos pais Filho de pedreiro e de catadora de castanhas, o estudante de direito Ismael do Nascimento Silva, 25, emocionou quem estava presente na colação de grau dele ocorrida em Teresina (PI), na noite da última sexta-feira (11). O jovem subiu no tablado da área de entrega do diploma carregando um banner destacando a origem humilde da família. "O filho do pedreiro com a catadora de castanhas também venceu", dizia a faixa com a hastag #MeusPaisMeusHeróis. A história de superação

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TEXTO 3:

PROPOSTA 46 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A AIDS em questão no Brasil. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1: “Atualmente, o Ministério da Saúde estima que 530 mil pessoas vivam com HIV/Aids no país. Dessas, 135 mil não sabem ou nunca fizeram o teste. Os testes oferecidos são produzidos por laboratórios públicos nacionais. A cobertura de testagem anti-HIV em gestantes é de 84%. A meta do governo é oferecer o teste para 100% das gestantes até 2015. De 2002 a 2011, O Brasil reduziu em 25% a incidência de Aids em menores de 5 anos. Sobre o acompanhamento da doença, no Brasil, 217 mil pessoas têm acesso ao tratamento de forma gratuita. O Brasil fabrica 11 dos 20 medicamentos ARV usados no tratamento do HIV/Aids. Essa área responde por 780 milhões do 1,2 bilhão de recursos destinados ao combate às DST/Aids. O país produz suas próprias camisinhas masculinas (100 milhões por ano) e as distribui gratuitamente.” Fonte: http://www.brasil.gov.br/saude/2014/12/ministerio-divulgadados-sobre-aids-no-pais-nesta-segunda-1 consultado em 28 de setembro de 2015.

TEXTO 2: A Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu hoje (15) se o acesso à política pública de prevenção da AIDS tem atingido a população de gays, travestis, prostitutas e jovens, nos últimos anos. De acordo com os especialistas ouvidos no debate, o preconceito, a discriminação, a violência e o estigma têm contribuído para que populações vulneráveis tenham dificuldades de acesso a essas políticas públicas. O assessor de Ações Estratégicas do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (DST/Aids), Ivo Brito, confirmou os problemas que essa parcela da população enfrenta para conseguir ser atingida pelas políticas de prevenção. “O governo tem várias políticas públicas direcionadas, o que há é uma dificuldade operacional técnica, não só pela questão do acesso dessas populações, não que elas tenham maior dificuldade de acesso, mas porque lhes é negado o direito de acesso aos serviços, pela invisibilidade desses segmentos, pelo preconceito e pelo estigma”. Para o Léo Mendes, representante da Articulação Nacional de Saúde e Direitos Humanos, o “fundamentalismo religioso” e a “invisibilidade” dessas populações têm contribuído para que o quadro se agrave. Fonte: http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/06/aidspreconceito-dificulta-acesso-politica-de-prevencao-dizemespecialistas consultado em 30 de setembro de 2015.

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segurança pública do nosso país”, afirmou o parlamentar do PP. [Revista Exame]

PROPOSTA 47 Com base nos textos motivadores abaixo e nos conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida estudantil, elabore uma dissertação argumentativa sobre o tema BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO?, apresentando propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos.

Tolerância da sociedade "A tolerância da sociedade a uma polícia violenta contribui para a criação de um terreno fértil para o surgimento de grupos de extermínio (integrados por policiais)", afirmou a pesquisadora Camila Nunes Dias, da Universidade Federal do ABC e associada ao Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP). Segundo ela, um dos reflexos dessa posição da sociedade é que jurados em tribunais civis tendem a absolver muito mais policiais acusados de homicídio do que a própria Justiça Militar. Outro fator que mostra essa tendência é o fato de que cada vez mais políticos vêm sendo eleitos com discursos baseados em ações robustas da polícia para o combate à violência. [BBC Brasil]

É ponto pacífico que a violência está presente na realidade brasileira, seja nas grandes cidades, seja nos pequenos municípios do interior. A criminalidade é enorme e o Brasil foi considerado o décimo primeiro país mais inseguro do mundo, segundo a ONG norte-americana Social Progress Alternative (dados de 2014). Contudo, a violência não ocorre apenas da parte dos bandidos, mas igualmente por parte das polícias. São frequentes nos meios de comunicação as notícias sobre ações violentas de policiais. Recentemente o Instituto Datafolha conduziu uma pesquisa que mostra que 50% da população das grandes cidades brasileiras concordam com a frase "bandido bom é bandido morto", o que revela que metade dessa população, de certa forma, aprova a violência por parte dos agentes da lei. O que você pensa disso? Concorda ou não com essa frase? Por quê?

Sem ordem nem lei A ausência de respeito ao modelo de “ordem sob a lei” tem se perpetuado dentro da estrutura policial brasileira por razões diversas – como a falência dos modelos policiais, o descrédito nas instituições do sistema de justiça e segurança, a impunidade – mas principalmente por uma certa tolerância da própria sociedade com esse tipo de prática. Analisando o problema do ponto de vista sociopolítico veremos que a violência policial tem raízes culturais muito antigas (desde a implantação do regime colonial e da ordem escravocrata), e que estas têm uma relação diretamente proporcional à ineficiência do Estado de punir, na maioria dos casos, as práticas criminosas dos agentes de segurança. É difícil admitir, mas existe uma demanda dentro da sociedade para a prática da violência policial. É esta violência que serve à sociedade dentro de diversos aspectos e circunstâncias, mas especialmente no tocante à solução dos crimes contra o patrimônio e na repressão às classes perigosas. Por isso mesmo, a dificuldade do Estado no âmbito da segurança pública, no final do século XX, continua sendo o controle da violência legítima, do qual decorreria consequentemente a extinção do uso ilegítimo da força por parte dos organismos policiais. [dh.net.org.br]

Cena do filme "Tropa de Elite", que foi um dos maiores sucessos do cinema brasileiro contemporâneo, e põe em foco a violência em nossa sociedade A pesquisa Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ONG que reúne especialistas em violência urbana do país, metade da população das grandes cidades brasileiras acredita que "bandido bom é bandido morto". As informações são do jornal Folha de S.Paulo. O instituto ouviu 1.307 pessoas em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes. Para a pergunta se bandido bom é bandido morto, 50% disseram concordar, 45% discordaram e o restante não soube responder ou não concorda nem discorda. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico, e a pesquisa indica a sociedade dividida. [BOL Notícias/Datafolha] Violência contra violência A alta letalidade policial no Brasil ainda é pequena na opinião do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Em vídeo postado pelo seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSCSP), o parlamentar fluminense afirmou que “violência se combate com violência”, e não com bandeiras de direitos humanos, como as defendidas pela Anistia Internacional. Questionado sobre um levantamento da organização que mostrou que a polícia brasileira é a que mais mata no mundo, Bolsonaro se irritou e disse que ainda é pouco diante da criminalidade que impera no país. “Eu acho que essa Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais. Quase metade dessas mortes são em combate, em missão. Então, a Anistia Internacional está na contramão do que realmente precisa a

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iriam se consolidar no Brasil quase meio século depois. A autora esqueceu-se de que Machado, assim como Borges, Beckett, Graciliano, não dá para ser adaptado em prosa sem que se perca a essência de sua arte. A obra machadiana é basicamente linguagem. Em seus romances, não há enredos rocambolescos nem profusão de personagens, como há em Homero, Cervantes e nos clássicos românticos. Mesmo “O Alienista”, talvez o enredo mais movimentado de toda a sua obra, depende substancialmente da linguagem, pois é nela que moram a argúcia e a ironia do conto. [José Maria e Silva, Revista Bula]

PROPOSTA 48 Com base nos seus conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida estudantil e nos textos motivadores abaixo, produza uma dissertação argumentativa sobre o tema “É válido simplificar a linguagem de um clássico?”, elaborando propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos. Em meados de 2014, uma polêmica agitou os meios literários e educacionais brasileiros: uma escritora decidiu publicar, com o apoio de lei de incentivo do Ministério da Cultura, uma adaptação simplificada do conto "O alienista", de Machado de Assis. Para justificar seu projeto, a escritora alegou que a dificuldade da linguagem do texto original afasta os jovens da leitura desse autor - um dos maiores escritores brasileiros. Entre educadores, críticos literários e jornalistas, as opiniões se dividiram: houve quem concordasse com ela e aprovasse a iniciativa; houve quem tachasse o projeto de equivocado e até de criminoso. Nos textos que acompanham a proposta de redação deste mês, apresentamos algumas das opiniões em conflito, para você formar uma ideia do debate. A partir delas e de seus próprios conhecimentos e opiniões, redija uma dissertação expondo o seu ponto de vista sobre esse tipo de adaptação de obras literárias. Você é contra ou a favor? Por quê?

Uma chance para os clássicos Acreditar que as versões simplificadas de Machado de Assis emburrecerão a população é errôneo. Quem defende esse argumento parte do pressuposto de que vivemos num país de leitores ávidos de Machado de Assis que, por pura preguiça, trocarão a versão original pela adaptação e deixarão de enriquecer seu vocabulário. Nada mais distante da realidade. A grande maioria dos alunos foge da leitura obrigatória depois de esbarrar na primeira palavra difícil e recorre a resumos (ou à cola) para acertar a meia dúzia de questões dedicadas a Machado nas provas escolares. Muitos jamais dão outra chance aos clássicos da literatura. Uma versão simplificada poderia diminuir o choque e prepará-los para descobrir a obra original mais tarde, quando estiverem prontos. [Danilo Venticinque, Época]

Ilustração de "O alienista", em versão adaptada para os quadrinhos, de autoria de Fábio Moon e Gabriel Bá Palavra da adaptadora "Entendo por que os jovens não gostam de Machado de Assis", diz a escritora Patrícia Secco. "Os livros dele têm cinco ou seis palavras que não entendem por frase. As construções são muito longas. Eu simplifico isso." Ela simplifica mesmo: Patrícia lançará uma versão de "O Alienista", obra de Machado publicada em 1882, em que as frases estão mais diretas e palavras são trocadas por sinônimos mais comuns (um "sagacidade" virou "esperteza", por exemplo". A mudança não fere o estilo do escritor mais celebrado do Brasil, diz Patrícia. "A ideia não é mudar o que ele disse, só tornar mais fácil." [Folha de S. Paulo] A função da escola "É absurdo imaginar que a função da escola seja facilitar qualquer coisa, em vez de levar a trabalhar com as dificuldades da vida, da crítica e do conhecimento", comenta o professor da USP Alcides Villaça. Ele se diz indignado: "Apresentar como sendo de Machado de Assis uma mutilação bisonha de seu texto não devia dar cadeia?". [Folha de S. Paulo] Perda da essência Infelizmente, Patrícia Secco falseia Machado de Assis. Além de lhe desfigurar o estilo, ela o emburrece. Sua adaptação é um retrocesso, que sacrifica até os avanços linguísticos do estilo machadiano, já ousadamente próximo da linguagem coloquial, numa antecipação das vanguardas do modernismo que só

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CADERNO DE PROPOSTAS

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