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O BRASIL PRÉ-COLONIAL E AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
CHEGADA DOS PORTUGUESES NO “NOVO MUNDO” A descoberta do Brasil pelo navegador português Pedro Álvares Cabral faz parte do grande projeto de expansão atlântica do Reino de Portugal. A hipótese de que a chegada dos portugueses ao território que hoje conhecemos como Brasil foi acidental, não sobrevive ao estudo mais aprofundado do tema. A manutenção do controle do Atlântico Sul era de vital importância para os portugueses, ademais existia o precedente da pressão portuguesa em estender a linha de demarcação de Tordesilhas, a qual as outras nações europeias não viriam a respeitar. O rei da França, Francisco I, teria feito um comentário jocoso, questionando a existência de um testamento de Adão que concederia o mundo colonial aos ibéricos.
HISTÓRIA II
monarquia portuguesa da necessidade de providências urgentes no sentido de promover a ocupação territorial imediata, sob pena de se perder o domínio da colônia para aventureiros de outras nacionalidades, sobretudo franceses, que exploravam o litoral brasileiro. A dificuldade em patrulhar toda a colônia era facilmente verificada pela grande extensão da costa e pelos limitados recursos tecnológicos da época. A despeito da criação das primeiras feitorias em Cabo Frio, em 1511, e Pernambuco, em 1516, havia a necessidade de promover um modelo de colonização efetivo. A primeira expedição deste tipo foi idealizada pelo rei D. João III, o qual designou o fidalgo Martim Afonso de Souza como o capitão-mor, que teria como responsabilidade expulsar os franceses do litoral, estabelecer o reconhecimento geográfico da colônia e manter núcleos de povoamento com certo grau de organização administrativa. Em Pernambuco, entrou em choque com os franceses e colocou à pique a nau La Pelerine. Martim Afonso de Souza fundou a vila de São Vicente, no atual litoral paulista, na qual estabeleceu a primeira experiência bem-sucedida de povoamento na América portuguesa. Apesar das dificuldades iniciais, São Vicente seria, juntamente com Pernambuco, a região que mais prosperaria economicamente na colônia por conta da cana-de-açúcar.
Oscar Pereira da Silva, 1904. Acervo do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro.
PERÍODO PRÉ-COLONIAL As três primeiras décadas da História do Brasil foram batizadas pelos historiadores como “Período Pré-Colonial”, já que não houve uma colonização efetiva. O lucrativo comércio com o Oriente ainda era prioritário nas relações ultramarinas de Portugal. A terra de Vera Cruz, primeiro nome dado ao território brasileiro, entretanto, não foi totalmente abandonada pelos portugueses. A estratégia inicial da Coroa portuguesa foi o envio de expedições de reconhecimento e guarda-costas, as quais batizaram os primeiros acidentes geográficos do Brasil, invariavelmente com nomes católicos. A Coroa também concedeu os primeiros estancos, isto é, autorizações reais para a exploração econômica da colônia por particulares. Fernão de Noronha, cristão-novo, foi um dos primeiros exploradores que utilizou a mão de obra indígena como forma de obter pau-brasil, uma espécie natural encontrada na costa. O paubrasil era utilizado para se extrair uma tintura vermelha, muito rara naquela época. A mão de obra indígena neste período era empregada através da troca de objetos de pequeno valor para os portugueses pelo pau-brasil, isto é, mediante o escambo. Os cristãos-novos tornaram-se comuns em Portugal, sobretudo, no momento posterior à Contrarreforma Católica, quando a Igreja assumiu uma posição de maior intolerância para com os não católicos. O cristão-novo era um apóstata, isto é, judeu convertido ao catolicismo. Muitos destes indivíduos acabaram migrando para o Brasil definitivamente para fugir dos temíveis tribunais da Inquisição em Portugal, organizados a partir de 1536. No Brasil, a Inquisição não chegou a ser instalada, procedendo apenas visitações do Tribunal do Santo Ofício na colônia. Um dos responsáveis pelas expedições guarda-costas entre 1516 e 1528, o navegador Cristóvão Jacques, teria advertido a
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CAPITANIAS HEREDITÁRIAS O projeto de ocupação populacional da colônia, entretanto, foi estabelecido entre 1534 e 1536, com a adoção do sistema de capitanias hereditárias. O cinema, em 2003, brindou os brasileiros com a reconstrução do período colonial em Desmundo. Este sistema já havia sido empregado com sucesso nas ilhas atlânticas e, além do Brasil, seria estendido à Angola. O objetivo do rei D. João III com o sistema de capitanias hereditárias era promover a ocupação territorial transferindo o ônus para particulares. O modelo era semelhante ao do senhorio português da Idade Média, entretanto, não podemos afirmar que este sistema criou relações feudais, haja vista que no caso brasileiro existia um Estado Nacional centralizado patrocinando um projeto colonizador. O sistema de capitanias hereditárias consistia na concessão do rei de extensos domínios a particulares, os quais recebiam uma carta de doação real e um foral, no qual estavam consubstanciadas suas obrigações. O donatário – nome dado ao particular que recebia a capitania – tinha: •
o direito de explorar economicamente sua capitania
•
a função de administras as questões judiciárias
•
se sujeitar à autoridade da Coroa
•
recolher tributos
•
expandir a fé católica
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concessão de sesmarias – grandes extensões de terras que estão na origem do latifúndio e da concentração de terras no Brasil”.
EXERCÍCIOS
PROPOSTOS 01. (Enem 2016) Texto I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Texto II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da a) concepção idealizada do território, geograficamente indiferenciado.
entendido
como
b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. Fonte: Google Imagens.
O sistema, contudo, começou a apresentar problemas para os donatários. Poucas foram as capitanias que efetivamente prosperaram. As dificuldades dos donatários eram as mais diversas possíveis: ataques de piratas europeus, assim como de grupos indígenas, o alto custo do empreendimento, a falta de assistência por parte da Coroa. De qualquer maneira, o sistema de capitanias hereditárias inaugurou, de fato, a colonização do Brasil, sendo extinto somente no século XVIII, durante a administração pombalina.
EXERCÍCIOS
PROTREINO
01. Explique por qual razão a hipótese da chegada ao atual Brasil por acidente foi descartada. 02. Identifique o que era o estanco e o escambo. 03. Apresente as características de um cristão novo, relacionando-o com a Contrarreforma e a Inquisição. 04. Explique o que eram as capitanias hereditárias, destacando as duas que tiveram sucesso. 05. Explicite as dificuldades dos donatários para promover a colonização de suas capitanias.
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d) transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. 02. (ENEM 2011) Em geral, os nossos tupinambás ficaram admirados ao ver os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que vindes vós outros, mairs e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?” LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974.
O viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a indígena no sentido a) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais. b) da preocupação com a preservação dos recursos ambientais. c) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil. d) da curiosidade, reverência e abertura cultural recíprocas. e) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno. 03. A descoberta de novas terras por navegadores portugueses e espanhóis alimentou a imaginação dos europeus e fomentou uma visão paradisíaca do Novo Mundo. Com respeito a essa “visão do paraíso” nos trópicos, é correto afirmar: a) os europeus esperavam encontrar monstros e outras entidades mitológicas, o que se confirmou na presença de animais préhistóricos e seres humanos estranhos.
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c) as descrições dos novos territórios, com suas florestas exuberantes e seus pássaros exóticos, vinham confirmar as expectativas de descoberta do Paraíso na Terra.
( ) Com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial ocorreram muitos problemas no país, como a desconfiança e a prisão de pessoas que viviam em Santa Catarina, principalmente aqueles que eram imigrantes e descendentes de imigrantes de origem portuguesa e espanhola, também identificados como “5ª coluna”.
d) o encontro com seres de uma nova cultura, em um ambiente natural diferente, criou um clima propício ao entendimento mútuo e ao respeito pela vida humana, como era pregado pelos religiosos europeus.
a) F – F – V – V
d) V – F – F – V
b) V – V – F – F
e) V – F – V – F
b) os temores com relação ao inesperado levaram muitas vezes os europeus a demonstrar uma violência desumana contra os nativos do chamado Novo Mundo.
e) os primeiros colonizadores europeus ficaram maravilhados com a cultura indígena a ponto de sofrerem influência direta dos valores nativos. 04. Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao rei D. Manoel, ressaltava que a salvação dos índios era a mais imediata contribuição à terra. Algumas décadas depois, o ensino colonial desenvolvia-se fortemente influenciado pela cultura religiosa do colonizador. Sobre os primeiros educadores da fase colonial, é correto afirmar que eles: a) conseguiram dissociar a colonizador luso-brasileiro.
evangelização
do
processo
b) permaneceram alheios ou indiferentes aos abusos praticados pelos senhores de escravos. c) presos às ideias etnocêntricas europeias, ignoraram as línguas indígenas. d) pretenderam espalhar a fé, tomando novos súditos tementes a Deus e obedientes ao rei.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
c) F – V – F – V 07.(UEPB 2014) A riqueza cultural do povo brasileiro advém da pluralidade de etnias que nos formaram, produzindo um patrimônio cultural diversificado. Assinale a alternativa correta. a) Os grupos indígenas encontrados no litoral pelo português eram principalmente tribos de tronco tupi que, havendo se instalado uns séculos antes, ainda estavam desalojando antigos ocupantes oriundos de outras matrizes culturais. b) Na época da chegada da esquadra cabralina, as tribos do tronco tupi eram as únicas que tinham uma organização social de classes, e a presença do Estado já era uma realidade. c) A instituição social que dificultou a formação do povo brasileiro foi o cunhadismo, velho uso indígena que proibia a incorporação de estrangeiros à sua comunidade.
e) tinham por objetivo promover a Igreja Católica, mantendo intacta a cultura indígena.
d) O surgimento de uma etnia brasileira não anulou as identificações étnicas dos índios e africanos consolidando a democracia racial que vivemos na contemporaneidade.
05.Sobre a organização econômica, social e política das comunidades indígenas brasileiras, no período inicial da conquista do território pelos portugueses, é correto afirmar:
e) Desde os primeiros dias da colonização, o projeto jesuítico se configurou como única alternativa de garantia das culturas indígena e africana, respeitando suas crenças e representações.
I.
Os nativos viviam em regime de comunidade primitiva, em que a terra era de propriedade privada dos casais e os instrumentos de trabalho eram de propriedade coletiva.
II. A divisão das tarefas era por sexo e por idade; as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, plantavam e colhiam; os homens participavam de atividades guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da floresta para fazer a lavoura. III. A sociedade era organizada em classes sociais, sendo o excedente da produção controlado pelos chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição dos bens entre os indígenas. IV. Os indígenas brasileiros não praticavam o comércio pois tudo que produziam destinava-se à subsistência, realizando apenas trocas rituais de presentes. Está(ão) correta(s) a) apenas I e II.
c) apenas III.
b) apenas I e III.
d) apenas IV.
e) apenas II e IV
06. (Udesc 2014) Analise as proposições referentes ao estado de Santa Catarina, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. ( ) Os principais grupos indígenas que habitavam a região do atual estado de Santa Catarina eram os Carijós, os Kaingáng e os Xokleng. Estes grupos estavam distribuídos em diferentes áreas do estado e tiveram contato com os europeus em distintos períodos históricos. ( ) A passagem da Monarquia para a República ocorrida no final do século XIX, no Brasil, não acarretou maiores conflitos no estado, uma vez que os grupos políticos que detinham o poder, no estado, não foram destituídos de seus cargos. ( ) A segunda metade do século XIX, no Brasil, é marcada pelo grande contingente de pessoas que imigraram para o país, sendo que estas eram de origem europeia e foram responsáveis pela fundação de cidades como Joinville e Blumenau.
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08. (IFBA 2014) “A conquista do Brasil pressupunha também o domínio ideológico dos povos das regiões colonizadas pela Coroa lusitana. Havia que provar pelo convencimento e pela força – a superioridade do modo oficial português de ser. Era necessário convencer as populações nativas e os recém-chegados da inferioridade e do ‘bestialismo’ dos hábitos americanos. A opção de europeus pela cultura material e social tupinambá causava tensões insustentáveis na férrea camisa-de-força vivencial em que as elites civis e religiosas ibéricas enquadravam as classes subalternas – metropolitanas e coloniais.” MAESTRI, Mário. Os senhores do litoral. Conquista portuguesa e agonia tupinambá no litoral brasileiro. (século 16). POA: Editora da Universidade/UFRGS, 1994. p. 61.
O texto acima e seus conhecimentos sobre as relações de dominação entre europeus e as populações indígenas na América Portuguesa permitem afirmar que a) os missionários analisavam o sistema cultural indígena, seus costumes, seu cotidiano, etc., segundo a moralidade cristã. b) a adaptação dos europeus aos Trópicos e a assimilação de certos costumes indígenas foi estimulada pela Coroa e pela Igreja Católica. c) os colonizadores, os missionários e os agentes portugueses compreendiam os costumes indígenas de forma idealizada, tolerante e idílica. d) os primeiros anos de colonização do território brasileiro foram marcados pela miscigenação e tolerância acerca do sistema cultural tupinambá. e) embora na colônia os europeus tenham adotado práticas de intolerância, na metrópole possuíam postura com maior respeito à diversidade cultural e religiosa.
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09. (UFRN) A implantação do sistema colonial transformou as relações amistosas existentes entre indígenas e portugueses no início da ocupação do Brasil. Essa transformação se deveu à: a) grande inabilidade dos indígenas para a agricultura, recusandose a trabalhar nas novas plantações açucareiras, atitude que desagradou aos portugueses. b) crescente ocupação das terras pelos portugueses e à necessidade de mão de obra, levando à escravização dos índios, que reagiram aos colonos. c) importação de negros africanos, cuja mão de obra acabou competindo com a dos indígenas, excluindo estes do mercado agrário. d) introdução de técnicas e instrumentos agrícolas europeus nas aldeias indígenas, desestruturando a economia comunal dos grupos nativos. 10. (ENEM (Libras) 2017) Os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma grande lagoa que conectava a bacia platina com a amazônica já era visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559), nos mapas de Bartolomeu Velho (1561). KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas e historiográficas. Varia Historia, n. 37, 2007 (adaptado).
De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos das representações cartográficas mencionadas era a) b) c) d) e)
garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado. demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas. afastar as populações nativas do espaço demarcado. respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca. demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial.
11. A solução escolhida pelo governo português ao decidir-se pela colonização do Brasil, para garantir tanto a posse das terras brasileiras contra a ameaça estrangeira quanto à sua valorização, foi: a) a proibição de que a criação de gado fosse feita no sertão, fora da área canavieira. b) a doação de sesmarias para a instalação de engenhos de produção açucareira. c) o bandeirismo de apresamento para ataque das missões jesuíticas espanholas. d) o estabelecimento de feitorias no litoral e a realização do escambo de pau-brasil. e) o estímulo à emigração de portugueses para a região mineradora. 12. O sistema de capitanias hereditárias, criado no Brasil em 1534, refletia a transição do feudalismo para o capitalismo, na medida em que apresentava como característica: a) A ausência do comércio internacional, aliada ao trabalho escravo e economia voltada para o mercado interno. b) Uma economia de subsistência, trabalho livre, convivendo com forte poder local descentralizado. c) Ao lado do trabalho servil, uma administração rigidamente centralizada. d) Embora com traços feudais na estrutura política e jurídica, desenvolveu uma economia escravista, exportadora, muito distante do modelo de subsistência medieval. e) Uma reprodução total do sistema feudal, transportada para os trópicos.
13. Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da: a) b) c) d) e)
criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil criação do sistema de governo geral e câmaras municipais criação das capitanias hereditárias montagem do sistema colônias criação e distribuição das sesmarias
14. "Descoberto o Novo Mundo e instaurado o processo de colonização, começou a se desenrolar o embate entre o Bem e o Mal." Laura de Mello e Souza. Inferno Atlântico. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 22-23.
Na percepção de muitos colonizadores portugueses do Brasil, uma das armas mais importantes utilizadas nesse “embate entre o Bem e o Mal” era a: a) retomada de padrões religiosos da Antiguidade. b) defesa do princípio do livre arbítrio. c) aceitação da diversidade de crenças. d) busca da racionalidade e do espírito científico. e) catequização das populações nativas. 15. As expedições portuguesas ao Brasil nas duas primeiras décadas do século XVI objetivaram: a) iniciar o cultivo da cana-de-açúcar e o imediato povoamento. b) travar contato com os nossos índios e iniciar atividades comerciais com os mesmos c) transferir para o Brasil os acusados de heresias protestantes na corte portuguesa. d) reconhecer a terra descoberta e salvaguardar a sua posse. e) estimular a catequese dos índios a pedido da Companhia de Jesus 16. (ENEM 2015) A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida. GÂNDAVO, P M. A primeira historia do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).
A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras. b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização. c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena. d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses. e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa. 17. (ESPCEX 2015) “Os primeiros trinta anos da História do Brasil são conhecidos como período Pré-Colonial. Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das terras brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de ocupação efetiva. […] A atenção da burguesia metropolitana e do governo português estavam voltados para o comércio com o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português. […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em conformidade com os interesses mercantilistas da época, como observou o navegante Américo Vespúcio, após a exploração do litoral brasileiro, pode-se dizer que não encontramos nada de proveito”. Berutti, 2004.
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Sobre o período retratado no texto, pode-se afirmar que o(a) a) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de colonização, deu-se em decorrência dos tratados comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração de terras situadas a oeste de Greenwich. b) maior distância marítima era a maior desvantagem brasileira em relação ao comércio com as Índias. c) desinteresse português pode ser melhor explicado pela resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o desembarque e o reconhecimento das novas terras. d) abertura de um novo mercado na América do Sul, ampliava as possibilidades de lucro da burguesia metropolitana portuguesa. e) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles que patrocinavam as expedições. 18. (ENEM 2013) De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.
20. (PUCSP 2011) “O Brasil é uma criação recente. Antes da chegada dos europeus (...) essas terras imensas que formam nosso país tiveram sua própria história, construída ao longo de muitos séculos, de muitos milhares de anos. Uma história que a Arqueologia começou a desvendar apenas nos últimos anos.” Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil. A arqueologia pré-histórica no Brasil. São Paulo: Atual, 2009 (15ª edição), p. 6
O texto acima afirma que a) o Brasil existe há milênios, embora só tenham surgido civilizações evoluídas em seu território após a chegada dos europeus. b) a história do que hoje chamamos Brasil começou muito antes da chegada dos europeus e conta com a contribuição de muitos povos que aqui viveram. c) as terras que pertencem atualmente ao Brasil são excessivamente grandes, o que torna impossível estudar sua história ao longo dos tempos. d) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a pesquisar o passado colonial brasileiro e seu vínculo com a Europa. e) os povos indígenas que ocupavam o Brasil antes da chegada dos europeus, foram dizimados pelos conquistadores portugueses.
Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.
A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo: a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos. b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa. c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente. d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia. e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.
EXERCÍCIOS DE 05.
APROFUNDAMENTO
01.“No século XV, os países da Europa precisavam das mercadorias produzidas nas Índias e compravam essas mercadorias dos comerciantes italianos que cobravam muito caro por elas”. Responda: Por que Portugal queria comercializar diretamente com as Índias? 02.“Chegamos à terra dos Ciclopes, homens soberbos e sem leis (...) Não têm assembleias que julguem ou deliberem, nem leis; vivem em grutas, no cimo das altas montanhas: e cada um dita a lei a seus filhos e mulheres, sem se preocupar uns com os outros”. (Homero. Odisseia, Século VIII a.C.)
19. (PUCRJ 2012) “Eu, El-Rei, faço saber aos que este meu regimento virem, que sendo informado das muitas desordens que há no sertão do pau-brasil, e na conservação dele, de que se tem seguido haver hoje muita falta, cada vez será o dano maior se não se atalhar e der nisso a ordem conveniente (...): mando que nenhuma pessoa possa cortar, nem mandar cortar o dito paubrasil, por si ou seus escravos, sem expressa licença do provedormor da minha Fazenda (...); e quem o contrário fizer incorrerá em pena de morte e confiscação de toda a sua fazenda.”
“Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles não têm nem entendem nenhuma crença, segundo parece. E, portanto, se os degredados que aqui hão-de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, fazerem-se cristãos e crerem na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade e imprimir-se-á [facilmente] neles qualquer cunho que lhes quiserem dar”.
Felipe III, Regimento do pau-brasil, 1605.
(Pero Vaz de Caminha. Carta a el-rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil, 1.º de maio de 1500.)
No contexto da colonização das terras do Brasil, o regimento do rei Felipe III apresenta medidas associadas: a) à afirmação do poder da Coroa espanhola, em detrimento dos comerciantes e colonos portugueses. b) ao caráter monopolista da extração do pau-brasil, pois era necessária autorização expressa da Coroa para atividade extrativista. c) às preocupações da Coroa na preservação da Mata Atlântica, que estava sendo devastada pelos colonos.
Os textos apresentados expressam valores próprios às sociedades em que foram produzidos: a Grécia da antiguidade e a ibérica do século XV. a) Que diferença de valores pode ser constatada entre essas sociedades, a partir dos textos? b) Além do objetivo expresso pela Carta de Caminha, a colonização portuguesa do Brasil teve uma clara finalidade econômica. Qual finalidade era essa?.
d) à importância do pau-brasil no comércio colonial como principal produto de exportação da América Portuguesa, em inícios do século XVII. e) à afirmação da política absolutista dos reinos europeus cerceadora de todas as iniciativas dos colonos nas Américas.
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03. Observe estes mapas:
05. O termo ‘feitor’ foi utilizado em Portugal e no Brasil colonial para designar diversas ocupações. Na época da expansão marítima portuguesa, as feitorias espalhadas pela costa africana e, depois, pelas Índias e pelo Brasil tinham feitores na direção dos entrepostos com função mercantil, militar, diplomática. No Brasil, porém, o sistema de feitorias teve menor significado do que nas outras conquistas, ficando o termo ‘feitor’ muito associado à administração de empresas agrícolas. (Adaptado de Ronaldo Vainfas (org.), “Dicionário do BrasilColonial”. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2000, p. 222).
a) Indique características do sistema de feitorias empreendido por Portugal. b) Qual a produção agrícola predominante no Brasil entre os séculos XVI e XVII? Quais as funções desempenhadas pelo feitor nessas empresas agrícolas? GABARITO EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. C
05. E
09. B
13. C
17. E
02. A
06. E
10. A
14. E
18. A
03. B
07. A
11. B
15. D
19. B
04. D
08. A
12. D
16. D
20. B
EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 01. Para eliminar a intermediação dos italianos e, assim, ficarem com o principal lucro desta atividade. 02. a) Homero descreve a sociedade dos ciclopes do ponto de vista grego, ou seja, destacando as características das cidades gregas, que valorizavam a soberania, com suas formas próprias de organizar o poder e definir a participação dos cidadãos, a partir de uma ótica política. Caminha também se utiliza de uma ótica própria para definir e entender os nativos da América, a partir de um ponto de vista religioso, cristão, uma vez que a religiosidade tinha papel preponderante na formação cultural europeias, em particular Ibérica.
a) Identifique duas diferenças significativas entre os mapas, quanto à forma de representação cartográfica. b) Qual era o principal objetivo de cada mapa, considerando os diferentes contextos históricos em que foram criados? 04. O monstrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergue-se a voar, A roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse, “Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo? E o homem do leme disse tremendo, “El-Rei D.João Segundo”
b) Caminha expressa um objetivo religioso, de catequização (apesar de ainda ter sido realizado o Concílio de Trento e de não existir a ordem dos jesuítas). O objetivo econômico pode ser compreendido pelo “sentido da colonização”, ou seja, obter riquezas nas áreas colônias. A obtenção e acumulação de riqueza eram a base do mercantilismo, que pressupunha que a riqueza de uma nação era definida pelo acúmulo de metais preciosos e que estes poderiam ser obtidos a partir da intensificação do comércio de produtos tropicais na Europa. 03. a) Há várias diferenças entre os dois mapas, tais como: escala, projeção, orientação e o contexto histórico. O primeiro mapa de 1519 retrata o período Pré-Colonial, 15001530, com indicações precárias considerando o pouco conhecimento técnico daquele contexto. O mapa expressa, principalmente, a visão dos viajantes europeus pautados no visual. Das Grandes Navegações realizadas no século XV até o Imperialismo e o Neocolonialismo do século XIX e início do século XX ocorreram inúmeros avanços científicos. Desta forma, o mapa elaborado em 2009 já aponta para conhecimento sobre a vegetação brasileira e mais informações sobre os limites territoriais b) O primeiro mapa insere-se no contexto dos Estados Nacionais Europeus que necessitavam de recursos para manter os gastos do Estado. Daí um caráter descritivo visando facilitar a exploração da metrópole sobre a Colônia. O mapa de 2009, já amparado em um avanço cientifico, retrata a vegetação brasileira mostrando as diferentes “paisagens naturais”. 04.
(Fernando Pessoa. POEMAS ESCOLHIDOS. Ed. O Globo, 1997, p.150)
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A aliança entre o Rei e a burguesia, consolidada na revolução de Avis, garantindo ao Estado capital suficiente para promover a expansão ultramarina.
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a localização geográfica que colocava Portugal na confluência de rotas comerciais que partiam do oriente, passavam pelas cidades italianas e dirigiam-se para o norte da Europa. Essa posição promoveu uma importante acumulação de capitais, principalmente em Lisboa, a qual foi decisiva no
A epopeia marítima portuguesa, descrita pelo poeta, foi revestida de ousadias e destemores, no entanto, ela só foi possível porque Portugal, antes de outros países europeus, reuniu as necessárias condições para a conquista dos mares.
05.
Cite e explique duas precondições que possibilitaram o pioneirismo português no processo de expansão marítima.
a) As feitorias, constituíam entrepostos comerciais no litoral de áreas coloniais ou de contatos dos portugueses para captação e armazenamento de produtos obtidos através de trocas com os nativos.
processo de expansão.
b) Entre os séculos XVI e XVII, predominou no Brasil a lavoura da Cana-de-açúcar. O feitor controlava o trabalho dos escravos na lavoura.
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