HISTÓRIA DO BRASIL - FUVEST 10 ANOS

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SUMÁRIO 1. BRASIL COLÔNIA ...........................................................................03 2. PRIMEIRO REINADO ......................................................................15 3. SEGUNDO REINADO ......................................................................21 4. REPÚBLICA VELHA .........................................................................31 5. ERA VARGAS .................................................................................37 6. PERÍODO DEMOCRÁTICO...............................................................43 7. PERÍODO MILITAR .........................................................................49 8. NOVA REPÚBLICA .........................................................................56 9. GABARITOS ..................................................................................58

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1.

BRASIL COLÔNIA

1. (Fuvest) Após o Tratado de Tordesilhas (1494), por meio do qual Portugal e Espanha dividiram as terras emersas com uma linha imaginária, verifica-se um “descobrimento gradual” do atual território brasileiro. Tendo em vista o processo da formação territorial do País, considere as ocorrências e as representações abaixo: Ocorrências: I. Tratado de Madrid (1750); II. Tratado de Petrópolis (1903); III. Constituição da República Federativa do Brasil (1988)/consolidação da atual divisão dos Estados. Representações:

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Associe a ocorrência com sua correta representação: I

II

III

a)

A

C

E

b)

B

C

E

c)

C

B

E

d)

A

B

D

e)

C

A

D

2. (Fuvest) Observe o mapa abaixo.

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Com base no mapa e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta. a) O rio São Francisco foi caminho natural para a expansão da cana-de-açúcar e do algodão da Zona da Mata, na Bahia, até a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. b) A ocupação territorial de parte significativa dessa região foi marcada por duas características geomorfológicas: a serra do Espinhaço e o vale do rio São Francisco. c) Essa região caracterizava-se, nesse período, por paisagens onde predominavam as minas e os currais, mas no século XIX a mineração sobrepujou as outras atividades econômicas dessas capitanias. d) O caminho pelo rio São Francisco foi estabelecido pelas bandeiras paulistas para penetração na região aurífera da Chapada dos Parecis e posterior pagamento do “quinto” na sede da capitania, em Salvador. e) As bandeiras que partiam da Capitania da Bahia de Todos os Santos para a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro propiciaram o surgimento de localidades com economia baseada na agricultura monocultora de exportação.

3. (Fuvest) Se o açúcar do Brasil o tem dado a conhecer a todos os reinos e províncias da Europa, o tabaco o tem feito muito afamado em todas as quatro partes do mundo, em as quais hoje tanto se deseja e com tantas diligências e por qualquer via se procura. Há pouco mais de cem anos que esta folha se começou a plantar e beneficiar na Bahia [...] e, desta sorte, uma folha antes desprezada e quase desconhecida tem dado e dá atualmente grandes cabedais aos moradores do Brasil e incríveis emolumentos aos Erários dos príncipes. ANTONIL André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: EDUSP, 2007. Adaptado. O texto acima, escrito por um padre italiano em 1711, revela que; a) o ciclo econômico do tabaco, que foi anterior ao do ouro, sucedeu o da cana-de-açúcar. b) todo o rendimento do tabaco, a exemplo do que ocorria com outros produtos, era direcionado à metrópole. c) não se pode exagerar quanto à lucratividade propiciada pela cana-de-açúcar, já que a do tabaco, desde seu início, era maior. d) os europeus, naquele ano, já conheciam plenamente o potencial econômico de suas colônias americanas. e) a economia colonial foi marcada pela simultaneidade de produtos, cuja lucratividade se relacionava com sua inserção em mercados internacionais. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: V – O samba À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento. (...) É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas. Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.

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Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...) José de Alencar, Til. (*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.

4. (Fuvest) Considerada no contexto histórico a que se refere Til, a desenvoltura com que os escravos, no excerto, se entregam à dança é representativa do fato de que; a) a escravidão, no Brasil, tal como ocorreu na América do Norte e no Caribe, foi branda. b) se permitia a eles, em ocasiões especiais e sob vigilância, que festejassem a seu modo. c) teve início nas fazendas de café o sincretismo das culturas negra e branca, que viria a caracterizar a cultura brasileira. d) o narrador entendia que o samba de terreiro era, em realidade, um ritual umbandista disfarçado. e) foi a generalização, entre eles, do alcoolismo, que tornou antieconômica a exploração da mão de obra escrava nos cafezais paulistas.

5. (Fuvest) Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de; a) reforma e crise do Império Português na América. b) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia. c) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional. d) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro. e) Proclamação da República e instauração da Primeira República.

6. (Fuvest) Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o roubavam. Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava acostumado, tinha a casca muito grossa, mas às vezes se arreliava. Não havia paciência que suportasse tanta coisa. – Um dia um homem faz besteira e se desgraça. Graciliano Ramos, Vidas secas. Tendo em vista as causas que a provocam, a revolta que vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto como ainda contida e genérica, encontrará foco e uma expressão coletiva militante e organizada, em época posterior à publicação de Vidas secas, no movimento;

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a) carismático de Juazeiro do Norte, orientado pelo Padre Cícero Romão Batista. b) das Ligas Camponesas, sob a liderança de Francisco Julião. c) do Cangaço, quando chefiado por Virgulino Ferreira da Silva (Lampião). d) messiânico de Canudos, conduzido por Antônio Conselheiro. e) da Coluna Prestes, encabeçado por Luís Carlos Prestes.

7. (Fuvest)

Em seu contexto de origem, o quadro acima corresponde a uma; a) denúncia política das guerras entre as populações indígenas brasileiras. b) idealização romântica num contexto de construção da nacionalidade brasileira. c) crítica republicana à versão da história do Brasil difundida pela monarquia. d) defesa da evangelização dos índios realizada pelas ordens religiosas no Brasil. e) concepção de inferioridade civilizacional dos nativos brasileiros em relação aos indígenas da América Espanhola.

8. (Fuvest) No “Manifesto Antropófago”, lançado em São Paulo, em 1928, lê-se: “Queremos a Revolução Caraíba (...). A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem (...). Sem nós, a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.” Essas passagens expressam a; a) defesa de concepções artísticas do impressionismo. b) crítica aos princípios da Revolução Francesa. c) valorização da cultura nacional. d) adesão à ideologia socialista. e) afinidade com a cultura norte-americana.

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09. (Fuvest) A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, é correto afirmar: a) A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às demandas de transporte da economia mineradora. b) A produção açucareira estimulou a formação de uma rede urbana mais ampla do que a atividade aurífera. c) O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a interiorização da colonização portuguesa. d) A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na exploração do ouro do que na produção de açúcar. e) Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a formação de um mercado interno colonial.

10. (Fuvest) Os ensaios sediciosos do final do século XVIII anunciam a erosão de um modo de vida. A crise geral do Antigo Regime desdobra-se nas áreas periféricas do sistema atlântico – pois é essa a posição da América portuguesa –, apontando para a emergência de novas alternativas de ordenamento da vida social. István Jancsó, “A Sedução da Liberdade”. In: Fernando Novais, História da Vida Privada no Brasil, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Adaptado.

A respeito das rebeliões contra o poder colonial português na América, no período mencionado no texto, é correto afirmar que, a) em 1789 e 1798, diferentemente do que se dera com as revoltas anteriores, os sediciosos tinham o claro propósito de abolir o tráfico transatlântico de escravos para o Brasil. b) da mesma forma que as contestações ocorridas no Maranhão em 1684, a sedição de 1798 teve por alvo o monopólio exercido pela companhia exclusiva de comércio que operava na Bahia. c) em 1789 e 1798, tal como ocorrera na Guerra dos Mascates, os sediciosos esperavam contar com o suporte da França revolucionária. d) tal como ocorrera na Guerra dos Emboabas, a sedição de 1789 opôs os mineradores recém-chegados à capitania aos empresários há muito estabelecidos na região. e) em 1789 e 1798, seus líderes projetaram a possibilidade de rompimento definitivo das relações políticas com a metrópole, diferentemente do que ocorrera com as sedições anteriores.

11. (Fuvest) Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954. O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra;

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a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. e) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa.

12. (Fuvest) Examine o gráfico.

O gráfico fornece elementos para afirmar: a) A despeito de uma ligeira elevação, o tráfico negreiro em direção ao Brasil era pouco significativo nas primeiras décadas do século XIX, pois a mão de obra livre já estava em franca expansão no país. b) As grandes turbulências mundiais de finais do século XVIII e de começos do XIX prejudicaram a economia do Brasil, fortemente dependente do trabalho escravo, mas incapaz de obter fornecimento regular e estável dessa mão de obra. c) Não obstante pressões britânicas contra o tráfico negreiro em direção ao Brasil, ele se manteve alto, contribuindo para que a ordem nacional surgida com a Independência fosse escravista. d) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado. e) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as imposições favoráveis ao trabalho livre.

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13. (Fuvest) A colonização, apesar de toda violência e disrupção, não excluiu processos de reconstrução e recriação cultural conduzidos pelos povos indígenas. É um erro comum crer que a história da conquista representa, para os índios, uma sucessão linear de perdas em vidas, terras e distintividade cultural. A cultura xinguana – que aparecerá para a nação brasileira nos anos 1940 como símbolo de uma tradição estática, original e intocada – é, ao inverso, o resultado de uma história de contatos e mudanças, que tem início no século X d.C. e continua até hoje. FAUSTO Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. Com base no trecho acima, é correto afirmar que; a) o processo colonizador europeu não foi violento como se costuma afirmar, já que ele preservou e até mesmo valorizou várias culturas indígenas. b) várias culturas indígenas resistiram e sobreviveram, mesmo com alterações, ao processo colonizador europeu, como a xinguana. c) a cultura indígena, extinta graças ao processo colonizador europeu, foi recriada de modo mitológico no Brasil dos anos 1940. d) a cultura xinguana, ao contrário de outras culturas indígenas, não foi afetada pelo processo colonizador europeu. e) não há relação direta entre, de um lado, o processo colonizador europeu e, de outro, a mortalidade indígena e a perda de sua identidade cultural.

14. (Fuvest) O tráfico de escravos africanos para o Brasil; a) teve início no final do século XVII, quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas nas Minas Gerais. b) foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e foi extinto, de vez, no início do século XIX. c) teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de forma regular, até a metade do século XIX. d) foi extinto, quando da Independência do Brasil, a despeito da pressão contrária das regiões auríferas. e) dependeu, desde o seu início, diretamente do bom sucesso das capitanias hereditárias, e, por isso, esteve concentrado nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente, até o século XVIII.

15. (Fuvest) Não há trabalho, nem gênero de vida no mundo mais parecido à cruz e à paixão de Cristo, que o vosso em um destes engenhos [...]. A paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento e martírio[...]. De todos os mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo, os que pertencem por condição aos pretos, e como por herança, são os mais dolorosos. P. Antônio Vieira, “Sermão décimo quarto”. In: I. Inácio & T. Lucca (orgs.). Documentos do Brasil colonial. São Paulo: Ática, 1993, p.73􀍲75.

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A partir da leitura do texto acima, escrito pelo padre jesuíta Antônio Vieira em 1633, pode-se afirmar, corretamente, que, nas terras portuguesas da América, a) a Igreja Católica defendia os escravos dos excessos cometidos pelos seus senhores e os incitava a se revoltar. b) as formas de escravidão nos engenhos eram mais brandas do que em outros setores econômicos, pois ali vigorava uma ética religiosa inspirada na Bíblia. c) a Igreja Católica apoiava, com a maioria de seus membros, a escravidão dos africanos, tratando, portanto, de justificá-la com base na Bíblia. d) clérigos, como P. Vieira, se mostravam indecisos quanto às atitudes que deveriam tomar em relação à escravidão negra, pois a própria Igreja se mantinha neutra na questão. e) havia formas de discriminação religiosa que se sobrepunham às formas de discriminação racial, sendo estas, assim, pouco significativas.

16. (Fuvest) A economia das possessões coloniais portuguesas na América foi marcada por mercadorias que, uma vez exportadas para outras regiões do mundo, podiam alcançar alto valor e garantir, aos envolvidos em seu comércio, grandes lucros. Além do açúcar, explorado desde meados do século XVI, e do ouro, extraído regularmente desde fins do XVII, merecem destaque, como elementos de exportação presentes nessa economia:

a) tabaco, algodão e derivados da pecuária. b) ferro, sal e tecidos. c) escravos indígenas, arroz e diamantes. d) animais exóticos, cacau e embarcações. e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.

17. (Fuvest) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado.

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Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa, a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis. b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores. c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”. d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas. e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização.

18. (Fuvest) Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil. Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado. Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos; a) do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul. b) do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias. c) da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América. d) do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispano-americana. e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.

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19. (Fuvest) É assim extremamente simples a estrutura social da colônia no primeiro século e meio de colonização. Reduz-se em suma a duas classes: de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazenda; doutro, a massa da população espúria dos trabalhadores do campo, escravos e semilivres. Da simplicidade da infraestrutura econômica – a terra, única força produtiva, absorvida pela grande exploração agrícola – deriva a da estrutura social: a reduzida classe de proprietários e a grande massa, explorada e oprimida. Há naturalmente no seio desta massa gradações, que assinalamos. Mas, elas não são, contudo, bastante profundas para se caracterizarem em situações radicalmente distintas. Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil. 20ª ed. São Paulo: Brasiliense, p.28-29, 1993 [1942]. Neste trecho, o autor observa que, na sociedade colonial, a) só havia duas classes conhecidas, e que nada é sabido sobre indivíduos que porventura fizessem parte de outras. b) havia muitas classes diferentes, mas só duas estavam diretamente ligadas a critérios econômicos. c) todos os membros das classes existentes queriam se transformar em proprietários rurais, exceto os pequenos trabalhadores livres, semilivres ou escravos. d) diversas classes radicalmente distintas umas das outras compunham um cenário complexo, marcado por conflitos sociais. e) a população se organizava em duas classes, cujas gradações internas não alteravam a simplicidade da estrutura social.

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2.

PRIMEIRO REINADO

20. (Fuvest) Quando os Holandeses passaram à ofensiva na sua Guerra dos Oitenta Anos pela independência contra a Espanha, no fim do século XVI, foi contra as possessões coloniais portuguesas, mais do que contra as espanholas, que os seus ataques mais fortes e mais persistentes se dirigiram. Uma vez que as possessões ibéricas estavam espalhadas por todo o mundo, a luta subsequente foi travada em quatro continentes e em sete mares e esta luta seiscentista merece muito mais ser chamada a Primeira Guerra Mundial do que o holocausto de 1914-1918, a que geralmente se atribui essa honra duvidosa. Como é evidente, as baixas provocadas pelo conflito ibero-holandês foram em muito menor escala, mas a população mundial era muito menor nessa altura e a luta indubitavelmente mundial. Charles Boxer, O império marítimo português, 1415-1825. Lisboa: Edições 70, s.d., p.115. Podem-se citar, como episódios centrais dessa “luta seiscentista”, a; a) conquista espanhola do México, a fundação de Salvador pelos portugueses e a colonização holandesa da Indonésia. b) invasão holandesa de Pernambuco, a fundação de Nova Amsterdã (futura Nova York) pelos holandeses e a perda das Molucas pelos portugueses. c) presença holandesa no litoral oriental da África, a fundação de Olinda pelos portugueses e a colonização espanhola do Japão. d) expulsão dos holandeses da Espanha, a fundação da Colônia do Sacramento pelos portugueses e a perda espanhola do controle do Cabo da Boa Esperança. e) conquista holandesa de Angola e Guiné, a fundação de Buenos Aires pelos espanhóis e a expulsão dos judeus de Portugal.

21. (Fuvest) “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil...” João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711. Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia; a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal. b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra. c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha. d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do rio da Prata. e) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a importação de escravos africanos.

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22. (Fuvest) Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que; a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro. b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos. c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”. d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas. e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.

23. (Fuvest) “Eis que uma revolução, proclamando um governo absolutamente independente da sujeição à corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de 1817. É um assunto para o nosso ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele um véu, o deixaríamos fora do quadro que nos propusemos tratar.” F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, 1854. O texto trata da Revolução pernambucana de 1817. Com relação a esse acontecimento é possível afirmar que os insurgentes; a) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos portugueses desse território. b) contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da escravidão na região. c) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da Companhia do Grão-Pará e Maranhão. d) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e pessoas das camadas populares. e) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à livre exploração da terra.

24. (Fuvest) A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização portuguesa, caracterizou-se por: a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação. b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à escravidão. c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos africanos. d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da colônia. e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para intensificar o povoamento do interior da colônia.

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25. (Fuvest) Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América: A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidirse nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América. Nesse excerto, o autor referia-se; a) aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil. b) às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal. c) à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata. d) às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil. e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente.

26. (Fuvest) Sobre a condição dos escravos no Brasil monárquico, é possível afirmar que eles; a) foram protagonistas de diversas rebeliões. b) eram impedidos de constituir família. c) sofreram a destruição completa de sua cultura. d) concentravam-se no campo, não trabalhando nas cidades. e) não tinham possibilidades legais de conseguir alforria. 27. (Fuvest) No Brasil, tanto no Primeiro Reinado, quanto no período regencial, a) aconteceram reformas políticas que tinham por objetivo a democratização do poder. b) ocorreram embates entre portugueses e brasileiros que chegaram a pôr em perigo a independência. c) disseminaram-se as ideias republicanas até a constituição de um partido político. d) mantiveram-se as mesmas estruturas institucionais do período colonial. e) houve tentativas de separação das províncias que puseram em perigo a unidade nacional. 28. (Fuvest) A economia brasileira, durante o período monárquico, caracterizou-se fundamentalmente; a) pelo princípio da diversificação da produção agrária e pelo incentivo ao setor de serviços. b) pelo estímulo à imigração italiana e espanhola e pelo fomento à incipiente indústria. c) pela regionalização econômica e pela revolução no sistema bancário nacional. d) pela produção destinada ao mercado externo e pela busca de investimentos internacionais. e) pela convivência das mãos-de-obra escrava e imigrante e pelo controle do "deficit" público.

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29. (Fuvest) Houve um estremecimento nas relações entre os Estados inglês e brasileiro, na primeira metade do século XIX, em consequência da forte pressão que a Inglaterra exerceu sobre o Brasil a partir do reconhecimento da Independência (1826). Tais pressões decorreram; a) da anexação do Uruguai por D. Pedro e da sua transformação em Província Cisplatina, limitando o comércio inglês no Prata. b) da oposição inglesa aos privilégios alfandegários concedidos, desde 1819, aos produtos portugueses importados pelo Brasil. c) dos incentivos do governo brasileiro à exportação de algodão, o que tornava este produto mais barato do que o produzido nas colônias britânicas. d) do início da imigração europeia para o Brasil, fato que poderia levar à industrialização e à diminuição das importações de produtos ingleses. e) da oposição do Estado inglês ao tráfico negreiro que o governo brasileiro, depois de resistir, proibiu, em 1850.

30. (Fuvest) A Constituição Brasileira de 1824 colocou o Imperador à testa de dois Poderes. Um deles lhe era "delegado privativamente" e o designava "Chefe Supremo da Nação" para velar sobre "o equilíbrio e harmonia dos demais Poderes Políticos", o outro Poder o designava simplesmente "Chefe" e era delegado aos Ministros de Estado. Estes Poderes eram respectivamente: a) Executivo e Judiciário b) Executivo e Moderador c) Moderador e Executivo d) Moderador e Judiciário e) Executivo e Legislativo.

31. (Fuvest) Podemos afirmar que tanto na Revolução Pernambucana de 1817, quanto na Confederação do Equador de 1824, a) o descontentamento com as barreiras econômicas vigentes foi decisivo para a eclosão dos movimentos. b) os proprietários rurais e os comerciantes monopolistas estavam entre as principais lideranças dos movimentos. c) a proposta de uma república era acompanhada de um forte sentimento antilusitano. d) a abolição imediata da escravidão constituía-se numa de suas principais bandeiras. e) a luta armada ficou restrita ao espaço urbano de Recife, não se espalhando pelo interior.

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32. (Fuvest) Sobre a dívida pública externa do Brasil independente, é certo afirmar que começou a ser contraída; a) nos primeiros anos da República, por iniciativa do Ministro da Fazenda Ruy Barbosa, preocupado com a escassez monetária. b) por ocasião da Guerra do Paraguai, para financiar os enormes gastos decorrentes do conflito. c) logo após a Independência, destinando-se o primeiro empréstimo a indenizar Portugal pela perda da colônia. d) quando se implantaram os primeiros planos de valorização do café, a partir do convênio firmado em Taubaté, em 1906. e) logo após a Revolução de 1930, a fim de se enfrentar o abalo financeiro resultante da crise de 1929.

33. (Fuvest) No tocante à economia açucareira do Brasil, ao longo do século XIX, podemos afirmar que; a) praticamente desapareceu, pois o café se tornou o produto quase exclusivo das exportações. b) regrediu consideravelmente devido à concorrência norte-americana e à introdução do açúcar de beterraba na Europa. c) conheceu um relativo renascimento, graças ao fim da exploração em grande escala de metais preciosos que drenava todos os recursos. d) ficou estagnada, acompanhando o baixo nível das atividades econômicas em declínio após o fim da exploração de metais preciosos em grande escala. e) regrediu consideravelmente devido à concorrência antilhana e à introdução de açúcar de beterraba na Europa.

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3.

SEGUNDO REINADO

34. (Fuvest) A organização do Estado brasileiro que se seguiu à Independência resultou no projeto do grupo: a) liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a integridade territorial e o regime centralizado. b) maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortalecimento do executivo e a extinção da escravidão. c) liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assembleia Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a manutenção da estrutura social. d) cortesão, que defendia os interesses recolonizadores, as tradições monárquicas e o liberalismo econômico. e) liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o federalismo e a legitimidade monárquica.

35. (Fuvest) Ao proclamarem a sua independência, as colônias espanholas da América optaram pelo regime republicano, seguindo o modelo norte-americano. O Brasil optou pelo regime monárquico: a) pela grande popularidade desse sistema de governo entre os brasileiros. b) porque a República traria forçosamente a abolição da escravidão, como ocorrera quando da proclamação da independência dos Estados Unidos. c) como consequência do processo político desencadeado pela instalação da corte portuguesa na colônia. d) pelo fascínio que a pompa e o luxo da corte monárquica exerciam sobre os colonos. e) em oposição ao regime republicano português implantado pelas cortes.

36. (Fuvest) Qual o papel conferido ao Imperador pela Constituição de 1824? a) Subordinação ao poder legislativo. b) Instrumento da descentralização político-administrativa. c) Chave de toda a organização política. d) Articulador da extinção do Padroado. e) Liderança do Partido Liberal.

37. (Fuvest) O reconhecimento da independência brasileira por Portugal foi devido principalmente: a) à mediação da França e dos Estados Unidos e à atribuição do título de Imperador Perpétuo do Brasil a D.João VI. b) à mediação da Espanha e à renovação dos acordos comerciais de 1810 com a Inglaterra. c) à mediação de Lord Strangford e ao fechamento das Cortes Portuguesas. d) à mediação da Inglaterra e à transferência para o Brasil de dívida em libras contraída por Portugal no Reino Unido. e) à mediação da Santa Aliança e ao pagamento à Inglaterra de indenização pelas invasões napoleônicas.

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38. (Fuvest) Observe as imagens das duas charges de Angelo Agostini publicadas no periódico Vida Fluminense. Ambas oferecem representações sobre a Guerra do Paraguai, que causaram forte impacto na opinião pública. A imagem I retrata Solano López como o “Nero do século XIX”; a imagem II figura um soldado brasileiro que retorna dos campos de batalha.

Sobre as imagens, é correto afirmar, respectivamente: a) Atribui um caráter redentor ao chefe da tropa paraguaia; fixa o assombro do soldado brasileiro ao constatar a persistência da opressão escravista. b) Denuncia os efeitos da guerra entre a população brasileira; ilustra a manutenção da violência entre a população cativa. c) Reconhece os méritos militares do general López; denota a incongruência entre o recrutamento de negros libertos e a manutenção da escravidão. d) Personifica o culpado pelo morticínio do povo paraguaio; estimula o debate sobre o fim do trabalho escravo no Brasil. e) Fixa atributos de barbárie ao ditador Solano López; sublinha a incompatibilidade entre o Exército e o exercício da cidadania.

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39. (Fuvest) Este mapa da Província de São Paulo foi elaborado em 1886, sob encomenda da Sociedade Promotora da Imigração (SPI).

a) Identifique, no mapa, dois elementos de propaganda empregados pela SPI para atingir seus objetivos. b) Caracterize sucintamente o quadro econômico e político que motivou a criação da SPI e a elaboração do mapa.

40. (Fuvest) Migrar, portanto, tem sempre um sentido ambíguo – como uma imposição das condições econômicas e sociais ou ambientais – e, nesse caso, ela aparece no mais das vezes como um dos mais fortes elementos que explicariam uma destinação do ser nordestino, mas também como uma escolha contra a miséria e a pobreza da vida no sertão. Migrar é, em última instância, dizer não à situação em que se vive, é pegar o destino com as próprias mãos, resgatar sonhos e esperanças de vida melhor ou mesmo diferente. O problema está no fato de que, numa vasta produção discursiva, retirou-se do migrante a sua condição de sujeito, como se migrar não fosse uma escolha, como se ele não tivesse vontade própria. Migrar pode ser entendido como estratégia não só para minimizar as penúrias do cotidiano, mas também para buscar um lugar social onde se possa driblar a exclusão pretendida pelas elites brasileiras através de seus projetos modernizantes. Isabel C. M. Guillen. Seca e migração no Nordeste: Reflexões sobre o processo de banalização de sua dimensão histórica. Trabalhos para Discussão nº 111. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2001. Adaptado.

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a) Cite uma obra literária e um filme que tenham tratado do fenômeno mencionado no texto. b) Identifique as motivações dos fluxos migratórios de nordestinos para a região Norte, na segunda metade do século XIX, e para a região Sudeste, na segunda metade do século XX.

41. (Fuvest) Em 14 de maio de 1930, um jornalista argentino compôs a seguinte crônica, referindo-se à abolição da escravidão no Brasil: Hoje almoçando na companhia do senhor catalão cujo nome não vou dizer por razões que os leitores podem adivinhar, ele me disse: – 13 de maio é festa nacional... Ah! É mesmo? Continuei botando azeite na salada. – Festa da abolição da escravatura. – Ah, que bom. E como o assunto não me interessava especialmente, dedicava agora minha atenção a dosar a quantidade de vinagre que colocava na verdura. – Semana que vem fará 42 anos que foi abolida a escravidão. Dei tamanho pulo na cadeira, que metade da vinagreira foi parar na salada... – Como disse? – repliquei espantado. – Sim, 42 anos, sob a regência de dona Isabel de Bragança, aconselhada por Benjamin Constant. Dona Isabel era filha de Dom Pedro II. – Quarenta e dois anos? Não é possível... – 13 de maio de 1888, menos 1930: 42 anos... – Quer dizer que... – Que qualquer negro de 50 anos que você encontrar hoje pelas ruas foi escravo até os 8 anos de idade; o negro de 60 anos, escravo até os 18 anos. – Não será possível! O senhor deve estar enganado. Não será o ano de 1788... Olhe: acho que o senhor está enganado. Não é possível. – Bom, se não acredita em mim, pode averiguar por aí. Roberto Arlt. Águas_fortes cariocas. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. Tradução: Gustavo Pacheco.

a) Identifique e explique o estranhamento do cronista argentino. b) Aponte e explique duas características do processo de abolição da escravidão no Brasil. 42. (Fuvest) O café passou a ser o produto das grandes fazendas doadas em sesmarias, enquanto a corte portuguesa residia no Rio de Janeiro. Na verdade, o café foi a salvação da aristocracia colonial. Foi também a salvação da corte imperial cambaleante, que, assediada por rebeliões regenciais e duramente pressionada a pagar pelas burocracias civil e militar necessárias para consolidar o Estado, foi resgatada pelas receitas do café que afluíam para a alfândega do Rio de Janeiro. Caso as condições de cultivo tivessem sido mais favoráveis ao café nas distantes e rebeldes cidades do Recife, Porto Alegre ou São Luís, seriam geradas forças centrífugas que teriam dividido o Brasil. Warren Dean, A ferro e fogo. A história e a devastação da Mata Atlântica brasileira, 1996. Adaptado.

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A partir do texto, a) indique a localização geográfica da cultura do café no Império do Brasil,mencionando qual foi sua maior zona produtora; b) caracterize a economia das províncias que, entre 1835 e 1845, rebelaram-se contra o poder central do Império.

43. (Fuvest) No Brasil, do mesmo modo que em muitos outros países latino-americanos, as décadas de 1870 e 1880 foram um período de reforma e de compromisso com as mudanças. De maneira geral, podemos dizer que tal movimento foi uma reação às novas realidades econômicas e sociais resultantes do desenvolvimento capitalista não só como fenômeno mundial, mas também em suas manifestações especificamente brasileiras. Emília Viotti da Costa, “Brasil: a era da reforma, 1870-1889”. In: Leslie Bethell, História da América Latina, v. 5. São Paulo: Edusp, 2002. Adaptado.

A respeito das mudanças ocorridas na última década do Império do Brasil, cabe destacar a reforma; a) eleitoral, que, ao instituir o voto direto para os cargos eletivos do Império, ao mesmo tempo em que proibiu o voto dos analfabetos, reduziu notavelmente a participação eleitoral dos setores populares. b) religiosa, com a adoção do ultramontanismo como política oficial para as relações entre o Estado brasileiro e o poder papal, o que permitiu ao Império ganhar suporte internacional. c) fiscal, com a incorporação integral das demandas federativas do movimento republicano por meio da revisão dos critérios de tributação provincial e municipal. d) burocrática, que rompeu as relações de patronato empregadas para a composição da administração imperial, com a adoção de um sistema unificado de concursos para preenchimento de cargos públicos. e) militar, que abriu espaço para que o alto-comando do Exército, vitorioso na Guerra do Paraguai, assumisse um maior protagonismo na gestão dos negócios internos do Império.

44. (Fuvest) Na Belle Époque brasileira, que difusamente coincidiu com a transição para o regime republicano, surgiram aquelas perguntas cruciais, envoltas no oxigênio mental da época, muitas das quais, contudo, nos incomodam até hoje: como construir uma nação se não tínhamos uma população definida ou um tipo definido? Frente àquele amálgama de passado e futuro, alimentado e realimentado pela República, quem era o brasileiro? (...) Inúmeras tentativas de respostas a todas estas questões mobilizaram os intelectuais brasileiros durante várias décadas. Elias Thomé Saliba. Raízes do riso. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

Entre as tentativas de responder, durante a Belle Époque brasileira, às dúvidas mencionadas no texto, é correto incluir; a) as explicações positivistas e evolucionistas sobre o impacto da mistura de raças na formação do caráter nacional brasileiro. b) os projetos de valorização dos vínculos entre o caráter nacional brasileiro e os produtos da indústria cultural norteamericana.

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c) o reconhecimento e a celebração da origem africana da maioria dos brasileiros e a rejeição das tradições europeias. d) a percepção de que o país estava plenamente inserido na modernidade e havia assumido a condição de potência mundial. e) o desejo de retornar ao período anterior à chegada dos europeus e de recuperar padrões culturais e cotidianos indígenas. 45. (Fuvest) Observe a tabela: IMIGRAÇÃO: BRASIL, 1881-1930 (EM MILHARES) Ano

Chegadas

1881-1885

133,4

1886-1890

391,6

1891-1895

659,7

1896-1900

470,3

1901-1905

279,7

1906-1910

391,6

1911-1915

611,4

1916-1920

186,4

1921-1925

368,6

1926-1930

453,6

Total

3.964,3

Leslie Bethell (ed.), The Cambridge History of Latin America, vol. IV. Adaptado. Os dados apresentados na tabela se explicam, dentre outros fatores, a) pela industrialização significativa em estados do Nordeste do Brasil, sobretudo aquela ligada a bens de consumo. b) pela forte demanda por força de trabalho criada pela expansão cafeeira nos estados do Sudeste do Brasil. c) pela democracia racial brasileira, a favorecer a convivência pacífica entre culturas que, nos seus continentes de origem, poderiam até mesmo ser rivais. d) pelos expurgos em massa promovidos em países que viviam sob regimes fascistas, como Itália, Alemanha e Japão. e) pela supervalorização do trabalho assalariado nas cidades, já que no campo prevalecia a mão de obra de origem escrava, mais barata.

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46. (Fuvest) Representando apenas 19,6% das exportações brasileiras em 1822 (com a média de 18,4% nos anos 1820), o café passou a liderar as exportações brasileiras na década dos 1830 (com 28,6%), assumindo assim o lugar tradicionalmente ocupado pelo açúcar desde o período colonial. Nos meados do século XIX, passava a representar quase a metade do valor das exportações e, no último decênio do período monárquico, alcançava 61,5%. Já a participação do açúcar no quadro dos valores das exportações brasileiras passou de 30,1%, na década de 1820, a apenas 9,9%, nos anos 1880. O algodão alcançava 20,6%, na década de 1820, cifra jamais alcançada depois, em todo o período monárquico. Com exceção dos anos da guerra civil americana, que se refletiram na elevada participação do produto no conjunto das exportações dos anos 1870 (18,3%), verifica-se o declínio das exportações que, nos anos 1880, têm uma participação de apenas 4,2%. O comportamento das exportações de fumo revela que essas oscilaram em torno de baixas percentagens, durante todo o período monárquico. Alcançando 2,5% do valor global das exportações na década de 1820, decaiu, nas duas décadas seguintes (1,9% para os anos 1830 e 1,8% para os anos 1840). Na segunda metade do século, melhorou a posição do fumo no conjunto das exportações, tendo alcançado, nos anos 1860 e 1870, as maiores percentagens do período, com 3% e 3,4%. A participação do cacau no conjunto das exportações nacionais cresceu de 0,5% na década de 1820 para 1,6% na última década da monarquia, a mais alta porcentagem do período. Sérgio Buarque de Holanda (org.). História geral da civilização brasileira. II. O Brasil Monárquico. 4. Declínio e queda do império. Rio de Janeiro: Difel, 1985, p. 119-126. Adaptado. Com base no texto, responda ao que se pede: a) Elabore um gráfico das exportações brasileiras de café, açúcar e algodão no período monárquico, incluindo os respectivos dados percentuais (aproximados). b) Qual foi o principal produto de exportação brasileiro, respectivamente, nas décadas de 1820, 1830 e 1880?

47. (Fuvest) Examine a seguinte tabela: Ano

Nº de escravos que entraram no Brasil

1845 19.453 1846 50.325 1847 56.172 1848 60.000

Dados extraídos de Emília Viotti da Costa. Da senzala à colônia. São Paulo: Unesp, 1998.

A tabela apresenta dados que podem ser explicados;

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a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil. b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista no Brasil. c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos entre Brasil e Moçambique. d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da promulgação da Lei Aberdeen, em 1845. e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos no Brasil e tributou o tráfico interno.

48. (Fuvest) Observe os dois quadros a seguir.

Essas duas pinturas se referem à chamada Guerra da Tríplice Aliança (ou Guerra do Paraguai), ocorrida na América do Sul entre 1864 e 1870. a) Esses quadros foram pintados cerca de dez anos depois de terminada a Guerra do Paraguai, o da esquerda, por um brasileiro, o da direita, por um uruguaio. Analise como cada um desses quadros procura construir uma determinada visão do conflito. b) A Guerra do Paraguai foi antecedida por vários conflitos na região do Rio da Prata, que coincidiram e se relacionaram com o processo de construção dos Estados nacionais na região. Indique um desses conflitos, relacionando-o com tal processo.

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49. (Fuvest) Ontem plena liberdade, A vontade por poder... Hoje... cum’lo de maldade, Nem são livres p’ra morrer... Prende-os a mesma corrente — Férrea, lúgubre serpente — Nas roscas da escravidão. E assim zombando da morte, Dança a lúgubre coorte Ao som do açoite... Irrisão!... Castro Alves, O Navio Negreiro, 1868. O poema, a que pertencem esses versos, a) representou uma crítica a aspectos sociais do Brasil no período imperial. Explique. b) causou forte impacto na opinião pública, contribuindo, assim, junto com outros fatores, para as mudanças políticas que ocorreram no final do Império. Explique tais mudanças.

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4.

REPÚBLICA VELHA

50. (Fuvest) A imigração de italianos (desde o final do século XIX) e a de japoneses (desde o início do século XX), no Brasil, estão associadas a: a) uma política nacional de atração de mão de obra para a lavoura e às transformações sociais provocadas pelo capitalismo na Itália e no Japão. b) interesses geopolíticos do governo brasileiro e às crises industrial e política pelas quais passavam a Itália e o Japão. c) uma demanda de mão de obra para a indústria e às pressões políticas dos fazendeiros do sudeste do país. d) uma política nacional de fomento demográfico e a um acordo com a Itália e o Japão para exportação de matériasprimas. e) acordos internacionais que proibiram o tráfico de escravos e à política interna de embranquecimento da população brasileira.

51. (Fuvest) Imagem de Ângelo Agostini sobre o impacto da Guerra do Paraguai na sociedade brasileira.

Observando a ilustração, explique a) o impacto social a que ela se refere; b) os desdobramentos políticos dessa guerra.

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52. (Fuvest)

Produzida no contexto da implantação da ordem republicana no Brasil, esta imagem; a) caracteriza representação cívica inspirada na Revolução Francesa, adequada ao projeto democrático estabelecido pelos republicanos brasileiros. b) faz uso alegórico de um tema clássico para expressar o repúdio à exclusão da participação feminina nas instituições políticas do Império. c) é uma alegoria da liberdade, da pátria e da nação, que contrasta com os limites da cidadania na nova ordem brasileira. d) emprega símbolo católico como estratégia para obter a adesão da Igreja e diminuir a animosidade dos movimentos messiânicos. e) é expressão artística do projeto positivista de divulgar uma concepção da sociedade brasileira sintonizada com os ideais de eugenia.

53. (Fuvest) Mas o pecado maior contra a Civilização e o Progresso, contra o Bom Senso e o Bom Gosto e até os Bons Costumes, que estaria sendo cometido pelo grupo de regionalistas a quem se deve a ideia ou a organização deste Congresso, estaria em procurar reanimar não só a arte arcaica dos quitutes finos e caros em que se esmeraram, nas velhas casas patriarcais, algumas senhoras das mais ilustres famílias da região, e que está sendo esquecida pelos doces dos confeiteiros franceses e italianos, como a arte – popular como a do barro, a do cesto, a da palha de Ouricuri, a de piaçava, a dos cachimbos e dos santos de pau, a das esteiras, a dos ex-votos, a das redes, a das rendas e bicos, a dos brinquedos de meninos feitos de sabugo de milho, de canudo de mamão, de lata de doce de goiaba, de quenga de coco, de cabeça – que é, no Nordeste, o preparado do doce, do bolo, do quitute de tabuleiro, feito por mãos negras e pardas com uma perícia que iguala, e às vezes excede, a das sinhás brancas. Gilberto Freyre. Manifesto regionalista (7ª ed.). Recife: FUNDAJ, Ed. Massangana, 1996.

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De acordo com o texto de Gilberto Freyre, o Manifesto regionalista, publicado em 1926, a) opunha-se ao cosmopolitismo dos modernistas, especialmente por refutar a alteração nos hábitos alimentares nordestinos. b) traduzia um projeto político centralizador e antidemocrático associado ao retorno de instituições monárquicas. c) exaltava os valores utilitaristas do moderno capitalismo industrial, pois reconhecia a importância da tradição agrária brasileira. d) preconizava a defesa do mandonismo político e da integração de brancos e negros sob a forma da democracia racial. e) promovia o desenvolvimento de uma cultura brasileira autêntica pelo retorno a seu passado e a suas tradições e riquezas locais.

54. (Fuvest)

A charge satiriza uma prática eleitoral presente no Brasil da chamada “Primeira República”. Tal prática revelava a; a) ignorância, por parte dos eleitores, dos rumos políticos do país, tornando esses eleitores adeptos de ideologias políticas nazifascistas. b) ausência de autonomia dos eleitores e sua fidelidade forçada a alguns políticos, as quais limitavam o direito de escolha e demonstravam a fragilidade das instituições republicanas. c) restrição provocada pelo voto censitário, que limitava o direito de participação política àqueles que possuíam um certo número de animais. d) facilidade de acesso à informação e propaganda política, permitindo, aos eleitores, a rápida identificação dos candidatos que defendiam a soberania nacional frente às ameaças estrangeiras. e) ampliação do direito de voto trazida pela República, que passou a incluir os analfabetos e facilitou sua manipulação por políticos inescrupulosos.

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55. (Fuvest) Durante os primeiros tempos de sua existência, o PCB prosseguiu em seu processo de diferenciação ideológica com o anarquismo, de onde provinha parte significativa de sua liderança e de sua militância. Nesse curso, foi necessário, no que se refere à questão parlamentar, também proceder a uma homogeneização de sua própria militância. Houve algumas tentativas de participação em eleições e de formulação de propostas a serem apresentadas à sociedade que se revelaram infrutíferas por questões conjunturais. A primeira vez em que isso ocorreu foi, em 1925, no município portuário paulista de Santos, onde os comunistas locais, apresentando-se pela legenda da Coligação Operária, tiveram um resultado pífio. No entanto, como todos os atos pioneiros, essa participação deixou uma importante herança: a presença na cena política brasileira dos trabalhadores e suas reivindicações. Estas, em particular, expressavam um acúmulo de anos de lutas do movimento operário brasileiro. Dainis Karepovs. A classe operária vai ao Parlamento. São Paulo: Alameda, 2006, p.169. A partir do texto acima, pode-se afirmar corretamente que; a) as eleições de representantes parlamentares advindos de grupos comunistas e anarquistas foram frequentes, desde a Proclamação da República, e provocaram, inclusive, a chamada Revolução de 1930. b) comunistas, anarquistas e outros grupos de representantes de trabalhadores eram formalmente proibidos de participar de eleições no Brasil desde a proclamação da República, cenário que só se modificaria com a Constituição de 1988. c) as primeiras décadas do século XX representam um período de grande diversidade político-partidária no Brasil, o que favoreceu a emergência de variados grupos de esquerda, cuja excessiva divisão impediu-os de obter resultados eleitorais expressivos. d) as experiências parlamentares envolvendo operários e camponeses, no Brasil da década de 1920, resultaram em sua presença dominante no cenário político nacional, após o colapso do primeiro regime encabeçado por Getúlio Vargas. e) as primeiras participações eleitorais de candidatos trabalhadores ganharam importância histórica, uma vez que a política partidária brasileira da chamada Primeira República era dominada por grupos oriundos de grandes elites econômicas.

56. (Fuvest) — Não entra a polícia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta! — Não entra! Não entra! repercutiu a multidão em coro. E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo. — Aguenta! Aguenta! Aluísio Azevedo, O cortiço, 1890, parte X. O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluísio Azevedo; a) representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no período posterior à abolição da escravidão e o difícil convívio entre ex-escravos, imigrantes e poder público. b) defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República brasileira de manter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo regime.

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c) denuncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribui os problemas sociais existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro. d) valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população brasileira. e) apresenta a imigração como a principal origem dos males sociais por que o país passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os marginalizaram.

57. (Fuvest) No início do século XX, focos de varíola e febre amarela fizeram milhares de vítimas na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo período, a atuação das Brigadas Mata-Mosquitos, a obrigatoriedade da vacina contra a varíola e a remodelação da região portuária e do centro da cidade geraram insatisfações entre as camadas populares e entre alguns políticos. Rui Barbosa, escritor, jurista e político, assim opinou sobre a vacina contra a varíola: "... não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura (...) com a introdução, no meu sangue, de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte." Considerando esse contexto histórico e as formas de transmissão e prevenção dessas doenças, é correto afirmar que: a) a febre amarela é transmitida pelo ar e as ruas alargadas pela remodelação da área portuária e central da cidade permitiriam a convivência mais salubre entre os pedestres. b) o princípio de ação da vacina foi compreendido por Rui Barbosa, que alertou sobre seus efeitos e liderou a Revolta da Vacina no Congresso Nacional. c) a imposição da vacina somou-se a insatisfações populares geradas pela remodelação das áreas portuária e central da cidade, contribuindo para a eclosão da Revolta da Vacina. d) a varíola é transmitida por mosquitos e o alargamento das ruas, promovido pela remodelação urbana, eliminou as larvas que se acumulavam nas antigas vielas e becos. e) a remodelação da área portuária e central da cidade, além de alargar as ruas, reformou as moradias populares e os cortiços para eliminar os focos de transmissão das doenças.

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5. ERA VARGAS 58. (Fuvest) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita Filho escreveu: "... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais". "A crise nacional", 1925. De acordo com o texto, o autor: a) critica a autonomia excessiva do poder legislativo. b) propõe limites ao federalismo. c) defende o regime parlamentarista. d) critica o poder oligárquico. e) defende a supremacia política do sul do país.

59. (Fuvest) A chamada “questão trabalhista” no Brasil foi objeto de conflitos, debates e regulamentações entre os anos 1920 e 1946. Identifique uma das dimensões deste processo. a) O liberalismo oligárquico atribuiu ao Estado, por meio da reforma de 1924, o papel de mediador entre o operariado e o patronato. b) A Constituição de 1934 garantiu o direito à organização sindical e abriu espaço para a proteção dos direitos dos trabalhadores. c) O direito de greve e a regulamentação do salário mínimo foram algumas das novidades previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (1943). d) A criação do sindicato único contribuiu para a emergência de lideranças combativas ao obrigar todos os trabalhadores a se filiarem a tais associações. e) A Carteira de Trabalho foi um instrumento de controle e dominação, que distinguia o trabalhador e esvaziava o poder dos sindicatos.

60. (Fuvest) O Estado de compromisso, expressão do reajuste nas relações internas das classes dominantes, corresponde, por outro lado, a uma nova forma do Estado, que se caracteriza pela maior centralização, o intervencionismo ampliado e não restrito apenas à área do café, o estabelecimento de uma certa racionalização no uso de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional (...). Boris Fausto. A revolução de 1930. Historiografia e história. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 109-110.

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Segundo o texto, o Estado de compromisso correspondeu, no Brasil do período posterior a 1930, a) à retomada do comando político pela elite cafeicultora do sudeste brasileiro. b) ao primeiro momento de intervenção governamental na economia brasileira. c) à reorientação da política econômica, com maior presença do Estado na economia. d) ao esforço de eliminar os problemas sociais internos gerados pelo capitalismo internacional. e) à ampla democratização nas relações políticas, trabalhistas e sociais.

61. (Fuvest) Com respeito à Ação Integralista no Brasil, na década de 1930, é correto afirmar que; a) foi uma cópia fiel do fascismo italiano, inclusive nas cores escolhidas para o uniforme usado nas manifestações públicas. b) foi um movimento sem expressão política, pois não tinha líderes intelectuais, nem adesão popular. c) tinha como principais marcas o nacionalismo, a base sindical corporativa e a supremacia do Estado. d) elegeu católicos, comunistas e positivistas como antagonistas mais significativos. e) foi um movimento financiado pelo governo getulista, o que explica sua sobrevivência.

62. (Fuvest)

38

A charge da revista ilustra; a) os conflitos do governo de Getúlio Vargas com as companhias norte-americanas para nacionalizar a extração e produção de petróleo. b) a pressão de empresas internacionais contra o processo de nacionalização do petróleo brasileiro, intensificado após a 2a Guerra Mundial. c) a crise de produção de petróleo, após a 2a Guerra Mundial, que levou as "sete irmãs" a exigirem a desnacionalização da produção no Brasil. d) o momento da criação da Petrobrás, com o apoio das companhias de petróleo internacionais, interessadas em explorar o solo brasileiro. e) as dificuldades de extração de petróleo pela Petrobrás que foi obrigada a recorrer ao capital e a técnicos estrangeiros.

63. (Fuvest) Com meu chapéu de lado, tamanco arrastando Lenço no pescoço, navalha no bolso Eu passo gingando, provoco e desafio Eu tenho orgulho de ser vadio. (Wilson Batista, 1933) Quem trabalha é quem tem razão Eu digo e não tenho medo de errar o bonde de São Januário leva mais um operário sou eu que vou trabalhar. (Wilson Batista / Ataulfo Alves, 1940) Da comparação entre as letras desses sambas, depreende-se que: a) as mudanças visíveis nos conteúdos dos sambas sugerem adesão à ideologia do Estado Novo. b) as mudanças significativas de conteúdo decorrem da valorização do trabalho industrial no Rio de Janeiro. c) as datas das composições correspondem ao mesmo período do governo de Vargas, indicando que as mudanças são mera coincidência. d) as mudanças das letras não são significativas, já que ambas as composições tratam de problemas de gente pobre e humilde. e) as letras das músicas estão distantes dos interesses políticos do Estado Novo, que não se preocupava em fazer propaganda.

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64. (Fuvest) As ideias integralistas, de um modo geral, podem ser definidas como: a) nacionalistas e materialistas; b) antisemitas e internacionalistas; c) estatistas e pacifistas; d) corporativistas e anticomunistas; e) antiliberais e anticristãs;

65. (Fuvest) Em 10 de novembro de 1937, para justificar o golpe que instaurava o Estado Novo, Getúlio Vargas discursava: "Colocada entre as ameaças caudilhescas e o perigo das formações partidárias sistematicamente agressivas, a Nação, embora tenha por si o patriotismo da maioria absoluta dos brasileiros e o amparo decisivo e vigilante das forças armadas não dispõe de meios defensivos eficazes dentro dos quadros legais, vendo-se obrigada a lançar mão das medidas excepcionais que caracterizam o estado de risco iminente da soberania nacional e da agressão externa." Baseando-se no texto anterior, pode-se entender que; a) Vargas fala em nome da Nação, considerando-se o intérprete de seus anseios e necessidades; b) a defesa da Nação está exclusivamente nas mãos do Exército e do patriotismo dos brasileiros; c) Vargas delega às forças armadas o poder de lançar mão de medidas excepcionais; d) as medidas excepcionais tomadas estão na relação direta da falta de formações políticas atuantes; e) Vargas estabelece uma oposição entre o patriotismo dos brasileiros e a ação da forças armadas.

66. (Fuvest) A política internacional do regime Vargas, entre 1930/1945, pode ser definida como de: a) tentativa de formação de um pacto de aliança com os demais países da América Latina, visando a garantir a neutralidade da região. b) apoio à Alemanha, pelas afinidades do regime com o nazi-fascismo. c) aproximação com os Estados Unidos porque este país era a potência hegemônica nas Américas. d) desinteresse pelas relações internacionais, pois o Brasil buscava firmar o processo de industrialização, voltado para o mercado interno. e) oscilação entre a Alemanha e as nações democráticas até optar pelas últimas.

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67. (Fuvest) A política cultural do Estado Novo com relação aos intelectuais caracterizou-se; a) pela repressão indiscriminada, por serem os intelectuais considerados adversários de regimes ditatoriais. b) por um clima de ampla liberdade pois o governo cortejava os intelectuais para obter o apoio ao seu projeto nacional. c) pela indiferença, pois os intelectuais não tinham expressão e o governo se baseava nas forças militares. d) pelo desinteresse com relação aos intelectuais, pois o governo se apoiava nos trabalhadores sindicalizados. e) por uma política seletiva através da qual só os adversários frontais do regime foram reprimidos.

68. (Fuvest) O Brasil recuperou-se de forma relativamente rápida dos efeitos da crise de 1929 porque; a) o governo de Getúlio Vargas promoveu medidas de incentivo econômico, com empréstimos obtidos no exterior. b) o país, não tendo uma economia capitalista desenvolvida, ficou menos sujeito aos efeitos da crise. c) houve redução do consumo de bens e, com isso, foi possível equilibrar as finanças públicas. d) acordos internacionais, fixando um preço mínimo para o café, facilitaram a retomada da economia. e) um efeito combinado positivo resultou da diversificação das exportações e do crescimento industrial.

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42

6. PERÍODO DEMOCRÁTICO – REPÚBLICA LIBERAL 69. (Fuvest) Na história da República brasileira, a expressão "Estado Novo" identifica: a) o período de 1930 a 1945, em que Getúlio Vargas governou o país de forma ditatorial, só com o apoio dos militares, sem a interferência de outros poderes. b) O período de 1950 a 1954, em que Getúlio Vargas governou com poderes ditatoriais, sem garantia dos direitos constitucionais. c) o período de 1937 a 1945, em que Getúlio Vargas fechou o Poder Legislativo, suspendeu as liberdades civis e governou por meio de decretos-leis. d) o período de 1945 a 1964, conhecido como o da redemocratização, quando foi restabelecida a plenitude dos poderes da República e das liberdades civis. e) o período de 1930 a 1934, quando se afirmou o respeito aos princípios democráticos, graças à Revolução Constitucionalista de São Paulo.

70. (Fuvest) A inauguração de Brasília, depois de sua rápida construção durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), trouxe desdobramentos diversos para o país. Entre eles, a) estímulo à navegação fluvial no Sul e saída de capitais estrangeiros. b) incentivo à integração econômica nacional e aumento da inflação. c) desenvolvimento das estradas de ferro no Centro-Sul e empobrecimento do Estado do Rio de Janeiro. d) estímulo à organização dos sindicatos e crescimento do poder dos militares. e) transformação do Centro-Oeste em área industrial e crescente endividamento externo.

71. (Fuvest) "Na presidência da República, em regime que atribui ampla autoridade e poder pessoal ao chefe de governo, o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem dúvida alguma, no mais evidente incentivo a todos aqueles que desejam ver o país mergulhado no caos, na anarquia, na luta civil." Manifesto dos ministros militares à Nação, em 29 de agosto de 1961. Este Manifesto revela que os militares; a) estavam excluídos de qualquer poder no regime de democracia presidencial. b) eram favoráveis à manutenção do regime democrático e parlamentarista. c) justificavam uma possibilidade de intervenção armada em regime democrático. d) apoiavam a interferência externa nas questões de política interna do país. e) eram contrários ao regime socialista implantado pelo presidente em exercício.

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72. (Fuvest) Sobre o governo de João Goulart (1961-1964), é possível afirmar que: a) tomou medidas claras e definidas para a implantação do socialismo no Brasil; b) propôs as chamadas "reformas de base" que pretendiam promover, entre outras, as reformas agrária e urbana; c) fechou os olhos às lutas guerrilheiras que se implantavam em diversos pontos do Brasil; d) foi antiimperialista, promovendo a ruptura das relações diplomáticas com os Estados Unidos; e) tomou medidas drásticas contra os capitais externos, nacionalizando as empresas estrangeiras.

73. (Fuvest) Em 1947, o Partido Comunista foi colocado na ilegalidade no Brasil. Esta decisão se explica basicamente; a) pela bipartição do mundo em blocos antagônicos, consequência da guerra fria. b) pela linha insurrecional dos comunistas que pretendiam iniciar uma revolução a curto prazo. c) por ser o Partido Comunista frágil e destituído de expressão social. d) por um acordo partidário firmado pela UDN, o PSD e o PTB. e) pelo desejo de acalmar as Forças Armadas que ameaçavam interromper o jogo democrático.

74. (Fuvest) Os governos de Getúlio Vargas (1930-45/1951-54), no Brasil, de Juan Domingo Perón (1946-55), na Argentina, de Victor Paz Estensoro (1952-56/1960-64), na Bolívia, e de Lázaro Cárdenas (1934-40), no México, foram, alguns dos mais significativos exemplos do populismo latino-americano que se caracterizou notadamente: a) pela aliança com as oligarquias rurais na luta contra os movimentos de caráter socialista. b) pelo predomínio político do setor agrário-exportador em detrimento do setor industrial. c) pelo nacionalismo, e intervenção do Estado na economia, priorizando o setor industrial. d) por propostas radicais de mudanças nas estruturas sócio-econômicas, em oposição ao capitalismo internacional. e) por ter concedido às multinacionais papel estratégico nos setores agrário e industrial.

75. (Fuvest) A partir da Segunda Guerra Mundial e até 1960, o Brasil, a exemplo de outros países do denominado "Cone Sul", teve sua história marcada por um processo de modernização caracterizado; a) pela criação de uma política desenvolvimentista baseada em um processo de industrialização associado aos capitais estrangeiros. b) pela organização de políticas de moldes socialistas que ocasionaram a fuga de capitais estrangeiros. c) pela elaboração de uma política populista, caracterizada por uma intensa reforma agrária, levando a um processo de crescimento do mercado interno. d) pelo surgimento de governos militares de regime ditatorial instalados para frear a expansão de movimentos socialistas. e) pela preservação de uma política oligárquica e de caráter nacionalista, responsável por um desenvolvimento industrial contrário aos interesses norte-americanos.

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76. (Fuvest) "(...) é fenômeno das regiões atingidas pela intensificação do processo de urbanização. Estabelece suas raízes mais fortes em São Paulo, região de mais intenso desenvolvimento industrial no país (...) é, no essencial, a exaltação do poder público; é o próprio Estado colocando-se através do líder, em contato direto com os indivíduos reunidos na massa. (...) A massa se volta para o Estado e espera dele o sol ou a chuva ou seja, entrega-se de mãos atadas aos interesses dominantes." Este texto de F. Weffort: a) faz considerações sobre o coronelismo no Brasil. b) caracteriza a política brasileira pós-64. c) descreve uma forma de dominação política que emergiu com a revolução constitucionalista de 1932. d) caracteriza a forma de poder oligárquico na República Velha. e) trata do populismo no Brasil.

77. (Fuvest) Com base nos documentos assinale a alternativa correta. I) "Excelentíssimo Sr. Deputado Ranieri Mazzilli. DD. Presidente da República em exercício. Senhor Presidente: Em face da próxima chegada do Sr. Doutor João Belchior Marques Goulart a Brasília, com o fito de prestar compromisso perante o Congresso Nacional e indicar à aprovação dele o nome do Presidente do Conselho e a composição do Primeiro Conselho de Ministros, bem como para receber em sessão do Congresso Nacional posse, juntamente com aquele Conselho e o seu Presidente, tudo nos termos do Artigo 21, parágrafo único da Emenda Constitucional no 4 (Ato Adicional de 02/09/1961), venho, na minha condição de Presidente do Congresso, solicitar de Vossa Excelência as indispensáveis garantias ao desembarque, permanência em Brasília e investidura na Presidência da República do Senhor Doutor João Goulart (...)". Auro de Moura Andrade. (Presidente do Congresso Nacional, em 03/09/1961). II) "Excelentíssimo Senhor Senador Auro de Moura Andrade:

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Senhor Presidente: Nos termos e para os efeitos do Ato Adicional, tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência e ao Congresso Nacional que indico para o Cargo de Primeiro-Ministro o Senhor Tancredo de Almeida Neves, que, por meu intermédio, submete à patriótica consideração desse plenário o seguinte Gabinete: (segue-se a lista dos Ministros) (...)." João Belchior Marques Goulart.(Presidente da República, em 08/09/1961). a) Os dois documentos contêm indícios que revelam ser presidencialista o sistema de governo na ocasião. b) Estes documentos não contêm informações que permitam saber se o sistema de governo, na ocasião, era o presidencialismo, ou o parlamentarismo. c) O primeiro documento - e somente ele - revela que era parlamentarista o sistema de governo na ocasião. d) Os dois documentos contêm informações que revelam ser parlamentarista o sistema de governo na ocasião. e) O segundo documento - e somente ele - revela que era parlamentarista o sistema de governo na ocasião.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A(s) questão(ões) seguinte(s) é(são) composta(s) por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verdadeiras. Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem: a) se todas as proposições forem verdadeiras. b) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II. c) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III. d) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III. e) se todas as proposições foram falsas.

78. (Fuvest) A questão seguinte é composta por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verdadeiras. Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem: I. A crise de 1929 no Brasil acelerou o processo de substituição de importações. II. Com o fim da Segunda Guerra e do Estado Novo, o setor industrial emergiu como a área mais dinâmica da economia brasileira. III. O "desenvolvimentismo" - ao utilizar como estratégia a realização de investimentos diretos, financiados por meio de emissões monetárias - contribuiu para agravar o processo inflacionário. a) se todas as proposições forem verdadeiras. b) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II. c) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III. d) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III. e) se todas as proposições foram falsas.

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79. (Fuvest) "Bota o retrato do velho outra vez Bota no mesmo lugar O sorriso do velhinho Faz a gente se animar, oi Eu já botei o meu E tu não vais botar? Já enfeitei o meu E tu vais enfeitar? O sorriso do velhinho Faz a gente trabalhar" (RETRATO DO VELHO, de Mário Pinto e Haroldo Lobo) Esse samba, muito popular na época, foi utilizado como instrumento de propaganda pelo movimento político que visava o retorno do seu líder. Identifique esse movimento e seu líder. a) Jacobinismo e Floriano Peixoto. b) Monarquismo e D. Pedro II. c) Janismo e Jânio Quadros. d) Queremismo e Getúlio Vargas. e) Tenentismo e Luís Carlos Prestes.

80. (Fuvest) O governo Juscelino Kubitschek, marcado pelo Desenvolvimentismo, caracterizou-se pela: a) utilização do Estado como instrumento coordenador do desenvolvimento. b) eliminação da entrada do capital estrangeiro. c) concentração da mão de obra nas áreas tradicionais do nordeste. d) criação da Petrobrás e da Companhia Vale do Rio Doce. e) diminuição da inflação e aumento da exportação.

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7. PERÍODO MILITAR 81. (Fuvest) Documentos da Agência Central de Inteligência Americana (CIA) mostram que o Brasil quis liderar a Operação Condor e só não conseguiu porque enfrentou resistência dos outros países membros – Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. (...) Os documentos da CIA fazem parte do Projeto de Desclassificação Argentina (The Dirty War, 1976‐1983), do governo americano, e incluem mais de 40 mil páginas. Duas dezenas delas fazem menções ao Brasil (...). Marcelo Godoy, O Estado de São Paulo. Abril/2019. A respeito da Operação Condor, é correto afirmar: a) Ainda que tivesse um alvo comum de repressão política, ela não implicava o alinhamento automático dos regimes ditatoriais de cada país. b) Ao encontrar resistência dos demais países que dela participavam, o Brasil passou a criticar publicamente suas ações. c) Em vista da oposição norte‐americana à iniciativa, a cooperação entre os países membros não foi implantada. d) O governo ditatorial paraguaio assumiu a posição de liderança no acordo firmado entre seus países fundadores. e) Limitou‐se à troca de informações sobre os opositores políticos que buscaram exílio em cada um desses países.

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82. (Fuvest) Examine a tabela. Porcentagem da variação econômico do Brasil

do

desempenho

Anos

Produto Interno Bruto Indústria (PIB)

Agricultura

1971

12,0

12,0

11,3

1972

11,1

13,0

4,1

1973

13,6

16,3

3,6

1974

9,7

9,2

8,2

1975

5,4

5,9

4,8

1976

9,7

12,4

2,9

1977

5,7

3,9

11,8

1978

5,0

7,2

-2,0

1979

6,4

6,4

5,0

1980

7,2

7,9

6,3

1981

-1,6

-5,5

6,4

1982

0,9

0,6

-2,5

1983

-3,2

-6,8

2,2

1984

4,5

6,0

3,2

FISHLOW, A., Uma história de dois presidentes: a economia política da gestão da crise. STEPHAN, A. (org), Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 1988, p. 144

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Os dados da tabela referem‐se a anos transcorridos durante a Ditadura Militar no Brasil. O desempenho econômico nesse período entrelaçou‐se ao panorama político do país. Nesse sentido, é correto afirmar: a) Os sinais de esgotamento do “milagre brasileiro”, associados à crise internacional do petróleo entre 1973 e 1974, foram os responsáveis pelo recrudescimento da política repressiva dos governos militares. b) As eleições pluripartidárias de 1982 ocorreram em meio à recessão de 1981 e 1983, no governo de João Baptista Figueiredo, e caracterizaram-se como um passo importante no processo de democratização do país. c) A crise internacional do petróleo de 1979 e seus efeitos na economia brasileira provocaram uma queda abrupta no PIB nacional e o fim imediato do regime, por falta de sustentação política. d) As oscilações do PIB brasileiro, registradas na tabela, correspondem igualmente às variações das taxas de crescimento e retração na indústria e na agricultura e aos processos de intensificação da repressão política e da censura. e) A crise internacional do petróleo de 1979 não afetou a agricultura brasileira, mas coincidiu com as primeiras eleições pluripartidárias desde 1966, marcadas pela estrondosa vitória dos partidos de oposição.

83. (Fuvest) Não nos esqueçamos de que este é um tempo de abertura. Vivemos sob o signo da anistia que é esquecimento, ou devia ser. Tempo que pede contenção e paciência. Sofremos todo ímpeto agressivo. Adocemos os gestos. O tempo é de perdão. (...) Esqueçamos tudo isto, mas cuidado! Não nos esqueçamos de enfrentar, agora, a tarefa em que fracassamos ontem e que deu lugar a tudo isto. Não nos esqueçamos de organizar a defesa das instituições democráticas contra novos golpistas militares e civis para que em tempo algum do futuro ninguém tenha outra vez de enfrentar e sofrer, e depois esquecer os conspiradores, os torturadores, os censores e todos os culpados e coniventes que beberam nosso sangue e pedem nosso esquecimento. Darcy Ribeiro. “Réquiem”, Ensaios insólitos. Porto Alegre: L&PM, 1979.

O texto remete à anistia e à reflexão sobre os impasses da abertura política no Brasil, no período final do regime militar, implantado com o golpe de 1964. Com base nessas referências, escolha a alternativa correta. a) A presença de censores na redação dos jornais somente foi extinta em 1988, quando promulgada a nova Constituição. b) O projeto de lei pela anistia ampla, geral e irrestrita foi uma proposta defendida pelos militares como forma de apaziguar os atos de exceção. c) Durante a transição democrática, foram conquistados o bipartidarismo, as eleições livres e gerais e a convocação da Assembleia Constituinte. d) A lei de anistia aprovada pelo Congresso beneficiou presos políticos e exilados, e também agentes da repressão. e) O esquecimento e o perdão mencionados integravam a pauta da Teologia da Libertação, uma importante diretriz da Igreja Católica.

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84. (Fuvest) Paralelamente à abertura da Transamazônica processa-se o trabalho da colonização, realizado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). As pequenas agrovilas se sucedem de vinte em vinte quilômetros à margem da estrada, e nos cem hectares que cada colono recebeu são plantados milho, feijão e arroz. Já no próximo mês começará a plantação de cana-de-açúcar, cujas primeiras mudas, vindas dos canaviais de Sertãozinho, em São Paulo, acabaram de ser distribuídas. Jovens agrônomos, recém-saídos da universidade, orientam os colonos... No meio da selva começam a surgir as agrovilas. Vindos de diferentes regiões do país, os colonos povoam as margens da Transamazônica e espalham pelo chão virgem o verde disciplinado das culturas pioneiras. Os pastos da região são excelentes. Revista Manchete, 15 de abril de 1972. Segundo o texto, é correto afirmar que a Transamazônica, cuja construção se iniciou no regime militar (1964-1985), representou, inclusive, a) um projeto para eliminar o controle nacional e estatal dos recursos naturais da Amazônia, facilitando o avanço de interesses britânicos na região. b) um esforço de ampliar as áreas de ocupação na Amazônia e de construir a ideia de que se vivia um período de avanço, integração e crescimento nacional. c) uma superação das dificuldades de comunicação e deslocamento entre o Sul e o Norte do país, facilitando a migração e permitindo plena integração entre os oceanos Atlântico e Pacífico. d) uma tentativa de reaquecer a economia da borracha, com a criação de rotas de escoamento rápido da produção em direção aos portos do Sudeste. e) um projeto de utilização dessa estrada para delimitar as fronteiras entre os estados da região.

85. (Fuvest) O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) foi criado em 1984, inserido em um contexto de; a) abertura política democrática no Brasil e de crescente insatisfação com as políticas agrárias nacionais então vigentes. b) fortalecimento da ditadura militar brasileira e de aumento da imigração estrangeira para o país. c) declínio da oposição armada à ditadura militar brasileira e de aumento da migração das cidades para o campo. d) aumento da dívida externa brasileira e de disseminação da pequena propriedade fundiária em todo o país. e) crescimento de demanda externa por commodities brasileiras e de grandes progressos na distribuição de terra, no Brasil, a pequenos agricultores.

86. (Fuvest) No início de 1969, a situação política se modifica. A repressão endurece e leva à retração do movimento de massas. As primeiras greves, de Osasco e Contagem, têm seus dirigentes perseguidos e são suspensas. O movimento estudantil reflui. A oposição liberal está amordaçada pela censura à imprensa e pela cassação de mandatos. Apolônio de Carvalho. Vale a pena sonhar. Rio de Janeiro: Rocco, 1997, p. 202.

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O testemunho, dado por um participante da resistência à ditadura militar brasileira, sintetiza o panorama político dos últimos anos da década de 1960, marcados; a) pela adesão total dos grupos oposicionistas à luta armada e pela subordinação dos sindicatos e centrais operárias aos partidos de extrema esquerda. b) pelo bipartidarismo implantado por meio do Ato Institucional nº 2, que eliminou toda forma de oposição institucional ao regime militar. c) pela desmobilização do movimento estudantil, que foi bastante combativo nos anos imediatamente posteriores ao golpe de 64, mas depois passou a defender o regime. d) pelo apoio da maioria das organizações da sociedade civil ao governo militar, empenhadas em combater a subversão e afastar, do Brasil, o perigo comunista. e) pela decretação do Ato Institucional nº 5, que limitou drasticamente a liberdade de expressão e instituiu medidas que ampliaram a repressão aos opositores do regime.

87. (Fuvest) No Brasil, a organização política implantada pelo Regime Militar, instalado pós/64, caracterizou-se pela; a) ampliação dos poderes estaduais sustentada por acordos regionais entre chefes políticos conservadores e setores de vanguarda empresarial. b) crescente concentração de poderes para o Executivo com os Atos Institucionais legitimando a manutenção de um Estado forte. c) permanente utilização de instrumentos de exceção controlados pelos representantes do Congresso que passou a ser autônomo e independente. d) implantação de controle popular sobre os antigos caciques políticos municipais que ameaçavam a estabilidade do Regime. e) estratégia de abertura e distensão política executada de forma lenta e gradual com o objetivo de fortalecer o poder dos partidos políticos.

88. (Fuvest) A vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970; a) não teve qualquer repercussão no campo político, por se tratar de um acontecimento estritamente esportivo. b) alentou o trabalho das oposições que deram destaque à capacidade do povo brasileiro de realizar grandes proezas. c) propiciou uma operação de propaganda do governo Médici, tentando associar a conquista ao regime autoritário. d) favoreceu o projeto de abertura do general Geisel, ao criar um clima de otimismo pelas realizações do governo. e) alcançou repercussão muito limitada, pois os meios de comunicação não tinham a eficácia que têm hoje.

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89. (Fuvest) Sobre o fim do período militar no Brasil (1964-1985), pode-se afirmar que ocorreu de forma: a) conflituosa, resultando em um rompimento entre as forças armadas e os partidos políticos. b) abrupta e inesperada, como na Argentina do General Galtieri. c) negociada, como no Chile, entre o ditador e os partidos na ilegalidade. d) lenta e gradual, como desejavam setores das forças armadas. e) sigilosa, entre o presidente Geisel e Tancredo Neves, à revelia do exército e dos partidos.

90. (Fuvest) A análise do quadro a seguir permite afirmar que; a) a classe média (45% da população economicamente ativ foi a maior beneficiária do desenvolvimento econômico, dado que sua participação na renda cresceu sensivelmente no período. b) a política econômica desenvolvimentista, acentuada pelo regime militar, foi acompanhada por um processo de concentração de renda. c) o desenvolvimento econômico do período resultou no aumento da participação do segmento dos 80% mais pobres na renda nacional. d) houve transferência de parte da renda dos 5% mais ricos para a faixa dos 15% correspondentes à classe média. e) o resultado mais significativo da política econômica desenvolvimentista foi um processo de redistribuição da renda.

91. (Fuvest) O próximo presidente da República será eleito, em 15 de janeiro de 1985, por um Colégio Eleitoral composto por: a) todos os prefeitos das capitais, todos os deputados federais e estaduais. b) todas as pessoas alfabetizadas, maiores de 18 anos, portadoras do titulo eleitoral. c) todos os deputados federais e senadores e uma representação de seis deputados estaduais de cada Assembleia Legislativa. d) 138 representantes dos governadores estaduais e todos os componentes do Congresso Nacional. e) todos os deputados estaduais e federais e todos os senadores.

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8. NOVA REPÚBLICA 92. (Fuvest) A população indígena brasileira aumentou 150% na década de 1990, passando de 294 mil pessoas para 734 mil, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento médio anual foi de 10,8%, quase seis vezes maior do que o da população brasileira em geral. http://webradiobrasilindigena.wordpress.com, 21/11/2007. A notícia acima apresenta; a) dado pouco relevante, já que a maioria das populações indígenas do Brasil encontra-se em fase de extinção, não subsistindo, inclusive, mais nenhuma população originária dos tempos da colonização portuguesa da América. b) discrepância em relação a uma forte tendência histórica observada no Brasil, desde o século XVI, mas que não é uniforme e absoluta, já que nas últimas décadas não apenas tais populações indígenas têm crescido, mas também o próprio número de indivíduos que se autodenominam indígenas. c) um consenso em torno do reconhecimento da importância dos indígenas para o conjunto da população brasileira, que se revela na valorização histórica e cultural que tais elementos sempre mereceram das instituições nacionais. d) resultado de políticas públicas que provocaram o fim dos conflitos entre os habitantes de reservas indígenas e demais agentes sociais ao seu redor, como proprietários rurais e pequenos trabalhadores. e) natural continuidade da tendência observada desde a criação das primeiras políticas governamentais de proteção às populações indígenas, no começo do século XIX, que permitiram a reversão do anterior quadro de extermínio observado até aquele momento.

93. (Fuvest) O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta segunda-feira [30/5] que o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello foi apenas um “acidente” na história do Brasil. Sarney minimizou o episódio em que Collor, que atualmente é senador, teve seus direitos políticos cassados pelo Congresso Nacional. “Eu não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Mas acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil”, disse o presidente do Senado. Correio Braziliense, 30/05/2011. Sobre o “episódio” mencionado na notícia acima, pode-se dizer acertadamente que foi um acontecimento; a) de grande impacto na história recente do Brasil e teve efeitos negativos na trajetória política de Fernando Collor, o que faz com que seus atuais aliados se empenhem em desmerecer este episódio, tentando diminuir a importância que realmente teve. b) nebuloso e pouco estudado pelos historiadores, que, em sua maioria, trataram de censurá-lo, impedindo uma justa e equilibrada compreensão dos fatos que o envolvem. c) acidental, na medida em que o impeachment de Fernando Collor foi considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal, o que, aliás, possibilitou seu posterior retorno à cena política nacional, agora como senador. d) menor na história política recente do Brasil, o que permite tomar a censura em torno dele, promovida oficialmente pelo Senado Federal, como um episódio ainda menos significativo.

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e) indesejado pela imensa maioria dos brasileiros, o que provocou uma onda de comoção popular e permitiu o retorno triunfal de Fernando Collor à cena política, sendo candidato conduzido por mais duas vezes ao segundo turno das eleições presidenciais.

94. (Fuvest) A partir da redemocratização do Brasil (1985), é possível observar mudanças econômicas significativas no país. Entre elas, a; a) exclusão de produtos agrícolas do rol das principais exportações brasileiras. b) privatização de empresas estatais em diversos setores como os de comunicação e de mineração. c) ampliação das tarifas alfandegárias de importação, protegendo a indústria nacional. d) implementação da reforma agrária sem pagamento de indenização aos proprietários. e) continuidade do comércio internacional voltado prioritariamente aos mercados africanos e asiáticos.

95. (Fuvest) Nos últimos 20 anos, houve mudanças sócio-econômicas significativas no Brasil. Entre elas, observa-se que; a) b) c) d)

a produtividade agrícola avançou, mas não eliminou os movimentos sociais no campo. o país entrou na era da globalização e a produção industrial alcançou autonomia tecnológica. as crises econômicas não foram superadas, mas o produto interno bruto (PIB) cresceu continuamente. as políticas para o meio ambiente ocuparam o centro da agenda governamental e suas metas principais foram implementadas. e) o desemprego se agravou, mas as políticas públicas compensaram seus efeitos negativos.

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9.GABARITOS Gabarito:

BRASIL COLÔNIA

Resposta da questão 1: [A] Trata-se da formação do território brasileiro e da divisão política do país ao longo do tempo. O Tratado de Madri ([I]/mapa A) corresponde à ampliação do território para áreas a oeste do antigo Tratado de Tordesilhas. O Tratado de Petrópolis ([II]/mapa C) refere-se à incorporação do Acre ao território brasileiro. A Constituição de 1988 ([III]/mapa E) determinou a atual divisão política do país com criação do estado de Tocantins a partir do norte de Goiás, transformou os territórios de Roraima e Amapá em estados e incorporou Fernando de Noronha a Pernambuco.

Resposta da questão 2: [B] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] Nos “caminhos de Minas Gerais à Bahia”, as unidades geomorfológicas (relevo) que mais se destacam são a Depressão Sertaneja e do São Francisco (incluindo o vale do rio São Francisco – MG/BA) e os Planaltos e Serras de Leste-Sudeste (incluindo a Serra do Espinhaço – MG). Na região planáltica do Espinhaço, localizam-se as cidades históricas mineiras que se originaram com o ciclo da mineração (ouro) no século XVIII. [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] O Rio São Francisco está associado à expansão da pecuária, atividade considerada secundária e complementar. As atividades mais importantes do período colonial, como a cana de açúcar, algodão e cacau não dependeram do rio para transporte ou irrigação.

Resposta da questão 3: [E] Apesar da ênfase dada ao açúcar no Brasil colonial, outros produtos eram cultivados – como o tabaco – e, à medida que ganhavam mercado na Europa, davam retorno lucrativo a Coroa Portuguesa.

Resposta da questão 4: [B] No Brasil, assim como no Cariba e nas “colônias do sul” da América do Norte teve grande intensidade. O braço escravo foi determinante na produção e sua exploração, extrema. O sincretismo cultural pode ser percebido desde os primórdios da colonização e foi mais intenso nas áreas canavieiras do nordeste. O narrador não faz referências aos elementos religiosos e à mentalidade capitalista do século XIX aliada às pressões da Inglaterra foram determinantes para a substituição gradual do trabalho escravo pelo trabalho livre nos cafezais.

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Resposta da questão 5: [C] A história do livro citado se passa no Rio de Janeiro do início do século XIX e a obra foi publicada, em forma de folhetim, originalmente, na década de 1850. Logo, esse período de tempo engloba a Independência do Brasil e a formação do Estado nacional brasileiro.

Resposta da questão 6: [B] A revolta que vem à consciência do personagem, na verdade, é o movimento social conhecido como Liga Camponesa. Formadas a partir de 1945, sob liderança, em especial, do advogado comunista Francisco Julião, as Ligas Camponesas brigavam pelo direito do acesso à terra, principalmente. Atuando ativamente entre 1945 e 1964, as Ligas alcançaram seu auge na desapropriação do Engenho Galileia, em Pernambuco, e foram suprimidas pelo governo militar.

Resposta da questão 7: [B] O pintor Victor Meirelles pertence à Escola Romântica de Pintura. Um dos principais admiradores de sua obra foi o Imperador Pedro II, que se tornou seu mecenas em um projeto de construção da identidade nacional através de símbolos da nossa origem, como a figura dos indígenas. O quadro Moema, acima retratado, enquadra-se nesse contexto.

Resposta da questão 8: [C] O “Manifesto Antropofágico” de Osvald de Andrade expressou o nacionalismo presente no movimento modernista no Brasil do início do século XX, propondo a autenticidade da cultura nacional em reação aos valores estéticos tradicionais e externos, através da absorção de tudo o que o estrangeiro traz para o Brasil, sugar-lhe todas as idéias e uni-las às brasileiras, realizando assim uma produção artística e cultural rica, criativa, única e própria.

Resposta da questão 09: [C] Uma das principais características e consequências do Ciclo do Ouro no Brasil Colonial foi a intensa interiorização da colonização, uma vez que as minas de ouro se encontravam no interior da Colônia, em especial em Minas Gerais.

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Resposta da questão 10: [E] A questão faz referência a duas conjurações que ocorreram no Brasil colonial: a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). Diferentemente das chamadas Revoltas Nativistas, ocorridas anteriormente, as conjurações buscavam a separação entre Metrópole e Colônia, ou seja, buscavam a Independência do Brasil.

Resposta da questão 11: [A] Como o texto afirma no trecho “eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado”, as tentativas de invasão da França na América Portuguesa constituíam fator de preocupação para o governo português.

Resposta da questão 12: [C] A despeito da pressão inglesa para que ocorresse o fim do tráfico negreiro para o Brasil, o mesmo manteve-se em alta entre 1810 e 1830, o que contribuiu para a formação escravista da nossa sociedade.

Resposta da questão 13: [B] O texto deixa claro que, apesar da violência da colonização portuguesa, a cultura indígena sobreviveu no Brasil, de adaptando e se misturando à cultura europeia. O melhor exemplo que o autor cita é o da cultura dos índios Xingus.

Resposta da questão 14: [C] A associação de datas está correta: o tráfico começa com o Ciclo do Açúcar, no século XVI, e termina em 1850 (século XIX), com a Lei Eusébio de Queiroz.

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Resposta da questão 15: [C] O texto é bem claro: o padre jesuíta usa do exemplo de Cristo para justificar a condição dos escravos na Colônia portuguesa. Apesar de ter sido contra a escravidão do indígena, a Igreja Católica portuguesa nunca se posicionou contra a escravidão negra.

Resposta da questão 16: [A] A questão demanda conhecimentos específicos acerca dos produtos explorados comercialmente por Portugal no Brasil Colonial, dentro dos interesses mercantilistas daquele país europeu. O tabaco era usado principalmente como moeda de troca na aquisição de escravos africanos. O algodão atendeu ao mercado europeu, sobretudo no momento em que as Colônias Inglesas da América do Norte, envolvidas em seu processo de independência, deixaram de fazê-lo. Já o couro e o charque, derivados da pecuária, atendiam ao mercado luso.

Resposta da questão 17: [E] Questão de interpretação de texto, pois o autor deixa claro e explicito que o tráfico negreiro é parte do sistema mercantilista e responsável por promover acúmulo de capitais na metrópole. Para o autor “é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário”. Vale a pena lembrar que o processo de colonização denominado como de “exploração” baseia-se no monopólio e nas práticas mercantilistas, preocupadas em gerar riquezas para a metrópole.

Resposta da questão 18: [C] A grande presença de produtos ingleses no Brasil foi fruto da Abertura dos Portos às nações amigas de 1808 e dos Tratados de 1810. Primeiro cabe lembrar que já existiam produtos ingleses aqui, antes de 1808, porém em pequena quantidade, pois ainda havia na prática o pacto colonial. Segundo, os Tratados de 1810 favoreceram principalmente às importações para a Inglaterra e não estão relacionados aos produtos exportados, nem pelo Brasil, nem pelas colônias da Espanha.

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Resposta da questão 19: [E] Questão de interpretação de texto, de um grande historiador marxista brasileiro, que adota o conceito de “classe social” na análise da estrutura colonial do Brasil, entendendo-a dividida entre senhores e escravos, apesar da existência de setores intermediários.

Gabarito:

PRIMEIRO REINADO

Resposta da questão 20: [B] Questão factual. Apesar do conhecimento obrigatório sobre a ocupação holandesa no nordeste brasileiro, as diversas alternativas, com muitas e variadas informações, coloca o estudante em dúvida. A “Guerra do Açúcar” envolveu a Espanha e Holanda. Como Portugal e suas colônias estavam sob domínio espanhol – União Ibérica – foram diretamente afetados, destacando a invasão da região nordeste a partir de Pernambuco.

Resposta da questão 21: [B] A expressão “reinos estranhos” presente no texto de Antonil, não especifica a quem era remetida a maior parte do ouro extraído nas Minas Gerais do período colonial do Brasil. No entanto, por associação com a referência ao Tratado de Methuen na alternativa B, chega-se a alternativa correta, pois de fato esse tratado foi o mais expressivo sobre a dependência de Portugal em relação a Inglaterra iniciada em 1641 após a chamada Restauração que pôs fim à União Ibérica. Pelo tratado a balança comercial portuguesa era sempre deficitária, sendo o 62éficit coberto com boa parte do ouro brasileiro remetido a Portugal.

Resposta da questão 22: [C] Apesar de a fama dos jesuítas do período colonial no Brasil dar-se pelo trabalho de catequese junto aos indígenas, eles notabilizaram-se como os principais protagonistas do ensino durante o período, fundando e administrando colégios, promovendo a educação dos filhos dos colonos e estabelecendo uma padronização do ensino em toda a colônia.

62

Resposta da questão 23: [D] A Revolução Pernambucana de 1817 insere-se no contexto dos movimentos emancipacionistas e de caráter republicano ocorridos no Brasil desde o final do século XVIII. Dentre as suas causas destacam-se a crise econômica regional, presença maciça de portugueses na liderança do governo e na administração pública, a criação de novos impostos por Dom João VI e a influência das ideias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas. O movimento foi, rapidamnete sufocado pela ação de tropas governamentais.

Resposta da questão 24: [D]

Resposta da questão 25: [D] O autor do texto faz referência ao ano de 1818 na América Colonial. Tal ano marca o ápice do movimento de independência na América Espanhola e o autor do texto deixa claro que d. João VI deveria preocupar-se em impedir que as influências desse movimento atingissem a América Portuguesa.

Resposta da questão 26: [A]

Resposta da questão 27: [E]

Resposta da questão 28: [D]

Resposta da questão 29: [E]

Resposta da questão 30: [C]

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Resposta da questão 31: [C] Resposta da questão 32: [C] Resposta da questão 33: [E]

Gabarito: SEGUNDO REINADO Resposta da questão 34: [A] Resposta da questão 35: [C] Resposta da questão 36: [C] Resposta da questão 37: [D] Resposta da questão 38: [D] As imagens I e II representam, respectivamente, a mortandade paraguaia na Guerra, colocando Solano López como responsável, e a contradição entre a participação negra no Exército brasileiro e a manutenção da escravidão no Brasil.

Resposta da questão 39: a) Para atrair os imigrantes, o cartaz oferece algumas vantagens, tais como (1) facilidade de deslocamento entre América e Europa, (2) possibilidade de ocupação de terras sem donos específicos e (3) possibilidade de crescimento financeiro a partir do progresso do próprio país. b) Politicamente, nesse período o Segundo Reinado enfrentava uma crise escravocrata, motivada por leis como a Eusébio de Queiróz, a do Ventre Livre e a dos Sexagenários, o que levava o país a uma escassez de mão de obra escrava. Economicamente, o ciclo do café prosperava pelo Vale do Paraíba, o que aumentava a necessidade de encontrar uma saída para a falta de mão de obra escrava.

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Resposta da questão 40: a) Vidas Secas e Central do Brasil; b) Região Norte, no século XIX: exploração da borracha. Região Sudeste, século XX: busca de emprego nas fábricas.

Resposta da questão 41: a) O cronista argentino estranha o fato de a abolição da escravatura ter acontecido há tão pouco tempo, em pleno século XIX. O Brasil foi o último país da América a libertar os escravos. b) Nossa abolição foi lenta, contando com leis que começaram a ser aprovadas em 1850 e terminando apenas em 1888, e não foi planejada uma adequada inclusão dos negros recém-libertos na sociedade brasileira, o que acabou por marginalizar a população negra no Brasil.

Resposta da questão 42: a) Vale do Paraíba, na região Sudeste. b) Bahia: agricultura. Pará: extrativismo. Rio Grande do Sul: pecuária. Maranhão: agricultura. São Paulo: agricultura. Minas Gerais: agricultura.

Resposta da questão 43: [A] A Reforma Eleitoral que a questão retrata é a ocorrida em 1881. Ela estabeleceu a eleição direta para cargos legislativos e a exclusão dos analfabetos do pleito. No modelo anterior, o voto era censitário e incluía os analfabetos. Nesse sistema, por critério de renda, os eleitores paroquiais elegiam os eleitores de província e estes elegiam os deputados. No sistema estabelecido a partir de 1881, os eleitores paroquiais e os analfabetos foram excluídos, o que levou a uma diminuição drástica do número de eleitores no Império.

Resposta da questão 44: [A] Boa parte dos estudos acerca da formação da sociedade brasileira pautou-se na análise do impacto da miscigenação entre brancos (portugueses), negros (africanos) e indígenas na constituição do povo brasileiro.

65

Resposta da questão 45: [B] O crescimento da imigração no Brasil deve-se a dois fatores básicos, a saber: (1) o crescimento do ciclo cafeeiro no Brasil e (2) a abolição da escravatura, em 1888, que exigiu a substituição da mão de obra escrava pela livre.

Resposta da questão 46: a) Observe o gráfico a seguir:

b) Década de 1820, o açúcar; décadas de 1830 e 1880, o café.

Resposta da questão 47: [D] A Lei de 1831 na regência de Feijó obrigava o Brasil a extinguir o tráfico negreiro e não foi cumprida. A campanha abolicionista teve importância no país após a Guerra do Paraguai, nos anos 70 e 80. No ano de 1844 o Brasil editou a Tarifa Alves Branco, protecionista, que determinou protestos e pressões inglesas, inclusive com a promulgação, no ano seguinte, da Lei Aberdeen, que autorizava a marinha inglesa a aprisionar navios que fizessem o tráfico internacional. Apesar dessa pressão, o tráfico foi ampliado dado à necessidade de mão de obra para a lavoura cafeeira em expansão no oeste paulista. Vale lembrar que nesta época o governo brasileiro passou a estudar possibilidades de trazer imigrantes europeus e foi feita a primeira experiência com trabalhadores italianos pelo Senador Vergueiro.

66

Resposta da questão 48: a) O quadro da esquerda, pintado por um brasileiro, retrata uma das mais importantes batalhas da guerra (Batalha do Riachuelo), na qual o exército brasileiro se faz vencedor. Tal obra exalta o exército como uma força superior (navios brasileiros X homens inimigos), que iria acabar definitivamente com o conflito e marcar a hegemonia brasileira na região. Já o quadro da direita, pintado por um uruguaio, representa a situação de destruição e miséria na qual se encontram as localidades marcadas pela guerra (mais especificamente, áreas paraguaias). Vale ainda a ressalva de que esta obra retrata uma mulher solitária em meio à destruição e morte, situação que marcou o Paraguai após o fim do conflito devido ao alto índice de mortandade masculina. b) A Guerra da Cisplatina (Brasil x Argentina), entre 1825 e 1828, que resultou na Independência do Uruguai. A região havia sido anexada por D. João VI e a população local, assim como os argentinos nunca aceitaram tal situação. Apesar do desejo argentino de controlar a região, a guerra garantia a independência e a origem de um novo Estado, o Uruguai. Podemos citar ainda a Guerra contra Oribe e Aguirre, líderes blancos uruguaios contrários à influência do Brasil na sua nação; e a Guerra contra Rosas, líder argentino que buscava anexar o Uruguai e ameaçava o domínio brasileiro na região.

Resposta da questão 49: a) O poema condena a escravidão que persistia no Brasil ainda no Período Imperial. b) Tendo em vista que o escravismo uma das bases do governo imperial do Brasil, a abolição da escravidão, juntamente com as questões Religiosa e Militar, contribuiu para a crise que resultou queda da Monarquia e o advento da República no final do século XIX.

Gabarito: REPÚBLICA VELHA Resposta da questão 50: [A]

Resposta da questão 51: a) A ilustração refere-se à contradição existente entre a continuidade da escravidão e a participação dos escravos em defesa da pátria na Guerra do Paraguai. b) A Guerra do Paraguai contribuiu para o declínio do Império por contribuir para a promoção dos ideais abolicionistas e republicanos no Brasil. Acrescenta-se ainda que o fortalecimento do Exército Brasileiro em decorrência da guerra, levou vários oficiais a se envolver na vida política aderindo ao republicanismo.

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Resposta da questão 52: [C] A figura acima pode representar, ao mesmo tempo, a República e/ou a Liberdade, enfatizadas pelos promotores da Proclamação da República brasileira. Entretanto, ao analisarmos a noção de cidadania do novo regime político brasileiro, a liberdade propagada não abrangia a todos os segmentos sociais.

Resposta da questão 53: [E] O Manifesto Regionalista, escrito em 1926 pelo sociólogo Gilberto Freyre, encaixa-se na tendência artística nacionalista deflagrada com a Semana de Arte Moderna, em 1922. Em seu manifesto, Freire defende a valorização das culturas e práticas regionais Brasil afora, buscando enaltecer o nacionalismo.

Resposta da questão 54: [B] A imagem retrata a prática do voto de cabresto: os poderosos coronéis utilizavam de táticas de coação para manipular as eleições, obrigando seu “rebanho” a votar em candidatos por eles (coronéis) escolhidos.

Resposta da questão 55: [E] O texto – que precisa ser lido com muita atenção – mostra as primeiras iniciativas de participação política de trabalhadores em meio ao processo eleitoral brasileiro característico da República Velha. Tal processo era marcado pelo voto de cabresto e pelo consequente controle das eleições por parte das elites ligadas à posse da terra. Em razão disso, as iniciativas dos trabalhadores tiveram resultados pífios, mas serviram de base para futuros questionamentos do sistema político vigente.

Resposta da questão 56: [A] O texto retrata o choque entre as populações pobres que moravam em cortiços – sendo grande parte formada por exescravos – homens negros e mulatos pobres e o poder público, denunciando o preconceito e a discriminação que se mantiveram no país, mesmo após a abolição da escravidão.

68

Resposta da questão 57: [C]

Gabarito: ERA VARGAS Resposta da questão 58: [D]

Resposta da questão 59: [B] Desde a Primeira República, 1889-1930, diversos manifestações operárias, greves, etc., já reivindicavam uma legislação trabalhista. Porém nesse contexto, a questão social era vista como uma questão de polícia. Na Era Vargas, 1930-1945, o governo entendeu que a questão social é uma questão de Estado. Desta forma, o governo Vargas criou a CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas durante seu longo governo. Na constituição de 1934 já havia algumas cláusulas sobre a questão trabalhista. Gabarito [B].

Resposta da questão 60: [C] A resposta pode ser obtida pela leitura atenta do texto e sua interpretação, pois está explícito que o Estado e mais centralizado e sua intervenção ampliada. O conhecimento histórico sobre o período também é importante, pois após 1930 tivemos o fim da República das Oligarquias e dos privilégios do café e o início da “Era Vargas”, com uma política nacionalista e de conciliação de classes, tanto caracterizada por uma política própria para novas e velhas elites, como de cooptação da classe trabalhadora.

Resposta da questão 61: [C] Resposta da questão 62: [B] Resposta da questão 63: [A]

69

Resposta da questão 64: [D] Resposta da questão 65: [A] Resposta da questão 66: [E] Resposta da questão 67: [E] Resposta da questão 68: [E]

Gabarito: PERÍODO DEMOCRÁTICO Resposta da questão 69: [C] Resposta da questão 70: [B] Resposta da questão 71: [C] Resposta da questão 72: [B] Resposta da questão 73: [A] Resposta da questão 74: [C] Resposta da questão 75: [A] Resposta da questão 76: [E] Resposta da questão 77: [D] 70

Resposta da questão 78: [A] Resposta da questão 79: [D] Resposta da questão 80: [A]

Gabarito: PERÍODO MILITAR Resposta da questão 81: [A] Somente a proposição [A] está alinhada com o excerto. A Operação Condor foi uma aliança entre países da América do Sul de trabalhar em conjunto visando “vigiar e punir” as lideranças contrárias aos regimes ditatoriais, consideradas pelos militares como “comunistas”. A Operação Condor não se limitou à troca de informações, foi bem mais que isso; o governo do Paraguai não assumiu a liderança dessa aliança; o Brasil quis liderar e não conseguiu, mas nem por isso, criticou a Operação Condor.

Resposta da questão 82: [B] A Ditadura Militar, a partir da década de 1980, entrou num agravamento institucional baseado em prejuízos econômicos e políticos. A partir de 1979 caiu o bipartidarismo imposto em 1964 e nas eleições estaduais de 1982 houve uma significativa vitória da oposição ao Regime. Tal fato ajudou a encorpar o processo de redemocratização do país.

Resposta da questão 83: [D] A Lei de Anistia, aprovada em 1979, amparava-se em duas proposições: (1) concedia perdão político aos exilados e (2) eximia de culpa os agentes militares e civis que feriram os direitos humanos ao longo da vigência do regime.

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Resposta da questão 84: [B] Durante o chamado Milagre Econômico, o governo ditatorial brasileiro buscou passar à população brasileira uma imagem de avanço, crescimento e unidade nacional. Sendo assim, a construção da Transamazônica enquadra-se nessa lógica.

Resposta da questão 85: [A] O ano de criação do MST – 1984 – caracteriza a abertura do regime ditatorial para o regime democrático no Brasil. Nesse contexto, devido às crises política e econômica que o Brasil enfrentava, surgiram movimentos sociais que pediam mudanças no país, como o MST.

Resposta da questão 86: [E] Poucos grupos políticos, mesmo de esquerda, fizeram a opção pela luta armada, que teve pequena expressão no país, principalmente se comparada com outras nações da América Latina. O bipartidarismo permitiu a existência de um partido de oposição. O movimento estudantil foi desmobilizado, mas nunca apoiou o regime militar. O endurecimento do regime iniciou-se em dezembro de 1968 com a decretação do Ato Institucional Nº. 5 (AI-5) que centralizou ainda mais o poder a abriu caminho para uma política de maior repressão à sociedade civil. Resposta da questão 87: [B] Resposta da questão 88: [C] Resposta da questão 89: [D] Resposta da questão 90: [B] Resposta da questão 91: [C]

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Gabarito: NOVA REPÚBLICA Resposta da questão 92: [B] O texto mostra o crescimento da população indígena no Brasil na década de 1990, ao contrário do observado historicamente a partir do século XVI, quando os portugueses conquistaram e dominaram as terras que hoje formam o Brasil. É preciso que se ressalte – à maneira como foi feito na alternativa correta – que, nos últimos anos, a “identidade indígena” tem crescido no Brasil, pois muitos cidadãos têm se declarado membros dessa etnia.

Resposta da questão 93: [A] O impeachment de Collor é considerado muito significativo na história recente do país. Em 1992, em meio a denúncias de corrupção, eclodiu um grande movimento social, que envolveu segmentos diferentes, nos quais se destacaram os estudantes, que pintaram os rostos de preto nas grandes manifestações de rua em apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e à condenação do Presidente. Apeado do poder, Collor teve seus direito políticos cassados por oito anos e dessa forma foi forçado a deixar a vida política. Seu retorno deu-se com a eleição para o Senado em 2006 e, filiado ao PTB, levou-o a aproximar do governo Lula e dos demais aliados deste, como o ex-presidente José Sarney.

Resposta da questão 94: [B] Durante o Regime Militar o controle estatal de atividades consideradas estratégicas, foi uma das características básicas da política econômica. Inaugurada a Nova República, tal característica perdurou até o início da década de 1990 quando a partir do governo Fernando Collor de Mello implementou-se uma política econômica neoliberal cuja um dos principais aspectos foi o processo de privatizações de empresas estatais de telecomunicações e de mineração. Tal processo foi acompanhado da abertura do mercado brasileiro às importações e teve continuidade no governo Fernando Henrique Cardoso.

Resposta da questão 95: [A]

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HISTÓRIA DO BRASIL - FUVEST 10 ANOS

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