Jessica Claire - Hitman 4 _ LAST HOPE

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pegasus lanÇamentos Apresenta

LAST

HOPE Jessica Clare & Jen Frederick

equipe pl Tradução: Cris Guerra Revisão incial: Gi Vagliengo Revisão: Silvia Helena Verificação: Luana Leitura Final: Yaya Verificação Final: Sónia Campos

Formatação: Sónia Campos

SeRIe hitman

DISTRIBUIDOS

AVISO 1

AVISO 2

Sinopse

Mendonza

Cresci nos bairros mais pobres e perdi tudo o que amava par a a pobr eza, a doença e a mor te. Apenas ti nha habil idade para aprovei tar, em mi nhas circunst ânci as: a violênci a. Ser contr atado como um assassi no mer cenár io tr ouxe-me dinheiro e constr uí um impér io. Mas tudo pelo que l utei está em per igo. Meu próximo trabalho: roubar i nformação secr eta, que poderi a der r ubar gover nos mundiais. Encontr ar meu objetivo. Destr uílo. Mas a conheci.

Ava O Karma me odeia. Quando mi nha melhor amiga Rose é sequestrada, não tenho outra opção que procur ar um tr abalho como mula par a alguns criminosos, que tent am vender informação altamente secreta ao melhor pagamento. Deveria saber que a má sorte tende a se aferrar, porque o avi ão no qual estou cai . Que sobr eviva a uma aterri ssagem forçada é um milagr e. E assim, Rafe Mendoza me resgatou: era gostoso, sexy e perigoso. O caso é que quer a informação que preciso, par a l iber tar Rose. Não posso deixar que a tenha, mas pr eciso de sua ajuda. E preciso lutar contra esta louca atração pelo mer cenár io com olhos famintos. Rose depende de mim e não a decepcionarei, não importa quão atraente seja Rafe.

CApÍTULO 1 Rafael — Como é que sempre as bonitas trabalham para estes idiotas? Bennito Vasquez tem vinte e cinco anos de idade, com uma cabeça cheia de cachos escuros e sem problemas com as mulheres, mas ainda toma, como um insulto pessoal, quando há uma mulher bonita fora de seu alcance. E não há uma mais inacessível, do que Ava Samson. — Porque elas são burras. Esta conclusão é de Rodrigo. Aos trinta e dois, ele é, praticamente, o homem velho do nosso grupo. Mas todos olham para mim, o que me faz sentir muito mais velho do que os meus trinta e cinco anos de idade. — Ela não é burra. — murmura Garcia. Ele é o meu braço direito. Passamos através do inferno juntos.

O céu está sempre dois passos à nossa frente e fora de alcance. A senhorita Ava é como céu e sexo, em um pacote tentador. Qualquer homem com pulso tem o pensamento sobre o que seria estar em uma cama com ela, perder-se em seus grandes olhos e se enroscar em seu cabelo castanho escuro. — Se ela tivesse algum cérebro, ficaria longe de Louis Duval e sua tripulação. Em vez disso, está sentada em um hotel, em Lima, com uma bolsa feia no colo. — O que a faz ser mais burra do que uma caixa de pedras. — Declara Bennito. Garcia balança a cabeça em desacordo. — Ela é inteligente. Olha como age. Sabe que está sendo observada, porque se despe sob as cobertas. Dorme perto de uma rota de fuga, mas tem a cabeça em direção à porta, para observar intrusos. Temos melhores instintos de preservação do que noventa e cinco por cento da população. — Por que não solta a bolsa? Eu deixaria esse otário e estaria fora da sala num piscar de olhos. — É claro que há algo importante ali e ela não a deixará. — Garcia responde com irritação. Garcia está certo. Ava é inteligente. Quando chegou ao hotel, procurou por dispositivos de escuta, câmeras e sensores e ela encontrou alguns deles, mas não todos. Dispositivos são tão pequenos, nestes dias que precisa de uma varredura

eletrônica, para descobrir todos e mesmo assim, alguns podem passar despercebidos. — Ainda assim... Por que está aqui com Duval? — Bennito pergunta rispidamente. Ele sabe tudo ou pelo menos pensa que sabe. — Por causa de Rose. — Rompo meu silêncio, com um conceito que Bennito pode entender. — Está aqui por causa de sua amiga... Sua família. A lâmpada acende-se para ele. A pesquisa de Bennito, para esta missão atual, resultou em milhares de imagens de Rose Waverly ou Rose Wastkowski. Atualmente, uma modelo de passarela, Rose tem contas de mídia social cheias de fotos dela deitada na praia, em discotecas e mais recentemente, nos braços de Louis Duval. Ele é um empresário francês, que faz a maioria de seu dinheiro no mercado negro, vendendo informações. Tem uma predileção por modelos loiras e vinho Borgonha. Seu único e verdadeiro amor é o dinheiro. De Ava, Bennito não encontrou quase nada. Com a idade de dezoito anos, ela se mudou para Nova York com Rose. Não há sites na Internet com imagens de Ava e sua verificação de antecedentes revelou um contrato de aluguel compartilhado com Rose, dois cartões de crédito com limites baixos e uma conta corrente modesta. Seus pais ainda estão vivos, mas a relação entre eles

parece tênue. Não há telefonemas, e-mails ou mensagens de texto trocadas entre eles. Depois de ler o dossiê de uma página sobre Ava, que Bennito reuniu, ficou claro para mim que Rose não é apenas amiga dela, mas a única pessoa no mundo que considera família. Todos nós, de pé nesta sala, podemos entender o desejo de Ava de salvar sua amiga, porque é por isso que estamos aqui. Um dos nossos está sendo mantido como refém. Nossa função é roubar o que Louis Duval está tentando vender a várias facções criminosas.

Se

fizermos

isso,

teremos

Davidson

de

volta.

Falhamos. Davidson morre. — Cada um de nós colocaria dinamite em nossos corpos, se pensássemos que salvaria Davidson. — Digo em voz baixa. — Estúpido ou não, faríamos apenas como Ava está disposta a fazer, o que for preciso para manter Rose segura. Castigado, Bennito retorna às suas funções. Apesar de suas palavras ousadas e falta de pensamento, ele é um bom garoto, com um dom para codificação e computadores. Tem uma inteligência que não pode ser ensinada. Tirei-o de uma perseguição nos Estados Unidos, depois que invadiu um grande site, para impressionar uma garota. Agora faz coisas mais produtivas, que são muito mais perigosas. Mas podemos apoiá-lo.

Porque é assim que a família funciona. Bennito faz parte de nossa fraternidade, Davidson, Garcia e eu também, quando percebemos

que,

somente

confiando

uns

nos

outros,

sobreviveríamos ao inferno que o exército fez-nos passar. A única coisa inteligente que Ava deveria fazer seria se afastar. Quando chegou a casa com os braços cheios de mantimentos e viu Duval e um de seus capangas sentados em seu pequeno apartamento, deveria deixar cair as sacolas e correr. Em vez disso, entrou, colocou as sacolas na bancada e exigiu saber o que estava acontecendo. Duval disse a ela, em voz baixa, que deveria ajudar Rose a realizar uma tarefa ou esta iria se machucar. Ava resistiu à primeira vista. O que foi inteligente. Mas em seguida, Duval pegou seu telefone, passando o dedo através de algumas fotos, que nossas câmeras secretamente colocadas não conseguiram pegar e as coisas ficaram bem quietas. A próxima coisa que ouvimos foi Duval dizendo a Ava que precisava para voar para Lima. E ela? Ela arrumou uma mochila e saiu.

Nos sete dias que ela ficou em Lima, teve um visitante Redoine Fouquet. Havia rumores de que Fouquet fosse o irmão mais

novo

de

Louis

Duval.

Seja

qual

fosse

a

semelhança familiar que houve uma vez, foi eliminada pelas inúmeras cirurgias plásticas, tanto de Duval, quanto de Fouquet, tentando fugir da lei. Não, Ava não era burra. Qualquer erro que cometeu, eu não achei que falta de inteligência seja um deles. Ela é linda. Isto muitas vezes pode ser um problema. Talvez seja muito confiante ou muito gentil, mas não burra. Vou até as janelas do chão ao teto do nosso hotel e olho em frente, para o quarto de Ava. Vestida com uma blusa e calça de yoga, ela deita-se na cama. Os outros homens se aproximaram da mesa de monitores para assistir. Coloco as mãos no bolso. Odeio que eles a vejam. Odeio que ela esteja em perigo. E acima de tudo, odeio me importar. Quando Norse, o quinto homem da minha equipe, chega, afasto-me da janela e de Ava. — O que está acontecendo? — O objeto, seja ele qual for, é para o leilão. Fechará em quarenta e oito horas. Norse passa a mão por seu cabelo raspado. É inverno em Lima, o que, na maioria dos lugares, significa frio. Mas aqui, no entanto, é molhado, úmido e nublado. A camisa de algodão de Norse está grudada em seu peito. Enquanto ele a

desabotoa, Garcia joga-lhe uma camiseta limpa. Garcia foi um sargento do Exército, responsável por garantir que as tropas fossem devidamente equipadas e armadas. Um bom sargento poderia significar a diferença entre todos voltarem com seus membros intactos e algum novato perder os dedos dos pés para a gangrena. Garcia era o melhor. Agora ele é meu, porque o exército não lidou bem com seus brinquedos também. Eles gastam centenas de milhares de dólares treinando-os, tornando-os máquinas frias e insensíveis, mas perdem o interesse nos soldados mais velhos, porque têm essa enxurrada interminável de

novos

recrutas.

O

fornecimento

ininterrupto

torna-nos

descartáveis. Usá-los e mandá-los embora fosse um lema não declarado. Recolhi lixo do exército durante os últimos dez anos ou mais. Norse, Garcia, Davidson - os descartes do exército. Usamos nossas

habilidades

e

armas,

então

somos

contratados.

Ironicamente, o governo dos Estados Unidos é um dos nossos melhores clientes. Apenas que, desta vez, o nosso pagamento para uma missão concluída é Davidson. — Não sabemos quem são os compradores? — Dois lances, um da Coréia do Norte e outro da Líbia. — Haverá mais. — Diz Garcia. Concordo. Haverá muitos mais, porque o que se vende são segredos. Segredos grandes o suficiente, para que o

governo se sinta obrigado a sequestrar e manter como refém um dos meus, em vez de oferecer dinheiro. Será que teríamos assumido a missão, se houvesse apenas dinheiro do outro lado? Provavelmente. Os trabalhos mercenários que meus homens e eu realizamos, são lucrativos, mas não por centenas de milhões de dólares. Isso é o que o leilão de Duval levantará. Levaríamos dez anos matando alvos de alto preço, para sermos capazes de brincar no pátio de Duval. — Ava tem um visitante! — Bennito chama. Nós todos corremos para o monitor. No da esquerda ela se levanta da cama. Está quase totalmente vestida. A única coisa que não usa na cama são os sapatos. Às vezes, durante o dia, ela usa um cinto e antes de dormir o tira. Calça os sapatos, outro sinal de sua inteligência. Ela não será pega com os pés descalços, por um convidado surpresa. A porta se abre, para revelar Fouquet. Ele fala rapidamente, puxando-a para a sala, em seguida, fecha a porta atrás de si. Tem uma mão ao redor de seu pulso. Ava balança a cabeça, gesticulando para a bolsa sempre presente. Fouquet levanta uma mão e Ava se encolhe. Um rugido baixo soa na minha garganta e estou a meio caminho da porta, quando Garcia me agarra. — Não faça isso.

— Não ficarei aqui, vendo-a apanhar desse merda do Fouquet. — Respondo. — E se você entrar lá, então o que? O que acontece com o leilão? O que acontece com Davidson? Sobre o ombro de Garcia, vejo os homens todos de pé, assistindo. Bennito olha assustado, Norse e Rodrigo renunciaram como se soubessem que a vida que construíram era boa demais para ser verdade, para homens como eles. Assassinos. Esquecidos. O refugo da humanidade. Passo a mão pelo rosto. A responsabilidade por todos eles pesa muito, mas é um fardo que devo carregar. Esta é a minha família agora. Estes homens morreriam por mim e eu não irei colocá-los em perigo por uma mulher, nem mesmo uma tão esperta, inteligente e bela como Ava Samson. Porque, realmente, qual seria a utilidade? Minhas fantasias sobre Ava são apenas isso, fantasias. Nenhuma mulher me possuía. Nenhuma mulher me tocava. Especialmente uma tão boa quanto ela. E mesmo se o fizesse, eu teria que mandá-la embora. Dou a Garcia um aceno abrupto e me afasto da porta. — Atualização? — Pergunto a Bennito. — Sim, Fouquet saiu. Ele não bateu nela... Forte. Foi mais como tapa de amor.

Ele tenta sorrir, mas a graça desaparece rapidamente, quando nenhum de nós ri. Ninguém aqui é a favor de uma mulher ser golpeada, nunca. — Ok, sim ele bateu nela como um babaca e ela está na cozinha, colocando gelo. Ele se senta. A tensão é forte na sala, já que Fouquet ainda está presente. Imagino que esteja dizendo a ela que a venda irá acontecer e quais seriam suas próximas tarefas. — Precisamos de som. — Eu digo, pela centésima vez. Normalmente teríamos som, mas há um zumbido constante e baixo, que interfere com qualquer ruído vocal. Duval tem algo dentro do quarto de hotel, que bloqueia todos os coletores de frequência de rádio. — Norse, você e Bennito acompanhem os lances. Rodrigo e Garcia quero que comecem seguindo Fouquet. Ele tem sobre a cabeça uma pena de prisão de dois anos. Sem dúvida, está passando por Lima. Como ainda não estuprou Ava, apenas podemos presumir que seu irmão o mantém afastado por algum motivo. — O que você fará? — Pergunta Garcia. Por seu tom sombrio e infeliz, é claro que ele já sabe, mas para o benefício de todos os outros na sala, respondo. — Irei descobrir o que há naquela bolsa dela.

Ele me segue para o corredor. — Você gosta dela. — Ela é linda. Quem não gostaria dela? Ando pelo corredor, as arandelas da parede sujas deixam profundas sombras no tapete roxo e verde. Garcia me segue. — É mais do que isso. — Seu olhar sombrio está à procura de algo. Puxo meu boné para baixo, não querendo confirmar suas suspeitas. — Você acha que ela é corajosa, leal. — E? — Meu tom é impaciente, sinalizando que ele deveria sair deste tópico. — Basta lembrar por que estamos aqui. — Ele adverte. Nós paramos de frente ao elevador e pressiono o botão. — Não esqueci. Algum dos quatro elevadores vai parar neste andar? Aperto o botão novamente. Dando um suspiro, respondo, porque Garcia e eu nos conhecemos e ele não merece uma rejeição de merda. — Quantas pessoas colocariam sua vida em perigo por outra pessoa? Mesmo alguém que ama? Nem todos. A maioria, na

situação de Ava, fugiria de Dodge e nunca mais olharia para trás. — A maioria das pessoas é inteligente. — Ele fala. — Lutar ou fugir, a maioria escolhe a segunda opção. Aqueles que correm hoje vivem para lutar novamente. — Mas não Ava. — Digo em voz baixa. As portas para o elevador se abrem. Entro, mas me viro, para enfrentar um dos meus amigos mais antigos. — Eu sei que estou amaldiçoado, mas cara, contanto que não toque, quem pode me culpar por olhar? Dou-lhe um sorriso torto e quando as portas se fecham, vejo um relutante sorriso. Não tenho quaisquer planos de colocar minhas mãos sobre Ava Samson, mas porra, eu tentarei me aproximar para, pelo menos, ganhar um sorriso.

CApÍTULO 2 Ava Lima. A cidade dos contrastes. Campos de golfe no meio da cidade e empresários surfando, antes do café da manhã. Para mim? É uma porra de cidade, com idiotas que gostam de bater e ameaçar mulheres. Esfrego meu queixo, ainda sentindo a picada da bofetada. Não é o primeiro golpe que recebo de um dos homens de Duval e não será o último. Quero revidar. Quero pegar as pequenas facas, na cozinha do quarto do hotel, afiar como um canivete e apunhalar o bastardo, na próxima vez que me tocar. Não irei, é claro. Mas considero o pensamento do mesmo jeito. A bolsa Louis Vuitton, na cama, zomba de mim. É uma bolsa bonita. Couro, com monograma LV em marrom e dourado. Quis ter uma, antes. Esta foi oferecida a mim e gostaria que não estivesse aqui.

Porque o que está dentro é extremamente perigoso. Preciso levá-la a todos os lugares comigo. Fica no banheiro, quando estou no chuveiro. Vai comigo, quando desço para um lanche. Não posso deixá-la fora de vista ou Rose estará morta. Isso passa por minha mente várias vezes, não devo deixar a bolsa longe ou minha amiga morrerá. Como se já não estivesse com medo o suficiente. Aperto a bolsa contra meu peito e vou para uma das janelas do quarto de hotel. Não abro as cortinas. Pelo que sei, Duval tem alguém me observando lá fora e odeio esse pensamento. Abro uma fresta com o dedo indicador, apenas o suficiente para vislumbrar o mundo exterior. As pessoas andam pelas ruas, rindo e sorrindo. Posso ver seus rostos, mesmo do meu ponto de vista de três andares, no hotel Inka Frog. Vejo carros pequenos passando pelas ruas estreitas e bicicletas entre eles. Vejo compradores da Rua Enrique Palácios, passando pelas barracas na rua. Há um táxi caindo aos pedaços parado na calçada. É tudo muito normal. Então idílico. Tão incrivelmente enganador. Talvez, um mês atrás, observasse as pessoas segurando bebidas e conversando nas esquinas. Mães com suas crianças. Pessoas inofensivas. Agora? Vejo pessoas persistentes, observando os transeuntes. Vejo homens com jaquetas, que poderiam esconder armas. Vejo muitos lugares que poderiam esconder

alguém esperando para me matar. Às vezes acho que minha melhor amiga Rose tem sorte. Ela é a razão pela qual estou tão atolada nessa confusão. Rose e eu somos amigas desde a infância. É Rose que esteve ao meu lado, desde que era uma jovem desajustada na escola. Foi Rose quem sugeriu que me mudasse para Nova York com ela, quando me formei e não sabia o que fazer comigo mesma. Foi Rose que me fez trabalhar, quando ambas chegamos à cidade, de cara limpa e ansiosa. Ela é uma modelo regular, eu sou uma modelo de mãos, porque meus olhos incompatíveis são pronunciados, muito estranhos e meu rosto não é bonito o suficiente, mesmo com lentes de contato. Rose é impressionante, é claro. Alta, magra, solta, ela é perfeita. Mas tem um gosto ruim para homens, apesar de tudo. Namorou um cara francês perigoso, chamado Louis Duval, pelas últimas semanas. Toda vez que fui para casa, ele estava lá e não gostava de olhar em seus olhos. Rose sempre riu das minhas preocupações e disse que ele era inofensivo para garotas como nós. Há essa implicação toda de que não é inofensivo para outras pessoas e deveria ter dito algo sobre isso. Mas não o fiz. Enfiei a cabeça na areia e continuei com minha vida. E que, ao que parece, era uma mentira. Todas as palavras de Louis Duval eram mentiras.

Sendo uma modelo de mãos (e, ocasionalmente, de pés) é tudo sobre impulsos e assumir trabalhos pequenos e estranhos, quando aparecem. Posso segurar uma banana durante seis horas, enquanto alguém faz fotos? Certo. Posso fazer pedicure na câmera, para um vídeo de instruções? Certo. É um trabalho bizarro, mas é interessante

e

que

paga

as

contas.

Rose

faz

modelagem

tradicional, trabalho de passarela, como quiser chamar. Ela festeja com pessoas de alta classe e vive um estilo de vida bem diferente do meu. Eu apenas seguro uma banana, durante seis horas e tento não me contorcer. A verdade é que estou neste show por causa de Rose. Segurar uma banana não é meu sonho de carreira. Faço isso porque ganho dinheiro e Rose consegue empregos para mim com facilidade. Está sempre lá, para fazer as coisas mais fáceis para mim e faço a minha parte para tornar a vida mais fácil para ela. Como não sou uma modelo de passarela, sou a não-oficial mãe, para todas essas modelos que estão, em sua maior parte, focadas no próximo trabalho e se esquecem de comer (embora isso possa ser de propósito), dormir e vivem de cigarros e bolos de arroz. Alguém precisa

comprar

absorventes,

manter

o

controle

de

suas

programações e se certificar que o apartamento esteja abastecido com café e salada. Gosto de fazer isso, quase mais do que gosto de segurar um pedaço de fruta ou esfregar loção em minhas mãos durante cinco horas.

Então, Rose e eu, combinamos e somos amigas, apesar de nossas diferenças. Polos opostos sim, mas nos damos muito bem. Sempre, sempre será assim. Não importa que Rose seja fascinante e eu tediosa. Nós trabalhamos, vamos para clubes juntas, compartilhamos sapatos, acessórios e esmaltes de unha. Somos mais próximas que irmãs. Mais como uma família. Uma semana atrás, no entanto, o estilo de vida de Rose a alcançou. Eu fui para casa, para descobrir que Rose não estava no apartamento. Na verdade, não estava em qualquer lugar. O namorado dela, Duval, estava esperando por mim e ele sequestrou Rose. Acontece que ele não é um homem de negócios, ou pelo menos não um legítimo. Por que um legítimo empresário usaria uma garota para entregar informações? Sua fala suave é uma mentira e ele é um traficante de drogas que está em uma fase difícil... E precisa de ajuda. Porque desta vez? Ele não está nos negócios apenas de drogas e parece ter um problema. Este é o lugar onde entro, ele diz. Minha tarefa então se esclareceu. Preciso ir para Lima e ficar em um pequeno hotel despretensioso, no distrito de Miraflores. Lá, irei me encontrar com homens. Vários homens. Meu trabalho? Bem, serei uma modelo de mão de outro tipo. Vou para Vanna White, fora da cidade. Será entregue a

mim uma bolsa cheia de informações, que mostrarei aos compradores. Conversarei com eles e darei amostras dos produtos que Duval tem para venda. Iremos nos encontrar em cafeterias e tomar uma bebida, como se não fosse grande coisa, então irei embora, voltarei para meu hotel e esperarei o próximo comprador. Uma vez que a venda for concluída, Rose será liberada. Nós seremos livres. E se não fizer o que ele diz, matará Rose. Não acreditei nele na primeira vez. Quem diria? Está blefando. Rose é sua namorada. Não iria machucá-la. Ele deve ter antecipado minha descrença, porque segurou seu telefone para mim. Intrigada, pego e passo o dedo sobre a tela, desbloqueando-o. Uma foto de Rose amarrada, amordaçada, vendada e presa a uma cama encontra meu olhar. Arrasto a tela, horrorizada e há mais fotos dela.

Seu corpo coberto de

hematomas, com as mãos algemadas atrás das costas. — Ela acha que é um jogo de amor. — Ele murmura. — Pode mudar rapidamente. Você deve perguntar

à minha última

namorada. E ele acena para o telefone novamente. Sinto uma agitação no estômago, vou para os álbuns de fotos. Observo aquela de Rose sinalizada como – ontem- o que me deixa doente. Ontem, eu segurava um sapato para uma sessão de fotos e Rose não voltou para casa. Pensei que ela

estivesse se divertindo com alguns de seus companheiros de trabalho, depois de sua última sessão. Sou uma amiga horrível. Em um álbum de fotos do último mês, há fotos de outra garota. Amarrada. Amordaçada. Bonita e loira, como Rose. Então, há mais imagens... De sua morte. Ela chupando o cano de uma arma e lambendo uma faca. Então, homens fazendo coisas com ela, com as armas. Seguro o fôlego, lutando contra a vontade de vomitar e entrego o telefone de volta. Não quero ver mais nada. — O que você precisa que eu faça? — Digo a ele e estou dentro. Apenas isso. Ele me diz para não me preocupar. Que se nós duas formos boas meninas, seremos libertadas. É besteira. Eu sei que é tudo mentira e que, provavelmente, irão nos matar, mas não tenho opções. Ninguém dirá onde Rose está. Louis a tem e não a libertará, até que tenha vendido estas informações. Não importa que Rose o tenha namorado, no último mês. É apenas um negócio, diz ele. Odiaria fazer alguma coisa com ela, então é melhor eu me manter na linha e fazer o que pede.

Pergunto por que eu. Não sei nada sobre contrabando de informações ou Lima e nem mesmo conheço Louis Duval muito bem. É exatamente por isso que ele quer que lide com a situação. Posso ser confiável, porque tenho incentivo suficiente para me manter na linha. Então lá vou eu para Lima, para me encontrar com um homem, que pode ou não ser chamado Fouquet. Contemplo ir à polícia, mas sinto-me presa. Posso dizer-lhes que Rose está namorando um cara que é francês (exceto que não) chamado Duval (provavelmente não seja seu nome) e que ela está desaparecida. E no momento em que alguém fizer algo, temo que minha amiga confiante e imprudente seja morta. Penso na garota nas fotos, lambendo a faca e que foi morta por ela depois. Será que ela teve uma amiga que falhou? Não deixarei Rose. Não posso. E isso me mantém na linha. Isso me impede de ir à polícia, de gritar por ajuda no aeroporto, enquanto viajo de Nova Iorque para Lima. Uma vez em Lima, tenho um quarto no hotel para o qual Duval me levou. Eles estão me esperando e têm um quarto no segundo andar, reservado sob o nome de Lucy Wessex. Uma vez que fiz check-in, encontro alguém que tem um cartão-chave para o quarto de hotel de Lucy Wessex.

É Fouquet. Odeio o homem. Ele é vulgar e sujo e pensa que eu estou em Lima para ser seu brinquedo. Pelo menos pensou, até que deu uma boa olhada em meus olhos diferentes, sem as lentes. Então, ele mudou. Agora, sou um demônio, um súcubo para roubar sua alma. Tanto faz, homem. Apenas quero minha amiga de volta. Eu ser um súcubo não significa que ele não seja um idiota, apesar de tudo. Ainda tenta apertar meus seios e sentir minha bunda, dizendo-me que é porque sou um súcubo e estou atraindoo. E quando deixo claro que não estou interessada nos apertos, ele continua tentando e me dá um tabefe no rosto. Sou uma modelo de mão, então o que meu rosto importa, certo? Fouquet é o único que aparece com os detalhes do meu primeiro trabalho e me dá a bolsa, junto com instruções para nunca, jamais, perdê-la. Seja o que for que Duval vende, não está na bolsa, é claro. Em vez disso, tenho pastas com informações. A cada dia, tenho que ir para um local aleatório em Lima com minha bolsa, ao encontro de homens que me dirão uma cor. Retiro a pasta da cor e a entrego. Espero, enquanto eles lêem, em seguida, devolvem. Então, eu me viro e vou de volta para o quarto e aguardo novas instruções.

Até agora, dois dias se passaram. Tenho cinco pastas. Conheci amarelo e verde, os dois homens com os olhos frios e mortos. Os homens vermelho, azul e preto ainda aguardam. Se não fizer o que Fouquet pede, disseram que Rose irá morrer e não será rápido ou bonito. Não é algo com o qual quero brincar. Preciso fazer isso. Tenho que salvá-la. Então, sou a pequena mula e nunca falo nada, nem que estou com medo, nem que quero sair. Deixo a cortina cair de novo e olho ao redor da sala. Como se tornou meu hábito, vou para as lâmpadas e passo a mão ao longo da parte de baixo da sombra. Toco o telefone, então sob ele. Desenrosco o receptor e coloco novamente. Passo os dedos sobre as

extremidades

de

cada

superfície.

Estou

à

procura

de

dispositivos. Do tipo que ouve conversas. Meu quarto não é seguro. Não tenho nenhuma esperança, desde que eles podem ouvir tudo o que digo. Tenho que encontrar todas elas. E então preciso encontrar alguém para me ajudar. Não sei como isso será possível, já que não posso confiar em ninguém. Preciso fazer alguma coisa, no entanto. Sei que, uma vez que esta bolsa se for e vender as informações, eu estarei morta. E sei que, quando a venda acontecer, não serei mais útil. Tenho três dias e três cores para pensar em algo. Dois, na

verdade, porque preciso ir a um café e conhecer Vermelho hoje, em cerca de uma hora. Com um pequeno suspiro, puxo a manga para baixo sobre as novas contusões, verifico o cabelo no espelho e então estou pronta para ir. Quase. Fecho a porta do banheiro e olho para o relógio. Eles não me deixam ter um telefone celular, então preciso verificar a hora e me deram um relógio barato rosa, pegajoso. Tenho uma hora e o café está a apenas cinco minutos de distância. Tenho tempo. Muito tempo. Isso está me deixando louca. Tranco a porta do banheiro e passo os dedos ao longo de toda a pia e sob ela, em seguida, verifico a borda da banheira e até mesmo

as

torneiras.

Encontro

um

dispositivo

de

escuta

minúsculo, escondido sob uma das torneiras e o esmago e, em seguida, jogo no vaso sanitário. Quando não encontro quaisquer outros, respiro fundo e abro a bolsa. Fico sempre um pouco irritada com o pensamento de olhar dentro da bolsa. Não sei por quê. Acho que tenho medo de encontrar algo pior. Como códigos de mísseis nucleares ou uma arma de crime. Inferno, eu não sei. Não confio nada nestes homens. Fouquet sempre aparece e verifica a bolsa. Não sei por que, mas quando verificou novamente hoje, comecei a ficar

desconfiada. Tudo parece normal, no entanto. As cinco pastas coloridas estão no centro, pontilhadas com notas adesivas e bandeiras pequenas. Alguns folhetos soltos estão dentro, de eventos locais e planilhas impressas. Informações sobre lixo, tudo faz parte do meu disfarce. Até tenho um Ipad com Wi-Fi desabilitado, como parte do meu número de mulher de negócios. Há batons, canetas e um absorvente, para parecer legítimo. Ainda tenho algumas chaves em uma corrente, mas não pertencem a qualquer coisa que eu saiba. Ignoro toda essa merda. Alguma coisa está me incomodando, penso nas escutas que encontrei na sala. Verifico a bolsa, puxando as pastas para fora e colocando-as sobre o balcão. Tiro os papéis também. Quando a bolsa está vazia, passo os dedos sobre o forro. Simplesmente pode ser paranóia. Encontro outro dispositivo de escuta. Não é grande e nem grosso. Apenas um pequeno círculo duro preso em um canto atrás do forro, que me diz que nada do que falo é seguro, não importa quantas escutas retire do meu quarto. Merda. Deixo esta no lugar, para que eles não saibam que a descobri. Mas agora, sinto-me mais presa do que nunca. Preciso sair. Não importa que tenha uma hora, antes de conhecer o próximo contato. O quarto é sufocante e insuportável, no momento e apenas quero fugir.

Pego a bolsa e verifico a

carteira. Tem dinheiro nela, porque encontro estes homens em cafés, restaurantes e outros locais públicos.

Vou sozinha. Não importa, porque podem ouvir tudo que eu digo, certo? Uma risada sem alegria escapa da minha garganta, engulo um soluço. Quero jogar a bolsa longe e deixar este lugar. Mas desde que eu não posso... Apenas sairei do quarto de hotel, em vez disso.

Cinco minutos mais tarde, estou andando por uma das ruas de Miraflores, procurando, desesperadamente, por um caloroso e amigável lugar para ir. O distrito é bonito, mas também é cheio. Com minha lição de casa, mal me lembrava do espanhol no ensino médio, mas sou capaz de me virar nesta área. Estou muito boa em mímica, coisas como comer, dinheiro e onde está o banheiro? Passo por um café que parece muito cheio, para ser reconfortante e por um vendedor de rua, com um guarda-chuva azul brilhante sobre suas frutas e lanches. Talvez... Talvez precise caminhar um pouco, em vez de comer. Mas Fouquet e Duval são captores de merda e se esquecem de me alimentar metade do tempo, então estou faminta. Isto é, quando não estou muito ansiosa para comer. Vejo um carrinho de churros e puxo a carteira, quando um homem aparece e fica ao meu lado.

Há um ditado que vendedores de sapatos observam os sapatos de todos. Acho que noto as mãos de todo mundo, porque sou uma modelo de mãos. Este homem tem mãos bonitas. Segura um copo descartável de café, os dedos são longos, mas fortes. Agradáveis juntas. Suas unhas são bem aparadas, também. Os homens que conheci nas reuniões tinham as unhas mordidas, curtas e irregulares. Estes são os sinais de uma pessoa ansiosa. Este homem não é ansioso. Ele é seguro. Olha para mim e me dá um sorriso deslumbrante. Em perfeito sotaque inglês diz. — Precisa de uma recomendação? Um

americano!

Quase

me

joguei

para

ele

e

não,

simplesmente, por causa de seu sorriso. Ele é maravilhoso. Cabelo preto e grosso, pele bronzeada e um sorriso que poderia fazer uma calcinha derreter. E está de pé ao meu lado? No pior momento possível da minha vida? Não posso decidir se este é o pior momento do mundo ou o melhor. — Apenas pensando no que comer no almoço. — Digo, com minha voz sem fôlego. Eu não sei se é medo ou atração que está me deixando rouca e de fala mansa, mas não me importo. Aperto a bolsa Louis Vuitton debaixo do braço com força, quando ele se inclina.

— Eu sei de um ótimo lugar, ao virar da esquina. — Ele me diz. — Quer companhia?

CApÍTULO 3 Rafael Ela está apavorada. O sorriso que tenta, desesperadamente, projetar, estremece nos cantos. E porque sou um idiota doente e obcecado por ela, fico duro. Certo, não é porque está com medo, mas porque está de pé tão próxima, que poderia tocá-la. Se fosse seu amante, envolveria minha mão ao redor de sua cintura. Gostaria de puxá-la para perto, segurar sua camisa e minha língua iria tão profundo que a sentiria em seus dedos dos pés. E uma vez que esta é, claramente, uma fantasia, os carros ao nosso redor continuariam passando, os pedestres nos contornando, como um iceberg nas águas, a vida continuando, sem interrupção. Apenas para mim o mundo estava parado. Não deveria estar aqui. Estou interrompendo nossa tarefa, mas não suporto que esteja com medo ou que o idiota do Fouquet colocou suas mãos sobre ela. — Companhia? — Ela repete em tom incerto. — Não sei.

Realmente não deveria. — Seus lábios suaves se curvam para baixo e preocupação aparece nos olhos. Seus olhos. Eles são de cores diferentes, um castanho profundo e o outro verde brilhante. Com sua pele perfeita pálida e seus olhos únicos, ela é impressionante de olhar. Tira o meu fôlego, apenas por encontrar seu olhar. — Apenas por uma hora? Com um pobre e solitário companheiro americano? — Dou-lhe o meu melhor sorriso. Ela é tímida, mas um pouco do medo vai embora. Fico feliz em ver isso. Olha ao redor, por segurança, contra sua necessidade de escapar, sua necessidade de companhia. Temo que recuse, mas olha para mim de novo, depois assente. — Tem um lugar em mente? Gesticulo para o café que acabei de sair. É um lugar de estilo francês, mas que serve comida, bem como café. Como um bônus para Ava, os garçons são bilíngues. — Este é agradável e não muito barulhento. Ela assente e abaixa a cabeça, dando um passo para entrar. Observo que seu aperto na bolsa é nervoso e firme. Sigo em frente para abrir a porta e ela me passa, quando vamos para dentro. Pegamos uma mesa na parte de trás do lugar, onde é mais silencioso. Gesticulo para chamar um dos garçons e fazer nosso pedido.

Ela senta-se na cadeira ao meu lado e puxa a bolsa para seu colo. — Obrigada. Então, você é americano, hein? Ela inclina a cabeça bonita e o sol brilha em sua contusão coberta de maquiagem. Ela fez um bom trabalho cobrindo-a, mas ainda é visível. Sob a mesa, minha mão aperta em punho. Em algum momento, levarei Fouquet para um quarto particular e o socarei até seus dentes caírem e ele esteja chorando por sua mãe. — O que está fazendo aqui em Lima? — Visitando a família. — Minto. — Você? Ela pisca como se estivesse surpresa. Talvez não tenha uma mentira preparada. — Férias. — Suas mãos agarram a bolsa. — De onde você é? Centro oeste? — Arizona. Será que importa que ela saiba a verdade sobre aonde cresci? Não é onde vivo agora e não voltei para aquela cidade, desde que saí para o exército, aos dezoito anos. — Sou de Ohio. A... Quer dizer, Lucy Wessex. Ela estende a mão, a outra segura a bolsa. — Rafael Mendoza.

Sempre uso meu nome real. Há aqueles que acreditam que apelidos são necessários, neste negócio, mas uma grande parte do meu sucesso repousa sobre o medo que o meu nome causa, em meus adversários. Esse medo, muitas vezes compra-me preciosos segundos de hesitação. Mas, claro que ela nunca ouviu falar de mim. E por que iria? Antes de cair nas mãos de Duval, era uma modelo, embora, nenhuma de nossas pesquisas nos revelasse qualquer impressão ou anúncios, ao contrário de sua companheira de quarto, Rose, que desfilava nas passarelas de Paris, Milão e Nova York. Não consigo descobrir por que alguém não via a beleza na pele cremosa de Ava. Talvez a exuberante bunda de Ava a impeça de ser o cabide que as demandas de moda exigem. Seja qual for o caso, Ava estrela todas minhas fantasias agora. É o traseiro gostoso de Ava que bato, enquanto entro nela, é seu cabelo escuro que aperto na minha mão, enquanto toco seu corpo. — Café? — Eu levanto a mão, para chamar a atenção de um garçom novamente, mas é desnecessário. Um jovem de cabelo escuro e magro aparece ao seu lado e se inclina, porque está admirando o que eu não consigo parar de pensar. — O que a senhora gostaria de beber? — O café está bem. — Ela lhe dá um breve sorriso. — Nada mais? — Ele questiona.

— Você deve comer. — Digo rispidamente. Ela não tem comido muito, ao longo dos últimos dois dias. Fouquet é responsável por levar comida e que não seja a bolsa e um pequeno saco de comida, ela tem ficado, na maior parte do tempo, sem comer. — Não estou com fome. — Diz ela, mas o barulho em seu estomago a trai. — Queremos um prato com ovos e salsichas. — Peço. Ergo minhas mãos. — Um grande. Vocês têm? O garçom sai com o pedido, deixando Ava sozinha comigo. Ela morde o lábio inferior e me dá um olhar hesitante. — Obrigada pela comida, mas você não deveria ter feito isso. Ela está preocupada com o dinheiro? Duval provavelmente não lhe deu um centavo. — Eu teria pedido, de qualquer maneira. O que servem nas porções aqui, não manteria uma ave viva. Ela sorri, foi um toque rápido em seus lábios, como se soubesse que não há nada de bom nas suas circunstâncias atuais, mas ainda tem que manter o bom humor. Cada parte do meu corpo responde ao dela por isso, se sorri, então sorrio também, mesmo que esteja até o pescoço, nos planos de Duval, para leiloar informações que poderia colocar um país inteiro à sua disposição e estou aqui para roubar esta informação.

— Você parece maior do que um pássaro. Ignoro o instinto de flexionar os braços, mas é um esforço. Ela fala e quero saber o quão alto deveria saltar e em quem devo bater, para tornar sua vida mais fácil. — Por isso o grande prato de comida. — Posso fazer uma confissão? Sim por favor. Sua pergunta em voz suave faz com que, previsivelmente, eu reaja. Pelo menos estou sentado e a mesa cobre meu pau crescendo. — Sim. — Não gosto de comida peruana. — Ela faz uma careta. — Não reconheço a metade. — Comerei todas de aparência esquisita para você. Ela sorri amplamente e estou morto. Este é o sorriso que sabia que tinha. Aquele sorriso é o suficiente para abastecer toda a cidade por uma maldita noite. — Não há chuva hoje. — Diz ela erguendo a cabeça. — Sim, é lindo. — Nós dois sabemos que não estou falando sobre o tempo. Ela me dá um olhar irônico.

— Isso é meio clichê, não é? Algo que um cara diria a uma garota, no filme de Nicholas Sparks? — Eu não saberia. Ainda não vi nenhum filme dele, mas isso é Lima. Não é exatamente Paris. Seu sorriso se torna melancólico. — Eu queria estar em Paris. — Posso levá-la. — Ofereço-me imediatamente. — Diga a palavra e a terei no elevador na Torre Eiffel. Apenas precisa me dizer quando. Suas bochechas ficam rosadas e isso faz com que seus olhos estranhos fiquem de cor ainda mais brilhante. — Sr. Mendoza. — Pode me chamar de Rafe. — Rafe. — Diz ela e meu pau fica duro pela forma como meu nome soa em sua língua. — Agradeço a oferta, mas... Agora não é realmente um bom tempo para mim. Por favor, não se ofenda. Ela está tentando me decepcionar suavemente. O olhar em seu rosto é perturbado e triste. E assim, vou, de tonto de tesão a sóbrio, rapidamente. Ela não está aqui para foder e diversão. Está aqui porque corre perigo e estou distraindo-a, como um idiota.

Preciso concluir meu negócio. Puxo o boné para baixo e mexo um pouco. Pergunto-me quais são as palavras-chave, as palavras secretas do código da missão, para levá-la a abrir a bolsa e me mostrar a pasta. — Por que você disse que estava em Lima, Lucy Wessex? — Este é um nome falso ruim para caralho. Ela não se parece nada com Lucy Wessex, que traz à mente uma loira alegre de Connecticut, cujo pai tem uma cobertura e a mãe transa com o professor de tênis. — Estou ah, em férias. — Já esteve na praia? — Estou imaginando seu corpo exuberante em um biquíni minúsculo. — Ainda não. — Ela parece triste. — Estive muito ocupada. Amo a praia, no entanto. — Adoraria levá-la. Ela se mexe desconfortável. — Talvez deva ir. Merda. Avancei muito. Minha mão se levanta para segurar a dela. — Não. — Praticamente grito. Respiro fundo e depois consigo dizer algumas palavras, para me fazer parecer menos como um louco.

— Não, por favor, fique. Estou desfrutando da companhia. Sinto sua pele como seda sob a minha. Sonharei com isso esta noite. Não é luxúria que sinto por ela. Eu sei o que é luxúria. Senti isso todos os dias, desde que meu pau endureceu, quando era garoto e gozei nos lençóis. Isto é como uma febre, queima, é algo que muda a vida. Eu a quero mais do que quis alguma coisa na vida. Mas esse desejo nunca será satisfeito. Eu sei disso e ainda assim sinto sua pele. E o pior? O pior, é que ela permite. Afasto-me lentamente, roubando mais um momento de prazer. Ouço um pequeno percalço em sua respiração, enquanto me afasto, como se ela gostasse do meu toque, mas desde que sou um grande filho da puta assustador, com calos nas mãos, então sei que sonhei com o som. Mas deixo isso em minhas lembranças. Olho bem para ela. Sei como se parece. Inalei seu aroma limpo e toquei sua pele suave e acetinada. Não é muito para outros homens, mas para mim? É mais do que suficiente. — Tenho que ir para algum lugar em breve. — Ela admite. Puxa sua mão da minha e protege a bolsa no colo. Eu a vi levar essa maldita coisa a todos os lugares, até mesmo no banheiro, em seu quarto de hotel. É claro que é a informação que deve compartilhar. É claro que deveria pensar sobre isso e como tirá-la dela. Mas tudo em que posso pensar são suas mãos suaves.

— Pelo menos fique para me ajudar a comer o prato enorme de comida que pedi. Seu sorriso brilha novamente e uma pequena risada escapa de sua garganta. — Podemos comer rápido? — Iremos engolir tudo. — Prometo. — Como animais selvagens.

AVA Rafael Mendoza é absolutamente encantador. Deus, eu gostaria de estar aqui em Lima de férias, como disse. Gostaria de ser uma modelo despreocupada, que poderia encontrar um belo homem, em uma esquina e pensar que isso poderia ir a algum lugar. Mas fico pensando sobre a reunião que acontecerá em breve. Verifico o relógio. Em meia hora, estarei em um café totalmente diferente, encontrando um homem completamente diferente. O homem para o qual é a pasta vermelha. Estou um pouco fascinada por Rafael Mendoza, no entanto. Sua maneira me tira do chão. É a forma gentil com que ele responde

as

minhas

perguntas,

como

se

estivesse

mais

interessado em me ver, do que no que irei dizer. Isso deveria me preocupar, mas por alguma razão, me faz sentir... Eu

não sei. Protegida? Talvez seja por causa de suas mãos. São aqueles dedos agradáveis e os calos nas palmas das mãos. Na verdade, não me importo com calos nas mãos de um homem, porque me contam muito sobre ele. Eles me dizem que está acostumado a trabalhar com as mãos. Que não tem medo de se sujar. Que não existem sujeiras sob suas unhas bem aparadas e me diz que também é exigente. Ele também me devora com os olhos, que me olhar é mais satisfatório do que comer aquele prato enorme à nossa frente. Ele observa-me comer algumas fatias de carne e queijo então, esse sorriso brilha em seu rosto, novamente, enquanto lambo os lábios. Por um momento seu olhar é jovial e

totalmente

pecaminoso. — Fale-me um pouco sobre você, Lucy Wessex. Fico totalmente perturbada com isso. O que posso dizer-lhe que é seguro? Privado? — Oh, eu sou muito chata. — Não deveria pensar assim. — Ele levanta a faca ao seu lado, em direção a mim. Pisco e olho para o prato à nossa frente. Estou comendo, devorando a comida, mas ele não a tocou. Não disse que estava com fome? Por que não come? Está apenas... Olhando-me. Como um falcão. Ou um predador.

Isto começa a parecer como uma armadilha. Meu coração acelera. — Eu... Acho que preciso ir embora. Mais uma vez, sua mão toca a minha. — Fique. Por favor. — Ele aponta para a comida. — Você quase não comeu. Meu estômago está revirando, mas já não estou com fome. Há algo errado. Algo que me deixa muito atenta sobre Rafael Mendoza. Ele está me dando vibrações mistas e não sei o que pensar. — Eu realmente preciso ir. — Eu a verei novamente? — Ele pergunta. Novamente, aponta a faca na minha direção. Sua pergunta me perturba ainda mais. Balanço a cabeça, coloco a bolsa debaixo do braço e fico de pé. — Irei em breve para casa. — Fique segura. — Ele diz. Não se levanta. Em vez disso, pega um pedaço de queijo do prato e come tão casual quanto poderia ser. Eu o observo por mais um momento, minha cabeça girando e cheia de pensamentos confusos. — Obrigada pela comida. Eu realmente tenho que ir.

Então, saio correndo para frente da loja do outro lado da rua, tentando manter meus passos apressados, mas casual. Faço uma pausa para olhar para trás, uma vez que atravesso a rua, para ver se ele ainda está no café. A mesa está vazia. Olho ao redor, para ver se está me seguindo, mas não há ninguém perto, ninguém na rua diferente de um casal rindo e conversando, em tom suave, sob um toldo nas proximidades. Agitada e não inteiramente certa porque, desço a rua para o encontro.

Uma hora mais tarde, a apresentação é feita e volto para meu quarto de hotel. Não relaxo, até que a porta esteja trancada e me sento na beirada da cama. Estou tremendo. A bolsa de luxo é como uma bola e uma corrente, eu queria lançá-la para fora da janela. Jogo-a com raiva em cima da cama, sentindo-me frustrada e inquieta. Sempre ficava calma quando conhecia os clientes. Entregava a pasta. Dava-lhes a informação. Tomava uma bebida, em seguida ia embora. E ainda assim, encontro com um estranho bonito, em Lima e fico abalada. O que esse homem tem que me deixa assim? Será que é porque, pela primeira vez, alguém me vê como algo diferente da amiga de Rose? É porque me senti atraída por ele e

o momento é péssimo? O pensamento me perturba. Não posso ter o luxo de me distrair. Ele... Não estava atrás da informação, estava? Estava me usando para conseguir o que carregava? Não demonstrou interesse na bolsa, mas não confio em ninguém. Por um capricho, sento-me na beirada da cama e abro a bolsa. Puxo a pasta vermelha e folheio as cópias dentro. Algumas são recibos. Algumas são e-mails para uma agência do governo. Parece legítimo, mas o que eu sei? Há notas destacando passagens que são fúteis e as bandeiras são colocadas em pontos aleatórios. Este tem uma bandeira adesiva com um pedido para comprar um grampo. Acho que deve ser um código para alguma coisa. Há uma batida rápida na porta e então ouço o barulho da maçaneta. Coloco as pastas de volta na bolsa, meu coração acelerado. Fouquet entra, como uma tempestade no quarto, seu rosto furioso, seus olhos selvagens. Instintivamente, recuo um pouco e quando seus olhos me encontram, suas narinas se dilatam com raiva. — Você cadela estúpida. — Ele diz e avança em minha direção. Levanto-me da cama e afasto, segurando a bolsa na minha frente como um escudo.

— O que eu fiz? — Você conheceu um homem no café! — Ele se afasta como se fosse retroceder. Recuo, segurando a bolsa na frente do meu rosto. — O quê? Sim o fiz! Ele foi amável e me comprou o almoço. Eu não disse nada! Não faria isso. Não arriscaria Rose! — Você conheceu Rafe Mendoza. Sabe quem ele é? Como é perigoso? — Ele empurra a bolsa nos meus braços, batendo-me na parede. — Não! — Eu grito. Rafe Mendoza é um nome que não significa nada para mim. — Claro que não. Quem é ele? — Um assassino mercenário. — Ele diz. — Você flertou com o inimigo. É muito estúpida para fazer este trabalho? Devo encontrar outra mula? — Não. — Digo rapidamente, afastando-me, antes que os punhos possam me alcançar novamente. — Posso fazer isso. Eu posso. — Rose depende de mim. Preciso fazê-lo. — Você pode ter nos custado um comprador. O comprador turco saiu, agora que Rafe Mendoza está aqui. — Ele pega a bolsa e a joga na cama. Estou longe para pegá-la e ele me joga sobre a cama.

Imediatamente me arrasto para levantar, porque ficar deitada com este homem? Não é onde quero estar. Ele pega meu tornozelo e o chuto, entrando em pânico. — Isto não é parte do negócio! Fouquet ri. — Eu não quero você, garota idiota. Não com seus olhos feios. — Ele me arrasta de volta para a cama e sua mão vai para minha garganta, me prendendo. — Agora. Diga-me o que Rafe Mendoza disse a você. Olho em seus olhos claros e por um momento, sou atingida por uma onda de ódio tão forte, que fico tentada a assumir toda responsabilidade e dizer-lhe para ir se foder. Penso com ânsia na faca que o Sr. Mendoza apontou para mim. Deveria ter percebido. Mas a minha melhor amiga, a pessoa que mais amo neste mundo e devo tudo a ela, está sendo mantida por assassinos. Então engulo minha raiva. — Ele disse que seu nome era Rafael Mendoza. É americano. Do Arizona. — Detalho nossa conversa da melhor forma possível. Quero salientar que me ouviram e então sabiam o que foi dito, mas irá soar mal-intencionado e como um confronto. Preciso ser agradável, a doce Ava, para que eles não descontem sua raiva em Rose.

O rosto de Fouquet se contrai, enquanto falo e a mão na garganta aumenta a punição. O polegar direito sobre minha traquéia e por um momento, pergunto-me se irá me estrangular. — Se você me matar, terá que ser a mula da sua própria bolsa. — Eu digo a ele com voz rouca. A mão se solta. — Ele disse alguma coisa sobre a bolsa? A compra? — Não. — Você tem certeza? Será que ele acha que tenho algum tipo de silenciador? A única coisa que ele fez foi apontar uma faca na minha direção. — Eu lhe disse tudo. Aqueles olhos claros se estreitam novamente. Fouquet me dá outra bofetada, tocando o lado do meu rosto. Isso bate meus dentes contra meu lábio e o sinto partinido, o gosto de sangue. — Se eu ficar muito machucada as pessoas irão notar. — Eu aviso. Ele estreita os olhos em mim e segura meu queixo, soprando no meu rosto como um esquilo. Então ele diz. — É melhor você se maquiar bem, então. — Ele me solta e sai da cama.

Sento-me,

inclinando

para

trás,

ignorando

meu

pulso

dolorido e meu rosto latejante. — E agora? Fouquet endireita seu casaco. — Agora tenho de pedir desculpas para o comprador turco. Tentarei convencê-lo de que ainda está interessado. — Ele olha para mim. — Você irá novamente, quando as decisões forem tomadas. Vou para o canto da cama. — Você pode trazer comida? Estou morrendo de fome. E um kit de primeiros socorros para o meu rosto? — Mais tarde. — Diz ele com desdém. Fecha a porta e então estou no quarto, sozinha novamente. Respiro, aliviada. Toco o lábio latejando. Quanto mais tempo ficar aqui, mais Fouquet irá me bater. No momento que encontrar com todos os compradores, serei uma massa sangrenta. Isso apenas me lembra quanto sou dispensável a estes homens. Preciso ter mais cuidado. Levanto-me da cama e começo a verificação regular de bugs e dispositivos de escuta, correndo a mão livre junto a janelas e abajures. Quando termino, penso no Sr. Mendoza. Penso nele apontando a faca na minha direção. Foi um sinal que, de alguma maneira, perdi?

Ele está do meu lado? Ou simplesmente me usando, porque sou uma ferramenta a ser utilizada? De qualquer maneira, ele poderia ser minha única esperança.

CApÍTULO 4 Rafael No caminho de volta para o hotel, paro e compro pão, queijo e salame fatiado. Ela, provavelmente, não tem uma faca no quarto. Deixarei do lado de fora da porta. Pode pensar que foi Fouquet que deixou ou que foi abandonado por algum outro hospede. Não me importo. Apenas quero que tenha alguma coisa dentro dela, antes que caia de fome. Acrescento macarrão. Ela estava olhando para a mesa junto a nós, que fez um pedido assim. Quando chego ao hotel, Fouquet está entrando em seu Audi preto. Um rápido desvio para um beco leva à entrada de funcionários. Passo por alguns, que dizem olá para mim e depois desaparecem rapidamente na escada. Espero na escada por alguns minutos. Não porque estou preocupado se serei pego. Fouquet a deixou. Fora de seu quarto não há guarda, mas não cometo o erro de pensar que não há olhos nela em todos os momentos. Espero, porque preciso me controlar. Uma grande parte estúpida de mim quer ir pelo corredor, chutar a porta e arrastá-la para fora do quarto. Ela naturalmente estará disposta. Ela se agarra em minhas roupas, rasgando-as

e em seguida, fica de joelhos. Na pornografia, é o que as mulheres fazem. Ficam de joelhos, puxam para fora o grande pau e o engolem todo, olhando para a câmera o tempo todo como se o pau fosse a porra da melhor refeição no mundo, para elas. Ah, como a pornografia fazia tantos homens pensarem errado. Ninguém jamais teve sua boca ao redor do meu pau e ninguém me olhou com adoração. Com medo. Com raiva. Com muita dor, mas nenhuma adoração. É um jogo estúpido e tolo que jogo comigo mesmo. O pior é que não preciso dela para chupar meu pau. Prefiro colocar meu rosto em sua boceta, inalando seu cheiro e me afogar em seus sucos. Então, ao invés dela ficar de joelhos, eu a empurraria na cama e rasgaria sua calça, enterrando minha língua dentro dela, até que chamasse por Deus, Buda ou qualquer que for a maior entidade que pensa levá-la em sua glória. Esse seria eu. Rafe Mendoza. Solto uma risada e o som amargo ecoa pelas paredes, para que possa ouvir o eco da minha própria piada. A parede de cimento é um bom lugar para colocar algum sentido em mim. Uma batida forte na cabeça traz clareza. Eu nunca levei glória a uma mulher, apenas dor. Sem dúvida, seria o mesmo com Ava. Mesmo se tivesse a chance, não o faria, porque bolas de neve na Amazônia têm uma melhor chance de sobrevivência, do que eu ter minha língua em Ava, não poderia me permitir tocá-

la. Minha mãe me disse que fui amaldiçoado no útero. Eu vivi para provar que ela está errada, mas cada ano sucessivo da minha vida revelava a verdade. Machuco as pessoas que toco. Mato aqueles que amo. Privação não é tão ruim assim, não quando a alternativa significa ferir uma mulher inocente. Abaixo o queixo e saio para o corredor. Uma porta, ao lado do quarto de Ava, abre-se e passos de um homem fortemente armado, com cerca de um metro e oitenta e dois de altura, sai. Ele passa pela entrada, olhando-me com cuidado. Então Fouquet não é o único ao alcance de Ava. Pela minha visão periférica, olho para o quarto. Há outro homem lá dentro, sentado, com uma arma longa sobre o joelho. Poderia levar os dois para fora, pegar Ava e tê-la em nosso caminho para a ilha, em cerca de trinta minutos. Mas se fizer isso, assinarei a sentença da morte de Davidson e ele é um homem bom demais para deixar para trás. Além disso, o que eu faria com Ava, se a tivesse? Olhá-la ter um orgasmo? Acariciar sua mão, até ela chorar de prazer? Idiota, digo a mim mesmo. Mas ainda estou aqui, como um idiota de pé com a minha oferta lamentável de comida. Ando pelo corredor, segurando a sacola e depois até o final. O quarto está silencioso, ao contrário de alguns outros que tinham sons de televisão. Levanto o meu telefone e abro um aplicativo. A tranca é aberta em segundos. Quando abro a porta, o

homem ao lado entra em seu quarto. Espero por uma contagem de dez, ando de volta, deixo cair a sacola, em seguida, vou para o elevador. Sou apenas mais um turista que esqueceu alguma coisa. Quando volto para a base, Bennito me dá uma atualização. — Fouquet voltou. Ele bateu nela algumas vezes e acho que ela lhe contou sobre você. — Ele bateu nela? — Pergunto. — Sim, homem, no rosto desta vez. Tenho a minha mão na maçaneta da porta antes de voltar para meus sentidos. Aperto o metal até que a bola começa a machucar a pele, me esforço para acalmar. — Faça uma ligação para seu quarto e diga-lhe que há uma refeição para ela fora de sua porta. — Não a alimentou? Que tipo de encontro é você? — Ele brinca enquanto bate em algumas teclas em seu computador. — Uma merda. Eu me forço a caminhar de volta para os monitores e vemos como ela se afasta, passando os dedos sobre a lâmpada e olha o telefone com suspeita. Levanta o receptor. Bennito adota um sotaque peruano, mesmo que seja do leste do Texas. — Senhora há um pacote à sua porta.

— Hum, ok. Posso perguntar quem trouxe? — O seu cavaleiro branco. Bato na parte de trás de sua cabeça e ele desliga. — O quê? Você é o cara bom nesta situação. Estava abrindo espaço para você, no caso de ficar com ela mais tarde. Eu vejo como a observa. Imagino empurrando o meu punho em seu sorriso cheio de dentes. — Não foda tudo. Isto não é um jogo. — Sim. Sim. — Ele levanta as mãos em sinal de rendição. — Sem mais piadas, mas você sabe, eu pensei que nadasse em boceta. Se tivesse minha própria ilha particular e muito dinheiro, seria Leo DiCaprio, com um harém de supermodelos me alimentando com uvas e esfregando meus pés. Mas nunca te vi com uma mulher. Nunca. Há uma abundância de mamacitas gostosas na ilha e todas abririam as pernas para você, num piscar de olhos, mas nem sequer olha duas vezes para elas. — Esfregar seus pés, Bennito? — Garcia aparece atrás de nós. — Você tem uma dúzia de supermodelos e apenas pensa em comida e pés? A ironia suave de Garcia tem o efeito pretendido. Bennito se

acalma, mas não traz o meu status de quase celibatário novamente. Ele muda de assunto. — Vi uma foto de Leo no outro dia. Que porra as mulheres vêem nele? — Dinheiro. Fama. Poder. — Assinalo. — Todos os itens acima. — Garcia acrescenta. Bennito fala. — Você tem tudo isso. Um olhar de advertência de Garcia o interrompe, mas não me importo que Bennito acredite que seja um assexuado. É uma boa

lição

para

ele,

pode

melhorar

a

construção

de

seu

personagem. E quanto mais tempo fica sem, mais se esquece do que está faltando. Pelo menos essa é a mentira que digo a mim mesmo. Do outro lado da rua, Ava olha pelo olho mágico, em seguida, abre a porta. Ela olha em volta e depois para o chão. Sua mão se estende, pega a sacola rapidamente. Fechando a porta, ela se inclina contra a madeira e olha dentro da sacola. Em seguida, levanta até seu nariz. Por certo cheira bem. Comida fresca. Ela vai até o balcão e coloca tudo para fora.

— Caralho, você comprou o restaurante todo? — Murmura Bennito. Parece que há muita comida, agora que está espalhada. Há rolos de manteiga e mel, juntamente com queijos frescos e carnes. Algumas frutas rolam, precariamente, até a borda. Há geleia junto com chocolates e macarrão. — Ela não comeu o suficiente. — Eu o lembro. — Certo. Então o material que Duval vende é legítimo? Ela parte o rolo e empurra metade em sua boca. Sua cabeça se inclina para trás, embora não possa ouvi-la, sei que está gemendo. Deus, eu queria ouvir aquele som. É suave? É um suspiro curto ou um longo e prolongado, uma nota que faria meu pau tremer em resposta? — Acho que é ou não estariam todos aqui. — O que acontece em seguida? — Garcia inclina um quadril contra a borda da mesa. — Pela vigilância, ela tem cinco pastas em sua bolsa. Apresentou a amarela para o comprador da Coréia do Norte. O verde foi para a Líbia. Uma vez que todos os compradores têm a chance de olhar, o leilão diminui. Vamos esperar a troca, pegar tudo e fugir com o pacote. — E se nós não conseguirmos? — Pergunta Bennito. — O que acontece então?

— Isso não é uma opção. — Garcia dá um tapa em Bennito. — Que porra? Foi apenas uma pergunta. — Queixa-se Bennito. Coloco uma mão pacificadora entre eles. — Você é novo, mas o voto que fez, quando veio, foi para proteger a todos no Lágrimas de Deus, como se eles importassem mais para você do que sua mãe. Não deixamos ninguém para trás. Não importa, se o próprio Deus considera um de nós refém. Um homem ou uma mulher em Lágrimas de Deus sabe esperar sua família vir e salvá-lo. Não é por isso que está conosco, Bennito? Ele tem a graça de parecer envergonhado, mas com a exuberância da juventude. — Bem, isso e as mulheres. Garcia lhe dá um tapa na parte de cima de sua cabeça, mas é leve desta vez. Quase carinhoso, mas a cabeça de Bennito vai doer hoje à noite, de qualquer forma, talvez isso dê algum sentido para ele. Quando nós todos rimos, os monitores piscam. A porta do apartamento de Ava explode. Fouquet entra. Está apontando para outros dois, atrás dele. Ava tem a segunda metade do rolo em sua boca, quando o homem que vi no corredor a puxa de pé. Eles a arrastam para fora e a porta se fecha atrás dela. — Porra. — Fico de pé. — Eles estão movendo-a.

Garcia empurra uma bolsa em minhas mãos, por isso o chamamos, ridiculamente, de Escoteiro. — Eu verifiquei o kit de emergência esta manhã. Vá! Pego minhas duas Glock e coloco em um coldre duplo de ombro. Ajusto o coldre de couro sobre meus ombros e pego o casaco que Garcia joga. Então corro. Não sei mesmo se estou correndo para salvar Ava ou o pacote neste momento, apenas sei que não posso deixá-la fora da minha vista.

CApÍTULO 5 Ava — Para onde vamos agora? — Pergunto pela décima vez, nos últimos dez minutos. Há um homem, de cada lado no carro e a bolsa está no meu colo. Meu pulso dói, onde Fouquet me agarrou, outra vez. Ninguém me responde. Claro que não. Não importa para eles. No entanto, recebo minha resposta em breve, quando o carro vai para o aeroporto e acelera na pista. Aeroporto? Franzo as sobrancelhas em surpresa quando o homem à minha direita, Afonso, agarra minha mão novamente. Assobio de dor, quando seus dedos apertam meu pulso e sua boca se abre em um sorriso de escárnio. — Não fique muito animada, pequena, isto é apenas temporário. Animada? Com suas mãos me machucando? Puxo a mão fora de seu aperto.

— Não me toque. — Ficará comigo, filha. — Diz Afonso e segura seu passaporte. Afonso Wessex, ali diz. Ugh. Então, me dá o meu com o nome de: Lucy Wessex. — Grande. — Digo sem entusiasmo. — Tente qualquer coisa e sua amiga Rose morrerá. — Fouquet diz do banco da frente. — E não será uma morte rápida e indolor. Vocês são idiotas, penso, mas não digo em voz alta. Acabo dizendo. — Eu sei. Não farei nada. Porque Rose depende de mim para ser a boa e doce mula. E isso é que serei. Olho para Afonso e ele está olhando para frente da minha blusa. Que bom pai. Afasto-me, instintivamente. — Posso usar minhas luvas de plástico e loção de mão, enquanto estamos aqui? Eles estão acostumados com meus problemas estranhos com as mãos. Sou uma modelo de mão, o que eles sabem e por isso estou, constantemente, hidratando as mãos e colocando luvas de plástico,

para

protegê-las de

quaisquer

tipos de

acidentes

ambientais. Comprei um dia depois que conheci o primeiro comprador e usei-as religiosamente, desde então,

mesmo que Fouquet olhasse para mim como se tramasse algo. Disse a eles que quero voltar a trabalhar, como se nada tivesse acontecido, uma vez tudo isto acabar. Permitem o que poderia ser algum tipo de tortura psicológica, mas o plástico e a loção são um conforto. As luvas servem para um segundo propósito, manter minhas impressões digitais fora dessa. Mula ou não, ainda posso ir para a prisão, se o tipo de informação que carrego for descoberta e tiver meu nome ligado a ela. São informações do nível de Snowden1 pelo que posso dizer e esse pensamento me aterroriza. — Coloque-as em sua bolsa por agora. Vai dar-lhe uma desculpa para manter sua bagagem de mão com você. — Fouquet joga a caixa de luvas descartáveis que estavam em minha bagagem, na minha direção. Eu a pego e fico surpresa com o anel escuro ao redor da minha mão direita. Meu pulso está seriamente machucado e me irrito, ao vê-lo. Guardo as luvas e a loção. Vou até o aeroporto com meu pai Afonso e Fouquet nos acompanhando. Nós nem sequer parecemos casuais, nem um pouco, mas ninguém percebe. Talvez seja porque estamos em Lima e ninguém liga para esse tipo de coisa? Chegamos ao balcão de check-in, passamos pela segurança e nos dirigimos para a área de embarque. É tudo muito discreto e quero gritar para as pessoas que passam perdidas em seus

1

Edward Snowden é um analista de sistemas, ex-administrador de sistemas da CIA e ex-

contratado da NSA, que tornou públicos detalhes de vários programas, que constituem o sistema de vigilância global da NSA americana.

próprios pensamentos. Não podem ver que não quero estar aqui com esses dois homens? Mas tudo é normal e entrego a passagem para a atendente, momentos antes de embarcar no vôo. — Aproveite sua estadia em Pucallpa. — Ela me diz com um sorriso. É para onde vamos? Nunca ouvi falar. Sorrio de volta, porque o que mais posso fazer?

— Escolha uma carta. — Afonso me diz pela centésima vez, inclinando-se perto demais do meu assento. — Qualquer carta.

Oh Deus, odeio tanto voar. Fouquet recebeu um telefonema, no momento do embarque e disse que nos encontraríamos em Pucallpa, por isso é apenas o meu pai e eu.

Olho para meu captor, que está ficando mais bêbado a cada minuto, graças a assediar a aeromoça. Deveria ter mais paciência. Ele não me bateu nenhuma vez, apenas tem cheiro de uísque e produto de cabelo, isso é melhor do que um soco na boca. Mas juro, se ele olhar para frente da minha blusa mais uma vez, perderei a cabeça. — Vamos. — Afonso diz, acenando as cartas para mim. — Escolha uma carta. — Ele continua tentando fazer truques de mágica. Não tenho certeza se é um eufemismo para algo ou se isso é mais um ato de pai-filha, mas está me assustando. E pela milionésima vez consecutiva, pego uma carta. As luvas de plástico, em minhas mãos, complicam um pouco em puxá-las, mas consigo. Dois de paus. Ele embaralha as cartas e me dá uma piscadela exagerada, em seguida, bate uma carta contra a testa. — Esta é sua carta? É um losango. — Não. Ele franze a testa e olha para a carta. —Não? Mostro a carta. — Talvez eu tenha confundido. — Tenho muita má sorte.

— Não, apenas precisa de um simples toque de uma mão real. — Diz ele, apontando para minhas luvas. — Elas estão atrapalhando o fluxo. As cartas, assim como eu, precisam do toque de uma mulher de verdade. — E ele me dá o que suponho ser uma piscadela maliciosa. Idiota. Sorrio educadamente e movo os dedos enluvados para ele. — Sinto muito. Continuarei usando-as. Minhas mãos são os meus meios de subsistência. Ele bufa. Relâmpagos aparecem pela janela, olho nervosa para fora. As nuvens abaixo de nós são uma sombra negra, estrondosas e posso ver os relâmpagos piscando. Nós estamos no ar por menos de uma hora e parece que todo o Peru está coberto por tempestades. Isso me deixa nervosa. — Sou um modelo de mão. — Digo a Afonso pela milionésima vez. — De pés e mãos, mas na maioria das vezes mãos. — Você está protegendo-as contra a luz solar, sim? — Luz Solar, outras pessoas, eu diria. — Concordo. Agora, minhas luvas estão cheias de manteiga de karité. Hidrato-as, já que estamos no vôo e não tenho outro lugar para ir pelas próximas horas. Além disso, soa estranho, mas o hidratante me relaxa. É

parte da minha rotina e é calmante, ultimamente preciso de muitos calmantes. Afonso agora me dá um olhar avaliador. — Suas mãos, elas são macias, hein? Meu medidor de susto vai até o teto. — Sim. — Digo sem rodeios e viro para janela. É uma sugestão para ele me deixar em paz, gostaria de ter uma dessas máscaras para os olhos, para que pudesse colocá-la e fingir que o meu pai não está aqui. O pequeno avião tem duas fileiras de assentos de um lado e um assento solitário do outro. Tenho a infelicidade de estar no centro do avião com Afonso. O que é estranho é que há muitos lugares vazios. O avião tem mais de trinta assentos, imagino, mas, além da aeromoça e três homens na parte de trás, não há mais ninguém a bordo. Pucallpa não deve ser um lugar quente no domingo. Sou a única com um companheiro de vôo também. Sorte, muita sorte a minha. Afonso poderia facilmente pegar um assento vazio, em uma fileira próxima, mas fica feliz em me incomodar e passar o vôo olhando minha camisa. Claustrofobia me bate e sinto-me mal do estômago. No meu quarto de hotel, ficava sozinha a maior parte do tempo.

Aqui? Afonso está no meu espaço e não vai embora. Sua mão roça minha coxa. E meu estômago se agita, novamente. Estupro não tem estado sobre a mesa ainda, mas de repente, não o descarto. E isso me assusta demais. Preciso ficar longe por alguns minutos, mesmo que seja apenas para respirar. Trovões retumbam fora do avião. — Preciso usar o banheiro, Afonso. Pode me deixar sair... — Não tenha tanta pressa. — Ele me diz e dá-me o que assumo ser um sorriso sexy. — Realmente preciso ir. — Eu digo, levantando-me da poltrona. — Dor de estômago. — Gemo enfaticamente, minhas mãos

enluvadas

se

apertando

em

um

punho,

firmemente

pressionadas contra o estômago. Ele franze a testa e se levanta, para me deixar sair, embora tenha certeza de sentir seus dedos se arrastando por cima do ombro e para baixo, na minha coxa, quando passo por ele. Tremendo, vou até o pequeno banheiro do avião, na parte de trás do compartimento dos passageiros. A bolsa está pendurada no meu braço e entro no minúsculo cubículo de lado, para garantir que fique contra a porta. Uma vez lá dentro, tranco a porta atrás de mim, coloco a tampa para baixo e sento-me no vaso sanitário. Não preciso fazer xixi. Apenas preciso respirar.

Respiro fundo por alguns minutos, tentando acalmar o pânico subindo na minha garganta. Eles estão me mudando para uma nova cidade. Fouquet está cada vez mais violento e Afonso desinibido a cada hora. Se alguma vez, na minha vida, senti estar pendurada por um fio, é agora. Penso em Rose. Pobre, pobre Rose. O que eles estão fazendo com ela? Está segura? Estou tentando, Rosie. Estou tentando muito. Minhas mãos tremem por longos minutos e fico no banheiro, até que me acalmo completamente, mais uma vez. Quando, finalmente, abro a porta, um dos homens, na parte de trás, imediatamente se levanta para ir ao banheiro. Seu olhar encontra o meu e congelo. É um homem bonito, com olhos penetrantes e familiares. Mendoza. Ele está aqui. Enquanto o observo, ele leva um dedo aos lábios, indicando silêncio. E sorri.

CApÍTULO 6 Rafael Ava está assustada com minha presença, mas a esperança se mostra em seu rosto. Ela acha que estou aqui para salvá-la. Infelizmente, o máximo que posso oferecer, neste momento, é que eu não irei estuprá-la ou prejudicá-la, mas preciso da informação que possui. Neste ambiente controlado, com apenas o pequeno homem de cabelos escuros olhando por ela, posso facilmente fazer a troca. Cinco pastas de cores diferentes, com apenas alguns pedaços de papeis. Nossa duplicação não é perfeita, porque não fomos capazes de chegar perto. O melhor que temos são teleobjetivas dos jornais, que revelam o que parecem ser os e-mails interceptados e transcrições de ligações telefônicas. Não temos certeza. Bennito fez uma substituição falsa, em cerca de uma hora. A bolsa correspondente foi comprada por Norse no dia anterior, em uma loja local de alta qualidade. Pego a bolsa chamariz, colocando-a no banco trás de mim, para que Ava não possa vê-la.

— Desculpe. — A turbulência do avião a desequilibra e ela cai sobre mim, a bolsa caindo no chão. Instintivamente, envolvo meu braço ao redor de sua cintura, para estabilizá-la, mas a ação só a traz mais perto de mim. O cheiro da loção perfumada invade meus pulmões. Fecho os olhos e respiro fundo, para que possa guardá-la em minha mente. Há a sensação da suavidade de seus seios contra meu peito duro. Suas pequenas mãos agarram meus braços e uma de suas pernas fica entre minhas coxas. Merda, um pequeno ajuste e poderia esfregar meu pau cada vez mais duro, contra sua boceta coberta pela calça. Mas não há tempo para isso. Uso os empurrões da turbulência, para encobrir a substituição. Com meus braços ao redor de sua cintura, rapidamente empurro a bolsa debaixo de um assento, em seguida, entrego a falsa. Ela não percebe a troca. Seus olhos se arregalam, levanto meu rosto, visível sob a baixa aba do boné. A ingestão rápida de ar é de surpresa e reconhecimento. — É você este homem? De quem eles tem medo? — Shhh. — Coloco um dedo sobre os lábios e aponto a cabeça para Afonso. Ela fecha a boca, mas seus olhos imploram para ajudá-la. — Quem está com você? — Aponto a cabeça para frente. Seus olhos se enchem de lágrimas.

— Seu nome é Afonso. Voce é do governo dos Estados Unidos? Quem o mandou? O avião faz outro salto e aproveito o momento para nos reposicionar. Sua mão vai para meu peito. Balanço a cabeça. — Você tem o pacote com você? Decepção aparece. — Vá para o inferno. — Ela diz. Luta para soltar da minha mão e a deixo ir. — Filha, venha aqui. — Ouço o chamado de Afonso. Sua filha? Minha bunda. — Seja forte. — Murmuro e a solto, empurrando-a com força para o pequeno corredor. Ignoro seu rosto abatido e pego a bolsa correta sob o assento, em seguida, fecho a porta do banheiro. Qualquer esperança que ela teve de que estava aqui para salvá-la, agora está morta. Tenho minhas ordens. Roubar as informações, interceptar a compra, libertar meu homem. Em nenhuma parte do plano é permitido resgatar um corpo pecaminosamente suave e um par de olhos incompatíveis lindos. Não olho no espelho, porque não posso me encarar agora. Coloco a bolsa roubada na tampa do sanitário e a abro. Dentro estão as pastas completas, com guias e notas. Puxo para fora e tiro fotos de

cada uma. Procuro, através dos cosméticos e do anel de chaves inútil e coloco as pastas de volta. Porra. A informação não está aqui. Está em outro lugar. A única coisa que os compradores receberam é um monte de papelada. Deveria saber que Fouquet iria montar uma venda em duas partes. Ao vender a informação em partes, os compradores estarão impedidos de levá-las e fugir sem o pagamento. Mas isso complica muito meus planos. Puxo um pequeno saco de nylon preto do meu bolso de trás e a envolvo ao redor da bolsa, para disfarçar, em seguida, saio do banheiro. O avião está pulando como um bloco de carnaval. Os dois homens, na parte de trás, estão respirando em sacos de vomitar. Sobre a parte superior dos assentos, apenas a cabeça de Ava é visível. Afonso não está ali, provavelmente usa o banheiro da frente. Sento-me em uma poltrona dois assentos atrás de Ava. Ela não se vira, mas o avião faz muito barulho. Talvez ela me odeie agora e queira que a parte inferior do avião se abra e o céu me sugue. Coloco a bolsa roubada debaixo do meu assento e alcanço a revista de bordo. Do lado de fora, o céu está quase negro, apesar de ser início da tarde. As asas estão iluminadas, em parte pela própria aeronave e, em parte pelos raios. A cabeça de Ava balança e vai para frente. Ela deve estar doente. Afonso cambaleia pelo corredor e cai em um

dos bancos da frente, longe de Ava, mas perto do banheiro. O avião parece tão resistente, como uma lata presa por cordas. A luz do cinto de segurança pisca furiosamente. Ouço os alto-falantes ligarem e um piloto tenso relata o óbvio. — Este é o capitão falando. Estamos passando por uma turbulência inesperada. Por favor, permaneçam em seus assentos com os cintos apertados, até novo aviso. Inclino-me para fora do assento, posso ver Ava pálida, encolhendo-se no apoio de braços. Se pensasse por um segundo que ela queria meu conforto, rastejaria até sua fila e seguraria sua mão, o dedo do pé ou qualquer parte do corpo que ela permitisse tocar. Relâmpagos, novamente, cruzam o céu e o avião estremece com um trovão, as vibrações agitam a fuselagem. Outro flash, um barulho ainda mais alto ecoa através do corpo do avião. Os homens, na parte de trás, começam a gritar em pânico. — Meu Deus! A asa está pegando fogo! — Grita Ava. Ela aponta e até mesmo Afonso percebe. Do outro lado do pequeno corredor, olhamos com horror quando o motor explode e a asa se quebra. As pontas do avião, violentamente, vão para a esquerda. O porta-bagagem é aberto e as máscaras de oxigênio caem. A bolsa estúpida rola na minha direção. Ava grita e se abaixa para pegá-la, desafivelando seu cinto.

A porra do avião está caindo do céu e ela está preocupada com a maldita bolsa. Pior ainda, é a falsa, que eu troquei. Ela não arriscará sua vida por isso. Pego a bolsa roubada e rasgo a capa de nylon. — Ava, sente-se e coloque o cinto. Está me ouvindo? — Eu grito com ela. — Preciso da bolsa. — Ela chora. — Eu a tenho. — Pego-a e, apesar da inclinação do avião, vou até seu assento. — Aqui. — Entrego-lhe a bolsa real. Ela abraça-a em seu corpo e solta um soluço de alívio. — Como você sabe meu nome? — Ava deixa escapar. — O quê? — Respondo-lhe distraidamente. Não olho em sua direção. Afonso tem a minha atenção agora. Ele, de alguma forma, encontrou um pára-quedas. Inclino-me para Ava e vejo o braço flácido da aeromoça, quase roçando o chão do avião. Porra. Aquele maldito idiota atirou na aeromoça, para ter acesso à rampa de emergência.

Seu

corpo

morto

está

em

um

assento

nas

proximidades. Olho para Afonso e o pára-quedas. Ava e eu precisaremos dele. Afonso se vira para a porta de saída e começa a puxar. Idiota. Ele nunca conseguirá abrir. A porta da cabine não pode

ser aberta, quando o trem de pouso está para cima, mas, aparentemente, ele não sabe disso. Luta com a porta, puxando forte. Quanto tempo levaria para chegar até ele? Solto o cinto e pressiono meu dedo nos lábios, para que Ava não me entregue. Avançando, rastejo em direção a Afonso, mas ele me ouve, puxa a arma da cintura e atira. Pulo para trás, mas uma picada bate no meu olho. Toco e percebo que a bala deve ter atingido a parte de metal do assento, que ricocheteou e me atingiu no rosto. Pisco rapidamente e limpo o sangue. Ele deve ter atingido uma veia no meu olho. Essas feridas sangram profusamente. Merda. — Fique aqui. — Grito para Ava. O barulho do avião atinge níveis épicos. — Eu não vou a lugar nenhum, idiota. — Ela grita de volta. Não posso impedir que o sorriso se espalhe. Que ela está muito irritada, é um bom sinal. Precisaremos de atitude para sobreviver a isso. Empurro com as pernas e me lanço para Afonso. Ele levanta a arma e atira novamente, mas o avião vai para a direita, de repente. Nós voamos, meu corpo bate contra os bancos e Afonso se choca contra a porta de saída oposta. Perto de Afonso encontro meu kit de emergência. Chego até ele.

— Mendoza, a asa. A asa se foi. — Grita Ava. Eu me endireito e olho para fora da janela. Ela está certa. Abandono a bolsa roubada, Afonso, o pára-quedas e a mochila de escoteiro. Minha única chance consiste no cinto de segurança e que os assentos saiam, em nossa queda para a Amazônia. Afonso sorri de forma selvagem e pega a bolsa, colocando-a sobre seu braço. Quando pousarmos, eu o encontrarei e cortarei em pedaços. Com ambas as asas quebradas, o avião começa uma queda livre. O barulho, no interior do tubo, é ensurdecedor. Mão sobre mão, volto para o assento de Ava e consigo me sentar. Ela se aproxima mais e me ajuda com o cinto. — Seu olho. — Ela suspira. — Você está sangrando como... Como... — Como se tivesse sido esfaqueado no olho? — Termino. Agora que estou ereto e posso sentir minha testa sem laceração, percebo que o fragmento deve ter perfurado meu globo ocular. A visão turva, no meu lado esquerdo, não é devido ao sangue, mas porque tenho um pedaço de metal no meu olho. Viro-me para ela. — É ruim? — Eu não vejo nada. — Diz ela. Passa as mãos em meu rosto e, mesmo que estejamos caminhando para nossa morte, em um pedaço de metal, não posso deixar de pensar em quão suave elas são. São como pétalas de flores ou folhas de seda. São as mais suaves de todo o mundo e o último pensamento, antes

de desmaiar, é me perguntar como as sentiriam no meu pau.

CApÍTULO 7 Ava Acordo com o rosto pressionado contra um peito largo quente e minhas pernas entrelaçadas nas folhas de uma árvore. Em algum lugar, por perto, ouço o cantar dos pássaros. Há luz do sol salpicando meu rosto e tudo parece úmido. Tudo também dói. Estou atordoada e minha cabeça pulsa com a dor, o sol brilha diretamente nos meus olhos, o que é muito irritante. Esfrego a mão no rosto e leva alguns instantes para perceber que não deveria ver o sol, se estou dentro de um avião. Então me lembro da tempestade. O boom estrondoso, quando o avião foi atingido por um raio. Gritos. A asa pegando fogo. O caos de Afonso com sua arma. A queda livre, o meu aperto sobre os assentos é a única coisa me impedindo de voar, através de seis mil pés de ar vazio. A mão de Mendoza segurou a minha, quando a cabine despressurizou. Os gritos das pessoas silenciando.

Mendoza. Lembro-me dele, também. Um ruído, de algum lugar próximo, chama minha atenção. Parece uma respiração pesada. Abro os olhos e espio ao redor. Ainda estou presa ao meu assento. Há uma parte do avião, debaixo de mim e os dois assentos que Mendoza e eu estávamos ainda estão juntos. Ele está ao meu lado, é o peito largo que, atualmente, estou envolta. Seus olhos estão fechados, secos, com crosta de sangue ao redor de um dos ferimentos. Ele tem um enorme hematoma em sua testa e seus braços estão ao meu redor, como se estivesse tentando me proteger, até mesmo quando caímos. — Mendoza? — Chamo, sentada na posição vertical e saindo de seus braços. Sentar faz com que tudo, no meu corpo, grite de dor. Meus tornozelos doem, mas não sei se é porque estão gravemente feridos, ou porque foram dobrados sob o assento na minha frente, que também está preso. Testo minhas pernas, desembaraçando-as e estremeço com a dor através do corpo. Parece que fui pisoteada, enquanto dormia. Minhas costelas doem e meu braço direito irradia agonia. Mas... Estou viva. Sento-me um pouco mais reta e olho para o braço direito. A bolsa que carreguei durante dias se foi. A pele está inchada e ficando roxa. Quando flexiono os dedos, a dor traz lágrimas aos meus olhos. Olho para longe, fraca e com o

estômago revirado pela visão. Não é apenas a dor, mas o que ela representa. Sou um modelo de mão. Não posso fazer nada, se minhas mãos estiverem machucadas. Não que isso importe agora. — Mendoza. — Digo novamente, porque estou prestes a entrar em pânico e pânico forte. — Acorde. Por favor. Ele não se mexe. O medo me agarra, seguro sua camisa com minha mão boa e dou-lhe uma sacudida. — Mendoza? Isso não o acorda, tampouco. Pressiono minha bochecha contra o peito e ouço os batimentos cardíacos. É lento e constante. Bom. Sento-me e o observo novamente. O hematoma em sua testa é enorme. Talvez ele tenha sido nocauteado. Terei que descobrir como acordá-lo, uma vez que localizar onde estamos. Parece que a parte do avião na qual estamos, foi, de alguma forma, separada do resto dos destroços e é por isso que estamos vivos e não esmagados no chão. Movo-me no assento e o mundo se inclina. Meus olhos se arregalam e congelo no lugar, então olho ao redor. Posso ver árvores por cima e sol, mas apenas agora me

ocorreu que não estamos no chão. As cadeiras são inclinadas e tudo estremece, quando me movo. Tenho certeza de que estamos em uma árvore. Agarrando o braço da poltrona, sento-me com cuidado e olho ao redor. Não vejo nada além do ar e folhas, videiras verdes e sombras salpicadas. À distância, ouço o som forte de uma respiração novamente. Olho para Mendoza, mas não é ele. Oh Deus. É Afonso? Ainda está aqui? Mordendo o lábio, viro o pescoço e tento olhar para baixo. Estamos pelo menos a dois metros do chão. É como se os destroços fossem engolidos por uma parede verde. Verde e molhada. No chão da selva, há mais vegetação e o que parece ser fumaça dos destroços. Peças do avião estão espalhadas por todo o chão, junto com algumas malas. Ao longe, vejo outra fileira de poltronas, viradas para a terra. A respiração forte começa de novo e desta vez eu vejo a fonte: uma onçapintada, procurando entre os destroços. Meus olhos se arregalam e fico muito quieta. Uma forte chuva começa a cair, salpicando-me. Não me movo. Meu olhar está no gato da selva, que fareja as coisas. Se nos perceber, não sei o que faremos. Mendoza está inconsciente e se tentar movê-lo, poderia cair da árvore... E direto na frente do gato. A situação me atinge e começo a chorar. Estou sozinha. Estou, realmente, muito sozinha. Nunca acampei na vida, muito menos estive em uma selva. Olho para minhas mãos. É

meu meio de subsistência. Minha maneira de ganhar a vida. Meu rendimento depende que sejam suaves e perfeitas, as unhas ovais e elegantes. Tenho um hematoma na parte de trás de uma mão e meu dedo mindinho está machucado e inchado. Meu pulso se parece com a perna de um elefante, se os elefantes fossem pretos e azuis. Não farei modelagem de mão por um longo tempo, depois que sair daqui. Se sair daqui. Sinto muito, Rose. Estou tentando. Estou tentando muito. Estremeço com um soluço, quando o gato corre para os arbustos, com algo pendurado em sua boca parecendo um braço. Estou na selva, com uma mão arrebentada e um estranho que apenas quer a informação que carrego... E nem sequer tenho mais a informação. A bolsa desapareceu. Respiro forte, tentando lutar contra outro soluço, que está ameaçando se libertar. — Não chore. — Uma voz diz suavemente. Viro-me e olho para Mendoza. Sua camisa está grudada em seu corpo grande, pingos de chuva escorrendo pelo rosto. Ele olha para mim e sorri torto e levanta uma mão para tentar tocar meu rosto. — Não chore.

Estou tão aliviada ao ver outra pessoa, que jogo meus braços ao redor dele e começo a chorar novamente. Isso envia uma onda de dor pelo braço, mas ignoro. Mendoza está acordado e não estou na selva sozinha. — Você está vivo. — Falo para ele. — Calma. — Diz ele, tirando meus braços de seu pescoço. Nosso movimento faz com que o galho da árvore se agite novamente e nós dois nos abaixamos. Meu corpo é pressionado contra o seu. Nenhum de nós move um músculo. Então, Mendoza olha para meu rosto, a centímetros do seu. — Você está bem? — Estou bem. — Digo a ele. Machuquei todo o corpo, mas isso esperará por outro momento. — Caímos na árvore, que amorteceu nossa queda. Estamos na selva, não sei onde estão os outros. Há uma onça lá em baixo, no entanto. E perdi a bolsa e as pastas. — As palavras saem de mim rapidamente. É como se quisesse dar todas as más notícias, antes que ele tivesse tempo para processá-las. Seus dedos afastam uma mecha úmida de cabelo da minha testa e observa meu rosto com o olho bom. O outro está inchado e fechado, com crosta de sangue. — Mas você está bem?

Ele foi atingido na cabeça mais forte do que eu pensava? Penso em lembrá-lo que perdi a bolsa, mas talvez essa não seja a ideia mais inteligente. — Estou

bem. —

Digo novamente e toco sua

testa

suavemente. — Você tem um hematoma enorme. Está bem? — Bem o suficiente. — Ele concorda e tenta se mover em seu assento. Quando o faz, todo o pedaço do avião range e se move alguns centímetros. — Precisamos descer daqui. — Digo e continuo agarrada à sua camisa. É algo excessivamente feminino e desamparado, mas estou tão feliz por não estar sozinha. — Mas há onças lá embaixo. — Não irão nos incomodar, enquanto não parecermos muito fracos. São predadores oportunistas. — Ele me diz e olha meu corpo. — Oh. — Falo. Devo tentar parecer menos chorona? Olho e ainda estou agarrada à frente da camisa de Mendoza e meus seios pressionam seu peito. E ele está olhando, também. Certo. Sentome devagar e olho ao redor. — Afonso tinha uma arma. Acha que podemos encontrá-la? — Se pudermos encontrar Afonso. — Mendoza concorda. — Ou o que sobrou dele. Isso soa muito desagradável. Sinto-me mal também, porque prefiro que o que sobrou dele faça parte do cenário. Não

deveria desejar isso a ninguém, mas a vida será muito mais fácil para mim, se Afonso estiver morto. Mas então, o que acontece com Rose? Ignoro o terrível pensamento e observo a árvore. Há um galho, não muito abaixo de nós. — Vamos descer e avaliar ao redor? Pouco a pouco, conseguimos sair dos destroços e da árvore. Rastejamos para baixo, testando galhos e nos agarrando à casca da árvore. Os passos de Mendoza parecem se perder muito e percebo que ele está julgando mal a distância, porque não pode ver com seu olho machucado. Há também um corte profundo na perna, que não vi antes e me pergunto quantas outras lesões surpresas iremos encontrar. No momento em que saímos da árvore, meu pulso lateja dolorosamente e a chuva para. Mendoza está ao meu lado, mas, em seguida, oscila em seus pés. Seguro um punhado de sua camisa, quando cambaleia. — Uau! Ele se equilibra e balança um pouco a cabeça, como se para acordar. — Acho que preciso de me sentar.

— Venha, sente-se. — Digo a ele, apontando para a base da árvore. — Tentarei encontrar o carrinho de lanche do avião. Precisamos limpar seu olho, parece muito ruim. — Posso ajudá-la a olhar. — Diz ele, ignorando minha ordem de se sentar. — Não, você não pode. — Eu digo e toco seu peito com o dedo indicador. — Se você cair e se machucar, não poderei carregá-lo. Sente-se, que verificarei a área. Não vou longe. Mais uma vez, seus lábios se curvam em um meio sorriso. — Você é muito mandona. — É porque você é um péssimo ouvinte. Agora, sente-se. — Espero, com um olhar severo no meu rosto, até que ele joga as mãos para cima e senta-se com força na base da árvore. — Se voltar e você se mover a partir deste ponto, terá problemas. — Sim, senhora. — Ele diz e esfrega a cabeça. Posso ouvir a provocação em sua voz, apesar de tudo. Uma vez que me convenço que Mendoza não vai tentar ferirse ainda mais, para ajudar, começo a olhar através de todos os destroços caídos. Há pedaços de peças não identificáveis em todos os lugares, mas consegui encontrar uma bolsa com algumas camisas

havaianas.

Sob

uma

samambaia

nas

proximidades, há uma garrafa de água, seu conteúdo intacto. O carrinho de bebidas pode estar em algum lugar por aqui. É uma boa notícia, já que não tenho nenhum desejo de me aventurar na selva. Pego minhas descobertas e volto para Mendoza. Ele tem a cabeça inclinada para trás contra a árvore e sorri para mim, quando me sento no chão ao lado dele. — Eu vi seu pulso. — Diz ele. — Parece ruim. — Não está bom. — Concordo. — Mas estou mais preocupada com o seu olho. Seguro a garrafa de água e dou-lhe uma pequena sacudida. — Esta é a água mais limpa ao redor, eu acho. Devemos usála para lavar seu olho e fazer um curativo. — Está apenas inchado, estará bom amanhã. Você está com sede? — Ele pergunta. — Talvez devesse beber. Ele me olha com aquele olhar curiosamente intenso, lembrando-me do nosso almoço juntos. Isso me faz corar, mas agora não é o momento de ser certinha. Estou com sede, mas também sou prática. E não tenho nenhuma ideia de como sobreviver na selva. Se Mendoza sabe algo sobre acampamento rudimentar, ele está léguas à minha frente. Ele é o meu bilhete para fora daqui e assim, ele terá água limpa para limpar seu olho.

— Feridas primeiro. — Digo a ele. — Então veremos o que sobrará. — Eu estava certo. — Diz ele com uma risada. — Você é mandona. — Não. — Brinco de volta. — Você é apenas um mau ouvinte. Agora, incline a cabeça para trás e deixe-me ver seu olho. Depois de alguns minutos de exame, cheguei a uma única conclusão médica sobre o olho de Mendoza: é nojento. Jogo água limpa, para tentar tirar a crosta, mas não tenho certeza do que mais posso fazer, além de cobri-lo e mantê-lo limpo. Então é isso o que fazemos. Com a roupa da mala, corto uma camiseta branca limpa em tiras e coloco contra seu olho, em seguida, mantenho no lugar, com tiras da camisa havaiana. Esta pode ser a única roupa extra que encontraremos na selva e poderia ser uma má ideia destruí-la, mas para mim, perder um olho parece pior. Dou um nó atrás da cabeça de Mendoza e tento ignorar que meus movimentos estão empurrando os seios em seu rosto e que ele, provavelmente, tem uma visão deles. — Pronto. — Digo a ele. — Isso deve manter os insetos e outras coisas fora dele, até sairmos daqui. — Obrigado, Ava. — Diz ele com aquela voz baixa e suave. Soa como uma carícia, quando diz meu nome. — Você não me disse como sabe meu nome. — Ressalto.

— Eu sou Rafael. — Ele me diz. — Antes, quando conversamos, disse o meu nome real. —

E

conseguiu

evitar

a

minha

pergunta.



Falo

descaradamente. — Então, se não quiser perder o outro olho, precisa me responder. Em vez de se sentir ameaçado por minhas palavras cruéis, ele apenas sorri, como se estivesse orgulhoso.

CApÍTULO 8 Rafael O ricochete da bala inchou meu olho. Poderia estar um pouco contundido da queda livre, a de seis mil pés na selva. Não tenho nenhuma ideia de onde estamos e não temos suprimentos, mas nunca fiquei mais feliz, quando Ava colocou seus seios no meu rosto. Esses bebês pareciam travesseiros macios e ficaria feliz em me sufocar no vale úmido do decote. Talvez ainda tenha a chance de lamber seu suor. Talvez tenha gemido e fingi que minha lesão era pior, para prolongar o momento. Suas mãos delicadas alisaram minha testa e pode ter sido minha imaginação, mas parecia gostar de acariciar meu cabelo. Porra, eu tenho vontade grunhir. — Que porra foi esse som? — Ava me agarra. Se eu não responder, isso significa que posso ficar nessa posição para sempre? Porque quero. Na verdade não, gostaria de chupar um mamilo, até que fique duro como um diamante. Então gostaria de descer até que minha boca estivesse nivelada com sua boceta e descobrir qual o sabor entre as pernas dela. A fera entre minhas pernas, ruge para a vida e é uma coisa boa,

que os macacos acima de nós, gritem de novo, fazendo-a saltar e atacar meu olho bom com o cotovelo. A dor serve como um lembrete de onde estamos quem eu sou e em que porra deveria prestar atenção. — É um macaco. Eles soam como seres humanos gritando ou, às vezes, como a onça pintada. São um pouco idiotas e, se encontrarmos a arma de Afonso, seria capaz de matar um e teríamos carne a cada noite, por uma semana. Ela estremece. — Eu não quero comer macaco. A selva é quente e úmida durante o dia e fria à noite. Se os mosquitos não o comessem vivo, as onças e anacondas podiam. Não são muitas as pessoas que podem pousar no meio da Amazônia e sair vivo, mas aposto nossas chances em cerca de vinte a cinquenta por cento, com base na atitude positiva de Ava. A menos que meu olho se cure, não posso dar mais que isso. Se pudéssemos encontrar a bolsa de escoteiro, porém, poderíamos elevar nossas chances significativamente. — Há uma abundância de alimentos na Amazônia, de bananas até peixes, por isso, se você não gosta de macaco, não iremos comê-lo. Ela estremece novamente. — Obrigada.

— Você é vegetariana? Não, isso não era verdade. Ela não comeu algum presunto no café? Mas quero ouvir isso dela. Quero saber tudo sobre ela. — Não, mas por alguma razão, comer algo que grita como um ser humano me assusta. — Macaco está fora do cardápio. — Digo e não faço nenhuma tentativa de me afastar de sua tortura. — Tenho uma faca no meu cinto. — Você tem mais alguma coisa além da faca? — Ela pergunta. Seu tom é acusatório, como estivesse escondendo algo dela. — Não. — Digo lentamente. — Apenas a faca. Ela estreita os olhos, em seguida, estende a mão boa e pica minha cintura. — E isso? — Minhas calças? Não acho que serviriam em você ou seria uma boa arma. Além disso, prefiro que minhas pernas não sejam comidas por mosquitos. — Olha, se você planeja me deixar para trás, então faça agora. Não me enrole. — Não tenho ideia do que está falando.

— Isso! — Ela diz e desta vez o dedo aponta para baixo, direto para o meu pau. Dou um passo para trás. — Posso dizer que você está escondendo alguma coisa. O que é essa coisa no seu bolso? — Não é a sua porra de uma arma. — Digo e percebo meu sentimento feliz indo embora. Posso sentir o calor subindo para meu rosto e não tem nada a ver com a umidade. Espero minha ereção diminuir, mas enquanto ela olha, não acontece nada, além de crescer. — Meu Deus. Isso é... Não é uma arma, não é? — Seus lábios abrem em estado de choque. — Não. — Minha ereção não vai diminuir tão cedo. Não com os olhos dela arregalados de espanto. Ela levanta o olhar para mim, em seguida, olha novamente e porra, se não lambe seus malditos lábios. Afasto-me, abro o zíper e me acomodo atrás do cós da calça cargo. Subo o zíper com cuidado, puxo a camiseta para baixo, cobrindo tudo. Ela esconde a maior parte do problema. — Vamos. — Sinto muito. — Ela murmura. Levanto-me,

pegando-a

desprevenida.

Ela

tropeça

e,

felizmente, para de encarar meu pau. — Chega. — Digo e mais rude do que pretendia. — Temos

coisas

mais

importantes

para

nos

concentrar,

como

onde

dormiremos a noite. Ela parece ferida e acena com a cabeça em concordância. — Sinto muito, apenas fui pega de surpresa. Você não tem que me dizer o que está no seu bolso, se não quiser. Mas preciso lembrá-lo que nós estamos nisso juntos. Eu me sinto como um idiota. Não sei se rio ou se choro, ela acha que meu pau é falso. Isso é novo. A maioria das garotas grita de pavor. Tempo para uma mudança de assunto, porque mesmo ao pensar, o cara lá embaixo fica animado. Minha calça cargo não é solta o suficiente, quando o animal está desperto e desde que coloquei os olhos em Ava, eu não penso em outra coisa senão nela em uma superfície plana e orgasmos alucinantes. Mudo de assunto. — Se encontrarmos um rio, nós continuaremos pela margem, até acharmos uma aldeia. Problema resolvido. Estaremos salvos. — Por que isso me deixa desapontado, não é algo que deveria examinar. Mas antes de alcançar a civilização, preciso de uma explicação de Ava sobre as coisas que carregava na bolsa. É importante o suficiente para que Afonso tentasse levá-la, mas seria bom saber, exatamente, com o que estou lidando. Observo ao redor. Os assentos que nos salvaram estão apoiados no dossel acima. Ao redor, estão pedaços de

metal e plástico, mas a folhagem é como uma parede densa. Precisaremos entrar em meio à folhagem, para ver se há alguma coisa que se pode salvar. — Como você sabe meu nome? — Ela repete. — Porque a tenho observado por vários dias. Está passando informações para potenciais compradores para Louis Duval. Seu irmão, Redoine Fouquet, é o seu guarda e, embora não a tenha estuprado, bateu em você. — Estico e levemente toco a contusão em sua bochecha superior. Ironicamente, esse foi o resultado do punho de Fouquet, não a queda do avião. Ela afasta o rosto do meu toque e fecho os dedos na minha mão. É claro que não quer que eu a toque. Por que iria? Uma mulher bonita como Ava tem homens a seus pés, constantemente. É sua beleza, combinada com os olhos incomuns, que fizeram Fouquet ter medo dela. O diabo tem muitas caras, incluindo a minha. — Não irei machucá-la. Apenas preciso saber o que estava na bolsa. O que estava vendendo? — Eu não sei. — Ela diz. — E se nós não a encontrarmos e devolvermos para Duval, minha melhor amiga vai morrer! — Quem é ela? Rose Waverly? Ela é uma modelo como você, certo? — Não como eu. Rose Waverly é uma modelo de passarela

famosa. Encolho os ombros com esta nomenclatura sem sentido. — Mas você é uma modelo, também, certo? — Pelo menos isso é o que concluí com base nas pesquisas de Bennito. — Uma modelo de mão! — Ela empurra a mão ferida em minha direção. — Isso é tudo que faço, mas talvez não consiga outro emprego agora. — Acho que é por isso que nunca encontramos fotos de seu rosto. — Isso também explica por que suas mãos parecem pétalas suaves. — Quem somos nós? E quanto você investigou? Para quem está trabalhando? Quem é você? — Ela coloca a mão em seus quadris e parece que não se moverá até que eu faça um esclarecimento completo. — Sou um mercenário. Aceito trabalhos de pessoas diferentes para coisas diferentes e uma dessas coisas é lidar com Duval. — Isso não responde nada. Isso é tudo que darei. Levanto a mão para esfregar os cabelos e todos os meus músculos do ombro gritam em protesto. Nós dois vamos nos sentir como um pedaço de merda amanhã. — Adoraria ficar e conversar durante todo o dia, mas

precisamos avançar. Temos apenas algumas horas de luz do dia e precisamos de abrigo, antes do sol se por. — Não vou me mover um centímetro até que me dê mais respostas. Olho para ela e depois de alguns instantes de silêncio, ela levanta a mão boa. — Oh, o que estou sequer falando? Não posso nem mesmo sair deste lugar viva. — Sim, nós sairemos. — Olho ao redor, procurando um galho. Um bambu seria bom. — Vamos fazer armas de qualquer coisa que pudermos talvez uma lança, com um caco de metal podemos moldar a extremidade de um galho. Há um pacote de nylon preto com fita reflexiva na parte inferior. É indestrutível e se o encontrarmos, terá tudo o precisamos para montar uma tenda, cobertor, repelente de insetos, comprimidos de purificação de água, pederneira, isqueiros. — É como uma bolsa de sobrevivência? — Não é como uma. É uma. Digo presunçosamente. — Certo. Não confio em você, mas ficarei de olho. Como se isso me incomodasse. Pego a garrafa meio vazia de água. Deve haver mais de onde estas vieram, embora a água seja a menor de nossas preocupações. Com uma folha e um pouco de areia, podemos recolher o orvalho e água da chuva.

Precisamos de roupas secas e abrigo. É difícil ver o sol, por causa da densa copa de folhas, mas o musgo na árvore indica que estamos ao norte. — Você já acampou antes, Ava? — Não. Nunca. — Ela bate a mão no pescoço, onde um mosquito acabou de pousar. — Tomou vacina contra malária antes de vir para Lima? — Um dos maiores perigos vinha das picadas de mosquito. — Não, mas Rose fez uma sessão no Taiti alguns meses atrás e fui com ela. Tomamos algumas vacinas, então. — Aqui está nosso plano. Precisamos encontrar camisetas de manga longa e calças. Isso vai ajudar a nos proteger das picadas. Se não pudermos encontrar, precisamos cobrir as nossas partes expostas com lama. A lama seca vai nos proteger das picadas. Precisamos também de uma grande lona ou poncho, para usar como nosso abrigo. — Mas se nós encontrarmos a bolsa, então tudo ficará bem, certo? — Ela parece tão esperançosa, que não tenho coragem de dizer-lhe que a bolsa não tem nada maior do que uma faca, disfarçada no forro de uma garrafa de água, o que é bom para fazer varas de pesca de bambu, mas não ótimo para afastar os predadores da selva. A fraca quantidade de luz solar que passa, através das árvores, indica que é, provavelmente, o meio da tarde.

Temos apenas algumas horas antes do anoitecer e precisamos de um lugar seguro antes disso. — Certo. Vamos. Tiro meu cinto e a faca escondida no interior da fivela e a fixo no fim do couro. Entrego a garrafa para Ava segurar, eu envolvo o cinto ao redor da minha mão livre. Depois de ter a arma segura, tiro a garrafa das mãos dela e a lanço na densa folhagem para o sul. — O que está fazendo? — Pergunta. — Essa era a nossa única garrafa de água. — Estou tentando expulsar quaisquer animais, como cobras dormindo e outros insetos. Há cerca de duas centenas de coisas na selva que podem matá-la e a maioria delas você não vê, até que esteja sobre eles. — E se nós não encontrarmos sua bolsa? — Seu tom é um pouco trêmulo. — Então usaremos o que já temos. — Seguro sua mão e a coloco no cós da minha calça. — Espere. Pise onde eu pisar e atente para qualquer coisa que se mova. Ela segura na minha cintura e como o homem doente que sou, gosto muito disso. Avançamos e não encontramos nada, além da garrafa de água. Após cerca de trinta minutos de busca, estou

encharcado de suor do calor e da umidade. Ava está ofegando, levemente, por causa do esforço. Marco uma árvore com minha faca. Se precisar, podemos usar o látex que a árvore produz para proteção, mas, neste momento não tenho nada para recolher o líquido que não seja a garrafa e vamos precisar dela para armazenar água. — O que acha que acontecerá com Rose, quando eu não conseguir chegar a Pucallpa? — Ela pergunta, quando avançamos através de um emaranhado de cipós e mato denso. — Em algum ponto, o avião será dado como desaparecido e uma equipe de busca será enviada. A caixa preta do avião tem bateria suficiente para liberar um sinal por cerca de trinta dias. Estaremos fora deste lugar até então. — Respondo com confiança, embora minha crença em nossa saída bem-sucedida da selva esteja diminuindo. Não há absolutamente nenhuma evidência do acidente, pelo menos não para o sul. — Duval precisa de você e a compra terá lugar mais tarde. Rose será liberada em seguida. — Isto é tudo uma mentira. Eu não tenho ideia do caralho do que acontecerá com Rose. O mais provável é que seja estuprada e morta, mas não direi isso a Ava. Ela, de alguma forma, acredita que Rose ainda está viva. — Vamos para leste e depois para o norte, vamos tentar fazer um amplo círculo de onde pousamos. Deve ter alguma coisa ali. — Como o quê? — Ela parece cansada.

— Havia apenas algumas pessoas no avião, então não pode haver muita bagagem ou comida. Você encontrou algumas coisas, de modo que significa que existem mais. — Acha que alguém conseguiu sair vivo? — Na verdade não. Acho que tivemos muita sorte de ter sobrevivido à queda. Decido não contar a ela que acho que Afonso matou o piloto e a aeromoça, antes do avião cair. Talvez um dos passageiros, na parte traseira do avião, tenha sobrevivido. — A probabilidade de que qualquer outra pessoa saiu com vida é baixa. Exceto Afonso, que tinha um pára-quedas, bem como a bolsa com os bens roubados e minha mochila. Se conseguir sair vivo, terei o prazer de matá-lo. Isso me deixa muito feliz e sigo em frente.

CApÍTULO 9 Ava Minha cabeça está girando com informações, enquanto caminhamos através da selva. Este homem, Mendoza tem me observado. Ele diz que está atrás somente da informação que Duval tem para vender, mas acho que pode haver mais coisas. Afinal, eu sei como os homens tratam uma mulher, quando ela não importa. Quando é menos do que nada para eles. Isso é exatamente como Fouquet me tratava e assim o fez Afonso. Como se eu fosse um objeto com tetas. Peguei Mendoza me olhando, mas não de uma maneira ruim. Apenas com um tipo de interesse capaz de me apreciar. Ele lembra que Fouquet me bateu. Seus toques têm sido suaves. Atenciosos. Ele olha para mim, quando acha que não estou olhando. Tudo isso me faz pensar no quanto de sua história é superficial e se estou lendo mais, em seu comportamento, do que deveria. Já namorei homens no passado, é claro. Não

estou namorando ninguém no momento, mas conheço os sinais. É óbvio que Mendoza gosta de mim. O que não é... Ruim. Se ele gosta de mim, irá me manter segura. Eu não seria a primeira mulher no mundo a negociar a atenção de um homem, pela segurança. Apenas tenho que aproveitar um dia de cada vez. Agora, preciso me concentrar em sair da selva viva. Posso me preocupar com Rose, quando estiver na cidade e o negócio de volta. Eles não podem levar adiante o acordo, sem Afonso e sem mim. Pelo menos, espero que eles não possam. Uma coisa de cada vez Ava, digo a mim mesma. Mendoza faz uma pausa e olha ao redor da selva, pensativo. Afasto uma mecha de cabelo molhado da testa e olho as samambaias e árvores. Não vejo outra coisa senão mais selva. — Por que paramos? — Estou pensando. — OK. Bem, o que faremos agora? — Não sou uma campista, então seguirei sua liderança. Agora, estou apenas grata por ter alguém comigo. E tento não pensar sobre como seria, se estivesse sozinha. Se ele quiser parar no meio do nada, confio nele. Ele aperta os olhos para o céu com seu olho bom.

— Acho que temos cerca de uma hora, antes de perder a luz do dia. Devemos terminar a verificação da área, para nos certificarmos

que

não



nenhum

predador

e

montar

acampamento. — Ele se vira e aponta para uma grande árvore nas proximidades. — Talvez na base dessa árvore. — O abrigo é bom. — Concordo. Estou cansada de andar através da selva. É quente, abafado, chove a cada hora e os insetos rastejam por todo lugar. Odeio isso. Se isto é o que acampamento envolve, não quero acampar. Ficaria feliz em ser uma garota da cidade, pelo resto dos meus dias. Ele se vira e olha para mim. — Como você está? Dou-lhe um sorriso. — Estou miserável no momento, mas de pé. E quanto a você? — Não tão miserável como você. — Diz ele e o homem soa quase alegre. Assume a liderança novamente e nos aproximamos da árvore escolhida, que será o abrigo para a noite. Uma inspeção mais próxima é decepcionante. Esta... Bem, é uma árvore. Estou desapontada por não ter uma tonelada de galhos baixos pendurados ou qualquer coisa que se pareça a um abrigo. As raízes são enormes e estão espalhadas, há um local parecido com um berço, entre duas árvores, do outro lado que aponta Mendoza.

— Podemos conseguir algumas folhas e fazer uma manta de algum tipo, para cobrir o chão de modo a não ficarmos na lama. Talvez possamos reduzir um pouco mais, para fazer um dossel. E precisamos encontrar madeira seca para uma fogueira. Olho para ele fixamente. — Madeira seca? Está chovendo constantemente. — Eu não disse que iria encontrá-la, apenas que precisamos dela para fazer um fogo. — Ele me dá outro sorriso torto. — Podemos ficar sem, esta noite. Meu coração se afunda com o pensamento. — Não vamos pensar sobre isso por agora. Diga-me o que fazer, para começar. Dividimos as tarefas. Desde que Mendoza tem a nossa única faca, ele vai cortar as folhas e fazer o nosso pequeno abrigo. Levo uma vara leve como um taco e tenho a garrafa de água comigo. Meu trabalho é pesquisar a área imediata atrás de madeira, restos e qualquer coisa que possamos usar. Vou para o trabalho, certificando-me de ouvir o som de Mendoza assobiando perto, enquanto corta galhos e folhas de palmeira. Movo-me lentamente, jogando a garrafa de água no mato a cada vez, para expulsar qualquer coisa. Sempre que a mão ferida roça uma folha, fico com uma dor latejante.

Ocasionalmente, ouço algo escorregar para longe, mas tudo o que vejo é lama, insetos e folhas. Quanto à madeira, encontro algumas varas aqui e ali, mas tudo está encharcado. Mantenho o braço pressionado contra o peito e vejo a quantidade lamentável de madeira contra ele, junto com minha vara. Pode virar lenha esta noite, se isso continuar. Chego tão longe quanto me atrevo a ir, Mendoza é quase inaudível a esta distância. A superfície é mais densa aqui, mas há uma ruptura na parte de cima da copa da árvore, o que é um bom sinal. Jogo minha garrafa de água e bate contra alguma coisa. Congelo no lugar, esperando por um jaguar irritado, saindo de entre as samambaias. Quando nada acontece, dou um passo à frente, minha curiosidade levando a melhor sobre mim. Algo azul marinho aparece em seguida, ela se torna uma forma quadrada, de algum tipo que está fora de lugar na mata selvagem. Vejo um sapato marrom no ar, olho para a coisa toda por um momento, antes

de

perceber

que

encontrei

um

dos

passageiros

desaparecidos, ainda preso em sua poltrona. Ele não está de frente para mim, mas a parte dele que posso ver é muito curta, o que significa que uma parte dele... Partiu-se, quando atingiu o chão. O pedaço de pele que posso ver entre o tornozelo e a meia é inchado e roxo. Enquanto observo, uma mosca pousa sobre ele. Um grito estrangulado escapa pela garganta. Dois segundos depois, Mendoza está lá, a mão no meu ombro.

— Ava? O que foi? Viro-me e enterro meu rosto contra seu peito. Não quero mais ficar aqui. Não quero processar isso. Sei que estou sendo infantil, mas não quero ser forte agora. Então empurro minha cabeça contra seu pescoço e permito que envolva seus braços ao meu redor, acariciando minhas costas. Acalmandome. Fecho os olhos e respiro, profundamente, o cheiro de Mendoza. Ele cheira a suor, lama e chuva. É um bom perfume então respiro fundo, depois disso. Ele faz um barulho suave em sua garganta, confortando-me e sua mão sobe e desce por minhas costas, mesmo quando a chuva começa a cair mais uma vez. Um homem normal, provavelmente, iria sair da chuva ou provocar-me por ser um bebê, ao encontrar um cara morto. Mendoza apenas me abraça, como se não houvesse outro lugar no qual gostaria de estar. E como estou pressionada contra ele, ignorando o latejar do meu braço ruim, sinto algo pressionando minha barriga e não é uma mão. Mendoza está excitado pelo meu corpo molhado, empurrando contra o dele. Ok, isso é, provavelmente, minha culpa. Estou bem com isso. Mas isso me lembra o quanto ele é grande. Não é algo que deveria perceber, em uma situação de vida ou morte.

Certo? Mas quando um homem tem algo como uma lanterna enfiada nas calças? É uma espécie de aviso, não importa a situação. Na verdade, uma lanterna pode não ser grande o suficiente. Mais como uma garrafa de vinho. Jesus. Um homem com uma ereção inapropriada? Acontece. Posso passar por isso. Um homem com um tesão inadequado, que é maior do que qualquer tora que fui capaz de encontrar na floresta tropical? Muito menos bem. Realmente, um pouco assustador. Mendoza acaricia minhas costas novamente. — Está tudo bem, Ava? Devo estar tensa. Afasto-me. — Sim, estou bem. Isto... Apenas me assustou. — E não estava falando sobre o corpo morto. — É o piloto? Faço um som ofegante, com foco no cadáver novamente. — O piloto? Eu não verifiquei. Ele bate no meu ombro e me solta. — Vou verificar. Não olhe.

À medida que se afasta eu me ocupo em pegar a madeira que descartei, quando empurrei meu corpo contra o dele. Meu pulso inchado está enviando um sinal de socorro até meu braço e preciso olhar em breve, mas haverá tempo para isso mais tarde. Agora precisamos de uma fogueira e tudo bem, ficar longe dos mortos é uma prioridade. — Piloto. — Mendoza diz depois de um minuto. — Se isso a faz se sentir melhor, ele estava morto antes de atingir o chão. A cabeça está rachada. Provavelmente, perdeu a consciência e nunca acordou. Estranhamente, isso me faz sentir um pouco melhor. Engulo em seco. — Será que ele tem alguma coisa nele que podemos usar? — Você quer sua jaqueta? — Oh Deus. Eu realmente não sei. — Apenas o pensamento me deixa enjoada novamente. — Você pode ficar com frio esta noite. —

Então

vamos

apenas

nos

aconchegar.



Digo,

desesperadamente. Não quero tirar o casaco de um cara morto e usá-lo. Isso está convidando todos os tipos de Karmas horríveis e nem sequer posso lidar com todo o Karma ruim que eu já tenho. — Tudo bem?

— Tudo bem. — Diz ele, com uma voz curiosamente vazia. — Dê-me alguns minutos e vou arrastar isto para longe do acampamento, então não haverá predadores vindo nesta direção. Por que não volta para a árvore? Concordo com a cabeça e volto para nosso acampamento improvisado. Parece covardia fugir, mas não me importo. Vou para o nosso ninho nas árvores e não estou totalmente surpresa ao ver que Mendoza ficou super ocupado, enquanto estive no mato, explorando a área. Há um ninho de folhas formando uma cama improvisada e ele começou uma inclinação, que é amarrada com algumas folhas e mais videiras. Para um homem com apenas um olho, ele é muito útil. O que tem se seu pau for maior do que as cobras na selva? Jogo a madeira em cima da cama frondosa e trabalho um pouco no nosso quadrado. Posso ser inútil, mas sei como dar um nó ou dois e sou canhota, então isso significa que apenas posso usar o meu braço direito como apoio. Trabalho nisso um pouco, para tirar da minha mente o piloto morto... Quando Mendoza volta, o crepúsculo está chegando, já bati uma centena de mosquitos na minha pele e o abrigo está pronto, na maior parte. Tive que adivinhar a forma como as coisas funcionavam, mas Mendoza me dá um olhar impressionado quando retorna. — Bom trabalho. — Diz ele.

— Se eu fiz errado, me desculpe. Apenas... — Não, você fez certo, Ava. Realmente. — Ele se move para meu lado e acaricia meu ombro, então, lentamente, afasta a mão. — Deixei o corpo na margem do rio. Imaginei que algum predador irá encontrá-lo pela manhã e não virá para cá tão cedo. — OK. Ele se agacha perto do meu feixe patético de lenha e me inclino, esperando que fale merda por não encontrar mais. Pega uma peça e aperta, depois balança a cabeça. — Muito molhado para um fogo, esta noite. Se cobrirmos e o mantivermos em um local seguro, talvez esteja seco pela manhã. Engulo em seco e dou tapa em outro mosquito. — Ficaremos bem? — Enquanto os grandes predadores não vierem a nossa procura, sim. — Isso não é muito reconfortante. Mendoza se vira para olhar para mim e coloca a mão em sua camiseta. — Não gosto de fazer promessas que não posso cumprir. — Ele pega dois sacos pequenos e sorri. — Porém, achei isso. Salgadinhos.

— Você encontrou o carrinho de bebidas? — Meu estômago ruge, avidamente e quero arrancar ambos os sacos de sua mão e jogar o conteúdo na boca. — Parte dele. Havia muitas latas despedaçadas e estes dois sacos. Espero que possamos explorar um pouco mais e encontrar o resto. — Não há mais água? — Estou realmente com sede e os goles que tomamos da nossa garrafa não foram o suficiente. Ele balança a cabeça. — Vamos enchê-la, quando chover novamente, usando uma folha, como fizemos anteriormente. Enquanto caminhávamos, ele pegou uma grande folha de uma árvore e segurou-a, fazendo um funil, enquanto a chuva caía. Eu segurei a garrafa. Isso nos forneceu um pouco de água, mas sinto como seu pudesse beber um jarro inteiro. — E nenhum sinal de sua mochila de escoteiro? — Pergunto. Ele balança a cabeça. — Ou Afonso. Se aquele bastardo fugiu... — Não o fará bem. Se não podemos sair daqui, ele também não pode certo? Ele passa a mão pelo cabelo molhado, tomando cuidando

para não tocar as bandagens no rosto. Um sorriso triste cruza seu rosto. Chuva começa a cair mais uma vez e quero gritar, quando as primeiras gotas batem em minha pele. Tem chovido todo o dia e quando começo a ficar seca, ela começa novamente. Não estou ansiosa para dormir molhada na selva escura e Mendoza apenas balança a cabeça e se move para a lenha, empurrando folhas ao redor dela, prendendo-a contra o tronco da árvore. Então move a inclinação para um lado do tronco e faz gestos para me juntar a ele. — Nós teremos Pretzels para o jantar, a menos que você se oponha. — E eu aqui na esperança de que comêssemos insetos. — Digo suavemente. — Isto será o café da manhã. — Ele brinca. É tão ridículo que começo a rir e ele sorri para mim no crepúsculo. Nós devoramos um saco de Pretzels cada, comi com alguns goles de água, depois tentei ficar confortável. Não há muito espaço no nosso abrigo. Água ainda cai, mas está protegendo-nos de algo pior que a chuva, então é isso. Mendoza se move para o exterior e percebo que ele faz isso para que eu possa ficar na parte mais protegida do abrigo, onde menos chuva cai.

Isso é... Doce. — Há espaço para nós dois. — Digo a ele, quando uma gota de chuva grossa cai na sua cabeça, exatamente onde está sua bandagem. Faço um gesto para a cobertura sobre seu olho. — Você precisa manter isso seco. Ele se move, desconfortavelmente e não vem em minha direção. — Estou bem. Reviro os olhos e me deito, aconchegando meu corpo contra o interior. — Entre aqui. Eu não mordo. — Eu sei por que ele está relutante. É aquele monstro em suas calças que apontei, como uma espécie de virgem corada. Inferno, eu não posso culpá-lo por isso. Monstro em suas calças é o mínimo. Já namorei homens de todas as formas e tamanhos. Não sou nenhuma estranha com relação ao sexo e vi minha parte de pênis feios. Circuncidados, bolas penduradas, eu já vi de tudo. No entanto, nunca vi um pau tão grande como o de Mendoza. Ele passou por toda a categoria de cara de sorte que ama foder para a categoria não fique com essa coisa perto de mim. O que faz minhas pernas se apertarem e querer ignorar o pensamento. Eu não o vi nu, mas se o que vi sob a calça é real, ele é anormalmente grande. E pensar que o confundi com uma arma antes, é risível.

Nenhuma arma de mão é tão grande. Mas eu não me importo com o tamanho de seu pênis. Quer dizer, não como mais do que uma espécie de conversa sobre o tema, como os meus olhos heterocromáticos. Eu sei que Mendoza é um homem, se nos aconchegarmos, baseado na sua reação a mim antes, ficará duro. Isso tornará as coisas muito estranhas. Mas se não nos aconchegarmos, ele ficará na chuva e perderemos calor corporal. Isso coloca as coisas, decididamente, no lugar de: aconchegar. Seguro meu braço ruim contra o peito e cubro as folhas de palmeiras no chão, evitando quaisquer dúvidas que possa ter sobre isso. — Vamos. Mendoza se move ao meu lado, mas posso dizer que ele, claramente, não quer. Certo. Terei que fazer o primeiro movimento se nós formos passar por este constrangimento. Espero até que ele estenda suas longas pernas e então me movo um pouco mais perto dele, colocando a cabeça em seu ombro, novamente e pressionome contra ele. Não de uma forma sexual, apenas em um tipo inocente de carinho. Ele hesita por um momento e depois coloca a mão ao redor dos meus ombros. — Cuidado com o pulso. — Eu digo, apontando para o meu braço machucado.

— Deveria olhar isso. — Na parte da manhã. — Eu digo, porque está ficando tão escuro que mal posso distinguir Mendoza. Na verdade, não quero que ninguém toque meu pulso agora, inclusive eu. Dói muito. Inclino-me contra ele e está quente, é como meu aquecedor pessoal. Isso é muito bom. Quase não me importa que esteja chovendo e ficando frio e escuro. Quase. É silencioso na selva, quando fica escuro. Muito silencioso. Odeio isso, então falo novamente. — Talvez devêssemos jogar um jogo. — Hmm? — Sim. Você me diz uma coisa sobre você que não sei e eu lhe digo uma coisa sobre mim que não sabe. Cada noite. No momento que sairmos daqui, talvez nós possamos ser amigos. — Eu o cutuco com o meu cotovelo bom. — Ainda que eu seja honesta e diga que prefiro sairmos daqui como estranhos se nos resgatassem rápido. Ele ri. — Começarei. — Eu digo. — Meus olhos são de duas cores diferentes. — Isso eu sei. — Sua voz é suave na escuridão.

Por alguma razão, sinto um rubor cobrindo meu rosto. — OK. Eu lhe disse que sou um modelo de mão, certo? — Sim. Continue. — Ok. — Tento pensar em um fato diferente para o meu jogo.— Aqui está um. Perdi minha virgindade quando tinha quatorze anos. Em um acampamento. Ele era um monitor e tinha quinze anos. Era tudo glamoroso, quando eu era uma criança, mas olhando para trás, acho que fui muita estúpida. — Sorrio com a lembrança da adolescente estúpida e rebelde que fui. — Ele era todo suave. Até cantou para mim uma canção de Justin Timberlake. Fiquei viciada depois disso. Ele bufa. Não posso dizer se ele está divertido com a minha anedota ou enojado. Acho que não poderia culpá-lo por qualquer um. — Sua vez. — Eu digo. O silêncio de Mendoza dura por um tempo tão longo, que começo a me perguntar se ele vai jogar o nosso jogo ou não. Bato meus dedos em seu peito, esperando. — Bem? Ele endurece contra mim. Após um longo momento tenso, ele diz quase a contragosto. — Meus amigos me chamam de Rafe.

Reviro meus olhos. Isto é o que recebo dele? — Nossa, que segredo. — Digo rispidamente. Ele não responde. Contra meu ombro, está tenso novamente. Desconfortável. Gostaria de saber se tem outra ereção. Gostaria de saber como ele passará os próximos dias, Deus, por favor, que seja apenas alguns dias! Ele fica todo tenso ao meu redor. Acho que nós precisamos deixar as coisas claras. — Talvez devêssemos falar sobre isso, Rafe. — Isso? — Você sabe. Godzila.

CApÍTULO 10 Rafael Gostaria de saber quanto tempo leva para afogar-se em uma chuva. Ou, pelo menos, matar uma ereção permanente. Se acreditasse em um ser superior, suspeito que esteja sendo punido por alguma má ação que cometi no passado. Cometi muitas delas, então acho que isso é o Karma cagando sobre minha cabeça. É a única maneira que posso explicar como estou preso na selva, com o pedaço de bunda mais gostoso em toda a humanidade. Infelizmente, esta mulher gostosa está olhando para mim, como se eu fosse uma aberração - o que sou e poderia machucá-la - mas não tenho a intenção de fazer. — Godzila? — Eu tento um sorriso malicioso, mas por seu olhar confuso, provavelmente, parece como se estou com dor de barriga. — Você tem uma imaginação fértil. Ela queria jogar um jogo de: eu nunca, na selva? Poderia superar suas histórias na primeira tentativa. Nunca chupei veneno de aranha da minha própria perna. Bebo um gole. Nunca segui um ladrão e assassino chinês em São Petersburgo e o matei. Bebo outro gole. Nunca matei um traficante de drogas

colombiano,

dentro

de

seu

complexo

fortificado.

Isso

foi

particularmente doce. Tomo tudo. — OK. — Diz ela e é evidente que não acredita em mim. — Olha, não tenho medo de você me estuprar. Afinal, disse que estava

me

observando,

então

presumo

que

teve

muitas

oportunidades e não o fez. O que é bom. Muito bom. Ela faz uma pausa e é claramente a minha vez de falar agora. — Certo. Eu não estou para isso. A coisa do estupro. — Esclareço. — Bom saber. Desloco um pouco para longe, mas seu corpo segue o meu e apesar do constrangimento da conversa e sua aversão óbvia ao que está na minha calça, fico duro... Mais uma vez. Esfrego a nuca contra a árvore, como se a casca afiada pudesse perfurar meu crânio grosso. Estou na porra da selva. Meu olho pode estar danificado permanentemente. Estou com uma modelo de mão e precisamos sair deste mesmo lugar, antes que Duval e seu pequeno exército desçam sobre nós e decidam nos matar no meio da floresta amazônica. Deveria me concentrar em dormir, para que amanhã possa encontrar provisões suficientes para nos ajudar a chegar a uma aldeia, que pode ser, justamente, a quinze quilômetros rio abaixo ou cem... Em vez disso, continuo pensando em como

macia suas malditas mãos são e apesar do fato de chover e ambos transpirarmos como cães antes, ela ainda cheira bem - feminina e delicada, o que não é possível. Minhas

ereções

sem

parar,

ao

redor

dela,

desafiam

explicações também. Claro, fiquei duro antes, mas não apenas olhando para uma mulher. Não, desde que era um adolescente perpetuamente com tesão e até mesmo andar por uma loja de departamento, no setor de roupas de intimas que me deixava meio duro. Mas, desde então, passei muito tempo colocando sexo e mulheres fora da minha mente. Não tem muito sentido e não há nada que possa fazer sobre isso. Minha queria e santa mãe me chamou de assassino, antes que pudesse soletrar as palavras. Sou o resultado da experiência mais vil que uma mulher poderia sofrer. Comi a minha irmã gêmea no útero. Quase matei minha mãe, enquanto nascia. Meu pau gigante era a evidência da minha existência amaldiçoada. Nunca deveria ter nascido, ela

sussurrava

para

mim,

repetidamente. Provavelmente está certa, mas não havia muito que pudesse fazer sobre isso, quando o aborto era contra sua religião. Então sobrevivi, mas não passava um dia sem que ela me lembrasse de que era um monstro criado pelo diabo. Apenas existia para ferir as mulheres e a própria evidência era o que pendia entre minhas pernas. Antes que pudesse formar palavras, sabia que meu próprio corpo era uma arma formada para prejudicar, mutilar e matar.

Porra, eu tentei fazer minha mãe feliz. Tentei ignorar o que estava acontecendo dentro da minha calça. Tentei e falhei, provei que ela estava certa. Existia para ferir as mulheres. Então fiquei longe delas. E foi aí que eu errei, concluo. Passo muito tempo com Garcia e os homens. Essa é a única conclusão racional. Em algum lugar, ao longo da linha, comecei a evitar as mulheres e agora, a primeira exposição isolada a uma está me deixando tonto. Se fosse para casa, poderia resolver esta situação usando a mão, literalmente, mas sei que ficar fora do nosso abrigo, no escuro como breu, com meu pau na mão, enquanto uma dúzia de predadores aguarda, não é uma boa ideia. Ela se move de novo e mordo o interior da minha boca, para não gemer em voz alta. — Então, quem são esses amigos que o chamam de Rafe? — Ela pergunta. — Você não está cansada? Porque estou exausto. — Faço um grande show de esticar meus braços, quase derrubando algumas das folhas do nosso abrigo. Talvez, se dormisse, então poderia dormir também. Estive no exército. Fomos ensinados a dormir em qualquer lugar, em qualquer condição, não importa quão quente ou frio, quantas granadas estivessem voando sobre nossas cabeças. Posso dormir com essa tortura, também.

— Estou com um pouco de frio. — Ela se aproxima ainda mais e juro por Deus que sua mão roçou Godzila. Ele ruge para a vida e o fluxo de sangue que corre em minha virilha é tão rápido, que quase desmaio. Pulo para cima, antes de fazer algo louco como agarrar a mão dela e pressioná-la ainda mais apertado contra mim. — Vou arrumar um cobertor. Ela agarra minha perna. — Você disse que não devemos sair no escuro, que é muito perigoso. É escuro como breu lá fora. Não pode sair. Ela está certa, mas precisava fazer alguma coisa. — Vou mijar. — Posso pelo menos ter a sua faca? — Dor e medo guerreiam pela supremacia, em sua voz. Esfrego uma mão pelo rosto. A sombra em meu rosto será uma barba cheia, se não sair daqui em breve. — Claro. — Puxo meu cinto e tiro a faca da fivela. — Não me mate, quando eu voltar. — Não aja como um predador. — Ela retruca. Tarde demais para isso.

Repito nossos passos, a partir de hoje mais cedo. O piloto será comido esta noite. É apenas um fato da vida. Nós também podemos salvar o que pudermos com ele. Eu o localizo com facilidade e retiro suas roupas. A camisa branca é uma causa perdida, encharcada de sangue. O casaco não é muito melhor, mas é feito de lã. Posso pegar uma faca e fazer tiras, para envolver o pulso de Ava, se ela precisar de uma tala. Apesar do meu olhar superficial, a mão e punho parecerem mais feridos do que qualquer coisa. Provavelmente ainda dói muito, mas se tivesse quebrado alguma coisa, não seria capaz de dar um passo sem que a dor a superasse. Nos bolsos do piloto, encontro duas barras energéticas e um pacote de chicletes. Balanço suas meias, que ainda estão, na maior parte, secas e as coloco nos bolsos. O único sapato que Ava quase arrancou, era muito macio, de um couro desgastado, para ser uma arma decente. As roupas que ela não queria, poderíamos usar na cama. Não encontro nada, nem mesmo a pistola do piloto. Talvez ele não tivesse uma. Ando um pouco mais longe, puxo meu pau e mijo. O piloto morto fez um bom trabalho, ao baixar minha ereção. Esfrego as mãos no solo e, em seguida, encontro uma folha molhada para lavar os resíduos. Pego as roupas e as meias, faço um rolo das roupas. — Sou eu. — Chamo, quando me aproximo.

Ela se move dentro do abrigo e entro, colocando o rolo de roupa do piloto à minha esquerda para que ela não as veja. Não há sentido em ter sua preocupação sobre isso esta noite. — Encontrou alguma coisa lá fora? — Algumas barras energéticas. Quer uma? Sinto-a balançar a cabeça. — Não. — Ela hesita. — Você pegou do piloto. — Sim. Melhor isso do que um dos moradores da selva. — O que acontecerá com ele hoje? — Pelo som de sua voz, ela sabe exatamente o que acontecerá. — Ele está morto e não sentirá nada. Ela estremece. Seu medo gera uma coceira na minha nuca e quando se senta ao meu lado, percebo que prefiro ter uma ereção extremamente dolorosa e bolas azuis sólidas por dias, do que tê-la tão chateada. Esta mulher é um soldado. Não chorou, com exceção de uma vez, quando percebeu que estava sentada no meio de uma árvore. Acho que aquelas eram, na verdade, lágrimas de alívio e gratidão. Ela não se queixou. Não fez nada, apenas tentou seu melhor para sobreviver. E a admiro, por tentar ser amigável e evitar seu terror. Estico minhas pernas e depois a seguro. Ela grita.

— Para o calor. — Murmuro. — Sim. — Ela suspira. — Você é como um aquecedor. Apesar de todas suas curvas, ela pesa menos do que algumas folhas de bananeira. Ou talvez eu apenas esteja distraído por toda esta pele sob meu controle. Eu a coloco entre as pernas estendidas e ambos os braços ao redor dela. Tento posicioná-la de forma que não esmague seus seios. Oh merda, ela é como um sorvete no dia mais quente, em agosto, como a luz do sol, em um dia frio de primavera ou como um chuveiro, depois de um longo dia de trabalho braçal. — Sinto muito. — Meu pau pressiona em sua coxa. Deitado, sinto que a circulação na minha perna está sendo cortada, mas não faço nenhum movimento para reajustar. Ficar desconfortável, dolorido, pode ser a única coisa que me deixará passar a noite tranquilo. — Sinto muito se feri seus sentimentos, chamando-o de Godzila. Sempre pensei que os homens adorassem se gabar do tamanho do pênis e que seria engraçado, mas não foi e sinto muito. — Os homens não têm sentimentos feridos. — Eu respondo. — Ah, é mesmo? — Ela se vira para olhar para mim, os seios encostam-se no meu peito. Marshmallow macio e muito saboroso, eu aposto. Aperto um pouco os dentes.

— Não, apenas cansado. Realmente muito cansado. Estou exausto, na verdade. — Inclino a cabeça para trás e fecho os olhos, mas, imediatamente, evoco uma imagem dela suada e nua, com os seios balançando no meu rosto. — Bem, sinto muito por deixá-lo cansado, então. — Ela brinca. — Você está perdoada. — Abro os olhos e espio a noite. Talvez um jaguar nos ataque e eu tenha que sair rápido de nosso esconderijo e lutar contra ele. Não, porque então depois terei uma ereção pós-adrenalina. — Você tem que admitir que é grande. — Ava. — Respondo. — Sim? — Ela não soa nada intimidada. Na verdade, acho que está tentando segurar a risada. Embora possa ser de medo. Bennito ri como uma criança, quando está nervoso. Eu deveria apenas enfrentar de frente o problema. É o elefante na sala e ele não ficará menor, com ela sentada no meu colo. — Eu tenho um pau grande e, obviamente, estou muito atraído por você, mas nada acontecerá. Eu prometo. Nunca a machucaria. — Sexo bem feito nunca dói. A menos, claro, que seja o que

você gosta o que está perfeitamente bem, mas não para mim. — Ava, você tem que falar sobre sexo agora? — Oh Deus, é claro. Sinto muito. Respiro fundo e fecho os olhos. Ela se move, tentando encontrar um lugar confortável entre os galhos e no solo duro. E a cada vez, porra, esfrega contra mim. — Ava, você precisa parar de se mover. — Eu falo com voz rouca. Ela se acalma imediatamente. — Sinto muito. — Diz ela calmamente. Inclina a cabeça para trás contra meu peito e a ouço respirar de forma concentrada, tentando acalmar sua mente. O suficiente para que possa dormir. Concentro-me em mover o sangue do meu pau para outras áreas do meu corpo. Há uma maneira fácil de tirar Ava da minha mente e isso é pensar na primeira vez que uma garota viu meu pau. Ela apontou e gritou, tropeçando no sofá onde estávamos. Seu pai desceu a escada, para descobrir o que estava errado. Contamos alguma história sobre ter visto um rato. Ela terminou comigo no dia seguinte. Em seguida, houve a mulher que pensou que poderia me dar um golpe, ela tentou ir muito rápido e acabou vomitando sobre mim.

Uma

por

uma,

levanto

todas

as

minhas

catástrofes

adolescentes, até o latejar no meu pau diminuir. Até mesmo puxo a pior das minhas lembranças, a que deixo trancada atrás de um muro de concreto de vergonha e horror. Aquela em que a minha tentativa de sexo termina em sangue, dor, lágrimas e retribuição. Meu estômago se agita, enquanto os gritos da garota e da minha mãe se misturam, em um coro profano. Você é um animal. Uma maldição. Deveria ter morrido no útero. Você é minha cruz, minha penitência. Não, eu nunca sujeitaria Ava a isso.

CApÍTULO 11 Ava — Acho que acabei de ver uma aranha comer um pássaro. — Digo a Rafe, quando volto dos arbustos depois de fazer xixi. — Mencionei que odeio a Amazônia? Ele ri e me entrega a garrafa de água. — Eu não sou um fã dela, no momento. Olho a garrafa de água. Minha boca está seca, mas a água não é clara. É água da chuva, cheia de detritos. Ugh. Tento não pensar sobre as coisas que estou ingerindo, enquanto tomo um gole. — Beba mais do que isso. — Ordena Rafe. — Você precisa manter-se hidratada. — Você está brincando, certo? — Puxo uma parte da minha camisa molhada longe da pele. — Cada pedacinho de mim está hidratado, no momento, porque não para de chover.

— Beba. — Diz ele de novo, em um tom que não tolera nenhum argumento. Pau, eu quase o chamo, mas sufoco a palavra, um momento depois, consciente da nossa conversa na noite passada. — Idiota. — Eu digo, em vez disso e ele, simplesmente, sorri para mim. Rafe é um pouco sensível sobre seu grande equipamento. É um pouco surpreendente para mim. A maioria dos homens com um pau tão grande, provavelmente, apreciaria a oportunidade de tirá-lo para fora e impressionar as pessoas. Rafe age todo escandalizado com o pensamento de eu sequer perceber que está lá. E realmente, sou boa em sintonizar as coisas... Mas não tão boa. É como uma píton à espera, claramente visível através de sua calça molhada, não importa o quanto ele ajuste ou puxe sua camiseta para baixo. Eu o senti contra mim, na noite passada, enquanto tentava dormir. Mas, provavelmente estou exagerando seu tamanho, porque sua roupa está fazendo as coisas parecerem maiores do que são. Talvez seja por isso que esteja tão fascinada e apavorada ao mesmo tempo. É como nos filmes de terror, onde atrasam a revelação, porque a realidade não é tão assustadora quanto nossa imaginação.

Neste momento, minha imaginação está vendo Rafe andando por aí, com um dois de paus entre suas pernas. O que parece ridículo, por que... — Aqui. — Rafe diz, aparecendo pelo canto do meu olho. Eu pulo um pouco, assustada com meus pensamentos. Um rubor cobre minhas bochechas, quando ele segura uma barra de cereal para mim. — Coma isso. — Diz ele. Isso é uma barra de cereal no seu bolso, ou apenas está feliz em me ver? Abafo uma risada louca e pego a barra dele. — É de um cara morto. — Digo, apontando para o óbvio. — Preciso comer? — Pode ser o único alimento que temos até a próxima semana. Bem, isso responde. Acho que preciso comer. Abro e quando Rafe não faz nenhum movimento para comer a dele, tiro metade e ofereço-lhe. — Preciso que você fique forte também, apenas no caso de alguém ter que lutar com um jacaré. Um fantasma de um sorriso toca seu rosto. — Os jacarés são mais tímidos do que você pensa.

Eles não eram os únicos. Mordo e sinto o sabor. Manteiga de amendoim e granola. Seco. Obsoleto. Terrível. Como tudo, no entanto, lambo as migalhas dos meus dedos sujos. Rafe faz o mesmo e depois, lavamos com mais água da chuva. — Café da manhã dos campeões. — Digo rispidamente. — Hmmm. Ele limpa os dedos longos e acho que, por um momento, ainda estou com fome, quero que ele me deixe lambê-los também. Isso é o estômago falando, apesar de tudo. Provavelmente, tocou todos os tipos de coisas desagradáveis aqui nesta selva. Assim como seu pau. Ok, eu, realmente, preciso parar de pensar no seu pau. Concentre-se, Ava. Concentre-se. — Então, o que faremos agora? — Pergunto a Mendoza e depois bato na minha bochecha, onde um inseto pousa. Logo coço meu braço, porque estou coberta de picadas de insetos. Tento não os notar, mas sinto-me mordida e me coçando toda. Eles parecem gostar da minha pele mais pálida e mais suave do que a pele bronzeada de Mendoza. Desgraçado. Esmago outro. Ele se aproxima de mim, enquanto dou tapas, em seguida, segura minha mão. — Dê-me seu braço.

Eu o faço, curiosa e ele observa meu pulso e os vergões levantados. Arranhei as picadas toda a noite e algumas parecem bastante ásperas. — Você não quebrou nada. Poderíamos envolvê-lo, apenas para impedir que bata em algo, mas o inchaço deve diminuir. Quanto às picadas... Está se machucando, Ava. — Diz ele. — Devemos usar lama. — Lama? — Começo a rir. — Porque, não estamos sujos o bastante? — Para cobrir a pele exposta. Para impedir de sermos picados ainda mais. Não gosto da ideia de, voluntariamente, ficar ainda mais suja, mas depois que outro inseto pousa em mim, eu o esmago. — Vamos fazer isso. — Vamos lá. — Ele me diz. — Vamos para o rio. Arrumamos nossa pequena quantidade de coisas. Mendoza está com o nosso pequeno feixe de lenha envolto na velha jaqueta do piloto e usou uma manga, com um nó no final, para manter nossos suprimentos. Nela vai roupa extra, a garrafa de água e um pouco de madeira meio molhada. Espero que sequem esta noite, o suficiente para uma fogueira. Não acho que possa enfrentar outra noite na floresta gelada e úmida.

A outra manga ele cortou e rasgou em tiras, que usou para criar um apoio para meu braço. Ele me permite decidir quando usá-lo. Quando andamos, acho que ajuda a reduzir o equilíbrio. Deixei Mendoza assumir a liderança e fui atrás dele. Ele é como

um

cachorro

cheio

de

energia,

esta

manhã

e

eu

definitivamente... Não. Esta foi a pior noite de sono que já tive. Em primeiro lugar, estava com frio e dolorida. Então, Mendoza me puxou contra ele e acabou com o frio. Mas, toda vez que movia um músculo, ele se virava para mim. Passei a maior parte da noite com medo de me mexer, seu enorme pau pressionado contra meu lado. Aconchego-me e o calor deveria ser mais agradável do que foi. E depois, claro, havia a chuva e os insetos e quando amanheceu, queria chorar de pura exaustão. Claro que não o fiz. Estou presa aqui e preciso salvar Rose. Chorar não vai me tirar da selva ou impedir os mosquitos de me picarem. Então tenho que superar e seguir em frente. Rafe se move por entre os arbustos, usando uma vara longa para golpear e passar pelo chão, tentando expulsar qualquer coisa que morde. Faz lento, mas seguro. Ele também me dá tempo para observar suas costas. E sua bunda. Quando suas pernas se movem, posso ver uma protuberância pesada, descansando em um lado da perna da calça, dizendo-me que preciso mudar minha especulação inicial de pau, para taco de beisebol.

Deus, eu sou uma pervertida, rastejando por um homem que está tentando salvar minha bunda. Não me importo com o tamanho, mas estou, morbidamente, fascinada por um homem com esse equipamento enorme. Quer dizer, se eu tivesse os maiores peitos do mundo, acho que esperaria que ele olhasse para eles, certo? Ou fizesse perguntas? Acho que é razoável. Ainda me sinto como uma idiota por pensar nisso, então tento pensar em outra coisa. Qualquer coisa. E minha mente vai para Rose. Minha doce e crédula amiga, com uma natureza tão confiante e com um gosto de merda para homens. Imagino seu rosto bonito e a forma como estava amarrada, naquelas fotos no telefone de Duval e agora quero chorar. Limpo minha garganta e pisco as lágrimas. — Rafe? — Sim? — Diz ele, afastando uma folha grande para que eu possa caminhar sob ela. — Você acha que Rose ainda está viva? — Eu não sei. — Diz ele sem rodeios. — Eles podem matá-la, ou mantê-la viva, se tiver uso para eles. Estremeço. — Obrigada por suavizar o golpe. Ele olha para mim, em seguida, faz uma careta.

— Sinto muito. A verdade é sempre o melhor, mesmo que doa.

Falsas

expectativas

conduzem

somente

a

esperanças

frustradas. Bem, ele tem um ponto. Volto a olhar sua bunda (porque realmente, é algo agradável) e quase bato em suas costas, quando ele para, abruptamente. — Caiman. — Ele me diz. — Não se mova. Caiman? Aperto os dentes e me escondo atrás dele, uma vez que é o único com a faca. — Como um caiman de jacaré? — Duas coisas diferentes. — Diz ele em voz baixa e calma, os olhos ao longe. — Basta ficar parada. — Ok. — Eu digo e pressiono meu corpo contra suas costas, porque estou aterrorizada. Tiro o braço do apoio e envolvo ao redor de sua cintura. Suas costas são largas o suficiente para que me esconda e talvez jacarés famintos não me notem. Pressiono minha bochecha na sua coluna e fecho os olhos. Minutos passam. Longos e curiosos minutos. Fico nervosa, porque ouço um espirro, mas ele ainda não se mexe. Sob a minha bochecha, ouço o coração acelerado de Rafe, mas ele não move um músculo. Abro meus olhos novamente e tento olhar por cima do ombro. — Eles já foram?

— Quase. — Diz ele e sua voz é um pouco estrangulada. — Posso ver? — Sussurro em seu ouvido. — É seguro? — Shh. — Diz ele e, silenciosamente, tira meus braços de sua cintura, tomando cuidado para não tocar minha mão machucada e punho. Ele está me puxando para longe e posso adivinhar o motivo. As mãos no seu cinto estão muito perto. Por alguma razão, isso me irrita. De novo não. Será que teremos que passar por isso, constantemente? Choramingar ao redor do fato de que ele tem um pau grande e está atraído por mim? Não pode uma mulher subir em um homem com terror, sem que ele fique duro? Precisamos superar isso. Eu me recuso a dormir mais uma noite, com medo de mover um músculo, porque Mendoza fica do tamanho de um barco a remo. Algo precisa mudar. Nós precisamos ficar mais confortáveis um com o outro, se quisermos sobreviver. Isso está me estressando e já me sinto suficientemente estressada como está. — Ele se foi. — Diz Mendoza depois de um longo momento. Ainda estou com raiva, então não respondo. Ele move o chão na frente dele, em seguida faz gestos para que eu siga. — Vamos. Faço uma careta para suas costas, mas o sigo.

Eu ouvi o rio toda a noite, mas esta é a minha primeira chance de vê-lo. Água marrom agitada, cheia de toras e detritos, encontra meus olhos. É largo e parece profundo, as árvores sobrepõem em ambos os lados. Os bancos são enlameados e íngremes. Parece bastante ameaçador. — Por favor, diga que não vamos nadar nisso. — Falo lentamente. — Não é possível. — Diz ele. — Piranhas. — Oh bem. — Digo sarcasticamente. Graças a Deus os peixes devoradores comem o corpo mais próximo da água. Essa certeza me faz sentir segura. — Fique aqui. — Diz ele e se move em direção à margem do rio. — É íngreme, então pegarei a lama. — Não estou me movendo. — Digo, abraçando-me. Piranhas, jacarés, insetos e aranhas que se alimentam de aves. Homem, acampar, com certeza, é divertido. Nunca mais quero deixar a cidade. Rafe escorrega uma perna em direção à margem íngreme, usando a vara para se apoiar no lado do banco. Ele pega um punhado de lama, em seguida, volta para mim. — Aqui, eu a ajudarei. — Por favor, faça. — Porra, mesmo que soe ridiculamente sexual. Viro as costas e levanto meu cabelo para que

passe a lama molhada no meu pescoço. E não posso evitar. Grito e estremeço um pouco. Eu o ouço inalar bruscamente. Faz uma pausa, então sua mão toca meus ombros bruscamente. — Espere aqui. — Diz ele com uma voz plana. — Vou pegar mais lama. Viro-me e olho como ele se dirige de volta para o rio e, com certeza, está ostentando outra ereção. Isto não pode continuar. Precisamos ser uma equipe. E não de uma forma sexual. Apenas ficar confortável um com o outro e não funcionará, se ele estiver, constantemente, com medo de me tocar. Agora mesmo? Ele poderia apalpar meus seios se for por segurança, eu não me importaria. Não seria excitante, mas não perderia a cabeça. E não estou tão certa sobre Mendoza. Outro pensamento me ocorre, quando ele retorna ao meu lado e passa mais lama sobre meus ombros e para baixo, no meu braço bom. E se as ereções são uma reação de desconforto, por estar perto de mim? Eu o deixo desconfortável e seu corpo responde de uma forma embaraçosa? Como a síndrome de Tourette2? Sinto uma pontada de simpatia. Ele é tão grande e durão de todas as outras

maneiras,

que

posso

imaginá-lo

se

sentindo

desconfortável perto de mim. Uma ideia aparece na minha cabeça.

2

Distúrbio do sistema nervoso que envolve movimentos repetitivos ou sons indesejados.

tão

Acredito que devemos levar as coisas para frente. Portanto, uma vez que ele termina de passar a lama pelo meu braço, eu me viro e começo a tirar a camisa. — Ava? O que você está fazendo? — Eu mostro para você o meu, se você me mostrar o seu. — Digo, puxando a camisa. — Vamos colocar tudo para fora, ok? Não mais me perguntando, não mais especulando. Quero saber se o pau dele é do tamanho normal e assim posso parar de olhar. Ele me verá nua e perceberá que eu deveria perder cerca de cinco a dez quilos. Além disso, estou coberta de picadas de inseto. Daremos boas risadas das partes de cada um, em seguida, ficaremos confortáveis um com o outro. Fim da história.

CApÍTULO 12 Rafael Ela está tirando sua camisa. Santa mãe de Deus. Os seios dela estão apenas cobertos por alguma renda, que é quase da mesma cor que sua pele. Ela tem mamilos grandes, que mal estão cobertos pelo tecido e a carne suculenta parece estar pronta para sair de suas restrições. Como todo o sangue do meu

corpo vai para o sul, balanço como uma marionete, cujas cordas acabam de ser cortadas. Não posso andar ou falar. Apenas olhar.

Minhas calças estão tão apertadas que acho que posso desmaiar pela perda de sangue. Lambo os lábios muito secos, imaginando como seria tomar um desses mamilos na boca e passar a língua ao redor da auréola escura. Minhas mãos coçam para pegar os seios abundantes e ver se transbordam em minhas mãos grandes. Levo a palma da minha mão até a boca, esquecendo que estou coberto de lama da Amazônia. À medida que a lama viscosa e arenosa cobre meus lábios e língua, sou despertado do meu transe, induzido pela luxúria. Evoco a imagem da última mulher na qual coloquei as mãos. Vejo seu sangue, ouço seus gritos. Lembro-me do horror, medo e desgosto, que todos ao meu redor sentiram. Cuspindo areia no chão, pego sua camisa e empurro para ela. — Que porra você está fazendo? Vista isso. — Não, faremos isso aqui. — Ela empurra para longe e o movimento faz com que os seios balancem. Se

possível,

Godzila

fica

ainda

maior.

Um

estrondo

ameaçador ecoa entre nós. Seus olhos se abrem mais, quando ela percebe que é de mim. Balanço a camisa na frente dela. Meu

desejo por ela está substituindo toda a vergonha e autoaversão que posso reunir. — Vista. — Pronuncio cada palavra, para que ela não confunda seu significado. — Não. — Sim. — Rafe, você está agindo como uma tia solteira que nunca teve relações sexuais antes. — Ela brinca. Congelo, apenas por um segundo, mas ela o vê. Ela vê minha hesitação e sei o minuto que ela conecta todos os pontos, porque seus olhos se arregalam e sua boca forma um círculo perfeito. Não um no qual poderia colocar o meu pau. — Puta merda. — Ela respira. — Como isso é possível? Olhe para você? Você é lindo. Quer dizer, com certeza já teve ofertas? É uma razão religiosa? É um monge? Como um monge guerreiro? Caminho para ela, mas com o meu olho ferido e uma piscina esquecida de lama que usei para cobri-la aos meus pés, julgo mal a distância e escorrego. Ela se agarra em mim, mas perde o equilíbrio, também. Aperto-a contra mim e torço para que sua frágil, desprotegida pele nua não seja tocada pela sujeira ou pedras e galhos. Quando as pernas caem ao redor da minha cintura e ela coloca as mãos no meu peito, para tentar ficar de pé, eu quase gozo.

Sou um pavio seco no meio do deserto ao meio-dia e ela é a faísca. Todo o meu pau se enche de luxúria e o meu juízo é estrangulado até a morte pelo desejo. Essa é a única explicação que tenho para colocar a mão coberta de lama em seu cabelo escuro e puxá-la bruscamente contra mim. Ela grita de surpresa quando sua boca encontra a minha, mas os lábios dela se separam e sua língua lambe meus lábios. Abro sob seu assalto. E então não me lembro quem começou o que, apenas que sua boca está molhada e quente, que sua língua é agressiva. Abro minha boca como se ao fazê-lo, pudesse sugar cada gota de prazer dela. Toco seus lábios com minha língua, em seguida, mergulho dentro para acariciar o interior de suas bochechas, o céu da boca. Arrasto a língua em toda a superfície dela, como se pudesse tatuar meu paladar com seu sabor. E ela me beija de volta. Levo minha língua para sua boca novamente. Ela enrola sua pequena língua ao redor da minha, lambendo-me com cada golpe. Seguro sua bunda e a movo, até que sua boceta está montando meu pau. Eu sei que é enorme. Sei que poderia dividi-la ao meio, tentando entrar em seu corpo, mas Deus, eu quero. Mais do que qualquer coisa, quero rasgar suas calças, abrir as

pernas

e

mergulhar

dentro,

do

que

presumo

será

o

arrebatamento mais quente, mais apertado e mais úmido lugar na

humanidade. Afaste-se, grito na minha mente, mas ela não está no controle agora. Todos os pensamentos da maldição, da dor que infligi no passado, das advertências de minha mãe, das surras que me deu, para me fazer aprender as lições, são transformadas pelo sangue, que bate, fortemente, em minhas veias. Meu pau empurra contra o zíper e ela se contorce contra mim. Não a deixo ir por um minuto, porque sei que se fizer isso, ela irá se afastar e me olhar, como se eu fosse uma aberração. Mesmo que esteja morrendo de vontade de passar a língua em seus mamilos, que estão duros e apertados contra meu peito. Mesmo que não quisesse nada mais do que ela sentar sua boceta nua no meu rosto, para que pudesse comê-la. Apesar de tudo isso, eu não paro. Por alguma razão, ela está em seu próprio estado de luxúria e a manterei nele. Ela geme contra minha boca e as vibrações que desencadeia dentro do meu corpo são indescritíveis. Meus dedos, realmente se enrolam e minhas pernas estão tensas. Eu me masturbei o suficiente, para reconhecer os sinais de um orgasmo iminente, mas porra, não sei muito sobre as mulheres. E não posso dizer pelo seu gemido, quando ela está pronta. Assisti pornô. Eu vi paus esguichar em toda a câmera, mas sei que a merda é falsa. Mais falsa do que o amor de uma prostituta. E não tenho experiência suficiente porra, para saber se ela está gozando.

Meu fracasso iminente em agradá-la, traz uma clareza que não tinha antes e que não aprecio. Por que não basta colocar uma faca em seu coração? Seria uma maneira mais fácil para ela morrer, do que com o diabo no meu corpo. Afrouxo meu aperto em seu cabelo, mas, para minha surpresa, ela não se afasta do meu abraço. — Toque-me. — Diz ela. Sua voz é rouca. — Morrerei se não o fizer. Sinto o conflito dentro de mim. Será que ela, realmente, precisa de mim tanto assim? Coloco minha mão nas costas dela. — Não, aqui. — Ela segura minha mão e coloca em sua cintura. Posso não ter experiência, mas não sou burro. Tremendo, tento tirar a lama da mão na calça cargo. Sua pele

é

excepcionalmente suave e está nua. — Continue. — Ela sussurra, enquanto paro no lugar onde, normalmente, há pelos em uma mulher. Em vez disso não encontro resistência, sem pelos, apenas pele nua. Talvez eu esteja em um filme pornô. Talvez esteja de volta na ilha e tenha um sonho muito intenso sobre os jogos de espionagem e aviões explodindo, com uma mulher linda querendo que a toque. Pelo menos é isso que está mulher de sonho está indicando. Deve ser um sonho. Tem que ser. Porque é bom demais. Fecho meus olhos, em seguida, para que possa continuar sonhando, para que possa esquecer, desço mais os

dedos e os coloco entre as coxas macias. Ela está molhada sob o algodão e é tão fácil pressionar um dedo dentro dela. Nós dois prendemos o fôlego, quando introduzo meu longo dedo dentro dela. E então nós gememos, quando ele é sugado. Coloco outro dedo dentro de seu canal quente e molhado, quando ela balança a cabeça, uso mais um. O terceiro encontra resistência, mas ela se move para baixo e suas paredes suavizam para me aceitar. Aperto a mão contra seu clitóris e então, lentamente, empurro meus dedos dentro. Ela geme, estremece e sussurra encorajamento. São apenas meus dedos. Apenas a tocarei com os dedos. Nada mais e ela estará segura. — Sim, bem aí. Oh Rafe, isso é tão bom. Coloco minha boca em seu queixo, depois no pescoço elegante, até a curva erótica onde se encontra com o ombro. Posso sentir suas paredes se apertarem e pulsarem contra meus dedos. Ela aperta meu peito, mostrando seu prazer. Volto, para lamber atrás da orelha e ela prende a respiração, sua boceta aperta meus dedos. — Mais rápido Rafe. Mais forte. — Ela instrui. Eu obedeço. Mergulho meus dedos dentro duro e rápido, estabelecendo um ritmo feroz. Ela monta contra mim, seus

quadris se movendo, rapidamente, no mesmo tempo dos meus dedos. Um homem mais forte do que eu, com mais experiência ou talvez, apenas um que tivesse mais controle, poderia ser capaz de resistir a ela se esfregando e gemendo, ou a sensação lisa das paredes de sua boceta apertando meus dedos com força. Tanto que me pergunto se vão quebrar. Então, novamente, se o fizeram, foram sacrificados em um altar digno porque, Cristo, ela me faz sentir no céu. E não aguento mais. Firmo os pés no chão e empurro para cima, completamente fora de controle. Ela se move sobre mim e monta meus dedos como se estivessem sobre um touro mecânico, em algum bar na parte mais remota do leste do Texas. Quando jatos quentes de sêmen saem de mim, inclino a cabeça com um rugido. Ao meu redor todo seu corpo se contrai, as paredes finas de seu sexo, suas coxas em meus quadris, os dedos no meu peito. Sento-me e a seguro firme contra meu corpo, com minha mão ainda se movendo forte e rápido, assim como ela pediu. Outro orgasmo atravessa seu corpo e ela grita meu nome mais alto do que os macacos estúpidos nas árvores. — Rafe, meu Deus, Rafe! Os ecos de seus gritos vão me assombrar e me agradar ao mesmo tempo, pelo resto da minha vida. Seu cheiro entra no meu nariz e sempre que estiver sozinho, meus dedos se curvarão à

lembrança de sua boceta suave, apertada e molhada. Odeio a mim mesmo e estou ridiculamente satisfeito. Ela estremece contra mim, contraindo-se, quando me afasto da sua pele claramente sensível. O desejo de jogá-la no chão e enterrar meu rosto entre suas pernas é enorme. Estou tenso com as repercussões do que acabou de acontecer, porque, em vez de querê-la menos, meu pau fica imediatamente duro e querendo mais. O orgasmo que experimentei não deu alívio. Ah não. Sou ganancioso. Fodê-la com a minha língua seria um bom começo. Incliná-la sobre uma rocha e enterrar meu pau nela seria ainda melhor. Eu a afasto e passo a mão trêmula pelo meu rosto. — É melhor irmos. Pode usar o casaco, até podermos passar um pouco mais de lama. — Oh, tudo bem. — Diz ela em voz baixa. Eu a machuquei de alguma forma, isso me faz sentir como uma merda, mas talvez seja o que nos faça passar por isso, sem que a jogue contra a primeira superfície semi plana que encontrar e transar com ela até a morte. Literalmente. Faço um movimento impaciente e ela pega a dica e sai do meu colo. Minha cueca está desconfortável, então digo que espere, enquanto me levanto e desço a colina no rio novamente, ostensivamente para mais lama. Mas antes de voltar,

tiro a calça e a cueca, para lavá-la. Visto a calça e coloco a cueca lavada no meu bolso de trás. Eu me abaixo e espalho lama em meus braços, pescoço e rosto, volto com um punhado para Ava. — Sinto muito sobre a observação de tia solteira. — Diz ela, enquanto esfrego lama em sua pele exposta. Encolho os ombros. Quanto menos conversar com ela, melhor. Toda vez que é gentil, faz-me pensar em coisas que não posso ter. Minha única missão agora é nos tirar da selva e retornar as informações para os EUA, para que possa libertar Davidson e voltar para minha ilha. Deveria ter dito a ela que era um monge, quando sugeriu isso, mas meu pau estava muito duro para me deixar pensar racionalmente. — Eu não quis dizer isso como um insulto. — Está tudo bem. — Resmungo. — Temos que procurar suprimentos. — Entrego a ela outra barra de cereal. — Coma isso. — Mas eu comi a outra. — Ela protesta. — Coma a porra da barra, Ava. Sua dor se transforma em raiva, mas ela agarra a barra, porque pode ler claramente minha intenção. Comer a barra ou então...

Enquanto ela come, tomo água, deixando cerca de um quarto na garrafa. Suas mordidas deliberadas e mastigação excessiva terminam com um sorriso muito falso. — Pronto, está feliz? — Não. — Respondo rispidamente e entrego a garrafa de água. Ela faz um show de limpar a abertura, antes de levá-la na boca. Tenho que olhar para longe, porque tudo sobre sua boca é sexual agora. Tudo. Mesmo quando olha e seus lábios estão franzidos em uma expressão infeliz. Aquele rosto apenas me faz querer beijá-la, até que esteja relaxada e cheia de luxúria. — Vamos. — Não espero ela concordar, simplesmente me viro para o leste. Pego a faca, fixando-a na fivela e enrolo a coisa toda na minha palma. Ao longo de uma pequena clareira, vejo dois bons ramos de bambu quebrados para usar como bastões. Entrego um para Ava, que ela aceita com os olhos estreitos e mantenho o outro para mim. — Por que está tão irritado? Pensei que orgasmos deixassem os homens felizes. É a coisa V? Porque, realmente, não me importo com isso. Viro-me e ela recua, quando vê o fogo nos meus olhos. Não tem ideia do quão quente queima, quanto tempo ficou guardado e

como isso pode nos consumir. — Estou irritado porque agora eu quero fodê-la. — E você acha que irei protestar? — Ela jogou a mão para trás, em direção à grama onde gozei na calça, enquanto a tocava. — Estava totalmente com você. Gozei forte com apenas seus dedos. Foi ótimo. Realmente grande. — Essas últimas palavras soaram um pouco confusas, como se estivesse surpresa com o quanto prazer sentiu. Deixe-a ficar confusa. Deixe-a querer. Melhor do que a alternativa. Viro e vou para a selva, em vez de responder a ela.

CApÍTULO 13 Ava Bem, isso se intensificou rapidamente. Aqui eu querendo ver um pau, esclarecer tudo e a próxima coisa que sei, Rafe e eu estamos fodendo com a língua e ele me toca até que gozo. E enquanto a loucura é boa, a liberação é maravilhosa e exatamente o que eu precisava, para aliviar um pouco da tensão no meu corpo... Ainda não vi o pau dele. Ele é virgem. Isso explica muita coisa e também adiciona muito mais perguntas. A virgindade explica por que ele fica estranho, quando menciono seu pau. Isso explica por que ele endurece, quando o toco. Isso explica por que prefere jogar um jogo sobre segredos. O que não explica é por que um homem tão sexy como ele, não teve relações sexuais antes. Quer dizer, Jesus. O homem tem uma boca que me faz molhar, apenas olhando para ele. Tem cicatrizes em seu peito, mas sou como a maioria das mulheres, que acham mais sexy do que assustadoras. Tem um corpo

musculoso e ainda um pau grande? Desde que não seja muito grande, posso me interessar por sexo na desagradável Amazônia. Mas... Ele é virgem. Admito que isso me deixa um pouco frustrada. Deve haver uma

razão

por

trás

disso.

Penso,

novamente,

enquanto

atravessamos a selva, batendo mais lama na nossa pele nua, quando a chuva lava. Ele é silencioso, enquanto caminhamos, o único som são os movimentos das folhas, a vida selvagem ao nosso redor e nossas varas batendo na terra. Eu não sei se está irritado porque me fez gozar com os dedos ou se está contente com isso. Ele não conversa mais comigo. Isso torna a caminhada na selva, pior do que o habitual. Combinado com os insetos, lama e chuva que, constantemente, parece estar urinando sobre nós? Estou mais convencida que nunca que voltarei para a cidade. Estou perdida em meus pensamentos terríveis, quando Mendoza para, abruptamente, na minha frente. Faço uma pausa, pouco antes de bater em suas costas. Eu sei, por minha experiência anterior, que ele não é um fã disso. — O que foi? — Eu vejo algo lá na frente. — Diz ele, a voz baixa. Abaixo minha própria voz, também, preocupada.

— Mais destroços? — Querido Deus, espero que não. — Fique aqui. — Diz ele, não me respondendo. Ele vai em frente e desaparece entre algumas samambaias espessas. Fique aqui? Eu olho em volta. Não há nada que diferencie esta parte de qualquer outra da selva e ouço os passos de Mendoza se movendo cada vez mais longe. À merda com isso. Não ficarei para trás. Avanço atrás dele. Eu já vi um cadáver. Mais não me irritará muito. Esperançosamente. À frente, agachado está Mendoza, na base de uma árvore, examinando alguma coisa. Eu passo para seu lado. — O que é isso? Ele olha para mim com uma careta. — Não disse para esperar? — Não disse para tirar seu pau para fora? Parece que nenhum de nós é bom em ouvir, hein? Rafe me dá um olhar sombrio, em seguida, limpa a lama de algo que se parece com a minha bolsa, exceto que há um pedaço de fita adesiva na parte inferior. Abraço meu peito, a jaqueta encharcada grudando na minha pele. Meu pulso dói, mas ignoro. — Devo apontar o óbvio? Parece com a minha bolsa. — Exceto por essa parte aqui, sim. — Diz ele, indicando a fita na parte inferior.

— A ideia era trocar com sua bolsa e roubar as informações. Fico olhando sua nuca. — Esse é um movimento incrivelmente idiota. A vida da minha melhor amiga está em jogo. — A dela não é a única. — Rafe diz abruptamente. Ele coloca a vara na outra bolsa, esta feita de nylon negro, como a que você encontra em lojas de campismo. Apenas sei disso, porque Rose fez uma sessão com Tumi uma vez e o representante do fabricante no set, mostrou-lhe como indestrutível era. Ele a pega e começa a vasculhar, ignorando-me completamente. — Então, é a porra da minha amiga pelo seu?— Grito para ele. Quando não olha para mim, golpeio sua bunda com o fim da minha vara. — Isso é besteira! Ele se levanta agora, os olhos estreitos. — Eu não estou trabalhando com muitas opções agora, Ava. Preciso fazer o que é melhor para meus homens. — E sobre o que é melhor para mim? Já parou para pensar que se roubasse essa informação, iria me destruir completamente? — Você não fazia parte da equação... Antes. — Sua voz diminui. — E agora? — Pergunto.

Seu olhar se move para minha boca e sei que o pensamento de Mendoza é sobre o nosso beijo, mais cedo. Sobre sua mão entre minhas pernas e me fazendo gozar. Sobre o seu grande pau esfregando entre as minhas pernas, quando ele gozou. Minha respiração acelera, com suspiros rasos e rápidos, agora estou pensando nisso também, mesmo que esteja furiosa. — Agora as coisas são... Diferentes. — Diz ele e se afasta. — Eu não sei o que faria. Por alguma razão, isso suaviza minha raiva. Nunca quis ser uma mula, mas as circunstâncias me obrigaram a fazê-lo. Talvez ele também não queira me destruir. — É justo. — Digo trêmula. —

Podemos

discutir

sobre

as

bolsas,

quando

formos

resgatados. Ele olha para trás e sorri com gratidão. — Combinado. Aquele sorriso me deixa de joelhos fracos, mais uma vez. Eu me sinto como uma estúpida adolescente risonha, que acabou de ouvir do rapaz bonito que gosta dela. Ugh. O que há de errado comigo? Muita coisa, meu cérebro entra na conversa. Homem gostoso que atinge todos os seus botões + pau grande + virgem

+ Síndrome de Estocolmo = Ava fascinada. Certo. Obrigada, cérebro. Obrigada por nada. Talvez Rose não seja a única que tem mau gosto para homens. — É essa sua bolsa? — Pergunto, depois de um momento. Ele confirma com a cabeça. — Então ficaremos bem, certo?

Ela tem tudo o que

precisamos para sobreviver? — Sim. — Ele concorda categoricamente. Passa rapidamente para abrir e um momento depois exibe a bolsa vazia. — Alguém chegou aqui antes de nós. Endureço, olhando ao redor na selva. — Alguém mais está aqui conosco? — Alguém sobreviveu, sim. E uma vez que Afonso foi o último perto da bolsa, as probabilidades são de que seja ele. Poderia ser qualquer outra pessoa. Ou poderia ter sido invadida por nativos. — Nativos? — Pergunto. — Há indígenas que vivem aqui na selva? — Parece que é o lugar mais miserável na Terra, para mim. Por que alguém viveria aqui, com insetos e lama, não tenho ideia. — Sim e nem todos eles são amigáveis. — Bem, merda.

— Meus pensamentos exatamente. — Rafe coloca a bolsa no saco de nylon e começa a andar. O que significa que devemos nos manter em movimento.

Nesta tarde, cai uma chuva torrencial completa e absoluta, que diminui minha vontade de viver. A selva é uma merda em uma base regular, mas minha pele encharcada me deixa pronta para pendurar a toalha. Meu pulso dói ainda mais do que antes. As camadas de roupa que visto, não ficam secas e grudam à minha pele molhada e pareço uma ameixa. Mesmo a lama não pode ficar na pele e depois de uma ou duas horas de aguaceiro constante, estou limpa e fresca como uma margarida. Também me sinto miserável e meus dentes batem, apesar da umidade. Estou com fome, mas estamos tomando água da chuva, pelo menos. A nossa garrafa se enche uma e outra vez, devido à chuva torrencial, por isso não temos sede. Não há problemas, o que é uma pequena benção. Muito pequena. Mas no momento em que o sol começa a se ajustar e a temperatura cai, a chuva não diminui. Posso chorar baixinho de pura miséria, mas ainda estou me movendo, porque Mendoza continua cortando a selva, em uma cruzada de um homem só. Se está cansado, com frio, com fome ou com medo como eu, não demonstra.

Um dos meus sapatos frágeis se agarra na lama e é sugado para fora do meu pé. Cambaleio para trás e tento me mover, para recuperá-lo. Como eu, Mendoza não para. Ele apenas continua adiante. — Espere. — Eu chamo. — Meu sapato. Ele faz uma pausa e me volto para a gosma lamacenta, onde meu sapato está agora fazendo sua casa. Não que seja muito útil em uma selva, mas é tudo o que tenho. Estico a mão e o recupero, está todo sujo. E porque eu não tenho outros sapatos, tenho que ficar com essa coisa fedorenta no meu pé. Resisto à vontade de chorar, embora meu rosto se comprima, quando calço novamente. — Certo. — Digo. — Obrigada. Talvez Rafe perceba que meu lábio superior rígido mostra minha miséria. Ele vem para o meu lado e esfrega meu braço para me incentivar. — Você está bem, Ava? Concordo. Não estou bem. Quero jogar tudo de lado, cair no chão e esperar por um resgate, mas não posso, porque não há um. Estamos no meio do nada e as únicas pessoas que podem nos procurar são os maus. Então, respondo. — Estou bem. — Não muito tempo mais e encontraremos um lugar para parar durante a noite, tudo bem?

Aceno coma cabeça inclinada, para que ele não veja meus olhos avermelhados e saiba que estive chorando. Não quero que ele pense que sou fraca, então seguro minha fungada até que se afasta. Ele é o único com o tapa-olho, depois de tudo. Eu tenho dois bons olhos. Se alguém deveria chorar sobre seu destino, talvez seja ele. Nós caminhamos por talvez mais meia hora, antes de Mendoza levantar a mão no ar. — Espere aqui. — Por quê? — Pergunto, cansada. Meus dentes começaram a bater novamente. — Apenas confie em mim, ok? — Ele pega sua faca e desaparece no arbusto. Entro em pânico por um momento, porque a chuva está abafando seus passos. — Diga alguma coisa se não estiver bem. — Falo atrás dele. Não há uma resposta. Apenas quando começo a entrar em pânico, ouço um estrondo através das folhas e um palavrão. — Rafe? — Grito, agarrando minha vara. — Se você não me responder em dois segundos... Ele aparece triunfante, através dos arbustos, um momento

depois, estendendo uma cobra mole, enquanto dou um pulo. Há um sorriso no rosto áspero e engulo meu grito de alarme. — Como você se sente sobre cobra para o jantar? Provavelmente, da mesma maneira que me sinto sobre a selva. Mas meu estômago ronca, lembrando-me que não temos qualquer outro alimento. Olho para a cobra. — É, realmente, muito grande. — É. — Ele diz com orgulho. — Quase a perdi. Ele aponta para o seu tapa-olho. — Isso está fodendo com a minha percepção de profundidade. — Rafe sorri e em seguida, faz gestos atrás dele. — Deveria ver o que mais eu encontrei. — Se for outra cobra, terá que me perdoar se eu gritar e não parecer animada. — Digo, seguindo-o de perto. Ele ri. — Não, isso você vai gostar. Contorno, quando Rafe joga a serpente sem cabeça sobre o ombro. — Depois de você. Ele avança, apontando para frente com a faca agora suja.

— Esperava que fosse isso e estava certo. — Ele empurra, através da vegetação rasteira, para um pequeno penhasco pendendo com raízes de árvores e pedras semi-expostas. À frente, há uma ruptura na parede do penhasco. Uma caverna. Suspiro. — Por favor, me diga que não é habitado por leões, tigres e ursos, oh meu... — Não pelo que posso dizer, mas se puder segurar algumas coisas, posso verificá-la novamente. — Ele estende a serpente para mim. Fico olhando para ele, depois para a cobra e cuidadosamente levanto a mão. — Você tem sorte que já encontrei a maior cobra nesta selva. — Eu provoco. Quando fico nervosa, recordo as piadas e parece que Rafe será o destinatário do meu humor. Ele me dá um olhar estranho, em seguida, entrega o saco de madeira e vestuário, logo desaparece dentro da caverna. Assim se faz Ava. Digo a mim mesma. Simplesmente não pode evitar fazer piadas sobre pênis, verdade? Suspiro com meu humor impróprio e seguro a cobra, que é grande e o peso dói minha mão machucada. Como na terra ele matou isso, com sua pequena faca? Ele é um fodão.

Que me encontrou o jantar e uma caverna faz com que seja dez vezes mais sexy, do que se fosse o homem mais lindo e mais normal no universo. Se puder cozinhar isso para mim, mostraria, felizmente, o meu apreço, sendo um pouco mais atrevida. Então, novamente, paqueraria com ele de novo, de qualquer maneira. A última vez foi muito intensa. Aperto minhas coxas com a lembrança dele, seus dedos dentro de mim. Se a chuva não fosse tão miserável... — É seguro. — Diz Mendoza, saindo da caverna. Ele pega a cobra de minhas mãos e quando o faz, percebo que está afetado por minhas palavras anteriores também. Godzila faz sua presença conhecida. É claro que sim. Sou uma idiota, provocando um virgem. Sinto-me culpada, enquanto sigo Mendoza para a caverna. O interior não é nada do outro mundo. É cerca de seis metros de profundidade e não tão larga. Havia uma enorme quantidade de escombros e folhas secas na caverna, mas é grande o suficiente para nós dois deitarmos, com espaço de sobra e é seco, o que, automaticamente, faz com que seja uma vitória. Mendoza aponta para as pilhas de folhas, ao redor da pequena caverna. — Podemos reunir isso e usar como isca para o fogo. Se nossa madeira estiver meio seca, talvez possamos conseguir alguma coisa. Basta verificar se há escorpiões, antes de colocar

a mão. Vou recolher algumas folhas para fazer uma cama. Não saliento que tudo na selva está encharcado. Isso é óbvio. Se ele quer pegar folhas, talvez tenha um plano para secá-las. — Cama. Nada de escorpiões. Verificar. Ele deixa a cobra morta perto da entrada, em seguida, desaparece dentro da floresta. Descarto o feixe de madeira e verifico. Está um pouco úmido, mas espero que utilizável. Concentro-me em cutucar com a vara todas as pilhas de folhas, então, quando estou convencida de que não há nenhum ser rastejante assustador, coloco em uma pilha, do lado da caverna. Rafe traz folhas de palmeiras enormes e longas, samambaias frondosas, empilhando-as na frente da caverna, enquanto a chuva apenas cai e cai. Em seguida, ele se move para um lado da caverna, descompacta a madeira e cobre-a com folhas, depois começa a golpear sua faca contra uma pedra. — Funciona nos filmes. — Ele me diz. Não posso dizer se ele está brincando ou não. Observo por alguns minutos, mas como o sol se põe, está ficando cada vez mais frio e estou tremendo na minha roupa. Não me mantém quente. Na verdade, poderia estar mais quente sem ela. Então, enquanto ele tenta conseguir fogo, tiro as roupas. Uma vez que chove, não há insetos e a lama há muito tempo foi lavada. Eu tiro a jaqueta e a camisa e depois as calças e os sapatos. Leva mais tempo com uma mão, mas tenho medo de usar

meu pulso machucado, embora Rafe esteja convencido de que nada está quebrado. Não importa se não esteja quebrado, ainda dói muito. Estou de calcinha e sutiã e ainda sinto frio, a roupa molhada não está sugando minha vontade de viver. — Consegui. — Rafe diz, calmamente e pega um pouco de estopa e começa a soprar. — Fogo? — Digo ofegante de excitação. Vou para perto dele para ver. Seus olhos vão para mim de apenas calcinha e sutiã. — Ava. — Diz ele com a voz estrangulada, seu olhar em mim. Enquanto isso, a chama começa a sair. — O fogo. — Eu o lembro e imediatamente começa a soprar nele novamente. — Tirei minhas roupas porque estavam me fazendo sentir frio. Uma vez que temos fogo, deveria tirar as suas também. Ele balança a cabeça e não olha em minha direção. Olho para baixo e sim, Godzila apareceu mais uma vez. Por alguma razão, isso me dá uma pontada de simpatia. Deve ser difícil para Mendoza, porque fico nua ao redor dele e, provavelmente, tem razões legítimas para ser virgem na sua idade. Então não digo mais nada, basta torcer a roupa encharcada de água e colocá-las para que possam secar. Não é tão eficaz com uma mão, mas me dá algo para fazer. Mendoza começa o fogo devagar e logo fica quente e tão maravilhoso, que quero

chorar. Ele coloca mais gravetos e a madeira por baixo crepita. — Não sei quanto tempo vai durar. — Ele me diz. — Então é melhor cortar a cobra agora e cozinhá-la, enquanto podemos. — Parece bom. — Digo a ele e para minha surpresa, soa bem. Acho que duas barras de granola, em poucos dias, é o que preciso para desfrutar da ideia de comer cobra. — Quer que eu corte? — Eu tenho a faca. — Diz ele, levantando-se abruptamente. — Basta ver o fogo e lidarei com a comida. Alimento o fogo com galhos e folhas secas, enquanto ele corta a cobra, logo a coloca em galhos. Cortamos ainda mais para cozinhar e guardamos pedaços, para a caminhada de amanhã, o que soa horrível, mas melhor que o estomago vazio. E enquanto esperamos a comida, Mendoza se livra das entranhas e da pele, deixando a caverna novamente, mesmo que esteja escuro lá fora e não seja inteligente. É claro que ele está me evitando. Também é claro que não tirará suas roupas. Quando retorna para a caverna, lava as mãos em um canto da caverna, em seguida, coloca folhas perto da entrada. — Ainda não estão muito secas. — Então venha sentar-se comigo. — Bato no chão de pedra ao meu lado. — Por favor.

Ele aceita, o seu olhar, cuidadosamente, sobre o fogo. — Nós temos alguns minutos, antes da comida estar pronta. — Digo a ele. — Voce não quer sair dessas roupas molhadas? — E porque isso soa terrivelmente pornô, acrescento rapidamente. — Elas vão secar mais rápido e ficar mais quente. Ele balança a cabeça. — Estou bem. Suspiro e me movo em sua direção. — Podemos ser práticos por um momento? Isto não é sobre sexo. Trata-se de ficar seco. Estive coberta de lama, durante todo o dia, pelos insetos e estou prestes a comer cobra. Não vejo uma escova de cabelos por uma eternidade. Nunca me senti menos sexy na minha vida. Mas sei que estou mais quente sem minhas roupas molhadas e você ficará também. E uma vez que não temos cobertores, você é minha maior fonte de calor, ok? Rafe joga outro galho na fogueira, ignorando-me. Não posso acreditar que tento convencer um homem a ficar nu comigo. — Eu sei que você é virgem. E sei que tem um pau enorme. Prometo não ficarmos estranhos um com o outro, ok? Seja qual for sua razão para o celibato, eu respeito. Não vou assediá-lo. Eu juro. Isso recebe uma resposta dele. Espantado.

— Você acha que eu quero ser celibatário? Agora é a minha vez de ficar confusa. — Por que mais você seria virgem? — Mas então volto para hoje cedo, quando ele colocou os dedos dentro de mim e esfregou seu pau contra minha calcinha. Não havia vergonha em seu corpo, como se estivesse fazendo algo proibido. Havia desejo, sombrio e intenso. Como o desejo que há em seus olhos agora. — Você não entende. — Diz ele em um rosnado baixo. — Teste-me. — Eu matei uma mulher durante o sexo. Eu pisco. — Como? Seu lábio superior se curva com a pergunta estúpida. — Como você acha? — Asfixia? Quer dizer, algumas pessoas entram nisso, mas... — Talvez ele a asfixiou com seu pau? Se alguma vez alguém pudesse sufocar uma mulher até a morte, seria ele. Ele balança a cabeça e olha para o fogo.

— Não. Você não entende. Eu tentei colocar meu pênis dentro dela e ela morreu. Fim da história. Fico um pouco perplexa com isso. Quer dizer, seu pau é grande, mas não sabia que era um assassino. Não posso evitar, mas olho para baixo em sua calça, novamente. Ele não está ereto, acho que não, mas ainda é maior do que a maioria dos homens, o que é muito impressionante. — E este foi seu único momento? — Pergunto suavemente. Ele esfrega o queixo com barba e olha para o fogo. — Alguma vez você já teve sexo, que não terminou... Assim? Rafe olha para mim e então seu olhar se move para meu corpo quase nu. Ele, provavelmente, está pensando nesta manhã, quando gozei com sua mão e gritei seu nome. Foi a única vez que alguém lhe tocou sexualmente e não surtou sobre ele? Não sei o que fazer com esta informação. Quanto mais eu vejo o monstro de Mendoza em sua calça, mais me acostumo com ele. É enorme. Assustador e não de uma forma sexy. Acho que a maioria das mulheres com seios grandes ficariam um pouco alarmadas com a visão. Mas também sinto simpatia pelo grandalhão. Ele é sexy e musculoso, a maioria das mulheres daria a mão direita para poder tocá-lo. O fato de que nunca teve um grande encontro sexual que não seja esta manhã?

Faz-me querer dar-lhe mais. Estou atraída por ele, apesar da nossa situação e quero mostrar-lhe que o sexo pode ser bom, mesmo se não tenha seu pau dentro de uma boceta. Então me aproximo mais dele. Coloco uma mão sobre os botões, na parte superior de sua camisa e começo a abrir lentamente com minha mão boa. Ele congela. Sua respiração é áspera e dura. — Ava, não... — Shh. — Digo a ele. — Devemos tirar essas coisas frias e úmidas fora de você. Gostaria que minha mão estivesse melhor para que pudesse fazer isso mais sexy. Por enquanto, ele terá que se contentar comigo me atrapalhando com o zíper. Eu me viro para abrir toda a camisa e desisto. — Por favor, pode tirar sua camisa? — Pergunto, segurando minha mão ruim. — Isso está funcionando contra mim. — O que você fará? — Ele pergunta. — Você ficará nu para que possa se secar. — Eu digo. — Então vou me esfregar contra você um pouco e tocá-lo, se estiver bem com isso. — Eu me inclino. — Posso beijá-lo, mas meu hálito, provavelmente, não está muito bom.

— Eu não me importo. — Diz ele e seu olhar vai para minha boca. É faminto e intenso novamente. Como se fosse morrer, se não me comesse. Estremeço e sinto meus mamilos respondendo, ficando duros. Sinto o pulsar entre minhas pernas também. — Irei beijá-lo, se tirar sua camisa. — Digo a ele. Pergunto-me por um momento se irá tirá-la, mas não hesita. Ele a tira e deixa o tecido molhado no chão. E agora, tenho a oportunidade de contemplar a beleza masculina de Mendoza. Ele tem algumas cicatrizes aqui e ali, esculpidas entre seus músculos. Tem pelos no peito e sua pele é um rico dourado, que fala de longos dias no sol e sua herança hispânica. Ele também é lindo, algumas tatuagens, em seus braços, interrompem a escultura, de outra forma perfeita dele. Há uma trilha feliz, perto do seu umbigo, que desaparece dentro das calças e passo a mão sobre ela, fascinada. — Homem, não gostaria de olhar tanto. — Suspiro. Ele endurece. Rapidamente,

sinto

a

necessidade

de

explicar

minhas

palavras. — Isso é uma distração. — Eu digo, passando o dedo pelo peito.

Ele relaxa. Senhor, ele tem um pacote de seis completo. Este homem não deve ter nenhuma grama gordura em seu corpo. Deus, aposto que sua bunda é incrível também. E suas coxas. — As calças? — Estou bem. — Diz ele com uma voz que é severa, rouca. Ignoro. Não gosto de receber não como resposta. Então, me inclino contra ele e coloco a mão boa em seu pau, mantendo o ronronar gutural na voz, quando levanto a boca para a dele. — As calças? Rafe geme e toca minha boca com a dele. Seu beijo é áspero, selvagem, com fome e intenso, isso me afeta mais do que esperava. Todo o tempo, minha mão boa segura seu pau e tento não pensar que o que estou segurando se parece com o lado errado de um bastão de beisebol e que não vai a lugar nenhum perto das minhas partes

femininas,

sem

uma

tonelada

de

lubrificante.

Provavelmente não, mesmo assim, considerando que ele matou alguém com isso. Isso pode mesmo acontecer? Gostaria que ele tivesse explicado mais, mas posso dizer que preferia morrer, a falar mais uma palavra sobre esse incidente. Não acho que tenha matado alguém com seu pau, mas o que fez, claramente o marcou, tanto que esse homem grande e forte tem medo de mim. Mas posso acariciá-lo e mostrar-lhe que pode ser prazeroso para ele.

Termino o beijo e mordisco, suavemente, sua boca aberta, enquanto minha mão esfrega sobre seu pau novamente, então vou para os botões de suas calças cargo. — Abra para mim. Ele abre a calça, sua respiração é áspera, em seguida, está livre e esse pau enorme pressiona contra minha mão mais uma vez. Posso sentir o calor irradiando da sua pele e ele está alto e orgulhoso. É enorme. Tem mais de vinte e cinco centímetros e é grosso como meu pulso. Jesus. Mas suas calças estão abertas e ele olha para mim com olhos vorazes, selvagens e me sinto... Estranhamente especial. Este é um grande momento e significa algo. Meu coração dá outro aperto doloroso, por este homem lindo ser tão carente de toque. Tenho sido negligente com meu corpo ao longo dos anos, tendo uma noite de relacionamentos inúteis. Provavelmente, dormi com mais homens do que deveria admitir. Mas duvido que isso importe para um homem como Rafe, porque está olhando para mim como se eu fosse a garota mais bonita e perfeita na Terra, porque me atrevo a colocar a mão no Godzila. Não sou a simples amiga com os olhos estranhos e o trabalho excêntrico. Sou Ava e sou linda para ele. Então movo a mão para frente e o seguro forte. A respiração estremece em seus pulmões. Ele geme baixo e o seguro com cuidado agora. Trabalhos manuais são

complicados, porque as mãos podem ser realmente muito secas. As minhas estão macias da chuva e porque sou fervorosa sobre hidratá-las, mas ele ainda precisa de mais lubrificação. Penso em deixá-lo lamber minha mão para molhá-la, mas há um melhor lubrificante mais liso que posso usar. Descanso meu pulso inchado contra seu eixo rígido e coloco a mão boa em minha calcinha. Seus olhos se arregalam e sua respiração acelera, quando coloco os dedos nas minhas dobras. Estou molhada por tocar seu pau, monstro ou não e amo suas reações. — Tenha paciência. — Digo a ele e me inclino para beijar sua boca aberta de novo, minha língua movendo-se contra a sua. Ele geme, novamente e isso me deixa ainda mais molhada. Quando minha mão boa está escorregadia, tiro-a da calcinha e coloco em seguida em seu pau e o acaricio delicadamente. A cabeça de Rafe se inclina para trás e sua mão aperta a minha. — Ava, não... — Vai gozar? — Pergunto com voz suave. Dou-lhe outro pequeno golpe, mais uma sacudida, realmente e beijo sua boca. Ele tem um gatilho sensível, mas isso pode ser trabalhado. — Goze. — Digo com a voz sensual. — Goze em toda minha mão. — E o acaricio com cuidado, novamente, apertando os dedos ao redor de seu pau.

Rafe rosna, o som selvagem e sua mão apertam sobre a minha. Um forte jorro de líquido quente cai contra minha mão e depois ele goza ainda mais. Seu punho trabalha sobre o meu, ajudando-me a ordenhar seu orgasmo, até que suas mãos e as minhas estão cobertas de seu gozo e ele está respirando com dificuldade, exausto e bonito de se olhar. O olhar em seus olhos é de surpresa. — Por que você fez isso? — Ele pergunta. Lambo meus lábios, em seguida, lambo a ponta do meu polegar, para sentir seu gosto. — Porque eu queria e porque você é sexy. — Encolho os ombros. — Precisamos de mais um motivo?

CApÍTULO 14 Rafael Gostaria que ela fosse menos linda, que não fosse tão redonda e deliciosa, como uma fruta madura da selva, pendurada na frente de um homem faminto. Fico olhando para sua boca, que chupou o polegar e lambeu meu gozo. O restante dele cobre não a boca, mas sua mão. É como uma corda de seda, tecendo dentro e ao redor de seus dedos. Godzila, como ela diz, está contra minha perna, a metade superior para a esquerda. Ainda estou meio excitado. E me forço a pensar em cobras rastejando em uma pilha, no fundo da caverna, como no filme de Indiana Jones. E freiras. Não, freiras podem ser sexys. Ava, em um traje de freira, far-me-ia gozar em um segundo. E então estou duro. Mais uma vez. Quando ela prende a respiração, puxo as calças para cobrir a nova ereção, mas o tecido faz pouco para disfarçar. Fico em uma posição inclinada e ignoro a dor que dispara do meu pau para a coluna. Espero que a dor faça minha excitação morrer. Pego areia, no fundo da caverna e esfrego sobre o pau, até que gozar está fora de questão, juntamente com um pouco da minha pele.

Terei que ser mais gentil com Ava. Como posso parar de desejá-la? Isto é um inferno, ter o que você deseja pendurado na sua frente, incessantemente, mas sem poder possuí-lo. A necessidade de protegê-la e mantê-la segura estão em guerra, contra a necessidade de possuí-la. Sob a minha pele, esses dois desejos violentos estão lutando e estou com medo do vencedor. Medo por nós dois. — Não faça isso de novo. — Digo e ignoro os desejos escuros que me percorrem, enquanto ela olha com receio. Seus olhos deslocam levemente para o lado, sinalizando seu desejo de escapar, mas, antes que possa correr para outra parte da caverna, seguro sua mão e esfrego a sujeira sobre ela, tirando a evidência da minha fraqueza, até que tudo o que resta é sua pele suave. — Foi apenas um trabalho de mão. — Diz ela, um pouco defensiva, um pouco confusa. Não esclareço a questão. Sou como o fio de uma navalha e preciso me impedir de colocar o pau em seu buraco molhado e quente. Quantas vezes ela pensa que pode me tocar, ou quantas vezes pensa que pode colocar seus seios em meu rosto, antes de jogá-la sobre a superfície mais próxima e parti-la no meio? — Durma um pouco. — Ordeno. — Pensei que orgasmos suavizassem as pessoas e não as transformasse em idiotas. — Ela se afasta do meu controle e pisa do outro lado do fogo.

Tento não vê-la, mas meus olhos traidores acompanham cada movimento. A luz do fogo torna tudo mais erótico. Quando ela se inclina, a luz destaca as ondulações de seus seios e cria sombras, no fundo vale entre eles. Eu me preparo para o ataque de lágrimas, mas não recebo nada, exceto a respiração silenciosa e pequenos movimentos, enquanto ela tenta encontrar algum conforto na pedra e na sujeira. De alguma forma, sua aceitação do meu comportamento de merda é pior. Se ela chorasse, então teria uma desculpa para ir até lá e segurá-la em meus braços, sob o pretexto de consolá-la. Mas seu silêncio é uma punição muito mais eficaz. Ela se fecha e não tenho nenhuma razão para ir até ela. O fogo irá mantê-la aquecida. A caverna irá mantê-la seca. Ela tem água e comida. Nesta noite sou apenas um incômodo e um ingrato. Como

penitência,

esforço-me

para

não

dormir

e

fico

alimentando o fogo. À luz bruxuleante do fogo, ela parece angelical. Seu cabelo cai ao redor do rosto. As chamas lançam um brilho dourado sobre sua pele,

normalmente

pálida.

Seus

lábios

são

vermelhos,

as

bochechas rosadas. O calor do fogo lhe dá um brilho saudável. Quase posso me convencer de que não estou na selva e que Ava e eu estamos acampando no deserto. Do lado de fora, os macacos gritam uns para os outros, os pumas uivam e as cobras rastejam pelo chão. E aqui, é quente e seco.

Olho para o fogo tanto tempo, que me imagino em outro lugar, com Ava. Desta vez, estamos na praia. Ela usa um pequeno biquíni branco, esticado através de sua bunda e, enquanto se move, os tambores começam a tocar. Estou deitado em uma espreguiçadeira, uma daquelas coisas de madeira com uma almofada, para a minha bunda não ficar dolorida. Ela para na beira da água e as ondas do mar batem em seus pés, como pequenas carícias. Por alguma razão, esta é a minha fantasia e seu traseiro é como um pequeno milagre. Começa a mover os dedos do pé e cada vez que se inclina, o tecido branco sobe um pouco mais, até que se agrupa entre as bochechas. Lança um olhar tímido sobre o ombro, em seguida, passa os dedos ao longo da borda elástica do biquíni e puxa o excesso de tecido. Desce o fundo branco e agora posso ver o vinco entre suas bochechas. Ela franze os lábios e pisca. Em seguida, o tecido cai e ela suspira. Eu me levanto da espreguiçadeira e estou sobre ela, em meio segundo. Talvez menos. Os foguetes se movem mais lentos do que eu. Empurro a calcinha branca para baixo, ao redor de suas coxas e depois a jogo na areia. Abro suas pernas e vejo que seus lábios estão inchados e molhados, seu olhar escuro pisca para mim. Eu me inclino para frente e enterro o rosto na sua bunda, lambendo por toda parte, chupando tudo. Eu sou o homem sedento no deserto e sua boceta é a única fonte de água

disponível. E assim fico sobre ela, olhando o quão longe a minha língua entra em sua boceta. Quando ela está ofegante e chorando, implorando a cada divindade conhecida por misericórdia, seguro meu pau na mão e pressiono contra sua abertura. Ela está molhada e meu pau escorrega como se houvesse dois litros de lubrificante derramado entre nós. As paredes da sua boceta me apertam, mas não disparo a carga imediatamente. Não. Eu saboreio. Saio e empurro tão lento, que formigas em um piquenique, tem tempo para comer a torta inteira. Ela continua molhando meu pau e ouço a bofetada e a sucção de nossos corpos, enquanto ela se arqueia, a cada impulso que dou. Entro novamente e vejo a carne inchada. Entro novamente e ela geme mais. Dou um tapa em sua bunda algumas vezes, até ela gozar selvagemente no meu pau. Você é tão grande, ela grita. Eu quero mais. Desisto das palmadas, porque preciso de ambas as mãos para segurar seus quadris, em meu movimento furioso. Ofego e aperto firme. Nivelo nossos corpos e ela me monta, vaqueiro de estilo reverso. A água do mar faz cócegas em nossos joelhos e tenho uma mão trabalhando febrilmente seu clitóris, enquanto a outra segura seu peito contra mim. Sua cabeça gira e nos beijamos, em um encontro selvagem de dentes e línguas. Faço movimentos mais fortes e ela geme, gozando

novamente. Minha respiração sai em pequenos suspiros irregulares e a cabeça grossa do meu pau pulsa, sob minha mão. Um arrastar contra a rocha me faz abrir os olhos. Ela está acordada e seus grandes olhos redondos me olham com emoção. Maravilha? Nojo? Confusão? Não posso ler, porque a luxúria turvou minha visão. Não fecho os olhos, embora, volto para a praia, seu traseiro, seus gritos, porque a Ava real é melhor que o sonho Ava, mesmo que esteja deixando-me em fogo. Mesmo que esteja aterrorizada com a minha fera. Merda, quem poderia culpá-la? Eu ficaria apavorado, se fosse uma mulher, mesmo uma grande beleza como Ava. Ela não pode me tomar. Ninguém pode. Esfrego mais, sabendo que este é o único prazer que conhecerei, além de um trabalho de mão única, que pode vir no meu caminho, se eu abrir a carteira. Posso pagar por isso. Posso pagar por uma boca ou mesmo duas. Mas nunca sentirei as paredes da boceta de qualquer pessoa ao redor do meu pau, especialmente do anjo à minha frente. Mas eu a uso de qualquer maneira. Ela olha para mim e olho de volta, esfregando e puxando, imaginando que ela se levanta da cama e vem até mim e me toma todo, da ponta à raiz.

— É apenas um trabalho de mão. — Eu repito, em um eco perverso de suas palavras anteriores. Sua língua sai para molhar os lábios. — Por que você não me deixa ajudá-lo? — Porque eu quero muito. Não posso manter a honestidade atrás, não quando seus olhos luminosos seguem meus movimentos. E então, quando o orgasmo serpenteia todos os meus nervos e tendões, fecho os olhos e explodo em minhas mãos. Por todo o acúmulo, a liberação é menos do que satisfatória. Quando olho através do fogo, ela está de joelhos. Um arrepio me percorre. Agora que ela me teve nas mãos, essa meia satisfação é tudo o que me resta. A raiva me percorre e drena tão rápido, quanto veio. Como isso é culpa dela? É uma maldição. Minha mãe me disse isso, quando tinha dez anos e meu pau já era grande. Foi-me dado uma arma. Isso é o que ela dizia, porque apenas viveria para ferir as mulheres. Eu era a geração do diabo, ela disse. Minha mãe foi estuprada e ficou grávida, mas a menina foi comida pelo bebê, no útero. Quando fiquei mais velho, era a imagem de seu estuprador e meu pau era o instrumento do diabo.

Ela tentou vencer o demônio dentro de mim, mas não funcionou. Tive que tirar uma vida antes, para acreditar. —

Como

você

matou

a

garota?



Ela

pergunta,

interrompendo meus devaneios. Eu uso areia, novamente, para me limpar e guardo o pau dentro das calças, na esperança de que ele se esqueça do sexo. — Você é muito dura, se quer ouvir estas histórias, antes de ir para a cama. — Eu zombo. Em vez de ficar irritada, ela inclina a cabeça e me inspeciona. — Você é muito gostoso, quando fica com raiva. Se ela disse isso para esfriar meus ânimos, ou me fazer rir, não tenho certeza, funcionou. Começo a rir e ela dá um sorriso em resposta. Jesus, essa garota. Suponho que ela merece uma resposta. Pode até servir como um aviso, talvez pare de olhar para mim, como se eu tivesse algo que valesse a pena dar a ela. Anúncio de serviço público: pau grande pode matar. Além disso, eu sou um idiota. Eu me inclino para trás, na rocha não muito confortável e começo a falar. — Quando eu tinha quinze anos, uma garota mais velha me convidou para o baile. Eu estava feliz. Ela ouviu um boato sobre o meu tamanho e queria saber se era verdade. Apenas o fiz com algumas outras meninas e ambas fugiram, quando

chegamos à fase de carícias mais pesadas, mas essa garota tinha experiência e estava cansada de seus amantes adolescentes, com pau como lápis. — Suas palavras ou dela? — Dela. Foi assim que ela me chamou para sair. Ei, Rafael, dizem, nas ruas, que você tem um monstro em sua calça. Que tal você me deixar pagar uma cerveja depois da formatura? Os paus de lápis com quem estive não poderiam encontrar o ponto G nem se tivessem um mapa. O baile foi depois de três semanas e eu a segui como um cachorrinho. Ficamos algumas vezes, que antecederam o evento e então ela me sentiu sob a calça, sob o short. Ela sabia no que estava se metendo e percebi, devido a sua experiência, que ela saberia que eu era muito grande. Quando não cancelou o encontro, pensei que estivéssemos bem. A noite da formatura chegou. É praticamente um borrão, porque eu era um tesão ambulante, naquele momento. Ava ri. — Eu não posso acreditar que ela fez tal produção disso. Encolho os ombros. — Aluguei um quarto de hotel, tiramos as roupas e Godzila apareceu. Quando ela viu, seu nível de excitação caiu para cerca de cinco ou talvez dois, quando pego o preservativo. Mas ela não foi para a caça, para retornar com seu troféu ensacado e marcado, então abriu as pernas e me disse para colocá-lo dentro.

— Para uma garota experiente, não parece que qualquer um de vocês teve muita preparação. — Observou ela. — Eu tinha quinze anos e era virgem. Não sabia o que eram preliminares. Imaginei, pelo que fiz sob as roupas, que ela estava gostando. E ela parecia bastante animada. — Então, você puxou uma faca e a esfaqueou? Atirou na cabeça dela quando ela não gozou? Quer dizer, como é que sai da noite do baile para o necrotério? — Eu a estuprei. Ela morreu. Fim da história. Ela faz uma careta. Ela quer mais. Quer ouvir toda a coisa sangrenta. Sobre a fonte do sangue. A forma como seus irmãos me espancaram, em retaliação, por tocar sua irmã. A maneira como minha mãe me via como uma maldição e se benzia uma dúzia de vezes, sempre que me aproximava. Mas tudo o que precisa saber é que a única maneira de protegê-la é manter as minhas malditas mãos longe dela. — Estuprada? Como, se você nem sequer percorreu todo o caminho? Não acho que possa matar alguém com o seu pênis. — Ela franze a testa. — Ela morreu ali mesmo? Bem na sua frente? Faço uma careta. — Não, ela morreu dois dias depois. Mas havia uma grande quantidade de sangue. — Fecho os olhos, tentando esquecer, mas a visão daquela garota e o sangue entre suas pernas e ao redor do meu pau estão cravadas na parte de trás das minhas

pálpebras. Abro meus olhos e olho para ela. Melhor. Muito melhor. — Ela estava menstruada? — Podemos parar de falar sobre isso? — Mas ainda não acho que você a matou. Abro a boca para recitar os fatos novamente, mas ela se mantém. — Não, eu entendo que acredita que o fez. Duvido que a ciência médica concorde com você. — Eu tentei fazer sexo. Ela sangrou horrivelmente. Morreu dois dias depois. Os irmãos dela me levaram para fora e me bateram muito e agradeci por cada golpe. Esses são os fatos. Ela estende a mão e coloca no meu joelho. Eu salto, porque não percebi que estava tão perto. — É o celibato a sua expiação? Porque tenho certeza que você não matou aquela garota. Viro para o lado, longe de sua simpatia e da luz suave em seus olhos. Eu não posso ter isso. — Tenho certeza que o fiz.

CApÍTULO 15 Rafael Demoro muito tempo para dormir, mas logo me transformo em algum tipo de consciência suspensa. Na manhã seguinte, a selva acorda de madrugada, quando os predadores noturnos dão lugar ao dia. Ava dorme. Metade do seu corpo está revestido com lama. Sua mão e pulso ainda estão inchados e há arranhões e picadas de insetos em grande parte da pele exposta. Seu cabelo está emaranhado em tal estado, que poderia haver aves aninhadas ali. E nunca vi ninguém tão bonita, tão desejável. Quero pegá-la e dar-lhe banho na chuva, até que a pele fique branca, destacada por flashes rosados de excitação. Minha calça está apertada, mas me resignei ao fato de que sempre ficarei excitado, enquanto ela estiver por perto. Porra, quando for embora, provavelmente, eu ficarei excitado apenas com o pensamento dela. Do lado de fora pego mais gravetos e jogo na entrada da caverna. Se tivermos que voltar, voltaremos, mas ficar mais uma noite significa que não fizemos nenhum progresso para sair da selva. E precisamos sair. A mão de Ava precisa de

atenção médica e preciso descobrir como negociar com o Tio Sam, para ter Davidson de volta, sem as informações. Colocando a garrafa de água, junto com dois pedaços de carne de cobra grelhado em uma rocha, perto do fogo, vou para o norte, para ver se encontro mais pedaços dos destroços. Os primeiros vinte minutos não produzem nada além de frutos de pupunha. Poderíamos assá-los esta noite. A doçura da fruta seria saborosa, após a cobra seca e emborrachada. Encho meus bolsos e sigo em frente. À esquerda há uma lacuna na folhagem, como se alguém ou alguma coisa saltasse para o meio e não saiu. Toco com a minha vara de bambu, mas nada se move. Um facão seria bom agora. Um padrão de marrom e ouro, não conhecido por ser encontrado na Amazônia, chama a atenção. Com movimentos lentos e calculados, gentilmente, empurro o arbusto de lado. Sob um galho, a bolsa parece quase estar em uma exibição perfeita. O galho ondula e as marcas verdes de uma jiboia esmeralda aparecem na árvore. Ela não gostará que perturbe seu lugar de descanso. É possível que puxar a bolsa sob o galho, sem perturbar a jiboia. Possível, mas não provável. Que porra, sem risco, sem ganho, eu levo a vara de bambu para baixo, lentamente, até que o arbusto volta para o lugar. A alça de couro da bolsa ainda é visível, através das folhas de palmeiras e samambaias. Como se fosse um jogo de

Operação, levo a vara para frente, até que alcança a extremidade da alça. Com mais alguns movimentos, tenho-a travada no final. A bolsa se arrasta no chão, mas o galho acima não se move. — Você vai me agradecer por isso mais tarde. — Digo para a cobra. Sua língua sai em desacordo, mas não faz movimentos de seu lugar de descanso. Puxo a bolsa para fora, num puxão agonizante, até que, finalmente, cai aos meus pés. Eu a pego e saio. A parte inferior está oca. Este é o negócio real, não a falsa que encontramos antes. A posição do sol indica que fiquei fora por cerca de quarenta minutos. Isso é muito tempo para deixar Ava sozinha. Coloco a bolsa debaixo do braço e apresso-me de volta. Eu a encontro agachada atrás de uma rocha, cerca de trinta metros a partir da entrada. — O que há de errado? — Sussurro, ficando ao seu lado. Seus músculos tensos relaxam um pouco, mas ela permanece alerta. — Um homem entrou na caverna enquanto eu estava usando os arbustos. — Mijando? Ela franze a testa, mas acena com a cabeça. Aparentemente, podemos estar na selva, mas não podemos falar sobre cagar e mijar.

Abaixo e seguro no cinto de couro que ela envolveu, ao redor de seu pulso. Garota esperta. Sempre tão inteligente. Relutante, ela solta a fivela e eu pego a faca. Nós dois sabemos que sou melhor com ela, mas mesmo assim, sinto-me ansioso, sem uma arma. Odeio não ter uma arma ou uma faca maior do que aquela que se encaixa dentro do meu cinto. Ainda assim, posso afugentar alguém com isso. Coloco a bolsa entre nós, toco na parte superior, apontando para Ava se sentar. — Como ele se parece? Nativo? Outros? — Outros. Eu acho que... Acho que pode ser Afonso. Ele tinha uma arma e uma faca grande. — Ela estende suas mãos cerca de um metro de distância. — Uma luta justa, então. — Aperto o cinto ao redor da minha mão. — E quanto a isso? — Ela aponta para cima. Sobre a caverna está um puma e parece com fome. — Se alguém está lá, por que não deixar o gato comê-lo? — Sanguinária, eu gosto disso. — Aceno em aprovação. — Mas se quisermos alguma coisa dele, como sua arma ou a faca, o puma pode levá-lo para a árvore e então teremos que matá-lo. Nós não queremos fazer isso. — Não, não. — Ela olha horrorizada. — Não podemos matar o

puma. Eu não digo a ela que é mais provável que o puma nos mate, já que temos apenas uma faca de sete centímetros e uma bolsa. Primeiro as prioridades. Afonso e o puma podem esperar. Alcanço dentro e retiro as pastas. — Quanto tempo você me observou? — Ela pergunta, enquanto eu verifico o conteúdo. — Um tempo. — E em termos de um assassino de aluguel, a que isso equivale? — Tempo suficiente para saber que sua bebida favorita de manhã é leite e açúcar, com duas gotas de café. Ela me dá um soco de leve no braço. As pastas não revelam nada. É apenas um monte de e-mails e transcrições de telefonemas. É uma coisa inócua, mas posso ver que isso implica que há mais e melhor, ou mais perigosa merda de onde vieram estas. Atrás de mim, o puma se move. Ele ouve alguma coisa. Nós teremos que pensar sobre isso mais tarde. Guardo as pastas fechadas e puxo o fruto de pupunha do meu bolso. Os pequenos frutos, do tamanho de uma ameixa, são duros e perfeitos para atirar. Levanto e jogo três em rápidas sucessões, de

frente para os arbustos selva. Um pássaro voa para fora e o puma salta para investigar. À medida que o puma sai, eu corro, ordenando a Ava para ficar perto da bolsa. O ruído resultante tem o efeito pretendido e Afonso arrisca seu pescoço para fora da caverna. Eu me lanço para frente, em seu peito. Meu impulso nos leva para trás com um baque. Tenho o elemento surpresa do meu lado e fui capaz de derrubar uma arma de suas mãos. A arma cai de lado. Na outra mão, ele mantém o facão. Deve ter achado nos destroços do avião. Um dos homens de negócios deve ter se preparado para um passeio na selva e embalado em sua bagagem. Eu o quero. Um punho me bate no olho ferido e minha visão embaça o suficiente, para que quase não veja o corte da lâmina, em direção ao meu rosto. Chuto cegamente e ouço um grunhido. Há uma rachadura, em seguida, um grito de dor. Rolo para a esquerda e a faca cai na terra. — Onde está? — Pergunta Afonso. Permaneço no chão, agachado, enquanto ele me circula.

— Fora. — Não há nenhum ponto em fingir que não a tenho. Seus olhos piscam para a abertura e uso essa distração para avançar. Meu impulso nos leva para trás. Ele vai para baixo com a faca e sinto cortando minha pele, mas não paro. Continuo em movimento até que suas costas batem na parede de rocha da caverna. Se eu morrer aqui, Ava não conseguirá sair. Afonso a encontrará. Irá estuprá-la e, em seguida, deixará seu corpo para os animais. Caio para trás e o levo para frente, novamente. A faca corta mais fundo. Sinto o sangue escorrer por minhas costas. Tenho pouco tempo. Se a faca atingir um nervo espinhal, estou morto. Avanço, dirigindo meu ombro sob a mão com a faca. Ele grita e com a mão livre, pego a faca do cinto e esfaqueio seu peito. O grito de dor que ele solta poderia ser ouvido na bacia do Amazonas. Puxo a faca e dou outro golpe, apenas para fazê-lo calar a boca. Seu corpo fica mole sob o meu. Dando dois passos para trás, caio de joelhos. Minha visão está borrada, mas seu rosto é uma máscara macabra. Onde estava seu olho uma vez, há apenas um buraco sangrento. Abaixo dele, outra marca de facada, aonde virei a faca tão forte quanto pude. Empurro o rosto na terra e grito por Ava. Minhas costas parecem pegar fogo, mas ignoro, enquanto procuro nos bolsos de Afonso. Ele tem muita merda neles. Barras

de cereal, que parecem, suspeitamente, da minha bolsa de escoteiro. Ava tropeça. — Verifique sua mochila. — Suas costas. — Ela protesta. — Não, procure por suprimentos primeiro. Qualquer material médico? Tento ficar de pé, mas quando vejo pontos pretos, em vez de Ava e da caverna, caio de volta para meus joelhos. A perda de sangue está me deixando tonto. Cambaleio até o fogo e movo a faca para as brasas. Então pego a arma e verifico. Não há mais balas. Idiota. Deixo-a de lado. — Há um cobertor de papel alumínio, um frasco de prescrição cheio de alguma coisa. Comprimidos para a dor? — Ela parecia esperançosa. — Pastilhas purificadoras de água. Ela suspira em decepção e não posso deixar de concordar com esse sentimento. Poderia tomar uma oxicodona ou dez. — Uma coisa de plástico plana. Há também cerca de dez suplementos energéticos.

Nenhuma

corda.

Nenhum

canivete.

Nenhum

isqueiro.

Aparentemente, encontrou a bolsa, mas algumas coisas tinham caído.

O

cobertor,

as

barras

energéticas

e

as

pastilhas

purificadoras de água eram boas. Muito bom. — A coisa de plástico é uma bexiga para manter a água e os comprimidos de purificação. Ainda há brasas no fogo? — Sim. Acho que vejo como cuidar da facada. — Quero que vá para fora da caverna. Há alguns gravetos lá. Jogue-os no fogo. Vá até o corpo de Afonso. Não olhe para seu rosto, tire sua calça. Limpe minha ferida e quando estiver limpa, coloque a faca quente na minha pele. Ela prende a respiração horrorizada. — Não farei isso. Seguro a mão dela. — Precisa fazer ou morrerei.

CApÍTULO 16 Ava Toda vez que eu me viro, parece que as coisas estão indo de mal a pior. Uma garota não pode nem mesmo fazer xixi, sem alguém usar sua caverna. Agora, Mendoza foi esfaqueado e sinto como se tivéssemos atingido o fundo do poço, na merda da escala de: coisas que poderia dar errado. Claro, eu não deveria dizer isso. Outro avião sempre pode cair na selva, desta vez em cima de nós. — Então novamente, poderia ser um golpe de sorte. — Murmuro para mim mesma. Ignoro o pensamento. Não quero morrer. Quero viver e parece que cada vez que conseguimos uma pausa, algo mais nos atrapalha. — Mais... Lenha na fogueira. — Diz Mendoza, parando meu trem frenético de pensamentos. A ferida parece tão limpa quanto consegui fazê-lo. — Precisa ficar bem quente. — Tudo bem. — Digo fracamente.

Empurro a lâmina nas brasas um pouco mais fundo e acrescento mais madeira e folhas frondosas. Eu sopro sobre o fogo e as chamas saltam. — Você me diz quando estiver quente o suficiente, ok? — Quando estiver vermelho. — Diz ele, desenrolando o cinto de seu pulso. Ele morde e um arrepio sobe em minha espinha. Oh Deus, oh Deus, isso será uma merda. Momentos se passam e Mendoza geme baixinho. Eu sei que ele sentirá muita dor. Oh Deus, oh Deus, isso será uma merda. — Bom o suficiente. — Diz Mendoza. — Apenas se apresse... E faça. Estou perdendo muito sangue. Suas palavras saem arrastadas, através do cinto e há uma inclinação sonolenta nos olhos, que me diz que desmaiará em breve. Preciso me recompor. Aceno e tiro a faca do fogo. Imediatamente, percebo que é um erro, está muito quente e grito de dor, soltando-a de volta nas brasas. Posso sentir nos meus dedos, imediatamente, a formação de bolhas, mas não há tempo para pensar sobre isso. Estúpida, Ava. Burra. Piscando as lágrimas de dor, envolvo a mão na minha camisa e pego a faca novamente. — Aqui vou eu. — Digo a ele e então me sinto estúpida novamente. — Não que qualquer outra pessoa viria atrás de você com uma faca quente. Por outro lado, parece que tem tantos inimigos quanto eu, o que é bom. — Ele não ri, mas

falar me faz sentir melhor, então continuo tagarelando, enquanto puxo a camisa encharcada de sangue longe de suas costas. — Eu não sei como contar isso para você, Sr. Mendoza, mas acho que o darwinismo está tentando colocá-lo fora da linhagem genética. O corte parece horrível. É profundo, com um sangramento lento, gotejando sangue espesso e escuro. Não parece que foi em qualquer lugar vital, mas não sou médica. Sou uma maldita modelo de mãos. Quando me inclino sobre a ferida, uma mosca vibra nas proximidades. Certo. Hora da cauterização. Respiro fundo e nem sequer me preocupo com a contagem de três. Empurro a parte plana da lâmina em brasa contra sua ferida. O crepitar da pele, como um ovo fritando, bate no ar e então o cheiro de carne queimada. Engasgo e pressiono a lâmina mais forte, porque não sei como funciona essa merda. Não sei quanto tempo preciso deixá-la ou se fiz direito. Mendoza ficou mole. Ele nem sequer gritou, o que é muito foda da parte dele. Afasto a faca e observo a ferida. Há uma grande marca de bolhas onde pressionei a faca, mas a ferida está irregular de um lado e a faca que tenho é pequena.

— Acho que terei que cauterizar duas vezes. Sinto muito. É a faca. É tão pequena. Ele não me responde.

Pânico martela meu coração e empurro a pequena faca de volta para as brasas e, em seguida, inclino-me sobre Mendoza. — Rafe? Ainda respira. Desmaiou pela perda de sangue ou dor. Ou ambos. Bem, que isto faça mais fácil para ele. Termino o aquecimento

da

faca

e

pressiono

na

ferida

novamente,

estremecendo apenas um pouco desta vez, enquanto cauteriza sua carne. A pele ficou empolada e púrpura, mas está selada. Com isso, tiro minha camisa, molho um canto e limpo a sujeira e sangue, do resto de sua pele. Uma vez que suas costas estão limpas, viro para o lado e examino seu olho, retiro as ataduras. Parece horrível, pior do que antes e isso me preocupa. Não temos antibióticos, mas temos purificadores de água agora, pelo menos, para que eu possa tomar banho com água limpa. Ao longo das próximas horas, enquanto Rafe dorme, eu me mantenho ocupada, ao redor do acampamento. É isso ou ficar louca de preocupação. Mantenho o fogo, transportando mais madeira, cada vez que me aventuro. Se a madeira está molhada, crio uma pilha do outro lado do fogo, esperando que o calor a seque, eventualmente. Pego mais água, uso os comprimidos e lavo os olhos de Rafe e o cubro novamente. Lavo suas outras feridas também, uma vez que está coberto de arranhões. Limpo a caverna, consigo folhas frescas para uma cama, junto coisas que parecem úteis. Acho uma videira resistente, pendurada em uma árvore, depois de ter certeza que não é uma cobra, levo comigo. Desde que não há tempo suficiente, pego mais videiras, em

seguida, passo uma boa hora ou duas trançando meus achados, para fazer uma corda improvisada. Também acho madeira que fará uma lança decente e faço uma. Nunca é demais ter muitas armas na selva e continuo vendo animais selvagens. A noite chegará logo e o fogo não manterá um predador à distância. Preciso me livrar do corpo. E isso me ocupa uma boa parte da tarde. Mantenho Afonso de barriga para baixo, então não tenho que ver o que aconteceu. Rafe disse que não era bom e confio nele. Amarro a corda ao redor de seu braço e em volta de um tronco, como um arnês, para que possa arrastá-lo através da selva, mas ele é pesado, então não o levo tão longe quanto queria. Preciso me contentar em deixar o corpo rolar de um precipício rochoso e entrar nas videiras da selva abaixo. Bom o bastante. Dou ao corpo uma saudação. — Não sentirei sua falta, Afonso. Rafe acorda ao pôr do sol, quando atiço o fogo e coloco mais lenha úmida, sibilando sobre as chamas. Ele geme e xinga em espanhol. Vou imediatamente para o seu lado, levando a garrafa de água comigo. — Como está se sentindo? — Quero beijá-lo por todo o rosto, por se juntar à terra dos vivos, porque não sei o que eu faria se ele dormisse e nunca acordasse novamente.

— Como no inferno. — Diz ele e tenta sentar-se. — Fique deitado, se puder. — Digo a ele, empurrando a mão no seu ombro. — Dê tempo para curar. Não vamos a nenhum lugar hoje à noite. Ele balança a cabeça e se deita novamente, então toca as bandagens no rosto. — Meu olho dói muito, também. — Eu o limpei enquanto você estava dormindo. — Digo a ele. — Sinto muito se o fiz piorar. — É ruim? — Vamos apenas dizer que não ganhará nenhum concurso de beleza com esse olhar. Ele balança a cabeça. Entrego a garrafa de água. Ele toma um pequeno gole, então tenta passá-la de volta para mim. — Beba tudo. — Digo a ele. — É necessário substituir o sangue que você perdeu e eu bebi água durante toda a tarde. A água do rio, mas era água. Hoje não choveu muito e isso

significa que a madeira estava mais seca do que o normal, então fui pegá-la. — Deveria me levantar para me livrar do corpo... — Eu cuidei disso. — Digo a ele e sinto um pouco de orgulho pela surpresa em seu rosto. — Não sou totalmente impotente, sabe. — Acho você demais, na verdade. Como está o pulso? Estupidamente enfeito sob essas palavras e pego a garrafa de volta, quando ele termina de beber. Em seguida, ofereço uma fruta. — Realmente, não dói tanto. — Ele resmunga no que presumo ser incredulidade. — Não tenho certeza se devemos guardar a cobra ou comê-la. Quanto tempo acha que ficaremos... Aqui? Ele se apoia em um cotovelo. — Devemos comer a carne, antes que ela fique ruim. E quanto a nós, subiremos o rio amanhã. Vamos ver se podemos encontrar qualquer outra pessoa. Aceno e divido a cobra cozida pela metade e ofereço uma parte. Nós dois comemos e então ficamos quietos novamente. Imagino que Mendoza não está de bom humor, o desmaio, as feridas cauterizadas, mas preciso, desesperadamente, conversar depois de um dia sozinha.

— Então. — Digo brilhantemente. — Você quer jogar outra rodada de nosso jogo? Ele esfrega a mão pelo rosto, em seguida, coloca seu cotovelo para agir como um travesseiro. — Acho que sim. — Ele parece cansado. — Tudo bem, eu vou começar. Agito o fogo, contemplando o que falar. Nada sexual, porque a última coisa que precisamos é de mais tensão no acampamento. Estamos muito exaustos e ele perdeu muito sangue. Observo minhas mãos terríveis, terríveis de aparência. Estão cheias de vergões. As bolhas, inchadas e escuras, em três dos meus dedos e um hematoma antigo, o que significa uma ferida feia. Há arranhões, minhas unhas estão quebradas e o meu dedo mindinho está inchado e terrível. Meus dias de modelagem de mãos acabaram pelo menos pelo próximo ano ou dois. Mesmo as menores imperfeições podem custar empregos. Uma vez perdi o emprego porque não gostaram da forma das unhas. Pensar em modelagem de mão me faz pensar em Rose. Isso é um assunto fácil, então. Coloco as pernas debaixo de mim e me aproximo do fogo. — Quando estava no terceiro ano, eu me mudei para uma nova escola. — Digo a Mendoza. — Naquela época, meu cabelo não era castanho, mas loiro. Estava muito loira e muito pálida. Mudeime para a Califórnia e não conhecia ninguém. E as

crianças são más para as pessoas que são diferentes, sabe? De qualquer forma, naquela época, meus olhos com heterocromia, realmente se destacavam. As crianças implicavam e me chamavam de nomes que quisessem. — Crianças é uma merda. Apoio os pés no chão da caverna. — Crianças são crianças. Uma ou duas semanas se passaram e comecei a inventar doenças. Passava metade do dia deitada, na enfermaria, apenas para evitar as pessoas. E um dia, enquanto estava lá, entra a garota muito bonita, com o cabelo loiro e a mesma camisa rosa que eu estava vestindo. O nome dela era Rose e ia para a enfermaria, diariamente, para ter sua bomba de insulina monitorada. Sorrio com a lembrança. — Ela se senta ao meu lado e pergunta por que meus olhos eram tão estranhos. Disse que nasci assim. Então me mostra a sua bomba de insulina e diz que nasceu diferente também. Ela, então, declara que serei sua nova melhor amiga. E depois disso, as pessoas não eram uma merda para mim, porque amavam Rose. E se Rose gostava de alguém, então estava bem. Meus olhos se enchem de lágrimas. — Rose foi quem me levou para a modelagem de mãos, sabe. Ela disse que tinham algum tipo de trabalho para mim e ninguém nunca foi capaz de dizer não a Rose. Acabou que

alguém precisou cancelar e eu preenchi o lugar. O resto é história. Rafe fica em silêncio. Eu dou uma fungada e uma risada trêmula. — Você vai desmaiar de novo? — Não. Apenas pensando. — Sobre o que você vai me dizer? Que segredos terríveis? — Provoco. — Quer me contar sobre sua infância? — Na verdade não. — Diz ele. — Minha mãe me odiava e o homem com quem se casou, não era meu pai. Bem, isso é um assassino de humor. Tanto para o meu jogo. — Que tal me dizer um fato engraçado sobre você, em vez disso? Ele boceja sonolento. — Tentarei pensar em alguma coisa. Nós dois ficamos tranquilos por um tempo e coloquei um grande tronco, para que pudesse queimar toda a noite. Então, deito-me perto do fogo. Acho que ele está dormindo de novo e os meus pensamentos vão para Rose. Bela e teimosa Rose, que pensa que pode sempre seguir seu caminho com um sorriso e uma risada com glamour. Rose com a bomba de insulina. Estão cuidando dela? Eu me pergunto. Podemos ser amigas depois disso? Será que serei capaz de olhar nos olhos dela e não me ressentir

do que a sua escolha por homens me fez passar? Não tenho respostas para isso, então fecho os olhos e tento dormir. Quando estou prestes a pegar no sono, Mendoza fala. Sua voz é suave com exaustão. — Pensei em algo, Ava. Um fato divertido. — O que é? — Eu tenho uma ilha. Isso me parece um... Absurdo. — Uhhuh. — Eu a comprei. — Diz ele, a voz cheia de exaustão. — Tinha um lugar, em uma favela no Rio de Janeiro, chamado Lágrimas de Deus. Era muito perigoso, então comprei uma ilha. Levei muitas pessoas para lá. Para mantê-los seguros. — Durma Rafe. — Digo suavemente. Espero que ele não esteja tendo alucinações. Eu não sei o que farei, se ele fica doente e morrer. Ava da selva está quase atingindo seus limites.

CApÍTULO 17 Rafael Na manhã seguinte, passo um longo tempo olhando Ava dormir. Imagino-a na ilha, na minha cama. Meu quarto está virado para o leste, porque gosto de ver o nascer do sol. Geralmente sou o primeiro. Ocorre-me que os outros homens que se juntam a mim, para uma corrida ao longo da praia, são quase todos solteiros, o que faz sentido, porque se você tiver uma Ava na cama, por que porra estaria correndo ao amanhecer, quando poderia abrir suas pernas e deleitar-se em sua boceta suculenta? Passo a língua pelo meu lábio inferior. Eu não a experimentei. Tenho medo na verdade. Sou o cão raivoso, no final de uma trela fraca, usando uma coleira desgastada. Prová-la apenas acabará com os últimos fios do meu controle. Deliberadamente, um por um, forço meus dedos a relaxar de sua posição apertada e acordo Ava. — Levante-se e brilhe. — Balanço a garrafa de água. Levará algumas horas antes de podermos beber, uma vez que é o tempo que leva para os comprimidos de purificação fazer o seu trabalho, mas temos três litros de água, que irá nos manter

bastante hidratados. — É muito cedo, Rose. — Ela murmura. É patético que esteja feliz, que seja o nome de sua amiga que ela murmura em seu sono e não algum namorado babaca. Esfrego um pouco de sono inexistente fora do meu olho e a agito novamente. — Levante-se e brilhe. É hora de encontrar a civilização. Ela se estende e o movimento empurra os seios no ar, o cobertor escorrega para baixo, ao redor de suas coxas. Há um pedaço tentador de pele exposta, entre o cós da sua calça de ioga e na parte inferior de sua camisa esfarrapada, que sobe, quando os braços se levantam sobre a cabeça. Salivo com a visão. Tomo um gole de água, esperando que o sabor rançoso me acorde da minha fuga induzida pela luxúria, mas depois ela se move novamente e sua camisa sobe ainda mais, até que a curva, em volta de seu seio, está quase sendo revelada. Nem mesmo o aperto e dor nas costas, quando eu me mexo, tiram minha concentração, querendo ver o tecido subir mais. Não posso me recompor, até que ela se senta e esfrega os olhos como uma criança. Isso me obriga a acordar. Ela pisca e olha em volta. — Que horas são? — Sete ou mais.

O sol já saiu há algumas horas. Começo a arrumar nossos suprimentos na mochila de nylon. — Ei. Não precisamos disso? — Ela protesta quando eu apago o fogo. — Não procuraremos mais partes do avião hoje? — Não. Não olho para as cinzas que estou criando. Não posso passar outra noite em uma caverna com Ava e não tê-la. Estamos muito isolados e a necessidade, em meu corpo, substitui todos os outros pensamentos. — Precisamos sair da selva. — Oh, por causa de seus ferimentos? — Sim. — Eu minto. — Por causa deles. Já estive pior do que com uma facada nas costas e um buraco no meu olho, mas novamente, não tive que cuidar de uma modelo ao mesmo tempo. Coloco a mochila no ombro, ignorando a dor nas costas. Ergo a faca, para que possa dar uma olhada no meu olho no reflexo da lâmina. — Ah, pelo amor de Deus. — Ava diz e se aproxima. Ela bate na minha mão e levanta o curativo. No primeiro toque de sua mão na minha cabeça, congelo e todas as minhas boas intenções desaparecem também.

— Seu olho parece bom. Não há secreção escorrendo ou nojeira. Devo cheirá-lo ou algo assim? Eu vi alguém fazer isso em um programa de televisão. — Talvez verificá-lo novamente? Não pergunto por que duvido de sua palavra, mas porque quero que ela fique ali durante todo o dia e olhe cada parte do meu corpo. Posso realmente ver um pouco do meu olho ruim, o que significa que o inchaço está começando a diminuir. Ficarei bem. E a cicatriz nas costas não é nada. Eu tenho uma cicatriz no meu peito, de uma ferida que recebi há nove anos, a primeira vez que fui enviado para fazer um trabalho em ambiente úmido. Guy esfaqueou-me, antes que eu pudesse terminar com ele. Ela deve ter visto. Porra, tenho cicatrizes por todo o corpo, assim me afasto. — Eu machuquei você? — Ela parece infeliz ou preocupada. — Não. — Em seguida, para suavizar a dureza da minha resposta, acrescento rispidamente. — Obrigado por cuidar de mim. — Bem, você é o meu bilhete para casa. — Ela me dá um sorriso amarelo. — Certo. Vamos andando. Eu pego a faca longa, a que Afonso usou, tentando me derrubar e lidero o caminho para fora da caverna. Faria bem lembrar que seus toques e preocupações têm a ver com a saída da selva. É claro que ela será boa comigo. Eu sou o único que pode

salvar sua bunda bonita. — Fique perto e caminhe em meus passos. — Claro. — Ela responde abruptamente. Fazemos o nosso percurso para a margem do rio, onde usamos a lama. O repelente de mosquito, que estava no saco de escoteiro, deve ter caído junto com outras coisas. Uma vez feito isso, começamos a andar rio abaixo. Não há caminhos nesta parte da selva, nem mesmo aqueles altos e isso significa que não há nenhuma aldeia vizinha. Caminhamos em silêncio, por um longo tempo. Posso sentir seus olhos em minhas costas. Ela tem dúvidas, que está morrendo de vontade de perguntar. Por volta de meio da manhã ela se quebra. — Você sabe por que eu brinco de jogo? — O jogo de uma pergunta? — Eu quero ter certeza de que a entendo. — Sim. Eu jogo, porque então posso fingir que não estamos na selva e que estamos no estágio dois de nos conhecermos. — Qual foi a primeira fase? — Pergunto, contra o meu melhor julgamento. — A primeira fase foi quando você me levou para o café e me comprou comida. Com certeza, agora sei que você

estava fazendo isso como parte de sua missão ou o que quer que fosse, mas no momento, foi lisonjeiro. — Parece-me que você chega à fase um, muitas vezes. — Eu não. Rose. Seus outros amigos, talvez, mas não fui para a fase um por muito tempo. Isso é melancolia que ouço? Eu paro e viro bruscamente. — Você está brincando comigo? Como uma garota como você não tem encontros? Deve ter a primeira fase todo o tempo do caralho. Ela sorri, em seguida, um verdadeiro sorriso feliz se estende por todo o rosto. É uma coisa boa minhas botas estarem plantadas na largura dos ombros, porque esse tipo de beleza derruba um homem em seu traseiro, se ele não estiver preparado. — Você já viu Rose? Ela é uma modelo. Uma modelo real. Eu tenho mãos bonitas. Ela ergue as mãos e ambos olhamos para elas. Uma está coberta de lama e a outra ainda está inchada e roxa. Suas mãos não são mais bonitas. São macias, mas agora, a única modelagem que poderia fazer seria em uma revista de sobrevivência. Vejo o momento que a realidade bate, porque seu sorriso desaparece e a luz em seus olhos morre. — Ok, talvez não agora, mas tenho mãos bonitas.

De repente, nada parece mais importante para mim do que Ava saber como ela é linda. Seguro seu pescoço e inclino sua cabeça para trás e, pela primeira vez, olho para ela e não tento esconder nada. — Eu não sei com quem você andou por aí, mas é um nocaute. Tem o tipo de corpo que faz com que os homens queiram lutar por você. Seu rosto é como um maldito sol; é tão bonito, que não se pode olhar diretamente para ele. Se fosse mais linda, eu, provavelmente, morreria de um ataque cardíaco. Na verdade, passarei lama em seu rosto, para que quando encontrarmos os nativos, eles não tentem mantê-la como uma deusa para adorarem. Passo um dedo sujo de lama, sobre sua testa e, em seguida, para baixo, na ponta de seu nariz. Seus olhos amolecem e as pálpebras ficam pesadas. Mesmo com a minha experiência de merda com mulheres, sei o que isso significa e meu corpo estica em direção a ela. Dou um passo para trás, solto minha mão e viro. Isso é tudo o que posso dar-lhe agora. Arrumo o monstro na calça, esperando que o tecido extra possa me dar algum espaço para respirar. Volto a andar e ela me segue, mas desta vez a barreira está quebrada e as perguntas vêm incansavelmente. — Você realmente possui uma ilha?

— Sim. Foi propriedade de um antigo cartel de drogas colombiano. Ele aterrorizou os moradores, limpou a terra para uma pista de pouso e construiu um composto. Foi morto por uma gangue rival, quando estava em Sanibel, fazendo negócios. Ficou semi-abandonada. Os meus homens e eu reunimos os nossos recursos e compramos. Levamos todos os que quiseram se mudar, porque o governo brasileiro já não era amigável. — Como é chamada? — Lágrimas de Deus. — De onde tirou isso? Corto os galhos. Sua mão vai para a parte de trás da minha calça e qualquer que seja a barreira que criei, desaparece. Ela aperta, mas decido que não quero perder o seu toque, o que, provavelmente, significa

que estou

perdendo

minha

mente.

Esperamos encontrar alguns nativos em breve e que possam, simplesmente, lançar-me à morte e acabar com minha miséria. — E Deus enxugará toda lágrima de seus olhos, não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem haverá mais nenhuma dor. — Cito Apocalipse. — E não existe nenhuma morte, tristeza ou dor? Bufo. — Não. Não importa o quão alto o muro ou quão forte as barricadas, doença morte, mágoa, todos o encontram.

— Então, por que a ilha? — Porque foi o lugar mais seguro que pude encontrar para as pessoas que confiam em mim para protegê-las. — Faço uma pausa. Provavelmente, não deveria compartilhar estas informações com ela, mas merece saber por que a estava seguindo. — Um amigo meu foi levado pelo governo dos EUA. Ele me ajudou a formar Lágrimas de Deus. Talvez até mesmo tenha sido sua ideia. Porra se eu sei. Fomos capturados por rebeldes, em Teerã. Eles nos levaram a Dashte Kavir, disseram que se pudéssemos sair do deserto, então, estaríamos livres. Fomos deixados para morrer, mas alguns nativos nos encontraram e nos ajudaram. Quando chegamos à segurança, pediram para levá-los conosco. Olho para o pântano de folhas, lembrando do dia quente, quando Davidson e eu fomos confrontados com o abandono de nossos salvadores e os levamos conosco. Realmente não houve qualquer debate, apesar de tudo. Nós não teríamos sobrevivido sem a ajuda deles. — Caminhamos para fora do deserto, longe do exército e criamos base em uma pequena favela no Brasil. Parecia um bom lugar para se esconder do mundo. — Como as outras pessoas o encontraram?

— A notícia se espalhou ao redor. Uma criança era vendida por comida, ou talvez uma filha oferecida para proteção. Nós não tínhamos rompido os laços com tudo de volta para casa, para nos tornarmos comerciantes de escravos ou assassinos de crianças. Mas as favelas são perigosas. É uma mentalidade de matar ou ser morto, por isso, lutamos e lutamos duro. Toque-nos e sofre, não apenas você, mas sua família toda. Podia senti-la tremer atrás de mim, mas não tirou a mão. — Parece bíblico. — Isso é influência da minha mãe. Ela leu-me a Bíblia, quando deveria estar jogando videogames e assistindo pornografia. Ela viveu uma vida de merda e a Bíblia era o seu refúgio. Queria que eu fosse um missionário. — Queria que eu expiasse o pecado original de nascer. Como se a vida não fosse uma maldição o suficiente. — E parece que você é. — Como assim? — Olho por cima do ombro. — Você tem uma ilha, para onde envia as pessoas que salva. — Ela encolhe os ombros como se fizesse total sentido. — Não é esta a definição de ser um missionário? Salvar as pessoas? — Lágrimas de Deus não é o céu, Ava. — Digo mais rispidamente do que pretendo. — Talvez para algumas pessoas seja.

CApÍTULO 18 Ava Quando acho que descobri o homem, ele me surpreende novamente. Há tantas camadas em Rafe Mendoza, que não sei o que pensar. Acho que ele é um bandido que me ajuda a escapar dos bandidos. Diz que não significo nada para ele, mas me olha com tanto desejo, que me faz tremer. Diz que é apenas um mercenário, mas então me conta sobre uma ilha que comprou e que transformou em um refúgio para as pessoas. Acima de tudo, ele me diz que é virgem por opção e, em seguida, empurra seu pau na minha frente. Então, sim, não há como ter certeza sobre Rafe Mendoza. Não posso colocar, exatamente, os meus sentimentos sobre ele, em uma categoria facilmente classificável. Odeio que queira me vender. Estou totalmente confusa sobre o seu celibato, assim como o fato dele ser virgem, especialmente, se a sua única experiência com uma garota foi apenas recebendo dicas. E estou terrivelmente, horrivelmente, completamente, atraída pelo homem. Pau grande ou não, há mais sobre Mendoza do que isso.

Tudo o que sei é que, quando ele me disse que eu era bonita antes e traçou a lama em meu nariz? Precisou de toda minha força de vontade para não puxá-lo e beijá-lo. Acho que ele adivinhou o que sentia, porque imediatamente se virou, deixando-me totalmente confusa. Não disse que me achava atraente? Será que não quer se livrar de sua virgindade? Toco o meu cabelo conscientemente. Deus, provavelmente eu pareço como a porra de um naufrago. Talvez por isso ele se afastou tão abruptamente. Picadas de insetos sobre picadas de insetos. Não é uma visão sexy, de qualquer forma. E realmente, a selva não é exatamente propícia ao sexo quente e vaporoso também. Penso na caverna onde passamos os últimos dois dias e estremeço. Penso em quanto tempo se passou desde que tomei um banho. Cheiro minha axila e estremeço. Ok, sim. Está fedendo. Provavelmente estou coberta de imundice da selva, de ponta a ponta. É tranquilo, quando caminhamos através da selva e ele não parece estar em um clima de conversa, então, mentalmente, fantasio sobre como posso tirar sua virgindade. Nós teríamos que ter um bom quarto de hotel. Algo especial, com uma grande cama e uma grande banheira. Pediria um bom vinho, talvez alguns morangos. Usaria uma lingerie que apertasse minha cintura levemente larga e tocaria nos meus seios. E nós precisaríamos de lubrificante. Muito lubrificante. Visualizo-me rasgando a camisa de Mendoza e abraçando seus quadris, quando ele se deita na cama. O olhar em seu rosto, quando percebe, exatamente, o

que pretendo fazer e então aquele desejo maravilhoso em seus olhos. Estremeço um pouco, apesar do ar quente e úmido. Se sairmos daqui com vida, definitivamente, colocarei esse plano em ação. Seguimos ao longo da margem do rio por um tempo, minha mão segurando a parte de trás de sua calça, enquanto ele avança. Tenho uma lança levemente segura na minha mão ruim, mas, principalmente, uso-a como uma bengala. Mendoza está com o facão de Afonso e usa para cortar através da selva. Apareceram alguns jacarés e cobras, mas a maior parte do outro lado da margem do rio. Espero que não estejamos fazendo muito barulho, para que algo venha nos investigar. Meu olhar se move ao longo do rio, enquanto caminhamos. Ele é turvo e cheio de detritos, a água barrenta, marrom, pouco convidativa. Árvores e excesso de arbustos aparecem na margem do rio, assim, andamos há uma curta distância, mas o mantemos à vista. Não vimos ninguém, nessa confusão de selva e espero não ver. É por isso que fico surpresa quando, quase no meio do dia, vejo algo na margem oposta, sob algumas árvores frondosas. — Aquilo... É um barco? Mendoza faz uma pausa e olha. — Minha visão é uma merda agora. Vamos chegar um pouco mais perto.

Sigo logo atrás dele e nos movemos para baixo no rio, para um arbusto. Com certeza, parece com um pequeno barco de fibra de vidro de dois metros, com um motor na parte traseira. Excitação me percorre e eu envolvo um braço ao redor do peito dele por trás e grito. — Oh meu Deus, é um barco! É um barco! Nós vamos sair daqui! Ele ajusta-se automaticamente ao meu toque e talvez seja estranho, mas estou começando a me acostumar com a ideia de Rafe ter uma ereção constante perto de mim. Em seguida, ele balança a cabeça. — Não devemos ficar muito animados ainda. Esse barco pode estar lá, porque isso significa que o inimigo está por perto. Congelo no lugar. — Você quer dizer... Fouquet? — Os homens de Fouquet talvez. Virão procurar por essa bolsa ou por você. — Merda. — Solto um suspiro. — O que faremos, então? Voltar para selva? — O pensamento me faz querer chorar. — Não. — Rafe diz e se vira sorrindo para mim. — Nós roubaremos seu maldito barco.

Uma risada animada escapa da minha garganta. Não acho que poderia adorar mais o homem, nem se ele me dissesse que tinha brownies. — Gosto do jeito que você pensa. Ele começa a desabotoar a camisa. — O que você está fazendo? Rafe me olha de sob as bandagens na metade de seu rosto. — Entrarei no rio para trazer o barco. Fico olhando para ele, horrorizada. — Está louco? Você tem um ferimento nas costas. — Que você cauterizou. — E tem um olho ruim que pode se infectar e ficar muito menos sexy para uma garota. Ele olha para mim por um momento. — Estou falando sério. — Digo, colocando minha boa mão no meu quadril. — Sou toda a favor de enfermagem e banhos de esponja, mas no momento que começar a escorrer meleca verde da sua órbita, eu estou fora. Rafe bufa e começa a desabotoar a camisa novamente.

— Oh não, você não vai. — Digo e começo a puxar a minha camisa. — Eu vou e você fica aqui. — Não seja ridícula, Ava. — Ele me diz. — É perigoso. — É tudo muito perigoso. — Provavelmente, posso nadar melhor do que você. — Sou uma nadadora campeã. — Minto para ele. — Ganhei três medalhas na escola para nado de peito. — Tiro minha camisa e desde que estou de sutiã, balanço um pouco os seios, para ver se ele está prestando atenção. Ele está. Com certeza. Seu olhar, imediatamente, vai para meus seios. E me sinto no controle novamente. — Aqui está, Rafe. — Digo a ele. — Você não será de ajuda, se pegar uma infecção ou morrer, de acordo? Manter-se vivo e inteiro significa que fico viva e inteira. E estou disposta a fazer um acordo. — Um acordo, hein? — Ele empurra uma mão contra a frente de sua calça, mas é óbvio que despertei a fera mais uma vez. Não pode esconder o fato de que tem uma ereção. Não com a calça cargo. Não com aquele pau. — Sim, um acordo. — Digo a ele.

Eu me pergunto se meus mamilos estão duros. Porque a ideia do meu acordo está deixando-me excitada. — Você me deixa entrar nesse barco prometo que, quando voltarmos para a civilização, eu brinco de enfermeira e dou-lhe um banho de esponja. — Parece que ganho de qualquer forma. — Diz ele e seu olhar vai para os meus seios novamente. — Sim, você ganha. — E não é o único. Mas seu lado cavaleiro branco é não deixar-me vencer tão facilmente. Mesmo enquanto tiro a calça, ele olha através do rio lamacento e desagradável. — Campeã de natação, hein? — Três medalhas na escola. — Concordo. Ele suspira e olha para mim. — Eu não gosto disso. — Eu não me importo. Não gosto da ideia de você ter gangrena. Agora, ele apenas parece divertido. — Tenho certeza que não se pode ter gangrena em um rio. — Com certeza está apenas enrolando. — Digo a ele e entrego-lhe as calças, então meus sapatos. Estou um

pouco assustada com o pensamento de entrar naquela água, mas parece ser ruim para ele e suas muitas feridas. As minhas estão sob a pele - bolhas, um dedo mindinho quebrado, etc. As dele são muito mais preocupantes e mais propensas a infectar. — Banho de esponja, hein? — Ele está tentando ser indiferente sobre isso, mas há uma nota rouca em sua voz que me diz que já está pensando nisso. — Sim. — Digo alegremente. — Vou entrar no rio. Ele franze a testa, mas tira algo do bolso. — Leve isso, pelo menos. — Ele me entrega a pequena faca. — Boa ideia. — Digo e aperta-a entre os dentes. Dou-lhe uma piscadela atrevida, antes que possa pensar em jacarés, piranhas ou cobras escondidas naquela água marrom escura, vou para a margem do rio e entro. É quente e cheio de lodo. Ugh. Também não consigo ver meus pés. Duplo ugh. Eu me movo na água, lentamente. Então começo a nadar sem jeito, porque meu pulso dói, quando empurro contra a água. — Pensei que você disse ser uma nadadora campeã. — Diz Rafe, quando eu mais ou menos nado no rio. — Eu menti. — Digo com os dentes apertados na faca. Ele xinga.

E então eu me concentro em nadar até o barco o mais rápido que posso. Tenho pavor e medo que me faz nadar mais rápido, especialmente quando algo roça meu pé. Poderia ser um galho velho caído na água. Poderia ser uma cobra de vinte metros de comprimento. Pode ser um peixe. Não ficarei por aqui para descobrir. Apenas nado mais rápido. A água fica mais profunda, em direção ao meio do rio e não posso tocar o fundo, mas fica raso de novo do outro lado e chego perto do barco. Há uma corda amarrando-o na margem, então me escondo perto e uso a faca para cortá-la. Quando o barco está livre, começa a descer o rio e percebo que não tenho ideia de como devo entrar na maldita coisa. Meu pulso dói terrivelmente e não sei se posso usá-lo para saltar dentro do barco. Então, novamente, é pesado demais para nadar de volta para o outro lado. Algo esbarra contra a minha perna, na água novamente e entro em pânico. Agarrando a lateral do barco, ignoro a fraqueza no meu pulso e lanço-me para dentro. Um clarão ofuscante de dor dispara no meu braço, enquanto puxo o barco para o lado, mas consigo rolar para o fundo. Deito com as pernas apoiadas em um dos assentos, um pequeno soluço sufocado escapa. Meu pulso dói mais, a cada maldito dia e agora é uma agonia. Não tenho tempo para isso, no entanto. Eu me forço a sentar, segurando o pulso contra o peito. Há um remo na parte inferior do barco e chego para ele. Não sei como fazer o motor funcionar, mas tenho certeza que posso descobrir como remar.

Apenas quando me aproximo do remo é que percebo que há algo mais no barco. Com uma mistura de horror e espanto, coloco a metralhadora pesada no meu colo. Oh, puta merda. Não apenas estou roubando o barco de alguém, mas como uma maldita metralhadora dentro. Com os olhos arregalados, olho através do rio para Rafe. Que porra eu faço agora? Ele não está olhando nessa direção, embora. Está olhando para baixo do rio, com o facão na mão. Estou tentada a lançar a arma no fundo do rio, mas podemos precisar. Então começo a remar para o outro lado. Espero poder chegar até Rafe antes que os proprietários desta arma voltem.

CApÍTULO 19 Rafael Ela nadou através do rio por mim. Não posso tirar esse pensamento da minha cabeça. O chão no qual estou pisando estremece. Há uma mudança tectônica na crosta da Terra, mas aparentemente, ninguém pode sentir isso, mas eu sim. Quando ela tirou a camisa e seus seios mal cobertos balançam na minha frente, minha língua ficou presa no céu da boca. Não pude dizer nada para impedi-la de correr para o rio, porque não tinha atividade cerebral. Os seios dela são magníficos. — Olha o que encontrei! — Ela diz e levanta o que parece ser um AK-47, triunfante acima de sua cabeça. Há um longo compartimento que oscila da câmara da metralhadora. A arma não vai nos tirar da selva mais rápido, mas não estaremos mais na cadeia alimentar. Algumas balas daquele bebê e comeremos algo melhor do que cobra. Mentalmente, soco-me para que possa colocar a cabeça no jogo. Chega dessa besteira, porra. Então ela nadou através do rio. Quer sair desta terra úmida, tanto quanto eu. Digo a mim mesmo repetidamente, mas o que minha cabeça quer e o que

meu corpo quer, são coisas completamente diferentes. Meu pau está duro como nunca e há um aperto no meu peito, que está a me fazendo sentir como um colegial, do tipo que escreve o nome de sua paixão em um caderno cheio de flores e corações. Merda. Estou apaixonado por esta mulher. Não apenas quero fodê-la daqui até o Equador, mas quero levá-la para minha ilha, colocá-la em um trono e me prostrar aos seus pés, até que me diga para levantar e chupar os dedos deles. E se eu for muito bom, poderei colocar a minha boca entre suas pernas e comer a boceta, até que ela esteja muito fraca para se levantar. Se a minha querida mãe não estivesse morta, eu a procuraria, para que ela me trouxesse à razão. Preciso de alguém, qualquer um, para me dar algum sentido. Tanto por Ava quanto por mim. Desço o aterro e estendo a mão, para puxá-la para o meu lado do rio. Ela pega o remo e mergulha-o na água. A proa do barco vai para a correnteza, enquanto rema no lado esquerdo. — Mude os lados. — Eu grito, em seguida, faço movimentos de remo em ambos os lados do meu corpo. Ela pega imediatamente e vira o remo para o lado direito. Eu a vejo trabalhando. Deve ser uma cadela segurar o remo, quando seu dedo mindinho está inchado. Enquanto se aproxima, entro na água para ajudá-la a

arrastar o barco. — Saia da água. — Ela me repreende. — Há algo terrível nela. Algo tentou me comer quando eu estava nadando. — Porque você é um pedaço suculento. — Sorrio, enquanto arrasto o barco até a areia, para que possa subir. O perigo se foi e seu sorriso de alegria está me deixando tonto. — Pedaço suculento de quê? — Ela sorri de volta e meu coração acelera. Vou acabar morrendo de um ataque cardíaco nas margens do Amazonas. Há uma pequena parte egoísta de mim que quer ficar na selva, onde eu possa manter Ava para mim mesmo. Diria a ela que não encontramos a saída e que viveríamos na caverna, apenas nós dois. A selva é cheia de comida e água, que eu poderia fornecer. Quando levá-la de volta à civilização, ela voltará para sua vida extravagante, com seus amigos modelos e os homens ricos que pairam ao redor dela. Serei reduzido a persegui-la, vê-la de longe e me masturbar. Minha mão aperta a proa do barco por apenas um momento, enquanto contemplo a fantasia da selva mais uma vez. Então jogo a bolsa de nylon de suprimentos, com a bolsa maldita de Ava no fundo do barco. — Você é suculenta em todos os lugares.

As palavras saem mais roucas do que pretendo e posso ver, pelo aperto de seus lábios, que ela está desapontada comigo. E é por isso que preciso recuperá-la. Porque aqui na selva, poderia ser feliz, mas ela nunca seria. Ela precisa de lençóis, roupas caras e um homem que saiba como dar prazer a ela. Porque mesmo que eu não tivesse um pau enorme, não tenho experiência e minha capacidade de levar esta mulher ao orgasmo, enquanto fodemos é, provavelmente, mais fina do que um pedaço de papel na bolsa de Ava. Dou-lhe um sorriso tenso e começo a entrar no barco, quando ouço o som inconfundível de uma câmara sendo carregada. Porra. Não podemos ter nenhuma pausa? Ava suspira e levanta a arma, mas em seguida, abaixa quase imediatamente. — O quê? —Abro a boca e pego o facão que peguei de Afonso. — Eles são crianças. — Ela sussurra em horror. Levanto minhas mãos, a faca em uma e me viro lentamente. E vejo um bando de meninos, tensos e sujos. O mais alto é cerca de vinte e cinco centímetros mais baixo que eu. Ele não está segurando a semi-automática, apesar de tudo. Este seria seu amigo da direita, que é quase da altura de Ava, mas tem bom tônus muscular. Olhando para a barba em seu rosto, esse garoto mal saiu da puberdade. Ele pode ter treze anos, se muito.

O restante das crianças varia entre dez a treze anos e estão armados até o punho, parecendo meninos soldados de Uganda. Sua pele escura é cheia de tatuagens caseiras e cintos de munição. O que aconteceu com os bons e velhos tempos, quando os nativos estavam armados com lanças caseiras e usavam folhas ao redor da cintura? Agora eles têm mais armas do que um acampamento de sobrevivência em Utah e usam calças cargo, onde guardam mais uma dúzia de brinquedos. Pena que ele não esteja apontando uma arma para mim. Eu viraria essa merda em seu rosto tão rápido, que ele se esqueceria de como segurar uma arma. Mas uma semi com uma bala na câmara, nesta faixa estreita? Eu, provavelmente, levaria um tiro no outro olho. — Você fala espanhol? — Pergunto, com as minhas mãos ainda levantadas. O líder se volta para o rapaz alto ao lado dele, que concorda. — Quem é você? — O garoto alto pergunta. Não quer saber o meu nome. Quer saber se eu represento um perigo para ele. Eu represento. Sou trinta e cinco centímetros mais alto e com muito mais músculos e posso, facilmente, matar este rapaz. Mesmo que uma dessas crianças dê um tiro, tenho a capacidade de levá-los para o inferno comigo. Mas não sou um assassino de crianças. Nunca fui.

Assumo um risco. Quando estávamos no Rio de Janeiro, a favela Lágrimas de Deus era bem conhecida. Pessoas de todos os lugares procuravam refúgio lá. Nós ficamos muito conhecidos, não apenas impondo vingança, mas proporcionando um refúgio seguro para os outros também. Não importa qual seja seu passado, contanto que

possa

nos

provar

que

mudou

ou

que

não

representava qualquer perigo para a comunidade, era bem-vindo. Abaixo minhas mãos e depois viro meus bíceps direito na direção do grupo. Uma vez que você é parte de Lágrimas de Deus, recebe uma tatuagem. É um grande olho estilizado, com uma faca espetando uma lágrima abaixo dela. Todo mundo tem uma, cada homem, mulher e cada criança com idade superior a treze. A minha é grosseira, porque Davidson a fez o com uma faca e tinta de uma caneta-tinteiro, quando escapamos do deserto, onde formulamos nossos planos. — Sou de Lágrimas de Deus. Você nos toca e o mundo todo se cobrirá de morte. Você vai morrer, sua mãe vai morrer. Cada pessoa com a qual está relacionada será poeira e até mesmo o próprio céu vai esquecê-lo. Ajude-me e farei tudo ao meu alcance para destruir seus inimigos e ajudar, quando você precisar. Os olhos do rapaz alto se abriram mais. Ele se vira para seu amigo e começa a falar rapidamente. Entendo uma ou duas palavras. Eles estão falando uma variante do espanhol. Nas Forças Especiais você aprende várias línguas, dependendo de onde o governo pensa que poderia fazer seu melhor trabalho. Não sabia o suficiente para falar, mas podia entender.

— Ele... Lágrimas de Deus... Ajudar-nos... Inimigos. — O que está acontecendo? — Pergunta Ava. — Eu disse a ele que iria machucá-lo se nos ferir e que o ajudaria se nos ajudasse. — Isso é bom. — Diz ela com a aprovação. — Mas você, realmente, não vai machucá-los, certo? — Não quero. — Mas em uma batalha entre manter Ava segura e ferir esses meninos? Sim, eu o faria. Apenas não quero chegar a esse ponto. Agora estão distraídos e eu poderia desarmar um e dominar os outros, mas uma bala perdida poderia atingir Ava. Os dois rapazes terminam a conversa e o mais alto se volta. Ele empurra sua arma para baixo. — Você nos ajuda a limpar a nossa aldeia e os deixaremos ir. — O que ele disse? — Ele quer ajuda para limpar sua aldeia e depois nos deixa. — Como lavar a roupa? Limpar seus banheiros? — Ela parece confusa. — Suspeito que limpeza da aldeia signifique algo diferente do que varrer o chão de suas casas. Duval deve ter monitorado o vôo. A bolsa deve ter um sinal de rastreamento. Quando o avião não pousou, ele, provavelmente, disparou um rastreador

GPS e enviou tropas exploradoras para recuperá-la. A aldeia destes rapazes deve ser a forma mais próxima da civilização ao local do acidente. Dado que nós não os ouvimos na selva, devem ter acabado de desembarcar e passaram a ocupar a vila. — Ah Merda. Isso é ruim, certo? — Talvez. Meus homens estão seguindo Duval, o que significa que se os mercenários de dele estão lá, Garcia deve estar atrás. — Eu me viro para os meninos. — Quantos homens chegaram à sua casa? O rapaz alto mostra oito dedos. — Apenas oito, mas também muitas armas. Eles mataram o chefe e dois outros, em seguida, todos se renderam. — Ele levanta os braços e logo os abaixa. — Fomos caçar e voltamos para ver a casa sob ataque. — Minha mulher precisa ficar segura. Pode fazer isso, enquanto vou com você e limpo sua casa? O rapaz alto traduz e o líder acena com a cabeça. Oito homens. Tenho a AK que Ava encontrou no barco, semiautomáticas, cinco crianças e minha mulher para proteger. Esfrego a mão no meu rosto e viro para dar a notícia a Ava.

CApÍTULO 20 Ava — Você o quê? O olhar no rosto de Rafe é sombrio. — Disse que irei para a aldeia, vou ajudá-los a se livrar dos mercenários e quando for seguro, viremos buscá-la. Ele ergue a arma que temos do barco. — Será muito mais fácil com este bebê. Apenas olho para ele como se fosse louco. — Rafe, você está ferido. Não está em condições de invadir uma aldeia. — Não foi apenas ontem que cauterizei uma ferida de punhalada e cuidei do seu olho? O olho que não pode ver? — Nós não temos muitas escolhas. — Ele me diz. Inclina a cabeça, apontando para os meninos armados, atrás de nós.

— Eles são nossa melhor opção. Se pudermos entrar nessa aldeia, teremos um verdadeiro lugar para dormir à noite e em segurança. E poderemos voltar à civilização na parte da manhã. Todas essas coisas parecem maravilhosas. Mais do que maravilhoso. Mas o fato é que eu estou com medo. Rafe não está nas melhores condições, no momento. Porra, eu também não. Estou tão cansada e nojenta, que poderia cair e dormir por um dia inteiro. Talvez dois. Não posso imaginar o que ele sente. E quer ir invadir uma aldeia? — Eu deveria ser a pessoa a ir. — Digo a ele. Ele olha para mim, incrédulo. — Eu sou o mercenário. — Você também é aquele com a facada nas costas. Sua boca se contorce como se estivesse tentando esconder a diversão. — Eu também estou vestido. Cruzo meus braços, recusando-me a sentir estranha por estar de calcinha e sutiã. — Estava nadando num rio, muito obrigada. E você não se importou há cinco minutos. Eu o vi olhando.

— Cinco minutos atrás, eu não me sentia estranho sobre ter uma ereção. Na frente de mercenários infantis, sinto. Bom ponto. — Ainda não acho que você deve ir. Rafe segura a arma para mim. — Você sabe como usar isso? — Você simplesmente puxa o gatilho, certo? Suas sobrancelhas sobem. — E se emperrar? Ou precisar recarregar? Ele tem um ponto. A única arma que saberia usar é o remo no barco. — Certo tudo bem. Se precisar ir, vá. Mas eu vou também. — Não, ficará aqui. — Rafe, porra, eu sou não... — Ava, se eu tiver que me preocupar com sua segurança, não serei capaz de fazer o que precisa ser feito. — Como você acha que eu me sinto? — Pergunto. — Ficarei preocupada com você! Sua expressão suaviza e eu o pego olhando para a minha

boca. — Você está? Essa nota rouca, que retorna à sua voz, faz com que os meus mamilos fiquem duros. Eles estão todos: oh, olá Ava, não estamos tão cansados agora, verdade? Eu cruzo os braços sobre os seios para escondê-los. — Então devo apenas me sentar na selva e esperar? — Não, você se sentará aqui e esperará que tudo fique limpo. E se eu não voltar, você foge. Entendeu? — Posso apenas apontar o quanto odeio esse plano? — Pode, mas isso não significa que temos um melhor. Porra.

Dez minutos depois, ele me deixa, apesar dos meus protestos e fico com dois meninos, deste lado do rio. Eles têm armas e falam espanhol, passam muito tempo olhando para meus seios, mesmo depois de me vestir novamente. Garotos. Típico. Oferecem-me

algumas

frutas

para

comer,

enquanto

conversam em voz baixa entre si e riem das minhas maneiras. Um deles faz um comentário sobre minha mão, apontando para o

mindinho desajeitado. — O que, você é um médico? — Pergunto-lhe. Duvido, mas mostro a ele de qualquer maneira. Ele diz algo e faz gestos para meu pulso, depois para o dedo mindinho. Encolho os ombros em resposta. Não sei o que ele está dizendo. — Está apenas inchado. Ele bate em seu rosto e aponta nos meus olhos. — Ow? — Ele pergunta. Oh. Ele acha que eu machuquei o olho, como Rafe. Balanço a cabeça. Eu sei que meus olhos são estranhos, para a maioria das pessoas. Tenho um verde e um castanho muito escuro, o que é inquietante, para muitas pessoas que me veem pela primeira vez, pois, quando as pupilas se dilatam, o olho marrom fica muito escuro, de fato. — Não machucado. — Digo com um aceno de cabeça. — Eles são exatamente assim. Ele começa a dizer algo mais, mas somos interrompidos pelo som distante de tiros. Nossos sorrisos desaparecem. Acabamos de ser lembrados de que, através do rio, Rafe e as outras crianças estão arriscando suas vidas.

Não posso relaxar depois disso. A fruta no meu estômago revira, sinto-me doente. Penso em Rafe ferido. Ele está seguro? Está julgando mal as coisas com um olho coberto e um dos bandidos atirou nele? Será que irá morrer virgem, com aquele olhar de desejo em seus olhos? Será que nunca terei a experiência de experimentar esse desejo? Ouvimos mais tiros à distância e as crianças parecem preocupadas. Rafe pode cuidar de si mesmo, eu, mentalmente, repreendo minha mente preocupada. Ele já fez esse tipo de coisa antes. Não importa. Eu fiz um acordo comigo mesma. Se ele voltar seguro, foderei com esse homem, quando voltarmos para a civilização. Se não estivéssemos nessa situação louca, eu diria que estou apaixonada por ele. Mas eu não posso, porque preciso salvar Rose. O tempo passa devagar e fica cada vez mais tarde. Ouço os sons da selva e o zumbido de insetos. Eles ainda estão me picando, mas as crianças, ao meu lado, não são afetadas. Devem gostar mais da minha pele. Não temos uma fogueira e não peço uma. Acho que estamos bem, por enquanto, porque as crianças mantêm

suas

armas

nas

mãos

e

estão,

observando os limites do nosso acampamento.

constantemente,

É tarde e, apesar da preocupação picar mais que os insetos, sinto-me sonolenta e cansada. Quase começo a dormir, quando alguém a aparece no meio do mato. Os meninos ficam de pé, alertas e eu pego o remo, pronta para golpear qualquer um que chegue perto. Uma chamada de voz na escuridão e os meninos correm para frente, armas nas mãos. — O quê? — Eu grito. — O que foi isso? Será que perdemos? — Oh merda. O que farei sem Rafe? Oh merda. Se Rafe se foi... O pensamento me enche de desespero e não apenas sobre a minha situação. Se Rafe se foi, nunca irá sorrir para mim novamente. Nunca me dará um daqueles olhares cheios de desejo. Nunca me tocará com ternura. Nunca tocará o Godzila, enquanto pensa que não estou olhando. Não sei o que farei se Rafe morrer. O pensamento é assustador. Como ele se tornou tão importante para mim, de forma tão rápida? Rose é aquela que entrega seu coração, sou a prática, cansativa. Mas não, ao que parece, quando se trata de Rafe. Como se meus pensamentos o evocassem da selva, uma figura aparece nas sombras da noite. Ele é alto e musculoso, mas vejo o tecido sujo do tapa-olho, antes de qualquer coisa e sufoco um soluço de alívio.

— Rafe! — Eu me lanço para frente e jogo meus braços ao redor de seu pescoço. — Meu Deus! Você está ferido? Está tudo bem? — Está tudo bem. — Diz ele e sua voz está cansada. Seu braço protetor fica ao redor da minha cintura, embora. — Nós cuidamos da aldeia. — Ele me diz. — Houve algumas baixas. Alguns rapazes ficaram muito ansiosos. — Há tristeza em sua voz. — Oito dos inimigos mortos. — Matou todos eles? — Fico exultante, no início e então imagino. Oito homens com armas e Mendoza entrando com alguns garotos e um rifle? Eu me afasto de seu abraço. — Porra, isso foi tão perigoso! — Precisava ser feito. Ele o fez e eu sei que fez isso por estes meninos, para que não tivessem que viver sob o jugo dos senhores da guerra imbecis com armas. Ele fez isso porque é um bom homem e quer que os bons ganhem. Fez isso por mim. Eu sei disso, com a certeza que ele faria tudo novamente. É quem ele é. E amo isso nele. É por isso que coloco minhas mãos nos lados do seu rosto e beijo sua boca, com força. Aperto meus lábios contra os dele, provando suor e sujeira, mas também... Rafe.

Ele fica rígido e não sei se é de surpresa, ou se é porque sou totalmente inadequada. Não me importo. Tudo o que sei é que preciso, desesperadamente, que ele me beije de volta, porra, agora. Então abro os lábios, esfrego a língua ao longo da sua boca, persuadindo-o a abrir. Para me dar uma chance. Rafe geme e seus braços me apertam. A arma cai no chão, em seguida, suas mãos estão se movendo pelas minhas costas, como se ele precisasse me tocar em todos os lugares que pudesse. Minha língua entra em sua boca, faminta. Tudo sobre ele é desejo selvagem com necessidade, isso me deixa louca com desejo, também. Eu o beijo com força, minha língua batendo contra a dele, encorajando-o a foder minha boca com a língua, para me mostrar sua intenção. Sua mão toca meu cabelo e me mantém no lugar, então ele me leva ao mais profundo, mais molhado e sensual beijo que já tive. Sua língua foi a lugares que nenhuma língua já passou e isso deixa meus joelhos fracos. No momento em que nos separamos, sinto que sou a única que conquistou uma aldeia, estou exausta, mas totalmente triunfante. Nós dois respiramos com dificuldade. — O que foi isso? — Pergunta ele. — Por voltar a salvo para mim. — Digo e me agarro em seu peito por um pouco mais, apenas porque posso. — Por favor, não me deixe para trás novamente, ok?

CApÍTULO 21 Rafael — Prometo não deixá-la para trás com garotos soldados na selva, novamente. Ela revira os olhos para minha promessa específica, mas não se move. Eu me inclino e toco sua boca novamente. Estamos suados, com mau cheiro e cobertos de lama, mas nunca provei nada melhor do que sua boca. Ela me beija de volta, a boca se abrindo mais sob a minha. Sua língua é ousada e quente. Não consigo parar de rosnar, o que aparentemente é uma coisa boa, porque ela pressiona mais perto de mim, tão perto que meu pau, dolorosamente despertado, está esculpindo um torrão no seu estômago. Tento afastar-me, mas ela me puxa para mais perto. — Não, eu quero. Eu quero você. — Ela geme contra meus lábios. Isso me rompe. Eu a puxo bruscamente contra mim, as mãos na sua bunda, levantando-a de modo que a união de suas pernas esfregue no meu pau duro. Ela responde, envolvendo as pernas em minha cintura, em seguida, esfrega-se em mim.

Eu a apoio com firmeza contra mim. Nem mesmo uma folha poderia ficar entre nós. Minha mão toca seu cabelo, para segurar o couro cabeludo, enquanto o outro braço é uma faixa de ferro, ao redor de sua cintura. Abro minhas pernas para me equilíbrar e permito que ela me monte. Seus calcanhares tocam minhas costas e é essa pequena dor que me impede de gozar na calça. Um grito distante penetra a luxúria nebulosa do meu cérebro e me lembro que ainda estamos no meio da selva amazônica, cobertos de lama e ainda não fora de perigo. Com um esforço hercúleo, separo-me de sua boca quente. Ela olha para mim, com as mãos no meu pescoço. — Por que você parou? — Porque nós estamos no meio da selva, baby. Suas pernas apertam minha cintura, ao ouvir o carinho. — Eu quero você. — Ela repete. — Eu não quero machucá-la. — Eu me mataria antes de prejudicar até mesmo um fio de cabelo da sua cabeça. — Você não irá. — Ela me assegura. — Será bom. Serei gentil. — Um sorriso travesso toca seu rosto. Dou um puxão em seu cabelo levemente, lembrando-lhe que

tenho vários centímetros e pelo menos cem quilos sobre ela. — Não, é com você que estou preocupado. Ela coloca um dedo nos meus lábios. — Você não irá me machucar. Confia em mim? Concordo com a cabeça, porque sua minha língua está na minha garganta. — Antes... Antes de tirar o Godzila, quero comer sua boceta. Preciso sentir você gozando em mim, apenas uma vez. — Antes de estragar tudo. Ela estremece. — Será incrível. — Nós estaremos em um hotel, ao por pôr do sol. — Eu juro. — Salvarei Rose para você. — Você irá? Como? Seus olhos se arregalam e os lábios ficam abertos. Resisto à tentação de beijá-la novamente. Tenho a sensação que o grito veio de Garcia e que ele estará sobre nós em um minuto. Eu a deixo cair, lentamente, no chão. Há um plano mal formulado na parte de trás da minha cabeça, mas não posso parar, agora que ela olha para mim como se eu lhe desse a lua.

— Duval a usa para mantê-la sob controle, então a retém por perto e não há como esta compra acontecer, sem ele estar diretamente envolvido. Os compradores não tolerariam. — Você, realmente, acha que ela está aqui? — Aposto meu olho bom que ela está em Pucallpa agora com Duval e estão esperando que isso seja devolvido.— Chuto a bolsa aos meus pés. — Você trocaria a informação por Rose? E o seu amigo? — Nós vamos buscá-lo também. — Como? — Mostra suspeita em suas palavras, mas também esperança. Aposto na esperança. Aposto tudo o que tenho. — Vamos buscá-lo, depois que pegarmos Rose. — E se você não conseguir? — Então iremos oferecer ao governo algo que eles queiram mais, do que a informação. — O que é isso? Dou-lhe um sorriso irônico. — Não é possível revelar todos meus segredos. — O que você quer de mim? Lambo meus lábios.

— Você sabe o que eu quero. Um sorriso se espalha por seu rosto. — Eu sei, não é? Tenho que parar de olhar para o sol. Ele está machucando meu olho e fazendo um caminho direto para meu coração. Viro para a grande figura se movendo em nossa direção. Como eu suspeitava, Garcia estava logo atrás dos mercenários. O menino que fala espanhol, Carlos, ergue-se do seu lugar sob uma grande palmeira, onde estava sentado, enquanto Ava e eu nos beijamos. Ele aponta a sua AK em direção à Garcia. — Amigo. — Digo a ele. Ele abaixa a arma, quando vemos Garcia caminhar para nós. — Você parece uma merda. — Diz ele em saudação. — Melhor do que você em seu melhor dia. — Eu o puxo para um abraço áspero e em seguida, dou um grunhido, quando ele me bate muito forte nas feridas. — Parece pior do que é. Ava, este é Garcia. Garcia já conhece a Srta. Samson. E este é Carlos. Sua aldeia é aqui. — Aponto para o oeste. — O tiroteio? — Garcia pergunta, querendo saber se os tiros que ouviu trocados eram nossos ou de algum outro encontro.

— Fomos nós. Falarei sobre isso no barco. Vamos, Carlos? — Pergunto. Ele balança a cabeça e nos leva até o aterro. Ava e Carlos entram no barco a remo de metal, com seu motor leve na parte de trás, enquanto Garcia e eu empurramos para longe da areia. — Você ficará cego? Passo o dedo pelo meu curativo improvisado. Já estou vendo a luz de lado. Então suspeito que meu olho ficará bem. — Não da ferida. — Eu brinco. Garcia olha atentamente para Ava, mas não diz outra palavra, quando nós dois nos erguemos sobre o lado do barco. Uma vez que todos nossos membros estão dentro, dou a Carlos outro aceno e caímos fora. — Onde estamos? — Pergunto, chamando a atenção de Garcia de volta para mim. — Na Província do padre Abad. O avião caiu cerca de cinquenta quilômetros a noroeste da trajetória de vôo. — Quando você ouviu? — Duval deve ter a bolsa rastreada, porque sabia que havia algo errado, antes do governo peruano. Ele e cerca de vinte homens voaram de Lima para Pucallpa, um dia atrás. Levou-lhes mais um dia, para se arrumarem para uma viagem na selva. Houve um conflito interno. Nem todo mundo quer fazer

uma caminhada na Amazônia. —Deve ser por isso que eram poucos mercenários. Apenas oito. — Eu disse a ele. Ele bufa. — Merda. Deve ter sido como jogar no modo fácil. Nós enfrentamos dificuldades muito mais difíceis no passado, por isso que fiquei com raiva por perdemos alguns dos moradores. O líder dos rapazes estava de volta com o seu povo, enterrando seus mortos. — Houve algumas mortes. — Respondo categoricamente. Garcia estremece. — Eu não consegui encontrar um guia imediatamente, então tiveram uma vantagem sobre mim. Ouvi o som da AK, cerca de quatro cliques ao sul, mas no momento que cheguei lá, tudo estava acabado. — Ele encolheu os ombros. O tiroteio aconteceu cerca de cinco minutos depois que estrangulei três dos guardas. O mais jovem dos rapazes apertou o gatilho e os cinco mercenários se precipitaram em direção ao som, dando tiros no mato. Um aldeão mais velho escapou da prisão e foi morto a tiros. Sua mulher correu para o corpo caído e um dos babacas atirou nela também, antes que eu chegasse a eles.

Havia alguns feridos de bala, incluindo o menino atirador, mas foi isso. O pai do líder veio e nos disse que tínhamos que sair, pois trouxemos má sorte para sua aldeia. Não podia discutir com isso. Temos sorte de ter o barco para Campo Verde. Carlos nos deixa e eu entrego a AK para ele, embora tenha que lutar com Ava. Ela se apegou a arma. — Vou arranjar-lhe uma arma. — Digo. — Promete? — Ela não quer mais ter medo. — Prometo. Relutantemente, ela deixa ir e o rapaz corre. Ele está ansioso para voltar para casa. — E agora? — Agora vamos comprar um veículo e encontrar um lugar para ficar. Amanhã vamos para Pucallpa. Seguro a mão boa de Ava, ignorando o olhar de Garcia. Ela respira

fundo,

enquanto

olha

para

a

estrada

de

barro

avermelhada. Há edifícios de tijolos, chapas onduladas e concreto. É pouco povoada, mas depois de alguns dias na selva e a preocupação de que poderia morrer, posso dizer que ela se emocionou, ao ver sinais de civilização semi-moderna.

— Vou tomar banho? — Ela pergunta esperançosa. — Sim. Vamos encontrar chuveiros, comida, camas. Roupas. Não posso deixar de olhar para sua camiseta suja e lembrar a incrível visão maravilhosa de seus seios no sutiã, quando ela se levantou da água. O tecido ficou grudado em cada centímetro dela e se não fosse pelos garotos, provavelmente a teria jogado na lama e chupado toda a água da Amazônia dela. Percebo

que

ela

nota,

mas

apenas

sorri

de

volta.

Aparentemente, não se importa que olhe para seus seios ou bunda. Ela também não parece se importar que a toque. Na verdade, acho que gosta. Está até mesmo mostrando curiosidade, em vez de temor, com relação ao Godzila. Molhada, limpa, Ava soa como um pedaço pessoal do céu. — Vamos. — Garcia diz com rispidez. Ava faz uma cara engraçada e eu dou uma risada curta, que serve para deixar a careta de Garcia mais profunda. A caminhada, do rio para o centro da pequena província, é curta. Campo Verde consiste em uma estrada pavimentada central, que se divide em várias outras estadas de terra e há ali um número impressionante de empresas, incluindo uma pequena mercearia, uma loja de suprimentos e o que parece ser um motel. Há mais bicicletas no centro da cidade, do que pessoas. Os moradores olham para nós como se fôssemos aparições de fantasma, Ava em particular. Apesar de que, seus

olhares poderiam ser atribuídos ao fato de que estamos mais sujos do que o chão. — Você tem dinheiro? — Não é realmente uma pergunta. Garcia não estaria aqui sem estar totalmente equipado. Ele acena e tira um maço de notas cor de rosa. — Quanto você acha que um deles custa? Eu vejo um velho Golf. — Talvez cinquenta? — Só isso? — Pergunta Ava. — É alguns mil dólares norte-americanos. — Explico. Garcia localiza o proprietário e começa a negociação em espanhol.

Do

vendedor

de

carro,

alugamos

uma

pequena

residência. Um quarto, um banheiro e uma cozinha. É modesta, mas tem água corrente, o que é fundamental. A família ficará com os vizinhos, em troca do nosso dinheiro e as duas famílias dividirão o pagamento, quando sairmos. — Você primeiro, baby. — Digo, quando abro a porta para o pequeno banheiro. Ela inclina-se contra mim, como se toda sua energia desaparecesse, agora que está fora da selva. É estresse pós-traumático. — Baby? — Garcia diz, com as sobrancelhas levantadas.

Fecho a porta e ouço a água cair. Vou em direção ao meu próprio acidente. — Dê-me o resumo sobre a situação em Pucallpa. — Tenho Bennito e Rodrigo com os olhos e ouvidos em Duval. Ele alugou um bangalô no Hotel Ecológico Manish. Seu irmão, Fouquet, está com ele e tem três guarda-costas, dois dos quais estão no bangalô com ele e o outro está no edifício principal. Eu os vi levar uma mulher. Seu rosto estava coberto, então não fui capaz de identificar. Rose. Não digo meus planos para Garcia ainda. Ele está no limite e quero fazer um reconhecimento do terreno, antes de propor um novo curso de ação. — Acolhedor. Como estamos situados? — Temos os bangalôs em ambos os lados. — Garcia diz, presunçosamente. — Bom. Ava e eu ficaremos com um e vocês três podem ficar no outro. — Quando iremos deixá-la? — Ele empurra a cabeça em direção ao banheiro. — Não iremos. As mãos de Garcia apertam uma cadeira de madeira. — Ela é um risco. Uma distração, um peso morto.

— Você esqueceu ―demônio‖'. Não foi por isso que Fouquet não a estuprou? Porque os olhos são incompatíveis? Talvez ela seja um súcubo. Não sei se realmente me importo, neste momento. Estou disposto a dar minha alma por ela. — Se dizer que ela é a filha do demônio e isso a manter fora de sua cama, então sim, ela é um demônio. — Acostume-se a dormir com Lady Lúcifer então, porque ela irá para a ilha. — Que porra está dizendo? — Ele deixa escapar. — A porra do que disse. — Eu fecho os olhos. Ele esbraveja e diz que não pode acreditar que perdi minhas bolas para uma garota na selva e como fui mordido por um mosquito e agora sofro de alucinações, induzidas por malária. Ava e eu temos um acordo. Salvarei Rose e ela me salvará.

— Ele ficará bem? — Ava pergunta, quando sai do chuveiro toda rosa e branco, gloriosa. — Sim, eu ficarei bem. — Respondo por Garcia.

Ele está limpando as feridas nas minhas costas e não quer conversar com ela, provavelmente, por medo de que caia sob seu feitiço. E sim, teria que matá-lo, porque Ava é minha agora. Ela irá para minha ilha. Eu não sei como faremos sexo. É possível que não possamos. Mas quero aprender e fazer o melhor sexo oral do mundo e, junto com alguns brinquedos, irei mantê-la satisfeita. Mas não posso ver a vida sem ela. Não. A verdade é que eu sei como é viver sem ela. Isso é o que venho fazendo durante os últimos trinta e cinco anos. Existir. Sua presença ilumina a noite escura e faz uma caminhada na selva parecer férias em um resort. Ela é corajosa e inteligente. E a quero mais do que um homem faminto anseia por comida. Mais do que

um

homem

amaldiçoado

se

preocupa

com

suas

consequências. Porra, seus sorrisos são tudo o que preciso para poder viver. Enquanto Garcia limpa minhas feridas, não hesito, porque mal sinto a dor. O que é dor, quando Ava está aqui, segurando minha mão, refletindo a luz do sol sobre mim. — Você terminou? — Pergunto a Garcia, impaciente para ficar sozinho com Ava. Ela cheira bem. Nossos estômagos estão cheios de carne, feijão e frutas. Ava tomou um picolé de frutas e outro de creme, com tanto entusiasmo, que pensei que iria gozar nas minhas calças, apenas olhando para ela. Mesmo Garcia, tinha uma

expressão vidrada em seus olhos. — Paciência, irmão. Ele está trabalhando lento e não acho que é porque as feridas estão sujas, mas porque está tentando adiar o inevitável, deixar Ava e eu sozinhos. Mas ele precisa sair. Ela não está segurando minha mão mais. Está acariciando. Uma mão está embalando a minha e com a outra, aquela com o mindinho inchado, toca as veias no dorso e esfrega um dedo em cada articulação. Eu não sabia que um toque como esse poderia ser tão erótico. É uma coisa boa que eu estou deitado no meu estômago, porque meu pau está fazendo um buraco no colchão. — Preciso de mais bandagens. Elas estão no saco, na sala externa. — Garcia aponta para a porta aberta. Ava aperta minha mão e se levanta para buscar. Olho sua bunda com curvas, balançando para fora da porta e suspiro como um colegial. Garcia não perde tempo. — Ela precisa ir. — Ele repete. — A compra acontecerá a qualquer momento e não podemos tê-lo distraído. Não tiro os olhos da porta, porque logo Ava voltará e eu a verei, enquanto se aproxima. Ela tomou banho e sua pele parece comestível. Quero lambê-la e ver se tem gosto de creme ou mel. Talvez seja ambos. Seus pesados seios balançam sob

uma camiseta emprestada. Minha é claro. Quase lutei com Garcia no chão, quando ele jogou uma das suas no rosto dela e é por isso que ele está agora tentando convencer-me de que ela precisa sair. Ele ficará e irá proteger a garota. — Não acontecerá. — Eu digo. Ninguém dormirá perto de Ava, exceto eu. Ninguém a vigiará, exceto eu. Confio em Garcia e nos outros, mas esta noite, sou eu e Ava.

CApÍTULO 22 Ava Deus, eu estou tão limpa que é orgástico. Há tantas coisas, agora que estamos de volta na civilização, relativas que nunca mais tomarei como certo. Coisas como sabonete e água fresca. Estar lá fora e não ter uma centena de insetos picando-o. Comida que não tinha três minutos atrás. Na verdade, apenas comida e ponto final. Não consigo parar de comer. Mesmo agora, estou tão cheia de comida, que poderia vomitar, mas quando procuro, através do saco, por ataduras, vejo algumas bolinhas sabor chocolate e tenho que resistir à vontade de colocá-las na boca. Mas o amigo de Rafe já me odeia bastante. Eu o vi, lançando olhares irritados em minha direção, durante todo o dia. Não importa o quanto esteja esfarrapada e coberta de picadas de insetos em cada centímetro da minha pele. Você pensaria que sou o diabo encarnado aqui, para causar problemas. Posso imaginar por quê. Rafe está mudando seus

planos por mim. Em vez de abandonar Ava, agora é trabalhar com Ava. E, enquanto esse não era o meu plano original, estou bastante animada por ser o plano agora. Atrevo-me a pegar o homem gostoso e salvar minha melhor amiga? Pode esta tempestade se transformar em um cenário mais favorável? Apenas tenho que esperar. Até a minha mão inchada parece melhor. O mindinho parece ruim, mas posso dobrá-lo sem muita dor e o inchaço diminuiu ao redor do meu pulso, também. Pego as bandagens e retorno ao quarto, onde Rafe está deitado sobre a cama e seu amigo Garcia trabalha nele. Ambos olham, quando eu entro e me sinto um pouco consciente da minha roupa. Estou vestindo uma camiseta alguns tamanhos maiores e uma cueca boxer de algodão, uma vez que era tudo o que tinham para me dar que estava limpo. Minha calcinha e sutiã estão em imersão, em uma pia cheia de sabão e alguém prometeu comprar-me roupas de manhã. Garcia franze a testa para mim e balança a cabeça, movendose sobre as feridas de Rafe outra vez, mas estende a mão, com aquele intenso olhar que usa apenas em mim. Entrego a Garcia as bandagens e sento-me na cadeira, ao lado da cama e seguro a mão de Rafe novamente. Sou a primeira a admitir que esteja um pouco sentimental com relação ao meu homem. Ele é minha âncora e a única razão que me impede de entrar em pânico sobre a situação.

Mantém minha preocupação com Rose longe. Também me mantém distraída do fato de que seu amigo me odeia e ainda estamos em um país estranho, com informações perigosas e com poucos amigos. Porque, quando sua mão toca a minha? Está tudo bem. Eu sei que Rafe me tem. Sento-me na cadeira, novamente e cruzo as pernas. Elas estão limpas e recém-depiladas, mas com vergões, cortes e contusões ainda. Não é uma visão sexy, mas ele estende a mão e me dá um olhar pensativo, quase reverente em seu rosto, quando me toca. Estremeço com o desejo me percorrendo. Minhas coxas pressionam e olho para Garcia. Seus lábios estão pressionados, infeliz, com a visão de Rafe me tocando. — Você terminou? — Ele pergunta a Garcia novamente, mas seu olhar ainda está em mim. Sempre em mim. — Quase. — Diz Garcia e seu tom é mais do que um pouco irritado. — Você pode sentar-se agora. Rafe faz em minha perna uma última carícia e então se senta. Seu pau está inclinado, na frente de sua calça e molho meus lábios ao vê-lo. Está me dando um olhar faminto, que promete o mesmo que seu beijo na margem do rio. — Você pode sair? — Rafe pergunta, levantando um braço e

rolando seu ombro para flexionar seus músculos. A visão que faz minha boca se encher de água. As sobrancelhas de Garcia se arqueiam. — Nós precisamos conversar primeiro. Faço um gesto para a porta do quarto. — Eu vou tomar alguma coisa. Rafe acena com a cabeça, mas seu olhar devora meu rosto, meus seios, minhas pernas. Ele passa uma mão sobre a boca e sei que não está pensando em nada que Garcia dirá. Está pensando em mim. Eu debaixo dele. Sobre ele. Eu com a minha boca sobre ele. Ele com sua boca em mim. E... Agora estou pensando nisso também. Eu me forço a levantar e caminhar para fora do quarto, fechando a porta atrás de mim. Imediatamente, ouço Garcia começar a falar em voz baixa e depois Rafe começa a discutir com ele. Parte de mim quer ficar e bisbilhotar, mas tenho outras ideias em minha mente. Vou para o banheiro do pequeno bangalô e olho nas gavetas e armários,

à

procura

de

duas

coisas

muito

particulares:

preservativos e lubrificante. Se for tirar a virgindade de Rafe esta noite e oh, irei, precisaremos dos dois. O banheiro não tem nada de bom a não ser xampu e condicionador tamanho para viagem. Há uma toalha de rosto e balde de gelo e isso me dá ideias, mas estou mais

interessada em encontrar preservativos. Volto para a sala de estar e procuro na mochila de Garcia. Sucesso. Um preservativo. Um. Olho o pacote, mas não é extragrande. Porra. Descobriremos alguma coisa. Eu o coloco no balcão, para mais tarde. Volto para o banheiro e pego o balde de gelo e a toalha, abro a torneira até que a água esteja agradável e morna. Coloco um pouco de sabonete, em seguida, encho o balde com água. Hoje à noite será a primeira noite e estaremos limpos, bem alimentados e sem medo que um mosquito nos pique. Estou pensando em desfrutar de cada momento disto e tenho a intenção de tocá-lo por toda parte. E vamos começar com o banho de esponja que prometi. As discussões se agravam, fecho o chuveiro, ouvindo. Um momento depois, ouço alguém xingando e logo a porta da casa se fecha. Olho para fora e Rafe está de pé, na sala de estar, sem camisa. Ele esfrega o rosto e olha para a porta, depois balança a cabeça. — Seu amigo saiu? — Pergunto a ele, abrindo a porta do banheiro. Ele confirma com a cabeça. — Ele não gosta de mim. — Indico.

Rafe olha para mim. — Ele acha que você está me distraindo, quando eu menos preciso disso. Ah. Bem, ele pode não estar errado sobre isso. Mas não mudarei meus planos. Independentemente de como me sinto sobre Rafe, preciso de sua ajuda para salvar Rose. É apenas um bônus adicional (um grande bônus) que também estou louca pelo homem. Coloco o balde debaixo da minha mão enfaixada e solto um pano nele. — Se ele pensa que você está distraído agora, ele não viu nada ainda. Isso chama a atenção de Rafe. Assim como o balanço dos meus quadris, quando sigo em frente. Perto deste homem? Eu me sinto bonita, não importa as picadas de insetos e os hematomas. — O que há no balde? — Ele me pergunta. Percebo o desejo em seus olhos novamente, o que me deixa excitada. Mordo meu lábio, alcanço a água e o sabonete, levanto a toalha e dou-lhe um aperto. — É hora do seu banho de esponja, assim como prometi. Suas sobrancelhas sobem. — Você será minha enfermeira, Ava? — Ele se move na minha direção e posso dizer que está animado com o pensamento. Tudo em Rafe muda, quando ele está pensando em mim.

Mesmo a maneira como se move é mais predatória, mais faminta. E porra, eu amo isso. — Sim. — Digo, mantendo minha voz leve. — Quero verificar seus

ferimentos

eu

mesma

e

certificar-me

que

fique

completamente limpo, antes de dormir. Então, vou colocá-lo na cama. Seus olhos brilham com necessidade e ele se move em minha direção, para me dar um beijo. Eu me afasto, porque estou no modo brincalhão agora. Se iremos ter sexo, teremos preliminares primeiro. — Impertinente. — Eu brinco. — Se você quiser seu banho, é melhor entrar no quarto. A promessa de uma massagem faz com que ele se deite na cama outra vez, estremecendo com suas feridas. Ele se senta na beirada da cama e olha para mim, impaciente e com fome de toque. Mas sou uma mulher e somos experientes em provocações. Coloco o balde de água com sabonete na mesa de cabeceira e pego um travesseiro em seu lugar. — Aqui. Deixe-me ajudá-lo a se sentir confortável. Venha e se incline contra a cabeceira. Ele faz como eu peço e então me afasto outra vez.

— Incline-se para frente e lhe darei outro travesseiro. Ele se inclina prontamente, o que me permite colocar um travesseiro em suas costas. O meu objetivo é duplo, claro. Estou perfeitamente ciente das escoriações e feridas em suas costas, não importa os curativos. Um travesseiro vai ajudar. Além disso, isso me dá a chance de colocar os seios em seu rosto. Faço exatamente isso, certificando-me de esfregá-los contra seu peito e então em seu maxilar, enquanto finjo afofar o travesseiro. Meus seios estão soltos sob a camiseta, ele geme e se aproxima, até segurá-los. Suspiro, porque ele envia um raio de calor através do meu corpo, no momento em que me toca e seu polegar roça o mamilo. Ele enterra o rosto entre os seios e geme profundamente. — Ava. Porra, doce Ava. — Você é um paciente muito travesso. — Eu o repreendo e me afasto, mesmo que queira colocar meus seios de volta em seu rosto e ver se ele apertará os mamilos. Perturbada, arrumo minha camiseta e volto para o balde com água. Meus seios ficam doloridos e duros sob a camiseta, agora quero rasgá-la e subir em cima dele. Paciência, Ava. — Você é uma torturadora. — Ele diz. Pisco para ele.

— A tortura é a metade da diversão, baby. Com a minha mão boa, aperto a toalha, em seguida, inclinome para frente. — Posso ensaboar agora? — O decote em v da camiseta está, provavelmente, dando-lhe uma boa visão e quando seu olhar vai para lá, eu sei que encontrei outra forma de deixá-lo louco. — Se você me tocar. — Ele adverte. — Posso explodir em minha calça. — Vou apenas limpar por cima. Sento-me na beirada da cama e, delicadamente, passo a toalha sobre a clavícula. O fato é que ele é virgem. Controlar-se não conta, ao menos não neste cenário. Sei que ele pode explodir a qualquer momento. Pelo menos, pela primeira vez. Não há expectativas de orgasmo após orgasmo. Para mim, isso é sobre ele, porque quero deixá-lo selvagem. O sexo não tem que ser sobre alguém dando seu pau, até que você não aguente. Pode ser sobre toques suaves e sensuais, palavras brincalhonas e quero mostrar a Rafe isso. Quero mostrar a ele que não me preocupo com suas cicatrizes ou o fato de que tem um pau absurdamente grande (e parece doer apenas olhando). O sexo pode ser apenas sobre curtir um ao outro e aproveitar o que a outra pessoa oferece. Em seguida, pode ser sobre ele me fodendo, até que não

possa andar. Ele fecha os olhos, quando arrasto a toalha sobre o peito. A água escorre pela pele bronzeada e meu plano está, subitamente, trabalhando contra mim. Agora quero colocar minha boca em sua pele, saborear os músculos quentes. Morder os peitorais duros. Fazer todos os tipos de coisas más, impertinentes com o homem. Suspiro, quando coloco a toalha no balde novamente e vou para se abdômen. — Você, com certeza, é um homem de boa aparência, Rafe Mendoza. Ele abre um olho para mim. — Estou cheio de cicatrizes. — As mulheres gostam de cicatrizes. Ele bufa. — Estou falando sério. Se eu o visse em uma festa, provavelmente teria que manter a boca fechada. — Passo o dedo molhado sobre seu umbigo. — Os olhos escuros, o cabelo grosso, seu bronzeado lindo. Mmm. Ele está quieto e quando olho novamente, a intensa necessidade está de volta em seus olhos. Eu sei como se sente. Meu pulso se concentra entre as pernas dele e os meus mamilos estão doendo por sua boca. Sinto-me dolorida de necessidade, por

todos os lugares. Tudo isso por um banho de esponja mais ou menos e uma promessa de prazer mais tarde. Nenhuma razão para eu não fazer uma aposta, embora. — Por que você não tira a calça, para que eu possa terminar de limpar? Ele hesita e meu coração dói um pouco. Eu sei que está preocupado com Godzila e seu tamanho. Está preocupado com o que aconteceu no passado. É hora de distraí-lo novamente. Desta vez, quando levanto a toalha do balde, deixo ficar molhada e arrasto em meus seios, de modo que o tecido da camiseta se agarra mim. — Opa. Olha o que eu fiz. Como sou desajeitada.

CApÍTULO 23 Rafael — Porra Ava, você é tão bonita. Coloco uma mão sobre minha boca, repentinamente seca. Eu sei com o que quero molhá-la, no entanto. — Você gosta de cicatrizes pós-selva? Ela balança a mão sobre seu corpo e acho que deveria ver algumas falhas, mas tudo o que vejo são suas generosas curvas, o brilho da pele recém-lavada, o olhar aberto e acolhedor em seu rosto. — Estou apenas limpa. — Se você fosse mais linda, meu coração iria parar. — Puxo sua mão, para que ela não fique ajoelhada entre minhas pernas. Tenho medo que, simplesmente, olhar para ela nessa posição, farme-á gozar em todo seu rosto. Além disso, tenho planos para ela. Passo as mãos pelas coxas até chegar atrás dos joelhos. Suas pernas são levemente musculosas e ela tem um tornozelo delicado. Há um vazio atrás do osso do tornozelo, que está implorando para ser beijado. Na verdade, não há uma parte do seu

corpo que não é feito para meus lábios. Ela coloca as mãos nos meus ombros. O toque é leve. — Não irá me machucar. — Eu digo a ela. Preciso que ela tenha certeza dessa noite, não porque espero que ela faça sexo comigo, mas porque não quero que venha para minha cama com uma ideia equivocada de gratidão. Quero que tenha certeza. — Tem certeza? — Suas mãos acariciam meus músculos das costas e para os lados irregulares dos cortes de faca. — Nada que você fizer poderia me machucar. — Digo a ela. Mesmo se fugisse de mim. Mesmo se decidisse que não quer ter nada a ver comigo, nada disso seria culpa dela. Não me machucaria. A situação me mataria. A ideia de que não poderia me amar, far-me-ia mal. Mas esses são meus sentimentos e os assumirei. Receberia qualquer quantidade de cortes de faca no meu corpo, para ficar uma noite com ela. Ser capaz de colocar meus lábios contra sua pele, chupar seus seios. Ouvi-la gemer meu nome, enquanto a levo ao orgasmo. Qualquer coisa que possa suportar ou sofrer, depois disso, valerá a pena, com certeza. Movo as mãos para as pernas sedosas, na parte de trás das coxas, puxando para baixo a cueca boxer e ela para frente. Seu cheiro é rico, não apenas água e sabonete, mas... Excitação. Um aroma almiscarado que, de repente, enche minha boca de água.

Nenhuma

padaria,

na

França,

cheirava

tão

atraente

ou

perfumada. Levanto sua camiseta e não encontro nada além da pele nua. Ela depilou todos os lugares. A pele lisa, entre suas coxas pálidas, é a visão mais erótica que já tive o privilégio de ver. — Linda. — Repito reverentemente. Pressiono meu nariz contra ela e inalo o cheiro de seu desejo. Ela estremece com o toque e seus dedos apertam os músculos do meu ombro. Quero as marcas de unhas. Eu a quero tão selvagem, que me marque com unhas e dentes. Puxarei seu cabelo e a farei cavalgar em vários orgasmos, está noite. — Certo. Mostre-me o quanto você quer isso. — Eu quero. — Diz ela. Sua própria respiração está irregular. Minha respiração está curta e irregular também. Nunca estive tão excitado, tão cheio de expectativa. Cada parte de mim vai na sua direção. Ela é o imã e sou uma massa de pequenas limas de metal, encontrando a casa, pela primeira vez na minha vida patética. Coloco a mão entre suas pernas, porra, ela está molhada. Meus planos, aqueles que envolvem uma foda longa e dura, saíram pela janela. — Mãos na cama, baby. — Digo a ela, quando me movo pelo colchão, para me sentar entre suas coxas. Ela se inclina para frente, os seios balançando. A camiseta, que mal disfarça qualquer um dos seus encantos, irrita-me, porque quero ver os

seios exuberantes balançando na frente do meu rosto. Pego a camiseta pela barra com meus dentes e com minhas mãos, rasgo o tecido. Ela grita de surpresa e bate a mão contra o peito. — Merda, você acabou de morder e rasgar a camiseta? — Ela ri, um som que é cortado, quando chupo um dos seus seios suculentos. — Sim, eu o fiz. Com a palma da mão áspera, aperto o outro mamilo até que esteja firme e pronto para minha boca. Suas pernas começam a tremer e tenho que abandonar seus seios, para segurá-la na posição, o movimento traz sua boceta direito para minha boca. Gemo com a visão e o cheiro dela. O líquido de sua boceta está escorrendo pelas coxas. Há um rastro de suco que não termina, até que esteja no meio da sua perna. Eu lambo. Vou por esse caminho molhado e suculento, até sua fonte. Ali, na caverna quente e molhada entre suas pernas, há tantas coisas que quero chupar e morder de uma só vez. É o país das maravilhas e mal sei por onde começar. Lambo sua boceta até ter seu creme na minha língua? Chupo os lábios? Chupo seu clitóris, até que ela não possa ficar quieta? Não estrague tudo, Rafael. — Merda, baby. Posso matar um homem de uma dúzia de maneiras. Posso ficar duas semanas no norte gelado. Posso tirá-la da selva, mas não sei o que estou fazendo aqui e não

quero foder isso. Estou com tanta fome de você. Se não colocar a minha boca em... — Paro, sentindo-me idiota e volto novamente a lambê-la no clitóris. — Isso é bom. Tudo que você está fazendo agora é bom. — Ela se levanta um pouco. — Quero que você continue falando comigo. Continue me dizendo o que gosta. O que não gosta. — Quero sua boceta. Talvez nunca consiga ter o meu pau nela, mas se tiver a língua, serei o maior filho da puta que já existiu. Ficarei bom em fazer Ava gozar na minha língua e dedos, que nunca mais irá querer mais nada. Estará sempre satisfeita. Sempre. Coloco o polegar de cada lado de sua boceta, em seus lábios vermelhos, inchados e a língua dentro dela. — Oh Deus, sim, Rafe. Faça isso. Mais uma vez. Sua

boceta

é

macia,

apertada

e

muito

molhada.

Se

estivéssemos no deserto, poderia viver apenas de beber seu suco. Eu a toco, empurrando dentro e memorizando tudo. Quando meu queixo esfrega contra as coxas, ela estremece. Quando minha língua roça seus lábios, ela geme. Guardo cada gemido, tremor e movimento. Meu pau está vazando dentro da calça cargo e sei que vou gozar, apenas lambendo-a. Porra poderia gozar apenas com seu cheiro e com o meu nariz enterrado em sua pele macia e minha língua em sua boceta, mas sei que não vou durar.

— Use os dedos. — Ela suspira, um som que me diz que está tendo dificuldade para respirar e que ficou rouca de segurar seus gritos. Isso me faz querer continuar até que ela perca o controle. —Chupe meu clitóris. Sua mão trêmula cobre o clitóris e massageia. Seus dedos tocam meu nariz e observo seu toque, avidamente, por alguns momentos, para que possa ver exatamente o ritmo que ela gosta. O toque é suave, em seguida, mais forte até que esfrega forte seu clitóris. Suas pernas cedem e as levanto, para que coloque sobre meus ombros, seguro sua bunda com uma mão, para que seu peso fique fora dos dedos dos pés. Com a outra mão, coloco dois dedos dentro dela. — Sim, oh sim, Rafe. Bem desse jeito. As paredes de sua boceta se fecham ao redor dos meus dedos. — Mais forte baby. Foda-me mais forte. Coloco outro dedo dentro. Porra, ela é tão apertada. Estou mais duro do que nunca. Um milhão de litros de sangue estão correndo, em ritmo vertiginoso. Meu batimento cardíaco está em meus ouvidos tão alto, que mal posso ouvir os apelos de Ava. Eu lhe darei mais. Eu lhe darei tudo. Pode não haver amanhã com ela. Talvez não consiga outra chance, mas se nunca chegar entre suas pernas

novamente, sua alegria e prazer, neste momento, será tão memorável que não poderá tocar a si mesma, sem pensar em minha língua e meus dedos e, em como excitei seu corpo. Estou feliz por permanecer sentado, enquanto ela se inclina em cima de mim. Eu não sei se poderia me conter se visse o rosto dela cheio de paixão ou seus pesados seios corados com desejo. Mal tenho qualquer controle. A vontade de pegá-la e mergulhar entre as pernas têm um aperto forte em mim. Posso ver isso agora. Suas pernas estariam abertas com as mãos sob seus joelhos. Suas unhas estariam cravadas em meus braços e sua cabeça inclinada para trás, em êxtase. Mas meu olhar estaria fixo entre nós e a visão do meu pau no vaivém dentro e fora de sua boceta doce. Apertando

meu

queixo,

lembro-me

que

isso

nunca

acontecerá. Em vez disso, tenho uma alternativa incrível. Estou com os dedos profundamente na boceta de Ava. Ela está me mostrando como tocá-la. Tenho seus sucos por todo o meu rosto, a palma da mão e dentro da minha boca. Dar-lhe-ei um orgasmo tão forte, que ela sentirá nas solas dos pés. Empurrando a mão dela com meu queixo, lambo seu clitóris lentamente, tentando mapear suas reações. Passo o dedo até a parte inferior e toco a ponta, com provocação. Ela se contorce, o que é ótimo para brincadeiras, mas quero fazê-la explodir. Dentro de seu canal, movo os dedos, acariciando cada nervo que posso encontrar. Seus quadris se afastam, quando

encontro uma parte esponjosa de pele. Ela ofega, solta um ruído singular, que envia um tremor pela espinha. Passo meus dedos lentamente, certificando-me de tocar este ponto novamente. Tudo se aperta. Seus dedos dos pés e os músculos de suas coxas. Chupo seu clitóris com força. Ela grita e não desisto. Aplico tanta pressão quanto posso, bombeando meus dedos em sua boceta e chupando seu clitóris tão forte, que minhas bochechas se esvaziam. Ela se move sob minha língua, fodendo meu rosto. Uso tudo o que tenho língua, queixo, dentes, dedos, até ela gozar, com um tremor atrás do outro e continuo engolindo. É um milagre. Foda-se a energia solar, fontes de renovação do vento, seu orgasmo poderia alimentar o mundo. Se Garcia me disser, mais tarde, que houve um terremoto no oceano, eu não duvidaria. Ela grita meu nome. — Deus, Rafe. Deus. Não pare. Nunca. Nunca pararei. Continuo empurrando e chupando até que ela volte. Com cada respiração, encho meus pulmões com seu cheiro. Seu creme está inundando minha boca e estou cercado por ela. Minhas bolas se apertam e o orgasmo dispara na minha

espinha, para cima e para fora do meu pau. Gozo na minha calça. Quando ela se deita contra a cama, com as pernas pesadas sobre meus ombros, sinto-me muito feliz por ser a primeira e única mulher que já provei. Que sua voz é a única a gritar meu nome. Posso sentir um sorriso dividir meu rosto e se esticar, porque porra, eu a fiz gozar tão forte que não pode suportar e gritou meu nome tão alto, que os meninos da aldeia, provavelmente, ouviram o eco. Mas não terminei. Apenas beijei uma parte do seu corpo. Eu tenho muito mais para explorar. Levanto-a facilmente e jogo sobre a cama. Ela cai de costas, com as pernas abertas e seus grandes seios balançando. Poderia, facilmente, ter meu pau entre esses dois montes exuberantes com seus sucos e gozar. Seu corpo está liso com suor. — Entre em mim, Rafe. Eu quero o seu pau duro dentro de mim. Uma de suas mãos sobe para segurar os seios, enquanto a outra fica sobre sua boceta inchada. — Não. — Balanço a cabeça. — Eu tenho outros planos para você.

Não estragarei esta noite com nenhuma dor. Ela me quer, apesar do tamanho do meu pau, que fez prostitutas fugir gritando. Para não mencionar as cicatrizes. Eu não entendo como ela me quer, mas não irei questioná-la. Vou até seu corpo, beijando a pequena elevação de sua barriga,

até

a

parte

inferior

de

seus

seios.

Eles

são

surpreendentes. Cheios e maduros, com mamilos vermelhos como bagas. Passo a língua ao longo da curva e para o vale entre eles. Entre nós, coloco os dedos por entre as dobras de seu sexo, que estão molhadas com a minha saliva e seu gozo, até que possa estar dentro dela novamente. Ela me recebe com um aperto. — Posso fazê-la gozar novamente. — Digo a ela, inclinandome para esfregar o nariz contra seu pescoço. — Estou aprendendo com você. Eu sei que gosta disso. Ela se contorce sob a minha mão, quando encontro aquele ponto quente em sua boceta. — Depois que chupar e lamber cada centímetro do seu corpo, eu a foderei com minha língua e dedos, até que eu tenha chupado todo o gozo de sua boceta. — Eu quero isso. — Ela toca meu pau com sua mão macia, mas surpreendentemente forte. Talvez eu seja uma massa sob suas mãos. — Não Ava, nós não podemos. — Mas meu corpo me trai.

Pulsa com seu toque e ela ri um ruído baixo, sensual que cheira a sexo. — Oh Rafe, nós podemos. Estou tão molhada agora. Ela

puxa

meu

pulso

e

relutantemente

saio.

Com

determinação, guia minha mão encharcada ao meu eixo. Ela quer pau dentro dela. Porra. Poderia trazer Garcia? Seus olhos se encheram de interesse, o que ele tentou esconder. Eu faria qualquer coisa por essa mulher. Mataria ver outro homem entre suas pernas, mas se esta for a única maneira de segurá-la, eu poderia fazê-lo? — Eu posso trazer outra pessoa... — Ela move seus quadris em direção a mim, meu pau molhado esfrega contra seus lábios inflamados e forço as palavras. — Porra, baby. Você está me matando. Suas mãos cobrem meu rosto e seus olhos, lindamente incompatíveis, queimam dentro de mim. — Não quero ninguém além de você, Rafe. Apenas você. Eu sei que posso te tomar. Deixe-me tentar. Ela envolve as pernas ao redor da minha cintura e empurra para cima, de modo que monta a cabeça do meu pau. Seguro a base com força. Gozar não me deixou menos duro. Nada disso me deixa menos duro. Apenas estou ficando maior mais grosso e mais longo. Cada suspiro no meu ouvido e cada roce de sua pele contra

a minha me deixa louco. Eu me levanto e puxo seu corpo para a beirada da cama. — Eu a farei gozar novamente. Usando a cabeça do meu eixo, esfrego seus lábios inchados até seu clitóris e de volta. Seu buraco é tão apertado e pequeno que não há nenhuma maneira de caber dentro dela, mas posso colocar apenas a ponta. — Está segura, Ava? Toma pílula ou alguma coisa que as mulheres fazem nestes dias? Temos preservativos? Ela toca seu estômago. — Acho que não precisamos de um preservativo. Eu tenho um DIU. Mas não foi testado em um ano. — Não importa. — Não terei sexo com ninguém. Meu pau e eu apenas queremos Ava. Seguro meu pau na entrada de sua pequena abertura, à espera de sua permissão. Ela morde o lábio inferior. — Não tive sexo em um ano, por isso que não foi testado. — Bom o suficiente para mim. Nós dois sabemos que estou limpo. Sou virgem. Um virgem de trinta e cinco anos de idade, que já matou mais pessoas do que Ava dormiu.

Coloco a ponta larga dentro, extraindo dela lubrificante e espalhando sobre os lábios e boceta. Repito a ação várias vezes, mergulho apenas um pouquinho e depois recuo. Meu pau está gritando para mais ação, uma penetração mais profunda e tenho que apertar meu pau ao ponto de dor. Minhas bolas estão firmemente contra o meu corpo. Mas não quero gozar até ouvi-la. Circulo seu clitóris com a cabeça do meu pau e depois esfrego a carne com o meu eixo. — Levante seus seios para mim, baby. Preciso chupá-los. Com os olhos vidrados, ela faz o que digo. Coloca as mãos debaixo daqueles montes maduros e os empurra juntos. Sem romper meu padrão constante de mergulho e círculo, inclino para frente, usando todos meus músculos para manter meu corpo pairando sobre o dela. Coloco um mamilo em minha boca e depois o outro, trabalhando entre os dois. Sua cabeça se move sobre o colchão. Ela precisa de mais pressão. Precisa mais forte. Sua mão toca minha nuca e ouço seu sussurro rouco no meu ouvido. — Quero que você me foda.

— Eu estou querida. — Digo com os dentes apertados. — Da melhor maneira que posso. — Preciso de você dentro de mim. Seguro sua bunda e a puxo contra mim. Ela aperta e eu gozo e não sei de onde vem toda essa destreza, mas está molhado entre nós. Ela crava os calcanhares em minhas costas e monta meu pau duro. Eu me movo, usando todas minhas forças para dar a ela o que quer, tão desesperadamente. — Quero que goze para mim, Ava. Agora. — Ordeno, chupando seus mamilos. Ela goza. Suas pernas apertam-se contra meu corpo, quando arqueia para fora da cama. Sinto-a gozar e molha meu pau, quase me fazendo perder o controle. Meus quadris empurram e a enorme cabeça da minha ereção entra no buraco molhado, quente e o contato pequeno é suficiente para me satisfazer. Com um rugido, saio e seguro meu pau. Com alguns empurrões ásperos, gozo forte sobre seu montículo nu, sobre sua barriga e na curvas de seus seios. Ela fica sob mim, ofegante e de olhos arregalados. Olho para a bagunça que fiz e não me sinto mal. Não. Há apenas um pensamento na minha cabeça, apenas um conceito dentro do meu cérebro. Levo a mão para baixo, em sua barriga, no líquido viscoso e espalho em todos os lugares. Até mesmo arrasto

dois dedos sobre seu púbis e em sua boceta quente, empurrando meu esperma dentro do canal apertado. Todo o meu mundo está reduzido a cinco letras. Minha.

CApÍTULO 24 Ava Bem. Ofego, tentando trazer o ar de volta para os pulmões. Acabei de gozar tão forte, que meu cérebro deve vazar pelos ouvidos. Entre minhas coxas lisas, Rafe coloca os dedos dentro de mim, bombeando uma e outra vez. Ele envia tremores pelo meu corpo a cada movimento de seus dedos, mas não lhe digo para parar. Sinto-me bem. Na verdade, sinto-me incrível. Mas é como ter por dentro um profundo vazio e é algo que, mesmo seus dedos não podem satisfazer. Nos termos mais grosseiros, é uma dor oca, que só pode ser satisfeita por um bom e profundo pau. E nós nem chegamos perto disso. — Rafe. — Murmuro, quando consigo respirar novamente. Minhas mãos tocam seus ombros. — Como você está...

Faço uma pausa, porque é estranho perguntar. Você está aguentando? Está se sentindo estranho? Será que ele acha que não notei que evitou colocar aquele bastão de beisebol dentro de mim? Rafe é muitas coisas, assim como Godzila. Mas ignorar não está nesta lista. — Eu sou o homem mais feliz do mundo. — Sua voz está rouca e ele empurra os dedos em mim novamente. — E você é tão bonita que dói. — Isso é muito. — Digo de ânimo leve. Sinto-me um pouco boba. Realmente bem, desossada, mas boba. — Poupe um pouco para mais tarde. — Mais tarde? — Ele olha para mim, depois de olhar, intensamente, os dedos trabalhando dentro e fora da minha boceta.— Você precisa gozar de novo, baby? Eu? Engulo uma risada, que ameaça entrar e sair e flexiono os quadris, em vez disso, balançando seus dedos, para que eles entrem em mim ainda mais forte. Fazem um ruído molhado e seu olhar fascinado vai para minha boceta. — Você ainda não gozou Rafe. — Oh, eu gozei. — Ele respira, empurrando os dedos em mim, novamente, enquanto movo os quadris. — Gozei sobre você. — Mas não dentro de mim. — Provoco e aperto meus músculos internos ao redor de seus dedos.

Ele assobia e eu sei que ele me sente trabalhando. Balança a cabeça. — Não. Eu estou bem. — Você não está. — Continuo apertando seus dedos e ele bombeia dentro de mim ainda mais forte e mordo meus lábios, porque estou começando a despertar mais uma vez. — Você quer dizer que, se eu tocar seu pau, estará suave e flácido em minhas mãos? Rafe geme e pressiona o rosto contra minha coxa. — Isso foi o que pensei. — Digo com uma voz suave, em provocação. — Nós não sairemos desta cama até que você esteja dentro de mim e goze tão forte, que o sentirei na minha garganta. Em vez de dizer-me que ele está excitado por me ouvir falar assim ou que sou sexy, balança a cabeça e pressiona um beijo na minha coxa. — Não posso. Jesus, eu quero muito Ava, mas não posso. Irei machucá-la. — Não irá. — Respondo. — Você é muito apertada. — Seus dedos empurram dentro de mim, novamente, como que para provar seu ponto. — Então me abra mais. — Abro minhas pernas mais amplas, segurando os joelhos e mostrando a boceta.

Seu olhar vai lá, então balança a cabeça novamente. — Tive prostitutas recusando, com a visão do meu pau, Ava. Sim, mas elas não estavam apaixonadas por você, eu quero dizer. Engulo as palavras. É, provavelmente, apenas a febre da selva. Síndrome de Estocolmo, algo nesse sentido. Eu me liguei a Rafe Mendoza, ao longo da última semana e agora mesmo, faria qualquer coisa por ele. Talvez não esteja com minha mente sã, declarando amor, neste exato momento, então não o faço. É claro que o meu virgem precisa que facilite as coisas. — Quantos dedos você tem dentro de mim agora, baby? — Pergunto a ele. — Dois. — Diz ele, a voz rouca. — E você é tão apertada. — Coloque um terceiro. Ele não hesita o que me faz feliz. Ele quer isso, mesmo se diz que não. No momento seguinte, empurra para dentro de mim mais forte e faço um movimento, com a sensação desses três dedos. Definitivamente maior, mas nada que não possa lidar. Estou tão escorregadia de sêmen e dos meus próprios sucos, que sinto que poderia lidar com qualquer coisa agora. Ele bombeia para dentro de mim com cautela, observando meu rosto. É hora de ser um pouco teatral. É uma sensação boa, mas para derrubar as reservas de Rafe, preciso agir como se fosse a melhor coisa que já senti na minha vida.

— Oooh, sim. — Gemo e aperto minha boceta ao redor dele novamente. — Você gosta disso, baby? — Ele empurra para dentro de mim novamente. — Deus, sim. — Mordo meu lábio e gemo, pressionando os braços contra os lados, para que meus seios empurrem um pouco mais altos, fiquem um pouco mais visíveis, com cada movimento de sua mão em minha boceta. Tive um namorado uma vez, era um homem legal, mas péssimo na cama. Sou uma campeã em fingir como bem me sinto. E aposto que posso acabar com a hesitação de Rafe. — Abra os dedos dentro de mim, Rafe. Leve-me ao limite. Ele o faz, eu os aperto, mesmo quando ele empurra novamente. Fazendo barulhos molhados, minha boceta está relaxada contra seus dedos e o som me fascina, tanto quanto me embaraça. Mas a umidade é uma coisa boa, porque não iremos parar nos dedos. — Sente-se bem? — Ele pergunta com voz rouca e tão cheia de desejo que dói. Concordo. — Ainda quero mais, Rafe. Eu quero você. — Você pode tomar quatro dedos?

Sim, eu apenas acho, mas concordo. Se ele precisa disto, antes de passar para a próxima etapa, darei a ele. — Faça. Ele sai e quando empurra profundamente, tudo parece apertado e tenso, apesar de nossos esforços para me soltar. — Isso é bom. — Digo, movendo-me contra a sua mão. — Continue. — Você engole meus dedos nessa linda boceta, não é? — Ele empurra novamente, em seguida sai e começa um ritmo lento, perverso, que me faz esquecer que deveria trabalhar nele. Sinto meus mamilos se apertarem, em resposta e a pressão deliciosa começa a se construir novamente. — Você me faz sentir tão bem, Rafe. — Levanto os quadris, tentando perseguir o orgasmo que se constrói. — Preciso desse grande pau, amor. Eu quero você dentro de mim, quando gozar. Um assobio lhe escapa e ele resmunga. Sua mão sai da minha boceta e me sinto estranhamente vazia. Olho para baixo e o vejo trabalhar seu pau com a mão. Brilha com meus sucos e os seus e, enquanto olho, outro jato de sêmen sai da cabeça do seu pau enorme. — Você gozou sem mim. — Apoio no cotovelos, um beicinhos nos meus lábios.

— Não. — Ele diz, trabalhando seu pau. Seus olhos intensos em mim. — Nunca sem você. — Mmm. — Coloco a mão entre as pernas e traço um dedo sobre o clitóris. Está liso, dos gozos misturados e seguro a respiração, quando sinto meu orgasmo começar novamente. — Você não vai me fazer terminar sozinha de novo, não é? — Não. — Ele diz, ainda com a mão sobre seu pênis. — Somente... Preciso de um momento. — Tome o seu tempo. — Digo, suavemente e continuo me tocando. Não muito, apenas o suficiente para manter a sensação do orgasmo por perto. Os minutos passam marcados apenas pela respiração áspera de Rafe e meu suspiro ocasional, enquanto um toque me leva um pouco mais longe. Em

seguida,

mais

rápido

do

que

ele

deveria

querer

novamente, inclina-se e começa a beijar minha coxa, sua boca faminta e cheia de necessidade. — Eu quero você de novo, Ava. — Você quer me tocar? — Porra, sim. — Sua boca se move para minha boceta, onde estou me tocando. Protejo minha carne com a mão. — Então eu quero o seu pau dentro de mim.

Ele balança a cabeça. — Deixe-me apenas comer sua boceta, querida. Você tem um gosto tão bom. — Eu dito as regras agora. — Digo, olhando para a cama e sentando-me. — Você não colocou quatro dedos dentro de mim? — Sim. — Ele diz e sua mão vai para o pau. É como se não pudesse parar de se tocar com a visão. — Você não acha que seu pau é cerca de quatro dedos? — Mais. — Ele diz. — Bem, eu posso tomar mais. — Digo a ele. Espero

até

seu

olhar

ir

para

o

meu,

em

seguida,

deliberadamente, coloco os dedos na minha boceta, onde ainda estou molhada e necessitada. — Você não quer aqui? Rafe geme novamente, um som de dor. Há suor na testa. — Eu não quero machucá-la Ava. — Você não irá. — Digo a ele. — Por que não me deixa ficar por cima? Vamos tão lento quanto precisarmos, dessa forma. Ele hesita novamente, mas sei que eu ganhei. A maioria dos homens ama a imagem de uma mulher por cima. Levo a mão para meus seios e começo a brincar com meus mamilos,

enquanto ele pensa e decide. Com uma maldição abafada, ele se vira e deita na cama. E Godzila fica para cima. Eu não vou mentir, é intimidante. Blefei e disse a Rafe que seu tamanho não me incomoda, mas preciso conquistar o Everest, se vamos seguir em frente. A visão dele assim faz com que minhas coxas se apertem com a sensação, mas ignoro e tento avaliar seu perímetro em mim. Coloco a mão na base do seu pau, meus dedos não percorrem todo o redor dele. Jesus. Mais uma vez, minhas coxas se apertam. Mas Rafe me observa, com tal tensão em seu rosto, que quero aliviá-lo. Quero fazê-lo se sentir melhor sobre si mesmo. Que não é uma aberração com um pau monstro e nenhuma mulher irá tocá-lo. Porque adoro tocá-lo. E quero fazê-lo se sentir bem. Então coloco as pernas dos lados das coxas, sobre ele. — Irei bem devagar, tudo bem? Seus olhos são fendas tensas, mas ele acena para mim. Avanço, prendendo seu pau contra minha boceta e subo nele, posicionando-me. Eu me inclino para frente, para que meus seios possam roçar seu peito e seu olhar vai lá, completamente fascinado. Esse olhar fixo faz com que me sinta mais ousada, então movimento os quadris contra seu pau, para trás e para frente sobre seu comprimento. Estou molhando-o, porque ainda

estou lisa e preparando-me para tomá-lo. Rafe geme e suas mãos seguram meus seios. — Eu amo seus seios, Ava. Seguro meu próprio suspiro, porque seus dedos são incríveis, provocando os mamilos. — Eles também te amam, sabe. Isso é tão bom. Continue me tocando. — Ele o faz e continuo sobre seu pau, para me acostumar com o tamanho dele, a enorme grossura, lubrificando-o com meus sucos, mesmo quando provoca meus mamilos, até que fiquem duros e doloridos. Levanto os quadris e desço entre nós. Seu pau está escorregadio, mas ainda tão grande. Encaixo a cabeça dele contra minha abertura, determinada a não ter medo. As pessoas têm sexo com paus grandes o tempo todo, certo? Olhe para a pornografia. Só que suspeito que Rafe deixaria estrelas pornô com ciúmes. — Vou descer sobre você. — Digo a ele. — Ava, nós não temos que fazer isso. — Ele me diz. Sua mão se move para meus seios e aperta novamente. — Posso lamber sua boceta toda a noite. — Silêncio. — Coloco a cabeça dentro de mim, em seguida, deixo a gravidade fazer seu trabalho. Exceto que a gravidade não parece querer trabalhar. Estou molhada, mas não estou relaxada o

suficiente para tomá-lo. Empurro contra ele, determinada a nos ajustar. Um pouco de dor me percorre, quando empurro sobre ele e seguro a respiração. Rafe congela sob mim. — Ava, não... Eu o ignoro e balanço os quadris, apoiando as mãos sobre seu peito e determinada. Ele geme e sua cabeça volta contra o colchão, enquanto trabalho a cabeça de seu pau em mim. É um ajuste apertado e desconfortável, mas sinto uma onda de triunfo por fazermos progressos. — Porra. — Rosna Rafe. — Você é tão apertada e apenas... Ah, porra. — Eu tenho você, baby. — Digo a ele. — Você se sente bem. Tão grande. — Metade disso é verdade, de qualquer maneira. Sinto ser esticada sobre algo grande demais para meu corpo, mas o fato é que, entre a gravidade, a minha esperteza e os meus pequenos movimentos fazem progressos. Ele está entra, lentamente, dentro de mim. Mordo meu lábio e balanço sobre ele, novamente e então nós estamos no meio do caminho. — Apenas iremos devagar desta vez. — Digo a ele. — Da

próxima vez, estaremos habituados um ao outro, não será tão... Difícil. O olhar em seu rosto está ferido e ele fica tenso sob mim. — Difícil? Ava, eu estou machucando você? Oh, porra. Má escolha de palavras, Ava. Balanço a cabeça e dou meu melhor sorriso sedutor. — Se estivesse sofrendo, eu faria isso? — Flexiono meus quadris e desço mais, ele afunda mais um pouco. E tudo bem, enviou pontadas desagradáveis em todas minhas entranhas. Mas sob mim, ele assobia e seus olhos se fecham. — Oh, porra. E isso vale cada momento. Continuo me movendo sobre ele em pequenos movimentos, até que meus quadris tocam os dele e, incrivelmente, tomei todo seu comprimento ultrajante dentro de mim. — Lá vamos nós. — Digo suavemente e passo as unhas, levemente, em seu abdômen. — Como você está se sentindo? — Eu preciso me mover, baby. — Ele geme e os tendões em seu pescoço ficam tensos. É como se o corpo inteiro estivesse me esticando.

— Então se mova.

— Digo a ele e balanço os quadris um

pouco. Estou surpresa com a intensidade de seu impulso. Ele empurra e sinto que todo o meu corpo salta. Um suspiro assustado sai de mim, porque estou cheia, tão cheia dele que posso sentir tudo, cada pulsar de seu pênis, cada atrito de sua pele contra a minha e até mesmo a pressão do DIU no fundo. E definitivamente, sinto-o esfregar contra meu ponto G. Há uma enorme vantagem de ter um homem tão grande, ele pode reorganizar seus órgãos, eu percebo. Nunca tive um homem tocando meu ponto G apenas com a penetração, antes. Mas com o tamanho de Rafe em mim? Não há nenhuma maneira que ele não possa. Ele acalma o meu suspiro, sua mão acariciando meus lados. — Ava? — Faça isso de novo. — Respiro e o seguro. Eu sei que estou por cima e sei que deveria estar no comando, mas porra. — Levante-se para mim novamente, Rafe. Agora. Ele faz e todas as minhas terminações nervosas incendeiam com entusiasmo. Eu gemo e minhas pernas apertam contra seus lados. — Oh merda. — Respiro. — Isso é incrível. — Sim? — Ele parece chocado.

— Deus, sim. Faça isso novamente. Ele empurra novamente e meus dedos do pé se curvam de prazer. Oh uau. Uau. — Rafe. — Solto outro gemido. — Oh Jesus, isso é tão bom... — Ava. — Ele geme e não há urgência em seu tom. — Eu não sei se eu posso durar... — Está tudo bem. — Digo a ele. — Faça o que precisa. — Apenas ficarei sentada aqui no seu grande pau e aproveitar, deleitar-me, como porra, ele é glorioso. Um som selvagem sai de sua garganta e dois segundos depois, estamos rolando e ele me vira de costas. Suas mãos agarram meus ombros e ele pressiona um beijo na minha boca, em seguida, começa a empurrar para dentro de mim. Profundo, duro, estocadas incrivelmente poderosas que sacodem meu corpo inteiro com a intensidade. E oh, doce Jesus, é incrível. É o pau profundo que sempre desejei, mas cem vezes mais. — Rafe. — Gemo, agarrada a ele. — Oh Deus, sim. Porra, mais forte. — Ava. — Ele rosna. — Porra! — Sim. — Eu grito, quando ele se move contra mim novamente. — Deus, sim!

Mas ele geme e eu sinto o calor dele lavar meu interior, um momento depois. Seu corpo estremece contra o meu. Ele gozou e eu... Estou quase lá. — Ava. — Ele geme. — Ah, porra. Sinto muito. — Dê-me sua mão. — Eu digo a ele, ainda me contorcendo sob ele. Ele se ajusta, apoiando-se num cotovelo e levo sua mão ao meu clitóris. Ele ainda está cheio, dentro de mim, tão profundo que me sinto diferente e quando seus dedos começam a tocar o clitóris, leva meros segundos até que estou no limite, minhas unhas arrastando-se em suas costas e seu nome saindo da minha boca. Enquanto seus dedos se afastam do meu clitóris, solto um suspiro de satisfação, passando os braços ao redor de seus ombros suados. Não há um centímetro de nós que não está coberto com suor, sêmen ou meus sucos. E nunca me senti melhor, também.

CApÍTULO 25 Rafael É preciso mais força de vontade do que esperava para me livrar do abraço quente de Ava. Ela adormeceu em cima de mim e mover-me para fora de seu corpo suave não está no alto da minha lista, mas uma batida na porta me diz que o tempo acabou. Fiz Garcia esperar muito tempo. Pego minha calças do chão e encolho os ombros em uma camisa de algodão. Eu cheiro a Ava e suor, mas Garcia terá que engolir. — Você fez? — Ele pergunta com irritação, quando saio do quarto. Estou muito satisfeito, para me incomodar com qualquer irritação em seu tom. — Por enquanto. — Encho um copo de água. O brilho pósfoda ficará por um tempo. Segundo os padrões dos EUA, é primitivo em Campo Verde, mas em comparação com a floresta, a água tem gosto de chá doce. — O que você conseguiu?

Enquanto Ava perfurava meu cartão de V, Garcia esteve ocupado. Há um novo pacote no canto, o que sugere que tem mais suprimentos. Fora da janela, vejo o Golf que nós compramos e sobre a mesa, ele abriu a bolsa. — Não encontrei qualquer outra coisa nos bolsos ou forro, exceto o rastreador GPS. — O casaco de couro está em uma cadeira e passo meus dedos dentro. É suave, exceto onde a cola aderiu ao feltro. — Sem cartão de memória? Esses filhos da puta são minúsculos nestes dias. — Estou procurando agulha em palheiro. Se Garcia diz que não há nada aqui, não há nada aqui. Ele balança a cabeça. — Tudo o que temos são as pastas, que são apenas provocações para os compradores. Informações inofensivas, mas íntimas o suficiente para levar o comprador a acreditar que são verdadeiras. — Acha que é uma cabeça falsa? Que Duval está vendendo informações falsas? — Não. Isso seria muito perigoso. Os compradores nortecoreanos iriam estripá-lo e enviar partes de seu corpo para todos os parentes. E o grupo líbio sequestraria sua família e iria crucificá-los na frente dele. Puxando uma cadeira, sento e abro as pastas. A primeira contém as trocas de e-mail que discutem presentes

para um casal real recém-casado. Um contém uma piada despreocupada, que criaria um ciclo de notícias de sete dias de defesa, seguido por um pedido de desculpas, que seria deixado de lado para o próximo drama. Não vale o suficiente para pagar oito dígitos e não vale o suficiente para sequestrar um cidadão dos EUA, em seguida, ameaçar matá-lo, se a informação não for interceptada. O próximo é um telefonema transcrito entre outro político e sua amante. Este é o mais prejudicial, mas nada que exija este tipo de recompensa. Há notas presas a jornais, mas não parecem sinalizar qualquer coisa em particular. Duval tem mais, mas exatamente o que e onde podemos encontrá-lo, ainda estamos no escuro. — Eles nunca disseram o que supostamente devemos roubar? — Pergunta Garcia. Nós chegamos tarde demais no jogo, para descobrir como as ofertas saíram. No momento em que o governo me chantageou para cooperar, a compra estava sendo configurada. Tivemos apenas algumas semanas para nos mobilizar, localizar Ava e levar nossos traseiros para o Peru. — Não. Você estava lá quando recebi a mensagem de que me queriam na Virgínia o mais rápido possível. Cheguei lá e fiquei sabendo que Davidson está em alguma prisão remota e que não sairá, até que possamos levar as mercadorias. Ele suspira.

— Sim, eu sei. Esperava que tivéssemos perdido alguma coisa. — Você acha que é um arenque vermelho? Chegamos lá por acidente? — Aponto para a mesa cheia de pastas. — Nós temos uma bolsa com um rastreador GPS e cinco pastas. As pastas contêm impressões de telefonemas e e-mails, que têm informações pouco escandalosas, mas nada que valha a pena esse tipo de regime de compra elaborado. As próprias pastas são de papel simples. Ele esfrega a cabeça porque, obviamente, pensou muito sobre isso, enquanto eu estava fodendo. — Não tenho nada. Se eles não tivessem Davidson e não houvesse cinquenta mercenários correndo em Pucallpa, prontos para disparar em qualquer coisa que olhasse para eles de lado pensariam que estávamos sendo controlados por alguma fraude elaborada. Mas Duval tem algo que faz as pessoas acreditarem que vale a pena muito dinheiro e esforço. — E quanto a Ava? Qual é o ângulo? — Ela é apenas um lenço de papel. — Um o que? Nós dois viramos para encontrar Ava de pé na porta. Ela tem um lençol enrolado em seu corpo, o que não faz quase nada para esconder suas curvas. Os olhos de Garcia ficam muito

tempo na parte superior do peito, até que rosno em aborrecimento. Ele passa a mão pelo rosto e em toda a boca, antes de voltar para o conteúdo da mesa. — Descartável, como um lenço de papel. Você usa e não se importa se vai destruí-lo, porque há muito mais de onde esse veio. — Ai. — Diz ela e se embaraça no lençol. Há muita dor nessa única palavra e como o tolo embriagado que sou, preciso acalmar a dor imediatamente. Chuto Garcia debaixo da mesa, num gesto não tão sutil para ele para esclarecer e afastar-se. — Garcia não está dizendo que ele pensa que você é lenço de papel e certo como a merda, que eu não. — Antes de você ser uma mula, eles estavam usando outra mulher. Estudante universitária, que transava com um dos subordinados de Duval. Ela teve sua garganta cortada em um beco, pelo comprador chinês. Não sei o motivo. Pode ser porque ela ficou tagarela. Pode ser que não gostassem do perfume que ela usava. Mas precisavam de outra mula descartável e foi você. Poderiam mantê-la na linha, por causa de sua amiga Rose e se morresse, oh bem. — Ele encolhe os ombros e levanta as mãos. Ava empalidece com a explicação de Garcia. Mesmo alguns dias na selva e ser uma mula, não a prepararam para esta conversa. — Você está dizendo que Rose não está segura?

Garcia e eu trocamos um olhar. Rose não estava segura desde o dia em que permitiu que Duval enfiasse seu pau nela, mas não é isso que Ava quer ouvir. — Ela está em Pucallpa e parece saudável. — Diz Garcia. — Oh, graças a Deus. — Ela respira e depois oscila até a mesa e entra em colapso no meu colo. — Você irá buscá-la, certo? Seus olhos incompatíveis estão cheios de esperança e quando sua bunda toca meu pau, não posso deixar de me perguntar se ela me fodeu, porque pensou que sou o único que pode ajudá-la. Cometo o erro de olhar para Garcia, cujos olhos se estreitam, acusando-a exatamente da mesma coisa. Mas então, realmente me preocupo com suas motivações? Se salvar Rose é o preço para ter Ava ao meu lado, é um pequeno preço a pagar e ofereceria mais de mil vezes. Pressiono o rosto dela no meu pescoço. — Você entendeu bem, baby. Sobre sua cabeça, olho para Garcia, que revira os olhos. — Você foi chicoteado. — Ele abre a boca. Não importa se fui, decido. É hora de me mexer. Quanto mais tempo ficarmos aqui, o mais provável é que Rose tenha a garganta cortada e Ava decida me deixar.



Por

que

não

vai

se

vestir?



Eu

digo

a

Ava,

relutantemente, empurrando-a de pé. — Nós precisamos pegar a estrada. Ela morde o lábio inferior entre os dentes e lança um olhar, na direção de Garcia, que está ocupado empacotando tudo, exceto o GPS. — Eu não tenho uma camiseta. — Ela sussurra. Não consigo conter um sorriso estúpido e delirante, que aparece no meu rosto, porque rasguei sua camiseta. — Arrumarei uma para você. Levantar requer um ajuste, não tão rápido do pau, na minha calça. Garcia finge não notar, mas Ava sorri. Ao lado da parede, pego outra camiseta da mochila e lanço para ela. — É melhor você se vestir sozinha. — Digo quando ela hesita. — Se eu entrar lá e ver seus seios nus, não sairemos do quarto por mais de trinta minutos, o que deixará o idiota aqui mal humorado. Ela fica vermelha, mas desaparece, segurando apertado o lençol contra seu corpo. — Eu sou um idiota mal-humorado? — Garcia pergunta, quando ele se levanta da cadeira. — Além disso, a melhor arma que esta cidade já viu. — Eu digo e passo o rastreador para cima e aceno a cabeça para a porta. — Nós voltaremos logo, Ava. Garcia e eu vamos mijar,

em seguida, livrar-nos deste rastreador GPS. Um som abafado do quarto nos segue pela porta. — Estou preocupado com você, cara. — Diz Garcia, logo que ficamos longe o suficiente da cabana, para que Ava não nos ouça. — Você parece muito ligado a essa garota. Prometendo salvar sua amiga estúpida? Como faremos isso? — Estou pensando em negociar. Dar a Duval toda essa merda, em troca de Rose e então a roubamos de volta, antes da compra, assim como originalmente planejamos. — Estamos tornando as coisas mais difíceis para nós mesmos, porque você quer ficar com alguém. — Ele resmunga. Paro, porque preciso para resolver essa merda antes que fique fora de controle. Eu coloco as minhas duas mãos em seus ombros. — Nós nem sequer sabemos se temos alguma coisa. Talvez seja uma parte do quebra-cabeça, talvez seja a coisa toda. Mas você, eu e o restante dos caras somos a melhor equipe já montada. Foi por isso que o governo veio até nós e não de outras pessoas. Duval não tem nenhuma chance contra nós. Ele é um criminoso pequeno, com um gosto para um grande drama, que vai derrubá-lo no final. Está ganho. Além disso, não tentamos ajudar aqueles que não têm como ajudar a si mesmos? Não é esse o maldito ponto da porra da ilha e da casa que estamos construindo lá? Quero salvar Davidson tanto quanto você. Nós só temos mais algumas dificuldades para cuidar.

Ele abaixa a cabeça e respira fundo. Espero, enquanto ele reflete, quando seu medo por mim se acalma e não demora muito, seu senso de justiça o chuta. Ele ri e é um som triste, áspero. — Sinto muito. Apenas me desviei um pouco. — Não se preocupe cara. — Eu o deixo ir. Nós ficamos em um silêncio confortável até chegar ao rio. Em seguida, desço um pouco mais e planto o rastreador na lama e cubro com algumas pedras. Depois disso, ele diz. — Foi um dia longo para você, não é? — Você não tem ideia, Garcia. Nenhuma ideia. — Eu bato em suas costas. Ava está pronta para nós, vestindo uma camiseta que nunca pareceu tão sexy e uma calça larga que segura pela cintura. Garcia se agacha ao lado da bolsa e puxa uma corda, que estende para Ava. Ela olha para ele como se fosse uma cobra. Para crédito de Garcia, ele não fica irritado. — É para sua calça. Para segurá-la. — Explica. — Oh. Obrigada. — Ela pega a corda e prende ao redor da cintura algumas vezes. Eu a ajudo a fazer um nó e então entramos no sedan.

Quando Garcia liga o motor, abro o porta-luvas e retiro a arma. — Bom. Quantas mais nós temos? — A AK que você tirou dos moradores e outras duas armas longas. Deve haver outra ali, também. — Ele dá um tapinha no traço. — Bom saber. — Dou uma rodada na câmara e seguro livremente, no meu colo. — O lugar é perigoso? — Ava tenta não parecer preocupada, mas falha. — Basta sermos mais cautelosos. — Tranquilizo. A estrada entre Campo Verde e Pucallpa é asfaltada, mas completamente escura à noite. Apenas os faróis do carro iluminam o longo trecho pela frente. — Por que você não tentar dormir. — Sugiro. Ela balança a cabeça e deita no assento. Garcia e eu mantemos um olhar atento para o tráfego que se aproxima. Os mercenários, provavelmente, perderam o tempo de check-in com Duval e se eu fosse ele, enviaria um olheiro horas atrás. Mas Duval não é um mercenário. É um criminoso com muito dinheiro e uma sede de mais. A estrada fica sinuosa e escura, bloqueando qualquer cenário significativo. Nós não ouvimos música, para que possamos ouvir o

tráfego que se aproxima. No banco de trás, Ava sinaliza que está dormindo. — Você acha que os e-mails e coisas têm um código neles? E o comprador sabe? — Garcia pergunta, com seus dedos tocando o volante. — Pode ser. Nunca pensei nisso. — Odeio esses jogos de espionagem, porra. Nós somos mercenários para ser contratados. Protegemos nosso povo matando outros. Somos criaturas físicas e não pensadores. Tem um alvo para derrubar? Tem um corpo que precisa de proteção? Tem algo que quer destruído ou inutilizado? Nós podemos fazer isso. Mas não deciframos códigos e não pensamos

em

esquemas

elaborados

envolvendo

múltiplos

compradores e pistas falsas. Sou muito simples. Talvez, se Bennito estivesse no comando, seria diferente, mas ele não está. É um gênio da informática de vinte e cinco anos de idade, que salvamos de uma vida na prisão, porque invadiu um grande site e jogou uma ode à garota que estava pegando no momento. A relação teve uma morte rápida, após a polícia aparecer em sua casa, para interrogá-la. Se não sabemos o que roubar, nossos planos, não importam quais sejam não valem nada. Ficamos em silêncio novamente, enquanto contemplamos como lidar com as informações de Duval.

Pelo menos eu estava pensando nisso. Quando Garcia abre a boca, percebo que alguma coisa está incomodando. — O que você pretende fazer com ela? — Eu não sei. — Eu não pensei muito a respeito. — Você não pode, realmente, pensar que ela irá querer ficar na ilha. As únicas mulheres ali são aquelas que já foram utilizadas pela vida. Estão se escondendo. Ela é o oposto daquelas mulheres. É uma modelo, pelo amor de Cristo. — Ele não está dizendo nada que já não pensei. Não faz com que seja mais divertido ouvi-lo.— Ela não ficará feliz colhendo frutas das árvores, plantando e tecendo cestas. — Alguém tece cestas na ilha? Garcia rosna. — É só uma porra de exemplo. A escuridão se estende, indefinidamente, à nossa frente. Anulo a leviandade com um pouco da verdade. Garcia merece isso. — Eu não sei se ela voltará comigo. Não sei se esta será a única vez que estarei com ela. Mas mesmo se for, será o suficiente. — Besteira. — Ele diz, com as mãos apertando o volante. Um dia, quando estávamos muito bêbados, Garcia admitiu amar uma mulher uma vez. Uma garota de verdade. Seus irmãos não queriam um mexicano - suas palavras - sujando sua irmã. Disseram-lhe que não era bom o suficiente para ela e

ele deve ter acreditado, porque Garcia não teve uma mulher em sua vida durante todo o tempo que o conheço. Celibato era apenas uma das muitas coisas que tínhamos em comum. — Você está dizendo que, se pudesse, voltaria e apagaria todas as vezes que esteve com sua garota? Ele fica quieto por tanto tempo, que me pergunto se pretende ignorar a questão. — Não. — Diz ele finalmente. — O que aconteceu com ela? — Nós não falamos sobre essa merda muitas vezes, apenas quando nossas defesas estão baixas e não há nada para impedir nossas bocas de divagar. Colocarei a culpa no fato de que Ava fodeu todo o bom senso que tenho. — Ela morreu em um acidente de carro, com seu novo namorado. Ele foi escolhido a dedo por seus irmãos, era um de seus amigos ou algo assim. Bebeu demais, entrou e acelerou seu conversível, em uma parada de quatro vias, bateu em um hidrante, a cerca de cem quilômetros por hora. Quebrou seu maldito pescoço. Soltou um longo assobio. — O que você fez com ele? — Não havia nenhuma maneira de Garcia não ter encontrado o rapaz. — Deixei-o em coma. Porque eu era jovem, foi-me dada a opção de ir para o exército ou ir para a prisão. Escolhi o

exército. Ou melhor, eles me escolheram. Acho que gostavam do fato de que eu não me importava em machucar pessoas. — Parece com o Tio Sam. Venha aqui e pegue esta arma. Quer matar pessoas, aqui está uma lista. Vá fazê-lo e não faça perguntas. Garcia solta um meio grunhido, metade risada. — Soa exatamente igual. — Você, alguma vez, encontrou alguém que significasse metade do que ela foi? — Nunca quis. Para algumas pessoas, há apenas uma e ela era para mim. — Então por que a deixou? Por que simplesmente não fugiram? — Eu não era para ela. Isso significava que ele pediu a ela para fugir e ela se recusou. Eu me movo no meu lugar, para olhar para Ava. Suas mãos estão dobradas debaixo de sua bochecha e parece um anjo beijado pelo luar. Provavelmente não sou também para Ava, mas desfrutarei muito do tempo que tiver com ela. É porque estou virando, que não percebo o quão rápido o tráfego está se aproximando. Vejo apenas as luzes, em seguida,

ouço o xingamento de Garcia. Há um zumbido, logo o carro começa a derrapar de lado. Garcia luta pelo controle, quando as rodas traseiras caem na vala. Chego sobre o assento e empurro o corpo de Ava, que caía, de volta para o banco. — O que está acontecendo? — Ela grita, enquanto tenta sentar-se. O movimento de derrapagem do carro leva-a para um lado. — Coloque o cinto de segurança, Ava. — Eu grito, em seguida, coloco a mão contra o carro. O carro gira uma vez, logo duas vezes. Os pneus quase carecas não têm tração. Nós derrapamos para o meio da estrada. Luzes piscam na nossa pista. Porra. Soa uma buzina. As luzes refletem sobre nós. Atrás de mim, ouço um grito abafado de medo e no reflexo, vejo Ava com a mão sobre sua boca. — O combustível, Garcia. O combustível. — Eu grito. Pouco antes do impacto, Garcia desliga o motor e saímos voando, através da estrada, para a vala. O pequeno sedan balança um pouco pelo vento, enquanto o caminhão passa acelerado, o motorista fica com a mão na buzina, irritado.

— O que aconteceu? — Pergunta Ava. — Tiro no pneu. — Ao meu lado Garcia está mudo. Ele não se move. — Onde está sua arma, homem? — Assento. — Sua respiração está ofegante. — Sob o assento. Não tenho tempo para pensar sobre o porquê de sua voz soar estranha. Quem atirou em nosso pneu está lá fora. E esse tipo de tiro? Foi com óculos de visão noturna, o que significa que eles têm uma vantagem séria sobre nós. Precisamos de lama. A camada fresca de lama reduzirá o nosso sinal de calor e nivelar o campo de jogo. — Quão longe estamos do rio? — Pergunto a Garcia, enquanto me sento no chão por sua arma. Eu a localizo presa entre o assento e o console. Coloco no colo de Garcia e giro ao redor. — Ava, puxe para baixo o compartimento central e alcance a parte de trás. — E vocês dois? — Ela pergunta. — Não se preocupe conosco. — Eu uso a coronha da minha arma e quebro as luzes interiores. A mão de Garcia está em sua porta. No meu aceno, ambos rolamos para fora do carro, tornando-nos alvos tão pequenos quanto possível. Eu me arrasto para trás e abro a porta do carro, para pegar o pacote onde nós guardamos as pastas.

Depois de colocar os braços através das correias, arrasto-me sobre o estômago para Garcia, que já está no chão com sua arma. Pucallpa

não

pode

estar

tão

longe.

Se

tivermos

que

abandonar este carro, precisamos encontrar outro que nos levará o restante do caminho. Nenhum tiro chega. Quem atirou em nós deve estar a alguma distância. Essa é a nossa vantagem. Assim podemos ouvi-los... Isso eu espero. — Quantos? — Falo baixinho. — Não mais do que um. — Adivinha Garcia. — Talvez dois? Mas apenas um é um tiro decente. — Apenas precisa de uma bala para nos matar. Ele resmunga baixinho. Toco no chão. — Você fica aqui com Ava. Vou para frente ver se posso encontrar o atirador. Eles não gostam de chegar perto. Se der a volta, talvez seja capaz de vê-lo. — Tenho uma ideia melhor. Esteja pronto. Antes que possa perguntar que porra ele quer dizer, fica de pé. Um leve clarão aparece a trinta graus à esquerda. O corpo de Garcia sacode uma vez e depois duas vezes. Sabendo o que iria acontecer, corro em direção ao ponto de luz, que já

desapareceu. Ouço passos se aproximando e, imediatamente, caio no chão. A bala passa sobre minha cabeça. O atirador está a uma altura de sete metros a minha frente, parado como um idiota. Atiro na perna dele. O cano de sua arma oscila em minha direção e me movo adiante, explodindo sua cabeça. No luar, vejo o corpo cair para trás, em seguida, entrar em colapso. Estou em cima do seu cadáver em menos de vinte segundos. O rifle do atirador encontrase à sua direita. Eu o pego e corro de volta para Garcia. Ava está de joelhos fora do carro e Garcia com a cabeça em seu colo. Ela está usando sua camiseta para enxugar o sangue borbulhante fora de sua boca. Mesmo na escuridão, posso ver a mancha em suas mãos, que estão apertadas sobre o peito. — Rafe. — Ela grita. — Ele levou um tiro. — Você é um idiota. — Fico de joelho ao lado deles. Ava suspira em choque eu a ignoro e repito. — Você é um idiota e estúpido. Garcia fecha os olhos e faz um barulho bufando de impaciência. — Ele nos teria mortos, se eu não fosse um alvo para seu fogo. Estúpidos óculos de visão noturna. Puxo uma mochila e procuro o kit de primeiros socorros. Sua mão, quente e lisa de sangue, me para.

— Não. — Diz ele. — Não é apenas meu pulmão. Levei um tiro no intestino. Sua mão arrasta a minha para seu lado. Quando retiro o tecido, a entrada da ferida pulsa como se estivesse viva. — Porra. — Passo a mão em minha boca e sinto o sabor metálico do sangue de Garcia. — Não, nós iremos salvá-lo. — Abro o kit e pego uma gaze. — Nós vamos pressionar e dirigir para Pucallpa e extrair a bala de você. — Não. — Ele repete. — Não conseguirei. Nós dois sabemos. Pegue-a e saia. — Nenhum homem fica para trás, irmão. Não acontecerá. — Eu fico fora de seu alcance e pressiono a gaze em sua ferida. Fica encharcada e arruinada, imediatamente. A fonte de sangue continua jorrando. Ava

está

chorando,

mas

tenta

ajudar,

nossas

mãos

desastradas pressionam a ferida, tentando estancar o sangue. — Eu estou indo embora. Verei minha garota. — Sorri Garcia. — Estou aqui com ela. Posso vê-la. Ele aperta meu braço e me puxa para perto, a morte dandolhe força. — Você está certo. — Ele suspira em meu ouvido, sua respiração fria, quando deveria estar quente. Pressiono com mais

força contra a ferida, embora saiba que é inútil. Minha garganta se aperta. — Sobre o que? — Tudo. Ela. Você. Pelo o que lutamos. O momento. Aproveite. — Cada palavra é difícil. Aperto os dentes, segurando o choro, para me impedir de voltar lá trás e colocar mais uma dúzia de balas no rosto do atirador. — Eu o peguei. — Digo, sabendo que é uma coisa que Garcia teria desejado. — Nunca duvidei de você, irmão. E então é isso. Seus dedos apertam momentaneamente meu braço e logo, ele se foi. Sem respiração, apenas um peso morto e sem vida. Guardo o kit médico de volta na mochila e a pego. — Abra a porta, Ava. — Ordeno. Ela corre para obedecer, minha voz mais dura do que provavelmente já ouviu antes. Coloco Garcia no banco de trás, em seguida, retiro do carro todos os suprimentos. Garcia tinha nos arranjado muita coisa. Armas, munição extra, roupas, água, dinheiro.

Em um mundo justo, Garcia teria morrido na ilha, com uma cerveja ao seu lado e sua vara de pesca entre as pernas. Mas não vivemos em um mundo justo, não desde que nascemos e nem mesmo assim. — Você pode levar algumas coisas? — Pergunto. Ela balança a cabeça, ainda fungando e parecendo uma centena de vezes perdida, ferida e confusa. Gostaria de tomá-la em meus braços, mas isso é a última coisa que devo fazer. Minha mãe me disse que eu era um assassino, que matei, desde o momento em que fui concebido e não parei. Quero rir da maldição, mas o cadáver do meu amigo revela a verdade. Mesmo que Ava, realmente me queira e não o homem que pode salvar sua amiga, mas a mim, ainda preciso ir embora. Para sua própria segurança. Garcia é um lembrete sombrio da minha própria existência amaldiçoada. Eu não posso esquecer novamente. Entrego a ela duas AK e outra mochila. É leve e não andaremos por muito tempo. Roubarei um carro em breve. Levo o resto do material e Ava, até o corpo do atirador morto. Pegarei seu equipamento de visão noturna. — Fique aqui. — Digo, apontando para um pequeno pedaço de terra.

— Acho que eu deveria ir com você. — Ela treme, mas não é por causa do frio. Esfrega as mãos para cima e para baixo nos braços, tentando lembrar o que se sente ao estar viva. — Não. — Eu não lhe dou qualquer chance para argumentar, giro em meu calcanhar até chegar ao atirador. Retiro seu capacete, que está salpicado com matéria cerebral e sangue e coloco sobre os olhos. Mal posso ver o carro a partir daqui, apenas o motor e o corpo de Garcia fazem sinais de calor fraco e ambos estão desaparecendo rapidamente. Disparo dois tiros na parte traseira do carro e o segundo acerta. O tanque explode. Ava grita. Limpo a umidade do meu rosto e volto para o lado dela. Minha mãe disse que estava amaldiçoado. Que deveria manter a varinha do diabo para mim mesmo, para não ferir quaisquer outros inocentes. Eu a mantive para mim mesmo pela maior parte da minha vida, porque não queria ferir aqueles que não merecem. Garcia estava certo em um sentido. Ava não pertence a mim, porque homens como Garcia e eu somos apenas uma bala longe da morte.

CApÍTULO 26

Ava Rafe está distante. Não posso culpar o homem. Seu melhor amigo acabou de morrer em nossos braços, algumas horas atrás. Desde então, roubamos outro carro de dois garotos, dirigimos para Pucallpa, abandonamos o veículo e agora vamos para um hotel, para encontrar alguém. Claro, é suposição, porque ele não conversa comigo. Está totalmente desligado. E parte de mim quer lembrá-lo que estou aqui e estou com medo também, quero confortá-lo. Ele está visivelmente chateado, posso lidar com isso. Se estivesse com raiva, eu poderia ficar com raiva, também. Mas silêncio e frieza? Não sei o que fazer com isso. Sempre se mostrou positivamente competente, durante todo esse tempo, mesmo quando estive pronta para desmoronar. Agora, sinto que ele está caindo aos pedaços e não tenho ideia do que fazer. — Venha. — Rafe diz em um ponto e me surpreendo com minha atitude magoada. Eu me animo, mas ele apenas segura meu cotovelo e me orienta em direção a um edifício. É um hotel decadente, com uma loja de fachada. Adorável. Enrugo meu nariz, quando entramos e o cheiro azedo do ar condicionado entra. Rafe não para na recepção do hotel, mas se dirige para a escada, arrastando-me. Passamos por portas sujas, com halos de terra ao redor das maçanetas. Ele parece

saber o quarto que está procurando e para na frente de uma porta. Bate duas vezes, faz uma pausa, bate três vezes, faz uma pausa e depois bate uma vez. Um momento depois, ouço correntes que saem da porta e somos recebidos por um jovem da minha idade, com cabelos escuros e encaracolados, usando um boné de beisebol virado para trás. Ele me dá um olhar curioso, então se vira para Rafe. — Onde está Garcia? — Morto. — Rafe diz categoricamente. — Nós fomos emboscados. Atiradores. Visão noturna. O rosto do homem cai e ele parece devastado. Passa rapidamente um olhar por mim e se move para Rafe. — O quê? Mas... — Eu não quero falar sobre isso. — Diz Rafe. Ele empurra uma mochila sobre a cama. — Feche a porta e tranque-a. Você sabe em qual hotel a troca acontecerá? — Ele é frio e conciso com o rapaz. — Sim. Chatter diz que ainda está no Hotel Ecológico Manish. Um dos bangalôs. —Ele se vira e olha para mim, sua boca curvando-se um pouco. — Ei, Ava. Fico um pouco assustada por ele saber meu nome, mas me

lembro que Rafe e seus homens estavam me observando, desde que esta coisa de mula começou. —Ei. — Digo suavemente. — Sou Bennito. — Ele engole duro, e olha para Rafe. Eu também. Ele está ocupado, vasculhando as coisas que trouxemos - armas, munição, dinheiro. É como se estivesse, deliberadamente, tentando nos ignorar. Nós dois. E isso dói. Meu estômago ronca e Rafe pega uma arma, desencaixa o cartucho

para

verificar

as

balas,

em

seguida,

encaixe-a

novamente. — Ela precisa comer. — Serviço de quarto? — Bennito pergunta, apontando para o telefone. — Eu tenho você no quarto ao lado. Não tinha certeza... — Ele fala. — As coisas de Garcia estão lá, mas... — Será útil. — Rafe diz com aquela voz sem emoção. — E sem serviço de quarto. Eu não quero que ninguém saiba que estamos aqui. Leve-a até a esquina, pegue-lhe algo para comer. Agora, Bennito e eu ficamos preocupados. — É seguro? Não irão me reconhecer? — Pergunto.

— Aqui. — Rafe diz friamente e tira o boné da cabeça de Bennito. — Agora você tem um disfarce. Basta virar a esquina. Bennito pode me chamar se houver problemas. — Ok, chefe. — Diz Bennito. Ele coloca a arma na cintura e puxa sua camisa sobre ela, em seguida, olha para mim. — Podemos ir? Minha boca funciona silenciosamente. Isso tudo parece errado. Estúpido e errado. Ele está me deixando sair para ir à lanchonete da esquina? Após uma semana de praticamente fazer xixi juntos na selva, porque não era seguro para ficar sozinha? Sinto-me estranhamente traída e magoada. Seu amigo está morto, sua idiota egoísta. Talvez ele precise de um momento. Certo. Talvez eu esteja muito ocupada pensando em mim agora. — Nós voltaremos logo. — Eu digo suavemente. — Você quer alguma coisa? Ele balança a cabeça. Ok, então.

Parece tão bizarro andar na rua com Bennito. Como se eu não estivesse acompanhada por um desconhecido. Como se não estivéssemos em perigo aqui. Mas ninguém nas ruas nos observa. Suponho que nos misturamos, porque estamos desalinhados. Chegamos a um supermercado na esquina e meu estômago ronca novamente. — Pegue o que quiser. — Bennito diz e passa a mão sobre sua boca. — Eu acho que vou comprar cigarros. Aceno e distraidamente vou por um corredor. Estou morrendo de fome, por isso, tudo parece bom. Pego um sanduíche de carne seca, batatas e uma barra de chocolate. Deus, definitivamente preciso de chocolate. É boa comida para depressão. Pego umas porcarias para Mendoza também, porque sei que ele deve estar com fome. Passo por um corredor de produtos de higiene pessoal e pego escova de dente, creme dental, uma lâmina, um pente para meu cabelo embaraçado e um protetor labial, porque o meu rosto é uma bagunça.

Pego

uma

garrafa

de

loção

também,

embora

o

pensamento de tentar reparar minhas mãos parece como ir ao mar com uma colher. Elas estão horríveis. Como se eu estivesse tentado pegar as abelhas com as mãos ou algo assim. Eu vejo preservativos e escolho através da seleção. Não creio que preservativos importam, uma vez que Rafe era virgem. Ele, provavelmente, seria muito grande para qualquer coisa que

fizessem, de qualquer maneira. Hesito e depois vejo uma garrafa de lubrificante e também pego. Meus braços estão cheios de porcaria, quando volto para o lado de Bennito, mas ele não comenta, apenas faz gestos para o balcão. Jogo tudo no balcão e dou a Bennito um olhar desafiador, quando ele vê o lubrificante. Mais uma vez, nenhum comentário. Jesus, eu gostaria que alguém falasse comigo. Nós saímos da loja poucos minutos mais tarde e Bennito me compra algo para comer de um vendedor ambulante. Eu não sei o que a comida é, mas é quente e devoro rapidamente, porque quero voltar para o quarto de hotel e Rafe. Nós compramos para Rafe um pouco de comida de rua também e seguro na minha mão boa, quando contornamos moto táxis e voltamos para o hotel. Há galinhas nas ruas e toda a área me parece um pouco degradada, apesar de ser uma cidade. Quando voltamos para o quarto de hotel, no entanto, Rafe está no chuveiro, em seu quarto. Eu fico sem jeito no quarto de Bennito por um momento, segurando a comida de Rafe, que esfria rápido. Devo ir atrás dele? Segurá-lo em meus braços e abraçá-lo, apesar de seu comportamento? Ou ele é o tipo que irá odiar isso? Eu gostaria de saber. Bennito limpa a garganta. — Então você ainda tem o conteúdo da bolsa?

Sou grata pela distração. — Sim, mas é apenas lixo. Algumas pastas coloridas com papéis nelas. Ele inclina a cabeça, claramente curioso. — Posso vê-las? Deve haver algo lá, para eles a manterem monitorada. Caso contrário, não faria nenhum sentido. Encolho os ombros e coloco a comida de Rafe em uma das mesas, então procuro através da bolsa até encontrar as pastas. Bennito observa com um hmmm em sua garganta e imediatamente começa folhear as impressões. — Estas são impressões de páginas da web. — Então? — Não estou entendendo. — Então talvez haja algo incorporado nesses sites, que corresponde. Talvez seja um código. — Ele esfrega um dedo através de uma das notas, pensando. — Dê-me um tempo e descobrirei. Concordo com a cabeça e olho para o quarto de Rafe. — Eu... Acho que vou ver o que ele está fazendo. — Você, ah... — Bennito limpa a garganta.— Você precisa ficar neste quarto. Há duas camas. O outro tem apenas uma.

É doce ele oferecer. Talvez pense que meu relacionamento com Rafe é muito menos consensual do que parece. — Gosto de dormir com Rafe. — Digo a ele, mesmo que não tenhamos feito muito isso. Não planejo deixá-lo escapar das minhas garras toda a noite. Ele precisa falar com alguém, porra. Não é natural ficar tão quieto. Não depois do que aconteceu. Ainda estou em choque e eu mal conhecia o homem. Devolvo o boné para Bennito, pego o meu saco de comida e produtos de higiene pessoal, sento-me em um lado da cama de Rafe, fechando a porta entre os quartos. Com meu pente, desembaraço

o

cabelo lentamente, enquanto

Rafe

está

no

chuveiro. Meus cachos são um ninho, mas com algum trabalho cuidadoso do pente, sou capaz de transformar o meu cabelo em algo decente. É uma revolta do sono de ondas naturais, mas pelo menos não está emaranhado. Rafe ainda está no maldito chuveiro, então me inclino contra a cabeceira feia da cama e pego uma barra de chocolate. Estou começando a me sentir... Não sei. É uma mistura de depressão, choque, perda, desespero e piedade. Pena de Rafe, que está dilacerado e piedade por mim, que poderia receber um abraço e a pessoa que eu mais quero me exclui. Penso em Rose. Minha melhor amiga, a única pessoa no mundo de quem sou realmente próxima. Meus pais sempre foram trabalhadores distantes, felizes em me colocar na creche ou com

uma babá, para que pudessem fazer suas próprias coisas. Nós nunca fomos próximos, mas Rose e eu? Éramos próximas. Como Garcia e Rafe eram. Minha garganta se fecha e lágrimas quentes começam a inundar meus olhos. E se eu não puder salvar Rose? O que farei? Um ou dois dias atrás, sentia-me no controle. Como se pudesse pegar o cara e salvar minha melhor amiga. Agora sinto que todo o controle desapareceu. Rafe me empurrou para longe e todas as minhas esperanças para salvar Rose dependem dele. Penso em Rafe e como ele deve estar se sentindo no momento. Será que acha que a morte de Garcia é minha culpa? Que sou a culpada? Infeliz, coloco outro pedaço de chocolate na boca. Rose e eu sempre dividimos uma barra de chocolate, porque ela não podia ganhar as calorias, mas tinha um grande desejo por doces. Sempre que estava triste, queria chocolate. Acho que é um hábito que estou pegando. Infelizmente, o sabor do chocolate me lembra minha melhor amiga e deixo o resto de lado. Eu me permito chorar um pouco, mas quando o chuveiro é desligado, estou refeita. Estou composta também, quero estar lá para ele. Quando ele sai, porém, está vestido. Nenhuma toalha sexy ao redor de seus quadris. Sem pele úmida. Olha para mim e seus olhos estão um pouco vermelhos, meu coração dói por ele. Em seguida, desvia o olhar e faz gestos para a porta. — Você deveria estar com Bennito. Ajude-o com o projeto.

Sento-me na cama, estendendo minhas pernas, porque sei que ele gosta de olhar para elas. — Eu quero ficar com você, Rafe. Por favor, fale comigo. — Bato do meu lado da cama, indicando que ele deve sentar-se. Ele pega o controle remoto da TV e balança a cabeça. — Eu não estou no clima, Ava. — Ele se senta em uma mesa próxima, liga a TV e foca seu olhar sombrio sobre ela. A fala em espanhol de um programa de TV enche a sala. Olho para Rafe, mas ele parece determinado a concentrar-se na TV, em vez de mim. Sento-me e rastejo para frente na cama. — Rafe, fale comigo. — Não, Ava. — Sua voz é dura e ele finalmente olha para mim. Toda a sua expressão é de raiva. — Eu não tenho tempo para uma foda de pena agora, tudo bem? Você ainda terá Rose de volta, ok? Não há necessidade de negociar com seu corpo mais. Cada palavra bate em mim como um punho. Suspiro e recuo de volta na cama, a mágoa trazendo lágrimas aos meus olhos novamente. — Tudo bem. — Engasgo. Pego meu saco plástico cheio de coisas e penso onde posso ir. No outro quarto com Bennito, um estranho, para que ele possa me olhar com piedade, sabendo que fui expulsa? Mudo de ideia e vou para o banheiro, em vez disso. Se Rafe pode se esconder no chuveiro, eu posso também.

— Ava. — Rafe diz com voz cansada, mas bato a porta atrás de mim e tranco. Ligo imediatamente o chuveiro, para sufocar as lágrimas e limpar os olhos. Foda-se ele. Foda-se tudo isso. Tiro a roupa e entro no chuveiro. A água está gelada e não me importo. Ainda tomo um banho, porque ficar limpa é um luxo. Depilo tudo, pernas, braços e até mesmo passo a lâmina sobre minha boceta, raspando em todos os lugares. Porra. Quando desligo o chuveiro, estou calma. Engraçado como um chuveiro gelado pode restaurar a clareza, para um temperamento quente. Quando penso, percebo o que Rafe está fazendo. Ele está me afastando. Está sofrendo e tentando me empurrar para longe. E estive muito envolvida no fato de que está me atacando, para perceber que isto não é como ele. Este não é o homem que foi tão cuidadoso comigo. O homem que prefere nadar em um rio infestado de crocodilos, com um ferimento de faca nas costas, do que me ferir. O homem que prefere comer minha boceta toda a noite em sonho, do que infligir um pouco de dor em mim. O homem que ficou trinta e cinco anos sem tocar em uma mulher, porque ele tinha medo de feri-las. Penso em suas cicatrizes na virilha e peito. Penso nas sugestões que ele deixou cair sobre sua terrível mãe e a garota que morreu, quando tentou transar com ela. Acho que ele foi punido. Todos de quem ele cuidou o machucaram ou morreram. Não era coincidência que estivesse assim neste momento.

Eu não o abandonarei. Procuro na minha sacola e encontro o lubrificante. É uma marca barata que nunca vi, mas lubrificante é lubrificante. Pego o pequeno tubo e deixo o banheiro. Não deixarei que ele me empurre.

CApÍTULO 27 Ava Saio do banheiro completamente nua e coloco meus braços contra o batente da porta. A pequena garrafa de lubrificante está na minha mão, escondida. E espero ele me notar. Minha postura faz com que os meus seios se levantem e dobro um joelho, assim meus quadris ficam inclinados levemente, em um ângulo sexy. Rafe pode ser virgem recém-deflorado, mas sou hábil nesse tipo de coisa e ele não sabe o que está enfrentando. Não demorou muito para que a atenção de Rafe vá para mim. Depois que o faz, o vejo piscar, seu olhar percorre meu corpo nu, dos meus seios salientes para o monte recém-suave da minha boceta. Isso chama sua atenção. Vejo o brilho da luxúria em seus olhos e ele se obriga a desviar o olhar.

Mas há uma coisa em Rafe que é muito óbvia e posso ver seu pau duro sob a calça, mesmo que ele esteja tentando me afastar. Encorajada, vou em frente. — Eu sei como a sua mente funciona, Rafe. — Digo com a voz abafada, movendo-me para o seu lado da cama. — Eu sei que você está tentando me afastar, porque está sofrendo e talvez esteja com medo de perder mais pessoas. Mas aqui está a questão. Não gosto de ser excluída. Preciso de você. Preciso de você de mais maneiras do que apenas este acordo estúpido. Preciso de você para me abraçar, também. Preciso de você para me tocar, me amar e me distrair. Para me lembrar das coisas boas da vida, mesmo quando as coisas ruins acontecem. Fico ali, ao seu lado da cama e espero. Ele me olha um pouco mais (na maior parte em minha boceta) e depois esfrega a mão sobre sua boca. — Nós não faremos isso. Tudo certo. Eu não sou uma mulher sem um plano e se ele vai jogar duro, também irei. Ele fecha os olhos e se inclina para trás contra a cabeceira. — Não é seguro para você ficar comigo, Ava. Confie em mim. — Oh, eu confio em você. — E uma vez que seus olhos ainda estão fechados, é hora de colocar meu plano em ação. Abro o tubo de lubrificante e jorro um pouco em minhas mãos, em

seguida, esfrego para aquecê-lo. Seu rosto se vira para mim, mas ainda mantém os olhos fechados. Ele acha que pode ganhar este jogo, não é? Ele não tem ideia com quem está jogando contra. Coloco as mãos oleosas sobre os seios, untando-os e dou um puxão nos mamilos. — Mmmm. — Respiro, fazendo um som tão sexy quanto posso. A verdade é que estou ficando muito excitada com todo esse desempenho para Rafe. Quero ver seus olhos se iluminarem com o que faço. Quero distraí-lo de sua miséria. Quero que se conecte comigo, novamente. E se isso significa ser suja, atrevida, uma Ava necessitada? Isso é o que farei. Seu olhar vai para meus seios escorregadios e saltando contra minhas mãos. Eu vejo o momento em que sua boca fica seca, os olhos escurecem com desejo. Sua mão vai para baixo em seu pau e pressiona contra, como se para ajustar a si mesmo. — O que você está fazendo, Ava? — Convencendo você a me tocar. — Passo os dedos sobre os mamilos, endurecendo as pontas, em seguida, coloco as mãos para baixo, na minha boceta. Eu sei que estou deixando um rastro molhado e brilhante de lubrificante em todo meu corpo. Não importa. O fascínio em seus olhos é suficiente para mim. — Não é pena. — Digo a ele. — Não estou fodendo você por Rose. Estou fazendo por que gosto. E porque você me excita. E eu preciso de você.

Meus dedos passam entre as dobras. Estou um pouco molhada, mas o lubrificante ajuda. Pego o tubo e coloco mais na minha mão e sei que Rafe observa cada movimento meu. E porque me sinto ousada, viro-me e curvo, abrindo as pernas e mostrando a bunda. Meus dedos passam entre as pernas e os empurro em minha boceta, sabendo que ele está tendo uma boa visão. É um movimento total de estrela pornô, mas também me deixa louca, porque imagino o quanto isso o excita. Os dedos lisos entram e saem do meu sexo, gemo com os sons molhados que fazem. — Porra, Ava. — Geme Rafe. Sinto suas mãos segurarem meus quadris e é o primeiro movimento que ele fez para me tocar, desde a morte horrível de Garcia. — Diga-me para não tocá-la, baby. Diga-me que você está melhor sem mim. — Eu preciso de você, Rafe. — Trabalho os dedos mais rápidos na boceta. Preciso dele e preciso do orgasmo que pode me dar. Depois de tomar o pau monstro de Rafe? Meus dedos são um triste substituto. — Diga-me que eu posso transar com você. — Ele rosna e sinto seus dentes na minha bunda, enviando um arrepio de necessidade através de mim. Oh Deus, sim, por favor. — Eu quero que você me foda com seu grande pau Godzila.

Ele geme e puxa minha mão da boceta, os dedos saem com um som molhado, necessitado. — Vá para a cama. — Ele ordena. Ok, isso é gostoso. Ele está no controle e isso endurece meus mamilos e meu corpo dói, com mais necessidade. Fico na cama de quatro, sem me importar se estou, provavelmente, sujando com lubrificante barato, todos os cobertores do hotel. Fodam-se os cobertores. Eu me curvo para baixo em meus cotovelos e levanto a bunda no ar para ele, abrindo mais minhas pernas. Ouço Rafe se atrapalhar com a calça, o zíper descer e o farfalhar do tecido. Eu não quero que ele adivinhe nada. Quero que entre em mim, então coloco a mão de volta na boceta e empurro meu rosto contra os lençóis. — Vai entrar nesta boceta? Rafe? Ela precisa de seu pau. Está doendo por você. — Deus, eu espero que Bennito não possa ouvir a nossa conversa suja, no quarto ao lado. Na verdade, eu não me importo. Deixe-o saber que Rafe me fode. Compartilharei com o mundo, se precisar. Ele é sexy, o meu mercenário. Rafe faz um som de agonia e sinto a enorme e grossa cabeça de seu pau contra a entrada do meu sexo. — Diga-me para fodê-la, Ava. — Foda-me.

Ele empurra e fica um pouco tenso, esperando dor, como antes. Mas não há nada. Estou me esticando para ele, estou carente e lubrificada, grito, porque é tão incrível que não posso suportar. Sobre mim, Rafe congela. — Ava? — É tão bom. — Eu gemo. — Oh é muito bom. Foda-me com força, Rafe. Eu preciso de você. Eu me movo contra ele, para mostrar o que quero dizer. Ele faz outro som de agonia, que não é bem um gemido e não é o meu nome. Entra em mim com o Godzila e é chocante, tão incrivelmente bom, que grito novamente. Agora com certeza, Bennito pode nos ouvir fodendo. Ainda não me importo. Mais uma vez ele empurra para dentro de mim. — Você é tão apertada... — Apertada para você. — Ofego. — Minha boceta é apenas para você, baby. — Porra. — Ele diz. — Você está gostando? — Digo a ele. — Tão grande e grosso,

posso senti-lo todo, através de mim. Amo seu pau grande e grosso, baby. Amo o quão bom ele me faz sentir. Amor... — Merda. — Diz ele, novamente e esqueço sobre o fato de que Rafe não é muito experiente com sexo, porque ele treme sobre mim, gozando. Suas mãos apertam meus quadris com força e esfrega seu pau em mim, quando chega ao orgasmo. E realmente, está tudo bem que ele goze, depois de alguns golpes rápidos. Eu sei como conseguir o meu. — Continue se movendo. — Digo e coloco a mão entre as minhas coxas abertas, para tocar o clitóris. — Porra, Ava. — Diz ele. Mas todo o seu corpo treme, quando me dá outro impulso. Mesmo o pau inerte de Rafe ainda é melhor, do que a maioria dos paus. Esfrego o clitóris mais rápido, movendo-me em pequenos círculos rápidos, ajudada pelo lubrificante que está em minhas mãos. Ele esfrega contra mim novamente e seguro uma respiração, porque agora também gozarei. Meus dedos do pé se curvam e gemo mais alto, quando ele se inclina sobre mim. Mesmo a bagunça suja com Rafe ainda é incrível. Leva-me alguns minutos para descer do orgasmo e ele ainda está, lentamente, bombeando em mim com seu pau semi ereto. Posso sentir sua umidade escorregadia e gemo, porque está enviando tremores através de meu corpo, com o movimento do seu pau dentro de mim.

— Posso te abraçar? — Pergunta com sua voz rouca. — Eu ficaria chateada se não o fizesse. — Digo a ele e se move na cama ao meu lado, puxando-me contra ele. Sou menor e seu pau pressiona contra minha bunda, liso e quente, ainda pulsando. Rafe pode manter uma ereção mais longa do que qualquer homem que já conheci. Talvez seja por causa do seu tamanho. Ele se aproxima e me segura contra ele, suas mãos indo para meus seios. Sinto sua respiração no meu pescoço e me beija suavemente. — Eu sinto muito. Aperto a mão dele e no processo, aperto meu próprio seio. — Do que está arrependido? — Das coisas que disse... — Shh. — Digo a ele. — Eu sei que não quis dizer aquilo. E sei que você me ama. — Eu provoco, tentando mantê-lo sorrindo. — Deus. — Diz suavemente e beija meu pescoço novamente. — Você é incrível. — Você também. Eu não entendo por que não pensa assim. Ele fica em silêncio por um longo momento. Em seguida, acaricia meu ombro com reverência. Sua voz é baixa quando começa a falar.

— Minha mãe foi estuprada, quando tinha dezesseis anos, mas sua família era religiosa e devota. Eles não permitiram que fizesse um aborto. Ela me odiava. Não a culpo. Era a prova de tudo o que deu errado em sua vida. Voltou-se para a igreja e me disse para evitar o sexo oposto. Meu pau era monstruoso, dizia e que era um sinal de que nasci errado, maldito. — Isso não é verdade. — Eu o abraço contra mim com força. — Sério? — Ele não acredita. — Porque a única vez que tentei fazer sexo com uma garota, ela morreu. — Você diz isso, mas não há como. Você a viu morrer na sua frente? Ele balança a cabeça. — Dois dias depois. Seus irmãos vieram até mim e disseram que ela não acordou. Que os médicos lhes disseram que teve uma hemorragia interna por dois dias e morreu como resultado. — Você não poderia ter causado estes danos, não como descreveu. A menos que mentiu para mim. — Eu sei que ele não o fez, mas precisa ouvir. — Não, nunca. — Diz ele com voz rouca. — Eu mal a toquei... Mas havia sangue e depois... — Ele se afasta.

— Você não a matou. Não acredito e precisa parar de insistir nisso. Aqui está a coisa. — Falo, traçando um dedo sobre as veias grossas de suas mãos. Eu tenho o acordo. Tenho uma coisa por suas mãos e amo-as por serem grandes e ásperas. — Quando estiver sofrendo, quero que venha para mim. Quero que confie em mim. Nós temos um ao outro nessa, entende? — Garcia. — Ele diz, a voz cheia de dor. — Eu sei, baby. — Digo suavemente. — Eu sei. Aconteça o que acontecer, não podemos nos fechar, ok? Sinto como se tivesse perdido Rose. — Engasgo um pouco e engulo. Agora não é o momento. — Eu não quero perdê-lo também. Sinto-o acenar contra meu pescoço e me segura mais apertado. — Você é isso, Ava. — Hmm? — Eu não entendo. — Nada. — Diz ele. — Apenas algo que Garcia disse. Acaricio sua mão com a minha escorregadia. Ignoro o lubrificante sobre nós, assim como ignoro o suor, que faz nossa pele se juntar. Ele me aperta contra ele, como se eu fosse uma tábua de salvação. Está partindo meu coração, o meu grande e forte homem. Pelo que sei de Rafe, ele não ama facilmente e não sei como lidará com a perda de seu melhor amigo.

Faria qualquer coisa para tornar tudo melhor para ele. Qualquer coisa. Mas por agora? Tudo o que posso fazer é amá-lo e lembrá-lo que a vida vale a pena viver.

CApÍTULO 28 Rafael Eu me limpo, enquanto Ava usa o chuveiro. Ela está pedindo coisas impossíveis. E pior, quero dar a ela. Minha mãe disse que eu precisava passar o resto dos meus dias expiando, pelas pessoas que matei. Minha irmãzinha. A garota do ensino médio. Quando fui para casa de licença, minha mãe se benzeu, enquanto eu passava pela porta e borrifou água do lado de fora, para expulsar os demônios que levei para casa comigo. As almas dos que morreram na minha mão agarram-se a mim, ela afirmou. Acreditei nela e acredito agora também, porque a morte de Garcia paira ao meu redor, como um peso. O doce rosto de Ava é tão esperançoso, quando ela fala de Rose e mesmo que não admita, tê-la de volta não mudará as coisas. Eu sei disso, no fundo e acredito que Ava sabe, também. Mas não há nenhum motivo para me preocupar sobre isso. Amanhã acontecerá, não importa o que faça hoje. O diferente é, quem estará comigo? Posso mudar isso. No quarto ao lado, Bennito está inclinado sobre a mesa, longe do seu computador.

— Cara, você soou como se a estivesse matando lá dentro. — Ele levanta a mão para bater com a minha. Ainda bem que Ava não está aqui, não respondo e sento-me na cadeira, de frente para ele. Ele se inclina sobre a mesa. — Nós sempre brincamos sobre quem tem a arma maior, mas sempre foi você, não é? — Sim. — E de repente entendo todas as piadas. Todas aquelas piadas idiotas. As piadas sobre tacos de beisebol. Sobre armas. Eu as ouvi antes, mas agora elas têm contexto e significado. Têm peso. — Legal. — Ele se senta e me olha com mais admiração do que nunca. Porque tenho uma grande arma e sei como usá-la. Há algo de errado neste pensamento. Tenho que conversar com Bennito sobre isso, para quando ele encontrar sua Ava, não estrague

tudo

com

seu

machismo.

Mas

por

enquanto,

compartilhamos um momento por alguns segundos, antes de apontar para os itens que ele tem espalhados pela mesa. — O que você encontrou? Sua atenção é facilmente desviada. — Merda, isso é uma coisa legal. Você se lembra de como cada uma das pastas tinha pequenas bandeiras adesivas? — Aceno. Em cada página, há duas ou três bandeiras translúcidas

com abas coloridas, que correspondem à pasta. — Bem, não são notas, porra. Você as coloca juntas, assim. — Ele segura uma pequena pilha. — Formam a porra de um chip USB. Selvagem, hein? Merda de espião. É a merda mais estranha no mundo. — Como você coloca em uma porta USB se é tão fino? — Olho para ele. Agora que Bennito apontou, tem mais rigidez do que uma marca registrada de uma bandeira comum, mas ainda parece papel fino. Eu não vi nenhum circuito também. — Você não o faz. Ele funciona através de um receptor. O receptor trabalha em conjunto com o USB. É um bom gênio quem projetou isso. Eu sei que cabos USB ficam cada vez menores, mas jurava que isto era apenas um conceito de design. A bandeira é feita de grafema, que é uma camada única de átomos de carbono, contidos em um padrão do favo de mel. A camada condutora está no fim. Esfrego a mão no meu rosto. — Duval envia sua mula com as informações de venda, mas os compradores não podem acessar as informações sem o receptor. — Exatamente. — Acena Bennito. — Mas se ele vende as informações, o receptor não deve ser criptografado. Existe alguma maneira de copiar os dados do USB para nosso computador?

— Na verdade não. As informações só podem ser lidas através do receptor correspondente. — Precisamos de Duval, então. — Ou o receptor. — E quantos guarda-costas ele tem? — Doze e vários capangas, que cercam seus compradores. O Hotel Ecológico Manish foi invadido por estrangeiros de ternos pretos, usando fones de ouvido. Parece uma convenção de negócios. — Por aqui em Pucallpa? — Não sei. Eu sou seu computador e cara de eletrônicos. — Ele se volta para o computador e bate em algumas teclas. A tela de vídeo aparece e vejo dois homens, que estão de guarda fora de um bangalô. — Esse é o de Duval? — Sim. Ele tem essa supermodelo com ele. Ela passa a maior parte de seu tempo em uma cabana, folheando revistas. Ele está, geralmente, falando ao telefone ou discutindo com seu irmão. Olho para a tela. — O que eles estão discutindo? Bennito ri e rasga um saco de batatas fritas. Ele me oferece.

— Não, obrigado. — Eu aceno minha mão. — Sobre o que eles não discutem? Se Duval diz que o céu é azul, Fouquet diz que é verde. Se Duval quer pedir peixe para o almoço, Fouquet quer carne. Se Duval fode Rose, Fouquet quer se juntar. Minha sobrancelha se levanta. — E ele? — Não. Essa é pior discussão que eles têm. Por que Duval tem toda a boceta? Fouquet grita. Vá comprar sua própria prostituta, Duval responde. Rose apenas se senta na poltrona, até Duval estalar os dedos. — Bom. — Eu me pergunto o quanto Ava sabe sobre isso. — Ela está lá contra sua vontade? — Quem pode dizer? Quer dizer, se eu estivesse em sua situação

e

precisasse

foder

Duval

para

não

ser

morta,

provavelmente foderia, até que alguém pudesse me resgatar. Aceno distraído. Se ela está de boa vontade com Duval, será mais difícil tirá-la, mas o que importa? Todos no círculo dele, com exceção de seu irmão, são descartáveis, inclusive ou especialmente as mulheres. — Qual é a conversa? Duval não disse nada sobre as

unidades USB? Ou será que ele pensa que estão perdidas na selva? — Até agora nada. — Temos que assumir que ele tem a informação original em algum dispositivo de computador. Devemos roubá-lo. Você fez uma varredura de infravermelho e de imagens térmicas, para localizar todos os eletrônicos? — Sim. — Bennito abre outro arquivo. Ele já tem marcado os itens. — Nossos principais alvos são os dois laptops. Um deles é de Duval. Não tenho certeza de quem é o outro. Rose tem um tablet e Fouquet também. — Ele bate com a caneta contra um objeto em forma de uma lâmpada. — Mas acho que o receptor está aqui. A base desta lâmpada é mais quente do que todas as outras em seu bangalô. Eu comparei com as assinaturas de calor de todos os outros dez bangalôs. Com algumas teclas, ele coloca uma sobreposição de mapas transparentes, em cima da de Duval. — É a lâmpada no quarto de Duval? — Sim. — Ele diz. — A camareira vai ao quarto?

— Ah, sim. — Bennito e eu estamos na mesma onda. Em outro país, talvez pudéssemos colocar um homem lá dentro, mas em Pucallpa, não há nenhuma maneira que a limpeza seja feita por um homem. Precisamos de Ava para isso. — Será que ela aceita fazê-lo? — Não é com ela que você deve se preocupar. Eu me levanto e vou até a janela. O plano mais seguro para todos nós, o que resultaria em menos quantidade de lesões e com maior probabilidade de sucesso, é enviar Ava como camareira. Ela limpa, rouba a base da lâmpada e a deixa escorregar pela janela para Bennito e, no espaço de tempo que leva para fazer a cama, teria o receptor ligado e devolvido. Eu repasso o plano na minha cabeça. Não gosto de deixar Ava sozinha aqui. Muitos idiotas sem moral correm por aí. Mas também não gosto dela estar tão perto de Duval. — Nós roubamos um uniforme. Ava entra, pega o receptor e depois sai. Você e Rodrigo precisam trocar o conteúdo e depois a mandamos de

volta

com

o substituto. Ao mesmo tempo,

oferecemos a merda do USB para Duval, em troca de Rose. Quando pegarmos Rose, entramos no primeiro avião para Lima e depois para a Virgínia. — Soa como um bom plano para mim. — O único problema é que, tanto Duval como Fouquet sabem como é a aparência de Ava. Mesmo se a disfarçássemos

de alguma forma, ela tem os olhos incompatíveis. Pense, Pucallpa tem um lugar que vende lentes de contato colorida? Trocamos olhares duvidosos. Pucallpa está na boca da selva amazônica. Vende merda relacionada com a selva. Não há melhorias cosméticas, como lentes de contato coloridas. Você precisa comprar este tipo de coisa em

Lima, mas talvez

pudéssemos comprar uma peruca em algum lugar... Fico olhando para Bennito. — Levante-se. — De jeito nenhum, cara. Eu pareço uma garota para você? — Levante-se. — Repito. Bennito suspira e joga sua mochila na mesa. Ele fica de pé, movendo as mãos em sua calça, o que deixa a poeira laranja para trás. Bennito mede um pouco menos de um metro e oitenta e tem a forma de um quadrado. Ele não passará por uma mulher nem com toda a maquiagem do mundo. Um ogro gigante, provavelmente. Mulher, não. — Porra. — Amaldiçôo e aceno minha mão para ele. — Sentese. — Graças a Deus. — Ele respira. — Ligue para Rodrigo e diga que precisamos de um uniforme de camareira. Tamanho42. Talvez 44. — Aceno para Bennito e deixo-o cuidar dos detalhes, enquanto vou contar a Ava que ela terá que entrar no ninho de vespas, para salvar sua amiga.

CApÍTULO 29 Ava E em pânico e odeio esse novo plano. Eu, entrando e fazendo a transição, enquanto estou disfarçada? Eles, com certeza, têm muita fé em mim. Considerando que sou a mulher mais azarada do mundo até hoje, provavelmente devemos pagar alguém para fazer isso. Mas não podemos confiar em ninguém e por isso acho que tem que ser eu. Horas mais tarde, estamos sentados no bangalô alugado ao lado de Duval. Estou na beirada da cama, vestida com um uniforme azul de camareira. Meus seios estão apertados, assim estou mais quadrada e uso uma peruca. Passei lápis nas minhas sobrancelhas, para ficarem mais grossas e mais escuras e disfarçar meu rosto um pouco mais. Eles até conseguiram um óculos de leitura, para disfarçar meus olhos, um feio que parece pertencer a uma antiquada bibliotecária. Eles ainda têm uma corrente dourada. E eu tenho sapatos ortopédicos, para finalizar.

É a roupa menos sensual do mundo. Pelo menos, deveria ser exceto que Rafe continua me beijando na boca e me olhando com aqueles intensos olhos dele. — Eu odeio isso. — Digo a ele uma última vez. — Estou com medo. Eles vão olhar para mim e me reconhecer. — Baby, você está partindo meu coração. — Ele murmura. Rafe esfrega meus braços para cima e para baixo. — Você sabe que estarei ao lado. Eles não olharão para você. Não sabem que estamos aqui. Ninguém presta atenção nos empregados. Eu juro. Tudo que precisa fazer é entrar e mudar isso. Quando hesito, ele se inclina e beija meu nariz. — Se eu achasse que está em perigo, não a deixaria ir. Eu bufo. — Isso é uma mentira. Sua boca cai em um meio sorriso. — OK. É uma mentira, mas é a única opção que temos. E sei que está irritada. Você foi nadar com piranhas, lembra? Aceno e prendo a respiração. Realmente, entrar em um bangalô cheio de idiotas não é a pior coisa que me aconteceu, nos últimos dias. A selva amazônica foi um pesadelo cheio de cobras, onças e insetos do tamanho da minha mão. Este é apenas um bangalô de hotel.

Caminho, eu finjo um pouco, caminho de volta. Eu posso fazer isso. — Você deve usar isso. — Ele coloca um par de luvas de plástico amarelas no meu colo. Ele tem razão. Meu pulso ruim está roxo e amarelo na parte de baixo e ainda dói. Pelo lado bom, o inchaço quase desapareceu completamente e estou funcional, novamente. Resta saber se haverá algum dano permanente. Mesmo o tapa-olho de Rafe se foi. Estamos melhores, então... Tudo dará certo. Será perfeito. Mas não tenho sorte e me preocupo com algo dando errado. Sempre acontece. Então balanço a cabeça e inclino-me para um último beijo, antes de ir. Sua mão aperta minha nuca, segurando a cabeça, enquanto ele se inclina e possui minha boca. Sua língua se encaixa contra a minha, até que estamos ofegantes e agarrados um ao outro, as bocas fodendo descontroladamente. Para um homem que evitou sexo por trinta e cinco anos, ele é um bom beijador. Isso ou um aprendiz rápido. Se está enferrujado e fora de prática, irá me fazer derreter em uma poça, quando for hábil. Oh, Deus, eu realmente quero estar por perto para ver isso. Eu o agarro e relutantemente termino o beijo. — Ei, Rafe?

— Mmm? — Ele se inclina e morde meu lábio inferior, chupando-o depois. Luto com um gemido. Deus, ele está bem vestido agora. Amo isso. — Depois disso, o que acontecerá conosco? Com nós dois? Isso interrompe o beijo brincalhão. Ele se afasta e olha para mim. Tem aquele olhar intenso, possessivo, em seus olhos, mas me empurra. — Vamos nos preocupar com isso depois, ok? Um dia de cada vez. — Nossa. Você precisa trabalhar sua conversa de travesseiro, querido. — Há um brilho na sua boca que não posso resistir e esfregar com o polegar. E gosto disso, apenas para ver seus olhos brilharem. Porque sou uma namorada assim. Eu me viro e Bennito está na porta, comendo um saco de alguma das porcarias que comprei para Rafe. — Vocês dois vão chupar o rosto um do outro durante toda tarde ou vamos levar este show para a estrada? Seguro a respiração e sorrio para os dois. — Acho que posso fazer isso. — Gostaria de soar mais

confiante. Porra, eu queria estar mais confiante. As luvas são largas, graças a Deus e não machuca nada. — Estarei do lado de fora, Ava. — Rafe diz em voz baixa, quando vou para a porta. — Se você entrar em apuros, basta gritar meu nome. Aceno e passo pela porta dos fundos do bangalô. Pego o caminho mais longo, de volta ao pavilhão principal e de lá, vou para a sala de suprimentos de limpeza, que subornamos alguém para nos mostrar. Tenho a chave (mais um suborno) e pego um dos carrinhos e empurro para a passarela, na direção dos bangalôs. Minha respiração é curta e pesada, estou cerca de dez segundos de distância de um ataque de pânico. Deveria pensar no que dizer, quando eles abrirem a porta, mas tudo o que posso pensar é na boca de Rafe. Os beijos de Rafe. Ele dizendo: um dia de cada vez. Porque eu sei que é uma resposta idiota. Isso é um não me peça para ter compromisso e está me deixando mal. Sinto que, se fosse ontem, a resposta teria sido diferente e dói. Sei que ele está sofrendo com a morte de Garcia, mas como pode me afastar agora? Foi o que pedi - esperança para o futuro entre nós - isso é algo tão ruim? Sou uma pessoa tão ruim que apenas sirvo para uma foda e nada mais?

Mesmo preocupada e pensando nas palavras de Rafe, no momento em que paro na frente do pequeno bangalô de Duval, vejo Rose na janela, vestindo um biquíni. E me lembro por que estou aqui. Por que caí na Amazônia e lutei tão duro para sobreviver, apesar de tudo contra mim. Salvarei minha melhor amiga. Então coloco meus óculos de leitura de senhora e rolo o carrinho para frente e bato na porta. — ¿Quién es? — Alguém pergunta através da porta. Quem está aí? Oh merda. Minha mente fica vazia e me atrapalho com o espanhol do ensino médio, procurando a palavra certa para limpeza. Finalmente respondo. — Limpieza. — E não tenho ideia se é certo ou não. A resposta trêmula deve ter parecido bastante inocente, porque a porta se abre e é Duval, com um telefone na orelha. Ele acena para entrar, em seguida sai. Por cima do ombro, fala algo para mim em espanhol e entendo a palavra: cocina. Cozinha. Certo. Aceno e levo meu carrinho em direção à pequena cozinha, na parte de trás do bangalô. Meu coração está batendo a mil por hora, mas saio com esponjas e toalhas, como se isso não fosse grande coisa.

Quando entro na cozinha, Fouquet passa com um sanduíche, deixando migalhas no chão. Ele nem sequer olha em minha direção. Estou realmente invisível, o que é quase hilário. Muito ruim, meu coração bate rápido para que aprecie isso. A cozinha é uma porra de um desastre. Deveria ter adivinhado, já que Rose é minha colega de apartamento, e uma grande desleixada. Há um liquidificador no balcão e está sujo, com os restos de bebidas mistas. Os pratos estão empilhados na pia e há sujeira por todo o balcão, juntamente com copos vazios, guardanapos e garrafas de licor. É como se estivessem festejando. A visão me enche de raiva impotente. Enquanto Rafe e eu tentávamos sobreviver, estavam sentados neste bangalô acolhedor, comendo toneladas comida e tomando bebidas mistas, pensando em como nos matar? Idiotas. Eu me preocupo com Rose. Será que ela está nisso, porque pode impedi-los de machucá-la? É possível, mas olho o liquidificador, os restos do que parece ser daiquiri de morango, na parte inferior. Essa é a sua bebida mista favorita. Certamente ela não está festejando com esses idiotas. Não, enquanto sou forçada a ser uma mula para salvar a vida dela? Não, enquanto fui baleada, tive meu pulso torcido, caí de um avião, fui perseguida, esbofeteada e sequestrada pelo outro time? Não, ela estava se comportando. Minha amiga não faria isso comigo. Ela não faria. Então começo a trabalhar, limpando a cozinha. Ficarei ali mais tempo do que esperava e sei que Rafe e Bennito

estão esperando lá fora, mas o que posso fazer? Duval e Fouquet me pediram para limpar a cozinha e irão suspeitar se não o fizer. Então eu limpo. Limpo os balcões, jogo fora o lixo, limpo o liquidificador e encho a máquina de lavar louça. O chão está uma bagunça, mas passo de forma superficial a esponja, esperando que notem que faço um trabalho de merda. Na verdade, ninguém me olha. Rose está sentada na varanda, Fouquet em outra sala e posso ouvir Duval na frente, falando ao telefone. Lentamente, pego uma faca da gaveta de talheres e coloco sob algumas toalhas. Sinto-me melhor com ela lá, mesmo sabendo que, se tratando de uma briga de faca, sou péssima. Termino com a cozinha e vou para um dos banheiros. É igualmente grande aqui, mas limpo rapidamente, em seguida, vou pelo corredor. É o quarto. Meu coração acelera novamente. Fouquet está lá dentro. Prendendo a respiração, bato na porta e repito: — ¿Limpieza? A porta abre um momento depois e Fouquet sai com uma revista. — Gracias. — Ele murmura, em seguida vai para a varanda com Rose. Empurro o carrinho para dentro do quarto e começar a limpar. Quero ir para a lâmpada, primeiro, mas sinto que serei muito óbvia, assim pego a roupa suja do chão e dobro toalhas, tentando ser casual. Quando vou para a cama, dobro nos cantos e me movo muito lentamente para a lâmpada.

Então, olho ao redor. Ninguém olha para mim. Ninguém nesta extremidade da casa. Cuidadosamente, desligo a lâmpada e depois a pego. A base desenrosca facilmente e algo pesado cai na minha mão. Volto a colocar a base e vou para a janela com o disco rígido, em seguida, solto, cuidadosamente, na grama. Então, continuo arrumando a cama Estou prestes a terminar, quando Rose entra com um sarongue ao redor dos quadris. — Ei, nós precisamos de mais toalhas. — Diz ela e depois faz uma pausa, quando me mexo. Seus olhos se abrem e sua voz fica baixa. — Ava? Merda. Ela me reconheceu, apesar de meu disfarce. Coloco um dedo em meus lábios e aponto para a porta. Ela a fecha e corre para mim. Seus braços se envolvem ao meu redor com força. — Oh meu Deus Ava, pensei que estivesse morta. Você está viva! As lágrimas que molham o ombro do meu uniforme são genuínas, eu a abraço, tão aliviada ao vê-la. Rose está linda como sempre, magra e tão bonita que me faz doer olhar para ela. — Shhh. — Digo a ela suavemente. — Nós temos que manter a calma. Eles não podem saber que estou aqui.

Ela se afasta seus olhos incrivelmente azuis e molhados. — O quê? Por quê? — É uma longa história. — Digo. — O avião caiu, mas sobrevivi. Acho que pousou em uma árvore. — Ergo meu pulso enluvada. — Eu me machuquei. Ela suspira, como se o mundo tivesse acabado. — Seus trabalhos de modelagem. Ah não! Como

se

a

modelagem

estivesse

na

minha

cabeça,

ultimamente. Balanço a cabeça e seguro a mão dela na minha boa. — Chega de falar de mim, Rose. O que está acontecendo? Você está bem? Eles a estão machucando? Se eles machucaram Rose, quero que Mendoza dispare, antes de matá-los. Minhas mãos apertam as dela com força. Suas sobrancelhas se franzem e ela parece lindamente confusa. — Machucar-me? Por quê? Louis trouxe-me de férias já que estava estressada. — Ela inclina a cabeça para mim. — Ava, o que está acontecendo? Por que está limpando nosso quarto? — Ela franze a testa para a minha aparência. — Seu rosto parece péssimo. O que você fez com as sobrancelhas? E... Balanço a cabeça. Rose, abençoado seja seu coração, a alma

mais doce, mas é tão profunda como uma poça de lama. — Eu não me importo com a minha aparência agora. Olha, temos que tirá-la daqui. —Tirar-me daqui? Por quê? — Ela pisca para mim. — Estou de férias, Ava. Por que eu iria sair? Louis diz que, quando terminar com o seu negócio, passaremos mais tempo na praia. Minha amiga perdeu seus sentidos? — Rose. Você não está em férias. Eles estão mantendo-a como refém. Ela franze a testa, as sobrancelhas juntas e então seu rosto suaviza. — Não faça isso. Você vai me fazer enrugar e minha carreira acabará. —

Estou

falando

sério,

Rose.

Você

acha

que

estou

trabalhando para eles porque quero? Disseram que se eu não o fizesse, iriam matá-la. Ela aperta seus lábios carnudos. — Mas... — Seu queixo treme e a vejo, finalmente, pensando que algo sobre isso não está certo. — Louis me disse que estava lhe pagando para fazer isso por ele. — Pagando? — Assobio as palavras. — Você está falando

sério? Rose, ele me disse que se não fizesse, iria matá-la. Por que mais eu faria algo tão ilegal? — Eu não sei. — Ela bate seu pé na sandália. Lágrimas ameaçam seus olhos novamente. — Eu não sei nada! Ninguém me diz o que está acontecendo! Por que Louis disse que iria me matar? Ele diz que me ama. — Eles estão tentando destruir organizações criminosas, Rose. — Digo a ela suavemente. Deus, por que é tão cega quando se trata de homens? Louis não é o primeiro perdedor que ela namorou, mas é definitivamente o pior. — E as pessoas virão atrás deles. O governo também. Os homens que me salvaram? São mercenários. Matam pessoas. E querem a informação que Duval tem. — Aperto seus braços. — Por favor, Rosie. Ouça-me quando digo que as coisas são realmente ruins, ok? Ela balança a cabeça, seus grandes olhos azuis confiantes e cheios de lágrimas. Esse é o problema com Rose. Ela é tão confiante. É como se tivesse pavor de pensar por si mesma. Mesmo em casa, eu sou a líder. Esfrego seu braço, tentando encorajá-la. — Ficará tudo bem. — Olho ao redor, de volta para a janela onde joguei a lâmpada. Nós podemos fugir por ali.

— Vamos sair daqui e Rafe cuidará de nós, certo? — Certo. — Ela funga bravamente. — Ficaremos bem, eu prometo. — Olho ao redor do quarto, em seguida, aceno com a cabeça para uma cadeira contra a parede. — Vamos colocar a cadeira contra a porta, para mantê-los fora. — Ela poderia comprar-nos alguns segundos, pelo menos. Mas Rose está ali há muito tempo e estive aqui por tempo suficiente para não levantar suspeita. No momento que pego a cadeira, a porta se abre. É Duval e ele tem uma arma em sua mão. — Nenhuma de vocês irá a qualquer lugar. Porra. Imediatamente, fico na frente de Rose, abrindo os braços para protegê-la. — Louis. — Ela chora. — Tudo isto é verdade? — Ela se agarra na parte de trás do meu vestido e suas fungadas estão se transformando em soluços altos. — Afaste-se dela, Rose. — Diz ele em voz baixa. Eu fico tensa, porque não sei o que minha amiga fará. Nós somos amigas desde a escola primária, mas... Rose é estúpida, quando se trata de homens. Ela se encolhe atrás de mim e grita.

— N-não. Achei que você me amasse. Seu lábio treme. Ele nem sequer se preocupa em responder, simplesmente coloca sua arma contra mim. — Afaste-se. Eu não me movo. Posso chamar Rafe, mas então o que acontece comigo e Rose? No momento que gritar, ele vai atirar. Posso ver isso em seu rosto. — Deixe Rose ir e ficarei com você. — Negocio. — Vocês duas são problemas demais. — Diz ele e faz gestos para mim com a arma novamente. — Afastem-se uma da outra. Vejo seu olhar ir para a lâmpada. Eu me aproximo dele, porque se descobrir que a informação se foi, as coisas ficarão feias. Seus olhos se estreitam em mim. — Como você sabia? — Como sabia o quê? — Blefo. — Onde a informação está escondida? — Ele coloca a trava de segurança.— Tem uma chance de me responder. — Eu não sei nada sobre informações. — Respondo honestamente.

— Era a única que servia para o papel de camareira. Olhar para o cano da arma deixa-me bastante nervosa e Rose continua encolhendo-se atrás de mim e soluçando. Isso está me distraindo. Eu sei que ela não pode parar, mas também não posso pensar. — Apenas estou transando com o cara que me enviou. Não quero a sua informação. Apenas quero a minha amiga de volta. — Bem. Dê-me a informação agora e ela pode ir com você. — Duval aponta a arma para mim novamente. — Você pode sair se entregar a informação. Faço uma pausa. — Apenas assim? — Apenas assim. — Ele responde. — Acho que você a roubou deste quarto. Bem, ele achava certo. Eu me forço a não olhar para a janela, para não mostrar por onde ela se foi. — Eu... Não a tenho mais. — Isso é o que eu pensava. — Diz ele e levanta a arma. Rose grita, tropeçando em Duval. Tudo acontece tão rápido que não sinto nada. É apenas o barulho da arma com o silenciador, o silvo no ar e então todo o meu ombro queima de dor.

O filho da puta atirou em mim. Caio no chão, em estado de choque e Rose chora ainda mais alto. — Cale a boca. — Duval diz, empurrando-a para o chão. — Você estragou meu tiro. — Você matou minha amiga. — Rose chora por mim. Em suas palavras, percebo que ela me salvou ou ele teria atirado no coração ou na cabeça, mas caiu contra ele e sua bala errou o alvo. Suas mãos vão para o meu cabelo, meu peito e percebo que estão molhadas com sangue. Meu sangue. Ah merda. Todo o meu ombro dói, meu peito dói e dói para respirar. E... Tenho certeza que vou desmaiar. Talvez esteja morrendo. Deus, eu espero não morrer. Minhas mãos vão para o meu ombro. Tudo dói e perco o fôlego, cada respiração envia pontadas através de mim. — Ava. — Grita Rose. Na minha visão desaparecendo, ela olha para Duval e diz: — Você é um monstro. Eu te odeio. — E não preciso de você por mais tempo. — Diz ele. — É claro que estamos segurando a garota errada para negociar. E ele segura a arma e atira. Bem na cabeça. O corpo de Rose recua e então ela desaba em cima de mim, completamente silenciosa.

Não posso nem gritar, porque o mundo escureceu.

CApÍTULO 30 Rafael O som inconfundível de uma arma descarregada agarra-me pelas bolas e me sacode. Eu empurro Bennito de lado e corro para o pátio do bangalô. Os quatro guardas vêm para mim, com armas levantadas. Tanto para a discrição. Pego o primeiro e corto sua garganta, vou para frente, usando o corpo do guarda como um escudo. Dou um duplo toque na arma em minha mão, direto na testa dos outros dois. O quarto tenta atingir minha cabeça. Empurro o peso morto de lado e chuto a mesa mais perto e vou adiante. A bala do quarto guarda atinge o topo e cacos de vidro caem sobre mim. Mas não paro. Pulo sobre a mesa, atirando em direção a sua arma, em seguida, a cabeça. Seu corpo volta e bate, quando caio sobre ele. Cravando meus joelhos em seus ombros, para mantê-lo firme, giro a cabeça para a esquerda e quebro sua medula espinhal.

Pego a arma e me viro, para atirar nas portas francesas. As balas não quebram a porta e jogo uma cadeira, através do vidro fraturado. Entro pela abertura irregular, sem me importar que as extremidades afiadas arranhem meus braços e costas. No interior são mais três guardas. Meu lado é chamuscado por uma bala que passa, mas consigo rolar para fora do caminho, atrás de um grande armário de madeira, antes que meu corpo sofra mais danos. Os três guardas disparam no armário e lascas de madeira atingem meu rosto. O gabinete, no entanto, deve ser feito de madeira grossa, porque não posso mover a maldita coisa, mas as balas também não me atingem. Meu escudo não vai segurar por muito tempo. Eu me inclino de lado, disparando duas vezes, para cobrir e fazer um balanço da situação. Há uma mesa na sala de jantar, seis cadeiras e este armário gigante de madeira. Além da sala de jantar, tem a sala de estar com um sofá e duas cadeiras laterais, na frente de uma televisão. Dois dos homens devem ter se agachado atrás do sofá. O terceiro se arrastou para a sala de jantar. Sua má sorte, porque eu o escolho. Um ranger de vidro no exterior me fez olhar ao redor, mas é apenas Norse. Ergo dois dedos e aponto a cabeça para o sofá. Ele faz um gesto de que irá me cobrir e me movo adiante. Os dois homens se erguem, quando me ouvem, mas eu e Norse os pegamos.

Os quartos exteriores estão completamente vazios. Nenhum corpo é de Fouquet ou Duval. Eu me viro em direção a Norse e gesticulo com a arma para a porta do quarto, que está fechada. Não há nenhum som lá dentro. O silêncio é sinistro. Norse posiciona-se no lado esquerdo, quando chuto a porta. Duval está jogando as coisas em uma bolsa, ao lado da cama. Ele levanta a arma em direção a nós, mas Norse atira em seu ombro, antes de Duval até mesmo puxar o gatilho. Duval recebe dois tiros. Vou para o chão, escorregando pela superfície lisa. Levanto-me em um joelho e atiro mais duas vezes no intestino. A arma cai da mão de Duval e ele desce pela parede, deixando um rastro de sangue. Seus olhos mortos virados para mim. Ao pé da cama há uma mulher de cabelos loiros, caída sobre outro corpo. Ava! Porra. Há muito sangue. É um rio, manchando o revestimento de bambu e fluindo longe dos dois corpos. Vou para frente e levanto Rose, colocando-a na cama. Norse entra. — Morta. — Ele diz, mas mal o ouço. Os olhos de Ava estão fechados, mas vibram e há uma leve ascensão e queda em seu peito. Ela está viva. O alívio me deixa tonto e a aperto

com mais força contra mim. Ela geme um som óbvio de dor. — Ava. O que ele fez com você? — O desejo de matar Duval novamente, quase me faz ficar de pé, mas Ava precisa de mim agora. O sangue mancha seu uniforme, transformando o vestido azul em quase preto. Eu não sei o que é dela ou de Rose. Quando a rolo para suas costas, ela grita de dor e vejo que segura o ombro. — Onde mais foi baleada? — Norse pergunta, de joelhos ao meu lado. Eu balanço minha cabeça. Ele pega um travesseiro da cama e pressiona contra a ferida. Ava grita com a pressão. Com as mãos trêmulas, percorro seu corpo, mas não vejo outras feridas de entrada ou saída. — Acho que é isso. — Digo, cutucando o grande loiro. — Veja se há um kit de primeiros socorros no banheiro. — Pare de me machucar. — Grita Ava. — Sinto muito, querida. Temos que parar o sangramento. Você perdeu muito sangue. Passos atrás de mim me faz girar, mas é apenas Norse. Ele deixa cair o kit de primeiros socorros em minhas mãos. — Não há muito para ela. Ele tem razão. Existem algumas ataduras, fita e um frasco de pomada antibacteriana tópica, mas Ava precisará de mais cuidado, especialmente se quiser usar seu braço no futuro.

— Temos um jato fretado? — Sim, há um no aeroporto. — Então, vamos dar o fora daqui. Reúna todo mundo. Encontre-nos alguns carros e vamos embora. Norse se apressa. Com o kit, tenho apenas o suficiente para limpar a ferida e fazer um curativo. Balbucio palavras sem sentido, enquanto ela se contorce, geme e chora sob meus cuidados. Preciso de morfina para ela. — Sinto muito, querida. Isso vai parar de doer. Eu prometo. Nós vamos levá-la para um lugar seguro e cuidaremos bem de você. Sua respiração fica cada vez mais rasa e sua pele começa a assumir um tom azul feio. Muita perda de sangue, a minha mente em pânico diz. Este é o resultado da maldição. Mato aqueles que amo. Não importa quantas pessoas tente salvar, ainda sou o portador da morte, o assassino. O medo me leva para a língua nativa da minha mãe. Imploro a ela para ficar comigo. Eu a castigo por tentar me deixar. — Você é minha vida, — digo a ela, — meu verdadeiro amor. Se morrer, então eu morro. Não morra. — Sim, não morra. — Bennito grita atrás de mim. — Nós realmente precisamos do chefe por perto.

Eu nem sequer olho para ele por sua audácia, porque estou muito ocupado mantendo-a em um abraço forte. Ela geme de novo, agitada e com dor. — Você tem uma dose de morfina? — Eu pergunto, tentando não ficar impaciente. Ava está com dor e eles precisam se apressar, porra. Bennito tropeça na minha direção. — Sim, nós temos cinco na bolsa de escoteiro de Garcia. Ao ouvir seu nome, é como um dardo no meu coração. Eu o perdi, mas não posso perder Ava. Mordo a capa protetora de plástico e injeto em seu braço. Ela grita com a dor súbita. Bennito estremece e mordo minha língua, para manter meu próprio grito interior. De experiência passada, a dose de morfina vai dar-lhe algumas horas de alívio, no máximo. — Há mais suprimentos no avião? — Acho que sim. Garcia providenciou tudo. Claro que ele fez. Como viverei sem ele, eu não sei. Pego Ava em meus braços. — Vamos. Estaremos em Miami em menos de oito horas. Qual é o status dos outros compradores?

Antes que Bennito possa responder, Norse reaparece com Rodrigo atrás dele. Ambos têm mochilas em suas costas. — Precisamos evacuar o mais rápido possível. — Norse me informa. — O tiroteio atraiu atenção. Se acharem que Duval está morto, tomarão a informação à força. Ignoro minha angústia e preocupação sobre a condição de Ava. Nem vai ajudá-la agora. Deito-a na mesa de jantar e corto seu uniforme de limpeza. Norse me entrega um vestido de verão. Com a ajuda de Bennito, nós vestimos Ava. — Se a levarmos pelo lobby, chamará muita atenção. Do outro lado do cemitério tem uma estrada principal. Levarei Ava através do cemitério. Nós nos encontramos no final. O aeroporto fica a apenas algumas quadras de lá. — O que dirá se as pessoas fizerem perguntas? — Diz Bennito. — Insolação. Coloque esta arma na mão de Duval. Se o resort quiser encobrí-lo, podem chamar de assassinato-suicídio. Ava choraminga, quando a levanto em meus braços. O som das lágrimas soa no meu coração. Preparando-me, aceno para deixar os homens, quando estou pronto. — Você pegou tudo, Bennito? — Sim, o receptor real estava sob a janela e coloquei um

receptor falso de volta na lâmpada. Isso pode atrasar os compradores. — Bom. Vou a uma corrida leve, tentando segurá-la contra o meu peito tão firmemente quanto posso, mas cada passo provoca dor. Seus gemidos e lágrimas são piores do que qualquer ferida à faca ou bala, que já suportei. Sussurro encorajamento para ela. — Depois disso, você será capaz de sobreviver a qualquer coisa: terremotos, tornados, dê o nome que quiser. Foi jogada no fogo e polida no aço mais afiado e mais forte. Ela não responde de forma coerente e no meio do caminho, finalmente, desmaia. Com uma oração agradeço, porque não poderia suportar mais um passo com seus sons dolorosos. Perdi pessoas com quem me importo e a morte de Garcia irá deixar um vazio em meu coração, que nunca se curará. Mas Ava é diferente. Sua perda seria o meu fim. Havia um casal de idosos que veio para Lágrimas de Deus anos atrás. Ele era velho e sua esposa estava morrendo. Ele queria aliviar seu sofrimento. Sabia e ela também, que não havia esperança de recuperação e buscaram apenas medicação paliativa, para que sua morte fosse fácil. Ele estava em perfeita saúde, mas na noite em que ela morreu, ficou deitado ao seu lado, segurando sua mão e seu coração foi junto. Encontramos os dois na manhã

seguinte, juntos, passando para a próxima vida da única maneira que desejaram. Suspeito que é o que faria, se ela morresse. Meu coração iria com a dela. Mas não irá morrer. Um ferimento de bala em seu ombro, que atravessou os tecidos, não vai matá-la. Mas infecções e complicações da ferida poderiam, mas não o próprio tiro. Temos um pequeno hospital na ilha. As pessoas que estão envolvidas em coisas perigosas, precisam saber como reparar seus corpos, sem alertar as autoridades. Vamos voar para Miami, reabastecer e depois ir para a ilha - devemos estar lá em dez horas. Posso mantê-la viva por dez horas. Passamos por pequenos altares de concreto e lápides de granito. Algumas áreas são bem cuidadas e outras estão cobertas de ervas daninha e sujeira. Sua cabeça cai contra meu ombro, enquanto eu movo rapidamente, através do cemitério. A morte não nos levará hoje. Um borrão de movimento à minha esquerda faz-me cair de joelhos. Fouquet. Deixo meu pacote precioso e agacho na frente dela. Não cheguei tão longe, para morrer nas mãos deste homem. Eu a cubro, antes que ele possa atirar. Sua primeira bala atinge o solo e a próxima acerta uma lápide de granito. Não admira que ele use os punhos. É um atirador horrível. Eu vou para ele e derrubo-o no chão. Ele consegue ficar com a arma, que bate, sem sucesso, em minhas costas. Coloco um joelho em seu ombro e acerto um soco no rosto. E depois outro e outro, até

que ele está em coma, debaixo de mim. Pego a arma que caiu de suas mãos e atiro na cabeça e no coração. Não deixarei ninguém que possa vir atrás de nós. Correndo de volta para Ava, eu a pego novamente. — O jipe está à nossa frente. Conseguiremos. — Digo a ela. Meus braços doem e minhas pernas estão como geleia, mas nos empurro para frente. Norse dirige o jipe fora da estrada e nos encontramos no caminho. — O que aconteceu com você? — Pergunta ele, ajudando-me no banco de trás. Bennito se move para abrir espaço. — Fouquet. — Eu levanto Ava e Bennito se aproxima, para me ajudar a segurá-la. — Preciso voltar? — Não, ele está morto. — Fecho a porta e aponto para frente. — Vamos. Chegamos ao Aeroporto Internacional Capitão David Abenzur Rengifo em pouco tempo. Guardas patrulham o exterior, com as suas armas semiautomáticas, penduradas em suas costas. Nós não estamos pingando sangue, mas não estamos exatamente respeitáveis. Estou morto. O ombro de Ava está enfaixado e ela entra e sai da consciência. — Eu tenho uma injeção de adrenalina. — Bennito oferece.

— É muito perigoso. Ela terá que tentar andar. — Apoio Ava. — Baby, preciso de você para caminhar pelo terminal. É uma viagem muito curta. Estarei de um lado e Bennito do outro. Tudo que precisa fazer é mover seus pés. — Eu não posso fazer isso. — Ela choraminga. — A dor é demais. Mesmo Bennito recua, ao som angustiado. — Eu sei querida, eu sei. Mas precisamos tirá-la daqui. Estamos quase em casa onde é seguro. Você só precisa ficar de pé por cem metros. Eu sei que pode fazer isso. Eu sei disso. Ela rola a cabeça para o lado e olha pela janela. Não tenho ideia se ela vê o edifício de vidro e de metal ou se é apenas uma névoa de dor. — Eu posso tentar. — Diz ela finalmente. — Essa é minha garota. — Com essas palavras, todos estão fora do jipe e nos dirigimos para a entrada. Um guarda olha em nossa direção. Posso ver os homens hesitarem, mas a pausa significa culpa. — Vá. — Ordeno severamente e todos começam a se mover novamente. O guarda dá mais um passo e depois outro. Continuamos em movimento.

Ele dá mais um passo e vejo Norse colocar a mão dentro de sua jaqueta de nylon. — Compañero. — Outro guarda chama. O homem hesita, mas continuamos andando em frente. Quando seu amigo chama por ele novamente, dá-nos uma última olhada e depois se afasta. Nós suspiramos de alívio, ninguém nos para. — Será que vou morrer? — Ela sussurra, sua mão pressionando contra o ferimento, como se tocá-lo pudesse afastar a dor. — Claro que não. — Afasto a mão e a seguro na minha. Eu não quero que ela se machuque mais, nem mesmo com seu próprio toque. — Ninguém vai machucá-la novamente. — Para onde você está me levando? Eu não tenho para onde ir. Rose se foi. — Sua voz é rouca de sufocar as lágrimas, mas não as deixa cair, para não chamar a atenção indevida sobre nós. — Minha ilha. Lembra que disse a você sobre isso? Ela balança a cabeça. — Onde não há nenhuma lágrima ou dor? — Sim. Eu tenho pessoas lá que cuidarão de você. — E Rose? Você a enterrou? Ela não devia ser deixada aqui sozinha.

— Ela não está sozinha. — Digo a ela.— Você estava com ela, quando morreu. A melhor amiga dela. Isso significa alguma coisa. — Ela não sabia no que estava se metendo. — Ava diz e seus olhos imploraram por compreensão. — É claro que ela não sabia. Ava fica ofegante e suor brota ao longo de sua testa pálida. Aperto forte sua cintura. — Por que dói tanto quando respiro? Tem certeza que não estou morrendo? Você não iria mentir sobre isso, não é? — Nunca. Você foi baleada no ombro, perto do pulmão. Quando respira, puxa os músculos, tendões e nervos perto do coração. A explicação parece acalmá-la. — Sou um enorme bebê, não sou? Você foi esfaqueado e não disse nada. — É diferente. — Digo a ela. Ela balança a cabeça sonolenta. — Entrei na modelagem por causa de Rose. Eu não era boa o suficiente para estar na capa de qualquer revista ou andar na passarela.

— Então as pessoas não sabem o que estão fazendo, porque você é mais bonita do que qualquer uma que já vi na capa de uma revista. Ela me dá um sorriso fraco. — As modelos têm uma beleza diferente. Elas têm que ter ângulos e planos que ficam bem sob luzes e maquiagem. São incomuns e marcantes. Como Rose. É um tipo diferente de beleza. — Sua respiração vem curta, agitada. — Rose me deu os trabalhos de modelagem. — Ela repete. Sobre sua cabeça, Bennito me dá um olhar preocupado. Ava começa a soar um pouco delirante. Está perdida em seu passado. Talvez seja a dor, mas as pernas estão se movendo e estamos quase lá. Posso ver a sala privada à nossa frente. — Fique forte por Rose. — Digo a ela. — A mente pode fazer milagres. É por isso que ainda estou vivo. Eu me recuso a morrer, não importa quantas vezes o ceifador fique aos meus pés, acenando com a foice. Ele poderia estar aqui agora. Ava poderia vê-lo, mas não deixarei que a leve. O lindo rosto de Ava está contorcido de dor. — Você consegue. Conte-me mais sobre Rose. — Ordeno. Ava morde os lábios, mas acena com a cabeça. Tão forte. Tão corajosa.

— Rose queria ser uma modelo e eu não tinha ninguém em casa, então, quando se mudou para Nova York, fui com ela. Ela me levou para a agência de modelos, mas eu não tinha o visual certo. Muito... Grande. — Ela olha para seus magníficos seios. Agência de modelos estúpida. — Mas Rose continuou me levando, até que um dia fui para o banheiro, enquanto Rose estava em um trabalho e, quando lavava minhas mãos, uma mulher ao meu lado não conseguia parar de olhar para elas. Quando fui secar, ela me parou, tirou um lenço e começou a secá-las. Foi uma coisa estranha. Pensei que ela poderia ter um fetiche e queria que eu lhe desse um trabalho de mão no banheiro, mas me disse que eu tinha as mais encantadoras mãos e perguntou se fiz modelagem no passado. Claro que não fiz. Assinei com a agência e com a ajuda de Rose, fiz trabalhos em todo o mundo, usando minhas mãos. — Ela as levanta e todos nós olhamos para elas. São elegantes. Ela tem dedos longos e as palmas são finas. Onde a maioria das pessoas tem dedos enrugados, os dela são lisos e perfeitos, mas as mãos agora estão marcadas, tem arranhões no dorso. Existem várias crostas de feridas abertas e as suas unhas estão quebradas. Sua mão direita está roxa e verde.— O que farei agora? — Ela pergunta e desta vez sua dor é de desespero em vez do seu ombro. — Eu estou sozinha. — Não. — Respondo mais rispidamente do que pretendia. — Você não está sozinha e nunca estará novamente. Cada passo em direção à sala é mais doloroso e quando ela

começa a chorar, sei que não posso fazê-la andar mais um centímetro. Eu a pego em meus braços e caminho para a sala. — Senhor, há algum problema? — Não, minha mulher tem medo mortal de voar. Ela bebeu um pouco demais, A fim de sobreviver ao vôo. Nós apenas precisamos nos levantar no ar e ir em frente. — Muito bem. — Ele olha para nós, mas não nos para. Norse entra e depois se afasta, para alertar o piloto. Nós não estamos vestidos como qualquer outra pessoa na sala. Há pelo menos cinco grupos, três dos quais são empresários e dois que parecem ser turistas. Os empresários nos observam com desconfiança e gostaria de saber se algum destes homens são compradores de Duval. Coloco Ava em uma cadeira de canto e Bennito vai buscar água para ela. Rodrigo está parado e aparece olhar para fora da janela, mas sei que ele está observando os ocupantes do complexo. Antes que qualquer problema apareça, Norse entra. — Estamos prontos. Posso dizer, pelo rosto pálido de Ava, que a perspectiva de se levantar da cadeira e caminhar pela pista é assustadora. Eu a pego em meus braços e caminho para fora, indiferente ao que os outros ocupantes possam pensar. Nosso avião está saindo, não importa o quê. Nós saímos da sala e vamos para o ar

úmido da tarde, em seguida, subimos a escada para o avião. — Tão rico, você tem seu próprio avião. — Brinca ela, quando a coloco em um assento. Fodam-se os regulamentos federais sobre tráfego aéreo. Fico ao lado dela e pressiono os botões que reclinam o assento em uma cama plana e depois a cubro com o maior número de cobertores que pudemos encontrar. — Não, apenas aluguei. — Eu me viro para Norse. — Tem intravenosa? — Está bem aqui. — Ele pega duas e pendura ao lado do assento. — Um é morfina e o outro é um antibiótico. Dentro de alguns minutos, temos a intravenosa bombeando líquidos dentro dela e cabos conectados ao seu coração e um dedo para controlar os sinais vitais. — Gastamos todo o nosso dinheiro para comprar uma ilha. Agora temos que sair e fazer um pouco mais. — Eu digo a ela. — É disso que se trata? — Em parte. Eles têm um dos nossos. Como fizeram com Rose e você. — Você sabe se ele ainda está vivo? — Sim, as pessoas para as quais estamos trabalhando não vão matá-lo. Ele é muito valioso ativo. Gastaram muito dinheiro para transformá-lo no que ele é hoje.

Os olhos dela caem quando a morfina faz efeito. — Durma um pouco. Seu corpo precisa. Falaremos, quando você estiver se sentindo melhor. Ela mal assente. Abaixo de mim, posso sentir o ronco dos motores, quando o avião começa a se mover. — Norse monitore a intravenosa, Bennito quero que você comece com o USB. Precisamos saber o que tem ali. Eu me instalo na poltrona de frente para Ava e coloco a mão em seu braço. Preciso do contato, mesmo que ela não o faça. — O que faremos com ela depois que melhorar? — Pergunta Norse. — Cruzarei está ponte quando eu chegar lá. — Uma mulher que vive a vida voando alto como uma modelo, mesmo que uma modelo de mão, não estaria interessada em esconder-se na minha pequena ilha, não importa quão idílica seja. E nós não temos dinheiro para alugar um avião para voar para Miami, cada vez que ela sentir o desejo de ter uma vida social. Mas há muito tempo para pensar sobre o futuro. Por agora, preciso dormir. Esforço-me para descansar, nem sequer percebo que estamos em Miami, até que o avião toca o chão. Ava ainda está dormindo, quando me sento, sacudindo as teias de aranha da cabeça.

— Preciso que você venha e veja isso. — Diz Bennito, tão logo percebe que estou acordado. O tom de sua voz me preocupa e eu não tenho certeza se é o brilho áspero do interior do avião, ou se ele realmente perdeu toda a cor em seu rosto, mas parece merda. — Más notícias, verdade? — Praticamente o pior. Ele move a tela, para que eu possa olhar para ela. Norse e Rodrigo ficam atrás de mim. Os e-mails e conversas telefônicas que foram gravadas e transcritas são comuns. A informação na tela de Bennito é uma coleção de nomes e chefes de Estado. Não apenas dos EUA, mas de todos os lugares. A informação revela nos últimos dez anos, os pagamentos que os governos fizeram a vários grupos insurgentes, para matar rivais políticos, espiões e o que presumo serem amantes inconvenientes, pelos nomes femininos na lista. É uma lista de acertos. A lista suja e mundial. — Eu que queria que você não fosse tão bom em criptografia como é. — Digo a ele. — Merda, eu sei. Mas isto era uma brincadeira de criança. Um codificador de quinta série poderia tê-lo feito. — Pressiona a tela com o dedo. — Duval deve ter pensado que era invencível. Mas por quê? — Pergunta Norse.

— Estúpido é quem faz estupidez. Ele é francês e sempre teve um dom para o dramático. Bennito levanta o receptor. — Não queremos manter uma cópia? — Não. Se souberem que nós temos uma cópia, nós nos tornaremos alvos. A única maneira de permanecermos seguros é termos certeza que as pessoas nos temem. Mas não podemos têlos sempre derrubando nossa porta, tentando nos matar porque sabemos muito. Pego o receptor e coloco em uma pequena bolsa de nylon, que mantém as chaves USB. Todo

mundo

parece

aliviado

que

esteja

assumindo

a

responsabilidade. É uma bomba-relógio e se abrisse a saída de emergência e deixasse cair a informação fora do avião, eles ficariam muito felizes. Odeio jogos de espionagem. Uma coisa é matar um homem. Muitos homens precisam ser mortos. Eu, certamente, não me importo em protegê-los, na tentativa de manter as pessoas vivas, também. Mas com segredos como estes? Há sempre alguém que está disposto a matar, para consegui-los e para se certificar de que nunca vejam a luz do dia. Informação como essa apenas pode prejudicá-lo. Mas também pode mantê-lo seguro, uma voz sussurra na parte de trás da minha cabeça. Quando o piloto volta para nos dizer que o reabastecimento foi feito, todos nós damos um suspiro de alívio.

— Quebrem os cartões, rapazes, estamos quase em casa. — Digo e me viro para Ava, que ainda descansa. Mesmo que ela esteja dormindo, começo a dizer-lhe tudo o que pode esperar. As palmeiras, as frutas frescas que plantamos e o moinho de vento que montamos, para aproveitar a energia limpa. Conto que a ilha é cheia de homens solitários e que se ela tivesse muitas amigas modelos, poderíamos criar uma conexão amorosa. Norse bufa, mas não faz quaisquer objeções. Um pequeno sorriso toca seus lábios, como se ela pudesse perceber, mesmo em seu estado inconsciente, que o clima é iluminado.

CApÍTULO 31 Ava Vejo todos os tipos de sonhos confusos. Sei que são sonhos, mas não importa, porque meu cérebro está determinado a permanecer neles. Rose segura minha mão e nos sentamos na praia, descalças na areia. — Eu conheci um homem. — Ela me diz. — Eu também. — Digo e seus dedos são quentes contra os meus. — Ele é incrível. O homem mais maravilhoso que já conheci. — Como? — Ela pergunta. — O que ele faz que é tão bom? — Ele é protetor, amável e engraçado. Ele é sexy e tem um pau grande. — Paus grandes são importantes. — Mas também é gentil. E me trata tão bem. Melhor do que jamais fui tratada. — Penso em Rafe e a maneira como ele me toca, como se eu fosse ouro. Então acrescento:

—Ele me dá bons orgasmos. Isso é importante, também. — É importante. — Rose diz solenemente. — Você deve se casar com ele. Eu

rio,

alto

e

selvagem,

porque

no

meu

sonho,

aparentemente, tenho uma risada louca. — Ele não quer se casar comigo. Nem sequer acha que devemos ter relações sexuais. — Isto me entristece e eu começo a chorar. Amo Rafe e ele não me quer. — Todos devem ter relações sexuais. — Rose diz, com a voz sonhadora. — É como nos conectamos. — Às vezes, eu acho que ele não quer se conectar comigo. — Fico olhando infeliz para o oceano. Ao longe, um gigantesco dinossauro, não, Godzila, move-se através das ondas. — Ali está ele. — Esse é o seu namorado? — Sim. — Ele parece legal. — Diz Rose e ela aperta minha mão novamente. — O homem que eu conheci não é tão bom. — O que você fará? — Eu pergunto, porque me preocupa

ouvi-la dizer isso. Seus olhos estão cheios de lágrimas e ela parece tão triste. — Oh, Ava. — Diz ela e segura minha mão um pouco agitada. — Ava. Ava. Ava. Acorde. E então ela sai, andando na água e Godzila fica cada vez mais distante. Todo mundo está me deixando, choro mais. Minha mão continua trêmula. — Ava. Ava, baby. Minha mão treme novamente e olho para baixo. para ver um caranguejo. Agito novamente. —Acorde. — O caranguejo me diz e ele tem a voz de Rafe. Meus olhos se abrem e pisco lentamente. A sala é escura e a cama onde estou é macia. Há uma janela e uma mini-persiana, onde a luz solar se filtra através dela. Alguém segura minha mão, ao lado da cama. Viro-me e olho, vejo o rosto lindo de Rafe. Eu lambo meus lábios. — Ei. — Você teve um pesadelo, baby. — Ele diz e aperta minha mão. — Sinto muito por acordá-la, mas você estava chorando. — Você estava me deixando. — Eu murmuro ainda grogue. — Todo mundo está me deixando.

— É a morfina. Você está apenas tendo sonhos loucos. — Não me deixe, também. — Eu digo a ele. — Não irei baby. Você é minha. — Eu gosto disso. — Digo a ele, sonolenta. — Voltarei para a cama agora. Ele ri baixinho. — Ok, Ava. Estarei bem aqui. — Ele dá outro aperto em minha mão e volto para a inconsciência.

Quando acordo novamente, algum tempo depois, tenho que fazer xixi, meu ombro está me matando e a boca parece com o deserto. Minha mão é suavemente mantida por Rafe e sua cabeça descansa contra minha perna, cochilando em sua cadeira, enquanto se agarra em mim. Seus cachos escuros estão por toda parte, queixo com barba por fazer e parece que ele não saiu do lado da minha cama. É bom olhar para ele e dou um suspiro de prazer. Poderia olhá-lo para sempre. Mas então, minha bexiga insiste ao contrário. Aperto sua mão para acordá-lo e ele salta para o estado de alerta, levantando-se. — Oi. — Digo suavemente.

Seus olhos são quentes quando ele olha para mim. — Olá baby. Eu me arrepio apenas com a forma como ele diz o apelido de forma casual. — Eu preciso usar o banheiro. Ele me ajuda a sair da cama e encolho os ombros para ir cuidar das coisas, quando saio do banheiro, ele insiste para que eu volte para a cama. Volto, embora esteja me sentindo bem, apenas cansada e dolorida. Bem, isso e meu ombro é uma porcaria. Ele não está relaxado, apesar de tudo. Algo está errado. — Onde estamos? — Minha ilha. Lágrimas de Deus. — Ele se move para meu lado e coloca o cobertor delicadamente ao meu redor. — Como você está se sentindo? — Uma merda. — Digo a ele. Como se pudesse perceber minha sede, pega um jarro da cabeceira, despeja água em um copo. Eu levanto a mão, apenas para perceber que meu pulso está envolvido em uma atadura e meu dedo mindinho tem uma tala oficial. Ele me ajuda a beber e deito-me novamente, sentindo-me fraca. Lembranças tocam minha mente, de Duval e Rose.

— Acho que estraguei tudo, verdade? — Estou tentando ser toda casual sobre isso, mas para meu horror, lágrimas inundam meus olhos. — Oh baby, não. — Ele murmura. Sua mão me toca, acariciando, esfregando meu braço. Apenas me toca em todos os lugares que ele pode. — Você foi muito bem. As coisas simplesmente deram errado. Acontece. As coisas correram mal e agora Rose está morta. Passei por um inferno para tentar salvá-la. Arrisquei minha vida pela dela e todo o tempo não tinha ideia de que eu estava em perigo. Apenas ficou, verdadeiramente, em risco quando apareci. Lembro-me dela gritar e cair sobre mim, quando Duval atirou nela. — Eu não pude salvá-la. — Sussurro. Meu rosto se enruga e começo a soluçar. — Eu sei baby. Eu sei. — Ele se senta na cama e me puxa contra ele gentilmente. Claro que sabe. Seu melhor amigo também morreu. Eu me apego a ele, chorando. Eu sou uma chorona feia e choro contra seu peito pelo que parece uma eternidade, molhando-o com lágrimas miseráveis, ranho e infelicidade. Eu matei a minha melhor amiga. Eu a deixei morrer. — Você não poderia protegê-la, baby. Ela escolheu seu caminho. — Suas mãos suaves acariciam minhas costas, me acalmando. — Você fez o seu melhor. Todos nós

fazemos o nosso melhor. Às vezes apenas não é suficiente. Há dor em sua voz também e sei que ele sabe o que estou sentindo. Está pensando em Garcia, enquanto choro sobre Rose. Eventualmente, meu choro se transforma em soluços e ele me segura contra o peito, balançando-me, acalmando-me. Eu me sinto tão segura com ele. Nunca quero deixar o círculo de seus braços, nunca.

Caio no sono novamente, nos braços de Rafe e acordo mais tarde, naquela noite. Eles pararam de me dar morfina e mudaram para Tylenol, o que significa que estou sofrendo e irritadiça, mas pelo menos não tenho sonhos estranhos. Ele insiste que fique na cama e me alimenta com sopa, como se eu fosse uma inválida. Estou dividida entre pensar que é doce e querendo tirar a colher da sua mão. Mas em seguida, após o jantar, ele se deita na cama comigo e nos abraçamos, então perdôo tudo. Sua mão acaricia meu cabelo e meu braço, não conversamos. Apenas nos tocamos e apreciamos um ao outro. Ele me coloca no local perfeito, debaixo do queixo e se isso faz o meu ombro ferido doer um pouco, mas não me importo. Logo, porém, a vida se intromete. É sempre assim.

— Eu tenho que ir para a Virgínia. — Diz em voz baixa. — Para entregar as informações e buscar o meu homem. Eu sabia que isso aconteceria, mas ainda me apego a Rafe, infeliz com a ideia de me deixar. — Quando? Ele hesita. — Em breve. Queria ter certeza de que você estava bem primeiro. O que significa que ele provavelmente está atrasado e todos estão ansiosos. Meu estômago dói de com preocupação. — O que acontece agora? Rafe fica em silêncio. Ele fica em silêncio por tanto tempo, que as lágrimas picam meus olhos novamente. Sou apenas uma confusão chorosa, ultimamente. Eu sei que ele está tentando pensar na melhor maneira de se livrar de mim, apesar de tudo. Lembro de suas palavras, antes de ir para o bangalô. Um dia de cada vez. Bem, esse dia chegou e estamos do outro lado. Não há muito uso para uma modelo de mão com as mãos feias. Enterro meu rosto contra seu pescoço e começo a chorar novamente. — Eu sei. — Diz ele e suas mãos acariciam meu braço novamente. — Bennito... Ele a levará para casa. Você só precisa deixá-lo saber, quando estiver pronta e ele fretará o

avião, de acordo? — Claro. — Digo com a voz fraca. — Não há lugar para você aqui, Ava. — Ele parece desesperado para que eu entenda. — A ilha não é como a vida na cidade. Você ficaria entediada em um mês. — Não, está tudo bem. — Digo, tentando piscar minhas lágrimas. Eu sei o que ele está dizendo. Não há lugar para você ao meu lado. Já me mandaram para longe muitas vezes, mas nunca doeu tanto como Rafe me afastando. Eu pensei que fosse diferente. Pensei que tivéssemos uma conexão real. Pensei que ele me amasse como eu o amava. Acho que apenas fui ingênua mais uma vez. Pensei que poderia salvar minha melhor amiga. Pensei que pudesse ficar com o homem. Acontece que eu não consegui nenhuma das duas coisas.

Rafe sai naquela noite e nosso beijo de despedida pareceu durar uma hora. Sua boca é possessiva sobre a minha, devorando e me enchendo de tristeza dolorida, sabendo que esta será nossa última vez. Quando, finalmente, dá ao meu nariz um beijo gentil e depois sai desta vez para sempre, seguro-me até que saia do quarto. Então, deito na cama, com tristeza e choro.

Meus olhos estão inchados e coçando na manhã seguinte, mas nunca fui premiada com os olhos, de qualquer maneira. Eu me forço a sair da cama e tomo banho. Há alguns pontos no meu ombro e alguns nas minhas costas. A ferida não parece tão terrível como antes. Tenho muitas contusões, apesar de tudo. Limpo com cuidado, o que me lembra de Rafe e do banho de esponja que dei a ele e começo a chorar novamente. Eu me visto com uma camiseta velha e calça cargo, que são grandes demais para mim e olho pela janela do quarto. Não estive em qualquer lugar, desde que cheguei à ilha. O quarto onde estou parece uma espécie de quarto de hotel e tem uma vista para a praia, não muito longe. É linda e eu quero vê-la, antes de sair. Bennito me encontra na cozinha e me oferece algumas fatias do que parece e cheira como pão de banana. — Cuca de bananas. — Ele me diz com um sorriso. Nós não estamos mais no Brasil, mas ainda comemos como se estivéssemos. Ele me dá um copo de algo chamado pingado, que tem gosto de latte. Como tudo e me sento com ele por um momento. — Que lugar é esse? — Pergunto. — É um antigo hotel. Foi um disfarce para um paraíso de armas, mas agora apenas usamos como base e deixamos que as pessoas permaneçam aqui por algum tempo, até que elas possam fazer uma casa na ilha, para si mesmos.

Aceno, sem me importar. Não estarei aqui para ver Rafe outra vez, por isso não importa. — Eu quero ir à praia. — Tem certeza? — Suas sobrancelhas se juntam e ele cruza os braços. — Rafe disse que ainda está fraca. Limpo minha boca, soltando as migalhas. — Ele não está aqui e quero ver o oceano antes de partir. — É justo, apenas me diga quando... Concordo com a cabeça e deixo a cozinha, indo para o mar à distância. Sei que ele está me observando ainda e, provavelmente, apresentará um relatório para Rafe, mas eu não me importo. Lembro-me do mar, no meu sonho com Rose e preciso sentarme na areia e pensar. Levo uma eternidade para andar cem metros para a costa e quando o faço, estou exausta. Eu me sento na areia perto das ondas. Coloco meu cabelo contra o peito para evitar que se molhe, olho para o oceano, enquanto a água se move sobre meus pés. Rose se foi. Penso em voltar para Nova York e nosso apartamento e para nossos amigos, que são mais seus amigos que meus. Nossos trabalhos, que são mais seus postos de trabalho que meus. Abro meus dedos e olho minhas mãos. Elas parecem

terríveis. Há picadas de insetos e escuras manchas vermelhas de queimaduras. Arranhões cobrem minha pele e minhas unhas estão quebradas e ainda tem anéis de sujeira sob elas. Meu dedo mindinho está imobilizado e meu pulso engessado. Modelagem de mão é um trabalho duvidoso e ficarei fora por um longo tempo. Não sou bonita como Rose era. Ela iria para Paris e Milão para caminhar nas passarelas. Eu iria para a sede da QVC e manteria um sapato durante seis horas. Estou perdida. Não apenas porque Rose se foi e minhas mãos estão uma merda. Estou perdida sem Rafe. Preciso dele para me dizer que tudo ficará bem e para beijar minhas preocupações. Acho que talvez por isso, pensei que fossemos tão bons um para o outro. Sou confiante onde ele não é e sigo sua liderança, quando hesito. Eu gostaria que ele pudesse ver que nós pertencemos um ao outro. As lágrimas estúpidas começam de novo e limpo meus olhos, então gemo porque está respingando água salgada neles. Pego o canto da minha camiseta e passo em meus olhos ardendo, xingando-me mentalmente. Quando olho para cima, uma mulher caminha pela praia em direção a mim. Penso em levantar-me e sair, mas estou tão cansada. Apenas quero sentar aqui por mais algum tempo e deixar a água me relaxar. Então mexo os dedos dos pés na areia e finjo

não vê-la. Não estou aqui para incomodar ninguém. Apenas quero ficar sozinha, até precisar ir embora. Para minha surpresa, ela se aproxima e se senta ao meu lado. — Você é a mulher do chefe? — Ela me pergunta com sotaque inglês. Olho para ela. Ela é linda, com a coloração brasileira bonita que admiro. Cabelo escuro, pele bronzeada e olhos castanhos. Ela também tem uma cicatriz perversa, cortando de uma bochecha para outra, como se alguém cortasse a boca aberta no sentido do comprimento e foi costurado novamente. — Quem é o chefe? — Pergunto. — Mendoza. Ouvi dizer que sua mulher foi trazida para a ilha. — Ela acena para mim, cruzando as pernas, os pés não completamente batendo na água. — Você é ela? — Eu não sei. Por quê? — O que essa mulher quer? Ela olha para mim. — Minha filha está grávida. Ela tem treze anos. Outras garotas também estão grávidas. Precisamos de uma parteira aqui. Meus olhos se arregalaram e levanto minhas mãos. — Espere, segure, não sou parteira e...

Ela ri e revira os olhos. — Eu sei. Mas você é sua mulher. Ele a ouvirá. Queremos que converse com ele por nós. — Por quê... — Eu lambo os lábios, pensando com cuidado. Isso parece importante e não quero estragar tudo. — Por que você não vai até ele e pergunta? Desta vez, ela é a única que não faz contato com os olhos. Quando responde, sua voz é baixa. — Nós estamos seguras aqui, mas ainda sentimos medo. É difícil ir a um homem e pedir coisas. Não há nenhuma mulher com quem possamos conversar. Oh. Fica claro para mim. Esta é uma ilha governada por mercenários, tentando fazer uma vida melhor para todos que vem a eles, mas existem algumas coisas que você não pode pedir a um homem, quando você é uma mulher. Especialmente se é uma mulher que foi abusada no passado. — Não há... Nenhuma parteira aqui? Nada? Nenhuma mulher no comando? Nenhum médico do sexo feminino? — Não. E precisamos de coisas. Pílulas. Fraldas. — Ela me olha. — Melhores absorventes. Estremeço.

— Deixe-me adivinhar. Eles são homens, compram o que é mais barato e não o que é bom. Ela aponta para mim como se dissesse, agora você entendeu. — Você já tentou ter uma conversa sobre absorventes com um soldado? Uma risada relutante me escapa. — Eu acho que é difícil. — Realmente difícil quando você é alguém como eu. — Sua boca treme. — Foi difícil vir aqui, vê-la. Eu tive que esperar, até que você estivesse sozinha. Abrando. — Rafe é um homem bom. Ele ouvirá. Eu prometo. — Eu sei. — Ela diz simplesmente. — Mas, às vezes, é mais fácil chegar a uma mulher. Conversamos por mais uma hora ou duas, sentadas na areia. Seu nome é Fernanda e ela trabalhou em um bordel por mais de dez anos, antes que os homens o fechassem e resgatassem todos e os levassem para a favela Lágrimas de Deus. Olho para ela e não deve ser um ou dois anos mais nova que eu, o que é horrível para pensar. Que foi uma prostituta desde a infância e tem uma filha de treze anos. Deus.

Ela diz que há muitas meninas adolescentes na ilha que viviam em bordéis. Várias delas são mães e todas foram abusadas. A maioria delas tem medo de homens. — Na favela, não era tão ruim. — Diz ela. — Podíamos usar nossos símbolos de Lágrimas de Deus e ninguém nos tocava. Podíamos comprar as coisas que precisávamos. Podíamos ver uma parteira, que não estava na favela ou trazê-la para nós. Mas aqui na ilha, estamos isoladas. E não temos certeza como pedir. — Ela sorri. — É por isso que estamos felizes por você estar aqui. Que o chefe tem uma mulher agora. Porque podemos chegar até você e conversar. Dou a Fernanda um sorriso suave e depois olho para o mar novamente. — Eu ficaria se ele me quisesse aqui. Mas não quer. — Ele disse isso? — Ela parece cética. — Estes homens são bons com armas, mas não são bons com as mulheres. Talvez precise dizer a ele por que precisa de você. Mostre-lhe o que estaria perdendo, se a deixar ir. Penso em meu sonho novamente. Em Godzila, distante no mar. Não é o pênis, mas o monstro dos filmes japoneses. Penso em minha conversa com Rose. Oh, Ava. Eu sempre fiz o que eu queria. Você deve se casar com ele. Ele parece bom.

Mesmo na morte, Rose está tentando me empurrar na direção certa. Talvez... Talvez Rafe não seja bom com sentimentos, como não era bom com o sexo. Talvez precise mostrar a ele que precisa de mim. Não apenas porque há mulheres nesta ilha e precisam de alguém para conversar, mas porque ele precisa de mim e eu preciso dele. Levanto meu queixo e olho sobre a Fernanda. — Você sabe o quê? Acho que ficarei depois de tudo. — Bom. — Diz ela. — Diga a eles que precisamos de absorventes bons. Não aquela merda de papelão barato.

CApÍTULO 32 Rafael Virginia está fria. Viver em uma ilha nas Bahamas e passear através de uma selva peruana, não o preparou para o clima gelado do Norte da Virgínia, em outubro. — Inverno do caralho, cara. — Norse reclama, quando vemos os turistas tirar fotos dos remanescentes restos do Módulo de Comando Apollo ancorado. O cromo é polido como um acabamento espelhado, mas não vejo nada na superfície que me indique a chegada de Davidson. — Eu me juntaria ao seu pequeno bando de mercenários apenas para sair deste maldito frio. — Os seus ossos não são feitos de gelo? — Se fossem tudo derreteu e foi substituído por areia e margueritas. — Parece desconfortável. — Olho meu relógio. A troca deveria acontecer agora e meu contato do governo está atrasado.

— Tem Rodrigo verificando ainda? — Enviei Rodrigo para o que restou do corpo de Garcia. Se fosse seguro, poderia pegar Rose - por causa de Ava. Após a morte de Duval, parecia que Pucallpa esvaziou muito rápido. — Não, desde que você me perguntou há cinco minutos. — Norse responde com preguiça enganosa. Ele está tão tenso como eu. A morte de Garcia nos atingiu com força. Estou ansioso e Norse está contando piadas sobre suas bolas, mas é tudo um disfarce para os nossos sentimentos doentios de perda. Muitos dos homens que vêm para a ilha estão lá porque querem esquecer. Na areia e sol, é fácil fingir que não existem quaisquer preocupações. Fazer o mais fácil. Você não pode nunca esquecer o passado. Todas essas lacunas, em sua vida, são esculpidas por uma lâmina áspera, sem brilho e nunca cicatrizam corretamente. Norse sabe disso, assim como qualquer outro. Seu rosto de Viking perfeito e seu sorriso fácil mascaram um passado. Mas mantenho seus segredos, assim como mantenho os segredos de todos os que estão na ilha. É por isso que Ava não pertence à ilha. Sua vida está em aberto, cheia de coisas e sorrisos bonitos. Ela não precisa ou deseja rodear-se por um bando de mercenários cabeças duras e prostitutas. — Como você acha que Davidson receberá a notícia? — Pergunta Norse.

— Sobre Garcia? — O manipulador do Davidson deu-nos algumas escolhas, o Shopping Nacional, um café perto do Pentágono e um hangar de aeroporto. Todos aqueles pareciam um lugar perfeito para nos executar e fugir com os bens. Eu disse a eles que a troca aconteceria em plena luz do dia, no Museu do Ar e do Espaço. Nós não poderíamos ter as armas, mas não há nenhuma maneira de poderem nos matar aqui, sem criar um incidente inexplicável. — Tão bem quanto você pensa. — Certo. — Ele faz uma careta. — É por isso que ele não receberá uma arma, até que estejamos em nosso caminho de volta. — Certo. Você vai dizer a ele sobre Ava? Vejo as orelhas de Norse ficarem vermelhas. — Não é culpa dela, cara. É responsável por nos dar a informação. Sem ela, não teríamos a chance de conseguir Davidson de volta. Não há dúvida em minha mente que, se tivéssemos falhado, Davidson conseguiria uma bala em seu cérebro. A morte de Garcia é apenas minha. Ele era meu homem e esses golpes são meus para tomar, mas vamos todos lamentar. — Talvez devêssemos parar em Miami? Levá-lo até lá, embebedá-lo antes de deixá-lo solto na ilha.

Se Ava estivesse esperando por mim, teria dito que se foda tudo isso e estaria no primeiro avião para casa. Mas ela não está esperando. Eu dei instruções para Bennito levá-la de lá, quando pedisse - quando se sentisse pronta. Eu não tenho certeza se quero que ela tenha ido embora quando eu voltar. — Não quer voltar para casa? — Norse me olha de forma avaliadora. — Não há nada para mim ali. — Consigo mentir com uma cara séria. A verdade é que, se Ava se foi, talvez eu tenha que ir para Nova York. Mesmo se ela não me queira lá, seria suficiente apenas estar perto dela. Vê-la na rua. Vê-la de longe e saber que está segura. Ela é tudo para mim, mesmo que eu não seja para ela. A sobrancelha levantada de Norse indica que ele não acredita em mim por um segundo, mas o tempo para mais perguntas acabou. — Chegando. — Murmuro. Norse

endireita

e

sua

mão vai para

a

jaqueta. Nós

compartilhamos uma careta, quando ele lembra que está vazia. Não estar armado é difícil para nós. Davidson parece estar bem. Pálido, como se ele não tivesse visto o sol em três semanas, mas anda sem mancar e não tem feridas visíveis.

Em ambos os lados andam guardas vestidos de cor cáqui, usando casacos. Não cometa o erro de acreditar que estão desarmados como Norse e eu. — O cara da esquerda usa um chapéu Nationals. Ele é meu contato. — Falo em voz baixa para Norse. Ele balança a cabeça e fica de lado, certificando-se de que os guardas de Davidson se separem, para manter um olho em nós. — Rafe, é bom ver você. — O Agente Parker estende a mão e dá um sorriso largo e falso. Parker tem menos de um metro e oitenta, o topo de sua cabeça chegando aos meus olhos. Ele é um cara magro, mais lutador do que brutamontes. Não seria páreo para qualquer de nós, Davidson ou eu. — É bom ver você também, Parker. — Seus olhos se arregalaram com surpresa porque sei seu nome. — Sim, eu sei o seu nome, sei sobre a loira, que você gosta de ver nas terças-feiras e que sua esposa não conhece e a mulher que levou para a cama, na noite passada, que não é nem a loira nem sua esposa. Posso odiar essa merda de espionagem, mas deve saber que o seu governo veio a mim, porque não há uma missão que não posso concluir, incluindo descobrir tudo sobre seu próprio traseiro inútil, até o fato de que você gosta de tomar sorvete com um garfo. — Essa merda é estranha. — Davidson passa ao lado de Parker. Aperto a mão estendida e puxo-o para mim. Alguns tapas rígidos na parte de trás, revela o coldre pendurado sob

o braço esquerdo. Com um abraço forte em suas costas, seguro apertado contra mim com uma mão e a arma do coldre com a outra. Davidson se aproxima e tira a arma de mim. Coloco o receptor, a placa USB e o rolo de papéis no coldre. Davidson recua, faz a entrega para Parker, em seguida, terminamos. Quase. Quando nos viramos para sair, o Agente Parker não me solta. — Nós vamos agora. — Eu informo. Ele ofega como um peixe encalhado, sua boca abrindo e s fechando, sem dizer qualquer palavra real. — Você conseguiu o que queria. Com um aceno para Davidson, vamos em direção à entrada, quando Parker agarra meu braço. — Você leu as informações? — Nós não somos pagos para isso, não é? Ele balança a cabeça. Dou-lhe um tapinha na lateral do seu rosto, a raiva, pela morte de Garcia, deixando-me um pouco imprudente. — Tire suas mãos de mim antes que as arranque.

Davidson espera até que saiamos do museu e perto do

Shopping Nacional, antes de perguntar. — Onde está Garcia? A expressão sombria em seus olhos mostra que ele já sabe. Está apenas esperando a confirmação. — Não conseguiu sair do Peru. — Digo bruscamente. — Nós recebemos tiros no meio da noite. O atirador tinha óculos de visão noturna. Não tínhamos nenhum. — Garcia planejava tudo para qualquer contingência, menos aquela. — O que você estava perseguindo? — A lista de ocorrências. É uma lista de pessoas que os chefes de Estado mataram nos últimos anos. — Jesus. — Davidson balança a cabeça. Ele se vira para olhar para fora, na superfície de vidro do rio. — Ficaria bem, comigo voltando e batendo naqueles agentes federais? — Não. — Eu me pergunto quais lembranças Davidson está vendo na água. Quando nós três zombamos, em Berlim, depois de derrubar uma célula terrorista ou quando estávamos na Tailândia, arrastando Garcia a um bordel de garotas. Ou talvez fosse o caminho de volta, quando estávamos presos no deserto, deixados para morrer e determinamos que, se saíssemos em segurança, seriamos os capitães de nossos próprios destinos. Repasso a última lembrança que tenho de Garcia - onde ele me fala de seu amor perdido e que estava pronto para estar com ela novamente.

Eu ofereço esse pequeno consolo para Davidson. — Ele me disse que estava pronto para ir. Que as Lágrimas de Deus não tinham nenhum conforto para ele. Ainda assim, aparentemente hipnotizado pela água, Davidson responde. — A garota, certo? Concordo com a cabeça, em confirmação, mas Norse, que não conhece a história de Garcia, exclama. — Que garota? Ava? — Quem é Ava? — Davidson está confuso. — Sua Ava? — Norse empurra um polegar na minha direção. — Sua Ava. — Diz ele, incrédulo. — Desde quando você tem uma Ava? — Pegou-a na selva. — Explica Norse. — O velho aqui não pode manter as mãos longe dela. Para minha surpresa, sinto calor subir em meu rosto, com a súbita inspeção de Davidson. — É hora de ir. — Começo a andar em direção à estação de metrô, para sinalizar um táxi. — Preciso saber mais sobre esta garota Ava. — Davidson diz, quando me alcança.



Eles

o

trataram

bem?



Eu

pergunto,

tentando,

desesperadamente, mudar de assunto. — Eu não vejo nenhum ferimento. — Era apenas chato. — Como você foi pego, de qualquer maneira? — Chamariz. — Seus lábios se apertam. — Eu estava em Georgetown verificando uma situação. Uma garota precisava de ajuda. Ajudei-a. — Com o seu pau? — Interrompe Norse. Davidson responde grosseiramente. — O melhor tipo de conforto que existe. Por dentro e por fora. Norse dá uma pequena risada. Eu nem sequer dou uma cortesia, porque há dor na voz de Davidson. Um táxi para e indico ao motorista para ir para Dulles. Norse senta no banco da frente, permitindo que eu e Davidson fiquemos atrás. — Onde ela está agora? — Pergunto calmamente, enquanto nos movemos. — Não sei. — Voltará para ela? Ele olha para mim.

— Talvez. — Para matá-la ou sequestrá-la? — Pode ser ambos? Isso me faz rir. — Sim, merda, por que não? Davidson dá uma risada fraca. — Que história é essa de Ava? Achei que você desistiu de mulheres, em algum tipo de sacrifício eterno da Quaresma. Apenas Garcia e Davidson sabiam que nunca fiz sexo. Os outros homens pensavam que era apenas muito exigente e discreto. Funcionou para mim. Claro, agora que, praticamente, joguei Ava em cima deles, é difícil deixarem isso passar. E desde que sou uma bagunça, é difícil esclarecer as coisas para qualquer um, quando não trabalhei tudo em minha própria mente. Quero Ava. Preciso dela, mas não posso ficar com ela. — Ainda estou amaldiçoado, se é isso que está perguntando. Afinal, Garcia está morto. — Isso é besteira. — Bufa Davidson. — Garcia seria o primeiro a felicitá-lo, por ter encontrado uma garota. E se é mais do que isso, tanto melhor. — Eu não sei o que é.

Inclino minha cabeça contra a porta do táxi e fecho os olhos, para sinalizar que terminei a conversa. Davidson deixa-me com meus pensamentos. Digo a mim mesmo que tenho pessoas. Eu tenho Davidson de volta. Perdemos Garcia, mas mercenários têm vida curta. Estamos todos com tempo emprestado. Nós deveríamos morrer no deserto. Mesmo antes disso, pelo fogo do inimigo. Estive em tantas missões e golpes que poderia morrer, mas sobrevivi. Talvez eu devesse morrer na selva e não Garcia. Mas estou vivo. E Ava está na ilha. Curada. Preparando-se para partir, se ainda não o fez. Em um momento desesperado, ela se entregou a mim. Queria que eu salvasse Rose. Ela me queria para salvá-la. Eu tenho metade desse direito, mas não é suficiente.

CApÍTULO 33 Ava Eu não espero para começar meu novo trabalho autonomeado aqui na ilha. Acho que alguém me puxará para o lado, se estiver fodendo com coisas que não devem ser fodidas. Procuro por Fernanda e ela recebe algumas outras mulheres, fazemos uma lista de necessidades imediatas e depois não tão imediatas. Estou triste de ouvir o que são as necessidades imediatas: absorventes, roupa interior decente, sutiãs, controle de natalidade, medicação para DST, já que várias meninas vieram de bordéis e têm problemas recorrentes, produtos de higiene feminina, mesmo desodorante. É claro que elas não se sentem confortáveis para pedir mais do que o básico, não quando suas vidas foram salvas por esses homens e se sentem culpadas pedindo mais. Está tudo bem. Pedirei mais em seu nome. Faz-me sentir bem em ajudá-las. Não

pude

ajudar

Rose,

mas

talvez

sua

morte

possa

impulsionar-me, para ajudar muitas outras. É muito mais gratificante do que a modelagem manual, pelo menos. Eu me sinto bem sobre isso. Posso ajudar Rafe, realmente e fazer de sua ilha um refúgio e uma casa, em vez de apenas um lugar para essas

mulheres se esconderem. E acima de tudo, posso ajudar que tenham menos medo. Depois do que passei nas últimas semanas, isso é importante para mim. Porque ficarei e coloquei algumas coisas na lista para mim, também. Depois que fiz a lista, fui para Bennito. — Preciso de você ou de algum de seus homens, para ir para o continente e comprar estas coisas. — Eu posso ir. — Diz ele, em seguida, as sobrancelhas se franzem. — Quando você quer ir embora? — Eu não vou. Vou ficar. Ele sorri como um menino travesso. — Uh-huh. — O quê? — Você está viciada. O chefe deve ser bom. — Não é da sua conta. — Eu digo afetadamente, mas estou sorrindo. Poderia estar um pouco viciada. E daí? Acontece que amo o resto do pacote, também. Ele aponta para a lista.

— Sério absorventes? Calcinhas? Você está fodendo comigo? — Não estou e quero essas marcas específicas. — Aponto para o papel. Tive tempo para escrever marcas muito específicas, tamanhos e tipos. — Não me importa quanto tempo leve para reunir, este é o material que precisamos. É muito importante para as mulheres da ilha. — Você fala por elas agora? — Sim. — Digo e levanto meu queixo. — Muitas delas foram abusadas no passado e têm medo de pedir coisas básicas ou dizer que o que estão comprando é uma porcaria. Elas se sentem mais confortáveis em falar com alguém como eu. Ele bufa, mas verifica a lista novamente. — Eu posso ir e pegar essa merda hoje, eu acho. Você quer vir? — Não desta vez. — Tenho medo que, se eu deixar a ilha, não volte. Como se ele fosse me despejar na costa, com ordens do chefe, em seguida, nunca verei Rafe novamente. Manterei minha bunda plantada aqui, até falar com Rafe. Então, se ele realmente quiser que eu vá, enfiarei o rabo entre as pernas e irei para casa descobrir o que faz uma modelo de mão que ficou com as mãos feias. Bennito verifica a lista novamente.

— Sutiã de renda extremamente sexy, tamanho 44? Ligas e meias pretas combinando? Stilettos vermelhos, tamanho 37? Lubrificante? Algemas? Tem certeza que é tudo para as mulheres na ilha? Não há nenhum ponto em mentir. — Não, essa merda é para mim. É um presente de boasvindas para seu chefe. Estou pensando em seduzir Rafe até que ele fique tão perdido, que provavelmente, achará que não é uma boa ideia nos separarmos novamente. — Alguma outra pergunta? Ele sorri. — Apenas uma. Posso assistir? — Não em sua vida.

Bennito e dois dos homens voltam tarde, naquela noite, com as coisas que pedi e passo a manhã seguinte com Fernanda, distribuindo e criando um armário de abastecimento central, no antigo hotel. Eu e duas outras mulheres guardamos as chaves e discutimos a criação de distribuições regulares e o que

devemos pedir aos homens da próxima vez. É triste ver a luz que brilha nos olhos de uma ex-prostituta de dezesseis anos de idade, quando ela tem roupas íntimas com elástico decente ou seu bebê recebe um novo cobertor. Tudo isso me deixa mais determinada que essas mulheres precisam ter uma vida melhor. A ilha é linda e segura, mas os homens não sabem o que elas precisam. Fui abraçada por mulher após mulher, que exclamam suas emoções em Português e faço uma nota mental para pedir alguns discos de Rosetta Stone, da próxima vez que Bennito sair, para que aprenda o básico. Fernanda parece feliz, porém, é só um começo. Os homens regressarão naquela tarde, então volto, para ficar bonita. Tudo tem que ser perfeito para a sedução, hoje à noite. Depilo cada centímetro do meu corpo, mesmo a boceta, porque me lembro que ele gosta, quando estou nua. Cuido dos meus membros com a loção corporal favorita de perfume doce e levo meu tempo enrolando o cabelo, até que fique longo e saltitante. Coloquei maquiagem leve, principalmente rímel e delineador, então meus olhos parecem grandes e luminosos. Visto o sutiã e ajusto as correias. É um sutiã push-up (Bennito disse que é da Horndog) e meus seios parecem maiores do que o normal e balançam como se estivessem prestes a cair do tecido. Está tudo bem, porque não planejo usar isso por muito tempo. Coloquei as ligas e meias, deliberadamente, sem calcinha, porque quero explodir a mente de Rafe. Por último vem um par de

sapatos de salto alto vermelho e batom vermelho correspondente. Não há como fazer minha atadura do pulso sexy, então eu amarro um pedaço de fita nele. Minha ferida de bala são pontos enfaixados na minha frente e costas, com muitas contusões. Não há nada que possa fazer sobre isso, exceto esperar que não prejudique o quadro geral. Eu também invadi o quarto de Mendoza. A cama tem lençóis recém-lavados e eu arrumei o lugar, uma vez que há lavanderia em todos os lugares. É óbvio que é o quarto de um homem, porque não há quase nada nas paredes, exceto uma prateleira que contém muitos jogos de vídeo game. Arrumo a cama e jogo pétalas de rosa, em seguida, acendo algumas velas estratégicas, para iluminar o quarto. Eu ligo uma música suave, sexy. Então me reclino na cama e espero. De acordo com Bennito, os homens devem chegar a casa a qualquer momento e estou um pouco nervosa. Rafe pensará que sou muito presunçosa? Muito para frente? Olho as algemas que coloquei em um canto da cama. Elas são parte do meu plano. Se ele não quiser ouvir todas as razões pelas quais acho que deveria ficar,

irei

prendê-lo

(sensualmente)

e

mostrar-lhe

(também

sensualmente) quão bom será se eu ficar. A porta se abre e eu afofo meu cabelo, à espera que Rafe olhe para mim.

O homem que entra... Não é Rafe. Ele é alto, louro e fica surpreso de me ver. Atrás dele está outro homem, de boa aparência, pálido... Também não é Rafe. Eu grito e pego os cobertores, cobrindo-me, então Rafe entra atrás dos caras. Seus olhos estão arregalados. O loiro sorri. — Você deve ser Ava. Rafe parece chocado em me ver. Está tudo bem, estou bastante chateada. Seguro os cobertores sobre minha pélvis — Deus, estou totalmente depilada e viram tudo… — e tento pensar em algo para dizer. — Hum... Sim. — Eu pensei que tivesse ido embora. — Rafe diz em voz baixa. Ele olha para a elevação dos meus seios, enquanto se espalham fora do sutiã. Eu, provavelmente, deveria tê-los coberto. Não, ele pode olhar. Seus amigos podem também, para que possam ver o que ele tem em sua cama. Arqueio e jogo o cabelo para trás sobre meus ombros. — Decidi ficar e pensei em tentar convencê-lo porque era uma boa ideia. — Levanto minhas sobrancelhas para ele e

espero que não esteja percebendo minha ferida à bala e sim olhando para a minha sensualidade, em seu lugar. Ele ajusta a si mesmo e cutuca tanto o cara loiro como o cara novo. — Parem de olhar para minha mulher. — Você está pegando? — Diz o cara novo. — Porra. Eu inclino minha cabeça para Rafe. — Ele pode se quiser. — Eu bato na cama, ignorando o fato de que provavelmente espalhei pétalas de rosa em todos os lugares. — Quer vir e falar sobre isso? — Rafe, meu homem, isso são algemas na cama. — Um deles sussurra. — Se você rejeitar é um idiota. — Vocês deem o fora daqui já. — Grita Rafe. Ele se move para frente e puxa os lençóis sobre meus seios. — Parem de olhar, porra. O loiro sorri. — Nós apenas viemos pegar o novo jogo de Madden NFL. Ele move-se para a parede e tira alguns dos jogos da prateleira. — Embora possamos ficar aqui se...

— Saiam. — Rosna Rafe. Eles riem, acotovelam um ao outro, como um par de garotos de fraternidade e saem do quarto. Rafe fecha a porta atrás deles rapidamente, em seguida, tranca. Ele se vira para mim. — Ava. — Rafe. — Eu digo, balançando minhas pernas para fora da cama e ficando de pé. Estou na minha altura agora e ele pode ver meu sutiã, minhas ligas, minha falta de calcinha e tudo. Ando nos meus saltos vermelhos em direção a ele. — Você e eu precisamos conversar. — Isso é do que se trata? — Ele pergunta. — Conversar? — Não. — Eu digo e o agarro pela frente de sua camisa. Puxo-o para a cama e ele segue de bom grado. — Trata-se de dizer que senti sua falta. — Eu o levo até a beirada da cama e ele se senta com um baque. Desabotôo sua camisa, revelando uma camiseta cavada e muitos músculos duros e bronzeados. Suspiro de prazer com a visão. Homem, eu senti falta de olhar para ele. É maravilhoso. Até gosto das cicatrizes. Tiro sua camisa e seus olhos vão para a minha boceta nua, a centímetros de sua boca. Suas mãos se

movem para minha bunda, me puxa para frente, mas balanço a cabeça. — Deite-se. Ele o faz e fico sobre seu corpo, para pegar as algemas, em seguida, prendo um pulso e a algema no poste da cama. Isso faz com que minha ferida dê uma pontada de dor, mas estou mais interessada na sedução, do que algumas dores. Além disso, Rafe não está protestando, o que me excita. Em vez disso, está olhando para mim. — O que é tudo isso, Ava? — Persuasão. — Digo a ele. Então me movo para seu peito e começo a beijar sua pele. — Preciso convencê-lo de todas as razões pela quais preciso ficar aqui na ilha. Ele geme. — Baby. Eu falhei com você. Eu sento de frente, pouco antes de lamber seu umbigo. É disso que tudo isso se trata? — Como você falhou? Seu olhar está com fome, enquanto se deleita com meu corpo. Olha-me de cima a baixo, como se não soubesse onde descansar seu olhar. É, provavelmente, uma sobrecarga sensorial

para ele, o que me deixa orgulhosa. Fica mudo, então sento sobre ele e esfrego a boceta em seu estômago nu. Estou molhada já, porque seduzi-lo me excita. — Fale e o deixarei me tocar. — Digo, alcanço entre minhas pernas e começo a brincar com o clitóris, enquanto fico ali. Ele chega para mim com a mão livre, mas dou um tapa, afastando-o. — Não. Você não ganhou ainda. Fale comigo. Diga-me por que continua tentando me mandar embora. — Rose. — Diz ele rispidamente. — Eu sei que estava comigo porque queria salvá-la. E eu falhei com você. Suspiro e balanço a cabeça para ele. — Rose ficou em apuros e sou a única que falhou com ela. E se pensa que dormi com você por causa de suborno, é um idiota. Eu me inclino para frente e coloco o dedo em seu peito. — Dormi com você porque o achei sexy, desejava-o e estava louca por você. E ainda estou. — E Rose? — Ele pergunta. Homem, ele está tão convencido de que é impossível ser amado? Meu dedo desce por seu peito e minha outra mão se move para cima e para baixo contra meu clitóris.

— Ainda estou processando sua morte, sabe? Não parece real para mim. Como se pudesse virar a esquina e ali está Rose, flertando com algum homem de negócios mais velho. Minha respiração acelera e tenho que parar por um momento. Chorar sobre minha melhor amiga, enquanto estou, sensualmente, montando meu homem, não é o olhar que tento alcançar. — Apenas... Estou dividida entre ficar devastada, porque perdi minha melhor amiga e furiosa, por ela ser uma idiota. Eu me sinto um pouco perdida sem ela e não ajuda que continue me afastando, quando mais preciso de você. O olhar em seu rosto está ferido. — Sinto muito, baby. — Ele se aproxima novamente. — Apenas... Você não pertence aqui. Ficaria infeliz e se sentiria presa. — Você está de brincadeira? Eu te amo. As palavras sufocam em minha boca. — Onde quer que você esteja, quero estar lá. Mesmo que seja na selva. Diga a palavra e estarei lá. Apenas quero ficar ao seu lado, mostrando que é digno de ser amado. Eu me movo para frente novamente e pressiono um beijo na sua boca.

— Porque eu te amo, Rafe Mendoza. Deixe a besteira de lado, todas as pessoas, os negócios, a ilha e a selva, postos de trabalho e qualquer outra porcaria que acha que pode ficar no nosso caminho. Eu te amo e sem você, sou apenas a triste e solitária Ava. E estou cansada de ser ela, quando a Ava de Rafe é muito melhor.

CApÍTULO 34 Rafael Fico

olhando

sem

dizer

nada

para

ela,

porque

me

impressionou, deixando-me mudo. Pressiono o rosto no seu pescoço, porque não posso olhar para ela e dizer o que quero. — Não há boates aqui. Você não pode querer ficar. E a cidade? E as festas? E restaurantes de luxo? Há muito pouco para comprar aqui. Você é uma modelo. Suas mãos vão se curar e poderá modelar novamente. — E eu não posso fazer isso da ilha? — Ela se afasta do meu abraço. — Bennito não pegou um avião hoje e me trouxe tudo isso? — Sua mão toca os seios cobertos de cetim. — Esse avião está a dois parafusos de cair aos pedaços. Eu não colocarei você nele. — Faço uma careta. — Baby, não importa. Eu queria viver em Nova York, porque era onde Rose vivia. Ela não está mais lá. — O fato de que não pude salvá-la é ainda mais uma razão que me deixe. — Falo rispidamente.

Seus lábios tremem. — Eu não sei por que Rose estava lá, mas ninguém poderia salvá-la. Sinto-me enfraquecendo. Meu desejo por ela supera todos os instintos honrosos. Minhas partes insidiosas sussurram que posso comprar um avião melhor, com o dinheiro que o governo depositou em minha conta, depois que entreguei as informações. Davidson era apenas uma segurança extra para eles. Há uma abundância de homens indo e vindo da ilha, realizando viagens diferentes. Mesmo que ela venha modelar novamente, haveria transporte disponível. E para mantê-la segura, não há lugar na Terra mais seguro para Ava do que esta ilha, este quarto e minha cama. — Mesmo que eu acredite, o que há para você aqui? Ela me dá um pequeno sorriso secreto e abre as algemas. Desapontado, esfrego meu pulso, enquanto a vejo caminhar ao longo das portas francesas, admirando a flexibilidade de seu traseiro redondo. Poderia olhá-la indefinidamente. Com um movimento de seu pulso, ela abre as portas e se vira para mim, gesticulando. — O que você vê? Eu me levanto para ficar atrás dela, olhando para o bosque de palmeiras que nos separam da praia, em seguida, o oceano. O sol

está se pondo e a água parece como pintada por um artista, em ouro, azul e prata. — Areia. O oceano. Estrelas. Você. O seu belo corpo, seu espírito incrível. Vejo toda a esperança que eu nunca tive, mas queria... Em você. Ela ri. — Não, ali. Sigo a linha de seu dedo apontado, onde algumas das mulheres que trouxemos conosco da favela, estão recolhendo as roupas que penduraram no início do dia. Seus vestidos coloridos acenam como bandeiras na brisa leve e algumas crianças correm entre as pernas delas, brincando de pega-pega. — As pessoas? — Eu não sei onde ela está indo com isso. — Não, querido, esta é uma família. Rose foi minha família. Ela me amava. Talvez tivesse gosto de merda para homens, mas tinha o coração enorme. Ela nunca murmurava ou fofocava sobre outras mulheres. Seria a primeira pessoa a felicitá-lo, quando conseguisse um emprego, mesmo se o trabalho fosse o que ela queria. Ficava, realmente, feliz por você. Sinto muita falta dela. Sinto falta da minha família. — E eu a levei para longe. — Não, Louis Duval a levou embora. Você tentou salvá-la. E então me trouxe aqui, onde sou necessária. Você tem

uma família aqui, Rafe. Tem seus irmãos e irmãs. Tem filhos. Mas não tem alguém para se sentar ao seu lado, segurar sua mão e dizer-lhe que faz um bom trabalho. Não tem alguém que possa conversar com as mulheres e ajudar a facilitar sua transição. Queria construir uma comunidade e fez isso. Colocou os primeiros tijolos, mas precisa de ajuda. Eu quero ser essa ajuda. É muito melhor do que ficar segurando bananas por três horas, para um anúncio de frutas. Suas palavras são com uma paixão que não sabia que ela sentia. E não posso continuar afastando-a, se ela quiser ficar. Preciso dela, porque é o oxigênio em meus pulmões, o sangue que mantém meu coração bombeando, o espírito que enche minha alma. Preciso dela mais do que preciso de qualquer coisa. Queimo por ela. — Você está certa. — Digo a ela, colocando as palmas das mãos ao redor de seus ombros suaves e arredondados. Ela é uma visão de curvas maduras e vales sombreados. — Mas você se esqueceu de uma coisa. Mato pessoas para ganhar a vida. É assim que pago por tudo isso. Os meus homens e eu? Nós somos assassinos. As mãos que deseja em você estão manchadas de sangue. Posso não ter puxado o gatilho de Rose, mas fiz com que disparasse uma centena de vezes antes. Ela precisa saber a depravação com a qual lidamos, para manter o coração desta comunidade funcionando, antes que eu a pegue em meus braços e aceite qualquer presente que queira me

dar. Ela se vira para longe da porta de entrada e pressiona um dedo contra meus lábios. — Não. Você salvou pessoas. Eu. Aquelas pessoas lá fora. Todos nós. — Oh, Ava. — Murmuro e a beijo. Por alguma razão ela escolheu olhar para mim e minha vida através de óculos cor-derosa. E não importa quantas vezes tento tirá-lo, ela permanece firme, com sua própria visão. Que assim seja. Dei-lhe todas as oportunidades para sair. Confessei o pior dos meus pecados. Mas ainda permanece. E percebo que o presente de sua aceitação e seu amor apenas pode ser afastado algumas vezes, antes de ser retirado por completo. Eu a beijo com toda a paixão que tenho. Meu desejo é forte o suficiente pára agitar a água em um furacão. Sua boca toca a minha com igual ferocidade. Aperto-a contra mim e a levo até a cama. A única coisa que pensei que pudesse oferecer a alguém é segurança. Não podia dar isso a Ava, mas ela ainda me quer. Ainda assim me ama. Eu não entendo, não totalmente. Colocando-a suavemente no colchão, rasgo as rendas e cetim que ela, tão cuidadosamente, escolheu para sua sedução, até que fica com nada além de pedaços. Na penumbra do quarto, seus olhos brilham, enquanto ela leva uma mão provocante entre as pernas. Vejo, com

fome desenfreada, enquanto seus dedos mergulham dentro dela. — Quer um pouco? — A oferta me coloca em chamas. Pego os dedos e chupo as pontas, então empurro a mão de lado, para ir à fonte. Sua boceta cheira como os trópicos, sol e prazer. Deixo beijos reverentes em toda sua pele suave e dentro de suas coxas, que estão molhadas com sua excitação. Até eu sei que isso não pode ser forjado. Coloco minha língua contra seu núcleo quente e bebo. Esta é a fonte da vida, eu acho. Se morrer amanhã, ficarei bem, porque esta noite tive minha própria deusa. Enquanto chupo, beijo e lambo cada centímetro rosado dela, sinto-me invencível, quase imortal. Porque nenhum mero homem tem permissão para tocar algo tão requintado como isso e saborear o néctar delicioso que ela produz. Ela implora para fazê-la gozar, para enfiar meu pau enorme dentro dela até gritar. Mas eu a farei gritar agora, apenas com a língua. Quero suco, para inundar meu rosto. Quero que ela agite e trema em minha boca, enquanto aperta minha cabeça e puxa meu cabelo. Quero que ela goze com tanta força que, com cada engolir, eu ainda sinta o gosto dela. — Porra, você tem um gosto bom. — Eu gemo, quando lambo uma e outra vez. — Mais. — Ela implora. — Eu preciso de mais.

Trabalho dois dedos dentro dela, a passagem apertada ao redor dos meus dedos e admiro que ela possa se esticar, para acomodar meu pau grosso. Adoro sua boceta, coloco os dedos, lambo seu clitóris firme e excitado, até que suas unhas cravam em meu couro cabeludo e a sinto apertar, em seguida, explodir sob meu toque. É tudo que esperava tudo que imaginava. Ela grita quando

goza

um

gemido

alto

e

longo

que

as

sereias,

provavelmente, usam para atrair os marinheiros à morte. Todo seu corpo se eleva do colchão, pressionando minha língua, apertando meus dedos. E eu bebo tudo. Até a última gota, até que seus tremores parem e se transformem em pequenos estremecimentos. — Oh, baby. — Ela geme quando me afasto. — Isso foi demais. — De jeito nenhum. Não, nunca é demais. Você merece tudo. Todos estes orgasmos, todos os dias da sua vida. Quero dar isso a você. Eu quero amá-la. — Você o faz. Eu posso sentir isso. — Ela se aproxima, mas eu me afasto. Com as mãos trêmulas, pego as algemas descartadas no lado da mesa. — Você está se mexendo demais. — Eu sussurro rouco. — Estou? — A voz dela é maliciosa e desafiadora. — O que fará sobre isso?

— Isto. — Em um movimento rápido, agarro seu pulso e travo a algema em um deles, no lado oposto de seu ombro ferido, depois prendo ao pé da cama. — Passei muitos anos sem sexo, mas isso não significa que não tive fantasias. Passo as mãos em seus ombros e para baixo, por todo peito. Ela se parece com a seda mais cara que o Oriente já produziu. — Você está bem? Não estou machucando-a? — Seu ombro ainda está dolorido. — Ah, sim. — Ela respira. Eu Desço minhas mãos pelos seus braços, testando, para me certificar de que esteja confortável. Minhas mãos movem para os seios e meus polegares esfregam os mamilos, que se endureceram. — Belisque-os. — Diz ela. Faço o que me diz e ela estremece. — Mais? — Pergunto. Ela balança a cabeça e aperto mais forte. Suas pernas se juntam e depois relaxam. Nenhuma fantasia nunca foi tão boa. — Quero chupar seus seios e fodê-la com meu pau, enquanto está algemada à cama. Está bem com isso? — Sim, por favor. — Sua doce boceta aperta novamente em antecipação. Abro sua bunda com uma mão e a seguro com a outra. Ela abre mais as pernas e compartilhamos um suspiro, quando posiciono a cabeça larga do meu eixo em sua entrada

molhada. Ela está sempre tão molhada para mim, tão pronta. — Agora? — Pergunto. Ela balança a cabeça, mordendo o lábio inferior. Vou para ela com cuidado, parando em cada momento, para me certificar que esteja confortável, que está sentindo prazer. — Continue baby. Preciso de você agora! — Suas demandas acabam com meu autocontrole. Entro o restante, até que minhas bolas batem em sua bunda. Ela grita, mas agora reconheço que o alto ruído é de prazer absoluto. — Deus, sinto você todo. Mais rápido. — Ela ordena, em seguida, empurra para cima, esfregando seus quadris contra os meus. Eu a deixo me foder, usando-me, enquanto chupo um mamilo. Suavemente contida, minhas grandes mãos em seus quadris e minha boca devorando seus seios, ela me possui completamente. Acompanha-me com abandono, esfregando o clitóris contra meu osso púbico, afundando meu pau até a cabeça, volta porque é muito pesado para segurá-lo. Eu assumo então. Empurro para dentro dela, fodendo-a, até que seus seios balancem, seu cabelo e seu corpo inteiro é um movimento erótico irregular. Eu me movo contra ela, até que aparecem estrelas nos meus olhos e meu coração explode como uma bomba. Ela não é a última esperança do mundo, ela é a única esperança para mim.

epÍLOGO AVA Passou-se um mês agora e ainda estou chegando a um acordo com a morte de Rose. Eu me pego querendo ligar, para lhe dizer uma piada engraçada, ou quando vejo um vestido, em uma das mulheres da ilha e penso, oh ficaria ótimo em Rose. Então me lembro que minha melhor amiga está morta e não há como superar a dor. Talvez nunca haja uma maneira. Rose está em meus sonhos, apesar de tudo. Ela me visita de vez em quando e está sempre sorrindo e feliz. Talvez, porque foi assim que a vi na vida e é assim que opto por vê-la na morte. Está tudo bem, apesar de tudo. Algum dia os sonhos desaparecerão, então aproveito enquanto os tenho. Estou na ilha por algumas semanas e cada dia me sinto como... Bem, para ser clichê, é o paraíso. Acordo com comida fresca e deliciosa e o cheiro do mar no ar. Acordo nos braços fortes e musculosos do homem que me fodeu de seis maneiras diferentes, de domingo até a noite anterior. Ele beija minha testa e me toca, pois fazemos sexo antes de começar o dia, porque não podemos ter o suficiente um do outro.

Um mês não é tempo suficiente para se cansar de Rafe Mendoza. Um ano, uma vida, nunca será o bastante. Ele é como um vício para mim e acho que anseio mais, à medida que o tempo passa. Seu sorriso é melhor do que qualquer narcótico e quando me segura sob ele e empurra tão profundo dentro de mim, eu sinto... Tudo. Adoro a vida aqui na ilha. É estranho. Quando estava em Nova York, fui uma mãe para um grupo de modelos magras, que queriam fumar durante todo o dia e falar sobre comida que não podiam comer. Não pensei duas vezes sobre isso, apenas entrei no papel e cuidei delas. Aqui na ilha, sou a mãe para dezenas de mulheres que foram usadas na vida. Elas vêm a mim para todos os tipos de coisas, de pequenas queixas sobre sabonete a questões maiores, como doença, bebês e aconselhamento romântico. Porque sou a mulher de Mendoza. Eu sou a líder das mulheres aqui. Sou a mãe refúgio, exceto que, em vez de cuidar de modelos magras e fumantes, cuido de um grupo de mulheres jovens, com os olhos cansados, pois viram muito da vida. Eu entrego bebês e dou conselhos sobre cozinha, lavanderia, nutrição e um milhão de coisas que nunca considerei antes, mas que agora são de grande importância. Estas mulheres na ilha se levantaram do nada. Estão começando de novo ou tentando e precisam de ajuda. Tornou-se meu novo objetivo trazer alegria para seus rostos. Para tornar o mundo um lugar mais seguro para elas. Para darlhes esperança.

Porque é isso que Rafe Mendoza faz por mim. Ele me deu um novo mundo para viver e uma nova esperança a cada dia. Deu-me uma nova família, que me acolheu de braços abertos. Eles não se importam que tive o trabalho mais ridículo do mundo, no passado. O importante é que estou aqui agora e quero ajudar. E Rafe? Rafe é incrível. Ele é o melhor homem do mundo. Não me importa que seja um assassino contratado, é assim que estes homens ganham a vida. Não me importa que ,às vezes, precise sair no meio da noite para fazer justiça. É assim que ganham o dinheiro para salvar esses homens e mulheres que se escondem aqui. Gostaria de acreditar que o bem que estão fazendo agora, supera o mal e quando recebo uma criança chorando, pois nasceu de uma mãe viciada em crack, em um bordel? Quando olho nos olhos desse bebê, vejo a vida que podemos dar-lhe. A esperança que podemos dar. Essa criança não crescerá nas ruas, vendendose a pedófilos, para fazer dinheiro suficiente, para sua mãe comprar

drogas. Crescerá

aqui, em

uma

ilha

paradisíaca,

protegida por homens que arriscam suas vidas, para mostrar à sua nova família, que vale a pena voltar para casa. Porque Lágrimas de Deus é tudo sobre esperança. E para mim, Rafe é esperança. Ele é minha vida e meu amor. Olho em seus olhos e lá, vejo desejo e sei que estou olhando para ele da mesma maneira. Não posso me arrepender um único momento, uma única hora, um único minuto do nosso tempo juntos. Rafe é a minha vida e sou dele. Que possamos continuar assim para sempre.

AVISO 3
Jessica Claire - Hitman 4 _ LAST HOPE

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