Julia Braga - Sistema monetário (resumo)

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SISTEMA MONETÁRIO Prof. Julia Braga

FUNÇÕES DA MOEDA • Meio de Trocas • Unidade de Conta • Reserva de valor • Meio de troca: • Economia de escambo X Economia monetária

• Escambo: • Dupla coincidência dos desejos (troca do tipo de bens desejados) • Equiparação quantitativa (e na quantidade desejada) • Economia monetária: • Aumento da produtividade (divisão do trabalho)

FUNÇÕES DA MOEDA • Unidade de conta: • Denominador comum de valor, padrão em que as demais mercadorias expressem seus valores.

• Reserva de valor • Separação entre o ato de venda e compra implica separação temporal dos mesmos. • Permite a distinção entre pagamento e liquidação no tempo (crédito)

FUNÇÕES DA MOEDA • Em processos inflacionários a moeda pode perder suas funções: • Primeiro perde a função de reserva de valor • Posteriormente de unidade de conta • Numa situação limite, até de meio de pagamento • Ex.: Processo hiperinflacionário no Brasil (1980/90). Alguns indexadores serviam de unidade de conta como a ORTN, a UFIR, a BTN e a TR. O próprio governo instituiu a separação entre as funções de unidade de conta e meio de troca com a URV (unidade real de valor).

FORMAS DE MOEDA • • • •

Moeda mercadoria Papel moeda Moeda escritural Moeda fiduciária (fidúcia, confiança)

• Moeda mercadoria: baixo custo de transação, estabilidade de seu valor, ser escassa, divisível, durável e pouco volumosa

FORMAS DE MOEDA • Papel-moeda emissão de certificado representativos da quantidade de moeda. • Com lastro ao ouro (convertível em ouro). • Sem lastro: garantida por lei, passa a ser fiduciária. Não tem valor intrínseco, seu valor decorre da capacidade de adquirir outras moedas. A lei determina que qualquer dívida possa ser quitada com esta moeda.

• Moeda escritural (depósito à vista). Historicamente, eram certificados conversíveis dos papel moeda depositado no banco. Depois passaram a não mais ter lastro e ser, juntamente com o papelmoeda emitido pelo governo, considerado meio de pagamento.

Agregados Monetários • Bancos passaram a não manter em reservas a totalidade dos recursos que lhes eram confiados. • Baixa probabilidade de saque simultâneo. • Bancos criam moeda (a partir de determinado nível de reservas)

• Base Monetária (B): PMPP+R (em inglês H de High-Powered Money) • PMPP (papel moeda em poder do público) • R (volume de reservas mantidos pelos bancos comerciais) • É o dinheiro com poder de multiplicação

Papel Moeda • Note que os conceitos de meios de pagamento correspondem à totalidade de ativos financeiros em poder do público, excluindo portanto aqueles em posse de agentes emissores

• Papel moeda emitido (PME) • Papel moeda em circulação (PMC) • PMC= PME – caixa das autoridades monetárias • PMPP = PMC – caixa dos bancos comerciais

Agregados Monetários • Meios de pagamento: totalidade dos haveres possuídos pelo setor não bancário e que podem ser utilizados a qualquer momento para a liquidação de qualquer dívida em moeda nacional • M1 = PPMPP + DV • DV= depósitos à vista

• Quase-moedas (aquelas que possuem alta liquidez), como por exemplo os depósitos no overnight, fundos de aplicação financeira, fundos de curto prazo no Brasil na época de inflação.

AGREGADOS MONETÁRIOS NO BRASIL • O surgimento das quase• Até 2001 o Banco Central definia moedas levou a novos os agregados monetários de conceitos de agregados acordo com o grau de liquidez monetários, cuja diferença em ordem decrescente (o M5 é decorre do grau de liquidez o agregado com menor liquidez). dos ativos • M2 = M1 + títulos públicos em • Em época de alta inflação M1 poder do setor privado diminui frente a frente o total • M3= M2+ depósitos de de aplicações financeiras (M4). poupança • M4 = M3 + depósitos a prazo e outros títulos privados • Plano Collor (M5=M4 + VOB) moeda confiscada.

Agregados Monetários (Nova Metodologia) • O critério de ordenamento dos meios de pagamento ampliados passou ser por seus sistemas emissores. • O objetivo foi a adequação aos padrões internacionais e a evolução do sistema financeiro, que fez diminuir as diferenças de velocidade potencial de conversão dos integrantes dos agregados monetários em disponibilidade imediata de liquidez.

Agregados Monetários (Nova Metodologia) • Nesse sentido, o M1 é gerado pelas instituições emissoras de haveres estritamente monetários, o M2 corresponde ao M1 e às demais emissões de alta liquidez realizadas primariamente no mercado interno por instituições depositárias - as que realizam multiplicação de crédito. O M3, por sua vez, é composto pelo M2 e captações internas por intermédio dos fundos de renda fixa e das carteiras de títulos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O M4 engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez.

Nova Metodologia • Meios de Pagamento Ampliados: • M2 =M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias • M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic • Poupança financeira: • M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez

OBS • Desse modo, o critério adotado permite discriminar a exposição do sistema financeiro à demanda por liquidez ao incluir no M3 somente exigibilidades das instituições depositárias e fundos de renda fixa junto ao público, exclusive o Banco Central, tratado apenas como provedor de meio circulante.

OBS Os fundos de renda fixa foram incluídos no M3, embora possuam personalidade jurídica própria e não multipliquem crédito, dado que em geral funcionam em colaboração com instituições depositárias, exercendo atividades típicas de tais instituições, como transformar a liquidez de uma carteira de ativos e captar recursos, emitindo quotas como alternativa de aplicação financeira aos clientes. O desempenho e a exposição dos fundos de renda fixa afetam a instituição administradora, uma vez que a maior parte dos clientes não faz a distinção estabelecida formalmente.

Instituições depositárias • Bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo, companhias hipotecárias. • As instituições financeiras não depositárias, como sociedades de arrendamento mercantil, corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, nessas definições de agregados monetários são consideradas empresas do setor produtivo.

Bancos Múltiplos • Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. (Resolução CMN 2.099, de 1994).

Definição de Agregados Monetários nos EUA • M1 consiste em PMPP, depósitos à vista (demand deposits) nos bancos comerciais, “traveler's checks” de instituições financeiras não bancárias; outros depósitos transformáveis em cheques (other checkable deposits – OCDs )* • * negotiable order of withdrawal (NOW) and automatic transfer

service (ATS) accounts at depository institutions, credit union share draft accounts, and demand deposits at thrift institutions. • Ver em http://www.federalreserve.gov/releases/h6/Current/

• M2 consiste em M1 somado a : acordos de recompra diária, eurodólares, depósitos remunerados, cadernetas de poupança e outros depósitos a curto prazo • M3 é o somatório de M2 com depósitos de longo prazo e acordos de recompra. • L é o somatório de M3 com títulos públicos a curto prazo e outros ativos líquidos. • Fonte: Mankiw, G. (1997), Macroeconomia, 3o edição

SISTEMA FINANCEIRO • SISTEMA BANCÁRIO OU MONETÁRIO: tem o poder de criar moeda, quer pela emissão, quer pela multiplicação dos depósitos • Banco central, instituições autorizadas a receberem DV (Banco do Brasil, bancos comerciais privados e estaduais, bancos múltiplos com carteira de DV, caixas econômicas federal e estaduais, bancos federais.

• SISTEMA NÃO MONETÁRIO: apenas realiza a intermediação dos recursos • Instituições de Poupança e empréstimos integrantes do SFH (sistema financeiro de habitação) captam poupança e realizam financiamento imobiliário • Financeiras (sociedade de crédito e financiamento) que concedem crédito ao consumidor

SISTEMA FINANCEIRO • Bancos de Investimento, captam depósitos a prazo ou fazem repasses de recursos externos • Bancos estaduais de desenvolvimento e o BNDES • Todas instituições ligadas ao mercado de capitais: corretoras, distribuidoras, etc.

CONTAS DO SISTEMA BANCÁRIO • ATIVO: reservas (encaixes) para fazer frente a suas obrigações, empréstimos, imobilizado (imóveis, p.e.), títulos públicos, títulos privados e valores mobiliários em geral.

• PASSIVO: depósitos à vista, empréstimos do exterior, recursos juntos ao BC (operações de redesconto, assistência à liquidez etc), outros (repasses do BNDES, CEF, etc), recursos com outros bancos (interbancário)

RESERVAS (ou ENCAIXES BANCÁRIOS) • Os bancos devem manter reservas líquidas para atender aos DV. • Tipos de reservas: moeda corrente (caixa do sistema bancário, para atender aos saques no caixa), liquidez absoluta.

• Reservas voluntárias no BC (para atender ao excesso de pagamento a recebimento na compensação de cheques), reservas compulsórias ou obrigatórias (legais), que são recolhidas junto ao BC e devem ser uma proporção dos DV, utilizadas para garantir uma segurança mínima ao sistema bancário.

Balancete dos Bancos Comerciais ATIVO PASSIVO Encaixes Depósitos à vista caixa Depósito a prazo Depósitos no BC Redesconto e outros recursos do Banco Central Voluntários Empréstimos externos Compulsórios Recursos especiais Empréstimos ao setor privado e público Outras exigibilidades Títulos públicos e privados Recuros próprios (patrimônio líquido) Imobilizado Outras aplicações

A criação de crédito e da moeda • Quando um correntista faz um depósito à vista no banco comercial este registra em seu passivo o valor correspondente na linha “depósito à vista”. Parte desse recurso será direcionada para a conta “reservas” no ativo do banco e parte para alguma forma de empréstimo (“empréstimo ao setor privado”) ou compra títulos também no ativo do banco.

Exemplos históricos • Pág 20 e 21.

MULTIPLICADOR DOS MEIOS DE PAGAMENTOS • Multiplica a Base Monetária (B) em Meios de pagamento (M): M= mB • Multiplicador monetário(m) • m = 1/(1-d(1-r)) • d é a parcela dos meios de pagamento que o público mantém como DV • r é a relação reservas/depósitos a vista dos bancos comerciais

FUNÇÕES DO BANCO CENTRAL • • • •

Bancos dos bancos Banco do governo Emissor de papel-moeda Depositário das reservas internacionais do país

No documento do BACEN: a) monopólio de emissão; b) banqueiro do governo; c) banco dos bancos; d) supervisor do sistema financeiro; • e) executor da política monetária; e • f) executor da política cambial e depositário das reservas internacionais • • • • •

Banco dos Bancos • No Relatório do Bacen • a) manter contas nas quais são depositadas as reservas voluntárias e compulsórias do sistema bancário (Contas de Reservas Bancárias); • b) fornecer crédito a instituições com necessidades transitórias de liquidez; • c) intervir, em casos de problemas maiores, como prestamista de última instância; • d) administrar câmaras de compensação; e • e) supervisionar e gerir sistemas de pagamentos.

Obs • Câmaras de compensação: uma central ou mecanismo de processamento central por meio do qual as instituições financeiras acordam trocar instruções de pagamento ou outras obrigações financeiras (Ex., valores mobiliários). As instituições liquidam os instrumentos trocados em um momento determinado com base em regras e procedimentos da câmara de compensação. Em alguns casos, a câmara de compensação pode assumir responsabilidades significativas de contraparte, financeiras ou de administração do risco para o sistema de compensação.

Banco dos Bancos • Zelar pela estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN), regular, fiscalizar, ser emprestador de última instância (caso haja problemas de liquidez).

• Por essa função figura no seu passivo as reservas depositadas e no ativo o redesconto e demais empréstimos aos bancos comerciais.

Banco do Governo • Banqueiro do Tesouro Nacional, recebe depósitos do Tesouro (passivo) e realiza empréstimos a este (ativo) além de carregar títulos públicos.

• No Brasil empresta também a outras instâncias de governo (estaduais, municipais, autarquias) além de ser administrador de uma série de fundos e programas (no passivo: Recursos Especiais, no ativo: Empréstimos ao setor privado).

Banco do Governo • O Bacen detém as contas mais importantes do governo, participa ativamente do manejo do seu fluxo de fundos, e é o depositário e administrador das reservas internacionais do país.

• O governo é o agente econômico com maiores receitas e despesas, consequentemente suas operações financeiras dão lugar a movimentos sazonais que podem alterar significativamente o volume das disponibilidades bancárias e do crédito.

Banco do Governo • O manejo das contas do tesouro pelo banco central é fundamental para regular o crédito e os agregados monetários. • Esta função guarda em suas origens estreita relação com o direito de emissão do banco central, pois os governos concediam-no a instituições que, em muitos casos, assumiam o compromisso de conceder-lhes empréstimos.

Banco do Governo • Antes do desenvolvimento do mercado de títulos da dívida pública, o ajuste da disponibilidade de recursos do governo aos seus compromissos de pagamento se dava mediante a concessão de créditos de curto prazo pelo Banco Central a título de antecipação de receitas futuras de impostos.

Banco do Governo • Modernamente esse ajuste é feito via colocação de títulos pelos tesouros. • Outro mudança foi a proibição (via Lei de Responsabilidade Fiscal/ 2000) do financiamento de déficits fiscais dos tesouros pelos bancos centrais, devido aos seus efeitos sobre o controle monetário, a estabilidade de preços e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

Banco do Governo • Cabe ao BCB atuar, em nome do Tesouro Nacional, nos leilões de títulos públicos federais e receber as disponibilidades de caixa da União, na chamada “Conta Única”, mantida pelo Tesouro Nacional. • Nesta são lançados quaisquer débitos ou créditos provenientes de suas transações com a sociedade em geral (o BCB remunera os recursos desta conta com base na taxa de remuneração intrínseca da carteira do BCB).

Banco do Governo • Nesta são lançados quaisquer débitos ou créditos provenientes de suas transações com a sociedade em geral (o BCB remunera os recursos desta conta com base na taxa de remuneração intrínseca da carteira do BCB).

Banco do Governo • Enquanto depositário e administrador dos ativos internacionais do país, o banco central deve zelar para que a estrutura das moedas e prazos, bem como o equilíbrio entre rendimentos, risco e incerteza seja compatível com a natureza desses recursos. • Por essa função deve constar no ativo do Banco Central uma conta correspondente ao valor dessas reservas em moeda nacional.

Banco do Governo • Além disso, em vários países, os bancos centrais administram por conta do governo acordos de comércio por compensação e fundos de estabilização cambial e representam o país junto a organismos internacionais .

MONOPÓLIO DA EMISSÃO • Somente o BC pode emitir moeda. • A emissão ocorre quando o BC entrega papelmoeda para o banco comercial por meio de débito de sua conta Reservas Bancárias para atender às necessidades de saques dos clientes nas respectivas contas correntes.

• O recolhimento ocorre quando o BC os bancos depositam o numerário excedente no BCB, o qual, por sua vez, credita o valor correspondente na conta Reservas Bancárias da instituição em questão.

MONOPÓLIO DA EMISSÃO • O papel-moeda emitido é uma dívida do Banco Central (uma fonte de recursos). No passivo deve constar o saldo de moeda emitida.

• Passivo monetário: Base Monetária: (PMPP)+reserva dos bancos comerciais • Passivo não monetário: depósitos do Tesouro, recursos especiais, recursos próprios, dentre outros.

Monopólio da Emissão • A execução dos serviços do meio circulante consiste: no atendimento à demanda de dinheiro; na substituição e destruição do numerário desgastado, inservível para circulação (saneamento do meio circulante); e no estudo, pesquisa, elaboração e aprovação de projetos de novas cédulas e moedas, visando aperfeiçoá-las e minimizar os riscos de falsificação Emissor:

REGULAÇÃO DE MERCADO • Algumas normas podem • (requerimento de afetar o grau de liquidez capital próprio em da economia: redução função do risco de prazos de apresentado em empréstimos e operações financeiras), financiamentos, grau de como no caso do cobertura de crédito Acordo de Basiléia direto ao consumidor (1988 do BIS-Bank for pela entidade privada, International controle de exposição Settlements). ao risco

Balancete do Banco Central • Podemos apresentar novamente o balancete do Banco Central de outra forma. • Nesta escrevemos no passivo PMPP e o “ caixa” dos bancos comerciais no Banco Central - que é equivalente ao PMC (no balancete anterior PME, no passivo, subtraído da moeda corrente do Banco Central, no ativo). • Saldo líquido das demais contas no passivo = (recursos próprios +demais exigibildades) – (demais aplicações + imobilizado).

Balancete do Banco Central • Decompõe o Passivo em “Base Monetária” e os “Recursos não-Monetários”. • As reservas que compõe a Base Monetária não incluem as reservas remuneradas (depósitos a prazo) ou efetuadas em títulos públicos. Apenas reservas que rendem juros nominal zero. • No saldo líquido das demais contas está incluído encaixes remunerados, em títulos públicos, sobre depósitos a prazo e sobre poupanças,

Executor da Política Monetária • Executor da política monetária • Prestamista de última instâcia

OPERAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA • Reservas Compulsórias • Política de Redesconto • Operações de openmarket

• Reservas: alterações afetam o tamanho do multiplicador monetário, ao determinarem a massa de recursos disponíveis para os bancos comerciais emprestarem

OPERAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA • O objetivo das reservas compulsórias é esterilizar parte dos recursos captados pelas instituições financeiras de forma a controlar a liquidez agregada e reduzir a capacidade de criação de moeda pelas instituições financeiras. • Atualmente (2011) é cerca de 40%.

REDESCONTO • É uma concessão de recursos em geral mediante venda, pela instituição tomadora do crédito, de títulos públicos no valor correspondente à operação. • Se difere das operações de mercado aberto por causa dos prazos e taxas. No Brasil : • de até quinze dias úteis: podendo ser recontratadas até 45 dias úteis, na hipótese de descasamento de curto prazo no fluxo de caixa, não caracterizado como problema de desequilíbrio estrutural. • de até noventa dias corridos: podendo ser recontratadas desde que o prazo total não supere 180 dias corridos, para viabilizar ajuste patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural.

REDESCONTO • No Brasil o redesconto não tem como objetivo principal controlar a liquidez do sistema financeiro e sim resolver problemas de liquidez de instituições específicas. Modernamente a regulação da liquidez do sistema bancário não se faz com redesconto e sim com operações de mercado aberto, que permitem maior flexibilidade na execução da política monetária

REDESCONTO • Redesconto seletivo (em alguns países é utilizado para alongar prazos) privilegiando redesconto de títulos de longo prazo

REDESCONTO • Interfere na lucratividade dos bancos e pode afetar a expansão da liquidez através de alterações na taxa de juros cobrada pelo BC pelos seus empréstimos aos bancos comerciais (se ficarem maiores que a taxa interbancária os bancos vão diminuir crédito).

• Historicamente, no Brasil o redesconto nunca foi um instrumento importante de controle monetário. Foi utilizado de forma punitiva ou como assistência a instituições com problemas, sendo, em geral, um passo intermediário para a liquidação de instituições.

OPEN MARKET • Através da compra e • Principal instrumento venda de títulos público no Brasil desde o final o BC contrai ou expande da década de 60. a Base Monetária. • Compra de títulos públicos: expande a Base Monetária • Venda de títulos público: contrai

OPEN MARKET • O BCB concede recursos em geral mediante venda, pela instituição tomadora do crédito, de títulos públicos no valor correspondente à operação. De acordo com a finalidade e os prazos, as operações podem ser intradia ou de um dia útil. • intradia: São operações compromissadas com títulos públicos federais destinadas a atender necessidades de liquidez ao longo do dia. A instituição que necessita de reservas e que possua títulos públicos federais em sua conta de custódia no Selic, pode vendê-los ao BCB com o compromisso de recomprá-los no mesmo dia da contratação, ao mesmo valor da venda, até o fechamento do Sistema de Transferência de Reservas (STR).

OPEN MARKET • Trata-se de operação sem custo financeiro para a instituição contratante, de curso automático. • b) de um dia útil: para satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de descasamento de curtíssimo prazo no fluxo de caixa da instituição financeira;

SELIC • Selic é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos.

CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DA MOEDA • Esse processo é estático. O processo dinâmico é dado pelo modelo do multiplicador • Qualquer variação da base monetária deve apresentar como contrapartida uma variação das operações ativas ou do passivo não monetário do Banco Central.

CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DA MOEDA • Aumenta B (ativo no BC) : • Aumento das reservas internacionais • Compra de títulos públicos pelo BC • Concessão de empréstimos ao Tesouro Nacional, bancos comerciais (redesconto, assistência de liquidez) e a outras instâncias governamentais • Diminuição dos depósitos no TN

• Diminui B (ativo no BC) : • Sinal contrário. No último exemplo: superávit fiscal

• Tudo que altera B altera M.

Quais são os fatores condicionantes da conta Reservas Bancárias? Esta conta é impactada principalmente pelos seguintes fatores: a) o resultado das operações de compra, venda e resgate de títulos públicos federais realizadas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic); b) o resultado da troca de cheques na Centralizadora da Compensação de Cheques e Outros Papéis (Compe), operada pelo BB; c) o resultado das operações com títulos privados, bolsas de valores, bolsas de futuros, compra e venda de moeda estrangeira, dentre outros ativos, cursadas nos ambientes das diversas câmaras de compensação e liquidação;

Quais são os fatores condicionantes da conta Reservas Bancárias? d) o resultado, em reais, das operações de compra e venda de moeda estrangeira por agentes domésticos, realizadas fora do ambiente da Câmara de Câmbio; e) os pagamentos e os recebimentos efetuados pelo BCB, na condição de depositário da conta única do Tesouro Nacional, incluindo tributos, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e Programa de Integração Social (PIS); f) os saques e os depósitos de moeda física no BCB e no BB, que atua como custodiante de numerário, bem como a movimentação de numerário entre instituições financeiras; e g) os recolhimentos compulsórios, as multas e os custos financeiros instituídos pelo BCB.

Sistema Monetário • Chegamos finalmente ao balancete do Sistema Monetário, que equivale a uma soma algébrica de balancetes, eliminando as contas internas do sistema que aparecem casadas no ativo dos bancos comerciais e no passivo do Banco Central, e vice-versa. • Qualquer variação dos meios de pagamento deve apresentar como contrapartida uma variação das operações ativas ou do passivo do Sistema bancário como um todo.

CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DA MOEDA • Aumenta M1 (aumento nos ativos ou redução nos passivos não monetários dos bancos comerciais): • Resgate de depósitos a prazo no sistema bancário • Resgate de depósitos e poupança para a aquisição de ações na Bolsa de Valores • Desconto de duplicata (título de crédito privado à compra de bens)

• Diminui M1: • Depósitos na caderneta de poupança

• Obs: Saque de um cheque no caixa não altera o saldo dos meios de pagamentos.

DEMANDA POR MOEDA • Motivo transação (para a relização das transações econômicas). É uma função direta da renda: Md=f(Y) • Motivo precaução (reserva monetária para fazer face a pagamentos imprevistos ou atrasos em recebimentos esperados). • Motivo portifólio ou especulativo (deixar uma cesta para a moeda para fazer negócios vistos como de oportunidade ). É uma função inversa da taxa de juros pois este é visto como o custo oportunidade de reter moeda: Md = f(i).

Velocidade de Circulação da Moeda • A reduzida correlação entre moeda legal e renda nominal, observada em sistemas financeiros desenvolvidos, pode ser atribuída ao progresso tecnológico aplicado às operações financeiras, que tem conferido crescente liquidez aos passivos em geral emitidos pelas instituições financeiras. No Brasil são claramente identificáveis momentos onde o crescimento do agregado restrito não esteve relacionado com acréscimos de renda ou alterações significativas no nível geral de preços.

Teoria Quantiva da Moeda • Velocidade de circulação da moeda: V = PiB nominal / Saldo • É o número de vezes que o dos meios de pagamentos estoque de moeda passa de (M) mãos em mãos, num certo período, gerando produção 2009 e renda. M1 milhões 248 097 saldo no final do período (estoque) • Exemplo: em 2009 no Brasil PIB milhões 3 143 015 o estoque de moeda girou 12 vezes. Cada unidade V 12.7 monetária criou 12 unidades de renda.

• Quanto maior a taxa de juros de mercado menor a retenção de M1 e maior a demanda por ativos que apresentem retorno financeiro. Dessa forma a velocidade de circulação da moeda aumenta. O mesmo acontece para maiores patamares de inflação ou expectativas de aumento da inflação.

• No processo de estabilização econômica decorrente da implantação do Plano Real, os agregados restritos apresentaram crescimento relevante em termos nominais, mais acentuadamente nos primeiros anos nos meses de 1996, por exemplo, observaram-se variações em 12 meses entre 14% e 39% - refletindo processo de remonetização da economia. Em outro momento, a introdução da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em janeiro de 1997, provocou elevação brusca do nível do M1, que chegou a apresentar, naquele ano, variações de 61,2% em 12 meses.
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