Língua Portuguesa Abreu e Lima

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O TEXTO EM NOSSO COTIDIANO

Caro aluno, seja bem-vindo! Vamos dar início às nossas atividades discutindo alguns aspectos interessantes a respeito da presença dos textos em nossa vida. Você deve estar acostumado a ver e ouvir a palavra “texto”, seja no trabalho, na faculdade, em livros, revistas etc. Então, aí vem a pergunta: você saberia dizer quais são os conceitos, os significados e a importância do “texto” para o seu dia a dia? Talvez você tenha parado para pensar sobre o assunto e, no momento, surgiram algumas dúvidas:

- Texto é um aglomerado de palavras e frases? Roupas, caderno, lindo. Fui ontem ao cinema. O cinema do shopping é muito bonito. No shopping tem muitas coisas para se comprar. A compra da nossa casa não deu certo porque o banco não aprovou o financiamento.

- Texto pode ser somente aquilo que escrevemos?

- Texto é o que a professora ou o professor pede para a gente elaborar na aula de redação?

- Texto é aquilo que a gente lê no jornal, no livro, na internet etc.?

Nós levantamos muitas hipóteses a respeito do que é texto. Será que alguma das perguntas acima seria a sua real definição? Fiorin (1996, p.16) diz que texto “é um todo organizado de sentido”, ou seja, nós não podemos entender que o texto seja apenas um conjunto de palavras ou frases que se juntam de forma aleatória para constituí-lo, mas, sim, que essas palavras e frases devam estar ligadas entre si para que haja uma continuidade entre elas, a fim de que a sua totalidade forme uma unidade de sentido. Talvez, você esteja dizendo: “mas isso é óbvio!”, entretanto, não é essa a noção de texto que boa parte dos estudantes emprega na prática.

Na escola, quando o professor ou a professora pede para que seja elaborada uma redação é comum os alunos lhe perguntarem: “com quantas linhas?” ou “em quantas palavras?”. Perguntas desse tipo demonstram mais preocupação em atender às exigências de números de linhas ou palavras, do que construir um texto que faça sentido para quem o lê. A produção textual, nesse caso, não é concebida como um todo com unidade de sentido, isto é, uma organização de ideias com começo, meio e fim, mas como uma somatória de linhas, um amontoado de palavras sucessivas. Pior é que essa concepção de texto também está presente nas atividades de leitura. Muitas vezes, lemos apenas parte de um texto e achamos que o entendemos em sua completude. É isso o que ocorre quando o professor nos dá um romance para ler e lemos apenas o resumo ou partes de capítulos, imaginando que a leitura parcial seja suficiente para ter sucesso na avaliação. Veja o texto de Ricardo Ramos:

Circuito Fechado Ricardo Ramos1 Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.(...)

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Ricardo Ramos nasceu em Palmeira dos Índios, em 1929, ano em que o pai Graciliano Ramos exercia a função de prefeito. Formado em Direito, destacou-se como homem da propaganda, professor de comunicação, jornalista e escritor em São Paulo. Sua obra literária é extensa: contos, romances e novelas, e representa, com destaque, a prosa contemporânea da literatura brasileira.

Apesar do texto, em uma primeira leitura não aparentar relação entre as palavras, se você observar atentamente, poderá perceber que se trata do cotidiano de um indivíduo, e é possível perceber sua rotina e até mesmo seu gênero: se é masculino ou feminino. Leia o restante do texto que complementa nossa análise e tente buscar outras informações importantes que o texto passa para o leitor:

(...) Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Práticas como essas demonstram que precisamos rever o conceito de texto. Observe o texto a seguir:

Esse texto é uma “tirinha” publicada no jornal Folha de São Paulo, em 1/12/2008. As tirinhas são textos curtos formados por quadrinhos de texto verbal e visual dispostos linearmente na página do jornal. Essa tira, em particular, tem dois quadrinhos. No primeiro, temos um coelho que ao passear num parque é elogiado por duas garotas. Diante desse elogio, ele se sente insatisfeito e não aprecia os adjetivos que lhe são atribuídos. Já no segundo quadro, temos, no mesmo parque, coelhas que também o elogiam, todavia, esses elogios são apreciados pelo coelho. Se fôssemos analisar esse texto, isolando cada quadro, não entenderíamos o humor que ali se estabelece, isto é, ficaríamos apenas na observação que fizemos acima, sem uma ligação entre um quadro e outro. Para depreendermos a unidade de sentido, devemos observar a relação que se estabelece entre os elementos que constituem a tira. Além das observações já realizadas, precisamos levar em conta que são meninas – seres humanos – que, no primeiro quadro, estão fazendo o elogio. Elas se utilizam do sufixo diminutivo (–inho) para qualificar o animal. Portanto, a relação que caberia aqui, não passaria de HUMANO x ANIMAL, sendo o animal apenas um “objeto” de manuseio e admiração do humano. Essa é uma relação que não agrada ao coelho. Já no segundo quadro, os elogios são dados por coelhas e elas se utilizam do sufixo aumentativo (-ão) para caracterizar o ser da mesma espécie, enaltecendo sua macheza e virilidade. Portanto, a relação que cabe aqui é COELHO x COELHAS, de cunho sexual, o que traz satisfação ao coelho, pois é esse tipo de relacionamento que o interessa. Diante disso, vemos que o riso só se dá quando comparamos um quadro ao outro. Dessa forma, podemos chegar à seguinte conclusão:

Um texto é um todo organizado de sentido, porque o significado de uma parte depende das outras com que se relaciona de tal forma que combinam entre si, a fim de gerar uma unidade.

Essa definição será fundamental para analisarmos e elaborarmos textos. Por isso, tenham-na sempre em mente, pois já estamos de certa forma, condicionados a analisarmos os textos de forma fragmentada, não observando todos os elementos que estão ali presentes. Vejamos se você compreendeu bem o que foi dito até aqui e se já conseguiu direcionar a sua mente para entender que todos os elementos presentes no texto são importantes para a depreensão de sentido e, para isso, vamos analisar mais um exemplo: Observe a propaganda a seguir retirada do site http://naweb.wordpress.com/. Ela se constitui em três quadros. Faça a leitura mediante as questões abaixo.

a) Se você observar apenas o primeiro quadro, abaixo, qual o sentido que você depreende?

b) Agora, observe o segundo quadro. Ele corresponde ao sentido que você obteve do primeiro?

c) Vamos ao terceiro quadro. Ele é uma confirmação da leitura que você fez do primeiro e segundo quadros ou somente quando você observou o terceiro quadro é que houve um entendimento da propaganda?

Nesse momento, observe abaixo a propaganda toda.

Edson Baeta http://naweb.wordpress.com/. Acesso em 11/11/2009

Podemos perceber que a propaganda é um alerta acerca do consumo de bebida alcoólica e do ato de dirigir, ou seja, os dois “não devem andar juntos”, pois o álcool prejudica a atenção dos motoristas e aumenta a ocorrência de acidentes. Essa leitura só é possível pela visualização e depreensão de sentido dos três quadros juntos. Por isso, falamos que o texto é uma unidade de sentido e para obter essa unidade é necessário observar e pensar em todos os aspectos que nele estão envolvidos.

Mas, talvez você deva estar se perguntando: “A propaganda acima ou mesmo a tirinha é um texto? Mas elas são compostas por poucas palavras.!!!!!” Eis, então, a resposta: ELAS SÃO TEXTO, pois texto, também, é toda manifestação linguística, paralinguística e imagética que transmite uma mensagem ou um ato de comunicação a fim de obter uma interação com o outro. Por isso, dizemos que existem três tipos de texto: verbal, não verbal e sincrético ou misto (verbal e não verbal). Quando dizemos manifestação linguística falamos de recursos expressos pela palavra (que pode ser oral ou escrita); o paralinguístico é quando usamos gestos, olhares etc.; e o imagético é formado por imagens ou figuras. Cotidianamente as pessoas se deparam com uma grande variedade de palavras e imagens que apresentam características diferentes e que são elaboradas com objetivos bem distintos. Veremos a seguir produções que relacionam elementos expressivos verbais, não verbais e mistos.

Texto verbal Existem várias formas de comunicação. Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita, dizemos que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a língua. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando lemos ou quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação mais presente em nosso cotidiano. Mediante a língua falada ou escrita, expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. Portanto, a linguagem verbal é aquela que tem as palavras como recurso expressivo, como exemplo: textos orais ou escritos, em prosa ou em verso. Leia o texto:

Resenha de filme: Crepúsculo Luma Jatobá 18/01/2009 Baseado nos livros de Stephenie Meyer, Crepúsculo vem às telonas contar a história da jovem Isabella Swan (Kristen Stewart) que ao se mudar para a casa do pai em Forks, Washington, conhece no colégio uma família diferente: os Cullen. Por serem anti-sociais e muito reservados, são os estranhos da escola. Bella logo se apaixona por Edward Cullen (Robert Pattinson) e ele por ela. Seria algo lindo e normal se o rapaz não fosse um vampiro. E é deste meado que se desenvolve a história: o romance proibido, o segredo que não pode ser descoberto e a perseguição dos Cullen, após James (Cam Gigandet), o vampiro sanguinário, descobrir o "namoro" deles. Agora os Cullen e a jovem Bella estão correndo perigo. A corrida é contra o relógio para acabar com o vampiro antes que o pior aconteça. A história do filme é legal e prende do início ao fim, mas falta uma trilha sonora de peso e abusa quando dão a desculpa de que vampiros não saem ao sol porque brilham como diamantes. O livro está no terceiro volume, Crepúsculo é apenas o primeiro da série que ainda trás Lua nova e Eclipse. Dizem por aí que a nova adaptação de Romeu e Julieta veio pra substituir o bruxinho Harry Potter, será? (http://centralrocknet.com.br/index.php?news=677)

Observamos que o texto acima é uma resenha, cuja finalidade é descrever o filme Crepúsculo, para que o leitor tenha uma visão da história, a fim de verificar se é interessante assisti-lo. Para isso, o autor utilizou-se da linguagem verbal, pois como vemos, utilizou-se a língua escrita para se comunicar. Além da resenha, encontramos a linguagem verbal em textos de propagandas; reportagens (jornais, revistas etc.); obras literárias e científicas; na comunicação entre as pessoas; em discursos (do Presidente da República, dos representantes de classe, de candidatos a cargos públicos etc.) e em várias outras situações.

Texto não verbal As pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, as cores, o desenho, a dança, os sons, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação. Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e de época para época. Portanto, o texto não verbal consiste no uso de imagens, figuras, símbolos, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura como meio de comunicação. A linguagem não verbal pode ser até percebida nos animais. Quando um cachorro balança a cauda quer dizer que está feliz e quando coloca a cauda entre as pernas significa medo e tristeza. Outros exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de cores para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem. Dessa forma, é muito interessante observar que para manter uma comunicação não é preciso usar a fala e sim utilizar uma linguagem, seja ela verbal ou não verbal. Observe a figura ao lado. Se ela fosse encontrada em um consultório médico, faríamos a leitura de que, naquele local, as pessoas devem falar baixo e, se possível, manter silêncio. A linguagem utilizada é a não verbal, pois não utiliza a língua para transmitir “silêncio”.

O semáforo, também, é um exemplo de texto não verbal - um objeto cujo sentido das cores comanda o trânsito e que é capaz de interferir na vida do ser humano de forma extraordinária.

Texto Sincrético ou misto (verbal e não verbal) Falamos em texto misto – verbal e não verbal – quando os dois recursos expressivos são utilizados em conjunto. Isso ocorre, por exemplo, em história em quadrinhos, propagandas, filmes e outras produções que utilizam ao mesmo tempo palavras e imagens. Observemos a charge:

Ao observarmos o que está expresso na superfície textual, ou seja, aquilo que é visível notamos que esse texto é formado por um tema “trabalho escravo”; logo a seguir, há uma imagem de homens que se subdividem em dois grupos: possíveis cortadores de cana de açúcar e o “patrão”, com um chicote na mão, junto aos seus capatazes armados; e abaixo da imagem, temos os dizeres: “Aquele que ficar por aí inventando esse tipo de mentira já sabe: duzentas chibatadas!” Percebemos, portanto, que por meio da linguagem verbal e não verbal, o texto aborda a questão do trabalho escravo, tema muito discutido no Congresso Nacional Brasileiro, na época de publicação da charge. O governo pretendia combater esse tipo de crime, mas encontrava resistência por parte de alguns deputados e senadores, porque esses parlamentares eram proprietários de algumas das fazendas investigadas. A charge ironiza justamente essa questão: a existência do trabalho escravo de forma não assumida. O “patrão” diz que denunciar o trabalho escravo é inventar mentira, mas, ao mesmo tempo, encontra-se com um chicote na mão como faziam

os senhores e feitores, na época da escravatura. É claro que essa leitura só será possível se fizermos a junção dos dois tipos de imagens. Portanto, o sentido desse texto, e de todos os outros que analisamos, ocorre pela relação que um elemento mantém com os demais constituintes do todo. Esse sentido do todo não é mera soma de partes, mas pelas várias relações que se estabelecem entre si. Por isso, não podemos fazer a leitura somente da imagem ou somente do que está escrito, é necessário fazermos a leitura do todo. Além dessas questões tratadas até aqui, cabe dizer que todo texto é produzido por um sujeito num determinado tempo e num determinado espaço. Conforme diz Fiorin (1996, 17-18),

(...) esse sujeito, por pertencer a um grupo social num tempo e num espaço, expõe em seus textos as idéias, os anseios, os temores, as expectativas de seu tempo e de seu grupo social. Todo texto tem um caráter histórico, não no sentido de que narra fatos históricos, mas no de que revela os ideais e as concepções de um grupo social numa determinada época. Cada período histórico coloca para os homens certos problemas e os textos pronunciam-se sobre eles.

Por isso, em um texto temos sempre a amostragem de um fato, ocorrido num determinado momento, vista sob um ponto de vista social representado por um sujeito. Dessa forma, ao analisarmos um texto, além de verificarmos a unidade existente entre as partes, temos de observar o contexto.

Texto e Contexto Quando analisamos a charge “Trabalho Escravo”, dissemos que esse assunto estava sendo discutido no Congresso Nacional e que alguns parlamentares apresentavam certa resistência para discutir o assunto. Ora, essas questões são importantes para o entendimento da charge, mas elas não estão marcadas na superfície textual. O seu sentido ocorrerá mediante o conhecimento de mundo do

leitor, em saber em que situação ela foi produzida, ou seja, levando em conta o CONTEXTO. Fiorin (1994, 12) define contexto como “uma unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade linguística menor”. Assim, a palavra encaixa-se no contexto da frase, esta no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se no contexto do capítulo, o capítulo no contexto da obra toda e a obra encaixa-se no contexto social. Fica mais clara a questão do contexto, quando adotamos a metáfora do iceberg. Aquilo que visualizamos é chamado ponta do iceberg, pois, como o próprio nome diz, é uma pequena parte que fica exposta na superfície da água. Contudo, essa ponta se apóia numa imensa parte que fica submersa, a fim de dar sustentação. Essa parte submersa é o que chamamos de contexto, pois é ele quem dá sustentação ao texto, que é a ponta do iceberg. Observe o texto:

Para entender essa tirinha, precisamos considerar algumas questões que não estão explícitas, mas que fazem sentido no contexto. Vivemos, hoje, um padrão de beleza feminino em que a mulher tem de ser considerada magra. A dieta e a “boa forma” são um dos assuntos mais comentados. Isso não significa que sempre tenha sido dessa forma. Na época da Renascença, o padrão “gordinha” era sinônimo de beleza, pois demonstrava que a família da referida mulher era abastada. Na Idade Média, a ideia de fertilidade imposta como contraponto de uma época de matanças ocorridas nas cruzadas, trazia uma mulher de quadril largo e ventre avolumado. Em nossos dias a beleza, assim como a moda, está relacionada a padrões de magreza impostos pela indústria da moda, para valorizar a roupa.

Portanto, em nossa época, quando um homem chama uma mulher de gorda, está “comprando briga”. É o que ocorre na tirinha. E além de tudo, e o que é pior, ele repetiu que ela havia engordado!!!! Fiorin

(1996),

também

traz

um

exemplo

muito

esclarecedor

para

compreendermos a importância do contexto. Quando Lula disse a Collor no primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais de 1989 “Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por dentro”, todos os brasileiros entenderam que essa frase não queria dizer você tem cores por fora, mas é revestido de cal por dentro, mas você apresentou um discurso moderno, de centro-esquerda, mas é reacionário. Como foi possível entender a frase dessa maneira? Porque ela foi colocada dentro do contexto dos discursos da campanha presidencial. Nele, o adjetivo collorido significa relativo à Collor, “adepto de Collor”, ou seja, Collor apresenta-se como um renovador, como alguém que pretendia modernizar o país, melhorar a distribuição de renda, combater os privilégios dos mais favorecidos. Havia também, na disputa, o candidato Ronaldo Caiado, de extrema direita que defendia a manutenção do status quo. As frases ganham sentidos porque estão correlacionadas umas às outras, dentro de uma situação comunicacional, que é o contexto. Portanto, diante do exposto, podemos entender que o contexto traz informações importantes que acompanham o texto. Assim sendo, não basta a leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto, aqueles que estiveram presentes na situação de sua construção. A produção e recepção de um texto estão condicionadas à situação; daí a importância de o leitor conhecer as circunstâncias e ambiente que motivaram a seleção e a organização dos aspectos linguísticos. Podemos dizer que existem o contexto imediato e o situacional. O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou precedem o texto imediatamente. São os chamados referentes textuais. O título de um poema pode despertar

determinadas

decodificações.

Esse

contexto

é

aquele

que

compreendemos em uma frase, quando a lemos no parágrafo; ou quando entendemos o parágrafo, no momento em que lemos todo o texto. Leia o poema a seguir:

O que se diz Carlos Drummond de Andrade Que frio! Que vento! Que calor! Que caro! Que absurdo! Que bacana! Que tristeza! Que tarde! Que amor! Que besteira! Que esperança! Que modos! Que noite! Que graça! Que horror! Que doçura! Que novidade! Que susto! Que pão! Que vexame! Que mentira! Que confusão! Que vida! Que talento! Que alívio! Que nada... Assim, em plena floresta de exclamações, vai se tocando a vida (http://www.portalimpacto.com.br/docs/JoanaVestF3Aula16_09.pdf)

Nesse poema, o seu sentido está tanto no título “o que se diz”, quanto no último verso “Assim, em plena floresta de exclamações, vai se tocando a vida”, pois são eles que nos faz compreender sobre o que poema está tratando: o fato de nós exclamarmos todos os dias e muitas vezes não percebemos. Observe que os elementos que nos dão sentido ao texto estão no próprio texto, por isso, falamos de um CONTEXTO IMEDIATO. O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto. Esse contexto acrescenta informações históricas, geográficas, sociológicas e literárias, para maior eficácia da leitura que se imprime ao texto. Para isso, exige-se uma postura ativa do leitor, ou seja, é necessário que ele tenha um conhecimento de mundo, a fim de depreender o sentido exigido. Esse conhecimento de mundo está ligado à nossa vivência, pois durante a nossa vida, vamos armazenando informações que serão importantes para entendermos e interpretarmos o mundo. Por isso, é fundamental a leitura, assistirmos ao noticiário, irmos a museus, termos contato com pessoas que nos acrescentarão conhecimento. Quando temos suporte para lermos um texto e retirarmos dele o que está além dos seus aspectos linguísticos, a nossa leitura será muito mais prazerosa e consequentemente, o texto será enriquecido, às vezes, reinventado, e até recriado. Faça a leitura desta charge:

Qual a leitura que você fez? Você a compreendeu? Do que está tratando a charge? Para compreendê-la é necessário que você observe todos os aspectos que estão envolvidos na construção dessa charge: o que está escrito na lousa, o logotipo que está abaixo da lousa, as pessoas que estão nas carteiras, o que essas pessoas carregam em sua cintura, o que está escrito no balão, a forma como a pessoa que está ensinando diz etc. Quando a observamos, vemos que é uma charge que trata das olimpíadas que ocorrerá no Rio de Janeiro em 2016. Hoje, o Rio é conhecido como uma cidade violenta e há uma grande preocupação quanto à segurança, quando houver as olimpíadas. Nessa charge, os bandidos estão já se preparando para esse evento, pois quando forem “atuar”, farão na língua dos estrangeiros. É claro que para entender isso, tivemos de ativar o nosso conhecimento das línguas portuguesa e inglesa e do nosso conhecimento de mundo, ou seja, recorremos ao CONTEXTO SITUACIONAL. A compreensão de um texto vai além da simples compreensão de termos nele impressos; não basta o simples reconhecimento de palavras, parágrafos, é preciso levar em conta em que situação ele é produzido. A compreensão exige do

leitor uma sintonia com os fatos situados no seu dia a dia e que aparecem subliminarmente impressos na mensagem textual. Isso ocorre também em relação à produção textual, pois todas as vezes em que se produz um texto, seja ele oral ou escrito, ele é determinado por uma série de fatores que interferem, por exemplo, em sua estrutura e na organização de suas informações. Um desses fatores é o interlocutor a quem se dirige o texto. Mesmo na situação em que o indivíduo parece falar consigo mesmo (com os próprios botões), a fala tem como interlocutor a representação de si mesmo que o indivíduo construiu. Assim, sempre que se escreve e sempre que se fala isso é feito tendo em vista um interlocutor, alguém que, obviamente, interfere na produção textual. Nas situações reais de interação, as pessoas levam em conta, dentre outros, os seguintes fatores:

Por que escrevo?

Para quem escrevo?

De onde eu escrevo? Que efeitos de sentido quero provocar? Que efeitos de sentido NÃO quero provocar? O que sei sobre o assunto de que vou tratar?

Daí se vê que toda produção textual é construída a partir e em função desses fatores que configuram o contexto enunciativo, ou seja, todas essas produções textuais são marcadas e definidas pelos lugares/papéis sociais que caracterizam, na situação de interação comunicativa.

COMO INTERPRETAMOS UM TEXTO

Caro aluno, Como tem sido as suas leituras? Você lê com frequência? Quando lê, você consegue entender claramente o que o texto quer dizer? Uma das maiores dificuldades encontradas pelos alunos, em relação ao aprendizado de um conteúdo, é a deficiência na leitura e compreensão do sentido dessa leitura. Isto quer dizer que muitos não conseguem entender o que leem ou apenas reproduzem, com as mesmas palavras, o que está escrito na superfície textual, ou seja, naquilo que está escrito ”literalmente” ou mostrado. Abaixo segue uma crônica de Ignácio de L. Brandão, publicada no jornal O Estado de São Paulo. Leia-a atentamente, para entender o que acabamos de falar:

Para quem não dorme de touca Na infância, ele era diferente. Acreditava nos outros, acreditava nas coisas. Quando alguém dizia: - Por que não vai ver se estou na esquina? Ele corria até a esquina, olhava, esperava um pouco, reconfirmava e voltava: - Não tem ninguém na esquina. - Quer dizer que voltei. - Por que não me avisou que voltou? - Voltei por outro caminho. - Que outro caminho? - O caminho das pedras. Não conhece o caminho das pedras? - Não. - Então não vai ser nada na vida. Outra vez, numa discussão, alguém foi imperioso: - Quer saber? Vá plantar batatas. Ele correu no armazém, comprou um quilo de batatas e foi até o quintal, plantou tudo. Não é que as batatas germinaram! Houve também aquele dia em que um amigo convidou: - Vamos matar o bicho? - Onde o bicho está? - Ali no bar. - Que bicho? É perigoso? Me dê um minuto, passo em casa, pego a espingarda do meu pai ... - Espingarda? Venha com a sede. - Não estou com sede. - Matar o bicho, meu caro, é beber uma pinga.

Em outra ocasião, um primo perguntou: - Você fez alguma coisa para a Mercedes? - Não. Por quê? - Ela passou por mim, está com a cara amarrada. - Amarrada com barbante, com corda, com arame? Por que uma pessoa amarra a cara da outra? - Nada, esquece! Você ficou com a cara de mamão macho, me deixou com cara de tacho. É um cara-de-pau e ainda fica aí me olhando com a mesma cara. Outra vez, uma menina, que ele queria namorar, se encheu: - Pára! Não me amole! Por que não vai pentear macaco? Naquela tarde ele foi surpreendido no minizoológico do bairro, com um pente na mão e tentando agarrar um macaco, a quem procurava seduzir com bananas. Uma noite combinaram de jogar baralho e um dos parceiros propôs: - Vai ser a dinheiro ou a leite de pato? - Leite de pato, propuseram os jogadores. Ele se levantou: - Então, esperem um pouco. Trouxe dinheiro, mas não leito e de pato. Vou providenciar. - E onde vai buscar leite de pato? - A Mirela, ali da esquina, tem um galinheiro enorme, está cheio de patos. Vou ver o que arranjo. Voltou meia hora depois: - Não vou poder jogar. Os patos, me disse a Mirela, não estão dando leite faz uma semana. Riram e mandaram ele sentar e jogar. Em certo momento, um jogador se irritou, porque o adversário, apesar de ingênuo e inocente, tinha muita sorte. - Vou parar. Você está jogando com cartas marcadas. - Claro que tem marca! É Copag, a melhor fábrica de baralhos. Boa marca, não conheço outra. - Está me fazendo de bobo, mas aí tem dente de coelho. - Juro que não! Por que haveria de ter dente de coelho? Quem tirou o dente do coelho? - Além do mais, você mente com quantos dentes tem na boca. A gente precisa ficar de orelha em pé. - Não estou fazendo nada. Estou na minha, com meu joguinho, vocês é que implicam. - Desculpa de mau jogador. - Não devo nada a ninguém aqui. - Deve os olhos da cara. - Devo? Não comprei os meus olhos. Nasceram comigo. Só se meus pais compraram e não pagaram. Todos provocaram, pagavam para ver. - Não venha com conversa mole, pensa que dormimos de botina? - Não penso nada. Aliás, nunca vi nenhum de vocês de botina. - Melhor enrolar a língua, se não se enrosca todo. - Não venha nos fazer a boca doce, que bem te conhecemos! As conversas eram sempre assim. Pelo menos foram até meus 20 anos, quando deixei a cidade. A essa altura, vocês podem estar pensando que ele era sonso, imbecilizado. Garanto que não. Tanto que, hoje, é um empresário bem-sucedido,

fabrica lençóis, fronhas e edredons, é dono de uma marca bem conhecida, a Bem Querer & Bem-Estar. Não sei se um de vocês já comprou. Se não, recomendo. Claro, recomendo a quem não dorme de touca, quem não tem conversa mole para boi dormir, quem não dorme no ponto, quem não dorme na portaria, para aqueles que não dormem sobre louros. Enfim, para quem não dorme com um olho aberto e o outro fechado. (BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O Estado de São Paulo, 8 jul. 2005. Caderno 2, p. D14.)

Observamos que nessa crônica, o sujeito destacado pelo narrador somente entendia as orações de forma literal, ou seja, ele não conseguia entender a intenção proposta pelas pessoas, quando diziam algo. Você já vivenciou esse fato? Essa história parece ser até ridícula; aparentemente nenhuma pessoa faria isso, pois dentro da ação comunicativa, o indivíduo consegue entender que essas expressões são formas de dizer, ou seja, elas são expressões populares, usadas como figuras de linguagem para dizer algo com outro sentido. Infelizmente, essa situação é muito comum durante o ato da leitura, porque, muitas vezes, o leitor não consegue entender a intenção do autor. Ele começa a pensar e a dizer algo que não está no texto. Você já leu um texto, fez uma interpretação e quando foi ver a sua interpretação não era a ideia central do texto? Por que será que isso ocorre? Porque muitas vezes nós queremos entender o texto de forma literal, ou então isolamos palavras ou frases e fazemos nossa análise sem olhar o todo. Devemos entender que a totalidade de sentido de um texto não está somente naquilo que está escrito, conhecido como superfície textual (o que é mostrado), mas também está nos aspectos considerados não ditos.

Talvez, você esteja se perguntando: “Como assim?”

No texto, podemos dizer que existem dois planos: aquilo que está mostrado mediante as letras, palavras, figuras e gestos; e aquilo que está implícito, oculto, ou seja, aquilo que está além dessas letras, palavras, figuras e gestos. É o que acontece na crônica. Quando foi dito “Vai ver se eu estou na esquina” a pessoa não

queria que o sujeito que recebeu essa informação fosse até à esquina a fim de verificar essa informação, porque não haveria necessidade, uma vez que ela já estava bem à sua frente. Na realidade, por meio desses dizeres, o desejo dessa pessoa é que o outro parasse de perturbá-la. No entanto, deverá surgir uma nova pergunta: “Será que eu tenho essas mesmas atitudes em relação à interpretação dos textos?” Infelizmente, muitos ainda têm. Quer fazer um teste? Leia a seguir a fábula de Millôr Fernandes: A RAPOSA E AS UVAS

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes.” E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia risco de despencar, esticou a pata e... Conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes! MORAL: A frustração é uma forma de julgamento tão boa como qualquer outra. Fonte: (FERNANDES, Millôr. Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991)

Se alguém lhe perguntasse “o que você entendeu do texto?”, o que diria? Tente formular, em sua mente, a interpretação do texto.

Talvez, tenha conseguido formular a

seguinte interpretação: Essa fábula narra a história de uma raposa, que não comia já há quatro dias e que, portanto, estava com muita fome. Ela saiu do areal do deserto e foi a um parreiral que descia por um precipício. Ela olhou e viu que os cachos de uvas eram grandes e maravilhosos.

A raposa tentou pegá-los por diversas vezes, mas como não conseguiu, desistiu, dizendo que as uvas estavam muito verdes. Quando estava indo embora, se deparou com uma pedra enorme. Com muito esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra e conseguiu pegá-lo. Colocou o cacho inteiro na boca e o cuspiu imediatamente, por que as uvas estavam muito verdes. Se essa foi a sua interpretação, ela foi apenas uma reprodução do que está na superfície do texto, ou seja, ela é muito parecida com o sujeito da crônica que entendia tudo literalmente. Ao contar essa fábula, a intenção é muito maior do que apenas narrar a história de uma raposa que estava com fome. Então, qual seria a possibilidade de interpretação? Tente enxergar outros significados que estão além das palavras. Por exemplo:

O que é uma fábula? Qual a relação da fábula com a moral?

Observe que essas questões estão nos fazendo olhar não apenas para aquilo que está dito, mas buscarmos significados que estão além do texto. Isso deve ocorrer na interpretação de todo texto.

Ao analisar a fábula “A Raposa e as Uvas”, devemos primeiramente ter o conhecimento de que uma fábula é uma narrativa figurada, na qual as personagens são geralmente animais que possuem características humanas. Pode ser escrita em prosa ou em verso e é sustentada sempre por uma lição de moral, constatada na conclusão da história.

Ela é muito utilizada com fins

educacionais. Muitos provérbios ou ditos populares vieram da moral contida nesta narrativa alegórica, como por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” na fábula A lebre e a tartaruga e “Um amigo na hora da necessidade é um amigo de verdade” em A cigarra e as Formigas. Portanto, sempre que alguém redige uma fábula ele deve ter em mente um ensinamento. Além disso, observamos que na fábula a raposa não tem procedimentos próprios de um animal, mas de ser humano, pois ela falou, empurrou a pedra, armou toda uma estratégia para pegar as uvas etc. Diante disso, uma vez que a fábula sempre procura trazer um ensinamento, devemos analisar a relação que existe entre a narrativa e a moral. Num primeiro momento, o texto parece ter um caráter ingênuo, de uma narrativa aparentemente infantil,

conforme

interpretação

literal.

apontamos

naquela

Contudo,

quando

observamos alguns elementos textuais que estão presentes na fábula, ampliamos a nossa leitura. Logo no início da narrativa é colocada não uma necessidade fisiológica (a fome da raposa), mas uma questão comportamental (a gula da personagem), dado importante para reforçar a conclusão. Além disso, aparecem várias tentativas do animal em obter o objeto de desejo que alimentaria sua gula, mesmo depois de vários fracassos. Só então a raposa emite um juízo “Ah, também não tem importância. Estão muito verdes.”



bom

ressaltar

que

esse

enunciado é precedido das expressões “entre dentes, com raiva”, que evidenciam as condições da raposa no momento em que diz).

A partir daí, novos dizeres se apresentam no texto em virtude da intenção de sentido. Ao se deparar com uma enorme pedra, a raposa é reanimada e tenta novamente atingir seu objetivo, ignorando o que havia afirmado anteriormente, premida pelas circunstâncias. Isso, aparentemente, comprova que as palavras da personagem eram apenas tidas como desculpas por não ter conseguido a fruta para saciar sua gula. Contudo, a raposa consegue, com muito esforço, o que pretendia - apanhar as uvas - mas, ao contrário do que desejava, as uvas estavam realmente verdes, expelindo-as de sua boca de tal forma que não as consumisse. Nesse ponto, o texto amplia os horizontes do significado, determinando a moral, cujo sentido está em confirmar a questão comportamental e não a necessidade fisiológica. As uvas já se mostravam verdes e a raposa já havia percebido, tanto que já o havia declarado anteriormente, mas o estado de gula era tal, que se sobrepôs à razão. Somente no momento em que provou as uvas e houve a confirmação do que já sabia é que veio a consciência de não poder desfrutar daquela fruta, daí, então, ocorre a frustração. É claro que para fazer essa leitura e interpretação, é necessário que o leitor comece a perceber que aquilo que é visível num texto não é a única leitura, mas a partir desses aspectos visíveis associados a outros aspectos que já fazem parte da vivência do leitor, essa leitura será ampliada. Portanto, para compreender o que está além daquilo que é visível, precisamos ativar o que chamamos de conhecimento de mundo.

Mas, o que é esse conhecimento de mundo?

Durante a nossa vida, nós adquirimos vários tipos de conhecimentos que ficam arquivados em nossa memória. Por isso, é fundamental que um indivíduo tenha acesso à cultura, faça diversas leituras, ouça música, veja filmes, pois quanto maior for a sua experiência, maior será o seu conhecimento. Ao fazermos uma leitura ou uma interpretação de texto, nós ativamos esse conhecimento de mundo, para estabelecer sentido ao texto. Por isso, a leitura é uma atividade na qual se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor. Koch e Elias (2007, 11) dizem que “a leitura de um texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo.” Isso quer dizer que quando lemos algo, não basta apenas conhecermos as letras ou identificarmos as imagens, pois isso caracterizaria uma leitura ingênua. Durante o ato da leitura, não somos simples leitores num estado de passividade, apenas recebendo informação, mas, devemos ser pessoas ativas nessa

leitura,

buscando

preencher

as

lacunas que o texto tem e procurando descobrir a intenção que está por trás dessa “superfície textual”.

Essa

posicionamento

ação crítico.

é

o

que

Segundo

chamamos os

de

Parâmetros

Curriculares Nacionais A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades

de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (BRASIL. PCNS: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998, pp. 69-70.) Portanto, o nosso desafio é fazê-lo perceber que há níveis de leitura e entendimento de um texto. Muitas vezes, uma pessoa fica somente no primeiro nível, o da superfície do texto, sendo que o sentido do texto vai muito além. Para ajudar ainda mais no entendimento desse sentido, é necessário saber, também, que tudo é construído dentro de um aspecto ideológico.

Aspecto Ideológico? O que é isto?

Quando Millôr Fernandes escreveu a fábula “A Raposa e as Uvas” procurou, conforme analisamos, trazer como ensinamento a repreensão à gula. Para isso, ele parte do princípio que a gula é algo condenado socialmente, uma vez que ela pertence aos sete pecados capitais. Dessa forma, essa fábula confirma os valores sociais, mostrando a gula de forma depreciativa, passível de um julgamento. Agora, suponhamos que uma empresa de alimentos fosse fazer uma propaganda. Você acha que ela seria a favor ou contra a gula? Pegue como exemplo alguns comerciais de alimentos, principalmente quando se trata de algum chocolate: neles, normalmente, aparece uma criança toda lambuzada, pois ela come o doce com tanto prazer, que acaba se sujando toda.

Agora me responda: a empresa que faz a propaganda tem a mesma visão de gula presente na fábula ou uma visão contrária? Por que isso ocorre? Percebemos que é uma visão contrária, pois o objetivo dessa empresa é fazer que o leitor consuma o maior número possível de produtos, para que ela obtenha lucros. Portanto, a gula não seria vista como algo maléfico, mas benéfico. Agora, leia o poema a seguir:

A gula Sorvo delícias em prazeres que mal mastigo... Compenso-me em torrões mascavados de deleite

Repasto-me em trouxas douradas de ovos moles Degusto ostras ovadas de luar e empanturro-me em iguarias às quais não ofereço resistência

E confesso-me pecadora e escrava desta gula, que leva à mesa, o banquete que me sacia, meu regozijo e conforto, prova das minhas fraquezas. Maria Fernanda Reis Esteves (http://www.luso-poemas.net)

Nesse poema, como é vista a gula? É vista como algo aceito ou condenado pelo eu-lírico, ou seja, por aquele que está dizendo o poema? O que o faz ter esse posicionamento? Ao analisarmos o poema, vemos uma pessoa que se declara pecadora e escrava da gula. Embora consciente de que a gula é algo condenado socialmente, ela sente prazer no que faz. E parece não ligar por estar transgredindo os valores sociais. Ela sabe que a gula é uma fraqueza dela, todavia, ela se sente confortável. Essa consciência e esse conforto vêm marcados no poema pelos verbos “sorvo”, “repasto”, “degusto” e “empanturro”, pois estão todos ligados a ação de

saborear algo. Esse posicionamento se mostra diferente da fábula e da empresa de alimentos. Então, o que nos leva a ter essas três visões diferenciadas da gula? São os chamados pressupostos ideológicos de cada sujeito constituído no texto. Dessa forma, cabe-nos ver um pouco sobre a questão da ideologia e a linguagem. Segundo Marilena Chauí (O que é ideologia, p. 113), “a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas e de regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar o que devem valorizar e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer.”

Leia novamente essa definição e pense no que Marilena Chauí quer dizer. Esse é um bom teste para ver o seu nível de leitura. Se você for a um dicionário ou a um livro de filosofia, verá outras definições de ideologia, todavia, essa definição dada por Chauí está bem apropriada ao que estamos falando. Um indivíduo, durante a sua formação vai adquirindo valores sociais, regras de conduta que vão direcionar a sua vida. Ele buscará interpretar os fatos e se expressar de acordo com essas ideias. Por exemplo, se um indivíduo é de uma família em que certas palavras não podem ser ditas porque são proibidas, esse indivíduo sempre as verá dessa forma, por isso, procurará evitá-las. Isso é o que ocorre nos textos, cuja temática é sobre a gula. O modo de ver a gula e falar dela dependerá dessa questão de valores. Esses valores, essas regras e normas são o que formam a ideologia, portanto, o seu significado está ligado a um conjunto de ideias, de pensamentos, das experiências de vida de um indivíduo e é por meio desta ideologia que o indivídio interpreta seu mundo, os textos que lê e as informações que recebe por meio de suas ações e linguagem. Todavia, muitas vezes, a ideologia é utilizada dentro de um aspecto negativo, porque ela pode ser usada como uma forma de mascarar a verdade. Por exemplo, quando o patrão diz aos empregados que quanto mais eles produzirem, mais

pessoas dignas e de sucesso serão; na realidade, esse patrão está se utilizando dos aspectos ideológicos nessa fala, pois, o que de fato deseja é a grande produção para um maior faturamento. Na sua fala há uma intenção implícita que não é condizente com o que ele está transmitindo. Isso é muito comum na propaganda. Com o propósito de vender

um

produto,

a

empresa

mostra todas as qualificações desse produto, nos passando a ideia de que ele

é

importantíssimo

para

o

consumidor e nós somos persuadidos de tal forma que queremos adquiri-lo. Veja esta propaganda antiga. Em meados do século XX, a enceradeira

surgiu

como

uma

inovação tecnológica importante para a dona de casa, pois muitas mulheres enceravam a sua casa com um escovão ou de joelho com um pano na

mão.

Procure

observar

essa

propaganda e veja como ela procura vender o produto “enceradeira”. Se você nunca passou uma enceradeira, pergunte para sua mãe se era dessa forma que ela encerava a casa: salto, cabelo escovado, saia e blusa, como se fosse uma princesa. Tenho certeza de que não era assim. Observe que a propaganda quer vender a ideia de que quem comprasse a Enceradeira Arno Super iria ter prazer em fazer a faxina de casa e nem sentiria cansaço. Todavia, essa ideia não é verdadeira. Portanto, a empresa se apropriou dos aspectos ideológicos para camuflar a verdade. Dessa forma, a realidade é distorcida a partir de um conjunto de representações pelo qual os homens se utilizam para explicar e compreender sua própria vida individual e social. Isso ocorre com todos os indivíduos, porque nós somos governados por uma ordem social.

A ideologia, portanto, é um sinal de significação que está presente em qualquer tipo de mensagem, pois, em toda mensagem sempre há por trás uma intenção que normalmente não é claramente dita. Desta forma podemos afirmar que todos nós deixamos nossa marca de visão de mundo, dos nossos valores e crenças, e de INTENÇÃO, ou seja, de nossa ideologia, no uso que fazemos da linguagem, pois nós recorremos a ela para expressar nossos sentimentos, opiniões e desejos. E é por meio da linguagem que interpretamos a realidade que nos cerca. Porém, essa interpretação não é totalmente livre, pois ela é construída historicamente a partir de uma série de aspectos ideológicos que todos nós temos, mesmo sem nos darmos conta de sua existência.

Toda essa questão parece ser muito complexa, pois é muito conceitual. Então veremos a seguir como de fato a ideologia se dá nos textos.

Tomem como exemplo textos que valorizam a imagem da mulher como a dona de casa perfeita, por exemplo, recorrem a um vocabulário que traduz as características vistas como positivas, tais como, a mulher é a rainha do lar, o anjo do lar, a mãe exemplar, a esposa perfeita, a santa senhora. Tais expressões eram muito utilizadas nas propagandas das décadas de 40, 50 e 60. Elas funcionavam para encobrir, na realidade, a verdadeira trabalhadora do lar, a qual deveria manusear todos os eletrodomésticos para manter sua casa permanentemente limpa para seu esposo. Para entendermos ainda melhor os conceitos que estamos trabalhando, no quadro a seguir, encontramos três músicas. Faça uma comparação entre elas e veja qual é o perfil de juventude que encontramos nessas músicas. São os mesmos perfis? A data da composição das músicas é importante para a concepção desses perfis?

Alegria, Alegria

Como Nossos Pais

Geração Coca-Cola

Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou...

Não quero lhe falar, Meu grande amor, Das coisas que aprendi Nos discos... Quero lhe contar como eu vivi E tudo o que aconteceu comigo

Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês Nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de nove as seis.

O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou... Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot... O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou... Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não? Por que não? Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço e sem documento, Eu vou...

Viver é melhor que sonhar Eu sei que o amor É uma coisa boa Mas também sei Que qualquer canto É menor do que a vida De qualquer pessoa... Por isso cuidado meu bem Há perigo na esquina Eles venceram e o sinal Está fechado prá nós Que somos jovens... Para abraçar seu irmão E beijar sua menina na rua É que se fez o seu braço, O seu lábio e a sua voz... Você me pergunta Pela minha paixão Digo que estou encantada Como uma nova invenção Eu vou ficar nesta cidade Não vou voltar pro sertão Pois vejo vir vindo no vento Cheiro de nova estação Eu sei de tudo na ferida viva Do meu coração...

Já faz tempo Eu vi você na rua Cabelo ao vento Gente jovem reunida Eu tomo uma coca-cola Na parede da memória Ela pensa em casamento Essa lembrança E uma canção me consola É o quadro que dói mais...

Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Depois de 20 anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser Vamos fazer nosso dever de casa E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema com as suas leis Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola

Eu vou... Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil... Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou... Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou... Por que não? Por que não? Caetano Veloso Composição: Caetano Veloso/ 1967

Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo o que fizemos Ainda somos os mesmos E vivemos Ainda somos os mesmos E vivemos Como os nossos pais... Nossos ídolos Ainda são os mesmos E as aparências Não enganam não Você diz que depois deles Não apareceu mais ninguém Você pode até dizer Que eu tô por fora Ou então Que eu tô inventando... Mas é você Que ama o passado E que não vê É você Que ama o passado E que não vê Que o novo sempre vem... Hoje eu sei Que quem me deu a idéia De uma nova consciência E juventude Tá em casa Guardado por Deus Contando vil metal... Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo, tudo, Tudo o que fizemos Nós ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Como os nossos pais... Elis Regina Composição:Belchior1976

Geração Coca-Cola Legião Urbana Composição: Renato Russo / Fê Lemos / 1985

Você percebeu que essas músicas foram compostas em três décadas diferentes? A primeira em 1967, a segunda em 1976 e a terceira em 1985. Nelas, encontramos diferenças nos perfis dos jovens que está intimamente ligada com a ideologia dominante da época. Veja a análise!!! Na primeira música, temos um jovem que vive a opressão sofrida nas ruas, nos meios de comunicação, em sua cultura nativa, no seu próprio país na década de 60. A letra denuncia o abuso de poder de forma metafórica: “caminhando contra o vento/sem lenço e sem documento”; expressa a violência praticada pelo regime: “sem livros e sem fuzil,/ sem fome, sem telefone, no coração do Brasil”; denuncia a precariedade na educação brasileira proporcionada pela ditadura que queria pessoas alienadas: “O sol nas bancas de revista /me enche de alegria e preguiça/quem lê tanta notícia?”. Na segunda música, a canção fala sobre o tempo e a juventude, a maturidade e a impotência, a ilusão e a decepção, sobre ganhar e perder. Embora as pessoas sejam tão previsíveis e as histórias, inclusive políticas, costumem acabar praticamente sempre “em pizza”, como se costuma dizer no Brasil, o autor nos alerta do quão é importante que façamos a nossa parte. É importante não desistir. Na terceira, temos uma geração marcada pelo consumismo, que procuram para si a praticidade e os produtos importados. É uma juventude que se deixa envolver pelo caminho mais fácil, deixando de lado ideais revolucionários. Como se vê, as idéias produzidas num determinado tempo, numa dada época estão sempre presentes no texto. Por isso, é preciso verificar as concepções e fatos correntes na época e na sociedade em que o texto foi produzido, para ajudar-nos a entender os aspectos ideológicos, ou seja, as crenças, valores e pensamentos relacionados à época e, consequentemente, fazermos uma leitura além da superfície de um texto.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras estabelecidas pela Gramática Normativa. A mesma compõese de algumas particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colocando-as em prática ao nos referirmos à linguagem escrita. À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e tão logo nos adequamos à forma padrão. Em se tratando do referido assunto, devemos nos ater à questão das Novas Regras Ortográficas da Língua Portuguesa, as quais entraram em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2009. E como toda mudança implica em adequação, o ideal é que façamos uso das mesmas o quanto antes. O estudo exposto a seguir visa aprofundar nossos conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafamos as palavras, levando em consideração as regras de acentuação por elas utilizadas. Lembrando que as mesmas já estão voltadas para o novo acordo ortográfico. Regras básicas – Acentuação tônica A acentuação tônica implica na intensidade como são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex: café – coração – cajá – atum – caju - papel Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba. Ex: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível Proparoxítonas - São aquelas em que a silaba tônica se evidencia na antepenúltima sílaba. Ex: lâmpada - câmara - tímpano - médico - ônibus Como podemos observar, mediante todos os exemplos mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, há certa diferenciação quanto à intensidade. Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de palavras. Como podemos observar o exemplo a seguir: “Sei que não vai dar em nada, Seus segredos sei de cor”. Os monossílabos ora em destaque, classificam-se como tônicos, os demais, como átonos (que, em, de). Os acentos # acento agudo (´) – Colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo “em” indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. Ex: herói – médico – céu # acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica além da tonicidade, timbre fechado: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs # acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes. Ex: à, às, àquelas, àqueles # O trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Apenas há uma exceção: Somente é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros.

Ex: mülleriano (de Müller) # O til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais. Ex: coração – melão – órgão - ímã Regras fundamentais: Palavras oxítonas: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: a, e, o, em, seguidas ou não do plural(s) Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s) Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: Monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou não de “s”. Ex: pá – pé – dó – crê – há Formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidas de lo, la, los, lãs. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: - i, is táxi – lápis – júri - us, um, uns vírus – álbuns – fórum - l, n, r, x, ps automóvel – elétron- cadáver – tórax – fórceps - ã, ãs, ão, ãos ímã – ímãs – órfão – órgãos -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. água – pônei – mágoa – jóquei Regras especiais: #Os ditongos de pronúncia aberta ei, oi, que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a nova regra. Ex: Antes

Agora

assembléia

assembleia

idéia

ideia

geléia

geleia

jibóia

jiboia

apóia (verbo apoiar)

apoia

paranóico

paranoico

Observação importante – O acento das palavras herói, anéis, fiéis ainda permanece. # Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento Ex: saída – faísca – baú – país – Luís Observação importante:

Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo: Ex: Antes Agora bocaiúva

bocaiuva

feiúra

feiura

Sauípe

# O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” que antes existia, agora foi abolido. Ex: Antes Agora crêem

creem

lêem

leem

vôo

voo

enjôo

enjoo

#Não se acentuam o i e o u que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir-des, ju-iz #Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, vem-to-i-nha. #Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba No entanto, se tratar de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra de acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos: fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo # As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com (u) tônico precedido de (g) ou (q) e seguido de (e) ou (i) não serão mais acentuadas. Ex: Antes Depois apazigúe (apaziguar)

apazigue

averigúe (averiguar)

averigue

argúi (arguir)

argui

# Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm ele vem – eles vêm # A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster. ele contém – eles contêm ele obtém – eles obtêm ele retém – eles retêm ele convém – eles convêm # Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para diferenciar de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções como: A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do indicativo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por. Palavras homógrafas pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo polo (s) (substantivo) - polo(s) (contração de por + o) pera (substantivo) - pera (preposição antiga) para (verbo) - para (preposição)

pelo(s) (substantivo) - pelo (contração) pelo (do verbo pelar) - pelo (contração) pela, pelas (substantivo e verbo) - pela (contração)

Concordância Nominal Concordância nominal nada mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira, merecendo um estudo separado de concordância verbal. REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo. - A pequena criança é uma gracinha. - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fogem à regra geral, mostrada acima. a) Um adjetivo após vários substantivos 1 – Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo. - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. 2 – Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. - Ela tem pai e mãe louros. - Ela tem pai e mãe loura. 3 – Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural. - O homem e o menino estavam perdidos. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos 1 – Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo. Comi delicioso almoço e sobremesa. Provei deliciosa fruta e suco. 2 – Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Estavam feridos o pai e os filhos. Estava ferido o pai e os filhos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. d) Pronomes de tratamento 1 – sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa santidade esteve no Brasil.

e) Anexo, incluso, próprio, obrigado 1 – Concordam com o substantivo a que se referem. As cartas estão anexas. A bebida está inclusa. Precisamos de nomes próprios. Obrigado, disse o rapaz. f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) 1 – Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural. Renato advogou um e outro caso fáceis. Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. g) É bom, é necessário, é proibido 1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante. Canja é bom. / A canja é boa. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida. h) Muito, pouco, caro 1- Como adjetivos: seguem a regra geral. Comi muitas frutas durante a viagem. Pouco arroz é suficiente para mim. Os sapatos estavam caros. 2- Como advérbios: são invariáveis. Comi muito durante a viagem. Pouco lutei, por isso perdi a batalha. Comprei caro os sapatos. i) Mesmo, bastante 1- Como advérbios: invariáveis Preciso mesmo da sua ajuda. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. 2- Como pronomes: seguem a regra geral. Seus argumentos foram bastantes para me convencer. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. j) Menos, alerta 1- Em todas as ocasiões são invariáveis. Preciso de menos comida para perder peso. Estamos alerta para com suas chamadas. k) Tal Qual 1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o conseqüente. As garotas são vaidosas tais qual a tia. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.

l) Possível 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. A mais possível das alternativas é a que você expôs. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade. m) Meio 1- Como advérbio: invariável. Estou meio insegura. 2- Como numeral: segue a regra geral. Comi meia laranja pela manhã. n) Só 1- apenas, somente (advérbio): invariável. Só consegui comprar uma passagem. 2- sozinho (adjetivo): variável. Estiveram sós durante horas. Exercícios Faça a Concordância Correta rasurando o termo incorreto. 01. Tenho [bastante / bastantes] razões para julgá-lo. 02. Viveram situações [bastante / bastantes] tensas. 03. Estavam [bastante / bastantes] preocupados. 04. Acolheu-me com palavras [meio / meias] tortas. 05. Os processos estão [incluso / inclusos] na pasta. 06. Estas casas custam [caras / caro]. 07. Seguem [anexa /anexas] as faturas. 08. É [proibido / proibida] conversas no recinto. 09. Vocês estão [quite / quites] com a mensalidade? 10. Hoje temos [menas / menos] lições. 11. Água é [boa / bom] para rejuvenescer. 12. Ela caiu e ficou [meio / meia] tonta. 13. Elas estão [alerta / alertas]. 14. As duplicatas [anexa / anexas] já foram resgatadas. 15. Quando cheguei era meio-dia e [meia / meio]. 16. A lealdade é [necessária / necessário]. 17. A decisão me custou muito [caro /cara]. 18. As meninas me disseram [obrigada / obrigadas]. 19. A porta ficou [meia / meio] aberta. 20. Em [anexo / anexos] vão os documentos. 21. É [permitido / permitida] entrada de crianças. 22. [Salvo / Salvos] os doentes, os demais partiram. 23. As camisas estão [caro / caras]. 24. Seu pai já está [quite / quites] com o meu? 25. Escolhemos as cores mais vivas [possível / possíveis]. 26. É [necessário / necessária] muita fé. 27. É [necessário / necessária] a ação da polícia. 28. A maçã é [boa / bom] para os dentes. 29. [Excetos / Exceto] os dois menores, todos entram. 30. A sala tinha [bastante / bastantes] carteiras. 31. Eram moças [bastante / bastantes] competentes.

32. Suas opiniões são [bastante / bastantes] discutidas. 33. João ficara a [sós / só]. 34. É [proibido / proibida] a entrada neste recinto. 35. Bebida alcoólica não é [boa / bom] para o fígado. 36. Maçã é [bom / boa] para os dentes. 37. É [proibida / proibido] a permanência de veículos. 38. V. Exa. está [enganada / enganado], senhor vereador. 39. Está [incluso / inclusa] a comissão. 40. Tenho uma colega que é [meia / meio] ingênua. 41. Ela apareceu [meio / meia] nua. 42. Manuel está [meio / meia] gripado. 43. As crianças ficaram [meia / meio] gripadas. 44. Nunca fui pessoa de [meio / meia] palavra. 45. A casa estava [meia / meio] velha. 46. Quero [meio / meia] porção de fritas. 47. Vocês [só / sós] fizeram isso? 48. Fiquem [alerta / alertas] rapazes. 49. Esperava [menas / menos] pergunta na prova. 50. As certidões [anexa / anexas] devem ser seladas. 51. Mãe e filho moravam [junto / juntos]. 52. As viagens ao nordeste estão [caro / caras]. 53. Segue [anexo / anexa] a biografia que pediu. 54. Está [inclusas / inclusa] na nota a taxa de serviços. 55. Estou [quite / quites] com as crianças. 56. Procure comer [bastantes / bastante] frutos. 57. Os militares estão [alerta / alertas]. 58. Muito [obrigada / obrigadas] disseram elas. 59. Pedro e Maria viajaram [sós / só]. 60. Os rapazes disseram somente muito [obrigados / obrigado]. 61. A lista vai [anexo / anexa] ao pacote. 62. É [necessário / necessária] a virtude dos bons. 63. Todos estão [salvos / salvo], exceto o barqueiro. 64. As janelas estavam [meio / meia] fechadas. 65. [Só / Sós] os dois enfrentaram a fera. 66. Examinamos [bastante / bastantes] planos. 67. Água de melissa é muito [bom / boa]. 68. Para trabalho caseiro é [bom / boa] uma empregada. 69. Não é [permitido / permitida] a entrada de crianças. 70. Eles ficaram [sós / só] depois do baile. 71. Os cheques estão [anexo / anexos] aos documentos? 72. Examinamos [bastantes / bastante] projetos. 73. Os quadros eram os mais clássicos [possível / possíveis]. 74. Os documentos vão [incluso / inclusos] na carta. 75. Seguem [anexas / anexos] três certidões. 76. Para quem esta entrada é [proibido / proibida]? 77. Coalhada é [boa / bom] para a saúde. 78. A coalhada dessa padaria é [bom / boa]. 79. Maria passeou [sós / só] pelo bosque. 80. [Só / Sós] ela faria as lições. 81. Mais amor [menas / menos] confiança. 82. Hoje temos [menos / menas] lições. 83. O governo destinou [bastante / bastantes] recursos. 84. Eles faltaram [bastantes / bastante] vezes. 85. Tenho [bastantes / bastante] razões para ajudá-lo. 86. Seguem [inclusa / inclusas] a carta e a procuração. 87. As mordomias custam [cara / caro]. 88. Esta viagem sairá [caro / cara]. 89. As peras custam [cara / caro]. 90. Aquelas mercadorias custaram [caro / cara]. 91. Os mamões custaram muito [caros / caro]. 92. As mercadorias eram [barata / barato]. 93. Os mamões ficaram [caros / caro]. 94. Não tinham [bastante / bastantes] motivos para faltar.

95. As crianças estavam [bastante / bastantes] crescidas. 96. O governo destinou [bastantes/ bastante] recursos. 97. Suas opiniões são [bastante / bastantes] discutidas. 98. Esta aveia é [boa / bom] para a saúde. 99. Pimenta é [boa / bom] para tempero. 100. É [proibido / proibida] a caça nesta reserva. 101. É [proibida / proibido] entrada. 102. A pimenta é [bom / boa] para tempero. 103. Água tônica é [bom / boa] para o estômago. 104. As crianças viajarão [junto / juntas] a mim. 105. Elas sempre chegam [junto / juntas]. 106. Elas nunca saíram [juntas / junto]. 107. A filha e o pai chegaram [junto / juntos]. 108. Os fortes sentimentos vêm [junto / juntos]. 109. Os alunos [mesmo / mesmos] darão à redação final. 110. Ela não sabia disso [mesmo / mesma]. 111. Elas [mesmo / mesmas] fizeram a festa. 112. [Anexo / Anexos] estavam os documentos. 113. Estou [quite / quites] com a tesouraria. 114. Eles estão [quite / quites] com a mensalidade. 115 Ela está [quite / quites] com você? 116. A menina me disse [obrigado / obrigada]. 117. Os computadores custam [caros / caro]. 118. Permitam-me que eu as deixe [só / sós]. 119. Eles ficaram [só / sós] depois do baile. 120. Agora é meio-dia e [meio / meia]. 121. Bebida alcoólica não é [permitida / permitido]. 122. Os guardas estavam [alertas / alerta]. 123. Meu filho emagrecia a [olhos vistos / olho visto]. 124. Vai [anexo / anexa] a declaração solicitada. 125. As certidões [anexos / anexas] devem ser seladas. 126. [Anexo / Anexos] seguem os formulários. 127. Os juros estão o mais elevado [possível / possíveis]. 128. Enfrento problemas o mais difíceis [possível / possíveis]. 129. Enfrento problemas os mais difíceis [possível / possíveis]. 130. Visitamos os mais belos museus [possível / possíveis]. 131. Nós [mesmo / mesmos] edificaremos a casa. 132. Eles são [mesmos / mesmo] responsáveis. 133. Ela [mesma / mesmo] agradeceu. 134. Tudo depende delas [mesmas / mesmo].

GABARITO 01. Tenho bastantes (muitas) razões para julgá-lo. 02. Viveram situações bastante (muito) tensas. 03. Estavam bastante preocupados. 04. Acolheu-me com palavras meio (um tanto) tortas. 05. Os processos estão inclusos na pasta. 06. Estas casas custam caro (invariável). 07. Seguem anexas as faturas. 08. É proibido (ñ artigo) conversas no recinto. 09. Vocês estão quites com a mensalidade? 10. Hoje temos menos (sempre) lições. 11. Água é bom (ñ artigo) para rejuvenescer.

12. Ela caiu e ficou meio (um tanto) tonta. 13. Elas estão alerta (sempre). 14. As duplicatas anexas já foram resgatadas. 15. Quando cheguei era meio-dia e meia (hora). 16. A lealdade é necessária (com artigo). 17. A decisão me custou muito caro. 18. As meninas me disseram obrigadas. 19. A porta ficou meio (um pouco) aberta. 20. Em anexo vão os documentos. 21. É permitido entrada de crianças. 22. Salvo (invariável) os doentes, os demais partiram. 23. As camisas estão caras (sem custar). 24. Seu pai já está quite com o meu? 25. Escolhemos as cores mais vivas possíveis. 26. É necessária muita fé. 27. É necessária a ação da polícia. 28. A maçã é boa para os dentes. 29. Exceto (sempre) os dois menores, todos entram. 30. A sala tinha bastantes carteiras 31. Eram moças bastante competentes. 32. Suas opiniões são bastante discutidas. 33. João ficara a sós. 34. É proibida a entrada neste recinto. 35. Bebida alcoólica não é bom para o fígado. 36. A maçã é boa para os dentes. 37. É proibida a permanência de veículos. 38. V. Exa. está enganado, senhor vereador. 39. Está inclusa a comissão. 40. Tenho uma colega que é meio ingênua. 41. Ela apareceu meio nua. 42. Manuel está meio gripado. 43. As crianças ficaram meio gripadas. 44. Nunca fui pessoa de meia (metade) palavras. 45. A casa estava meio velha. 46. Quero meia (= 44) porção de fritas. 47. Vocês só (somente) fizeram isso? 48. Fiquem alerta (sempre) rapazes. 49. Esperava menos (sempre) pergunta na prova. 50. As certidões anexas devem ser seladas. 51. Mãe e filho moravam juntos. 52. As viagens ao nordeste estão caras (sem custar). 53. Segue anexa a biografia que pediu. 54. Está inclusa na nota a taxa de serviços. 55. Estou quite com as crianças. 56. Procure comer bastantes frutos. 57. Os militares estão alerta. 58. Muito obrigadas disseram elas. 59. Pedro e Maria viajaram sós (sozinhos). 60. Os rapazes disseram somente muito obrigados 61. A lista vai anexa ao pacote. 62. É necessária a virtude dos bons 63. Todos estão salvos (salvados), exceto o barqueiro. 64. As janelas estavam meio fechadas. 65. Só (somente) os dois enfrentaram a fera. 66. Examinamos bastantes planos. 67. Água de melissa é muito bom.

68. Para trabalho caseiro é bom uma empregada. 69. Não é permitida a entrada de crianças. 70. Eles ficaram sós (sozinhos) depois do baile. 71. Os cheques estão anexos aos documentos? 72. Examinamos bastantes projetos. 73. Os quadros eram os mais clássicos possíveis. 74. Os documentos vão inclusos na carta. 75. Seguem anexas três (as) certidões. 76. Para quem esta entrada é proibida? 77. Coalhada é bom para a saúde. 78. A coalhada dessa padaria é boa. 79. Maria passeou só (somente) pelo bosque. 80. Só (= 79) ela faria as lições. 81. Mais amor menos confiança. 82. Hoje temos menos lições. 83. O governo destinou bastantes recursos. 84. Eles faltaram bastantes vezes. 85. Tenho bastantes razões para ajudá-lo. 86. Seguem inclusas a carta e a procuração. 87. As mordomias custam caro. 88. Esta viagem sairá cara. 89. As peras custam caro. 90. Aquelas mercadorias custaram caro. 91. Os mamões custaram muito caro. 92. As mercadorias eram baratas (= 88). 93. Os mamões ficaram caros. 94. Não tinham bastantes motivos para faltar. 95. As crianças estavam bastante crescidas. 96. O governo destinou bastantes recursos. 97. Suas opiniões são bastante discutidas. 98. Esta aveia é boa para a saúde. 99. Pimenta é bom para tempero. 100. É proibida a caça nesta reserva. 101. É proibido entrada. 102. A pimenta é boa para tempero. 103. Água tônica é bom para o estômago. 104. As crianças viajarão junto a mim. 105. Elas sempre chegam juntas. 106. Elas nunca saíram juntas. 107. A filha e o pai chegaram juntos. 108. Os fortes sentimentos vêm juntos. 109. Os alunos mesmos darão à redação final. 110. Ela não sabia disso mesmo (de fato). 111. Elas mesmas fizeram a festa. 112. Anexos estavam os documentos. 113. Estou quite com a tesouraria. 114. Eles estão quites com a mensalidade. 115. Ela está quite com você? 116. A menina me disse obrigada. 117. Os computadores custam caro. 118. Permitam-me que eu as deixe sós (sozinhas). 119. Eles ficaram sós (= 118) depois do baile. 120. Agora é meio-dia e meia. 121. Bebida alcoólica não é permitido. 122. Os guardas estavam alerta. 123. Meu filho emagrecia a olhos vistos. 124. Vai anexa a declaração solicitada. 125. As certidões anexas devem ser seladas. 126. Anexos seguem os formulários. 127. Os juros estão o mais elevado possível. 128. Enfrento problemas o mais difíceis possível. 129. Enfrento problemas os mais difíceis possíveis. 130. Visitamos os mais belos museus possíveis.

131. Nós mesmos edificaremos a casa. 132. Eles são mesmo (de fato) responsáveis. 133. Ela mesma agradeceu. 134. Tudo depende delas mesmo (de fato).

Concordância Verbal SUJEITO CONSTITUÍDO PELOS PRONOMES QUE & QUEM QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome relativo. - Fui eu que falei. (eu falei) - Fomos nós que falamos. (nós falamos) QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado). - Fui eu quem falou. (ele (3ª pessoa) falou) Obs: nas expressões “um dos que”, “uma das que”, o verbo deve ir para o plural. Porém, alguns estudiosos e escritores aceitam ou usam a concordância no singular. - João foi um dos que saíram. PRONOME DE TRATAMENTO O verbo fica sempre na 3ª pessoa (ele – eles). - Vossa Alteza deve viajar. - Vossas Altezas devem viajar. DAR – BATER – SOAR (indicando horas) Quando houver sujeito (relógio, sino) os verbos concordam normalmente com ele. - O relógio deu onze horas. - O Relógio: sujeito Deu: concorda com o sujeito. Quando não houver sujeito, o verbo concorda com as horas que passam a ser o sujeito da oração. - Deram onze horas. - Deram três horas no meu relógio. SUJEITO COLETIVO (SUJEITO SIMPLES) - O cardum- e escapou da rede. - Os cardumes escaparam da rede. Nesses dois exemplos o verbo concordou com o coletivo (sujeito simples). Quando o sujeito é formado de um coletivo singular seguido de complemento no plural, admitem-se duas concordâncias: 1ª) verbo no singular. - O bando de passarinhos cantava no jardim. - Um grupo de professores acompanhou os estudantes. 2ª) o verbo pode ficar no plural, nesse caso o verbo no plural dará ênfase ao complemento. - O bando de passarinhos cantavam no jardim. - Um grupo de professores acompanharam os estudantes SE Verbos transitivos diretos e verbos transitivos diretos e indiretos + – se: Se o termo que recebe a ação estiver no plural, o verbo deve ir para o plural, se estiver no singular, o verbo deve ir para o singular. - Alugam-se cavalos.

“Alugar” é verbo transitivo direto. “Cavalos” recebe a ação e está no plural, logo o verbo vai para o plural. Aqui o “se” é chamado de partícula apassivadora (Cavalos são alugados). Outros exemplos: - Vendem-se casas. - Alugam-se apartamentos. - Exigem-se referências. - Consertam-se pianos. - Plastificam-se documentos. - Entregou-se uma flor à mulher. (verbo transitivo direto e indireto) OBS: Somente os verbos transitivos diretos têm voz passiva. Qualquer outro tipo de verbo (transitivo indireto ou intransitivo) fica no singular. - Precisa-se de professores. (Precisar é verbo transitivo indireto) - Trabalha-se muito aqui. (trabalhar é verbo intransitivo) Nesse caso, o “se” é chamado de índice de indeterminação do sujeito ou partícula indeterminadora do sujeito. HAVER – FAZER “Haver” no sentido de “existir”, indicando “tempo” ou no sentido de “ocorrer” ficará na terceira pessoa do singular. É impessoal, ou seja, não admite sujeito. “Fazer” quando indica “tempo” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e deverá ficar na terceira pessoa do singular. - Nesta sala há bons e maus alunos. (= existe) - Já houve muitos acidentes aqui. (= ocorrer) - Faz 10 anos que me formei. (= tempo decorrido) SUJEITO COMPOSTO RESUMIDO POR UM INDEFINIDO O verbo concordará com o indefinido. - Tudo, jornais, revistas, TV, só trazia boas noticias. - Ninguém, amigos, primos, irmãos veio visitá-lo. - Amigos, irmãos, primos, todos foram viajar. PESSOAS DIFERENTES O verbo flexiona-se no plural na pessoa que prevalece (a 1ª sobre a 2ª e a 2ª sobre a 3ª). Eu e tu: nós Eu e você: nós Ela e eu: nós Tu e ele: vós - Eu, tu e ele resolvemos o mistério. (1ª pessoa prevalece) - O diretor, tu e eu saímos apressados. (1ª pessoa prevalece) - O professor e eu fomos à reunião. (1ª pessoa prevalece) - Tu e ele deveis fazer a tarefa. (2ª pessoa prevalece) Obs: como a 2ª pessoa do plural (vós) é muito pouco usado na língua contemporânea , é preferível usar a 3ª pessoa quando ocorre a 2ª com a 3ª. - Tu e ele riam à beça. - Em que língua tu e ele falavam? Podemos também substituir o “tu” por “você”. - Você e ele: vocês

NOMES PRÓPRIOS NO PLURAL Se o nome vier antecedido de artigo no plural, o verbo deverá concordar no plural. - Os Andes ficam na América do Sul. Se não houver artigo no plural, o verbo deverá concordar no singular. - Santos fica em São Paulo. - “Memórias Póstumas de Brás Cubas” consagrou Machado de Assis. Obs 1: Com nome de obras artísticas, admite-se a concordância ideológica com a palavra “obra”, que está implícita na frase. - “Os Lusíadas” imortalizou Camões. Obs 2: Com o verbo “ser” e o predicativo no singular, o verbo fica no singular. “Os Lusíadas” é a maior obra da Literatura Portuguesa. - Os EUA já foi o primeiro mercado consumidor. SER O verbo “ser” concordará com o predicativo quando o sujeito for o pronome interrogativo “que” ou “quem”. - Quem são os eleitos? - Que seriam aqueles ruídos estranhos? - Que são dois meses? - Que são células? - Quem foram os responsáveis? Quando o verbo “ser” indicar tempo, data, dias ou distância, deve concordar com a apalavra seguinte. - É uma hora. - São duas horas. - São nove e quinze da noite. - É um minuto para as três. - Já são dez para uma. - Da praia até a nossa casa, são cinco minutos. - Hoje é ou são 14 de julho? Em relação às datas, quando a palavra “dia” não está expressa, a concordância é facultativa. Se um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal, o verbo concordará com ele. - Eu sou o chefe. - Nós somos os responsáveis. - Eu sou a diretora. Quando o sujeito é um dos pronomes isto, isso, aquilo, o, tudo, o verbo “ser” concordará com o predicativo. - Tudo são flores. - Isso são lembranças de viagens. Pode ocorrer também o verbo no singular concordando com o pronome (raro). - Tudo é flores. Quando o verbo “ser” aparece nas expressões “é muito”, “é bastante”, “é pouco”, “é suficiente” denotando quantidade, distância, peso, etc ele ficará no singular. - Oitocentos reais é muito. - Cinco quilos é suficiente. EXERCÍCIOS – 01 1. Assinale a opção em que há erro de conjugação verbal em relação à norma culta da língua:

a) Se ele vir o nosso trabalho, ficará muito doente. b) Não desanimes; continua batalhando. c) Meu pai interveio na discussão. d) Se ele reouvesse o que havia perdido. e) Quando eu requiser a segunda via do documento... 2. A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à concordância verbal recomendada pela norma culta é: a) A lista brasileira de sítios arqueológicos, uma vez aceita pela Unesco, aumenta as chances de preservação e sustentação por meio do ecoturismo. b) Nenhum dos parlamentares que vinham defendendo o colega nos últimos dias inscreveram-se para falar durante os trabalhos de ontem. c) Segundo a assessoria, o problema do atraso foi resolvido em pouco mais de uma hora, e quem faria conexão para outros Estados foram alojados em hotéis de Campinas. d) Eles aprendem a andar com bengala longa, o equipamento que os auxilia a ir e vir de onde estiver para onde entender. e) Mas foram nas montagens do Kirov que ele conquistou fama, especialmente na cena “Reino das Sombras”, o ponto mais alto desse trabalho. 3. A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é: a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos. b) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante ativo do jogo mundial. c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em que eu acredito. d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter na jaula. e) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de saber mais do que nos convinha. 4. (FUVEST) Complete as frases abaixo com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses. a) Quando eu _________________ os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver) b) Os alienados sempre ______________ neutros. (manter-se) c) As provas que _____________ mais erros seriam comentadas. (conter) d) Quando ele _________________ uma canção de paz, poderá descansar. (compor) 5. (FGV) Nas questões abaixo, ocorrem espaços vazios. Para preenchê-los, escolha um dos seguintes verbos: fazer, transpor, deter, ir. Utilize a forma verbal mais adequada. 1) Se _______________ dias frios no inverno, talvez as coisas fossem diferentes. 2) Quando o cavalo ________________ todos os obstáculos, a corrida terminará. 3) Se o cavalo _______________ mais facilmente os obstáculos, alcançaria com mais folga a linha de chegada. 4) Se a equipe econômica não se __________________ nos aspectos regionais e considerar os aspectos globais, a possibilidade de solução será maior. 5) Caso ela ______________ ao jogo amanhã, deverá pagar antecipadamente o ingresso. 6. (ENG. MACK) As formas que completariam o período “Pagando parte de suas dívidas anteriores, o comerciante ________________ novamente seu armazém, sem que se __________ com seus credores, para os quais voltou a merecer confiança”, seriam: a) proveu – indispusesse b) proviu – indispuzesse

c) proveio – indispuzesse d) proveio – indispusesse e) n.d.a. 7. (UFSCar) “O acordo não ______ as reivindicações, a não ser que ______ os nossos direitos e _____ da luta.” a) substitui – abdicamos – desistimos b) substitue – abdicamos – desistimos c) substitui – abdiquemos – desistamos d) substitui – abidiquemos – desistimos e) substitue – abdiquemos – desistamos 8. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses: a) ________________os filhos e o pai... (chegou/chegaram) b) Fomos nós que _______________ na questão. (tocou/tocamos) c) Não serei eu quem _________________ o dinheiro. (recolherei/ recolherá) d) Mais de um torcedor _______________________ estupidamente. (agrediu-se/agrediram-se) e) O fazendeiro com os peões __________________ a cerca. (levantou/ levantaram) 9. Como no exercício anterior. a) _____________ de haver algumas mudanças no seu governo. (há/ hão) b) Sempre que ______________ alguns pedidos, procure atendê-los rapidamente. (houver/ houverem) c) Pouco me _______________ as desculpas que ele chegar a dar. (importa/ importam) d) Jamais ______________ tais pretensões por parte daquele funcionário. (existiu/ existiram) e) Tudo estava calmo, como se não ________________ havido tantas reivindicações. (tivesse/ tivessem) 10. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses. a) Espero que se _________________ as taxas de juro. (mantenha/ mantenham) b) É importante que se _______________ outras soluções para o problema. (busque/ busquem) c) Não se ______________ em pessoas que não nos olham nos olhos. (confia/confiam) d) Hoje já não se __________________ deste modelo de carro. (gosta/ gostam) e) A verdade é que ________________ certos pormenores pouco convincentes. (observou/observaram)

Resolução: 01 - E 02 - A 03 - E 04 - a) reouver b) mantêm / mantiveram c) contivessem d) compuser

05 - 1) fizessem 2) transpuser 3) transpusesse 4) detiver 5) vá 06 - A 07 - E 08 - a) Chegaram b) tocamos c) recolherá d) agrediram-se e) levantaram 09 - a) Há b) houver c) importam d) existiram e) tivesse 10 - a) mantenham b) busque c) confia d) gosta e) observaram EXERCÍCIOS – 02 1 – (UFPR) – Observe a concordância verbal: 1 – Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo? 2 – Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora. 3 – Os Estados Unidos são um país muito rico. 4 – No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado. a) Somente a frase 1 está errada. b) Somente a frase 2 está errada. c) As frases 2 e 3 estão erradas. d) As frases 1 e 4 estão erradas. e) As frases 2 e 4 estão erradas. Resposta: D Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós, etc. admitem as seguintes concordâncias: o verbo concorda com o pronome indefinido ou interrogativo, ficando na 3ª pessoa do plural ou concorda com o pronome pessoal. Porém, se o pronome estiver no singular o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. Na indicação de horas o verbo bater concorda com o número de horas, que normalmente é o sujeito. O verbo bater pode ter outra palavra como sujeito, com a qual deve concordar. 2 – (UEPG – PR) - Assinale a alternativa incorreta, segundo a norma gramatical: a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha. b) Aqueles casais parecia viverem felizes. c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo. d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram. e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.

Resposta: C Ocorrem as seguintes concordâncias: a expressão haja vista fica invariável quando equivalente a atente-se; por exemplo. O verbo haver varia quando equivale a vejam-se. 3 – (UFCE) – Como a frase “fui eu quem fez o casamento”, também estão corretos os períodos abaixo: 1. Fui eu que fiz o casamento. 2. Foi eu quem fez o casamento. 4. Fui eu que fez o casamento. 8. Foste tu que fizeste o casamento. 16. Foste tu quem fez o casamento. 32. Fostes vós que fez o casamento. 64. Fostes vós quem fez o casamento. Resposta: 89 Quando o sujeito for o pronome relativo QUEM o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou concorda com o antecedente. Se o sujeito for o pronome relativo QUE o verbo concorda com o antecedente. 4 – (CESGRANRIO) – Há concordância inadequada em: a) clima e terras desconhecidas. b) clima e terra desconhecidos. c) terras e clima desconhecidas. d) terras e clima desconhecido. e) terras e clima desconhecidos. Resposta: C O adjetivo posposto a dois ou mais substantivos há duas concordâncias: O adjetivo concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Se os gêneros são diferentes, prevalece o masculino. 5 – (UEPG – PR) – Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da concordância nominal: a) É necessária paciência. b) Não é bonito ofendermos aos outros. c) É bom bebermos cerveja. d) Não é permitido presença de estranhos. e) Água de Melissa é ótimo para os nervos. Resposta: A Há duas concordâncias para as expressões é bom, é necessário, etc.: - fica invariável, portanto no masculino, se o sujeito não vem precedido de artigo ou outro elemento determinante. Se vier precedido de artigo ou elemento determinante concorda com o sujeito. 6 – (CESCEM – SP) – Já ... anos, ... neste local árvores e flores. Hoje, só ... ervas daninhas.

a) fazem/havia/existe b) fazem/havia/existe c) fazem/haviam/existem d) faz/havia/existem e) faz/havia/existe Resposta: D Haver/fazer são verbos impessoais. São empregados apenas na 3ª pessoa do singular. Haver (sentido de existir, ocorrer) e o verbo Fazer (na indicação de tempo). Existir é pessoal e concorda normalmente com o sujeito. 7 – (UFPR) – Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas frases abaixo, são usadas na concordância correta? - As aulas começam quando ... oito horas. - Nessa loja ... relógios de parede. - Ontem ... ótimos programas na televisão. a) batem – consertam-se – houve b) bate – consertam-se – havia c) bateram – conserta-se – houveram d) batiam – conserta-se-ão – haverá e) batem – consertarei – haviam Resposta: A Bater empregado com referência às horas concorda com o número de horas. Quando há sujeito, o verbo concorda com ele. A partícula SE na segunda oração é apassivadora; concorda com o sujeito da oração. O verbo haver, no sentido de existir, ocorrer, conjuga-se na 3ª pessoa do singular. 8 – (PUCCAMP – SP) – Se a altíssimo corresponde alto, a celebérrimo, libérrimo, crudelíssimo, humílimo, paupérrimo, respectivamente, há de corresponder: a) célebre, líbero, cruel, úmido, pobre. b) célebre, livre, cru, úmido, pobre. c) célebre, livre, cruel, humilde, pau. d) célebre, livre, cruel, humilde, pobre. e) célebre, livre, cru, humilde, pobre. Resposta: D O superlativo absoluto expressa a qualidade de um ser, no seu grau mais elevado, sem comparação com outro ser. Nesta questão temos exemplos de superlativo absoluto sintético. É formado pelo radical do adjetivo + sufixo. 9 – (UFV-MG) – Em todos os itens o pronome SE é apassivador, EXCETO: a) Sabe-se que ele é honesto. b) Organizou-se, ontem, esta prova.

c) Não se deverá realizar mais a festa. d) Nada mais se via. e) Assistiu-se à cerimônia inteira. Resposta: E A oração E não pode ser passada para a voz passiva analítica, então, não pode ser pronome apassivador. O “SE” é índice de indeterminação do sujeito. Quem assistiu à cerimônia? Não sabemos quem é o sujeito. 10 – (PUCCAMP-SP) – “Nunca chegará ao fim, por mais depressa que ande”. A oração destacada é: a) Subordinada adverbial causal. b) Subordinada adverbial concessiva. c) Subordinada adverbial condicional. d) Subordinada adverbial consecutiva. e) Subordinada adverbial comparativa. Resposta: B A Oração subordinada adverbial concessiva indica uma concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, há uma contradição ou um fato inesperado. 11 – (UFPR) – Julieta ficou à janela na esperança de que Romeu voltasse. A oração em destaque é: a) subordinada substantiva subjetiva. b) subordinada substantiva completiva nominal. c) subordinada substantiva predicativa. d) subordinada adverbial causal. e) subordinada adjetiva explicativa. Resposta: B A oração subordinada substantiva completiva nominal funciona como complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal.

CRASE CRASE.: É o nome que se dá ao encontro de dois a+a, e não ao acento.Assim, não devemos dizer"acento de crase".

PRIMEIRO CASO DE CRASE: acentuamos o A quando, substituindo o substantivo feminino por um masculino, o a se torna ao . Ex: Fui à cidade. SUBSTANTIVO FEMININO Se substituir : Fui ao sitio. SUBSTANTIVO MASCULINO O A se tornou ao e por isso deve ser acentuado.

OUTROS EXEMPLOS. Não me refiro à secretária, mas ao secretário. Entreguei o livro à professora, não ao professor . Deram o presente à vizinho, e não ao vizinho. O pronome aquele (e variações, podem receber acento no a inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a. Exemplo. Não fui a aquela farmácia = Não fui àquela farmácia. Não fiz referência a aquilo =Não fiz referência àquilo. Repare.: Quem vai, vai a algum lugar -> Quem faz referência, faz a alguma coisa. Antes de pronome possessivo é facultativo o uso do artigo, dessa forma, podemos usar.: Exemplo.: Refiro-me a (ou à) sua colega e não a (ou à) minha. Faço referência a | à tua prima e não a | à tua avó. Só acentuamos o a antes de nomes de pessoas quando se trata de indivíduos que façam parte do nosso círculo de amizades, indivíduos aos quais tratamos intimamente. Exemplo.: Refiro-me à Luisa e não à Dani Refiro-me a Laura e não a Marta.

SEGUNDO CASO DE CRASE Acentua-se o a que principia locuções com palavras femininas. Exemplo.: Carro à gasolina, estudar à noite, à proporção que chove... EXCEÇÃO.: a distância, desde que esta não esteja determinada. Exemplo.: Os guardas ficaram a distância.

Quando a distância e determinada, o a é acentuada. Exemplo.: O guarda ficou à distância de cem metros do palco. Em expressões com sentido: à semelhança de, à moda de, à maneira, usarmos o acento. Exemplo.: Ele produziu um texto à Rui Barbosa. Não se acentua o a antes de elementos no plural. Exemplos.: a portas fechadas, a pauladas, a marteladas. Caso o a esteja no plural, o acento é obrigatório. Exemplos.: Às Claras, às favas... Locuções adverbiais com palavras repetidas não traz acento. Exemplos.: gota a gota, cara a cara, de ponta a ponta, Não se usa acento no a que antecede a palavra uma.Exceto se for hora ou conjutamente. Exemplos.: Os visitantes ficaram a uma distância de dois metros. Os visitantes chegaram à uma hora. Eles gritaram à uma: Bravo!

EXERCÍCIOS 1. Indique o existência da crase, usando o acento grave no A, quando conviver: A.Você vai a aula hoje? à B. Fui a Santos ontem, estou cansado e não vou a aula. a,a C. Não vou a Brasília, vou a Bahia a, à D.Obedeça a sinalização, é o que dizem as placas à,as E. Nunca desobedeça a nenhuma pessoa a F. Telefonei a ela, depois a você e a todas as nossas amigas a,,a,a,as G. Fui a velha Londres à H. Vendo a vista e a prazo, ou seja, a dinheiro e a prestação à,a,a,à I. Vesti-me as pressas e saí a procura de meus amigos às,a J. Estudamos a tarde e trabalhamos a noite à,à L. O avião pousou a zero hora e não a uma hora à,à

M. Mantenha-se a direita e não a esquerda à,à N. Nesta lavanderia não há maquinas, só se lava a mão à O. Tenho um carro a álcool e um a gasolina a,à P. Passearemos a pé e não a cavalo a,a Q. Foi um baile a caráter, a fantasia mesmo a,à R. Comi um bife a milanesa à

ORTOGRAFIA OFICIAL

A palavra Ortografia é formada por "orto", elemento de origem grega, usado como prefixo, com o significado de direito, reto, exato e "grafia", elemento de composição de origem grega com o significado de ação de escrever; ortografia, então, significa ação de escrever direito. É fácil escrever direito? Não!! É, de fato, muito difícil conhecer todas as regras de ortografia a fim de escrever com o mínimo de erros ortográficos. Hoje tentaremos facilitar um pouco mais essa matéria. Abaixo seguem algumas frases com as respectivas regras sobre o uso de ç, s, ss, z, x... Vamos a elas:

01) Uma das intenções da casa de detenção é levar o que cometeu graves infrações a alcançar a introspecção, por intermédio da reeducação. a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO: intento = intenção canto = canção exceto = exceção junto = junção b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER: deter = detenção reter = retenção conter = contenção manter = manutenção c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR: infrator = infração trator = tração redator = redação setor = seção d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO: introspectivo = introspecção relativo = relação ativo = ação intuitivo – intuição e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R: reeducar = reeducação importar = importação repartir = repartição fundir = fundição f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s: eleição traição

02) A pretensa diversão de Creusa, a poetisa vencedora do concurso, implicou a sua expulsão, porque pôs uma frase horrorosa sobre a diretora Luísa. a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR: pretender = pretensão, pretensa, pretensioso defender = defesa, defensivo compreender = compreensão, compreensivo repreender = repreensão

expandir = expansão fundir = fusão confundir = confusão b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR: inverter = inversão converter = conversão perverter = perversão divertir = diversão c) Usa-se s após ditongo quando houver som de z: Creusa coisa maisena d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos: Luísa Heloísa Poetisa Profetisa Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z. e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR: concorrer = concurso discorrer = discurso expelir = expulso, expulsão compelir = compulsório f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, QUERER, USAR: ele pôs ele quis ele usou g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE: frase tese crise osmose • Exceções: deslize e gaze.



h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA: horrorosa gostoso Exceção: gozo

03) I -Teresinha, a esposa do camponês inglês, avisou que cantaria de improviso. II -Aterrorizada pela embriaguez do marido, a mulherzinha não fez a limpeza. a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: Teresa = Teresinha Casa = casinha Mulher = mulherzinha Pão = pãozinho b) Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s:

improviso = improvisar análise = analisar pesquisa = pesquisar terror = aterrorizar útil = utilizar economia = economizar c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade: Teresa Camponês Inglês Embriaguez Limpeza

04) O excesso de concessões dava a impressão de compromisso com o progresso. a) Os verbos terminados em CEDER terão palavras derivadas escritas com CESS: exceder = excesso, excessivo conceder = concessão proceder = processo b) Os verbos terminados em PRIMIR terão palavras derivadas escritas com PRESS: imprimir = impressão deprimir = depressão comprimir = compressa c) Os verbos terminados em GREDIR terão palavras derivadas escritas com GRESS: progredir = progresso agredir = agressor, agressão, agressivo transgredir = transgressão, transgressor d) Os verbos terminados em METER terão palavras derivadas escritas com MISS ou MESS: comprometer = compromisso prometer = promessa intrometer = intromissão remeter = remessa

05) Para que os filhos se encorajem, o lojista come jiló com canjica. a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR: Viajar = espero que eles viajem Encorajar = para que eles se encorajem Enferrujar = que não se enferrujem as portas b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA: loja = lojista canja = canjica sarja = sarjeta gorja = gorjeta c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani. Jiló Jibóia Jirau

06) O relógio que ele trouxe da viagem ao México em uma caixa de madeira caiu na enxurrada. a) Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: pedágio sacrilégio prestígio relógio refúgio b) Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM: a viagem a coragem a ferrugem • Exceções: pajem, lambujem



c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com x: Mexerica México Mexilhão Mexer Exceção: mecha de cabelos d) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a não ser que provenham de vocábulos iniciados por ch: Enxada Enxerto Enxurrada Encher – provém de cheio Enchumaçar – provém de chumaço



e) Usa-se x após ditongo: ameixa caixa peixe Exceções: recauchutar, guache

Emprego das Letras Emprego de Vogais As vogais na língua portuguesa admitem certa variedade de pronúncia, dependendo de sua intensidade (i. é, se são tônicas ou átonas). Com essa variação na pronúncia, nem sempre a memória, baseada na audição, retém a forma correta da grafia. A lista a seguir não é exaustiva, mas procura incluir as dificuldades mais correntes na redação oficial. E ou I? Palavras com E, e não I acarear acreano (ou acriano) aéreo ante- (pref.=antes) antecipar antevéspera aqueduto área averigúe (f.v.) beneficência beneficente betume

de antemão deferir (conceder) delação (denúncia) demitir derivar descortinar descrição despender despensa (onde se guardam comestíveis) despesa falsear granjear

meteoro(logia) nomear oceano palavreado parêntese (ou parêntesis) passeata preferir prevenir quase rarear receoso reentrância

boreal cardeal carestia cedilha cercear cereal continue (f.v.)

hastear homogêneo ideologia indeferir (negar) legítimo lenimento (que suaviza) menoridade meteorito

sanear se senão sequer seringueiro testemunha vídeo

Palavras com I, e não E aborígine acrimônia adiante ansiar anti- (pref.=contra) argúi (f.v.) arqui- (pref.) artifício atribui(s) (f.v.) cai (f. v.) calcário cárie (Cariar) chefiar cordial desigual diante diferir (divergir) dilação (adiamento) dilapidar dilatar (alargar) discrição (reserva)

iniludível discricionário inquirir (interrogar) discriminar (discernir, separar) intitular dispêndio irrupção dispensa (licença) júri distinguir linimento (medicamento untuoso) distorção meritíssimo dói (fl. v.) miscigenação feminino parcimônia frontispício possui(s) (f. v.) imbuir premiar imergir (mergulhar) presenciar imigrar (entrar em país estrangeiro) privilégio iminente (próximo) remediar imiscuir-se requisito inclinar sentenciar incorporar (encorpar) silvícola incrustar (encrostar) substitui(s) (f. v.) indigitar verossímil infestar influi(s) (f. v.) inigualável

O ou U? Palavras com O, e não U abolir agrícola bobina boletim bússola cobiçar(r) comprido comprimento (extensão) concorrência costume

encobrir explodir marajoara mochila (de) moto próprio (latim: motu próprio) ocorrência pitoresco proeza Romênia romeno

silvícola sortido (variado) sotaque tribo veio (s. e f. v.) vinícola

Palavras com U, e não O acudir bônus cinqüenta cumprimento (saudação) cumprido (v. cumprir) cúpula Curitiba elucubração

embutir entabular légua lucubração ônus régua súmula surtir (resultar)

tábua tonitruante trégua usufruto vírgula vírus

Encontros Vocálicos EI ou E? Palavras com EI, e não E aleijado alqueire ameixa cabeleireiro ceifar colheita

desleixo madeireira peixe queijo queixa(r-se)

reiterar reivindicarseixo treinar treino

Palavras com E, e não EI adrede alameda aldeamento (mas aldeia) alhear (mas alheio) almejar azulejo bandeja calejar caranguejo carqueja cereja cortejo

despejar, despejo drenar embrear embreagem enfear ensejar, ensejo entrecho estrear, estreante frear, freada igreja lampejo lugarejo

malfazejo manejar,manejo morcego percevejo recear,receoso refrear remanejo sertanejo tempero varejo

OU ou O? Palavras com OU, e não O agourar arroubo cenoura dourar

estourar frouxo lavoura pouco

pousar roubar tesoura tesouro

Palavras com O, e não OU alcova ampola anchova (ou enchova) arroba arrochar, arrocho arrojar, arrojo

barroco cebola desaforo dose empola engodo

estojo malograr,malogro mofar,mofo oco posar rebocar

Emprego de Consoantes Assim como emprego de vogais provoca dúvidas, há algumas consoantes – especialmente as que formam dígrafos (duas letras para representar um som), ou a muda (h), ou, ainda, as diferentes consoantes que representam um mesmo som – constituem dificuldade adicional à correta grafia. Se houver hesitação quanto ao emprego de determinada consoante, consulte a lista que segue. Lembre-se de que a grafia das palavras tem estreita relação com sua história. Vocábulos derivados de outras línguas, por exemplo, mantêm certa uniformidade nas adaptações que sofrem ao serem incorporados ao português (do francêsgarage ao port. garagem; do latim actione, fractione ao port. ação, fração; etc.). Palavras que provêm de outras palavras quase sempre mantêm a grafia do radical de origem (granjear:

granja; gasoso: gás, analisar: análise). Há, ainda, certas terminações que mantêm uniformidade de grafia (aça, -aço, -ecer, -ês, -esia, -izar, etc.). Emprego do H: com H ou sem o H? Haiti halo hangar harmonia haurir Havana Havaí haxixe hebdomadário hebreu hectare hediondo hedonismo Hégira Helesponto hélice hemi-(pref.=meio) hemisfério hemorragia herança herbáceo (mas erva) herdar herege hermenêutica hermético

herói hesitar hiato híbrido hidráulica hidravião (hidroavião) hidrogênio hidro-(pref.=água) hierarquia hieróglifo (ou hieroglifo) hífen higiene Himalaia hindu hino hiper-(pref.=sobre) hipo-(pref.=sob) hipocrisia hipoteca hipotenusa hipótese hispanismo histeria hodierno hoje

holandês holofote homenagear homeopatia homicida homilia (ou homília) homologar homogeneidade homogêneo homônimo honesto honorários honra horário horda horizonte horror horta hóspede hospital hostil humano humilde humor Hungria

egrégio estrangeiro evangelho exegese falange ferrugem fuligem garagem geada gelosia gêmeo gengiva gesso gesto Gibraltar

gíria giz herege impingir ligeiro miragem monge ogiva rigidez sugerir tangente viageiro viagem vigência

jeito jenipapo jerimum jesuíta lisonjear lojista majestade majestoso objeção

ojeriza projeção projetil (ou projétil) rejeição rejeitar rijeza sujeito ultraje eles viajem (f. v.)

O fonema /ž/: G ou J? Palavras com G, e não J adágio agenda agiota algema algibeira apogeu argila auge Bagé (mas bajeense) Cartagena digerir digestão efígie égide Egito Palavras com J, e não G ajeitar encoraje (fl.v.) enjeitar enrijecer gorjeta granjear injeção interjeição jeca

O fonema /s/: C, Ç ou S ou SS ou X ou XC? Palavras com C, Ç e não S ou SS nem SC à beça absorção abstenção açaí açambarcar acender (iluminar) acento (tom de voz, símbolo gráfico) acepção acessório acerbo acerto (ajuste) acervo aço (ferro temperado) açodar (apressar) açúcar açude adoção afiançar agradecer alçar alicerçar alicerce almaço almoço alvorecer amadurecer amanhecer ameaçar aparecer apreçar (marcar preço) apreço aquecer arrefecer arruaça asserção assunção babaçu baço balança Barbacena Barcelona berço caça cacique caçoar caiçara calça calhamaço cansaço carecer carroçaria (ou carroceria) castiço cebola cê-cedilha cédula ceia ceifar célere celeuma

cerne cerração (nevoeiro) cerrar (fechar, acabar) cerro (morro) certame certeiro certeza, certidão certo cessação (ato de cessar) cessão (ato de ceder) cessar (parar) cesta chacina chance chanceler cicatriz ciclo ciclone cifra cifrão cigarro cilada cimento cimo cingalês (do Ceilão) Cingapura (tradicional: Singapura) cínico cinqüenta cinza cioso ciranda circuito circunflexo círio (vela) cirurgia cisão cisterna citação cizânia coação cobiçar cociente (ou quociente) coerção coercitivo coleção compunção concelho (município) concertar (ajustar, harmonizar) concerto (- musical, acordo) concessão concílio (assembléia) conjunção consecução Criciúma decepção decerto descrição (ato de descrever) desfaçatez discrição (reserva) disfarçar

exibição expeço extinção falecer fortalecer Iguaçu impeço incerto (não certo) incipiente (iniciante) inserção intercessão isenção laço liça (luta) licença lucidez lúcido maçada (importunação) maçante maçar (importunar) macerar maciço macio maço (de cartas) maçom (ou mação) manutenção menção mencionar muçulmano noviço obcecação (mas obsessão) obcecar opção orçamento orçar paço (palácio) panacéia parecer peça penicilina pinçar poça, poço prevenção presunção quiçá recender recensão rechaçar rechaço remição (resgate) resplandecer roça ruço (grisalho) sanção (ato de sancionar) soçobrar súcia sucinto Suíça, suíço taça tapeçaria

célula cem (cento) cemitério cenário censo (recenseamento) censura centavo cêntimo centro ceticismo cético cera cerâmica cerca cercear cereal cérebro

distinção distorção docente (que ensina; corpo –: os professores) empobrecer encenação endereço enrijecer erupção escaramuça escocês Escócia esquecer estilhaço exceção excepcional

tecelagem tecelão tecer tecido tenção (intenção) terça terço terraço vacilar viço vizinhança

Palavras com S, e não C ou SC, nem X adensar adversário amanuense ânsia, ansiar apreensão ascensão (subida) autópsia aversão avulso balsa bolso bom-senso canhestro cansaço censo (recenseamento) compreensão compulsão condensar consecução conselheiro (que aconselha) conselho (aviso, parecer) consenso consentâneo consertar (remendar) contra-senso contraversão controvérsia conversão convulsão Córsega defensivo defensor descansar descensão, descenso (descida) desconsertar (desarranjar) despensa (copa, armário) despretensão dimensão dispensa(r) dispersão dissensão distensão diversão

excursão expansão expensas extensão (mas estender) extorsão extrínseco falsário falso, falsidade farsa imersão impulsionar incompreensível incursão insinuar insípido insipiente (ignorante) insolação intensão (tensão) intensivo intrínseco inversão justapor mansão misto, mistura obsessão (mas obcecação) obsidiar obsoleto pensão percurso persa Pérsia persiana perversão precursor pretensão propensão propulsão pulsar recensão recensear, recenseamento remorso repreensão repulsa

seção (ou secção) seda segar (ceifar, cortar) sela (assento) semear semente senado senha sênior sensato senso série seringa sério serra seta severo seviciar Sevilha Sibéria Sicília siderurgia sigilo sigla Silésia silício silo sinagoga Sinai Singapura (tradicional; ocorre tb. Cingapura) singelo singrar sintoma Síria sismo sito, situado submersão subsidiar subsistência suspensão tensão (estado de tenso) tergiversar

diverso emersão espoliar estender (mas extensão) estorno estorricar

reverso salsicha Sansão seara sebe sebo

Upsala (ou Upsália) utensílio versão versátil, versáteis

Palavras com SS, e não C, Ç Abissínia acessível admissão aerossol agressão amassar (< massa) apressar (
Língua Portuguesa Abreu e Lima

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