Problema 16

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SOI II

GABRIEL FREITAS

PROBLEMA 16:

CAROÇO NO PESCOÇO

OBJETIVOS: ESTUDAR ANATOMIA, FISIOLOGIA E EMBRIOLOGIA DA TIREÓIDE. ENTENDER AS PRINCIPAIS ESTRUTURAS DA REGIÃO CERVICAL. ELUCIDAR A HISTOLOGIA DA TIREÓIDE E PARATIREÓIDE. FISIOLOGIA A tireóide está localizada imediatamente abaixo da laringe e secreta dois hormônios principais, a tiroxina e tri-iodotironina, usualmente chamados de T3 e T4, além de secretar a calcitonina, hormônio importante para o metabolismo do cálcio. A secreção tireoidiana é controlada pelo hormônio tireoestimulante (TSH), secretado pela hipófise anterior. A maioria dos hormônios metabolicamente ativos, secretados pela tireoide, consistem em tiroxina, e 7% são tri-iodotironina. Entretanto, quase toda a tiroxina é, por fim, convertida em tri-iodotironina nos tecidos, de modo que ambas são funcionalmente importantes. As funções desses dois hormônios são qualitativamente iguais, mas diferem na velocidade e na intensidade de ação. A tri-iodotironina é cerca de quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas está presente no sangue em menor quantidade e persiste por um tempo muito curto. A tireoide é composta por grande número de folículos fechados que estão cheios de uma substância secretora, chamada coloide que é constituído em sua maior parte pela grande glicoproteína tireoglobulina cuja molécula contém os hormônios tireoidianos., e revestidos por células epiteliais cuboides, que secretam seus produtos para o interior dos folículos. Uma vez que a secreção chega aos folículos, deve ser reabsorvida, através do epitélio folicular, para o sangue, a fim de poder realizar sua função no corpo.

A tireoide contém também células C, que secretam calcitonina, um hormônio que contribui para a regulação da concentração plasmática de íons cálcio. Para formar quantidades normais de tiroxina, é necessária a ingestão de cerca de 50 miligramas de iodo na forma de iodeto a cada ano, ou cerca de 1 mg/semana, que está principalmente encontrado no sal de cozinha. Os iodetos ingeridos por via oral são absorvidos pelo trato gastrointestinal para o sangue aproximadamente do mesmo modo que o cloreto. Nas condições normais, a maior parte do iodeto é rapidamente excretada pelos rins, mas por volta de um quinto é seletivamente removido do sangue circulante pelas células da tireoide e usado para a síntese dos hormônios tireoidianos.

BOMBA DE IODETO

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A membrana basal das células tireoidianas tem a capacidade específica de bombear, ativamente, iodeto para o interior da célula. Esse bombeamento é realizado pela ação de simporte de sódio-iodeto, que cotransporta um íon iodeto, junto com dois íons sódio, através da membrana basolateral (plasma), para a célula. A energia para transportar iodeto contra o gradiente de concentração vem da bomba de sódio-potássio que bombeia sódio para fora da célula, instituindo, desse modo, baixa concentração de sódio intracelular e gradiente de difusão facilitada para dentro da célula.

A captação de iodeto pela tireoide é influenciada por diversos fatores, dos quais o mais importante é o TSH; esse hormônio estimula a atividade da bomba de iodeto nas células tireoidianas, enquanto a hipofisectomia a reduz de forma considerável. O iodeto é transportado para fora das células da tireoide pela membrana apical para o folículo, por meio de molécula contratransportadora de íons cloretoiodeto, chamada pendrina.

TIREOGLOBULINA E A BIOQUÍMICA DA FORMAÇÃO DE TIROXINA E TRI-IODOTIRONINA As células da tireoide são típicas células glandulares secretoras de proteínas e secretam para os folículos uma grande glicoproteína chamada tireoglobulina. Cada molécula de tireoglobulina contém cerca de 70 aminoácidos tirosina, que são os principais substratos que se combinam com o iodo para formar os hormônios tireoidianos. Assim, eles se formam no interior da molécula de tireoglobulina. Isto é, os hormônios tiroxina e tri-iodotironina são formados a partir dos aminoácidos tirosina e formam parte da molécula de tireoglobulina durante a síntese dos hormônios tireoidianos, até mesmo enquanto estão armazenados no coloide folicular. O primeiro estágio essencial à formação dos hormônios tireoidianos é a conversão dos íons iodeto para a forma oxidada de iodo, ou iodo nascente (I0) ou I3 −, que, então, é capaz de se combinar diretamente com o aminoácido tirosina. É armazenado no coloide da tireoide. Quando o sistema da peroxidase é bloqueado ou quando está hereditariamente ausente das células, a formação de hormônios tireoidianos cai para zero. A ligação do iodo com a molécula de tireoglobulina é chamada organificação da tireoglobulina. O iodo oxidado, até mesmo na forma molecular, liga-se diretamente, embora de forma muito lenta, ao aminoácido tirosina. Nas células da tireoide, entretanto, o iodo oxidado está associado à enzima peroxidase tireoidiana que reduz a duração desse processo para segundos ou minutos. Por isso, no intervalo de tempo em que a molécula de tireoglobulina leva para ser liberada pelo aparelho de Golgi, ou para ser secretada pela membrana apical da célula para o folículo, o iodo se liga a cerca de um sexto de seus aminoácidos tirosina. O principal produto hormonal da reação de acoplamento é a molécula tiroxina (T4), formada quando duas moléculas de di-iodotirosina se unem; a tiroxina permanece como parte da molécula de tireoglobulina. Outra possibilidade é o acoplamento de uma molécula de monoiodotirosina com uma de di-iodotirosina, formando a tri-iodotironina (T3) que são mais raros. Pequenas quantidades de T3 reverso (RT3) são formadas pelo acoplamento de di-iodotirosina com monoiodotirosina, mas RT3 não parece ter significância funcional em humanos.

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LIBERAÇÃO DE TIROXINA E TRI-IODOTIRONINA PELA GLÂNDULA TIREOIDE A maior parte da tireoglobulina não é liberada para a circulação; sendo necessário clivar a tiroxina e a tri-iodotironina da molécula de tireoglobulina. Em seguida, ambos esses hormônios livres são liberados. Esse processo ocorre da seguinte forma: a superfície apical das células da tireoide emite pseudópodos, que cercam pequenas porções do coloide, formando vesículas pinocíticas que penetram pelo ápice da célula. Então, lisossomos no citoplasma celular imediatamente se fundem com as vesículas para formar vesículas digestivas que contêm as enzimas digestivas dos lisossomos misturadas com o coloide. Múltiplas proteases entre as enzimas digerem as moléculas de tireoglobulina e liberam tiroxina e tri-iodotironina, em sua forma livre, que se difundem pela base da célula tireoidiana para os capilares adjacentes. Cerca de três quartos da tirosina iodada na tireoglobulina nunca se torna hormônio, permanecendo como monoiodotirosina e di-iodotirosina. Durante a digestão da molécula de tireoglobulina para provocar a liberação de tiroxina e tri-iodotironina, essas tirosinas iodadas também são liberadas das moléculas de tireoglobulina. Entretanto, não são secretadas para o sangue. Ao contrário, seu iodo é clivado pela enzima deiodinase, que disponibiliza praticamente todo o iodo para a reciclagem na glândula e a formação de novas moléculas de hormônios tireoidianos. Na ausência congênita da deiodinase, muitas pessoas podem apresentar deficiência de iodo devido à falha desse processo de reciclagem. Devido à alta afinidade das proteínas plasmáticas de ligação dos hormônios tireoidianos, essas substâncias em particular, a tiroxina são liberadas de forma lenta para as células teciduais. A metade da tiroxina sanguínea é liberada, aproximadamente, a cada seis dias, enquanto a metade da triiodotironina pela sua menor afinidade com as proteínas transportadoras é liberada para as células em cerca de um dia. Ao penetrar as células, a tiroxina e a tri-iodotironina se ligam, novamente, a proteínas intracelulares e a ligação da tiroxina é mais forte que a da triiodotironina. Portanto, são de novo armazenadas, mas dessa vez nas próprias células-alvo, e são usadas, lentamente, ao longo de dias ou semanas.

AÇÃO E DURAÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS

-Ativação do número de genes; -Ativação e aumento da atividade mitocondrial que reflete em uma maior atividade ceular; -Aumento da permeabilidade dos íons sódio nas membranas celulares, o que aumenta a ativação da bomba de sódio e a produção de calor; -Promover o crescimento e desenvolvimento do cérebro durante a vida fetal e nos primeiros anos de vida pós-natal; -O hormônio tireoidiano aumenta muitas atividades metabólicas relacionadas com a formação óssea; -Aumenta a inativação de glicocorticoides adrenais pelo fígado que por feedback, eleva a produção de hormônio adrenocorticotrópico pela hipófise anterior e, portanto, ao aumento da secreção de glicocorticoides pelas adrenais;

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-Aumento da glicólise, da gliconeogênese, da absorção pelo trato gastrointestinal e, até mesmo, da secreção de insulina, com seus efeitos secundários resultantes no metabolismo de carboidratos e consequentemente gera uma maior liberação de insulina no pâncreas; - O aumento do hormônio tireoidiano reduz as concentrações de colesterol, fosfolipídios e triglicerídeos no plasma, embora aumente a de ácidos graxos livres. Ao contrário, a redução da secreção tireoidiana aumenta consideravelmente as concentrações plasmáticas de colesterol, fosfolipídios e triglicerídeos e, quase sempre, provoca o depósito excessivo de lipídios no fígado. O organismo responde a isso tentando aumentar os receptores de colesterol, para que ele seja metabolizado no fígado e liberado na bile; -Em casos de hipertireoidismo pode ter uma baixa de vitaminas, pois ela age como uma coenzima nas reações químicas; CRIANÇAS Nas que apresentam hipotireoidismo, o crescimento torna-se muito retardado. Já nas com hipertireoidismo, frequentemente ocorre crescimento esquelético excessivo, tornando a criança consideravelmente alta em idade precoce. Entretanto, os ossos também maturam com mais velocidade, e as epífises se fecham precocemente, de modo que a duração do crescimento e a altura final do adulto podem ser reduzidas.

RELAÇÕES CLÍNICAS NO METABOLISMO TIREOIDIANO

HIPERTIREOIDISMO -Perda de peso; -Aumento do fluxo sanguíneo de do débito cardíaco; -Aumento da FC; -Aumento da P.A; -Aumento da motilidade do trato gastrointestinal, que pode causar diarréia; -Nervosismo, ansiedade, stress; -Tremor muscular leve; - Cansaço constante e sono dificultado; -Impotência sexual;

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-Exoftalmia;

HIPOTIREOIDISMO -Ganho de peso; -Redução do fluxo sanguíneo de do débito cardíaco; -Diminuição da FC; -Diminuição da P.A; -Diminuição da motilidade do trato gastrointestinal, que pode causar constipação; -Sonolência extrema; -Perda do libido; -Bócio (Aumento da tireóide pela substância coloidal); -Mixedema (flacidez);

REGULAÇÃO DO HORMÔNIO TIREOIDIANO PELO TSH A regulação desses hormônios é feita pelo TSH que é produzido na região anterior da hipófise e ele estimula a liberação da tiroxina e tri-iodotironina pela tireoide.Sua ativação se dá pelo sistema celular do “segundo mensageiro”, monofosfato adenosina cíclico (AMPc), que vai se ligar aos receptores de TSH na tireóide e ativar as células presentes para produzir o hormônio tireoidiano. A secreção de TSH pela hipófise anterior é controlada pelo hormônio hipotalâmico, o hormônio liberador de tireotropina (TRH), secretado por terminações nervosas na eminência mediana do hipotálamo.

ANATOMIA DA TIRÉOIDE E DA REGIÃO CERVICAL A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. É composta pelos lobos direito e esquerdo, um em cada lado da traqueia, conectados por um istmo, anteriormente à

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traqueia. Ela também possui microscópicos sacos esféricos chamados de folículos da tireoide que constituem grande parte da glândula tireoide. A parede de cada folículo é constituída principalmente por células foliculares, cuja maioria se estende até o lúmen do folículo. Uma membrana basal envolve cada folículo. Quando as células foliculares estão inativas, seu formato varia de cúbico a pavimentoso, porém, sob a influência do TSH, passam a secretar ativamente e sua forma varia de cúbica a colunar. As células foliculares produzem dois hormônios: tiroxina, também chamada de tetraiodotironina (T4), pois contém quatro átomos de iodo, e tri-iodotironina (T3), que contém três átomos de iodo. T3 e T4 juntas também são chamadas de hormônios da tireoide. Entre os folículos, podem ser encontradas algumas células chamadas de células parafoliculares ou células C. Elas produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio.

HISTOLOGIA A tireoide é uma glândula endócrina que armazena hormônios imaturos - denominados coloides - dentro de cavidades esféricas envoltas por células secretoras. Estas unidades denominam-se folículos – que são compostos por células epiteliais foliculares secretoras denominadas tireócitos, que normalmente são cúbicas. O tamanho do folículo e a altura das células dependem do grau de atividade secretora e da quantidade de hormônios armazenados no folículo (coloide), ou seja, quanto maior o nível de atividade da glândula, mais altas serão as células e maiores serão os folículos. Logo, quanto menor a atividade glandular, mais cúbicas serão as células e menores serão os folículos. Por isso, podem-se observar os folículos tireoidianos em tamanhos variados. Cada folículo é circundado por um delicado tecido conjuntivo que contém uma rica rede de capilares fenestrados. A secreção tireoidiana envolve a reabsorção do coloide (hormônio) na luz folicular, sua liberação no espaço extracelular circundante e subsequente difusão para a rede de capilares que circunda cada folículo. Ainda, células parafoliculares (ou células C) encontram-se isoladas ou em grupo entre os folículos, ou seja, localizadas na periferia folicular. Estas são grandes e com núcleo esférico no centro celular. Seu citoplasma cora-se palidamente pela técnica de hematoxilina e eosina (HE). As célula parafoliculares secretam a calcitonina (regula os níveis de cálcio no sangue).

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EMBRIOLOGIA A tireóide é a primeira glândula a ser formada, com cerca de 24 dias após a fertilização. Ocorre um espessamento do endoderma da faringe primitiva, após um certo tempo haverá a formação de uma bolsinha, a qual fará protrusão, formando o divertículo tireóideo. De acordo com o crescimento do embrião a glândula em desenvolvimento desce para o pescoço, percorrendo um trajeto anterior à laringe em formação. Durante um pequeno momento a tireóide permanece ligada à língua através de um tubo estreito, chamado de ducto tireoglosso. Posteriormente o divertículo tireóideo, que inicialmente era oco, tornaPor volta da 7ª semana a tireóide já encontra-se em sua forma e posição definitivas. O ducto tireoglosso degenera e desaparece. Apenas sua abertura inicial, próxima à língua, persiste formando uma fosseta cega, que recebe o nome de forâmen cego da língua. A partir da 11ª semana é observada o início das atividades da glândula.
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