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RESUMO AULA 20 – HISTÓRIA DA ARTE MODERNISMO NO BRASIL CONTEXTO HISTÓRICO: Início do século XX; criação de novas fábricas e chegada de imigrantes de diversos países gera alteração da sociedade brasileira pelo convívio com diversas culturas e grande crescimento econômico. Movimento anarquista, liderado por imigrantes, lidera paralização de operários e questionam o capitalismo paulista. A produção artística brasileira se encontrava muito presa ao Academicismo. Alguns artistas brasileiros entraram em contato com a cultura europeia e perceberam a grande diferença de ideias e valores culturais entre Brasil e Europa. ALGUNS FATORES QUE DESENCADEAREAM O MODERNISMO BRASILEIRO -1912 – CHEGADA DE OSWALD DE ANDRADE DA EUROPA Oswald de Andrade retorna de sua primeira viagem à Europa trazendo consigo as ideias Cubistas e Futuristas. Impressionado com esses movimentos, escreve, em versos livres, o poema "Passeio de um tuberculoso, pela cidade, de bonde". A obra foi tão mal recebida pelo público que o autor a jogou fora. A ida de Oswald à Europa foi muito importante, pois conheceu a técnica do verso livre proposta por Paul Fort. Sentindo a necessidade de remodelar as artes brasileiras, ainda muito influenciadas pelo academicismo, Oswald afirmou: "Estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo." -EXPOSIÇÃO DE LASAR SEGALL NO BRASIL 1913 – Alemão naturalizado brasileiro, Lasar Segall é considerado um dos ícones do modernismo brasileiro Pintor de traços inusitados, que rompem com os academicismos e as formas tradicionais da pintura realista, adepto das cores fortes e expressivas, tocado pela crítica social e pela denúncia política do antissemitismo e dos horrores da guerra, Lasar combinou as heranças da tradição e cultura europeia com as cores e as temáticas tropicais, criando uma obra original e sempre atual. -1917 - EXPOSIÇÃO DE ANITA MALFATTI Monteiro Lobato fez pesadas críticas sobre as obras de Anita. Algumas telas que ela conseguiu vender chegaram à ser devolvidas após a publicação dos comentários de Lobato. Outras foram quase destruídas à bengaladas. Apesar da mágoa, Anita ilustrou livros de Monteiro Lobato e na década de 40 participou de um programa na Rádio Cultura chamado "Desafiando os Catedráticos", juntamente com Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato. MARCO NA CULTURA BRASILEIRA: A semana de arte moderna representou a ruptura com a tradição Academicista e foi o ponto de partida para o desenvolvimento do Modernismo no Brasil. O evento foi composto de concertos, conferências, recitais e exposições de pinturas e esculturas. OBJETIVO: Colocar a cultura brasileira a par das correntes de vanguarda do pensamento europeu e pregar a tomada de consciência da realidade brasileira. O pintor Di Cavalcanti foi o idealizador do evento e autor do desenho que ilustra a capa de seu catálogo. - Apesar do evento se chamar “semana”, aconteceu em apenas três dias: 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922; - A programação não foi muito definida e seus participantes foram guiados pelos ideiais modernistas e pelo desejo de experimentar diferentes caminhos. - Não houve muita repercussão na imprensa da época. A primeira reação da crítica foi ignorar o evento. Mesmo assim, a semana desdobrou-se e, diversos movimentos: Pau-Brasil, Verde-Amarelo, Grupo Anta, entre outros. - Os objetivos e preceitos da Semana de Arte Moderna não foram compreendidos pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras.
Entre os participantes, é possível citar: Pintura e desenho: Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro. Escultura: Victor Brecheret. Literatura: Mario de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade. Arquitetura: Antonio Moya Música: Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernani Braga TARSILA DO AMARAL não estava presente na Semana de 2, pois apesar de pertencer ao grupo, estava em Paris na época do evento. Apesar de não ter exposto na Semana de 22, Tarsila do Amaral colaborou com o desenvolvimento da arte moderna brasileira ao produzir obra indicadora de novos rumos. MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO Em 1928, Oswald de Andrade publicou o Manifesto Antropofágico, escrito de maneira poética, cheia de metáforas e humor. A palavra antropófago, que significa “indivíduo que come carne humana” tinha tudo a ver com as ideias do movimento modernista. A inspiração para o manifesto veio da pintura Abaporu de Tarsila do Amaral. Abaporu é uma palavra tupi-guarani que significa “homem que come”. Algumas tribos indígenas praticavam o canibalismo, isto é, antropofagia. Acreditavam que aocomer seus inimigos, assimilavam suas qualidades, saberes e poderes. - A proposta central do Manifesto Antropofágico era “devorar” as expressões artísticas e culturais estrangeiras, convertendo-as numa arte brasileira sem limitações e com características próprias, resgatando assim a identidade de nosso país. APÓS SEMANA DE 22 Novos artistas criaram obras com características que valorizavam a cultura brasileira; - Artistas não eram adeptos aos princípios acadêmicos, mas preocupavam-se em dominar os aspectos técnicos da elaboração de uma obra de arte; - Faziam parte do grupo: Cândido Portinari, Guignard, Ismael Nery, Cícero Dias e Bruno Giordi.
CONCRETISMO X NEOCONCRETISMO - O concretismo foi um movimento vanguardista que ocorreu nas artes plásticas, na música e na poesia. Surgiu na Europa, na década de 1950, e teve seu auge até a década de 1960. Os artistas precursores deste movimento foram: Max Bill (artes plásticas), Pierre Schaeffer (música) e Vladimir Mayakovsky (poesia). - Uma exposição, em 1951, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, bem como a presença da delegação suíça na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no mesmo ano, abrem as portas do país para as novas tendências. Artistas buscavam incorporar a arte à estruturas matemáticas geométricas. A intenção deste movimento concreto era desvincular o mundo artístico do natural e distinguir forma de conteúdo. O quadro, construído exclusivamente com elementos plásticos como: planos, cores, formas seriadas e geométricas e não tem outra significação senão ele próprio. - (CONCRETISMO) Grupo Ruptura de São Paulo (mais rígido quanto aos princípios matemáticos da arte concreta e às possibilidades do movimento como efeito ótico de linhas e cores): Waldemar Cordeiro (1925-1973), Luiz Sacilotto (1924 – 2003) entre outros exponenciais da época. - (NEOCONCRETISMO) inicou-se em 1959 através do Grupo Frente do Rio de Janeiro ( menos rígido quanto às formas geométricas): Lygia Clark (1920-1988), Hélio Oiticica (1937-1980), entre outros.
É possível afirmar que a investigação dos artistas paulistas enfatiza o conceito de pura visualidade da forma, à qual o grupo carioca opõe uma articulação forte entre arte e vida - que afasta a consideração da obra como "máquina" ou "objeto“ e dá mais ênfase à intuição como requisito fundamental do trabalho artístico. As divergências entre Rio e São Paulo se explicitam na Exposição Nacional de Arte Concreta, São Paulo, 1956, e Rio de Janeiro, 1957, início do rompimento neoconcreto. - O Neoconcretismo tem como proposta a recuperação das possibilidades criadoras do artista, não mais considerado um inventor de protótipos industrais, visando incorporar o observador que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas.
Lygia Clark: belo-horizontina, sua poética fugia de qualquer rota e mudou várias vezes durante sua carreira. Ela estuda a materialidade e o ritmo dentro do espaço pictórico, queria desafiar os limites impostos pelas molduras - que foram eliminadas de sua produção - explorar as formas geométricas, desafiar os limites impostos pelo suporte. Em 1960 ela passou por um processo de transição no qual deixou de lado a pintura e adotou o objeto. Ela queria criar uma obra que tirasse o espectador de uma posição passiva.