STANLEY KELEMAN - Mito e Corpo, Uma Conversa Com Joseph Campbell

88 Pages • 36,296 Words • PDF • 2.4 MB
Uploaded at 2021-09-24 05:59

This document was submitted by our user and they confirm that they have the consent to share it. Assuming that you are writer or own the copyright of this document, report to us by using this DMCA report button.


Ma celo Fe ei a Ma q e

Macei , no emb o de 2008

Ma celo Fe ei a Ma q e

2 Te ap ea eno adoem ao P Le og ama P go ad a dee Ling ica da Uni e idade Fede al de Alagoa como eq i i o pa a a ob en o do lo de Me e na ea de concen a o em E do Li e io , eali ado ob o ien a o da P of D Gl cia Viei a Machado

Macei , no emb o de 2008

Catalogação na fo nte UniversiBiblioteca dade Fe deral de Alagoas Central Divisão de Trata mento Técnico Bibliotecária Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale M357t

Marques, Marcelo Ferreira. Tipografia expressiva : Augusto de Campos e os desenhos da poesia / Marcelo Ferreira Marques, 2008. 85. f. : il. Orientadora: Gláucia Vieira Machado. Dissertação (mestrado em Letras e Lingüística: Estudos Literários) Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística. Maceió, 2008. Bibliografia: f. 80-85. 1. Campos, Augusto de, 1931Crítica e interpretação. 2. Crítica literária. 3. Poesia brasileira. 4. Tipografia. I. Título. CDU: 869.0(81).09

4

A minha ca a O me amo e

J

,M

M G ,G

5

RESUMO E a pe q i a e de ina a mapea alg n modo como, po meio de m e p e i o da config a e ipog fica , i o , a a do

elemen o

ipog fico , o

con i in e e

ai e, po

poema de A g con e

de enho

da

de m in en i o a anjo

le a

an fo mam e em

e e , de e minan e da e p e i idade do

o de Campo . Pa a an o, p ecede a an li e

ali a o hi

o

ico concei al da

m pe c

o de

ipog afia bem como de

a

implica e com o concei o de ideog ama, como en endido po E ne Fenollo a, ia E a Po nd. E a di e i de de e

p imei o li o (q ando en o podemo chama

conc e a) a mai

ipog fica e fa p e en e, na ob a de A g

e

a p od

poema efe i amen e conc e o , alcan ando

ecen e, o q e no dei a en e e

mobilidade a a na li e a

o,

o dep a p od

o

ma coe ncia e, ao me mo empo, ma

a b a ilei a.

Pala a cha e: ipog afia poe ia conc e a poe ia i Aalg

o de Campo

6

Abstract Thi

e ea ch aim

o map ome of he

con i en , b mean of an e p e i e

a

le e

de ign become

c

e of p in ing config a ion, ha i ,

h o gh a killf l a angemen of p in ing elemen , and, ome ime , b de e mine f om A g hi

d , i i

con e

o de Campo

ele an

e p e i ene

he

of poem . To accompli h

o do, befo e he anal i , a hi o ical concep al

ali ed pa h of p in ing a

concep ion, nde

al

ell a i

ood acco ding o E ne

p in ing o e i fo nd in A g

o

implica ion

i h he ideog am

Fenollo a, ia E a Po nd. Thi

o k f om hi fi

book ( e can call hi

p od c ion a p e conc e e) o hi defini el conc e e poem , eaching hi mo ecen p od c ion, hich allo a e mobili on B a ilian li e a

Ke

o d : p in ing conc e e poe

a cohe en glimp e and, a he ame ime, a e.

i al poe

A g

o de Campo 7

Agradecimento Tal e , ca o q i e e cai na a madilha de q e e lemb a me de do e odo , e de e e come a ag adecendo ao gibi e filme q e li e a i i q ando c ian a, ao p imei o de l mb amen o q e me en a am pelo olho . De e ia ag adece ala em q e me lemb o de me pai apon ando ma o o a pala a n m o q , epe dio , p a eicamen o, n, oe abia Ma en, can o de ee, iacon falae da eli cola en inoe analfabe aciden ado i a lep .oibida a, a , co e da q ai im abe o nome h po co empo. Coi a e pe oa q e, de m modo o de o o, amb m e o aq i, ne e e o. A im, cien e de q e a omi e n o ignificam mai q e e q ecimen o o a en a i a de ma mancha ipog fica meno e age ada (e, q em abe, meno ma an e), ag ade o ao amigo , o q e, emp e,me ac e cen a am e ac e cen am.

aRI dENISSON aRETHA lUDMILLA bERILO gAMA dANIEL, URI, ITOR, bRUNO bR. E bRUNO IBEIRO eDNELSON ANTOS f TIMA fARIAS hUDSON cANUTO jORGE aNTUNES jORGE lU S bORGES jORGE CHULTZ mCdOWELL.S E ENATA mELLO mILTON OSENDO nILTON ESENDE pAOLA aRCE ppgll ENISE mELLO USANA OUTO AZIO AMBI IN CIUS mEIRA lUCIANA lIRA ALMA GIA IO Jo gL UCIA mACHADO

abedo ia e

ICARDO aRA JO dANIELLA lOPES ile a da cond

o,

ob igado

8

A im como h gen e q e emmedo do no o, h gen e q e em medo do an igo. E defende ei a a mo e o no o po ca a do an igo e a a ida o an igo po ca a do no o. O q e p eci o abe di ce ni lo no meio da elhaca ia q e no impingi am d an e an o empo. A poe ia ma fam lia di pe a de n f ago b acejando no empo e no e pa o.1

9

1

En e i a Bia Co ea do Lago, no p og ama A P DVD 2 Poe a . Canal F a: Som Li e, 2006.

. C RREA DO LAGO, Bia. U

Sumário

Apresentação 1 tipografia em dois tempos a. B e e pano mica b. Ind

ia e e ifa

c. Alg ma nomencla

a/ Li e a

a e ipog afia

2 tipografia e princípio ideogrÂmico a. Con e g ncia b. O ideog ama c. Malla m e o abi mo do b anco

3 Tipografia aplicada a. O acionali mo geome i an e b. Al m do e bo c. Legibilidade e poe ia d. O e pa o neg o da p gina e. Da ilog afia digi al i. P oc a da poe ia ii. N o

4 Conclusão 5 Referências

10

11

APRESENTAÇÃO M i o e e c e e e e c e e ob e a i alidade na poe ia con empo nea b a ilei a. No a o campo q e a p oblem ica i al ofe ece, po ibilidade de e

do. O eco e de a pe q i a de me

de e mo i ado po

ma id ia ge al de i alidade, acabo

p p ia din mica da poe ia do a o de V con in ada da ob a de A g

V

o n me o a a

ado, en e an o, an e endo

ge ido pela

. Ainda a im, a lei

o de Campo acabo po

a

ci a indaga e e

in e e e con ide a elmen e m l iplo . Na b ca de m fio cond o pa a o en endimen o de a ob a poema

conc e o

a

a

e pe i ncia

com e c l

ecen emen e, com o moni o do comp ado e

a

do

de papel e, mai

, minha a en o ol o

e,

g ada i amen e, pa a o modo como o p ocedimen o ipog fico infl enciam e, m ia

e e , de e minam a e

a do poema de A g

Impo an e ob e a q e, n o ob an e

o de Campo .

a ob a j pe fa a mai de meio

c lo e

e nome enha l ga de de aq e en e o mai in en i o poe a b a ilei o , a fo na c ica ob e A g o de Campo n o e en a. Uma da mai ecen e e impo an e

con ib i e ao e

do de

(2004), o gani ado po Flo a S

C

a ob a o ol me S

A

ekind e J lio Ca a on. Ne e li o,

a o e como Pa lo Hen iq e B i o, L cia San aella, L i Co a Lima, en e o

o , lan am olha e di e o ace ca do abalho e ico po ico e ad

do poe a. Embo a alg n do a igo con ido ne e li o (bem como em o e o q e e dedica am

an li e da poe ia a g

io o

iana) fa am efe ncia ao

a pec o ipog fico do poema , nenh m oma a o gani a o ipog fica como ei o de

a lei

amplia o do e

a. De a fo ma, o p e en e abalho obje i a con ib i pa a a do de e a pec o na ob a de A g

O gani ei, en o, me

e o em

No p imei o dele , q e e ma b e e con e e

ali a o hi

cap

o.

lo .

bdi ide em q a o pa e , b q ei delinea ica pa a a ipog afia. A implica e

ociai e

ica deco en e e/o definido a da m dan a na concep e ipog fica

12

me ecem a en o pelo m i o q e di em de ma p o na indife enci el de e

e mo . De e

imp en a, a hi

e

ica q e, n o po ca

e e,

, fa endo nada mai q e acen a a e imologia

p inc pio ociden ai , com G enbe g e a in en o da

alg ma infl ncia da ind

iali a o, no

ia da ipog afia acompanha de pe o a

c lo XVIII e XIX, a

an fo ma e do li o, a dif

do p o e an i mo, a in en o de m q ina a apo . Ap

o

alg ma con ide a e

ace ca da e minologia e mo fologia do ipo , finali o o cap lo apon ando doi encon o in en i o en e a ipog afia e a li e a a. Machado de A i e Maiak

ki e emplificam no . Tendo em i a q e a ipog afia do

e, m i a

e e , imb icada com o mo imen o a

ico (de de a

hi

ica a

hi

ico in e ompe e, ne e pon o, pa a e o na , a ociado o de Campo , no e cei o cap

No eg ndo cap m e

lo, meno hi

ico e mai

ei amen o en e a

o

an li e do

lo. eo i an e q e o p imei o,

ipog afia e o ideog ama. Mai

e pecificamen e, en e a id ia de e plo a o e p e i a do ec ( endo no Lance de Dado de S phane Malla m a

ang a da

a colo ida ipog afia p icod lica da d cada de 1960), o pe c

poema de A g

p ocedi a

c lo XX i

o ipog fico

e in cio mai con cien e) e

ili a o do p inc pio ideog mico (de i ado do p ecei o de E ne Fenollo a

e E a Po nd) como in A g

men o pa a a poe ia. Tai no e no eiam a ob a de

o de Campo de de a d cada de 1950, in cio de

q e, en o, p e endi e plici a ne e cap

i alidade. Concei o q e, na po ica de A g

poe ia con empo nea: a

o, e e e e de

m ca

e

ne e pon o q e o po icionamen o de L cia San aella

ob e ma i alidade diag mica, n o apena opo

ia po ica. O

lo o q an o a conj n o ipog fico

ideog mica con e ge pa a ma no o f ndamen al p i m ico, din mico.

a aje

ica, o na e e

emamen e

no a e a pe q i a. Como fo ma de amplia o da no o de diag ama

in e no

ling agem , ap e en o ma b e e efle o com ba e na id ia de f ga

m ical, endo na ob a de Bach o e emplo mai acabado. Po fim, no e cei o cap

lo, onde concen ei a an li e p op iamen e di a,

a id ia do poema enq an o m diag ama de ling agem p imei a ap ecia e da ob a a g

o q e info ma a

iana. N ma e p cie de de dob amen o

13

p

ico da q e

e mencionada no cap

momen o iniciai (O R

G

ela e da po ica de A g p incipalmen e o

lo an e io , di c o, no doi

poema

A

V

), alg ma

o com a ling agen pl

ica , endo po ba e

Q ad ado , Ca acol

Olho po

e

Olho . O

planejamen o ipog fico de e e o (o eq il b io en e a e colha ipol gica e a di po i o g fica da pala a , o

a amen o q a e e bal dado a alg ma

imagen po el lei a em Olho po Olho , a e plo a o do neg i o enq an o acen ado do diag ama p e endido ca o de Ca acol e Q ad ado ), dei a cla o o q an o o mecani mo

i ai , q ando manip lado

pela en ibilidade po ica, podem e plici a a ma e ialidade ling de en ola

b eq en e (L

ela i i a e a q e o di c

P

ica. No

), enciono ob e a alg ma

o po ico pode ob iga

m p inc pio ipog fico

como a legibilidade. Se, como di Decio Pigna a i, A q e

o da poe ia

di e coi a imp eci a de modo p eci o (PIGNATARI, 1997), al e p d

e a: emo

di e q e nem emp e, pa a a poe ia, o mai leg el o mai e p e i o. A pa e eg in e do cap

lo de ina e

an li e de O p l a e bio , doi poema em

f ndo neg o ( a o eco en e na ob a de A g o), em q e o poe a ili o a me ma fon e (Bab Tee h) em confo ma e dife en e . Finalmen e, ence o o cap

lo concen ando minha lei

a no

o de fon e da ilo c i a , endo o

poema N o como p incipal obje i o. A cada g po de poema anali ado, m g po di e o de p ocedimen o p eci o

e mobili ado. N o omen e o fa o de, no malmen e,

m obje o

ci a inq ie a e de e minada no pe q i ado ; ma o fa o de a ob a em q e

o e con i i n ma da maio e o ien ado a me odol gica de me

abalho. B q ei pe cebe o

a ado fei o po e a ob a ao longo de

m dan a ; o de enho da le a indica e le o me, po ca o da ipologia

e e,

e i am de g ia. E a abe o ea como o

ada em O P l a

a a

e a F ica Mode na. No

e bio , po e emplo, foi me nece

io

me mo ob e a fam lia ipog fica o iginal pa a, po e io men e, al e a lhe alg n de alhe n m edi o de fon e . Poe ia e

a ela e com o

o e pa o .

14

A im, a an li e ipog afia do

em e en emeada a con ide a e ob e o de ign e a

c lo XX. Alg n pa alelo

in e fe ncia

ope ada

po

o po

A g

ei , como o q e di

o na fon e

ede enhamen o e a manip la o de fon e

a

efe ida acima: o

o p ocedimen o f eq en e no

ni e o ipog fico. No en an o, a efe ncia a p fa

e pei o

e impo an e amb m pelo q e podem

ica , digamo , e

a po ica

ge i de di e g ncia com o fa e

ico. M i a e pe i ncia ipog fica a ai ainda e e en em da mai mida in en o. N o ob an e po amo chama , com alg n e ico , a

ipog afia digi al, po

a condi e de p od

momen o p e en e, de p

mode na,

ob a q e po co fa em f en e (n o q e eja e a a

a p

ipog fica

ling agem digi al e pe i ncia q e pode em e manip lada po pa a e pen a q e

ica , n o a o, pa ecem e l a em

e pe imen a e do come o do

a f n o). Embo a

pode o o , alg ma f ndi e

o e pelo fa o de e in c e e no c lo pa ado

ol a com of a e cada e mai e comp a em em e e pa a a

ac e cen am ao ipo de ch mbo o fa o de

m comp ado pa ic la . E e

, de m pon o de i a amplo,

m bom en ejo bem mai q e

einamen o f ico. Em m ica, de de a po ibilidade de oca , como m hea me alei o mel dico f i ado , 19 no a po eg ndo, a a coe ncia de abe q e, naq ele

echo,

p eci o q a e em dece o in

men o.

q a e como m modo de ele e e q alifica i o, ao modo n o po ico de

ne e en ido q e, , aq i, e con ap e

oda ipog afia. I o , me mo endo po l edi e

q e oda ipog afia , de alg m modo, e p e i a (Cf cap. 3), a a q e o

lo de a di e a o fa

efe ncia di

e pei o a ma

manip la o in en i a da fo ma e e ilo da le a e o gani a e de p gina e c. A ob a de A g

o de Campo

bem o e emplo de a in en i idade q e

an m a, eja po meio da hoje a caica le a cd oom, a pala a em a e.

e o po meio de

em

15



Tipografia em dois tempos BREVE PANORÂMICA



o demo o m i o pa a q e a in en o do o i e Johann G enbe g, le ada a e mo na d cada de 1440, e p e a e ao o

mai

di e o . Embo a inicialmen e

i a como

in men o do diabo po m i o do copi a e pelo q e e dedica am a cnica de ep od o meno mecani ada 2, n o dei a de imp e iona a apide com q e a imp en a e p opago pela E opa na d cada eg in e

a in en o, e indo a in e e e

o dife en e

q an o o de e di o , cl igo , come cian e e a i oc a a . A imp en a e, con eq en emen e, a ipog afia

gem, a im, como o

elemen o de e abili ado e de m pano ama ocial em q e a e c i a e a lei

a

e am p i il gio de

a

pop la i a o de

ed ido

g po . S a dif

o

ignifica a n o

ma no a ecnologia ma , amb m e p incipalmen e, a 16

po ibilidade da e pan o da info ma o. Ne e en ido, ignifica i o (n ma E opa q e i e ia, d cada mai a de, o confli o eligio o da Refo ma e da Con a Refo ma) q e o p imei o li o imp e o enha ido ma e

o da B blia.

Q ando da mo e de G enbe g, em 1470, m i o pa e e ope di p nham de oficina

j

ipog fica (Cf. MANGUEL, 1997, p. 158 160); po o

o

lado, m i o daq ele q e an e , eco iam apena ao copi a pa a a p od

o

de li o , e am ago a clien e do p op ie

io de a oficina . A po ibilidade de

m n me o maio de e empla e (n ma d am ica ed

o de empo e c

em compa a o com a compo i o man al), de ma maio ep od

o do

e o , en e o

mam a ocia

e idenciada , q e opo Ca o da ilog a

q e

e q e mai

e

in en o da imp en a (po ibilidade de democ a i a o da

info ma o, efo o do c digo e c i o e c) co em o

2

nifo midade na

o fa o e , aj da no a en ende a eno me

acele a o po q e pa o a no a ecnologia. Pa alela co

o,

a e da imp e

a , m po co meno

no ci a . o em chapa de me al, cnica com n no pe odo medie al.

(o

I

, no pl al em la im) e a como e chama am a

p imei a ob a imp e a q e, embo a e e indo do no o meio cnico , n o dife iam m i o do modo como e e en e o

a am o li o a

en o. I o ignifica,

a coi a , q e a manei a de diag ama a p gina , o e ilo da le a , a

fo ma do li o, enfim, con i 3

medie ai . En e o

am

m pa alelo do

e o

man c i o

a a e , o in e e e c e cen e pela ob a da an ig idade

cl ica, a o ma can e do Rena cimen o, o ien o o ip g afo na b ca po o a a da fo mai . A le a

Carolingias

ca ol ngia (min c la ), em conj n o com a le a omana (mai c la ), comp em o mai po ca le e a do imp e

ignifica i o con apon o a

romanas

ipo g ico . A im, q a e concomi an e

o e p blica o de ob a de C ce o e A i

en alhe da ma i e e ipo q e e iam

ele , oco iam o de enho e o

ili ada ne a ob a . Um abalho q e

come a a com fo ma no papel, a an a a pa a a o i e a ia, pa ando pa a a fam lia de peq eno pa alelep pedo de ch mbo, o ipo . Ald

Man i

(1449 1515) , ip g afo e edi o

ena cen i a, defini

m i o do pa me o ipog fico q e o ien a iam, d an e li o . De e e a ele a mai

ignifica i a di in e em ela o ao modelo

medie ai . U ili ando no o e ilo de le a (a c ba e em con elho edi o iai con i a fice , Ald

p blico

Ro e d , en e o

Ai

c lo , a fo ma do

i a g ega, po e emplo) e com

do po e c i o e , ip g afo e o

o

fane , He do o, Dan e, Pe a ca, E a mo de

o . Impo an e no a q e, de a fo ma, a no o de

m

me cado edi o ial, c e cen e de de a p en agem do p imei o li o ainda no final do

c lo 15, oma

l o de fo ma mai

lida. No e e amb m q e a id ia

de q e, pa a cada ema abo dado, m ipo di in o de e ia eq e ido e im la a e e me cado a b ca a de fei

a cada e mai pl ai . E abelecendo

n o , ma e iai e m odo a fe amen a p p ia , a

ipog afia da poca afa a a e pa la inamen e (ma p inc pio ) da e

3

a amen o ipog fico

em nega lhe odo o

a do li o man c i o . I o e e idencia no a pec o do

A B blia de G enbe g, po e emplo, man c i a do copi a medie ai .

lii o

e de ipo g ico , in pi ado na e c i a

17

ol me edi ado po Ald , c jo c idado com o ipode papel, o e ilo da le a e a diag ama o an fo ma am o li o em peq eno a efa o ipog fico 4.

18 Uma p gina de Vi g lio, imp e a po Man i

N ma pe pec i a dife en e, m o enca na o ideai de m pe odo hi Joff o To . O li o q e

o e emplo de como a ipog afia pode ico

a ob a C

m a ado ecl ico em q e e

o de de o h mani mo flo en ino a

(1529), de em di c ida q e

p opo i e fa o

ei

e

efo ma

o og fica da l ng a f ance a. Con do, o pon o q e aq i mai no in e e a di e pei o ao m odo

ili ado pelo ip g afo na diag ama o de 5

In pi ado no an opocen i mo ena cen i a , To m 4

a ado an opom

ico; endo a p opo

a le a .

confe e ao de enho do ipo e da fig a h mana como

Seg ndo Ana C alo, em e a igo A M A (In HEITLINGER, 2008, C N 9, p g.13), A a g ande a manife a e p incipalmen e na a f n e de ip g afo e edi o . A ac i idade edi o ial, ao con io da g ande maio ia da imp e e de inc n b lo , foi in pi ada po me a cla a c l ai e in elec ai pa a al m da de na e a econ mica. O objec i o foi de p opo ciona e o imp e o de boa q alidade e p eci o. Pa a e e efei o ili o o la o de man c i o , c ja finalidade e a ga an i ma co ec a lei a. Con ib i de fo ma deci i a pa a o e do e c l i o da le a g ega . 5 Cf. h p:// ipog afo .ne /hi o ia/ o .

medida, ele b ca e abelece pa alelo e co e pond ncia ipog fica . Abai o, d a p gina do C

:

19 impo an e e al a q e a imagen da le a in e ida na g ade n o dife em an o do de enho de o di in a

a le a conhecida na poca. O q e a o na

o abalho meno e iden e de medida do

ho i on al do A e do H

al

a o : To

locali a o a o

a do e o da fig a h mana. Da po q e, hoje, a

efe ncia ao ip g afo dificilmen e p e cindem de a imagen compo a de le a e g ade. Ela pe manecem como mbolo de e concei o h mani a e, em i a di o, e

o meno imb da da id ia de en aio e e

q e e a iam ma Ga amond em Fa e a Doi ipog afia, a

bjacen e do

a ade. g

ico e in e iga o cien fica. c lo ap , John Ba ke ille (1705 1775) de loca o cen o da en o p incipalmen e alem e f ance a, pa a a Ingla e a. O poe a

e e ico da ipog afia Robe

B ingh

abalho: Ela (a le a de Ba ke ille) neocl

a

a im e p on ncia ace ca de e o

o p a e impe

ica q an o o Capi lio, a ca a B anca e m i o o

ba elmen e

o edif cio e a ai e

fede ai (...) (BRINGHURST, 2005: 143 144). A

e e momen o, embo a o obje o

j ap e en e ignifica i a dife en a em ela o ao man c i o medie ai ,

o ainda m i o cla a a infl ncia da man c i

fo ma do ipo . O elemen o mai ma can e de a infl ncia e dado do

e ifa , o b e e

a na

no a amen o

a o q e ema am a e mina e da le a . A e ifa

ipo in pi am e no ge o da m o q e, ao e i a a pena do papel, p od

peq eno a o , m i a p incipal a q e e ligam.

e e de e pe

Ob e e e q e h no

ol me

ma oco

a e inclina o dife en e do

a o

ncia ignifica i a de linha diagonai , an o

a o p incipai da le a q an oem

a e ifa . 20

Com o de enho de Giamba i a Bodoni (1740 1813) a ipog afia en a em e pe odo mode no. A cla ifica o n o an e io e

a bi

de Bodoni ap e en a am alg ma

g o o e fino ;

a e ifa , m i a

ia. G ande pa e da le a ile a na mod la o do

e e inclinada , in pi a am e no ge o da

m o, e gio da m dan a de di e o do pincel o con a e, o

a o

da pena longa. Em

ipo de Bodoni ap e en am fo e mod la o, o nando a

e ifa

mai fina , ho i on ai e nifo me . Re l ado de ma eo i a o con i en e, ma

ada; pice de q a o

Bodoni, po e

c lo de hi

ia ipog fica. Embo a o

a di e i e acionai e pela b ca de cla e a e eq il b io, po am

i o como pe fei o 6

ep e en an e do neo cla ici mo, B ingh

o ao Roman i mo. De oda fo ma, nenh ma ipologia ha ia, a 6

ipo de a ocia

en o, e

Ace ca da le a om n ica, B ingh e c e e: O neocla ici mo e o oman i mo n o o mo imen o eq enciai na hi ia e op ia. Ele ma cha am lado a lado d an e o c lo 18 e boa pa e do c lo 19, igo o amen e opo o em alg n a pec o , in imamen e nido em o o . Tan o a le a neocl ica q an o a om n ica ade em a m ei o acionali a, e amba pa ecem mai de enhada q e e c i a . (...) E a no el al e a o no p oje o de ipo a im como oda a al e a e ne e campo o egi o de ma m dan a de f ndo na e c i a man al. (BRINGHURST, 2005: 144 145)

B o d o n i B o o k B T

afa ado an o da ca ac e

ica da man c i

po q e in c e e a ipog afia na e aind

a. E e dado

impo an e

ial.

INDÚSTRIA E SERIFAS O p imei o jo nai e pe i dico da e a mode na e i iam de de pelo meno o

c lo XVII. Ma

omen e no

c lo XIX q e a dif

i ema i a e de modo a e a fei o p

o da info ma o

ima da q e hoje conhecemo . A

aq ele momen o, con do, al como a maio ia da o

a a i idade a

a e ipog fica, com o cai i a compondo a p gina

ica , a

ipo a ipo, e a ma

a i idade e encialmen e man al. E e e ado de coi a an fo ma o com o de en ol imen o e a con olida o da Re ol

of e p of nda o Ind

ial:

e a ipog afia na cen e ca a a confli o com a maio ia daq ele q e p a ica am o

a

cnica de imp e

o, o ad en o de ma m q ina como a Lino pe 7,

in en ada na d cada de 1880 po

Me gen hale ,

o e con igo

eo gani a e pa a o ni e o ipog fico. M. M. Malaq ia 8,

de e minan e ip g afo po

O ma

g

, e c e e: 21 Da in en o da Tipog afia a chamada , o m odo de abalho po co e ol am. Ao con io da a componen e a ica e a q i ec nica, q e acompanho oda ma e ol o e ica, q e no de enho do ca ac e e e o na o , q e no a pec o con i o da p gina, a a do e f on i p cio , comple ando o ol me do li o com l o a e a ica encade na e , m i o ao go o de cada poca. Fo am ce ca de q a ocen o ano de e plendo , de de o meado do c lo (1445, ano da in en o da Tipog afia) a ao in cio do c lo i (1814, ano em q e in en ada a p imei a m q ina de imp e o cil nd ica), poi a a odo o abalho ipog fico inha ido man al, q e na compo i o, q e na imp e o.

7

A Lino pe o imi o o empo de p od o da p gina imp e a em ela o compo i o man al. Ela con i e n ma ie de ampa , cin a , oda , ele ado e , ga a , de en pido e e pa af o con olado po m g ande eclado mec nico. Se comple o mecani mo comp e ma linha de ma i e , j ifica a linha fa endo de li a c nha pon iag da no e pa o en e a pala a e en o f nde oda linha na fo ma de ma nica ba a me lica p on a pa a a imp e o ipog fica. (BRINGHURST, 2005: 152) 8 In HEITLINGER, Pa lo (o g.). Cade no de Tipog afia N 2, O .3 9J lho de 1997. Di ib i o g a i a em PDF em . ip g afo .ne /cade no ,.

Ob e e e a di in o q e Malaq ia e abelece en e o m odo de abalho e a componen e a pen a q e ai m odo a

ica , o ca

ica do fa e

ipog fico. Embo a eja po

el

amb m p de em e enca ado como a i idade

e a e anal, da ipog afia p

ind

ial, fica a inalado. De de o

alhamen o da pa i e e ma i e ao planejamen o e compo i o do indi id ai ; da mob lia nece

ia pa a a diag ama o do e o

ipo

fab ica o do

papel. Q ando Wal e Benjamim, na d cada de 1930, e c e e: (...) a a e da e pe i ncia e

o em bai a, e

do indica q e con in a o caindo a

alo de apa e a de odo (BENJAMIN, 1994: 198), e q e man m e endo

ei a ela o com a q e

q e e

apon ando pa a ma c i e

e indicada no pa g afo an e io e ,

a g ne e mai e pl ci a a pa i da eg nda me ade do

c lo XVIII.

Benjamin no a q e, em conj n o com o g ad al de apa ecimen o da e pe i ncia e da fo ma na a i a e

a g ad al a cen o da indi id alidade do

jei o e da

fo ma omance. E idenciam e, a im, d a con eq ncia f ndamen ai da Re ol

o Ind

ial. A a e da na a o e a ia ligada in imamen e ao ni e o

do a e ana o, a m fa e ba eado na

an mi

o e no compa ilhamen o da

e pe i ncia h mana, ma e q e a na a o p e m nima cole i idade: Q em e c a na ado

(idem, p. 213).

ma hi

medida q e a

p e, e encialmen e, ma ia e

f b ica

m l iplica am, o e pa o do a e o e ed ia, a lei e mai indi id ali ado, oli

em companhia do e a

m q ina

e

a o na a e m a o cada

io.

A ipog afia ofe ece alg n pa alelo a e e pano ama. Da m dan a b

ca de pe o no

c lo XIX, e p aiando e pa a o

a o de ma Bodoni, a ipog afia do

c lo XX, ofe ece ma

ie de ipo com po ca

o nenh ma mod la o en e a o p incipai e e ifa (q ando a em). Meno o namen a o, mai obje i idade. O ipo

eali a podem e apon ado como

o p incipai an eceden e do ipo q e, no mode ni mo, fa iam da implicidade geom

ica

a ma ca. No e cei o cap

lo i o e

i o mai de idamen e.

An e de p o eg i mo , po m, in e e an e a a , ainda q e b e e , alg ma

22

con ide a e

ob e a e minologia e mo fologia do ipo bem como ace ca de

alg n e emplo pon ai de in e

elacionamen o da ipog afia com ali e a

a.

ALGUMA NOMENCLATURA/ LITERATURA E TIPOGRAFIA Uma fam lia ipog fica fo mada po

m conj n o de ipo q e g a dam

de e minada ca ac e ica em com m. Um ipo ba e po e e i a ia al e a e , deco en e , m i a e e , da nece idade de o e aplica o de e ipo . A dife en a en e

ma

e

enchimen o da le a ( eg la o

o e o

a e l am, po e emplo, no

), na inclina o e c:

Walbaum ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890 (corpo 13)

Walbaum Old Style Ssi ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890 (corpo 13)

23 Po o o lado, d a dife en e fam lia ipog fica podem ofe ece a) a pec o con ide a elmen e di e o (ca o da Ga amond e da O a o S d) o b) podem e di ing i de manei a mai

i (ca oda A ial Unicode e da Tahoma).

a)

Garamond ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890 (corpo 16) Orator Std ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890

b) 1234567890

Tahoma ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890 (corpo 13)

(corpo 14)

No p imei o ca o, emo coe ncia pl

ica,

m e emplo ignifica i o da diag ama o de ma

i al: a

fon e

o dife en e

ma

man m liga e

e iden e ; a inclina o da e ifa, o ipo de co e in e no, en e o o a o con an e em cada e e iden e : a

ela o al

q e iden ifiq emo

o. No eg ndo ca o, a di in e

a la g a, a

enchimen o, o ipo de n o

an i o g o o fino do

o da e ifa e o

n o apena

e

e

a ca ac e dife en e

po e emo

no

iedidee g ncia e

o mai a o, o

ica con e gem pa a de

ma fon e ma ,

efe i amen e, de fon e di in a E a con a a o b ica pode indica bem mai q e ipog fica. Pode ignifica oda ma

o a pec o ,

ma dife en a

ica .

el me mo q e a p efe ncia po fon e n o e ifada apon e, como e cei o cap

lo, pa a pe pec i a

a

ica

q e b cam a

economia, a implicidade f ncional. E a ec a do e ce o pode e l a em po icionamen o como o de R a i McLean, ci ado po Fla io Vinici

Ca d o:

Embo a a cnica ejam ago a dife en e , o p op i o do de ign ipog fico n o em m dado. o de com nica pala a : em pala a , em p imei o l ga , a ipog afia n o e i e [!]. A ipog afia o meio pelo q al pala a , concebida na men e de alg m e en o po a no papel com ma pena o l pi , o po a di po i o de odo o m ndo. (McLean, 1980: 9) C .

Sob e a po

a de McLean, Ca d o e c e e: Pa a McLean, o po e n o in e e am ao ip g afo. Co e po i n o con am. Fo ma o de embalagen n o con am. Di pla ele nico n o con am. Imagen n o con am. Mai ainda, pa a ele pa ece q e o igno alfan m ico (o mbolo leg imo da a e c i a ipog fica), n o com nicam nada iconicamen e, como e fo em de pido de q alq e alo imag ico. (CAUDURO, /d: 12. In: h p:// .com nica. ni ino .b / ic / e o /19 98/1998_f c.pdf

Impo an e ob e a q e, pa a Ca d o, a nfa e f ncionali a de alg ma co en e do ipog fica.

do

c lo pa ado ende a embo a o

o da c ia i idade

24

An enad imo o alheio a e a di c ip g afo

e poe a

in en i o, con do,

e , alg n a i a

de igne ,

eg em, no q e a ipog afia con empo nea em de mai

indo ipologia q e e aliam ao (q ando n o

jei a e oda e p cie deimpe in ncia

o fei a de)

ipog fica :

Tipografiaimpertinente9 C

N

, a o ia de conhecida

A

Tipografia impertinente C39H P24DIT , a o ia de conhecida

O , n m jogo q e p e em eq e a f ncionalidade e a pe in ncia do i ema alfab ico, 25

Coisas loucas D I , a o ia de conhecida

1234567 IC

, a o ia de conhecida

TIPOGRAFIA T

L

F

A pl alidade de po icionamen o q e e a o

, a o ia de conhecida

ipologia comp em j n o a

a , mai e i ali a (a Pala ino, de He mann Zapf, de enhada em 1948, em

in pi a o neo h mani a), ao empo em q e en iq ece a ling agen g fica , p e em p oblema o e copo da ipog afia.Amba a con eq ncia

o bem inda

poe ia. 9

Toda a fon e ap e en ada ne a p gina fo am bai ada do i e WWW.ne fon .com

P a la t in o

alo Cal ino, n m omance p oblema i ado da p p ia ep e en a o na li e a

a con empo nea, inicia o cap

lo 1 com a eg in e

pa agem:

Voc ai come a a le o no o omance de I alo Cal ino, S . Rela e. Concen e e. Afa e odo o o o pen amen o . Dei e q e o m ndo a ol a e di ol a no indefinido. melho fecha a po a; do o o lado h emp e m ele i o ligado. Diga logo ao o o : N o, n o q e o e ele i o! . Se n o o i em, le an e a o : E o lendo! N o q e o e pe bado! . Com odo aq ele ba lho, al e ainda n o enham o ido; fale mai al o, g i e: E o come ando a le o no o li o de I alo Cal ino! . Se p efe i , n o 10 diga nada; oma a q e o dei em em pa .

Na p gina

eg in e , o lei o

omance, a pon o de an fo ma

e de cob e cada e mai ime o no

e em

a pe onagem p incipal. E abelecem

e, en o, d a pe pec i a mai imedia a de lei

a: a daq ele q e e

26

e plici amen e efe ido nana a i a e o q e no pe mi i ia fala de doi lei o e a daq ele q e l , n ma camada mai e e na, ai efe ncia . A e a ob a, j po ibilidade

de lei

con a empo inicial po

o icaem camada , pode amo ac e cen a mai alg ma a. Em p imei o l ga , o elemen o deflag ado

do

m p oblema ipog fico. O lei o do omance pe cebe q e,

m e o de encade na o, o li o, da p gina 32, e o na

p gina 17. Seg e

no amen e a 32; ol a no amen e a 17. O e o do ol me , a im, a epe i o de e in e alo de p gina . O lei o , con a iado, decide i defei o o po

li a ia, oca o li o

m e empla em pe fei a o dem. Fica abendo, pelo li ei o, q e o

p oblema oco e a com o a pe oa e, como info mado pela edi o a, a ob a em q e o nem e a a a de S nem ampo co e a m omance de I alo Cal ino: a p gina q e come a a a le , ab o ido, e am pa e de F

C

M

, omance do polon

Ta i

Ba akbal.

e a a ob a q e, e q ecendo e de Cal ino, o lei o le a pa a ca a. Se ob e a mo 10

CALVINO: 2003, p. 11.

bem,

po

el me mo di e q e q ando a ipog afia fa

na a i a oma o Po o

oc

o.

o lado, alg ma da q e

podem e

e mai e iden e, a

e

ci ada pela e c i a de Cal ino

p eendida no q e alg n e peciali a

m chamado de ipog afia

11

p

mode na . A no o de a o ia e de n damen o na a i o, po e emplo,

alg ma de a q e

e . No li o, de hi

ia dife en e

o

e en edam ( endo

como m do denominado e com n , en e an o, a p e en a do lei o ), e con eq en emen e de a o e di in o e e e am na elabo a o de m nico, embo a m l iplo, li o. Tal m l iplicidade e f agmen a o e con i em como elemen o c cial da na a i a. cedem e o lei o do omance e

medida q e, ficcionalmen e, o li o en ol ido em a e q e

li a ia a planeja o ca amen o com ma po e

po

ei de ejo de e a o (coi a com m em m i a na a i a

p opo cionado pela lei

o de de i a

el lei o a, o lei o q e e

do omance an o pe de e po o de ob e ado pa i o q an o a: o omance, pondo mo

a e

e

f

fo a ado

adicionai )

meand o , e a o

efe encia o empo odo.

27

De fo ma m an o di e a (ma n o a pon o de in alida a analogia), alg ma e pe i ncia p ocedimen o

ipog fica ge am ipologia q e amb m cong egam

pico da p

mode nidade. Independen emen e da modalidade, o de igne p mode no enca a a ipog afia como m campo pa a e pe imen a o e an g e o de c none p i a . Poi a p mode nidade ba icamen e a ein od o da bje i idade, do imagin io idio inc ico do de igne , q e ha ia ido comple amen e ep imido na al a mode nidade, no p oje o

11

q eda ef agmen diga: q aa eo po o ao, odoe de ponlocamen nea, mo ei an odalinea ob aidade conna empo aImpo em aan mae ca do b jei a i a,nea da q eb a da e a in ica e c. S o ma ca de m e ado de coi a , de ma de e minada in e e o de e pa o e empo. O in e e an e a no a q e a q alidade li e ia de a ob a n o medida, como e pode po , pela maio o meno incl o de elemen o mode no , p mode no o me a mode no . S , en e an o, ob a q e cong ega a ag da con ci ncia da p oblem ica li e ia de e empo a ma fei a a ica imp e ionan e. De fo ma an loga, m i a da ipologia q e hoje encon amo , p incipalmen e a di ponibili ada pela in e ne , podem e cla ificada como p mode na pelo m i o q e a em do do, da e pe imen a o e da an g e o a no ma adicionai de fei a ipog fica. En e an o, a an g e o p a e imple nem emp e ind cio de in en o.

con empo neo . Ne e mo imen o de eg e o a e a ica do de ign, de de mi ifica o do e ca e p e do cien fico, de e alo i a o da e ica e da emo i idade ob e a l gica f ia, ob e amo q e a in i o e a impe fei o o m i o alo i ada , po q e endem a e de cada jei o e de cada con e o ocial no momen o hi ico e pec fico de e ol o de p oblema com nicacionai . (Inh p:// .p c .b /fameco /po / e fameco /16/a08 1n16.pdfb)

Capi la e como a q e inicia e e pe odo, m g ade, podem no le a a con ide a e Dian e de ma capi la , o olho medie ai , eja a ob iedade geom q e o de alhe m nimo imagem do efe ido

nidade de e de e em com mai

icamen e o namen ada capi la e

ica de ma f

da apa en e ig aldade da e ifa o do

a. Pa a al m da g a

a,

a o , locali a e m a o ni e o em

m ma f ncionalidade e

indica

a

o di in a q an o complemen a e .

m a opo

aga no de enho de ma le a. Sejam a

omano ci c n c i o

ema. En e an o, o q e a

o planejamen o, a a q i e

e iden e no de enho final da le a. A imagem i olada, po

a

bjacen e, n o

i, n o no pe mi e

a ib i lhe ca ac e ica me aling ica . Po m, a pa i do momen o em q e a ipog afia digi al po ibili a o o de a imagen de modo a fo ma ma ipologia,

ili

el em q alq e edi o de e o, ma o

a po ibilidade e

ap e en a: ainda q e o compo o le a g ade po a e i o como e emplo de m en aio, a pe man ncia de a me ma g ade , pondo mo ge ado a da c

ao a

o da e fe a

a da le a , ap o ima, na ela do comp ado , ecnologia

di in a e, como no omance de Cal ino, empo di e o .

abcdefghijkl mnopqrstuvxw A analogia a ada n o p e ende pa alelo ab ol o

apena e abelece

alg n pon o de con a o a pa i da mo i a e q e ma ob a como S ...

ge e. Con do, o

o da ipog afia como elemen o di ecionado do

28

fa e li e

io pode e iden ificado, o a mai o a meno e plici amen e, em

io momen o da li e a

a ociden al. Doi b e e e emplo .

Em M po

B C

, o p ocedimen o ipog fico

m,

e e , papel p eponde an e na ca ac e i a o do q eb adi o da na a i a: o

c leb e cap

lo LV, in i lado O elho di logo de Ad o e E a , comp e e de

ma ca e indicando a m dan a de en ada da pe onagen (no ca o, B C ba e Vi g lia), eg ida da a fala q e, en e an o, n o e ap e en am em pala a ma em linha pon ilhada ao fim da q ai emo inai de e clama o e in e oga o. N ma e p cie de conden a o da e

a maio do li o,

Machado pa ece apon a , po meio da indica o de m di logo a q e pico en e aman e , q e a manei a de di e

o mai ele an e q e a coi a di a

12

.

29

Um o con

i i mo

o e emplo pode o, no come o do

e

iden ificado na c lo

. Em e pecial, na

ipog fica de El Li i ki ( m do p imei o a i a a e em pe a de de ign g fico) pa a poema de Maiko ki.

12

e pe i ncia ad

do e

ili a da fo og afia

Pode amo pen a e e di logo amb m como me fo a de ma nece idade f ica, i o , do e abelecimen o de m la o com nica i o q e n o em po obje i o p incipal a info ma o.

Li i ki b ca e al a m ignifica o e pecial.

i almen e elemen o q e, no n el em n ico,

Sob e o poema acima ep od ido, Ha oldo de

Campo no info ma: A im, no poema Kho cheie O noch nie K Lochadi n ( boa di po i o pa a com o ca alo ) em q e o poe a de c e e e en imen o pa a com m ca alo q e omba em plena a, logo em co(dpopla), de oacado, na me ade pe pio ojedaado p gina jogo pa onom ico GRIB GRAB GROB GRUB, i olando e a ogai q e e pe m am den o do e q ema fi o da con oan e . E a pala a , al m de ep od i em onoma opaicamen e o a ca da pa a do ca alo q e cai, con ocam m mbi o em n ico, f agmen io: GRIB, cog melo, o lho; GRAB, impe a i o, eg nda pe oa ing la , de g abi , pilha , GROB, cai o a a de; GRUB, g o ei o. (In MAIK VSKI: 1996, p. 146)

Em A g

o de Campo , an e de e

m e emplo pon al, a i alidade

da le a como di e i de abalho ma con an e.

30

tipografia e princípio ideogrâmico



CONVERGÊNCIAS Re l ado da f ideog ama , ambo

o de doi e o an e io e ( Poe ia, e p blicado

a e Poema,

em 1955), o a igo Pon o pe ife ia poe ia

conc e a (In CAMPOS, PIGNATARI, CAMPOS, 1975: 17 25) ma ca p imei a apa i e de A g

o de Campo no cen io da li e a

Ne e e o, m pano ama o ei o da poe ia mode na, oco e n o do g po Noigand e

no c

o da hi

ia li e

A g

ma da

a b a ilei a. a incl

o

ia ociden al ma , dado

impo an e, a no o de q e o paide ma po ele elabo ado poe ia conc e a. Se



p en nciado da

an ece o e mai imedia o ne a con ela o, eg ndo

o: Malla m , Po nd, Jo ce, e.e.c mming . Pa a e e momen o, in e e a

no e pecialmen e o doi p imei o nome . S ephanne Malla m Pala a ca a ao fa e a

ge como o de b a ado de no o e pa o po ico . ico do poe a f anc , o e pa o pe de

a cono a o

impli a de f ndo, o b anco da p gina adq i e a dimen o de elemen o e

al no poema, a pala a

Un Co p de D

alem pelo q e pe am e po como e dei am e .

(Um lance de Dado )

o poema e opim de a e ol

13

e pe

o ipog afia f ncional , eco en e no a igo de A g

o. A

o, in pi a e em

Malla m . E a Po nd, embo a pe co a caminho con a an e a Malla m , da e ol

di e o

e, po

e e,

i o como o p incipal con in ado / edimen ionado

o po ica iniciada com o p oje o malla maico: e pec lia e inci i o

modo de c ica li e

ia,

a poe ia, i ando a o o e med la

da ling agem

po ica. S a con ib i o ace ca de m concei o f ndamen al pa a a poe ia do c lo XX: o m odo ideog mico.

13

Impo an e ob e a q e, aq i, f ncional n o de e e conf ndido com o f ncionali mo a q e no efe i emo mai adian e, no p imo cap lo. Aq ele di e pei o a ma di e i acional de b ca de implicidade no de ign do c lo XX, e p aiando e po end ncia di e a . Aq i, com ipog afia f ncional , embo a n o defina e plici amen e a e p e o ao longo de e en aio, A g o apon a pa a o g a de po encialidade e p e i a/ po ica q e Malla m confe e ao p ocedimen o ipog fico .

31

O IDEOGRAMA E a Po nd e c e e q e A g ande li e a ca egada de en ido, no mai al o g a po de e p e

a

imple men e ling agem

el (POUND, 1976: 35). Pa indo

po o, apon a: A ling agem da p o a m i o meno ca egada; al e eja e a a nica di in o efica en e poe ia e p o a. A p o a pe mi e maio ap e en a o fac al, maio p eci o, e igindo po m m n me o m i o maio de pala a . (idem, 38)

Po nd afi ma ainda, n m a igo ob e Cam e , q e a poe ia n o pe encia li e a p d

a, mai p

ima q e e

ica . Embo a

emo obje a , afinal, ace ca da concep o de en ido q e e

emp egada ne a f a e , e ae p e

(idem, 1977, p.113).

a ia e /de i a e q e alg n

ad inda de

em n ica. Uma po ica de

, incl i e, de a id ia e de e ico

e alem ao e

ABC

a po

ei

a a a cada e meno

in imamen e ligado

efle e

a ela o com o i ema de e c i a chine a, com o en endimen o

ia E ne Fenollo a haikai de Ma

ica o

o p e en e n ma anedo a e c i a po Po nd em e

f cil di in o poe ia/p o a14. No ca o de Po nd, o

endo

cla o q e ela apon am pa a a id ia de poe ia como

ma e p cie de conden a o ling L

da m ica e da a e pl

de ideog ama. No poema abai o, al e o mai conhecido

o Ba ho, e e p inc pio da conden a o fa

e p e en e:

O velho tanque rã sal' tomba rumor de água T ad

o de Ha oldo de Campo (1997, p. 49)

14

O con aponham e (como D cio Pigna a i, al dindo di in o fei a po Cha le Mo i . Cf. no a n ) o di ingam ( bo dina o) de (coo dena o), o q e an pa ece da po i o de alg n de e e ico q e a e pecificidade da ela e q e a poe ia e abelece com a ling agem a coloca, c0mo q e ia Po nd, em m l ga dife enciado na a e da pala a. N o me cabe, aq i, coincidi e a e pecificidade/limi e com a conden a o de q e e amo falando. A ling agem de omanci a como Jame Jo ce o G ima e Ro a ale am no ob e o pe igo de ma ab ol i a o, ainda q e, ne e ca o , o q alifica i o po ico eja m i a e e chamado a compo a an li e li e ia.

32

O haikai de Basho, no srcinal em japonês

Minia

a a ada a b e e pincelada ,

a lei

a n o no

oma mai de

meio min o. Embo a po amo pen a no l imo e o como ma po concl

o da eq ncia de cena , po

ee

a n m e q ema l gico de

di c

el pen a amb m q e e e haikai n o jei o p edicado, com alg ma pa e do

o po ico nece a iamen e complemen ando o

cena , po a

ma ap

o

Fenollo a, m e

el

a 15. Pe cebemo b e e

a, em ma liga o e iden e ma n o b ia. dio o no e ame icano q e i e e en ino no Jap o

d an e ano , em e nome a ociado, en e m i o o

o e en o , a ma

pe pec i a ino ado a na filo ofia e en ino da a e. S a ob e a o da c l

a

o ien al (japone a e chine a, e pecialmen e) le o o a eali a a i idade e a compo ob a q e en iq ecem o in e c mbio en e ociden e e o ien e. De e pecial in e e e pa a a li e a como in

a

古 池 や か わ ず 飛 び 込 む 溝 の お と

e a igo O ca ac e e da e c i a chine a

men o pa a a poe ia , a c jo o iginai E a Po nd e e ace o, ainda

jo em, po meio da i a de Fenolloa. Po nd, depoi , o edi o e p blico . O en aio e inicia com con ide a e ge ai ace ca do modo como, o inei amen e, a c l

a o ien al

i a pelo ociden ai . Se foco ecai mai

e plici amen e ob e China e Jap o: Tan o na Ingla e a q an o na Am ica dif ndi e a infeli con ic o de q e a poe ia chine a e japone a po co mai q e m di e imen o, i ial e infan il, q e n o me ece e le ada em con a en e a eali a e da li e a a ia ni e al. (In CAMPOS, Ha oldo.: 2000, p. 111)

Po co mai

f en e, ap

apon a

e l ga de opo i o a e a po

a

mai co iq ei a , Fenollo a indica ma da p imei a cha e de en endimen o de a pe pec i a de in e iga o: Me a n o a poe ia, n o a ling agem; en e an o, a a e da poe ia e encon am na ling agem. (idem, p g. 112) Fica e iden e, ao longo do e o, q e n o e a e 15

obje i o a iden ifica o o

Em e mo de e p e i idade po ica, ob iamen e po el pen a na de m e mo an ece o o b eq en e pa a de e minado e o, m o o o ca o de e minado pela pelo fa o de, n m poema, nada e a bi io; en e an o, e a nece idade n o de e e en endida como in nimo de bo dina o o coo dena o, no en ido g ama ical q e, em ge al, confe imo a e e e mo .

33

e abelecimen o de eg a ge ai pa a a l ng a chine a. O o ien ali a p op e, a p inc pio,

ma in e p e a o pa ic la do ideog ama , endo o como

ho i on e de lei ce

a em q e a poe ia

i a como

m

ma a e do empo , de

o de imagen e q ad o . Pa a Fenollo a, a poe ia chine a

ica n o

de a empo alidade (p e en e me mo na poe ia e bal de m l ng a ociden al) ma

ica, e pecialmen e, de ma i alidade. O q e no le a a o

o pon o

impo an e e n o16 meno pol mico de e en aio: a a ib i o (e ce i a, eg ndo alg n in logo ) de ma pic alidade ao ideog ama chine e . A ce a al a de e

e o, o e

dio o, depoi de ap e en a a eg in e eq ncia de

ideog ama ,

34

apon a: (...) a no a o chine a m i o mai q e mbolo a bi io . Ba eia e n ma pin a ida e cin a da ope a e da Na e a. Na fig a alg b ica e na pala a falada, n o e i e nenh ma cone o na al en e a coi a e o igno: do depende de imple con en o. Ma o m odo chin obedece ge o na al. Temo , p imei o, o homem de p ob e a d a pe na . Depoi , o olho a mo e e pelo e pa o: ma fig a n ida, ep e en ada po pe na a co e embai o de m olho o de enho e ili ado de m olho e de pe na a co e , fig a e ine q ec ei ma e q e a enhamo i o. Finalmen e, o ca alo ob e a q a o pa a . (idem, p g. 114)

Pa ece ecoa na pala a de Fenollo a a milena di c a bi a iedade, iden ific el de de o C 16

ilo, de Pla o, a

o mo i a o/

a p opo i e de

N o o po co o e peciali a q e apon am pa a inco e e na pe pec i a de Fenollo a e Po nd. Ve , po e emplo, ma c ica de Geo ge Kenned em .pin in.info/ eading / e /e a_po nd_chine e.h ml.

Fe dinand de Sa

e em e C

L

G

. Sem nece a iamen e

nega a con en o, Fenollo a, ob e ando na e c i a chine a ma mo i a o e

emada (a oco

po ibilidade ling lo do en aio o in

ncia, m i a

e e , da e imologia e iden e), pen a na

ica q e ma al abo dagem ab i ia

l ng a ociden ai . O

ge e: a poe ia pa a a q al o ca ac e e chine e

men o , em l ima in

e iam

ncia,poe a ia ociden al.

Se a g men o o le am a p opo q e no p p io co po do ca ac e e e amo a in in a o da ela o en e a coi a efe ida . No e e bem: ela o en e coi a , e n o a coi a me ma . I o , mai do q e ep e en a e a o do obje o , a e c i a chine a e ia a i

de de ap eende e

e

al , a i ide e o mo imen o da na

chin

(bem como

con i i apena

a po

el

ge i

e a. De fa o, o ca

e o de Fenollo a ma de

ima de o

efe ida afi ma o de Po nd,

a a e q e da li e a

a, em no

a fon e .

35

Vejamo mai m e emplo. O ideog ama 地 ( 4)17, o inho, pode ignifica

be

al do

m a pec o deco a i o, chama a a en o do olho pa a a

ace ca de a poe ia e a mai p

algo

e pic

an po i o pa a l ng a ociden ai ), longe de

ma e ialidade da ling agem. Ce amen e, a j

ao ideog ama 心 (

ma analogia

1), q e ignifica

,

,

. An epo o

, comp e a id ia n o

de

neo, ma a no o mai p eci a de cen o, de n cleo da e a. O

p ocedimen o de de i a o elacional fica a e plici ado: n o ad imo o doi ideog ama po

, como al e fa amo ,

ando

ma l gica

agl inado a e pen ando no ideog ama como compo o em n ico e anq e . A pa i de mon amo po

en e e

a ignifica o. No en an o, eg indo o c i

el dei a de menciona

n cleo , h

17

a po i e na f a e, da

efe en e

q e

io de Fenollo a, n o

amb m q e, no cen o do ca ac e e , em e

ma imila idade de

a o : como na f a e

,

A laba en e pa n e e indica a eali a o fon ica do ideog ama; o n me o q e lhe eg e indica o om, i o , a dife en a de en ona o/al a o p o dia, em q e a laba de e e falada. No chin cl ico, o q a o o on . Pa a o ca o do ideog ama em q e o, de e e eali a a p on ncia no q a o om, q e e ap o ima, pa a e mo de compa a o, da en ona o q e emp egamo em ma f a e concl i a.

pe cebemo a mig a o de fo ma , o ha m nico 18, como di ia o in logo no e ame icano.

N o e p e ende, aq i, p oblema i a o q an o e e en endimen o ace ca do ideog ama chin

19

apon ando p imacialmen e pa a a

en ido indi id ai de cada elemen o do compo o ideog mico e pa a no o

ha m nica

ap o ima e o

e di ancia de o

o

en endimen o . In e e a, po ho a, a inala q e e e en endimen o pe p od

po o do Conc e i mo e, no ca o de A g on oe

po

do a ei

ca o ao

o, p e en e me mo em

a

20

i amen e conc e a .

Dada a nece idade de ap e en a o ca ac e e chine e , de ofe ec lo ao olha

ob e o papel; dada a an e io o po e io nece idade de comen

e e

me mo

ca ac e e , a

p gina

io a

do en aio de Fenollo a e igem

m

a amen o ipog fico dife enciado, fo ando o alfabe o la ino a habi a o me mo e pa o q e o ideog ama chine e . Ne e pon o, al m daq ela j apon ada po Fenollo a, podemo ac e cen a mai

ma an agem da e c i a

chine a ob e a ociden al: independen e de aq ela dei a o n o dei a a e imologia da pala a , pa a n , aco

mado

chine e e ap e en am efe i amen e como

mo

a

le a la ina , o ideog ama . Ob iamen e, e a opo i o

18

O ido, e moge em o igem o da m endido ica. Decom ignaem a o e mo a f eq ao de e emi a. Po de inoa ni o, e aq i en de ncia e e beq ae o,m deom,eco fo ma . 19 Fenollo a en a q e na in e ec o en e o elemen o ideog mico q e e d a ignifica o; da q e d a imagen n o p od i o ma e cei a, ma e q e o in e e e de e epo a na en e ela . 20 Um do P ofilog ama , de 1972, a a imagen do pe fil de John Cage e de An on Webe n pe po a , n m jogo q e e e a po meio da mon agem. Uma lei a de e poema de e con ide a a ela o e l an e de a ob epo i o de imagen , b ca e pon o de in e e ec o e p e i a. De a fo ma, podemo fala de ma lei a ideog mica pa a elemen o q e n o o ca ac e e chine e .

36

pode e aeli i ada. Apena ideai , a q e pica ,

e pena mo na le a ociden ai como fo ma

q e n o pe cebe emo

a pic

alidade. A hi

ia da

ipog afia ociden al, do ip g afo e de enhi a de le a a e a i o de manei a ineq

oca. De oda fo ma, a

ilha abe a po Fenollo a po ibili am o

in e c mbio de p ocedimen o po ico en e l ng a di an e . N m p oce o diag am ico, ma po

el co e pond ncia, na l ng a ociden ai , pa a o

ha m nico q e Fenollo a iden ifica no ca ac e e chine e e iam o jogo ali e a i o e pa onom ico 21. Uma l ng a como o ingl (l ng a de q e e e e pa a e emplifica a compa a e com o chin ), me mo n o endo a i po meio da i alidade de po meio da mo i a e e emplo, e

a le a ,

de de,

ge i a coi a de q e fala, pode fa

ono a de e

lo

fonema . Fenollo a d o eg in e

a do de G a (p. 112): T

D

[o ino dob am an nciando a mo e dodia]

Depoi , no a q e a eq ncia fon ica de e e o oco e n ma e p cie de o dem nece

ia, n ma adeq a o f ndamen al com aq ilo q e an ncia.

Toda e a di c

o ace ca da ma e ialidade da ling agem chine a, da

pla icidade, implica n o

e mo

aq ele

ca ac e e

como me o

a

igno

efe enciai , po ado e de men agen pa a al m de i me mo . Tai ob e a e podem e a ociada

eo ia da f n e da ling agem, de Roman Jakob on. A

eq ncia de ideog ama

da

p gina

an e io e , o

me mo o e emplo

comen ado po Fenollo a, d o con a de ma e p e i idade q e e manife a . O pendo (E

) pa a a MENSAGEM como al, o enfoq e

da men agem po ela p p ia, ei a f n o po ica da ling agem. (JAKOBSON, 1985: 127 128) di o ling i a o em L . Po e a a o, a depende do e a o ( i al, ono o, em n ico) o da ela o en e ai e a o q e e eja endo e idenciado no poema, ende emo a olha , o i e pen a cada m do 21

elemen o

po ico

de fo ma di e a da q e emp egamo

Impo an e no a , amb m, q e o Conc e i mo ele a condi o de cond o e da e a poem ica.

o jogo ali e a i o e pa onom

na ico

37

com nica o co iq ei a; ma e p cie de aj

e de foco q e no fa pe cebe

mai a len e da l pa do q e aq ilo q e ela no pe mi e e . Q ando i o oco e, emo a p edomin ncia da f n o po ica da ling agem q e, en e an o, n o e e

i a ling agem po ica. Folheando m man al de de ign, ol ado o n o pa a a p opaganda, n o

e

dif cil encon a indica e de como o gani a

ma p gina, dimen iona

a p opo e , di ib i e b anco ; e plana e ace ca de ca ego ia de fo ma , co e e ipo e c. O a, ai di e i e apon am pa a m planejamen o i al, pa a a elabo a o de e e idenciam a ma e ialidade do

a gia

com nica i a

igno . Uma me ma men agem p blici

como de e o q alq e men agem, pode e ed ida

confo me e fa a o

n o

e colha e obje i o q e alg n poe a

a efic cia po enciali ada

e, n o e

o

o m i o di an e da

m dian e de i. Da po q e e j

di e , como D cio Pigna a i, q e poe a

ia,

m bom a anjo do elemen o . E e

p ocedimen o , g a dada alg ma p opo

ignifica di e q e odo

q e manip lam e

m

ifiq e

da ling agem. O q e n o

eja amb m m poe a.

38

E a ap o ima o en e a poe ia e o ni e o do o doo de oa ignifica i amen e, como e pode po , da i e mai con encionai de poe ia. N o , con do, ecen e. Pa a fica mo n m e emplo mai p e mo , em alg ma

efe ncia

ob a de O

q alifica i o eleg fico , indica o de m e ilo e

poema

imo:

com m

ald de And ade, o

o do

cin o, bem e emplificado po

p l la , em q e apide com nica i a e in elig ncia e combinam

de modo a o. Apon a na ob a de O

ald m ca

e

eleg fico

amb m

a oci la ao ni e o da imp en a, da p opaganda, dacom nica o pida. No ca o do paide ma conc e i a (o epe

io de e

in e loc o e ), a fo a de e ipo de com nica o e

an ece o e e

, amb m, a ociada a

Malla m .

MALLARMÉ E OS ABISMOS DO BRANCO Poe a e jo nali a, S ephanne Malla m na i o de A g

o e de e

o a o daq ele q e i ia a e ,

companhei o de mo imen o, o poema deflag ado

da e ol

o i al na poe ia ociden al. De fa o e e e n o

Malla m concebe o e

Un Co p de D

m dado q alq e ,

, de de o p inc pio, pa a e imp e o

(Cf. GUIMAR ES, 2004). Di amo mai : pa a i a p o ei o do imp e

ec

o da

o. D a impo an e implica e deco em di o. Em p imei o l ga ,

po

el a ocia

imp e o o fa o de q e e o na impe io o

22

de e mina o de o poema e o poema e c i o. E a lei

a,

afo a po ca e ce e , ma lei a indi id al, o olho do lei o pe co endo a p gina /cena do poema. O a, emo j aq i, ne e e o, p blicado em 1897, m fo e con apon o 23

em O

na a i a a e anal, de c i a po Wal e Benjamin em 1936,

. Me mo n o po

indo a ca ac e

ica fo mai apon ada po

Benjamin como pica do omance, Un Co p de D

e afa a da na a i a de

m modo, di amo , mai in en o q e aq ele ope ado pelo omance, poi , e e e, me mo adicionalmen e ligado

lei

a oli

ia e ilencio a, pode e lido em

o al a, o poema de Malla m e ige n o apena o o ido ma p incipalmen e

a i o do lei o pa a q e

amb m

o

a e p e i idade eja ap eciada de

fo ma mai comple a. Um e mo de A g

ode Campo

ca o do poema malla maico, p eci o

.

em bem a p op i o:no

Em eg ndo l ga , a diag ama o do poema (locali a o da pala a na p gina, al e n ncia do amanho e inclina o da fon e ) e igi c idado in

al na maio ia do o

o e o . Seg ndo Jo

do ip g afo m

Lino G ne ald (In

MALLARM : 1990, p. 127), Se fo mo oma em con a o q e e en ende po poe ia n o apena em e mo de con e do o modelo fi o de e ifica o, ma amb m e p incipalmen e em f n o de e a e in en o de no o elemen o pa a o p oce o e ico, en o U L D , de fa o, ep e en a o in cio da e dadei a poe ia 22

N o de con ide amo , aq i, a ad e e ap op ia e de e poema fei a po m ico como Pie e Bo le e John Cage, ac e cen ando lhe o a lei a e ecep e . Cabe amb m no a o q e e c e e Ha oldo de Campo , efe indo e mai di e amen e poe ia conc e a: S aq ele q e n o e o afei o cnica a i an e do o da o na m ica mode na (o Sp echge ang , po e emplo, ado po Sch enbe g no Pie o L nai e e na Ode a Napole o ), pode o d ida do efei o a al de m poema conc e o. A imple lei a men al e an o mai ica q an o mai p ima e coloca da p e i o do efei o de ma al ocali a o (CAMPOS, PIGNATARI, CAMPOS, 1975: 80) 23 , de a di e a o. Cf. Cap lo 1, b pico I

39

mode na. E e fo mo le a em con ide a o a limi a e de info ma o ecnol gica da poca em q e Malla m o eali o , e a amo q a e dian e de m fen meno, al e m milag e.

Em ela o ao ecido ling

ico em n ico, Un Co p de D

g a da alg ma p o imidade com o di c

o po ico mai linea . Po m, h

di e o momen o em q e o ecido po ico f a eg em

o

ainda

ado; a f a e o pala a

e

a de m modo n o p e i o pela in a e adicional. Da po q e o

e pa o, ne a ob a, e e i a de ma f ncionalidade

o in en a: a di po i o

e pacial do ca ac e e o ien a a eia de en ido do poema,p o ocando, al como no ideog ama , ma lei

a pa a

ica24.

40

Uma da p gina do UnCo p de D

24

Po pa a a e en ende e o modo de o gani a o in ica em q e p e alece a coo dena o. O elemen o indi id ai do conj n o ( ejam ideog ama o pala a ) adq i em a onomia n o po ei no di c o e ado po bo dina o, em q e a en e ele ejam in alidada .

O ha m nico de q e fala Fenollo a, a

e on ncia de fo ma e a o

pe cebida pelo olho n ma eq ncia de ideog ama , o ien am e e no eme em pa a a confo ma e

i ai ; a me fo a, a ge a o de ab

a e

gida da

mon agem, do pa en e co ma e iai en e ideog ama , l apa a a i alidade de inada ao olho. po imple de d a e

el

p eende o m odo ideog mico n ma eq ncia

ofe , em g ande mo

a de i

o i mo ipog fico ( m

jogo fanopaico); ma a ed ca o e pacial, ang el o apena do pen amen o,q e o ideog ama ofe ece pode efina a p ica ipog fica de fo ma ignifica i a, a endo lhe ma l gica di e a do p ocedimen o q e lhe de de G enbe g. Un Co p de D

o ca ac e

ico

pa ece eali a e e ideal.

L cia San aella, em a igo ob e a poe ia de A g

o de Campo , a im e

p on ncia ace ca da i alidade no poema malla maico: (...) ne e poema, a i alidade f nciona como a pon a de m . Na pa e q e inace el ao olha , o malla maico di e pei o a m o o ipo de i alidade, q e enho chamado de i alidade diag am ica, eg indo a e e de en ol ida po Ha oldo de Campo (1977) na Fenollo a, lo da ia peioceana dea lei q e a qdean o mai penid amen fo comple amen e o gani ado an o mai ele e pen amen o diag am ico. Toda g ande poe ia, me mo o al, e p incipalmen e a m ica, po ado a de a i alidade in i el ao olho , ma fo emen e pe cep el na inc onicidade do en ido . T a a e de diag ama in e no ling agem, fo a de a a o e ep l o da emelhan a e dife en a , empo alidade do e pa o o e pacialidade do empo config ado na malha da ling agem. I o em m i o po co a e com o i al ico,indo mai f ndo pelo meand o de ma i alidade eid ica. (SANTAELLA, 2008: 1)

B q emo m e emplo na m ica. An e m m odo o p ocedimen o compo icional q ema fo ma m ical fi a, a f ga e

in epa a elmen e ligada

ling agem do con apon o.

Dife en emen e do q e e pa a a com o can o g ego iano em q e m i a podiam en oa M dia, a

ma me ma melodia , na polifonia,

gida ap

o e pe fa iam melodia di in a , em ge al em al

o e

o fim da Idade a e, m i a

41

e e , em di i e

mica dife en e . Se o con apon o (o p inc pio de

, no a con a no a) , de fo ma ge al, o e abelecimen o de eg a de combina o de a melodia , a f ga comple a. Em ge al con i po

e po a e con a

da po

, po i elmen e,

m

o mai

jei o (melodia o mo i o p incipal) e

jei o q e lhe

cedem,

a ociada a id ia de e pelho. O melho , jei o en nciam a o e e a in e alo m icai e pec fico .

a e pe

f ga n o a amen e

id ia de jogo de e pelhamen o: o

e po a acon ecem em momen o e em

resposta sujeito

42 Ob e e e: o cla ine a e ponde ao e

o em o

a al

jei o

en nciado pelo obo ; doi compa o depoi a

jei o. A di i o a na e cala.

e palhada e e pelhada pelo in

mica

a me ma; a no a , en e an o,

como e i

emo

men o , cada

ma me ma melodia

m dele lhe imp imindo

confo ma e di e a , em mo imen o c clico . Em meio ao ema anhado q e pode no pa ece a i o de ma f ga de Bach, a linha mel dica de enham bem mai q e omen e eq ncia de in e alo . O di logo (o o emba e) q e e e abelece en e e po a , pode no le a a pe cebe

jei o e

m jogo labi n ico em q e fo a opo a e

enf en am. S o com n an li e q e apon am no mecani mo con apon de Bach a ma ca de

25

a eligio idade . A in me

confli o h mano , a q a e ad

ico

ei diag ama e ace ca do

o m ical, em pala a , de echo da Pai o.

A b ca da an cend ncia po meio da e 25

a

a m icai . Tal e , aq i, ma

Cf. SMITH, Timo h A. In http://jan.ucc.nau.edu/~tas3/wtc/i24.html.

e q e e p e ende fala da poe ia de A g

o de Campo , An on Webe n fo e o

e emplo m ical mai indicado. Afinal, a b e idade e a conci o de

a ob a o

ap o imam, mai cla amen e, do ideal ideog mico. Po m, e eg imo f

il do di logo a

ico com o pa ado, p

Campo , Bach e mo

ma ia

ica con an e em A g

o de

a ico de a i alidade n o fig a i a. Um conf on o

de a pe pec i a com a m ica p og am ica de Vi aldi em A pode e e cla ecedo . No In e no , q a a pa e da ob a acima ci ada, Vi aldi, po meio do da co da , ge e o cai do pingo da ch a. E e ipo de p ocedimen o, com m a compo i o e de di e a a ib i

m ica

m ca

e de c i i o: o

poca e e ilo , pa ece q e e imb e

e i mo

o nam e,

imi a i amen e, efle o de elemen o e e no . Em Bach, con do, e a p em po co l ga : em diag ama in e no m ica e pelhamen o da coi a do m ndo, maio e a a

ling agem m ical, em fa e da como e

ge i e empe ade

de de enho meno e iden e . Rima q e e de inama m o

ipo, amplo, de a di o.

ica

o

26

43

26

N o p e endo, com a compa a o Bach/ Vi aldi, e abelece nenh m ipo de hie a q ia o g ade de alo e ; me obje i o j ifica e pela con eni ncia da p ica bachiana e mai adeq ada di c o q e e e cap lo en ol e.



Tipografia aplicada

O GEOMETRISMO RACIONALIZANTE Philadelpho Mene e , e c e endo ob e a an i o pa a o p

ang a da

a dia e



a

mode ni mo, indica alg n pon o de con a o e afa amen o

en e a po ica do le i mo de I ido e I o e o conc e i mo b a ilei o. Seg ndo Mene e , e a end ncia a pec o ic nico do igno e bal , acionai

(no le i mo,

e ap o ima iam pela nfa e dada ao

conc e de da le a. O di ecionamen o

ol ado p incipalmen e pa a a

ono idade e, no

conc e i mo, pa a a i alidade) dife em, con do, e le am a p opo a a concep e e m odo compo icionai me mo con a an e 27: (...) po abalha a ono idade da le a, o le i mo aden a imedia amen e o an i eman ici mo e a g a idade colag ica (...), ao pa o q e o abalho da i alidade no conc e i mo e d como ma acionali a o medida da fo ma. A conc e o fo mal, na poe ia conc e a, en o, e afa a adicalmen e do p inc pio da colagem e do demai m odo i acionali an e ca ac e ico da ang a da en o iali a , q ai o le i mo de e, po fim, e filiado. (MENEZES, 2001: 163)

Tomando e a p od

o de A g

o de Campo como efe ncia, a

di in o acima e fa pe inen e apena q ando elacionada ao q e podemo chama de fa e o odo a do conc e i mo em do o

a poe ia (como, de e o, na ob a

o poe a ligado ao mo imen o). Se pa imo de defini e como a de

Ha oldo de Campo , pa a q em m poema conc e o eali a ma com nica o de fo ma , de e

a , n o de con e do

CAMPOS, 1975:81), podemo

(CAMPOS, PIGNATARI,

ded i , n m p imei o momen o, q e

com nica o ap o ima o poema da ca ac e 27

e bai

ica da a e

al

i ai e endo em

No e e, no echo de P U N P O , e o de I ido e I o , o q an o a no o de le a enq an o nidade ignifican e, no le i mo, dife e da p opo a acionali a geome i an e do conc e i mo b a ilei o: (...) A pala a o no e no o. J n o e p on ncia am mai a pala a po e elemen o , ma po e en ido. Pela e ol o, a poe ia le i a m da de a pec o. O concei o o no e le a , f agmen ado em e componen e . A poe ia de e i a dele o m imo endimen o po el. (...) No le i mo, o pode ono o fo ma o f ndamen o. (...) (MENEZES, 1992: 51 52)

44

i a o p oje o

oco i al , po e io

e con eq en emen e, q e e a

ap o ima o e d em e mo depala a, de le a. De ma o o

a fo ma, ag ega e

fei

a do poema a manip la o

e pacial, g fica: e ip la o do n me o de pala a o le a po linha / e o , plano de e plo a o do e pa o da p gina; p ocedimen o (q e n o dei am de e ) ipog fico . No q e e efe e no P

ela o com a ling agen pl

ica , emo , j

, e pl ci a efe ncia ao abalho de pin o e : poe ia conc e a: en o de pala a coi a no e pa o empo. E a din mica: m l iplicidade de mo imen o concomi an e . Tamb m na m ica po defini o, ma a e do empo in e m o e pa o ( ebe n e e eg ido e : bo le e ockha en; m ica conc e a e ele nica); na a e i ai e paciai , po defini o in e m o empo ( ; Ma Bill; ; a e conc e a, em ge al). (PIGNATARI, CAMPOS, HAROLDO, AUGUSTO, TPC, 1975: 156) O .

Pie Mond ian e Jo ef Albe geom

ico,

28

, ligado in imamen e ao ab

o aq i lemb ado como efe ncia de a i a q e e abelece am

co e p of ndo com a ep e en a o pic ao ol me, po e emplo, o p ocedimen o da pin

E emplo da ie , Mond ian

28

acioni mo

ica; em

a ob a , q e

e ela i a

a p oblema i a o, dife em d ama icamen e do

a fig a i a adicional.

Compo i o de Albe

In e e an e no a q e Albe , q e foi amb m ip g afo, de en ol e alg n alfabe o e pe imen ai , in pi ado , como m i o o o f ncionali a , em fo ma geom ica b ica . Ao lado, e emplo de ma de a e pe i ncia no campo ipog fico.

45

Re e be a e de a efe ncia conc e o de A g ige po i , e a

o iden ific ei em m i o do poema

o de Campo . A b ca po fa e do poema m obje o q e o a q e m q ad o ab

g ande obje e , info ma em, O

a o pa ece, a p inc pio, alcan a em

, li o q e e ne poema de 1954 a 1960,

o Q ad ado abai o:

46

A com nica o de fo ma q ad ado . J

a

a di po i o na p gina in in a,

mo imen o: embo a pe cebamo e

no ofe ece aq i a imagem inicial de q a o

ofe q ad ado n o e

ma o dem/ p opo

ilmen e, a id ia de o ne e a anjo, e a

o empa elhada ; oc pam, cada

m,

m pon o

e pec fico do e pa o. Tal ambi al ncia de plano ag ega ao poema a nece idade da mo imen a o do olha . De de locamen o . Con do, i omo ficamen e, emo amb m a p e en a da p of ndidade . epa ado

Se ho e e apena o q ad ado ,

nicamen e pelo b anco da p gina, pode amo pen a e e poema

n m plano bidimen ional, de pe f cie omen e. No en an o, f ando e do p edominan e o do neg i o, a pala a de enha, a pa i do ice pe io e q e do da

e

ofe , q a o linha diagonai .

pe cebe mo no poema de A g O

o e , (...) q ando

o

ficien e pa a

o de Campo a id ia de ol me. Seg ndo Fa ga

i a

diagonai in od em a dimen o da

com ho i on ai e e icai , a (OSTROWER, 1996: 81)

(g ifo da a o a). En e an o, o i omo fi mo aq i n o i a ao p o fig a i i mo: a linha diagonai , an e de con i

em o

a o o face do q ad ado/ c bo,

p op em m n o fechamen o, ma din mica e pacial de al fo ma fle

el q e a

no o de fig a/ f ndo, al como no q ad o de Mond ian, pe de a e abilidade; po meio de a me ma din mica, pe cebemo

ma p oblema i a o do e pa o,

al como na ob a de Albe , em q e o plano e a di e e da fig a ganham confo ma e di e a p incipal.

medida q e elegemo

m o

o

o plano como

47

Uma e q e a e

a de e poema n o e e me a e

a pec o

em n ico (como, de e o, n m poema em ge al), podemo di e , com Ha oldo

de Campo (CAMPOS, PIGNATARI e CAMPOS, 1975: 73) q e e dadei o con e do . En e an o, h encon

ae

a

e

m p oce o de adicali a o aq i, n o

el em poema q e e ap iam em ma di c

i idade mai

adicional.

Se ob e a mo bem, n o h , no poema acima, o q e na a . E a, en e o

a ,a

a o po q e a ela e q e o poema po a c ia com ealidade e e io e e o ela e en e e

a , e n o de

an po i o de con e do o de imi a o

e il da coi a . A id ia de diag ama o apon ada ao final do cap lo an e io e emplifica bem e e en endimen o mai amplo de con e do e, deco en e de e, de com nica o po ica. A g

o, no a igo A moeda conc e a da fala ,

pe g n a e: o q e com nica m poema conc e o? N m en ido amplo, pode e ia e ponde de de logo q e com nica o me mo q e m poema n o conc e o, m poema q alq e . I o : q e n o com nica o me mo q e o di c o, en endida e a pala a na concei a o de S anne K. Lange como a ling agem em e o li e al (...) . (idem, 111)

48 Ne e abalho de di anciamen o do di c

o (comoacima ca ac e i ado),

a fo ma da le a em, an o q an o a di po i o geom

ica pela p gina, papel

p eponde an e. A f gi

L o (poema de 1965), a ipologia

di e i a e a ado da F

ada po A g

o ende a n o

a, da Uni e e da Hel e ica. De e ipo

q e p ocede boa pa e da cla e a geome i an e de m i o poema conc e o .

Futura Md BT ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890 Univers ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890 Helvetica ABCDEFGHIJKLNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijlkmnopqrstuvwxyz 1234567890

A edi o de V da a de 1979. ipologia

V

q e omamo como efe ncia pa a e e

abalho

in e e an e pe cebe q e, me mo q e n o enhamo ace o

ada o iginalmen e em e

p imei o li o , A g

fin de 1970, e c e e o poema com e a fon e ; mai planejamen o acional e geom

o de e mina, em

m modo de efo a o

ico do conc e i mo 29.

ico, ca ac e

J em O ei meno o eino (1949 1951), a Uni e ma ca p e en a:

49

impo an e ob e a q e e e poema fa pa e do q e podemo chama de poe ia p

conc e a na ob a de A g

o de Campo . Ma

, c io amen e,

onde a p o imidade com a po ica de Jo o Cab al ( nico poe a b a ilei o a fig a no p imei o paide ma conc e o) e fa mai e pl ci a: a p e en a de oc b lo como

,

(en e

ia o

a

eco

ncia mine ai e calc ia ), o

e o como o da e ofe de acada acima (...) e e de e o/ de a eia a eia a ena c e a eia , o de en ol ido em poema q e pe co em, com i mo

29

No e e, a lo de c io idade nada in ignifican e, q e a le a o , na F a, m c c lo pe fei o. Po o o lado, o lo da fon e de O di bem da p e en e ni e ali an e do de ign f ncionali a.

po co adocicado, pai agen de

ica , geog afia

ida .

j , em m i o

a pec o , ma poe ia da ec a.

ALÉM DO VERBO Sem abandona o c lc lo, a di e i de de o p imei o li o , A g e pande e

acional q e lhe ca ac e i a a poe ia

o de Campo , a pa i da d cada de 1960,

ho i on e compo icionai e con

i ob a em q e pe cebemo

n ida liga e com o p ocedimen o da colagem e da mon agem 30. Ne e poema , a pa icipa o da le a (compondo, j n o a o epe

io de elemen o ) po ca e, po

e e , nenh ma . Podemo me mo di e

q e, a pa i de en o, e a igide a en ando, a poe ia de A g

a imagen o e

31

do p e

o de Campo

po o conc e i a

ai e

e en iq ece con ide a elmen e.

Riq e a fei a, incl i e, de efo m la e e con adi e . Poema como Olho po olho e p ofilog ama 1

po nd/ maik

ki

32

afa am e de manei a

acen ada daq ele poema mai p op iamen e conc e i a , no q ai o igno e bal

e

manip lado po

conc e i a geom

of e, a im,

ma

m geome i mo

econfig a o. E e abandono da igide 33

ica d ma gem a con ide a e q e e A

apolam o mbi o da poe ia .

a d cada de 1960, infl enciada po

end ncia como o De S ijl e o

In e na ional S le, a ipog afia (e, g o o modo, o geom pe

ico po o

e

acionali an e. O p oje o

acionali a . E a po

da Ba ha , e cola alem

a ecoa a, em g ande pa e, o q e cong ega a a i a

ip g afo e a q i e o em o no da id ia de m da p od o e ob a q e e adeq a em

) pa a a e po ideai pl

ico ,

f ncionali a, deco endo

nece idade do m ndo e do homem

mode no . Seg ndo Wal e G opi , ideali ado e p imei o di e o da Ba ha , 30

impoa id an iae de ob mon e a agem. q e, me maio ap e ei en amen pe cebe O qmo e enoe ppoema ocedimen a dee noe bai o, ne, oa na fa e edapopoe el ia de A g o, a incl o da imagem n o e bal, como e e mai adian e. 31 Em m i o de e poema , a ma ca de e balidade mo a e p e en e apena no lo . 32 Poema con an e , e pec i amen e, do li o P (1964 1966) e P (1966 1974), ob a emblem ica de a e pan o da poe ia a g iana. 33 Ob e e e q e o o da colagem, con i indo apena melemen o pon al na ob a de A g o de Campo , dife e do m odo colag ico do le i mo, apon ado no in cio de e cap lo. Em A g o a colagem pa ece, po e e , info mada pela di po i e geom ica da e balidade do poema conc e o . O e l ado, dife en emen e do q e e d no le i mo em ela o , n o i a a oma m elemen o como mo o da p opo a po ica.

50

No o al o e a o de elimina a de an agen da m q ina em ac ifica nenh ma de

a

an agen eai . (GROPIUS, 1997: 30)

Em e mo ipog fico , ai p opo i e da am co po a le a como a j ci ada F

a (1925 1927), de enhada po Pa l Renne ; a Hel e ica (1957),

de enhada po M. Miedinge e Haa ; e a Uni e Ad ian F

ie . Somam e, a fa o de e f ncionali mo, o de apa ecimen o da

e ifa , a ig aldade de e pe fo ma geom ica b ica . Em i

opo

a do

de de ai ca ac e

i a como con apon o pl

(1954 1957), de enhada po

p of

ica de mo imen o como o f

a o , a le a ed ida a linha imple e ica , e a

ipologia podem amb m e

o, o namen a o e ana q ia ipog fico i mo, o dada mo e o

eali mo.

no a en a a pala a de P i cila L. Fa ia : Po ac edi a na e i ncia de fo ma a q e pica , a ipog afia f ncionali a do c lo b co de e mina fo ma defini i a , a mai leg ei e ni e ai . O pa adigma f ncionali a do de ign mode ni a le o m i o a c e q e, ma e q e m ce o c none da ipog afia o mai l gico e leg el fo e e abelecido, n o ha e ia mai a nece idade pa a l e io e ol a ao e i io ince o da e pe imen a o. (FARIAS, 2000: 84)

A di po i o in

de Ma ine i, po e emplo, encon a am pa alelo na al do

oc b lo e le a pela p gina, no

o de dife en e ipo ,

em amanho e, po e e , co e di e a .

D a da p gina de

T

T , de Ma ine i In FARIAS: 2000, p. 19

51

Negada pelo f ncionali a d an e d cada , e a concep o ipog fica mai

ido a

e omada, com o

c lo XX. Fla io Vinici

a config a e , a pa i do ano 60 70 do

Ca d o, lan ando m olha q e di bem de

a

po i o ace ca de e f ncionali mo ipog fico, e c e e: E a mon ona nifo mi a o do de ign ociden al ai come a a e con e ada a pa i da eg nda me ade do ano 60, q ando alg n jo en o (Ode ,ma & Ti i em Z iq edee igne Wolfgang Weinga em Ba le, en e o o ) come am a p opo al e na i a n o dogm ica , mai de con a da ( e o no o namen a o, ao imboli mo, ao h mo e imp o i a o), pa a f gi da e e ilidade da fo ma mode ni a . (CAUDURO, 2001: 102)

Ao conf on a mo

m poema como o Q ad ado , i o h po co, com o

Ca acol abai o:

52

pe cebemo n ido pa en e co

ipog fico e/o e paciai : o

o da F

a,

compondo o bloco de imagem do poema; a di po i o da pala a , diag amando o po

ei obje o a q e e efe em, em cai , con do, no fig a i i mo do

calig ama de Apollinai e34. No e e, mai a a

dele a pala a

fa endo a

ma e , o

o e p e i o do neg i o ;

de en ol e m in o o mo imen oig eag ean e,

e e de ma e pi al.

Se conf on a mo q alq e

m do doi poema

i o acima com O

, o poema abai o, o pa en e co e o nam mai e ca o .

53

34

Embo a, no j efe ido a igo Pon o pe ife ia poe ia conc e a , A g o econhe a a con ib i o de Apollinai e p oblem ica da i alidade na poe ia do c lo XX, fa lhe amb m alg ma e al a : e o poema ob e a ch a ( Il Ple ), a pala a e di p em em 5 linha obl q a . Compo i e em fo ma de co a o, . ce o q e e el gio, g a a a, co oa e cedem em C pode aloo pogeelai o ep dee en maado, ela oq fial iogn en e indaga a pala aq a ei do o obje o p mica p io Malla m n o e ia ido indife en e. Ma ainda a im, c mp e fa e ma di in o q ali a i a. No poema de Malla m a mi agen g fica do na f gio e da con ela o e in in am n e, na almen e. Com a me ma na alidade e di c i o com q e apena doi a o podem config a o ideog ama chin pa a a pala a . (...) em Apollinai e a e a e iden emen e impo a ao poema, e e io pala a , q e omam a fo ma do ecipien e ma n o oal e adoa po ele. (CAMPOS, PIGNATARI, CAMPOS, 1975: 21 22)

C

A

Se ia po

el fala da eco

ncia da imagen q e comp em o poema;

boca e olho di po o em pi mide, em n ida e o o

a o me on mica ( eco e de

io , en e o q ai o de Pel , Eli abe h Ta lo , Ma il n Mon ooe). Ma

e a eco

ncia de imagen (q e eq i ale ia

Q ad ado e Ca acol ) e

a di po i o geom

do p ecei o do conc e i mo, cla ifiq emo

eco

ncia do igno e bal em

ica n o ba am pa a q e, den o Olho po olho como m poema

conc e o. Con eq ncia e di e g ncia f ndamen ai : o o da imagem, de locando a pala a do cen o de in e e e do poema, e o m odo colag ico, cong egando o aca o de fo ma meno p og am ica 35, pa a fica mo em po co e emplo , ab e a poe ia de A g

o a ho i on e e pe imen ai q e, em fa e do

acionali mo/ geome i mo conc e o m dado meno , con e e o em mai elemen o po ico. j na

eo

de a fo ma q e, legibilidade ecla e a de ma F

do ipog fico, a le a o name n al, a a

m

a, em

a, o h mo .

54

35

Veja e, como con apon o a e a pe pec i a, o poema ACASO, de 1963, em q e a pala a , po meio de m jogo anag am ico, e c i a de modo di e o , an a e e q an o a pe m a o de a le a pe mi i em. E a b ca po in c e e a po ibilidade combina ia da pala a, ac e cida da di po i o geom ica da e ofe , pa ece me mo p e ende a p e i o o , ao meno , ge i e almen e o con ole do aca o.

LEGIBILIDADE E POESIA Fam lia ipog fica em e ilo an igo, como a Ga amond, a Ba ke ille e a Go d , po

a le e a e mode ada mod la o de a o ,

em e o longo . Di legibilidade.

e, en o, q e e e

o em ge al

ipo po

em

ili ada

m al o g a

impo an e, ne e ca o, q e a le a, fa o ecendo a lei

de

a, n o

chame m i o a a en o do lei o pa a i. Ob e emo , como e pe i ncia, m echo do An igo Te amen o e c i o com a

, ma fon e

deco a i a:

1 então Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu nascimento, 2 dizendo: 3 “morra o dia em que nasci e a noite em que se disse: ‘um menino Foi concebido!’ 4 que esse dia se transforme em trevas; que deus, do alto, não cuide dele e sobre ele não 36

brilhe a luz. (Jó, 3, 1-4) A p inc pio,

admi i amo e a g afia e i

obje i o e p e i o al m da de compa o

imple

/

lei

emo em i a alg m

a. Somam e, aq i, o po

el

bem como a dific ldade da lei

a,

ad inda do g ande pe o e do de alhe da fon e, mai indicada pa a amanho g ande e e o meno e en o . A id ia de le odo o Li o de J ne a fon e pode n o e m i o e im lan e. Em con apa ida, a q a e in iibilidade daq ela

fon e

an iga , di ecionada

l apa am, pode e a ociada

em ge al pa a obje i o

q a e opacidade do p p io igno e bal

q ando e fa apena efe en e demen agen com nica i a . Ma

36

p eci o fa e

ma impo an e al a.

B BLIA SAGRADA, 1990: p. 641 642

q e lhe

55

Ba eando no no acioc nio do pa g afo an e io , pode amo pen a , p ecipi adamen e, q e o ipo an igo . A q e e abelece

ipo mai deco a i o

e iam mai po ico q e o

o n o pode e colocada de fo ma

o imple .

p eci o

m m nimo pon o de i a poonde abo da ai p oblem ica .

Mi ando p incipalmen e o ni e o do de ign, da ipog afia enq an o a i idade n o nece a iamen e ol ada pa a a p od i o a i idade n o a

ica), Robe B ingh

o po ica (ma nem po

e c e e:

Em m m ndo eple o de men agen q e ning m pedi pa a ecebe , a ipog afia p eci a f eq en emen e chama a a en o pa a i p p ia an e de e lida. Pa a q e ela eja lida, p eci a con do abdica da me ma a en o q e de pe o . A ipog afia q e em algo a di e a pi a, po an o, a e ma e p cie de e a an pa en e. (BRINGHURST, 2005: 23)

E a

an pa ncia

fei a de ma e ial di e o do q e comp e aq ela

opacidade apon ada h po co; ela deco e de ma c idado do ip g afo ao in e p e a , al como melho e din mica e a ic la e pa a a e ec diag amado. Po o e p edominan e; o Pigna a i, de B ingh

ie de p ocedimen o e m m ico e colhendo a

o de ma pa i

a, o e o a e

o lado, na co iq ei a fala co idiana, a efe encialidade fa igno de a fala, como di ia Cha le Mo i

ia Decio

37

o

. N o dif cil pe cebe : a dep eende da p opo i e

,

ma dife en a b ica

e e abelece en e a

an pa ncia

ipog fica e a opacidade e p e i a da ling agem efe encial: naq ela p imei a, e i e o planejamen o, a b ca po e fa e p e en e de manei a

il; ma

ono a q e, em di e o momen o , d a medida do e o, conco e pa a

ilha a

melho ap e en a o em oc pa o cen o do in e e e.

37

Um igno pa a cond a alg ma coi a, a ma a o, a m obje i o an e bal o e a e bal, q e e fo a dele. o igno da p o a, moeda co en e q e amo a oma icamen e odo o dia . Ma q ando oc foge de e a oma i mo, q ando oc come a a e , en i , o i , pe a , apalpa a pala a , en o a pala a come am a e an fo ma em igno de. Fa endo m ocadilho, o igno de p a nele me mo, igno de alg ma coi a q e e e a coi a em pode lo. (PIGNATARI, 1977: 5)

56

No poema abai o, q e ence a o ol me P

(1949 1979), a legibilidade

de empenha papel impo an e.

57 Ma , an e , pela dific ldade q e ofe ece lei m en ido/ di e o pa a a lei pa e.

a da pala a ,

po

a. A

q e de c b amo

el q e alg m empo e

ne e empo, de dific ldade in e p e a i a, q e a a m do

e p e i o mai impo an e do poema: ainda q e e afi me q e do e

i o ,e e

do e

do n oe en ega f cil. A le a oldam e ma

p o ocando o ema anhado, a conf

o

a o di o a,

o, a poli emia. A pala a pe dem e

limi e , podendo e, q a e, fala , de m nico ca ac e e comple o compondo o poema. Po o lei

o lado, encida a ba ei a inicial, da legibilidade, o

a q e fa emo ao a a

o gani a o mb ica e /

ma linha e ical di idindo o poema, e elam ma

mica q e e pola i a ao pe cal o do p imei o con a o: /

. Ob e e e q e, po fl ide

de

m

i mo

e o , na

e n io:

//

el d e a da lei

/

/

a inicial, con ap e e a

/doe / a/ / o/ / /doe / a/

/ o/ /.

in e e an e pe cebe q e e e fa o, a p e en a de m compa o mpa , ganha

e p e i idade e pecial ma e q e comp e, j n o

ipologia do poema, ma

imagem comple a: le a de ng lo q eb ado pa a i mo e co ei o. O poema Li o (1965), ci ado h alg ma p gina , ma ca a in od le a deco a i a na poe ia a g

iana.

A i alidade, aq i, dife en emen e do q e e pa a no P P

o da

, e ide e cl i amen e no igno e bal. Fo e a pala a

e no e c i a,

ne a me ma fon e, nicamen e pela q a o le a q e lhe fo mam, e amo ma gem pa a a ocia e e poema ao concei o de poema embalagem. Seg ndo a cla ifica o de Philadelpho Mene e , em P

V

, ne a e p cie de

poema,

58 (...) A i alidade emp e a fig alidade, i o , a manife a o g fica da pala a. N o h imagem a noma, independen e do e bo dominan e. (e a fig alidade, po e e , chega aia do o namen al, do imple enfei e i al do e o e bal, o q e fa al a com mai cla e a a a na e a n o eman i ada c ja f n o e ide n m apa a o g fico pa a a pala a. (...) A dominan e g fica da i alidade, e e a iamen o de ignificado , elaciona e e p ocedimen o da embalagem com a colagem, onde (...) a cao icidade de pe a a fo a pl ica da imagem, amo ecendo e a pec o em n ico. (...) Em ambo o ca o , a i alidade com nica, ma n o ignifica, j q e ada apena em a face a en o ial. an e m inal q e m igno. (MENEZES, 1991: 119) 38

38

impo an e ob e a q e o e ce o an c i o acima e em amb m de comen io , no li o de Mene e , ao poema In e o (V V ), de A g o de Campo . De fa o, ne e poema, n o encon amo o o diag am ico da i alidade.

En e an o, em Li o , n o ob an e o pe cebemo , ap

o de

ma fon e deco a i a,

m olha mai c idado o, q e a o namen a o da le a e e

a m p op i o diag am ico. Um engenho o p oce o an i delineado pelo p lo fo ma de acen a

e

ico, e ao me mo empo ap o ima i o,

. E a pala a , q e bem pode iam e a , como

a opo i o, ma ao lado da o

a, encon am e imb icada ,

den o de , n ma in en ifica o/ conden a o da i onia e do con io q e, como e no poema, n o o o di in o a im. De a fo ma, a p e en a de

a condi o de e i

ncia de

, dado q e o p imei o e mo

con i i o co po da le a do eg ndo. Po o n o e ia a e p e i idade q e em,

oq e

o lado, em a p e en a de ma e q e

na

,

en e

oc b lo q e g ande pa e da fo a do poema e ide. O p oce o diag am ico e e ol e, en o, a fa o n o de m obje o conc e o ma de ma id ia, de m concei o: o diag ama, ne e poema,

a ma e iali a o de

ma me fo a:

li o>l o; l o
STANLEY KELEMAN - Mito e Corpo, Uma Conversa Com Joseph Campbell

Related documents

4 Pages • 638 Words • PDF • 208.7 KB

3 Pages • 549 Words • PDF • 158.8 KB

45 Pages • 4,445 Words • PDF • 1002.5 KB

9 Pages • 3,401 Words • PDF • 2.5 MB

22 Pages • 3,622 Words • PDF • 930.8 KB

221 Pages • 88,977 Words • PDF • 1.3 MB

346 Pages • 92,917 Words • PDF • 3.1 MB

45 Pages • 2,435 Words • PDF • 1.8 MB

6 Pages • 3,936 Words • PDF • 1 MB

437 Pages • PDF • 18.4 MB