VIABILIDADE ECONÔMICA NA CRIAÇÃO DE OVINOS Vinicius Sohne Funari1 Luiz Antonio Teffili2 Novembro de 2019 Resumo
A viabilidade econômica na criação de ovinos de corte, é um estudo que se desenvolve em uma propriedade familiar, onde foram levantados os custos envolvidos e as receitas possíveis de serem obtidas com uma pequena criação de ovelhas. Visto as dificuldades encontradas com a falta de anotações dos valores envolvidos foram feitas observações do consumo relativo a alimentação e sanidade, bem como os custos que envolvem o abate e o comércio de lã e pelegos. Nisso se tem a viabilidade econômica da criação, apresentando todo o processo de criação de uma ovelha até a mesma estar pronta para o abate, visto que os animais são oriundos da própria criação, mostrando cada etapa do mesmo. Palavras-Chave: custo, viabilidade econômica, receitas.
Abstract
The economic viability in the creation of the beef sheep, is a study that develops in a Family property where were taken the costs and the revenues that can be obtained with a little sheeps creation. With the difficulties founds with the lack of value annotations involved, were made notes about the relative consumption related to food and health. as the costs of wool slaughter and trade. This has the economic viability of the flock of sheeps. Presenting the procces of raising a sheep until it is ready for slaughter. Being the animals come from the creation itself showing all the processes of the same. Keywords: cost, economic viability, revenues.
1
Acadêmico, formando do Técnico em Administração do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Rolante.
[email protected] 2 Orientador, Mestre, professor de Contabilidade dos cursos da área da Gestão do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Rolante.
[email protected]
1 INTRODUÇÃO
Quando estamos saboreando em nossa mesa uma carne, nas mais diversas formas de preparo, não temos a noção exata das etapas que a mesma tem que passar até chegar ao ponto de consumo. Os países em desenvolvimento são responsáveis por mais de dois terços do aumento das importações de carne do mundo, sendo que os grandes aumentos nas importações de carne bovina e de frango são projetados para a África e o Oriente Médio (USDA, 2009). O Brasil, como um País que possui agroindústria desenvolvida no setor de carne suína, apresenta maior competitividade no mercado internacional em função de seus pequenos custos de produção. A demanda para a carne de frango também permanece forte devido aos baixos custos em relação às carnes bovina e suína, fazendo com que os produtores norte-americanos de carne de frango continuem a enfrentar forte competição do Brasil, que é um dos grandes exportadores, conforme o (USDA, 2009). Ultimamente está ocorrendo um crescimento da produção, oferta e consumo da carne ovina. Entretanto, há um desafio muito grande para aumentar a comercialização visando a ampliação do mercado para todas as camadas da população, além do possível fortalecimento da cadeia da ovinocultura no Estado de São Paulo e no Brasil. O Brasil apresenta um rebanho ovino estimado em 17,3 milhões de cabeças, sendo que em ordem decrescente estes animais se encontram nas regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste, Sudeste e Norte (RODRIGUES, 2011). Porém, apesar da pequena representatividade na produção nacional, em que o consumo per capita anual está em torno de 0,7 Kg, o Estado de São Paulo se destaca como mercado potencial para uma carne ovina de qualidade (ZAPATA et al., 2001; JÚNIOR et al., 2004; FERNANDES, 2011). A produção ovina é de aproximadamente 78 mil toneladas por ano e com este dado, estima-se um abate médio anual de cerca de 4,7 milhões de cabeças (FAO, 2009). Outro fator importante é à falta de frigoríficos especializados no abate dos animais. Uma cadeia produtiva que precisa de mais equilíbrio e organização. Essa é a realidade da ovinocultura e o alerta é de um estudo, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com a alta demanda e a diminuição do rebanho gaúcho, a oferta da carne está escassa, o que provoca a importação do produto, principalmente do Uruguai.
Neste contexto entende-se que a atividade rural em propriedades familiares é um tipo é um cenário propício à criação de ovinos em pequena escala. Tem esse nome pois é realizada por pequenos agricultores e seus funcionários. A agricultura familiar não se resume só em plantio, também possui serviço na criação de animais como: gado, porco, aves e os ovinos. Para que se possa compreender melhor a abordagem da agricultura familiar hoje em dia, é necessário avaliar melhor a viabilidade econômica na criação de animais de corte na agricultura familiar. Por isso, o objetivo desse trabalho é analisar a viabilidade econômica na criação de ovinos de corte, na agricultura familiar. E como objetivo específico analisar os custos dessa atividade, formas de comercialização da carne e o resultado final em termos econômicos. . 2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 - AGRICULTURA FAMILIAR
A agricultura familiar e a agricultura não familiar tem dinâmicas e características diferentes. A gestão na agricultura familiar é pela própria família e a principal fonte de obtenção de renda é o serviço agropecuário. Uma grande característica desse setor econômico é a diversificação da produção, o motivo é que a família trabalha para a sua sobrevivência. O principal local de trabalho de um integrante da agricultura familiar é a terra. Levando em consideração os dados do Censo Agropecuário de 2006, vemos que 84,4% dos estabelecimentos agropecuários do País fazem parte da agricultura familiar. Isto é aproximadamente 4,4 milhões de estabelecimentos, e 50% destes estão localizados na Região Nordeste. De acordo com BRITO (2016), a agricultura familiar faz parte da base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes; responde por 35% do produto interno bruto nacional; e absorve 40% da população economicamente ativa do país. Ainda segundo o Censo 2006, sobre os principais produtos cultivados pela agricultura familiar no Brasil, lista-se: mandioca, feijão, milho, café, arroz e o trigo. Na pecuária, os animais mais escolhidos para criar ficam entre o
gado, que fornece carne e leite, suínos e aves. A agricultura familiar possui grande importância no ajuste da inflação dos produtos que são consumidos pela população. Conforme previsto na Lei nº 11.326/2006, agricultor familiar pode ser considerado empreendedor familiar que pratica atividades no meio rural, quando possui área de até quatro módulos fiscais, mão de obra vinda dos familiares, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do negócio feito pela própria família.
2.2 - TIPOS DE ATIVIDADES RURAL
Dentro de atividade rural estão os serviços de: agricultura, piscicultura, extração exploração vegetal, avicultura e apicultura, entre outros. Alguns dos trabalhos feitos pelos componentes da agricultura familiar são: descasque de arroz, conserva de frutas e verduras, serviço de moer o trigo e o milho, ordenha e acondicionamento do leite, coleta do mel e o processo de fazer suco das frutas, que depois pode ser acondicionado em embalagens próprias para a conservação. Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização (Lei nº 9.430/96, art. 59). Entidades rurais são aquelas que investigam a capacidade produtiva do solo ou da água, mediante testes com materiais vegetais, o cultivo da terra, hidroponia e também a criação de animais.
2.3 - CRIAÇÃO DE OVELHAS
A espécie ovina (Ovis aries) é geradora de alimentos importantes para a dieta da população. A carne é o principal produto da ovinocultura, seja das raças deslanadas originárias da região Nordeste, que também fornecem pele de excelente qualidade para a indústria calçadista, ou dos rebanhos existentes no Sul produtores de lã fina destinada à exportação para vestuário. Rara de ser encontrada em certos pontos de varejo há alguns anos, atualmente a carne de carneiro está presente em várias casas de carnes e supermercados de grandes e médias cidades. Hoje é considerada mais comum a disponibilidade de cortes de cordeiros em cardápios de restaurantes, principalmente de churrascarias.
Mesmo com preços acima das versões bovina, suína e de frango, a carne ovina registra no mercado procura maior do que a oferta. No decorrer dos anos, a ovinocultura tomou um rumo diferente no Paraná, com a utilização de sistemas de produção mais intensivos e a organização da atividade em cooperativas. Com isso, a criação de ovinos se tornou uma boa alternativa para diversificar a renda nas propriedades. No entanto, diferentemente do que ocorre em outras cadeias produtivas, não havia levantamento real sobre os custos de produção envolvidos na ovinocultura paranaense. Pesquisas revelam que a ovinocultura pode ser, sim, uma atividade rentável, desde que seja realizada com base em indicadores zootécnicos (taxa de natalidade, fertilidade, idade de abate, produção por quilo de carcaça, entre outros).
2.4 - SISTEMAS DE CUSTOS
O sistema de custos é, dessa maneira, a coleta, classificação e organização de dados no que se refere aos custos de serviços e produtos da organização, de forma a transformar tais informações em relatórios de dados estatísticos e padronizados. Martins vai no mesmo sentido, afirmando que “O sistema representa um conduto que recolhe dados em diversos pontos, processa-os e emite, com base neles, relatórios na outra extremidade.” (MARTINS, 2001). Com o advento da Revolução Industrial, a “necessidade de se ter um controle maior sobre os valores a serem atribuídos aos estoques de produtos na indústria e, também, pela necessidade de tomar decisões quanto ao que, como e quando produzir” (CREPALDI, 2002, p. 14) fizeram com que surgisse a Contabilidade de Custos, que permite melhor controle das operações e determinação do lucro das organizações. Para tanto, a Contabilidade de Custos classifica os custos segundo as necessidades que devem atender. Em relação à forma de associação com os produtos fabricados, ou seja, quanto à sua aplicabilidade, podem ser classificados em diretos e indiretos. Já o comportamento dos custos relacionados ao volume, ou seja, quanto à sua variabilidade, podem ser classificados em fixos, variáveis, semifixos e semivariáveis (LEONE; LEONE, 2010). Além disso, utiliza a departamentalização, entendida como sendo “a divisão da empresa em áreas distintas, de acordo com as atividades
desenvolvidas em cada uma dessas áreas” (PEREZ JÚNIOR; OLIVEIRA; COSTA, 2005, p. 49). A principal relação da departamentalização com a Contabilidade de Custos está no processo de rateio, atribuindo mais eficácia e racionalidade na distribuição dos custos indiretos. Portanto, a departamentalização permite que a Contabilidade de Custos se utilize da estrutura departamental existente na empresa para processar mais corretamente a distribuição dos custos indiretos de fabricação aos respectivos objetos de custeio. Com base nas exigências de seus usuários, a Contabilidade de Custos apresenta seus relatórios de informações, auxiliando na determinação dos custos dos produtos/serviços, dos custos de determinado setor da empresa, na identificação e controle dos desperdícios, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados, entre outros (CREPALDI, 2002). Para uma informação de custos ser útil, ela precisa ser processada por um sistema de custos. Comumente os sistemas de custos são confundidos com métodos de custeio, porém a diferenciação se dá na medida em que os sistemas de custos acumulam as informações de custos e os métodos de custeio calculam o custo dos produtos ou serviços. Para Vartanian (2000, p. 51), o Método de Custeio por Absorção “[...] é aquele em que todos os custos de fabricação, ou de prestação de serviços – e só eles – são levados ao produto, ou ao serviço executado, ou então a outro(s) objeto(s) de custeio escolhido(s) pela administração da organização”. O Método de Custeio Baseado em Atividade não é aceito para fins legais, sendo ele um método de custeio com objetivo gerencial. O ABC pode ser tão complexo quanto se desejar, variando devido à necessidade de cada organização, ou seja, o número de atividades a serem elencadas varia com o porte e a complexidade da empresa. A principal vantagem da utilização desse método é procurar reduzir as distorções nos custos dos produtos e serviços provocadas, principalmente, pelos rateios utilizados, evitando assim, tomada de decisões equivocadas. Finalizando a descrição dos métodos de custeio, o Método de Custeio Variável inclui aos custos dos produtos somente os custos e as despesas variáveis (em relação a cada unidade a mais ou a menos produzida ou vendida). Já os custos e as despesas fixas (quando comparados com a variação no volume de produção e/ou de venda) deverão ser debitados contra o resultado do período (LEONE; LEONE, 2010).
Para Leone e Leone (2010) esse custeio é utilizado com êxito pelas organizações que desejam identificar quais produtos, linhas de produtos, departamentos, clientes e outros segmentos (ou objetos) são lucrativos. Com esse método também se pode obter a margem de contribuição de cada produto, o que permite determinar a melhor combinação entre os produtos, ou seja, o melhor mix.
2.5 - DETERMINAÇÃO DO PREÇO
Os processos de definição de preços, tendo o valor dos custos como piso da formação do preço de venda, é sempre uma tarefa complexa, pois envolve e afeta os gestores das diversas áreas da empresa. “O custo é na realidade somente um dos fatores que compõem a formulação do preço de venda. Constitui normalmente o piso abaixo do qual o preço incorre em perdas econômico-financeiras para a empresa” (BEULKE; BERTÓ, 2001, p. 161). Observa-se que “o valor a ser fixado para o preço é restringido por dois extremos: no limite superior, se tem os preços aceitáveis pelo mercado e, no limite inferior, os preços limitados pelo custo unitário do produto” (SOUZA; DIEHL, 2009, p. 284). Há diversos métodos para formação de preços e o gestor deve analisar os benefícios e as limitações de cada um. Por exemplo, para fazer uso do Método de Custeio Variável, os custos devem estar separados entre variáveis e fixos e, para fazer uso do Método de Custeio por Absorção, deve se observar que esse método demonstra o que ocorreu no mix de produtos, e não o que ocorreu com cada produto.
3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A estrutura da pesquisa se torna indispensável para a boa qualidade e segurança do trabalho científico. Desta maneira, é bem importante classificá-lo quanto à sua estrutura, sua maneira de informar o problema, seus objetivos e as estratégias técnicas utilizadas. No que se refere à pesquisa, a mesma será quantitativa, Godoy (1995, p.58) a evidência como a que considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir, em número, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. Com relação aos objetivos, a pesquisa será descritiva. Segundo Marconi e Lakatos (2000, p.77), os estudos descritivos têm como objetivo conhecer a natureza
do fenômeno estudado, a forma como ele se constitui, as características e processos que dele fazem parte. Nas pesquisas descritivas, o pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para poder modificá-la. Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa está classificada como estudo de caso. Caracterização da pesquisa diante aos fundamentos teóricos acima entendese conforme o texto, então se pode classificar a presente pesquisa, quanto à forma de questionamento do problema, em quantitativa. A pesquisa quantitativa considera os dados quantificados, que traduziram em números as informações que foram classificadas e analisadas. Quanto aos objetivos da pesquisa, manifestar-se como exploratória e descritivo, pois o estudo teve como finalidade, declaração das características de estipulados contextos no ambiente estudado. Quanto aos procedimentos técnicos para a coleta de dados, utilizaram-se referências bibliográficas, dados secundários, entrevistas com criadores de ovinos e donos de frigoríficos, e pesquisa de campo. Por meio das pesquisas realizadas na propriedade analisada, adquiriu-se o conhecimento necessário para a resolução do problema apresentado no início deste trabalho. Reunindo as informações obtidas, os objetivos e metas foram alcançados.
4 - ANÁLISE DOS DADOS A análise dos dados foi retirada em duas propriedades de agricultura familiar, localizadas nas cidades de Santo Antônio da Patrulha e em Rolante onde foram levantadas todas as informações necessárias referente a criação de ovinos e os seus custos.
Tabela 1 – Custos da criação de ovinos
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Conforme visto na tabela anterior, são várias etapas e detalhes para se criar ovinos desde o nascimento dos animais até o frigorífico, custos com alimentação (quantidade de vezes, quantos kg, quanto custo cada kg, quantidade em kg que cada ovelha come por ano e o valor por ano), manejo (quantidade de vezes por ano, o custo por ovelha e custo por ovelha ano), transportes para o frigorífico (quantas ovelhas levam, custo por km, por ovelha e custo por ano para cada ovelha), taxas de abate e informações úteis sobre a negociação com o frigorífico (preço pago por kg na ovelha viva, custo para carnear, quantidade de carne e informações sobre o pelego curtido ou cru).
Tabela 2 – Análise dos custos e resultado total
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Nessa tabela, tem-se todos os resultados das receitas e dos custos (custo de alimentação, manejo, transporte, abate e medicamentos), por ovelha e carcaça. Também tem uma comparação de valores do pelego branco para o preto (manuseio para curtir e preparar todo o pelego), vendas da carne e pelego. Todo o resultado encontrado na pesquisa, tanto dos custos, dos pontos negativos e positivos e tudo que se deve saber sobre a viabilidade econômica na criação de ovinos. 5 – CONCLUSÃO
O trabalho teve como objetivo analisar a viabilidade econômica na criação de ovinos de corte, pensando no lucro e todos custos que se teria para a criação de ovinos. Com isso, conseguimos entender um pouco mais sobre a criação, manejos e coisas que são indispensáveis. Pensando no tema do trabalho, buscamos fontes de informações, pessoas com mais tempo de trabalho e experiência nessa área, como criadores de ovinos de corte, donos de frigoríficos e com base também em experiência própria. Apesar de se ter bastante criadores principalmente nas zonas rurais criando ovinos para corte, não são todos que fazem pesquisas, buscam informações sobre como é o jeito certo de criar, maneira certa para se comercializar a carne, não fazem
cálculos e projeções necessárias para ver os custos, lucros, prejuízos, informações básicas e de extrema importância que faz toda a diferença no bolso. Com isso, vimos que a criação de ovinos de corte, requer muito estudo e ajuda de pessoas com experiência na área, pois são animais que requerem um cuidado a mais. São várias etapas para ter uma atenção redobrada, nascimento, vermífugos, vacinas, alimentação, esquilação e imprevistos que podem ocorrer. Conclui-se que a viabilidade econômica na criação de ovinos de corte, está em uma linha tênue entre o resultado positivo e negativo desta atividade, visto que no demonstrado no estudo, o resultado positivo está a compra e venda do pelego da ovelha, porque caso contrário o resultado é negativo. Evidentemente que este estudo deve ter um tempo maior de observação e anotações mais precisas, para se ter uma conclusão mais detalhada, mas o resultado estará basicamente na maior ou menor produtividade do rebanho.
REFERÊNCIAS
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REVISTA DESTAQUES ACADÊMICOS, VOL. 6, N. 1, 2014 - CGO/UNIVATES - 99 -