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VENERÁVEL ORDEM HERMÉTICA VOH
PRIMEIRA CÂMARA LOTE 5-A DDDDDDDDDDDDDDD DDDDDD TEMA 12 SISTEMAS CABALÍSTICOS TÓPICOS EM CABALA
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VOH SISTEMAS CABALÍSTICOS [TEMA 12]
SISTEMAS CABALÍSTICOS "DEUS, O TRANSCENDENTE, É AYIN, E DEUS, O IMANENTE, É EIN SOF. AMBOS, NADA E TUDO, SÃO O MESMO”.
VENERÁVEL ORDEM HERMÉTICA VOH 1976 – 2010
TEMA 12
Após as considerações sobre as hipóteses sobre a origem e significação da Cabala, vamos iniciar, a partir desta monografia, alguns temas que abordam determinados ensinamentos da Ciência de Salomão. Ressaltamos que não é nosso propósito revelar os mistérios e segredos maiores da Cabala, mas apenas ensinar princípios básicos que facilitem o estudo metafísico que desenvolveremos. Não é preciso ensinar a Cabala em detalhes porque, na verdade, ela mesma se auto-revela ao busca-dor sincero e digno de receber a Sabedoria Arcana. Apenas daremos alguns pontos de apoio, para que o aspirante dê os primeiros passos no conhecimento da “Ciência Divina”.
Como sabemos, os ensinamentos da Cabala são vistos praticamente em toda a natureza. Por isso, até mesmo a língua hebraica possui, em seu alfabeto, um instrumento prático no estudo da arte divina. Fundamentalmente, a Cabala pode ser estudada sobre quatro ângulos: 1 - CABALA PRÁTICA; 2 - CABALA DOGMÁTICA; 3 - CABALA LITERAL; e 4 - CABALA TRADICIONAL ou CABALA NÃO-ESCRITA.
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1 – CABALA PRÁTICA Trata das aplicações das leis cabalísticas através determinados objetos, como, por exemplo, talismãs e pedras. Esta aplicação cabalística compreende aquilo que se denomina magia cerimonial, que estudaremos oportunamente. A Cabala Prática também compreende um elevado número e uso de símbolos e gráficos.
2 – CABALA DOGMÁTICA É a exposição cabalística baseada em um sistema metafísico e cosmogônico. O primeiro livro versando sobre Cabala publicado no Ocidente parece ter sido o Zohar, cuja edição foi feita pelo rabino e filósofo castelhano Moisés de Leon [1240-1305]. O Zohar é uma coletânea de textos e informações do esoterismo judaico e não-judaico de vários períodos da História. Para o não-Iniciado, o livro parece uma exposição caótica de assuntos. Sem as chaves interpretativas, o texto não apresenta uma ordenação lógica. Igualmente pode ser considerada uma obra sobre Cabala Dogmática o Pentateuco [os cinco primeiros livros da Bíblia], mas também outros livros bíblicos do Antigo Testamento, os quais também são textos cabalísticos em linguagem cifrada. Há indícios de que todo o Antigo Testamento tenha um sentido claro e literal, embora possua outro, acessível e compreensível apenas àqueles que conheçam as devidas chaves interpretativas. Desta forma, o Antigo Testamento é uma obra cifrada, sujeita à interpretação cabalística e, como tal, somente passível de ser entendida pelos iniciados1.
Outra obra básica mística e metafísica ligada à Cabala é denominada Sepher Yerizah2, também conhecida como O Livro da Criação, o qual, juntamente com o Zohar, traduz a essência do saber da Cabala. Mas o certo é que somente pela revelação torna-se possível ao ser humano entender, em toda sua grandeza, aquilo que está escrito naquelas obras.
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Existem livros especiais, secretos, através dos quais o busca-dor adquire as chaves interpretativas da Bíblia. Conhecemos um desses livros. As edições modernas da Bíblia dificultam o uso das chaves, visto que, nas traduções sucessivas, não foi preservado o sentido velado, mas, tratando-se das traduções primitivas, as chaves revelam plenamente o lado oculto. Nas traduções, foi preservado o lado exotérico, mas nem sempre o esotérico. Somente em época mais recente é que tem sido revelado o sentido duplo de muitos livros bíblicos. Mesmo assim, ainda são mantidas em segredo determinadas chaves interpretativas que somente são reveladas, de alguma forma, aos Adeptos. 2 “O Sepher Yetzirah é um texto antigo, pertencente ao corpus da cabala judaica [...] é um dos livros secretos hebraicos [...] a época em que foi escrito não é conhecida. Segundo a Tradição, teria sido obra de Abraão, mas outros dizem que foi escrito no quarto século da Era Cristã, [provavelmente entre os séculos II e VI]...” Referência: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%AAfer_Yetzir%C3%A1 [acesso em 13/10/2011].
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3 – CABALA LITERAL O estudo da Cabala exige uma grande atenção em relação às letras. Para os cabalistas, o alfabeto possui um valor mágico. No alfabeto hebraico, há uma correspondência numérica para cada uma das 22 letras que o constitui, valor este não escolhido arbitrariamente. Para a percepção mental mais pragmática e utilitarista, a relevância que os cabalistas dão a uma simples letra de um nome parece não ter lógica. Contudo, atualmente, sabemos que cada sílaba pronunciada determina certo grau de ressonância vibratória capaz de interferir no ambiente em geral e, em especial, na mente da pessoa. Ao pronunciar determinado som, tanto as coisas em volta da pessoa, quanto ela própria, vibram e isso determina alterações sutis. Essa ação já era conhecida no passado, embora não fosse explicado o motivo. Devido àquela relação entre a acústica alfabética e as transmutações vibratórias, os cabalistas davam e ainda dão tanta importância às letras. Qualquer letra que seja trocada em um nome pode provocar resultados inesperados. Para os cabalistas, um nome não serve apenas para indicar coisas, mas também visa à obtenção de certos resultados. Por exemplo, a palavra “amor” significa aquele sentimento próprio que a palavra define. Se tal palavra fosse capaz de produzir uma vibração susceptível de provocar aquele sentimento na pessoa que a ouvisse, então, o resultado seria muito mais notável. Ou seja, além do sentido, existe também um “poder inerente” à cada letra, sílaba e palavra. É exatamente esse tipo de “poder inerente” que os cabalistas consideram quando estudam numericamente os nomes. Afirmam que a troca, o acréscimo ou a omissão de uma simples letra é passível de alterar os resultados esperados e até, muitas vezes, de forma terrível. Essa concepção cabalística sobre o poder dos nomes levou Naghanâmides a dizer: “Os rolos da Torá devem ser preservados com o máximo de cuidado. Cada uma das letras conta e deve ser rejeitado para o uso na Sinagoga um rolo da Torá onde falte ou haja a mais uma única letra sequer”. No século II d.C., o Rabi Meir disse ter sido advertido pelo Rabi Ischmael, seu mestre: “Meu filho, seja cuidadoso em seu trabalho, pois é o trabalho de Deus; se você omite uma única letra sequer, ou se escreve a mais, está sujeito a destruir o mundo inteiro”. É por essa razão que os magos, os feiticeiros tribais, assim como os místicos falam da existência de “palavras de poder”. São palavras que, ao serem pronunciadas, determinam resultados especiais.
Todos os Iniciados sabem da existência de uma palavra perdida, uma palavra fantástica, que, quando pronunciada, desencadeia efeitos inimagináveis. A justificativa para o poder das palavras só pôde ser explicada empiricamente com o advento da Mecânica Ondulatória, a qual expõe que tudo no Universo é vibração e que dela resultam todas as coisas existentes ou modificáveis. Sabendo-se que 4
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qualquer som provoca ressonância vibratória3, fica fácil saber o porquê de certos nomes serem considerados “negativos e nefastos”, enquanto que outros são considerados “positivos e benfazejos”. Essa é uma das razões da existência, em quase todas as religiões, de cânticos, hinos, pontos, chamadas, vocalizações, mantras, etc. Nas igrejas cristãs, julgam que os hinos são simplesmente cânticos de louvor, mas podemos dizer que isso vai muito além. A rigor, muitos hinos não foram compostos objetivando esse lado energético, mas outros sim. O som é vibração e qualquer vibração pode determinar efeitos de ressonância. Por isso, uma pessoa pode ter em seu nome letras que, ao serem pronunciadas, determinam vibrações harmônicas. Isso torna as coisas mais fáceis para elas. Mas também pode ocorrer o inverso: letras com sons destoantes com o ambiente, com as outras pessoas ou até mesmo com o próprio organismo. Quando tal acontece, com certeza, aquela pessoa terá sérios prejuízos, em múltiplos sentidos. A partir dessa observação, torna-se fácil compreendermos a razão pela qual os nomes podem influir profundamente na existência de uma pessoa. Às vezes, basta a substituição de uma letra do nome de alguém para modificar-lhe completamente o quotidiano, para pior ou para melhor, conforme haja desarmonia ou harmonia da vibração resultante da modificação feita.
Na Cabala Literal, também são estudadas certas normas para codificações de textos, as quais devem permanecer secretas, visando à preservação das obras divulgadas. Existem três formas diferentes para isso e, durante séculos, têm cumprido a finalidade de dar duplo sentido a muitos documentos sagrados. Essas normas são as seguintes: A – GEMATRIA; B – NOTARICON; C – TEMURAH.
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A este respeito, ver os temas 180 [“Manifestações Vibratórias”] e 400 [“Faixas do Teclado Cósmico”].
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A – GEMATRIA Consiste na substituição de uma palavra por outra de igual valor numérico. Sabendo-se o valor numérico de uma palavra, pode-se substituí-la por outra de igual valor, de forma a dar um duplo sentido ao texto sem, contudo, prejudicá-lo. “Assim, palavras de iguais valores numéricos são consideradas explicativas umas das outras e a teoria também se estende às frases”.4
B – NOTARICON Vocábulo que deriva do latim notaruis, indicando “escrita resumida”. Possibilita a constituição de palavras formadas por letras do começo, do meio e do fim de outra. “[Basicamente], existem duas formas de Notaricon: na primeira, todas as letras de uma palavra qualquer tornam-se a inicial ou a abreviação de outra palavra. Das letras de uma palavra, uma sentença é formada [...] [A outra forma] consiste na formação de uma palavra ou palavras das letras iniciais, médias ou finais de uma sentença...”5
C – TEMURAH Estuda meios de substituição de letras por números ou de letras de uma palavra por outras, segundo um sistema predeterminado. O vocábulo Temurah siginifica “permutação”. “[...] De acordo com certas fórmulas, uma letra é substituída por outra precedente ou seguinte no alfabeto, de modo que outra palavra, de ortografia totalmente diferente da primeira, é formada”.6 Graças a este sistema linguísticocriptográfico, livros, manuscritos e outros documentos cabalísticos são codificados de forma a que somente os Iniciados possam entender a verdadeira mensagem que aquelas obras contêm.7 Todos os
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Referência: http://www.astrumargentum.org/arquivos/ht/ensaios/thor_14.htm [acesso em 15/10/2011]. Ibidem. 6 Ibidem. 7 Nesta monografia, fazemos menção a alguns dos sistemas criptográficos, especialmente os cabalísticos. Ao escrevermos, utilizamos, em determinados momentos, este recurso criptográfico, para que certas verdades possam ser ditas, mas apenas àqueles que as possam entender. Não é nosso intento ensinar essas linguagens nestes temas, pois elas chegam naturalmente, de alguma forma, ao conhecimento do busca-dor sincero. Outro motivo é fazer sentir às pessoas que parte dos livros existentes trazem mensagens veladas. Em geral, os livros escritos por Iniciados possuem algum tipo de “marca” oculta que lhes dão a devida autenticidade. Assim, aos que conhecem algumas chaves é dado o direito de não serem iludidos por escritos impostores, conduzidos com [e por] intenções negativas. Em muitas obras, existem mensagens com poder iniciatório. Lendoas com a devida atenção, a pessoa recebe iniciações psíquicas, sem que ao menos perceba isso. Nem sempre é preciso que 5
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fenômenos da natureza podem ser definidos por números, por desenhos geométricos e relações numéricas. Como afirmava o filósofo e matemático grego Pitágoras de Samos [570? a.C.-497? a.C.], “Deus geometriza”. Segundo a visão cabalística, os números não apenas indicam valores ou cifram textos, mas também traduzem conhecimentos cósmicos. Todas as leis, princípios e pensamentos filosóficos, teológicos e cosmogônicos podem ser expressos através do sentido esotérico dos algarismos. A numerologia é parte da Cabala, mas a maioria daquilo que é divulgado não representa o sentido original dos números cabalísticos.
4 – CABALA TRADICIONAL Há bem pouco tempo, era apenas ensinada oralmente, mas, nos dias atuais, muita coisa tem sido escrita sobre a Cabala, embora seja impossível ensiná-la em profundidade. Ela pode melhor ser estudada por meio de um esquema gráfico denominado Árvore da Vida. Trata-se de um diagrama que permite ao estudioso desvendar progressivamente os segredos do Universo e a Natureza de Deus. É exatamente à Cabala Tradicional que nos reportamos, embora de forma sumária, em várias monografias ao longo de nosso trabalho, mas o nosso intento não é ensinar Cabala, mas situá-la no contexto de outras doutrinas, em especial do Hermetismo. Daremos elementos para que ela se torne compreensível pela exposição de alguns sentidos simples dos Sephiroth. Mostraremos as 22 vias do trabalho cabalístico do adepto, a partir das quais o estudante sincero poderá desenvolver-se sozinho. Poderá penetrar nos grandes segredos e mistérios da creação e sentir o Poder Superior mais perto de si. Mas é bom que o leitor tenha em mente o seguinte: por mais que se queira, é impossível ensinar a Cabala a quem quer que seja, pois é ela mesma que se auto-revela.
uma pessoa interprete a linguagem velada, pois, em certos casos, isso ocorre de modo independente do lado interpretativo. Devemos, porém, ter em mente que essa metodologia não é apenas o apanágio do lado “positivo” dos ensinos.
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