Where One Goes - B. N. Toler

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B.N. Toler Livro único

Where one Goes Copyright © 2014 B.N. Toler

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Sinopse O que acontece quando a própria coisa arruinando sua vida acaba de salvá-lo? Eu nunca fui de acreditar em espíritos - até seis anos atrás, quando um acidente arrepiante mudou a minha vida... para sempre. Meu nome é Charlotte, mas a maioria das pessoas me chamam de Char... e eu tenho um dom especial. Eu falo com os mortos. Não se engane, não posso chamá-los. Eu só sou capaz de ver e falar com os espíritos que perduram quando eles são incapazes de atravessar. Eles estão de alguma forma ponderados para o mundo com assuntos inacabados. E pelos últimos seis anos, tenho usado o meu dom incansavelmente para ajudar as suas almas perdidas. Mas isso veio com um preço. Minha vida é escura. Me sentindo deprimida, eu comecei a desistir. E em ajudar os mortos, eu percebi que eu não me permiti viver. Sem dinheiro, nenhum lugar para ir e mais importante... sem esperança, eu decidi que há apenas uma opção acabar com tudo. Mas o destino é uma coisa engraçada. Um minuto eu estou prestes a saltar para a morte e no próximo eu sou salva por Ike McDermott. O impressionante soldado forte que me impediu de pôr fim ao meu desespero. Ele é o tipo de homem que sorri e ilumina uma sala inteira. Doce e suave. Ele é meu salvador. E ele está morto. Nós fizemos um acordo. Ele vai me ajudar a encontrar um lugar para ficar e um novo emprego se eu ajudá-lo com o seu negócio inacabado para que ele possa atravessar. O assunto inacabado de Ike envolve seu irmão gêmeo, George. George foi desmoronando desde a morte de Ike e ele não é capaz de se ~3~

obrigar a fazer a passagem em paz até que ele saiba que George vai ficar bem. Quando eu concordei em ajudar, mal sabia eu que eu iria me apaixonar pelas pessoas encantadoras de Bath County e... Ike e George McDermott. Agora, quando os dois irmãos possuem partes iguais de meu coração, me deparo com uma situação cruel e injusta. Salvando George, devo deixar Ike ir. Mas como deixar ir a metade de seu coração?

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Capitulo Um CHARLOTTE Minha avó tinha esse ditado que ela sempre me dizia quando eu estava na pior em relação à vida. Isso também passará. Considerando que aos meus olhos ela era incrível, eu acreditei nela. Ela tinha um jeito próprio; apenas estar em sua presença podia endireitar o mundo em um instante. Neste dia, eu me apego a essas palavras, as recitando com cada respiração que tomo e libero. Às vezes isso é tudo o que temos para nos levar através dos tempos difíceis. Algo tão vazio e inútil como às palavras podem ser o que nos mantém andando pelos rios de águas furiosas e implacáveis que é a vida. E isso é exatamente o que eram para mim. As palavras são as linhas perfeitas que me amarram a este mundo, me proibindo de desaparecer quando cada instinto do meu corpo está me dizendo para acabar com isso. Para deixar ir. — Aqui. Meus pensamentos são interrompidos quando Casey fala, apontando para um viaduto ao lado da rodovia em Charlottesville, VA. Já se passaram três horas desde a nossa última parada e a noite caiu, escondendo do outro lado da montanha colorida cobertas com acessos e descidas. Eu puxo a minha Toyota 4Runner alguns metros para fora da estrada na grama pouco antes de chegar à ponte. Estou exausta. Não apenas fisicamente, mas de todas as formas possíveis. Esta viagem tem levado dias, esgotando os meus recursos financeiros e me colocando mais próxima de pensamentos mais sombrios do que nunca. — Ele me deixou debaixo da ponte na área coberta com arbusto. Mas não se parece mais comigo. — ela avisa e eu dou a ela o sorriso mais simpático que pude demonstrar. Eu a adoraria tocar, a confortar com algum gesto físico, como um abraço. Mas eu não posso tocar os mortos. Eu só os posso ver e falar com eles. — Casey, eu... ~5~

— Você não tem que olhar. — ela interrompe. — Mas você disse que precisava ter certeza que isto era real. — isso é verdade. Eu disse isso. Afinal, se eu vou à polícia para informar sobre um corpo morto, eu preciso saber com certeza que ele está realmente lá. Está chovendo forte e olho cansada à frente enquanto a chuva bate ruidosamente contra os para-brisas do meu SUV. Estou usando meu casaco de chuva, bem o do meu irmão Axel, mas que se tornou meu quando ele faleceu há seis anos, quando o mundo se inclinou sobre seu eixo e me enviou atordoada para o aniquilamento. Me inclino, abro o porta-luvas com um clique e agarro de dentro a lanterna azul. Faz tempo que não uso e estou rezando para que as malditas baterias ainda funcionem. — Eu já volto. — eu suspiro e puxo o capuz do meu casaco sobre a minha cabeça antes de sair do SUV quase caindo de bunda na grama escorregadia. Já deveria saber que ia acontecer isso. Eu sabia que era só uma questão de tempo antes de uma alma me encontrar e me pedir para revelar onde seu corpo havia sido deixado depois de um assassinato cruel. Nada acontece quando clico a lanterna, mas depois de bater contra a palma da minha mão várias vezes, a luz começa a piscar, ainda que uma luz muito limitada, mas serve. O chão onde se encontra a ponte afunda e têm vista para uma colina íngreme. Há um riacho na parte inferior e parece que o nível da água é maior do que o normal, então meticulosamente rastejo, esperando que não deslize para ele. A chuva é implacável, caindo sobre mim como pontos duros e frios ao longo de minha pele. O universo sempre está contra mim. O céu claro talvez tivesse me feito ver o meu primeiro corpo assassinado um pouco menos traumático, não muito, mas pelo menos um pouco. No fundo, estou me sentindo desconfortável. A água atinge meus joelhos, penetrando em minhas botas de chuva, as enchendo instantaneamente. Varrendo a área com a minha lanterna extremamente fraca, vejo imediatamente o monte de vegetação que Casey descreveu contra o pilar mais próximo de mim. Respirando fundo, engulo a bile subindo na minha garganta e coloco a mão no meu peito como se pudesse de alguma forma acalmar meu coração retumbando. Levo dez passos para alcançar o matagal ao redor. Fico paralisada e tomo uma respiração profunda. — Vamos, Charlotte. Apenas faça isso. — eu vou.

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Com a mão trêmula, alcanço e agarro alguns dos arbustos molhados e os puxo de volta. O assassino de Casey não fez um trabalho muito bom ao esconder ela. Assim que puxo os detritos de volta, seu crânio está totalmente à vista, com o pouco que resta de seu cabelo loiro emaranhado a ele. Eu deixo o arbusto e tropeço para trás, perdendo o equilíbrio e caio na água, perdendo a lanterna na terra. A luz pisca imediatamente e às cegas, procuro desajeitada na água escura, mas depois de alguns minutos eu percebo que desapareceu. Me levanto, fecho meus olhos, rezando para que não fique enjoada. É a última coisa que Casey precisa ver agora. Rastejando de volta até a colina para o SUV, me apoio no capô do carro para remover minhas botas e despejar a água delas antes de as colocar de volta. Quando volto para dentro, Casey me olha, mas não diz nada enquanto olho para frente, perdida em pensamentos. Casey me encontrou nos arredores de Vermont em um restaurante que seus pais e irmã foram comer. No momento em que olhei para ela, ela sabia que eu a podia ver, mesmo estando morta. Quando os mortos aparecem para mim, não há nenhum som estranho ou imagem borrada. Um sinal de aviso ou alguma espécie de ser encantado, não é um luxo que me é concedido. Eles parecem com todos os outros. É só quando eles me veem os notando que descubro que estão mortos. — E agora, Casey? Ela empurra delicadamente seu cabelo loiro atrás da orelha. Ela era uma menina do tipo que não podia deixar de ser notada por todos os homens que cruzaram com ela. Felizmente, os mortos parecem como eles eram na sua vida cotidiana; não como eles parecem quando eles faleceram. — Agora você chama a polícia, — diz ela, simplesmente. — E digo o que exatamente? Eles podem pensar que eu estava envolvida em seu assassinato de alguma forma. — Faça uma denúncia anônima. — E o cara que te matou? Você não quer que eles o encontrem? — Eles irão. Com o tempo. Há outras coisas mais importantes. Eu ligo meu SUV e deixo em marcha lenta por um minuto, até arrancar com força total. — E é isso? Isto é o que você precisa para fazer a passagem? ~7~

— Minha mãe e meu pai não podem seguir em frente até que saibam o que aconteceu comigo. Uma vez que eles saibam que eu estou morta com certeza, eles podem chorar e seguir em frente. Não saber está os destruindo e minha irmã mais nova está desmoronando. Eu não posso sair até que saiba que eles vão ficar bem. — Certo. — eu aceno com a cabeça e coloco o SUV na estrada. Estou encharcada e congelada até os ossos, mas quanto mais cedo eu relatar isso, mais cedo Casey pode estar em paz e eu posso estar sozinha. Apesar de meu tempo sozinha ser sempre curto. Há sempre uma alma em todo lugar que eu vá na necessidade de encerramento, precisando resolver de alguma forma assuntos inacabados. Casey foi morta por um cara que ela conheceu em um bar em seu primeiro ano na faculdade. Quando ela deixou o bar sozinha, não percebeu que ele a seguia. Me perturba relembrar todos os detalhes; francamente, quem me dera não saber. Algumas coisas são simplesmente muito difíceis de imaginar. Seus últimos momentos neste mundo foram feitos de coisas como os pesadelos. Mas sua família não conseguiu esquecer, portanto, ela não foi capaz de partir. — Obrigada por isso, Char. Eu sei que você considera o seu dom de ver os mortos uma maldição, mas você me deu paz. Eu não respondo. Sei que estou lhe dando paz de espírito, como outros que vi antes dela, mas sua paz custa a minha própria. Este ‘dom’, como ela diz, me custou qualquer aparência de normalidade; me custou a minha família, meus amigos e minha esperança. Paramos em um posto de gasolina ao lado da rodovia. Eu pego minha mochila no banco de trás e puxo um caderno e caneta. Há um corpo perto da estrada 501 sob a ponte de Ukon. A nota é curta e fria. Não há necessidade de ficar me aprofundando muito. Eu tiro um envelope e anoto o nome do detetive encarregado do seu caso e o endereço que Casey recita para mim. Uma vez feito isso, a carta está selada e eu coloco um selo sobre ela. Nós dirigimos para a cidade e encontro a estação de correios mais próxima, onde deixo cair à carta na caixa. Casey deixa escapar um suspiro audível, preenchido com o que eu só posso descrever como alívio. — Eu os vou ver uma última vez e então eu posso ir. ~8~

— Boa sorte, Casey, — eu ofereço; eu não sei mais o que dizer. O que mais eu poderia dizer? Atravesse com segurança? Envie um cartão postal? — Obrigada. — diz ela baixinho. Em seguida, ela desaparece.

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Capitulo Dois CHARLOTTE Eu dirijo por horas depois de Casey desaparecer. Pelo menos parece que foram horas. Não tenho mapa ou planos de onde estou indo, mas vou de qualquer maneira. Minha vida se tornou uma enorme incerteza. Acelero meu SUV a uma velocidade boa enquanto ele sobe a estradas da montanha, ao redor das curvas sinuosas e perigosas, me deixando ainda mais na escuridão, literalmente e figurativamente falando. Eu nunca vi uma noite tão escura como aqui nas montanhas. É quase estranho que isso não me incomoda. É engraçado como a mente funciona, às vezes. Passei os últimos seis anos assustada e sozinha. Não com medo dos mortos, ironicamente, mas assustada que minha vida pertencia a eles e que nunca a terei de volta. Mas esta noite tomei uma decisão. Hoje à noite vou tomar minha vida de volta. Eu tomarei o controle. O entorpecimento cai sobre mim e minha mente está em branco. E é assim que sei que tomei a decisão certa. Quando o motor do 4Runner começa a estalar pelas horas extras de trabalho em torno das emanações de gases retidos, eu dirijo para o lado da estrada. Eu tenho uma centena de dólares escondido no porta-luvas, mas não preciso de dinheiro para onde estou indo. Quem encontrar o SUV primeiro pode ficar com ele. Deixo os faróis acesos, e ando tremendo, a minha alma anestesiada com uma escuridão que não consigo encontrar uma solução. Isso não é uma vida, é um pesadelo. Sem fim, o tormento e servidão terminam com a morte. E a dor se torna insuportável. Eu não chego longe quando me encontro em uma ponte onde um grande rio corre debaixo dela; a água está enfurecida, irritada com toda a chuva. Caminho para o meio e deixo minha mão deslizar ao longo dos trilhos molhados e olho para baixo na água, imaginando como seria saltar, deixar a água me arrastar e me levar para longe desta vida desse pesadelo. Isto também passará, repito para mim uma e outra vez, mas as palavras perderam sua magia e sua influência sobre mim. Talvez todo ~ 10 ~

esse tempo pensando nessas palavras como minha tábua de salvação, quando na verdade, elas tem sido um peso acorrentado a meu tornozelo lentamente me arrastando para baixo, me impedindo de encontrar a verdadeira paz. Isso nunca vai passar. Eu sempre pertenci aos mortos e por causa disso, nunca vou realmente viver. É hora de acabar com isso.

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Capitulo Tres IKE Estar no limbo é uma porcaria. Tudo que você faz é ver os seus entes queridos sofrerem e não ter um meio possível para os ajudar. Meus pais parecem estar bem, na maior parte do tempo. Meu irmão mais novo, também. Mas é George que me preocupa. A maioria dos irmãos são próximos, mas os gêmeos criam um vínculo que irmãos normais nunca poderiam entender. Nós fomos melhores amigos desde o primeiro dia. E agora, eu estou morto. — Sim, mãe. Eu estarei em casa domingo para o jantar. — ele faz uma pausa. — Não, eu não estou bêbado. — garante George à minha mãe pelo telefone. Ele não está mentindo. Ele não está bêbado, ainda não, de qualquer maneira. — Não, mãe! Ele é apenas um viciado em drogas sobre o efeito de cocaína! — grito, embora nenhum deles possa me ouvir. É uma coisa boa, também; se ela alguma vez me ouvisse soltar essa bomba, ela chicotearia minha bunda. Eu não posso ouvir o que minha mãe está dizendo à George do outro lado, mas posso ouvir seus gritos abafados pelo telefone. — Eu sei mãe. Sinto falta dele também. — ele cobre os olhos com a mão livre, uma expressão de dor tomando conta de suas características. — Merda, George. — eu respiro. Eu odeio o ver assim. — Eu tenho que ir, mãe. Eu te amo. Ele bate encerrar na tela do seu celular e afunda no sofá. A mesa de café de vidro na frente dele está coberta com resíduo branco, um papelote de cocaína, sua carteira e garrafas de cerveja vazias. George se inclina para frente e pega uma foto emoldurada minha de uniforme, do dia que me formei recruta. Ele olha para a foto por um longo momento ~ 12 ~

antes de a baixar com cuidado. Deslizando para fora do sofá de joelhos, ele puxa sua licença de sua carteira. Em poucos segundos, ele está separando uma pedra de cocaína em três linhas pequenas. Depois de colocar a sua licença de volta em sua carteira, ele tira uma nota de dólar para fora e enrola firmemente, então usa a nota para cheirar a primeira linha. — George! — grito. — Jesus, cara. Por que está fazendo isso para si? Mas é inútil porque ele não pode ouvir minhas palavras de preocupação. Eu não posso assistir mais. Além disso, sei que a prostituta, Misty, está a caminho e o ver com ela me enoja. Meu irmão está obviamente confuso, lamentando a minha perda e ela está tirando o máximo proveito disso, levando drogas para ele, cheirando com ele desde que ele esteja pagando e depois eles fodem, mesmo ela tendo um namorado que iria espancar George até a morte se descobrisse. Eu desapareço e reapareço cerca de 800 quilômetros de Anioch Bridge, apenas fora da cidade. George e eu costumávamos vir aqui quando éramos crianças e íamos pescar; essas são algumas das minhas memórias favoritas. Enquanto ando em direção à ponte na escuridão da noite, ouço as águas furiosas do rio Jackson. A chuva foi pesada aqui nos últimos dias e os níveis de água estão elevados. Eu invejo o rio. Ele se move, flui e continua indo. Diferente de mim. Eu estou preso, preso por minha própria necessidade de reparar algo que não posso fazer nada a respeito. Eu morri há quase dez meses e tudo que o povo ‘luz branca’ fala é besteira. No início, eu não sabia que estava morto. Na verdade, pensei que estava sonhando; de alguma forma, eu estava em casa com a minha mãe e meu pai, mas quando tentei falar com eles, eles não me ouviam ou até mesmo respondiam. Não demorou muito antes que receberam a ligação os notificando que eu tinha sido morto por um IED 1 no Afeganistão. Choque foi tudo que senti enquanto todos se desmoronaram com a notícia. Naquela altura, pensei que era um pesadelo; que eu iria acordar a qualquer momento ao lado de meu amigo, Sniper, em nossa barraca e estaríamos discordando um do outro. Mas isso nunca aconteceu. Em vez disso, eu fui forçado a assistir a minha família lamentar a minha passagem, incapaz de lhes oferecer qualquer conforto. George tem sido um espiral fora de controle desde que eu 1

Improvised explosive device. Dispositivo explosivo improvisado. ~ 13 ~

morri e não posso suporto o ver assim. Eu sei, sem dúvida, ele é o que está me ancorando aqui, me impedindo de avançar para o que quer que venha pela frente. — Isto é o inferno. — murmuro. Tão perdido em meus próprios pensamentos, não noto a fraca luz à frente até que estou prestes a pisar na ponte. — Eu sinto muito, vovó. Sinto muito, Axel. Me desculpe, eu não sou mais forte. Meus pensamentos são interrompidos quando ouço uma mulher chorando. Meus olhos chicoteiam na direção do som de sua voz; uma mulher magra, vestindo um casaco de chuva que é muito grande, o cabelo escuro grudado em sua cabeça enquanto a chuva cai forte sobre ela. A água pinga da ponta em seu nariz. Ela está em pé sobre o parapeito da ponte, soluçando alto. Eu estou paralisado no lugar, sem saber como reagir, mas quando os soluços de repente param e ela levanta a cabeça, minha respiração falha. Antes, suas emoções mostravam incerteza sobre se matar. Agora, sua expressão é nula, como se ela tivesse decido alguma coisa. Ela inala profundamente como se tivesse chegado a um acordo com a decisão que ela está prestes a fazer. E tenho certeza que ela vai saltar. — Não! — grito enquanto corro em direção a ela, mesmo que eu saiba que ela não pode me ouvir, mas não posso evitar minha reação. Quando ela sacode a cabeça em direção ao som da minha voz, eu quase caio em estado de choque. Seus olhos escuros encontram os meus e ela fica tensa. Ela me ouviu. — Vá embora! — ela grita de volta. Eu olho para ela, meus olhos arregalados e boca aberta. Ela me vê! Ela pode me ouvir! — Vá embora! — ela grita de novo, limpando o nariz com a manga de seu casaco. — Você pode me ver? — eu balanço minha cabeça em descrença. Ela aperta os olhos fechados e geme. — Você está morto. Não é uma pergunta, mas uma declaração. A chuva para e o silêncio cai entre nós. — Você pode realmente me ver? — pergunto novamente, convencido de que estou ficando louco.

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— Morto e estúpido. —ela murmura. —Óbvio, eu posso ver e ouvir você. — Mas como? Ela se vira para longe de mim e eu olho para seu perfil quando ela cerra os olhos fechados novamente. — Vá embora. Eu não posso te ajudar. Eu parei de ajudar os mortos. Me deixe em paz. Ela olha para a água, seu olhar espreita ansiosamente. Merda. Ela vai saltar. — Ouça. Qual o seu nome? — Meu nome não importa. — É importante para mim. — argumento. — Meu nome é Ike. Ike McDermott. Por favor, venha para baixo. Vamos falar sobre isso. — Por quê? — ela ri histericamente, mas apenas soa enigmática. — Para que eu possa te ajudar a resolver o seu assunto inacabado para que você possa cruzar? Bem, adivinhe Ike? — diz ela, com amargura. — Eu não tenho nada. Eu tenho cem dólares, meu veículo está sem combustível, eu não tenho amigos ou família para me ajudar e é tudo por causa do seu tipo. Porque os mortos não me deixam em paz! Sua voz treme de emoção enquanto lágrimas de raiva enchem os seus olhos. Eu esfrego minha cabeça enquanto me esforço para encontrar as palavras certas. Ela pode ver pessoas mortas. Embora pareça uma vantagem para mim, isso provavelmente tem muita destruição para ela. Ela está obviamente sozinha no mundo. Meu olhar encontra o dela novamente e pergunto: — Se eu puder te ajudar com tudo isso? Bem... o máximo possível. Se chegarmos a um acordo? — Um acordo? — Eu vou te apresentar a algumas pessoas agradáveis, te ajudar a conseguir um emprego, um lugar para ficar e você... você pode me ajudar a resolver as coisas. — ela olha para baixo na água e nega com a cabeça, me dispensando. — Escute, eu não conheço você ou o que passou, mas sei que eu daria qualquer coisa para estar vivo agora, não importa o que. — as lágrimas escorrem pelo seu rosto e acho que as

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minhas palavras conseguiu envolve-la. — Não desperdice o que muitos de nós nunca tivemos a chance de ter. — eu imploro. Ela continua a olhar para a água e funga o único som a quebrar o silêncio quando balança a cabeça e desliza para baixo da grade de volta para a estrada da ponte. — Vocês não vão me deixar em paz. Eu não posso nem me matar! — ela geme enquanto anda apressada na direção oposta em que está o veículo esportivo. — Onde você está indo? — grito e corro para a alcançar. Minha mente está em sobrecarga. Ela pode me ver e falar comigo. Eu estive morto por meses falando sozinho. Isso é incrível! — Meu 4Runner está por aqui. — ela murmura, afirmando o óbvio, enquanto treme. Bem, se você precisar de combustível, o posto mais próximo é por aqui. — eu espeto meu polegar sobre meu ombro. — Pertence aos Mercers. Eles são pessoas muito agradáveis. Eles vão te ajudar. Ela para e me enfrenta por um momento e sua face vira de tal forma que as luzes de seu veículo me mostra seus olhos cinzentos e eles quase tiram o fôlego. É difícil explicar por que a dor em seu olhar parece tão bonito. Ela parece uma criatura selvagem, um ser feito para ser livre e itinerante, que de alguma forma está aprisionada. Seu cabelo escuro está molhado e colado ao rosto e eu quero alcançar e o deslizar para trás para ver o seu rosto. Nossos olhares permanecem presos por um longo tempo quando seus lábios quase azuis tremem. Ela está congelando. — Nós temos que te aquecer. Me deixe te ajudar... — deixo a minha última palavra reduzir, indicando que eu gostaria que ela me dissesse seu nome. Ela respira fundo e suspira. — Charlotte. — diz ela em voz baixa. — Mas as pessoas me chamam de Char. Charlotte. Eu sorrio suavemente ao seu nome. É bonito, como ela. — Ok, Charlotte. Você tem algumas roupas secas para levar com você? — Na caminhonete. — ela corre na minha frente e abre a porta traseira do lado do condutor, subindo.

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Momentos depois ela sai com uma mochila e uma pequena bolsa. Depois de desligar os faróis, ela fecha a porta quando a chuva começa a descer forte novamente. Ela olha para o céu, deixando a chuva bombardear asperamente seu rosto. Sua mão livre vem para cima e ela espeta o dedo do meio para o abismo escuro e eu rio. Eu a quero cobrir, levar suas malas, mas... não posso. Com um acesso de raiva, ela passa por mim e eu rapidamente me junto a ela. — Me desculpe, eu não posso te ajudar a carregar suas coisas. Ela riu suavemente. — Lamento que você não consiga. — ela faz uma pausa por um instante antes de acrescentar: — Quer dizer, eu sinto muito que você não as possa carregar porque você não está vivo. — as palavras dela caem pesadamente no ar como a chuva cai forte em nós. — Como ocorreu? Enfio as mãos nos bolsos e suspiro. — IED. Afeganistão. — Merda. — ela suspira. — Sinto muito. — Bem, se eu seguir... Minha sentença reduz e ela me dá um aceno de compreensão. A morte é uma porcaria. Sem condições ou discussões a esse respeito. Mas pelo menos eu tive uma morte nobre. Há maneiras piores para ir. — Então, onde você está me levando? — Você não sabe onde você está? — eu finjo descrença. Ela sorri timidamente. — Eu não me importava onde eu estava indo. Eu planejei dirigir o meu SUV até acabar o combustível... bem... você frustrou o resto. — Não posso dizer que sinto muito por isso. — eu respondo com sinceridade. — É realmente tão ruim assim? A chuva para abruptamente de novo, como se o próprio Deus tivesse virado um interruptor e nós dois paramos e olhamos para cima. Depois de um momento, ela começa a andar novamente e eu a sigo, os sons de suas botas fazendo ruídos que quebram o silêncio. — Todos os dias da minha vida durante os últimos seis anos tem sido gasto com os mortos. Eu não tenho amigos, os que eu tinha, todos acham que fiquei louca, meus pais não sabiam o que fazer comigo, então eles simplesmente fingem que eu não estou lá e pode esquecer ~ 17 ~

sobre namorado. Então você vê, não tenho nada além dos mortos. Minha vida se definiu em ajudar os mortos para que eles possam cruzar a linha, e caramba, estou cansada. Ela parece também. Seu rosto pálido e olhos perdidos contam uma história de uma vida dura. — Nós podemos ajudar um ao outro, Charlotte. Este é um bom lugar. Você vai gostar daqui. — E onde é aqui? — Esta é Warm Springs. É uma pequena cidade dentro do Condado de Bath. — Warm Springs? — Sim. Aonde se vai para rejuvenescer. — eu digo na minha melhor voz de locutor de rádio. — Piscinas Jefferson? Nunca ouviu falar delas? Não. — ela responde. Eles têm planos especiais para férias... eles mantem as piscinas aquecidas durante todo o ano. General Robert e Lee, Thomas Jefferson frequentava o lugar. — É mesmo? impressionada.



pergunta

ela

secamente,

claramente

— De qualquer forma. — eu continuo. — Você está em um bom lugar. — Eu ainda estou na Virginia? — Sim. — E como exatamente você acha que pode me ajudar? — Você precisa de um lugar para descansar. Você precisa de um emprego. Eu posso te ajudar com isso. — Como assim? Você está morto. — ela aponta o óbvio. Eu paro de caminhar — Eu estou? Você está falando sério? — finjo choque e ela revira os olhos, a sombra de um sorriso brinca nos cantos dos seus lábios. Começamos a caminhar de novo e eu respondo a sua pergunta. — Eu sei sobre as pessoas desta cidade. O que elas gostam e não gostam. Eu posso te ajudar a se dar bem com elas. ~ 18 ~

— E o que você gostaria em troca? Flashes de George passam por minha mente e sinto o peso assentar sobre meu peito. — Eu tenho um irmão que está tendo um momento difícil. — Assuntos inacabados. — ela murmura e deixa escapar um suspiro audível. — Olha, eu sei que você está cansada de ajudar as pessoas como eu, mas eu sou diferente. Eu quero te ajudar, também. Se eu puder te ajudar, você vai me ajudar? — Eu acho que eu não tenho escolha, — ela murmura e encolhe os ombros, ajustando suas malas para obter uma posição melhor. — Você tem um negócio comigo.

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Capitulo Quatro CHARLOTTE É engraçado como os seus planos podem mudar tão drasticamente dentro do espaço de minutos. Minha vida estava terminando há 40 minutos. Eu tinha certeza disso. Mas, em seguida, Ike aparece e desvia os meus planos. Acho que suas palavras são o que me trouxeram de volta. — Escute, eu não conheço você ou pelo que você passou, mas sei que eu daria qualquer coisa para estar vivo agora, não importa o que. O suicídio é egoísta. É um completo tapa na cara para qualquer um que tenha morrido e queria viver. Assim, com grande emoção, o homem alto e atlético me trouxe de volta para os meus sentidos. Agora, estou de pé do lado de fora do Mercer’s Stop and Go com ele parou ao meu lado. A loja é antiga, os sinais de iluminação parecem que foram feitos há décadas. — Parece que o Sr. Mercer está trabalhando hoje à noite. Ele é realmente amigável. Basta entrar e dizer que sua caminhonete quebrou. Ele vai te ajudar. — ele me dá um sorriso torto; percebi que é a sua maneira de me incentivar. Ele é bonito, muito amplo e muscular, talvez 1,83 de altura, mas o seu sorriso é sua melhor característica. Eu tomo uma respiração profunda e quando estou perto da porta, pego um vislumbre do meu reflexo na janela. Meu cabelo escuro está emaranhado e minha roupa cai pesadamente em mim. Pareço o primo de Anne Raggedy2. Aparento estar acabada. — Ele vai pensar que sou uma maldita viciada em crack, — eu digo, enquanto corro os dedos pelo meu cabelo molhado, emaranhado. — Olhe para mim. Ike ri e seu sorriso brilhante aquece o meu coração. — Não, ele não vai. Esta cidade tem um monte de gente boa, Charlotte. Os Mercers são uns dos melhores. Confie em mim. 2

É uma boneca de pano. ~ 20 ~

— Certo, — eu bufo, empurro a porta e entro. Um senhor mais velho com sobrancelhas grossas e cinzentas olhos bondosos me cumprimenta com um olhar preocupado. — Você parece uma bagunça, criança. Você está bem? — ele pergunta dando a volta no balcão e se aproxima de mim. — Sim senhor. Meu SUV quebrou cerca de três quilômetros e eu tive que andar na chuva. — Meu senhor, você vai ter sorte se você não pegar uma pneumonia. — ele balança a cabeça, preocupação sincera gravada em seu rosto. — Eu posso recuperar o seu SUV logo pela manhã. Há um motel cerca de seis quilômetros abaixo que você pode conseguir se registrar para a noite. Eu mesmo vou te levar. — ele veste sua jaqueta rapidamente e pendura a placa Volto em 10 minutos na porta pouco antes de me conduzir para fora e trancar a porta. — Isso é tão gentil de sua parte, — murmuro através do meu choque. Quem diabos oferece a um completo estranho e uma carona no meio da noite a uma pessoa que parece estar drogada? O Sr. Mercer simplesmente sorri e acena com a cabeça enquanto caminhamos para o lado do edifício. Estou surpresa quando ele me leva a um Ford Highboy e abre a porta do passageiro para mim. Isso que é um velho gentil, eu penso. Uma vez que ele entra e liga a caminhonete, ele aciona o ar quente e eu não poderia estar mais grata. Enquanto percorremos, Ike está a minha esquerda, sentado entre nós, embora, é claro, o Sr. Mercer não o possa ver. No rádio ‘Okie from Muskogee’ - Merle Haggard toca suavemente e eu fico embaraçada na forma como se encaixa. — A propósito, eu sou Bill Mercer. — ele acena com a cabeça para mim. E me ocorre que ele acha que acabei em seu veículo e não sei o seu nome. Eu deveria ter me apresentado, mas Ike já tinha me dito seu nome. Eu estou tão cansada que não estou pensando direito. — Charlotte, — eu respondo. — Mas a maioria das pessoas me chama de Char. — De onde você é Char? — Nascida e criada em Oklahoma. — Ei... você é um Okie, — diz ele quando seu rosto se ilumina com outro sorriso. — A canção, — ele ressalta. ~ 21 ~

Eu sorrio. — Eu estava pensando nisso. — Você está longe de casa, — acrescenta ele e me lança um olhar preocupado. — Sim eu estou, — eu concordo. Chegamos ao Warm Springs Motel e o Sr. Mercer me leva para dentro do escritório com um sinal de néon iluminado acima piscando: VAGA. — Ei, Bill. Como você está? — uma mulher grande e robusta com cabelo vermelho fogo e muita sombra roxa nos olhos pergunta enquanto se mantem no sofá reclinável na frente de uma televisão de tela plana. — Ginger, esta é Charlotte, mas ela gosta de ser chamada de Char. — Bem, olá, Char, — Ginger cumprimenta e me oferece um sorriso amigável em meio a suas bochechas rechonchudas. — Parece que você teve uma noite difícil. Eu dou de ombros e lhe dou um sorriso tímido. — Você poderia dizer isso. — Nada que um banho quente não vá resolver, — Ike está de acordo, mas eu o ignoro. Levei anos de prática para aprender a ignorar os mortos e não responder a eles na frente de outras pessoas. Mesmo um olhar em sua direção pode fazer as outras pessoas pensarem que eu sou estranha. — Bem, um quarto é quarenta dólares por noite, mas você vai ter tv a cabo e a água quente. Quarenta dólares? Isso é barato como o inferno. Eu deixo cair minhas malas no chão e começo a abrir minha mochila, o pensamento de um banho quente e uma cama quente me faz tremer, quando percebo que deixei o meu dinheiro no porta-luvas do meu carro. Merda! Meu rosto ruboriza quando eu levanto e pego minhas malas. — Eu sinto muito que eu desperdicei seu tempo, Sr. Mercer, mas eu deixei meu dinheiro no meu carro. Eu vou voltar até ele e dormir lá hoje à noite. — humilhação surge através de mim quando eu olho para Ike que fecha os olhos, percebendo o quão envergonhada eu estou.

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— Bobagem, criança. — disse Sr. Mercer para mim. — Eu vou pagar. Você pode me reembolsar outra hora quando você buscar o seu dinheiro. — Eu não posso aceitar isso, senhor. — eu balanço minha cabeça com veemência. Eu não quero esmolas. — Por que não? — Ike pergunta, com os braços estendidos. — Você está congelando e precisa descansar! — novamente eu o ignoro, o que é difícil quando sua linguagem corporal e o tom são tão animados. — Querida, você precisa de descanso. Se você fugir amanhã e não me pagar, quarenta dólares não vão acabar com a minha vida. Pelo menos eu vou saber que você teve uma noite segura de descanso. Poderia me tranquilizar. — Sr. Mercer olha para mim suavemente enquanto ele entrega a Ginger o dinheiro. Eu odeio a pena em seus olhos. Eu provavelmente pareço uma vagabunda desabrigada, o que acho, tecnicamente, que sou. — Então tome aqui, — eu digo, quando eu tiro meu colar com a cruz de prata. Não a tirei em anos. — Pegue isso e fique com você, assim saberá que vou voltar. Esse é um dos meus bens mais preciosos e eu nunca iria deixar isso para trás. Mas, por favor, não o venda. Eu vou ter o seu dinheiro amanhã. Sr. Mercer toma pega a cruz na mão, um sorriso gentil em seus lábios. — Você tem a minha palavra. — Com isso, ele se dirige para a porta e antes que ele saia, ele diz: — Boa noite, Char. — Obrigado, Sr. Mercer. Você é muito gentil. — eu aceno. — Bem querida, eu tenho um quarto pronto para você, — diz Ginger quando ela contorna o balcão. — Que surpresa. Ela só tem outro hóspede, — Ike bufa e eu tenho que lutar para não sorrir. Ginger me leva para o quarto treze, que é o quarto mais distante de seu escritório. Acho que ela gosta de sua privacidade. — Agora, não se esqueça de trancar a porta quando eu sair e se você precisar de alguma coisa, basta discar zero no telefone e ele vai mandar você para mim. — Obrigada, minha senhora. — eu sorrio com apreciação.

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— Quando foi à última vez que você comeu, meu bem? Você parece que se uma leve brisa soprar, você vai ao chão. Eu fiz frango frito para o jantar e tenho alguns pedaços que sobraram. Eu os poderia aquecer para você. — Você é tão gentil, mas eu acho que um banho quente e uma cama confortável é o que eu realmente preciso agora. Obrigada, no entanto. — eu aceno. — Tudo bem, querida. Noite. — uma vez que ela fecha a porta, eu me estatelo na cama. Ike senta em uma poltrona de couro sintético amarelo ao lado da porta. — Este é o único motel na cidade? Ele ri. — Bem, esse condado tem tudo, muitas pousadas com café da manhã e há também The Plantation, que é praticamente um resort onde as pessoas ricas ficam. Este hotel é de menor porte, obviamente, mas nas próximas semanas eu não tenho nenhuma dúvida de que ela estará na ocupação máxima. — Por que isso? — Por causa do outono que é a nossa temporada turística. As pessoas vêm de todo os lugares para desfrutar das nascentes e ver as folhas mudarem, — enquanto ouço, tremo com frio por minhas roupas ainda encharcadas. — Você precisa sair dessas roupas e tomar um banho quente, — Ike observa. — Sim, mãe, — eu suspiro alto antes de ficar de pé. Fico olhando para ele por um momento e ele apenas olha para trás. — Você está pensando em me dar alguma privacidade? — Não se importe comigo. Eu estou morto. — ele irradia um sorriso perfeito que faz minha barriga vibrar. — Eu não vou me despir na sua frente, soldadinho, — eu o informo. — Um soldado caído, morto e no limbo não pode sequer dar uma olhadinha? Isso é apenas cruel, Charlotte, — ele brinca, cerrando os olhos fechados em dor fingida.

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Eu não posso deixar de rir um pouco quando eu começo a mexer através da minha mochila e advirto: — É melhor você não me ver no chuveiro, também. Ele ri alto. Seu riso é tão rico e profundo, isso me faz rir um pouco mais. — Veja. Para que serve estar morto se não pode assistir a uma menina no chuveiro sem ela saber? — Mas eu sei, — eu o lembro. — Merda! — eu gemo quando eu despejo minhas roupas na cama. — O que está errado? — Todas as minhas coisas estão molhadas, — eu lamento. — Você tem a boca um pouco suja, — ele comenta com um sorriso. — E? — Eu gosto disso, — ele encolhe os ombros. — Acho que eu vou dormir nua esta noite, — eu suspiro. — Há um Deus, — Ike olha para o teto, as mãos unidas em louvor. — Você não vai dormir aqui, — eu indico. — Vale a pena tentar, — ele bufa em derrota. Quando eu vou em direção ao banheiro, eu viro e vejo Ike olhando para o chão. — Você está bem? Seu olhar encontra o meu e ele balança a cabeça. — Você não sabe como é andar ao redor por meses e meses e não ter ninguém para te ver e ouvir. — ele não é a primeira pessoa morta que me diz isso. Eu tento simpatizar e me lembrar disso cada vez que eu fico frustrada sobre uma nova alma surgindo, mas é difícil às vezes. Nós olhamos um para o outro um longo tempo antes dele se levantar. — Eu estou indo ver o meu irmão e deixarei você ter um pouco de paz. Estarei de volta antes de você acordar. — seus dog tags3 batem quando ele fica de pé. — Ok, — eu engulo, me sinto estranhamente triste por ele estar saindo. Normalmente, este seria um momento de celebração. Um tempo 3

São aquelas plaquinha de identificação que os militares usam. ~ 25 ~

sozinha. Mas por alguma razão, eu quero conhecê-lo. Ele é a primeira alma que conheci que realmente me coloca em primeiro lugar. — Vejo você na parte da manhã. — Boa noite, Charlotte, — ele oferece, e em seguida, ele desaparece.

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Capitulo Cinco IKE Eu verifico George. Ele desmaiou com Misty do seu lado, os seios dela de fora para o mundo ver. Mas ele está respirando. Esse tem sido meu maior medo; que ele se mate por overdose. Nos dez meses desde que morri, George perdeu muito peso e passa metade do tempo desmaiado. Ele se culpa pela minha morte, como se ele pudesse ter me impedido de ingressar nas Forças Armadas, ou se ele tivesse estado lá, poderia ter me salvado. Me alistar foi a minha escolha. É o que eu queria e não me arrependo, exceto pelo o que minha morte está fazendo com ele. Mas há esperança agora. Há Charlotte. A criatura selvagem e bela pode ser apenas a resposta. Mas ela precisa ser salva, também, eu posso ver. E pensar que se tivesse aparecido apenas alguns minutos mais tarde naquela ponte eu nunca a conheceria. Eu só preciso descobrir como posso ajuda-la enquanto ela ajuda George. Eu vou ter de descobrir como salvá-la, e meu irmão de se matar.

São nove da manhã e Charlotte ainda está dormindo. Ela parece diferente com o cabelo seco, à luz do dia. Seu cabelo escuro, brilhante e macio, se espalha ao longo dos travesseiros. Seus lábios estão agora rosa, não azuis como estavam ontem à noite. Ela está deitada de bruços, o cobertor apenas mal cobrindo sua bunda. Sua pele parece tão macia e suave, eu daria qualquer coisa para tocá-la. Sei que não deveria esta olhando para ela assim, mas não consigo evitar. Eu posso estar morto, mas ainda sou um homem. Gosto de olhar para mulheres bonitas. Eu tenho que acordá-la. Ela precisa ir a sua caminhonete e nós precisamos conseguir um emprego para ela imediatamente. ~ 27 ~

— Acorda! Acorda! Acorda! — eu grito e bato palmas na frente de seu rosto. Ela sacode com os olhos frenéticos. Eu recebo uma boa imagem de seus seios e meu Deus, eles são lindos, quero dizer, me chame de idiota, mas não tenho nenhuma vergonha em olhar antes dela empurra o cobertor, se cobrindo. Caramba, sinto saudade da sensação de uma mulher. Sua suavidade, seu corpo quente. — Eu vou matar você! — ela grita. — É um pouco tarde para isso, querida, — eu respondo e empurro meu queixo. Ela joga um travesseiro em mim. Ele passa diretamente através de mim e cai no chão. Eu bocejo. — Ái. — Não me acorde assim nunca mais! — ela grita. — Eu não tenho nenhuma roupa! — Sério? Eu não tinha notado, — zombei de sua confusão. — Idiota! — Bem, bem, bem, estamos mal-humorados esta rio, enquanto ela se levanta, envolvendo o cobertor em mortos ainda podem ficar duros, com tesão. Tenho que que ela não veja enquanto lambo mentalmente corpo magro. Droga!

manhã, — eu torno dela. Os me virar para seu desejado

Ela pega sua bolsa e sai correndo para o banheiro, batendo a porta atrás dela. Aparentemente, as manhãs não são seu forte. Quando ela sai do banheiro, ela está vestindo jeans gastos com vários buracos e um top preto. Seu cabelo escuro está para baixo e ela colocou um pouco de maquiagem. Embora ela ainda pareça cansada e frágil, ela parece revigorada e isso me faz feliz. Eu não a conheço bem, mas espero que quando tudo estiver dito e feito, eu a posso ajudar a encontrar alguma felicidade. — O que é que você viu? — ela pergunta enquanto ela fecha sua mochila. — Não muito. — eu dou de ombros e ela suspira aliviada. — Apenas os seus seios, — adiciono despreocupadamente e ela joga uma escova de cabelo em mim, que me atravessa e bate na parede. — Achei que já tínhamos definido que isso não vai acontecer.

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— Você não presta, — ela bufa e arremessa sua mochila sobre o ombro. — Eles são muitos bonitos, Charlotte. — eu elogio e ela cora, mas ela não pode deixar de sorrir. — Você tem sorte por meu dom ser limitado para ver e ouvir. Se eu pudesse te tocar, você estaria falando em soprano agora. Eu rio quando ela abre a porta e bate na minha cara. Eu materializo ao seu lado, do lado de fora e vamos para a recepção para fazer a saída dela, mas Ginger apenas sorri e balança a cabeça. — Aparentemente, o Sr. Mercer foi para casa e disse à senhora Mercer sobre você; a primeira coisa que ele fez essa manhã foi vir e pagar seu quarto até domingo. — O quê? — Charlotte olha para a mulher como se uma cabeça extra crescesse nela. — Ela deixou isso para você, também. — Ginger entrega a ela um saco plástico com o colar de Charlotte nele. — Por que eles fariam isso por mim? — Charlotte pergunta, mas em vez de olhar para Ginger, ela olha para mim. — Eu acho que você os lembra de sua filha. Ela morreu a mais de uma década atrás, — diz Ginger, antes que ela sorri, triste. Charlotte deixa escapar um suspiro profundo e não vejo como esta notícia afeta ela. Seus olhos cinzentos olham para baixo enquanto ela assimila a informação. — Obrigada, Ginger. — Oh e aqui. — Ginger coloca um saco de papel marrom no balcão. — Estes são meus muffins de mirtilo. Você precisa comer menina. Coloque um pouco de carne nesses ossos. Curvas, isso é o que homens daqui gostam em uma mulher. — Eu gosto de traseiros grandes e eu não posso mentir. — eu canto como o rapper Sir Mix A-Lot e empurro meu quadril. Eu vejo uma sombra de um sorriso nos seus lábios e eu sei que ela quer rir de mim. Charlotte sorri para Ginger e leva o saco. — Você é muito gentil. Muito obrigada.

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— Eu te vejo mais tarde, querida. Oh, e a Sra. Mercer, eu a chamo de Susan, ela disse que Sr. Mercer rebocou sua caminhonete nesta manhã para seu posto de gasolina. Abasteceram e o trouxeram aqui. Ela disse que está estacionada ao lado do hotel. Charlotte olha para mim. Algo que notei que ela raramente faz na frente de outras pessoas. — Eu disse que eles eram pessoas simpáticas, — eu dou de ombros. — Venha. — Obrigada, Ginger. — disse Charlotte antes de sair. — Que lugar é este? A maldita Mayberry?4 Por que todo mundo é estupidamente bom? — Nem todo mundo, — eu bufo. — Você vai conhecer os idiotas da cidade em breve.

Mayberry era uma cidade pequena fictícia que foi destaque em The Andy Griffith Show, onde quase todos os moradores são brancos. 4

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Capitulo Seis CHARLOTTE Eu me sinto como se tivesse entrado oficialmente em um universo alternativo. Ike me leva imediatamente ao posto de gasolina Mercer onde o Sr. Mercer se recusa a pegar as centenas de dólares. Depois de muitas súplicas, ele concorda em guardar o meu colar até que eu o possa recompensar, mas ele diz que eu terei que ter um emprego antes de aceitar um centavo meu. Então, Ike e eu subimos no meu 4Runner e dirijo três quilômetros até que estaciono em frente ao lugar chamado Ike e George. — Você tem um restaurante? — pergunto quando eu olho para a placa. — Eu tinha. É tudo de George agora. — Ike e George? Original, — eu tento brincar e olhar para ele. Ele olha para a placa e balança a cabeça. — Ainda restavam dois meses e eu estaria fora. Eu tinha prometido não me alistar para outra missão. Eu ia voltar aqui e dirigir este lugar com ele. Mas... — ele deixa escapar um suspiro audível. — Planos mudam, certo? — Posso perguntar como um restaurante sobrevive em uma cidade tão pequena? — eu tento mudar de assunto. — Minha família é proprietária do prédio, portanto, não paga aluguel e nós somos um dos únicos três bares da cidade. Aqui é um grande ponto turístico, especialmente no outono, como eu te disse. O Plantation é um lugar importante aqui. — ele aponta atrás de nós onde eu vejo alguns grandes pilares de pedra que conduzem para o que parece ser uma mansão gigantesca. — Recebemos grande número de negócios proveniente deles também. — Entendo. — eu aceno de cabeça em compreensão. — E é aqui, onde você acha que vai me ajudar a encontrar um emprego? — Sim é. Você pode ser garçonete, certo? ~ 31 ~

— Sim. — Vamos entrar. O interior do restaurante é rústico, com barris colocados em uma barra superior que corre ao longo deles. Os balcões tem acabamento, mas parecem gastos e música country toca nos alto-falantes. Eu ando até o bar, Ike ao meu lado e tomo um assento, olhando em volta, tentando identificar alguém que trabalhe aqui. Há um balde de lata de amendoins no bar e meu estômago resmunga. Eu não comi os muffins de Ginger ainda, assim pego um punhado e começo a tirar a casca. De repente, uma loira com muito delineador aparece e me dá um sorriso cheio de dentes. — Eu não ouvi você entrar, querida. Como você está? — ela pergunta. — Isso é porque ela provavelmente estava na parte de trás cheirando uma linha de cocaína ou chupando o chefe. — acrescenta Ike e leva toda a minha força para não arregalar os olhos e olhar para ele. — Eu sou bem. Obrigada, — eu respondo depois de passar o meu choque. — Você quer ver um cardápio? — Diga a ela que você está aqui para falar com George, — Ike me instrui. — Na verdade, eu estou aqui para falar com George. — franzo as sobrancelhas com as minhas palavras e ela me dá uma boa olhada. — Ele está esperando você? — ela pergunta, suspeita atada em seu tom. — Cadela estúpida, — Ike rosna. — Não, ele não está, — eu respondo rapidamente. — E você é? — Ike está fervendo ao meu lado, mas não entendo o motivo. Seu questionamento está começando a me dar nos nervos, mas eu não estou irritada como ele está. — Meu nome é Charlotte. Mas as pessoas me chamam de... — Misty. — uma voz profunda fala da cozinha. Viro em sua direção e quase caio do meu banco quando ele ronda o canto da cozinha. — Misty! Onde está o fechamento de ontem à noite? ~ 32 ~

Minha boca cai aberta e tudo o que posso fazer é olhar. É Ike. É Ike em carne e osso. — Eu mencionei que George era meu irmão gêmeo idêntico? — Ike sussurra atrás de mim quando ele ri baixinho. Antes que eu possa pensar sobre isso, olho para ele, o choque escrito ao longo de toda a minha face. Eu não posso explicar como é ver alguém morto e ver sua imagem refletida em carne. Minha mente é uma desordem agora. — George, esta menina diz que ela gostaria de falar com você, — Misty ignora a pergunta e empurra o queixo em minha direção, seu súbito desgosto por mim evidente em seu tom. Esta menina? Ela seriamente acabou de me chamar assim? Normalmente eu estaria zangada, mas eu ainda estou perdida admirando o irmão de Ike que se parece com ele, então ignoro o insulto e me concentro no assunto em questão. — Ah, é? — seu olhar encontra o meu e ele inclina a cabeça para o lado. — Eu te conheço? Eu ainda estou atordoada e congelada com minha boca aberta. — Certo. Eu deveria ter te contado, mas você poderia, por favor, fechar a boca e parar de olhar como uma idiota? — Ike solicita atrás de mim. Fecho minha boca e me endireito no meu lugar. — Uh... não. Nós não nos conhecemos, — eu gaguejo. George olha para Misty. — Misty, você pode ir ajudar Sniper a descarregar os produtos? — Claro. — uma vez que ela está fora de vista, George anda atrás do bar e coloca sua prancheta para baixo. Agora que eu sou capaz de o ver melhor, posso ver algumas diferenças. Ike é largo e mais amplo, enquanto George é mais magro. O cabelo de George é mais longo, desgrenhado, enquanto o de Ike é curto, estilo militar. — E você é? — George pergunta e eu balanço minha cabeça tentando obter meu juízo sobre mim. — Meu nome é Charlotte. Eu sou nova na cidade. Estou no hotel. — faço uma pausa, sem saber como pedir a ele um emprego. — Basta perguntar! — Ike ordena. ~ 33 ~

— Ouvi dizer que você pode estar procurando por uma garçonete: — eu pressiono um pouco, irritada com Ike. Não é fácil ter alguém falando com você e você não pode demonstrar isso. — E de quem poderia ouvir isso? Merda! O que eu devo dizer? Seu irmão morto? — Sr. Mercer mencionou, — eu minto. Espero que nunca descubram isso entre eles. — Você tem experiência? — Um pouco. Servi mesas na faculdade. — E há quanto tempo foi isso? — Eu abandonei após meu primeiro ano, há seis anos. Assuntos de família. Isso seria mais quando eu comecei a ver pessoas mortas e pensei que eu estava perdendo a porra da cabeça, mas eu pulo sobre esses detalhes com George. — E desde então? — Uh... — desde então, eu tenho dirigido pelo país ajudando as pessoas mortas, não ganhando nenhum dinheiro. — Eu vim com algum dinheiro e me mantive por um tempo, mas preciso de um emprego agora. — não é inteiramente mentira. Meu pai basicamente me pagou para desaparecer. Me foi dado uma alta soma de dinheiro e disse para viajar e conhecer novas pessoas. Em outras palavras, precisava desaparecer, porque eu era muito complicada e me apavorei porque eu podia ver os mortos. Peguei o dinheiro, abracei os meus pais com força e desapareci de suas vidas. George me verifica e cruza os braços. — Eu gostaria de te ajudar, mas você apenas apareceu na cidade e não tenho nenhuma garantia de que você não vai levantar e sair sem aviso prévio. Tente talvez o supermercado no fim da rua. — ele se vira e se abaixa, tira algo em um armário. Eu olho para Ike e encolho os ombros. — Deus, ele é um idiota arrogante, — Ike murmura. — Certo. Ele é um homem de apostas. Diga que aposta que pode escolher sua canção favorita no jukebox e se você acertar, ele vai te dar uma chance. Dou uma olhada de soslaio para Ike, o deixando saber o quão estúpido isso soa.

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— Confie em mim. Ele é um filho da puta arrogante. Ele vai tomar a aposta pensando que você não vai ganhar. Eu balanço minha cabeça. — Faça isso, Charlotte. Por favor. — ele bate seus cílios para mim e luto contra a vontade de sorrir. Em vez disso, olho para ele e respiro fundo. George se levanta e me enfrenta de novo, um olhar de surpresa em seu rosto. Talvez ele estivesse me esperando sair depois que ele me dispensou. — Você parece um homem de apostas para mim. — estou em pé e começo a fuçar na minha mochila educadamente. — Eu aposto que posso escolher sua canção favorita no jukebox. Se eu fizer isso, você me dá um emprego. Se eu não fizer isso, saio e nunca mais volto. — eu aumento o sorriso para George o paquerando, o desafiando com um encolher de ombro arrogante. Ele bufa e cruza os braços novamente. — E quem vai dizer que eu vou admitir que é minha canção favorita? Eu poderia simplesmente mentir. — Ele não vai, — Ike acrescenta, olhando para seu irmão. — Ele não é perfeito, mas ele não é mentiroso. — Eu sou boa em ler as pessoas. Você me parece um homem honesto. — eu respondo, com a moeda em punho. George franziu as sobrancelhas enquanto nossos olhares estão presos. Seus olhos são tão escuros, não iguais aos de Ike. Ike é um castanho como areia brilhante e suave, enquanto os de George são como café escuro e frio. Não é um cruel frio, mais como ferido, como um aviso para ficar longe; um frio quebrado. — Como você disse que seu nome era? — pergunta ele, dando um passo em minha direção. — Eu sou Charlotte, mas as pessoas me chamam de Char. — exceto o seu irmão. — Ok, Charlotte. — ele sorri. Aparentemente, nenhum dos irmãos McDermott planeja me chamar pelo meu apelido. — Você está dentro. Pegue a minha música favorita e eu vou te dar uma chance.

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Concordo com a cabeça e vou em direção ao jukebox perto da entrada. Ike inclina um braço contra a máquina de neon enquanto coloco minhas moedas na ranhura. — Johnny Cash, God’s Gonna Cut You Down. — ele diz e eu não o posso evitar. Eu olho para Ike e sorrio. — O quê? Você é fã de Cash? — ele me dá um olhar triste. — Eu sou, — eu sussurro. — O quê? — ele geme. — Linda e gosto musical fantástico! Onde você estava quando eu estava vivo? — eu sorrio ligeiramente para seu elogio, tentando não ser muito óbvia para George, que está me observando como um falcão. Eu passo as seleções até encontrar a música e digito os números. Eu ando de volta para o bar, o jukebox começa a clicar, mudando os discos enquanto George e eu mantemos nossos olhos fixos. Paro pouco antes de chegar ao bar e cruzo os braços, combinando com sua postura e levanto uma sobrancelha. A melodia familiar toca nos alto-falantes e não posso evitar, mantenho o sorriso na boca enquanto George, filho da puta, deixa cair os braços. Um sorriso triunfante floresce no meu rosto enquanto dou um encolher de ombro casual. — Quando eu posso começar? — pego minha mochila e a puxo sobre um ombro. — Você pode começar a treinar hoje, se quiser, mas se você não for boa, vai ter que seguir em frente. — Entendido. Eu posso mudar de roupa e voltar? — Sim, você tem um par de shorts pretos e tênis? Surpreendentemente, eu tenho. — Sim. — Eu tenho uma camisa aqui para você; esteja de volta em uma hora. Com um breve aceno de cabeça, eu giro ao redor e sigo para a porta. — Ei, Charlotte! — George chama, e eu me viro. — Como você sabia? Eu sorrio. — Palpite de sorte. — eu dou de ombros antes de sair. Ike está dando gargalhada enquanto subimos na minha caminhonete. Bem, eu entro, ele só se teletransporta ou faz seja lá o ~ 36 ~

que for que pessoas mortas fazem. — Deus, eu o conheço tão bem. Isso foi muito fácil. — Obrigada pelo aviso sobre ele ser seu gêmeo, imbecil. — eu ligo e arranco com o 4Runner. — Deve ser difícil ter dois caras incrivelmente quentes perto de você ao mesmo tempo. — eu rolo meus olhos para ele, mas a verdade é, é difícil. Os dois são idênticos e quentes de deixar a borca aberta. Mas eu não vou dizer isso a ele. — Sim. Seus olhares me fazem tremer nas minhas botas. — eu rio quando me torno presunçosa. Espertalhona. — Então, George e Misty estão juntos? — Não, só amigos de foda, eu acho. É complicado. — eu posso dizer que ele não gosta. — Eu não quero falar sobre ela. Vamos discutir o quão quente você acha que sou, — Ike brinca. Balançando a cabeça, eu pressiono meus lábios para me impedir de sorrir. — Você é incorrigível. — O que é isso? Você gosta do meu corpo? — diz ele. — Sua cabeça é extraordinariamente grande. Deve ser o ego. — eu respondo. ‘Se você quer meu corpo e acha que sou sexy, venha, docinho, me deixe saber’. Ike canta sua melhor versão de Rod Stewart enquanto empurra seus quadris em seu assento. — Uau. Eu vou precisar que você pare com isso agora. — eu ri. — Por quê? Está excitando você? — ele pergunta enquanto continua a empurrar seus quadris. — Parece mais que está matando meus neurônios ao ver isso. Agora, pare de me distrair. Eu tenho que ir me preparar para o meu novo trabalho. Com isso, ele desaparece e eu esfrego os olhos. Sozinha. Estou sozinha.

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Uma hora mais tarde e estou de pé atrás do bar com Misty enquanto ela me explica como usar uma pistola de refrigerante como se eu fosse uma idiota. Eu servi mesas antes e não é um bicho de sete cabeças, mas eu educadamente aceno com a cabeça e sorrio enquanto ela balbucia. Ela está falando muito rápido e para constantemente para engolir como se sua garganta estivesse seca. Eu estou querendo saber se este é um efeito colateral da cocaína, Ike disse que ela usa. Ike aparece e me dá um olhar minucioso. A apertada camiseta preta que diz: Ike e George deixa algo à imaginação. — Você vai fazer gorjetas incríveis aqui. — Ike mexe as sobrancelhas e eu coro enquanto tento prestar atenção em Misty. Finalmente, ela senta em uma mesa e me instrui para encher os saleiros, pimenteiras, açucareiros, me mantendo ocupada enquanto nós estamos esperando as pessoas entrar para o almoço. Desde que eu sou nova, não posso servir hoje, apenas observar, então tenho certeza que ela me terá fazendo a maior parte do trabalho pesado. Ike se senta na minha frente e observa cantando ‘Get Rhythm’, eu me recuso a dizer a ele que ‘Cash’ é a minha música favorita. Meus pais adoravam Johnny e Elvis. Quando todos os saleiros e bandejas estão cheios, começo a coloca-los nas mesas, não percebendo que estou cantando ‘Get Rhythm’ em voz alta. Eu estou cantando e balançando meus quadris quando topo com um corpo duro e quase deixo cair minha bandeja. George olha para mim e pega a bandeja, a colocando sobre a mesa. Agarrando o meu braço, ele pergunta: — Por que você está cantando isso? — seus olhos estão escuros; acusatórios. Olho tão surpresa quanto eu me sinto, porque Ike diz: — Esta é a minha canção favorita de Johnny. — ele corre a mão para baixo em seu rosto e olha para seu irmão. — Eu não entendo, — eu digo para George, mas eu realmente estou falando com Ike. — Como você sabia a minha canção favorita hoje cedo? Eu olho em seus olhos escuros e me recuso a piscar. Eu sei que ele está quebrado. Inferno, eu estou quebrada. Ele não pode e não vai me assustar. — Qualquer um que gosta de Johnny tem bom gosto. Você ~ 38 ~

parece um homem com bom gosto. — Misty por acaso aparece neste momento e encaro isso com um golpe por Ike. — Quero dizer na música, pelo menos, — digo, olhando brevemente para Misty. — Bom, — Ike ri. — George? — Misty pergunta timidamente. — Tudo certo? — Eu estou bem. — ele libera meu braço, nossos olhos ainda presos em um impasse. Finalmente, ele se vira e vai embora com ela. Eu volto para minha mesa e sussurro, — Que diabos é isso, Ike? Você fez isso de propósito. Você sabia que eu ia começar a cantar e ele ia me ouvir, — assobio. Eu olho para ele e ele está passando a mão pelo cabelo curto, observando George se afastar com Misty. Sua camisa sobe, expondo seu abdômen e seu V bem definido que me faz querer babar. É claro que, nesse breve segundo, percebo que estou babando por um cara morto. Clássico. Querendo o inatingível. — Eu estou tentando facilitar para que você chegue até ele. — diz ele enquanto seu olhar se move de volta para mim. Felizmente, ele perdeu que eu o observava. Movo para outra mesa e deslizo os saleiros para colocar em seus lugares. — Bem, não fique tentando tanto. Parecia que ele queria bater em alguma coisa. — Ele nunca iria bater em você. Eu juro. — Ele provavelmente vai me demitir. — Não. Mas ele vai pensar em você. — Sim. Assim como eu o lembro de você e quanto isso dói. — Ele é um viciado em drogas, Charlotte. Misty é a sua vendedora. Eu preciso levar ela para longe dele antes que ele se mate por overdose. Eu fecho meus olhos. Este acordo que fizemos fica mais complicado a cada segundo. Agora eu estou ajudando Ike a resolver seus assuntos, salvando seu irmão drogado de alguma forma de sua ~ 39 ~

namorada comerciante de droga a enviando para longe. — Olha Ike. Você pode me dar dicas e informações, mas você tem que me deixar controlar isso. Eu tenho um pouco de experiência nestas situações. — Ok, — ele bufa em derrota. — Vamos tentar do seu jeito por enquanto. — Obrigada. — eu sorrio e vou em direção ao bar, onde eu vejo Misty olhando para mim. Ela acabou de me ver falando com Ike, exceto que ele é invisível para ela então me viu falando sozinha. Decido ignorar esse pequeno fato e ajo como se não tivesse notado ela olhando para mim. — O que posso fazer agora, Misty?

A tarde esvai até a noite e o bar, na verdade, fica lotado de pessoas felizes que estavam a caminho de casa do trabalho e turistas de todo o condado. Tirando o Ike e George, os outros lugares para comer na cidade são um restaurante chamado Sam Snead e um pequeno lugar chamado de Lindsay Roost Bar &Grill. Existem algumas outras pizzarias e lugares ao redor, mas não na cidade. Eu sigo outra garçonete, Anna, para que ela possa me mostrar as coisas. Ela também me mantem a par de todas as fofocas. — Então Misty e George estão transando. — ela sussurra enquanto estamos de pé do lado de fora perto da lata de lixo enquanto ela fuma um cigarro. Seu cabelo encaracolado, loiro está em um rabo de cavalo apertado e seu batom é uma máscara profunda de vermelho brilhante. Não é uma cor que favorece muito ela, embora seja muito bonita, com olhos azuis brilhantes e os dentes brancos e perfeitos. — Misty namora Roger e ela está o traindo, mas ele não sabe. — diz ela, com seu sotaque do Sul. — Ele ficaria louco de verdade se descobrisse. — E ninguém conta? Quero dizer, seriamente, esta cidade é do tamanho de uma ponta de agulha e imagino que este é o tipo de fofoca que fazia todas as galinhas da cidade cacarejar.

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— Você sabe como eles dizem, ‘não matar o mensageiro’? Bem, Roger mataria o mensageiro. — os olhos de Anna se ampliam para dar ênfase. — Sério? Você acha que ele ia assassinar George se descobrisse? — pergunto um pouco assustada, me perguntando se mais uma vez sou confrontada com outro dilema para ajudar George. — Não, — Ike balança a cabeça. — Bem, talvez não isso, mas ele definitivamente o espancaria. E o pobre George. — Anna balança a cabeça. — Ele apenas está confuso desde que seu irmão morreu. Seu irmão, Ike, era seu irmão gêmeo, sabe? Um homem excelente, também. É realmente lamentável. — Eu quebrei o coração de muitas jovens quando morri. — Ike brinca e sorrio com tristeza. Eu acredito que sim. — Eu não sabia que ele tinha um irmão gêmeo, — eu minto. — E como é que Roger fica alheio a isso? Bem, entre nós, ele é o traficante de drogas da cidade e dono de uma oficina mecânica em Berkley. Eu acho que ele está muito ocupado para notar que sua namorada puta está correndo por aí. Ela não é minha pessoa favorita, estou sendo honesta e ela acha que porque está fodendo com o patrão ela manda neste lugar. — Misty é uma prostituta, — Ike concorda. — Eu não acho que ela pensa muito de mim, — eu admito. — Isso é porque você é bonita e nova na cidade. Não se preocupe com ela, menina. — Anna joga seu cigarro no lixo. — De qualquer forma, não conte a ninguém o que acabei de dizer. Eu normalmente não fofoco, mas você me pegou hoje à noite. — Ela é um túmulo. Você deve confiar totalmente todos os seus segredos mais profundos e obscuros a ela. — Ike diz secamente e eu sorrio contra a minha vontade. — Seus segredos estão seguros comigo. Quando entro no bar, George me avista e estreita seu olhar. Ele está desconfiado de mim para além da música de Johnny ‘Cash5’ e não

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Trocadilho porque Cash é dinheiro. ~ 41 ~

tenho certeza o por que. Eu dou um sorriso brilhante, mas ele desvia o olhar. — Então você é a nova garota? — um homem alto, de olhos azuis penetrantes se aproxima de mim. Eu o reconheço da cozinha, mas não fomos apresentados e não pude dar uma boa olhada nele. Seu sotaque é Escocês, Irlandês ou algo estrangeiro. Eu sei que ele trabalha aqui, pois está usando uma camisa do Ike e George que está esticada em seu maciço peito muscular. Na verdade, é tão apertada que eu posso ver seus mamilos ressaltados em sua camisa. — Você poderia fechar sua boca, amor? Você está babando, — Ike avisa e eu ajusto rapidamente a minha postura e fecho a minha boca escancarada. — Hum, sim, — eu respondo quando me viro para encará-lo. — Você não me disse que ela era tremendamente quente, — ele grita em frente ao bar para George, que lhe corta um olhar de advertência e eu coro. Alguns dos clientes no bar viram a cabeça em nossa direção e riem; os olhos dos homens percorrem meu corpo. Meu rosto queima com calor e constrangimento. — Eu sou Sniper. Sou o outro gerente aqui e se você é sensível ao assédio sexual, provavelmente deve sair agora porque se acho que você está sexy, eu vou dizer a você. — ele estende a mão e a pego, percebendo quão pequena minha mão parece na sua. — Este é o meu outro melhor amigo... além de George. — Ike explica os braços cruzados, olhando para Sniper. — Nós estávamos no exército juntos. — É bom conhecer você, Sniper. Sou Char. E eu não sou sensível demais, mas se você me tocar inapropriadamente, vou estourar seus joelhos. — dou um sorriso amigável enquanto Sniper pisca os olhos. Acho que só o excitei. — Ele é um doente fodido, Charlotte. Ele gosta de dor. — Linda e violenta. Eu acho que acabei de conhecer a minha alma gêmea. — ele rosna ao dar um passo na minha direção, um olhar de calor e luxúria. Ele ainda está segurando a minha mão. — Você é a fofoca da cidade, coisa bonita. Você sabe... moça misteriosa chega na cidade no meio da noite. — Não há muito mistério aqui, lamento. — eu rio nervosamente. ~ 42 ~

Sniper aperta minha mão e seu olhar tranca o meu. — Eu tenho uma sensação desta questão. Você é alguém especial. — ele sussurra enquanto se inclina e eu engulo em seco. Ele realmente cheira malditamente bem. — E você deve saber que estará tão atolada nas besteiras toda vez que ele estiver por perto. Ele é um pouco mulherengo. — diz Ike, revirando os olhos. Tomando minha mão de Sniper, eu digo: — Obrigada. Eu acho. — Sniper! — George chama e ele está quase queimando um buraco através de nós com o olhar. — Volta para o trabalho! — Não deixe George ser muito idiota com você. Ele está passando por algumas merdas. Se você precisar de alguma coisa, venha falar comigo, moça. Eu vou cuidar bem de você. — ele pisca e vai embora. — George, você precisa transar! — ele grita antes de desaparecer na cozinha. — Cai fora, — George ri quando pega o controle remoto e aumenta o volume da televisão. Quando meu olhar encontra a tela, quase desmaio. ‘A polícia encontrou o corpo de Casey Purcel de 21 anos debaixo de uma ponte do lado de fora de Charlottesville’. Minha garganta se apodera de dor enquanto eu engulo em seco e meus olhos se arregalam enquanto observo a tela. O repórter continua. ‘O detetive Andrews recebeu uma carta anônima afirmando que havia um corpo debaixo da ponte de Ukon. A polícia recuperou o corpo e teste de DNA está sendo feito, mas as autoridades acreditam que pode ser o corpo da estudante de UVA desaparecida Casey Purcell. Neste momento, os detetives estão pedindo qualquer um que tenha informações para ligar para o número na parte inferior da tela. Uma trilha do pneu foi encontrado e a polícia está atualmente estudando imagens de vídeo de um posto de gasolina local para ver se há algum coincidência’. Merdaaaaaa. — Você está bem? — Ike pergunta e eu aceno de forma mais afirmativa e vigorosa do que deveria. Eles vão me encontrar. Eu sou uma suspeita. — Existe um problema, Charlotte? — George chama. Eu pulo rapidamente, sorrindo brilhantemente. ~ 43 ~

— Não. Nenhum problema. — me livro da preocupação. Se acalme, Char. Você não a matou, por isso, mesmo se eles acharem você, você não tem nada para se preocupar. Eu respiro fundo e tento relaxar. — Você tem certeza disso? — Ike pergunta, franzindo suas sobrancelhas em preocupação. — Venha aqui, por favor. — George gesticula uma mão e faço o meu caminho em direção a ele. Seu cabelo desgrenhado cai apenas sobre os olhos, sua camiseta preta apertada Ike e George mostra sua construção dura. Eu não o vi sorrir uma vez durante todo o dia, mas quando a mulher na frente dele diz alguma coisa, ele realmente ri. — Oh, merda, — Ike geme. George se inclina sobre o bar na frente de uma mulher mais velha, cabelos escuros batendo no ombro. Ela tem uma raia cinza através dos olhos castanhos. Eu me aproximo de George e ele endireita completamente sua postura e se movimenta para a mulher diante dele. — Charlotte, esta é a minha mãe, Beverly. Ela ajuda com a contabilidade aqui. Apenas pensei em te apresentar, então se você a ver aqui sabe quem ela é. — É um prazer te conhecer, Sra. McDermott. — eu ofereço minha mão e ela pega com um sorriso amigável. — Como está Charlotte? Que nome bonito. — Me chame de Char, por favor. — É claro. Ouvi dizer que você é nova na cidade. Você está gostando de Warm Springs? — É muito bom. — eu digo, educadamente. Quero dizer, eu não tenho nada de ruim a dizer sobre aqui... ainda. — Bem, já que você é nova na cidade e trabalha para o meu filho, acho que você precisa vir à minha casa para o jantar de domingo. — eu posso literalmente sentir George tenso ao meu lado. Abro a boca para protestar, mas ela acrescenta. — Eu não vou aceitar um não como resposta. Você gosta de lasanha? — Um...

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— Com pão de alho e tiramisu6, — Ike ronrona. — Deus, eu sinto falta da comida da minha mãe. Eu não sei o que dizer, assim, sem pensar, eu roubo as palavras de Ike. — Com pão de alho e tiramisu. Silêncio, os olhos de Beverly encontraram os meus antes de lançar de volta para George. Merda. Por que eu disse isso? — Hum, acho melhor você não repetir isso. Essa foi a minha refeição favorita. Ela fez isso em todos os aniversários e toda vez que eu chegava em casa de licença. — Bem, — ela diz baixinho, com os olhos cheios de lágrimas. — Eu realmente faço um tiramisu maravilhoso. — Não. Eu não quis dizer para você fazer isso. Eu só... — eu balanço minha cabeça, incapaz de terminar a frase. Oh Deus, eu só a lembrei de seu filho morto e agora ela está chorando. Eu sou uma idiota. — Domingo sim. — ela afirma. — George, por que você não a pega e a leva com você? — Eu tenho um veículo. Eu rapidamente.

posso

dirigir.



acrescento

— Não seja boba. George já estará em seu caminho. Não há nenhum sentido em você dirigir. — Beverly dá uma piscadela para George e ele revira os olhos. — Foi bom conhecer você, Charlotte. Vejo você no domingo. — com isso, ela desliza para fora do banquinho e eu lanço um olhar para George que está fazendo uma careta. — Não discute com a minha mãe. — diz Ike, me deixando saber por que George não insistiu para nós irmos separados. — Prazer em te conhecer, também, — eu falo quando ela se afasta. — Eu vou buscá-la as cinco no domingo. — George resmunga antes de caminhar a passos ruidosos. Quando giro para ir, meus olhos se encontram com Misty olhando para mim. Eu acho que ela ouviu que

Tiramisu: tiramisu, sobremesa tipicamente italiana, consiste em camadas de pão de ló substituído por biscoitos do tipo champanhe. 6

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tenho um convite para jantar na casa do McDermott. Perfeito! Esta noite está fabulosamente.

George me evita o restante da noite e quando fecha, ajudo Anna a fechar o caixa e ela me diz para o levar ao escritório e entregar a George e então eu posso sair. Eu faço o que ela diz, e abro a porta do escritório sem bater. Meus olhos arregalam quanto Misty inala uma linha de cocaína em cima da mesa enquanto George aparentemente mantém seu nariz longe por já ter inalado sua própria linha. Quando ele me vê, empurra e Misty obedece, vira as costas para mim e esfrega freneticamente seu rosto. Eu sei que meu objetivo é me aproximar dele para ajudá-lo, mas não posso evitar de deixar minha boca despejar. — Sério, chefe? — eu questiono, no meu tom rolando cada pedacinho da minha desaprovação. George olha para Misty e em seguida, de volta para mim, limpando o nariz. É a primeira vez desde que o conheci que ele não parece frio. Agora, ele só parece envergonhado. — Aqui está o que Anna mandou entregar. O fechamento do caixa. Eu trabalho amanhã? — Você quer fazer uma dupla? Você acha que pode servir mesas? — ele pergunta e eu posso ver a humilhação em seus olhos. — Eu posso fazer isso. — digo, empurrando meu olhar do seu. — Vejo você amanhã. — lanço o dinheiro e recibos em sua mesa e fecho a porta com força. — Que cadela. — ouço Misty resmungar através da porta. Não posso deixar de ficar ali por um momento e ouvir. — Ela falou sozinha a noite toda. Que porra de pessoa estranha. — reviro os olhos e saio. — Estou tão feliz que aconteceu. Ele parecia tão envergonhado. Ike aplaude.

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— Não significa que ele vai parar. — eu sussurro. Eu pego rapidamente meus pertences e minha sobra do hambúrguer que não terminei na minha pausa e marcho para fora da cozinha. — Noite, moça. Eu ficaria feliz em te acompanhar em casa, se quiser. — ronrona Sniper enquanto me dá uma piscadela de flerte e eu reviro meus olhos. — Por mais tentador que pareça, eu vou passar. Noite, Sniper, — eu falo. Assim que estou de volta no meu quarto de hotel, mudo para o meu pijama; um par de shorts e um top e afundo na minha cama. Abro a caixa de isopor com as minhas sobras de almoço, eu encho minha boca com algumas batatas fritas fria. — Quer assistir TV? — pergunto a Ike enquanto mastigo, ele está sentado na poltrona. — O que você quiser. — ele dá de ombros. — Então, qual é o negócio com o melhor amigo estrangeiro sexy? — pergunto. — Em primeiro lugar, caras não dizem melhores amigos. — ele ri levemente. — Nós estávamos juntos no Afeganistão. Prometi a ele um emprego quando voltássemos. George manteve minha promessa. — Ike suspira e esfrega a cabeça como eu acho que ele sempre faz quando sua mente está cheia com pensamentos. — Ele parece interessante... — acrescento. — Você quer dizer quente? — Ike bufa. Mastigando o pedaço de hambúrguer, eu só mordo, murmuro em torno da comida na minha boca, — Eu quero dizer, sim, ele é, mas eu quero dizer, ele é apenas... diferente. — É, humm. Bem, me deixe dizer, ele é mulherengo, então se eu fosse você ficaria longe. — Obrigada pelo aviso, porque eu estava totalmente pensando em transar com ele. — respondo secamente. — Faça como quiser. — Você pode sentar aqui, sabe? Eu sei que você não vai tentar nada. — eu bato levemente o local perto de mim.

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Ele bufa e levanta antes de se lançar na cama, me fazendo arfar em surpresa. Pouco antes de pousar em mim, ele se muda e está na cama ao meu lado. Eu rio como uma menina pequena da escola primária e me odeio por isso. — Isso é um lindo som. — Ike sorri para mim, seus olhos castanhos brilhantes. — Eu rindo como uma idiota? — pergunto e me viro para televisão com o controle remoto. Ele se deita e coloca as mãos sob a cabeça, olhando para a televisão. — Quando meus avós estavam vivos, eles tinham essa garagem anexa à sua casa e minha avó tinha, sei lá, vinte sinos de vento pendurado do lado de fora. Eu acho que era o meu som favorito no mundo. É tão leve e delicado. Me sentia em casa. — ele olha para mim, seus olhos escuros iluminados com o calor. — Sua risada me faz pensar neles. Nesses sinos de vento. Enquanto nossos olhares permanecem presos, eu tenho que engolir. Isso pode ser a coisa mais doce que alguém já me disse. Quanto mais por um homem. Naturalmente, o primeiro que o faz está morto. E com esse pensamento, desvio os olhos. Eu não posso me apegar a Ike. Ele vai sair em breve e outro vai tomar o seu lugar. Outra alma precisando de ajuda para que possa fazer a passagem. — Com frases como essa, aposto que você tinha mulheres a torto e a direito quando estava vivo. — eu luto para quebrar o constrangimento do momento. De repente, ele se senta e sua identificação tilinta sob a camisa. — O quê? — eu praticamente salto para fora da minha pele com seu movimento espasmódico. Ike desaparece e depois se materializa momentos depois. — George está do lado de fora da sua porta. — diz ele em voz baixa. Eu me sento na cama e cruzo os braços. — O quê? — eu sussurro. Eu quero gritar, mas antes que ele possa responder, três batidas fortes soam na porta. — Ele está bêbado. — Ike contrai a mandíbula em raiva. — Ele é perigoso? — Não. Meu palpite é que ele está envergonhado. — Ike bufa enquanto mais sons de batida vêm da porta. ~ 48 ~

George deve ter conseguido meu endereço temporário da minha documentação. Eu pulo para cima e alcanço a porta em quatro passos largos, a abrindo. Eu sei que estou tentando ajudar George por causa do Ike, mas ele aparecer tão tarde e bêbado enquanto bate na minha porta é rude. Eu estou pronta para dizer o que penso, mas quando vejo seus olhos vermelhos, cheios de lágrimas... eu não posso. Sua camisa está para fora da calça, seu cabelo desgrenhado espetado como se tivesse passando as mãos por ele e ele está segurando uma garrafa de Jack Daniel. Em vez de gritar com ele, fico olhando, esperando que ele diga alguma coisa. — Com quem você estava falando? — deliberadamente, os olhos digitalizando o meu quarto.

ele

pergunta

— Você deve ter ouvido a televisão, — eu respondo rapidamente. — Não. Você estava rindo. — Da televisão. — eu cruzo meus braços, me tornando cada vez mais irritada com a sua linha de questionamento. — Você estava aqui ouvindo? Ele curva seus lábios ligeiramente. — Não. — O que posso fazer por você, George? — ele passa pelo batente da porta e me empurra para o meu quarto. — Certo. Entre. — observo secamente. Ele ignora o meu comentário e se estatela na poltrona mais próxima da porta. — Ele é um infeliz. O enfrente, Charlotte. — Eu sei, — eu respondo sem pensar nisso. — O quê? — George olha para mim em confusão. — Nada. Por que devo esta honra inesperada? — eu afundo baixo na minha cama e cruzo as pernas na minha frente. Quando faço, olho para cima e observo os olhos de Ike fixos em mim. Me lembrando a não olhar para trás, olho para George, que também está olhando para mim, seus olhos escuros praticamente queimando dentro de mim. Eu olho para baixo e percebo a alça da minha blusa solta que deslizou para baixo, revelando o meu sutiã meia taça de renda e a parte superior do meu seio. Meu rosto está vermelho como chamas. Não de constrangimento. Ok, talvez um pouco, mas é mais o calor de seus olhos sobre mim. Eu rapidamente limpo minha garganta e endireito meu top. ~ 49 ~

— Você acha que sou um idiota, não é? — George solta antes de beber o Jack. — Ele é, — Ike acena com a cabeça em concordância. — Eu acho que você está bêbado, — eu respondo, cortando Ike com uma rápida olhada. — Então, de onde você é Charlotte? — Esta é a parte onde nos conhecemos, chefe? — Só estou tentando ser simpático. — George coloca a garrafa de Jack sobre a mesa com um baque, fazendo com que o líquido âmbar espirre. — E está sendo amigável aparecendo no meu quarto de hotel, às onze horas da noite? — Você não respondeu minha pergunta. — Charlotte, sei que ele é um babaca bêbado, mas, por favor, seja agradável. Você disse que iria ajuda-lo, — Ike implora. Com um profundo suspiro, eu digo: — Oklahoma. George me olha com curiosidade. — E o que a traz a essas partes? — Apenas admirando a beleza do outono como todo mundo. — eu digo, maliciosamente. — Eu duvido, — insulta George. —Você sabe o quê, George? Nós não vamos fazer isso. — eu o agarro. — Você está doidão de cocaína e bêbado, mova sua bunda... Vamos lá, — eu pego minhas chaves na mesa de cabeceira antes de deslizar no meu chinelo. — Vou te levar para casa. — Char. — Ike interrompe quando atiro a ele um olhar que iria assustar os mortos. Ike é um bom irmão. Ele quer ajudar George, mas ele quer fazer com as mãos enluvadas. George precisa de amor duro e eu vou dar isso a ele. Ele não pode lidar com a sua dor e perda até que ele fique limpo. — Levante-se! — eu grito com George quando ele embala para o lado. Com muito esforço, eu levanto e o arrasto para fora da porta. Leva cinco minutos para atirá-lo no banco do passageiro da minha caminhonete e quando bato a porta, Ike está esperando com os braços cruzados. ~ 50 ~

— Não me olhe assim, Ike, — eu advirto. — Você concordou em me deixar fazer do meu jeito. — Sim, mas... — Mas nada, — eu o interrompi. — Você quer a minha ajuda, esta é a primeira coisa a riscar da lista. Eu sei o que estou fazendo. Este não é meu primeiro desafio. Ike bufa e prende as mãos em sinal de rendição simulada. — Ok vamos leva-lo para casa. — Como diabos ele chegou aqui? — eu pergunto, não vendo nenhum outro carro no estacionamento. — Quem sabe, — Ike resmunga. — Talvez Sniper o deixou aqui fora. Com a ajuda de Ike, chego à casa de George. Ele tem uma pequena fazenda a cerca de seis quilômetros do bar. A grama parece que não é cortada em um ano e há uma espécie de cortina pendurada em uma janela à esquerda. — Esta era a minha casa. A deixei para ele. — Ike fala do banco traseiro. — Ele está realmente mantendo o lugar. — noto meu tom encharcado de sarcasmo. Ike não diz mais nada eu estaciono o meu 4Runner e prossigo para arrastar George para dentro. Felizmente, o faço caminhar, mas seus olhos estão fechados o tempo todo. Quando finalmente chego ao interior, a zona de luz sobre o fogão lança o suficiente para levá-lo para dentro e o colocar no sofá onde ele cai e começa a roncar. Girando lentamente, eu observo a casa. Há caixas de pizza em todos os lugares, garrafas de cervejas vazias cobrem a maior parte das superfícies, e sim, há um pó branco revestindo sua mesa de café. — Este lugar cheira mal. — digo a Ike, mas ele não responde. Quando olho para ele, sua expressão é desanimadora enquanto olha fixamente para George. Sei que ele está preocupado com ele. Sei que a incapacidade de George lidar com a perda de Ike é o que está mantendo Ike amarrado aqui, o impedindo de seguir em frente. Estou entristecida com esse pensamento. Uma parte de mim não quer que Ike vá. Eu tinha toda a intenção de procurar na casa de George, suas drogas e despejar o seu uísque, mas não o farei; ele precisa um pouco ~ 51 ~

mais. Eu sei onde sua cabeça está e ele precisa de algo grande para o trazer de joelhos. Só então ele poderá realmente começar a se recuperar. Então conseguirei tirar ele do vício. Hoje à noite preciso dormir. Isso é o que eu digo a mim mesma de qualquer maneira. Deixo de lado os pensamentos de Ike cruzando seu caminho. A verdade é egoísta. E é errado. A verdade é... Eu quero mais tempo com Ike.

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Capitulo Sete IKE Uma coisa é certa, Charlotte dorme como os mortos. O alarme já soou duas vezes e ela precisa acordar, mas gosto de vê-la dormir. Faz apenas dois dias desde que a encontrei na ponte e já me sinto amarrado a ela, como se ela fosse uma parte de mim. Isso é bobagem, já que acabei de conhecê-la, mas é uma ligação estranha. Eu estou lutando para dar a ela e ao meu irmão uma vida enquanto ela está lutando para me ajudar a ir. De alguma forma, nós nos tornamos amarrados um ao outro, mesmo que nós dois sabemos que nosso tempo junto é limitado. Olhando para ela, vejo seus olhos cinzentos abrir sonolentos. Me inclino para frente, minha placa de identificação tilinta sob minha camisa e ela desperta. Um olho espreita aberto e ela murmura algo incoerente. — Bom dia, linda. — eu sussurro do meu assento de couro falso. O chamo de meu, pois é onde me sento durante toda a noite, olhando para ela. — Oh sim. Eu tenho certeza que estou muito bonita agora. — diz ela bocejando e eu começo a rir. — Você está, — eu confirmo. — Os mortos nunca dormem, hein? — ela sorri para mim e eu juro, se meu coração ainda batesse, saltaria após isso. Por que não pude conhecer uma garota como ela quando estava vivo? Acordar com esse sorriso todas as manhãs teria sido o destaque do meu dia, todo dia. — Eu sinto falta de dormir. — admito e ela se senta e se alonga. Eu não consigo esconder que estou olhando para ela e tenho quase certeza que vejo o fantasma tênue de um sorriso quando ela percebe, mas ele desaparece tão rapidamente quanto aparece. — É melhor eu me vestir. — ela menciona num acesso de raiva quando sai da cama. — Acho que tenho uma ideia de como chegar um ~ 53 ~

pouco mais perto de George para que consiga se recuperar, mas a coisa vai ficar feia. Eu só preciso saber, você confia em mim? A encaro aturdido por um momento. Eu confio nela; em George que não confio. Ela deve ler meus pensamentos em minha expressão, porque ela diz: — Ele é mais forte do que você pensa, Ike. Mas ele precisa de uma chamada. Às vezes a gente tem que bater no fundo do poço antes que possamos fazer o nosso caminho de volta. Olhe para onde eu estava há dois dias quando você me encontrou. Agora eu estou aqui. Meu instinto aperta com suas palavras. Ela quase se matou. O pensamento por si só é suficiente para me fazer sentir como se eu estivesse sufocando e eu não posso falar. Ela me dá um aceno de cabeça e vai para o banheiro sem dizer uma palavra, levando sua mochila com ela. Eu prometi a ela que não iria entrar no banheiro enquanto ela toma banho. Tecnicamente, eu poderia e ela nunca iria saber, mas não sou um canalha, apesar de querer muito a ver nua. Parece que ela está lá há séculos antes de finalmente surgir vestida para o trabalho, o cabelo amarrado para trás em um rabo de cavalo perfeito. — Você está pronto? — pergunta ela e meu olhar cai no envelope em suas mãos. — O que é isso? — Apenas uma carta. — ela encolhe os ombros, puxando a mochila do ombro dela e enfiando o envelope dentro. — É um segredo? — Você disse que confiava em mim, certo? — Eu disse? — a piada me fez ganhar um de seus olhares de morte. — Venha. Vamos lá.

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Capitulo Oito CHARLOTTE Eu paro no escritório da frente para desejar a Ginger um bom dia. Quando entro, ela está sentada em sua cadeira na frente da tela plana. Lentamente, ela se levanta de sua cadeira e caminha até mim. — Bom dia, Ginger. — eu sorrio brilhantemente. — Bom dia para você, querida. Como está o seu quarto? — Muito aconchegante. Obrigada, muito obrigada. — a bondade que ela e os Mercers têm mostrado é sensibilizante. Me recordo mentalmente que preciso procurar a Sra. Mercer e agradecer pessoalmente. — Rolinhos de canela. Você vai amar! — ela empurra um saco de papel marrom para mim e eu rio. — Ginger, você é muito boa para mim. — eu deveria pelo menos tentar recusar o saco, mas eu estou com tanta fome e eles cheiram tão bem. — Só temos que obter um pouco de carne nesses ossos, querida. — Eu realmente aprecio isso, Ginger. Obrigada. — Oh, e eu queria te dizer, se você estiver interessada, acho que encontrei uma maneira de te ajudar a pagar o seu quarto. Eu preciso de alguém para me ajudar a limpar os quartos quando os hóspedes fizerem o registro de saída. Você estaria interessada? — Então eu limpo os quartos e você me deixa ficar gratuitamente? — Sim. Nós não temos muitas pessoas por aqui, mas durante a temporada turística estamos mais ocupados do que um vigarista armado. Tenho reservas confirmadas daqui a duas semanas até o final de novembro, mas a minha saúde não é o que costumava ser e seria bom ter alguém cuidando dos quartos para mim.

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— Isso soa muito bem, Ginger. Eu vou fazer um trabalho muito bom e cuidar de tudo. — Eu sei, querida. Você pode começar amanhã, se sua agenda permitir. — Ok. Combinado. Te vejo mais tarde. — eu começo a caminhar para a porta, quando Ginger chama: — Eu vi aquele cara estrangeiro que trabalha com você chegar com George ontem à noite. George parecia que estava um pouco... bem, ele parecia um pouco fora de si. Eu não quero me intrometer, mas... se você precisar de ajuda ou tiver qualquer problema, é só me avisar. — Não houve problemas. — eu respondo rapidamente. — George veio para trazer algo que deixei no trabalho. Eu o levei para casa. — odeio mentir. Especialmente para alguém tão doce como Ginger, mas a última coisa que eu preciso é esta cidade começando a circular um boato de que George e eu tivemos um caso de uma noite. Misty provavelmente me apunharia se descobrisse que George estava aqui ontem à noite. — Mas obrigada, Ginger. Por tudo. — Não tem problema, docinho. — Obrigado por encobri-lo, Charlotte. — Ike diz calmamente quando saímos. — Sinto muito que tenha feito. — dou a ele um leve sorriso, o deixando saber que está tudo bem. George aparecer na noite passada foi definitivamente inadequado, especialmente desde que ele estava bêbado, mas isso não é culpa do Ike. Eu sei que George está uma bagunça agora. Ele não está sozinho. O sofrimento te faz fazer coisas esquisitas. Como tentar pular de uma ponte no meio da noite. Quando eu subo na minha 4Runner, Olho para Ike. — Você sabe se Sniper trabalha hoje? — eu questiono, tentando mudar de assunto. — Sério? Você está atraída por ele? — Ike geme. — Uh... não, eu estou apenas curiosa, isso é tudo. Ele ou Misty estão trabalhando hoje? — eu não posso deixar Ike saber o que vou fazer ou ele vai tentar me impedir. Eu realmente espero que isso não exploda na minha cara, mas preciso de um tempo com George, e, infelizmente, não vai ser bonito. — Sim. Ambos estão trabalhando.

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Bom. Eu expiro aliviada. Pelo menos parte do meu plano vai funcionar. — Siga em frente ao dirigir pela cidade. Eu quero te mostrar uma coisa antes de ir, — diz Ike, enquanto relaxa no banco. Concordo com a cabeça uma vez e faço o que ele diz e nós subimos a estrada da montanha que faz o meu carro aumentar a velocidade em protesto. Eu adoraria olhar em volta para as folhas que mudam de cores, mas estou muito assustada, vamos acabar passando sobre uma borda da montanha se eu fizer. Ike me leva a uma floresta nacional em Hidden Valley e nós estacionamos perto de um rio. Saio, e calmamente o sigo. Vemos por um breve momento vários pescadores perto de uma pequena ponte. Ele me leva ainda mais para baixo para que possamos conversar. Estou ridícula de short e uma camiseta, mas eu não reclamo. Nós paramos no banco, fora da vista dos outros pescadores. — É bonito aqui. — eu noto. O rio flui sem problemas, pequenas corredeiras correndo sobre pedras, mas não parece ser forte o suficiente para levar alguém para baixo se estivessem de pé nas pedras. — Eu pensei que você poderia achar isso. — diz Ike. — Eu estou pedindo muito de você e só queria te mostrar uma coisa bonita; algo calmo. Isso soa idiota. — ele murmura enquanto balança a cabeça. Tomando alguns passos mais longe da margem, ele se inclina contra uma bonita árvore gigantesca. Os ramos se esticam sobre a água, nos protegendo do sol. Eu o segui até o banco e fiquei diante dele. — Não, — eu discordo. — Eu sei o que você quer dizer. Eu gosto da forma como é tranquilo; o som da água. — respirando fundo, eu digo. — É calmante. O olhar de Ike transporta para mim. Seus olhos castanhos são tão profundamente penetrantes. Eu mordo meu lábio. Eu não sei por que ele me olhando dessa forma me faz sentir tão... nervosa. Depois de um momento, seu olhar se move para além de mim e de volta para a água. — Eu espero que isso continue assim. — diz ele, pensativo. — O quê? — eu pergunto quando eu sigo a sua linha de visão.

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— Para onde quer que eu vá quando sair; espero que seja pacífico e calmo. Espero que haja água e cor. Espero que eu esteja em algum lugar que me faça lembrar todos os momentos felizes da minha vida. Um nó sobe na minha garganta. Eu tenho ajudado muitas pessoas a seguir em frente, cruzar, mas quando Ike me deixar... isso vai doer. Eu fecho meus olhos quando percebo o quão real é a verdade. Ike, de alguma forma teceu o seu caminho em meu coração e quando ele for, eu vou chorar por ele. Enquanto ele olha para a água, eu desejo muito que pudesse tomar sua mão e a segurar. Eu daria qualquer coisa para fazer isso. — Sniper estava certo, Charlotte. Você é uma garota especial. — diz Ike, suavemente. Se voltando para a água, ele pisa para longe de mim, e eu libero a respiração que não sabia que estava segurando. Ike é tão profundo; tudo parece ter significado para ele. Ele não me trouxe aqui para qualquer coisa boba como me impressionar. Ele me trouxe aqui para partilhar a sua paz, para me dar paz. Meus olhos rasgam quando penso sobre a última vez que realmente me senti em paz. Já faz algum tempo. Tomando um assento em uma grande rocha perto do banco, eu fecho meus olhos e deixo que os sons da natureza me acalmem; me purifiquem. Ike fica em silêncio até que é hora de irmos ou vou estar atrasada para o trabalho — Você está pronta? — ele pergunta. Eu levanto e aceno com a cabeça, sentindo um pouco melhor do meu tempo de silêncio e subimos na minha caminhonete e voltamos para a parte baixa da montanha. — Obrigada por isso, Ike, — eu sussurro. Me dando um sorrido de garoto estrela americano, ele diz: — Não tem de quê. Quando estamos perto da cidade, percebo que tenho algo a fazer antes de ir para o trabalho. O momento é terrível, mas Ike não pode estar comigo enquanto faço isso. — Ike, eu odeio pedir, mas você poderia talvez me dar alguma privacidade? Eu só preciso de um pouco de tempo para mim mesma. Eu te encontro no restaurante. Seu olhar encontra o meu, nenhuma suspeita nas profundezas de seus olhos castanhos. É um olhar que eu vi no rosto de George algumas vezes. — Ok. — ele diz simplesmente, antes de desaparecer. Com um

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profundo suspiro de alívio, me concentro na estrada a minha frente e vou para a casa de Berkley.

Ike está me esperando no estacionamento quando apareço, seus braços musculosos cruzados enquanto se inclina contra um veículo aleatório. Ele não pergunta onde estive; ele simplesmente me segue para dentro sem dizer uma palavra. Eu vou para a parte de trás da cozinha para atirar minha mochila no escritório, a pele na parte de trás do meu pescoço arrepia. Ike está me observando e meu corpo está muito consciente disso. Quando entro na cozinha, Sniper está sobre a fritadeira, vestindo um avental branco que parece pequeno demais para ele. Percebendo minha presença, ele acena rapidamente com a cabeça e um sorriso diabólico aparece. Seu olhar começa em meus olhos e se move para o meu peito, onde ele parece ficar, obviamente, por um longo momento. — Ele está olhando para seus seios, — Ike observa asperamente. Se eu pudesse falar com ele agora mesmo, eu respondia, É mesmo, não me diga, Ike. — Bom dia, linda. — Sniper pisca para mim, seu olhar ainda concentrado em meus seios. Em sua defesa, ele me avisou que era um pervertido. Balanço a cabeça, e respondo: — Bom dia, Sniper. Obrigada por largar George na noite passada. Isso foi divertido. — declaro, meu tom carregado de sarcasmo. Sniper se encolhe com as minhas palavras e diz: — Ele disse que você sabia que ele estava vindo. — Não, eu não sabia. — eu balanço a cabeça e então percebo que não deveria estar dando a Sniper uma dura. — Na verdade, estou feliz por você o ter levado porque senão ele poderia ter ido sozinho e se tivesse chegado vivo sem matar ninguém ou a si mesmo, então eu o teria matado. Quando abro a porta do escritório, George está sentado à sua mesa, a cabeça entre as mãos quando entro. — Você nunca bate? — ele sibila. ~ 59 ~

— Se sentindo áspero hoje, chefe? — pergunto ironicamente. O que posso dizer? Minha paciência com George está extremamente perto do fim. — Feche a porta. — George ordena enquanto puxa para fora um frasco e dá um grande gole. — Curando a ressaca? — Sim, — ele responde e assente. — Escute. — ele bufa quando coloca o frasco de volta na gaveta da escrivaninha e fecha. — Sinto muito sobre a noite passada. — Qual parte, chefe? A parte onde eu peguei você cheirando cocaína com Misty ou a parte em que você apareceu do nada e me enfrentou no meu quarto de motel e eu tive que te levar para casa? — Bem... ambos. — ele admite com uma leve careta. Não é difícil ver que estou envergonhado. — Eu sei que você está fazendo as coisas da sua maneira e tudo, mas agir como uma cadela não vai funcionar. E você está tentando o ajudar, certo? — Ike acrescenta, seus braços firmemente cruzados observando a interação entre George e eu. Em momentos como este, queria poder manter as bocas dos fantasmas fechadas. Eles falam sem parar, o que torna impossível me concentrar. Para não mencionar que esse fantasma em particular me chamou de vadia. Ele está definitivamente levando um pontapé nas bolas mais tarde, figurativamente falando. Ignorando Ike, volto meu foco para George. — Não se preocupe, chefe. — eu dou de ombros, desejando que pudesse dar a Ike o dedo do meio. — Se você quer desperdiçar sua vida usando drogas, o que eu tenho com isso? A expressão vergonhosa de George torce por raiva em seus traços. — Você não me conhece, — ele rosna. — Você não tem ideia do que eu estou passando. Deus, se ele soubesse. Obviamente, eu sei exatamente o que ele está passando, mas isso é uma conversa para outro tempo e lugar. — Eu te conheço melhor do que você pensa George, e me deixe dizer, quando você cair no fundo do poço, basta se lembrar de que subir é o único caminho a percorrer. — eu adiciono, — Posso ter meu avental, ~ 60 ~

por favor? — mudo rapidamente o assunto. Com um acesso de raiva, ele puxa a gaveta da escrivaninha e me joga um pequeno avental preto. — Obrigada. — eu agarro e o deixo apodrecer no seu mau humor.. Quando estou chegando a linha de fundo onde Sniper ainda está cuidando da fritadeira, faço o meu caminho até ele. — Sniper, preciso de um favor. — digo, calmamente verificando por cima do meu ombro para me certificar de que ninguém pode me ouvir. — Você precisa de um encontro? Alguém para te mostrar ao redor? — ele pisca. — Eu ficaria feliz, amor. — Eu disse que ele é um homem pervertido. — Ike resmunga quando ele cruza os braços. Eu rolo os olhos para Sniper. — Eu agradeço a oferta, mas isso não é onde quero chegar. Tenho a sensação de que algo grande está para acontecer hoje, e preciso de você para manter um olho nas coisas. — Você está em algum tipo de problema? — pergunta ele, se virando para me encarar. — Não. Não. Nada disso. — lhe asseguro. — Eu apenas sinto que algo vai acontecer e ter um cara duro como você pode manter as coisas ao redor se ficar um pouco descontrolado. — O que você está fazendo, Charlotte? — Ike pergunta e, claro, eu o ignoro. Eu não sei por que ele se incomoda em me fazer perguntas quando não posso responder. Sniper me olha desconfiado. — Tudo bem, — diz ele com a incerteza. — Obrigada. — eu sorrio brilhantemente, o deixando à sua fritadeira cheia de batatas fritas. — Charlotte. — adverte Ike e mais uma vez o ignoro. Ele vai descobrir o que está acontecendo em breve e tenho certeza que ele vai ficar puto com isso. Misty está atrás do bar, seu olhar monótono e hostil quando me vê. — Olá, Misty. — eu estalo enquanto amarro meu avental e passo por ela para o mapa para conferir onde será minhas mesas. Não é nenhuma surpresa que eu tenha a pior seção como sendo a garota nova, mas

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tento manter o otimismo. Eu só tenho que mostrar a George que eu posso fazer isso e ele vai me dar mesas melhores. Eu vou para as minhas mesas para verificar todos os saleiros, pimenteiros e açucareiros quando Misty se aproxima. — Ouça. Se quiser manter o seu emprego aqui, você vai ficar de boca fechada sobre o que você viu na noite passada. — ela adverte, seus olhos azuis queimando nos meus. — Você quer dizer quando vi você cheirando cocaína? — me oponho e Ike geme. Ele acha que eu estou agravando a situação. Ele provavelmente está certo. — Olha cadela. — ela ri baixinho com desdém, como se não me considerasse uma ameaça. — Mantenha a boca fechada e fique fora do meu caminho e talvez eu vá deixar George te manter aqui. — Você está brincando comigo? — Ike grita enquanto dá um soco no rosto. Ele é o tipo de homem que nunca iria bater numa mulher, não de verdade, de qualquer maneira, mas acho que uma vez que ele sabe que não a pode machucar, ele está dando nela. Claro, seus golpes não a afetam de forma alguma; suas mãos apenas passam diretamente através dela. Eu não posso evitar rir, o que faz com que Misty me olhe fulminantemente porque pensa que estou rindo dela. — Me manter aqui? — questiono quando cruzo meus braços. — A placa lá fora diz Ike e George. Misty deve estar em letras miúdas. — George e eu temos um acordo, — diz ela, simplesmente. Eu sorrio com o absurdo de suas palavras. — É assim que eles chamam de foder hoje em dia? — as sobrancelhas de Misty tocam o limite do couro capilar. — Jesus, Charlotte, — Ike murmura. — Lamento Misty. Eu vou te dizer o quê. Fique fora você do meu caminho e se comporte e talvez eu não vá dizer ao seu namorado que você está transando com seu chefe. — digo e sorrio radiante para ela. — George vai te demitir se ele achar que você está tentando criar confusão, — acrescenta Ike.

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Ike está certo, mas ele não vai ter uma chance. O mundo de George está oficialmente prestes a ruir e Misty para o bem estará fora do caminho. Os olhos de Misty alargam quando ela olha para mim sem expressão. Ela não tem certeza de como responder a minha ameaça. — Você não sabe com quem está mexendo, cadela, — ela morde. Desta vez ela não ri. Eu acho que me mudei o medidor de ameaça. — Apenas vá embora, Charlotte. Ela está provavelmente drogada agora e quem sabe o que ela vai fazer, — adverte Ike e tanto quanto eu quero atacar de volta para ela, decido que ele está certo. Além disso, sua vida está prestes a virar em uma tempestade de merda. — Posso começar a trabalhar agora ou você quer continuar olhando para mim? — pergunto casualmente, como se nós não estivéssemos em uma briga intensa. Ela se afasta lentamente, seus olhos dizendo tudo o que sua boca não faz; me ameaçando de todas as maneiras possíveis. Quando ela finalmente vira e vai embora, volto para minha mesa e sussurro para Ike. — Pare de falar comigo. É perturbador e difícil de ignorar. — Bem. Eu estou tentando ajudar. — Eu sei, mas diminua, por favor, — sussurro novamente. — Talvez você pudesse me dar algum espaço enquanto trabalho. — Como você quiser. — ele balança a cabeça e desaparece. Eu verifico todas as minhas mesas pouco antes de George sair da cozinha e abrir as portas. Através do painel de vidro da porta, vejo o Sr. Mercer com quem suponho ser sua esposa, esperando para entrar e George os cumprimenta enquanto segura a porta aberta para eles. — É bom ver vocês, Sr. e Sra. Mercer. Como estão hoje? — Nós estamos bem, George, — Sr. Mercer responde. — Como você tem estado? — Não estou tão ruim. — George responde enquanto faz o seu caminho para o suporte da recepção. — Eu tenho uma mesa pronta para vocês, se vocês me seguirem. — Na verdade, — Sr. Mercer interrompe. — Ouvimos dizer que você tem uma linda nova garçonete trabalhando aqui. Poderíamos ~ 63 ~

sentar em uma de suas mesas? — os olhos do Sr. Mercer encontram os meus e ele pisca antes de voltar sua atenção de volta para George. — Uh... certo. — George concorda, pegando dois menus e dois talheres enrolados. — Você está pronta para uma mesa, Charlotte? — George pergunta quando me vê. — Claro. — eu sorrio radiante. — Eu os posso levar. — seguro os menus e talheres para tirar das mãos dele. Quando ele os entrega, seus dedos roçam a pele da minha mão, enviando arrepios que disparam por mim. Nossos olhares se prendem por um momento até que ele empurra para longe. Que diabos foi isso? Será que ele sentiu isso também? Para quebrar isso, eu digo: — Por aqui, gente. Enquanto eles me seguem para minha seção, o Sr. Mercer faz as apresentações. — Charlotte, esta é minha esposa, Sra. Mercer. Ela está ansiosa para te conhecer. — a Sra. Mercer é uma senhora pequena com cabelo louro, atados com mechas grisalhas. Seus olhos escuros parecem pequenos por trás de seus óculos que estão empoleirados na metade da ponte de seu nariz. — Eu estive ansiosa para isso também, — respondo honestamente quando indico a mesa para eles se sentarem. Antes de se sentarem, eu acrescento. — Vocês não tem ideia de como sua bondade significa para mim. — Bem, Bill aqui chegou em casa e me contou sobre você e quebrou meu coração. Mas quando ele mencionou o colar que você deu a ele e ele mostrou para mim, eu sabia que era um sinal. Você acredita em sinais, Charlotte? — ela olha para mim enquanto coloco seus menus na frente deles. — Eu acho que sim. — eu respondo. — Mas como meu colar foi um sinal? — Nossa filha, que Deus a tenha, nos deixou há quase dez anos. Ela usava um colar quase idêntico ao seu todos os dias de sua vida. — os olhos pequenos da Sra. Mercer parecem um pouco pensativos, quase como se em reflexão. — Mas ela não estava com ele no dia que morreu e nunca fui capaz de encontrá-lo. Você apareceu com seu colar... parecia certo te ajudar. Bem, gostaríamos de convidá-la para jantar.

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— Eu adoraria isso. E vou pagar por tudo. Eu prometo. Vocês realmente não tem ideia do quanto a bondade de vocês significa para mim. — Que tal na próxima quarta-feira? — Sr. Mercer pergunta. Eu tento não olhar surpresa com o quão rápido isso é. — Por que não? Nós vamos assegurar de te deixar livre para isso, Charlotte, — George interrompe quando se aproxima. Eu quase salto para fora da minha pele com suas palavras. Ele apareceu aqui sorrateiramente. — Você deve vir também, George, — Sr. Mercer acrescenta. — Na verdade, tenho que trabalhar, mas obrigado pelo convite. — George assente em apreciação. — Será que Charlotte anotou o que vocês querem beber? — ele pergunta e não posso evitar revirar os olhos. Ele está tentando me fazer parecer incompetente ou está apenas tentando me irritar. — Nós estávamos conversando. — Sra. Mercer dá um tapinha na mão onde ela repousa sobre a mesa. — Quarta-feira soa muito bem e o que eu posso trazer para vocês beberem? — Nós queremos chá gelado e gostaríamos de dividir o frango Filadélfia com batatas fritas. — diz Sr. Mercer. — Eu estarei de volta com seus chás. Quando saio, George diz algo aos Merces que não posso ouvir antes de se arrastar atrás de mim. Quando chego à cozinha, transmito o pedido a Sniper enquanto agarro dois copos e os encho com gelo. Quando encho o primeiro copo de chá, George entra e para, me observando. — Eu sou perfeitamente capaz de anotar os pedidos das bebidas, Sr. McDermott, mas obrigada por aparecer e tentar me fazer parecer uma idiota. — Você acha que eu estava tentando ser um idiota? — ele bufa uma risada. — Não houve nenhuma tentativa lá. — eu acrescento, enquanto tomo o segundo copo e começo a encher, mas não posso evitar o sorriso

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que estou lutando para segurar quando ouço a risada de Sniper no fundo. — Ei, eu estava ajudando. Eles teriam falado pelos cotovelos se eu não tivesse ido lá. — E daí? É um problema se eles gostam de mim e querem falar comigo? Ou seria interferir com a sua luta contra a felicidade de Charlotte? — Eu não estou em uma luta contra a felicidade de Charlotte. — ele ri, e estou surpresa com o quão incrivelmente bonito ele fica quando sorri. Ike e George são parecidos, mas os seus sorrisos são diferentes. Quando Ike sorri, parece real, como se a sua felicidade fosse a sua aura. Parece como o calor ensolarado da praia, quando você não tem visto outra coisa além de neve e gelo durante meses. Quando George sorri, é um presente. É a maneira como o sol espreita através de uma tempestade de nuvens. Parece que há esperança. — Olhe para isso. — digo secamente, projetando o queixo para Sniper cujos cotovelos estão descansando na prateleira de cima que separa a parte da frente da de trás, vendo George e eu brigarmos com grande diversão. — Ele está rindo! George cruza os braços, o humor em seus olhos desaparecendo rapidamente. — Eu não tenho problemas com você, Charlotte. Sério. — diz ele voltando à questão. — Bem, sua namorada não se importa muito comigo. — eu rolo meus olhos. — Minha namorada? De jeito nenhum eu vou deixar isso escapar. A cidade inteira poderia, mas não vou. — Sério? Você vai ser modesto? Misty? — Ela é uma empregada. Uma amiga. Isso é tudo, — diz ele de maneira natural. — Que acaso você fode... — Sniper interrompe de trás da linha, espreitando sobre a prateleira de metal que separa a cozinha da parte da frente. Eu copio a posição de George e cruzo os braços, dando a ele um olhar compreensivo, me sentindo bem com o apoio de Sniper. — Foda-se. — George ataca Sniper antes de balançar a cabeça e em vez de se dirigir a Sniper ou a minha declaração, ele gira de volta em ~ 66 ~

minha direção. — Jesus, Charlotte? — seus olhos estão me examinado da cabeça aos pés, os olhos escurecendo enquanto faz isso. Eu sei que ele está tentando me enervar, evitando falar sobre Misty, mas não posso parar o calor que se arrasta até meu pescoço e cobrem minhas bochechas. Já passou muito tempo desde que um homem olhou para mim assim. Eu rapidamente me recomponho e volto ao assunto. Eu bufo. — Uau. Está tão desesperado para evitar o tema Misty que você comete assédio sexual. Movimento bom, chefe. — Apenas admita, George. Misty paira sobre o seu saco como um macaco em uma árvore. — Sniper chama de trás da linha. — Ooo, Ooo Eee, Eee. — Sniper provoca enquanto caminha ao redor, coçando debaixo de seus braços. Eu não posso evitar explodir em risos. — Feche a matraca, Sniper! — George exige, lançando raiva em seu tom. Eu mordo meu lábio para abafar meus risos e me ocupo em colocar fatias de limão sobre os copos de chá. — Não se preocupe, chefe. Sem julgamento aqui. — eu gerencio enquanto sorrio e tomo as bebidas. Quando eu saio da cozinha, ouço Sniper dizer: — Ela é picante, não é? — Ela é alguma coisa, tudo bem, — George murmura.

Duas horas mais tarde, a corrida de almoço diminuiu e me ocupo de varrer debaixo das minhas mesas e encher meus açucareiros. Estou sozinha limpando o chão enquanto George e Sniper estão na parte de trás e Misty foi para casa fingindo uma dor de cabeça. Aparentemente, ela planeja voltar para o turno da noite. Impressionante. — Quanto é que você fez hoje? — Ike pergunta quando ele se senta em uma das minhas cabines, me observando. — Cinquenta, — respondo e encolho os ombros. Para uma cidade pequena um turno de almoço, não é horrível, mas não está bom também. ~ 67 ~

— Você trabalha hoje à noite, certo? Você vai fazer mais. — ele me assegurou. Ele sabe que estou preocupada com o dinheiro. Até agora, tive que confiar unicamente na bondade de estranhos e não posso suportar isso. Me faz sentir inútil. Me sinto melhor a respeito do meu quarto de hotel, mas Ginger só me hospeda e limpo um de seus quartos. Eu não tenho certeza quão provável é que realmente vou ‘ganhar’ a minha estadia. Conversaria com ela a respeito. — Você sabe você parece com a jovem Audrey Hepburn, — Ike acrescenta repentinamente. — Eu sempre a achei quente. — eu respiro e balanço a cabeça em sua mentira ridícula de um elogio. Eu não pareço nada como Audrey Hepburn. Ela era clássico, atemporal e real. Eu sou... bem... eu. — O quê? — pergunta ele, como se estivesse ofendido. — Quero dizer. Por que eu mentiria? Não é como se eu estivesse tentando entrar em suas calças. Quero dizer... Eu gostaria, mas você sabe... a coisa toda da morte torna isso difícil. — eu não posso evitar, rio em voz alta. Ainda bem que sou a única pessoa no andar... bem a única viva de qualquer maneira. — Aí está. — ele suspira enquanto um sorriso de satisfação se espalha por seus lábios. — Você tem um sorriso incrível, Charlotte. — eu não posso evitar. Eu coro. Ike McDermott é um sedutor por natureza. Ele não tem controle. Eu desejo por um momento que pudesse o ter visto quando estava vivo em seu cotidiano. Eu imagino que o comportamento jovial que vejo agora é apenas um vislumbre de como ele era quando estava vivo. Meu coração dói com o pensamento. Assim que termino de varrer e vou para a cozinha para guardar a vassoura e pá, Anna chega com uma pequena menina loira atrás dela. Eu sei imediatamente que ela é a filha de Anna; elas são tão parecidas, é uma cópia de Anna. — Ei, Char, — Anna praticamente canta quando me puxa para um abraço. Eu estou um pouco atordoada. Não sou muito de abraçar como ela é, e não acho que Anna e eu estamos em qualquer lugar perto desse tipo de afeição amigável em nossa curta amizade. Mas acariciei desajeitadamente com uma mão em reciprocidade. — Ei, Anna. Quem é esta pequena linda? — sorrio para a menina quando me afasto do abraço de urso de Anna. — Esta é River. — Anna responde e cutuca a menina para frente. — River, esta é uma boa amiga da mamãe, Char. ~ 68 ~

— Prazer em conhecê-la, Sra. Char, — River diz timidamente enquanto sorri. — Prazer em te conhecer, também. — eu estendo a mão para apertar a dela, que ela aceita. — Char, você pode manter um olho sobre ela por um minuto? Eu preciso falar com George sobre o meu horário. — Certo. Você se importaria de levar a vassoura e pá de volta para mim no seu caminho? — Claro. — Anna pega de mim e sai apressada lá para trás. — Mamãe me deu dois dólares em moedas antes de vir para que eu possa jogar no jukebox. — River chega até seus bolsos e tira as moedas. Uma cai no chão, rolando para longe e ela corre atrás dela, se debruçando enquanto ela corre. — Ela é adorável, — eu sussurro somente para Ike ouvir. — Eu sempre quis filhas, — observa Ike e não posso esconder a tristeza que aperta meu coração por ele. Não são muitos homens que querem filhas. Eles geralmente querem filhos. Ele teria sido um grande pai. Eu gostaria de dizer algo a ele, o confortar, mas não posso. Não na frente de River. — Então, o que você quer tocar? — pergunto quando ela recolhe a moeda e caminha para o jukebox. — Justin Bieber, — ela fala feliz. — Oh, Deus. Por favor, não! — Ike geme, me fazendo rir baixinho para mim mesma. — Eu não acho que haja qualquer Justin Bieber aqui, querida, — eu digo a River. — Você escolhe primeiro, — ela ordena e me entrega duas moedas. — Tem certeza? Este é o seu dinheiro. — Sim. Escolha um e então eu vou escolher um. — ela corre para o jukebox, seu cabelo louro balança enquanto ela vai.

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— Por favor, dê cultura a esta criança e toque Johnny ou Elvis, — Ike implora. Eu decido por Elvis quando Johnny Cash tende a soar um pouco mais profundo e canções de Elvis são cheias de vitalidade. Insiro as moedas e seleciono a música enquanto Ike olha por cima do meu ombro o tempo todo. Quando eu olho para ele, ele sorri. — Boa escolha Enquanto o jukebox clica, se preparando para tocar a música, eu curvo e pergunto a River, — Você sabe alguma música de Elvis Presley? — Elvis? — River torce o nariz, obviamente por nunca ter ouvido falar dele. — Anna deve ser notificada por abandono de criança. — Ike bufa. — Esta criança, obviamente, foi privada de qualquer tipo de cultura. — Vamos dançar? — pergunto a River, ignorando Ike e estendendo a mão para ela. River empurra suas moedas no bolso e ri. — Você primeiro. — ela pede. Os primeiros acordes de Jailhouse Rock flui através dos altofalantes e me apresso para o bar e agarro o óculos de sol de George, os colocando. Tal como as palavras gritam, canto e movo as pernas na minha melhor imitação dos movimentos da dança de Elvis. Ike se estatela em uma cadeira no bar. — E ela pode dançar? — ele aperta o peito. — Sossegue, coração. — ele geme dramaticamente. Quando chega ao segundo verso, eu agarro as mãos de River e canto. ‘Let’s rock; everybody, let’s rock. Everybody in the whole cell block was dancin’ to the Jailhouse Rock’. River ri histericamente quando eu a giro e balanço meus quadris como uma louca. Eu também estou perdida em um ataque de risos quando alguém agarra meu braço e me empurra até eu bater em um corpo rígido.

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— Vamos mostrar a ela como se faz. — Sniper ronrona enquanto ele me gira em torno. Ele me gira em uma série de manobras enquanto River grita com prazer. Eu não posso negar que estou impressionada com seus passos de dança. Quando a música quase termina, ele pega River, a girando enquanto ela segura os braços e ri. Quando a música termina, estamos todos rindo até que o som de palmas soa alto por todo o salão. George para na porta com as sobrancelhas arqueadas. — Talvez eu devesse colocar vocês dois nesse piso para entreter os hóspedes. Jantar e um show. — diz ele, secamente. — Eu estava completamente entretido, — Ike fala. — Você só está com ciúmes dos meus movimentos. — Sniper brinca enquanto gira ao redor com River em seus braços. — A coloque no chão, Sniper! — Anna finge desaprovação. Ela sabe que Sniper é inofensivo, mas dar a ele uma dura é sua maneira de flertar com ele. Eu acho que ela gosta dele pela forma como ela sempre dá um tapa em seu braço de brincadeira na cozinha e sempre lhe dá sorrisos tímidos. — Quem sabe onde tem colocado essas mãos. Sniper coloca River no chão e caminha até Anna. — Não se preocupe, amor. Eu gosto somente de mulheres maduras. — ele acrescenta, balançando as sobrancelhas enquanto a toma nos braços e gira em torno dela. — Você está dizendo que eu sou velha? — ela zomba. — Eu estou dizendo que eu gosto de MILFs, amor. E você... é uma MILF7. Anna fica vermelha. — O que é uma MILF? — River pergunta inocentemente, franzindo as sobrancelhas. Todos nós rimos. — Uma mãe que eu gostaria que fôssemos amigos, amor. — responde Sniper. — Isso é, muito bons amigos. — ele pisca para Anna que se torna um tom ainda mais escuro de vermelho. Anna dá a ele um olhar que diz muitas coisas ao mesmo tempo; Você está sendo impertinente, mas eu gosto disso, mas você deve parar. — Você entende que este é o único lugar que você já trabalhou

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MILF: mulheres maduras, sexualmente atraentes com idade superior a 30 anos. ~ 71 ~

onde as mulheres toleram seu comportamento, não é? — ela franze os lábios. — Eu tenho sido ruim. — Sniper responde e sorri. — Eu preciso ser espancado. Você acha que poderia me ajudar? — Tudo bem. — George intervém alto. — É hora de você voltar para a cozinha, onde posso te esconder do mundo. Sniper faz beicinho. — Foi divertido dançar com você, mocinha. — ele se curva como um cavalheiro para River e ela cora, muito parecida com a mãe. — Você também, — River ri. Sniper faz o seu caminho para a cozinha e Anna toma a mão de River. — Hora de ir, passarinho. — Eu quero dançar como Elvis mais um pouco! — Não hoje. — Da próxima vez. — eu prometo. — Eu vou tocar uma outra canção de Elvis. Ok? — Ok, — ela ri. — Vejo vocês amanhã, gente. — Anna chama River e a arrasta para fora da porta. George estende sua mão para mim. — O quê? — pergunto; confusa. Ele está me pedindo para dançar? Meu coração bate rapidamente com o pensamento. Devo dizer sim? Não, provavelmente não. Mas eu meio que quero dizer sim. Por que eu quero dizer sim? — Meus óculos de sol. — ele limpa a garganta. Oh. Agora me sinto estúpida. Um calor comparável à lava vulcânica cobre meu rosto. Por que ele iria querer dançar com você, Charlotte? Ele odeia você. Deslizo os óculos e entrego a ele, me recusando a encontrar seu olhar. — Desculpe. Eu precisava deles para o efeito adequado. ~ 72 ~

— Eu preciso de alguma ajuda com o licor. — ele se vira e caminha de volta para a cozinha. — Okaayyy... — eu digo, cortando um olhar de Ike. — Ele tem um pau preso no rabo. — Ike ri. — Sempre Senhor Negócios. Eu caminho para a parte de trás onde George mantem a porta aberta com uma lata de lixo. Um pequeno caminhão preto está apoiado à porta e ele está puxando caixas pela tampa traseira. Saio e eu pego a primeira caixa que alcanço. Está aberta com oito garrafas de várias bebidas dividida por papelão lá dentro. — Estas caixas são pesadas, — observa George. — Eu acho que posso lidar com isso. — eu digo maliciosamente. O que ele pensa? Que sou uma covarde? Ele leva sua caixa e o sigo por trás. A caixa está realmente muito pesada, mas nunca vou admitir isso. Quando entro na porta da cozinha, esqueço o último passo que dei quando saí e me atrapalho. Uma pessoa mais graciosa poderia ter se enroscado em seus joelhos, mas é sobre mim que estamos falando. Enquanto caio, puxo a caixa contra mim e reviro, tentando pousar em minhas costas e salvar as garrafas, mas intercalo, rodo e percebo que meu esforço foi em vão. Agito meus braços, tentando recuperar meu passo... que não consigo. No final, estou no chão, embebida em licor e cacos de vidro. — Puta merda! Você está bem? — Ike pergunta quando se ajoelha ao meu lado. Seus olhos castanhos olham em pânico. Eu posso dizer que não ser capaz de me ajudar está o matando. — Que porra é essa? — Sniper correu detrás da linha quando ouviu as garrafas cair no chão. — Jesus, amor. Você está bem? Estou? Eu dou uma olhada rápida. Minhas mãos parecem bem. Sniper me oferece a mão e me puxa para cima. Eu escovo os cacos de vidro quebrados de minhas pernas e viro as costas para Sniper. — Eu pago tudo? — O que diabos aconteceu? — George grita quando se aproxima. — Isto é uns quatrocentos dólares de bebida. — eu tremo. Claro que era. Maldita desajeitada e falta de coordenação que eu tenho.

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— Eu tropecei. Eu sinceramente.

sinto

muito,



eu

peço

desculpas

— Que idiota. Ele fala sobre dinheiro antes de perguntar se você está bem. — Ike balança a cabeça em desapontamento. — Uh, amor. — Sniper toca meu ombro. — Você tem um corte feio em sua bunda aqui. — O quê? — pergunto, torcendo meu pescoço, tentando ver minha bunda. O sangue escorre pela minha perna e ao ver isso, sinto o corte. Passando a mão por toda a minha bunda, encontro o local onde o tecido do meu short está rasgado e sinto o líquido quente. — Merda! — resmungo. — Quer que eu dê uma olhada? — Sniper esfrega as mãos, um sorriso malicioso no rosto. — Eu vou para o motel e cuido disso, — eu digo. — Isso está sangrando muito, Charlotte. Você precisa parar o sangue. Isso pode precisar de pontos. — Ike diz enquanto olha para a minha bunda. — Vou te levar ao médico e alguns trabalhadores vão pagar por isso. — George diz. Ele está chateado. Primeiro, destruo oito garrafas de bebida e agora como prêmio os trabalhadores verão o preço subir. — Não. Eu vou cuidar disso. — eu balanço minha cabeça. — Você pode me pegar uma vassoura, Sniper? — pergunto enquanto examino o caminho de destruição. — Eu vou limpar. — Sniper insiste. — Você está sangrando por todo o lugar. — Qualquer um de nós pode limpar o corte e estancar isso antes de sair, ou eu vou te levar para o hospital. A última coisa que preciso é que essa merda infeccione. — acrescenta George. — Eu estou embebida em álcool, — eu indico. — Eu não acho que a infecção vai ser um problema. — Você está sangrando por todo o meu chão. Sniper ou eu. Faça uma escolha. Eu olho para baixo e vejo a parte de trás da minha perna coberta de vermelho, minha meia branca encharcada de sangue.

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Merda!

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Capitulo Nove IKE George e Charlotte entram em seu escritório e ele fecha a porta atrás deles. Charlotte me corta um olhar que diz: Você não está vendo isso! — Eu não perderia isso por nada no mundo, — eu rio. — Se ele pode ver sua bunda, então eu também posso. Ela me fulmina com o olhar. Eu rio mais. — Ok, me diga para sair. Diga isso em voz alta. Diga: Ike, eu quero que você saia desta sala. — ela estreita os olhos em frustração. Ela não pode dizer por causa de George. — Não? Nada? Você quer que eu fique, hein? Ok. Você me convenceu. Vou ficar. George se estatela na cadeira do escritório e tira o Kit de primeiros socorros do armário de arquivo, tateando através dela por um minuto. Ele gira a cadeira para ficar de frente para a mesa. — Você quer se inclinar sobre a mesa? — ele pergunta, evitando contato visual com Charlotte que está vermelha brilhante. Está adorável. Ela calmamente faz o seu caminho para a mesa e vira as costas para ele, sua bunda no nível do seu rosto. Ele olha para ela por um momento... um momento muito longo e Charlotte diz: — Não vai morder, George. Ele limpa a garganta e revira os olhos. Como se ela fosse quebrar ao seu toque, seus dedos passam através do material do short dela onde está rasgado, delicadamente puxando para trás o material para que ele possa ver melhor o corte. — Como diabos você corta sua bunda, mas não suas mãos ou joelhos? — Sou talentosa na arte da falta de jeito. Eu sou um sensei, na verdade. — ela retruca e ele ri. — Eu acho que você vai ter que retirar isso, Charlotte. ~ 76 ~

— De jeito nenhum! — ela quase grita se endireitando na posição. — Eu não vou colocar minha bunda nua em seu rosto, George. — Eu não posso ver totalmente o corte. — George se inclina para trás, lutando contra o sorriso que quer sair em seu rosto. — Você vai ter que os puxar para baixo. — Sim! Sim! Existe um Deus! Obrigado! — exclamo. Charlotte franze os lábios, mas não tenho certeza se isso está em George, ou eu, ou nós dois. — Isso é sério? — Nós dois somos adultos aqui. — George garante a ela. — Eu vi a bunda de uma mulher antes. — É melhor você não contar a ninguém sobre isso! — ela fala alto enquanto desfaz o botão do short. — Eu não acho que alguém iria acreditar em mim. — George ri enquanto corre uma grande palma para baixo em seu rosto. Eu sei que ele está agindo como se apenas estivesse fazendo isso para reparar seu corte, mas ele vai apreciar isso tanto quanto eu. Charlotte tem uma bunda que faz um homem querer dar um tapa. Mesmo um homem morto. O joelho de George treme e compreendo quão fodido esta situação é. Meu irmão e eu estamos observando uma garota puxar seu shorts para baixo. Charlotte desce seus shorts, sibilando quando desce na cintura, até que ele passa após a curva de sua bunda antes de dobrar sobre a mesa, arqueando as costas assim que seu traseiro apoia ligeiramente. A sala fica em silêncio mortal. Mesmo estando de costas para nós, sei que ela fez isso de propósito pela forma como seus lábios se curvam. Ela está tentando nos torturar. Está funcionando. A falta de respiração de George é definitivamente perceptível. Tem um grande corte sobre sua nádega direita, mas mesmo assim, sua bunda parece incrível. E... ela está usando um fio dental. George senta em sua cadeira, tentando ajustar a sua ereção sem ser óbvio. Esta situação está muito fodida. Eu provavelmente deveria sair porque Charlotte pode estar desconfortável, mas... não. Isso não vai acontecer. — Está ruim? — Charlotte coloca a testa na mesa; envergonhada.

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George pega alguns lenço antissépticos e diz: — Isso vai doer um pouco. — com isso, ele começa a esfregar em torno da área antes de esfregar o próprio corte. Assim que a gaze faz contato com a ferida, ela sussurra e balança para frente; seu corpo enrijece. George apenas olha para sua bunda. Nós somos uns doentes fodidos. Por que ser tão gostosa? Sei que ele está pensando também. Ele é meu irmão gêmeo. Posso o ler como um livro aberto. — Isso queima! — Charlotte morde quando empurra sua bunda de volta para fora, quase desafiando a dor de voltar. — Desculpe. — George finalmente consegue falar, engolindo em seco, o pomo de Adão subindo e descendo. Na esperança de aliviar o desconforto dela, pelo menos mentalmente, decidi a torturar de volta, brincando com ela. — Estou realmente gostando disso, por sinal, Charlotte, — noto e ela fica tensa, apertando seu punho. Adoro a ver se transformando em chamas e malhumorada. — Ok. Me deixe tentar algo. — diz George. Quando aplica o lenço novamente e ele corre em sua carne. Sua pele imediatamente arrepia como fragmento. — Isso vai deixar uma cicatriz? — murmura Charlotte, com os olhos cerrados. — Por quê? Você tem um monte de gente olhando para o seu traseiro nu? — eu pergunto. — Eu acho que posso usar algumas ataduras para o fechar e basta colocar gaze sobre ele. Nós vamos precisar verificar e limpar uma vez por dia. — George murmura. — Talvez com um pouco de Neosporin a cicatriz seja mínima. — Nós? — Charlotte bufa. — Eu não penso assim. — nesse momento, George cutuca o seu corte, a fazendo gritar de dor. — Desculpe. — diz ele, sem sinceridade. Ele fez isso de propósito. George faz o trabalho rápido de limpar a ferida, aplicar pomada e então gaze no topo e fitas. — Ai está. Remova a gaze quando você estiver no chuveiro. — ele desliza sua cadeira para trás e se atrapalha com a caixa de primeiro socorros, mas eu o vejo olhando para ela enquanto ela desliza seus shorts para cima. Seu sujo, bastardo ~ 78 ~

estupido. Eu balanço minha cabeça e rio silenciosamente. exatamente como eu.

Ele é

— Bem, apesar de quão incrivelmente desajeitado isso foi, eu aprecio a sua ajuda. — Charlotte vira e sorri levemente. — Não tem que me agradecer. — George concorda, jogando o kit de primeiros socorros na mesa. — Acho que precisamos de uma mudança. Você se importa se eu usar uma saia jeans? Este era meu único short preto. — Não, isso é bom. Você pode tirar o resto do dia de folga se você quiser. — George oferece. — Não, eu preciso do dinheiro. — Charlotte rapidamente acrescenta. — Eu vou estar de volta em vinte minutos.

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Capitulo Dez CHARLOTTE — Obrigada por ficar para acrescentar a esse momento completamente humilhante. Ike, — gemo quando nós dirigimos para o hotel. — Charlotte. — diz Ike, simplesmente. — Estou morto. Eu tenho tão pouca felicidade verdadeira. Não se sinta envergonhada. Se sinta bem que você tenha dado a um homem morto um pequeno vislumbre do céu. Eu estreito meus olhos para os lados e olho para ele. — Você é ridículo. Depois que chego ao hotel, me lavo rapidamente, deslizo sobre minha saia jeans e retorno para o restaurante em vinte minutos. A tarde é lenta e George parece estar se escondendo em seu escritório. Eu não tenho certeza se ele está se escondendo de mim, ou talvez esteja lá cheirando drogas ou se embebedando. A tarde esvanece tranquila para a noite e Misty aparece renovada. — Ela está drogada. — Ike observa quando a vê. Ela não fala comigo enquanto se ocupa em preparar o bar para o turno da noite. Por mim tudo bem. Como se eu me importasse. Sniper me apresenta a dois dos outros cozinheiros, Greg e Winston. Greg é um homem negro alto com um sorriso branco estelar e Winston é magro, pálido, um homem com um rastafári. Ambos me cumprimentam e partilhamos as brincadeiras típicas de apresentações. Dois garçons aparecem por volta das cinco, Peyton e Libby, os irmãos são simpáticos. — Então você é a nova garota? — Peyton sorri enquanto seus olhos correm para cima e para baixo do meu corpo. — Essa sou eu. — respondo sem jeito enquanto meu rosto aquece a partir de sua leitura muito óbvia. — Por favor, ignore o meu irmão. — diz Libby, revirando os olhos para Peyton. — Ele está com 21 e ainda não saiu da puberdade. — ~ 80 ~

enquanto rio em voz alta, eu viro imediatamente para longe deles e tento parar quando vejo Peyton olhar para sua irmã. — Aparentemente, cada homem na cidade vai ter tesão por você, — Ike observa asperamente quando ele olha para Peyton. Quando arremesso brevemente meu olhar para ele, ele está em pé com a postura que é a assinatura dos McDermott, braços cruzados e sua boca está em uma linha apertada. Ele está com ciúmes? Ignoro a declaração de Ike, fico de conversa fiada com os irmãos até a multidão começar a chegar para o jantar. A noite é bastante corrida e continuo marcar a posição de George, me perguntando se o meu plano é uma má ideia. Eu estava esperando por algum tipo de evento hoje à noite, mas até agora não aconteceu nada. Depois de fechar, George me diz que estou programada para o turno do almoço amanhã e me manda ir embora. Quando saio para o meu carro, Misty está inclinada contra o meu capô, uma perna cruzada sobre a outra, fumando um cigarro como se não se importasse com nada. — Você precisa de algo, Misty? — pergunto com meu tom de não dou importância. — Esta é a sua caminhonete? — ela pergunta, olhando para ela. — Sim, é. — eu admito quando cruzo meus braços e balanço a cabeça. O que diabos ela quer? Momentaneamente, desejo que Ike estivesse aqui, mas me pergunto se talvez ela sabe o que fiz e eu não quero que Ike saiba sobre isso ainda. Ela exala seu último trago e atira seu cigarro para o estacionamento, desencosta do capô e fica de pé. Ela é uma mulher atraente, mas você pode dizer que a vida colaborou com ela. Ela parece muito mais velha do que é, e maldosa. Não há nenhuma suavidade nela, não pelo que posso ver e me pergunto por que George iria mesmo dar a ela o dia de folga. Talvez ele pense que ele não merece melhor. Esse pensamento me deixa incrivelmente triste. Pela maior parte, George tem sido um grande idiota para mim, mas sei que há bondade nele. Eu já vi isso. — Acho que começamos com o pé errado. — ela começa e levo toda a minha força para não revirar os olhos para ela. — É mesmo? — pergunto.

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— Talvez nós não sejamos amigas, mas gostaria que fôssemos amigáveis uma com a outra. Eu quero exalar um enorme suspiro de alívio percebendo que ela aparentemente não sabe sobre a carta. Não tenho certeza do que dizer a ela. Eu sei que ela me odeia tanto quanto eu a odeio, mas decidi apenas seguir adiante. Talvez se trabalharmos em conjunto torne isso um pouco tolerável. — Parece bom para mim. — aceno com a cabeça e sigo para a porta do lado do motorista da minha 4Runner, mas eu paro, percebendo Misty em pé na frente do meu veículo, olhando para a minha placa de licença. — Oklahoma, hein? — Sim. — respondo, rapidamente me tornando cada vez mais desconfiada. Ela está memorizando a minha placa de licença. Ela sabe algo que poderia investigar? Não importa, eu não sou nenhuma criminosa. Ela pode olhar tudo o que ela quer. — Você gostaria de uma caneta para anotar, Misty? — pergunto docemente e seus olhos empurram para os meus com curiosidade, mas ela rapidamente se recompõe e sorri. — Suas placas estão vencidas, — observa ela. — Sim, obrigada por isso, — eu digo, ironicamente. — Eu não tinha notado. Só então um enorme caminhão estaciona e meus olhos quase saltam das órbitas. É o caminhão de Roger. Eu não tinha dúvidas de que era dele quando deixei a minha carta em seu para-brisa sob um limpador, a placa dizia ‘ROGERZ’ nele. — Esse é o seu namorado? — ele pegou a carta que eu deixei? Merda. Ele está aqui para pegar George? — Roger está fora da cidade treinando com arco e flecha. Não vai voltar por alguns dias. — ela responde enquanto anda em direção ao caminhão. — Esse é seu irmão. Seu caminhão quebrou, então ele está usando o de Roger e o meu carro está com o pneu furado. Sem outra palavra, ela sobe no caminhão e eles puxam para fora do estacionamento. Merda! Será que o irmão recebeu a carta? Será que ele vai dizer a Roger ou Misty sobre isso? Quando subo na minha caminhonete, Ike aparece no banco do passageiro.

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— Você está bem? — ele pergunta, olhando para mim. A verdade: Claro que não. Eu tinha um plano e agora tudo foi por água abaixo e eu não tenho ideia do que esperar. Querido Deus, eu oro em silêncio, por favor, não deixe que George se machuque. Eu só estava tentando ajudar. Amém. — Sim. — engulo em seco e ligo a caminhonete. — Eu estou bem. Por agora, de qualquer maneira.

Ginger me diz para não me preocupar sobre iniciar a limpeza dos quartos até o meu primeiro dia de folga, afirmando que ela não quer me oprimir e eu já paguei, graças aos Mercers, até o final da semana. Depois que trabalho o meu turno do almoço, volto para o motel e quase alcanço o orgasmo com o pensamento de tomar um banho e rastejar na cama. E faço exatamente isso. O restaurante fecha cedo aos domingos já que todos estão fora esta noite. — Deite-se comigo, Ike, — chamo. — Cuidado, baby. Você pode ficar tão acostumada a isso que não será capaz de dormir sem mim. — ele brinca enquanto se deita ao meu lado. Ele está de costas, com as mãos atrás da cabeça quanto me viro em sua direção. Ele tem um perfil perfeito, forte mandíbula e nariz reto. — Posso te perguntar uma coisa? — eu pergunto. Ele sorri e vira a cabeça em minha direção. — Você quer que eu dê uma olhada no corte em sua bunda? Te assegurar de que não está infeccionado? Reviro os olhos, lutando contra a vontade de sorrir. — Não importa. — respondo num acesso de raiva quando fracasso, fingindo irritação. — Não me peça para ir embora. — Ike insiste e eu rolo de volta em direção a ele. — Você ficava com...? — Deus, por que diabos eu estou lhe perguntando isso?

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— Eu ficava com...? — Quero dizer... você ficava com um monte de mulheres quando era vivo? Seus olhos se precipitam para o teto e ele suspira. — Eu não diria muitas, mas havia garotas. Por que você pergunta? — Você já esteve apaixonado? Ike bufa. — Defina paixão. — Sei lá, apaixonado. — eu digo, simplesmente. — Você sabe o que eu quero dizer. — Se apaixonado quer dizer que namorei uma menina todo o ensino médio e planejei me casar com ela, então sim, eu já estive apaixonado... ou pelo menos eu achava que sim. — O que aconteceu? Ike sorri e corre uma ampla palma para baixo em seu rosto. — Eh, você sabe. Eu me formei e ela foi para a faculdade, entrei para o exército e nós seguimos nossos caminhos separados. Nós acabamos nos afastando. Ela foi ao meu funeral e chorou. Só porque nós nos separamos não significa que nós não amávamos um ao outro, o amor simplesmente não dura para sempre, eu acho. Eu rolo para minhas costas e olho para o teto assim como Ike. — Você sente falta dela? — Não, — ele responde rapidamente. — E você? Nunca se apaixonou? Agora é a minha vez de bufar. — Difícil. Meu irmão fez com que nenhum homem chegasse perto de mim na escola e na faculdade eu... — meu momento de partilha é interrompido por uma batida na porta. — Quem é? — eu pergunto a Ike. Ele some e retorna dentro de segundos. — É George. — O que? — ele bate de novo, interrompendo. Escalo para fora da cama, caminho para a porta e a chicoteio aberta. George recua, seu olhar correndo para cima e para baixo no meu corpo, causando um calor que cobre todo o meu corpo. Eu estou

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vestindo nada além de uma grande camiseta que corta logo abaixo da minha bunda. Era a camiseta preferida de Axel. — Essa camisa é do seu namorado? Mordo meus lábios, olho para baixo e luto contra a vontade de o socar na jugular. — Olá para você, também, George. Que surpresa inesperada. Devo começar a esperar que você apareça no meu quarto sem avisar todos os dias? Ele revira os olhos. George parece um pouco mais preparado esta noite; seu cabelo está penteado para trás e ele está vestindo jeans e uma camisa preta. Na verdade, ele parece... quente. — É domingo, — diz ele, sarcasticamente. — E? — eu pergunto incisivamente. — Você foi convidada para jantar com meus pais. Mas se você está ocupada, os vou deixar saber que não pode fazer isso. — posso dizer pela cadência de sua voz que é exatamente o que ele espera que eu faça. — Porra. Esqueci. — Você vai, — Ike afirma. — É obvio. — George murmura. — Por mais que eu tenha certeza que meus pais e irmão mais novo adorariam ver sua bunda pendurada para fora de sua camiseta, talvez você deva colocar algo um pouco mais modesto. Ele acabou de dizer irmão mais novo'? Eu decido perguntar sobre isso para Ike mais tarde. — Me dê dez minutos. Entre. — abro a porta mais amplamente e fico para o lado para que ele possa entrar. Deslizando por mim, ele entra, os olhos varrendo o meu quarto. Claro que meu sutiã está pendurado sobre a cadeira de couro sintético e ele olha direto nele. Ele o pega e entrega para mim. — Eu acho que você pode precisar disso. Arrebatando-o de sua mão, eu digo: — Obrigada. Depois que me tranco no banheiro, o ouço dizer: — Senhor, me dai força. Vinte minutos mais tarde, estou pronta para ir e George caminha para fora do estacionamento. Eu tranco minha porta e viro para o ~ 85 ~

encontrar montando uma moto, fazendo o meu coração cair aos meus pés. — Eu trouxe um capacete para você, não se preocupe, — diz ele, quando ele segura um pequeno capacete preto para mim. Meus olhos estão arregalados quando eu olho para ele. Os sons de pneus cantando e luzes brilhantes cintilam através de minha mente, fazendo um nó na garganta. — O que? — pergunta George, sua boca se curvando levemente. — Não me diga que você está com medo de um pequeno passeio de moto? Balanço a cabeça, dou um passo para trás, a minha mão à procura cegamente da maçaneta da porta para o meu quarto. As náuseas ultrapassam meu estômago enquanto me atrapalho para abrir a porta, apenas chegando a tempo ao banheiro para vomitar. Minha respiração força enquanto vomito e sei que preciso me acalmar ou vou hiperventilar. — Merda, Charlotte. Você está tendo um ataque de pânico. O que é isso? — Ike pergunta ao meu lado, mas não posso responder. Meus braços estão segurando o vaso sanitário enquanto o meu corpo continua a retroceder dolorosamente, tentando limpar o conteúdo do meu estômago. Depois de uns minutos, sinto meu cabelo sendo deslizado para o lado, seguido por algo frio e úmido no meu pescoço. — Calma, Charlotte, — George diz em voz baixa quando se ajoelha ao meu lado. — Está tudo bem. Você tem que diminuir sua respiração. Olhe para mim, — ele ordena, enquanto continuo a aspirar o ar, levanto o meu olhar para o seu. Espero ver medo ou piedade, mas não vejo nada. George fica olhando incisivamente para mim, tentando encontrar onde estou perdida dentro da minha cabeça. — Inspire comigo, puxa e solta. — inspiro e expiro lentamente junto com ele e depois de alguns minutos, George me acalmou quase completamente. . — Você quer falar sobre isso? — ele pergunta. — Não. Eu prefiro não. — eu fungo, me sentindo como uma lunática total por pirar dessa forma. Ele deve pensar que eu sou louca. — Deus. Eu sinto muito, — digo enquanto limpo freneticamente meu rosto que tenho certeza que está coberto por rímel.

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— Eu também não tive a intenção de zombar de você. Eu deveria ter trazido minha caminhonete. — ele se empurra para cima, em seguida, me oferece uma mão, me ajudando a ficar em pé. — Obrigada por isso, — eu sussurro. — Eu sei uma coisa ou duas sobre ataques de pânico, — diz ele, em voz baixa. — Tinha alguns deles quando... — ele faz uma pausa, uma expressão de dor em suas feições. — Um tempo atrás. — ele finaliza. Eu sei o que ele quer dizer, quando Ike morreu, mas eu não sei tanto quanto ele sabe, ou talvez, qualquer coisa sobre essa parte de sua vida. E tenho certeza que discutir isso é doloroso para ele, então eu não pressiono. — Eu vou deixar você se limpar. Você se importaria de dirigir sua caminhonete para a casa dos meus pais? Uma grande parte de mim não quer ir após o colapso que tive, mas sei que Ike me quer lá. — Ok, obrigada. — eu aceno e George desliza para fora do banheiro, fechando a porta atrás de si. Comecei a limpar meu rosto e reaplicar uma leve camada de maquiagem. — Você está bem? — Ike pergunta atrás de mim. No reflexo do espelho, posso ver suas sobrancelhas franzidas em preocupação. Eu sei que George está lá fora no meu quarto, então aceno sim em resposta, mesmo que a verdade seja que não estou.

Chegamos à casa dos McDermotts antes das quatro. Felizmente, nós dirigimos minha caminhonete e não sofri mais ataques de pânico. Quando estamos na frente da casa gigantesca, meus olhos se arregalam, estou em êxtase. Os McDermotts possuem uma pousada. A enorme casa tem uns alpendres com pilares grandes e redondos. É lindo, especialmente com as montanhas como pano de fundo. — Este é o lugar onde você cresceu? — eu pergunto um pouco com ciúmes. — Confie em mim, não é tão bom como parece ser. Tivemos de partilhar a nossa casa com estranhos por uma grande parte anualmente. — Ainda assim, — acrescento eu. — Isso é apenas... bonito. ~ 87 ~

— Eu acho. — ele concorda. — Minha mãe está muito animada com você se juntando a nós para o jantar. — diz George quando descansa a mão nas minhas costas para me levar até as escadas. Meu corpo enrijece com o contato. Eu ainda não estou acostumada a esse sentimento; o sentimento de um homem me tocando, me levando, usando seu corpo para me guiar. Eu acho que é uma daquelas coisas que as pessoas tomam como concedido. — Eu acho que ela tem alguma ideia torcida em sua mente que possamos namorar. — ele bufa como se o pensamento fosse ridículo. Eu faço uma carranca onde ele não pode ver. Eu sou tão pouco atraente para ele? Eu não posso deixar de observar seu comentário. — Sufocante. — eu digo. — Será que ela não ouviu falar que Charlotte é uma Anticristo? Imagino que a cidade inteira está aí dentro agora. Ele ri enquanto abre a porta da frente e me empurra suavemente, mas com força suficiente para me fazer tropeçar. Depois que me equilibro, olho para ele. — Oops, — ele finge. — Eu não conheço minha própria força, às vezes. E não, eu só consegui metade da cidade nisso. — ele revira os olhos. — Idiota. — digo sob a minha respiração, mas aparentemente ele ouviu porque pisca para mim. — Vocês dois são ridículos. — Ike murmura quando se transforma ao meu lado. — Ma! — George grita. — Estamos aqui! A casa é tão bonita por dentro como por fora, com piso de madeira desgastado e uma grande escadaria. Eu sigo George para a parte de trás da casa enquanto meus olhos examinam o lugar. Tudo é antigo e parece tão autêntico para a casa. O cheiro da comida exala no ar, fazendo com que meu estômago resmungue. Já se passou muito tempo desde que eu tive uma refeição caseira e meu estômago está ansioso por isso. — George! — o menino negro e alto chama e vem deslizando pela escada. Ele é mais jovem do que George. Se eu tivesse que adivinhar, ele tem talvez dezessete anos, e é extremamente bonito.

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— Cameron. — George sorri enquanto batem um no outro, dando um tapinha duro na parte traseira. — É bom ver você, irmãozinho. Então, este é o irmão mais novo. Cameron se afasta e seu olhar encontra o meu. — E quem temos aqui? — ele pergunta como um elogio em minha direção. George revira os olhos novamente. — Charlotte, este é o meu irmão mais novo, Cameron. Cam, esta é Charlotte. — Prazer em conhecê-la. — diz Cameron com os olhos em mim. — Você também. — acrescento. — Eu não sabia que George tinha um irmão mais novo. — Bem, ele não diz muito as pessoas. É óbvio que sou mais bonito, então ele tenta me esconder do mundo. — Sim. Eu tenho ciúmes de sua boa aparência. — George retruca. — Como você pode não ter? — Cameron pergunta — Quero dizer, olhe para tudo isso, — ele movimenta as mãos pelo corpo. — Esta maravilhosa pele cor-de-café, esses olhos de mogno e esse sorriso estelar. — Não há como negar isso. — George concorda ironicamente. — Você é muito mais atraente. — E não vamos nem falar no tamanho do meu... — Cameron! — Beverly repreende quando se aproxima. Cameron sorri e a puxa para um abraço. — Eu ia dizer coração, mamãe. Eu tenho o maior coração da cidade. — quando ela se afasta, ela lhe dá um olhar compreensivo. — O que você acha que eu ia dizer? — Cameron pergunta timidamente. — Você não acha que... oh não... qual é, mamãe, — ele finge descrença. — Deixe pra lá esses pensamentos pecaminosos, mulher. George e eu estamos lutando arduamente para não rir enquanto Beverly fica vermelha. Ike, por outro lado, está rindo alto. — Cameron McDermott, eu vou bater em você até perder o sentido. — Mente má e abusiva, — esbravejou Cameron. — Charlotte, me salve, — ele sussurra. — Eu tenho uma mente tão jovem, ~ 89 ~

impressionável e eu estou sendo criado por uma mulher realmente torcida aqui. Beverly pega o braço de Cameron. — George, — diz ela. — Eu posso precisar que você cave um buraco nos fundos. Um grande o suficiente para um corpo. Nós todos rimos quando Cameron pega ela e gira em torno dela. — Eu te amo, mãe. Você sabe que você é a melhor. — Sim, sim, — ela responde quando ele a coloca de volta em seus pés e ela toca em seu cabelo para ter certeza que ainda está no lugar. — Eu ainda vou bater em você. — se virando para mim, ela toma minhas mãos. — É tão bom ver você de novo, Charlotte. — Você, também, Sra. McDermott. Obrigada por me receber. — eu sorrio. — O jantar não estará pronto por um tempo, mas eu sei que George pode te manter entretida. George, seu pai está lá no rio, pescando. Por que você não leva Charlotte até lá e os apresenta. — Claro, — George concorda. — Você vem, Cam? — George pergunta. — Não, ele não vai, — Beverly acrescenta. — Cam vai arrumar a mesa. — Eu mencionei que ela é uma defensora do trabalho infantil? — Cameron diz para mim. — É mesmo? — eu ri. — Cameron, — murmura Beverly. — É melhor você ir logo e arrumar a mesa. — neste ponto, Beverly está lutando para não rir de si mesma. Cameron se inclina para mim. — Esse é o código de que ela vai me bater, — ele sussurra. — Eu estou feliz que eu não sou você, — eu sussurro de volta. — Ela parece dura. — Você não tem ideia, — ele responde. George me leva para fora da porta para trás da varanda. Lá, ele escorrega suas botas e se coloca em um longo par de botas de chuva. ~ 90 ~

Pegando algumas varas e outros pertences, nós caminhamos para baixo em direção à água. Quando estamos perto, um homem mais velho vira ao nosso encontro, lançando sua vara sobre a água. — Ei, Pop, — George grita e o homem mais velho sorri em resposta. — As trutas estão mordendo hoje, meu filho. É melhor você entrar aqui, — seu pai grita de volta. Uma vez que alcançamos a água, George deixa cair tudo e aponta para alguns macacões com botas de borracha ligados a ele. — Coloque isso. Eu olho para o meu equipamento. Eu estou vestindo meus melhores jeans e uma camiseta preta de manga longa. Não é a roupa mais bonita, mas eu não me pareço com um ser estranho e eu não quero estragar meu jeans. — Ele vai proteger suas roupas, — acrescenta George quando ele pega sua vara e começa a brincar com a linha amarrada a ela. Isso não se parece com uma vara de pesca clássica. — Proteger do que? — Da água. — ele aponta. — Oh. Eu não vou fazer... isso, — afirmo veementemente. — Eu nunca pesquei antes. A boca de George se curva em um sorriso, mas ele não olha para mim. — Então você está prestes a aprender. — eu olho para Ike, mas ele apenas sorri quando ele olha para seu pai. — Você vai gostar disso, Charlotte. A pesca é uma religião por estas bandas. Eu luto contra a vontade de revirar os olhos. Seja lá o que é suposto dizer. George e eu discutimos por alguns minutos até que ele ameaça colocar em mim o que ele chama de galochas. Acabo aceito e os coloco. Claro, eles são cerca de sete vezes grandes demais para mim e gingar para a água é um feito; eu só posso imaginar o quão difícil vai ser para vadear através da água. — Segure a minha mão, — George oferece quando ele pisa no rio. Tomando sua mão, eu não posso negar o calor que eu sinto quando ~ 91 ~

se entrelaçam os seus dedos com os meus. Demora alguns minutos antes de chegarmos a seu pai, porque eu continuo escorregando meu pé sobre as rochas lisas. — Então você é a menina bonita que minha esposa chegou em casa dizendo maravilhas a respeito? — o Sr. McDermott fala e minhas sobrancelhas sobem em surpresa. Beverly está realmente dizendo maravilhas sobre mim? — É um prazer te conhecer, Sr. McDermott, — eu digo. — Por favor, me chame de Henry. Como meu filho tem te tratado no restaurante? — ele pergunta quando ele move suavemente a sua vara. — Horrível, — eu respondo, certamente. — Ele é sem dúvida o pior chefe que eu já tive. — corto o meu olhar para George e eu mostro minha língua para ele quando seu pai ri. — Sim, bem, ela destruiu quatro garrafas de cem dólares de bebidas, então eu aposto que eu mereço ser um pouco duro com ela, — George argumenta quando ele joga a sua vara. — E eu paguei por esse erro, — eu indico, — Com sangue. — embaraçoso como era ter a minha bunda na cara de George enquanto ele a examinava, estou tentando rir sobre isso agora. Claro, George não pode simplesmente rir comigo. Nããão. Ele tem que me envergonhar ainda mais. As sobrancelhas de Henry sobem e George bufa. — É uma longa história, pai, — diz George, notando a expressão perplexa de seu pai. — Talvez eu vá contar no jantar hoje à noite. — meus olhos se arregalam quando eu chicoteio meu olhar para George. Ele não ousaria lhes dizer todos os detalhes... faria? George olha para mim com um sorriso rasgado. — Ou você prefere dizer isso, Charlotte? Olhando para ele, eu empurro um pouco do meu cabelo atrás da minha orelha e digo: — Claro que não. Enquanto estamos no assunto, eu tenho certeza que eu tenho algumas histórias que eu poderia lhes contar sobre você também. George não responde quando ele puxa a linha de sua vara. Isso o cala, eu rio de mim mesma. Olhando de volta para do Sr. McDermott, eu o encontro sorrindo para mim. — George precisa de uma boa menina para o manter na ~ 92 ~

ponta dos pés, — ele ri. — Parece que você encontrou. — ele se vira e pisca para George. — Sim. Eu preciso de uma namorada tanto como eu preciso de um furo na cabeça, — George responde bruscamente, ganhando uma carranca profunda de mim. Sr. McDermott sentindo a nossa... o que é? Animosidade? Seja o que for, ele sente isso e muda de assunto. — Alguma vez você já usou uma carretilha? Pescar antes, — ele pergunta. — Não senhor. Eu nunca fiz qualquer tipo de pesca. — Bem, isso é uma afronta, — ele afirma. — Lhe mostre como é feito, filho, — ele instrui a George. Durante a hora seguinte, George descreve as partes de uma carretilha e como ela funciona. Ele me mostra como lançar a linha. Em um ponto, ele e seu pai lançam quase em sincronia e é estranhamente belo. O movimento parece quase como uma dança, o pulso e o cotovelo seguem a linha que se dobra e voa através do ar. E tão logo a linha atinge a água, eles a puxam para trás. É elegante e sereno e pela primeira vez desde que eu conheci George McDermott, ele parece pacífico. — Estou voltando. Não demorem vocês dois. — Henry pisca para mim. — Agora é a sua vez, — afirma George quando seu pai vira de volta para casa. — Eu não me importo em apenas observar, — eu digo. Tão simples quanto parece, ele ainda parece envolver coordenação, o que me falta. — Venha. Você tem que pelo menos experimentar, — George insiste. Nas minhas primeiras tentativas eu falho miseravelmente e em um ponto eu solto um foda-se, então freneticamente olho ao redor para me certificar de que seu pai realmente foi embora e não me ouviu. George ri alto, pegando a vara de mim. — Me deixe mostrar, — diz ele, se movendo atrás de mim. Com a sua frente pressionado minhas costas, calor sobe o meu corpo e meu coração corre. Tomando minha mão, ele coloca a vara nela e me ajuda a organizar a linha.

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— Agora, — ele respira no meu ouvido. — Imagine que a vara é uma extensão de você; como se vocês fossem um. Tem que ser suave e rápido. A isca tem que cair levemente sobre a água. Quando cair, tem que flutuar. Se ela arrastar, a truta vai saber pela maneira que a água se move em torno dela e elas não vão morder a isca. — Depois que ele coloca minhas mãos onde ele precisa, seu braço esquerdo tece em torno de minha barriga, a mão descansando lá. Sua outra mão segura suavemente, o guiando de volta. Meu corpo pede para pressionar contra ele, sentir tudo dele, mas eu luto contra isso. Juntos, lançamos a linha e a puxo para trás e eu esqueço por um momento quão estranho isso deve ser porque, honestamente, me sinto incrível. Sua boca se mantém perto do meu ouvido enquanto ele fala, enviando deliciosas vibrações pelo meu corpo. George cheira incrível e enquanto ele continua tagarelando sobre a arte da pesca, minha mente está afiada unicamente em cada ponto onde nosso corpo está junto. Eventualmente depois de eu ter tentado com sucesso algumas vezes, voltamos para a costa e George segura minha mão enquanto ele tenta me ajudar através da água. Uma vez que estamos em terra firme, ele ri quando eu saio do macacão e meu coração bate um pouco mais rápido. Seu riso é profundo e rico, belíssimo. — Então, o que você acha? — Foi bom, — eu admito timidamente. Não posso olhar em seus olhos; eu tenho medo que ele vá ver todos os meus pensamentos. Eu acho que estou começando a gostar de George. Estou louca? Mas lá fora, na água, com seu corpo pressionado ao meu, eu reagi ao seu toque. Eu o queria contra mim. O que diabos está de errado comigo? Depois de uma caminhada, eu consigo: — Obrigada. — eu olho em volta para Ike, mas ele está longe de ser visto. Eu franzo a testa, me perguntando onde ele foi. — Você fez bem, — ele diz com um sorriso. — Se por bem você quer dizer ter a bunda chutada, então sim, eu fui bem, — eu resmungo e sou abençoada com outra risada de George McDermott que enfraquece meus joelhos. — Estou feliz que você gostou, — diz George quando ele pega a minha mão e nos conduz em direção à casa. — Agora é hora de comer. À noite está incrível. Eu tinha estado nervosa sobre este jantar, mas eu amei cada minuto disso. A família McDermott é aconchegante e convidativa e depois de ser fria e sozinha por tanto tempo, ela traz uma espécie de contentamento que eu não sentia há muito tempo; uma sensação de casa. ~ 94 ~

Depois de dizer a eles de onde eu sou e alguns detalhes muito vagos sobre a minha família evitando discutir Axel a todo custo, temos a sobremesa. Beverly tinha feito tiramisu, assim como ela prometeu. Depois, Beverly atribui os homens o dever de limpar os pratos e ela me leva para a sala de família. As paredes estão cheias de fotos da família, de Ike e George em seus uniformes de futebol e beisebol. Os rapazes em uma idade jovem pescando com seu pai. Há ainda fotos de Cameron quando bebê. Eu estou olhando para uma foto dele com um par de óculos de sol ao piano; meu palpite é que ele está imitando Ray Charles. — Nós não recebemos Cameron até que ele tinha doze anos. Conseguimos obter as fotos dele bebê de um parente seu. — ela sorri enquanto olha para a própria foto que eu estou segurando. — Aquele menino tem tanta personalidade. Agradeço a Deus todos os dias por trazê-lo em minha vida. — Ele parece ser um cara incrível, — eu concordo. — Sua mãe trabalhou para Henry e faleceu em um acidente de carro. Cameron sempre esteve em torno do escritório depois da escola e Henry insistiu em adotá-lo e Cameron concordou. Felizmente ele fez, porque no ano passado o riso foi levado para longe e Cameron parece sempre encontrar uma maneira de manter isso aqui. — ela faz uma pausa por um momento antes de ir em direção à parede. — E esse, — ela puxa um quadro da parede, — é o meu Ike. Tenho certeza que você já ouviu falar, mas o perdemos no Afeganistão. — suas feições amaciam e os olhos ficam vidrados pela emoção. — Eu tenho ouvido e eu sinto muito por sua perda. — ela me dá a moldura e eu sorrio para Ike vestido em um smoking, eu acho que foi para o baile de formatura. A menina ao lado dele está vestindo um vestido longo, vermelho e sorrindo brilhantemente. Eles parecem que foram adolescentes legais, rei e rainha do baile. Esta deve ser a namorada da escola que ele falou. — Eu quero estar com raiva que ele se foi... culpar Deus ou tudo, mas eu não posso. Aquele menino bonito entrou na minha vida e foi a minha honra o amar todos os dias que ele esteve aqui. Algo me faz olhar para trás e eu vejo que Ike voltou. Ele está nos observando, sua expressão suave enquanto escuta sua mãe falar sobre ele. ~ 95 ~

— Se você pudesse dizer alguma coisa para ele agora e tivesse certeza que ele pudesse te ouvir, o que você diria? Suas sobrancelhas sulcam enquanto ela olha para sua foto. — Eu diria a ele que ele me fez orgulhosa. Todos os dias de sua vida eu estava tão orgulhosa de ser sua mãe. Eu diria a ele que eu o amo mais do que palavras podem transmitir e ele sempre estará em meus pensamentos, todos os dias para o resto da minha vida. Lágrimas ameaçam derramar dos meus olhos com as suas palavras. — Eu aposto que ele ia lhe dizer o quão incrível mãe você é, — eu falo para Ike. Qualquer pessoa pode ver que esta mulher é uma mãe perfeita. Ela sorri e abaixa a foto de volta na parede. — Estou feliz que você veio hoje à noite, Charlotte. Espero que você e George se tornem bons... amigos. Eu rio. — Nossa amizade, até agora, tem sido muito fútil. — George é uma bagunça agora, mas acho que ele só precisa encontrar algo agradável... — Você está pronta? — George interrompe da entrada que conduz para a sala de família. Sua mandíbula está dura e sua boca está em uma linha plana. Não é difícil dizer que ele está infeliz com alguma coisa. — Podemos ficar mais tempo se você quiser. — na verdade, eu gostaria de ficar. Gostei muito desta noite. — Não. Eu preciso ir. Vou encontrar alguém daqui a pouco, — diz ele irritado. Eu olho para ele. Provavelmente um encontro com Misty. Eu luto contra a vontade de dizer alguma coisa de merda para ele quando sua mãe está de pé ao meu lado. — Por que você não vai dizer boa noite para o meu pai e Cameron? Preciso falar com minha mãe por um momento, — ele afirma laconicamente. A tensão é espessa no ar quando eu me volto para Beverly e a abraço. — Muito obrigada por um incrível jantar. Eu realmente gostei. — A qualquer hora, querida. Você vai voltar em breve, não vai? — Gostaria disso.

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Quando eu escorrego passando por George, ele não olha para mim. Eu faço o meu caminho para a cozinha onde o Sr. McDermott e Cameron estão discutindo sobre futebol. Ambos me abraçam, dou boa noite e eu volto para a sala da família para dizer a George que estou pronta, mas quando eu chego da sala, eu ouço George falando alto. — Eu estou bem, mãe, — diz ele. — Não. Você está triste e finge que está tudo bem, George. Ike era seu gêmeo, seu melhor amigo. Mas em algum ponto você tem que se dar permissão para ser feliz novamente, — diz Beverly. — Estou feliz e eu não preciso de você tentando me enroscar com uma andarilha. Estou bem. Eu não preciso de uma mulher para me corrigir. — Ela parece uma garota adorável, — Beverly argumenta. — Eu só quero te ver feliz, George. Muito feliz. — Mamãe... eu estou bem. Confie em mim. A última coisa que eu preciso agora é de uma namorada e muito menos uma com problemas como ela. Problemas? Ele está brincando comigo? Se isso não é o sujo falando do mal lavado... Tendo ouvido o suficiente, eu piso firme o restante do caminho para a sala de família, os alertando para a minha abordagem. Quando eu espreito, eles ficam ambos em silêncio e Beverly parece envergonhada. — Eu estou pronta, — eu murmuro com um pouco de raiva. — Obrigada novamente, Beverly. — A qualquer hora, querida. Com isso, eu sigo para a minha caminhonete e George segue logo em seguida. Ele me leva de volta ao meu motel e quando eu estaciono a caminhonete, eu saio e bato a porta. — Obrigada, George. Vejo você no trabalho, — eu falo por cima do meu ombro enquanto eu retiro a chave para o meu quarto. Assim quando eu estou a ponto de colocar na fechadura, eu estou sendo puxada para trás, olhando para George. — O que há com a mudança de humor? Eu rio, com altivez. — Mudança de humor? — Sim. Por que você está agindo tão mal-humorada?

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— Eu não estou, — eu digo quando eu abro minha porta. — Eu só tenho alguns problemas que eu estou lidando. — com isso, eu deslizo para dentro e bato a porta na cara dele. Depois de alguns minutos, o som de sua moto dispara e ele vai embora. — Isso foi bom, — Ike bufa onde ele se senta em sua cadeira. Olhando para ele, eu advirto: — Nem mais uma palavra de merda, Ike. Depois de mudar para o meu pijama, eu rastejo na cama e Ike se encontra ao meu lado. E, para seu crédito, ele não respira mais uma palavra.

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Capitulo Onze CHARLOTTE Devido ao meu horário de trabalho, eu tenho que ir ao posto de gasolina dos Mercer’s e adiar o jantar. Sr. Mercer entende o quanto eu precisava do dinheiro e nós concordamos que eu me juntarei a eles para o jantar no início da próxima semana. Quando eu vou sair, uma estranha menina de cabelo comprido está de pé na parte de trás da loja, me observando. Eu dou um sorriso e saio, perguntando se a expressão em seus olhos é um sinal. Acabei de reconhecer outra alma? Eu estou indo em direção ao meu carro e Ike já se transformou lá dentro quando ela aparece ao meu lado. — Você pode me ver? Eu fecho meus olhos e suspiro alto. — Me deixe adivinhar, — eu digo, derrotada. — Você é filha dos Mercers? — Maggie, — ela responde simplesmente, empurrando um pouco de seu cabelo escuro atrás da orelha. — Você sabe por que você está aqui? — Não. — Eu só vejo almas com negócios inacabados. Existe algo que você sente que ficou por resolver em sua vida? Suas sobrancelhas estreitam. — Minha mãe foi à procura de algo que ela não poderia encontrar quando eu morri. Eu quero que ela o tenha. — Com quem você está falando, Charlotte? — Ike pergunta quando ele aparece do nada. Meus olhos viajam entre eles. — Você não a pode ver? — pergunto. — Ver quem? — ambos respondem em uníssono. Minhas sobrancelhas sobem para meu cabelo. Eu nunca soube que estas almas não podiam ver uns aos outros. — Eu estou falando com a filha dos Mercers, — eu respondo a Ike. Então, olhando para ~ 99 ~

Maggie, eu digo a ela: — Eu estou falando com Ike McDermott. Eu o posso ver, também. — Oh sim. Ouvi meus pais dizendo que ele morreu no Afeganistão. — Ela está aqui agora? — Ike pergunta incapaz de ouvir o que Maggie está dizendo. — Sim, — eu respondo. — Vamos entrar na caminhonete antes que alguém me veja aqui de pé falando sozinha. — ambos se transformam dentro e suas almas estão interligadas, o que torna difícil dizer quem é quem. — Ike, você pode ir para trás por um minuto? Vocês estão misturados. Estou ficando confusa com vocês dois. Ike se transforma no banco de trás e o olhar de Maggie cheio de ânsia encontra o meu. — Ouça, Maggie. Você quer fazer a passagem? — Algo está me puxando. Como se ele quisesse me levar embora, mas eu não sei onde. É o céu? Deixo escapar um suspiro exasperado. Eu gostaria de saber. A verdade é que eu não sei. Muitas almas têm descrito esse puxar para mim, mas ninguém sabe o que está por vir. — Eu gostaria de poder te dizer. — eu lhe respondo quando eu começo a andar com o carro. — Você quer que eu te ajude com sua mãe? Ajudar a dizer a ela onde o colar está? — Charlotte, eu odeio soar como um idiota, mas você não pode dizer aos Mercers o que você pode fazer antes de ajudar George, — diz Ike. — Se isso sair, poderia deixar as coisas complicadas. Ele tem razão; poderia. George é uma bagunça agora e nós não temos nenhuma ideia de como ele iria levar isso. — Maggie, eu preciso de algum tempo antes que eu possa te ajudar. Eu estou no meio de ajudar Ike e sua situação é complicada. Se você for paciente, eu prometo que vou te ajudar. — eu não tenho nenhuma ideia de como os Mercers irão me levar lhes dizendo que posso me comunicar com sua falecida filha, mas se eu posso lhes trazer a paz, eu devo isso. Eles têm sido muito gentis comigo. — Eu tenho esperado por dez anos. O que é um pouco mais de tempo? — ela encolhe os ombros. — Eu sou Charlotte, a propósito.

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— Eu sei. Meus pais gostam muito de você. — meu coração incha com isso. Eu apareci nesta cidade como uma viciada sem-teto e os pais dela se mostraram amorosos e bons. — Eles são ótimas pessoas, — eu digo a ela. — Alguns dos melhores que eu já conheci. — Vejo você no jantar na casa deles na próxima semana, — ela me diz. — Ei, apenas um pedido. Tente não falar muito comigo... fica perturbador e desde que eu sou a única pessoa que pode ver você, não ficaria bem parecer que eu estou falando para mim mesma. — Tudo bem, — ela responde e sorri levemente. — Vou tentar manter a calma. Tchau. — então ela desaparece. Eu franzo a testa ligeiramente. Ela é de longe a alma mais fácil que eu já tive de lidar. — Ela ainda está aqui? — Ike pergunta do banco de trás enquanto eu saio do estacionamento do posto de gasolina dos Mercers. — Não, ela se foi. Ele se transforma no banco da frente e olha fixamente para fora da janela. — Realmente não é fácil ser você, não é, Charlotte? — ele pergunta. — Apenas outro dia para mim, — eu respondo sombriamente.

Misty tem estado sumida nos últimos dois dias, o que tem sido maravilhoso, mas George esteve aqui, é claro, e não falou uma palavra para mim, a menos que ele esteja grunhindo uma ordem. Depois do jantar com seus pais e sua atitude em relação a mim, eu preciso de algum espaço. Caso contrário, eu vou provavelmente gritar com ele e explodir todo esse plano de ajudá-lo. Felizmente, ele decidiu fechar mais cedo esta noite, já que está lento e não estamos fazendo nenhum dinheiro. Quando estou limpando minhas mesas, Anna caminha para mim. — Estou saindo, mas eu vou te buscar no seu motel em uma hora.

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— O que? — pergunto confusa. — É sexta-feira, e minha mãe está com River durante a noite. Eles têm uma banda decente no salão de dança esta noite. Vou te pegar em uma hora. — Eu não tenho nada para vestir, Anna. Eu acho que vou apenas ir para casa e dormir. Colocando a mão em seu quadril, ela franze os lábios e diz: — Charlotte, você está indo. Eu tenho um monte de vestidos e eu estarei lá em uma hora. — Vestidos? — eu pergunto perplexa. O mais próximo que eu usei de um vestido nos últimos cinco anos é uma saia jeans. — É um lugar refinado? — Não, — ela suspira. — Mas é bom se vestir diferente quando você puder. Eu não estou lhe trazendo um monte de vestidos para experimentar, gata. Eu tenho um que eu sei que vai ser um arraso em você. Você tem botas? — Sim, pretas... no joelho. — Tudo bem... te pego em uma hora. Depois que eu termino minhas mesas, eu sigo para o fundo onde Sniper está quase pronto, fechando a cozinha. — Você vai para a boate hoje à noite? — eu pergunto, esperando em Deus que ele vá, então eu terei mais do que uma pessoa lá. — Sim, Anna me convidou. Eu ri. — Você realmente gosta dela, não é? Olhando de soslaio para mim, ele sorri e pisca. Acho que foi a minha resposta.

Uma hora depois, minha maquiagem e cabelo são feitas e Ike e eu nos sentamos esperando Anna. — Isso é demais? — lhe pergunto quando eu olho para o seu rosto. ~ 102 ~

— Não, você está quente, — ele me garante com um sorriso de dobrar o joelho. — Você vai ser a garota mais quente lá. — Eu duvido disso, — eu digo quando eu coro. — Eu sei que sim. — quando meu olhar abaixa, estou vermelha como pimenta e muito quente. O olhar que ele está me dando é tão intenso. Eu não sei por que, mas eu pergunto: — Você dançaria comigo esta noite se pudesse? Sua sobrancelha sobe surpresa com a minha pergunta. De pé, ele olha para mim, sua expressão séria. — Cada canção do caralho. Você não teria a chance de dançar com mais ninguém a noite inteira. — quando ele engole, vejo seu pomo de Adão. Meu coração aperta. Não há como negar que há uma atração entre nós e eu me perguntava se era apenas eu que sentia isso, mas agora eu sei. Ike está sentindo isso também. — Mas desde que eu não posso, você vai dançar comigo agora? Desta vez, minhas sobrancelhas sobem. — Como...? — Pode ser estranho, já que não podemos nos tocar, mas podemos nos mover juntos. — E a música? Sorrindo, ele diz: — Eu vou cantar. — Você canta? — eu sorrio. — Uh, eu tento, mas eu sei que eu posso cantar essa música. — Pau-para-toda-obra, huh? — eu provoco. — Sou versátil, — ele brinca de volta. — Ok. Como vamos fazer isso? — Fique aqui e coloque a mão na parte de trás da cadeira. — Por quê? — Para manter equilíbrio. — eu faço o que ele diz e ele fica tão perto quanto ele pode. Meu corpo me incita a me inclinar em direção a ele, mas eu resisto. Não há como me inclinar para ele. — Agora feche os olhos. Imagine minhas mãos em seus quadris, seus braços estendidos sobre os meus ombros e balance ligeiramente para a direita e viceversa. ~ 103 ~

Eu me movo como ele instruiu e quando ele fala novamente, sua boca está perto do meu ouvido e sua voz vibra através de mim, me fazendo tremer. Eu quero tanto o sentir, o tocar. Ele começa a cantar uma velha canção de Travis Tritt, Drift Off to Dream. É uma canção que um homem está cantando para a mulher que ele ainda não encontrou, mas ele está dizendo a ela o quanto ele quer ela e o que eles vão fazer quando ele descobrir que ela é sua. A voz de Ike é incrível; rica e profunda. Com os olhos fechados, sua voz soa suavemente no meu ouvido e meu corpo oscila quando eu nos imagino em uma pista de dança, cercados por outros casais, sorrindo um para o outro quando a banda toca no fundo e ele fala sincronizando as palavras para mim. Isso é o que deveria ser. Ike não deveria ser morto; ele deveria estar aqui agora, me segurando perto e dançando comigo. Eu quero ficar com raiva, mas as palavras da canção me cortam tão profundo que me traz de volta, me forçando a reconhecer este momento antes de passar. Então vamos dançar ao rádio, até o amanhecer. Até você cair no sonho em meus braços. Meu coração dói quando letras. Ike está me dizendo o estivesse vivo e capaz de me enquanto as lágrimas ameaçam com emoção.

eu pego o significado por trás das que faríamos se pudéssemos; se ele tocar. Meus olhos enchem de água derramar, minha garganta apertada

— Abra os olhos, Charlotte, — sussurra Ike e eu percebo que a música acabou. Eu aperto meus olhos fechados, desejando que eu pudesse me agarrar a este belo momento. Eu não o quero deixar ir; a visão tão clara em minha mente de como seria dançar nos braços de Ike McDermott. Quando eu os abro, ainda estamos balançando lado-a-lado em perfeita harmonia. — Obrigado por dançar comigo, — diz ele em voz baixa e sorri suavemente, seus olhos castanhos brilhando. Deus, ele é um homem bonito. Antes que eu possa responder, há uma batida na porta e ele rapidamente se transforma para fora e depois de volta. — É Anna. Eu ainda estou segurando a cadeira congelada no lugar, tentando descobrir como me mover novamente. Essa foi a melhor dança que eu já tive e nós nem sequer nos tocamos. Anna bate na porta novamente, me trazendo de volta à realidade. Me livrando do momento completamente romântico que Ike e eu apenas partilhamos, eu vou até a porta e a abro. — Porra, você está bem, menina, — Anna aplaude. Ela parece muito bem, também. Ela está usando um vestido preto com um casaco ~ 104 ~

de lã apertado e seu cabelo está solto, reto e elegante. — Aqui. — ela empurra um vestido de algodão verde para mim. — É isso? — eu seguro o vestido para cima e tento não fazer uma careta com o quão pequeno ele parece. — Eu pensei que você estava trazendo um par de vestidos para eu experimentar? — Este é o único. Eu sei que ele vai ficar quente em você. Eu tenho um talento especial para essas coisas. — Se ele couber, — murmuro quando eu vou para o banheiro e me visto. Quando eu saio, Anna sorri. — Eu sabia que você ia ficar quente. Meu olhar se move para Ike brevemente e ele está olhando para mim, seu maxilar definido firmemente. — Linda. — ele sussurra e eu não posso evitar o sorriso que irrompe em meu rosto. — Eu vou ir ver os meus pais, — diz ele para mim, embora eu tenha arrancado os olhos dele e estou ocupada pegando minha bolsa. Em seguida, ele desaparece. Eu penso se ele está chateado com alguma coisa. — Ela a abraça em todos os lugares certos, — diz Anna, falando do vestido. — Um pouco baixo na frente, não acha? — pergunto quando eu tento puxar o decote que é enorme. Eu coloco minha jaqueta de couro e me olho no espelho mais uma vez. — Sim e é por isso que George vai ter um ataque quando ele te ver assim. — Como? — eu quase sufoco quando eu giro para encará-la. — George? — Sim, ele e Sniper estão lá fora esperando por nós. Não role os olhos, Charlotte. Por que George tem que estar aqui agora? Estou surpresa que ele não voltou no momento em que ele descobriu que eu estava indo. — E por que eu iria querer impressionar George? — pergunto com um pouco de ironia na minha voz. Ela me dá um olhar compreensivo. — Porque você tem uma queda por ele.

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Anna e eu nos sentamos na parte de trás do carro de Sniper enquanto ele e George se sentaram na frente. Eu insisti que estava errada sobre o encantamento com George, mas ela apenas sorriu e deu um tapinha no meu ombro, dizendo: — Se você diz, querida, — então caminhamos para o carro. Todos eles conversam amenidades enquanto eu olho para fora da janela, perguntando onde Ike está. Essa dança foi realmente uma das coisas mais românticas que já experimentei. Não é até chegar à boate que todos são capazes de ver o que estou vestindo. George me olha mais de uma vez, os lábios em linha reta, antes de fazer um caminho mais curto para o bar. Acho que ele não está muito impressionado depois de tudo. Uma vez que Sniper vê minha roupa, ele me segura e diz que eu estou sexy como o inferno. Eu me sinto um pouco estranha com Anna bem ao meu lado, mas ela não parecia se importar. Eu acho que ajuda ele ter o braço em volta da cintura dela. Sniper, Anna e eu tomamos um assento em uma mesa perto da pista de dança. Anna estava certa, isso é um lugar comum e eu desejo que tivesse lutado com ela em me fazer vestir isto. Eu me sentiria muito melhor no meu jeans. — Eu vou pegar uma bebida para nós. — ela se levanta e sai correndo em direção ao bar. — Vocês dois não parecem ultimamente, — Sniper menciona.

estar

se

dando

muito

bem

— Nós já nos demos bem? — eu me oponho, sabendo que ele está falando sobre George. Meu olhar se move para encontrá-lo e eu o avisto no bar, rindo com um cara que ele está falando. Os lábios de Sniper ficam com um sorriso triste antes dele abrir a boca para responder, mas Anna aparece com nossas bebidas, o parando. — Sniper, eu amo essa música, — ela diz a ele, obviamente insinuando que ela quer dançar. Ele toma a cerveja dela e bebe um longo gole antes de a colocar para baixo, pegando sua mão e a levar para a pista de dança. — Eu adoraria dançar com a mulher mais bonita daqui, — ele diz a ela. A canção é bastante movimentada e os dois juntos dançam surpreendente bem. Eles riem enquanto ele a gira e enquanto eu sorrio, ~ 106 ~

meu coração dói um pouco. Às vezes eu não percebo o quanto eu preciso de alguma coisa até que eu vejo alguém com isso. Quero ser feliz e desfrutar do brilho do amor precoce; um prelúdio para as coisas deliciosas por vir. Eu não pensei muito sobre isso nos últimos seis anos; quero dizer, não realmente. Eu tenho estado sozinha, mas nunca me ocorreu que eu ansiava por esse tipo de relacionamento; principalmente porque eu realmente acredito que ninguém possa lidar comigo e com o meu dom. Meus próprios pais me mandaram embora, então por que qualquer homem iria querer para si mesmo um fardo como eu? Então, eu me estabeleci em uma vida em que não existia amor. Pelo menos não até que os irmãos McDermott entraram na minha vida. Ike certamente fez uma marca, o que me deixa ainda mais patética. Eu não posso ter um relacionamento com ele, então por que estou me permitindo sequer imaginar isso? Depois há George. Nosso relacionamento até à data de hoje tem sido tão quente e frio, eu não tenho certeza do que fazer com ele. Não importa o quê, George tem algumas mudanças para fazer e são mudanças imensas. Eu viro e olho para ele e vejo que ele ainda está em pé no bar, de frente para a parte de trás. Misty se aproxima e descansa a mão em seu ombro. Eu faço um movimento de engasgo, não pensando que qualquer um poderia estar assistindo. — O que é uma menina bonita como você está fazendo sentada aqui sozinha? — uma voz pergunta e quando eu olho para cima, vejo um homem muito alto com ombros largos e uma barba. Parece que ele tem trinta ou assim, é atraente em um tipo robusto e rústico. Antes que eu possa responder, ele puxa o assento ao meu lado e senta mais perto. — Você deve ser a garota nova na cidade que todos continuam falando, — diz ele, antes de beber a cerveja da garrafa em sua mão. — Eu não sabia que eu era digna de fofocas, — eu respondo. — Uma linda mulher aparece e você pode ter certeza que as mulheres estão falando e os homens por aqui estão ansiosos para te conhecer. — É mesmo? — eu rio, um pouco humorada por sua franqueza. Um sorriso aparece em seu rosto e eu não posso deixar de sorrir também. Apesar de eu o achar atraente, eu não diria que eu estou atraída por ele. Eu posso admitir, no entanto, triste e patético como eu sou, por sentir que eu gosto que ele esteja flertando comigo. Às vezes são as pequenas coisas. Às vezes uma mulher só precisa de um homem para lhe dar atenção para que ela saiba a atenção que ela merece ter.

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— Você está servindo no George’s, certo? — Uau. Acho que todo mundo tem o olho direto em mim, huh. — Pequena cidade, pequenas mentes. O que mais há para fazer por aqui? — ele pergunta. — Aparentemente, a dança é uma opção. — essa sensação de calor se espalha em toda a minha volta e tenho a sensação de que alguém está me observando. Lançando os olhos para o bar, eu vejo George assistindo a minha interação com o homem atrás de mim. Sua boca está fechada em uma linha fixa e ele está quase gritante. Misty segue sua linha de visão e as suas sobrancelhas sobem quando ela percebe que ele está olhando para mim. — Bem, então, — o estranho diz, bebendo os últimos goles de sua cerveja e colocando a garrafa para baixo. — Posso ter esta dança? Meu olhar se move de George para o homem bonito diante de mim. Engulo alguns goles de minha própria cerveja ou coragem líquida em um frasco. Eu tomo sua mão e o deixo me levar para a pista de dança. Passamos por Sniper e Anna no caminho e eles param para nos ver antes de olhar um para o outro. Outra canção movimentada começa a tocar e sem discussão, meu parceiro de dança e eu caímos no ritmo. Ele é um grande dançarino e eu estou rindo o tempo todo sem me lembrar da última vez que dancei assim; tão despreocupada. Quando a música termina, uma lenta começa e ele me puxa para ele, levando meus braços sobre os ombros, colocando as mãos na minha cintura, os dedos aplicando uma pressão suave. Isto é um pouco mais íntimo do que eu gostaria, mas eu não o quero ofender, então eu tento conversar, mas ele começa a falar primeiro. — Você tem algum relacionamento com George McDermott? — minha expressão deve indicar que estou chocada com a pergunta, porque ele rapidamente acrescenta: — Ele está de olho em você desde que você chegou. — ele esta? Isso é novidade para mim e, obviamente, esse cara está confundindo tudo olhando para mim em apreço. — Nós trabalhamos juntos, isso é tudo, — eu respondo, sem saber por que George sequer se preocupa em olhar para mim em tudo. — Você é um bom dançarino, — eu digo a ele, tentando desesperadamente mudar de assunto.

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— Você não é tão ruim também, Char, — ele responde e eu estou chocada que ele sabe o meu nome até que eu me lembro que, aparentemente, eu sou a fofoca da cidade. — Você sabe meu nome. Qual é o seu? — Roger, — uma voz interrompe e eu quase sufoco. É Misty e ela está tentando a difícil tarefa de tentar disparar fogo de seus olhos para mim e me transformar em nada além de cinzas. Esta cadela tem nervos em agir como se ela estivesse com ciúmes quando ela está traindo Roger com George. E, em seguida, o pensamento me bate; este é Roger; seu namorado traficante que ela está traindo com George. Eu estive dançando com um traficante de drogas. — Posso interromper? — George pergunta atrás de mim. E, como Misty olha pra mim, Roger olha para George com um olhar que diz, Eu sei, pelo menos, isso é o que parece para mim. — Hum... certo, — eu digo, completamente jogada para o escanteio pelos últimos segundos. — Você se importa, Roger? — Não. Nem um pouco. — tomando minha mão, ele a beija e os olhos de Misty são tão grandes como pires. — Estou encantado por te conhecer, Char. Vejo você por aí. — com isso, ele sai da pista de dança, Misty correndo atrás dele num acesso de raiva. Olhando de volta para George, ele pisa na minha direção, mas espera que eu chegue até ele no meio do caminho. Seu olhar é quase em branco, como se ele estivesse apenas passando as emoções e ele realmente não quisesse dançar comigo. — Eu vou te poupar do sofrimento, chefe. Eu sei que vocês dois estavam apenas tentando me ajudar. Eu não sabia que era Roger, ok? Eu não teria dito nada sobre vocês dois, mesmo se eu soubesse. E agora que eles se foram, você não tem que se torturar e dançar comigo. — quando eu passo em torno dele, ele toma meu pulso e me puxa para trás, batendo meu corpo contra o dele. Deus, ele cheira muito bem pra caralho. — Eu te pedi que dançasse porque como qualquer outro cara aqui, eu quero dançar com a mulher mais bonita na sala. — minha boca cai aberta com o choque. — Isso foi um elogio? — pergunto sarcasticamente. — Eu estou esperando o final da piada. — Você sempre tem que ser uma dor na bunda? — ele questiona, ganhando um olhar letal de mim. ~ 109 ~

— Me perdoe, mas você é a único que me dá dor de cabeça com o seu humor inconstante, — ele balança os ombros. — Outro dia eu era uma garota que você não perderia um minuto por causa dos meus problemas. Agora eu sou a garota mais bonita no lugar. — a banda começa a tocar ‘I Believe in Love’ por Don Williams quando George serpenteia um braço em volta de mim, descansando uma mão firme na parte inferior das minhas costas. Sua outra mão me encontra e me prende em seu peito. Meu corpo traidor simplesmente e estupidamente cai em ritmo com ele quando ele começa a balançar. Quando ele me puxa para mais perto, sua boca está junto ao meu ouvido. — Vamos colocar de lado nossas diferenças por três minutos e apenas dançar, Charlotte. Ok? Engolindo em seco, eu aceno duas vezes e me permito me perder no momento, me afogando na sensação dele contra mim, a bela canção e o seu cheiro atraente. A música toca e por um momento e eu acho que George está sussurrando as palavras tão baixinho que mal posso ouvir. Eu sei que ele só está cantando apenas por cantar, não cantando para mim, mas eu me vejo tentando pegar cada palavra. Quando a música termina, George se afasta; seu olhar escuro me encara e ele sorri fracamente. — Obrigado pela dança. — em seguida, ele se foi. Que porra é essa? — Banheiro feminino. Agora. — Anna aparece do nada e me arrasta para longe. Estou aliviada que ela fez, porque senão eu ainda estaria em pé no meio da pista de dança parecendo uma idiota. Quando entramos no banheiro feminino, ela verifica rapidamente as cabines para se certificar de que estamos sozinhas antes de me tomar pelos ombros. — Cara, — diz ela, simplesmente. — Você criou de alguma forma um quadrado amoroso. — O quê? — eu pergunto confusa. — Era um triângulo com Misty, Roger e George. Você apenas mudou para um quadrado. — O quê? Não. — eu balanço minha cabeça com firmeza em desacordo. — Eu só dancei com eles. Isso dificilmente se qualifica como me infiltrar em seu fodido triângulo amoroso ou o que quer que seja isso. — na verdade, esse pensamento me deixa mal. Eu não consigo descobrir por que eu detesto o pensamento de George com Misty. Quero dizer, nós não estamos juntos, inferno... ele acha que eu tenho problemas e ele definitivamente não gosta de mim. Mas quando ~ 110 ~

eu vejo seu sorriso para ela ou quando ela sorri de volta, me deixa enjoada. — Roger se aproximou de você para foder com eles, sabe? — Quem? George e Misty? — Eu apostaria minha vida que ele fez isso para chatear os dois. — Então você acha que ele sabe...? — Aposto que ele tinha suspeitas. — Anna puxa um tubo de seu batom vermelho infame e começa a aplicar. — Eu não estou interessada, — eu digo a ela. — Em qualquer um deles. — não é inteiramente verdade, mas eu prefiro não pensar em George desse jeito em tudo. — Eu nem sabia que era Roger. Um cara me pediu para dançar, então eu dancei. Anna esfrega os lábios e joga o batom de volta na bolsa. — Você continua dizendo isso a si mesma isso, docinho, — ela ri e me leva para fora do banheiro.

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Capitulo Doze CHARLOTTE O resto da noite foi calmo e agradável. Os pais de George apareceram, me abraçaram e se aproximaram com muita pressa sobre mim, o que eu amei. Eles são pessoas maravilhosas. Seu pai e eu dançamos e ele me pediu para casar com George e se eu não pudesse, pediu para que eu esperasse até que Cameron estivesse na idade para casar. George me ignorou e optou por não acompanhar Anna, Sniper e eu quando saímos. Eu suponho que seus pais o levaram para casa. Meu consolo após a noite dramática foi a de que Ike estava esperando por mim quando eu voltei para o meu quarto e eu encontrei grande conforto nisso. No dia seguinte, a primeira metade do meu turno duplo foi um drama livre. George e Misty estão ambos fora. Eu imagino que cheiraram tudo o que podiam e agora estão desmaiados. Eu odeio como o pensamento me deixa mal. Eu não deveria me importar; este é mais um negócio, afinal. Eu só estou ajudando George para que Ike possa atravessar. Pelo menos, sem George e Misty no restaurante, eu tive um dia de paz; sem olhares desagradáveis ou a atitude dela e dele. Ike queria que eu fosse à casa de George inventar uma desculpa para estar lá, mas eu não podia fazer isso. Não depois do que aconteceu na outra noite. Eu sei que vou ver ele e Misty amanhã no trabalho.

Hoje tem sido um dia lento e desajeitado. Misty está fingindo ser boa para mim e eu a desprezo por isso. Eu não quero que ela seja falsa, principalmente porque ela é muito melhor nisso do que eu. Muito raramente eu posso sorrir para uma pessoa que eu não gosto e falar com eles sem que meu pensamento seja óbvio e eu não tenho nenhuma dúvida de que o meu desagrado com a princesa lixo fica evidente cada vez que falamos. George está trabalhando no estoque com Sniper e Greg, me evitando a maior parte. ~ 112 ~

Mas eu o observei. Infelizmente. Ele está vestindo uma apertada camiseta, preta, mostrando seu corpo incrível e braços musculosos. Desde que eu o conheci, ele sempre foi um pouco mais fino do que o Ike, mas ainda traçado. Eu me pergunto se são apenas as drogas que o fizeram menor, porque além da ligeira diferença no seu tamanho, cortes de cabelo e tons de cor dos olhos, eles são idênticos. Me encontro admirando ele, esquecendo que é um bundão e quem ele é por um mero segundo antes dele falar. — Como está a sua bunda? — ele ri, me tirando do meu estado de admiração. Sniper morde o lábio para não rir quando ele pisca para mim. Maldição. Eu coro de vergonha. Eu não posso acreditar que eu tinha a minha bunda na cara de George. Não é nenhum segredo que ele gosta de me desconcertar e ele conseguiu. Ponto para George. Dois podem jogar este jogo. — Eu não sei. — eu mordo meu lábio sedutoramente. — Talvez seja necessário você fazer uma checagem para mim novamente. Você se importaria? Todos os três homens param o que estão fazendo e olham para mim. Eu lanço um olhar para Ike e ele revira os olhos como se estivesse irritado. Eu resisto ao impulso de atirar um limão para ele. Qual é o seu problema? É só uma piada. — Uh, certo. Eu poderia... — Foi uma piada, George, — eu o interrompo quando eu rio. Ele me olha com seus lábios perfeitos em uma linha dura. — Você não vai ter o prazer de ter esta bunda, — eu viro um pouco e aponto para a minha bunda, — em seu rosto novamente, — eu provoco. Eu sei que não deveria. George me odeia, mas eu não posso negar que estou atraída por ele e seu irmão. Os gêmeos McDermott são bons homens de se olhar. E, tanto quanto eu sei que George não gosta de mim, eu posso sentir seus olhos escuros em mim de vez em quando. A atração é mútua. Antes que ele responda, eu levo os dois pratos quentes a partir da cozinha e sigo para fora para deixá-los com à mesa de Peyton. Quando eu saio da cozinha, eu ouço Sniper dizer: — Você é um idiota de sorte, você tem que ver essa bunda. — todos riem em resposta e eu sorrio para mim mesma, porque eu sou uma idiota.

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Depois disso, Ike me deixa sozinha a maior parte da noite, o que eu sou grata. O fato de que ele está morto e tenta falar comigo constantemente me distrai o suficiente, mas adicione sua boa aparência e eu não posso me concentrar em nada. Mesmo que a falta de sua presença ajuda em alguns aspectos, me encontro procurando por ele, examinando o restaurante e a cozinha só para ter certeza que ele ainda está comigo. Soa estúpido quando eu lhe pedi para me dar espaço, mas uma parte de mim precisa saber que ele está próximo. Eu me repreendi mentalmente por esse sentimento. Me tornar dependente de sua presença é uma má notícia; é um fato infinito que Ike vai deixar este mundo para o bem em breve. Então, o que vou fazer? Mas, por agora, desde que eu sei que a sua alma ainda perdura neste mundo, eu preciso ter ele junto tanto quanto eu preciso respirar. Ele é o único e a única coisa que posso contar agora e eu sei o quão absurdo é, uma vez que ele está morto e não pode fazer absolutamente nada para mim exceto ir embora, basicamente. Peyton e Libby estão em pé no bar assistindo a televisão quando eu me junto a eles, meu olhar se muda para a tela para ver o que eles estão encarando. Leva apenas um olhar para as notícias aparecendo para enviar meu coração pulando em minha garganta. A polícia está procurando o condutor deste veículo em conexão com o assassinato de Casey Purcell. O corpo de Purcell foi encontrado debaixo de uma ponte em Charlottesville, Virgínia, e as autoridades gostariam de falar com o motorista deste Toyota 4RUNNNER 1996. Devido à má qualidade das imagens de vídeo, as autoridades foram incapazes de ver a placa de licença, mas eles sabem que o veículo é cinza e acreditam que uma mulher dirigia o veículo. Os investigadores também teriam recuperado a evidência que eles estão usando para ajudar a localizar o proprietário do veículo. Se você tiver qualquer informação, entre em contato... As palavras são abafadas pela batida do meu próprio coração. Evidência recuperada? Que provas? Eu não matei Casey, mas isso não significa que eu quero ir para um interrogatório. Como eu iria explicar como eu a encontrei? É altamente improvável que eles acreditariam que a alma de Casey me guiou até lá. Merda. Eu pensei que tinha sido cuidadosa. — Você está bem, Char? — Libby pergunta, colocando a mão no meu ombro, me fazendo sacudir. — Uh, sim, — eu balanço minha cabeça e engulo. — Acho que só preciso de uma pausa. — minha quarta mesa foi embora e eu sei que ~ 114 ~

agora é o momento perfeito para uma pausa depois de eu verificar minhas outras duas mesas, me certificando que eles têm tudo o que precisam e as suas bebidas estão cheias. Eu não fumo, mas eu vou para trás, pensando em tomar um pouco de ar fresco onde Anna e eu conversamos na outra noite. — Do que você está escapando, amor? — Sniper chama. — Apenas tendo uma pausa rápida, — eu respondo. — Tenha cuidado em ficar aqui sozinha, Char, — Greg adverte. — Se certifique de deixar a porta aberta, então se você precisar de nós, podemos te ouvir. Isso é um aviso estranho. Esta cidade é perigosa para as mulheres? Minha expressão deve indicar os meus pensamentos porque Sniper explica, — Greg costumava ser um policial em Chicago. Eu não o consigo fazer entender que Warm Springs não é nada como Chicago. — Sempre melhor prevenir do que remediar, — acrescenta Greg quando ele joga os legumes na frigideira que ele está segurando. — Eu aprecio sua preocupação, Greg. — eu sorrio. — Obrigada. Quando eu dou o meu primeiro passo para fora, Ike se transforma na minha frente e meu coração quase explode de meu peito enquanto eu tropeço para trás. Porra, eu vou matá-lo se ele não parar de fazer essa merda para mim. Mas meus planos para a sua morte são rapidamente apagados quando os olhos arregalados em pânico encontram os meus. — O que é? — pergunto instintivamente. — Eu não disse nada, — diz Sniper, quando ele me olha com desconfiança. — É George, — Ike praticamente ruge. — Onde ele está? — eu pergunto, o cabelo em meus braços e a parte de trás do meu pescoço se arrepia. — Onde está quem? — Sniper pergunta. — Onde está George? — acrescento eu, ainda com foco em Ike. — Vá para fora. O namorado de Misty e seu irmão apareceram e bateram muito nele. — Ike vira a cabeça para a porta dos fundos. — Merda, — eu assobio. ~ 115 ~

— Você está bem, amor? — Sniper pergunta quando ele dá um passo hesitante em minha direção. — Sniper. Eu preciso de você. Me siga, — eu chamo quando eu corro para a parte de trás. — Cuide disso, Greg, — ordena Sniper quando ele se apressa atrás de mim. Greg entra em cena e assume. — O que diabos está acontecendo? — Sniper pergunta quando ele está atrás de mim. Eu não respondo. Em vez disso, eu irrompo pela porta de trás, meu coração batendo no meu peito. Eu nem sequer pensei sobre o fato de que Roger estava de volta à cidade depois de o ver na festa. Merda! Eu não olhei para George como eu deveria. Agora ele está machucado e é tudo culpa minha. Quando chegamos, encontramos George imóvel no chão, o sangue cobrindo sua camisa e rosto. — Merda, — eu respiro. — Que porra é essa? — Sniper fole quando ele me empurra e corre para George. Eu segui atrás dele e me ajoelhei ao lado de George. Seu rosto já está inchado, o rosto borbulhando e o seu lábio rebentado e sangrando. — Aquela filha da puta fodida... — Sniper rosna em voz alta, mas não termina. Ele coloca George em suas costas e segue para fora. — Nós somos treinados para isso. Sniper sabe o que fazer, — Ike me assegura quando ele está sobre nós de braços cruzados, a preocupação marcando seu rosto. O ar da noite está ligeiramente úmida de toda a chuva, o suficiente para fazer qualquer um suar, mas eu estou suando em bicas; minha camisa está agarrada às minhas costas e os fios soltos do meu cabelo está preso ao meu pescoço e testa. Eu não queria que isso acontecesse. Eu só queria sair com George e talvez assim iria o separar de Misty. Pensei que Sniper e eu, juntos - embora Sniper não tivesse ideia de que isso estava acontecendo - poderíamos parar George de se machucar. — Ele está bem? — eu pergunto, atingindo minhas mãos para fora, querendo tocar George, mas não tendo certeza se eu deveria ou até mesmo onde eu deveria o tocar.

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Sniper dá um tapa no rosto de George no lado que não está machucado. — Acorde, seu punheteiro. — George vibra um olho aberto que não está inchado e geme. — Esse é um belo olho roxo que você tem aí, companheiro, — Sniper observa enquanto ele tenta sentar George. — Vá pegar uma garrafa de Bourbon, — ordena Sniper, pegando no bolso e me jogando o conjunto de chaves. Corro para dentro, gemendo enquanto eu tento cada chave na fechadura para o armário. Claro que a última funciona. Pego o Bourbon e quando eu fecho o armário, Misty aparece. — Que porra você está fazendo? — ela grita enquanto ela me olha com seus braços cruzados. Ela acha que eu estou roubando Bourbon. — É para George, — eu respondo nervosamente. Não é por causa dela, mas porque meus nervos estão à porra de um naufrágio. — Ele te pediu isso? — ela questiona e sobe uma sobrancelha mal-intencionada. — Agora não é o momento para a sua merda, Misty. Seu namorado, você sabe, aquele que você estava traindo, acabou de bater na bunda de George, — eu me oponho antes de girar ao redor e correr para a porta de trás. — O quê? — ela chama, choque atado em seu tom. Até o momento que eu saio, Sniper tem George sentando. Tiro o plástico e eu torço a tampa antes de entregar a garrafa para Sniper. — Engula isso. — Sniper leva a garrafa aos lábios de George e George o engole. Eu tremo. Eu posso segurar minha ânsia, mas eu nunca poderia engolir Wild Turkey8. — George, — Misty choraminga quando ela se ajoelha ao lado dele, colocando uma mão em sua perna. Eu não posso evitar o rolar gigantesco de olho que eu faço. — Misty. — Sniper balança a cabeça como se estivesse tentando segurar sua raiva. Tudo o que eu já vi de seu jeitão de cozinheiro corpulento, da paquera e sorrisos pervertidas até agora se foi. Este olhar sobre ele é bastante aterrorizante. — Nós dois sabemos quem fez isso. Você precisa ir. Tire alguns dias e vamos ver como as coisas seguem. Misty balança a cabeça vigorosamente. — Roger não faria isso.

8

É a marca da bebida. ~ 117 ~

— Misty! — Sniper grita. — Dê o fora daqui e diga ao seu namorado idiota que Sniper está vindo para ele. — Misty fica atordoada em silêncio. Eu também me pergunto como ele reagiria se soubesse que eu também era responsável por George se machucar. Sniper é incrivelmente assustador quando ele está chateado. — Vá! — Misty fica rigidamente de pé e corre de volta para dentro. — Você tem que o levar para casa, Char. Eu tenho que ficar e fechar este lugar para a noite. As únicas outras pessoas para chamar seria sua mãe e ser pai e ele mataria nós dois se fizéssemos isso. — Não deveríamos levá-lo a um hospital? — pergunto. — Não, — Ike e Sniper dizem, quase em uníssono. — Eu tenho mesas, — eu acrescento. — Eu vou ter Peyton assumindo suas mesas. Eu ajudo Sniper a arrastar George até minha caminhonete onde ele o coloca no banco, deixando a garrafa de Bourbon em seu colo. A cabeça de George balança enquanto ele luta para se manter consciente. Sniper fecha a porta e sua cabeça cai por um momento. Lentamente, ele se vira para mim e sua expressão me faz congelar. Ele está chateado? Comigo? Quando ele agarra meu braço, me puxando para longe a alguns passos do carro, eu sei que ele está definitivamente bravo. — Que porra é essa, Sniper? — eu assobio. — Você está me machucando! — Eu poderia te machucar pior se você não me disser como diabos você sabia que George estava machucado. — Eu não sei, — eu minto. — Mentira! O que foi que você disse no outro dia, eu sinto que algo vai acontecer e ter um cara duro como você pode manter as coisas de ficar muito loucas por aqui? Você sabia que isso ia acontecer. Você falou de George e Misty para Roger, não é? — Isso é verdade? — Ike ofega, mas eu não olho para ele. Estou muito ocupada olhando para a veia inchada da garganta de Sniper, porque ele está tão irritado. Eu era ingênua ao pensar que a verdade nunca iria vir. — Sim, — eu respondo o que coincidentemente responde a ambos. ~ 118 ~

— Que porra é essa? — Ike geme. Sniper me pega em ambos os braços, me segurando firmemente no lugar. — Você sabe o que ele está passando? Qual é o seu jogo aqui? Tentando quebrar ele e Misty, assim você pode se mover sobre ele? — ele rosna. — Não! — eu grito quando eu entro em pânico. Sniper está compreensivelmente irado. Ele acha que eu tenho acabado com seu amigo gravemente ferido e eu estou tentando tirar vantagem dele, o que, tecnicamente, eu fiz, mas eu tinha boas intenções. Eu estaria chateada, também se eu fosse ele. — Diga a ele que você me vê, Charlotte, — Ike insiste. — Diga a ele: Amigos compartilham a alegria e dividem a tristeza. — eu repito as palavras de Ike e Sniper congela. — Ele disse isso no meu túmulo, meses depois que eles me enterraram. Ele não chegou a tempo para o funeral. — Você perdeu o funeral de Ike, — eu murmuro ainda em pânico. Ele se vira ligeiramente, fixando o seu olhar letal em mim. — Qualquer um poderia saber isso, — ele sussurra, me soltando. — O que você está fazendo aqui? — Diga a ele a verdade, — diz Ike. Fechando os olhos, eu tomo uma respiração profunda. Eu tenho que dizer a Sniper a verdade ou ele é capaz de quebrar o meu pescoço. Eu odeio esta parte. Eles nunca acreditem em mim de primeira. Em seguida, eles pedem que você faça cinquenta perguntas que tentam provar que eu estou mentindo. — Ouça Sniper, — eu começo, — o que eu estou prestes a te dizer vai parecer loucura, mas eu só preciso que você me ouça, ok? — ele cruza os braços e olha pra mim, mas não discuti. Os músculos de seu maxilar vibram e eu tenho que engolir o meu nervosismo e medo antes de eu continuar. — Ike me trouxe aqui. Eu sou meio que... um medium. Sniper não fala. Ele apenas continua a olhar para mim para que eu continue a balbuciar e preencha o silêncio constrangedor. É um mau hábito meu. — Ike e eu nos conhecemos há alguns dias e ele me pediu para vir aqui para ajudar George. Você vê... Ike está no limbo. Ele não pode atravessar para o outro lado porque ele tem negócios inacabados aqui. — mais uma vez, Sniper me olha e sua mandíbula ainda está se debatendo com raiva.

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— Ele não acredita em você, — Ike murmura, sacudindo a cabeça. — Não brinca, Ike, — eu estalo quando eu olho para ele. Sniper dá um passo para trás, balançando a cabeça. — Você espera que eu acredite que você está falando com ele agora? — Sim, — eu respondo simplesmente. — Me pergunte algo que só Ike saberia a resposta. Talvez uma piada interna ou um segredo entre vocês dois. — Eu não estou fazendo isso, você está louca, sua cadela. — suas palavras me fazem estremecer. Ele nunca falou comigo assim antes. Sniper de repente leva um grande passo em minha direção, músculos pulando, punhos a postos e eu encolho um pouco, mas me recuso a recuar ainda. Eu não estou mentindo e eu me recuso a fugir. — Mais uma vez, eu não sei qual o seu jogo aqui é, mas é melhor sair da minha frente e sair desta cidade antes de se machucar. — eu engulo em seco quando eu recuo. — Charlotte, repita depois de mim, — manda Ike. Enquanto ele fala, eu grito para Sniper que agora está caminhando de volta para o meu carro para recuperar George. — O número um em nossa lista de palhaçadas foi mijar em um recipiente na cantina e fazer o Sgt. McForbe beber. — eu dou a Ike um olhar estreitado. — Isso é nojento, — eu digo. — Nós o odiávamos. — Ike dá de ombros antes de falar de novo, o qual eu repito para Sniper, que parou em seu caminho. — O número dois era ir para o Super Bowl juntos se os Steelers e Seahawks estavam jogando. E você tem um unicórnio rosa cagando um arco-íris em sua bunda! Meu olhar imediatamente empurra para Ike e eu lhe dou um olhar Que porra é essa? Ike ri. — Ele perdeu uma aposta e ele foi fodido. — Sério? — eu volto para Sniper, que está constantemente se aproximando. — Você tem um unicórnio rosa cagando um arco-íris em sua bunda? — Maldição, Ike, — ele resmunga. Quando seu olhar encontra o meu, seus olhos estão cheios de lágrimas. Assistindo a um homem como Sniper se tornar emocional é uma coisa linda. É como assistir a um bebê tomar sua primeira respiração. Você sabe que é raro e, por isso, é lindo. — Ele está realmente aqui? Ele pode me ouvir agora? ~ 120 ~

— Sim, — eu respondo e sorrio fracamente enquanto meus olhos vão para Ike. Seus olhos estão cheios de lágrimas também. Sniper cruza os braços maciços novamente. — Isto é fodidamente louco, — ele suspira. — Eu sei, — eu respondo com sinceridade. — Ike, cara, eu... Eu sinto muito, — ele se desculpa. Ike me diz quais as palavras dizer e as repito para Sniper. A conversa é emocional de ambos os lados e até eu começo a me sentir um pouco chorosa depois de um tempo, mas os dois dizem muitas coisas maravilhosas e amorosas um para o outro, coisas que só irmãos de guerra iriam entender. Quando os homens estão indo para o inferno juntos, eles acreditam que eles vão sair da mesma maneira e quando isso não acontece, quando um irmão chega em casa e o outro não, há uma culpa tão sufocante que você não pode respirar. Sniper vive com essa dor e através de mim, Ike lhe diz: — Não era a sua hora, irmão. Deus tem planos para você ainda. Viva para nós dois. E isso significaria o mundo para mim se você nos ajudasse a ajudar George para que eu possa descansar em paz. — quando Sniper chora, as emoções rolando dele são como fortes ondas quebrando sobre mim. Eu posso sentir o peso da culpa e tristeza que ele segurou desde a morte de Ike. Eles dizem algumas coisas mais, promessas de Ike que ele vai estar sempre olhando por Sniper e promessas de Sniper que ele vai sempre cuidar da família McDermott. E quando eles estão meio quietos, Sniper me arrasta em seus grandes braços e me abraça com força. — Eu sinto muito ter maltratado você, Char. Você não tem ideia do que isso significou para mim. Obrigado, — ele sussurra em meu ouvido quando sua respiração engata. Quando ele me libera, ele recua e esfrega o rosto com as duas mãos. Foi mais de um milhão de vezes que eu já comuniquei as palavras de um morto para um ente querido, mas desta vez, é bom de ouvir. Ike está calmo quando eu olho para ele, as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto e eu percebo que a gratidão de Sniper significa mais do que eu imaginava; ajudando Sniper, eu ajudei Ike. E mais do que tudo, eu quero ajudar Ike. — Acho que George não sabe sobre você estar vendo Ike e tudo isso, uma vez que ele age como um idiota com você. — Ele não está no controle direito da mente para realmente aceitar a verdade, — eu digo. — Então Ike lhe disse para derrubar Roger sobre George e Misty? ~ 121 ~

— Uh... — faço uma pausa e dou a Ike um olhar envergonhado. — Não exatamente. Eu meio que tomei essa iniciativa, sozinha. Ike quer que George pare de ver Misty porque ela o está fornecendo com drogas. — Essa moça é uma pequena prostituta com crack, não é? — Sniper bufa. — Eu pensei que com você estando aqui e eu ficando em estado de alerta, poderíamos evitar que George fosse ser ferido. Eu só queria que Roger... eu não sei... o assustasse, eu acho. — Bem, um bom chute no traseiro é provavelmente o que ele mais precisava. Você o leva para casa e vamos conversar mais amanhã. Eu vou ajudar de qualquer maneira que eu puder. — Sniper dá um tapinha no meu ombro quando ele olha em volta como se estivesse tentando pegar um vislumbre de Ike. — Eu te amo, cara, — diz ele, antes de caminhar em direção à porta dos fundos. — Você está bem? — pergunto a Ike que olha para mim. Quando seus olhos encontram os meus, raiva vibra neles. — Você poderia ter matado ele, — ele rosna. — Você disse que Roger não iria mata-lo, — eu argumento. — Você deveria ter me perguntado e eu poderia ter mantido um olho nas coisas antes que meu irmão se machucasse! — Olhe! — eu estalo. — Sinto muito, mas algo drástico tinha que acontecer. As pessoas nesta cidade veem George caindo e continuam entregando a ele a porra de uma muleta porque eles sentem pena dele, porque ele está sofrendo por você. Se eu vou ajudá-lo, para que eu possa te ajudar, ele precisa estar limpo, o que significa que ele precisava ter algum sentido sendo enfiado na cabeça dele. — Esta não era sua decisão para tomar. Eu ri amargamente para ele. — Oh. Eu vejo. Então, eu sou apenas um maldito fantoche para você? Você chama e eu simplesmente obedeço, é isso? — Ele é meu irmão! — Eu estou muito bem consciente de quem ele é, Ike! — grito. — E quem sou eu? Ele me olha fixamente um momento. — Quem é você? — ele pergunta confuso, como se ele não entendesse o que quero dizer. ~ 122 ~

— Eu sou a única pessoa aqui que é capaz e disposta de te ajudar, então pare de encher o meu saco! — eu saio pisando duro e vou em direção a minha caminhonete, deixando Ike para pensar.

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Capitulo Treze IKE Depois que Charlotte limpa George e remove a camisa ensanguentada, ela deixa ele no sofá, colocando um cobertor sobre ele. Eu estou louco como o inferno com ela por decidir isso e é melhor não falar ou eu posso dizer algo que vou me arrepender. Como ela pode ser tão imprudente com a vida dele? E se Roger tivesse puxado uma arma para ele? Depois que ela esfrega a casa toda, me ignorando enquanto ela trabalha, ela cochila na poltrona perto do sofá em torno de uma da manhã e eu simplesmente olho para ela. Talvez este fosse um enorme erro. Talvez eu estivesse errado por fazê-la me ajudar. Eu preciso dela para me ajudar a salvar George, não o matar. Outra hora passa e George começa a se mexer. Se sentando lentamente, ele coloca a mão em seu olho inchado, estremecendo quando ele faz. — Porra, — ele resmunga. Se levantando, ele chega a mesa do café, a mão mexendo em toda a superfície, congelando quando ele a encontra limpa. Charlotte se livrou de todo o lixo e até mesmo limpou a mesa com Windex9. Sua cabeça vira para a cadeira onde está Charlotte e ele salta para cima, gemendo quando suas costelas machucadas estão gritando dolorosamente. Claro, Charlotte não acorda com o som de sua agonia; ela poderia dormir através de um furacão. George tropeça na cozinha, rasgando a gaveta mais próxima da geladeira, procurando seu estoque, apenas para o encontrar vazio. Charlotte olhou todas as gavetas e armários, jogando fora qualquer coisa que ela encontrou. Ela ainda olhou na garagem. — Charlotte, — eu digo em voz alta quando eu assisto George se transformar em raiva e pânico. Ele quer suas drogas e ele sabe exatamente de quem é a culpa por não ser capaz de os ter. Ela não vacilou. George bate a gaveta fechada e abre o armário acima do fogão, onde ele mantém a sua bebida. E tudo foi derramado.

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Produto de limpeza. ~ 124 ~

— Charlotte! — eu grito e seus olhos quase não se abrem quando ela muda sua posição na poltrona. — Acorde agora! Ele está chateado! — George bate a porta do armário fechada e vai direto para ela. Charlotte se mexe como se alguém estivesse eletrocutando ela, atirando o olhar para George. Eu esperava ver o medo nos olhos dela, afinal, ele parece como que fosse mata-la, mas em vez disso, ela o encara. Ela quer sua ira. — Você está louca, porra? — pergunto quando ela luta para conter um sorriso nos lábios. — Que porra é essa que você fez? — ele grita quando ele pisa direito a ela, raiva reunindo em seu olho não inchado, os punhos cerrados ao lado do corpo. — O que você quer dizer, George? — pergunta ela calmamente, como se ele não estivesse praticamente respirando fogo em seu rosto. — Onde diabos está tudo? — Onde está o quê? — ela joga mudo. Ele dá um passo para trás e puxa seu cabelo como se ele estivesse tentando manter o controle. — Meu uísque, minha... — ele faz uma pausa. Ele sabe que ela sabe sobre as drogas, mas ele não pode sequer dizer isso. — Sua droga? — ela questiona. Sua cabeça se move, seu único olho olhando para ela. — Esta é a minha casa. Você não tem o direito de estar aqui brincando com minha merda! Charlotte dá de ombros com indiferença. — Eu fiz o que podia. Tinha que te trazer para casa depois que você teve o seu traseiro chutado pelo namorado de Misty. — Foi um mal-entendido, — ele resmunga. — Foi? — ela pergunta com sarcasmo. — Quero dizer, a cidade inteira sabe que você está dormindo com ela, mesmo que ela namora o traficante da cidade. — Bem, isso não é dá sua conta e com certeza não é da conta de qualquer um de vocês! Você me deve três centenas de dólares! — Eu não te devo uma merda! — Charlotte grita seus próprios punhos cerrados ao lado do corpo. — Eu estou tentando te ajudar. ~ 125 ~

George dá passos para traz, balançando a cabeça. — Eu não pedi sua ajuda, — diz ele com calma, mas a mordida ainda está lá. — Bem, você está recebendo ela de qualquer maneira. Você precisa disso. — O que você é? Algum tipo de um fodido mártir? Puxa, obrigado, Madre Teresa, mas eu estou bem. Você pode ir. — George vai para seu quarto e Charlotte fica olhando para ele. — Talvez você devesse ir, — eu digo, não querendo que ela o empurrasse mais. Ele não vai se segurar se ela o irritar mais. Então, o que eu vou fazer? — Não, — ela resmunga e vai atrás dele. — Merda, — eu gemo quando eu deslizo uma mão em meu rosto. Isto vai ficar feio. Eu me transformo para o quarto de George. Charlotte já está lá de pé em sua porta olhando para ele mexendo através de sua gaveta da cômoda antes de retirar um pequeno frasco de comprimidos. — Você está brincando comigo, né? — Charlotte geme. George se levanta e sacode a garrafa em seu rosto, as pílulas chocalham quando ele a empurra. — Você pode ficar e assistir ou você pode levar o seu rabo para fora da minha casa. Sua escolha. — ele diz para ela e ela revira os olhos. George se agacha lentamente por causa de seus ferimentos na frente da mesa de café e despeja uma pílula no vidro. Ele tira a minha foto do dia que eu me formei na base e começa a esmagar a pílula com ela. Os olhos de Charlotte quase saem de sua cabeça. — Que porra é essa? George bufa. — Oxy. — Você vai cheirar oxicodona? Você está brincando comigo? — ela grita. George não respondeu. Dando tapinhas nos bolsos, ele encontra sua carteira e tira sua licença e continua a quebrar a pílula com o cartão. Charlotte está de pé, o braço cruzado olhando para ele, incrédula. — Você quer um pouco? — George fala zombando, sabendo que ela não aceitará, quando ele puxa para fora uma nota de dólar e começa ~ 126 ~

a rolar para cima. Ela pode não perceber o que ele está fazendo, mas eu sim. Ele está tentando a assustar; a deixar ver o pior dele. — Não faça isso, George, — adverte Charlotte e até eu estou surpreso por seu tom. — Ou o que, Madre Teresa? — Eu vou dizer a sua mãe, — ela ameaça. George ri com altivez. — Ela nunca irá acreditar em você. Charlotte morde o lábio quando George se abaixa para cheirar sua primeira linha. Em uma corrida, ela se joga em cima da mesa e a poeira da pílula voa por toda parte se dividindo em mil pedaços minúsculos. — Que porra é essa? — George grita enquanto ela pula para cima, resíduo branco e vidro preto cobrindo o Ike e George de sua camiseta, sua expressão dura com raiva. — Dê o fora da minha casa!— George rosna. Pegando a foto que George está usado para esmagar a pílula do chão, ela grita: — O que Ike diria se ele pudesse te ver agora? — ela empurra a foto em seu rosto. George congela. — Sério, Charlotte? — murmuro. — Isso já foi longe demais. Você deve ir, — eu incentivo. A expressão de George é ilegível e como seu irmão gêmeo que sabe tudo sobre ele, isso me preocupa. Eu não tenho certeza do que ele é capaz de fazer agora. George olha lentamente para ela e deixa cair à nota de dólar, puxando a moldura da imagem de sua mão e a jogando no sofá atrás dele. Com seus ferimentos, ele leva um minuto para ficar totalmente em pé e Charlotte aperta sua mandíbula. — Saia! — ele ruge. — Saia da minha casa, porra! O quarto fica em silêncio, pois ambos respiraram pesadamente. Os olhos de Charlotte se deslocam para o frasco de comprimido que está do lado no meio da mesa, apenas destruída e eu posso praticamente ler sua mente. — Não, — eu aviso, mas é tarde demais. Ela se lançou para a mesa, agarrou o frasco e correu para o banheiro. George, mesmo em sua dor, consegue a alcançar rapidamente, a amaldiçoando quando ele se move, mas o tempo que ele leva para chegar ao banheiro do hall, o ~ 127 ~

frasco já está esvaziando. Seus olhos estão fixos no vaso sanitário quando a água gira ao redor e as pílulas rodam com ela. George está na porta, sem camisa, todos os músculos do seu corpo rígidos. Sua raiva rola dele com pulsante calor quando ele olha para ela em descrença. Estou um pouco assustado também. Ela é uma mulher muito drástica. Nem mesmo eu poderia ter previsto que ela faria algo assim. Quando ela levanta a cabeça, ela torce a tampa do frasco de comprimidos e se aproxima dele na porta. Ela não está sorrindo, mas não há definitivamente nenhum pedido de desculpas em seus olhos. Pressionando o frasco contra o peito dele, ela o olha diretamente nos olhos e sem um pouco de medo, diz: — Aqui. Eu vou sair agora. Me perdoe por tudo. — ela libera o frasco de comprimido que George não tenta pegar, o deixando cair no chão. Passando por ele, ela caminha calmamente para a sala, mas antes que ela atinja a entrada, George pega seu braço e a empurra ao redor. Seus olhos se arregalam ligeiramente antes de retornar à sua calma habitual. Eu nunca vi George com tanta raiva e eu sei que ele nunca bateria numa mulher, mas até mesmo eu estou preocupado de que eu poderia estar errado sobre isso, a julgar pelo olhar em seu rosto. Com os punhos apertados ao seu lado, ele pisa em direção a ela. — Você aparece na cidade e eu lhe dou um emprego. Você vem para minha casa e joga fora a minha bebida e drogas. Chateado como eu estou, eu poderia ser capaz de te perdoar por essa merda, embora eu provavelmente vá disparar sua bunda amanhã. Mas não se atreva a agir como se você soubesse alguma merda sobre meu irmão e o que eu estou passando. — depois de tudo o que foi dito e feito esta noite, eu estou surpreso, pois parece que ele está mais chateado é de seu uso de minha memória para influenciá-lo. — E por que isso? — Charlotte grita com raiva enquanto ela empurra seu peito, raiva transbordando em seus olhos. Puta merda! Por que ela está tão chateada de repente? Ela foi à definição da calma alguns momentos atrás. — Porque você é o único que perdeu alguém? — ela empurra o peito dele com mais força e ele estremece. — Porque você é o único que desejou que tudo acabasse? — novamente, ela empurra, desta vez fazendo contato com o seu braço, com força e George tropeça para trás, surpreso com sua agressividade. — As drogas. A bebida. Você está se escondendo nisso, George, Ike estaria destruído se ele pudesse te ver agora mesmo!

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Ela balança o braço para o esbofetear, mas em um flash, George a agarra pelos braços e a joga contra a parede. — Você não me conhece e você não sabe nada sobre Ike, então vá se foder, Charlotte! Como diabos você sai dizendo essa merda para mim? — Porque eu sei quem é você! — ela grita quando ela luta para se libertar de suas garras enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto. — Eu sei que você gostaria que tivesse sido você que morreu e ele tivesse ficado. Você acha que ele era melhor, aquele que sempre soube o que fazer, ou dizer e agora que ele se foi, você se sente como se ninguém nunca vai conhecer você como ele fez! — ela respira fundo quando os tremores de seu corpo param por um momento, se apoiando fortemente à parede, os lábios trêmulos. O aperto de George permanece firme em seus braços, mas sua expressão suaviza um pouco quando seu peito arfa com cada respiração irregular que ele leva. Ele está machucado desde que Roger e seu irmão lhe bateram e seu cansaço é evidente. Engolindo em seco, ele pergunta: — E como você sabe disso, Charlotte? — Por que... — ela balança a cabeça e empurra, tentando se libertar de suas garras. — Pare! — ele ordena, a pressionando contra a parede. — Porra, — ela soluça e o bate com os joelhos na virilha. Quando ele balança com dor, Charlotte se mexe para escapar, mas George a agarra e eles caem no chão juntos, os dois gemendo. Ela luta e chuta, mas George rasteja acima de seu corpo e a monta, prendendo seus braços para os lados. — Me diga como você sabe disso, — ele sussurra. Charlotte para de lutar com ele, percebendo que ele é muito mais forte do que ela. Seu peito se ergue para cima e para baixo enquanto ela tenta recuperar o fôlego. — Me diga, — George repete. — Porque eu me vejo em você, — ela rosna com os dentes cerrados, como se ela o odiasse por fazê-la admitir. — Toda vez que eu olho em seus olhos tristes e castanhos, vejo o meu próprio desespero olhando para mim. Você acha que porque eu não cresci nesta pequena cidade de merda que eu não posso te conhecer? Bem, você está errado. Eu te conheço melhor do que ninguém aqui. Talvez melhor do que seu irmão. — Charlotte, — eu sussurro. — Onde é que isto vai? O que você está fazendo? — ela me ignora quando seu olhar foca em George. É ~ 129 ~

como se eles estivessem vendo algo que eu não e não tenho certeza se é porque eu estou morto ou porque não estou sabendo o que é. George suspira. — Quem foi? — Meu irmão, Axel, — diz ela, em voz baixa. — Seis anos atrás. Como é que eu não ouvi sobre seu irmão? Eu deveria ter perguntado. Eu deveria ter perguntado sobre a vida dela, mas eu estava muito preso na preocupação de George. Como eu pude ser tão estúpido para pensar que um emprego e um lugar para dormir eram todas as respostas para seus problemas? Eles estão ambos em barcos com vazamento e eu a pedi para se jogar em George e ajudar a sair desse barco, enquanto seu barco afunda de forma constante. — Como isso aconteceu? Charlotte engole em seco, o pensamento fazendo lágrimas escorrerem por seu rosto. — Acidente de moto. Nós dois estávamos montando. Ele morreu. Eu não, — ela responde mecanicamente. Os olhos de George se fecharam quando realização passou sobre ele. — O pânico que te atacou o outro dia... — ele sussurra. Tudo faz sentido agora. — Merda, — diz ele, em voz baixa. — Eu sinto muito. — George libera seus braços e rola de cima dela. Eles deitam lado a lado olhando para o teto, ambos ainda respirando pesadamente. — Ike estava no Afeganistão. IED. — Anna me disse. — Charlotte responde quando ela enxuga o rosto dela. — Eu sinto muito, — acrescenta ela quando seu olhar se move para mim brevemente. E eu acredito nela. Ela está genuinamente chateada com a minha passagem. Quando nossos olhos bloqueiam por aquele breve momento, eu finalmente vejo o que ela descreveu à George. Eu vejo seu desespero, sua mágoa e eu me odeio por não ter visto isso antes. Eu a encontrei em um momento crucial, uma época em que ela estava escolhendo o desconhecido para escapar deste mundo. Eu sabia que havia dor, mas não assim. Como eu poderia ter sido tão sem sentido? Depois de alguns momentos, George se levanta, estendendo a mão para ajudar Charlotte. Quando ela está em seus pés, ela enxuga o rosto dela mais uma vez, correndo os dedos debaixo de seus olhos para limpar qualquer rímel manchado. — Depois de uma briga como esta. eu poderia apreciar uma bebida, — ele ri. — Pena que alguma idiota veio aqui e jogou tudo fora. — ele está tentando brincar com ela; aliviar o clima. ~ 130 ~

Charlotte sorri fracamente. — Eu não vou interferir novamente, George. — com isso, ela pega as chaves da mesa ao lado do sofá e abre a porta da frente. — Espere! — George praticamente grita. — Onde você está indo? — Eu vou voltar para o meu quarto de motel para dormir. Eu estou indo embora amanhã. — O quê? — George e eu falamos em uníssono. — Eu espero que você consiga descobrir o que procura, George. — com isso, ela fecha a porta, deixando George e eu com o sentimento perdido. Pensando, George passa a mão pelos cabelos, seus olhos cerrados. Ele tem que saber que ele está realmente fodido quando se trata de Charlotte. Depois de um momento, ele abre os olhos e pega a minha foto do sofá. — O que eu faço Ike? — Vá atrás dela, seu idiota! — eu grito, mas é claro, ele não pode me ouvir.

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Capitulo Catorze CHARLOTTE Enquanto eu dirijo de volta para o motel, as lágrimas caem livremente. Revelando minha dor para George e Ike era como descascar a minha pele e expor minhas entranhas. Tem sido assim por muito tempo desde que eu deixei a memória de meu irmão e sua morte prematura me destruírem assim. Nunca tive a intenção de dizer a George ou Ike sobre Axel, pelo menos não quão destruída sua morte me deixou. Parando no estacionamento do motel, eu coloquei a caminhonete no lugar e corri para dentro, esperando que Ginger não fosse me ver neste estado. Está escuro lá fora, então é improvável, mais é duas da manhã e eu me apresso de qualquer maneira, apenas no caso de qualquer coisa. Uma vez lá dentro, eu acendo a luz e quase salto para fora da minha pele quando a primeira coisa que eu vejo é Ike. Sei que ele está desapontado comigo. Eu deixei o seu irmão. Eu estou indo embora amanhã sem o ajudar a resolver o seu negócio inacabado. — Eu sinto muito, Ike, — eu digo com a voz rouca. Seus olhos castanhos amolecem e ele passa a mão sobre seu cabelo, como ele faz um monte de vezes e suspira. — Por que você não me disse? — Porque é difícil dizer, — eu respondo honestamente. — Eu gostaria que você me falasse agora. Por favor. — seu olhar encontra o meu e ele atinge uma mão para cima, como se ele quisesse enxugar as lágrimas do meu rosto, mas sua mão para no ar e ele a puxa de volta lentamente, percebendo que ele não pode. Eu rapidamente limpo a minha cara e deixo o meu olhar cair no chão. Eu odeio que ele não pode me tocar agora. Um abraço, um toque dele, seria incrível. Tem sido assim por muito tempo desde que alguém, qualquer um, me segurou, me deu algum tipo de reconfortante contato físico. Talvez eu seja parcialmente responsável por isso; eu não tenho exatamente me feito disponível. Mas agora, eu daria qualquer coisa para sentir o toque de Ike. E tão fodido quanto parece, eu adoraria sentir George também. Os irmãos são tão diferentes, opostos polares na verdade, que ~ 132 ~

eu me encontro atraída por cada um deles por razões diferentes. Um deles é tão forte e responsável; tanto que nem mesmo a morte pode o impedir de cuidar daqueles que ele ama. O outro, quebrado e perdido o tempo todo desejando poder voltar no tempo, mas utilizando qualquer método que esquecer a lembrança do outro. Em George, vejo eu mesma e meu desejo de salvá-lo tem muito a ver com querer me salvar, eu reconheço; como se o puxando para fora do buraco negro em que ele está afundando, talvez eu tenha uma chance de sobreviver neste inferno que eu vivo há seis anos. Em Ike, eu vejo esperança. Eu vejo que talvez com amor suficiente, ser salvo é possível. Antes que eu possa responder a Ike, há uma batida na porta e eu tenho um sentimento que eu sei quem é. Eu a abro e vejo George, o olho inchado e lábio rebentado dolorosamente em exibição, seu antebraço encostado ao batente da porta. Ele não espera para que eu o convide, ele só empurra além de mim, me forçando para trás e fecha a porta atrás de si. Nós estamos enfrentando um ao outro e nossos olhares se encontram. Eu detesto a menina fraca e patética que eu estou agora. Tudo o que eu quero fazer é gritar e soluçar. Há um ditado que diz que a miséria adora companhia e é verdade. Pelo menos para mim, é. George é um reflexo de todo sentimento horrível que eu tenho e mesmo que os momentos que compartilhamos juntos têm, na sua maior parte, sido tudo menos agradável, estar com ele é como se estivesse com alguém que me entende. Ele olha para mim com o olho bom e sua boca sobe no canto. Antes que eu saiba, ele está enxugando minhas lágrimas. E quando eu pressiono o meu rosto em sua mão, ele coloca o seu braço em volta de mim e me puxa para ele. Meus braços finos envolvem em torno de seu torso, lhe fazendo um chiar, então eu solto imediatamente os meus braços, percebendo o dano em suas costelas, mas ele me pressiona para ele. — Não pare, — ele ordena então eu fortaleço meu aperto e pressiono a testa em seu peito. Minutos, horas, eu não sei, o tempo passa e nós nos abraçamos. Não é íntimo ou sexual; é o conforto em encontrar alguém que finalmente entende. Quando finalmente nos afastamos um do outro, eu faço uma varredura no quarto e não vejo Ike em qualquer lugar. Meu coração dói um pouco. Ele queria me confortar deste jeito e não podia. — Não vá, Charlotte. — George quebra o silêncio. — Eu sei que tenho sido um idiota. Eu só estou realmente fodido, mas eu acho que você deve ficar. — ele passa a mão pelo cabelo desgrenhado e ~ 133 ~

suspira. — Eu acho que se você fizer isso, nós poderíamos ser bons amigos e para dizer a verdade, eu realmente preciso de um. Eu lambo meus lábios secos. — Eu vou ficar, se você me prometer uma coisa. Ele bufa. — O que é? — Sem drogas. Eu quero dizer isso, George. Nada. Ele engole em seco e acena com a cabeça uma vez. — Ok.

Me foi dado o dia de folga, vantagens de ser amiga de seu chefe, eu acho, então eu dormi. Pouco depois de acordar, eu me vesti e fui direto ao escritório principal para buscar instruções de Ginger. Ninguém além de mim foi hospedada no motel na noite passada, mas eu voluntariamente fiz uma limpeza completa dos quartos, concordando em fazer três hoje. Esperemos que na próxima semana, quando as coisas ficarão confusas, que todos os quartos estejam ótimos e prontos. Ginger parece delirar e depois que ela me mostra onde encontrar o carrinho com o material de limpeza, ela me envia no meu caminho. Sinceramente, eu sou grata por qualquer coisa para me manter ocupada e minha mente fora dos acontecimentos de ontem à noite. George me deixou logo após o nosso acordo. Nós dois estamos nos aventurando em águas desconhecidas. Nenhum de nós realmente sabe como essa amizade é suposto funcionar, mas nós dois concordamos em tentar. Ike nunca mais voltou ontem à noite e eu estou preocupada. Eu imagino que ele ainda está chateado comigo por deixar a carta para Roger. Eu entendo por que ele se sente assim; seu irmão apanhou pra caralho. Claro que ele está com raiva de mim. Depois que eu termino de limpar, eu volto para o meu quarto e me preparo para tomar banho. Assim quando eu pego minha roupa, uma batida soa na minha porta. Envolvendo uma toalha em volta de mim, abro a porta e encontro George com um olho inchado e um sorriso no rosto. Ele está segurando um saco de papel marrom com manchas de graxa.

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Seu olho bom vai aumenta com a visão de mim na minha toalha. — Oi, — ele finalmente consegue falar depois de engolir em seco. — Olá, — eu digo quando o calor se arrasta até meu pescoço e cobre meu rosto. Puxando minha toalha um pouco mais apertada em torno de mim, eu limpo minha garganta. — Você sempre atende a porta sem perguntar quem é em nada além de uma toalha? — ele me repreende. — É bom ver você, também, George, — eu resmungo. — O que posso fazer para você? — Eu trouxe o almoço para a milady, — George finalmente consegue dizer. — Pensei que eu devia a minha nova amiga um obrigado. Meu coração se sente pesado no meu peito. Eu nunca teria esperado um gesto tão doce dele. — Fantástico. Estou morrendo de fome. — eu abro a porta para o deixo entrar, mas ele recua. — Eu vou esperar aqui fora enquanto você se veste. Talvez pudéssemos fazer um piquenique. Eu conheço um lugar incrível. — Ok. Eu preciso de apenas alguns minutos, — eu digo a ele assim que eu fecho a porta. Escorregando no meu último par de calcinhas limpas, eu rapidamente me visto com calças jeans sujas e uma camisa antes de pegar meu casaco na cadeira perto da porta. Me trocando em meu jeans apertado e, camiseta cinzenta, eu percebo que não tomei banho hoje. Eu não me incomodo em me verificar no espelho. Eu sei que eu pareço o inferno. — Eu não tomei banho hoje, então peço desculpas se eu estou fedendo. — Eu estava me perguntando o que era esse mau cheiro, — ele brinca quando eu fecho a porta e nós seguimos em direção ao seu Bronco. É suspenso, turbinado e pintado de vermelho. — Você é hilário, — respondo. — Passeio na banheiro. O que faz esta coisa fazer cinco milhas por galão? Ele ri e minha barriga aperta. Ele tem um incrível riso. Seu riso é como o barulho de uma arma disparando; é surpreendente e me deixa atordoada e um pouco no limite. Ele abre a porta do lado do passageiro e me ajuda a subir com as mãos segurando meus quadris suavemente e me levantando. Eu não posso ignorar o arrepio que viaja através de mim quando ele me toca. Eu queria poder controlar a reação que o meu

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corpo tem sempre que ele me toca, mas eu não posso. Só espero que não seja óbvio para ele. — Esse é o meu primeiro carro e de Ike. Levou nossas economias de uma vida conjunta, mas estávamos com dezesseis anos e com um carro de bad boys na escola. Sorrindo para o pensamento, eu olho em volta para Ike, mas ele ainda está longe de ser visto. Eu franzo a testa ligeiramente nessa realização. Eu odeio não o sentir perto. George nos leva até a montanha e puxa em uma área arborizada cerca de dez minutos de distância. O tempo todo ele aponta casas e me diz quem vive lá e como ele os conhece. Aparentemente, ele conhece cada pessoa nesta maldita cidade, porque não passa uma casa ou fazenda onde ele não identifica a família que vive lá. As estradas são íngremes e se eu olhar à minha direita, há uma queda para baixo da montanha. Uma curva ruim ou desvio e nós batemos à nossa morte. Quando seu Bronco cambaleia sobre o terreno áspero, eu pergunto: — Você me trouxe aqui para me matar? — Eu acho que eu pensei sobre isso uma vez na última noite quando eu percebi que você despejou tudo, — ele responde com um sorriso. — Como você está se sentindo? Todos os sintomas? — Ainda não, mas provavelmente ficará mais difícil esta noite ou amanhã. Mas eu tenho que trabalhar nisso, talvez trabalhar uma distração. A menos que você gostaria de entrar hoje à noite e me distrair. — ele pisca. — Tenho certeza que você poderia encontrar algumas maneiras de me irritar. — É verdade, — eu admito antes de furar minha língua para ele. Não é muito difícil eu deixar George louco. — Por mais tentador que pareça, eu tenho planos. — Você tem? — ele diz, com o cenho franzido. — Jantar com os Mercers, na verdade, — eu esclareço quando eu mexo através de minha bolsa e pego meu protetor labial.

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À medida que saímos de sua caminhonete, penso que ele está certo sobre ser capaz de se distrair dos sintomas de sua abstinência, mas eu tenho um sentimento que vai ser pior do que ele pensa. Puxando um cobertor por trás de seu assento, ele o coloca no chão e nos sentamos no centro de uma clareira na mata. As folhas começaram a mudar e um belo arranjo de amarelo, laranja, vermelho beija as folhas ligeiramente. — Onde estamos? — pergunto quando podemos sentar e George puxa hambúrgueres embrulhados em papel. — Esta é a terra do meu pai. Eu venho acampar aqui às vezes. — É lindo, — eu noto quando rasgo e abro o meu hambúrguer. — Muito tranquilo. Eu amo a cor das folhas. — Basta esperar até a próxima semana ou duas. Vai ficar tudo colorido demais. As coisas vão ficar muito corridas por aqui, começando por volta do final da próxima semana. Tomando uma mordida enorme de seu hambúrguer, ele olha para cima e mastiga uma expressão pensativa no rosto. — Ike e eu costumávamos vir muito aqui. — eu olho em volta para Ike, mas ele ainda está longe de ser visto. Onde ele está? — Nós trazíamos as meninas aqui também, — diz George com um leve sorriso. — Nós éramos rapazes realmente elegantes. — Oh, — eu finjo insulto. — E aqui eu pensei que eu era especial, — eu brinco. — Eu sou apenas uma de muitas. — Nós estávamos no colégio e onde mais um adolescente deveria trazer uma menina com um pouco de privacidade por aqui? Era isso ou um celeiro. Era aqui que a gente se escondia. — É isso que você está fazendo? — eu não posso evitar a pergunta. — Me escondendo ou nos escondendo da cidade? — Por que eu iria esconder a nossa amizade? — Talvez Misty fosse ficar chateada se soubesse? Ele toma outro pedaço de seu hambúrguer e mastiga devagar e me pergunto se ele está ganhando algum tempo antes dele responder. Finalmente, depois que ele engole e chupa um pouco de ketchup de seu polegar, ele diz: — Eu sei que eu pareço muito patético para você. Minha cabeça eleva ligeiramente. Isso não é de todo o que eu penso. — Não. Não por isso, — eu digo a ele. ~ 137 ~

— Eu quero dizer, sair com uma garota que é comprometida e as drogas. Elas não são coisas que eu me orgulho. — seu olhar permanece fora em algum lugar. Ele tem vergonha. — Todos nós lidamos de forma diferente, — eu admito. Eu sou a última pessoa no mundo que podia julgar George. Claro, ele está fazendo algumas coisas que eu acho ruins, mas eu estava prestes a me matar há alguns dias, então quem sou eu para dizer alguma coisa? Pelo menos ele estava tentando sobreviver a sua dor, eu estava pronta para acabar com ela. Talvez eu não seja a mais forte como eu pensava. — A coisa entre Misty e eu simplesmente aconteceu e parece ter uma bola de neve lá. Mas nós não estamos juntos... nós somos apenas amigos. — Mas você ainda não queria que ela nos visse juntos, certo? — ele inclina a cabeça para o lado, me dando um olhar que diz que ele está perplexo com a minha pergunta. — Você quer ser vista comigo, Charlotte? — ele pergunta seriamente e minha testa enruga em confusão com sua pergunta. — O que você quer dizer? — pergunto antes de morder a minha comida. — Eu apenas pensei que talvez você não quisesse que os outros te vissem comigo. Aparentemente, não é nenhum segredo que eu tenho visto Misty e com o seu conhecimento sobre as drogas e tudo... Além disso, eu pareço como se eu tivesse sido espancado com um bastão. Lambendo meus lábios, eu balanço minha cabeça. — Você acha que eu teria vergonha de ser vista com você? — Bem, não ficaria? Me inclinando para frente, eu coloco minha mão em sua perna. Ele fica quieto enquanto seu olhar se move ao meu lado. — Você é meu amigo agora, George. Eu não tenho vergonha disso. Quando seus olhos encontram os meus novamente, sua boca curva de um lado. — Sim. Você é muito sortuda por me ter como amigo, — ele ri. Revirando os olhos, eu tomo outra mordida do meu hambúrguer. Quando eu termino de mastigar, eu pergunto: — Então, o que inferno as pessoas fazem por aqui para se divertir?

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— Você quer dizer que não seja assistir danças épicas no salão de dança? — ele brinca. — Sim, — eu rio. — Além disso. — Caçar, simplesmente.

pescar,

caminhar

e

beber,



ele

responde

— Soa fascinante, — eu fungo, mas em algum nível, isso soa maravilhoso. Parece pacífico e não é isso que eu queria mais do que qualquer coisa nos últimos anos? — Bem, não é para todos, — observa George. — Mas é em casa. Por que eu não te levo em uma excursão de um dia? — Oh meu, — eu digo, no meu melhor sotaque sulista, colocando a mão no meu peito. — Vou ganhar o grande tour com George McDermott. É o meu dia de sorte. — Sim, bem, você está crescendo em mim. Como uma espécie de fungo. — Você realmente sabe como fazer uma garota se sentir especial, George, — eu respondo, jogando meu invólucro amassado para ele. — Esse burger foi incrível, mas eu provavelmente ganhei mil calorias por comer ele. — Você poderia ganhar algumas curvas, — observou ele antes de empurrar o resto do seu hambúrguer em sua boca. — Bem, eu acho que só ganharia uma terceira nádega. — Deus, eu espero que não, porque sua bunda é perfeita, — diz ele com um sorriso diabólico no rosto. Calor rasteja até meu pescoço e no meu rosto, fazendo com que minhas bochechas avermelhem. — Eu estou processando você por assédio sexual, — eu brinco e olho para o céu. Ele ri um riso genuíno e meu peito aperta. Porra. Eu realmente gosto de sua risada. Olhando para mim, ele se inclina para frente. — Você tem algo aqui... — seu polegar escorrega no canto da boca, limpando uma mancha de ketchup. Lambendo de seu polegar, ele sorri. — Ketchup da sorte. Calor, mais uma vez, inflama meu rosto enquanto eu jogo meus olhos longe dele. Por que isso é tão quente? George se deita ao meu lado e quando o seu braço repousa contra o meu, formigamento sobe através ~ 139 ~

de mim novamente. Eu não deveria estar reagindo desta forma para ele. Eu só estou destinada a o ajudar de modo que Ike pode descansar, para não mencionar os sentimentos que eu desenvolvi por Ike. Eu estou seriamente confusa na cabeça. Quero dizer, que tipo de pessoa desenvolve uma paixão por dois irmãos e além disso por um morto? Mas eu não posso negar que estou atraída pelos gêmeos McDermott. Em Ike, eu imploro seu calor e bom coração. Em George, eu imploro sua semelhança, o entendimento que compartilhamos. Olhando em volta para Ike mais uma vez, não o vejo e eu tento relaxar, mesmo que eu esteja preocupada com seu sumiço. George e eu caímos em uma conversa fácil. Nós compartilhamos histórias sobre nossas infâncias, nossos irmãos e George me preenche com fofocas da cidade, o que é triste. Ver Misty e apanhar por Roger é a coisa mais dramática para acontecer em Warm Springs em anos. Quando ele me leva de volta ao motel, paramos sem jeito na minha porta. — Obrigada por me atender hoje e eu sinto muito por ter sido um idiota ontem a noite... bem, todos os dias desde que nos conhecemos. Eu ri. — Eu estou contente que nós somos amigos agora, George. — e é verdade. Ele é um cara bom, uma vez que ele deixa seu lado protetor abaixar, o pensamento de sermos verdadeiros amigos ferve na minha mente. Eu estou mentindo para ele sobre tudo; sobre quem eu sou e como cheguei aqui. Quando a verdade vier à tona, não vai ser bonito. Outro segundo estranho desliza por ele antes de se inclinar para mim, fazendo minha respiração engatar. Será que ele vai me beijar? Oh Deus, não... mas sim. Eu quero que ele faça? Eu acho que eu quero. Lambendo meus lábios, eu me preparo para a sua boca encontrar a minha, fechando meus olhos. Mas quando sua boca quente escova suavemente meu rosto, meus olhos se abrem, embaraço me inundando. Será que ele viu o óbvio que eu o queria beijar? Estou mortificada. Os cantos de sua boca estão virados para cima enquanto ele recua e eu sei que ele está rindo de mim no interior. Eu parecia óbvia. Filho da puta. — Ainda não, Charlotte, mas em breve, — diz ele, enfiando as mãos nos bolsos. Ele está dizendo que ele planeja me beijar em breve? Isso tem que ser o que ele quer dizer. Antes que eu possa falar e perguntar o que significava, ele se vira para sair, dizendo por cima do ombro, — Vejo você amanhã, Charlotte. — em seguida, ele sobe em seu Bronco e vai embora. ~ 140 ~

Ainda não há nenhum sinal de Ike quando eu entro no meu quarto e culpa desliza através de mim. Ele realmente está com raiva de mim. Merda. Meu coração dói no pensamento. Eu só quero ajudá-lo, ajudando George. Eu deveria ter dito a ele o meu plano. Ele tem razão. George poderia ter sido realmente machucado. Merda. Ele ficou ferido. Com algumas horas para matar e ninguém para conversar, eu decidi tirar um cochilo antes de ir para casa dos Mercer’s para o jantar. Mas o meu sono é insatisfatório. É o tipo de sono em que você sonha de forma tão vívida que parece que você nunca dormiu mais que uma piscadela. Não me lembro de todo o sonho, mas o que eu me lembro é George andando até mim, seus olhos escuros com fome e desejo. Meu corpo reagiu instantaneamente; minha respiração saindo rápida, meus mamilos sensíveis e endurecidos, umidade entre minhas pernas me cobrindo e calor em toda parte enquanto seu olhar permanecia em mim. Quando ele sussurrou, — Charlotte, — e me puxou para perto e eu choraminguei. Sim, choraminguei. E quando seus lábios encontraram os meus, algo em mim acendeu. Seu corpo pressionou ao meu, seus braços me segurando perto quando eu enfiei os dedos em seus cabelos e corri minhas mãos por suas costas. Mas quando ele se afastou, tudo chegou a um impasse. Era Ike olhando para mim, sorrindo dessa da forma que faz meu interior se desfazer. E então, eu acordei. Mesmo que fosse apenas um sonho, minha boca parecia inchada, como se o beijo fosse real. Tocando meus dedos em meus lábios, eu os toquei suavemente. — Oi, — diz Ike e eu suspiro, sacudindo na cama. — Cara, você tem que parar de aprontar comigo assim. Você me assustou pra caramba. — Desculpe, — ele responde e sorri levemente. Ele está sentado na cadeira, cotovelos apoiados nos joelhos, os dedos atados diante dele. — Onde você estava? — eu puxo as pernas para cima e me sento. — Por quê? Você sentiu minha falta? — ele sobe as sobrancelhas e eu bufo. — Eu estava preocupada que você ainda estava chateado comigo. Você sabe. Por eu deixar essa carta para Roger. Sinto muito, Ike. Eu deveria ter te contado antes de fazer isso. ~ 141 ~

Ike suspira e esfrega a mão sobre a cabeça, o tag tilintando quando ele se move, se curvando para trás em sua cadeira. — Eu não estou bravo. Parece que isso funcionou. Eu estou mais puto comigo mesmo. — Por quê? — eu questiono. — Porque eu nunca perguntei sobre a sua história. Eu nunca perguntei o que você passou. Eu sou um idiota por te pedir para ajudar George quando você está passando por tantas coisas você mesma. Eu brinco com a borda de uma fronha, sacudindo o material entre meus dedos. Minha história é tão deprimente... eu não tenho certeza se quero te dizer. — Eu gostaria de saber, Charlotte. Me conte. Por favor. — quando eu olho para cima, eu encontro o seu olhar e aceno. — Bem... — eu começo e solto uma espécie de grunhido. — Onde diabos eu começo? — Eu quero saber tudo, — ele responde e eu tomo uma respiração profunda. — Bem... Eu cresci em Jackson County em Oklahoma. Minha mãe é uma professora da escola, ela trabalha em educação especial, — acrescento eu, — e meu pai é um representante farmacêutico para uma empresa chamada Lincoln. E eu tinha um irmão mais velho, Axel. — eu quase sufoco quando eu digo o nome dele. Eu raramente tenho dito isso em voz alta em anos e eu esqueci a emoção que falar seu nome evoca em mim. — Ele era três anos mais velho do que eu, — eu finalmente falo. — Nós não éramos gêmeos, mas estávamos perto disso. Eu não acho que ninguém chorou mais do que eu quando ele foi para a faculdade, — eu ri e encontrei o olhar de Ike. — Eu suponho que eu estava mais encantada com meu irmão mais velho do que ele estava comigo. Eu o vi como meu confidente, meu melhor amigo e ele me via como sua irmãzinha que ele tinha que proteger de tudo. Mas ele não era arrogante ou qualquer coisa. Eu acho que ele sabia que se ele tentasse me dizer o que fazer, eu iria parar de confiar nele. Ele era inteligente dessa maneira. — eu me alongo antes de me mudar para a cômoda onde eu tenho uma meia garrafa de água, tomando um grande gole antes de continuar. — Então, é claro, quando me formei, não havia nenhuma outra faculdade que eu queria ir que não aquela que ele estava. Eu não tenho certeza de como ele se sentia sobre isso, mas ele nunca me disse nada ~ 142 ~

para dissuadir, assim lá fui eu. Seis anos atrás eu era uma caloura na Universidade Estadual de Oklahoma. No início do segundo semestre, eu havia ingressado em uma fraternidade e fiz alguns amigos. Eu saia com Axel cada chance que eu podia, mas sua fraternidade o mantinha ocupado. Uma noite, eu estava neste mixer, um misturador de tintas, — eu ri com tristeza. — Bebendo até onde não podia mais e coberta da cabeça aos pés em tinta fluorescente que os meninos de várias universidades tinham graciosamente esfregado em cima de mim. — Bastardos sortudos, — Ike entra na conversa com um sorriso. — Havia uma garota, Melissa, eu era amiga dela e ela tinha uma grande paixão por Axel. Em algum lugar ao longo da noite, ela conseguiu pegar meu celular e tirar uma foto de mim dançando, imprensado entre dois sujeitos e mandou uma mensagem para Axel. Ike bufa uma risadinha. — Me deixe adivinhar. Axel apareceu? — Sim. Mas ele não tentou me arrastar para fora ou qualquer coisa. Descobri mais tarde que qualquer cara que viu falando comigo teve uma ameaça muito severa para permanecer dois passos longe de mim em todos os momentos, — eu ri. — Eu não conseguia entender por que os caras começaram a me evitar. — eu saboreei a minha água de novo, minha mão tremia quando eu levei a garrafa na minha boca. — Então, eventualmente, eu fiquei entediada e lhe pedi para me levar para casa. Ele montou esta Harley, gastou suas economias da vida para a obter. Ele só a tinha há um ano e a compra definitivamente causou um rombo entre ele e os meus pais. Mas Axel era... — meu olhar se move para o teto enquanto eu procuro a melhor maneira de descrevê-lo. — Ele era leal e sem falha, um bom filho. Ele tinha sempre boas notas, jogava futebol, era perfeito. Ele raramente ia contra a corrente e quando meus pais ameaçaram parar de pagar sua taxa de matrícula, fiquei surpresa que ele não se mexeu. Ele amava a moto. Eu volto para a cama e me sento com as pernas cruzadas novamente, agarrando e torcendo meu cabelo em um coque bagunçado. — Ele me deu seu capacete para usar naquela noite. Menos de dois quilômetros do meu dormitório, um bêbado virou à esquerda na nossa frente e nós batemos indo a 80 quilômetros por hora. Quando eu acordei, eu estava em uma ambulância, os paramédicos falando comigo e Axel estava ao meu lado, incólume, olhando para mim. Eu poderia dizer que eu estava em má forma pelo olhar em seu rosto. Faço uma pausa, desejando não lembrar. — Segure firme, Char. Tudo vai ficar bem, — ele disse. Lágrimas se reuniram em meus ~ 143 ~

olhos enquanto eu me lembro dele, a forma como a sua voz tremeu quando ele falou comigo. — Eu fiquei inconsciente. Eu tinha quebrado minhas costelas e minha perna direita. Eu tive algum inchaço no meu cérebro, mesmo que eu estava usando um capacete e eles me colocaram em coma induzido até que o inchaço diminuiu. Quando finalmente voltei a mim, meus pais estavam aliviados e chorando. Eu estava realmente atordoada e cansada, mas quando vi Axel sorrindo para mim, eu pensei que tudo ficaria bem. Ele acenou uma vez para mim e disse, ‘Eu te amo. Se lembre sempre disso’. — eu engulo em seco o caroço na minha garganta. — Eu estava dentro e fora da consciência por um dia ou dois, mas quando eu finalmente cheguei a acordar totalmente, os médicos começaram a me contar sobre a estrada à frente e minha recuperação. Quando eles saíram, eu olhei para a minha mãe e perguntei: ‘Onde está Axel?’ Deixei escapar respirações lentas e profundas. — Ela não me respondeu a princípio, mas me deixou para ir buscar o meu pai. Quando ambos voltaram, eles estavam chorando incontrolavelmente, meu pai à minha esquerda e minha mãe à minha direita. Eu balancei minha cabeça para trás e para frente com mais lágrimas caindo pelo meu rosto. —‘Axel não conseguiu, Char. Ele se foi’, meu pai sussurrou enquanto sua voz tremia. Eu nunca o tinha visto tão perturbado. Ele sempre foi tão forte. Eu só olhava para ele; perplexa. ‘Ele estava aqui quando eu acordei,’ eu respondi inflexivelmente aos meus pais. ‘Eu o vi’. Mas a minha mãe só chorou e me disse: ‘Sinto muito, querida, ele se foi’. Eu encontro os olhos de Ike e tento sorrir através das lágrimas. — Como você sabe, com a dor vem à negação. Me recusei a acreditar. Eu pensei que talvez eu estivesse sonhando, que eu iria acordar a qualquer momento e perceber que tinha sido apenas um pesadelo horrível. Mas quando o tempo passou, eu percebi que ele realmente tinha ido embora. — eu limpo meu nariz com o meu antebraço. — Ele não fez a passagem até que ele sabia que eu ia ficar bem. Eu era o seu negócio inacabado. Eu perdi minha chance de dizer adeus para ele, porque eu não sabia o que estava acontecendo. — Eu sinto muito, Charlotte, — diz Ike, ávido por algo mais a dizer.

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— Pouco tempo depois, eu comecei a ver as pessoas e falar com eles e minha mãe sempre me perguntava com quem eu estava falando. Levei um tempo, desde que eu estava em uma grande quantidade de medicação, para entender o que eu estava vendo. Quando eu descobri que os mortos estavam falando comigo, eu tentei dizer aos meus pais, e eles, naturalmente, pensaram que eu estava louca e me enviaram a um psiquiatra e neurologista. Eles me colocaram em medicamentos antipsicóticos, que completamente me foderam e eu ainda via pessoas mortas, — eu grunho. — Eventualmente, eu parei de falar sobre isso, em sua maior parte. Me tornei muito deprimida; meus amigos tinham me abandonado quando eles pensaram que eu fiquei louca, — eu digo, infeliz. — Meus pais estavam lidando com a dor de perder Axel em cima dos meus problemas. Um ano depois, eu estava de volta ao normal, principalmente fisicamente e meu pai tinha alguns parceiros de negócios para jantar. Claro, o pai de seu chefe tinha morrido recentemente e ele veio para a festa também. Eu tentei conversar com ele sozinho, dizer a ele o que seu pai precisava que ele soubesse, mas meu pai me pegou. Seu chefe estava chorando e me abraçando, mas isso não importa, — eu me lembro. — Meu pai estava no limite. No dia seguinte, ele me deu um cheque de trinta mil dólares e me disse que eu deveria viajar. Era parte do dinheiro que a companhia de seguros pagou pelo acidente. Eu sabia que ele só quis dizer que eu deveria desaparecer. Então eu fiz. A expressão de Ike é sombria, a sua boca uma linha reta. Ele balança a cabeça, eu assumo que incrédulo, antes de baixá-la. Quando ele a levanta novamente, ele sorri tristemente. — Então você foi vagando durante os últimos cinco anos ajudando os mortos? Tudo sozinha. — não é uma pergunta, mais sim uma confirmação. Eu engulo em seco e assinto, voltando a mexer o material da minha fronha para ocupar o meu olhar. Eu não posso olhar para ele ou eu vou chorar novamente. De pé, ele caminha até mim e se senta ao meu lado e coloca a mão na cama ao lado da minha. — Eu acho que essa é a pior parte, você sabe. Eu posso te ver, te ouvir, mas não posso tocar em você. — Eu sei, — eu respondo em voz baixa. Eu daria qualquer coisa se pudesse. Eu só o conheço alguns dias, mas ele é a primeira pessoa que eu tive uma conexão real em anos. Quando eu olho para ele, eu não posso evitar me perguntar o que Axel iria pensar dele. É um pensamento bobo e eu não sei de onde veio, mas eu acredito que Axel teria gostado muito de Ike. Talvez George também, apesar de seus problemas. ~ 145 ~

Respirando fundo, eu puxo o laço do meu cabelo. — Eu tenho que ficar pronta. Eu tenho planos para o jantar com os Mercer’s, você sabe. — Sim, — ele responde e assente. — Você quer ir sozinha ou você me quer lá? Estou surpresa que ele perguntou. Todas as outras vezes que eu queria ficar sozinha, eu tive que exigir isso dele. Mas na noite passada, me preocupar com onde ele estava e o que estava acontecendo em sua mente, eu odiava. Eu preciso dele comigo. — Você se importaria de vir comigo? — Nem um pouco, — ele responde e seu sorriso prazeroso pelo meu pedido é evidente.

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Capitulo Quinze IKE — Então, nos conte sobre sua família, Char. Você os vê com frequência? — Sr. Mercer pergunta quando ele coloca um copo de chá gelado em cima da mesa em que ela está sentada. Sra. Mercer preparou uma refeição que poderia alimentar vinte pessoas. A comida é distribuída ao longo de uma toalha branca limpa e ela está usando sua melhor porcelana. Minha boca se enche de água quando eu olho para o frango e purê de batatas. — Tenho certeza que não com a frequência que eu gostaria, — Charlotte responde antes de tomar um gole de seu chá. Ela está usando um top azul solto com seu jeans, seu cabelo meio preto puxado para cima. Ela está... bonita. — Você tem irmãos? — Sra. Mercer pergunta quando ela toma seu lugar e pega o prato de purê de batatas. Charlotte olha em minha direção brevemente antes de voltar aos Mercer’s. Sorrindo um pouco tensa, ela diz: — Eu tinha um irmão. Ele faleceu cerca de seis anos atrás. As sobrancelhas de Sr. Mercer sulcam como se aflito por esta notícia. — Sinto muito por ouvir isso. Como você sabe, nós sabemos o que é perder alguém que você ama muito. Charlotte se senta e toma o prato de batatas da Sra. Mercer. — Isso tudo parece incrível, Sra. Mercer. — Melhor frango frito em Bath County, — Sr. Mercer acrescenta, fazendo com que sua mulher sorria enquanto ela dá um olhar tímido a Charlotte. — Como você diria de outra forma, Bill, — Sra. Mercer ironiza e Charlotte sorri. — Maggie amava esse frango frito. Tivemos ele todos os domingos. — Era seu favorito, — Sr. Mercer acrescenta tristemente.

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Sra. Mercer sorri suavemente. — Ela se foi há dez anos e ainda parece como se fosse ontem que ela estava aqui. — Ela lutou. Viveu um inferno de muito mais tempo do que eles disseram que ela faria quando ela foi diagnosticada. — Posso perguntar do que ela faleceu de? — Charlotte pergunta delicadamente. — Disceratose congênita. É uma doença rara que pode levar à falência da medula óssea. Eventualmente... o corpo dela cansou, — responde o Sr. Mercer quando ele pega colheres de uma porção de feijão verde em seu prato. Eles comentaram e falaram, em sua maioria sobre Maggie, e Charlotte ouviu atentamente quando eles descrevem Maggie da forma como ela sorria para uma criança doente como ela era. Quando terminaram de comer, a Sra. Mercer levou seu marido e Charlotte para a sala enquanto ela limpava a mesa. Sua casa é modesta; não enorme, mas não exatamente pequena também. Antiguidades e numerosos relógios penduram na parede. — Diga, você poderia me dizer a hora? — eu brinco e ela revira os olhos. — Você acha que eles gostam de relógios? Mas ela não parece ouvir a última parte do que eu disse; quando Charlotte entra na sala de estar, todo o seu foco está no piano de mogno de cauda contra a parede traseira. Como uma traça a uma chama, ela vai para ele, correndo os dedos ao longo da tampa de madeira que cobre ele. — Você toca? — Sr. Mercer pergunta quando ele a vê. — Eu tocava, — responde Charlotte, olhando para a mão onde repousa sobre a tampa. — Você vai tocar para nós? Charlotte vira e sorri tristemente. — Você se importaria? — De modo nenhum. Não foi tocado em anos. Levantando a tampa, ela puxa o pequeno banco de debaixo dela, tomando um assento. — Uma mulher de muitos talentos, eu vejo, — eu digo e ela sorri, mas não olha para mim.

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— Quaisquer pedidos? — ela pergunta ao Sr. Mercer. — Toque o seu favorito, — ele responde, tomando um assento em sua poltrona desgastada e reclinável. Charlotte vira de volta e testa algumas teclas provisoriamente; eu assumo a verificação do tom. — Tem sido um longo tempo, possa ser que eu esteja um pouco enferrujada, — ela adverte e o Sr. Mercer ri. — Não se preocupe minha querida. Vá em frente. Quando seus dedos dançam através dos teclados, uma bela melodia preenche a sala e eu fico atordoado. Ela está tocando algum tipo de música clássica; talvez seja uma peça de Mozart. Eu não sei nada sobre pianos, mas este é o meu melhor palpite. A melodia é profunda e crua, como toda se sua emoção fosse persistente nele. Seu corpo está ereto, os olhos fixos em suas mãos e quase parece que ela está ligada ao piano. Como se fosse uma extensão dela, um lugar onde a emoção e sentimento podem correr livres. A música pode estar com raiva e profunda e as pessoas a chamam de bonita. Mas para as pessoas no mundo real, as emoções são consideradas fraqueza. Ela toca por um tempo e quando ela termina, ela acena para as mãos como se para dizer a si mesma que ainda o tem. — Isso foi... incrível, — eu consigo dizer. Sr. e Sra. Mercer aplaudem e Charlotte se levanta, sorrindo timidamente. — Onde você aprendeu a tocar assim? — Minha mãe. Ela é professora. Além de suas aulas de educação especial, ela ensina piano também. O resto da noite eles se sentam no alpendre e bebem chá. E quando é hora de ir, os Mercer’s a abraçam com força. Charlotte puxa algum dinheiro de seu bolso de trás e as estende para o Sr. Mercer. — Eu lhe devo mais de sessenta e eu o devo ter até o final da semana. — Não. Você nos deve nada. — Por favor, Sr. Mercer, — Charlotte implora. — Acordo é acordo. Eu recebo o meu colar de volta quando conseguir o resto do seu dinheiro. Sua grossa e cinzenta sobrancelha sulcam e os lábios formam uma linha suave como se estivesse lutando contra o desejo de discutir, mas em vez disso, ele acena com a cabeça uma vez em conformidade. ~ 149 ~

— Você gostaria de vir para o jantar na próxima semana? — Sra. Mercer pergunta com um tom esperançoso. — Sim. Certo. Eu tenho que ver quais dias eu vou estar de folga, mas sim. Eu gostaria muito disso. — E você vai tocar para nós de novo, — diz Mercer, não realmente perguntando. — Se vocês gostaram, eu toco. — Charlotte ri. Eles a olham quando ela sobe em sua caminhonete e sai da garagem. — Eles são muito solitários. Pessoas como eles deveriam ser cobertos de netos, — Charlotte observa quando ela se vira para a Emerson Ave. Eu dou de ombros e digo: — Eu acho que você está certa. — Os funcionários estão autorizados a sentar no bar e beber, ou não? — Sim. Se é o seu dia de folga você pode entrar e beber, — eu respondo. — Bom, porque eu acho que eu gostaria de ter um ou dois, — ela responde. Ela olha pensativa por um instante antes de mover seus lábios de uma forma consciente e diz: — Hmm. — Está tudo bem? — pergunto. Ela sorri fracamente. — Foi apenas um daqueles dias em que eu estive sobrecarregada. — Maggie esteve lá o tempo todo? — Sim, mas ela não disse uma palavra para mim até nós sairmos. — Eu acho que fui útil, — eu rio. — O que ela disse? Charlotte faz uma carranca e responde: — Ela me disse para não a esquecer. — nós lutamos por alguns minutos em silêncio quando Charlotte pergunta: — Posso te perguntar uma coisa? — Claro, — eu respondo. Lambendo os lábios, ela inala profundamente. — Você está com medo? — sua pergunta me surpreende. — De atravessar, — ela esclarece.

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Agora é a minha vez de inspirar profundamente e soltar lentamente. Eu não posso negar que eu estou preocupado, mas eu não diria que com medo. — Não com muito medo, talvez apenas triste. — Triste? — É difícil deixar as pessoas que você ama. Minha família e amigos. E eu sei que nós não nos conhecemos há muito tempo, Charlotte, mas vai ser realmente difícil te deixar também. Seus lábios tremem e eu fecho meus olhos que desejam a Deus que pudesse a tocar. — Eu vou sentir sua falta, Ike, — ela sussurra. Eu sorrio, infeliz. Eu não gosto de vê-la chorar. É do caralho e me destrói. — E quando eu for, lembre que vai me fazer sorrir, — eu digo a ela e ela enxuga uma lágrima de seu rosto. — Se você estivesse vivo, Ike McDermott... — Você me deixaria nu e violentaria o meu corpo? — eu provoco, e ela ri, embora ela ainda esteja enxugando seu rosto. — Você sabe, eu acho que eu faria. — estou ficando excitado e eu não posso evitar me juntar a ela neste jogo. Como eu não poderia? — Se eu estivesse vivo, eu te convidaria para um encontro. O que você diria? — esta é uma estrada terrível para nós seguirmos, mas estamos finalmente admitindo que há uma atração entre nós e mesmo que nada pudesse acontecer por razões óbvias, eu quero saber. Eu preciso saber tanto. Meu sangue está bombeando e eu achato as palmas das mãos nas minhas coxas enquanto espero sua resposta. — Depende, — ela responde. — Me diga como você ia pedir. Eu arranho a parte de trás do meu pescoço. — Eu acho que eu faria um encontro por emboscada. Dessa forma, você realmente não podia dizer não. Eu tinha acabado de aparecer em seu trabalho e levo flores e digo: ‘Será que você se juntaria a mim para o jantar?’ Sorrindo, ela pergunta: — E nós teríamos o jantar ali mesmo onde eu trabalho? — Por que não? — eu zombo. — É o melhor restaurante da cidade, não é? — Claro que é. Então, você poderia me colocar no lugar, né? — ela ri.

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— Oh, sim, — eu concordo. — Então, o que você faria? — Eu iria te acompanhar para o jantar. — ela sorri tristemente. — Eu diria a você sobre meu tempo no exército e minha família. — Eu escondo que eu vejo pessoas mortas, — acrescenta ela. — Por quê? — eu pergunto surpreso. Ouvindo isso me deixa triste. Não há absolutamente nada sobre ela que eu não iria querer saber. Será que ela acha que se eu estivesse vivo eu não acreditaria nela? — No começo, até que eu soubesse que você estava apaixonado por mim e não se assustaria. — seus olhos cinza olham para mim rapidamente antes de voltar para a estrada. — Isso não teria tomado muito tempo, — eu digo a ela. A primeira vez que a ouvi rir, eu estava feito. Se eu estivesse vivo, eu estaria fazendo papel de bobo para fazê-la minha. Seu olhar baixa por um momento e ela respira profundamente. Devemos parar, eu sei que deveríamos, mas eu não posso. Ainda não. — Eu te levaria para casa e daria um beijo de boa noite. — Eu ia deixar você fazer isso, — diz ela com tristeza. — Depois que tivéssemos saído por um tempo, eu iria te levar de volta para aquele lugar no rio, onde fomos outro dia para mostrar o meu amor por você, eu iria esculpir nossas iniciais em uma árvore grande. ‘I & C’ dentro de um grande coração. — eu posso ver tudo; seus olhos cinzentos brilhantes com amor enquanto me olha marcar a árvore, o jeito que ela sorri para mim quando eu termino. Deus, eu queria poder dar isso a ela. — E então você ficaria comigo, — ela brinca e ri em meio às lágrimas. — Bem ali na água? — eu pergunto e rio. — Você não é exibicionista, — eu provoco. — Por que não? Eu seria pega no temor do seu gesto romântico. Eu não teria me importado se alguém visse. Seríamos tudo o que importava. Um longo momento de silêncio se implanta quando ambos aproveitamos a intensidade de suas últimas palavras: Seríamos tudo o que importava. Eu estou chocado com a minha emoção: Ela está ~ 152 ~

amarrada na minha garganta. Um homem ou uma mulher vivendo poderia se relacionar e querer algo que você não pode ter, mas isso é diferente. Eu literalmente não posso a ter. Minha alma está esmagada. Eu preciso dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas Charlotte salva o dia e diz: — Você teria trazido um piquenique e haveria um cobertor. Limpando a garganta, incapaz de parar de jogar fora essa fantasia com ela, eu acrescento, — Eu ia te deitar. — E você me beijaria, — ela respira, me pedindo para ir adiante. Eu sorrio. — E a água seria um estrondo e os ramos da árvore iriam nos cobrir com folhas de cores sob sua queda. — O ar seria frio e nós estaríamos cobertos de arrepios, mas não me importo. — Porque nós seríamos um, — eu digo, antes de engolir em seco. A visão dela debaixo de mim, nua e olhando nos meus olhos é algo belo e torturante de uma vez. Eu posso quase sentir sua respiração no meu pescoço enquanto ela choraminga. Eu posso imaginar a forma como seus lábios abrem enquanto ela geme. E eu valorizo cada porra de minuto. Eu a teria amado como se ela fosse o meu último suspiro. Como o inferno nós chegamos aqui? Estamos construindo uma fantasia que nunca poderíamos estar concretizando. Eu sei que, no fundo, isso é errado. Estamos nos conectando ainda mais e isso só vai tornar muito mais difícil ao me deixar ir. — Seria... — Maravilhoso, — eu termino a frase. A imagem de tudo é tão claro que rasga meu coração. Eu olho para frente, a raiva explodindo dentro de mim, sem ninguém ou nenhuma maneira de levá-la para fora. Estou furioso por dentro, cerrando os dentes; esperando que ela não possa sentir a onda de emoção que está vindo em mim. — Eu sinto muito, Ike, — diz ela e sua voz treme. — É tão injusto. Meu peito aperta com suas palavras. Estou tentando ser forte e não me ressentir com minha situação. É o que é. Eu morri. As pessoas fazem isso todos os dias. Mas eu não posso lutar contra a amargura surgindo através de mim. Eu a faria minha, se eu pudesse. Eu a quero mais do que eu já quis algo. Mas eu não a posso ter e me ocorre que se eu continuar a deixar que a nossa amizade ou atração cresça, eu só vou a machucar mais quando eu for. Lhe pedi para assumir a tarefa ~ 153 ~

gigantesca de salvar meu irmão viciado em cima dos problemas que ela está lutando. Eu não posso adicionar eu a isso. Eu não posso fazer isso com ela. Eu preciso começar a me distanciar. E tanto quanto eu desfruto da nossa provocação, o que eu realmente quero é ver ela feliz. Eu não a quero deixar da mesma maneira que eu a encontrei, triste e sozinha. Eu não sei onde eu estaria sem ela. Ela se tornou minha melhor amiga. E eu sempre serei grato por aquilo que ela está fazendo para o meu irmão. Ele era um homem melhor do que eu antes das drogas virem para ele. E o que ele se tornou não é quem ele é. Ele tem muito potencial. Eu sei que ele vai voltar à vida. Ele é um lutador. Felizmente, o peso que eu estive carregando iluminou alguns. George está ficando melhor, pouco a pouco. Talvez os dois pudessem fazer seu caminho por lá. Meu coração torce com o pensamento. É egoísta ser ciumento, mas eu sou. Mas se eu não posso a ter, ele definitivamente deveria. E sei que ele realmente gosta dela. Ela seria boa para ele e ele sempre a protegeria. Tenho notado a forma lúdica quando ela está com ele. E mesmo quando ela não sabe que eu estou olhando, eu vejo o desejo que ela tem por ele. Talvez se eu recuar um pouco, eles podem ficar mais perto. — Você está bem? — ela pergunta depois de um longo momento de silêncio. — Sim, — eu digo, mesmo que eu sou a coisa mais distante disso. — Obrigado por tudo que você está fazendo, Charlotte. Ela balança a cabeça uma vez. — De nada, Ike.

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Capitulo Dezesseis CHARLOTTE É quase nove quando chego ao bar. Assim quando eu estou andando, vejo Anna se aproximar da porta por dentro. — Ei, menina, — ela sorri alegremente quando ela abre a porta para mim, seu batom vermelho brilhante como a primeira noite quando eu a conheci. — Ei. — eu sorrio. — Este lugar está morto esta noite, — comento quando eu passo por ela e entro. — Sim, estamos fechando mais cedo. — Droga, — murmuro. — Eu vim aqui para pegar uma bebida. — Bem, então, — ela engancha seu braço no meu e me leva para o bar. — Você veio ao lugar certo. Nós estamos tendo uma festa de funcionários. — Festa dos funcionários? — pergunto quando chegamos ao bar, onde Peyton está limpando. Ike anda ao meu lado. — Sim. Nós ficamos e jogamos cartas, às vezes. Danças são desperdiçadas. Então você chegou aqui na hora certa. — ela dá um tapinha nas minhas costas antes de desatar o avental. Eu quero perguntar se George está aqui, mas eu não quero ser óbvia demais. — Então, quem está por aqui? — eu pergunto mais despreocupadamente quanto eu posso. — Sniper e Greg estão fechando a cozinha e George está em seu escritório com Misty. — O quê? — eu digo, um pouco... bem, muito ansiosa. Anna se inclina para mim e sussurra: — Eu acho que ela veio aqui para pedir seu emprego de volta. Provavelmente tentando chegar a George para levá-la de volta também. — Anna balança a cabeça. Meu olhar pisca para Ike e ele desaparece para ir ver como está George. —

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Eu tenho que terminar de limpar minhas mesas, — diz Anna quando ela se move para longe. Por que o meu interior se sente como se estivesse pegando fogo? George prometeu que ficaria sem drogas. E por que ele está por trás de portas fechadas com ela, de qualquer maneira? Ok, se acalme, Charlotte. Só porque ela está de volta lá não quer dizer nada, certo? Então, por que você está pisando para a parte traseira como uma namorada ciumenta? Quando eu atravesso a linha da cozinha no meu caminho para o escritório de George, a cabeça de Sniper aparece e seus olhos estão em mim. — Espere Char, — ele chama quando ele se lança para mim. Pouco antes de eu chegar ao escritório, ele serpenteia um braço forte em volta da minha cintura e me puxa para trás, nos levando para longe do escritório. — Me ponha no chão, — eu rosno quando eu me esforço para me libertar de seu aperto. — Não é o que você pensa, — ele sussurra enquanto ele me senta. — Não há necessidade de ficar com ciúmes. Ciúmes? É isso que eu sou? Não, ele está errado. — Eu não estou com ciúmes! — afirmo veementemente. — George está tentando ficar limpo e ela é um peso definido para arrastá-lo para baixo com ela. — E ela tem sido a amante dele, — ele aponta, sua boca virando para cima. O olhar que eu lhe dou está apto para aniquilar. Isso foi um golpe baixo. Meus punhos apertam com suas palavras. Fazendo cara feia para ele, eu pergunto: — E o que isso tem a ver com alguma coisa? — Você sabe exatamente o que estou dizendo. Ele está reiterando que ele acha que eu estou com ciúmes. Eu ignoro sua declaração quando eu não estou pronta para admitir isso ainda. Afinal, eu mal conheço George e nosso relacionamento até o momento, tem sido volátil. — O que ela quer? — O trabalho dela. — ele sacode a cabeça e revira os olhos. — Será que ele vai deixá-la continuar a trabalhar aqui? — meus olhos estão praticamente pulando para fora da minha cabeça enquanto eu penso o insondável. Se ele permitir que ela continue a trabalhar aqui, ele está fodendo com tudo. ~ 156 ~

— O que isso significa para você? — a voz vem de trás de Sniper e nos voltamos ao reconhecer ela. Misty está em pé balançando seu quadril e levantou os braços cruzados sobre o peito. Sniper coloca uma mão para baixo em seu rosto. — Ela estava apenas curiosa, Misty, — diz ele, mas seu tom está encharcado com aborrecimento. Ele não gosta dela também. — Se lhe agrada, — Misty zomba, — eu não vou mais trabalhar aqui. Eu acho que te deixa muitas oportunidades para avançar sobre ele. — se inclinando para mim, ela sussurra, — Nós apenas tivemos a nossa... bem... nós dissemos até logo. — o sorriso sarcástico no rosto dela valida o que ela falou para implicar. — Ele é todo seu, baby. Mas eu duvido que você possa ser tão boa como eu sou com ele. Minha boca cai aberta. Que porra é essa. Eu odeio ser malintencionada ou maliciosa, mas eu não posso evitar. Sorrindo lamentavelmente para ela, eu digo: — Se eu o quisesse, a sua presença não seria um problema. E se você é tão boa como você diz que é, por que é que ele está deixando você ir? Porque no final, os homens não querem vagabundas. Ela ri sem acreditar. Eu tenho um ponto no jogo do insulto. — É melhor você se cuidar, Char, — ela avisa quando dá passos em minha direção novamente. Sniper se levanta e olha para ela, perguntando se ela vai me atacar. Eu sorrio para ela e quando ela passa por mim, eu digo: — Você parece um pouco tensa, Misty. Por que você não vai para casa e cheira uma linha. Pode fazer você se sentir melhor. — Charlotte! — grita George, empurrando Misty, Sniper e o meu olhar vai para o seu reflexo fervente. Eu olho para ele. Ele está com raiva de mim? Ele está defendendo ela? Seu olho ainda está inchado, mas pelo menos está aberto agora e um roxo profundo o rodeia. — Sim? — eu pulo de volta, colocando minhas mãos em meus quadris. Misty sorri e continua em seu caminho. — Tchau, Charlotte, — ela chama, a voz quase num tom monótono. — George, se precisar de mim para qualquer coisa, você tem o meu número, — diz ela, enquanto ela sai. — Eu acredito que eu gostaria de ver você acabar com ela, Char, — Sniper fala com um aceno de cabeça. ~ 157 ~

— Cala a boca, Sniper. Charlotte, no meu escritório. Agora! — George grita e eu arrumo minhas costas em sinal de protesto. É raiva para mim ou um sintoma de abstinência? — Estou fora do turno, chefe. Você não pode me dizer o que fazer! — eu sigo para a saída, mas ele me agarra e me puxa para seu escritório. Eu olho em volta, mas não vejo Ike em qualquer lugar. Será que ele me deixou? — Que diabos foi tudo isso lá fora? — Que diabos foi tudo isso aqui? — eu me oponho. — Ela disse que vocês dois tiveram uma boa foda de despedida. — essas não foram suas palavras exatas, mas é definitivamente o que ela implicava. — Foi bom para você? Transar com a mulher cujo namorado te bateu pra caramba? — Eu não transei com ela! — ele grita. — Nós terminamos as coisas, ok? Ela não trabalha mais aqui. — Então por que ela disse isso? — eu pergunto calmamente em um esforço para conter a minha raiva. A cabeça de George recua ligeiramente, sua raiva drenando do rosto. Inclinando a cabeça para o lado, com a boca ligeiramente aberta ele diz. — Você está... com ciúmes? — descrença em sua voz. Minha boca está travada com raiva e embaraço em um redemoinho dentro de mim. Por que eu estou agindo como uma fodida lunática? Eu não tenho nenhum direito. Eu não devo sentir este ciúme. Mas, Deus, estou com ciúmes. Eu desprezo Misty e odeio o fato de que ela já o tocou. Como as madrugadas em meus sonhos, quero George McDermott, quero ele e meus joelhos fraquejam. Colocando a mão sobre a mesa atrás de mim, eu tento me segurar sem olhar dessa forma. Eu não posso dizer isso a George. Eu tenho sentimentos por ele. Como eu poderia? Como eu poderia admitir para ele, ou a qualquer um, quando eu tenho os mesmos sentimentos por Ike? Eu sou uma porra de bagunça agora. Eu preciso mudar de assunto. — Não. Você me pediu para ficar e você fez uma promessa para ficar limpo. Ela é o seu fornecedor. Eu estou preocupada, não com ciúmes. George dá passos em direção a mim, fechando a distância entre nós. Meu coração bate freneticamente enquanto meu olhar permanece apontado para ele quando eu me recuso a desviar o olhar. — Ouça, Charlotte, — ele sussurra. — Eu sei que você está preocupada, mas você não pode fazer explosões desse tipo. Todos os meus empregados ~ 158 ~

vão pensar que está tudo bem em se comportar da mesma maneira. — meus lábios caem em uma linha dura e eu olho para os meus pés. Droga, ele está certo. — Charlotte, por favor, olhe para mim, — diz ele em voz baixa. Quando eu continuo a olhar para baixo, ele traz a mão sob meu queixo e sobe ele, inclinando a cabeça para cima. — Com isso dito, eu sei que sou um hipócrita porque eu quero te beijar tanto agora. Mais do que eu provavelmente quis beijar uma mulher antes. Mas eu quero estar limpo e eu não quero meu rosto com um olhar pulverizado quando eu fizer isso. — sua confissão enfraquece as minhas defesas. Meus ombros baixam quando eu sucumbo. Eu não tenho nenhuma ideia do que dizer, então eu aceno em entendimento. Ele retira a mão do meu rosto e pergunta: — Você me deixaria te levar em algum lugar? — O quê? ? Agora? — pergunto, minhas sobrancelhas franzidas. — Sim. É um lugar muito legal. — Ok. — eu dou de ombros. George deixa Sniper saber que nós estamos saindo e me puxa para fora da porta traseira. Mais uma vez, ele me ajuda a subir em sua caminhonete e nós seguimos. Durante o dia, Warm Springs é um abismo abundante de cor com inclinados campos e bolas de feno redondas em todos os lugares, mas à noite é o lugar mais escuro que eu já vi. Você não pode ver qualquer beleza do dia aqui à noite. Nós dirigimos apenas após o gazebo com o Welcome to Warm Springs nele e viramos em uma estrada de cascalho. — Onde estamos? — eu pergunto quando eu abro mais meus olhos, tentando ver o edifício em frente de nós com a luz limitada dos faróis do carro. — Piscinas Jefferson, — George responde quando ele estaciona na frente. — Há uma piscina lá dentro? — pergunto. — Bem, é uma primavera quente10, daí o nome da cidade. Ela permanece 38 graus durante todo o ano. É o que coloca a nossa cidade no mapa. — ele pega uma lanterna do porta-luvas, em seguida, sai do carro e contorna, abrindo minha porta e me ajudando. Quando meu corpo desliza para baixo, parece como se isso acontece em câmera lenta, mas cada nervo único dentro de mim está ciente disso e eu adoro cada segundo disso. 10

Em inglês: warm spring. ~ 159 ~

— Portanto, este é o lugar onde Thomas Jefferson costumava vir para absorver e rejuvenescer? — eu pergunto, lembrando que Ike me disse algo nesse sentido. — É isso. Você vai nadar em águas que nosso terceiro presidente nadou. Eu paro nos meus pés. — Nós estamos nadando? Eu não trouxe nada para nadar, George. Eu não posso ver seu rosto, mas eu posso ouvir o sorriso em sua voz. — Parece que vamos ter que ficar nus. Balançando a cabeça, eu o sigo e digo: — Então é muito cedo para me beijar, mas não muito cedo para me ver nua? — Eu já vi a sua bunda, — ele ressalta. — Você nunca vai me deixar esquecer isso, não é? — eu resmungo. — Eu não acho que eu vou esquecer isso, — diz ele como se o pensamento lhe desse grande satisfação. Eu estou grata que está escuro, pois ele não pode ver meu rosto corar. — Você realmente espera que eu fique nua e mergulhe? Ele ri. — Eu não vou olhar Charlotte. — ele faz uma pausa. — Muito, — ele se corrige. — Eu não vou olhar muito. — eu quero protestar, mas eu não posso. Eu amo esse lado dele; o despreocupado e divertido George. Sua risada é minha droga; eu preciso demais e eu faria quase qualquer coisa para ter isso. Quando chegamos à porta, George puxa sua carteira, removendo de um cartão de crédito. — O que é isso? — Para abrir o bloqueio, — diz ele casualmente quando ele insere o cartão entre a porta e o batente. — Estamos invadindo? — eu assobio enquanto meus olhos se movem ao redor freneticamente. — Não. Meu cartão de débito é a chave para este lugar, — ele brinca, ganhando um revirar de olhos de mim que ele não vê. — Relaxa, — ele me pede. — Eu conheço o cara que administra este lugar. Se formos pegos, não vamos ficar em apuros. Eu prometo, — ele me assegura. — Aí está, — ele aplaude silenciosamente quando ele toca na fechadura e abre a porta. — Me de sua mão. — na escuridão, eu ~ 160 ~

encontro sua mão e ele me leva para dentro. O cheiro de enxofre assalta as narinas e eu me encolho, mas logo se desvanece quando eu rapidamente me acostumo com o odor. — Fique perto da parede ou você vai cair. — É tão escuro que eu não posso ver uma maldita coisa, — eu reclamo quando eu me encosto na parede. — Bem, tire a roupa e pule dentro. Eu não posso ver uma coisa de qualquer maneira. Isso é o que eu estou fazendo. — Você está se despindo? — na escuridão, eu o sinto dobrar e ouço o barulho de roupas. Ele deve ter tirado sua camisa, cueca e calça. — Feito, — ele responde. Depois, há o som de um esguicho. — Vamos, Charlotte. É uma sensação incrível. Não mergulhe fundo embora. É apenas cerca de um metro de profundidade. Ainda bem que ele não pode me ver revirar os olhos. Removendo toda a minha roupa, mesmo meu sutiã e calcinha, eu me preparo para entrar. — E por onde piso? — Você vai ficar bem. Vamos lá, — ele incentiva. Eu me curvo e deslizo pelo chão de madeira ao redor da piscina. A piscina é uma delícia e eu tenho que admitir que é fantástico. — Onde você está? — eu percorro a água, com cuidado de pisar suavemente enquanto parece haver várias rochas grandes, quando de repente uma luz se acende. — Bem aqui, — ele responde e joga a lanterna a uns vinte passos de distância de nós na água. Meus braços envolvem em torno de meu peito enquanto eu tento me cobrir. A água é clara, o que significa que com a lanterna iluminando, é fácil ver nossos corpos nus na água. — George! — eu grito. Suas sobrancelhas sobem para a linha do cabelo quando ele leva aos olhos de mim. — Eu não achei que você ia ficar completamente nua. — ele está rindo alto e mentalmente eu retrato meus sentimentos anteriores sobre como eu sou viciada em sua risada. — Eu não teria se eu tivesse pensado que você jogaria uma lanterna na água! — eu estalo. — Desligue isso! Ele só ri mais duramente. — Está na água. Não deveria ter morrido já? — eu chio. ~ 161 ~

— Não. — sua risada aumenta enquanto seus olhos escuros se concentram intensamente em mim. — Impermeável. — a palavra deriva através do ar, profunda e gutural. Por que a palavra ‘impermeável’ apenas soa tão erótica quando sai de sua boca? Em uma tentativa de manter o foco, eu pergunto: — Eu mencionei que uma das primeiras coisas que meu irmão sempre me ensinou foi como chutar um cara nas bolas? Ele está rindo novamente. Um riso daqueles de boca aberta, eu posso ver seus dentes surpreendentemente brancos e retos. Ok, eu realmente sou viciada. NELE. — Eu te odeio agora, — eu digo, quando eu luto contra o riso que está tentando emergir em minha garganta e minha boca. — Tudo bem, tudo bem, — ele suspira e segue em direção à lanterna antes de afundar na água e gritar em agonia fingida. — Meu tornozelo! Não posso me mover! Sinto muito, Charlotte, eu não posso desligar a luz. Olhando para ele, eu digo: — Eu deveria machucar o seu outro olho. Quando ele continua a rir, ele nada para mim, me fazendo recuar de volta para o deck ao redor da piscina. Quando eu não posso recuar ainda mais, eu sou forçada a esperar até que ele está apenas um passo diante de mim. Meus braços estão tão apertados em torno de mim, meus seios estão esmagados, os topos completamente em exibição. Os olhos castanhos de George são treinados em mim quando ele está à sua altura máxima, a superfície da água encontrando seus quadris. Mantendo meu olhar sobre o seu, eu me recuso a me deixar olhar para baixo e ver o que está abaixo da superfície da água. — Eu não me importo se você me ver nu, Charlotte. — Chocante, — eu digo, secamente. — Tenho certeza que você não. Você é um cara. — Talvez seja parte disso, — ele admite. — Mas você já viu mais de mim do que qualquer um tem visto em um longo tempo. Todas as partes feias... Coisas que eu não estou orgulhoso. — quando ele passa a mão pelo cabelo, meus olhos me desobedecem e passam para o seu abs ~ 162 ~

e o delicioso V que forma em seus quadris. Deus, eles são lindos. Meus dedos coçam para chegar e deslizar para os baixar. Então ele diz: — Eu quero saber tudo de você, também. O bom, o Mau e o Feio. Meu coração bate descontroladamente com suas palavras. Eu sei que, no fundo, este é o momento em que eu deveria dizer a ele sobre mim, sobre o que eu posso fazer, mas eu não estou pronta para me expor por uma infinidade de razões. A primeira seria: e se ele pensa que eu sou uma mentirosa? Ou pior e se ele me odiar por manter este segredo todo esse tempo? Ou, pior ainda e se isso acelerar a passagem de Ike? Deus, isso é uma coisa tão egoísta para pensar. Ike quer ir. Ele tem vivido no limbo durante meses, mas essa parte egoísta de mim ainda não está pronta para ele ir ainda. Ike é o único amigo que eu tenho. Eu não posso dizer a George a verdade. Ainda não. Então eu fico na minha altura total e deixo cair os braços. Nua na frente de alguém me torna vulnerável, exposta. Talvez eu não possa lhe contar tudo, mas posso mostrar isso, algo que eu nunca mostrei a ninguém antes. Eu não posso respirar quando o olhar de George se move para baixo no meu corpo e volta novamente. Sua boca está em uma linha, seu peito subindo e descendo a cada respiração que ele toma. A iluminação da lanterna na piscina ilumina sua pele e cabelo, cintilando em seus olhos. Mesmo golpeado e ferido, ele é lindo. Eu nunca fiquei completamente nua na frente de um homem antes. Eu era virgem antes do acidente e, provavelmente, teria perdido minha virgindade com Will, o cara que eu tinha um tipo de relacionamento no momento. Mas o acidente levou isso de mim e sendo uma aberração que pode falar com os mortos durante os últimos seis anos não tem ajudado minha vida amorosa em tudo. Mas sentindo os olhos de George no meu corpo me excita, me impedindo de ficar constrangida. — Eu menti para você, — diz George, tranquilamente vindo em minha direção novamente. Eu inclino minha cabeça. Isso não é o que eu estava esperando ouvir. — Eu disse que não iria te beijar até que eu soubesse que estava limpo e não me parecesse com um saco de pancadas, mas eu não posso esperar tanto tempo. Engolindo em seco, eu inclino meu queixo para cima, o convidando para me dar o beijo que eu quero tanto, embora eu não devesse. George ainda está se recuperando e tudo isto pode ser sintomático. Eu posso ser um método de lidar com isso e talvez mais tarde, ele vai se arrepender. Mas eu não posso lutar contra isso. Se ele quer me beijar, eu vou deixar. ~ 163 ~

Uma mão encontra a parte de trás do meu pescoço e ele me puxa para ele. Quando nossas bocas colidem, sua outra mão envolve em torno de minhas costas logo acima da minha cintura e ele me bate com ele. Quando sua língua mergulha na minha boca, eu gemo, deixando minhas mãos em seu bíceps. Na água morna eu posso sentir seu comprimento, duro, pressionando contra a minha barriga, causando um delicioso ardor a florescer entre minhas pernas. O beijo é feroz e corajoso, nós dois agarrados um ao outro para a vida. Afinal, George e eu estamos flutuando, buscando desesperadamente um pé para que possamos ficar plantado no chão. Talvez nós vamos aterrar um ao outro. Quando George se afasta, eu tremo, meu corpo sentindo falta de seu calor contra ele. O canto de sua boca ligeiramente se curva enquanto seu olhar suave permanece em meus lábios. — Obrigado, — diz ele em voz baixa. George só me deu o melhor primeiro beijo que eu já tive. Nunca me beijaram assim, com tanta intensidade. Eu tenho certeza que ele é o melhor primeiro beijo que qualquer menina já teve. Eu deveria estar lhe agradecendo. Então eu faço. Eu bato meu corpo para seu e o beijo de novo, meu desejo por ele transmitido pelo desejo em meus lábios. Meus beijos lhe dizem que há mais, muito mais para mim, mas eu não estou pronta para contar tudo a ele ainda. Ele geme com a excitação e eu o beijo mais duro uma última vez. Quando eu me afasto, eu digo: — Obrigada por me trazer aqui. É... incrível.

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Capitulo Dezessete IKE Eu fiquei fora das Piscinas Jefferson quando George e Charlotte estavam lá dentro. Quando eles saíram, eles estavam de mãos dadas e eu podia sentir a felicidade do meu irmão irradiando dele. Ele está se apaixonando por ela. Meu irmão e eu estamos apaixonados pela mesma garota. Eu meio que rio do ridículo da situação. Volto para o motel, esperando na minha cadeira por Charlotte voltar. Eu não vou dizer a ela que eu a segui. Eu não quero que ela se sinta como se ela não pode ser a mesma em torno de George ou se sentir bizarra porque eu a estava seguindo. Uma hora mais tarde, a porta se abre e ela acende a luz. Ela pula quando ela me vê, mas ri quando ela agarra o peito. — Você está tentando me dar um ataque cardíaco, não é? Eu sorrio e falo. — Basta manter em seus dedos do pé. — Onde você esteve? — Você me disse para te dar espaço para trabalhar, então eu tenho tentado fazer isso. — Oh, — ela murmura quando ela joga sua bolsa no chão ao lado da cama. Ela sobe na cama e boceja, seu cabelo ainda úmido da água. — George me levou para as piscinas Jefferson. Foi muito agradável. Empurrando as mãos nos bolsos, eu digo: — Estou feliz que você está recebendo uma plena experiência em Bath County. — quando seu olhar encontra o meu, eu vejo a tristeza e a culpa em seus olhos. Eu sei que ela se sente mal sobre o desejo de nós dois, mas ela se sente pior porque ela sabe que eu não posso fazer nada sobre isso, não importa o que seja. — Você vai deitar comigo? — ela dá um tapinha na cama ao lado dela e eu quero dizer não, resistir, mas eu não posso. Se isso é tudo que posso ter dela por este curto período de tempo, eu vou levar, não importa como é errado. Eu levanto e salto como se eu fosse pousar em ~ 165 ~

cima dela. Ela grita e ri quando eu me transformo e acabo me encontrando ao lado dela. — Por que isso sempre me assusta? — Eu não sei, — eu rio. Me virando para encará-la, seus olhos cinzentos encontraram os meus e ela sorri suavemente. — Como foi essa noite? — eu pergunto, embora eu já saiba. Seus olhos se afastam por um breve momento antes de encarar os meus novamente. — Ele gosta de mim... tipo, realmente gosta de mim, — diz ela, em voz baixa. — Você gosta dele? — eu pergunto, embora, mais uma vez, eu já sei a resposta. Seus olhos se enchem de lágrimas e ela vira o rosto em seu travesseiro. — Esta é uma situação fodida, Ike, — diz ela. Eu fecho meus olhos, triste com todas as coisas que eu sou incapaz de fazer. Eu quero a abraçar e a beijar e pressionar o meu corpo ao dela, mas eu não posso. Nada do que eu sinto importa, porque eu nunca poderei dar a ela o que ela precisa. E eu tenho que me lembrar disso. Eu tenho que a deixar ir, eventualmente. Ela gosta de mim... eu sei disso. Eu sinto cada vez que ela olha para mim. Mas eu estou morto. Ela não deve se sentir culpada sobre como gostar de meu irmão também. Eu tenho que a deixar saber que está tudo bem; que eu entendo. — Não há problema em gostar dele, Charlotte, — eu digo a ela suavemente. — Não se sinta mal... — assim como eu também? Devo dizer isso? — Não é apenas sobre você estar morto, Ike. Quem se deixa apaixonar por irmãos gêmeos? Que tipo de pessoa sou eu para dizer que eu amo os dois? E aí está. Ela nos ama. Meu coração dói. — Se você vai compartilhar seu coração com outro homem além de mim, eu quero que seja George. — Se você fosse vivo, eu nunca teria escolha, Ike. Eu deixaria tudo. Eu nunca poderia escolher um de vocês sobre o outro. Eu nunca iria querer ferir qualquer um de vocês. Sorrindo, eu digo: — Eu acho que é uma coisa boa ter funcionado dessa maneira. Você não foi forçada a uma escolha, Charlotte. A escolha já está feita. ~ 166 ~

— Como faço para salvá-lo e te deixar ir ao mesmo tempo? Como posso fazer isso? — seu grito se transforma em soluços neste ponto e eu não suporto ver isso. — Porque você sabe que eu vou estar em paz. Porque eu posso ficar tranquilo sabendo que a mulher que eu amo e meu irmão, minha melhor amiga, estão felizes. Eu sei que você quer ficar bem. — eu sorrio suavemente e adiciono, — Charlotte, você é minha melhor amiga também. Eu estou bem com você ficar com George. Acho que vocês dois serão bons um para o outro. — e essa é a verdade, mesmo que isso dói. Ela me dá um pequeno sorriso, mas ainda tem um olhar preocupado no rosto. — Temos de dizer a George em breve, — diz ela, enquanto limpa o rosto dela. — Nós vamos, mas você precisa descansar agora, menina. — Você vai ficar? Por favor, não vá, — ela implora e eu chego mais perto dela. — Eu estou aqui. — e mesmo quando eu for, uma parte de mim sempre estará aqui, com ela. Deitamos lado a lado, e, eventualmente, ela deriva para dormir. Eu fico olhando para ela, sua pele clara e cabelo escuro em exposição e eu sei que eu a amo porque a deixar ir será uma das coisas mais difíceis que eu vou ter que fazer, mas eu vou fazer de bom grado sabendo que ela está segura e feliz. Espero que ela permaneça e faça um lar aqui. Esta cidade é boa para ela. Rezo para que George a possa convencer disso. A noite se arrasta para a manhã, o sol espreitando através das cortinas. Charlotte está em coma em seu sono, mas se assusta acordando quando alguém bate à sua porta. — Quem é? Eu me transformo para fora do quarto e me transformo de volta. — É Sniper, — eu digo a ela quando ela anda em direção à porta esfregando os olhos. — Parece que algo está errado. — George, — ela engasga enquanto seus olhos abrem com pânico. Abrindo a porta, ela diz: — O que há de errado? É George? — Não, moça. Seu carro foi arrombado ontem à noite no bar. George está lá com a polícia no momento. ~ 167 ~

— Ele chamou a polícia? — ela grita enquanto seus tremores passam pelo seu corpo. — Sim. Alguém o arrombou, — Sniper diz a ela, como se ela fosse lerda. — Merda! — ela murmura. Fechando os olhos, ela cerra os punhos. — O que está errado, Charlotte? — pergunto. Por que ela está enlouquecendo? — Estou pensando! — ela diz. — Ike está aqui? — Sniper pergunta enquanto seus olhos procuram ao redor do quarto. — Sim, — ela responde quando ela se move em direção à cama, pegando sua bolsa. — Eu tenho problemas, Sniper. — Tudo bem, — diz ele, dando um passo dentro do quarto e fechando a porta atrás de si. — O que está acontecendo? — Você já viu esses clipes no noticiário sobre a menina Purcell? Essa aluna da UVA que encontraram o corpo dela? Suas sobrancelhas sobem no pensamento. — Eu acho que eu ouvi sobre isso. — ele dá de ombros. — Bem... eu sou a pessoa que enviou na carta anônima dizendo ao detetive onde encontrar seu corpo. — ficamos todos em silêncio por um momento até que ela acrescenta, — Casey me mostrou onde o seu corpo estava. — Você não a matou, então qual é o problema? — Sniper pergunta. — Como é que eu vou explicar que eu encontrei um cadáver sob uma ponte? Eles nunca vão acreditar que eu posso falar com os mortos. Ele morde o lábio e assente. — Não, provavelmente eles não vão. O que Ike diz? Charlotte olha para mim e eu uso as duas mãos para coçar as costas da minha cabeça enquanto penso. — Diga a verdade, Charlotte, — eu digo a ela e ela revira os olhos. Olhando de volta para Sniper, ela pergunta: — Quem foi que arrombou o meu carro? ~ 168 ~

— Eu tenho um bom palpite, — comento. — Provavelmente essa prostituta, Misty, — responde Sniper e dá de ombros para Charlotte. — Eu acho que é melhor ir acabar logo com isso, — ela suspira e puxa sua mochila em seus ombros. — Vai ficar tudo bem, Charlotte, — eu prometo a ela. — Não se preocupe. No bar, Sniper tenta levar sua mente para fora das coisas, principalmente contando histórias embaraçosas sobre mim. — Você sabe, quando estávamos em formação na base, todos os caras tiveram que dividir o banheiro. Não havia nenhuma cabine ou portas ou qualquer coisa, então víamos tudo de todo mundo. — É mesmo? — pergunta ela tristemente, sua mente, obviamente, permanecendo fixa sobre o que está à frente. — Sim, então nós somos homens, certo? Os homens precisam... se soltar, se você sabe o que quero dizer, — Sniper continua e Charlotte vira a cabeça em direção a ele. — Oh, ele é um idiota, — eu digo quando eu cerro os olhos fechados, sabendo exatamente o que ele vai dizer a ela. — Ike está chamando você de idiota. Minha curiosidade está oficialmente aguçada. — Charlotte sorri e o corpo de Sniper treme quando ele trabalha para manter o seu riso no controle. O bastardo nem sequer terminou a história e ele já está em êxito. — Bem, dividir um quarto e um banheiro com sessenta caras não exatamente da privacidade para aliviar, — explica Sniper. — Então você ficou seis semanas sem bater punheta? — Charlotte pergunta. — Me mate agora, — eu digo. — Você já está morto Ike, — Charlotte ressalta. Sniper ri, batendo o lado de seu punho contra o volante. Ele está gostando demais. — Isso vai animar ela, Ike. Não seja tão idiota. — Continue. Eu estou na borda de meu assento aqui, — Charlotte incentiva Sniper.

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— Bem, Ike decide se levantar no meio da noite para usar o banheiro. — Sniper usa os dedos para fazer ‘aspas’ quando ele diz, usar o banheiro. — Havia um cara em nossa unidade, Williams... Ele era realmente bom em aprontar com as pessoas. Claro que, quando Ike fez sua pequena pausa no banheiro, Williams entrou trás dele e o pegou se masturbando. Ele acordou todos de tanto rir. Charlotte vira para mim, sorrindo de orelha a orelha. — Você foi pego batendo punheta no meio da noite? — Sim, — eu admito grunhindo. Não é exatamente uma história que você quer que uma garota que você está apaixonado ouça. — Obrigado por isso, Sniper, — eu digo, mesmo que ele não pode me ouvir. — Ele diz obrigado, — Charlotte diz a ele que dá uma risada às minhas custas. — Não tem problema, Spanky, — Sniper responde. — Esse era o seu apelido para o restante do treinamento. — Spanky? — Charlotte pergunta quando ela sorri brilhantemente e balança a cabeça. Sniper acabou de me envergonhar pra caralho, mas funcionou. Ela relaxou um pouco, mas agora estamos chegando ao estacionamento do Ike e George e seu sorriso desaparece rapidamente. — Vai ficar tudo bem, — eu a asseguro novamente. Ela balança a cabeça algumas vezes enquanto ela olha para seu carro. Um policial está de pé perto do lado do passageiro olhando para dentro, mas não toca em nada. Quando George vê o carro de Sniper no estacionamento, ele vem direto para a porta do passageiro, onde Charlotte a abre. — Ei, — diz ele, simplesmente. O inchaço do seu lábio e olho está muito melhor, mas ainda há uma tonalidade rosa e roxo desagradável que o rodeia. Estendendo a mão para Charlotte, ele a ajuda a sair do carro e ela sorri levemente em gratidão. — Quando cheguei aqui esta manhã o para-brisa e a janela do lado do condutor estava quebrado. Eu não o toquei, mas quando olhei para dentro, parecia que talvez eles passaram por seu porta-luvas também. — a mão de George encontra a suas costas e ele a leva suavemente em direção ao policial. Empurrando as mãos nos bolsos, eu ~ 170 ~

permaneço de pé perto do carro de Sniper. Sniper está aproximadamente a quatro passos de mim, sem que ele soubesse.

a

— Não se preocupe, Ike, — ele diz, em voz baixa. — Eu vou ajudala. — em seguida, ele se dirige em direção ao 4Runner de Charlotte.

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Capitulo Dezoito CHARLOTTE — Você é a proprietária deste veículo? — pergunta o oficial quando eu olho para o vidro quebrado no capô da minha caminhonete. — Está no nome do meu pai, — eu esclareço, encontrando seu olhar. — Você está ciente de que suas licenças expiraram? — ele pergunta e eu quero rolar meus olhos. Eu não tenho ideia se o meu pai pagou para renovar a placa de licença depois que eu saí. Eu tenho puxado inúmeras vezes a papelada para verificar a data que expiram e eu tenho coletado uma grande quantidade de multas também. Mas como eu fui à deriva de estado para estado nos últimos cinco anos, eu nunca senti a necessidade de pagar as multas ou até mesmo lembrar da sua existência. — Eu estou, — eu respondo. — Randy, — diz George, irritado. — Não deveríamos estar focando em quem invadiu sua caminhonete? Naquele momento, o parceiro do oficial Randy se aproxima e o puxa de lado, se inclinando em direção a ele para lhe dizer alguma coisa. George dá passos na minha frente e balança a cabeça para eles. — O Condado de Bath não vê muita emoção na forma de crime por aqui. Ele está apenas tentando mostrar isso, — George me assegura. Concordo com a cabeça quando eu chupo uma respiração profunda. Eu me pergunto se eu pedir aos oficiais para irem embora, se eles vão. Quanto mais tempo eles ficam aqui, mais meu estômago revira. George coloca as mãos nos meus braços e aperta suavemente enquanto ele se inclina e beija minha testa. — Vai ficar tudo bem, — ele sussurra. Quando eu olho para ele, minhas sobrancelhas sulcam. Ele parece pálido e um leve brilho de suor cobre seu rosto. Ele não parece bem em tudo. — Você está bem? — eu sussurro. — Você se sente doente?

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Ele engole em seco e curva a boca para o lado. — Um pouco, — ele admite. — Eu corri algumas vezes esta manhã. — George, você deve ir para casa descansar, — eu insisto quando eu toco a parte de trás da minha mão na sua testa e ele rapidamente pula para longe. — Estou bem. Eu não vou te deixar aqui para lidar com isso sozinha. — Sra. Acres, — Randy me chama e me viro para ele, surpresa ao ser abordada pelo meu sobrenome. George lhe disse meu sobrenome? Ele puxa a aba do chapéu para baixo antes de colocar as mãos em seu cinto. Seu parceiro está logo atrás dele. — Sim? — eu respondo. — Nós vamos precisar que você venha conosco, — diz Randy e eu tenciono quando George se afasta da minha frente. — Que porra é essa, Randy? — George se encaixa e eu percebo o quão horrível é a hora. George está passando por abstinência e já está no limite. A última coisa que ele precisa é ser colocado em uma situação que o perturba. — Isso não é da sua conta, George, — o parceiro de Randy diz enquanto caminha para frente. — O inferno que não é Willard. Alguém entrou no carro dela ontem à noite e você a está levando? — É oficial Lloyd para você, George e se dizemos que ela tem de vir com a gente, ela precisa vir a gente, — Willard responde. Eu tenho que intervir e acalmar George. O cercando, eu o enfrento e coloco minhas mãos em seu peito. — Está tudo bem, George. Isto é, provavelmente, sobre algumas multas pendentes que eu tenho. — corto meus olhos para Sniper e eu tento lhe dizer para me ajudar. Ele recebe a minha mensagem alta e clara. Um passo à frente, ele leva George pelos ombros e o puxa de volta um pouco. — Está tudo bem, companheiro. Vamos a seguir até a delegacia e deixar tudo esclarecido. — Esta é fodido e você sabe disso, Randy, — George rosna quando ele empurra Sniper dele e caminha de volta para mim. Colocando as mãos sobre os meus ombros, ele se inclina ~ 173 ~

ligeiramente para encontrar meu olhar. — Nós estaremos bem atrás de você. Minha mãe pode vir e abrir o restaurante e Greg está trabalhando na cozinha hoje, então ele possa lidar com isso. — meu coração cai para a boca do meu estômago. Aqui está ele sendo tão doce e maravilhoso passando pela abstinência das drogas e eu estou mantendo as coisas dele. É uma sensação incrível ter alguém para cuidar de mim dessa maneira, mas temor aparece dentro de mim. Ele vai me odiar quando ele descobrir a verdade. — Você realmente não tem que vir, George. Eu tenho certeza que são as multas. Eu me sinto mal com você descendo até lá. Além disso, você deve estar descansando. — Eu vou com você, Charlotte, — diz ele com firmeza antes de se inclinar e me beijar suavemente nos lábios, me chocando pra caramba. Quando eu olho para Ike, ele está olhando para o chão e quando eu olho para Sniper, suas sobrancelhas estão tocando sua testa. — Não se preocupe. Meu pai é um advogado e se nós precisarmos dele, ele pode ajudar, — George me assegura. — Vamos, — Randy ordena de trás e eu rolo meus olhos. — Posso pegar a minha bolsa do caminhão de Sniper? Ele balança a cabeça em resposta e depois que eu pego minha bolsa, eu subo na parte de trás do carro da polícia e nós dirigimos para o departamento do xerife do Condado de Bath. Ike se transforma ao meu lado e me dá um sorriso tranquilizador. — Não é sobre as multas, — diz ele. Concordo com a cabeça, o deixando saber que eu sei disso. — Então, o que é? Por que vocês estão me levando? — pergunto a Randy e Willard. — Um alerta foi posto em seu veículo e você na última noite. Você está sendo procurada para interrogatório na investigação de Casey Purcell. Eu inclino a minha cabeça contra o assento e expiro em voz alta. Este vai ser um longo dia.

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Assim que chegamos ao departamento do xerife, sou colocada em uma pequena sala com uma mesa e duas cadeiras de cada lado. Ele ainda tem um daqueles espelhos como nos filmes e eu sei que estou sendo vigiada do outro lado. Ike fica comigo, mesmo que eu não possa falar com ele. Ainda é bom saber que ele está aqui. Já se passaram três horas e eu já tomei quatro xícaras de café forte quando a porta se abre e um homem alto e moreno entra vestindo um terno azul e calças cáqui. Ele está segurando uma pasta em uma mão e uma garrafa de água na outra. — Sra. Acres. — ele balança a cabeça em saudação. — Sou o Detetive Andrews do Departamento de Polícia de Charlottesville. — eu não respondo quando ele puxa a cadeira de aço na minha frente e se senta. — Quer água? — ele pergunta segurando na minha direção. Eu balanço minha cabeça. Se inclinando com os antebraços sobre a mesa, ele pergunta: — Você sabe por que você foi trazida aqui? — Os oficiais que me trouxeram disseram que havia um alerta em mim que tinha a ver com a investigação a respeito de Casey Purcell. Se inclinando para trás, ele me olha. — Você sabia algo a respeito da morte de Casey Purcell? — Não responda nada ainda, — Ike adverte. — Eu estou presa? — pergunto. — Não. Mas você é uma pessoa de interesse. O seu veículo foi visto no posto de gasolina mais próximo de onde o corpo de Casey foi encontrado. — E isso me torna uma pessoa de interesse? Você acha que eu tinha algo a ver com seu assassinato? — E você? — pergunta ele simplesmente e eu sorrio com desdém. — Você está falando sério? — Sabemos que, no mínimo, você é a única que relatou o paradeiro de seu corpo, — Andrews responde quando ele abre a pasta. — Isso parece familiar? — ele desliza um pedaço de papel em um protetor de folha de plástico para frente. Eu reconheço imediatamente. É a carta anônima que eu escrevi.

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Engolindo em seco, eu tomo uma respiração profunda. — É uma carta, — afirmo porque eu não tenho ideia do que dizer. Em uma tentativa de me acalmar, ou pelo menos aparentar calma, eu coloco minhas mãos sobre a mesa e cruzo meus dedos juntos. Ele sorri tristemente para mim como se dissesse: Você está prolongando apenas o inevitável. — E o que diz sobre isso? — ele pergunta quando ele leva a folha e coloca uma foto na minha frente. Meu coração para. É uma imagem da lanterna que eu deixei cair na água naquela noite. Eu podia negar a reconhecer, mas não para os ACRES escrita através dela em letras garrafais. Meu pai sempre teve uma coisa sobre rotular nossos pertences. Eu sou uma idiota. Como eu poderia esquecer a lanterna? — Eu estou trabalhando em um mandado e eu tenho certeza que podemos corresponder o papel da carta anônima foi escrita em talvez... um caderno em sua posse. Puxando as mãos de volta para o meu colo, eu balanço minha cabeça. Isto é o que eu ganho por tentar ajudar. — Eu acho que eu gostaria de um advogado.

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Capitulo Dezenove IKE Detetive Andrews sai e Charlotte imediatamente se levanta e começa a andar. — Basta dizer a verdade, — eu digo a ela, mas ela balança a cabeça negativamente. — Não há ninguém do outro lado do espelho agora e não há câmeras aqui. Você pode falar comigo. — Quem iria acreditar em mim? — Charlotte, relaxe. Eu sei que você está pirando, mas eles não têm nenhuma prova que você estava lá na noite em que ela desapareceu. Basta lhes dizer tudo o que sabe e talvez eles possam encontrar o verdadeiro assassino. — E como é que eu lhes digo que eu sei todos os detalhes, Ike? Talvez eles não podem me cobrar por assassinato, mas certamente parecem desconfiados. — George vai buscar o meu pai e ele vai ajudar. — Eu não vou usar o pai de vocês para isso, Ike. Eu não posso. Não quando eu menti para sua família sobre nós e... você, — ela termina. — Então é hora de você dizer ao meu pai. — afirmo. Fico na frente dela, ela para de andar e encontra o meu olhar. — Ele vai acreditar em você. Vou me certificar de que ele o faça. Ela abaixa a cabeça e suspira. — Eu não tenho certeza se estou pronta para fazer isso.

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Uma hora depois meu pai dá uma volta na sala e imediatamente leva Charlotte em seus braços. — Você está bem, querida? George está quase explodindo de preocupação com você, — meu pai diz. Quando Charlotte se afasta, seus olhos lágrimas. — Obrigada por ter vindo, Sr. McDermott.

estão

cheios

de

— Eu disse para você me chamar de Henry. Agora se sente. Vamos deixar essa bagunça resolvida. — ele leva Charlotte para seu assento antes de contornar à mesa e tomar seu próprio assento em frente a ela, puxando um comprido papel amarelo de sua grande pasta. — Você disse a George do que se trata? — Charlotte estremece com a questão. — Você me pediu para não falar e tudo o que discutir será confidencial. Falei com o detetive Andrews brevemente. Agora eu gostaria de ouvir o seu lado da história. Charlotte pisca o olhar para mim e eu aceno em encorajamento. — Henry, eu sei que isso vai soar absurdo, mas eu achei o corpo de Casey Purcell sob a ponte de Ukon e relatei isso. — Ok. Você teve alguma coisa a ver com a morte dela? — pergunta ele. — Não! Eu juro! — ela corre para assegurá-lo. — Basta dizer a ele a verdade. Ele vai acreditar em você, — eu lhe asseguro e ela cerra os olhos fechados. Quando ela os abre, ela olha para mim, então brevemente para meu pai que não iria entender, mas o olhar era longo o suficiente para me dizer que ela já está se desculpando por não lhe dizer a verdade. — Eu estava dirigindo através de Charlottesville e meu carro parecia que estava engasgando. Então, eu puxei mais perto da ponte e saí para buscar meu pneu. Quando eu saí, eu levei minha lanterna, mas estava chovendo naquela noite e eu escorreguei e minha lanterna desceu do barranco. Então, eu me arrastei para baixo depois disso, mas não consegui encontrar. Foi quando eu encontrei o corpo de Casey. — Charlotte termina sua mentira e evita o contato visual comigo. Ela sabe que eu vou ficar chateado por ela não lhe dizer a verdade. — Por que você não foi à polícia? — Várias razões. Eu estava assustada. Eu não queria ser chamada como testemunha ou nada. Eu tenho um monte de multas a ~ 178 ~

partir do longo dos anos e eu estava preocupada que eu ia ficar em apuros por isso. Eu não tinha dinheiro para pagar. — Você sabe o quão estúpido isso soa, não é? — eu digo e seus lábios achatam como se ela fosse louca. Empurrando o bloco de notas para ela, meu pai diz: — Me faça uma declaração e nós a vamos entregar para o detetive. Ela balança a cabeça, pega o bloco e caneta e começa a escrever. Quando ela termina, meu pai a abraça com força e lhe assegura que tudo vai dar certo antes de sair para ir encontrar com o detetive. — Eu pensei que nós concordamos em lhe dizer a verdade. — Sim, — ela se encaixa. — Mas não agora. George está passando por ataques. Me deixe passar por isso e nós vamos dizer a eles. A sala fica em silêncio por um momento. Ela se senta dura como uma tábua, com as mãos no colo, olhando para frente. — Está tudo bem, Charlotte? — pergunto. Ela sorri fracamente. — E se eles me odiarem por manter o segredo todo esse tempo? — Eles não vão, — eu prometo. Eu sei isso sem dúvida. Eles podem ficar chocados no início, mas eles vão acreditar nela. — Tem sido tanto tempo desde que alguém se importou comigo. Eu não os quero perder, Ike. E eu não quero perder você. — Você não vai, — eu a asseguro. — Você pode não ser capaz de me ver uma vez que eu vá, mas Charlotte, eu estarei sempre em seu coração. — eu coloco minha mão no meu peito em ênfase. — Minha família não vai te afastar. Você é uma parte de nós agora. Eles não vão virar as costas para você. Eu juro. Suas lágrimas enchem seus olhos assim que encontram os meus e ela sufoca um soluço. — E uma vez que eles saibam, se eles aceitarem e encontrar a paz, você vai passar. Eu sinto que eu vou perder, não importa o que eu faço Ike. Isso está me sufocando. — Charlotte... — minha voz falha. De pé, eu ando em direção ao espelho, lutando com minhas próprias emoções. Eu odeio a ver chorar, mas eu odeio ainda mais que a deixar vai me rasgar dentro tanto quanto esta ela. Mas há um fio, algo invisível que eu não posso ver, me ~ 179 ~

puxando, me puxando para outro lugar. Eu teria ido embora por agora se não fosse por George, mas sua espera, o peso que ele teve sobre os meus ombros está diminuindo. Quando George encontrar a paz, eu não terei escolha a não ser ir para onde a corda invisível me levar, o que vai significar deixar esta bela mulher para trás. Eu sei, por um lado, será melhor para ela, não importa o quão triste ela vai estar. Eventualmente ela vai seguir em frente ou sua tristeza vai vazar e ela vai ser feliz. Por outro lado, a parte egoísta de mim necessita que ela precise de mim. — E se você estiver errado? Então eu vou ficar sozinha de novo, Ike. Eu vou estar exatamente do jeito que você me encontrou. Sozinha e sem esperança. Piscando ao redor da mesa, eu me inclino sobre ela para que seu olhar encontre o meu. Eu não vou deixá-la ficar assim novamente. A memória de sua posição no parapeito da ponte torce minhas entranhas. A vida é cheia de cor e magia e altos e baixos, mas Charlotte é uma das melhores partes da vida. Ela é a luz e o calor e a bemaventurança. — Me escute, Charlotte. Eu não quero nunca mais ouvir você dizer isso de novo. — meus punhos apertam quando a minha ira se apodera de mim e seus olhos fogem para longe. — Olhe para mim, porra! — grito. Quando seus olhos se voltam para os meus, ela está segurando a respiração. — Nunca desista. Me prometa, — eu exijo em uma voz firme e afiada com fúria. — Eu não posso encontrar a paz se eu achar que por um segundo você vai voltar a ser aquela garota que eu encontrei na ponte naquela noite, Charlotte. Me promete, — eu imploro. Meus próprios olhos lacrimejam quando medo e raiva me apoderam. Ela é tão importante para mim. Eu tenho que saber que ela vai ficar bem, que ela vai ser forte. Vai ser uma eternidade do inferno se eu sou forçado a ir e ter que levar a preocupação que possivelmente ela terminará sua vida comigo. Eu preciso saber que ela vai sobreviver a isto; que ela vai ficar bem. Abaixando a minha voz e olhando profundamente em seus olhos, eu imploro, — Por favor, baby. Me prometa. Eu preciso... eu preciso saber que você vai ficar bem. Lágrimas escorrem pelo seu rosto, mas ela balança a cabeça ligeiramente. — Eu prometo. — Me desculpe, eu não posso te levar em meus braços agora e te abraçar. Eu venderia minha alma ao diabo se eu pudesse Charlotte. — minhas palavras fazem um soluço soltar de seus lábios trêmulos.

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— Eu sei que você faria, — ela sussurra enquanto enxuga o rosto e o nariz com os dedos trêmulos. Ela toma algumas respirações profundas e depois de alguns momentos, ela parece se acalmar um pouco. Após uma hora, o detetive entra com sua declaração digitada e ela tem que a assinar na presença de meu pai. — Você não vai se deixar a cidade em breve, vai Charlotte? — Andrews pergunta. — Não, senhor, — ela responde. — Seu veículo foi levado para inspeção. Nós estaremos de olho em tudo. Se encontrarmos qualquer correspondência para quem invadiu sua caminhonete, nós entraremos em contato. Nós entraremos em contato com você quando você puder pegar o veículo. — Obrigada, — diz ela e acena com a cabeça atordoada antes de ficar de pé. Meu pai a leva para fora da sala de interrogatório e pelo corredor até chegar ao saguão. George voa para fora de sua cadeira e envolve seus braços em volta dela. — Por que diabos demorou tanto? — ele rosna. Há bolsas sob os seus olhos e ele está pálido. Não é difícil ver que ele está sofrendo. — George, tem sido um longo dia. Vamos apenas a levar para casa, — meu pai incentiva. Ele sente a agitação de George, mas não percebe que é em parte devido a sua abstinência. — Vou levar vocês, — diz Sniper.

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Capitulo Vinte CHARLOTTE Sniper deixa George e eu em sua casa, insistindo que ele pode lidar com as coisas no restaurante. George me segurou no banco de trás todo o caminho para sua casa, apesar de seus próprios problemas. Sua respiração era dura e eu sei que ele está passando mal. Eu disse a ele sobre encontrar o corpo de Casey; é claro, eu deixei de fora a parte sobre a alma de Casey me mostrando onde estava. Ele me abraçou apertado e me disse o quão forte eu era depois de experimentar algo assim. Minhas entranhas torceram sabendo que eu estava mentindo para ele mais uma vez. Uma vez que estamos dentro, ele me leva para o banheiro no quarto principal e começa a abrir a torneira. — Tome um banho quente e tente relaxar. Eu vou pedir uma pizza. — George, você não está se sentindo bem. Você deve tomar um banho quente e me deixar lidar com o jantar. — Você teve um dia realmente de merda. Vou me sentir como um idiota, não importa o que eu faço. Pelo menos um de nós deve se sentir um pouco melhor. Ele me dá uma camiseta e uma cueca e me deixa tomar meu banho. Eu fico um longo tempo até que eu ouço a campainha e sei que deve ser a pizza. Não comi nada o dia todo, então eu me apresso para fora da banheira e me visto. Até o momento que eu chego à cozinha, George está em apenas um par de shorts de basquete, sua pele coberta de suor. Merda. Ele não parece tão bem. — Eu sinto muito fazer isso com você Charlotte, mas eu preciso me deitar. Por favor, se sirva de qualquer coisa. — Ok. — eu aceno enquanto ele caminha de volta para seu quarto. Eu ligo a televisão enquanto eu como, tentando manter a calma de modo que George consiga dormir. Depois de um tempo, eu decido ir verificar ele e o encontro encolhido em posição fetal na sua cama; suor ~ 182 ~

cobrindo seu corpo que parece estar pegando fogo. Eu encontro um pano e uma toalha seca e tento o limpar ao aplicar o pano frio na sua testa. — Você deveria ir para casa, Charlotte, — ele geme de dor. — Eu não quero que você me veja assim. Tomando sua mão na minha, eu a beijo. — Eu não estou indo a lugar nenhum. O bom, o mau e o feio... lembra? E é feio. Para os próximos dias eu fico com George quando seu corpo o castiga por negar a cocaína, pílulas e bebidas que se tornou acostumado. Meu coração dói por ele; eu faria qualquer coisa para tomar sua dor. À noite, eu dormi com ele caso ele precisasse de mim, e de dia, eu tento em vão o levar a comer alguma coisa. Ike me garante, enquanto ele continuar a beber água, que ele vai ficar bem; o corpo pode sobreviver dias sem comida, mas não pode ficar mais de três dias antes da desidratação. As únicas vezes que eu o deixei é quando Sniper vem entre os turnos e fica com George enquanto eu limpo os quartos para Ginger. Pelo menos eu era capaz de usar a máquina de lavar roupa de George e limpar as minhas roupas. As primeiras 24 horas são as piores, mas quando o tempo passa, ele começa a ficar um pouco melhor. Agora, ele está apenas muito cansado e quer dormir. Enquanto ele está incapacitado, eu fiz alguma pesquisa tentando encontrar um terapeuta ou uma instalação que possa o ajudar a se manter limpo. Espero que ele vá estar aberto a isso. — Ele vai precisar de reabilitação, — diz Ike quando eu pesquiso todas as informações que puder sobre dependência de drogas. — Ele não vai querer, — eu respondo. — A princípio não, de qualquer maneira. — Com quem você está falando? — George pergunta em voz rouca quando ele entra na sala de estar. Eu quase salto para fora da minha pele. Ele está sem camisa e eu não posso deixar de olhar para ele por um momento, admirando seu abdômen definido e ombros largos. — Falando para mim mesma, — eu respondo quando eu coloco o laptop de George ao meu lado e fico em pé. — Você faz isso muito? — ele pergunta. — Misty disse que viu você falando sozinha quando você começou a trabalhar no bar. Eu tenho que lutar como o diabo e não fazer uma careta ante a menção do nome dela. — Ela disse? — eu pergunto, meu tom não ~ 183 ~

escondendo meu aborrecimento. — Tenho certeza que ela teve todos os tipos de coisas a dizer sobre mim. — Calma Charlotte, — Ike intervém e eu rolo meus olhos. Passando por George, eu entro na cozinha e começo a puxar a carne do almoço e queijo para fazer sanduíches. — Você está com fome? Estou jogando os itens da geladeira no balcão e procurando a maionese quando eu sinto suas mãos agarrarem meus quadris e me puxar para trás. George me gira ao redor, fechando a geladeira logo depois, antes de me levantar e me sentar na ilha da cozinha. Minha perna aberta lhe permitiu ficar perto de mim sem pensar. Em nada além de um par de boxers de George e uma velha camiseta, esta posição parece extremamente... íntima. Passando a mão pela minha coxa, ele atinge o tecido de sua boxers. Eu estou quente antes que ele pare. — Obrigado, Charlotte, — diz ele. — Por cuidar de mim. Lamento que você tenha tido que fazer isso. — seus olhos perscrutam os meus e eu estico, enfiando os dedos pelo seu cabelo desgrenhado. — Obrigada por me deixar cuidar de você, George, — eu respondo, deixando meu olhar cair aos seus lábios. Quando nossas bocas se encontram em um apaixonado beijo, eu coloco meus braços em torno dele e empurro o meu corpo para frente, tão próximo dele como eu posso estar. Antes que eu saiba, ele está me erguendo, minhas pernas enroladas na sua cintura, nossos lábios nunca se separando quando ele me leva de volta para o quarto. Nós somos um emaranhado de loucura quando nós caímos para a cama e ele pressiona seu peso sobre mim. Meu corpo está repleto de uma deliciosa dor e quando suas mãos entram debaixo da minha parte superior e segura meu peito, eu quase explodo. Ele trilha beijos no meu pescoço para o meu peito e levanta a camisa de modo que a sua boca bonita pode chupar meu mamilo. Um gemido gutural e profundo me escapa e empurro meus quadris para cima para encontrar seu corpo, implorando por tudo e qualquer coisa que ele vai me dar. — Charlotte, — ele sussurra entre respirações ofegantes e meu núcleo aperta. Sua mão sai do meu peito e desliza para baixo no meu corpo, seus dedos cavando em minha carne quando eles provocam a cintura das suas cuecas samba-canção. A névoa de minha luxúria começa a desaparecer como tantas verdades brutais me bombardeando tudo de uma vez. Por um lado, onde está Ike? Eu esqueci completamente que ele ~ 184 ~

estava aqui quando tudo isso começou. E ter relações sexuais com George enquanto Ike assisti seria tão errado em tantos níveis, mas mesmo com isso de lado, sou virgem. E isso mudou muito rápido. E George está apenas a se recuperar de um problema de dependência. — George, — eu gemo na tentativa de o deter, mas isso só parece o encorajar mais quando ele puxa a cintura dos boxers e começa a os escorregar em meus quadris. — Deus, Charlotte, você é tão bonita, — ele ronrona quando ele desliza a bermuda pelas minhas coxas. — Eu quero tanto você. Eu o quero muito também. Eu sou a pior pessoa do mundo, mas eu quero. Como eu poderia fazer isso com Ike? — George, nós temos que parar, — eu finalmente chio e ele congela assim quando ele puxa a bermuda até meus tornozelos. Seus olhos estão arregalados com pesar e vergonha. Se afastando como se eu estivesse pegando fogo, ele se desculpa, — Eu sinto muito, eu pensei que você... não importa. Eu sou um idiota. Eu sinto muito. — Não é isso, George, eu quero você. Tanto, — eu enfatizo quando eu me aproximo e puxo seu calção de volta. Rolo e me movo de joelhos diante dele, deixando o meu olhar parar na sua ereção bastante considerável sob seus boxers. Eu o quero tanto tocar, mexer a minha mão em seu comprimento duro e sentir o que eu faço com ele. — É só que, isto está se movendo muito rápido e... — Eu sei. Eu sou um perdedor viciado, melancolicamente e se move para sair da cama.



diz

ele,

— Não! — eu grito e ele para. — Eu sou virgem, George, — eu admito antes de engolir o nó na minha garganta. Suas sobrancelhas sobem para a linha do cabelo. — Sério? — ele questiona em descrença. Eu não tenho certeza se ele não acredita em mim ou se ele está apenas chocado. — Sério, — eu respondo à espera de lê-lo ainda mais antes de decidir como proceder. O silêncio paira entre nós e o calor começa a engatinhar até meu pescoço e minhas bochechas. Será que ele pensa que eu sou algum tipo de leprosa porque eu não a perdi ainda? Com um sorriso de lado, eu acrescento: — Eu só pensei que talvez você devesse saber. ~ 185 ~

— Como... apenas, como? Você é tão... tudo, — ele murmura, acho que mais para si do que para mim. Meu coração se expande cinco vezes o seu tamanho, fazendo com que meu peito fique apertado. Tudo. Ele acha que eu sou tudo. — Eu acho que você é incrível também, — eu digo a ele, meu intestino torcendo quando eu, mais uma vez, lembro que este homem está se apaixonando por mim e não sabe nada realmente sobre mim. Pelo menos não as verdades mais relevantes. Seu olhar escuro encontra o meu pouco antes de ele se aproximar e tirar uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Eu não tenho ideia por que você tem uma opinião elevada de mim, mas eu juro que eu quero ser digno disso e eu quero ser digno de você, Charlotte. — engolindo em seco, seu olhar cai. — O homem que você conheceu e teria conhecido não sou eu. Honestamente, eu sei que isso vai me fazer soar ainda mais como um viciado, mas eu não quero as drogas. Eu estava tão perdido e eu só queria ficar dormente por um longo tempo; não sentir nada. Mas agora, eu quero sentir... pelo menos as coisas boas. Eu quero sentir as coisas com você. Lágrimas ameaçam derramar dos meus olhos. Abro a boca para responder quando há uma batida na porta. — Você espera alguém? — pergunto. — Não, — ele responde e levanta, pegando uma camiseta e a colocando, mas eu saio da cama e o detenho. — Eu vou atender. Eu gosto de você sem camisa. — eu pisco quando eu passo por ele. — Eu vou manter isso em mente. — ele sorri enquanto me puxa para trás e me beija com ternura. Meu corpo se curva para o dele quando enfio os dedos suavemente pelo seu cabelo. Quando ele se afasta, ele olha para dentro dos meus olhos e diz: — Eu vou esperar o tempo que for preciso. Eu quero estar com você. Eu sei que tenho que provar a mim mesmo com você primeiro, mas eu vou. Eu prometo. — então ele me beija novamente quando batidas martelam a porta da frente, chamando. Quando eu faço o meu caminho até a porta, me comprometo a dizer a verdade a George hoje à noite. Eu tenho. Eu não posso manter isso para mim não mais. Eu só rezo para que ele não me odeie depois que ele descobrir a verdade. Mas mesmo que eu saiba que no fundo, inicialmente, ele não vai levar isso bem, eu preciso estar preparada para isso. Talvez eu devesse pedir a Sniper para estar presente. ~ 186 ~

A pessoa na porta bate mais forte desta vez e minhas sobrancelhas sobem. — Calma aí. Estou indo! — eu grito apenas antes de abrir a porta. Apenas momentos antes, eu estava andando nas nuvens, embora uma nuvem repleta de dúvidas e incertezas, mas eu ainda estava nadando no efeito depois da proclamação de George que ele quer ficar comigo. Eu quero estar com ele, também. Agora o meu coração caiu e meu estômago torce enquanto eu olho um par de olhos cinzentos familiares olham para mim. — Charlotte Anne, — diz ele com um tom óbvio de frustração. Lambendo meus lábios secos e atando minhas mãos juntas na minha frente para esconder os meus nervos, eu respondo: — Papai.

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Capitulo Vinte eUm IKE No momento em que George a afastou da geladeira e a colocou sobre o balcão, eu me transformei para fora. Esta é a mais pura forma de tortura; assistir a mulher que eu amo com outro homem. Não é com qualquer um, o que torna tudo pior. Eu a estou empurrando para George e por causa disso, ela se apaixonou por nós dois. Isso não é justo para qualquer um de nós; nem para ela, nem para mim e nem para George, embora ele não tenha ideia que este fodido triângulo amoroso existe. O invisível me puxa, essa força me puxando para o que está um pouco além deste mundo se fortalecendo quando o peso da minha preocupação por George clareia. Sei que ele está ainda frágil e não completamente fora da água ainda, mas eu acho que é hora de lhe dizer a verdade. Não será fácil sem dúvida alguma a reação de sua parte, e isso pode levar alguns dias para ele chegar a termos com tudo isso. Mas ele precisa saber a verdade e a aceitar. Falando apenas por mim, esta situação está acabando comigo. Eu quero tanto que George fique melhor, que seja feliz, mas sua felicidade envolve ele ter algo que eu venderia minha alma para ter. Eu sou um idiota por pensar dessa forma. Eles são as duas pessoas que eu mais amo no mundo e eu quero que eles tenham um ao outro quando eu for embora, mas ver acontecer é difícil. Eu estou andando pela calçada quando um Sedan azul estaciona e um homem mais velho com calças e uma camisa verde sai. Seu rosto está duro como se ele estivesse chateado e meu corpo fica tenso. Quem diabos é esse cara e por que ele está aqui? Ele martela a porta da frente de George repetidamente até Charlotte abrir a porta e seu rosto cai, todo o sangue drena a partir dele. — Charlotte Anne, — resmunga o homem e eu estou em estado de alerta. Quem é ele e como ele a conhece? Eu me transformo dentro da casa e atrás dela quando ela diz: — Papai.

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Minha boca cai aberta. Então este é o idiota que a tratava como um porco e a mandou embora? Eu daria a minha vista esquerda para tomar um tempo com esse cara. Qualquer pessoa que saiba a respeito de Charlotte, realmente sabe dos seus segredos, sabe que ela não é louca. Ela é linda e altruísta. Olhe para o que ela fez para mim e como ela ajudou outros antes de mim? — Como você me encontrou? — ela gerencia. — A polícia me ligou e me informou que minha caminhonete estava em sua posse em uma investigação de assassinato... — o xerife me deu o endereço do seu motel, mas quando você não estava lá, eles me deram esse endereço. — Charlotte permanece congelada, olhando para ele. — Posso entrar? — pergunta seu pai depois de uma longa pausa, embora ele não esteja realmente pedindo. Eu posso dizer que ele está usando seu tom paternal com ela. Seus olhos estão fixos em cima dela, parando em seu traje. Ela está vestindo uma camisa e boxers de George, enrolado tantas vezes na bunda dela que penduram para fora. Eu penso que ela parece quente, mas eu acho que do ponto de vista de um pai, ele não iria ver assim. — Na verdade, agora não é uma boa hora, — ela finalmente responde. — Onde você vai ficar? Eu vou te encontrar lá. — o pânico que ela está sentindo é evidente em seu tom de voz, pelo menos, é para mim. Ela está com medo que seu pai a irá expor a George. Ela sai e fecha a porta ligeiramente, forçando seu pai a voltar atrás. Há o suficiente de uma rachadura que eu possa permanecer no interior e ainda ver os dois. — Eu vou ficar em Archer Valley Bed & Breakfast, — ele diz a ela, e eu não achei que fosse possível seu rosto ficar mais pálido, mas fica. É um pequeno mundo de merda, às vezes, e, claro, de todos os motéis em Bath County, seu pai iria ficar em um que meus pais possuem. — Vai ficar tudo bem, Charlotte, — eu digo a ela, como sempre faço, mesmo que ela nunca pareça acreditar em mim. Sua mão está apertando a maçaneta da porta, então, quando George abre, ela quase cai, mas ele a pega. Se o pai dela estava em desaprovação de seu guarda-roupa antes, George aparecer sem camisa não está ajudando. — Uh... Eu posso te ajudar? — George pergunta quando ele segura Charlotte contra ele. Eu queria poder a segurar firme enquanto ela sente como se o mundo estivesse rachando abaixo dela, mas se eu ~ 189 ~

não conseguir, eu estou feliz que George está aqui para fazê-lo. Ela precisa de alguém para mantê-la ligada à terra. — Eu sou Wayne Acres, o pai de Charlotte, — seu pai responde. — Oh, — George diz, surpreso. — É um prazer te conhecer, senhor. — ele imediatamente se endireita e estende a mão para apertar a de seu pai, mas o Sr. Acres ignora. — Eu só estou aqui para minha filha. Charlotte, você não tem nenhum veículo. Por que você não se veste e me encontre no carro? Cinco minutos. — com isso, ele se vira e volta para seu veículo. George fecha a porta e se vira para Charlotte. — Eu acho que ele gosta de mim, — ele tenta brincar, mas Charlotte perde o humor. — Não é você. Eu tenho que ir. — ela corre de volta para seu quarto e ele a segue. Ela está tão frenética que ela não nota qualquer um de nós no quarto com ela quando ela tira o pijama emprestado. E mesmo que as coisas estejam fodidas no momento, somos homens e ambos olhamos para ela. Quando ela está totalmente vestida e se move, eu esperava que ela olhasse e daria a George algum gracejo sobre a observar, o que seria importante pra mim também, mas ela não diz nada. Ela passa por George e pega a bolsa na sala de estar. Quando ela se move para abrir a porta, George coloca a palma da mão contra a mesma, parando ela. — Parece que você está prestes a ter um ataque cardíaco. Você está bem? — Eu estou bem, — diz ela. — Nós não nos damos muito bem e tem sido um longo tempo desde que nós vimos um ao outro. Eu estou apenas chocada em o ver, é tudo. — Você não tem que ir com ele. Eu vou lá fora agora dizer a ele para dar o fora de minha propriedade. — Eu vou ficar bem. Eu te ligo mais tarde, — diz ela, quando ela beija seu rosto. — Eu estou indo para o trabalho hoje à noite. Eu estive fora por muito tempo. Eu preciso verificar as coisas e começar a voltar no controle das coisas. — Tudo bem, — diz ela. — Você tem certeza de que está pronto?

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Ele sorri. — Tanto como eu nunca vou estar. — ele se inclina e a beija suavemente. Ela se afasta rapidamente, não estou certo se é porque ela está ciente da minha presença ou se são os nervos. Talvez ambos. — Tchau. — ela desliza para fora da porta e eu me transformo ao lado dela. — Sinto muito que você teve que ver isso. — ela diz o que aconteceu entre ela e George. — Eu sei. Mas você tem outras coisas com que se preocupar, baby. Apenas se lembre que você não tem nada que se desculpar, Charlotte. Seu pai é o errado.

De alguma forma, ela convence seu pai a levar ela para seu quarto de motel para que eles possam falar com mais privacidade. O silêncio que eles ficam no caminho até lá quase asfixia. Seu pai é uma águia; é óbvio que ele está trabalhando em sua cabeça exatamente o que ele quer dizer. Enquanto isso, Charlotte fica rígida, as mãos torcidas juntas em seu colo. Eu odeio como ela parece assustada agora. Uma vez em seu quarto, ele se senta na minha cadeira, inclinado para frente, com os cotovelos nos joelhos. — Você está fora há cinco anos, — ele diz a ela e olha para ela onde ela se senta na cama. — Eu não achei que você esteve contando. — seu olhar é fixo no chão, mas sua voz é firme. — Como você sobreviveu com trinta mil dólares por cinco anos? — Eu consegui, — ela diz a ele. — Como? — ele empurra sua voz severa; a deixando tensa. Seu olhar se move para o seu e ela se endireita de volta. — Seja forte, Charlotte, — eu incentivo. — Bem, eu dormia no 4Runner, — admite ela e eu fecho meus olhos, detestando a ideia de ela dormir em um carro frio. — Às vezes as pessoas me davam dinheiro e um lugar para estadia de uma noite ou duas. — Você se tornou uma andarilha? — pergunta ele com ceticismo. ~ 191 ~

— Não, — ela declara com firmeza. — Eu sei que você pode achar isto difícil de acreditar, pai, mas há pessoas lá fora que acreditam no que eu posso fazer. Essas pessoas foram dadas o conforto por mim as ajudando a se comunicarem com seu ente querido perdido. Em gratidão, eles me oferecem abrigo e às vezes um pouco de dinheiro. — Oh, Deus, Charlotte. Você fica por aí dizendo às pessoas que você pode falar com os mortos? Querida, você sabe como isso é errado? — balançando a cabeça, ele se inclina para trás em sua cadeira. Sangue corre através de mim com a imagem da minha mão em punho em contato com seu rosto, consumindo meu processo de pensamento. — Eu estou ajudando almas a atravessarem. Eu estou lhes dando a paz. Por que isso é errado? — Querida, — ele suspira antes de correr a mão pelo cabelo. — Você está doente e você precisa voltar para casa. — a boca de Charlotte cai ligeiramente aberta, mas as palavras não saem. — Você precisa voltar para casa e nós vamos te levar de volta para os médicos... — E me drogar novamente? — ela se encaixe. — Não, papai. Eu não vou com você. Sr. Acres coloca uma palma para baixo em seu rosto. — Charlotte Anne, eu não estou pedindo. Você está em apuros com a lei... Eu não posso te deixar aqui fora. — Eu não estou com problemas com a lei! — ela grita. — Eu ajudei uma alma encontrar o corpo dela assassinado. Eu não disse à polícia o que ela falou para mim... Eu inventei uma história, mas isso é o que aconteceu. Casey Purcell apareceu e me levou ao seu cadáver! — E agora você está metida em tudo isso, — argumenta ele, balançando a cabeça. — É hora de voltar para casa, — diz ele, novamente. — Você me mandou embora! — ela grita. — E agora você está dizendo que eu preciso voltar para casa? Aquela não é a minha casa mais. — E este lugar é? Você está vivendo em um motel, pelo amor de Deus, — ele contrapõe, sua voz afiação e raiva. Charlotte inala uma respiração irregular enquanto ela tenta controlar suas emoções. — Eu não tenho te incomodado por nada. Você me queria fora da vista, longe do coração, papai. Isso é o que você queria e eu dei a você porque eu sabia que você nunca iria aceitar quem ~ 192 ~

eu sou agora. Eu posso ver os mortos. Eu posso. E você não pode viver com isso. Então você me mandou embora. E você espera que eu volte para casa com você? — Eu achei que você ia pegar o dinheiro e decolar por um mês, talvez dois. Eu pensei que talvez você precisasse de uma pausa... talvez a memória de Axel estava mexendo com sua cabeça. — Não. Você me confundiu a cabeça, papai, — ela grita. Ela está de pé agora, mas ele permanece sentado, com expressão calma, como se ele se recusasse a incentivar a raiva mais longe, afinal, ela está doente de acordo com ele. Deus, eu quero fazer socar esse cara. — Você nunca acreditou em mim... Quero dizer, você acha que eu queria isso? Você não acha que acordar para descobrir que o meu irmão, o meu melhor amigo, foi morto não foi ruim o suficiente? Mas ainda por cima, vendo pessoas mortas era o que eu queria? — Não, querida, eu sei que não é o que você queria, — ele diz a ela suavemente. Eu posso dizer que ele está vindo para ela com as mãos enluvadas agora, tentando a acalmar por ser gentil. — Quando você chegar em casa, podemos trabalhar com isso. Sua mãe sente falta de você, Charlotte. Ela está morrendo de vontade de te ver. — Não, papai. Eu não vou. Não. Sr. Acres para e inclina a cabeça quando ele desliza ambas as mãos nos bolsos e suspira pesadamente. Quando ele levanta a cabeça, sua expressão é severa. — Eu vou sair em dois dias e você vai vir comigo. A polícia liberou o 4Runner e o vendi para o ferro-velho. — O quê? — ela suspira em descrença, tropeçando de volta para pegar a si mesma sobre a cômoda. — Por que você faria isso sem falar comigo primeiro? — Porque ele estava nas últimas. — Charlotte, — eu sussurro. — Está tudo bem. Sniper pode nos ajudar a lhe comprar outro carro, — eu tento assegurar a ela, mas ela não parece reconhecer o que eu estou dizendo. — Mas... era dele. — ela está olhando para seu pai como se ele tivesse acabado de esfaqueá-la no coração e a traição é muito pior do que se ele realmente tivesse feito. — Como você pôde? — ela pergunta quando sua voz falha, eu cerro os punhos quando percebo por que ela está tão chateada. A 4Runner era de Axel. Esse cara é um idiota!

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A mandíbula do Sr. Acres se define em aborrecimento e os músculos se estalam, mas ele se move para a porta. — Dois dias, — diz ele, mais uma vez, antes de abrir a porta e sair. No momento em que a porta se fecha atrás dele, Charlotte cai no chão e começa a chorar. — Charlotte. — eu me ajoelho ao lado dela, desejando que eu a pudesse pegar e a sentar no meu colo e limpar as lágrimas pesadas de seu rosto. — Garota, você tem que se acalmar. Respire. — Ele vendeu. Ele vendeu o carro do meu irmão, — ela soluça com os olhos cerrados, fechados de dor. — Como pode? — Eu não sei, — eu digo a ela. — Ele quer que você volte para casa. Tomar o seu transporte parece ser uma boa maneira de te convencer. Depois de alguns minutos, ela se acalma e se senta, se inclinando de costas contra cabeceira da cama. — Ele está hospedado na casa de seus pais. O tempo se esgotou, Ike. Eu tenho que lhes dizer tudo antes que ele faça algo e fique alguma história louca. Este é o momento que temos vindo a construir em direção a ambos. Nós soubemos que estava chegando, mas até mesmo eu estou começando a temer o fim disto. Quando ela disser a minha família e George a verdade, vai me levar a um passo de ter que os deixar para sempre. Mas não temos escolha agora. Nós não podemos ter o pai dela girando Charlotte como uma espécie de doente mental. — Chame Sniper para te buscar, — eu digo a ela. — Depois chame a minha mãe e explique que você precisa reunir todos em sua casa. Diga a ela que é realmente importante e você precisa dela para levar George lá, também. — com um leve aceno de cabeça, ela se puxa para cima e fica congelada por um momento. — Você está bem? — eu pergunto a ela, mesmo que eu sei que ela não está. — Estou com medo, — ela sussurra. — Eu sei. Estou também, — eu admito. — Só sei que eles vão acreditar em você. — Ele vai me odiar, — ela chora baixinho. — E você vai ir e eu vou ficar sozinha novamente. Eu queria que você pudesse apenas me levar com você. Meu coração parece que foi oficialmente queimado em um milhão de minúsculos pedaços de dor. Em me ajudar, eu só piorei as coisas para ela. — Charlotte, por favor. — minha voz treme quando eu falo. — ~ 194 ~

Vai ficar tudo bem. Nós vamos ter certeza disso. Eu não vou sair até que isso aconteça, está bem? — mas eu sei que, no fundo, pode ser uma promessa que eu não possa manter. A força invisível que me puxa reforçou quando George ficou melhor e eu me encontro cavando meus pés a este mundo para mantê-lo de me levar. Mas eu vou lutar com todas as forças que eu tenho para ter certeza que ela está bem. — Chame Sniper, — eu digo a ela e depois de limpar o nariz com o antebraço, ela balança a cabeça uma vez e se move em direção ao telefone. Lhe dou os números e ela liga para Sniper e minha mãe e coloca tudo em movimento. — Vá para o chuveiro e se prepare. Sniper estará aqui em breve. Balançando a cabeça atordoada, ela se dirige para o banheiro e pouco antes de ela fechar a porta, ela diz — Ike, — me viro e encontro o seu olhar, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. — Sim, menina? — Eu te amo. — e embora as palavras sejam bonitas, a dor em sua expressão quando ela as fala torce minhas entranhas. Então ela fecha a porta e me deixa dolorido com as suas palavras.

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Capitulo Vinte e Dois CHARLOTTE Quando Sniper me pega, eu devo parecer um horror porque ele imediatamente se apodera de mim em um grande abraço de urso. — O que aconteceu? — ele pergunta quando eu choro em sua camisa. — Meu pai me encontrou. Ele quer que eu volte para casa e eu tenho que dizer a todos a verdade antes que ele tente os convencer que eu sou louca. — Vai ficar tudo bem, amor. Estou aqui. Vou te ajudar. Eu sei que você pode ver Ike. E eu estarei ao seu lado a cada passo do caminho. — Eu o abraço apertado por dizer isso. Eu preciso de alguém para ficar comigo ao meu lado. Eu sei que Ike está do meu lado, mas isso não vai ajudar a menos que eu os possa convencer. Sniper dirige até os McDermotts enquanto eu tento não vomitar. — Será que Beverly chamou George? — Sim, — ele responde. — Mas ela não disse a ele que era para você. Então ele não tem ideia do que está acontecendo. — Bom, — eu exalo. — George vai ficar... chateado. — Talvez no início. Mas assim que era eu, só teve que me convencer um pouco. — Sim, mas ele vai se sentir como se eu tivesse traído ele. Sniper dá um tapinha na minha perna antes de retornar a mão no volante. — Ele pode te surpreender. Quando chegamos, eu vejo a moto de George na frente e sei que ele já está aqui. O carro que meu pai dirigia hoje cedo também está estacionado em frente e aperta meu estômago. Eu estava esperando que ele não estivesse aqui. Quando saio da caminhonete, Ike me lembra de respirar quando nós fazemos o nosso caminho para a varanda. Antes de dar o primeiro passo, George vem voando para fora da porta da frente e direto para mim.

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— O que está acontecendo, Charlotte? — suas sobrancelhas estão franzidas em confusão. — Minha mãe me chama aqui dizendo que é uma emergência e eu fico aqui e ela diz que está esperando por você. — Vamos entrar, George, — Sniper fala com ele e coloca uma mão na parte baixa das minhas costas. — Seu pai está lá dentro, — ele avisa e eu aceno em compreensão. Uma vez que estamos no interior, Beverly me abraça, seu olhar repleto de preocupação quando vê meu rosto. — Ele estava tão em pânico quando ele chegou, nós tivemos que dizer a ele que você ligou. Tentei o segurar lá fora enquanto eu podia. — Está tudo bem, Beverly. Obrigada por ligar para todo mundo. — Você veio aqui para me salvar do abuso? — Camerom se aproxima; brincando. Eu sorrio quando eu o abraço, grata pelo humor, embora este seja desperdiçado em mim. — Temo que não, — eu digo a ele. — Eu não sei o que está acontecendo, mas meu irmão está em desespero sobre isso, — ele sussurra. — Eu vou explicar. Beverly me leva para a sala e meu coração para. Meu pai está sentado em frente a Henry falando em voz baixa. As sobrancelhas de Henry estão franzidas enquanto seu olhar encontra o meu e eu sei que sem sombra de dúvida o meu pai já disse a ele que eu sou louca. — Charlotte, — diz Henry e tenta se levantar, mas eu seguro minha mão, lhe dizendo que não. — Oi, Henry, — eu o cumprimento. — Obrigado por me deixar vir aqui para explicar as coisas. — Mãos à obra, — Ike me exorta. — Sem tempo a perder. — Todos vocês, — eu chamo com uma voz trêmula e todos param para olhar para mim. — Por favor, se sentem. Eu tenho algo realmente importante para discutir com vocês. — Agora, Charlotte Anne, — meu pai interrompe e fica de pé, me dando um olhar severo. — Você não precisa preocupar essas pessoas agradáveis com seus problemas. — lágrimas picam em meus olhos. Ele ~ 197 ~

realmente está tentando me fazer parecer insana. Como ele pôde fazer isso comigo? — Com todo o respeito, Sr. Acres. — Sniper dá passos em direção a ele, de pé em seu comprimento total. — Esta moça tem algo a dizer e ela vai dizer. Agora, você pode sentar e ouvir ou eu vou te levar para fora da casa. — meus olhos estão fora de minha cabeça, assim como os de meu pai. Todos os outros têm seus olhos um para o outro, quando todos nós ficamos congelados no lugar. — O que diabos está acontecendo? — George finalmente quebra o silêncio. — Charlotte irá explicar assim que seu pai se sentar, — diz Sniper calmamente, enquanto seus olhos permaneceram fixos no meu pai. Papai se senta com um ‘humph’ e todos tomam um assento com exceção de George, Sniper e eu. — Vá em frente, amor. Eu estou aqui, — Sniper incentiva suavemente, os braços cruzados, mostrando a todos eles que é melhor calar a boca e ouvir ou eles vão lidar com ele. Eu olho para Ike e ele concorda. — Eu estou aqui, menina. Continue. Você consegue fazer isso. Lhes diga a verdade... tudo isso. Até mesmo como nos conhecemos. Vergonha inunda através de mim, fazendo com que o sangue escorra do meu rosto. Como nós nos encontramos é uma história feia. Mas George disse que quer ver tudo de mim, mesmo as partes feias. Olhando para trás, em George, eu vejo que ele está me olhando, querendo saber provavelmente o que eu estou olhando. Lhe dou um leve sorriso e respiro fundo. — A maioria de vocês sabem e se vocês não sabem, eu tenho certeza que meu pai, Wayne, aqui explicou que venho de Oklahoma. — Beverly me entrega uma caixa de lenços da mesa ao lado, onde ela se senta e eu percebo que meus olhos estão lacrimejando. — Obrigada, — eu digo a ela quando eu pego alguns lenços. — Seis anos atrás, houve um acidente. Meu irmão, Axel e eu estávamos em uma moto quando alguém puxou em nós. Ele morreu. — eu engulo em seco, encontrando o olhar de meu pai e encontrar seus olhos está me rasgando. — Quando eu acordei, eu tinha uma lesão nas costas, uma perna quebrada e de alguma forma saí de um coma provocado por meu cérebro inchaço do acidente, apenas para descobrir que Axel estava morto. — eu continuo a lhes dizer como eu comecei a ~ 198 ~

ver os mortos, como eu estava com medo e como todos pensavam que eu era louca. — Meus pais me levaram a médicos que me colocaram em todos os tipos de medicação louca e, claro, isso não ajudou. Piorou, porque eu não conseguia pensar direito, mas eu ainda estava vendo e ouvindo os mortos. — Nós fizemos o que achava que era certo, Charlotte, — meu pai interrompe defensivamente. — Nem uma palavra de você, — Sniper diz para ele. — Eu acho que foi demais para eles, então meu pai me deu uma grande soma de dinheiro e me mandou embora. Eu tenho viajado ao redor dos estados pelos últimos cinco anos ajudando os mortos. — Os ajudar a fazer o que, querida? — Beverly pergunta timidamente. — Eu só vejo as almas apanhadas no limbo, os que estão presos entre este mundo e o que está por vir. — todo mundo fica em silêncio por um momento e Ike dá passos em minha direção. — Diga a eles. Diga sobre mim. — lágrimas rolam pelo meu rosto porque eu sei como emocional todos estão prestes a ficar. Eu sei que George vai ficar chateado e Ike estará um passo mais perto de deixar este mundo. Tudo vai ser diferente e eu temo que não será de um jeito bom. — Casey Purcell, — eu digo o nome dela e quase todo mundo se inclina para frente. — Eu menti para você, Henry. Eu disse que eu a encontrei por acaso. A verdade é Casey me mostrou onde o corpo dela estava. A família dela estava caindo aos pedaços e ela não podia fazer a passagem até que ela soubesse que estariam bem. Eles não podiam chorar por ela, porque eles ainda estavam se segurando em um último resquício de esperança que ela estava lá fora e viva em algum lugar. A sala fica em silêncio. Ninguém sabe realmente o que dizer. — Continue, — Ike exorta. — Depois que eu deixei cair essa carta no correio, eu continuei dirigindo. Eu não tinha ideia do que estava fazendo, ou onde eu estava indo. Eu não tinha dinheiro e eu percebi quão solitária eu era. Minha vida havia se tornado nada além de ajudar os mortos. Eu não tinha sequer um lugar. Quero dizer, minha família não acreditou em mim, então por que mais alguém o faria? — eu inspirei lentamente antes de ~ 199 ~

passar para a próxima parte. Não é fácil admitir o quão fraca eu era e ainda sou. — Minha caminhonete ficou sem gasolina perto de Anioch Bridge e eu tomei a decisão que eu ia acabar com minha vida. Eu não queria viver mais, não do jeito que eu estava de qualquer maneira. Então eu subi para o corrimão da ponte e eu ia pular no rio e deixar me levar pelo caminho. Meu pai está em suspiros, — Charlotte, — mas imediatamente se senta quando Sniper dá passos em direção a ele. — Querida, você deveria ter voltado para casa. Eu sei que você acha que somos horríveis, que a tratamos mal, mas nós amamos você, Charlotte. — eu não encontro seus olhos. Eu não posso. Ele ainda é o mesmo homem que pensa que eu sou louca... que eu sou delirante. — Por que você não fez isso? — George pergunta e todos encaixam a cabeça para cima e olham para ele. Seus braços estão cruzados e ele está olhando para mim como se ele não confiasse em mim, justo da maneira como eu temia que ele fosse olhar para mim quando ele descobrisse sobre tudo. Engolindo em seco, eu sinto uma mão firme apertar meu ombro. Olhando para trás, encontro os olhos quentes de Sniper e ele acena com a cabeça uma vez. — Alguém me parou, — eu admito, meu olhar se movendo para Ike. — Estou tão feliz que eu estava lá, — ele me diz, fechando os olhos, como se o pensamento de que se ele não estivesse lá dói nele. — Foi Ike, — eu digo, em silêncio, e todos, exceto meu pai ofega em uníssono. Antes que qualquer um possa falar, eu continuo a explicar o que Ike disse e como ele me levou para a cidade e me disse com quem falar e para onde ir. — Nós fizemos um acordo, — eu explico. — Ele ia me ajudar a encontrar um emprego e um lugar para ficar e eu o ajudaria com o seu negócio inacabado. — E o que era o negócio inacabado dele? — George rosna.

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Capitulo Vinte e Tres IKE A sala fica desconfortavelmente tranquila, todo mundo está esperando ansiosamente a resposta de Charlotte para a pergunta de George. Com os olhos brilhando com lágrimas, ela encontra seu duro olhar implacável. Seus lábios tremem quando ela lhe diz: — Você, George. Você é o negócio inacabado dele. — os braços de meu irmão caem para o lado dele e sua expressão se torna estoica. Ele não tem ideia do que pensar ou dizer, então ele fica em branco. — Você sabe que estava em má forma, — ela diz a ele, mas não elabora sobre as drogas. Ela não quer falar disso na frente da nossa família. — Ele não podia sair até que ele soubesse que você está bem. Ele esteve aqui o tempo todo, olhando todos vocês. — ela olha nervosamente pela sala. Meu pai se levanta e se move para se sentar perto da minha mãe, pegando sua mão trêmula na dele. Oh, mamãe. — Eu sei que vocês estão pensando que isso é tudo louco e impossível. Isso é o que eu pensei no início, também, — Sniper entra em cena para defendê-la. — Mas ela me disse as coisas que só Ike sabe... coisas que brincamos a respeito ou fizemos no exército. Ela está dizendo a verdade. Ela pode se comunicar com Ike. Ele está aqui, agora. — Você sabia que ela era... — George para. Ele quer dizer ‘louca’, mas pensa melhor. — Naquela noite que você apanhou, — Sniper diz a ele. — Foi quando eu descobri. — Você apanhou? — minha mãe grita quando ela se vira para olhar para George. — Querido, você disse que caiu da escada. — eu nunca quis que a minha mãe fosse descobrir quão ruim as coisas tinham se tornado para George. — Então você está me dizendo que você pode falar com Ike? Bem aqui, agora? — Cameron salta e acho que ele acredita nela. Ou pelo menos ele quer. Ele sempre esteve aberto e neste momento, eu não poderia ser mais grato por isso.

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— Diga a Cameron que eu escondi minhas revistas pornográficas no meu armário. Há um pequeno recorte sobre a plataforma. Diga a ele para ir buscar, — eu digo, com uma risada nervosa. E ela repete a ele, mas não antes dela me dar um olhar aguçado que diz, sério? Cameron pula e corre até as escadas, ansioso para provar ou que Charlotte é um negócio real ou para recuperar o pornô para mais tarde. Eu não tenho certeza porque ele está mais animado. Querendo que os outros acreditem em Charlotte, bem, eu continuo a lhe dizer coisas para compartilhar com minha família na esperança de que eles sejam tão receptivos como o meu irmão mais novo. — Henry, você fala com ele. Especialmente quando você está pescando sozinho porque era algo que vocês dois fizeram um monte de vezes. Ele diz que você diz a ele que era um privilégio ser seu pai e como você gostaria que você tivesse levado mais tempo fora e feito mais com ele. Ele quer que você saiba que você é o melhor pai do mundo. Ele não poderia ter escolhido alguém melhor do que você. — o soluço que o meu pai solta é a minha ruína e as lágrimas quentes caem pelo meu rosto. Jesus, Pop... ele e minha mãe se abraçam perto, por intermédio da dor crua que minha memória traz. Charlotte tenta rasgar a emoção e continua, — Beverly, a lasanha e o tiramisu? É por isso que eu os mencionei. Ele estava lá na noite em que nos conhecemos e eu apenas repeti o que ele disse. — minha mãe balança a cabeça quando ela coloca a mão trêmula aos lábios. — Ele quer que você saiba que ele te ouve cantar quando você está pensando nele. — as lágrimas correm livremente pelo rosto de minha mãe e eu sinto como se estivesse sufocando. Por mais difícil que isso é para todos nós, eu tenho que continuar. Charlotte me olha, seus próprios olhos vermelhos de lágrimas não derramadas. Ela faz uma pausa e ouve quando eu explico o que eu quero que ela retransmita, em seguida, ela gagueja — V-v-você é minha luz do sol. Você costumava cantar isso para ele quando ele era pequeno. Ele ouve você cantar agora. — minha mãe se dobra e soluça violentamente. — Oh, baby. Eu te amo tanto, — ela grita e meu coração parece que está quebrando. — Charlotte Anne! — seu pai diz e desta vez, ele não deixa Sniper o intimidar. — Já chega!

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— Você não pode dizer a esse cara para ir se foder? — eu rosno. Ela tem que terminar. Eles têm que saber que eu posso ouvilos. Então eu sei quanta dor eles estão vivendo. — Não, Ike, eu não posso, — ela responde em um tom abafado e todos congelam. — Ele está falando com você? — meu pai pergunta baixinho. — Sim senhor. — O- o - o que foi que ele disse? — minha mãe pergunta. — Ele quer que eu diga ao meu pai para ir se foder, — diz ela, em voz baixa, e, em seguida, acrescenta: — Desculpe. — seu pai aperta os lábios; eu estou supondo que quer dizer algo de merda, mas não irá o fazer na frente de meus pais. A sala fica em silêncio novamente até que ouvimos passos pesados descendo as escadas. Um momento depois, Cameron pisa na sala com uma pilha de pornôs em suas mãos. — Eles estavam exatamente onde ela disse que estariam, — ele anuncia. Todos os olhos se movem para Charlotte e ela olha para mim. — Continue. Eles acreditam em você, — eu digo a ela, com um pequeno sorriso. Em seguida, ambos olhamos para George e percebemos que ele não parece estar muito convencido. Ela anda em direção a ele e pega a mão dele. — A música... Eu ganhei a aposta? Ele é o único que me disse que era a sua favorita, — explica ela, mas ele se recusa a olhar para ela. — Ele te ama tanto, George. Ele não pode ir até que ele saiba que você vai ficar bem. George empurra a mão dela e corre para fora da porta da frente. Ela vai atrás dele e Sniper segue também. Ela o pega um pouco antes dele chegar aos degraus da varanda da frente. — George, por favor, — ela implora. — Eu sinto muito por não ter dito mais cedo, você não estava pronto. Você mal tinha falado comigo em primeiro lugar. Eu precisava te conhecer e você precisava ficar limpo. Ele rasga para longe dela, os olhos cheios de lágrimas de raiva. — Então foi tudo mentira? Você fingiu gostar de mim para fazer isso? — ele rosna. — O quê? — ela suspira. — Não. George, eu queria dizer tudo o que eu disse, eu te a— ela para. Ela não quer admitir que ela o ama... e ~ 203 ~

talvez é porque eu esteja aqui ou talvez ela não tem certeza de como ele vai levar isso. — Foi você que fez Roger me bater e contou sobre eu e Misty? — ele pergunta e a boca de Charlotte fica aberta. — Oh, merda, — eu respiro. Charlotte permanece calma, os olhos arregalados, até que ele pergunta novamente: — Foi você? Misty me disse que alguém escreveu uma carta anônima. Foi você, não foi? Charlotte olha para Sniper cuja sobrancelha tocaria sua testa, se ele as tivesse. — Eu sei que provavelmente parece ruim, mas, — antes que ela possa terminar, ele está meio caminho para fora. — Vá atrás dele! O faça entender, — eu insisto e ela pula sobre todos os quatro degraus para o pegar, mas ela perde o equilíbrio e voa, aterrissando com força em seu joelho. — Maldição, — Sniper diz e segue atrás dele. — Você está bem, Charlotte? — eu pergunto, mas ela me ignora. George vira e revira os olhos enquanto ele balança a cabeça em frustração. Ele a puxa para cima, a equilibrando no chão. O jeito que ela não pode parar de olhar para George me diz o quanto ela o ama e como ela se sente destruída pelo olhar em seus olhos. Pelo menos ele se importa o suficiente para não a deixar. Mas, assim que ela está estável, ele se vira e corre. — George, — ela grita quando ela começa a tropeçar, a dor em seu joelho é óbvia. Ela manca rapidamente atrás dele, mas ele não para. — Ela estava te dando drogas! Eu tive que fazer você ficar limpo para que eu pudesse dizer a verdade. Eu tinha que te salvar, — ela chora. Ela tropeça de novo, mas levanta sob si mesma e continua a coxear atrás dele. — Maldição, George! — Sniper grita. — Pare! George vira e a encara Charlotte apenas o tempo suficiente para ela chegar novamente até ele. Quando ela bate em seu corpo, ela se agarra a ele como se sua vida dependesse disso, escondendo o rosto em seu peito. — Por favor, não vá. Você não vê, George? — ela implora. — Ele me salvou para que eu pudesse te salvar, o que de certa forma significa que você me salvou também. — os braços de George caem flácidos em seus lados quando ela o segura com força, a mandíbula dele ~ 204 ~

apertando. Ele engole em seco, se recusando a olhar para ela. Mas o olhar em seus olhos diz tudo. Ele está machucado. Me mencionar o afetou mais do que pensávamos e eu tenho pavor que ele vai voltar para seus caminhos destrutivos. — Diga a ele que eu ainda estou aqui, — eu digo a ela. — Diga a ele para dizer ou perguntar qualquer coisa, eu vou o ouvir. Charlotte fica na posição vertical e enxuga o rosto com as mãos sujas. — Ele quer que você saiba que ele ainda está aqui e você pode lhe perguntar qualquer coisa. George balança a cabeça em descrença, raiva atando suas feições. — George, cara, ela está dizendo a verdade, — diz Sniper. — Esta é a sua chance, irmão, para dizer algo a Ike. Não perca a chance de dizer adeus. — Você é um babaca por não me dizer como ela é louca, — ele questiona. — E você, — acrescenta ele e aponta para Charlotte, que se encolhe um pouco, — o que você precisa para ficar longe de mim? — girando nos calcanhares, ele foge e ela segue. — Por favor, não saia, — ela implora, conseguindo o prender pelo braço. Girando, ele se inclina para que ele possa encontrar o seu olhar. — Me deixe em paz! — ele rosna em seu rosto. — Não me siga, não venha me ver e não se aproxime de mim! Sniper o empurra para longe dela. A raiva nos olhos dele é palpável em um nível assustador. — Eu odeio dizer isso, companheiro, mas você é um idiota. Cai fora! George gira quando Sniper segura Charlotte em seus braços enquanto ela grita: — Eu sinto muito, Ike. Eu sinto muito. Eu estraguei tudo. Eu estou vendo vermelho, eu estou tão irritado. — Não, você não fez nada, — eu tento a confortar. — Ele é um idiota. Sinto muito que ele fez isso. — George, é melhor você ir, — o pai de Charlotte sugere antes de tomar Charlotte de Sniper e a levar para a casa. Charlotte está tão perdida em sua dor que não pareceu notar que ele a tem. Deus, eu fiz isso com ela. Ela está esmagada. Nós dois sabíamos que George teria dificuldades em aceitar a verdade, mas ele está agindo como um maldito psicopata.

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Charlotte volta a subir as escadas com a ajuda de seu pai quando George grita: — Charlotte! — ela se vira, seu rosto inchado de tanto chorar. — Eu quero saber sobre o meu último e-mail. Ele está testando ela. Ele quer ver se ela está dizendo a verdade. — Você é um verdadeiro idiota por não perguntar isso antes de surtar sobre ela, — eu digo a ele, mesmo que ele não pode me ouvir. O olhar de Charlotte se move ao meu, me esperando responder, ansiosa por uma chance de me provar a ele. Eu olho para George, mas paro quando eu vejo a dor em seu rosto. — Droga, — eu suspiro. — Ele me disse que sentiu minha falta e disse que não podia esperar para me ter de volta em casa. — ela balança a cabeça e repete as palavras e todos ficam em silêncio quando George olha de volta para ela. — Eu estou dizendo a verdade, George. Posso o ver agora, — ela sussurra. — Vocês dois são bonitos, são muito parecidos, mas ele é um pouco maior. Ele tem olhos castanhos incríveis, muito suaves, mas os seus são mais escuros. Eu sei que é difícil de acreditar, mas é verdade. George não responde. Uma única lágrima cai pelo seu rosto e depois de um momento, ele se vira e se dirige para sua moto. E Charlotte soluça incontrolavelmente como todos nós ao vê-lo partir.

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Capitulo Vinte e Quatro CHARLOTTE — Você está bem? — meu pai pergunta quando ele me segura apertado. Eu não posso evitar o jeito que eu me aperto a ele. — Você se importa? Parece que ele acreditava que eu sou uma maluca, assim como você queria, — eu choro. Os braços de meu pai caem em volta de mim, assim quando Beverly me aborda e me puxa de volta para a sala de estar. — Sinto muito sobre a reação de George, querida. Isto é um pouco surpreendente para todos nós, — ela afirma suavemente. — Eu acredito em você, Char, — diz Cameron quando ele manuseia através de uma Playboy. Em um flash, Beverly tira a revista de suas mãos e bate a revista na cabeça dele. — Jesus, Ma, — Cameron ri quando ele coça a cabeça. — Ike McDermott, eu não posso acreditar que você teve isto, — diz ela e meu coração pula. Ela acredita em mim. Ela acredita que ele está aqui. Meus olhos fixam sobre Ike e ele sorri suavemente para mim. — Ele está aqui... agora, Charlotte? — Beverly pergunta e quando eu encontro o seu olhar, eu vejo esperança. — Ele está, — eu respondo com uma voz rouca. Passei as duas horas seguintes comunicando as palavras de Ike para sua família. No final, todos nós estávamos chorando de novo. Meu pai nos deixou em algum momento, o que eu sou muito grata. Henry e Beverly me abraçaram com força, me agradecendo uma centena de vezes. — Será que ele vai fazer a passagem agora? — Henry pergunta; os olhos brilhantes de lágrimas frescas. — Em breve. Se ele sabe que George está bem... então, provavelmente, muito em breve.

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Capitulo Vinte e Cinco CHARLOTTE Ike decidiu ficar com George ontem à noite para se certificar de que ele estava bem. Se houvesse algum problema, ele prometeu me avisar para que eu pudesse dizer a Sniper. Nós todos concordamos que eu precisava deixar George ter algum espaço. Meu pai nunca veio me ver quando eu saí da casa dos McDermotts e por isso, eu estou feliz. Eu acho que ele sabia que eu era uma destruição e me empurrar não iria ganhar nenhum ponto. Então, quando há uma batida na minha porta na tarde seguinte, eu faço um huff, sabendo que é ele. E mesmo que meu pai seja a última pessoa no mundo que eu quero ver agora, quando eu abro a minha porta e vejo quem é, eu gostaria que fosse meu pai. — Detective, — eu digo melancolicamente. Uma pequena mulher está em pé ao lado dele e atrás dela, um homem baixo, de cabelos finos. Eu os reconheço imediatamente. Eles são pais de Casey. Eu os vi na primeira noite em que conheci Casey no restaurante em Vermont. — Aham. — alguém limpa a garganta e eu vejo que Henry está por trás deles. — Perdoe a intrusão, Charlotte. Mas podemos entrar? Eu olho para as minhas calças de moletom e a velha camiseta de Axel, percebendo que eu pareço o inferno depois de chorar a noite toda, mas eu abro a porta, sem saber mais o que fazer e os deixo todos entrar em meu pequeno quarto. Henry e eu nos sentamos no final da cama, enquanto os Purcells tomam um assento nas duas cadeiras na pequena mesa ao lado da porta. Detetive Andrews está rigidamente ao lado deles. — Você sabe quem são essas pessoas? — Henry pergunta, projetando o queixo para os Purcells. — Os pais de Casey Purcell, — eu respondo. — Eles estão na cidade desde que descobriram o corpo de Casey, — explica Henry. — Eu disse a eles e o detetive aqui que você pode saber mais. — freneticamente, o meu olhar encontra o dele e eu quero me sentir traída, mas quando eu vejo a tristeza em seus olhos, eu sei que ele só quer dar à essas pessoas a paz como eu dei a ele e Beverly. — É a coisa certa a fazer, — ele me diz. ~ 208 ~

Fechando os olhos, eu respiro fundo e, em seguida, levo o meu olhar sobre a Sra. Purcell. — Eu conheci Casey em Vermont. Você estava jantando com sua irmã. Ela estava lá... você simplesmente não a podia ver. Mas eu podia. Eu tenho a capacidade de falar com os mortos... suas almas ou sei lá o que. Eles estão presos no limbo com assuntos inacabados. — os Purcells olham para trás e para frente um para o outro e não é difícil dizer que eles não estão engolindo a pílula que eu estou lhes dando. — Sr. McDermott, você disse que tinha mais informações. Isso é um absurdo, — Detetive Andrews intervém. — Espere, Detective Andrews, — Henry insiste, segurando a mão para ele, antes de olhar de volta para mim e acenar com a cabeça uma vez, me dizendo para continuar. — Ela disse que vocês estavam caindo aos pedaços e estavam uma bagunça. Que todos vocês precisavam saber que ela estava morta, assim vocês poderiam deixar ir a esperança em que estavam agarrados. Eu dirigi aqui para Virginia porque eu tinha que ver o corpo dela eu mesma antes que eu o pudesse denunciar. Eu fiz uma denúncia anônima. Eu posso ver que vocês estão tendo dificuldade em acreditar que eu estou dizendo a verdade a vocês e isso é exatamente o que eu temia. — Você timidamente.

sabe

quem

a

matou?



Sra.

Purcell

pergunta

— Você tem certeza que quer saber os detalhes? Os Purcells olham um para o outro novamente antes de olhar de volta para mim. Sr. Purcell acena com a cabeça uma vez. — Foi uma sexta-feira, — eu começo, meu estômago aperta quando eu me lembro da versão de Casey dos eventos que ocorreram naquela noite. — Ela estava com sua companheira de quarto e o namorado da sua colega de quarto. Eles tinham deixado ela; eles estavam bêbados. Eles sabiam que havia outras pessoas lá, então eles perceberam que ela estaria bem se eles saíssem. Casey mencionou um cara mais velho que lhe pediu para dançar. Ela achou ele bonito, então ela concordou. Eles tomaram algumas bebidas e ela começou a se sentir tonta, então ela disse a ele que estava saindo. Ela estava tentado caminhar de volta para seu apartamento. Sr. Purcell balança a cabeça. — Eu disse a ela para nunca andar sozinha à noite. ~ 209 ~

— Não agora, Leonard, — Sra. Purcell repreende. — Por favor, vá em frente, querida, — ela incentiva. — Ela desmaiou em algum momento a caminho de casa e quando ela voltou a si, ele estava... — eu não posso dizer isso. Não a eles. É horrível demais para pensar, muito menos dizer em voz alta. Casey acordou na parte traseira de uma van, com o rosto colado ao chão enquanto ele a estuprava. Até mesmo ela não pôde terminar sem se rasgar quando ela me disse sobre isso. Meu estômago está em nós, mas eu sei que devo continuar. — Ele estava... em cima dela, — eu consigo, e os Parcell’s gritam imediatamente e choram. — Eu deveria parar, — eu digo para Henry, que está esfregando círculos nas minhas costas. — Não, nós queremos saber, — pede a Sra. Purcell com a voz trêmula. — Se ela suportou, pelo menos posso suportar ouvir. Concordo com a cabeça em entendimento. — Ela gritou tão alto que podia. Ela tentou lutar com ele, mas ele era muito forte. Ela disse que sua garganta ardia e ela gritou tão alto, mas ele começou a bater na cabeça dela com alguma coisa... ela achou que era uma lanterna. Essa foi a última coisa que ela se lembrava. — Foi o homem no bar com quem ela dançou? — Detetive Andrews pergunta e eu estou chocada com o pensamento de que ele pode realmente acreditar em mim. — Outra garota desapareceu há uma semana, — ele me informa. — Achamos que o desaparecimento dela pode ser conectado a Casey. — meu coração afunda. Eu deveria ter ido à polícia e tentado ajudar. Se fosse o mesmo cara, talvez eu pudesse ter parado ele. O olhar de horror no rosto dos Purcells é demais para suportar e as lágrimas escorrem pelo meu rosto quando a culpa desliza através de mim. Tenho estado tão ocupada correndo do meu dom, apenas o usando porque eu absolutamente tinha, quando eu poderia ter ajudado, realmente ajudando. — O nome dele é Jeremy. Pelo menos é o que ele disse a ela. — Ela ainda está aqui? — Sr. Purcell pergunta; sua voz esperançosa. — Não senhor. Sinto muito. Mas ela veio comigo de Vermont para cá e me contou algumas histórias sobre vocês, vocês dois. Vocês costumavam levá-la a uma viagem para Montana uma vez por ano, certo? — eles dois suspiram, os olhos se iluminam com esperança.

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— Ela não poderia lhe dizer onde ele está? — Andrews pergunta. — Não é assim que funciona. Eles só estão amarrados a este mundo para as pessoas que têm de ajudar. Ela precisava ajudar a família. Nada importava mais do que isso para ela. Sra. Purcell funda. Tomando a mão do marido, ela olha para ele com lágrima enchendo seus olhos. — Estava nos matando não saber. Agora, dói, mas pelo menos sabemos que ela realmente se foi. Falamos um pouco mais e eu dou aos Purcells todas as informações que pude. Quando eles saem, os dois me abraçam e Detetive Andrews os conduz para fora. — Você não está deixando a cidade tão cedo, não é? — ele me pergunta. — Meu pai quer que eu saia com ele amanhã. — Eu posso ter mais perguntas, — diz ele como se isso fosse me fazer ficar. — Ele vendeu minha caminhonete e eu perdi meu emprego no restaurante. Eu não tenho certeza se eu tenho muita escolha neste momento. — Temos muito espaço para você, Charlotte, — diz Henry. — Você não tem que ir a qualquer lugar. Você pode dormir no antigo quarto de Ike. — meus olhos fecham enquanto se apertam, uma forma de dor no meu peito. Ike vai passar em breve. — Eu vou entrar em contato amanhã, — Detective Andrews diz à Henry antes de sair, observando meu estado emocional. — Ike é um homem especial, não é? — Henry diz quando ele me leva de volta e fecha a porta. — Sim, ele é, — eu concordo, enxugando o rosto com o braço. — Um dos melhores homens que já conheci. — E George é muito especial, também, sim? — ele me dá um sorriso cúmplice. É óbvio que eu os amo tanto assim? — Ike me salvou, — eu explico. — Ele saiu do nada e mudou a minha vida. Ele é tudo de bom no mundo. Henry sorri quando ele concorda. — Essa é uma boa maneira de descrevê-lo.

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— E George, há um monte de amor lá dentro, sabe? Ele parece tão... difícil, mas ele tem um coração tão macio. Eu estou apaixonada pelos seus dois filhos, Henry, — eu admito e embora eu esteja com medo do que ele vai dizer, isso é tão bom de dizer a alguém e tirar do meu peito. — Então, quando Ike for embora, para você, você vai sentir como se ele tivesse morrido, — diz ele sombriamente, com simpatia em seus olhos. — Vou me sentir como se metade do meu coração estivesse indo com ele, — eu choro, enxugando meu rosto. — Você vai ficar? Quero dizer... depois que ele se for? Uma imagem de George treme pela minha mente, seus olhos escuros e sorriso fácil, ele é realmente bonito quando ele mostra seu verdadeiro eu. Quando Ike se for, se eu deixar George para trás, acho que só vou ser uma casca de uma pessoa. Mas ele está tão bravo comigo, o que mais eu posso fazer? — Eu amo George, Henry, mas... — Mas ele está agindo como um idiota? Eu sorrio ligeiramente. — Ike e eu sabíamos que ele poderia levar isso com dificuldade, mas eu não esperava tanta... raiva. Henry dá um tapinha no meu ombro. — Eu espero que você não vá desistir dele. Lhe dê um pouco de tempo. Ele está profundamente magoado, é tudo. — Eu vou tentar, — eu prometo, mas eu não tenho certeza se George vai me dar a chance.

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Capitulo Vinte e Seis IKE Lastimar. Lastimar. Lastimar. Se você procurou pela palavra ‘Lastimar’ no dicionário, a foto de George estaria ao lado dela. Ele caminhou por aí em um torpor chocado por horas. Seu humor deprimido me entristece, mas vou dizer que sem drogas, ele não tem usado e isso é uma coisa muito boa. Tudo o que ele fez foi se sentar ao redor e ficar chateado. — George, eu sei que você está sofrendo, irmão. Pare de ser um idiota e vá falar com ela, — eu digo a ele e eu estou farto de que ele não pode ouvir as minhas palavras. Me irrita vê-lo assim. Isto não é como ele normalmente é em tudo. Quando há uma batida na porta, ele se senta congelado por um momento, debatendo sobre se vai ignorar ou não. Talvez ele acha que é Charlotte. — George, eu sei que você está aí, — Sniper grita de fora e George revira os olhos. — Abra a porra da porta, seu punheteiro. — Cai fora! — George grita de volta, permanecendo sentado no sofá. A maçaneta mexer um pouco, cartão de crédito irrita. — Você está

gira um pouco, mas está bloqueada. Depois dele se o bloqueio clica, a porta abre e Sniper entra, um na mão. — Que porra é essa, cara? — George se invadindo a minha casa agora?

— Oh, qual é, — diz Sniper. — Eu não vou deixar você sentar aqui e ficar chateado. Você nem sabe por que você está tão zangado? — Oh, vamos ver, — George começa, sua voz cheia de sarcasmo quando Sniper se senta na cadeira ao lado do sofá. — Ela mentiu sobre quem ela é e por que ela está aqui. Eu nem sei o que pensar sobre as divagações malucas que ela está vomitando; que ela pode ver e falar com o meu irmão morto. Ah, e não vamos esquecer que ela me dedurou para Roger e eu tive a minha bunda chutada.

~ 213 ~

— Você estava transando com a namorada dele, — Sniper diz secamente. — Já tinha garantido uma surra em sua bunda, se você me perguntar. — Talvez, mas ela colocou essa merda em movimento, — George se irrita. — Ela não quis dizer para você se machucar. Ela só queria que ele assustasse você. — Eu não estou com medo desse babaca e se tivesse sido um a um, eu teria acabado com ele. Eles me pegaram. — Eu sei, — Sniper concorda como eu. — Ela só queria colocar Misty longe de você para que você pudesse ficar limpo. George balança a cabeça antes de se inclinar para frente, descansando os braços sobre os joelhos. — Eu realmente pensei que ela poderia ser única. Quer dizer, eu não sabia o que pensar dela em primeiro lugar. Eu pensei que ela era diferente. — George, — Sniper diz com a voz rouca. — A menina está apaixonada por você. — Eu sei, ela começou a me contar ontem à noite. — E? — E como é que eu sei que ela está sendo sincera, Sniper? — George pergunta quando ele se move para a cozinha, pegando uma Coca-Cola da geladeira. — Você realmente não vê isso? — Sniper pergunta incrédulo, de pé e caminhando até o balcão que separa a cozinha e a sala de estar. — O jeito que ela olha para você. Inferno, mesmo quando ela briga com você, tentando te chatear, eu posso ver como ela se sente. George balança a cabeça. — Ela fez isso por Ike. — Não, cabeça de merda, ela fez isso para vocês dois. Você não viu o olhar no rosto dela quando você disse a ela que você nunca queria vê-la de novo? O rosto de George cora de vergonha e seus olhos apertam quando ele se lembra. — Eu estava com raiva.

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— Você foi um idiota, isso sim. Ela e Ike sabiam que você ficaria chateado e talvez teria dificuldade em chegar a um acordo com tudo, mas nenhum de nós achou que você ia reagir assim. — Olhe! — George grita. — Eu estou apenas começando a ficar limpo, então estou no limite. Eu me apaixono por ela louca estranha que me mantém empurrando o tempo todo apenas para descobrir que ela foi supostamente motivada pela alma de meu irmão que está preso no limbo por minha causa. Me perdoe se eu não fui tão racional quanto você teria gostado. — Então você não acredita nela? — Sniper pergunta. — Eu não sei, — ele suspira. — Ela pode ser muito convincente. Sniper balança a cabeça e passa a mão sobre seu couro cabeludo raspado. — Eu acredito nela. — O pai dela diz que ela é louca. Você ouviu o cara. — O pai dela é um merda e você sabe disso, — rosna Sniper. — Eu sei que ela está dizendo a verdade e se você tivesse ficado ontem e ouvido ela, você veria isso por si mesmo. — Cara, — George suspira quando ele coloca a sua lata de Coca no balcão. — Eu sei que todo mundo gosta dela e até mesmo eu estava preso nela. Mas não importa o que, Sniper, eu não sou bom para ela também. Ela precisa ir para casa e ficar com sua família para que eles a possam ajudar. — Você realmente vai deixá-la ir embora? — a expressão de Sniper é pura decepção e choque. — Eu acho que seria melhor. — Besteira, — Sniper diz e pisa em direção à porta. — Eu não posso ver ou ouvir o que Ike está dizendo, a menos que ela me diga, mas eu o conheço como a palma da minha mão e você também. Eu sei que ele está aqui! E não há nenhuma fodida maneira que ele não seja louco por ela. Mas ele está morto e ele vai fazer a passagem em breve. Ele tem que deixá-la. Você, por outro lado, está se comportando como um idiota. Você poderia a ter se você quisesse, mas em vez disso você está escolhendo se sentar aqui e ficar chateado e miserável. Talvez você não a mereça. Meus olhos ficam arregalados quando George silenciosamente assiste Sniper sair, batendo a porta atrás de si. Um momento depois, a ~ 215 ~

porta se abre e Sniper põe a cabeça para dentro. — E ela ainda vai ter o trabalho dela no restaurante, se ela quiser. Se você a fizer sair, eu vou ir junto com ela também. — então ele bate a porta novamente. George tropeça para trás até que ele se encosta na geladeira, sua expressão pesada com a incerteza. — Não deixe ela ir, George. — eu desejo que eu pudesse colocar algum sentido nele, mas eu não posso. Aqui estou eu, desejando que eu pudesse manter Charlotte para mim, mas esperando contra todas as probabilidades de que ela e George vão acabar juntos. Quão fodido isso é?

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Capitulo Vinte e Sete CHARLOTTE Sniper chega pouco depois que Henry sair. Os meus canais lacrimais estão em greve no momento, secou por excesso de uso, mas se eles estivessem trabalhando, eu iria chorar no momento em que coloquei os olhos em seu rosto sombrio. Ele entra, fechando a porta atrás de si. — Eu sinto muito, Charlotte, — diz ele em voz baixa. Me sento na minha cama e abraço meus joelhos. — Por quê? — eu pergunto em voz rouca. Estou emocionalmente esgotada. — Você não fez nada, a não ser tentar e me ajudar. — só então, Ike aparece e eu imediatamente me sinto pior, porque sua expressão é triste e preocupada. — Ike está aqui, — eu digo a Sniper. — Como ele está? — pergunto a ambos. Ambos soltam um bufo. — Ele ainda esta processando, — diz Ike, suavemente. — Ele está sendo um idiota, — murmura Sniper. — Eu sei que você está triste, mas se vista. Vou te levar para jantar fora. Anna vai ao nosso encontro. — Sniper, eu realmente não estou de bom humor. — Eu sei e é por isso que eu estou fazendo você ir. — Quem está assumindo no Ike e George? — Enquanto George ficou fora na última semana ou algo assim, promovemos Libby como gerente temporária e Greg foi escalado na cozinha quando eu não estou lá. Nós já contratamos um novo bar tender e dois garçons também. Deixando escapar um suspiro exasperado, eu digo. — Eu preciso ir ver o meu pai. — Sem problemas. Vamos preparar o jantar e depois vamos para os McDermotts.

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Eu me recuso a entrar no Ike e George, com medo de que George possa estar lá, então Anna, Sniper e eu sentamos no bar do Sam Snead, que é um quarteirão de distância. Eu insisti em sentar no bar; eu pensei que uma mesa provocaria muita conversa, mas eu não estou no clima. Ike permanece conosco, perto de mim constantemente, e embora não possamos falar, acho que é reconfortante. Eu peço uma salada, mas apenas escolhi por escolher; meu estômago está atado com ansiedade. Sniper continua me dando olhares preocupados, mas na maioria permanece focado em falar com Anna, para mantê-la de tentar falar comigo muito. Dissemos a ela que meu pai estava na cidade e nós não nos damos muito bem, então, pelo menos, ela tem uma razão por eu estar agindo distante. Depois que comemos, temos algumas bebidas, que me ajudam a relaxar um pouco, mas quando Sniper corre para o banheiro, eu digo a Anna que eu vou sair por um momento para um pouco de ar. Uma vez fora, eu me inclino contra o edifício, engolindo o ar frio da noite. A temperatura caiu oficialmente aqui nas montanhas e ar fresco faz a respiração aparecer no nevoeiro sempre que eu expiro. — Como você está indo? — Ike pergunta. — Bem tanto quanto se pode esperar, eu acho. — Ele vai vir, — ele me diz. — Todo o caminho que eu olho, só há dor, Ike. — Ei você aí, Char. — minha cabeça empurra para cima e vejo Roger de pé cerca de dois passos de mim. De onde diabos ele veio? — Oh... uh... oi, — eu consigo dizer, perguntando se ele me ouviu falando com Ike, que pareceria como se eu estivesse falando para mim mesma. Misty provavelmente disse a ele que eu faço isso. — O que você está fazendo aqui sozinha? — ele pergunta quando ele desliza as mãos nos bolsos da jaqueta. — Só precisava de um pouco de ar, — eu digo. — Você está esperando alguém? — é uma pergunta idiota e isso não é da minha conta, mas eu não sei o que mais temos de falar. ~ 218 ~

— Não. Estou sozinho. — sua boca se abre ligeiramente em um sorriso travesso e meu coração acelera. Será que ele vai bater em mim? — Vá embora, Charlotte, — Ike me instrui e sem pensar, eu sigo em direção a Ike e George. — Não, de volta para dentro, — Ike assobia, mas Roger já está ao meu lado, andando comigo. Eu poderia virar e correr de volta para Sam Snead, mas eu não tenho certeza se eu tenho algum motivo para pânico ainda. Ele não foi rude ou agressivo. — Onde está Misty? — eu pergunto, tentando preencher o silêncio constrangedor. — Não sei. — ele dá de ombros. — Nós não estamos mais juntos. — Sinto muito por ouvir isso. — Você sente? Quero dizer, você é a única que me deixou a carta sobre ela e George. — meu estômago revira. Eu fiz isso e isso fez George ser surrado. Eu decidi não mentir. — Eu não quis dizer para você o machucar. Roger bufa. — O que você acha que aconteceria? Que teríamos uma conversa calma sobre isso durante o café? Eu belisco meus lábios juntos. Eu queria que Roger o assustasse, isso é verdade. Mas eu realmente pensei que eu poderia o manter de ser machucado com a ajuda de Sniper. — Eu nunca quis que você e seu irmão batessem nele. Roger suspira e passa a mão sobre seu cabelo escuro. — Eu estou apenas curioso, por que você faria isso? Você quer McDermott tanto assim ou você simplesmente odeia Misty? — Eu tive minhas razões; embora agora parece que era uma ideia horrível. — Não teve o seu final feliz com Georgey? — Roger zomba e Ike se transforma na frente de nós. Seus olhos são estreitados quando ele encara Roger. — Saia de perto desse cara! Agora! Percebendo que agora estamos na frente de Ike e George, eu paro. — Tenho amigos esperando por mim. Eu tenho que ir. Mais tarde, Roger, — eu digo entorpecida. — Claro, — Roger concorda. — Mas nós temos algo a discutir primeiro. ~ 219 ~

Minhas sobrancelhas sobem para meu cabelo. — E o que é? — Você e George não estão juntos, não é? — ele pergunta quando ele pisa em direção a mim, me fazendo dar um passo atrás. — Diga a ele que não é da sua conta, — Ike rosna. — Existe uma razão por que você quer saber? Roger chega mais perto e eu recuo novamente até minhas costas atingirem a parede de tijolos do prédio. Ele está muito perto de mim agora, apenas uma ou duas polegadas de distância e meu coração está correndo no meu peito. — Eu só estava pensando, talvez eu e você... você sabe... poderíamos encontrar algum conforto um no outro. — ele coloca as mãos contra a parede de cada lado da minha cabeça e traz o rosto perto o suficiente para que possa sentir sua respiração quente. Lambendo meus lábios, eu engulo o nó nervoso na minha garganta. Foi apenas alguns dias atrás que eu estava tomando bum anho dele flertando comigo, mas isso foi antes de eu saber quem ele era. Agora, eu estou enlouquecendo. Eu tento esconder o medo que eu estou sentindo, mas minha voz treme quando eu digo: — Eu não penso assim, Roger. Ele sorri, sua boca curvando para um lado. — Eu posso ver como você está nervosa. Você não tem que estar. — Você está me prendendo contra uma parede, — eu aponto quando meu peito arfa em respirações pesadas. Seus olhos escuros caem sobre mim antes de encontrar o meu olhar novamente. — Você é uma mulher bonita, Char, — diz ele em voz baixa. — Por favor, se afaste de mim, Roger, — eu peço com calma. — Claro, — ele concorda após uma breve pausa. — Mas primeiro... — ele se inclina e pressiona seus lábios nos meus. Sua barba coça meu rosto e eu aperto minha boca fechada firmemente quando a sua língua tenta um impulso para a minha boca. Minhas mãos estão em seus braços, o empurrando tão duro quanto eu posso, mas ele não está se mexendo. — Filho da puta! — Ike grita e Roger é arrancado de mim. Como diabos isso aconteceu? Quando eu olho para baixo, Roger está rapidamente pulando de pé e gritado. Então, alguém o aborda e ambos tombam no chão. Minha mente gira quando eu percebo que não era Ike ~ 220 ~

que gritou com ele... foi George. Ele se aproxima de Roger e começa a bater com o punho no rosto dele. Roger foge e tenta rolar, mas George está se movendo muito rápido. — George, — eu grito e me movo em direção a eles, mas Ike se transforma na minha frente. — Não chegue perto deles, — ele avisa. De repente, Sniper está tirando George de Roger. O rosto de Roger está coberto de sangue, mas lentamente, ele consegue ficar de pé. Mesmo que seu rosto está mutilado e ensanguentado, ele ri quando ele limpa a sua boca. — Não é tão bom quando alguém toca o que você considera como seu, não é, McDermott? Ambos os homens estão respirando pesadamente quando olham fixamente um para o outro e Sniper permanece entre eles. Os ombros de George estão tensos, os braços pendurados ao lado do corpo como se ele estivesse pronto para atacar novamente. Seu olhar pisca em mim brevemente antes de voltar para Roger. — Não. Não, — ele finalmente diz, um pouco da tensão rolando dele. Sniper detém uma mão firme no peito de George quando George dá passos em direção a Roger. — Eu lhe devo um pedido de desculpas, — ele diz a Roger e minha boca cai aberta. — Puta merda, — sussurra Anna e eu percebo pela primeira vez que ela está lá e seus braços estão me segurando. — Ele acabou de se desculpar? — Eu estava errado ao sair com ela. Eu sabia que ela foi tomada. Eu sinto muito, — diz George. A boca de Roger aperta e os dois olham um para o outro por um longo momento. — Bem, eu diria que estamos há muitos quadrados de distância agora, — Roger finalmente diz. Alcançando uma mão, os dois apertam. Bem, eu vou ser amaldiçoada. Antes que ele saia, ele diz: — Ela é uma boa garota. — ele projeta o queixo para mim. — Se certifique de lhe dar muita atenção. Não cometa o mesmo erro que eu fiz. — Quando ele vai embora, todos nós olhamos atrás dele em silêncio. — Por que você estava com ele? — George pergunta sem olhar para mim, mas há um certo tom acusatório em sua voz. Ele está chateado. — Estávamos no Sam Snead. Eu saí para pegar ar, — eu me irrito, não apreciando seu tom. — Ele estava lá. ~ 221 ~

— Ele fez essa merda de propósito, sabe? — Sniper diz e eu tiro meu olhar para o seu. — O quê? — eu pergunto, confusa. — Ele queria que George te visse com ele. Mostrar a ele como é. — Sim, mas eu não queria beijar ele. Ele forçou. — Ele beijou você? — Anna grita. — Sim, — George rosna. — Ele a tinha presa contra o edifício. — seus olhos escuros encontraram os meus novamente, brevemente, quase olhando para mim. Será que ele pensa que eu queria que Roger me beijasse? — Sim e eu estava tentando o tirar de cima de mim quando George apareceu, — eu digo a Anna, mas eu estou dizendo claramente a George também. — O seu cavaleiro de armadura brilhante, — diz Anna e sorri para George, mas ela é a única. Ela não tem ideia do que está acontecendo no último par de dias, então seu sorriso vacila quando ela vê Sniper sacudir a cabeça, a deixando saber para não ir nessa direção. — Você está bem? — George pergunta, ainda não olhando para mim. — Olhe para ela, George! — Ike grita de onde ele está ao meu lado. — Pare de gritar, Ike, — eu digo a ele calmamente. Sua emoção é perturbadora. — O que ele está dizendo? — Sniper pergunta. — Ele está dizendo para George olhar para mim, — eu respondo em voz baixa. O olhar de George encontra o meu, seus olhos escuros nadando com tantas emoções; mágoa, raiva, confusão e culpa. Ficamos todos em silêncio por uma batida quando George e eu continuamos com os nossos olhares travados, olhando um para o outro. Silenciosamente, eu estou implorando a ele. Não se afaste de mim. Por favor, acredite em mim. Mas eu não tenho certeza se ele vê. Ele está muito preso em seus próprios pensamentos. — Alguém quer me dizer o que está acontecendo? — Anna pergunta, quebrando o momento.

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— Eu vou explicar mais tarde, moça, — Sniper diz a ela. — Vamos lhes dar alguns minutos. Depois de terem feito todo o caminho de volta para Sam Snead, dou um passo hesitante em direção a George. — Como você está se sentindo? — Como um merda, — ele responde imediatamente e meu estômago aperta. Ele está lidando com tanto nos últimos dias, incluindo os machucados da briga. Como ele poderia não se sentir mal? — Você ainda está em abstinência? — Essa não é a única razão pela qual eu me sinto como merda. — empurrando as mãos nos bolsos, ele olha para o céu, sua respiração escapa de sua boca em pequenas nuvens de fumaças pelo frio. — Ele se sente mal por como ele tratou você, — diz Ike quando nós dois olhamos George. — Ele ama você, Charlotte. — meus olhos fixam em Ike, meus olhos cheios de lágrimas. A mandíbula de Ike está definida, seus músculos tensos quando ele defende seu irmão. Ele quer que fiquemos juntos, embora ele também esteja apaixonado por mim. — Ele está aqui? — George pergunta, me trazendo de volta para o momento. — Ele está, — eu digo quando eu limpo minha garganta numa tentativa de esconder o meu breve momento de devastação com as palavras de Ike. — George? — Sim? — Eu sei que você está passando por algumas coisas, você está com raiva de mim e magoado, mas... você pode ir em um lugar comigo? — Onde? — ele pergunta com incerteza. — Para a casa dos Mercer’s. A filha deles, ela fala comigo também. Eu não disse a eles ainda. Estávamos à espera até que nós lhe disséssemos primeiro. Ele bufa e balança a cabeça como se não pudesse acreditar no que eu estou dizendo. — Nós? — Ike e eu concordamos que você deveria ser o primeiro a saber e eu prometi a Maggie Mercer que logo que você soubesse, eu a iria ajudar.

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— Eu não acho que é uma boa ideia, Charlotte, — diz George, enquanto risca a parte de trás do seu pescoço. Desesperada por uma chance de mostrar a ele o que eu posso fazer e o levar em algum lugar fora de sua própria dor, eu aproveito a sua mão na minha. — Se você vir comigo, me deixe te mostrar uma coisa e eu nunca vou perguntar qualquer coisa de vocês novamente. Vou deixar a cidade com o meu pai amanhã e você nunca terá que pensar em mim de novo. — Charlotte, você não tem que sair da cidade, — diz Ike. — Se ele não acredita em mim, eu vou, Ike, — digo a ele. George faz uma carranca para mim, as sobrancelhas franzidas. Eu não vou ignorar mais Ike; ele merece mais. Se George não escolhe acreditar que eu possa ver e me comunicar com seu irmão, é a sua escolha. Mas Ike está aqui e eu o vou reconhecer durante o tempo que eu o posso ver. Eu não tenho certeza se é o meu olhar suplicante ou o desespero em minha voz, mas George acena com a cabeça uma vez e me segue depois de eu dizer: — Por favor, George. Por favor.

Sniper fica para manter um olho sobre o restaurante enquanto George e eu vamos à nossa pequena viagem de campo. Tomamos o Bronco de George; ele até me ajuda a entrar, mas seu toque envia uma dor correndo através de mim, ao contrário da última vez. O passeio é silencioso; nenhum de nós sabe o que dizer. Não há nada mais que eu possa dizer. Agora eu só posso mostrar a ele e esperar que seja o suficiente. Os Mercers não pensam duas vezes ao nos convidar quando aparecemos sem avisar depois de escurecer, embora a Sra. Mercer já esteja em sua camisola de algodão e túnica solta, pronta para virar para a noite. Eles nos levam para a sala de jantar e a Sra. Mercer resolve nos fazer um café, mesmo eu ter insistido que não era preciso. Enquanto ela se ocupa, Sr. Mercer faz pequenas falas com George e George faz o seu melhor para ser educado, embora sua mente seja um naufrágio. Maggie está de pé atrás de seu pai, calma e paciente, quando ela finalmente pergunta: — Eu sei que não sou suposta falar com você na frente deles, mas você está aqui para mim?

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Concordo com a cabeça uma vez em resposta. Quando todos nós temos o nosso café e biscoitos - porque Deus abençoe a Sra. Mercer, ela não pode ter um convidado à sua mesa sem comida e uma bebida - eu limpo minha garganta e começo a explicar o que posso fazer e lhes digo que eu posso ver Maggie. Sra. Mercer imediatamente começa a chorar quando eu repito o que Maggie me pede para lhes dizer, as coisas que só eles sabem. Sr. Mercer envolve um braço em torno do ombro, sua expressão vazia e ilegível. George se senta calmamente, observando tudo, mas quando eu me levanto, ele se levanta também. — Posso ir para o quarto dela? Ela está me pedindo isso. Ela tem algo que ela quer que eu encontre para vocês. — Sr. Mercer acena com a cabeça uma vez e quando Maggie me leva, todos eles seguem. Uma vez em seu quarto, Maggie indica o que ela precisa de mim para abrir a porta do armário. No interior, todas as suas roupas ainda estão penduradas e eu estou supondo que do jeito que ela deixou. — Eu estava vestindo uma jaqueta no dia anterior que eu morri. O colar que minha mãe lhe disse a respeito está no bolso. A azul lá. — e Maggie aponta. Coloco minha mão lá dentro, agarro o colar e o puxo para fora. Os olhos da Sra. Mercer ficam enormes e o Sr. Mercer tropeça para trás. George o pega e o ajuda a se sentar na cama enquanto ele se recolhe. — Ela diz que a corrente quebrou e ela a enfiou no bolso para depois concertar, mas ela não estava se sentindo bem e ela esqueceu. — gentilmente eu coloco a cruz e a corrente na mão da Sra. Mercer enquanto ela chora. Então eu digo a eles que Maggie está bem e precisa dizer adeus. Repito suas palavras de gratidão e amor enquanto os Mercer’s choram baixinho, pendurados em cada palavra minha. — Ela vai esperar até sairmos e lhes dar alguns momentos para dizer adeus para ela e então ela vai. — Onde? — George pergunta. — Aonde ela vai? Eu dou de ombros simpaticamente. É uma pergunta que eu desejo poder responder. — Onde cada um deles vai quando eles cruzam. Nós dizemos nosso boa noite aos Mercer’s, que me abraçam e me agradecem ferozmente. Antes de sair, Sr. Mercer me dá o meu colar e olha para mim com os olhos vermelhos e inchados. — Este é seu, filha, — ele me diz. ~ 225 ~

— Não senhor. Eu ainda lhe devo dinheiro, — eu digo quando eu tento o entregar de volta para ele. — Não, você não nos deve nada. Você nos deu a paz e nós sempre seremos gratos a você. — Você não me deve nada, senhor. Você me ajudou em uma das noites mais frias e mais escuras da minha vida. Eu nunca poderia pagar por isso. Ele sorri tristemente. — Eu sei. Venha jantar conosco novamente. Adoraríamos sua companhia. — em seguida, ele olha para George. — Você também, filho. Você é bem-vindo a qualquer momento. — Há uma forte possibilidade de eu estar indo para casa amanhã, — eu confesso, nem mesmo olhando para George para ver sua reação. Se ele parece que ele não se importa, isso só vai me machucar mais e agora isso é tudo o que vejo e sinto. Eu prometo aos Mercer’s que eu não vou deixar a cidade sem dizer adeus, e, em seguida, George e eu saímos. Ele me leva de volta ao meu motel em silêncio. Eu quero perguntar a ele o que ele está pensando; ele viu a verdade, ele sente isso? Mas eu não faço. Vou deixálo processar isso e quando ele estiver pronto, se ele algum dia estiver, ele pode me perguntar qualquer coisa. Quando ele estaciona em frente ao meu quarto, ele olha para frente, se recusando a olhar para mim. À minha direita, o caminhão de Sniper está estacionado; ele disse que iria o deixar e ter Anna o levando para casa quando ele fosse fechar o restaurante. Ele não quer que eu fique sem um veículo, declarando que meu pai era um cabeça da merda por vender a minha caminhonete. Não posso dizer que discordo dele. Sei que esta pode ser a última vez que eu vejo George McDermott, a alma que tão intimamente combina com a minha própria. Meu coração quer desmaiar e morrer com o pensamento, mas eu fiz tudo o que eu pude. O fato de que eu possa ver os mortos e seu irmão me trouxe aqui para salvá-lo, pode parecer impossível. Eu entendo; é difícil para algumas pessoas aceitar. Mas se George me ama, realmente me ama, eu espero que ele possa operar um pouco de fé cega. Momentos vêm e vão; lampejos rápidos no tempo. No entanto, esses momentos podem ter o impacto mais profundo em nossas vidas. Ou nós as aproveitamos e as utilizamos para as nossas necessidades ou nós os deixamos ir. São os momentos que deixamos ir que creio que permanecem conosco mais fortemente, porque arrependimento é algo que nunca nos deixa. E eu sei que, neste ~ 226 ~

momento, devo fazer uma última tentativa para chegar a George ou eu vou me arrepender pelo resto da minha vida. Rapidamente e sem pensar, eu passo por cima dele e me escarrancho sobre ele, agarrando seu rosto em minhas mãos e o forçando a olhar para mim. Ele está atordoado, mas não me empurra para fora, colocando as mãos timidamente em meus quadris. Minha boca está seca assim que eu olho para ele, desejando que ele me veja, veja a verdade. Há um milhão de coisas que eu quero dizer, coisas que eu quero tentar explicar, mas temo que eu só vá perder o fôlego. Desenganchando o colar que o meu irmão me deu anos atrás, eu o coloco no pescoço de George. — Axel me deu este em nosso último Natal que ele estava vivo, — digo a ele quando meus dedos esfregam sobre a cruz. — Eu tenho usado todos os dias desde então, até que eu o dei ao Sr. Mercer a primeira noite que eu cheguei para me segurar até que eu pudesse o pagar de volta. Eu quero que você fique com ele. — Charlotte, eu não posso... — Apenas fique com ele. Por favor. Eu quero te dar alguma coisa, um dos meus únicos tesouros neste mundo. — então, eu me inclino e pressiono suavemente meus lábios nos dele. O beijo começa suavemente, mas então ele se aprofunda quando eu faço o meu melhor para transmitir o meu desespero, minha necessidade para ele aceitar me aceitar. Quando ele não parece sensível primeiro, as minhas entranhas murcham, mas depois de um momento, seus dedos passam pelo meu cabelo e sua língua varre para dentro da minha boca, me iluminando em chamas. Minhas entranhas queimam de desejo e medo, mas eu empurro tudo de lado e quando eu sei que não posso o beijar por mais tempo sem me destruir completamente, eu recuo, encontrando seu olhar escuro. — Eu amo você, George McDermott, — eu sussurro, minha voz embargada, eu me esforço para não chorar. — E se isso não é suficiente, se você acha que eu sou louca ou uma vigarista ou seja o que for que você está pensando, eu espero que você tente se lembrar como me sinto sobre você quando eu me for. Que eu te amo e eu acho que você é um grande homem. Talvez você esteja quebrado, mas eu também estou e quebrado não significa que somos menos valorizados, significa apenas que temos amado alguém tanto e tão ferozmente que os perder parece como se nós tivéssemos perdido parte de nós mesmos. Eu não quero perder você também. Ike vai fazer a passagem em breve, — eu digo com grande ênfase, na esperança de expressar o quão ~ 227 ~

importante é ele perceber isso. — Mesmo se você acha que eu sou uma farsa, eu espero que você vá falar com ele e dizer adeus. Ele vai ouvir você. — eu o beijo suavemente mais uma vez, permitindo que meus lábios fiquem contra os seus por um longo momento, em seguida, saio de cima dele e pulo para fora de seu caminhão. Ele espera até que eu estou dentro do meu quarto antes dele se afastar. Eu rastejo para a cama e choro quando Ike se senta ao meu lado e tenta me consolar. — Por favor, não me deixe esta noite, — eu o imploro. Eu caio no sono enquanto ele me diz: — Eu estou aqui, menina. Eu estou bem aqui. — mas isso só reforça a dor, porque eu sei que ele não vai ficar por muito mais tempo.

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Capitulo Vinte e Oito IKE Antes de Charlotte acordar, eu sigo até George para o ver e eu estou surpreso quando eu o encontro acordado, sentado no sofá, olhando para a televisão quando eu me transformo em sua sala de estar. Ele tomou banho, e, pelo menos, isso é uma melhora. Ele eleva seu queixo e seus olhos buscam pela sala quase como se ele me sentisse. — Ike? — ele questiona e minhas sobrancelhas sobem. — Eu estou aqui, George, — digo a ele. Sua cabeça baixa e ele olha para um bloco de notas em seu colo, a primeira página coberta por escrita. Ele rasga a folha e a dobra, a colocando na mesa ao lado onde ele está sentado. Quando ele levanta a cabeça novamente, ele diz: — Eu não sei se você está aqui, mas eu sinto que talvez você está. — ele fica em silêncio por um longo momento antes de continuar. — Eu me senti assim muito desde que você morreu, como se talvez você estivesse olhando por mim. Eu me movo em direção a ele e me ajoelho ao seu lado. — Eu tenho feito isso, George. Seus olhos abrem um pouco, mas ele respira fundo e segura as lágrimas. — Me desculpe eu deixar você para baixo, eu não era melhor ou... mais forte, mas estou bem agora, Ike. Eu não quero que você fique preso aqui por minha causa. Eu prometo que não vou voltar para as drogas. Eu juro. Eu estou indo para a reabilitação. Enquanto ele fala, o restante do peso que eu tenho segurado nos ombros escapa. Ele está dizendo a verdade. Ele vai ficar bem. Mas, o que dizer de Charlotte? Será que ele vai ser tolo o suficiente para deixála ir? — Estou apaixonado por ela, — diz ele, como se ele simplesmente lesse minha mente. Meu olhar para nele, minhas sobrancelhas estreitaram em estado de choque. — Eu sei que você está preocupado

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com ela. Eu sei que você tem que ter se apaixonado por ela também. Como não poderia? — ele bufa. Meu peito aperta com suas palavras. Ele está adivinhando tudo isso ou ele me sente? Agora que ele sabe que eu estive aqui, ele está permitindo a nossa ligação, essa ligação não só entre irmãos gêmeos, mas para falar com ele? — Eu estou fodido. Eu estava com raiva de mim mesmo e eu descontei tudo nela. — Sim, você é um idiota, — murmuro como eu estou. — Eu sou um burro, — diz ele, balançando a cabeça. — Eu vou fazer o meu melhor para fazer as coisas direito com ela. Se ela esperar de mim, eu vou tentar o meu melhor para ela. Então... não se preocupe com isso. Eu vou cuidar bem dela. Eu prometo. — esfregando os olhos com as palmas das suas mãos, ele diz: — Eu te amo, Ike. Obrigado por me amar o suficiente para ficar e cuidar de mim, mas eu quero que você encontre a paz, irmão. Eu preciso saber que você está bem também. — uma lágrima escorre pelo seu rosto antes que ele se levante e a enxugue. Voltando ao seu quarto, ele se veste rapidamente para o trabalho. Quando ele sai, ele está segurando meus dog tags. Por que ele os está levando com ele? Agarrando suas chaves e o pedaço de papel dobrado na mesa ao lado da porta, ele respira fundo e diz: — Adeus Ike. Eu te amo, cara. — então ele sai pela porta. — Adeus George. Eu também te amo. — eu aceno com a cabeça tristemente e me transformo para longe.

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Capitulo Vinte e Nove IKE Quando eu volto para o quarto de Charlotte, ela está apenas acordando. — Vamos lá, — eu digo a ela. — Vamos para o nosso lugar. — eu me viro para incentivá-la a se levantar e a forçar a tomar banho e se vestir. Ela definitivamente não é uma pessoa da manhã. A intenção é se reunir com seu pai, mas eu acho que eu preciso a levar em algum lugar tranquilo. — O nosso lugar? — ela pergunta. — Sim, debaixo da árvore, perto da água. Traga um cobertor. Subimos na caminhonete de Sniper e seguimos para a montanha. Nenhum de nós diz uma palavra todo o caminho. A atração que era chato antes é agora algo que eu tenho que lutar, literalmente, ou ela vai me arrastar para longe. Mas eu não posso ir ainda. A verdade é que George está bem. Ele me soltou e Charlotte ajudou a fazer isso. Ele sabe que eu estou bem e agora meu negócio está feito. O problema agora é que ele não se sente digno dela. Ele não admitiu a ninguém, muito menos a si mesmo, mas às vezes outros podem conhecer alguém melhor do que eles se conhecem. Eu só rezo para que ele vá puxar a cabeça para fora de sua bunda antes que seja tarde demais e ele a perca para sempre. O dia está quente e o sol está brilhando, realçando as cores elaboradas do início do outono. Charlotte agarra o cobertor da parte de trás da caminhonete e nós seguimos em direção à água. Depois que ela espalha, nós nos sentamos lado a lado e olhamos para o rio; a superfície brilhando com a luz do sol. Minha garganta está apertada. Há coisas que eu devo dizer a ela porque eu não sei quanto tempo mais eu posso lutar contra o puxar. — Está quase na hora, não é? — pergunta ela, o olhar fixo na água. — Sim. Será em breve.

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— Você está com medo? — ela pergunta. Ela perguntou isso antes e a resposta ainda é a mesma. Eu não estou assustado. Estou triste. Estou triste por deixá-la e todos que eu amo, mas isso é parte do ciclo; algo que deve ser feito. Eu sei que eu preciso disso para colocar um ponto final; afinal, ela é a única que está sendo deixada para trás agora. Eu irei embora e se George não se recompor, ela não terá ele também. Eu sei que se ela ficar aqui em Warm Springs, os Mercer’s estarão atento a ela. E se ela está pronta para perdoar sua família, ela podia ir para casa, mas eu sei que não é o que ela quer. Ela adora aqui... ou ela adorava. Ela adorava a sensação de casa, as pessoas, a magia de uma pequena cidade cheia de tranquilidade e beleza. — Não. Eu não estou assustado. Mas... Eu vou sentir sua falta. Eu estou apaixonado por você, você sabe. Um soluço se liberta dela que traz lágrimas no meu interior. — Eu sinto que eu não deveria dizer essas coisas, mas eu não sei como eu não posso. Você, você me deu paz, Charlotte... de tantas maneiras. Eu nunca posso lhe agradecer o suficiente por isso. — lágrimas formam em meus olhos enquanto ela soluça, puxando os joelhos para cima e os abraçando, escondendo o rosto de mim. Eu estou desesperado por uma maneira de aliviar sua dor, então eu digo a ela, — Se deite. Ela olha para mim, os olhos vermelhos e inchados e com seus lábios tremendo. — O quê? — Eu quero tentar algo. Você vai se deitar? — ela faz o que eu peço, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto em seu pescoço. — Feche os olhos, por favor. — depois de um longo olhar que me diz que ela não quer, mas diz que vai fazer o que eu pedi porque ela confia em mim, ela fecha os olhos. Eu não tenho ideia se o que eu estou prestes a fazer vai funcionar, ou ajudar de qualquer maneira, mas eu tenho que tentar. — Lembra quando falamos sobre o nosso primeiro encontro? Sua boca se curva ligeiramente. — E o nosso primeiro beijo, — acrescenta ela. — E a primeira vez que fizemos amor. — Teria sido bem aqui. — E eu gostaria de esculpir I & C em um coração bem grande na árvore lá atrás. — seu sorriso vacila quando o que poderia ter sido bate nela. — Levo esses pensamentos comigo agora. — suas sobrancelhas ~ 232 ~

sulcam e ela está prestes a abrir os olhos, mas eu lhe digo que não. — Desde o início, te imagino comigo. É o mais próximo que vai chegar à coisa real, mas eu juro que eu vou levar tudo comigo. Vai ser real para mim. Lágrimas se libertam de seus olhos fechados e ela balança a cabeça duas vezes para me deixar saber que ela está pronta para começar. — Você começa. Eu me levanto e me movo a seu lado. Ela é linda. Seu cabelo escuro se espalhou ao redor da sua cabeça, as pontas atingindo o cobertor e descansando sobre as frágeis folhas caídas que cercam a sua forma perfeita. — Você ficaria no trabalho e eu iria aparecer com flores, — eu começo quando eu deito ao lado dela, juntando a minha mão com a dela. É o mais próximo que eu estarei de tocá-la. Mas quando eu continuo falando, algo milagroso acontece. Eu me vejo através de seus olhos. E eu me sinto como se nossas almas estivessem conectadas. Olhando fixamente para ela do outro lado, eu sorrio, meu coração cheio com tranquilidade. Uma parte de mim sempre estará presente através dela.

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Capitulo Trinta CHARLOTTE Eu não tenho nenhuma ideia de como ele está fazendo isso, mas de alguma forma quando eu imagino o que ele diz, o visual é tão real e tem muito mais profundidade do que eu poderia criar sozinha. Sua voz suavemente me guia através de cada evento. Estamos no restaurante e ele se aproxima de mim com lírios; meu favorito. Seu sorriso é educado. Quente e genuíno. A maneira como ele me pede para sair é exatamente do jeito que nós discutimos. — Encontro por uma emboscada, — eu rio quando nos imaginamos jantando e rindo numa mesa de canto de Ike e George. — Você poderia ter, pelo menos, me deixado voltar para o quarto para me trocar. — Nah, — ele discorda. — Você é linda, não importa o que você esteja vestindo. Eu sorrio com tristeza. Tão lindo como isto é - imaginando isso com ele - dói. — Não, — ele adverte suavemente. — Eu preciso de você aqui comigo, menina. Não temos muito tempo. Há tempo de sobra para ficar triste mais tarde. Antes que eu possa argumentar, ele continua narrando. Estamos em pé diante um do outro na frente do meu quarto de motel. A noite é fria e eu estou vestindo o seu paletó. Puxo ao meu redor e para o meu rosto. Cheira exatamente como eu imagino que ele tivesse cheirado. — Seu cheiro é incrível, — eu digo. — É o perfume que eu costumava usar, — ele me diz. E eu aproveito a deliciosa fragrância viril, seu perfume quente. Meu olhar encontra o seu, os olhos castanhos olhando para mim como se eu fosse uma joia. E nesse momento, eu não me sinto estranha. Me sinto preciosa. — Você é linda, — ele sussurra. Em seguida, ele coloca delicadamente as mãos sobre meu rosto, seus longos dedos abertos em cada uma das minhas bochechas, antes de nossos ~ 234 ~

lábios se encontrarem em um terno beijo. A brisa da noite provoca arrepios em meus braços e costas e eu aprecio sua boca quente. Ele me deu um dom raro, algo que eu nunca pensei que eu teria. O beijo é suave e doce e ele continua e continua até que os nossos arredores parecem rodar e estamos sentados lado a lado na sala de jantar da casa de seus pais. Estamos sentados lado a lado quando nós rimos com sua família. Cameron está contando uma piada que todos nós rimos. — Claro que você iria conhecer os meus pais... — ele me diz e sorri. — É claro, — eu concordo. Enquanto nós nos sentamos completamente imóveis e ele narra, imagens piscam e os sons de sua família desaparecem. A primeira imagem é de nós cantando para o rádio quando ele nos move ao redor e estamos rindo de quão terrível isso soa. A próxima imagem segue imediatamente após a primeira e é uma de nós caminhando até a montanha através do parque enquanto eu reclamo sobre o quão longe nós fomos. Eu não consigo acompanhar as habilidades atléticas de um soldado. A imagem seguinte me mostra nas costas de Ike quando ele me leva de volta para baixo da montanha, porque eu sou uma desajeitada e torci meu tornozelo. — Você me levou todo o caminho de volta para baixo, hein? — eu pergunto silenciosamente. — Sim. Alegremente. — sinto calor em meus cobertores. Ao longo de cada imagem, eu noto mais sorrisos nos nossos rostos. E isso faz com que o meu peito doa. Enquanto ele fala, mais imagens aparecem de nós cozinhando espaguete juntos, me ocupando dele no sofá enquanto estamos juntos, enquanto ele apanha uma sensação. Calor irradia através do meu corpo enquanto eu vejo quando as mãos agarram meus cabelos e como nossas bocas vão de um para o outro, dolorosamente duro, como se nós apenas não pudéssemos chegar perto o suficiente. A paixão naquele momento me bate duro. — Eu amo seus seios, — diz Ike, sem fôlego. — Pervertido, — eu falo e ele sorri. — Até agora eu tenho um caso grave de bolas azuis, mas você está me fazendo esperar. ~ 235 ~

Na imagem, ele está apenas tirando minha camisa. Mesmo que eu esteja vestindo um sutiã, ele olha para mim, os olhos castanhos fixos em mim como se eu fosse a coisa mais linda que ele já viu. Eu me vejo em seu olhar e o desejo e necessidade nesse momento é palpável; é uma coisa viva e respirando. Eu preciso ter este momento com Ike. — Talvez eu esteja pronta agora. Neste belo sonho, nosso entorno gira e estamos à beira do rio sob a grande árvore, olhando fixamente um para o outro. O olhar suave de Ike encontra o meu e quando eu quero e preciso ver, eu vejo dor. Isto será um pouco brutal tanto como será bonito. Estamos nos entregando um ao outro da única maneira que podemos, mas depois, temos de encarar o inevitável. Devemos deixar o outro ir. — Tire sua camisa, — eu peço. Ele não está vestindo seu uniforme do Exército normal. Ele está em uma camisa escura e jeans. Nossos olhares permanecem bloqueados enquanto seus dedos abrem lentamente cada botão enquanto eu escorrego minha jaqueta e chuto meus sapatos. Quando a camisa cai de seu corpo, a minha boca fica seca. Ele é perfeito. Seus ombros e braços largos são suaves, seus dog tags descansando contra seu peito firme. Seus abs são rasgados e salpicados com pelos mais claros do que seu cabelo que arrasta para baixo na cintura de suas calças. — Agora você, — ele insiste.

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Capitulo Trinta e Um IKE Ela está nervosa. E é lindo. Ela cruza os braços enquanto ela se abaixa para a bainha de sua camisa e a puxa sobre sua cabeça, seu cabelo longo se movendo com sua camisa, mas caindo de volta para baixo em seus ombros e costas enquanto ela a joga de lado. Mesmo que eu só esteja imaginando isso, a imagem é tão clara e parece tão real. Pisando na minha direção com as mãos no meu cinto e começar a o desfazer, ela chega ao botão da minha calça. Antes que ela puxe para baixo, minhas mãos pastam em seus ombros quando eu chego ao seu redor e desengancho seu sutiã. Ele cai no chão e eu dou um passo para trás e a admiro, memorizando cada detalhe de seu corpo que eu posso. Rapidamente eu a pego e coloco sobre o cobertor. O dia está quente, mas há um ligeiro frio no ar fazendo com que sua pele fique arrepiada. Eu puxo sua calça jeans e calcinha e rapidamente removo a minha própria. Antes de ajoelhar e pressionar o meu corpo ao dela, eu olho para ela, nua e esperando por mim. Porra, ela é extraordinária. Minhas entranhas doem de desejo por ela, mas há uma dor lá também. É isso. Isso é tudo que existe para nós. Mas é mais do que eu pensei que eu ia conseguir, então que eu vou aproveitar. Uma vez que eu a sinto debaixo de mim, seus seios contra o meu peito, eu puxo o lado do cobertor sobre nós, mantendo o máximo de calor em torno de nós e entre nós que eu posso. — Você está pronta? Ela lambe os lábios e balança a cabeça que sim. — Eu nunca estive mais preparada para qualquer coisa em toda a minha vida. O tempo para mais ainda quando nós nos tornamos um. Tristeza persiste em seus olhos quando nossos olhares permanecem bloqueados. Ela sabe que eu vou embora logo. Eu nunca tinha experimentado nada tão dolorosamente belo. Rezo que eu vá me lembrar disso do outro lado, que quando eu estiver lá, vou ser permitido me agarrar a essa memória. Isto é apenas um sonho; nós dois imaginamos o que poderia ter sido em outro tempo ou outra vida. Sua respiração no meu pescoço, as mãos e os dedos empurrando para a carne em minhas costas; todas tragicamente belas lembranças que eu ~ 237 ~

preciso porque eu não tenho certeza se posso aguentar a eternidade sem elas. Agarrando meu rosto, ela bate a boca com a minha, me beijando ferozmente. Eu empurro para trás, amaldiçoando o mundo que eu não posso chegar mais perto. Meus golpes aceleram enquanto ela se aguara em mim, pegando meus lábios entre os dentes, me deixando louco. Eu puxo meus lábios dos dela enquanto ela grita e seu corpo enrijece. — Eu te amo, Ike, — ela chora quando uma lágrima deriva pelo seu rosto. Com a ponta da minha língua, eu a recolho antes de juntar a minha boca na dela novamente. Apenas momentos mais tarde ela grita de prazer e eu termino segundos depois, descansando minha testa na dela quando ambos lutam para recuperar o fôlego. Eu beijo seu pescoço, sua mandíbula e os seus lábios mais uma vez quando ela choraminga. Me sentando, eu a puxo para o meu lado e puxo o cobertor sobre nós. Sua cabeça repousa sobre meu ombro enquanto nós assistimos o reluzir da água. Eu daria qualquer coisa para fazer isso de verdade e não apenas imaginar. — Como posso deixar você ir, Ike? — ela sussurra. Não tenho resposta para isso. Então eu recuo para o nosso sonho onde eu a aperto mais. As mudanças estão no fundo e estamos no banco do rio e juntos nos revezamos em narrar a vida que nunca teremos juntos. Nós assistimos um milhão de memórias jorrar sobre a superfície da água. Alguns dos meus favoritos são o dia do nosso casamento, do jeito que ela sorri para mim quando ela atinge o altar. Outra é ela dormindo no sofá, sua barriga inchada e redonda com nossa filha. E, claro, o dia que nossa filha nasceu, nos braços de Charlotte quando Charlotte sorri carinhosamente para mim. As imagens jorram em ordem bonita e caótica. Elas não são todas perfeitas, em alguns momentos nós brigamos, mas esses são seguidos por aqueles em que nós nos conciliamos. — Eu acho que você nunca vai descobrir que eu estou sempre certa, — ela brinca quando vemos uma imagem dela jogando um objeto em mim enquanto ela grita. — Não, — eu digo quando a imagem me mostra agarrando ela e a beijando ferozmente, fazendo toda sua raiva derreter. — Eu só queria te deixar brava para que possamos ter sexo mágico e épico. — ela ri baixinho e fuça a cabeça na dobra do meu pescoço. — O que estamos perdendo? — eu lhe pergunto.

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— Isto, — diz ela pouco antes dela descrever a imagem de um homem e uma mulher sentados lado a lado velhos em suas cadeiras de balanço. Somos nós depois de uma vida juntos. Ela desliza a mão enrugada nas minhas enquanto nós olhamos para as montanhas da nossa varanda da frente, observando o esplendor do outono. Nesta fantasia, eu a beijo na cabeça, fechando os olhos e rezando para que ela tenha este dia. E eu oro para que seja com George. Ela o ama assim como ela me ama; ferozmente. Ela está chorando em silêncio, lágrimas escorrem suavemente em seu belo rosto. Me inclinando em direção a ela, eu digo: — Quando você sentir minha falta, venha aqui e fale comigo. Este será sempre o nosso lugar. — Você vai ficar aqui? — ela chora. — Uma parte de mim vai sempre viver aqui... — olhando para trás, a árvore atrás de nós, eu suspiro. — Me desculpe por não poder esculpir I & C na árvore para você. — Sinto muito por um monte de coisas, Ike, — ela choraminga enquanto ela tenta abafar um grito suave. O momento parece tragicamente doloroso, atingindo na parte mais profunda da minha alma. E, embora eu odeie a deixar, eu preciso de alguns minutos para me compor antes de eu desaparecer. — Charlotte, — eu digo e lhe aperto a mão com força. — Eu preciso só um pouco de tempo. Me desculpe, eu só... Você vai ficar bem aqui? — Claro, — diz ela em voz baixa. — Eu vou voltar para o motel. Você vai voltar e me ver, não vai? — seus olhos cinzentos ficam nos meus, esperança e tristeza gravados em seu rosto. Escovando meus dedos contra sua bochecha, eu respondo: — Eu prometo menina. — então eu me transformo para longe.

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Capitulo Trinta e Dois CHARLOTTE Quando eu abro meus olhos, Ike se foi, então eu ainda permaneço deitada sobre o cobertor olhando para o céu. Tudo o que apenas imaginamos juntos pareceu tão real; tão contente. Mas real ou não, ele está indo em breve. Não há palavras para descrever a dor que eu sinto por dentro agora. A dor é infinita, atingindo desde os dedos dos pés para as pontas do meu cabelo. É implacável escancarar um buraco da tortura. Quando ele for, ele vai levar uma parte de mim com ele; uma parte que nunca pode ser substituída, porque é sua - ele é o dono. Ele foi a primeira pessoa em um longo tempo que me ofereceu conforto e amizade. E eu percebo a dor agonizante de deixá-lo ir é exatamente como George se sentiu por um longo tempo. A outra metade do meu coração pertence a George. E a dor é totalmente diferente. Contra o meu melhor julgamento inicial, eu me apaixonei por ele. E o menino fez eu cair dura. George poderia possuir a sua parte de mim, me levar e me amar, valorizar até, mas ele está escolhendo não fazer. E nesse sentido eu me sinto sem esperança e perdida. Como posso seguir em frente sem um coração completo? Como faço para navegar através da vida com nada além de uma caixa vazia do que um feliz para sempre? Me incomoda voltar para aquele lugar escuro, mas a dor está se tornando demais para suportar. Eu tinha um plano. Acabar com isso. E tão triste quanto possa parecer, uma parte de mim acredita que teria sido melhor do que isto. Perder os irmãos McDermott será a minha ruína. Ike me salvou, mas para quê? Para voltar para a vida que eu vivi durante os últimos cinco anos, mas desta vez levando a dor de ter amado e perdido? Eu não tenho ideia se George vai falar comigo e eu não quero dizer adeus para o meu melhor amigo. Eu fiz isso uma vez com Axel e eu quase não sobrevivi. Como posso possivelmente fazer isso novamente? Estou realmente destinada a ser sozinha? Eu balanço minha cabeça em meus pensamentos mais escuros. Eu nunca poderia me arrepender; de jeito nenhum. Conhecer e amar cada um deles tem sido a maior realização da minha vida. Eu não sabia o que era a vida até a que morte veio à minha porta. E eu não ~ 240 ~

tinha ideia do que era o amor até Ike me forçar a viver. Ele me deu uma segunda chance na vida quando ele me trouxe a esta cidade e me mostrou a beleza das coisas. ‘Sempre um vai para rejuvenescer’, — ele brincou. Eu morava em uma escuridão e ele me trouxe para a luz. E embora a dor seja inflexível, não vou esquecer o meu breve tempo no calor e eu me recuso a o deixar ir. Deixei escapar um suspiro quando a magnitude de quão fodida nossa situação é me bateu. Eu só imaginava uma vida de amor com Ike. Nós rimos e amamos e brigamos e foi lindo. Nossa situação é tão complexa. Eu amo os dois e igualmente por razões muito diferentes. E enquanto uma pequena vozinha dentro de mim sussurra que era errado compartilhar isso com Ike, mesmo que fosse um sonho, quando minhas esperanças são para George vir a seus sentidos e me fazer dele, eu nunca vou me arrepender. Se George tivesse sido a alma que me encontrou na ponte naquela noite em vez de Ike, eu teria imaginado uma bela vida com ele. Mas ele não o fez. Foi Ike que me encontrou. E é Ike que me ama o suficiente para entender que ele compartilha meu coração com seu irmão. Pulando para cima, eu agito o cobertor e eu faço o meu caminho de volta para a caminhonete de Sniper. Uma vez lá dentro, eu abro a caixa de ferramentas grande no banco de trás e removo uma grande faca de caça. Caminhando de volta em direção à costa e segurando a faca com força, eu decido que só há uma coisa a fazer, onde Ike está em causa; mostrar a ele o que ele significa para mim.

Até o momento que Ike aparece de volta no motel, eu já tomei banho e coloquei meu pijama. Eu estou deitada na cama quando de repente ele está lá ao meu lado. Ele rola em seu lado para que seus olhos estejam do nível do meus. — Ei, linda, — ele sussurra. — Oi, — eu respondo e faço o melhor sorriso que eu posso. — Você foi ver George? — Esta manhã, antes de você acordar. — Como ele está? ~ 241 ~

— Ele vai ficar bem. Ele disse adeus para mim. Meus olhos se arregalam. — Então ele acredita que você estava lá? — Eu acho que sim, — ele responde e assente. — Eu não sinto esse peso mais. Eu quero chorar porque eu não estou pronta para ele ir, mas eu sinto que isso é tudo que eu fiz por dias e dias. — Quando, Ike? Quando você irá? Ike fecha os olhos e engole em seco. Ele não tem que dizer isso; eu sei que será em breve. — Devemos dizer a nossa despedida agora, Charlotte. A finalidade de tudo isso me atinge. É isso. Como é que eu vou resumir o quanto ele significa para mim? Não há palavras significativas ou poéticas suficientes para mostrar como me sinto ou que lhe faria justiça. Sem convicção, eu digo: — Eu vou sentir tanto a sua falta. Ike me dá uma piscadela de seu sorriso malicioso. — O que você vai sentir mais falta? Meu incrível senso de humor ou este corpo quente? — ele faz um gesto de uma mão da cabeça aos dedos dos pés. Eu não posso deixar de rir através das lágrimas que se recusaram a lançar apenas momentos antes. — Sua bunda. Essa é a minha resposta final. Principalmente essa bunda quente sua, — eu ri. Ike ri em voz alta, os olhos brilhando. — Eu sabia que você só gostava de mim pela minha bunda épica. Você é tão cliché, — ele brinca. Nós dois ficamos quietos e eu tento expressar meus sentimentos por ele. — Vou sentir falta da sua risada, seu sorriso matador e Ike, você tem um sorriso matador. Às vezes dói, é tão bonito. Vou sentir sua falta como você sempre encontra uma maneira de me fazer rir. Eu vou sentir falta do som de suas dog tags tilintando sob sua camisa quando você se move. — seus olhos castanhos olham para os meus quando eu falo, absorvendo cada palavra. — Vou sentir falta de sua boca suja, — ele diz e nós dois sorrimos disso. — Eu vou sentir sua falta de quão calma e tranquila você parece enquanto você está dormindo. Você não tem ideia do quanto eu desejei que eu pudesse tocar em você quando você está dormindo, sua pele tão macia e suave. E eu vou sentir falta da sua coragem e bondade. ~ 242 ~

— Obrigada, Ike, — eu digo quando os meus lábios tremem. — Eu nunca te agradeci por me salvar. — Oh, baby, você me salvou, — diz ele em voz baixa quando ele nervosamente esfrega a parte de trás do seu pescoço. — Eu estou morto e eu ainda tenho que me apaixonar pela minha melhor amiga. Eu sou um sortudo. — Você acha que nós vamos nos ver outra vez? Do outro lado, eu quero dizer? Ele toma uma respiração profunda. — Eu acredito. Mas vai demorar, — ele insiste. — Você vai envelhecer, Charlotte. Você vai viver uma vida longa e bela. A vida feliz que você merece. — Mas quando for hora, se você puder, vai tentar me encontrar? Será que vai ser você quem vai me receber do outro lado? Eu quero saber que você está bem. — Para o que der e vier, — ele promete. — E eu quero dizer isso. Se eu posso ser o único a aparecer... onde quer que seja, eu vou. Mas eu preciso de algo de você. — Qualquer coisa, — eu choro baixinho. — Espere por George. Ele tem um plano. Lhe dê algum tempo, ele vai vir. Eu limpo o meu rosto no travesseiro onde minha cabeça está descansando e aceno com a cabeça. — Eu quero, mas e se ele não vier? — Ele vai, — ele me assegura. — Eu sei que ele vai. E não se sinta culpada por amá-lo Charlotte. Talvez um monte de pessoas não entenda, mas eu sim. Eu sei o que está em seu coração. Eu sei o quanto você nos ama. Você acabou por nos amar de uma maneira diferente. Nunca se sinta mal por isso. Falamos por horas, dizendo nossas boas despedidas. E eu oro por força durante todo o tempo. Eu lhe prometo que nunca vou ser a garota que ele encontrou na ponte na noite que nos conhecemos. Isso eu tenho certeza. Ele mudou minha visão sobre a vida e eu sou uma pessoa mais forte, porque ele acreditou em mim. Ele promete que o seu coração ficará aqui comigo. E eu sei que, mesmo quando eu não o posso ouvir ou o ver, sua memória estará sempre me dando força. Ele me conta histórias sobre sua infância, bonita e simples histórias para manter minha mente de apagar. Ele sempre teve o dom de me distrair para que ~ 243 ~

eu não me quebre. E eu não sei qual hora é, mas meus olhos têm ficado tão pesados, eu mal posso suportar isso. — Vá dormir menina, — ele sussurra. — Você vai estar aqui quando eu acordar? Seus olhos encontram os meus e ele sorri suavemente. — Eu sempre estarei com você, Charlotte. Sempre. Bem aqui. — e ele aponta para o peito. Isso significa que não. É isso. Eu quero protestar. Implorar para ele não ir, mas eu não tenho mais energia. Com minhas pálpebras estreitas, que se recusam a ficar abertas, mesmo que eu quero desesperadamente que elas fiquem, eu digo a coisa mais verdadeira e pura que posso. — Eu te amo, Ike McDermott. — Eu também te amo, baby girl, — ele sussurra. — Aqui, lá e para sempre. E na manhã seguinte, eu sei que esta é a última vez que eu vou ver ou falar com a alma linda e maravilhosa que é Ike McDermott.

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Capitulo Trinta e Tres IKE Eu a vejo dormir até que os raios do sol da manhã começam a fluir para dentro do quarto. Ela dormia inquieta, chorando baixinho em seu sono e chamando por mim, me implorando para não ir. Eu quero estar com raiva e ódio sobre como isso é injusto. Mas eu não posso. Pois eu me sinto verdadeiramente em paz. Me foi dado um presente. Esta mulher bonita não só salvou meu irmão, mas ela me ama. E por isso só posso regozijar. Eu penso em como George estava. Eu temia que ele fosse definhar a uma sombra do que foi seu eu anterior. Ela é o farol de luz que meu irmão precisava. Eu posso ficar tranquilo agora. Depois de usar toda a minha vontade e força, eu finalmente me levanto, permitindo que meus olhos passem lentamente sobre ela; dando minha última olhada antes de eu sair. Eu tenho que ir antes que ela desperte ou isso só vai se arrastar para um inferno emocional que nós dois estamos passando. Ela precisa começar o processo de cura e ela não pode fazer isso enquanto eu ainda estou aqui. Nestes últimos segundos, me comprometo à memória de cada detalhe físico dela que eu posso; seu cabelo longo e escuro, lábios macios, rosa, e pele lisa. Mas a melhor coisa sobre ela é sua personalidade alegre e corajosa recémdescoberta. Imagino ela rindo, como luz e é bonito. E isso me faz sorrir. Essas memórias são o que vai me segurar pelo que está por vir. A lembrança dela e o que ela tem feito por mim e para minha família será o que me dá a coragem de seguir em frente. Eu sorrio quando eu olho para ela pela última vez. — Adeus, Charlotte, — eu sussurro e me transformo para longe.

Estou no nosso lugar perto da água, vendo o sol brilhar na superfície da água. A temperatura em queda está em pleno vigor e eu ~ 245 ~

sorrio um pouco. Esta é minha época favorita do ano. A atração é tão forte, eu sei que se eu não me concentrar, ela vai me levar a qualquer momento. Mas eu quero mais um minuto. Apenas um. Virando, eu ando de volta para a árvore gigante, desejando que eu pudesse deixar à Charlotte um pequeno pedaço de mim; uma memória tangível que ela pudesse ver e tocar. Quando eu olho para cima, eu estou congelado em estado de choque. Esculpida na árvore, em letras garrafais está I & C dentro de um grande coração. Por um momento eu apenas olho, desejando que eu pudesse voltar para lhe dizer o que isso significa para mim. Mas isso não é uma opção agora. — Está na hora, — eu me lembro quando eu me aproximo da árvore e descanso minha mão sobre nossas iniciais. Com um último olhar para a água e minha mão sobre a árvore, eu fecho meus olhos e deixo o puxar me levar. Eu finalmente deixo ir.

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Capitulo Trinta e Quatro CHARLOTTE Tristeza. Que coisa horrível isso é, mas eu me agarro a ela. A agonia que eu sinto é como eu me lembro de que ele estava aqui, que ele existiu. Doce, bonito Ike, ele sempre tinha um sorriso no rosto. Na manhã que Ike me deixa, meu pai aparece. Quando eu me recuso a sair, ele tem pena de mim ou decide que não vale a pena discutir comigo e paga a minha conta de motel para o restante do mês, me chocando pra caramba. Por um momento breve e bonito, eu acho que talvez ele tenha chegado a um acordo e percebeu que meu dom é real, mas ele oblitera essa noção quando ele me informa que Detetive Andrews tinha solicitado que eu ficasse, apesar de que, tecnicamente, eu não preciso. Então, para realmente martelar o prego no meu caixão, ele me diz que ele vai voltar com a minha mãe em poucas semanas. Mais tarde naquele dia, Sniper aparece e me abraça enquanto eu soluço. Eu sou uma bagunça, mas ele não o menciona. Ele simplesmente me diz que Ike iria querer que eu seja feliz e eu sei que ele está certo. Quando ele finalmente se levanta para sair, ele diz: — Eu não tenho certeza se este é o melhor momento ou não, mas George me pediu para dar isso para você. — ele coloca um envelope na cama ao lado de onde estou sentada. Eu não me lembro de dizer até logo para ele ou dele sair, mas quando eu olho para cima, Sniper sumiu. Deve ser uma carta de despedida de George, é tudo o que posso pensar. Talvez tenha sido muito difícil para ele me encarar. Talvez ele esteja preocupado que eu vou ficar louca se ele disser isso na minha cara. Eu não tenho certeza o que ele tem a dizer para mim, mas eu espero que ele esteja pelo menos dizendo algo. Meus sentimentos por ele não mudaram e se sua carta é uma rejeição completa, eu temo que não seja capaz de lidar com isso. É uma hora ou mais antes que eu possa me fazer abrir a carta. O envelope é grosso e eu posso dizer que há mais dentro dele do que apenas uma carta. Minhas mãos estão tremendo enquanto eu rasgo o envelope e vejo o que está lá dentro. Além da carta estão as dog tags. Algo parece estar alojado na minha garganta enquanto eu retiro com cuidado a corrente com as duas pequenas placas. ~ 247 ~

Agarrando as marcas no meu peito, eu caio de volta na minha cama e choro. Eu nunca vou esquecer o som de suas dog tags tilintando debaixo de sua camisa quando ele se movia ao redor. George está dando isto para mim? Eu choro pelo que parece uma quantidade infinita de tempo antes que eu seja capaz de me sentar novamente. Finalmente consigo desdobrar o pedaço de papel que também estava no envelope e prendo a respiração, me preparando para o pior. Querida Charlotte, me perdoe por lhe escrever esta carta em vez de falar com você cara-a-cara, mas para ser honesto, eu não estou exatamente orgulhoso de como eu me comportei em torno de você nos últimos tempos que temos visto um ao outro. Eu disse que o homem que você conheceu quando cheguei aqui não é realmente eu... E isso é verdade. O eu de verdade não é o tipo de homem para ficar viciado em drogas e dormir com mulheres por aí e eu odeio que essa é a sua primeira impressão de mim. Eu também disse a você que eu quero ser o tipo de homem que você merece e é digno de sua alta opinião. Isso também é verdade. Mas lhe dizer quem eu realmente sou e lhe mostrar são coisas muito diferentes. Então, eu estou indo para a reabilitação, Charlotte. Vou ficar limpo e arrumar minha cabeça. Eu sei que eu não lhe dei muita razão para ter fé em mim, mas eu espero que você vá esperar por mim. Eu espero que você vá ficar e me dar a chance de provar a mim mesmo para você. Se não, eu entendo. Eu lhe dei uma abundância de razões para sair. Mas saiba disso, Charlotte... Quando você me disse que me amava a outra noite, algo mudou dentro de mim. Você me marcou e eu nunca vou ser capaz de deixar isso de lado ou de esquecer. Por favor, saiba que eu vou fazer de tudo para ser merecedor desse amor, se você me der a chance. Eu estarei de volta em trinta dias. Você ainda tem um emprego também. Eu tenho conversei sobre isso com Sniper. Por favor, ~ 248 ~

fique segura e não importa o que você decidir, Charlotte, por favor, seja feliz. Dentro você encontrará as dog tags de Ike. Desde que você me deu algo precioso de seu irmão, é justo eu fazer o mesmo. Eu sei que ele queria que você as tivesse – George. Voltando a carta para seu envelope, eu deito e choro.

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Capitulo Trinta e Cinco GEORGE Eu estou fora há 30 dias. Não é um monte de tempo, mas parecia uma eternidade. Agora, eu finalmente começo a ir para casa e enfrentar o mundo real novamente. Eu estou nervoso como o inferno. A ansiedade tomou conta, porque eu sei que tenho que olhar todos que eu amo nos olhos e encarar o que eu fiz. Eu sei que minha família vai me perdoar; Sniper também. Mas é ela que estou mais preocupado. Ela pode realmente me perdoar pela forma como eu me comportei? Eu tenho sido um idiota colossal, um sentimento confirmado pelo Sniper mais vezes do que eu gostaria de contar. Eu passei o último mês desenterrando os ossos do meu passado, mas por trás de toda a merda, eu tinha que descobrir as milhões de coisas que eu tive que aprender a perdoar a mim mesmo para isso. A única coisa que eu sei com certeza é que eu preciso dela. Inferno, eu a amo. Tenho sido muito de um covarde para dizer isso a ela. Eu almejo Charlotte como se fosse minha próxima respiração. Ela esteve lá em espírito o tempo todo, me dizendo, eu não quero perder você também. Reabilitação é uma merda. As dores e suores noturnos eu não desejo a meu pior inimigo. Mas eu tinha feito uma promessa a meu irmão, e que se dane, eu a pretendo manter. Ele merece muito de mim. Eu tenho sorte que eu passei pela autodepreciarão. É uma vergonha que a minha raiva me manteve longe dela por este longo tempo de aceitar quem ela é. Mas apesar de tudo, eu nunca parei de a desejar. A última noite que eu a vi, depois de deixar os Mercers, eu tinha ficado impressionado. O jeito que ela recuperou a sensação de calma foi nada menos que um milagre. Como se a sua dor fosse curada instantaneamente. Mais tarde naquela noite, quando ela subiu no meu colo e me beijou, eu sabia que não havia nenhuma maneira que eu poderia a deixar ir. Mas naquele momento, não havia nenhuma maneira que eu a poderia manter também. Eu era uma bagunça do caralho; mal limpo e apenas saindo de um quase relacionamento com uma mulher que eu não tinha nenhum interesse do caralho. Charlotte merece mais do que isso, mas, por algum motivo, ela me ama. Ela quer estar comigo, ou pelo menos ela diz. E para lhe dar o melhor, o meu melhor de

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qualquer maneira, eu tive que ir e me corrigir antes de eu começar qualquer coisa com ela. Meu pai acabou de me pegar na reabilitação e está dirigindo para minha casa, tornando irracional a conversa fiada ao longo do caminho, mas minha mente está presa nela. Como ela está? Onde ela está? — Como está a Charlotte? — eu o interrompo; incapaz de continuar isso por mais tempo. Meu pai sorri, mas nunca tira os olhos da estrada. — Ela está bem, eu acredito. Por que você pergunta? — e a maneira como ele está sorrindo, eu sei que ele sabe por que eu estou perguntando. — Você sabe por que, pai, — eu murmuro. Pegando sua caneca de aço inoxidável, ele leva um longo gole antes de dizer: — Ela é uma ótima garota, George. Espero que você possa a convencer a ficar. Meus dedos se entrelaçam instantaneamente cheios de tensão quando eu os espremo até que as pontas ficam brancas. — Ela está falando sobre ir embora? — pergunto timidamente, minha garganta apertada com o pensamento. Eu não podia culpa-la se ela estivesse. Não é como se eu tivesse dado uma boa razão para ela ficar. E foda-me se eu não quero que ela fique. — A mãe e o pai dela estiveram aqui por uma semana ou algo assim. Seu pai pediu a ela para ir, mas ela recusou. — eu deixo escapar um suspiro audível, cheio de alívio. Ela ficou. Talvez, apenas talvez, eu tenha uma chance. Meu pai continua falando e eu tenho que lutar para prestar atenção. — O julgamento do assassino de Casey Purcell será em uma semana ou duas. Ela disse que, pelo menos, ficaria até depois do julgamento. — Onde ela está agora? — meus nervos estão no limite e eu balanço minha perna direita, a antecipação queima um buraco dentro de mim. Ele me corta um olhar de lado e sorri, seus olhos brilhando de alegria à minha custa. — Ela está em nossa casa, esperando para te receber em casa. Esfregando o queixo quando eu sorrio brevemente, eu limpo rapidamente as palmas das mãos suadas em minhas calças. Eu respiro fundo e me preparo. ~ 251 ~

Não foda isso, George.

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Capitulo Trinta e Seis CHARLOTTE — Cameron, se você comer mais um daqueles biscoitos de presunto, vou te estrangular! — Beverly grita quando Cameron foge da sala de jantar, onde uma refeição apta para reis está espalhada sobre a grande mesa dos McDermott’s. Sniper, Anna e eu rimos enquanto Cameron empurra outro biscoito na boca quando se apressa por nós. — Eu vou estar de volta para os biscoitos, — ele murmura em com o alimento na boca, embora seja quase inaudível. — Eles são bons demais, — diz Sniper. — Beverly sempre enviava pacotes com isso para Ike. Bastardo ganancioso só me dava um ou dois. — Você está nervosa? — Anna sussurra enquanto ela circula o braço com o meu. Desde a noite que Roger e George brigaram, Sniper a manteve a par do meu dom e todos os eventos que ocorreram entre Ike, George e eu. Ela aceitou com bastante facilidade e nós nos tornamos muito próximas desde então. — Extremamente, — eu respondo honestamente quando ela me leva para a varanda da frente. Eu esperei por George pelo mês passado sabendo que meus sentimentos por ele não foram alterados. Eu só não tenho certeza como ele vai reagir a mim estando aqui. E se ele mudou de ideia sobre nós enquanto esteve na reabilitação? Independentemente das borboletas no estômago, eu estou tão orgulhosa dele ir para a reabilitação, por querer ficar melhor. E se eu estou sendo honesta, ele me deu a chance de me recompor também. Fiquei arrasada após Ike me deixar e eu precisava de algum tempo para lidar com isso. Meu coração ainda dói todos os dias por Ike, mas lentamente está ficando melhor. Minha esperança é George e eu posso seguir em frente a partir daqui. Mas no fundo há um temor de que talvez ele não vá sentir o mesmo. Talvez ele não me queira mais. — Bem, você está fabulosa, — diz ela, quando ela bate no meu ombro com os dela, me trazendo dos meus pensamentos. Claro que sim, Anna me vestiu. Eu estou usando uma bata vinho com manga três ~ 253 ~

quartos e calças com botas. Anna colocou o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e eu estou um pouco mais maquiada do que de costume. Mas, nem mesmo a mais bonita roupa e maquiagem não pode cobrir o pavor que eu estou sentindo por dentro. — Eles estão chegando, — Cameron anuncia quando ele pisa para fora na varanda e acena com a cabeça na direção da calçada. E o meu coração salta uma batida. Beverly e Sniper se juntam a nós na varanda, e Cameron envolve um braço sobre os ombros de Beverly e beija sua testa quando ela se torna chorosa. Sniper pega a minha mão e a aperta, me dando uma piscadela, me deixando saber que tudo vai ficar bem. Respire Charlotte. Quando Henry estaciona seu carro, eu mais uma vez tenho que me lembrar de respirar. Eu estou tão nervosa que minhas pernas estão tremendo. Tendo minhas pernas fraquejando em cima de mim não seria bom no momento. Sniper, Anna, Cameron e Beverly voam para fora da varanda e cercam George no momento que ele pisa o pé para fora do carro. Eu mal posso o ver quando ele está perdido na pequena multidão que o rodeia. Depois de alguns momentos, eles parecem quebrar e seus lindos olhos escuros encontram os meus, sugando o ar de dentro de mim. Eles estão mais claros agora e não com tão mau agouro. Enquanto os outros falam entre si, ele foge e caminha em direção a mim. Meu coração martela no meu peito enquanto ele me olha com cada passo que dá. Ele parece incrível, muito melhor do que quando eu o vi pela última vez. Ele ganhou um pouco de peso, que o preencheu um pouco mais e seu cabelo está cortado. Eu solto respirações ofegantes da minha boca enquanto eu fico parada. Quando ele finalmente me atinge, ele pega a minha mão e corre o polegar sobre a volta dela. A acariciando levemente. Ele morde seu lábio inferior por alguns segundos enquanto olha fixamente para mim. — Como você está? — pergunta ele, sua voz grave e rouca, fazendo minhas entranhas apertarem. — Eu estou bem, — eu digo após uma batida. — Como você está? — acrescento eu. — V- você esta realmente bem, George, — eu termino em uma gagueira nervosa. Ele sorri e acena com a cabeça em concordância. — Isso é porque eu estou limpo. Os outros andam ao nosso lado, em silêncio, todos eles dando rápidos olhares cúmplices. Não é segredo para ninguém que George e eu temos algumas coisas acontecendo e isso faz meu coração explodir de ~ 254 ~

felicidade que eles estão todos torcendo por nós. É bom saber que eu finalmente me sinto em casa aqui e eles querem nos ver felizes e juntos. Uma vez que estão todos dentro, George se mantém estável e continua a segurar a minha mão. Ele me puxa para ele e bate o meu corpo ao dele. Eu fico tensa por um momento de choque, mas rapidamente moldo a ele quando eu timidamente envolvo meus braços em volta do seu pescoço. Ele me segura com ele, firmemente, respirando no meu pescoço. E parece incrível. Meu peito aperta firmemente contra o dele. A eletricidade entre nós é palpável. Um longo minuto passa onde nenhum de nós diz uma palavra. Quando a sua boca finalmente encontra o meu ouvido, ele sussurra: — Eu senti sua falta como um louco. Eu tenho que passar algum tempo aqui com todo mundo, mas eu gostaria muito se pudéssemos sair juntos depois. Eu preciso te dizer algumas coisas. Tudo bem? — Claro, — eu sussurro ainda lhe segurando para a vida. Ele não me deixa ir e eu não tenho certeza de quanto tempo teríamos permanecido aqui de pé se Cameron não tivesse estalado sua cabeça para fora e limpado a garganta. — Eu odeio quebrar este momento ‘amantes’ ou o que quer que isso seja, — ele movimenta a mão descontroladamente em nossa direção, — mas mamãe diz que não podemos comer até que vocês dois entrem. E eu sou um menino crescendo, — acrescenta. — Eu preciso comer. George bufa quando ele se afasta de mim e vira a cabeça para Cameron. — Nós já vamos. — Cameron, satisfeito com isso, nos deixa e o olhar de George encontra o meu. — Apenas no caso de eu me esquecer de dizer mais tarde, você está linda esta noite, Charlotte. Calor rasteja até meu pescoço e cobre meu rosto enquanto seu olhar aquecido permanece focado no meu. Antes de responder, eu olho para baixo e percebo que ele está usando o colar do meu irmão. Meus dedos escovam sobre ele baixinho quando eu sorrio. — Você está com ele. Engolindo em seco, ele pega a minha mão e a pressiona contra o peito. — Eu tenho o colar de seu irmão e você tem as dog tags do meu. — então ele inclina o rosto para baixo e pressiona um beijo suave na minha testa antes de me puxar para dentro para se juntar aos outros para o jantar.

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O jantar foi ótimo. Todos riram e relembramos e quando o assunto de Ike veio à tona, George me fez perguntas sobre meu tempo com ele e eu tomo isso como um bom sinal. Quando eu me tornei chorosa, ele me entregou o guardanapo para limpar meu rosto e apertou minha perna debaixo da mesa para me confortar. George nos contou sobre suas lutas com o vício, como e por que ele acha que ele veio parar nesse lugar ruim em sua vida e ele pediu desculpas a todos nós para quaisquer coisas dolorosas que ele pode ter dito ou feito. Quando a noite termina, todos nós pegamos nossos casacos e antes de eu sair, Beverly me puxa em seus braços e me abraça com força. — Obrigada por salvar meu filho, — ela sussurra antes de beijar minha bochecha. Eu sorrio para ela, mas eu sei que George decidiu ir para a reabilitação por conta própria; isso é algo que eu não posso tomar crédito. — Vocês dois estejam seguros esta noite, — diz Cameron com piscadelas enquanto ele dá a George um abraço de ombros. — E por seguros, quero dizer... — Cameron, — Beverly adverte. — O quê? — Cameron finge ignorância. — Eu ia dizer usar os cintos de segurança. O que você...? Oh, mamãe, qual é. Pai, nós temos que fazer algo sobre essa mente podre dessa mulher. Ela é uma má influência para mim. O rosto de Beverly fica vermelho brilhante quando todos nós rimos. Mesmo Henry não pode deixar de rir, mesmo quando Beverly estapeia seu peito. Nós abraçamos Sniper e Anna e nos despedimos, subindo no Ford Focus que minha mãe fez meu pai me comprar quando eles estavam na cidade. Ela estava chocada que ele tinha vendido minha 4Runner, sabendo o que ela significava para mim porque tinha sido de Axel. O caminho à casa de George é silencioso. Eu posso sentir que ele está tão nervoso quanto eu, mas quando nós entramos para a sua garagem e eu estaciono, ele se vira para mim. Eu endureço quando percebo a dor em seus olhos. Ele esfrega a parte de trás do seu pescoço quando ele olha para mim. — Charlotte, eu sinto muito por tudo o que eu te fiz passar, — ele sussurra, fazendo um barulho estrangulado ~ 256 ~

antes de olhar para baixo. Suas mãos tremem quando eu me aproximo para o tocar. Ele pega a minha mão na sua e traça um círculo sobre ela com o dedo, finalmente olhando de volta para mim. — Eu quero levar as coisas devagar, mas eu estou morrendo aqui, — acrescenta ele quando ele se inclina para mais perto. — Eu passei o último mês aterrorizado se você iria embora quando eu voltasse ou poderia ter mudado de ideia sobre mim, — diz ele, infeliz. Ele inclina a cabeça para o lado enquanto ele me toca com a sua mão e corre o polegar para baixo na minha bochecha direita. — Eu preciso saber... que ainda temos uma chance? Engolindo em seco, eu aceno com a cabeça, mas rapidamente me afasto dele e abro a porta do carro. Escorrego para fora e eu subo os degraus até a porta e espero. Depois de um momento, eu ouço a porta do carro abrir e bater, então ele está bem atrás de mim. Eu faço algumas respirações rápidas; ansiedade e excitação espalham através de meu corpo. Lambendo meus lábios, eu passo mais perto de sua porta. Não encontrando seu olhar, eu olho em frente à porta e digo: — Eu gostaria de passar a noite com você. Tudo bem? Ele não diz uma palavra quando ele pisa mais perto atrás de mim. Seu corpo está tão perto que por um segundo eu me esqueço de respirar. Meu peito corre em grande velocidade quando o seu braço circula minha cintura. Em seguida, ele abre a porta e a empurra, gesticulando para eu entrar primeiro. Uma vez lá dentro, ele acende algumas luzes e lança um olhar ao redor. — Sua mãe e eu viemos ontem e limpamos. Nós queríamos que fosse bom para você quando você voltasse. — Você não tem que fazer isso, mas eu realmente aprecio isso, — ele consegue dizer. Decidindo o tirar da sua miséria, eu finalmente encontro seu olhar. Pisando em direção a ele, eu alcanço seu pescoço e enfio os dedos pelo seu cabelo. — Eu realmente senti sua falta também, — eu sussurro, enquanto suas mãos repousam sobre meus quadris. — Eu quero isto com você... mas eu preciso saber algumas coisa. Meu coração troveja quando eu me lembro de respirar novamente. — O que você precisa saber? — ele pergunta depois de engolir em seco, o pomo de Adão balançando quando ele faz. — Eu preciso saber que você acredita em mim, — eu chio. Minha boca está seca de repente, mas eu coloco minha língua para fora e lambo os lábios. — Você não acreditou em mim antes. E isso é bom, nem todo mundo faz logo de primeira. Inferno, meu pai ainda não ~ 257 ~

acredita nisso. Mas George, eu não sou louca, — acrescento eu, quando eu o olho diretamente nos seus olhos. — Eu nunca pedi isso... esse dom, mas é meu agora. Houve um tempo em que eu o odiava com todas as fibras do meu ser, mas eu não faço mais, porque sem ele, eu não estaria aqui agora. Eu estava em um lugar tão escuro que eu teria me matado naquela noite... Eu sei disso. — eu lhe dou um olhar mais uma vez, mas eu não posso ler sua reação, então eu decido continuar. — E porque eu posso ver os mortos, estou viva. Ike me salvou e me trouxe aqui. Sem a minha habilidade, eu nunca conheceria você. — me lembro de chegar ao ponto que eu nervosamente empurro um pouco do meu cabelo atrás da minha orelha. — Isto não vai embora. Eu provavelmente irei sempre ver os mortos e se nós vamos ficar juntos, isso pode dificultar o nosso relacionamento, por vezes, especialmente se você não acredita em mim. George se afasta e meu coração cai para a boca do meu estômago. Ele não acredita em mim.

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Capitulo Trinta e Sete GEORGE — Se eu pudesse voltar atrás e refazer a noite que você me disse isso, eu juro que eu iria fazer de forma diferente. Minha cabeça estava tão fodida e... — eu estou fazendo um trabalho horrível explicando isso. — Era uma responsabilidade muito grande. — Eu sei que foi, — ela me diz, seu olhar no chão. — Charlotte. Olhe para mim, por favor. — seu olhar é cheio de tristeza quando ela levanta a cabeça. — Eu tive muito tempo para pensar nisso. Eu acreditei em você naquela noite. — Você fez? — ela pergunta surpresa. — Eu estava louco. Excessivamente, mas eu estava, — eu admito com vergonha quando eu corro a mão pelo meu cabelo. — Mas por quê? Esta é a parte mais difícil. Esta é a parte onde eu tenho que tentar explicar por que eu fui um babaca. — Eu estava com ciúmes. — O quê? — Eu estava com ciúmes que você o podia ver e eu não. E eu estava com inveja de vocês dois passarem tanto tempo juntos. Eu era um vendaval fodido de emoções em toda a volta. — sua sobrancelha estreita enquanto ela me ouve. — Charlotte... desde o dia em que ele morreu, tudo o que eu senti foi culpa. Isso me sufocou. Ele era o bom, o valente que morreu na guerra. Se um de nós iríamos morrer, deveria ter sido eu, Charlotte. Quando eu descobri que você o poderia ver... se comunicar com ele... que ele ainda estava aqui, eu não sei, isso só reforçou todos esses sentimentos. Ele deveria ser o único aqui, não eu. E ainda por cima, porque eu não podia me recompor, ele tinha estado preso aqui. — George... — ela diz meu nome em voz baixa. — Eu sinto falta de Ike, — ela sussurra e seus olhos se fecham brevemente, a dor em seu coração evidente. — E eu vou sentir falta dele todos os dias da minha ~ 259 ~

vida, mas eu nunca trocaria você por ele. Ike era todas essas coisas maravilhosas que você acabou de dizer, mas você está se diminuindo demais. — ela dá um passo em minha direção, seus olhos cinzentos me olhando suavemente. — Você é um irmão e uma pessoa incrível, ele não poderia te deixar para trás até que ele sabia que você ia sobreviver. George, o amor dele por você salvou nós dois. Você não vê quão bonito isso é? Meu peito aperta e pavor corre através de mim. Eu odeio o pensamento dela tentando se matar. Eu não gosto quando ela traz isso. Onde diabos eu estaria sem ela? Eu engulo em seco quando eu balanço minha cabeça. — Eu só não acho que eu merecia você... — E agora? Eu corro uma ampla palma para baixo em meu rosto e expiro em voz alta. — Agora... bem, agora eu espero que eu estava errado. Agora eu percebo que tudo que fiz foi te machucar, eu mesmo e até Ike. — a compreensão em seu olhar inclina meu mundo sobre seu eixo. Tudo que eu quero é enterrar meu rosto em seu pescoço e escovar meus lábios em sua pele lisa. Pisando em direção a ela, eu aproveito seu rosto em minhas mãos e olho profundamente em seus olhos. — Então, para responder sua pergunta, eu acredito em você. E não importa o quão intenso o seu dom pode tornar a vida às vezes, eu quero ser uma parte dela. Charlotte... Eu quero você. Toda você. O bom, o Mau e o Feio. Eu amo você. E agora, tudo que eu quero é me perder nela. A levantando, ela guincha de surpresa quando eu a coloco sobre a ilha da cozinha. Palavras não são mais necessárias quando os seus lábios encontram os meus. Mordendo de volta um rosnado, eu me aproximo entre suas pernas. Eu sei que deveria diminuir, mas não posso evitar. Ela está me deixando louco e eu não iria querer isso de nenhuma outra maneira do caralho. Se ela continuar a fazer todos esses pequenos ruídos, eu vou perder todo o autocontrole. Eu seguro seus quadris delicados, ansiando o calor de seu corpo. — Baby, — eu respiro contra seus lábios. — Você sabe o quanto eu te amo? Seu corpo treme sob o meu toque e eu quero devorar cada polegada dela. — Mmm-hmm, — ela geme em resposta. E ela traz seus lábios de volta para os meus. Seu beijo diz tudo o que eu estive esperando ouvir. Ele diz que me quer tanto quanto eu quero ela... que ela é minha.

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Eu chego em torno dela e firmemente tomo posse de sua parte inferior. — Enrole suas pernas em volta de mim, Charlotte, — eu sussurro contra seu pescoço. Imediatamente fazendo como eu pedi, nossos corpos se fundem com querer e necessidade. Enredando os dedos em seu cabelo, eu trago sua cabeça para trás e beijo meu caminho até o seu queixo e então seu ombro. Quando eu mordo suavemente através de sua carne, ela se contorce contra mim. — George, por favor, — ela choraminga seu tom de voz implorando. Eu trago minha boca sobre a dela, precisando prová-la. Ela chupa minha língua e eu deixo escapar um gemido, sugando seu lábio inferior entre os dentes. — Você está pronta? — eu pergunto e ela balança a cabeça, seu desejo prevalente em seus olhos. Eu nos levo de volta para o meu quarto, seu peito pressionado contra o meu ansiosamente o caminho inteiro. Fazer amor com Charlotte, ela se dar a mim como nunca se entregou a ninguém, é o mais belo presente que eu vou receber. Nós passamos horas explorando um ao outro, saboreando o outro e agora eu fico acordado enquanto ela descansa pacificamente enrolada ao meu lado. Eu estou hipnotizado por sua bela alma e eu estou perdendo o pouco controle que me resta. Ela é uma parte de mim agora. Desde o dia em que descobri que Ike morreu, eu me senti a deriva; como se eu estivesse simplesmente flutuando ao longo da vida, incapaz de me ancorar. Mas aqui, agora, com Charlotte em meus braços, eu me sinto aterrado. Haverá sempre uma parte de mim que se sente vazio. Ike era meu irmão gêmeo e sua ausência é palpável. Eu sinto isso a cada respiração que dou. Mas eu sei que agora eu posso sobreviver a isso. E, em vez de deixar que a memória e a perda dele me impeçam, eu vou a deixar me fortalecer. Meu irmão me salvou. Meu irmão me deu ela; a mulher que ele amava. Ela nunca me disse o que se passou entre eles, os sentimentos que compartilhavam um com o outro, mas eu sei que, no fundo, eles se amavam. O jeito que ela fala sobre ele me diz isso. E se eu sou honesto, eu sou um pouco ciumento disso, mas eu sei que ela me ama também. E se fosse para compartilhar seu coração com outro homem, meu irmão é o primeiro e único homem que eu permitiria. Depois de todo o sofrimento e dor que causei a ela, ela ainda está aqui. ~ 261 ~

E ela me quer. — Ela me ama, Ike, — murmuro. A encaro em sua forma adormecida e sorrio. Eu estou tão feliz. Há perguntas que eu quero fazer, coisas que eu quero saber sobre o tempo deles juntos, mas eu não vou. Tudo o que importa é que ela está aqui em meus braços e ela me ama. — Eu vou amá-la por nós dois, Ike, — eu sussurro. Pressionando um beijo suave na sua testa, eu levo seu perfume doce. Inalando a fragrância suave do seu perfume, eu deixo escapar um suspiro de satisfação. Ela é minha para sempre. E eu fecho meus olhos com uma sensação de paz que eu não sentia há muito tempo.

~ 262 ~

Epilogo CHARLOTTE — Eles estarão aqui em cinco minutos, — George chama do nosso quarto onde ele está se vestindo. — Eu sei, babe, — eu ri. — Eu acho que você está mais nervoso do que eu. Quando ele entra na sala de estar, eu mordo meu lábio. Ele está lindo, vestido com uma camiseta preta e jeans. Deus, eu o amo. — Não olhe para mim desse jeito, — diz ele. — Ou eles estarão lá fora esperando por um tempo quando eles chegarem aqui. — Você acha que essa era uma boa ideia? — pergunto pela centésima vez. Me puxando para ele, ele beija minha testa. — Acho que usar o seu dom para uma causa tão boa é bonito, Charlotte. Nós só assinou por uma temporada. Se não for bom, não vamos assinar novamente. Após o julgamento de Casey Purcells e seu assassino foi trazido à justiça, a notícia sobre mim se espalhou como fogo selvagem. Não demorou muito até que eu fui contatada pelo Lifetime e eles me ofereceram um programa de televisão. Depois de muito pensar, George e eu decidimos dar a eles uma chance. Lifetime vai ter câmeras nos seguindo por toda parte e vai me filmar usando meu dom. Com a maior parte do dinheiro que nós fizermos, nós vamos doá-lo para faculdades na Virgínia para fornecer transporte gratuito para os estudantes durante a noite. Enquanto isto será oferecido à estudantes do sexo masculino também, a minha verdadeira esperança é que as estudantes do sexo feminino vão tirar o máximo proveito disso. Talvez nós podemos parar o que aconteceu com Casey de acontecer com outra pessoa. Estamos chamando isso de Passeio de Casey. Os Purcells ficaram realmente tocados e até mesmo concordaram em fazer uma entrevista para o show dizendo ao mundo sobre como eu fui de grande ajuda para trazer o assassino de Casey à justiça. Olhando para os olhos escuros de George, eu digo a ele, — Eu te amo. Obrigada por ter feito isso comigo. ~ 263 ~

Ele me beija suavemente e sorri na minha boca. — Obrigado por me amar. Minha vida com George foi maravilhosa. Depois de tanto tempo no escuro, eu não posso explicar o que é viver na luz. Meu dom, que uma vez foi uma maldição, algo que eu odiava, é agora estimado. Ele me trouxe para Warm Springs. Ele me levou à Ike McDermott. Ele me apresentou à George, meu marido. Temos jantado com os Mercers uma vez por semana. Eles continuam perguntando quando George e eu vamos ter filhos; eles querem tomar conta. Eu nunca poderia substituir sua filha Maggie, mas acho que, de certa forma, ajudamos a preencher esse vazio para eles. Eu sou como uma filha para eles; eles são como a mãe e o pai que eu precisava. Eu ainda visito ‘o nosso local’ como Ike chamou, muitas vezes. E quando eu faço, eu falo com ele. Imagino ele na água e aquele sorriso estelar em seu rosto. E eu oro para que suas esperanças tenham se tornado realidade; que este lugar é como o lugar para onde ele foi. Digo a ele sobre George e quão bem ele está indo e eu tento deixálo saber o quão bem eu estou indo também. E agradeço a ele. Por seu amor, por me salvar e por George. George e eu nos amamos tão ferozmente. Porque quando Ike se foi, ele não só levou uma parte de mim com ele, ele levou uma parte de George também. Desta forma, entre muitas maneiras, estamos ligados. E eu sei, um dia, todos nós vamos estar juntos novamente e George e eu seremos completos. Mas, por agora, George e eu vivemos cada dia ao máximo, amando e rindo. Apenas da maneira que Ike queria que nós fizéssemos.

fim ~ 264 ~
Where One Goes - B. N. Toler

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