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1
NEUROMA TRAUMÁTICO •
Neuroma
de
Amputação
ou
Pseudoneuroma. • Ocorre quando há o corte do axônio. • Observa-se o axônio de um neurônio, que cresce desordenadamente, às vezes, de forma muito dolorosa na extremidade do nervo. •
Caracteriza-se
por:
proliferação
não
neoplásica, dor neuropática, e geralmente
IMAGEM
1:
Nervo
associada ao trauma prévio.
organizado em fascículos.
Quando um axônio de uma célula nervosa é
Epinêuro: envolve o nervo por fora e as
cortada acidentalmente, o que ocorre no caso
traves fibrosas entre os fascículos.
dos ferimentos na pele, a região que fica
Perinêuro:
ligada ao corpo celular é chamada coto
colágeno/formado por camadas de células
proximal, e a que fica separada é chamada
pavimentosas, que envolve os fascículos.
coto distal.
Endonêuro:
tecido
constituído
colágenas arranjadas
Nervo seccionado
periférico
normal
conjuntivo
por fibras
longitudinalmente,
e
contém axônios mielínicos e amielínicos em Ativação do programa de regeneração -
meio a tecido conjuntivo frouxo.
Degeneração Walleriana
Fonte: ANATPAT, Unicamp.
Brotamentos
e
alongamento
de
prolongamentos a partir dos cotos axonais proximais (DE FORMA DESORDENADA)
Perda do alvo: cotos distais
Indução de uma reação proliferativa das células de Schwann
IMAGEM 2: Seta preta: perda da arquitetura fascicular;
Seta
vermelha:
fascículos
Formação do nódulo (axônios + células de
orientados em várias direções, não envolvidos
Schwann + tecido conjuntivo)
por perinêuro. Observa-se, também, denso tecido fibroso cicatricial (seta verde).
NEUROMA DE AMPUTAÇÃO
Fonte: ANATPAT, Unicamp
2
REFERÊNCIAS ANATPAT- Unicamp; Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição; Robbins
&
cotran
patologia
-
bases
patológicas das doenças - 8 ed pdf; Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª edição.
IMAGEM 3: Figura comparativa. Demonstra um nervo normal com preservação da arquitetura fascicular e um nervo afetado que demonstra
muitos
desprovidos
de
pequenos
fascículos
perinêuro
(células
pavimentosas), sem orientação paralela. Fonte: ANATPAT, Unicamp.
IMAGEM 4: Demonstra que os axônios regeneraram-se de forma desorganizada, acompanhados
por
prolongamentos
de
células de Schwann. Há, também, uma pobreza em axônios mielínicos de grande diâmetro. Além disso, as características primordiais, como: ausência de perinêuro, perda da arquitetura fascicular e colágeno cicatricial. Fonte: ANATPAT, Unicamp.
3
NEUROMA DE MORTON
- Dor tipo queimação; - Os doentes podem referir sensação de
•
Neuroma
de
Morton,
síndrome
ou
vidro”;
metatarsalgia de Morton •
Tumoração
dolorosa
queimadura, choque elétrico ou de “pisar
da
região
- Sinal de Mulder positivo.
intermetatársica distal e interdigital, no local correspondente à bifurcação dos ramos digitais dos nervos plantares sob o ligamento intermetatarsal transverso.
IMAGEM
1:
Observa-se
fascículo epineural
afilamento
e fibrose
do
perineural,
associado a grande quantidade de colágeno. Fonte: Morton’s Neuroma Network.
• Características gerais: - Lesão não neoplásica; - Formação de fibrose perineural do nervo plantar; - Predileção pelo terceiro espaço digital. • Clínica: - Dor no antepé, a qual tem fator de melhora
IMAGEM 2:
com a retirada do calçado e massageamento
A) Os nervos apresentam espessamento
dos dedos;
fibroso do perineuro e estão imersos no
- Irradiação para os dedos;
tecido conjuntivo fibroso (seta preta) (HE, ×
- Acompanhada ou não de fenômenos
100).
parestésicos nas áreas inervadas pelos ramos
B) Em algumas lesões, os nervos com
envolvidos;
perineuro
engrossado
(seta
verde)
4
apresentam alteração mixoide no endoneuro (seta vermelha) e são acompanhados por fibrose no tecido conjuntivo adjacente (seta verde). Fonte: Revista Española de Patologia
REFERÊNCIAS ANATPAT- Unicamp; Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição; Robbins
&
cotran
patologia
-
bases
patológicas das doenças - 8 ed pdf; Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª edição.
5
COLECISTITES
aspecto
nebuloso,
turvo,
com
grandes
quantidades de fibrina, pus e hemorragia. COLECISTITE AGUDA CALCULOSA Fisiopatologia
- Nos casos brandos, a parede da vesícula está edematosa, espessada e hiperêmica.
A colecistite calculosa aguda resulta da
- Nos casos mais graves, ela é transformada
irritação química e inflamação da vesícula
em um órgão necrótico verde-negro, chamado
biliar onde vai levar à:
de colecistite gangrenosa, com perfurações pequenas e grandes. Com a perfuração, o conteúdo da vesícula pode passar para a cavidade abdominal livre (peritonite biliar) ou, mais frequentemente, ser confinado por aderências (abcesso pericolecístico). -
As
reações
inflamatórias
não
são
histologicamente características e consistem nos padrões usuais de inflamação aguda, ou seja, edema, infiltração leucocitária, formação de abcesso franco ou necrose gangrenosa.
COLECISTITE AGUDA ACALCULOSA Fisiopatologia - Na colecistite acalculosa, a causa mais comum é a bile espessa – lama biliar –, que funciona como “rolha” no ducto cístico. A lama biliar costuma acompanhar pacientes em jejum
prolongado
ou
em
alimentação
parenteral, eventos favorecedores de estase Morfologia - A vesícula em geral está aumentada e tensa, e pode assumir uma cor vermelho-vivo ou manchado, violácea a verde-negro, conferida por hemorragias subserosas. - Os cálculos podem estar impactados no colo da vesícula biliar, no ducto cístico ou serem múltiplos no seu lúmem. A bile adquire um
biliar. A lama biliar é uma bile litogênica, contendo todos os elementos necessários à nucleação
de
cálculos,
como
mucina,
glicoproteínas e cálcio. - Em casos raros, uma infecção bacteriana primária
pode
dar
origem
à
colecistite
acalculosa aguda, incluindo agentes como Salmonella typhi e Stafilococcus. - Há também outras condições em que essa modalidade de colecistite aguda ocorre como
6
a isquemia e trombose vascular secundária à
COMPLICAÇÕES
ativação do sistema de coagulação.
Colecistite enfisematosa
Morfologia - A vesícula encontra-se aumentada de volume, distendida, com áreas de hemorragia e deposição de fibrina na serosa. O conteúdo da vesícula consiste em uma mistura variável de
bile,
pus
e
sangue
ou
coágulos
sanguíneos. - Encontram-se edema acentuado, congestão, áreas de hemorragia e deposição de fibrina; o infiltrado é neutrofílico e atinge seu pico entre o terceiro e o quinto dia. A reparação é precoce, e os fibroblastos têm atividade regenerativa marcante por volta do 9º- 10º dia,
IMAGEM
2:
Edema
difuso,
focos
de
hemorragia, múltiplas coleções de gás cístico na parede da vesícula biliar.
Colecistite granulosa
quando são encontrados também linfócitos, plasmócitos,
eosinófilos
e
macrófagos
fagocitando pigmentos (bile, hemossiderina e lipofuscina).
IMAGEM 3: Vesícula biliar, secção de tecido. Necrose gangrenosa. A parede da vesícula biliar
exibe
microabscessos
e
detritos
celulares em meio à necrose fibrinoide. Hematoxilina e eosina; Ampliação original IMAGEM 1: Presença de infiltrado inflamatório
100x.
7
estão presentes em 90% dos casos. Ocorrem devido a proliferação reativa da mucosa causando fusão das pregas. - A muscular encontra-se hipertrofiada e dissociada por fibrose, que é mais intensa na adventícia: nesta, observam-se ainda fibras elásticas, hiperplasía de filetes nervosos, neuromas de amputação e vasos com endarterite obliterativa. IMAGEM 4: Vesícula biliar, secção de tecido.
- O infiltrado inflamatório é bastante variável
Necrose gangrenosa. Micro abscessos,
e predominantemente linfocitário. Em casos
neutrófilos e detritos celulares necróticos.
mais
Hematoxilina e eosina; Ampliação original
plasmócitos e macrófagos são encontrados
400x.
na mucosa e no tecido fibroso subseroso. Nos casos
leves,
apenas
mais
avançados,
COLECISTITE CRÔNICA
subepitelial
- Colecistite crónica, a doença mais frequente
acompanhada
da vesícula biliar, está associada a litíase em
mononucleares.
95% dos casos. Ocorre mais em mulheres (3:1) e acomete pacientes preferencialmente na quinta e sexta década de vida. Morfologia - O aspecto macroscópico depende de vários fatores, como obstrução, inflamação e fibrose. A vesícula pode estar contraída ou ter tamanho normal ou mesmo aumentado. A parede tem espessura variável e podem ser vistas aderências na serosa. IMAGEM 5
Microscopicamente: - A mucosa pode ser normal, plana ou ulcerada.
Pode
estar
hiperplásica
ou
apresentar focos de metaplasia pilórica ou intestinal. Mas em geral, é preservada. - Os seios de Rokitansky-Aschoff, que representam herniações diverticulares da mucosa por entre feixes da camada muscular,
linfócitos
e
existe
subserosa por
infiltração
difusos,
fibrose
pronunciada, de
células
8
IMAGEM 6
IMAGEM 9 IMAGENS 5-9: A vesícula biliar mostra fibrose da parede, aqui melhor notada na serosa. Há infiltrado inflamatório crônico inespecífico em todas as camadas, aqui visível na lâmina própria* e na serosa. Quando há agudização do processo inflamatório (por exemplo, por nova infecção bacteriana), aparece exsudato de fibrina e neutrófilos, que pode ser francamente purulento e evoluir para necrose
IMAGEM 7
da parede (fala-se em gangrena da vesícula). Uma
feição
característica
da
colecistite
crônica são os seios de Rokitansky-Aschoff, prolongamentos do epitélio de revestimento que penetram entre os feixes de fibras musculares lisas. São achados comum em colecistites
crônicas
e
não
confundidos com carcinoma.
Fonte: ANATPAT-Unicamp. IMAGEM 8
devem
ser
9
vasos
congestos.
No
centro,
observe
agregado linfoide. Logo embaixo vê-se a muscular e infiltrado de linfócitos no estroma conjuntivo. H&E. Pequeno aumento.
Fonte: DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA. Faculdade de Medicina-UFRJ.
REFERÊNCIAS: IMAGEM 10: Vesícula biliar. Colecistite crônica.
Detalhe
de
área
profunda
da
DEPARTAMENTO
DE
PATOLOGIA.
ulceração, com tecido de granulação frouxo,
Faculdade de Medicina-UFRJ. REPARO POR
edemaciado, em continuidade com área de
CICATRIZAÇÃO.
fibrose. Note os vasos capilares sanguíneos
http://www.patologia.medicina.ufrj.br/graduac
neoformados, o infiltrado inflamatório com
ao/index.php/histopatologia-geral/347-
linfócitos
reparo/cicatrizacao/tecido-de-granulacao-e-
e
macrófagos
(com
pigmento
Disponível
em:
acastanhado no citoplasma (hemossiderina
fibrose/116-tecido-de-granulcao-e-fibrose.
ou bilirrubina)). Observe a área fibrótica com
Acesso em: 23/03/2018
fibroblastos (seta) e componentes da matriz
http://anatpat.unicamp.br/lamfig13.html
extracelular (fibras colágenas e outros). H&E,
DEPARTAMENTO
grande aumento.
Faculdade de Medicina-UFRJ. INFLAMAÇÃO
Fonte: DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA.
NÃO GRANULOMATOSA. Disponível em:
Faculdade de Medicina-UFRJ.
http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/ind
DE
PATOLOGIA.
ex.php/histopatologia-geral/159-inflamacaocronica/inflamacao-granulomatosa/15inflamacao-cronica-colecistite. em:22/03/2018
IMAGEM 11: Vesícula biliar, Colecistite crônica. Note as pregas da mucosa com córion com infiltrado inflamatório crônico e
Acesso
10
HANSENÍASE TUBERCULÓIDE HANSENÍASE
- Resulta da evolução lenta ou rápida do tipo indeterminado e é classificada como uma forma estável, não se converte nas outras formas. • Fisiopatologia: - O M. leprae invade as células de Schwann e a resposta imune contribui para o dano nervoso,
• A hanseníase é uma infecção crônica • O M. leprae causa 2 padrões de doença diferentes: tuberculoide e lepromatosa. A resposta dos linfócitos T auxiliares ao M. leprae determina se um indíviduo possui lepra tuberculoide ou lepromatosa. • O contágio ocorre de indivíduo para indivíduo, sendo as vias de eliminação e entrada dos bacilos áreas lesadas da pele ou mucosas
e
as
vias
em
forma
respiratórias
superiores. •
Apresentam-se
de
lesões
- Paucibacilar: lesões características da hanseníase tuberculóide e têm linfócitos abundantes, granulomas bem-formados e poucas bactérias. Multibacilar:
lesões
características
da
hanseníase lepromatosa e possuem poucos linfócitos,
granulomas
malformados
ausentes e grande número de bactérias.
forma
tuberculóide.
presente na superfície do M. leprae), ou ambos, estão em quantidade insuficiente para causar lesão nervosa. - Citocinas inflamatórias como TNF-α, IL-1β e interferon-γ são bastante proeminentes nas lesões durante as reações de reversão, quando ocorre lesão nervosa irreversível. Já que estas moléculas podem contribuir para a lesão inflamatória do tecido e podem induzir apoptose de células de Schwann in vitro. -
As
reações
de
reversão
(imunidade
exarcebada) também são caracterizadas por
paucibacilar ou multibacilar:
-
na
- Nela, as bactérias ou o PGL-1 (glicolipídeo
causada pelo Mycobacterium leprae.
das
principalmente
ou
um aumento no número de linfócitos T CD4+ nas lesões, e, pelo menos, algumas células CD4+ exibem um fenótipo citotóxico e matam as células de Schwann infectadas com M. leprae por meio da secreção do conteúdo de grânulos citotóxicos, dependente da ligação do antígeno à molécula do complexo de histocompatibilidade maior classe II.
11
• Manifestações clínicas:
com margem hiperpigmentadas, endurecidas,
- Presença de menos que 5 lesões na pele
elevadas e centros pálidos deprimidos.
- Máculas hipopigmentadas ou eritematosas
- Lesões “em raquete” = placa infiltrada da
com bordas eritematosas elevadas e um
qual
centro atrófico.
espessado. Posteriormente, surge infiltração
- Em geral são hipoestésicas ou anestésicas
de toda a lesão ou apenas de sua borda. A
- Quando há leões múltiplas, elas são
periferia da lesão é eritematosa ou castanho-
simétricas
violácea, e a superfície é irregular pela
- Podem ser grandes
presença de pequenas lesões papuloides.
- São mais comuns na face, troco e nas
-A
extremidades,
dolorosa e tátil.
entretanto
não
são
emerge
placa
filete
apresenta
nervoso
superficial
anestesia
térmica,
encontradas na virilha, nas axilas, no períneo
- “Abscesso do nervo” = necrose caseosa do
e no couro cabeludo, pois é preferível
nervo.
temperaturas mais baixas.
- O material necrótico das lesões pode migrar
- O comprometimento nervoso é comum,
pela
assimétrico e confere aumento e/ou dor à
formando úlceras cutâneas.
palpação
- Acometimento intenso dos troncos nervosos
dos
nervos
periféricos
correspondentes à região das lesões de pele.
bainha
do
nervo
ou
fistulizar-se,
pode levar a incapacidade permanente.
Nervos mais superficiais como o ulnar, fibular, superficial ou auricular maior podem estar visivelmente aumentador. - Pode ocorrer complicações funcionais dos nervos como atrofia e contraturas musculares.
IMAGEM 2: 1-Lesão em raquete; 2-Lesões máculoanestésicas Fonte: Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª
edição.
IMAGEM 1: Máculas hipopigmentadas em paciente com hanseníase tuberculóide • Morfologia (Macroscopia e Microscopia): - Inicia com lesões maculoanestésicas (em raquete) que desenvolvem formas irregulares
12
HANSENÍASE VIRCHOWIANA • A HV revela macrófagos incapazes de destruir
os
bacilos,
permitindo
sua
multiplicação intracitoplasmática. • Pode iniciar-se como eritema nodoso ou de infiltração difusa ou apresenta-se
como
MÁCULAS HIPOCRÔMICAS que evoluem progressivamente. Progresso: IMAGEM 3: Granulomas situados na derme. São constituidos de células epitelióides, de forma
semelhante
tuberculose.
aos
Esta
termo hanseníase
é
granulomas
da
a
razão
do
Há
uma
tuberculóide.
pequena área de necrose caseosa em um granuloma, mas ela não é necessária para o diagnóstico.
• Confluência de várias lesões conferindo aspecto hipocrômico difuso; • Eritema difuso e pigmentação ferruginosa; •
Infiltração
difusa
ou
localizada,
com
formação de placas e lesões nodulares: os hansenomas • Aumentam o número de lesões • Pode ocorrer uma reação semelhante à tuberculose, levando o surgimento de novos
Fonte: ANATPAT- Unicamp
hansenomas, e deixando os preexistentes congestos • Podem surgir áreas de alopecia devido a infiltração • Invasão dos órgãos internos, porque não há resistência
a
Disseminação
disseminação hematogênica
principalmente
para
o
bacilar e
-
linfática
fígado,
baço,
suprarrenais, testículos e globo ocular. •
Regressão
do
infiltrado:
macrófagos
IMAGEM 4: Granulomas foramados por
apresentam
células
núcleos tornam-se picnóticos, os bacilos
epitelióides
agrupadas
vacuolização
acentuada,
os
compactamente, com halo linfocitário denso.
mostram-se granulosos e há grande acúmulo
Fonte: ANATPAT- Unicamp
de lipídeos no citoplasma. Por fim, há proliferação de fibroblastos, com fibrose e atrofia.
13
• A hanseníase é considerada uma doença
- Lúcio e Alvarado: Caracteriza-se por
sistêmica e as alterações histopatológicas não
infiltração difusa e róseo-eritematosa de todo
se restringem à pele, às mucosas e aos
o tegumento (“lepra bonita”), sem nódulos ou
nervos periféricos.
manchas eritematosas ou pigmentadas, há
• Existem 2 formas da HV:
anestesia difusa e perda de pelos pubianos,
- Históide: lesões com aspecto queloideano,
cílios e membros.
que surgem na fase de reincidiva da doença.
• Microscopia:
São pacientes que durante a terapêutica
- Epiderme atrófica e retificada na maioria dos
tornaram-se sulfonoresistentes.
casos.
Por isso,
acredita-se que seja por bacilos mutantes.
- Derme subjacente desprovida de infiltrado
Caracteriza-se por lesões nodulares como
inflamatório (FAIXA DE UNNA).
que “rebocadas” em pele aparentemente
- Derme com grandes agrupamentos de
normal. Ocorre na família, ativando o fator
macrófagos de citoplasma abundante e
genético.
vacuolado estendendo-se à HIPODERME.
Histologicamente:
macrófagos
indiferenciados, não vacuolados, em forma de
- Linfócitos são raros ou ausentes.
navetas, dispostos em feixes ou redemoinhos.
- Os filetes nervosos são poupados ou penetrados pelo infiltrado, que se dispõe em camadas concêntricas intraneurais. - A parede dos vasos pode estar intensamente infiltrada. - Há grande número de bacilos íntegros, isolados ou em globais, no interior de
IMAGEM 5: Placa tuberosa e nodular, bem
macrófagos,
delimitada,
músculos eretores de pelos e bainha de pelos.
dor
de
pele,
de
aspectos
filetes
nervosos,
vasos,
queilodiforme
- Em fase mais avançada, o infiltrado mostra
Fonte: Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição
agrupamentos de macrófagos de aspecto volumoso – células de virchow (“macrófagos espumosos”). - No ERITEMA NODOSO HANSÊNICO, ocorre
vasculite
leucocitoclásica,
com
neutrófilos e eosinófilos. Em torno dos vasos, surgem bacilos escassos e fragmentados e agregados IMAGEM
6:
Hanseníase
virchowiana.
Hansenomas no dorso da mão. Fonte: Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição
de
células
espumosas.
Macrófagos contendo bacilos estão dispersos na derme e no tecido subcutâneo.
14
IMAGEM 7: Fibrose e infiltrado inflamatório no epineuro
com
arquitetura
fascicular
preservada. Fonte: ANATPAT- Unicamp
IMAGEM 9: Pequeno vaso do epinêurio, provavelmente uma pequena artéria, mostra infiltrado inflamatório crônico e espessamento acentuado da íntima (portanto, endarterite), secundária ao processo inflamatório causado pelo bacilo de Hansen. Fonte: ANATPAT- Unicamp
REFERÊNCIAS ANATPAT- Unicamp; Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição; Robbins
&
cotran
patologia
-
bases
patológicas das doenças - 8 ed pdf; Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª edição. IMAGEM 8: Aspecto Vacuolado no interior dos fascículos. Fonte: ANATPAT- Unicamp
15
HERPES ZÓSTER
- Em pessoas saudáveis, o herpes-zóster se manifesta por dor localizada com aumento da
• Considerações gerais: -
A
varicela
é
sensibilidade por 1 a 3 dias antes do
transmitida
vias
desenvolvimento de exantema vesicular nos
respiratórias. O vírus infecta as células
dermátodos, e que não cruza a linha média. O
epiteliais e os linfócitos na orofaringe e no
exantema é acompanhado de prurido, dor ou
trato respiratório superior e na conjuntiva e,
formigamento.
subsequente,
- Nos indivíduos com deficiência da imunidade
os
pelas
linfócitos
infectados
propagam o vírus pelo corpo.
celular,
- Então, penetra na pele através das células
associada à viremia de alto grau com
endoteliais nos vasos sanguíneos e se
disseminação para amplas áreas da pele e
espalha para as células epiteliais onde
envolvimento de vários órgãos.
causam as erupções da varicela.
- Os locais atingidos são, por ordem de
-
Inicialmente
são
vesiculares
e
a
reativação
é,
muitas
vezes,
após
frequência: nervos torácicos (50%), primeiro
infiltração de células inflamatórias, tornam-se
ramo do nervo trigêmeo, raízes cervicais (10 a
pustulares. Mais tarde, as lesões se rompem,
20%), lombares (10 a 20%) e sacrais.
drenam e secam.
Geralmente,
- Durante a infecção primária, o vírus infecta,
dermátomo (menos de 1% é bilateral).
de forma latente, os neurônios dos gânglios
OBS: Em alguns poucos pacientes ocorre dor
dos nervos cranianos e da raiz dorsal.
de localização característica a um dermátomo
- Quando a imunidade específica contra VZV
com evidência sorológica de herpes-zóster
(vírus da varicela-zóster) declina, o vírus pode
sem que haja lesões cutâneas, uma entidade
ser reativado a partir de um gânglio, de
conhecida como zoster sine herpetica.
deslocar ao longo do axônio e se replicar em
- Tanto no hospedeiro normal quanto no
células epiteliais, causando herpes-zóster nos
imunocomprometido, a complicação mais
dermátomos.
debilitante do herpes-zóster é a dor associada
• Clínica:
à neurite aguda e à neuralgia pós-herpética.
- O início da doença é anunciado por dor no dermátomo, a qual pode preceder as lesões em
48
a
maculopapular
72
horas;
uma
eritematosa
erupção evolui
rapidamente para lesões vesiculosas. Em geral, a duração total da doença é de 7 a 10 dias; entretanto, pode durar até 2 a 4 semanas antes de haver normalização da pele.
é
unilateral,
seguindo
o
16
IMAGEM 1: Setas vermelhas representam o infiltrado inflamatório. Seta azul representa alterações nucleares características, como: moldagem de núcleos, multinucleação e marginalização da cromatina. Fonte: Dermatology Glossary, UCSF.
IMAGEM 2: Setas vermelhas representam o infiltrado inflamatório. Seta azul representa uma vesícula na epiderme devido à necrose dos queratinócitos e acantólise. Fonte: Dermatology Glossary, UCSF
IMAGENS 4 E 5: Bolha intra-epidérmica (seta verde) na imagem 4, que representa padrão de baixa potência de uma lesão típica. Notase, também, a principal característica é a acantólise
(setas
vermelhas)
com
queratinócitos solitários dentro da cavidade da bolha, principalmente na imagem 5. Os queratinócitos
mostram
as
alterações
nucleares da infecção viral, que incluem: marginação multinucleação
da e
cromatina inclusões
nuclear, nucleares,
também melhor visualizado na imagem 5. As inclusões virais são pequenos depósitos cor-de-rosa com um halo claro visto dentro do IMAGEM 3: Infiltrado inflamatório. Fonte: dermnet, NZ.
núcleo. Fonte: dermnet, NZ.
17
REFERÊNCIAS ANATPAT- Unicamp; Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição; Robbins
&
cotran
patologia
-
bases
patológicas das doenças - 8 ed pdf; Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª edição.
18
SCHWANNOMA
regiões de paliçadas nucleares, os Corpos de Verocay. Padrão Antoni B: menos celularizado com células de núcleo arredondado e arranjadas frouxamente, delimitando pequenos vacúolos ou microcistos. ANTONI A
• Tumores benignos (grau 1) que se originam das células de Schwann. • Características gerais: - Localiza-se nas raízes dos nervos cranianos (mais frequente), nas raízes dos nervos raquidianos e no trajeto periférico dos nervos (menos frequente).
IMAGEM
- Pode estar relacionado a Neurofibromatose tipo 2 (NF-2), quando é bilateral no VIII nervo craniano, no local chamado de ângulo ponto-
1:
Células
com
aspecto
característico em paliçada, formando corpos de Verocay. Fonte: Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição
cerebelar. - Tem crescimento lento, não infiltra o cérebro e tem baixo poder de malignização. -
São
arredondados,
sólidos
e
bem
delimitados. - Podem ser solitários ou múltiplos. Nesse último caso, geralmente, associam-se a NF-2. • Microscopicamente: - Possui dois padrões de crescimento, mas que podem ser encontrados juntos: Padrão Antoni A: células alongadas com núcleos, em geral, alongados, arranjadas em fascículos
nas
áreas
de
celularidade
moderada à alta com pouca matriz de estroma. Os núcleos colocam- se no mesmo plano, formando paliçadas. Apresenta zonas livres de núcleos, que se situam entre as
IMAGEM 2: As células de Schwann são fusiformes, com núcleos em posição central. Nas paliçadas, as células se arranjam em paralelo, com os núcleos lado a lado. As áreas anucleadas entre as paliçadas são conhecidas como corpos de Verocay. São constituídas pelo citoplasma das células de
19
Schwann, mas também, como veremos
ou estreladas (lembrando por vezes um
abaixo, por abundantes fibras reticulínicas
astrocitoma fibrilar).
arranjadas no mesmo sentido das células.
padrão Antoni B resulta de degeneração das
Fonte: ANATPAT- Unicamp
áreas Antoni A, possivelmente por isquemia.
Considera-se que o
Fonte: ANATPAT- Unicamp
IMAGEM 3:
Corada com Tricrômico de
Masson. Com ele cora-se as fibras colágenas em azul e as células de Schwann tumorais em vermelho. Os corpos de Verocay aparecem em azul, sugerindo alto conteúdo de fibras do
IMAGEM 5: Corada com Tricrômico de Masson. Nesta imagem a proporção de tecido conjuntivo é ainda maior que no padrão Antoni A. As células de Schwann se destacam por seu citoplasma corado em vermelho contra o
tecido conjuntivo.
colágeno azul.
Fonte: ANATPAT- Unicamp
Fonte: ANAPAT- Unicamp ANTONI B ANTONI A E B NA MESMA LÂMINA
IMAGEM 4: Áreas Antoni B são frouxas e a
IMAGEM 6: Tumor mostrando áreas celulares
densidade celular é menor. Contêm menos
(Antoni A), incluindo corpúsculos de Verocay
células
(na extrema direita), assim como regiões
e
maior
proporção
de
tecido
conjuntivo, que pode ser altamente hidratado. As células podem ser alongadas e fusiformes,
mixoide mais frouxas (Antoni B, centro).
20
Fonte: Robbins & cotran patologia - bases patológicas das doenças - 8 ed pdf
IMAGEM
7:
presença
dos
dois
padrões, Antoni A mais ao centro da imagem e Antoni B nas periferias. Fonte: Amerian Journal of neuroradiology. Disponível em: http://www.ajnr.org/content/27/10/2037/F 3.expansion.html
REFERÊNCIAS ANATPAT- Unicamp; Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição; Robbins
&
cotran
patologia
-
bases
patológicas das doenças - 8 ed pdf; Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª edição.
21
NEUROFIBROMA
Plexiforme: é associado a neurofibromatose tipo 1. Cerca de 2 a 5% das formas plexiformes sofrem transformação maligna. • Microscopia: - Neurofibroma Cutâneo: presente na derme e na
gordura
subcutânea.
Tumor
bem
delineado, não capsulado, composto por células fusiformes. Não são invasivas, mas muitas vezes as estruturas anexas são englobadas pela margem da lesão. Contem estroma altamente colagenizado e contem • O mais tumor frequente do sistema
pouco material mixoide.
nervoso periférico. É constituído
por
- Neurofibroma Plexiforme: estes tumores
células de Schwann, fibroblastos e células
podem se originar em qualquer local ao longo
perineuriais. E é benigno.
do nervo, embora a localização mais comum
• Características gerais:
seja o grande tronco nervoso. Eles são
- É infiltrativo e mal delimitado em relação ao
frequentemente múltiplos. Ocorre expansão
nervo em que se desenvolve.
irregular e digitiforme infiltrando os fascículos
- Geralmente solitário, quando múltiplo é
dos nervos. Não é possível separar a lesão do
característico da neurofibromatose tipo 1.
nervo. Margens pobremente definidas. Lesão
-
com fundo mixóide frouxo e celularidade
Quando
manifestação
múltiplos,
são
a
dermatológica
principal
de
NF-1,
baixa.
associado a manchas café com leite, sardas axilares e nódulos de Lisch. - Formas: Cutâneo: as lesões de pele são evidentes como
nódulos,
hiperpigmentação
algumas
vezes
suprajacente,
com
podendo
crescer até ficarem grandes e se tornarem pedunculares. O risco de transformação maligna destes tumores é extremamente pequeno e as questões estéticas são sua
IMAGEM 1: Neurofibroma. Proliferação de
principal morbidade.
células alongadas e com prolongamentos, dispostas em pequenos feixes de aspecto neuroide em meio a matriz colegenizada.
22
Fonte: Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição
IMAGEM IMAGEM 2: Detalhe de um neurofibroma corado por HE. As células são fusiformes e onduladas, em meio a matriz frouxa e pálida. Fonte: ANAPAT- Unicamp
4:
Meissner.
Corpúsculos
Estas
de
estruturas
Wagnerlembrando
corpúsculos sensitivos eram muito comuns neste
espécime
e
ocupavam
áreas
relativamente extensas, como neste campo de pequeno aumento. São constituídas por prolongamentos citoplasmáticos de células de Schwann empilhados em paralelo. Fonte: ANAPAT- Unicamp
IMAGEM
3:
Neoplasia
celular, composta predominantemente
moderadamente
por
células
fusiformes,
núcleos
alongados ou ovalados, e citoplasma de
IMAGEM 5: Fascículos nervosos permeados
limites imprecisos. Há variação de aspecto
pelo tumor. Em meio ao neurofibroma eram
conforme
comuns
a
área,
com
ocorrência
de
estruturas
lembrando
fascículos
estruturas lembrando corpúsculos sensitivos.
nervosos, mas sem feixes de axônios. São
O
pequenos nervos substituídos por células
tumor
infiltra
difusamente
fascículos
nervosos, adipócitos, glândulas e anexos
neoplásicas,
cutâneos.
perinêurio na periferia.
Fonte: ANAPAT- Unicamp
Fonte: ANAPAT- Unicamp
mas
geralmente
mantendo
23
IMAGEM 6: Área imatura. Uma única área mais celular, em que os núcleos tinham cromatina
mais
densa.
É
conhecida
a
tendência a malignização do neurofibroma plexiforme, a partir de áreas como esta. Fonte: ANAPAT- Unicamp
REFERÊNCIAS ANATPAT- Unicamp; Bogliolo Patologia Geral- 8ª edição; Robbins
&
cotran
patologia
-
bases
patológicas das doenças - 8 ed pdf; Goldman Cecil Medicina Interna- 24ª edição.