AULA 1ª etapa MC (2016.2)

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METODOLOGIA CIENTÍFICA Maria das Dores de Vasconcelos Cavalcanti Melo Arquitetura / Msc. Urbanismo / Doutoranda Geografia

2016.2

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ACORDOS DE CONVIVÊNCIA SOBRE O USO DE CELULAR O SILÊNCIO – CUIDADO COM OS COLEGAS E PROFESSOR CHAMADA E PRESENÇA ENVIO DE SLIDES VISITAS EXTERNAS PROVAS INTERDISCIPLINAR ? 2

NOTAS E AVALIAÇÕES • 1ª AVALIAÇÃO – SEMINÁRIO – PROVA ESCRITA (19 a 30 setembro)

• 2ª AVALIAÇÃO – INTERDISCIPLINAR (17 a 21 outubro)

• 3ª AVALIAÇÃO – PRÉ PROJETO DE PESQUISA (3 participantes) – PROVA ESCRITA (21 novembro a 02 de dezembro) 3

METODOLOGIA CIENTÍFICA EMENTA – CARGA HORÁRIA 40h

Métodos e Técnicas e Tipos de Pesquisa. Organização de trabalhos acadêmicos. Estrutura textual. Estrutura pós-textual. Normas da ABNT. Técnica para referência bibliográfica. Composição de relatório e projeto de trabalho de conclusão de curso.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. LEITURA: MÉTODOS E TÉCNICAS. 1.1 Tipos de leitura; 1.2 Métodos e técnicas; 1.2.1 Sublinhar; 1.2.2 Resumir; 1.2.3 Redigir; 1.2.4 Fichamento; 1.3 Técnicas de redação cientifica. 2. CIÊNCIA: CARACTERÍSTICAS E TIPOLOGIA. 2.1 O conhecimento cientifico e outros tipos de conhecimento; 2.2 Características do conhecimento cientifico e dos outros tipos de conhecimento; 2.3 Ciência: conceito, características e tipologia. 3. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA. 3.1 Definição de métodos e técnicas de pesquisa; 3.2 Tipos de métodos e suas respectivas técnicas; 3.3 Técnicas de pesquisa; 3.4 População e amostra; 3.5 Referencial teórico; 3.6 Análise e demonstração de resultados; 3.7 Conclusão e recomendações. 5

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 4. ORGANIZAÇÃO DE PROJETOS INTERVENTIVOS. 4.1 Estrutura Pré-Textual; 4.1.1 Capa; 4.1.2 Folha de rosto; 4.1.3 Dedicatória; 4.1.4 Agradecimentos; 4.1.5 Epígrafe; 4.1.6 Sumário; 4.1.7 Resumo; 4.1.8 Abstract; 4.2 Lista de ilustrações/Quadro de tabelas; 4.3 Lista de reduções. 4.3.1 Estrutura Textual; 4.3.2 Introdução; 4.4. Desenvolvimento; 4.5 Considerações Finais 4.5.1 Estrutura Pós-Textual; 4.5.2 Referências bibliográficas 4.6 Anexos; 4.7 Glossário; 4.8 Índice. 5. NORMAS DA ABNT 5.1 Técnicas de Citação; 5.1.1 Citação direta; 5.1.2 Citação indireta; 5.1.3 Citação da citação; 5.2 Técnica de Referenciação Bibliográfica – Livros; Jornais; Internet; Revistas, periódicos e outros. 5.3 Estrutura e Formatação de Trabalhos Acadêmicos. 6. COMPOSIÇÃO DE PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO. 6

BIBLIOGRAFIA • APPOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de Metodologia Científica: um guia para a produção do conhecimento científico. 1ª Edição, São Paulo: Atlas, 2004. • ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 8ª Edição, São Paulo: Atlas, 2007. • AZEVEDO, Celicina Borges . Metodologia Científica ao Alcance de Todos 3ª Ed. 2013 – • DEMO, Pedro. Introdução à Metodologia da Ciência. 2ª Edição, São Paulo: Atlas, 1985. • FREIXO, Manuel João Vaz. Metodologia Científica - Fundamentos, Métodos e Técnicas - 4ª Ed.2012. • GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996. • GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica - 2ª Ed. 2014. 7

BIBLIOGRAFIA LAVILLE, C.; DIONNE, J.. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientifica. São Paulo: Atlas, 2005. MARCONI, Mariana Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. Atlas, SP. SANTOS, Boaventura de Souza. Um Discurso sobre as Ciências. São Paulo: Editora Cortez, 2003 (7ª edição em 2010) RODRIGUES, Maria de Lourdes Veronese . Metodologia Científica - 3ª Ed. 2013 - Cbo - Série Oftalmologia Brasileira - Bicas, Harley E. A. TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974

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CIÊNCIA?? O QUE É?

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CIÊNCIA “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação e falseabilidade (ao teste)” Trujillo (1974, p.08). sistema de adquirir conhecimento baseado no MÉTODO CIENTÍFICO.

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O PARADIGMA DOMINANTE E O PARADIGMA EMERGENTE Boaventura de Sousa Santos nasceu em Coimbra, a 15 de Novembro de 1940. Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973), é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Foi também Global Legal Scholar da Universidade de Warwick e Professor Visitante do Birkbeck College da Universidade de Londres. É Director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa. Temas de pesquisa: Epistemologia, sociologia do direito, teoria pós-colonial, democracia, interculturalidade, globalização, movimentos sociais, direitos humanos. Um Discurso sobre as Ciências. São Paulo: Editora Cortez, 2003 (7ª edição em 2010)

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EM TERMOS CIENTÍFICOS VIVEMOS AINDA NO SÉCULO PASSADO Os grandes cientistas que estabeleceram e mapearam o campo teórico em que ainda nos movemos, viveram entre o século XVIII e os primeiros vinte anos do século XIX – Adam Smith, Ricardo, Lavoisier, Darwin, Marx, Durkheim, Max Weber, Pareto, Humboldt, Planck, Poncaré, Einstein.

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CIÊNCIA?? PRÁ QUE SERVE?

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Estamos no fim de um ciclo de hegemonia de uma certa ordem científica... O progresso das ciências e das artes contribuirá para purificar ou para corromper os nossos costumes?

Há alguma relação entre a ciência e a virtude?

Contribuirá a ciência para diminuir o fosso crescente na nossa sociedade entre o que se é e o que se aparenta ser, o saber dizer e o saber fazer, entre a teoria e a prática? 14

O PARADIGMA DOMINANTE Modelo de racionalidade que preside a ciência moderna constituiu-se a partir do século XVI, sendo desenvolvido nos séculos seguintes, basicamente no domínio das ciências naturais. Só no século XIX o modelo se estende às ciências sociais Um modelo global – totalitário – nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios epistemológicos e suas regras metodológicas. EPISTEMOLÓGICO: Teoria do conhecimento; reflexão sobre a natureza, o conhecimento e suas relações entre o sujeito e o objeto. Ciência das práticas relacionadas ao conhecimento. 15

O PARADIGMA EMERGENTE 1. TODO CONHECIMENTO CIENTÍFICO – NATURAL É CIENTÍFICO SOCIAL – insere-se na matéria os conceitos de historicidade, de processo, de liberdade, auto-determinação e até de consciência; 2. TODO CONHECIMENTO É LOCAL E TOTAL – a divisão do saber faz do cientista um ignorante especializado. A fragmentação pós-moderna não é disciplinar é temática; 3. TODO CONHECIMENTO É AUTO-CONHECIMENTO – o sujeito regressa na este do objeto – o conhecimento cietnífico ensina a viver e traduzse num saber prático; 4. TODO CONHECIMENTO CIENTÍFICO VISA CONSTITUIR-SE EM SENSO COMUM. O conhecimento pós- moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum. 16

Vídeo Descolonizar as ciências sociais – Boaventura; Olho na Escola – Zygmund Bauman

MÉTODO “Caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado”

A adoção de um ou outro método depende: • • • •

da natureza do objeto da pesquisa; dos recursos materiais disponíveis; do nível de abrangência do estudo e, sobretudo, do pesquisador 17

Referencial Metodológico MÉTODO DE PESQUISA

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1. MÉTODOS DE ABORDAGEM Método Dedutivo – (Descartes, Spinoza e Leibniz) Só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. Tem o objetivo de explicar o conteúdo da premissa.

Permite ampliar conhecimentos já disponíveis a outros fatos para verificar, especialmente, se estão de acordo.

GERAL

PARTICULAR

Ex: Todo homem é mortal (premissa geral) Pedro é homem Pedro é mortal (conclusão particular) Todo mamífero é vertebrado (premissa geral) Todo homem é mamífero 19

OS QUATRO PRECEITOS DE DECARTES 1. Receber escrupulosamente as informações, examinando sua racionalidade e sua justificação. Verificar a verdade, a boa procedência daquilo que se investiga – aceitar o que seja indubitável, apenas. Esse passo relaciona-se muito ao cepticismo. 2. Análise, ou divisão do assunto em tantas partes quanto possível e necessário. 3. Síntese, ou elaboração progressiva de conclusões abrangentes e ordenadas a partir de objetos mais simples e fáceis até os mais complexos e difíceis. 4. Enumerar e revisar minuciosamente as conclusões, garantindo que nada seja omitido e que a coerência geral exista.

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Método Indutivo – (Bacon, Hobbes, Locke e Hume) Pressupõe que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta os princípios preestabelecidos. A generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. O indutivo permite antes construir novos conhecimentos, chegando por dedução, à amplicação desses conhecimentos. PARTICULAR

GERAL

Ex: Este pedaço de fio de cobre conduz energia. Este segundo e este terceiro pedaços de fio de cobre conduzem Energia. ___________________________________ Fio de cobre (todo) conduz energia. Cobre conduz energia. Ouro conduz energia. Ferro conduz energia

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Método Hipotético Dedutivo – (Popper) (Ciências pós-50 - Nova Geografia – Geografia Teorética - modelos) “Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-las” (GIL, 1999,p.30)

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Método Dialético – (Hegel) (Geografia Radical – Materialismo Histórico e Dialético - Marx) É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Tanto humana quanto natural-físico. Contudo, aplicada sobre o filtro da Economia Política admite que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. Este método penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. 23

Método Fenomenológico – (Husserl) Nem é indutivo,nem dedutivo – os dois juntos e outra coisa. Preocupa-se com a descrição direta da experiência, tal como ela é. A realidade é construída e entendida como compreendida, interpretada e comunicada pelo resultado da pesquisa. A realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito /ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento. (GIL, 1999; TRIVINOS, 1992)

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2. MÉTODOS DE PROCEDIMENTO

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MÉTODO COMPARATIVO • Desenvolve-se pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles. • Tem como objetivo estabelecer leis e correlações entre os vários grupos e fenômenos sociais, mediante a comparação que irá estabelecer as semelhanças e/ou diferenças. 26

MÉTODO HISTÓRICO • Estudo dos conhecimentos, processos e intuições passadas, procurando identificar e explicar as origens contemporâneas. • Muitos dos problemas contemporâneos podem ser analisados e entendidos a partir de uma perspectiva histórica. E a partir da análise, evolução e comparação históricas se podem traçar perspectivas.

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MÉTODO DE ESTUDO DE CASO Também chamado de método monográfico, permite mediante a análise de casos isolados ou de pequenos grupos, entender determinados fatos. Este método parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros, ou mesmo de todos os casos semelhantes. Estes casos podem ser indivíduos, instituições, grupos, comunidades, áreas etc (GIL, 1999) 28

MÉTODO ESTATÍSTICO • Fundamenta-se na aplicação da teoria estatística da

probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em ciências naturais e sociais. As respostas obtidas são de boa probabilidade de serem verdadeiras. • Auxilia o pesquisador quanto à quantificação matemática dos numerosos fatos que, reduzidos a números, permitem o estabelecimento de relações e correlações existentes entre eles,prestando-se tanto para que sejam inferidas como deduzidas as consequências dos fatos analisados. 29

MÉTODO ESTATÍSTICO utilizado quando, pela variedade e complexidade dos fenômenos, tornase impossível um conhecimento mais profundo dos fenômenos e de suas relações sem quantificação. Em ciências sociais, estatística é a matemática aplicada à análise dos dados numéricos de observação, pois, tão importante quanto o aspecto qualitativo do fenômeno é o seu aspecto quantitativo, com as suas possíveis utilizações. (FISHER)

Uma amostra ou um caso particular ao definir algumas generalizações, tem-se a probabilidade e não a certeza da ocorrência de tal fenômeno.

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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES • É pelo MÉTODO escolhido que se define o procedimento de coleta de dados. Faz-se necessário então, que o pesquisador defina o delineamento da sua pesquisa, isto é, como irá proceder para obter as informações necessárias à resolução do problema investigado. (RODRIGUES, 2005) • O delineamento da pesquisa exige do pesquisador uma definição prévia do ambiente e das circunstâncias em que serão coletados os dados, e as formas de controle das variáveis envolvidos no problema. (RODRIGUES, 2005) 31

Referencial Metodológico TIPO DE PESQUISA

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CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS QUANTO A NATUREZA: a) Pesquisa Básica ou Pura – Objetiva a produção de novos conhecimentos, úteis para o avanço da ciência, sem uma aplicação prática prevista inicialmente. Envolve verdades e interesses universais. a) Pesquisa Aplicada – Objetiva a produção de conhecimento que tenham aplicação prática e dirigidos à solução de problemas reais específicos. Envolve verdades e interesses locais.

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CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS QUANTO À FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA: a) Quantitativa – Admite que de tudo pode ser quantificável (traduzido em números) as opiniões e as informações para, posteriormente, classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnica estatística. b) Pesquisa Aplicada – Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito que não pode ser traduzida em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição dos significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer uso de estatística. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. 34

CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS QUANTO AOS OBJETIVOS GERAIS: a) Exploratória – Tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação e problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Este tipo de pesquisa é realizada quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e poeracionalizáveis. Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. (SELLTIZ et all, 1967)

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CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS QUANTO AOS OBJETIVOS GERAIS: b) Descritiva – Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relação entre variáveis. Para este tipo de pesquisa é necessário que o pesquisador detenha algum conhecimento da variável ou das variáveis que influenciam o problema. Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação (SELLTIZ et all, 1967)

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CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS CIENTÍFICAS QUANTO AOS OBJETIVOS GERAIS: c) Explicativa – Visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofundando o conhecimento da realidade por explicar a razão, o “porquê” das coisas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva. Nem sempre é possível a realização de pesquisas rigidamente explicativas em ciências sociais. (RODRIGUES, 2005)

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Quanto aos PROCEDIMENTOS TÉCNICOS a) Bibliográfica – quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente via eletrônico; Permite ao pesquisador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente; principalmente quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Ela é indispensável nos estudos históricos.

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b) Documental – elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico. As fontes documentais, podem ser documentos reservados em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas (associações científicas, igrejas, sindicatos). Incluem-se outros inúmeros documentos (cartas pessoais, diários, fotografias, gravações memorandos, regulamentos, ofícios, boletins). Ainda há documentos já analisados (relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas) que podem ser incluídos no rol da pesquisa, em face da sua importância documental.

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c) Experimental – Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável pode produzir no objeto. De modo geral, o experimento representa um excelente exemplo de pesquisa científica em determinados campo do conhecimento.

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d) Levantamento – Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas que possam estar envolvidas com o objeto cujo comportamento se deseja conhecer. Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Antes da pesquisa de campo, selecionase mediante procedimentos, uma amostra significativa de todo o universo tomado como objeto de investigação. As conclusões são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, obtida por meio da matemática.

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e) Estudo de Caso – Caracteriza-se pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. Também se aplica em objetos de estudo já amplamente conhecido a ponto de ser enquadrado como um tipo ideal, possibilitando avançar na pesquisa.

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f) Ex-Post-Facto – Quando o experimento se realiza depois dos fatos ocorridos. Não se trata rigorosamente de um experimento, posto que o pesquisador não tem controle das variáveis. Todavia, os procedimentos lógicos de delineamento desta pesquisa são semelhantes aos dos experimentos propriamente ditos. Neste tipo de pesquisa são tomadas como experimentais as situações que se desenvolveram naturalmente e trabalha-se sobre elas como se estivessem submetidas a controle.

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g) Pesquisa-Ação – Exige o desenvolvimento ativo do pesquisador e ação por parte das pessoas ou grupo envolvidos no problema. Esta pesquisa é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo. 44

h) Pesquisa participante – Quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. A pesquisa participante,assim como a pesquisa ação caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. Enquanto que a pesquisa ação supõe uma forma de ação planejada, de caráter social, educacional ou técnico, a pesquisa participante, envolve a distinção entre ciência popular e ciência dominante.

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Referencial Metodológico TÉCNICA DE PESQUISA

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O REFERENCIAL TEÓRICO Serve para embasar a questão a ser estudada, valendo-se das ideias de autores reconhecidos através de citações, verificando: – – – – –

O QUE JÁ FOI PUBLICADO SOBRE O ASSUNTO? QUEM JÁ ESCREVEU SOBRE O ASSUNTO? QUE ASPECTOS JÁ FORAM ABORDADOS? QUAIS AS LACUNAS EXISTENTES NA LITERATURA? EXISTEM TEORIAS QUE SUSTENTEM A FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES?

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O PROBLEMA: Alcance e Limites A pesquisa deve ser delimitada no tempo e no espaço, especificada e reduzida de modo a permitir a sua realização. DELIMITAÇÃO DO ALCANCE – consiste em determinar até onde vai a pesquisa, a quem está dirigida, o universo de conhecimento a respeito do assunto, o que deve ser especificado de forma a tornar acessível à investigação. Ainda que a definição do problema seja clara, precisa e concisa, faz-se necessário especificar o alcance da investigação, relatando os aspectos do problema a serem incluídos, e aqueles que devem ficar de fora. 48

O PROBLEMA: Alcance e Limites DELIMITAÇÃO DOS LIMITES – consiste em especificar as áreas da investigação que não serão abordadas, definindo a exclusividade da pesquisa e o campo de ação que não foi possível abarcar. Os limites da investigação referem-se às restrições impostas sobre as possibilidades de generalização dos resultados a outras populações e a possíveis ameaças sobre a validade e a confiabilidade do estudo. Duas limitações são: o do tamanho da amostra e a duração do estudo. 49

A JUSTIFICATIVA: Considerações Agora o pesquisador deve apresentar o “porquê” da realização da pesquisa, procurando identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e a sua importância relativa. A justificativa deverá convencer o leitor acerca da necessidade e da relevância da pesquisa proposta. Este é um dos itens mais importantes a ser considerado no momento da elaboração da proposta e, consequentemente do projeto. É onde se apresenta a razão de ser da pesquisa.

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A JUSTIFICATIVA: Considerações A existência de um problema é o que justifica a realização da pesquisa. É a existência de um problema real que determinará a necessidade de solucionar o problema.

Para tanto, pergunta-se: • O tema é relevante? Procurando responder por quê • Quais os aspectos positivos podem ser destacados na abordagem proposta? • Quais são as inovações esperadas? Elas justificam a realização do estudo?

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contribuição do Pesquisador/pesquisa “Para que” servirá o resultado da investigação uma vez concluída A contribuição deverá demonstrar ao leitor a serventia dos resultados a serem escolhidos. Uma pesquisa torna-se importante quando seus resultados podem ser traduzidos em novas descobertas ou quando podem contribuir para o conhecimento de problemas significativos.

Em outras palavras, a importância de uma investigação está na sua originalidade e nos seus resultados. 52

A contribuição • Quais vantagens e benefícios a pesquisa irá proporcionar? • A quem (ou que) se destinam os resultados do seu estudo? • Quem será o real beneficiário da investigação?

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O Referencial Metodológico O pesquisador deve apresentar claramente o(s) objetivo(s), a(s) hipótese(s), a(s) variável(eis) definindo a dimensão e os indicadores que serão avaliados, e os procedimentos metodológicos necessários ao encaminhamento da investigação tais como: – Método, – Técnica de pesquisa adotada, – População, – Amostra – Instrumento de coleta de dados, e – Modelo de análise dos dados. 54

Na elaboração dos objetivos • Apontar, arrolar, definir, inscrever, enunciar, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear. • Descrever, esclarecer, examinar, expressar, explicar, identificar, localizar, traduzir e transcrever. • Aplicar,demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar. • Analisar, classificar, comparar, constatar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar, verificar e examinar. • Articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar. • Apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir,selecionar, validar e valorizar. 55

Os Procedimentos Metodológicos • Devem definir onde, quando e como será realizada a pesquisa por meio dos seguintes tópicos que serão utilizadas no delineamento da solução do problema: • População ou universo da pesquisa; • Amostra; • Método de pesquisa; • Tipo de pesquisa; • Técnica de pesquisa; • Instrumento de coleta de dados; e • Modelo de análise, forma com se pretende tabular e analisar os dados. 56

Referencial Metodológico: População • É um conjunto de elementos com pelo menos uma característica comum. Trata-se de definir sobre que pessoas serão envolvidas. • Ex: pesquisar a idade dos controladores de vôo da Infraero da cidade do Recife. Logo, nossa população serão aqueles lotados na Infraero do Recife que pertençam ao cargo controladores de vôo. • Pergunta-se: Só os ativos ou também os aposentados?

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Referencial Metodológico: Amostra • • • • • • • • • •

É um sub - conjunto necessariamente finito de uma população, no qual todos os elementos serão examinados para efeito da realização do estudo estatístico desejado. É intuitivo que, quanto maior a amostra mas precisa e mais confiável serão as induções realizadas sobre a população pesquisada. Levando esse raciocínio ao extremo, conclui-se que os resultados mais perfeitos seriam obtidos pelo exame completo de toda a população, o que se denomina censo ou recenseamento. 58

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AULA 1ª etapa MC (2016.2)

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