Budismo iconografia e simbolismo_2018

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BUDISMO ICONOGRAFIA E SIMBOLISMO 15/11/2018

ICONOGRAFIA BUDDHISTA/BUDISTA •

As primeiras representações de Buda começaram a circular durante os primeiros séculos da nossa era, antes disso Buda nunca tinha sido representado na forma humana apenas por símbolos como por exemplo a roda ou os stupas - os quais eram considerados mais respeitosos. Contudo - na medida que se iam estabelecendo os padrões figurativos vai surgindo uma TRADIÇÃO ICONOGRÀFICA, que acompanha sobretudo o desenvolvimento da escola Mahāyāna (isto é do “Grande veiculo”).



Na tradição esoterica e tântrica, como por exemplo a tradição Vajrayana, os diagramas cósmicos (maṇḍalas) e as imagens das divindades jogam um rolo central no processo de mediação entre o devoto o divino.

OS BUDDHAS - BUDAS •

O fundador do Budismo - ou Buda Histórico é considerado Buddha Śākyamuni ou Siddhartha Gautama. Temos representações do Buda Histórico na arte tanto em trabalhos em pedra bem como em bronze, existem ainda trabalhos extraordinários de santuários onde as estátuas foram esculpidas directamente na rocha (na maior parte destruídas pelos talibãs).



Os primeiros exemplo de representação antropomórfica de Buda ocorrem durante o 2º o 3º séculos em Gandhara, onde Buda aparece como uma estatua grega representado num estilo clássico. Foi assim um anónimo deus grego que deu a primeira “cara” ao Buda.



Trata-se de uma criação de um estilo híbrido no contexto daquela que é conhecida como a irradiação da tradição grega e dos seus modelos sobretudo através das conquistas de Alexandre Magno. Esta arte tem a sua expressão na estatuária mas também em frisos normalmente considerados exemplos de arte grego-budista em estilo helenístico.

Bäumer, Bettina, Kapila Vatsyayan, Advaitavadini Kaul, Sukumar Chattopadhyay, Ramesh Chandra Sharma, Panda, Kamaleśadatta Tripāṭhī, and Pranati Ghosal. 2001. Kalātattvakośa. a lexicon of fundamental concepts of the Indian arts : Pervasive terms = Vyāpti Vol. 1 Vol. 1., p. 137

Bäumer, Bettina, Kapila Vatsyayan, Advaitavadini Kaul, Sukumar Chattopadhyay, Ramesh Chandra Sharma, Panda, Kamaleśadatta Tripāṭhī, and Pranati Ghosal. 2001. Kalātattvakośa. a lexicon of fundamental concepts of the Indian arts : Pervasive terms = Vyāpti Vol. 1 Vol. 1., p. 137

Segundo a tradição e as escrituras canónicas conta-se que Śākyamuni terá tido 32 características (lakṣạṇa) principais e 84 menores: apenas uma parte destas são constantes na iconografia budista. A saber:



uṣṇīṣa - protuberância física no topo da cabeça (turbante de um principe) 




ūrṇā - uma espiral (também um caracol ou um anel de cabelo) na testa entre as sobrancelhas representada por um ponto redondo. 




monge - em muita iconografia anterior ao 7º século Buda é representado como um monge, em períodos posteriores é representado também com trajes reais, coberto de jóias e com uma coroa (pode ser apenas o penteado - mukuta). 




Sentado em padmāsana (posição do lotus) - postura da meditação com a mão esquerda levantada enquanto com a direita indica o chão na posição bhūmiśparsa mudrā - gesto/mudrā associado com a iluminação, mas também que mostra a sua vitoria contra as tentasse de Mara (Maravijaya mudrā eg. na Thailandia). 




Pode ser ainda representado sentado com dharmacakra mudrā: o gesto do ensinamento ou que aciona a Roda da Lei (ver 1º sermão de Sarnath). 




Em pé com a mão direita na posição de abhaya mudrā e a mão esquerda virada em direcção do devoto em dāna mudrā. Esta posição significa generosidade - “não tenha medo”. 




No sueste asiático Śākyamuni é geralmente representado como uma estátua - noutros contextos como por exemplo o budismo esotérico ou tântrico - pode ser 


Segundo a tradição e as escrituras canónicas conta-se que Śākyamuni terá tido 32 características (lakṣạṇa) principais e 84 menores: apenas uma parte destas são constantes na iconografia budista. A saber:



No sueste asiático Śākyamuni é geralmente representado como uma estátua - noutros contextos - como por exemplo o budismo esotérico ou tântrico - pode ser representado de várias formas.



Por exemplo as primeiras imagens de Mahavairochana ou Rocana, a forma de “verdadeira”, absoluta de Śākyamuni (dharmakāya) é representado como um monge com o corpo coberto completamente por varias imagens quais por exemplo casas, pessoas, corpos celestiais, montanhas entre outros. Em representações posteriores pode ainda ser representado sentado em meditação com as mão a simular o vajra mudrā (ou gesto do “punho de diamante”) que significa fazer a caridade.



Ainda pode ser representado com mão direita segura o polegar da esquerda significando a união dos opostos no absoluto. 




Na tradição tantrica é representado enfeitado com jóias e com uma coroa - como por exemplo Amitabha (Jap. Amida), o Buda da Terra Pura Ocidental, também representado como monge ma com as costas cobertas com uma tunica. Normalmente é representado com os gestos do ensinamento mas também com o mudrā da meditação, isto é o dhyāna mudrā onde os polegares de ambas as mãos tocam o indicador das respectivas mãos. Este mudrā é muito comum sobretudo no Japão. Por vezes este Buda pode ser representado com uma tigela - muito comum no Japão. Para os japoneses, este Buda representa a felicidade e personifica a inteligência da prédica e a caridade no amor. É preciso observar cinco prescrições: não matar, não roubar, não se entregar à libertinagem, não mentir e não ingerir substâncias entorpecentes ou alucinógenas.



Amitābha (um dos Cinco Buda da Meditação) na iconografia poderá ser substituído por Amitayus em forma de sambhogakāya (corpo da felicidade) normalmente representado com coroa, jóias e outros adereços. Quando representado na posição de meditação, segura com ambas as mãos um vaso que contem o nectar amṛta. No budismo tântrico Amitābha é representada na cor vermelha. 




Bhaishajyaguru (Jap. Yakushi) é o Buda “curandeiro”, o Buda da Medicina, que combate as doenças. É representado vestido com o traje da monge segurando uma tigela com medicamentos na são mão esquerda, enquanto com a direita da os medicamentos aos doentes. Em representações mais tardias pode ser representado com coroa e jóias. Na tradição tibetana é representado na cor azul. 




Maitreya - o Buda do Futura - nas primeiras representações aparece sentado num trono (Índia e China), porém durante o período Tang (618–907 d.C.) estabeleceu-se que este Buda encontrava-se sentado na posição europeia pralambhapādasāna, isto é com as duas pernas que tocam o pedestal. Asia do Sul e no sueste asiático é também mostrado sentado num trono com uma perna a descansar sobre a outra com a cabeça inclinada a descansar apoiada sobre uma mão. 


Segundo a tradição e as escrituras canónicas conta-se que Śākyamuni terá tido 32 características (lakṣạṇa) principais e 84 menores: apenas uma parte destas são constantes na iconografia budista. A saber:

Os cinco Jinas ou Budas Dhyani das Cinco Direcções (ver CAIXA), foram adicionadas na iconografia budista num período mais tardio. Aparecem sobretudo num contexto de budismo esotérico. Este são: • o Vairochana BRANCO/ centro, o Akshobya AZUL/oriente, o Ratnasambhava AMARELO/sul, o 
 Amitābha VERMELHO/ocidente e o Amoghasiddhi VERDE/norte. • As vezes são representados sentados “unidos” que copulam (ritual sexual) com a sua consorte. O Buda Dhyani é muito importante - tradição tibetana e mongol; conhecido também na Ásia oriental. Atenção: as atitudes na iconografia budista são ambivalentes e não é possível estabelecer uma fronteira entre a veneração de uma imagem especifica de um Buda e o culto (ver movimentos iconoclastas iconoclastia budista)

1.Vairocana (ou Samanthabadra), da família Buda/ centro; 2.Ratnasambhava, da família Ratna (Preciosa)/Sul; 3.Amitābha, da família Pema (Lótus)/Oeste; 4.Akshobya, da família Vajra (Diamantina)/Leste; 5.Amoghasiddhi, da família Karma/Norte.

OS BODHISATTVAS E OS ARHATS Bodhisattavas-Mahayana Arhats-Theravada •

No budismo Mahāyāna uma bodhisattva é um “candidato à Buda”, isto é candidato à iluminação, é um ser supremo que decidiu pospor a sua entrada no seu próprio nirvāṇa para puder mostrar aos outros o caminho.



No budismo Theravada, os bodhisattas são seres que conseguia alcançar o patamar que antecede a libertação final, que é necessária para alcançar a iluminação (budidade/ buddhahood).



Entre todos: 


- Avalokiteśvara (♁♂) padmapani - a personificação da compaixão - é sem duvida o bodhisattva mais popular. A característica mais importante deste bodhisattva é ser representado com um pequeno Buda Amitābha na coroa ou no penteado. Originalmente é de género masculino, gradualmente se transforma em mulher na Ásia Oriental. Esta transição se finalizou entre os séculos 11 e 12. Ainda, na tradição esoterica encontra-se representação de Avalokiteshvara com varias cabeças e vários braços - a mais conhecida é o Buda dos Mil Braços, ou Buda dos Mil Olhos. - Mañjuśrī é o bodhisattva da sabedoria, normalmente representado com uma espada (que corta a ignorância) que na Ásia oriental tornou-se um ceptro. É normalmente representado cavalgando um leão, aparece em varias formas. Nalgumas formas de budismo Chan aparece como mendigo ou um jovem recoberto com um traje de relva. - Samantabhadra é o bodhisattva da bondade, normalmente acompanhado por um elefante com seis presas, as vezes é representado segurando uma flor de lotus - raramente é representado sozinho, normalmente aparece em iconografias complexas juntamente a Manjushri. - Kṣitigarbha é o único bodhisattva sempre representado como monge, o “salvador” daqueles que são destinados ao inferno. É representado normalmente com a cabeça rasada, embora em iconografia mais tardias - sobretudo chinesas - possa ser representado com uma coroa. Acompanhado por outro monge e uma pérola translúcida. - Tara - é um bodhisattva muito importante na tradição mongol e tibetana. É um bodhisattva feminino representado como uma jovem mulher sentada numa posição relaxada e segurando uma flor. Tem 21 formas diferentes, existe a Tara verde (Shyama Tara) que é a mais popular. Aparece frequentemente na arte sino-tibetana a partir do período Yuan (1279–1368).

arhats •

Entre os discípulos de Shakyamuni, os arhats - constituem uma categoria especifica no âmbito da iconografia budista. Embora possam também aparecer como figuras principais, geralmente são representados como “assistentes” de Buda (escultura e pintura).Entre os discípulos de Shakyamuni, os arhats - constituem uma categoria especifica no âmbito da iconografia budista. Embora possam também aparecer como figuras principais, geralmente são representados como “assistentes” de Buda (escultura e pintura).
 
 - Mahākāśyapa é o mais importante. É representou normalmente como um velho monge com um rosto desfigurado, com sobrancelhas alongadas.

-  Ānanda o sobrinho de Śākyamuni que é representado como um jovem com um 
 rosto calmo e benevolente. 




-  Subhūti, figura heroica narrada em vários sūtras 




-  Śāriputra 




-  Maudgalyāyana

DEUS PROTECTORES E OUTROS SERES •

O panteão budista inclui também outras divindades - protectores como por exemplo Shiva, Brahma and Indra, assimilados do hinduísmo. Existem oito tipos:
 • devas - divindades
 • asuras - semi-divindades



CRIATURAS MÍTICAS: nāgas (SERPENTE), garuḍas (AVE DE RAVINA COM BRAÇOS E TORSO HUMANO), demónios (rakṣạs) e músicos celestiais (gandharvas, kinnaris e kinnaras), meios humanos e meio aves.



São normalmente representados e acrescentados na iconografia que tem como protagonista Buda que prega.



Entre todas as divindades que protegem encontram-se os quatro rei guardiões (um cada ponto cardinal) ou (lokapālas): entre este encontramos Vaiśravaṇa, o Senhor do Norte, normalmente representado com um lança numa mão e uma pagoda noutra; Dhritarashtra (dhṛtarāṣṭra), o Senhor do l’Este, que segura um alaúde; Virupaksha, o Senhor do Oeste, que segura um pequeno dragão e uma pérola; e Virudhaka, o Senhor do Sul, que esgrime uma espada.



No budismo esotérico e tantrico existem uma grande quantidade de “protectores” (vidyārājās), entre os quais podemos relembrar os mais populares: Mahakala, Yamantaka, Trailokyavijayaraja, Hayagriva, Acala (Jap. Fudō) e Da Yuanshuai. São representados com vários braços (2, 4, 6, 8) segurando em cada um uma arma diferente, ou atributos como por exemplo o tridente, cacete, esqueletos - tigelas, espadas, machados, tigelas e flechas. Podem ser representados com uma ou com mais rostos, podem ter três olhos - dos quais o central representa a sabedoria. Alguns “protectores” podem ser ferozes outros benignos.

DEUS PROTECTORES E OUTROS SERES •

Podemos relembrar entre os mais tardios Mahamayuri, o Rei dos Galos, e Ushnishavijaya, uma divindade feminina com oito braços. Entre as divindades tantricas - normalmente representadas abraçadas aos consortes.



Existem ainda uma categoria inferior de seres protectores, a saber: os guardiões dos templos (figuras mescladas com olhar feroz).



Ainda existe um número notável de outros espirito naturais quais os dragões, que habitam no submundo e outros seres celestiais. Encontramos também heróis como por exemplo, Sudhana, o jovem rapaz que acompanha Avalokiteśvara e o monge gordo e risonho, Budai (Jap. Hotei), que acredita-se ser a incarnação de Maitreya, finalmente Bodhidharma, o fundador do budismo Chan (Jap. Zen) representado como um monge indiano com um olhar austero e fúlgido. NoTibete ainda os lamas bem como os gurus locais podem ser incluídos no panteão.

bibliografia 
 (FONTE: oxfordartonline.com/autoria: Henrik H. Sørensen) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Taisho daizokyo [The Taisho edition of the Tripiṭaka], 12 vols (Tokyo, 1923–8) [iconog. suppl.] 
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 • F. M. Asher: The Art of Eastern India, 300–800 (Minneapolis, 1980) 
 • U. von Schroeder: Indo-Tibetan Bronzes (Hong Kong, 1981) 
 • P. Pal and L. Fournier: A Buddhist Paradise: The Murals of Alchi, Western Himalayas (Basle and New 
 Delhi, 1982) 
 • Indo kōdai chōkoku ten/Ancient Sculptures of India (Tokyo and Kyoto, 1984) 
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 • Budda Shaka: sono shōgai to zōkei: Nara kokunitsu hakubutsukan, shōwa 59-nen 4-gatsu 29-nichi-6-gatsu 
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 • Hong Yiyao, ed.: Fojiao tuxiang jieshuo huadian [Pictorial dictionary of Buddhist images with explanation] 
 (Taipei, 1985) 
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• E. R. Jansen: The Book of Buddhas: Ritual Symbolism Used on Buddhist Statuary and Ritual Objects 
 (Diever, 1990) 
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 1990) 
 • P. M. Herbert: The Life of the Buddha (London, 1992) [Burmese MSS] 


Samāpafa

Posição erecta – lit. “pés que têm a mesma posição” os pés apoiam no chão em posição simétrica, o peso do corpo é exercido no eixo mediano.

Tribhaṅga A perna estendida carrega o peso do corpo, a perna flectida obriga o corpo a inclinar-se a nível da anca para frente ou para um lado.

O tronco encontra-se inclinado em correspondência da anca e o pescoço inclina-se no sentido contrário.

O corpo cumpre assim 3 movimentos, apresentando um movimento em “3 segmentos” (Tribhaṅga).

Pratyālȳlīḍha

Passo divergente para direita

Ālīḍha

Passo divergente para esquerda

Cāpasthāna

“posição do arco””. A perna superior ao dobrar-se forma um arco, aquela inferior simboliza a flecha pronta para ser atirada. É uma posição que alude ao voo.

Padmāsana (vajrāsan A direita encontra-se em cima)

“Posição do Lotus ou do vajra”. AS perna encontram-se perto do tronco. a da esquerda. As plantas dos pés encontram-se viradas para cima e os joelhos estão calcados no chão.

Paryaṅka

“em torno do colo”. As pernas são sobrepostas: a direita em cima da esquerda.

Ardhaparyaṅka

“Por metade em torno do colo”. A perna esquerda é perto do tronco, o pé direito cai ligeiramente para baixo ou então vem apoiado obliquamente um pouco mais em baixo.

Līlāsana

“Posição lúdica”. A perna esquerda é perto do tronco, a planta do pé direito apoia no chão e o joelho dá perna direita é levantado.

Rājalīsana

“Posição lúdica real”. A planta do pé direito apoia no chão ao mesmo nível onde se encontra sentada a figura. A perna esquerda fica suspensa ou toca ligeiramente o chão.

Bhadrāsana

“Posição da sorte”. Os pés estão no chão numa posição simétrica em frente do trono. Esta posição indica que o trono é ocupado transitoriamente, não permanentemente.

Abhayamudrā

“Gesto de encorajamento” . A mão que indica em cima, e aperta em direcção do observador, encoraja o fiel a aproximar–se de Buda.

Vitakamudrā

“Gesto de exposição à doutrina ou discussão”. O polegar e o índice formam a roda da doutrina.

Bhūmisparśamudrā

“Gesto de contacto com a terra”. O Buda sentado toca a terra com a ponta dos dedos para chamá-la como testemunho da verdade das suas palavras.

Varadamudrā

“Gesto de garantia - deferir os desejos” dos fieis. A mão aberta para baixo indica a disponibilidade de deferir os desejos dos fieis. Este mudrā pode ser expresso por figuras em pé ou sentadas, com a mão direita ou esquerda.

Śramanamudrā

“Gesto do asceta”, ou seja gesto da renuncia. A mão afastada do corpo e virada para baixo indica o abandono dos desejos mundanos.

Ciñcihnamudrā

“Gesto de compreensão”. O polegar e o indicador apertam um objecto minúsculo, o “grão “ da verdade, que simboliza a compreensão, a capacidade de perceber conceitos finos.

Tarjanamudrā

“Gesto de ameaça”. O indicador é apontado contra o demónio ou o adversário. Este gesto pode ser feito também com a mão esquerda.

Karanamudrā

“Gesto de expulsão” – exorcismo. O adepto repele o demónio com os cornos de um yak selvagem. Este mudrā pode ser feito também com a mão esquerda.

Avakāśamudrā

“Gesto de relaxamento”. A figura sentada tem a a mão esquerda perto do estômago com o palmo da mão virado para cima.

Saṅkhyāna (Gananamudrā)

O polegar fica escondido dentro da mão tocando as falanges dos outros dedos. Segundo a tradição budista com uma mão só se pode contar até 12, é um gesto que fazem só os filósofos do budismo mais tardio.

Dhyānamudrā

“Gesto de meditação” A figura sentada têm as mãos sobrepostas ao pé do estômago. A direita fica sempre em cima da esquerda.

Gesto de meditação que serva também para segurar a tigela (patrā) das esmolas e simboliza a dignidade do chefe supremo da ordem religiosa.

Dharmacakrapravartanamudrā

“Gesto de por em movimento a roda da doutrina”. O polegar e o indicador da mão direita formam a roda, o dedo mediano da mão esquerda põem simbolicamente a roda a mexer-se. Este mudrā existe em várias versões.

Vajrahūmkāramudrā

“Gesto da emissão do OM da escola de Vajra””. O vajra (masculino) segurado com a mão direita e o sino (feminino) segurado com a mão esquerda. Os braços cruzados a nível dos pulsos em frente do peito simbolizam a união mística (onde os polos opostos se fundem)

Bodhyagrimudrā

“Gesto de suma iluminação”. O absoluto vem simbolizado pelo indicador da mão direita, è contido na multiplicidade dos dedos da mão esquerda (feminino), ou seja do mundo fenoménico. As vezes as mão se podem inverter.

Uttarabodhimudrā

“Gesto da suma iluminação”. Os dedos das duas mãos são entrelaçados entre eles. Os indicadores permanecem esticados paralelamente para cima. Este gesto indica que as polaridades tornaram-se uma coisa só.

Ksepanamudrā

Depois ter mergulhado na chama que contem o nectar (amrta) os indicadores simbolizam a imortalidade (nirvana=amrta). Este mudrā simboliza também asperção com água lustral.

Añjalimudrā

(Saudação - no Buda ou Bodisatva)

Manidharamudrā

“Gesto de contenção da jóia”. As mãos seguram a jóia dos desejos (cintāmani). Avalokiteśvara.

Vajra

Ceptro-flecha que simboliza o absoluto, indestrutível e eterno. Representa também o principio ou pólo masculino. Origem: ceptro de Idra (deus das tempestades – veda) – também utilizado para simbolizar os raios. Viśvavajra (duplo vajra) Vajra universal. Indica a presença do absoluto em todas as partes do mundo. Como atributo não recorre com frequência, como elemento decorativo é muito frequente.

Ghantā

Sino, como o seu som que desaparece rapidamente, simboliza a transitoriedade, o mundo fenoménico e o princípio feminino.

Vajrakīla (tibetano: phur-ba) “Vajra-prego”. Obriga os demónios a reconhecer a doutrina budista ou os prega literalmente ao solo. Este punhal espiritual tem uma lama com três faces e acabam com a mascara de um monstro (makara). A punho é constituída por por três caras de dharmapāra e em cima acaba com meio vajra.

O vajrakīla clássico é constituído por uma liga de 5 metais. Existem também em madeira, mas tem umas formas mais primitivas e - segundo a tradição – têm menos poder. Este instrumento tântrico – origem – pau da tenda dos nómadas.

Dhamacakra

O Buda histórico Gautama com a sua Anunciação tinha posto a mexer a “roda da doutrina”, que torna-se o símbolo da doutrina budista. Tem 8 raios, que relembra o caminho óctuplo da redenção. Na versão mahāyānica a roda tem no centro o “daiji”.

“daiji”

Símbolo de origem chinesa, simboliza a interligação entre samśara e nirvāna.

Ratna/mani

Jóia no budismo simboliza a “jóia da doutrina” (dharmaratna) bem como a jóia mágica, cintāmani, “a pedra preciosa do pensamento” que satisfaz todos os desejos. Normalmente a pedra é transparente, oval, circundada por uma auréola de línguas de fogo. Alguns artistas a representam como um cristal de um rochedo com 6 colunas estilizadas. Por vezes, tem a forma de uma pérola, com dimensões maiores daquelas naturais, com uma coroa de raios. A pérola tem forma esférica.

Triratna

Jóia tripla, simboliza as três pedras preciosas: Buda/Dharma/Sangha. Encontra-se como motivoatributo, por vezes reduzido a pictograma. Nunca é segurado pelas divindades do panteão.

Stūpa (forma tibetana)

Originariamente o túmulo que encontra-se por cima das cinzas de um monge eminente, O stūpa tornou-se símbolo da doutrina budista. Venera-se o stūpa dando voltas em torno do edifício em sentido horário para direita (pradaksinā).

Pustaka (o Livro)

Simboliza a erudição e a sabedoria. Nos livros tibetanos as folhas, postas entre duas tampas d emadeira, são mantida fixas por uma fita. Nos livros indianos as “tampas” encontram-se furadas.

Pustaka Samatra – Batak XIX século (arte etnográfica)

Terço budista

Aksamālā

Tem 108 contas ou discos de osso. A cada conta o fiel pronuncia uma invocação. Os dois fios laterais, com 10 elementos cada, servem para contar as voltas do terço, um cada unidade, ou outro para contar as dezenas. Existem também terços com 54 e 27 contas.

Damaru

Tambor a forma de ampulheta constituído por duas calotes cranianas unidas nas partes convexas e revestidas de pelo, com badalos feitos com pequenas bolinhas ligadas por um fio. A fita é apenas uma decoração.

Darpana (ādarśa)

O espelho simboliza o vazio e a inconsciência sobre o mundo.

Khatvāṅga “varinha mágica” o monge que domina o tantra e tem poderes mágicos (siddhi). O nome em sânscrito significa “coluna da cama”.

A forma mais antiga tem em cima uma vajra, outros Khatvānga terminam com três pontas muitas vezes com chamas, outras vezes tem anéis de metal para fazer barulho (Khakhara).

Por baixo da ponta muitas vezes encontra-se uma caveira, uma cabeça em putrefacção ou uma cabeça acabada de tirar de um corpo e ampolas.

Danda

Ceptro, simboliza o poder punitivo e o domínio. Pode terminar com uma vajra ou com uma caveira, muitas vezes tem também o ratna, jóia. É dificilmente distinguível do gadā ou bastão do dignitário.

Camāra

Pincel com pelos de yak, simboliza a dignidade mas também vem utilizado como enxota-moscas.

Khakkhara

Bastão que faz barulho do monge mahayanico errante. O barulho produzido pelos aneis de ferro afasta os animais selvagens e avisa os cidadãos da chegada do monge.

Dhvaja

Estendarde que simboliza a vitoria da doutrina budista. Normalmente é trazido pelas figuras que contribuíram a esta vitoria.

Khadga

Espada que simboliza a destruição da ignorância. Sendo que a ponta é uma chama, corresponde também a uma chama que ilumina as trevas.

Kartr

Machado que vem utilizado no enterro “ao ar livre” tibetana, para despedaçar o cadáver para que os animais o possam devorar mais de pressa. Por isso por um lado representa a vitoria mas também a transformação da energia positiva da matéria do derrotado.

Paraśu / Machado

Ankuśa

Aguilhão que serve a picar o elefante para ele avançar. No budismo mahayanico representa o gancho que apanha os indecisos e os iniciá-los a doutrina budista.

Triśūla

Tridente que o budismo mahayanico herdou do hinduísmo as vezes tem as dimensões de uma arma simbólica. O dente central é constituído muitas vezes por uma chama.

Cāpa, (dhanu) e śara

Arco, e flecha simboliza a capacidade de alcançar o alvo – a inteligência. Outras vezes indicam determinação e força.

Pāśa

Serve para ligar os demónios e aproximá-los ao dharma. As duas extremidades podemos encontrar dois meios vajra , um anel ou um gancho e meio vajra.

Pātra

Recipiente para esmolas

Kapāla

Calote craniana vem utilizada para oferecer comida as divindades tântricas. Se a figura segura nas mãos uma calote craniana cheia de sangue ou bebe da calote significa que aceita o dom e encontra-se pronto para interceder para o oferende.

A calote craniana pode também ser representada em forma simplificada. As protuberâncias representam o sangue.

Kaśala

Frasco, pode conter néctar ou jóias

Kamadalu

Um pequeno recipiente sem pegas. Vem utilizada para versar nas mãos das figuras néctar ou água.

Nakula

Uma espécie de doninha. Normalmente costuma cuspir pérolas e pertence ao deus da riqueza.

Harītakī

Contem um óleo purgante que vem dado em caso de doença. Groselha indiana (mirobálano). Hindus acreditam que Vishnu habite nesta planta.

Resumo •

Reconhecer alguns elementos de iconografia budista e hinduísta.



Os vedas e o panteão hinduísta.



O que são os Mudrā? Reconhecer alguns mudrā e algumas posições das pernas.



Reconhecer alguns objectos ligados à iconografia budista (eg. vajra).



Importância do Budismo Mahāyāna – arte.
Budismo iconografia e simbolismo_2018

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