Em Defesa da Fé Cristã - Dave Hunt

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REIS BOOK’S DIGITAL

EM DA pÉ C r is t a Traduzido por Lena A ra n h a

& CR4D

T o d o s os d ir e i t o s r e s e r v a d o s . C o p y r i g h t © 2006 p a r a a l í n g u a p o r t u g u e s a d a C a s a P u b l i c a d o r a d A ssem b léias d e D eus. A p ro v a d o p e lo C o n se lh o d e D o u trin a . T í tu lo d o o r ig i n a l e m in g lê s : In Defense o f the Faith H a r v e s t H o u s e P u b lis h e r s , E u g e n e , O r e g o n , E U A P r i m e i r a e d i ç ã o e m in g lês: 1996 T ra d u ç ã o : L e n a A r a n h a P r e p a r a ç ã o d o s O r ig in a is : G Je y c e D u q u e R e v isã o : D a n ie le P e r e i r a C a p a , p r o je to g r á f ic o e e d i to r a ç ã o : E d u a r d o S o u z a F oto d e c a p a : S o lm a r G arcia C D D : 248 - V id a C r is tã ISBN: 85-263-0745-2 A s c ita ç õ e s b íb lic a s f o r a m e x t r a í d a s d a v e r s ã o A l m e i d a R e v is ta e C o r r i g i d a , e d i ç ã o d e 1995, d a S o c ie d a d e B íblica d o B rasil, s a lv o i n d i c a ç ã o e m c o n t r á r io . P a r a m a i o r e s i n f o r m a ç õ e s s o b r e liv r o s , r e v i s t a s , p e r i ó d i c o s e o s ú l t i m o s l a n ç a m e n t o s d a C P A D , v is ite n o s s o site: h t t p : / / w w w . c p a d . c o m . b r S A C — S e rv iç o d e A t e n d i m e n t o a o C lie n te : 0800-701-7373

Casa Publicadora das Assembléias de Deus C a i x a P o s t a l 331 20001-970, R io d e J a n e iro , R], Brasil. V edição/2 006

UMARIO

Por que Crer?

7

1. Evidência, Razão e Fé

15

2. Q uem É Deus?

35

3. A Bíblia É Confiável?

61

4. H á C ontradições na Bíblia?

89

5. Desafios à Fé 117 6. Evidências de A utenticidade e Inspiração 147 7. E quanto à Oração? 177 8. E quanto ao Mal, Satanás e os Demônios? 205 9. E quanto ao Sofrimento e o Inferno? 231 10. Um "A rrebatam ento" e um a "Segunda Vinda"? 257 11. Evangelho que Salva 287 12. Certeza da Salvação 315 N otas 335

Não é pecado duvidar de algumas coisas, mas acreditar em tudo pode ser fatal. — A W. Tozer Há espaço para ceticismo como há espaço para a fé; e±ao considerar um investimento ou a adoção de uma religião, o ceticismo deve vir primeiro. — Irwin H. Linton Em A Lawyer Examines the Bible ("Um Advogado Examina a Bíblia")

i/ ORQUECRER?

Se perguntássem os à m aioria das pessoas a razão por que crêem, m uitas delas teriam dificuldade de oferecer um a base só­ lida para sua opinião. De m odo geral, as convicções pessoais re­ ferem-se à lealdade a um a herança ou a um a tradição específica. E surpreendente notar o quanto a fé fundam enta-se na subm is­ são a um a instituição, a u m partido político, a um a igreja, ou a um sistema religioso, mas não em fatos. M uitas vezes a fé religi­ osa é mais um a dem onstração de lealdade aos pais, ao sacerdote, ou ao pastor, do que um a convicção real fund am entad a em evi­ dência sólida.

Cientistas — os Sumos Sacerdotes de Hoje? O m esm o acontece em relação ao m u n d o secular. As crenças existem por razões sociais, a fim de ser aceito em u m círculo de amigos ou entre os colegas. Por exemplo, não acreditar na evolu­ ção levaria alguém a ser ridicularizado por seus colegas e, até m esmo, a perder sua posição na com unidade acadêmica. Robert Jastrow, um dos astrônom os mais im portantes do m undo, foi o fu n d ad o r (e p o r m uitos anos o diretor) do Instituto Espacial G oddard, que lançou as sondas Pioneer e Voyager no espaço. Jastrow, agnóstico, chocou seus colegas em um a conferência n a­ cional da Associação para Ciências Avançadas ao adm itir que

8 havia evidências de u m C riador Superior do universo. Ele tam ­ bém teve coragem de escrever: Os astrônom os, curiosam ente, ficam contrariados... com a p rov a de que o universo teve u m início. A reação deles fornecenos u m a dem onstração interessante das respostas da m ente ci­ entífica — supostam ente u m a m ente bastante objetiva — , q u an ­ do a evidência revelada pela ciência entra em conflito com os artigos de fé professados p o r sua profissão... a ciência é um a es­ pécie de religião (grifo do autor).1

Colin Patterson, paleontólogo sênior do M useu Britânico de H istó ria N a tu ra l, confessou: "O s evolu cio n istas — com o os criacionistas, com quem periodicam ente travam batalhas — não passam de crentes. Trabalhei com esse assunto [evolução] por mais de vinte anos, e não houve um a coisa [factual] sequer d a qual tivesse tom ado conhecimento. E u m grande choque saber que alguém p o d e ser enganado p or tanto tem po".2 Watson, D.M.S., o h om em que tornou a evolução p o p u lar na televisão britânica, (como Carl Sagan o fez na televisão norte-am ericana), ao falar diante de u m a platéia de biólogos, ressaltou que todos ali com­ p artilhavam da m esm a fé religiosa: A evolução em si m esm a é aceita po r zoologistas não p o r­ que observaram sua ocorrência... n em p o rq u e ela p o d e ser p ro ­ v ad a logicam ente por meio de evidências coerentes, m as porque ela é a ú n ic a a lte r n a tiv a ; a c ria çã o e s p e c ia l é c la ra m e n te inacreditável [algo que m uitos cientistas não querem adm itir].3

Fred Hoyle, im portante astrônom o britânico, lem bra-nos do fato matem ático, m uito bem conhecido de que "m esm o se todo universo consistisse de um a sopa orgânica", a chance de essa sopa produzir as enzimas básicas da vida, por meio de processos alea­ tórios sem u m a direção inteligente, seria de aproxim adam ente um a em dez, com 40 mil zeros depois dele. Em outras palavras, isso jamais poderia acontecer — jamais! Hoyle diz: "A Evolução D arw iniana provavelm ente não o alcançará nem m esm o em um a seqüência exata, sem falar nas m ilhares de células vivas que d e­ p en d em da m esm a p ara a sobrevivência". Portanto, p or que essa

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teoria totalm ente im possível é ainda m uito prestigiada? Hoyle acusa os evolucionistas de defender u m a fé religiosa: A situação [a im possibilidade m atem ática] é bem conhecida dos geneticistas, m as parece que, m esm o assim, n in g uém põe u m ponto final decisivo nessa teoria... A m aioria dos cientistas apóia-se no darw in ism o p o r causa do p o d er que exerce no sistem a educacional... Você precisa acre­ ditar nos conceitos ou será considerado u m herético.4

Ninguém Gosta de Estar Errado Portando, considerando a concepção de que os cientistas su­ postam ente abraçam as crenças p o r razões fun d am en tad as em fatos, não é de surpreender que até m esm o um a pessoa com um tam bém faça isso. U m a afirm ação típica é: "Nasci h in d u e p er­ m anecerei h in d u até morrer!" A palavra "h in d u " p o d e ser subs­ tituída p or "m uçulm ano", "católico", "batista", "m órm on" ou m uitas outras designações religiosas. Infelizmente, o que parece ser um a "fé" p rofundam ente enraizada é, m uitas vezes, alim en­ tada pelo orgulho e pela obstinação inata. N inguém gosta de estar errado. É particularm ente hum ilhante adm itir que a fé religiosa de toda a vida de um a pessoa tenha sido colocada em lugar errado e que a fé h erd ad a de seus ances­ trais (ou que o ponto de vista "científico" aprendido na universi­ dade), na verdade, é falsa. Afinal, a ciência (como vários cientis­ tas agora adm item ) e o ateísm o algum as vezes tam bém criam "crenças" religiosas. M uitas pessoas aceitam o que é divulgado p or meio do rádio ou da televisão ou dos jornais e revistas como se a m ídia não cometesse erros e estivesse livre de preconceito. É claro que ambas as pressuposições são tolas. N enhum a pessoa ou agência noticiosa é infalível ou não tendenciosa. Isso tam bém vale para escolas, educadores e livros de estudos. Sabemos que um a falsa história tem sido ensinada nos países com unistas, porém , m uitas vezes, não reconhecemos que um a falsidade similar foi instilada no oci­ dente por causa cie um preconceito igualm ente perigoso e deso­ nesto. É necessário ter coragem e hu m ild ade para encarar os fa-

10 tos, especialm ente quan d o eles frustram tendências e lealdades existentes há m uito tempo.

A Ingenuidade Universal Se um a pessoa não presencia u m incidente no m om ento em que ocorre, parece que não tem outra escolha a não ser acreditar no relato de u m a testem unha ocular. N essa circunstância, parece razoável acreditar no relato de alguém que você conhece pesso­ alm ente e em quem confia de form a plena. Seria desleal du v id ar de u m bom amigo. N a verdade, d u v id ar dessa pessoa, aparente­ m ente, eqüivale acusá-la de m entir ou, pelo m enos, de não saber sobre o que está falando e, portanto, não ser confiável. N o entanto, é necessária um a palavra de advertência. Erros fatais p o d em se com etidos m esm o q u ando a testem unha ocular é u m am igo próxim o em quem confiamos com pletam ente. U m a pessoa p ru d en te faz p erguntas inteligentes p ara ter certeza de que o ocorrido foi relatado de m aneira acurada e de que a teste­ m u n h a com preendeu o acontecido da m aneira como isso real­ m ente aconteceu. A penas q u ando os fatos são claram ente esta­ belecidos, a pessoa p o d e acreditar no relatório sem se im portar com quem o tenha relatado. N a m aioria das vezes, m uitos de nós somos ingênuos. Por essa razão, os artistas da vigarice acham alvos fáceis e defraud am milhões de vítim as a cada ano nos Estados Unidos. Todos precisam os ter u m a dose saudável de ceticismo. H á u m a história que conta sobre u m hom em que passava p o r um a ru a e jogou u m a m oeda na caneca de lata que u m hom em segurava, usando óculos escuros e m ostrando u m cartaz que dizia: "Ajude um p o ­ bre cego". Após dar mais alguns passos o hom em que deu a moeda virou-se e ficou chocado ao ver o "cego" tirar seus óculos escuros e exam inar dentro da caneca. O hom em que d eu a m oeda retor­ n o u rapidam ente e declarou com raiva: "Você não é cego!", ao que o "cego" replicou: "Não, senhor, não sou cego. O cego está de folga; estou apenas em seu lugar. Geralm ente, eu sou o surdom u d o que fica na outra esquina".

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Não havia necessidade de fazer muitas perguntas ao "cego" para descobrir a verdade antes de jogar a moeda na caneca de lata. Tam­ bém não são necessárias muitas perguntas para descobrir a verdade sobre um a religião específica, embora poucas perguntas sejam u su­ almente feitas. Q uando se referem à religião, no entanto, na maioria das vezes elas não são nem mesmo permitidas. Nesses vários anos de viagens ao redor do m undo para palestrar a diferentes platéias em países e culturas distintas, sempre valorizei o mom ento em que os ouvintes têm a oportunidade de desafiar-me com perguntas. En­ tretanto, disseram-me que a maioria dos pregadores e professores raramente oferece essa oportunidade aos ouvintes.

Qual É a Razão de sua Fé? Todas as religiões em algum m om ento ou outro exigem fé — e, freqüentem ente, não em Deus, m as no sistem a religioso, na igreja em si, no fu n d ad o r ou no líder religioso. O resultado de depositar a confiança em algo o u alguém que não seja Deus, em ­ bora esse algo ou esse alguém possa reivindicar que representa o Senhor, a decepção inevitavelm ente aparece. U m indivíduo pode tornar-se cínico e dar as costas a toda religião e, a partir desse m om ento, rejeitar a possibilidade da verdade. O u o indivíduo, para que possa conhecer Deus, p od e tornar-se u m seguidor mais diligente e cauteloso, m ais sábio e determ inado do que costum a­ va ser, porém agora, mais cauteloso sobre as prom essas e ensina­ m entos de meros homens. Como veremos nas páginas seguintes, qualquer "fé" que não for fundam entada na razão, apoiada em evidências irrefutáveis, é um a verdadeira loucura. A Bíblia apresenta o registro daquilo que chama de "fé", esse elemento fundam ental que oferece a única res­ posta confiável a todas as questões suprem as da vida. Queremos encarar essas questões de forma honesta e aberta e, ao m esm o tem ­ po, termos o maior cuidado de estarmos certos de que as respostas às quais chegamos são válidas. Permitiremos que os críticos desa­ fiem a Bíblia de todo ângulo possível e descobriremos que a evi­ dência em favor da "fé" é absolutamente invencível.

42 N ão há n ad a errado em form ular questões em busca da ver­ dade. N a realidade, apresentar questões é essencial no processo de descoberta da verdade. Q uaisquer respostas que sejam ofere­ cidas têm de ser questionadas até que o indivíduo esteja satisfei­ to de que a verd ad e foi encontrada. Portanto, este livro é apenas u m a série de p erguntas que os investigadores sinceros (e m uitos críticos, céticos e ateístas) têm feito e de respostas que apresen­ tam u m a razão para cada um desses questionam entos. As questões encontradas nas páginas seguintes foram feitas a este autor p or m uitas pessoas sinceras do m u n d o inteiro, as quais estavam honestam ente buscando a evidência que pudesse sustentar em si a fé verdadeira ou estavam fazendo o m elhor que po d iam p ara destruir a Bíblia e "fé" que a m esm a oferece a toda a hum an id ad e. As preocupações.expressas pelos questionadores abrangem um a variedade de tópicos, desde como alguém pode saber se a Bíblia é verdade e se Jesus Cristo realm ente existiu até se Ele é ou não o Salvador dos pecadores e como alguém pode ter certeza da salvação. A precisão da profecia bíblica é outro dos m uitos tópicos que exigirão nossa atenção. A validade científica e histórica da Bíblia tam bém serão exam inadas com as questões referentes à existência do Deus da Bíblia e outras preocupações de im portância vital. O plano geral é m uito simples: U m a p ergunta é feita e a res­ posta é oferecida conforme a com preensão que o autor conclui sobre assuntos referentes à Bíblia, à ciência, à história e à expe­ riência pessoal. Os cap ítu lo s são d iv id id o s de acordo com o assu n to geral a ser discutido.

Aquele que deseja filosofar deve começar por duvidar de todas as coisas. — G iordano B ru n o '

Quando o fundador de uma nova religião reclamou que esta fez pouco progresso entre as pessoas, Talleyrand replicou: "Apresentar uma nova religião não é um assunto fácil. No entanto, há algo que o aconselharia a fazer [...]. Vá e seja crucificado, depois enterrado e, a seguir, ressuscite no terceiro dia; e depois faça milagres, ressuscite os mortos, cure todas as doenças e expulse demônios — e assim é possível que você alcance seu objetivo". Esta foi a maneira astuta de Talleyrand dizer que aquela religião era um embuste, a qual deveria estar fundamentada em uma mentira. — S a m u e l P. P u t n a m 2

Como pôde um carpinteiro, [...] nascido em meio a um povo cujos grandes mestres eram limitados, amargos, intolerantes, legalistas pedantes, ser o supremo Mestre religioso que o m undo já conheceu, [...] a figura mais importante na história do mundo? — W .

S. P eake3

Nenhum a revolução que já aconteceu na sociedade pode ser comparada àquela que foi produzida pelas palavras de Jesus Cristo. — M a r k H o p kin s4

Para a mente teórica, [o cristianismo] pode abrigar tudo que a ciência p uder descobrir e ainda desafia a ciência a aprofundar-se mais e mais. — G ordon A llp o r t5

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pVIDÊNCIA, RAZÃO E FÉ

Um Salto no Escuro Q uestão: Sempre com preendi que há u m a diferença entre crença e fé — a crença está fu n d am en tad a no fato, e a fé, u m a vez que se relaciona à religião, deve estar divorciada da evidência e da razão. Isso parece razoável, m as ultim am ente tenho pensado se isso deveria ser verdade e p or que deveria ser verdade. Você poderia me ajudar? R esp o sta : Você está lutando com um a com preensão equivo­

cada, que é m uito séria e que levou m ultidões à escravidão reli­ giosa ao longo da história. A Bíblia considera que crença e fé es­ tão no m esm o nível, que não existe diferença entre elas. U m p o u ­ co de bom senso e um pouco de reflexão lhe dirão que fé deve ser u m fundam ento factual seguro tanto quanto a crença. A fé não é um salto no escuro. Além disso, fé em Deus e em sua Palavra, p or envolver assuntos eternos, é m uito mais im portante do que a crença sobre os assuntos referentes a esta vida. A fé, portanto, deve ser u m a base mais sólida do que a m era crença. A lguém pode estar disposto a p erm itir algum a incerteza em relação aos assuntos terrenos, m as apenas um tolo se sentiria

16 confortável com, até mesm o, o m enor grau de dú v id a quanto às coisas que o afetam eternam ente. N ão é de surpreender que o apóstolo P aulo tenh a escrito: “Exam inai tudo. Retende o bem " (1 Ts 5.21; grifo do autor). Lucas nos relata que nos q uarenta dias que Jesus passou com seus discípulos após sua ressurreição, Ele "se apresentou vivo, com m uitas e infalíveis provas" (At 1.3; grifo do autor). Clara­ mente, Cristo não achou que seria suficiente apenas m ostrar-se a seus discípulos sem p rovar com evidências irrefutáveis sua res­ surreição. Ele considerou tanto legítimo quanto essencial provar que Ele era exatam ente o m esm o que fora crucificado e que res­ suscitara dos m ortos no m esm o corpo (mas agora em um a nova e gloriosa forma) que fora sepultado sem vida. "Vede as m inhas m ãos e os m eus pés, que sou eu m esm o," Cristo disse aos discípulos estupefatos na prim eira vez que Ele apareceu-lhes depois de sua ressurreição. "Tocai-me e vede, pois u m espírito [fantasma] não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho" (Lc 24.39; grifo do autor). Eles p en saram que estavam vendo u m fantasm a, m as Jesus p rovou o contrário. O incrédulo Tomé não estava presente nesta prim eira ocasião, e Cristo decla­ rou posteriorm ente: "Põe aqui o teu dedo e vê as m inhas mãos; chega a tu a m ão e põe-na no m eu lado..." (Jo 20.27) Ali estava a tangível evidência irrefutável. O senso com um diz que a prova irrefutável deve ser exigida antes de se fazer u m com prom isso, u m investim ento nesta vida. Portanto, é ainda m ais im portante estar absolutam ente certo e fu n d am en tad o em provas sólidas antes de aceitar, pela fé, as coi­ sas que afetam o destino eterno de u m indivíduo. A verdadeira "fé" como verem os, po d e apenas estar fu n d am en tad a sobre fa­ tos — não sobre sentim entos, intuição ou emoção. E, tam pouco, a fé surge da subm issão cega a algum as autoridades religiosas.

Ver Significa realmente Crer? Q uestão: U m fam oso adágio diz: "Ver p ara crer". A Bíblia diz: "Porque andam os p or fé e não p o r vista" (2 Co 5.7). Essas d uas idéias parecem estar em conflito direto um a com a outra. Q ual delas está correta?

47 R e sp o sta : A prim eira afirmação, em bora possa ser parcial­ m ente verdadeira, pode dar u m a im pressão errada; a segunda é totalm ente verdadeira. Em bora "ver" com os próprios olhos ou testem unhar um a ocorrência possa ajudar a pessoa a crer, nem sem pre a pessoa "vê" de m aneira acurada. Portanto, "ver" não é sem pre um a razão suficiente p ara crer em algum a coisa. Com o tam bém "ver" não é essencial p ara crer, pois, obviam ente, cre­ mos em m uitas coisas que nunca vimos. Por exem plo, m uitas pessoas nunca estiveram na China e, portanto, nunca viram este país com seus próprios olhos. Conse­ qüentem ente, eles acreditam que este lugar existe p o r meio de ab u n d an tes testem u n h o s dos que já estiveram lá e de m uitas outras evidências. N inguém jam ais viu a gravidade, em bora já tenham os observado o que acreditam os que sejam seus efeitos. Bem como n en h u m cientista já viu a energia, em bora hoje acredi­ temos que ela seja a m atéria de que todo o universo é feito. Além disso, a aparência p o d e ser enganosa, como todos sa­ bem os p or experiência. A m iragem po d e fazer com que a areia escaldante de um árido deserto pareça ser água. U m mágico em cena pode iludir a audiência p ara que "veja" algo impossível. N a verdade, em n en h u m a instância nós realm ente "vem os" o que estamos olhando. O leitor, na v erdade, não vê as páginas e a im ­ pressão deste livro. O que ele "vê" é a im pressão criada em suas células cerebrais de um reflexo conduzido p or pequenas ondas para dentro de seus olhos e depois ao longo de conexões n erv o ­ sas para seu cérebro. O que quer que essa im pressão seja exata­ mente, com o que a página e a tinta realm ente se "parecem " ou realm ente "são" pode nunca ser conhecido p or nós, meros m or­ tais. Portanto, "ver" não é o que alguém julga que a coisa seja e certamente não é o melhor fundam ento para a crença. James Jeans, astrônom o britânico, declarou: A grande conquista física do século XX não foi a teoria da relatividade... n em a teoria quântica... tam pouco a divisão do áto­ mo... [mas] é o reconhecim ento geral de que não estam os ainda em contato com a realidade últim a...6

Andamos por Fé e não por Vista As palavras de Jesus q u ando Ele se revelou a p ara Tomé fo­ ram m uito instrutivas: "Porque me viste, Tomé, creste; bem -aven-

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Fe C xíjtâ

tu rado s os que não viram e creram!" (Jo 20.29) Pedro escreveu sobre o Cristo ressurrecto que agora está no céu à direita do Pai: "Ao qual, não o h avendo visto, amais; no qual, não o vendo ago­ ra, m as crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso" (1 Pe 1.8). Se "ver é crer", então todos que vivem hoje que, ao contrário de Tomé, nunca viram ou tocaram Cristo fisicamente, não p o d e ­ riam crer nEle. De fato, se "ver é crer" fosse verdade, ninguém poderia acre­ ditar em Deus, pois Ele habita "na luz inacessível; a quem ne­ n h u m dos hom ens viu nem pode ver" (1 Tm 6.16; grifo do autor). O apóstolo João declarou que "Deus nunca foi visto p or alguém " (Jo 1.18; 1 Jo 4.12). A inda assim, acreditam os em Deus, e m ilhares de pessoas inteligentes tam bém crêem nEle sem que jamais o te­ n h am visto com seus próprios olhos. Portanto, obviam ente, a fé não envolve ver com os olhos, pois a fé faz contato com o que é invisível. O m aior capítulo sobre a fé na Bíblia inicia-se com: "Ora, a fé é [...] a prova das coisas que se não vêem" (Hb 11.1; grifo do autor). Essas afirmações bíblicas revelam o grande logro do ensino fun d am en tad o na visualização. Por exem plo, o pasto r da m aior igreja do m u n d o insiste que é im possível ter fé e receber resposta p ara u m a oração sem que visualizem os claram ente o objeto ou o resultado pelo qual alguém está o rando.7 Ao contrário, a tentati­ va de visualizar e, conseqüentem ente, de "ver" destrói a fé, que apenas pode envolver o que não vemosl Lembre-se, "andam os por fé e não por vista ", e as duas são incompatíveis. Os elementos mais im portantes desta vida física (amor, ale­ gria, paz, propósito, contentam ento, verdade, justiça, etc.) não p o ­ dem nem ser vistos nem explicados. Não m uito tem po atrás, o m u n d o acadêmico acreditava am plam ente que a ciência física, um dia, explicaria tudo, inclusive a consciência. Essa esperança vã não é mais adm itida pela maioria dos cientistas. John Eccles, prêm io Nobel, apontou que o recente reconhecimento de que a mente é u m ente não-físico causou o colapso do materialismo científico.8 Erwin Schroedinger, outro prêm io Nobel, que desem penhou p a ­ pel vital na pesquisa, apresentando ao m undo contemporâneo um a nova física, expressou isso de m aneira bastante direta:

13 A descrição científica do m u n d o real que m e rodeia... silen­ ciou assustadoram ente sobre tudo... que se encontra realm ente p erto de nosso coração, tu do que realm ente é im portante para nós... [ela] não sabe nada... sobre o bem e o mal, sobre Deus e a eternidade... De onde venho e para onde vou? Esta é a grande e insondável questão para cada um de nós. A ciência não tem resposta para isso.11

O "ver" tem sérias limitações, além de ter m uito pouco a ver com o "crer" e nada a dizer a respeito da "fé". D evemos ter fé se quiserm os saber sobre as coisas m ais im portantes da vida (amor, alegria, paz, propósito, contentam ento, verdade, justiça, etc.), as quais a ciência não pode revelar e a respeito das quais ela nada tem a esclarecer. Porém essa afirmação im ediatam ente suscita a im portante questão de como u m a pessoa p o d e acreditar em algo ou em alguém que nunca viu e que, na v erdade, não p o d e ver. A fé deve estar fundamentada em evidências que independem de sinais físicos ou comprovação científica, mas que são irrefutáveis. O restante deste livro tratará bastante desse assunto.

É Errado Querer Evidências para sua Crença? Questão: Desde criança fui criado em um a determ inada igreja e acreditei em tu do que o pastor e m eus pais m e ensinaram q u an ­ do eu era jovem. C onseqüentem ente, quan d o fiquei mais velho comecei a ter m uitas dúvidas; m as q u an d o p erguntei ao pastor sobre elas, ele disse que eu tinha de aceitar as declarações de nos­ so santo Pai e dos pastores. Eu queria acreditar, porém essas ques­ tões continuavam a me incomodar. E errado querer algum a evi­ dência e, até mesmo, algum a prova sobre o que a igreja ensina? R esp o sta : E surpreendente a quan tid ad e de pessoas que vai regularm ente à igreja e aceitou a perigosa e ilógica idéia de que quando vem p ara a religião a pessoa não p o d e nunca questionar nada, pois isso dem onstraria um a "falta de fé". Ao contrário, as questões precisam ser form uladas e a pessoa não deve ficar satis­ feita até que se sinta segura em relação à resposta recebida. O ceticismo, na verdade, é essencial como um prim eiro passo em

20 direção à fé, desde que ele não se revista de orgulho nem se tran s­ form e em um pretexto p ara o preconceito. A credulidade ingê­ n u a não ajuda a fé verdadeira; na verdade, é sua inimiga. A fé é a confiança absoluta e total. Certamente, ninguém ou nad a além de Deus é m erecedor de nossa absoluta e total confian­ ça e, portanto, de nossa fé. Jesus disse: "Tende fé em Deus" (Mc 11.22). Portanto, quando a fé é associada a alguém (pastor, sacer­ dote, guru) ou a algo (igreja, religião, instituição) que não seja Deus, está m al direcionada. A penas Deus é onipotente, onisciente e onipresente e, portanto, não nos desaponta quando cremos nEle. A penas Ele é merecedor de nossa confiança total; e Ele responsabi­ liza cada de u m nós p or conhecê-lo pessoalm ente e, como princí­ pio fundam ental, depositar nossa total confiança apenas nEle. Conhecê-lo pessoalmente ? Sim. Tanto a Bíblia quanto o senso com um nos mostram isso. N enhum pastor, sacerdote, guru ou igreja que reivindicam atuar como m ediador entre Deus e o hom em nos diz: "Confie em m im ", estão por meio desta reivindicação exigin­ do nossa total confiança, que deve ser dirigida apenas a Deus. O b­ viamente, se for para u m a pessoa agir como m ediador entre Deus e a hum anidade, esta precisa tam bém ser Deus, já que ninguém mais é merecedor de nossa confiança incondicional. Jesus Cristo é Deus que se tornou hom em por meio do nascimento virginal. Por isso é que a Bíblia diz: "Porque há um só Deus e u m só [apenas um] m ediador entre Deus e os hom ens, [que tam bém é Deus] Jesus Cristo, hom em " (1 Tm 2.5; grifos do autor). Q u a lq u e r s is te m a re lig io s o q u e d e m a n d a fé em seu s ensinamentos — fundam entado em sua alegada autoridade em vez de fundam entar-se em firme evidência —, e o qual é relutante em perm itir que suas doutrinas e afirmações sejam livremente exami­ nadas por m entes sinceras e inquisitivas, não pode ser confiável. A idéia de que apenas a elite do sacerdócio ou clero é qualificada p ara determ inar a verdade em relação à religião, moral ou fé e de que seus dogm as devem ser aceitos sem questionam ento é um a m entira que já custou a m uitos sua liberdade e paz de espírito na terra e os condenou a passar a eternidade no inferno. D eus mesmo disse à hum anidade: "Vinde, então, e argiii-me" (Is 1.18; grifo do autor). Esperamos seguir esse aviso ao longo deste livro.

21 Qual É o Papel da Evidência e o da Razão? Q uestão: Posso ver que não faz sentido e que seria m uito perigoso crer em algum a coisa sim plesm ente porque algum a igre­ ja ou líder religioso diz que assim devo fazer. O bviam ente, deve haver outros fundam entos p ara a crença. Por esta razão, estou confuso, pois se a "fé" está fu n d am en tad a em razão e evidências, não parece ser a verdadeira fé. R esposta: Sua confusão é resultado de im aginar que a razão e a evidência estão envolvidas em toda a fé, o que poderia tornar a fé totalmente racional — e aí, eu concordo, isso não faria sentido. Certam ente, a fé não é necessária p ara se acreditar em coisas que são evidentes em si m esm as ou que po d em ser de todo com pro­ vadas, tais como o fato de que o sol está no céu e enviando seu calor p ara a Terra.

Por outro lado, a razão e a evidência p o d em legitim am ente apontar a direção que a fé deve seguir — é necessário fazer isso. Na verdade, a fé não deve transgredir a evidência e a razão, ou ela seria irracional. A fé está u m passo além da razão, portanto, segue apenas a direção ap o ntada pela razão e pela evidência. A idéia de "salto de fé" (em que a fé deve ser irracional) foi difundida por algum as escolas de filosofia e religião. N o entan ­ to, se isso fosse verdade não haveria outros fundam entos p ara a fé, e esta seria apenas fu n d am en tada em sentim entos e em intuições da pessoa que crê. Em conseqüência, a pessoa poderia acre­ ditar ou ter fé em qualquer coisa. Com o diz o ditado: "Se isso funciona para você, está correto" — u m a idéia insensata que nega a incondicionalidade da verdade. De acordo com essa teoria, a fé em si m esm a é que se torna im portante, não o objeto da p ró p ria fé. N ão im porta em que al­ guém acredita. A pessoa precisa acreditar em alguma coisa, para depois dar o salto. Essa é a crença que causa o efeito que alguém busca — um a teoria que contém algum a verdade tem porária e limitada. Sim, acreditar na Força da G uerra das Estrelas ou que Deus é um a espécie de gênio mágico que existe para com andar alguém pode, na verdade, trazer u m a tem porária sensação de

bem-estar. Por fim, essa crença se torna u m a desilusão e a bolha de euforia se rom pe, deixando a pessoa em u m a situação pior do que a anterior.

Fé É a Resposta para a Verdade Demonstrada A prim eira vista p o d e parecer norm al rejeitarmos a razão e a evidência, pois Deus está m uito além de nossa capacidade de com preensão total e, dessa m aneira, está além de qualquer prova que possam os com preender. M uito m enos que a prova, como p o ­ deria a evidência ter qualquer participação na crença em Deus? Com o já vim os, de qualquer m odo, se a razão não tem qualquer participação na fé, assim a pessoa p o d e acreditar em qualquer tipo de "deus" — um a idéia claram ente falsa. A pessoa deve ter alguma evidência até m esm o p ara crer que existe u m Deus. De outra m aneira, como a idéia de Deus poderia se sustentar? Felizmente, a evidência sobre Ele está em todo lugar a nossa volta: "Os céus m anifestam a glória de Deus. [...] Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do m u n d o , tanto seu eterno p o d er como a sua divindade, se en tendem e claram ente se vêem pelas coisas que estão criadas, p ara que eles [toda a h u m a n id a­ de] fiquem inescusáveis" (SI 19.1, Rm 1.20; grifo do autor). N in ­ guém pode aprender m uito sobre a incrível natureza do univer­ so, n em sobre a beleza da sim plicidade da estru tu ra atômica dos elementos, nem sobre a incom preensível com plexidade de um a célula viva com dez mil reações químicas, acontecendo em p e r­ feita harm onia um as com as outras, sem se dar conta de que isso não p oderia acontecer p or acaso. A estrutura de um a folha (e quanto m ais a do cérebro h u m a ­ no) requer u m Planejador inteligente, que está além de nossos mais altos pensam entos ou Ele não seria capaz de criar e gover­ nar o universo. Certam ente é apropriado que observem os a in­ crível ordem do universo e que, diante de tal evidência, chegue­ m os à conclusão de que o universo, bem como nós m esm os, não somos frutos do acaso, m as devem os ter sido planejados e cria­ dos p or u m Ser com inteligência e capacidade para fazer tudo isso. Evidência e razão apontam para Deus. Isto não é apenas o a u ­ têntico prim eiro passo para conhecê-lo, m as tam bém o essencial.

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Este Deus, entretanto, a fim de ser o C riador e o Sustentador do universo deve ter habilidades que estão infinitam ente além de nossa capacidade de com preensão. A razão pode seguir a evi­ dência apenas até esse ponto e depois percebe que a com preen­ são de tudo está m uito além de sua capacidade. N este ponto é que a fé d á o próxim o passo p ara conhecê-lo, u m passo que está além da capacidade da razão acom panhar, m as que é d ad o (e precisa ser dado) na direção ap o n tad a pela razão e pela evidência. O ateu vê esta m esm a evidência, e ele tam bém dá o passo de "fé", p ara além da razão. Infelizmente, entretanto, ele dá este passo tentando escapar das conseqüências de adm itir a existên­ cia de Deus e, deste m odo, de suas responsabilidades p ara com seu criador. O ateu dá o "salto de fé" em direção oposta para a qual a razão e a evidência claram ente apontam . Ele escolhe ne­ gar a evidência e, conseqüentem ente, sua "fé" é totalm ente irra­ cional, em bora, de qualquer m odo, seja u m a fé genuína. H á m uitas outras evidências específicas p ara se crer em am ­ bos, em D eus e na Bíblia como sua Palavra, m as tratarem os des­ sas evidências m ais tarde.

Evite Tentar "Coagir" a si mesmo a Crer Questão: Tenho m e esforçado com essa coisa cham ada "fé"

durante toda a m inha vida. Eu quero "crer" em D eus e na Bíblia, mas não consigo coagir-me a isso. Continuo sendo im p o rtu n ad o por dúvidas. O que devo fazer? Resposta: De forma alguma "se obrigue" a acreditar em Deus ou na Bíblia. Deixe-me sugerir que você inicie encarando a necessi­ dade racional de que Deus exista. N em o universo nem nós mesmos existiríamos ou teríamos qualquer propósito ou significado sem Deus. A Bíblia inicia-se assim: "N o princípio, criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). Ela não questiona a existência de Deus, pois este fato é evidente em si mesmo por meio do universo que nos rodeia e que foi inserido por Deus na consciência de cada pessoa.

A Bíblia declara de m aneira inapelável: "Disseram os néscios no seu coração: N ão há D eus" (SI 14.1; 53.1). Q ualquer ser h u m a­

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no racional deve concordar com este pronunciam ento. A penas u m tolo poderia pensar que o universo existe p or acaso. Confor­ me Linus Pauling, ganhador do prêm io Nobel, declarou, apenas u m a célula viva do corpo h u m an o "é m ais complexa que a cida­ de de N ova Iorque". É um absurdo im aginar que a vida em si m esm a (a qual é um m istério que está além da capacidade de sondagem da ciência) e a incrível com plexidade da substância que m antém a vida tenham acontecido p or acaso.

Todas as Evidências Apontam para Deus S uponha que dois sobreviventes do naufrágio de u m navio tenham ficado, por dias, à deriva em um bote salva-vidas no oceano Pacífico e, p or fim, são arrastados p ara a praia de um a ilha. A g ran d e esperança deles, claro, é que a ilha esteja h ab itad a p ara q u e p o s s a m ter a lim e n to , c u id a d o s m é d ico s e m eio s p a ra reto rn ar a sua d istante terra natal. S eguindo seu cam inho p ara d e n tro d a floresta, re p e n tin a m e n te e n c o n tra m u m a fábrica automatizada operando a pleno vapor. Apesar de nenhum a pessoa aparecer, os p ro d u to s estão sendo m a n u fatu rad o s, em balados e ro tu lad o s p ara em barque. U m deles exclama: "D eus seja louvado! A ilha é habitada! A lguém deve ter feito esta fábrica e a supervisiona!" "Você está louco", seu com panheiro replica. "Você esteve exposto ao sol p o r m uito tem po. N ão há absolutam ente n en h u ­ m a razão p ara acreditar que esta coisa foi planejada e posta p ara funcionar p or qualquer ser pensante. Isto apenas aconteceu por acaso sabe-se lá h á quantos bilhões de anos." O prim eiro hom em deu um a olhada para os pés e viu um reló­ gio com a pulseira quebrada caído sobre a sujeira. N ovamente, ele exclama: "Olhe! U m relógio! Isso prova que a ilha é habitada!" "Você deve estar brincando", seu com panheiro replica. "Esta coisa é apenas u m a conglom eração de átom os que, por acaso, chegou a essa form a após bilhões de anos de seleção aleatória." N enhum a pessoa em sã consciência pode im aginar que um a fábrica ou um relógio poderia surgir por acaso. Portanto, como qualquer pessoa racional poderia insistir que o universo veio a

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existir por acaso e, m uito menos, que as complexas formas de vida da Terra possam ter surgido por acaso! U m a simples célula viva de um a folha ou de um animal é milhares de vezes mais complexa do que um a fábrica e um relógio juntos. O corpo hum ano consiste de trilhões de células, de milhares de tipos diferentes, todas traba­ lhando juntas em perfeito equilíbrio. Nossos melhores cientistas não p o d e m p ro d u z ir u m cérebro h u m a n o m esm o com to d a tecnologia e com putadores disponíveis hoje. Apenas Deus pode fazer isso. Certamente, isso não se deve ao acaso! Também não faria sentido Deus criar o hom em se não tivesse um propósito definido p ara ele. N ada é mais frustrante para um a pessoa inteligente do que não ter propósito algum na vida. N em mesmo a idéia de propósito poderia surgir por acaso, pois p ropó­ sito e acaso são opostos. Não existe plano sem planejador. Portanto, sabemos que Deus tinha um propósito para nos criar. E assim, Ele precisava ter um a m aneira de nos comunicar seu propósito. A Bíblia afirma ser a palavra de Deus para a h u m an id ad e e explica os propósitos e planos divinos. N ão se espera que acredi­ temos nessa afirmação sem evidências suficientes, mas, de fato, essa afirm ação é fund am en tad a p o r u m vasto núm ero de evi­ dências. M uitas delas estão nos m useus do m u n d o todo e são tão irrefutáveis que qualquer pessoa capaz de ler a Bíblia não tem desculpa para d u v id ar dessas afirmações. A presentarem os m u i­ tas dessas provas ao longo deste livro. A m aior prova da existência de Deus que a Bíblia oferece é o c u m p r im e n to d e c e n te n a s d e p r o f e c ia s e s p e c ífic a s . Em Isaías 46.9,10 D eus diz que prova sua existência ao anunciar o que acontecerá antes que aconteça. Em Isaías 43.10, Deus diz à nação de Israel que ela precisa ser sua testem unha de que Ele é Deus, tanto para si m esm a quanto para o m undo. Como isso acon­ tece? Por causa das m uitas profecias que Deus fez em relação a Israel e que se cum priram : que os judeus seriam espalhados p or todas as nações da terra; que seriam odiados e perseguidos e m or­ tos como n en h u m outro povo (anti-semitismo); que seriam p re ­ servados apesar dos m ilhares de tipos de H itler que tentaram exterminá-los; que, nos últim os dias, seriam trazidos de volta a terra deles... e m uitas outras profecias que foram claramente cum-

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pridas e estão no processo de serem cum pridas bem diante de nossos olhos. N ão abordarem os esses detalhes aqui, pois, em outros livros, já tratam os detalhadam ente com a profecia. Entretanto, o objeti­ vo é que ninguém deve acreditar em n ad a sem um a razão sólida p ara isso e que a evidência que leva a h u m an id ad e a acreditar em Deus e na Bíblia é absolutam ente inconfundível.

Se Temos a Evidência e a Razão, por que a Fé? Q uestão: Se a evidência e a razão são partes essenciais da fé,

não vejo p o r que Deus deve nos exigir a fé. Por que não nos dá a prova de tudo? Ter de dar este passo de fé parece ser irracional p ara mim. R esposta: A resposta para sua questão é ditada p or nossos li­

mites pessoais, não por algum a exigência exorbitante que Deus faz. Teríamos de ser como Deus para que tudo fosse provado e racionalizado para nós. Obviamente, não somos como Ele: somos finitos, e Deus é infinito. Simplesmente não temos a capacidade de compreender tudo sobre Deus e seu universo. Portanto, precisamos confiar nEle quando nos fala sobre coisas que não podem os com ­ preender de forma plena. E nesse m om ento que a fé entra em ação. O que podem os com preender em relação ao universo e de nossa responsabilidade para com Deus a p artir de nossa razão e consciência é suficiente p ara nos p ô r na direção correta. Para sa­ ber, fun d am entad o na evidência, que D eus existe, tem os de p e­ dir-lhe para revelar-se a nós e m ostrar seu desejo p ara nossa vida. Estamos dispostos a confiar nEle e em qualquer coisa que nos diga, m esm o que não a com preendam os de form a algum a. Des­ cobrimos (conforme veremos) que Ele nos falou de form a clara e com preensiva p or interm édio da Bíblia.

A Fé Revela um Universo que Está além da Compreensão Humana A fé verdadeira esclarece para nós u m conhecimento de Deus e de sua verd ad e que não poderíam os descobrir de outra forma.

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Esse é o valor da fé em Deus. Assim que o conhecemos e temos confiança de que realm ente o estam os ouvindo, então com preen­ dem os sua v erdade ao acreditar no que Ele diz. Com o resultado, conseguim os conhecer e com preender o que, de outra forma, se­ ria im possível de captar. Por exemplo, a Bíblia declara: "Pela fé, entendem os que os m undos, pela palavra de Deus, foram cria­ dos; de m aneira que aquilo que se vê não foi feito do que é ap a­ rente" (Hb 11.3). Essas palavras, escritas quase dois mil anos atrás, relata-nos claram ente que o universo foi feito de u m a substância invisível. N inguém naquela época nem d u ran te os m uitos séculos que se seguiram tinha o conhecim ento científico p ara oferecer a evidên­ cia que fundam entasse essa afirmação. A prova teve de esperar até que a ciência m oderna alcançasse o que a Bíblia dissera mil e oitocentos anos antes. Hoje, sabem os que o universo inteiro é com posto de um a substância invisível denom inada energia. A pe­ sar dos avanços brilhantes da ciência, em bora conheçamos m u i­ to sobre energia, ainda não conhecemos exatam ente o que ela é. No entanto, pela fé, o crente conheceu tu d o que precisava saber: Que Deus falou e o universo passo u a existir p or meio de seu infinito poder, como tam bém sabem os que Ele o fez a partir de algo que é invisível. O fato de essas palavras serem encontradas na Bíblia é um a das m uitas razões p ara se acreditar nela em vez de em qualquer outra escritura que seja sagrada p ara as m uitas religiões do m u n ­ do. Estas outras escrituras, ao contrário, longe de conter afirm a­ ções que a ciência p o d e apenas confirm ar e não consegue refutar (como é o caso da Bíblia), contêm num erosas idéias ridículas que refletem o grau de entendim ento da h u m an id ad e naquele m o­ mento e a cultura de onde e de q u ando foram escritas. Já se acreditou que a Terra era plana e sustentada em sua parte inferior assim como um casco de um a tartaruga flutuando em um mar. Os gregos pensavam que Atlas, um gigante, segurava o u ni­ verso em seus braços. O relato dos egípcios sobre a criação envol­ via deuses (como o deus sol que nasceu em um a flor), alguns dos quais eram compostos com partes de animais e de homens. Platão achava que o m u n d o era um ser vivo e que os terremotos eram

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causados quando ele se balançava. A Bíblia, em bora tivesse sido escrita no m esm o período e por hom ens provenientes dessas m es­ mas culturas, é com pletamente destituída de tais mitos. Até m es­ m o o Alcorão, cuja origem é bem mais recente, contém mitos ára­ bes. Conforme é salientado com freqüência: A Bíblia é o único livro antigo que é acurado em todos os deta­ lhes científicos. Outros livros sagrados antigos do Oriente incluem lendas e erros m uito infantis para serem levados em considera­ ção. Até m esm o livros com parativam ente m odernos, como o Al­ corão, possuem erros históricos e cronológicos em abundância.10

H á m uitas outras razões p ara crer que a Bíblia é, conforme ela afirm a ser, a palavra infalível de Deus. Considerarem os essas razões nas páginas a seguir em resposta a num erosos outros ques­ tionam entos.

A Fé É um Poder da Mente? Pergunta: U m dos m eus livros favoritos é The Power of the Positive Thinking ("O P oder do P ensam ento Positivo"). N esse livro, o autor diz que "pensam ento positivo" é apenas u m a outra palavra p ara "fé". Percebo que seu discípulo principal diz a m es­ m a coisa: a "fé" é o que ele denom ina "pensam ento da possibili­ dade". Ele cham ou Jesus Cristo de "o m aior p en sad o r possível de todos os tem pos". Isso é algo que m e incom oda, m as não sei a razão. E possível explicar isso? Resposta: Já m encionam os que Jesus disse: "Tende fé em D eus" (Mc 11.22), e que só podem os ter fé em Deus, pois apenas Ele é digno de nossa total confiança. N o entanto, u m ateísta pode ensinar "pensam ento positivo" em seminários, e m uitos ateus assim fazem. O bviam ente, o pensam ento positivo não diz res­ peito à fé. N a verdade, é exatam ente o oposto da fé. A teoria do pensam ento positivo é que o pensam ento do in­ divíduo, independentem ente de ser positivo ou negativo, influen­ cia o corpo, a personalidade e, conseqüentem ente, a sua saúde. A lém disso, acreditam que o pensam ento do indivíduo pode in-

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fluenciar, até mesm o, outras pessoas e o m u n d o ao seu redor. Portanto, o sucesso ou insucesso é supostam ente gerado pelo p oder da m ente. Esta é, na v erdade, u m a antiga crença oculta da qual seus p roponentes m odernos reivindicam obras p or m eio de algum po d er psíquico misterioso que todos nós possuím os, mas temos de aprender a usar. Portanto, a fé é posta em Deus e em sua onipotência, não no suposto poder da mente, quer consciente quer inconsciente. Que diferença! Para o pensam ento positivo não im porta se Deus é real ou não; o que im porta é a crença do indivíduo. Portanto, "Deus" é transform ado em um placebo que ativa a crença. O indivíduo pode acreditar em algum a fonte de energia cósmica ou qualquer outra coisa. Tudo que interessa é apenas que ele creia. E o poder da crença que supostam ente causa o efeito desejado. O que desencadeia essa crença é irrelevante. Assim, percebe-se claramente que aquele que confunde fé com pensam ento positivo como possibilidade afas­ tou-se de Deus, de sua verdade e de seu poder, e foi terrivelmente enganado tanto em questões temporais quanto eternas.

Uma Escolha Inevitável e Vital Eis aqui a escolha com a qual nos defrontamos: ou confiamos no p o d er de um a crença que temos e que ativa algum p o d er psí­ quico misterioso da m ente ou confiamos em D eus e em seu infi­ nito poder, o que é obviam ente dem onstrado em todos os luga­ res do universo. A penas um tolo escolheria o p o d er da m ente em vez do p o d er de Deus. A fé verdadeira busca a Deus p ara que este faça o que n em a m ente do indiv íd u o (consciente ou incons­ ciente), nem seus talentos e seus esforços p o d em realizar. Um elem ento im portante d a fé, portanto, é a submissão à von­ tade de Deus. Dificilmente a fé poderia ser exigida p ara crer que Deus faria o que é contrário à sua vontade; tam pouco essa fé desejaria que Ele assim o fizesse. A fé confia que Deus cum prirá sua palavra e realizará a vontade dEle na vida do indivíduo. Eis aqui um outro erro: M uitas pessoas religiosas tentam usar "fé" p ara fazer com que D eus realize a vontade delas. M uitas

30 pessoas acham que a oração é um a técnica religiosa p ara fazer as coisas de sua pró p ria m aneira. Eles colocam sua visão naquilo que querem e depois utilizam a oração como um meio de con­ vencer Deus a fazer com que essa visão se realize. E se alguém aparecer e oferecer u m sem inário sobre técnicas p ara conseguir com que suas orações sejam "respondidas" (como a visualização daquilo pelo que se ora ou declarar com confiança que algo sobre o que estou orando já foi obtido, etc.), haverá milhares de pessoas que gostarão de apren d er como conseguir realizar as coisas de sua p ró p ria m aneira. Jesus, p or meio de seu exem plo, deixou claro que ninguém jamais com eçou a orar antes que prim eiro dissesse do fundo de seu coração a Deus: "N ão se faça a m inha vontade, m as a tua" (Lc 22.42). Paulo exemplificou a m esm a verdade. Ele teve um a aflição a que se referiu como "u m espinho na carne", do qual p ed iu que Cristo o libertasse: Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A m in h a graça te basta, po rq ue o m eu po d er se aperfeiçoa n a fraqueza. De boa vontade, pois, m e gloriarei nas m in h as fraq u ezas, p a ra q u e em m im h ab ite o p o d e r de C risto (2 Co 12.8,9).

N inguém po d e ter fé em Deus — isto é, a absoluta e total confiança nEle — sem conhecê-lo. E q u an do a pessoa conhece de fato a Deus, então sinceram ente q uer a vontade dEle p ara si, não a sua. O bviam ente, Deus é mais sábio do que qualquer m ero ser hum ano. Além disso, Ele provou que nos ama. Portanto, não faz mais sentido que, em vez de tentar que nossa vontade finita e falível seja realizada, confiemos na sabedoria infinita e no am or de Deus p ara realizar o que é m elhor em nossa vida? Essa é a verdadeira "fé em Deus". N ad a m ais faz sentido.

Confrontando o Dilem a de Lênin Q u e s tã o : O bviam ente, toda a idéia de fé em D eus foi inven­ tada p or líderes religiosos a fim de iludir e escravizar seus segui­ dores. Essa é um a coisa que todas as religiões têm em comum:

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um a classe de elite form ada por clérigos que arrebanham pessoas para acreditar em algum Deus mítico e depois fingem que são intermediários desse Deus para m anter as pessoas sobre seu poder — e cobram m uito para assim fazer! Resposta: Essa é a teoria de Lênin. Ele também era materialista. Não existia nada para Lênin, exceto o m undo físico, e a única m a­ neira para conhecer esse m undo era entrar em contato com ele. Lênin, assim como Freud, acreditava que o hom em era u m mecanismo de estímulo-resposta, sem espírito nem alma, apenas um punhado de moléculas de proteínas ligadas por nervos. O comportamento do hom em foi ap rendido p o r meio da experiência e, conseqüente­ m ente, p o d eria ser rep ro g ram ad o p o r m eio da "m odificação comportamental", um a palavra educada para "lavagem cerebral", que os comunistas transformaram em um a arte primorosa — em ­ bora ela só funcionasse por meio da destruição da pessoa. E claro, não havia espaço para Deus nessa teoria e foi preci­ sam ente isso que criou problem as p ara Lênin q u ando ele ousou pensar sobre essa concepção. O hom em po d e apenas conhecer aquilo que existe no reino físico. Os anim ais não têm deuses, p o r­ tanto, por que o hom em em seu processo evolucionário desen­ volveu tal fantasia? De acordo com sua teoria, o hom em é u m m ecanism o estí­ m ulo-resposta e, portanto, po d e apenas conhecer aquilo que o estimula. Q uando ele toca algo quente ou frio e aprende sobre "quente" e "frio". Q uando ele toca ou é atingido p o r algo d uro ele aprende sobre "duro". Tudo que p o de conhecer sobre as coi­ sas é o que já experim entou: o estím ulo do m u n d o físico e sua resposta instintiva que foi h erd ad a através de m ilhões de anos de evolução e que depois foi m odificada e reprogram ada de acor­ do com sua experiência pessoal. Até m esm o a ciência não tem outra fonte de conhecimento. De acordo com essa teoria, o hom em não consegue nem m es­ mo pensar ou fantasiar sobre algo que não existe no m u n d o físico. E óbvio, que com a ajuda de um pouco de bebida alcoólica ele pode ter visões de elefantes cor-de-rosa, m as a cor-de-rosa existe, e os elefantes tam bém . Ele pode sonhar com o "paraíso" ou com

32 o "céu", m as isso estaria sem pre em conform idade com sua ex­ periência: um a "terra boa para caça" para o índio am ericano ou u m a terra de luxo p ara os faraós, cuja evidência seriam os arcos e flechas ou as vestes e jóias enterradas com os mortos.

Que "Estímulo" Causou a Resposta "Deus" nas Mentes Humanas? A teoria parecia consistente e poderia ser d em onstrada aos céticos provocadores p or meio da visualização de um a nova cor prim ária para o arco-íris. N inguém conseguiu fazer isso. O bvia­ m ente, não existe n ad a exceto o m u n d o m aterial e ninguém pode conceber nada que não exista e que não tenha sido experimentado. H avia apenas u m a falha: as pessoas tolas tinham essa fantasia em relação a Deus. Qual a origem disso? Aqueles clérigos desprezíveis devem ter inventado "D eus" e desde que assim o fizeram encheram as m entes das pessoas co­ m uns com essa ilusão a fim de m antê-las aprisionadas. O com u­ nism o as libertaria desse ópio do povo! Tudo bem , m as de onde os clérigos obtiveram essa idéia se ninguém pode pensar em nada que não exista? Q ual foi o "estím ulo" que causou essa "respostaDeus?" Esse é o ponto essencial. Conforme a teoria de Lênin, Deus tinha de existir ou n inguém seria capaz de sonhar com essa idéia. N ão é interessante notar que a Bíblia, ao contrário dos filóso­ fos que estão tentando desenvolver provas da existência de Deus há séculos, não perca seu tem po com explicações desse tipo? A Bíblia é o único livro em que alguém certam ente esperaria ver m uitos argum entos complexos apresentados em favor da exis­ tência de Deus, m as n en h u m deles é oferecido! C ertam ente, aquele fato diz algo im portante sobre a Bíblia e sobre Deus: Ele já fe z contato com a consciência de cada pessoa. Todos sabem que Deus existe, e isto inclui você. Portanto, a Bíblia nem m esm o argum enta sobre a questão, pois o fato de que toda a h u ­ m an id ad e possui esse conceito com prova a existência dEle.

Se devemos adorar um poder muito superior a nós mesmos, não faz sentido venerar o Sol e as estrelas? — Carl Sagan1

A única diferença entre o panteísmo e o ateísmo é no uso da palavra Deus. O ateísmo afirma que toda existência é única; afirma a universalidade da lei e assim como o panteísta, afirma a m oralidade natural. — Samuel P. Putuam

Líder ateísta do século XTX2

UEMEDIiUS?

"Um Poder Superior qualquer que Seja o Nome?" Q uestão: Por que os cristãos se opõem tão veem entem ente a

outros conceitos de Deus que são respeitados em outras religiões? Concordo com o que o vice-presidente, Al Gore, disse em um a Oração Presidencial no desjejum, em W ashington, D.C., em 1993: "Fé em Deus, confiança em u m p o d er superior, qualquer que seja o nome que este poder receba é, em m inha opinião, essencial". Pense na união que existiria se as religiões p arassem de discutir sobre esse assunto e honrassem todos os conceitos de D eus de form a aberta e fraternal! R e sp o sta : É verdade, pense na u n id ad e que existiria se todos concordássem os que dois m ais dois é igual a cinco — m as isso não funciona. Um "Poder Superior?" De que m aneira superior? Superior a quê? E o que isso significa?

Com todo o respeito que devo a você e ao vice-presidente, sua proposta é totalm ente irracional. Além disso, você não está sendo "aberto" nem "fraternal", conform e acredita. Ao insistir na aceitação de qualquer "Poder Superior" e, p ortanto qualquer deus, desse modo, você recusa h onrar o único e verdadeiro Deus ou, até mesm o, adm itir sua existência.

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Esta falácia foi exposta no livro de Alan Bloom, The Closing of the American M ind ("O Térm ino da M ente Americana")- Bloom aponta que a "franqueza" tornou-se a nova m o da nos Estados Unidos, principalm ente na educação. Todas as idéias têm de ser respeitadas, nada pode ser considerado errado e ning uém deve ser "interiorizado" ao sugerir que alguém p ode estar errado. Ele explicou que os norte-am ericanos, na verdade, tornaram -se tão abertos a tudo que se fecharam à idéia de que um a coisa pode estar certa e outra errada. O término da m ente americana... por meio da abertural Da m esm a forma, você e o vice-presidente tor­ naram -se tão abertos para todos os deuses que se fecharam à possibilidade de que é possível de que haja apenas um verdadeiro D eus e os outros sejam falsos.

Algumas Considerações Práticas Vamos apresentar nossa proposta de form a prática. Como você se sentiria se todos negassem sua individualidade única e sua identidade pessoal específica e olhassem para você como sim ­ plesm ente u m representante do conceito geral de hum anidade? Você g o s ta ria d e ser c o n f u n d id o com u m a s s a s s in o , u m estuprador, u m impostor, u m ladrão ou algum outro criminoso simplesmente por que cada u m deles tam bém representa a hu m a­ nidade? E, p ara justificar esta caricatura, o que você acharia se fosse dito que "qualquer ser hu m an o" serve? Por que não achar isso se "qualquer Poder Superior" serve? N ão p o d e haver m aior insulto do que essa negação da ver­ d ad e sobre você como um a pessoa única! Você tem qualidades definidas e aspectos que o distinguem de todas as outras pessoas que já existiram ou existirão nesta terra. Você é um indivíduo e não deve ser confundido com ninguém mais. N egar sua indivi­ dualidade seria o m esm o que negar sua existência. Suponha que sua esposa, ou marido, ou filhos, ou amigos não tivessem nen hum relacionamento pessoal com você, mas simples­ m ente observaram você como algum tipo genérico de representa­ ção de hum anidade. Suponha que não fizesse a m enor diferença para seu cônjuge se compartilhasse a intim idade da relação mari­

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tal e a convivência no mesmo lar com você ou qualquer outra forma de hum anidade! Afinal, esse tipo de relacionamento não precisa ser com um a pessoa em particular, m as m eram ente com qualquer pessoa — assim como qualquer "Poder Superior, qualquer que seja o nome que este poder receba", é o quanto nos basta. E será que a farsa não é ainda m aior se sugerirm os que as qualidades e atributos pessoais de Deus, que é separado p or um abism o intransponível de sua criação e todos os seres, são sem significado? Q ue paródia dizer que "qualquer Poder Superior", "qualquer deus", serve! Como ousa dizer que o am or de Deus por você não significa nada, e que adorar, e confiar, e am ar algu­ m a fonte de energia cósmica, ou u m ídolo, ou, até mesm o, o d e­ m ônio o deixa igualm ente feliz!

Criar o Universo Exige Qualidades Definidas O fato é que n en h u m ser pensante pode abraçar "qualquer deus" como Criador deste universo — é preciso existir um Criador. A lógica de nossa própria existência e do incrível plano e estrutura do universo que nos rodeia força-nos a tirar certas conclusões sobre Deus. F undam entados em tais conclusões, precisam os re­ jeitar qualquer conceito de deus que viola esses requerimentos. N ão é verdade que "qualquer deus" serve. E n enhum "poder" independentem ente de quão "m aior" poderia ter criado o u n i­ verso e a hum anidade. Apenas um Deus pessoal com poder, sabe­ doria e am or infinitos poderia realizar essa obra. Certamente, ninguém poderia, de forma racional, atribuir a criação deste universo a algum ídolo feito por m ãos h um anas em argila, pedra ou madeira! E m enos ainda, u m ídolo poderia criar a hum anidade. Tampouco, qualquer ídolo poderia nos am ar ou ser digno de nosso amor. Tampouco, qualquer ídolo estabelece o p a ­ drão de bom e mal que reconhecemos que foi posto em nossa consciência. Q uem possivelm ente poderia acreditar que um ído­ lo que foi feito pelas m ãos hum anas e precisa ser carregado teria qualquer pod er para fazer quer o bem quer o mal? No entanto, a m aioria da h um an id ad e ao longo de toda a história tem confiado em ídolos. Até m esm o hoje, u m m u n d o

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supostam ente m oderno, com rádio e televisão que noticiam am ­ plam ente os avanços surpreendentes da ciência, bilhões de pes­ soas ainda ado ram ídolos. Tampouco, isto é verdade apenas na Ásia, África e América do Sul. M ilhares de-cidades m odernas dos Estados U nidos e Europa tam bém confiam em ídolos palpáveis e os adoram . Esta confiança distorcida leva às trevas espirituais e à escravidão. A h um anidade será julgada, e de forma justa, por essa grande tolice. A consciência e inteligência que Deus nos deu, contradiz tam anha loucura supersticiosa. A Bíblia aponta para a loucura de se confiar em ídolos: Os ídolos deles são prata e ouro, obra das m ãos dos hom ens. Têm boca, m as não falam; têm olhos, m as não vêem; têm ouvi­ dos, m as não ouvem ; nariz têm, m as não cheiram. Têm mãos, m as não apalpam ; têm pés, m as não andam ; nem som algum sai da sua garganta. Tornem-se sem elhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam (SI 115.4-8).

N o entanto, o indivíduo deve considerar os ídolos e todo outro conceito de "deus" como igualm ente válido se "qualquer Poder Superior" serve. Caso contrário, como e onde traçar a li­ nha divisória? Q uando, em Assis, Itália, o p ap a João Paulo II reu­ niu adoradores de serpentes, adoradores do fogo, espiritualistas, animistas, feiticeiros, como tam bém hindus, budistas e m uçul­ manos, fez a surpreendente afirmação de que todos estavam oran­ do para o m esm o D e u s!3 O bviam ente há inúm eros deuses e fal­ sas religiões, e a Bíblia denuncia cada u m destes, pois seduzem a h u m an id ad e e im pedem que esta venha a conhecer e obedecer ao Deus único e verdadeiro.

Quem É "Alá"? Questão: "Alá", ao contrário do que você escreveu em Jeru­ salém: Um cálice de Tontear e em outras publicações, é o Deus úni­ co e verdadeiro da Bíblia. Isto pode ser com provado pelo fato de que a tradução da Bíblia p ara a língua H ausa, na região norte da Nigéria, onde há m uitos m uçulm anos, utiliza Alá como a desig­

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nação para o D eus verdadeiro de A braão, Isaque e Israel, o Jeová do Antigo Testamento e o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Q ue m elhor form a poderia existir p ara encorajar os m uçulm anos a acreditar na Bíblia? Resposta: Infelizmente, este é u m erro com um , tam bém en­ contrado nas traduções p ara o árabe da Bíblia, que é usada em alguns países m uçulm anos. Este é u m grave erro. Longe de aju­ dar os m uçulm anos, isso perm ite que eles continuem a confiar em seu deus falso, Alá. A identificação de Alá com Jeová causou grande confusão e dano. U m a dos maiores prom otores dessa ilusão é a igreja católica romana. O Vaticano im agina que a diferença entre o D eus do cris­ tianismo e o Alá do islamism o pode ser v arrida para debaixo do m esm o tapete ecumênico. Por exemplo, Os Cânons e Decretos do Vaticano II declaram que Alá é o "Criador... o D eus único e m ise­ ricordioso, o juiz da h u m an id ad e" — em outras palavras, o Deus único e verdadeiro da Bíblia.4 Portanto, isso não poderia estar mais longe da verdade.

O D eus Lua da Tribo de Maomé Alá não é um a palavra árabe genérica para Deus, m as o nome de um deus particular dentre m uitas deidades que foram tradicio­ nalm ente reverenciadas na antigüidade por tribos nôm ades da Arábia. Alá era o principal deus dentre aproxim adam ente tre­ zentos e sessenta ídolos na Caaba, em Meca. N aquele tem plo para ídolos pagãos, ainda hoje de pé em Meca, mas agora o foco da adoração m uçulm ana, havia um a d eidade que se ajustava a cada um dos milhares de viajantes que por ali passavam nas carava­ nas mercantes. Alá é u m a contração de al-Ilah, o no m e do deu s lua dos qitraishes nativos, a tribo de M aomé, que por séculos, antes de o islamism o ser inventado, era adorado com sacrifícios de animais e seres hum anos. Ibn Ishaq, o biógrafo mais antigo de Maomé, relata que o avô de M aomé estava prestes a sacrificar u m de seus filhos, A bed Alá (que posteriorm ente se tornaria o pai do profeta

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Maomé), quando um a feiticeira o p ersu adiu a sacrificar u m ca­ melo em lugar de seu filho. O nom e do pai de M aomé, A bed Alá, é um a contração de Abd ul Allah, que significa servo de Alá. É fato histórico que Alá era adorado muito tempo antes do nascimento de Maomé. Quando M aom é rejeitou o politeísmo, adotou a deidade tradicional de sua tribo, o deus lua, como a designação p ara o Deus único do islamismo, supostam ente sua nova religião.

As Práticas Pagãs Persistem no Islamismo da Atualidade De fato, m uito do islamism o é um a transposição das leis e costum es tribais prim itivos já existentes à época de Maomé. Até m esm o o mês sagrado do R am adã fora estabelecido m uito tem ­ po antes da época de M aomé.5 Tampouco, os m uçulm anos p o ­ dem negar que Alá, séculos antes de M aomé, já era um a das m uitas deidades pagãs (como Baal e M oloque), a quem o Deus da Bíblia, Jeová, proibira que seu povo, os israelitas, adorasse. Certam ente, Alá e Jeová não são o m esm o Deus! O sím bolo de Alá era a lu a crescente, que M aom é tam b ém a d o to u no islam ism o. Esse sím bolo p o d e ain d a ser observado em m esquitas, m inaretes, tem plos e b andeiras árabes. Q u ando M aom é co n q u isto u M eca, após en co n trar u m p retexto p ara q u eb rar o tra ta d o de p az que fizera com os líderes daq u ela cidade, d e s tru iu os ídolos na C aaba, inclusive Alá, e com eçou a p re g a r contra a idolatria. N o en tanto, esse n ovo profeta que pro clam ara a si m esm o com o tal, m an tev e o tem p lo de ídolos e reteve o ritu al p ag ão de beijar a p e d ra n eg ra (há m u ito te m ­ p o u m a p a rte in teg ran te d a adoração de ídolos), q ue estivera e m b u tid a no canto su d o este da C aaba, "cerca de u m m etro e m eio acim a do solo, n a a ltu ra exata p a ra ser b eijada", confor­ m e o relato de Will D u ra n t.6 Aquela pedra, na realidade feita de u m "material vermelho escuro, de forma oval e com cerca de dezoito centímetros de diâ­ m etro",7ainda permanece na mesm a posição desde a antigüidade até hoje, e tem de ser beijada pelos m uçulm anos no cum prim ento da exigência de peregrinação a Meca, como parte da supostam en­

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te nova religião do Islã. Parece que M aomé m anteve a ped ra negra como o deus Alá (sem sua imagem) como um a concessão parcial a fim de preservar algo que fosse familiar aos árabes.

Confusão Grave e Enganosa Os tradutores da Bíblia, ao usar Alá para denom inar Deus, não só não ajudaram , como tam bém criaram confusão. Alá não é m era designação lingüística para Deus, como D/os, em espanhol, ou Dieu, em francês. Alá é o nome de u m ídolo pagão da antigüi­ dade que foi adotado como o deus do islamismo. Se em árabe Alá fosse m eram ente a palavra genérica p ara Deus, então esta palavra, quando o Alcorão é traduzido p ara outras línguas, seria substituída, sem qualquer hesitação, pela palavra "Deus" de cada língua. Ao contrário, eles insistem que Alá deve ser usado em todas as línguas. Seria um a blasfêmia cham ar o deus m uçulm ano de qualquer outro nome. E a punição p ara a blasfêm ia contra Alá é a pena de*morte no Paquistão e em outros locais. O Deus de Israel tam bém tem u m nome, YHWH, hoje pro­ nunciado Jeová, mas Iavé na antigüidade. A m aioria dos cristãos desconhece o nome de Deus, pois o A ntigo Testamento substitui YHW H por Senhor. D eus disse a Moisés: "M as pelo m eu nom e, o Senhor [YHWH], não lhes fui perfeitam ente conhecido" (Êx 6.3; grifo do autor); e na sarça ardente, Deus explicou o significado de seu nome: "EU SOU O QUE SOU" (Êx 3.13,14). YHW H não significa apenas aquele que é, m as aquele que tem existência p ró ­ pria que é em si mesmo e por si mesmo.

Contrastando "Alá" e "Iavé" Fica m uito claro que Alá não é o Deus da Bíblia por um a série de outras razões, pois seu caráter e características são opostos. O Alcorão diz que Alá não é pai e não tem u m filho (em bora tivesse três filhas, Al-Uzza, al-Lat e M anah, representadas em meio aos ídolos na Caaba), e ele não é u m ser trino, mas um a entidade sozinha e im possível de ser conhecida. Alá destrói os pecadores em vez de salvá-los, tem apenas com paixão pelos justos, não lida

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com as pessoas por meio da graça, pois apenas recom pensa as boas ações e não tem nenhu m a form a justa e reta p ara redim ir o p erdido como o Deus da Bíblia. A idéia de Alá tornar-se u m ho­ m em para m orrer pelos pecados do m u n d o seria um a heresia para os m uçulm anos. Fica m uito claro nos ensinam entos sobre Alá, do Alcorão e do H adite (da tradição islâmica), que ele não é o D eus da Bíblia. Antes, o Deus da Bíblia é amor, um a im possibilidade para Alá. Alá, um a entidade unitária, é incompleto: ele estava sozinho e não poderia am ar nem ter com unhão até que outras entidades começassem a existir. O m esm o não acontece com YHWH ou Iavé. YHW H são três pessoas em uma: Pai, Filho e Espírito Santo, com­ pletos em sua perfeição, e não necessitam de ninguém m ais para am ar e ter com unhão ("o Pai am a o Filho", há com unhão na Trin­ dade). Somente a respeito de Deus é possível dizer o seguinte: Ele é amor em si mesmo. Alá jamais poderia dizer: "Façamos o hom em à nossa im a­ gem " (Gn 1.26). O estudioso m uçulm ano não tem nenhu m a ex­ plicação p ara essa expressão, em bora tam bém seja encontrada no Alcorão um a paráfrase desse versículo bíblico. Poderíam os apontar outras razões, m as isso deveria ser suficiente para m os­ trar que o uso do nome Alá p ara o Deus da Bíblia na tradução para o H ausa ou qualquer outra tradução é u m grande equívoco!

Conceitos Contraditórios sobre Deus — qual E o Correto? Questão: Os conceitos mais antigos e mais populares de Deus são o panteísm o, a crença de que tudo — isto é, o universo — é Deus, ou o politeísmo, a crença de que há m uitos deuses. Por que u m desses dois ou am bos não pode ser verdade? Por que a Bíblia é tão veem ente contra essas crenças e por que condena com tanta firm eza aqueles a quem cham a de pagãos, que sinceram ente têm essa crença há m ilhares de anos, decerto, desde m uito antes do aparecim ento de Jesus Cristo? Resposta: O panteísm o é, na verdade, o m esm o que ateísmo. Obviam ente, se tud o é Deus, então n ad a é Deus porque o termo

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perdeu qualquer significado. O panteísm o leva a num erosas con­ tradições: Deus seria tanto o vazio de um vácuo quanto a subs­ tância da matéria; Ele seria tanto a doença quanto a saúde, tanto a m orte quanto a vida; tanto o m al quanto o bem. Além disso, se o universo m esm o for Deus, então não há u m ponto de referência externo do qual o universo pode ser avaliado e o qual lhe dá p ro ­ pósito e significado. Tampouco há esperança de m u d a r o curso descendente dele ou da hum anidade. N ada tem significado nem valor em si e por si mesm o, mas apenas se algum ser pessoal conceder u m a utilidade para isso e valorizá-lo. Essa é um a verdade universal que vale igualm ente p ara tudo. U m carro não tem significado nem propósito em si m esmo, a não ser que haja alguém para dirigi-lo. O anel de dia­ m ante mais caro não tem valor, a não ser que haja alguém que queira comprá-lo, possuí-lo e usá-lo... e assim por diante. O bvia­ mente, o que é verdadeiro em relação a cada parte do universo é d# igual m odo verdadeiro em relação ao todo. De acordo com a segunda lei de term odinâm ica (a lei da entropia), este universo, como um relógio, está p erdendo sua força. Se ab andonado a si m esm o e sem algum a inteligência externa com poder infinito para recuperar o universo de sua ruína previsível, todos os sonhos e esquem as do hom em , quer pessoais ou corporativos, serão um dia como castelos de areia destruídos pelo oceano cósmico do nada. Todo o universo estará se aproxim ando do zero absoluto e tudo será como se jamais tivesse existido. Q ue tipo de deus é esse? Sem u m Criador que tivesse u m propósito eterno p ara sua criação e que fosse capaz de alcançá-la de fora (não por meio da reencarnação ou da evolução), m as pela ressurreição e nova cria­ ção, nem o universo nem o hom em poderiam ter um significado suprem o. O panteísm o pode oferecer apenas a ausência de signi­ ficado, a desesperança e o desespero suprem o. No m u n d o da academ ia de hoje, há o neopanteísm o, deno­ m inado de ecoteologia. E o antigo panteísm o, sustentado agora p or algum as pessoas altam ente escolarizadas. O professor da universidade de Georgetown, Victor Ferkiss, um de seus defen­ sores, diz que "a idéia se origina com a prem issa de que o univer­

Ev. D i r t v x d a F k C r is t .'

so é Deus". Ferkiss, como m uitos outros ecologistas de hoje, p a ­ rece pensar que a adoração panteísta da natureza "im pedirá a exploração am biental do universo".8

Neo-Paganismo e o Retorno à Natureza O indivíduo não pode adorar ao m esm o tem po a criação e o Criador; e a Bíblia adverte que há sérias conseqüências causadas pela adoração da criação em vez do Criador (Rm 1.18-32). A cons­ ciência do indivíduo torna-se em botada e a hum an id ad e tornase u m a presa fácil p ara todos os tipos de m aldade e com porta­ m ento cruel, porque não há m oral na natureza. Procure encon­ trar u m leão com passivo ou um a águia honesta — ou um fura­ cão solidário. H erbert Schlossberg, historiador e filósofo, lembra-nos: "Os animais não agem de forma moral nem imoral; eles apenas agem naturalm ente. U m sistema de ética que diz que os seres hum anos precisam tom ar como base o com portam ento na natureza justifica, portanto, qualquer com portam ento, pois a natureza não dem ons­ tra ética".9 Sir John Eccles, ganhador do prêm io Nobel, concorda: Os conceitos de injustiça, de iniqüidade... a obrigação de ho n ­ rar e de respeitar... são com preensíveis apenas em u m contexto moral e p ara seres morais. N o universo sem propósito da m era natureza... não há nem justiça n em m isericórdia, nem liberdade nem equidade. Há ap e­ nas fatos..."10

A tentação de adorar o universo parece ser praticam ente um risco ocupacional p ara os cientistas ateus. Seus argum entos con­ tra Deus, com freqüência, traem a adoção quase subconsciente tanto como um a desculpa p ara negar o C riador infinito (a quem o hom em , de outra forma, teria de prestar contas) como um a ten­ tativa de encontrar algum a base para o propósito e o significado. Considere essas palavras no frontispício de um enorm e com pên­ dio sobre o ateísmo (mais de oitocentas páginas!, intitulado 400 Years of Freethought (400 anos de Livre-Pensamento), publicado em 1894: "N o entanto, não duvido que, através das eras, haja a

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existência de u m propósito crescente, e o pensam ento do hom em é am pliado com os poderes dos sóis".11 A ped ra angular do livre-pensam ento, conforme explicado no livro, é a rejeição de "toda autoridade" e "a conquista da n a ­ tureza".12 Portanto, a partir desse "propósito", quais são os p o ­ deres cheios "dos sóis" e que parte eles p o d em desem penhar na am pliação do pensam ento do hom em ? A contradição é quase ri­ sível, mas que opção o ateísta tem ao tentar reprim ir seu reco­ nhecim ento inato de que o propósito e o significado existem? Ele é forçado a atribuir algo desse tipo à m esm a natureza. Carl Sagan, u m ateísta m oderno, tornou-se m uito reverente e adorador diante da presença do Cosmos, a quem ele dá o crédito por ter gerado a nós e a toda a vida. Conform e citado no início deste capítulo, ele diz que faz sentido reverenciar o sol e a lua. Reverenciar o sol e a lua? F undam entado em quê? Em que isso é diferente do inclinar-se diante de u m pedaço de m adeira ou p e ­ dra como se fosse u m deus? O que o sol ou a lua têm a ver com a moral, com propósito e significado, com am or e beleza?

A Loucura do Politeísmo Q uanto ao politeísmo, se há mais do que um deus, então quem está no com ando? Os m uitos deuses do politeísm o entram em guerras e roubam as esposas uns dos outros, e ninguém estabelece um pad rão nem cham a o universo a prestar contas disso. N ão há fundam ento para a moral, a verdade ou a paz no céu, portanto, isso tam bém não pode ocorrer na terra. Se um deus é mais forte ou tem mais autoridade do que os outros, portanto, n en h u m dos outros deuses pode realm ente ser Deus. Assim, retornam os ao monoteísmo. Conform e a Bíblia diz: Entre os deuses não há sem elhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas. [...] Porque tu és gran d e e operas m aravilhas; só tu és Deus (SI 86.8,10).

Se há m uitos deuses, p ara que deus devem os orar? Para o deus favorito da pessoa? Q ual o fundam ento de u m deus em particular para se tornar o favorito de um a pessoa? Deve-se ao

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fato de que algum a vez essa pessoa orou a ele e parece que res­ p o n d eu à oração? Como pode haver qualquer certeza de que um deus em particular pode fazer o que lhe foi pedido? Isso se asse­ m elha a orar p ara vários santos. N o entanto, São Cristóvão, o santo patrono dos viajantes, a quem milhares de pessoas pedem proteção foi recentem ente retirado do panteão católico. A hierar­ quia da igreja adm ite hoje que Cristóvão foi u m mito e que qual­ quer po der que ele aparentava ter dem onstrado em favor de seus devotos era obviam ente um a ilusão. O m esm o acontece com todos os deuses das m uitas religiões do m undo. De fato, elas são piores do que mitos; são represen­ tantes de Satanás e seus subordinados. Por trás de cada ídolo há u m dem ônio que o utiliza para desviar a pessoa do Deus verda­ deiro, conforme Paulo afirma: "Antes, digo que as coisas que os gentios [pagãos] sacrificam [a seus deuses], as sacrificam aos dem ônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os dem ônios. N ão podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos dem ônios; não podeis ser participantes da m esa do Senhor e da m esa dos dem ônios" (1 Co 10.20,21; grifo do autor). D eus não faz concessões, porque o que está em jogo é o des­ tino eterno de cada pessoa que já viveu, vive ou viverá. Suponha que um certo hom em convence um grupo grande de pessoas a lhe dar as posses que têm e a segui-lo, pois o que ele prom ete é u m verdadeiro paraíso na terra — mas em vez disso, leva-os a um pântano onde todos são tragados pela areia movediça. Ele não deveria ser processado como m entiroso e assassino? Q uanto m ais sério é prom over deuses falsos e vender entradas para o céu que na verdade levam as pessoas para o inferno!

Conhecer a Deus Questão: Gostaria de conhecer Deus e pedi-lhe que se reve­ lasse a mim, mas nad a acontece. N enhum a luz se acendeu, nen h u ­ m a m ensagem foi escrita no céu, nen h u m a revelação repentina aconteceu. Para m im , parece que se Deus realm ente existisse, Ele gostaria que acreditássem os nEle e, portanto, faria algo tangível para que soubéssemos de sua existência. E errado pedir por alguma evidência inquestionável da existência de Deus?

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Q-. k .v . I Í D l s ?

R esposta: Não, e a evidência está a seu redor — mais do que você necessita. No entanto, o tipo de evidência que você espera não acontecerá de forma alguma. Im agine que algum a m ensa­ gem com seu nome repentinam ente aparecesse no céu. Como você saberia que foi Deus quem a pôs ali? S uponha que você, neste m om ento, escutou um a voz audível dizer em alto e b om som: "Eu sou Deus! Adore-me!". O que isso lhe diria sobre Deus? Como você saberia que Ele realm ente falou?

N a verdade, D eus/á falou com você. O projeto do universo é um a m ensagem de Deus que lhe transm ite sua existência como Criador e sua sabedoria e p oder infinitos. Estas coisas — amor, alegria, paz, m oral, pureza, b on dad e, confiança, justiça, genti­ leza —, que você valoriza acima de tu d o e que, em seu coração, sabe que fazem com que a vida valha a pena, transm item a você o caráter de Deus. Sua consciência lhe diz que você é moralm ente responsável diante de Deus, que você violou suas leis e que ficou aquém de seu pad rão perfeito. Sua consciência tam bém lhe diz que não há forma algum a de você com pensar por ter desobede­ cido às leis de Deus. Você não po de com prá-lo com sacrifício, orações, boas obras nem rituais. Suponha que você recebeu um a m ulta por excesso de veloci­ dade. Você gastaria tempo tentando convencer o juiz de que dirigiu naquele trecho da rodovia mais dentro do limite de velocidade do que acima dele? Será que ele dispensaria a m ulta fundam entada na teoria de que suas "boas ações superam as m ás?" Você sabe que aquilo não funcionaria com u m juiz terreno e certam ente não funcionaria com Deus. Você lhe diria que, se ele o liberasse desta vez, jamais infringiria a lei novam ente? Você sabe o que o juiz lhe diria: "Se você jamais infringir a lei novam ente, apenas estará fazendo o que a lei exige. Você não ganha n en h u m crédito extra por assim fazer. Isso não compensa por ter violado a lei no passado. A penalidade terá de ser paga conforme a lei prescreve". Isso fun­ ciona da m esm a m aneira com Deus.

A Testemunha da Consciência Sua consciência lhe diz que a única form a de você possivel­ mente escapar da severa penalidade exigida pela justiça infinita

E m Di-.FhSA

da

F e C rist

de Deus, por causa da violação de suas leis, seria o perdão do Senhor. E você sabe que Ele não pod e zerar suas ofensas sem mais nem menos. Por um a simples razão, isto dificilmente o enco­ rajaria a m elhorar seu com portam ento. Além disso, violaria as leis do Senhor. Ele tem algum a forma para que Ele m esm o pague a penalidade — a penalidade que você não pode pagar —, para que você possa ser perdoado por sua graça. Você não sabe qual poderia ser esse método, mas sabe que um Deus cujo am or e justiça são perfeitos poderia, de algum a forma, oferecê-lo a você. Se há um a explicação para essas boas novas, cer­ tamente está na Bíblia. De fato, Deus já explicou isso tudo naquelas páginas. Você já estudou á Bíblia seriamente e buscou verificar a evidência que dem onstra que ela é a P a la tra infalível de Deus? H á evidências suficientes — históricas, arqueológicas e cien­ tíficas — p ara p rovar que a Bíblia é a Palavra infalível de Deus. De fato, apenas neste livro fornecemos evidências irrefutáveis desse fato. M as você realm ente não precisa disso. Esse tipo de prova é como cobertura de u m bolo. Se você apenas ler a Bíblia com a m ente e o coração abertos, saberá que Deus fala ao seu coração como só Ele pode falar. Recomendo que você comece com o Evangelho de João e con­ tinue a ler os livros seguintes, Atos e Romanos. Depois leia esses três livros novam ente. D eus prom eteu em sua Palavra: “E buscar-me-eis e m e achareis q uando m e buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29.13). Essa é um a prom essa na qual você pode con­ fiar! Busque a D eus de todo o seu coração e teste-o ao buscar na Bíblia p ara que Ele se revele a si mesmo!

Devo Acreditar que Deus Existe antes de Buscá-lo? Q u e s tã o : Em m inhas leituras diárias da Bíblia defronto-me com u m versículo que realm ente deixa-me intrigado: "Ora, sem fé é im possível agradar-lhe [a Deus], porque é necessário que aquele que se aproxim a de Deus creia que ele existe e que é galardo ado r dos que o buscam " (Hb 11.6). Em vez de Deus revelar-se a si m esm o a u m coração que o busca, parece que a pessoa já deve acreditar em D eus antes de buscá-lo. Como po der ser isso?

Q- i.v, E D e ;

R e sp o sta : A lguém buscaria a D eus a não ser que já acredi­

tasse que Ele existe? Isso seria um a perda de tem po. N a verdade, todos, inclusive você, sabem que D eus existe. Conta-se um a história verd ad eira sobre u m p reg ad o r das ruas de Londres que anunciava a seus ouvintes de que todo ateísta era u m tolo po rq u e a Bíblia assim o dizia. U m ateu b as­ tante ren o m ad o que estava na m u ltid ão gritou p ara aquele p re ­ gador que aquilo era u m insulto difam atório, o qual ele consi­ dero u com o um a ofensa pessoal e, portanto , processaria o p re ­ gador p o r danos. "N ão é difam ação falar a v erd ad e", o p reg a­ d or respondeu. "E não há v erd ad e a não ser que se possa prová-la!", o ateu contra-argum entou, "Você terá de provar no tribunal que eu sou u m tolo ou exigirei cada centavo do seu bolso!" "N ão preciso ir ao tribunal p ara p ro v ar isso", o preg ad o r disse calm am ente."V ocê diz que é ateu?" "Sim, e não apenas p o r m ero acaso. Passei m inha vida ten­ tando p ro v ar que D eus não existe. Isso é u m m ito pernicioso!" "Você gastou sua vida tentando provar que Deus não existe?", o pregador replicou. "Diga-me o seguinte: se não é tolo um hom em que gasta a vida tentando lutar contra algo que não existe, quem é realm ente tolo?" Da m esm a forma, alguém precisa ser tolo p ara gastar al­ g um tem po b uscand o a D eus sem estar convencido de que Ele existe. D eus espera que o prim eiro passo p ara conhecê-lo seja adm itir o fato óbvio de que Ele existe. A lém disso, D eus espera que cada pessoa se aproxim e dEle p ara ter u m conceito ap ro ­ p riad o de quem Ele é. Ele não h o n rará quem faz orações a um ídolo ou a algum a "força" ou " p o d er superior". Toda pessoa, graças ao fu n d am en to da evidência, é responsável p o r vir a ter um a com preensão apropriada de Deus e p o r não buscar n enhum falso deus. Deus tam bém exige que aqueles que se aproxim em dEle acreditem verd ad eiram en te que Ele não é u m D eus capri­ choso nem em busteiro, m as u m D eus que "é g alardoador dos que o buscam ".

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Em D

efesa d a

F e C rista

Que "Deus" Você Busca? O que qualquer pessoa que busca sinceramente a Deus já deve ter concluído sobre este Deus que deseja conhecer? A razão e a evidência declaram o seguinte: para criar o universo, Deus deve ser Todo-poderoso (onipotente) e conhecer tudo (onisciente) e ser capaz de tocar todas as partes do universo ao m esm o tem po (onipresente). Ele precisa ser tão pessoal quanto nós para que seja capaz de nos criar. Ele precisaria personificar perfeitam ente tudo o que reconhecem os como as qualidades mais sublimes às quais a h u m an id ad e aspira — amor, verdade, justiça, paciência, gentileza, compaixão, etc. — ou não haveria nenhum a justificação p ara a adm iração que sentimos p o r esses atributos. Além disso, Ele precisaria conhecer as conseqüências futuras de toda ação em seu universo. De outra forma, Ele poderia com eter equívocos ter­ ríveis. E, é claro, Ele existe eternam ente como Deus. Certam ente não poderia evoluir ou desenvolver-se a partir de algo ou alguém que fosse m enor do que Deus. O verdadeiro Deus precisa ser capaz de criar tudo a partir do nada e não apenas construir ou m anufaturar seu universo a partir de materiais já disponíveis. Apenas Deus, não a energia, a matéria, a gravidade ou a eletricidade, deve ter existência própria a fim de p o d er ser a causa de tudo. Finalmente, Ele precisa ser perfei­ tam ente bom e justo ou não haveria explicação para o reconheci­ m ento da noção de certo e errado im presso na consciência de toda a h u m a n id ad e sobre toda a terra. Essas são as qualificações m ínim as do D eus verdadeiro sem as quais não poderíam os con­ fiar nEle, adorá-lo e amá-lo. Em bora possam os com preender as necessidades das habili­ dades acima descritas, tam bém está totalm ente além de nossa capacidade com preender u m Ser como este: u m D eus que sem ­ pre existiu e, portanto, não tem começo nem fim; que não só criou tudo do nada, mas, a fim de não perd er o controle de sua criação, sabia onde cada partícula subatôm ica de cada átom o existente estava, está ou estará; Ele conhece os pensam entos e ações de cada pessoa que já viveu, vive ou viverá. Obviam ente, esse Deus está além de nossa capacidade de compreensão.

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Q l t m É D el: í 0

Entretanto, ao m esm o tem po que este D eus está além de nossa com preensão, já vim os que tanto a razão quanto a evi­ dência exigem, com o a única explicação p a ra a existência do ser h u m an o e do universo que nos rodeia, que exista u m D eus como esse. N eg ar esse D eus, em bora Ele seja incom preensível, seria um a afronta à razão e ao senso com um . E incom preensível e irracional p en sar que existiu u m p eríodo em que n a d a existia e achar que tudo, inclusive Deus, surgiu de alguma forma do vazio do nada. E totalm ente irracional sugerir que a v id a e a inteli­ gência su rg iram sem q ualqu er ajuda do espaço m orto e vazio e que, daí em diante, evoluiu p or acaso. Aquele que busca a Deus, ao chegar a essas conclusões sobre Ele, fundam entado em toda evidência que o rodeia e em sua p ró­ pria consciência, está agora pronto para clamar para que esse Deus se revele a si mesmo. Os passos precisos, as circunstâncias e con­ vicções internas por meio das quais Deus se revelará variam de acordo com cada indivíduo. Entretanto, é por meio de sua palavra que chegamos à revelação mais completa e mais clara de Deus. E na Palavra de Deus vemos que Ele se revelou a si mesm o em Jesus Cristo, que declarou: "Q uem me vê a m im vê o Pai" (Jo 14.9). Jesus também disse: "Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). Q uem quiser conhecer a Deus tem que conhecer a Jesus. Ele foi revelado na Palavra de Deus, e revela a si mesm o àqueles que abrem seu coração para Ele. Conforme disse: "Eis que estou à porta [de todo coração humano] e bato; se alguém ouvir a m inha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa..." (Ap 3.20; grifo do autor)

Jesus Cristo Foi realmente Deus? Q uestão: Nosso professor das aulas de estudos bíblicos para adultos disse que Jesus era meio Deus e meio homem. Ele insiste que Deus pode apenas agir em resposta a nossas orações e que, quando o indivíduo ora por algo e não é curado, significa que não houve orações e jejuns suficientes. Essas idéias são bíblicas? R esposta: Não. Até que haja evidência contrária, darem os ao professor o benefício da d ú v id a e assum irem os que aquilo em que acredita é certo, em bora ele esteja apresentando dificuldades

Ev. D i t e

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para expressar suas idéias. É isso mesmo, Deus é o pai de Jesus, e M aria sua mãe, mas isso não o torna meio Deus e meio homem. Esse erro é similar ao ensinam ento da igreja católica rom ana de que M aria é "a mãe de Deus". Jesus existe como Deus p or toda a eternidade e, portanto, m uitos séculos antes do nascim ento de Maria. Desta forma, ela não está no mesmo nível de Deus por ser a m ãe de Jesus, mas apenas do corpo humano por meio do qual Ele nasceu neste m undo. M aria era virgem q u an d o Jesus nasceu. Conseqüentem ente, conforme a Bíblia nos relata, o bebê que ela deu à luz não foi concebido p o r n en h u m hom em , m as pelo Espírito Santo. E im ­ possível com preenderm os totalm ente o que isso significa, mas sabem os o que não significa. O nascim ento virginal não é o m es­ m o que ter u m pai irlandês e um a m ãe francesa e, deste modo, ser meio irlandês e meio francês. Jesus é totalm ente D eus e totalm ente homem: "Aquele que se m anifestou em carne..." (1 Tm 3.16) Ele não é u m meio Deus que se m anifestou como meio carne. Esse m esm o versículo afir­ ma: "G rande é o mistério..." Isaías disse que a criança nascida de um a virgem receberia o nom e de "Em anuel", que significa "Deus [não meio Deus] conosco" (Is 7.14; cf. Mt 1.23; grifo do autor) e, conform e Isaías relatou, Ele seria: "M aravilhoso, Conselheiro, D eus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is 9.6). Se esse não fosse o caso, Jesus não poderia ser nosso Salvador. Em todo o A ntigo Testamento, D eus diz que é o único Salva­ d o r (Is 43.11; 45.15,21; Os 13.4). O bviam ente, isso é verdade, p o r­ que a salvação é u m trabalho infinito, incluindo o pagam ento total da p en alid ad e infinita pelo pecado, algo exigido pela ju s­ tiça infinita de D eus — algo que apenas Deus p o deria realizar. Por conseguinte, p a ra Jesus ser nosso Salvador, precisa ser Deus. P aulo o cham ou de "D eus nosso Salvador" (1 Tm 1.1; 2.3; Tt 1.3,4; 2.10,13; 3.4), da m esm a form a que P edro (2 Pe 1.1) e Judas (v. 25) tam bém o fizeram. No entanto, era necessário que o Salvador viesse como ho­ mem, sendo que o hom em é pecador e não Deus. A penalidade pelo pecado foi proferida contra o homem, não contra Deus; p o r­

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Q . em f; D fl ^

tanto, deve ser paga por um homem. N o entanto, n en h u m hom em finito poderia pagar essa penalidade. Assim, Deus em seu infinito am or e graça, tornou-se hom em p o r meio do nascim ento virginal p ara que Ele, como hom em , pudesse receber o julgam ento que merecíamos, tornando o perdão possível p ara nós. Para ser nosso Salvador, Jesus tinha de ser totalmente Deus (Is 43.11) e totalmente homem (Rm 5.12-21), não um composto híbrido, meio a meio, de cada um deles. Pergunte ao seu professor se é isso que ele quis dizer.

Nossas Orações E óbvio que Deus não precisa de nossas orações p ara agir. Ele conseguiu existir p or u m a eternidade e criar o universo e os anjos e a hum anidade sem nossas orações. Certamente, não foram nossas orações que fizeram com que Cristo nascesse no m u n d o e morresse p o r nossos pecados. Tampouco são nossas orações que conduzirão a um novo universo, em bora Deus nos dê o privilégio de orar: "Venha o teu Reino" (Mt 6.10). Se D eus pudesse apenas agir em resposta a nossas orações, estaria à nossa mercê, suas m ãos estariam atadas a m aior parte do tem po, incapazes de fazer o que Ele em sua infinita sabedoria e conhecimento sabe o que precisa ser feito, mas que nós, em nossa com preensão limitada, desconhecemos ou nem sequer che­ gam os a pensar. Além disso, Ele não poderia resolver as em er­ gências que não soubéssem os que ocorreriam, pois não oram os a respeito delas. A idéia de que Deus "pode apenas agir em resposta a nossas orações" não só não é bíblica, como tam bém é ilógica. Dizer que o não ser curado é o resultado de pouca oração e jejum é igualm ente falso. Este ensinam ento implícito é que pode fazer com que D eus execute, por meio de nossas orações, o que querem os, desde que oremos e jejuemos com em penho por um tem po suficiente — em outras palavras, podem os im por nosso desejo a Deus. E quanto à vontade de Deus? Isso tam bém sugere que a vontade de Deus é curar todos o tem po todo. Ao contrário, Ele tem algo m elhor para nós do que p erp etu ar nossa vida por tem po indeterm inado neste corpo de pecado.

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u t .s a d a

F e C h :^t .

"Nada Existe, exceto Deus?" Q uestão: A ssisti a u m a e n tre v ista com Sir John M arks Templeton na revista de Robert Schüller, Possibilities ("Possibili­ dades"). Ele é o hom em que concede o prêm io anual Templeton Prize para prom over um a apreciação dos benefícios de todas as religiões do m undo. Fiquei chocado ao ler em um a entrevista que Templeton acredita que "nada existe, exceto Deus". Estou confuso. Pensei que isso fosse panteísm o, no entanto, foi divulgado em um a revista que pertence a u m hom em considerado um líder evangélico. Como isso é possível? Resposta: Isso é panteísm o. E tam bém a doutrina básica de cultos como ciência da m ente, ciência religiosa e ciência cristã. O que eles ensinam é basicamente o m esm o que o pensam ento posi­ tivo de Peale e o pensam ento da possibilidade de Schüller, o que explica p o r que este poderia prom over isso em sua revista. Aqui está como funciona o "nada existe, exceto Deus" na área da mente científica e do pensam ento p o sitiv o /d a possibilidade: Deus é bom e D eus é tudo. Portanto, tu d o é bom. Entretanto, nada que não é bom — pecado, doença, sofrimento, morte, etc. — é real, mas, tão somente, um a ilusão do pensam ento negativo. A m aneira de ser liberto dessa ilusão do pensam ento negativo é tornar-se u m p en ­ sador positivo ou da possibilidade. A Bíblia, entretanto, ensina que o pecado, o sofrimento, a doença e a m orte são, na verdade, reais. "A alm a que pecar, essa m orrerá" (Ez 18.4) é o pronunciam ento do julgam ento justo de Deus e, certamente, trata tanto o pecado quanto a m orte como algo real. Jesus curou os doentes e ressuscitou os mortos. Ele não ensinou as pessoas a negar a realidade desses fatos por meio do pensam ento positivo ou do pensam ento da possibilidade. Tais conceitos são totalm ente contrários à Bíblia. N ossa libertação do pecado e da m orte não vem por meio da negação da realidade desses m aus pensam entos através do p o ­ der da mente, m as pela fé em Jesus Cristo, que sofreu a agonia da cruz e pag o u a pena que sua própria justiça proferira contra o pecado. Ele m orreu p o r nossos pecados e "ressuscitou para nos­

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els?

sa justificação" (Rm 4.25). Se o pecado e a m orte não existem, então a m orte de Cristo por nossos pecados e sua ressurreição são m eras alegorias e não eventos reais — algo que se opõe aos fatos históricos. Se "n ad a existe, exceto Deus", então o universo é Deus, e nós somos parte de Deus e, portanto, seres divinos e perfeitos. Na verdade, se "nada existe, exceto Deus", então Satanás, apresen­ tado na Bíblia como u m ser real, é Deus. N ingu ém poderia im a­ ginar um a ilusão m aior do que essa. O Deus da Bíblia está separado de sua criação e é distinto dela; criação essa que Ele criou a partir do nada. A criação, como u m relógio, está perdendo sua força, pois está separada do Senhor p or causa da rebelião de suas criaturas (Satanás e seus subordi­ nados, aos quais a h u m a n id ad e aderiu), um a rebelião que levou Deus a pronunciar seu julgam ento sobre toda a criação. Se Deus fosse o universo, então Ele tam bém , como u m relógio, estaria perd en d o sua força. Esse não é o Deus da Bíblia!

E quanto à Trindade? Q uestão: Os cristãos geralm ente acreditam na Trindade, um

"Deus" que é três pessoas e apenas um Ser suprem o. N o entanto, a palavra "Trindade" não aparece nem uma vez sequer na Bíblia, que afirma claram ente que há apenas uni Deus, não três. Como você poderia justificar a crença na "Trindade" fu ndam entado na Bíblia? R e s p o s ta : H á ap enas dois conceitos básicos de Deus: (1) p a n te ís m o /n a tu ra lis m o — em que o u n iv e rso é D eus; e (2) sobrenaturalism o — em que Deus ou os deuses existem de forma distinta e separada do universo. Já dem onstram os a tolice desse prim eiro conceito, o que nos deixa apenas com o últim o. N o sobrenaturalism o há duas visões opostas: (1) politeísm o — em que há m uitos deuses (tanto os m órm ons quanto os hinduístas são politeístas); e (2) m onoteísm o — em que há apenas u m Deus. Já demonstramos que o politeísmo também tem falhas desastrosas. O problem a básico é a diversidade sem unidade.

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E m D e f e s a d a F f. C i í i s t à

H á tam bém duas visões opostas no monoteísmo: (1) a crença de que D eus é u m ser unitário, como no islamism o e judaísm o que insistem que Alá ou Jeová é "um ", o que significa um ser sozinho. A m esm a crença ta m b ém é d e fe n d id a p elas seitas p seudo cristãs com o As Testem unhas de Jeová e Pentecostais Unitaristas, que negam a Trindade e afirm am que Pai, Filho e Espírito Santo são três "títulos" ou "funções" de Deus. Aqui, a falha desastrosa é a unidade sem diversidade.

A Necessidade de Unidade e Diversidade Está claro que Deus possui tanto a unidade quanto a diversidade. O Alá do Islã, ou o Jeová das testem unhas de Jeová e judeus, ou o D eus dos grupos "cristão" unitarista seriam incompletos em si mesmos. Eles seriam incapazes de amar, ter com unhão ou am i­ zade antes de criar outros seres capazes de interagir com eles dem onstrando essas qualidades. Por sua própria natureza, a qua­ lidade de am ar e a capacidade p ara com unhão e am izade exigem u m outro ser pessoal com quem compartilhar. E Deus não poderia com partilhar a si m esm o de form a plena a não ser com um outro ser igual a Ele. A Bíblia diz que "Deus é caridade [amor]" em si mesmo. Isso só poderia ser verdade se Deus m esm o consistisse de um a pluralidade de ser que, em bora separados e distintos, fossem um. A pesar da palavra "Trindade" não ocorrer na Bíblia, o con­ ceito é claram ente ali expresso. A Bíblia apresenta um Deus que não precisou criar nem u m ser p ara experim entar amor, com u­ nhão e am izade. Esse Deus é com pleto em si m esm o e tem exis­ tência própria e eterna em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, individualm ente distintos u m do outro, mas, ao m esm o tempo, eternam ente um . Essas três pessoas já existiam antes m esm o que o universo, os anjos ou o hom em fossem criados. Em contraste, o D eus do islamism o e o Deus do judaísmo contem porâneo não p o d em ser am or em si m esm os e por si m es­ mos, pois quem poderia am ar na solidão antes da criação de ou­ tros seres pessoais? Tal deficiência em Deus afetaria o hom em , que em todos os aspectos de seu ser foi feito à im agem de Deus.

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Pluralidade e Singularidade: ambos se Aplicam O prim eiro versículo da Bíblia apresenta D eus Gomo u m ser plural: "No princípio, criou Deus os céus e a terra". Se Deus fosse

u m personagem unitário, então a palavra singular p ara Deus, Eloah seria utilizada. No entanto, em vez da form a singular, o plural, Elohim, que literalm ente significa Deuses é usada. N o en­ tanto, o verbo, bara, utilizado com Elohim, está no singular. Esse substantivo plural (Elohim ) é utilizado para se referir a Deus mais de 2.500 vezes no A ntigo Testam ento e, quase sem pre, com o verbo no singular, indicando assim tanto unidade e diversidade quanto singularidade e plu ralidade no Deus da Bíblia. Foi Elohim (Deuses) que, nesse prim eiro capítulo de Gênesis, disse posterior­ mente: "Façam os o h o m em à nossa im agem , conform e a nossa sem elhança" (v. 26; grifo do autor). Na sarça ardente, Deus (Elohim — literalmente Deuses) disse a Moisés: "Eu Sou o que Sou" (Êx 3.14). Aqui, Elohim (Deuses) fala, mas não diz: "Nós somos o que somos". Antes diz: Eu sou o que sou. Tampouco a palavra Elohim é a única forma na qual a pluralidade de Deus é apresentada. Observe, p or exem plo, Salmos 149.2: "Alegre-se Israel n a ­ quele que o fez" (em hebraico, "fabricantes"); Eclesiastes 12.1: "Lembra-te do C riador nos dias da tua m ocidade" (em hebraico, "criadores"); e em Isaías 54.5: "Porque o teu C ria d o r é o teu m arido" (em hebraico, "criadores" e " m a rid o s”). O unitarism o não tem explicação para esta apresentação consistente, ao longo de to d o o A ntig o T estam ento, ta n to d a u n id a d e q u a n to da p lu ra lid a d e de Deus. Bem no cerne da confissão de Israel, em D euteronôm io 6.4, em que declara: "que Deus é o único SENHOR" (conhecido como shema), essa é a forma plural p ara D eus (elohenu): "Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor" (Shema yisroel adonai elohenu adonai echad). A palavra utilizada para único, echad, significa, com freqüência, a un id ad e de mais de um . Se essa não fosse a inten­ ção, então yachid, que significa o unitário e o um absoluto, seria u tiliz a d a . A p a la v r a echad, p o r e x e m p lo , é u tili z a d a em Gênesis 2.24, em que hom em e m ulher tornam -se "ambos um a carne"; em Êxodo 36.13 (grifo do autor), q uando as várias partes

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to r n a m - s e " a s sim , u m ta b e r n á c u lo " (g rifo d o a u to r); em 2 Samuel 2.25, quando m uitos soldados "fizeramwm batalhão" (grifo do autor); e, assim, em vários outros textos. Isaías, o grande profeta hebreu, declarou a respeito do nasci­ m ento do Messias: "Porque u m m enino nos nasceu, u m filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nom e será M aravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade..." (Is 9.6; grifo do autor) Esse conceito não é encontrado em nenhum a outra literatura de outras religiões m undiais, mas é exclusivo da Bíblia: U m filho nasceria neste m undo, e apesar de ser homem, seria o Deus Forte. Embora fosse Filho, Ele seria ao m esm o tempo o Pai da Eternidade. Isaías apresenta claramente a deidade de Cristo, a paternidade de D eus e a u n id a d e do Pai e do Filho. Todas as três pessoas da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) são claram ente vistas no seguinte texto: "... desde o princípio [...] eu estava ali; e, agora, o Senhor Jeová m e enviou o seu Espírito" (Is 48.16). Só poderia ser D eus quem está falando, esse único que existe desde o p rin ­ cípio; no entanto, Ele diz que foi enviado p o r D eus e por seu Espírito. N a Trindade, d uas pessoas são invisíveis (Deus Pai e o Espírito de Deus) ao passo que um a é visível, o Filho de Deus que se to rn o u hom em .

Algumas Analogias Úteis Como podem os entender completamente este conceito das três pessoas, em que cada um a é separada e distinta (o Pai não é o Filho, e o Filho não é o Espírito Santo), mas que são um Deus? E impossível com preender isso. Os críticos argum entam que como a Trindade não pode ser com pletamente explicada pela razão h u ­ mana, não pode, portanto , ser verdadeira. N o entanto, quem p o deria explicar totalm ente Deus m esm o se Ele fosse apenas um a entidade unitária? Ninguém . N ão conseguimos sequer explicar a alma e o espírito humanos, muito menos o Espírito de Deus, embora todos esses termos sejam usados repetidam ente na Bíblia. Entretanto, podem os ver analogias à Trindade em todos os lugares. O universo é com posto de três elementos: espaço, tem po e matéria. Os primeiros dois são invisíveis, mas a matéria é visível.

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Cada u m desses três é dividido em três: com prim ento, largura e altura; passado, presente e futuro; energia, m ovim ento e fenô­ meno. Com prim ento, largura e altura são separados e distintos um do outro, portanto, são um , pois cada u m é o todo. O com pri­ m ento contém todo o espaço, assim como a largura e a altura. O m esm o acontece com o tempo: passado, presente e futuro são distintos um do outro e, portanto, cada u m é o todo. E aqui mais um a vez, dois deles (passado e futuro) são invisíveis, ao passo que o presente é visível. O hom em , que foi feito "à im agem de D eus" (Gn 1.27; 9.6; etc.) é form ado de três elementos: corpo, alma e espírito, dos quais, mais um a vez, dois (alma e espírito) são invisíveis, e um , o corpo, é visível. A forma como o hom em funciona como u m ser tam bém reflete a m esm a analogia da Trindade. Concebemos algo em nos­ sa m ente (invisível), talvez u m poem a ou um a sinfonia; expres­ samos isso por meio da fala, ou da escrita, ou da música e isso passa a fazer parte do presente, o m undo visível; depois é apreciada pela emoção, tam bém , m ais um a vez, invisível. Poderem os oferecer algum as analogias, mas essas devem ser suficientes. N ão há d ú vida de que a Bíblia apresenta claram ente três pessoas distintas, e cada um a delas é Deus. Ao m esm o tempo, a afirmação clara de que há apenas um único e verdadeiro Deus é apresentada repetidam ente para nós. Cristo ora ao Pai. Ele está orando para si mesmo? A Bíblia nos diz: "O Pai enviou seu Filho para Salvador do m u n d o " (1 Jo 4.14). Ele enviou a si mesmo? O u será que algum "poder" orou por u m "título" e o enviou, como a Igreja Pentecostal U nitária quer nos fazer crer? Cristo disse: "As palavras que eu vos digo, não as digo de m im m esm o [de m inha p rópria iniciativa], mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras" (Jo 14.10); "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, [...] o Espírito da verdade" (Jo 14.16,17). Em todo o N ovo Testamento, Pai, Filho e Espírito Santo são honrados separadam ente e agem como Deus, mas apenas em concordância um com o outro.

Com talvez algumas poucas exceções, pode-se dizer que o texto de cada versículo do Novo Testamento foi estabelecido pelo consenso geral dos estudiosos de forma que qualquer discussão de sua leitura deve se relacionar preferencialmente à interpretação das palavras em vez das dúvidas relacionadas às palavras em si. Mas em cada um a das trinta e sete peças teatrais de Shakespeare [escritas apenas há quatrocentos anos] há provavelmente centenas de leituras ainda em discussão, e grande parte das quais afeta diretamente o significado da passagem em que elas ocorrem. — Jo h n L e a 1

CONFIÁVEL?

Os Manuscritos do Mar Morto Repercutem negativamente na Bíblia? Questão: Conform e m inha com preensão, a descoberta dos m anuscritos do m ar Morto foi u m golpe contra a Bíblia. As cópias mais antigas de alguns textos do Antigo Testamento que já foram descobertas estavam incluídas nesses achados e descobriu-se que são m uito diferentes das cópias posteriores que já possuím os. Se os copistas com eteram tais erros naqueles poucos séculos, a Bí­ blia de hoje deve estar m uito mais distante dos m anuscritos ori­ ginais do Antigo Testamento! Resposta: N ão sei onde você obteve essa informação, mas ela é falsa. Foi antecipado pelos críticos da Bíblia que grandes dife­ renças seriam encontradas, mas não foi o que aconteceu. Consi­ dere, por exemplo, o m anuscrito de Isaías agora em u m m useu de Jerusalém. A cópia mais antiga que temos de Isaías, antes das descobertas do m ar Morto, era d atada de 900 d.C., e aquela des­ coberta na coleção do m ar M orto era datada de 100 a.C. Portanto, ali se apresentava um a oportunidad e para ver que m udanças, em um espaço de mil anos, poderiam ter ocorrido p o r meio de erros inadvertidos dos copistas.

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Essa com paração revelou algum as variações de ortografia, algum as m udanças estilísticas e raram ente um a palavra, aqui e ali, que foram deixadas de fora ou adicionadas, m as que não m odificavam o significado do texto. Portanto, esses mil anos de cópias desse texto m ostraram que o m esm o foi preservado sem nenhum a m udança real ou significativa. O fato é que a descoberta dos m anuscritos de Isaías na caverna de Q u m ran ofereceu um a evidência contundente de que o Antigo Testamento que temos em nossas m ãos hoje é como o dos docum entos originais.

E quanto à Inspiração Divina? Q uestão: A Bíblia cristã-judaica não é o único livro que alega

ser in s p ira d o p o r D eus. H á ta m b ém o A lcorão, o Vedas do hinduism o, o Livro de M órm ons e outros que afirm am que são provenientes de Deus. O fato de que o cristianismo ensina que os outros livros não são verdadeiros não lança sérias dúvidas sobre a Bíblia tam bém ? Se m uitos outros livros po d em estar errados, por que não esse também ? Afinal, um ateísta apenas duvida de um livro a mais do que os cristãos. R e s p o s ta : Q uer as escrituras das outras religiões sejam ver­

d ad eiras q u er falsas, isso n ão tem n e n h u m a influência na v ali­ d a d e ou n ão d a Bíblia. P ortanto, o fato de que dez dos onze com petidores não conseguiram ganhar um a corrida dificilmente p o d e ser considerado um arg u m en to plausível de que ninguém p o d eria ter g an h ad o a corrida. O fato de existir m uito dinheiro falso n ão sugere, n em p o r u m m om ento, que o d inheiro real n ão exista. N a v erd ad e , isso contrib ui p a ra confirm ar sua exis­ tê n c ia , p o is d e o u tr a m a n e ir a n ã o h a v e r ia p r o p ó s ito em falsificá-lo. O fato de q u e bilhões de pessoas aceitem que os escritos sag rad o s de v árias religiões te n h am sido insp irados p o r D eus d em o n stra a p ro fu n d a sede que a h u m a n id a d e tem da revelação divina, que sem pre existiu em todas as épocas, raças cu ltu ras e em tod os os lugares. Esta sede poderosa e universal não pode ter sido desenvolvi­ da por meio da evolução. O corpo h um ano não tem fome ou sede

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de alimentos ou bebidas que não existem e que sustentariam sua vida. A única exceção seria se alguém experim entasse algo que fosse danoso, mas delicioso, ou que produzisse sentim entos ilu­ sórios de bem -estar ou p o d er e depois o almejassem de forma não natural. A necessidade p o r essa droga ou bebida intoxicante jam ais teria nascido se ela não fosse realm ente saboreada ou experim entada. Portanto, ninguém pod e afirm ar que a crença em D eus era "o ópio do povo" sem adm itir a existência de Deus. E necessário que alguém tenha "experim entado" algo real, con­ forme a Bíblia nos desafia a fazer: "Provai e vede que o Senhor é bom..." (SI 34.8) Logicamente, a sede universal p o r Deus é u m argum ento persuasivo de sua existência; e a sede p o r revelação proveniente dEle dem onstra que tal revelação existe também . Se aquilo que afirma ser proveniente de D eus realm ente o é, entretanto, pode apenas ser determ inado se fund am entad o nos fatos — e apenas a Bíblia passa nesse teste como veremos. O fato de que o m u n d o está cheio de falsas profecias que afirm am ser provenientes de D eus é exatam ente o que um a pes­ soa deveria esperar, d ad a essa sede inata p o r Deus e a propensão d o coração h u m a n o de ilu d ir-s e a si m e sm o e aos outros. Tampouco pode ser inferido do fato de que muitas falsas profecias foram proferidas que, portanto, n en h u m a profecia verdadeira já foi feita. Q ue a hum anidade, de m odo geral, em todos os lugares, em todas as épocas e em todas as religiões tem sido suscetível a falsas previsões é evidência de um a crença intuitiva de que a ver­ dadeira profecia seja possível e im portante. A Bíblia necessita ser exam inada conform e seus próprios méritos. Será d em onstrado que é verdadeira ou falsa, fun d am en ­ tada nas evidências internas e externas tom adas em conjunto — não pela com paração dela com os escritos sagrados de outras re­ ligiões. Além disso, a afirmação da Bíblia de que é a única revela­ ção de Deus para a hum an id ad e im plica que todos os outros es­ critos sagrados são falsos. Portanto, a falsidade desses escritos é um argum ento a favor da Bíblia, e não um a prova de que ela não possa ser verdadeira.

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Até que Ponto os Documentos Bíblicos São Confiáveis? Q uestão: Ensinaram -m e no seminário, e li tam bém a m esm a

acusação em um bom núm ero de livros acadêmicos, que o Novo Testamento não é confiável, pois foi escrito p o r hom ens que nem m esm o foram contem porâneos de Jesus, séculos depois da época de Cristo. O "Seminário de Jesus", u m g rupo de estudiosos com títulos im pressionantes, faz esta afirm ação hoje. H á algum a evi­ dência em contrário? R esposta: Essa acusação é refutada não apenas pelos m an u s­ critos, mas pelas citações que temos de todo o Novo Testamento em outros escritos do final do século I e início do século II. Há provas até m esm o em escritos dos inimigos do cristianismo. Por exemplo, Celso, u m am argo oponente do cristianismo que nas­ ceu no início do século II, referiu-se aos quatro Evangelhos como parte do livro sagrado dos cristãos, os quais já eram bem conhe­ cidos em sua época. A penas essa pequena evidência refuta a afir­ mação que o N ovo Testamento foi escrito apenas séculos mais tarde! A lém disso, há mais do que provas suficientes no próprio N ovo Testamento de que o m esm o existiu, conforme seus escri­ tores afirm am , escrito p or contem porâneos de Jesus.

Os autores das Epístolas de Pedro e João testificam que conhe­ ceram Jesus pessoalmente e que foram testem unhas oculares de tudo que Ele fez em seu ministério terreno. Pedro escreve: "Por­ que não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós m esm os vimos a sua majestade" (2 Pe 1.16). João, ao falar por si m esm o e pelos outros apóstolos, testifica que teve um relaciona­ mento íntimo com Cristo: "O que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram..." (1 Jo 1.1) Se o Novo Testamento que inclui tais testemunhos juramentados não foi escrito pelos próprios apóstolos, mas foi forjado por o u ­ tros grupos séculos (ou até m esm o apenas décadas l mais tarde, ele todo é um a fraude! Q uem quer que seja que escreveu tais fá­ bulas estava m entindo e estava assim fazendo com a intenção deliberada de enganar incontáveis m ultidões ao longo dos sécu­

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los vindouros. E, tragicamente, se esse for o caso, a ilusão foi aceita por bilhões de pessoas desde aquela época. Entretanto, aquele cenário contém num erosos problem as intransponíveis.

Evidência Interna Irrefutável Prim eiro, h á u m a consistência intern a nos sessenta e seis livros da Bíblia, em bora tenham sido escritos ao longo de mil e quinhentos anos p or mais de quarenta pessoas, e a m aioria delas jamais teve contato um a com a outra. Esses escritores das Escri­ turas, que pertenciam a épocas históricas distintas e a regiões e culturas totalm ente diversas, tinham apenas algo em comum: a afirm ação de que o que escreviam era inspirado pelo único e verdadeiro Deus. O intrincado p adrão da verdade que foi tecido sem contradições ao longo da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, p ro d u z um poderoso testem unho em relação à validade dessa afirmação, que não pode ser explicada de nen h u m a outra forma. Q uanto às aparentes contradições, lidarem os com elas. Essa continuidade e concordância ao longo da Bíblia é um dos argum entos mais poderosos de que ela é a Palavra de Deus. P ara d e m o n s tra r o q u a n to este a rg u m e n to é n o tá v el, Josh M cDowell conta-nos essa história verdadeira: U m representante da Great Books ofthe Western World ("Os G randes Livros do M u n do O cidental"), veio a m inha casa a fim de recrutar vendedores para essa série... Eu o desafiei a que p e­ gasse apenas dez desses autores, todos com u m a m esm a posi­ ção, da m esm a geração, do m esm o lugar, da m esm a época, da m esm a disposição, do m esm o continente, da m esm a linguagem e que abordassem apenas u m assunto controverso (a Bíblia fala de centenas deles com h arm onia e concordância). A seguir, p er­ guntei a ele: "Eles (os autores) concordariam ?" Ele hesitou e d e­ pois replicou: "N ão".2

Obviamente, qualquer escritor fraudulento (por exemplo, que escrevesse sobre a vida e obra de Cristo), teria de conhecer a Bí­ blia intim am ente e ser capaz de m anter sua consistência interna sobrenatural. E altam ente im provável que qualquer m entiroso deliberado teria a motivação ou a habilidade p ara assim fazer.

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H á u m problem a a mais. U m estu d o cuidadoso do N ovo Testamento revela sinceridade e veracidade praticam ente im pos­ síveis de falsificar. Além disso, a Bíblia tem dem onstrado um poder sobrenatural, acessível a todos aqueles que acreditam em sua m ensagem , na recuperação de seres hum ano s que são libertos de seu pecado e degradação e que passam a desfrutar da alegria, amor, liberdade e transform ação de vida. Q ue um a fraude deli­ berada pudesse causar tam anho benefício é absurdo. Seria preciso m ais fé p ara acreditar nesse cenário do que aceitar a afirmação da Bíblia, a saber, que é divinam ente inspirada!

Corroboração Contemporânea H á a b u n d ân c ia de p ro vas adicionais de n atu re z a distinta. Tom am os conhecim ento através das desco bertas arq u eo ló g i­ cas de citações em outros escritos de que o N ovo Testam ento já estava to talm en te em circulação, pelo m enos, até o fim do século I. M uitas pessoas que ainda estavam vivas naquela época conheciam os apóstolos e, p a ra elas, os escritos deles soavam v erd ad e iro s conform e os fatos ocorridos. Se as Epístolas não dissessem a v erd ad e , h av eria u m pro testo veem ente — m ais u m a vez, n ão tem os essa evidência. In q u estion avelm en te, os rabino s ju d e u s teriam se ap eg a d o à m e n o r m e n tira ou exagero a fim d e d e sacre d ita r essa "n ova relig iã o ”, conform e eles a concebiam , a q u al estava m in a n d o a liderança q ue tin h am so­ bre o p o v o e levava m ilhares de ju d e u s a se conv erter a ela. N ão há registro de q u alq u er ataq u e a esses fu n d am en to s p o r p a rte daq u ele grupo. Além disso, há evidências abundantes e inquestionáveis no N ovo Testamento que foram escritas por testem unhas oculares. Lucas, p o r exemplo, refere-se aos outros escritores dos Evange­ lhos como testem unhas oculares "desde o princípio" e afirm ou que eles registraram os "fatos que entre nós se cum priram ". Ele não era u m idiota ingênuo que estava disposto a acreditar em qualquer fábula com a qual se deparasse, mas afirmou que já havia se inform ado "m inuciosam ente de tudo desde o princípio" (Lc 1.1-3). Ele declarou que estava desem p enh ando essa tarefa de

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escrever a história de Jesus p ara seu am igo Teófilo, p ara que ele pudesse conhecer "a certeza das coisas..." (Lc 1.4) As descobertas arqueológicas da m od ern idade confirm am a veracidade do testem unho de Lucas e o fato de que ele realmente foi contem porâneo dos apóstolos, Portanto, tinha condições de conhecer e relatar os fatos. No capítulo 2, Lucas refere-se a um "decreto da parte de César A ugusto, p ara que todo o m u n d o se alistasse" e afirma que isso "foi feito sendo Cirênio governador da Síria" (v. 1,2). Alguns críticos continuam a afirmar dogmaticamente que Cirênio, tam bém conhecido como Quirino, tornou-se gover­ nador da Síria apenas em 6 d.C., um a data m uito tardia para o nascim ento de Cristo. Eles ignoram que os achados mais recen­ tes dem onstram que Q uirino foi governador da Síria duas vezes, a prim eira, talvez, de um a data tão rem ota quanto 7 a.C. até 1 d.C. Lucas estava obviam ente se referindo a seu primeiro governo, não ao segundo.

A Verificação Histórica Confiável No capítulo 3, Lucas fornece um a lista com informações d e­ talhadas que continha nomes, lugares, cargos e datas, a qual cer­ tam ente um a pessoa não seria capaz de fornecer algum as déca­ das (e m uito m enos séculos) depois: E, no ano quinze do im pério de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos g o vernador da Judéia, e H erodes, tetrarca da Galiléia, e seu irm ão Filipe, tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene, sendo Anás e Caifás sum os sacer­ dotes... (Lc 3.1,2)

Observe que as referências de Lucas não são apenas a César, mas a Tibério. Até m esm o a época do decreto nos é fornecida: no "ano quinze" do reinado desse im perador. Esses fatos foram ve­ rificados por historiadores m odernos e não poderiam ser conhe­ cidos de ninguém que escrevesse séculos mais tarde, conforme os céticos afirm am que aconteceu. Os títulos técnicos dos cargos ocupados pelas outras pessoas — governador, tetrarca, sum o sa­ cerdote — nos são fornecidas, juntam ente com a localização de cada um deles. C ada fato apresentado foi verificado em anos re­

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pulcro. Com o esse percurso deveria envolver algum a distância, ela p oderia ter se levantado naquela m an h ã "enquanto ainda es­ tava escuro" (Jo 20.1) p ara chegar ao sepulcro q u ando o sol esti­ vesse surgindo no horizonte. O bviam ente, M aria M adalena vê a algum a distância, assim que tem um a clara visão da entrad a do sepulcro, que a p ed ra foi rem ovida. João não registra que ela esteve no sepulcro até m uito m ais tarde. Além disso, a p alav ra grega skotia, tra d u z id a por "escuro", significa tam bém "p enum bra", "indistinto", o que não significa necessariamente breu, preto como carvão. Para ser total­ mente honesto, se você levar essas duas afirmações para um a corte a fim de tentar p rovar que elas são contraditórias, o juiz rap id a­ m ente rejeitaria o caso.

Quando e onde Foi o Sermão da Montanha? Q uestão: Lucas 6.12,17, a respeito do famoso sermão da m on­ tanha, diz que Jesus desceu de u m a m ontanha e parou em um lugar plano p ara discursar a sua audiência. Entretanto, M ateus 5.1 diz que Jesus "subiu a um monte" e assentou-se para discursar para

sua audiência. Q uantas contradições como essas serão necessári­ as para que o cristianism o adm ita que a Bíblia não é a Palavra infalível de Deus? R esp o sta : Seria possível que, em sua ânsia de provar que a Bíblia é falível, você tenha negligenciado o óbvio? Certam ente, você deve saber que os Evangelhos não n arram cada evento na seqüência em que ocorreram. Em Lucas 6.12-19, Jesus vai a um a m ontanha e ora d u ran te toda a noite, depois, no dia seguinte, encontra seus doze discípulos. Essa circunstância tam bém é des­ crita em M ateus 10. Ela não tem ligação com o serm ão da m o n ta­ n h a — e, m uito menos, como você sugere, é seguida p or ele — o qual é narrad o anteriorm ente, no capítulo 5, p or M ateus.

Em Lucas, no capítulo 6, entre os versículos 19 e 20, há um a lacuna. O versículo 20 inicia-se com um a circunstância anterior, e o serm ão da m ontanha é citado fora de seqüência dos aconteci­ m entos. N ão há conexão entre a p arte do Evangelho n arrad a do

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versículo 12 ao 19 com o Sermão da M ontanha, que se inicia no versículo 20. N ão há contradição entre M ateus e Lucas.

Outra Tentativa Veemente de Provar uma Contradição Q uestão: As histórias das assim cham adas "transfigurações" de Jesus no m onte parecem ter sérias contradições. M ateus 17.1 e Marcos 9.2 dizem que ela ocorreuse/s dias depois que o incidente se apresentou. Mas Lucas 9.28 diz que toramo/ío dias depois do incidente. Estou perplexo. Você pode me ajudar? R esposta: N a verdade, M ateus e Marcos dizem: "E seis dias d ep o is {meta, em grego)", o que poderia significar, pelo menos, o sétimo dia; e Lucas diz: "Q uase oito dias depois..." "Em oito dias" é um a expressão idiom ática (como "quatro noites") para dizer um a sem ana depois, e a palavra "quase" indica que o espaço de tem po não é preciso. Essa crítica ao relato do Evangelho perde-se em m inúcias sem sentido e, mais u m a vez, os céticos que acusam a Bíblia de contradição seriam m otivo de riso em um a corte.

Esclarecendo a Questão dos Anjos Q uestão: A ressurreição de Cristo é fundam ental p ara o cris­ tianismo; ainda assim, aqueles que escreveram os Evangelhos apresentam conflitos m esm o em relação a esse assunto da m aior im portância! M ateus diz que um anjo desceu do céu, retirou a pedra e sentou-se sobre ela. M aria M adalena e a outra Maria apro­ xim aram -se e ficaram am edrontadas. O anjo disse-lhes para que não tivessem m edo e convidou-as para entrar no sepulcro e ver o local onde Jesus estivera (Mt 28.1-6). Em contraste, Marcos diz que M aria M adalena, Maria, a mãe de Tiago, e Salomé não viram o anjo até o m om ento em que en­ traram no sepulcro. O anjo, depois, apontou para onde Jesus esti­ vera (16.1-6). Lucas, em outra contradição, diz que as m ulheres entraram no sepulcro e, enquanto buscavam o corpo de Jesus, dois anjos, repentinamente, apareceram a elas (Lc 24.1-4). Observe que Marcos

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tam bém diz que o anjo, q u ando se dirigiu às m ulheres, estava sentado, enquanto que Lucas afirm a que os dois anjos estavam de pé (Mc 16.5; Lc 24.4). U m relato diz que as m ulheres viram Jesus e, depois, foram contar a seus discípulos; outro diz que Jesus as encontrou enquanto cam inhavam para contar as novidades aos discípulos (Mt 28.9); e a terceira versão diz ainda que elas "fugiram do sepulcro" e não contaram para ninguém que viram Jesus (Mc 16.8). Os discípulos foram inform ados de que Jesus os encontraria na Galiléia (Mt 28.7; Mc 16.7) e, ainda, Lucas e João dizem que ele foi encontrálos em Jerusalém . O que você p o d e fazer desse im possível em a­ ran h ad o de contradições? Resposta: Examinemos os relatos mais cuidadosam ente, lem ­ brando que cada um dos escritores dos Evangelhos apresenta um a versão resum ida do que aconteceu. N em todos os m ovim entos e palavras dos anjos, das m ulheres e dos discípulos são narradas em cada u m dos Evangelhos. Além disso, cada relato é feito a p artir de u m a perspectiva distinta.

Antes de qualquer coisa, Mateus não diz que as mulheres viram u m anjo do lado de fora e que ele as convidou para entrar. Isso não é afirm ado em parte algum a em nen h u m dos Evangelhos. M ateus inicia a história do ponto de vista dos soldados rom a­ nos. Ele relata que a guarda militar, vendo o anjo retirar a pedra e sentar-se sobre ela, ficou petrificada: eles "ficaram m uito assom ­ brados e como mortos" (28.4). Depois fugiram para a cidade (28.11). Obviam ente, os soldados já tinham partido, e o anjo que reti­ rara a p ed ra deveria estar dentro do sepulcro no m om ento em que as m ulheres chegaram e encontraram a p ed ra retirada (Mc 16.4; Lc 24.2). Sabemos que os soldados não poderiam ainda estar lá enquanto o anjo estava do lado de fora do sepulcro, sentado na pedra, com "seu aspecto [...] como u m relâm pago" (Mt 28.3). Será que alguém poderia im aginar tal cena, em que aquelas m ulheres tiveram a coragem de caminhar através de u m pelotão de soldados aterrorizados e dirigir-se a u m anjo im ponente p ara perguntarlhe onde estava Jesus? No relato de M ateus, o convite feito pelo anjo: "Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia" (Mt 28.6), é similar ao relatado por

103 Marcos: "Eis aqui o lugar onde o p useram " (Mc 16.6). A mbas as narrativas são com patíveis com as instruções, provenientes do interior do sepulcro, dadas às mulheres, que exam inavam com cuidado seu interior e, depois, hesitantem ente entraram nele. O fato de u m Evangelho se referir especificamente a u m anjo em um a determ inada posição (e silenciar sobre o outro, que estava em um a posição distinta), enquanto o outro menciona ambos os anjos, não representa um a contradição de m aneira alguma, mas a variação norm al que se espera de dois relatos verdadeiros sobre o m esm o evento, feitos a p artir de diferentes perspectivas.

Mulheres Distintas Fazem Coisas Distintas N enhum Evangelho, relatando a ação a partir das mulheres, disse que elas viram Jesus antes de ir contar o ocorrido aos discípu­ los. Tampouco há qualquer contradição no fato de que algumas mulheres fugiram para suas casas, e outras foram contar aos discí­ pulos sobre o sepulcro vazio. Havia algumas mulheres ("e foram elas", Lc 24.1; "as outras que com elas estavam"; v. 10), e não apenas as três que foram nomeadas; e Maria Madalena agiu por conta pró­ pria e não em conjunto com o grupo de mulheres. Ela não entrou no sepulcro, mas imediatamente foi contar aos discípulos. As outras mulheres entraram no sepulcro e viram os anjos, os quais as instru­ íram para contar aos discípulos que Ele havia ressuscitado. Algu­ mas das mulheres fugiram aterrorizadas, enquanto outras foram contar aos discípulos e, no caminho para a cidade, Jesus as encon­ trou. Não há nenhum "emaranhado de contradições" nisso. Maria M adalena já havia alertado os discípulos e retornara ao sepulcro com Pedro e João (Jo 20.1-11). Depois que eles viram que o sepulcro estava vazio e saíram anunciando o milagre, ela, confusa e de coração partido, dem orou-se lá, e, nesse mom ento, foi que Jesus veio até ela. Algumas das mulheres, assustadas e desnorteadas, retornaram para suas casas e não disseram n ad a sobre o ocorrido. O utras delas foram contar aos discípulos. N ão há n enh um conflito aqui, mas apenas a diferença normal de atitudes que seria de se esperar em um grupo de mulheres.

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N em há qualquer conflito entre a instrução p ara que os discí­ pulos fossem p ara a Galiléia e o fato de que eles não fizeram im e­ diatam ente as malas e foram para lá, m as estavam, naquela noite, no interior de um a sala em Jerusalém, q u ando Cristo apareceu para eles. Era com preensível a relutância deles em obedecer mais essa ordem daquEle que pensaram ser o Messias, m as que parecia não mais o ser, apesar dos rum ores de que havia ressuscitado. N ão há conflito, de form a algum a, nos relatos. U m fato é incontestável: na m anhã do terceiro dia após sua morte, o sepulcro em que o corpo de Jesus foi colocado estava va­ zio. Todos os relatos deixam isso bem claro, e todas as evidências fundam entam esse fato. Tampouco as autoridades romanas ou os rabis podiam exibir o corpo de Jesus, embora ambos o teriam exibi­ do a fim de parar a revolução que estava criando alvoroço em todo lugar e que, mais tarde, tom ou-se conhecida como cristianismo.

Esqueça a "Sexta-feira da Paixão"! Q uestão: A Bíblia diz que Cristo foi crucificado no dia antes

de sábado, o que quer dizer na sexta-feira. A igreja aceita esse fato, o que p o d e ser com provado pela celebração da "Sexta-feira da Paixão". A Bíblia diz tam bém que Ele ficou "três dias e três noites" no sepulcro, o que é claram ente im possível, já que Ele foi crucificado na sexta-feira à tarde e ressuscitou bem cedo, na m anhã de dom ingo, conforme a Bíblia afirma, e os cristãos acreditam. Essa contradição não pode lançar d ú v id a sobre tudo o mais que a Bíblia diz e, mais precisamente, sobre o cerne do cristianismo: a cru­ cificação e a ressurreição de Cristo? R esposta: Nesse caso, os críticos estão corretos: Cristo não

poderia ser crucificado na tarde de sexta-feira e nem a Bíblia diz que foi. Os que defendem essa posição fazem isso, mais ou menos, dessa maneira: "O dia judeu se inicia e term ina com o pôr-do-sol. U m a parte do dia é contada como u m dia inteiro. Portanto, o dia que se iniciou no pôr-do-sol da quinta-feira foi o primeiro dia; do pôr-do-sol de sexta-feira até o de sábado, o segundo dia; e do pôrdo-sol de sábado até o am anhecer de domingo, o terceiro dia".

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Conforme esse cálculo, há três dias, m as som ente duas noites (sexta-feira e sábado). Mas Cristo, especificamente, declarou: "... assim estará o Filho do H om em três dias e três noites no seio da terra" (Mt 12.40). O fato de que Cristo ressuscitou no dom ingo de m anhã fica claro em todos os quatro Evangelhos. Entretanto, Ele teria de estar morto e enterrado no sepulcro na noite de quintafeira, como tam bém nas noites de sexta-feira e sábado.

Cristo Foi Crucificado na Quinta-feira De fato, fica bastante claro nos Evangelhos que Cristo foi cru­ cificado na quinta-feira e m orreu várias horas antes do pôr-dosol (quando a sexta-feira se inicia). Portanto, Ele passou p arte da quinta-feira, toda a sexta-feira e todo o sábado (três dias) no se­ pulcro. Também passou as noites de quinta-feira, sexta-feira e sábado (três noites ) no sepulcro e ressuscitou no alvorecer do dom ingo. A confusão origina-se do fato de que sua crucificação deu-se à "véspera de sábado" (Mc 15.42). Lucas e João concor­ dam: "E am anhecia o sábado" (Lc 23.54); para que "não ficassem os corpos na cruz, visto que era dia de preparação (para o grande dia de sábado)" (Jo 19.31). Portanto é um engano concluir que, como o dia depois de sua crucificação era o sábado, que Ele foi crucificado na sextafeira. Sábado não c o único sabá. Há outros sabás especiais que podem cair em qualquer dia da semana, dependendo do calendário. De fato, João nos relata que o dia após a crucificação não era um sábado sagrado qualquer, m as u m sabá especial: "Pois era grande [especial] o dia de sábado" (Jo 19.31). Também não resta a m enor d ú v id a a respeito de que sábado especial aquele se tratava: a Páscoa dos judeus. Q uando os rabis, na m anhã de sua crucificação, trouxeram Jesus diante de Pilatos, "não entraram na audiência, para não se contam inarem e poderem comer a Páscoa" (Jo 18.28). Essa é a m anhã depois da Última Ceia, m as os rabis ainda não haviam com ido a Páscoa — nem Jesus e seus discípulos. A Ultima Ceia não era a Páscoa, como com um ente se pensa. Esta deveria ser

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celebrada na noite seguinte, a qual, p ara choque e espanto dos discípulos, tornou-se a noite da crucificação de Cristo. (Lidaremos com isso de form a mais detalhada posteriorm ente.)

Na Cruz, no Momento em que o Cordeiro da Páscoa Foi Sacrificado Em notável cum prim ento da profecia de Êxodo 12.6, Cristo — a quem João Batista cham ava de "o Cordeiro de Deus" (Jo 1.29,36), e Paulo, de "nossa páscoa" (1 Co 5.7) — foi crucificado na m esm a hora em que o cordeiro da Páscoa era sacrificado por toda a nação de Israel: "E era a preparação da Páscoa" (Jo 19.14). Depois, conforme determ inado em Êxodo 12, os cordeiros eram assados e comidos, naquela m esm a noite, com o pão asmo. A Pás­ coa m arca o início da festa, com duração de sete dias, conhecida como a Festa dos Pães Asmos, o prim eiro dia dos quais era o sábado, no qual n en h u m trabalho poderia ser feito: "Sete dias comereis pães asmos; [...] e ao prim eiro dia [da festa] [...] ao sétimo dia [...] n en h u m a obra se fará" (Êx 12.15,16; grifo do autor). Portanto, o pôr-do-sol da quinta-feira (especificamente nesse ano, 32 d.C., q u ando Cristo foi crucificado) m arcou o início da Festa dos Pães Asmos, quando se come nessa noite o cordeiro da Páscoa. Aquele prim eiro dia duraria até o pôr-do-sol de sexta-feira e era um sábado especial, u m "grande dia", o prim eiro dia da Festa. Isso era im ediatam ente seguido pelo sabá normal, do pôrdo-sol de sexta-feira até o de sábado. As mulheres não puderam , portanto, ir ao sepulcro até o dom ingo de manhã. Cristo esteve no sepulcro três dias e três noites. Ele foi crucificado na quinta-feira, o mesm o dia que os profetas predisseram (como veremos). Não há contradição nenhum a quando conhecemos os fatos.

Paulo não Sabia Contar? Q uestão: Parece haver u m a gran d e falha no testem unho de

Paulo em relação à ressurreição de Cristo. Ele diz que depois que Cristo apareceu a Pedro, Ele apareceu aos "doze" (1 Co 15.5). No entanto, os Evangelhos afirm am claram ente que Judas, um dos prim eiros dos doze apóstolos, suicidara-se antes da ressurreição

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e que havia apenas onze discípulos vivos p ara quem Cristo p o ­ deria aparecer. H á algum a saída p ara essa contradição? Caso contrário, esse fato põe em d ú v id a todo o resto da história da ressurreição. R esposta: O bviam ente, Cristo "apareceu aos onze, estando eles assentados juntam ente, e lançou-lhes em rosto a sua incre­ d ulidade e dureza de coração" (Mc 16.14); "E acharam congrega­ dos os onze [...] E, [...] o mesm o Jesus se apresentou no meio deles" (Lc 24.33,36). N o entanto, Ele tam bém "foi visto, u m a vez, por m ais de quinhentos irm ãos" (1 Co 15.6). Sem som bra de dúvida, entre eles estava Matias, que foi escolhido p ara tom ar o lugar de Judas para que o n úm ero de discípulos voltasse novam ente a ser doze. Sem dúvida, a p artir do que Pedro disse (citado abaixo) quando M atias foi escolhido, esse hom em tam bém havia visto Cristo em outras ocasiões.

Em Atos 1.15-26 vem os que h á "quase cento e vinte" (v. 15) discípulos reunidos. Pedro os lem bra que os profetas p rev iram a traição de Jesus p o r Judas e a subseqüente m orte deste, como tam bém p rev iram que "o utro " tom aria o seu lugar (v. 20). Para ser apóstolo, conforme Paulo nos lembra, o indivíduo precisava ter visto "a Jesus Cristo, Senhor nosso" (1 Co 9:1). Portanto, quando os onze discípulos estav am prestes a escolher o sucessor de Judas, Pedro declarou que a substituição poderia apenas ser feita dentre os "varões que conviveram conosco todo o tem po em que o Senhor Jesus entrou e saiu den tre nós, com eçando desde o batism o de João até o dia em que dentre nós foi recebido em cim a" (At 1.21,22). Fica bem claro, porém , que em bora o foco dos quatro Evangelhos seja o círculo especial dos doze discípulos, havia outras pessoas que tam bém estavam com C risto o tem po todo, e um a delas era Matias. Matias preenchia os requisitos e foi escolhido para tom ar o lugar de Judas. Assim, tornou-se u m dos doze apóstolos e teste­ m unhou tudo que os outros onze testem unharam , inclusive a res­ surreição. N a verdade, ele provavelm ente estava presente quando Cristo apareceu pela prim eira vez aos onze. Não há registro de quantos outros discípulos estavam presentes naquele momento.

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Q uer ele estivesse presente naquela noite quer não, o fato é que Cristo apareceu para Matias, e ele tom ou-se u m dos doze. Paulo tornou-se cristão alguns anos depois da substituição de Judas por Matias. Seria bastante razoável, portanto, que quando Paulo declarou que Cristo foi visto "pelos doze" (1 Co 15.5), ele queria dizer os doze (inclusive Matias) que, naquele dia, estavam ali presentes, não os primeiros doze dos quais Judas fazia parte.

Erros de Copistas até mesmo na Versão Almeida Revista e Corrigida? Q uestão: Deparei-me com um a lista de num erosas contradi­ ções na Bíblia. Eis aqui apenas algumas: 2 Samuel 8.4 afirma que Davi tom ou de H adadezer “mil e seiscentos cavaleiros", m as em 1 Crônicas 18.4, que Davi tom ou Sete mil cavaleiros". U m a discre­ pância sim ilar ocorre entre 2 Samuel 10.18 '(setecentos carros e quarenta mil hom ens de cavalo") e 1 Crônicas 19.18 (Sete mil ca­ valos de carros e quarenta mil hom ens de pé"). Essas são apenas algum as das discrepâncias — e elas se encontram na A lm eida Revista e C orrigida, que sem pre acreditei que fosse perfeita em cada u m a das palavras. Ajüde-me! R esposta: A Bíblia é infalível em seus m anuscritos originais, não em toda cópia que alguém p ro d u ziu desde o m om ento em que foi escrita. N em todo copista, como também nem todo tradutor, trabalhou de forma tão precisa a ponto de toda cópia da Bíblia, em todas as línguas, ser perfeita em todas as palavras. Esses er­ ros que você apontou foram feitos p or alguém ao longo dos sécu­ los passados, q u ando os docum entos eram copiados à mão.

A lguém deveria buscar os manuscritos disponíveis para de­ terminar quando esses erros, em particular, aconteceram. E, indu­ bitavelmente, ao com parar os muitos manuscritos que ainda temos, seria possível determ inar o que o original realmente disse — se mil e seiscentos ou sete mil, se quarenta mil homens de cavalo ou qua­ renta mil hom ens de pé, etc. Entretanto, não valeria a pena investir todo o tem po e o esforço necessários para determ inar isso, pois esses erros não afetam nenhum ensinamento doutrinário.

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Alguns tipos de erro de cópia ou tradução que, teoricamente, afetam a doutrina, p o d eriam tam bém ter se infiltrado em um m anuscrito em particular, m as tem os tantas cópias dos m a n u s­ critos, de datas de m uitos séculos atrás, que, pela com paração entre eles, esses erros p o d em ser descobertos e corrigidos. Na verdade, n enhum a das mais im portantes traduções da Bíblia exis­ tentes hoje contém erros d o u trin ário s. E m bora haja alg u m as diferenças im portantes nas traduções existentes, quer nas mais antigas quer nas m odernas (inclusive m uitas deficiências nessas últim as), qualquer discrepância na m aioria dessas traduções são corrigidas por outros versículos da m esm a versão.

Estêvão Confundiu-se? Q uestão: Estêvão, em seu discurso perante o conselho de rabis, em Atos 7.15,16, afirm ou que Jacó foi enterrado em Siquém, "na sepultura que A braão com prara [...] aos filhos de H am or". Essa afirmação apresenta um a clara contradição com o texto de Gênesis 50.13, em que se diz que Jacó foi levado "à terra de Canaã" e sepultado "na cova do cam po de Macpela, que A braão tinha com prado [...] a Efrom, o heteu". Estêvão confundiu-se? Acho isso m uito perturbador. Por que Deus não o inspirou p ara dizer tu d o corretamente? R esposta: Com o Lucas está escrevendo inspirado pelo Espí­

rito Santo, p odem os ter certeza de que Estêvão disse o que Lucas registrou. N ão podem os culpar Lucas por qualquer equívoco. A possibilidade mais óbvia, portanto, é que Estêvão realm ente se confundiu. No entanto, aquele fato não reflete negativam ente na Bíblia e, tam pouco, prova que a Bíblia não é a Palavra de Deus, conforme os céticos gostariam de sustentar. Lembre-se, a Bíblia registra as palavras de m uitas pessoas que claram ente não foram inspiradas p or Deus: as desculpas de A dão e Eva, a m entira de Caim sobre sua inocência em relação ao assassinato de Abel, os longos discursos feitos p or aqueles que vieram "confortar" Jó, as m uitas vezes que o faraó voltou atrás na palavra que dera a Moisés e Arão, as explosões do rei Saul

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contra Davi, as acusações do sum o-sacerdote contra Jesus, e as­ sim p or diante. A Bíblia não garante a veracidade de toda fala que registra, a não ser que fique claro que a pessoa falava inspi­ rada por Deus. N ão fica explícito que o discurso de Estêvão tenha sido ins­ p irado pelo Espírito Santo, como tam bém as palavras de m uitas outras pessoas registradas nas Escrituras. A Bíblia não tenta es­ conder os pecados ou erros, até m esm o de seus m aiores p erso n a­ gens, como A braão e Davi. Portanto, p or que Estêvão deveria ser resguardado de u m lapso em seu discurso? Entretanto, exam ine­ m os um pouco m ais p rofundam ente p ara saber se Estêvão real­ m ente confundiu-se ou não, e quanto. Primeiro, Estêvão não afirm ou especificamente que Jacó) foi enterrado em Siquém. Eis aqui aquele trecho de seu discurso: "E Jacó desceu ao Egito e m orreu, ele e nossos pais; e foram tran s­ p ortados p ara Siqúém e depositados na sepultura que Abraão com prara por certa soma de dinheiro aos filhos de Hamor, pai de Siquém " (At 7.15,16). A referência de Estêvão a "nossos pais" não inclui Jacó ("ele e nossos pais"; grifo do autor), mas seus filhos. Foram os "pais" que foram enterrados em Siquém. Sabemos que Jacó foi enterrado na cova do cam po de Macpela, ao lado dos ossos de Sara, de Abraão, de Isaque e sua esposa, Rebeca, e da esposa de Jacó, Lia. Sabemos se algum dos doze filhos de Jacó, os "pais" dos judeus, foram realm ente enterrados em Siquém? Sim. Foi-nos relatado, especificamente, que José foi enterrado em Siquém: "Também enterraram em Siquém os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, naquela parte do cam po que Jacó com prara aos filhos de Hamor, pai de Siquém, p o r cem peças de p rata" (Js 24.32). Isso está de acordo com a afirmação de que "chegou Jacó salvo à cidade de Siquém [...] E com prou um a parte do cam po [...] dos filhos de Hamor, pai de Siquém, p or cem peças de dinheiro" (Gn 33.18,19). Se José, u m dos "pais", foi en­ terrado em Siquém, é bem possível que alguns de seus irmãos, que tam bém eram "pais" dos filhos de Israel, estivessem tam ­ bém ali enterrados. O Antigo Testamento não nos diz onde eles estavam enterrados, p ortanto não tem os fundam ento para dizer que Estêvão foi im preciso em relação a esse aspecto.

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Uma Explicação Possível O único problem a que ainda tem os é a afirmação de Estêvão, a saber, que A braão com prou o cam po em Siquém. Em bora não haja nen h u m registro de que A braão estivera em Siquém, ele pode m uito bem ter passado p or essa cidade em suas m uitas viagens, pois localizava-se em u m a região central. Ele p oderia até m esm o ter com prado um campo ali, do qual Jacó, alguns anos mais tarde, co m p ro u u m a porção adicional. P o rtan to , n ão p o d em o s ser dogm áticos ao afirm ar que Estêvão não foi preciso em sua afir­ mação. Ele, naquela época, poderia saber algo que hoje não p o ­ dem os saber. Por outro lado, é possível que Estêvão tivera u m lapso, e este foi registrado na Bíblia exatamente conforme ele disse. Ele estava sob grande pressão, rodeado por aqueles que o o diavam e o m a­ tariam. Ele reuniu todos os elementos da verdade, mas, compreensivelmente, confundiu-se um pouco em relação a eles. Estêvão era apenas um mero mortal. Ele poderia cometer erros como nós, e a Bíblia é honesta, algo trem endam ente animador, ao perm itir que conheçam os alguns equívocos que aconteceram, não apenas com Estêvão, m as com outras pessoas também. Sim, sabem os que Estêvão estava cheio 'd o Espírito Santo de sabedoria [...], cheio de fé e de poder, [e] fazia prodígios e grandes sinais entre o povo" (At 6.3,S>. Portanto, sabem os que estar cheio do Espírito Santo e ser inspirado p e r Deus não o tom a um a m áquina robotizada, incapaz de com eter erros hum anos, desde que a pessoa não esteja proferindo profecias, as quais não p o d em conter erros.

Por que Deus Permitiu que Estêvão Errasse? Se Estêvão com eteu u m grave erro, p or que Deus não o im ­ pediu de assim fazer? Por que Ele deveria fazer isso? N a v erd a­ de, isso não faria a m enor diferença. Os rabis nem m esm o reagi­ ram. U m a razão para perm itir esse erro (se foi isso o que ocorreu) e seu registro poderia ser o de ensinar-nos a lição que acabamos de m encionar. U m a o u tra razão, sem d ú v id a , é fortalecer a

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credibilidade da Bíblia aos olhos dos que buscam a verdade h o ­ nestam ente e que a estão exam inando, para saber se eles podem ou não confiar nela. Na verdade, o registro honesto dessa pequena im precisão conta a favor da Bíblia. Se a Bíblia tivesse sido reu n id a com a intenção deliberada de fraude, séculos ou m esm o anos m ais tarde, e esse discurso tivesse apenas sido elaborado como parte de um a história fictícia, os forjadores certam ente não teriam com etido esse grave erro. Eles p oderiam ter exam inado o A ntigo Testamento, e certam ente o teriam feito, p ara resolver q u alq u er d ú v id a ou im precisão a fim de certificar-se de que a estavam ap resen tan d o de form a correta. O A ntigo Testam ento é consistente, e os forjadores cer­ tam ente teriam se ap eg ad o àquela história e evitado essa a p a ­ rente contradição. O fato de que, no discurso de Estêvão, há esse equívoco é u m a prova a mais de que a Bíblia é u m registro honesto. Além disso, dem onstra para nós que n en h u m escriba posterior ousou "corrigir" esse erro. E esse fato dem onstra m ais um a vez a reve­ rência com a qual os copistas lidaram com aquilo que sabiam que era a Palavra infalível de Deus, como tam bém eles se absti­ veram de adulterar o texto, m esm o q u ando parecia haver um equívoco que necessitava de correção.

O M ilênio É o Reinado Derradeiro? Q uestão: Em relação à profecia que diz respeito ao reino fu­

turo de Cristo sobre o m undo, a partir de Jerusalém, a Bíblia afir­ ma: "Do increm ento deste principado e da paz, não haverá fim..." (Is 9.7) No entanto, a Bíblia tam bém diz que seu reinado durará apenas mil anos e que term inará com um a guerra m undial (,Ap 20.6-9). Q ual é a afirm ação correta: o reino que d urará p ara sem ­ pre ou o de mil anos; a p az ou a guerra? C ertam ente, ele não p o d e ser ambos. Com o alguém p o d e acreditar que a Bíblia é a Palavra infalível de Deus, q u an d o contém tantas contradições; em particular, contradições relacionadas aos conceitos fu n d a ­ m e n ta is co m o o R ein o d e C ris to , q u e s u p o s ta m e n te é a culm inação de tudo?

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R e s p o s ta : H á u m a explicação sim p les e óbvia: o Reino

M ilenar de Cristo não é "principado e [...] paz", que a Bíblia diz que jamais terá fim. Esse fato fica claro p or m uitas razões. C erta­ mente, mil anos não são interm ináveis, e a guerra não pode ser igualada à paz. No entanto, a m aioria dos cristãos im agina que o milênio á o "Reino" pelo qual devem os orar: "Venha o teu Reino" (Mt 6.10), que é assunto de m uitas profecias bíblicas. N a verdade, não é. E surpreendente que as contradições óbvias sejam ignoradas pelos cristãos que insistem em igualar o m ilênio ao Reino eterno de Cristo. Os críticos, porém , que diligentemente buscam por cada contradição ap arente que p ossam encontrar, perceberam esse problem a, m as em sua avidez p o r condenar a Bíblia, negligen­ ciaram um a solução simples: o m ilênio não é o Reino. Cristo disse: "Aquele que não nascer de novo não pode ver [ou] [...] entrar no Reino de D eus" (Jo 3.3,5). O bviam ente, haverá m uitos indivíduos que não nasceram de novo e que viverão no milênio, caso contrário, estes não seguiriam Satanás: "E, acaban­ do-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enga­ n ar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e M agogue, cujo núm ero é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devo­ rou" (Ap 20.7-9). Esses rebeldes, obviamente, não são cristãos nas­ cidos de novo! No entanto, apenas aqueles que nasceram no v a­ m ente p o d em estar no Reino. Além disso, Paulo nos diz que "carne e sangue não po dem herdar o reino de Deus" (1 Co 15.50). No entanto, a terra estará habitada no milênio p or u m g rande núm ero de pessoas conside­ radas "carne e sangue". Eis aqui um a outra razão pela qual o milênio não pode ser o Reino. (O papel singular e único que o milênio tem a desem penhar será discutido posteriorm ente.) Assim, o que é o Reino? O fato de ele ser eterno indica que existirá no novô universo eterno que Deus criará após destruir este: "Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queim arão. [...]

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Mas nós, segundo a sua promessa, aguardam os novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (2 Pe 3.10,13). O bviam ente, nem um reino nem n ad a mais desta terra pode ser eterno até que o universo atual seja destruído, e um novo, criado. A penas naquele m om ento p odem os dizer que é chegado o Reino eterno, cuja paz jamais terá fim e que não pode ser her­ d ad o p or carne e sangue, em que a exigência para ali entrar é nascer de novo. C onform e Paulo nos informa: Depois, virá o fim [consumação], q u an d o tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e q u an d o hou v er aniquilado todo im pério e toda po testade e força. [...] E, q u an d o todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, tam ­ bém o m esm o Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, p ara que Deus seja tu d o em todos (1 Co 15.24,28).

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Todo estudante cuidadoso e todo leitor atencioso da Bíblia acha que existem algumas coisas difíceis de compreender nas palavras do apóstolo Pedro, aquelas que dizem respeito às Escrituras... (2 Pe 3.16), mas que são tremendamente verdadeiras. Quem de nós não descobriu coisas na Bíblia que nos desconcertaram, coisas essas que no início de nossa experiência cristã nos levaram a questionar se a Bíblia, afinal, era a Palavra de Deus? \ a Bíblia, descobrimos algumas coisas que parecem impossíveis de ser reconciliadas com outras que também estão na Bíblia. Descobrimos algumas coisas que parecem incompatíveis com a idéia de que toda a Bíblia é de origem divina e totalmente inerrante... [A Bíblia é] uma revelação da mente, e do desejo, e do caráter, e do ser de um Deus infinitamente grande, perfeitamente sábio e totalmente santo... [mas] a revelação... [é] feita para seres finitos cujo conhecimento é imperfeito e cujo caráter também é imperfeito e, por conseguinte, esses seres são imperfeitos em seu discernimento espiritual... Portanto, em virtude das necessidades específicas do caso, deve haver dificuldades nesse tipo de revelação proveniente desse tipo de fonte transmitida a tais pessoas. Quando o finito tenta compreender o infinito é normal haver dificuldades... Não é prudente tentar ocultar o fato de que essas dificuldades existem. Faz parte da sabedoria, como também da honestidade, encarar francamente essas diferenças e as levar em consideração. —

R. A . Torrei/1

A FE

Como Deus Pode se Arrepender? Questão: Em Gênesis 6.6, está escrito que: 'A rrependeu-se o Senhor de haver feito o hom em ". Jonas 3.10 diz: "E Deus se arre­ p en d eu do mal que tinha dito lhes faria". Um bom núm ero de vezes, ao longo de todo o Antigo Testamento, a m esm a palavra hebraica expressa u m arrependim ento similar da parte de Deus. Com o Deus, que supostam ente é perfeito pode se arrepender? E p o r que necessitaria fazer isso se Ele sabe de antem ão tu d o o que acontecerá, m as perm ite que coisas assim aconteçam? R esposta: E verdade, conforme você afirma, que se Deus é perfeito e sabe de antem ão tu d o o que acontecerá, certam ente Ele não poderia se "arrepender" no sentido de haver com etido u m erro. Na verdade, há tantos versículos na Bíblia que declaram que Deus não pode se arrepender dessa forma, que podem os ter certeza de que, nesse sentido, Ele jamais se arrependeu ou se ar­ rependerá. Por exemplo: "Deus não é hom em , para que minta; nem filho de hom em , para que se arrependa: porventura, diria ele e não o faria? O u falaria e não o confirmaria?" (Nm 23.19)

Portanto, o que devem os entender q u ando a Bíblia diz que Deus se arrep e n d eu ou se arrep en d erá? Inúm eros versículos

H8 fornecem a necessária compreensão. Por exemplo: "Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as vossas ações e ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, e arrepender-se-á o Senhor do mal [julgamen­ to] que falou contra vós" (Jr 26.13). Q uando Deus se oferece para se "arrepender" do julgamento que Ele pronunciou sobre o peca­ dor, se este deixar sua pecaminosidade, está claro que seu "arre­ pendim ento" é simplesmente sua resposta cheia de graça em rela­ ção ao hom em arrependido de seu pecado. Esse fato fica bastante evidente por meio de m uitas passagens das Escrituras como estas: Mas, se o ím pio se converter de todos os seus pecados que com eteu, e g u ard ar todos os m eus estatutos, e fizer juízo e justi­ ça, certam ente viverá; não m orrerá (Ez 18.21). N o m om ento em que eu falar contra u m a nação e contra u m reino, p ara arrancar, e p ara derribar, e p ara destruir, se a tal n a ­ ção, contra a qual falar, se converter da sua m aldade, tam bém eu m e arrependerei do m al que p ensava fazer-lhe (Jr 18.7,8).

Uma Mudança de Ação, não de Pensamento O bviam ente, depois que as condições que Deus estabeleceu forem cum pridas, se Ele se "arrepender", não q uer dizer que Ele m u d o u sua atitude ou ação porque estava errado ou porque não previu o futuro. Ele apenas m u d o u sua ação em relação aos que se arrependeram , exatam ente como prom eteu. N ão há nem re­ m orso nem arrependim ento. Tampouco, n en h u m a dessas duas atitudes é possível para Deus. Essa foi a natureza de seu "arre­ p endim ento" ao não destruir Nínive, conform e Jonas declarara que Ele faria. Em todos os casos em que o "arrependim ento" é atribuído a Deus, sua ação é bastante consistente com o princípio apresentado reiteradam ente p o r Ele em sua Palavra. Sempre que há arrependim ento e abandono do m al p or p arte de um a pessoa ou nação, Deus p erdoará e não executará o julgam ento que p ro ­ nunciou previam ente. E quanto ao "arrependim ento" de Deus em Gênesis 6? Evi­ dentem ente, é o inverso desse descrito acima. Em vez de as pes­ soas abandonarem o m al e se voltarem p ara o bem e, em conse­

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qüência disso, Deus "arrepender-se" do julgam ento que p ro n u n ­ ciara em relação a elas, as pessoas que D eus criara e declarara boas se voltaram para a m aldade. Por conseguinte, Deus "arre­ pendeu-se", da bênção que lhes prometera. N a verdade, tão grande era a m aldade delas que toda a h u m an id ad e que criara merecia ser destruída. Felizmente, um homem, Noé, "achou graça aos olhos do Se­ nhor" (Gn 6.8). Esse fato nos diz que em bora a graça seja livre, como deve ser, há condições p ara recebê-la. Deus disse: "N ão contenderá o m eu Espírito para sempre com o hom em " (Gn 6.3). O tem po para o julgamento chegara, m as u m hom em , diferente de todos os outros, estava disposto a arrepender-se e obedecer a Deus e, portanto, poderia ser o recipiente da graça divina. Os pais devem padron izar sua disciplina de acordo com o exem plo de Deus. H á um ponto em que o retorno se to m a mais im provável e, por fim, há o ponto sem retorno no oferecimento do perdão a um filho que erra e sem pre im plora piedosam ente p or misericórdia. Se nunca existir um a punição, então a graça é sem sentido, e a lição exigida nunca é aprendida. A graça que Deus estendeu a Noé tem significado apenas em relação ao jul­ gam ento proferido contra todas as outras pessoas. E o m esm o acontece com a salvação que Deus nos oferece em Cristo: ela é significativa e desejável apenas à luz do julgam ento eterno que, de outra forma, teríam os de enfrentar p or nossos pecados.

Jesus Estudou na índia com os Gurus? Q uestão: Os Evangelhos silenciam sobre aproxim adam ente

dezoito anos na vida de Jesus, o período que se estende desde a últim a vez que escutam os falar de Jesus no Templo, q u ando era um m enino de doze anos (Lc 2.41-52), e o início de seu m inistério com cerca de trinta anos de idade (Lc 3.23). Já encontrei inúm eras vezes o relato — não apenas no Evangelho de Aquário, mas tam ­ bém nos jornais — de que Jesus, nesses anos dos quais não há registro, estava na índia estudando com os gurus. Supostam en­ te, a sabedoria que Ele conquistou ali se tornou a base para seu ministério. Por que não?

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R e s p o s ta : O registro m ais am plam ente divulgado envolve

u m tal Nicholas N otovitch que afirm ou que, enquanto viajava no Tibete, nos fins do século XIX, os lam as tibetanos lhe conta­ ram que existia um registro que relatava a visita de Jesus a um m onastério do Himalaia. N o início do século XX, supostam ente, a m esm a coisa foi relatada a u m outro viajante que esteve no Tibete. Entretanto, ninguém capaz de ler e trad u zir esses "regis­ tros" jam ais os viu; tam pouco, n en h u m a cópia foi trazida p ara o ocidente a fim de ser exam inada. E, agora, parece que esses "re­ gistros" foram destruídos.2 Se a Bíblia não fosse fu n d am en tad a em evidências melhores do que essa, os críticos, justificadam ente, a teriam descartado m uito tem po atrás. Portanto, essas afirmações especulativas re­ cebem, instantaneam ente, crédito p o r parte daqueles que exigem prova p ara tu d o que a Bíblia diz. Esse p ad rão de dois pesos e um a m edida tem u m pro fu n d o viés da parte dos céticos que afir­ m am estar interessados apenas na verdade.

Toda a Evidência Aponta para o Lado Oposto Primeiro não há a m ínim a evidência histórica ou arqueológica de que Jesus visitou a ín d ia e, m uito menos, de que lá estudou. Além disso, essa teoria é refutada p or tu d o que Jesus disse e fez em seu ministério. Os ensinam entos que Jesus apresentou aos judeus estavam em consonância com toda a Escritura desse povo (que Ele, com freqüência, citava como fonte de autoridade) e não exibia o m enor sinal de algum a influência do hinduísm o ou b u ­ dismo. Se Ele tivesse estudado com os mestres da índia ou do Tibete, Ele seria obrigado a sustentar o ensinamento deles e honrar seu guru. N a verdade, os ensinam entos de Jesus eram a antítese de qualquer tipo de misticismo oriental. Além disso, o relato do N ovo Testamento, que se junta de for­ m a consistente, não é compatível com o fato de Jesus ter feito via­ gens tão extensas. As pessoas de sua cidade natal, Nazaré, o co­ nheciam como "o carpinteiro, filho de M aria e irm ão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão" (Mc 6.3). Certamente, fica claro que

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Ele era um a personalidade bastante conhecida em sua cidade n a­ tal, que cresceu e viveu na com unidade local, e não que Ele era um Marco Pólo judeu que viajou para lugares exóticos e distantes. Os amigos e conhecidos ficaram perplexos quando Jesus, re­ pentinam ente, começou a viajar pela Galiléia e pregar para gran­ des m ultidões. O fato de Jesus apresentar-se como u m líder reli­ gioso foi um escândalo para a família e para os vizinhos. Eles os tratavam com um certo desdém , proveniente da familiaridade, não com a reverência que certamente teriam dado a alguém que viajara m uito e estudara em terras tão distantes como a índia e o Tibete. Todo g uru que vem para o ocidente elogia e honra seu mestre, pois todo h indu, inclusive os próprios gurus, deve ter u m g u ru a quem seguem. N o entanto, o suposto "guru Jesus" jamais se re­ feriu a seu g uru nem citou qualquer escrito religioso, exceto as Escrituras judaicas. Ele afirm ou que foi enviado por seu Pai no céu (Jo 5.23,30,36; etc.), um termo desconhecido dos gurus e odiado pelos rabis, e não por algum m estre do oriente. Os gurus afirmam ser hom ens que alcançaram, por meio da ioga e de práticas acéticas, a "realização" mística em que o Atm ã (a alma individual) é idêntico ao Brâman (a alma universal) e, por conseguinte, tom aram -se deuses "auto-realizados". Se Jesus tivesse estudado com eles teria ensinado essa m esm a ilusão. Portanto, em total contradição com esse sonho impossível e longe de afirmar ser um hom em que lutava para alcançar a natureza divina, Jesus apresentou-se como o EU SOU (Jeová) do Antigo Testamento, o Deus de Israel que se hum ilhou a si m esm o para tornar-se homem: [...] Se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados. [...] Antes que Abraão existisse, eu sou. [...] Antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. [...] U m pouco, e não me vereis; [...] porque vou para o Pai. [...] Saí do Pai e vim ao m undo; outra vez, deixo o m u n d o e vou para o Pai. [...] Eu e o Pai somos um (Jo 8.24,58; 13.19; 16.16,28; 10.30; grifo do autor).

Diferenças Irreconciliáveis entre Cristo e os Gurus Os gurus negam a existência do pecado ou de qualquer p a ­ drão absoluto de moral. O darm a de cada pessoa é distinto, a

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saber, um a substância individual que deve ser descoberta na jor­ n ad a mística rum o à união com o Brâman. Cristo, de form a total­ m ente oposta, afirm ou ser a "luz do m u n d o " (Jo 8.12), cuja vida expôs a m aldade da hum anidade. Além disso, Ele prom eteu en­ viar o Espírito Santo p ara convencer o m u n d o do "pecado, e da justiça, e do juízo" (Jo 16.8). Jesus anunciou que veio para cha­ m ar os pecadores ao arrependim ento (Mc 2.17) e para salvá-los do julgam ento eterno p or meio do sacrificar a si m esm o pelos pecados de todo o m undo. A vida e os ensinam entos de Cristo se encontram em total contradição com o hinduísm o que teria aprendido na índia. Se Ele ali tivesse estudado, quan d o retom asse a Israel, certam ente teria praticado e ensinado aos judeus o que teria aprendido. Essa teoria não encontra apoio algum nos registros do N ovo Testa­ m ento que nos foram entregues p or testem unhas oculares. Os gurus ensinam um ciclo contínuo de m orte e encarnação, enquanto Jesus ressuscitou, conforme disse que aconteceria, e p rom eteu a m esm a libertação da m orte a seus seguidores. Reencarnação e ressurreição são opostas; ninguém pode crer em ambas. Os gurus ensinam u m retorno contínuo a esta terra, vida após vida, para m elhorar o suposto "carm a" de cada indivíduo, en­ quanto Jesus ensina o perdão dos pecados pela graça, a exigência p ara que um a pessoa vá p ara o céu. Para os gurus, o céu é um estado místico de u n id ad e com o absoluto. Jesus, ao contrário, ensinou que estar no céu é habitar p ara sem pre na casa de seu Pai em que há "m uitas m oradas" (Jo 14.1-4). Os gurus são todos vegetarianos, Jesus com eu o cordeiro da Páscoa, alim entou m u l­ tidões com peixe e, até m esm o, depois de sua ressurreição comeu peixe com o u m a d em o n stração p a ra seus discípulos de que h av ia ressuscitado em corpo, e não era u m "fantasm a", como eles supunham . H á m uitos gurus, m as Jesus afirm ou que era único e o único Filho de Deus, o único Salvador dos pecados. Os gurus ensinam que há m uitos cam inhos que levam a Deus. Jesus declarou: "Eu sou o cam inho, e a verdade, e a vida. N inguém vem ao Pai senão por m im " (Jo 14.6). Tudo que Jesus disse e fez opõe-se aos ensi­ nam entos do h induísm o e do budism o, e contradizem as falsas afirmações de que Ele estu d o u na índia ou no Tibete.

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Essa teoria fraudulenta dem onstra, mais u m a vez, como seria im possível inventar um a história fictícia sobre Jesus e ajustá-la aos eventos reais desta terra. A teoria equivocada de que Jesus estu d o u na índia com os g u ru s sim plesm ente não se ajustaria de form a algum a com os registros do N ovo Testamento — e se elas se ajustassem a ele, o N ovo Testamento seria incom patível com o A ntigo Testamento, em vez de ser, como tinha de ser, seu cum ­ prim ento. Tampouco os registros do Antigo ou N ovo Testamento se ajustariam à história do m undo, a não ser que am bos fossem verdadeiros. A harm onia perfeita das Escrituras com a história é revelada p or qualquer estudo cuidadoso e honesto dessas duas fontes, as Escrituras e a história.

A Relação entre as Mitologias e a Bíblia Q uestão: A Bíblia afirm a ter sido inspirada p or Deus. No entanto, encontramos registros similares de algum as das histórias que ela relata (Adão e Eva, a tentação no jardim do Éden, Noé e o dilúvio, etc.) em m itos de m uitos povos antigos do m u n d o todo. A lguns desses m itos parecem m uito mais antigos do que a Bí­ blia. Por exem plo, há relatos em placas assírias, anteriores aos livros de Moisés, que n arram a criação, a tentação no jardim , o dilúvio e a torre de babel, em um a linguagem m uito similar ao registro de Gênesis. O prim eiro hom em dos m itos babilônicos cham ava-se Adami. N ão é possível, portanto, que pelo m enos parte da Bíblia, em vez de ser inspiração divina, seja proveniente da m itologia pagã? R esposta: Sugerir que a Bíblia em prestou os relatos de Gênesis de m itos pagãos cria mais problem as do que soluções. A inda nos restam duas questões: Q ual foi a fonte dos relatos pagãos e qual é a explicação para as sem elhanças em todos esses registros, in ­ clusive os da Bíblia? E m atem aticam ente im possível que raças distintas e culturas espalhadas pelo m u n d o todo e sem contato um as com as outras desenvolvessem todas elas, e de form a in d e­ pendente, esses registros mitológicos sem elhantes sobre a origem e a história da h um anidade. As probabilidades contra um acon­ tecim ento dessa natureza são astronômicas.

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Portanto, todos os relatos, incluindo os d a Bíblia, precisam ter a m esm a fonte em comum, a qual se originou fora de qualquer raça ou cultura. N ão há d ú v id a quanto a isso. Esse fato nos con­ fronta, m ais um a vez, em relação ã questão da identidade dessa fonte em com um e de como todas essas pessoas que estavam es­ palh adas p or vastas áreas tiveram contato com elas — ou como a fonte alcançou as pessoas. De m aneira bastante interessante, os próprios relatos p ro p i­ ciam a única explicação plausível: todas aquelas pessoas de várias raças e cores eram descendentes de um grupo de pais criados p or D eus e ho u v e u m dilúvio que esp alho u nov am en te pelo m u n d o u m a família, da qual todas as pessoas descendem. M ate­ m aticam ente, a evolução é impossível, como já vimos. Além disso, se, duran te milhares de anos, a evolução gradual de qualquer símio p ara o hom em tivesse ocorrido, teria deixado m ilhares de fósseis de elos esquecidos (criaturas que não eram nem símios n em hom ens) espalhados na vasta área da terra, em bora nenhum tenha sido achado. E se a evolução fosse um fato, não haveria u m único casal de pais comuns para todas as pessoas; haveria centenas ou talvez m ilhares desses casais de pais e, p or conseguinte, não haveria explicação p ara que u m a simples mitologia fosse conhe­ cida p or todas as pessoas. No entanto, A dão e Eva teriam certam ente contado a histó­ ria de sua criação, o engano da serpente e a expulsão do jardim do Éden para seus filhos, e estes para seus filhos, e assim por diante. Essa história seria, com certeza, conhecida pela família de N oé que a teria passado ao longo de toda sua descendência com o relato do dilúvio, conforme eles vivenciaram. N ão há outra expli­ cação racional possível para que essa mitologia, que as pessoas têm em com um , tenha se espalhado pelo m u n d o a não ser por m eio do recontar esses eventos. Além disso, hoje, na Turquia, próxim o ao m onte Ar ar ate, onde a Bíblia diz que a arca de N oé repousou depois do dilúvio (Gn 8.4), os nativos que vivem naquela região ainda se referem ao cum e do m onte como "o m onte de N oé". M esmo sem os vários relatos daqueles que afirm am ter visto u m a enorm e embarcação no cum e congelado do m onte A rarate, que só p o d em ser os res­

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tos da arca de Noé, temos outras fortes evidências. U m a tradição local bastante antiga harm oniza-se com essa história largam ente difu n d id a pelo m undo. Essa confirmação é bastante firme, e não pode ser ignorada.

Mitologias Deturpadas Trazem uma Luz mais Esplendorosa para a Bíblia O nde quer que os arqueólogos escavem ao redor do m undo encontram antigas representações de um a mulher, um a serpente e um a árvore em íntima relação um as com as outras, o que corrobora o relato de Gênesis. Além disso, sabemos que há, pelo menos, um cerne de verdade nessa história m uito difundida. Entretanto, quan­ do vemos os relatos não-bíblicos, sabemos que existem obviamente m uitos elementos mitológicos que foram deturpados na transmis­ são de um evento histórico. Um fato de grande significância (ao qual retornaremos em um capítulo posterior) é que a serpente é univ ersalmente apresentada como o símbolo da sabedoria ou o deusSalvador, exatamente o oposto do que a Bíblia diz. Em acréscimo à deturpação do papel da serpente, todos os relatos pagãos incorporam elementos obviam ente mitológicos e fantásticos. A penas o relato bíblico apresenta um g rupo de his­ tórias reais, em vez de mitos. Isso se ajusta com o restante da Bíblia e corresponde ao que sabem os sobre a história da h u m an i­ dad e até hoje. Entretanto, o relato bíblico coloca-se de um lado, e todos os outros relatos, apesar das sim ilaridades que apresentam com a história de Gênesis, estão juntos em oposição a ela. Essa distinção entre a Bíblia e todos os outros relatos é signi­ ficativa. Isso indica que o relato bíblico não foi em prestado de outros relatos. Evidentem ente, todos os relatos não-bíblicos fo­ ram originados nos m esm os eventos históricos, e as diferenças apareceram mais tarde. Todos os m itos pagãos são variações uns dos outros, portanto, n en h um deles é confiável como autêntico. Eles devem ter sido detu rp ad o s de u m a m aneira ou de outra. Visto que o relato bíblico é consistente com o restante da Bíblia, pode reivindicar a m esm a infalibilidade da inspiração de toda a Palavra de Deus. Os relatos pagãos são similares o suficiente para

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confirm ar o relato bíblico, m as diferentes o bastante para dar sus­ tentação ao fato de que apenas o registro m ais antigo é autêntico. O relato bíblico não se originou da tradição oral transm itida de geração a geração (e, portanto, ele não é vulnerável a esse inevi­ tável erro que é inerente a esse processo de transm issão), m as da inspiração de Deus.

O que Significa Mover Montanhas pela Fé? Questão: Jesus disse claramente: "Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como u m grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá — e há de passar; e nad a vos será im possí­ vel" (Mt 17.20). A inda não ouvi falar de u m cristão que tenha m o­ vido um a m ontanha ou que tenha to m ad o isso possível. No en­ tanto, não há absolutam ente nenhum a condição; essa prom essa é um equívoco. M ateus e Lucas (e este dá sua versão do ocorrido em 17.6) mentiram , ou Jesus mentiu. Q ual deles mentiu? Ambos os casos provam que a Bíblia é contraditória, não é mesmo? R e sp o sta : N em M ateus n em Lucas nem Jesus m entiram . Te­

nham os cuidado em abordar a Bíblia com a reverência ap ropria­ da. M esm o que não possam os explicar rapidam ente ou conciliar cada dificuldade que a Bíblia apresente, as evidentes corroborações da autenticidade e exatidão daquelas passagens que p o d e­ mos entender são esm agadoras e apontam p ara a origem divina da mesm a. R. A. Torrey lembra-nos: O que poderíam os pensar sobre u m iniciante em álgebra que, após tentar em vão, por m eia hora, resolver u m problem a difícil declara que não há solução possível p ara o problem a, pois ele não po d e achar n en h u m a solução! [...] As dificuldades com que se defrontam as pessoas que negam que a Bíblia tem origem e au to ridad e divinas são, de longe, m ais num erosas e m ais signifi­ cativas do que aquelas com que se defrontam as pessoas que acre­ d itam em sua origem e au to rid ad e divinas.3

N esse caso, o aparente conflito é resultado da com preensão errada de fé. Ela não é algum p o d er que pode ser atirado em

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circunstâncias, ou pessoas, ou coisas, a fim de torná-las alinha­ das com a ambição ou desejo de alguém. Se esse fosse o caso, Cristo teria nos dito que esse p oder misterioso é tão incrivelmente poderoso, que só precisam os de u m a quan tid ad e m inúscula dele (do tam anho de um grão de m ostarda) a fim de realizar o que quer que desejamos. Portanto, o universo seria controlado pelo hom em , e não p o r Deus. Seria terrível se os hom ens tivessem a sua disposição tal poder. Felizmente, eles não o têm, nem Jesus pro m eteu isso. A fé não é um poder que a pessoa possua, mas a completa confiança e dependência em relação a outra pessoa ou objeto. A fé deve ser dirigida a um objeto. Não há nada nem ninguém mais m ere­ cedor de nossa total confiança além de Deus. Jesus disse: "Tende fé em Deus" (Mc 11.22). Portanto, o que é a fé? Ela é a confiança segura no am or e na graça do poder e sabedoria de Deus. E fácil m ostrar o absurdo da idéia de que a "fé" é algum p o ­ der que o hom em possa dominar. Suponha que dois hom ens quei­ ram m over um a m ontanha, m as cada um deles para u m a direção diferente do outro. Q ual deles conseguirá m over a m ontanha, em que exato m om ento e p ara onde ele quer que ela vá? O hom em que tiver m ais fé? Essa m á com preensão, bastante com um , é re­ jeitada pela afirmação de Jesus, a saber, de que é necessário ap e­ nas um a p equena q u antidade de fé para m over um a m ontanha.

Deus apenas — não a Fé — Pode Mover Montanhas A m ontanha (ou qualquer outra coisa) não será m ovida pelo p o d er da fé, porque a fé não tem p o d er em si m esm a, nem p or si mesm a. A m ontanha só pode ser m ovida pelo p o d er de Deus. Portanto, ela será m ovida, apenas q u an d o e p ara onde Deus q ui­ ser qtie se mova. Sem dúvida, ninguém po d e ter aquela fé que m ove m o n ta­ nhas em u m m om ento específico e em u m a d eterm inada direção, salvo se for a vontade de Deus que ele faça esse m ovim ento. E como alguém p o d e ad q u irir esse discernim ento e convicção? Obviam ente, apenas p or meio do conhecim ento pessoal de Deus e do aprender a confiar nEle. Seria um a tolice com pleta confiar

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em um estranho ou em alguém que ainda não tenha dem onstrado sua confiabilidade. A fé põe o hom em em contato com Deus, levando-o a conhecer e a confiar em Deus e saber os desejos dEle. Pela fé, o hom em pode tornar-se u m instrum ento efetivo do desejo de Deus aqui na terra. R aram ente as m ontanhas reais precisam ser m ovidas, se é que isso acontece. Entretanto, isso seria possível se fosse o d e­ sejo de Deus. Jesus u sou o exem plo extremo de m over um a m o n ­ tanha em resposta à fé em Deus para mostrar que nada é impossível para aqueles que estão em contato com D eus e que obedecem a seus propósitos e seu poder.

Por que Jesus, após a Ressurreição, não se Mostrou aos Romanos e Rabis? Q uestão: Se Jesus realm ente ressuscitou dentre os mortos,

p or que não se m ostrou abertam ente aos rabis, aos judeus co­ m uns e aos romanos? Dessa forma, não ficaria claram ente esta­ belecido o fato de que Ele voltou do sepulcro? E u m a aparição pública de Cristo desse tipo não teria convertido todos, naquele dia, ao cristianismo? O fato de que m esm o a Bíblia adm ita que Ele não fez isso, não é um a presum ível evidência contra a suposta ressurreição? Se Ele estava realm ente vivo, por que não provou claram ente isso? R e sp o sta : Você subestim a a teimosia e a m aldade do coração hum ano. A lém dos discípulos, houve m uitas testem unhas ocula­ res que atestaram às m ultidões de am igos e familiares, bem como aos rabis, sobre o fato de que Cristo ressuscitou Lázaro dos m o r­ tos depois de seu corpo ter ficado por quatro dias na sepultura (Jo 11.43-46). N ão há d ú v id a de que esse incrível m ilagre ocor­ reu. N a verdade, os rabis adm itiram entre si, no conselho, que Cristo fez "m uitos sinais" (v. 47,48). A inda assim, esse fato não am oleceu o coração deles nem os fez desejar encarar a verdade sobre Cristo.

Ao contrário, o fato de que Cristo ressuscitou Lázaro na fren­ te de m uitas testem unhas (e p or causa desse m ilagre irrefutável,

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m uitas pessoas acreditaram que Ele era o Messias) apenas au ­ m entou a determ inação dos rabis de m atar Cristo. E, agora, eles estavam determ inados em m atar Lázaro tam bém , para evitar que ele fosse um a prova do p o der divino de Cristo (Jo 12.9-11)! Essa oposição fanática a Cristo não era racional e, portanto, não p o d e ­ ria ser m u d ad a, independentem ente de que fatos posteriores eles p udessem testem unhar. Não, isso não teria m ud ad o a m ente nem as ações dos líderes religiosos e seculares, m esm o que o próprio Cristo, aquEle que eles crucificaram, aparecesse na frente deles, vivo novam ente. E por que Ele deveria ter feito isso? Por meio de sua realização das p ro­ fecias do Antigo Testamento e dos milagres que foram confirmados p or tantas testem unhas (as quais, como os espiões, relataram tudo aos rabis — Jo 11.46), Cristo deu aos líderes religiosos de Israel evidências mais do que suficientes de que Ele era o Messias. Indu­ bitavelmente, alguns dos próprios rabis testem unharam seus m i­ lagres. N o entanto, m esm o assim eles o crucificaram.

Os Romanos e os Rabis Tiveram mais Provas do que Precisavam Além disso, os rabis tiveram evidências m ais poderosas da ressurreição de Cristo, do que o testem unho das pessoas com uns que viram com seus olhos quando Lázaro saiu da sepultura "tendo as m ãos e os pés ligados com faixas..." (Jo 11.44) Eles tinham o relato de testem unhas oculares, os disciplinados e treinados sol­ d ados rom anos que g u ard aram o sepulcro de Cristo, que conta­ ram sobre sua confrontação aterradora com o anjo que afastou a p ed ra para expor o sepulcro vazio. O coração dos rabis era tão duro que, a despeito do testem unho de u m pelotão — que fora valente, mas, agora, mal conseguia p arar de trem er de m edo — subornaram os guardas para que dissessem que os discípulos rou­ b aram o corpo de Cristo enquanto eles dorm iam (Mt 28.13). Tanto os rabis quanto as autoridades rom anas sabiam m uito bem que Cristo ressuscitara dentre os mortos. Fornecer m ais p ro ­ vas da ressurreição p ara aqueles que estavam determ inados a negá-la, não teria m u d a d o nada. Isso apenas teria tornado todo o

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julgam ento deles m ais severo ainda graças às evidências adicio­ nais pelas quais poderiam ser responsáveis. Portanto, Cristo es­ tava sendo indulgente em não aparecer p ara os rabis e p ara a m ultidão de pessoas que, em hipótese algum a, creriam. Ele, cla­ ram ente, estava seguindo seu próprio conselho de não deitar "aos porcos as vossas pérolas" (Mt 7.6). Eles, como tam bém as outras pessoas, foram confrontados p or m uitos indivíduos que foram ressuscitados e que, indubita­ velm ente, testem unharam a eles sobre a ressurreição de Cristo: "E abriram -se os sepulcros, e m uitos corpos de santos que d or­ m iam foram ressuscitados. [...] depois da ressurreição dele [Cristo], entraram na C idade Santa [Jerusalém] e apareceram a m uitos" (Mt 27.52,53; grifo do autor). Depois disso, os rabis e todas as pessoas, no milagre realizado p o r interm édio dos discípulos, em nom e de Cristo e p o r meio de seu poder, tinham provas adicionais da ressurreição: E os apóstolos davam , com grande poder, testem unho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia ab u n d an te graça (At 4.33). E m uitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas m ãos dos apóstolos. [...] [e] o povo tinha-os em grande estima. E a m ultidão dos que criam no Senhor, tanto hom ens como mulheres, crescia cada vez mais, de sorte que tran sp o rtavam os enferm os p ara as ruas e os p u n h a m em leitos e em camilhas, para que ao m enos a som bra de Pedro, q u an d o este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria m uita gente a Jerusalém , c o n d u z in d o enferm os e ato rm en tado s de espíritos im undos, os quais todos eram curados (At. 5.12-16).

Essa gran d e transform ação dos discípulos, que os fariseus reconheciam, era p rova m ais do que suficiente d a ressurreição. Os discípulos, m edrosos como eram , haviam abandonado Cristo no jardim e fugido p ara salvar suas vidas. N o entanto, aqui estão eles, "hom ens sem letras e indoutos" (At 4.13), agora não mais m edrosos, m as acusando os rabis, de form a ousada p or ter entre­ gado Cristo p ara ser crucificado. A pesar das am eaças de surras, prisão e morte, esses hom ens, anteriorm ente covardes, agora se colocaram corajosamente diante dos rabis e, com grande convic­

/jy ção, testem unharam que o Senhor havia ressuscitado dentre os mortos. Além disso, em nom e dEle, estavam fazendo espantosos m ilagres que p ersuadiam m ultidões. N en h u m a outra prova era necessária.

Uma Grande Injustiça? Questão: Alguns de m eus amigos pensam que o ensinamento sobre Cristo m orrer na cruz para pagar por nossos pecados, o cerne do cristianismo, é em si m esm o um a razão p ara rejeitar o cristianismo. Eles argum entam que é injusto que um a pessoa ino­ cente seja presa e executada no lugar de u m criminoso e que essa prática encorajaria o pecado. Isso m e deixou perplexo. Você p o ­ deria m e ajudar? Resposta: O problema deles é a falta de compreensão do que, na verdade, aconteceu na cruz. Primeiro, Cristo é absolutamente único. Ele é Deus e hom em em um a pessoa, o único que pode m orrer pelo pecado dos outros. Além disso, sua morte em nosso lugar não é para ser entendida como um a sugestão de que "um a pessoa inocente seja presa e executada no lugar de u m criminoso".

A lém disso, Cristo fez m ais do que sim plesm ente m orrer em nosso lugar. E se tu d o que aconteceu se resum isse a isso, então Barrabás seria a m aior testem un ha "cristã" de todos os tem pos. E u m a v erd ad e literal que Cristo m o rreu no lu gar de Barrabás e, p o r isso, este foi solto. N o entanto, Barrabás n ad a sabia sobre o verdadeiro significado da cruz. Ele não podia en­ tender, até onde sabem os, que Cristo m orreu por seus pecados, como tam bém não creu em Cristo com o seu Salvador. Tudo que a m orte de Cristo realizou p ara aquele crim inoso foi colocá-lo fora da prisão p ara que continuasse a levar sua velha vida de pecado. Isso não é o evangelho! O trabalho redentor de Cristo fez mais do que simplesmente pagar por nosso pecado. Q uando Cristo morreu, aqueles que con­ fiavam que Ele era seu Salvador, m orreram nEle. Os crentes acei­ taram a morte de Cristo como se fosse a morte deles mesmos e, nesse ato de fé, desistiram da vida que levavam. Assim, o Cristo ressuscitado pode viver neles. Paulo, em seu testemunho, declara:

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me am ou e se entregou a si m esm o por m im (G1 2.20).

Portanto, os crentes não escapam m eram ente da morte, mas são trazidos, por meio da m orte de Cristo, p ara a vida da ressur­ reição, a vida que não é mais deles, mas a vida de Cristo que trazem em si; "Se um m orreu por todos, logo, todos m orreram [isto é, m orreram nEle] [...] p ara que os que vivem não vivam mais para si, m as p ara aquele que p o r eles m orreu e ressuscitou [...] Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coi­ sas velhas já passaram ; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.14-17; grifo do autor). Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Q uando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, tam bém vós vos manifestareis com ele em glória (Cl 3.3,4).

Uma Injustiça, embora Fosse a Justiça Suprema Sim, em certo sentido foi um a injustiça para Cristo ter morrido em nosso lugar. N en h u m a pessoa com um teria cum prido a exi­ gência de justiça ao cum prir a punição prescrita a outra pessoa. Uma pessoa com um, ao ser presa e executada no lugar de algum criminoso, tam bém não obteria os resultados gloriosos que a m orte de Cristo alcançou p ara nós. M uitas vezes, esquece-se que a m orte que Cristo sofreu na cruz não foi m eram ente o resultado do que o homem fez a Ele, mas, do julgamento eterno que Ele próprio, em sua retidão, decretou contra o pecado. Ele tom ou nossos pecados sobre si mesmo. Por­ tanto, a derradeira justiça foi consum ada porque a penalidade pelo pecado foi integralm ente paga, um a penalidade que não poderia ser paga de n en h u m a outra maneira. Além disso, àqueles que crêem em Cristo foi dad a a vida eter­ na, como u m dom voluntário da justa graça de Deus. Esse proce­ dim ento não seria possível de outra maneira. Em Cristo, vem os a perfeita retidão e o justo perdão pelo pecado, algo que nenhum a das religiões do m u n d o pode oferecer.

133 Por que os Evangelhos não se Harmonizam? Q u e s tã o : Os cristãos tentam explicar as contradições encon­ tradas nas narrativas dos quatro Evangelhos, dizendo que são resultado de quatro testem unhas distintas, cada um a delas apre­ sentando sua perspectiva do que aconteceu. N o entanto, essa explicação não se aplica à variação de palavras atribuídas a Jesus. Ele usou as palavras registradas por Mateus, ou, na verdade, pro ­ feriu as palavras escritas por Marcos, ou as que Lucas ou João nos oferecem? As palavras não p o d e m ser m udadas! Se esses escritores realmente foram testem unhas oculares, p o r que não há concordância em suas lembranças? E se eles foram inspirados pelo m esm o Espírito Santo, por que há contradições? Resposta: Primeiro, não há contradições entre os quatro Evan­ gelhos. Há variações nos relatos, mas eles são exatamente o que se

espera do relato independente de um a testem unha ocular. Além disso, conforme já observado por nós e outros estudiosos, essas variações provam que os escritores do Evangelho não estavam em conluio nem copiaram os relatos de algum documento trivial, como os críticos os acusam de ter feito. Eles oferecem relatos indepen­ dentes, exatamente conforme cada u m deles declara. As variações são, na verdade, um a im portante evidência da autenticidade da Bíblia. Elas oferecem m uitas provas de que os copistas posteriores ou tradutores não alteraram os registros a fim de levianam ente fazer com que houvesse concordância entre os relatos. O fato de que as aparentes contradições tenham sido deixa­ das no Evangelho é um a confirmação de que esses registros ins­ pirados pelo Espírito Santo, conforme a igreja aceita, não foram por essa razão revistos, mas reverentem ente deixados como eles foram escritos. Obviam ente, não havia, como insistem os críti­ cos, um a "revelação progressiva" e n enh um "desenvolvim ento" no registro. Por que há exatamente quatro Evangelhos? Se o registro é inspirado por Deus, por que Ele o fez dessa maneira? Por que

134 não apenas um relato, o que teria econom izado espaço e papel, como também tempo de leitura, uma vez que os quatro Evangelhos parecem tão repetitivos? O Espírito Santo, que inspirou esses relatos, tinha boas razões p ara assim fazer. Um dos maiores propósitos para haver quatro Evangelhos é o fato que acabamos de assinalar: dem onstrar a autenticidade dos registros, o que não teria sido possível de outra maneira. Q uatro testem unhas dão um testem unho que um a apenas não poderia dar. Além disso, contar a história de quatro perspectivas distintas oferece um a visão mais am pla da obra de Cristo e de seus ensinam entos do que apenas um relato poderia dar. Tampouco, os discípulos confiaram em sua m em ória falível. Se esse fosse o caso, teríam os pouca confiança no registro que fizeram. Obviamente, eles não tinham transcrições manuais, muito menos um gravador para lançar mão. Eles não ousariam pretender dar-nos as verdadeiras palavras de Jesus a m enos que tivessem o apoio da inspiração do Espírito Santo. Portanto, por que há varia­ ção naquelas palavras um a vez que seus relatos provêm do mesmo registro correto sob a inspiração de Deus? H á m uitas possibilidades razoáveis p ara isso. Jesus, segura­ mente, m inistrou ensinam entos similares sobre certos assuntos, algum as vezes, em lugares distintos p a ra pessoas diferentes. Nesse caso, o palavreado não poderia e não era exatamente o mesmo. Jesus, conhecendo o coração de seus ouvintes, sem dúvida, introduzia, em um a localidade, algum as variações específicas e, em outra localidade, outras variações distintas. De qualquer modo, há ocasiões em que um a explanação pode não se ajustar. A lgum as vezes, q uando o m esm o ensinam ento é d ad o em u m Evangelho distinto, fica claro que cada um dos evangelistas descreve o m esm o local e ocasião; ainda assim, há diferenças no registro da forma nos diferentes Evangelhos. Como isso é possível? Aqui, como exemplo, citarei um a daquelas ocasiões que nos são dadas pelos três primeiros Evangelhos. João, que fornece inci­ dentes e ensinamentos, que não encontram os nos outros Evange­ lhos, não menciona essa ocasião específica. Os outros três Evan­ gelhos registram o m esm o ensinam ento e no m esm o local — na

435 presença de publicanos, na casa de M ateus (também cham ado de Levi), a quem Jesus acabara de cham ar p ara ser seu discípulo. Os fariseus criticaram Jesus pelo fato de seus discípulos fazerem refeições com pecadores, e Jesus replicou: Não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes. Ide, porém , e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sa­ crifício. Porque eu não vim para cham ar os justos, m as os peca­ dores, ao arrependim ento (Mt 9.12,13). Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doen­ tes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores (Mc 2.17). N ão necessitam de m édico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos. Eu não vim cham ar os justos, m as sim os pecadores, ao arrependim ento (Lc 5.31,32).

Uma Explicação Razoável Embora essas três declarações dadas por Cristo variem leve­ mente no uso das palavras, todas elas têm o m esm o significado. A penas M ateus acrescenta algum a coisa: "Ide, porém , e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício..." Por que os outros não relatam isso? Por que eles deveriam assim fazer? U m a vez não é suficiente? E irônico que, por u m lado, os céticos criti­ quem os Evangelhos por repetir os m esm os incidentes e ensina­ mentos, e, por outro lado, q uand o há algum a variação legítima eles protestam! O relato de M ateus diz que Cristo fez u m com entário con­ tundente em benefício dos fariseus. Em Oséias 6.6, Ele se refere aos m esm os com um a reprovação em razão da falta de miseri­ córdia deles. E os fez saber que precisavam se arrepender e que o perdão do pecado apenas seria dad o da m esm a m aneira que a cura física — pela misericórdia de Deus. Temos três relatos em perfeita consonância. A única diferen­ ça é que dois dos três relatos não nos dizem tudo que Jesus disse. Na verdade, talvez n enh um deles o faça. N ão sabemos realm en­ te se isso ocorreu. Não há contradição nos três relatos, como tam ­ bém não há nada que indique conluio ou adulteração nos relatos

ou que contradiga a inspiração do Espírito Santo. Pode-se chegar à m esm a conclusão por meio do exame completo de todos os Evangelhos. U ma investigação pessoal pode constatar essa ver­ d ad e para todas as outras aparentes inconsistências.

E sobre Salomão, aquele Velho Pecador e Idólatra? Questão: Contaram-nos que "quando Salomão estava velho", idolatrava falsos deuses e deusas, tentou matar Jeroboão (que Deus escolhera como seu sucessor), além de praticar outras maldades. Portanto, como Deus poderia tê-lo inspirado para escrever partes da Bíblia; e como poderia ser o "mais sábio hom em que já vivera"; e como poderia afirmar ser ele que "dorm ira com seus pais". O que presumivelm ente garante que ele foi para o céu? R esposta: Salomão começou bem. Seu coração era reto com Deus, e Deus o am ou e abençoou abundantem ente (1 Rs 3.11-13). Deus o inspirou p ara escrever (Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão), mas isso ocorreu antes de ele cair em pecado. Sua ru ína/ que ocorreu mais tarde em sua vida, foi seu am or por m u ­ lheres bonitas. Ele nunca estava satisfeito: E o rei Salomão am ou m uitas m ulheres estranhas [estran­ geiras], e isso além d a filha de Faraó, m oab itas, am onitas, edom itas, sidônias e hetéias, das nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel. Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de o u tra m an e ira, p e rv e rte rã o o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. [...] Porque sucedeu que, no tem po da velhice de Salomão, suas m ulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; [...] P orque Salomão andou em seguim ento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguim ento de Milcom, a abom inação dos amonitas. [...] Então, edificou Salomão u m alto a Quemos, a abo­ minação dos moabitas, [...] e a Moloque, a abom inação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas m ulheres estrangeiras, as quais queim avam incenso e sacrificavam a seus deuses. Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, [...]. Pelo que disse o

437 Senhor a Salomão: [...] certamente, rasgarei de ti este reino e o darei a teu servo (1 Rs 11.1-11).

Como ele poderia ter sido o mais sábio hom em (à parte de Jesus Cristo) que já viveu e cair em tal insensatez e grave pecado? Xa verdade, por essa mesma razão, Salomão serve como um exem­ plo especial para todos nós: um hom em sábio, mais sábio que qual­ quer outro poderia sequer pretender ser, pôde desviar-se para tão longe do Deus que ele amara. Torna-se necessário que escutemos com bastante atenção a admoestação de Paulo: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia" (1 Co 10.12). A razão para o pecado de Salomão tam bém é séria: ele deso­ bedeceu ao Senhor. Precisamos ser sérios para perceber que u m passo na direção da desobediência leva a outro, até que acum u­ lamos tal m onum ento em cam inho descendente que há pouca esperança de recuperação! O fato de que a Bíblia apresenta honestam ente os pecados de Salomão e de outras im portantes pessoas é mais u m a evidência de sua autenticidade. Um relato fictício tentaria glorificar os per­ sonagens mais importantes e encobrir suas falhas. N aquela época, essa era a natureza dos relatos escritos sobre os faraós e outros soberanos e administradores. Eles eram tratados como divindades. Além disso, a menção dos pecados de Salomão, Davi e outros provoca questionam entos e cria conflitos, algo que u m relato fic­ tício evitaria. Aqui temos mais um a evidência da autenticidade e da im pecável integridade do registro. Q uanto à afirmação "e adorm eceu Salomão com seus pais" (1 Rs 11.43), ela não faz referência ao fato de que estivesse no céu. Refere-se ao fato de ele estar no sepulcro com seus ancestrais. Por exemplo, quan do Jacó estava para morrer, ele disse a seus filhos: "Depois, ordenou-lhes e disse-lhes: Eu m e congrego ao m eu povo; sepultai-m e com meus pais, na cova que está no cam ­ po de Efrom, o heteu, na cova que está no cam po de Macpela, [...] Ali, sepultaram Abraão e Sara, sua mulher; ali, sepultaram Isaque e Rebeca, sua mulher; e, ali, eu sepultei Leia" (Gn 49.29-31). Salomão está no céu ou no inferno? Eu penso que ele está no céu, mas, sem sombra de dúvida, não posso afirmar isso. Salomão não é m encionado em H ebreus 11, em com panhia de Davi, seu

138 pai, e de outros heróis da fé. Todavia, aquele capítulo honra aqueles que particu larm ente triun faram em fé, p ortanto, n ão é de su r­ preender que Salomão não seja citado ao lado deles.

Somos todos Pecadores que Precisamos da Misericórdia de Deus Seria estranho, na verdade, se Salomão — que escreveu partes da Bíblia sob inspiração do Espírito Santo e construiu o Templo original em Jerusalém, em que a glória de Deus se manifestou por tantos anos — fosse para o inferno, em vez de ir para o céu. Deus disciplinou Salomão nesta vida mais da forma como faz com seus seguidores do que da forma que trata com os incrédulos. O pecado de Salomão era injustificável e excessivamente grave. N a verdade, pela lei, esse pecado merecia pena de morte. Xo entanto, seu pai, Davi, tam bém pecou, e, ainda assim, Deus o perdoou. E, da m esm a m aneira, o adultério da m ulher que os fariseus trouxeram até Jesus merecia a pena de morte. E, ainda assim , em sua m isericórdia, Ele a p e rd o o u tam bém . N ão há d ú v id a de que a misericórdia de Deus, que se tornou possível por meio do sacrifício de Jesus na cruz pelos pecados do m undo, tam bém foi estendida a Salomão. Ouçamos novamente e prestemos atenção às palavras de Jesus aos fariseus, que não queriam nenh um a misericórdia para a m u ­ lher adúltera: “A quele que dentre vós, está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" (Jo 8.7). João nos diz: "Quando ouviram isso, saíram u m a um , a começar pelos m ais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher..." (Jo 8.9) Cada pessoa que precisasse por si própria receber o misericor­ dioso perdão de Deus não ousaria im pedir o perdão para Salomão ou qualquer outra pessoa. O destino de cada um de nós está nas mãos de Deus apenas. Descansamos na segurança de que "[...] não faria justiça [de fato] o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25)

Não É Absurda a Importância que Deus Dá ao Homem? Q uestão: Em com paração ao quase infinito tam anho do u n i­ verso que nos rodeia, este planeta, que o hom em cham a de lar,

439 não passa de um a partícula de sujeira. Em vista desse fato, parece o maior absurdo e presunção (mais apropriado do que a hu m il­ dade que os cristãos deveriam personificar) que tão insignificantes micróbios alardeiem que Deus os ama e até veio a esta terra para tornar-se um deles e m orrer por seus pecados! Esse cenário irra­ cional não lhe parece o auge do absurdo? R esposta: Ao contrário, o am or de Deus não seria genuíno se

Ele só o desse para nós se fossemos tão im portantes p ara merecêlo. Xa verdade, o am or não pode ser dado por mérito. A verd a­ deira natureza do am or é dar-se m esm o ao indigno. Hoje isso é difícil para a pessoa m ediana compreender, por causa da aceitação popular da enganosa idéia hollyivoodiana de amor. U m a pessoa "se apaixona", mas, com a m esm a facilidade, "deixa de am ar" e, a seguir, essa pessoa "está am ando" um a outra pessoa. Esse não é o am or apresentado pela Bíblia. Se o am or de Deus por m im dependesse de predicados como quão amável, atraente ou m erecedor de seu am or Ele acha que sou, na verdade, sentir-me-ia inseguro de seu amor. Como estou longe de ser perfeito e sou sujeito a m udanças, ficaria receoso de que qualquer m udança m inha poderia fazer com que Deus não me am asse mais. N o entanto, como m eu relacionamento com Ele está fundam entado em seu amor, em sua fidelidade e em sua im utabilidade, e não em m eu am or ou m eu apelo para Ele, fico em paz. Tenho total segurança de que seu am or por m im jamais definhará, como também m e sinto seguro em m eu relacionamento com Ele por toda a eternidade. Além disso, nossa débil insignificância em relação à vastidão do universo apenas torna toda misericórdia e graça de Deus mais merecedora de nosso louvor e gratidão e, portanto, mais m agní­ fica. O mais indigno de ser am ado é envolvido em seu am or como se fosse o favorito e imaculado. Do começo ao fim da vastidão do universo vem os a atenção de Deus ao m enor detalhe, quer seja no desenho de u m floco de neve quer seja no interior do átomo. A pesar de Ele ter poder, co­ nhecimento e sabedoria infinitos, n ad a é m uito pequeno p ara ter im portância para Deus. Está longe de ser ridículo ou presunção

do cristão acreditar que Deus o ama e enviou seu Filho para morrer por ele. Ao contrário, esse fato reverbera a verdade do caráter de Deus como esperam os que Ele seja, como a Bíblia o descreve e como o universo o reflete.

Deus Aceitou o Sacrifício da Filha de Jefté? Questão: A Bíblia registra alguns dos mais horríveis atos que

já foram com etidos pelos homens. Há, por exemplo, o voto de Jefté de sacrificar sua filha ao Senhor, um voto que ele cum priu. Como podem os conciliar u m "Deus de am or" com a aceitação do sacrifício de um ser hum ano? R esp o sta : Essa trágica história é contada em Juizes 11.30-40. Mais um a vez, com certeza, vem os a honestidade da Bíblia em apresentar não apenas o pecado, mas tam bém a insensatez das pessoas im portantes em seus relatos. Entretanto, não deve ser esquecido o fato de que a Bíblia nunca fecha os olhos aos peca­ dos, sem pre fielmente registrados. Deus não ficou mais satisfeito com o tem erário voto e a ação de Jefté do que com a idolatria de Salomão ou o adultério de Davi com Bate-Seba.

O voto em si mesmo não apenas é temerário, mas também insano. Ele ofereceu sacrificar ao Senhor o holocausto de quem quer que saísse primeiro pela porta de sua casa quando retomasse vitorioso de um a batalha. Ele não imaginou que sua filha, a m eni­ na de seus olhos, sua única filha, poderia ser a prim eira a sair pela porta? Certamente que não. Ainda assim, como pôde negligenciar essa possibilidade? Ele esperava que um a ovelha, ou um a galinha, ou seu cachorro favorito fosse o primeiro a sair para saudá-lo? Q ualquer que tenha sido seu pensam ento tortuoso e confuso, o voto foi feito por Jefté, não por Deus, e este último não pode ser blasfemado por isso. Além disso, não fica claro que Jefté matou sua filha e a ofereceu em holocausto como sacrifício para Deus. Por que, portanto, por dois meses, ela andou de lá para cá, lamen­ tando sua virgindade? Isso significaria que seu pai consagrou-a ao serviço do Senhor como virgem? Não podem os ter certeza.

A Bíblia diz que após esse período de lamentação, Jefté "cum ­ priu nela o seu voto que tinha feito" (v. 39). Se, de fato, ele a ofe­ receu como um sacrifício hum ano, tal oferenda seria um a abom i­ nação para Deus e não seria aceita. N a verdade, isso traria a ira de Deus contra ele. O voto de Jefté, bem como sua ação, não foram inspirados por Deus, não estavam de acordo com os desejos do Senhor, e certamente Deus não pode ser blasfem ado por isso. A inda assim, a Bíblia faz o registro sincero dessas ações insensatas e pecam i­ nosas. Esse fato, em vez de refletir de m aneira negativa sobre a Bíblia é, na verdade, mais um a evidência de sua autenticidade e honestidade.

Quem realmente Matou Golias? Q uestão: Em 1 Samuel 17 afirm a que Davi m atou Golias,

porém 2 Samuel 21.19, que Elanã m atou Golias (se eliminarmos o itálico, que não estava no texto original). Esse versículo fala que Elanã m atou o irmão de Golias, portanto, as palavras em itálico foram, obviam ente, acrescidas posteriorm ente para perm itir a contradição. Isso me preocupa. Li a declaração de um bispo que disse que a inserção do irmão de, em itálico, era um a ocultação desonesta que provava que a Bíblia foi adulterada não apenas nessa passagem , mas em qualquer outra parte também. Como você responde a essa acusação? Resposta: Primeiro, podem os rapidam ente descartar a acu­ sação de adulteração desonesta da Bíblia. A lguém que estivesse tentando m u d ar o sentido da passagem poria sua em enda em itálico? Isso seria o m esm o que u m falsificador escrever transver­ salm ente em cada face de suas cédulas falsas: "Isso é um a falsifi­ cação". Xa verdade, o itálico foi acrescido pelos tradutores para esclarecer o que estava implícito, mas não fora expresso.

Com freqüência, parece que u m a ou mais palavras foram deixadas de fora em virtude da falta da palavra equivalente exa­ ta entre as línguas. Nesse caso, de qualquer maneira, era neces­ sário ao tradutor acrescentar "o irm ão de" por um a série de ra­

zões. Primeiro, porque essa era a única coisa que fazia sentido. Obviam ente, esse de quem se fala não era Golias. Imaginar que o m anuscrito original dizia que era Golias eqüivale a acusar o es­ critor de 1 e 2 Samuel de ter um a m em ória incrivelmente ruim. Depois de tudo, o escritor, sob a inspiração do Espírito Santo, já havia registrado, uns trinta e quatro capítulos anteriores, que Davi m atou Golias, quarenta e cinco anos antes desse incidente espe­ cífico. Nesse ponto, só podem os dizer aos céticos: "Acho que vocês foram longe demais!" O indivíduo fica extrem am ente tentado a p erder a paciência com os críticos que, p o r pelo m enos duzentos anos, apresentam essa suposta contradição na Bíblia. Como eles p o d em pesquisar tão diligentem ente cada página da Bíblia p ara trazer à baila essas num erosas aparentes discrepâncias e, ao m esm o tempo, negli­ genciar o fato de que 1 Crônicas 20.5 registra o m esm o incidente e afirma, sem itálico, que o gigante ferido por Elanã era "irmão de Golias"? Além disso, nessa passagem é dado o nom e do gigante. Seu nom e não era Golias, mas Lami. Que Lami seja irm ão de Golias é algo menos interessante do que o fato de que, nessa passagem, aprendemos que ele era apenas u m dos quatro irmãos de Golias. Portanto, à época em que Davi m atou Golias, havia cinco desses espantosos filisteus vivendo em Gate! Compreendemos, assim, por que Davi, quando foi executar Golias, procurou cuidadosamente, no riacho, por exatamente cinco pedras polidas para sua funda (1 Sm 17.40)! Esse fato tam bém nos dá um a com preensão mais clara da incrível precisão que Davi consegue com sua funda — ele só precisava de um a ped ra para cada gigante.

Cristo Montava um Jumento, um Potro ou ambos? Questão: N a su p o sta profecia em Zacarias 9.9 e em sua alegada realização em M ateus 21.2-7 ambos dizem que Jesus en­ tro u em Jeru salém " m o n ta d o sobre um ju m en to , sobre u m asninho, filho de jum enta". Os relatos registrados em Marcos 11 e Lucas 19 m encionam um potro, portanto, há um a óbvia contra­ dição. Além disso, é claram ente absurdo pensar que Jesus p u ­

D e í - :- - a F f

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desse m ontar u m potro e sua mãe ao m esm o tempo. Como você pode tornar isso compreensível? R esposta: M ateus sim plesm ente cita Zacarias 9.9. Essa afir­ mação po de ser facilmente explicada como um a ênfase poética com um ente u sada à época do A ntigo Testamento. O Messias es­ tava sentado sobre um animal. E u m jum ento. Mais do que isso, é um potro, a cria de um a jumenta, significando que era m uito novo. A expressão "m ontado sobre um jum ento, sobre u m asninho, fi­ lho de jum enta", descrevia o animal sobre o qual o Messias esta­ va sentado, o que fica claro com a substituição, feita por Marcos (11.2) e Lucas (19.30), daquela frase, respectivamente, por: "so­ bre o qual ainda não m ontou hom em algum ", e: "um jum entinho em que n enh um hom em ainda montou". É m uito improvável que n en hu m hom em ainda não tivesse sentado sobre o jumento. Por­ tanto a afirmação era apenas verdadeira no que se referia ao jum entinho, cria da jum enta.

Marcos e Lucas focam a atenção no animal sobre o qual Cristo estava sentado. N enh um dos dois faz citação de Zacarias, em que tanto o jum entinho quanto sua mãe são citados, portanto, não há necessidade de citar a jumenta. Mateus, que cita Zacarias, tam bém menciona a jumenta. Mateus explica que a jum enta e sua cria estavam am arradas juntas e as duas foram soltas. Fica claro que a ju­ menta acom panhou sua cria, pois esta era muito nova, e, aparen­ temente, elas andavam lado a lado, pois os panos estavam coloca­ dos sobre ambas. Você conseguiria imaginar Cristo, com um braço descansando sobre a jumenta, enquanto ele cavalga sua cria. Longe de ser absurda, a cena m ostra duas coisas. Primeiro, ela revela o controle que o Senhor tinha sobre a natureza e todos os seres criados. Um potro, tão pequeno, que nunca fora m onta­ do e que ainda necessita ser acom panhado por sua mãe, subm e­ ter-se a carregar Cristo, enquanto sua mãe segue obedientemente de perto. Segundo, isso enfatiza a b ran d u ra com que Ele cavalga, exatamente como Zacarias diz: "Pobre, e m ontado sobre [...] filho de jum enta". Esse não é um rei conquistador que d estru iu os inimigos de Israel e cavalga triunfalm ente para Jerusalém lide­ rando um a arm ada, mas que cavalga um jumentinho que m al con-

1U segue suportar seu peso. Esse é o Salvador que veio m orrer pelos pecados do m undo: "Eis que teu rei virá a ti, justo e Salvador..." (Zc 9.9) Conforme relata o profeta, apesar de sua hum ilde entrada na cidade, aquela m ultidão aclamou-o como Messias, o que foi mais notável. E claro, que a m esm a m ultidão que o aclamou tão e n tu ­ siasticamente nessa ocasião, virou-se contra Ele e pediu sua cru­ cificação apenas quatro dias após esse acontecimento. Esse fato não é m enos notável, pois é o cum prim ento de um a profecia. Falaremos mais a respeito disso posteriormente.

Os Liberais Procuram Culpar o Próprio Jesus Q uestão: Em m inha opinião, o mais censurável sobre o cris­

tianismo é a insistência de que sua fórm ula específica para en­ contrar Deus seja o único cam inho possível. Esse ponto de vista tão estreito é ultrajante para milhares de crentes e seguidores de outras religiões. Em vista dessa intolerância dos cristãos, que es­ perança podem os ter de que haja paz entre os líderes políticos e militares? R e s p o s ta : Os cristãos insistem que Jesus Cristo é o único cam inho não graças a alguma fórmula que inventaram. Cristo mes­ m o afirmou: "Se não crerdes que eu sou [Deus, o único Salvador], morrereis em vossos pecados [...] Para onde eu vou [céu] não podeis vós ir. [...] Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. N inguém vem ao Pai senão por m im " (Jo 8.24,21; 14.6). Portanto, seu confronto não é com os cristãos, mas com o próprio Jesus Cristo.

A sugestão de que Jesus não fez realmente nenhum a dessas declarações não trará nenhum benefício, pois temos o testemunho de testemunhas oculares. Além disso, o que Jesus disse concorda com declarações feitas, ao longo dos séculos, por profetas hebreus que testem unharam uníssonos (embora muitos deles não se co­ nhecessem nem jamais se encontraram) que apenas Deus é o Sal­ vador da hum anidade e que, de fato, veio a terra, por meio de nascimento virginal, a fim de pagar a pena que sua justiça im pu­ nha para o perdão dos pecados da hum anidade. E que a Bíblia é o

U5 docum ento mais completo existente, com manuscritos centenas (e em alguns casos, milhares) de v e ze s mais confiáveis do que qual­ quer outra literatura da antiguidade.

Lunático, Mentiroso, ou Deus Veio como Homem? N ão há d ú vid a sobre o que Jesus disse. Portanto a questão de que ninguém po de escapar é saber se Ele estava ou não dizendo a verdade. Se Ele não estava dizendo a verdade, há apenas duas outras opções: Ele era um ególatra sincero, tão insano que real­ m ente pensava que era Deus em carne e osso e o único Salvador dos pecadores; ou Ele era u m im postor deliberado que sabia que era um a fraude, mas persistiu em seu disfarce maquiavélico, e era tão esperto que enganou bilhões de pessoas ao longo de vinte séculos. N a verdade, n enhu m a dessas duas alternativas faz sen­ tido. Ele só podia estar dizendo a verdade. O problema com muitos críticos é que, longe de examinar com cuidado as declarações de Cristo e de honestamente rejeitá-las, eles têm preconceitos p ro fu n d am e n te enraizados (mas totalm ente irracionais) contra os absolutos morais que não perm item que eles considerem com seriedade as declarações de Cristo. Eles rejeitam a real possibilidade de que h á som ente um cam inho p ara a salva­ ção. X ão querem adm itir que Deus tem padrões morais e espiri­ tuais, nem mesmo que o universo físico não funcionaria sem um a direção precisa. (Alei da gravidade, por exemplo, é m uito restrita e sem exceções. Ela opera quer acreditemos nela quer não. E isso também ocorre com as leis da química e da física.) O caminho para o céu tam bém não poderia ser mais bem definido. E, desde que o preço foi pago e é oferecido livremente pela graça de Deus a quem quer que a receba, não há fundam entos para queixas daqueles que rejeitam isso. Além do mais, os cristãos, os seguidores de Cristo, estão obrigados, pela submissão, e pelo amor, e pela inquietação para com os perdidos, a perm anecer verdadeiram ente em Cristo e a buscar persuadir o perdido de que Ele é o único Salvador para os pecadores.

As marcas essenciais da diferença entre a verdadeira narrativa de um fato e os trabalhos de ficção são evidentes e inconfundíveis... os atributos inerentes à verdade são visíveis e chamam a atenção do começo ao fim nas histórias do evangelho (no Xovo Testamento)... —

S iin o íi G reen lea f,

H a r c a r d L nir S c h c c l

Imagine tentar juntar... a tremenda história do Homem do Calvário se fosse ficção — em vez de uma história totalmente voltada para a realidade — e... que estivesse, definitivamente, ligada a finais felizes; e imagine a futilidade desse esforço para remover essa vida elevada e essa morte cataclísmica (e a triunfante ressurreição) dessa cadeia de eventos que sustentam a história e a situação atual do cristianismo e do mundo! — Iri ci u H. U n i o n

Em A Lainjer Examinei the Bible ("Um Advogado Examina a Bíblia")

* VIDÊNCI AS DE AUTENTICIDADE E INSPIRAÇÃO

Paulo Era Ignorante ou Sarcástico? Q uestão: Em Atos 23 Lucas conta-nos que Paulo com pare­ ceu ante o conselho de líderes rabis. Paulo cham ou o sum o sa­ cerdote de "parede bran q u ead a". Q u an d o foi repreen dido por isso, se d e s c u lp o u , d iz e n d o q ue n ão h a v ia p e rc e b id o que A nanias era o sum o sacerdote. Essa leitura eqüivale a um a obra de ficção m al escrita. Paulo, sup ostam ente, era u m ex-rabi. O sum o sacerdote devia estar v estind o seu m a n to e co m an d an d o o procedim ento. P ortanto, Paulo teria que ser m uito estú pido p ara não saber quem era o sum o sacerdote, não é m esm o? Você acredita que isso é um a alegoria? E se for, em qu antas p assa­ gens Lucas as utilizou? R esposta: Mais um a vez essa aparente falha no relato bíblico

é, na verdade, outra prova convincente de sua autenticidade. A passagem em questão encontra-se em Atos 23.1-5. Paulo, que é prisioneiro e foi autorizado pelos juristas rom anos a confrontar seus acusadores, abre sua defesa ao declarar ao sum o sacerdote: "Varões irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência".

448 Ananias, que como sum o sacerdote presidia a sessão, m anda bater na boca de Paulo, provavelm ente por que ele não acredita que ninguém possa viver sem pre com "toda a boa consciência". Paulo, que conhece as leis judaicas e estava longe de poder ser intim idado, replica im ediatam ente: "Deus te ferirá, parede branqueada! Tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei e, contra a lei, me m and as ferir?" A lgum as pessoas que estão ao redor de Paulo exclamam cho­ cadas: "Injurias o sum o sacerdote de Deus?" Paulo então replica: "N ão sabia, irmãos, que era o sum o sa­ cerdote; porque está escrito: N ão dirás mal do príncipe do povo". Essa é a mais intrigante m udança de atitude. Sim, alguém pod e se surpreender com isso, mas Lucas sim plesm ente apre­ senta os fatos sem explicações.

Percepções de Josefo Ao ler Josefo, tudo isso se torna mais claro e, até mesmo, mais fascinante. Ele nos conta que Ananias, na verdade, era o sumo sa­ cerdote, mas fora deposto. A seguir, seu substituto foi m orto e n in ­ guém havia sido indicado para seu lugar. Ananias, nesse meio tem ­ po, entrou e, ilegalmente, usurpou o lugar do sum o sacerdote. Ao ter conhecim ento desses acontecim entos anteriores, o negócio se complica. Sob essas circunstâncias é mais do que pro­ vável que Ananias não podia vestir o m anto de sum o sacerdote, portanto Paulo está desculpado por não o reconhecer. Além dis­ so, é totalm ente possível que Paulo, que esteve ausente de Jeru­ salém por algum tempo, não soubesse que Ananias estava na épo­ ca atuando como sum o sacerdote. N o entanto, sabendo o quanto Paulo era astuto, é bem pro­ vável que após alguns dias em Jerusalém depois de sua ausência, ele soubesse quem estava desem penhando o ofício de sum o sa­ cerdote. Paulo, portanto, assim falou por conhecer a situação, e não por ignorância. E mais lógico e mais de acordo com seu caráter, que esse homem, que "tem alvoroçado o m undo" (At 17.6), esti­ vesse usando de agudo sarcasmo para apontar o desconfortável fato de que A nanias não era o legítimo sum o sacerdote, mas um

449 u su rp ad o r e, portanto, não tinha autoridade para com andar o julgam ento dele. Em qualquer um dos casos, é óbvio que, para qualquer pessoa honesta, esse relato não foi escrito décadas, m uito menos séculos, mais tarde, como os críticos insistem que aconteceu. Ele só podia ser escrito por um a testem unha ocular que estava relatando com exatidão o processo e o que Paulo disse. A lém disso, longe de desacreditar o testem unho de Lucas, esse incidente específico foi consentido pelo Espírito Santo e registrado com o m ais um a prova única e interessante da autenticidade do registro do N ovo Testamento.

Respostas à Mentira Favorita dos Críticos Q uestão: Se a Bíblia é verdadeira como se afirma, o cristia­ nismo foi fundado por Cristo, não deveria haver, pelo menos, algum a confirmação nos escritos não-cristãos daquela época? N a verdade, não há nad a sobre isso. Como você julga isso? Com o o cristianismo, conforme o Novo Testamento afirma, causou tre­ m endo im pacto e pôde ser com pletam ente ignorado p o r todos os escritos de toda aquela época? R esposta: Ao contrário, a sobrevivência de escritos não-cristãos daquele período, inclusive de alguns inimigos declarados do cristianismo, é corroboração contundente para o N ovo Testa­ mento. Essas falsas acusações de que não há evidência do cristia­ nismo nos escritos daquela época, a não ser no N ovo Testamen­ to, é repetida de m odo ditatorial por ateístas, que se gabam de que esse ataque nem m esm o foi respondido. N a verdade, isso tem sido respondido por milhares de escritores cristãos há, pelo menos, centenas de anos.

Só para apresentar evidências que refutam essa alegação ir­ responsável, citarei M ark Hopkins, u m dos mais brilhantes e d u ­ cadores e pensadores do século passado, que escreveu muitos livros. O presidente James A. Garfield declarou que sua idéia de um a universidade era "um a tora com um estudante em um a das pontas, e M ark Hopkins, na o u tra ".1 H opkins não foi apenas um

150 e d u c a d o r n o tá v e l, m a s u m e n é rg ic o e v ig o ro s o a p o lo g is ta d a fé cristã. H o p k in s , n a s t r e z e n to s e s e te n ta e u m a p á g in a s d e s e u li­ v ro Evidences (" E v id ê n c ia s " ) escreve: O Talmude [compilação oral das tradições rahínicas datadas de cerca de 200 d.C.]... menciona Cristo e vários de seus discípu­ los, citando-os pelo nome... sua crucificação..., como tam bém que Ele realizou m uitos e grandes milagres, mas im p u ta seu poder às... artes mágicas que Ele (supostam ente) ap rendeu no Egito... [Flávio] Josefo (historiador judeu, c. 37-10 d.C.) viveu na épo­ ca em que m uitos desses eventos... aconteceram e estava presen ­ te na destruição de Jerusalém... [e] ele confirma a exatidão dos livros (relatos do Novo Testamento). Tudo que foi escrito a res­ peito da seita judaica, de H erodes e Pilatos, e a divisão das p ro­ víncias, e Félix, e Drusila, e Berenice está em concordância com nossos relatos, algo que deveríam os esperar de historiadores independentes. O relato feito p or Josefo, a respeito da (estranha) m orte de Herodes, é surpreendentem ente similar ao que Lucas relata (At 12.21-23)... Josefo confirma tudo que é dito (no N ovo Lestamento)... sobre os fariseus, saduceus e herodianos... (e m uito do que foi escrito sobre Cristo). [Cornélio] Tácito (historiador rom ano, c. 55-117 d.C., que governou a Ásia como procônsul 112-113) conta-nos que Pôncio Pilatos... abaixo de Tibério, condenou Cristo, como malfeitor, à morte; que as pessoas eram cham adas de cristãs por causa do seu nome; que essa superstição surgiu na Judéia e difundiu-se para Roma, onde... apenas trinta anos após a m orte de Cristo, o n úm ero de cristãos já era bastante grande..., [e] os cristãos eram objeto de desprezo e das mais terríveis agonias... alguns eram crucificados; enquanto outros eram em plastrados com material inflamável e eram acesos para ilum inar a noite e, portanto, eram queim ados até morrer. Esse relato foi confirm ado p or Suetônio, Marcial e Juvenal... Plínio (o mais jovem) era pretor de Ponto e Bitínia (112 d.C.)... M uitos (cristãos) foram trazidos a sua presença p or causa da fé em Cristo. Se eles perm aneciam firmes, recusando-se a oferecer incenso aos ídolos, os condenava à m orte por sua "obstinação inflexível". (Alguns, para escapar da morte) diziam que haviam sido cristãos, mas que abandonaram aquela religião... alguns, até

151 vinte anos antes,... m as diziam que eles tinham o costum e de se encontrar em u m lugar determ inado antes de clarear o dia e can­ tar entre eles... hinos para Cristo, que é Deus, e para ligar-se, por meio de juram ento, a fim de não com eter m aldade, nem ser cul­ pados de roubo ou furto, ou adultério e de nunca falsificar suas palavras... [e] fazer juntos a refeição que com iam em conjunto... Q uão forte devem ter sido essas evidências do cristianismo prim itivo que induziam pessoas de bom senso, de todas as posi­ ções sociais, a aban donar a religião de seus ancestrais e, assim, defrontando-se com o p o d er imperial, persistir em sua fidelida­ de a alguém que teve a m esm a m orte que os escravos! Podem os tam bém nos referir a Celso, e Luciano, e Epicteto, e o im perador Marco Antônio, e Porfírio — que lançou luz em toda a história do cristianismo primitivo, e todos confirm am , até onde esses relatos abrangem , os relatos [no N ovo Testamento]... m esm o em relação às m oedas, m edalhas e inscrições.

Ficamos um pouco cansados da propaganda, ensinada nas universidades e mesmo em muitos seminários, que é divulgada em livros e na mídia por “conhecedores" que declaram falsidades contra a Bíblia com ar de autoridade incontestável. Infelizmente, a pessoa despreparada nunca separa o tem po necessário p ara verifi­ car a exatidão das afirmações detrativas e, ingenuamente, repete essas falsidades. Apenas a pequena quantidade de dados forneci­ dos na citação acima é suficiente para mostrar que Cristo e o cristia­ nismo foram, na verdade, mencionados e que os registros do Novo Testamento são endossados por escritores seculares da mesm a época que ele ou de um período bem m enor depois disso.

Verificações Abundantes e Intrigantes Além disso, alguns desses escritores, apoiados por descober­ tas arqueológicas, fornecem evidências adicionais das mais inte­ ressantes origens que dão autenticidade ao N ovo Testamento. Mais um a vez, há mais de cem anos essas evidências já eram bem conhecidas e Mark Hopkins apresentou muitas delas em seu livro Evidences ("Evidências"). Eis aqui u m breve extrato disso:

152 Lucas deu a Sérgio Paulo u m título que pertence apenas a um hom em com a au to ridad e de procônsul (anthupatos — At 13.7,8, 12), e houve dúvida se o governador de C hipre tinha tal autoridade. De qualquer m odo, foi encontrada um a m oeda cu­ nhada no reinado de Cláudio César (o mesm o soberano que Paulo visitou em Chipre) e sob o reinado de Proclo, que sucedeu a Sér­ gio Paulo, ao qual foi d ad o o m esm o título usado por Lucas. Lucas fala de Filipos como um a colônia (kolonia — At 16.12), e a palavra significa colônia romana. Isso não foi m encionado por n e n h u m outro historiador e, por isso, a autoridade de Lucas foi questionada. Mas um a m edalha descoberta mostrava que essa distinção foi conferida, p o r Julio César, à cidade... Também foram encontradas nas catacum bas de Roma ins­ crições que mostram , de m aneira comovente, em oposição às in­ sinuações de Gibbon e outros escritores posteriores, a crueldade das perseguições e a quan tidade dos que sofreram m artírio no cristianismo primitivo. M uitas evidências desse tipo p odem ser acrescentadas.2

O espaço lim itado de que dispom os não nos perm ite apre­ sentar a grande quantidade de evidências adicionais que poderiam ser citadas. A verdade é que há m uito mais com provações da autenticidade e da exatidão da Bíblia, que p od em ser encontra­ das em fontes seculares prim itivas, do que precisamos. E, além disso, p ara apoiar os relatos bíblicos, os escritores seculares da época nos fornecem visões suplem entares intrigantes que p ro ­ vam a im possibilidade do Novo Testamento ter sido fabricado anos depois dos eventos. Não há como um falsificador pôr junto um a imitação do regis­ tro que, supostamente, foi escrito por testem unhas oculares dos eventos que ocorreram em séculos anteriores, pois não teria o co­ nhecimento dos detalhes dessas informações, os quais seriam ne­ cessários para com provar a autenticidade delas. Faz muito mais sentido acreditar que Lucas foi, de fato, um a testemunha ocular que, à época, viajava com Paulo, em vez de imaginar que alguns falsificadores séculos depois, apenas por mero acaso, usaram as palavras exatas p ara citar a p ro p ria d am e n te u m a designação incom um em pregada para Sérgio Paulo e para a cidade de Filipos.

153 Um Testemunho Bom demais para Ser Verdade? Questão: O livro Antiguidades Judaicas, de Flávio Josefo, é com freqüência citado pelos cristãos com o prova de que Jesus Cristo, conform e o N ovo Testamento declara, realm ente viveu, fez milagres, foi crucificado e ressuscitou dentre os m ortos. No entanto, contaram -m e que todos os verdadeiros estudiosos con­ cordam que a seção no livro de Josefo que se refere a Cristo é um a adulteração que foi introd uzid a depois, provavelm ente por Eusébio, que foi o prim eiro escritor a citar esses fatos. Essa p a s­ sagem não é encontrada em n e n h u m dos m anuscritos m ais an ­ tigos. O fato de que essa adulteração fosse necessária indica que o m aterial que dá sustentação legítim a aos registros não existe. Esse não é quase que u m golpe fatal p a ra a apologética cristã? Resposta: Já m ostram os que há mais do que suficientes evi­ dências corroborantes de vários tipos, incluindo outros escrito­ res da época, não havendo, portanto, necessidade de adultera­ ções. Os críticos adoram dizer que "todos os verdadeiros estudio­ sos concordam " com isso ou com aquilo quando, na verdade, pretendem se referir a certos estudiosos tendenciosos. O fato é que essa passagem a que você se refere foi encontrada em cópias antigas do trabalho de Josefo. Elas foram aceitas pela maioria dos estudiosos e são citadas como autênticas, não só por Eusébio, mas tam bém por outros escritores antigos. Apenas isso já seria sufici­ ente para com provar que essa passagem não foi acrescida poste­ riormente, como os críticos querem acreditar e têm tentado sem sucesso, demonstrar. Aqueles que contestam essa seção no livro de Josefo não o fazem baseados em nenhum a evidência, mas porque o que ele diz é m uito favorável à causa de Jesus Cristo. Eis aqui a referida passagem: Agora foi por essa época que Jesus, um h o m em sábio, se for legítimo chamá-lo de um hom em ; ele era um executor de obras maravilhosas, um mestre de quem os hom ens recebiam, com p ra­ zer, a verdade. Ele conquistou m uitos dos judeus e m uitos dos gentios. Ele era o Cristo.

■154 E quanto a Pilatos, conforme a sugestão dos principais h o ­ m ens entre nós, o condenou à cruz, e aqueles que o am avam des­ de o início não o abandonaram ; e, no terceiro dia, Ele apareceu para eles, vivo de novo; conforme os divinos profetas prognosti­ caram esse fato e outras milhares de coisas m aravilhosas a res­ peito dEle. E o grupo de cristãos, assim denom inados por serem seus seguidores, não está extinto em nossos dias.3

N ão é de adm irar que os anticristos não queiram adm itir que o texto acima é autêntico! Se eles, por qualquer meio, se defron­ tarem com a evidência não têm escolha. N a verdade, há duas p as­ sagens sobre Jesus na obra de Josefo. A autenticidade da segunda passagem (que tam bém é citada em obras antigas) nunca foi con­ testada, a qual não faria o m enor sentido, a m enos que o autor já tivesse m encionado Jesus Cristo previam ente e com mais deta­ lhes. A segunda passagem á: Ananias reuniu o Sinédrio judeu e trouxe, diante deles, Tiago, o irm ão de Jesus, que é cham ado de Cristo, com alguns outros, aos quais livrou de serem apedrejados como infratores da lei.4

Está bastante claro que Josefo já m encionara Jesus e fizera algum as observações a respeito dEle. Caso contrário, não seria razoável que ele fizesse referências tão superficiais a respeito de um a pessoa tão im portante que, conforme essa passagem m es­ m a adm ite, era, no mínimo, "cham ado de Cristo". Isso é p articu­ larm ente verdadeiro, pois, em outra parte, Josefo m enciona com alguns detalhes vários em busteiros que se proclam avam como o Messias. Entretanto, nessa breve passagem , seu "silêncio" sobre Jesus seria altam ente suspeito se ele já não tivesse explicado algum a coisa sobre Ele.

Verificação de Josefo através seus Contemporâneos William W histon, no final de sua versão de The Life and Works ofFlavins Josephus ("A Vida e Obra de Flávio Josefo"), publicada em 1737, inclui; "Sete dissertações [apêndices] referentes a Jesus Cristo, João Batista, Tiago o Justo,... etc." Neles, são citados n u ­

455 merosos escritores seculares e cristãos, de 110 d.C. ao fim do sé­ culo XV, que relatam Josefo como autoridade quanto ao que afir­ m ou acerca de Jesus João Batista e outras pessoas e eventos cita­ dos no N ovo Testamento. O professor Hopkins fez um comentário ulterior nesse sentido. Ele explica por que seria impossível que a passagem contestada no livro de Josefo fosse adulterada por Eusébio ou qualquer outro: Se houvesse adulteração, ela, inquestionavelm ente, seria detectada por algum dos afiados e inveterados inimigos do cris­ tianismo: Josefo e sua obra foram tão bem aceitos entre os rom a­ nos que ele foi registrado com cidadão de Roma, e até havia um a estátua erigida em sua hom enagem . Além disso, sua obra foi acei­ ta na Biblioteca Imperial. Mais tarde, os rom anos foram considerados os guardiões de seus textos; e os judeus, algo que podem os assegurar, usariam de toda diligência p ara prevenir qualquer interpolação a favor da causa cristã. A lém disso, não foi descoberta, na antiguidade, n en h u m a objeção feita em relação a essa passagem por qualquer dos opositores da fé cristã; por conseguinte, o silêncio deles em relação a essa acusação é um a prova decisiva de que a passagem não é um a adulteração nem falsificação. Na verdade, a causa cristã está longe de precisar de qualquer fraude para fundam entá-la e nada seria mais destrutivo ao seu interesse do que um a fraude tão palpável e importuna."

Existe, pelo menos, um a atestação espúria sobre Jesus que é atribuída a Josefo. Ela é encontrada na obra Josephus — the Jeivish \ \ Jar ("Josefo — a G uerra Judaica"), com introdução e tradução de G. A. Williamson (Penguin Books, 1959). Infelizmente, esse relato espúrio foi fom entado por cristãos bastante zelosos, pois é mais exagerado e parece um testem unho, mais completo, da deidade, dos milagres e da ressurreição de Jesus, inclusive afirm an­ do que seu sepulcro foi guardado por trinta soldados rom anos e mil judeus! A últim a afirmação, obviamente, é falsa, pois os ju­ deus não poderiam ficar g uardand o o sepulcro no sábado, espe­ cialmente no sábado da Páscoa. Além disso, a passagem espúria contém outros adornos que entram em conflito com o N ovo Tes­ tamento, enquanto que a autenticidade do relato citado acima harm oniza totalm ente com os relatos dos quatro Evangelhos.

156 E sobre os Livros Perdidos da Bíblia? Q uestão: Havia, pelo menos, quinze apóstolos. Que apenas quatro deles (Pedro, Tiago, João e Paulo) tenham sido inspirados para escrever o N ovo Testamento é um tanto estranho. Logica­ mente, p o d e ría m o s esp erar que m u ito s outros deles fossem "in sp ira d o s" para escrever os relatos. Como sabemos que não há m uitos outros registros escritos que foram perdidos — ou m es­ m o que todas as obras genuínas não foram perdidas ou destruídas —, e que as que temos não são fraudes colocadas no lugar das originais? Resposta: Não esqueça de Mateus, Marcos e Lucas, o prim ei­ ro apóstolo, e os outros dois verdadeiros discípulos. Por que deve­ ria haver algum outro escritor dos registros divinamente inspira­ do? O N ovo Testamento está completo em si mesmo e não necessi­ ta de mais testemunhas inspiradas. E quanto a saber se os registros que temos são autênticos, respondemos, ao longo destas páginas, às legítimas questões sobre vários ângulos distintos com a apre­ sentação de evidências esmagadoras. O utra observação de Mark Hopkins, do último século, trata dessa questão: É inacreditável que não haja n en h u m docum ento escrito [re­ lato verdadeiro] sobre o cristianismo — u m m ovim ento que se iniciou naquela época e naquele lugar e que... relacionou-se com a origem de tantas novas instituições e com as m u danças eclesi­ ásticas e sociais — que tenha sido passado adiante. E é im possí­ vel que o verdadeiro relato tenha perecido, não deixando nenhum vestígio, e que os falsos relatos, bem como outros como esses últimos, os tenham substituído. É de esperar que haja algum relato sobre o início dessa insti­ tuição. Os relatos feitos em nossos livros [Novo Testamento] são adequados e satisfatórios. Não há contradição e, até mesmo, os escritos espúrios confirm am a verdade desses livros, e não há vestígios de n e n h u m outro livro."

Bem, há outro livro que afirme ser u m registro inspirado do cristianismo primitivo: o Livro de M órmon. Ele pretende ser um relato do aparecim ento de Cristo para os norte-americanos que,

157 supostam ente, são descendentes de alguns ju d eu s que teriam atravessado o oceano em direção ao N ovo M undo, construído grandes cidades, trav ado batalhas, etc. A qui tem os o exem plo clássico de um a com pleta fraude que apresenta o m ais im pres­ sionante contraste com a Bíblia. O Livro de M órm on é p u ra fic­ ção, como o Bhagavad Gita, o Vedas, do hind uísm o , e m uitos outros com teor de escritos sagrados de outras religiões. A Igreja de Jesus Cristo dos Ú ltim os Dias não p o u p o u esforços arqueo­ lógicos em sua tentativa de autenticar seus relatos espúrios e falhou com pletam ente em seu intento, com o é o caso de cada um a dessas m entiras.

O Livro de Mórmon: Uma Comparação Instrutiva As ruínas de cidades m encionadas na Bíblia foram localiza­ das; seus habitantes, identificados; suas histórias, verificadas; fatos que com provam os relatos da Bíblia. M useus seculares, ao redor do m undo, contêm vasta q uan tid ade de inscrições antigas, docu­ mentos, m oedas, utensílios e arm as com datação anteriores à da Bíblia e que confirm am seu conteúdo. Esse excesso de evidências confere, acima de qualquer dúvida, a autenticidade e exatidão do registro histórico em relação aos povos, culturas, regiões e eventos encontrados na Bíblia. Em notável contraste, nenhuma evidência de qualquer tipo foi encontrada para dar sustentação ao Livro de M órmon. Isso p er­ manece até hoje, apesar de décadas das mais agressivas verifica­ ções arqueológicas por toda a América do Norte, América Central e América do Sul. Esse esforço hercúleo, patrocinado pela vasta riqueza e determinação da Igreja Mórmon, não deixou pedra sobre p edra na pesquisa feita para com provar o Livro de M órm on, a qual foi, porém , infrutífero. N en h u m a peça de evidência que pudesse com provar o Livro de M órm on foi encontrada — ne­ n hu m traço das grandes cidades que ele cita, nem ruínas, nem moedas, nem cartas, ne:n docum entos, nem m onum entos, nada que está em seus escritos. N em m esm o u m dos rios ou m onta­ nhas ou outros aspectos topográficos m encionados no livro fo­ ram identificados!

158 O Livro de M órm on é u m excelente exemplo da impossibili­ dad e de se construir um cenário fictício e depois tentar conven­ cer o m u n d o de que isso de fato aconteceu. Simplesmente, a fic­ ção não se coaduna à história e n enhum a evidência pode ser en­ contrada para sustentá-la. Para um a exposição com pleta sobre o m orm onism o, recom endam os o livro e o vídeo, The God Makers ("Os Criadores de Deus").

Uma Autenticação totalmente Lógica e Irrefutável Questão: Tenho amigos que foram convencidos pelos p ro ­ fessores da universidade ou do seminário de que o N ovo Testa­ m ento não é historicam ente exato, m as é um a história de ficção escrita m uito depois da ocorrência dos eventos relatados. Eles não p u d eram provar isso para mim; eu, porém , tam bém não pu de provar que eles estavam errados. H á algum a m aneira simples, sem lançar mão de estudos detalhados de evidências arqueológi­ cas e de pesquisas históricas, para ajudá-los a ver que o cristia­ nism o começou da forma como o N ovo Testamento relata? Resposta: Sim. H á u m famoso argumento, totalmente lógico, de M ark H opkins, em bora não tenha se originado nele, que pode ser útil. Em seu livro Evidences ("Evidências"), ele refere-se a um a obra anterior, de Leslie, intitulada Short and Easy Method ivith the Deists ("Método Fácil e Rápido para Lidar com os Deístas"). Aquele autor apresenta quatro critérios essenciais que, se satisfeitos por qualquer evento registrado, podem determ inar se é realmente histórico: "(1) que o assunto a que se refere o fato seja de tal forma que os sentidos externos do hom em , seus olhos e ouvidos, pos­ sam ser juizes dele; (2) que os fatos aconteceram publicam ente aos olhos do m undo; (3) que não apenas m onum entos públicos sejam testemunhos dele, mas que tam bém haja alguma ação visí­ vel; e (4) que tais m onum entos e ações ou cerimônias tenham sido instituídas e começado na m esm a época em que o fato rela­ tado aconteceu". Leslie explica que "as duas prim eiras regras tornam im pos­ sível que qualquer fato trivial tenha enganado o hom em na época

159 em que se deu, pois os olhos, os ouvidos e o senso de cada h o ­ m em contradiriam esse fato". Sabemos que os Evangelhos e a maioria das Epístolas foram escritas poucos anos depois que os eventos registrados neles ocorreram. Portanto, existiam m uitas pessoas ainda vivas que, se os eventos não correspondessem aos verdadeiros fatos testem unhados por eles, refutariam o relato desses eventos. Por exemplo, se o relato de Jesus, em que cham a Lázaro para fora do sepulcro, não fosse verdadeiro, ele teria sido contestado por inúm eros amigos e parentes, que tam bém p o d e­ riam replicar indignados que Lázaro ainda nem havia m orrido, nem fora posto em u m sepulcro, ou ainda, se ele estivesse morto, que ele ainda estava m orto e sepultado. É inconcebível que alguém, em um a pequena região de Israel e logo após os supostos eventos, ousasse publicar relatos fictícios sobre supostos milagres, nom eando as pessoas e os locais. M ulti­ dões de pessoas da m esm a época e região em que se deram os eventos, que ainda estivessem vivas, rejeitariam os relatos por serem mentiras. Em vez de ajudar a validar o cristianismo, tais relatos falsos seriam conhecidos como fraudes, e o novo m ovi­ m ento seria pública e prontam ente desacreditado.

Marca "Registrada" Lembre-se: o cristianismo começou exatam ente em Jerusa­ lém. Ele foi fundam entado na afirmação de que esse Jesus, o car­ pinteiro de X azaré que se tornou u m profeta aclam ado como Cristo pelas m ultidões e cujos milagres foram com entados por todo o Israel e o qual os rom anos crucificaram, tendo m orrido pelos pecados do m undo, estava vivo. O fato real é que 3 mil pessoas, no coração de Jerusalém, se converteram a Cristo no dia de Pentecostes, e mais milhares de pessoas, em Jerusalém, dia após dia, continuaram a abraçar essa "nova fé"; é um a evidência irrefutável de que esses fatos realmente aconteceram. A oposição não nega os fatos. H ouve oposição ao cristianismo, apenas porque ele contradizia a autoridade e os ensinam entos dos rabis. Não há como escapar do fato de que isso não era u m m ovi­ mento político fundam entado em ideologias discutíveis nem um

16'0 movimento religioso fundam entado em encantamento emocional para improváveis teorias espirituais. O cristianismo é fundam en­ tado em eventos que aconteceram no pequeno país de Israel e que foram consum ados exatamente ali, em Jerusalém. As afirmações (de que Jesus de Nazaré curou doentes, abriu os olhos aos cegos, ressuscitou os mortos, como também ele mesmo ressuscitou den­ tre os mortos, deixando atrás de si o sepulcro vazio) não poderiam ser apresentadas exatamente ali em Jerusalém e por toda a Judéia, a m enos que os eventos realmente tivessem ocorrido. Por essa razão, Jesus disse a seus discípulos para iniciar a pregação em Jerusalém, para prim eiro estabelecer a Igreja naquele lugar e d e­ pois pregar a Palavra às grandes multidões. O bviam ente, as m ultidões que ouviram a pregação de Pedro e dos outros apóstolos conheciam os fatos e não podiam refutar a mensagem. A quela pequena cam inhada p ara fora dos m uros da cidade p ara verificar o sepulcro que, como era de conhecimento de todos em Jerusalém, fora g uardad o por guardas romanos, mas estava vazio, deveria ser aceita p o r m uitos céticos. Rapidam ente, a palavra que confirmava esse enorm e milagre espalhou-se, e esse era o milagre que p u n h a o carimbo de aprovação do próprio Deus sobre as afirmações de Jesus Cristo.

Por que o Cristianismo não Poderia Ter Sido Inventado posteriormente Leslie chama a atenção para o fato de que o logro apenas seria possível se a narrativa fosse "inventada algum tempo depois, quan­ do os hom ens daquela geração, em que os fatos aconteceram, já tivessem morrido, e se os crédulos de épocas posteriores fossem convencidos a acreditar que os fatos ocorreram, em tempos ante­ riores, de um a maneira diferente da que realmente aconteceu". Esse não é o caso do cristianismo, pois o mesmo, desde seu início, foi proclamado abertamente em Jerusalém. Como podem os ter certeza, sem confirmações históricas e registros arqueológicos, de que o cristianismo iniciou e foi p ro ­ clam ado na m esm a época em que Jesus e os apóstolos viveram?

161 Leslie cham a a atenção p ara os dois últim os critérios, que ele fi­ xou para prevenir a invenção de histórias fictícias posteriores à suposta data do evento declarado, as quais poderiam ser inseridas, como se fosse verdade, por gerações posteriores. Ele continua com a explicação: Sempre que algo é inventado, caso não apenas se afirme que m onum entos sobreviveram a isso, m as tam bém que atitudes e observações públicas são constantem ente vistas desde que o s u ­ posto fato teria ocorrido, o engodo po d e ser detectado pelo não aparecim ento de tais m onum entos, bem como pela experiência de cada hom em , m ulher e criança que sabem que nen h u m a d a ­ quelas atitudes ou observações foram, por eles, usadas. Por exemplo, im agine que eu invente um a história de que, m ilhares de anos atrás, a junta do dedo m indinho de todo h o ­ m em com idade de doze anos foi cortada... é impossível que acre­ ditem em mim..., pois todas as pessoas p o d em contradizer-m e em relação à seqüela d eix a d a p elo corte d a ju n ta d o d ed o m indinho; e, como esse fato é parte da história original, isso de­ m onstra que a coisa toda é falsa.

Hopkins, ao aplicar essa linha de raciocínio ao N ovo Testa­ m ento e seus testem unhos sobre Jesus Cristo e a fundação do cristianismo, argumenta: Se qualquer hom em tivesse inventado o N ovo Testamento depois da época de Cristo e tentasse impingi-lo à força para que fosse aceito, seria o m esm o que um h om em escrever a história da Revolução (norte-americana) e da celebração desse dia (4 de julho de 1776) desde o início; se, na verdade, n unca se tivesse ouvido falar de um a revolução e n ing uém celebrasse o dia 4 de julho. M esm o quando essa data foi celebrada pela prim eira vez, seria possível introduzir um relato sobre sua origem essencial­ m ente diferente da verdade dos fatos. No entanto, o caso do... cristianismo é mais sólido, pois te­ mos diversas instituições distintas que surgiram juntas (e a p ar­ tir do mesmo), pois o batism o e a ceia do Senhor ocorreram com m aior freqüência, e, por fim, porque sem pre foi considerado o principal ritual de um a religião, à qual o hom em sem pre esteve mais ligado do que à liberdade ou à vida.7

162 Não Há como Escapar da Verdade N ão há como refutar esses argum entos. O fato de que o cris­ tianismo envolve costumes estabelecidos, igrejas e tem um a his­ tória pregressa que se estende até sua fundação por Cristo é algo que está além de qualquer contestação. As evidências históricas seculares que dão sustentação a essas afirmações, até onde con­ seguim os traçar sua origem, estão fora de questionamento. Além disso, p ode ser m ostrado, em vários estágios da história, que su r­ giram disputas sobre o que a verdadeira prática do cristianismo deveria envolver. Em todos esses casos, os contendores se volta­ ram para a autoridade da Bíblia. M esmo hoje, em virtude das grandes divergências nas p ráti­ cas entre católicos e protestantes, entre as várias denom inações protestantes e entre as facções da igreja católica romana, apelase, a fim de dirim ir essas dúvidas, continuam ente para a Bíblia e para a história. Enquanto os protestantes consideram a Bíblia como a autoridade final, os católicos adotam a tradição, mas, de qualquer maneira, essas reivindicações voltam até Cristo e às d e­ cisões dos Concílios da Igreja, que m antêm essa continuidade. H opkins conclui seu argumento: Já vimos que é impossível que os apóstolos fossem eng ana­ dores ou tivessem sido enganados e que os livros [Novo Testa­ mento] não poderiam ter sido autenticados, se os fatos registrados não tivessem ocorrido, n em à época em que surgiram, nem em qualquer m om ento subseqüente.8

O testem unho do N ovo Testamento é o destaque mais lógico dos argum entos acima. Em mais de um a ocasião vemos os rela­ tos de acusações feitas pelos líderes religiosos judeus que que­ rem executar Paulo e a defesa de Paulo. As denúncias contra Paulo são em razão do cristianismo ser contrário ao judaísmo. Nunca acusaram Paulo de estar apresentando fatos falsos ou de que o cristianismo estava fundam entado em um a fraude. Paulo apelou para o conhecimento que os oficiais romanos tinham dos fatos. Relata-se que o governador Félix disse: "H a­ vendo-m e inform ado m elhor deste C am inho" (At 24.22) — isto

1G3 é, o cristianismo. N a verdade, ao contrário de ver algo contradi­ tório nos fatos testem unhados por Paulo, "Félix, [ficou] espavorido" enquanto Paulo arrazoava com ele (v. 25). E qu ando Paulo, antes da substituição de Félix, defendeu-se diante dele, como tam ­ bém de Festo e de rei Agripa, afirmou: Por que o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nad a disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto (At 26.26).

O Desafiador Mistério da Luz Q uestão: Já fui desafiado por vários ateístas a respeito do prim eiro capítulo de Gênesis — não com os argum entos usuais, se a criação do universo aconteceu em literalmente seis dias, pois acho que há explicações científicas, mas com um argum ento ao qual não p u d e responder. Os versículos 14 a 19 dizem que Deus criou o sol, a lua e as estrelas no quarto dia. Portanto, no prim eiro dia, "Deus disse: Haja luz. E houve luz" (v. 3-5). De onde veio a luz se o sol, a lua e as estrelas só foram criados no quarto dia? R esposta: Esses são, dentre outros, uns dos versículos mais

usados pelos críticos como mais um a "prova" de que a Bíblia contém contradições e, portanto, não pode ser a Palavra de Deus. Como sempre, entretanto, eles são m uito rápidos em tirar con­ clusões. Na verdade, essa passagem apresenta mais um a evidência singular da au tenticidade e inspiração da Bíblia. A bordem os, logicamente, esse assunto por u m mom ento. Se isso realm ente é um a contradição, ela é decerto tão óbvia que qualquer um que tenha escrito essas palavras teria sido im e­ diatam ente alertado disso e teria revisado a ordem da criação p ara corrigi-la. E se, inexplicavelm ente, o escritor original ti­ vesse falhado em consertar isso, então esse erro im perdoável seria "corrigido" mais tarde p o r u m copista posterior. Portanto, não ho uv e n en h u m a revisão. O sim ples fato de que essa ap a­ rente contradição perm aneceu no texto até hoje, nos im põe um a conclusão lógica.

46U O bviam ente, Moisés, que originalm ente escreveu essas pala­ vras e por certo era bastante perceptivo e inteligente para não perceber esse problem a, acreditou que era inspirado por Deus e, portanto, registrou o relato da criação do m odo exato como lhe fora revelado, apesar de ele, provavelm ente, não ter entendido tud o que registrou. Além disso, conforme já observamos, tam ­ bém os escribas posteriores — que copiaram e preservaram com esmero esses registros antigos — tinham tanta certeza de que essa era a Palavra de Deus que não ousaram adulterá-las, deixando as aparentes "contradições", várias e flagrantes, intactas. Q uer o p róprio Moisés tenha entendido totalm ente o que Deus o inspirou para escrever quer não, essa é um a questão so­ bre a qual não devem os nos inquietar. Os profetas que Deus inspirou para registrar sua Palavra não ousaram , em conseqüên­ cia de sua compreensão imperfeita ou de mitos existentes na época, criticar o que Deus dissera. Por exemplo, na época em que as explicações supersticiosas para os abalos sísmicos eram deriva­ das das mais variadas lendas, desde a crença de que a terra estava assentada sobre as costas do deus Atlas até a teoria de que a m es­ ma estava apoiada sobre um a tartaruga flutuando em um imenso oceano; a Bíblia, no entanto, declarou que Deus "suspende a terra sobre o nada" (Jó 26.7). A Bíblia, distintam ente de outras religiões ou, até mesmo, de antigos escritos científicos e filosóficos, longe de refletir o limitado conhecimento e superstições populares da cultura da época em que foi escrita, contém verdades e compreensões às quais a hum anid ade não tinha conhecimento nem acesso. Esse fato sozinho já é um a das maiores provas de que a Bíblia foi inspirada por Deus.

A Bíblia Revela Conhecimento Superior ao da Época Além disso, a Bíblia contém sabedoria "oculta em mistério" (1 Co 2.7) que não foi totalm ente revelada nem m esm o para aque­ les "hom ens santos de Deus" (2 Pe 1.21), que foram inspirados para escrevê-la. A pesar de seus escritores, provavelm ente, não entenderem o que foram inspirados para declarar. Em Hebreus 11.3 afirma que, m uitos séculos antes de a ciência chegar a essa con-

165 clusão, o universo "não foi feito do que é aparente". Afirma-se especificamente que aqueles que escreveram o Antigo Testamento anunciam coisas a respeito das quais não têm total com preensão (Rm 1.1,2; 16.25,26; Ef 3.3-5). Portanto, tam bém Moisés pod e não ter entendido todo o significado do que escreveu: "Deus disse: Haja luz. E houve luz". Nas Escrituras, em relação ao mistério que envolve a luz, até hoje a ciência não foi capaz de explicá-la. A luz atua como um a onda e um a partícula, o que parece im possível — m as é verdade. O que é a luz? A inda não sabemos. Nesses poucos prim eiros versículos de Gênesis, é dad o u m vislum bre da verdade, que só é revelada mais plenam ente nos últimos capítulos da Bíblia. O segredo da "luz" que cerca a terra antes da criação do sol, da lua e das estrelas é desvendado na descrição da nova criação, depois que o presente universo (com seu sol, sua lua e suas estrelas) for destruído e refeito: E ví um novo céu e um a nova terra. P orque já o prim eiro céu e a prim eira terra p assaram [...]. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu [...] E a cidade não necessita de sol nem de lua, p ara que nela resplandeçam , porque a glória de Deus a tem alum iado, e o C or­ deiro é a sua lâm pada. E as nações andarão à sua luz [...] E não entrará nela coisa algum a que contam ine e cometa abom inação e m entira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro f...] E ali não haverá m ais noite, e não necessitarão de lâm pada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia [...] (Ap 21.1,2, 23,24,27; 22.5).

A Bíblia nos diz que "Deus é luz, e não há nele treva nenhum a" (1 Jo 1.5). Essa luz perm eia o universo desde antes da eternidade. Antes de o pecado entrar no m u n d o e até os corpos celestiais serem criados, a luz sobrenatural que ilum inava esta terra, ap a­ rentemente, provinha de Deus. Após o pecado, foi rem ovida a luz que é Deus e com a qual Cristo, que é Deus, tam bém encherá, mais um a vez, o novo universo.

166 Saulo/Paulo Era Sincero, mas Estava Iludido? Questão: A conversão para o cristianismo de Saulo de Tarso, u m rabi, parece ser o argum ento mais forte que os apologistas cristãos apresentam para com provar a ressurreição. Mesmo que aceitemos o livro de Atos como um texto escrito por Lucas, o m esm o apresenta o relato da conversão de Saulo que não é nada convincente. Bem, ele afirma que viu Jesus Cristo vivo em seu caminho para Damasco; e certamente, ele morreria por essa crença. Portanto isso não prova que Paulo, de fato, viu Cristo. Isso ap e­ nas prova que ele sinceramente pensou ter visto Cristo vivo alguns anos após sua crucificação. Ele poderia im aginar que viu Cristo. Provavelmente, ele teve um a alucinação de que o viu, em conse­ qüência da culpa por ter p erseguido os seguidores de Cristo. Como os cristãos podem dar tanto destaque à conversão de Paulo, quando esta repousa em solo tão frágil? Resposta: Primeiro, é u m tanto duvidoso que um hom em como Paulo, obviam ente estável intelectual e emocionalmente, pudesse ter experim entado um a alucinação tão vivida e perm iti­ do que isso m udasse toda sua vida. Além disso, o evento foi acom­ pan h ad o por um fenôm eno visível — u m "resplendor de luz" sobrenatural mais brilhante do que o sol do meio-dia (At 9.3; 26.13) e um a voz vinda do céu — que as pessoas que acom panhavam Paulo tam bém viram e ouviram (At 9.7). Os com panheiros de Paulo teriam refutado essa história se tam bém não tivessem tes­ tem unh ado essas coisas. H ouve tam bém a súbita cegueira de Paulo e a miraculosa recuperação de sua visão, em Damasco, por meio de u m discípulo que poderia confirmar os fatos. Muitas testem unhas viram Paulo ser deixado, em Damasco, com pletam ente cego. Poderiam ter surgido refutações de todos os lados para desacreditá-lo, mas não há nada que invalide o testem unho de Paulo. No entanto, quando ele testem u n h o u diante de líderes religiosos e seculares e de m ultidões de judeus, que se o p u n h am a sua m ensagem nos fun­ dam entos religiosos, ninguém contestou seu relato. A evidência se impõe.

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No início Saulo de Tarso era um líder inimigo da igreja que capturava e prendia muitos crentes e perseguia alguns até a morte. Esse processo diligente de perseguição deve tê-lo tornado muito popular entre os religiosos judeus. Q uando Saulo ainda era um jovem rabi, já era um herói bem conhecido por seu ardor contra os cristãos. Ele tinha todos os motivos para perm anecer fiel ao judaís­ mo. O fato de que perderia u m futuro brilhante, ao se tornar um dos que ele perseguia, e de saber que as m esm as punições — açoitamento, aprisionamento e, por fim, martírio — tam bém acon­ teceria com ele, é, na verdade, um a evidência poderosa de que es­ tava convencido, sem a m enor sombra de dúvida, de que Jesus Cristo estava vivo e de que ele o vira pessoalmente. Uma alucinação simplesmente não se ajusta aos fatos conhecidos.

Evidências Convincentes de outra Natureza O utra evidência ainda mais convincente é o papel de líder que Paulo assum iu no explosivo crescimento do cristianismo p ri­ mi tivo. Ele tinha conhecimento interior e ensinou novas doutrinas completamente estranhas às que seriam condizentes com seu treino e prática no judaísmo, doutrinas que ele não poderia ter adquirido a não ser por meio do próprio Cristo. Mesmo que nunca o tenha encontrado antes da crucificação, Paulo afirm ou que aprendeu tudo que sabia sobre essa nova fé diretamente do Cristo ressurrecto. Paulo escreveu aos Coríntios: Porque eu recebi do Senhor o que tam bém vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tom ou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o m eu corpo q u e é p a r t i d o p o r vós; fa z e i is to em m e m ó r i a d e m im . Sem elhantem ente tam bém , depois de cear, tom ou o cálice, d i­ zendo: Este cálice é o Novo Testamento no m eu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em m em ória de m im (1 Co 11.23-25; grifo do autor).

Paulo não estava presente naquela ocasião, portanto, como podia saber o que aconteceu nesse últim o encontro íntimo entre Jesus e seus doze apóstolos? Por que coube a Paulo explicar o que aconteceu na Ultima Ceia e o significado dela? Por que não

168 coube a Pedro, ou Tiago, ou João que estavam presentes na ceia? Obviam ente, o Espírito Santo fez com que Paulo escrevesse essas p alav ras como parte da prova da ressurreição de Cristo. Ele testificou que recebeu "do Senhor" tu do que agora ensinava. Repetimos: tu do que Paulo sabia sobre essa nova fé e agora ensi­ nava com tal autoridade, ele afirma que recebeu pessoal e direta­ m ente do S enhor Jesus C risto ressurrecto. N ão há n en h u m a o u tra explicação. Inquestionavelm ente, Paulo nunca foi instruído, com os o u ­ tros discípulos, p o r Cristo. Ele era u m rabi antagônico a Cristo, no final da vida deste. Assim, repentinam ente, ele se torna não só o porta-voz do cristianismo, m as a principal autoridade. Ele até m esm o repreendeu Pedro face a face, e este reconheceu que P au ­ lo estava certo, e ele, errado (Gl 2.11-14). De onde surgiu esse repentino conhecimento autorizado? É claro que os céticos sugerem que Paulo foi, precipitada­ mente, até os apóstolos e disse: "Agora sou u m crente em Jesus, mas não com preendo essa coisa de cristianismo. Eu quero pregar isso, portanto, é m elhor eu ter um curso intensivo. De outra m a­ neira, posso fazer um a enorme besteira!" Isso poderia ser verdade? Paulo apren deu o que sabia sobre o cristianismo com Pedro ou com os outros apóstolos e cristãos?

Inegável Prova Interna Ao contrário, Paulo foi até Jerusalém três anos após sua con­ versão. Ele procurava "ajuntar-se aos discípulos, mas todos o te­ m iam, não crendo que fosse discípulo" (At 9.26). Paulo solene­ m ente testifica: Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os hom ens, porque não o recebi, n em aprendi de hom em algum, m as pela revelação de Jesus Cris­ to. [...], não consultei nem carne nem sangue, nem tornei a Jeru­ salém, a ter com os que já antes de m im eram apóstolos, mas parti para a Arábia [...] Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia. E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo;

169 mas som ente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. E glorificavam a Deus a respeito de m im (Gl 1.11-24).

Q ue Paulo estava dizendo a verdade fica claro, pois ele revela verdades aos outros apóstolos que estes desconheciam. Cristo se revelou para Paulo (Ef 3.3-10) o "mistério que desde tempos eternos esteve oculto" (Rm 16.25) e deu-lhe o privilégio de ensinar isso (1 Co 15.51; Ef 5.32; Cl 1.25-27). Ele se tornou o principal apóstolo e autoridade do cristianismo, e os outros apóstolos adm itiram que ele sabia mais do que eles e que, de fato, aprendera isso direta­ m ente do Cristo ressurrecto. Paulo escreveu a maioria das epístolas, mais do que todos os apóstolos originais juntos. Ele levantou-se contra as falsas d o u ­ trinas que estavam sendo ensinadas pelos judaizantes que vieram de Jerusalém, onde os apóstolos ainda viviam. Em Jerusalém, Paulo confrontou os apóstolos e os líderes da igreja com suas heresias (At 15) e m u d o u a m aneira de a igreja pensar. Não há explicação para o conhecimento de Paulo, a não ser a de que Cristo ressuscitado dentre os mortos, na verdade, revelou a si mesmo e a seus ensinamentos a esse antigo inimigo. U ma aluci­ nação não pode explicar tam anho conhecimento e autoridade.

Os mais Convincentes Tipos de Testemunhos de Martírios Questão: Não nego que os cristãos primitivos eram atirados

aos leões, crucificados, queim ados vivos e mortos de outras m a­ neiras em razão de sua fé. Entretanto, faço objeção ao desejo deles de suportar tal tratam ento como prova de sua fé cristã. Os segui­ dores de muitos outros líderes religiosos, mesmos líderes de cultos posteriores, com provam que é fraude ou pecado querer morrer por sua fé. Observe os novecentos seguidores de Jim Jones que m orreram na floresta da Guiana. Os mulçum anos (por exemplo, os homens-bomba e outros terroristas) querem sacrificar-se por Alá e Maomé. Como você pode dizer que o martírio dos cristãos prova sua cristandade mais do que o martírio de outras religiões?

170 Uma Distinção Essencial Resposta: Há grandes diferenças entre o martírio dos cristãos e outros que você mencionou. A maioria daqueles que morrem por líderes de cultos como Jim Jones e David Koresh têm pouca ou ne­ nhum a escolha. Além disso, o martírio deles não pode ser com pa­ rado com o dos cristãos, a quem era dada a oportunidade de salvar a vida se negassem a Cristo, mas eles persistiam em sua fé nEle, mesmo quando isso significava mais tortura e morte.

O islamismo, que se espalhou pela espada, mantém-se, agora tam bém pela força. Hoje, a pessoa precisa ser m uçulm ana para ser c id ad ão d a A ráb ia Saudita. Lá, com o em o u tra s nações islâmicas, há pena de m orte para o m uçulm ano que se converter a outra religião. Tente imaginar, isso seria como se alguém tivesse de ser batista ou m etodista (ou m em bro de que qualquer outro grupo religioso) p ara ser cidadão dos Estados Unidos, e a con­ versão p ara qualquer outra religião acarretaria a pena de morte! (Na verdade, isso é o que acontecerá se o Islã conseguir concretizar seu objetivo de transform ar os Estados Unidos e todas as outras nações em países islâmicos.) A lealdade ao Islã é m antida sob a ameaça de morte, ao passo que a lealdade a Cristo é m antida pelo amor. Jim Jones e outros líderes de cultos enganaram seus seguidores para que eles m or­ ressem. Eles não foram mortos por perseguidores em conseqüên­ cia de sua fé. Eles se subm eteram à morte na crença de que nada, a não ser isso, poderia ser feito para que não perdessem o céu. As­ sim tam bém pensam os muçulm anos que sacrificam sua vida na jihad. Eles são ensinados que esse é o único caminho seguro para o céu, portanto eles dão sua vida para ganhar a vida eterna. Em contraste, os seguidores de Cristo são certificados de que terão acesso ao céu sem que lhes seja exigida n enh um a boa obra ou sacrifício. Cristo pagou todo o preço p ara a salvação deles. Eles sabem que têm a vida eterna e não precisam m orrer para obtê-la. Sua submissão à perseguição e à m orte resultam de seu am or pelo Senhor e da relutância em negá-lo ou de transigir com o que eles acreditam ser verdade.

474 Morrer por Fatos versus Lealdade a uma Religião Para reconhecer a grande distinção entre os mártires cristãos e todos os outros, é necessário voltar à época dos apóstolos e dos cristãos primitivos. Eles m orreram não p o r lealdade a um a reli­ gião, mas para testificar a ressurreição áe Jesus Cristo. A importância desse fato parece ser negligenciada pelos céticos. Por exemplo, Robert Ingersoll, famoso ateísta do século XIX, escreveu: N em todos os m ártires na história do m u n d o são suficientes para estabelecer a exatidão de u m a opinião. O martírio, via de regra, estabelece a sinceridade do m ártir — nunca a exatidão de seu pensam ento. As coisas são verdadeiras ou falsas em si m es­ mas. A verdade não pod e ser afetada po r opiniões; não pode ser m u dad a, nem estabelecida e, tam pouco, afetada por martírios. Um erro não pode ser sinceramente aceito a ponto de transformálo em um a verdade.

O que ele diz é verdade até onde essa concepção alcança, mas ele não percebe a diferença do m artírio cristão. Os apóstolos e discípulos prim itivos m orreram por insistir que Cristo havia res­ suscitado dentre os mortos; e eles insistiram nisso, não meramente como um dogm a religioso, mas como u m evento em tem po real do qual eles foram testem unhas oculares. Ingersoll adm ite que, geralmente, as pessoas não m orrem pelo que acreditam ser um a mentira, contudo, todos os apóstolos (com exceção, talvez, de João) morreram como mártires. N enhum deles retrocedeu daquele ponto em que tiveram de enfrentar a m orte para com prar sua liberdade com a confissão de que os apóstolos sonharam com essa história da ressurreição e que ela realmente não acontecera — ou que talvez eles não tivessem certeza cie que o viram vivo, mas, talvez, tenham apenas pensado que o viram. Sabemos com certeza, mesm o pelos padrões de Ingersoll, que os apóstolos eram sinceros — não só no que diz respeito a sua crença de que Jesus é o Messias, mas também em relação aos qua­ renta dias que passaram com Ele depois de sua ressurreição e que, na verdade, estava vivo. Esse é o ponto. Para refutar o solene teste­ m unho deles, é necessário provar que todos eles simplesmente im aginaram que Cristo passou quarenta dias com eles e revelou

172 que estava vivo "com muitas e infalíveis provas" (At 1.3). Todos eles teriam m orrido por um a história imaginada? Nunca!

Testemunhas Oculares da Ressurreição Os apóstolos sofreram perseguição quase insuportável e foram p a ra o sepulcro como m ártires, afirm ando que os eventos que haviam testem un hado de fato ocorreram. Todos testificaram, até a morte, os milagres de Cristo, seus ensinam entos e sua ressur­ reição como fatos reais que eles m esm os testem unharam e, p o r­ tanto, não po diam negar, quando, na verdade, poderiam ter con­ seguido sua liberdade se negassem isso. Greenleaf argum enta: Desses absurdos [de um ho m em querer m orrer por um a m entira] não há como escapar, mas, com perfeita convicção e adm issão de que eles eram hom ens bons, que testificavam sobre o que cuidadosam ente observaram , consideraram e sabiam ser verdade.M

Esquece-se, com freqüência, que não apenas aqueles a quem C risto a p a re c e u d u r a n te a q u e le s h is tó ric o s q u a r e n ta d ias testificam a ressurreição de Cristo, mas todos os cristãos. O cerne do cristianismo é a certeza de que cada u m está em contato p es­ soal com o Cristo ressurrecto, que reside em seu coração. Linton pega esse ponto quando, como advogado, adota u m argum ento similar ao de Greenleaf: N a d a na história é m ais b em estabelecido do que o fato de que os escritores do Evangelho, como tam bém aqueles que acre­ ditam em seus relatos e convertem -se ao cristianismo, foram por toda a vida subm etidos à perseguição, às freqüentes torturas e, por fim, à morte. Isso ocorreu pelas mãos dos judeus enraiveci­ dos, pois lhes diziam que haviam m atado seu Messias, e dos p a ­ gãos enfurecidos, pois lhes diziam que todos os deuses de seu Panteão eram mitos, que o Pontifex Maximus (sumo pontífice) de Roma era p erpetrad or de logro e que o único Deus verdadeiro era aquEle que veio encarnado como judeu e m orreu na cruz. Assim, tão certo quanto a compleição hu m ana se encolhe diante do sofrim ento e da m orte, tam bém n e n h u m hom em m en ­ tiria q uando o resultado natural e único dessa m entira fosse ex­

173 por-se a todos as m aldades possíveis para sofrer nessa vida, e a punição de sua m entira fosse a im possibilidade da vida por vir.10

Eis aí em que repousa a grande diferença. Os apóstolos m or­ reram para testificar a ressurreição, um a questão de realidade, não m eram ente de fé. Eles estavam convencidos do evento. E sua dis­ posição p ara m orrer para testem unhar esse evento é m uito mais convincente do que o desejo de outros para m orrer por um a m era crença ou por lealdade a um a religião ou líder religioso. Como Linton aponta: "Cristo é o único personagem de toda a história que tem quatro biógrafos e historiadores contem porâneos, tendo cada um deles sofrido perseguição (e martírio) a fim de atestar a veracidade de sua narrativa".

Profecia, a Grande Prova Q uestão: Em vários de seus livros, você apresenta profecias cu m p ridas como pro va de que D eus inspirou os escritores da Bíblia. Portanto, esse m étodo de provar a Bíblia p o r meio da p ró ­ pria Bíblia não passa de um raciocínio circular. N en hu m a reli­ gião pode apresentar um a “prova" similar, por meio do uso de suas Escrituras. R esposta: Há um a quantidade esm agadora de evidências de

todos os tipos sobre a inspiração das Escrituras. As profecias são apenas parte das evidências. Também não há nada de errado em com provar a Bíblia pela própria Bíblia, não mais do que provar um teorema m atem ático por meio da matemática. De qualquer modo, a profecia cum prida prova a Bíblia não por si mesm a, mas pela verificação, por meio da história secular, de que, na verdade, o que a Bíblia predisse ocorreu. Assim como sugerir que "nenhum a outra religião pode apresentar um a 'prova sim ilar', por meio do uso de suas Escrituras", é sim plesm ente absurdo. Dê-me apenas um exemplo de um a profecia, ao m enos uma, proveniente de Buda, Confúcio, Zoroastro, Krishna ou M aomé que tenha se cumprido! Simplesmente não há nenhum a! Por o u ­ tro lado, há no Antigo Testamento u m grande núm ero de profe-

m cias específicas sobre o Messias judeu. Além disso, temos docu­ m entação detalhada sobre o cum prim ento de cada um a dessas profecias de Jesus por meio de testem unhas oculares que regis­ traram os eventos, de Josefo e de outros. Há m uito mais evidên­ cias sobre a vida, m orte e ressurreição de Jesus do que sobre qual­ quer um dos Césares, de Platão, de Alexandre, o Grande, ou de qualquer outro personagem histórico da antiguidade. Os céticos rejeitam Jesus Cristo mais por preconceito pessoal do que em conseqüência de um a investigação e de evidências completas e imparciais. H á um grande núm ero de profecias e eventos únicos que fo­ ram preditos e que, literalmente, foram cum pridos e impressos na história factual dos judeus como povo. N ão há nada sem e­ lhante na história de n en h u m outro povo ou grupo étnico. Trata­ m os d e ta lh a d a m e n te d as p ro v a s fornecidas pelas profecias bíblicas em outros livros.

Já escutamos conversas suficientes. Ouvimos todos os sermões cansativos... insípidos que queríamos escutar. Já lemos sua Bíblia e os trabalhos das melhores mentes de seus adeptos. Ouvimos suas orações, seus gemidos solenes e seus améns reverentes. Tudo isso não significa nada. Queremos um fato. Suplicamos às portas de suas igrejas por apenas um pequeno fato... Sabemos tudo sobre suas maravilhas bolorentas e seus velhos milagres. Queremos, há muito tempo, um fato... e o exigimos agora. Deixe a igreja fornecer pelo menos um e depois ela pode ficar em paz para todo o sempre. Orar tornou-se um negócio, uma profissão, um comércio. Um pastor nunca fica tão feliz como quando ora em público. A maioria deles é excessivamente familiar com seu Deus. Por saber que Ele sabe tudo, eles lhe contam sobre as necessidades da nação, sobre os desejos das pessoas, aconselhando-o sobre o que fazer e quando fazer. — R o b e rt Green In g e r s o ll , u m

fa m o s o

a d v o g a d o , a g n ó s tic o

e o ra d o r d o

sé c u lo

X IX

À ORAÇÃO?

Razões para as Orações não Respondidas Q uestão: Jesus prom eteu: "Se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem , isso lhes será feito por m eu Pai, que está nos céus" (Mt 18.19). Jamais vi a dem ons­ tração desse fato, a saber, se dois cristãos concordarem, eles p o ­ dem ter tudo que quiserem de Deus. Então, o que Cristo prom e­ teu não era verdade? R esposta: Talvez n ad a seja mais mal com preendido pela pes­ soa com um, cristã ou não-cristã, do que a oração. Geralmente, pensa-se que a oração é um a m aneira de persuadir Deus a reali­ zar os sonhos e as ambições de um a pessoa, satisfazendo os seus desejos. Portanto,, apenas u m m om ento de reflexão dissiparia ra­ pidam ente essa ilusão fatal.

O problema básico do m u n d o é o conflito entre os desejos pessoais e a resultante competição por pod er e supremacia. Por­ tanto, a oração apenas pioraria a situação se ela liberasse u m p o ­ der sobrenatural a que cada pessoa pudesse recorrer a fim de im por seu desejo sobre os outros e sobre o universo. Nesse caso, a oração, em vez de trazer u nid ad e e paz, traria apenas um a

Í78

E.v, D e f l í

crescente divisão e conflito ao dar a cada pessoa o p o d er de im pingir seu desejo sobre os outros. D eus perm anece no com ando do universo. O bviam ente, m uitas coisas que acontecem não estão de acordo com o desejo de Deus, pois Ele, na verdade, deu ao hom em o pod er de esco­ lha. Portanto, Deus não é u m parceiro ativo com a finalidade de realizar os desejos do hom em . Ele não em prestará seu poder m eram ente p ara realizar nossos desejos egoístas. A oração deve concordar com o desejo de Deus: "... se pedirm os algum a coisa, segundo a sua vontade, [...] sabemos que alcançamos as petições" (1 Jo 5.14,15). A oração tam bém deve obedecer a outras condi­ ções a fim de que Deus conceda a petição. A concordância de dois ou mais juntos é apenas uma das con­ dições para que a oração seja respondida. Eis aqui algum as das outras condições apresentadas na Bíblia: "E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis" (Mt 21.22); "Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito" (Jo 15.7; grifo do autor); "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites" (Tg 4.3; grifo do autor); "[...] qualquer coisa que lhe pedirm os, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos efazemos o que é agradável à sua vista” (1 Jo 3.22; grifo do autor). Essas não englobam todas as condições para que a oração seja respondida. Portanto, servem p ara d a r um a idéia de por que m uitas orações não são respondidas apesar da determ inação d a ­ queles que se reúnem p ara ped ir a seu Pai celestial por qualquer coisa que seja o desejo deles.

Três Condições para que as Orações Sejam Respondidas Q uestão: Fui cristão por m uitos anos e compareci a centenas, talvez milhares, de encontros de oração. O uvi m uitas orações fer­ vorosas que almejavam bons propósitos, m as raram ente vi ora­ ções respondidas. Isso afetou m uito a m inha fé. Por que há tão poucas orações respondidas? Resposta: Primeiro você adm ite que viu pessoalm ente, pelo menos, algumas orações que foram respondidas. Além disso, você,

/7.9 com certeza, já ouviu ou leu o testem unho de outras pessoas que, inquestionavelmente, obtiveram respostas miraculosas para suas orações. Considere, por exemplo, George Müller, cuja vida foi um incrível testem unho de oração respondida. Ele acolheu, ves­ tiu e alim entou milhares de órfãos e determ inou para si mesmo, como um a regra, nunca pedir nenhum a ajuda financeira às pessoas, mas apenas a Deus; e ele registrou milhares de respostas específi­ cas de orações em seu diário. M üller escreveu: Bem, eu, u m pobre hom em , sim plesm ente por m eio da ora­ ção e da fé, obtive, sem pedir ajuda a nenhum indivíduo, os meios para estabelecer e cuidar de u m orfanato; isso é algo que, com a bênção do Senhor, deve ser u m instrum ento para fortalecer a fé das crianças em Deus, além de ser um testem unho da realidade das coisas de Deus p ara a consciência dos nâo-convertidos. Essa, portanto, foi a razão inicial para estabelecer o orfanato. Eu, certamente, obedeci ao desejo do m eu coração, a saber, ser usado por Deus para auxiliar esse grupo de pobres crianças, privadas dos pais, além de m inha pretensão com a ajuda de Deus de torná-los, em outros aspectos, pessoas boas para esta vida... [como tam bém ] quero ser usado por Deus p ara conseguir que os órfãos queridos sejam criados no tem or do Senhor —, m as o p ri­ meiro e principal objetivo do trabalho era (e ainda é) que Deus seja exaltado pelo fato de que todas as necessidades de [milhares de] órfãos, sob os m eus cuidados são sup ridas sem que ninguém [além de Deus] seja solicitado, por m im ou por m eus com pa­ nheiros de trabalho, [para ajudar ou d ar dinheiro]...1

Poderíamos aum entar os exemplos para m ostrar que Deus atende a muitas orações. Robert Ingersoll, que foi o epítome do agnosticismo e ridicularizou os cristãos por orarem , exige "ape­ nas um pequeno fato" que prove que as orações são respondi­ das. Há milhares de fatos que ele e outros agnósticos e ateístas recusaram-se a aceitar — não porque não é possível que orações sejam respondidas, pois isso foi reiteradam ente provado, mas porque o preconceito deles não lhes permitiria encarar a verdade. Xa verdade, toda um a biblioteca poderia ser preenchida com testem unhos de orações respondidas, o que não poderia ser ex­

480 plicado como m era coincidência. A questão, portanto, não é se Deus é capaz de responder às orações, ou se sem pre o faz, mas p o r que Ele responde a m uitas orações com u m não. De acordo com a Bíblia, há pelo menos três fatores para determ inar se um a oração será respondida ou não: (1) se Deus deseja responder-lhe; (2) se o tempo de Deus responder é chegado; e (3) se aqueles que oram têm u m relacionamento tão bom com Deus que seria apro­ priado para Ele responder às orações. Muitas de nossas orações não são respondidas, e podem os agradecer a Deus por isso. Espera-se que oremos o tempo todo para que "Não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc 22.42). Contudo, muitas de nossas orações de qualquer forma não seguem esse espírito, mas, na verdade, tentam persuadir a Deus a concreti­ zar o desejo do homem, para abençoar ou realizar os planos h u ­ manos. Como estamos longe da perfeita sabedoria, isso poderia nos trazer infortúnio se Deus sempre fizesse o que lhe pedimos. ■H á tam bém o assunto do tempo. Considere, por exemplo, a oração de Ana pedind o por u m filho. Isso aconteceu anos antes de o Senhor dar-lhe o filho pelo qual ela orara. Finalmente, Samuel foi concebido e trazido ao m undo. Essa deve ter sido um a longa e inexplicável espera p ara seus futuros pais; mas Samuel tinha de viver em um determ inado tem po para que cum prisse um a missão específica em Israel. Ou considere a oração de Neemias pela reconstrução de Jeru­ salém. Podem os ler a respeito de um a ocasião em que ele chorou e lam entou por alguns dias, enquanto jejuava e orava perante o Deus dos céus pela restauração de Jerusalém (Nm 1.4). A conclusão é clara, apesar de Jerusalém estar o tem po todo em seu coração, ele estava orando havia meses e provavelm ente havia anos sem nen h u m a resposta. A resposta veio no tem po de Deus, e quão importante foi a escolha daquele momento! Aquilo tinha de ocorrer no dia específico que fora p redeterm inado p o r Deus. A partir daquela data, contar-se-iam 69 sem anas de anos (483 anos) para determ inar o dia em que Jesus entraria em Jerusalém, m ontado em um jum ento e seria sau dado como o Messias (Dn 9.25). Em ­ bora N eem ias não pudesse suspeitar da im portância da escolha desse momento, a profecia de Daniel que relatava esse fato incrível já fora registrada.

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endureceu "o seu coração", não para m u d a r o desejo do Faraó, mas para reforçar nele sua resolução de não perm itir que o povo fosse ao deserto. R. A. Torrev, em relação a essa m esm a questão, escreve sobre a conduta dele: Os fatos são esses: Faraó era u m tirano cruel e opressivo, que subjugava o povo de Israel à mais horrível escravidão, sofri­ m ento e morte. Deus olhou para seu povo hum ilhado, ouviu seus lamentos e em sua misericórdia decidiu libertá-los (Ex 2.25; 3.7,8). Ele enviou Moisés como seu representante para requerer junto ao Faraó a libertação de seu povo, e Faraó, em arrogante rebe­ lião, desafiou-o e, até mesmo, dedicou-se a oprim ir mais cruel­ m ente ainda essas pessoas. E foi nesse m om ento, e apenas nesse m om ento, que Deus endureceu seu coração. Esse... [é] o m étodo universal de Deus lidar com o homem... se o h om em escolhe o erro, Ele o entrega ao erro (2 Ts 2.9-12). Essa é um a conduta severa, mas é só um a con duta.10

Podem os entender m elhor o que significa o endurecer "seu coração" ao considerar por que isso era necessário. Faraó estava aterrorizado por causa das pragas que Deus sentenciou sobre os falsos deuses do Egito, as quais tiveram conseqüências tão d e­ sastrosas e foram tão obviam ente causadas de m odo sobrenatu­ ral. Seu coração não havia m ud ado , p o rém ele já não teria cora­ gem para persistir em seu desejo de m anter o povo de Deus em escravidão. No entanto, D eus ainda não estava pronto p ara ter­ minar seu julgamento sobre os falsos deuses do Egito. Assim, Deus fez com que o Faraó persistisse em sua recusa em deixar o povo de Israel ir até Ele, a fim de concluir sua exposição e punição aos falsos deuses, os quais serviram como linha de frente para Sata­ nás enganar o povo egípcio. E im portante tam bém com preender que o endurecim ento do coração do Faraó originou-se exatamente de cada novo pedido, feito por Moisés e Arão para que deixasse o povo ir. A cada vez, era-lhe dada a escolha de submeter-se a Deus ou não, e cada re­ cusa representava um endurecim ento de seu coração por meio da qual Faraó continuava a cavar mais fundo, para si mesmo, um túm ulo de rebelião. Cada ato de rebelião contra Deus e de rejei­ ção a Ele endurece m uito mais o coração.

O m esm o tam bém acontece com todos aqueles que se recu­ sam a aceitar a v erd ad e que Deus tornou conhecida para eles. Como poderia ser injusto o fato de que D eus os ajude a acredi­ tar na m entira em que eles m esm os se d eterm in aram a crer? Não, é apenas justo fazer isso; e essa é um a lição im portante que aprendem os.

Deus É Justo em sua Demanda por Obediência? Q uestão: A Bíblia diz que devem os obedecer a Deus, pois

este é seu universo. Isso não o torna u m tirano? Você diz que Ele deu ao hom em a liberdade de escolher entre o bem e o mal, mas as cartas dEle não estão marcadas um a vez que o hom em é força­ do a ir pelo cam inho de Deus ou será condenado? Isso é justo? R esposta: O com ando que Deus deu a A dão e Eva apenas os

proibia de comer de um a árvore específica do jardim. N ão há como conceber um com ando mais fácil de ser obedecido. Havia nesse magnífico jardim de perfeição, milhares de árvores de to­ das as variedades. A árvore da qual Deus lhes disse para não comer, sem dúvida, era um a das m uitas árvores carregadas com o m esm o tipo de fruta. O fruto da árvore n ã o >possuía poderes mágicos que traria pecado e m orte para A dão e Eva. A desobedi­ ência deles, ao comer o fruto em rebelião à proibição de Deus, foi que constituiu o pecado e trouxe a m orte a eles e a todos os seus descendentes até hoje. D evem os concordar, portanto, que não havia nada despro­ p o s ita d o n a p rim e ira o rd em que D eus d e u à h u m a n id a d e . Tampouco podem os achar algum a desculpa para a desobediên­ cia de A dão e Eva. O m esm o é verdade em relação a todos os pecados e todos os pecadores. No primeiro pecado da hum anidade, vemos toda a verdade sobre o pecado. O ato em si pode não parecer tão m au assim. O ato de meramente comer algum fruto não é pecado em si mesmo. A fornicação pode levar o casal a desculpar-se a si mesmo, pois, afi­ nal, estão apenas expressando seu amor um pelo outro. O pecado

E q l a x . ,? a o M a l . S a y a x a > í

>Di v .ò .v o ^

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encontra-se na rebeldia contra Deus, que, como nosso Criador, não só tem o direito de estabelecer os m andam entos para governar nos­ sa conduta, mas apenas o faz para nosso bem. Além disso, essa rebeldia significa a rejeição da autoridade de Deus, e a negação de que Ele realm ente nos am a e que seu cam inho é o melhor. Ela é a afirmação egoísta e autocentrada do hom em , a saber, que ele p od e ser seu próprio Deus e decidir seu próprio destino. Essa rebelião não pode ser perm itida no univer­ so de Deus, da m esm a m aneira que os árbitros no cam po de fute­ bol ou na quadra de basquete não perm item a violação das re­ gras do jogo. No caso de A dão e Eva tam bém observam os as ter­ ríveis conseqüências do pecado de um indivíduo sobre as fu tu ­ ras gerações. Aquele fato aterrador deveria ser suficiente para fazer todos nós evitarm os o pecado.

Duas Alternativas Lógicas Deixe-me esclarecer a colocação. A pesar de isso ter ocorrido há trinta anos, lembro-me, de forma bem nítida, de dois jovens que me visitaram tarde da noite. Um deles estava bravo com Deus, pois, na m anhã seguinte, seria enviado p ara o Vietnã. Seu amigo o trouxera até m im para ver se podia responder algum as de suas queixas contra Deus. O que seria enviado ao Vietnã disse amargamente: "N ão pedi para ser criado, mas aqui estou eu sem que tivesse escolhido es­ tar aqui. E agora Deus me p en d u ra sobre as cham as do inferno e diz: 'Direita volver. Faça isso do m eu jeito ou eu o colocarei lá!'". A hostilidade parecia o estar consumindo. Sugeri: "Olhemos para isso da seguinte maneira: supo nha que você apenas acabou de entrar na existência, em algum lugar do universo, e que tenha a autoridade e o po der de criar seu des­ tino. Depois de gastar três ou quatro bilhões de anos planejando sua utopia suprem a, você põe os toques finais em seu projeto para a vida e reclina-se m uito satisfeito com você mesmo. Deus, im ediatam ente, põe o projeto dEle p ara sua vida ao lado do seu, e você o examina com cuidado. Agora, diga-me que projeto seria melhor?"

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E:..Díf:--?eC-A

Ele olhou para o chão, depois para o teto, depois para o fogo na lareira e, finalmente, para mim, e com um a expressão infeliz, por fim, adm itiu: "Suponho que teria de ser o maior egotista do m u n d o para dizer que m eu projeto é m elhor do que o de Deus". Retruquei: "Exatamente. Deus é infinitamente mais sábio que você e o am a de verdade. Além disso, seu projeto é m uito melhor que os nossos. Assim, do que se trata isso de: 'Vire-se ou queimar-se-á. Faça isso do m eu jeito ou eu o colocarei lá'? O que você deve dizer é: 'Deus, obrigado, apesar de eu ser um tolo egotista a ponto de im aginar que m eu cam inho seria m elhor que o seu, e apesar de eu ter m e rebelado contra ti, o Senhor enviou seu Filho p ara pag ar a pena total por m eu pecado e agora me oferece, como dom espontâneo de sua graça, seu perfeito plano de vida em lu ­ gar do meu. Obrigado, Senhor!" Tentei persuadir esse jovem a receber a Cristo como seu Sal­ v ado r e entregar-se ao amor, ã graça e ã proteção de Deus. Tragi­ camente, ele não estava querendo desistir de suas queixas e dei­ xar Deus ser Deus. N ão sei o que lhe aconteceu ou se jamais re­ tornou salvo do Vietnã. Anos mais tarde, o outro jovem, que trouxe o amigo, ao final de u m encontro em que eu estava palestrando, procurou-m e e disse-me quem era. Ele tornara-se um pastor. Ele contou-me: "Deus tratou comigo em conseqüência do que me disse naquela noite. Como resultado disso,’ entreguei m inha vida totalm ente a Cristo". Os fatos são claros: o pecado e Satanás, na verdade, são reais e fazem oposição a Deus. Existe um a batalha genuína e feroz por nossa alma e nosso destino. Cada u m d e nós tem um a escolha m uito im portante e eterna para fazer a qual determ inará o resul­ tado dessa batalha, pelo bem ou pelo mal. N ão há nen h u m a dúv id a de que a única escolha inteligente possível de ser feita é deixar que Deus tome a direção total de nossa vida. N ad a mais faz sentido. Não é "sacrifício" obedecer a Deus; é u m grande privilégio tornar-se filho de Deus p o r meio da fé em Cristo e começar já, nesta vida, a desfrutar a bênção eterna que Ele prep aro u para todos que o amam.

Se este universo foi criado por uma divindade totalmente sábia, onisciente e onipotente, dessa maneira, essa divindade sabia o que estava fazendo quando criou o universo e, portanto, é responsável por tudo que ele é e por tudo o que será; e, por conseguinte, é responsável por todo sofrimento no universo, ela o fez. Ela é a autora disso, e em relação a um Deus assim, tenho apenas sentimentos de extrema aversão. Eu o odeio. Eu o detesto. Eu o desprezo. Qualquer Deus que cause um a partícula de sofrimento é merecedor de nossa condenação, como também o homem que voluntariamente causa sofrimento é merecedor de condenação, pois se Deus causa sofrimento, voluntariamente o causa. Deus, por definição, não é uma criatura de circunstâncias. Ele é onipotente... e, portanto, quando causa sofrimento, faz o que não era obrigado a fazer. — S a m u e l P. P u t n a m ,

líd e r a te ísta

d o

sé c u lo

X IX 1

QUANTO AO SOFRIMENTO E O INFERNO?

A Culpa É Real ou meramente uma Invenção da Mente? Q uestão: A dor e o sofrimento causados pelo crime já são suficientem ente ruins. No entanto, o cristianismo au m ento u essa dor e sofrimento ao convencer a h u m a n id ad e de ter se rebelado contra Deus e violado seus m andam entos. Em conseqüência, a ameaça de punição eterna assom bra a todos que cam inham sob a influência do cristianismo. O m u n d o não seria m elhor sem essas decepções para atorm entar as pessoas? R esposta: N ão é verdade que o cristianismo tenha criado o

sentim ento de culpa m oral e o julgam ento vindouro que assom ­ bra a hum anidade. O hom em á u m a criatura irrem ediavelm ente religiosa, e todas as práticas religiosas que são encontradas em todas as raças e culturas ao redor do m u n d o envolvem o senso de culpa e a tentativa de apagar a culpa m ediante algum tipo de sacrifício. Isso acontece no m u n d o inteiro. Isso pode ser delinea­ do, em cada cultura, até sua origem no passado, milhares de anos atrás e, portanto, não se pode responsabilizar o cristianismo de maneira algum a por isso.

O m esm o é verdade em relação àqueles que tem origem nos cham ados "países cristãos", como os Estados Unidos. Embora seu senso de culpa possa ter sido reforçado por meio do contato com o cristianismo, essa não é a única fonte para sua existência. A culpa universal que assom brava até m esm o o hom em prim iti­ vo poderia tam bém assom brar os norte-am ericanos m esm o se não conhecessem o cristianismo. Jacques Ellul chama de "noção trivial" a idéia de que o cristianismo seja responsabilizado pela culpa e salienta: O sacrifício, encontrado em todas as religiões, é propiciatório ou ainda é um sacrifício de redenção ou de absolvição. Em qual­ quer caso, o sacrifício é substitutivo e procede de um profundo senso de culpa... Q uanto às situações que provocam culpa, nada pode escla­ recer isso m ais que o em aran h ad o de proibições entre os, assim cham ados, povos prim itivos...2

De fato, apenas o cristianismo p ode libertar o hom em da cul­ pa que, por outro lado, o assombra. Virar um a nova página e dedicar-se a viver de forma m oralm ente reta no futuro não pode libertar da culpa dos pecados passados. A verdadeira libertação da culpa apenas pode vir por interm édio da fé em Cristo como aquEle que pagou a pena total pelos nossos pecados e realizou sobre fundam entos justos o perdão completo. Só depois p o d e ­ m os perceber a m agnitude de nossa culpa e, assim, agradecer a Deus tanto mais pela nossa salvação. Ellul situa isso m uito bem: Devem os tam bém lem brar de m od o constante que... biblicam ente, e no vago pensam ento cristão, o pecado é conhecido e reconhecido pelo que é apenas depois da identificação, proclam a­ ção e experiência do perdão. Porque fui perdoado, percebo quão pecador eu era. O pecado é percebido como pecado por meio da graça, e não de outra m aneira, assim como o escravo inesperada­ m ente liberto percebe, qu ando vê as correntes que o prendiam , quão grande era sua miséria. ’

Deus não É Sádico Q uestão: A Bíblia afirma que Deus conhece o futuro. Ele sa­

bia que A dão e Eva pecariam e que incom ensurável mal e sofri­

m ento se seguiriam. O Deus da Bíblia sabia de cada estupro, as­ sassinato, guerra e de cada partícula de dor e pesar que se segui­ riam. M esmo assim, Ele foi adiante e, de qualquer m aneira, criou o homem. Como Ele pode ser qualquer coisa além de u m m ons­ tro ou u m sádico? R e s p o s ta : A despro positad a e blasfem a idéia de que D eus é

cruel, deve ser instan tan eam ente rejeitada. Por u m m otivo, há m uito pouco pecado e sofrim ento no m u n d o p ara sustentar essa teoria. Se D eus fosse esse espírito m aligno que os céticos p re ­ ten dem que Ele seja, a vida seria infinitam ente pior do que é. Não haveria alegria e tudo estaria m isturado com a dor, portanto, toda a vida po deria ser um torm ento. Em vez de júbilo e êxtase, haveria apenas depressão e miséria. Linton expressa isso da se­ guinte maneira: [Se Deus fosse u m sádico], poderia nos infligir infinitam en­ te mais dor do que sofremos neste m undo. Em vez do im pulso prazeroso da fome saudável, poderia nos forçar a comer, como u m viciado é forçado a usar a droga por causa da dor da absti­ nência. Todas as funções físicas p oderiam ser estim uladas pela dor, em vez de provocadas pelo prazer. Se Deus fosse indiferente, p o r que criaria a variedade de sa­ bores dos frutos para o paladar, a constante harm onização na exuberância de cores nas flores e no pôr-do-sol, o cheiro de sal no ar e a capacidade de vibrar de alegria com essas coisas? Por que perm itiria que a sutil alegria e a absoluta sensação de bemestar que aquele que acredita em Cristo constantem ente experi­ m enta e a qual ele nem m esm o consegue nom ear ou descrever? Se Deus am a suas criaturas, tu do está explicado, exceto a morte, a dor e o pesar, e essas coisas deveriam , na verdade, ap o n ­ tar, como apontam , para todos que crêem em direção a u m pro ­ blema insolúvel: "A m orte vem pelo pecado", e o glorioso fim eqüivale ao que é sucintam ente dad o nessa explanação: "E Deus lim pará de seus olhos toda lág rim a".4

Claramente, o universo não foi criado por um sádico. D eve­ mos abandonar essa teoria como um a possível explicação legíti­ m a para o pecado e o sofrimento. Contudo, a ilógica e irracional

234 queixa contra Deus, culpando-o pelo pecado e pelo sofrimento tem sido, por séculos, reiteradam ente expressa por ateístas.’ Eis aqui como Samuel Putnam , no último século, expressou isso: Em vez de sofrimento Deus poderia ter feito felicidade. Por sua vontade, e sem coerção, Ele fez o sofrimento. Portanto, o que Ele é além de u m espírito maligno? Suas boas obras não descul­ p am suas más obras, não mais do que as boas obras de u m assas­ sino p o d em perdoar seu crime... Deus deve ser com pletam ente bom ou, ao contrário, não ser bom de m odo algum. ’

P utnam parecia ser um hom em inteligente. Portanto, como pode partir dele um argum ento tão obviam ente tolo? Ele estaria cego pelo preconceito? O uso dizer que P utnam (se não ele, com certeza m uitos ateístas que levantaram a m esm a objeção) teve filhos. Será que sabia que os filhos que ele e sua esposa trouxe­ ram a este m u n d o sofreriam dor e possível morte? Ele não sabia, como m uitos pais, que era inteiram ente possível que um ou mais de seus filhos pudesse se tornar u m criminoso e trazer m uito so­ frim ento p ara os outros? E claro que ele sabia. O bom senso o faria saber.

Deus não É o Autor do Mal No entanto, Putnam é responsável por todo mal e sofrimento que possa ter sido infligido a seus filhos e / o u pelo qual eles pos­ sam infligir sobre os outros? E claro que não. H avia algum a m a­ neira de P utnam e sua esposa saberem que seus filhos experi­ m entariam apenas satisfação, e nunca dor, apenas alegria, e n u n ­ ca pesar? Certam ente que não. Eles p odiam ter certeza de que os filhos que trouxeram a este m u n d o tornar-se-iam honestos e bons em todas as suas ações, nunca causariam dano aos outros e nunca seriam merecedores de prisão ou mesmo execução por seus crimes? Mais um a vez, a resposta é claramente não. Q ualquer pessoa honesta concluiria que nem P utnam nem quaisquer outros pais que fazem essas objeções contra Deus pod e­ riam estar certos a respeito de que tipo de vida seus filhos viveriam, quer boa quer má, ou de que tipo de sofrimento teriam de suportar

E QUANTO

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ou infligiriam aos outros. Entretanto, eles poderiam ter certeza absoluta de que seus filhos sofreriam, ao menos, algum tipo de doença, e dor, e pesar. Portanto, esses críticos e todos os outros pais não são tão culpados quanto Deus por trazer sofrimento aos outros? Se Deus é um sádico por criar o homem, tam bém não o são todos os pais por trazer filhos a este m undo? Pode-se argum entar que a diferença é que Deus está no con­ trole do m undo, e Ele podia fazer isso como lhe aprouvesse. Ele está? Ele pode? Ao contrário, o m u n d o como é hoje, não teria sido criado, não por Deus, mas pelo pensam ento voluntarioso, pela ambição, pela luxúria e pelos atos im puros (e, m uitas vezes, heróicos e bons) da h u m an id ad e ao longo da história? Este é o m u n d o feito pelo hom em , não como Deus o fez e o planejou. Se alguém deve ser culpado pela dor, e pesar, e pecado, e m aldade existentes no m u n d o atual essa pessoa é o hom em . Pecado e so­ frimento não são obras de Deus, mas do homem! Deus poderia forçar alguém m esm o contra a vontade da pes­ soa a ser sábio, e bom, e feliz mais do que quaisquer pais terrenos po dem forçar seus filhos a se com portar exatamente d a maneira que eles determ inam ? É óbvio que não, um a vez que é perm itido ao hom em ter o p od er de escolha. E se lhe fosse tirado esse p o ­ der, ele não mais seria u m ser hum ano, mas um a espécie inferior de moral aleijada.e tão responsável por seus atos quanto um a marionete m ovida por meio de cordéis. P utnam ou qualquer ou­ tro ateísta desejaria isso? Decerto que não. Portanto, que eles p a ­ rem de injustamente culpar Deus pelo m al neste mundo!

O Lamento Paterno de Deus O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito Santo, expressa o pe­ sar de Deus pelas ações dos homens, as quais são tão contrárias ao seu desejo benevolente para com eles. Ouçam o lamento de Deus: Ouvi, ó céus, e presta ouvidos, tu, ó terra, porque fala o Se­ nhor: Criei filhos e exalcei-os, mas eles prevaricaram contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a m anjedoura do seu dono, mas Israel nào tem conhecimento, o m eu povo não entende. Ai da nação pecadora, do povo carregado de iniqüidade da se-

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m ente de malignos, dos filhos corruptores! Deixaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás (Is 1.2-4).

Essas não são as palavras de um sádico que, de maneira vo­ luntariosa, trouxe sofrimento e pesar ao m undo. Ao contrário, esse é o lam ento de u m Deus de am or que deseja o melhor para aqueles que criou e se aflige com a conduta destes, aos quais cha­ m a de seus filhos. Já existiram pais que não tenham se desgosta­ do do com portam ento de seus filhos, pelo m enos algum as v e ze s e sob algum as condições? E qual seria a solução para isso? Os pais poderiam , m esm o tendo trazido os filhos ao m undo, forçálos a obedecer? Eles poderiam obrigar o filho a se com portar de acordo com seus ditames? E óbvio que não. M esmo se os pais pu dessem executar essa tarefa, isso não resolveria o problem a que flagela a hum anidade. O filho deve corresponder por seu livre desejo ou a "obediência" im posta a ele seria sem sentido. O m esm o acontece com Deus. Ele nos deu o p od er de escolha para que possam os amá-lo e para im pedir a h u m an id ad e da pretensão que destruiria o hom em , como Deus o fez e como o hom em quer ser. O mal não é obra de Deus, mas do hom em por meio do uso egoísta e, portanto, m aligno do poder de escolha que lhe foi conferido.

"Ser ou Não Ser: Eis a Questão" Questão: Um amigo que costumava afirmar ser cristão e agora se intitula ateu, apresentou-m e um problem a que não p u d e solu­ cionar. Ele pretende adm itir (para benefício do argum ento, ape­ sar de ele não acreditar nisso) que o pecado é conseqüência do uso errado que o hom em faz do poder de escolha que lhe é dado. M esmo assim, ele insiste que não podem os isentar Deus, pois, m esm o sabendo da m aldade e do sofrimento que se seguiria, Ele escolheu criar o homem. A inda pior, Deus criou bilhões de seres que não só sabia que sofreriam nesta terra, como tam bém Ele sabia que lhes destinava o sofrimento eterno em um lago de fogo! Você po de m e ajudar a responder-lhe? R esp o sta : O que a tese de seu am igo se refere (a qual é m era­ m ente outra variação de um tema já excessivamente debatido) é

assustadora: a conveniência da inexistência da raça hum ana como seres capazes de escolha. N ão é possível existir ser h um ano ver­ dadeiro sem a possibilidade do mal. Portanto, a questão é a exis­ tência ou inexistência da raça hum ana: "Ser ou não ser". A única m aneira de o mal e o sofrimento serem elim inados p ara sem pre da terra seria não ter criado o hom em de m aneira alguma. Sem contar o fato de que isso eliminaria todo sofrimento e pesar, p e n ­ se na beleza, alegria e am or que tam bém seriam eliminados. Adm itam os, m eram ente para ilustrar essa teoria, essa cena impossível: Milhões de anos atrás, bilhões de seres hum anos ain­ da não-criados em um espírito de hipotética pré-criação fazem u m desfile diante do trono de Deus, exigindo não serem criados. Eles gritam em protesto: "Iremos todos p ara o inferno, u m lago de fogo! Portanto, exigimos o direito de não ser criados! Será sa­ dism o da pior espécie se você nos trouxer à existência, sabendo sobre o torm ento que sofreremos eternamente!" A réplica de D eus seria algo como: "Vocês inevitavelm ente devem ser as mães e pais, os tios e tias, os filhos e netos e prim os de milhões e milhões dos que crerão em Cristo e cujo destino é a eterna bem -aventurança e alegria do paraíso. Se vocês não existi­ rem, então, tam pouco eles existirão. N ão perm itirei que seu d e­ sejo egoísta de inexistência elimine a existência e o deleite eterno de bilhões de almas que serão redim idas pelo sangue de m eu Filho e, por conseguinte, passarão a eternidade em m inha p re ­ sença em que há 'abundância de alegria' e 'delícias p erpetu am en ­ t e ' " ^ 16.11). Eles continuarão a protestar: "Assim, você está destinandonos, por toda a eternidade, ao torm ento do lago de fogo! Seus inimigos, portanto, poderão dizer que você não á um bom Deus de amor, mas um espírito m aligno que criou os hom ens para o inferno!" Deus poderia replicar: "Ao contrário, o lago de fogo foi feito para 'o diabo e seus anjos' (Mt 25.41) e se um ser h u m an o algum a vez entrar nesse lugar de torm ento eterno, será contra m eu dese­ jo. M eu Filho m orrerá em pagam ento da pena que m inha justiça exige por qualquer pecado que qualquer ser hum ano cometa. A exigência para qualquer um estar no céu, onde quero que todos

238 estejam, será totalm ente satisfeita. Se alguém, m esm o assim, for p ara o inferno, isso será por causa de sua teimosia em recusar a salvação que eu providenciei". Os reclamantes insistem: "Mas nós sofreremos eternamente!" Deus replicaria: "Se assim for, isso será sua escolha, não m i­ nha. Eu não privarei bilhões de almas redim idas da alegria eter­ na apenas para atender a obstinada rebelião de vocês".

Deus Criou o Homem para Sofrer? Q uestão: N ão há n enhu m a maneira de Deus ficar isento da acusação de que Ele é u m sádico espírito maligno. Ele diz que não quer que ninguém sofra; no entanto, sofremos nesta vida e fomos prevenidos de que nosso sofrimento pode ser ainda pior na eternidade. N a verdade, o sofrimento que Deus planejou para a eternidade é horrível, está além das palavras. Como você pode dizer que é bom o Deus que criou o hom em para queim ar nas cham as perpétuas do inferno? R esp o sta : Deus não criou o hom em p ara ter tal destino, e

qu ando o hom em p o r seu próprio desejo egoísta rejeita a salva­ ção desse destino, que Ele tão graciosamente oferece, isso ofende a Deus. A Bíblia diz de forma clara que Deus não está "querendo que alguns se percam " (2 Pe 3.9), mas quer "que todos os h o ­ m ens se salvem " (1 Tm 2.4). A Bíblia claramente nos diz que Cristo pagou a penalidade pelos pecados do m u n d o inteiro, mesm o pelos pecados daqueles que o rejeitam: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m u n d o " (Jo 1.29); e de novo: "E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não som ente pelos nossos, mas tam bém pelos de todo o m u n d o " (1 Jo 2.2). D evem os descansar seguros de que ninguém sofrerá no in­ ferno sem que pudesse ser conquistado por Cristo de algum a for­ m a nesta vida. Deus não deixa p ed ra sobre pedra para resgatar todos que respondem à sentença e à súplica do Espírito Santo. Paulo deixa isso claro: "Porque os que dantes conheceu [respon­

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deriam ao evangelho] [...] a esses tam bém cham ou [com o evan­ gelho]; e aos que cham ou, a esses tam bém justificou; e aos que justificou, a esses tam bém glorificou" (Rm 8.29,30; grifos do au ­ tor). Deixe-me tentar esclarecer.

Como um Peixe Fora cTÁgua Um peixe vê u m hom em à margem, sentado sobre um a cadei­ ra com as pernas cruzadas, fum ando um cigarro e segurando um a vara de pescar. O peixe chega à conclusão de que não pode deixar passar essa oportunidade real e resolve ser como o homem. Ele m anobra para pular fora d'água, arremessa-se sobre um a cadeira, cruza as nadadeiras e acende um cigarro. Mas antes que possa entender como manejar um a vara de pescar, fica sem oxigênio e, com a vida se esvaindo, cai da cadeira e enterra-se por todos os lados na sujeira e no cascalho, abrindo e fechando rapidam ente as guelras em um a vã tentativa de puxar oxigênio do ar. Um ateísta que caminhava por ali exclama com escárnio: "Que tipo de Deus criaria um peixe para sofrer dessa m aneira?" A verdade óbvia, evidentem ente, é que Deus não fez o peixe para sofrer daquela maneira. Ele criou o peixe p ara n ad ar em exuberante liberdade nos rios, lagos e oceanos. Esse sofrimento horrível que é contrário à vontade de Deus aconteceu porque o peixe rebelou-se contra o propósito divino p ara ele. O hom em , ao rebelar-se de sua m aneira contra Deus, tam bém é como um peixe fora d'água. Deus fez o hom em p ara nada-r no oceano de seu am or e para desfrutar a vida plena e a liberdade de expressão daqueles que seguem os desejos de Deus. Isso seria maravilhoso, porém o ho­ m em escolheu rebelar-se contra Deus e fazer suas próprias coi­ sas. Os seres hum anos que se rebelaram contra Deus encontramse, em conseqüência de seu egoísmo, tam bém em conflito uns com os outros. O que um a pessoa teimosa quer fazer inevitavel­ m ente conflita com o que outra pessoa teimosa quer fazer, p ro ­ vocando raiva, ciúme, ódio e todo o mal que acom panha isso. Mas não culpe a Deus por isso. Ele criou todas as coisas em graça e perfeição. Foi o hom em quem perverteu a perfeição e dá largas à destruição sobre a criação de Deus.

240 Por que o Condenado Deve Arder no Fogo? Q uestão: Estou angustiado com o pensam ento de que qual­ quer pessoa sofra eternamente. Isso está perturb an do m inha fé, em especial quanto ao fato de que o m esm o Deus que criou o hom em com a capacidade para o contentam ento, alegria, tam ­ bém lhe deu a horrível e desnecessária capacidade para o sofri­ m ento, não apenas nesta vida, mas tam bém na eternidade. E o sofrimento que aguarda o condenado é do tipo mais horrível: arder para sem pre no que a Bíblia descreve como u m "lago de fogo". Como você p od e conciliar isso com u m Deus de bondade? R esp o sta : M uitas pessoas nesta vida sofreram a excruciante

e terrível dor de serem queim adas. De acordo com seu raciocí­ nio, Deus deve ser acusado pelo sofrimento deles, pois consti­ tu iu o corpo h u m an o com nervos que po dem sentir dor. No en­ tanto, esses nervos foram projetados para prevenir doenças ou outras forças destrutivas que se form am no corpo h u m an o e, as­ sim, salvar a vida. Nas sociedades prim itivas, mais de u m leproso teve parte ou todo o pé queim ado em fogueiras antes de perceber o que estava acontecendo porque não podia sentir dor. U m médico pode lhe dizer que a dor é um dos prodígios que ajudam a preservar o corpo; ela e a vida estão tão inextricavelmente ligadas como se fossem inseparáveis. A dor envia a m ensagem vital de que há necessidade de prestar atenção.

O "Ardor" da "Sede" Insaciável O "fogo" do inferno e o torm ento do "ardor" do m aldito e condenado estão consistentem ente ligados à sede. Q uand o olha­ m os isso dessa m aneira, alcançamos um a m elhor compreensão: o sofrimento do inferno não existe pelo desejo de Deus de punir, mas em virtude de seu amor. Ele am a tanto o hom em que o fez eternam ente capaz de conhecê-lo e de habitar com Ele para sem ­ pre. Em seu amor, Ele form ou o hom em para que sua com unhão com Deus não seja um a m era opção e, portanto, pouco satisfatória.

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Não, isso é vital para sua existência real e, por conseguinte, traz infinito prazer e satisfação. Se Deus nos criou para que tivéssemos com unhão com Ele e para traçar nossa vida e propósito a partir do com ando que Ele nos dá, então, no m om ento, em que separam os dEle qualquer parte de nossa vida, quer isso seja sabedoria quer seja amor, isso se torna contam inado ou deturpado, um a caricatura do que foi pretendido. Podem os observar esse fato em qualquer lugar. O hom em , quand o está rodeado de amigos da m esm a opinião e dos prazeres deste m undo, pode não experim entar nesta vida a sede por Deus. Ele é como um hom em no deserto do Saara que, de m anhã cedo, se recusa a beber a água que lhe é oferecida; p o ­ rém, no calor do dia, está m orrendo pela falta da água anterior­ m ente desprezada. A Bíblia faz um a conexão entre a separação da vida e com u­ nhão com Deus e a sede que arde, fornecendo um a m etáfora que nos dá um a m edida que ajuda a com preender como serão o céu e o inferno. Ao seguir essa analogia, percebem os que o sofrimento no inferno será tão oloroso pela m esm a razão que o céu será tão intensam ente jubiloso. Esse é o cam inho com a sede insaciável — ou satisfeita. E fácil entender que a pessoa que está m orrendo de sede arda em tormento pela mesm a razão que beber água fresca sacia a sede, algo que dá um a sensação boa e agradável. Nossa percepção tor­ na-se mais clara q uando lem bram os que a sede queim a e ator­ m enta e que, ao saciá-la, reconforta e alegra, pois a água é abso­ lutam ente essencial para a vida. Da m esm a m aneira, o inferno será percebido como tão ruim quanto o céu, como tão bom, pois a intim idade e plenitude da presença e do am or de Deus é essen­ cial para nossa vida espiritual como a água para nossa vida física. Aqueles que vão para o inferno, e que Deus nunca p reten­ deu que fossem separados, queim arão com a sede insaciável pelo am or de Deus em conseqüência pelo que fizeram. Para aqueles que estão no inferno, não há absolutam ente como saciar essa sede espiritual e moral, pois, por escolha própria, eles se separaram de Deus por toda a eternidade.

E a Respeito do "Lago de Fogo"? Q uestão: Conforme com preendo, a Bíblia diz que há duas

ressurreições: um a daquele que foi salvo, e outra daquele que foi perdido. E esse últim o apresenta-se diante de Deus, em seu cor­ po físico ressurrecto e é lançado em u m lugar de torm ento cha­ m ado de “lago de fogo" (Ap 20.15). Qual é o objetivo do torm en­ to eterno do perdido? R esp o sta : A Bíblia descreve o condenado que se encontra

diante de Deus no G rande Trono Branco do julgam ento e é lança­ do dentro do lago de fogo nesses termos: "E vi os mortos, gran­ des e pequenos, que estavam diante do trono, [...] e os mortos foram julgados [...], segundo as suas obras" (Ap 20.12). Apesar do aparecim ento deles diante de Deus, diz-se que é um a “ressur­ reição da condenação" (Jo 5.29; grifo do autor), e parece que fica claro que eles não estão diante de Deus em seus corpos físicos que foram reconstituídos das sobras deterioradas e consumidas. O fato de se referir duas vezes a eles como "m ortos" parece indi­ car mais que são espíritos desencarnados. De fato, a Bíblia nos diz que a dor sofrida pelo condenado não tem nada a ver com o corpo e os nervos. Está evidente naquela descrição de Cristo sobre o hom em rico e o mendigo, em que um está no céu e outro, no inferno, que não se trata de um a m era pará­ bola pelo fato de que o nome do m endigo é mencionado; portanto, ele devia ser um a pessoal real. Observe as palavras de Cristo: E aconteceu que o m endigo m o rreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e m orreu tam bém o rico e foi sepultado. E, no H ades, ergueu os olhos, estando em tormentos, [...]. E, cla­ m ando, disse: [...] m anda a Lázaro que m olhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atorm entado nesta cham a (Lc 16.22-24).

U ma vez que as palavras "olhos", e "língua", e "cham a" são m encionadas e o torm ento da sede por água está implícito, essas palavras têm claramente u m sentido diferente daquele que está ligado a elas nesta vida. O corpo físico de Lázaro e do rico estava

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apodrecendo na sepultura. N o entanto, os citados olhos, língua, dedos e cham a não po d em ser físicos. Portanto, se a "cham a" do inferno que atorm enta o rico não é física, então temos razões para acreditar que a cham a do lago de fogo tam bém não é física. Além disso, somos claramente inform ados de que o lago de fogo foi "preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41). O fogo físico não tem efeito algum sobre seres espirituais. Além disso, esse deve ser um tipo especial de fogo para espíritos, sem d úv ida m uito mais horroroso do que o fogo físico. N a verdade, se o con­ denado estivesse em seu corpo físico e as cham as fossem físicas, seria necessária, instante após instante, a contínua reconstrução de suas carnes queim adas para que o torm ento deles pudesse ter continuidade. Esse tipo de tormento físico dificilmente parece ser a punição apropriada. Faz mais sentido, lógica e biblicamente, que o sofri­ mento se origine da sede por Deus que queima e do fato dte estar separado dEle juntam ente com a intensa dor do remorso. O incrí­ vel tormento físico do calor do fogo queim ando continuamente a carne reconstituída seria tão terrível que não possibilitaria a con­ templação dos erros passados, o remorso, o arrependim ento pela rejeição da salvação oferecida por Deus. N ão haveria u m a dim en­ são m oral p a ra tal torm ento; seria sim plesm ente físico e tão irresistível que não permitiria contemplação ou arrependimento. Isso dificilmente parece convir ao crime de rebelião e rejeição.

Por que o Tormento Eterno? Q u e s tã o : Se realm ente existe tal lu g ar com o o inferno ou o lago de fogo, p o r que as pessoas não p o d e m sem pre ser salvas desse destino? Parece tão injusto que elas d ev am sofrer eter­ nam ente. Esses que estão no inferno não p o d e ria m ser os m e ­ lhores can d id ato s à salvação? Se tu d o isso é real, certam ente deveriam conhecer a verdade e querer arrepender-se e acreditar em Cristo. R esposta: Ao contrário, o inferno é u m lugar em que seria

impossível o arrependim ento e, além disso, de onde não há como

escapar. Por interm édio de algum as poucas referências bíblicas parece óbvio que o lago de fogo é um lugar de terrível tormento. Afirma-se, por exemplo, que o hom em rico im ediatam ente após m orrer estava "em torm entos" (Lc 16.23) e que os dem ônios "de dia e de noite serão atorm entados para todo o sempre" (Ap 20.10).' Em relação aos hum anos que são enviados para lá é dito que " a ' fumaça do seu torm ento sobe para todo o sem pre" (Ap 14.11). O fato de sofrer tão grande torm ento (e o torm ento espiritual seria ainda mais excruciante do que o físico) tornaria, como já comentamos, o arrependim ento impossível. Certamente, eles não poderiam se arrepender pelas razões corretas. Sem dúvida, um dos piores torm entos que assom bram os condenados é o conhe­ cimento de que não há esperança. Em relação ao sofrimento deles ser eterno, não poderia ser de outra maneira. A m orte não é a cessação da existência, mas a continuação do existir eterno com que Deus am orosam ente d o ­ tou o hom em — que agora se encontra dolorosam ente separado de Deus e, além disso, em total escuridão e solidão. Como seres espirituais, os condenados ao inferno continuarão a existir eter­ nam ente em um a morte consciente, pois a n atureza da alma e do espírito do hom em , como A dão e Eva foram originalm ente cria­ dos, é a existência eterna.

Deus É Ignorante ou Impotente? Q uestão: Para m im, a maior prova de que Deus não existe é o sofrimento que o mal causa ao m undo. Os milhões de judeus torturados e queim ados nos fornos de Hitler, como tam bém os milhões de bebês e crianças que m orrem constantem ente de ina­ nição ou doença são apenas um a gota no oceano de dor e m alda­ de ao longo da história! Se Deus pode evitar o sofrimento da h u ­ m anid ad e e não o faz, então Ele é o dem ônio, e não Deus. E se Ele não pode, então é im potente e não é digno de ser visto como Deus. H á algum a solução para esse dilema? R esposta: Mais um a vez, a resposta a essa objeção é tão ób­

via que só podem os questionar a sinceridade dos céticos que,

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m ediante as questões relatadas, continuam a incitar isso. Se o hom em tem liberdade de escolha, então o mal não é culpa de Deus. M esmo assim, os críticos continuam a exibir essas queixas ilógicas e injustas contra Deus. Como u m exemplo disso, consi­ dere o que Ingersoll diz: Não há registro de nenhum a ocasião em que a m ão levantada da m orte tenha sido paralisada — em toda a literatura m und ial não há n e n h u m relato verídico sobre um a criança inocente sen­ do salva por Deus. Milhões de crimes são com etidos todos os dias — os hom ens estão neste m om ento repousand o à espera de sua vítim a h u m an a — esposas são surradas e oprim idas, leva­ das à insanidade e à m orte — criancinhas im ploram p or m iseri­ córdia, exaltam suplicantes, com olhos lacrimejantes voltados para as faces brutais dos pais e das m ães — doces m eninas são iludidas, logradas e ultrajadas, m as Deus não tem tem po para im pedir essas coisas — não tem tem po para defender o bom e proteger o puro. Ele está m uito ocupado, contando fios de cabe­ lo e olhando pardais.

Tal sarcasmo entra em conflito com a lógica e a integridade, como tam bém trai o preconceito do ateu, um preconceito tão vin ­ gativo que não pode ser m ovido pela razão. Ingersoll quer que D eus pare a m ão da morte, mas não quer que Ele im peça sua própria m ão de fazer o que sua m ente débil pensa que é legítimo, mas que não está de acordo com o desejo de Deus. Ele quer que Deus faça o que ele deseja, e como Deus se recusa ser constrangi­ do pelas limitações de Ingersoll, este o rejeita. Ao contrário da im pessoal Força G uerra nas Estrelas, ou Re­ cursos Cósmicos Energéticos, ou outras energias im pessoais que dom inam o universo e que são o "D eus" de Einstein e outros, o Deus da Bíblia,está pessoalm ente inquieto com o sofrim ento da hum anidade. Em contraste, com a im pessoal "lei do carm a", que traz sofrimento e não se im porta com o ser hum ano, temos o Deus da Bíblia, que se preocupa tanto que veio a esta terra como h o ­ m em e sofreu as exigências de sua própria justiça em pagam ento por cada pecado, não im porta quão cruel, já cometido ou que será cometido por qualquer pessoa. O próprio Cristo, a fim de

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nos redimir, não podia ser libertado do sofrimento na cruz e "p a­ deceu um a vez pelos pecados, [Ele] o justo [único] pelos injustos [nós], p ara levar-nos a Deus" (1 Pe 3.18), portanto, deve-se p en ­ sar mais profundam ente antes de condenar Deus pelo sofrim en­ to que flagela o m undo.

Sofrimento, Escolha e Salvação Deve haver um a boa razão para o sofrimento em vista de que Deus não salvou milhares de mártires que foram vítimas de m or­ tes indescritivelmente cruéis em conseqüência de sua lealdade com Deus e com Cristo, e os quais Deus certamente ama. Esse fato é reforçado pela oração de Cristo, no jardim de Getsêmani, em que Ele pedia para ser salvo da cruz se isso fosse possível. O fato de que Ele teve de sofrer a cruz, apesar de sua oração, é prova sufici­ ente de que não há um caminho fácil para o hom em ser salvo do pecado e do sofrimento. N a verdade, isso nos dá confiança no amor de Deus. Como Paulo escreveu: "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará tam bém com ele todas as coisas?" (Rm 8.32) Além disso, o sofrimento, p ara aqueles que o aceitam para esse propósito, traz m aturid ade e purificação. Marco Aurélio dis­ se: "A m á ventura bem nutrid a é boa ventura", pois o efeito m o­ ral sobre os que a sofrem é saudável. O prêm io por tal sofrimento vai, inclusive, além desta vida, até a eternidade. Jesus disse: "Bemaventurados sois vós q u an do vos injuriarem, e perseguirem , e, m entindo, disserem todo o m al contra vós, por m inha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós" (Mt 5.11,12). Linton coloca isso desta maneira: É consenso entre os hom ens que apenas o caráter elevado e heróico resultante da adversidade e da privação é um a am pla com pensação para tudo que deve ser su portado para se obter esse resultado, como tam bém enriquece a eternidade m ediante a existência de seres glorificados que "por m eio de m uita tribulação entram no reino de Deus" e recom pensarão mil vezes o tra­ balho árduo em que o h om em e Deus estão envolvidos.1’

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Todo o mal e o sofrimento que foram trazidos sobre nós são resultados do exercício, pela hum anidade, do po der de escolha. Tanto o mal quanto o pecado pod em ser elim inados m ediante o im pedim ento da livre escolha. Entretanto, se Deus fizesse isso, como já foi comentado, a hum anidade seria totalm ente destruída. Deus tem um a solução melhor — um a que proporciona a salva­ ção enquanto preserva a liberdade de escolha e m esm o o am or que apenas tal escolha torna possível. E, nesse ponto, devem os honestam ente confrontar a rígida afirmação do calvinismo, que afirma que Cristo não m orreu por todos, que Ele não m orreu para pagar os pecados de todos; como tam bém que o hom em apenas po de escolher o mal e é incapaz de arrepender-se e de confiar em Cristo sem que Deus estenda a irresistível graça a ele. Se esse for o caso, m esm o que o mal não possa ser atribuído a Deus, é Ele quem im pede que sua redenção alcance a todos. Aqueles que estão no inferno, de acordo com a rígida afirmação calvinista, lá estão não por rejeitar a Cristo, pois isso é tudo que poderiam fazer. Eles estão lá p o r que D eus não os am a o suficiente para estender a eles a irresistível graça que p o ­ deria fazer com que escolhessem a Cristo. Concordo com o ateísta de que tal Deus não é am oroso e bom. N em é o Deus da Bíblia, mas um a invenção do homem.

A Salvação É para os Pecadores — por meio da Graça Questão: Assumamos que o mal não é culpa de Deus. Posso adm itir isso pelo que m e toca esta existência terrena. O que me preocupa é que a punição de Deus para o mal é m á em si mesma. Por que Deus escolhe punir as pessoas no inferno eterno, quando é muito tarde para resgatá-las para qualquer bem nesta vida, em vez de punir o mal nesta vida, quando isso pode fazer algum bem (até a Bíblia admite que hom ens m aus abundam na terra)? R esposta: Você está certo ao dizer que qu ando a pessoa está

no inferno é m uito tarde para o arrependim ento. U ma razão ób­ via para isso é, como já com entam os anteriorm ente, que o sofri­ m ento é tão grande que os habitantes do inferno p oderiam ser

com pelidos a se arrepender não por rem orso genuíno, mas por que o desejo de escapar d aq uele lu g ar ho rrív el p o d eria ser irresistível. Entretanto, sua proposta sobre a limitação do castigo a esta vida, presum e que você sabe melhor do que Deus como conquis­ tar pessoas para Cristo. A idéia de p u n ir os mal-feitores nesta vida, com o um meio de corrigir seu co m portam ento e assim convertê-los a Cristo, é falha por m uitas razões, as quais já co­ m entam os. A batalha é pelo coração do hom em e, portanto, não pod e ser vencida com coerção. O am or não pode ser imposto. N em a questão é fazer o hom em comportar-se. A punição ou a correção aplicadas pelos pais e autoridades civis têm essa fina­ lidade, m as o com portam ento não tem nad a que ver com reden­ ção. N a verdade, im aginar que basta o bom com portam ento é um a das maiores ilusões, algo que im pede o hom em de conver­ ter-se "a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.21). A questão inicialmente não é sobre o comportamento , mas o relacio­ namento do hom em com Deus ; e p ara que este seja correto é neces­ sário que o hom em reconheça seu pecado e se arrependa, e não se esconda na auto-suficiência. M uitos cristãos, com boas intenções, prom ovem e au m en ­ tam esse erro, gastando seu tem po e energia ao tentar fazer deste m u n d o u m lugar m elhor p ara se viver. O plano de Deus não é lim par este m undo; na verdade, o m esm o está destinado à des­ truição. O plano de Deus é cham ar os seus p ara fora deste m u n ­ do para que se tornem cidadãos do céu. E como isso deve ser feito? Esse objetivo p o d e ser alcançado por meio da punição nesta vida? Ao contrário, a Bíblia assegura que: "A benignidade de Deus te leva ao arrependim ento" (Rm 2.4) e isso é "a graça de Deus [...] trazendo salvação" (Tt 2.11). A bo nd ad e e a graça são apreciadas e adotadas apenas por aqueles que sabem que esses dons de Deus são a única esperança que têm de salvar-se do justo julgam ento de seus pecados.

Culpando Deus injustamente Q uestão: Acho que não é necessária mais nenh um a prova de

que não existem deuses além do fato de o mal ter sido feito em

243 nom e deles. A lgum as das mais devastadoras guerras, das mais cruéis torturas e dos mais danosos preconceitos existem em nom e da religião. Como tam bém não há d ú vid a de que mais pessoas inocentes foram torturadas e m ortas em nom e do deus cristão do que em nom e de qualquer outro deus — e sim plesm ente por que essas pessoas tinham crenças religiosas diferentes das de seus torturadores. Como você pode justificar esse óbvio mal que é co­ m e tid o em nom e de d e u s? R esposta: Esse é um antigo e sincero argum ento. Considerei o problema proposto, que, entretanto, está amplamente baseado em u m engano que pode ser rem ovido com facilidade m ediante um a breve meditação. N ão é razoável culpar Jesus Cristo por seja lá o que for que alguém que afirme ser cristão faça, a não ser que o próprio Jesus tenha ensinado e praticado a m esm a coisa. Da m es­ m a maneira, é irracional culpar Deus por tu do que aqueles que afirm am representá-lo fazem em seu nome.

Embora não acreditasse no Deus da Bíblia, mas em algum "espírito do universo", Percy Shelley (1792-1822), o m aior poeta inglês e u m radical, há mais de cento e oitenta anos, apontou a inconsistência do mal feito em nom e de Deus: Perseguição apenas graças à opinião de u m a pessoa é algo injusto. C om que consistência, portanto, p o d em os adoradores de u m a deidade, cuja benevolência, conform e alardeiam , am ar­ ga a existência de seus companheiros, apenas por que suas idéias sobre essa deidade são distintas das que eles celebram? Ai de mim! N ão há consistência naqueles perseguidores que adoram um a deidade benevolente; pois som ente aqueles que ado­ ram um dem ônio poderiam agir consoantes apenas aos seus p rin­ cípios ao aprisionar e torturar em seu nom e.7

A lguém com esse raciocínio, que é perfeitam ente bíblico, não pode argumentar. Um cristão verdadeiro deve am ar m esm o os seus inimigos e nunca perseguir, torturar ou m atar aos outros. Tragicam ente, a Igreja Católica R om ana (à qual obviam ente Shellev se refere) e outros grupos religiosos engajaram-se em cru­ zadas mortais contra quem não concordasse com eles.

250 Tristemente, o catolicismo rom ano é o único cristianismo que a maioria das pessoas do m u n d o já conheceram. Poucos foram advertidos de que sem pre houve milhões de verdadeiros segui­ dores de Cristo que não fazem parte da Igreja Católica Romana, ou que esses milhões de cristãos sofreram nas mãos de Roma. Sugerimos ver mais docum entos em nosso livro A Mulher M onta­ da na Besta. Devemos lem brar do aborígine a quem foi d ad a a escolha de m orrer nas cham as ou converter-se ao cristianismo e ir para o céu. Ele in dagou quem o estaria am eaçando, já que o céu era inabitado p o r pessoas como aquelas. Q uando lhe foi dito que aquelas pessoas eram as únicas que poderiam alcançar o céu, declarou que preferia m orrer do que ir para lá!

O Deus do Antigo Testamento É Não-cristão? Questão: Li recentem ente a reedição de um livro antigo que contava a história que, em m inha opinião, deve abalar a "fé" de todo cristão: "U m a m ãe estava conversando com sua filhinha sobre a m orte dos amalequitas. Ela explicou que naquela época os inimigos eram mortos, m as a revelação era progressiva, e Je­ sus nos disse que devem os am ar nossos inimigos e fazer o bem para eles, que maliciosamente nos usam. A m enininha disse: 'Agora, eu entendo: essa época foi antes de Deus se tornar um cristão!'" Parece-me que a Bíblia apresenta dois Deuses: o Deus guerreiro e vingativo do A ntigo Testam ento e o divino Pai com passivo, p erdo ad or e am oroso do Novo, que foi apresentado por Cristo. Como você pode conciliar os dois "Deuses"? Resposta: Novamente, temos um a antiga objeção que é funda­ mentada em um a séria incompreensão da Bíblia. O Deus do Antigo Testamento é tão misericordioso quanto o Deus do Novo Testamen­ to. Obviamente, eles são um e o mesmo. Os profetas do Antigo Tes­ tamento deixam claro que Deus não sentia prazer em submeter jul­ gamento sobre os pecadores. O livro de Salmos está repleto de lou­ vores a Deus por sua misericórdia, bondade, graça e amor. Em cada um dos 26 versículos do salmo 136 é declarado sobre Deus que "sua

E

251

benignidade é para sempre". Observe estes poucos exemplos den­ tre os muitos mais que poderiam ser fornecidos: Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação, m eu co­ ração se alegrará (SI 13.5). C ertam ente que a b o n d ad e e a misericórdia m e seguirão to­ dos os dias da m inha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias (SI 23.6). Todas as veredas do Senhor são misericórdia e v erd ad e para aqueles que g u a rd a m o seu concerto e os seus testem u n h o s (SI 25.10). ... confio na m isericórdia de Deus p ara sem pre, eternam ente (SI 52.8). Pois tu, Senhor, és bom , e pronto a perdoar, e ab un dante em benignidade para com todos os que te invocam. [...] Mas tu, Se­ nhor, és u m Deus cheio de compaixão, e piedoso, e sofredor, e grande em benig nidad e e em v erd ade (SI 86.5,15). Porque o Senhor é bom , e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração (SI 100.5). M isericordioso e piedoso é o Senhor; longânim o e grande em benignidade (SI 103.8).

É instrutivo ir ao m onte Sinai, onde Deus se revelou ao seu povo Israel e intim amente a Moisés. Foi lá que Deus falou a Moisés sobre a lei para seu povo do meio do fogo e fumaça no topo do monte, que tremeu em sua presença. Foi um a cena terrificante quan­ do Deus, na base do monte, tam bém executou severas punições sobre aqueles que se voltaram à idolatria e imoralidade mesmo enquanto Moisés estava no Sinai falando com Ele. Mesmo no meio daquela revelação assustadora de seu p o ­ der, m a jesta d e e justiça, D eus se rev elo u m ise rico rd io so e longânimo. Moisés p ediu a Deus que se revelasse a ele e voltou ao m onte p ara encontrá-lo. Eis aqui como D eus se revelou a Moisés nessa ocasião: E o Senhor desceu nu m a n uv em e se pôs ali junto a ele; e ele apregoou o nom e do Senhor. Passando, pois, o Senhor perante a

sua face, clamou: Jeová, o Senhor, Deus m isericordioso e p ied o ­ so, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que g u ar­ da a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a trans­ gressão, e o pecado; que ao culpado... (Ex 34.5-7)

Da m esm a m aneira que Cristo apresentou Deus como um Pai amoroso, Ele não poderia fazer o Deus am oroso e misericor­ dioso mais claro do que já tinha sido apresentado no Antigo Tes­ tamento. Além disso, das 54 vezes em que o inferno é m enciona­ do em toda a Bíblia, a maioria ocorre no N ovo Testamento. O próprio Cristo repetidam ente, nos Evangelhos, alertou dezessete vezes em relação ao inferno e ao julgam ento por vir.

E a Respeito da Destruição de Nações Inteiras? Q uestão: Deus disse a Israel para lim par com pletam ente as cidades a fim de que “coisa algum a que [tenha] fôlego [fosse dei­ xada] com vida" (Dt 20.16,17). Qual é a justificação possível para um a carnificina indiscrim inada como essa? R e sp o sta : Essa é um a questão difícil — não só po rque se

refere a adultos, m as tam bém , às crianças. Esse tam bém era o caso com Sodom a e G om orra (Gn 13.13). Q u an d o essas cidades foram d estru íd as pelo fogo (ainda hoje em parte de Israel podese ver evidências disso), os bebês e crianças ta m b ém foram destruídos. Entretanto, que o desejo de Deus não era destruir esses p o ­ vos ficou claro m ediante sua afirmação a A braão quando, pro­ m etendo-lhe a terra de Canaã, disse: "A m edida da injustiça dos am orreus não está ainda cheia" (Gn 15.16). Isso nos m ostra que, naquele mom ento, Deus considerava que a m aldade do povo ain­ da não era grande para justificar seu extermínio. Talvez, com esse entendim ento, possam os confiar que q uando Deus os destruiu, inclusive as crianças, já não havia outra m aneira de lim par aque­ la região terrivelm ente corrompida. N ão devem os esquecer de que Deus havia sido paciente por m ais de 400 anos com a m aldade daquele povo que aum entava cada vez mais. Por fim, Ele teve de destruí-los para o bem do

253 restante da raça hum ana. Podem os estar certos de que isso foi feito com relutância. Deus nos assegura: Dize-lhes? Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na m orte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu cami­ nho e viva; convertei-vos, convertei-vos dos vossos m aus cami­ nhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel? (Ez 33.11)

Também sabemos que Deus não foi arbitrário; Ele conduziuse com mão serena. O julgam ento sobre essas nações tinha de ser u m exemplo para Israel, porém eles não se acautelaram com isso. C onseqüentem ente, Deus foi obrigado a executar u m julgam en­ to similar m esm o sobre seu povo escolhido. Não podem os entender de form a plena a severidade de seu julgamento, em especial em relação às crianças, que não eram m oralm ente responsáveis; contudo, é m uito provável que aqu e­ las crianças, em virtude da m oral pecam inosa da sociedade em que foram concebidas, estivessem todas infectadas pela moléstia mortal. N ão podem os saber todos os detalhes, mas podem os pe­ dir perm issão a Deus sobre o que não entendem os totalm ente, e apoiarm o-nos nesta confidência de Abraão: "N ão faria justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25) Não ousam os questionar o direito de Deus de fazer julga­ m ento qu ando Ele julga que deve. Porquanto, aqueles que m or­ reram antes de ter idade para intencionalm ente rejeitar a Deus, foram salvos, sabemos que essa clemência foi estendida tam bém às crianças de Canaã.

Feliz em Destruir Bebês? Questão: Este é um versículo do Antigo Testamento que n u n ­ ca conseguir conciliar com m inha crença em Deus e que, além dis­ so, perturbou-m e por anos: "Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras!" (SI 137.9) Deus está dizendo a Israel que fique feliz por destruir bebês inocentes? Um pregador disse que aqueles pagãos estavam tão inteiramente possuídos pelo de­ mônio que m esm o os bebês tinham de ser mortos. Decerto, Deus poderia resgatar os bebês do dem ônio sem ter de matá-los!

R esposta: Ao contrário, Deus não está dizendo a Israel para que esm ague a cabeça das crianças contra a rocha. De toda m a­ neira, Ele não está falando com Israel. Ele está pronunciando o julgam ento sobre a Babilônia por seu grande pecado de não d e­ m onstrar misericórdia q uando destruiu Jerusalém e por ter tor­ nad o os judeus cativos. Eis aqui o Deus disse: Ah! Filha da Babilônia, que vais ser assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós! Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas p e ­ dras (SI 137.8,9)!

Essa é a profecia em que Deus alertou a Babilônia de que seria tratada da m esm a m aneira como tratou Israel, de que ela seria destruída de m aneira cruel como havia destruído outras nações. Estava chegando o dia em que um inimigo (outro que não Israel) se regozijaria com seu triunfo sobre a Babilônia, um inimigo que ficaria feliz com a carnificina. N ão foi Israel que des­ truiu a Babilônia.

Por que Deus simplesmente não Aboliu a Doença e a Morte? Q uestão: Independentem ente de qualquer ceticismo em re­ lação à existência de milagres, tenho problem as em relação às curas que supostam ente Cristo efetuou enquanto esteve na terra. Alguns relatos parecem tão honestos enquanto outros dão margem a questionamentos. Por exemplo, a "cura" não pareceu funcio­ nar p ara u m hom em e teve de ser feita novam ente (Mc 8.22-25). Isso dificilmente deixa parecer que Cristo era Deus na carne. Além disso, se Ele podia realm ente curar, por que Ele não curou todos? M elhor ainda, se Deus de fato am a toda a hu m an id ad e, por que não acaba com pletam ente com a doença e o sofrimento? R esposta: Você se refere àquele hom em que, depois de Jesus tocar seus olhos e perguntar-lhe o que via, disse: "Vejo os ho­ mens, pois os vejo como árvores que an dam " (Mc 8.22-25). A ex­ pressão "árvores que andam " parece ser a razão para o segundo toque de Cristo: a visão do cego estava restaurada, porém ele não

255 entendia o que via. Por ser cego de nascimento, ele nunca tinha visto nem u m hom em nem um a árvore, portanto estava confuso. Com o segundo toque, ao que parece, Cristo curou sua mente; então ele entendeu o que via. Independente da explicação, esse fato dificilmente lança d úv ida sobre o po der de cura de Cristo, em vista dos outros milhares de casos em que o toque ou a pala­ vra dEle foi o bastante não apenas para curar, mas para ressusci­ tar o morto. Em relação à razão por que Cristo não aboliu de todo a doen­ ça, a resposta, lógica e biblicamente, é bastante clara. Primeiro, a doença, o sofrimento e a morte são conseqüências do pecado. En­ quanto a hum anidade continuar vivendo em rebelião pecaminosa contra Deus, a doença vigorará. Aqueles que Cristo curou ficaram doentes outra vez, e isso tam bém aconteceria hoje. Além disso, se Deus agisse dessa m aneira insensata, curan ­ do continuam ente os pecadores, Ele tiraria todo o incentivo para que esses se arrependessem . Você gostaria que Deus tivesse m a n ­ tido Hitler vivo, sem julgamento, para que ele pudesse dar conti­ nu idade a sua m aldade? Acho que não. Portanto, onde traçaría­ mos a linha que divide entre os que Deus deveria sem pre curar e aqueles que não? N ão existe tal separação, como todos sabemos e a Bíblia diz: "Porque todos pecaram e destituídos estão da gló­ ria de Deus" (Rm 3.23; grifo do autor). Além disso, aqueles que Cristo ressuscitou da morte, tal como Lázaro, m orreram de novo. Deus em sua justiça decretou que "o salário do pecado é a m orte" (Rm 6.23), e enquanto o pecado con­ tinuar na terra, as pessoas continuarão a morrer. Se Deus im pe­ disse a m orte, estaria rem o ven do injustam ente a p en alid ad e exigida por sua justiça. Além disso, isso perpetuaria a existência da hum an id ad e em seu corpo corruptível e neste m u n d o mal. Deus tem algo melhor em mente: a ressurreição do corpo para a imortalidade e o êxtase eterno em um novo universo que Ele criará e onde o pecado nunca entrará. A penas àqueles que, pela fé em Cristo, se torn aram um a nova criatura em Jesus Cristo (2 Co 5.17) será perm itido habitar no novo universo de alegria. A salvação eterna de Deus é ofere­ cida e está acessível a todos. Recebê-la é um a escolha que cada pessoa deve fazer.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. — 1 T es s nl o ni ce ns es 4 . 1 6 , 1 7

E, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; — 2

T es s a lo n i ce n s es 2.8

E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. [...] E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. — A p o cn li ps e 1 9 . 1 1 ,1 9 ,2 0

í f M ARREBATAMENTO" E UM A “SEGUNDA VINDA?

A Igreja não Enfrenta o Anticristo? Questão: Como poderia ser mais claro o fato de que a Igreja enfrentará o Anticristo? Paulo disse: "N inguém , de m aneira al­ guma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o hom em do pecado, o filho da p erd i­ ção" (2 Ts 2.3). Resposta: Paulo afirma especificamente que a apostasia acon­ tece primeiro, mas não que o aparecimento do Anticristo acontece prim eiro. N a verdade, ele está realm ente nos dizen d o que o Anticristo será revelado depois que esse dia chegar — na realida­ de, naquele dia. Ilustrarei com um simples exemplo: "O domingo não chegará a não ser que o sábado chegue antes, e teremos u m grande jantar. Agora você já sabe o que im pede esse jantar de acon­ tecer, e isto não acontecerá até que esse obstáculo seja removido". Ficou claro que o sábado acontecerá primeiro, não o jantar. Obviam ente, o indivíduo pode ficar confuso se o jantar acontece­ rá no sábado ou dom ingo, pois isso não ficou totalm ente claro. Entretanto, quando o indivíduo tom a conhecimento do que im ­ pede a realização do jantar e que esse im pedim ento não poderá

ser rem ovido antes da meia-noite de sábado, ele sabe que o jan­ tar se realizará no domingo. Paulo prossegue com sua argumentação e afirma que alguém está im pedindo a manifestação do Anticristo, e que este não pod e­ rá ser manifestado, pois "somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado" (2 Ts 2.7). Aquele que obstrui é eterno, pois im pediu que o Anticristo assumisse o controle nestes dois mil anos. Apenas Deus é eterno; e apenas Ele é poderoso o suficiente p ara prevenir Satanás de em possar seu hom em como governante mundial. O Espírito Santo, entretanto, não pode ser tirado "do meio", pois Ele é onipresente. Portanto, o que Paulo quis dizer?

A Presença Única e Retardadora H á u m lugar em que o Espírito Santo habita desde o Pentecostes, quando foi enviado à terra. O Espírito Santo estava com os san­ tos do Antigo Testamento, como um a unção que estava sobre eles. Aquela presença, no entanto, poderia ser retirada. Antes do Pentecostes, o Espírito Santo não habitava no interior dos crentes, como um a presença perm anente, que jamais os abandonaria. Esse local de habitação é exclusivo da igreja, fato que fica claro em muitos textos das Escrituras. Essa nova presença, que era desconhecida antes do Pentecostes, pode apenas ser retirada com a remoção da Igreja — aqueles nos quais o Espírito Santo habita. Davi orou: "Não retires de mim o teu Espírito Santo" (SI 51.11), um a oração que seria totalm ente desprovida de significado hoje e refletiria um a indesculpável descrença. Cristo, ao se referir ao Espírito Santo, disse a seus discípulos: "O Espírito da verdade [...] vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós" (Jo 14.17). João nos diz que, enquanto Cristo ainda estava na terra, "o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (Jo 7.39). Depois de Jesus ser glorificado, Ele enviou o Espírito Santo "da parte do Pai" (Jo 15.26) para que este, de um a forma totalm ente nova e ainda desconhecida até aquele m om ento, ficasse com sua Igreja. E essa presença singular do Espírito Santo na Igreja que será rem ovida no arrebatam ento, o que perm itirá a manifestação do

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Anticristo, cujas rédeas ficarão livres para governar o m undo. Obviam ente, o Espírito Santo, por ser onipresente, perm anecerá na terra para convencer os pecadores da verdade do evangelho com a finalidade de ganhar m ultidões de pessoas para Cristo d u ran te o período da tribulação. Estes serão os santos da tribulação, os quais serão m artirizados por sua fé.

Uma "Teoria Escapável" Não-bíblica? Questão: Em m inha opinião, é u m engano im aginar que a

Igreja será levada ao céu antes da manifestação do Anticristo e a tom ada de p od er deste, como tam bém é u m engano conceber o início do período de sete anos, conforme profetizado. Cristo dis­ se que sofreríamos por sua causa. O ensinam ento sobre o arreba­ tam ento pré-tribulacionista parece oferecer um escapismo nãobíblico para o sofrimento. Por que um determ inado segm ento da Igreja seria perm itido escapar deste sofrimento? R e s p o s ta : Em que local está escrito que a tribulação do Anticristo está reservada para um a fração da Igreja que estaria viva quando o Anticristo tom ar o poder? E por que se exigiria que um certo segmento da Igreja enfrentasse o sofrimento nas mãos do Anticristo, algo que n en hu m outro cristão experimentaria? Obviam ente, isso poderia acontecer. Distintos segm entos da Igreja, d ep en dendo do m om ento e do local em que os fatos histó­ ricos aconteceram, sofreram tribulações e perseguições, que v a­ riavam quanto ao tipo e à intensidade. Os crentes norte-americanos, por exemplo, jamais (pelo m enos até o m om ento) foram cha­ m ados a enfrentar os horrores daqueles que, por séculos, foram torturados e m ortos pela Inquisição. Tampouco, aqueles que fo­ ram queim ados nas estacas enfrentaram os anos de aprisionam ento e m orte lenta de milhões de pessoas, em conseqüência dos trabalhos forçados e da fome, que sobreviveram a Stalin, Hitler ou Mao. Mas o que a Bíblia diz a respeito da Igreja e do Anticristo? Nas Escrituras há muitas afirmações evidentes de que a Igreja não estará na terra quando o Anticristo tomar o poder. Antes de tudo, a Igreja Primitiva, inquestionavelmente, vivia na expectati-

260 va do aparecimento iminente de Cristo: "donde [dos céus] tam ­ bém esperamos o Salvador" (Fp 3.20; grifo do autor); "como [...] vos convertestes a Deus [...] e esperar dos céus a seu Filho, a quem res­ suscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1 Ts 1.9,10; grifo do autor); " aguardando [...] o aparecimento da glória do [...] nosso Senhor Jesus Cristo" (Tt 2.13; grifo do autor); "assim tam bém Cristo [...] aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação" (Hb 9.28; grifo do autor). Essa expectativa de seu retorno im inente foi pela prim eira vez ensinada por Cristo, que tam bém associou ao mal qualquer atraso em sua vinda: Estejam cing ido s os vossos lom bos, e acesas, as vossas candeias. E sede vós sem elhantes aos hom ens que esperam o seu senhor, [...] q u an d o vier e bater, logo possam abrir-lhe. [...] Por­ tanto, estai vós tam bém apercebidos; porque virá o Filho do H o ­ m em à hora que não im aginais (Lc 12.35,36, 40). Porém , se aquele m au servo disser consigo: O m eu senhor tarde virá (Mt 24.48).

Se Cristo não fosse arrebatar sua Igreja aos céus antes do p e ­ ríodo de tribulação, então Ele não poderia ser esperado até que o fim chegasse. Nesse caso, não haveria esperanças para a vinda ou aparecim ento de Cristo, a não ser depois do térm ino desse período de sete anos de tribulações, e Jerusalém estivesse cerca­ da pelos exércitos do m undo, e Cristo tivesse de intervir para interrom per a matança. A penas nesse m om ento, Cristo poderia voltar. Portanto, se assim fosse, hoje ninguém ficaria olhando e esperando por seu aparecim ento, e m uito m enos isso aconteceria no prim eiro século. Essa linguagem , que traduzia essa espera, não teria sido, de forma alguma, utilizada no N ovo Testamento. Isso não faria sentido. Também fica claro que, antes da Segunda Vinda de Cristo, no Armagedom, a Igreja já estará no céu. Lemos em Apocalipse 19.7,8: "Vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente". Esse casamento entre Cristo e a Igreja acontece nos céus, enquanto o Anticristo está no comando da terra. Certamente, a Igreja não pode-

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ria estar em dois lugares ao mesmo tempo: na terra, para morrer em conseqüência da tirania do Anticristo, e, ao m esm o tempo, nos céus, onde participa do casamento do Cordeiro.

Os '"Santos" Vieram dos Céus para Executar o Julgamento A Segunda Vinda de Cristo em po der e glória para destruir o Anticristo é descrita no fim do capítulo 19 de Apocalipse (como em 2 Ts 2.8), onde lemos: "E seguiam -no os exércitos que há no céu em [...] vestidos de linho fino, branco e puro " (v. 14). Essa é a vestim enta da N oiva de Cristo, a Igreja. Portanto, deve ser ela quem o acom panha para o cum prim ento da prom essa de que um dia encontrarem os "o Senhor nos ares, e assim estaremos sem­ pre com o Senhor " (1 Ts 4.17; grifo do autor). Essa conclusão é con­ firm ada pela declaração de Paulo, a saber, que "os santos hão de julgar o m u n d o " (1 Co 6.2), como tam bém a afirmação de que os santos executarão a "vingança das nações" e darão "repreensões aos povos'' (SI 149.7). Em outros trechos das Escrituras, temos a confirmação de que os santos virão com Cristo do céu para executar o julgam en­ to. Como está escrito: "E destes profetizou tam bém Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com m ilhares de seus santos" (Jd 14). A expressão "milhares" apenas significa inum eráveis pessoas. Em Daniel tam bém está escrito: "... e foi dad o o juízo aos santos do Altíssimo" (Dn 7.18,22). A queles "vestidos de linho fino, branco e puro", os quais acom panham o Cristo, são os santos. A qui há mais evidências de que "os exércitos que há no céu" é a Igreja. Em todo o N ovo Tes­ tamento, aqueles que estão na Igreja são, de forma consistente intitulados de "santos": "... aos teus santos em Jerusalém" (At 9.13); "... veio tam bém aos santos que habitavam em Lida" (At 9.32); "A todos os que estais em Roma, am ados de Deus, cham a­ dos santos" (Rm 1.7); "A igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, cham ados santos" (1 Co 1.2); "Aos santos que estão em Éíeso" (Ef 1.1), e assim por diante. Aqueles que verdadeiram ente conhecem a Deus são cham a­ dos de santos tam bém no Antigo Testamento: "Digo aos santos

que estão na terra" (SI 16.3); "Congregai os m eus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com sacrifícios" (SI 50.5); "Pre­ ciosa é à vista do Senhor a m orte dos seus santos" (SI 116.15); "O Deus, as nações [...] reduziram Jerusalém a montões de pedras. D eram os cadáveres dos teus servos por com ida às aves dos céus e a carne dos teus santos, às alimárias da terra" (SI 79.1,2). Assim, fica claro que eles tam bém estarão nos exércitos que acom panha­ rão Cristo qu ando Ele vier dos céus. N a verdade, Zacarias nos diz que, quando Cristo voltar à terra p ara resgatar Israel, em meio à batalha do A rm agedom : "E, n a ­ quele dia, estarão os seus pés sobre o m onte das Oliveiras" e Ele trará " todos os santos [consigo]" (Zc 14.4,5; grifo do autor). O bvi­ am ente, a alma e o espírito dos santos que já m orreram foram levados instantaneamente para o céu no m om ento da morte, pron­ tos p ara a ressurreição de seus corpos. Obviam ente, os exércitos dos céus não são espíritos sem corpos, mas pessoas inteiras, em seu corpo im ortal de glória, o que indica que a ressurreição deve acontecer antes desse evento. O arrebatam ento, portanto, já deve ter ocorrido, por duas razões. Primeiro Paulo nos assegura de que o arrebatam ento acon­ tece simultaneamente com a ressurreição. Segundo, para que todos os santos acom panhem Jesus Cristo q u an do Ele vier do céu para executar o julgam ento já terão alcançado o céu com corpos trans­ form ados de glória. Aqui, tem os mais evidências de que o arre­ batam ento é u m evento separado e anterior à Segunda Vinda de Cristo, como tam bém serve de forte evidência do arrebatam ento da Igreja pré-tribulacionista.

Quem São os "Santos" que o Anticristo Matará? Questão: Apocalipse 13.7 diz que o Anticristo recebeu auto­ ridade (que só poderia ser proveniente de Deus) para "fazer guer­ ra aos santos e vencê-los". Isso não é um a prova de que a Igreja enfrenta o Anticristo e passa pela tribulação? Se esse não for o caso, quem são os santos que o Anticristo matará? Resposta: Cristo prom eteu que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18). Certamente, o inferno pre-

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valeceria se o Anticristo, que é apoiado por Satanás e dele recebe seu po der (Ap 13.4), pudesse "fazer guerra aos santos e vencêlos". Isto significaria que o arrebatam ento pós-tribulacionista se­ ria praticam ente u m não-evento, pois quase não haveria cristãos vivos para serem arrebatados. No entanto, a im pressão é de que multidões dos que ficaram "vivos" serão arrebatados "juntamente com eles nas nuvens" (1 Ts 4.17). Portanto, eis aqui um a outra razão para concluir que d u ra n ­ te a tribulação a Igreja já estará no céu em seu corpo ressuscitado e / o u glorificado como o corpo de Cristo. O evangelho, no entan­ to, por cerca de três anos e meio, ainda será pregado na terra, nas ruas de Jerusalém, por duas testem unhas, pelos 144 mil evange­ listas judeus, como tam bém por m uitas outras pessoas. As almas ainda serão salvas p o r meio da pregação do evangelho. Aqueles que, antes do arrebatam ento, escutaram o evange­ lho e o rejeitaram não têm chance de serem salvos. Ao contrário, eles receberam um a grande "m entira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade" (2 Ts 2.11,12). M ultidões, entretanto, que jamais escutaram o evangelho nem o rejeitaram são salvas e pagam por sua fé com sua vida. "E foi-lhe concedido que desse espírito à im agem da besta, p ara que tam bém a im a­ gem da besta falasse e fizesse que fossem m ortos todos os que não adorassem a im agem da besta" (Ap 13.15).

E quanto à Ressurreição e ao Arrebatamento para os Santos da Tribulação? Questão: E quanto ao santos da tribulação? Como eles vão

para o céu? Eles terão seu próprio arrebatam ento? Pergunta: Praticam ente todos os santos da tribulação, se não

todos eles, serão m ortos pelo Anticristo e seus seguidores: "Vi debaixo do altar as almas dos que foram m ortos por am or da palavra de Deus e por am or do testem unho que deram . E clama­ vam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6.9,10)

264 Está escrito que o espírito desencarnado dos mártires deve esperar “ainda um pouco de tempo, até que tam bém se com ple­ tasse o núm ero de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser m ortos como eles foram" (v. 11). Claramente, o Anticristo con­ tinuará a matar, até o fim do A rm agedom , aqueles que se recu­ sam a adorá-lo. Fica igualm ente claro que n enh um deles será res­ suscitado individualm ente enquanto são m artirizados, mas to­ dos juntos serão ressuscitados no fim do período da tribulação. Portanto, os mártires da tribulação "que foram degolados pelo testem unho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem n a m ão" (Ap 20.4) ressuscitam juntos, como um grupo. Eles rei­ narão com Cristo no m om ento em que o Anticristo for derrotado, e Cristo, de Jerusalém, tom ará o trono de Davi para iniciar seu governo terreno.

A Ressurreição não Ocorre no Último Dia? Q uestão: Cristo, qu ando falou da ressurreição daqueles que

acreditam nEle, disse que Ele os ressuscitará "no últim o Dia" (Jo 6.40,44,54). Apocalipse 20.4,5 não nos ensina que "a prim eira res­ surreição" acontece depois da batalha do A rm agedom , e isso não poderia ser o que Cristo quis dizer por "últim o Dia"! De acordo com esses textos, como alguém pode aceitar a ressurreição (e o arrebatam ento que a acom panha) no início da grande tribulação? R esposta: Tampouco o arrebatamento pós-tribulação poderia

ser "no último Dia", se essa expressão se referir a um período de 24 horas, pois após esse fato há um milênio inteiro de dias subse­ qüentes. O que "primeira ressurreição" e "último Dia" realmente significam? A resposta pode ser encontrada no contexto de toda a Escritura. Em João 5.28,29, Jesus falou de duas ressurreições: “Por­ que vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação". É cla­ ro que tudo isso não acontece na mesma “hora", pois a ressurrei­ ção do iníquo não acontece até o fim do milênio.

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É verdade, o texto diz que a ressurreição depois do Arm age­ dom é daqueles que foram martirizados pelo Anticristo: "Esta é a primeira ressurreição" (Ap 20.5). Obviamente, essa não pode ser toda a "primeira ressurreição", ou Wesley, Spurgeon e até mesmo Paulo (embora tenha sido martirizado, não foi m orto pelo Anti­ cristo) jamais ressuscitarão, pois a única ressurreição que nos resta é aquela descrita nos versículos 12 a 15. Como veremos abaixo, aqueles que ressuscitarão naquele m om ento serão julgados e envi­ ados ao lago de fogo. E quanto a Abraão, Moisés, Daniel e milhões de outros santos, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, que viveram e m orreram antes que o Anticristo entrasse em cena? Assim, só é possível chegar à conclusão de que a afirmação: "Esta é a prim eira ressurreição", significa que este é parte da ressurreição, assim como conclui a ressurreição que aconteceu no arrebatamento. Por conseguinte, esses mártires tam bém são parte da Igreja. Que o arrebatamento e a ressurreição, descritos em 1 Coríntios 15.50-52 e 1 Tessalonicenses 4.13-17, acontece antes da ressurrei­ ção e dos mártires da tribulação fica claro pelo fato de que, em Apocalipse 19.7, temos a Igreja no céu, como a N oiva de Cristo nas " bodas do Cordeiro" (grifo do autor) — e não "à ceia das bo­ das do Cordeiro" (v. 9), que acontece posteriorm ente na terra, qu ando Cristo apresenta sua noiva àqueles que viverem o m ilê­ nio. A N oiva de Cristo, com posta dos santos de todas as épocas até aquele m om ento (conforme veremos), já ressuscitou e está no céu com Cristo e o acom panha no A rm agedom , conforme decla­ ram Zacarias 14.5 e Judas 14.

A "Segunda" Ressurreição É para a Condenação Visto que aqueles martirizados durante a tribulação serão res­ suscitados depois que o Anticristo for lançado vivo "no ardente lago de fogo e de enxofre" (Ap 19.20) e Cristo estiver reinando sobre a terra, eles não serão arrebatados para o céu, mas reunidos, na terra, pelos anjos (com o remanescente vivo dos judeus que ain­ da não estão em Israel) na presença do Senhor: "E, logo depois da aflição daqueles dias [...] aparecerá no céu o sinal do Filho do H o­ mem [...] e verão o Filho do H om em vindo sobre as nuvens do céu,

266 com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão [em Jerusalém] os seus es­ colhidos desde os quatro ventos, de um a à outra extremidade dos céus" (Mt 24.29-31; grifo do autor). A única ressurreição depois de Apocalipse 20.4,5 acontecerá mil anos mais tarde e será aquela que Cristo denom inou de "res­ surreição da condenação" (Jo 5.29). Aqueles que, nesse m om en­ to, forem ressuscitados ainda são descritos como os que estão "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1; Cl 2.13; grifo do autor). "E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro [...] e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros" (Ap 20.12; grifos do autor). Esse é o julgam ento do grande trono branco, (Ap 20.11) que julgará os perdidos. Q uanto aos cristãos, logo após o arrebatam ento com parecem "ante o tribunal de Cristo" (Rm 14.10; 2 Co 5.10). Se a ressurreição dos crentes que viveram e m orreram antes da tribulação aconteceu sete anos antes, por que a ressurreição daqueles que foram m ortos pelo Anticristo, em Apocalipse 20 chama-se "a prim eira ressurreição"? Obviam ente, a intenção é indicar que aqueles mártires fazem parte da Igreja, que já ressus­ citou. Diz-se, especificamente, que "serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com Ele mil anos" (Ap 20.6), como tam bém todos os santos de todas as épocas: "sobre dez cidades terás a auto ridade" (Lc 19.17); "E eu vos destino o Reino" (Lc 22.29); "tam bém com Ele reinarem os" (2 Tm 2.12).

O que Significa "Último Dia"? E quanto a Cristo ressuscitar todos os crentes do "último Dia"? Esse "últim o Dia" não po de ser um período de 24 horas, durante o qual os m ártires serão ressuscitados, pois no milênio há pelo m enos mil anos de dias após esse evento. Essa expressão referese àquilo que em outros textos é cham ado de "últim os dias" ou "fim dos dias", expressões encontradas em toda a Bíblia para designar os "últim os tempos". Por exemplo, Jó testifica: "Meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra" [...] "Vê-

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lo-ei por m im mesmo, e os m eus olhos [...] o verão" (Jó 19.25,27). "E depois de consum ida a m inha pele, ainda em m inha carne verei a D eus" (v. 26). C ertam ente Jó, que já estará em seu sepulcro há m ilhares de anos antes d a v in d a do A nticristo, não p o d e ser u m dos que será m a rtirizad o pelo A nticristo nem ressuscitará depois do A rm agedom . N o entanto, ele antecipa sua ressurreição em u m m om ento posterior. O term o "últim o Dia" inclui u m período de anos no fim da presente época, o qual levará à Segunda Vinda d e C risto e, in d u b ita v e lm e n te , in c lu i a r e s s u rr e iç ã o p ré tribulacionista e o arrebatam ento dos santos com o tam bém o Milênio. Na verdade, o "últim o Dia" é um a a referência ao que é de­ nom inado de "dia do Senhor [JEOVÁ]" (Is 2.12; Jr 46.10; Ez 30.3; J11.15; etc.) ou de "Dia de [nosso Senhor Jesus] Cristo" (1 Co 1.8; Fp 1.10; 2 Ts 2.2). Ele vem "como o ladrão de noite", enquanto os hom ens acham que estão em "paz e segurança" (1 Ts 5:2, 3) e, em vez de esperar o retorno de Cristo ou o julgam ento de Deus, jactam-se de que "todas as coisas perm anecem como desde o p rin ­ cípio da criação" (2 Pe 3.4). Esse "últim o Dia" deve tam bém d u ­ rar até o final do milênio, até a destruição do antigo universo e a criação do novo, pois Pedro diz: "Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão [...] a v inda do Dia de Deus, em que os céus [...] se desfarão [...] Mas nós, segundo a sua prom essa, aguardam os novos céus e nova terra, em que habita a ju stiça" (2 Pe 3.10-13). P o rta n to , ta n to a re s s u rre iç ã o prétribulacionista no arrebatam ento quanto a "prim eira ressurrei­ ção" pós-Arm agedom daqueles martirizados pelo Anticristo ocor­ rerão durante o período denom inado de "últim o Dia".

E quanto à Ascensão de Maomé ao Céu? Questão: Os cristãos afirm am que Cristo ascendeu ao céu do m onte das Oliveiras e retornará àquela localidade na "Segunda Vinda". Os m uçulm anos, de m odo similar, afirm am que M aomé ascendeu ao céu de Jerusalém. Como os cristãos p od em ter tanta certeza de que Cristo ascendeu ao céu de Jerusalém (e para lá

268 retornará) e negar que a m esm a coisa poderia acontecer com Maomé? Há mais de um bilhão de m uçulm anos que acreditam na ascensão de Maomé. Isso não é suficiente? Resposta: Se a proposição é verdadeira ou falsa depende das evidências, não da quantidade de pessoas que, independentemente da lealdade a um a religião específica confessem que isso é um prin­ cípio de sua fé. E quando a fé, em vez de ser fundam entada em evidências, é imposta sob a coerção do m edo da morte — como é o caso do islamismo — torna-se muito mais suspeita. O islamismo, desde os primórdios, foi propagado pela espada. A escolha era a conversão para o islamismo ou a morte. O bvia­ mente, qualquer "fé" que alguém deve adotar a fim de escapar à execução não é genuína. O islamismo, lam entavelm ente, conti­ nua a m anter-se sob ameaças similares. Tal barbarism o odioso é mais difícil de ser im pingido no m u n d o de hoje, em que a m ídia e várias agências de direitos hum ano s estão vigilantes. No en­ tanto, ainda ocorre nos regimes islâmicos, em vários locais, como a Nigéria e o Sudão, onde milhares de "infiéis" (i.e., não m uçul­ manos) foram, em anos recentes, m ortos pelos muçulm anos. Eis o que o Alcorão prescreve e que u m m uçulm ano devoto tem de obedecer sem pre que possível: M ate os idólatras [aqueles que não ado ram Alá] sem pre que você os encontrar e pegue-os (capture-os), e sitie-os e prepare um a em boscada para eles. Se eles se arrependerem e começarem a ad orar [i.e., converter-se ao islamismo] e p ag ar a obrigação ao pobre [taxa], en tão deixe o cam inh o deles livre. Veja! Alá é perdoador, m isericordioso [para aqueles que se convertem ao islamismo] [grifos do autor],

O Alcorão, de forma coerente com a idéia de forçar a conver­ são sob ameaça de morte, tam bém exige que o islamismo seja m antido da m esm a maneira: "Se eles voltarem atrás (aos inimi­ gos) [abandonando o islamismo], então pegue-os e mate-os onde quer que você os encontre..." (Sura 4.89; grifos do autor) Em obe­ diência ao Alcorão, na Arábia Saudita, qualquer m uçulm ano que se converter para qualquer outra religião será morto. Esse m edo da m orte resultante de abandonar o Islã invalida o testem unho

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de todos os m uçulm anos. O indivíduo p od e jurar fidelidade a qualquer coisa q uando sofre essa ameaça. M esmo nos países que professam algum a liberdade de reli­ gião e consciência, como a Turquia e o Egito, e onde a m orte não é um a penalidade legal p ara a conversão, u m convertido ao cris­ tianismo ainda pod e ser am eaçado com a execução pela família ou amigos. E essa ameaça é algum as vezes levada adiante até m esm o na atualidade.

Não Há Evidência para a Suposta Ascensão de Maomé Não há base histórica nem no Alcorão para a crença de que M aomé fez um a jornada para o céu, partindo da rocha sobre a qual o Domo da Rocha foi construído. O islamismo afirma não haver testemunhas para esse suposto evento, e, tampouco, isso é susten­ tado pelo Alcorão. H á apenas um versículo no Alcorão sobre o qual esse artigo de fé repousa, mas esse versículo não é nada claro: Glorificado seja aquele que carregar seu servo à noite do Local Inviolável de Adoração para o Local de Adoração distante [al-Aqsa], a vizinhança que nós abençoam os, p ara que pu d ésse­ mos m ostrar a ele nossos testem unhos! Veja! ele, apenas ele é aquele que ouve e que vê (Sura 17.1).

N ão há n ad a sobre u m cavalo mágico nem sobre a ascensão ao céu. O "Local Inviolável de A doração" obviam ente é Meca, mas Jerusalém, certamente, não po de ser o "Local D istante de A doração", conforme agora se afirma. N unca foi u m local de adoração para os m uçulm anos, nem jamais foi considerado como um local com qualquer significado religioso até que essa idéia foi inventada, muito recentemente, para justificar a desejada tom ada de Jerusalém pelos árabes. N a verdade, Jerusalém não é mencio­ nada uma vez sequer em todo o Alcorão. Portanto, como um a cida­ de que não foi m encionada de forma n en hum a no Alcorão, que jamais foi recom endada como local de adoração por M aom é e que não foi utilizada nem m esm o um a vez como local de ad o ra­ ção à época dele pode ser identificada como o "Local Distante de Adoração" para o qual M aomé supostam ente viajou? Obviam en-

u 270 te, isso não é possível. Sustentar essa ficção é um ultraje ao Alco­ rão, ao islamismo e à história. Além disso, Sura 17.1 é notável pela ausência dentre os versí­ culos do Alcorão inscritos em árabe no interior desse majestoso domo. Esse fato é prova suficiente de que a idéia de Jerusalém como al-Aqsa não tinha nem m esm o sido im aginada quando o Domo da Rocha foi construído, em 691 d.C. Por que, portanto, devemos acreditar em um a história que não tem base factual? Não há testemunhas desse suposto evento. Ele não é sustentado pelo Alcorão nem é consistente com a história. Na verdade, a suposta ascensão de M aomé ao céu de Jerusalém não é de forma alguma essencial ao islamismo. Essa religião não precisa desse fato.

A Evidência para a Ascensão de Cristo Em vivido contraste, há pelo menos onze testem unhas para a ascensão de Cristo ao céu e, provavelm ente, m uito mais (At 1.9-11). Cristo previu sua ascensão (Jo 6.62; 20.17). Além disso, esse evento e o que os anjos declararam na ocasião concordam com as profecias do Antigo Testamento que dizem respeito ao Messias retornar ao m onte das Oliveiras com todos os seus san­ tos para executar o julgam ento desta terra e estabelecer seu Rei­ no (Zc 14.4,5; Jd 14). Além do mais, a ascensão de Cristo ao céu, em um corpo ressurrecto e glorificado, é u m a parte integral e essencial da Bíblia sem a qual o cristianismo desmorona. O verdadeiro cristianismo não é m antido nem imposto pela força. Não há coerção para tornar-se cristão nem para permanecer na fé. Aquilo em que o cristão acredita fundam enta-se na evidên­ cia, consistente com o relato histórico apresentado na Bíblia. Há muita razão para crer que Cristo, de fato, ascendeu ao céu do monte das Oliveiras exatamente como as testemunhas oculares declaram, e que Ele retornará àquele local em sua Segunda Vinda. Entretanto, não há razão para crer que M aomé ascendeu ao céu da rocha do m onte Templo. N a verdade, há m uitas razões p a ra co n te sta r essa alegação. T am pou co M ao m é p ro m e te u retornar, nem poderia fazê-lo, um a vez que seus restos decom ­ postos estão em u m túm ulo em M edina, que, até hoje, é visitado

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por devotos m uçulm anos. O túm ulo de Cristo, no entanto, está vazio, pois Ele ressuscitou ao terceiro dia.

O Arrebatamento e a Segunda Vinda São dois Eventos Distintos? Q uestão: Você distingue arrebatam ento e Segunda Vinda

como se fossem dois eventos separados. Como pode ser que ain­ da haja duas vindas de Cristo? Especificamente, em que trecho do Novo Testamento isso está escrito? R esposta: Em que trecho especificamente do Antigo Testa­ m ento está escrito que haverá duas vindas do Messias? N a v erd a­ de, não está. No entanto, todo cristão pré-m ilenarista (indepen­ dentem ente de abraçar a visão de que o arrebatam ento será an ­ tes, d u ran te ou depois da tribulação) adm ite que Cristo veio um a vez e que Ele retornará, conforme Ele prometeu: "Virei outra vez" (Jo 14.3). Como, portanto, p oderiam seus discípulos, ou os rabi­ nos ou João Batista saber que haveria duas vindas do Messias? E claro que eles não sabiam. A falha em perceber que haveria duas vindas foi motivo de grande mal-entendido. Se os rabinos tivessem com preendido o testem unho de João Batista, a saber, que Cristo viera como o "Cor­ deiro de Deus, que tira o pecado do m u ndo" (Jo 1.29) e de que Ele precisa ser crucificado como os profetas previram, eles não teriam zom bado de Cristo quando Ele estava na cruz. Tampouco sua cru­ cificação levaria os discípulos a perder a fé. Que decepção deses­ perada reflete-se nestas palavras: "E nós esperávamos [mas agora percebemos que estamos enganados] que fosse ele o que remisse Israel; mas, [...] é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas acon­ teceram [i.e. Ele foi crucificado]" (Lc 24.21; grifo do autor). Os dis­ cípulos estavam tão certos de que Cristo viera para estabelecer seu Reino no trono de Davi que sua crucificação os deixou arrasados.

A Vinda do Messias Está claramente Implícita Embora o Antigo Testamento não af irme com m uitas palavras que o Messias viria duas vezes é algo que está claramente implíci-

to. O indivíduo não poderia incluir em um fragmento de tempo ou em um evento tudo o que os profetas disseram sobre a vinda do Messias. Em Isaías 53 é expressa um a contradição aparente que não poderia ser reconciliada de um a outra forma a não ser pelas duas vindas. Lemos: "E puseram a sua sepultura com os ímpios [...], prolongará os dias, [...]. Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derram ou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores interce­ deu" (Is 53.9-12). N inguém pode morrer e, ao mesmo tempo, pro­ longar seus dias. Tampouco pode repartir os despojos da vitória se fora m orto para alcançar essa vitória — a não ser que haja a ressur­ reição e a Segunda Vinda à terra. Isaías declarou que "não haverá fim" para esse principado e paz e que Ele estará "sobre o trono de Davi [...] desde agora e p ara sem pre" (Is 9.7). Por outro lado, Isaías afirma claramente que o Messias seria "cortado da terra dos viventes" (53.8). Decer­ to, n inguém poderia ser sim ultaneam ente m orto e reinar para sempre. Esse fato jamais foi afirm ado de m aneira explícita, mas estava implícito.

O mesmo Acontece no Novo Testamento U m evento e u m fragm ento de tem po não po d em dizer tu do que o N ovo Testamento diz sobre o retorno de Cristo. A p aren ­ tes contradições sobejam, em bora não p ossam ser h arm o n iza­ das de n en h u m a outra form a do que pelo reconhecim ento de que o retorno de Cristo envolve dois eventos separados, u m cham ado de arrebatam ento, e o outro, a Segunda Vinda. Por exem plo, Cristo declarou que, q u an d o chegar o tem po de sua vinda, todos saberiam disso p o rque todos os sinais teriam sido cum pridos: "Igualm ente, q u an d o virdes todas essas coisas [si­ nais], sabei que ele [m inha vinda] está próxim o, às portas" (Mt 24.33; grifo do autor). Porém , m om entos m ais tarde Ele disse sim plesm ente o oposto: "Porque o Filho do H om em há de vir à hora em que não penseis" (v. 44) As condições sobre a terra não

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po d eriam ser aquelas em que todos saberiam que Ele está p res­ tes a retornar nela, mas, ao m esm o tem po as condições não p o ­ deriam ser tais que jam ais suspeitassem que Ele está prestes a retornar. Essas condições contrárias não p o d e m ocorrer sim u l­ taneam ente; elas indicam dois eventos separad os em dois tem ­ pos distintos. U ma razão óbvia por que ninguém poderia ser tom ado de surpresa na ocasião da Segunda Vinda é que ela ocorrerá em meio à m aior guerra da história, quand o os exércitos do Anticristo ti­ verem sitiado Jerusalém e o povo de Israel estiver prestes a des­ truí-los. N in gu ém deixará de perceber esse sinal! N o entanto, Cristo disse que sua vinda seria em u m período de paz e prospe­ ridade, tranqüilidade e negócios como de praxe: E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será tam bém nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca [...] Como tam bém da m esma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, be­ biam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam (Lc 17.26-28).

N a ocasião da S eg un da V inda no fim d a g ran d e tribulação a terra estará em g ran d e aflição. Já em A pocalipse 6.8, u m q u a r­ to d a p o p u la ção d a te rra já estará m orta, e incríveis desastres acontecerão n a terra e no céu, in clu in d o terrem o tos tão d e v a s ­ tado res que "to d o s os m on tes e ilhas foram rem ov ido s do seu lu g ar" (v. 14). H av erá p erío d o s de fom e e p rag as sem prece­ dentes, e u m colapso bancário in tern acio nal que o m u n d o ja­ m ais ex p erim en to u — e ago ra a g u erra m ais d e stru tiv a d a h is ­ tória am eaça v arrer a h u m a n id a d e do globo, de form a que "se aqueles dias não fossem abreviados, n e n h u m a carne se salv a­ ria; mas, p o r causa dos escolhidos, serão ab rev iad os aqueles dias" (Mt 24.22).

Contradições que Exigem dois Eventos, dois Fragmentos de Tempo As condições, na ocasião do A rm agedom , que acabamos de descrever são principalm ente o oposto de paz e prosperidade que

prevaleceram nos dias de Xoé e Ló, conforme Jesus descreve esse período. Tampouco a parábola das dez virgens, em que, "tardan­ do o esposo, tosquenejaram todas e adorm eceram " (Mt 25.5; grifo do autor), não pode ser harm onizada com as condições do Arm agedom. Tal complacência não ocorreria em um período de tran­ qüilidade, conforto e fartura. Cristo voltará em tem po de guerra, mas ainda assim em tem ­ po de paz. Ele voltará em u m tem po em que o m u n d o já sofreu um a devastação sem precedentes, e está prestes a ser totalm ente destruído, mas, m esm o assim, Ele virá em um tem po de tranqüi­ lidade e negócios, como de praxe, e grande prosperidade. Em um a época em que todos saberão que sua volta está às portas, mas em u m tem po em que apenas os que estão em contato com Ele suspeitariam de tal evento. Certam ente as aparentes contra­ dições são tão grandes que exigem dois eventos. No arrebatam ento, Cristo vem para sua Noiva, a Igreja, para levá-la ao céu e apresentar-se diante dEle no "tribunal de Cristo" (Rm 14.10; 2 Co 5.10), p ara ser lim pa e vestida com vestes b ran ­ cas e p ara se casar com Ele por toda eternidade. N a Segunda Vin­ da, Cristo vem com sua Igreja para Israel, a fim de resgatar os últi­ m os no A rm agedom e estabelecer seu Reino. Esses dois propósi­ tos não se ajustam em u m evento e em u m fragm ento de tempo. Por conseguinte, por meio das m esm as implicações que deveri­ am alertar os santos do Antigo Testamento para as duas vindas, o N ovo Testamento tam bém deixa implícito essas duas diferen­ tes "vindas" de Cristo, que até o m om ento não aconteceu.

Por que Armagedom? Questão: Ensinaram-me (e isso parece ser bíblico) que nós, cristãos, retornaremos com Cristo no A rm agedom e destruiremos aqueles que estão atacando Israel. Como cristão, m atar alguém é algo repugnante para mim. Por que essa matança é necessária? Resposta: Tal destruição não é desejo de Deus. Ele nos asse­

gura: "N ão tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu cam inho e viva" (Ez 33.11). Infelizmente, nes­

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sa época não haverá possibilidade de interrom per a destruição de Israel — e, na verdade, de toda a carne sobre a terra —, exceto destruir os exércitos que a estão atacando. Por milhares de anos Deus suportou pacientem ente a rebe­ lião da hum anidade. Entretanto, em vários m om entos ao longo da história, Ele teve de destruir os ímpios e até m esm o cidades inteiras, pois o pecado tornara-se tão grande que já não seria mais possível tolerá-los. Esse seria o caso no Armagedom , quando Deus será forçado pelos seus justos a julgar os rebeldes intransigentes. Q uanto aos cristãos confrontarem pessoalm ente e participa­ rem da batalha do A rm agedom , isso não será necessário. Q u an ­ do Cristo retornar p ara destruir o Anticristo, não haverá batalhas nem lutas. Aqueles exércitos serão destruídos com apenas um a palavra de Cristo. Nós, cristãos, sim plesm ente repousarem os na vitória que Cristo conquistou em u m instante: E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, qu and o se m anifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu p o ­ der, como labareda de fogo, tom an do vingança dos que não co­ nhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, p o r castigo, padecerão eterna p er­ dição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, q u an d o vier para ser glorificado nos seus santos e p ara se fazer adm irável, naquele Dia, em todos os que crêem (2 Ts 1.7-10).

Reavivamento nos Últimos Dias — ou Apostasia? Questão: Escutei m uitas referências à últim a década do sécu­ lo XX (que cu lm inou com o ano 2000) com o um p erío d o de reavivamento sem precedentes. Isso é bíblico? Qual é sua opinião? R esposta: A Bíblia, obviamente, não tem n ad a específico a

dizer sobre a últim a década do século. Entretanto, se estes forem de fato os últimos dias, então podem os esperar exatamente o opos­ to de reavivam ento. A Bíblia nos indica isso: falsos profetas, apostasia e decepção sem precedentes, todos os quais serão indi­ cados por meio de "sinais e prodígios" que serão tão convincentes que, "se possível fora, enganariam até os escolhidos" (Mt 24.24),

276 além da "operação do erro" (2 Ts 2.11,12) que Deus enviará para que o m u n d o creia na m entira satânica na qual deseja acreditar. Infelizmente, m uitos líderes cristãos estão prom ovendo um oti­ m ism o que, de fato, contradiz as Escrituras e favorecem a opera­ ção do erro que a Bíblia predisse. Considere, por exemplo: "W ashington para Jesus '88'". O presidente do comitê anfitrião do W ashington D.C. declarou que a m archa de 10 mil cristãos na capital da nação serve de aviso "para Satanás de que seus dias estão no fim ".1 Se esse for o caso, qualquer u m pode im aginar a razão pela qual, nos oito anos sub­ seqüentes, não houve qualquer evidência para o fim de Satanás. Ao contrário, o mal apenas crescerá, conforme a Bíblia declarou: "Nos últimos dias [...] os hom ens m aus e enganadores irão de m al para pior, enganando e sendo enganados" (2 Tm 3.1,13).

Promoção de uma Perigosa Ilusão E preciso ta m b ém p e n s a r sobre o que C risto quis dizer q u a n d o fez a segu inte p ergu nta: "Q u a n d o , p orém , vier o Filho do H om em , p o rv e n tu ra , achará fé na terra?" (Lc 18.8). E difícil i m a g i n a r q u e E le e s t i v e s s e se r e f e r i n d o a u m g r a n d e reav iv am en to nos últim os dias! Parece claro que Cristo, a p a r­ tir de seus avisos sobre o en gano religioso, estava se referindo à p ro p ag ação de u m falso "cristianism o" que, com o as ervas d a n in h a s d a p aráb o la d o sem eador, cresce e sufoca a v e rd a ­ deira fé. C arecem os desses avisos sobre a decepção, dos quais necessitam os urg en tem ente. A últim a coisa de que a Igreja realm ente necessita são essas falsas prom essas sobre a derrota de Satanás. O reino de Satanás está crescendo em toda a terra, e ele ainda governará o m undo por interm édio do Anticristo. Seus dias não terão fim até o retor­ no de Cristo para destruir a ele e ao seu reino mal, e para trancafiálo no poço do abism o (2 Ts 2.8; Ap 20.1-3). Assim, sugerir que um a m archa cristã ou que nossos esfor­ ços podem , de algum a forma, term inar com os dias de Satanás é o m esm o que negar o ensinam ento claro da Bíblia e prom over um a perigosa ilusão.

O indivíduo não deve falhar por causa do zelo entusiástico, mas ao m esm o tem po, pod e im aginar se o século XXI não se tor­ nou quase u m símbolo mágico que prom ove o engano. Por que tantas coisas que não foram conquistadas antes deveriam repen­ tinam ente ser alcançadas hoje? A inda mais p erturb ado r é o si­ lêncio que diz respeito ao arrebatam ento. Será que a esperança foi esquecida por aqueles que prom ovem várias m archas para Jesus e para celebração apoteótica planejada para o século XXI? Em vez da esperança de ser levado ao céu p ara estar com nosso Senhor, há m uitos com entários sobre a entrada do terceiro milênio. Em todo esse planejam ento, não parece haver nenhum a dú vid a de que a Igreja estará aqui indefinidam ente e de que a salvação do m u nd o, p ara que este não tenha de enfrentar o julga­ mento que Deus pretende lançar sobre ele, dep en de de nós.

O Arrebatamento Foi Incluído no Discurso do Monte das Oliveiras? Q uestão: Conforme aquilo que sem pre m e ensinaram , o ar­ rebatam ento não foi incluído no discurso do m onte das Olivei­ ras. As palavras de Cristo, em que menciona que se duas pessoas estiverem "m oendo no moinho, será levada um a, e deixada ou­ tra", etc. (Mt 24.41), p o d em apenas referir-se a Cristo e a sua Se­ gun da Vinda, em que retira o iníquo da terra e deixa os santos da tribulação. N o entanto, você ensina que isso ocorre no arrebata­ m ento antes da grande tribulação. Poderia explicar isso para mim? R esposta: H á m uitas razões p o r que Cristo não p ode estar se referindo ao iníquo que é retirado para ser julgado, mas aos san­ tos que estão sendo levados ao céu. Os iníquos são julgados na Segunda Vinda, que ocorre em meio ao A rm agedom , em A poca­ lipse 19. Conforme já m encionado, até m esm o antes do A rm age­ dom, a terra estará totalm ente desolada. Em Apocalipse 6, um quarto da população do m u n d o já terá sido dizim ada. H averá fome, pestes e terrem otos que farão com que m ontanhas e ilhas sejam deslocadas de seus lugares, de forma que a Terra será p ra ­ ticamente destruída. E, na ocasião do A rm agedom , Cristo deve

intervir (por meio de sua Segunda Vinda) para interrom per a destruição, ou nenh um a carne sobreviverá (Mt 24.22). Q uando Cristo diz que será "levada uma, e deixada outra", as condições na Terra serão como nos dias de Noé, em que as pessoas "comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento" (Mt 24.38), como tam bém ocorreu nos dias de Ló, em que elas "comiam, be­ biam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam" (Lc 17.28). Essa descrição não se ajusta a um fato que ocorrerá em meio ao A rm agedom , quando Cristo virá com sua Noiva para executar o julgamento sobre o Anticristo e seus seguidores. Pode apenas refe­ rir-se a algum tem po anterior à tribulação, e esse é o mom ento em que o arrebatamento deve ocorrer.

A Igreja Precisa Ser Purificada para Ser Arrebatada? Q uestão: Parece haver a germ inação de um ensinam ento de

que apenas os cristãos que estiverem vivendo de forma santa e vitoriosa na ocasião do arrebatam ento serão arrebatados por Cris­ to para o céu. Os dem ais terão de enfrentar o Anticristo e ser purificados pelo martírio. Será que poderia ser isso que Cristo quis dizer pela parábola das dez virgens — as cinco "prudentes" são arrebatadas e as cinco "loucas" são deixadas para trás a fim de enfrentar o Anticristo? R e sp o sta : Concordo com o anseio de que os cristãos devam

levar u m a vida santa, de submissão a Cristo, a sua Palavra e à liderança do Espírito Santo. Entretanto, em relação às cinco vir­ gens loucas, o problem a não foi falhar em viver totalm ente para Cristo. Elas não "eram salvas". N ão havia óleo (simbolizando o Espírito Santo) em suas lâm padas e, portanto, nem no coração e na vida delas. Também concordo que necessitamos de mais ênfase na san­ tidade e separação do m undo. Porém, a Bíblia não ensina que os cristãos genuínos que, na ocasião do arrebatam ento, não estejam vivendo para Cristo serão deixados para trás. Se esse fosse o caso, e quanto aos cristãos que m orreram antes do arrebatam ento e que, na ocasião de sua morte, não estavam vivendo totalmente

Sr.-._M V, Y

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para Cristo? Eles não pod em ser "deixados p ara trás". O espírito e a alma deles, sem um corpo vivo em que possam habitar, d e­ vem ir para algum outro lugar. Se, quando o corpo morre, essas almas não vão para o céu, en­ tão para onde vão? Teríamos de propor um tipo de purgatório evan­ gélico! Isso não é bíblico. A Bíblia nos garante que todos os cristãos, fundamentados na fé salvífica em Cristo, vão para o céu assim que morrem. "Deixar este corpo" é "habitar com o Senhor" (2 Co 5.8). O céu não é conquistado pelas boas obras, mas pela fé em Cristo. Portanto, por que nem todos os cristãos serão arrebatados? Além disso, se no arrebatam ento os que são deixados p ara trás são p urificados pelo m artírio que s u p o rtarão ao enfrentar o Anticristo, como serão purificados os que m orreram antes desse evento? N a verdade, seremos todos purificados no céu e da m es­ m a forma: "Porque todos devem os com parecer ante o tribunal de Cristo" (2 Co 5.10; grifo do autor). E exatamente o espírito e a alma dos que morreram confiando no Senhor que Cristo traz com Ele (1 Ts 4.14) na ressurreição, para que possam se reunir a seus corpos. Observe que "os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vi­ vos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encon­ trar o Senhor nos ares" (v. 16,17). Certamente, "os que morreram em Cristo" significa todos que morreram com fé em Cristo. Portanto, "os que ficarmos vivos" significa todos os vivos que confiam em Cris­ to. Parece que seria um a afronta à justiça divina ensinar que os cris­ tãos vivos na ocasião do arrebatamento devem ter um a vida melhor do que muitos que já morreram, para juntar-se a eles no céu.

E quanto ao "Sono da Alma"? Questão: N ão é verdade que qu ando o corpo morre, a alma dorm e apenas para acordar na ressurreição do corpo? N ão é isso o que significam as expressões "dos que já dorm em " e "aos que em Jesus dorm em " (1 Ts 4.13-15)? R esposta: Ao contrário, de acordo com o que a Bíblia diz, fica claro que a alma, que foi separada de seu corpo na ocasião da

280 morte, está consciente. Temos, por exemplo, o caso do hom em rico que após sua m orte conversa com Abraão, que tam bém está m orto (Lc 16.19-31). Também temos "as almas dos que foram m ortos po r am or da palavra de Deus" que clam avam ao Senhor por vingança contra aqueles que os haviam m atado (Ap 6.9-11). Paulo foi "arrebatado até ao terceiro céu" onde "ouviu palavras inefáveis" (2 Co 12.2,4) e diz que não sabe se estava "se no cor­ po" ou "se fora do corpo" (2 Co 12.2,3) O verbo "dorm ir" é usado na Bíblia como sinônim o de morte (Mt 9.24; Jo 11.11; 1 Co 15.6) e refere-se ao corpo, não à alma nem ao espírito. No céu, os redim idos estão em um estado consciente de alegria na presença de Deus, à espera da ressurreição do cor­ po que está sepultado, que "em Jesus dorm em " (1 Ts 4.14). E a alma consciente e o espírito dos que "m orreram em Cristo" e que "Deus os tornará a trazer com ele", qu ando Ele vier para a terra p ara ressuscitar o corpo deles (1 Ts 4.14). O desejo de Paulo era "partir [desta vida] e estar com Cristo, porque isso é ainda m uito m elhor" (Fp 1.23), em bora ele estivesse disposto, pelo bem d a­ queles que precisavam de seu ministério, a continuar "na carne", servindo às pessoas e a Cristo aqui na terra (v.24). Paulo não gostaria de deixar a vida de serviço a Cristo e à igreja apenas para cair no sono da alma. Tampouco ele diria que estar com Cristo é "m uito m elhor" do que ficar em um estado inconsciente em que a alma dorme, conforme alguns ensinam equivocadam ente.

A Igreja Deve Ser Reunida antes do Arrebatamento? Q uestão: M uitos ensinam que a Igreja deve ser reunida e

purificada antes da volta de Cristo. Isso é bíblico? R e sp o sta : Isso não é bíblico nem lógico, pois achar que a p e­

quena fração da Igreja que está viva na terra à época do arreba­ tam ento deve ter alcançado um a posição desconhecida por m ui­ tos cristãos que já m orreram , a fim de encontrá-los naquele casa­ m ento celestial com nosso Senhor. E verdade, a Noiva está pron­ ta e vestida com linho fino e resplandecente (Ap 19.7,8), pois a Noiva é a Igreja toda. Se essa purificação for um pré-requisito para

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Em Defesa da Fé Cristã - Dave Hunt

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