HIS 1º BIM EXERCÍCIOS

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Módulo 1 – Das Diásporas Gregas a Esparta 1. Acerca dos espartíatas, explique a) sua posição no conjunto na sociedade espartana. Resolução Na sociedade de Esparta, os espartíatas constituíam o estamento dominante, formado por uma aristocracia detentora dos direitos políticos e dedicada à atividade militar.

b) a existência da xenofobia e a prática do laconismo. Resolução A xenofobia (aversão aos estrangeiros, entre eles os habitantes das demais pólis) visava reforçar o conservadorismo de Esparta, evitando influências externas. O laconismo (hábito de falar o menos possível) reforçava a disciplina entre os espartíatas e evitava contestações à estrutura vigente.

2. (MACKENZIE – MODELO ENEM) – “A partir do século VIII, os gregos viveram um segundo processo de dispersão, espalhando-se pelo Mediterrâneo e fundando no litoral da Itália, da Gália e da Espanha inúmeras colônias — cidades que mantinham uma série de laços, principalmente culturais, com os lugares de origem dos colonizadores.” O texto diz respeito à fundação de colônias na Grécia Antiga. O fator determinante para essas migrações foi a) o crescimento populacional e a escassez de terras cultiváveis no território grego. b) o expansionismo político, defendido pelo regime democrático das cidades gregas. c) a invasão dos persas e a consequente destruição das cidades da Grécia Continental. d) a derrota grega na Guerra de Troia, responsável pelo declínio econômico da Grécia. e) o desenvolvimento da navegação e a busca de recursos minerais. Resolução A Segunda Diáspora Grega (a primeira orientou-se para o Mediterrâneo Oriental e o Mar Negro) foi provocada por fatores socioeconômicos e políticos, tais como o crescimento populacional da Grécia, a escassez de terras cultiváveis e os conflitos políticos dentro das próprias cidadesEstado. Resposta: A

Módulo 2 – Atenas e Período Clássico 3. (FUVEST) – Com o advento da democracia nas pólis durante o Período Clássico, foram a) abandonados os ideais de autarquia e de glorificação da guerra, assim como a visão aristocrática da sociedade e da política vigente nos períodos anteriores.

FRENTE 1

b) introduzidos novos ideais baseados na economia de mercado, na condenação da guerra e na defesa da paz, mais condizentes com a igualdade social vigente. c) preservados os antigos ideais de autarquia da pólis, da propriedade privada da terra, da glorificação da guerra e da valorização do ócio como um valor positivo. d) recuperadas antigas práticas do Período Homérico — abandonadas no Período Arcaico — como a escravidão e o imperialismo econômico. e) adaptados, aos ideais aristocráticos e de autarquia dos Períodos Homérico e Arcaico, os novos ideais de economia de mercado do Período Clássico. Resolução A democracia grega procurou adaptar os valores tradicionais da pólis às mudanças socioeconômicas geradas pela expansão das atividades comerciais. Resposta: C

4. (UFG) – “A guerra não era nem podia ser anomia [ausência de regras]. Ao contrário, ela se desenrolava dentro de normas aceitas por todos os gregos, porque essas regras se originavam de um conjunto de práticas, valores e crenças comuns. Mas um novo e prolongado conflito, que não ficou confinado às fronteiras do Mundo Grego, dividiu a Grécia em dois campos antagônicos, engajando-a numa luta cujo risco, escala e forma não eram mais os mesmos. Foi todo um sistema de regras antigas que se rompeu.” (VERNANT, Jean-Pierre. Mito e sociedade na Grécia Antiga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992. p.38-39. Adaptado.)

No trecho transcrito, o autor avalia as transformações que a guerra contra os persas provocou no ordenamento das cidadesEstado gregas. Diante do exposto, explique a) o ordenamento político das cidades-Estado antes da guerra contra os persas. Resolução As cidades-Estado gregas constituíam unidades políticas independentes, podendo aliar-se ou combater umas contra as outras conforme as circunstâncias do momento.

b) a mudança ocorrida no ordenamento político das cidadesEstado em decorrência da guerra contra os persas. Resolução Após as Guerras Pérsicas, as cidades-Estado gregas agruparam-se em dois campos opostos. Atenas, por ser a maior interessada na guerra contra os persas, organizou a Confederação de Delos, que lhe proporcionou hegemonia sobre a maior parte das cidades. Esparta, por sua vez, passou a liderar a Liga do Poloponeso, inimiga do imperialismo ateniense.

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HISTÓRIA

HISTÓRIA INTEGRADA

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Módulo 3 – Império Bizantino e Carolíngio 5. (UFV) – O Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, reuniu diferentes populações da Europa Balcânica e do Oriente Próximo. Acerca desse Estado que floresceu na Idade Média, assinale a alternativa incorreta. a) A religião fundamentava a autoridade imperial e absorvia boa parte dos recursos do Estado. b) O movimento iconoclasta, apesar de duramente perseguido, enraizou-se na cultura bizantina. c) A estrutura eclesiástica era extensa e muito influente, estimulando a religiosidade popular. d) A fusão entre poder temporal e espiritual permitia que o imperador indicasse leigos para postos eclesiásticos. e) A autocracia imperial impediu que o patriarca de Constantinopla constituísse um poder autônomo. HISTÓRIA

Resolução O movimento iconoclasta, contrário à existência de imagens nas igrejas, trancorreu nos séculos VIII e IX e gerou sérios conflitos, tendo inclusive recebido o apoio de alguns imperadores. Por influência do iconoclastismo, a arte sacra bizantina deixou de utilizar imagens esculpidas, restringindo-se à produção de mosaicos e pinturas, muitas das quais realizadas sobre madeira (os chamados ícones). Resposta: B

6. (UFPR) – Observe as afirmações a seguir, referentes ao reinado de Carlos Magno (768-814), assinalando V (verdadeira) ou F (falsa). 1. Foi um período de expansão territorial, conseguida por meio de guerras de conquista. 2. Caracterizou-se pela centralização política e pela organização da legislação. 3. As terras conquistadas foram doadas sob a forma do beneficium, criando laços de dependência entre o rei e seus cavaleiros. 4. A autoridade temporal do imperador sobrepunha-se ao poder espiritual do papa. 5. Ocorreu no período um florescimento cultural — o “Renascimento Carolíngio”. Resolução A afirmação 4 é falsa porque o título de imperador foi concedido a Carlos Magno pelo papa, o que implicava a submissão do monarca à autoridade espiritual do Sumo Pontífice. Resposta: V – V – V – F – V

Módulo 4 – O Feudalismo e a Igreja na Idade Média 7. (MACKENZIE) – “Os homens deste tempo dividem-se em três ordens, entendidas como categorias nitidamente delimitadas, estáveis, estabelecidas pelo próprio Deus desde a Criação para assegurar a ordem do mundo. E cada qual corresponde a um estado particular, a uma missão especial. Na primeira classe, situam-se os que rezam, cuja missão é cantar a glória de Deus e obter a salvação de todos; seguem-se os que combatem, encarregados de defender os fracos e impor a paz divina; enfim, figuram os trabalhadores, que, segundo o plano

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providencial, devem contribuir, pelo seu labor, para o sustento dos especialistas da prece e do combate.” (E. Perroy – A sociedade feudal)

A partir do texto, analise as afirmações a seguir. I – As três ordens mencionadas correspondem, grosso modo, ao clero (oratores), à nobreza (bellatores) e aos servos (laboratores). II – A definição da função social das ordens obedecia a uma razão religiosa, pois seu propósito era assegurar a ordem do mundo de acordo com os desígnios de Deus. III – As categorias sociais, embora claramente delimitadas, podiam apresentar mobilidade de acordo com seu grau de enriquecimento. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. d) Todas as afirmações são verdadeiras. e) Todas as afirmações são falsas. Resolução A afirmação III é falsa porque a sociedade feudal, caracterizada pelas três ordens mencionadas, era rigidamente hierarquizada e estamental. Além disso, a economia feudal, quase desmonetizada, não era propícia à acumulação de riqueza. Resposta: A

8. (PUC-SP) – “A Idade Média não é o período dourado que certos românticos quiseram imaginar; mas também não é, apesar das fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época obscurantista e triste – imagem que os humanistas e os iluministas quiseram propagar.” (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18.)

A imagem da Idade Média que temos hoje deriva, em parte, de representações a) negativas do período, que destacam a intolerância e o dogmatismo da Igreja Católica, os repetidos períodos de fome e a opressão a que os camponeses eram submetidos. b) positivas do período, que destacam o papel relevante das mulheres na vida social, os avanços do conhecimento científico e o desenvolvimento das artes visuais. c) negativas do período, que destacam a atuação do Tribunal da Inquisição, a ausência de mobilizações sociais e a teoria do direito divino, que justificava o absolutismo. d) positivas do período, que destacam o resgate de valores religiosos oriundos da Antiguidade Clássica, a arquitetura românica e gótica e as festas populares. e) negativas do período, que destacam a ausência de liberdade política, a persistência do politeísmo e as práticas de bruxaria em toda a Europa Ocidental. Resolução A questão menciona alguns aspectos negativos recorrentes na Época Medieval. Aliás, os aspectos positivos encontrados nesse período geralmente pertencem à Baixa Idade Média, como a arte gótica, as grandes invenções, as universidades e os prenúncios da Renascença. Resposta: A

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9. (FUVEST) – As Cruzadas representaram, para a sociedade feudal, a) uma aventura militar que levou a Cristandade a perder importantes territórios e a conhecer a Peste Negra. b) uma saída para os excedentes populacionais e o atendimento à necessidade espiritual das peregrinações a Jerusalém. c) um movimento empreendido pela nobreza que, ao fortalecer o feudalismo, atrasou a centralização monárquica em dois séculos. d) um reforço importante no prestígio da ordem dominicana, que as idealizou, organizou e financiou. e) uma abertura para o exterior, responsável pela entrada na Europa de elementos da cultura clássica, como o gótico e a escolástica. Resolução A realização das Cruzadas só foi possível porque a Europa Ocidental, a partir do século XI, conheceu um crescimento demográfico que produziu excedentes populacionais e gerou setores sociais marginalizados em relação ao feudalismo; daí a conveniência de aliviar as pressões, transferindo parte desses grupos para o Oriente Próximo. Ademais, o domínio dos turcos seldjúcidas sobre a Palestina, em substituição aos árabes, dificultara as visitas de cristãos a Jerusalém, devido às vexações impostas por eles aos peregrinos. Este, aliás, foi o motivo invocado pelo papa Urbano II para conclamar a Cristandade à Cruzada no Concílio de Clermont (1095). Resposta: B

10. (PUC) – O crescimento urbano na Europa Ocidental, a partir do século XII, atraiu novos moradores para as cidades, as quais a) haviam desaparecido nos séculos anteriores, dadas as características rurais do feudalismo, e agora retomavam sua condição de centros de produção econômica. b) se tornaram centros comerciais importantes, em termos locais ou internacionais, estimulando a circulação monetária e promovendo a ascensão econômica da burguesia. c) cresceram descontroladamente, devido às multidões de estrangeiros que nelas circulavam, e passaram a ser denominadas “metrópoles” ou “megalópoles”. d) se transformaram em centros de poder da nobreza, fortalecendo a autoridade dos governantes que viviam em castelos afastados dos núcleos urbanos. e) ampliaram o espaço urbano, para acomodar a nova população, e organizaram as primeiras expedições marítimas de conquista e colonização. Resolução A alternativa apresenta aspectos que definem o Renascimento Comercial e Urbano, ocorrido na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média. Resposta: B

Módulo 6 – Contexto e Fatores da Expansão Marítima 11. (UNESP) – “A abertura de novas rotas, a fim de superar os entraves derivados do monopólio das importações orientais pelos muçulmanos e italianos, e a escassez do metal nobre

envolviam dificuldades técnicas (navegação no Mar Oceano) e econômicas (alto custo dos investimentos), exigindo mobilização de recursos em escala nacional. A Expansão Marítima, comercial e colonialista, postulando um certo grau de centralização do poder para tornar-se realizável, viria a constituir um fator essencial do poder do Estado metropolitano.” (Fernando Novais, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: Carlos Guilherme Motta (org.) Brasil em perspectiva. Adaptado.)

A partir do texto, explique por que a centralização política foi condição para a Expansão Marítima e Comercial dos séculos XV e XVI. Resolução Porque caberia ao Estado, representado pelo rei, coordenar os esforços econômicos (inclusive com utilização de investimentos particulares), técnicos e militares para a realização das viagens ultramarinas e seu desdobramento lógico: a conquista de colônias para fins de exploração mercantil.

12. (UNESP) – “Havia, portanto, um estreitamento do mercado europeu, uma espécie de camisa de força que tolhia o ritmo da expansão econômica. De que forma se poderia solucionar a crise?” Assinale a alternativa que responde corretamente à pergunta formulada no texto. a) Com a ampliação do mercado europeu, a ser conseguida por meio da Expansão Marítima. b) Por meio da expulsão dos árabes, tanto da Península Ibérica como de Constantinopla. c) Pela retomada de Jerusalém, que fora conquistada pelos muçulmanos no final da Idade Média. d) Criando um entendimento entre os Estados europeus no sentido de estabelecer um mercado comum. e) Promovendo a globalização da economia capitalista, alicerçada no livre-cambismo. Resolução A fórmula encontrada para superar os entraves ao crescimento econômico da Europa nos séculos XV e XVI foi a Expansão Marítima, que criou mercados ultramarinos para os Estados europeus e suas respectivas burguesias. Resposta: A

Módulo 7 – Expansão Marítima: Ciclo Oriental 13. (UNICAMP) – “A base da tese de que o Brasil teria sido descoberto por Duarte Pacheco Pereira em 1498 gira em torno de seu manuscrito intitulado Esmeraldo de Situ Orbis, produzido entre 1505 e 1508. Trata-se de um relato de suas viagens não só ao Brasil, mas também à costa da África, principal fonte de riqueza de Portugal no século XV. O rei Dom Manoel I considerou tão valiosas as informações náuticas, geográficas e econômicas contidas no documento que jamais permitiu que este fosse tornado público.” (IstoÉ, 26 de novembro de 1997. pp. 65 – 66. Adaptado.)

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HISTÓRIA

Módulo 5 – As Cruzadas e o Renascimento Comercial e Urbano

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a) Em que o relato de Duarte Pacheco altera a versão oficial do descobrimento do Brasil? Resolução Esse relato altera a versão oficial de que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, em 1500. Obs.: O examinador considerou a matéria publicada na IstoÉ como uma contribuição historiográfica nova e digna de fé. Ora, o texto de Duarte

Resolução A motivação inicial das navegações portuguesas foi efetivamente a busca do comércio com a África, fornecedora de ouro, marfim e principalmente escravos. Somente após a queda de Constantinopla, responsável por uma forte alta no preço das especiarias, os portugueses – a essa altura já presentes no Golfo da Guiné – passaram a se interessar realmente pela busca de um caminho marítimo para as Índias. Resposta: C

Pacheco já é bastante conhecido e em nada compromete a atribuição da paternidade do Descobrimento a Cabral, uma vez que foi escrito depois de 1500.

b) Por que, no contexto da Expansão Ultramarina, Portugal procurou manter este relato em segredo? Resolução Porque a divulgação dessas informações poderia atrair o interesse de HISTÓRIA

outros governos. Daí a “política de sigilo” (segredo) adotada por D. Manuel em relação ao Descobrimento do Brasil.

14. (MACKENZIE) – “As grandes mudanças que se verificam na arte náutica durante a segunda metade do século XV levam a crer na possibilidade de se chegar, contornando o continente africano, às terras do Oriente. Não se pode afirmar, contudo, que a ambição de atingir por via marítima esses países de fábula presidisse as navegações do período henriquino, animada por objetivos estritamente mercantis. Com a expedição de Antão Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o Reino. Da mesma viagem procede o primeiro ouro em pó, ainda que escasso, resgatado naquelas partes. O marfim, cujo comércio se achava até então em mãos de mercadores árabes, começam a transportá-lo os barcos lusitanos, por volta de 1447.” (Sérgio Buarque de Holanda, Etapas dos descobrimentos portugueses.)

Módulo 8 – Ciclo Ocidental e Consequências da Expansão Marítima 15. (UNICAMP) – “Os motivos que levaram Colombo a empreender sua viagem evidenciam a complexidade do personagem. A principal força que o moveu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as partes do mundo. Graças a suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada.” (Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, In: Eugenio Garin. O Homem

Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233. Adaptado.)

a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo? Resolução Segundo o texto, Colombo pretendia obter recursos para uma finalidade religiosa: organizar uma nova Cruzada, isto é, uma expedição militar que retomasse a ofensiva contra os muçulmanos, expandindo a fé cristã.

b) O que foram as Cruzadas na Idade Média? Resolução Expedições militares organizadas pelos cristãos da Europa Ocidental contra os islamitas do Oriente Próximo, tendo como pretexto a

Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo do trecho acima. a) A descoberta do continente americano por espanhóis e portugueses revela o anseio dos navegadores ibéricos para alcançar as riquezas do Oriente por meio de uma rota pelo Ocidente. b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de descobrimento para o Oriente através do Atlântico, visto que lhes bastavam as riquezas da África, constituídas por ouro, marfim e escravos. c) Embora a descoberta de uma rota para o Oriente fosse algo cada vez mais próximo de se realizar, foi a exploração comercial da costa africana que impulsionou as viagens portuguesas do período. d) As navegações portuguesas eram motivadas acima de tudo pelo exotismo do Oriente; secundariamente, porém, havia o interesse pelo comércio de escravos, ouro e marfim na costa africana. e) Durante o período henriquino, os aperfeiçoamentos técnicos na arte náutica permitiram que os portugueses alcançassem o Oriente contornando o continente africano.

4–

reconquista da Terra Santa (Palestina) para a Cristandade.

16. (PUC-MG) – O expansionismo marítimo europeu dos séculos XV-XVI gerou uma autêntica “Revolução Comercial”. Assinale a alternativa que não se relaciona com esse processo. a) Incorporação de áreas dos continentes americano e africano às rotas de comércio tradicionais. b) Ascensão das potências mercantis atlânticas, como Portugal e Espanha. c) Afluxo de metais preciosos da América para o Oriente, resultante do escambo entre as duas regiões. d) Deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. e) Perda, pelos italianos, do monopólio sobre o comércio de produtos orientais. Resolução O ouro e prata americanos foram canalizados para a Europa, onde provocaram a “Revolução dos Preços”, dentro da Revolução Comercial dos séculos XVI-XVII. Resposta: C

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Módulo 9 – Civilizações Pré-Colombianas: Maias, Astecas e Incas

Módulo 10 – Bases do Colonialismo Mercantilista

17. (UFSM) – “Os guerreiros constituíam um dos grupos mais importantes na sociedade asteca. A princípio, eram escolhidos entre os indivíduos mais corajosos. Com o tempo, a função de guerreiro começou a passar de pai para filho, e apenas algumas famílias privilegiadas mantiveram o direito de ter guerreiros entre seus membros.”

19. (UNICAMP) – No período histórico que se estende entre os

(KARNAL, Leandro. A Conquista do México.

séculos XVI e XVIII, com o fim do feudalismo e a consolidação dos Estados nacionais, a doutrina econômica dominante foi o mercantilismo, que possuía como uma de suas características o metalismo. a) Em que consistia o metalismo? Resolução O metalismo partia do pressuposto de que a riqueza de uma nação era

O texto faz referência à sociedade asteca no século XV. Podemos considerar essa formação social como a) censitária e oligárquica, dominada por uma elite que presidia democraticamente as assembleias populares. b) igualitária e militarista, não reconhecendo outra autoridade senão a dos sacerdotes, que também eram guerreiros. c) estamental, dirigida por um Estado que dispunha de uma complexa estrutura administrativa, judiciária e militar. d) hierarquizada e guerreira, visto que o imperador era simultaneamente comandante-em-chefe e supremo sacerdote. e) guerreira e sacerdotal, pois todo guerreiro era um sacerdote e todo sacerdote era um guerreiro. Resolução A sociedade asteca caracterizou-se por ser teocrática, militarista e

determinada pela quantidade de metais preciosos que ela conseguisse acumular. A partir desse conceito, adotavam-se práticas para garantir o ingresso de ouro e prata no país e evitar sua saída.

b) Cite e explique duas outras características da doutrina mercantilista. Resolução — Intervencionismo: interferência do Estado na vida econômica, através de taxações, isenções, privilégios, monopólios e regulamentações. — Balança comercial favorável: predomínio das exportações sobre as importações, com o objetivo de promover a acumulação primitiva de capitais. — Protecionismo: proteção à produção nacional por meio de uma pesada taxação alfandegária, com vistas a inibir as importações. — Monopólio sobre o comércio colonial (“exclusivo”).

estratificada, tendo no topo um imperador divinizado e absoluto, apoiado simultaneamente pelos estamentos guerreiro e sacerdotal. Resposta: D

18. (FATEC) – Na América Pré-Colombiana, desenvolveram-se grandes civilizações, como a dos incas. Sobre esta última, podemos afirmar que a) os incas eram governados por um rei cuja função principal era comandar o exército; daí receber o título de “Senhor dos Guerreiros”. b) qualquer indivíduo, por mais humilde que fosse, poderia se integrar nos estamentos superiores, desde que tivesse provado sua bravura em combate. c) sua capital, Tenochtitlán, foi construída em uma ilha no lago Texcoco, comunicando-se com as margens por meio de pontes chamadas chinampas. d) o predomínio social cabia a uma elite militar e sacerdotal, que também se incumbia da administração e da cobrança de impostos no Império. e) a produção agrícola de subsistência compreendia a divisão das terras cultiváveis em propriedades do Deus-Sol, do Inca e das comunidades camponesas.

20. O mercantilismo, como política econômica praticada pelos Estados europeus ao longo da Idade Moderna, possuía princípios básicos comuns; mas sua aplicação apresentou certas variações, conforme o país que o praticasse. Assinale a alternativa que não retrata corretamente essas peculiaridades. a) O mercantilismo português recorreu à pirataria como atividade suplementar na realização da acumulação primitiva de capitais. b) O mercantilismo inglês priorizou seu papel de intermediário entre produtores e consumidores, lucrando com essa intermediação. c) O mercantilismo espanhol, conhecido como “bulionismo”, concentrou-se no extrativismo de metais preciosos. d) O mercantilismo holandês procurou combinar a intermediação comercial com a produção de mercadorias comercializáveis. e) O mercantilismo francês enfatizou a produção de artigos de luxo, geralmente realizada por manufaturas controladas pela Coroa. Resolução

Resolução

A pirataria e a guerra de corso foram largamente praticadas pela

Entre os incas, a divisão das terras ocorria de acordo com o especificado

Inglaterra, França e Holanda — países que, por disporem de impérios

na alternativa e, sendo que as terras do Deus-Sol eram administradas

coloniais relativamente reduzidos, usaram aquele recurso para ampliar

pelo estamento sacerdotal. Não obstante, a maior parte das áreas

sua acumulação de capitais. Portugal e Espanha pouco recorreram a

cultivadas era atribuída aos ayllús (comunidades clânicas camponesas).

essas práticas, das quais foram geralmente vítimas.

Resposta: E

Resposta: A

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HISTÓRIA

São Paulo: FTD, 1996. p. 13.)

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Módulo 11 – Colonização Espanhola na América

Com base no texto, explique a) os motivos religiosos da Coroa Portuguesa. Resolução

21. (FUVEST) – Comparando as colônias da América Portuguesa com as da América Espanhola, pode-se afirmar que a) as atribuições dos sesmeiros no Brasil Colônia eram idênticas às dos encomenderos. b) a mão de obra escrava africana foi a base das atividades mineradoras em todas as colônias. c) a colonização portuguesa, diferentemente da espanhola, não seguiu as regras do mercantilismo. d) as manufaturas têxteis foram proibidas por ambas as Coroas desde o início do processo colonizador. e) as atividades agrárias e mineradoras constituíram a base das exportações nas colônias das duas Américas.

Expansão da fé cristã a partir da catequese, que proporcionaria a salvação da alma dos gentios (pagãos).

b) a exploração econômica da colônia. Resolução A exploração econômica da colônia, subordinada à dominação política metropolitana, obedecia às práticas mercantilistas e visava ao enriquecimento da metrópole, por meio da acumulação primitiva de capitais.

HISTÓRIA

Resolução

24. (UFC) – Nos primórdios do Sistema Colonial, a concessão de terras efetuada pela metrópole portuguesa visava tanto à ocupação e povoamento da colônia como à organização da produção de açúcar com fins comerciais. Assinale a alternativa correta sobre as medidas que a Coroa Portuguesa adotou para atingir esses objetivos. a) O território brasileiro foi dividido em capitanias hereditárias, cedidas a donatários que, por sua vez, distribuíram sesmarias àqueles que as demandassem. b) As terras brasileiras foram vendidas a senhores de engenho já experientes, os quais garantiriam uma produção crescente de açúcar para ser comercializado na Europa. c) O território brasileiro foi dividido em governações vitalícias, cujos dirigentes distribuíram as terras entre os colonos portugueses, subsidiando suas despesas de instalação. d) Os colonos foram armados fortemente para defender a terra, ao mesmo tempo em que as terras eram divididas equitativamente entre portugueses e índios. e) As terras litorâneas permaneceram em poder da Coroa, a qual favoreceu a instalação de engenhos no interior, para que produzissem açúcar durante todo o ano.

Na América Colonial Espanhola, a precoce proibição da escravização de

Resolução

índios (já no século XVI) levou os colonizadores a utilizar a mão de obra

O sistema de capitanias hereditárias, criado em 1534, tinha a finalidade

indígena por meio de formas de trabalho compulsório, mas não escravo.

de transferir os custos da colonização para a iniciativa privada. Para

Uma delas, preexistente à conquista europeia, foi a mita, relacionada

estimular a colonização, os portugueses que aqui se fixassem

com a mineração e a construção de obras públicas; a outra foi a

receberiam sesmarias — grandes porções de terra que permaneceriam

encomienda, utilizada na agricultura. Nas áreas onde a mão de obra

em poder do sesmeiro e de seus descendentes, desde que eles as

indígena foi exterminada (Antilhas), os colonizadores recorreram à

cultivassem.

escravidão negra.

Resposta: A

Resolução Ao se caracterizarem como colônias de exploração, tanto as possessões portuguesas como as espanholas desenvolveram uma economia complementar em relação a suas metrópoles, exportando produtos agrícolas tropicais e metais preciosos amoedáveis. Resposta: E

22. (FATEC) – Na América Colonial Espanhola, o trabalho compulsório a) baseou-se no predomínio da escravidão negra, a exemplo do que ocorreu no Brasil. b) caracterizou-se pela permanência do sistema escravista, já praticado por incas e astecas. c) apoiou-se em formas diversas de exploração do trabalho indígena e na escravidão negra. d) restringiu-se a formas particulares de coerção, como no caso da encomienda. e) foi reorganizado pelos colonizadores, mas permaneceu sob autoridade dos chefes indígenas.

Resposta: C

Módulo 12 – Primórdios da Colonização Portuguesa 23. (FUVEST) – “Há duas vertentes básicas que estruturam a colonização portuguesa nos trópicos: o impulso salvífico (móveis religiosos) e os mecanismos de produção mercantil (exploração do Novo Mundo); sendo que a primeira dimensão (a catequese do gentio) dominava o universo ideológico, configurando o projeto, e a segunda (dominação política e exploração econômica) definia as necessidades de riqueza e poder”. (Fernando Novais, História da Vida Privada no Brasil, I.)

6–

Módulo 13 – Economia, Sociedade Açucareira e Pecuária 25. (UNESP) – “A cana-de-açúcar começou a ser cultivada igualmente em São Vicente e em Pernambuco, estendendo-se depois à Bahia e ao Maranhão. Sua cultura, onde logrou êxito — medíocre como em São Vicente ou máximo como em Pernambuco, no Recôncavo e no Maranhão — trouxe em consequência uma sociedade e um gênero de vida de tendências mais ou menos aristocráticas e escravocratas.” (Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala)

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Resolução Maior fertilidade do solo de massapê e menor distância em relação a Portugal.

b) explique por que o autor definiu o gênero de vida da sociedade constituída pela cultura canavieira como apresentando “tendências mais ou menos aristocráticas”. Resolução Gilberto Freyre refere-se a uma sociedade alicerçada no escravismo, na concentração fundiária e na imobilidade social — características que proporcionam à classe dominante ares de aristocracia.

26. (UNESP) – A pecuária, ao longo de praticamente todo Período Colonial brasileiro, foi uma atividade econômica secundária, mas sempre em expansão — ao contrário do que ocorreu com a agricultura canavieira e a mineração aurífera. Explique, com relação à pecuária, o porquê dessas características. Resolução A posição secundária da pecuária no conjunto da economia colonial brasileira prende-se ao fato de ter sido uma atividade subsidiária de outras mais importantes, como a produção açucareira e a mineração.

Módulo 14 – União Ibérica e Invasões no Brasil Colonial 28. (FUVEST) – A dominação espanhola (1580-1640) provocou mudanças no império Colonial Português. Por isto mesmo, D. João IV, que subiu ao trono com a Restauração ocorrida em 1640, teria dito que “o Brasil é a vaca leiteira de Portugal”. a) Quais mudanças no Império Português derivaram da dominação espanhola? Resolução O envolvimento de Portugal nas guerras da Espanha contra Inglaterra, França e Holanda acarretou o início do desmantelamento do Império Português no Oriente, principalmente devido às conquistas holandesas. Com isso, o comércio com as Índias passou a ter uma importância secundária para a economia lusitana. Contrariamente, no continente americano, a União Ibérica favoreceu o início da expansão portuguesa para além dos limites estabelecidos no Tratado de Tordesilhas.

b) Que relação há entre as mudanças ocorridas e a ideia de que o Brasil se tornou a “vaca leiteira” de Portugal? Resolução A perda das principais colônias lusas no Oriente transformou o Brasil na mais importante fonte de renda para o Reino Português. Daí o início do “arrocho colonial” sobre a possessão brasileira, como forma de proporcionar recursos para a metrópole – já então em franca decadência.

Por outro lado, a constante expansão dessa atividade no Brasil Colônia deveu-se não só a sua importância como fornecedora de alimento e de meios de transporte, mas também às possibilidades de interiorização oferecidas tanto pelo Sertão Nordestino quanto pelo Pampa Gaúcho.

27. (FGV) – “Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.” (Antonil, Cultura e opulência do Brasil por suas Drogas e Minas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.)

Assinale a alternativa correta. a) A escravização de africanos permitiu que os índios deixassem de ser escravizados durante o Período Colonial. b) O trabalho manual era visto como degradante pelos senhores brancos, sendo a escravidão o meio de lhes garantir uma vida honrada no continente americano. c) Apesar dos vultosos lucros obtidos com o tráfico, a adoção da escravidão de africanos explica-se pela melhor adequação dos negros à rotina do trabalho colonial. d) Extremamente difundida na Região Nordeste, a escravidão teve um papel secundário e marginal na exploração das minas de metais e pedras preciosas no interior do Brasil. e) Diante das condições de vida dos escravos, os jesuítas criticaram duramente a escravidão dos negros, o que provocou diversos conflitos no Período Colonial. Resolução Alternativa escolhida por exclusão. O texto de Antonil faz uma análise

econômica da importância do escravismo para a produção açucareira, enquanto o examinador elabora uma reflexão de caráter sociológico sobre o status superior que a posse de escravos conferia à aristocracia canavieira. Resposta: B

29. (FUVEST) – “Andava o conde de Nassau tão ocupado em fabricar sua nova cidade que, para estimular os moradores a fazerem casas, ele mesmo, com muita curiosidade, lhe andava fazendo as medidas e endireitando as ruas para ficar a povoação mais vistosa.” (Frei Manuel Calado. O valoroso Lucideno e

triunfo da liberdade, 1648.)

Com base no texto, responda: a) Quem foi o conde de Nassau? Resolução Administrador do Brasil Holandês entre 1637 e 1644, nomeado pela Companhia das Índias Ocidentais. Destacou-se como um governante progressista, tolerante e protetor das artes e das ciências.

b) Qual o projeto apresentado no texto? Resolução Modernização e urbanização do Recife, capital do Brasil Holandês, rebatizada à época com o nome de “Mauriceia” ou “Cidade Maurícia”.

30. “Depois de permanecermos ali pelo espaço de dois meses, durante os quais procedemos ao exame de todas as ilhas e sítios da terra firme, batizou-se toda a região circunvizinha, que fora por nós descoberta, com o nome de ‘França Antártica’. Em seguida, o senhor de Villegagnon, para se garantir contra possíveis ataques de selvagens, que se ofendiam com extrema facilidade, e também contra os portugueses, se estes alguma vez quisessem aparecer por ali, fortificou o lugar da melhor maneira que pôde.” (André de Thevet, As singularidades da França Antártica, 1556.)

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HISTÓRIA

Tendo por base as afirmações do autor, a) cite um motivo para o maior sucesso da cana-de-açúcar em Pernambuco do que em São Vicente.

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O texto se refere a uma tentativa, feita pelos franceses, de implantar, a) no Maranhão, uma colônia da Coroa apoiada na produção de algodão. b) no Rio de Janeiro, uma colônia de refugiados religiosos apoiada no extrativismo vegetal. c) no Pará, uma colônia de povoamento baseada no comércio de “drogas do sertão”. d) na Bahia, uma colônia de refugiados políticos baseada no comércio triangular. e) em Pernambuco, uma colônia mercantil baseada na produção açucareira.

HISTÓRIA

Resolução O projeto de estabelecer na Baia da Guanabara a “França Antártica” constitui uma combinação curiosa: criar uma colônia para refugiados huguenotes, apesar de o comandante da expedição (Nicolas de Villegagnon) ser católico, viabilizando-a por meio da extração de paubrasil, muito embora esse produto tendesse a desaparecer, por força de uma exploração predatória. Resposta: B

Módulo 15 – Expansão Territorial, Bandeirismo e Jesuítas 31. (UNICAMP) – “Os ventos e as marés constituíam um entrave considerável ao tráfico de escravos índios pela costa do Atlântico Sul. Por volta de 1620, cativos ‘tapuias’ foram transportados do Maranhão para Pernambuco, mas parte do percurso foi feita por terra, até atingir portos mais acessíveis no Ceará. Ao contrário, nas travessias entre Brasil e Angola, zarpava-se com facilidade de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro até Luanda ou a Costa da Mina.” (Adaptado de Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 61-63.)

A partir do texto e de seus conhecimentos, explique a) de que maneiras o sistema de exploração colonial da América Portuguesa foi influenciado pelas condições geográficas. Resolução O texto contribui para explicar a facilidade do tráfico de africanos para o Brasil e as dificuldades da navegação costeira em direção à Região Norte. Como consequências do observado, podemos mencionar o predomínio da mão de obra escrava negra sobre a indígena e a divisão do Brasil, entre 1621 e 1775, em duas colônias distintas Estado do Brasil e Estado do Maranhão (mais tarde Estado do Grão Pará e Maranhão).

b) o papel dos bandeirantes paulistas no fornecimento de mão de obra escrava, para a lavoura colonial, durante o período citado. Resolução O primeiro ciclo bandeirístico destinou-se ao apresamento de indígenas, com vistas a fornecer mão de obra para a lavoura canavieira, sobretudo do Nordeste. Para tanto, os bandeirantes atacaram e destruíram as missões fundadas pelos jesuítas espanhóis nas regiões no Itatim (MS), Guairá (PR) e Tape (RS).

32. (FATEC) – “A grande marca deixada pelos paulistas na vida colonial do século XVII foram as bandeiras.” (FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial e Edusp, 2001. p. 51.)

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A afirmação pode ser considerada correta, pois a) foi naquele período que expedições reunindo brancos, índios e mamelucos, organizadas pelos paulistas, internaram-se pelo sertão em busca de índios a serem escravizados e de metais preciosos. b) os paulistas, por meio das bandeiras, estenderam seu poder político de São Paulo a Minas Gerais, fixando-se também na capitania do Rio de Janeiro e transformando-a em sede do governo colonial. c) aquele século caracterizou-se pela presença dos paulistas em cargos públicos de grande poder, alternando-se por vezes com os donos das minas de ouro, em obediência às determinações da metrópole. d) a descoberta feita pelos paulistas, no século XVII, de jazidas de ouro na atual região das Minas Gerais, lhes proporcionou prestígio e deu condições para que investissem suas riquezas nas futuras fazendas de café. e) as bandeiras de apresamento de indígenas significaram a diminuição do uso da mão de obra negra e a abertura do caminho para a supressão do tráfico de escravos africanos. Resolução A alternativa contempla os dois principais ciclos bandeirísticos (o sertanismo de contrato não foi mencionado), responsáveis pela expansão do território brasileiro nas atuais regiões Sul e Centro-Oeste, ultrapassando o meridiano estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Resposta: A

33. (FUVEST) – Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão pelo governo de Portugal em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro. b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos. c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”. d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas. e) formularam acordos políticos e diplomáticos que asseguraram a incorporação da região amazônica ao domínio português. Resolução A questão aborda a mais importante atividade desenvolvida no Brasil pela Companhia de Jesus (embora sua atuação mais conhecida seja a catequese dos índios): o controle do ensino na Colônia, o que contribuiu para dar certa unidade cultural a uma população dispersa por um imenso território. Obs.: Os jesuítas notabilizaram-se como protetores dos índios e seus defensores contra a escravização. Nessa tarefa, promoveram a aculturação dos nativos, o que, paradoxalmente, contribuiu para que eles fossem submetidos com mais facilidade ao poder dos colonizadores. Resposta: C

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34. Após 60 anos de União Ibérica, Portugal se libertou da Espanha, em 1640. a) Dê o nome do movimento responsável pelo fim do domínio espanhol sobre Portugal. Resolução Restauração Portuguesa, com a ascensão da Dinastia de Bragança ao trono.

b) Mencione duas consequências provocadas pela separação das Coroas ibéricas. Resolução Início da dominação econômica inglesa sobre Portugal e do “arrocho colonial” em relação ao Brasil.

35. (UFRN) – A Guerra dos Emboabas, a dos Mascates e a Revolta de Vila Rica, ocorridas nas primeiras décadas do século XVIII, podem ser caracterizadas como a) movimentos isolados em defesa de ideias liberais, com a intenção de criar governos republicanos locais. b) movimentos insuflados por sentimentos nacionalistas e que visavam alcançar a independência para o Brasil. c) manifestações de rebeldia localizadas, que contestavam aspectos da política econômica posta em prática pelo governo português. d) manifestações das camadas populares contra as elites locais, as quais apoiavam a autoridade do governo metropolitano. e) conflitos que evidenciavam a existência de uma consciência nacional brasileira, coesa na oposição ao dominador português. Resolução Os movimentos nativistas foram uma resposta à intensificação do fiscalismo luso, no contexto do “arrocho colonial” que se seguiu à Restauração de 1640. Por serem as primeiras manifestações de descontentamento dos colonos, tinham caráter estritamente local e não apresentavam ideais de independência. Resposta: C

36. (FGV) – “A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-lo numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o que realmente era: o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor rural.” (MELLO, Evaldo Cabral de. A fronda dos mazombos. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. p. 123.)

O autor refere-se a) à aclamação de Amador Bueno. b) à Guerra dos Mascates. c) à ocupação de Pernambuco pelos holandeses. d) à Insurreição Pernambucana contra os holandeses. e) à Guerra da Independência em Pernambuco.

Resolução A Guerra dos Mascates (1710-12) foi um movimento nativista que opôs os senhores de engenho sediados na Vila de Olinda aos prósperos comerciantes portugueses estabelecidos no povoado do Recife. Resposta: B

Módulo 17 – Economia Mineradora 37. (FUVEST) – A exploração dos minerais preciosos encontrados na América Portuguesa, no final do século XVII e começo do XVIII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia quanto para a metrópole. Entre elas, a) o intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento da produção açucareira do Nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na colônia. b) a solução temporária dos problemas financeiros em Portugal, uma certa articulação entre as regiões da colônia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o Centro-Sul. c) a separação e autonomia da capitania das Minas Gerais, a concessão do monopólio da extração dos metais aos paulistas e a difusão da profissão de ourives. d) a proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento e ascensão social de grande parte da população e o êxito no combate ao contrabando. e) o incentivo da Coroa à produção artística, o afrouxamento do sistema de arrecadação de impostos e a importação de produtos metropolitanos para a subsistência da população. Resolução Essas são algumas das consequências provocadas pela mineração em Portugal e no Brasil, no século XVIII. Resposta: B

38. (UFR-RJ) – “Minas Gerais rural dos anos pioneiros apresentava feições que contrastavam gritantemente com a economia latifundiária de plantation do litoral. O surto do ouro criara pela primeira vez, a centenas de quilômetros da costa, um mercado para produtos como cachaça e açúcar — até então apenas exportados.” (MAXWELL, Kenneth. A Devassa da Devassa. A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal, 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p.110.)

A descoberta das lavras auríferas nas Gerais acelerou o processo de interiorização da colônia no final dos seiscentos e acentuou o movimento migratório em direção ao Sudeste. a) Comente a principal alteração na economia colonial introduzida pela produção aurífera, segundo a abordagem do texto dado. Resolução Apesar de a economia colonial se estruturar em um modelo agroexportador, as demandas geradas pela exploração do ouro proporcionaram a formação de um expressivo mercado interno na colônia, integrando as diversas regiões como abastecedoras desse consumo.

b) Cite uma medida da Coroa para normatizar a tributação na região das Minas, visando impedir o contrabando e maximizar a arrecadação.

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HISTÓRIA

Módulo 16 – Restauração e Movimentos Nativistas

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Resolução Criação das casas de fundição, nas quais todo o metal precioso extraído era fundido em barras; destas era retirado o quinto devido à Coroa, ficando proibida a circulação de ouro sob qualquer outra forma que não em barras.

HISTÓRIA

39. (MACKENZIE) – A atividade mineradora no Brasil Colônia, a partir dos primeiros anos do século XVIII, trouxe notáveis consequências para a vida da colônia e de Portugal. Assinale a alternativa que não corresponde a uma consequência da mineração. a) Ampliação das relações inter-regionais no Brasil, incluindo o comércio de alimentos procedentes do Nordeste e o de animais de transporte procedentes do Rio Grande do Sul. b) Interiorização do povoamento, crescimento urbano em Minas Gerais e o primeiro grande fluxo imigratório para o Brasil, proveniente tanto do Reino como das Ilhas do Atlântico. c) Adoção de uma política mais rígida para fiscalizar a atividade mineradora, visando ao controle do trânsito de pessoas, à maior arrecadação de tributos e à coibição do contrabando. d) Transferência do centro administrativo da cidade de Salvador para o Rio de Janeiro, acompanhando o deslocamento do eixo econômico brasileiro do Nordeste para o Centro-Sul. e) Sucessivas invasões do território brasileiro, organizadas pela Companhia das Índias Ocidentais (holandesa), que pretendia controlar a extração de ouro e o comércio de escravos. Resolução As Invasões Holandesas no Brasil ocorreram no século XVII, em um momento anterior ao desenvolvimento da mineração na América Portuguesa. O objetivo da Companhia das Índias Ocidentais era controlar a produção açucareira no Nordeste e o tráfico de escravos africanos. Resposta: E

Módulo 18 – Iluminismo e Despotismo Esclarecido 40. Conceitue o “despotismo esclarecido”. Resolução Adoção, por certos governantes europeus do século XVIII, de algumas medidas propostas pelos filósofos iluministas, sem no entanto abrir mão do regime absolutista.

41. (FATEC) – O iluminismo, que surgiu na França no século XVIII, caracterizava-se por procurar uma explicação racional para todas as coisas. Sobre essa ideologia, é correto afirmar que a) a filosofia iluminista preocupou-se com o estudo da Natureza; por isso, acreditava em Deus como criador do Universo e na intermediação da Igreja para se chegar até Ele. b) seus pensadores dividiam-se em dois grupos: os filósofos e os economistas, sendo estes últimos defensores do intervencionismo estatal nas atividades econômicas. c) os déspotas esclarecidos, monarcas e ministros europeus adeptos de ideias iluministas, modernizaram seus Estados e abandonaram o absolutismo, adotando práticas democráticas. d) ela propunha a reforma da sociedade para corrigir as desigualdades sociais, com a concessão a todos de liberdade de expressão e de culto, além de proteção contra a injustiça, a opressão e as guerras. e) um de seus maiores representantes foi Montesquieu, autor de O Contrato Social, no qual criticava a Igreja e defendia a participação de todos os homens na vida política.

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Resolução A ideologia iluminista expressava o pensamento burguês do século XVIII, contrário às estruturas do Antigo Regime. Suas principais características eram o racionalismo, o liberalismo, o naturalismo, o antiabsolutismo, o anticlericalismo e a defesa da igualdade de todos perante a lei. Rousseau diferenciava-se dos demais pensadores iluministas por defender a supremacia dos sentimentos sobre a razão e a democracia em vez do governo de uma “minoria esclarecida”. Resposta: D

42. “A autoridade do príncipe é limitada pelas leis da Natureza e do Estado. O príncipe não pode, portanto, dispor de seu poder e de seus súditos sem o consentimento da Nação e independentemente da escolha estabelecida no contrato de submissão.” (Diderot, artigo Autoridade política, Enciclopédia. 1751)

Tendo por base esse texto da Enciclopédia, é correto afirmar que o autor a) pressupunha, como os demais iluministas, que os direitos da cidadania política eram iguais para todos os grupos sociais e étnicos. b) propunha um regime republicano democrático, baseando-se na teoria de que o Estado fora criado para representar a vontade geral. c) apoiava uma política para o Estado que efetuasse a escolha dos dirigentes da nação por meio do voto universal. d) contrariava os demais filósofos iluministas ao defender a revolução armada como único meio de depor monarcas absolutistas. e) era um típico representante do pensamento iluminista, pois defendia os princípios do liberalismo em contraposição aos regimes absolutistas. Resolução O iluminista Denis Diderot, um dos diretores da Enciclopédia, retoma no trecho citado as ideias de John Locke (“Pai do Iluminismo” e ideólogo da Revolução Gloriosa): segundo este, o poder dos governantes deve ser limitado por um contrato com os governados, de forma a garantir a liberdade dos cidadãos. Essa concepção se contrapunha frontalmente à ideia de absolutismo por direito divino, vigente na Europa durante o Antigo Regime. Resposta: E

Módulo 19 – Pombal, Renascimento Agrícola e Tratados de Limites 43. (UEL) – O marquês de Pombal, na Carta Secretíssima (1751) ao governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, expôs as seguintes ideias: “Como o poder e a riqueza de todos os países consistem principalmente no número e na multiplicação das pessoas que os habitam, esse número e multiplicação são mais indispensáveis nas fronteiras do Brasil, para sua defesa.” Como não era possível obter essa quantidade de pessoas no Reino ou nas Ilhas Atlânticas sem transformálos em “verdadeiros desertos”, era essencial abolir “todas as diferenças entre índios e portugueses”, visando atrair os índios das missões uruguaias e encorajar o casamento deles com europeus. (“Carta Secretíssima de Pombal a Gomes Freire de Andrade”, Lisboa, 21 set. 1751. Apud MAXWELL, Kenneth. Marquês de Pombal: Paradoxo do Iluminismo. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996. p. 53.)

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Resolução A afirmação II é falsa porque, no texto transcrito, Pombal não formula essa acusação contra os jesuítas. A afirmação IV é falsa porque, entre 1750 e 1777 (período da administração pombalina), os jesuítas foram expulsos primeiro dos territórios portugueses (1759) e depois também dos espanhóis (1767). Resposta: B

44. Acerca do Renascimento Agrícola, assinale a alternativa incorreta. a) Diferentemente dos demais ciclos econômicos coloniais, este se caracterizou pela diversificação da produção. b) O algodão maranhense foi favorecido pela demanda resultante da Revolução Industrial Inglesa. c) O açúcar ampliou seu mercado externo, o que incentivou o cultivo da cana em São Paulo. d) A pecuária, tradicionalmente destinada ao mercado interno, exportou couros e charque. e) O café e o cacau lideraram as exportações brasileiras no final do século XVIII e início do XIX. Resolução Embora o café e o cacau — e também o arroz — tenham feito parte do Renascimento Agrícola, os produtos brasileiros que lideraram o período foram o algodão e o açúcar.

Amapá. Mas a definição dos territórios portugueses na América foi realmente estabelecida pelo Tratado de Madri, de 1750. Esse acordo entre Portugal e Espanha anulou o Tratado de Tordesilhas e consagrou a soberania portuguesa sobre todas as terras ocupadas pelos lusitanos a Oeste do meridiano fixado em 1494. Com isso, o território brasileiro adquiriu sua configuração atual, com exceção do Acre (comprado da Bolívia em 1903). Observe-se que, no Sul, o Tratado de Madri realizou uma troca: Portugal cedeu a Colônia do Sacramento à Espanha, recebendo em contrapartida os Sete Povos das Missões. Resposta: A

46. “Nós cedemos a Portugal o que não nos serve [os Sete Povos das Missões] e para eles será de grande utilidade; e Portugal nos cede a Colônia e o Rio da Prata, que não o beneficiam e nos destroem.” (Francisco de Auzmendi, oficial-maior da Secretaria dos Negócios Estrangeiros da Espanha e partícipe do Tratado de Madri, de 1750.)

Em sua avaliação do Tratado de Madri o autor a) ignora as vantagens que a Espanha obteve com aquele acordo e que levariam Portugal a reconquistar a região. b) demonstra a cordialidade existente entre Portugal e Espanha na delimitação de seus territórios americanos. c) silencia sobre o fato de que o entendimento entre Portugal e Espanha resultava prejudicial para a Inglaterra. d) justifica a assinatura do acordo porque fora subornado por Portugal para convencer a Espanha a aceitá-lo. e) considera que Portugal e Espanha souberam preservar com habilidade seus interesses nas áreas em disputa. Resolução O autor considera que os Sete Povos das Missões eram de pouca valia para a Espanha, mas interessavam a Portugal; e que a Colônia do Sacramento, ao contrário, era uma ameaça para a Espanha, mas era pouco vantajosa para Portugal. Daí esses territórios, pelo Tratado de Madri, terem sido trocados entre Portugal e Espanha. Resposta: E

47. Analise as proposições a seguir, relativas ao Renascimento Agrícola. I. Durante o Renascimento Agrícola, o Maranhão despontou como o maior produtor de algodão e de arroz. II. Em decorrência da crise da produção antilhana, o açúcar voltou a ocupar os mercados internacionais. III. O Renascimento Agrícola foi marcado pela diminuição da entrada de escravos africanos no Brasil.

Resposta: E

45. (FGV) – Entre os momentos definidores da penetração para além dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, no século XVIII, encontramos a) os Tratados de Utrecht e de Madri. b) os Tratados de Utrecht e de Santo Ildefonso. c) o ciclo da caça ao índio e o Tratado de Madri. d) os ciclos da caça ao índio e do sertanismo por contrato. e) o ciclo do sertanismo por contrato e o Tratado de Madri. Resolução No Tratado de Utrecht, que pôs fim à Guerra de Sucessão da Espanha (1701-13), a França reconheceu o domínio português sobre o atual

Assinale a alterantiva correta. a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Todas as proposições são falsas. c) Somente as proposições I e II são verdadeiras. d) Somente as proposições I e III são verdadeiras. e) Somente as proposições II e III são verdadeiras. Resolução A proposição III é falsa porque o incremento da lavoura algodoeira e da produção açucareira, ocorrido durante o Renascimento Agrícola, exigiu que escravos negros continuassem a entrar na colônia para atender às necessidades de mão de obra. Resposta: C

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HISTÓRIA

Sobre o tema em questão, julgue as afirmações a seguir: I – As instruções contidas na carta significavam, na prática, a supressão dos jesuítas na fronteira e o fim de sua proteção aos índios. II – A carta atribui às missões a responsabilidade pela dizimação e fuga dos indígenas, transformando as fronteiras do Sul em verdadeiros desertos populacionais. III – Ao abolir “todas as diferenças entre índios e portugueses”, Pombal recomendava a miscigenação como mecanismo para estender o povoamento e o domínio portugueses aos territórios fronteiriços com os domínios espanhóis. IV – Durante o governo de Pombal, o grande complexo de missões jesuíticas portuguesas e espanholas contribuiu para estabilizar as fronteiras entre as Américas Portuguesa e Espanhola. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. c) Apenas as afirmações I e IV são verdadeiras. d) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. e) Apenas as afirmações II e IV são verdadeiras.

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Módulo 20 – Colonização Inglesa e Independência das 13 Colônias 48. (FUVEST) – Sobre a colonização inglesa na América do Norte, a) estabeleça sua conexão com os desdobramentos da Reforma Protestante da Inglaterra; b) explique por que nas colônias inglesas meridionais formouse uma organização socioeconômica diferente das colônias setentrionais.

HISTÓRIA

Resolução a) A Reforma Protestante na Inglaterra resultou no estabelecimento do anglicanismo como religião oficial. Esse fato fez com que o calvinismo (puritanismo) e o catolicismo, como religiões minoritárias, sofresse restrições e até mesmo perseguições. Buscando obter liberdade para a prática de suas crenças, muitos puritanos emigraram para a América do Norte, fixando-se na região conhecida como “Nova Inglaterra”. b) As colônias setentrionais, de clima temperado semelhante ao da metrópole, foram colônias de povoamento, caracterizadas pela pequena propriedade, pela policultura e pelo trabalho livre. Já as colônias meridionais, de clima subtropical, foram colônias de exploração, com base na grande propriedade agrícola monocultora, escravista e voltada para o mercado externo (economia de plantation).

Módulo 1 – Das diásporas Gregas a Esparta

49. (MACKENZIE) – “Assim como nos governos absolutos o rei é a lei, nos países livres, a lei deve ser o rei; e não existirá outro.” (Thomas Paine)

“Considero o povo que constitui a sociedade ou nação como a fonte de toda autoridade, sendo livre para conduzir seus interesses comuns por meio de quaisquer órgãos que julgue adequados.” (Thomas Jefferson)

A independência das Treze Colônias Inglesas da América significou a) o primeiro grande indicador histórico da crise do Antigo Regime. b) o fim da Era das Revoluções. c) a superação do capitalismo monopolista. d) a consolidação da política econômica mercantilista. e) o desdobramento natural da Doutrina Monroe. Resolução A independência dos Estados Unidos assinala o início da Era das Revoluções Burguesas ou Atlânticas (1776-1848) que caracterizam as crises concomitantes do Sistema Colonial na América e do Antigo Regime na Europa. Resposta: A

2. (UNESP) –

1. (FUVEST) – Vivemos numa forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns, ao invés de imitar outros. [...] Nela, enquanto no tocante às leis todos são iguais para a solução de suas divergências privadas, quando se trata de escolher (se é preciso distinguir em algum setor), não é o fato de pertencer a uma classe, mas o mérito, que dá acesso aos postos mais honrosos; inversamente, a pobreza não é razão para que alguém, sendo capaz de prestar serviços à cidade, seja impedido de fazê lo pela obscuridade de sua condição. Conduzimo nos liberalmente em nossa vida pública, e não observamos com uma curiosidade suspicaz [desconfiada] a vida privada de nossos concidadãos, pois não nos ressentimos com nosso vizinho se ele age como lhe apraz, nem o olhamos com ares de reprovação que, embora inócuos, lhe causariam desgosto. Ao mesmo tempo que evitamos ofender os outros em nosso convívio privado, em nossa vida pública nos afastamos da ilegalidade principalmente por causa de um temor reverente, pois somos submissos às autoridades e às leis, especialmente àquelas promulgadas para socorrer os oprimidos e às que, embora não escritas, trazem aos agressores uma desonra visível a todos. Oração fúnebre de Péricles, 430 a.C., in Tucídides.

O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século V a.C., e é um marco da a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela inspiração religiosa politeísta. b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no processo de helenização empreendido por Alexandre, o Grande.

História da Guerra do Peloponeso.

c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e

Brasília: Editora UnB, 2001, p. 109. Adaptado.

desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de

a) Com base nas informações contidas no texto, identifique o sistema político nele descrito e indique suas principais características. b) Identifique a cidade que foi a principal adversária de Atenas na Guerra do Peloponeso e diferencie os sistemas políticos vigentes em cada uma delas.

12 –

(Templo da Concórdia, Agrigento, Itália.)

hegemonia romana. d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia. e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus.

3. (UNESP) – A Ilíada, de Homero, data do século VIII a.C. e narra o último ano da Guerra de Troia, que teria oposto gregos e troianos alguns séculos antes. Não se sabe, no entanto, se esta guerra de fato ocorreu ou mesmo se Homero existiu. Diante disso, o procedimento usual dos estudiosos tem sido: a) desconsiderar os relatos atribuídos a Homero, pois não temos certeza de sua procedência, nem se eles nos contam a verdade sobre o passado grego. b) identificar na obra, apesar das dúvidas, características da sociedade grega antiga, como a valorização das guerras e a crença na interferência dos deuses na vida dos homens. c) desconfiar de Homero, pois ele era grego e assumiu a defesa de seu povo, abrindo mão da completa neutralidade que todo relato histórico deve ter. d) acreditar que a Guerra de Troia realmente aconteceu, pois Homero não poderia ter imaginado tantos detalhes e

De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações provocadas pelo surgimento da pólis foi a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens. b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos. c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca. d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a construção de identidades culturais. e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros.

personagens tão complexos como os que aparecem no poema. e)

descartar o uso da obra como fonte histórica, pois, mesmo

6. (FUVEST) – Não é possível pôr em dúvida por mais tempo,

4. (UNICAMP) – À Ilíada, epopeia guerreira, sucede a Odisseia, pacífica coletânea de lendas e aventuras marítimas. Esse contraste corresponde a uma mudança, quando os povos da região renunciam às lutas em territórios muito estreitos e se voltam para os países longínquos. Os poemas homéricos são contemporâneos da grande expansão marítima dos fenícios e a Odisseia está cheia de violências e rapinas de todo tipo praticadas pelos fenícios, apresentados como mercadores descarados e bandidos sem escrúpulos; mas devemos levar em conta, nessas narrativas, as rivalidades comerciais.

ao passar em revista o estado atual dos conhecimentos, ter havido realmente uma guerra de Troia histórica, em que uma coligação de Aqueus ou Micênios, sob um rei cuja suserania era conhecida pelos restantes, combateu o povo de Troia e os seus aliados. A magnitude e duração da luta podem ter sido exageradas pela tradição popular em tempos recentes, e os números dos participantes avaliados muito por cima nos poemas épicos. Muitos incidentes, tanto de importância primária como secundária, foram sem dúvida inventados e introduzidos na narrativa durante a sua viagem através dos séculos. Mas as provas são suficientes para demonstrar não só que a tradição da expedição contra Troia deve basear-se em fatos históricos, mas ainda que boa parte dos heróis individuais mencionados nos poemas foi tirada de personagens reais.

(Adaptado de J. Gabriel-Leroux, As primeiras civilizações do Mediterrâneo.

Carl W. Blegen. Troia e os troianos. Lisboa, Verbo, 1971. Adaptado.

que a guerra tenha ocorrido, a Ilíada é um relato literário e não foi escrita com rigor e precisão científica.

São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 67-68.)

a) Segundo o texto, quais seriam as razões históricas da diferença entre a Ilíada e a Odisseia? b) Como a organização política de fenícios e gregos os diferenciava da civilização egípcia?

A partir do texto acima, a) identifique ao menos um poema épico inspirado na guerra de Troia e explique seu título; b) explique uma diferença e uma semelhança entre poesia épica e história para os gregos da Antiguidade.

5. (FUVEST) – O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo, uma verdadeira invenção; por elo, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos.

7. (UNESP) – Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é.

Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego.

(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos,

Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado.

1990. Adaptado.)

– 13

HISTÓRIA

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O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos, a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória. b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra. c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica. d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica. e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.

HISTÓRIA

8. (FUVEST) – Não esqueçamos que o processo de formação de um povo e de uma civilização gregos não se desenrolou segundo um plano premeditado, nem de maneira realmente consciente. Tentativa, erro e imitação foram os principais meios, de tal modo que uma certa margem de diversidade social e cultural, amiúde muito marcada, caracterizou os inícios da Grécia. De fato, nem o ritmo nem a própria direção da mudança deixaram de se alterar ao longo da história grega. Moses I. Finley. O mundo de Ulisses. 3ª ed. Lisboa: Presença, 1998, p.16.

a) Indique um elemento “imitado” de outros povos e sociedades que teria estado presente nos “inícios da Grécia”. b) Ofereça pelo menos dois exemplos do que o autor chama de “diversidade social e cultural”, que “caracterizou os inícios da Grécia”.

9. (FUVEST) – Em certos aspectos, os gregos do Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua organização política. Na tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em todo a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e no Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500 km de comprimento, encontravam-se centenas e centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma outra altura, na mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia). M. I. Finley. O mundo de Ulisses, Lisboa. Editorial Presença, 1972. Adaptado.

Com base no texto, pode-se apontar corretamente a) a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios. b) a necessidade de profunda centralização polítilca, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural. c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político. d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política. e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional.

Módulo 2 – Atenas e Período Clássico 1. (PUC-SP) – “Desapareceu para as cidades helênicas qualquer possibilidade de criar um Estado imperial unificado, a despeito de sua recuperação econômica relativamente rápida, após os efeitos da longa Guerra do Peloponeso. A própria paridade e multiplicidade de centros urbanos na Grécia neutralizava-os coletivamente para a expansão externa.” (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1980. p. 47. Adaptado.)

O texto refere-se aos resultados da Guerra do Peloponeso, que a) determinou a hegemonia de Esparta sobre as demais cidades-Estado gregas. b) exauriu as cidades-Estado gregas, dificultando sua defesa perante ameaças externas. c) pôs fim à militarização de Esparta e expandiu o modelo democrático ateniense. d) rompeu o equilíbrio militar e econômico entre as diversas cidades-Estado. e) significou a derrocada da monarquia grega, consolidando o regime republicano. 2.

A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTOTELES. A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

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3. (PUC) – “Por natureza, na maior parte dos casos, há o que comanda e o que é comandado. O homem livre comanda o escravo (...). Estabelecemos que o escravo é útil para as necessidades da vida.” Aristóteles. Política (IV a.C.). Apud: Marcelo Rede.

A Grécia Antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 33.

O texto, escrito no século IV a.C., indica que, no mundo grego antigo, a a) democracia envolvia todos os moradores das cidades e do campo, sem fazer distinções de raça ou condição social. b) escravidão era considerada natural e sua instituição permitiu a participação dos cidadãos na vida política. c) democracia e a escravidão eram consideradas incompatíveis, pois apenas com liberdade geral e irrestrita é que se pode construir uma democracia. d) escravidão permitia que todos os cidadãos pudessem dedicar-se apenas ao ócio, sem atuar na vida coletiva da cidade. e) democracia predominou, uma vez que todos eram considerados iguais e livres por natureza.

4. (UNESP) – Indique duas características da democracia antiga, a partir da experiência ateniense, que não se encontram na democracia contemporânea, e duas características da democracia contemporânea que não estavam presentes na democracia antiga.

O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. 5.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.

6. (UNESP) – De cidade em cidade, de civilização em civilização, a ciência viaja com as caravanas de mercadores, os exércitos invasores e os viajantes solitários. A matemática dos gregos, entre eles Pitágoras, chegou até nós por meio de Alexandria, cidade egípcia às margens do Nilo. Ali um grego chamado Euclides, que chegou à cidade no ano 300 a.C., escreveu um dos livros mais copiados e traduzidos de toda a História: Elementos de Geometria. A história dessa cidade e da “viagem” do conhecimento grego se confunde com a trajetória dos macedônios. (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da História)

A respeito dos macedônios, pode-se afirmar que foram a) um povo guerreiro, que acabou dominado pelos exércitos romanos de César e Marco Antônio, após décadas de resistência. b) grandes matemáticos, que souberam aplicar seus conhecimentos na construção de algumas das maravilhas da Antiguidade. c) conquistadores da Grécia, que expandiram seu império para o Oriente e promoveram o que passou a ser conhe-cido como Helenismo. d) precursores da cultura grega; atribui-se aos seus filósofos e pensadores a criação do pensamento mítico. e) grandes mercadores, responsáveis por disseminar junto aos gregos os avanços técnicos da arquitetura egípcia.

7. (FUVEST) – No ano passado, aconteceu em Pequim mais uma Olimpíada. No mundo, peças teatrais estão sendo continuamente encenadas. Como se sabe, Olimpíadas e teatro (ocidental) foram uma criação da Grécia antiga. Discorra sobre a) o significado dos jogos olímpicos para os antigos gregos; b) as características do teatro na Grécia antiga.

8. (UNESP) – Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso. (Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.)

Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia. b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da democracia.

– 15

HISTÓRIA

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristoteles a identifica como a) busca por bens materiais e títulos de nobreza. b) plenitude espiritual e ascese pessoal. c) finalidade das ações e condutas humanas. d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. e) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

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c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na condução política da cidade. d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e às suas decisões. e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses políticos.

2. (UNESP) – Observe a figura.

HISTÓRIA

9. (PUC) – Algumas cidades-Estado gregas expandiram seus domínios e criaram colônias na região do Mar Mediterrâneo, por volta dos séculos VIII e VI a.C. Essas colônias a) comercializavam apenas com suas metrópoles e utilizavam mão-de-obra livre, originária do norte do continente africano. b) eliminaram o controle romano da região mediterrânea e estabeleceram hegemonia grega na região. c) ampliaram a área de terras cultiváveis e eram independentes, apesar dos vínculos com as cidades que as criaram. d) demonstraram a importância da tradição militar espartana e difundiram o ideal democrático ateniense. e) reproduziram a ordem social das cidades que as criaram e iniciaram o comércio grego com o ocidente e o oriente.

10. (UNICAMP) – Nada é mais presente na vida cotidiana da coletividade do que a oratória, que partilha com o teatro a característica de ser a manifestação cultural mais popular e mais praticada na Atenas clássica. A civilização da Atenas clássica é uma civilização do debate. As reações dos atenienses na Assembléia eram influenciadas por sua experiência como público do teatro e vice-versa. Trata-se de uma civilização substancialmente oral. O grego era educado para escutar. O caminho de Sócrates a Aristóteles ilustra perfeitamente o percurso da cultura grega da oralidade à civilização da escrita, que corresponde, no plano político e social, à passagem da cidade-estado ao ecumenismo helenístico. (Adaptado de Agostinho Masaracchia, “La prosa greca del V e del IV secolo a.C.”. In: Giovanni D’Anna (org.). Storia della letteratura greca. Roma: Tascabile Economici Newton, 1995, p. 52-54.)

a) Estabeleça relações entre o modelo político vigente na Atenas clássica e a importância assumida pelo teatro e pela oratória nesse período. b) Aponte características do período helenístico que o diferenciam da Atenas clássica.

Módulo 3 – Império Bizantino e Carolíngio 1. (UNICAMP) – No Natal de 800, o papa Leão III coroou Carlos Magno como Imperador dos Romanos. O Imperador recebeu o antigo título de Augusto. a) Caracterize a autoridade de Carlos Magno como Imperador naquele momento. b) Apresente dois aspectos do renascimento carolíngio.

16 –

Madona e Filho, Berlinghiero, século XII . (www.literaria.net/RP/L2/RPL2.htm)

O ícone, pintura sobre madeira, foi uma das manifestações características da Civilização Bizantina, que abrangeu amplas regiões do continente europeu e asiático. A arte bizantina resultou a) do fim da autocracia do Império Romano do Oriente. b) da interdição do culto de imagens pelo cristianismo primitivo. c) do “Cisma do Oriente”, que rompeu com a unidade do cristianismo. d) da fusão das concepções cristãs com a cultura decorativa oriental. e) do desenvolvimento comercial das cidades italianas.

3. (FUVEST) – Entre os fatores citados abaixo, assinale aquele que não concorreu para a influência da civilização bizantina sobre a Europa Ocidental: a) Fuga dos sábios bizantinos para o Ocidente, após a queda de Constantinopla. b) Expansão da Reforma Protestante, que marcou a quebra da unidade da Igreja Católica. c) Divulgação e estudo da legislação de Justiniano, conhecida como Corpus Juris Civilis. d) Contatos culturais ligados ao movimento das Cruzadas. e) Relações comerciais das repúblicas marítimas italianas com os portos bizantinos.

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4. a) b) c) d) e)

(PUC) – Em relação ao Império Bizantino, é certo afirmar que o governo era ao mesmo tempo teocrático e liberal. o Estado não tinha influência na vida econômica. o comércio era sobretudo marítimo. o Império Bizantino nunca conheceu crises sociais. o imperialismo bizantino restringiu-se à Ásia Menor.

d) diminuíram bastante o prestígio comercial de Constantinopla, fortalecendo o comércio no Mediterrâneo. e) consolidaram o poder da burguesia francesa, interessada em derrotar os comerciantes italianos.

7. Justiniano (527-565), no Império Romano do Oriente,

Sobre esse longo período da história do mundo ocidental, assinale a alternativa correta. a) A Baixa Idade Média, período que se seguiu à queda do Império Romano do Oriente, foi marcada por um intenso obscurantismo, responsável pelo desaparecimento da cultura intelectual. b) Durante o reinado de Alexandre Magno, o reino dos francos viveu um notável movimento cultural, e foram criadas escolas e realizadas diversas traduções de importantes obras da Antiguidade. c) As Cruzadas tiveram como consequência uma drástica redução da área de influência da religião católica, a qual, ao fim do século XV, acabou ficando restrita a regiões da Europa Ocidental. d) O Império Bizantino pode ser entendido como uma síntese entre os mundos grego (Oriente) e o romano (Ocidente). A sua queda, em 1453, é utilizada para marcar o início de um novo período histórico: a Época Moderna. e) Ao fim da Baixa Idade Média, as atividades dos mercadores e dos banqueiros favoreceram o estabelecimento de regimes políticos descentralizados, cujas bases eram unidades econômicas autônomas.

enfrentou diferentes dificuldades internas, inclusive nas relações entre a Igreja e o Estado, devido a heresias como a dos monofisitas. Estes, entre outros princípios, a) pretendiam a destruição de todas as imagens. b) negavam a natureza humana de Cristo. c) defendiam o conhecimento de Deus por meio do misticismo. d) admitiam o dualismo de inspiração zoroastrista. e) acreditavam na reencarnação das almas em animais.

8. Sobre o Império Bizantino, considere as afirmações abaixo, assinalando V (“verdadeira”) ou F (“falsa”). 1. 2. 3. 4.

Império. 5.

Com o objetivo de reconstruir o antigo Império Romano,

Justiniano empreendeu campanhas militares conhecidas pelo nome genérico de “Reconquista de Justiniano”.

9. (PUC-PR) – O Império Bizantino ou Romano do Oriente existiu durante a Idade Média, sendo-lhe cronologicamente coincidente. Sobre o tema, assinale a alternativa correta. Seu período de maior esplendor e expansão ocorreu sob o governo de Justiniano, que mandou fazer a codificação das leis romanas. b)

Sua posição geográfica correspondia às terras da parte ocidental do Império Romano.

c)

Apresentava excessiva descentralização política, o que enfraquecia os imperadores (basileus).

comércio europeu durante a Idade Média. d)

Reprimiu violentamente a heresia dos cátaros que ameaçava a sua unidade religiosa.

Romano, gerando prejuízos para os comerciantes. fortalecendo o feudalismo.

No Corpus Juris Civilis, Justiniano organizou uma

compilação das leis romanas desde a República até o

economicamente,

c) acabaram com o comércio nas grandes cidades europeias,

O grande imperador de Bizâncio foi Justiniano, protegido

de seu tio, o imperador Justino.

não somente o fanatismo religioso, mas também afirmaram

b) mantiveram as mesmas rotas comerciais do Império

Sua localização geográfica era péssima, descampada por

todos os lados, facilitando as invasões.

6. (UPE) – As lutas decorrentes das Cruzadas mostraram

a) fortaleceram o poder de Constantinopla, enfraquecendo o

Constantinopla, a “Nova Roma” de Constantino, foi

fundada para servir como capital do Império.

a)

a importância de interesses econômicos. As Cruzadas,

HISTÓRIA

5. (UFPR adaptada – MODELO ENEM) – Os humanistas do século XVI dividiam a História em dois períodos: a Antiguidade e o próprio tempo em que viviam, aliás, marcado por uma retomada dos valores da Grécia e da Roma antigas. No final do século seguinte, foi proposta que a história ocidental passasse a ser dividida em três épocas: Idade Antiga, Idade Média e Idade Moderna. Essa nova divisão, porém, continuou valorizando a Antiguidade Clássica e os Tempos Modernos, considerando-se a Idade Média como um período marcado pela ignorância e barbárie.

e)

A força da cultura romana fez que o latim fosse a língua de emprego geral.

– 17

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Módulo 4 – O Feudalismo e a Igreja na Idade Média

se ingressava na seita herética que ficou conhecida pelo nome de pseudoapóstolos: “Perante algum altar, na presença de membros da seita, o candidato se despe de suas roupas, como

1. (UNESP) – “Servir” ou, como também se dizia, “auxiliar”, –

“proteger”: era nestes termos tão simples que os textos mais antigos resumiam as obrigações recíprocas do fiel armado e do

sinal de renúncia a tudo que possui, para seguir com perfeição a pobreza evangélica. Também se exige que ele prometa não obedecer a nenhum mortal, mas só a Deus, como se fosse um apóstolo sujeito apenas a Cristo e a ninguém mais.”

seu chefe. (Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)

(Adaptado de Nachman Falbel,

Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 66.)

O mais importante dos deveres que, na sociedade feudal, o vassalo tinha em relação ao seu senhor era: a) o respeito à hierarquia e à unicidade de homenagens, que determinava que cada vassalo só podia ter um senhor. HISTÓRIA

a) Por quais razões essa heresia era uma ameaça para a Igreja do período? b) Caracterize a relação entre o poder religioso e o poder temporal na baixa Idade Média.

b) o auxílio na guerra, participando pessoalmente, montado e armado, nas ações militares desenvolvidas pelo senhor. c) a proteção policial das aldeias e cidades existentes nos

4.

arredores do castelo de seu senhor.

Calendário medieval, século XV.

d) a participação nos torneios e festejos locais, sem que o vassalo jamais levantasse suas armas contra seu senhor. e) a servidão, trabalhando no cultivo das terras do senhor e pagando os tributos e encargos que lhe eram devidos.

2.

Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que

deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade

Média

tem

a

convicção

de

não

desaparecer

completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido. Disponível em: www.ac-grenoble.fr. Acesso em: 10 mai. 2012. DUBY, G. Ano 2000 na pista do nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).

Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada

Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado

uma delas representa um mês, de janeiro a dezembro.

com a morte, o autor considera que houve um processo de a) mercantilização das crenças religiosas.

Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção

b) transformação das representações sociais.

de tempo

c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.

a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno.

d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico. e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.

b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador. c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho. d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as

3. (UNICAMP) – No início do século XIV, o inquisidor Bernardo Guy escreveu um Manual do Inquisidor, no qual descrevia como

18 –

estações do ano. e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.

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A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz. ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981.

A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em: a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas. b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica. c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas. d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária. e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica.

6. (UNIFESP)

A partir da imagem e do texto, indique a) um estilo arquitetônico medieval que corresponda à descrição. b) a relação entre poder político e religioso na Idade Média.

7. (FUVEST) – No século XII, padres e guerreiros esperavam da dama que, depois de ter sido filha dócil, esposa clemente, mãe fecunda, ela fornecesse em sua velhice, pelo fervor de sua piedade e pelo rigor de suas renúncias, algum bafio de santidade à casa que a acolhera. Ela, por certo, era dominada. Entretanto, era dotada de um singular poder por esses homens que a temiam, que se tranquilizavam clamando bem alto sua superioridade nativa, que a julgavam contudo capaz de curar os corpos, de salvar as almas, e que se entregavam nas mãos das mulheres para que seus despojos carnais depois de seu último suspiro fossem convenientemente preparados e sua memória fielmente conservada pelos séculos dos séculos. Georges Duby, Damas do século XII. Adaptado.

A partir do texto, a) identifique dois papéis sociais exercidos pelas mulheres da Idade Média. b) associe as relações entre homens e mulheres à estrutura social na Idade Média.

Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha. 8.

DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV” in: ARIES, P: DUBY, G. istória da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está (Catedral de Saint Denis, França, 1144. saint-denis. monuments- nationaux.fr/)

“Essa oposição entre o alto e o baixo expressa na construção dos castelos fortificados e das catedrais é muito importante na Idade Média. Corresponde, evidentemente, à oposição entre o céu e a terra, entre ‘lá em cima’ e ‘aqui em baixo’. É daí que vem a importância dada a elementos como a muralha e a torre. As igrejas medievais possuem, geralmente, torres extraordinárias. As casas dos habitantes ricos das aldeias também tinham torres (...).”

diretamente relacionado com a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas. b) a migração de camponeses e artesãos. c) a expansão dos parques industriais e fabris. d) o aumento do número de castelos e feudos. e) a contenção das epidemias e doenças.

9. (PUC) – “O modo de produção feudal, tal como apareceu na

Europa ocidental, deixava em geral aos camponeses apenas o espaço mínimo para aumentarem o produto de que dispunham dentro das duras limitações do sistema senhorial.”

(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada

Perry Anderson. Passagens da antiguidade ao feudalismo.

aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007.)

Porto: Afrontamento, 1980, p. 208. Adaptado

– 19

HISTÓRIA

5.

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O texto caracteriza o modo de produção feudal, destacando que

Segundo o texto, as cruzadas

a) havia classes distintas e opostas no feudalismo, embora a

a) contribuíram para a construção da unidade interna

luta social fosse atenuada pelas amplas oportunidades de

docristianismo, o que reforçou o poder da Igreja Católica

lucro que os senhores ofereciam aos camponeses.

Romana e do Papa.

b) as relações de suserania e vassalagem e o caráter rural do feudalismo eliminaram as cidades e provocaram o declínio do comércio e das atividades de serviço. c) a possibilidade de melhoria da condição econômica dos camponeses era bastante restrita, devido ao conjunto de obrigações que estes deviam prestar aos senhores. d) as longas jornadas de trabalho nas lavouras e a ampla gama de impostos impediam os camponeses de ascenderem socialmente e provocavam a ruína dos senhores de terras. e) havia oportunidades de transformação social no feudalismo, HISTÓRIA

embora os camponeses raramente as aproveitassem, pois

b) resultaram na conquista definitiva da Palestina pelos cristãos e na decorrente derrota e submissão dos muçulmanos. c) determinaram o aumento do poder dos reis e dos imperadores, uma vez que a derrota dos cristãos debilitou o poder político do Papa. d) estabeleceram o caráter monoteísta do cristianismo medieval, o que ajudou a reduzir a influência judaica e muçulmana na Palestina. e) definiram a separação oficial entre Igreja e Estado, estipulando funções e papéis diferentes para os líderes políticos e religiosos.

preferiam se dedicar prioritariamente ao trabalho. 2. (FUVEST) – Assim como o camponês, o mercador está a

Todo homem de bom juizo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens. 10.

J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300·1800. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de a) gosto pela aventura.

princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo meteorológico, ao ciclo dos estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem – tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto.

b) fascínio pelo fantástico. c) temor do desconhecido.

Jacques le Goff. Para uma outra Idade Média.

d) interesse pela natureza.

Petrópolis, Vozes, 2013. Adaptado.

e) purgação dos pecados. O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos mercadores medievais ao a) respeito estrito aos princípios do livre-comércio, que

Módulo 5 – As Cruzadas e o Renascimento Comercial e Urbano

determinavam a obediência às regras internacionais de circulação de mercadorias. b) crescimento das relações mercantis, que passaram a

Mais ou menos a partir do século XI, os cristãos organizaram expedições em comum contra os muçulmanos, na Palestina, para reconquistar os “lugares santos” onde Cristo tinha morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os homens e as mulheres da Idade Média tiveram então o sentimento de pertencer a um mesmo grupo de instituições, de crenças e de hábitos: a cristandade. 1. (UNESP) –

envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas. c) aumento

da

navegação

oceânica,

que

permitiu

o

estabelecimento de relações comerciais regulares com a América. d) avanço das superstições na Europa ocidental, que se difundiram a partir de contatos com povos do leste desse continente e da Ásia. e) aparecimento dos relógios, que foram inventados para

(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)

20 –

calcular a duração das viagens ultramarinas.

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4.

No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas. Foi com o desenvolvimento urbano ligado às funções comercial e industrial – digamos modestamente artesanal – que ele apareceu, como um desses homens de ofício que se instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ou ensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que, profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito, em resumo, um intelectual – esse homem só aparecerá com as cidades. LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010

O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no texto evidencia o(a) a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato. b) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de trabalho. c) importância organizacional das corporações de ofício. d) progressiva expansão da educação escolar. e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.

5. (UNICAMP) – “Uma categoria inferior de servidores que coexiste nas grandes casas com os domésticos livres são os escravos. Um recenseamento enumera em Gênova, em 1458, mais de 2 mil. As mulheres estão em uma proporção esmagadora (97,5%) e 40% não têm ainda 23 anos. São totalmente desamparadas; todos na casa a repreendem, todos batem nela (patrão, mãe, filhos crescidos) e os testemunhos de processos em que elas comparecem mostram-nas vivendo, frequentemente no temor de pancadas. Em Gênova e Veneza, a escravacriada é essencial no prestígio das nobres e ricas matronas.” (Adaptado de Charles De la Ronciére. “A vida privada dos notáveis toscanos no limiar da Renascença”, em Georges Duby (org.). História da vida privada – da Europa feudal à Renascença, vol 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 235-236.)

Sobre o trabalho nas cidades italianas do período em questão, podemos afirmar corretamente que: a) O declínio da escravidão está ligado ao novo conceito antropocêntrico do ser humano e a uma nova dignidade da condição feminina no final da Idade Média. b) O trabalho servil era predominantemente feminino e concorria com o trabalho escravo. A escravidão diminuiu com essa concorrência, desdobrando-se no trabalho livre. c) Conviviam inúmeras formas de trabalho livre, semilivre e escravo no universo europeu e a sobreposição não era, em si, contraditória. d) O uso do castigo corporal igualava as escravas a outros trabalhadores e foi o motivo das rebeliões camponesas do período (jacqueries) e agitações urbanas.

6. (UNIFESP) – Por trás do ressurgimento da indústria e do comércio, que se verificou entre os séculos XI e XIII, achava-se um fato de importância econômica mais fundamental: a imensa ampliação das terras aráveis por toda a Europa e a aplicação à terra de métodos mais adequados de cultivo, inclusive a aplicação sistemática de esterco urbano às plantações vizinhas. (Lewis Mumford. A cidade na história. São Paulo: Martins Fontes, 1982.)

O texto trata da expansão agrícola na Europa ocidental e central entre os séculos XI e XIII. Dentre as razões desse aumento de produtividade, podemos citar a) o crescimento populacional, com decorrente aumento do mercado consumidor de alimentos. b) a oportunidade de fornecer alimentos para os participantes das cruzadas e para as áreas por eles conquistadas. c) o fim das guerras e o estabelecimento de novos padrões de relacionamento entre servos e senhores de terras. d) a formação de associações de profissionais, com decorrente aperfeiçoamento da mão de obra rural. e) o aprimoramento das técnicas de cultivo e uma relação mais intensa entre cidade e campo.

7. (UNESP) – As feiras foram muito difundidas pela Europa a partir do século XI. Entre os motivos que provocaram tal fenômeno, podemos citar a) a unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade dos banqueiros e a aquisição de mercadorias. b) o aumento da produção agrícola, provocado pelos desmatamentos, que ampliavam a quantidade de terras cultiváveis. c) a eliminação das práticas feudais, que prendiam os camponeses à terra e reduziam a monetarização da economia. d) o crescimento urbano, provocado pelas doenças e epidemias que grassavam nas áreas rurais e provocavam êxodo em direção às cidades. e) a regionalização das economias, que limitou significativamente a obtenção de mercadorias provenientes de terras distantes.

– 21

HISTÓRIA

3. (PUC) – Alguns historiadores consideram que as Cruzadas medievais tinham finalidade exclusivamente mercantil. A historiografia mais recente reconhece, no entanto, outras motivações das expedições cristãs em direção à Terra Santa, por exemplo, a) a intenção de frear as imigrações judaicas e muçulmanas para a Europa e impedir, assim, o surgimento de novas heresias. b) o esforço de engajar a população pobre dos países islâmicos na luta contra os inimigos europeus para expulsá-los de Meca. c) a busca do controle estratégico do Mar Mediterrâneo, facilitando o acesso ao Oceano Atlântico e a colonização do litoral da África. d) o anseio europeu de aproximação com o mundo árabe, visando à realização de trocas e diálogos culturais. e) a tentativa de unificar a fé cristã, reafirmando a liderança papal e ampliando a difusão da doutrina católica.

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8. (UNESP) – Observe a foto da Catedral de Notre Dame de Paris, construída entre 1163 e 1250.

10. (FUVEST) – A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval (européia, entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto contrastantes. Indique aspectos que são a) comuns às cidades antiga e medieval. b) específicos de cada uma delas.

Módulo 6 – Contexto e Fatores da Expansão Marítima

HISTÓRIA (Adhemar Marques. Pelos caminhos da História: Ensino Médio.)

Sobre o contexto histórico que levou ao surgimento das catedrais, pode-se afirmar: a) o papel dos monarcas foi decisivo, financiando a sua construção para glorificar o poder real. b) sua construção está associada ao reflorescimento e à prosperidade do mundo urbano. c) financiadas com os recursos do clero romano, ampliaram a influência do Papa no Oriente. d) surgiram como resposta do papado ao Cisma do Oriente, glorificando a Igreja Romana. e) eram templos destinados à alta nobreza, que assim evitava o contato com o povo da cidade.

9. (UNESP) – [Na época feudal] o mundo terrestre era visto como palco da luta entre as forças do Bem e as do Mal, hordas de anjos e demônios. Disso decorria um dos traços mentais da época: a belicosidade. (Hilário Franco Junior. O feudalismo, 1986. Adaptado.)

A belicosidade (disposição para a guerra) mencionada expressava-se, por exemplo, a) no ingresso de homens de todas as camadas sociais na cavalaria e na sua participação em torneios. b) no pacto que reunia senhores e servos e determinava as chamadas relações vassálicas. c) na ampla rejeição às Cruzadas e às tentativas cristãs de reconquista de Jerusalém. d) no empenho demonstrado nas lutas contra muçulmanos, vikings e diferentes formas de heresias. e) na submissão de senhores e vassalos, reis e súditos, ao Islamismo.

22 –

1. (FUVEST) – Durante muito tempo, sustentou-se equivocadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso garantiria a conservação das carnes. A utilização de especiarias no período medieval. a) permite identificar a existência de circuitos mercantis entre a Europa, a Ásia e o continente africano. b) demonstra o rigor religioso, caracterizado pela condenação da gastronomia e do requinte à mesa. c) revela a matriz judaica da gastronomia medieval europeia. d) oferece a comprovação da crise econômica vivida na Europa a partir do ano mil. e) explicita o importante papel dos camponeses dedicados a sua produção e comercialização.

2. (UNESP) – Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa. Mar Português

Obra poética, 1960. Adaptado.)

Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa apartir do século XV, o poema menciona a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos. b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores. c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.

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d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam. e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.

d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional. e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã.

Módulo 7 – Expansão Marítima: Ciclo Oriental 1.

A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.

(Fernando Novais, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial.

In: Carlos Guilherme Motta (org.) Brasil em perspectiva)

A partir do texto, responda:

GÂNDAVO, P M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).

Por que a centralização política foi condição para a expansão marítima e comercial nos séculos XV e XVI?

4. (FUVEST) – Deve-se notar que a ênfase dada à faceta

cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes – como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas…

A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras. b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização. c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena. d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses. e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa. 2. (FUVEST) – Observe as rotas no mapa e responda:

Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2.º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.

Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana. b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa. c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.

a) O que representou, para os interesses de Portugal, a rota marítima Lisboa-Cabo da Boa Esperança-Calicute? b) O que significou a expedição de Pedro Álvares Cabral para o Império Português?

– 23

HISTÓRIA

3. (UNESP) – (...) A abertura de novas rotas, a fim de superar os entraves derivados do monopólio das importações orientais pelos venezianos e muçulmanos, e a escassez do metal nobre implicavam dificuldades técnicas (navegações do Mar Oceano) e econômicas (alto custo dos investimentos) (...), o que exigia larga mobilização de recursos (...) em escala nacional (...) A expansão marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de centralização do poder para tornar-se realizável, constituiu-se (...) em fator essencial do poder do Estado metropolitano.

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3. (UNICAMP) – Segundo o historiador indiano K. M. Panikkar,

6. (UNICAMP) – Referindo-se à expansão marítima dos séculos

a viagem pioneira dos portugueses à Índia inaugurou aquilo que

XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em

ele denominou como a época de Vasco da Gama da história

1922, no poema “Padrão”:

asiática. Esse período pode ser definido como uma era de poder marítimo, de autoridade baseada no controle dos mares, poder

“E ao imenso e possível oceano Ensinam estas Quinas, que aqui vês, Que o mar com fim será grego ou romano:

detido apenas pelas nações europeias.

O mar sem fim é português.” (Adaptado de C. R. Boxer,

O Império Marítimo Português, 1415-1835. Lisboa: Edições 70, 1972, p 55.)

(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.)

a) Quais fatores levaram à expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI? b) Qual a diferença entre o domínio dos portugueses no Oriente e na América?

Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara a) o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a navegação oceânica

HISTÓRIA

tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.

4. (UNESP) Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, foste desvendando a spuma, E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

b) o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico. c) a localização geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas e

E viu-se a terra inteira, de repente.

depois o Império Romano se limitaram a expandir seus

Surgir, redonda, do azul profundo.

domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.

Quem te sagrou criou-te português.

d) a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente,

Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Portugal figurou como a maior potência marítima até a

(Fernando Pessoa “O Infante”, Mensagem. Obra poética, 1960.)

Identifique quatro caractarísticas que, segundo o texto, marcaram a expansão marítima portuguesa dos séculos XV e

independência de suas colônias.

Módulo 8 – Ciclo Ocidental e Consequências da Expansão Marítima

XVI. Exempifique com os versos do próprio poema. 1. (UNICAMP) –

Os motivos que levaram Colombo a

empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da 5. (UNESP) – Entre os motivos do pioneirismo português nas

personagem. A principal força que o moveu nada tinha de

navegações oceânicas dos séculos XV e XVI, podem-se citar

moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo

a) a influência árabe na Península Ibérica e a parceria com os

tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a

comerciantes genoveses e venezianos. b) a centralização monárquica e o desenvolvimento de conhecimentos cartográficos e astronômicos. c) a superação do mito do abismo do mar e o apoio financeiro e tecnológico britânico.

religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada. (Adaptado de Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin.

O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.)

d) o avanço das ideias iluministas e a defesa do livre-comércio entre as nações. e) o fim do interesse europeu pelas especiarias e a busca de formas de conservação dos alimentos.

24 –

a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo? b) O que foram as cruzadas na Idade Média?

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2. (PUC-SP) – “A descoberta da América talvez tenha sido o feito mais espantoso da história dos homens: abria as portas de um novo tempo, diferente de todos os outros. Entretanto, o achado não foi, de imediato, apreendido na sua novidade.”

Instrução: Leia o texto para responder às questão de número 5.

Laura de Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz.

membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino

São Paulo: Companhia das Letras, 1986, p. 21. Adaptado.

Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. (...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. (Alberto da Costa e Silva.A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.)

5. (UNESP) – Ao caracterizar a “integração econômica do Atlântico”, o texto a) destaca os diferentes papéis representados por africanos, europeus e americanos na constituição de um novo espaço de produção e circulação de mercadorias. b) reconhece que europeus, africanos e americanos se beneficiaram

igualmente

das

relações

comerciais

estabelecidas através do Oceano Atlântico. 3. (PUC) – “Descoberto o Novo Mundo e instaurado o processo de colonização, começou a se desenrolar o embate entre o Bem e o Mal.” Laura de Mello e Souza. Inferno Atlântico. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 22-23.

c) afirma que a globalização econômica se iniciou com a colonização da América e não contou, na sua origem, com o predomínio claro de qualquer das partes envolvidas. d) sustenta que a escravidão africana nas colônias europeias da América não exerceu papel fundamental na integração do

Na percepção de muitos colonizadores portugueses do Brasil, uma das armas mais importantes utilizadas nesse “embate entre o Bem e o Mal” era a a) retomada de padrões religiosos da Antiguidade. b) defesa do princípio do livre arbítrio. c) aceitação da diversidade de crenças. d) catequização das populações nativas. e) busca da racionalidade e do espírito científico.

continente americano com a economia que se desenvolveu no Oceano Atlântico. e) ressalta o fato de a América ter se tornado a principal fornecedora de matérias-primas para a Europa e de que alguns desses produtos eram usados na troca por escravos africanos.

6. (UNICAMP) – Alexandre von Humboldt (1769-1859) foi um 4. (UNESP) – A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar que a) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras. b) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos. c) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras. d) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos. e) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar Mediterrâneo.

cientista que analisou o processo das descobertas marítimas do século XVI, classificando-o como um avanço científico ímpar. A descoberta do Novo Mundo foi marcante porque os trabalhos realizados para conhecer sua geografia tiveram incontestável influência no aperfeiçoamento dos mapas e nos métodos astronômicos para determinar a posição dos lugares. Humboldt constatou a importância das viagens imputando-lhes valor científico e histórico. (Adaptado de H. B. Domingues. “Viagens científicas: descobrimento e colonização no Brasil no século XIX” em Alda Heizer e Antônio A. Passos Vieira, Ciência, Civilização e Império nos trópicos. Rio de Janeiro: Acess Editora 2001, p. 59)

– 25

HISTÓRIA

O texto a) afirma que “A descoberta da América talvez tenha sido o feito mais espantoso da história dos homens” porque, antes disso, ninguém jamais ousara viajar de um continente a outro. b) caracteriza a conquista da América como “espantosa” porque ela ocorreu casualmente, uma vez que os europeus não pretendiam buscar novas terras, nem acreditavam na sua existência. c) afirma que a chegada dos europeus à América “abria as portas de um novo tempo” porque permitiu a internacionalização do comércio e a invenção de formas obrigatórias de trabalho. d) caracteriza a conquista da América como produto de um tempo “diferente de todos os outros” porque, pela primeira vez, os europeus recorreram à violência para dominar novas terras. e) afirma que “o achado não foi, de imediato, apreendido na sua novidade”, entre outros motivos, porque alguns viajantes europeus acreditavam que haviam chegado ao Oriente.

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Assinale a alternativa correta a) O tema dos descobimentos relaciona-se ao estudo da inferioridade da natureza americana, que justificava a exploração colonial e o trabalho compulsório. b) Humboldt retoma o marco histórico dos descobrimentos e das viagens marítimas e reconhece suas contribuições para a expansão do conhecimento científico. c) Os conhecimentos anteriores às proposições de Galileu foram preservados nos mapas, métodos astronômicos e conhecimentos geográficos do mundo resultantes dos descobrimentos. d) Os desobrimentos tiveram grande repercussão no mundo contemporâneo por estabelecer os parâmetros religiosos e sociais com os quais se explica o processo da independência nas Américas. HISTÓRIA

7. (UNESP) – Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado, em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto colonizador. (Wilton Carlos Lima da Silva.

As terras inventadas, 2003. Adaptado.)

O texto a) defende a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado a globalização, pois tal expansão eliminou as fronteiras nacionais. b) rejeita a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado a globalização, pois muitos povos do mundo se desconheciam. c) identifica a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de globalização, destacando, em ambos, a completa internacionalização da economia. d) compara a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de globalização, demonstrando o papel central, em ambos, dos países ibéricos. e) relaciona a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de globalização, ressalvando, porém, que são processos históricos distintos.

Módulo 9 – Civilizações Pré-Colombianas: Maias, Astecas e Incas 1.

O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme contingente populacional.

Cuzco, a cidade sagrada, era o centro administrativo, com uma sociedade

Segundo o texto, o relato de Colombo a) revela a convicção do navegador de que as novas terras oferecem riquezas imediatas e poder planetário aos reis da Espanha. b) expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento da especificidade americana com as expectativas europeias ante a viagem. c) confirma o caráter casual da descoberta da América e o desconsolo do navegador diante das pressões comerciais da metrópole. d) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos navegadores europeus em relação aos nativos americanos. e) mostra a decepção do navegador com o que encontrou na América, pois não havia riquezas que justificassem a longa viagem. 8. (UNESP) – Que significa o advento do século XVI? [...] Se essa passagem de século tem hoje um sentido para nós, um sentido que talvez não tinha nos séculos anteriores, é porque vemos que aí é que surgem as primícias da globalização. E essa globalização é mais que um processo de expansão de origem ibérica, mesmo se o papel da península foi dominante. [...] Em 1500, ainda estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do século XVI, a globalização corresponde ao fato de setores do mundo que se ignoravam ou não se frequentavam diretamente serem postos em contato uns com os outros.

fortemente

estratificada

e

composta

por

imperadores, nobres, sacerdotes, funcionários do governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura. principalmente o cultivo da batata e do milho. A principal característica da sociedade inca era a a) ditadura teocrática, que igualava a todos. b) existência da igualdade social e da coletivização da terra. c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos os bens. d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da elite pelo mérito. e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de uma aristocracia hereditária. 2.

Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontramse desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical. PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros.

(Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520, 1999.)

26 –

Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005.

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c) a sabedoria xamânica sobre astronomia, técnicas hidráulicas e fertilização química de solos, que lhes permitia alcançar grande produção agrícola. d) o domínio de irrigação, conhecimento dos solos e da hibridização de sementes e técnica de construção de degraus para plantio nas encostas da Cordilheira dos Andes. e) a perfeita relação do homem com a natureza, que permitia a produção abundante de alimentos sem grande participação de mão de obra humana. 4. (UNESP) – Entre as civilizações pré-colombianas dos maias e dos astecas, havia semelhanças culturais significativas. No momento em que foram conquistadas, a) os maias tiveram suas crenças religiosas e seus documentos escritos preservados e acatados pelos espanhóis, enquanto que a civilização asteca foi destruída.

3. (UNESP) – Observe o mapa.

b) os astecas e os maias haviam pacificado as relações entre os diversos povos que habitavam as atuais regiões do México e da Guatemala. c) tiveram suas populações dizimadas pelos espanhóis, que se apossaram militarmente das cidades de Palenque, Tikal e Copan. d) os astecas dominavam um território que se estendia do oceano Atlântico ao Pacífico, mas os maias já não contavam com as magníficas cidades, desaparecidas sob as florestas. e) eram caçadores nômades, desconheciam a agricultura e utilizavam a roda e os metais para fins militares.

Módulo 10 – Bases do Colonialismo Mercantilista 1.

(UNICAMP) – Os estudos históricos por muito tempo

explicaram as relações entre Portugal e Brasil por meio da noção de pacto colonial ou exclusivo comercial. Sobre esse conceito, é correto afirmar que: a) Trata-se de uma caracterlstica central do sistema colonial (Luis Guillermo Lumbreras, Historia de América Andina, 1999, Adaptado.)

A região que aparece no mapa corresponde ao território que os Incas dominaram por alguns séculos antes da chegada dos espanhóis ao continente americano. Esse povo ficou conhecido por saber aproveitar todos os recursos naturais, inclusive de áreas distantes ou de condições climáticas não muito favoráveis à agricultura. A forma como esse povo conseguiu lidar com a natureza, extraindo dela os recursos naturais necessários ao seu abastecimento está relacionada com a) o uso de avançados instrumentos de ferro na agricultura e de animais de tração para auxiliar nas atividades de plantio e colheita. b) o conhecimento dos mais variados pisos ecológicos, onde podiam caçar, pescar e coletar pequenos frutos silvestres, visto que desconheciam a agricultura.

moderno e um elemento constitutivo das práticas mercantilistas do Antigo Regime, que considera fundamental a dinâmica interna da economia colonial. b) Definia-se por um sistema baseado em dois polos: um centro de decisão, a metrópole, e outro subordinado, a colônia. Esta submetia-se à primeira através de uma série de mecanismos político-institucionais. c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclamaram e foram insubordinados diante do pacto colonial, ao exigirem sua presença e atuação nas Cortes dos reis ou ao pedirem a presença do Marquês de Pombal na colônia. d) A noção de pacto colonial é um projeto embrionário de Estado que acomodava as tensões surgidas entre os interesses metropolitanos e coloniais, ao privilegiar as experiências do “viver em colônia”.

– 27

HISTÓRIA

Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-se a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo. b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semissedentário de sua organização social. c) a conquista de terras mediante operações militares, o que permitiu seu domínio sobre vasto território. d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de animais. e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indígenas.

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2. (FUVEST) – “Da armada dependem as colônias, das colônias depende o comércio, do comércio, a capacidade de um Estado manter exércitos numerosos, aumentar a sua população e tornar possíveis as mais gloriosas e úteis empresas.” Essa afirmação do duque de Choiseul (1719-1785) expressa bem a natureza e o caráter do a) liberalismo. b) feudalismo. c) mercantilismo. d) escravismo. e) corporativismo.

HISTÓRIA

3. (UNIFESP) – O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza.

O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.

4.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na a) inércia do julgamento de crimes polêmicos. b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários. c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas. d) neutralidade diante da condenação dos servos. e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.

Módulo 11 – Colonização Espanhola na América

(Thomas Hobbes (1588-1679). Leviatã. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.)

O príncipe não precisa ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso, bastando que aparente possuir tais qualidades (...). O príncipe não deve se desviar do bem, mas deve estar sempre pronto a fazer o mal, se necessário. (Nicolau Maquiavel (1469-1527). O Príncipe. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1986.)

Os dois fragmentos ilustram visões diferentes do Estado moderno. É possível afirmar que a) ambos defendem o absolutismo, mas Hobbes vê o Estado como uma forma de proteger os homens de sua própria periculosidade, e Maquiavel se preocupa em orientar o governante sobre a forma adequada de usar seu poder. b) Hobbes defende o absolutismo, por tomá-lo como a melhor forma de assegurar a paz, e Maquiavel o recusa, por não aceitar que um governante deva se comportar apenas para realizar o bem da sociedade. c) ambos rejeitam o absolutismo, por considerarem que ele impede o bem público e a democracia, valores que jamais podem ser sacrificados e que fundamentam a vida em sociedade. d) Maquiavel defende o absolutismo, por acreditar que os fins positivos das ações dos governantes justificam seus meios violentos, e Hobbes o recusa, por acreditar que o Estado impede os homens de viverem de maneira harmoniosa. e) ambos defendem o absolutismo, mas Maquiavel acredita que o poder deve se concentrar nas mãos de uma só pessoa, e Hobbes insiste na necessidade da sociedade participar diretamente das decisões do soberano.

28 –

1.

O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas, Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação... PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo. Contexto, 2007 (fragmento).

O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à) a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo. b) tentativa frustada de resistência a um poder considerado superior. c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol. d) dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados. e) profetização das consequências da colonização da América.

2. (FUVEST) – Quando a expansão comercial europeia ganhou os oceanos, a partir do século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito: populações que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a “mundialização” de doenças e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam anticorpos para enfrentar tais doenças. Isso ocorreu, primeiro, entre as populações

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5. (UNESP) – No concernente à mão de obra, a economia colonial hispano-americana baseou-se em variadas formas de trabalho compulsório [...].

a) orientais do continente europeu. b) nativas da Oceania. c) africanas do Magreb.

(Ronaldo Vainfas.

d) indígenas da América Central.

Economia e sociedade na América Espanhola, 1984.)

e) asiáticas da Indonésia.

Cite e caracterize duas formas de trabalho compulsório

(Hernán Cortés.

Cartas de Relación de la Conquista de Mexico, escritas de 1519 a 1526.)

presentes na América Hispânica colonial. Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua (Panamá) maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade.

6.

(Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO J.;

O processo de conquista do México por Cortés estendeu-se de 1519 a 1521. A passagem acima manifesta a reação de Hernán Cortés diante das maravilhas de Tenochtitlán, capital da Confederação Mexica. A reação dos europeus face ao novo mundo teve, no entanto, muitos aspectos, compondo admiração com estranhamento e repúdio. Tal fato decorre a) do desinteresse dos conquistadores pelas riquezas dos Astecas. b) do desconhecimento pelos europeus das línguas dos índios. c) do encontro de padrões culturais diferentes. d) das semelhanças culturais existentes entre os povos do mundo. e) do espírito guerreiro e aventureiro das nações europeias.

4. (UNICAMP) – Durante a conquista espanhola no México, iniciada em 1519 por Cortés, a superioridade tecnológica dos europeus era amplamente compensada pela superioridade numérica dos indígenas e muitos truques foram inventados para atrapalhar o deslocamento dos cavalos: os indígenas acostumaram-se a cavar fossas profundas nas quais espetavam paus em que as montarias eram empaladas. Mais tarde, em 1521, canoas “encouraçadas” resistiriam às armas de fogo. A tática indígena evoluiu e adaptou-se às práticas do adversário: os mexicas, contrariamente ao costume, armaram ataques noturnos ou em terreno coberto. Por outro lado, se as epidemias de varíola já estavam dizimando as tropas de MéxicoTenochtitlan, também não poupavam os índios de Tlaxcala ou de Texcoco, que apoiavam os espanhóis. (Adaptado de Carmen Bernand e Serge Gruzinski,

História do Novo Mundo. São Paulo: Edusp, 1997, p. 351.)

a) Identifique uma estratégia utilizada por espanhóis e outra pelos indígenas durante as disputas pelo domínio do México. b) Explique por que houve acentuada queda demográfica entre as populações indígenas nas primeiras décadas após a conquista espanhola.

FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual – 1991 – Adaptado.)

O documento permite identificar um interesse econômico espanhol na colonização da América a partir do século XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico. b) promoção das guerras justas para conquistar o território. c) imposição da catequese para explorar o trabalho africano. d) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico. e) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas.

7. (FUVEST) – Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”. (Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.)

O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber, a) a superioridade cultural dos nativos americanos em relação aos europeus. b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência entre conquistadores e conquistados. c) a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais dos nativos americanos. d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos culturais e comerciais com os europeus. e) a rápida desaparição das culturas nativas da América Espanhola.

– 29

HISTÓRIA

3. (UNESP) – (...) como puder, direi algumas coisas das que vi, que, ainda que mal ditas, bem sei que serão de tanta admiração que não se poderão crer, porque os que cá com nossos próprios olhos as vemos não as podemos com o entendimento compreender.

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8. (PUC) – Entre as semelhanças da colonização portuguesa e espanhola nas Américas, podemos citar a) o caráter exportador da economia e a valorização das práticas liberais de livre comércio. b) a rápida interiorização da ocupação, com a fundação de vilas e cidades, e o uso intenso das comunicações por via fluvial. c) o prevalecimento do extrativismo e da monocultura, e o emprego de regimes de trabalho compulsório. d) a descentralização administrativa e a ausência de mecanismos de controle político pela metrópole. e) o amplo aparato militar, que protegia contra invasões estrangeiras, e a persistência da unidade territorial.

TEXTO II

HISTÓRIA

Módulo 12 – Primórdios da Colonização Portuguesa 1.

De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo: a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos. b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa. c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente. d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia. e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.

2.

TEXTO I Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

30 –

PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013.

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária. b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos. d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social e artística. e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização.

3. (UNICAMP) – Desde o início da colonização, os portugueses chamaram de tapuias os grupos indígenas que julgavam bárbaros, por seus hábitos culturais distintos dos que habitavam o litoral e por seu poder de resistência aos portugueses. a) Contextualize historicamente os significados de Guerra Justa para os portugueses a partir do fim da Idade Média. b) Indique duas práticas dos indígenas que os portugueses consideravam bárbaras.

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P. Antonio Vieira. Sermão décimo quarto. In: I. Inácio & T. Lucca (orgs.). Documentos do Brasil colonial. São Paulo: Ática, 1993, p. 73-75.

A partir da leitura do texto acima, escrito pelo padre jesuíta Antônio Vieira em 1633, pode-se afirmar, corretamente, que, nas terras portuguesas da América, a) a Igreja Católica defendia os escravos dos excessos cometidos pelos seus senhores e os incitava a se revoltar. b) as formas de escravidão nos engenhos eram mais brandas do que em outros setores econômicos, pois ali vigorava uma ética religiosa inspirada na Bíblia. c) a Igreja Católica apoiava, com a maioria de seus membros, a escravidão dos africanos, tratando, portanto, de justificá-la com base na Bíblia. d) clérigos, como P. Vieira, se mostravam indecisos quanto às atitudes que deveriam tomar em relação à escravidão negra, pois a própria igreja se mantinha neutra na questão. e) havia formas de discriminação religiosa que se sobrepunham às formas de discriminação religiosa que se sobrepunham às formas de discriminação racial, sendo estas, assim, pouco significativas. 5. (PUC) – “O Brasil é uma criação recente. Antes da chegada dos europeus (...) essas terras imensas que formam nosso país tiveram sua própria história, construída ao longo de muitos séculos, de muitos milhares de anos. Uma história que a Arqueologia começou a desvendar apenas nos últimos anos.” Norberto Luiz Guarinello.

Os primeiros habitantes do Brasil. A arqueologia pré-histórica no Brasil. São Paulo: Atual, 2009 (15.ª edição), p. 6

O texto anterior afirma que a) o Brasil existe há milênios, embora só tenham surgido civilizações evoluídas em seu território após a chegada dos europeus. b) a história do que hoje chamamos Brasil começou muito antes da chegada dos europeus e conta com a contribuição de muitos povos que aqui viveram. c) as terras que pertencem atualmente ao Brasil são excessivamente grandes, o que torna impossível estudar sua história ao longo dos tempos. d) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a pesquisar o passado colonial brasileiro e seu vínculo com a Europa. e) os povos indígenas que ocupavam o Brasil antes da chegada dos europeus, foram dizimados pelos conquistadores portugueses.

(UNESP) – Leia o texto para responder às questões 6 e 7. Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”. Nesse contexto, um dos autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes: “E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”. (Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.

Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)

6. (UNESP) – A partir do texto e de seus conhecimentos, é correto afirmar que a) as experiências de canibalismo relatadas tinham significados opostos, pois representavam, entre os tupinambás, a rejeição ao catolicismo e, entre os franceses, a adesão à Igreja de Roma. b) o calvinista francês acusava os colonizadores portugueses de aceitar o canibalismo dos tupinambás, pois a prática fazia parte da tradição religiosa católica. c) o calvinista francês defendia a tolerância ao canibalismo, pois o considerava uma forma adequada de derrotar e submeter os inimigos religiosos. d) as experiências de canibalismo relatadas tinham origem diversa, pois representavam, entre os tupinambás, um ritual religioso e, no caso dos franceses, vingança. e) as experiências de canibalismo relatadas mostram que a antropofagia era prática religiosa comum na América e na Europa e, em virtude disso, os colonizadores erravam ao condenar os tupinambás.

7. (UNESP) – O conceito de “guerra justa” foi empregado, durante a colonização portuguesa do Brasil, para a) justificar a captura, o aprisionamento e a escravização de indígenas. b) justificar a instalação de missões jesuíticas em áreas de colonização francesa. c) impedir a prisão e o exílio de lideranças e comunidades nativas hostis à colonização. d) impedir o acesso de protestantes e judeus às áreas de produção de açúcar. e) impedir que os nativos fossem utilizados como mão de obra na lavoura.

– 31

HISTÓRIA

4. (FUVEST) – Não há trabalho, nem gênero de vida no mundo mais parecido à cruz e à paixão de Cristo, que o vosso em um destes engenhos [...]. A paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia se descansar, e tais são as vossas noites e os vossos das. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compões a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento e martírio [...]. De todos os mistérios da vida, morte e ressurreição de Cristo, os que pertencem por condição aos pretos, e como por herança, são os mais dolorosos.

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8. UNESP) – O artista holandês Albert Eckhout (c.1610-c.1666) esteve no Brasil entre 1637 e 1644, na comitiva de Maurício de Nassau. A tela foi pintada nesse período e pode ser considerada exemplar da forma como muitos viajantes europeus representaram os índios que aqui viviam.

10.(PUC) – Leia as duas estrofes abaixo:

HISTÓRIA

“Pindorama, Pindorama É o Brasil antes de Cabral Pindorama, Pindorama É tão longe de Portugal Fica além, muito além Do encontro do mar com o céu Fica além, muito além Dos domínios de Dom Manuel. Vera Cruz, Vera Cruz Quem achou foi Portugal Vera Cruz, Vera Cruz Atrás do Monte Pascoal Bem ali Cabral viu Dia vinte e dois de abril Não só viu, descobriu Toda terra do Brasil.” “Pindorama”, de Sandra Peres e Luiz Tatit, in Palavra Cantada, Canções Curiosas, 1998.

(Albert Eckhout. Índia Tarairiu (tapuia), 1641.)

Identifique e analise dois elementos da imagem que expressem esse “olhar europeu” sobre o Brasil.

9. (UNICAMP) – “Quando os portugueses começaram a povoar a terra, havia muitos destes índios pela costa junto das Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os portugueses, os governadores e capitães os destruíram pouco a pouco, e mataram muito deles. Outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios em aldeias que são de paz e amigos dos portugueses.” (Pero de Magalhães Gandavo. Tratado da Terra do Brasil, em http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html. Acessado em: 20/08/2012.)

Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito por volta de 1570, naquela época, a) as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese jesuítica permitia o sincretismo religioso como forma de solucionar os conflitos entre indígenas e portugueses. b) a violência contra os indígenas foi exercida com o intuito de desocupar o litoral e facilitar a circulação do ouro entre as minas e os portos. c) fuga dos indígenas para o interior era uma reação às perseguições feitas pelos portugueses e ocasionou o esvaziamento da costa. d) houve resistência dos indígenas à presença portuguesa de forma semelhante às descritas por Pero Vaz de Caminha, em 1500.

32 –

Entre as várias referências da letra da canção à chegada dos portugueses à América, pode-se mencionar a) a preocupação com os perigos da viagem, a distância excessiva e a datação exata do momento da descoberta. b) o caráter documental do texto, que reproduz o tom, a intenção informativa e a estrutura dos relatos de viajantes. c) a dúvida quanto à expressão mais adequada para designar a chegada dos portugueses, daí a variação de verbos. d) o pequeno conhecimento das novas terras pelos conquistadores, indicando sua crença de terem chegado às índias. e) a diferença entre os termos que nomeavam as terras, sugerindo uma diferença entre a visão do índio e a do português.

11. (UNESP) – Em 1534, a Coroa portuguesa estabeleceu o regime de capitanias hereditárias no Brasil Colônia. Entre as funções dos donatários, podemos citar a) a nomeação de funcionários e a representação diplomática. b) a erradicação de epidemias e o estímulo ao crescimento demográfico. c) a interação com os povos nativos e a repressão ao trabalho escravo. d) a organização de entradas e bandeiras e o extermínio dos indígenas. e) a fundação de vilas e cidades e a cobrança de impostos.

12. (UNICAMP) – Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por

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(Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.)

Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas indígena e europeia foi a) favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores. b) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população. c) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, o que levaria à destruição da sua cultura. d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.

13. (FUVEST) – Eu por vezes tenho dito o V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954.

O trecho foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. e) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa.

Módulo 13 – Economia, Sociedade Açucareira e Pecuária 1. (FUVEST) – No Brasil Colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador. b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros. c) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade. d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e os mais leves aos índios. e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.

2. (FSS) – Assinale a alternativa na qual se encontram corretamente identificadas características da região pecuarista nordestina no Período Colonial: a) Criação intensiva, custos iniciais de produção baixos, largo emprego de mão de obra de origem indígena. b) Alternância de concentrações significativas de populações e desertos de homens, produção voltada para a subsistência, inexistência de mobilidade social vertical. c) Predominância de latifúndios, largo emprego de mão de obra escrava, existência de poucos núcleos urbanos. d) Produção voltada para o mercado interno, ocupação essencialmente rural, concentração da propriedade fundiária em mãos de poucas famílias. e) Economia de subsistência, predomínio de minifúndios, escassez de moeda.

3. Analise as afirmações abaixo, referentes à sociedade que se constituiu na região açucareira no Período Colonial: I. A família se organizava em bases patriarcais, o que se evidenciava, entre outros aspectos, pelo fato de o patriarca decidir acerca do futuro dos membros de sua família e pelo hábito de as mulheres só saírem acompanhadas e cobertas por mantilhas. II. O estabelecimento de laços de pseudoparentesco, como, por exemplo, o compadrio, contribuía para conferir à família um caráter extenso e, ao mesmo tempo, nos revela que as relações nessa sociedade não eram unicamente de natureza econômica. III. O casamento era visto como um meio de fortalecimento e expansão dos interesses familiares; as filhas casadas eram excluídas de quaisquer direitos sobre os bens de sua família paterna e, em caso de viuvez, lhes era proibido por lei contrair novo matrimônio. IV. A fim de garantir e fortalecer os interesses do núcleo familiar, apenas o filho mais velho herdava bens produtivos, como, por exemplo, escravos e terras, cabendo aos demais apenas bens de representação social, como joias, mobiliário, prataria. V. Os escravos eram excluídos de todo o tipo de contato mais direto com o senhor de engenho e seus familiares, o que revela o racismo característico dessa sociedade e o triunfo de teses higienistas que condenavam a miscigenação.

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aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não havíamos de dar-lhe!”

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Assinale: a) Se somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Se somente as afirmativas I e V estão corretas. c) Se somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Se somente as afirmativas III e IV estão corretas. e) Se somente as afirmativas IV e V estão corretas.

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4. Sobre a região vicentina (área correspondente, grosso modo, à São Paulo) e a sociedade que aí se constituiu, não é correto afirmar: a) A moeda foi, pelo menos até o século XVIII, muito escassa, sendo comum a utilização do algodão como meio de troca, o que evidencia o isolamento em que viviam os habitantes dessa região. b) A despeito de, nessa região, ter sido fundado o primeiro engenho de açúcar, a lavoura canavieira aí não progrediu muito, em decorrência, entre outros fatores, da distância em relação à metrópole, o que encarecia o preço final de seu açúcar. c) O sertão ocupava um lugar de grande importância na vida de seus habitantes, uma vez que aí buscavam “remédio para a sua pobreza”, por meio do apresamento de indígenas e da busca de metais e pedras preciosas. d) A constante ausência dos homens, que se encontravam na maior parte do tempo bandeirando, obrigava as mulheres a administrarem a propriedade, o que, contudo, não negava o caráter patriarcal dessa sociedade. e) A reversão do quadro de pobreza e isolamento que caracterizou essa região nos dois primeiros séculos da colonização relacionou-se principalmente à expansão da lavoura cafeeira e à consequente articulação com o mercado externo em finais do Período Colonial. 5. (FGV) – Analise as afirmações sobre o Ocidente na Idade Moderna. I. Em muitos relatos, a América foi representada como o "Paraíso Terrestre", dada a abundância de recursos, e sua população, em uma visão etnocêntrica, foi considerada "bárbara", devendo ser catequizada. II. A colonização da América Latina baseou-se, fundamentalmente, em princípios liberais, cabendo às colônias fornecer metais preciosos, ferramentas e produtos primários para dinamizar o comércio europeu e enriquecer suas metrópoles. III. Na América Espanhola, predominaram formas de trabalho compulsório dos indígenas, sob o sistema de encomienda e mita; já na América Portuguesa, a escravidão, principalmente dos negros, foi a base da economia agroexportadora e mineradora. IV. O tráfico negreiro modificou as sociedades africanas, não apenas porque tirou do continente milhões de pessoas, mas também porque lá introduziu novos produtos (por exemplo, o tabaco), que eram trocados por escravos. V. Como resultado da rivalidade entre Espanha e Holanda e da União Ibérica, os holandeses invadiram o Nordeste brasileiro e regiões da África, a fim de controlarem a produção açucareira e fontes de mão de obra. São corretas as afirmações a) I, III e V, apenas. b) II, IV e V, apenas. c) I, III, IV e V, apenas. d) I, II, III e IV, apenas. e) I, II, III, IV e V.

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6. (UEL – adaptada) – Um dos problemas que a população brasileira enfrentou no Período Colonial foi a constante escassez de alimentos. Isto ocorria pela seguinte razão (entre outras): a) a partir de meados do século XIX, o aumento dos preços do café no mercado internacional provocou uma expansão do cultivo desse grão no Brasil, levando a uma queda na produção de itens de subsistência. b) devido à carência de mão de obra, os escravos eram utilizados na exploração mineradora, na madeireira e na pecuária, o que impediu o desenvolvimento da produção de alimentos e a formação de um mercado internacional. c) a transferência da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro representou um aumento no consumo de produtos alimentícios, causando um colapso na economia de subsistência do Reino Unido de Brasil e Portugal. d) quando a exportação de açúcar se encontrava em uma fase ascendente, os esforços se canalizavam ao máximo para a sua produção, diminuindo o cultivo de outros produtos alimentícios. e) em meados do século XVIII, o desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra estimulou a produção pernambucana de algodão destinado à exportação, o que resultou na redução da área de plantio de produtos alimentares. 7. (FUVEST) – A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização portuguesa, caracteri-zou-se por a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação. b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à escravidão. c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos africanos. d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da colônia. e) ter realizado os projetos da Coroa Portuguesa para intensificar o povoamento do interior da colônia. 8. (UFPEL) Texto 1 "... o abastecimento dependia dos navios da Companhia das Índias, a carestia também era corriqueira, o que levou Maurício de Nassau a adotar medidas enérgicas para obrigar os senhores de engenho a plantar farinha e hortaliças, tendo sido tais medidas consideradas, inclusive as primeiras a combater os efeitos da monocultura, pois Pernambuco era tradicionalmente a capitania onde os produtos custavam mais caro, em consequência do domínio total da lavoura de cana-de-açúcar. Assim, com breves hiatos, a cozinha e a mesa pernambucana padeceram dos mesmos males que as de seus companheiros do resto da colônia." (SOUZA, Laura de Mello e [Org.]. História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.)

Texto 2 "ONU diz que biocombustíveis são crime contra humanidade. A produção em massa de biocombustíveis é crime contra a humanidade por seu impacto nos preços dos alimentos. A declaração foi feita ontem pelo relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler. [...] Ele também

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(Diário Popular, 15 de abril de 2008.)

Nos textos, apesar de contextos históricos diferentes, há uma preocupação relacionada à (ao) a) deficit no balanço comercial e às políticas econômicas promotoras de dumpings agrícolas no Brasil. b) impacto ambiental provocado pela plantação de culturas exóticas – iniciadas no Período Imperial do Brasil, destinada à exportação. c) perda do monopólio agrícola açucareiro na capitania de Pernambuco, por parte de Nassau e à concorrência desleal que a produção agrícola africana causa na Europa. d) alimentação pelas camadas pobres da sociedade colonial brasileira, defendida por Nassau, e à socialização dos meios de produção na economia africana, defendida pelo técnico da ONU. e) escassez e carestia de alimentos (que geram a fome) provocadas pela cobiça do capital nas monoculturas. 9. (UFC) – Ao contrário da América Espanhola, a América Portuguesa não apresentou, no princípio, abundância de metais preciosos. Na falta de riqueza mineral, foi o açúcar que, em termos econômicos, tornou viáveis os primeiros passos da colonização. Sobre o contexto da produção de açúcar nos engenhos coloniais portugueses, no século XVI, assinale a alternativa correta. a) A existência de um solo ideal para o cultivo da cana-de-açúcar levou as capitanias situadas nas atuais Regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil a experimentarem um maior desenvolvimento. b) A organização da produção açucareira no Brasil estava voltada para o atendimento da crescente e rentável demanda do mercado europeu, não atendida pelos engenhos da colônia portuguesa dos Açores. c) A autoridade do senhor de engenho se restringia aos limites de sua propriedade, estando fora dela submetida às leis e normas da Coroa Portuguesa, defendidas na colônia por um forte aparato militar e judiciário. d) Os senhores de engenho, em comparação com os barões do café, tratavam seus escravos com menos violência, pois estes eram tidos como mercadorias de alto valor e de difícil reposição. e) O alto valor do açúcar no mercado internacional promoveu um grande acúmulo de riqueza na colônia, que logo superou, em volume, a economia da metrópole. 10. (PUC-RJ) – Sobre as características da sociedade escravista colonial da América Portuguesa, estão corretas as afirmações a seguir, à exceção de uma. Indique-a. a) O início do processo de colonização na América Portuguesa foi marcado pela utilização dos índios – denominados "negros da terra" – como mão de obra. b) Na América Portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão de obra escrava africana, seja em áreas ligadas à agroexportação, como o Nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.

c) A partir do século XVI, com a introdução da mão de obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América Portuguesa. d) Em algumas regiões da América Portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de "brecha camponesa". e) Nas cidades coloniais da América Portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como "escravos de ganho". 11. (FUVEST) – Ao longo do século XVII, vegetais americanos como a batata-doce, o milho, a mandioca, o ananás e o caju penetraram no continente africano. Isso deve ser entendido como a) parte do aumento do tráfico negreiro, que estreitou as relações entre a América Portuguesa e a África e fez do sistema sul-atlântico o mais importante do Império Português. b) indício do alinhamento crescente de Portugal com a Inglaterra, que pressupunha a consolidação da penetração comercial no interior da África. c) fruto de uma política sistemática de Portugal no sentido de anular a influência asiática e consolidar a americana no interior de seu império. d) imposição da diplomacia adotada pela dinastia dos Braganças, que desejava ampliar a influência portuguesa no interior da África, região controlada por comerciantes espanhóis. e) alternativa encontrada pelo comércio português, já que os franceses controlavam as antigas possessões portuguesas no Oriente e no Estuário do Prata. 12. (UFPI – adaptada) – Considerando-se o Período Colonial Brasileiro (1500-1822) e tomando-se, nesse recorte, aspectos do cotidiano da sociedade colonial, é correto afirmar que a) os sobrados eram armazéns destinados à venda de produtos importados da Europa, sendo sua denominação decorrente do modo como, pejorativamente, alguns brasileiros igualavam esses armazéns às "sobras" do comércio europeu. b) a casa-grande, além de encarnar simbolicamente o poder dos senhores de escravos e engenhos, expandiu-se também, no Brasil Colônia, como símbolo matriarcal. c) a miscigenação étnica, decorrente de condições históricas típicas no Brasil, contribuiu para a ausência de conflitos entre colonizador e colonizados. d) uniões formais e duradouras entre nativas indígenas e colonizadores portugueses comprovam a tese, presente em parte da historiografia sobre o Brasil, da cordialidade brasileira. e) o concubinato nas relações amorosas no Brasil, mais comum na região da capitania de São Vicente, restringiu-se ao Período Colonial, tendo sido completamente banido a partir do início do século XIX. 13. (FGV) – "O primeiro grupo social utilizado pelos portugueses como escravo foi o das comunidades indígenas encontradas no Brasil. A lógica era simples: os índios estavam localizados junto ao litoral, e o custo inicial era pequeno, se comparado ao trabalhador originário de Portugal. (...)

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acusou a União Europeia de dumping agrícola na África. 'A UE financia exportações de superavits agrícolas europeus à África, onde são oferecidos pela metade ou a um terço de seu preço de produção, o que arruína a agricultura africana', acrescentou."

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No entanto, rapidamente ocorreu um declínio no emprego do trabalhador indígena." (Rubim Santos Leão de Aquino et al, Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais)

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O declínio a que o texto se refere e o avanço da exploração do trabalhador escravo africano podem ser explicados a) pelo prejuízo que a escravização indígena gerava para os senhores de engenho que tinham a obrigação da catequese; pela impossibilidade de a Coroa Portuguesa cobrar tributos nos negócios envolvendo os nativos da colônia; pela presença de uma pequena comunidade indígena nas regiões produtoras de açúcar. b) pela forte oposição dos jesuítas à escravização indiscriminada dos índios; pelo lucro da Coroa Portuguesa e dos traficantes com o comércio de africanos; pela necessidade de fornecimento regular de mão de obra para a atividade açucareira, em franca expansão na passagem do século XVI ao XVII. c) pela imposição de escravos do norte da África, por parte dos grandes traficantes holandeses; pela determinação da Igreja Católica em proibir a escravização indígena em todo o Império Colonial Português; pelo custo menor do escravo de algumas regiões da África, como Angola e Guiné. d) pelos preceitos das Ordenações Filipinas, que indicavam o caminho da catequese e não o do trabalho para os nativos americanos; pelo desconhecimento, por parte dos índios brasileiros, de uma economia de mercado; pelos acordos entre o colonizador português e parte das lideranças indígenas. e) pela extrema fragilidade física dos povos indígenas encontrados nas terras portuguesas na América; pelos preceitos religiosos da Contrarreforma, que não aceitavam a escravização de povos primitivos; pela impossibilidade de encontrar e capturar índios no interior do espaço colonial. 14. (UFSCar) – “É prova de mendicidade extrema o não ter um escravo; é indispensável ter ao menos dois negros para carregarem uma cadeira ricamente ornada e um criado para acompanhar este trem. Quem saísse à rua sem esta corte de africanos estaria seguro de passar por um homem abjeto e de economia sórdida.” (José da Silva Lisboa, Carta, 1781.)

Considerando-se o texto, é correto afirmar que a escravidão a) impunha um modo de vida de trabalho para ricos e pobres. b) expressava a decadência moral dos brasileiros. c) contrastava com a riqueza das elites portuguesas. d) moldava as relações sociais e econômicas no Brasil. e) barrava o desenvolvimento dos transportes.

A respeito dos quilombos, pode-se dizer que a) não representavam ameaça à ordem colonial, na medida em que não visavam pôr em questão o poder metropolitano. b) sua duração efêmera revela a pequena adesão dos escravos às tentativas de contestação violenta ao regime escravista. c) o combate violento à organização quilombola era uma prioridade, por esta representar a negação da estrutura social e produtiva escravista. d) mantinham relação permanentemente hostil com a população vizinha, constantemente ameaçada pelos raptos de mulheres brancas. e) sua organização interna priorizava os aspectos militares, o que acabava por inviabilizar a realização de outras atividades.

Módulo 14 – União Ibérica e Invasões no Brasil Colonial 1. (UNESP) – “Foi assim possível dispor um segundo ataque ao Brasil, desta vez contra uma capitania mal-aparelhada na sua defesa, mas a principal e a mais rica região produtora de açúcar do mundo de então. Existiam aí e nas capitanias vizinhas mais de 130 engenhos que, nas melhores safras, davam mais de mil toneladas do produto.” (J.A. Gonçalves de Mello)

O texto refere-se à a) Guerra dos Mascates. c) invasão holandesa. e) invasão inglesa.

2. (ETF) – O Quilombo dos Palmares passou para a História do Brasil como o símbolo da resistência negra, sediado na Serra da Barriga, no atual Estado de Alagoas. Esta experiência existiu porque a) os holandeses dominaram o Nordeste e não tinham interesse no escravo africano. b) os paulistas começaram a apresar o índio e a vendê-lo para as lavouras nordestinas, suprimindo o braço escravo. c) as invasões holandesas permitiram a fuga dos escravos negros porque desorganizavam as fazendas nos primeiros tempos. d) a fuga era a única saída para os quilombolas auxiliados pelos jesuítas. e) os escravos africanos foram estimulados pelos bandeirantes, que pretendiam valorizar a mão de obra indígena.

3. 15. (VUNESP) – “Esse quilombo [Quariterê, em 1769, próximo à Cuiabá], liderado pela Rainha Tereza, vivia não apenas de suas lavouras, mas da produção de algodão que servia para vestir os negros e, segundo alguns autores, até mesmo para funcionar como produto de troca com a região. Possuía ainda duas tendas de ferreiro para transformar os ferros utilizados contra os negros em instrumentos de trabalho. Sua destruição foi festejada como ato de heroísmo, em Portugal. (...)” (Jaime Pinsky, A escravidão no Brasil )

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b) invasão francesa. d) Revolta de Beckman.

Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro em 1632. – Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca?

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Texto I: “...dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos”. (Visconde de Porto Seguro. In: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.)

Texto II: “Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários crimes praticados...“ (os crimes referidos são os de contrabando e roubo).” (CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.)

Pode-se afirmar que a) a peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões. b) a peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar e o texto II mostra uma posição contrária à atitude de Calabar. c) os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao seu suposto ato de traição. d) a peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de Calabar. e) a peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e negativas dessa personagem. 4. (UNIFENAS) – Em relação às invasões holandesas ao Nordeste brasileiro durante o século XVII, pode-se afirmar que a) foram patrocinadas pela Companhia das Índias Orientais, fundada em Amsterdã em 1653. b) tiveram, como consequência o aumento da exportação do açúcar brasileiro após 1660. c) objetivaram proteger o grupo mercantil e o Estado Inglês, tradicionais aliados da Holanda na política europeia. d) foram comandadas por Felipe II, da Espanha, soberano da colônia holandesa. e) propiciaram, durante certo tempo, uma aliança entre os invasores e os proprietários de engenhos.

III. Expandiu-se, em maior escala, o bandeirantismo paulista destinado principalmente ao apresamento indígena em virtude da ocupação holandesa sobre os entrepostos portugueses na costa ocidental africana, na primeira metade do século XVII. IV. Verificou-se, após o fim da União Ibérica, a ampliação do controle administrativo e mercantil da Coroa Portuguesa sobre a colônia brasileira, o que foi explicitado pela diminuição da relativa autonomia das Câmaras Municipais por meio da nomeação dos juízes de fora. Assinale: a) Se somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Se somente as afirmativas I e III estão corretas. c) Se somente as afirmativas II e IV estão corretas. d) Se somente as afirmativas III e IV estão corretas. e) Se todas as afirmativas estão corretas. 6. (UFP) – Nos séculos XVI e XVII, o Brasil foi alvo de ataques e de empreendimentos por parte de diversas nações europeias. A este respeito, é correto afirmar que (01) os franceses fundaram a França Antártica (1555), no Rio de Janeiro, e a França Equinocial (1612), no Maranhão. (02) os ingleses fizeram incursões, saqueando portos e suas povoações, bem como apresando cargas de navios. (04) os holandeses se estabeleceram no Nordeste brasileiro de 1630 a 1654, empenhando-se principalmente na produção e exploração do açúcar. (08) as invasões holandesas estavam ligadas à Companhia das Índias Ocidentais, criada para a exploração mercantil das colônias na América. (16) os espanhóis praticaram a pirataria nas costas brasileiras nas primeiras décadas do século XVII, invadindo as cidades de Santos e Salvador. 7. (FUVEST) – O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em 1555, é um entre outros episódios que ilustram as relações entre a França e as terras americanas pertencentes à Coroa Lusitana durante os três primeiros séculos da colonização. a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez nessas terras. b) Cite e caracterize outra tentativa francesa de ocupação na América Portuguesa. 8. (FUVEST)

5. Analise as afirmativas abaixo, referentes aos desdobramentos da União Ibérica (1580-1640) para as possessões coloniais portuguesas na América: I . Assistiu-se ao gradativo declínio da lucratividade canavieira nordestina no decorrer da segunda metade do século XVII, estando esta mudança relacionada à crescente concorrência da produção açucareira originária de ilhas do Caribe. II. Promoveu-se a maior ocupação dos litorais norte e nordeste, graças, entre outros fatores, ao aumento das investidas de ingleses, franceses e holandeses contra estas regiões por motivos diversos.

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Os textos referem-se também a esta personagem.

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Este quadro, pintado por Frans Post por volta de 1660, pode ser corretamente relacionado a) à iniciativa pioneira dos holandeses de construção dos primeiros engenhos no Nordeste. b) à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse dos holandeses no Nordeste. c) à condição especial dispensada pelos holandeses aos escravos africanos. d) ao início da exportação do açúcar para a Europa por determinação de Maurício de Nassau. e) ao incentivo à vinda de holandeses para a constituição de pequenas propriedades rurais.

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9. (UNICAMP) – “A União de Espanha e Portugal, em 1580, trouxe vantagens para ambos os lados. Portugal era tratado pelos monarcas espanhóis não como uma conquista, mas como um outro reino. Os mercados, as frotas e a prata espanhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espanha beneficiou-se da aquisição de um porto atlântico de grande importância, acesso ao comércio de especiarias da Índia, comércio com as colônias portuguesas na costa da África e con - trabando com a colônia do Brasil.” (Adaptado de: SCHWARTZ, Stuart B. Da América Portuguesa ao Brasil. Lisboa: Difel, 2003. p. 188-189.)

a) Segundo o texto, quais foram os benefícios da União Ibérica para Portugal e para a Espanha? b) No contexto da União Ibérica, o que foi o sebastianismo?

Módulo 15 – Expansão Territorial, Bandeirismo e Jesuítas 1. (FUVEST) – “ A maior parte das representações atuais do paulista do século XVII, seja na pintura, seja na escultura, mostra-o como uma espécie de Pilgrim Father, em seu traje, com botas altas. Mas, na verdade, eles muito pouca coisa usaram além do chapelão de abas largas, barbas, camisas e ceroula. Caminhavam quase sempre descalços, em fila indiana, ao longo das trilhas do sertão e dos caminhos dos matagais, embora muitas vezes levassem várias armas. Sua vestimenta incluía, igualmente, gibões de algodão que se mostraram úteis contra as flechas ameríndias...”

3.

O mapa abaixo apresenta parte do contorno da América do Sul, destacando a Bacia Amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de Madri apenas em 1750.

(Adaptado de: Carlos de Meira Mattos, Geopolítica e teoria de fronteiras.)

Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente, dominar a) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas. b) economicamente as grandes rotas comerciais. c) as fronteiras entre nações indígenas. d) o escoamento da produção agrícola. e) o potencial de pesca da região.

4. (FATEC) – Bandeiras eram a) expedições de portugueses que atraíam as tribos indígenas para serem catequizadas pelos jesuítas. b) expedições organizadas pela Coroa com o objetivo de conquistar as áreas litorâneas e ribeirinhas do País. c) expedições particulares que aprisionavam índios e buscavam metais e pedras preciosas. d) movimentos catequistas liderados pelos jesuítas e que pretendiam formar uma nação indígena cristã. e) expedições financiadas pela Coroa cujo objetivo era exclusivamente descobrir metais e pedras preciosas.

(C.R. Boxer, A Idade do Ouro no Brasil)

a) A que figura da capitania de São Vicente corresponde essa descrição? b) A que se deve sua existência nessa região?

2. (FUVEST) – No século XVII, contribuíram para a penetração do interior brasileiro a) o desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar e a cultura de algodão. b) o apresamento de indígenas e a procura de riquezas minerais. c) a necessidade de defesa e o combate aos franceses. d) o fim do domínio espanhol e a restauração da monarquia portuguesa. e) a Guerra dos Emboabas e a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro.

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5. (FATEC) – A expansão territorial do Brasil, no Período Colonial, foi marcada pelo movimento das bandeiras, levando à interiorização da colonização. Assinale a alternativa que caracteriza esse movimento. a) As primeiras bandeiras dedicaram-se à exploração do território para futura divisão das sesmarias em minifúndios. b) As primeiras bandeiras dedicaram-se ao aprisionamento de índios, levando à existência de conflitos com missões jesuíticas de Mato Grosso ao Rio Grande do Sul. c) As bandeiras tiveram pouca participação no combate aos quilombos e na captura de escravos fugidos. d) As bandeiras tiveram pouca participação na descoberta de minas nas regiões de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. e) Os paulistas tiveram pouca atuação nos movimentos das bandeiras financiado pela metrópole ou pela aristocracia canavieira colonial.

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7. (FUVEST) – As interpretações históricas sobre o papel dos bandeirantes nos séculos XVII e XVIII apresentam, de um lado, a visão desses paulistas como heróis e, de outro, como vilões. A partir dessa afirmação, discorra sobre a) os bandeirantes como heróis, ligando-os à questão das fronteiras. b) os bandeirantes como vilões, ligando-os à questão dos índios. 8. (UNICAMP) – Em 1750, o governador do Rio de Janeiro, conde de Bobadela, enviou uma carta ao Rei de Portugal, D. João V, na qual comentava a assinatura do Tratado de Madri: “No tratado, a nossa demarcação passa por parte das Missões jesuítas, e surpreende-me como os jesuítas, tão poderosos na Corte de Madri, não embaraçaram a conclusão desse tratado. Porém, pode ser que armem tantas dificuldades à execução do tratado, que tenhamos barreira para muitos anos. Como me persuado, Sua Majestade determinara não seja evacuada a Colônia do Sacramento, enquanto não houverem sido evacuadas as áreas das Missões.” (Adaptado de: http://www.historiacolonia.arquivonacional.gov.br/ cgicgilua.exe/sys/start.htm)

a) Quais as resoluções do Tratado de Madri em relação às fronteiras coloniais? b) Quais as consequências do Tratado de Madri para a atuação dos jesuítas na América Portuguesa?

9. (MACKENZIE) – "Os bandeirantes foram romantizados (...) e postos como símbolo dos paulistas e do progresso, associação enobrecedora. A simbologia bandeirante servia para construir a imagem da trajetória paulista como um único e decidido percurso rumo ao progresso, encobrindo conflitos e diferenças." (Apud, K. Maria. In: Matos, M. I. S. de São Paulo e Adoniram Barbosa) Ainda que essa imagem idealizada do bandeirante tenha sido uma construção ideológica, sua importância no Período Colonial Brasileiro decorre a) de sua iniciativa em atender à demanda de mão de obra escrava do Brasil Holandês durante o governo de Maurício de Nassau.

b) de sua extrema habilidade para lidar com o nativo hostil, garantindo sua colaboração espontânea na busca pelo ouro. c) de sua colaboração no processo de expansão territorial brasileira, à medida que ultrapassou o Tratado de Tordesilhas e fundou povoados, garantindo, futuramente, o direito de Portugal sobre essas terras. d) de sua atuação decisiva na Insurreição Pernambucana, que resultou na expulsão dos holandeses do Nordeste, em 1654, considerada como o primeiro movimento de cunho emancipacionista da colônia. e) da colaboração dos mesmos na formação das Missões Jesuíticas, cujo objetivo era a proteção e catequização de índios tupis, obstáculo à ocupação do território colonial. 10. (FUVEST) – A atividade extrativista desenvolvida na Amazônia foi importante porque a) garantia a ocupação da região e aproveitou a mão de obra indígena local. b) reproduziu na região a estrutura da grande propriedade monocultora. c) gerou riquezas e permitiu a abertura de estradas na região. d) permitiu a integração do norte do Brasil ao contexto andino. e) inviabilizou as aspirações holandesas de ocupação da floresta. 11. (UNIFESP) – Entre aproximadamente 1770 e 1830, a região maranhense conheceu um ciclo de prosperidade econômica, graças a) à produção e exportação do algodão, matéria-prima então muito requisitada por causa da Revolução Industrial em curso na Inglaterra. b) à criação da pecuária e à indústria do charque, para abastecer o mercado interno então em expansão por causa da crise do Sistema Colonial. c) ao extrativismo dos produtos florestais, cuja demanda pelo mercado internacional teve lugar exatamente naquele momento. d) à produção e exportação de arroz, cacau e fumo, cujos produtos começaram a ter aceitação no mercado mundial de matérias-primas. e) à produção e exportação do açúcar, o qual, com o aumento da demanda, exigiu novas áreas de cultivo, além da nordestina. 12. (UFG) – Leia o poema a seguir. “Evém a Bandeira dos Polistas... num tropel soturno. Rasgando as lavras ensacando ouro, encadeiam Vila Boa nos morros vestidos de pau-d'arco. Foi quando a perdida gente riscou o roteiro incerto do velho Bandeirante. E Bartolomeu Bueno, num passe de magia histórica, tira Goyaz de um prato de aguardente e ficou sendo o Anhanguera.” (CORALINA, Cora. Anhanguera. Melhores poemas. Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 84-86. [Coleção Melhores poemas]. [Adaptado].)

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HISTÓRIA

6. (MACKENZIE) – Em 20 de novembro de 1695, Zumbi, o líder máximo do quilombo, era morto, encerrando um dos episódios mais marcantes da História Colonial, a utopia de Palmares. Sobre estes fatos, podemos dizer que: a) Palmares caiu em função das dificuldades de subsistência, já que os quilombolas nada produziam. b) o fato de haver poucas mulheres no quilombo inviabilizou socialmente o grupo. c) Ganga-Zumba e Zumbi jamais divergiram e caíram juntos na defesa do quilombo. d) roupas contaminadas de doenças infecciosas, ataques sucessivos e divisão da liderança foram táticas usadas na destruição de Palmares, que caiu conquistada por Domingos Jorge Velho. e) Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista, foi derrotado pelos palmarinos, sendo o quilombo conquistado pelos holandeses.

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A produção de identidades pode levar à busca de mitos fundadores. O poema de Cora Coralina expressa a relação entre um símbolo mítico e a identidade goiana, ao destacar que a) o imaginário goiano rejeitou a figura do bandeirante, considerando o caráter usurpador presente na descoberta do ouro. b) a chegada dos bandeirantes foi considerada o acontecimento que simbolizou o abandono da identidade rural na capitania. c) a utilização do ardil da aguardente forjou a narrativa de receptividade entre a "perdida gente" e os bandeirantes paulistas. d) a descoberta do ouro concedeu importância à figura do bandeirante como emblema da inserção de Goiás no cenário nacional. e) as bandeiras, como estratégia político-militar portuguesa, objetivavam simbolizar o poder metropolitano na região.

HISTÓRIA

13. (UFPB) – O título e a letra da música a seguir fazem referência, em linguagem artística, ao processo de formação territorial do Brasil. Esse processo teve muitas motivações, diversos agentes históricos, variadas formas de organização e múltiplas direções geográficas, dele resultando o alargamento das dimensões originais das possessões portuguesas na América, que haviam sido estabelecidas pelo Tratado de Tordesilhas (1494). “ENTRADAS E BANDEIRAS O que vocês diriam dessa coisa Que não dá mais pé? O que vocês fariam pra sair desta maré? O que era sonho vira terra Quem vai ser o primeiro a me responder? Sair desta cidade ter a vida onde ela é Subir novas montanhas diamantes procurar No fim da estrada e da poeira Um rio com seus frutos me alimentar” (NASCIMENTO, Milton; BRANT, Fernando. Disponível em: . Acesso em: 8 set. 2006.)

Considerando-se a letra da música, as informações apresentadas e seus conhecimentos sobre o tema, verifica-se que as motivações, os agentes, as formas de organização e a direção geográfica da expansão territorial na América Portuguesa estão, corretamente, correlacionadas em: a) A busca e aprisionamento de índios, para a sua comercialização nos engenhos do atual Nordeste, desfalcados de escravos negros após a tomada de Angola pelos holandeses, motivou os habitantes de São Paulo a organizarem bandeiras para o extremo ocidental da Amazônia. b) A procura de ouro e metais preciosos impulsionou autoridades metropolitanas e colonos a formarem monções, aproveitando a navegabilidade do Rio Paraná, em direção à capitania de Minas Gerais. c) A busca de terras para o gado, afastadas da região canavieira litorânea, estimulou os estancieiros do sul (capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul) a empreenderem entradas nos sertões paraibanos. d) A procura de ouro e, depois, o interesse no comércio, decorrente da descoberta das minas na região, incentivaram os colonos paulistas a organizarem monções para a capitania de Mato Grosso, penetrando território, então pertencente ao Império Espanhol.

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e) A necessidade de expansão do gado para novas terras induziu os habitantes de São Paulo a formarem bandeiras contra os índios guaranis, aldeados em Missões ao sudoeste dos limites territoriais da América Portuguesa à época.

14. (UFSC) – "Se edificamos com eles as suas igrejas [...], eles servem a Deus e a si, nós servimos a Deus e a eles; mas não eles a nós. Se nos vêm buscar em uma canoa [...], para os ir doutrinar por seu turno, ou para ir sacramentar os enfermos a qualquer hora do dia ou da noite, em distância de trinta, de quarenta, e de sessenta léguas, não nos vêm eles servir a nós, nós somos os que os imos servir a eles." [sic] (António Vieira. Obras completas do Padre António Vieira: Sermões. Porto: Lello & Irmão, 1959. p. 39.)

Durante o ano de 2008, celebram-se os 400 anos do nascimento do padre Antônio Vieira, missionário jesuíta, pregador renomado e autor do fragmento anteriormente citado. Sobre o padre Antônio Vieira e a atuação dos jesuítas na América, é correto afirmar: (01) Os missionários jesuítas, entre eles José de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Antônio Vieira, atuaram no Brasil, na tentativa de converter os povos indígenas ao catolicismo. (02) Os aldeamentos e reduções foram criados pelos missionários jesuítas em Brasil, Paraguai e Argentina, como tentativas de escravização das comunidades indígenas. (04) A autonomia administrativa permitida aos jesuítas pelas autoridades da Espanha e de Portugal possibilitou aos grupos aldeados e às Reduções um desenvolvimento pacífico e harmonioso até o século XX. (08) Na América do Sul, os jesuítas fundaram aldeamentos, reduções e escolas, nos quais pretendiam educar os colonos e convencer os povos indígenas que a aceitação pacífica do trabalho escravo os tornaria dignos do Céu. (16) Nas reduções e aldeamentos do Paraguai e do Brasil, além da evangelização, os jesuítas organizavam atividades artísticas, como a música e o teatro. (32) O padre Antônio Vieira, além de dedicar-se às atividades missionárias, atuou como pregador e publicou extensa obra, com destaque para os "Sermões", que reúnem as suas pregações.

15. (IBMEC-SP) – A Companhia de Jesus foi criada na Espanha em 1534 no contexto da Contrarreforma, tendo uma atuação importante no processo colonizador da América Portuguesa. Sobre a atuação da Companhia de Jesus na colonização do Brasil, podemos afirmar: a) Os jesuítas foram responsáveis pela fundação das primeiras cidades brasileiras como São Paulo, São Vicente e Salvador. A catequização dos indígenas era feita em reduções onde eles permaneciam em regime de escravidão. b) Os jesuítas se destacaram na ação educativa e catequizadora dos grupos indígenas brasileiros. Vários missionários jesuítas moravam nas aldeias procurando conhecer os hábitos, a cultura e respeitando a religiosidade indígena.

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Módulo 16 – Restauração e Movimentos Nativistas 1. (UNIP) – O organograma abaixo foi instituído

5. Dificuldade de afirmação social dos comerciantes, que lutavam pela obtenção do direito de concorrer às eleições da Câmara de Olinda. a) Apenas 2 e 5 b) Apenas 3 e 4 c) Apenas 1 e 2 d) Apenas 3 e 5 e) Apenas 1 e 4

3. “Em Pernambuco por volta de 1710, senhores de engenho em decadência se revoltaram contra as vantagens concedidas aos comerciantes portugueses do Recife; em Minas Gerais, ocorreu uma revolta liderada pelo português Felipe dos Santos e dirigida contra a existência de certos monopólios, o fiscalismo e os privilégios da metrópole; seu pretexto foi a criação da Casa de Fundição.” Assinale a alternativa que contém os dois movimentos nativistas sobre os quais trata o texto acima: a) Inconfidência Mineira e Revolta dos Alfaiates. b) Revolta de Beckman e Revolta de Vila Rica. c) Revolta do Nosso Pai e Revolução Pernambucana. d) Guerra dos Mascates e Revolta de Vila Rica. e) Guerra dos Mascates e Guerra dos Emboabas.

4. A Revolta de Beckman, ocorrida no Maranhão em 1684, lutava contra a) os abusos da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão e a Companhia de Jesus. b) a instituição da odiosa derrama. c) a escravidão dos indígenas e exploração do pequeno proprietário. d) a Restauração Portuguesa. e) os comerciantes portugueses, denominados mascates. a) no século XVI, logo após a expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa. b) depois de 1640, quando Portugal se separou da Espanha. c) durante a União Ibérica. d) por D. João V, na época da mineração. e) pela dinastia de Avis. 2. (GOVEST) – “Marinheiro pé de chumbo calcanhar de frigideira quem te deu a ousadia de casar com brasileira!” A quadrinha acima revela o espírito popular à época da “Guerra dos Mascates”, nos primeiros anos do século XVIII, em Pernambuco. Entre as alternativas a seguir, assinale aquelas que contribuíram para a eclosão desse conflito. 1. Retomada do crescimento de Olinda, com prejuízos para as atividades comerciais do porto do Recife. 2. Rivalidade entre antigos colonizadores e recém-chegados de Portugal, visto pelos primeiros com desconfiança e desprezo. 3. Alta do preço do açúcar, implicando investimentos elevados na agricultura canavieira e endividamento dos senhores de engenho com mercadores estrangeiros. 4. Prepotência dos mascates que, inconformados com a condição de vila que tinha o Recife, atacaram Olinda.

5. (UNICAMP) – Emboaba: nome indígena que significa “o estrangeiro”, atribuído aos forasteiros pelos paulistas, primeiros povoadores da região das minas. Com a descoberta do ouro em fins do século XVII, milhares de pessoas da colônia e da metrópole vieram para as minas, causando grandes tumultos. Formaram-se duas facções, paulistas e emboabas, que disputavam o governo do território, tentando impor suas próprias leis. (Adaptado de Maria Beatriz Nizza da Silva (coord.), Dicionário da História da Colonização Portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo, 1994, p. 285.)

Sobre o período em questão é correto afirmar que: a) As disputas pelo território emboaba colocaram em confronto paulistas e mineiros, que lutaram pela posse e exploração das minas. b) A região das minas foi politicamente convulsionada desde sua formação, em fins do século XVII, o que explica a resistência local aos inconfidentes mineiros. c) A luta dos emboabas ilustra o processo de conquista de fronteiras do império português nas Américas, enquanto na África os portugueses se retiravam definitivamente no século XVIII. d) A monarquia portuguesa administrava territórios distintos e vários sujeitos sociais, muitos deles em disputa entre si, como paulistas e emboabas, ambos súditos da Coroa.

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HISTÓRIA

c) A educação foi um dos principais instrumentos de evangelização dos jesuítas, que fundaram colégios no Brasil e organizaram aldeamentos conhecidos como Missões para catequizar os indígenas e convertê-los para o catolicismo. d) Os jesuítas chegaram ao Brasil como o braço religioso da Coroa Portuguesa. Tinham como missão catequizar os indígenas e apoiar os bandeirantes na captura dos índios, que passavam a morar nas vilas e missões. e) A ação militar foi a forma pela qual os jesuítas participaram da colonização portuguesa no Brasil. Apoiados pelo Marquês de Pombal, estabeleceram Missões na região de São Paulo e no Sul do País para manter os índios reunidos.

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6. (PUC) – "A paz do Rio da Prata é um interesse brasileiro, patente e confessado também; e o Brasil, que teria podido ditar a paz naquele rio, que foi instado, e muito, para o fazer, deixou que o incêndio que consome os elementos da nacionalidade uruguaia continuasse a lavrar, e que esse incêndio chamegasse sobre todos os brasileiros." Justiniano José da Rocha. A política do Brasil no Rio da Prata, apud Dea Ribeiro Fenelon. 50 textos de história do Brasil. São Paulo: Hucitec, 1986, p. 98. Adaptado.

HISTÓRIA

O texto, escrito em 1850, demonstra a defesa de uma política brasileira intervencionista no Rio da Prata. Tal proposta foi, nos anos seguintes, a) traduzida em ações políticas e militares do Segundo Reinado, que realizou intervenções armadas na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. b) rechaçada por liberais e conservadores, que se uniam na defesa de uma política externa não intervencionista. c) encampada pelo governo de D. Pedro II, que mediou a negociação em favor da desocupação e da autonomia da Província Cisplatina. d) rejeitada pela marinha e pelo exército brasileiros, que não pretendiam atuar em ações armadas fora do território nacional. e) contestada por representantes diplomáticos da Inglaterra e dos Estados Unidos, que mantinham amplo controle militar e político sobre o Uruguai.

7. (UNAMA) – O alvará de 1680 confirmou a autoridade dos jesuítas sobre os índios, cuja liberdade foi assegurada – como queria o Padre Antônio Vieira. Entretanto, a Cia. de Comércio do Estado do Maranhão, criada na mesma época, não cumpriu a contento sua obrigação de abastecer a região com gêneros europeus e escravos africanos. Essa circunstância provocou a Revolta de Beckman. Outro conflito que denota o aumento da opressão da metrópole portuguesa sobre sua colônia foi a Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco e causada pelo receio, experimentado pelos senhores de engenho de Olinda, verem suas propriedades executadas para pagar dívidas. Assinale a alternativa que interpreta corretamente o enunciado. a) Os insurgentes da Revolta de Beckman buscavam separar do Brasil o Estado do Maranhão, pois não aceitavam o estabelecimento da União Ibérica entre Portugal e Espanha. b) A Revolta de Beckman e a Guerra dos Mascates foram conflitos localizados, direcionados respectivamente contra padres e comerciantes, mas sem aspirar à emancipação política. c) A Revolta de Beckman, que resultou na expulsão dos jesuítas de São Luís, deveu-se à recusa daqueles padres em acatar o decreto pombalino que baniu os inacianos. d) A Revolta de Beckman, a Guerra dos Emboabas e a Guerra dos Mascates foram partes do grande movimento que resultaria na independência do Brasil. e) A Guerra dos Mascates foi uma rebelião liderada por religiosos no Estado do Maranhão, como outras chefiadas pelos Padres Antônio Vieira e Cícero Romão Batista.

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8. (UFSC) – Entre os fatores que provocaram a Guerra dos Emboabas (1707-09), pode-se citar a) a nomeação de Manuel Nunes Viana, paulista de grande prestígio, para administrar a capitania das Minas Gerais. b) a proibição aos emboabas de exercer atividades comerciais na região das Minas Gerais. c) a disputa entre paulistas e forasteiros pela posse das jazidas na região das Minas Gerais. d) a criação da capitania das Minas do Ouro, separada administrativamente da capitania de São Paulo. e) a convulsão social provocada pela intensificação do apresamento de índios pelos bandeirantes.

9. (FATEC) – No século XVIII, a colônia do Brasil passou por vários conflitos internos. Entre eles, a) a Guerra dos Emboabas, luta entre paulistas e gaúchos pelo controle da região das Minas Gerais; esse acontecimento impediu a entrada de forasteiros nas terras paulistas e manteve o controle da capitania de São Paulo sobre as atividades mineradoras. b) a Revolução Liberal de São Paulo e Minas, tentativa de reagir ao avanço conservador da monarquia portuguesa, que usou seu aparelho administrativo e as baionetas da Guarda Nacional para intimidar e cooptar os colonos. c) a Revolta de Filipe dos Santos, em Minas Gerais; o movimento, ocorrido em Vila Rica, constituiu uma reação contra a cobrança, pelas casas de fundição instaladas pela Coroa, da quinta parte do ouro extraído pelos mineradores. d) a Guerra dos Farrapos, revolta que defendia a proclamação da República Rio-Grandense, como forma de obter liberdades políticas, o fim dos tributos coloniais e a proibição da importação de charque platino. e) a Cabanagem, movimento elitista dirigido por clérigos, militares e proprietários rurais, que propunham a proclamação da república como forma de combater o controle econômico exercido pelos comerciantes portugueses.

Módulo 17 – Economia Mineradora 1. (FUVEST) – “A posse da terra conferia ao senhor de engenho e de lavras um caráter quase de nobreza, dando-lhes os sinais distintivos do status e da honra – ao que vinha se somar o repúdio às atividades manuais. Proprietários exploravam compulsoriamente a força de trabalho dos escravos africanos sobre que se assentava o sistema; mercadores eram peças fundamentais do processo de acumulação que se verificava na Europa. (...) Brancos, pretos, mestiços, homens livres ou escravos fugidos, esses indivíduos aproximavam-se uns dos outros mais do que se tem dito (...)” (MELLO E SOUZA, Laura de. Desclassificados do ouro. Rio: Graal, 1982.)

No texto acima, a autora trata a estrutura social da colônia na região das Minas Gerais. Considerando o texto, identifique e discuta duas das características da produção aurífera dessa região.

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2. (MACKENZIE)

a) Quais as razões pelas quais era importante para a Coroa Portuguesa que o Distrito Diamantino ficasse “como que isolado do resto do Universo”? b) Como se dava a exploração das minas por parte da Coroa Portuguesa?

5. (FUVEST) – Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil: a) Atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração. b) A exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal. c) A mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na Independência do Brasil. d) O ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou a sua exploração. e) A mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de diferenciação da sociedade.

O altar-mor da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, acima reproduzido, pode ser apontado como um bom exemplo do Barroco Brasileiro (século XVIII) ou Rococó. Acerca do tema, assinale a alternativa correta. a) Esse movimento artístico foi importante instrumento didático de propaganda evangelizadora utilizado pela Igreja Católica nesse contexto. b) A arte foi uma das prioridades da administração metropolitana no Brasil, uma vez que permitia o desenvolvimento de nossa identidade nacional. c) O artista português Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi enviado ao Brasil para influenciar a arte brasileira por meio das características das matrizes portuguesas. d) Não existiu qualquer influência da arte europeia nas manifestações artísticas coloniais sendo estas consideradas importantes focos de resistência ao domínio metropolitano. e) Não existe relação entre o ciclo do ouro e o movimento artístico em questão, uma vez que a Igreja Católica proibia aos fiéis qualquer atividade que gerasse lucro excessivo. 3. (UNICAMP) – O francês Saint-Hilaire, ao visitar no século XIX a região do Distrito dos Diamantes (Minas Gerais), explicou da seguinte maneira como ela fora criada no século XVIII: “Tendo o governo reconhecido que a extração de diamantes por arrendadores era frequentemente acompanhada por fraudes e abusos, resolveu explorar por sua própria conta as terras diamantinas (...) O Distrito dos Diamantes ficou como que isolado do resto do Universo; situado em um país governado por um poder absoluto esse distrito foi submetido a um despotismo ainda mais absoluto.” (SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelo distrito dos diamantes e litoral do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1974. v. 5, p. 14.)

6. (FGV) – Segundo Caio Prado Jr., em História Econômica do Brasil, “ao contrário do que se deu na agricultura e em outras atividades da Colônia (como na pecuária), a mineração foi submetida desde o início a um regime especial de minuciosa e rigorosamente a disciplina”. Com o estabelecimento desse regime especial para a exploração do ouro, o governo português visava a) eliminar o sistema tributário metropolitano que não beneficiava a Coroa. b) estimular o aparecimento de novas áreas agrícolas, ampliando a exportação para a metrópole. c) impedir a emigração portuguesa para a colônia para preservar a exploração do ouro só para os reinóis. d) impulsionar a produção aurífera, determinando a desativação das Casas de Fundição. e) incentivar a produção do ouro, assegurando os lucros da Coroa, e evitar o contrabando e a sonegação.

7. a) b) c) d) e)

(UNIFENAS) – Foram consequências da mineração, exceto o surgimento de um mercado interno. a urbanização. a melhoria do nível cultural. a decadência da atividade açucareira. a maior fiscalização da Coroa sobre a colônia.

8. (FUVEST) – “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil...” (João Antonil, Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711.)

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HISTÓRIA

4. São movimentos relacionados com a mineração: a) Guerra dos Emboabas e Revolta de Beckman. b) Guerra dos Mascates e Guerra dos Emboabas. c) Guerra dos Emboabas e Revolta de Felipe dos Santos. d) Revolta de Felipe dos Santos e Revolta de Beckman. e) Revolta de Beckman e Guerra dos Mascates.

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Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal. b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra. c) se prestaram, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha. d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do Rio da Prata. e) possibilitaram os acordos com a Holanda, que asseguraram a importação de escravos africanos. 9. (FUVEST)

(Instrução dada ao Marquês de Valênçia por Martinho de Melo e Castro em 10 de setembro de 1779, apud Mafalda P. Zemella, O abastecimento da capitania das Minas Gerais no século XVIII. Adaptado.)

HISTÓRIA

A partir do documento, é correto afirmar: a) O caráter de extrema especialização da exploração dos metais preciosos trouxe uma série de descuidos com as outras atividades econômicas, como o tabaco e o açúcar, desorganizando toda a economia colonial. b) A especificidade da exploração de ouro no interior da colônia brasileira exigiu uma mão de obra também específica: trabalhadores em condição intermediária entre o trabalho compulsório e o trabalho livre. c) Com a exploração aurífera em Minas Gerais, a necessidade de mão de obra compulsória fez com que aumentasse a produção de tabaco, pois essa mercadoria servia como moeda de troca para escravos na África. d) Com a presença holandesa no nordeste do Brasil e a proibição metropolitana em relação ao comércio interno, inúmeros prejuízos atingiram a economia colonial, em especial a produção de tabaco de Pernambuco. e) Devido ao extremo cuidado com a mineração, o Conselho Ultramarino proibiu a produção de tabaco fora da Bahia e exigiu que a chegada de escravos da África fosse feita apenas pelo porto do Rio de Janeiro.

A beleza desta igreja de Ouro Preto, que começou a ser erguida em 1766, é notável. Como tantas outras igrejas mineiras da mesma época, ela é fruto de um contexto histórico particular. a) Quais os fatores econômicos que estão por trás da construção dessas igrejas? b) Comente seu estilo artístico. 10. (MACKENZIE) – "De todas as colônias inglesas, a melhor é o reino de Portugal" (Dito popular, Portugal – século XVIII, citado por TEIXEIRA, F. M. P., Brasil História e Sociedade.)

Assinale a alternativa que explica, corretamente, a afirmação anterior. a) As relações econômico-comerciais entre Inglaterra e Portugal estavam baseadas no Pacto Colonial, o que garantia vultosos lucros aos ingleses. b) A Inglaterra participava dos lucros da mineração brasileira, visto as trocas comerciais favoráveis a ela, estabelecidas com Portugal pelo Tratado de Methuen. c) O declínio do setor manufatureiro em Portugal, decorrente do Embargo Espanhol, tornou a economia lusa altamente dependente das exportações agrícolas inglesas. d) A Revolução Industrial Inglesa foi possível, graças à importação de matéria-prima barata proveniente de Portugal. e) Portugal e Inglaterra eram parceiros no comércio com as colônias portuguesas na Ásia; entretanto, o transporte era realizado por navios ingleses, o que lhes garantia maior participação nos lucros daí advindos.

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11. (FGV) – “É constante que o tabaco do Brasil é tão necessário para o resgate de negros quanto os mesmos negros são precisos para a conservação da América Portuguesa. Nas mesmas circunstâncias se acham outras nações que têm colônias; nenhuma delas se pode sustentar sem escravos e todas precisam do nosso tabaco para o comércio de resgate...”

12. (PUC-SP) – “Quando a capitania das Minas Gerais conhecia o seu apogeu, milhares de homens viviam na miséria, passavam fome, vagavam sem destino pelos arraiais, tristes frutos deteriorados de um sistema econômico doente e de uma estrutura de poder violenta. Da riqueza extraída das Minas, quase tudo ia para a metrópole, onde se consumia em gastos suntuários, em construções monumentais (...), no pagamento das importações de que Portugal necessitava.” O texto acima mostra várias faces da exploração do ouro nas Minas Gerais durante o Período Colonial. A partir dele e de seus conhecimentos sobre o período, indique a alternativa correta. a) Poucos se beneficiaram da riqueza oferecida pelos minérios e nenhum brasileiro enriqueceu com a extração de ouro ou de diamantes porque apenas os portugueses podiam realizá-la. b) A mão de obra escrava predominava nas Minas Gerais porque a Igreja Católica impedia que os índios trabalhassem e nenhum homem livre se dispunha a enfrentar as dificuldades da região. c) O sonho do enriquecimento fácil e rápido atraiu milhares de pessoas para a região e todos podiam explorar livremente, pois a metrópole não estabelecia qualquer limite ou restrição à atuação dos mineradores. d) A imensa riqueza extraída era compartilhada de forma desigual, dada a forte dependência da metrópole, o alto custo dos alimentos na região e o grande volume de impostos. e) Quase todos os escravos que trabalharam nas Minas Gerais obtiveram alforria por meio do furto de parte do minério encontrado ou porque os proprietários libertavam aqueles que descobriam ouro.

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1.

Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo Abril Cultural, 1979 (adaptado).

A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. b) consagração do poder político pela autoridade religiosa. c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas. d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito.

2. (UNICAMP) – Na segunda metade do século XVIII, pensadores importantes, como Denis Diderot, atacaram os próprios fundamentos do imperialismo. Para esse filósofo, os seres humanos eram fundamentalmente formados pelas suas culturas e marcados pelas diferenças culturais, não existindo o homem no estado de natureza. Isso levava à ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos não podiam ser considerados superiores ou inferiores a partir de uma escala universal de valores. (Adaptado de Sankar Muthu, Enlightenment Against Empire. Princeton: Princeton University Press, 2003, p. 258, 268.)

a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se opunham ao imperialismo? b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relação entre a ideia de “homem no estado de natureza” e a organização das sociedades civilizadas?

3. (UNESP) – O pensamento iluminista, baseado no racionalismo, individualismo e liberdade absoluta do homem, ao criticar todos os fundamentos em que se assentava o Antigo Regime, revelava as suas contradições e as tornava transparentes aos olhos de um número cada vez maior de pessoas. (Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1982. Adaptado.)

Entre as críticas ao Antigo Regime, mencionadas no texto, podemos citar a rejeição iluminista do a) princípio da igualdade jurídica. b) livre comércio. c) liberalismo econômico. d) republicanismo. e) absolutismo monárquico.

4. (FUVEST) – Carlos III, rei da Espanha entre 1759 e 1788, implementou profundas reformas – conhecidas como bourbônicas – que tiveram grandes repercussões sobre as colônias espanholas na América. Entre elas, a) o estabelecimento de medidas econômicas e políticas, para maior controle da Coroa sobre as colônias. b) o redirecionamento da economia colonial, para valorizar a indústria em detrimento da agricultura de exportação. c) a promulgação de medidas políticas, levando à separação entre a Igreja Católica e a Coroa. d) a reestruturação das tradicionais comunidades indígenas, visando instituir a propriedade privada. e) a decretação de medidas excepcionais, permitindo a escravização dos africanos e, também, a dos indígenas.

5. (UNESP) – No século XVIII, surgiram novas ideias que despertaram o interesse de muitos adeptos que rejeitavam as tradições e almejavam explicações racionais para compreender os fenômenos naturais e sociais. Como ficaram conhecidos os pensadores desse período e de que modo esses pensadores influenciaram monarcas e ministros europeus?

6. (UNESP) – Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece. [...] Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)

O texto apresenta características a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma sociedade. b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais. c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de uma sociedade. d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores. e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado.

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HISTÓRIA

Módulo 18 – Iluminismo e Despotismo Esclarecido

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7.

É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).

HISTÓRIA

A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Texto para as questões 8 e 9. “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Tratase, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.” (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)

8. (UNICAMP) – No trecho apresentado, o autor a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de igualdade política. b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais. c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos políticos. d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um único senhor. 9. (UNICAMP) – Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que: a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos. b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo. c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da sociedade. d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo francês.

46 –

Módulo 19 – Pombal, Renascimento Agrícola e Tratados de Limites 1. (UFP) – Durante a época de Pombal (1750-1777), Portugal buscou anular os desastrosos efeitos que o Tratado de Methuen (1703) havia trazido para sua economia. Sobre as ações do ministro, é incorreto afirmar que a) transferiu a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. b) estimulou a criação de manufaturas em Portugal, proibiu a exportação de ouro e combateu o contrabando. c) criou a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba. d) reafirmou o poder da Companhia de Jesus, colocando nas mãos dos jesuítas a reforma do ensino em Portugal. e) criou para o Brasil inúmeros impostos complementares, além de impor a primeira derrama à população mineira. 2. “No Brasil, a consolidação do domínio português nas fronteiras do Norte e do Sul passava, segundo Pombal, pela integração dos índios à civilização portuguesa. Se não contasse com uma população nascida no Brasil, identificada com os objetivos lusos, seria inviável assegurar o controle de vastas regiões semidespovoadas.” (Boris Fausto, História do Brasil, EDUSP.)

Nesse passo, a administração pombalina adotou uma série de medidas com relação aos indígenas, entre elas a) a proibição dos casamentos mistos entre brancos e índios. b) o incentivo aos jesuítas e dê a sua política paternalista em relação aos silvícolas. c) a extinção das vilas indígenas na Amazônia que voltaram à condição de aldeias. d) a convocação de chefes indígenas para o exercício de cargos públicos menores. e) a extinção da escravidão vermelha, ou indígena. 3. Não caracterizou a administração pombalina a) o anticlericalismo que resultou na expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal. b) o conflito com a nobreza e com o clero, atuantes na Corte Lusitana. c) o aproveitamento de membros da burguesia mercantil nos cargos de governo. d) o liberalismo econômico, resultando na extinção das Companhias privilegiadas de comércio. e) a intensa articulação diplomática, resolvendo as questões de fronteiras do Brasil. 4. Entre as medidas pombalinas para o Brasil, destacamos, exceto a) a expulsão dos jesuítas. b) a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro. c) a extinção do Estado do Maranhão. d) o estabelecimento da Inquisição na Bahia. e) a criação do Diretório dos Índios. 5. (UNICAMP) – “Em meados do século XVIII, o abade português Diogo Barbosa Machado colecionava vários tipos de impressos: retratos, mapas e, principalmente, pequenas obras

escritas, chamadas de folhetos. Esses folhetos divulgavam os mais diversos acontecimentos naquele mundo após a invenção da imprensa, em 1450. Eram produzidos em rápidas e pequenas tiragens para agilizar sua difusão, dinamizando assim a comunicação nas sociedades da Época Moderna. Essa coleção abrangia muitos folhetos relativos a Portugal e a seu império ultramarino, do século XVI ao XVIII.” (Adaptado de: MONTEIRO, Rodrigo Bentes; LEITE, Jorge Miranda. Os manifestos de Portugal: reflexões acerca de um Estado moderno. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel; GONTIJO, Rebeca (Org.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. p. 113-114.)

a) A partir do texto, explique a importância dos folhetos em Portugal no século XVIII. b) Indique duas características da cultura letrada na América Portuguesa entre os séculos XVI e XVIII. 6. (UEL-Adaptada) – Um dos problemas que a população brasileira enfrentou no Período Colonial foi a constante escassez de alimentos. Isto ocorria pela seguinte razão (entre outras): a) a partir de meados do século XIX, o aumento dos preços do café no mercado internacional provocou uma expansão do cultivo desse grão no Brasil, levando a uma queda na produção de itens de subsistência. b) devido à carência de mão de obra, os escravos eram utilizados na exploração mineradora, na madeireira e na pecuária, o que impediu o desenvolvimento da produção de alimentos e a formação de um mercado internacional. c) a transferência da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro representou um aumento no consumo de produtos alimentícios, causando um colapso na economia de subsistência do Reino Unido de Brasil e Portugal. d) quando a exportação de açúcar se encontrava em uma fase ascendente, os esforços se canalizavam ao máximo para a sua produção, diminuindo o cultivo de outros produtos alimentícios. e) em meados do século XVIII, o desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra estimulou a produção pernambucana de algodão destinado à exportação, o que resultou na redução da área de plantio de produtos alimentares. 7. (UNIFESP) – Entre aproximadamente 1770 e 1830, a região maranhense conheceu um ciclo de prosperidade econômica, graças a) à produção e exportação do algodão, matéria-prima então muito requisitada por causa da Revolução Industrial em curso na Inglaterra. b) à criação da pecuária e à indústria do charque, para abastecer o mercado interno então em expansão por causa da crise do Sistema Colonial. c) ao extrativismo dos produtos florestais, cuja demanda pelo mercado internacional teve lugar exatamente naquele momento. d) à produção e exportação de arroz, cacau e fumo, cujos produtos começaram a ter aceitação no mercado mundial de matérias-primas. e) à produção e exportação do açúcar, o qual, com o aumento da demanda, exigiu novas áreas de cultivo, além da nordestina.

8. (FUVEST) – Ao longo do século XVII, vegetais americanos como a batata-doce, o milho, a mandioca, o ananás e o caju penetraram no continente africano. Isso deve ser entendido como a) parte do aumento do tráfico negreiro, que estreitou as relações entre a América Portuguesa e a África e fez do sistema sul-atlântico o mais importante do Império Português. b) indício do alinhamento crescente de Portugal com a Inglaterra, que pressupunha a consolidação da penetração comercial no interior da África. c) fruto de uma política sistemática de Portugal no sentido de anular a influência asiática e consolidar a americana no interior de seu império. d) imposição da diplomacia adotada pela dinastia dos Braganças, que desejava ampliar a influência portuguesa no interior da África, região controlada por comerciantes espanhóis. e) alternativa encontrada pelo comércio português, já que os franceses controlavam as antigas possessões portuguesas no Oriente e no Estuário do Prata. 9. (FGV) – “É constante que o tabaco do Brasil é tão necessário para o resgate de negros quanto os mesmos negros são precisos para a conservação da América Portuguesa. Nas mesmas circunstâncias se acham outras nações que têm colônias; nenhuma delas se pode sustentar sem escravos e todas precisam do nosso tabaco para o comércio de resgate...” (Instrução dada ao Marquês de Valência por Martinho de Melo e Castro em 10 de setembro de 1779, apud Mafalda P. Zemella, O abastecimento da capitania das Minas Gerais no século XVIII. Adaptado.)

A partir do documento, é correto afirmar: a) O caráter de extrema especialização da exploração dos metais preciosos trouxe uma série de descuidos com as outras atividades econômicas, como o tabaco e o açúcar, desorganizando toda a economia colonial. b) A especificidade da exploração de ouro no interior da colônia brasileira exigiu uma mão de obra também específica: trabalhadores em condição intermediária entre o trabalho compulsório e o trabalho livre. c) Com a exploração aurífera em Minas Gerais, a necessidade de mão de obra compulsória fez com que aumentasse a produção de tabaco, pois essa mercadoria servia como moeda de troca para escravos na África. d) Com a presença holandesa no Nordeste do Brasil e a proibição metropolitana em relação ao comércio interno, inúmeros prejuízos atingiram a economia colonial, em especial a produção de tabaco de Pernambuco. e) Devido ao extremo cuidado com a mineração, o Conselho Ultramarino proibiu a produção de tabaco fora da Bahia e exigiu que a chegada de escravos da África fosse feita apenas pelo porto do Rio de Janeiro.

10. (UNICAMP) – Em 1750, o governador do Rio de Janeiro, conde de Bobadela, enviou uma carta ao Rei de Portugal, D. João V, na qual comentava a assinatura do Tratado de Madri:

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HISTÓRIA

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“No tratado, a nossa demarcação passa por parte das Missões jesuítas, e surpreende-me como os jesuítas, tão poderosos na Corte de Madri, não embaraçaram a conclusão desse tratado. Porém, pode ser que armem tantas dificuldades à execução do tratado, que tenhamos barreira para muitos anos. Como me persuado, Sua Majestade determinara não seja evacuada a Colônia do Sacramento, enquanto não houverem sido evacuadas as áreas das Missões.” (Disponível em: . Adaptado.)

a) Quais as resoluções do Tratado de Madri em relação às fronteiras coloniais? b) Quais as consequências do Tratado de Madri para a atuação dos jesuítas na América Portuguesa?

HISTÓRIA

Módulo 20 – Colonização Inglesa e Independência das 13 Colônias 1. “Nas leis da Nova Inglaterra encontramos o germe e o desenvolvimento da independência local. Na América, pode-se dizer que o município foi organizado antes da comarca, a comarca antes do Estado e o Estado antes da União.” (Alexis de Tocqueville) a) Cite duas características da colonização da Nova Inglaterra. b) A partir do texto, explique por que a Constituição dos Estados Unidos estabeleceu o sistema federativo. 2. (UFPB) – Observe, com atenção, o mapa que retrata o processo de colonização europeia da América do Norte.

(

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)

A fundação de Plymouth, em 1620, marcou o início da colonização dos puritanos na Nova Inglaterra, território, atualmente, pertencente aos EUA. Os franceses se estabeleceram, a partir de 1608, no vale do Rio São Lourenço e na região dos grandes lagos, dando origem à atual Quebec, no Canadá. Os franceses ocuparam a bacia do MississipiMissouri, fundando a povoação portuária de Nova Orleans, centro da colonização da Louisiana, atualmente território do Canadá. Os espanhóis fundaram, no século XVI, a Flórida, atualmente território dos EUA, com o objetivo de melhor controlarem as rotas de navegação do Atlântico para o Golfo do México.

A sequência correta é: a) F V V F V b) F F V F V d) V V F F F e) V F F F F

c) F F F V V

3. (FATEC) – A bordo do navio Mayflower, em 1620, um grupo de puritanos chegou ao Cabo Cod, no atual Estado do Massachusetts, no nordeste dos EUA, em busca de liberdade religiosa. Os puritanos a) eram indivíduos desgarrados, aventureiros que buscavam riquezas. b) eram pessoas que, embora indesejáveis na Inglaterra, pretendiam enriquecer e para lá voltar. c) tinham o sonho de construir uma nova pátria, onde houvesse liberdade de culto. d) eram indivíduos desgarrados, que por serem anglicanos tiveram que abandonar seu país de origem. e) objetivavam unicamente ter uma nova pátria, que lhes desse muito lucro, apesar de serem protestantes perseguidos. 4. (UNESP) – Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte. I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando a escravidão. II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos. III. Sofreu influência das idéias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade, propriedade e igualdade civil. IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial. Estão corretas as afirmativas a) I e IV, apenas. b) II e III, apenas. c) I e II, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

Em relação a esse processo, considere as afirmativas a seguir, identificando com V a(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s). ( ) A fundação de Nova York por puritanos, em 1626, marcou o início da ocupação inglesa das Treze Colônias, no atual território dos EUA.

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5. (PUC) – As independências políticas na América assumiram diversas formas. Sobre elas, é possível afirmar que a a) do Haiti, em 1804, foi a única que contou com participação escrava e levou à abolição da escravidão e à organização de um governo de colaboração entre os negros haitianos e os excolonizadores franceses. b) de Cuba, em 1898, foi a última dentre as posses coloniais da Espanha na América e levou à anexação da ilha caribenha ao território dos Estados Unidos, com quem Cuba já comercializava desde o início de sua colonização. c) dos Estados Unidos, em 1776, foi a primeira emancipação nas Américas e levou à adoção de um modelo federalista que reconhecia as diferenças políticas e econômicas entre as excolônias do sul e do norte do litoral atlântico.

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6. (PUC) – "Descobrir as origens da Primeira Guerra Mundial não equivale a descobrir 'o agressor'. Ele repousa na natureza de uma situação internacional em processo de deterioração progressiva, que escapava cada vez mais ao controle dos governos." Eric Hobsbawm. A era dos impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008, p. 431.

A “deterioração progressiva” da “situação internacional” pode ser exemplificada, entre outros fatores, a) pelo fracasso europeu na busca de fontes energéticas e pela decorrente diminuição dos níveis de industrialização nas potências europeias. b) pela intervenção militar dos países ricos da Europa nos conflitos do Oriente Médio e pelo apoio norte-americano a Israel. c) pelo avanço do socialismo na União Soviética e pelo agravamento das tensões diplomáticas entre os países do Ocidente. d) pela gradual divisão das potências europeias em dois blocos opostos e pelos conflitos coloniais que envolviam alguns desses países. e) pela disputa de fronteira entre Alemanha e França e pelo rápido aumento do apoio popular às propostas nazifascistas. 7. (UNICAMP) – A igualdade, a universalidade e o caráter natural dos direitos humanos ganharam uma expressão política direta pela primeira vez na Declaração da Independência americana de 1776 e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Embora se referisse aos “antigos direitos e liberdades” estabelecidos pela lei inglesa e derivados da história inglesa, a Bill of Rights inglesa de 1689 não declarava a igualdade, a universalidade ou o caráter natural dos direitos. Os direitos são humanos não apenas por se oporem a direitos divinos ou de animais, mas por serem os direitos de humanos em relação uns aos outros. (Adaptação de Lynn Hunt. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo. Companhia das Letras, 2009, p. 19.)

Assinale a alternativa correta. a) A prática jurídica da igualdade foi expressa na Declaração de Independência dos EUA e assegurada nos países independentes do continente americano após 1776. b) A lei inglesa, ao referir-se aos antigos direitos, preservava a hierarquia, os privilégios exclusivos da nobreza sobre a propriedade e os castigos corporais como procedimento jurídico. c) No contexto da Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão significou o fim do Antigo Regime, ainda que tenham sido mantidos os direitos tradicionais da nobreza. d) Os direitos do homem, por serem direitos dos humanos em relação uns aos outros, significam que não pode haver privilégios, nem direitos divinos, mas devem prevalecer os princípios da igualdade e universalidade dos direitos entre os humanos.

8.

Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa a) foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa. b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa. c) passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa. d) diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas. e) resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos. 9.

Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: "A opinião pública norteamericana é particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a atenção frente à busca do bem-estar e prejudica a harmonia doméstica. que é tão essencial ao sucesso dos negócios. Nesse sentido. pode-se dizer que ser casto é uma questão de honra". TOCQUEVILLE A. Democracy in America. Chicago: Encyclopedia Britannica, Inc., Great Books 44. 1990 (adaptado).

Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norte- americanos do seu tempo a) buscavam o êxito, descurando as virtudes cívicas. b) tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rápido. c) valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento ético. d) relacionavam a conduta moral dos indivíduos com o progresso econômico. e) acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia doméstica. 10.

Na democracia estado-unidense, os cidadãos são incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos direitos políticos e também pela ideia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito não seja violado. Como consequência, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno direito. Na tradição política dos EUA, uma forma de incluir socialmente os cidadãos é a) submeter o indivíduo à proteção do governo. b) hierarquizar os indivíduos segundo suas posses. c) estimular a formação de propriedades comunais. d) vincular democracia e possibilidades econômicas individuais. e) defender a obrigação de que todos os indivíduos tenham propriedades.

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HISTÓRIA

d) da Argentina, em 1816, foi a responsável pela fragmentação política do antigo Vice-Reino do Rio da Prata e levou à libertação imediata das terras do Chile até o México e à expulsão da Espanha do continente americano. e) do Brasil, em 1822, foi a única que contou com a aceitação imediata do colonizador e levou à adoção de uma monarquia que unificava os reinos de Portugal e do Brasil sob uma mesma base constitucional.

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HISTÓRIA GERAL

Módulo 1 – Da Monarquia à República Romana

HISTÓRIA

1. A civilização romana foi pautada pelo expansionismo — um dos pilares de sua economia, baseada na exploração sistemática dos povos conquistados. Avalie as afirmações a seguir, relacionadas com as práticas de expansão e submissão adotadas pelos romanos. I – Cidadãos romanos eram acentados nas regiões conquistadas, com o objetivo de aliviar tensões sociais em Roma e criar focos de romanização entre os vencidos. II – Com o passar do tempo, alguns setores das populações dominadas recebiam a cidadania romana, o que criava cisões entre os vencidos, dentro da estratégia de “dividir para governar”. III – Os romanos permitiam que os povos conquistados preservassem sua língua, religião e costumes, desde que se submetessem à autoridade político-aministrativa e tributária de Roma. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. d) Todas as afirmações são verdadeiras. e) Todas as afirmações são falsas. Resolução A afirmação III é falsa porque os romanos assimilaram os povos conquistados, integrando-os jurídica e culturalmente. A culminação desse processo ocorreu em 212 d. C., quando um edito do imperador Caracala estendeu a cidadania romana a todos os homens livres do Império. Resposta: A

2. (UNESP) – “A escolha dos inimigos de Roma era normalmente decidida pela autoridade legislativa. As decisões mais importantes acerca da paz e da guerra eram seriamente debatidas no Senado e ratificadas pelo povo. Mas quando as armas das legiões se distanciaram de Roma, os generais assumiram a responsabilidade de voltá-las contra qualquer povo e da maneira que julgassem mais vantajosa para o benefício público (...) Na administração das conquistas — especialmente depois que deixaram de ser controlados por representantes do Senado — esses comandantes exerciam um despotismo sem freios, tornando-se quase monarcas, unindo a autoridade militar à civil; administravam tanto a justiça quanto as finanças e assumiam ao mesmo tempo os poderes executivo e legislativo do Estado.” (Edward Gibbon, Declínio e queda do Império Romano. Adaptado.)

Segundo o autor, a expansão territorial ocorrida sob a República Romana a) ampliou a abrangência da autoridade senatorial, fortalecendo a República.

50 –

FRENTE 2

b) tornou mais eficazes as práticas políticas existentes, reestruturando a República. c) libertou os cidadãos romanos do jugo dos ditadores, instituindo a Democracia na República. d) atribuiu aos generais parte da autoridade do Senado, prenunciando a crise da República. e) manteve o Senado acima das autoridades militares, consolidando a República. Resolução A expansão romana durante a República exigiu a formação de um exército profissional permanente, organizado em legiões comandadas por generais. Estes instrumentalizaram sua autoridade militar para adquirir força política — primeiro na administração das regiões conquistadas, voltando-se depois contra o poder do próprio Senado e desencadeando a crise do regime republicano. Resposta: D

Módulo 2 – Império Romano 3. (UFPR) – “O cristianismo tornou-se religião oficial do Império Romano pelo Edito de Tessalônica, proclamado por Teodósio no ano de 380. Até alcançar esse ponto, a caminhada dos seguidores de Cristo foi dura e difícil, como provam as perseguições movidas por alguns imperadores, eternizadas em relatos fantásticos e emotivos de escritores e historiadores cristãos.” Entre as causas das perseguições sofridas pelos cristãos no Império Romano, podemos apontar a) o caráter subversivo que se atribuía ao cristianismo, tanto por sua rejeição ao culto do imperador como por sua aceitação entre as camadas desfavorecidas da população. b) a admissão de elementos cristãos tanto nas fileiras do exército imperial como em cargos administrativos importantes, provocando cisões políticas e ideológicas. c) aspectos de natureza moral, como as acusações, feitas pelos pagãos, de que os cristãos, em suas cerimônias, praticavam a antropofagia e o assassinato ritual de crianças. d) o conluio entre romanos cristãos e bárbaros germânicos para desestabilizar o Império, os primeiros atuando no plano interno e os segundos por meio de invasões. e) a política do “pão e circo” praticada pelas autoridades, as quais sacrificavam cristãos no Coliseu em sangrentos espetáculos para agradar à plebe ávida de violência. Resolução Diversos imperadores — ao todo foram dez — perseguiram violentamente os cristãos. A maioria o fez porque o cristianismo, sendo monoteísta, negava o caráter divino atribuído ao imperador. Ademais, aos olhos das autoridades, a nova religião, ao valorizar a mulher e confortar os humildes e oprimidos, subvertia a sociedade romana tradicional. Resposta: A

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Resolução Com o fim das guerras de conquista, ocorreu uma redução gradativa — mas constante — da disponibilidade de escravos no Império Romano. Em consequência, a economia sofreu um processo de ruralização, debilitando de tal maneira o Império que sua porção ocidental não resistiria as invasões dos povos germânicos. Resposta: E

b) desenvolveram uma metodologia de investigação científica de carater laico, com base na lógica aristotélica. c) transmitiram aos europeus ocidentais técnicas de cultivo surgidas no mundo helenístico. d) combinaram o pragmatismo dos romanos com o espírito especulativo dos gregos, criando uma nova filosofia. e) reentroduziram no Ocidente importantes obras clássicas, cujo conhecimento haviam adquirido com os bizantinos. Resolução As conquistas realizadas após a morte de Maomé puseram os árabes em contato com as civilizações bizantina, hindu e chinesa. Essa circunstância permitiu-lhes adquirir diversos conhecimentos que depois transmitiriam ao Ocidente – entre eles, importantes obras gregas que os bizantinos haviam conservado e foram então traduzidas para o árabe. Resposta: E

Módulo 4 – Monarquias Nacionais e Crises dos Séculos XIV e XV 7. (UEL) – “O rei fora um aliado forte das cidades na luta contra os senhores, pois tudo que reduzisse a força dos barões fortaleceria o poder real. Em reconhecimento por essa ajuda, os cidadãos estavam prontos a auxiliar o soberano com empréstimos. Isso era importante, visto que tais recursos permitiriam ao rei dispensar a ajuda militar de seus vassalos, contratando um exército próprio e melhor que as tropas feudais. Com efeito, um exército pago para lutar, bem treinado, disciplinado e pronto a combater constituiria uma grande vantagem.” (HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. p. 80-81. Adaptado.)

Módulo 3 – A Arábia e o Islamismo 5. “Cerca de vinte dias antes da guerra, os clérigos xiitas emitiram uma fatwa para que a população não cooperasse nem com Saddam nem com os invasores. Se as tropas estrangeiras não se retirarem tão logo desmantelem o regime, haverá um novo decreto pedindo aos xiitas que as expulsem, o que na prática significará a proclamação da Jihad contra os soldados norte-americanos.” (Agência Reuters, março de 2003.)

O texto, referente à invasão do Iraque por tropas norte-americanas e britânicas em 2003, envolve aspectos ligados à religião islâmica. Acerca desse tema, explique o que é a Jihad.

Com base no texto e em conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que I – a organização de exércitos sob o comando do rei contribuiu para o processo de formação dos Estados nacionais. II – a decadência da burguesia possibilitou o fortalecimento do poder real e a constituição dos Estados nacionais europeus. III – a teoria política do período sacralizou a figura do monarca, já que afirmava serem os reis escolhidos por Deus para exercer o governo. IV – com os Estados nacionais constituídos, a Igreja continuou a ocupar um espaço importante dentro dos reinos, baseada na autoridade suprema do papa.

Resolução Guerra Santa para defender ou expandir a fé islâmica. Obs.: Uma segunda interpretação da Jihad é a luta íntima que o muçulmano deve travar diuturnamente para se manter fiel aos ensinamentos de Maomé.

6. Apesar de a mídia, atualmente, muitas vezes enfatizar o radicalismo de grupos fundamentalistas islâmicos, numerosos historiadores assinalam que os valores culturais da Antiguidade Clássica chegaram ao conhecimento do mundo ocidental moderno porque os árabes, de religião muçulmana, a) reproduziram as principais obras escultóricas e arquitetônicas da civilização greco-romana.

Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. Resolução A afirmativa II é falsa porque a burguesia iniciou sua ascensão justamente nesse período. A afirmativa IV é falsa porque a autoridade do papa estava em declínio. Resposta: B

– 51

HISTÓRIA

4. Entre as causas do colapso do Império Romano do Ocidente, pode-se citar a) a anarquia militar, que desestabilizou a autoridade imperial e abriu caminho para as massas populares assumirem o poder; a onda democrática resultante desse processo inviabilizou o Estado Romano, provocando seu desaparecimento. b) a promulgação do Edito de Milão, que pôs fim às perseguições contra os cristãos; o arraigado pacifismo da religião triunfante minou a eficiência do exército romano, tornando o Império vulnerável às invasões bárbaras que viriam a destruí-lo. c) o surgimento de dois Estados distintos, um no Oriente e outro no Ocidente; ambos lutaram encarniçadamente um contra o outro, enfraquecendo-se reciprocamente e vindo a desaparecer no século V, diante dos ataques de hunos e mongóis. d) a expansão dos árabes, que destruiu a talassocracia de Roma sobre o Mediterrâneo Ocidental, deslocando o eixo econômico europeu para Constantinopla e arruinando o Império do Ocidente, que não resistiria às invasões germânicas. e) a crise do século III, quando o fim da expansão romana reduziu drasticamente o afluxo de escravos, provocando a queda das atividades econômicas e o enfraquecimento geral do Império, tornando-o vulnerável às invasões bárbaras.

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8. (PUC-PR) – “A Peste Negra, que grassou em meados do século XIV, matou mais de 1/5 da população europeia. Causada pela bactéria Yersinia pestis, a doença dizimou principalmente as áreas urbanas mais pobres e infestadas de ratos.” Assinale a alternativa relacionada corretamente com o período em questão. a) O período foi também marcado pelo fortalecimento do poder papal, reforçando a unidade da Igreja. b) O império criado vários séculos antes por Carlos Magno foi finalmente desmembrado pelo Tratado de Verdun. c) A Peste Negra, se de um lado provocou recessão no comércio, de outro fortaleceu a nobreza feudal. d) A escolástica de Santo Tomás de Aquino foi suplantada pela teoria da predestinação, formulada por Santo Agostinho. e) Pertence a esse período a série de conflitos conhecida como Guerra dos Cem Anos, travada entre França e Inglaterra. HISTÓRIA

Resolução A Guerra dos Cem Anos – um dos fatores causadores da chamada “crise do século XIV” – pode ser vista como uma “série de conflitos” por que sua duração, entre 1337 e 1453, não foi contínua. Ademais, o conflito principal, travado entre os reis da França e da Inglaterra, misturou-se com outros de caráter local, como revoltas camponesas nos dois países e disputas internas, sobretudo na França. Resposta: E

10. (UFU) – “Podemos dizer, sem exagero, que no Renascimento a humanidade começou a se libertar das condições impostas pela Natureza. Esta passou a ser algo que o homem podia usar e explorar. ‘Saber é poder’, dizia o filósofo inglês Francis Bacon, sublinhando a aplicação prática do conhecimento. E isto era uma coisa nova.” (GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Adaptado.)

Sobre o movimento renascentista, assinale a alternativa incorreta. a) O Renascimento significou uma importante mudança na forma de expressão cultural e na relação do homem com a Natureza. b) O movimento renascentista estudou o homem e a Natureza, fundamentando-se na razão e no espírito crítico. c) A Renascença resgatou o princípio da autoridade presente na ciência teológica e a concepção teocêntrica de mundo. d) O antropocentrismo valorizava o homem, difundindo a confiança nas potencialidades humanas e contrapondo-se ao teocentrismo. e) Os avanços científicos verificados na Renascença deveram-se à busca de uma explicação racional para a Natureza. Resolução O Renascimento Cultural do início da Idade Moderna retomou os valores

Módulo 5 – Renascimento: Conceito, Origem e Características

da cultura clássica. Valorizou o homem, o individualismo e a razão crítica,

9. (UNESP)

Resposta: C

em detrimento das concepções teológicas e dogmáticas predominantes na Idade Média.

Módulo 6 – Difusão e Crise do Renascimento 11. (UFPR) – “Mas não é uma conduta extraordinária a correr todo o povo a acusar o Senado em altos brados, precipitando-se pelas ruas, fechando as lojas e abandonando seus afazeres? Responderei que cada Estado deve ter costumes próprios, por meio dos quais os populares possam manifestar suas aspirações. O desejo que sentem os povos de ser livres raramente prejudica a liberdade, porque nasce da opressão ou do temor de ser oprimido. Atentemos, portanto, para o fato de que tudo o que a República Romana produziu de melhor provém de uma boa causa. Se os tribunos da plebe devem sua origem à desordem, esta desordem merece elogios, pois o povo assegurou participação no governo e os tribunos foram guardiães das liberdades romanas.” (MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a Primeira Década de Tito (National Gallery, Londres.)

A ilustração reproduz a tela O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck (1434). Nela encontramos alguns traços marcantes da pintura renascentista. Entre eles, podemos identificar a) a temática burguesa e o liberalismo. b) a temática religiosa e os valores greco-romanos. c) a temática clássica e a busca do transcendente. d) a temática pagã e o cientificismo. e) a temática profana e a perspectiva.

52 –

Lívio. 3 ed., Brasília: Editora da UNB, 1994, p. 31-32. Adaptado.)

Com base no texto e em conhecimentos sobre a sociedade renascentista, é correto afirmar que o pensamento de Maquiavel a) procurou aplicar ao Mundo Moderno as formas clássicas do pensamento político, especialmente as vigentes na República Romana, na tentativa de assegurar os mecanismos de representação popular nas novas repúblicas que vinham se formando na Península Itálica e no Norte da Europa.

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Resolução Nicolau Maquiavel (1469-1527) celebrizou-se por sua obra O Príncipe (1513) na qual justifica o absolutismo que caracterizou a maioria dos Estados modernos. Entretanto, em seus Discursos sobre a Primeira

Década de Tito Lívio (1517), Maquiavel adota uma posição oposta, justificando a liberdade de manifestação popular como benéfica à

Resolução Enfraquecimento do Papado, paralelamente à decadência do sistema feudal; corrupção reinante em grande parte do clero, incluindo a prática da simonia e a venda de indulgências; inadaptação da Igreja às práticas capitalistas, como a busca do lucro e a prática da usura; oposição de certos governantes à autoridade espiritual do papa, dentro do processo de fortalecimento do poder real; desenvolvimento do espírito crítico, incluindo o questionamento da própria doutrina da Igreja.

14. (FGV) – A ligação entre os reformadores protestantes com o poder político pode ser verificada por meio a) da defesa que o duque Frederico da Saxônia fez de Martinho Lutero e da adesão dos príncipes alemães às teses luteranas. b) da ação de Henrique VIII que, pautado pela doutrina da predestinação divina, fundou a Igreja Nacional da Inglaterra, embora a mantivesse ligada a Roma. c) do decisivo apoio político de Martinho Lutero e seus seguidores à revolta dos camponeses alemães, em 1524. d) da efetivação da aliança, a partir de 1533, entre João Calvino e a monarquia francesa, ambos interessados em reforçar o poder do clero. e) da interferência da nobreza alemã para que luteranos e calvinistas se mantivessem fiéis ao papa. Resolução A aliança entre os reformadores protestantes e o poder político é evidente no luteranismo e no anglicanismo, embora no calvinismo o

evolução política dos povos.

movimento reformista tenha muitas vezes se insurgido contra o poder

Resposta: D

político estabelecido. No caso de Lutero, o sucesso de sua rebelião contra a Igreja dependeu fundamentalmente da proteção que lhe foi

12. (UFRS) – A partir da impressão com tipos metálicos, concebida pelo alemão Gutenberg, começam a multiplicar-se os textos e obras literárias. A esse respeito, considere as seguintes afirmações: I – A imprensa permitiu a difusão da Bíblia em línguas vernáculas, reduzindo o papel desempenhado pelo clero. II – Na obra Don Quijote de la Mancha, Miguel de Cervantes compôs uma sátira aos ideais da cavalaria medieval. III – Luís de Camões, em sua obra Os Lusíadas, inspirada na viagem de Vasco da Gama, narrou os feitos marítimos portugueses. Assinale a alternativa correta. a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. d) Todas as afirmações são verdadeiras. e) Todas as afirmações são falsas. Resolução As afirmações, por serem verdadeiras, justificam-se por si mesmas. Resposta: D

dispensada por Frederico da Saxônia (um dos sete príncipes-eleitores do Sacro Império) e, depois, pelos senhores alemães do Norte. Para estes, a Reforma serviu de instrumento para contrabalançar o poder do imperador, que permanecera católico. Resposta: A

15. (UNESP) – Thomas Münzer liderou os anabatistas, camponeses que, inspirados nas teses luteranas, passaram a ocupar terras da nobreza leiga e eclesiástica, rompendo com a estrutura feudal. A atitude de Lutero, frente ao anabatismo, foi de a) apoio, considerando que aquele movimento era o que mais se aproximava de seus próprios ideais religiosos. b) oposição, pois via na rebelião camponesa uma ameaça à ordem defendida pelos nobres que o protegiam. c) apoio, pois via naquele movimento um instrumento para a derrota definitiva dos defensores de Roma. d) oposição, pois via na violência daquele movimento uma manifestação dos ensinamentos do Papado. e) apoio, pois aquele movimento pretendia destruir as bases do Sacro Império, principal inimigo de Lutero. Resolução

Módulo 7 – Reforma Luterana

Lutero condenou veementemente a revolta dos camponeses anabatistas, incitando a nobreza a reprimi-la duramente. A postura do

13. (UFPR) – Mencione os principais fatores responsáveis pela eclosão da grande crise religiosa do século XVI, conhecida como “Reforma”, que deu origem ao protestantismo.

reformador deveu-se ao fato de que a aristocracia alemã do Norte formava a base de sustentação da Reforma Luterana. Resposta: B

– 53

HISTÓRIA

b) introduziu a noção de desordem político-social no pensamento filosófico renascentista para explicar os processos evolutivos dos Estados e das formas de governos possíveis, citando o modelo republicano romano como ideal e adaptável às condições vigentes na Europa do século XV. c) recuperou os princípios políticos romanos e, afirmando que os fins justificam os meios, ofereceu aos movimentos sociais da Era Moderna uma justificativa para se rebelarem contra a tirania e a opressão, em nome de uma boa causa que legitimaria um governo autoritário de caráter popular. d) inspirou-se no passado clássico, especialmente no romano, idealizando-o para afirmar que os conflitos entre os poderosos e as camadas populares contribuem para a ampliação das liberdades republicanas e que a maneira como se manifestam depende dos costumes políticos dos povos. e) pretendeu estabelecer os princípios democráticos da Repúplica Romana como conceitos básicos da política moderna, afirmando que, para satisfazer suas aspirações, é legítimo que o povo se rebele e promova desordens com a finalidade de mudar o regime de governo e a organização da produção econômica.

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Módulo 8 – Expansão da Reforma e Contrarreforma 16. (FUVEST) – “Depois que a Bíblia foi traduzida, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga, capazes de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus Onipotente e que entendiam o que Ele dizia”.

HISTÓRIA

Esse comentário de Thomas Hobbes (1588-1679) a) ironiza uma das consequências da Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização dos fiéis. b) alude à atitude do Papado que, por causa da Reforma, instou os leigos a não deixarem de ler a Bíblia. c) elogia a atitude dos reis Jaime I e Carlos I, os quais permitiram que seus súditos pudessem escolher entre as várias Igrejas reformadas. d) ressalta o papel positivo da liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico. e) critica a diminuição da religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas Igrejas protestantes. Resolução No texto, Hobbes põe em dúvida a capacidade de pessoas apenas alfabetizadas poderem interpretar a Bíblia. Essa possibilidade fora aberta depois que os protestantes passaram a traduzir a Bíblia para as línguas correntes. Resposta: A

17. (FATEC) – O Concílio de Trento (1545-63), reunido para reorganizar a Igreja Católica e combater o avanço do protestantismo, tomou importantes decisões para preservar a unidade do catolicismo. Uma das medidas adotadas foi a) favorecer a interpretação individual da Bíblia, de acordo com a consciência de cada um. b) adotar uma atitude mais liberal com relação aos livros religiosos, pondo fim à censura que lhes era imposta desde a Idade Média. c) criar uma comissão com o intuito de melhorar o relacionamento com os povos não cristãos. d) ampliar a representatividade do Sacro Colégio, nele incluindo cardeais provenientes de todas as nações cristãs. e) estimular a ação das ordens religiosas em vários setores, principalmente no educacional. Resolução A medida citada, que teve na Companhia de Jesus seu agente mais expressivo, visava não apenas preservar a fé da população nos ensinamentos da Igreja, mas também formar uma intelectualidade católica capaz de combater as críticas protestantes. Resposta: E

Módulo 9 – O Absolutismo Francês 18. (UFF) – “Existem dúvidas em torno da caracterização do Estado absoluto na França, na época de Luís XIV. O empenho do monarca em associar o Reino aos Tempos Modernos, promovendo o progresso e transformando o país em modelo de civilização, embaralha a definição do seu reinado e dificulta sua inclusão na ideia de Antigo Regime”. A partir do texto acima, caracterize o Antigo Regime francês nos níveis político, econômico e social. Resolução O texto transcrito considera que, na França, o Antigo Regime assumiu características modernas que o distanciavam de suas origens feudais.

54 –

Tais características seriam as seguintes: No plano político, concentração de poderes absolutos nas mãos do rei, justificada pela teoria do direito divino. No plano econômico, prática do mercantilismo, política econômica de incentivo às atividades comerciais, direcionada para aumentar a arrecadação tributária e fortalecer o poder real. No plano social, existência de uma sociedade de ordens, baseada na desigualdade jurídica dos segmentos sociais, com o rei equilibrando-se entre a burguesia, de um lado, e a nobreza e clero, de outro.

19. (PASUSP) – Nicolau Maquiavel, em 1513, na Itália Renascentista, escreveu: “O príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo frequentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião (...) O príncipe não precisa possuir todas as qualidades (ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso), bastando que aparente possuí-las. O príncipe, se possível, não deve se afastar do bem, mas deve saber entrar para o mal, se a isso estiver obrigado.” Indique qual das afirmações a seguir está claramente expressa no texto. a) Os homens considerados bons são os únicos aptos a governar. b) O príncipe deve observar os preceitos da moral cristã medieval. c) Fidelidade, humanidade, integridade e religiosidade são qualidades indispensáveis ao governante. d) O príncipe, para manter o governo deve sempre praticar o mal. e) A aparência de ter qualidades é mais útil ao governante do que realmente possuí-las. Resolução Maquiavel, considerado um dos mais importantes teóricos do Absolutismo, afirma que os governantes não devem se reger pelas regras da moral, caso seja necessário transgredi-las (Princípio da “razão de Estado”). Resposta: E

Módulo 10 – Absolutismo e Revoluções Inglesas do Século XVII 20. (PUC-RS) – As proposições a seguir referem-se à formação do Estado Moderno na Inglaterra. I – O fracasso da reforma protestante no século XVI atrasou o processo de centralização político-administrativa na Inglaterra, pois a Igreja preservou seu poder econômico no país ao longo do período, apoiando-se na alta nobreza. II – A burguesia e a pequena nobreza apoiaram a política centralizadora dos Tudors no século XVI, pois eram grupos sociais particularmente favorecidos pela estabilidade política do país. III – O período elizabetano, iniciado em 1558, marcou a consolidação do absolutismo monárquico na Inglaterra, com a supressão do Parlamento e a imposição da teoria sobre a origem divina do poder real. Pela análise das proposições acima, conclui-se que a) apenas a proposição I está correta. b) apenas a proposição II está correta. c) apenas as proposições I e III estão corretas. d) apenas as proposições II e III estão corretas. e) todas as proposições estão corretas.

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21. (UFRS) – Em meados do século XVII, a Inglaterra mergulhou em uma guerra civil conhecida como “Revolução Inglesa de 1640”. Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que não está relacionada com esse contexto histórico. a) No ápice da Revolução, o rei Carlos I foi executado e a República proclamada. Cromwell instituiu um governo democrático, no qual os direitos humanos passaram a ser respeitados e as classes populares tiveram voz ativa. b) Os puritanos, grupo político-religioso que desejava recuperar os valores do cristianismo primitivo e que recusava a autoridade do rei em matéria de fé, constituíram-se nos principais adversários das ideias absolutistas. c) Após a morte de Elisabeth Tudor em 1603, ascendeu ao trono da Inglaterra a dinastia escocesa dos Stuarts, os quais careciam da habilidade política necessária para negociar com o Parlamento Inglês. d) Uma das medidas da Revolução foi o estabelecimento do Ato de Navegação de 1651, que se tornou uma das bases da prosperidade comercial da Inglaterra.

Módulo 1 – Da Monarquia à República Romana 1.

Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon. COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à a) adoção do sufrágio universal masculino. b) extensão da cidadania aos homens livres. c) afirmação de instituições democráticas. d) implantação de direitos sociais. e) tripartição dos poderes políticos.

e) A queda da monarquia abriu caminho para o surgimento de reivindicações radicais, como a dos niveladores, que defendiam a abertura do Parlamento às classes populares, e a dos cavadores, defensores de uma redistribuição das terras. Resolução Alternativa a é incorreta porque Cromwell governou ditatorialmente com o título de “Lorde Protetor”, submetendo o Parlamento à sua autoridade. Os direitos humanos não foram respeitados, haja vista a dura repressão sofrida pelos católicos, sobretudo na Irlanda. Resposta: A

22. (FUVEST) – O absolutismo na Inglaterra definiu-se nos reinados de Henrique VIII e Elizabeth I (ou Isabel I), monarcas da dinastia Tudor. Estabeleça a correlação entre absolutismo, Reforma Anglicana e mercantilismo na época Tudor. Resolução O absolutismo de fato imposto por aqueles monarcas sobre o Parlamento fortaleceu-se com a Reforma Anglicana, que acrescentou o poder espiritual à autoridade do rei, e pela prática do mercantilismo, que agradou à burguesia e deu início à acumulação primitiva de capitais na Inglaterra.

O texto, do século I a.C., retrata o cenário romano de a) implantação da Monarquia, quando a aristocracia perseguia seus opositores e os forçava ao ostracismo, para sufocar revoltas oligárquicas e populares. b) transição da República ao Império, período de reformulações provocadas pela expansão mediterrânica e pelo aumento da insatisfação da plebe. c) consolidação da República, marcado pela participação política de pequenos proprietários rurais e pela implementação de amplo programa de reforma agrária. d) passagem da Monarquia à República, período de consolidação oligárquica, que provocou a ampliação do poder e da influência política dos militares. e) decadência do Império, então sujeito a invasões estrangeiras e à fragmentação política gerada pelas rebeliões populares e pela ação dos bárbaros. 3. (PUC) – “O fato indiscutível é que, em Roma, no decorrer do

2. (FUVEST) – César não saíra de sua província para fazer mal algum, mas para se defender dos agravos dos inimigos, para restabelecer em seus poderes os tribunos da plebe que tinham sido, naquela ocasião, expulsos da Cidade, para devolver a liberdade a si e ao povo romano oprimido pela facção minoritária.

século II a.C. se assiste ao fenômeno do despovoamento do

Caio Júlio César. A Guerra Civil. São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 67.

A guerra civil. São Paulo: Estação Liberdade, 1999, p. 18. Adaptado.)

campo e à consequente imigração para as cidades de um grande número de cidadãos que foram engrossar a miserável clientela da plebe urbana.” (Antonio da Silveira Mendonça. “Introdução”, In Caio Júlio César.

– 55

HISTÓRIA

Resolução A proposição I é incorreta porque o êxito da Reforma Anglicana fortaleceu o poder dos Tudors. A proposição III é incorreta porque Elizabeth I manteve o Parlamento aberto e não impôs o absolutismo por direito divino, contentando-se em exercer um poder de fato no país. Resposta: B

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O grupo social mencionado no texto a) participou das sublevações e revoltas que puseram fim à monarquia e proclamaram a república. b) opôs-se à consolidação do poder de Júlio César e participou do golpe que o depôs e o assassinou. c) associou-se aos políticos conservadores do Senado na rejeição da monarquia e defesa da república. d) engajou-se maciçamente nas tropas de Júlio César que participaram da expansão romana da Gália. e) defendeu a reforma agrária e o direito de veto a medidas que afetassem os interesses populares.

HISTÓRIA

4. (PUC) – As Guerras Púnicas, entre romanos e cartagineses, duraram de 264 a 146 a.C. Entre seus resultados finais, podemos considerar que elas a) contiveram a expansão romana em direção ao mar Mediterrâneo, pois as ilhas ao sul da península itálica passaram ao controle cartaginês. b) fortaleceram a presença romana na região do mar Mediterrâneo, com o estabelecimento de províncias nas terras conquistadas. c) eliminaram os gastos militares do Império Romano, pois impediram o surgimento de revoltas e tensões sociais. d) permitiram a expansão comercial de Roma por toda a península itálica e em direção ao ocidente, com a decorrente conquista da Gália. e) reduziram consideravelmente o número de escravos no Império Romano, pois a maioria deles foi alistada nas tropas e morreu em combate. 5. (UNESP) – A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […]. (Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)

Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que a) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e pela raça. b) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo. c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central. d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos. e) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres. 6. (FUVEST) – A escravidão na Roma antiga a) permaneceu praticamente inalterada ao longo dos séculos, mas foi abolida com a introdução do cristianismo. b) previa a possibilidade de alforria do escravo apenas no caso da morte de seu proprietário. c) era restrita ao meio rural e associada ao trabalho braçal, não ocorrendo em áreas urbanas, nem atingindo funções intelectuais ou administrativas. d) pressupunha que os escravos eram humanos e, por isso, era proibida toda forma de castigo físico. e) variou ao longo do tempo, mas era determinada por três critérios: nascimento, guerra e direito civil.

56 –

7. (UNICAMP) – Por que as pessoas se casavam na Roma Antiga? Para esposar um dote, um dos meios honrosos de enriquecer, e para ter, em justas bodas, rebentos que, sendo legítimos, perpetuassem o corpo cívico, o núcleo dos cidadãos. Os políticos não falavam exatamente em natalismo, futura mão de obra, mas em sustento do núcleo de cidadãos que fazia a cidade perdurar exercendo a “função de cidadão” ou devendo exercê-la. (Adaptado de P. Ariès e G. Duby, História da Vida Privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. v. 1, p. 47.)

a) Por que o casamento tinha uma conotação política entre os cidadãos, na Roma Antiga? b) Indique dois grupos excluídos da cidadania durante a República romana (509-27 a.C.). Leia o texto para responder às questões de números 8 e 9.

Roma provou ser capaz de ampliar o seu próprio sistema político para incluir as cidades italianas durante sua expansão penisular. Desde o começo ela havia – diferentemente de Atenas – exigido de seus aliados tropas para seus exércitos, e não dinheiro para seu tesouro; desta maneira, diminuindo a carga de sua dominação na paz e unindo-os solidamente em tempo de guerra. Neste ponto, seguia o exemplo de Esparta, embora seu controle militar central das tropas aliadas fosse sempre muito maior. (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 1987. Adaptado.)

8. (UNESP) – O texto caracteriza uma das principais estratégias romanas de domínio sobre outros povos e outras cidades: a) o estabelecimento de protetorados e de aquartelamentos militares. b) a escravização e a exploração dos recursos naturais. c) a libertação de todos os escravos e a democratização política. d) o recrutamento e a composição de alianças bélicas. e) a tributação abusiva e o confisco de propriedades rurais.

9. (UNESP) – A comparação que o texto estabelece entre Roma e Esparta é pertinente, uma vez que foi comum às duas cidades a) valorizar a formação e a disciplina da soldadesca e constituir amplo aparato militar. b) instalar e manter importantes áreas coloniais no Norte da África e no Oriente Próximo. c) estabelecer amplo domínio militar e comercial sobre o Mar Mediterrâneo e o Leste europeu. d) erradicar a influência política e militar de Atenas e combater os exércitos cartagineses e persas. e) viver sob regimes democráticos, após terem atravessado períodos de oligarquia e de tirania.

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1. (UNESP) – Os gastos militares intensificaram-se a partir dos séculos III e IV d.C., devido a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro da África. b) às perseguições contra os cristãos, que, bem sucedidas, permitiram o pleno retorno ao politeísmo. c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de bárbaros em várias partes da fronteira. d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a buscar o controle armado e comercial do mar Mediterrâneo. e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da África e na Península Ibérica.

2. (UNICAMP) – O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito, podemos afirmar que: a) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam grego e depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo. b) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações. c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista, como os vândalos, por exemplo. d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os persas, em oposição aos povos urbanos civilizados.

d) os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação, moradia, educação e saúde. e) as despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas.

5. (FUVEST) – Cesarismo/cesarista são termos utilizados para caracterizar governantes atuais que, à maneira de Júlio César (de onde o nome), na antiga Roma, exercem um poder a) teocrático. b) democrático. c) aristocrático. d) burocrático. e) autocrático.

6. (UNICAMP) – Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados. (Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)

a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma. b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã? 7.

(UNICAMP)

3. (UNESP) – Um autor do século VI assim descreveu o rei Átila, que, comandando os hunos, chegou às portas de Roma: Homem vindo ao mundo em um entrechoque de raças, terror de todos os países, não sei como ele semeava tanto pavor, a não ser pela ligação que se fazia de sua pessoa com um sentimento de terror. Tinha um porte altivo e um olhar singularmente móvel, se bem que cada um de seus movimentos traduzisse o orgulho de seu poder. (...) sua pequena-estatura, seu peito largo, sua cabeça grande, seus olhos minúsculos, sua barba rala, sua cabeleira eriçada, seu nariz muito curto, sua tez escura, eram sinais de suas origens. (Jordanes. Getica XXXV (c. 551), citado por Jaime Pinsky (org.). O modo de produção feudal, 1982.)

Ao representar Átila, que imagem dos bárbaros o autor transmite? 4. (FUVEST) – Os impérios do mundo antigo tinham ampla abrangência territorial e estruturas politicamente complexas, o que implicava custos crescentes de administração. No caso do Império Romano da Antiguidade, são exemplos desses custos: a) as expropriações de terras dos patrícios e a geração de empregos para os plebeus. b) os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e da previdência social. c) as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar revoltas provinciais e rebeliões populares.

A imagem acima retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem conservados que se encontram até o momento no norte da Europa. A composição conta com mais de 160 m2 e apresenta como tema cenas próprias de um anfiteatro romano. (https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_stabs_secutor_(co lor).jpg. Acessado em 12/08/2016.)

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HISTÓRIA

Módulo 2 – Império Romano

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A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se afirmar corretamente que a imagem representa a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do século III d. C, que foi criticada pelos cristãos. b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso que envolvia os prisioneiros de guerra. c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da elite romana que usava cidadãos romanos na arena, para lutarem entre si e, assim, divertir o povo. d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade, como a diversão, a tentativa de HISTÓRIA

controle social e a valorização da guerra.

8. (PUC) – A resposta mais adequada à pergunta final do texto é: a) sim, porque a integração entre Ocidente e Oriente era intensa desde a unificação do Egito, quando se estabeleceram rotas regulares de comércio para as Índias. b) não, porque só com a conquista e o domínio romanos do Mar Mediterrâneo é que se iniciaram a navegação e o comércio entre o Norte da África e as terras da atual Europa. c) sim, porque as cidades italianas de Gênova e Veneza controlavam grande parte do comércio no Mar Mediterrâneo e facilitavam o deslocamento de pessoas e mercadorias na região. d) não, porque apenas a extensão e o funcionamento do Império Romano tornaram possíveis a maior mobilidade e integração entre as comunidades a ele submetidas. e) sim, porque a hegemonia árabe no Norte da África, no Oriente próximo e na Península Ibérica contribuiu decisivamente para a aproximação dos povos que viviam em torno do Mediterrâneo.

Leia o texto para responder as questões 8 e 9: “O apóstolo Paulo era cidadão de Tarso, uma pequena cidade, muito antiga, que era a capital provincial da Cilícia. Mas Paulo era também judeu, membro de uma etnia que se reproduzia por laços familiares e pela aderência a uma religião, cujo templo se encontrava distante, em Jerusalém. Era um judeu da diáspora. Numa viagem para Damasco, Paulo se tornou cristão e, entre os cristãos, apóstolo. Nessa condição, assumiu a identidade de apóstolo dos não judeus e viajou, por terra e por mar, por boa parte do Mediterrâneo oriental. Foi a Chipre, à Panfilia, passou pela Capadócia, pelo centro da Anatólia, e morou em Éfeso, onde foi confrontado pelos artesãos locais, escapando apenas pelo medo geral de uma intervenção do poder romano. Muitas vezes estabeleceu-se com o apoio das comunidades judaicas

9. (PUC) – A trajetória do apóstolo Paulo, descrita no texto, revela que a) o intercâmbio cultural na Antiguidade era regular e sistemático desde a globalização da filosofia grega e da hegemonia dos valores helenísticos no Oriente extremo. b) os povos da Antiguidade mantinham-se firmemente fechados em suas comunidades, sem que houvesse qualquer tipo de integração ou transformação cultural. c) a força política do cristianismo na Grécia e em Roma garantia a segurança e a ampla possibilidade de circulação de seus adeptos, empenhados na difusão dessa fé religiosa. d) a tolerância religiosa existente na Grécia e na Roma antigas permitia contínuas romarias de todos os seus habitantes por todos os territórios de seus impérios. e) o Império Romano era bastante heterogêneo no seu interior e parte de seus habitantes podia valer-se de suas várias identidades e vínculos pessoais e religiosos.

locais. Morou na cidade de Felipe, visitou a Macedônia e a Acaia e, segundo os Atos, passou por Corinto, capital provincial, onde exerceu outra de suas identidades — a de artesão. Chegou a

Módulo 3 – A Arábia e o Islamismo

Atenas e discutiu com os filósofos da cidade. Passou também por Mileto, Rodes, Tiro, Cesareia, Jerusalém e outras cidades.

1. (UNESP) – Examine a iluminura extraída do manuscrito Al-

Ao ser perseguido em Jerusalém, refugiou-se em Cesareia,

Maqamat, de Abu Muhammed al-Kasim al-Hariri, 1237.

onde foi preso. Fez, então, uso de sua identidade de cidadão romano, que também possuía, e de seu conhecimento da língua grega, para não ser espancado e executado. Para ser julgado, atravessou todo o Mediterrâneo, com uma escala em Malta, após um naufrágio, tendo vivido em Roma com amigos e fiéis. Suas cartas mostram um amplo círculo de relações e de influências em Roma e no Mediterrâneo oriental. O ponto central é: teria sido a carreira de Paulo possível ou verossímil 500 anos antes?” Norberto Luiz Guarinello. História antiga. São Paulo: Contexto, 2013, p. 157-158. Adaptado.

58 –

(http://gallica.bnf.fr)

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A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos

4. (UNESP) – As caravanas do Sudão ou do Niger trazem

desenvolvidos no mundo árabe-islâmico durante a Idade Média

regularmente a Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da

e revela

Barca ou ao Cairo, milhares de escravos negros arrancados aos

a) a inexistência de instrumental médico nas sociedades

países da África tropical (...) os mercadores mouros organizam

islâmicas, que impediam qualquer tipo de corte nos corpos.

terríveis razias, que despovoaram regiões inteiras do interior.

b) a preparação do cadáver feminino para a cremação, principal culto funerário desenvolvido nas sociedades islâmicas. c) a condenação imposta pelas autoridades religiosas islâmicas às pessoas que cuidavam de doentes e mulheres grávidas. d) o desenvolvimento da medicina nas sociedades islâmicas, o

Este tráfico muçulmano dos negros de África, prosseguindo durante séculos e em certos casos até os mais recentes, desempenhou

sem

dúvida

um

papel

primordial

no

despovoamento antigo da África. (Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.)

que permitiu avanços, como a descrição da varíola e o e) o repúdio, nas sociedades islâmicas, à representação do nu feminino, o que provocou sucessivas punições civis e religiosas a artistas.

2. (UNICAMP) – A palavra árabe iman provém de uma raiz que significa ‘ter certeza’ e designa fé, no sentido da certeza. A fé, por conseguinte, não contradiz o conhecimento nem a compreensão. Pelo contrário, o desejo de saber é uma obrigação religiosa, e os tempos pré-islâmicos (século VI) na Arábia são chamados pelos islâmicos de jahiliya, ignorância. (Adaptado de Burkhard Scherer (org.), As Grandes religiões: temas centrais comparados. Petrópolis: Vozes. 2005, p. 77.)

O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos na Idade Média, quando a) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo como condição para a expansão da religião de Alá, que garantia aos guerreiros uma vida celestial de pura espiritualidade. b) atuaram no tráfico de escravos negros, dominaram a África do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram a Península Ibérica. c) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do comércio de escravos, que visava abastecer com mão-de-obra negra as regiões da Península Ibérica. d) os reinos árabes floresceram no sul do continente africano, nas regiões de florestas tropicais, berço do monoteísmo islâmico. e) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o domínio sobre o reino Franco, até o final da Idade Média ocidental.

a) Cite uma característica política e uma característica religiosa da península arábica pré-islâmica. b) Como conviveram fé e conhecimento científico no mundo islâmico na Alta Idade Média?

5. (UNICAMP) – A longa presença de povos árabes no norte da África, mesmo antes de Maomé, possibilitou uma interação cultural, um conhecimento das línguas e costumes, o que facilitou posteriormente a expansão do islamismo. Por outro

3. (UNESP) – Num momento em que o Império Romano do

Ocidente havia desmoronado e os Impérios Bizantino e Persa se esfacelavam, os árabes expandiram consideravelmente seus domínios. Em menos de 100 anos o Islã era a religião de toda a costa sul e leste do Mediterrâneo, além de ter se espalhado para a Pérsia, até o vale do Indo, e para a Península Ibérica. (Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, História para o Ensino Médio)

No contexto de tantas conquistas, a civilização árabe a) sintetizou criativamente as tradições culturais árabe, bizantina, persa, indiana e grega. b) rejeitou as contribuições culturais originadas de povos que professassem outras crenças. c) submeteu pelas armas os povos conquistados e impôs o deslocamento forçado das populações escravizadas. d) perseguiu implacavelmente os judeus, levando à sua dispersão pelos territórios da Europa do leste. e) desprezou os ofícios ligados às artes, às ciências e à filosofia relegados aos povos conquistados.

lado, deve-se considerar a superioridade bélica de alguns povos africanos, como os sudaneses, que efetivaram a conversão e a conquista de vários grupos na região da Núbia, promovendo uma expansão do Islã que não se apoia na presença árabe. (Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica Lopes, História da África: uma introdução. Belo Horizonte: Crisálida, 2005, p. 29-30.)

Sobre a presença islâmica na África é correto afirmar que: a) O princípio religioso do esforço de conversão, a jihad, foi marcado pela violência no norte da África e pela aceitação do islamismo em todo o continente africano. b) Os processos de interação cultural entre árabes e africanos, como os propiciados pelas relações comerciais, são anteriores ao surgimento do islamismo. c) A expansão do islamismo na África ocorreu pela ação dos árabes, suprimindo as crenças religiosas tradicionais do continente. d) O islamismo é a principal religião dos povos africanos e sua expansão ocorreu durante a corrida imperialista do século XIX.

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HISTÓRIA

emprego de anestesia em cirurgias.

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Módulo 4 – Monarquias Nacionais e Crises dos Séculos XIV e XV 1. (UNESP) – Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos do progresso, do crescimento. (Georges Duby. Ano 1000, ano 2000. Na pista de nossos medos, 1998.)

foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.” Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky The Black Death: a turning point in historty?

O texto refere-se à peste que atingiu a Europa no século XIV. Indique dois fatores, além da falta de defesa dos organismos dos europeus, que ajudaram na propagação da doença, e explique a associação, feita pelo texto, da peste com o progresso. HISTÓRIA

2. (UNESP) – Quando sucumbe o monarca, a majestade real não morre só, mas, como um vórtice, arrasta consigo tudo quanto o rodeia (...) Basta que o rei suspire para que todo o reino gema. (Hamlet, 1603.)

Essas palavras, pronunciadas por Rosencrantz, personagem de um drama teatral de William Shakespeare, aludem a) ao absolutismo monárquico, regime político predominante nos países europeus da Idade Moderna. b) à monarquia parlamentarista, na qual os poderes políticos derivam do consentimento popular. c) ao poder mais simbólico do que verdadeiro do rei, expresso pela máxima “o rei reina, mas não governa”. d) à oposição dos Estados europeus à ascensão da burguesia e à emergência das revoluções democráticas. e) à decapitação do monarca inglês pelo Parlamento durante as Revoluções Puritana e Gloriosa. 3. (UNESP) – Com o crescimento comercial, na Baixa Idade Média, a Europa atravessou períodos de pânico coletivo, provocados por manifestações endêmicas ou epidêmicas da peste bubônica e de outras doenças, como tifo, varíola, gripe pulmonar e disenteria. A disseminação de várias dessas doenças era facilitada, entre outros motivos, pela a) condição precária de higiene, enfrentada principalmente pelos habitantes das cidades. b) crença de que as epidemias não podiam ser combatidas, pois advinham da vontade divina. c) dificuldade de contato e comunicação entre as populações do continente europeu. d) proibição religiosa das pesquisas médicas e científicas durante toda a Idade Média. e) omissão dos poderes políticos, uma vez que as doenças só atingiam as camadas pobres. 4.

60 –

A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não

New York: HRW, 1971 (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos. b) a Igreja buscou conter o medo, disseminando o saber médico. c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis. d) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste. e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.

Módulo 5 – Renascimento: Conceito, Origem e Características 1. (UNESP) – Podemos afirmar que as obras A divina comédia, escrita por Dante Alighieri no início do século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século XVII, a) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a hegemonia da Igreja Católica e da aristocracia, respectivamente. b) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e sistematizadas na escrita de seus autores. c) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma moderna dos idiomas italiano e espanhol. d) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as críticas renascentistas à conduta e ao poder da Igreja Católica. e) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente na Itália e na Espanha do final da Idade Média.

2. (FUVEST) – Observe a imagem e leia o texto a seguir.

Michelangelo. A criação de Adão, detalhe do teto da Capela Sistina, Vaticano (c. 1511). www.rastel.com.

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Clayton Levy, “Pesquisadores dissecam lição de anatomia de Michelangelo”, Jornal da Unicamp, n.o 256, junho de 2004, http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2004/ju256pag1.html. Acessado em 11/06/2010.

a) Explique a relação, mencionada no texto, entre artes plásticas e dissecação de cadáveres, no contexto do Renascimento. b) Identifique, na imagem acima, duas características da arte renascentista.

3. (PUC) – “A Idade Média não é o período dourado que certos românticos quiseram imaginar, mas também não é, apesar das fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época obscurantista e triste, imagem que os humanistas e os iluministas quiseram propagar.” Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18

A ambígua imagem da Idade Média que hoje temos deriva, em parte, de representações a) negativas do período, que destacam a opressão a que os camponeses eram submetidos, a intolerância da Igreja e as repetidas temporadas de fome. b) positivas do período, que destacam o papel relevante que as mulheres tinham na vida social, o avanço tecnológico e o desenvolvimento nas artes visuais. c) negativas do período, que destacam a atuação do Tribunal da Inquisição, a ausência de mobilizações sociais e o direito divino que justificava o absolutismo. d) positivas do período, que destacam o resgate de valores religiosos oriundos da Antiguidade Clássica, a arquitetura românica e gótica e as festas populares. e) negativas do período, que destacam a ausência de liberdades políticas, a persistência do politeísmo e de práticas de bruxaria em toda a Europa Ocidental.

4. (UNESP) – É necessário a um príncipe, pra se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade. Deixando de parte, pois, as coisas ignoradas relativamente aos príncipes e falando a respeito das que são reais, digo que todos os homens, máxime os príncipes, por estarem mais no alto, se fazem notar através das qualidades que lhes acarretam reprovação ou louvor. Isto é, alguns são tidos como liberais, outros como miseráveis, alguns são tidos como pródigos, outros como rapaces; alguns são cruéis e outros piedosos; perjuros ou leais; efeminados e pusilânimes ou truculentos e animosos; humanitários ou soberbos, lascivos ou castos; estúpidos ou astutos; enérgicos ou indecisos; graves ou levianos; religiosos ou incrédulos, e assim por diante. E eu sei que cada qual reconhecerá que seria muito de louvar que um príncipe possuísse, entre todas as qualidades referidas, as que

são tidas como boas; mas a condição humana é tal, que não consente a posse completa de todas elas, nem ao menos a sua prática consistente; é necessário que o príncipe seja tão prudente que saiba evitar os defeitos que lhe arrebatariam o governo e praticar as qualidades próprias para lhe assegurar a posse deste, se lhe é possível; mas, não podendo, com menor preocupação, pode-se deixar que as coisas sigam seu curso natural. (Maquiavel. O Príncipe, 1983. Adaptado)

Identifique, exemplificando com passagens do texto, a concepção de Maquiavel acerca da maneira como o governante deve se comportar. Indique dois elementos, presentes ou não no texto, que permitam associar o pensamento de Maquiavel à visão de mundo dos humanistas.

5. (UNIFESP) – O Renascimento Cultural se iniciou na Itália, no século XIV, e se expandiu para outras partes da Europa nos séculos seguintes. Uma de suas características é a a) adoção de temas religiosos, com o objetivo de auxiliar o trabalho de catequese. b) pesquisa técnica e tecnológica, na busca de novas formas de representação. c) recusa dos valores da nobreza e a defesa da cultura popular urbana e rural. d) manutenção de padrões culturais medievais, na busca da imitação da natureza. e) rejeição da tradição clássica e de seu princípio antropocêntrico.

6. (UNESP) – Os centros artísticos, na verdade, poderiam ser definidos como lugares caracterizados pela presença de um número razoável de artistas e de grupos significativos de consumidores, que por motivações variadas — glorificação familiar ou individual, desejo de hegemonia ou ânsia de salvação eterna — estão dispostos a investir em obras de arte uma parte das suas riquezas. Este último ponto implica, evidentemente, que o centro seja um lugar ao qual afluem quantidades consideráveis de recursos eventualmente destinados à produção artística. Além disso, poderá ser dotado de instituições de tutela, formação e promoção de artistas, bem como de distribuição das obras. Por fim, terá um público muito mais vasto que o dos consumidores propriamente ditos: um público não homogêneo, certamente (...). (Carlo Ginzburg. A micro-história e outros ensaios, 1991.)

Os “centros artísticos” descritos no texto podem ser identificados a) nos mosteiros medievais, onde se valorizava especialmente a arte sacra. b) nas cidades modernas, onde floresceu o Renascimento cultural. c) nos centros urbanos romanos, onde predominava a escultura gótica. d) nas cidades-estados gregas, onde o estilo dórico era hegemônico. e) nos castelos senhoriais, onde prevalecia a arquitetura românica.

– 61

HISTÓRIA

Michelangelo começou cedo na arte de dissecar cadáveres. Tinha apenas 13 anos quando participou das primeiras sessões. A ligação do artista com a medicina foi reflexo da efervescência cultural e científica do Renascimento. A prática da dissecação, que se encontrava dormente havia 1.400 anos, foi retomada e exerceu influência decisiva sobre a arte que então se produzia.

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7. (UNICAMP) – De uma forma inteiramente inédita, os humanistas, entre os séculos XV e XVI, criaram uma nova forma de entender a realidade. Magia e ciência, poesia e filosofia misturavam-se e auxiliavam-se, numa sociedade atravessada por inquietações religiosas e por exigências práticas de todo gênero. (Adaptado de Eugenio Garin, Ciência e vida civil no Renascimento italiano. São Paulo: Ed. Unesp, 1994, p. 11.)

HISTÓRIA

Sobre o tema, é correto afirmar que: a) O pensamento humanista implicava a total recusa da existência de Deus nas artes e na ciência, o que libertava o homem para conhecer a natureza e a sociedade. b) A mistura de conhecimentos das mais diferentes origens como a magia e a ciência - levou a uma instabilidade imprevisível, que lançou a Europa numa onda de obscurantismo que apenas o Iluminismo pôde reverter. c) As transformações artísticas e políticas do Renascimento incluíram a inspiração nos ideais da Antiguidade Clássica na pintura, na arquitetura e na escultura. d) As inquietações religiosas vividas principalmente ao longo do século XVI culminaram nas Reformas Calvinista, Luterana, Anglicana e finalmente no movimento da Contrarreforma, que defendeu a fé protestante contra seus inimigos.

8. (UNESP) – [...] tudo que os renascentistas pretendiam era assumir a condição humana até seus limites, até as últimas consequências. Nem Deus e nem o demônio; todo o desafio consistia em ser absolutamente, radicalmente humano, apenas humano.

O texto descreve os motivos que levaram à condenação do filósofo Galileu Galilei por uma instituição religiosa. Responda qual foi a instituição que o condenou e explique os motivos dessa condenação.

2. (FUVEST) – Desde a Antiguidade até a época helênica, e durante a Idade Média (em algumas culturas, até hoje) se conferiu aos terremotos, como a todos os fenômenos cuja causa se desconhecia, uma explicação mística. Os filósofos da antiga Grécia foram os primeiros a aventar causas naturais dos terremotos; no entanto, durante o período medieval, explicações desse tipo foram formalmente proibidas por serem consideradas heréticas, e a única causa aceita na Europa era a da cólera divina. Somente em princípios do século XVII é que se voltou a especular acerca das causas naturais de tais fenômenos. Alejandro Nava, Terremotos. 4ª ed. México: FCE, 2003, p.24-25. Traduzido e adaptado.

O texto menciona mudanças, da Antiguidade até o início do século XVII, na explicação dos fenômenos naturais. Hoje em dia, também é preciso considerar que as consequências dos terremotos não dependem só de sua magnitude, mas também do grau de desenvolvimento social do local onde ocorrem, como foi possível notar nos terremotos de 2010 no Haiti. a) Identifique e explique as mudanças que, no contexto intelectual do século XVII, contribuíram para que os terremotos e outros fenômenos naturais deixassem de ser vistos apenas como fenômenos místicos. b) No caso do Haiti, a pobreza do país ampliou o efeito devastador do fenômeno natural. Explique, historicamente, essa pobreza e seu impacto no agravamento das consequências dos terremotos.

(Nicolau Sevcenko. O Renascimento, 1985.)

Explique a caracterização que o texto faz do Renascimento e dê exemplo de uma obra artística em que tal intenção se manifeste.

Módulo 6 – Difusão e Crise do Renascimento

3. (UNESP) – A arte renascentista é uma arte de pesquisa, de invenções, inovações e aperfeiçoamentos técnicos. Ela acompanha paralelamente as conquistas da física, da matemática, da geometria, da anatomia, da engenharia e da filosofia. (Nicolau Sevcenko. O renascimento. São Paulo: Atual, 1985.)

1. (UNESP) – Em 19 de fevereiro de 1616, o Santo Ofício passou aos seus teólogos as duas proposições que resumiam o núcleo da questão para que fossem examinadas. As duas proposições eram as seguintes: a) ‘Que o Sol é o centro do mundo, sendo consequentemente imóvel de movimento local’. b) ‘Que a Terra não está no centro do mundo nem é imóvel, mas move-se por si mesma’. Cinco dias depois, todos os teólogos de acordo, sentenciaram que a primeira proposição era tola e absurda em filosofia e formalmente herética, enquanto contrastava com as sentenças da Sagrada Escritura em seu significado literal e segundo a exposição comum dos Santos Padres e dos doutores em teologia. (Reale e Antiseri. História da Filosofia, 2000. Adaptado.)

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(Filippo Brunelleschi, Igreja de San Lorenzo (interior), Florença, c. 1421.)

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(Michelangelo Buonarroti, Biblioteca Laurenziana (sala), Florença, construída entre 1523 e 1525.)

A partir do texto e das imagens, caracterize a concepção artística do Renascimento e sua relação com o Humanismo difundido no século XV. 4. (FUVEST) – Se utilizássemos, numa conversa com homens medievais, a expressão “Idade Média”, eles não teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média representa uma rotulação posterior, uma satisfação da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. (Hilário Franco Júnior, A Idade Média. Nascimento do Ocidente. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, s.d. [1986]. p.17. Adaptado.)

A partir desse trecho, responda: a) Em que termos a expressão “Idade Média” pode carregar consigo um valor depreciativo? b) Como o período comumente abarcado pela expressão “Idade Média” poderia ser analisado de outra maneira, isto é, sem um julgamento de valor? 5. (UNICAMP) – A partir do século IX, aumentou a circulação da ciência e da filosofia vindas de Bagdá, o centro da cultura islâmica, em direção ao reino muçulmano instalado no Sul da Espanha. No século XII, apesar das divisões políticas e das guerras entre cristãos e mouros que marcavam a península ibérica, essa corrente de conhecimento virou um rio caudaloso, criando uma base que, mais tarde, constituiria as fundações do Renascimento no mundo cristão. Foi dessa maneira que o Ocidente adquiriu o conhecimento dos antigos. No quadro pintado pelo italiano Rafael, A escola de Atenas (1509), o pintor daria a Averróis, sábio muçulmano da Andaluzia, um lugar de honra, logo atrás do grego Aristóteles, cuja obra Averróis havia comentado e divulgado. (Adaptado de David Levering Lewis, God’s Crucible: Islam and the Making of

Europe, 570-1215. New York: W. W. Norton, 2008, p. 368-69, 376-77.)

a) Identifique no texto dois aspectos da relação entre cristãos e muçulmanos na Europa medieval.

6. (UNESP) – Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política são práticas distintas. “A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (18151898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”. (Veja, 02.03.2011. Adaptado.)

A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo a) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão militar sobre populações civis. b) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de manifestação de autoritarismo por parte dos governantes. c) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels. d) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida política. e) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos.

Módulo 7 – Reforma Luterana 1. (UNESP) – As reformas protestantes do princípio do século XVI, entre outros fatores, reagiam contra a) a venda de indulgências e a autoridade do Papa, líder supremo da Igreja Católica. b) a valorização, pela Igreja Católica, das atividades mercantis, do lucro e da ascensão da burguesia. c) o pensamento humanista e permitiram uma ampla revisão administrativa e doutrinária da Igreja Católica. d) as missões evangelizadoras, desenvolvidas pela Igreja Católica na América e na Ásia. e) o princípio do livre-arbítrio, defendido pelo Santo Ofício, órgão diretor da Igreja Católica. 2. (FUVEST) – A Reforma religiosa do século XVI provocou na Europa mudanças históricas significativas em várias esferas. Indique transformações decorrentes da Reforma nos âmbitos a) político e religioso; b) sócio-econômico.

– 63

HISTÓRIA

b) Relacione as características do Renascimento cultural europeu à redescoberta dos valores da Antiguidade clássica.

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3. (UNIFESP) – No século XVI, nas palavras de um estudioso, "reformar a Igreja significava reformar o mundo, porque a Igreja era o mundo". Tendo em vista essa afirmação, é correto afirmar que a) os principais reformadores, como Lutero, não se envolveram nos desdobramentos políticos e socioeconômicos de suas doutrinas. b) o papado, por estar consciente dos desdobramentos da reforma, recusou-se a iniciá-la, até ser a isso obrigado por Calvino. c) a burguesia, ao contrário da nobreza e dos príncipes, aderiu à Reforma, para se apoderar das riquezas da Igreja. d) os cristãos que aderiram à Reforma estavam preocupados somente com os benefícios materiais que dela adviriam. e) o aparecimento dos anabatistas e outros grupos radicais são a prova de que a Reforma extrapolou o campo da religião. HISTÓRIA

4. a) b) c) d) e)

(PUC) - Assinale de acordo com o código abaixo: Se apenas I, II e III forem corretas. Se apenas I, II e III forem incorretas. Se apenas I e II forem corretas. Se apenas I e III forem corretas. Se apenas II e III forem corretas.

Módulo 8 – Expansão da Reforma e Contrarreforma 1. (UNICAMP) – Em um dicionário histórico, encontramos a seguinte definição: “Contrarreforma – O termo abrange tanto a ofensiva ideológica contra o protestantismo quanto os movimentos de reforma e reorganização da Igreja Católica, a partir de meados do século XVI.” (Dicionário do Renascimento Italiano, Zahar Editores, 1988)

Dê as principais características da Contrarreforma e analise duas delas. 2.

No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”. (ARAUJO. E. O teatro dos vícios. Transgressões e transigência na

sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/Jose Olympio, 1997.)

I. A luta dos protestantes alemães contra Carlos V prosseguiu até 1555, quando foi firmada a Paz de Augsburgo, que aceitava a nova doutrina. II. A doutrina luterana difundiu-se com rapidez e obteve de imediato o apoio da maioria dos governantes alemães. III. Lutero admitia que o príncipe devia exercer poder civil absoluto, pois esse poder Ihe fora delegado pelo próprio Deus. 5. (UFLA) – O processo de reformas religiosas teve início no século XVI e suas causas podem ser, exceto, a) a venda de indulgências incentivada pelos protestantes, que aliavam a sua ética religiosa ao espírito do capitalismo que nascia. b) a mudança na visão de mundo como consequência do pensamento renascentista. c) a presença de padres mal preparados intelectualmente que provocavam insatisfação nos fiéis. d) a insatisfação da burguesia diante da condenação do catolicismo para o lucro e os juros.

Do ponto de vista da Inquisição, a) o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado. b) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo. c) os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a saúde da população. d) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptíveis suas tendências feministas. e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja. 3. (UFSCAR) – Observe os desenhos, elaborados no início do século XIX por Francisco Goya e que representam pessoas condenadas pela Inquisição.

6. (FUVEST) – “Depois que a Bíblia foi traduzida para o inglês, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga, capaz de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus onipotente e que entendiam o que Ele dizia”. Esse comentário de Thomas Hobbes (1588-1679) a) ironiza uma das consequências da Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização dos fiéis. b) alude à atitude do papado, o qual, por causa da Reforma, instou os leigos a que não deixassem de ler a Bíblia. c) elogia a decisão dos reis Carlos I e Jaime I, ao permitir que seus súditos escolhessem entre as várias igrejas. d) ressalta o papel positivo da liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico. e) critica a diminuição da religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas igrejas protestantes.

64 –

No primeiro desenho está escrito "por mexer a língua de outra maneira", no segundo "por amar um burro" e no terceiro "por não ter perna". A respeito desses desenhos, é correto afirmar que o autor a) retratou detalhes de autos de fé testemunhados por ele. b) listou os tipos de crimes cometidos por condenados. c) apresentou as vestimentas oficiais das vítimas. d) ironizou o tribunal da Inquisição. e) satirizou as atitudes dos condenados nos processos inquisitoriais.

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I.

"Assim vemos que a fé basta a um cristão. Ele não precisa de nenhuma obra para se justificar." II. "O rei é o chefe supremo da Igreja [...] Nesta qualidade, o rei tem todo o poder de examinar, reprimir, corrigir [...] a fim de conservar a paz, a unidade e a tranquilidade do reino..." III. "Por decreto de Deus, para manifestação de sua glória, alguns homens são predestinados à vida eterna e outros são predestinados à morte eterna." A partir dessa leitura e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar que as concepções expressas nos trechos I, II e III fazem referência, respectivamente, às doutrinas a) católica, anglicana e ortodoxa. b) luterana, anglicana e calvinista. c) ortodoxa, luterana e católica. d) ortodoxa, presbiteriana e escolástica.

Texto 2: "Se alguém diz que o ímpio se justifica unicamente pela fé, de tal modo que entenda que nada mais é preciso para cooperar com a graça com o fim de obter a justificação, e que não é necessário que se prepare e se disponha por um movimento da sua própria vontade - que seja excomungado". (Citado de acordo com Marques, A., Berrutti, F. e Faria, R. História Moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001, p. 120.)

Estes textos expressam, respectivamente, princípios a) Calvinistas e Luteranos. b) Luteranos e Contrarreformistas. c) Contrarreformistas e Luteranos. d) Luteranos e Calvinistas. e) Contrarreformistas e Calvinistas.

7. (UFPR) – Considerado um dos mais famosos e copiados pintores dos primórdios do Barroco, Michelangelo Merisi de Caravaggio foi bastante requisitado durante a Contrarreforma. Observe a imagem a seguir, do quadro Jantar em Emaús, pintado por ele em 1596.

5. (UFPB) – O advento da Idade Moderna foi profundamente marcado por conflitos religiosos. Desde a Baixa Idade Média, na Europa Ocidental, surgem movimentos que contestavam o poder eclesiástico, o que culminou com a Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica. A criação do Tribunal do Santo Ofício (mais conhecido como Santa Inquisição) foi uma das reações mais claras e contundentes da Igreja de Roma a esses movimentos contestatórios e teve, através das monarquias ibéricas modernas, sua atuação mais sistemática, perdurando até o século XIX. Sobre essa temática, leia as afirmativas a seguir. I. As ideias e os movimentos que contestavam os dogmas e pregavam a diminuição do poder da Igreja eram chamados de heresias. Os seus propagadores eram declarados hereges e muitos deles foram condenados à fogueira. II. As Universidades tiveram papel importante na propagação das novas ideias contra a Igreja. John Wyclif e John Huss, dois precursores da Reforma Protestante, assim como alguns dos seus seguidores, eram professores universitários. III. A Inquisição não se restringiu à Europa. Os inquisidores foram enviados para o Novo Mundo, inclusive para o Brasil. Na Paraíba, a primeira Visitação do Tribunal do Santo Ofício ocorreu em 1595. Está(ão) correta(s): a) apenas I. d) apenas I e III

b) apenas II. e) I, II e III

c) apenas III

6. (UFRRJ) – Leia os textos seguintes: Texto 1: Dizendo "Fazei penitência...", nosso Senhor e Mestre Jesus Cisto quis que toda a vida dos fiéis seja uma penitência. (...) Qualquer cristão, verdadeiramente arrependido, tem plena remissão da pena e da falta; ela é-lhe devida mesmo sem cartas de indulgências. (Citado de acordo com Marques, A., Berrutti, F. e Faria, R. História Moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001, p. 119-120.)

a) A partir da observação da imagem, comente duas características presentes no Barroco. b) Estabeleça uma relação entre o Barroco e a Contrarreforma.

8. (UFSC) – No início do Período Moderno a crise da Igreja tornou-se mais aguda, o que culminou com a ruptura conhecida como Reforma. Sobre este aspecto da história ocidental, é correto afirmar que (01) a Reforma foi liderada pelo monge agostiniano Martinho Lutero, a partir da Universidade de Wittenberg, na qual ocupava uma cátedra de professor. (02) entre os motivos que deflagraram o processo da Reforma, um dos mais importantes era a venda de indulgências. (04) o protestantismo iniciado a partir da Reforma foi um marco na configuração geopolítica da Europa no Período Moderno e enfatizava a necessidade de observar a tradição da Igreja, a prática das boas obras e o culto aos santos. (08) através de Elizabeth I a Inglaterra começou sua Reforma em 1534, dando origem à Igreja Anglicana, com forte ênfase na doutrina da predestinação. (16) a imprensa criada por Gutemberg foi decisiva para a rápida divulgação das ideias protestantes.

– 65

HISTÓRIA

4. (UFMG) – Leia estes trechos:

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(32) através dos seus escritos e desde que ingressou na vida monástica, Lutero manifestava planos de romper com Roma, o que se consolidou com a divulgação das "95 Teses", em 31 de outubro de 1517.

11. (PUC) – “As fugidias confissões que os inquisidores

tentavam arrancar dos acusados proporcionam ao pesquisador atual as informações que ele busca — claro que com um objetivo totalmente diferente. Mas, enquanto lia os processos inquisitoriais, muitas vezes tive a impressão de estar postado

9. (UNESP) –

atrás dos juízes para espiar seus passos,

esperando,

exatamente como eles, que os supostos culpados se decidissem a falar das suas crenças.” Carlo Ginzburg. O fio e os rastros. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 283-284. Adaptado.

O texto aponta semelhanças entre a expectativa do inquisidor, que colhia os depoimentos daqueles que eram julgados pelo Santo Ofício, e a expectativa do pesquisador, que, séculos HISTÓRIA

depois, analisa os processos inquisitoriais. O “objetivo totalmente diferente” de cada um deles pode ser assim

(Joseph Lavallée. História completa das inquisições da Itália, Espanha e Portugal, 1822.)

A imagem reproduz um auto de fé. Essas cerimônias a) ocorreram em todos os países da Europa e nas regiões colonizadas por portugueses e espanhóis. b) permitiram a difusão do catolicismo e tiveram papel determinante na erradicação do protestantismo na Europa central. c) eram conduzidas por autoridades leigas, pois a Igreja Católica não tinha vínculo com a perseguição e a punição dos hereges. d) tinham caráter exemplar, expondo publicamente os réus forçados a pedir perdão, antes de serem encaminhados para a execução. e) visavam a executar os judeus e islâmicos, não atingindo protestantes nem católicos romanos ou ortodoxos.

10. (UNESP) – Em cada letra da página divina [a Bíblia] há tantas verdades sobre as virtudes, tantos tesouros de sabedoria acumulados, que apenas aquele a quem Deus concedeu o dom do saber [dela] pode usufruir plenamente. Poderiam estas "pérolas" ser distribuídas aos "porcos" e a Palavra a ignorantes incapazes de recebê-la e, sobretudo, de propagar aquilo que receberam? (Texto escrito pelo inglês Gautier Map, por volta de 1181.)

Comparando o conteúdo do texto com a história do cristianismo, conclui-se que o autor a) interditava aos pecadores a leitura da Bíblia, reservando-a à interpretação coletiva nos mosteiros medievais. b) considerava aptos para interpretarem individualmente a Bíblia todos os fiéis que participassem do culto católico. c) postulava a exigência de comunicação direta do fiel com Deus, independentemente da leitura dos textos sagrados. d) referia-se a um dogma da Igreja medieval abolido pela reforma católica promovida pelo Concílio de Trento. e) opunha-se a um princípio defendido por heresias medievais e que foi retomado pelas reformas protestantes.

66 –

caracterizado: a) enquanto o inquisidor desejava salvar a alma do acusado, por meio da expiação de seus pecados, o pesquisador consegue descobrir, no depoimento, a verdade completa e absoluta sobre o período. b) enquanto o inquisidor ampliava os limites da fé cristã, ao perdoar os erros do acusado, o pesquisador consegue identificar a fé superior do membro da Igreja e os pecados cometidos pelos réus. c) enquanto o inquisidor pretendia obter, do acusado, uma confissão ou o reconhecimento de culpa, o pesquisador deseja encontrar, no processo, indícios que o ajudem a compreender aquela experiência histórica. d) enquanto o inquisidor assumia uma atitude de tolerância e respeito perante o acusado, o pesquisador penetra indevidamente na intimidade dessas duas pessoas.

12. (UNICAMP) – Os impérios desenvolveram diferentes estratégias de inclusão. O império romano permitia a multiplicidade de crenças, desde que a lealdade política estivesse assegurada. Espanha e Portugal, entretanto, apesar de terem incorporado povos de línguas e culturas diversas sob seus governos, impuseram uma uniformidade legal e religiosa, praticando políticas de intolerância religiosa como caminho preferencial para assegurar a submissão e a lealdade de seus súditos. (Adaptado de Stuart B. Schwartz, Impérios intolerantes: unidade religiosa e perigo da tolerância nos impérios ibéricos da época moderna, em R. Vainfas & Rodrigo B. Monteiro (orgs.), Império de várias faces. São Paulo: Alameda, 2009, p. 26.)

a) A partir do texto, diferencie o império Romano dos impérios ibéricos modernos. b) Quais as políticas praticadas pelas monarquias ibéricas na Era Moderna que caracterizam a intolerância religiosa?

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13. (UNICAMP) – A base da teologia de Martinho Lutero reside na idéia da completa indignidade do homem, cujas vontades estão sempre escravizadas ao pecado. A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus próprios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação e outros à condenação eterna. O essencial de sua doutrina é que a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas.

16.

Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante, que nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da minha terra Um Paraíso com harpas pintado E o Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.

(Adaptado de Quentin Skinner, As fundações do pensamento político

a) Segundo o texto, quais eram as idéias de Lutero sobre a salvação? b) Quais foram as reações da Igreja Católica à Reforma Protestante?

14.

O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma “bebida verdadeiramente cristã”. THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado).

A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao a) ateísmo. b) judaísmo. c) hinduísmo. d) islamismo. e) protestantismo.

VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de a) refinar o gosto dos cristãos. b) incorporar ideais heréticos. c) educar os fiéis através do olhar. d) o divulgar a genialidade dos artistas católicos. e) valorizar esteticamente os templos religiosos.

Módulo 9 – O Absolutismo Francês 1. (UNESP) – (...) O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição. (Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), Política tirada da Sagrada Escritura. apud Gustavo de Freitas 900 textos e documentos de História)

(Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 113.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta. a) O autor critica o absolutismo do rei e enfatiza o limite da sua autoridade em relação aos homens. b) Para Bossuet, o poder real tem legitimidade divina e não admite nenhum tipo de oposição dos homens. c) Bossuet defende a autoridade do rei, mas alerta para as limitações impostas pelas obrigações para com Deus. d) Os princípios de Bossuet defendem a soberania dos homens diante da autoridade divina dos reis. e) O autor reconhece o direito humano de revolta contra o soberano que não se mostre digno de sua função.

O texto apresenta o diálogo de um inquisidor com um homem (Menocchio) processado, em 1599, pelo Santo Ofício. A posição de Menocchio indica a) uma percepção da variedade de crenças, passíveis de serem consideradas, pela Igreja Católica, como heréticas. b) uma crítica à incapacidade da Igreja Católica de combater e eliminar suas dissidências internas. c) um interesse de conhecer outras religiões e formas de culto, atitude estimulada, à época, pela Igreja Católica. d) um apoio às iniciativas reformistas dos protestantes,que defendiam a completa liberdade de opção religiosa. e) uma perspectiva ateísta, baseada na sua experiência familar.

2. (PUC) – O Ato de Navegação de 1651 foi editado por Oliver Cromwell, no contexto das chamadas Revoluções Inglesas do século XVII. Era uma forma de a) assegurar mercado consumidor para produtos ingleses e impedir a concorrência de novas potências industriais, como a França e a Alemanha. b) obter maior controle sobre a circulação marítima comercial e, dessa forma, ampliar a presença britânica sobre os mares. c) beneficiar os interesses da nobreza britânica, que finalmente conseguia se impor à burguesia nas lutas religiosas, sociais e políticas internas.

15. (FUVEST) – “O senhor acredita, então”, insistiu o inquisidor, “que não se saiba qual a melhor lei?” Menocchio respondeu: “Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a melhor, mas não se sabe qual é a melhor; mas, porque meu avô, meu pai e os meus são cristãos, eu quero continuar cristão e acreditar que essa seja a melhor fé”.

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HISTÓRIA

moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)

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d) impedir as exportações francesas para a América do Norte e, dessa forma, impedir a autonomia econômica das colônias inglesas na região. e) facilitar o acesso às colônias do norte da África, para assegurar o fornecimento de carvão e de minérios para as fábricas inglesas.

HISTÓRIA

3. (UNESP) – O fim último, causa final e desígnio dos homens (...), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência necessária (...) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos (...). (Thomas Hobbes. Leviatã, 1651. In: Os pensadores, 1983.)

De acordo com o texto, a) os homens são bons por natureza, mas a sociedade instiga a disputa e a competição entre eles. b) as sociedades dependem de pactos internos de funcionamento que diferenciem os homens bons dos maus. c) os castigos permitem que as pessoas aprendam valores religiosos, necessários para sua convivência. d) as guerras são consequências dos interesses dos Estados, preocupados em expandir seus domínios territoriais. e) os Estados controlam os homens, permitindo sua sobrevivência e o convívio social entre eles.

4.

(Charge anônima. BURKE, P. A fabricação do rei. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.)

Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real. b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o privado.

68 –

c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder político. d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outros membros da corte. e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo pessoal. 5.

O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a rubrica significativa de Casas Reais. Elias, N. A sociedade de corte. Lisboa Estampa, 1987.

Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é a) o palácio de Versalhes. b) o Museu Britânico. c) a catedral de Colônia. d) a Casa Branca. e) a pirâmide do faraó Quéops.

Módulo 10 – Absolutismo e Revoluções Inglesas do Século XVII 1.

Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas. Maquiavel define o homem como um ser a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais. e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares. 2. (FUVEST) – As chamadas “revoluções inglesas”, transcorridas entre 1640 e 1688, tiveram como resultados imediatos a) a proclamação dos Direitos do Homem e do Cidadão e o fim dos monopólios comerciais. b) o surgimento da monarquia absoluta e as guerras contra a França napoleônica.

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3. (UNICAMP) – Na Inglaterra, por volta de 1640, a monarquia dos Stuart era incapaz de continuar governando de maneira tradicional. Entre as forças sociais que não podiam mais ser contidas no velho quadro político, estavam aqueles que queriam obter dinheiro, como também aqueles que queriam adorar a Deus seguindo apenas suas próprias consciências, o que os levou a desafiar as instituições de uma sociedade hierarquicamente estratificada. (Adaptado de Christopher Hill, “Uma revolução burguesa?”. Revista Brasileira de História, São Paulo, vol. 4, nº 7, 1984, p. 10.)

a) Conforme o texto, que valores se contrapunham à forma de governo tradicional na Inglaterra do século XVII? b) Quais foram as consequências da Revolução Inglesa para o quadro político do país?

Qual foi a solução proposta por Hobbes para a resolução do problema exposto no texto 1? Explique a principal diferença entre Hobbes e a doutrina anarquista de Proudhon quanto à organização política.

5. (UNESP) – A Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII. Sobre o conjunto de suas realizações, pode-se dizer que a) determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio marítimo, pois os conflitos internos provocaram forte redução da produção e exportação de manufaturados. b) resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres. c) envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na retomada do poder

pelos

católicos

e

em

perseguições

contra

protestantes. d) geraram um Estado monárquico em que o poder real devia se submeter aos limites estabelecidos pela legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento. e) precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos

4. (UNESP) –

seguintes, abalaram França, Portugal e as colônias na

Texto 1 Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é principalmente sua própria conservação, e às vezes apenas seu deleite) esforçamse por se destruir ou subjugar um ao outro. E disto se segue que, quando um invasor nada mais tem a recear do que o poder de um único outro homem, se alguém planta, semeia, constrói ou possui um lugar conveniente, é provável de esperar que outros venham preparados com forças conjugadas, para desapossá-lo e privá-lo, não apenas do fruto de seu trabalho, mas também de sua vida e de sua liberdade. Por sua vez, o invasor ficará no mesmo perigo em relação aos outros.

América, provocando a ascensão política do proletariado

(Thomas Hobbes. Leviatã [publicado originalmente em 1651], 1999. Adaptado.)

Texto 2 Anarquismo é a doutrina segundo a qual o indivíduo é a única realidade, que deve ser absolutamente livre e que qualquer restrição que lhe seja imposta é ilegítima. Costuma-se atribuir a Proudhon (1809-1865) o nascimento do Anarquismo. Sua principal preocupação foi mostrar que a justiça não pode ser imposta ao indivíduo, mas é uma faculdade do eu individual que, sem sair do seu foro interior, sente a dignidade da pessoa do próximo como a sua própria e, portanto, adapta-se à realidade coletiva mesmo conservando a sua individualidade. (Nicola Abbagnano. Dicionário de Filosofia, 2000. Adaptado.)

industrial.

6.

Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o

concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é indispensável convocar com frequência o Parlamento para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar as leis. (Declaração de Direitos. Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez 2011 – Adaptado)

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em: a) Redução da influência do papa – Teocracia. b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo. c) Ampliação da dominação da nobreza – República. d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo. e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo.

– 69

HISTÓRIA

c) o reconhecimento do catolicismo como religião oficial e o fortalecimento da ingerência papal nas questões locais. d) o fim do anglicanismo e o início das demarcações das terras comuns. e) o fortalecimento do Parlamento e o aumento, no governo, da influência dos grupos ligados às atividades comerciais.

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7. (UNICAMP) – “Uma pobre mulher, enforcada em 1739 por ter roubado carvão, acreditava que não houvesse pecado nos pobres roubarem os ricos e que, de qualquer forma, Cristo havia morrido para obter o perdão para tais pecadores.” (Christopher Hill, A Bíblia Inglesa e as revoluções do século XVII, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p.608.)

HISTÓRIA

Considerando o trecho acima, podemos afirmar, quanto à sociedade inglesa dos séculos XVII e XVIII, que: a) A religião fornecia argumentos para diversos grupos sociais agirem de acordo com seus interesses e necessidades. b) Ainda dominava na sociedade inglesa a ideia da necessidade da confissão intermediada pela Igreja para perdão dos pecados. c) A reforma anglicana, ao atacar a propriedade privada, distanciou-se das elites inglesas e tornou-se a religião dos pobres. d) As revoluções Puritana e Gloriosa foram um obstáculo ao desenvolvimento burguês da Inglaterra e contrapunham-se à relação entre religião e política.

o ao poder do Parlamento (...) Eliminou a autonomia financeira do poder real, confiscando-lhe as propriedades e transformando o próprio conceito de propriedade individual e absoluta (...) O poder mudou de mãos... agora passava aos domínios da pequena nobreza rural, a gentry, identificada com a burguesia mercantil. (José Jobson de Andrade Arruda, A revolução inglesa.)

Segundo o texto, a revolução inglesa a) reforçou o antigo aparelho de Estado e manteve intacta a propriedade real identificada com os privilégios da nobreza. b) submeteu o rei ao poder do parlamento, composto pela gentry e pela burguesia, cujos interesses privilegiavam a propriedade real. c) destruiu o antigo aparelho de Estado e transferiu a propriedade real para as mãos do Parlamento, isto é, para a alta aristocracia. d) limitou o poder do Parlamento, que agora passa a ser exercido também pelo rei, cujo interesse maior é privilegiar a gentry e a burguesia. e) transformou a propriedade real em propriedade privada e legitimou o poder do Parlamento, representante da gentry e da burguesia.

8. (UNESP) – A revolução inglesa de 1640 (...) destruiu o antigo aparelho de Estado, impondo limites ao poder real, submetendo-

Vide resoluções comentadas no site: www.curso-objetivo.br

Módulo 5 – As Cruzadas e o Renascimento Comercial e Urbano 1) A 6) E

2) B 7) B

3) E 8) B

4) B 9) D

5) C

FRENTE 1 Módulo 1 – Das Diásporas Gregas a Esparta

Módulo 6 – Contexto e Fatores da Expansão Marítima

2) D

1) A

3) B

5) E

7) A

9) D

1) D 2) C 9) C

3) B

5) C

3) B 8) VFVVV

2) B 10) C

4) C 9) A

5) D

6) D

4) D

2) C 7) B

3) D 8) E

4) C

5) A

6) B

Módulo 9 – Civilizações Pré-Colombianas: Maias, Astecas e Incas

5) A

1) E

8) A

2) B

3) D

4) D

Módulo 10 – Bases do Colonialismo Mercantilista 1) B

70 –

6) B

Módulo 8 – Ciclo Ocidental e Consequências da Expansão Marítima

Módulo 4 – O Feudalismo e a Igreja na Idade Média 1) B 9) C

5) B

6) C

Módulo 3 – Império Bizantino e Carolíngio 2) D 7) B

4) B

Módulo 7 – Expansão Marítima: Ciclo Oriental

Módulo 2 – Atenas e Período Clássico 1) B 8) C

2) D

2) C

3) A

4) E

C1_3S_TRF_LILAS_HIST_JR_2020.qxp 15/10/2019 17:16 Página 71

Módulo 11 – Colonização Espanhola na América 2) D

3) C

6) E

7) C

2) A 7) D

3) C 8) A

Módulo 12 – Primórdios da Colonização Portuguesa 1) A 7) A 13) A

2) C 9) C

4) C 10) E

5) B 11) E

2) D 7) D 12) A

3) A 8) E 13) B

4) E 9) B 14)D

6) D 12) B

3) E 8) B

4) E

5) C 10) C 15) C

5) B 12) D 15) C

2) B 8) D

3) E 9) A

4) B

5) B

5) E

7) D

Módulo 2 – Império Romano 1) C 8) D

2) B 9) E

4) E

Módulo 3 – A Arábia e o Islamismo 1) D

3) A

4) B

5) B

5) E

Módulo 4 – Monarquias Nacionais e Crises dos Séculos XIV e XV

Módulo 15 – Expansão Territorial, Bandeirismo e Jesuítas 2) B 3) A 4) C 9) C 10) A 11) A 14) Estão corretas: (01), (16) e (32)

6) D

Módulo 1 – Da Monarquia à República Romana 1) B 6) E

Módulo 14 – União Ibérica e Invasões no Brasil Colonial 1) C 2) C 6) VVVVF

5) C 10) D

FRENTE 2

Módulo 13 – Economia, Sociedade Açucareira e Pecuária 1) C 6) D 11) A

4) D 9) D

HISTÓRIA

1) B 8) C

Módulo 20 – Colonização Inglesa e Independência das 13 Colônias

2) A 6) D 13) D

4) A

Módulo 5 – Renascimento: Conceito, Origem e Características 1) C

Módulo 16 – Restauração e Movimentos Nativistas

3) A

3) A

5) B

6) E

7) C

Módulo 6 – Difusão e Crise do Renascimento 6) E

1) B 6) A

2) A 7) B

3) D 8) C

4) A 9) C

5) D

Módulo 7 – Reforma Luterana

Módulo 17 – Economia Mineradora 2) A 8) B

4) C 10) B

5) E 11) C

6) E 12) D

1) A

3) E 9) B

4) A

6) C

4) A

5) A

6) A

7) D

Módulo 8 – Expansão da Reforma e Contrarreforma 2) E 3) D 4) B 8) Estão corretas: (01), (02) e (16) 11) C 14) D 15) A

Módulo 18 – Iluminismo e Despotismo Esclarecido 1) D 8) A

3) E

7) B

5) E 9) D 16) C

6) B 10) E

Módulo 9 – O Absolutismo Francês 1) B

2) B

3) E

4) E

5) A

Módulo 19 – Pombal, Renascimento Agrícola e Tratados de Limites

Módulo 10 – Absolutismo e Revoluções Inglesas do Século XVII

1) D 7) A

1) C 8) E

2) E 8) A

3) D 9) C

4) D

6) D

2) E

5) D

6) B

7) A

– 71

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Anotações

HISTÓRIA

72 –
HIS 1º BIM EXERCÍCIOS

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