Tamsin Ley - 02 The Centaurs Bride (rev)

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Nota do Revisor Anton: Vos lhes apresento Carlinhos Britadeira, vulgo Black Stevens. Divirtam-se!

SINOPSE Como um centauro entre os shifters, Stevens Black sempre foi um estranho. Para o rebanho, ele é um tipo de monstro, incapaz de assumir a forma equina completa, e para os humanos, ele é uma criatura encontrada apenas em pesadelos. Quando o líder do rebanho lhe oferece uma posição entre as fileiras do rebanho, ele não pode dizer não. Tudo o que precisa fazer é se casar com a herdeira quente e manter o rancho nas mãos do rebanho.

Renee Cerica, acostumada a viver na sombra de sua melhor amiga astro do rock, herda um rancho de um avô que não via há anos. Ela pretende dar um último passeio pelas colinas cobertas de salva antes de vender o lugar e talvez montar um cowboy sexy pelo caminho. Mas as pessoas no rancho estão agindo de forma muito estranha, e seu cowboy sexy tem um segredo que ela nunca esperava... Quando o líder do rebanho revela uma agenda secreta e tortuosa, Black deve escolher entre finalmente se juntar ao rebanho ou proteger sua companheira.

Aviso de conteúdo: cenas de amor explícitas, cowboys problemáticos e segredos sensuais de shifters. Destinado ao público adulto.

CAPÍTULO UM

Stevens Black empurrou a aba do chapéu de vaqueiro para fora da testa com as costas de um pulso, e afastou-se para permitir que o potro recémnascido ficasse de pé. Lâmpadas fluorescentes penduradas nas vigas do celeiro espantavam à noite com insistência tenaz. O parto transcorrera sem problemas, apesar da preocupação do rebanho de que Millie era velha demais para outra gravidez. Ao lado dele, a filha mais velha de Millie, Su, soltou um suspiro de alívio. — Ela parece bem? — Certo como a chuva. — Disse ele, encontrando o olhar dela. Su rapidamente desviou o olhar. Em sua forma humana, Su era ainda mais bonita do que em sua forma de cavalo, com cabelos escuros indescritíveis e pele amarelada que combinava com sua pele de égua. Ela era um dos poucos membros do rebanho subordinados a Black. Millie, uma baia, bateu o focinho grisalho contra a recém-nascida, encorajando-a a ficar de pé. — Como você vai chamá-la? — Black perguntou.

Millie bufou e revirou os olhos, incapaz de responder em forma de cavalo, enquanto Su estendeu a mão para o potro, compartilhando seu cheiro. — Nós provavelmente vamos deixar Lori decidir. Agora foi a vez de Black cheirar e revirar os olhos. Ele enfiou os polegares nas alças da frente de seu jeans, não enfiando as mãos em punhos, como ele queria. Desde a morte de sua avó, Lori assumira o comando do rebanho e praticamente declarara a lei marcial sobre o rebanho. — Deixar-me decidir o quê? — A voz sensual de Lori encheu o celeiro. Black caminhou ao redor do canto da tenda para encontrar a líder do rebanho de cabelos loiros se aproximando, enfeitada no que ela chamou de sua joia da sorte espiando acima do mergulho de sua camisa vermelha de botões, jeans apertados com rebites brilhantes ao longo dos bolsos, e uma grande fivela de cinto de prata com a forma do estado de Montana. Suas brilhantes botas de caubói de New Helens a deixaram quase cara a cara com os 1,90cm de Black. — Ei, soldado. — Ela passeou por ele, mantendo o olhar fixo, até que ele desviou seus olhos como um bom membro do rebanho. Uma vida de respeito arraigado por posição guerreou com seu desejo de reverter a autoridade da nova égua líder. Os garanhões protegiam o rebanho fisicamente, enquanto as éguas guiavam a política, e a palavra da égua líder era lei assim que ela era votada. Somente os membros mais fortes do rebanho

poderiam ousar desafiá-la. Sua avó exigiu respeito durante sua liderança, mas ela também deu em troca. Lori era apenas uma valentona. Dentro da tenda de parto, Lori assumiu uma postura larga, as mãos nos quadris. —Bem, ela é uma coisinha simples, não é? Vamos chamá-la de Jane? Su manteve o queixo para baixo e balançou a cabeça, enquanto Millie virou a cabeça para o lado, submissa. As narinas de Black se alargaram, mas ele manteve sua postura relaxada. — Eu pensei que nós poderíamos nomeá-la Ivy, por causa dessas lindas listras envolvendo seus jarretes. A líder do rebanho sacudiu os dedos bem tratados com desdém. — Ivy é para pastos mais verdes. Nós vamos ficar com Jane. Vamos lá, senhoras. Estamos saindo. — Ela arrancou o cinto e pendurou-o em uma estaca perto da entrada, como se estivesse marcando território com uma bandeira, em seguida, tirou suas botas e as empurrou para Black. — Coloque-as no meu armário. Antes que ele pudesse piscar, Lori e Su estavam nuas, os seios eretos de Lori e a área púbica perfeitamente cuidada, um completo oposto as curvas e saliências naturais de Su. Lori entrou na escuridão lá fora, com Su seguindo logo atrás, após lançando um olhar preocupado por cima do ombro para Millie. A luz que entrava pela porta aberta captou um lampejo do pelo dourado de Lori enquanto ela se movia.

Millie cutucou seu novo potro em direção à saída. — Você não precisa ir. Deixe Ivy-Jane firmar as pernas e se fortalecer. — Black se recusou a chamar o bebê de Jane. — Ela deve conhecer sua forma humana também. — Black pôs a mão na cabeça de Millie, consciente de ter dado conselhos a uma mãe experiente, mas seu treinamento veterinário não permitiria que ele permanecesse em silêncio. Não só existiam perigos como os leões da montanha, mas as primeiras horas de vida de um potro eram críticas para o imprinting1, especialmente para jovens mutáveis, que tinham de se familiarizar com o que equivalia a duas mães. O potro não seria capaz de mudar por alguns anos, mas ela teria que aprender a comunicação equina e humana imediatamente. O flanco marcado da égua se encolheu ao toque dele. Ela virou a cabeça para bater contra ele com a bochecha, dizendo que apreciava a preocupação dele, mas ele devia seguir as ordens. Ele suspirou e recuou, ouvindo o som de cascos batendo na sujeira acumulada na noite. Enfiando as roupas de Lori em um cubículo, ele procurou por qualquer espectador antes de se despir. Como um centauro, ele nunca seria uma parte verdadeira do rebanho, e tinha que guardar seu segredo mais diligentemente do que os outros shifters, mas naquela noite ele tinha um potro para proteger.

É um processo onde o animal reconhece outro como um amor verdadeiro, seja sua mãe ou alguém de muita importância. 1

Tomando fôlego, ele encarou a porta e permitiu que a pressão da mudança o agarrasse.

-X-X-X-X-X-X-

Renee inclinou o Ford Escape alugado pela colina de terra em direção ao portão do rancho, o ar-condicionado funcionando a todo vapor contra o calor seco de Montana. Sua melhor amiga, Steph, estava sentada no banco do passageiro, utilizando o telefone, já entediada com as colinas cobertas de artemísia2 e as formações rochosas no planalto. Memórias passadas caíram sobre Renee enquanto ela dirigia: Mamãe e Vovô e até papai a observando montar seu pônei manchado preto e branco, Cookie; noites tempestuosas quando o avô a esgueirava para fora da cama para ver o relâmpago da varanda coberta; Mamãe mostrando-lhe um ninho de gatinhos no celeiro. Recordações felizes que a encheram de arrependimento quando se aproximaram do rancho. O avô morrera e ela nunca mais voltara para vê-lo. Ele tinha ido a dois anos e ela nem sabia. A notícia chegou com o detetive contratado para

2

rastreá-la e entregar o testamento. Agora o rancho era dela, pelo menos por um curto período. Esta seria sua última visita. Melhor se livrar disso junto com todas as lembranças, ela disse a si mesma. Acompanhar o estilo de vida rock-star de Steph custava muito dinheiro, e o corretor de imóveis havia oferecido uma boa quantia pela propriedade. O que Renee sabia sobre administrar um rancho? A mensagem final no avô passará pela cabeça de Renee enquanto ela dirigia.

A fazenda possui um tesouro profundo sob a cobertura Os segredos de Toliman são seus para descobrir Guarde-a com cuidado e ame-a com espírito Depois de ganhar a confiança deles, você não terá mais medo.

Seu pai teria dito que era mais do vodu do velho ou algo assim, colocando um poema em um testamento. Mas então, papai não foi convidado para a leitura, não é? Uma velha amargura subiu na garganta de Renee. Depois que sua mãe morreu, seu pai evitava as maneiras pagãs do avô. Alguma coisa sobre cerimônias de xamã e demônios de casco fendido causando o câncer de sua mãe. No momento em que Renee completou

dezoito anos e herdou o fundo fiduciário de sua mãe, ela fugiu, pensando apenas em escapar das recriminações histéricas de seu pai. Steph achou que o poema significava que havia um tesouro enterrado e insistiu para que dessem uma olhada antes que Renee se livrasse do lugar. Ela havia reservado os primeiros ingressos disponíveis para o La Guardia em nome de Renee, postando memes sobre caça ao tesouro no Instagram e posando para paparazzis à espreita com uma minúscula pá de uma de suas escapadas anteriores. — Parece que estou pronta para cavar? Talvez eu devesse filmar um videoclipe enquanto estiver lá. Olhando pelo espelho retrovisor para o que era obviamente o carro de um repórter mantendo uma distância discreta, Renee se perguntou que tipo de forragem acabariam alimentando a imprensa sempre faminta dessa vez. Às vezes, ela se sentia como não mais do que um personagem fictício de sua própria vida, seguindo Steph ao redor. Mas viver na sombra da estrela do rock pelo menos proporcionava um itinerário na vida descontente de Renee. Debaixo de uma árvore retorcida à distância, um bando de animais de cor parda levantava a cabeça diante da abordagem do SUV. Renee cutucou Steph. — Olha, alces. —Pelo menos, ela achava que eles eram alces. Talvez veados? Steph olhou para o telefone e depois para baixo. — Legal. Estamos quase lá?

— Logo, eu acho. — Cada cerca que passaram ao longo do planalto pontilhado de sálvia fez o estômago de Renee apertar mais e mais. Por que estava tão nervosa? Ela sentia como se algo enorme estivesse aparecendo no horizonte, uma escolha pela qual ela não estava preparada, mesmo que sua decisão de vender já tivesse sido feita. O arco do portão principal apareceu, o rancho Toliman enrolado em ferro forjado ao longo do lintel. Ela parou e abriu a porta do carro. Uma rajada de calor seco inundou a cabine com ar condicionado, junto com o cheiro distante de cavalos e toques de sálvia banhada pelo sol. Ela respirou fundo, apreciando, e notou o cara atrás deles pendurado na janela do carro tirando fotos com uma lente teleobjetiva. Abrindo rapidamente o portão, Renee voltou para a cabine e o alívio do ar-condicionado. — Que rústico. — Disse Steph, olhando para o portão enquanto atravessavam. — Eu suponho que nós temos que fazer isso toda vez que passarmos por um? Renee deu de ombros. — Não é tão ruim. Deu ao seu namorado paparazzi a oportunidade de flertar comigo. Como se em resposta territorial, Steph baixou a janela e enfiou o tronco, oferecendo ao cinegrafista uma foto de seu amplo decote. Renee passou calmamente pelo portão e depois voltou para fechá-lo atrás deles. Steph podia manter os holofotes já que ela se importava. Renee não era ninguém, de qualquer maneira.

Ela dirigiu mais algumas centenas de metros ao redor de uma colina que bloqueava a maior parte da casa da vista da estrada. A luz do sol dançava através dos grãos de poeira quando eles pararam em frente ao amplo alpendre coberto. Quase esperando que o avô saísse da casa para cumprimentá-las, ela desligou o motor. Steph abriu a porta e olhou para Renee com o nariz enrugado. — Uau, o que é esse cheiro? — Cavalos. — Renee respondeu, recordando um eu mais jovem que também enrugou seu nariz. Hoje o cheiro agitou algo nela, como se um botão tremulo estivesse prestes a florescer em seu peito. Reprimiu-o, lembrandose de que ela estava aqui apenas para entregar tudo ao agente imobiliário. Saltando fora da caminhonete, ela olhou para a extravagante casa de madeira com suas janelas altas e decoração campestre, onde uma velha roda de carroça enferrujada pendia do revestimento de madeira, e as luminárias da porta da frente eram feitas de ferro forjado preto, até a aldrava antiga em forma de ferradura de cavalo. Duas caixas de jardineiras quadradas em cada uma das bordas dos degraus da varanda não continham nada além de pedaços de grama marrom seca. Atrás dela, o chocalho metálico da abertura da porta do celeiro a fez se virar. Uma mulher loira muito alta surgiu, apontou as pontas de suas botas de cowboy incrivelmente brilhantes para um trabalhador da fazenda. A

mulher levantou o queixo, como se os cheirasse quando se aproximou. — Qual de vocês é Renee? Renee estendeu a mão para a mulher gigante, pelo menos gigante em comparação com o um metro e meio de Renee. — Eu sou. A mulher agarrou as juntas de Renee com uma firmeza desconfortável. — Meu nome é Lori. Eu tenho cuidado deste lugar desde a morte do seu avô. Desculpe pela sua perda, a propósito. Steph estivou a mão para fora. — Prazer em conhecê-la, Lori. Lori pegou a mão dela, as sobrancelhas erguidas. — E você é? Um olhar de irritação passou pelas feições de Steph. — Oh, desculpe. Estou tão acostumada a ser reconhecida. Steph Bilmore. — Ela inclinou a cabeça timidamente. — Você pode ter visto um dos meus vídeos de música? — Ah. Isso explicaria o camarada no portão tirando fotos. Espero que ele saiba que as pessoas em Montana carregam armas. — A mulher voltouse para Renee. — Quanto tempo você planeja ficar? — Uh. — Renee automaticamente olhou para Steph para validação. — Alguns dias, provavelmente? Eu tenho um corretor de imóveis vindo amanhã. — Estamos em uma caça ao tesouro. — Acrescentou Steph. — Além disso, quero andar de cowboy. Quero dizer, de cavalo. — Ela ergueu a câmera para um selfie ao lado da roda da carroça.

O nariz de Lori se abriu. — Um corretor de imóveis? Eu entendo. Bem. A governanta está lá dentro. Ela lhe mostrará seus quartos. Eu estarei no celeiro. — Ela girou e saiu sem olhar para trás. Steph fungou como se não estivesse impressionado. — Aquela mulher amazona age como se fosse dona do lugar. Suponho que temos que pegar nossa própria bagagem, hein? — Você foi um pouco ousada com essa coisa de cowboy. — Disse Renee, sentindo-se fortalecida pelo ar de Montana. — Nós nem sequer a conhecemos. — Esta é a sua propriedade. Você pode fazer o que quiser. Ela precisa superar isso. Com a autoconfiança diminuída, Renee assentiu e foi até a cerca perto do celeiro, permitindo que Steph conseguisse separar sua montanha habitual de malas. Encostada no corrimão de madeira, Renee examinou o pasto. Para além da seção verde e irrigada dentro da cerca, as colinas ondulantes eram salpicadas de arbustos com manchas de vassoura amarela e artemísia verde prateada. Um homem sem camisa, com um chapéu de caubói, ajoelhou-se ao lado de uma das caixas de irrigação dentro da cerca, e ela admirou suas costas largas e bronzeadas enquanto ele pegava e descartava ferramentas e peças. Um cavalo bebê com pernas listradas de zebra saltava ao redor dele enquanto sua mãe pastava placidamente por perto.

O homem esticou uma mão atrás dele enquanto continuava trabalhando, mexendo os dedos até que o bebê os farejasse e se afastasse de prazer. A boca do estômago de Renee dançou com borboletas, observando sua óbvia afeição. O riso gutural do homem flutuou pelo campo enquanto ele se levantava e limpava as mãos contra a frente da calça jeans, se agachou e fez uma brincadeira de futebol, provocando o pequeno cavalo, que levantou os calcanhares e correu de volta para sua mãe. A égua mãe sacudiu a cauda preta e continuou pastando sem preocupação. Recolhendo sua caixa de ferramentas, o homem olhou na direção de Renee, enviando as borboletas em seu estômago para a garganta dela. Ele ajeitou o chapéu na testa, deixando o sol bater numa mandíbula forte e reta com uma névoa de barba por fazer. Ela balançou os dedos para ele, um pequeno arrepio percorrendo sua espinha quando ele ergueu um braço bem musculoso em uma saudação recíproca. Deus, ele é gostoso. Olhando por cima do ombro, percebeu que Steph ainda não o havia visto. Renee nunca se antecipou a ela, muitas vezes devido a sua própria hesitação. Bem, hoje não. Este era o rancho dela, e ela iria possuí-lo pelo maior tempo que pudesse. Com o coração batendo em sua garganta por sua ousadia, ela gritou: — Dibs! — Reivindicando o cowboy gostoso.

— O quê? — Steph abandonou a bagagem e trepidou no cascalho para ficar ao lado dela. — Ah, não é justo! É melhor que haja mais vaqueiros deliciosos por perto. Renee sorriu. Uau, isso foi bom. Na maioria das vezes, Steph escolhia os alvos e deixava Renee para ser o parceiro, o que significava passar a noite se defendendo do parceiro do alvo. Não desta vez. Colocando o queixo sobre os antebraços, Renee se inclinou para a cerca, observando o fazendeiro caminhar em direção ao celeiro. Sua calça jeans abraçava seus quadris magros e coxas musculosas exatamente nos lugares certos, e seu musculoso abdômen flexionava com o andar. Ele não olhou diretamente para ela, mas ela podia sentir sua atenção acendendo seu núcleo. Corando, ela desviou o olhar. Steph voltou-se para o carro. — Se você não fechar o negócio antes de amanhã, todos os dibs estão cancelados. Sua emoção anterior de confiança desmoronou. — Hey! Eu gritei dibs primeiro! — Dibs são dos primeiros que reivindicam, mas não são exclusivos. Então não estrague tudo. Apenas foda. — Steph sorriu e sacudiu a mala de rodas pelo cascalho até a casa.

Arrancando sua própria mala da pilha confusa de bagagem de Steph, Renee correu atrás dela.

CAPÍTULO DOIS As orelhas de Black vibraram com a conversa entre as duas mulheres quando ele entrou no celeiro. Elas não tinham como saber que ele podia ouvi-las tão longe, nenhum humano podia, pelo menos não claramente. A morena minúscula com o rosto de duende parecia incrivelmente sexy espreitando por cima da cerca superior, e ela cheirava incrível mesmo a essa distância, como o vento saindo de um pomar de cerejeiras em flor. A outra também não era ruim, mas ela tinha um cheiro forte sobre ela que o lembrava de um predador. Ele colocou sua caixa de ferramentas dentro do celeiro, longe da boca curiosa da pequena Ivy-Jane e, agora que ele estava fora de vista das mulheres, ele ajustou sua calça. Quanto tempo se passou desde que ele teve uma mulher? De acordo com seu pau endurecido, por muito tempo. Não havia muitas opções para um centauro vivendo em um rancho remoto, pois para o rebanho, ele era um monstro disforme, incapaz de assumir a forma equina completa e, para os humanos, um monstro de mito. Centauros não tinham lugar em nenhum dos dois. Ele se dirigiu para a baia do canto dos fundos, onde guardavam peças extras e equipamentos para o sistema de água que servia ao rancho. Partes do sistema datavam de mais de cem anos. A saída de água estava entupida de ferrugem e ele esperava que tivessem um anel sobressalente.

Ele deveria se aproximar da morena ou deixá-la vir até ele? Garanhões jovens do rebanho ligavam-se ocasionalmente aos humanos no bar local, mas essa saída havia sido proibida quando Lori assumiu. Ela impunha regras estritas sobre quem saía do rancho e com que objetivo, minimizando o que ela chamava de interações frívolas com os seres humanos. A imagem da pequena fada, peitos pequenos pressionados contra a cerca do meio enquanto ela o observava, não o deixava. Oh, como ele adoraria ficar frívolo com isso. Para acariciar a curva quente de seu pescoço enquanto ela envolvia as duas pernas ao redor dele. Seu pau endureceu ainda mais com o pensamento. Ainda bem que não havia ninguém por perto agora. Ele vasculhou um balde de plástico de anéis de tamanhos variados, comparando o antigo com o tamanho dos sobressalentes. Lori queria o rancho, o planalto inteiro aliás, como um refúgio para shifters. Nenhum homem, mesmo que o velho Man Toliman soubesse do rebanho e providenciasse assistência médica e forragem de inverno, mas com ele fora, o rebanho estava em terreno instável. O arrastar dos pés contra o chão de terra atrás dele o fez olhar por cima do ombro. A égua líder encostou-se à porta, uma bota cruzou a outra. — Eu tenho um trabalho para você, soldado. Ele voltou a cavar através do balde, com o pau graciosamente em sua presença. Ele odiava seu apelido para ele, como se ele só vivesse para seguir

suas ordens, e não fazer parte do rebanho que ele protegia. — Eu já estou trabalhando em algo. — Você ouviu que temos visitantes. Ele encolheu um ombro sem se comprometer. — A anã é a herdeira de Toliman. Preciso que você se case com ela. Quanto mais cedo melhor. Erguendo-se, ele empurrou o balde de volta para a prateleira e virouse. — Casar com ela? Eu pensei que você não queria nada com humanos? Lori abaixou o queixo, os olhos castanhos brilhando com autoridade. Às vezes ele se perguntava se seu pai tinha sido um gato selvagem em vez de um garanhão para lhe dar o tipo de comando que ela parecia exercer. Ela falou em um tenor sensual que não admitia nenhum argumento. — Ela tem um corretor de imóveis chegando. Um de nós precisa se casar, tomar posse. Não deixe que ela venda o lugar ou o transforme em uma armadilha para turistas. — Por que eu? — Ele saiu da tenda de armazenamento, afastando-se desconfortavelmente perto dela quando ela se recusou a se afastar. — Você está aqui no celeiro mais do que qualquer um dos outros. E não é como se o fato de você foder um humano pudesse poluir sua linha de sangue pior do que já está poluída. — Ela seguiu em seus calcanhares, sua voz perto de seu ouvido. Sua pele se arrepiou como se ela pudesse cortar seu

flanco a qualquer momento. Ele odiou quando ela tentou puxar classificação no rebanho sobre ele em forma humana. — Você provavelmente já está meio duro pensando em montá-la, de qualquer maneira. Faça isso. Vou mandar os outros garanhões recuarem. Apenas atente para aquela amiga dela. Ela é um empecilho. — Montar é uma coisa. Casar é outra. Será que ela achava que a neta de Toliman simplesmente se casaria com uma pessoa estranha do rancho e assinaria as coisas? Ele se inclinou para pegar a caixa de ferramentas.

— O velho Toliman manteve nosso

segredo por décadas. Por que não contamos apenas à neta dele? Lori se aproximou tanto dele que as botas se tocaram. — Nem uma palavra. Nosso segredo morreu com aquele velho e é melhor ficar assim. Uma ordem direta? Como ele deveria criar confiança o suficiente para propor casamento a um humano, mas manter esse tipo de segredo? Ele baixou o olhar, os lábios se curvando com desgosto pela proximidade de Lori, e recuou um passo. — Você espera que eu me ajoelhe e me proponha do nada? Eu tenho a sensação de que ela é mais esperta do que isso. — Eu vi você em ação no bar, soldado. Eu sei que você vai fazê-la desmaiar. Convença a ser sua noiva, e eu vou garantir que você tenha um lugar no rebanho. Um lugar real, correndo o vento com o resto de nós.

A ideia tomou conta dele como a mão de um amante em suas bolas. Ele sonhava em correr com o rebanho desde antes de seu primeiro aniversário aos dezessete anos. Ao contrário de outros shifters equinos, ele nascera da mãe enquanto ela estava em forma humana, um bebê humano, e suportara sua longa infância, esperando que seu primeiro turno o juntasse ao rebanho de sua avó, mas conforme o tempo passava, e ele não mostrava nenhum sinal da habilidade, todos supunham que isso nunca aconteceria. Ele tentou tanto fazer isso acontecer, que quando finalmente aconteceu... Bem, ele quase se matou mudando de novo e de novo na tentativa de acertar. Ele nunca pôde. O rebanho não o havia evitado exatamente, eles não se atreveram quando sua avó era a égua-líder. Mas a indulgência que uma vez demonstraram ao pobre menino humano, como passeios sem sela pelo platô, rapidamente se transformou em desdém e desprezo. Toda a razão pela qual ele foi para a escola veterinária foi para se dar valor ao rebanho. Mas mesmo isso não aumentou sua classificação, já que ser veterinário era uma coisa humana. Ele lambeu os lábios, considerando Lori cautelosamente. — Como você propõe fazer o rebanho me aceitar quando eu não posso nem correr com eles? Ela abaixou o queixo para olhá-lo para baixo. — O que eu digo, acontece. Você sabe disso. Uma vez que possuamos o rancho, você estará

livre para vagar como nunca antes. E se você não fizer isso, eu posso encontrar alguém que queira. Seu coração palpitava em um ritmo desconfortável. Ele nunca se considerou casável. Mas para pertencer ao rebanho faria quase tudo. E de qualquer forma, a neta de Toliman era um deleite tentador. — Se eu fizer isso, e ela se tornar minha pequena esposa no rancho, como você vai esconder o nosso segredo então? O sorriso de Lori foi feroz enquanto ela se retirava para o celeiro. — Acredite em mim, ela não vai ficar por aqui. De repente, Black ficou com o estômago dolorido enquanto considerava o que as palavras de Lori poderiam significar. Renee olhou para a enorme porta do celeiro e engoliu em seco. Steph estava na casa, amarrada a um telefone de parede para poder falar com seu agente. O serviço de celular aparentemente não chegou ao rancho, mas isso deu a Renee a oportunidade de encontrar o caubói sem o julgamento vigilante de Steph ou uma recapitulação provocativa de seu flerte desajeitado depois. Por que tem que ser tão quente? Ela afastou os braços do corpo, esperando por uma brisa refrescante. Apesar de uma reaplicação do antitranspirante, suas axilas já estavam manchadas de suor.

Respirando fundo, ela se aventurou no celeiro, esperando encontrá-lo lá. Olhou para o comprimento das baias, se familiarizando com um layout que ela lembrava vagamente da infância. As baias à direita eram simples, cubículos com elos de corrente, enquanto as da esquerda estavam fechadas em madeira maciça. O celeiro vazio ecoou, o doce aroma de feno e poeira quentes permeando o ar, e uma escada de madeira subia até o sótão de feno, enquanto vários fardos de palha formavam uma escada de aparência mais sólida no outro extremo do prédio. E se ele não estiver aqui? Ou pior, e se ele já estiver envolvido com aquela garota Lori? Ela agarrou a pouca confiança que tinha deixado firmemente dentro dela e se aventurou no interior frio e escuro do celeiro. — Olá? O homem de chapéu de caubói apareceu atrás da escada de palha, agora usando uma camiseta escura e justa. Que pena. Pelo menos seus ombros e bíceps estendiam o tecido em todos os lugares certos. Uma flecha de suor escurecia o decote da camisa, apontando para baixo entre os peitorais esculpidos. Ele caminhou na direção dela, botas de cowboy bem gastas arrastandose contra o chão coberto de feno, cada passo enviando tremores através de seu núcleo. Ele tinha uma mandíbula forte coberta com uma sombra de barba, cabelos loiros escuros curvados levemente sobre as orelhas, nariz

forte e reto e lábios sensuais. Sob seu olhar de mogno, sua boceta parecia ansiosa, quente e inegavelmente molhada. — Você deve ser a nova dona. — Sua voz era tão baixa e sexy quanto ela imaginara. Se ela queria bater Steph no dibs, ela precisaria jogar como Steph. Diga algo sexy. Mas tudo o que ela conseguia pensar era em montar o caubói. Totalmente inapropriado! Em vez disso, ela sorriu e estendeu a mão. — Olá parceiro! Olá parceiro? Mesmo? Isso foi o melhor que ela pode inventar? Ela sacudiu a cabeça e fez uma pequena prece para que seu rubor fosse invisível na penumbra do celeiro. Ele aceitou seu aperto de mão, firme, mas de modo algum desconfortável. Na verdade, o contato provocou um arrepio delicioso em seu braço quando ela imaginou aquela mão tocando outras partes de sua pele. Ela limpou a garganta e tentou novamente. — Meu nome é Renee. Qual é o seu? Um pequeno sorriso se contraiu em um canto de sua boca, e ela foi atraída para seu quente olhar castanho. — Black. — Black? Esse é o seu primeiro nome? — Sim. — Seu olhar desceu para as mãos ainda apertadas.

Ela lutou por uma piada parecida com Steph para manter a bola rolando. — Deixe-me adivinhar. Black Beauty? — Oh, Deus, o que ela está fazendo? Livro para menina? Vamos Renee. — Não, muito feminino. Black Jack? Não, isso é para um pirata. — Estava indo de mal a pior … — Oh espere Black Stallion! — Seu rubor se transformou em um calor quase intolerável, e ela estava morrendo de vontade de cobrir o rosto com as duas mãos. Então ela percebeu que ainda estava segurando a mão dele, então imediatamente soltou, tentando ficar de pé quando tudo que ela queria fazer era se encolher. A contração no canto da boca subiu para um sorriso completo. — Não. Black Stevens. Antes que ele pudesse dizer mais, Lori emergiu de uma das baias de madeira atrás dele. A mulher alta bateu a mão no ombro dele, mas não com o que Renee chamaria de afeição. Mais como possessividade. — Eu vejo que você encontrou dona do nosso rancho. Black aqui foi designado para mostrar tudo a você. Droga! Ele tinha compromisso. Achava que a única vez que Renee reclamava um cara gostoso, ela escolheria um que já estivesse engatado. Encolhendo os ombros de Lori, Black franziu o cenho e se virou para olhá-la. — Você e eu precisamos conversar sobre isso. — Você sempre pode voltar para as baias. — O sorriso de Lori estava apertado.

Renee segurou as palmas das mãos. Havia alguma tensão séria acontecendo, e ela não queria entrar no meio dela. — Ei, eu não quero interromper a briga de um casal. Eu posso voltar mais tarde. Black soltou uma risada rouca. — Lori e eu não somos, e nunca seremos um casal. A expressão arrogante da mulher alta confirmou suas palavras. O que quer que estivesse acontecendo entre esses dois não tinha nada a ver com relacionamento. Sem saber o que fazer, Renee olhou em volta para encontrar um novo assunto. — Eu não suponho que Cookies ainda estejam aqui? Meu avô costumava manter um pônei para mim. Lori riu. — Nenhum Cookies para você, minha querida. — Ela lançou um olhar estranho em direção a Black. — Vou arrumar nosso garanhão, Saul para você. Black pareceu endurecer. — Saddle Saul? O que Saul acha disso? Com um olhar desdenhoso, Lori passou por ele em direção a Renee. — Ele está ansioso para agradar. Black virou quando ela passou. Limpou a garganta. Mudou para encarar Renee. —Um garanhão pode ser um pouco demais para você. — Absurdo. — Lori sacudiu a mão com desdém, enviando partículas de poeira preguiçosas para um frenesi rodopiante. — Ela é a neta de Toliman. Quero dizer, olhe para ela, com o físico sem curvas de um jóquei.

Além disso, ouvi dizer que ela e sua amiga são caçadoras de emoções. Saul vai amá-la. A tensão permeava o celeiro, carregada com um contexto que Renee não conseguia entender. Steph adorava o entusiasmo de ser perseguida por paparazzi, mas, na verdade, as coisas que Steph fazia assustavam os ânimos de Renee. Montar um garanhão parecia estar lá em cima, nadando em uma gaiola de tubarão. Além disso, o avô morrera cavalgando, e ela não era nem de longe tão habilidosa quanto ele. — Er, eu não monto um cavalo desde que eu tinha oito anos. Black agarrou o braço de Renee e virou-a firmemente para uma das baias abertas para o pasto. — Por que eu não mostro a você antes de decidir qualquer coisa? Vamos deixar o cavalo para mais tarde, quando não está tão quente. — Ele deu uma olhada por cima do ombro, mas não diminuiu a velocidade. — Temos um novo potro. Ela nasceu há poucos dias. — Parece bom. — Disse Renee sem fôlego, evitando uma pilha de esterco. — Deixe-me saber como você gosta de montar! — A voz de Lori flutuou atrás deles, seguida por uma risada. Agora que eles estavam longe de Lori, Renee inclinou a cabeça para verificar a bunda coberta de jeans de Black. Não muito largo, não muito cheio. Agradável. Ela arrastou seu olhar até as costas largas para o cabelo

sexy espreitando por baixo de seu chapéu de cowboy. Todos os chapéus de cowboy eram chamados de Stetsons, ou era uma marca específica? Uma pedra solta se contorceu sob o pé, fazendo-a se inclinar para frente. Ele girou e pegou-a pelos dois braços antes que ela caísse. Ohh, rápido e forte. Ela sorriu timidamente para o rosto dele, satisfeita com a piscada assustada que ele lhe deu antes de desviar o olhar. Veja, esta coisa de Steph não é tão difícil. Bem, desde que nenhuma conversa fosse necessária... — Cuidado. — Ele disse. — Essas pedras parecem surgir do nada. — Ele se virou e continuou andando, não mais segurando o braço de Renee. Ela fechou os olhos e inalou o cheiro persistente dele. Feno doce e couro e sexy, homem sexy. Abrindo os olhos novamente, ela ficou embaraçada ao vê-lo olhando para ela a poucos passos de distância, perto da égua. Um sorriso beliscou seus lábios sensuais. — Esta é Millie. A égua levantou as orelhas para Renee com curiosidade. Com as bochechas queimando, Renee endireitou a coluna e estendeu a mão para o cavalo como se fosse tremer. — Prazer em conhecê-la, Millie. Eu sou Renee. — Lá, isso foi fofo, certo? A fera balançou a cabeça como se estivesse cumprimentando-a, e Renee riu e fez uma reverência, satisfeita com o sorriso de aprovação de Black. — Tão educada!

— Millie, Renee é a nova proprietária do rancho, e ela gostaria de conhecer Ivy-Jane se você não se importar. O pequeno potro espiava por trás da parte traseira da mãe, nariz grande demais para o corpo dela e pés delicados cercados de listras. Renee soltou uma rajada de ar. — Oh, meu Deus, ela é adorável. O potro voltou a se esconder. A égua mãe sacudiu o rabo e virou-se para continuar a pastar, como se encolhesse de ombros em aquiescência. Black agachou-se e inclinou-se para a frente, oferecendo uma mão para onde o potro havia desaparecido. — Tudo bem, Ivy-Jane. Venha conhecer a humana. Renee admirou seu peito largo quando ele esticou o braço. — Eu gosto de como você fala com eles. Ele se levantou sem olhar para ela. — É sobre respeito, é tudo. Não é, Millie? — Ele coçou o pescoço da égua onde a juba escura emergiu. — E com os pequenos, você precisa permitir que eles venham até você. Eles podem sentir em quem confiar. O potro espiou para eles novamente, desta vez vindo da parte de trás da égua, as orelhas escuras de volta. Renee desviou os olhos, mantendo o foco em Black. Não é difícil de fazer. Os músculos de seu antebraço ondulavam enquanto ele coçava a égua, e os minúsculos cabelos dourados em sua pele captavam o sol. Lembrando-se de como ele estendeu uma mão

provocante para o potro enquanto ele estava trabalhando na caixa de irrigação, Renee levantou a palma da mão e balançou os dedos para o potro. Para sua alegria, a pequena criatura se aproximou para cheirar, o focinho de veludo roçando as costas dos dedos de Renee. — Parece que você passou na prova. — Black assistiu com um olhar encapuzado e sorriso fácil. Porra, ele tinha um sorriso sexy. — Quantos anos eles têm quando você começa a domá-los? Millie esgueirou-se e balançou o rabo, mandando o potro correndo para longe antes de se virar e se arrastar devagar depois. Renee deixou seu braço cair decepcionado. — Nós não domamos os cavalos aqui. — A voz de Black segurou um grunhido baixo de irritação. O sorriso encapuzado transformara-se em pedra. — Além disso, Millie … é do rebanho selvagem. — Desculpe. Eu quis dizer amansar. — Renee levantou as sobrancelhas, mas seu rosto não suavizou. — Trabalhar com eles? Eu não sei o jargão dos cavalos. Além disso, eu pensei que os cavalos selvagens fugiriam. Por que ela está no seu pasto? Black tirou o chapéu e passou a mão sobre os cachos louros empoeirados. — O velho Toliman, seu avô, sempre ajudava os cavalos. Não importando se fossem seus, dos vizinhos, ou do rebanho selvagem. Ele sempre oferecia proteção para os novos potros. Fornecia forragem durante

invernos rigorosos, e ajuda médica quando necessário. — Ele deu de ombros. — Nós tentamos honrar seus métodos. Mais daquela sensação melancólica que a capturou no caminho para cá, aquela sensação de algo perdido, tomou conta dela. Ela tinha uma imagem vívida do sorriso largo de seu avô sempre que ele a levava para o celeiro ou para o pasto. — Ele costumava me puxar em uma pequena carroça para ver todos os cavalos. Ele dizia que íamos visitá-los. — Disse ela, com lágrimas nos olhos. Por que ela nunca voltou aqui para ver seu avô? Só porque papai estava preocupado com vodu ou algo assim? — Meu avô adorava os cavalos. Uma brisa passou entre ela e Black como um fantasma, e ela enxugou os olhos com as costas das mãos. Ela tentou rir. — Desculpa. O rico olhar de mogno de Black procurou o dela. O rosto de pedra que ele usara antes amolecera, mas permanecia sério, como se estivesse esperando algo dela. — Talvez você também possa amar os cavalos. Ela riu novamente, o coração batendo como um pássaro em seu peito. O Sr. Intenso era um sujeito convincente. Ela desviou o olhar para o celeiro. Se alguém pudesse fazê-la amar os cavalos de novo, seria o Black Stevens. — Talvez você possa me levar andando e me mostrar como? — Ela inclinou a cabeça e atirou nele com o mesmo olhar tímido que tinha quando tropeçou na rocha. Suas pernas formigavam com o desejo de cavalgar, e não necessariamente um cavalo.

Ele respirou profundamente, como se a absorvesse. — Certo. — Oh! — Ela lembrou o poema do avô. — Meu avô disse alguma coisa sobre um tesouro enterrado. Você ouviu alguma coisa sobre isso? — Uh... não. — Bem, você está oficialmente recrutado para me ajudar a procurar por isso. — Ela pegou sua mão calejada pelo trabalho e puxou-o de volta para o celeiro para selar alguns cavalos, sua ousadia forçada fazendo seu coração palpitar.

CAPÍTULO TRÊS

Surpreso, Black permitiu que a duende o levasse de volta ao celeiro. Ele deveria seduzi-la, não o contrário. Como diabos ele deveria pensar direito quando ele estava continuamente lutando com uma ereção perto dela? Ele nunca teve esse tipo de reação física em torno de ninguém. Era como se seu corpo estivesse ciente de todos os movimentos dela, e quando ela se de desequilibrou com aquela pedra, o olhar que ela deu a ele, elétrico e convidativo, quase o derrubou de costas. Só porque ela está flertando, não significa que esteja procurando por algo permanente. Ela provavelmente estava atrás de uma aventura de férias, o qual ele ficaria feliz em aceitar, exceto pelo esquema de Lori, e suas ameaças. Em primeiro lugar, não parecia que ela pretendia que houvesse um casamento feliz para sempre, e é por isso que Black hesitou durante a apresentação de Renee. Depois houve a outra ameaça, quase tão azeda quanto a primeira. Se você não fizer isso, eu posso encontrar alguém que queira, alguém como Saul, que era mais que um garanhão, ele era o tio de Black, líder do rebanho de solteiros. A ideia de Saul montando Renee, ou o contrário, por sinal, fez as mãos de Black se fecharem em punhos. Não que o tio Saul fosse um cara mau, mas

o pensamento de alguém além de si mesmo cavalgando aquela doce e pequena potranca o fazia querer dar um soco em alguém. A sombra fresca do celeiro os envolveu e Renee soltou um suspiro audível. Ela arrancou sua camiseta, expondo um vislumbre de seu sutiã corde-rosa rendado e enviando seu aroma incrível de flor de cerejeira, como uma fresca brisa de primavera em um dia de verão sufocante. Aprume-se, Black. Você está agindo como um adolescente em torno de uma égua no cio. — Porra, esse sol é quente. — Disse Renee em uma voz ofegante, sexy como o inferno. — Eu não sei como você trabalha nisso o dia todo. Ele deixou seu olhar vagar de seu rosto para seus seios e abaixar, depois de volta para encontrar seus olhos, as narinas se contorcendo com seu aroma inebriante. — O que é esse perfume que você está usando? Ela corou. — Apenas desodorante. Ele gostou do jeito que ele podia fazê-la corar. Ela era uma boa menina tentando ser má, e ele tinha que admitir que era atraente como o inferno. Querendo ver o quão cor-de-rosa ela poderia ficar, ele respirou fundo, propositalmente. — Você cheira deliciosa. Seu rubor se aprofundou e ela desviou o olhar timidamente. A força de seu pênis duro pressionou contra o zíper de seu jeans. Ele avançou até ter certeza de que ela podia sentir sua respiração em sua pele. Tinha certeza que ele cheirava a cavalo e suor, mas Renee não parecia se

importar, na verdade ela parecia atraída, se seu momento anterior do nariz ao vento fosse uma indicação. Ela inclinou o queixo para olhar para ele, o rubor de vergonha se derretendo em um brilho despertado. Seus cílios tremeram fechados, lábios entreabertos, prontos para ele provar. Por mais que quisesse jogá-la no feno e afundar-se dentro dela, ele sabia que tinha que fazer mais, tinha que conquistar seu coração. Ele nunca havia brincado antes, porque nenhuma égua escolheria um centauro. Seus encontros sexuais anteriores sempre foram com humanos, rápidos e sujos, sem amarras. Agora aqui estava Renee, a oferecer-lhe o habitual interlúdio, e ele estava a pensar em criar laços. — Você já esteve apaixonada? — Sua voz era rouca em seus próprios ouvidos. Seus olhos se abriram. Um flash de algo vulnerável passou por seu olhar. Então a potra selvagem estava de volta. Ela estendeu a mão para correr o dedo indicador da garganta dele até o peito dele. — Que pergunta boba. Ele estendeu a mão e agarrou a dela, acalmando-a contra seu peito. Sua pele aquecida era macia. Olhando profundamente em seus olhos, ele disse: — Eu aceito isso como um não.

Lá estava novamente aquele flash vulnerável atrás de seus olhos. Ela endireitou sua espinha. — Isso não tem que ser sobre amor. Podemos apenas nos divertir um pouco. Ele franziu a testa de volta. Por trás de suas tentativas desajeitadas de flertar, vislumbrara alguém digno de ser a neta de Toliman. Alguém capaz de amar, não uma mulher à espreita. Ele esfregou o polegar sobre a pele macia da palma da mão dela. — Você não quer mais? Ela balançou a cabeça. O amor é apenas uma maneira de se matar, se não em corpo, então em espírito. Eu vi meu pai se transformar em um estranho depois que mamãe morreu. Ela balançou a cabeça, como se jogando fora memórias. — Eu não estou procurando por amor. Black levantou uma sobrancelha para ela, sabendo que ele estava prestes a pressioná-la. Mas ele queria saber com quem estava realmente lidando. — Então você decidiu se tornar uma jogadora? Uma predadora? Ela piscou. Puxou sua mão livre. Mas ele pegou e trouxe de volta ao peito. Ela olhou para ele. — Eu não sou uma jogadora. Naquele momento, algo sobre sua postura, a maneira como ela se defendeu, agarrou as rédeas de seu coração. Esta pequena potranca corada definitivamente não era uma predadora, estava apenas fingindo ser, talvez, mas quando chegou a hora de empurrar, ela não era do tipo que deixava uma série de corações partidos atrás dela. Não, esta estava jogando um jogo, como um potro flertando com um novo rebanho.

Ele deu-lhe um sorriso irônico. — Se você não é uma jogadora, então você é uma provocadora. Ela engasgou e soltou sua mão. — Eu não sou uma provocadora! — Não? — Ele se aproximou, pressionando o peito contra o dela, forçando-a a recuar. Um passo, dois, até que ela bateu as costas no poste. — Prove isto. Ele olhou para seus olhos arregalados, e quando ela não o afastou, abaixou a cabeça para encontrar seus lábios. Segurando um lado da cabeça, ele enfiou os dedos no cabelo dela. A suavidade de sua boca, o sabor doce quando se abriu, fez sua cabeça girar enquanto ela parecia derreter debaixo dele, abrindo-se como pétalas para o sol. Suas mãos deslizaram para seus ossos do quadril, enviando arrepios em sua pele, acendendo seu pau já duro como pedra. Porra, essa mulher era como uma droga. Ele se encontrou beijando-a com mais força, deslizando a língua entre os dentes. Explorando a boca dela, inalando a respiração dela como a dele. Ela arqueou os seios contra ele, jogando a cabeça para trás e expondo o pescoço. Ele mordiscou ao longo do queixo dela, o chapéu batendo na bochecha dela. Ela estendeu a mão e derrubou-o no chão. Libertado, ele puxou-a firmemente contra ele e baixou a boca para a pele sensível na curva do pescoço dela. Seu perfume quente o envolveu, profundamente feminino e excitante. Seus mamilos subiram como pequenos botões através de sua camisa, cutucando-o através do tecido. Deus, ele queria provar esses seios.

Ela colocou as duas mãos na parte de trás de seus quadris e rolou contra ele, apertando sua ereção nela. Ele se abaixou e segurou seu traseiro, levantando-a ligeiramente, ajustando-a a ele. Ela fez um pequeno ruído na parte de trás de sua garganta que o mandou para a borda. Suas mãos percorriam suas costas, desceram para remexer a bainha de sua camisa e deslizar por baixo, queimando em sua pele enquanto ela acariciava seu abdômen e procurava seus próprios mamilos endurecidos. — Woohoo, agora vai menina! — Um clarão penetrou nas pálpebras fechadas e um odor familiar e predatório invadiu o momento. — Isso vai para sua página do Instagram. Renee endureceu, seus dedos cessaram suas carícias. Ele afrouxou o aperto, virando-se para encarar o intruso, enquanto espreitava entre Renee e a câmera. Sua amiga estava lá, de camiseta, shorts e chinelos, o cabelo fosco caindo em duas tranças curtas de cada lado do rosto. Ele rosnou: — O que você está fazendo? — Capturando o momento. — Steph não levantou os olhos do telefone enquanto digitava algo para acompanhar a foto. Ele abaixou o queixo para olhar para ela. As fotos eram algo que ele evitava, por razões óbvias. — Você não deve divulgar fotos de pessoas que você não conhece.

Ela olhou para encontrar seu olhar com inocência ardilosa. — Oh, nós definitivamente estamos conhecendo você. Não estamos, Renee? Além disso, eu disse a esse cara no portão que ele poderia entrar com sua câmera. — Você fez o quê? — Suas mãos se fecharam em punhos. Sua cabeça parecia nua sem o chapéu, e ele procurou o chão de terra até encontrá-lo. Espanando-o contra o joelho, ele olhou para ela. — Nós gostamos de privacidade aqui no rancho. — Você não tem nada do que se envergonhar, garanhão. Você é um pedaço lindo de homem! — Ela sorriu e tirou outra foto dele. Rangendo os dentes, ele colocou o chapéu de volta na cabeça, dando um passo em direção a ela. Ele ia arrancar o telefone dela e... O toque suave de Renee em seu braço o controlou. Ele cruzou os braços e esperou para ver o que sua pequena fadinha faria. Renee saiu de trás de Black, tentando acalmar seu pulso acelerado. Steph estava apenas sendo Steph, assumindo como se fosse dona do lugar. Só que desta vez, Renee realmente era dona do lugar. Este era o território de Renee, e pela primeira vez ela não tinha paciência para o desrespeito de Steph. — Steph, nem todo mundo quer a vida deles em aberto. — Não se preocupe, as fotos não foram publicadas. Eu não tenho serviço de celular aqui. Este lugar é tão atrasado. — Ela enfiou o telefone no bolso de trás. — Eu vim para lhe dizer que fomos convidados para fazer jumping!

Estamos indo para Dubai depois de manhã. Vamos tirar essa coisa de caça ao tesouro do caminho e seguir em frente. — Ela olhou em volta como se o tesouro pudesse sair do esconderijo a qualquer momento. — Fazer jumping? — O passo de Renee vacilou. Steph vinha falando sobre pular das alturas por quase um ano. Ela até convenceu Renee a fazer um salto de paraquedas em preparação. Renee torceu o tornozelo e ficou de cama por mais de uma semana. — Há um edifício lá, com um milhão de milhas de altura. As pessoas fazem isso o tempo todo. E se formos pegas, podemos acabar na prisão. — Steph gritou e fez uma careta de medo animada. A voz profunda de Black retumbou nas costas de Renee. — Você está animada para ir para a prisão em Dubai? — Oh, nós não vamos acabar na prisão. Pelo menos não por muito tempo. Eu tenho pessoas para me tirar de lá. — E quanto a Renee? — Sua voz era dura como ferro. Renee não tinha certeza se isso a fazia se sentir preocupada ou segura. Ele estava cuidando dela, mas sua animosidade em relação a Steph era quase física. Steph se moveu ao redor de Renee em direção a ele, um brilho faminto familiar em seus olhos. — Aw, isso é tão doce, eu amo um homem que é protetor. — Dibs, lembra? — Renee rangeu suavemente entre os dentes.

Bufando, Steph se virou e foi para as portas do compartimento. — Nós não temos tempo, de qualquer forma. Temos que estar em Dubai depois de amanhã. Jamison tem tudo organizado. — Isso não é tempo suficiente. — Renee engoliu em seco, tentando encontrar alguma coragem, não coragem de fazer o salto, pois de jeito nenhum ela faria isso. Ela precisava de coragem para dizer não a Steph. — Você ainda não assinou os papéis, então tudo ainda estará aqui quando voltarmos. Talvez seu amante possa encontrar um amigo para mim enquanto estivermos fora? — Steph lançou um olhar por cima do ombro para Black, franzindo os lábios em um beijo brincalhão. — Vamos, Renee. Renee deu um sorriso tenso para Black. Os seus ombros tensos disseram a ela que seus problemas ainda estavam de pé. Melhor ela se afastar e lidar com Steph agora. — Eu vou ter que passear com você mais tarde. Correndo atrás de sua amiga, ela ficou no terreno de cascalho onde tinham estacionado o Ford. Steph tinha a parte de trás aberta e estava mexendo em uma das malas. — Eu tenho certeza que eu coloquei meus sapatos Louis Vuitton aqui. Quero usá-los no avião. — Acabamos de chegar aqui, Steph. Eu quero ficar alguns dias. — Renee parou ao lado do SUV para assistir Steph se desdobrar e redobrar várias pilhas de roupas, todas muito bonitas para o rancho.

— Este salto é uma chance única na vida. — Steph não olhou para cima. — Você não quer perder isso. Renee engoliu em seco, seu estômago revirou. — Eu tenho um compromisso com o corretor de imóveis. Por que você não vai sem mim? Talvez eu possa alcançá-la? — Isso é sobre o dinheiro? — Steph fez uma careta. — Você sabe que eu vou bancar você até que você possa me pagar de volta. — Não, não é isso. Eu só quero tratar dessa coisa do rancho. Steph fez uma pausa em sua avaliação de uma blusa sem mangas azulmarinho pontilhada de lantejoulas e olhou para Renee. —Renee. — Ela jogou a blusa em cima da mala aberta. — Você realmente vai desmarcar comigo agora, quando eu finalmente agendei isso? Você sabe que tenho esperado meses por isso. Na beira do celeiro, Renee viu o brilho de uma lente de câmera enquanto o paparazzi aproveitava a oportunidade. Revirando os olhos, ela redirecionou sua atenção para Steph. — Você vai ter o Jamison. De qualquer forma, três é uma multidão. — Ele tem um amigo para você também. Não é como aqui, onde eu sou a terceira roda. — Ela enrugou o nariz como uma criança petulante. — Eu não venho aqui desde os oito anos, e mal dei uma olhada... — Vamos lá! Vai ser uma explosão! As compras em Dubai são loucas.

Renee encolheu os ombros, tentando impedir que o ácido em seu estômago subisse até sua garganta. — Eu acho que vou ficar aqui. — Pronto. Ela disse isso. Steph olhou para ela, suas extensões de cílios sombreando seus olhos verdes salpicados. Seu escrutínio mudou para o celeiro e de volta, sem sequer reconhecer o cara da câmera lá. — Eu vejo. Trocada por um pênis. — O quê? Eu nunca... — Como você chama, então? Renee engoliu o gosto amargo que enchia sua boca, seu sangue bombeando tão forte agora quanto beijando Black. A verdade era que ela queria ficar e ver onde as coisas correriam com ele. Além disso, o rancho estava trazendo de volta tantas memórias, ela sentiu que precisava de algum tempo para absorvê-las antes que a fazenda não fosse mais dela. Black estava ajudando-a a fazer isso de uma maneira que parecia segura. Como se ela pudesse ser ela mesma em vez da jogadora, que ela tinha que ser como sombra de Steph. Renee cravou as unhas nas palmas das mãos. — Eu não quero ir saltar de jumping. Nem agora, nem nunca. Os olhos de sua amiga se arregalaram e ela deu meio passo para trás, como se tivesse sido esbofeteada. — Oh. Bem, por que você não disse? Olhos ardendo com lágrimas de raiva, Renee balançou a cabeça. — Eu, você... — As palavras estavam sufocando-a, retidas por muito tempo.

Steph estendeu a mão para puxar Renee para um abraço. — Eu sei, eu sei. Você acabou de fazer. — Ela apertou até que as mãos de Renee se levantaram para abraçá-la de volta. — Tudo bem. Eu vou sozinha. Já disse aos meus fãs. Mas não venda este lugar até eu voltar. Temos um tesouro para encontrar. Renee caiu contra Steph em alívio, culpa já brotando em seu peito, instando-a a ceder. Para fazer as malas e voltar a ser a sombra de Steph. Em vez disso, ela simplesmente disse: — Obrigado. Plantando um grande beijo na bochecha de Renee, Steph disse: — Certifique-se de fazer anotações sobre aquele cowboy suculento. Eu vou querer todos os detalhes. Renee deu um sorriso irônico. Então ela apontou para o paparazzi se esgueirando ao lado do celeiro. — Enquanto isso, você pode se livrar do seu namorado lá?

CAPÍTULO QUATRO

Black pisou de volta ao celeiro para pegar um freio para Petúnia, ressentindo-se da necessidade de confiar nas pernas de um cavalo normal para carregá-lo, mas ele não podia mudar com todos esses humanos, e o rebanho precisava saber imediatamente sobre o fotógrafo antes que um deles se descuidasse e se mexesse perto do celeiro, e além disso, a menção de um corretor de imóveis provou que Lori realmente tinha uma razão para ele se mover rapidamente com Renee. Corretores estiveram perseguindo Toliman para vender por anos, mas o velho resistiu, principalmente por causa do rebanho. Sem o rancho, eles já não seriam capazes de ser um rebanho. Se Black se casasse com Renee ou encontrasse outra maneira de convencê-la a manter a propriedade, ele teria que fazê-lo em breve. Um baque da barraca onde armazenavam grãos e suprimentos médicos chamou sua atenção. Muito alto para ser um gato de celeiro. Algum animal da fazenda entrou para comer alguns grãos novamente? Ele não precisava de um cavalo com cólica adicionado à sua lista de preocupações. Não choveu, derramou, como dizia o ditado. Ele suspirou e agarrou o freio mais próximo antes de dar uma olhada.

Ao virar da esquina, perto das prateleiras de suprimentos veterinários, estava um homem de costas para a porta. Seu torso sem camisa mostrava os muitos anos de cicatrizes minúsculas que sua posição como solteirão de chumbo ganhara com mordidas e pontapés enquanto ele brigava pelo domínio. —Tio Saul? O homem de cabelos escuros se virou, segurando uma faixa sangrenta de gaze. Um hematoma magenta fresco manchou sua bochecha. — O que aconteceu? — Black avançou. — Eh, eu estou bem. Lori me pegou com um casco, isso é tudo. — Ele estava segurando seu braço direito e sangue manchava suas costelas. — Ela fez isso com você antes ou depois que ela te voluntariou como um corcel? — Raiva queimou a garganta de Black. Shifters só ofereciam essa honra para humanos muito especiais. Como sua avó e o Velho Homem Toliman. Eles correram juntos no rancho como se fossem um casal de velhos, e ela muitas vezes serviu como seu corcel. Mas isso foi escolha dela. Nem mesmo a líder tinha o direito de forçar outro membro da manada a servir de montaria. — Não tem nada a ver com isso. — Ainda segurando seu braço, Saul pegou uma camisa de uma das estacas da parede e começou a vesti-la.

— Espere. Deixe-me dar uma olhada. — Black avançou para examinar a laceração nas costelas do tio. A ponta afiada de um casco deixara um corte cercado por hematomas que poderiam sugerir ossos quebrados. — Como está sua respiração? — Eu vou me recuperar. — A voz de Saul carregava um fio de dor que mostrava até mesmo através de sua grosseria. Ele tendia a exagerar na postura alfa, especialmente na forma humana. Depois de uma década liderando os outros solteiros, sua posição se tornou um motivo de orgulho para ele. — Só tenho que ter calma. — Você é o chefe dos solteiros, não algum castrado. — Black procurou uma garrafa de spray antisséptico nas prateleiras. — Ela não tinha o direito de fazer isso. — Ela pegou Grant no canyon depois que ela disse a todos para ficar de fora. Foi atrás dele como ela faz. Ele é apenas uma criança, então eu entrei em cena. As coisas ficaram um pouco difíceis. Black franziu a testa. — Grant está bem? Saul assentiu com a cabeça. — Por que ela está mantendo o rebanho fora do desfiladeiro? — O desfiladeiro fornecia sombra e às vezes bolsões de água ou grama verde durante a seca do verão. Também era um bom lugar para se esconder dos

olhos do turista e permitir que jovens mutantes na forma humana pudessem gozar a relativa solidão muitas vezes em sua forma de centauro. — Diz que é maldito desde que perdemos Gloryanna e o velho Man Toliman lá. — Entendo. — Black localizou a garrafa e nivelou o bocal na ferida de Saul. Toliman estava montando a avó de Black, a mãe de Saul, quando o acidente aconteceu. O relatório oficial dizia que rochas geladas e uma trilha muito próxima à borda tinham propiciado o escorregão da pata do cavalo mais velho, e despencaram tanto o cavalo quanto o cavaleiro para a morte. Lori declarou que tinha sido a velha égua dando a ela um último passeio humano. Black ainda tinha dificuldade em acreditar que sua avó estaria nessa trilha nessas condições. Ele terminou de limpar o sangue do lado de Saul e pegou um kit de laceração. — Você vai precisar de um par de pontos. — Não, tudo bem. — Saul enfiou um braço na manga. — Eu insisto. — Black encarou seu tio. — Você pode ser meu superior, mas aqui, eu sou o veterinário, e você precisa de pontos. Saul parou, os olhos balançando para encontrar os de Black. Depois de uma piscada, ele baixou o olhar em aquiescência. Ele puxou sua camisa solta e expôs seu lado mais uma vez. — Tudo bem então.

O batimento cardíaco de Black diminuiu um pouco. Ele odiava essas batalhas pela hierarquia. Ele preferiria uma maneira mais democrática de interagir com seus irmãos, mas os instintos corriam forte e as tradições eram difíceis de superar. Ele quebrou uma agulha estéril e apertou a pele aberta para começar o primeiro ponto. — Tio Saul, você já ouviu alguma coisa sobre um tesouro enterrado por aqui? Saul se contraiu quando a agulha entrou em sua pele. — Tesouro enterrado? Como piratas ou algo assim? — Não tenho certeza. Renee, a neta de Toliman, disse que havia algo sobre um tesouro enterrado. A risada de Saul forçou Black a parar ou arriscar a espetar seu tio no lugar errado. — Eu não acho que sua avó esperava isso. — Hã? —Toliman queria contar à neta sobre nós, mas a menina nunca veio visitá-lo. E você conhece a nossa política de colocar qualquer de nossa história por escrito. Gloryanna convenceu os conselheiros do rebanho a deixá-lo colocar um poema no testamento. — Então o tesouro é... o rebanho? — Escondido, não enterrado. E sim, eu acredito que sim. Black puxou o ponto apertado e amarrou-o. — Renee vai ter uma surpresa, então.

— Só se ela nos descobrir. — Se Toliman queria que ela soubesse, nós deveríamos contar a ela. Saul se virou para o sobrinho. — Lori quer manter os humanos fora do negócio de rebanho. Black examinou o olho inchado do tio. — Você é o chefe dos solteiros. O que você acha disso? Enfiando a cabeça na camisa, Saul grunhiu. — Não importa o que eu penso. É uma coisa de rebanho. O subtexto subjacente, que Black não fazia parte do rebanho e não conseguiria entender, picou. A promessa de Lori de dar a Black um lugar na hierarquia parecia um sonho impossível, mesmo quando seu próprio tio não podia aceitá-lo. Black levantou a agulha. — Você precisa de mais um ponto. — Não a menos que você queira que eu chute você. — Com isso, Saul saiu pela porta. Naquela noite, Renee e Steph fizeram uma fogueira, ficando acordadas até tarde e bebendo muita tequila. Ela vislumbrou Black observando da porta do celeiro, mas ele optou por não se juntar à fogueira, e ela ficou grata. Ela não queria compartilhá-lo com Steph. Haveria muito tempo amanhã para flertar com seu cowboy. Steph tropeçou na cama e ficou emocionada por deixar Renee para trás. Renee adormeceu sonhando com cowboys e aventuras que eram todas suas.

Na manhã seguinte, ela acordou com uma triste ressaca, mas conseguiu ver Steph antes de voltar para a cama. Por volta do meio-dia ela acordou de novo, de repente alerta para o fato de estar sozinha. Ninguém mais decidiria para onde ir ou o que fazer. Tudo dependia dela. Hoje ia ser fantástico. Ela apenas sabia disso. Pulando da cama, ela se espreguiçou e sorriu, olhando de sua janela do segundo andar através das pastagens onduladas. Ondas de calor cintilavam o ar do lado de fora, dando ao dia uma qualidade de sonho. Depois do banho, Renee vestiu uma leve calça jeans capri e uma blusa de alças com um aplique e sandálias combinando. Ela enxugou o rosto e aplicou uma leve camada de batom, depois se dirigiu para a luz do sol da tarde para encontrar seu vaqueiro sexy. Flertar com Black parecia um território inexplorado sem a presença de Steph. Ela encontrou Black no pasto mais uma vez, trabalhando com a cabeça inclinada sobre o sprinkler, desta vez com uma camisa. Ele olhou para cima quando ela cruzou a área de estacionamento de cascalho. Colocando o que ela achava ser um sorriso atrevido, ela abriu o portão e entrou, mantendo-se atenta às pedras. Uma leve brisa havia chegado e o sol projetava longas sombras douradas através dos tufos de grama. — Estou pronta para uma carona. — Ela imediatamente se chutou. Pare de tentar tanto.

Ele olhou sua cabeça aos pés com um olhar apreciativo, demorando-se em seus seios e quadris de uma forma que aquecia sua pele já corada. Sua atenção voltou para suas pequenas sandálias de tiras. — Você planeja montar com isso? — Por que não? Elas são fofas, certo? — Ela parou a poucos metros de distância e mexeu as unhas vermelhas brilhantes para ele. Ela sabia que andar de sandálias era uma má ideia, mas ela não estava tentando impressionar um cavalo. — Pelo menos você não está de shorts. — Ele se levantou. — Não que eu me importe de cobiçar suas pernas. Mas isso seria implorar por queimadura de sela. Vamos lá, eu tenho um conjunto de botas extras no celeiro. Ele colocou uma mão familiar nas costas dela e levou-a para o celeiro. O contato pareceu extrair energia de sua mão, enviando arrepios sobre seus quadris e coluna enquanto andavam. Ele abaixou-se em uma baia com porta e reapareceu com um par de botas de cowboy de couro empoeiradas. As terminações nervosas clamando pelo intervalo no contato, ela olhou para o calçado. Steph tinha uma política sobre compartilhar calçados; sapatos carregam fungo de unha. Renee não sabia se isso era verdade, mas por que arriscar? — Eu não vou colocar botas usadas. — Você precisa de saltos para ficar nos estribos. — Ele empurrou as botas para a frente.

O que ele faria se ela colocasse o pé no chão? Ela realmente não se importava em andar a cavalo no momento. Tentando ser fofa, ela franziu os lábios. — Eu tenho um par de saltos finos na minha mala. Eu poderia usálos. Seus olhos se estreitaram e sua boca se curvou em um sorriso. — Você pode usá-los com seus shorts mais tarde. Ela corou, as pernas ficando emborrachadas, a sensação de agitação baixa em sua barriga a distraindo. Você caiu direto na dele. Ele era bom em colocar imagens na cabeça dela. Ela, de salto, apoiando-se contra o poste do celeiro enquanto ele empurrou de lado os seus shorts curtos para... As narinas de Black se alargaram ligeiramente e sua expressão brincalhona mudou de intensidade. Ele avançou, e seu coração acelerou, seu cheiro de couro e feno preenchendo seus sentidos. Calor inundou sua calcinha. Ela recuou um passo, o chumaço de feno pegando a ponta de uma sandália e fazendo-a cambalear. Seu braço disparou para estabilizá-la, e um choque nuclear de energia percorreu seu braço. Ela fechou os olhos e se inclinou para ele, permitindo que a sensação se derramasse sobre ela. Para sua surpresa, ele apertou as botas em suas mãos e recuou. — Se você quer andar, você precisa usar as botas. Ela abriu os olhos, seu olhar no couro gasto em suas mãos. — Mesmo para um passeio curto?

— Você queria procurar um tesouro enterrado, então vamos acampar. Outra lembrança de seu avô surgiu, de noites dormindo sob um céu leitoso de estrelas, grilos cantando para ela dormir. — Eu não tenho acampado há séculos. — Eu tenho o equipamento todo embalado. — Ele se virou para o comprimento das baias. Sua excitação transformou-se em um novo tipo de antecipação, batimentos cardíacos acelerados, deixando-a tonta. — Você sabe onde está o tesouro? — Eu tenho algumas ideias. — Ele estalou a língua e um focinho escuro e salpicado apareceu sobre a porta da cabine. — Esta é a Petúnia. Ela será sua montaria hoje. Pensando sobre a oferta anterior de Lori, ela brincou: — Eu não vou andar em um garanhão. Black se virou para ela lentamente, seus olhos se estreitaram em fendas de mogno e um sorriso perverso curvou seus lábios. — Você vai. E eu vou ter certeza que você estará bem e pronta. Todo pensamento racional deixou sua cabeça e se juntou com intensidade abrasadora no ápice de suas coxas. Bom Deus, como ele fez isso? Ela estava fazendo insinuações ruins durante todo o dia, e aqui ele a

desequilibrou com uma única insinuação. O que Steph faria? Ela ampliou sua postura e levantou o queixo. — Eu tomo essa decisão. Sua voz ficou sedosa, profunda de promessa. — E como você vai decidir qual garanhão deve andar? Ela engoliu enquanto ele andava para frente, seu olhar penetrando nela. A ondulação em seus jeans lhe disse que ele estava pronto, mesmo que ela agora estivesse fraca nos joelhos. Quando ele chegou a ela, ele fez uma pausa, os olhos descendo para os lábios, garganta e seios. Ela mal podia respirar. Ele se colocou de lado, os olhos devorando-a. Mantendo aquela conexão intangível, ele se moveu ao redor dela, tão perto que ela podia sentir sua respiração em sua pele. Ela esticou o pescoço para segui-lo, mantendo o resto do corpo congelado no lugar. Seu calor parou de se mover atrás dela. Uma mão agarrou seu pescoço, dedos entrelaçando o cabelo na base de seu crânio. Pressionando levemente, ele puxou a cabeça dela para baixo e para o lado. A respiração aqueceu seu pescoço quando ele roçou seu queixo sobre a curva de seu ombro, arrastando sua boca sobre sua carne sensível. Ele fez uma pausa, sugando a curva entre o pescoço e o ombro dela. Suas costas arqueadas involuntariamente, empurrando sua bunda contra seu pênis saliente, e ela nunca quis tanto isso em toda a sua vida. Black a virou em seus braços, ainda segurando a parte de trás do pescoço com uma mão. A outra descansou levemente em seu quadril. Ele

mergulhou para acariciar contra sua orelha, cada arranhão de sua barba áspera enviando tentáculos de desejo se abaixando em sua barriga. Ela choramingou em resposta. Por que as pernas dela estavam dormentes? Black riu perto de seu ouvido, o estrondo vibrando através de seu peito e ressonando no dela. Sua mão estava espalhada entre as linhas perfeitas de seus peitorais, e o desejo de sentir sua pele a subjugou. Ela abaixou a palma da mão e deixou os dedos deslizarem sob a bainha de sua camisa. Ele se contraiu, sua respiração deixando-o em um silvo quando seus dedos fizeram contato com sua pele. Seus abdominais eram como ondas de pedra, sua pele suave e quente. Ela deixou os dedos dela jogarem acima dos cumes até que ela alcançou seu peito, chegando a se acomodar diretamente sobre o coração dele. A batida do ritmo sob a palma da mão ameaçava derreter completamente os joelhos. Com um gemido, ele a soltou, recuando, seu olhar ardente bloqueado com o dela. — Precisamos nos mexer se vamos acampar antes do anoitecer. Vá arrumar uma mochila. A interrupção no contato fez parecer que todo o ar havia saído da sala. Ela se inclinou para frente, mesmo quando ele se afastou. Sua palma formigou, lembrando a batida de seu coração. Ela podia sentir que faltava pouco para ele se render. Sua ereção óbvia lhe dizia que ele não estava mais satisfeito do que ela e, no entanto, mantinha distância.

Renee limpou a garganta. — Agora quem é o provocador? Ele olhou por cima do ombro para ela, com as feições sombreadas pela aba do chapéu. — Oh, eu prometo que não estou brincando. Mas prefiro não ter audiência. Nós montamos em cinco minutos. Público? Ela olhou ao redor do celeiro em confusão. Não havia ninguém à vista, nem mesmo Petúnia, que recuara para sua baia. Apenas um palomino maravilhosamente louro estava observando-os do padoque do lado de fora. O cavalo sacudiu a cauda, com um olhar desconcertantemente intenso, e Renee decidiu que poderia concordar com Black neste caso. Aquele cavalo era lindo, mas deu a ela arrepios. Quebrando o contato visual, Renee se dirigiu para a casa para pegar sua escova de dentes.

CAPÍTULO CINCO

Black mantinha seu castrado ao lado de Renee e Petúnia, onde quer que a trilha permitisse, enquanto os guiava pelo platô. A sensação de Lori observando-o seduzir Renee o colocou no limite, e ele estava trabalhando duro para deixar o escrutínio da líder para trás. À frente, o sol estava baixo no horizonte. Eles estavam andando a quase uma hora, subindo um relevo gradual em direção a um de seus pontos de acampamento favoritos. Renee balançou a cabeça para examinar a paisagem seca, a luz do sol laranja iluminando as pontas de seus cabelos com fogo. — Onde meu avô morreu? A pergunta pegou-o desprevenido. Ele esteve no local muitas vezes desde o acidente, tentando imaginar como sua avó poderia ter caído. O caminho era estreito, mas mesmo com Toliman nas costas, não era perigoso, e havia muitos pontos amplos para fazer uma pausa e descansar. Ele às vezes se perguntava se ela estava correndo por algum motivo. Para ou de alguma coisa, ele provavelmente nunca saberia com certeza. Limpando a garganta, ele apontou para a esquerda em direção ao canyon. Ele não podia ver a queda acentuada, mas ele sabia que estava lá. — Lá. Ela refreou de volta, fazendo Petunia parar. — Quem o encontrou?

— Lori. — Ele parou alguns passos à frente. — O médico legista determinou que ele morreu no impacto. Nenhum sofrimento. — Sua voz soou como um arranhão muito alto em seus ouvidos. Não houve exame em Gloryanna. Como o veterinário do rancho, ele poderia ter feito um postmortem, mas ele não conseguiu abrir sua avó já mutilada. E ninguém parecia preocupado o suficiente para perguntar. — O que ele estava fazendo lá? — Ela perguntou. — Alguém disse que havia um potro encalhado no ponto de Pearson. Ele e minha… Gloryanna foram ajudar. — Gloryanna? — Renee protegeu os olhos contra o sol baixo. — Alguém mais estava com ele? — Sua égua. Ela era especial para ele. Uma dama muito especial para todos nós. — O estômago de Black ficou azedo falando sobre isso. O rebanho havia lamentado a perda da égua-líder a seu modo, reunindo-se a galope de leste a oeste através do platô para seguir o sol. Ele só foi capaz de se juntar a eles como um cavaleiro, não um corredor. Por mais remota que a fazenda fosse, os turistas ainda percorriam uma trilha esburacada sobre a crista norte da reserva para ver os cavalos selvagens. Gerentes governamentais de manadas selvagens passaram a contar as cabeças e fazer rusgas. Até os aviões sobrevoando podiam notar a figura disforme de um centauro. Como resultado, ele foi obrigado a se juntar ao rebanho à noite, demorando-se nos

arredores das unidades familiares enquanto eles dormiam, afastando quaisquer possíveis predadores. Renee o abençoou com um sorriso suave. — Você é muito parecido com meu avô, eu acho. Você ama cavalos. Ele ajustou o chapéu e olhou para o horizonte. — Eles são minha vida. — Eu gostaria de ter voltado para vê-lo. — Sua voz era alta e leve, como se estivesse lutando contra as lágrimas, e ele lamentou que eles estavam a cavalo, então ele não podia alcançá-la e confortá-la. — Ele ficaria feliz por você estar aqui agora, cuidando de seus cavalos. Ficaram alguns minutos em silêncio, olhando para o canyon e permitindo que os cavalos arrancassem a grama. O sol pintava cores vibrantes no horizonte, e a brisa da noite trazia um aroma poeirento e resinoso que apenas um dia quente poderia deixar para trás. Renee cutucou Petúnia para a frente e a tensão deixou os ombros de Black. Ele não tinha percebido o quanto a área ainda o incomodava. Ele dirigiu os cavalos para fora da trilha, até uma inclinação gradual que os levaria a um local protegido por ponderosas e um aglomerado de pedras gigantescas que ele brincava quando criança. Como se sentisse o fim da jornada, Petúnia deu um pulo, saltando Renee na sela. — Quanto tempo até chegarmos ao acampamento? Eu acho que estou ficando com dor nas coxas. Ele riu. — Lamenta não ter fugido com sua amiga?

— Eu fiz algumas coisas malucas, mas pular de um prédio em um traje de asa? Não, obrigado. — Sem mencionar a coisa toda de ir para a cadeia. — Seu coração bateu um pouco mais forte com o pensamento dela na prisão. — Sim, a prisão em Dubai não parece uma boa ideia. Obrigado por me defender disso, a propósito. — Ela sorriu para ele. — Eu sou um cavaleiro andante de armadura brilhante. — Ele inclinou o chapéu, em seguida, apontou para várias figuras escuras delineadas contra o horizonte. Seus parentes selvagens eram menos nervosos que os shifters. — Cavalos selvagens. — Eles são todos selvagens aqui fora? — Bastante. Sua terra faz fronteira com a Reserva. Podemos acampar ali. Ele gesticulou com um aceno de cabeça em direção a uma confusão de pedras não muito longe de onde ele passou a noite muitas vezes antes. Ela guiou Petúnia naquela direção. — Quanto disso pertence ao rancho? — Cerca de cento e oitenta acres. Seu avô se recusou a cercá-lo. Ele queria que fosse aberto para os cavalos selvagens. — E o rebanho. Ele estava doendo para dizer a ela. Para mostrar a ela. Mas ele estava preso aqui neste cavalo castrado em vez de suas próprias pernas. Sua mente vagou para o que poderia parecer ter suas pernas agarradas firmemente contra a cernelha de seu centauro, seus seios pressionando em suas omoplatas nuas enquanto

ela segurava por trás. Seu corpo humano formigava com o desejo de mudar, e o castrado debaixo dele dançava para o lado como se sentisse uma mudança iminente. — Whoa, lá. — Ele usou a pressão de seus joelhos para acalmar a criatura e empurrou a magia shifter para baixo. Petúnia continuara sem ele, a cabeça balançando no ritmo do passo. Ela era um animal sem imaginação, mas isso era uma coisa boa para os cavaleiros inexperientes. Como Renee e seu traseiro glorioso abrangendo o cavalo sortudo. As botas saindo de seus jeans capris pareciam ridículas, mas ele não ia dizer a ela já que, depois da luta, ela tinha acabado usando-as. A curva de seus ombros e pescoço nus acenou para ele beijá-la ali, beliscá-la gentilmente como um amante faz, puxar seus quadris contra ele e a fazer gemer enquanto ela montava seu pênis. Ele teria uma noite inteira com ela sob as estrelas à frente. Cutucando o castrado, ele alcançou-a e passou-a em um galope. Petúnia sabia o caminho daqui. Aproximando-se de um pinheiro ponderosa, desmontou, amarrou o cavalo a um dos galhos e começou a desamarrar os alforjes. O céu havia se transformado em lavanda no alto, e raios de luz surgiam através dos grãos empoeirados acima da artemísia. Quando Renee chegou, ele jogou uma manta de piquenique e abriu uma garrafa de vinho.

Ele estendeu a mão para ajudá-la a desmontar, passando a mão de seu joelho, na coxa até o quadril, terminando com um tapinha atrevido contra seu traseiro. — Você monta bem em um cavalo. Ela sorriu para ele. — Você é o especialista. — Na verdade eu sou. — Ele manteve a mão na curva de sua bunda, mantendo contato visual como nunca faria com um membro do rebanho. Ele adorava não sentir necessidade de desviar o olhar, não precisava jogar o jogo do ranking. Na verdade, parecia que ela estava convidando-o para assumir o comando. Renee fez uma careta e passou a perna pela sela. — Eu não me lembro de Cookies machucando minha bunda assim. Sua bunda pairando no nível do rosto fez seu jeans ficar apertado, e ele manteve as mãos nos quadris um pouco mais do que o necessário para ajudá-la a descer. Ela girou em suas mãos, olhando para ele com um sorriso travesso. — Tem algum remédio de cowboy para mim? Ele tirou uma mecha de cabelo da testa dela, deixando a ponta do dedo contornando a curva da orelha e descendo pelo lado do pescoço. — Receio que você só vai ter que montar este aqui. Ela tremeu sob o toque dele, fechando os olhos e erguendo o queixo em convite. Por mais que quisesse beijá-la agora, sabia que não deveria começar

a percorrer aquele caminho antes de montar o acampamento. Ele queria passar o tempo com ela, não se atrapalhar no escuro com uma tenda. Ele roçou os lábios nos dela em uma leve carícia. — Que tal você procurar por lenha enquanto eu concluo a montagem do acampamento? Então podemos conversar um pouco mais sobre meus remédios de cowboy. Ela abriu os olhos, as pupilas assumindo a maior parte de sua íris, lábios em um beicinho brincalhão. — Trabalho, trabalho, trabalho. Ele deu um passo para trás e permitiu que ela passasse, golpeando a bunda dela levemente. Ela guinchou e saltou um passo à frente. — Tudo bem, tudo bem. Lenha. Ele deu a si mesmo um momento breve para apreciar seus quadris balançando antes de cuidar de Petúnia, grata que ela era um cavalo normal em vez de um shifter.

CAPÍTULO SEIS

Renee estendeu a garrafa de vinho para oferecer as últimas gotas para Black. Ela estava pronta para atacá-lo a noite toda, mas ele parecia querer levar as coisas devagar. Para saboreá-la. A antecipação só a fez mais quente para ele. Tudo começou a partir de uma palma pressionada na parte inferior de suas costas, quando ela se inclinou para esticar a roupa de cama, e a maneira como ele deixou seu olhar ardente permanecer nela na luz escura que fez sua calcinha umedecer e calor subir por suas coxas. Ela ergueu o último triângulo de queijo de cabra e sanduíche de rúcula. — Isso é mais chique do que eu imaginava para um acampamento de cowboy. Ele examinou o fogo através do conteúdo de seu copo de vinho. — Eu conheci um estudante de culinária enquanto estava na escola veterinária. Ele estava sempre trazendo para casa sobras estranhas, e eu era um estudante faminto. Acho que desenvolvi um paladar afinado. — Você foi para a escola veterinária? Então, você é veterinário? — Ela pensara que ele era uma criatura simples, um vaqueiro criado em rancho. Mas ela estava lentamente descobrindo que Black tinha muitas camadas. Talvez seja por isso que ele estava levando as coisas tão devagar.

— Você acha isso difícil de acreditar? — Ele levantou uma sobrancelha para ela. — Não. Quero dizer sim. Quero dizer... — Ela lambeu os lábios. — Por alguma razão, nunca imaginei um veterinário vaqueiro antes. Eu pensei que os veterinários eram todos médicos, com casacos brancos e estetoscópios e outras coisas. — Ela realmente nunca conheceu um veterinário, não que ela pudesse lembrar. — Eu usei minha parte de estetoscópios. Mas é difícil manter o jaleco branco limpo quando você está limpando as baias de cavalos. Ela riu. — Mas você cresceu aqui no rancho? — Eu nasci na cidade. Minha mãe morreu quando eu era bebê e minha avó me trouxe aqui. Chamo isso de casa desde então. — Sua avó ainda está por aqui? — Até então, só conhecera Black, Lori e a governanta, Emile, mas sabia que havia cerca de uma dúzia de empregados no rancho, a maioria dos quais trabalhava para seu avô havia décadas. Black sacudiu a cabeça, olhando para o colo. — Ela morreu mais ou menos na mesma época que seu avô. O coração de Renee vibrou e ela respirou fundo. Aqui ela estava triste por um avô falecido e nem sabia que a ferida de Black estava tão fresca. Na verdade, mais nova, já que sua avó tinha sido parte de sua vida. — Eu sinto muito. Eu não sabia.

Ele olhou para cima, um meio sorriso iluminando suas feições. — Eu me lembro de você desde quando você era pequena, sabia? — Você lembra? — Ela tentou desenterrar o rosto em suas memórias. — Por que eu não lembro de você? — Eu era um adolescente arrogante. — Ele tomou um gole de vinho e piscou para ela. — Muito orgulhoso para falar com uma menina de oito anos que só queria perseguir gatinhos no celeiro. — Oh! — Ela riu. — Você não pode ser muito mais velho do que eu! — Cinco ou seis anos é muito quando você tem essa idade. Não tanto agora. — Ele colocou seu vinho de lado no cobertor que compartilhavam. — Sinto muito pelo que sua mãe passou. Ela foi boa para mim. Renee sentiu as lágrimas picarem seus olhos. —Aconteceu tão rápido. Um minuto ela estava me ajudando com o dever de casa, e no dia seguinte eu estava sentada em um funeral. Foi confuso. Papai chamou o câncer de maldição. — Câncer é uma coisa má. — Seus olhos eram suaves à luz do fogo. Ela rangeu os dentes, lembrando-se de seu pai reclamar contra as maldições do mal, procurando por alguém, qualquer coisa para culpar pela morte de sua esposa. Como uma menina apavorada, ela comprou o frenesi e o medo. Mas mais tarde ela começou a se perguntar se o verdadeiro mal

não era a morte de mamãe, mas como o pai deixara que a perda o afetasse. — Você acredita no mal? Eu quero dizer mal real? Black respirou fundo e recostou-se nos cobertores, olhando para as estrelas. — Não é banal, mas há um pouco de mal em todos nós. — Papai alegou que o câncer era uma punição para os feitiços do vovô. — Ela observou atentamente para ver o que Black pensava daquele pouco de misticismo. Ele bufou. — Seu avô não tinha um osso maligno em seu corpo. Ela ergueu as sobrancelhas para ele. — Eu pensei que havia um pouco de mal em todos nós? Ele se virou para olhar para ela, jogando um braço como um convite. Seu interior estremeceu, a antecipação que tinha estado borbulhando através dela a noite toda atirando diretamente para a junção de suas coxas. No entanto, ele levou as coisas tão devagar, ela não queria apenas mergulhar. Ainda não. Ela se inclinou para frente em direção a ele, parando para olhar em seu rosto. Ele enrolou a mão em volta dos joelhos dela no cobertor, como um semicírculo de proteção. Sua voz era suave quando ele disse: — Bem, se ele tinha algum, eu nunca vi. Ele era um bom homem. Posso te contar um segredo?

Ela assentiu. Ela queria conhecer todas as coisas profundas e obscuras que esse homem amava. Para apertar as cordas do coração que se envolveram ao redor dela sem que ela percebesse que elas estavam ali. — O tesouro de seu avô é parte deste rancho. Você não pode separar os dois. Arrepios espinhou sua carne. Ela sussurrou: — O que é isso? Sua mão apertou contra seu quadril. — Os cavalos aqui. Os cavalos são o tesouro. Ela franziu a testa. — Eu sei que o avô amava seus cavalos, mas como eles podem ser um tesouro enterrado? Os olhos de Black escureceram e ele soltou seu aperto. — Eu já falei demais. Mais do que o permitido. — Permitido? Por que não é permitido? Ele desviou o olhar do rosto dela para as estrelas. — Volte para o testamento. Leia de perto. Considere antes de vender o rancho. É tudo que posso lhe dar. O que diabos estava acontecendo por aqui? Ela e Black passaram de brigas sobre calçados e luxos fundidos, para uma conexão que ela não poderia começar a explicar no curso de uma única noite. E agora havia algum tipo de segredo estranho de Nancy Drew acontecendo. Seu pai estava

certo sobre os feitiços de vodu e meia-noite? — Se há algo valioso aqui, por que ele simplesmente não me contou? Por que deixar um poema enigmático? — Eu não posso dizer com certeza. Eu só sei que ele amava cada ser vivo neste rancho. Ele queria que eles fossem cuidados. Você deveria pensar nisso antes de tomar qualquer decisão. Sua garganta inchou, tornando difícil falar. Quanto mais tempo ela ficava no rancho, menos ela queria se separar de sua herança. E com o cowboy que fazia parte disso. Apesar de Black se conter agora, Renee sentiase mais próxima dele do que se sentia com qualquer ser humano desde a morte de sua mãe. — Eu não posso permitir isso. — O rancho não vai te custar nada. — Disse ele com sinceridade. — Nós sempre fizemos isso. — Isso é ótimo, mas eu preciso do dinheiro. — Ela engoliu em seco, pensando sobre a rapidez com que o fundo fiduciário que a mãe havia deixado desapareceu. — Você está com problemas? — Sua mão apertou sua perna. — Não. — Disse ela. — Eu só estou... sem dinheiro. Essas aventuras com Steph custam muito.

Por alguns segundos, ele a estudou, a luz da fogueira oscilando em seu rosto. —Parece-me que você realmente não gosta das aventuras em primeiro lugar. Ela corou. Ele mal a conhecia, mas parecia ser capaz de ler a alma dela. Ultimamente as aventuras se tornaram pesadas. Renee pensava cada vez mais em se estabelecer em um só lugar. Vender o rancho iria mantê-la mais alguns anos, mas e depois? Ele colocou uma mão no ombro dela e a guiou para deitar ao lado dele, descansando sua bochecha na cavidade onde seu pescoço encontrava seu ombro. Envolvendo seu braço atrás dela, ele ajustou seu corpo contra o dele e perguntou: — O que você faz para viver, afinal? A questão a envergonhou. Aos vinte e cinco anos de idade, ela nunca trabalhou um dia em sua vida. O fundo fiduciário da mamãe deveria tê-la mantido até virar adulta, pagar por sua educação, comprar uma casa, qualquer coisa. Em vez disso, ela o desperdiçou em coisas como parapente, nadar em gaiolas de tubarão e se livrar das corridas com os touros não uma, mas duas vezes. — Estou entre empregos. — O que você quer fazer para viver? — As pontas dos dedos dele fizeram cócegas deliciosas em sua espinha, tornando difícil pensar. — Eu gosto de cozinhar. — Não que suas aventuras com Steph deixassem muito tempo para cozinhar. — E eu gosto de ler. — Também não

há muito tempo para isso, pensou. — Eu costumava gostar muito de andar a cavalo. Ele endureceu. — Você não gosta mais? Ela traçou as pontas dos dedos sobre os cumes do peito dele. — Oh, eu gosto, embora meu traseiro possa discordar. Abaixando a mão para segurar seu traseiro, ele falou em seu cabelo. — Você só precisa treinar seus músculos novamente. Eu poderia te ajudar. As brasas que ferviam em seu núcleo voltaram à vida mais uma vez. O calor parecia queimar todas as suas respostas espirituosas. —Tenho certeza que sim. Ele respirou fundo o cabelo dela. — Você cheira delicioso. — Disse ele, voz baixa e grave. — Como o quê? — Seu olhar estava fixo no crescente nó em seu jeans. Ele rolou na direção dela, erguendo-se no cotovelo para olhar para o rosto dela. — Pomares de primavera e fêmeas de sangue quente. Engolindo em seco, ela levantou a mão para traçar a linha de sua mandíbula. — Isso é uma combinação e tanto. Sua mão livre deslizou por suas costelas e por seu quadril, descansando sobre seu sexo. Ela inalou bruscamente, suas costas arqueando contra o chão duro. O calor de sua mão através de seus jeans a fez inundar sua calcinha com umidade. Ele aliviou a ponta do dedo entre as coxas dela.

— Eu posso sentir em seu cheiro o quanto você me quer. — Como agora? — Ela murmurou sem pensar, levantando-se para atender a pressão daquele dedo. Mergulhando o rosto no dela, ele apagou a luz das estrelas, capturando seus lábios. Não foi um beijo gentil ou questionador. Foi exigente. Difícil e focado. Calafrios percorreram sua pele quando ele enfiou a língua entre os lábios e a reivindicou. Seus dedos mantinham pressão contra seu sexo, e o peso de seu corpo sobre ela oprimia seus sentidos. Ela queria isso, queria ele. Não se enganou desta vez. Ela queria cada centímetro dele. Ela se atrapalhou com o cinto dele. Deus, ela era ruim nisso. Quando foi a última vez que ela teve relações sexuais? Não importava. Ela queria este homem, e ela o queria agora. Ele soltou um suave e sexy ruído no fundo da garganta e deixou que ela se atrapalhasse um pouco mais antes de abaixar e soltar o cinto. Ela puxou o zíper para baixo e enfiou as pontas dos dedos na abertura, localizando a firme e arredondada cabeça de seu pênis. Ele soltou outro gemido suave e beliscou seu lábio inferior. Seus abdominais ficaram rígidos enquanto ele empurrava suas calças pelas coxas. Ele apertou-se contra ela, e o duro comprimento de sua ereção ameaçou queimar o material fino de seus jeans. Colocando uma mão atrás do pescoço, ele usou a outra mão para arrastar sua cintura contra ele. Sua língua acariciava sua boca ritmicamente, levando o beijo a novas alturas de prazer.

Ele passou a mão pelas costelas, arrastando o material fino de sua blusa com ele. Ela levantou os braços acima da cabeça para que ele pudesse soltar a roupa. Ele arremessou o material frágil em algum lugar na escuridão e então voltou para ela, beijando-a quando ele estendeu a mão para soltar o fecho de seu sutiã. O ar frio da noite endureceu seus mamilos, seguido pelo calor quente e úmido de sua boca. Antes que ela pudesse expirar, ele tinha o cós de seu jeans aberto e estava tirando-o com sua calcinha pelas pernas, seus pés descalços chutando o tecido livre. Ela ficou lá nua à luz do fogo, ele de joelhos acima dela, enquanto ele olhava para baixo, bebendo em seu corpo com os olhos. Sua calça jeans estava pendurada nas coxas, permitindo que sua maciça ereção ficasse livre, mas o resto dele ainda estava coberto, o que parecia errado naquela gloriosa noite perfumada de sexo. Renee se levantou, empurrando sua camiseta pelo torso. As palmas de suas mãos percorreram as duras rugas de seus músculos antes de ele se abaixar e agarrar a bainha, quase arrancando o material de seu corpo antes de arremessá-lo na noite para se juntar à sua regata e aos jeans. Ele agarrou-a e atirou-a de volta para os cobertores, uma mão sob os quadris. Ela envolveu as pernas ao redor dele, instigando-o a se aproximar. Sua boca encontrou a dela novamente, sugando a respiração dela com seu beijo apaixonado. Ele apertou os quadris, atingindo-a exatamente no lugar certo, sua ereção rolando contra suas dobras lisas e deixando-a tremendo.

Seu corpo estava tremendo agora, um baixo ruído retumbando em sua garganta. Ele agarrou seus pulsos em uma mão e empurrou-os sobre a cabeça, lançando beijos em sua garganta, da cavidade de seu pescoço até o ombro. Deus, ele era um homem forte e sexy. As brasas do fogo lançavam sombras na escuridão. Black levantou-se em uma flexão acima dela, permitindo-lhe ver seu incrível corpo, sua incrível força. Com o peito arfando de paixão, as cristas profundas delineavam cada um de seus músculos. Seus olhos pareciam ter um brilho quase feroz. Ele arrastou seu olhar faminto e localizou sua atenção quase tangivelmente através de seus lábios, abaixo de sua garganta, para os picos eletrificados de seus mamilos. A cabeça do seu pênis pressionou diretamente contra a entrada dela, apenas com força suficiente para provocá-la com sua circunferência. Ela soltou um murmúrio incompreensível, arqueando as costas, tentando pegá-lo. Com irritante lentidão, ele a empurrou, milímetro a milímetro, esticando-a. — Monte-me. — Ela choramingou, muito trêmula por dentro para gritar. Então mais alto. — Forte! O barulho sexy em sua garganta vibrou mais alto e ele empurrou para baixo, enterrando-se, esmagando-se contra ela. Ela resistiu contra ele, ansiando por um segundo golpe.

Ele segurou o movimento, a mão ainda segurando as duas mãos presas acima da cabeça. Ela se contorceu debaixo dele, dirigindo-se louca. Quando ela procurou seu rosto, ela encontrou um sorriso lá. O vaqueiro safado estava provocando-a, atormentando-a. E ela adorou. Amava estar à sua mercê. — Mais. — Disse ela em uma respiração. Ele recuou apenas para penetrá-la superficialmente de novo, outro tipo de provocação, outro tipo de prazer. — Me diga o que você quer. — Você. Por favor. Me dê tudo. Black empurrou para a frente, duro e profundo, e ela gritou de prazer. Oh Deus, isso foi perfeito. Tão certo, e ele estava deslizando para dentro e fora dela duro e rápido. Ele bateu contra seu clitóris com habilidade excruciante, repetidamente, enchendo-a com um formigamento que ela não tinha experimentado por tanto tempo. Ele soltou seus pulsos e se abaixou contra ela, carne sobre carne, barriga sobre barriga. Seus duros músculos escorregaram contra sua pele, o atrito adicionando mais uma camada de sensação. O sexo já foi assim? Uma necessidade desesperada de ir mais longe, mais rápido, mais fundo, para envolver cada pedaço dele, não apenas seu pênis. Algo floresceu em seu peito, irradiando para fora como uma onda brilhante. Isso foi místico. Isso foi único. Como todas as células de seu corpo

se tornaram vivas de uma vez, e cada bombada de seu pênis fez a onda subir mais alto. Ele abriu as pernas mais largas, empurrando dentro dela, batendo nela, e ela estava pronta. A onda estava com crista e ela não tinha controle sobre o que estava acontecendo. Ela gritou e agarrou a parte de trás de seu cabelo, segurando a querida vida. A vibração de voz profunda em sua garganta irrompeu em algo primitivo e selvagem. O som apertou seu núcleo em torno do orgasmo rasgando através dela, enviou-a em uma explosão de prazer que quase a fez perder a consciência. Black enterrou o rosto contra o pescoço dela, os dentes contra a pele dela quando ele bateu nela, montou nela, cada músculo enrolado. Ondas pulsantes enviaram uma segunda onda de prazer através dela quando ele atirou seu calor nela. Ele recuou e recuou uma última vez, enchendo-a de prazer beirando a dor quando o calor inundado se esvaziou dentro dela. Ele desmoronou em cima dela, pesando principalmente nos cotovelos enquanto seu pênis latejava ao ritmo de seus próprios tremores secundários. Descansando a testa contra a dela, ele a abraçou com força. — O que aconteceu? — Ele perguntou. Ela mal conseguia recuperar o fôlego. — Você nunca teve um orgasmo antes?

Ele recuou apenas o suficiente para olhar nos olhos dela. — Você está dizendo que é assim para você toda vez? Se sua pele aquecida pudesse ter mais rubor, ela teria. Mas ele estava certo. Duas pessoas não conseguiam chegar mais perto do que estavam agora, conectadas nos quadris, ele enterrado profundamente dentro dela. E, no entanto, parecia que eles tinham acabado de compartilhar mais. Parecia que suas almas haviam se encontrado. Black rolou para o lado, trazendo-a com ele. Ela se aconchegou em seu calor, surpresa com o quão frio o ar da noite parecia contra sua pele. — Eu não sei… Eu sei que falo de um grande jogo, mas eu não pulo na cama com ninguém. O que acabamos de fazer, foi… não sei o que foi. Isso foi especial. — Não é justo. — Disse ele, seu coração batendo muito rápido sob sua bochecha. — O que não é? Ele engoliu em seco. — Relacionamentos. Renee se sentou, seu coração batendo com o dele. Era isso que isso era? Eles estavam em um relacionamento? Se ela fosse honesta, ela se sentiria mais vulnerável agora do que nunca em sua vida. Seu flerte brincalhão se transformou em algo mais profundo do que ela antecipou. Ela ansiava por mais do que apenas sexo. Eles se conectaram em um nível que ela nunca pensou ser possível. Seu toque a fez se sentir viva novamente. Ela não era

apenas a sombra de outra pessoa esperando que alguém desse o próximo passo para que ela pudesse seguir. Este homem a fez se sentir alta. Como se ele entendesse o que era precisar se encaixar, não importava o custo, e ele não esperava que ela agisse como outra pessoa para fazê-lo gostar dela. Ela cobriu os seios, de repente autoconsciente sob o olhar dele, lutando contra o sentimento profundo dentro dela. Acorde, Renee. Não é como se ele dissesse que te ama. No entanto, como ela deveria responder? Antes que ela pudesse formar as palavras, Black se levantou. Sua atenção parecia estar focada na escuridão do lado de fora do acampamento, como se ele tivesse ouvido alguma coisa. — O que é isso? — Ela perguntou. Então o grito de uma mulher perfurou a noite.

CAPÍTULO SETE

Black estava de pé em um instante, os ouvidos atentos. Ele ouviu os cavalos se mexerem desconfortavelmente, mas ignorou. Agora ele queria se chutar por ficar descuidado. Por se perder tão completamente no sexo alucinante. Ele se inclinou para ajudar Renee a se levantar. Ela se levantou, pressionando-se contra ele, seu perfume doce se misturando com o ar da noite. Sua voz tremeu. — Isso era uma mulher? — Leão da montanha. — Dando-lhe um aperto reconfortante, ele soltou e mudou-se para atiçar o fogo de volta à vida. — Não vai chegar perto do fogo. Renee se esforçou para encontrar suas roupas, puxando sua blusa sobre a cabeça. Black cavou em sua mochila e tirou o 0,45 que ele carregava para proteção. Ele só teve que usá-lo uma vez antes, para alertar um urso que estava chegando muito perto do celeiro. — É melhor eu levar os cavalos. Quando ele pegou sua calça jeans, relinchos aterrorizados do rebanho selvagem cortaram a noite. O distinto grito agudo de um potro fez os membros de Black tremerem. Não. A manada de Shifter ou irmãos selvagens, não importava, ele tinha uma necessidade motriz de proteger, especialmente os jovens.

Ele empurrou a arma na direção de Renee. — Você sabe como usar uma arma? Ela olhou para a arma como se pudesse mordê-la. — N-não. Ainda segurando a pistola, ele girou em direção aos gritos do rebanho. Sua forma de centauro estava esticando as costuras de seu controle, lutando para ser liberada. Ele pegou Renee por um ombro e virou-a para o fogo, pensando rapidamente em deixar a arma. Melhor não. Uma arma em mãos inexperientes poderia ser mais perigosa do que útil. — Você estará segura aqui. Mantenha as chamas altas. Eu voltarei. — Espera! Você está indo para lá nu? O poder da mudança vibrava incontrolavelmente dentro dele. Ele falou por cima do ombro: — Eu vou ficar bem! Saindo do acampamento, ele segurou a mudança no limite até que ele estivesse longe da luz do fogo. Ele não podia permitir que Renee visse, não só porque Lori o proibira, mas também porque ele não estava pronto para se expor. Ela pensaria que ele era um monstro. O gato selvagem guinchou de novo, o eco se afinando para nada enquanto desviava sua presa. A transformação de Black tomou seus músculos e ossos, dividindo suas pernas e deslocando sua espinha alongada para trás. Ele fez uma pausa apenas o tempo suficiente para estabilizar seu novo pé, então galopou através da artemísia iluminada pela lua, com os

cascos trovejando contra o solo seco. Seu sangue queimava com a necessidade de proteger. Ele deixou seus ouvidos o guiarem. O gato selvagem ficou em silêncio. Isso deixou sua marca. Indo para a área de silêncio antinatural, Black galopou para a frente. O céu delineou vários cavalos à luz das estrelas. As costas de Millie estavam na borda externa, corajosamente de frente para a noite. Ele assumiu que o grupo próximo era um rebanho de primos selvagens. Se ele soubesse que eram shifters, ele poderia não ter acampado tão facilmente nas proximidades. Millie esgueirou-se na direção dele, pedindo ajuda. Ele se aproximou, examinando o grupo. O bebê de Millie não estava à vista. — Onde está IvyJane? A égua relinchou novamente, pulando os cascos dianteiros para cima e para baixo ansiosamente. Se não tivesse sido mais perigoso estar em forma humana, ela provavelmente teria mudado de volta. Mas um humano nu seria tão saboroso para um leão da montanha quanto um potro indefeso. Ele forçou os pensamentos de Renee, sozinha no acampamento, para fora de sua mente. O fogo a manteria segura. Agora ele precisava encontrar Ivy-Jane. Como o potro se separou de sua mãe? Agarrou a arma na mão direita, feliz pela proteção extra. Seu sangue de centauro comandava todos os nervos de seu corpo, parecendo conceder a seus sentidos um poder extra enquanto examinava a noite.

Um guincho aterrorizado separou a escuridão da direção do acampamento. Ele deve ter passado por Ivy-Jane a caminho do rebanho. Girando, ele saltou sobre um grupo alto de artemísia e correu na direção dos gritos, acrescentando sua própria voz à noite na esperança de afastar o predador. — Ivy-Jane! Os gritos lamentosos do potro ficaram mais altos quando ele se aproximou. Um chocalhar frenético de galhos à sua direita diminuiu sua aproximação. Em um buraco de escuridão ao lado das rochas, o pequeno potro lutava dentro de uma esteira de arbustos. Sobre o pedregulho mais próximo, um par de brilhantes olhos de gato pegou a luz da lua, e Black pôde distinguir os ombros curvados de um grande gato contra o céu da meianoite. Ele ergueu a arma, esforçando-se para mirar na escuridão. E então uma pontada de fogo contornou a pedra. Com uma única vara de lenha erguida acima de sua cabeça, Renee passou pelo leão sem ao menos vê-lo. O leão desviou o olhar para a mulher indefesa, e o peito de Black parecia prestes a explodir. — Renee, cuidado! Ela girou, encarando a rocha, seu rosto uma máscara de terror na luz bruxuleante de sua tocha improvisada. Um grito tão feroz quanto o gato selvagem ecoou de sua garganta, e ela empurrou a tocha para cima em direção à fera enroscada. O gato recuou, uma pata posicionada como se para afastar o ataque. Então ele se virou e pulou do outro lado da pedra, desaparecendo na noite.

Os instintos protetores de Black o estimularam. Ele chegou ao lado de Renee sem pensar. — Você está bem? Eu lhe disse para ficar junto ao fogo! Ela tropeçou para trás alguns passos, olhando para ele. Sua boca era um círculo perfeito de choque enquanto seu olhar percorria seu peito e sobre seus flancos ofegantes. Calor inundou sua pele quando ele percebeu o que ela viu. Um monstro. Ele como um monstro. Rangendo os dentes, Black empurrou suas emoções para baixo. Não havia como desfazer o dano. Ele lidaria com as repercussões mais tarde. Agora ele tinha que manter Renee e Ivy-Jane longe das mandíbulas do leão da montanha. Ele enfiou a arma na mão de Renee. — Segure isso. — Mergulhando através dos ramos firmes que prendiam o potro, ele quebrou os galhos e atravessou as folhas. — Tudo bem, querida. Estou aqui. Você está bem. Ele alcançou o pequeno cavalo e se ajoelhou para deslizar seus braços sob sua barriga, soltando suas pernas desengonçadas dos ramos que se agarravam. Saindo do tapete de folhagem, ele ficou aliviado ao ver Renee ainda esperando, sua tocha improvisada se transformando em um carvão vermelho incandescente. Ele colocou Ivy-Jane em pé, mas o potro gritou e imediatamente desmoronou. Black sentiu-se mal do estômago. — Ela pode ter uma perna quebrada. — O que nós faremos? — A voz de Renee rachou e vacilou, e seus olhos se fixaram no potro. Pelo menos ela não estava pirando completamente.

Ele precisava levar todos de volta ao fogo antes que o leão da montanha recuperasse sua coragem, e a maneira mais rápida de fazer isso era carregálos. Ajoelhou-se para enfiar o potro nos braços novamente e lançou um olhar de lado para Renee. Ele nunca teve um piloto antes, mas quão difícil poderia ser? — Suba em mim. Mesmo através da escuridão, ele podia sentir o peso de seu olhar chocado. — O quê? — Esse gato pode voltar a qualquer momento e eu tenho duas refeições fáceis sob minha responsabilidade. Agora vá em frente. Por um momento, ela parecia indecisa. Então ela soltou a tocha e enterrou-a na terra, empurrando-a profundamente para garantir que ela fosse extinta. Deslocando a arma para a mão direita, ela usou a esquerda para se firmar contra o ombro dele e balançou uma perna em suas costas. Quando seu peso se acomodou contra sua espinha, sua pele estremeceu em um estranho tipo de prazer. Mas ele não teve tempo para contemplar isso agora. —Pronta? —, ele perguntou. Ele a sentiu acenar com a cabeça e se pôs de pé. Renee se agarrou aos ombros de Black e concentrou-se no homem à sua frente, em vez do cavalo embaixo dela. O que diabos ele era? Ela pensou em seu semestre de mitologia grega no ensino médio. Um sátiro? Não, ela

parecia lembrar que era um homem com pés de cabra. Centauro. Era isso. Ela agarrou seus joelhos contra os lados dele enquanto ele trotava de volta para o acampamento. O passeio foi menos chocante do que em Petúnia, e ela não sabia se era porque ele fazia o esforço por ela, ou se os centauros simplesmente tinham um andar mais suave. Centauro. Como tal coisa poderia ser possível? O pensamento passou por sua mente que talvez ele a trouxesse para acampar e tivesse drogado o vinho ou algo assim. Ela tinha que estar experimentando uma alucinação vívida. Mas o ombro dele embaixo da mão dela, sem mencionar seus flancos ondulantes agora entre as pernas dela, era muito real. E houve outro pensamento. Entre as pernas dela. Ela acabara de fazer sexo com esse homem, essa criatura. Um homem com um garanhão para um alter ego. E como ele poderia ser um homem um minuto e um centauro no próximo? Eles chegaram ao acampamento e Black colocou o potro ao lado do fogo. A pobre coisinha se enrolou e fechou os olhos, obviamente exausta. Mais uma vez, Black se ajoelhou, com a cabeça caída enquanto esperava Renee desmontar. Ela deslizou livre, quebrando o contato com relutância, apesar de sua confusão. Black não é humano. O conceito fez as pernas dela enfraquecerem. Mas a criatura magnífica que se ajoelhava diante dela era real.

Ela não entendeu nada disso. Mas ela gostava de Black. Ele era sexy e protetor e... muito bom na cama. Com uma perda completa de como abordar qualquer coisa que tivesse acabado de acontecer, Renee disse: — Bem, esta noite foi... emocionante. Com o peito arfando pelo esforço de levar tanto ela quanto o potro, ele gritou: —Por que você não ficou aqui como eu lhe pedi? — Nossos cavalos se soltaram. — Ela apontou para a escuridão, o coração acelerado quando se lembrou dos trovões dos cascos saindo da escuridão. — Eles correram através do nosso acampamento e quase em cima de mim. E então eu ouvi o que acaba sendo Ivy-Jane chorando por ajuda. Você disse que o leão da montanha não gostava de fogo, então pensei que talvez pudesse assustá-lo e salvar o que parecia ser um bebê. Ele se pôs de pé, os cascos golpeando a terra com intensidade intencional enquanto se virava para ela. — Você poderia ter se matado. Ela jogou os ombros para trás, seu sangue fervendo. Como ele se atreve a ficar com raiva dela? — Eu estava preocupada por você. Você correu lá sozinho! Como eu deveria saber que você tinha uma superpotência secreta? Ele parou seu avanço, a boca se contorcendo como se estivesse lutando contra um sorriso. — Superpotência secreta? Ela estendeu a mão para gesticular para as pernas lisas. — Como você chama isso? Eu nem sabia que existia algo como um shifter-centauro-cavalo,

seja o que for que você é. Eu já ouvi falar de lobisomens, mas um cavalo? É isso que você é? Seus olhos dançaram divertidos, e sua boca parecia um pouco menos sombria. — Não exatamente. Mas existem shifters cavalo. E eu não deveria te contar. — Bem, você não me disse exatamente, não é? — Ela fez um gesto amplo, dizendo-lhe para olhar para si mesmo. Black entrou em uma risada resignada. Sua irritação diminuiu uma fração. Ele era sexy quando ria. — Há mais de você? Ele apertou os lábios e desviou o olhar. Ele disse que não podia falar sobre isso. Ela se perguntou por que, mas não o cutucou novamente. O que ela sabia da magia ou o que era que lhe permitia fazer isso, ser essa criatura mítica? Talvez ele se transformasse em uma pilha de cinzas se ele falasse sobre isso. Seu olhar disparou para o potro exausto. — Ela vai ficar bem? — Eu não sei. — Ele mudou seu peso desconfortavelmente. Bem, você não é um veterinário ou algo assim? Você não pode dizer? — Eu preciso examiná-la mais de perto, mas é difícil nesta forma. Ela franziu a testa, confusa. — Você não pode mudar de volta?

— Eu posso. Eu apenas... eu não mudo na frente das pessoas. Nem mesmo meu rebanho. — Oh. — Por alguma razão, essa afirmação doía. Eles acabaram de fazer o mais intenso e intenso amor que ela já experimentou em sua vida, e agora ele não queria mostrar a ela essa parte de si mesmo? — Eu posso virar as costas. Ela girou, cruzando os braços e olhando para a escuridão, seu coração murchando um pouco pela maneira como ele a tratou. Ela não deveria se importar. Foi só sexo, certo? Mas ela acreditou que Black a deixaria entrar e, ao aceitar isso, ela se tornara vulnerável. Sua cabeça disse a ela para deixá-lo ir, mas seu coração queria se agarrar a ele, como se ela tivesse encontrado um companheiro perfeito em um homem de uma espécie diferente. Isso estava tudo bem? Ele não era humano. Poderia algo assim até funcionar? Sua vagina certamente parecia pensar assim. Vagina estúpida. Uma mão quente capturou seu ombro e a puxou para encará-lo. Ele ainda era um demônio de quatro pernas, elevando-se sobre ela com aquele peito sexy e suado todo brilhando à luz do fogo. Ela lambeu os lábios, seu próprio peito apertado com pensamentos ansiosos. —Eu pensei que você fosse mudar, mudar... o que você chama? Fios de poeira e eletricidade a cercaram, picando os olhos dela e formigando contra sua pele como um relâmpago prestes a atacar. Ela levantou a mão para se proteger. Através de sua visão lacrimosa, a sombra

contra o fogo diminuiu da enorme altura equina para a altura humana apenas ligeiramente menos massiva de Black. Ela esfregou os olhos com as costas dos pulsos e encontrou-se olhando para Black, nu em pé diante dela, seus olhos brilhando à luz do fogo. A casca endurecida que ela estava construindo em volta do coração desmoronou. Ele a deixaria entrar depois de tudo. Mostrou-lhe o que ele dizia que não mostrava a ninguém, nem mesmo a sua própria espécie. Ela queria rir. Ela queria chorar. Ela queria bater os punhos contra ele com abandono impotente. Desamparada porque nunca se sentira tão próxima, tão vulnerável a ninguém em sua vida. Black se virou, sua atenção agora no potro ferido. Ela deixou seu olhar demorar em suas costas nuas. Cuidando do potro indefeso, ele parecia tão certo, tão poderoso e confiante, tão lindo de uma só vez. Ela quase podia se convencer de que o centauro tinha sido uma alucinação. Como isso poderia ser real? A única explicação era mágica e ela nunca acreditara em magia. Na verdade, ela rejeitou, deixando para o discurso do pai. Tudo o que ela sabia sobre o mundo acabara de cair em si mesmo, deixando-a cambaleante e confusa. Renee se moveu em direção às chamas, pensando que, pelo menos, ela poderia dar uma mão com o potro. O som de cascos na escuridão mais uma vez a atraiu. As batidas cessaram, e duas figuras sombrias surgiram na luz bruxuleante da fogueira, um homem um pouco mais velho com olhos

profundos e tatuagens nos dois braços, e Lori, seu cabelo loiro despenteado como se tivesse acabado de passar por um conversível. Ambos estavam completamente nus. O olhar de Renee passou entre Black e os recém-chegados. Isso significava que Lori também era uma shifter de centauro? Quantos deles estavam lá? Black se virou para enfrentar Lori. — Eu não disse a ela. A loira sorriu e balançou a cabeça, segurando as mãos na palma para fora como se para resolvê-lo. — Claro que não, Black. Mas o gato está fora do saco agora, não é? Ele se dirigiu para Renee, colocando-se entre ela e os visitantes. — Seu avô sabia e guardava nosso segredo. Dê a ela uma chance. Renee sacudiu a cabeça. — Meu avô sabia? Todo mundo na fazenda é um centauro? Lori soltou uma risada baixa, seus seios muito animados balançando com o som. — Claro que não, querida. Apenas Black aqui está sobrecarregado com essa deformidade. O resto de nós é de raça pura. — Deformidade? — A mente de Renee nadou. — Ele parecia bastante magnífico para mim.

— Não importa, Renee. — Black manteve os olhos em Lori e no outro homem. —Podemos conversar sobre tudo isso depois. Ivy-Jane está ferida. Eu preciso levá-la de volta para o rancho onde eu posso cuidar dela. —Então vá. Sobrevivência do mais forte, dizem eles. — O olhar de Lori não estava no potro. Estava em Renee. O gelo subiu pela espinha de Renee. O homem estranho entrou graciosamente no círculo da luz do fogo. Algo sobre ele a lembrava Black. A luz captou seus olhos com um brilho reflexivo que reforçou que essas pessoas não eram humanas. Sua voz era rouca, as narinas dilatadas. — Eu vou levar a humana para você, Black. Atrás dele, um olhar de aborrecimento cruzou o olhar de Lori. Então seu sorriso voltou. — Eu sabia que faria uma montaria de você, Saul. Vá em frente. Os músculos da mandíbula de Black estavam visivelmente agrupados à luz do fogo, e Renee corou, lembrando-se da oferta de Lori para selar um garanhão esta tarde. — Este é Saul? O garanhão que você não queria que eu montasse? Lançando um olhar de desculpas em sua direção, Black disse: — Saul é meu tio. Ele cuidará de você. Renee levantou as sobrancelhas. — Você não parece pensar isto mais cedo.

— É diferente agora. — Disse Black. — Como? Saul cruzou os braços, cintilações alaranjadas refletindo linhas duras de músculos. O cara foi construído como uma casa de tijolos. — Bem, você cheira a sexo, por exemplo. Sexo com meu sobrinho. Eu não vou tocar em você. O horror encheu a mente de Renee. Primeiro de tudo que ela fedia como o sexo. Segundo, que parecia haver algum tipo de agenda tácita entre essas pessoas de cavalos. Por que Lori se ofereceu para selar Saul por ela mais cedo? — Eu tenho uma palavra a dizer sobre tudo isso? Lori apertou os lábios em uma espécie de provocação. — A menos que você queira ficar para trás e encarar o leão sozinha, eu sugiro que você monte qualquer que seja o garanhão que esteja disposto a ficar entre suas pernas. O coração de Renee ameaçou pular do peito dela, batendo com tanta força. Lori colocou seus nervos na borda. Mas então, montando um estranho garanhão shifter não soava muito melhor. O que ela deveria fazer? Suas montarias tinham fugido, e ela não tinha ideia de como voltar sozinha, muito menos no escuro. — Ivy-Jane pode esperar até a manhã? Black sacudiu a cabeça. — Ela precisa de atenção médica.

Uma olhada no potro disse a Renee que era verdade. Os flancos do bebê estavam tremendo apesar da noite quente e do calor do fogo. Renee respirou fundo. — Tudo bem, Saul. Mostre-me o que você tem.

CAPÍTULO OITO

Depois de colocar Renee no lado de fora do celeiro, os shifters quase pareciam ter esquecido dela enquanto corriam para cuidar do potro. Ela havia fugido para o seu quarto para encontrar algum tempo para pensar, longe dos gritos dos leões da montanha, dos cascos trovejantes e das criaturas mágicas além dos sonhos mais selvagens de qualquer garota. Agora, na luz do amanhecer, Renee saiu da casa com uma caneca de café em uma mão e o celular na outra. Sua parte interna das coxas doía da incomum cavalgada de ontem, os dois tipos. O pátio estava quieto esta manhã, a tensão da noite anterior umedecida pelo ar úmido. Cascalho rangendo alto sob suas botas emprestadas, ela se aproximou do celeiro. Um tremendo desejo de ver Black torceu seu estômago, e não apenas para ter suas perguntas respondidas. Ela estava com medo dele, mas não pelas razões que os outros possam pensar. Centauros e shifters? Aqueles eram legais. Seu medo foi mais profundo. Black havia tocado algo dentro dela. Ele não jogou jogos como os homens que ela conheceu com Steph, e ele parecia entender o que perder seu avô significava para ela. Ela até flertou com a ideia de que o que eles tinham era algo único. O amor era uma emoção que ela evitava com paixão e, no entanto, ali estava ela, encarando uma queda, se desse um passo à frente.

Mas Black era uma criatura mítica. Ele chegou a pensar como um humano? Ela tentou informações do Google sobre centauros e shifters, mas o serviço de celular era irregular no rancho e ela não conseguia carregar muitas páginas da web. O avô aparentemente não possuía um computador, muito menos wi-fi. Black parecia pensar que ele era algum tipo de monstro deformado. Tudo o que Renee podia ver era um homem com uma superpotência que ele usou para protegê-la e um bebê de um terrível predador. A conexão que eles compartilharam na noite passada permaneceu em seu sangue como uma droga. Sua parte interna das coxas formigava com a memória, os ossos lá embaixo doendo de mais do que o longo passeio a cavalo. Eu quero andar de cowboy... Ela congelou na frente da porta do compartimento aberto, o vapor de seu café batendo em seu rosto como um despertador. Ela obviamente precisava de algum espaço, ou então ela poderia simplesmente deixar seus hormônios esquecerem toda a loucura da noite passada. Se ela fosse à cidade, ela poderia encontrar um café com wi-fi e fazer uma pequena pesquisa. Pense nisso antes que ela se envolva mais. Virando-se, ela olhou para a área vazia do estacionamento de cascalho entre a casa e o celeiro. Steph pegara carro de aluguel quando saíra. Renee não se preocupou então, imaginando que Black ou alguém poderia levá-la a

Missoula para pegar um voo para casa. Agora ela estava encalhada aqui sozinha, cercada por quem sabe quantos shifters, sem transporte próprio. Seu olhar se dirigiu para um prédio menor que ela lembrava como uma máquina abandonada desde a juventude. O avô mantinha um trator lá para transportar o feno e o pasto. Você vai dirigir um trator para a cidade? Ela sorriu com a ideia. Mas talvez ele tivesse um carro ou algo lá para transportar suprimentos da cidade. Ela empurrou a porta lateral para abrir e entrar. O prédio escuro cheirava a óleo velho, limalha de metal e poeira. Ela deixou a porta entreaberta para deixar entrar a luz e passar por um antigo trator John Deere e uma bancada bem ordenada. Na baía distante, havia uma caminhonete Chevy com as chaves na ignição. Ponto. Colocando seu café no capô, Renee lutou com a porta da garagem, percebeu que estava trancada e finalmente conseguiu abrir. O ar da manhã entrou apressado como se o prédio tivesse prendido a respiração. Ela tomou um gosto profundo, saboreando a luz do sol pintando os topos distantes das árvores e o leve cantar dos pássaros. Apesar da excitação da noite passada, este lugar parecia pacífico. Protegido. Especial. Ela podia ver-se fazendo uma casa aqui. Talvez com Black. — Você acordou cedo. — A voz de Lori a assustou da porta lateral do celeiro. Sua joia estava de volta no lugar, até a fivela do cinto de Montana, cobrindo a maior parte de sua barriga lisa.

O arrepio gelado que Renee sentiu ontem à noite voltou à base de sua espinha. — Então é você. Lori se aproximou, vindo descansar na porta da garagem aberta e encostando um ombro no batente. Ela cruzou uma bota sobre a outra, com os polegares presos no cinto. Seu olhar lembrou Renee de um gato doméstico observando um pássaro. Isso faz de mim o pássaro... Depois de um batimento cardíaco de silêncio desconfortável, Renee perguntou: —Como está Ivy-Jane? Lori acenou com a mão bem cuidada. — Black está com tudo sob controle. Ele tem o toque. Mas você já sabe disso. Calor inundou o rosto de Renee, e ela se virou para pegar sua caneca de café. Sexo com Black tinha sido alucinante, satisfazendo de uma maneira que ela nunca esperou ou experimentou antes, e uma grande parte dela se ressentia que os outros pareciam querer menosprezar isso, primeiro Saul, e agora Lori. Ela decidiu brincar de inocente. — Ele parece ser um bom veterinário. Como se ela não tivesse ouvido, Lori continuou. — Mulheres como você vêm e vão. Mas Black é especial. Eu não posso ter você quebrando o coração dele.

O desejo de Renee de ser legal se apagou como um lampejo de pólvora. Ela girou, seu peito apertado. Que direito essa mulher tinha para julgá-la? — Eu não tive exatamente a impressão de que você goste tanto de Black. Lori deu de ombros. — Eu tenho o dever de proteger meu rebanho, gostando deles ou não. — Bem, acontece que eu gosto dele, então você pode simplesmente dar meia volta e cuidar do seu próprio negócio. — O sangue de Renee ferveu. Em parte porque Lori a provocava do jeito errado, e em parte porque ela não queria encarar que realmente gostava de Black. Muito. As mãos de Lori se ergueram na frente dela, com a palma para fora. — Não precisa me atacar. Eu só estou cuidando do meu rebanho. Seu avô entendeu. O desejo de Renee de pular no Chevy e dirigir por cima dessa cadela guerreou com sua necessidade de ter respostas. — Se o avô sabia sobre shifters, por que ele não me contou? — O único refúgio do rebanho é este rancho, e seu avô usou nossa dependência a seu favor. Como você acha que ele manteve este lugar funcionando sem pagar um centavo em salários? Embora eu tenha que dar crédito a ele por manter sua promessa para Gloryanna. Franzindo o cenho, Renee olhou para a área de estacionamento vazia e as pastagens matutinas silenciosas como se pudesse encontrar a resposta ali.

Ela não considerou como tudo tinha continuado correndo no tempo desde a morte de seu avô. Finanças nunca tinham sido sua coisa. — O que você está dizendo? Que você é uma escrava? Um sorriso torceu o rosto de Lori. — Como você chama um trabalhador que não é pago? Renee rangeu os dentes, recusando-se a pegar a isca de Lori. — Voluntários. Ninguém está forçando você a ficar por aqui. — Ah, aí está ela. A neta do velho Toliman. — O lábio de Lori se curvou. — Se iludindo que manter o segredo do rebanho justifica a exploração de seus membros. — Eu nunca disse isso. — Renee cerrou os punhos em seus lados. O rosto de Lori ficou sério. — Então prove isso. Junte-se a nós. — Como? — Case-se com Black Dando um passo para trás, Renee balançou a cabeça, sem saber que acabara de ouvir corretamente. Casamento? Em que tipo de mundo de fantasia esta mulher estava vivendo? Mas então, em que tipo de mundo de fantasia os centauros e os shifters eram reais? Black era algo diferente de humano, algo mais. Quem sabia quais eram as regras nessa versão maluca da realidade? E ela tinha fantasiado sobre fazer uma casa no rancho com ele. — Acabamos de nos conhecer há dois dias.

— O tempo é sem sentido. — Lori arqueou uma sobrancelha. — Prove que você nos considera iguais. — Eu não tenho que casar com alguém para considerá-los iguais. Lori sorriu. — Olha, eu sei que você gosta de Black. E ele obviamente gosta de você. A verdade é que ele nunca fará parte deste rebanho, apesar de ser o neto de Gloryanna. Estou tentando cuidar dele. Renee franziu a testa, não apreciando o subtexto de Lori. — Por quê? Porque ele é diferente? O que eu estou ouvindo é que você não o considera o igual. Confusão roçou o rosto de Lori, mas ela se recuperou com um olhar de pena. — Eu respeito sua dedicação ao rebanho. É só que o rebanho é muito particular sobre as linhagens. Há tão poucos de nós, temos que ser exigentes com nossos parceiros de criação. — Primeiro de tudo, eu não sou um parceiro de criação. — Renee avançou na mulher alta, mesmo que ela tivesse que levantar a cabeça olhar em seu rosto. — E em segundo lugar, não há nada de errado com Black. Ele é perfeito do jeito que ele é, e você é uma tola se você não pode reconhecer isso. Agora, se me der licença, vou verificar a Ivy-Jane. Passando pela mulher, Renee saiu da garagem, pensando em deixar o rancho.

CAPÍTULO NOVE

Black escutou o bater da porta lateral do celeiro. Passos pequenos e furiosos foram direto para a área de cuidados de Ivy-Jane. Ele se sentou em um fardo de palha do lado de fora da porta da tenda aberta com as costas encostadas na parede, os olhos fechados. Ele tinha sido incapaz de manter Renee fora de sua mente, mesmo quando ele cuidou de Ivy-Jane e suportou as recriminações de Lori por ter se revelado. O aroma de flor de cerejeira de Renee encheu o ar e os passos silenciaram. Ele podia sentir sua energia enquanto ela estava ali olhando para ele. Ela estava com medo dele? Ele não a culpou. No entanto, ele não sentiu o cheiro do medo enquanto o silêncio se prolongava cada vez mais. Ele cheirava o rico aroma da excitação. Ele deixou que ela continuasse a olhar uns bons sessenta segundos antes de dizer: — Bom dia, sol. Ela soltou um grito de surpresa, então sussurrou: — Isso é algum tipo de sexto sentido do shifter, sabendo quando alguém está te observando? Ele se sentou, com um sorriso emburrado nos lábios. Millie e o potro estavam dormindo dentro da baia, então ele manteve a voz baixa enquanto se levantava. — Você não estava exatamente pisando levemente quando entrou aqui.

— Oh. Sim. — Renee pigarreou e desviou o olhar para a porta aberta. Seu rosto estava corado e seus ombros arfavam como se estivesse correndo. — Como está a pequena? Ele tirou o feno do jeans enquanto se afastava da tenda. Ainda não usava camisa, mas ele se sentia nu sem seu chapéu, que ainda estava no acampamento. — A perna dela está apenas tensa. Ela vai ficar bem em um dia ou dois. — Ele arrancou uma mecha de feno do cabelo. — Estou mais preocupado com o trauma mental dela. — Eu posso entender. — Renee mordeu o lábio. Black sentiu a testa franzida e tentou alisar o rosto sem muito sucesso. Havia muito a dizer agora que o segredo foi revelado. Mas ele não sabia por onde começar. — Este não é o jeito que eu queria que você descobrisse. Renee sacudiu a cabeça. — Eu ainda não entendo porque vovô não poderia me dizer. Black olhou para trás em direção a Millie. Ela estava deitada sob uma manta de chevron em forma humana ao lado de Ivy-Jane, com uma das mãos apoiada no ombro do potro, a longa e opaca trança cinza côncava no feno atrás dela. Seu peito se movia no ritmo constante do sono, mas ele não ficaria surpreso se ela estivesse ouvindo. Lori não tinha levantado a proibição de falar sobre o rebanho, mas Renee já sabia muito. O suficiente para ser perigoso, como Lori havia dito ontem à noite. Bem, não havia como voltar atrás. O segredo foi revelado, e a única direção agora era para a frente, certo?

Com ou sem a aprovação de Lori. Além disso, esse segredo era o de Black tanto quanto o dela. Mais ainda, talvez, porque ele tinha ainda mais a esconder. Seguindo em frente, ele pegou o braço de Renee e conduziu-a da tenda em direção à pirâmide de fardos no final do celeiro. A palha solta no chão arrepiou seus pés descalços. Ele se dirigiu para uma alcova onde às vezes se retirava para saciar seu desejo de privacidade. — Pergunte-me o que quiser. Ela olhou ao redor, mas não resistiu à sua mão orientadora. Ele se sentou em uma plataforma de fardos que ele tinha coberto com uma manta de cavalo, puxando-a suavemente para baixo ao lado dele e tentando esconder sua decepção quando ela escolheu manter várias larguras de mão entre eles. Ela torceu os dedos em seu colo, seu olhar sobre ele guardado. — Lori quer que eu prove que não quero te prejudicar. Seus olhos se contorceram. Claro que Lori estava à espreita para pegar Renee antes que ele pudesse esta manhã. Quem sabia que tipo de mentira aquela bruxa já havia alimentado Renee sobre o rebanho? — Fique longe dela, tudo bem? — Por quê? — Ela morde. Sério. Por favor, apenas fique longe.

Para seu alívio, Renee assentiu. — Tudo bem, vou tentar. Mas ela é uma pessoa cara a cara, não é? Isso o fez rir. — Essa é uma maneira de colocar isso. — Ela disse que você é neto de Gloryanna. Não foi a última líder de rebanho? Ele assentiu. — Então, eu entendo que ela te odeia porque você é tipo um príncipe ou algo assim? Uma ameaça à liderança dela? — Um príncipe? Não, não temos royalties. Eu sou apenas um garanhão mestiço. E, além disso, a égua líder é escolhida por voto. Seu nariz enrugou em uma carranca adorável. — E eles escolheram Lori? Por quê? — O rebanho respeita o conhecimento de Lori sobre o mundo exterior. — Sua resposta cuidadosamente formulada foi o produto de uma vida inteira de respeito arraigado à categoria, mas deixou um gosto amargo em sua boca. Renee revirou os olhos. — Eu não acho que ela sabe tanto quanto você lhe dá crédito. — Lori foi capturada como um potro e treinada para andar como outros cavalos domésticos, o que é humilhante para um shifter. Quando sua primeira transformação aconteceu, ela escapou e viveu nas ruas até que ela

nos encontrou. Ela passou anos se escondendo entre os humanos, escondendo sua natureza shifter, aprendendo sobre os seus caminhos. — Ela não sabia como voltar para sua família? Que triste. — Do jeito que ela diz, você não sentiria pena. Ela é durona, mais forte que a maioria dos equinos, e não tem medo de defender o que ela quer. — Ou forçar sua vontade aos outros, ele pensou. — O rebanho estava caótico depois que a avó morreu. Lori entrou e assumiu e ninguém nunca reclamou. — Então, se Lori não está preocupada com você assumindo sua liderança, por que ela te trata tão mal? Black encolheu os ombros. — O rebanho sempre me tolerou pelo amor de vovó. Mas eu sou diferente. Deformado. — Você não está deformado. — Ela se puxou de volta para olhar para ele, uma sobrancelha levantada. — Eu ouvi falar de centauros na mitologia grega. Eu nunca ouvi falar de shifters de forma de cavalo. Eles são os deformados. Além disso, vocês não são todos iguais em forma humana? Ele sorriu, apreciando sua coragem. — Sim, mas a forma do cavalo é como determinamos a classificação. Enquanto o resto do rebanho pode existir juntos dia e noite, cavalo e humano, eu não posso porque um estranho pode me ver. Eu nunca tenho a chance de lutar por rank.

— Mas você poderia classificar como humano. Você é mesmo um veterinário. Isso tem que dar a você tanto credibilidade quanto Lori. Por que eles não escolheram você? Ele balançou sua cabeça. — Além de ser um centauro, sou do sexo masculino. Os garanhões não podem liderar o rebanho, não como a égua líder faz. — Por que não? — Biologia, eu acho. — Suspirando, ele tentou formular como descrever a hierarquia de rebanho. — A sociedade de rebanho é como um jogo de xadrez. A rainha é a peça mais poderosa. O garanhão do rebanho, a peça do rei, tem poder limitado. Renee olhou para as mãos algumas batidas do coração antes de encontrar seu olhar novamente. — Você disse que é um mestiço. Isso significa que você é meio humano? Ele deveria saber que ela perguntaria, mas por alguma razão ele não estava pronto. Na maioria das vezes havia farpas escondidas quando alguém mencionava sua herança, e achava difícil refrear sua reação automática a sua pergunta perfeitamente inocente. — Sinto muito. — Ela se aproximou e encostou a bochecha contra o bíceps dele. — Isso foi rude. Eu não deveria ter perguntado.

O contato dissipou seu escudo instintivo, substituindo-o por uma onda de sentimento em seu peito que ele não podia definir, mas isso o fez querer acariciar seu pescoço e respirar profundamente sua essência, de preferência com seu pênis embutido em seu calor úmido. Ele decidiu colocar um braço ao redor dela, puxando-a para perto de seu peito nu. — Não se desculpe. É uma pergunta perfeitamente honesta. E eu quero contar a você. — Ele colocou o queixo sobre a cabeça dela e descansou ali por um momento. — Eu sou… eu preciso começar do começo. Com minha mãe. Vovó disse que minha mãe queria mais do que um simples rancho poderia dar a ela. Ela queria voltar para as raízes nômades do rebanho. Então ela foi embora. O rebanho não esteve aqui no rancho há muito tempo, mas é uma história diferente. Renee reajustou sua posição, virando a bochecha para poder olhar para o rosto dele enquanto ele falava. Uma mão deslizou para cima para pousar a palma da mão sobre o coração dele. O contato de sua pele lisa pode muito bem ter sido um laço em volta de sua alma. Ele cobriu a mão dela com a sua livre, envolvendo os dedos nos dela, e continuou falando. — Minha mãe manteve contato, enviou cartões-postais de cidades de todo o país, chegou ao Alasca. As cartas pararam repentinamente sem motivo. Seu avô ajudou a procurar, eu acho, contratou um investigador para rastreá-la. Sem sorte. Minha mãe havia desaparecido. Então, alguns anos depois, um hospital em Chicago ligou com más notícias.

Ou como a vovó gostava de dizer, uma notícia milagrosa. — Seu peito doía com a lembrança da voz de sua avó em seu ouvido enquanto ele se sentava em seu colo quando criança, e ele apertou a mão de Renee com mais força contra ele. — Mamãe deu à luz um menino saudável. Ela disse aos médicos o nome do rancho em seu último suspiro. — Oh, Black! — Renee soltou sua mão e envolveu os dois braços ao redor de sua cintura, apertando. — Aquela foi a única vez que a avó saiu do rancho. Para me recuperar. — Ele limpou a garganta. — Mas, para trazer essa história de volta à sua pergunta, não temos registro de quem é meu pai. A suposição lógica é que eu sou meio humano. Os ombros de Renee subiram e desceram profundamente, seu abraço voraz permanecendo firme em torno de sua cintura. — Eu posso dizer por experiência própria que não há nada errado em você ser humano. — Sua respiração estava quente contra o peito dele. — Você é sexy como o inferno. Uma risada subiu por seu peito e rolou de sua boca em uma liberação inesperada. Como ela poderia fazê-lo se sentir completo em tão poucas palavras? — Sexy, hein? Renee relaxou no abraço, dedos fazendo cócegas sobre sua pele nua, e murmurou contra seu peito. — Incrivelmente. — Você não está assustada pelo meu centauro?

Ela o empurrou de volta contra o cobertor. — Humm. Isso só te deixa mais sexy. Eu gosto de cavalgar você. O cobertor áspero afundou na palha debaixo de suas omoplatas. Ele estendeu a mão e acariciou as costas dela, deixando seus dedos deslizarem no espaço entre a camisa dela e o jeans. Seu rosto em forma de coração tinha um sorriso travesso enquanto a palma da mão roçava seu estômago, descendo para o seu membro, que saltou para a vida ao seu toque, o cheiro de sua excitação se misturando com o cheiro de palha limpa. Ele enrolou os dedos em volta do pescoço dela e puxou-a para um beijo. Sua boca se abriu para ele, e ele rolou a língua em uma dança entrelaçada com a dela. Sua mão sobre seu membro em concha e massageando suas bolas disparou seu sangue. Ele chegou ao redor atrás dela e agarrou sua bunda coberta de jeans, os dedos mergulhando na cavidade entre as pernas enquanto ele acariciava seu traseiro. Ela gemeu e apertou a bunda, esfregando os quadris contra ele. Seu pênis subiu novamente em resposta. Ele rosnou, querendo estar no controle. De uma só vez, ele a ergueu e rolou para se colocar em cima, apoiando-se nos cotovelos acima dela. Ele não deu a ela a chance de reclamar, mas reclamou sua boca novamente, esmagando seus lábios contra os dela e mergulhando sua língua dentro dela, saboreando seu doce hálito a cada inspiração. Ele queria sentir sua pele, explorar cada centímetro de seu corpo requintado. Ele enfiou uma mão por baixo da bainha da blusa dela. Sua pele

deslizou como cetim sob sua palma áspera até que ele alcançou seu sutiã e segurou o forro lá. Isso tinha que ir. Ele habilmente deslizou a mão em torno de suas costas e jogou a roupa aberta, refazendo sua trilha debaixo do elástico até o seio que o esperava. Seu mamilo estava duro e esperando por ele. Amassando a carne macia, ele rolou o broto entre os dedos. Com respirações minúsculas e ofegantes, ela se atrapalhou com a cintura dele, tentando soltar o botão. — Não. — Ele disse contra seus lábios, pegando sua mão com a sua livre e fixando-a no cobertor. Ele queria fazê-la gozar com as suas mãos e boca. Ele queria fazê-la ceder a ele e implorar por ele antes de montá-la. Ele queria realmente acreditar que ela o queria. Ele pegou seu outro pulso e trouxe ambas as mãos acima da cabeça. Seus pulsos eram tão pequenos e delicados que ele podia segurar os dois em uma mão. Mantendo-a presa, ele usou a mão livre para traçar uma linha de provocação em seus lábios e pelo queixo e pescoço para se estabelecer entre os seios sobre o coração. Ela arqueou as costas, as costelas arfando de paixão. — Você é tão sexy. — Ele sussurrou. Ela lambeu os lábios, e ele se perguntou como seria foder aquela boca. Whoa, garoto.

Agora isso era tudo sobre ela. Ele deixou cair o dedo

arrastando sob a borda parcialmente levantada de sua camisa e aliviou tanto ela e seu sutiã, expondo seus seios. Seus mamilos empinados se projetavam para as vigas como um par de esporas incitando-o para frente. Ele baixou a cabeça para um, a língua passando para provar a ponta. Ela choramingou, e

ele cedeu, tomando o mamilo em sua boca para puxar e chupá-lo em um pico apertado. Então ele abriu caminho pelo peito dela para dar outro tratamento igual. Ela se contorceu debaixo dele, mas ele segurou suas mãos firmemente acima de sua cabeça. Enquanto ele homenageava seu segundo mamilo, ele passou a palma da mão sobre a barriga dela para o sexo dela, colocando o calor ali. O calor úmido havia encharcado seus jeans e ele a massageava com a palma da mão. Ela levantou os quadris para esfregar contra ele, e ele aumentou sua velocidade até que ele sentiu que ela estava pronta para o próximo nível. Abrindo o botão de cima, ele deslizou a mão pela frente e pelos cachos dela. Seu dedo médio a encontrou molhada e pronta, seu clitóris latejando sob a pressão de seu toque. Deslizando o dedo para dentro e para fora ao longo da fenda, ele provocou mais umidade nela, mergulhando mais fundo com cada golpe até que seu dedo se curvou e a encontrou aberta. Seus cumes apertados presos ao redor de seu dedo enquanto ele mergulhava dentro. Ela lutou contra o seu aperto, seus quadris se esfregando em seus dedos, procurando por mais. Ele continuou a provocar sua abertura, deslizando sobre seu clitóris a cada golpe. A umidade encharcava sua mão. Ela se contorceu debaixo dele, ofegante, palavras quase incoerentes. — Eu preciso de mais. Por favor.

Ele decidiu ajudar, liberando as mãos para que pudesse tirar o tecido de suas pernas. Seu aroma encheu o ar com o sabor inebriante de sua excitação e ele sugou o ar em sua boca e em seu palato, absorvendo todas as nuances suculentas. Ela procurou os botões do jeans dele. Ele segurou seu rosto e beijou-a profundamente enquanto ela se atrapalhava, cada toque de borboleta de suas mãos contra seu membro quase enviando-o sobre a borda. A liberação dos botões aliviou a pressão que seu pênis estava exercendo contra sua mão, e ele teve que se lembrar de agradá-la primeiro. Ele agarrou as mãos dela antes que ela pudesse expô-lo. — Ainda não. Ficando de joelhos, ele recuou para olhar para ela, bebendo-a. Sua pele ruborizada e suas curvas gentis o fizeram querer mordê-la, beliscar seus flancos e esfregar o rosto contra ela antes que ele a cobrisse com seu corpo. Ele colocou as mãos nos seios dela, amassando suavemente antes de deslizar mais baixo para moldar contra as costelas dela, polegares traçando a linha central em direção ao seu umbigo. Lá, ele fez uma pausa para circundar seu umbigo antes de continuar descendo, com os polegares abrindo caminho em seus cachos. Ela engasgou, quadris flexionando para cima para encontrá-lo e suas pequenas mãos voaram para seus pulsos, instigando-o para baixo. Para dentro. Ele ergueu os olhos para encontrar os dela, a luz de sua paixão queimando enquanto seus olhares se conectavam. Ele deslizou ao longo de seus lábios inferiores, abrindo-os, estendendo as pernas com as palmas das mãos ao mesmo tempo. Ela desabrochou como

uma flor e ele baixou o rosto para as dobras. Sua carne estremeceu. Ele chupou suavemente, pressionando os lábios contra ela e passando sua língua em seu calor enquanto continuava a massagem de seus lábios externos. Seus dedos percorreram seu cabelo e ela soltou um gemido que fez seu sangue chiar. Ele mergulhou a língua com força na abertura dela uma vez, duas vezes, três vezes. Ela gritou, empurrando para cima contra ele, e sua carne aquecida pulsou e contraiu com seu orgasmo, inundando sua língua com seus sucos. Ele bebeu até ter certeza de que ela tinha terminado, então ele recuou de joelhos. Seu peito arfava, mãos tremulavam fracamente contra o cobertor. Seu pênis não podia esperar mais. Empurrando o jeans para baixo em torno de seus quadris, ele se libertou e levantou os quadris dela para cima e para o seu eixo de espera. Mais uma vez ela gritou, chamando seu nome, e ele empurrou para dentro dela, seus músculos quentes apertando em torno dele em êxtase. Com fúria ofuscante, sua liberação o alcançou, e ele se enterrou dentro dela, pulsando em seu núcleo. Estremecendo, ele caiu sobre o cotovelo sobre ela e sussurrou: — Eu acho que te amo. — Eu acho que eu te amo também. — Ela murmurou.

CAPÍTULO DEZ

Renee agarrou fracamente os ombros de Black. Ela realmente havia retribuído a palavra “A”? Seu sangue bateu em seus ouvidos. Tinha que ser hormônios fazendo-a estúpida. Ela não podia estar apaixonada. O amor era perigoso. Para ser evitado a todo custo. Especialmente desde que ela mal conhecia o cara. Certo? No entanto, ela sabia mais sobre ele do que jamais imaginara ser possível. O amor por Black de alguma forma parecia empoderador. Como reconhecer que não apenas a libertaria, ele a faria inteira. Completaria ela. E ela nem sabia que estava em pedaços. Bem, alguma parte dela sabia. Por que mais ela andava à deriva depois de Steph, procurando aquela emoção sempre elusiva que, de alguma forma, daria sentido à sua vida? Ela abriu a boca contra a pele dele, circulando a língua para provar o cheiro de terra dele, raspando os dentes levemente em sua carne. Ele estremeceu e virou o rosto para acariciar sua orelha, sua respiração quente. Black foi incrível. Com o coração latejando, derretendo o joelho, incrível. Digno de amor. Não não! Ela colocou as palmas das mãos contra o peito dele, tentando afastá-lo.

Ele se levantou apenas o suficiente para olhar nos olhos dela. — Eu sou muito pesado? — Eu preciso sair daqui. — E, no entanto, tudo o que era importante, de repente, parecia que estava bem aqui, agora mesmo, e a ideia de partir fez com que ela quisesse plantar os pés e ficar. Black rolou para longe com facilidade graciosa e levantou-se. O ar pareceu repentinamente frio, e ela puxou a camisa para baixo sobre o torso. O pequeno esforço pareceu minar sua força de vontade. O belo homem iluminado por uma luz escura a hipnotizou. Ela queria se enterrar em seus braços. Para envolver-se em torno dele e nunca o deixar ir. E se ela desse uma chance ao relacionamento? Ela se arriscou o tempo todo com essas acrobacias que Steph arranjava. Por que não escolher uma façanha própria? Ela pode realmente ser boa nisso. Poderia, na verdade, ter uma espécie de vida de cerca de piquete branca no rancho, casada com um garanhão de cowboy da vida real. Ela rolou e pegou as calças. — Você sabia que Lori me pediu em casamento? — Não. — Ele focou a intensidade injustificada em apertar os botões de sua calça. — O que você disse a ela? — Seus braços e peito se flexionaram em ondulações sensuais de músculos. Como alguém poderia pensar que ele era tudo menos perfeito? Ela enfiou as pernas em suas calças. — O que acontece entre você e eu é o nosso negócio. Ela que supere.

Ele empurrou seu olhar para ela, dentes piscando em um sorriso. — Você daria uma fantástica égua líder. Ela fez uma careta e desajeitadamente saiu do banco improvisado, procurando seus sapatos. — Eu não! Seu rebanho não é meu circo nem meus macacos. Por que eles seguem uma cadela narcisista como Lori está além de mim. Como o casamento funciona no rebanho, afinal? Black estendeu a mão e a colocou de pé. — Há muito namoro por aí, acho que você diria. Encontrar uma companheira de vida é raro. Essa resposta fez seu peito parecer que tinha sido pisado. Ele disse que a amava, mas que aparentemente não tinha o mesmo significado para ele do que para ela. Renee sentiu-se mal do estômago. Piscando para evitar que seus olhos ardentes derramassem lágrimas, ela passou por ele. Ela não deixaria que ele a visse chorar. Não não não. Ela queria montar um cowboy, e foi o que ela fez. Fim da história. Caminhando propositadamente para a porta, ela falou sem olhar para trás. — Estou indo para a cidade. Me escreva se precisar de alguma coisa. — Renee, espere. Algo está errado? Ela andou mais depressa, satisfeita por ele ter sido forçado a picar o caminho de cascalho em seus pés descalços. Black estúpido. Fazendo-a amálo quando ela foi completamente honesta no começo que não estava interessada em amor. Ela alcançou o Chevy e abriu a porta. O motor

reclamou quando ela girou a chave, mas engatinhando para um começo irregular, sacudindo sua xícara de café esquecida do capô. Ele chegou à garagem e ficou bloqueando o caminho dela. —Renee! Incapaz de ouvi-lo sobre o motor, ela acelerou mais alto, esperando que o grunhido lhe dissesse para sair do caminho. Ele se moveu para a porta do lado do motorista e ela jogou a caminhonete em marcha. Nada aconteceu. Black alcançou a janela, fazendo um movimento de rolamento com uma mão. Relutantemente, ela abaixou a janela. Ele se inclinou contra a janela. — A transmissão quebrou há um tempo atrás. Bem inferno. Ela bateu o volante com as duas mãos em frustração, depois desligou o motor. Black permaneceu encostado na moldura da janela. — Vai me dizer o que há de errado? A queimadura em seus olhos era pior, as lágrimas nublando sua visão. Mas ela não podia escapar a menos que deslizasse pelo banco até a outra porta. Como se sentisse o pensamento dela, ele olhou para baixo e deu um passo para trás. Seu instinto de fuga diminuiu uma fração. Respirando, ela olhou para ele, esse homem bonito que ela queria dar um soco no rosto. Seu

coração doía muito mais do que deveria. Ela só o conhecia um dia e ele estava fora do seu alcance. Ela deveria ter deixado Steph tê-lo. — Renee, eu não sei o que eu disse ou fiz de errado lá atrás, mas eu gostaria que você me contasse. — Eu não sou sua esposa ou sua companheira de vida ou o que seja. Eu não tenho que te dizer nada. Um sorriso irritante curvou seus lábios. — Você é fofa quando está com ciúmes. — Eu não sou ciumenta. Eu sou apenas... eu não durmo por aí. Você... o que fizemos foi meio que especial para mim. Mesmo se não fosse com você. Os olhos de Black brilharam e ele se inclinou para frente, perto o suficiente para ela sentir o cheiro de feno e couro dele. — Foi e é especial para mim. Eu disse companheiros de vida eram raros. Não é impossível. E quando um vínculo acontece, não há como voltar atrás. Renee engoliu em seco, nas profundezas do seu olhar. Era como se um campo elétrico os unisse enquanto olhavam um para o outro. Ela queria amá-lo mais do que qualquer coisa no mundo naquele instante. — O que você está dizendo? — Estou dizendo que nunca compartilhei com ninguém como eu compartilhei com você. Quando você me viu na minha forma de centauro, fiquei apavorado, mas agora estou feliz que você tenha visto. É um alívio.

Eu não tenho que me esconder de você. Finalmente tenho alguém em quem posso confiar. — Você confia em mim? — Sua voz saiu como um grito. Black enfiou a mão no carro e deslizou a mão pela nuca dela, o polegar acariciando a ponta da orelha dela. — Eu mostrei isso. Se isso não é confiança, não sei o que é. Além disso, você é divertida para fazer coisas maliciosas. Ela corou, as borboletas em seu estômago enviando uma risada em sua garganta. —Mas e os companheiros de vida e tudo o mais? Seu sorriso provocante ficou sério. Ele se inclinou para roçar os lábios contra os dela, e sua respiração era quente e doce. — Este centauro encontrou a sua.

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Black pendurou um novo IV no celeiro acima de Ivy-Jane, sentindo o peso do olhar de Lori em suas costas. O potro jazia com três pernas enroladas embaixo dela, o quarto, envolto em uma atadura, esticado direto na frente dela. A entorse estaria bem em alguns dias, se ele pudesse mantê-la fora de seus pés. Mas agora o potro era a menor de suas preocupações.

Renee tinha voltado para a casa, precisando de descanso depois de tudo que ela aprendeu, e ele estava feliz por ela não estar por perto para ouvir as palavras odiosas de Lori. Black se virou para encarar a líder do rebanho, as botas de salto alto a levaram ao nível dos olhos. Saul sentou-se em um fardo de palha próximo, com o rosto em uma máscara sem emoção. — O acordo era que eu me casaria com ela. — Black cerrou os punhos para manter sua raiva sob controle. — E eu vou. Só me dê mais de dois dias para fazer isso, pelo amor de Deus. Ele não queria nada mais do que construir uma vida com Renee. Ela disse que precisava de tempo para pensar, e ele poderia dar isso a ela. Afinal, ela foi atingida com muitas informações novas em um curto período de tempo. Inferno, ele também. Estar com ela o fez reconsiderar seus objetivos de vida. Ele não precisava mais ficar no bando, contanto que ele pudesse ter Renee. O alívio que sentiu ao mostrar seu segredo foi quase tão satisfatório quanto o êxtase que ele sentiu enterrado em sua vagina. Quase. A ideia de ter uma companheira de vida, ter alguém com quem ele não tinha que se esconder ou fingir ser outra pessoa por perto, fez seu sangue cantar. Pela primeira vez desde que descobriu que nunca seria capaz de mudar completamente, sentia-se vivo. Se ele levasse uma vida inteira, ele usaria para fazer Renee dele. — É tarde demais para isso. — Lori ficou de pé, as mãos nos quadris. Ele piscou, voltando à realidade. — Ela não vai nos expor.

— Oh, depois de dois interlúdios suados você a conhece tão bem? — Lori levantou uma sobrancelha bem cuidada. Black olhou para a parede do celeiro, onde ele imaginou Millie do outro lado, esquivando-se como um pequeno rato. A égua havia obviamente contado a Lori sobre esta manhã. — Eu a conheço. — Ela está aqui para vender o lugar. — Lori interrompeu. — Ela me disse isso no primeiro dia em que ela chegou. Recusando-se a recuar, Black passou por ela e Saul na direção dos cubículos onde botas e roupas sobressalentes eram guardadas. — Ela pode ter pretendido vender quando chegou aqui, mas eu aposto que ela não tem agora. — Essa garota está sem dinheiro. Eu já a vi amável antes. Se ela não vender o lugar, certamente nos explorará. — Só porque você faria isso, não significa que Renee irá. — Ele podia confiar em Renee, o rebanho podia confiar nela, assim como sua avó confiara em Toliman. — Estamos sem tempo, soldado. E proteger o rebanho é primordial. Temos testemunhas suficientes para forjar os documentos do casamento. — A voz de Lori caiu para um ronronar ameaçador. — E uma vez que conseguirmos assiná-los, vamos levá-la para um último passeio.

Choque congelou Black no lugar. Lori não havia dito isso diretamente, mas o significado era claro. As palavras lembraram-lhe a maneira como ela fingiu lamentar a morte do seu antecessor. Gloryanna morreu dando a ela um último passeio humano. Lori estava propondo assassinato. O assassinato de sua companheira. Lentamente, Black se virou para o líder do rebanho, ainda tentando aceitar a verdade. Saul levantou-se pesadamente, balançando a cabeça. — A família dela vai protestar. Nós provavelmente perderíamos o rancho no inventário. Lori revirou os olhos. — A única família que ela deixou é seu pai religioso fanático, e ele acha que esse lugar está amaldiçoado. Acredite, eu pensei nisso. Saul esfregou as duas mãos pelo cabelo negro e selvagem. — Matá-la parece um pouco extremo. — Ninguém vai matar ninguém. — A voz de Black era um rosnado baixo, como se sua natureza animal fosse mais parecida com um urso do que equino. — Mantenha sua voz baixa. — Lori advertiu. — É o plano perfeito. E eu não me importo com qual de vocês é o noivo. Eu só preciso de uma assinatura de testemunha extra nos jornais. Saul, você concorda? Saul hesitou por um momento, depois perguntou: — Millie e Su estão de acordo?

Black endureceu. — Você não pode estar considerando isso? Saul recusou-se a encontrar seu olhar. — Ela é apenas uma humana. — Ela não é apenas uma humana. Ela é minha companheira. E ela é a neta de Toliman. — Black apontou para a direção da casa. — É assim que você o recompensa por anos protegendo o rebanho? Assassinando sua única neta e roubando seu rancho? Pelo menos Saul tinha a graça de corar. Lori se colocou entre Black e seu tio, brilhando como se estivesse à beira de um turno. — Não seja idiota. Humanos não podem ser companheiros. O rebanho vem primeiro lugar. Eu deveria saber melhor do que esperar que você entenda isso. Suas palavras ardiam como o chicote de um chicote. Mas Black tinha o suficiente. A magia do Shifter formigava em sua pele. — Eu olho para este rebanho tanto ou mais do que você. Minha avó era a Líder, e uma coisa que eu sei é que Renee é minha companheira de vida. Estou convocando uma reunião de rebanho. Ela franziu o cenho. — Você não pode chamar uma reunião de rebanho. Você mal tem classificação. O olhar de Saul mudou entre Lori e Black. — Qualquer shifter pode chamar uma reunião de rebanho. — Como eles vão ouvir um centauro. — Ela bufou com escárnio. — Além disso, é dia. Você pode ser visto.

O formigamento diminuiu quando Black percebeu que ela estava certa. Ele não podia sair como um centauro. Os pneus crepitantes no cascalho interromperam a conversa. Lori mostrou os dentes. —Porra. Ela disse que tinha um corretor de imóveis chegando hoje. Precisamos nos livrar dele. Ela virou-se para a porta e saiu. Black e Saul seguiram logo atrás. Sob o sol forte, um novo Dodge Ram brilhante com um logotipo da Wright Minerals Co. na porta estava estacionando na parada em frente à casa, ondas de calor distorciam o ar sobre o capô. Lori diminuiu o ritmo, e Black lhe deu um olhar quando ele passou por ela. Geralmente ela insistia em ser o rosto do rancho, mas talvez ela estivesse zangada e confusa demais para lidar com isso agora. O motor silenciou e um homem deslizou do carro, ajustando um Stetson preto sobre a cabeça careca. Ele deu a Black um sorriso de mil watts. —Tarde. Estou procurando por Lori Sandvur. — Lori? — Black olhou para ela, confuso. Lori tinha as mãos nos quadris, carrancuda. — Você não deveria estar aqui até a próxima semana. — Eu estou na área e pensei em dar uma olhada rápida. — Disse o cara. Ela deu um passo à frente, parando a frente de Black. — Vire-se e saia. Agora.

O homem levantou as palmas das mãos, olhando de Lori para Black e Saul. O tio Saul ficou parado ali, com os polegares nos laços do jeans. Black estreitou os olhos para Lori. Por que ela contatou uma empresa de mineração? — Peço desculpas, minha senhora. — O homem recuou para o carro. — Eu estarei em contato na próxima semana. Rápido como uma flecha, Black estava na porta do caminhão, a mão contra a moldura da janela para mantê-la fechada. Ele queria essa história diretamente da fonte, não a versão complicada de Lori. — Por que você não nos diz com o que vai entrar em contato? Arranhando a nuca, o homem olhou para Lori, depois para Black. — Senhora Sandvur enviou uma amostra de rocha vários meses atrás. Parece que há ouro na propriedade e ela tem algumas perguntas sobre tirá-lo do chão. Black baixou a mão e virou-se para a égua líder. Ouro? Quando isso aconteceu? Notícias de ouro trariam muita atenção ao rancho. Atenção humana. O que a égua líder estava pensando? Atrás dela, a boca de Saul estava aberta. Lori cruzou os braços e colocou o peso em uma perna, olhando ainda para o visitante. — Eu lhe disse para sair, senhor.

O cara balançou a cabeça e abriu a porta do caminhão. — Da próxima vez que eu vier, trarei apoio. — Ele murmurou enquanto fechava a porta. O motor voltou à vida e o homem disparou o carro para o outro lado da estrada. Black deixa ele ir. O homem não era o problema. Em silêncio, ele observou o carro em volta da base da colina antes de falar novamente. Desta vez ele se virou para Saul. — Você disse que o tesouro enterrado era o rebanho. Saul sacudiu a cabeça. — Isso foi. Pelo menos tanto quanto eu entendi. Ele se moveu para ficar ao lado de Lori, as sobrancelhas franzidas. — O que é isso sobre ouro? Lori lançou um olhar para a casa e girou, as botas esmagando o cascalho enquanto se aproximava do celeiro. — O rancho não pode se sustentar sem renda. Estou tentando ver o futuro do rebanho. — Espere, realmente há ouro? — Black alongou seu passo para manterse, uma contração muscular irritando seu olho esquerdo. Por que Lori não mencionou a descoberta antes? Dentro do celeiro, Lori entrou na baia mais próxima. Ela girou para encarar os homens, sua voz um sussurro. — No canyon onde Toliman morreu. — Ele sabia sobre isso? — Black não se incomodou em ficar quieto.

Ela mostrou os dentes para ele e se concentrou em Saul, como se Black não importasse. — O ouro nos dará liberdade como o rebanho nunca teve, não desde antes dos colonos cercarem tudo. Assim que tivermos garantido a escritura da terra... Os passos suaves dos pés foi seguido por: — Black? Lori assobiou, suas unhas mordendo seu braço. — Não se atreva a dizer uma coisa, Black. — É a terra dela. Seu ouro. — Ele se soltou, as unhas de Lori deixando vergões longos em sua pele. Virando-se, ele caminhou em direção à porta da baía. Dentro de três passos, ele sentiu o ar atrás dele girar e se condensar com a magia do shifter. A forma de palomino pálido de Lori passou por ele, derrubando-o para o lado. Ele tropeçou em um ancinho de tenda encostado na parede, a manivela emaranhando suas pernas. Ele caiu de quatro, com as palmas das mãos batendo no cascalho. A volumosa forma equina de Saul seguia logo atrás de Lori, desaparecendo pela porta do celeiro. Black lutou para ficar de pé, sua transformação agarrando cada músculo de seu corpo, esticando as costuras de suas roupas e botas quando ele gritou: — Renee, cuidado!

CAPÍTULO ONZE

Um palomino loiro e elegante saiu do celeiro em direção a Renee, um grito aterrorizante vindo de entre seus dentes nus. Surpreendida, Renee caiu para trás, aterrissando com um baque doloroso em suas costas. Cabeça baixa, o cavalo agitou pedaços de cascalho, seguindo diretamente para ela. Renee rolou, se arremessando para fora do caminho. Cascos se estendiam na largura de um dos lados do ombro dela. O impulso da fera diminuiu quando ela contornou a entrada de carros. Ele então a encarou novamente, orelhas levantadas. Um raio de medo ricocheteou no sangue de Renee. Está com raiva de mim? Antes que ela pudesse reagir, um familiar garanhão cinza carvão saiu pela porta. Tio Saul? Renee se levantou, as palmas das mãos ardendo no cascalho. O garanhão parou de frente para a égua, o pescoço arqueado e os dentes à mostra. Eles estavam lutando? O que estava acontecendo? Ainda outra forma saiu do celeiro. Renee soltou um suspiro de alívio ao ver a forma de centauro de Black brilhando magnificamente no sol, o torso nu ondulando com os músculos. Ele bateu na direção de Renee, e ela recuou um passo, incerta. Empurrando a mão em direção a ela, ele ordenou: — Vá em frente.

A seriedade de seu olhar lhe deu força e ela segurou sua mão. Ele a ergueu com uma poderosa flexão do braço, acomodando-a na curva onde o cavalo encontrava o homem. — Segure firme. — Disse ele, e virou-se para o portão da cerca. — Isso é Lori? — Renee envolveu seus braços ao redor de seu peito, olhando para a porta aberta do celeiro caso algum cavalo mais raivoso decidisse emergir. — Sim. — Ele falou entre os dentes cerrados, liberando o trinco do portão. Olhando por cima do ombro, Renee respirou fundo enquanto o palomino recuava, os cascos da frente agitando o ar. O garanhão se levantou em troca. Eles entraram em confronto, rangendo os dentes e as patas dianteiras se agitando. Black deu um passo para frente e Renee foi forçada a encarar a frente novamente, envolvendo os dois braços firmemente em torno de suas costelas. Eu estou montando um centauro. Novamente. O pensamento a teria deixado tonta se já não estivesse tonta de confusão. Pressionando sua bochecha em sua omoplata, ela apertou os joelhos ao redor da cernelha para manter-se firme. Dentro de instantes, ele estava em um galope, indo para a estrada em direção à cidade, e Renee se viu facilmente ajustada ao ritmo de sua marcha. A combinação de homem e fera parecia tão natural, ela fechou

os olhos, apreciando o ar que passava, a sensação de seus músculos flexionando debaixo dela, o cheiro quente de sua pele. Seu breve mergulho na sensualidade foi quebrado pelos cascos se aproximando à esquerda. Seus olhos se abriram para ver o palomino dando perseguição. Ainda mais horripilante, o focinho pálido da besta estava salpicado de sangue. — Black! — Renee exclamou. Inclinando-se para a frente, Black aumentou a velocidade, mas o palomino continuou a ganhar terreno. A égua alcançou seus quartos traseiros, o pescoço esticado para frente e os lábios atraídos para trás em uma ferocidade quase predatória. Renee podia jurar que os olhos do cavalo brilhavam com luz demoníaca. Naquele momento, Black agarrou dolorosamente as coxas de Renee, e parecia que as patas traseiras dele saíam de baixo dele. Virando bruscamente, ele derrapou até parar. Muito apavorada até mesmo para gritar, Renee se segurou por sua vida. Os palominos os ultrapassaram, os cascos lutando contra a grama seca. Black olhou por cima do ombro para os olhos de Renee. — Você está bem? Ela assentiu, sua voz ainda presa na garganta. — Isso pode ficar feio. Aconteça o que acontecer, fique o mais longe possível de Lori, ok?

Renee observou a égua pisar no chão. Lori era horrível em forma humana. Como um cavalo, ela parecia possuída. — O que há de errado com ela? Black balançou a cabeça, dançando de lado enquanto a égua se aproximava deles com o pescoço arqueado ameaçadoramente. Renee trancou as mãos ao redor do peito dele enquanto ele angulava a parte superior do corpo para protegê-la da égua. Lori jogou a cabeça, juba branca voando descontroladamente. Então ela se lançou, aquele som horrível guinchando de sua garganta. Black agarrou as coxas de Renee como antes e levantou, esmurrando Lori com seus cascos dianteiros. Agarrando-se a ele por sua querida vida, Renee pressionou sua bochecha contra o ombro dele, batendo o coração à frente de sua respiração. Com toda a força, ela apertou os joelhos para se manter sentada. Os músculos de Black ondularam e flexionaram entre suas pernas, e ela sentiuse deslizando solta, apesar de seu aperto adicional em suas coxas. A égua se afastou e Black caiu de quatro com um baque surdo. Renee se contorceu para recuperar o seu lugar. Então a égua se virou, rápido, atacando com as pernas de trás. Black se esquivou no momento certo. Cascos mortais cortavam o ar onde a coxa de Renee estava.

Com a velocidade da luz, Lori saltou para frente novamente, enviando Black para um salto para trás. Renee vacilou precariamente. Black jogou uma mão de volta para firmá-la, e Lori aproveitou a distração, pulando novamente. Desta vez, os dentes morderam a perna de Renee logo acima do joelho. Renee gritou de dor, músculo machucado contra o osso. A próxima coisa que ela sabia, seu aperto rasgou o peito de Black e ela estava voando pelo ar. Ela aterrissou com força na terra, o ombro esquerdo sofrendo o impacto. Ar sufocado queimando seus pulmões, ela rolou de joelhos. O chão tremeu com os cascos enquanto Lori e Black continuavam sua batalha. Black se manteve entre Renee e a égua, mas Lori estava feroz, mordendo e chutando até que o sangue revirou o peito nu e os braços de Black. Outro chute de torção pegou a bochecha de Black. Ele cambaleou, cascos gaguejando desigualmente pelo chão. Lori se separou e uma percepção horrível atingiu Renee. Essa luta não foi entre os membros do rebanho. Não, era sobre Lori e Black. Ele está me protegendo. Renee pulou para o lado, tentando fugir. Seu joelho mordido latejava. Seu braço esquerdo formigou de sua queda. Ela não podia fugir, mas ela poderia lutar de volta. Procurando no chão, ela localizou uma pedra do tamanho de uma bola de softball. Ela atirou na égua que se aproximava o mais forte que pôde.

O palomino recuou, esbarrando as patas traseiras como se fosse chutar a pedra do ar. Em um movimento fluido, ela se aproximou de Renee novamente, os brancos de seus olhos brilhando. Ambos os cascos dianteiros agitaram o ar. Black se jogou no caminho de Lori. — Corra, Renee! Renee recuou mais um passo enquanto a égua estalou os dentes. Black pegou a mordida com o antebraço, empurrando o volume do palomino para trás. Seus cascos dianteiros cortaram o peito do palomino, desenhando sulcos sangrentos em seu pelo pálido. Renee vasculhou o chão por outra pedra. De jeito nenhum ela estava deixando Black para lutar contra essa puta sozinha. O pasto aqui estava frustrantemente limpo de pedras. Vários metros à sua esquerda, um punhado de cavalos aparecera. Eles ficaram observando com curiosidade, as caudas balançando o ar empoeirado. Eles eram shifters? Por que eles estavam apenas parados? Black jogou os braços ao redor da garganta do palomino. Seus bíceps se arregalaram quando seus corpos de cavalo correram para o domínio. Lori conseguiu dar um chute certeiro contra sua pata traseira e ele desceu, arrastando a cabeça junto com ele. Os músculos do pescoço da égua se destacaram quando ela tentou se soltar do peso adicional. Um cavalo castanho chocolate no rebanho próximo atirou a cabeça e relinchou, olhando para a alameda próxima. Os outros cavalos relincharam

e olharam naquela direção. Um segundo depois, Renee também ouviu: o barulho de um motor se aproximando. Oh, Deus, o corretor de imóveis. Ela nunca cancelou o compromisso. Um pequeno sedã branco apareceu ao redor da colina, movendo-se lentamente em direção à casa. Desapareceu em um ponto baixo da estrada, mas em segundos apareceria novamente, à vista da luta. — Black! — Renee exclamou. — Um carro está vindo! Ele tinha lutado com Lori no chão e se ajoelhou com as duas pernas dianteiras no pescoço dela, as mãos na cabeça dela. Ele não podia ouvi-la. Ela teve que parar o carro. Cambaleando em direção à cerca, ela deslizou entre os trilhos. Talvez ela pudesse parar o corretor de imóveis antes que ele visse qualquer coisa. Bloqueie sua visão. Distraí-lo. Qualquer coisa. Depois de alguns passos, o joelho machucado cedeu. Aterrissou com as duas palmas no cascalho, fogo atravessando seus pulsos. Recusando-se a parar, ela ficou de pé e mancou pela estrada de cascalho. O carro derrapou até parar em meio a nuvens de poeira. Através do para-brisa, Renee observou a boca do jovem formar um círculo perfeito, seu olhar passou por ela em Black e Lori. Merda, merda! Chegou à porta do carro e o corretor de imóveis abaixou a janela. Sua voz tremeu. — Está tudo bem? Olhando para a luta, Renee ficou surpresa ao ver seis ou oito pessoas nuas em um círculo ao redor de Black. Ele se ajoelhou no pescoço da égua

em forma humana. — Uh. — Disse ela, sem saber como responder. Como uma lâmpada, as acusações do pai sobre rituais sombrios e vodu vieram até ela. Ela sorriu e se inclinou para a janela. — É uma cerimônia espiritual. Religiosa. Está tudo bem. — Oh. — O corretor de imóveis limpou a garganta, seu olhar passando rapidamente para as mãos sangrando de Renee. — Que tal voltar mais tarde? Renee balançou a cabeça, fechando os dedos sobre as feridas pungentes. — Eu mudei de ideia sobre vender o lugar. Desculpe você dirigiu todo o caminho até aqui. O homem assentiu, já voltando ao contrário. — Não é um problema. Mesmo. Eu sou... você... tenha um ótimo dia. Ela se levantou, permitindo que o homem escapasse da cena estranhamente imóvel do lado de fora. Ele apertou o acelerador por todo o caminho de volta. Depois que o carro desapareceu ao redor da colina, ela voltou sua atenção para a multidão de pessoas reunidas em torno de Black. Este era o rancho dela, e ela acabou de ser empurrada.

CAPÍTULO DOZE

Black engoliu em seco, ajoelhando-se com todo o seu peso na artéria carótida de Lori. A voz de Renee só o alcançou através de uma névoa. Sua atenção total permaneceu no cavalo contorcendo-se. Ele chegou à forma humana a tempo de evitar ser visto, mas sem o peso de seu centauro a derrubando, Lori recuperaria o controle a qualquer momento. Com certeza, ela rolou, forçando-o a se afastar de seu peso esmagador. O motor do carro em retirada ainda não havia chegado à estrada quando Lori recuperou os pés, os olhos rolando de fúria. Imediatamente ela levantou, cascos afiados agitando o ar. Embora Renee estivesse do outro lado da cerca, Lori poderia esclarecer isso em meros passos. Foda-se isso, pensou Black. Ele não se importava mais se ele fosse visto. Não se importava mais se o rebanho o visse mudar. Sua companheira de vida estava em perigo. Ainda em forma humana, ele atacou, chamando a magia shifter em uma bola dentro dele, em seguida, deixando-a brilhar para fora em uma explosão de mudança. Ele alcançou a cerca em forma de centauro quase no mesmo momento que Lori, seu peso total a desequilibrando. Suas pernas da frente limparam o corrimão, mas suas pernas traseiras bateram com força, derrubando o feixe

de madeira. Ela e o corrimão tombaram a cabeça sobre o cascalho, levantando uma nuvem de poeira sufocante. Renee recuara para o outro lado da pista e agora estava de costas para a cerca daquele lado. Black limpou a cerca danificada, passando por Lori e derrapando até parar entre sua companheira e a égua. Lori se contorceu no cascalho, seu grito estridente colocando os dentes na borda. Um osso branco brilhante espreitava como uma lança de sua perna direita. Os instintos do veterinário de Black surgiram, mas ele resistiu à vontade de ajudar. Se isso foi o que levou a parar Lori, que assim seja. Uma ruptura tão ruim provavelmente a enfraqueceria por toda a vida, já que alfinetes e outros equipamentos usados para consertar membros quebrados não funcionavam bem com a fisiologia do shifter. O resto do rebanho, ainda em forma humana, passou pela cerca e se aproximou, com os olhos piscando entre Black e sua égua líder. Tudo o que Black conseguia pensar era tirar Renee daqui, para a segurança, mesmo que isso significasse desfilar sua forma centáurea diretamente para a cidade. Ele se ajoelhou no cascalho ao lado de Renee. — Você pode cavalgar? Ela cruzou os braços. — Eu poderia. Mas eu não vou. Este é meu rancho, e eu não estou sendo expulsa. — Colocando uma mão na sua cernelha, ela o

empurrou para o lado e saiu para enfrentar os shifters que se aproximavam. — Como a nova proprietária deste rancho, eu chamo uma reunião de rebanho. Black observou-a com espanto, um sorriso orgulhoso puxando os cantos de seus lábios. Os shifters diminuíram a velocidade, ficando em uma linha no lado oposto de sua égua líder. Os gritos de Lori pararam, e seu corpo dourado brilhou e encolheu, cascos se tornando pés e mãos, juba se transformando em cabelo loiro despenteado. O osso ainda saindo de sua canela sangrenta, e seu rosto era um rito de dor. Com os dentes cerrados, ela gritou: — Essa humana não pode convocar uma reunião de rebanho. Mais shifters chegaram, ainda em forma de cavalo. Aqueles em forma humana murmuraram entre si enquanto os recém-chegados mudavam. Isso foi um bom sinal. Pela primeira vez eles não estavam obedecendo Lori em puro medo e instinto. Black endireitou os ombros. O que ele estava prestes a fazer era mais estressante do que mostrar a Renee sua transformação. — Renee é minha companheira de vida. Eu exijo a proteção do rebanho. A palavra “companheira de vida” sussurrou no meio da multidão. Black observou Renee com o canto do olho, sem saber qual seria a reação dela a esse anúncio. Ela ficou boquiaberta com ele, uma enorme pergunta por trás dos olhos. Mas ele não teve tempo de se ajoelhar e perguntar se ela sentia o mesmo.

Lori havia descoberto os dentes, seus lábios tremendo. — Ela é um perigo para o rebanho. Renee colocou as mãos nos quadris, sua postura larga e assegurada. — Não fui eu quem começou essa luta. E eu apreciaria alguém me dizendo o que diabos está acontecendo. — Ela olhou para Black. — Por que ela está tentando me matar? Ele olhou para Lori enquanto respondia. — O tesouro no testamento do seu avô é real. — Eu pensei que você disse que o tesouro era os cavalos? — Renee acenou para a multidão de shifters. — E por isso, eu suponho que você quis dizer a manada shifter. — Eu disse. E eu acho que seu avô também pensou que eles eram. — Ele curvou o lábio em desgosto para Lori. — Mas, aparentemente, Lori encontrou ouro no canyon. Os olhos de Renee se arregalaram. — Mesmo? Eu ainda não entendi. Por que me atacar? Os olhos de Black foram atraídos para a calça de sangue manchada de sangue de Renee, e seu pulso trovejou novamente. Ele mudou para a forma humana e se ajoelhou ao lado dela. — Deixe-me ver isso. Você está bem? — A menos que ela tenha raiva ou algo assim, eu vou ficar bem. — Renee bateu em sua mão. — Diga-me porque ela me quer morta.

Black se recusou a soltar a perna, examinando a ferida. Deixe Lori tentar se defender. — Quer compartilhar seus planos com o rebanho, Lori? A loira curvou os lábios em um grunhido feroz. Mesmo que Lori não pudesse estar em uma perna quebrada e atacar, alguns dos espectadores nas proximidades recuaram um passo. — Você não pode confiar em um humano. Millie abaixou a cabeça entre dois homens e levantou a mão. Ela não disse nada, apenas ficou lá com a mão levantada. Black estreitou os olhos, incerto sobre sua ousadia repentina. Mas ela não estava olhando para Black. Ela estava olhando para Renee. — Qual é o seu nome? — Renee perguntou. — Millie. — A mulher murmurou. — A mãe de Ivy-Jane? — Renee olhou para Black, que assentiu. Satisfeito, a ferida de Renee não era crítica, ele se levantou e perguntou: —Millie, o que você sabe sobre isso? — Lori assassinou Toliman e Gloryanna. — Millie se escondeu entre os homens como se esperasse um golpe. Um suspiro coletivo surgiu entre o grupo. Lori olhou furiosa, mas não disse nada. O sangue de Black ficou frio. Assassinado? O ar se tornara espesso demais para respirar. Ele sempre suspeitou de um crime, mas de um de seus

próprios companheiros de rebanho? Pobre avó provavelmente nunca viu nada vindo. Sua garganta se apertou. — Por quê? Lori rosnou. — Foi eu quem encontrou o ouro. Eu implorei para Toliman que o minério fosse testado. Ele só queria deixar isso lá enquanto nós nos afastávamos mantendo seu precioso rancho funcionando. Eu teria usado o dinheiro para o rebanho. Nós nunca nos preocuparíamos com a nossa segurança novamente. — Então você o matou? — A voz de Renee saiu uma oitava alta demais. — Como você achou que matá-lo, me matando, tornaria o ouro seu? Um olhar maligno entrou nos olhos de Lori. — Pergunte a seu suposto companheiro de vida. — Ela sorriu para Black. — Você não precisa mais representar o papel, Black. O gato está fora do saco. Black olhou furioso para Lori, as narinas dilatadas, o coração batendo forte contra suas costelas. Claro que ela tentaria dar um golpe final. — Do que ela está falando? — Renee perguntou. A voz de Lori gotejou veneno envenenado. — Black ia convencê-la a casar com ele, querida. O peso total do que ele perderia ao dizer a verdade para Renee bateu nele. Um companheiro de vida era um presente raro, poucos shifters encontraram um. Mas ele não podia mentir para ela, mesmo que isso significasse perdê-la para sempre. Os olhos de Renee brilharam de dor, mas

ele continuou. — Quando você chegou pela primeira vez, eu concordei em me casar com você em troca de um posto no rebanho. — Você nunca vai ter isso agora. — Lori interveio. — Você sabe disso, não sabe? Black a ignorou, seus olhos apenas para Renee, implorando para ela entender. — O plano não era te machucar. Apenas para evitar que você vendesse o rancho. E você é tão linda, foi fácil te perseguir. Mas então você me viu. Você viu meu… monstro. — As palavras pareciam grossas na garganta de Black, mas ele continuou. — E você me aceitou. — Você não é um monstro. — Renee disse suavemente. Ele rangeu os dentes, recusando-se a desviar o olhar confidente de Renee. Um monstro como você não merece uma companheira de vida. — Eu sou um monstro. Eu concordei com o plano inicial de Lori para roubar sua herança. Acho que ela planejou matar você o tempo todo, mas eu me recusei a ver. — Mas você me defendeu. — Renee balançou a cabeça. — E não somos casados. Como me matar agora faria o rancho ser da Lori? — Ela ia forjar os papéis do casamento e reivindicar o rancho no inventário. Quando eu descobri, recusei. — O plano ainda deixava Black doente. Ele não mencionou que Saul havia considerado o acordo. Afinal, seu tio se jogou em Lori e deu tempo a Black para pegar Renee e tentar escapar.

Black ainda não sabia o que fizera seu tio mudar de ideia, mas ficaria eternamente grato. Lori enrolou seus lábios. — Eu sou a única forte o suficiente para fazer o que é melhor para o rebanho. A boca de Renee tornou-se uma linha fina e pálida e, apesar de sua estatura diminuta, ela parecia ter três metros de altura. — Melhor para o rebanho? Você não tem ideia do que isso significa. — Ela olhou para Black, os olhos queimando com o fogo escuro, então girou para se dirigir à multidão. — Eu não conheço a maioria de vocês, mas vou assumir que vocês são boas pessoas. As pessoas Black. Essa mulher assassinou meu avô e a avó de Black, sua líder anterior. Qual é o castigo do rebanho para os assassinos? Para surpresa de Black, os shifters baixaram a cabeça em respeito. Ele tinha que admitir, a força dominante que irradiava de Renee no momento rivalizava com a de sua avó. Avó. Lori a matou. Suas veias pareciam lentas como gelo, revivendo a perda. Um dos solteiros falou. — O banimento é o habitual. — Banimento? — Renee se endireitou e cruzou os braços. — Então ela pode encontrar outro rebanho para aterrorizar? Acho que não. Black queria amarrar Lori na árvore mais próxima, mas essa punição seria melhor do que ela merecia. Ela assassinou duas pessoas. Aterrorizou o rebanho. E tentou matar sua companheira de vida. Ele queria um castigo que

a fizesse sofrer. Ele olhou para a perna quebrada e percebeu que ela já havia feito isso para si mesma. — Seus dias de corrida com um rebanho acabaram. O rosto de Lori empalideceu para um branco calcário. Ela olhou para a perna como se só agora percebesse que a ruptura era real. — Por causa da perna dela? — Perguntou Renee. — Ela não pode apenas fazer uma cirurgia? — Ela poderia. — Black se ajoelhou ao lado de Lori, seus instintos veterinários rompendo sua raiva. A fratura parecia ainda pior de perto. — Mas os parafusos e outras ferragens usadas para consertá-lo se destacariam da primeira vez que ela tentasse se transformar. Ela estaria pior do que está agora. E sem cirurgia, ela ficará aleijada por toda a vida. Em ambas as formas. — Black manteve seu olhar em Lori, tentando encontrar satisfação com o pensamento dela aleijada. Não foi o suficiente, mas teria que fazer. Os olhos de Renee se encheram de lágrimas, mas as linhas duras em seu rosto lhe disseram que ela estava zangada, não sentindo empatia. — Eu não sei se é o suficiente. Mas isso não é só sobre mim. — Ela falou com a mesma nota de autoridade que ela usou quando perguntou sobre a punição mais cedo. Ela olhou para as pessoas ao seu redor, fazendo Black notou-as também. Solteiros. Anciãos. Mães. Adolescentes. Sua manada. Ela disse: — Você também perdeu alguém. E parece que ainda há uma escolha a ser feita. Ela faz a cirurgia ou não? Como o rebanho vota?

— Espere! — Lori implorou para os shifters assistindo. — Meu plano ainda pode funcionar. Não há ninguém aqui além de nós. Apenas diga a palavra... Um solteiro passou por Lori sem olhar para ela e colocou a mão suavemente no ombro de Renee. Então ele se virou para encarar os shifters observadores. Um ancião grisalho se aproximou e pegou a mão de Renee. Lentamente, todo o rebanho se moveu para cercar Renee e Black no tipo de aceitação que apenas um rebanho poderia dar. O orgulho floresceu no peito de Black. Eles estavam afirmando sua companheira de vida. Nem mesmo o velho Man Toliman havia recebido esse tipo de aceitação. Ele tinha sido respeitado, e o rebanho o amava, mas ele sempre fora um estranho. Um benfeitor, não um par. Renee acabara de se tornar as duas coisas. Uma mulher mais velha levantou a voz. — Ela não merece uma forma equina. Eu digo cirurgia. — Leve-a para o hospital humano. — Coloque pinos. — Você não pode! — Lori gritou quando dois solteiros se adiantaram, agarrando-a pelos braços. — Eles não vão fazer sem o meu consentimento! Um dos homens balançou a cabeça. — Não se você chegar inconsciente.

Seu rosto se enrugou em linhas feias. — Eu sou sua égua líder. Só estava cuidando de vocês! Os homens arrastaram uma Lori gritando do pasto. Eles lidariam com ela daqui e Black estava aliviado por estar livre do dever. A maioria dos shifters seguiu em forma humana. Outros brilhavam em forma de cavalo e partiam em direção ao pasto. Black só tinha olhos para Renee. Ele passou a mão pelo cabelo, sentindo falta do peso confortável do chapéu de cowboy. — Como está sua perna? Eu posso levar você para casa se você não se importar em andar sem proteção. Ela olhou para ele através dos cílios. — Sem sela. Humm. Montando um cowboy no pelo. Eu gosto disso. Ele riu, satisfeito por vê-la flertando de volta. Ajoelhando-se ao lado dela, ele ajudou a estabilizá-la quando ela levantou a perna machucada sobre os flancos. Uma vez que ela estava no lugar, ele se levantou. Seu calor se assentou contra sua espinha, e suas pernas envolveram sua cernelha com uma pressão reconfortante que ele nunca esperaria sentir com um cavaleiro. Shifters falavam sobre o quão humilhante era carregar um humano, quão desconfortável e pesado. Mas ele gostou bastante de quão perto ele sentiu Renee contra ele. Ela colocou os braços em volta do peito dele e acomodou a bochecha contra seu ombro com um suspiro, sua respiração flutuando através de sua pele nua.

Ele aliviou em um trote nivelado, indo em direção ao rancho. Seus joelhos se apertaram ao redor dele, ignorando a dor da mordida. — Eu quero sentir o vento. Você vai correr para mim? Seu sangue se emocionou com as palavras. — Você tem certeza? Sua bochecha assentiu sim contra suas costas. — Eu te amo assim. Ele agrupou seus quartos traseiros e partiu em um galope. Renee agarrou-se a ele, seu corpo se movendo com o dele, fundindo-se contra o dele, em um ato tão íntimo quanto o sexo. Eles passaram por Lori, que cuspiu obscenidades para eles, mas Black continuou. Renee gritou: — Mais rápido! — Não solte! — Ele gritou de volta. — Nunca! Ele virou para a esquerda, contornando a cerca e chutando-a a galope. Suas coxas apertavam seus flancos, sua respiração quente em seu ombro. Ele nunca se sentiu tão livre. Tão vivo. Ele soltou um grito de alegria, ecoando por sua risada atrás dele. Tomando um arco amplo, ele voltou para a casa em um trote. Se ele nunca tivesse mais nada neste mundo, ele teve este momento, este pressentimento de pertencer a alguém, e ele nutriria o sentimento o resto de sua vida.

EPÍLOGO

Renee passou os dedos pelo peito de Black, traçou seus lábios sobre a linha do ombro dele enquanto ele trotava sobre o pasto escuro. Os grilos cantavam a serenata noturna entre as rochas onde haviam feito amor pela primeira vez. Ela se deliciava com seu doce aroma de feno e terra. Sua terra. Seu rancho. A ideia ainda era tão nova que às vezes ela acordava pensando que deveria ter sonhado a coisa toda. Ela estava aqui há mais de uma semana, supervisionando tudo, desde uma mina diária até uma reunião secreta de shifters sob uma lua da meia-noite. Muito dos equívocos de seu pai sobre seu avô fazia sentido agora. Talvez ela devesse procurá-lo agora que estava se acomodando. Black alcançou de volta e passou uma mão por sua perna. — Você está bem? De alguma forma, ele sabia o que ela estava pensando e sentindo quase como se compartilhasse os pensamentos com ele. Ela não entendia como ele poderia conhecê-la tão bem em tão pouco tempo, mas ela sabia que estava feliz aqui com ele. Todo. — Estou bem. — Disse ela, esfregando a bochecha contra as costas dele. O que quer que estivesse acontecendo dentro dela, ela não tinha descoberto como falar sobre isso ainda.

Ele parecia saber disso também, e continuou, seus cascos batendo suavemente contra a terra, firmes como um batimento cardíaco. Renee percebeu que o que dançava em sua mente não tinha nada a ver com o pai, a mãe ou até mesmo com o avô. O que ela precisava falar estava bem aqui no rancho. Bem aqui em seus braços. Companheiro de vida. Eles não tinham falado sobre isso desde que ele disse ao rebanho. Como se soubesse que isso a assustava mais do que qualquer busca de emoção que ela fizera com Steph. Mas agora ela estava pronta para pular. Respirando, ela apertou os braços ao redor das costelas de Black. — Você quer se casar comigo? Sério? Outra fala brega, ela percebeu, tarde demais para voltar atrás. Black parou e esticou o pescoço para olhá-la, seus lábios curvados em um sorriso de lado. — Você não está apenas brincando comigo, está? Ela sorriu maliciosamente. Ele realmente a entendia. — Eu nunca fui muito boa em enrolar, então achei melhor ir direto ao ponto. Além disso, você me chamou de sua companheira de vida, certo? Seu rosto ficou solene. Com um movimento hábil, ele a levantou de costas e a colocou gentilmente no chão antes de voltar à forma humana. — Você é minha companheira de vida, Renee. Eu te amo. Não tenho nada a oferecer além de mim e uma promessa de adoração e proteção imortal. Mas

se você for minha noiva, eu me comprometo a você livre e plenamente, até que a morte roube meu último suspiro. Renee deu um passo mais perto. — Eu não sei como você fez isso, mas você me mudou. — Ela engoliu em seco. — Eu te amo, Black. Ele olhou nos olhos dela. — Você me mudou também. Deslizando uma mão ao redor de seu pescoço, ele segurou sua cabeça e a puxou para um beijo. Ela colocou as mãos ao redor de sua cintura e pressionou o batimento cardíaco ao lado dele. Ela finalmente encontrou a emoção pela qual estava disposta a morrer. E era a única que ela queria repetir todos os dias pelo resto da vida.

FIM
Tamsin Ley - 02 The Centaurs Bride (rev)

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