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OS DOZE PASSOS DE CIUMENTOS ANÔNIMOS
Texto original: Al. Kohallic e o Monstro dos olhos verdes Traduzido com permissão de: “Jeaslousy Anonymous”
Sumário INTRODUÇÃO: UMA VISÃO GERAL ....................................................................................................................... 3 PRIMEIRO PASSO ..................................................................................................................................................9 SEGUNDO PASSO: ...............................................................................................................................................17 TERCEIRO PASSO.................................................................................................................................................21 QUARTO PASSO: .................................................................................................................................................25 QUINTO PASSO (INTEGRIDADE) .........................................................................................................................32 SEXTO PASSO (DISPOSIÇÃO) ...............................................................................................................................36 SÉTIMO PASSO (HUMILDADE) ...........................................................................................................................39 OITAVO PASSO (AMOR FRATERNAL, DISPOSIÇÃO PARA PERDOAR) ..................................................................44 NONO PASSO (O AMOR EM AÇÃO, JUSTIÇA – FAZER A COISA CERTA!).............................................................48 DÉCIMO PASSO (PERSEVERANÇA) .....................................................................................................................55 DÉCIMO PRIMEIRO PASSO (ESPIRITUAL) ............................................................................................................67 DÉCIMO SEGUNDO PASSO (DESPERTAR, SERVIÇO, PRÁTICA)............................................................................77
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INTRODUÇÃO: UMA VISÃO GERAL
Precisa-se de muita habilidade para conseguir desabilitar um velho e mau hábito, assim como para construir um hábito novo e saudável. O que se segue é um processo com a finalidade de substituir este velho hábito pessoal, o qual vamos chamar aqui de “Realidade Dos Ciúmes”, por um novo. Embora este seja um processo simples, não será fácil. Qualquer coisa que se repita muitas vezes durante determinado tempo, irá se tornar um hábito. E se este então estiver sobrecarregado de profundas emoções negativas, é provável que se transforme parte da nossa "realidade pessoal” onde irá se “sentir em casa”, agindo livremente em nossas mentes. Na verdade, para se experimentar uma mudança verdadeira, cura ou uma transformação real, exige-se um trabalho intenso. No caso desta doença, OS CIÚMES, transformar-se não será como tirar um casaco antigo de nosso corpo, mas como arrancar a própria pele! O cérebro utiliza milhões e às vezes milhares de milhões de células para formar cada hábito. De fato, a maioria dos hábitos que nós adquirimos tem um lado espiritual, mental, físico, emocional e social. De qualquer forma, todas as áreas da condição humana são modificadas para que um hábito seja habilitado ou desabilitado. Em outras palavras, velhos hábitos tornam-se nossa "realidade pessoal". Esta "realidade pessoal" é a maneira pela qual experimentamos o nosso mundo, real ou ilusório. Precisamos tomar de volta o poder que demos a este hábito antigo: os ciúmes. Na verdade, precisamos injetar um nível bem elevado de energia em nosso novo hábito de pensar saudável; talvez um pouco mais de energia amorosa e incondicional, no lugar do falso ciúme, que muitas vezes nos engana ao nos fazer acreditar em seu discurso ilusório. Se você estiver disposto a fazer o que for preciso para praticar esse processo, então ele irá funcionar! Não comece este processo até que tenha colocado na balança o quanto isso vai lhe custar e/ou beneficiar. Nossa experiência tem nos mostrado um excelente resultado: uma nova conscientização, um novo consciente sedimentado, focado em fortificar esse novo hábito saudável, reduzindo a pó o poder do velho hábito doentio. Temos conseguido detectar e impedir a doença, toda vez que ela tenta atuar em nossa mente. Aprendemos a conhecer nossa inimiga tão bem quanto ela nos conhece. Isso implica em um seríssimo compromisso com este processo, por um determinado período de tempo. Sugerimos para começar, 40 dias! Medidas meia boca não nos ajudaram em nada. Na realidade, qualquer coisa menor do que um compromisso total pode nos dar a ilusão de que realmente tentamos e que o processo falhou. O Programa dos Doze Passos de Alcoólicos Anônimos foi incorporado neste plano de ação. Isso não quer dizer que este processo seja um substituto do programa. É um plano de ação com o objetivo 3
de PRATICAR ESSES PRINCÍPIOS [espirituais em sua natureza], EM TODAS NOSSAS ATIVIDADES. Nesta oficina, queremos praticar esses princípios nos assuntos que se referem à doença dos ciúmes. Queremos que esta doença seja mudada, curada ou transformada em um bem maior, um novo hábito, uma parte mais amorosa, sábia e útil da nossa realidade pessoal. Para alguns de nós, esta doença tem sido uma grande parte da condição e causa da nossa dependência primária. Não é nossa intenção ensinar novos truques a macacos velhos - no entanto, não somos exatamente macacos velhos e nem este processo de cura um truque! Este processo não nos sugere negociar um vício terrível por um menos prejudicial. Destina-se a abrir-nos para a possibilidade de um verdadeiro Despertar Espiritual, que poderá realmente nos transformar naquela pessoa que poderíamos ser se não sofrêssemos deste mal. O processo não serve apenas para anularmos o poder do velho hábito inútil e prejudicial, mas para também termos condições de enriquecer nossas vidas, com princípios amorosos, que são espirituais em sua natureza. Um Princípio Espiritual se torna mais poderoso quando o utilizamos de forma amorosa. O ciúme obsessivo vem da materialidade, do ego. Durante o tempo em que você estiver trabalhando neste processo, terá de se abster de seus gatilhos. Identifique-os primeiramente. Faça uma lista com todos eles. Em relação aos ciúmes, você deve se abster de fazer perguntas inquisitivas como “quem estava naquela reunião?” ou “com quem você foi almoçar hoje?”. Você não deve promover “encontros por acaso” ou “checar ligações no telefone celular”. Evite o primeiro fuxico na internet. Você não deve checar com os outros o que eles sabem ou não sabem sobre ele (ela). Você não deve ficar remoendo o passado, seja ele qual for real ou ilusório. Temos certeza que você começa a entender a essência do que estamos falando e a importância de evitar um início negativo ao processo. Muitos de nós que tiveram a doença dos ciúmes sabemos que não podemos abrir a porta para a insanidade de maneira segura, tanto quanto o alcoólatra não pode tomar o primeiro gole ou sequer "usar uma droguinha” e trabalhar com sucesso o programa de AA. Os adictos têm o hábito de ver e lidar com a vida através de sua adicção e assim fazemos com a doença dos ciúmes. Se esta doença não for modificada, curada ou transformada, irá então permanecer no poder, mesmo que não percebamos. Poderemos achar em algum momento, que ela desapareceu, mas estará mais viva do que nunca, invisível e sorrateira, esperando para acabar mais uma vez com nossos relacionamentos, através de sua desconfiança alucinante, acusações e brigas intermináveis. Por isso, dedique-se a sua recuperação e “não desista antes do milagre acontecer! ”. Os alcoólicos e dependentes químicos podem obter ajuda adicional durante a desintoxicação, através de internações e tratamento específico. Na verdade, cada adicção, seja ela por açúcar, 4
nicotina, cafeína, compras, medicamentos sem receita, álcool ou qualquer outra droga, mesmo a droga que chamamos de culpa e punição, vai experimentar algum tipo de abstinência, de desintoxicação. Todo aquele que está em processo de mudança de um antigo hábito físico, mental, espiritual, emocional ou social, terá certamente problemas de abstinência. Subestimar os outros sobre o que podem ou não podem saber, sobre a desintoxicação da doença do ciúme seria um erro. Com a ajuda dos princípios espirituais e de nosso Poder Superior, nos tornamos livres da obsessão do ciúme, e manter este propósito se tornou nosso objetivo. Sim, é muito importante estar livre de um velho hábito nocivo, qualquer que seja ele. No entanto, queremos investir o nosso tempo, interesse e energia na solução, nos esforçando ao máximo em dar vida ao nosso novo hábito. O velho hábito virá cada vez mais fraco e sem nossa aprovação ou incentivo, portanto, nada de convidá-lo para entrar e nem mesmo lhe cumprimentar, pois não vamos arriscar a perder nosso recém-adquirido bem estar. Lembre-se de que o velho hábito é agora um convidado perigoso e indesejado, e por isso, devemos estar vigilantes para que ele não se infiltre em nossa consciência. Uma sugestão - quando você estiver trabalhando em qualquer processo de mudança, é melhor evitar contar a alguém o que está fazendo, a menos que esta pessoa possa lhe compreender por já ter vivido essa experiência, ou estiver também trabalhando o mesmo programa. Falar pode atrapalhar sua recuperação, pois qualquer crítica destrutiva pode lhe fazer perder a vontade de se recuperar. Também é muito comum alguém que tenha o mesmo velho hábito prejudicial, mas que não queira mudá-lo, tentar desincentivá-lo. Espere até que a sua experiência alcance certo sucesso, trazendo-lhe como resultado uma mudança na sua “realidade pessoal”. Um velho e inútil hábito nocivo é aquele que não funciona mais para nós, cujo preço a se pagar por mantê-lo é caro demais. Geralmente é muito parecido com qualquer adicção - ele foca em uma pessoa, lugar, coisa ou evento, de forma a alterar completamente nosso humor, ora nos anestesiando da dor de viver, ora buscando prazeres doentios, limitando e prejudicando nossa vida. Velhos hábitos, inúteis e prejudiciais lutam para resistir a qualquer mudança. Para o hábito, a mudança significa a morte, pois ela é construída através de nosso crescimento espiritual. Eis aqui alguns exemplos do que estamos falando: Hábitos inúteis e prejudiciais
Exemplos de como se manifestam
O medo da mudança é igual ao desconhecido em "Isso é apenas da maneira que é” relação ao familiar. O problema tem um benefício oculto, um suborno – ele diminui as expectativas
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A baixa autoestima nos é extremamente cômoda.
"Eu realmente não consigo ou não me sinto digna... não vai dar, não vou nem tentar"
Há uma falsa sensação de segurança quando nos “Não existe possibilidade de eu praticar essas sentimos "perdidos", pois como seria viver sem mudanças sugeridas” nenhum de nossos problemas? Medo de abrir mão do controle “Será que trabalhar isto vale a pena?” Desconfiança do novo processo. Muitos de nós temos sido relutantes, em procurar ajuda para a doença dos ciúmes ou até mesmo, em dizer aos nossos amigos ou colegas de trabalho o quão sério nosso problema está, como se eles nada percebessem. No caso de Al, ele não quis procurar ajuda porque ainda se encontrava em negação. Às vezes, Al dizia a si mesmo que, se tudo que o perturbava e sentia fosse verdade, ele nunca se sentiria em recuperação no programa de AA. Afinal, havia períodos em que ele se sentia muito bem, sem ciúmes. Vamos contar um pouco mais sobre a história de Al. Através do programa de Alcoólicos Anônimos, Al tinha corrigido um bom número de seus defeitos de caráter, e já tinha alguns de seus hábitos e crenças modificados, transformados ou mesmo substituídos por uma maneira muito mais saudável, útil e feliz de viver. Mas por que estava tão difícil se livrar dos ciúmes? Refletindo sobre isto, lembrou-se de que alguém havia lhe dito certa vez, que o que pode ser aprendido também pode ser desaprendido. Se repetirmos algo durante tempo suficiente, bom ou mau, ele se tornará um hábito e este pode ser substituído por um outro hábito. A doença dos ciúmes é muito angustiante, muito dolorosa, e está profundamente enraizada em muitos de nós. AL tinha sido muito bom estudante, era muito inteligente, e tinha sido um autodidata. Louis, padrinho de Al, lembrou-lhe de ter explicado o mesmo em relação ao seu problema com a bebida. Louis: aprendi mais sobre a forma como eu pensava, sentia e reagia em relacionamentos de todos os tipos, quando comecei a me recuperar da doença dos ciúmes. Na verdade, cada uma das condições e causas do meu alcoolismo veio à tona com força total quando parei de beber. Fiquei muito ciumento e possessivo com a família, namoradas e amigos. Acabei com a minha família e não tenho certeza se me restou algum desses bons amigos. Meu perfeccionismo doentio se deu tanto de forma negativa como positiva; como eu tinha que ser perfeito e amado para que me sentisse valendo a pena, todos tinham que ser perfeitos também. O comportamento dos outros podia realmente me definir. A dor emocional era tão profunda e além da minha resistência, que às vezes eu tinha a sensação de que iria destruir tudo e todos a minha volta. Eu tinha um monte de pensamentos irracionais, como "Eu não poderei ficar sóbrio se eu não encontrar alguém que me ame de verdade." Lembro-me da velha canção, "Você não é ninguém até que alguém te ame. ” Mas quem iria topar 6
isso? Deste jeito, rapidamente eu estaria dizendo à pessoa a quem me apeguei, algo como: "Você me pertence, então não pense em sair da linha!". Eu não deixava minha esposa trabalhar, para que ela tivesse que depender de mim: "Eu pago as contas e não se esqueça, você me deve isto! ”, “Me respeite ou então eu vou cortar o dinheiro! ”, “Eu não vou ficar aqui para você sair por aí como se fosse solteira!”, “Se você sair para jogar, é melhor que seja comigo. Não pense que você pode simplesmente sair sem mim; vou encontrá-la e você vai se arrepender de ter nascido! ”, “Se eu não posso ter você, ninguém vai. Eu nunca poderei encontrar alguém como você, então eu não posso deixá-la ir”. Al: o que você compartilhou agora me fez lembrar do trabalho com outros alcoólicos. Eu posso ver que você sabe bem do que está falando. A menos que você realmente tenha me enganado, sinto que você parece ter experimentado uma grande quantidade de cura em relação a esta doença dos ciúmes. Louis, você realmente chamou a minha atenção para o fato de que existe uma solução. Para onde eu vou daqui? Louis: para aqueles de nós que estão dispostos a fazer o que for preciso para mudar, curar ou transformar em algo positivo esta doença dos ciúmes, existe de fato uma boa notícia! O mesmo processo que você usou para o seu alcoolismo, você também irá usar agora para tratar deste assunto. "Os 12 passos de AA se trata de um grupo de princípios espirituais que se praticados como forma de vida, podem expulsar a obsessão pelo beber, e permitir que o doente se torne uma pessoa íntegra, feliz e útil”. (Prefácio, Doze Passos e as Doze Tradições). Os Doze Passos são princípios espirituais muito importantes em nossa recuperação, pois podem ser aplicados em qualquer área de nossas vidas, e nos darão cada vez mais resultados benéficos se os utilizarmos de forma contínua. Relata-se que de cada sete alcóolicos que fazem uso dos Doze Passos, seis o fazem também para outros fins que não o alcoolismo. Prestemos atenção no que diz o 12º passo: “... procuramos praticar estes princípios em todas as nossas atividades. ” Em outras palavras, precisamos praticar, praticar, praticar até descapacitar o velho ciúme e capacitar a nova maneira de viver. "... os doze passos se utilizados como modo de vida, podem nos libertar da obsessão pelo álcool (assim como dos ciúmes), e transformar o sofrimento em felicidade e utilidade. ” Precisamos de alguma cura para nos sentirmos livres novamente. Aqueles que sofrem da doença dos ciúmes foram prejudicados por um longo tempo, e demorarão um período para se restabelecerem e se reconstruírem. Por isto, é preciso ter paciência. Nosso problema se centra em nossa "realidade pessoal” e é aqui que nós iremos procurar uma transformação espiritual, mental, física, emocional e
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social. Por termos experimentado esta cura em outras áreas da vida, temos uma fé inabalável na Graça do Poder Superior, e sabemos que Ele vai fazer por nós o que não podemos fazer sozinhos. Quando você iniciar a sua prática diária, eis aqui uma boa oração que muito nos ajudou: “Concedei-me Senhor, honestidade, mente aberta e boa vontade neste momento. Peço sua orientação, amor e sabedoria para trabalhar este programa o melhor que puder. Prontifico-me a conseguir deixar de lado, tudo o que ainda acho que sei sobre os ciúmes. Entrego minha vontade a Ti, aqui e agora, a fim de me conectar com a realidade. Que eu possa realizar Seus três dons espirituais: despertar para o Senhor, exercer o amor que há em mim, e me tornar o ser humano que me criastes para ser! Bom, puro, honesto e livre. Obrigado (a)”. 1) AS SEIS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ALCOOLISMO E OUTRAS ADICÇÕES:
Estudando as seis características essenciais do alcoolismo e outras adicções, podemos perceber que em alguns aspectos, a doença dos ciúmes é muito parecida com qualquer outro vício. Na verdade, a doença dos ciúmes em alguns casos, pode ser uma grande parte da condição e causa de nossas adicções primárias, podendo nos levar de volta ao uso destas se não for tratada, ou, podemos permanecer como “bêbados secos", levando uma vida sem alegria, felicidade e liberdade. Em memórias de Louis - memórias da esposa de um dos cofundadores de Alcoólicos Anônimos, ela escreveu algo interessante: a única vez em que ela sentiu medo de Bill W. voltar a beber, foi quando ele teve um acesso de ciúmes. Deixe-a contar a história: "O incidente aconteceu enquanto nós estávamos com quatro ou cinco alcoólatras que viviam conosco em Clinton Street. Eu estava começando a me sentir um pouco revoltada, já que Bill parecia não precisar mais de mim. Mas um desses rapazes precisou. Eu precisava me sentir necessária. Então comecei a passar muito do meu tempo tentando auxiliá-lo em suas dificuldades. Eu disse a Bill sobre o meu interesse em ajudá-lo, e Bill usou de muita compreensão e amor por um longo tempo. Até que um dia, o ciúmes lhe subiu forte à cabeça e o tirou de si. Bill , o cofundador de AA, saiu porta afora à procura de um bar. Felizmente, seja por hábito ou orientação Divina, ele fez seu caminho para a casa de um AA. Lá, ele se acalmou. Voltou para casa sem graça, mas sem ter passado por perto de um bar. Penso que esta foi a única vez em que me preocupei que ele pudesse voltar a beber. ("Lois se lembra, página 135, Sede do Grupo Familiar Al-Anon, Inc”).
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PRIMEIRO PASSO “Admitimos que éramos impotentes perante à Doença Dos Ciúmes e que nossas vidas se tornaram incontroláveis”. Todo mundo tem um dom especial para compartilhar com os outros e consigo mesmo. Se pudéssemos ficar quietos e ouvir a sabedoria do nosso coração, saberíamos como resolver nossa problemática. O segredo da felicidade é conhecer e usar o nosso dom especial. O segredo para a abundância é compartilhar nosso dom especial com os outros. Se isto é verdade, por que não estamos vivenciando esse dom especial? Muito provavelmente, o que temos feito é caminhar pela vida adquirindo inúmeras ilusões doentias, e uma delas claramente são os ciúmes. O primeiro passo é uma ferramenta inicial neste programa, o que pode nos ajudar a remover as ilusões e obstruções que parecem bloquear o nosso dom especial, de modo que uma cura natural passe a substituí-las. Quando realmente percebermos e aceitarmos a nossa total impotência em conseguir mudar nosso entendimento atual, e nossa incapacidade de ficarmos quietos, e se estivermos verdadeiramente dispostos a procurar ajuda, a cura virá. a) Sempre comece com o primeiro passo: Se já tivermos tido sucesso anteriormente ao trabalhar o programa de Doze Passos, quem sabe seja a hora de voltar a aplicá-lo em outras áreas de nossas vidas. Talvez fiquemos tentados a pular os três primeiros passos, e começar logo a escrever um outro inventário focado nos ciúmes. Porém, nossa experiência nos mostra que se assim o fizermos, haverá uma forte probabilidade de fracassarmos. Sugerimos seriamente, que se comece pelo primeiro passo. É importante chegarmos à conclusão de que não somos capazes com a nossa compreensão atual, sozinhos e sem ajuda, e de experimentarmos qualquer mudança verdadeira na doença dos ciúmes. Precisamos perceber que somos impotentes e não podemos gerenciar nossas vidas muito bem com a nossa mentalidade atual, agindo de forma assertiva e de maneira consciente. A mesma mente que nos fez doentes não vai nos salvar agora, a não ser que a modifiquemos com a ajuda de um Poder Superior. Tudo o que precisamos é receber alimento espiritual específico para a doença dos ciúmes. Al: uma vez que já admiti ser impotente e que eu não posso gerir a minha vida, então por que fazê-lo novamente? Louis: nossa mente nos prega peças. Os ciúmes é um bom exemplo disso. Devemos trabalhar os passos nesta área, e então poderemos generalizar essa experiência para abarcar todas as outras. 9
Seria como ter experimentado certo sucesso na área profissional, e depois pensar que devemos ser automaticamente bem-sucedidos em todas as outras áreas de nossas vidas. Muitas vezes, precisamos de sabedoria espiritual em relação a determinados assuntos que não vamos conseguir obter num programa que abrange a vida de forma geral. É preciso nos aprofundar no tratamento daquilo que nos está prejudicando muito. Uma pessoa nova no programa, muitas vezes experimenta altos e baixos direta ou indiretamente, devido a essa generalização. b) Desvendando a dor: Criamos o primeiro passo de uma forma que nos ajude a desvendar nossa dor, deixando-a bem exposta para que consigamos enxergar e compreender melhor a doença dos ciúmes, a fim de que esta possa ser modificada, curada ou transformada. As perguntas a seguir, vão abranger toda nossa problemática. Qual será o preço a pagar se eu não quiser mudar? O que poderemos ganhar se tentarmos mudar? Al: eu não quero e nem preciso mais sentir essa dor. Louis: então, mãos a obra!!! c) Examinando seis características essenciais: Em geral, existem seis características essenciais do alcoolismo e de outras adicções. Conhecêlas pode nos ajudar a entender qual o melhor caminho a trilhar. Elas podem ser úteis para aumentar o nosso “insight". Em outras palavras, ajudam a quebrar nossa negação se estivermos prontos. Queremos aumentar a consciência da dinâmica do nosso problema, e criar estrutura para controlá-lo. Essas características se aplicam na maioria das áreas problemáticas, não apenas às adicções químicas, mas a outras doenças, como a neurose e codependência. São elas: 1. ALERGIA - são fenômenos de desejo físico que entram em ação com o primeiro gole de álcool, fatia de bolo, pílulas, drogas, etc. Al: quando comecei a sentir ciúme obsessivo, eu não tinha o mesmo tipo de desejo físico como tomar uma bebida alcoólica, mas me parece que havia uma reação física durante meus ciúmes insanos. Por exemplo, quando eu começava a acreditar que estava sendo traído, meu corpo físico era bombardeado por uma quantidade excessiva de “raiva química” e uma sensação de curto-circuito. Posso dizer que pensava, agia e sentia como se eu estivesse bêbado ou drogado. Como era sua reação física à "droga do ciúmes?”.
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2.
PROGRESSIVIDADE
A doença é progressiva, lenta e fatal, mas antes de matar, desmoraliza. A doença dos ciúmes, obsessiva e compulsiva em sua natureza, nos leva a ter um sentimento exacerbado de posse. Muitos de nós fomos levados a pensar durante anos, que estávamos sendo passados para trás por nossos parceiros. Nunca nos ocorreu que o problema estava em nós mesmos, e onde quer que fôssemos, ele iria atrás para nos chafurdar na lama da infelicidade, criando discórdia e separação, insegurança e sofrimento a todos que passassem por nossas vidas. Quase ninguém era digno de nossa confiança. Até que chegamos ao fundo do poço e decidimos procurar por ajuda em Ciumentos Anônimos, tendo a “leve impressão” de que poderíamos ter alguma parcela de responsabilidade em todos esses desencontros. Estávamos destruídos e ainda assim, continuávamos suspeitando da honestidade dos outros mais do que nunca. Sim, estávamos adictos à doença dos ciúmes, lenta, progressiva e fatal. Al: da mesma maneira que meu alcoolismo piorou ao longo dos anos de bebedeira, meu problema com os ciúmes insano foi progredindo por demais, a ponto de eu não ter mais um momento de paz. Mesmo depois que conheci o programa, meus ciúmes piorou drasticamente. Eu não tinha mais álcool para anestesiar essa sensação violenta que os ciúmes causam. Como foi que sua doença progrediu? Foi rapidamente ou demorou muito tempo para lhe prejudicar e causar sofrimento?
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AUTOILUSÃO Começa com a negação, em seguida a repressão, jogos mentais intermináveis,
racionalizações, e começamos então, a observar o nosso consciente a mentir. Nossa racionalização e nosso consciente passam a nos dar informações erradas, e para combater essa insanidade, precisamos trabalhar seriamente nossa confiança, autoestima, respeito e auto respeito. A todo o custo devemos manter nosso comportamento adicto distante. Al: eu não sei o que eu teria feito sem a negação. Se eu tivesse percebido mais uma falha nos primeiros dias de AA, teria me matado. Porém, tempos depois, quando a minha negação acabou em relação à doença dos ciúmes, eu não podia me enganar mais. Mas até então, eu tinha pouca ou nenhuma confiança, respeito e autoestima para vencer este problema. 11
Qual tem sido sua experiência com auto ilusão, negação, repressão, jogos mentais, racionalização, e em seguida, com a “mente que mente” em relação aos ciúmes?
4- DISTORÇÃO DA ATENÇÃO – preocupados com o objeto de nossa dependência, não conseguimos pensar em outra coisa que não seja a pessoa, alvo da doença, e tudo que a ela esteja ligado. A distorção se torna a nossa última preocupação, pois não conseguimos percebê-la. Outra palavra para isso é "idolatria". O vício (doença) se torna nosso Deus. Al: quando eu ainda estava bebendo não conseguia parar de pensar onde e como seria minha próxima bebedeira. Minha obsessão pela bebida era realmente a minha principal preocupação, meu Deus. E quando me percebi dominado pela insanidade dos ciúmes, minha obsessão se parecia muito com a da bebida, pois eu tinha que ter certeza de que a minha mulher não estava com alguém, e eu nunca conseguia obter uma garantia suficiente. Eu fiz tantas coisas doentias tentando pegá-la ou pegar "ele". Eu não conseguia me concentrar no trabalho, ou, em qualquer outra coisa quando “o monstro dos olhos verdes” aparecia. Meus pensamentos sobre o que minha esposa poderia estar fazendo se tornaram minha maior preocupação. Dê um exemplo deste tipo de pensamento obsessivo, descrevendo os sentimentos que você experimenta durante um ataque de ciúme.
5. PERDA DE FORÇA DE VONTADE - cada vez que nossa força de vontade falha, mesmo quando tentamos lutar com a melhor das intenções, nos sentimos ainda mais desesperados, inúteis e sem valor. O maior dano à autoestima vem de repetidos fracassos na tentativa de mudar o comportamento viciante. Realmente dói demais quando tentamos o nosso melhor para parar e não conseguimos. Al: quanto ao ciúme insano, prometi a mim mesmo e a minha esposa que nunca, nunca mais iria desconfiar dela ou acusá-la novamente, mas nunca consegui manter minha promessa. Assim como no alcoolismo, eu não conseguia lidar com o meu problema apenas com minha força de 12
vontade. Esta estava completamente fora de questão. Enquanto eu ainda bebia, conseguia esconder atrás de meus porres a profundidade da minha doença em relação aos ciúmes. Eu dizia a mim mesmo: "Eu não teria me comportado assim se eu não tivesse bebido”. Quando parei de beber, a máscara imediatamente caiu e a coisa realmente ficou “feia pro meu lado”. Eu precisava arranjar mais uma prova de que minha esposa estava realmente me traindo. Agora posso dizer que; "eu realmente não tenho dado o meu melhor, mas agora sinto que vou conseguir chegar até o fim na minha busca!”. Você pode dar exemplos de sua perda de sua força de vontade?
6. EFEITO REBOTE - "Eles são agitados, irritados e descontentes, a menos que possam novamente experimentar a sensação de facilidade e conforto que vem de uma vez, após tomar o primeiro gole ou dar a primeira mordida...”. Nossa dependência torna-se parte do nosso sistema nervoso central, quanto mais repetimos o mesmo comportamento. Temos, em alguns casos, bilhões de células no nosso corpo e no nosso cérebro. A adicção se torna nossa "realidade". Nossa mente diz: "faça-o novamente!". Quando o corpo / mente são privados de algo que se acostumaram, respondem com sinais de perigo, como se algo estivesse errado. Então nós temos o que podemos chamar de efeito rebote, uma experiência de pico, uma espécie de comando cerebral que nos faz repetir imediatamente a ação. Sentir algum rebote, muitas vezes, é da condição humana em qualquer ciclo de crescimento. Mas aqui, estamos falando de algo diferente: parece que não podemos ir muito longe, pois logo nossa realidade pessoal nos dirá para “voltar para casa!". Poderemos sofrer algum efeito rebote durante o processo de recuperação, mesmo depois de algum sucesso, mas, se não entendermos que o ciclo de recuperação está susceptível a isto, ficará difícil confiar no programa. "Como eu poderia me sentir tão para baixo depois de ter dado um grande salto?" . Sobre isto, podemos dizer: insista, persista e não desista! O melhor está por vir! Al: para mim, ter um efeito rebote foi o primeiro sinal da minha insanidade. Eu tinha tanta certeza de que tudo estava sob controle, que não entendia, quando, de repente, sem nenhuma aparente razão, era assaltado por uma obsessão incontrolável de promover algum “encontro por acaso” para dar um possível flagrante. Fazer perguntas intermináveis, sondando com alguns amigos se sabiam de alguma traição, cismando de algo que eu já tinha certeza, também era algo comum. Havia momentos em que eu me sentia cheio de amor, paz e compreensão, me achando curado com toda 13
certeza. Em seguida, algo tão pequeno me trazia novamente os ciúmes e como eu não estava esperando por isso, achava que não iria mesmo conseguir me recuperar. Mas o programa me ensinou a praticar a tolerância e ter paciência. O resultado do processo cabe a um Poder Superior a mim. Relate sua experiência ao tentar se controlar, e não atuar nos seus gatilhos, quando foi assaltado pela doença do ciúme.
1. Você identificou que realmente sofre da doença do ciúme e que precisa se recuperar dela? 1. Sim ( ) 2. Não ( ) Se sim, continue a responder às perguntas do seu primeiro passo: 2. Que dor ou medo você associa com a mudança ou cura da doença do ciúme?
3. Que prazer que você sentirá por não mudar ou curar a doença do ciúme?
4. Quanto irá lhe custar se a doença do ciúme não for alterada, curada ou transformada?
5. Quais são os benefícios em tratar desta doença e tê-la modificada ou curada em sua vida?
6. De que maneira este problema coloca seus relacionamentos importantes em risco? (Dê exemplos).
7. Você perdeu o auto respeito e / ou a reputação devido a este problema? (Dê exemplos).
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8. Esse problema tem feito sua vida familiar infeliz? (Dê exemplos).
9. Esse problema tem lhe causado qualquer tipo de doença? (Dê exemplos).
10. Você se sente atraído (a) pelo tipo de pessoa que lhe permite atuar na sua doença? (Dê exemplos). O que tem em comum os parceiros que você já se relacionou? Eles se deixam ser rebaixados ou humilhados?
11. Que parte desta doença faz seus entes queridos, amigos, familiares ou colegas reclamarem mais? (Dê exemplos).
12. Que tipo de abuso aconteceu a você e / ou a outros devido a esta doença do ciúme? (Dê exemplos).
13. Dê exemplos do que você tem feito até conhecer este programa, para corrigir, controlar ou alterar esta doença do ciúme.
14. Quais foram os sentimentos e emoções - e condições de ter tentado alterar ou controlar esta doença por sua própria força de vontade? (Dê exemplos).
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15. Neste momento, pergunte a si mesmo: "Se esta é uma área tão importante na minha vida, porque eu não mudei? ”. Agora estou disposto (a) a fazer o que for preciso para ter esta doença do ciúme mudada, curada ou transformada?
16. Se a sua resposta para o número 15 é SIM - escreva o primeiro passo. - Admito que sou impotente perante a doença dos ciúmes que a minha vida nesta área se tornou incontrolável. Eu não posso apenas com a minha vontade e compreensão atual, consciente e consistentemente, gerir esta área problemática. Devido ao fato de que às vezes conseguimos "gerenciar" os ciúmes, temos a ilusão de que somos capazes de vencê-lo, mas para a maioria de nós, esta doença fica sob nosso controle por períodos de curta duração na melhor das hipóteses!
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SEGUNDO PASSO: Viemos a acreditar que um Poder Maior do que nos poderia nos devolver à sanidade. O primeiro passo nos mostra o nosso problema - somos impotentes perante a nossa pequena "realidade pessoal”, isto é, não conseguimos modificar nossos pensamentos e sentimentos sozinhos e sem ajuda. Derrotados por nossas rotinas e hábitos nocivos, somos incapazes de gerir de forma consistente nossos pensamentos, sentimentos ou ações. O segundo passo nos diz qual é a solução. Precisamos despertar para um Poder Maior do que nós mesmos. Então, como vamos fazer isso? Como é que vamos chegar a partir do primeiro passo, o problema, para o segundo passo, a solução? Bem, isso é o que os nossos outros dez passos os quais chamamos de “A Comunhão”, e o resto do nosso programa poderão fazer por nós se estivermos dispostos. A volta à sanidade é o resultado do processo encontrado por vivenciarmos e praticarmos este programa, um dia de cada vez. Nós voltaremos a viver com saúde mental, e a agir de uma maneira mais saudável em todas as áreas de nossa vida. Al: a história sobre Jay, o pedestre imprudente, é uma mensagem que guardo em minhas memórias. Como explica o livro Alcóolicos Anônimos, "nosso comportamento é tão absurdo e incompreensível no que diz respeito ao primeiro gole, como a de um indivíduo em relação a uma paixão doentia”. E assim foi com Jay... Ele curtiu a vida “adoidado” por alguns anos, apesar de ter recebido algumas advertências de pessoas que gostavam dele. Porém, com o passar do tempo a sorte o foi abandonando, e a vida começou a feri-lo levemente de maneira sequencial. “No último ano em que bebi, tive um grande prejuízo material, e mesmo assim continuei bebendo por mais um tempo...” Então, Jay decidiu se internar numa clínica, na esperança de consertar sua vida. Mas no mesmo dia em que saiu, atravessou a rua correndo de maneira imprudente e foi atropelado por um carro do corpo de bombeiros, quebrando suas costas. Um acidente verdadeiramente terrível. Tal homem seria um louco? Ele mesmo pode nos responder: “Eu me isolei de todos esperando conseguir me modificar, mas mal sabia eu, que cairia novamente nas garras da velha doença da adicção, que atua em cada pensamento, sentimento e comportamento meu. Atua até mesmo em meu dizer. Sim, agora entendo que devo ser devolvido à sanidade, se é que um dia já estive são. Eu sinto que preciso fazer o que for preciso para viver este programa, este modo de vida, e 17
só assim deixarei de ser um pedestre imprudente, espiritual, mental, física e emocionalmente falando”. Você deve estar se perguntando o porquê da crase na oração “ser devolvido à sanidade”. Isto quer dizer que não será ela que retornará a nós, mas nós é que seremos devolvidos a ela, ou seja, devolvidos ao mundo da saúde mental, onde as pessoas que nele vivem, sentem e agem com equilíbrio emocional, enxergando e aceitando a realidade como é e deve ser, longe da visão deturpada causada pela vontade egocêntrica. Al: eu percebi o quão impotente estava, quando comecei a trabalhar fora, em um hospital, pois me faltava serenidade, concentração e aceitação. Me perguntava o tempo todo onde e com quem estaria minha esposa, e a desconfiança crônica de estar sendo traído me consumia a alma. Não só me sentia falido em todas as áreas da minha vida, como eu tinha provas disso. Algo estava muito errado comigo e eu me perguntava o que seria. A falta de poder foi o meu problema. Tive de encontrar um poder para que pudesse continuar vivendo, e este tinha de ser um Poder Maior do que a mim mesmo. Mas o que fiz para encontrar este Poder? Bem, é exatamente sobre isso que este passo trata. Seu principal objetivo é permitir que você encontre um Poder Maior do que a si mesmo, que consiga transformar ou curar a doença dos ciúmes (ciúmes obsessivo e compulsivo). Mesmo que no começo não consiga acreditar que isso possa funcionar, é necessário querer e crer. Mesmo depois de começar a se dedicar a este programa, alguns milagres podem começar a acontecer, pois hoje já não há mais dúvidas: sabemos que existe um Poder Superior a nós mesmos que permanece ao nosso lado em tempo integral. Que você possa encontrá-lo agora. Graça - alguns de nós temos uma antiga crença de que se trabalharmos a fundo neste programa, iremos ganhar algum dom especial dos céus, mas não é exatamente assim que funciona. Não podemos ganhar os três dons espirituais, vez que estes já nos foram dados quando criados pela Graça Divina. Porém, cabe a nós, estarmos abertos e receptivos o máximo que pudermos para nos conectarmos com esta Graça. Para isto, precisamos desenvolver uma vontade de largar tudo o que não pertence a estes três dons espirituais. A nossa realidade pessoal, é executada no automático vinte e quatro horas por dia, por isso precisamos estar comprometidos com esse processo - caso contrário, vamos continuar a ser vítimas dos nossos próprios hábitos de pensamentos e sentimentos. Realidade - nós não vamos mudar ou ajustar a realidade, mas podemos ser parte da solução, que remove os estragos e atitudes indesejadas causadas por nossa limitada "realidade 18
pessoal”. O que podemos fazer é criar um ambiente onde a cura natural possa ter lugar, onde a nossa realidade pessoal se torne um pouco mais real. E como faremos isso? Através da utilização dos princípios espirituais do programa. Eis aqui os princípios que regem o segundo passo: fé e humildade. 1
Princípio da fé – é possível que estejamos com certa dificuldade em sentir uma fé que funciona. Por isso, precisamos trabalhá-la com afinco, a fim de que ela cresça e se desenvolva em nossos corações. Certa vez, escutamos alguém brincar dizendo que “a fé é igual a um músculo. Precisamos treiná-la diariamente para que se desenvolva.” Podemos nos utilizar da ferramenta espiritual “aja como se.” Isto não quer dizer que iremos nos enganar, mas simplesmente viver como se aquilo em que estamos tentando acreditar fosse de fato acontecer. Temos visto que em algum momento, nossa mente passa a acreditar, e a realmente sentir a forte e verdadeira presença de um Poder Superior. Este encontro espiritual só nos pode trazer benefícios, pois começamos a ter a doce sensação de estarmos muito bem acompanhados e protegidos, aonde quer que formos. 2
Princípio da humildade - este surge quando começamos a ganhar a consciência de que
não somos autossuficientes, e que não há a menor possibilidade de conseguir nos livrar da Doença Dos Ciúmes sozinhos, através de nossa inteligência e intelectualidade. “Deixemos nossos títulos do lado de fora! Precisamos realmente pedir ajuda a Alguém maior do que nós mesmos”. As seguintes perguntas nos ajudarão a obter uma maior sensação do que está por vir: 1. Você acredita em um Poder Superior a você mesmo? Quem é Ele para você? 2. O que você acha que pode fazer para aumentar a sua fé? 3. O que representa a oração para você? Acredita que ela tenha alguma força? Acredita que Alguém ou Alguma coisa lhe ouve quando você ora? 4. Você consegue se lembrar de algum momento em sua vida, em que um Poder Maior do que você mesmo fez o que você não podia fazer em relação à doença dos ciúmes? Liste um ou mais exemplos. Seja preciso (a). Relate também qualquer outra experiência neste sentido em outra área da sua vida. Escreva sua resposta em uma folha separada ou no verso desta folha. 5. Acredita em coincidências ou desconfia que Deus costuma fazê-las acontecer? 19
6. O que entende sobre a expressão “tudo que me acontece de bom ou de ruim, é para o meu bem, para o meu crescimento espiritual? ”. 7. Que situações difíceis aconteceram em sua vida, onde você percebeu ter crescido espiritualmente, depois de passada a dor? 8. Em uma folha separada ou no verso desta folha, escreva sua lista da gratidão - "Eu sou grato (a) por _______________" em relação à doença dos ciúmes. Leia e complemente esta lista por pelo menos 40 dias (nossa quarentena). 9. O que significa sanidade (saúde mental) para você? Acha que Deus poderá devolvê-la? 10. Duvida da existência e do amor de Deus ao constatar as tragédias do mundo, ou entende que tudo tem um por que, por mais que não consigamos entender? 11. Você acha que é uma pessoa portadora de pensamentos positivos? Ou eles são um pouco mais negativos? Se negativos, como acha que seria sua vida se eles não mais povoassem sua mente? Acha que o programa poderia ajudá-lo neste sentido? 12. Como acha ser a qualidade de vida das pessoas que possuem uma fé inabalável num Poder Superior a elas mesmas?
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TERCEIRO PASSO Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, como nós O compreendíamos. Tomar uma decisão pode nos fazer correr para dois lados opostos: podemos decidir nos comprometer totalmente com o programa ou decidir não achar sentido algum em tentar nos modificar. Quanto à primeira decisão, teceremos alguns comentários: mesmo que escolhamos decidir por nos comprometer totalmente com a mudança, nossa realidade pessoal será a mesma neste início, pois ainda não terá se transformado. Isso significa que estamos propensos a derrapar em uma de nossas velhas rotinas e nossos hábitos. Ainda que digamos a nós mesmos: "Farei tudo certo, nem que esta seja a última coisa que faça nessa vida” e ainda assim, não conseguirmos viver de acordo com a nossa promessa, isto não quer dizer que falhamos, mas que nossos velhos hábitos ainda estão agindo no automático. Eles nos alertam sobre o nível de dependência que ainda temos em relação à doença dos ciúmes, obsessiva e compulsiva em sua natureza. Então, não devemos desanimar e sim, entendermos que essas intercorrências fazem parte do processo inicial. Por isso, não devemos nos sentir piores em relação a nós mesmos. Temos que entender de forma amorosa que uma das características principais de dependência é a perda de força de vontade. Antes de ingressarmos em CA, toda vez que nossa força de vontade falhava ao tentarmos evitar os impulsos da doença, nos sentíamos inúteis, impotentes ou miseráveis, mesmo que tivéssemos nos esforçado ao máximo. Entendemos na leitura do primeiro passo, que o maior dano a nossa autoestima vem de repetidos fracassos na tentativa de mudar o comportamento viciante, quando sozinhos e sem ajuda. Realmente dói demais quando tentamos o nosso melhor para mudar e não conseguimos. Mas prestemos atenção na afirmativa: A doença dos ciúmes baixa a nossa autoestima e não necessariamente o contrário é verdadeiro. Ninguém se torna alcóolatra apenas por ser inseguro ou não ter elevada autoestima. Isto pode até causar certa influência, mas certamente, não é a causa! Sinceramente estamos cansados de ouvir que nosso problema gira em torno da baixa autoestima, falta de religião, corpos fora de forma, e até mesmo, por trabalhar mal o programa de 12 passos, como no caso de pessoas que já ingressaram em outras irmandades a exemplo de Al, sóbrio há alguns anos em Alcóolicos Anônimos. Enquanto acreditávamos nisso, corríamos para psicólogos, psiquiatras, 21
academias, spas, mudávamos de religião, fazíamos cursos sobre autoestima, mudávamos de padrinhos e fazíamos muitas vezes inúmeros quarto-passos! Aceitávamos muitos conselhos e orientações, fazíamos celibatos, e até mesmo trocávamos de amores, tendo certeza de que estávamos assim, porque eles realmente não nos faziam bem. Mas, para nossa surpresa, nenhuma dessas “técnicas” funcionou. Tínhamos a sensação de não haver mais solução, pois iríamos morrer sem conseguir a tão sonhada autoestima. No entanto, há nisso tudo, um engraçado paradoxo: Muitos de nós chegamos a C.A. nos sentindo bem com nossa imagem, amando nossas profissões, fazendo parte de boas famílias, possuindo imóveis próprios com até dois carros na garagem. Outros possuem um caráter ilibado, prestam serviços beneficentes à sociedade, têm hobbies apaixonantes, levam uma vida saudável e têm bons amigos. Então por que tanta desorientação nesta área do relacionamento? Todo ser humano sente ciúmes, mas estamos falando aqui de um tipo de ciúmes que destrói nossas vidas e as de nossos entes queridos. Este é um sintoma da doença da adicção, caracterizada por pensamentos repetitivos e incontroláveis, aliado a um comportamento compulsivo. Quase todo ser humano já sofreu ou sofrerá decepções, abandonos, traumas, enfrentou ou enfrentará alguma traição e mesmo assim conseguirá seguir adiante, levando uma vida tranquila. Mas há pessoas que possuem uma sensibilidade maior, que se somada a fatores físicos, mentais, emocionais e espirituais, podem vir a desenvolver esta doença da adicção. Acreditamos que tal combinação de fatores não seja por acaso. Entendemos tal doença como espiritual, ou seja, uma forma de nos conectar com o Divino, onde a cura vem do amor, sentimento traduzido pela vontade de crescer espiritualmente. Sim, depois de tantas tentativas fracassadas chegamos ao fundo do poço e este nos preparou para “abrir a porta” deste programa e para nos certificar da existência de um Poder Superior. “Há apenas uma chave para destrancá-la que se chama boa vontade”. Uma vez destrancada pelo princípio espiritual da vontade, a porta se abre quase que por si só. Olhando através dela, percebemos um caminho com uma só instrução. Lê-se: este é o caminho para uma fé que funciona - (12 Passos e as Doze Tradições de AA). Quanto à segunda decisão mencionada no início deste passo, contaremos uma breve história: havia dez pássaros pretos em cima de um fio. Um decidiu voar. Quantos restaram ali? Dez pássaros. Um decidiu, mas nenhum voou. A isso chamamos “decidir não encontra sentido algum em se modificar”. 22
Princípios espirituais do terceiro passo: 1. Princípio da confiança – este princípio nos é salutar, pois temos sofrido exatamente do contrário. Precisamos aprender a confiar em nosso Poder Superior, em quem aceitamos acreditar. Em C.A., "não esperamos ver para crer, mas cremos para ver!”. Confiando em Deus, saberemos que tudo estará bem, pois aceitamos trabalhar em uma perfeita e harmoniosa parceria, onde somos responsáveis apenas por fazer nosso honesto esforço, e Deus, responsável por nos entregar o melhor resultado. Há quem diga que "nós plantamos o jardim e Ele nos envia as borboletas". Se fizermos nossa parte, poderemos então viver tranquilos, sem medo de traições, ou qualquer outro tipo de dor. Não teremos medo do mal que possa nos acontecer, pois não acreditaremos mais no Mal. Este não existe e jamais existiu. Somos filhos de Deus, e por Ele muito amados e protegidos, e temos agora a certeza de que tudo que nos acontece na vida é apenas para nosso bem, para nosso crescimento espiritual, que só pode nos deixar cada vez mais fortes, felizes e úteis. Sim, podemos dormir e acordar em paz, viver nossos dias desprendidos da preocupação neurótica de estarmos sendo traídos, porque o foco agora está virado para esta dupla espiritual, formada por cada um de nós e nosso Poder Superior. A confiança surge da fé praticada! 2. Princípio do compromisso - este consiste na reafirmação de nossa decisão de entregar nossa vontade a nosso Poder Superior regularmente, independente de estarmos ou não concordando com o resultado. Devemos entender que muitas vezes, não temos condições espirituais de perceber com clareza e de imediato, os planos de Deus, pois estes talvez, irão se concluir mais adiante. Este é um bom motivo para sempre renovarmos o compromisso com nossa recuperação. Isto nos lembra da velha expressão: "não desista antes de ficar bom!”. 3. Princípio da boa vontade - como explicamos anteriormente, este princípio é a chave que abre o caminho da nossa recuperação; trocamos a velha e inútil força de vontade pela boa vontade, que escuta silenciosamente a Voz de Deus. Ação é a palavra mágica aqui. Vamos recuperar a ação! Se você optou pela primeira decisão, escreva agora as perguntas do terceiro passo: Sugestão: Enquanto você estiver trabalhando diretamente nestas perguntas, pedimos que se disponha a entregar tudo o que pensar ou sentir, tudo aquilo que você saiba ou não, tudo! O objetivo 23
deste passo, é que venhamos a adquirir uma mente aberta e esperança para uma nova compreensão. Caso contrário, conseguiremos ver apenas um pouco do nosso reflexo no espelho limitado de nossa realidade pessoal, ouvindo apenas o zumbido de nossa pequena voz interior, presa no calabouço da doença. 1. O que significa para você “tomar uma decisão sobre algo importante em sua vida? ” 2. O que você entende sobre entregar sua vontade a um Poder Superior? Você está disposto a entregar tudo agora, ou ainda gostaria de insistir um pouco mais na sua vontade? Tem encontrado paz e felicidade em sua velha maneira de viver? Se deseja entregá-la a um Poder Superior, isso significa entregar tudo, tanto o "bom" e "ruim”, ou só a parte ruim? ”. 3. Qual é a sua compreensão atual de seu Poder Superior? 4. Você confia em seu Poder Superior? Confia no seu próximo? E em si mesmo? 5. Defina a palavra “confiança”. Sente-se bem quando confiam em você? O que acha de começar a exercer a confiança, começando por confiar neste programa? 6. Estaria disposto a pedir a um Poder Superior que fizesse por você o que é incapaz de fazer por si mesmo? 7. Como acha ser a qualidade de vida das pessoas que conseguem entregar suas vidas e vontades a Deus? 8. O que entende pela expressão “uma fé que funciona”?
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QUARTO PASSO: Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos. Todos ser vivo é instintivo e tem em sua genética, uma programação para perpetuar sua espécie. Os seres humanos têm, entre outros, três importantes instintos naturais de sobrevivência, que valem ser mencionados aqui. O primeiro instinto é o sexual, responsável por sua reprodução e continuação da espécie. O segundo é o instinto de segurança, subdividido em emocional e de subsistência. O emocional representa gregariedade, traduzida pelos laços familiares, amorosos e amistosos. O ser humano é gregário em sua natureza, e tem fortes necessidades de se relacionar. O instinto de segurança de subsistência, em nossa sociedade é representado pela necessidade financeira, onde o homem precisa se sustentar para ter uma vida com dignidade. O terceiro instinto é o social, que se reflete em sua postura e entrosamento em sociedade. Porém, quando a mente começa a sentir um prazer exagerado em relação a algum desses instintos, e se põe a exigir sua repetição de maneira desenfreada, podemos dizer que há uma deturpação dos mesmos. A energia sexual é dádiva divina, mas o sexo desenfreado ou sua inapetência impede uma vida saudável, digna e feliz, anulando qualquer hipótese de relacionamentos sadios e duradouros. A dependência afetiva acaba por sufocar os protetores, lhes causando revolta e dominação. Na melhor das hipóteses irão embora e os que não foram, um dia acabarão morrendo, causando a mesma sensação terrível de abandono em seus dependentes. Sabemos que a única dependência saudável deve ser a de Deus. A deturpação do instinto de segurança financeira, por sua vez, poderá ocasionar inúmeros problemas, e ser fonte de muito desequilíbrio. O “medo de ficar pobre” em sua versão mais doentia poderá trazer muito sofrimento à própria pessoa e a quem está ao seu redor. Por fim, o instinto social, quando transformado em obsessão pelo prestígio, busca pelo poder, gera revolta nos outros e torna sua ”vítima” em alguém que não consegue mais viver para ser, mas para ter. Todas essas formas de deturpação dos instintos naturais podem desenvolver a doença mental, física e espiritual da adicção (adição, escravidão), ”quase todo problema emocional grave pode ser considerado como um caso de instinto deturpado” (pág. 36, do livro Alcóolicos Anônimos). O quarto passo tem por finalidade corrigir estes instintos deturpados, pois consiste em um inventário minucioso (detalhista), sobre quando, onde, e como, se deformaram. Estes instintos que tanto afetam nosso ser, chamaremos a partir de agora, de defeitos de caráter. Precisamos ir na causa, 25
na semente! Jamais poderemos pedir a Deus que remova nossos defeitos de caráter, se não soubermos exatamente quais são e que forças negativas exercem em nossas vidas. Temos que saber o que entregar nas mãos de Deus, pois, ”um homem feliz tem conhecimento perfeito das causas da sua felicidade e infelicidade”. Este passo foi projetado para nos ajudar a descobrir nossa realidade pessoal, padrões, hábitos de pensamentos e sentimentos, que continuam aparecendo, limitantes e prejudiciais. Se somos portadores da doença dos ciúmes, não importa neste momento, o porquê dela ter surgido. O fato é que se tornou sua realidade pessoal, se apossou de sua mente, o que torna SUA a decisão sobre o que fazer com ela. Responder às seguintes perguntas o mais honestamente possível, será a sua chance de se modificar, transformar ou se curar desta doença. (Se não houver espaço suficiente nesta página, usar uma folha em separado ou o verso da folha). Preparação para o quarto passo: 1- Acreditamos que seja importante trabalharmos os 12 passos em ordem; cada passo abre a porta para o próximo. É comum, quando começamos a ter problemas em uma área diferente, querermos ir diretamente para o quarto passo. Se você não tiver concluído as três primeiras etapas, sugerimos que as faça antes de começar este passo. Isto vai lhe polpar tempo depois, pois será mais eficiente. 2- Compromisso - sugerimos que você trabalhe no quarto passo durante pelo menos uma hora por dia, até que conclua esse trabalho. Faz parte de nossa recuperação não deixar as coisas pela metade. 3- Foco – tente manter suas respostas focadas na área ou relacionamento que está trabalhando. Se possível, mantenha suas respostas detalhadas, simples, e o mais importante: vá direto ao ponto! Perguntas do quarto passo: 1. Relembre e escreva quando e como a doença dos ciúmes começou a se manifestar em sua vida. Em que nível ou grau começou? Seja preciso (a).
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2. Quando e como foi sua primeira experiência em ter sido traído (a)?
3. Quando e como foi sua primeira experiência em trair?
4. Qual foi a experiência mais dolorosa em relação a essa doença dos ciúmes que você já sofreu?
5. Qual foi a experiência mais dolorosa em relação a essa doença dos ciúmes que você já causou aos outros?
6. Para que finalidade parece servir esta doença em sua vida?
7. Houve alguém em sua família que você, pessoalmente, sabe que foi traído? Como você reagiu? Seja preciso (a).
8. Houve alguém em sua família que você, pessoalmente, sabe que traiu uma outra pessoa? Como você reagiu? Seja preciso (a).
9. Houve um amigo, colega de trabalho, ou alguém próximo a você que foi traído? Como você reagiu? Seja preciso (a).
10. Houve um amigo, colega de trabalho, ou alguém próximo a você que traiu alguém? Como você reagiu? Seja preciso (a).
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11. Complete: “Se pelo menos o objeto dos meus ciúmes não ... ou se eu não tivesse ...
12. Se pelo menos o objeto dos meus ciúmes fosse apenas.... só iria ... ou se eu tivesse...
13. Se possível, escreva como você tem repetido ou expressado essa doença a nível: Espiritual -
Mental -
Físico -
Emocional -
Social -
14. Poucas perturbações são tão dolorosas ou autodestrutivas como a doença dos ciúmes. Descreva como os ciúmes afeta você a nível espiritual, mental, físico, emocional e social. Espiritual -
Mental -
Físico -
Emocional -
Social -
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15. Você pode dar exemplos de suas habilidades investigativas? Encontros por acaso programados. Verificações no telefone celular, chamadas recebidas ou enviadas, verificações de e-mails , whatsapp, facebook, etc. Amizade com o inimigo ou um ex ... Fazer perguntas inquisitivas - “Com quem você costuma almoçar" ou "Quem estava na reunião hoje?". Sondar outros para obter informações sobre... Tentar forçar uma confissão... Seguir seu amado/sua amada, para se sentir "segura (o)". Diversas habilidades criativas de investigação...
16. Liste seus piores ressentimentos que você associa à doença dos ciúmes. Nome
Ressentimento
Data
17. Liste seus piores medos que você associa à doença dos ciúmes. Separe entre racionais e irracionais. Medos
Racionais
Irracionais
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18. Liste aquelas pessoas que você mais prejudicou, incluindo-se também como prejudicado (a) pela doença dos ciúmes. O que eu fiz ou não fiz para causar o dano? Qual foi a minha parte?
19. Você já consegue aceitar que a doença dos ciúmes prejudica sua mente, e deturpa sua realidade pessoal? O que isso significa para você agora?
20. Agora você pode entender que é muito importante para todos que você mesmo não atue em seus gatilhos, deixando vir à tona seus ciúmes? Cabe a você decidir manter esta doença que está tão enraizada dentro de você. Com propriedade plena, você pode entregá-la agora ao seu Poder Superior, para que ela possa ser curada, e transformada em algo positivo que você possa compartilhar com os outros. Escreva o seu entendimento sobre o texto acima.
21. Descreva um de seus ciclos de ciúmes - Como começou? Como foi o progresso? Como é que terminou? Quais foram seus efeitos?
22. Mesmo que você possa ter sofrido da doença dos ciúmes por um tempo muito longo, você pode agora aceitar que ela pode ser transformada em algo útil? Você já experimentou esta mudança em alguma outra adicção? Se a resposta for sim, dê um exemplo.
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23. A doença dos ciúmes faz parte de nossa realidade pessoal, o que significa que pode ser mudada; o que foi aprendido pode ser desaprendido, e isto acontece até mesmo com qualquer hábito. Se repetirmos alguma coisa durante um tempo suficiente, ela vai se tornar um hábito. Assim, podemos aprender a construir um novo hábito em conjunto com nosso Poder Superior. Dê um exemplo de como um hábito antigo foi substituído por um novo.
24. Você está disposto (a) a dar um beijo de despedida no monstro de olhos verdes (ciúmes) e quando ele o (a) chamar, tratá-lo como um visitante indesejado? Na questão 15, você foi solicitado a dar exemplos de suas habilidades. Sempre que o monstro de olhos verdes tentar atacar, você deve recusar-se a praticar qualquer uma de suas habilidades investigatórias. Se você abrir novamente a porta para ele entrar, provavelmente ele irá definir um ciclo completo em movimento de recaída. Se você consegue compreender e concordar com isso, em seguida, escreva uma declaração de compromisso. A verdade é que se recairmos, muitas vezes não teremos mais o luxo de conseguir retomar o processo de cura ou transformação por completo, pois a recaída destrói tudo que foi construído para se chegar à cura completa. Não podemos tomar nossa primeira dose de gatilhos de ciúmes, tanto como os alcoólicos não podem tomar o primeiro gole de álcool, ou os adictos a usarem a primeira droga, comedores compulsivos a darem a primeira mordida... etc.
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QUINTO PASSO (INTEGRIDADE) Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a natureza exata de nossas falhas. 1. Faça um esboço, um roteiro, do quarto passo, antes de iniciar o trabalho de preparação para o quinto passo, para que você seja capaz de se lembrar de tudo que precisa para compartilhar com seu padrinho. 2. Reveja todas as suas respostas às perguntas e / ou declarações. 3. Esteja sempre muito consciente de seus padrões (experiências que se repetem), ainda que eles tenham se manifestado com diferentes pessoas, lugares, coisas ou formas. Esses padrões (hábitos de pensamentos e sentimentos) são uma das partes mais importantes deste processo. Esses padrões compõem a sua "realidade pessoal" e são a chave para a recuperação em longo prazo e crescimento pessoal. 4. Esses padrões irão desempenhar um papel vital no sexto e décimo passos. 5. Depois de encerrada esta fase, continuaremos nosso trabalho preliminar no oitavo passo. Al: quem vai ouvir o meu quinto passo? Louis: é muito importante que você encontre a pessoa certa de sua confiança. Acreditamos que seja melhor compartilhá-lo com alguém que tenha já terminado o seu próprio quinto passo. Se esta pessoa estiver vivenciando o programa, terá mais experiência e melhores condições de ajudá-lo. O mais importante é que você sinta que pode confiar nesta pessoa. Isto vai lhe permitir ser o mais honesto possível consigo mesmo. Devemos ter certo cuidado em partilhar este passo com alguém muito íntimo, ou que tenha uma veia muito crítica, e que já venha com um martelo para bater. Não precisamos de juízes e promotores. Agimos assim durante muito tempo com nós mesmos. No quinto passo, não deve haver juízo de valor, mas simplesmente, a constatação de nossos padrões, numa conversa amistosa e respeitosa. Alguém muito íntimo poderá se machucar se você for realmente honesto. Seria sábio questionar seus próprios motivos nesta escolha. Peça a essa pessoa para ajudá-lo (a) a identificar seus padrões. Mostre a ela uma cópia de sua lista de padrões. Ela pode ajudá-lo (a) a incluir mais padrões à sua lista ou pedir-lhe que esclareça algum padrão. Você irá perceber que ambos poderão ter muitos padrões em comum; por outro lado, não queira tentar ser igual, ou seja , não se influencie, minimizando ou exagerando seus defeitos de
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caráter. Lembre-se que o inventário é seu, e são seus os padrões, o que significa que, no final, você será o único que irá ganhar ou perder se estes padrões continuarem a existir. Louis também sugeriu a Al que definisse data, hora de início, e a quantidade aproximada de tempo para encerrá-lo com a pessoa que ele tivesse escolhido. Disse a ele: “a partir de agora, que todo o seu trabalho de preparação para o quinto passo está feito, este será um grande dia para levar a cabo esta importante missão”. Al confiava em Louis, por isso decidiu fazer seu quinto passo com ele. Além disso, Louis já sabia muito sobre ele. Al fez o que lhe foi sugerido. Engoliu seu orgulho e partiu para a ação, “colocando em evidência cada defeito de caráter, cada recanto escuro de seu passado.” Dando início a esta etapa, sem nada a esconder, ficou encantado. Ele teve sua primeira experiência espiritual. Sentiu pela primeira vez, que um outro ser humano o aceitou por completo, apenas por ser quem era... Não era mais um absurdo ser ele mesmo, ou ter determinadas características. Também não se sentia estranho, por ter algumas grandes qualidades. Al não se julgava mais tão bom, ou nem tão mal, nem o melhor ou o pior. Entendeu que era um ser único e precioso, e ao mesmo tempo, apenas mais um na multidão. Ele sentiu uma nova liberdade. As máscaras haviam caído. Alguns dos segredos que Al tinha escondido por tantos anos, perderam seu poder sobre ele. Al sentia-se agora, um homem livre, mas Louis fez questão de lembrá-lo que ainda havia muito a ser feito. Poucos dias depois de Al ter concluído seu quinto passo, começou a trabalhar com um recémchegado, e se surpreendeu ao se flagrar compartilhando, um de seus maiores segredos, a fim de ajudar o novo companheiro. Disse-nos mais tarde, “que coisa maravilhosa foi para ele ter sido capaz de ajudar o próximo, partilhando livremente uma experiência que durante anos, tivera a convicção de que ela o acompanharia ao próprio túmulo”. Isto nos faz lembrar o velho e bom ensinamento: “O seu segredo é do tamanho de sua doença! Coloque-o para fora. Ele não resistirá à Luz”. Sobre o quinto passo, o livro “Os Doze Passos e Doze Tradições” de Alcoólicos Anônimos, nos diz que “a maioria de seus membros não teria dúvida em proclamar que, sem a corajosa admissão de seus defeitos perante outro ser humano, não poderia ficar sóbrio. Parece óbvio que a Graça de Deus não expulsará nossas obsessões destrutivas até que estejamos dispostos a tentar isto”. Princípios espirituais do Quinto Passo: Honestidade - este princípio é indispensável neste momento, pois precisamos ser honestos o suficiente conosco, com o outro e com Deus. Honestidade não se fraciona, e não podemos nos deixar 33
sentir medo do que o outro vá pensar ou falar depois que nos escutar. Faz-se mister para o sucesso deste programa, termos coragem de revelar nossa verdade, pois para nossa melhora, é importante que identifiquemos, revelemos e escutemos sobre nossos padrões destrutivos. Coragem - este princípio está interligado ao princípio da honestidade, vez que precisamos dele para enfrentar nossos bloqueios, e conseguir compartilhar nossos segredos e a dor de expô-los. Pedimos a nosso Poder Superior, coragem para aceitar que durante muito tempo, nossos padrões destrutivos comandaram nossas ações, sem nos darmos conta.
Estávamos adormecidos
espiritualmente. Nosso ego funcionava como uma cortina escura que nos separava da vontade de Deus. Ao revelar toda nossa história minuciosamente a Ele, através do compartilhamento com outro ser humano, nos expomos e permitimos que esta outra pessoa teça comentários, observações, e até mesmo no faça alguma crítica construtiva para que possamos evoluir no programa. Neste momento, precisamos compreender que quem está sendo ferido, chamado a atenção, ensinado, pontuado, é o nosso ego, nossa doença, e não nossa alma. E isto é bom. Deixemos que ele, Ego, se melindre, e não nós! É nossa intenção reduzir nosso “rival” o máximo que conseguirmos, pois ele tem sido o grande bloqueio à nossa felicidade, saúde e serenidade. Ele é o responsável por todos nossos insucessos e derrotas. Não foi Deus que parou de nos mandar todas as bênçãos, mas nosso ego que as manteve inacessíveis até agora. Ele atuou em forma de orgulho, culpa, autopiedade, possessividade, baixa autoestima, controle, medos exacerbados, etc. Usávamos o orgulho para aniquilar com os outros, e a culpa para nos aniquilar. Morríamos de pena de nós mesmos e tínhamos a impressão de que Deus nos havia reservado menos sorte e felicidade. Mas que pretensão a nossa, acharmos que poderíamos nos rotular por baixo... Tudo e todos que desejávamos deveriam nos pertencer, e ao assinarem conosco um verdadeiro contrato de convivência, com cláusula única de exclusividade, sentíamos que suas mentes e corpos deveriam nos pertencer eternamente. Toda esta insanidade gerava um círculo vicioso de controle, baixa autoestima e medo, que aumentavam a cada dia. Sim, revelar nossas falhas a outro ser humano se tornou nossa grande ferramenta de esvaziamento do ego, e, proporcionalmente, um grande gerador de Luz. Perguntas sobre o Quinto Passo: 1.
Já marquei uma data e lugar para fazer meu quinto passo? Coloquei um prazo de
encerramento? 34
2.
Acredito que minhas obsessões destrutivas só serão removidas pela Graça de Deus se
me propuser a revelar todos os meus segredos a Ele e a outro ser humano, e praticar este passo com os princípios espirituais da honestidade, coragem e compromisso? 3.
O que entendo por ego? Qual sua influência em minha vida?
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SEXTO PASSO (DISPOSIÇÃO) Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos estes defeitos de caráter. A chave para este passo está em seu próprio enunciado. "Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos estes defeitos de caráter.” Primeiro de tudo, nós queremos realmente alguma coisa apenas quando estamos inteiramente prontos. Querer REALMENTE algo, muitas vezes é o início da cura. Em segundo lugar, será Deus quem irá remover tudo, não nós sozinhos e sem ajuda. Em terceiro lugar, quando o enunciado deste passo diz “todos esses defeitos”, quer expressar que "Estes" implica que identifiquemos defeitos específicos. Al: o restante dos Passos será uma moleza, depois de ter feito meu quinto passo. Louis: eu quero alertá-lo para não praticar qualquer um dos passos muito levemente. Cada passo é uma parte importante do processo. Se esquecermos disso, nossas mentes voltarão a nos aplicar os velhos truques. Por exemplo, em relação a este passo, o nosso consciente poderá nos dizer: "Claro, eu quero todos esses defeitos removidos, sabendo agora o quão prejudiciais, inúteis, ou dolorosos eles são, e eu só preciso deixá-los ir”. Dois são os problemas com este bem intencionado comunicado. Em primeiro lugar, generalizações não vão funcionar aqui. Em segundo lugar, nós não conseguiremos por nosso mérito, sozinhos e sem ajuda espiritual de Deus, fazer esta remoção. Tratase de um passo 100% espiritual. A humildade precisa já ter sido bem trabalhada e adquirida o suficiente, através dos passos anteriores, para que o sexto passo possa ser feito. Não conseguiremos fazê-lo com reservas em relação a nossa autossuficiência. A partir de agora, vamos seguir o A - B - C D - E - abaixo. (A) Louis: mais uma vez, estou lhe advertindo que só porque algo é simples, não quer dizer que seja fácil. Agora que você reconheceu alguns de seus padrões, "esses defeitos de caráter", será útil que siga também estas sugestões: pegue cada um "desses defeitos" e se pergunte se está realmente pronto para que Deus o remova. 1. Se a sua resposta for sim, passe para o próximo defeito de caráter (padrão). 2. Se a sua resposta for não, volte para o primeiro passo, focando apenas nesse defeito e reescreva as primeiras perguntas (do primeiro passo) para ajudá-lo (a) a aumentar a dor de ainda querer mantê-lo. 3. Se isso não for suficiente para convencê-lo (a), tente o seguinte: sabemos que os nossos problemas, como em tudo na vida, são progressivos. É verdade que irão piorar se nada realmente 36
mudar na semente, a raiz dos nossos antigos e destrutivos hábitos (realidade pessoal, padrões). Com o passar do tempo, se nada fizermos, ficaremos ainda mais afiados em nossos defeitos, mais obsessivos e compulsivos, e nossos padrões ainda mais enraizados e fortalecidos. Outra forma de aumentar a dor é mantermos esse defeito, estendendo-o para o futuro. Mas, fique à vontade. Cada um é livre para decidir o melhor para sua vida. 4. Como será que estará sua vida se este defeito não se modificar em um, cinco, dez, vinte anos? 5. Você já sofreu por causa deste defeito por tempo suficiente ou está sedento (a) por mais? 6. Se você já estiver pronto (a), continue este processo até ter alcançado todos os defeitos, um por um. (B) Louis: ir a cada defeito, a cada detalhe, vai nos ajudar de várias maneiras: 1. Isto vai nos ajudar a entender a extensão de cada um dos nossos defeitos; eles estão centrados em nossa própria mente. 2. Entenderemos o quanto somos impotentes para remover estes defeitos sozinhos e sem ajuda. 3. Fazendo, entretanto, algo construtivo sobre estes defeitos, iremos experimentar um novo nível de esperança. 4. Estas sugestões irão nos ajudar a ver que alguns dos nossos defeitos listados, são apenas diferentes partes do mesmo padrão. Isso nos ajudará a combiná-los, o que será parte da próxima sugestão. Se você seguir estas sugestões, irá mais a fundo nos seus defeitos descobertos, combinando-os para um menor número de padrões. Se ainda não tiver feito isso, faça-o agora. Al: sim, eu tenho trabalhado sobre cada um deles, até que eu consiga perceber que ainda estou doente por sua permanência. Espero que Deus não esteja muito ocupado para que possa removê-los rapidamente. Louis: você realmente é um dos nossos: deseja que Deus aja rapidamente, pelo menos até sexta-feira, para que você possa ter um grande fim de semana. Acho que ainda tenho muitos dos defeitos que tinha quando cheguei ao programa. Mas, eles já experimentaram alguma cura pela Graça de Deus, e tornaram-se ótimas ferramentas e sinais de alerta. Este programa funciona no tempo de Deus, e não no nosso! Porém, eles não vêm me visitar tão frequentemente, e quando aparecem, não duram muito tempo e não são mais tão intensos. Este é um sinal claro de crescimento e de despertar espiritual. 37
Louis continua: estamos construindo um novo modo de vida e sentimos que é muito importante entender que isto tudo é um processo em longo prazo. Não se trata de uma solução rápida. Não adoecemos ontem à noite, mas há muito tempo. Viemos praticando padrões sem limites, doentios e muitas vezes bem insanos, criados por maus hábitos muito antigos e enraizados. Uma coisa importante a se lembrar é que se fizermos o melhor trabalho que pudermos com este programa, iremos experimentar um novo estilo de vida que está muito além de qualquer coisa que poderíamos ter sonhado. (C) A sugestão seguinte é: atribuir a cada um desses defeitos, aos padrões, um apelido engraçado. Vamos tentar "tirar um sarro” de cada um deles. Estes apelidos irão fazer parte do nosso sistema de alerta rápido a partir de agora. Parece uma brincadeira boba, mas, ao fazermos isso, estaremos desonrando cada padrão e lhes tirando um pouco mais de seu poder sobre nós. Falando em "tirar sarros” de nomes, melhor atribuição à doença dos ciúmes não há, senão o “monstro dos olhos verdes!”. Tal apelido foi dado por Shakespeare em sua peça Otelo, dando a entender que os ciúmes seria um monstro dotado de alguma beleza, onde o belo, representado pelos olhos verdes, seria traduzido pelo amor ardente de se querer tanto alguém para si, e o monstro, seria os ciúmes terrível sentido por Otelo, que o levaria a cometer o homicídio de sua amada. Shakespeare, já naquela época, referia-se à velha doença dos ciúmes como uma enfermidade obsessiva e compulsiva em sua natureza, que cega a alma, que mata e faz matar. Apenas hoje, estamos conseguindo a verdadeira transformação ou cura através desse programa simples de honestidade, dos 12 passos e 12 tradições de Ciumentos Anônimos. Um trecho desta peça que ficou particularmente famoso, ainda nos faz recordar o sofrimento amargo que vivemos no passado: “Oh, tende cuidado com o ciúme! É um monstro de olhos verdes que zomba da carne de que se alimenta”. Rir um pouco de nós mesmos ao apelidar nossos padrões traz em si muita cura, pois, aprendemos a não nos levarmos muito a sério, mas levar a recuperação a sério. (D) Decida quais são os defeitos que você está pronto (a) para deixar que Deus remova. (E) Decida quais são os defeitos que você não está disposto (a) ou se encontra incapaz de deixar ir neste momento.
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SÉTIMO PASSO (HUMILDADE) Humildemente pedimos a Ele que removesse nossos defeitos. Percorremos um longo caminho até chegar a este passo tão importante. Entendemos durante o processo de fazer os primeiros seis passos que sozinhos, não temos o poder, a capacidade de realmente mudar. 1. Fomos lembrados de que soluções rápidas não são as mais eficientes. 2. Viemos a entender, que não poderemos gerenciar de forma funcional esta doença, se não colocarmos nossa recuperação em primeiro lugar em nossas vidas. 3. Fomos capazes na maioria dos casos de lembrar por um momento, que um Poder Superior a nós, fez o que não poderíamos ter feito por nós mesmos. 4. Ao listar pessoas, lugares e coisas pelos quais somos gratos, percebemos que tínhamos muito mais do que pensávamos ter. Sabemos que a lista continuará a crescer à medida que formos adicionando a ela ainda mais gratidões. 5. Começamos a ver o quão poderosas nossas decisões e nossa disposição para mudar podem ser. 6. Nós começamos a entender o quão importante é que deixemos de lado nossa velha maneira de pensar e sentir, para que possamos ter uma chance de um novo entendimento. 7. Ao experimentar acima as coisas listadas, foi fácil perceber e sentir a importância de transformá-las em amor incondicional ao nosso Poder Superior, que hoje sabemos ter nos ajudado a chegar até aqui. 8. Começamos a sentir que realmente temos um Meio Invisível de apoio. 9. Experimentamos até agora, alguns dos benefícios de trabalhar com afinco nas questões que surgem diante de nós, sobre alguma área de nossas vidas, pois queremos e estamos conseguindo entender suas respostas. 10. Ao responder da forma mais honesta possível às perguntas e afirmações deste texto, começamos a entender a maneira pela qual temos agido no automático, através de nossos antigos hábitos de pensamentos, e a enxergar exatamente nossa pequena realidade pessoal que nos comandou durante a maior parte do tempo de nossas vidas. 11. Identificamos alguns dos nossos padrões comuns e estamos começando a desmascará-los, desonrando-os e desacreditando deles, fazendo até “chacota” com sua existência. 39
12. Temos aprendido a confiar em nosso Poder Superior, em outro ser humano e em nós mesmos, depois de termos conseguido acordar para uma nova realidade. A maioria de nós já sentiu um grande alívio na alma e uma sensação de aceitação e amor. Alguns tiveram um novo despertar espiritual. 13. Demos uma olhada mais de perto em nossos defeitos, hábitos de pensamentos e sentimentos, em nossa realidade pessoal, e temos agora a certeza de que queremos que nosso Poder Superior os remova. Al: em nenhum momento deste programa percebi que se tratava de algo bobo, e que existiria uma solução rápida. Era a minha vida e a minha qualidade de vida que estavam em jogo! Talvez dedicar uma hora por dia a este programa, fosse, afinal, o melhor investimento, para que eu conseguisse me libertar da doença dos ciúmes através de sua cura, ou transformação, e assim ainda poderia, despertar para os meus dons espirituais. Se eu não tomasse uma atitude séria em relação a esta doença, ela tomaria uma atitude séria em relação a mim. Ela era sorrateira e ardilosa, e desejava me matar, mas antes acabaria com tudo que eu tivesse: minha liberdade, saúde, paz, sustento, minha família e com meu direito de amar e ser amado! Nada mais triste do que amor desperdiçado, amor jogado fora. Quando eu ainda estava doente, a sensação que tinha é que a qualquer momento uma bomba iria explodir dentro de mim, e num impulso incontrolável de ira eu abriria a porta de minha casa e diria ao amor da minha vida: ponha-se daqui para fora! Mas bancar este resultado era verdadeiramente agonizante, pois nos segundos seguintes, eu estaria arrasado, no chão, me sentindo a mais falida das criaturas. Louis: eu era muito parecido com você, quando cheguei ao programa Al! O interessante, é que quando eu estava sofrendo, passava cada segundo do meu dia me consumindo com um mesmo ressentimento, medo de ser traído, ou até mesmo, medo de perder meu relacionamento, e estes pensamentos massacrantes poderiam durar até semanas! Mas quando comecei a trabalhar no meu processo de cicatrização, não queria fazer nem a metade do esforço que fazia ao sofrer diante de tanto desgaste, e resistia à sugestão de que deveria passar pelo menos uma hora por dia, trabalhando na solução. Quanta insanidade, né? Al: qual é a diferença entre os defeitos de caráter e deficiências? Louis: ouvi dizer que fizeram a mesma pergunta a Bill W., e ele respondeu que não havia grandes diferenças. Ele só não queria repetir a mesma palavra ao escrever. No entanto, às vezes,
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nossas palavras têm um significado oculto que desconhecemos. No momento em que cheguei ao meu quinto passo, sentia que possuía muitos defeitos de caráter. Fiz meu quinto passo com uma pessoa compreensiva e continuei com ela até o trabalho do sexto passo. Como identifiquei que possuía muitos defeitos de caráter, investi em mim, trabalhei duro, e me tornei realmente pronto para que Deus os corrigisse e removesse. Eu já estava ciente desses defeitos. Precisava apenas confiar que um Deus amoroso poderia remover meus defeitos, crenças, hábitos, a fim de modificar minha realidade pessoal, e sentir uma nova esperança! O amor que me estava sendo mostrado permitiu-me acreditar que não era um ser defeituoso, mas era a minha maneira de ver a vida, que me fazia sentir tantas frustrações e decepções o tempo inteiro. Al: refletindo sobre meus erros do passado, percebi que tinha causado muitos danos a outros e a mim. Não era minha intenção, naquela época, machucar ninguém, mas eu o fiz.
Quando
esses danos foram causados, agora entendo, estava reagindo a minha então realidade pessoal. Por ter recebido tanto amor, perdão e aceitação, quando acabei meu quinto passo, comecei a sentir que era muito mais do que um ser defeituoso e decepcionante. A raiz da palavra pecado, em inglês, significa “errar o ponto”, e dessa maneira vim a acreditar que um Deus amoroso nos vê. Hoje, sou tão grato pelas experiências que tive, que confesso ser enorme a vontade de compartilhá-las. Louis: quando eu percebi que Deus, como eu O compreendi, é minha única fonte verdadeira de amor, o atributo da humildade me atingiu de forma dócil. Quando nos tornamos conscientes do fato de que Ele é o nosso Poder Superior, e não nós mesmos, e que é o único que poderá remover nossos defeitos, nossa decisão de seguir em frente na recuperação se torna mais fácil. Se você está agora, pronto e disposto a ter suas deficiências removidas, as seguintes sugestões lhes serão úteis. O sétimo passo consiste em apresentar cada um de seus defeitos de caráter (padrões) a Deus e uma boa maneira de fazer isso, é através da Oração do Sétimo Passo: “Meu Criador, agora desejo que me aceite como sou, por inteiro, bom e mau. Peço que removas de mim, todo e qualquer defeito de caráter que me impeça de ser útil a Ti e a meus companheiros. Conceda-me força para que, ao sair daqui, eu cumpra as tuas ordens. Amém.” Podemos nos valer também, da Oração da Serenidade. Exemplo: seria sensato aceitarmos o fato de que não podemos modificar os outros, ou o que foi feito ou não a nós. No sétimo passo, rogamos a nosso Poder Superior que nos ajude a sermos livres de todos nossos defeitos de caráter, instintos deturpados que nos fizeram agir cegamente em várias áreas de nossas vidas durante a maior parte do tempo. Quando dizemos que nos prontificamos inteiramente a deixar que Deus os removesse no sexto passo, isto quer dizer que chegamos a um ponto onde 41
continuar com estes defeitos era insuportável para nós. A expressão “nos prontificar” parecia significar-nos “chocar ou nos horrorizar” por ainda tê-los. Estávamos realmente prontos para que fossem removidos. Foi neste ponto, que humildemente, rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições. Mas o que Bill W. queria dizer com “humildemente”? Entendemos que durante a prática desses passos, precisamos adquirir o princípio espiritual da humildade para que possamos admitir nossa derrota total, e para que venhamos a acreditar em um Poder Superior a nós mesmos, para entregar-lhe o que temos de mais valioso: nossas vidas e nossas vontades. É necessário ainda mais humildade, para fazer um minucioso inventário, e compartilhá-lo com outro ser humano e com Deus como O concebíamos. Este atributo precisou ser ainda maior quando chegamos ao sexto passo, onde concordamos e ficamos prontos para que Deus removesse nossos defeitos. Mas no sétimo passo, a humildade toma um significado ainda maior. Ela se torna não apenas um princípio espiritual, mas o verdadeiro objetivo de vida de um ciumento em recuperação. Agora temos como primeiro lugar em nossas vidas, a edificação de nosso caráter e valores espirituais, ao invés de querermos mais do que tudo, realizar nossas vontades e desejos materiais. Não deixaremos, por exemplo, manipular algum resultado ou alguém por medo de perdê-los, sobretudo porque em nossa nova maneira de viver, não cabe mais a desonestidade. Como Bill W. dizia, “o material deve sempre seguir o espiritual, e nunca o contrário.” No sétimo passo do livro dos 12 passos e 12 tradições de AA, está escrito: “nunca nos ocorreu fazer da honestidade, tolerância e do verdadeiro amor ao próximo e a Deus, a base do nosso viver cotidiano.” Bem, o que seria isso, senão o esvaziamento do ego? Não poderíamos mais, neste momento, sermos dominados pela doença dos ciúmes, “nem que quiséssemos”! Nossa doença não mais gritará por nosso fracasso. Agora, nos encontramos em estado de riqueza espiritual, desprendimento e sabedoria. Não estamos mais autocentrados, nos sentindo na obrigação de ter que controlar tudo e todos devido à terrível sensação de que algo pode dar errado, se assim não fizéssemos. Temos agora, justamente a certeza de que tudo irá acabar bem. Passemos a acreditar no amor, nas pessoas, e aceitar que elas sejam imperfeitas como nós, e ao mesmo tempo, dignas de nossa confiança, assim como somos delas. Compreendamos que ambas as partes podem errar, porque a vida não é feita para acertar, mas para viver! Como é bom poder confiar em nosso próximo e em nós mesmos novamente! O medo nos abandonou. É Deus quem está aqui! Definição de humildade segundo Bill W. (cofundador de AA) - “A humildade perfeita seria um estado de completa libertação de mim mesmo, libertação de todas as exigências que meus defeitos
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de caráter me impõe agora tão pesadamente. Seria uma disposição total, permanente e onipresente para descobrir e cumprir a vontade de Deus.” Definição de humildade segundo Dr. Bob (cofundador de AA) – “Humildade é o silêncio perpétuo do coração. É estar sem problemas. É nunca estar descontente, contrariado, irritado ou ofendido. É não me surpreender com qualquer coisa feita contra mim, mas sentir que nada é feito contra mim. Significa que quando eu for ofendido ou desprezado, eu tenho um lar abençoado dentro de mim, onde eu posso entrar, fechar a porta, ajoelhar em frente ao Pai em segredo, e estar em paz como um profundo mar de calmaria, quando tudo ao meu redor está parecendo agitação”. Perguntas do Sétimo Passo: 1. Quais são os padrões que devo aceitar?
Podemos mudar quase tudo em um padrão, a nível mental, físico, emocional, social ou espiritual, mas pode ser que ainda não estejamos prontos para interromper um de nossos defeitos, ainda muito impregnados em nossa consciência, mas podemos parar de atuar sobre ele, um momento de cada vez. 2. Quais são os padrões que posso mudar?
A paz vem a nós pela Graça. Quando estamos em paz, tudo parece estar em harmonia, e há a ausência de conflito. Talvez, a serenidade seja muito mais valiosa para a condição humana do que a paz. Tudo a nossa volta pode estar caindo aos pedaços, mas se tivermos a Graça da Serenidade, sentiremos em um nível mais profundo, que tudo que nos acontece é para o nosso bem. Estamos sugerindo que você peça por serenidade, quando for pedir pela remoção de cada padrão, assim conseguirá enxergar o que poderá ser mudado. Se estivermos abertos à mudança e à cura, então teremos a sabedoria para entender o que poderemos mudar e o que teremos de aceitar. 3. Peça a Deus por serenidade, coragem e sabedoria para reconhecer a diferença. Siga este formato para cada um de seus defeitos (padrões). Use as páginas opostas ou páginas separadas para completar essa tarefa.
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OITAVO PASSO (AMOR FRATERNAL, DISPOSIÇÃO PARA PERDOAR) Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a fazer reparações a todas elas. Louis: o oitavo passo, em princípio, é muito simples. É a preparação para uma ação muito importante, o nono passo. Iremos fazer um trabalho muito melhor, se estivermos preparados para isto. Al: até agora, toda vez que você falou do quão simples um passo será, também me "sugeriu" uma grande quantidade de trabalho adicional. Eu já fiz a minha lista do inventário do meu quarto passo... já não está de bom tamanho? Louis: lembrei-me de alguns danos adicionais enquanto fazia o quinto, sexto e sétimo passos, ou seja, enquanto trabalhava meus padrões. Uma vez que aceitei o fato de que tinha sido realmente levado a agir por meus antigos padrões de hábitos nocivos, os nomes daqueles que eu tinha prejudicado, expressando o mesmo padrão, vieram à mente. Al: o que você chama de um começo muito bom, a maioria das pessoas no programa chama de um final muito bom. Louis: você está certo, mas a maioria de nós se contenta com muito pouco, por muito tempo. Se fizermos o melhor que pudermos neste passo, isto fará com que o próximo passo seja mais fácil e melhor. Gostaria de lembrar que estes são passos, não uma escada rolante. Nós não podemos ir do primeiro passo ao 12º, por exemplo. Sugerimos que você faça sua lista daqueles a quem prejudicou em três (3) grupos: 1.
A primeira lista conterá o nome daqueles a quem você prejudicou e a quem você está
pronto, disposto e capaz de fazer essas reparações. 2.
A segunda lista será composta por aqueles prejudicados, a quem você está disposto a
fazer as pazes, mas ainda é incapaz de fazê-lo neste momento. 3.
O terceiro grupo é composto pelo nome daqueles a quem você prejudicou, mas que
ainda não está disposto a fazer as pazes. Também incluímos um esquema, um formato, para ajudar a realizar este processo de perdão. Você já notou que vários daqueles que prejudicamos, foram os que não tínhamos realmente perdoado? [1] Este primeiro grupo é para aqueles que você está pronto, disposto e capaz de fazer as pazes e reparações agora. Com uma folha de papel separada, use o seguinte formato. Depois que 44
terminar de escrever cada grupo, sugerimos que antes de você partir para sua jornada do nono passo, passe a limpo o seu plano de ação com o seu padrinho (madrinha), ou com alguém que já tenha feito alguma dessas reparações. Exemplo de número do grupo [1] Nome do prejudicado: Sam M. O que você fez ou não fez para causar este dano? Eu achava que Sam tinha cantado minha mulher – Então comecei a inventar um monte de mentiras sobre ele e descobriu-se que minhas informações estavam erradas. Mas na realidade, Sam não tinha tentado seduzir minha esposa. Eu acreditava que Sam era um mulherengo, e então resolvi segui-lo por um tempo, e acabei descobrindo que ele era um homem muito dedicado a sua família. Eu tinha tanta certeza que estava certo, que destruí sua reputação, e o machuquei demais, prejudicando sua respeitabilidade. Seu chefe e alguns de seus amigos começaram a questionar a integridade de Sam.
Como você irá fazer esta reparação? Anote o seu plano de ação para cada reparação. Eu tinha denegrido a imagem de Sam com George (seu chefe), Mary (colega de trabalho), Sally e John (amigos). Pretendo agora, procurar cada um deles e dizer-lhes que eu estava realmente errado; que eu não tinha o direito de dizer qualquer coisa sobre Sam. Admito que a minha doença dos ciúmes tomou o controle sobre mim; eu estava agindo da forma mais insana possível, e irei pedi-los carinhosamente que, se me ouvirem falar assim novamente de alguém, que por favor me digam para reler novamente o meu próprio inventário. Estou procurando essas pessoas em vez de Sam, porque foi ali que o "crime" ocorreu. Não é preciso ferir Sam, quando ele nem suspeita que eu tenha dito algo tão ruim sobre ele. Estou pronto, disposto, e capaz, de fazer essa reparação. Agora, preciso falar com o meu padrinho Louis. Talvez eu tenha esquecido alguma coisa e assim quero que ele faça uma revisão. Se ele disser que meu trabalho está bom o suficiente, vou marcar uma visita com estas quatro pessoas e fazer minhas reparações.
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[2] Este grupo é constituído por aqueles a quem você está disposto a fazer reparações, mas ainda não está preparado ou capaz, por algum motivo, de fazê-lo neste momento. Depois que terminar de escrever esta lista, compartilhe seus pensamentos e sentimentos sobre estas reparações com a pessoa que está lhe ajudando a trabalhar este passo. Pergunte a si mesmo: "Serão minhas razões realmente válidas, ou estou apenas enganando a mim mesmo por medo ou alguma outra forma de resistência?” Por exemplo, você pode dever uma grande quantidade de dinheiro e não dispor da quantia no momento. Mas, você pode pelo menos, falar com as pessoas que deve e chegar a algum plano de ação. Em outras palavras, fazer todo o possível para atualizar, e remover estas pessoas deste grupo, para o primeiro. Exemplo de número de grupo [2] Nome do prejudicado (a). Mary Brown O que você fez ou não fez para causar o dano? Bati com meu carro no de Mary Brown - Estava nervoso, seguindo e investigando a minha esposa, e não estava atento a minha direção, ocasionando o acidente. Eu peguei o seu nome e endereço, e disse a ela que iria me responsabilizar pelo conserto de seu carro. Mas, menti para Mary quando passei o meu endereço e número de telefone, para que ela nunca conseguisse entrar contato comigo, assim eu não precisaria pagá-la.
Relate o porquê de você estar incapacitado de fazer tal reparação agora, e procure alguém para ajudá-lo. Fui procurá-la em seu endereço há menos de um mês, e ela tinha se mudado, sem deixar qualquer aviso sobre a nova moradia. O novo proprietário não tinha nenhuma informação que eu pudesse checar. Estou pronto e disposto, mas incapaz de encontrá-la. O que devo fazer?
[3] Este grupo é formado pelo nome das pessoas a quem prejudicamos, mas resistimos e dizemos "não, nunca me repararei com tais pessoas!". Porém, nosso Poder Superior poderá ajudar se for solicitado. Nunca seremos livres prendendo-nos ao passado.
Sugerimos que você ore pela
vontade de querer fazer tais reparações. Coloque essas pessoas em uma lista para uma oração especial. Podemos chamar de oração para a "lista negra". Ore para essas pessoas cinco vezes por dia (em seu despertar, no meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde e antes de ir dormir), por duas 46
semanas, ou o tempo que levar para você receber a experiência de deixá-las ir. Faça tudo que puder para transpor as pessoas do terceiro grupo, para os grupos um ou dois. Exemplo de número de grupo [3] Nome do prejudicado (a): Peter Dulittle, meu ex-sócio O que você fez ou não fez para causar o dano? Eu não gostei da maneira como meu ex-sócio Peter agiu, quando minha esposa estava por perto. Eu sabia que não podia confiar em deixá-lo sozinho com ela e acho que ele devia pensar, que éramos sócios em relação a minha esposa também. Quando ele continuou a tentar me fazer viajar para resolver outros negócios fora de nossa cidade, eu já sabia o que ele estava fazendo. Eu deveria ter pensado melhor antes de ter aceitado fechar uma sociedade com ele. Acabei com a parceria e jamais vou querer fazer qualquer reparação com ele, porque ele poderia pensar que agora pode conseguir realizar o que tinha em mente com a minha esposa. Ele não me engana; eu já passei por este tipo de situação antes.
Indicar a forma de resistência e/ou por que está relutante ou incapaz de fazer esta reparação: Peter não precisa da minha reparação; eu é que preciso da dele... Ele foi o único que estava errado. Ele agiu como se não estivesse fazendo nada de errado. Odeio caras como ele, que pensam poder conseguir me passar para trás com a minha esposa. Porém, fiquei pasmo quando ela me disse sobre como estava claro, que eu estava doente e possuído pelo o monstro de olhos verdes. Em folhas de papel separadas, preencha todas as reparações a serem feitas na lista dos três grupos. Basta seguir os exemplos de l, 2 e 3 acima.
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NONO PASSO (O AMOR EM AÇÃO, JUSTIÇA – FAZER A COISA CERTA!) Fizemos reparações diretas a tais pessoas sempre que possível, exceto quando fazê-lo significasse prejudicá-las, ou a outrem. 1. Tendo feito o seu trabalho de preparação para a realização do nono passo da melhor maneira possível, neste momento, você se encontra pronto para o tão esperado dia - o dia em que fará a sua reparação e as pazes com possíveis “infratores”. 2. Como você se propôs a fazer cada uma de suas reparações, sugerimos que ore para seu Poder Superior, para que essa seja uma experiência de cura para aquele (s) com quem irá se reparar, pedindo o que for preciso para realizar esta alteração em suas vidas. 3. Faça a sua primeira reparação e trabalhe através de sua lista o melhor que puder, e um de cada vez. Depois de cada reparação feita, agradeça e deixe esta pessoa ir, para que você tenha maior mente aberta para a próxima. Boa sorte e que Deus te abençoe. 4. Se ainda há alguém em seu grupo número 3 (página 38), que você está resistindo em se reparar, ou ainda consegue dizer "não, com esta pessoa jamais me repararei”, e percebe que tem sido incapaz de atualizar tais nomes para os grupos 1 ou 2, siga o primeiro conjunto de orientações sobre o PERDÃO abaixo. Em outras palavras, para aquelas reparações que parecem ser impossíveis de se realizar, leia abaixo as seguintes orientações sobre o perdão. 5. Para conseguirmos fazer nossas reparações e fazer as pazes com as pessoas de nossa lista do oitavo passo, torna-se muito claro o quão importante é o PERDÃO, inclusive para nosso processo de cura. Colocamos informações adicionais sobre o PERDÃO aqui no nono passo, que foram extraídas do inventário do quarto passo. Como iremos limpar profundamente os destroços de nosso passado através dessas primeiras nove etapas, o perdão agora terá que ser fortemente trabalhado, para que todo nosso esforço funcione. Ao colocarmos isso aqui, acreditamos piamente que agora conseguiremos transitar para o próximo nível: o verdadeiro crescimento, ao qual chamamos de amadurecimento espiritual, que acontecerá nos Passos 10, 11 e 12.
Mas sem o perdão, tal
crescimento será seriamente limitado. 6. Sugerimos que você reveja todas as informações a seguir sobre o perdão aqui no nono passo, antes de passar para os três últimos passos, para que consiga descobrir se já está completamente disposto a perdoar a todos, inclusive, a si próprio. Experimente as seguintes sugestões, até encontrar uma que funcione para você. Se ainda não estiver se sentindo capaz de fazê48
lo, perceba que será através do perdão completo, que deixará seu Poder Superior fazer por você, o que não consegue fazer por si neste momento. 7. Mantenha sua lista de reparações até que tenha concluído todas elas. Quando conseguir completar cada uma, escreva um breve resumo de sua experiência. Você faria algo diferente? Como foi isto para você? Compartilhe esta experiência com seu padrinho ou madrinha, ou com outra pessoa que pratique o programa de C.A. Se você estiver preso em perdoar um relacionamento de longo prazo, tente entender o seguinte: um dos problemas mais comuns em relação ao perdão é conseguir praticá-lo com aqueles que temos ou tivemos relacionamentos de longo prazo. Acreditamos que a razão principal é porque transformamos através do tempo a sensação do que nos aconteceu, convertendo nossos “crimes” em “bênçãos” em nossas mentes. Esquecemo-nos o quão descontrolados estávamos quando praticamos certas ações, e acabamos analisando-as conforme nosso entendimento atual, sem perceber nossa parte da responsabilidade. Não conseguimos nos lembrar realmente como éramos na época, e não medimos o prejuízo que causamos aos outros. O formato a seguir irá ajudá-lo (a) a se libertar. Deus pode e irá fazer por nós, o que não podemos fazer por nós mesmos se confiarmos Nele. Em uma folha separada escreva o seguinte: 1. Nome das pessoas que te prejudicaram. 2. O que elas fizeram ou não fizeram para prejudicá-lo (a)? 3. Como você reagiu no momento em que o dano foi feito? 4. Como você se sentiu e/ou pensou no momento em que o dano foi feito? 5. E agora? Como você se sente e/ou pensa sobre os danos causados? 6. Como você reage quando pensa, ouve falar, ou vê, quem te prejudicou? 7. Observe o grupo 3 da lista de perdão. Quais dessas pessoas ainda se destacam? 8. Você está agora disposto (a) a perdoar, para que possa ser livre? 9. Agora peça ao seu Poder Superior para realizar este perdão em todos os níveis, mesmo quando se tratar de alguém do seu presente. Lembre-se que é você quem irá decidir se manterá ou não o ressentimento por alguém, desde que, não se importe em continuar um presidiário (a) na cela dos ciúmes. Mas lembre-se: você é o único que poderá abrir essas grades. É importante buscar a cura para a maneira sobre a qual você pensava e sentia, no momento em que cometeu os tais “crimes”, aplicando também esta atitude para o presente. E lembre-se: nós não somos vítimas. O “coitadinho de mim” jamais se recupera!
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10. Como regra geral, é útil para o acompanhamento deste passo, após o perdão, fazer uma visita ou fazer uma ligação a quem perdoamos, a fim de verificar, se o resultado foi satisfatório, desde que isto não faça mal a esta pessoa. Quando o pensamento sobre tal pessoa(s) vier à mente, abençoea e se volte para o seu Poder Superior. Agora, será que você já está pronto (a) para transpor as pessoas do grupo número 3 para os grupos 1 ou 2? Se não conseguir fazer isto ainda, volte novamente para os passos que te orientaram a se reparar e a fazer as pazes, até encontrar uma solução viável. O perdão é a chave para todos os relacionamentos felizes e amorosos com Deus, com os outros, e com nós mesmos. Às vezes, a dor parece ser grande demais para que consigamos perdoar. Neste caso, pedir a Deus pela DISPOSIÇÃO para perdoar é a chave. No entanto, podemos não ser capazes ou não estarmos ainda dispostos a perdoar (confira a lista de reparações). Para aqueles a quem temos muita dificuldade para conceder perdão, é sugerido que oremos pela VONTADE DE PERDOAR. Coloque essas pessoas na oração da nossa “lista negra". Ore para essas pessoas cinco vezes por dia (ao despertar, no meio da manhã, meio-dia, no meio da tarde e antes de ir dormir), por duas semanas ou pelo tempo que levar para você receber a experiência do perdão. Assinale as colunas: (R) Raramente - (AV) Às vezes - (MV) Muitas vezes - (MI) Muito importante. Na última coluna, escreva se acha que sua falta de perdão traz qualidade de vida (QV) respondendo sim ou não (s/n). R
AV
MV
MI
# 1 2 3 4 5 6 7 8
9 10 11
Estou disposto (a) a perdoar. Eu tenho mais a ganhar dando o perdão. Quero resolver este problema. Eu quero que essa relação dê certo. Eu quero ser perdoado (a). Eu quero ser livre. Quero construir a confiança. Quero experimentar a paz. Estou disposto (a) a deixar que Deus faça por mim. Vou perdoar/ não vou esquecer. Eu estou cansado (a) de ser temível. Estou cansado (a) de ser negativo (a).
R
AV
MV
MI
# 17
Não consigo ou não quero perdoar. Eu não posso esquecer.
18
Busco vingança.
19
21
Está muito enraizado em mim. Sofri muito e eles ficaram impunes. Eu quero puni-los.
22
Eu não sou idiota.
23
Estou com medo de...
24
Retenho mágoas e me isolo.
25
Perdoar demonstra que os aprovo. Alguns gostam de magoar os outros. Eles não irão me perdoar.
20
26 27
QV s/n?
50
12
15
Estou cansado (a) de ser ressentido (a). É a coisa mais amorosa a fazer. Antes ficar sozinho (a) do que magoado (a). Medo de ser usado (a).
16
Não sei como perdoar.
13 14
28 29 30 31
Eles não merecem o meu perdão. Eles realmente me machucaram. Eles vão fazer "isto" novamente. Eles ficarão impunes.
Faça abaixo uma lista daqueles que você ainda precisa perdoar. a. Na coluna um, escreva o nome da pessoa, lugar ou assunto, que você está tendo dificuldade em perdoar. b. Na coluna dois escreva a causa: o que foi ou não foi feito – o que lhe foi retirado ou não foi dado a você. Quem ou o quê.
O que está dificultando o seu perdão
Talvez o mais difícil neste processo seja perdoar a nós mesmos. Há um bom número de razões para isto; a primeira talvez seja o fato de que temos muitas informações dentro de nós, incluindo uma abundância de experiências onde falhamos por completo. Ouvimos as pessoas falarem várias vezes sobre este programa, e sobre a vida em geral como sendo um processo, passando de uma fase muito limitada para outra menos limitada, e assim progredindo ad infinitum. No entanto, a maioria de nós acredita que algum dia irá chegar o momento em que conseguiremos extrair por completo todos os benefícios dos 12 Passos, ou até mesmo acreditamos merecer este presente, devido ao nosso esforço. Ao invés de enxergar cada experiência como um trampolim, preferimos vê-las como um obstáculo, motivo pelo qual permitimos que a decepção nos invada, trazendo consigo muita culpa e punição. A 51
corrida continuará até que nos tornemos perfeitos. Porém, nos beneficiaríamos muito mais, se estivéssemos dispostos a nos perdoar rapidamente e buscar correção, deixando o resultado de nosso processo, nas mãos de nosso Poder Superior. A disposição de perdoar é a chave para toda a cura em todos os tipos de relacionamentos. A CHAVE para uma mente aberta é a VONTADE DE PERDOAR. A CHAVE para o autoperdão é a VONTADE DE PERDOAR OS OUTROS. A CHAVE para o nosso crescimento e despertar espiritual é a DISPOSIÇÃO PARA PERDOAR. Podemos não ser capazes de perdoar por uma "razão" ou outra, mas podemos estar dispostos, mesmo que a nossa única motivação seja egoísta. Exemplo: "só não quero me sentir assim”, ou, “estou cansado de ser negativo e ressentido”. A importância do perdão é muitas vezes rejeitada por não pensarmos direito sobre este assunto. Uma possível razão para se “deixar pra lá”, pode ser simplesmente por não fazermos nem ideia de como perdoar alguém. Muitos de nós não sabemos, de fato, fazer isto.
Muitas
vezes
somos apenas incapazes de perdoar ou deixar pra lá. Geralmente, temos uma crença enraizada de que quando alguém faz algo de "errado", mesmo que seja um de nós, deve ser considerado culpado e punido. No entanto, quando somos nós os errados, gostaríamos de ser perdoados mais rapidamente. Na verdade, também não queremos ver o nosso "crime" ser considerado um pecado capital. Mas, se queremos este tipo de perdão, precisamos estar dispostos a estendê-lo aos outros. Uma pessoa ingênua, a ambos perdoa e esquece; uma pessoa estúpida, também perdoa ou esquece; mas uma pessoa sábia perdoa, mas não esquece. A pessoa sábia pode usar esta experiência de amor para compartilhar ainda mais do que nunca. Lembre-se: o que eu posso fazer é de minha responsabilidade; tudo o mais é responsabilidade de Deus. Assim tudo o que posso fazer em um determinado momento é estar disposto (a); e isto já é o bastante! Deixemos nosso Poder Superior fazer o resto! Al: eu quero perdoar a todos, de verdade, AGORA!! Louis: que tal um de cada vez? Al: pelo que entendi, se eu quiser a plenitude da vida - se eu quiser amar, cuidar dos meus relacionamentos, se eu quiser ser feliz e livre, se eu quiser um coração aberto, mente e almas abertas, então devo estar disposto a perdoar a todos, até eu mesmo!! Talvez eu não seja capaz, mas estou disposto! Então eu posso olhar para o nosso Pai e fazer este acordo! Louis: eu me lembro de você dizer que, se sua consciência tivesse clareza da desordem causada por suas velhas crenças inúteis e prejudiciais, e os julgamentos errôneos que fazia dos outros e de si mesmo – então perceberia na época em que sofria, que sua responsabilidade nisso tudo era 52
causada apenas por sua pequeníssima realidade pessoal. Nosso programa demonstra, através de seu processo, que poderemos nos tornar “aqueles que perdoam, aqueles que se perdoam, e aqueles que são inclinados a perdoar”. Al: Chegará um momento, em que não seja mais necessário conceder o perdão, mesmo quando alguém cometa um erro? Louis: claro!! "Não iremos mais lamentar o passado, nem desejar fechar as portas sobre ele." (Alcoólicos Anônimos – Pg. 83). Nessa área, temos experimentado algum grau de despertar, cura e/ou transformação, onde não necessitamos mais sentir culpa, punição, ressentimento ou medo. Agora, podemos compartilhar esta experiência com os outros. Temos que deixar de lado os nossos juízos nocivos em relação aos outros, e a nós mesmos em algum grau. Sem esses julgamentos, não haverá mais a necessidade de conceder o perdão. Este é o melhor tipo de perdão – nem se sentir ofendido ou prejudicado. Louis continua: aqui estão breves exemplos de “Dar é Receber” por Gerald G. Jampolsky: "A ênfase subjacente a este curso é que a paz interior só pode ser alcançada quando praticamos perdão. O perdão é o desapego do passado, e é, portanto, o meio para corrigirmos nossas percepções equivocadas. Os nossos equívocos só poderão ser desfeitos através do processo de desapego. Precisamos desapegar de tudo o que achamos que outras pessoas possam ter feito contra nós, ou o que quer que achemos ter feito contra elas. Através do verdadeiro perdão, poderemos interromper o ciclo infinito de culpa, e a tratar nós mesmos e aos outros, com amor. O perdão nos permite deixar ir todos os pensamentos que parecem nos separar uns dos outros. Sem a crença na separação, poderemos aceitar a nossa própria cura e estender cura e amor a todos os que nos rodeiam. A Cura, em seguida, se tornará o pensamento de unidade. Sempre que eu julgar alguém tão culpado, estarei reforçando o meu próprio sentimento de culpa e indignidade. Eu não poderei me perdoar se não estiver disposto a perdoar os outros. Só através do perdão, poderei receber a minha libertação completa da culpa e do medo.”. Aqui vai um pequeno resumo do Sermão do Monte por Emmet Fox - "A técnica do perdão é simples. A única coisa que é essencial é a disposição para perdoar. Desde que você deseje perdoar o infrator, a maior parte do trabalho já estará feita. As pessoas sempre fazem um fantasma do perdão, porque elas têm uma impressão errada de que para perdoar alguém, seriam obrigadas a gostar dele. Felizmente, isso não é verdade - não somos obrigados a gostar de ninguém sem espontaneidade, e, na verdade, seria completamente impossível gostar de alguém por obrigação. Seria mais fácil tentar segurar o vento pelas mãos, do que se obrigar a gostar sem empatia. E caso você tente se coagir a 53
fazê-lo, lembre-se que poderá acabar odiando o infrator ainda mais. Não somos obrigados a gostar de ninguém; mas estamos sob um compromisso de amar a todos, o amor ao qual chamamos de incondicional, o que significa uma nítida sensação de boa vontade impessoal, universal. Isto não está ligado a sentimentos pessoais; embora seja sempre seguido, mais cedo ou mais tarde, por uma sensação maravilhosa de paz e felicidade”. MÉTODO DO PERDÃO – este é o nosso método de perdoar: tente relaxar e tornar-se tranquilo neste momento. Repita qualquer oração ou reflexão de sua preferência. Então diga em voz baixa. "Eu, pleno (a) e livremente, perdoo ____ (mencione o nome do infrator); Eu o (a) deixo ir, eu o (a) libero. Eu perdoo completamente tudo o que aconteceu. Eu não estou mais preocupado (a), e isto está encerrado para sempre. Entreguei a carga de ressentimento para meu Poder Superior. Ele/Ela está livre agora, e eu estou livre também. Desejo-lhe o bem em cada fase de sua vida. Esse incidente está terminado. A verdade nos libertou. Dou graças a Deus." Então se levante e parta para a vida. Depois disso, sempre que a memória do autor (a) do crime ou o delito quiser voltar em sua mente, abençoe brevemente esta pessoa, e elimine este pensamento. Mesmo fazendo isso, muitas vezes, o pensamento poderá voltar. Depois de alguns dias, ele retornará cada vez menos, até que você esqueça-o completamente. Então, talvez, depois de um intervalo mais ou menos longo, o velho problema poderá voltar à memória mais uma vez, mas você perceberá que toda a amargura e ressentimento desapareceram, e que ambos estarão em perfeita liberdade. Seu perdão estará completo. Você irá experimentar uma alegria maravilhosa por essa realização.
54
DÉCIMO PASSO (PERSEVERANÇA) Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente. Louis: os próximos três passos são o que alguns de nós chamamos, de passos de crescimento, podendo ser o início de um modo de vida livre do inferno da doença dos ciúmes, se assim escolhermos. Sim, o crescimento vem pela Graça Divina, mas temos que nos abrir para recebê-la e praticá-la. Precisamos vivenciá-la! Através do décimo passo poderemos ajudá-lo (a) a montar um sistema de alerta, que poderá enriquecer a sua vida de uma maneira muito mais intensa, do qualquer coisa que você tenha experimentado até agora. Reunimos até aqui, uma boa quantidade de informações e ferramentas, e já não temos mais que viver da maneira dolorosa e destrutiva, que a doença dos ciúmes causa. Mas, por que se contentar apenas com a falta de dor e da destruição? Temos uma maneira de experimentar uma completa e amorosa relação com o outro, e assim, realizar a promessa deste programa simples: sermos úteis, felizes e livres. Se usarmos os nove primeiros passos e seguirmos as sugestões abaixo, ficaremos espantados como os ciúmes poderão ser transformado em algo positivo. Al: eu realmente quero fazer o que for preciso para a doença dos ciúmes ser transformada em algo positivo, de modo que eu possa vir a crescer. Achei que os ciúmes era apenas uma forma de amor, e quanto mais louco eu ficava com ele, mais amoroso pensava ser. Após os primeiros nove passos, percebi que o ciúme está muito longe da verdade de amar o outro, ou, a mim mesmo. Sei que muito do meu problema em relação aos ciúmes está centrado em minha mente, e não no mundo lá fora, então percebo ser dentro de mim que a cura deve se instalar. Agora que identifiquei alguns de meus padrões mais importantes, estou começando a entender a natureza exata dos meus erros relativos a essa doença. Eu posso ver quão insanas e distorcidas minhas reações foram. Esta doença me afastou do amor, mas sei que isto não mais funcionará para mim porque hoje, compreendo que uma grande parte da minha condição humana é o amor. A minha vontade e necessidade de experimentar o amor não diminuiu só porque ainda não sei como amar. Mas, então, para onde irei daqui? E o que me diz sobre os três dons espirituais, inseridos nas 12 promessas de C.A, onde o 2º dom é o amor? Como esta doença dos ciúmes poderá ser transformada em algo positivo, como aconteceu com o meu alcoolismo?
55
Louis: o processo é simples Al, mas não fácil. Estamos em um outro momento crucial do nosso processo de transformação espiritual. Primeiro tivemos de perceber o quão doentes tínhamos nos tornado, sofrendo as dificuldades deste mal-estar dos ciúmes, e que não seríamos capazes de nos curar através da mesma mente que nos fez adoecer. Mas nosso Poder Superior que nos transformou antes poderia fazê-lo novamente, mesmo em relação aos ciúmes. Assim como eu fiz, você fez o mesmo Al, quando gritou por socorro e se rendeu completamente ao nosso Criador. Quando começamos a responder às perguntas do inventário sobre os ciúmes, vimos padrões antigos e partes de nossa realidade pessoal. Então, quando você e eu começamos a conversar sobre essas crianças adoecidas que existem dentro de nós, começou a se formar uma compreensão clara desta doença para ambos. Al, quando você me disse o quanto estava pronto e certo de que queria se recuperar, e o quanto você queria e precisava de Deus para remover estes defeitos estando já bem consciente de que os possuía, eu sabia que estava no caminho certo. Então, quando colocou no papel todas aquelas pessoas com as quais você precisava fazer reparações, e saiu porta afora para fazê-las, eu sabia que você estava trabalhando sério para o nosso Grande Chefe, que é só compreensão e amor! Quando começou a trabalhar em seu perdão, percebi que estava disposto a perdoar setenta e sete vezes se necessário! Você me inspirou a tal ponto, que reabri meu inventário do quarto passo e adicionei mais alguns perdões. Al, você me fez pronunciar, por várias vezes, a palavra "Perdão", dizendo: perdoe, perdoe, perdoe!! Então que desperdício seria se tivesse abrandado este tratamento, ou parado por aqui! Você não desiste Al! E eu também não! Formamos um elo com proteção divina, e iremos nos encontrar com todos aqueles que sofrem desta doença, dando de graça o que recebemos de graça. Estamos juntos na irmandade do espírito, e trilharemos o caminho do destino feliz (trecho adaptado de Bill W). Então, continuemos a nos inventariar! A seguir, vamos aprender 4 técnicas de defesa contra a doença dos ciúmes. Então, vamos começar aprendendo sobre a “Estação de Primeiros Socorros”. A princípio, esta Estação de Primeiros Socorros foi o que precisávamos aplicar para que pudéssemos estar seguros em relação ao álcool e seus perigos: amigos, hábitos e lugares “de ativa”. Ou seja, fatores que poderiam ter desencadeado o desejo de voltar a beber. Até que se tenha uma completa Transformação Espiritual deste defeito em algo positivo, seria sensato visitarmos a Estação de Primeiros Socorros dos Ciúmes como necessidade.
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PRONTO-SOCORRO: Administração de emergência das habilidades da doença dos ciúmes: Como iremos sobreviver ao nosso dia agora que sabemos sermos portadores desta doença? A maior parte da nossa experiência de vida é executada no automático, até que algo realmente nos perturbe. Se nosso dia for carregado com energia negativa suficiente, como a dos ciúmes, precisaremos de um alívio rápido. A maneira pela qual, escolhermos reagir no primeiro momento de um ataque de ciúmes será crucial para a nossa derrota ou nosso crescimento e sobriedade, e talvez até para nossa sobrevivência, se por ela, optarmos. Podemos escolher naquele momento de que maneira iremos continuar a nos sentir, pensar e agir, ou, se iremos reagir automaticamente. Quando se trata de uma área problemática como a dos ciúmes, nossa tendência será reagir de maneira automática. As sugestões que iremos dar a seguir soam muito simples, muito fáceis. Sim, elas são simples, fáceis não. Temos de aprender a tratar a doença dos ciúmes como uma droga, da mesma maneira que tratamos nossa sobriedade em relação a outros vícios, como álcool, drogas, tabagismo, etc. Não poderemos tomar o primeiro gole com segurança, a primeira dose de drogas, dar o primeiro trago, ou comer um pouco de açúcar, sem que se desencadeie um desejo físico tão violento, que nos tornará incapazes de controlá-lo. No caso de ciúmes, uma das seguintes opções abaixo poderá detonar uma explosão emocional incontrolável, que nos levará certamente à insanidade. Segue-se uma lista de EVITES que consideramos vitais para proteção desses passos de crescimento, como um lembrete de que: 1.
Não podemos fazer uma perseguição ou encontros por acaso, apenas para verificar o
que possa estar acontecendo. Não devemos colocar os pés fora do nosso caminho, nem que seja apenas por um quilômetro. 2.
Não podemos nos dar ao luxo de verificar chamadas telefônicas enviadas ou recebidas.
O celular ou telefone do outro não nos pertence. 3.
Devemos evitar ler e-mails de outras pessoas que possam vir a provocar nossos
ciúmes, o que é muito provável de acontecer. 4.
Nós não tentaremos fazer amizade com alguém que acreditamos ser nosso inimigo ou
com alguma ex-relação de nossos (as) parceiros (as): ex-mulher, ex-namorado, etc. 57
5.
Que nos abstenhamos de fazer a primeira pergunta inquisitiva tais como: - "Com quem
você almoçou hoje?”, "Quem estava na reunião?” ou, "Este lugar não fica onde o seu ´velho amigo´ trabalha?”. 6.
Não iremos inquirir os outros para obter quaisquer informações.
7.
Não tentaremos forçar confissões... "Se você tivesse apenas me dito com quem esteve
(_____________), nunca teríamos que nos preocupar com isso novamente". 8.
Que não nos convençamos, de que a única razão para seguir o nosso ente querido, seja
para que fiquemos seguros. 9.
Façamos uma lista de nossas habilidades de investigações criativas e que pratiquemos
seus evites. 10.
Que possamos sugerir aos que se relacionam conosco (enquanto nossa doença ainda
estiver atuante), que não tolerem nossa insanidade! Isso poderá ser a coisa mais difícil a fazer, mas será necessário se realmente quisermos trabalhar o programa e eliminar o problema. 11.
Evitemos nos comparar. A comparação é a morte da autoestima e é considerado um
vício, uma adicção que agrava a doença. MÁXIMA ESPIRITUAL - "É uma máxima espiritual que cada vez que ficamos perturbados, não importa qual seja a causa, há algo de errado conosco." (Livro Doze Passos e as Doze Tradições, Décimo Passo). Mas o que está errado conosco? A resposta é sempre a mesma: nossa pequena realidade pessoal, formada por nossas crenças, defeitos de caráter, hábitos e padrões. O QUÃO PRONTO DEVEMOS FICAR? Temos repetido através dos passos, a importância de descobrirmos nossos hábitos de pensamentos, e sentimentos que formam nossa realidade pessoal. Toda a nossa experiência de vida, real ou imaginária, é filtrada e colorida por nossa realidade pessoal, ou seja, pelo nosso sistema de crenças. Enquanto não houver grandes mudanças em longo prazo, deveremos identificar essas crenças antes que possamos ter que responder por elas. Quando fazemos isso, ganhamos o direito de tomar uma nova decisão sobre o que fazer a respeito. Não podemos entregá-las ao nosso Poder Superior, se não tivermos conhecimento sobre o que nos acontece, pelo simples fato de não podermos entregar algo que não enxergamos. Este processo irá nos ajudar a encontrar e a entender a nossa parte, a nossa realidade pessoal. Para responder a pergunta: "o quão pronto podemos nos tornar para 58
fazermos algo construtivo sobre os nossos velhos caminhos?", a resposta é: "Muito prontos." Na verdade, podemos aprender a ficar um passo ou dois à frente deles. 2ª TÉCNICA: “QUANDO EU ESTOU MUITO PROPENSO (A) A?” (negativo/destrutivo) e (positivo/construtivo) Alguns especialistas dizem que mais de 98% de nossas experiências conscientes, são executadas no automático, em forma de hábitos. Isto muitas vezes, nos faz sentir que estamos sendo controlados, ou que perdemos o controle, por causa da nossa experiência inconsciente, em execução no automático. É como se realmente não tivéssemos escolha sobre nossos sentimentos e ações. Se estamos realmente cansados disso, e é provável que estejamos, ou não teríamos chegado até aqui, devemos entender que identificar esses hábitos como parte do processo de cura, é de fato, vital para nós. Você já escreveu algumas perguntas dos primeiros nove passos, e talvez, algumas de suas respostas possam servir para nosso próximo exercício: faremos duas listas para trabalhar o nosso décimo passo, que poderão ser muito úteis na construção de um Sistema de Sinal de Alerta Rápido. Comece a responder a cada uma de suas perguntas se questionando: quando eu estou mais propenso (a) a? Estas perguntas foram preparadas para que nos concentremos em nossa realidade pessoal, e consigamos revelar nossos hábitos de pensamentos e sentimentos. Para a maioria de nós, parece ser mais fácil começar com uma lista negativa, para depois, escrever uma positiva/construtiva. Em uma folha separada, escreva estas duas listas e formule suas perguntas e respostas. É muito importante neste workshop, que você desenvolva sua própria lista de "Quando estou muito propenso a". Aqui estão alguns exemplos: Exemplo negativo: quando estou mais propenso (a) para inquirir os outros para obter informações sobre meu parceiro (a)? Exemplo negativo: quando estou mais propenso (a) a verificar as chamadas telefônicas e internet, do meu/minha parceiro (a)? Exemplo positivo: quando estou mais a propenso (a) a procurar ajuda do meu Poder Superior para minha doença do ciúmes?
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Exemplo positivo: quando estou mais propenso (a) a realmente trabalhar o meu programa diretamente sobre esta doença? 3ª TÉCNICA: MAPA ESPIRITUAL (NEGATIVO/POSITIVO-CONSTRUTIVO) A seguir, ainda no processo do décimo passo, iremos aprender a construir um AVISO ANTECIPADO DE SINAIS, no nosso SISTEMA DE ALERTA. Se tentarmos seguir este exercício algumas vezes, ficaremos bons nisso. A ideia é simples: continuamos a afirmar que vivemos a maior parte de nossas vidas no automático. Agora, encararemos o mesmo caminho que percorremos cegamente durante anos, como uma estrada, uma rodovia. Queremos mapear todas essas vias, tanto as boas, quanto as ruins. Se mapearmos nossas experiências, iremos conseguir enxergar rapidamente o perigo que está por vir mais adiante, o que nos permitirá parar nosso carro, ou virar para um novo caminho. Prática, prática e prática, é o que precisamos fazer. CONSTRUINDO NOSSO MAPA ESPIRITUAL O processo de construção de um mapa espiritual tem que incluir o nosso lado espiritual, mental, físico, emocional e social. Isso também inclui todos os cruzamentos, semáforos, desvios, desmoronamentos, cruzamentos perigosos, sinais de alerta, etc. Quando nos deparamos com problemas podemos mudar de direção, se assim escolhermos. Nosso programa é um treinamento da mente. Os dois exercícios a seguir, servirão para a construção de ambos os roteiros espirituais e são mais eficazes, logo após ou durante uma experiência muito negativa e destrutiva, assim como após uma experiência muito positiva. Mantenha um formato acessível para a próxima vez que uma delas acontecer. Se estamos lidando com hábitos, isto quer dizer que teremos uma próxima vez. Se você não estiver tendo uma dessas experiências atualmente, tome uma de suas piores experiências passadas para o primeiro exercício, e uma boa experiência para o segundo, pois será esta que você realmente irá querer ver aumentada. Responda às seguintes perguntas. Lembre-se de que estamos indo lá atrás no passado, para reviver nossas experiências. 60
Al irá responder oito perguntas com um exemplo negativo e um exemplo construtivo de sua experiência. Depois de cada resposta, escreva um dos seus exemplos. Construa o seu próprio exemplo de um mapa espiritual negativo, seguindo os exemplos de Al, linha por linha: 1. Indique um dos seus problemas, defeitos, ou um dano feito à outra pessoa, onde você realmente saiu do controle. Se for um de seus padrões, "tire sarro dele”, colocando-lhe um apelido, a fim de detectá-lo nas próximas vezes. Exemplo: minha crise de ciúmes aconteceu novamente, só que desta vez, fui longe demais. Machuquei minha esposa e ela me deixou. 2. Na maioria das vezes temos sinais de alerta antes que seja tarde demais. Em que ponto você perdeu o controle? Exemplo: ela me disse para me acalmar ou ela iria sair de casa, mas a empurrei e disse que não a deixaria sair. 3. Em que momento você poderia ter parado o fluxo prejudicial, antes de passar para a "linha do não retorno?". Exemplo: eu poderia ter deixado a casa por um tempo, para que eu pudesse esfriar a cabeça. 4. Quando você se deu conta e pensou "não diga ou não faça isso a ela, senão não haverá volta?". Exemplo: quando eu estava tentando forçá-la a confessar minhas ilusões ciumentas. 5. Quando foi a última vez que você fez, disse, pensou, ou sentiu algo baseado neste mesmo padrão? “A MESMICE”: tempo, lugar, pessoa ou tipo? Exemplo: no mês passado eu fiquei fora de casa a noite toda, e em razão disso, tive uma crise de ciúmes.
61
6.
Existem quaisquer problemas não relacionados aos ciúmes acontecendo? Quaisquer
mudanças boas ou más: físico, mental, social, emocional, espiritual? Exemplo: eu estou tendo um monte de problemas no trabalho por causa da minha bebedeira; me disseram que serei demitido. 7. Quaisquer aniversários, eventos especiais por perto? Exemplo: neste mês, irei fazer 50 anos. Não fiz muito até aqui. Estou me sentindo um fracassado. 8. Você está sentindo qualquer culpa ou vergonha em uma outra área da sua vida neste momento? Exemplo: eu estou me sentindo inútil porque não consegui ser bem-sucedido em nada na minha vida - negócios, casamento, amigos, etc.
MAPA ESPIRITUAL (LADO POSITIVO/ESTRADA CONSTRUTIVA) É de igual importância identificar nossas estradas positivas, construtivas e amorosas. Ao longo dos passos, temos focado nos nossos hábitos ativos e passivos. Lembramo-nos de um bom ditado que diz: "Se está funcionando, não modifique." Podemos até acrescentar: "Se está funcionando, procure aumentá-lo”. Construa o seu próprio exemplo de um roteiro espiritual positivo/construtivo, seguindo o exemplo de Al. 1
Qual o lado positivo de participar desta irmandade?
Exemplo: percebo que há um propósito na minha história, e acredito que o que me aconteceu, foi a vontade de Deus para mim. Eu sou um missionário. Posso ajudar a quem sofre desta doença dos ciúmes e se encontra sem chances de se libertar, acreditando ser o isolamento e a solidão, as únicas saídas. 2
Na maioria das vezes, temos inicialmente, sinais úteis antes de a experiência explosiva
acontecer. Em que ponto você consegue sentir o impulso doentio chegar?
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Exemplo: me bate um pânico, uma ira incontrolável. Sei que vou explodir. E é nessa hora que preciso ir a algum lugar, e ligar para um companheiro e me conectar com o Poder Superior através dele. Sei que esta é uma situação que me permite compartilhar a minha missão com os outros. Quando isto acontece cada vez com menos frequência, vejo como uma oportunidade para ser um verdadeiro missionário. 3
Nas vezes em que você engatilhou e cedeu para os ciúmes, em que momento poderia
ter aumentado este compromisso de compartilhar, antes de desativá-lo? Exemplo: no início de cada ataque da doença, eu poderia ter focado ainda mais em nosso Poder Superior. Preciso me lembrar Dele assim que começar a sentir os sintomas, e colocar minha fé em ação: oração da serenidade, lembrar do primeiro passo, que sou impotente perante a doença dos ciúmes, e compartilhar imediatamente com um companheiro, permitindo que ele me ajude e proporcionando a ele, mais identificação e sabedoria. Quando peço ajuda ao outro, também o ajudo a compartilhar, e a desenvolver seu amor incondicional. 4
Quando você começou a pensar ou agir de maneira diferente, a fim de transformar
esta doença em uma experiência positiva? Exemplo: a pessoa com quem primeiro compartilhei hoje, foi tão aberta e dócil, que por um momento pensei: "Pai, me use para ajudá-la ainda mais". 5
Quando foi a última vez que você atuou no padrão da mesmice? Falou, agiu, pensou,
da mesma maneira antiga de sempre: tempo, lugar, ou pessoa? Exemplo: ontem comecei a sentir que estava me comparando com os outros companheiros durante a reunião, mas ao me lembrar de que estava vivenciando a minha missão, percebi que a minha partilha estava fazendo uma diferença positiva na vida das pessoas. 6
Quaisquer aniversários, eventos especiais, por perto?
Exemplo: irei fazer 50 anos. Estou sentindo um profundo sentimento de gratidão. 7
Você está sentindo qualquer grande emoção sobre qualquer outra área de sua vida,
(que não apenas nos ciúmes), neste momento?
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Exemplo: estou sentindo um transbordamento de amor e confiança em Deus. Tenho a percepção de que cada um dos elementos de minha missão tem o amor como finalidade. Com um bom Sistema de Alerta Antecipado, poderemos aprender a identificar prontamente, admitir e aceitar a nossa parte, tanto nas experiências destrutivas, quanto nas construtivas. No caso das construtivas, podemos optar por fazer ou não fazer alguma coisa, para aumentar as chances de uma experiência mais gratificante. Se tivermos sido meticulosos ao trabalharmos os primeiros nove passos, agora teremos condições de conhecer alguns dados de nossa realidade pessoal, formada por nossos hábitos de pensamentos, sentimentos, ações e reações. Com uma pequena ajuda de nossos novos exercícios “Quando estou mais propenso (a) a”, nossa lista de positivos e negativos, e o restante dos passos, deveremos ser mais capazes de enxergar e sentir, quando esses hábitos estiverem propensos a aparecer. Tal como aconteceu com as velhas estradas construtivas e negativas, conseguimos desenvolver técnicas que nos permitem identificar o mal, e dele nos proteger com regularidade. Queremos estar conscientes de todos os caminhos que trilhamos até aqui e poder optar agora, por construir novas e úteis rotas, hábitos e padrões, com a ajuda de Deus. 4ª TÉCNICA- sugerimos, algumas vezes, que você apelidasse seus hábitos defeituosos, desonrando-os a fim de lhes causar descrédito. Sugerimos que você "tirasse um sarro" de seus defeitos de padrões, lhes dando um apelido, a fim de identificá-los com maior facilidade. Agora, pedimos que você dê aos hábitos úteis e construtivos, um apelido amoroso e alegre. Quando um desses hábitos reaparecer, trate-o como um convidado bem-vindo e muito amado. Podemos dizer algo assim: "Aí vem a minha amada paciência” (_________), que é amorosa e construtiva, útil, cheia de bênçãos para mim e para os outros. Eu agora opto por aumentá-la. Meu Poder Superior, agora olho para Você e para a Suas Realizações, para a Solução, aceitando Sua Vontade. Valorizando nossos milagres diários, conseguindo mapear e interromper o mais rápido possível, os ataques dos velhos hábitos, poderemos realmente construir um útil Sistema de Alerta Rápido, que poderá enriquecer e ampliar as boas experiências em nossas vidas. Faça uma cópia das suas oito perguntas e respostas, e carregue-as com você, pois, se surgir um possível ataque da doença, surgirá também, uma oportunidade de vencê-la com esta ferramenta. Uma outra boa ideia, é ler esta cópia juntamente com a lista de seus evites e de seus padrões destrutivos, todos os dias ao
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despertar, junto com as suas orações para que se lembre todos os dias, já pelas manhãs, de que é portador da doença dos ciúmes, e que ela poderá ser detida, se você utilizar este sistema. Construir este Sistema de Alerta Rápido é muito importante para o nosso processo. Ele oferece uma nova liberdade em nossas vidas. Aprender a "tirar um sarro" de nossos padrões que nos engatilham nos ciúmes, é uma ferramenta muito útil deste sistema, e pode até ser engraçada. Os passos quatro e seis nos pediram para apelidar cada um de nossos padrões destrutivos, funcionando como uma técnica para visualizá-los cada vez melhor. Assim, poderemos reconhecê-los como parte de nossa doença, evitando responsabilizar mais uma vez o próximo. “Dê a Cesar, o que é de Cesar”. Aqui no décimo passo estes “apelidos” podem se tornar uma parte vital para nosso crescimento espiritual. Estamos em treinamento para reconhecer e capturar nosso verdadeiro inimigo, os ciúmes, e nada melhor do que conhecê-lo cada vez mais detalhadamente. Precisamos saber o que ele pensa, como se veste e como prefere atacar, pois o principal já sabemos: ele tem um alvo e este, somos nós. Seu objetivo é nos destruir, e deixar nossas vidas solitárias e miseráveis, nos envolvendo em sua paranoia alucinante. Mas felizmente não estamos sozinhos. Com a ajuda de um Poder Superior Amantíssimo, Causa Primária de todas as Coisas, estamos nos tornando aptos para reconhecer nossos antigos padrões, nossa realidade pessoal onde reside a doença, e queremos tratá-los como hóspedes indesejados, cada vez que tentarem invadir nossa mente. Assim, toda vez que você estiver perturbado, pergunte-se: "Será que o que estou sentindo é familiar? Será que já não senti isso antes?" Releia sua lista de padrões e seus apelidos. Há algum lá similar que lhe lembre de o que está sentindo? Em caso positivo, diga a si mesmo: "Ahhh, aqui está a perseguidora das ex-namoradas!!! Vejam, o desconfiômetro ligou sozinho!!! Mas olha quem vem vindo? O El Justiceiro, querendo bater em todos os homens que se aproximam de sua amada. Olha a inveja aí, gente!!! Hoje não temos nenhum caso a desvendar, Sir. Sherlock Homes! Lá vem a defensora dos bons costumes, achando que nenhuma mulher presta e que vão levar o meu namorado!! Oi, Dona Ira, infelizmente não poderemos tomar um café hoje. Estou de saída, volte um outro dia, tá?”. É, desta maneira não será fácil para a doença dos ciúmes ganhar nosso respeito e credibilidade, se desmascararmos seus velhos hábitos (padrões). Al: eu odiava fazer isso no começo, mas com o tempo, todos meus padrões ganharam um apelido, e o fato de tirar um sarro deles, me fez perceber com nitidez, as emboscadas da doença, pois 65
eles eram sempre os mesmos. Por exemplo, durante muito tempo, tive os padrões da carência e insatisfação. Nada nunca era o bastante para mim. Amor, dinheiro, tempo, amigos, etc. E foi fácil ver como estes defeitos mantinham ativa a minha doença. Quando os apelidei respectivamente de “Carência Amiga” e “Falta-Saurus”. Já me flagrei rindo de mim mesmo, quando visualizei o Falta-Saurus destruindo tudo o que ele encostou, com seu rabo grande, representado por meus acessos de ciúmes. Construindo um sistema de Sinais de Alerta Rápido: 1.
Reveja todo o seu trabalho de passos até aqui. Inclua:
2.
Estação de Pronto-Socorro/Evites.
3.
Quando estou muito propenso (a) a? (negativo/positivo-construtivo).
4.
Mapa Espiritual de Rodovias (negativo/positivo-construtivo).
5.
Lista de cada padrão (hábitos de pensamento e sentimentos destrutivos relacionados
com a doença dos ciúmes ou não), e seus respectivos apelidos.
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DÉCIMO PRIMEIRO PASSO (ESPIRITUAL) Procuramos, através da prece e meditação, melhorar nosso contato CONSCIENTE com Deus, como nós O compreendíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade para nós e forças para realizar essa vontade. Procuramos - o passo onze nos direciona para a parte mais importante da nossa condição humana: conseguir tomar posse do nosso Eu Verdadeiro, o indivíduo que fomos criados para ser. Em outras palavras, este passo nos ajuda a exercer a vontade de nosso Criador para com nós. O que pedimos aqui são forças para realizá-la. Como já dissemos antes, nunca conseguimos sentir a verdadeira alegria, felicidade e liberdade, até este passo ser realizado. Uma vez que encontramos a verdadeira força para realizar a vontade de Deus, torna-se uma decisão muito mais simples e fácil, saber para onde canalizá-la. Tudo na vida é um processo. Esta etapa também sugere que continuemos a buscar, através da oração e da meditação, melhorar nosso contato consciente com nosso Poder Superior. Não poderia haver um momento mais adequado, para melhorar o nosso contato consciente com Ele, do que este em que estamos trabalhando a meditação, e oração profundas, para vencermos a doença dos ciúmes. Al: eu não sei quase nada sobre oração e meditação, e então como poderei praticar este passo? Louis: se não fizermos parte de nenhuma religião, poderemos ainda assim, nos conectar com Deus, selecionando e memorizando um conjunto de orações, que enfatizem os princípios espirituais do nosso programa de 12 passos. Há também muitos livros úteis. Sugestões sobre estes, poderão ser obtidos se conversarmos com um padre, ministro, rabino, ou, com outros membros de nosso grupo. "Faça uso do que eles lhe oferecerem." (Alcoólicos Anônimos, p.87, com permissão). Iremos lhe apresentar também, algumas sugestões de oração e meditação abaixo. O QUE SÃO AFIRMAÇÕES? Al: eu vi sua afirmação na página 40. Para ser sincero, achei-a muito longa, e um pouco "elevada" demais para mim, se é que entende o que quero dizer. Louis: nos primeiros anos, pensei que estas afirmações não funcionariam para mim. Porém, depois de um tempo, percebi que eram exatamente o que minha mente precisava ouvir, para que fosse preenchida com informações positivas, limpando desta maneira, os pensamentos negativos. 67
Comecei a memorizar algumas afirmações, um dia de cada vez, e acabou por se tornar um forte hábito para mim. Hoje, me pego pensando e dizendo uma dessas afirmações ao invés de responder automaticamente, e de maneira negativa, a quem eu amo. Afirmações são conversas positivas que desenvolvo com minha doença. São diálogos que decido ter com ela, cara a cara, quando reaparece. É uma técnica que Emmet Fox chamava de “A Chave de Ouro”, capaz de enfraquecer a doença dos ciúmes. Muitas vezes, quando eu estava prestes a ter um ataque de desconfiança e percebia que iria explodir, dizia a mim mesmo: “olha o monstro dos olhos verdes aí, gente! Acabou de chegar, mas não vai ficar! Você é inútil e prejudicial para mim. Agora quero que vá embora! Você me alucina e me confunde, me causa angústia e desespero, e faz quem eu amo definhar! Você é um monstro, e não permito sua presença maligna em minha vida iluminada.” Lembro-me de uma outra frase muito boa usada em AA: “só por hoje eu posso não beber!” Então por que não dizer: “só por hoje, posso não deixar o monstro dos ciúmes entrar!” Assim, consegui transformar aos poucos, minha consciência em um instrumento de meu Poder Superior, e focar nos atributos do amor. Na prática, não poderia ser mais simples. Eu, dono da doença, pensando de maneira a desonrá-la e diminuí-la, parando de pensar sobre o problema, e focando em meu Poder Superior. Este simples processo, realmente me ajuda a desabilitar o pensamento ciumento, transformando-o em solução. Afirmações, também podem ser as frases positivas que escolho repetir para minha mente, a fim de modificar minha realidade pessoal. Encontrei várias afirmações úteis e as repito como mantras, todas as manhãs, antes de cumprimentar “o primeiro ser vivo”, pois assim consigo começar meu dia de maneira serena e construtiva, embasado em pensamentos férteis, e em saúde e espiritualidade. Faço minha parte para ter um dia bom, livre da doença dos ciúmes. É minha intenção, focar minha atenção nos atributos amorosos de meu Poder Superior. Posso focar também, em características de pessoas mais bemsucedidas da história, ou mesmo, em alguém não ciumento que me sirva de exemplo. Al: que tal algumas sugestões simples sobre a oração e meditação? Louis: vou lhe oferecer uma série de sugestões simples, de como você poderá usar diferentes orações, meditações e afirmações. AS ORIENTAÇÕES: 1. Escolha uma palavra sagrada ou uma oração, como o símbolo de sua intenção de consentir a presença e ação de Deus em sua vida.
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2. Sente-se confortavelmente com os olhos fechados, acomode-se, e silenciosamente, pronuncie a palavra sagrada ou a oração, como o símbolo de seu consentimento à presença e ação de Deus em sua vida. 3. Quando se distrair em seus pensamentos, retorne sempre de maneira suave à palavra sagrada. Pensamentos incluem sensações corporais, emoções, imagens e reflexões. 4. Quando encerrar a oração, permaneça em silêncio com os olhos fechados por um uns minutos. OBSERVAÇÕES: 1. A palavra sagrada é sagrada, não por causa de seu significado inerente, mas por causa do significado que damos a ela, como a expressão de nossa intenção e consentimento. Exemplos: amor, ação, serenidade, paz, silêncio, fé, confiança, calma. 2. "Sentado confortavelmente" significa relativamente confortável, de modo a não incentivar o sono durante o tempo de oração. 3. Por "retorne sempre de maneira suave à palavra sagrada", entendemos que um mínimo de esforço é sugerido. Precisamos focar na oração. Louis: aqui estão cinco sugestões para conseguir orar, que tem sido úteis para mim: 1. Devo sentir a presença de Deus e acreditar que Ele pode me ouvir: sei que existe um Poder Superior, um poder Maior do que eu, que escuta a minha voz. 2. Em algum nível, devo acreditar, sentir, e saber, que tenho o direito de pedir o que preciso e desejo. Acredito que meu Poder Superior tem colocado a necessidade e o desejo em meu coração, mente, e alma, daquilo que é melhor para mim, mas o conteúdo que Ele me enviou, foi filtrado e distorcido por minha realidade pessoal. No entanto, tenho certeza de que Ele sabe exatamente o que preciso, e como me enviar, se eu O deixar fazê-lo. 3. Antes de pedir ao meu Poder Superior o que eu preciso, devo adicionar a expressão: "Se for da sua vontade. Se não for, por favor, não me dê!”. 4. Agradeço a Ele, sabendo que vai ser feito. 5. Eu O deixo agir, e fico fora do caminho do processo. MAS SERÁ QUE CONSIGO REALMENTE ACREDITAR? Al: às vezes, não consigo acreditar que há um Poder Superior que vá resolver qualquer coisa para mim. 69
Louis: eu também já passei por isso inúmeras vezes. E ainda há momentos, em que eu possa ter de passar mais tempo trabalhando em uma ou mais dessas cinco sugestões acima. Por exemplo: posso me sentir culpado por alguma coisa e achar que meu Poder Superior está me julgando, me punindo, e que irá me privar de algo muito bom que, porventura, iria vir na minha vida. Também tenho medo, de que Ele me mande algum corretivo... Talvez eu tenha que trabalhar o perdão com mais afinco, ou lembrar que Nosso Deus amantíssimo, corrige apenas, mas nunca pune. QUANDO EU AMO ALGUÉM, PENSO MUITO SOBRE ELE: Louis continua. “Em algum momento, comecei a pensar na oração e meditação, da seguinte maneira: quando realmente amo alguém, com todo o meu coração, mente, e alma, e sei que este alguém poderá me dar o que realmente preciso, e me faz bem, então começo a querer encontrar uma maneira de falar, de estar perto dele. Uma vez que, despertei para o fato de que existe um Poder Superior, que pode e irá fazer por mim, o que jamais conseguirei fazer sozinho, comecei então, a tentar me comunicar com Ele.” Meu motivo pode não ser dos mais puros, mas quando pergunto algo com todo o meu coração e mente, experimento soluções milagrosas. Consigo sentir Sua presença. Consigo enxergar a Sua resposta. Consigo perceber os Seus sinais. Quando comecei a tentar fazer a meditação, fui pela mesma linha de raciocínio: quando realmente amo alguém (O Pai), ou sei de alguém que tem o que realmente preciso (O Pai), simplesmente não consigo obter apenas o suficiente dele. Eu quero estar perto, falar e ouvi-Lo, conversar e ouvir o que outras pessoas dizem sobre quem eu amo. É na oração que eu falo, e é na meditação que escuto o meu Amado. A oração e meditação são princípios espirituais, o que significa que são infinitas. A mais elevada forma de meditação é contemplação, isto é, sentir clara e diretamente, a vontade de Deus para nós, através do silêncio profundo. É mais provável que isto aconteça, quando estivermos mental, emocional e espiritualmente conectados, através da prática diária. É fácil telefonar para Deus. Basta honestamente querer se conectar, e a disciplina diária de alguns minutos poderá resultar em milhares de horas de paz e felicidade. Al: eu não sei se realmente já amei alguém. Eu tenho sido tão egoísta... O fato de sentir ciúmes tem me feito duvidar, se verdadeiramente poderei amar alguém ainda nesta vida. Pensei em tê-lo feito, mas como teria conseguido tratar tão mal essas pessoas do meu passado, se realmente as amasse? Bom, verdade é que em Ciumentos Anônimos, conheci muitas pessoas especiais, a quem eu não só admirava, mas queria ser como elas. No início, elas me intimidavam, mas encontrei uma maneira de conhecê-las melhor e então entendi o caminho. Posso começar pelo meu primeiro amor 70
verdadeiro: neste momento amarei meu Poder Superior o melhor que puder, e me disciplinando a orar e meditar, um dia de cada vez, meu amor por todos irá se expandir e crescer. UMA FONTE, MUITOS CANAIS: Al: Louis, você pede tudo o que precisa ao Poder Superior? Pensei que estávamos rezando para fins altruístas. Você está dizendo que somos egoístas? Louis: solicitar o nosso Poder Superior para o que precisamos em um determinado momento, é uma forma de incluí-lo em todas as áreas da nossa vida. Muitos de nós, por uma razão ou outra, acreditam que há algumas coisas que devemos fazer sozinhos, e sem ajuda, (como se nosso Poder Superior não pudesse ou não fosse atuar nestas áreas "proibidas"). Mas esta não é uma boa maneira de se pensar. Acreditamos que nunca se deve experimentar ser alguém, que não seja o indivíduo que Ele criou para ser. Em outras palavras, devemos estar em união consciente com a vontade de nosso Poder Superior, para cada um de nós. Aqui vai minha sugestão: tente transformar sua consciência em direção ao seu Poder Superior, a cada novo início, isto é, quando você acordar, quando iniciar qualquer atividade, ou até mesmo, ao atender ao telefone; quando estiver dirigindo, etc. Basta lembrar-se de uma palavra sagrada para você, como "Pai", "Deus" ou outra que te invada o coração. A cada conclusão de qualquer atividade, mantenha o hábito de agradecer ao seu Poder Superior. Um simples “obrigado” já é uma enorme conexão com Deus, para nós. Se tivermos apenas a sabedoria de pedir aquilo que precisamos, no nível espiritual em que nos encontramos nesse momento, os bons resultados serão capazes de vir até nós com muito mais frequência. "Quando eu era criança, pensava, falava e agia como uma criança, mas quando me tornei um homem, tive que deixar de lado as coisas de criança.” (1 Coríntios 13:11). Quando consigo aceitar o meu atual nível espiritual (ver lista abaixo), a minha vida se torna muito mais fácil. Por exemplo, quando o monstro dos olhos verdes resolvia atacar, e eu já havia cedido para a insanidade, me tornava espiritualmente como uma criança, pois já não conseguia interromper minhas reações insanas. Eu estava completamente derrotado, e impotente perante a doença dos ciúmes. Se tivesse cedido para ela, e aceitado que não poderia realmente me tratar, naquele momento talvez simplesmente tivesse parado de tentar, e me entregado totalmente à desgraça por ela causada. Foi preciso muito trabalho espiritual, para conseguir enxergar esta doença em mim, vez que sua maior característica é a desconfiança em relação ao outro. Como eu conseguiria, sozinho e sem a ajuda de Deus, entender que o certo seria eu desconfiar da doença em mim, e de meus próprios pensamentos, e não dos pensamentos dos outros? Com uma doença deste porte, 71
estaria eu em algum nível espiritual elevado? O paradoxo desta resposta, é que eu poderia realmente me elevar espiritualmente, se decidisse levar a mensagem ao ciumento que ainda sofre, pois assim estaria convertendo a maldição em benção. Estaria fazendo minha parte, para que Deus removesse minha obsessão pelos ciúmes. Ao conversar com outro ciumento, fui conseguindo enxergar cada vez mais a doença, antes tão poderosa, entranhada e escondida. De qualquer maneira, foi importante entender, o quanto eu ainda era um bebê espiritualmente falando, pelo menos no começo de minha recuperação em C.A. NÍVEIS ESPIRITUAIS 1.
Bebê espiritual: no começo, o meu grito de socorro era puramente egoísta. Eu estava
totalmente dependente da doença, com pouca ou nenhuma escolha, incapaz de fazer qualquer coisa de valor para mim, sozinho, e sem ajuda. 2.
Criança espiritual: eu queria que Deus cuidasse de mim, e que me desse tudo o que eu
julgava precisar. Era um tempo de aprendizado, tentando entender o que iria agradar meu Poder Superior ou não. Estava cheio de perguntas sobre Ele, e sobre a necessidade de limites, orientação, equilíbrio emocional, segurança espiritual e senso de pertencimento. 3.
Adolescente espiritual: momento em que me flagrei exigindo que o universo fosse
como eu gostaria, sem conseguir enxergar minha responsabilidade no processo. Como poderia receber coisas boas, se minha energia, pensamentos, palavras e ações ainda se encontravam tão carregadas? Não é preciso haver um bom pH na água, para que eu a ingira e me sinta saudável e hidratado? Como estava meu pH energético afinal? Que espécie de bumerangue eu estava jogando para o universo, a fim de pegá-lo de volta, em maior velocidade? Como plantar pimentas e esperar por morangos? Tentei ser um pouco como o Criador, mas não consegui. Então, comecei a procurá-lo em toda parte, exceto onde Ele poderia ser mais facilmente encontrado: no centro de meu ser. 4.
Adulto espiritual: eu sabia que era responsável pelas decisões que tomei, mas me
lembrei que Nosso Pai é o única Fonte Real de Sabedoria. Parei então de ser um usuário da doença dos ciúmes, e me dispus a ser usado por este Poder Superior. Sempre persisti em Sua busca por meus próprios esforços, exigindo muito da minha condição humana. Porem, só vim a conhecer um pouco mais sobre Deus, através do estudo, oração, meditação e do compartilhar com meus companheiros. Experimentei muitas manifestações de Sua presença, e 72
compreendi que estes efeitos, causados pela recuperação, são a própria presença de Deus em minha vida, causa primária de todas as coisas. Mais de mil vezes me perguntei se um dia, eu iria me libertar da doença dos ciúmes. Foi então que consegui ouvir claramente a resposta: as promessas de C.A são nossa verdadeira garantia; elas são as Promessas de Deus para nós, que sofremos tanto, anos a fio. Eis aqui algumas delas: "Estamos a ponto de conhecer uma nova liberdade e uma nova felicidade; todos os nossos pontos de vista e atitudes perante a vida irão se modificar; o medo das pessoas e a insegurança nos abandonarão. Saberemos, intuitivamente, como lidar com situações que costumavam nos desconcertar. Perceberemos, de repente, que Deus está fazendo por nós o que não conseguíamos fazer sozinhos.” O que precisamos fazer para isso? Apenas a nossa parte. Por alguns raros momentos, tenho experimentado ser uma pessoa idosa espiritualmente falando: venho partilhando a minha vida com os outros, como um agente de nosso Pai, entendendo estar totalmente dependente Dele, e não ofereço nenhuma resistência a isso. Aprendi bastante sobre Deus através do estudo, oração, meditação e por me deixar perceber Sua manifestação em minha vida. Experimentei diretamente o contato consciente com o Pai, através da meditação contemplativa. Experimentei uma união consciente direta com a vontade do Pai para mim. Parei de tentar conseguir alcançar objetivos sem a ajuda Dele; entendo ser sinal de humildade, se deixar ajudar por Deus. Acredito que todos podem experimentar estes níveis, mas não somos conscientes de fato, do que eles representam. A MANEIRA PELA QUAL ACREDITAMOS: Louis: ao longo dos anos, criei várias regras sobre quando Deus deveria me ajudar, e quando não deveria me ajudar, e quando deveria me punir. Não acho que Deus tem concordado muito com elas. Uma vez, um homem muito sábio disse: "tudo será feito da maneira que você acreditar.” É muito importante que identifiquemos a nossa realidade pessoal (regras e crenças), pois assim, poderemos entender a verdadeira vontade de Deus para com cada um de nós, e encontraremos forças para realizá-la. Para receber a ajuda de Deus, Ele deve ter o nosso consentimento. É difícil conseguirmos dar nosso consentimento, quando estamos tão cheios de crenças erradas, cheios de ego. Portanto, a oração e a meditação, são vitais para a nossa recuperação, para o nosso despertar. Precisamos acordar espiritualmente. A maneira pela qual você se vira em direção ao seu Poder Superior em um 73
determinado momento - é a melhor maneira. Cada vez que procuramos melhorar nosso contato consciente com Ele, melhores receptores e doadores nos tornamos. TODOS TÊM UMA FINALIDADE Louis: quem nos criou como indivíduos, deve ter algum propósito para cada um de nós. Se pudermos estar em união consciente e harmônica com a Sua vontade, estaremos mais propensos a experimentar a nossa realização pessoal. Nesse caso, certamente quereremos melhorar a nossa compreensão, experimentar a Sua Vontade e ter o poder de realizá-la. Há muitos professores que estão esperando para compartilhar com você. "Quando o aluno está pronto, o mestre aparece.” Tente ser o mais disposto, honesto e mente aberta que puder. Nossa condição humana promove a ilusão de que estamos separados de todos os outros. Portanto, precisamos de oração e de alguma forma de meditação, para receber uma experiência de união consciente, para a cura, para a totalidade, para sentir o verdadeiro amor ao próximo. VONTADE INDIVIDUAL DE DEUS PARA CADA UM DE NÓS: Encontrar o verdadeiro desejo do nosso coração, o nosso objetivo, a nossa missão, a nossa vontade individual de Deus para cada um de nós, que somente o fluxo espiritual de nosso Poder Superior poderá nos revelar, é o foco deste livro. Esse fluxo espiritual nos diz que todo mundo tem um dom especial para dar aos outros. Se ouvirmos a sabedoria de nosso coração, saberemos o que é. O segredo da felicidade é usar nosso dom especial. O segredo da abundância é compartilhar com o próximo nosso dom especial. Michelangelo pegou um pedaço bruto de mármore, lapidou, e jogou fora tudo o que não se parecia com a visão de David. Vamos manter nosso foco na visão da Vontade de Deus para nós, e jogar fora tudo que não for bom. Não podemos mais afirmar sermos capazes de interromper os pensamentos, sentimentos, e reações que a doença dos ciúmes nos provoca. Esta energia negativa não pode seguramente ser rechaçada ou evitada; precisa ser transformada ou substituída. A melhor solução é a evolução espiritual, então, quanto mais opções tivermos, melhores chances teremos para a cura real. Nosso Poder Superior poderá fazer isso para nós, se O deixarmos agir. Portanto, iremos oferecer-lhe mais algumas sugestões abaixo, que têm sido muito úteis através de nosso programa. Você poderá transformá-las em meditações amorosas, sábias e úteis, se assim desejar.
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Louis: eis aqui a oração matinal escolhida por Ciumentos Anônimos. Ela tem nos ajudado muito a meditar sobre como reescrever nossa realidade pessoal, onde a maior parte da nossa doença dos ciúmes está armazenada. Meu Poder Superior, ao acordar, direciono minha consciência À SUA PRESENÇA SAGRADA, e pratico o Amor que há em mim, me tornando cada vez mais próximo do indivíduo que me criastes para ser: bom, puro, honesto e livre. Estou completamente grato (a) por aquilo que planejas para mim no dia de hoje. Agora consigo perceber que estou em união consciente com os seus três dons espirituais. Estes são desejo do meu coração, que também são a Tua Vontade para mim Meu Deus Amantíssimo! Começarei este dia, com uma breve revisão de ontem e com disposição para corrigi-lo. Eu preciso escutar a sua Voz, Pai, pois é Ela quem me dirige tão cuidadosamente, me dizendo o que fazer, como pensar e sentir. É apenas Ela que desejo ouvir. Fui feito à sua Imagem e Semelhança. Aceito, conscientemente, desenvolver as características que me pedes para ter: fé, perseverança, foco, preparação, confiança, convicção, resiliência, independência emocional, comprometimento e coragem. Assim, me comprometerei a: Só por hoje, optarei por não magoar ninguém, nem mesmo a mim. Eu estou conectado (a) com a sua Luz Divina, e a escuridão não encontra forças aqui, desaparecendo dentro de si mesma. Só por hoje, escolho entender o objetivo da minha vida para estar consciente do indivíduo que me criastes para ser. Só por hoje, praticarei todas as formas de amor: amor de Deus (Ágape), amizade (Philia), afeto (Storge), sendo no amor (Eros), a expressão exterior de sua Onipresença (Amor Original) e o Desígnio Divino Individual (amor-próprio). Só por hoje, praticarei a paciência; meu amor é passivo pois espera o Seu Chamado e não tem pressa; apenas é calmo e pronto para fazer o Seu Trabalho quando a intimação chegar. O amor compreende e, portanto, espera. Só por hoje, decidirei ser gentil e meu amor estará ativo. Gosto de me sentir assim. Se neste momento houver a chance de fazer o bem ao próximo, permita-me fazê-lo de forma sábia e amorosa sem procrastinar. Só por hoje, optarei por ser generoso (a). Eu sou Teu Filho, e um pai e irmão amoroso para todos. Compartilho meus dons e os meus talentos livremente e com todo o meu coração, enriquecendo, iluminando, e ajudando a despertar e transformar todos aqueles que eu possa auxiliar. Só por hoje, viverei em um estado consciente de humildade. Cada vez que eu compartilhar, colocarei um selo sobre meus lábios e me voltarei para o anonimato. Não direi nada sobre o que fiz, 75
pois, sei que sou apenas um canal, um agente de Sua Vontade. Espero pelo próximo presente de poder compartilhar. Só por hoje, expressarei cortesia, o verdadeiro amor nas pequenas coisas, expressando-o em todos os níveis, com todos os seres. Só por hoje, serei altruísta, e evitarei o autointeresse. Não invadirei o direito alheio e nem reprimirei a liberdade de quem amo. Não praticarei nenhum abuso. Só por hoje, não invejarei o outro, pois não existe concorrência. Eu sou exatamente a pessoa que Desejastes que eu fosse. Só por hoje, concederei o perdão a mim e a todos. Decido me tornar compreensivo (a), sábio (a) e fortalecido (a), perdoando a todos, que porventura, um dia me fizeram mal. Hoje entendo que nada nunca foi feito particularmente contra mim. Eles já agiam assim em sua ignorância espiritual. Melhor ainda será, se eu conseguir não julgá-los por seus "pecados”, pois assim nem me ressentirei, não havendo, portanto, necessidade de perdão. Só por hoje, perceberei a inocência nos outros e em mim. Criarei uma atmosfera de amor e sabedoria onde quer que eu vá, e com quem quer que eu esteja. Nossa inocência está além da condição humana, no entanto, é sempre presente. Só por hoje, serei honesto (a) em tudo o que eu fizer. O programa é de honestidade e honestidade não se fraciona. Só por hoje, confiarei no meu próximo e com ele me alegrarei, pois o amor nunca falha. "Até então, só conseguia ver muito pouco do meu reflexo no espelho, através da minha limitada realidade pessoal, ouvindo apenas o zumbido da minha pequena voz interior, presa no calabouço da doença. Mas agora, portando os atributos divinos, vivo em uma outra dimensão, guiada por princípios universais de amor verdadeiro, altruísmo, e confiança. Só por hoje, permaneço em Sua vasta realidade Pai, experimentando Sua Presença e mantendo meu propósito de ajudar os meus iguais como Você tanto desejou. A cada novo dia, quando alguém me pedir ajuda, só preciso dizer: "Meu Poder Superior, manifeste-se em minha consciência. Venha e permita-me ajudá-lo (a) através de Seu Poder ilimitado, oh, Rei de todos os reis. E ele (a) não mais sofrerá. Não mais sentirá a sensação terrível da loucura lhe rondando. Não derramará mais lágrimas de desconfiança, ira e solidão. Ele (a) entenderá que o amor próprio vem apenas da confiança em Ti; minhas mãos foram estendidas e minha ajuda lhe foi prestada. Minha missão se tornou completa. Minha obsessão pelos ciúmes foi completamente removida aqui e agora. Muito obrigado (a) Pai, pois isto era o que eu precisava fazer para me tornar um homem livre.”. 76
DÉCIMO SEGUNDO PASSO (DESPERTAR, SERVIÇO, PRÁTICA) Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos levar esta mensagem aos ciumentos que ainda sofrem, e praticar estes princípios em todas as nossas atividades. Abaixo, colocamos algumas recomendações de leituras para você. Cada uma delas será citada, mas não analisada neste workshop. Se você desejar se aprofundar em uma dessas leituras, basta substituir a palavra alcoolismo por doença dos ciúmes. Você irá ganhar uma maior compreensão de ambas as doenças, e sobre seu processo de recuperação, se assim o fizer. Leituras recomendadas: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Livro Os Doze Passos e as Doze Tradições, Décimo Segundo Passo. Livro Alcoólicos Anônimos, capítulo 7, Trabalhando com os outros. Livro Alcoólicos Anônimos, capítulo 8, Às Esposas. Livro Alcoólicos Anônimos, capítulo 9, A Família Depois. Livro Alcoólicos Anônimos, capítulo 10, Aos empregadores. Livro Alcoólicos Anônimos, capítulo 11, Uma visão para você.
PRIMEIRO DOM ESPIRITUAL – PRESENÇA, DESPERTAR O décimo segundo passo inicia-se assim: “Tendo experimentado um despertar espiritual como resultado destes passos...”. Os primeiros onze passos nos garantiu uma mudança considerável em nossa personalidade, e em nossa percepção, suficiente para nos provocar um verdadeiro despertar espiritual. Nossa velha personalidade ciumenta e egóica foi removida, ou pelo menos, grande parte dela. Despertamos para a beleza da liberdade, vivendo e deixando o outro viver, e aprendendo a confiar verdadeiramente em nosso Pai. O primeiro dom espiritual é o despertar para a presença do nosso Poder Superior, e estar em união consciente com essa presença. "A falta de poder foi o nosso dilema. Tínhamos que encontrar um poder pelo qual pudéssemos viver, e este tinha de ser um Poder Superior a nós mesmos. Mas onde e como poderíamos encontrar este poder? Bem, é exatamente disto que este livro trata. O seu principal objetivo é permitir que você encontre um Poder Superior a si mesmo que irá resolver o seu problema. Que você possa encontrá-Lo agora.” (Alcoólicos Anônimos, página 45, reproduzido com permissão). O principal objetivo deste trabalho é a manutenção desta missão. O despertar espiritual é o primeiro de nossos três objetivos deste livro. Talvez você já tenha despertado para a percepção de 77
que existe uma força incondicional invisível, que tem acompanhado a todos nós ao longo de nossas vidas. Em outras palavras, sempre tivemos um meio invisível de apoio, ou, não estaríamos aqui. O décimo segundo passo, juntamente com os outros onze passos, poderá nos ajudar a nos manter acordados, e a despertar cada vez mais, espiritual, mental, física, emocional e socialmente falando, para um modo de vida muito melhor do que um dia poderíamos ter sonhado. AÇÃO 1: Se você já conseguiu sentir um despertar espiritual, partilhe esta experiência. SEGUNDO DOM ESPIRITUAL - O AMOR "Tentamos levar esta mensagem" - "A experiência prática mostra que nada dará tanta imunidade contra a bebida, como o trabalho intensivo com outros alcoólicos." O mesmo vale para a doença dos ciúmes, pois apenas o trabalho intensivo com outros iguais, poderá fazer com que a obsessão pelo ciúme doentio e sua desconfiança crônica, sejam removidas. Mesmo em alguns momentos muito difíceis, levar a mensagem é, muitas vezes, o suficiente para interromper o caminho insano por onde possamos estar novamente caminhando. E é isto que funciona quando tudo mais falhar. “Quando nada mais der certo, leve a mensagem!". Esta é a nossa décima segunda sugestão: leve esta mensagem a outros ciumentos! Será você quem poderá ajudá-los quando ninguém mais puder! Você poderá resgatar sua confiança quando todos os outros falharem. Lembre-se que os nossos iguais estarão muito doentes. Para aqueles de nós, que receberam algum nível de cura desta doença dos ciúmes, esta será nossa Verdade: em um espaço muito curto de tempo, poderemos obter a confiança dos nossos companheiros que ainda estejam sofrendo. E assim, a vida terá um novo significado. Ver as pessoas se recuperarem, e, logo mais, vê-las ajudar os demais, ver a solidão desaparecer, assistir nossa irmandade crescer, ter uma série de amigos - esta é uma experiência que você não deve perder! “O contato frequente com os recém-chegados e de uns com os outros, é o ponto brilhante de nossas vidas.” (Alcoólicos Anônimos página 89, reproduzido com permissão). O MENSAGEIRO É A MENSAGEM: Temos aplicado os passos para a doença dos ciúmes, e recebido certo grau de cura. Porém, temos de "dá-la” a fim de “mantê-lo.” Nós compartilhamos a nossa experiência, força e esperança uns com os outros, para que possamos aproveitar a vida ao máximo.
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SE VOCÊ QUISER AMOR, PLANTE SEMENTES DE AMOR: O segundo dom espiritual é o despertar para o Amor que somos. Fomos criados à Imagem e Semelhança de nosso Criador, e acreditamos que esse Criador é Amor, e, portanto, nós também somos. A segunda parte do décimo segundo passo é: "Nós procuramos levar esta mensagem." Isto é compartilhar; isto é amor. Damos muito pouco quando doamos nossos bens. Mas quando damos de nós mesmos, é que a verdadeira doação acontece. Dando de graça o que recebemos de graça, é que percebemos que dar e receber são a mesma coisa. Na verdade, a única maneira de se tornar um grande receptor, é compartilhar com os outros tudo o que queremos para nós mesmos. Podemos amar, porque a nossa natureza mais profunda é o amor. Não há dificuldade que o amor não vença; não há doença que o amor não cure; não há porta que o amor não abra; não há pecado que o amor não absolva. Não importa quão profundo seja o seu problema em relação aos ciúmes, quão desesperançada seja a sua perspectiva, quão confusa seja sua situação, quão erradas tenham sido suas atitudes, pois tudo e exatamente tudo, o Nosso Amor dissolverá. Não iremos lhe dizer que o ciúme não tem jeito, porque descobrimos um jeito. Não iremos lhe dizer que você nunca sentiu amor, pois mesmo tendo estado muito doentes, sempre tivemos um coração que bate. Por mais que lhe pareça ser a solidão, seu destino final, precisamos lhe avisar que não iremos embora. Aplicamos aqui, as mesmas palavras de Bill W. cofundador de AA, com permissão: "Quem quer que você seja, por mais baixo que tenha chegado, por mais graves que sejam suas complicações emocionais, e até mesmo seus crimes, não podemos negar-lhe C.A (AA). Não queremos que você fique de fora.”. Escreva suas respostas às seguintes perguntas em uma folha separada, ou, em uma das páginas opostas: 1.
Em que áreas da sua vida você já experimentou algum grau de cura?
2.
Você já compartilhou este programa com alguém que ainda sofre?
3.
Como é que você se sente após ter compartilhado com o outro? TERCEIRO DOM ESPIRITUAL – MISSÃO E praticar estes princípios em todas as nossas atividades – Se praticamos algo com afinco,
acabamos ficando bons naquilo. Recebemos mais amor, amando; mais perdão, perdoando, somos mais compreendidos, compreendendo melhor os outros. Não temos de concordar com todo mundo, e nem mesmo gostar de todo mundo, mas precisamos amar incondicionalmente a todos, desejandolhes o bem, orando para que cada um consiga finalmente, enxergar os seus três dons espirituais. Os 79
princípios espirituais crescem dentro de nós, quando insistimos em praticá-los. E só eles farão com que nos sintamos cada vez melhor. Pratique dar aos outros, tudo o que você quiser ter. Se você quiser milho, plante sementes de milho; se você quiser amor, plante sementes de amor. O terceiro dom espiritual nos desperta para o indivíduo que fomos criados para ser, com propósito e significado; em outras palavras, conseguimos ouvir o vivo desejo de nosso coração, a Vontade de Deus para cada um de nós. A terceira parte do 12º Passo é: "... e praticar estes princípios em todas as nossas atividades." A única maneira de realizar plenamente o nosso ser, é quando compartilhamos o resultado de nosso processo com quem precisa. Quando estamos centrados em Deus, mesmo que por um momento, vamos ter todo o poder e sabedoria que precisamos para fazer isto. Nesse momento de despertar, vamos experimentar a Presença de Deus, o Amor do qual somos feitos, e seremos o Indivíduo que fomos criados para ser: bons, puros, honestos e livres. Nos será revelado o que teremos de fazer, como por exemplo, conseguirmos pensar e sentir de maneira a conseguir ouvir, entender, e seguir o caminho certo. Quanto mais praticarmos este modo de vida, melhor será nossa visão. As sugestões que demos ao longo dessa oficina, foram projetadas para ajudá-lo (a) a se reerguer a nível espiritual, mental, físico, emocional e social. Muitas dessas sugestões estão focadas diretamente na transformação da doença dos ciúmes. Enquanto algumas destas ferramentas são usadas para combater este mal, seu propósito maior acaba sendo uma transformação espiritual, onde conseguimos perceber mais claramente, a Manifestação Divina em nosso mundo físico. Isso nos gera uma sede espiritual que não pode mais ser satisfeita pela forma pela qual estávamos vivendo. Será que você já consegue perceber a transformação espiritual da degradante doença dos ciúmes em algo positivo? Al: eu realmente consigo ver o quanto é importante dar de graça o que recebemos de graça quando se trata da doença do alcoolismo, mas, ainda não estou certo de quão importante é em relação aos ciúmes. No entanto, posso ver como o ciúme pode nos fazer voltar ao nosso vício primário. Em primeiro lugar, não acho nada fácil dizer aos outros que tenho esta doença. Quando se trata de alcoólicos, uma das coisas que tenho feito é colocar o meu nome e número de telefone no caderninho do recém-chegado, mas ainda não o fiz com um recém-chegado dos ciúmes. Louis: colocar seu nome no caderninho do recém-chegado será um ótimo remédio para você mesmo, pois ele poderá sentir vontade de compartilhar, mas tenho uma outra sugestão, que nunca deixou de funcionar para mim. Eu anoto o nome e número de telefone do recém-chegado, e então quando me sinto um pouco para baixo, decido ligar para ele, para passar algo do que me foi dado tão 80
gratuitamente. Respondo algumas das perguntas mais básicas que um novato sempre faz como: “Você tem um padrinho? Onde e quando você vai às reuniões? Como praticar os evites se não quero ser trouxa? Mas se eu parar de investigar, como vou saber se serei traído (a)? Como confiar no meu namorado (a)? Quando será que isto vai passar? O que fazer quando eu começar a desconfiar? Será que se alguém me trair, é porque realmente não tenho valor? Será que existe alguém honesto na terra? Por que será que passo o dia inteiro pensando nisso?”. Eu, então, respondo o que aprendi, e imediatamente, sinto um respirar de alívio do outro lado da linha. Se eu conseguir sair do meu umbigo, mesmo que por um minuto ou dois, conseguirei me reerguer. Se você ouvir atentamente o que os outros estão dizendo, será fácil identificar e lhes avisar que estão sofrendo da doença dos ciúmes. Louis: a maioria de nós, não vive sozinho em alguma ilha. Nossos ciúmes afeta a todos aqueles a nossa volta. Se estivermos atualmente em um relacionamento, todas as leituras sugeridas poderão ser muito úteis. Em alguns aspectos, aqueles que vivem conosco, poderão experimentar igual sentimento de desesperança. Este programa pode ser um salva-vidas para qualquer um. Al: estou tão feliz porque eu não sou mais aquele ciumento que aqui chegou... Esta doença me levou a estradas escuras e só agora, consigo enxergar quão errado eu fui. Louis: escreva um breve plano de ação, pontuando como você está disposto a fazer diferente no seu relacionamento daqui para frente. A PRÁTICA DIÁRIA DOS TRÊS DONS ESPIRITUAIS: CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA REALIDADE PESSOAL As sugestões a seguir, irão lhe ajudar a construir novos hábitos de pensamentos e sentimentos. Não podemos imaginar um melhor conjunto de hábitos conscientes, do que os três dons espirituais. Nosso programa é um despertar espiritual, e um processo de treinamento da mente. Uma vez despertos, podemos aprender a ficar acordados a maior parte de nosso tempo. Podemos aprender a estarmos constantemente conscientes da presença do nosso Poder Superior, e a como expressar mais do amor que há em nós, e ao fazê-los, nos aproximamos cada vez mais do nosso verdadeiro eu. Ao mesmo tempo, podemos perceber o indivíduo que fomos criados para ser, com propósito e significado. Defina seu próprio ritmo. Sugerimos que você comece escolhendo um dos três dons espirituais, para trabalhar durante quarenta dias. Este workshop foi dirigido para a cura e transformação, da doença dos ciúmes que um dia nos dominou, e acabou por se tornar nosso "Deus". 81
Se você se comprometer com este processo nos próximos cento e vinte dias, quarenta dias para cada dom, começará uma vida de novos hábitos saudáveis, completamente opostos aos da doença. Uma sugestão para cada um dos períodos de prática de quarenta dias: ao despertar todas as manhãs, vire a sua consciência para o dom espiritual que você escolheu focar. Louis: Al, estamos chegando ao final. Queria lhe dizer quanto foi bonita a nossa caminhada até aqui. Lembre-se de que sempre será através da prece e da meditação, que você conseguirá remover todas as obstruções que bloqueiam o fluxo espiritual de energia divina em sua vida. Crie sempre um ambiente de amor, onde seus três dons espirituais possam tomar lugar. Quando estamos em união consciente com eles, intuitivamente sabemos estar no caminho certo. Se acaso um dia, entrar em conflito com a Vontade de Deus novamente, você sentirá mais uma vez os reflexos do medo, a raiva e a inveja. Não se assuste. Estes serão apenas sinais para que você se reconecte, e volte rapidamente, para a estrada do destino feliz. Pergunte a Deus, todos os dias, em sua meditação matinal, o que você pode fazer pelo homem que ainda está doente. Lembre-se que você não esteve aqui à toa. Nós não nos encontramos por acaso. Deus viu o sofrimento que a doença dos ciúmes causou aos seus filhos. Ele tem percebido suas consequências. Tem contado seus assassinatos e suicídios. Tem visto suas vitimas enlouquecerem. Nada é mais triste do que amor desperdiçado, amor jogado fora. Mas Ele ouviu nossa prece e enxugou nosso pranto. Al faça saber que realmente funciona! O que Bill W. disse aos recém-chegados: “Se entregue a Deus, como você O concebe. Admita suas falhas a Ele e aos seus semelhantes. Desfaça-se da ruína de seu passado. Dê livremente aquilo que você recebeu e junte-se a nós. Estaremos com você na irmandade do espírito e você certamente, se encontrará com alguns de nós, quando trilhar o caminho do destino feliz. Que Deus o abençoe e o proteja até lá.”.
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