AV 1 3ºB MODER 2ª GER

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EQUIPE COLÉGIO E CURSO MACAÍBA 04/09/2020 PROFESSOR: Moisés Bezerra Constâncio ALUNO: ​Samir Gomes Costa​ SÉRIE: 3º TURMA: A TURNO: Matutino

Nº:

AVALIAÇÃO DE LITERATURA (AV 1) TEXTO: Vidas Secas (fragmento)

O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o sul. O casal agoniado sonhava desgraças. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cabras, que lembrança! [...] Um bicho de penas matar gado! Provavelmente sinhá Vitória não estava regulando. [...] Como era que sinhá Vitória tinha dito? A frase dela tornou ao espírito de Fabiano e logo a significação apareceu. As arribações bebiam água. Bem. O gado curtia sede e morria. Muito bem. As arribações matavam o gado. Estava certo. [...] Àquela hora o mulungu do bebedouro, sem folhas e sem flores, uma garrancharia pelada, enfeitava-se de penas. [...] [...]​Desceu da ribanceira, agachou-se à beira da água salobra, pôs-se a beber ruidosamente nas palmas das mãos. Uma nuvem de arribações voou assustada. Fabiano levantou-se, um brilho de indignação nos olhos. [...] [...]Seria necessário mudar-se? Apesar de saber perfeitamente que era necessário, agarrou-se a esperanças frágeis. Talvez a seca não viesse, talvez chovesse. Aqueles malditos bichos é que lhe faziam medo. Procurou esquecê-los. Mas como poderia esquecê-los se estavam ali, voando-lhe em torno da cabeça, agitando-se na lama, empoleirados nos galhos, espalhados no chão, mortos? Se não fossem eles, a seca não existiria. Pelo menos não existiria naquele momento: viria depois, seria mais curta. Assim, começava logo – e Fabiano sentia-a de longe. Sentia-a como se ela já tivesse chegado, experimentava adiantadamente a fome, a sede, as fadigas imensas das retiradas. Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. [...] RAMOS, Graciliano. Vidas secas 71. Ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. P 108-112. (fragmento)

01- Que acontecimentos deixa Fabiano e sua esposa apreensivos e por quê? Morte do gado e o aparecimento de arribações a) Transcreva do primeiro parágrafo a metáfora que indica o retorno da seca. "O mulungu do bebedouro cobria-se de arrumações"

b) Por que a volta da seca angustia o casal? ​Com a seca, vem a morte do gado 02- Que outros “sinais” revelam que o período da seca está próximo? ​"O sol chupava os poços e as excomungadas levavam o resto da água"

- Esses “sinais” são imagens criadas pelo narrador para confirmar a previsão de sinhá Vitória. Que tipo de cenário essas imagens criam? ​O sertão pegando fogo, em época de seca 03- Fabiano, a princípio, não entende a afirmação de sinhá Vitória de que as aves “queriam matar” o gado. Que característica de Fabiano essa dificuldade revela? Justifique. ​"resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante"

04- No terceiro parágrafo, Fabiano tenta compreender o raciocínio da esposa. De que maneira o narrador demonstra, pela linguagem, a dificuldade da personagem? ​Fazendo ele se perguntar e relembrar o que a esposa comentou. - “Se não fossem eles, a seca não existiria.” O que significa, no contexto do trecho citado, essa afirmação? ​As arribações trazem a seca 05- Releia um trecho de “Mudança”, apresentado na abertura do capítulo. “A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ​ossadas​. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de ​bichos moribundos​.” a) Compare o trecho acima com o cenário descrito em “O mundo coberto de penas”. Que relação há entre os dois textos, considerando os termos destacados? ​A seca no nordeste trazendo a morte do gado

b) “O mundo coberto de pernas” é o penúltimo capítulo de Vidas secas. De que maneira o trecho apresentado permite perceber que esse capítulo marca o ciclo que determina a vida dos retirantes? ​Mostra a sensação de sobrevivência dos Retirantes que chegaram ao local em busca de uma vida melhor

06- Que acontecimentos da linha do tempo mostram que os problemas denunciados em obras como Vidas secas eram preocupações antigas e reais do Estado?​fome, e miséria da época

a) As medidas adotadas pelo Estado para combater os problemas causados pela surtiram efeito? ​Não b) Relacione essas medidas a outras mais atuais que você eventualmente conheça. ​Até hoje ainda existe miséria e fome assim como retrata na obra

CAPITÃES DA AREIA CAPÍTULO: Trapiche

[...] uma grande parte dos Capitães da Areia dormia no velho trapiche abandonado, em companhia dos ratos, sob a lua amarela. Na frente, a vastidão da areia, uma brancura sem fim. Ao longe, o mar que arrebentava no cais. Pela porta viam as luzes dos navios que entravam e saíam. Pelo teto viam o céu de estrelas, a lua que os iluminava. [...]moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os 9 aos 16 anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações... É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde os seus cinco nos. Hoje tem 15 anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. [...] Quando se incorporou aos Capitães da Areia (o cais recém-construído atraiu para suas areias todas as crianças abandonadas da cidade) o chefe era Raimundo, o Caboclo, mulato avermelhado e forte. Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo. Pedro Bala era muito mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar com os outros, trazia nos olhos e na voz a autoridade de chefe. [...] Todos reconheceram os direitos de Pedro Bala à chefia, e foi desta época que a cidade começou a ouvir falar nos Capitães da Areia, crianças abandonadas que viviam do furto. Nunca ninguém soube o número exato de meninos que assim viviam. Eram bem uns cem e destes mais de quarenta dormiam nas ruínas do velho trapiche. Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas. AMADO, Jorge. Capitães da Areia.

07- Como são caracterizados os Capitães da Areia? O local onde vivem retrata a miséria da vida desses meninos. Por quê? Justifique sua resposta com o texto. Os capitães de areia são crianças abandonadas, órfãs; viviam no velho trapiche abandonado. O local que eles vivem é retratado por uma miséria pelo motivo em que dormiam na companhia dos ratos

08- No último parágrafo, os meninos são apresentados como os “poetas” da cidade. Oque isso indica sobre a atitude do narrador diante desses garotos marginalizados? ​A atitude do narrador está sempre associada a uma figura triste diante dos garotos marginalizados

09- Depois que Pedro Bala se tornou o seu líder é “a cidade começou a ouvir falar nos Capitães da Areia”. De que maneira essa liderança influiu na “fama” dos meninos? ​Ganharam influência e fama, todos do trapiche conheciam eles.

10- É possível afirmar que o tema tratado em Capitães da Areia permanece bastante atual. Explique por quê? ​Sim, pois até hoje o estado é falho em tentar acabar com a fome e miséria do local
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