C.M.Stunich - 5 Série Hard Rock Roots

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C. M. Stunich # 05 Born Wrong Série Hard Rock Roots

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Born Wrong Copyright © 2014 C.M. Stunich ~2~

AVISO A tradução em tela foi efetivada pelo Grupo de Traduções Pepper Girl de forma a propiciar ao leitor o acesso à obra, incentivando-o à aquisição integral da obra literária física ou em formato e-book. O grupo tem como meta a seleção, tradução e disponibilização apenas de livros sem previsão de publicação no Brasil, ausentes de qualquer forma de obtenção de lucro, direto ou indireto. No intuito de preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras, o grupo, sem prévio aviso e quando julgar necessário poderá cancelar o acesso e retirar o link de download dos livros cuja publicação for veiculada por editoras brasileiras. O leitor e usuário ficam cientes de que o download da presente obra destina-se tão somente ao uso pessoal e privado, e que deverá abster-se da postagem ou hospedagem do mesmo em qualquer rede social e, bem como abster-se de tornar público ou noticiar o trabalho de tradução do grupo, sem a prévia e expressa autorização do mesmo. O leitor e usuário, ao acessar a obra disponibilizada, também responderão individualmente pela correta e lícita utilização da mesma, eximindo o grupo citado anteriormente de qualquer parceria, coautoria ou coparticipação em eventual delito cometido por aquele que, por ato ou omissão, tentar ou concretamente utilizar da presente obra literária para obtenção de lucro direto ou indireto, nos termos do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.

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SINOPSE Quando você nasce errado, às vezes você tem que ser dobrar e ser fodido. Às vezes a vida te leva lugares que você não quer ir. Às vezes, ela faz isso.

Dax McCann é frio como gelo. Estou intrigada com ele. Mas eu não posso chegar perto dele também. Sua música afaga minha alma, matando meu coração partido. Eu gostaria que ele me visse, mas ele só a vê. Tem sido assim por muito tempo desde que eu me lembro e eu não tenho certeza se posso fazer isso. Agora, me diga, por que há uma arma na minha cabeça?

Sydney Charell é ... interessante. Eu quero tocá-la, beijá-la, possuir ela. Mas eu não a entendo. Ela dança em poles e não posso conseguir um acordo para salvar a vida dela. Eu me sinto como um estranho nisso, mas eu tenho muitos segredos a esconder. Naomi Knox tem meu coração, mas eu acho que eu poderia precisar dele de volta. Eu quero uma chance de usá-lo antes dele se quebrar. Ou respingar. O sangue será derramado; eu só espero que não seja o meu.

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Eu nunca estive tão assustado em toda a minha vida. — Oh meu Deus, estou tão nervosa, — diz Hayden, fingindo não ver a troca entre Turner e Naomi. Mas eu vejo. Eles estão se beijando agora, não apenas uma vez, mas duas, três vezes. Eu reviro os olhos e concentro o meu olhar para trás nas cortinas pretas que rodam na frente do meu rosto. O fluxo de tecido, como um espectro, rodopia pela equipe quando eles movem os instrumentos de Indecency para fora do palco e avançam até nós. Eu estalo meus dedos e tento respirar. Na minha mente, o público já me odeia. Eu sou apenas aquele emo doido, o estúpido que fica na bateria. Isso é o que os Turners do mundo pensam de mim de qualquer maneira. O número de pessoas com que eu dormi não é comparável à da população de um país pequeno, e eu não posto fotos do meu pau online. Acho que isso me torna um perdedor. Eu recebo mais mensagens de ódio do que o resto da banda junto. Mas tudo bem. Na verdade, eu tento pensar nisso como uma coisa boa. As expectativas deles são tão baixas, então não deve ser difícil impressioná-los. Um dia, o público vai perceber que eu não sou apenas um robô na repetição, batendo para fora canções de Naomi. Há um pouco de mim lá, também, e é foda. Ei, ela e Hayden podem ser as estrelas, mas até mesmo as estrelas precisas de um céu, certo? Certo? Eu fecho os olhos e viro, tentando o meu melhor para abafar o barulho de milhares de pessoas. Fora desta bolha escura dos bastidores, há um sol brilhando, pronto para gravar. Turner e Naomi cuidaram disso para nós, levando o público de morno para queimaduras. Isso vai doer, não é? — Estou apenas enlouquecendo. E você, Dax? — Hayden me pergunta, chegando mais perto e massageando meu ombro com as unhas. Eu me afasto e envolvo meus braços em volta de mim, lançando ~5~

um olhar por cima do meu ombro sobre Indecency saindo. Ao contrário de Hayden Lee, eu realmente estou nervoso. — Eu estou doente do meu fodido estômago, Hayden, — eu digo, tentando manter minha voz suave. Eu sou a única pessoa na Terra que é bom para ela, a única pessoa que pensa que ela é resgatável. No fundo, ela é uma boa pessoa. Eu sei isso; eu só tenho que encontrar uma maneira de provar isso para todo mundo. Agora, no entanto, a única coisa que eu sou realmente capaz de fazer é tentar me dar uma conversa de vitalidade interna. Eu nunca me senti assim antes, nem mesmo no show em Little Rock. Há câmeras aqui, transmitindo para o mundo. Este momento, seja bom ou ruim, vai ser escrito na história humana para um futuro previsível. No passado, eu já tinha racionalizado meu medo de me apresentar ao vivo dizendo que as únicas pessoas que poderiam me ver, que sequer saberiam seu eu sou fodido, eram as pessoas na plateia. Desta vez, todo mundo vai saber. Até mesmo meu pai. Eu sinto meus olhos crescerem largamente, o sangue escorrendo do meu rosto. Arnold e o resto do clã McCann poderiam estar assistindo. Ugh. Eu aperto meus olhos fechados, tento não pensar no passado, na última conversa que tivemos. Você é uma aberração, Dax, e eu poderia nunca, nunca ter orgulho de chamá-lo de meu filho. E se sua mãe ainda estivesse viva... Que vergonha desperdiçar sua vida, rapaz. Você devia se envergonhar. Alguém toca meu ombro novamente, e eu salto, girando para encontrar Naomi de pé atrás de mim com uma leve carranca. Meu coração bate como um louco, quebrando contra o interior do meu peito e desenho respirações fora de mim em suspiros irregulares. Eu sou como um naufrágio. Eu desembaraço meus braços ao redor do meu peito e mergulho as mãos nos bolsos do moletom com capuz que estou usando. Não é realmente algo que eu escolhi para mim, mas está tudo bem. Há um projeto de esqueleto brilhando no escuro na frente, e ele faz um trabalho digno de mostrar minhas tatuagens. Eu corro a mão do lado todo do Ceifador no meu antebraço. — Onde diabos eles estão indo? — eu pergunto, inclinando meu queixo para a porta. Turner está em uma grande pressa fodida. Tanto que ele nem se incomoda em virar e olhar para Naomi em seu caminho ~6~

para fora. Eu acho que deve ter algo a ver com seu amigo, Trey. No entanto, outro idiota, como um clone de Turner. Eu não gosto de Treyjan, mas também espero que nada de ruim tenha acontecido com ele. Essa coisa toda, essa porcaria de enredo tortuoso, é besteira. Ninguém merece morrer nadando em merda. — Para o hospital, — diz Naomi, a voz um pouco embargada. Ela está esgotada, eu posso dizer pelo jeito que seus ombros cedem e as mãos tremem. Quatro anos tocando juntos, em turnê juntos, e eu sei o que ela está sentindo só de olhar para ela. E isso não é só porque eu sou apaixonado pela garota - eu posso ler essa banda como um livro. Kash está se sentindo culpado por seu triângulo amoroso; ele sempre manda muitas mensagens quando ele está se sentindo em conflito. E Blair? Ela é solitária. Eu a vejo ficar parada, como uma estátua em uma multidão de pessoas, a única pessoa nesta sala que não é hiperativa, cheia de energia. — Trey acordou. — eu olho para trás em seu rosto, me deixando queimar no amarelo dos seus olhos. Ela não desvia o olhar, só tem o meu olhar apertado. — Eles estão indo ver ele e voltam amanhã. Eu acho que depois da nossa apresentação estamos caminhando para o hotel ou algo assim. — os olhos dela ficam presos nos meus enquanto ela cava em volta no bolso à procura de algo, provavelmente um cigarro. Quando ela não encontra nenhum, uma carranca arrasta os cantos dos seus lábios para baixo. Eu sorrio. — Aqui. — chego ao bolso da frente do moletom e encontro uma caixa de cigarros, entregando um para ela e puxo meu isqueiro. Naomi leva o cigarro entre os lábios e suspira de prazer. — Obrigada. — gotas de suor deslizam para baixo do pescoço dela e deslizam sobre o peito, tentando meu olhar para baixo, sobre a tatuagem dela e em seus seios. É preciso um esforço físico para segurar minha cabeça erguida e manter o foco em seus olhos. Eu não gosto do quanto tempo ela está me segurando aqui. Naomi tem algo a dizer, eu posso dizer. E eu não vou gostar. — Dax, — Hayden lamenta por trás de mim. Os lábios de Naomi espasmam, mas eu mantenho a minha expressão neutra e ignoro. Ela só quer atenção, está desesperada por isso. Eu acho que isso é muito dela sentir falta de sua família, e eu não estou falando apenas de seus irmãos e seu pai. A outra família. A única que ninguém mais conhece.

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— Você tem algo a me dizer, não é? — pergunto, pegando um cigarro para mim. Quero fechar os olhos e gritar, deixar minha voz coalhar o sangue de todos nos bastidores, derretê-los em nada e leválos bem longe de mim. Eu já sei do que se trata. Eu soube por um longo, longo tempo. Desde que Naomi disse a Turner sobre seu aborto. Desde que ele voltou do túmulo. Desde o corredor no hotel na noite passada. Mas misturar essa porcaria com meus nervos? Me sinto um fodido suicida. Ou talvez homicida. Meu Deus. Oh meu Deus, não agora, Naomi. — Você... — Naomi começa e, em seguida, faz uma pausa, dando um passo para trás. Está muito quente aqui, o ar está rodando com o calor além de mil corpos, muitas vozes, muita dor. Todos nós carregamos um pouco por aí, isso é normal. Mas as pessoas aqui? Elas estão encharcadas, se afogando em sua própria miséria. E supostamente eu sou o único 'emo'? Foda-se. Por quê? Porque eu tenho fantasmas tatuados nos meus malditos bíceps? Eu sinto que eu sou uma das pessoas mais estáveis aqui. Eu tenho problemas, claro, mas eu tenho problemas normais. Minha família me odeia, e eu matei a minha mãe. Não é grande coisa, certo? Meus cílios tremem e descem para descansar em meu rosto, bloqueando o movimento ao meu redor. Nascido Errado 1. Eu sei que Naomi pode ver as palavras tatuadas em minhas pálpebras. Eu disse a ela o que eles queriam dizer, porque eu queria que ela me entendesse, pelo menos um pouco. Eu queria tentar. Ela é fascinante para mim. Eu não consigo tirar os olhos dela quando ela está no palco, não consigo desviar o olhar quando ela está inclinada sobre seu caderno, rabiscando. Eu sou apaixonado por ela e tudo que ela se preocupa é sobre Turner Campbell. Meus lábios torcem involuntariamente, e eu dou um passo para trás, abrindo meus olhos para descobrir que ela ainda está olhando para mim. Naomi molha os lábios e olha para longe de repente. — Você beija muito bem, Dax, — ela diz, honestamente, e meu batimento cardíaco diminui, chega a uma parada completa, apenas para que eu possa ouvi-la melhor. — Você pode matar com essa boca, deixar cair uma menina para a morte e ter seu gemido de prazer, desesperada por isso. — Naomi brinca com seu cigarro com dedos trêmulos, soprando anéis de fumaça no ar denso que nos rodeia. Um roadie2 esbarra em seu braço e ela franze a testa. Seus olhos voltam 1 2

Born Wrong. uma pessoa contratada por uma banda em turnê de músicos que configura e mantem o equipamento. ~8~

para descansar nos meus e ficam lá. Quatro anos temos sido amigos. Quando eu a conheci, quando Hayden trouxe Naomi de volta para minha garagem para tocar para nós, eu não gostei dela. Nem um pouco. Mas, com o passar dos anos... Eu suspiro. Esta viagem na minha memória não está indo pra fodido lugar nenhum. — Mas isso não é bom o suficiente, — eu digo, e eu tento não cerrar os dentes. Eu volto um passo e esfaqueio meu cigarro em um cinzeiro de vidro. — Porque você quer Turner Campbell. Porque todo fodido mundo, até a sua avó quer Turner fodido Campbell. — eu finjo que não vejo Hayden inclinando a cabeça, o cabelo avelã derramando sobre seu ombro. Eu não quero que ela olhe para mim agora, me ver ser derrubado. Este é um momento que ninguém deveria ter que ver. — Eu quero fogo, Dax, — diz ela, e sua voz fica ofegante. Naomi é tão profunda que não é mesmo engraçado. Se Turner quebrar o coração dela... Eu aperto meus punhos ao meu lado. Não, não se. Quando. Quando ele quebrar seu coração. Poooooooooorra. — Eu quero chamas. Eu quero ser engolida e ser queimada viva. — Parece uma porra agradável, — eu digo, e não olho para ela. Eu não vou olhar para ela. Não agora. Meus nervos estão disparados, eu me sinto como um anjo caído ao se aproximar dos portões do céu. Hoje é meu segundo dia do julgamento. Eu falhei antes, mas aqui estou eu de novo, pronto para receber o desprezo, a raiva, a dor. — Eu gosto de você, Dax, mas eu não... Eu não posso seguir em frente com a minha vida se eu não, pelo menos, tentar dar uma chance. Turner... eu o amo. — Naomi engasga com as palavras, mas isso não importa. Elas me picam tão fundo, eu sinto que eu tenho uma hemorragia interna. A minha boca fica seca e todo o meu corpo corre o risco de tombar. Eu giro ao redor e coloco minhas mãos sobre a borda de uma mesa cheia de garrafas de água. — Eu espero que isso não estrague a nossa amizade, Dax. Eu ainda me importo com você. — tento chamar algumas palavras aos meus lábios, mas nada vai sair. O que eu devo dizer para ela afinal? — Por que você não cai fora e deixa ele sozinho, Naomi? — Hayden rosna, vindo atrás de mim e esfregando seu corpo ao longo da minha volta. Eu não preciso dela para lutar minhas batalhas por mim, mas eu não tenho a energia de dizer nada. Eu sabia que isso ia acontecer, realmente. Eu sabia. Mas, cara, o timing da porra de Naomi é uma merda.

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— Por que você não deixa ele falar por si mesmo, sua estúpida, cadela anoréxica? — Naomi rosna, e então há uma súbita lufada de ar atrás de mim quando ela puxa Hayden pra longe de mim e empurra para uma roadie que está com os braços cheios de toalhas suadas. Começa uma briga quando eu viro e tento passar entre elas, mas a America já está lá, puxando Naomi de volta pela cintura e se fixando como uma barreira entre as duas meninas. — Autocontrole, por favor. Sei que é uma coisa difícil para as senhoras, mas tenham em mente que existem coisas mais importantes para se preocupar do que estarem brigando pelo Sr. McCann aqui. — America dá uma olhada dura em Naomi e deixa cair as mãos em seus lados. Eu mordo meus lábios e empurro a onda de raiva para trás, apertando os punhos com tanta força que parece que os ossos dos meus dedos vão quebrar. Isso é uma porcaria. Foda-se. Querem que eu seja um emo? Porra, cara, eu odeio a minha vida agora. Eu olho para Hayden, ofegante, os olhos arregalados, a camisa dourada brilhando fracamente na luz, e, em seguida, olho para Naomi, prendendo seu cabelo loiro atrás de uma orelha e carrancuda. Duas mulheres, duas personalidades completamente diferentes, desejos, necessidades, medos. Ambas estão brigando por mim e ainda nenhuma delas realmente me quer. Deprimente. — Deixa pra lá, — eu sussurro, olhando entre elas, pegando os olhares do pessoal a partir do canto do meu olho. Estas não são as nossas pessoas habituais. A maioria das pessoas aqui em volta pertencem à revista, LMTV, ou ao site roqueiro, aquele que é famoso por comparar cada álbum que teve a droga recreativa. E alguns deles estão escrevendo coisas, nem tudo discretamente. Tudo o que fazemos aqui atrás vai se tornar público. Este não é o nosso passeio, tendo lugar, atrás de portões fechados e nas costas dos ônibus com vidros esfumados. Nossa roupa suja será lavada em aberto agora. Eu suspiro. Enquanto eles não nos pedem para fazer um reality show. Querido Deus, por favor, não deixe que isso aconteça. Se alguém oferecer, America aceitaria mais rápido do que uma jovem roadie pularia no quente Turner Campbell. — Basta lembrar, — eu digo quando Naomi revira os olhos e Hayden levanta o queixo desafiadoramente. — Tudo o que fazemos está sendo observado. — eu sussurro esta última parte e me afasto em direção às cortinas, espreitando para verificar o progresso no palco. Está escuro como o inferno lá fora, mas na iluminação fraca eu posso apenas fazer mal as linhas da minha bateria. Está quase na hora. Estamos tão perto do dia mais importante de nossas vidas. ~ 10 ~

E aqui estou rezando para que ninguém que eu conheça veja isso. Como é que eu cheguei a este ponto? Eu fecho meus olhos e caio lateralmente contra a parede. Minha mente continua repetindo as palavras da Naomi uma e outra vez, não importa o quanto eu tente bloqueá-las para fora. Mesmo com os nervos e a ansiedade, dói como o inferno. Eu quero fogo, Dax. Eu olho nos meus pés e escuto a dor do meu corpo, a dor latejante dos meus ossos. Aquele tornado realmente me fodeu duro, me deixou deitado de costas no chão perguntando qual diabos era o meu propósito na vida. Eu estava lá morrendo por uma mulher que mal me vê como um amigo, eu desejo poder ser mais, mas nunca será. Desejo que o amor fosse como uma torneira, algo que você pode ligar e desligar à vontade. Eu mudo meus pensamentos longe de Naomi, do meu pai. Eu toco meus dedos na minha cara, desejando que eu estivesse usando luvas em minhas mãos. Elas parecem nuas sem elas, cru, como se tudo o que eu toco é duas vezes mais áspero do que deveria ser. Eu pressiono contra a contusão no meu rosto delicadamente e decido que o nível de dor caiu de doer como uma cadela filha da puta do inferno para simplesmente doer como uma cadela. Definitivamente um upgrade. — Você está bem? — Blair pergunta, chegando perto e sussurrando para que ninguém mais possa ouvir. Nós somos amigos desde o ensino fundamental, por isso eu sei que ela me conhece tão bem como eu a conheço. Nenhum ponto em merda nenhuma. — Estou sozinho, — eu sussurro de volta, porque eu sei que Blair entende como é. Mas pelo menos ela tem uma família que a ama, que se importa. Eles podem estar a milhares de quilômetros de distância daqui, mas eles estão lá e eles não odeiam suas entranhas. Mas então, esse não é o tipo de solidão de Blair. Ela está desesperada para encontrar a outra metade, a única pessoa lá fora no universo que irá compreendê-la. Eu entendo. — É estranho ser tão universalmente conhecido e ainda ser tão solitário, — cita Blair e depois sorri. — Einstein, — diz ela, e eu sorrio. — Não seja tão baixo na sujeira, Dax. As coisas vão melhorar. — ela dá um tapinha no meu braço suavemente e, em seguida, chega para baixo para ajustar o cós da calça jeans de grife. Eles não parecem como algo que ela usaria, não em tudo. Quem estilizou Blair hoje também a descaracterizou completamente ou queria recriá-la em uma luz diferente. Blair Ashton gosta de usar roupas frouxas a partir do fundo

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de caixas de apuramento, rasgado e costurado, misturado com pedaços de tecido que ela tirou de Deus sabe onde. — Naomi está em um lugar difícil agora. As coisas estão... complicadas. — Eu fui atrás dela por um ano, e ela só percebeu agora. Agora, depois que ela começou a se misturar com Turner Campbell. Eu tenho a pior sorte, não é? — Pelo menos você está de pé sozinho hoje, — Blair brinca, me lembrando que apenas alguns dias atrás, eu mal conseguia andar. Eu não posso dizer que estou completamente curado, mas um punhado de Vicodin faz grandes coisas. Eu fico em pé e flexiono meus bíceps, orgulhoso de ver que eu realmente tenho uma boa quantidade de músculo lá. Ser baterista não é uma tarefa fácil; eu construí esses tocando o meu instrumento. Isso e eu fazendo um esforço para me exercitar pelo menos, três vezes por semana. A tatuagem de zumbis em torno dos meus braços se mexe quando eu rolo meus ombros para fora e tento trabalhar as torções dos meus ossos. Tenho esta dor o tempo todo. Meu corpo enrijece todo por conta própria, sem que eu sequer perceba e eu acabo com estas cãibras e ossos doloridos para combinar com as contusões. Não tem graça em tudo. — Pelo menos isso, — eu digo com outro sorriso, deslizando minhas mãos nos bolsos da minha calça jeans preta. — Quase compensa levar um tiro. — Os olhos de Blair se alargam, os cílios brancos vibrando suavemente contra sua testa. — Ela não fez isso? — eu rio. Não é uma boa risada, mas pelo menos há algum som que sai da minha garganta. Meu peito parece tão apertado, não parece que eu deveria ser capaz de falar. — Aquela vadia! — Blair sussurra, olhando por cima de seu ombro. Naomi está olhando desta vez, talvez por isso ela sabe que estamos falando dela. Ah bem. — O que ela disse? — Ela quer ser envolvida em chamas. Eu sou um cara legal, mas você sabe. —Turner, — Blair completa com um suspiro. — Turner, — eu digo e nós dois voltamos para olhar para Naomi. Ela nos olha e gira a distância. — Mas eu poderia matar uma menina com o meu beijo. Ela disse isso. — Blair olha de volta para mim, lançando um pouco de seu cabelo sobre o ombro. Uma de suas sobrancelhas escuras levantam em questão. — Quer morrer? — eu ~ 12 ~

pergunto na minha mais horrível imitação de Drácula. — Quer viver para sempre? — eu agarro Blair pelas bochechas e pressiono um beijo casto contra seus lábios. — Ugh, bruto, — ela rosna, me empurrando para trás e limpando a boca em seu antebraço. — Sério, isso é nojento. Não é à toa que ela te deu um fora. — eu rio novamente e, desta vez, é um pouco mais de mim, um pouco mais real. Eu queria sentir algo por Blair, alguma faísca, alguma... magia. Mas eu não sinto. Naomi é a única mulher que já foi capaz de mexer com meu coração e minha virilha, ao mesmo tempo. Suponho que, eventualmente, eu vou ter que seguir em frente. Eu olho para trás para ela de novo e tenho um vislumbre de sua garganta se movendo com cuidado, sacudindo a água entre seus lábios enquanto ela traga uma garrafa de água. Meu pau imediatamente sobe para a ocasião, e eu gemo, deixando cair as minhas mãos para baixo para esconder a protuberância em ascensão. Eventualmente. Mas ainda não. Naomi ainda tem o meu coração, e ela vai continuar a possuí-lo até que eu descubra uma maneira de conseguir ele de volta. — Cuidado, Sr. McCann, você pode colocar um olho para fora. — America sorri para mim e, em seguida, estala os dedos, se virando e apoiando para a cortina, chamando a atenção de todos no Amatory Riot. É como um interruptor então. Naomi deixa cair a garrafa de água ao seu lado, Wren se senta e abre os olhos, e Kash coloca o telefone no gancho. Blair e eu trocamos um olhar e voltamos para encará-la totalmente, enquanto Hayden sobe ao nosso lado. Oh merda. Oh puta merda fodida. É isso. É isso, bem aqui. Eu faço o meu melhor para não deixar filtrar a voz do meu pai pela minha massa cinzenta, mas aí está, uma praga de assombro, uma mortalha que me envolve, sempre me prendendo, sempre me sufocando. Aproveite o seu breve momento no centro das atenções, rapaz. Quando ele se mover e você for deixado no escuro, você vai vir rastejando de volta para mim. Eu tenho certeza disso. Eu engulo em seco e aperto minhas mãos em meus lados, tentando aliviar um pouco o estresse que está apenas caindo de volta para mim como um trem de carga. Pelo lado positivo, a minha ereção está completamente e totalmente apagada. Ajusto meu cinto e ouço com atenção, mantendo as mãos longe do meu cabelo. O estilista colocou tanto gel nele que, pelo menos, está duro como uma tábua. — Escutem, — America diz, seu cabelo loiro penteado e perfeito, seu terno estiloso apertado apenas assim. Ela se parece com o presidente de uma nação de primeiro mundo, seriamente empenhado à ~ 13 ~

destruição. Team America, foda-se sim, eu penso e tento não sorrir. Às vezes, quando eu fico nervoso, fico pateta. É um tique de merda de lidar. Tente fazer piadas da Vila Sésamo em um funeral. Você vê o que eu quero dizer? — Estamos seguindo Indecency, não é um ato fácil de competir. — seu sorriso fica apertado e seus dentes brancos brilham como a neve fresca. — Vocês podem agradecer a Naomi por isso, por definir o bar aqui. — America nivela sua mão acima de sua testa, pegando seu olhar sobre todos e a cada um de nós. — Por isso, precisamos estar aqui. — ela se levanta um par de centímetros. — Indecency é bom, épico mesmo, mas isso não significa que não podemos ser. No mundo da música, você só é tão bom quanto o seu último show ao vivo. Faça desta uma contagem. E lembrem-se, se vocês falharem esta noite, não podemos comercializar este concerto como um pacote de DVD/Blu-ray. Naomi geme, mas Hayden sorri, realizando manobras e se inclinando sua testa contra meu braço. — Me diga que eu posso fazer isso, Dax, — ela sussurra, mas eu não sei o que dizer a ela, porque eu nem tenho certeza se eu posso fazer isso. Eu puxo Hayden em um pequeno meio abraço de qualquer maneira e finjo que ninguém vê. Eles não sabem as coisas que eu sei, por que ela faz o que ela faz, mas eu sei. Eu sei e é por isso que eu dormi com ela. Porque eu senti pena dela. Eu me sinto horrível, mas eu não posso dizer que é porque eu a amo, eu não a amo. Bem, não gosto disso. Quero dizer, eu amo Hayden, mas não do jeito que eu amo Naomi. Hayden não faz a minha boca secar ou meu corpo doer, mas eu me importo com o que acontece com ela. — Você pode fazer isso, — eu respondo automaticamente. — Você pode porque você tem que fazer isso. — Você pode, porque sua filha está contando com você para fazer isso acontecer.

— Oh, implore por este corpo, baby, — Hayden rosna quando ela empurra entre as cortinas, se transformando diante dos meus olhos. Ela muda de, uma menina assustada e insegura para uma mulher poderosa. Seu cabelo muda de castanho ao mousse de chocolate, ~ 14 ~

queimando brilhante sob os holofotes, enquanto trilha pelo palco. A camisa dourada que ela está usando reflete em toda a escuridão, como uma bola de discoteca, enquanto Hayden balança os quadris e se inclina, respirando no microfone. Ao meu lado, Naomi suspira contragosto. Não importa como alguém se sente sobre Hayden, eles têm que dar a ela crédito por ser capaz de fazer um bom show. E a voz dela no palco é pura magia. Ela pode não ser uma Turner Campbell ou mesmo uma Naomi Knox, mas ela tem fãs que adoram ela. — Posso pegar um pouco de amor? — ela pergunta, fazendo beicinho, colocando a mão em seu quadril magro. Nos bastidores, a respiração coletiva da equipe é abafada, esperando por America nos dar a deixa para sair. Por alguma razão, ela está deixando a multidão se fixar em Hayden. Fiquei com a impressão de que ela estava no campo anti-Hayden, por isso estou um pouco confuso. Eu não entendo as intenções dela e isso me deixa nervoso. America pode ter apenas admitido todo o fiasco Travis-Tyler-Stephen, mas isso não significa que ela nos contou tudo. Naomi e Turner, mesmo Ronnie, tudo o que veem disso é tão preto e branco. Mocinhos contra bandidos. Mas eu aprendi há muito tempo que o mundo funciona apenas em tons de cinza. A multidão ruge e acena, um demônio escuro agachado à espreita, apenas uma amostra do mal que se esconde por trás dos enormes monitores que ladeiam cada lado do palco. Esses são os olhos do diabo. Eu tremo e fecho os olhos, contando até dez em voz baixa. Quando eu os abro, eu vejo os outros membros da Amatory Riot já a três passos à frente de mim, mudando quando eles vão de invisível para notado, de invisível para onipresente. America está me dando o olhar se apresse porra e antes de eu compreender, eu estou lá fora, também, sorrindo com força, mantendo meu olhar focado no estrado na parte de trás do palco. A dicotomia de um baterista: adorado mas esquecido. Todos nós sentimos isso em algum momento de nossas carreiras. Olhe para mim, eu tenho este pedaço de palco elevado só para mim, um verdadeiro trono de pratos brilhantes e preto brilhante da casca da bateria. Eu sou a única pessoa no auditório que está sentado, como um juiz que preside o tribunal. Ao mesmo tempo, eu passo a maioria do meu tempo envolto em trevas, o único corpo imóvel em um mar de movimentos. Eu não consigo fazer um show com qualquer coisa a não ser com as minhas baquetas. Sem cabelos balançando, pés pisoteando, camisa rasgando em loucura.

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Mas ainda posso trabalhar com isso. Tenho que trabalhar isso. Isso é tudo em que eu sou bom, tudo que eu quero fazer com a minha vida. Eu tenho que provar a mim mesmo, não só para o mundo, não só para o meu pai, mas também para mim. Eu tenho que me convencer de que o meu talento é algo que vale, que eu valho alguma coisa. Eu passo para trás Naomi e Kash, observando quando eles balançam seus instrumentos sobre os ombros, enquanto as costas expandem com respirações enormes. Eu mantenho meus olhos baixos quando eu subo os degraus para a minha bateria, eu mesmo decidi sobre o banco de couro preto, o trono, como é literalmente referido. Minhas mãos encontram minhas baquetas, meu corpo encontra um ritmo. Eu deixo meus olhos se fecharem e ouço Hayden aquecendo a plateia, batendo palmas e balançando no tempo com a batida. Meus braços se movem, como se por vontade própria, buscando esse mesmo ritmo, afiando dentro no murmúrio suave da guitarra de Naomi e o sussurro assombroso do teclado de Blair. — Implore por este corpo, baby, mas não se surpreenda se eu disser não. Oh, não. Não se surpreenda se eu te disser para ir embora. — Oh não, não, não, — Naomi murmura em seu microfone. Sua voz é mais suave agora do que era quando ela estava cantando com Turner, mais suave de alguma forma. Abro os olhos e vejo quando ela dedilha sua Wolfgang 3 com dedos gentis. É como voltar no tempo. Mesmo que estamos tocando na frente de Deus sabe quantas pessoas, mudando o futuro para sempre, eu posso ver ela no palco na feira do condado, abraçando a área próxima a minha bateria, tímida demais para seguir em frente e entrar nos holofotes de Hayden. Algo não está certo aqui, eu digo a mim mesmo, quando eu imagino os dias sob o sol, o nosso público com menos de cem rostos. Se um deles não fosse America, nós não estaríamos aqui hoje. Eu não posso decidir se é uma coisa boa ou ruim. — Eu sou uma menina com as piores intenções, os desejos mais obscuros, os sonhos mais profundos, por isso implore por este corpo, baby, mas não se surpreenda se eu dizer que não. — Oh não, não, não. — Blair chega ao lado de Naomi, deslizando sua voz e derretendo as palavras em vibrações simples. Bombeio meu pé junto com suas palavras, brincando com meu bumbo com um tom profundo, que vibra no chão e reflete no público do chão. Eles podem 3

É a marca de uma guitarra. ~ 16 ~

não saber, mas eu posso controlar o que eles fazem, também. E eles não têm ideia de que eu estou fazendo isso. Eu bato rapidamente nos meus pratos e vejo o público maciço saltando. — Eu não deveria ter nem mesmo convidado você aqui. Não deveria ter ido a qualquer lugar próximo. Meu coração está gritando com você, e minha dor é abundante, assumindo, assumindo e destruindo a minha vida. Então, tudo bem, baby, implore por este corpo, mas não se surpreenda. Hayden cai em um agachamento baixo e cantarola para o microfone, cantando as palavras de Naomi, mesmo sem entender o que elas significam. Pobre Hayden. Não, sério pobre fodida Hayden. Eu bato no tarol com a mão esquerda e tento não deixar meus sentimentos à mostra no meu rosto. Ela não pediu por isso. Ela poderia ter lidado com isso melhor? Claro. Mas ela não quer que isso aconteça, nada disso. Todos realmente querem a filha de Hayden de volta. Eu sinto a pele na minha testa se apertando, e eu imagino a câmera em zoom sobre ela, panorâmica para baixo em meus braços, as tatuagens que meu pai odeia tanto. Eu relaxo meu rosto e abaixo o queixo para o meu peito, deixando acontecer a música dentro de mim, tomando conta de mim como tentáculos. Eu não quero nem estar mais no controle, mas eles querem, assim eu os deixo consumir meu corpo e alma e vejo quando tudo desaba ao meu redor. Quando Hayden está de joelhos gemendo e exasperando a multidão, Naomi se esgueira para cima atrás dela e coloca sua bota na parte inferior das costas, dedilhando sua guitarra em um padrão que definitivamente não sugere que ela está a bordo com este desempenho. Droga e porcaria, eu acho que o resto da banda segue a liderança de Naomi e muda para uma música completamente diferente. Isso é exatamente o que eu preciso. Naomi confiando em mim o suficiente para me trazer para o rebanho, mas, ao mesmo tempo, não posso abandonar Hayden. Se eu fizer isso, ela vai afundar mais rápido do que a porra do Titanic. Sei coisas que ninguém mais sabe. Ela não merece isso, mesmo que todo mundo pense que ela mereça. Pelo menos isso explica a suposta mansidão de Naomi. Essa menina vai direto para a garganta. Eu vejo quando o corpo inteiro de Hayden continua, como se estivesse presa em um túnel do tempo, uma entidade congelada completamente em desacordo com o caos se contorcendo em torno de nós. Por favor, Deus, deixe ela fazer uma boa decisão agora. Naomi continua dedilhando sua guitarra, nos movendo para a canção Believe, ~ 17 ~

aquela que nunca tocamos antes. Eu não tenho escolha a não ser seguir junto com ela. Parece como uma traição, mas o que mais eu posso fazer? Eu levo minha frustração em meus pratos, quebrando as varas de madeira no metal como eles devem porra. — Eu não posso acreditar que eu fui sempre tão estúpida, — Naomi canta, se curvando baixo e respirando no microfone de Hayden. Isso dura apenas um segundo antes de Hayden se levantar e girar para longe. Naomi se move para trás uma vez, envolvendo o cabo de sua guitarra em torno de seus tornozelos e possuindo isso como se fosse Turner Campbell encarnado. Ela recua de volta para seu próprio microfone na hora de cantar o verso seguinte. — E eu não posso acreditar que eu fui sempre tão infantil. Que o meu coração batesse tão rápido. Que a minha voz cantasse mais que brilhante. Eu não posso acreditar que eu já me apaixonei por você. A multidão vira merda, explodindo de emoção e violência mal contida. Naomi possui eles, eu admito, mas isso não é a minha praia. Eu gosto de uma vibração diferente, um fio mais escuro, mais melódico de anarquia e desaprovação desconexa. Eu não quero que os fãs percam a cabeça e fiquem loucos de desejo. Eu quero eles aqui, comigo. Eu quero segurar suas mãos e mostrar a eles o outro lado da vida, um caminho diferente, um céu bonito. Toda essa loucura, assassinar seu vizinho e esmagar o local para merda, não é nosso costume de MO4. Eu acho que eu simplesmente não estou acostumado a ir ao palco após Indecency. Naomi piora as coisas, salta para cima e para baixo, destruindo sua guitarra, tocando e cantando a letra de uma canção que ela sabe que Hayden não conhece. — Acima de tudo, eu não posso acreditar que eu queria acreditar. — o público está quicando, tomando uma página de nossos livros e quebrando o chão com vibrações que viajam através das solas das minhas botas e em meus dedos do pé, se infiltrando nos meus ossos e me fazendo cerrar os dentes. Hayden está ao lado do palco, completamente e totalmente perdida, levantando os lados, a boca voltada para baixo em uma careta. As câmeras mantem um zoom sobre ela, piscando sua frustração para o mundo. Ei, se eu estivesse preocupado com a minha família me vendo, eu não teria nem vindo. Sem dúvida eu vou estar recebendo um esculacho hoje. Eu envio uma oração silenciosa para Hayden ter força para se conter. Ela é a Rainha do Show Business. Controle-se, porra. Depois de mais 30 segundos no entanto, posso ver que ela não vai fazer isso. Suas 4

Modus Operandi. ~ 18 ~

bochechas estão vermelhas de raiva e os seus punhos estão enrolados com tanta força em seus lados que os nós dos dedos dela estão brancos. Eu sou o primeiro a parar de tocar. — Hayden, não! — eu grito quando os outros membros da minha banda continuam, arrastando a canção bem sem mim. Depois de um segundo, Wren vacila um pouco e deixa de tocar, mas Naomi continua tocando. Mesmo quando Hayden começa a se mover pelo palco em direção a ela. — Hayden! — eu tropeço descendo do palanque, mas eu não sou rápido o suficiente para impedir a explosão de raiva e ciúme e do ódio que vem fermentando. Se Naomi soubesse sobre a criança. Se ela soubesse... Eu sei que a merda está séria quando Hayden não diz nada, nenhum vai se foder, nenhum cadela estúpida, nada. Seu pequeno corpo bate em Naomi, a enviando para trás, tropeçando no cabo da sua guitarra e caindo de bunda no chão. Neste ponto, Blair é a única que ainda está tocando, afogando o público em assombradas melodias despojada das teclas de marfim de seu teclado. Os murmúrios fantasmagóricos saem nos alto-falantes, com destaque para a súbita falta de som lá de baixo. Todo mundo está observando com a respiração suspensa, sugando essa angústia e tragédia de camarote. Olha, esse é o meu problema com essa coisa toda. Eu amo a música, e eu quero me casar com a porcaria da minha bateria, mas eu não gosto dessa ganância desesperada por problemas e drama. Por que não podemos apenas tocar? Por que não podemos simplesmente transformar as almas das pessoas com melodias e cuidadosamente retirando notas? Estas pessoas, a maioria das quais realmente nunca sofreu um momento em suas vidas, eles não sabem o que é sentir uma dor tão profunda que se torna uma parte de você. Então, eles aparecem aqui em rebanhos e manadas e nos bebem, lambem nosso sangue como doce e estalam seus lábios na saída. Eu não quero que eles comam a minha dor mais, não a minha ou a de Naomi ou de Hayden. Foda-se Tyler Rutledge, Stephen Hammergren. Você é um prato de Petri para este vírus, um terreno fértil para esta merda. Os microfones guincham com o rolar na briga, e a Wolfgang de Naomi uiva sua escuridão aos tetos altos acima de nós quando as meninas saem em uma briga que é duas vezes tão forte como a dos bastidores. Este é uma não segurar, briga com garras para fora, rasgar de pele.

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— Pare! — eu grito, me aproximando, sendo atingido na mandíbula por Naomi em primeiro lugar e, em seguida, Hayden. Os hematomas no meu rosto explodem em uma agonia quente, e eu tropeço para trás. Estas duas são um inferno de muito mais duras do que parecem, subindo para seus pés em uma enxurrada de sangue e raiva. Ninguém mais se move para ajudar. Por que diabos fariam eles? Isso é bom demais para deixar passar. Imprensa perfeita, a quantidade certa de violência, sexo, ciúme. Se America não tivesse planejado isso, eu ficaria surpreso. Eu balanço a cabeça e volto para briga, agarrando Hayden ao redor da cintura e levantando-a fisicamente fora do alcance de Naomi. É preciso muito de mim, mas não paro a luta, e não por muito tempo. — Vocês gostam disso? — Naomi pergunta, agarrando o microfone do palco e levantando-o de volta para seus lábios sangrando. — Vocês estão gostando do show? — a multidão começa em um murmúrio suave e, em seguida, se levanta, como se em protesto. — Porque eu sei que eu estou. Eu sei que eu estou cansada de ser empurrada e jogada por uma maldita idiota. Estou cansada de pessoas se machucando, e eu estou cansada de ser a segunda melhor. Hayden rosna e até deixa escapar um pequeno grito quando eu não a deixo ir. Se ela chegar a esse microfone, ela só vai piorar as coisas. — Lembre-se porque você está aqui e porque você está fazendo isso, — eu sussurro em seu ouvido. Hayden não para de lutar, seu corpo uma mistura flexível de músculos e ossos magro. Ela não tem comido bastante recentemente. Não que eu me culpo. — Você tem uma filha que está contando com você, Hayden, — eu digo e mesmo que seus olhos se encham de lágrimas, ela não para de lutar, chutando e me acotovelando o mais forte que pode. Todo esse profissionalismo praticado, o sorriso de dentes brancos, e a fase de presença brilhante, está desaparecendo. Mesmo sua arrogância, o escudo contra a dor e a frustração, ele está começando a ir também. Eventualmente, esta mulher vai definhar em nada, consumida a partir de dentro para fora. Tudo o que eu quero fazer é ter certeza de que isso não aconteça. — Sim, isso é o que eu pensei porra, — diz Naomi e depois joga o microfone no palco, deslizando sua Wolfgang para fora, se deslocando para fora do palco como se ela não ligasse menos.

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— Hayden, — eu sussurro em seu cabelo, tentando fazê-la se acalmar, para lembrar que o mundo está assistindo, que ele poderia estar assistindo. — Tyler quer que você toque uma parte, lembra? — Eu não dou a mínima para Tyler, — ela rosna, finalmente saindo dos meus braços quando eu dou um passo atrás e tento acalmar as manchas brancas obscurecendo minha visão. Tornado do caralho. Hayden gira de frente para mim, colocando fios do seu cabelo atrás da orelha, lutando para recuperar o fôlego, enquanto ela fica lá com as bochechas rosas e fumegantes. — Tyler. Não. Tem. A. Mínima. Importância. Porque Tyler não está aqui. — Mas ele poderia estar assistindo, — eu digo, bem consciente de que, provavelmente, pela primeira vez desde que chegamos no palco, as câmeras estão focadas em mim. — Ele poderia estar, — diz Hayden, a boca torcendo em um sorriso, as emoções de ser esmagada sob um véu de falsa bravata. — Ele poderia estar, mas ele não está. Agora, Tyler Rutledge está no hospital.

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— Tyler? — a Namorada de Ronnie pergunta em uma fração de segundo antes de um cara em um casaco se aproximar e olhar na minha cara. — Senhorita Charell? — pergunta ele, muito educado. Ele tem um sotaque muito agradável, mas seu hálito fede como merda. Estou acostumada com caras insistentes como este no clube. O que eu não estou acostumada é com a nove milímetros pressionada em meu estômago enquanto o Sr. Muito Louco lança seu olhar para baixo da linha e sorri. — Eu vou precisar de sua ajuda aqui em breve. — eu acho que se o homem é louco o suficiente para trazer uma arma em um hospital, ele é louco o suficiente para usá-la, então eu não dou a mínima. Mesmo que eu queira. Mesmo que eu realmente, realmente queira. Turner cuidará disso para mim. — Quem diabos é você? — ele bufa, os punhos enrolando apertado em seus lados. Eu espero que ele não exploda e foda tudo. Eu não quero morrer aqui, e não cercada por linóleo branco, paredes brancas. Eu quero morrer em uma cachoeira, enrolada em um barril e rindo, enquanto eu vou ao longo da borda. Niágara. Seria bom se eu morresse no Niágara. — E o que está nos impedindo de gritar ameaças e ter a sua bunda levada para a cadeia? Eu reclamo quando o homem me puxa para um abraço violento, cavando a arma ainda mais no meu lado e respirando um hálito quente nas costas do meu pescoço. Minha pele arrepia e minha boca fica seca. O Cara Bad News não consegue bombear sangue. Ele está em forma, e ele tem um rosto bonito, mas sua aura fede. Eu fico dura como uma tábua, desorientada de ver Trey, surpresa, porque a primeira coisa que acontece comigo quando eu saio do elevador é isso. Por que diabos eu ainda estou aqui? Eu mantenho um gemido desapontado comigo mesma. Eu sou tudo que Trey tem. É isso aí. Eu sou tudo que Trey tem. Mesmo um exagerado astro do rock necessita da família. ~ 22 ~

— Porque se você gritar, ela morre, e tudo o mais ao seu redor se desfaz. — o cara, Tyler, puxa se afasta de mim e retira sua arma, apenas o suficiente para que ela esteja escondida nas dobras de seu casaco volumoso, não tanto que eu possa fingir que ela não está lá. Eu tenho um cheque de US $ 20,000 do Trey no meu porta-luvas. Só poderia descontá-lo desta vez. O Pequeno típico Irmão que me deve pela dor e sofrimento. — Lola, — afirma ele, quando o nome deve significar algo diferente de um endereço simples. A mulher de Ronnie faz contato visual com o homem e, em seguida, dá um passo a frente. Ronnie fica tenso e aperta as mãos ao lado do corpo, mas ele não se move para detê-la. O que nas profundezas geladas do inferno está acontecendo aqui? — Tyler, isso é... inesperado. — Lola parece nervosa, como se alguém tivesse apenas dado um soco na buceta dela. Isso já aconteceu comigo antes e deixe-me dizer, faz a mente vacilar e as pernas virarem pó. Partes de uma senhora não é saco de pancada. — O que diabos você está fazendo aqui? — Tyler apenas sorri com dentes grandes e não diz nada, girando e deslizando o braço em volta da minha cintura. Eu meio que desejo não estar usando um top no momento. Os lugares onde os seus dedos nus tocam minha pele parecem quente, como se eu tivesse acabado de desenvolver uma erupção cutânea desagradável. Maior eww do caralho, cara. Eu olho para o teto e tento manter a calma. Nada de ruim pode me acontecer agora. Não pode. Eu finalmente estou juntando minha vida. Eu tenho a sessão de fotos chegando, um salário gordo, e a centelha de uma carreira - uma adequada neste momento. Não há mais arranhar notas de dólar e apertões nos meus seios de gordinhos com bafo de alho. Eu tenho que dizer adeus as lap dances5 e olááá para sessões de fotos e mimos, de um apartamento para uma casa. Assim, as coisas vão ficar bem, porque isso só tem que ser assim. É a minha vez agora e eu ganhei dele. — Se você vai matar alguém, — eu digo, usando o humor para aliviar o clima. — Faça esse ser o Turner. — Que porra está errada com você Sydney? — ele rosna quando ele embaralha junto atrás de nós. Sem sequer ser perguntado, todo mundo está junto, suados e silenciosos. Ninguém está chamando a polícia ou apontando para a segurança do hospital. Por quê? Por que não podemos prender esse louco fodido aqui e agora? Quem no inferno é ele?

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Dança no colo. ~ 23 ~

— Senhor, eu acho que é melhor você repensar esse plano. Você pode ir embora agora e nós vamos deixar quieto. Não vamos prestar nenhuma queixa. — o empresário de Trey, Milo Terrabotti, tem uma boa voz, calma como o mar. Ele é uma boa pessoa, esse Milo. Ele me mandou flores no meu aniversário, em nome de Trey, é claro. Me ligou de vez em quando para me deixar saber como iam as coisas. Eu gosto dele. Eu gosto dele, mas eu não acho que Tyler goste. — Cala a boca, porra ou sua cabeça vai ser a primeira que eu vou explodir. — eu olho por cima do ombro e vejo o rosto pálido de Milo ficar ainda mais pálido. Enquanto isso, Turner e Ronnie trocam alguns olhares em conhecimento. Jesse e o cara novo, o baixista-não-sei-o-que, tropeçam no meio. Lola ocupa a parte traseira, como uma guarda. Estou tão confusa. — Por que não estamos lutando contra? — o garoto baixista pergunta, dando a Turner um olhar de derreter a carne. — Você vai nos dizer o que está acontecendo? Por que estamos seguindo atrás desse idiota? — Porque se você não fizer isso, eu vou largar o seu traseiro da escória em uma fração de segundo antes de eu tampar seus amigos. Aparentemente, eu não sou a única chocada como a merda ao ouvir isso sair da boca de Lola. Ou para ver que ela tem uma arma. Onde na terra ela estava escondendo isso? Eu troco um olhar nervoso com Jesse e dou um ligeiro encolher de ombros. Coisas estranhas estão acontecendo por aqui, coisas impossíveis, e agora eu estou de alguma forma apanhada no meio disso. — Turner Dakota Campbell, — eu assobio quando Tyler me puxa para o lado e aperta o botão do elevador com os nós dos dedos pálidos. As rosas negras que eu ainda segurava entre os dedos, uma mancha mórbida contra o branco das paredes do hospital. — Você me deve uma explicação, uma bem grande. — Tyler me empurra com força contra seu lado e fala direto no meu ouvido, seus lábios secos escovam meus brincos, me fazendo tremer com a descarga de adrenalina. Esta é uma situação de fuga ou luta, se eu já vi uma, mas eu sei como controlar meus instintos. Eu fico muito calma e muito quieta. — Esta não é uma conversa que estamos tendo aqui. Este não é um jogo. Eu não acho a sua inocência de olhos de corça divertida. — Tyler sorri quando o elevador apita para nós. — Nem senhorita Saints ~ 24 ~

aqui. Senhorita Saints gostaria de manter sua irmã viva, então ela agradece a sua cooperação. — ele range os dentes e então há este som, como porcelana tilintando, que faz minha cabeça doer. Tyler tem um belo, profundo, sotaque sulista que deve ser uma garantia de calcinha molhada, mas o louco atado em suas palavras envenena o som e mantém Lady Twat6 seca como o deserto do Saara. — Você vai me dizer o que é que você quer, ou eu vou chafurdar por aqui como uma filha da puta fodida na festa de um fanfarrão? — Lola pergunta, rangendo os dentes e olhando fixamente para o rosto de Tyler. Ela mantém o olhar incisivamente longe de Ronnie. — Oh, baby, estamos aqui apenas para celebrar o retorno milagroso de Treyjan. — os músculos de Lola tencionam e sua coluna fica rígida quando o homem joga o braço em volta dos seus ombros e pressiona um beijo molhado na bochecha dela. — E, para falar sobre o assassino que esses caras mostraram. — eu não tenho ideia de quem é esse cara, mas Ronnie tem. A pele do seu rosto aperta e sua boca se aperta. Seus olhos estão brilhando com uma pitada de violência. Isso me assusta porque eu já vi isso antes, quando éramos crianças. Se você mija em Ronnie McGuire, você é destruído. — O que diabos você está fazendo aqui, Cohen? — Lola rosna quando os olhos de Ronnie flutuam fechados e os dedos enrolam em punhos em seus lados. Toda esta situação cheira a merda. Estamos todos flutuando em uma porra de um banheiro no momento. Eu juro, eu posso ouvir o som de uma descarga quando as portas do elevador se abrem e lá fora se derrama um monte de crianças gritando, quebrando em torno de nós como corredeiras sobre rochas. Balões escritos ‘melhoras’ flutuam e tapam minha cara quando eles se dispersam pelos corredores quando uma mulher se arrasta atrás deles. Cohen não responde Lola, apenas encolhe os ombros e passeia ao meu lado, passando seu olhar pelo meu corpo antes de deixar seus lábios derreterem em um sorriso mal formado. Finjo que não noto, sempre funciona melhor dessa maneira. Ele tem esse olhar de estupro sobre ele que me deixa nervosa. Melhor não adicionar qualquer bala ao canhão. — Entre, — Tyler sugere levemente e nosso grupo se embaralha através das portas de metal, como um rebanho de ovelhas tatuadas, cercadas por lobos. Eu lambo os lábios e fecho os olhos, ouvindo os sons de respiração ao meu redor. Desde que eu não tenho a mínima 6

É como ela chama a vagina dela. ~ 25 ~

ideia do que está acontecendo, eu tenho que ficar aqui e manter minha boca fechada. Felizmente, os meus meninos têm algo em mente. Eu nunca os vi falhar antes. Deixo meus cílios piscarem abertos e examino os amigos do meu irmão. Turner, Ronnie e Jesse estavam em torno desde que me lembro. Todos foram para a mesma merda de escola primária, todos na mesma escola. E eles sempre conseguiram trilhar seu caminho para fora do pior dos piores. Eu aperto minhas mãos uma vez, furando as palmas das mãos com as unhas e tentando respirar. — Isso é besteira fodida, cara, — Turner rosna, mantendo seu olhar focado para a frente. Seus olhos castanhos são iluminados de dentro e sua pele está salpicada com pontos de suor, bolas perfeitamente redondas de umidade que se agarram às suas tatuagens, como gotas de chuva. Ao lado dele, Ronnie está tão pálido como um fantasma, mas ainda bem. Bem, tudo, exceto o punho direito que torce no tecido de sua camisa. — Eu pensei que você era muito grandioso para tudo isso. Onde estão suas cadelas agora? — Oh, Sr. Campbell, você não entendeu, — diz Tyler naquele sotaque sulista sensual. Eu sei de uma centena de mulheres que enlouqueceriam por aquela voz. Ainda assim, acho que a aberração do cara supera de longe um pouco de açúcar em seu som. Eu me mexo, desconfortável com a maneira como o olhar de Cohen está preso em meus peitos. Onde diabos estão os guarda-costas estúpidos? Não é para isso que eles servem? — Eu nunca me senti como se estivesse acima da ação. Eu simplesmente não tenho o luxo de revelar a mim mesmo. — eu o sinto sorrir atrás de mim. Imagine isso, sentir alguém sorrir. Agora você sabe o quão intenso é esse filho da puta. — Mas você vê, — ele começa e sua voz sobe uma oitava, como se alguém estivesse lá embaixo apertando suas bolas. — Este pequeno truque que America decidiu puxar, — Tyler continua, moendo as palavras entre os dentes. Um segundo depois, eu sinto o aperto metálico do cano da arma contra a minha cabeça. Há uma arma na minha cabeça. Eu engulo e mantenho o meu olhar focado no novo corte de cabelo de Jesse. O cabelo curto em Jesse. Esse é novo. Eu não penso sobre o fato de que eu poderia morrer a qualquer momento, em um elevador a caminho de ver o meu irmão morrer. — Forçando a minha mão. Você vê, não é? — diz ele e seu tom de voz fica um pouco mais áspero. — Isso é culpa da America. Culpe ela por isso, não eu. Estou simplesmente reagindo. — Você matou Travis. — essas palavras vêm dos lábios de Ronnie, empurrada para o ar, pesado como uma tonelada de tijolos. Eles flutuam no chão e ficam lá, brincando com todos nós com as implicações. Tyler é quem bateu em Travis? Eu me pergunto, pensando ~ 26 ~

na batida e na fuga do acidente. Como poderia Ronnie saber disso? Quem diabos é America, e como diabos isso tudo está junto? Imagino que alguém me deva uma explicação, assim que sair desta situação. Eu não tenho medo de pegar Turner ou Ronnie pelo ouvido e forçá-los a me contar tudo. Tyler ri disso, o que realmente me incomoda pra caralho. Tipo, sério, cara? Você vai rir da morte de um cara bom? Um cara que estava sempre lá para mim e meu irmão, tratado como família. A morte de Travis era uma maldita caricatura, e aqui está este filho da puta rindo dele. Isso me deixa doente. — Lola, — Tyler diz assim que as portas se abrem para o próximo andar. A arma é prontamente removida do meu crânio e escondida de volta para as dobras de seu casaco. — Leve o Sr. McGuire para o outro elevador. Vá todo o caminho para o porão e se reúna com Honesty lá. Ela vai deixar você saber o que você precisa fazer. Vá em frente agora. Eu olho para Lola no mesmo momento em que Ronnie faz. Os olhos deles se encontram, e até mesmo eu posso ver que eles estão do mesmo lado. Este estranho atrás de mim, ele parece louco, mas competente. Ele sabe que eles estão, também. Se ela sair com Ronnie, coisas ruins estão prestes a acontecer. Eu lambo meus lábios e tomo um segundo para me equilibrar, me convencer a fazer o que eu já sei o que preciso fazer. Quando os vilões estão no controle, a situação nunca acaba bem. Quero dizer, pense nisso. Ele tem a arma engatilhada, que escolha temos, exceto fazer seus sonhos se tornarem realidade? Eu olho para trás para aquele cara, Cohen, novamente e sei que eu sou provavelmente o seu sonho mais molhado no momento. Arrepios viajam para cima e para baixo na minha espinha quando eu deslizo o pé para trás. Estou usando estiletes de cinco polegadas em um hospital. Pode não parecer uma escolha lógica para você, mas essas cadelas foram mais úteis do que uma ou duas vezes. — Sim senhor, Sr. Rutledge, — Lola diz em seu lindo e pequeno sotaque. Ela acena com a cabeça o queixo para Ronnie, uma nuvem de melancolia deslizando sobre suas feições enquanto ele a contragosto sai do elevador. — Você quer dizer Sr. Hammergren, — Ronnie diz, o que só faz o cara Tyler rir. Fico feliz que ele descobre ser engraçado, porque ele não vai gostar disso. E as pessoas pensam que strippers são todas piranhas sem cérebro?

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Do outro lado do elevador, Milo pega o meu olhar. Ele é perspicaz, aquele cara. Dou a ele um leve sorriso, e, em seguida, bato o calcanhar do meu sapato no peito do pé de Tyler. Se você acha que é um movimento de garota, então você nunca foi esfaqueado com um estilete. Para seu crédito, o homem dificilmente faz um som. Em vez disso, ele faz uma porcaria em uma respiração enorme, e eu posso sentir a violência enrolando atrás de mim. Por um segundo, porém, a arma se afasta da minha carne e eu mergulho para frente, em linha reta passando por Turner, rolando no chão do hospital e vindo para os meus pés bem a tempo de passar uma piscadela para duas senhoras idosas com bengalas. Há pontos positivos em ser uma stripper, você sabe. Quer dizer, eu nunca pensei que eu estaria usando o meu treinamento de ginástica para dar aos caras bolas azuis, mas pelo menos eu ainda posso tirar uma cambalhota bastante média. Turner não espera ao redor pelo café da manhã, se você sabe o que quero dizer. Ele empurra seus outros amigos para fora do elevador e tropeça depois deles, girando bem a tempo de pegar Sr. Milo usando seu spray para pulverizar os dois homens no rosto. O cara Cohen grita como uma putinha, mas aquele outro cara, o mega esquisito, ele só fica tenso acima de suas características e encara diretamente através de nossas almas. Puta merda, esse homem é louco, tipo clinicamente. As portas se fecham atrás de Milo quando ele contorna para o chão de linóleo e escova no braço de seu paletó com um suspiro, olhando para os nossos dois amiguinhos lá dentro, esfregando os olhos com maldições. Bem, Cohen xingando de qualquer maneira. Tyler está apenas ali, com lágrimas escorrendo pelo rosto, os olhos ainda abertos. Eu dou adeus a eles quando o metal se fecha, orando a Deus que as portas não se abram com balas no meu peito. — Quem sabia que as merdas na bolsa do homem viria a calhar, né? — Turner diz, se afastando das portas e lançando um olhar sobre Ronnie. — O que diabos foi isso? — o garoto loiro, Jake ou Joe ou Josh ou o que quer que seja seu nome, rosna, se levantando perto do rosto de Turner. — O que você fez agora? — quando Turner não responde, ele apenas gira longe, pegando no seu cabelo. — Eu sabia que essa oportunidade era boa demais para ser verdade. Eu só sabia disso. Fodase essa banda. Foda-se. — Calma, Sr. Drake, — Milo estala, tendo o controle da situação com uma quantidade admirável de autocontrole. Seu rosto é estoico, e ele não parece excessivamente perturbado. Meu palpite? Meus meninos ~ 28 ~

o tem submetido a pior merda que isso. Um cara com uma arma? Não é grande coisa. Um pai com raiva ou uma fã chateada? Agora sim é uma merda das grandes. — Eles poderiam retornar a este andar a qualquer momento. — Milo faz uma pausa e olha para cima em uma câmera de segurança perto das portas do elevador. — Ou talvez, as autoridades poderiam se envolver. — ele se vira para olhar para Turner, as mãos nos quadris, a boca contorcida em uma careta, e Ronnie que tem o braço em volta na cintura de Lola, apertando-a com força. Sua arma desapareceu misteriosamente. E ela está usando uma blusa e um short jeans apertados como a porra. Preciso pedir a essa garota por algumas habilidades para a vida. Eu venho tentando descobrir como esconder uma arma no palco, sempre. — Vamos encontrar Treyjan enquanto temos a oportunidade, vocês dois podem me atualizar sobre essa... situação. Se vocês não fizerem isso, eu vou ser obrigada a chamar a polícia no telefone. Se há uma verdadeira razão pela qual eu não deveria, me avisem agora. — Poppet, — sussurra Lola, o rosto branco como de um fantasma. — Poppet está praticamente morta. — seus joelhos se dobram, e ela cede para baixo quando o ar sai dela. Ronnie a mantém apoiada por um segundo antes de decidir que seria melhor agir com todo cavalheiresco e essas merdas. Ele a move em seus braços como se ela não pesasse nada, e meu coração palpita um pouco. Tem sido um longo, longo tempo desde que eu vi ele feliz. Não que ele está exatamente brilhante agora, mas eu vejo a promessa de felicidade enterrada em algum lugar e isso é tudo que importa. Sem uma palavra, ele começa a carregá-la pelo corredor, seguindo após as passadas rápidas de Milo. — O que eu vou fazer sobre Poppet? — Bem, — Ronnie começa, pensando com cuidado. Seus olhos estão brilhando, trocando informações ao redor, tentando determinar o melhor curso de ação. Ele sempre foi bom em descobrir situações difíceis. Ou pelo menos era até Asuka morrer. Era como se ele tivesse morrido naquele dia, também. Como se o ar tivesse sido sugado de seus pulmões, seu coração arrancado de seu peito. Eu nunca vi nada tão aterrorizante quanto o rosto de Ronnie no dia em que ela morreu. Eu prefiro ser torturada nas profundezas do inferno para a eternidade do que experimentar a sensação que eu via naquele olhar, aquele desespero quebrado, amargo, rasgado e fodido. Eu tremo. Turner corta, gesticulando, batendo com o punho na parede em intervalos aleatórios. A equipe do hospital olha para ele no começo, mas depois eles têm uma visão melhor do que exatamente está acontecendo

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e todo mundo fica trêmulo. Eu juro, eu acho que vi um enfermeiro pulando para cima e para baixo de emoção. — Não é como se aquele louco sulista pode ver o que estamos fazendo agora. Você sempre poder fingir que ainda está do lado dele ou o que quer lutar todo valente e merda. — Oh, ele sabe, — eu digo. Eu poderia dizer, o olhar em seu rosto quando ele ordenou ela sair do elevador me deu todas as informações que eu precisava. — Você já estava na lista de merda dele, querida. — Cale a boca, Sydney! — Turner grita para mim, se levantando na minha cara e me forçando um passo para trás. Todo mundo para quando Turner para, pois bem, é assim que as coisas sempre foram. Eu aperto meus punhos ao meu lado, mas eu não o atinjo. Eu quero, mas não posso. Ele começou a arranhar os dentes. Turner pode ser um pedaço de merda arrogante, mas ele tem sido atacado por aí o suficiente. Além disso, eu lhe dei um tapa uma vez no outro dia. Duvido que eu pudesse fugir disso de novo. — Você não sabe merda sobre merda, ok? — ele se afasta de mim, quase imediatamente, passando a mão pelo cabelo escuro e olhando para o teto como se estivesse orando por um milagre divino. — Você está certo, — eu digo, quando eu sigo em frente e chego à frente do pelotão. Eu sou a única que sabe para onde estamos indo de qualquer maneira. — Eu não sei, mas eu vou. Logo que você me contar tudo. — Concordo, — Milo concorda, acenando o queixo para Ronnie, que aperta os olhos fechados como se estivesse com dor. — Um homem apenas... — Milo fica quieto e se inclina em tom conspiratório. — Apontou uma arma para nós e não vamos apresentar queixa. Isso, e... — ele faz uma pausa de novo e olha em volta. — Nossa equipe de segurança parece ter desaparecido misteriosamente. Existe uma razão pela qual eu não deveria me alarmar? — Oh, você deve estar bem alarmado, — Jesse resmunga, esfregando seu cabelo ainda em choque com o ocorrido. Se fosse o tempo ou lugar para elogios, eu diria que ele parece um inferno de uma foda melhor assim. Eu sempre odiei cabelos longos nos homens. — Mas não podemos fazer nada. — O que eu vou fazer sobre Poppet? — Lola pergunta de novo, redirecionando a atenção de volta para ela. Ela está empurrando o peito de Ronnie para baixo, os bíceps flexionando enquanto ele a aperta contra seu peito. — Eu disse o que eles disseram para mim, que se eu ~ 30 ~

os deixasse putos, minha irmã estaria morta. Bem, e agora? E agora porra? Turner e Ronnie compartilham um olhar particular. Obviamente, eles são os únicos aqui que realmente sabem o que está acontecendo. — É uma espécie de uma longa história, — Ronnie começa, finalmente soltando Lola e colocando ela no chão com um clique de seus saltos altos. Ela tropeça um pouco, o rosto empalidecido e os olhos arregalados, perdida em um outro tempo, um outro lugar. Recebo esse olhar, mas eu não sei como ajudá-la. Eu não posso ajudá-la, a menos que eu saiba toda a sujeira. Não que esta tempestade de merda é da minha conta, realmente, mas... Eu amo meus meninos. Eles são todos como meus irmãozinhos. Eu não posso simplesmente deixá-los se enterrar. — Vamos chegar ao quarto de Trey e depois vamos falar sobre isso, ok? — Eu tenho que ir encontrar Tyler, — diz Lola, fazendo uma pausa no final do corredor e colocando a mão contra as paredes brancas. — Eu tenho que encontrá-lo e ver se há alguma coisa que posso fazer para me redimir. — seus olhos estão cheios de água, mas ela pisca as lágrimas, segurando a outra mão para parar Ronnie quando ele tenta se mover em direção a ela. — Mesmo que isso signifique o fim para mim, mesmo se... coisas ruins acontecerem. Eu não posso deixá-la ali sozinha. É tudo minha culpa que ela está amarrada nessa porcaria, de qualquer maneira. Se eu não tivesse com minha cabeça até a metade nessa merda, então talvez eu estive pensando com clareza. — Você vai encontrar Tyler agora, e acabou Lola. Ele poderia te matar, ou pior. — Ronnie toca a mão no peito e a olha diretamente no rosto. — E confie em mim, há coisas piores que a morte. Por favor, vamos pensar sobre isso por um segundo. — O que há para pensar? Se eu não vou, minha irmã morre. Tyler é cruel; todos eles são. Você viu o que aconteceu com Marta, a... — Lola faz uma pausa, o rosto vermelho, o peito subindo e descendo com respirações rápidas. Mais uma vez, eu estou perdida, mas não parece que Milo esteja. Entendimento está amanhecendo no rosto dele. — Vamos lá, Lola. Você nem sabe se ela está viva. Quer dizer, porra, cara. Olha para esta merda! — Turner lança a mão para indicar as salas quase vazias. — Onde estão os nossos guardas, hein? Não era esse cara careca que estava de pé perto da entrada pouco antes de Tyler

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aparecer? Onde ele está agora? Esta merda é enorme. Teremos sorte se algum de nós sair vivo. — Mantenha sua voz baixa, Sr. Campbell, — diz Milo, olhando em volta para os empregados diminuindo. Parecia haver muito mais deles do que um minuto atrás. Eu ajusto meus seios, verifico se eles estão do jeito que deveriam estar. A última coisa que eu preciso, é se essa merda de peitos caíssem por todo o lugar. Os implantes são agradáveis, mas foda-se se eles não ficam no caminho, às vezes. Há rumores de que eu possa usá-los como um dispositivo flutuante embora. Coisa boa. — Se há algo que precisamos discutir, eu prefiro muito mais se mantivéssemos a nós mesmos. Nem toda a boa imprensa. — Merda, — Turner rosna baixinho. — Se todos nós morremos aqui hoje, nós seríamos a banda do caralho mais popular que o mundo já viu. Foda-se The Beatles; seria shows em abundância em memória de Indecency. — Ninguém vai morrer aqui, — Ronnie se encaixa de volta para ele, mantendo Lola na posição vertical, mas apenas um pouco. Ei, eu posso relacionar. Meu irmão está no hospital, um tiro no peito por um franco-atirador. Eu entendo. — Não há nenhuma razão para isso. Segredos são segredos, mas se se trata de escolher a vida ou a morte, então eu não vou levá-los para o túmulo. — Turner dá Ronnie um olhar que poderia matar, mas ele não disse nada. Ele sabe melhor do que discutir com McGuire. — Vamos encontrar Trey, trancar a porta e chamar Brayden. — Isso não será necessário, — diz uma voz atrás de nós. Eu não salto, mas Josh quase pula para fora de sua pele, girando para a cabeça ruiva irlandesa atrás de nós. Ele está sorrindo, mas ele não parece feliz, não realmente. Não me lembro do nome dele, mas seus peitorais com certeza não parecem familiar. Eu tento não lamber os lábios, não seria apropriado de qualquer maneira. — O que é você, um maldito ninja ou algo assim? — Turner rosna, passando a mão pelo cabelo e enfrentando o guarda-costas musculoso como se ele não estivesse todo intimidado. Mentiroso. Eu seguro o meu sorriso, a dúvida seria considerada adequada também. Nesta declaração, o ruivo realmente sorri. — Um ninja? — pergunta ele, com uma pequena risada, que é rapidamente sufocada quando outro homem aparece ao seu lado, vestido com uma calça jeans desbotada e uma camiseta vermelha. Sem ternos ou óculos sobre esses caras, escondidos à vista de todos, o ~ 32 ~

melhor tipo de segurança. Então, onde estavam há alguns minutos? — Eu só presto atenção ao que está acontecendo ao meu redor, Sr. Campbell. Dax McCann me disse que eu poderia encontrá-lo em uma pitada de problemas. — Dax? — Turner pergunta, parecendo surpreso. Seu rosto tenciona, e eu tenho que resistir à tentação de apertá-lo nas bochechas. Ele é sempre tão cínico sobre as coisas. Me deixa louca. Especialmente porque Trey imita tudo que Turner faz. Você sabe sobre aquele ditado de que se seus amigos saltarem de uma ponte, essas merdas? Bem, Trey faria. Ele segue Turner até os confins do universo. — Como diabos Dax sabe o que estava acontecendo aqui, cinco horas malditos atrás? — Turner faz uma pausa por um momento e seus olhos castanhos se alargam, a cor drenando de seu rosto. — Naomi? Naomi está bem? — Naomi está bem, — diz o homem, o seu sotaque irlandês molhando as margens do paraíso lá em baixo, se você sabe o que quero dizer. Eu ajusto minha postura e me inclino para trás, verificando seus jeans escuros, suas botas sujas, sua camiseta preta apertada. Se eu tivesse tempo para os homens, eu abriria espaço na minha agenda para esse cara. Como as coisas estão, eu estou aqui para Trey e é isso. Assim que eu descobrir essa merda que o meu irmão menor conseguiu entrar, eu vou embora. Eu tenho a minha sessão de fotos em duas semanas, e eu não vou comprometer isso por qualquer coisa. — Minha preocupação agora é com você, não ela. Me diga o que aconteceu. — Poppet, — diz Lola, chamando a atenção para ela. Ela está de pé agora, e há um cigarro na boca. Acho que ela poderia dar menos a mínima para política de não fumar do hospital. — Estou cansada de manter as coisas guardadas, eu estou doente e cansada dessa merda... — todos nós observamos quando ela joga seu cigarro no chão e esmaga com seus saltos de zebra. — De guardar segredos e fingir como eu e meus membros da banda somos malditos bons companheiros. — ela caminha até Brayden em seus shorts curtos e sua blusinha. — Eu quero a porra da minha irmã de volta. Você é o especialista aqui, certo? Me diga o que o maluco fez com ela, você entendeu? O ruivo levanta uma sobrancelha e troca um olhar com o cara ao lado dele. — Deixe a van pronta, — é tudo o que ele diz antes de colocar a mão no ombro de Lola. Ela dá de ombros e se afasta, cruzando os braços sobre o peito. Seus olhos cortam diretamente através de mim, quando eu pessoalmente pareço ofendida.

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A cadela parece que pode jogar um pouco de merda, por isso que eu passo fora do caminho. Não há necessidade de me envolver nisso. Raiva em uma tomada é uma coisa malditamente perigosa. — Olhe, senhorita Saints, eu sei sobre sua irmã. — os olhos azuis de Lola se ampliam e ela vira as costas. — É melhor você não estar brincando comigo, Brayden Ryker, — ela rosna, a voz baixa e mortal, como tentáculos se envolvendo em torno de meus tornozelos. Eu piso os calcanhares no chão para limpar a sensação e pegar um olhar estranho de Jesse. Mas não é tudo estranho se você pensa sobre isso. O mundo inteiro está cheio de sensibilidade, se você apenas tentar e sentir. Todo mundo tem uma aura, um sentimento que envolve seu ser. Confie em mim, eu sei. Eu passei minha vida lendo isso. É uma técnica de sobrevivência. Digamos que é como sentar na frente de um cara bonito jogando Banco Imobiliário. A maioria das pessoas iria para ele, se estivessem no meu lugar, mas eu não. Eu tenho que sentir isso. Geralmente, são caras como esse, que você menos espera que estão se preparando para te foder. Pergunte a qualquer um, sendo uma stripper não é uma porra de trabalho fácil. — Acredite em mim, eu sei mais do que eu gostaria de saber. — Brayden limpa a mão sobre sua mandíbula barbeada, os dedos ásperos pastando em todo o cabelo vermelho lá. — E eu sei que Saints é absolutamente, cem por cento não prisioneira de Stephen Hammergren. — ele faz uma pausa e encolhe os ombros largos. — Ou você pode ir por seu alter ego, Tyler Rutledge. Eu gosto mais desse nome do que do meu. — Mas eu o vi a prendendo, — Lola rosna, batendo uma mão contra a outra. O pulso em seu pescoço está latejando, e ela está apertando sua mandíbula tão apertada que parece que os malditos dentes vão se romper. Esta menina foi levada ao limite. Se ela quebrar, alguém está indo para baixo. Até eu posso ver isso, e eu acabei de conhecer a garota. — Isso não foi uma diversão na casa de espelhos que eu estava procurando. Era uma maldita janela. Me diga que eu imaginei a merda. — Oh, eu não estou dizendo que você imaginou, amor. Eu só estou dizendo que ela não está lá contra sua vontade. — Bem, se ela não está lá contra sua vontade maldita, então, por que... — Lola começa, a voz morrendo quando as palavras caem para fora de sua boca com batom bem vermelho. A boca dela cai no chão e cai no silêncio, se afogando no entendimento que está surgindo em seu rosto. Ronnie se move para perto dela, mas ela se empurra para longe dele, se movendo ao longo de uma porta perto do banheiro e parando ~ 34 ~

com a mão na maçaneta. — Eu vou ao banheiro por um segundo, — ela sussurra. Brayden se aproxima dela, quando ele planeja acompanhá-la até o banheiro, mas Brayden balança a cabeça, quase imperceptivelmente. O banheiro já foi limpo, é claro que foi. Eu sorrio baixinho. Eu já gosto desse cara. Lola desaparece e um momento depois, todos nós ouvimos um grito. Ninguém se move para a frente apesar de tudo. Obviamente não é aquele tipo de grito. Ela não está em nenhum perigo físico lá. Droga. Eu fecho meus lábios e coloco minhas mãos em minhas costas. Se eu descobrisse que meu irmão me traiu... Bem, primeiro eu bateria naquela bunda branca. Mas a traição, cara, iria comer no meu coração. Não há nada pior do que ser traída por alguém que você acha que você ama. Inferno, é difícil ser traída por alguém que você despreza. Como eu. Olhe para mim. Aqui estou eu, sessão de fotos a duas semanas, e meu irmão recebe a merda de um tiro, então o que eu faço? Deixo o meu emprego de merda. E o meu empregador envia um casal de rapazes atrás de mim. Como se ele fosse meu cafetão ou algo assim. Não vai acontecer. Não é aceitável. Deixei o clube, e é isso. Ele não pode fazer nada sobre isso. Além disso, eu acho que perdi os caras de volta, em Indianápolis. Eu não faço esse monte dinheiro, não é? Minhas gorjetas foram sempre uma merda comparada com as de Noreen. — Então você está dizendo... — Ronnie começa, mas não termina a frase, deixando o brilho não dito no ar que nos rodeia. Eu posso sentir isso também. Eu posso sentir a dor que ele está de guardando por Lola. Eu olho entre ele e Turner, de Milo, a Jesse e o garoto baixista, Josh. Uau, isso vai fundo, não é mesmo? Eu suspiro e balanço a cabeça, sugando uma respiração profunda e tentando lembrar o que meu instrutor de yoga me disse. Eu seguro a energia negativa em minha parte inferior das costas ou algo assim. Eu relaxo e curvo, tentando esticar a referida região. E eu nem dou a mínima se alguém está olhando para mim. Às vezes, você só tem que ser aquele estranho. E sempre há um estranho que se destaca de qualquer maneira, certo? Ninguém se importa com as ovelhas; é o lobo que estão todos atrás. — Sim, Ronnie, — diz Brayden, verificando o relógio e, em seguida, olhando para o teto como se estivesse procurando algo. — Eu estou dizendo que Poppet Saints é uma participante voluntária em todo o esquema. — Brayden sorri, os dentes agradáveis e brancos, e olha de volta para nós. — Eu imagino que ela sabia que a irmã dela não estava tão assim mais, que ela daria a ele algo feroz sobre isso. Não se ~ 35 ~

preocupe, porém, eu posso corrigir o erro em breve. Agora, se quiser um resumo sobre o que aconteceu aqui hoje? Apenas um rápido; podemos entrar em detalhes mais tarde. — Onde estão os nossos malditos guarda-costas? — Turner se encaixa para o homem, a postura como um gorila com excitação nos lances de uma batalha alfa. — Para que usar esses filhos da puta se eles não estão por perto quando precisamos deles? — Oh, eles? — Brayden pergunta, e por um segundo, eu vejo uma ligeira contração em sua mandíbula. Eu duvido que alguém mais percebe, mas como eu disse, eu sinto as coisas. Eu vejo as coisas. É um risco do comércio, eu acho. Brayden pode estar bancando o confiante, ou o inferno, pode até ter a certeza, mas há um pouco de preocupação em algum lugar. Alguma coisa aconteceu, hoje, uma que ele não gostou. — Bem, eles estão mortos. — Milo suspira e Josh geme, mas os meus meninos ficam em silêncio. Eles já estiveram aqui antes, aparentemente. — Marcus está morto? — Milo pergunta, tocando a mão no peito e balançando a cabeça como se não pudesse acreditar no que está ouvindo. O pequeno loiro parece mais adequado para o trabalho de contador do que para gerir uma banda de rock, mas tanto quanto eu vi, ele faz um trabalho muito bom. Eu tenho um sentimento, porém, que isso é um pouco fora da sua liga. Brayden acena rapidamente e mantém um sorriso tenso no rosto. — Prontos para o resumo? — ele pergunta novamente e Milo acena, um passo à frente e levantando o queixo. Assim, no controle. Estou impressionada. Seu terno ainda parece arrumado e sua gravata está perfeitamente em linha reta, dispostos apenas assim, como se não estivéssemos apenas há alguns instantes sob a mira de uma arma em um elevador. — Eu sou da opinião para chamar a polícia, — ele começa, olhando para sua banda. — Mas conheço um gambá quando eu cheiro um. Você é o especialista aqui, e você veio altamente recomendado, então eu vou te dar o benefício da dúvida. É bastante evidente que você sabe o que está acontecendo aqui, mesmo que eu não saiba. — Eu sei, de fato, — Brayden diz, o seu sotaque engrossando por um momento. — E você pode confiar em mim com todas as informações que você tem. Eu só estou aqui para ajudar. — ele cruza os braços sobre o peito largo e olha Milo diretamente no rosto. Os dois olham um para o outro por um momento antes de Milo balançar a cabeça e ~ 36 ~

estender a mão, dando um passo para trás e quebrando o espaço entre Brayden, Ronnie e Turner. — Tyler Rutledge estava aqui, — diz Ronnie, os olhos castanhos firmes e fortes. Uau. Vai demorar um pouco até eu me acostumar com isso de novo. Havia anos, onde eu não tinha certeza se ele ainda estava são. Eu pensei que talvez a sua alma tivesse morrido junto com Asuka. Hoje, eu posso ver isso claramente. Amém, baby. Amém. — E eu não sei o que America disse a você, mas eu só vou assumir que foi tudo? — Brayden simplesmente sorri. — Bem, nós sabemos que ele é realmente Stephen Hammergren, e eu disse isso a ele, porra. Se eu tiver que assumir o girar rápido da banda e todo um exército de pistoleiros contratados, eu vou. Eu não me importo o quão hercúlea essa merda fica. — os punhos de Ronnie ficam apertados em seus lados e as serpentes no pescoço dele assobiam com o poder. Eu posso ver os músculos enrolando em seu pescoço. Ele é como um urso que apenas encontrou sua companheira, e ele não tem medo de ir até a merda. — Ele estava aqui com aquele filho da puta chupador de pau de merda, Cohen Rose. — Sim, sim, e havia uma arma e algum spray de pimenta envolvidos. Que porra é essa que importa? Eu quero dar o fora daqui e ver Naomi. Se você está aqui, você não está lá, e ela pode estar em perigo. Então foda-se. Vamos ver Trey, e, em seguida, dar o fora daqui. — Turner endireita a camisa e fareja, passando a mão pelo cabelo de novo e me lançando um olhar, como se ele achasse que eu fosse dizer alguma coisa. Acho que ele me conhece muito bem, hein? — Eu não acho que eles tinham a intenção de ferir ninguém além de Ronnie e Lola, — eu digo, pois bem, eu acho que sou apenas uma pequena de cadela inteligente. Turner me dá esse olhar que poderia matar, se eu já não estivesse imune a ele. Desde que ele tinha cinco anos ele usa este olhar de cara brava que faz com que a maioria das mulheres molhem suas calcinhas. Eu não entendo isso, mas que seja. Eu me ajusto, meus saltos rangendo pelo chão de linóleo excessivamente polido. Por que é que a maioria dos hospitais têm a mesma aparência? Mesmo piso feio, mesmas paredes chatas. Aposto a minha bunda que se você colocar uma pessoa doente em um quarto com um pouco de tinta brilhante, uma pintura ou duas, algumas flores vivas e não apenas mortas, eles ficariam melhor um inferno de muito mais rápido. Isso só poderia ser eu, mas vamos lá, paredes brancas não são boas para ninguém. — Porque se eles quisessem, eles poderiam.

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— Concordo, — diz Brayden, ainda sorrindo. Eu imagino que ele sorri muito. — Mas o fato de Stephen te pagar uma visita é promissor. Isso significa que ele está escorregando. Eu estaria, também, se eu tivesse acabado de perder o controle da minha empresa. — O quê? — Ronnie pergunta, a voz aguda. Sempre perguntando as coisas, esse garoto. Ele poderia assistir a um filme e depois retransmitir cada maldita roupa que os personagens usavam, até os pequenos detalhes dos acessórios de cabelo, sapatos, luvas, bolsas. Na verdade, é um pouco assustador. Brayden levanta as mãos como se estivesse ido longe demais, mas suas palavras não são acidentais. Esse cara não faz nada acidentalmente. — Por que nós não vamos na van para um pouco de férias? — diz ele, voltando um ou dois passos. Um momento depois, Lola sai do banheiro, o cabelo encharcado e pendurado em seu rosto. Ela se aproxima do grupo e, desta vez, ela deixa Ronnie tocá-la, dobrando em seus braços. Pobre menina. — Como eu disse, nós podemos colocar os detalhes mais tarde. Por agora, vamos todos voltar para o hotel. Eu imagino que vocês gostariam de um pouco de descanso antes de suas entrevistas? Além disso, é quase hora de pegar um avião para Los Angeles Eu levanto minhas sobrancelhas, mas não digo nada. LA, huh? Por que diabos os meninos estão voltando para nossa cidade? Interessante. Muito interessante. Minha sessão de fotos só acontece de ser em LA também. Mas eu quero dizer, é evidente, certo? Essa é a verdadeira Sin City bem ali. Desculpe, Vegas. Meu pai costumava chamá-lo de Los Diablos, mas hey, da boca de um viciado em crack religioso, isso é apenas engraçado, não é? — Eu não estou saindo daqui até que eu veja Trey, — exige Turner, de pé e olhando para Brayden como se ele fosse pessoalmente responsável pela merda no elevador. Esse é meu garoto. Faça o mundo comer. Mesmo que isso não seja culpa deles. Normalmente, eles merecem. — Não seja como uma bicha, cara. Eu estou bem aqui, — meu irmão diz atrás de nós. Turner leva apenas meio segundo para correr pela sala e deslizar de joelhos no chão pela cadeira de rodas de Trey. Um dos caras do Brayden o empurra. Ou pelo menos eu assumo ser o homem nas calças cáqui um dos seus rapazes. Quero dizer, ele não está atualmente quebrando o pescoço ou dando um tiro na cara dele, então eu suponho que é indiferente. Eu sorrio quando vejo Turner colocar uma mão sobre a de Trey e descansar a testa contra o braço de metal ~ 38 ~

da cadeira. Irmãos em todos os sentidos, além do sangue. Quem disse que era mais espesso do que a água de qualquer maneira? Foda-se o sangue. Este aqui é uma família real. Eu não tenho nenhuma ideia do que está acontecendo, mas quando eu vejo os meninos cercando meu irmão, meu pobre irmão, vestido com ataduras e ligado a máquinas que zumbem ao lado dele, eu sei que eu vou descobrir. Estou começando a ter a sensação aqui de que talvez, apenas talvez os caras não fizeram nada para merecer essa merda. E ninguém, e eu quero dizer ninguém fere a minha família e fica por isso.

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Me sento na beira da minha cama e tento não pensar muito sobre o que Hayden disse para mim. Ou o fato de que ela disse isso de propósito, para conseguir um lugar fora de mim, para ver o que eu faria. Essa menina é tão perdida, e eu estou começando a me perguntar se ela nunca vai ser capaz de encontrar seu caminho para fora disso. Não é justo, porra. Hayden não foi sempre assim. Uma vez ela foi melhor do que isto. — Isso é ridículo, Dax, — Naomi rosna, batendo o cigarro entre os lábios quando ela olha para mim. Eu olho para ela, mas eu não sei o que ela quer que eu diga. Eu pensei que estava ajudando Hayden, mantendo o seu segredo, mas eu acho que - embora doa pra porra admitir isso - é direito de Turner saber. Segredos podem matar, e os de Hayden estão envenenando-a de dentro para fora. Eu finjo que eu não me sinto rodando em torno da traição no meu intestino. Estou traindo sua confiança, dizendo a Naomi, mas talvez, apenas talvez eu esteja salvando a vida dela. — Acho que você poderia ter mencionado isso antes? — Eu disse a Brayden Ryker, o que mais você quer de mim? — eu pergunto, olhando para cima. Meus músculos estão pulsando, e eu tenho uma dor de cabeça enorme, mas eu não posso me deitar, no entanto, não até eu descobrir o que aconteceu no hospital. Uma pequena parte de mim espera que Turner esteja morto, mas depois, eu não quero que Naomi sofra. Isso não é amor de verdade agora, não é? Além disso, com quem diabos eu estou brincando? Aquele pedaço de merda arrogante é mais forte que o aço. Depois de uma explosão nuclear, não haveria baratas, e não haveria a porra do Turner Campbell. Eu suspiro e passo a mão pelo meu cabelo. Quanto mais profundo os segredos de Hayden está realmente em mim neste momento. — E isso é tudo o que ela disse, Mi. Ela não deu mais detalhes.

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Naomi fecha os olhos, engarrafando a raiva que ela tem de Hayden, mas o ódio que ela tem está impulsionado muito profundo para ir embora. As coisas não vão ser como eram, nunca mais. Até eu sei disso. Hayden e Naomi estão longe demais para continuar a ter muito de um relacionamento. — Você disse que havia mais. Porra, fala então. Estou cansada de ficar esperando no escuro. O que mais a cadela te disse para tentar ganhar mais alguma simpatia? — seus olhos se abrem e me agarram ao redor da garganta, sufocando o ar dos meus pulmões. Eu posso ver isso no conjunto de sua mandíbula, o modo como seus dedos curvam em seus lados; ela está preocupada por Turner. Eu lambo meus lábios, mas minha boca fica seca de repente, e eu não posso encontrar a força para falar. Naomi revira os olhos e se afasta, se movendo em direção à janela e colocando os dedos contra o vidro, só assim. Ela está vestida com uma camiseta Amatory Riot larga e seu cabelo está pendurado suavemente pelas costas. Essa visão está me irritando em mais de uma maneira. Em primeiro lugar, ela parece bela pra caralho de pé lá, uma deusa do rock em moletom e os pés descalços, uma garota que rompe corações e destrói almas, a caminhar através de uma multidão. E em segundo lugar, ela está limpa e eu não estou. Eu tenho essa coisa de tomar banho depois dos shows. Além do mais, minhas lesões do tornado não apenas desaparecem durante a noite. Eu estou machucado, e quando eu me machuco, eu suo. Não é uma boa combinação. Mas esses tipos de verdades não podem esperar por um outro chuveiro. Eu sentei aqui e refleti sobre isso, enquanto Naomi estava no banheiro, e eu tenho certeza que este é o único caminho a percorrer. — Se eu te contar o que eu sei, você tem que entender que, se Hayden descobre, eu vou perder a confiança dela. Eu não vou ter outra maldita palavra para fora dela. — eu vejo como Naomi se inclina para frente e pressiona a testa para a janela, a fumaça de sua respiração contra o vidro. Os tentáculos cinza rodam para fora entre seus lábios e provocam as mechas de cabelo que escorregam por cima do ombro. Ela parece resignada, mas porque, eu não tenho certeza. — Dax, — ela começa e meu coração salta uma batida no meu peito. Esta menina é resistente como pregos, e ela não leva desaforo de ninguém. O respeito que tenho por ela floresceu em um monstro que está a residir dentro de mim, me fez cair duro para uma garota que eu nunca vou conseguir. Eu sempre tive essa sensação incômoda dentro de mim, essa voz escura que me contou que as coisas nunca mudam. Naomi fora do meu alcance, sempre foi, sempre será. Eu pensei que ~ 41 ~

quando eu saísse de casa, eu poderia mudar o meu futuro, mas eu acho que todos nós somos amarrados nas mãos do destino. Talvez este seja o meu castigo por matar a minha mãe? A maioria das pessoas vêm ao mundo como inocentes, mas eu nasci banhado em sangue, mergulhado no ódio do meu pai, e empurrado para uma vida que eu nunca me senti confortável. Nascido para sangrar. Esse sou eu, baby. — Sim? — eu pergunto, porque eu só sei que tudo o que Naomi disser, vai mal. Assim como foi antes do show. Por que me chutar nas bolas apenas de uma vez? Afinal de contas, nós temos essas entrevistas para estar amanhã. Poderia muito bem ter certeza que tenho uma boa besteira emo para vomitar. Eu aperto meus dedos na colcha e luto contra a vontade de me levantar e pegar Naomi pelos quadris, empurrála e foder a merda fora dela. Isso é o que Turner faz, certo? Toma o que ele quer? — Se não fizermos isso, essa coisa de começar a sermos honestos um com o outro, vamos ser comidos pelos corvos. — ela se vira de repente, seus olhos laranja-marrom brilhantes com um brilho de sol. Os músculos de seus braços estão apertados, como se ela estivesse segurando no parapeito da janela por sua vida, segurando-a como uma jangada enquanto ela flutua no mar. Eu estou. Não sei por que eu faço, mas eu sinto que algo está por vir. Eu poderia muito bem estar preparado para isso. Como sempre eu faço, eu passo por todos os meus segredos, minha roupa suja, e eu tento não ficar doente. Se esse cara, esse psicopata, realmente tirar todos nós, tudo o que ele precisa fazer é cavar fundo e me enterrar até o pescoço na mesma. Uma vez que a maré vier, eu sou um caso perdido. Naomi respira fundo, deixa seus cílios vibrarem contra seu rosto e, em seguida, bloqueia os olhos em mim. — Dax, você sabe como meus pais adotivos foram assassinados, certo? — eu assinto. Eu ouvi a história; todos nós temos ouvido a história. Ninguém sabe ao certo ainda, mas as apostas são que foi o irmão adotivo de Naomi, Eric, ou sua irmã, Katie. Eu acho que eu deveria ter jogado a tinta pelo jogo de números, deveria ter descoberto a verdade eu mesmo, mas todos nós sabemos como isso pode ser. Às vezes, a verdade te encara direto no rosto, outras vezes, ela só bate em você pra caralho. De vez em quando, todos nós poderíamos usar algo duro para bater o lado da cabeça. — Dax, — diz Naomi, fazendo minha pele arrepiar quando ela diz o meu nome. — Dax, fui eu.

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Eu ligo meus fones de ouvido na minha bateria portátil, para bater para fora a minha raiva em batidas e ritmos. Naomi. Eu não sei o que dizer a ela, então eu não disse nada. O que eu devo fazer com isso? Ela esfaqueou seus pais adotivos com uma tesoura. Não é exatamente o tipo de coisa que você acaba de tomar e fica bem. Eu rodo minhas baquetas de volta e pego duramente, a madeira se parece como geleia sob meus dedos. Eu quero quebrá-los ao meio e ir gritar com ela. Mas eu não posso. Eu não posso porque seria por todas as razões erradas. Eu não culpo Naomi pelo que ela fez. Na verdade, eu aplaudo seus esforços. Ela fez o mundo um lugar melhor. Acabe com estupradores e pedófilos, certo? Mas o que eu não posso lidar é com o fato de que Turner sabe. Turner sabe e já tem algum tempo, ela diz. Ótimo. Ótimo pra caralho. Eu bato o pé no pedal e fecho os olhos, me deixando envolver no mundo dos meus fones de ouvido, preso na alma esmagando o paraíso. Direita, direita, direita, esquerda, esquerda, esquerda. Meu bumbo destrói meus ouvidos e come meu coração, me fazendo sangrar sob seus poderosos pés. No âmbito de tal majestade, eu sou a porra de um peão. Eu viro as baquetas no ar e as pego, batendo com mais força, fazendo o que faço em todos os shows. Não é fácil fazer música, mas eu tento. Todo santo dia, eu trabalho para sair da parte de baixo da batida pulsante de seu coração, emergir da escuridão de sua raiva, e lutar contra o meu caminho para a frente. Eu não quero isso para mim próprio. Eu quero ser juiz, júri e executor. A banda só pode ter uma estrela, mas ela só pode brilhar se eu for negro como breu. Uma das minhas baquetas quebra bem no meio, e eu a jogo de lado, puxando outra do meu bolso e não me importando que o suor está sangrando pelo meu rosto, me encharcando, escorrendo meus cílios e na ponta do meu nariz. As tiras ao redor do meu pulso pegam a maior parte da umidade dos meus braços. Contanto que eu possa continuar a tocar, o resto só cai. Sempre cai. Eu fecho meus olhos e bato pra caralho na minha bateria, me esquecendo momentaneamente que eu estou sentado sozinho em um quarto de hotel, que quase morri na semana passada, que, em poucos dias, eu vou estar em Los Angeles, apenas um homem em um coro de demônios, apenas um anjo caído em um grupo de demônios. Meus braços ainda estão doloridos, mas eu empurro a dor, a minha cabeça se movendo com a batida, balançando com o pulso borbulhante de música real. Meu brinquedo eletrônico se torna um monstro na minha mente, e as minhas baquetas se tornaram espadas, cortando a garganta do animal, moendo na dança, batendo a música na minha cabeça. Lenta, ~ 43 ~

mas seguramente, eu trabalho o som como minha e não o contrário. Eu dono dela. Meus músculos do braço incham enquanto eu trabalho até extinguir a sua vida, encharcado de umidade, os olhos escuros de fantasmas que espreitam para mim de minha massa retorcida de tatuagens. O que você pensa de mim no palco, Arnold? Eu me pergunto, imaginando o rosto de meu pai carrancudo, a cor da barba em seu queixo, o modo como seus olhos nunca me viram, mas através de mim, o que ele poderia ter visto. Se minha mãe tivesse sobrevivido, ele teria me amado? Eu acho que eu nunca vou saber realmente. Vá se foder, pai, eu digo com a minha música. Vá se foder e todo o resto. Eu tentei ser o que você queria que eu fosse, e não funcionou. E então eu tentei o oposto e que só piorou as coisas. Se Stephen Hammergren quer vir atrás de você, boa sorte. Eu termino a canção com um grito e o estalar das baquetas, jogando com força contra a parede oposta, onde elas quebram e caem no chão. Os pratos são os próximos, minha bateria junto com eles. Estou respirando tão duro e pesado que eu não ouço a pessoa atrás de mim em primeiro lugar. É só quando eu me viro, o rosto vermelho e furioso que eu a vejo. Ela. Puta merda. Ela. Eu tiro os fones de ouvido dos meus ouvidos e tento engolir, mas meu pulso está na minha garganta e eu não posso respirar. A sala de repente parece menor em torno de mim, fechando e me fazendo muito consciente de que minha camisa está presa à minha pele e meu pau está duro e pulsando como uma batida de tambor. Eu posso sentir cada contração no meu peito, posso sentir o sangue correndo para baixo e fazendo exigências aquecidas que eu não posso atender. Afinal, eu não tenho nenhuma porra de ideia de quem ela é. Abro a boca para falar, mas as palavras não vêm. Meu primeiro pensamento é que eu devo estar vendo Naomi, ou um parente muito próximo dela, porque a mulher atrás de mim está me dando uma reação física que eu nunca tive antes. A coisa mais próxima que eu já senti disso foi quando eu beijei Naomi na casa segura. Mas, mesmo assim, isso foi apenas um movimento dos dedos, e não minha mão completa no rosto dela. Meu cérebro se esforça para juntar as peças do quebra-cabeça enquanto meus olhos vagueiam para cima e para baixo e suor

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obscurece minha visão, fazendo com que a loira de pernas longas entre e saia de foco. — O que diabos está acontecendo aqui? — Turner pergunta, passando pela nova garota e entra no meu quarto como se fosse dono dele. Naomi está atrás dele, as bochechas levemente coradas, a respiração mais lenta e mais focada do que era antes. Ela está feliz em ver ele, mesmo que ela está sorrindo para suas costas. Por enquanto, porém, eu poderia ligar menos. A garota misteriosa está olhando para mim com olhos azuis e lábios suavemente entreabertos. Sua franja loira pendura em seu rosto, obscurecendo as sobrancelhas levantadas quando ela se move para o lado e permite que Ronnie e Lola passem por ela. — E por que diabos você está com raiva, cara? Você gostaria de colocar sua pequena baqueta de baterista na sua bunda ou algo assim? — Hey, vá se foder, Turner, — eu rosno, sentindo esta onda de paixão e calor resfriando rapidamente para uma tempestade de gelo. Meus dedos enrolam em meus lados, cavando minhas unhas em minhas mãos enquanto eu me esforço para me equilibrar, para interromper o fluxo inebriante de hormônios e adrenalina que empurram em minhas veias e ameaçam me enviar em um frenesi animalesco. Caramba, eu preciso sentar. Então, eu faço. Eu tropeço para trás e encontro o sofá antes de jogar minhas pernas. Estou tão perto de me mover através do quarto e deslizar minha mão ao longo da parte de trás do pescoço da garota, puxando-a para mim, e colocando a porra da minha língua em sua garganta. Esse não sou eu. Apenas não sou eu. É, mais uma maldita coisa que Turner faria. Merda. — Você está bem, Dax? — Naomi pergunta em uma voz estranha, chegando mais perto de mim. Eu moo minhas unhas no tecido das almofadas do sofá e corro minha língua sobre meu lábio inferior suado. A garota nova imita o movimento, e eu gemo no fundo da minha garganta. Entendo que todo mundo está trocando olhares em torno de mim, mas eu não me importo. Ela ainda está olhando para mim, e isso é tudo que importa. Meus olhos deslizam para baixo de seu corpo e ela treme como se estivesse frio. Esta menina, não, esta mulher é curvilínea em todos os lugares certos. Ela tem uma cintura fina e seios fartos, quadris arredondados e pernas longas, diretamente para baixo em um par de sapatos de salto alto vermelhos. Seus braços estão cobertos de tatuagens brilhantes, completo oposto do meu. Onde meus bíceps estão se afogando na escuridão e apodrecendo em zumbis, uivando demônios e as almas perdidas de fantasmas gritando, os dela estão cheios de vida. Ondas ~ 45 ~

azuis e um peixe amarelo, uma estrela do mar verde, uma baleia assassina. Eles são fáceis de ver, também, considerando que ela está usando um top que mal se qualifica como um vestuário. Ele solta de seus seios, me dando a visão perfeita de uma barriga esticada e as linhas suaves de músculos abdominais. Esta menina, quem quer que seja, não é magra como Hayden, ela está em forma. Músculos rígidos enrolam debaixo da carne macia, e eu não consigo me conter de lançar em um total devaneio sobre o que ela poderia fazer na cama. Amor à primeira vista. Eu não acredito nessa merda. Estranho, não é? Sim, mas o sonho de menino foi fodido muitas vezes antes. O conto de fadas só dura enquanto a realidade não vem pisoteando até esmagá-lo. Infelizmente, deixei de acreditar no inacreditável há muito tempo. Mas desejo à primeira vista? Eu posso comprar isso. Seus hormônios e meus hormônios, talvez eles fazem apenas o coquetel certo? — Dax, Sydney. Sydney, Dax, — Turner diz, gesticulando vagamente para nós dois. — Sydney é uma stripper com peitos falsos, e a única razão pela qual eu estou com ela é porque ela é a irmã de Trey. Dax é uma putinha que provavelmente se masturba para The Smashing Pumpkins7 ou alguma merda assim. — Turner estala os dedos. — Ah, sim, e acho que ele toca bateria ou qualquer outra coisa. — Vá se foder, Turner, — nós dois dizemos, nossas vozes misturadas e quebradas quando nós dois pausamos e tomamos nota de cada um. Sydney é a primeira a fingir que não há nada no ar entre nós, sorrindo para mim e seguindo em frente com a mão estendida. — Sydney Charell, — diz ela, com a voz áspera e sexy que apenas estrelas pornô fazem. Deus, eu espero que ela não seja uma atriz pornô. Mas ela é uma stripper. Interessante. E foda-se. Sinto cheiro de problemas em seu perfume quando eu me forço para levantar e olhar para sua mão. Eu ainda estou com o pau duro, mas hey, se alguma coisa, o meu pai tentou colocar o cavalheirismo dentro de mim. Eu pego o feio travesseiro amarelo-laranja do sofá e me cubro com uma mão. Sydney ri no começo, mas o som morre à beira de seus lábios quando trancamos as mãos, os dedos enrolando em volta um do outro como se estivessem possuídos. Eu engulo em seco, sentindo a saliva na minha garganta como uma pedra. Isso cai no fundo do meu estômago e me faz sentir doente com a necessidade. Jesus Cristo. Eu poderia ter parado de tocar, mas eu não parei de suar. Gotas de umidade rolam pelo meu braço e ficam presos no tecido preto em volta dos meus pulsos. As tiras 7

É um banda que só tem garotos. ~ 46 ~

são adornadas com caveiras, não é incomum para mim, mas hoje me sinto autoconsciente sobre eles, como se quando Sydney visse isso, ela vai fazer um julgamento. Espero que eu caia em seu melhor lado. Merda, eu estou prestes a cair de joelhos para orar por isso. — Dax McCann, — eu digo, e minha voz sai em um sussurro, não porque eu estou me sentindo fraco, não hoje. Mas porque há tanta energia reprimida dentro de mim que eu tenho medo de que se eu falar alto demais, tudo isso vai explodir. Meu braço está tremendo, mas minha mão, onde está enrolada em torno dela, está sólida. Meus dedos parecem como gelo, congelados no lugar. Eu vejo quando arrepios viajam até o braço de Sydney, picam suas tatuagens como um maremoto. — Dax? — Naomi pergunta novamente. Eu deveria estar me voltando para olhar para ela. Afinal de contas, agora, ela é o amor da minha vida, certo? Certo? Eu libero Sydney, dando um passo para trás tropeçando contra o sofá. Eu flexiono os dedos e seguro a minha mão ao meu peito, sentindo o tum tum tum do meu coração acelerado dentro dos limites do meu peito. Ok, Dax, se recomponha cara. Você só está empolgado demais do show e Hayden e os tambores. Isto é apenas... bem, tudo bem, então eu não tenho ideia do que é isso, mas você não pode deixar isso entrar no caminho. Você está de pé à beira da grandeza. Assim, você pode ter acabado de ser abatido por Naomi, mas não está em sua natureza desistir. De alguma forma, o pensamento parece mais raso agora do que antes. Não há nada como bater num cavalo morto, certo? — Sim? — eu pergunto a ela, como se nada estivesse diferente. Mas, oh meu Deus, está tudo diferente. E tudo que eu fiz foi conhecer uma garota. Eu me concentro duramente no rosto de Sydney e finjo que a história do primeiro encontro dos meus pais não está passando na minha cabeça. É a única história que minha avó sempre se preocupou em me dizer. Com certeza, eu acho que ela fez isso para moer sal na ferida, mas hey, o meu pai não é a única pessoa da minha família que me odeia. Basta dar um número. — Você está se sentindo bem? — Naomi me pergunta, o nariz amassado como se ela não conseguisse fazer cara ou coroa de meu comportamento. Inferno, eu não posso fazer cara ou coroa eu mesmo. Quando ela se aproxima para tocar minha testa, eu pulo. Sua mão parece fogo contra o meu rosto, e isso é demais. Eu empurro seu braço e dou um passo para o lado, para o frigobar. — Talvez não seja uma boa hora? Você está frio como um cadáver, mas suando como um porco de merda. Vá se deitar. ~ 47 ~

— Ninguém te culpa, — diz Ronnie, tirando minha atenção de Sydney e indo em seu rosto. Ele parece estar bem, muito melhor do que ele estava há algumas semanas. Eu acho que ele ganhou um pouco de peso, mas eu realmente não conheço bem o cara. Ainda assim, eu sei o suficiente para entender que algo está errado com Lola. Comparado com Ronnie, ela se parece com nada. Na verdade, eu acho que ela perdeu peso. No momento, os olhos dela são ocos, como janelas quebradas olhando dentro de uma casa vazia. Eu olho entre ela e Ronnie, de volta ao Turner e Naomi, e então eu caio o meu olhar sobre a Sydney novamente. Merda. Ela ainda está olhando para mim, me examinando do jeito que eu a examinei. Seu olhar pega na minha virilha por um segundo e um pequeno sorriso peculiar escava de seus lábios. Levo um segundo para perceber que eu deixei cair o travesseiro. Eu caio de volta no sofá com um gemido e pego outro. — Você precisa de uma porra de um minuto ou você quer ouvir sobre a merda que aconteceu? — Turner me pergunta, e, surpreendentemente, ele soa muito menos irritado do que ele parecia um minuto atrás. Quando eu olho para ele, vejo o olhar dele passando rapidamente entre Sydney e eu. Bem, que se foda. Se ele acha que é fácil de mudar o meu coração, então ele obviamente não se preocupa com a Naomi da maneira como ele diz que ele faz. Só porque Sydney é quente pra caralho não significa que eu estou largando a coisa de Naomi. Um pau duro não é suficiente. Bem, isso não seria suficiente se ela não tivesse me derrubado. Eu cerro os dentes com a memória e balanço a cabeça. — Claro que eu quero saber. Que porra é isso agora? — Sim, por favor, vamos fazer isso, — diz Sydney, e sua voz faz com que seja muito, muito difícil de me concentrar. Eu não sou normalmente o tipo de cara de fugir e cuidar das coisas, se você sabe o que quero dizer, mas maldição. Isto é absolutamente insano. Se algum dos meus amigos viessem e descrevessem algo assim, eu teria os acusado de disparar para cima e derrubar uma garrafa inteira de Viagra. Então, não é normal. — Que porra é isso agora? Eu tenho realmente dificuldade de imaginar que vocês não fizeram nada para merecer isso. — Você tem um problema comigo, Sydney? — Turner rosna para ela, se aproximando, ficando diante do rosto dela. — Trey não fez merda ~ 48 ~

nenhuma. Ele é a porra da vítima aqui, droga. Mostre um pouco de respeito. — quando vejo as botas rasparem a frente de seus saltos vermelhos, eu só vejo preto. Um segundo, eu estou sentado. O próximo, eu estou de pé puxando Turner de volta pela camisa. Ele tropeça por um segundo, mas só porque eu acho que ele está confuso. Se eu não estava esperando fazer isso, por que ele estaria? Tão logo que ele descobre que eu toquei nele, porém, ele está girando em torno de um punho e está voando para a minha cara. — Turner! — Naomi grita, pisando entre nós e agarrando seu soco antes que ele pudesse me bater na mandíbula. É um movimento impressionante, pegar o punho de outra pessoa. Turner puxa para trás o máximo que pode, mas os dois acabam batendo juntos, peito a peito. Em vez de estar com raiva, como se pensaria, eles parecem chocados. Honestamente, isso meio que me deixa doente. Ou talvez seja apenas a vertigem. O mundo gira em minha volta por um segundo antes de eu me firmar com a mão na parede. Turner e Naomi ainda estão olhando nos olhos um do outro, e eu estou prestes a dizer a ela que eu posso lutar minhas próprias batalhas, quando eu fodidamente desmaio.

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Puta merda fodida.

Eu varro as minhas mãos pelo meu rosto e trazendo elas de volta, vendo como meus dedos se curvam involuntariamente. Estou sentada na beira da cama de um homem estranho, um homem estranho que só acontece de ser o maior pedaço quente de bunda maldita que eu já vi na minha vida adulta. — Oh, corações no fogo, — eu sussurro, fingindo a fã em mim. É um pouco patético, realmente, considerando que eu acho sexy um cara que está desmaiado do meu lado. Coberto de suor. O cabelo escuro em seu rosto. Lábios torcidos neste deliciosamente perverso pequeno meio sorriso. O que será que ele está sonhando? Se fosse eu e meus seios saltando, enquanto eu monto nele... Bem, então eu estou bem com isso. — Sério? — Turner me pergunta, levantando uma sobrancelha bem cuida, mas de alguma forma ainda masculina. Como isso é mesmo possível, eu não sei, mas foda-se, o cara é malditamente perfeito. Um pouco irritante, um otário imbecil. Eu tento não ser muito brava com ele, porém, considerando a adorável reunião com Trey que ele apenas compartilhou no Instagram. Meu irmão pode estar desmaiado na sala ao lado, mas pelo menos ele tem a sua própria pequena equipe de médicos e enfermeiros para atendê-lo de cima abaixo. O dinheiro pode comprar a felicidade, às vezes, certo? Ou pelo menos alguém que vai sorrir enquanto eles limpam sua cama. Mas o homem, aquele Ryker, ele sabe a merda dele. Não é só o meu irmão aqui, com a gente, mas o cara está montando um tipo de coisa, um plano de proteção da família para todos os outros membros da família. Espero que Indecency tenha um novo álbum a caminho, porque este tipo de segurança não sai barato. Eles vão ter que escrever outra dúzia de canções barulhentas de bad boy para pagar esta merda.

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— Sério o que, Turner? — pergunto a ele, olhando para o rosto adormecido de Dax McCann. Ouvi dizer que ele levou um soco de um tornado. — Você acha Dax atraente? Tipo de verdade, verdadeira? — eu reviro os olhos para o teto e, em seguida, deixo eles para baixo para o rosto de Naomi. Ela é absolutamente linda. Eu me sentiria ameaçada se eu estivesse inclinada para esse tipo de coisa. Mas depois, tudo volta a coisa do strip. Quer dizer, eu venho fazendo isso por uns dez anos, desde que eu tinha dezesseis anos (e sim, eu entendo que isso é ilegal, mas eu tinha uma identidade falsa em cima deles). Muitas meninas bonitas, corpos quentes, sonhos desfeitos. É difícil me intimidar agora. — Você é uma mulher forte, poderosa, com uma carreira sólida e uma bela voz. Você está absolutamente certa de que você quer desperdiçar com este idiota? — pergunto, avaliando a reação dela. Fazer perguntas que você sabe que pode ser polêmica é uma boa maneira de conhecer alguém. Eu recebo um sorriso. Graças a Deus. Até agora, eu gosto tanto de Lola quanto de Naomi. As coisas estão melhorando para os caras aqui. Agora só precisamos encontrar alguém para Trey e Jesse e estamos feitos. Atrás de cada grande homem está uma mulher doente com um conjunto maior de bolas. — Ele fode bem, você sabe. — Naomi dá de ombros e coloca um cigarro na boca. Ninguém neste grupo se preocupa com nenhuma placa de não fume, então foda-se. Eu retiro o Marlboro, tiro um e coloco entre meus lábios. — E a voz dele não é de toda ruim. — Oh, por favor, baby, — diz Turner, agarrando seu pau (o qual provavelmente está estrangulado até a morte em suas calças muito apertadas) e se virando para Naomi. — Você não poderia viver sem isso. — Talvez não, — diz ela, ainda sorrindo para mim. — Mas eu provavelmente poderia fazer sem a sua boca. A não ser que ela esteja cantando, mantenha ela fechada. — Huh, — Turner bufa, soltando suas bolas e pegando o cigarro dos lábios de Naomi. — Tudo o que eu estou dizendo é que Dax é um emo vadia. Sinto muito, mas eu simplesmente não consigo ver como alguém poderia achar ele atraente. Quer dizer, Jesus. Você entrou aqui, Syd, e foi como se alguém tivesse aumentado o aquecedor. Ele estava com ódio e eu praticamente podia sentir o cheiro de salada de atum que estava chicoteando lá. — Isso é nojento, — digo a ele, olhando para Dax. Emo? Talvez. Quero dizer, ele tem um zumbi com sangue escorrendo pelo rosto ~ 51 ~

tatuado em seu bíceps direito. Ao mesmo tempo, quando eu entrei e vi ele martelando em sua bateria, algo apenas quebrou dentro de mim. A barragem foi levantada e uma enxurrada de hormônios derramados me consumindo. Todo o meu corpo parece liso e não apenas abaixo. Eu sinto como se tivesse sido mergulhada em um tanque de óleo quente, e é calmante como merda. Eu esfrego meu braço e tomo uma respiração profunda, puxando acidentalmente um bocado do cheiro dele. Quente, gostoso, homem suado. Luxúria. Desespero. Raiva. Eu engulo em seco e bato o pé no chão. Sim, toda a minha sensação está ficando louca agora. Tenho certeza que há algum deus lá fora, que quer desesperadamente que eu foda a merda fora desse cara. — E sim, eu acho ele atraente. Ele é... obviamente quente. Do lado de fora de qualquer maneira. Lá dentro, ele é como o gelo. Naomi estala os dedos para mim. — Sério? — ela pergunta, parecendo perplexa. — Ainda bem que eu não sou o única que pensa assim. — eu olho para ela em suas calças de moletom e sua camisa solta. Bem foda-se. Só prova que não é as roupas que fazem a garota roqueira. Do contrário. Naomi não poderia parecer mais como uma Rocker cadela como agora, o cabelo úmido e tudo. Eu tenho escutado a música dela por alguns anos, dentro e fora. Eu teria escutado mais, se aquela garota Hayden não fosse a cantora. Algo sobre a voz dela me faz sentir uma puta. — Vocês tiveram uma coisa alguma vez? — eu pergunto, e eu realmente não gosto da ligeira inflexão em minha voz. Pareço um puma se preparando para lutar por um companheiro. Uau. Eu olho para trás em Dax, na leve barba sobre o queixo dele, os lábios marrons, o leve beliscão na ponta de seu nariz. Erro, a grande porra de um erro futuro, meu cérebro grita. Esta forte reação só pode conseguir uma outra reação igualmente forte. Eu andei por aquela porta e vi ele fodendo com sua bateria, seus músculos protuberantes debaixo de sua pele, suas grandes costas, seu – eu corto essa linha de pensamento e pisco para limpar as teias de aranha. — Não. — isso é tudo que Naomi diz, sem elaboração. Enquanto isso, Turner cerra os dentes com força. Não é bom. Há uma outra história aqui. Eu não gosto de histórias; eu gosto de finais. Finais dizem o que aconteceu, resumo do drama, o término da dor. Histórias, bem, histórias apenas se prolongam. Eu não quero um capítulo de um livro parcialmente escrito. — Ela fodeu Trey embora, — diz Turner e eu esfrego minhas mãos no rosto. Acabei entrando na caverna sem retorno do caralho. Esta é ~ 52 ~

uma caverna de estranheza que eu prefiro deixar muito, muito para trás. Mas eu não posso agora. Não depois de hoje. Há algumas coisas estranhas, alguma merda perigosa, indo para baixo que eu não gosto. Eu tenho que ficar e lutar. Que tipo de garota eu seria se eu não fizesse isso? — Talvez isso não seja particularmente relevante agora? — Ronnie fala para Turner em sua melhor voz de absurdo. Ele me contou durante a turnê. Eu tenho certeza que eu não tenho a história completa ainda, mas eu vou. É mais fácil entender as regras do jogo, uma vez que você está jogando, certo? — Por que não vamos tentar manter o foco em nosso pequeno problema aqui? — Lola está olhando para Ronnie, mas seus olhos estão cansados e suas mãos estão tremendo, não como as minhas embora. As minhas estão cheias de estrogênio, desesperadas para resfriar o calor com um pouco de gelo do Dax, se você me entende. Ela está torcendo em sua camisa, esfregando contra seu short, em busca de uma saída. Ela não sabe o que fazer, para onde ir a partir daqui. Não é incrível o que você que pode dizer sobre alguém a partir de uma pequena linguagem corporal? — O que há para falar, cara? Brayden vai cuidar dessa merda. Tudo o que temos que fazer é fazer as entrevistas, explodir LA, e nos tornarmos lendas. Tempo. Isso é foda isso, cara. — Turner se inclina para trás contra a parede, com a camisa subindo em seu abs e piscando um par de adoráveis V em forma de linhas sobre seus quadris. Naomi está propositadamente a distância. — Depois disso, nós compramos algumas casas na cidade, fazemos bebês, e escrevemos mais álbuns. — ele dá uma tragada em seu cigarro e vira em volta, olhando para a cereja, pensativo. Turner Campbell finge ser idiota; ele é tudo menos isso. Ele está jogando uma piada para mascarar a gravidade da situação. Hmm. — Então, esse homem, esse Stephen, ele está simplesmente nisso para punir a sua empresária por deixá-lo? — pergunto a Naomi. Ainda não estou completamente entendendo. Quer dizer, eu já vi algumas pessoas lidarem mal com a rejeição, mas uma velha rixa de uma década envolvendo uma meia dúzia de assassinatos? Eu só... hmm. Minha mão acidentalmente escova o braço de Dax quando eu me ajusto, e minha pele aperta em meus músculos. As pontas dos meus dedos estão formigando e minhas partes da boca suavemente, como se eu estivesse esperando pelo gosto de sua língua. É preciso esforço físico da minha parte para levantar e me afastar da cama.

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— Certamente ele é sociopata ou psicopata ou o que diabos você quiser chamá-lo, — Lola diz distraidamente, sua voz flutuando no ar como neblina. — Vamos apenas riscá-lo fora e esquecê-lo. Não importa o que fizermos, isso não significa nada. Basta olhar para o hoje. Olhe para isso. Estou exausta como uma prostituta barata da loja no dia do pagamento. — Brayden disse que poderia mandar uma mensagem para sua irmã, — Ronnie diz suavemente, colocando a mão em seu joelho, envolvendo seus dedos longos em torno de sua perna. — Você estava dentro disso voluntariamente, também. É tudo baseado na manipulação, Lola. — Eu sei melhor do que ninguém, Ronnie. Eu também sei o quão difícil é sair. Sabe que eles me ameaçaram. Esta última semana foi a pior da minha maldita vida. Eu não posso nem cagar sem KK cair em mim e me lembrar que eu nunca serei verdadeiramente livre. Nunca. Eu matei uma menina, — ela rosna, virando incisivamente para mim, apontando para o peito. — Eu matei alguém. Eu poderia muito bem começar a me acostumar com espaços pequenos, porque sou eu quem vai passar o resto da minha vida na prisão ou a sete palmos abaixo da terra. Eu levanto as sobrancelhas, mas eu não comento. É difícil realmente responder a algo assim. Ronnie me dá um olhar de olhos arregalados que eu me encontro fazendo um pequeno aceno de cabeça. Eu vou manter minha boca fechada. Somente as pessoas do alto podem nos julgar aqui em baixo, e vamos enfrentar isso, está bastante vazio lá em cima daquele pódio. Tento imaginar Lola, essa coisinha pequena, com olhos grandes e um rosto bonito, na verdade, matando alguém. Não é fácil. Gostaria de saber sobre as circunstâncias. Veja, eu disse a você. Eu não tenho a história completa. — E eu, obviamente, não posso voltar atrás. O que eu faço agora? Estou sem emprego, sem abrigo, sem esperança. — Lola se levanta e começa a andar, seus saltos sussurrando através do tapete. Depois de um momento, ela se abaixa e chega até seus shorts, tirando a arma sobre a qual eu estava tão curiosa mais cedo. Ela joga a arma no balcão e depois cava uma pequena garrafa de vodka de plástico do bolso. — Saúde, — diz ela com sarcasmo e toma. — Nós vamos descobrir isso, Lola, Ice and Glass pode ter acabado por isso, mas isso não significa que você não pode começar tudo de novo. Todos temos uma segunda chance.

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— Hah. — ela termina sua bebida e a joga na lata de lixo. — Certo, companheiro. Segunda chance. Como você sabe disso? — Porque, — diz Ronnie, levantando e se movendo em direção à porta. Seu cabelo escuro esconde seu rosto por um momento antes dele se virar. Eu vejo quando ele desliza um par de óculos no rosto e abre a porta. — Você é a minha segunda chance. — e então ele desaparece no corredor. Após um momento de silêncio, Lola segue atrás dele. — Porra, cara, — diz Turner com um suspiro. — Essa coisa toda explode a merda. — ele esfaqueia o cigarro em um cinzeiro perto e levanta, se afastando da parede e olhando por cima em Naomi. — O menino emo aqui parece que vai estar fora por um tempo. Vou verificar Trey. Quer vir? — Se você está me chamando para transar, você pode ir se foder, — Naomi diz, o que me faz sorrir loucamente. Eu gosto de ver garotas sensuais gritarem com caras arrogantes como Turner. — Eu acho que estou apaixonada, — eu digo a ela em torno do meu cigarro, inalando e desenhando os olhos de volta para Dax. Dax. Dax McCann. Hmm. Apenas uma foda não deve ser o fim do mundo, certo? Eu poderia correr esse risco. Eu olho de novo e rezo para que ele não acorde até depois que eu sair. Seus olhos são tão diferentes. Eu nunca vi um cinza como aquele em outro ser humano. Eles me fazem lembrar do lago na parte da manhã, pouco antes de o sol nascer, e há essa névoa suave à deriva através da água. — Por mim? — Naomi pergunta com outro sorriso. Eu acho que nós vamos ser boas amigas, eu e essa garota. — Boa sorte. Eu ouvi dizer que eu sou difícil de conseguir. — Turner revira os olhos e pisa em direção à porta. Eu não sei se eu já o vi realmente apenas andar. Quando ele está de bom humor, ele anda presunçosamente. Quando ele está chateado, ele bate os pés contra o chão como se lhe deve dinheiro. — Não incomode meu irmão, — eu digo a ele quando ele chega ao corredor. — Ele acabou de acordar de uma experiência de quase morte. A morfina faz pensar que ele está bem, mas ele não está. Lembre-se disso. — Uh, sim, mamãe, eu entendi porra. — e então ele vai embora, batendo a porta atrás de si. O som assusta Dax em seu sono, mandando-o para cima na cama, batendo no peito, os olhos correndo em todas as direções. Até que eles me encontram. Minha própria respiração fica presa na minha garganta e ameaça me estrangular. Eu quero ser enterrada nessas profundezas em uma cova anônima. Quero ~ 55 ~

ficar perdida no nevoeiro cinza de seu olhar e nunca encontrar o meu caminho de casa. Eu seriamente quase desmaio. E quantas vezes isso aconteceu? Sim, nunca. — Merda, — ele geme, e apenas o som dele quase me convence de que eu deveria saltar de seus ossos. Quase, mas não completamente. — Eu sinto muito. Eu não sei o que deu em mim. — Dax, por favor, — diz Naomi, sua voz amigável, mas não excessivamente carinhosa. Eu ainda quero saber qual a história deles. Assim que eu olho para ele e o vejo olhando para ela, e entendo parte disso. Ah. Dax está olhando para Naomi e, em seguida, lançando os olhos para mim. Vai e volta. Ele faz isso por um minuto e, em seguida, balança as pernas sobre a borda da cama, agarrando rudemente em seu rosto e cavando seus dedos em seu couro cabeludo. Ele gosta dela. E de mim. Bem, ele tem uma coisa por ela e ele quer me foder. Quando Dax olha para Naomi, sua expressão suaviza e sua boca relaxa, mas quando ele olha para mim, ele engole muito e passa a língua pelos lábios. — Você se empurrou muito duramente. Você precisa ter calma. — O que aconteceu no hospital? — ele pergunta a ela, cuidadosamente, mantendo seu olhar treinado em seu rosto. — Está tudo bem? — Tudo está bem, — diz Naomi, fazendo uma pausa, tocando a mão em seu cabelo loiro. — Por enquanto. Apenas... descanse, tome um banho. Podemos falar mais tarde. — ela olha para mim e um silêncio constrangedor desce no quarto. Todo mundo tem um sistema aqui, um grupo, um conjunto de pessoas que deveriam estar com as coisas que devem falar, lugares para ir. Eu, eu sou nova aqui e eu não me encaixo. Eu não posso chamar uma horda de demônios para as minhas mãos e esmagá-los em um instrumento. Eu não posso lutar com aquela fúria e raiva que eu vi Dax mais cedo. Eu não sou uma cantora ou uma musica ou mesmo uma artista, eu sou apenas uma stripper com um irmãozinho estúpido e seus amigos idiotas. Mas eu estou aqui para ajudar, não tornar as coisas mais estranhas. — Eu vou estar na sala de Milo se precisar de mim, — eu digo, e então, com um último olhar para o belo baterista com olhos escuros atrás de mim, eu me afasto e saio pela porta.

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— Eu não estou fazendo isso de novo, Hayden, — digo, empurrando ela de mim. É preciso um grande esforço. Às vezes, só deixo ela me segurar, me tocar, o que for, porque é preciso muito trabalho para fazê-la parar. Especialmente em dias como hoje, quando sinto que vou vomitar. Nunca devia ter dormido com ela. Esse foi meu erro. Ela tem sido muito mais amorosa do que normalmente, quando estamos a sós. Mas naquele dia ela voltou... Eu estava tão cheio de dor sobre a suposta morte da Naomi. E Hayden parecia tão chateada, olhou para mim com esses olhos e me contou histórias de horror. Eu sou um fodido coração sangrando, digo a mim mesmo quando eu verifico o meu celular. Não há chamadas não atendidas, nenhuma mensagem. Eu esperava algo diferente? Um Bom trabalho, filho ou algo assim? Se meu pai sequer assistiu o show – o que é duvidoso – então provavelmente não quero nem ouvir alguma coisa que ele tem a dizer sobre isso. Eu suspiro. — Não estou zangada, Dax, — ela coaxa, virando e se ocupando com um pente correndo através de seus longos cabelos. Ela não está usando muito, apenas um par de calcinhas de algodão branco e um top, sem sutiã. Hayden é bonita, mas eu não posso olhar o passado sobre os danos. E ela está danificada. Então, talvez irreparavelmente. Eu quero ajudá-la, curá-la, mas talvez isso não seja o meu trabalho? Talvez ela seja a única que pode se curar? Porra. Nem sei mais o que fazer. Não sei quais as partes de suas histórias são mentiras, e as que são verdade. — Ainda não, — digo a ela quando dirijo as minhas mãos para baixo das pernas da minha calça de moletom. Finalmente, tive a chance de tomar banho e vestir roupas limpas. Tive que me contentar com um moletom velho e uma calça preta porque não havia nenhuma maneira no inferno que eu iria meter um par de jeans ou uma camisa apertada. Mal posso ficar em pé. América me fez ver o médico, mas tudo o que ele poderia fazer era me passar alguns analgésicos mais e me dizer para ir dormir. Fico imaginando o tornado que me atingiu e tentando descobrir ~ 57 ~

o que exatamente ele fez comigo naquele dia. Eu vi este flash de metal e, depois, nada. Tenho certeza de que era uma porta de carro. — Mas quando eu disser tudo a Naomi, você vai ficar. — Hayden congela, não tenho certeza se ela ainda está respirando. O pente cai dos dedos dela enquanto ela gira ao redor. Eu tento manter meu olhar focado na rosa tatuada abaixo do umbigo dela, mas inevitavelmente, meus olhos são trazidos de volta na cara dela. — Por quê? — ela sussurra, a voz rouca. — Por que ela precisa saber sobre tudo? Ela tem a porra da foto. — eu suspiro novamente e Hayden se vira, os olhos azuis molhados quando ela pisa até a mesa perto da janela e abre a cortina branca com raiva. Um baseado encontra o seu caminho fora do cinzeiro e em sua boca. Eu observo enquanto ela tira um isqueiro de sua bolsa e acende o baseado. — Porque Naomi tem que ter tudo? — ela chora, inclinada para a frente e agarrando a borda da mesa com dedos muito brancos. — Você, Turner, toda a fama, o crédito, a fortuna. — Naomi não me quer, Hayden, — eu digo... e tento não parecer amargo sobre isso. Ela gira para me enfrentar, seu cabelo grudando nos lábios dela e se agarrando lá. A fumaça do baseado gira em torno de seus olhos molhados, enquadrando-os como óculos. — Mas eu sim, Dax. Eu quero. — ela se senta duro sobre a mesa e o cinzeiro tintila contra a madeira. — Por que você não me quer? — Já discutimos isso novamente e novamente e novamente. Não posso sentar aqui e ter essa conversa com você. Eu vim aqui por educação. — Hayden ri amargamente, sacudindo a cabeça dela e enviando algumas lágrimas girando pelo ar como estrelas cadentes. — Você veio aqui porque você não tinha mais para onde ir, Dax. Você veio aqui porque estava sozinho, e isso não é justo para mim. — ela funga e se inclina um pouco, curvando os ombros para a frente e enfatizando quão magra ela ficou ultimamente. Quero dizer, Hayden sempre foi magra, mas agora ela está começando a parecer esquelética. — Mas você sabe, eu poderia viver com isso. Cassie, embora. Por que Naomi precisa saber sobre Cassie? — Hayden, qual é. Todos pensam que você é o demônio. Você não quer limpar seu nome? Não precisa ser assim. As coisas não têm de acabar mal. Não é tarde demais. Não é. Nós podemos consertar isso. — eu considero me levantar, mas meus músculos me prometem dor se eu fizer. Em vez disso, eu inclino para trás e pressiono as costas contra a parede. Eu assisto Hayden me observando e tento me lembrar do ~ 58 ~

primeiro dia que a conheci. Ela já estava grávida então, mas você não podia dizer, nem um pouco. Eu nunca ia descobrir. Ninguém podia. Hayden é uma daquelas meninas magras que pode ir longe com isso. — Dax, por favor. Chega de besteira inspiradora. — Hayden sopra em seu baseado, o corpo dela esticada sobre a mesa, os pés mal tocando o chão. A posição me lembra aquele vídeo, aquele vídeo horrível. Se fosse possível, eu limparia essa merda da minha mente para sempre. Eu não queria ver isso, não quero saber sobre isso. Isso é o que recebo por escavar segredos de outras pessoas, certo? Espero que ninguém decida mergulhar tão fundo nas minhas merdas. — Estou muito fundo nisso para voltar, mas isso não significa necessariamente que tudo deve ser uma merda, certo? — fico encarando Hayden. De volta em meus, me encontro pensando naquela garota, Sydney Charell. Ela é irmã de Trey, então acho que ela tem que ser uma má notícia, mas não consigo parar de fantasiar sobre ela. Não faz mal, certo? Enquanto guardo meus pensamentos para mim. — Se você está esperando para me responder, não tenho nada a dizer. Eles te torturaram, Hayden. Te mantiveram longe de sua filha. Como é que essa é uma boa notícia? — já falámos sobre estes pontos uma dúzia ou mais vezes, mas não importa o que eu digo, não faz qualquer diferença para ela. Ela está determinada a ver através disto, por uma razão ou outra. — Você ama Naomi? — Hayden pergunta, inclinando a cabeça para o lado. Ela remove o baseado de seus lábios finos e suga em uma respiração profunda. Eu rolo meus olhos para o teto e em seguida fecho eles. Já passamos por isso, também, e eu estou cansado de falar sobre isso. Não contei a Hayden sobre a rejeição que tive hoje. Por que eu deveria? Eu poderia ser um emo, mas eu ainda sou um cara. Eu tenho orgulho de questões como o resto do mundo. — Olha, estou cansada de correr atrás de você, Dax. Eu disse o que sinto por você. Se você não sente o mesmo, então tudo o que eu quero é te ver feliz. — Hayden, — começo, mas ela ainda não acabou. Em vez disso, ela pula fora da mesa e lança o baseado para o chão, pisando sobre ele como se ela não se importasse com nada no mundo. Eu sento ereto enquanto ela vem na minha direção, envolvendo seus braços em volta do meu pescoço e tocando a sua bochecha na minha. — Se você pudesse tê-la? — ela sussurra, hálito quente contra o meu ouvido. Eu alcanço e coloco minhas mãos em seus ombros, empurrando-a de volta um passo.

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— O quê? — Se você pudesse ter Naomi, você iria querer ela? — Que tipo de pergunta fodida é essa? Ela é apaixonada por Turner. Isso nunca vai acontecer, Hayden. — ela sorri para mim e se ergue em linha reta, se afastando com um sorriso e uma pequena risada que me assusta. O olhar dela garimpa em toda as paredes brancas, as janelas e vem para descansar em um pequeno quadro de uma raposa que adorna o espaço vazio ao lado da porta do banheiro. Ela fica lá um tempo, muito tempo na minha opinião e então vira para me enfrentar com um sorriso. — Eu poderia fazer isso acontecer, Dax. Nós, nós podemos fazer isso acontecer. — arrepios correm na minha espinha, e eu tenho uma dificuldade de engolir. Eu corro alguns dedos pelo meu cabelo e tento imaginar uma saída para está situação. Eu preciso sair daqui antes de Hayden comprometer a ela mesma. Eu apenas não posso fazer isso. Não posso. Eu não posso. Estou cansado de ser o cara legal. Dói demais. É uma droga. É preciso menos energia para ser um idiota. Que devia levar a uma página do livro de Turner e começar lançando o dedo do meio para todo mundo. — Não, — eu aviso a ela com um rosnado. E então tenho que admirar porque é que estou tão zangado. Eu estou zangado com Hayden por implicar a me juntar a ela no lado negro maldito? Ou eu estou zangado porque é quase tentador? Não. Não. Eu não sou assim. Eu não sou assim! — Eu poderia levar ela para você, Dax. Você pode ser feliz. Você poderia ter tudo que sempre quis. Precisamos de outro baterista para Ice and Glass, sabe? Lola está tão fora, praticamente com uma etiqueta no dedão do pé8. — Hayden, pare! — eu grito, e eu não me contenho. Me levanto e o mundo gira em torno de mim. — Isso não é você. Não tem que ser você! — Nós poderíamos nos livrar de Turner. Nós poderíamos... e você poderia ter Naomi. Você pode mantê-la quente, segura e confortável. Dax, você pode fodê-la quando quiser. Você poderia... – eu sigo em frente e antes que eu saiba o que estou fazendo, eu bato duramente no rosto de Hayden. Não queria fazer isso, não realmente, mas eu não consigo controlar a raiva que está crescendo dentro de mim. Eu quero 8

Ela se refere a um cadáver. Nos EUA eles identificam os cadáveres com uma etiqueta no dedão. ~ 60 ~

acreditar no melhor das pessoas, mas não posso. Não posso. Por quê? Por que o mundo tem que ser tão cruel. — Cala a boca, Hayden, — eu rosno, me virando quando ela embaralha no meu braço, cavando suas unhas em meu bíceps, tirando o sangue. — Dax, não! — Hayden grita e sua voz ecoa em volta na minha cabeça como uma maldição. Ela me ama, eu acho, mas eu não a amo. Eu realmente gostaria de amá-la. Talvez então pudesse descobrir uma maneira de libertá-la de si mesma? Gostaria de saber se Naomi sente o mesmo por mim? Se ela deseja poder me amar. Mas amor não é uma emoção que pode ser forçada. Tem que cair do seu coração como um paraquedista, flutuando no ar. Eventualmente, porém, eventualmente, você tem que bater no chão. — Não me deixe, Dax! Eu te amo. Eu te amo. Deus, eu te amo. — eu tiro meu braço de seu aperto, batendo as mãos contra a porta, as palmas planas contra a madeira quando eu inclino para a frente e chupo em um enorme fôlego, rangendo os dentes e segurando as lágrimas de frustração que ameaçam rasgar através dos meus olhos. — Dax, te imploro, desculpa. Me desculpe, Dax. Só não deixe. Não deixe. Todo mundo sempre me deixa. Fico lá por um minuto... quando ela envolve seus braços na minha cintura e quase cedo e ficao. Quase, quase, quase, porra. — Te dou o mundo, Dax, se você me deixar fazer isso por você. Podíamos fazer as coisas acontecer juntos. — Como fazer Naomi minha escrava sexual? — eu sussurro amargamente, minha respiração se enevoando contra a pintura lustrosa na porta. — O que quiser, Dax. Eu nunca diria não para você; eu te amo. — espremo minhas mãos em punhos. Eu estou tão enojado por Hayden agora, eu mal posso respirar. Meu peito está apertado e meu coração dói como um louco. Tudo o que eu quero fazer agora é deitar e dormir. Porra. — Sim, bem, eu não te amo. E então eu me afasto, desembaraço dos seus braços ao meu redor e trovejo para fora da porta. Gostaria de saber se eu vou me arrepender dessa decisão mais tarde.

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— É verdade que você se identifica como mulher, Sr. McCann? — o entrevistador me pergunta. Ela é uma garota bonita com cabelo longo, louro e um sorriso de estrela de cinema, mas foda-se. Realmente? Realmente? Eu viro e olho por cima do meu ombro, capturando o sorriso forçado de America. Ela está de pé ao lado de uma mesa coberta de aperitivos. Quando ela me vê olhando para ela, e não a repórter, ela obtém este ar de mau que eu estaria duramente pressionado para descrever. Imagine como um crocodilo se pareceria se você tivesse cruzado primeiro com um Velociraptor9, e então ficaria puto. Eu suspiro. Eu pareço estar fazendo isso ultimamente. Minha entrevista não é nada como a de Turner Campbell. Ou da Naomi. Ou até mesmo a de Hayden. Por que eu estou tão fodido? Me viro para a mulher, Pearl, acho que é o nome dela. Nada de legal sobre isso. O nome da minha avó, do lado do meu pai, é Pearl. Eu me lembro de olhar nos olhos dela de um branco-azul e tentar pensar em uma resposta adequada. Em algum lugar nas proximidades, alguém está rindo. Turner Campbell, aquela pedaço de merda, está adorando essa porra. — Se você quer dizer, se eu abraço meu lado feminino, claro — o riso se intensifica, e eu tenho que lutar contra a vontade de levantar e bater em Turner pra caralho. Talvez ele poderia chutar minha bunda; talvez não. Mas ele me lembra de todos os meninos na escola que zoaram de mim, me provocaram. Não aguento mais essa porcaria. De mais ninguém. Tentei ser gentil, mas eu tenho um ponto de ruptura. Eu provavelmente não vou enlouquecer como Ronnie McGuire, bater pra valer em algum cara na rua, mas nunca se sabe. As sobrancelhas da repórter se elevam agora. Eu tento cortar antes dela poder comentar sobre isso. — Tudo o que quero dizer é que estou em contato com meus sentimentos. — o sorriso dela aumenta um pouco mais largo, e eu quero dizer que essa merda toda não é da conta de ninguém. Está bem.

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Dinossauro. ~ 62 ~

Respire, Dax. Respire. Você pode fazer isso. Imagino que meu pai pode ler isto, também. Ele não vai gostar nem um pouco. — Olha, senhorita, eu tenho um pau e eu estou completamente ciente disso, ok? Eu não sou uma mulher, e não estou interessado em ser uma mulher. Isso não significa que eu tenho que meter meu pau em qualquer buraco por aí. — a boca de Pearl aumenta, mas o sorriso dela nunca diminui. Ela não gostou de mim desde o momento que eu entrei aqui. Tudo bem. Que seja. Eu não me importo. — Eu vejo. Então você prefere a companhia de homens? — eu levanto minhas mãos e olho por cima do meu ombro de novo. America ainda me dando aquele olhar, o do dinossauro, então eu me viro para a repórter e solto meus braços para o meu colo. Meus dedos tão apertados contra meus jeans que eles queimam. — Eu. Não. Sou. Gay. — provavelmente pela milésima vez, já disse isso na minha vida. Não que eu ache que há algo de errado com isso; estou farto de pessoas tentando forçar um rótulo em mim, porque eles não me entendem. Toco bateria, eu gosto de assistir filmes de terror, e eu tenho tatuagens em minhas pálpebras. Isso não significa que quero um pau na minha bunda. Estou aqui, e estou farto de me justificar a todos. — Bissexual? — Pearl me pergunta. Eu torço meus lábios. — Eu gosto de mover meu pau dentro da buceta de uma mulher. — não tenho certeza quanto mais claro eu poderia ser. Pearl gosta disso, ela excessivamente torce a cara em uma expressão de pura alegria. Isto, é por isso que sempre peço a America para não me agendar entrevistas. Essas pessoas não dão a mínima para qualquer um de nós. Tudo o que eles querem é uma história e foda-se, vamos ser honestos. Eu não sou tudo o que é interessante para eles. Eu sou apenas o baterista de uma banda em turnê. Eu não sou Turner Campbell; não tenho quatro bebês de mães diferentes como Ronnie. Eu não sou um desastre como Hayden, uma vítima de sequestro voltada das profundezas do horror. Não sou Naomi, ressuscitada dos mortos e a primeira e única garota que já domou a fera do vocalista de Indecency. Eu sou inútil para eles. A única maneira que minha entrevista será válida é se ela me irritar. E estou deixando. Eu imediatamente me odeio por isso. E então eu percebo que estou agindo exatamente como o emo maldito que eu sempre fui acusado de ser. E então eu ficando chateado. — Mas também dentro de um homem? — Pearl cutuca. Acho que ela está se divertindo aqui. Ninguém é assim tão estúpido. Mudo meu aperto para os braços da cadeira e me inclino. ~ 63 ~

— Você é estúpida, Pearl? Sua mãe deixou você cair de cabeça quando você era criança? — isto particularmente não a atinge, mas se torna a atenção dos Estados Unidos. Eu posso ouvir seus calcanhares clicando em todo o andar atrás de mim. Tenho segundos, talvez, para salvar esta entrevista. — Olha, eu não sou gay, ok? Por favor, pare de perguntar isso. Não podemos falar sobre outra coisa? Talvez música? Isso é por que estamos aqui não é? — Pearl não parece particularmente interessada em mim. Ela suspira e então boceja, olhando para baixo para a área de transferência na frente dela. — Qualquer paixão que devemos saber? — ela me pergunta, mais como se fosse uma questão necessária e como se ela não pudesse se importar menos. O nome de Naomi vem imediatamente à mente e então morre em meus lábios. É a última coisa que eu preciso. Dizer ao mundo que eu sou patético. Todo mundo tem observado o romance repentino de Turner e Naomi. Eu embaralho para algo a dizer, ao mesmo tempo que Pearl parecer estar ficando mais interessada pelo momento. Ela provavelmente acha que estou tentando vasculhar meus amigos gays. Foda-se. Quer dizer, não me interessa o que ela pensa, mas Jesus. Só quero que as pessoas me conheçam. É isso. — Sydney Charell. — isso saí da minha boca, como se fosse convocado. As palavras sentam na minha frente, cartas nadando rodando na minha visão de indefinição. Oh, merda. Merda. Cara. Merda. — Eu... — não tenho ideia do que dizer. Pearl parece confusa por um instante, farfalhando os documentos dela e em seguida jogando de lado para seu iPad. Depois de um momento, alvoradas de compreensão aparecem na cara dela. — Então você está apaixonado pela irmã de Treyjan? Interessante. Isso é interessante. Então você poderia dizer que a tragédia de Trey foi seu milagre? — Huh, o quê? Não. Não. Eu não disse que estava apaixonado por ela. Eu só... E o meu milagre? Desculpa. Eu não entendi. — não é uma entrevista ao vivo. Não é uma entrevista ao vivo. Só quero ficar repetindo isso para mim mesmo. Alguém, provavelmente, Pearl, vai escrever esta merda e postar no site Rockersbloodpills.com. A entrevista de TV vem mais tarde. Mal consigo esperar. — O tiro de Trey foi a melhor coisa que já aconteceu com você. Se ele não tivesse sido baleado, Sydney não teria vindo para a cidade. Uma stripper com um coração de ouro aparece em sua vida, te leva pela mão e realmente te resgata como um homem. Parece certo?

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— Isso não podia estar mais longe da verdade, — eu começo, mas de repente, há um corpo quente derramando em meus braços, uma boca na minha boca. Todo o meu corpo fica dormente, como se estivesse em estado de choque. A sensação começa a voltar em meus membros, é como uma vingança. Minha pele fica apertada, meu pau fica duro e minhas mãos se enroscam em torno das curvas de uma, uma fodida senhorita Sydney Charell. Quando a língua dela bate na minha, é como se uma bomba explodisse dentro de mim. Eu rosno e eu nunca rosnei. Eu mordo a sua cara como um animal, comendo seu doce calor e degustando como nunca provei outra mulher antes. Sydney cheira a verão e coisas selvagens, como cítricos e frutas, como o mar brilhando sob o sol. Me espremo duro, colocando minhas mãos contra sua carne macia, puxando-a tão firmemente contra mim, como eu posso. E Pearl? Ah, sim, foda-se Pearl. Entendo que há um mundo ao meu redor, girando através do fundo escuro do espaço. Percebo que Naomi provavelmente está me vendo comer uma garota com a língua. Que Hayden está assistindo. Kash, Wren, Blair, America. Mas eu não consigo me controlar. Meu corpo só reage e é isso. Os lábios de Sydney são macios e suaves, flutuando sobre a minha boca com raiva como uma borboleta. Para um primeiro beijo, é uma bela bomba. Quando nos separamos, estamos ambos ofegantes, respirando com dificuldade. Estou lutando fisicamente contra meu corpo, pedindo que meu pau pare de latejar e meu estômago pare de doer. Eu me perdi em seus olhos azuis, tremendo, minha boca tremendo. Controle-se, idiota. Você não é um animal selvagem. Eu ignoro a parte de mim que diz isso, mas Sydney me faz querer ser um. — Eu, eu sou Dax. — e não acredito que ninguém pensa em mim como um Casanova10? Essa merda é tão chocante. Lambo meus lábios e Sydney faz esse barulho na garganta que me tem enlouquecendo. — Quero dizer, uh, obrigado. Obrigado. — eu rasgo meus olhos dela e olho por cima do ombro, determinado a não sentir a pele lisa, quente de suas costas nuas roçando meus braços. Pearl está de boca aberta para mim, na verdade pasma. Não resisto ao impulso de lança-la para fora. E também a Turner. E eu não sou Turner. Eu sou Dax McCann, nascido e criado no centro-oeste, mas nunca uma parte real do mesmo, nunca um membro com cartão carregado. Eu sou Dax McCann e realmente, realmente quero ter sexo com esta mulher.

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Era um libertino do século XVIII. ~ 65 ~

— Não faço ideia do que estou fazendo. Às vezes, só faço as coisas. — Sydney encolhe os ombros, mas tudo faz seus seios se esfregarem contra meu peito. Eu penso em movê-la de mim, mas então, eu tenho um enorme pau duro. E enquanto a câmera atrás de Pearl é suposto não estar rolando, poderia acontecer. Tomo um segundo para olhar ao redor da sala e planejar minha saída. Há um monte de rostos olhando pra mim. Demasiados. Kash me dá um polegar para cima, mas eu o ignoro. A cabeça de Turner está inclinada para o lado como se ele nem conseguisse acreditar no que ele está vendo. E Naomi. Eu mesmo não posso encontrar os olhos dela. Então, faço o que faria qualquer pessoa lógica. Eu agarro Sydney sob os pés e em torno da cintura, levantando-a comigo quando me levanto. Eu carrego ela, me movendo através da sala de repente em silêncio. Você poderia ouvir um alfinete cair aqui. Saímos pelo corredor, deslizando na escuridão perto do banheiro com a respiração apressada e alguns suspiros. Deixo Sydney para seus pés e bato com ela contra a parede com um gemido, tateando no vestido dela, pressionando minha ereção contra seu corpo firme. Ela é apenas... assassina. Absolutamente tentadora. — Eu não sei você, mas quero que te bater nesta parede e te foder duro pra caralho. Explique. — Você nunca teve uma rapidinha antes? — Sydney pergunta, mas a voz dela trava como se talvez ela nunca tivesse sentido um desejo tão forte antes. Graças a Deus, bem, porque não eu seria considerado emo, mas também um fracasso extremo. Eu mal posso lembrar meu nome agora. Imagine se isso acontecesse em uma base regular? — Vamos ter uma agora? — eu pergunto. Meu pau tem uma mente própria, e atualmente, ele está tentando fugir. Eu consegui empurrar o vestido apertado de Sydney até suas coxas, deixando seu núcleo quente apenas com um escudo fino de seda, longe de mim. Eu pressiono minha virilha mais apertada nela e tento me lembrar de respirar. Não parece tão importante no momento. — Sim, — Sydney respira contra meu pescoço, quebrando o meu livre-arbítrio ao meio. Agora sou atualmente um escravo do meu pau. Ótimo. Espero que meu pai leia a minha entrevista. — Hum, não. Que tal isso? Que tal essa porra? — Turner rosna, se movendo atrás da cortina e me empurrando de volta um passo. Meu corpo está cheio de testosterona, e meu cérebro lógico já está irritado

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com ele por rir, então não há realmente nada me segurando. Ainda bem que Sydney passa entre nós. — Turner, vá se foder. Isto não é realmente da sua conta. — Uh, sim, é. Trey é meu irmão e isso faz você minha irmã e não vou ficar aqui e ouvir a minha irmã ser fodida por algum viadinho idiota que usa seu cabelo em seu rosto. — Oh, isso é muito lindo, Turner. Você sabe que tiro a roupa para viver, certo? — Sim, mas não tenho que ver isso. — Você não tem que ver isso se você sair, — Sydney continua, dobrando seus braços sobre o peito dela. Eu tento não olhar muito de perto a bunda dela saindo da calcinha sexy e pequena. Há um laço fodido nas bordas. Laço. Eu dou mais um passo para trás e me viro completamente, me concentrando sobre as paredes de tijolo do edifício e não sobre uma garota que mal conheço. Eu não sou puritano nem nada, mas geralmente só não fodo por aí. Vez em quando, o desejo urge. Quer dizer, afinal sou humano, mas isso não significa que eu quero uma reputação que procede de mim. — O que diabos está acontecendo aqui? — Merda. Naomi. Eu olho por cima do ombro, olhando para me certificar de que as minhas calças estão em ordem. Elas estão, mas não meu pau. É uma rocha sólida. Também pode ser feito de diamante. Adicione um pouco de água e eu poderia cortar granito. — Esse revoltado fodido está tentando mostrar o monstro de um olho só11 dele para a minha irmã. — Oh, pelo amor de Deus, Turner. — Naomi não soa irritada como eu gostaria, no entanto. Eu juro, em algum lugar, é um afeto desenfreado. Ela pode não saber ainda, mas ela gosta de Turner irritado... Ela gosta disso. No fundo dentro de mim, morre um pouco do meu sentimento por Naomi. Eu me viro e espero que a protuberância na minha calça esteja escondida na sombra. — Isso é muito engraçado, cara. Eu? Revoltado fodido? Ouça a sua música de merda, cara. Posso usar o dobro de delineador como

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Ele está falando do pênis de Dax. ~ 67 ~

você, mas eu não canto sobre meu coração sangrando, quebrado em cada maldita canção. — Oh, oh, oh, merda. — Turner respira, coloca as mãos no bolso de trás e parece se afastar por um segundo. — Você acabou de cavar sua cova, seu baterista desgraçado. Eu vou enfiar suas baquetas em sua bunda de merda. — Pode vir. Não sei por que digo isso. Turner me atinge como um trem de carga, me enviando tropeçando de volta e caindo no chão de cimento. No fundo, posso ouvir Naomi e Sydney gritando, mas o ruído desaparece, e meu corpo alterna para o modo de luta ou fuga. Fugir não é uma opção, mas lutar? Não estou tentando arranjar desculpas, mas ainda estou machucado e o piso de cimento tem tirado o ar de meus pulmões e me desenhado um mapa de todas as marcas no meu corpo. Ainda, eu consigo pousar um soco sólido no nariz de Turner, um que o faz cuspir sangue na frente da minha camiseta preta, misturando para o tecido de algodão, como se nunca tivesse sido. Ele só leva um segundo para voltar, quebrando a mão na minha bochecha direita. Eu acabo mordendo minha língua, duramente, batendo bem no piercing no meu lábio. Isso não é uma sensação boa. — Seu merdinha, — rosna Turner, indo para mim com uma vingança que tem estado lá há muito tempo. Desde aquela noite que ele saiu do nosso ônibus, antes de se tornar uma praga constante em minha vida, eu estava pronto para isso. E ele também. Só uma coisa sobre Turner e não se mistura. Talvez ele seja todo macho, acasalando em um ritual fodido, mas isso não importa. O que quer que seja, nós não podemos coexistir, não realmente. — Turner! — uma fração de segundo depois de eu ouvir seu nome ser chamado, ele está sendo transportado fora de mim e sendo afastado por Ronnie e Jesse. Eles fazem um bom trabalho, também, conseguindo evitar os socos dele enquanto ele tenta se libertar. Eles já fizeram isso antes, eu vejo. — Que diabos? — Ronnie pergunta, liberando o seu amigo e empurrando-o suavemente de volta para a parede. — Esse cara foi derrubado por um tornado. Você pode deixar sua pequena fúria até depois dele curar a concussão? E a sua ferida de bala, hein? Você se esqueceu dela? — Turner só olha para mim e range os dentes. Uma mão aparece e ele sente o sangue debaixo do seu nariz, e em seguida, ele sorri. Que porra é essa? ~ 68 ~

— Precisa de ajuda para levantar? — Sydney pergunta, estendendo a mão para mim. Eu olho para isso e, em seguida, de volta para ela. Que diabos ela pensa de mim agora? Eu ainda, ainda, ainda tenho uma ereção furiosa. — Acho que estou bem, — eu digo quando o sangue dribla no meu queixo e se juntar ao sangue de Turner na minha camisa. Ótimo. Eu corro minha mão até minha boca e limpo, contemplando os brilhinhos vermelhos com uma carranca. — Nada mau para uma cadela emo, — Turner diz... e depois ele se afasta, se exibindo através da cortina, usando seu nariz como um distintivo de orgulho. Ronnie revira os olhos e segue atrás dele, Jesse com ele. Naomi fica, embora e olha para mim com uma expressão azeda no rosto dela. — Você está bem? — ela me pergunta quando aceito a mão de Sydney e luto para me levantar. O lugar gira e os rostos delas escurecem e viram um borrão, mas eu assinto de qualquer maneira. É estúpido como o inferno, mas aqui eu estou tentando agir todo machão e merda. Esse não sou eu. — Eu vou ficar bem se eu me sentar, — admito, observando a cortina borrada quando outra pessoa aparece através dela. É Hayden. Ela me olha de cima abaixo com um olhar de desprezo, inclinando o seu queixo acima e colocando uma mão no quadril. Ela está nestas ridiculamente apertadas calças de couro cor-de-rosa que Naomi quase revira os olhos. A blusa dela está pendurada na parte de trás, o que não parece nada como rock'n'roll. Hayden neste momento parece mais uma aspirante de Britney Spears. Não quero dizer isso a ela, mas é verdade. Eu empurro a noite passada da cabeça. Não quero ir para lá. — Há algumas cadeiras para trás no bebedouro. Venha, eu vou te levar até lá. — Obrigado, Sydney, — eu digo encontrando os olhos azuis de Hayden. Posso imaginar o que provavelmente parece para ela, que eu apenas escolhi outra mulher ao acaso, como se ela não significasse nada para mim. — Você é patético, Dax, sabia? — Hayden diz e então ela vai embora, desaparecendo em um mar de risos e falsas saudações. Eu estou me afastando dela e ela está a lidando da melhor maneira que ela sabe. Merda. Eu tenho que contar o que eu sei a Ronnie, Lola, Turner e Naomi. Sinto que tudo está girando fora de controle, e se eu não cuidar ~ 69 ~

logo, minha passagem vai vencer e eles vão descobrir meus segredos rapidamente quando Stephen resolver aparecer.

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Eu pego uma carona para o hotel com Milo e praticamente corro até o quarto do meu irmão. Estou indo tão rápido que um dos seguranças me agarra e me revista de cima abaixo. Nenhuma superfície foi deixada intocada, eu vou te dizer isso. Então quando realmente entro no quarto do Trey, eu estou ofegante. E estão tão malditamente molhado lá em baixo que eu estou pensando em instalar uma bomba de depósito. — Você não vai acreditar o que aconteceu comigo, — eu sussurro, mas só porque eu sei que ele está dormindo. Seus momentos são escassos, mas ele vai superar isso. Claro que vai. Seria preciso muito mais do que um rifle para matar o meu irmão fodão. A enfermeira me dá um olhar rude, mas ela não vai sair. Tudo bem. Realmente não ligo a mínima de qualquer jeito. O que eu vou falar – não, não, o que eu preciso falar – vai estar estampado em toda a de Internet amanhã. — Fiz uma coisa muito louca. — a enfermeira levanta uma das sobrancelhas dela desenhada, mas continua a mexer no equipamento de Trey. — Sério, muito louca. Eu beijei o cara na frente de uma repórter. Ou entrevistadora. Ou seja lá o que for que eles são chamados quando eles estão sentados lá parecendo tão presunçosos como um bartender no dia de São Patrício. Eu queria bater bonito naquela vagabunda. Chego em minha bolsa desajeitadamente para fumar um cigarro, deslizando-o em minha boca e indo para as portas da sacada antes que a enfermeira pudesse estourar uma coronária. — Você teria feito a mesma coisa se você estivesse lá, vadia, — eu digo quando eu abro o vidro de lado e passo na brisa morna da tarde. Eu tenho que dizer, a temperatura aqui é muito mais agradável do que estava em Detroit. Ugh. Então ainda bem que essa fase da minha vida acabou. Eu lido com isso; eu lido com a minha sessão de fotos; encontrar um novo lugar para morar. Nessa ordem. Dou uma tragada no meu cigarro e sopro a fumaça. — Não há nenhum quarto lá para um ~ 71 ~

rapaz sexy com beijos tempestuosos, — digo a mim mesma quando me inclino sobre o parapeito da varanda, meus peitos falsos esmagando contra o metal. É quase tão bom. Estão tão sensíveis, que quase não aguento a pressão do meu vestido que fixa através deles. Além disso, a grade está quente, e Dax, Dax estava como uma queimadura fria, transformando meus dedos em gelo, me gelando da pior maneira possível. Mal podia me mover quando ele estava me tocando, definitivamente, não conseguia pensar. Eu nunca me senti assim antes. Nunca. Normalmente, sexo, ou um quase sexo, é suposto ser quente. Você sabe, ele suado, você está suada, mãos quentes tateando e as bocas aquecidas. Mas isto foi como... como se eu estivesse sendo acalmada pelo seu toque, sendo derrubada para baixo em um campo de beisebol. Pode ainda ser beisebol, mas as regras mudaram. Tremendo, eu jogo meu cigarro por cima da grade. Provavelmente não devia fazer isso, mas há muitas coisas na vida que não é suposto fazer. São sempre os mais divertidos. — Syd? — Trey coaxa quando eu volto para dentro e pauso com minhas costas contra a janela quente. — Você está bem? — Tudo está bem, — digo a ele, indo para a cama e olhando para ele. Meu maninho nunca foi muito espero e ele é irritante, mas eu ainda o amo, mesmo que não vemos muito um ao outro. Toco uma mão na sua testa suada. Seu cabelo castanho está bagunçado e emaranhado, grudado em toda parte de seu rosto e quase obscurecendo seus olhos. — Não se preocupe com qualquer besteira ou o drama. Me deixe descobrir isso, ok? — ele olha para mim, mas ele não faz qualquer indicação de que ele também me ouviu falar ou que ele vai ouvir o que estou dizendo. Pode ser as drogas... ou poderia ser sua natureza burra e teimosa. Eu me curvo e pressiono um pequeno beijo na sua bochecha antes de me levantar e ir para a porta. — Quem? — Trey sussurra quando eu chego até o identificador e pauso um momento para olhar por cima do ombro para ele. — Quem o que? — pergunto, observando a enfermeira pelo canto do meu olho. Vadia estúpida. Ela está me dando um olhar de cima a baixo. O tipo que as garotas olham, só para ver quem é mais bonita. Eu sou definitivamente a mais bonita. — Com quem você fez a coisa louca? Eu assisto a expressão do meu irmão cuidadosamente quando eu respondo. ~ 72 ~

— Dax McCann? — digo, mais como uma pergunta e menos como uma resposta. Seu gemido é suficiente para mim. Eu pego a maçaneta e saio de lá antes de qualquer comentário. Eu entendi. Eles não gostam de Dax, mas não sei por que, ele nunca fez nada para eles. Eles simplesmente decidiram não gostar. — Como foi a entrevista? — Lola Saints me pergunta, aparecendo para fora do quarto dela como uma sombra. Ela parece alta pra caralho e duas vezes tão triste. Quem me dera pudesse ajudá-la, mas nós acabamos de nos conhecer. Ainda assim, nunca se sabe quando uma palavra ou duas poderiam mudar a vida de outra pessoa. Eu decido que ela vale a pena o tempo e movo um pouco mais perto, estendendo os braços e escovando um cabelo escuro de sua testa. — Tudo bem. Excessivamente dramático, mas tudo bem. Querida, você não parece tão bem. — Me sinto como um saco de merda que foi mergulhado em mijo quente. Eu sorrio. — Vodka então? — Litros. Estou ainda na metade e eu parei de beber isso na verdade há horas. — Alguma coisa? — Lola encolhe os ombros, seu pequeno corpo nadando em uma camisa folgada que tenho certeza que pertence a Ronnie. Ela diz eu te amo, Papai do outro lado do tecido de algodão laranja berrante. Ronnie é o único pai da banda que estou ciente. Lola sabe que eu estou aqui para ajudar ou apenas desesperadamente querendo companhia, então ela se afasta para que eu possa pisar no quarto dela. É exatamente igual no que eu fiquei ontem à noite: cama de casal com roupa de cama branca, uma única mesa de cabeceira, uma cómoda e uma pequena mesa com uma cadeira. Pego a cadeira e assisto quando Lola se senta na borda da cama. — Nada mais, ainda. Glass não se dá muito bem com a bebida, você sabe? — diz ela, deitando e se sustentando contra a cabeceira da cama. A posição é estranha, mas eu não acho que ela se importa. Vejo com simpatia quando Lola empurra uma agulha e algumas bolas de algodão em torno na mesa de cabeceira.

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— Eu costumava ser uma viciada em crack, — digo a ela honestamente. — Tal pai, tal filha, eu acho. Embora você pensaria que eu teria aprendido minha lição com ele, certo? — Lola rola aqueles olhos azuis para mim. Eles são absolutamente lindos, grandes, redondos e brilhantes, mesmo em seu estado de ressaca. — Você estã tentando me ensinar uma lição de vida valiosa aqui? — Lola pergunta, ajustando a camisa que subiu até suas coxas, chegando perigosamente perto de um certo limite de área. — Porque eu não gosto disso. — eu me sento e cruzo as pernas, examinando a palidez das minhas panturrilhas e a brilhante cor em meus tornozelos. Há um peixe amarelo e preto de cada lado, um peixe-anjo-francês 12 . Eles se acasalam para a vida, sabe? Bastante impressionante, Considerando que a maioria dos seres humanos são incapazes desse tipo de compromisso. — Só estou alcançando a brisa. Eu sou a stripper com um coração de ouro, lembra-se? — Lola me dá uma olhada, mas dá de ombros. Repórter de merda. Não quis pular em Dax, apenas apimentar um pouco as coisas, uma lição a essa piranha vadia mal educada. Mas então seus lábios tocaram os meus e eu não consegui pensar claramente. Porra, não consegui pensar. Quando eu fecho meus olhos, posso sentir cada ponto no meu corpo onde a sua pele desencapada tocou a minha. Eu poderia desenhar um mapa. Eu engulo duro e certifico de manter os olhos bem abertos. — Eu estou apenas dizendo, não é tão difícil cortar material duro, isso é tudo. — Então você não frita 13 mais? Parabéns. Você deve viver uma vida encantada. — Lola abre a gaveta na mesinha de cabeceira e saca outra garrafa de vodka, deslizando para baixo da cama, até que ela está deitada de costas. Mas pelo menos ela não colocou o álcool aos lábios. Não sou nenhuma santa e não tenho medo de fazer uma festa, só não gosto de ver pessoas usando essas substâncias para sobreviver. Eles não estão lá para sobrevivência; eles deveriam servir para ser divertido. Algumas pessoas podem até argumentar com isso, mas hey, isso é como me sinto e moro nos Estados Unidos fodidos da América, então posso

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Ela está se referindo a se drogar. ~ 74 ~

pensar, fazer e dizer o que eu quiser. Supostamente de qualquer maneira. Nada me impediu antes. — Dificilmente, — digo, descruzamento minhas pernas e inclinando para a frente, examinando as tatuagens de Lola com um olho crítico. Elas são lindas – tem muitas aves coloridas, um gato, um guepardo. Elas são como as minhas, vivas e cheias de energia, rastejando em sua pele como um convite. Eu quero ver esta puta se levanta e lutar. — Mas não importa. Está preocupada com sua irmã? — Que ela se foda, — Lola geme. — Magricela estúpida. Ela se meteu nessa confusão; ela pode sair sozinha. Eu terminei com ela. Estou farta. Aquela vadia sempre pensou com a buceta em vez do cérebro de qualquer maneira. — Lola se senta e ela parece, pelo menos por um segundo, mais viva. Isso é bom. Muito bom. Porque Ronnie precisa dela. Honestamente, eu pensei que ele era um caso perdido. Todos nós achamos isso. Então se Lola é sua futura esposa ou apenas uma aventura, ela ainda é importante. Ela é o colete salva-vidas de Ronnie no oceano de merda em deriva nestes últimos anos. — Sabia que ela casou com um francês que faz queijo? O cara faz queijo para viver? Quem faz isso? Quem diabos quer fazer isso? Ainda mais gouda. — Gouda14 é um queijo holandês, — digo a ela, só porque eu sou esperta, e eu estou cheia de fatos inúteis. Lola joga seus braços acima no ar e revira os olhos dramaticamente. — Brie15 então, é melhor? — Muito, — eu digo com um sorriso. Ela reduz os olhos em mim por um momento. — Por que está aqui afinal? Por que não está na entrevista? Eles te expulsaram? — Eu fiquei com Dax, causou uma briga entre ele e o Turner, e então entrei em pânico. — as sobrancelhas de Lola se levantam e seu rosto relaxa um pouco. Eu vejo quando ela cruza as pernas dela e enfia a garrafa de vodka entre seus joelhos. — Dax? O baterista? — ela indaga, mas já posso dizer que ela sabe exatamente quem ele é. A luz solar flui através da janela e atravessa os lençóis amarrotados, brilhando no vidro da garrafa e 14

Gouda é uma cidade neerlandesa, famosa pelo queijo gouda. Os chamados brie são uma importante família de queijos de pasta mole e crosta florida, originados da região de Brie, na França. 15

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enviando luzes piscando em toda as paredes. Não é incrível como um pouco de sol pode transformar o feio em bonito? — Ele parece ser um cara bom, eu acho. — Nada especial que eu devo saber sobre namorar bateristas? — pergunto a ela, mas apenas como uma piada. Não vejo que isto vai a lugar nenhum. Por que deveria? Por que eu ainda estou pensando sobre isso? Meu deus. E só foi talvez uma semana desde que a última vez que saí com alguém, então não deveria estar totalmente desesperada, mas wow. Só wow. O andar de baixo quer que Dax entre e configure alguns móveis. Ou pelo menos passe para uma visita. Cruzo as pernas e finjo que não vejo o ligeiro sorriso nos lábios de Lola. — Esteja preparada para intensidade, — diz ela, arrebatando um cigarro da mesa de cabeceira e acendendo. Eu gosto do jeito que a cor cereja ilumina as maçãs de seu rosto. Daria uma boa fotografia. Ou pelo menos eu acho. Meu único verdadeiro talento com fotos se encontra em escolher o filtro certo no meu telefone. Eu inclino para trás e desejo um martini. Parece ser um momento adequado para ter um. — É isto vindo de Lola, a baterista? Ou da Lola, namorando Ronnie, o baterista? — pergunto quando eu me levanto. Estou satisfeita que pelo menos no momento, eu fiz Lola parar de descer para um buraco negro que está assombrando ela. Ela encolhe os ombros e mantém o cigarro para fora, segurando entre os dedos. — Isso importa? — ela pergunta, mas eu posso dizer que ela sabe que sim. — Se você está mergulhando os pés no lago, esteja preparada para dar um mergulho. — ela levanta o dedo dela e balança para mim. É então que eu sei que nós vamos ser amigas. É tipo que um fato. — Lembre-se, porém, bateristas passam o dia manipulando as varas deles, então eles sabem como usar isso. Eles golpeiam e fazem isso para viver, e eles sabem qual o ritmo deles. — ela balança os pés para o lado da cama, esmaga seu cigarro no cinzeiro e se levanta. — Esse é um pequeno conselho da... namorada de Ronnie. — ela estrangula a notícia como se ela fossa venenosa e tivesse esguichado no rosto dela. — Não pergunte a Lola, a baterista. Ela vai dizer a você para ficar longe dos filhos da puta. Nada além de problemas para ser encontrado lá. — eu rio quando ela desliza sobre um par de calções brancos e um conjunto de saltos altos laranja florescente. — Não se preocupe, — digo a ela, que abandona a garrafa de vodka e se junta a mim no corredor. Eu não tenho certeza de onde ela vai, mas é certo que, mesmo com o cabelo emaranhado e a falta de ~ 76 ~

sutiã, ela ainda é muito quente. Veja o que eu disse sobre garotas de roqueiros? É universal. Eu, por outro lado, não deixo meu quarto sem um sutiã e várias camadas de maquiagem. — Eu não procuro nada, nem mesmo uma aventura. Dax é bonitinho, mas eu tenho outras coisas na minha mente. Lola puxa um par de óculos do bolso e coloca no nariz dela. — Bem, tolinha, continue dizendo isso pra si mesma.

— Oi, Dax, — eu digo, surpreendendo ele quando ele se move, no brilho do sol e da penumbra cinzenta da entrada. Pessoas passam por ele, membros da banda, guardas de segurança, Turner, que tem a audácia de me mandar um dedo do meio. Eu ignoro ele e me afasto da parede, mantendo minhas mãos dobradas nos os bolsos na frente do meu vestido. — Oi, Sydney, — ele responde, fazendo uma pausa na minha frente. Brayden Ryker me dá uma piscadela quando ele passa, deixando um de seus homens para trás para ficar com a gente. Nós temos nossa própria entrada privada para o hotel, uma que é normalmente reservada para estrelas de cinema, mas isso não quer dizer que é completamente seguro. Nenhum lugar é seguro neste momento. Eu fiz minha pesquisa esta tarde. Segui Lola até o terraço do restaurante e consegui o martini que eu estava implorando. Nossa conversa provou ser bastante interessante. Eu finalmente tenho um pouco de carne para cravar meus dentes. Mas primeiro, eu quero lidar com isso. — Eu queria te pegar antes de você fosse até seu quarto, — digo a ele, tentando fazer meu melhor para manter meu olhar fora dos lábios dele. Algo sobre o piercing dele, a maneira que isso se destaca. É hipnotizante. Não digo a Dax que a principal razão pela qual eu queria vê-lo antes que ele chegasse lá em cima era porque eu tinha medo de ficar perto de uma cama quando eu me aproximasse dele. É tão ruim assim. Senhorita buceta está tão no controle agora. Tenho certeza de manter uma distância segura entre nós. — Eu só queria me desculpar pelo que fiz anteriormente. Pular em seus braços com aquela repórter sentada ali. Não era o que eu pretendia, e eu não queria te levar tão ~ 77 ~

longe. Não suportei o olhar no rosto dela ou do jeito que ela estava falando com você. — encolho os ombros, procurando em torno de meus bolsos por um cigarro e apareço de mãos vazias. Eu fumei tudo conversando lá em cima com Lola. Gostaria de saber se eu tenho o direito de ir e pegar um pouco mais, ou se faço parte deste ato de circo agora? Eu teria que levar um guarda-costas comigo? Trey ou Turner provavelmente iriam ter certeza disso. — E eu sinto muito, também, — Dax diz e eu tremo com o tom frio de sua voz. É como se isso se agarrasse para as sombras ao redor de mim, envolvendo meu corpo e tocando em lugares que ele nunca viu. — Não queria que nada disso acontecesse. Quando ela me perguntou quem era minha paixão, eu entrei em pânico. Como um garoto de escola ou algo assim. Devia ter a coragem de dizer. — Dizer o quê? — pergunto, despertando minha curiosidade. Dax olha por cima do ombro, mas todo mundo já se foi e atingiu os elevadores. É só eu, ele e nossos quatro guarda-costas. Que curioso. Encontro os olhos cinzentos de Dax e me encontro instantaneamente com a língua presa. Eu sinto que eu poderia andar bem ali e me encontrar em outro lugar ou outro tempo. Olhos cinzentos. Quem diabos realmente tem olhos cinza? Deve haver uma pitada de azul lá em algum lugar. Eu me inclino para a frente para dar uma olhada melhor, perfeitamente ciente que seu peito está subindo e descendo tão rapidamente quanto o meu. — Que eu sou apaixonado por Naomi. — Aha. Eu sabia. Eu me afasto, examinando a camisa ensanguentada que gruda em seus abs. Alguém acertou o cabelo dele, mas ninguém se preocupou em tocar suas roupas. Acham que é mais dramático? Meu olhar se move para baixo a barba nascendo em seu maxilar, sobre o pescoço, seu peito largo. Deixo meus olhos vagarem e depois volto para o rosto dele. — Isso é lamentável, — digo a ele porque, bem, eu conheço Turner. Turner quer Naomi, e ele não vai parar até que ele tenha a certeza de que ela é dele para sempre. Dax não tem chance. Esse garoto nasceu para amar uma mulher. Dormir com mil talvez, mas um amor. Ronnie poderia estar recebendo uma segunda chance com Lola, mas não há uma segunda oportunidade para Turner Campbell. Ele só é tão instável. — E eu sinto muito. — Não sinta, — diz ele com uma pequena risada, deslizando as mãos nos bolsos das calças. Nós estamos imitando a pose do outro; eu gosto disso. Eu verifico o reflexo da sua bunda no espelho. Só porque eu ~ 78 ~

jurei não tocá-lo, não quer dizer que eu não possa admirá-lo, certo? — Eu sou aquele que sente muito. Você vai conseguir algumas merdas escritas sobre você agora. Por Pearl. — eu gosto do jeito que ele diz o nome dela, como ele estivesse mordendo cada sílaba com dentes afiados. — A filha da mãe compartilha o mesmo nome que minha avó. Sério. A do lado do meu pai. — nós dois sorrimos. A tensão ainda está lá, claro. Não sei se isso irá desaparecer, mas talvez possamos ser civis pela próxima semana ou duas. Porque isso é o meu limite de tempo. Eu vou ajudar esses caras o melhor que posso e depois eu vou para a minha sessão de fotos. Esse dia marcará o início da minha nova vida, e não vou deixar que nada comprometa isso. — Então, Naomi, hein? — pergunto quando ambos tomamos a decisão tácita de bater o elevador. Eu posso senti-lo enquanto caminhamos, a brisa do braço dele refrigerando o meu enquanto mantemos o ritmo. Me pego olhando por cima em Dax, várias vezes, imaginando a raiva e a fúria gelada que ele tinha quando ele foi tocar sua bateria. Não acredito que nunca vi esse cara tocando em um show. Agora é uma obrigação para mim. — Não por escolha. — O amor não é sempre uma escolha. Pode ser, mas às vezes, acontece. — vamos para dentro do elevador e nos encostamos em paredes opostas, nossas costas espelhadas e para trás, para toda a eternidade entre dois pedaços de vidro atrás de nós. — Desistiu embora? — ele dá de ombros, mas eu posso dizer que ele não está completamente pronto para deixá-la ir. Um pensamento estranho voa através do fundo da minha mente. Se eu dançasse para ele, ele esqueceria tudo sobre Naomi Knox. Eu tremo violentamente e envolvo meus braços sobre meu peito. Isso foi estranho, eu penso enquanto eu tento continuar sorrindo para Dax. Eu limpo minha garganta e tento mudar de assunto. — Então, por que eu? — pergunto a ele, fingindo que o guarda-costas no canto não está ali, nos observando. Tive alguns ao longo dos anos. E de qualquer forma, eles não me incomodam muito. Em uma boate no centro, os guardas de segurança não são os inimigos; os clientes são. E os patrões. Eu assisto Dax morder seu lábio inferior e me encontro querendo tocar no meu cabelo, correr minha mão no meu braço, ajustar meu vestido. Todos os movimentos de paquera que iriam enviar a mensagem errada. Eu forço meu corpo a ficar quieto, mas não consigo parar meus mamilos. Eles estão duros como pedras. Ainda bem que eu sei quais sutiãs comprar. Ninguém jamais saberá. ~ 79 ~

— Eu estou atraído por você, Sydney. Não vou mentir sobre isso. — ele engole; eu engulo. Merda. O elevador, de repente, parece muito pequeno, e então eu começo a odiar aquele guarda-costas. Olho fixamente para o logotipo na camisa do Dax em vez de seu rosto. Realmente não é uma grande ajuda, já que ele tem um belo peito. Seus peitorais são definidos o suficiente para que eu possa ver uma sugestão deles através da camisa dele. Isso me faz querer fazer uma dança alegre, por algum motivo estranho, bem estranho. E também, de repente estou ficando com este desejo desesperado para ir foder em um cemitério, minhas costas pressionadas na terra fria, o corpo do Dax esmagando o meu, sua linda boca sufocando a minha... Porra! — Eu estou atraída por você, também, — eu digo, como se estivéssemos falando de uma proposta de negócios. O guarda-costas limpa a garganta, quando o elevador apita e passamos pelo número trinta e dois, saindo do elevador. — Estranhamente assim, — eu continuo, tentando avaliar a reação dele. O corpo do Dax se inclina e ele suspira de alívio. — Estou tão feliz que pense assim. Eu pensei que ia enlouquecer. — ele se endireita e sorri para mim, quando avançamos pelo carpete bordô e pausamos ao lado de uma pintura de uma mulher com um casaco de pele. Parece com um que pedi emprestado a Noreen para uma noite elegante. Sim, noite elegante. A noite onde uma dúzia de meninas vestem peles e pérolas sobre suas calcinhas e apertam seus peitos. Acho que é a coisa menos elegante que já vi na minha vida. Essa é a noite quando todos os esquisitos aparecerem de qualquer forma. — Nós devemos apenas, você sabe, tem uma espécie de uma coisa... compatível. — Dax aperta o nariz e outro pensamento estranho passa pela minha cabeça. Fofo. Fofo? Desde quando eu penso que um cara pode ser gostoso e fofo ao mesmo tempo? Não desde o colegial. — Como ferormônios ou qualquer outra coisa? — Ou que seja, — eu digo com uma risada, e Dax abana a cabeça, batendo com as costas contra a parede e dando uma olhada nos bolsos. — Finja que eu não disse isso, ok? Eu rio. — Fechado. Enquanto você finge esta coisa entre nós... — gesticulo no ar à minha frente e depois encolho os ombros. — Eu não posso ficar presa em qualquer tipo de aventura ou drama ou qualquer coisa assim. Te beijar só provou que agir assim seria um erro. ~ 80 ~

— Um enorme, — Dax concorda, os olhos caindo para a linha no meu decote. Inconscientemente, eu levanto a mão e escovo as minhas unhas coloridas em toda a minha pele. Eu forço meu braço para baixo ao meu lado e tento agir como eu faria com qualquer outro cara. Eu os deixo olharem... Olharem, desde que eles não toquem. Quer dizer, há um motivo para os implantes de mama, certo? E modéstia não é minha praia. Vou posar nua numa revista deste mês. Então por que me sinto toda quente e perturbada quando os olhos do Dax apanham a minha pele? — Amigos, então? — ele me pergunta e estende uma mão para eu apertar. Nenhum de nós comenta quando não tomo sua mão. É tão ruim assim. Não quero nem tocar esse cara. Isso é totalmente louco. Ugh. — Amigos, — eu digo, mas não pretendo ser isso dele. Eu vou entrar aqui, consertar a merda do meu irmão e sair. É isso. É. Isso. As palavras de Lola continuam ecoando ao redor em minha mente. Bem, tolinha, continue dizendo isso pra si mesma.

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— Ei, cara, — diz Turner, se aproximando de mim no corredor na manhã seguinte. Kash revira os olhos e mete o dedo na garganta, mas Turner nem sequer vê isso. Aposto que ele nem sabe o nome de Kash. Eu tento não olhar para ele, mas a sua presença é uma espécie de... comando. Mesmo que eu me despreze em admitir isso. Poderia ser um líder de uma seita ou algo assim. O cara tem um carisma assustador. — Bom dia, Turner, — eu digo quando eu paro em frente ao elevador e aperto o botão para baixo. Ele está vestindo estes jeans pretos que estão cobertos de buracos, desgastados e totalmente apertados. E ao contrário de Hayden, eu não acho que ele comprou isso desse jeito. Eu penso na conversa que Wren, Kash e eu tivemos uma vez quando tentei descobrir onde ele enfiava seu pau. Eu realmente não vejo como poderia caber tudo lá dentro. A não ser que seja muito pequeno, eu penso nisso com um sorriso privado. Turner não se apega a nada. — Então, L.A em três dias. Você está animado? — Não tão animado como você, — eu digo a ele quando eu passo para o elevador e tento colocar distância. Turner segue perto de mim, de pé, com seu braço perto do meu. Eu não tenho nenhuma ideia do que está acontecendo, mas acho que somos amigos fodidos agora? Ele não está olhando para mim com aquela explosão de vermelho de ontem. De alguma forma, brigar com Turner me fez gostar mais dele. É estranho pra caralho. Me pergunto brevemente se o ácido que usei ontem à noite ainda está me afetando? Talvez eu esteja alucinando. — Honestamente, eu estou um pouco apavorado. Se Stephen vai fazer uma grande jogada, ele vai estar lá. — Sim, bem, foda-se ele, — Turner diz, afastando semanas e semanas de tortura com um movimento simples com os dedos tatuados para cima. — Tenho coisas mais importantes para me preocupar. — eu estou saboreando um gole de café frio do copo de isopor na minha mão. ~ 82 ~

Mais importante do que atiradores e ameaças de morte. Interessante. — Estou propondo a Naomi. — eu espirro o café pelo nariz e gemo enquanto eu tento desesperadamente limpá-lo da minha camiseta branca. Merda. Hoje é a entrevista na TV. A entrevista de TV ao vivo. Jesus Cristo. Posso ter a porra de uma pausa? Kash assobia e se afasta, colocando a mão na parte de trás de sua cabeça e de frente para as portas. Assim que ele abre, eu estou preso tentando descobrir o ponto desta conversa. — Propor? — eu pergunto e eu tento não soar como um idiota. Mas eu realmente odeio esse homem. Não é fácil. Eu olho para o rosto dele, a fina linha de delineador em volta dos olhos, seu piercing na língua. Quando ele fala, seu piercing na língua pega um raio de luz do sol da janela que joga na minha cara como um insulto. — Sim. Eu vou colocar um anel e bebês Turner dentro dela. — eu me sinto mal fisicamente, neste momento. Esse filho da puta. Eu olho para ele diretamente no rosto e tento descobrir se ele está jogando um jogo aqui. Mas eu não penso assim. A única coisa boa sobre esse cara é que ele não perde as estribeiras ou essa merda. Se ele está aqui, é por uma razão genuína. Isso torna as coisas ainda piores para mim. Brayden Ryker sorri para nós quando nos aproximamos das portas da frente, mas ele não parece tão feliz. Eu tenho medo de perguntar se alguma coisa aconteceu. Ter ele ao redor parece nos fazer preguiçosos. Como se ele estivesse cuidando das nossas merdas para nós. Ou melhor, as merdas de America. Eu culpo ela sobre tudo isso. Eu nunca vou dizer isso em voz alta, mas é verdade. Se ela tivesse lidado com isso quando deveria, nós não estaríamos nesta situação. Em vez de correr de Stephen, ela deveria ter o confrontado. — Por que você está me dizendo isso? — pergunto a ele, cruzando os braços sobre as manchas de café na minha camisa. O copo de isopor amassa na minha mão. — Para esfregar sal nas minhas feridas? — Turner apenas dá de ombros e saca um cigarro. — Eu pensei que você estava bem com isso? Você está em Sydney agora, certo? — Acabei de conhecê-la. Outro encolher de ombros.

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— Sim, mas vocês têm aquela coisa, sabe? — diz ele, ficando entediado com a conversa e dando um passo atrás. Turner mexe ao redor com os dedos. — De qualquer forma, eu queria pedir a sua ajuda. — Que ajuda? — eu perfuro ele, meus olhos passando rapidamente para trás e para a frente do elevador para o rosto de Turner. A última coisa que eu preciso agora é que Naomi ou Sydney tropecem nesta conversa. Ele suspira como se ele estivesse completamente cansado por ter que responder a pergunta. Quando ele põe a mão no meu ombro, eu arrepio. — Cara, você e Sydney são quentes para o outro. Pessoalmente, eu acho que é nojento. O pensamento de vocês dois transando como coelhos me faz querer vomitar, mas eu decidi que é legal. Trey, também. Ele diz que você é de ouro. — Então, eu tenho a porra da sua permissão? — pergunto a ele, levantando minha sobrancelha e tentando manter o meu corpo parado. A última coisa que eu preciso é entrar em outra briga. Meu corpo todo dói. Turner levanta uma sobrancelha e balança a cabeça de seu queixo para mim, como se eu fosse seu irmão ou algum merda. — Sim. Sinta-se livre para atracar seu navio no porto de Sydney. — Esse é o tipo de decisão minha para fazer, você não acha? — pergunto a ele, mas ele apenas ri. Foda-se esse arrogante, bastardo. Eu estou tão enjoado de Turner Campbell. Ele é simplesmente... ele me faz querer gritar. — O dela e o meu. Se eu quero foder Sydney Charell, então eu não preciso de sua permissão para fazer isso. — Provavelmente não é uma conversa que eu estava destinada a ouvir? — Sydney pergunta por trás de mim. Eu estava tão ocupado olhando para o elevador que eu esqueci as escadas. Jesus Cristo, eu gemo e desvio, jogando o meu copo no lixo quando eu enrolo meus dedos ao redor da borda. — O que você acha Naomi? — ela continua, fazendo meu estômago doer e meus olhos apertarem. Que ótimo. — Culpe Turner, — diz ela, se movendo por mim e pisando o mais próximo possível das portas de vidro quando os guardas deixam ela ir. Anéis de fumaça escapam de seus lábios e ricocheteiam ao redor da janela em seu rosto. — No entanto, a conversa provavelmente foi virada dessa maneira por causa de sua boca grande. — Nós estávamos tendo uma conversa de homem para homem, certo, Dax? — ele me pergunta quando eu levanto a minha cabeça erguida e olho para a Naomi. Ela não está olhando para mim, mas para ~ 84 ~

fora da janela em um grupo de homens agrupados em torno de um caminhão de entrega. Brayden ainda está aqui, fazendo algo em seu celular, então eu acho que não tem nada para me preocupar. — Eu espero que você não se importe se eu for junto de novo? — Sydney pergunta, tirando minha atenção de volta para ela. Eu desejo que não tivesse olhado. Suas tatuagens estão contra sua pele pálida e camiseta branca, esticadas através de seus seios fartos. Uma sugestão de uma barriga espreita para fora por baixo, piscando aqueles perfeitos abs novamente. Suas pernas estão encerradas em um par de jeans lavados tão apertados que eles poderiam muito bem ser de Turner. E os sapatos? Algo sobre essas coisas altas e vermelhas me faz querer chorar. — Lola está vindo, também, e ela me perguntou se eu poderia te fazer companhia. — Sydney pega um cigarro e mantém o ciclo de fumaça indo no lugar. Naomi sempre costumava brincar que a banda que fuma unida, permanece unida. Até agora, parece que ela está certa. — Isso é bom, — eu digo, tateando sobre as minhas palavras de forma que Turner nunca faria. Eu odeio continuar me comparando a ele, mas é difícil não quando ele está parado aí. — Eu quero que você venha. — Aposto que você quer, mano, — Turner diz, e eu tenho que deixar minha cabeça cair para trás para manter a calma. — Dax? — o sotaque irlandês de Brayden desenha meu queixo de volta. Logo de cara, eu fico preocupado. Ter ele me chamando pessoalmente não pode ser bom, pode? Eu engulo em seco e me concentro em seu cabelo vermelho, em vez do brilho em seus olhos. — Posso falar com você em particular por um momento? — Você pode falar comigo, Brayden. Esse é o negócio, — brinca America, pisando fora do elevador em um terno preto com uma gravata azul e um par de sapatos perfeitamente polidos. Há um único fio de cabelo loiro fora do lugar, girando para cima e sobre sua orelha direita. É apenas perceptível porque o resto do seu cabelo está penteado para trás em um coque severo. Não é bom. Não é bom em tudo. Eu olho para trás em cima do meu ombro para Naomi que ainda está estudando aquele caminhão de entrega, aquele cercado por caras de jeans e camisetas. Provavelmente, os homens de Brayden, certo? Foda-se. — Apenas diga logo, — eu sussurro, sentindo todo o meu corpo sair em arrepios. — O que é? — eu penso no meu pai, e eu me sinto subitamente doente. Ele está morto? Ele não pode estar morto. Por mais que eu digo que eu odeio o homem, eu não quero que ele vá sem saber ~ 85 ~

como eu realmente me sinto, sem saber como ele realmente se sente sobre mim. Eu acho que ele me odeia, realmente me odeia, mas e se eu estiver errado? Por favor, não deixe que ele vá. Minha mente começa a reciclar filmagens da experiência de Ronnie com Stephen. Eu não quero ver sangue. Eu poderia ter tatuado respingos de sangue no meu braço esquerdo, mas isso não significa que eu quero fazer disso uma realidade. Um segundo depois, o telefone no meu bolso começa a tocar. Ninguém nunca realmente me liga. Afinal de contas, a minha família me odeia, e meus amigos estão todos em turnê comigo. Então, quem seria? A única vez que alguém liga é se meu pai que está com raiva de mim. Eu poderia ter vinte e três anos, mas eu ainda temo a decepção em sua voz. Com certeza, quando eu tirar isso do meu bolso, vai ser ele. — Você pode querer esperar para atender isso, — diz Brayden, e eu realmente não gosto do tom da voz dele. Meus olhos deslizam para a cara mal-intencionada de America e sobre Sydney. Ela parece preocupada comigo, os olhos azuis como duas piscinas de calma diminuindo rapidamente nesta sala. De repente eu tenho esse desejo desesperado de estar junto de alguém, ter alguém para correr quando eu tiver problemas, para ficar durante a noite. É um grande tapa na cara, que eu quase recuo. Tenho ainda mais razão para ficar longe dessa garota. A última coisa que eu preciso fazer agora é virar uma aventura sensual em um relacionamento apenas por uma questão de ter alguém. — Tudo bem, — eu digo a mim mesmo, como eu sempre faço para algo ruim. Eu posso passar por isso. Eu nasci em sangue, nascido em assassinato e ódio. — Qual é o dano? — Venha comigo, por favor, — diz Brayden, acenando com a mão para seus homens para abrir as portas de vidro. Eu passo, questionando o olhar de Naomi e paro na calçada quente. Eu tenho essa sensação estranha de que nesta área está se preparando para mais uma tempestade. Eu não posso esperar para sair de Oklahoma. — E, por favor tente entender que isto é simplesmente uma tática de medo. — Brayden faz uma pausa no para-choque do caminhão de entrega e os seus homens se viram sem uma palavra, todos os olhares treinados em mim. Todos os seus olhares cheios de simpatia. — Stephen gosta de se colocar em produções. Ele quer ver a reação de vocês. Esse é o ponto dele. Se ele simplesmente quisesse todos mortos, vocês provavelmente estariam.

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America tem essa carranca torcida em seu rosto que desaparece rapidamente quando ela vê que eu estou olhando para ela. Mas ela não pede desculpas ou dá desculpas. Se ela fizesse, ela não seria a America Harding. — Basta lembrar, ele quer que você surte. Tente manter a calma aqui e nós vamos passar por isso juntos. — Brayden agarra o punho no lado esquerdo do caminhão e se joga para cima para o espaço frio, escuro. Há caixas de tomate de um lado e latas de coca, por outro. No meio de todos os alimentos, há uma caixa longa, de madeira, com a parte de cima. Eu posso sentir o cheiro da terra a partir daqui. Logo de cara, eu sei que isso vai ser pior do que eu pensava. Dou um passo para trás e engulo em seco. Brayden me observa de dentro do caminhão, esperando pacientemente para eu me juntar a ele. Eu gostaria que ele apenas me dissesse o que está lá dentro, mas eu sei que eu nunca vou me perdoar se eu não olhar. Seguindo em frente, eu empurro essa aura de calma para baixo sobre os meus ombros, travando as minhas emoções em uma camada de gelo. Minha mão treme ao redor do metal, e eu me puxo para cima. Leva um segundo para que meus olhos se ajustem à penumbra, para superar a desordem em torno de mim. O cheiro de melões excessivamente maduros pendura exageradamente no ar, grosso e pesado como carne podre. Eu pisco algumas vezes e olho para baixo na caixa. Meu coração para de bater e meu telefone continua tocando. Minha respiração começa a entrar em pequenos soluços e o mundo ao meu redor gira. — Oh meu Deus, — eu sussurro, tentando o meu melhor para não cair. Se eu fizer, se eu tombar para a frente e tocar... tocar nisso... tocar nela, e eu nunca vou recuperar. Nunca. Nunca. — Oh. Meu. Deus. — Não leve para o lado pessoal, — Brayden sussurra, mantendo uma mão em uma prateleira de metal cheio de produtos. Meu olhar se encaixa a partir da caixa de seu rosto e, em seguida, de volta. Pessoal? Pessoal? Como eu não posso levar isso pro pessoal? Um momento depois, eu ouço as portas do hotel se abrem atrás de mim. Quando eu olho para cima do meu ombro, eu vejo Hayden Lee olhando diretamente para mim. Seu rosto está triste, mas seu olhar está claro. Eu te dei uma chance e você estragou tudo. Ou você está comigo ou contra mim. Me viro de volta para a caixa. Para o esqueleto no interior. Me viro para trás e olho diretamente para as órbitas vazias de minha mãe.

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— Pai, eu sinto muito. Minhas costas atingem a parede do banheiro e eu deslizo, até que eu estou sentado no chão, no azulejo azul com uma mão segurando meu rosto, a outra tem o telefone agarrado apertado. Graças a Deus eu estava usando luvas hoje. O plástico está tão quente na minha mão que parece que ele poderia queimar. O silêncio do outro lado da linha é absolutamente ensurdecedor, me fazendo desejar como o inferno que ele estivesse gritando para mim em seu lugar. — Eu não sei se eu tenho alguma coisa a dizer para você, rapaz. — eu não sei o que eu devo dizer a ele também. Honestamente, eu acho que eu poderia estar em choque agora. Stephen teve alguém desenterrando o corpo da minha mãe? Ou Hayden. Poderia ter sido Hayden. Eu aperto o telefone tão duro, que eu ouço um estalo e tenho que forçar meus dedos para relaxar. Os olhos escuros do esqueleto continuam olhando para mim no fundo do meu cérebro. Os ossos, que poderiam ter pertencido a ninguém, mas não aquele vestido. Estava em péssimo estado, com certeza, mas eu podia reconhecer o vestido de um único pedaço. Minha mãe morreu e foi enterrada em seu vestido de casamento. Eu sei disso porque esse foi um dos temas quentes da minha família. Isso, e metade das fotos que meu pai manteve ao redor eram desse dia. — Tudo que eu quero é a minha esposa de volta em seu lugar de descanso. — A voz de Arnold McCann racha um pouco sobre a palavra esposa, mas sua ira nunca vacila. Isso é minha culpa, de acordo com ele. Eu fiz isso. Eu trouxe isso em mim mesmo. E eu pensei que poderia ter uma chance de recuperar algum tipo de relacionamento? Hah. — Claro que eu vou descobrir uma maneira de levá-la de volta para você, pai. E eu espero que você saiba que eu não queria que isso acontecesse. — Arnold ri de mim, nunca um bom sinal. Ele é o tipo de homem que está sempre com cara vermelha e fechada. Eu nunca o vi sorrir, e ele só ri quando ele está perto de quebrar. — Se eu descobrir que isso foi parte de algum ritual satânico doente, eu juro por Deus, meu filho, eu vou fazer você querer que estivesse enterrado com sua mãe. — eu fico olhando para a porta na ~ 88 ~

minha frente, focando minha atenção sobre o bloqueio de prata, para que eu possa manter a sanidade. Se eu manter minha mente sobre isso, o extraordinário vai desaparecer, certo? Eu deixo cair um braço para o meu colo e olho para a tatuagem de esqueleto perto do meu cotovelo. Eu gosto de horror, filmes escuros, livros torcidos, mas quando se trata da coisa real? Eu definitivamente prefiro deixar os mortos a seis pés debaixo da terra. Eu umedeço os lábios e tento descobrir o que dizer em resposta a isso. Não, eu não adoro o diabo, acredite ou não. Só porque eu uso preto não faz de mim um cortador de animais psicótico que está sempre à procura de sua próxima vítima. Mas seria inútil tentar dizer ao meu pai isso. — Eu poderia levá-la de volta para você. Você está apenas cerca de uma hora e meia de onde estamos agora. — o pensamento de voltar para Tulsa faz mal ao meu estômago. Eu não quero ver minha família, não agora. Talvez nunca. Eles não vão me perdoar por esta merda. Assim como eles nunca me perdoaram pela morte de minha mãe. — Traga ela em uma única peça, Dax. Você me entende? Se eu descobrir que ela tem sido profanada de qualquer forma, eu juro pela minha alma, eu vou te matar. E então ele desliga na minha cara. — Porra. — eu olho para o meu telefone por um minuto, giro na minha mão enluvada, e depois jogo ele tão duro quanto eu posso contra a parede traseira. Ele quebra contra o azulejo e cai em pedaços, a maioria dos quais pousam bem dentro do vaso sanitário. Blair aparece com a cabeça, mordendo o lábio e olhando como se ela preferisse estar em qualquer lugar, menos aqui. Eu não a culpo. Qual é o próximo? Stephen ou um de seus comparsas vai trazer outro corpo? Entregar com uma nota para o nosso próximo show? Ou será que não foi criativo o suficiente? — Dax? — ela pergunta timidamente, sua voz ecoando em todo o banheiro vazio. — Você está bem? Eu não respondo à pergunta. Por que deveria? É um absurdo mesmo. Estou certo? É claro que eu não estou bem. O corpo da minha mãe está do lado de fora em um caminhão de entrega de alimentos, uma prateleira para baixo dos malditos picles. E o que é pior? Meu pai sabe disso. E ele me culpa por isso. Eu não posso dizer a ele toda a merda que está acontecendo, então é isso. Isso pousa sobre meus ~ 89 ~

ombros. E por quê? Porque eu disse a Hayden não quando ela perguntou se eu queria uma escrava sexual? Isto é tudo sobre ela. Eu sei que é. Porra, eu sei disso. Eu não estou bravo com Blair, então eu saio do banheiro, passando por ela e atacando para baixo o pequeno corredor até que eu estou de volta na sala. Hayden Lee está sentada lá, inocente como o dia é longo, cílios rebatidos gentilmente, a boca ligeiramente aberta. — Eu te dei uma chance quando ninguém mais poderia, — eu digo a ela, observando-a, procurando na sua expressão algum sinal, algum sinal de que ela está me ouvindo. Ela se vira para mim, mas tudo que eu vejo é um ato. Sua expressão se mantém neutra e os dedos atingem seu emaranhado de cabelo preto. Não ajuda que ela está usando um vestido branco que flui ao redor de seus tornozelos quando ela se levanta. Ele parece a ilusão da inocência. — Dax? Eu não sei o que você está falando, — ela começa, mas eu a corto. Eu aponto meu dedo para Hayden e eu não gosto que todo meu braço esteja tremendo. — Eu senti pena de você, — eu digo, me esquecendo que há mais gente na sala, além de nós. Eu não posso nem ver além da neblina violeta da minha raiva. Está nublando tudo, obscurecendo o pensamento racional, tomando o controle de mim de uma forma que é realmente um pouco assustador. Eu não sei o que eu vou fazer ou como parar. A minha primeira reação é a de implodir. Eu fui ensinado desde cedo que uma expressão externa de desaprovação é como pedir para ser ferido, atingido, abusado. Mas eu estive no oposto ultimamente, saí desse ciclo de abuso e fui para outro caminho, um mais perigoso. Agora eu quero explodir. Aparentemente, o mesmo acontece com Hayden. — Desculpe-me, — ela começa com a voz subindo de tom a cada sílaba, utilizando esses pulmões cheios de capacidade. — Você sentiu pena de mim? Dax, você não poderia lidar comigo, não em seus mais loucos sonhos de merda. A única razão pela qual você não está comendo na palma da minha mão é porque eu deixei você ir. Você tem sorte de que tudo isso é o que você tenha conseguido até agora. Eu poderia ter feito as coisas piores, muito piores. — Será que estamos caindo em pretextos aqui? — America pergunta, dando um passo a frente. Percebo que ela não vem entre Hayden e eu. — É hora de falar sem rodeios? — nós dois a ignoramos. ~ 90 ~

— Eu estava junto de você, apesar de ter sido difícil. Mesmo que tomando merda por isso. Eu acreditei em você, mesmo quando eu sabia que não deveria. Então me diga, Hayden, o que é verdade e o que não é? — eu fico olhando para ela, esperando que o ato arrogante vá desaparecer e as suas verdadeiras cores vão se mostrar. Aqui estou eu, ainda rezando para que ela vá mudar. Desejar o melhor, nem sempre funciona, não é? — Isso não importa, Dax, — ela geme, dobrando os joelhos, batendo uma mão na outra. Seu rosto está tenso e sua boca está flácida, puxando para baixo do seu rosto como se tivesse sido ponderada. — Não importa. É tarde demais, e eu te amei, e eu tentei. Eu realmente tentei. — Bem, você não se esforçou o suficiente, — eu agarro ela. Ela foi enganada, manipulada para se juntar ao inimigo e ao invés de lutar, ela o abraçou. É uma técnica de sobrevivência, eu entendo. Confie em mim, eu entendo. Mas por que, quando você tem a oportunidade, você não iria pelo menos tentar tomar de volta a sua vida? Por que apreciar as coisas que você é forçado a fazer? — E quanto a sua filha? — pergunto, derramando o seu segredo para o ar da tarde com uma corrida de sangue para meu cérebro. A pulsação na minha cabeça fica tão alta que é difícil para mim ouvir claramente. Eu acho que há pessoas falando em torno de mim, mas isso é fácil de ajustar. — E quanto a Cassie? Você veio até aqui, então por que desistir agora? Hayden sorri como se ela pudesse ligar menos. Mas eu sei que ela se importa, e isso não é ela. Isso não é verdade. É tudo uma fachada, e isso está fazendo mal ao meu estômago. — Oh, eu não vou desistir, Dax, — ela sussurra, sua voz cruel. — Eu só estou desistindo de você.

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Os saltos de Hayden soam bem alto através da sala quando ela faz sua saída dramática, deixando Dax uma bagunça balançando atrás dela. Ele mal chegou ao conjunto de cadeiras de couro preto contra a parede antes que ele entrasse em colapso. — Ela tem uma filha? — Naomi pergunta, parecendo que está recheada até as guelras com perguntas. Tivemos uma boa conversa até aqui, e eu realmente acho que ela é uma garota legal, mas eu também posso ver que Dax está perto de um precipício sem retorno. Estive lá muitas vezes, é fácil para mim reconhecer sua expressão. Eu já vi isso no espelho: os olhos vazios, as bochechas ocas, a mandíbula tremendo. Três vezes meus dedos contaram até que eu finalmente reuni minhas merdas, atirei o cachimbo de crack e quebrei o ciclo. Sim, toda essa coisa de inspiração é uma merda, não é? — Hey. — eu me movo para Naomi e coloco minha mão em seu braço, enrolando meus dedos delicadamente em torno de seu bíceps, até que ela se vira para olhar para mim. No início, seu rosto parece perfeitamente simétrico, como se tivesse sido esculpido pelas mãos dos deuses, mas quando a luz atinge apenas o ponto certo, a luz passa através do vidro na parte da frente do prédio e corta as sombras ao meio, eu posso ver que o nariz dela é um pouco torto. É bom saber que mesmo ela pode ser falha. — Relaxe. Nós vamos descobrir isso. Talvez devemos dar a ele um minuto? — Naomi me olha como se eu tivesse brotado duas cabeças. — E quem é você a propósito? — ela exige, arrancando o braço da minha mão. Eu sou a nova garota sobre o bloco, eu entendo. Mas às vezes, quando você está nisto profundamente, uma vista de cima pode ser uma coisa boa. Eu tenho uma perspectiva completamente diferente sobre a situação aqui. Além disso, eu não quero ser uma vadia ou qualquer coisa, mas se os rumores são verdadeiros (e eles sempre são), então Naomi não notou a atração de Dax por ela até muito

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recentemente. Eu vi um momento. Nada contra Naomi; eu sou apenas uma pessoa perspicaz. — Só alguém que reconhece um surto psicótico quando vê um. — Naomi faz uma carranca para mim e isso não é uma visão particularmente positiva. Ela enfia um pouco de seu cabelo loiro atrás das orelhas com um golpe de garras, rangendo os dentes quando ela olha de volta para Dax e depois novamente para mim. — Você não tem ideia do quão profundo isto vai, — ela sussurra aos berros. Nunca ouviu falar da prática? Sorte sua. Procure isso. É assustador. Sua voz soa como um demônio no auge da paixão. Bonita, mas assustadora também. — Essa coisa entre Hayden e eu. Apenas dê o fora e me deixe em paz. Vou perguntar tantas perguntas malditas como eu quero. — Mi, pare. — é Dax, sentado com a cabeça entre as mãos, os cotovelos sobre os joelhos. — Não jogue sua raiva sobre ela, ok? Se você quiser ficar com raiva de alguém, fique com raiva de mim. — Você? — Naomi explode, Milo Terrabotti faz uma pausa no meio do caminho quando ele sai do elevador. O sorriso no rosto dele morre instantaneamente. Qualquer que seja a boa notícia que ele tinha que compartilhar, tem sido ofuscada pela mortalha que está pendurada acima deste quarto. — Você? Eu não estou brava com você. É Hayden. Sempre foi Hayden. Porque continuamos deixando ela sair com esta merda? Não é como se ‘Tyler’, — Naomi faz aspas com os dedos. — Não sabe que estamos conscientes de sua verdadeira identidade. Não é como se fosse um segredo que estamos enroscados nessa porcaria, então por que continuar a jogar os jogos dela? — Naomi gira em sua manjedoura e se levanta perto do rosto dela. — Se ninguém morrer aqui, é sobre você, America. Isto é tudo sobre você. — Naomi parece querer bater nela, mas ela não o faz. Escolha inteligente. America não parece o tipo de pessoa que iria tomar isso calada. — Pelo menos todos podemos parar de fingir agora, estou certa? — America ajusta a tipoia no braço e olha atentamente para Milo, seus olhos azuis deslizando em suas íris como holofotes. Eu não gostaria de ser pega no brilho dela. — Todo mundo aqui sabe, ou pelo menos tem alguma ideia do que estamos lidando. — A filha de Hayden, — Naomi repete, ignorando os comentários de sua empresária. Ela se abaixa na frente de Dax e coloca a mão em seu joelho, olhando sob a cortina de cabelo escuro que cobre o rosto dele. Meu estômago torce no meu intestino, mas o que é que eu vou ~ 93 ~

fazer? Lutar com a garota? Eu fico olhando para a tatuagem Real Ugly que espreita para fora da frente de seu jeans. — Quantos anos? — Mais tarde, Mi, — Dax engasga, erguendo a cabeça para cima e se inclinando para trás na cadeira. — Eu não posso fazer isso agora. — Quantos anos? — Naomi rosna novamente. America apenas suspira e levanta as mãos, girando nos calcanhares e se afastando antes de colocar a mão na testa. Todos os outros apenas estão observando, espionando a conversa, à espera de alguém para dar a eles algumas instruções. Pelo que ouvi, só Turner, Naomi, Dax, Ronnie e Lola estão em todos os detalhes. Os outros estão apenas flutuando, recheados de desinformação e meias-verdades. Não sei se este é o caminho que eu iria sobre as coisas, mas então, eu acho que é por isso que estou aqui para ajudar. Se eles tivessem todas as merdas juntas, eles não precisariam de mim. — Eu não sei. Quatro, eu acho. Cinco? Eu não consigo pensar direito agora. — Dax pega um cigarro e acende. — O pai? — Naomi pergunta, a voz tensa e à beira de quebrar. Turner olha atrás dela, os olhos fixos em suas costas, punhos apertados em seus lados. Mas ele não se move. Bom garoto. Pelo menos ele está aprendendo. Dax sussurra algo que eu não posso ouvir e os olhos de Naomi ficam enormes, abrindo o rosto duro para o mais breve dos momentos. Isso é puro choque bem ali. — O quê? — ela pergunta, mas não porque ela precisa de esclarecimento. Seja o que for que Dax acabou de dizer, está soprando a porra da mente dela. — O quê? — E.R.I.C, — Dax rosna, agarrando os braços da cadeira e apoiando a testa na direção dela. — Eric. Eric. Eric. Seu irmão adotivo, o que você nunca disse nada dele para nós. Aquele cara. Eu não sei nada sobre ele, exceto isso. Você quer saber onde Cassie está agora? Você tem alguma ideia? — Naomi fica para trás dura, caindo sobre sua bunda, ali mesmo no chão, as pernas abertas na frente dela, o cabelo loiro escapando de trás das orelhas e caindo para ocultar seu rosto. — Stephen. — É isso aí, ela estava fodendo com Stephen. Então, sim, Hayden é fodida e ela é uma vadia estúpida, e ela faz escolhas erradas. Mas suas mãos estão atadas, Mi. Ela tem uma filha em quem pensar. Agora, se vocês me dão licença, eu tenho que ir levar o corpo de minha mãe de volta para Tulsa. — olhando as tatuagens florais do cara, seus olhos verdes musgo, a tensão ao redor dos lábios, com o cenho franzido. — Se eu puder? ~ 94 ~

— Você quer dizer se é fisicamente possível? É questionável. Eu teria que fazer uma escolha entre você e o resto do grupo. Eu particularmente não gosto de fazer isso. — um Brayden carrancudo coloca a mão no queixo enquanto ele considera as circunstâncias. — Legalmente, ele está andando nessa linha fina, mas desde que o seu pai não informou sobre o corpo ausente, provavelmente pode ir longe com isso. — Isso não está acontecendo, — diz America, virando ao redor e marchando seus saltos pelo chão até que ela está em pé sobre o único tapete. — Nós temos uma entrevista ao vivo agendada para hoje. Não tem como fazer um novo agendamento. E eu não me importo se a sua família mora a duas horas daqui ou cinco minutos. Não faz diferença. Podemos arranjar outra pessoa para fazer isso. Dax parece ferido, mas ele não diz nada. Acho que ele ainda está em choque. Eu sei que eu teria ficado. Eu não sei como a mãe dele faleceu, mas a minha morreu no cumprimento do dever. Está certo. Minha mãe era a porra de uma policial. Interessante como as maçãs podem cair tão longe da árvore, não é? Eu acho que os genes do pai correm fortes em nós. Eu respiro fundo e sigo em frente, também, fazendo uma pausa ao lado de America. Gosto da maneira como os olhos de Dax se fixam em mim, mesmo que não deveria, mesmo que esse é provavelmente o momento mais impróprio para estar pensando em algo parecido. — Deve ser a sua escolha, — eu digo e todo mundo se vira para olhar para mim. Todos com exceção de Naomi. Tenho certeza que ela ainda está processando as informações. — É sua mãe, sua vida, sua decisão. — Eu não quero ser rude, Srta Charell, mas você não tem um pole para subir? Por que ainda está aqui? — uau. Que mega puta. Fico feliz que ela não seja a empresária do meu irmão. Eu não posso imaginar que eu poderia coexistir no mesmo ambiente que ela por mais de cinco minutos. E eu duvido que ela me enviaria flores ou me chamaria apenas para conversar. Milo é a melhor opção, obviamente. — Bem, você é rude, e eu não levo desaforo de cadelas burguesas, então vá se foder. — as palavras escapam da minha boca em uma corrida. E lá estava eu, tentando ser politicamente correta e tudo mais. Normalmente, eu sou boa em segurar minha língua, mas há apenas algo sobre toda esta história que realmente me incomoda. Então Ronnie diz que America e Travis tiveram uma coisa? Eu não posso em meus sonhos mais loucos imaginar os dois juntos. Travis era o tipo de cara ~ 95 ~

que ia passar uma tarde inteira decorando a parede de seu apartamento com capas de discos antigos. Ele faria aulas de culinária francesa às escondidas e depois surpreenderia a todos cozinhando algo totalmente diferente como escargot. Isso era Travis. Travis não andava com cadelas de colarinho branco. Eu posso ver porque todo mundo culpa esta mulher pela situação atual. Na verdade, eu a culpo, também. Se ela realmente estava com Travis, então ela o deixou para baixo, colocando seus melhores amigos em perigo, ao longo de sete anos após sua morte. A sala fica em silêncio, literalmente. Eu nem sequer ouço uma única ingestão. — Você está no comando aqui? — America me pergunta, como se ela não tivesse ouvido minhas palavras, como se ela fosse imperturbável, a perfeição. Eu não compro isso nem por um segundo sequer. Os dedos da mão esquerda dela estão inquietos e sua sobrancelha direita está um pouco mais fina do que a esquerda. Uma diferença pequena, quase imperceptível, mas em alguém assim, alguém que prega a perfeição, é uma oferta inoperante. America está tão perto de rachar. — Você tem um especialista em segurança nacional? — ela aponta distraidamente para Brayden. — Ou um músico? — ela continua olhando para mim, e eu olho de volta. — Não? O que você é, então? Uma sanguessuga. Uma menina desesperada pela fama, pela atenção, dinheiro. Uma stripper sem passado e sem futuro. — America, — Turner alerta, mas eu não preciso de sua ajuda. Eu nunca preciso. — Pelo menos eu não estou sozinha, quebrada e amarga, — eu sussurro, as minhas palavras agarradas ao silêncio como teias de aranha. Lamento tão logo que eu digo isso, mas não há como levá-las de volta. America não reage, mas eu sei que ela me ouviu. E ela sabe que estou certa. Nem sequer importa realmente que eu diga isso, porque é verdade. Essa é a parte que dói mais do que qualquer outra coisa. Eu não estou fazendo uma impressão muito boa sobre este grupo, estou? — A entrevista. Depois disso eu não poderia ligar menos sobre o que ele faz. Enquanto ele ainda está vivo, com os braços permanecendo intactos e no avião para L.A. — America se afasta rapidamente, passando por mim e para fora das portas dianteiras. Olho para Dax, olhando para mim, e minha garganta fica seca e meu estômago começa a doer. Eu acho que ele provavelmente teria se levantando sozinho, mas eu não podia ajudar. Há apenas algo sobre ele que eu gosto, algo que eu sinto essa necessidade desesperada de proteger. Eu não poderia te dizer ~ 96 ~

o que é. E não é só porque eu me sinto atraída por seu taco de hóquei. Não apenas porque o seu beijo congelou meu espírito no lugar, me fez desejar que eu fosse estátua então eu nunca teria que sair daquela posição. Não é só porque eu me masturbei pensando nele na noite passada. Definitivamente não é isso. — Ela nunca vai deixar isso passar, sabe? — Dax me diz, mas pelo menos ele tenta um sorriso. Os músculos do meu estômago apertam. Ele é tão... inocente. Mas, de um jeito bom. Não ingênuo, apenas inocente, como se ele ainda acreditasse que há algo de bom no mundo. Isso é viciante. E muito, muito perigoso. — Ela pode guardar rancor para sempre. — Bem, valeu a pena, se isso ajuda você a fazer o que você precisa fazer, — eu digo a ele, e eu tenho que morder a língua para me impedir de perguntar se eu posso ir com ele. Por que eu iria querer fazer isso, de qualquer maneira está além de mim. Talvez eu já estou cansada de estar enfiada neste hotel? É um pouco sufocante, eu admito. Não é como se eu gostasse de tirar a roupa para os homens pervertidos, mas como uma festa todas as noites no clube. Beber, dançar, hormônios. É muito mais tranquilo aqui. Imagino que não foi sempre assim. Indecency é famosa por suas festas e como todos os outros, eu li a fofoca da turnê. Eu sei o que costumava acontecer: sexo selvagem, drogas, bebida. Eu acho que seus espíritos foram apenas esmagados. Baseado no histórico desse cara, Stephen, eu estou começando a imaginar que era esse o ponto o tempo todo. Não há fim do jogo aqui; é tudo sobre a viagem, baby. — Obrigado, — diz Dax finalmente, segurando meu olhar com seus olhos cinzentos estranhos, nos mantendo trancados em uma troca dura por mais tempo do que é realmente apropriado. Uma gota de suor rola na minha espinha, mas em vez de me sentir quente, isso parece como se alguém tivesse deixado cair um cubo de gelo nas minhas costas. Deve ser uma sensação desconfortável, mas não é. É calmante, confortável. Dou um passo para trás e quebro a tensão. Dax imediatamente muda sua atenção para Naomi, fazendo os cabelos na parte de trás do meu pescoço eriçar. Minhas partes de menina não gostam que ele goste dela. Estou atraída por ele, e a parte mais baixa de mim só quer que ele esteja atraído de volta. É tão estúpido que eu me dou um revirar de olhos. Tão feliz que eu decidi não tirar proveito de Sr. Escuro e Perigoso. Eu olho para Naomi, pauso e jogo a Dax uma piscadela que eu espero que ele não veja. Grr, cadela, grrr.

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Fiz minha cabelereira parar o que estava fazendo, para que eu pudesse correr para o banheiro e vomitar. Não tinha nada no estômago além de café e água, então foi horrível. Os músculos do meu estômago se contraíram e relaxaram sem sossego, revirando, tentando me forçar a vomitar algo que não existia no estômago. Vergonha, frustração, raiva. Não acreditava que tinha que me sentar ali, três cadeiras de distância da Hayden Lee e agir como se não houvesse nada de errado. Tinha que enfrentar as câmeras e sorrir e fingir, o tempo todo sabendo que o corpo da minha mãe estava no fundo da van. Só queria que tudo fosse embora. Queria voltar ao estúdio, ou para turnê, e esquecer que isso tinha acontecido. Mas quando e como isso poderia acontecer, era um mistério. Imagino que a única coisa capaz de nos trazer paz era a morte de Stephen Hammergren’s. Seguro a tampa do vaso com raiva e xingo todo mundo que estava no elevador com ele, especialmente Lola. Ela tinha uma arma, uma maldita arma. Porque não atirou nele naquele momento? Poderíamos estar livres dessa merda. Ou quase livres de qualquer forma. Haviam os outros a considerar: Hayden, Cohen, o resto de Ice and Glass. Mas do que adianta um exército sem um general, certo? Me viro e levanto, limpando a boca com o braço. Talvez o inimigo real não fosse só Stephen Hammergren, certo? Talvez seja o segredo que todos enterramos nos nossos corações, como espinhos venenosos, se enfiando na nossa alma. Se eles não tivessem ali, as coisas não teriam ido tão longe. Naomi matou os pais, Lola matou Marta, eu matei minha mãe. Nada disso era mais um segredo. Aposto que Naomi já tinha contado a Turner. E minha família já sabia. Acho que é só minha vergonha de nascer em meio a tragédia. Tiro um saco plástico do bolso. Dentro tem um cigarro, mas não qualquer cigarro. Um baseado. Uma onda. Qualquer merda que você quiser chamar. Estava mergulhado em poeira de anjo. A maioria fuma com folhas de menta, mas porque não ficar doido em dose dupla? Um ~ 98 ~

pouco de tabaco funcionaria também. É minha droga de escolha, mas tento não recorrer a ela ao menos que as coisas fiquem realmente ruins. Como hoje. Me fazer alucinar, me sentir desconectado do corpo. Anestesiar a dor com falsas e meias verdades. Sempre pretendi não ter segredos, mas quando a escuridão começa a tomar conta, consigo vê-los rindo para mim das sombras. Abro o saco e pego o cigarro, procurando nos bolsos por um isqueiro quando ouço passos ecoando no chão do banheiro. — Dax? — a voz pertence a Naomi Knox, uma das últimas pessoas que quero ver agora. A única pessoa que ganharia dela seria Hayden. Suspiro e seguro a porta com minha bota, me focando nos laços vermelhos pendurados nos ilhós. Coloco o cigarro de volta no saco e o coloco no chão. — O quê? — pergunto. Tento não ser insolente com ela. Ela não fez nada de errado. Se apaixonar por Turner era pecado, mas amargura deixa um gosto amargo na boca, certo? Tento deixar o passado para trás. — Desculpa ter pirado com você. Eu só... não consigo acreditar que essa merda continua ficando pior. Fico tentando me convencer que já atingimos o fundo do poço, que agora as coisas só podem melhorar. Aparentemente ainda temos muito lugar para descer. — Naomi pausa enquanto eu passo minha bota no piso, me concentrando nos seus saltos azuis e pretos. Personagens de desenhos estão desenhados em branco por eles, mulheres gritando e zumbis. Tento me lembrar se ela estava usando eles esta manhã ou se o estilista que os escolheu. — E sinto muito por sua mãe, Dax. Realmente sinto. — penso na história que Naomi me disse sobre sua mãe biológica e tento imaginar como seria saber que a mulher que me criou me despreza. Pelo menos eu tenho a fantasia de fingir que minha mãe me amava, que se estivesse viva, as coisas seriam diferentes. — Tudo bem, eu não a conhecia. — nascido errado. Levo os dedos aos meus cílios e tento não imaginar como ela estava no hospital. Será que sabia que eu a estava matando? Se importava com isso? Ela queria trocar sua vida pela minha? — Eu sei, mas também sei que não importa. Sinto muito da mesma forma. E Hayden... Merda. Não posso dizer que concordo totalmente com o que você fez, mas eu entendo. Não sabia que ela tinha uma filha, Dax. Não fazia ideia. E com Eric? — Naomi para, e posso imaginá-la passando a língua pelos lábios. Dessa vez não fico excitado. ~ 99 ~

Acho que não conseguiria nem se tentasse. Tenho certeza que meu pau voltou para dentro do meu corpo. Talvez Pearl gostaria de escutar isso? Clinicamente sou uma mulher hoje. Estou tão enojado agora, sexo é a última coisa na minha cabeça. — Foi consensual? — ela pergunta. Eu suspiro, mas é uma questão legítima, então respondo honestamente. — Ela disse que foi, mas Naomi, não sei se Hayden consegue diferenciar as coisas. Acho que nem ela consegue diferenciar quando está mentindo e quando está dizendo a verdade. — acho que a irmã de Eric, Katie, esperou desde sempre pela chance de se vingar. Não sinto pena de Eric. Na verdade, estou feliz que o fodido esteja morto. Algumas pessoas simplesmente precisam morrer. Me odeie por dizer isso se quiser, mas é a verdade. Se a morte de uma pessoa pode assegurar a segurança e felicidade de centenas de outras, não vale a pena? Quer dizer, Eric estuprou sua irmãzinha. Bile sobe na minha garganta e tenho que virar e agarrar no vaso até passar. — Certeza que está bem? — ela me pergunta, mas estou muito ocupado tentando me controlar para responder. Eca. Talvez ver os ossos da minha mãe está me incomodando mais que eu pensei? Ou talvez seja o pensamento de voltar pra casa. É, talvez seja essa a razão. — Posso trazer algo para você? — ela pergunta, a voz ainda carregada de questionamentos. Tenho certeza que ela quer me perguntar sobre meu baseado. Só de pensar nisso me faz vomitar de novo, procurando por ar enquanto encaro a água suja e rezo para esse dia acabar. Não quero fazer isso. Por favor não me faça fazer isso. Penso no rosto de Hayden, o jeito que a câmera captura os ângulos certos e a faz parecer ainda mais nova. Naomi ainda acha que isso é só minha teoria. Merda, queria que fosse. Queria que isso fosse só imaginação. Mas não. Não, eu vi o rosto de Hayden Lee nas telas. — Estou bem. — minto, pegando uma grande quantidade de papel e enxugando o rosto. Não ajuda. Um frasco de enxaguante bucal não ajudaria. Este gosto de estragado está minha boca, está minha alma. — Naomi. — começo quando acho que ela está para sair. — Obrigado por me contar seu segredo. — ela para por um momento. — Tudo bem. — e então seu passos voltam por onde vieram, me deixando no silêncio. Lá fora, consigo ouvir o movimento dos empregados, o burburinho, a excitação. Deus, se eles soubessem como parecemos olhando de perto, eles não nos idolatrariam tanto. Me ajoelho, colocando as mãos na perna. Tenho que usar um terno hoje,

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por escolha própria. Combinei o blazer com calças de mesma cor e as minhas botas mais velhas. Um pouco de contraste entre os dois. — Eu gostaria de contar o meu. — sussurro. Estarei em Tulsa, então talvez possa visitá-la. Meu segredo é esse. Definitivamente precisarei de um pouco de ajuda com isso. Alcanço o pacote, tentando me convencer que não me sinto como um colegial contrabandeando maconha. Sento e me encosto na porta, acendendo e tragando o doce cheiro do delírio. Só quero ficar devastado agora. Absolutamente devastado. Talvez faça seja mais fácil encarar minhas primas e minha avó. Esperançosamente talvez pudesse entrar e sair com o mínimo de interação social possível. Enquanto fico tentando medir quanto tempo tenho quando eu ouço alguém vir me procurar, a porta abre de novo e ouço outro tipo de pisadas. São diferentes, mais leves. Que coisa estranha de se notar, pisadas. Mas notei. Acho que sou assim. Noto pequenas coisas. Nem sempre são inúteis como parecem a princípio. — Bom lugar para fumar? — Sydney pergunta, e tenho que fechar meus olhos ao som de sua voz. Ela tem esse sussurrar entre as palavras que me dá calafrios. Trago mais uma vez o cigarro e o apago na parede, empurrando o resto de volta para a sacolinha e dentro do meu bolso. Adicione algumas coisas na maconha e ela não apenas te anestesia, mas você consegue ver coisas que não estão lá. Fume muito e você fica psicótico, entra em coma e morre. Coisa legal. Me odeio por tocar nisso. Quero culpar a turnê e as roadies e Wren, qualquer um, por hábito. Mas isso não é típico de Dax. Me levanto e me viro, destrancando a porta e a abrindo gentilmente. Do outro lado está Sydney. Eu amo seu rosto. Não sei por que, mas a inclinação de seus olhos, a curva gentil de seus lábios, sua mandíbula. Aperto as mãos para liberar um pouco da tensão. Até gosto de seu cabelo. Está cortado tão curto, como se pudesse me cortar se eu corresse os dedos por eles. Merda. Olho para minha virilha. Aparentemente estava errado. Ainda sou capaz de ficar duro hoje. Vou até ela e tiro minhas luvas sem dedos, colocando-as no bolso do blazer, e então finjo lavar as mãos, deixando a água gelada correr por minha pele. Não ajuda, mas ao menos foi desconfortável. Meu pau não se importa. Está apenas feliz de ver Sydney. — Desculpa. — solto, mas acho que ela nem está ciente sobre o por que de eu estar me desculpando. Deus, espero que não. Ela se vira para mim, envolvendo um braço sobre a cintura. O movimento levanta ~ 101 ~

ainda mais seus seios, levantando a sua camisa alguns centímetros. Mantenho o olhar em sua pele, usando a espuma para esfregar as unhas. Estavam pintadas de preto, então não é como se você pudesse dizer se estão sujas ou não. — Pelo que? — ela pergunta, olhando para o teto e então de volta para mim. — É um banheiro misto. — Espero que eu não esteja te deixando desconfortável. — digo a ela, forçando um sorriso. Estou ficando nervoso, então estou começando a ficar bobo. Ao menos as drogas estão no meu sistema agora. Felizmente, poderei relaxar logo. Com três tragadas, provavelmente demorará cerca de dez minutos para sentir algo. Sydney ri e o som ecoa de forma agradável pelas paredes do banheiro. — Quer pedir desculpas porque seu míssil quente achou um alvo? — ela cerra os dentes um pouco ao dizer a última palavra. Por mais que a frase fosse ridícula, não ajuda a barraca a desarmar, se entende o que eu digo. Mas eu rio, provavelmente pela primeira vez em dias. Sydney balança a mão distraidamente e as pulseiras de prata em seu braço tiniram. — Acontece o tempo todo. Eu tiro a roupa para viver lembra? Estou acostumada. — Bem, isso não me faz sentir o maior idiota do mundo. — eu digo, mas estamos ambos sorrindo. Sydney joga seu cabelo loiro sobre o ombro e sacude a cabeça. — Não. Esse título pertence a Turner. Ou Trey. Meu irmão é um clone de Turner. É difícil dizer algo ruim sobre um sem implicar o outro. Acredite, você está num patamar totalmente diferente. Eles estariam mais inclinados a lutar um com o outro por uma garota do que se desculpar por isso. — E mesmo assim ainda conseguiriam que a garota fosse para cama com eles. — acrescento, me levantando e pegando papel toalha. Se enxugasse as mãos mais lentamente que o normal, Sydney não diria nada. Mas seus olhos azuis me fascinam, me engolem. Tenho certeza que ela está flertando. Ao menos nesse caso sei que o sentimento é mútuo. Ela mesma me disse. É bom. Encaro seus olhos, procurando uma palavra para descrevê-los. Me lembram de uma pintura que meu pai tinha. Minha mãe tinha pintado (claro que ela pintou, certo?). Meu pai nunca cansava de achar jeitos novos de me culpar por sua perda, e de como isso era minha culpa. Uma vez repliquei que era culpa dele, por ter metido o pau nela. Ele me bateu tanto que tive que ligar para

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escola e dizer que eu estava doente por uma semana. Mal podia ficar em pé. Aparentemente tive ‘pneumonia’ na época. — Sobre o que está pensando? — Sydney me pergunta, brincando com os brincos que está usando. Ela fica no nível de meu queixo, ela é pequena, isso com saltos. Treyjan também. Nos poucos encontros que tivemos durante a turnê, tudo que posso lembrar é como sua cabeça mal chegava no meu pescoço. — Seus olhos parecem distantes. Onde você está indo? — Sydney se aproxima e gentilmente tira o cabelo da minha testa. — E onde quer que seja, pode me levar com você? — sua voz sai num sussurro e acaricia minha pele. Juro, posso sentir cada maldita sílaba. Com um rosnado, me aproximo, me derretendo na sua pele, curvando meus dedos ao seu redor. — Isso vai soar muito estúpido, Sydney, e eu sinto muito. Normalmente não sou assim, mas... pode por favor não me tocar? — ela pisca algumas vezes e depois junta as mãos, uma risada saindo da sua garganta como um revoar de pássaros. Sua energia é contagiante. Não entendo, para ser sincero. Tendo a ser um cara de baixa energia. Levanto as mãos, as palmas para fora. — Sei como isso soa ridículo. Soa ridículo para mim também. — Talvez você só necessite transar mais? — Sydney diz e ouvir ela dizer a palavra transar faz várias coisas comigo. Ela se aproxima, como se talvez estivesse considerando me tocar, quando a porta abre de novo e America aparece com um olhar zangado pairando sobre a máscara perfeita que ela rebocou como todos os executivos de TV. Ela tem sido nossa empresária tempo suficiente agora que eu vejo isso. — Dax, não posso enfatizar o quão importante isso é, então o que quer que esteja fazendo aqui, sugiro que termine rápido e leve sua bunda para lá. — ela joga um olhar glacial para Sydney e sai de novo, me deixando numa situação realmente embaraçosa. Mas acho que Sydney Charrel não se embaraça facilmente. — Mal posso esperar por sua entrevista. — ela diz, passando por mim com uma piscada. Sabia. Ela piscou para mim mais cedo. Que diabos está acontecendo aqui? — Me diga se precisar de outro beijo. — seus ombros roçam os meus, eu me viro como se ela fosse um imã, me puxando. Uma lua em sua órbita. — Achei que estávamos atuando? — deixo escapar, me fazendo de idiota. Sydney para com a mão na porta e me olha. Seu sorriso indescritível. ~ 103 ~

— Não acho que estamos. — ela diz, encolhendo os ombros gentilmente e indo para o corredor. Tive que cruzar os braços e enterrar as unhas na pele pra me impedir de segui-la. Acho que até tirei um pouco de sangue. Merda. Isso não é bom. Não preciso disso agora. Não preciso sair marcando território para impressionar uma garota. Ela é gostosa e tudo mais, mas isso não é tudo. Essa não é minha merda de vida. É a de Turner ou Trey ou Kash. Não eu. Jogo água gelada na cara e deixo o baseado fazer efeito. Me custa um esforço imenso não tropeçar quando passo pela porta e me dirijo ao corredor. — Aqui está ele. — America cantarola quando viro a esquina. Sua pele estica de forma rígida ao redor do rosto e ela não está feliz. — Todo mundo já está com cabelo e maquiagem feitos, Dax. E nós somos os primeiros. — ela se aproxima do meu ouvido e sussurra. — Vá lá e fique quieto. Não precisa chamar atenção, mas é melhor não estragar isso. Me desvio dela e sigo uma mulher falante com uma prancheta até o estúdio. O resto de Amatory Riot já está lá, se movendo ao redor dos nossos instrumentos em um mar de silêncio. Hayden Lee está na frente, as mãos nos quadris, queixo levantado. Ela tem o sorriso de um milhão de dólares no rosto e um vestido vermelho que deixa pouco para imaginação. Para qualquer pessoa, parece a cantora de uma banda de sucesso. Para mim, parece triste. Patética até. Hayden não vai conseguir sair disso. Tenho esse mal pressentimento. Vou até a bateria e passo minha mão sobre ela, correndo os dedos ao redor da superfície, deixando o potencial que ela tem tomando conta de mim. Quando me sento, minha cabeça começa a rodar e eu sorrio. As drogas são a minha fraqueza, mas a música é a minha força. Às vezes me esqueço disso. Graças a Deus não fumei tanto. Não tinha me dado conta que tocaríamos. Tínhamos uma agenda toda preparada, mas quando Trey acordou, tudo ficou confuso. Mal posso lembrar qual entrevista é de qual revista, para que era a sessão de fotos que fizemos outro dia. Era tudo um mistério. Acho que deveria ter prestado mais atenção em America na van. Infelizmente, a única coisa que conseguia pensar era dirigir para Tulsa. E agora, isso tinha sido substituído por Sydney Charrel. Ela é tão linda. Não entendo. Combinamos de não dormir juntos, mas como iria resistir quando ela estava acariciando meu cabelo, piscando para mim, me mostrando aquele sorriso perfeito? — Certo pessoal. — a mulher da prancheta se move até uma mulher com um terno preto. Ela tem o mesmo olhar de America. O cabelo arrumado igual, e para simplificar, ela meio que parece uma cadela. Talvez tenha sido influenciada por trabalhar com America, mas ~ 104 ~

ainda me dizia para tomar cuidado. Esse é o tipo de pessoa que você se esforça para não desagradar. Olho sobre o ombro e me pergunto onde está Turner. Será interessante ver como ele se sai. — Meu nome é Rain Colbert e sou a produtora executiva do melhor programa LMTV, Live Work. — quando a mulher fala, seus dentes brancos refletem as luzes ao redor do palco como um espelho. Quase cegando. Ela soa como uma vendedora e gesticula muito com as mãos. É desconcertante, transformando meu barato em uma dor de cabeça. — Se não estão familiarizados com o programa, começaremos com um show ao vivo, nada complicado, só música. Quando terminarem, serão imediatamente cumprimentados por nossa apresentadora, Miley Culbrath. Não haverá troca de vestuário, nem cabelo ou maquiagem. Isso é sobre ser real, pessoal. — ela bate as mãos como se tudo tivesse resolvido. Wren e Kash trocam olhares. Entrevista? Ótimo... Mas música, poderíamos fazer isso. — Alguma pergunta? — ela dirige seu sorriso ao redor do grupo como um político e então assente. — Ótimo. Farei a contagem regressiva. Quando eu chegar ao um, comecem a tocar... — Rain checa seu relógio caro com um furtivo olhar. — Dois minutos. Pensem em uma boa música para nós. — a expressão dela muda sutilmente enquanto se vira e tenho o mal pressentimento que ela está brincando conosco. Aposto que ela está querendo drama. Como poderia ser diferente? O mundo inteiro viu o que aconteceu no outro dia. Hayden e Naomi eram um desastre esperando para acontecer. — Bloom? — Hayden pergunta, sugerindo sua música favorita. É do nosso primeiro CD, então não é tão refinada quanto as coisas novas, mas ela gosta porque o refrão é pervertido como o inferno. Sempre me perguntei o que Naomi queria quando escreveu essa música. Ninguém rebate, então Hayden sacude os ombros. — Ok, então é Bloom. — O que você disser, princesa. — Naomi responde, ajustando sua Wolfgang com mãos carinhosas. Ela está com jeans colados, uma camisa rosa solta e um brilhante sutiã vermelho que aparece conforme ela se move ajustando seu instrumento e trazendo minha atenção de volta para minha virilha. Minha ereção sumiu. Olho de novo para Naomi, seu corpo perfeito, seus quadris curvilíneos, os óculos que cobrem seus olhos, o sorriso em seus lábios. Merda. Achei que ficaria feliz com isso, mas não estou. Que merda é essa? Estou mudando minha atenção de Naomi para Sydney, para que eu possa me sentir melhor? Amor não pode ser desligado, no entanto, o calor que senti por Naomi no último ano não é mais tão escaldante. Olho para cima, tentando ajustar meus olhos na escuridão além do pessoal da filmagem. Aposto que Sydney está ali em algum lugar, ~ 105 ~

assistindo, julgando. Engulo e pego minhas baquetas, apertando-as fortemente. Culpo minhas estranhas reações ao estresse, as drogas, em algum ritual matinal fodido. É sempre mais fácil achar que os desejos do corpo estão tomando conta do cérebro. As coisas fazem mais sentido assim. — Não brinque comigo hoje Naomi. — Hayden grunhi, diminuindo a voz para que somente nós pudéssemos ouvir. — Se você fizer isso, irá se arrepender. Garanto. — Oh, não brincarei. — Naomi garante, puxando uma corda da guitarra. — Provavelmente será a última vez que sua filha a verá viva, então serei legal. — Hayden ri disso, colocando as mãos dentro do vestido e ajustando o decote para mostrar o máximo possível. Suspiro e rezo ao universo para que elas se mantenham civilizadas. Já tive excitação o suficiente por uma vida inteira. — É mesmo? — Hayden pergunta com um sorriso, virando e olhando para Blair, Wren, Kash e eu. Nos encaramos por um segundo e juro que vejo um brilho de arrependimento nela. Mas então some e ela se vira, focando em Rain Colbert. Dois minutos antes de uma apresentação perfeita. Sem tempo para drama. Foco meus olhos além das câmeras, fingindo procurar Sydney. Ao menos posso liberar um pouco da frustração sexual na música. E depois volto a observar Naomi, porque sou bom nisso. Uma parte de mim, uma parte de mim se recusa a reconhecer, saber que uma das razões pela qual estou ‘apaixonado’ pela Naomi é porque não posso tê-la. É confortável saber que nunca precisarei tentar, nunca precisarei encarar a dor ou a rejeição. Porque vamos ser honestos, Turner e Naomi são um daqueles casais tóxicos que duram para sempre, que brigam no aniversário de cinquenta anos de casamento e vão dormir felizes a noite toda. Fecho meus olhos para clarear a mente então volto a abri-los. — Prontos pessoal? — Rain pergunta e levanta uma mão. Quatro dedos. Três. Dois. Atinjo os pratos correndo, tentando achar alguma daquela raiva pura que colocamos no primeiro CD, Ribbons. Posso ver a arte da capa na minha mente, um fundo negro com um corpo nu de uma menina, derretendo da cintura pra baixo, se transformando em fitas vermelhas. A imagem se encaixava perfeitamente com essa música. É sobre se machucar e se achar no sexo. Acho que Naomi começou a escrever antes de sequer ter feito isso. Somente virgens são tão safadas.

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— Ah, vejo sua cabeça na minha cama, baby. Acho que preciso olhar de novo porque o que vejo não faz nada por mim. Preciso mais que um rosto bonito. Se continuarmos assim, meu corpo vai quebrar. Acompanho a música na bateria, pensando como alguém poderia pensar que um músico não era um artista. Meus braços estão se movendo sobre uma tela, e minhas baquetas são como pincéis. As notas são como cores. O ângulo da baqueta, a pressão que uso. Quando o suor começa a descer sobre meu rosto, eu o provo e sinto o gosto de música de verdade. — Oh, acho que isso significa que estamos prontos, baby. Me pegue em seus braços e me beije forte. Quero saber como as coisas funcionam lá embaixo, se você estiver pronto para me mostrar seu lado negro. Estou pronta para entrar nisso e ir numa viagem louca. Naomi pula freneticamente, acompanhando o ritmo da música com os pés, virando as páginas dessa história com as mãos. A vejo dominar a música do início ao fim, e me pergunto como ela ficou desse jeito. Quando começamos, ela tinha dificuldade de controlar. Em algum ponto nas últimas semanas, isso simplesmente aconteceu. Tento absorver alguma autoconfiança e me sinto atraído de novo. Vê? Sabia que meus sentimentos não tinham desaparecido. Balanço a cabeça ao ritmo da música e pretendo não imaginar os braços de Sydney ao redor da minha cintura. O fogo do seu toque me faz tocar mais forte, mais alto, dando a música um ritmo frenético. — Estamos nisso para sempre, nos sujando juntos. Você me toca aqui e eu te toco ali, e quando você está dentro de mim, acredito que se importa. Se isso é uma mentira, você estará preso a mim eternamente. O farei vir, e mesmo que você não fique, sempre teremos uma parte de nós que permanecerá assim. Eu sorrio me preparando para o refrão, durante todo o tempo completamente inconsciente que há alguém pensando em mim de volta. .

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Oh cara. Sabia que mexer com Dax seria um grande erro. Um grande, sujo, sexy erro. Um erro que faria meus dedos curvarem e meus membros tremerem. Me inclino na cadeira de Turner e rodeio meus braços em seu pescoço. Ao contrário da maioria das mulheres, tocá-lo teve o efeito oposto no meu jogo. Não dou as cartas para família. Se você não entende a analogia, basicamente ele mantém minha libido sob controle. — Pare de respirar no meu ouvido, Sydney. Você está ofegando e essa merda toda. — Turner se arrepia quando o toco, seu olhar tão focado no palco como o meu. Na minha cabeça, posso imaginar um caso com Dax. Uma noite ou duas de escuro, sussurrado prazer. No meu coração, sei que não posso deixar isso acontecer. Ele é... diferente. Seu olhar é pesado e seu rosto mostra todas suas emoções enquanto ele as está sentindo. Tropeço. É aquela sensação de novo. Praticamente posso sentir ele me olhando, mesmo sabendo que não é possível. As luzes estão focadas no palco, banhando ele com uma luz branca cegante que eu sei que nem Amatory Riot conseguiria ver algo. Mas se eu fechar os olhos e deixar que as palavras me lavem, o edifício não parece tão sufocante mais e o suor que me assola, grudando meu cabelo na minha testa e minha camisa nas minhas costas, ele se transforma em um banho legal de sensações, como se eu tivesse acabado de pular no rio. Nunca conheci um cara que me fizesse sentir frio e calor ao mesmo tempo. É estranho. Mas eu gosto disso. Muito. — Isso é uma merda, Turner. — digo, desejando que Trey estivesse aqui. Sinto falta dele. Mesmo com tanto tempo sem nos vermos, penso nele, e sei que ele pensa em mim. Passamos por tanta coisa juntos quando criança, que não é possível que o tempo tenha apagado essa ligação. Turner levanta as mãos e me tira de seu pescoço, jogando meus dedos de lado como se eles tivessem sujos. — O que é uma merda Sydney? — pergunta ele com um suspiro, olhando por cima do ombro para mim enquanto me encara. — Que você ~ 108 ~

tem uma maldita ereção feminina por Dax? Por quê? — eu suspiro e viro a cabeça, o cabelo loiro me arranhando enquanto eu faço. Todo o toque está dolorido agora, mesmo a cintura do meu jeans dói. Só queria desligar tudo. Essa maldita canção não estava ajudando. — Me vire e faça meu tempo valer a pena. Me convença do por que você deva ficar para trás. — ouço o som vibrante de Dax na bateria enquanto ele exalava forte, jogando gotas de suor no ar. Mordo meu lábio, forte. — E não foda comigo. Não estou aqui para brincar. Só te quero dentro de mim. Quando você terminar, respirarei aliviada. — Hayden pula um pouco, se movendo pelo palco e arrastando as câmeras com ela. Tenho que admitir, daqui ela parece boa, como um ídolo, alguém que você vê na capa de uma revista. Mas baseado no que vi essa manhã, ela é meio pirada e pronta para queimar. A vejo suspirar no microfone. — Uh, uh, uh. — um refrão de gemidos que me dá arrepios quando imagino Naomi cantando. Afinal, todo mundo sabe que ela quem escreve as canções. E eu digo, todo mundo, até os fãs. Não que eles se importem. — Me vire e faça meu tempo valer a pena. Me convença do porque você deve ficar por trás. Faça isso fáaaacil. Eu gozo fáaaacil. Eu quebro fáaaaacil. Eu fujo fáaaaacil. — tento olhar para Hayden. Afinal , é ela quem está gozando ao microfone, mas não consigo tirar os olhos de Dax. Não sei qual é meu problema. Eu quero me jogar em seu braços fortes, deliciosamente musculosos e seis anos mais novos? Sim. Na verdade, sim. O problema é que tenho a impressão que não seria fácil me soltar deles. — Olá? — Turner estala os dedos na minha cara e eu pisco como se estivesse saindo de um coma. — Sério, qual é o maldito problema aqui? Se gosta dele, então foda com ele. — Sim, isso é fácil para você, não é? — pergunto a Turner, correndo meus dedos afetuosamente pelo seu cabelo preto azulado. Ele me afasta de novo, mas não pode evitar. Sei que não sou tão mais velha que ele e Trey, mas eles são tão imaturos que não é difícil imaginar que eu sou. — Só foder qualquer uma, em qualquer lugar. E tudo bem se ambos sabem que estão apenas trocando fluidos. Mas não sei se seria assim com Dax. — bato a unha contra o lábio. Essa é coral. A do lado, amarelo. Do outro lado verde neon. É como eu gosto. — Ele é jovem e ele é solitário, e definitivamente temos algo químico acontecendo. Não quero lidar com drama, sabe? — Turner revira os olhos. — Você que sabe. — diz ele, como se fosse o Deus do Amor. Maldito hipócrita bastardo. O cutuco na nuca e ele grunhi.

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— Quem disse? — Turner vira de novo e me olha. Estou interrompendo a visão dele de Naomi e o irritando. Não é legal? — O que aconteceu com toda a coisa de conhecer alguém, namorar, viver juntos e tudo isso? — Nunca disse que tinha que casar com o sujeito, mas se você olhou o cara uma vez e ficou excitada, porque não ver onde isso vai dar? Parte de se apaixonar é saber se vocês tem química sexual. Sexo é importante em um relacionamento. Sei que todo mundo finge que não é, se é assim, porque então não nos casamos com nossos amigos? Eu amo Ronnie, mas não quero foder aquele traseiro. — Turner treme. — E não é só por causa da doença dele. — Eu ouvi isso. — Ronnie grita de algum lugar a minha esquerda, mas não o olho. Estou realmente ouvindo o conselho do Turner. Sei que é fodidamente estúpido, mas às vezes, se você cavar as palavras dele, existem pequenos pedaços de sabedoria, as mais doces. — Então se você acha que ele é gostoso, foda com ele e veja como funciona. Converse com ele. Saiam. Eu não ligo. Só pare de respirar no meu maldito ouvido e me deixe em paz. Te disse que Trey e eu decidimos que ele é legal. — Trey está afogado em morfina. Não pode confiar no que ele diz. — sorrio para Turner, mas deixo meus olhos voltarem para Dax. Seus braços se movem, batendo os últimos acordes da música, provocando meus olhos com o som pesado e desespero. — Certo. Dax bate mais forte do que pensei. Um bom soco no rosto é como apertar as mãos entre os homens. Posso dizer muito sobre um cara pela forma que ele bate. Seu irmão sempre conseguia me bater muito. — Turner suspira e levanta, se espreguiçando, mostrando suas tattoos. Todas as mulheres se viram. — Mas é a sua vida. Se quer ignorar isso, então não faça nada. Eu prefiro correr atrás do que quero. Turner vai para frente, se posicionando nas costas de America, e no último segundo, quando a câmera muda o foco, ele pega Naomi e a beija forte enquanto a música acaba naturalmente. Dax toca mais algumas notas, e mesmo que eu não entendo nada de música, não podendo ler uma linha, posso dizer que ele é bom. Porque boa música entra em sua alma e te come vivo. No momento em que eles começam a entrevista, eu estou só as migalhas, baby.

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— Porque me perguntaram de novo se eu era gay? — Dax pergunta a sua amiga, a garota com o cabelo preto e amarelo. Enrolo uma mecha do meu ao redor do dedo e me encosto na parede, debatendo se deveria entrar na sala ou bater primeiro. Eles deixaram a porta aberta, mas só porque eu pus meu pé. O segurança no corredor me deu um sorriso engraçado. Aparentemente, achava graça de mim. — Você respondeu bem. — ela diz e ouço o barulho de molas da cama. — E sobre Sydney, foi bem sobre isso também. — eu sorrio e lembro do rosto de Dax, todo amassado e preocupado. A pele ao redor do nariz dele franze quando está irritado. Acho isso... fofo. Sim, essa terrível palavra. Pondero sobre o conselho de Turner. É ridículo que eu esteja sequer considerando isso, mas, não é preciso um furacão para derrubar uma casa de cartas. Não preciso de muito convencimento para agir conforme meu desejo. Quão difícil é conseguir o que se quer? A resposta é, nem um pouco difícil pra porra. — Eu ri dela, Blair. — Dax diz e ouço dedos mexendo em um teclado. — No Miley, a suposta ameaça quádrupla: cantora, dançarina, atriz e marqueteira. — Marqueteira? — Blair pergunta enquanto eu penso em minha entrada. Não estou cem por cento certa do porque estou aqui ou o que estou tentando conseguir, mas minha mente não consegue esquecer Dax soprando o suor dos lábios enquanto seus braços musculosos contraiam e expandiam, um mar brilhoso de suor e poder. Jesus. — É o que diz no site da LMTV. — Dax grunhi. — Marketing é tão importante como talento, e Miley sabe como fazer isso. Deus, que pesadelo. Pude ver que ela me detestou dali em diante. — Ela não te odiou. — Blair diz, mas não foi convincente. Acho que concordo com o Dax. A tal Miley tinha a cara de um chimpanzé e uma voz tão nasal que era impossível esquecer, e isso não era um elogio. — Ela me perguntou por que todo dia era Halloween. — Dax diz, e eu rio. Ops. Respiro fundo, fingindo que estava no palco e coloco minha expressão mais desinteressada. É pra me fazer parecer intocável. Eu vou precisar disso se eu entrar aqui apenas um segundo depois de ser ~ 111 ~

descoberta escutando. Abro a porta e entro, deixando ela fechar atrás de mim e me encosto nela. — Desculpa, não queria ouvir a conversa, mas a porta estava encostada e eu estava passando pelo corredor. — falo sem expressão. Pequenas mentiras são boas às vezes, certo? Especialmente quando elas te fazem parecer menos ridícula. Blair está me dando um olhar feminino, mas tudo bem. A deixo fazer isso, o que precisar para deixá-la confortável comigo. Aparentemente, meu plano deu errado porque ela franze a boca como se sentisse intimidada e olha em outra direção. Não era a intenção. Nem sempre consigo controlar, a cadela definitivamente acha que é melhor que eu. Dax molha os lábios, mas posso notar que ele não sabe o que dizer. Não que importe. Ele não precisa falar, não com seu cabelo levemente caindo sobre seus olhos cinza. Ele está com uma camiseta branca que se cola à sua pele, deixando tudo a mostra. E eu tenho uma queda por caras em calças de moletom. Elas são pretas, soltas nos quadris. Aperto as coxas tentando manter a expressão normal. Não deveria nem ser sua amiga e aqui estou eu, prestes a fazer uma pergunta estúpida. — Gostaria de companhia? — pergunto, me aproximando e me sentando próxima a Blair. Ela não gosta disso, ela me dá um olhar como se eu tivesse invadindo seu território. Sorrio para ela e ela fica confusa. Ninguém nunca espera que a outra pessoa seja legal, então se quiser desestabilizar alguém ou só desarmar uma situação perigosa, tente isso. Funciona lindamente. — Companhia? — Dax pergunta, dando um passo em direção ao banheiro. Seu rosto está limpo, sem um traço de maquiagem. Estudo seu queixo recentemente barbeado, o jeito que a pele em seu pescoço se aperta quando ele olha para mim. Inconscientemente, cruzo e descruzo as pernas, sentindo o tecido da calça me provocar com uma leve fricção. — Para viagem até Tulsa. — adiciono, plenamente consciente de que a minha afirmação anterior pode ter implicado. Deus, sou tão puta. Não vim aqui torturar Dax, mas eu meio que, não sei, gosto dele. Por exemplo, quando fui ao banheiro e ele se desculpou pela ereção? Quem faz isso? E quantos homens conseguem ficar duros tão rápido? — A viagem. Gostaria de companhia? — Eu estava indo. — Blair diz, molhando seus lábios vermelhos. Adorei a cor do batom. Teria que perguntar a ela a marca. — Mas se você quiser, eu cedo meu lugar. — ela pode não me adorar ainda, mas ~ 112 ~

posso dizer que ela estava prestando atenção na reação de Dax. Eu acho que ela conhece ele, e eu não, então eu deixo que ela leia a expressão dele. Aparentemente é uma boa. Blair levanta e ajusta o vestido de bolinhas brancas que está vestindo. Gosto de seu estilo. Todas as mulheres dessa banda são intocáveis como merda? Quero fazer amigos. Sorrio para ela. — Não está animada para uma turnê na cidade? — pergunto, olhando de volta para Dax. Ele está encostado na mesa agora, me encarando com uma expressão neutra. Não sei por que todo mundo continua chamando ele de afeminado. Dax é o homem mais másculo que conheço. É alto, forte, e sua voz é escuramente delicada. Gosto da forma que ele fala, como se estivesse pensando bem as palavras antes de dizê-las, mesmo que demore uma eternidade. Tem uma vibração nerd, como se talvez em algum momento tivesse se trancado em um quarto e tivesse tido uma overdose de vídeo games. Acho que o faz ainda mais sexy. Não tinha nada que eu gostasse mais do que uma borboleta que finalmente sai de seu casulo. — Particularmente não. — Blair diz, seguindo meu olhar. — Minha família não mora mais lá. Estava indo apenas por causa de Dax, mas tenho certeza que ele prefere sua companhia. — Blair. — ele diz com um tom de aviso na voz, mas não parece com raiva, apenas pensativo. — O que? Só estou dizendo que quando era só eu você aqui, você não tinha isso. — Blair bate os cílios postiços e aponta para sua virilha. Dax grunhi enquanto ela se vira e vai embora com um pequeno aceno. A porta se fecha forte enquanto Dax se vira e coloca as mãos nos quadris. Não sei se ele sabe disso, mas seu reflexo na janela é claro. Posso ver todos os pequenos detalhes, e os não tão pequenos assim. Um sorriso brinca com os cantos da minha boca. — Não posso acreditar nisso. — ele ruge, olhando sobre os ombros. — E sinto muito. Isso não acontece normalmente comigo. — Aposto que acontece. — digo, juntando os tornozelos. — Pelo menos uma vez pela manhã. — Dax bufa e então balança a cabeça, mas não se vira. — Ei, tudo bem. Como disse, estou acostumada com isso. — Ainda me sinto um idiota. — Não sinta. Quer dizer, sabemos que você tem um pau. Isso sempre é uma coisa boa. — brinco, correndo minhas mãos pela colcha. Uma parte estava parcialmente puxada, revelando o lençol branco, me ~ 113 ~

tentando a pensar em fazer coisas que não deveria pensar em fazer antes de escurecer. Olho a janela, só pra ter certeza que estávamos bem. Tudo escuro. — Essa deveria ter sido sua resposta na entrevista. Apenas uma grande foto do Sr. Felicidade. — Não queria ser acusado de plágio. Tenho certeza que Turner já fez isso. Eu rio. — Sim. — o quarto fica em silêncio, tensão aumentando entre nós. Minha buceta já estava calculando a distância entre nós, pensando numa equação para descobrir o quanto teria que me aproximar antes do magnetismo me puxar até ele. Me afasto alguns centímetros. — Não me preocupo com sua ereção, baby. É só uma reação porque você sabe que estou ficando molhada aqui. — Puta. Que. Pariu. — Dax rosna, se virando, mas ficando onde está. Talvez ele já tivesse resolvido a equação mágica? Talvez já estivéssemos nela? Mantenho meus olhos baixos, focando no tapete embaixo dos meus saltos ao invés de em seu rosto, seu corpo, seu pau. — Porque você continua dizendo essas coisas? Achei que tínhamos combinado de... deixar isso para lá. — Sim, desculpa. Tenho uma boca grande às vezes. Só quis dizer que tudo bem se você estiver atraído por mim. Também estou atraída por você, mesmo que você não consiga perceber. — E isso deveria me ajudar a ficar... menos excitado? — Dax pergunta. Mais do silêncio constrangedor. Estou estragando isso, não é mesmo? Descruzo os tornozelos e levanto, me virando para ele com uma mão no quadril e o coração na garganta. Tenho vinte e nove anos, e acho que entendo bem esse jogo, entendo sobre sexo, sobre a vida em geral. Passei muita coisa, mais que a maioria das garotas que conheci. Então porque isso com Dax era tão difícil? Não apenas essa era a maior atração que senti por um cara, mas também pela primeira vez eu estava me rebelando contra isso. Não fazia sentido. — Então, eu posso? — pergunto a ele, me aproximando mais um passo. Dax se afasta, seus pés passando pelo piso do banheiro. — Pode o quê? — ele pergunta, sua voz baixa e tensa, como se estivesse se esforçando para apenas permanecer em pé. Isso me deixa mais determinada de não brincar com ele. Se eu seguir em frente, eu faço isso com intenções claras.

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— Ir com você. Para Tulsa. — Dax lambe os lábios e me movo de novo, pisando dentro dessa aura de energia sexual ao redor dele como uma tempestade. A luz lambe minha pele e a chuva fria cai sedutoramente, cobrindo meu corpo. Não apenas entre as coxas mais. — Quero ir com você, conversar, talvez desvendar um pouco desse mistério sobre Stephen. — outro passo. Agora estou a distância de um toque. Se Dax levantar a mão, e eu a minha, poderíamos cruzar os dedos. Eu espero até que eu acho que ele está, pelo menos, considerando isso, e me movo novamente. — O que está fazendo? — ele pergunta, a voz de pânico. Ele está com medo de que eu vá tocá-lo. Bem, ele está certo, eu vou. Termino os últimos centímetros indo em direção a ele, pegando a energia de Dax como uma antena, canalizando-a pelo meu corpo e deixando encher meus braços e pernas de arrepios, levantando o cabelo da nuca. A ponta do meu sapato vermelho encosta em seu pé descalço e meus dedos se moveram em direção ao rosto dele. Ele engole e levanta a própria mão, alcançando tentativamente, tocando meu lado tão suavemente que quase não posso sentir. Mas o que falta a ele em auto confiança com o toque, ele compensa com o beijo. Ele se abaixa e eu me levanto. Por um segundo nossos lábios quase se tocam, mas congelam. Me movo mais um pouco, ficando na ponta dos pés, pressionando os lábios contra os dele com um grunhido. Era tão bom apenas ceder a pressão que curva minha espinha. Vim com intenções inocentes, juro. Mas animais sempre serão animais certo? E hoje sou uma maldita besta, mordendo seu lábio inferior, correndo meus dedos pelo seu cabelo. Meus seios pressionaram seu peito enquanto ele luta para descobrir o que quer fazer comigo. A pressão ao redor da minha cintura é frustrantemente leve, seus dedos mal tocando o algodão branco da minha camisa. Agora que nos beijamos de novo, é fácil perceber porque acabamos atrás daquela cortina, como em um cio. Dax coloca a língua na minha boca, derramando sua sensação quente-frio dentro de mim, me fazendo tremer e ao mesmo tempo suar. Não bate os dentes nos meus, não me morde, mesmo que eu estou me torturando. Seus lábios são suaves, não de maneira feminina, só bom. Odiava quando beijava um cara e ele tinha lábios ásperos. Ponha uma merda de um amaciador nos lábios pelo amor de Deus. Eles fazem isso em sabor Gorilla Alpha também. Não apenas cereja e baunilha. O tempo todo que estamos nos beijando, Dax prende a respiração. Ele não ofega em mim, não solta ar quente na minha cara ou garganta ~ 115 ~

abaixo. Seu peito permanece completamente parado e sua boca sela a minha, a vácuo. Deixo ele tirar todo o oxigênio dos meus pulmões até quase ficar tonta, como se não pudesse mais me manter em pé. Então o que ele faz quando eu tropeço? Seus dedos finalmente me agarram, tirando a pressão dos meus pés, e então mergulha em mim. Totalmente. Tipo, me coloca na horizontal e me beija, sua boca trabalhando na minha enquanto meus cílios tremem um pouco. Seus braços ao meu redor, me sustentando completamente, meu cabelo caindo no chão, uma cortina de seda que faz cócegas no meu pescoço enquanto balança com o movimento. Então me levanta de novo, e ele está me colocando sobre meus pés com um engasgo, me soltando e recuando um passo inteiro. O lugar onde seus dedos estavam coçam dolorosamente e minhas coxas pressionam involuntariamente, desejando ter algo, ou melhor alguém, em que se agarrar. — Pode vir para Tulsa. — é tudo que ele diz enquanto se vira, entra no banheiro e fecha a porta.

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— Este não é um período de férias, — Brayden diz, me guiando por um corredor escuro e através de uma cozinha vazia. Estamos indo em direção à saída que os funcionários do restaurante usam durante o horário comercial. Agora mesmo, enquanto Brayden fala, uma meia dúzia de caminhões de entrega está estacionando para começar a descarregar. Vamos usá-los para escapar do hotel da forma mais segura possível. Rápido para me enviar em um carro blindado, discrição é a melhor coisa. Eu não tenho certeza do que pensar deste homem. Obviamente, ele é qualificado. Eu posso dizer que ele é bom em seu trabalho, mas que tipo de recursos ele tem? O que ele realmente pode fazer por nós, a longo prazo? E de onde diabos ele veio? — Esta é uma missão. Quando chegar à casa de seu pai, você desce, e sai. Eu nem quero que você fique a noite lá. — nem eu, então eu não me preocupo em discutir. — Estou enviando três homens com você; é tudo o que posso dispor. Estamos um pouco mal equipados aqui por perto. Brayden se move em direção à porta, toca a mão no fone de ouvido e sorri. — E para sua sorte, há algumas outras pessoas nesta turnê que Stephen parece pessoalmente odiar, e você não é uma delas. Naomi Campbell Knox e Turner não estão deixando minha vista até que isso acabe. Faço uma pausa, plenamente consciente de que Sydney está a apenas alguns passos atrás de mim. Sua presença é o que torna difícil me concentrar. Eu deveria estar pensando sobre o carro, meu pai, minha mãe postumamente presente. Mas ao invés disso eu estou pensando em seus lábios, e eu estou comparando-os com a porra da Naomi Knox. Eu venho fazendo isso toda a noite, sentado à mesa no meu quarto enquanto Sydney dormia na minha cama. Ela estava lá quando eu saí do banheiro, enrolada como se não houvesse nenhum outro lugar que ela quisesse estar. Eu quase gozei em minhas malditas calças. Sério. E você escolheu não se tocar ontem à noite, por quê? Odeio ~ 117 ~

admitir, mas eu meio que gosto da tensão sexual entre nós. É tão intenso, é quase doloroso. E se isso vai romper, eu quero que isso rompa durante o ato, e não com a porra da minha mão. Se já é um ato real. Eu continuo tentando descobrir quais eram as intenções de Sydney ontem à noite, mas eu ainda não sei. E eu ainda não consigo parar de compará-la a Naomi, como se ela fosse realmente uma escolha, em primeiro lugar. Talvez eu seja muito teimoso para deixar Mi ir, embora eu sei que deveria? E talvez eu esteja com muito medo de ver Sydney como uma possibilidade real? Ela está em um período de transição em sua vida, e eu não tenho ideia de onde ela está indo. Além disso, essa turnê não vai durar para sempre - embora porra, isso pareça, às vezes. O que acontece então? — Quando isso vai acabar? — digo a Brayden, fazendo com que ele faça uma pausa do que ele está fazendo e olhe para mim. — Qual é o objetivo final aqui? Matar Stephen? — Eu temo que seja um pouco mais complicado do que isso, mas eu acho que é o acontecimento que vai desenrolar a malha. Se nos livrarmos de Stephen, tudo se desfaz. — Mas não é o movimento do final do jogo? — pergunto a ele, de repente desesperado para apenas acabar isso. Eu acho que é a minha ansiedade sobre... Ela. O meu segredo. Eu ainda não decidi exatamente como é que eu vou passar por cima para vê-la, mas eu tenho que tentar. Brayden suspira e toca o fone de ouvido novamente, virando o rosto para mim com os braços cruzados com força sobre o peito. — Stephen é um homem complicado de uma família complicada, Sr. McCann. Onde você ou eu poderíamos deixar certas coisas passarem, eles têm uma tendência a guardar rancores... que evoluem ao longo do tempo. — O que diabos isso quer dizer? — Sydney pergunta atrás de mim. Mas eu não olho para ela, ainda não. Se eu quero ser capaz de me concentrar em qualquer coisa além de seus lábios, é melhor se eu não vê-los. — Isso significa que este não é apenas um problema de Stephen. — eu me inclino contra a parede, enquanto esperamos pelo quebracabeça clarear. Eu me pergunto se os outros estão escondendo mais segredos para mim, como Naomi. O que mais existe que eu não estou vendo? — Este é um problema Hammergren.

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— Uh huh. — eu não pareço particularmente favorável quando respondo. — E isso significa o quê? — Isso significa, — Brayden começa, e eu imagino que seja o que for que ele vai dizer, eu não vou gostar. — Essa rotação rápida musical já não pertence a Stephen, o que significa que já não pertence à família. — E então, como é que é o nosso problema? — exijo. Veja, aqui é onde eu realmente entendo tudo isso. Agora, não me interpretem mal, eu acho que Stephen é absolutamente uma merda de sugador insano, mas eu vejo como essa raiva foi focada em America. Até mesmo em Indecency. Quero dizer, é uma extensão, mas se Stephen culpa Travis por America ter deixado ele, então por que não se vingar da coisa que significava mais para ele? Mas por que estamos envolvidos? America não é nem mesmo a nossa amiga, apenas a nossa empresária. Poderíamos demiti-la amanhã e não haveria conexão. Inferno, eu iria demiti-la amanhã, se eu pensasse que faria qualquer diferença. Ela pode nos processar, mas pelo menos não estaríamos recebendo corpos entregues ao nosso hotel em uma base regular. — Dax, America é o que ele tem... Eu não vou dizer demitido porque essa não é a palavra certa, mas retirado à força do cargo de CEO. Com certeza, ele ainda tem um assento no conselho, mas a companhia que seu avô começou não está mais sob o controle direto de Hammergren. — Brayden ri, mas não é um tipo engraçado de uma risada. É uma que eu não posso acreditar que eu estou dizendo isso agora, uma espécie de risada sem humor. Isso me assusta. Isso realmente, realmente muito me assusta. — Quarenta e nove por cento de uma empresa multibilionária simplesmente não é o suficiente quando sua cabeça está perdida nas nuvens. — Como... que porra é essa? — Eu pergunto por que, eu quero dizer merda, por quê? Por que essa cadela nervosa? Penso isso na minha cabeça, apertando minhas mãos tão apertadas que minhas luvas de couro rangem. — Como ela ainda conseguiu isso? — Brayden suspira e balança a cabeça, estendendo a mão para a maçaneta da porta. — Você ficaria surpreso com o que essa mulher é capaz de fazer, — ele diz. — Para encurtar a história, eles perderam a empresa. Eles culpam America. Eles te culpam. E quando o Hammergrens decidiram que o seu tempo acabou. Sinto muito, Dax. Eu quase desejo que eles tivessem uma vingança pessoal contra você. Mas eles não têm. Eles provavelmente nem sequer sabem o seu nome. Alguém aqui os está alimentando com informações. Por enquanto, eles estão procurando ~ 119 ~

fazer America sofrer. Eventualmente, eles vão se cansar disso e decidir que é hora para a diversão acabar. Esta não é a parte assustadora; essa é a assustadora. E não importa se você está aqui ou lá, eles vão te encontrar. Sinto muito Dax, mas com a Hammergrens, é sangue por sangue. — Mesmo que eu não tenha feito nada? — eu pergunto, porque talvez eu só estou pensando muito logicamente sobre as coisas. Os loucos não operam sob os mesmos princípios que o resto de nós. O que faz sentido para uma pessoa, confunde a outra. Brayden põe a mão no meu ombro e as costas contra a porta. O ar frio sopra pela cozinha, fazendo os tachos e panelas no bagageiro balançarem suavemente. Em seus olhos verdes, há uma história cuidadosamente guardada, uma que eu não vou conseguir saber. — Não pense muito sobre isso. Só vai prejudicar a sua cabeça. Confie em mim, eu tentei encontrar o sentido. Às vezes, coisas ruins acontecem a pessoas boas. — Brayden tenta sorrir, mas ele é tão forçado, que me dá uma dor de estômago. — E é por isso que estou aqui. Basta tentar e pensar em mim como um Batman irlandês, e você vai ficar bem. E então, com aquele pedaço particularmente satisfatório de informações, ele nos chuta pra fora da porta em uma van, para que eu possa passar as próximas duas horas sentado ao lado do cadáver da minha mãe.

Sydney fica na minha frente, do outro lado do caixão de madeira. Ela está vestindo uma camisa de manga longa, preta com recortes nos ombros, mostrando essas pequenas dicas de tatuagem quando ela ajusta sua saia curta, puxando-a para baixo para que ela esteja no meio da coxa. Debaixo dela, ela tem um par de meias de nylon cor da pele que eu tenho que literalmente me beliscar para ignorar. Olhando para ela toda de preto, acho que ela estava tentando se vestir para um funeral. Eu agradeço, mas Sydney Charell não parece nada com uma pessoa em luto. Os dois únicos lugares que eu poderia imaginá-la agora são em um clube ou na minha cama. Merda. Eu aperto meus olhos fechados e descanso a mão sobre a tampa de madeira. Está pregada, ~ 120 ~

mas eu continuo tocando de qualquer maneira, só para ter certeza que não vai se abrir e me assaltar com uma enxurrada de maldições abafadas do além. Sinto muito, mamãe. Que tipo de filho sou eu olhando para as pernas de uma mulher agora? Você deve estar muito decepcionada comigo. Mas eu não quero sentar aqui e pensar sobre os ossos da minha mãe. Eu quero fingir que esta caixa está cheia de sujeira, pedras, areia, qualquer coisa. Qualquer coisa, menos o que realmente está nela. Eu prefiro estar pensando na boca da Sydney na minha. Eu corro minhas mãos sobre meu rosto. A face da morte, a promessa de vida é muito mais bonita de se ver. Eu deixo cair as minhas mãos no meu colo e olho para Sydney. — Obrigado por ter vindo, — eu digo a ela, ainda não tenho certeza do por que ela está aqui. Nós não somos amigos, apenas conhecidos jogados juntos por circunstâncias aleatórias. Ainda assim, eu não consigo parar de pensar no primeiro encontro dos meus pais. Esta é provavelmente a centésima vez que isso passa pela minha mente enquanto eu estou em torno de Sydney. Seus pais se apaixonaram no momento em que se conheceram. Eles não sabiam disso, mas todos os outros sabiam. Especialmente eu. Você não olha para uma mulher da forma como seu pai olhou para a sua mãe, a não ser que você já tenha sido comprado e vendido. Foram os olhos dela, eu acho. Azuis como o lago na chuva. — Você está fazendo isso de novo, — diz Sydney, inclinando para frente. Seu cabelo loiro paira sobre as sobrancelhas e cobre as orelhas, emoldurando seu rosto bonito em ouro. — Desaparecendo na sua própria mente! Me fale sobre isso. — olho para os homens da frente. Há um par deles sentados nas cadeiras no centro e um dirigindo a van. Eu nem sequer chego a fazer isso, por razões de segurança, é claro. Os homens não estão carregando fuzis ou franzindo a testa através do para-brisa, olhando para o problema. Eles só estão todos sentados lá, entediados, vestidos de jeans e camisetas. É um pouco enervante. Eles parecem tão comuns. Eu me volto para Sydney me inclino com o zumbido suave do rádio e do barulho da rodovia, eu duvido que eles podem me ouvir, mas não faz mal ser cauteloso. — Você não quer saber. Eu tenho os pensamentos mais estúpidos correndo pela minha cabeça. — Eu não me importo, — diz Sydney, inclinando a cabeça para o lado. — Eu gosto da sua boca, e eu quero ouvir o que ela tem a dizer. — eu me viro um pouco para trás. Sua respiração está fazendo cócegas no ~ 121 ~

meu rosto e fazendo meu estômago se apertar. Pelo menos eu não estou outra vez de pau duro. Minha mãe pode pelo menos ficar feliz em saber que seu filho tem algum pouco de autocontrole. Eu acaricio a caixa, me desculpando. — Eu estou pensando em meus pais. No seu primeiro encontro. Ou pelo menos o que me falaram de qualquer maneira. Minha avó gostava de me lembrar do quão perfeito eles era juntos, só assim que eu me lembro o que eu destruí. — Sydney pisca rapidamente, como se estivesse tentando abrir espaço em sua cabeça para o que eu estou dizendo. Seus olhos azuis são lindos, grandes e ansiosos. Eu não estou acostumado com as pessoas olhando para mim assim. Ninguém me leva a sério aqui. Blair, Kash, e Wren me conhecem a muito tempo. Naomi está muito envolvida com Turner, e só vê o que quer ver. Sydney, porém, eu posso dizer pelo seu rosto, que tudo o que ela vê agora sou eu. Eu olho para longe e tento controlar a minha respiração. Meu coração está batendo forte e minha garganta secou novamente. Tento lembrar se Naomi já olhou para mim desse jeito, se talvez seja por isso que eu me apaixonei por ela, porque agora, eu sinto que eu poderia me jogar aos pés de Sydney. Por mais forte que eu tente, porém, eu não consigo me lembrar de olhos marrons alaranjados me olhando dessa forma. Sim, ela escutou. Talvez ela tenha compreendido. Mas não era assim. Eu olho para longe e me concentro nas marcas pretas que desfiguram as portas traseiras. — O que aconteceu? — ela pergunta baixinho, sua voz como uma pena, rastejando na minha pele, a luz, clara, mas tão poderosa. Porra. Eu balanço minha cabeça e fecho minhas mãos, suspirando e me inclinado para frente novamente. Só porque não é inteiramente um segredo não significa que eu quero compartilhar com o mundo. — Eu estava... — eu tento pensar em uma maneira diferente de explicar. Nascido errado. Isso é o que eu sempre digo. Mas, na verdade, eu não sei exatamente como. Não sei as razões médicas responsáveis pela morte de minha mãe. Ninguém nunca se preocupou em me dizer isso, só que eu fui responsável por isso. Eu estava lá e ela não estava pronta. — Minha mãe morreu no parto, então meu pai me odeia. Isto, — eu estendo a mão e gesticulo a caixa. — É apenas a cereja no topo do bolo. Eu acho que ele nunca vai me perdoar por isso. — Nascido errado, — diz Sydney, tentando pronunciar as palavras em sua língua. — Isso explica a tatuagem, então? — eu aceno, mas eu não faço contato visual com ela novamente. Estou muito ocupado ~ 122 ~

olhando para o meu passado e me perguntando como diabos eu vou passar por isso sem abrir outra ferida. Eu vou sair de lá com uma ferida sangrando, um buraco no meu coração que vai levar meses para cicatrizar. É por isso que eu não visito a minha família muitas vezes. É mais dor do que prazer. — Mas Dax, você sabe que não é sua culpa, certo? Para ambos os casos. Você não pode se ajudar a nascer. Você não trouxe a si mesmo para o mundo. E isto, quero dizer, vamos lá. Isto nem sequer tem nada a ver com você. Você só está preso no meio. — eu já ouvi isso antes, é claro, mas a culpa está enterrada tão profundamente, eu sei que nunca vou realmente acreditar nisso. — De qualquer forma, isso não importa. Eu só quero acabar com isso. — eu não menciono a outra coisa que eu tenho que fazer quando eu estiver lá. Eu ainda não descobri como eu vou ficar longe dos seguranças. Eu definitivamente não posso levá-los comigo, não com algo tão delicado como isto. Eu tenho que ir enfrentar este segredo antes que Stephen use-o para me enfrentar. Você não pode se queimar se você já estiver de pé nas chamas. — Bem, eu estou aqui se você precisar de ajuda com isso e se precisar de mim. — eu sorrio baixinho e olho para ela, prendendo a respiração, como eu fiz ontem à noite. Isso me ajuda a manter o controle de mim mesmo. Quando eu faço uma pausa na minha respiração, meu coração desacelera. Por que eu não posso colocar uma pausa nisso? Estou muito enrolado, no entanto. Se quebrar, eu tenho pena da pessoa que vai recolher os cacos. Eu não quero colocar Sydney nisso. Só porque estamos fisicamente atraídos um pelo outro, não significa que ela quer que eu derrame meu coração e alma para ela. — Eu sou uma boa ouvinte, acredite ou não. As meninas do clube sempre precisavam de alguém para conversar. Eu nunca quis falar sobre a maldita coisa acontecendo na minha vida, então eu me tornei essa pessoa. No início, eu pensei que elas eram todas loucas. Quem era eu para elas? Eu não poderia ajudar com os seus problemas; eu mal conseguia cuidar dos meus. Mas, eventualmente, você percebe, a parte de escutar é tudo que importa. Às vezes, você só precisa de alguém para dizer as coisas. É simples assim. Uma vez que você põe pra fora, não está tudo em seus ombros mais. Você pode dividir o fardo. — Se todo mundo vivesse por seus princípios, Sydney, — eu digo, e ela sorri para mim, descruzando as pernas e recruzando-as no lado oposto. Eu não olho para sua meia-calça. Eu odeio dizer isso, mas eu acho que tenho um fetiche ou algo assim. Os saltos pretos altos de Sydney e suas calças justas estão consumindo mais a minha atenção do que seus seios. Não que eu devesse estar olhando para eles. ~ 123 ~

Maldição. Eu retiro o meu novo telefone e verifico se há mensagens. Nada. Meu pai assume que eu vou aparecer, e ele está certo. Por que ele deveria me checar? Eu sempre fiz o que ele me pediu. Não faz nenhuma diferença na forma como ele se sente sobre mim embora. — Nunca é tarde demais para começar, — diz ela, se sentando um pouco mais reta e olhando para fora da janela da frente. O céu começa a clarear, dando início a um novo dia. Num momento, eu vou estar de pé na varanda cinza que envolve a casa de meu pai, apertando as mãos e esperando que a firmeza do meu aperto seja suficiente neste momento. Nunca foi bom o suficiente antes. — Sabe, eu queria dizer que eu realmente gostei de sua performance ontem. Eu escutei algumas músicas da Amatory Riot antes, mas eu nunca tive tempo para realmente ouvir a bateria. Você me faz querer a arte. — Eu não sou tão bom, — eu digo a ela, desejando acreditar que eu fosse. Confiança. Preciso de um pouco mais disso. A bateria é tudo que tenho. Se eu não acho que sou bom no que eu faço, que ponto há em correr atrás do sonho? Eu preciso aprender a acreditar no meu próprio talento. — Ronnie é melhor. — essa parte é verdadeira. Ele é. Mas, ele também é cinco anos mais velho do que eu. Eu poderia alcançá-lo. — O que você acha da Lola? — Sydney pergunta, seu pé saltando para cima e para baixo, combinando com o ritmo da música que está tocando no fundo. Eu me pergunto se ela sabe que é uma das nossas. Eu sorrio para ela, secretamente desfrutando ao assistir seu movimento corporal seguindo meu som. — Lola é boa. — Mas você é melhor? — Sydney pergunta, e eu rio. — Eu acho. Talvez. Eu não sei. — Oh, vamos lá. Basta dizer. — Dizer o quê? — pergunto com outra risada. Estou correndo os dedos pelo meu cabelo e me inclinando para trás, colocando meu corpo à mostra, mesmo sem perceber que eu estou fazendo. Flertando. Por que me incomodo em evitar isso? Está levando mais energia para fingir que eu não estou interessado nela. Eu não tenho que tirar minhas calças. Sydney escova a franja para trás e levanta uma sobrancelha. — Tudo bem, tudo bem. Eu sou melhor. — ela bate palmas.

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— Bom para você, Dax. Elogiar a si mesmo não tem que ser uma coisa ruim. Não seja arrogante, mas não tenha medo de dizer quando você tiver feito um bom trabalho. — E você? — eu pergunto. Eu sei que ela é uma stripper. Isso é tudo que falam dela, mas há mais para Sydney Charell do que um corpo bonito. Qualquer um pode ver isso. Um olhar em seus olhos e é óbvio que ela sabe o dobro sobre o universo do que uma pessoa normal. Eu tenho esse desejo realmente inquietante de ter seu rosto tatuado no meu braço. Há um ponto em branco à esquerda, na parte de trás do meu bíceps esquerdo. Fui guardando para algo especial. Mas é uma ideia estúpida. Olhe para Turner e Naomi... E esses são apenas os nomes que eles têm em seus corpos. O que aconteceria comigo se eu gravasse esta beleza de forma permanente em minha pele? Eu corro minhas mãos para cima e para baixo nos braços, observando os olhos de Sydney seguindo avidamente. Ela gosta de meus braços. Bom pra caralho. Eu trabalho duro para ter eles, mas às vezes, eu acho que eles ficam escondidos nos fantasmas sorridentes e as lápides. Sydney não se deixa incomodar. Ela nenhuma vez me chamou de emo cadela, uma aberração, um pequeno idiota. É uma espécie de refresco. — Eu quero ser alguém melhor amanhã do que sou hoje, — diz ela, e eu fico com arrepios na espinha. Sem sequer pensar sobre o que eu estou fazendo, eu coloco as minhas mãos sobre a tampa da caixa e me inclino para a frente. Nossas bocas se tocam, apenas um pouco. Eu nem sequer chamo de um beijo, mas isso puxa o ar dos meus pulmões e me deixa lutando para me manter lúcido. Me sento de volta para baixo e continuamos conversando, um pouco mais leve do que antes, um pouco mais suavemente. — Em menos de duas semanas, eu tenho uma sessão de fotos em Los Angeles. — Sydney arregaça as mangas de sua camisa e toca as mãos nas suas tatuagens. Nós dois temos os braços completamente tatuados, cobertos do pulso ao ombro com tinta. — Tattoo Terror. — eu levanto as minhas sobrancelhas e sinto essa sensação fria em cima de mim. — Hah, — diz ela, apontando para mim. — Eu posso ver que você está familiarizado com a revista. — Claro que eu estou familiarizado com isso, — eu digo, tentando não morder o lábio inferior. Minha voz é mais rude do que eu gostaria que fosse. — Eu cresci no Centro-Oeste com os piores controles parentais que você já viu. A versão do meu pai de bloqueio de sites é ficar de pé em cima de mim, enquanto eu navegava pela web. Ele nem precisou usar um programa. Seu punho foi um incentivo suficiente.

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— Então o que você está tentando dizer é, você limpa os canos com uma cópia velha de Tattoo Terror? — eu retiro uma pulseira de borracha e agito para ela, como se fôssemos velhos amigos. Sydney pega em uma mão e olha para as letras. — Eles pararam de imprimir a revista, mas eles têm uma cópia digital. E um site. Eles estão me pagando bem. — eu imagino seu corpo nu gravado em toda a web e meu estômago se aperta. Eu não gosto disso. Não que eu gostasse de imaginar ela tirando a roupa, mas a Internet é tão permanente. Essa merda nunca vai embora. — Parabéns, — eu digo e vejo como os olhos dela chegam e encontram os meus. — Então você quer ser uma modelo ou...? — eu não tenho certeza de que tipo de carreira um ensaio fotográfico nu entra. Eu não vou julgá-la, mas eu recebo essa centelha feia de ciúme no meu intestino. Existem centenas, talvez milhares de caras que viram Sydney nua, e eu não. Depois desta filmagem, ela poderia facilmente estar na casa dos milhões. Eu aperto o banco com os dedos apertados. Não é fodidamente justo. — Eu não sei, Dax. Eu não tenho nada em mente. Eu estou indo onde o vento me leva. Eu dançaria para viver, se houvesse dinheiro nisso. Não topless, é claro. Dança de verdade. Se eu pudesse cantar, eu iria depois pra Broadway. — Sydney me pisca outro sorriso e se inclina para trás. Eu sinto que o meu futuro é incerto na maioria dos dias, mas o dela não está mesmo gravado em lápis. Eu me pergunto se isso a deixa nervosa? Eu decido não perguntar e nós nos sentamos em um silêncio sociável. Acho que cochilei depois de algum tempo, porque a próxima vez que eu abri meus olhos, eu ainda estou na van e Sydney não está. — Sydney? — eu pergunto, pânico entrelaçando minha voz. Eu me esforço para eliminar as teias de aranha, balançando a cabeça para limpá-la. — Sydney? — Ela está lá dentro, — diz uma voz do meu lado. Me viro e encontro um dos guarda-costas com um Kindle na mão. É uma espécie de um espetáculo estranho, especialmente quando eu o vejo propositalmente inclinar a tela longe de mim. Eu me pergunto o que está na agenda de leitura para hoje? — Dentro? — eu pergunto. Minha voz sai um som oco. — Com quem? — o guarda encolhe os ombros conforme eu luto com os meus pés, amaldiçoo quando eu bato meus joelhos no caixão da minha mãe. — Desculpe, desculpe, — eu digo a ela enquanto eu abro as portas de ~ 126 ~

trás da van e a terra em meus pés. O sol está brilhando forte hoje, obrigando-me a colocar o meu braço para cima dos meus olhos. Oitenta hectares se esticam em volta de mim, agradável e plano, coberto de grama marrom-verde e uma série de cercas semiacabadas, nenhum dos quais guardo nada. A parte triste é que eles têm sido assim por tanto tempo quanto posso me lembrar. Nada por aqui mudou, pelo menos não do lado de fora. A varanda é ainda pintada de cinza, e a única cadeira branca ainda fica de guarda na porta da frente. Dentro em algum lugar, está Sydney Charell. O pensamento me assusta. Eu não quero passar um tempo com essas pessoas. A última coisa que eu quero é Sydney afundada nessa merda. Eu ando em todo o caminho de cascalho o mais rápido que eu posso sem parecer como um idiota. Meus passos vão de dois em dois e não me preocupo em bater. — Olá? — chamo, ouço o som de vozes. Elas saem da cozinha e ecoam no foyer quase vazio. Meu pai ainda tem aquela imagem da minha mãe em sua formatura do ensino médio pendurada à direita da porta. À esquerda, há uma deles juntos em uma praia na Austrália. À exceção de um cabide e um cesto para guarda-chuvas, a sala está nua de decoração. Eu olho para o segurança que está comigo, tentando ver se ele está fazendo qualquer julgamento sobre a casa, mas seu rosto é tão branco como estas paredes. As vozes não param de falar. Ou eles não podem me ouvir ou eles estão me ignorando. Minha aposta seria no último. — Olá? — eu passo pelo corredor, passando pela sala de jantar e na cozinha. Meu pai está atrás da ilha falando com um arranjo variado de primos que se espalham em banquetas na frente dele. Ele não olha para cima de sua xícara de café quando eu entro. — Espero que possamos começar a fazer isso amanhã, — diz ele, tomando um gole. Seus olhos azuis estão focados diretamente sobre as bancadas de azulejos brancos, e não como se ele estivesse me evitando propositadamente, mais como ele não se importasse se eu estou aqui. Apenas um dos meus primos ainda se preocupa em olhar para trás para mim. Fico ali por baixo do arco da porta resistindo à vontade de encobrir minhas tatuagens com as minhas mãos. Eu me sinto tão fora de lugar aqui. Tudo é branco e bege, funcional e necessário. E aqui estou eu, coberto de tatuagens preto e roxo e verde, maquiagem no rosto, luvas na minha mão. Eu me sinto como uma boneca masculina, toda vestida com nenhum lugar para ir. Eu odeio essa porra de

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sentimento. Minhas narinas dilatam conforme eu me esforço para abrandar o meu temperamento. — Onde está Sydney? — eu pergunto, e então todos eles se viram, agindo como se tivessem acabado de notar que eu cheguei. Ninguém se preocupa em me responder embora. — A loira? — eu continuo, enchendo o silêncio. Eu não posso suportar isso. Eu odeio como o silêncio que é aqui fora. A primeira vez que visitei Nova York foi a primeira noite que eu tive um sono real em minha vida. Eu adorava o barulho, almejava o som da humanidade se contorcendo em torno de mim. Aqui, à noite, é tão morta quanto a lua. Estéril, em branco, vazio. Eu odeio esta casa, esta família. Quando eu estou aqui, é difícil lembrar que eu sou uma estrela do rock agora. Eu me sinto como um garoto do ensino médio novamente, rejeitado e indesejado. — Bem aqui, Dax, — diz ela, aparecendo no topo das escadas. Quando eu a vejo, meu coração fica mais lento um pouco. Ela parece tão fora do lugar, assim como eu, como a outra metade da minha equação. A boneca do sexo feminino que eles vendem na próxima prateleira. — Seu pai disse que não se importaria se eu verificasse o seu antigo quarto. — eu gostaria que houvesse uma lista de palavras que eu poderia proibir Sydney de dizer. Quarto seria um deles. — E acho que o que eu encontrei? — ela acena uma cópia da Tattoo Terror em torno de uma mão. No meu olhar de horror, ela rola para cima e o enfia debaixo do braço. Eu me aproximo dela enquanto ela desce as escadas, mantendo meus olhos acima da cintura. — Você está bem? — eu pergunto a ela. Eu sei como eles podem ser. Julgamentos são sua especialidade. Não importa quão bom você parece, como confiável, se eles não gostam de você, minha família vai encontrar uma maneira de te trazer para baixo. Sydney me dá um meio sorriso e lidera o caminho para a cozinha. Eu a sigo e faço uma pausa perto da geladeira. — Dax, — Arnold diz lentamente, como se ele estivesse testando a palavra em sua língua. Ele me chamando. Afinal, ele era o único em torno fazendo isso. Mas eu não acho que ele realmente gosta. Arnold passa a maior parte de nossas conversas breves me chamando de filho. Eu tento não deixar isso ir para a minha cabeça; ele chama todos os meus primos disso também. — Onde está sua mãe? — Na van, — eu digo, minha voz ecoando nos tetos altos. Meu pai se encolhe e range os dentes. — Sinto muito, mas essa era a única maneira de eu trazê-la aqui. — eu examino as linhas extras no seu rosto, sua pele avermelhada pelo sol, o cabelo cinza ao redor de suas ~ 128 ~

têmporas. Ele parece um inferno de muito mais velho agora do que da última vez que o vi. E isso foi só, o que, meses atrás, no máximo? Eu me pergunto se alguma coisa está acontecendo por aqui, ou se sua visão desdenhosa sobre a vida está apenas começando a alcançá-lo. — Você quer que a gente descarregue ela? — pergunto, adicionando mais estranheza à situação já desconfortável. Meu primo, Tom, se levanta e enfia as mãos nos bolsos, me dando aquele olhar, aquele que diz que eu não estou conseguindo. — A casa funerária estará aqui em cerca de meia hora para buscá-la. Nós estamos tendo um outro serviço funeral, nada extravagante. Isso só vai ser uma bênção rápida e um jantar na casa da vovó. Uau. Eu não consigo pensar em uma única coisa fodida nesta terra que soa pior do que isso. Meu primo, Tom, e eu, vivemos em mundos diferentes. Eu enfio agulhas em minha pele, apenas para que eu possa formar uma imagem bonita no meu braço. Eu fumo PCP 16 . Eu toco bateria. Eu caio em insta-luxúria com belas loiras que não devem ser legalmente capazes de usar sapatos tão altos. Eu limpo a minha mão pelo meu rosto. Não há nenhuma maneira no inferno que eu vou, mas isso vai ser difícil. — Eu não sei... se eu posso fazer isso. — Fazer isso? — meu pai pergunta sua voz áspera com irritação. Seu bigode se mexendo. — O que quer dizer fazer isso? Você está de pé bem aqui, não está? Você não estava ocupado demais para desenterrar o corpo de sua mãe, mas agora você está muito ocupado para atender a sua bênção? — Eu não desenterrei ela, — eu respondo. Eu não posso lidar com ele pensando nisso. Eu poderia ser estranho, mas eu não estou fodido da cabeça. Eu sou uma pessoa normal do caralho, provavelmente mais ‘normal’ do que ele. Tenho sentimentos, e eu não enfio toda a minha miséria na minha garganta. Eu costumava fazer, porque é isso que ele me ensinou a fazer. Mas não mais. Sinto a vontade de explodir e sentir a raiva rastejando por minhas veias de novo. — E ela está tão morta quanto ela estava ha 23 anos atrás. — alguns dos meus primos sobem para os seus pés para se juntar a Tom. Eu tenho um mau 16

O PCP ou Fenciclidina tem nomes de rua como angel dust, pó de anjo, krystal ou peace pill. Tem uma acção alucinogénea e apresenta-se sob a forma de pó branco cristalino com sabor amargo, cápsulas ou líquido amarelado. ~ 129 ~

pressentimento que estou prestes a levar uma surra. Mas isso tem que ser dito, ou eu vou ter um colapso. — Eu sinto muito que isso aconteceu, mas eu tenho outras coisas para fazer aqui. — Não se atreva a visitar aquela menina, — meu pai rosna, me dando arrepios na espinha. Não. Não vou falar sobre isso. Deixe isso para lá. Olho para Sydney. — Ninguém quer que você a visite. Você acha que a família gosta de ver o assassino de sua filha dançando em torno da cidade? — Eu não matei ela, — eu rosno através dos meus dentes. Eu não matei. Eu quase fiz, mas foi um acidente. Meu segredo pode não ser tão grande como o de Naomi ou Hayden, mas ainda dói, e ele queima um pouco dentro de mim todos os dias. Então, eu vou enfrentar isso antes de qualquer outra pessoa tenha a chance de enfiar isso na minha cara. E isso inclui o meu pai. — E o que aconteceu foi um erro. — Ele te disse sobre Tara? — meu pai pergunta a Sydney, passando a mão pelo queixo e colocando sua xícara de café no balcão. Há uma segunda caneca lá, com batom em torno da borda. É o mesmo tom de Sydney. Quanto tempo ela estava aqui antes de eu acordar? Não pode ter sido todo esse tempo. A viagem foi menos de duas horas, e o sol ainda está brilhando com o brilho alegre da manhã. O que ela quis falar com ele? E por que ela se preocupou em tentar? — Eu não me importo com Tara, — diz Sydney, falando com naturalidade. — Desculpe-me, mas eu não me importo. Eu não preciso de você para me dizer o passado de Dax. Eu não ligo para o que ele fez quando ele tinha doze ou treze anos, ou mesmo vinte e um. Tudo o que realmente importa é o que ele é hoje. — ela encolhe os ombros como se as suas palavras não importassem, mas elas fazem. Elas me importam. Meu peito fica tão apertado que é difícil respirar. — Quando entrei aqui, você me perguntou quem eu era, e eu disse a você. Mas você nunca perguntou o mesmo a seu filho. Você não acha que você deve a ele a cortesia? — Saia da minha casa, — diz Arnold, estreitando seu olhar sobre nós dois. Meus primos avançam, como a porra de um rebanho de cães selvagens. Eles querem me bater. Por quê? Eu não tenho nenhuma porra de pista. Talvez eles estão insatisfeitos com suas próprias vidas? Ou talvez eles estejam tão loucos como Stephen maldito Hammergren. Seja qual for a razão, pela primeira vez na minha vida, eu realmente sinto muito por eles, porra. — Os dois. Fora. Saiam. Meninos, vão buscar Hannah para mim. Coloquem ela na varanda. Ela sempre gostou de lá. ~ 130 ~

— Não ouse me ignorar, — eu atiro para ele, deixando a raiva vazar. Ei, pelo menos eu encontrei o alvo apropriado para a minha raiva. O homem que começou tudo. Minha mãe poderia ter criado o meu corpo, mas meu pai criou este desconforto que eu tenho dentro de mim. Eu estou tão cansado disso. Eu só quero que isso se vá. — Olhe para mim a porra de um segundo e admita para si mesmo que eu sou seu filho e que não é culpa minha. Não é culpa de ninguém que Hannah morreu. Eu não posso acreditar nisso ao menos que eu ouça as palavras vindas de sua boca. — Eu disse para fora, — Arnold rosna para mim, a expressão estoica no rosto quebra uma fração de segundo em pura raiva. — Saia. Agora. Dê o fora e não volte. Eu fiz o melhor que pude para você, garoto. Eu tentei, porque eu amei a sua mãe tanto que ainda me dói. Eu queria te amar, mas eu não posso. Eu não posso continuar fingindo. Dou um passo para trás, enfiando os dedos nos de Sydney, mesmo sem perceber que eu estou fazendo isso. Sinto uma revelação vindo. Eu não gosto de revelações. Tudo o que elas fazem é virar o mundo ao seu redor. Como se ele não fosse forte o suficiente para navegar para onde está indo. — Podemos ir agora. Você não tem que ouvir isso, se você não quiser. Isso não importa, não em longo prazo. — eu olho para baixo pra Sydney e depois de volta ao longo de Arnold, à espera de outra merda cair. Eu não tenho que ouvir isso; preciso. — Fingir sobre o quê? — eu pergunto. Sydney já sabe a verdade. Eu achava que era perspicaz, mas eu não sou, não mesmo. A praticamente vidente é Sydney. — Dax, — diz Arnold, com uma expressão tão fria como gelo. — Eu não sou o seu pai biológico. Eu não sei quem ele é, e eu não me importo. Eu só quero que você vá, rapaz. Basta ir e não voltar aqui novamente...

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— Você roubou essa bateria? — Dax me pergunta com cara pateta, a boca torcida para o lado. Ele repousa a cabeça sobre o braço, deitado sobre o bar com seu cabelo escuro espalhado contra a bancada brilhando. Como eu disse, eu não sou uma fã do uso de álcool ou drogas para sobreviver, mas Dax merece uma bebida após essa merda. Então aqui estamos nós. Em um clube de strip. Eu sorrio. — Eu estava indo esperar por você acordar, mas eu fiquei entediada. Eu te disse, — eu digo, me inclinando e escovando o cabelo da testa dele. Eu tomei – isso conta - uma bebida. Uma AMF17. Se você não está familiarizado, é um Adios Filho da puta, forte, mas não mortal. Eu uso isso como desculpa para brincar com o cabelo de Dax, deixando cada toque dos meus dedos contra sua carne me consumir. Entre as minhas pernas, a dor se torna insuportável. Estendo a mão para baixo, prendendo a borda da cadeira, apoiando minha virilha contra o meu braço, apenas por um pequeno toque. O pulso latejante se transforma em um lamento doloroso. Acalme-se, menina, acalme-se. — Eu faço coisas às vezes. E eu não sei por que faço. Levantei, entrei e pedi uma xícara de café. Assim que eu vi Arnold, porém, eu sabia. — Mas a bateria? — Dax pergunta, música sobre a mente. Ele acaricia o par de baquetas no balcão. Ele está ferrado, mas pelo menos ele está sorrindo. Não é todo dia que você descobre que seu pai sádico realmente te odeia. Nos filmes, Arnold e Dax teriam tido uma reunião com lágrimas, unindo a família em amor ou alguma besteira dessas.

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Mas este é o mundo real e estas são pessoas reais com problemas reais. Porra. — Eu estou chegando lá, — eu sussurro, me inclinando para baixo e pressionando meus lábios na testa dele. Sua pele tem gosto de suor e flor, como talvez ele use sabão floral ou algo assim. Eu gosto disso. Dax é tão macho sem ser machista. — Você não quer ouvir toda a história? — Eu quero tocar minha bateria para você, — ele sussurra sua voz quase inaudível sobre os ritmos da música Techno explodindo nos alto-falantes perto do palco. — Eu quero me apaixonar. Naomi não me quer, então... — ele deixa escapar. Tomo um gole da minha bebida, saboreando a sensação elétrica do álcool em minhas veias. Apenas o suficiente para alegrar e soltar, não o suficiente para borrar minhas memórias ou me obrigar a fazer algo que possa me arrepender. Eu o interrompo antes que ele possa dizer qualquer outra coisa. — Você tem um rosto muito mais bonito do que o de Arnold. Ele tem um nariz quadrado e um queixo com covinhas. E sim, eu roubei a bateria. Enrolei cada pedaço em uma saco e baixei pela janela. — Dax bufa e enrola os dedos em torno das baquetas. Pelo menos quando ele me viu chegando ao redor da casa carregando pedaços de sua primeira bateria, ele quase sorriu. Agora que ele tem algumas bebidas nele, ele está sorrindo de orelha a orelha. O pacote de sacos acolchoados na van tem mais do que apenas tambor, peças dentro deles embora. Peguei algumas fotos e alguns outros pedaços aleatórios de memória que encontrei espalhadas por todo o quarto. Eles estão enfiados dentro dos bolsos, tanto quanto eu poderia colocar. Era uma coisa estranha para fazer, eu entendo isso. Mas a conversa de cinco minutos que eu tive na cozinha com aquele homem me chamou a atenção. Ele já sabia o que ele queria dizer a Dax antes mesmo de chegar lá. Ele não disse isso em tantas palavras para mim, mas é o que eu peguei da nossa conversa. Então eu pedi para ver o quarto de Dax, e então e roubei. — Eu estava com medo, de que se algo desse errado, você pudesse sair de lá sem um pedaço de sua mãe. — Não importa, — Dax, luta para se sentar. Uma das meninas começam a serpentear no nosso caminho, e eu jogo um olhar mortal. Regra número um quando você está trabalhando como stripper, se um cara chega com uma garota, sempre faça contato visual com ela antes de se aproximar do homem que está com ela. Não fazer isso pode resultar em brigas de gato, spray de pimenta, e todos os outros tipos de drama que poderiam ser evitados. As meninas aqui também não ~ 133 ~

entendem isso, ou eles são apenas hiper conscientes do fato de que Dax é o homem mais bonito nesta sala. — Eu não a conhecia; ela nunca vai me conhecer. — ele faz uma pausa e torce o rosto para cima e tenta descobrir como lidar com o impossível. — E ela era casada com meu pai, mas grávida com o bebê de outra pessoa. Por quê? — eu coloco meu cotovelo no balcão e descanso meu queixo na minha mão. — Há uma dúzia de razões que vêm à mente, Dax, — eu digo. — A maioria não é agradável. Eu não sei o que você vai saber realmente. Se as pessoas envolvidas se recusam a te dizer, não há muito mais que você pode fazer. — ele esfrega o rosto com as mãos e depois suspira uma liberação profunda, super dramática de ar que me faz sorrir. Eu vejo como seu olhar muda para as meninas que trabalham no palco. Seus corpos se envolvem em torno dos poles, se contorcendo e ondulando numa dança que é mais velha do que o tempo, imitando os movimentos mais básicos da humanidade, o próprio ato da criação. — Você quer uma dança ou algo assim? — pergunto a ele, sentindo um aperto no meu ventre. Eu não quero ver ninguém moendo em cima dele quando eu ainda nem tive a chance de experimentar isso. Que porra. Eu sabia que o pequeno garoto baterista ia ser problema. Sabia. E tudo que eu fiz até agora foi beijá-lo. Mas agora eu estou emocionalmente envolvida. É difícil ver alguém ser demolido sem derramar uma lágrima ou duas. Meus olhos molharam, não vou mentir sobre isso. Mas os dele não. Ele não disse porra nenhuma, até que convenceu os guardas de segurança para puxar até aqui. Então, eu posso ter dito a eles uma mentira sobre a necessidade de usar o banheiro feminino e pronto. Mas agora estamos aqui e eles não podem fazer nada sobre isso. Nós não somos seus fodidos prisioneiros. Eu disse a eles que podiam ficar e cuidar de nós ou eles poderiam sair. Eles ficaram. Eu aceno para um de nossos amigos perto da porta traseira. Ele não acena de volta. — Uma lap dance? — Dax pergunta, se virando para mim, piscando os olhos cinzentos rapidamente em resposta. Eu levanto uma sobrancelha. Ele soa muito ansioso. — Eu adoraria. — minha boca aperta, mas eu não digo nada, me virando para onde as meninas ficam e procurando por uma com os peitos mais feios. Eu não posso ajudar, eu sou superficial assim. Antes que eu possa chamar a atenção de alguém, os dedos de Dax estão enrolados em volta do meu pulso e me puxam para fora do banco e para o seu colo. Ele muda seu peso, de modo que ele está me segurando pela cintura com um braço e sob os ~ 134 ~

joelhos com o outro. Sua mão toca levemente as minhas meias e me faz chupar uma respiração. A sensação de seus dedos deslizando ao longo do tecido... Ronronar, ronronar. Por favor, não pare de fazer isso. — Eu não quis dizer uma lap dance minha, — digo, tocando a mão na sua camiseta preta. Amatory Riot está escrito na parte superior em letra cursiva roxa. — Eu estou aposentada, lembra? — Eu acho que eu bebi demais, — ele diz, mas seus olhos estão absolutamente perversos. Há uma tempestade de gelo lá dentro, granizo caindo do céu e profanando a paisagem cinza congelada. Parece uma forma pacífica para morrer, e eu poderia usar um pouco de paz. Eu inclino minha cabeça para trás e me perco, apreciando a sensação de estar leve. Eu sinto que estou sempre no comando de tudo, o tempo todo. Por uma fração de segundo, eu deixo Dax ter esse papel. Sua boca cai na minha e mesmo que ele tenha gosto de vodka, eu deixo ele me beijar. Eu não tenho certeza se é o álcool ou a revelação sobre a sua família ou o que, mas ele é muito mais exigente com a língua e os dentes, desta vez, me forçando a me abrir e deixá-lo entrar. Seu domínio relaxa um pouco quando ele se afasta, me deixando ofegante, engolindo em seco e me inclinando para mais quando ele me mexe em seu colo e, relutantemente, retirando a mão de minhas pernas. — Você quer se encontrar com Tara? — pergunta ele, de repente. Quando eu disse que não me importava com Tara, eu quis dizer isso. Eu não vou julgar Dax sobre algo que aconteceu há uma década. Mas estou curiosa? Foda-se, sim, é claro que eu estou. Eu brinco com o decote de sua camisa, deslizando minhas unhas por baixo do tecido e observando a maneira como sua pele se contrai quando eu o toco. Eu acho que eu finalmente decidi: só temos que foder. Não é sequer uma opção realmente. Eu deveria saber desde o primeiro segundo em que o vi que era pra ser. De qualquer maneira, eu devo isso a mim mesma para ver por que estou tão atraída por ele em primeiro lugar, se esta tensão desaparecer do ar e eu seguir em frente com a minha vida, sem nunca querer saber. Querendo saber é pior. Estar sonhando com algo que você nunca pretende explorar. Eu odeio isso. — Ela está morta? — pergunto, pensando nas declarações de Arnold na cozinha. — Estamos visitando seu túmulo? — está tudo bem se estivermos. Algumas pessoas são muito sensíveis sobre como eles lidam como falar sobre os mortos. Se Dax quer que eu conheça uma garota morta, eu vou fazer isso.

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Dax já está balançando a cabeça negativamente. — Ela ainda está viva, — diz ele, mas ele não parece totalmente convencido desse fato. — Ou ela estava um par de meses atrás. — ele engole e a cor é drenada de seu rosto. — Eu quero vê-la, dizer a alguém sobre ela, tirar o ferrão do segredo. Então ninguém poderá usar isso contra mim. — Dax suspira. — Então os únicos segredos que vou ter que proteger pertence aos corações de outras pessoas. Eu sorrio. — Bem, então, eu adoraria conhecê-la. — Dax se move como para se levantar, mas eu coloco a mão em seu peito. — No entanto, você está bêbado no momento. Fique um pouco sóbrio e depois podemos ir? — ele franze o nariz para mim. — E os nossos amigos? — olho para os guardas. Eles nunca vão deixar, eu acho, é uma coisa boa, mas eu ainda acho que tem que haver alguma maneira de ficar longe deles. Afinal, eles estão aqui para nos proteger, e não nos manter prisioneiros. Se fossemos escapar pelo banheiro... Seria uma ideia realmente estúpida. Eu poderia estar colocando a vida de Dax em perigo. Sydney. Use um pouco de bom senso. — Eu acho que nós vamos ter que leva-los com a gente, — eu digo, mas posso dizer que Dax não quer. Quando ele diz que quer contar a alguém sobre Tara, ele não quer dizer qualquer um. Me sinto honrada, mesmo que eu não tenha ideia do que se trata. Ele está confiando em mim o suficiente para me mostrar algo que ninguém mais sabe. Agora, se isso é porque eu estou aqui, porque eu sou a pessoa mais conveniente para confiar no momento, ou porque ele realmente gosta de mim, eu não sei. Suponho que isso não importa. Eu vou ir com ele e ver o que acontece. — Apesar de que provavelmente vão ligar e informar a Brayden, se já não fizeram isso. — Eu não dou a mínima, — Dax diz, mas não para mim. Não tomo isso pessoalmente. Ele é louco no mundo em geral, eu entendo. Eu nem sequer passei por uma fração do que ele passou. Assassinatos, sequestros, tornados. Semanas estando preso em um ônibus com pessoas como America, a cadela burguesa metida, quem arrastou os meus meninos, sua banda, até mesmo eu para essa porcaria. Problemas por associação. — Eu vou estar de volta a tempo de entrar no avião. Isso é tudo o que importa, certo? Eu desço do colo de Dax e arrumo minha saia com um sorriso. ~ 136 ~

— Isso, e o fato de que seus braços permaneçam intactos. — eu estendo a mão e aperto seu bíceps, como uma brincadeira no começo, mas então, assim que minhas mãos fazem contato com sua carne dura, eu começo a sentir tonturas. Afasto meus dedos imediatamente, mas o dano já foi feito. Dax está lambendo os lábios e apertando o punho forte em torno das baquetas. Acho que ouvi uma delas quebrar. — Desculpe, — eu digo, embora eu não tenha certeza de que é mesmo a palavra certa. — Você já teve esse tipo de problema... único, com Naomi? — eu nem sei por que eu faço essa pergunta. Isso não deveria nem me importar, mas de alguma forma importa. Se ele estiver me fodendo, ele vai estar imaginando ela? — O quê? — Dax pergunta, parecendo um pouco desorientado. Talvez não seja justo grelha-lo quando ele está bêbado e eu mal estou tonta, mas eu vou fazer isso de qualquer maneira. A curiosidade matou o gato e tudo isso. — Com toda essa coisa de tocar? E uh, e essa coisa de pau duro. Como foi isso? Ou melhor, não é assim? — Dax olha para mim enquanto eu resolvo voltar para o meu banco e terminar minha bebida. No espaço de tempo que ele leva para responder à pergunta, três meninas vêm perigosamente perto do bar. Eu quase tropeço numa com meus calcanhares. — Sydney, — diz ele, quando eu arrasto uma dose de vodca para longe dele com a minha unha. — Você é a única mulher que me deu uma ereção de três dias. — de certa forma, essa afirmação poderia ser lida como romântico. Eu sorrio novamente. — E Naomi... ela... eu nem sei o que fazer sobre isso. Ela é a única mulher que já foi capaz de me ver, sabe? — eu vejo enquanto ele procura a dose e tem dificuldade em encontrá-la. Definitivamente, hora de cortar as bebidas. Digo a mim mesma que eu não me importo com Naomi, e talvez eu não me importe. Não realmente. Faz tanto tempo desde que eu não tinha nada nem ninguém para me importar e eu nem tenho certeza de que posso fazer isso. Mas eu sei de uma coisa: eu quero que ela saia de sua cabeça. Eu gosto de estar nela, como a forma como ele olha para mim, como ele salta quando eu roço contra sua pele. — Você precisa de uma limpeza de Naomi, — eu digo a ele, inclinando a cabeça para o lado e examinando o brilho fino de suor em seu queixo. Yummy. Eu lamberia essa merda em um instante. — Eu pareço um pouco como ela, não é? — eu pergunto, e eu estou contente que ele está bêbado, porque a questão ainda faz dele desconfortável. Eu sabia. ~ 137 ~

— Um pouco, talvez, — diz ele e, em seguida, faz uma pausa. — Você é muito loira, eu acho. — eu bato minhas unhas no balcão e penso por um momento. Eu sei que eu sou uma esquisita algumas vezes, mas a Sydney louca sai quando Dax está ao redor. Eu só não posso me ajudar. — Você quer jogar um jogo? — pergunto a ele, estendendo a mão e correndo minha mão até sua perna. Todo o seu corpo enrijece. — Eu serei sua Naomi, se você quiser. — que diabos você está fazendo, Sydney? Eu me pergunto quando eu me inclino para frente a uma polegada mais perto do prêmio. Seu pênis já está instalado e feliz em me ver, lutando contra o tecido da calça jeans. Eu nunca estive tão ansiosa na minha vida para ver o que está debaixo de um pedaço de denim. — O quê? — Dax parece tão apavorado quanto emocionado ao mesmo tempo. — Foda-se, finja que está transando com ela. Tire ela do seu sistema. — Isso é estranho, Sydney, — diz ele, mas eu vejo que ele não resiste quando eu passo minha mão de sua perna para seu pulso e o puxo de pé. Eu pego o copo com a dose, tomo e baixo o copo de volta no balcão. Se eu bater isso um pouco mais duro do que o normal, quem iria notar?

Há quartos em volta do clube para, você sabe, aquelas senhoritas especiais que estão dispostas a fornecer ‘danças privadas’ para seus clientes. Eu não sou uma delas. Eu poderia ser uma stripper, mas eu definitivamente não sou uma puta. Pode não ser justo com Dax o que estou fazendo. Mas eu não posso esperar mais. E eu não posso transar com ele se eu acho que ele pode estar sonhando com Naomi. Eu poderia muito bem saber antes do tempo, certo? Sydney, sua cadela com ciúmes. Mas eu gosto de Dax, e eu acho que suas tatuagens são assassinas, e sua bateria está além da porra incrível. Então, eu vou fazer sexo com ele no quarto dos fundos de um clube de strip. Faço uma pausa enquanto eu fecho a porta atrás de ~ 138 ~

nós e olho para cima para o teto, para o par de colunas negras montadas na parede. Uma canção de Amatory Riot está tocando. Estranho. Estou surpresa que ninguém no clube o reconheceu. Aposto que eles teriam sido capaz de ver Hayden de uma multidão, ou Naomi. Pessoalmente, acho que Dax é mais interessante do que qualquer um deles, mas eu poderia ser piegas. Ele é como o inferno, e seus olhos, quando encontram os meus são cativantes. — Eu não sei o que estou fazendo aqui. Talvez eu deveria me deitar? — Você não quer me foder? — eu pergunto a ele, me inclinando contra o espelho na parte de trás da porta e atingindo os dedos sob o tecido preto da minha camisa. — Eu não devo, — diz ele, com a voz um pouco mais forte. — O amor não pode ser desligado. Ele não pode simplesmente ser transformado em qualquer coisa. É uma construção lenta, certo? — eu dou de ombros, meu coração palpitando no meu peito. Acima de nós, está o som da bateria de Dax tocando, ecoando ao redor do pequeno quarto, com suas paredes de veludo vermelho. Há uma única chaise lounge, uma cadeira e um pole de metal preto, em linha reta através do centro do quarto. Eu dançaria para ele, mas Naomi não dança e Naomi é o que ele vai conseguir. E então, quando eu posso olhar em seus olhos e ver que ela se foi, talvez eu vou descobrir o que está lá para mim? De qualquer forma, eles vão a L.A, eu estou indo para Los Angeles, este não é o pior lugar do mundo para conhecer alguém novo. Dax é problema, Sydney. Você vai ficar sozinha em um inferno de uma confusão com isso. Eu ignoro a minha voz interior. Ela é legal e tudo, mas eu já tentei o seu caminho, e eu não consigo parar. Quero Dax tanto que dói porra. — Tire suas calças, Dax, — eu digo a ele, observando meus dedos tremerem enquanto eu deslizo minha blusa e a jogo ao chão. Eu sei que provavelmente não é o lugar mais limpo do mundo, mas isso é parte da diversão, a natureza tabu corajosa de saber que está em pé em algum lugar onde mil fodas podem ter ocorrido, talvez mais. Eu não estou aqui para fazer amor com Dax; estou aqui para transar com ele. — Está me rasgando, me rasgando por dentro; minhas paredes estão caindo em chamas. — eu escuto a letra da canção, mas apenas como uma forma de acentuar a vibração de tambores de Dax. Ele me olha com cuidado, se virando depois de um momento para colocar a testa na mão.

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— Os seguranças não vão gostar de nós estarmos aqui, — ele sussurra, mas ele não parece convencido de que devemos parar. Quando ele olha para mim, eu posso ver que ele está perto de perder o controle. Eu acho que eu peguei ele em um bom momento. Todo o álcool de qualquer maneira diminui as inibições, elas te tornam finas e elegantes e tudo isso, mas às vezes, elas ficam no caminho de uma coisa boa. — Ok, — digo a ele, deslizando minhas mãos para cima da minha barriga, sobre os meus seios, meus dedos pousando suavemente sobre as tatuagens que correm em meu peito. — Me diga para parar. — Dax lambe os lábios, mas ele não diz nada. — Se você me quebrar, baby, esteja preparado para pegar os pedaços. — a música chega ao fim e maldita pega carona até uma faixa de Indecency. É velha, com Travis no baixo. Eu aperto minhas mãos em punhos, ouvindo o barulho do seu instrumento. Fui bastante nos shows e eu nunca vi America, nem uma vez. Se ela estava lá, Travis fez um trabalho muito bom escondendo ela. Cobra, cadela sorrateira. Mas ela não importa agora. Neste momento, a única coisa que me importa é o tamanho do pacote nas calças de Dax. Eu alcanço as minhas costas e solto o fecho em minha saia, deixando o pedaço insignificante de tecido cair no chão. Eu mencionei que eu uso nylons sem calcinha? Por que se preocupar o dobro, certo? Dax geme e se senta para trás, deixando cair a cabeça contra a parede. — Vamos lá, Dax, — eu sussurro, odiando que a voz de Turner esteja escorrendo para dentro do quarto. Eu faço o meu melhor para ignorar isso e passo minhas mãos para baixo, provocando o cós nas calças. Se ele quer isso fora, ele vai ter que fazer isso sozinho. — Vamos, mostre a Naomi exatamente como você se sente. — eu me inclino para frente, deixando meu cabelo cair e, em seguida, tiro um pouco dele com a minha mão. Eu dobro para baixo e subo de volta, tão lentamente que meus músculos tremem e doem. É um truque de palco, com certeza, mas ele funciona. Dax sobe para os pés, um pouco instável. Eu me pergunto se eu realmente quero transar com ele enquanto ele está bêbado, e a resposta é não. Só ‘Naomi’ iria fazer isso. E depois, amanhã, quando Dax acordar, podemos começar de novo. Entendo que estou amarelando um pouco, usando o álcool e o amor não correspondido para me proteger de ter que sentir algo real aqui, mas tudo bem. Está tudo bem. — Sydney, isso não é uma boa ideia, — ele me diz, mordendo com força o lábio. Acho que vi uma mancha de sangue manchando sua boca ~ 140 ~

vermelha rubi. Deus, isso é quente. — Eu nem sequer tenho um preservativo. — eu sorrio. Ah, que bonitinho. Eu chego no meu sutiã e puxo um para fora, segurando-o entre dois dedos e agitando-o para trás e para a frente como uma bandeira. — Sempre venha preparado, Dax, — eu digo a ele quando ele se move um passo em frente. Eu levanto o meu olhar até encontrar seus olhos. — Porque você nunca sabe quando a vida vai te foder. — eu sorrio. — Agora, — eu levanto os meus braços para os lados, levantando-os e deslizando-os ao longo de seus ombros. — Me tome. Eu sou sua. Espero Dax começar devagar, me beijar, tocar meus seios, me sentir. Quero sentir aquele toque gelado deslizando em cada centímetro de pele exposta. Estou sempre fazendo coisas com pressa, explodindo em situações sem um segundo pensamento de como eu cheguei lá ou o que estou fazendo. Quando Dax me toca, sinto um pouco desse frenesi chiar, deixando espaço para uma dor intensa que corrói minha alma. É o tipo de dor pela qual as pessoas morrem. É uma espécie de uma coisa Helen De Troia 18 . A luxúria, o desejo, tão poderoso que vale a pena apostar tudo. Tudo. Em vez disso, quando eu vou fecho meus olhos e me apoio nele, ele agarra meus braços e me gira ao redor, quebrando o meu rosto contra o espelho na porta. Minha bochecha raspa o vidro, eu me esforço para obter uma visão dele no reflexo. Com o meu pescoço a este ângulo, a única coisa que eu posso ver é o seu rosto. E está escuro, muito mais escuro do que eu esperava. Meus lábios partem e eu solto um grunhido quando eu o sinto moer sua ereção contra mim. — Mostre a ela quem é o chefe, Dax, — eu sussurro e ele range os dentes com tanta força, que os músculos de seu pescoço pulsam. Uma de suas mãos segura meus pulsos juntos contra as minhas costas, enquanto a outra se movimenta sobre a minha bunda, descendo e colocando a sua mão em concha. Eu me pergunto se ele vai encontrar o piercing? E então eu sorrio, porque eu sou apenas muito estranha, e Dax pausa, deslizando a mão para trás com um gemido. Ele solta minhas mãos e eu pressiono elas no espelho, me segurando no lugar, deixando ele dar uma boa olhada em mim, aberta e desesperada por isso. Eu vejo seu rosto quando ele pega o preservativo de meus dedos, ouço o som de um zíper enterrado em toda a música pesada gritando no quarto. Eu continuo falando. Eu não sei por que. Normalmente não sou muito de falar, mas eu quero ouvir a voz de Dax. É baixa, melódica e 18

Ela era filha de Zeus na mitologia grega. ~ 141 ~

atada com manchas de escuridão que me fazem sentir como se eu pudesse fechar os olhos e deixar as coisas correrem. — Eu quero que me tome. Me tome. Me faça sua. — eu deveria estar jogando agora. Eu tenho que ser Naomi. Mas a verdade é mais estranha do que a ficção, por vezes, não é? Nem mesmo eu posso dizer quanto do que eu estou dizendo é verdade. — Oh, acredite em mim, — ele rosna. Rosna. Eu amo isso. Dax é como o monstro debaixo da cama, que quer sair e devastar você. — Eu estou indo tomar você. Eu quis isso desde o primeiro segundo em que eu coloquei os olhos em você. — seus dedos apertam a minha carne, deslizando por baixo da cintura e enganchando em todo o tecido de nylon, deslizando lentamente, lento pra caralho, sobre a minha bunda. Dax empurra as calças para baixo entre as minhas coxas, sua respiração acelera, seus olhos cinzentos trancados no meu corpo. Ele não pode desviar o olhar. Eu mantenho o meu olhar focado em seu rosto, absorvendo as emoções. Eu mordo meu lábio e rezo para que ele acabe logo com isso. Eu devia ter saltado sobre ele desde o primeiro dia. Prendo a respiração enquanto ele se ajusta atrás de mim, mantendo espaço suficiente entre nós que eu posso sentir o calor do seu corpo. É dolorosamente tentador. — Você é a mulher mais linda que eu já vi. Eu só quero que você seja minha. Eu não me importo com as coisas que você gosta de comer ou onde você cresceu. É essa coisa primal comigo, e eu não sou uma pessoa primitiva. Eu tiro sarro de caras como Turner pelas costas, enquanto eles zombam de mim na minha cara. — eu movo para me ajustar, mas Dax coloca uma mão nas minhas costas e me mantém parada. Eu praticamente ronrono. Eu não consigo ter sexo como este muitas vezes. Tem que haver um pequeno grau de confiança, e eu não confio facilmente. Eu vou para uma merda baunilha na maior parte do tempo, e meu paladar está obsoleto pra caralho. Eu poderia usar um pouco de cobertura de morango. — Com você, eu não consigo ver direito. Meu corpo tomou a decisão. Eu quero te foder tão duro, que você não vai poder sequer se lembrar de estar com todos os outros caras. Depois de hoje, é isso. É só eu e você. — Dax engole e meus olhos ardem. Eu os fecho contra a mordida mais ínfima de dor. Eu queria que ele me usasse para suas fantasias com a Naomi e eu sou uma menina grande, mas suas palavras são tão intensas. Ninguém jamais poderia competir com isso. Mesmo assim, desejo a ele sorte, se ele planeja lutar com Turner. — E não faz mal que você é do tipo que sorri muito, que você faz as coisas.

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Faço uma pausa. Que porra é essa que ele disse? — Huh? Dax empurra para dentro de mim com tanta força, que meu rosto bate no espelho, e eu tenho que morder o lábio para não gritar. Seu corpo incha dentro do meu aperto, provocando minha buceta com sensações que eu nunca senti antes, picadas de aço frio e duro que definitivamente não viram com o pacote de aniversário. Ele está me rasgando. Puta merda. São sempre os mais quietos, não é? Somos como duas malditas ervilhas em uma vagem. — Oh meu Deus, — Dax geme, sua voz um soluço irregular. — Oh, obrigado Deus. Obrigado fodido Deus. — É tão bom, — eu sussurro enquanto ele se move dentro de mim, batendo tão duro com os quadris que a porta treme e meu rosto começa a doer. Mas eu não me importo. Contanto que eu possa continuar olhando para sua expressão no reflexo, eu posso morrer feliz. Pensei que Dax seria uma espécie de foda lenta e fácil, mas isso não é nada do que imaginei. Mal posso encontrar minha respiração enquanto ele encaixa dentro de mim, os piercings me massageando em todos os lugares certos, me fazendo soltar um miado. Ok, então eu nunca fiz isso antes, mas eu desceria nele. Dax me faz querer ir para baixo nele19. — Deixe ela sentir você, baby. Dax pausa, descansando dentro de mim, com as mãos apertando com tanta força que eu posso realmente gritar de dor. Eu começo a arquejar, mas eu não peço para ele parar. Eu não quero que ele pare. — Eu agradeço a oferta, — ele sussurra, sua voz tão áspera que parece que vai nos quebrar ao meio. — Mas não é com a Naomi que eu quero estar. Eu quero estar com você agora. — eu deixo escapar um gemido, um suspiro de alívio, uma pontada quebrada de prazer que percorre minha espinha, faz com que minhas mãos ondulem contra o espelho. Eu não sei como me sinto sobre isso. Eu não sei. E Dax não soa bêbado quando ele diz isso. Tanta coisa para tentar me proteger, eu penso nisso quando ele pega seu ritmo, provando que Lola estava certa. Os bateristas realmente sabem muito bem trabalhar suas merdas. Eu aperto minhas mãos, me inclino para ele e digo a minha mente para ir se foder. O corpo quer sentir o que ele quer sentir, sem a mente sempre ficando no caminho. Então eu deixo Dax me levar, me esmurrar com seu pau, me machucando com as mãos, me destruindo, 19

Ela se refere em fazer um boquete nele. ~ 143 ~

me esmagando por dentro. Com os olhos bem abertos, ele geme meu nome pelo ar quente, os músculos apertando atrás de mim, vindo com tanta força que me arrasta com ele, choramingando e gemendo em um clímax bem merecido.

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Tara Bae. Eu a conheci na escola secundária. Nós fumávamos cigarros juntos debaixo das arquibancadas. Ela costumava tirar sarro de mim porque eu usava alfinetes de segurança através dos piercings em minhas orelhas; eu costumava brincar com ela porque ela usava saias arco-íris sob suas saias pretas. Digo tudo isso e muito mais para Sydney enquanto fumamos um par de cigarros na frente do clube de strip. Eu estava certo: os nossos guarda-costas não estão felizes em tudo. No segundo em que saímos da sala, eles estavam esperando por nós com America do outro lado de um telefonema. Eu me recusei a falar com ela. Por que deveria? É culpa dela se estamos nesta bagunça em primeiro lugar. Se eu quiser me divertir um pouco, deve ser a minha escolha. E Sydney é definitivamente divertida. Eu fecho meus olhos por um momento, deixando a fumaça beijar meu rosto e tentar decidir se eu estou sóbrio o suficiente para ir ver Tara. Eu realmente não quero ir vê-la, mas eu preciso. Abro os olhos e olho para Sydney. Santa mãe de Deus. Isso foi foda. Isso foi sexo, sexo real, sexo primal. Obviamente, eu tive boas relações sexuais no passado. Eu tentei toda uma variedade de coisas estranhas, mas esta, esta foi perfeita. Eu enrugo o nariz e dou uma tragada. Eu sinto como se tivesse apenas marcado meu território. Quão nojento isso soa? — Eu provavelmente deveria ser castrado, — digo para Sydney, apagando meu cigarro em um cinzeiro e olhando para ela. Ela está sentada no cimento sujo, sua saia curta empurrada para cima perigosamente perto de sua bunda, um joelho para cima, o outro descansando contra o chão. Ela segura o cigarro para o lado, preso entre dois dedos. Isso me faz lembrar da ferocidade que ela segurava a camisinha na mão, não mais de uma hora atrás. Eu tremo e vejo quando ela ajusta os óculos de sol no rosto. Eles são, na verdade, os ~ 145 ~

meus, mas quando ela pescou eles do bolso e os colocou, eu não me incomodei em pegá-los de volta. Por que eu faria? Sydney parece fantástica neles. Isso, e eu continuo dizendo a mim mesmo que ela é minha. Isso não é verdade, é claro, mas eu quero que seja. Uma foda não faz uma relação. Ainda... Ela faz beicinho para mim, empurrando para fora seus lindos lábios, juntamente com um fio de fumaça em movimento lento. — Isso é uma coisa boba para dizer. Eu não conheci suas bolas pessoalmente ainda, mas estamos familiarizados. Até o momento, não vejo razão para se livrar dos pequenos filhos da puta. — Sydney sorri para mim e todo o meu corpo fica duro. Meu corpo inteiro. Eu me sento com força na cadeira atrás de mim e finjo que nenhum de nós dois notamos. Ter relações sexuais com ela pode ter aliviado a tensão um pouco, mas não acabou com ela. Eu ainda estou sonhando com aquelas meias de nylon. Se eu não tivesse a coisa com o meu pai, esse desespero para quebrar o meu segredo com Tara, eu estaria tomando Sydney pela mão e voltando para o hotel. O que todo mundo vai pensar quando nos vir? Eu aperto meus lábios. Parece que eles já sabiam que estávamos em um ao outro de qualquer maneira. Turner pedaço de merda. Eu não falo com Sydney sobre o que isso é, se esta é aquela aventura rapidinha que tínhamos falado antes. Ou outra coisa. Meu coração começa a bater mais forte quando eu imagino ela saindo, e indo para L.A para aquelas fotos. Eu mordo minha língua para me impedir de dizer algo ridículo. — Você ainda não me disse o que aconteceu com Tara, — Sydney pergunta. — Então, você saiu com ela na escola? O que aconteceu? — sua voz suaviza. — Eu não vou julgar, Dax. Eu não julgo. — Você sabe que todo mundo sempre me chama de emo? — eu pergunto, levantando as sobrancelhas. Eu realmente não quero falar disso sentado na frente de um clube de strip, mas, quando eu vou ter a chance? Os seguranças não vão nos deixar escapar. Acho que eu poderia exigir que eles nos deixassem em paz, mas e depois? Sou eu que vou levar um tiro na cabeça por um rifle? Sequestrado e arrastado para um trailer? Eu tenho que fazer as pazes com o fato de que eles estão vindo com a gente. Ótimo. Eu corro o olhar sobre Sydney, deixando um grupo de idiotas bêbados sair do prédio antes de cruzar um pouco a calçada que nos separa, e me sento ao lado dela. Ela muda o cigarro para a outra mão e ~ 146 ~

envolve seus dedos com os meus. Eu não posso acreditar que acabamos de foder. Sério. É bom demais para ser verdade. Isso, e eu sinto como se tivesse conhecido ela desde sempre. Imagino que ela faz muita gente se sentir assim. Sydney é aberta, extrovertida, sociável. Todas as coisas que eu não sou. A voz do meu pai ameaça romper meus pensamentos, mas eu empurro de volta. Eu nem sequer tenho a capacidade mental para processar essa informação agora. Mesmo que eu saiba que faz sentido. Seu ódio flagrante por mim. Será que a mãe traiu ele? Essa é a minha herança, meu direito de primogenitura? Nascido errado e parafusado. Isso é o que a minha tatuagem deveria dizer. — A bateria que você salvou, — eu começo com um sorriso torto, mantendo meu olhar focado em minhas botas e não no estacionamento, o mar de carros, o riso dos caras perdedores com nada melhor para fazer com seu tempo do que procurar por bucetas que nunca vão ter. Eu aperto a mão de Sydney um pouco demais e me forço a relaxar. — São de Tara. Ela é a única que realmente incentivou o que meu pai tinha apenas anteriormente referido como o meu ‘hobby inútil’. Se não fosse por ela, eu não estaria fazendo o que estou fazendo hoje. Eu nunca seria bom suficiente para Amatory Riot. — eu nunca teria te conhecido. Eu mantenho essa merda para mim. Isso realmente soa gay como o inferno. Pelo menos neste momento em nosso relacionamento. Estamos no quê, dia quatro? Que porra. — Voltando para a coisa emo, — ela incentiva, me forçando a voltar à história. Eu faria qualquer coisa para sair de ter que contar agora. À luz do dia, parece tão foda, mas, no momento, meu coração estava partido e o peso do mundo era demais. Agora eu sei que eu posso passar por coisa muito pior, que a vida não é de toda ruim o tempo todo. Mas naquela época, eu não tinha ninguém, e a Tara estava sofrendo tanto quanto eu. Estávamos muito fracos para nos apoiar um no outro. Em vez disso, um arrastou o outro para baixo. Eu nunca vou me perdoar por não ter sido mais forte. É por isso que eu estou tentando mudar as coisas agora, por que eu quero ajudar Hayden, por isso que eu ainda ligo pelo que acontece com Lola. Eu acho que eu tenho uma queda pelos oprimidos. Eu estive lá. — Você não parece excessivamente emocional para mim. Honestamente, Trey tem mais oscilações do que você. Eu olho para baixo, para o chão, começo a contar as pedras. Isso é uma merda. Eu trabalho tão duro para que as pessoas olhem além da forma como eu me visto, a maquiagem que eu uso, a música que eu gosto. E depois há estes boatos que te levam para baixo.

~ 147 ~

— Tara e eu... nós realmente não queríamos, uh, sofrer mais. Eu estava lidando com a minha família, uma merda na escola, lutando para encontrar algo em mim que valia a pena amar quando ninguém na minha vida me amava. Ela passou de viver com suas duas irmãs e seu pai na Califórnia para viver com sua mãe aqui em Tulsa. — eu toco meus dedos na ponta do meu nariz. Eu odeio essa porra de história. — Eles morreram em um incêndio na casa e Tara se culpou por isso. — eu me esforço para sugar outra respiração. — De qualquer forma, nós meio que brincávamos ao redor com pensamentos suicidas. — eu fecho meus olhos novamente e espero as piadas virem. Sydney fica em silêncio, esfregando o polegar ao longo do lado da minha mão. Mesmo com este pesadelo de baixa qualidade pela estrada da memória, não é suficiente para evitar meu corpo de registrar seu toque. — Então, eu encontrei um cara para comprar umas pílulas. Eu não sabia como fazer e eu não fiz uma pesquisa. — eu lambo meus lábios. — A combinação errada de medicamentos pode te deixar paralisado, em estado de coma, retardo mental ou até mesmo morto. — tenho certeza de Sydney sabe disso, mas eu tenho que passar por todo o processo. Eu tenho que falar sobre tudo. — Eu reparti o que iríamos tomar, e um dia, nós apenas fizemos essa porra. — Dax, — diz Sydney, se aproximando de mim. Ela coloca o cigarro na minha boca, e eu dou uma tragada. — Está tudo bem. Está tudo bem. — Eles bombearam meu estômago, e eu sobrevivi. Bom para mim. Tara... ela não morreu, mas então ela nunca mais acordou. — Sydney me olha com aqueles olhos bem abertos, duas piscinas de azul que eu poderia me afogar e morrer feliz. A analogia arrepia minha espinha e eu desvio o olhar. — Ela está viva, mas ela não é a mesma coisa. Seu cérebro ficou sem oxigênio por muito tempo, então... Ela ainda está viva, mas ela não é realmente Tara. Ela não consegue se alimentar sozinha, não pode comer, não pode andar. Ela tem a porra de uma enfermeira miserável em casa durante todo o dia todos os dias. Por causa de mim. Esse foi o meu presente para ela. — eu olho para o meu colo. — Eu quase desejo que ela tivesse morrido. Eu fiz a sua alma prisioneira do seu corpo, uma menina trancada em uma casa até o dia em que ela morrer. — eu suspiro novamente. — E a sua família nunca a visita. Mas eu sim. De tempos em tempos. — eu olho para Sydney. Eu não sei como ela se sente sobre isso, se ela pensa que eu sou a escória da terra, ou mesmo que eu estou fazendo um negócio muito grande disto. Eu não sei. Mas eu estou feliz de ter dito a ela. — Venha comigo para conhecê-la? — eu pergunto e ela acena com a cabeça, com um leve ~ 148 ~

sorriso no rosto. Um sorriso que de alguma forma, mesmo através de toda a merda que eu passei, consegue me fazer sorrir de volta.

Os caras de Brayden não querem nos levar para a casa de repouso, por isso andamos e eles seguem. Funciona melhor assim de qualquer maneira, eu decido. Eu não confio que os filhos da puta não vão trancar as portas e nos arrastar de volta para Oklahoma City. O sol está quente hoje, brindando a minha volta e fazendo com que o cabelo de Sydney brilhe como fios de ouro. Quero escová-lo fora de seu rosto, tocar sua mandíbula, beijar sua boca. Mas eu não faço. Eu não posso nem tocá-la ou meu corpo enlouquece, e eu quero estar totalmente concentrado na tarefa pela frente. O álcool já se foi do meu sistema. Eu posso realmente aguentar a bebida, acredite ou não. Já ultrapassei Kash, Wren, Hayden, e Blair. A única que nunca tem uma crise de consciência comigo é Naomi. Eu sorrio quando penso sobre alguns dos bons momentos que compartilhamos. Mas quando eu estou com Sydney? Eu não me importo menos sobre Naomi. E isso é uma coisa boa, não é? — Eles permitem que você esteja aí? — Sydney me pergunta, e eu aceno. É meio triste, mas as pessoas que trabalham com Tara não se importam com quem vai lá. Além disso, sua família nunca vem. Eu perguntei a equipe. Sou só eu. Só eu. Eu olho para cima, buscando o conjunto de edifícios no próximo bloco. A instalação é fácil de detectar. Tem esta tinta azul-cinza por fora que parece que está congelada no tempo. Não importa quantos anos se passam, ele permanece no mesmo estado de descuidado. Ele nunca é repintado, mas não parece se deteriorar tanto. Congelado no tempo. Como Tara. Faço uma pausa na calçada e espero ansiosamente para que a luz fique vermelha, para atravessarmos até aqueles corredores e apresentar Sydney para Tara. As únicas pessoas que sabem o que aconteceu são sua família e minha família e nenhum deles alguma vez veio aqui comigo antes. Minhas mãos começam a suar. Basta aguentar um pouco mais, Dax. Uma vez que você fizer isso, revelar isso, então não terão nada para atirar em você. Assim que eu voltar, eu vou dizer a todos na ~ 149 ~

Amatory Riot e Indecency sobre essa história. Se Turner fizer piadas sobre emo, porém, eu poderia ter que esmagar seu rosto. Eu esfrego os hematomas nos meus braços, e agradeço aos deuses do rock pela primeira vez na história por ter sobrevivido àquele tornado. Se eu não tivesse, eu teria morrido com esses segredos em minhas veias e amor não correspondido no meu coração. Essa coisa com Sydney, qualquer que seja, é muito melhor. Muito, muito melhor. — Pronto? — ela pergunta, e eu aceno de novo, respirando o meu medo no ar tarde da noite. Nós terminamos a caminhada até o prédio e entramos. Não há ninguém no balcão, mas isso não é incomum. Nos movemos em torno da sala de espera por algum tempo. Estou muito nervoso para falar, então eu não falo. Sydney preenche o silêncio para mim, examinando pinturas dos pacientes nas paredes. Não há nenhuma de Tara. — Deus, que merda, — eu digo, depois de alguns minutos, passando pelo corredor indo para o quarto dela. Todas as janelas estão abertas no corredor e o som de pássaros cantando preenche os espaços silenciosos entre as portas. Eu olho para os cartazes enquanto eu ando, procurando por seu nome. Tara, Tara, Tara. Tara. Faço uma pausa no quarto 115 e respiro mais por um momento. Eu tive este pânico de achar que eu ia entrar aqui e ela teria ido embora. Mas Brayden disse que Hammergrens não tem nada contra mim, que eu era um aparte ao fato de sua vingança. Isso, e eu só tinha que entregar os ossos da minha mãe para o homem que me odeia, que me criou de má vontade e com um senso de dever, em vez de amor. Foda-se. Ok, eu posso fazer isso. Eu olho para trás e Sydney que está sorrindo novamente. Eu poderia me acostumar a ver aquele olhar. — Você se importa se eu verificar o quarto primeiro? — um dos guardas pergunta, inclinando a cabeça para o lado. Ele é jovem, muito mais jovem do que os outros dois, mas ele é bom no que faz. Ele nem sequer me deixou ir ao banheiro do clube sozinho. Mas isso, este meu segredo. Eu não quero sua ajuda. Se há um homem com uma arma lá dentro, que assim seja. Foda-se ele. — Na verdade, sim. Eu me importo. — eu pego a maçaneta antes que ele possa me parar e abro a porta. O quarto de Tara está preenchido com a luz do sol brilhante e mesmo que seja monótono, embora as paredes precisem ser pintadas e a decoração é mais velha que eu, há um sentimento geral de satisfação no ar, como se a primavera estivesse virando a esquina. ~ 150 ~

Então, por que diabos há uma poça de sangue no chão? Os homens de Brayden se movem no espaço, me empurrando para fora do caminho, de repente armas em punho. E eles estão todos apontados nas costas de uma morena, uma menina com cabelos de avelã e um corpo esbelto. Hayden Lee. — Que porra é essa? — eu pergunto quando ela se vira. Seu vestido azul e branco está manchado de vermelho. Há manchas em seu rosto e os dedos, em toda a faca que ela segura na mão. Quando ela me vê, ela abre um sorriso triste, o metal tinindo em todo o linóleo pousando em meus pés. Sydney se move ao meu lado e congela lá, os olhos atraídos para a lavagem de cabelos escuros sobre o travesseiro da cama do quarto de solteiro. Tara. Ela está embebida em vermelho, encharcada de sangue Os meus joelhos ficam fracos e eu tenho um colapso no batente da porta. — O que... o que você fez? — eu pergunto minha voz quebrada e dispersa. Eu olho para os olhos azuis da garota que eu tentei salvar e eu lamento mais por ela do que por Tara. Tara estava presa e agora ela está livre. Será que eu queria que acontecesse dessa forma? Porra, não. Mas Hayden? Ela tinha todos os motivos para querer uma vida, e agora ela nunca vai ter uma. Assassinato é assassinato. — Dax, — diz ela, com a voz bonita e macia. Eu não sei nem como ela sabia vir aqui. Como eu disse, eu nunca disse a nenhuma alma, nem uma única alma. — Você está carregando a culpa sem motivo. Você não deveria ter que se preocupar com isso. Você não deveria ter que se preocupar com nada. — Hayden suspira e olha de volta para a cama, enquanto um dos guardas faz um telefonema. E não é para a polícia. É para Brayden. Eu escuto enquanto ele transmite a informação, a minha mente em branco rodando um porquê, porquê, porquê. — Hayden, — eu sussurro de volta para ela. Eu não sei o que dizer. Existe alguma coisa que eu posso dizer que seria apropriado? Ela sorri para mim e enfia um pouco de cabelo atrás da orelha antes de chegar para baixo e pegar algo de debaixo dos cobertores. É uma arma. — Abaixe a arma! — um dos homens grita, mas Hayden não ouve. Em vez disso, ela olha para o metal com o rosto em branco. — Eu te amei, Dax. Eu te amei, antes que fosse tarde demais, e eu tentei. ~ 151 ~

A arma vem à tona, sob seu queixo e o teto explode em sangue. O corpo de Hayden despenca no chão, no mesmo momento que minha queda desacelera pelos braços de Sydney na minha cintura. Ela está morta. Eu não posso mesmo acreditar nisto. Ela está fodidamente morta. No meio do vermelho rubi, a dor e a miséria de uma vida desperdiçada, a família Hammergren corta um nome fora de sua lista. E acrescenta outro.

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C.M.Stunich - 5 Série Hard Rock Roots

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