341 Pages • 168,702 Words • PDF • 2.3 MB
Uploaded at 2021-09-24 09:46
This document was submitted by our user and they confirm that they have the consent to share it. Assuming that you are writer or own the copyright of this document, report to us by using this DMCA report button.
Table of Contents Título Copyright © 2017 Lani Queiroz Agradecimentos PLAY LIST Poema de Mel Olivatti Frase de José de Alencar Sinopse PRÓLOGO Capítulo 01 Capítulo 02 Capítulo 03 Capítulo 04 Capítulo 05 Capítulo 06 Capítulo 07 Capítulo 08 Capítulo 09 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Epílogo Notas
INESQUECÍVEL
Série Rock I’m Rio 4/4
Copyright © 2017 Lani Queiroz Capa: Zilda Colares Revisão: Valéria Avelar Diagramação Digital: Patrícia Rossi Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa. Todos os direitos reservados. São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora. Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Agradecimentos
Agradeço à Deus, pela inspiração. E à minha família, pela compreensão nos muitos momentos em que tive que me desligar para escrever. Dedico à todos os meus leitores, especialmente as lindas princesas roqueiras, que me acompanham tanto nos grupos do Facebook, Wattpad, Whatsapp e outras redes sociais. Mais um trabalho encerrado, meus amores. Espero que se emocionem com a história nem sempre bonita de Collin e Selena. Toquei em um tema polêmico, que é silenciado em nossa sociedade: o abuso de menores, agravado pelo incesto. Tentei suavizar ao máximo as cenas fortes, porque meu objetivo maior é mostrar a superação e luta de Selena para se libertar inicialmente do abuso, e posteriormente, dos danos emocionais que esse lhe causou. Tentei focar, acima de tudo, no imenso amor que une esse casal de caçulinhas do rock, como os estou chamando carinhosamente. Espero que apreciem o resultado final. Esse livro existe porque vocês pediram para que a história de Collin e sua Lena fosse contada. Aí está. Não deixem me contatar nas redes sociais. Amo interagir com vocês. Para quem está conhecendo meu trabalho agora, não deixem de conferir meus outros livros: Série Príncipes Di Castellani: Príncipe da Vingança; Príncipe da Luxúria; Príncipe da Perdição. Série Rock I’m Rio: Incontrol|vel, Irresistível, Inflam|vel. Todos se encontram na amazon. Boa leitura! Beijos em seus corações! Lani
PLAY LIST Funk Perfect – Pink Try – Pink Faith – Calvin Harris Californication – Red Hot Chili Peppers By The Way – Red Hot Chili Peppers Beautiful Day – U2 Faded – Alan Walker Run – Pink How Come You’re Nota Here - Pink wRonG – Zayn Malik
One Last Breath - Creed My Sacrifice - Creed Holding On And letting Go – Ross Copperman (trilha sonora de The Vampire Diaries) Save-me – Hanson Here Without You - 3 Doors Down The Only Exception - Paramore Hear You Me - Jimmy Eat World Ed Sheeran - Photograph This Is What You Came - Calvin Harris e Rihanna Impossible - James Arthur. Robbie Williams - Advertising Space
PS: Obrigada à todas as minhas queridas que enviaram sugestões. Arrasaram, lindonas!
“Aqueles olhos, azuis como o mar, me despem sem pudor algum. Promessas indecorosas brilham em suas íris. Percebo como me deseja, mas não o temo, pois quero dele. Quando ele me toma em seus braços, me colocando nua em seus lençóis, correntes elétricas atravessam a minha pele, causando uma arrepio no meu íntimo. Sua boca e sua língua me alucinam enquanto me devoram. E no momento que nossos sexos se fundem, uma prazer e amor indescritíveis tomam conta de todo o meu ser ao nos tornarmos um só.” Melody Olivatti
“ O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis” José de Alencar
Um roqueiro sexy... Uma estrela pop quebrada... Collin Williams, o baixista de uma das maiores bandas de rock da atualidade, a DragonFly, vive intensamente o estilo sexo e rock and roll. Isso até o seu destino se entrelaçar com o de Selena Hart, a princesinha da gravadora que quase arruinou sua banda. Mas, nem tudo é o que parece. A cadela esnobe, de repente se revela uma garota assustada, abusada, quebrada... O roqueiro, que nunca levou nada a sério, se vê querendo ser o seu cavaleiro de armadura brilhante, o único que vai consertá-la e fazê-la sorrir de novo. Selena sabe o que é viver uma vida de mentiras. Aos treze anos seu destino fora arrancado de suas mãos... Conheceu muito cedo o lado escuro, a face cruel do ser humano. Desde então, finge ser a princesinha frívola que todos acreditam que é. Anos de abuso a tornaram uma pessoa sem fé no futuro. Até que o impensável acontece: Collin Williams, o lindo moleque travesso da DragonFly vem em seu socorro quando seu passado vergonhoso é revelado. Ela não confia no sexo oposto. Mas, dividir a mesma casa com o roqueiro quente, sexy e brincalhão pode ser tudo que precisa para superar seus traumas. Collin e Selena tem um passado de encontros e desencontros. Uma paixão secreta e inesquecível que os atormenta, e logo não poderá ser ignorada. Os dois sucumbem à luxúria, desejo e cumplicidade que os puxa em direção ao outro e se jogam em uma relação tórrida e apaixonada. Tudo parece perfeito. Porém, segredos sombrios ainda podem estar à espreita... Este é o quarto e último livro da série Rock I’m Rio. H| cenas de sexo e violência. Não recomendado para menores de 18 anos.
Prólogo Collin Muitos anos atrás... Los Angeles, Estados Unidos Vidas que se cruzam... Eu quero pular e agitar o punho no ar a cada maldito cinco minutos. Nós temos a porra de um contrato! A DragonFly finalmente tem uma gravadora! Eu não consigo parar o sorriso comedor de merda que permanece em minha boca desde que chegamos a LA ontem à noite. Chris Hart, dono da gravadora, nos acomodou em uma luxuosa casa em Hollywood Hill. Parecemos malditos astros do rock. Correção: já somos fodidos astros do rock! O mundo todo ouvirá falar de nós muito em breve! ― Irmãos, vão { frente. Eu preciso mijar! ― Resmungo, enquanto avançamos pelo corredor em direção ao estúdio. Estamos na gravadora para começar a gravar nosso primeiro álbum. Há um nó nervoso na boca do meu maldito estômago. Jesus Cristo! Eu pareço a porra de uma mocinha. Elijah não vai perder essa. ― Então, vai logo antes que molhe suas calças, seu veadinho! ― Eli diz. Idiota! Eu lhe atiro o dedo médio. Ele sorri com sua ironia habitual. Esse bastardo é um pé no meu saco. ― Deixo-o, Elijah. ― Liam o censura, mas, abre um sorrisinho provocador também. ― E será que pode controlar seus modos, seu bastardo mal-educado? Diga apenas que vai ao banheiro, porra.
Eu rosno. O Stone é o riquinho em nosso meio. Embora seja um roqueiro como o resto de nós, ele é fresco pra caralho. ― Vai se foder, Stone! ― Eu ranjo os dentes. ― Sou um fodido roqueiro, não a porra de um padre! ― Eu me defendo. ― Uh! Não caia na provocação dos caras, seu bobalhão. ― Paul sorri. ― Eles só estão te zoando. ― Ou talvez você só esteja mesmo tenho chiliques como a porra de uma mocinha, agora que a coisa é pra valer, irmão. ― Sean entra na conversa batendo o punho com Liam e Eli. Eu reviro os olhos. ― Foda-se! Sim, eu estou nervoso, porra! ― Assumo. ― Não é todo dia que a banda ganha um fodido contrato. ― Eles riem, mas, acenam. Os idiotas também estão se cagando, só não querem admitir isso. ― Onde diabos é o banheiro? ― Resmungo, olhando o imenso corredor. Um coro de gargalhadas explode às minhas costas enquanto me afasto. Rosno meia dúzia de palavrões para meus parceiros e sigo meu caminho. Já estava quase me mijando quando enfim, surge um banheiro. Porra. Suspiro de alívio. Eu entro e resolvo meu problema. Saio em seguida e começo a voltar para os caras. Um som de violão ecoa pelas paredes, chegando até meus ouvidos. Eu giro a cabeça, procurando a fonte disso. Vejo uma porta entreaberta e não consigo resistir, me encaminhando para lá. Uma voz feminina soa, baixa, levemente rouca, envolvente. Sinto um estranho calor invadindo o meu peito apenas ouvindo-a. Isso me intriga. Sei que os caras vão chutar minha bunda se não voltar logo, mas, agora eu preciso ver a dona dessa voz. Atraído pelo “canto da sereia”, sigo em frente. A música me surpreende, é Funckn’ Perfect da P!nk. Uma letra meio fodida. O som do violão é melodioso, mais lento do que o som original da música e a voz derrama com uma nota quase melancólica. Eu franzo o cenho e chego finalmente à porta. Me esgueiro, olhando pela fresta e então, eu a vejo. A menina está sentada no chão, no centro de um pequeno palco. As pernas dobradas embaixo de seu corpo. Seu rosto está levantado, os olhos fechados e isso me dá tempo para examiná-la com toda calma. Seu cabelo negro está preso em um coque frouxo, alguns fios caindo em sua fronte. Meu olhar é atraído para a sua boca e eu sinto meu pau se agitar com a visão desses lábios grossos e bem desenhados. Essa boca foi feita para coisas sujas, se é que me entendem... No entanto, ela canta cada frase quase como se sentisse dor. Isso me intriga ainda mais e coloca minha excitação em stand-by. Ela é bonita. Estou no meio desse pensamento quando abaixa a cabeça e seus olhos se abrem, colidindo diretamente nos meus. Eu engasgo. Jesus Cristo! Ela é linda! Bonita não chega nem perto de definir o que vejo. Aquela sensação quente aumenta no meu peito com a visão completa do seu rosto perfeito. Seus olhos são a coisa mais fodidamente incrível que já vi. Um tom vibrante de azul esverdeado. Eu fico tonto, olhando-a sem piscar. Debato comigo mesmo por alguns instantes se devo entrar. Bem, ela já me viu mesmo, então, entro na sala sem qualquer cerimônia e me sento numa cadeira bem próxima do palco para apreciar seu pequeno show privado de perto.
Mistreated, misplaced, misunderstood (Mal-tratada, deslocada, mal compreendida) Miss 'No way, it's all good' (Senhorita "sem chance, está tudo bem") Pretty, pretty please, don't you ever, ever feel (Querida, querida, por favor, nunca, nunca se sinta) Like you're less than fuckin' perfect (Como se fosse menos que perfeita) Ela parece pouco à vontade agora, mas, não para de cantar. Nossos olhares permanecem presos. Deus, ela é linda. Eu não posso parar de olhá-la, encantado, fascinado. The whole world's scared, so I swallow the fear (Com medo do mundo todo, de modo que eu possa engolir o medo) The only thing I should be drinking is an ice cold beer (A única coisa que eu deveria estar bebendo é uma cerveja) Ela desafina um pouco e eu sorrio levemente. Sua voz tem um timbre bonito, mas, ainda precisa ser trabalhada. São poucos que já nascem prontos como o Stone. Meu parceiro tem a porra da voz mais afinada que já tive o prazer de ouvir. Não que eu vá dizer isso ao idiota. Ele já é bem arrogante sobre isso. Meus pensamentos voltam para a menina bonita à minha frente. Quem é essa garota? Uma contratada da Hart? Não creio. Ela não parece pronta e já sei que essa gravadora é bem exigente. Ela não passaria num teste vocal, desafinando assim. Mas, algo na forma como canta, me mantém cativo. Há algo nela. Algo sobre ela que despertou meu interesse antes mesmo de ver seu rosto. Pretty, pretty please, don't you ever, ever feel (Querida, querida, por favor, nunca, nunca se sinta) Like you're less than fuckin' perfect (Como se fosse menos que perfeita) Ela encerra e continua me olhando. Ficamos em um silêncio nos encarando fixamente. O silêncio se estende por alguns minutos. Eu não sei qual diabos é o meu problema, porque não sou assim tão veadinho perto de garotas. Saindo do meu torpor, eu me levanto, batendo palmas. A garota permanece lá, na mesma posição, suas sobrancelhas bem-feitas franzindo ligeiramente. ― Belo show! ― Coloco o pé direito sobre o degrau do palco e me debruço um pouco, apoiando os cotovelos sobre o meu joelho. Porra. Seus olhos parecem irreais de tão bonitos. Eu nunca tinha visto essa cor antes. ― Qual é o seu nome, menina bonita? Seus olhos ampliam um pouco com a minha abordagem direta. Mas os lábios torcem um pouco nos cantos e esses olhos bonitos pra caralho desviam furtivamente para os meus bíceps. Porque sou um bastardo exibicionista, eu os flexiono devagar. Suas bochechas coram um pouco e ela arrasta o olhar para o meu.
― Quem quer saber? ― Inquire, enquanto guarda o violão dentro do estojo ao seu lado. Ela fecha o zíper e se levanta, atravessando-o nas costas. Isso me permite apreciar sua silhueta toda feminina em uma calça jeans cintura baixa e um top branco, que deixa sua barriguinha reta toda exposta. Eu praticamente salivo quando subo mais um pouco e vejo sua bela comissão de frente. Porra. Ela tem bons peitos. Não muito grandes, mas o suficiente para encher as minhas mãos. Não há sutiã. Sorrio lentamente quando vejo os mamilos endurecerem sob o tecido. Ela bufa, me fazendo olhar em seus olhos expressivos. ― Você vai conversar comigo ou com meus peitos, idiota? Sorrio. Ok. Ela tem um ponto. ― Não vou pedir desculpas por admirar sua comissão de frente, querida. ― Uso meu tom mais bajulador. Ela rola os olhos. ― Você é linda. ― Digo um pouco mais baixo. Seus olhos brilham e um arremedo de sorriso brinca em sua boca. ― Agora me diga o seu nome. ― Bem, você foi rude o bastante para invadir meu espaço sem ser convidado. ― Calça suas sand|lias baixas e volta a me sondar, fazendo uma pose impaciente. ― Então, me fale você o seu nome, ou vou chamar a segurança e jogá-lo para fora. ― Ameaça. Cacete. Isso me deixa ainda mais interessado. Amo as geniosas. ― Certo. Sou Collin Williams. ― Digo com a presunção de que ela v| me reconhecer dos vídeos da banda que estão arrebentando no YouTube. Seu rosto permanece em branco. ― Nada? Sério? ― Sorri, meneando a cabeça. ― DragonFly? Isso te diz alguma coisa? Ela sorri amplamente e isso arrebata o meu maldito fôlego. Jesus Cristo. Ela é uma porra incrível sorrindo. ― Sinto muito, eu deveria reconhecê-lo? ― Sua voz meio zombadora me traz de volta para a realidade. ― Você realmente fala sério, querida? ― Eu não consigo acreditar que ela não conhece a banda. Isso, com certeza, foi um balde de |gua fria no meu ego rock star. ― Onde esteve nos últimos meses? DragonFly é a banda de rock do momento. Não há nada comparada a nós lá fora, bebê. ― Eu lhe ofereço uma piscadela marota. Ela rola os olhos com a minha resposta arrogante. ― Um roqueiro? É claro que você é... ― Zomba, começando a descer o degrau. Me adianto para cortar a sua frente. Ela perde um pouco da confiança quando desce, ficando a poucos centímetros de mim. Santa porra. Linda pra caralho. Como a letra que estava cantando diz: foda, perfeita. Estou praticamente babando em cima dela agora. ― Saia da minha frente. ― Chia, ajeitando a alça do violão sobre o ombro. ― Seu nome... ― Sussurro, pisando dentro do seu espaço pessoal. Sua respiração se altera e ela lambe os l|bios, parecendo um pouco nervosa com a minha proximidade. ― Por favor, me fale o seu nome, princesa. ― Estou respirando em pequenas rajadas, inalando seu perfume. Porra, ela cheira bem. Algo com um leve toque floral. Ela levanta o rosto para o meu e aproximo-me mais. Não sei o que estou fazendo. Seus olhos parecem me chamar. Há algo lá, nas profundezas. Eu me sinto conectado à essa menina de alguma forma estranha, inexplicável. Ela parece ainda mais desconfortável, mas não quebra o nosso contato visual. ― Selena. ― Murmura. Sorrio, levantando a mão para o seu rosto. Eu não consigo parar. Um gemido baixo deixa seus lábios quando acaricio sua face angelical. 1
― Então, menina bonita, j| que passamos por cima das formalidades. Que tal um encontro? ― Digo e seus olhos ampliam. Ela sorri, daquele jeito como se zombasse de mim. ― Wow! Você é sempre tão r|pido? ― Pergunta. ― Só quando estou diante de algo que vale muito a pena. ― Murmuro, quase tocando meus lábios com os seus. Ela não se afasta. Estamos bem perto e ela não fez nenhum movimento para me parar. E esses olhos... Deus, esses olhos lindos do caralho. Parece ter a minha idade, ou mais nova. Talvez, dezoito, arrisco, olhando cada detalhe perfeito de perto. ― Sei que acabo de vê-la e provavelmente vai me chutar as bolas, mas, eu quero te beijar. ― Rosno baixo, roçando minha boca na sua em uma carícia leve. Sua respiração trava e suas mãos espalmam o meu peito. ― Isso é loucura. ― Coaxa. ― Não nos conhecemos. Você poderia ser um assassino em série. – É uma provocação, mas, posso sentir que está reticente. Sorrio levemente. ― Não sou um serial killer, acredite. J| nos apresentamos. ― Gemo, sentindo seu h|lito soprar na minha boca. ― E quero um encontro. ― Você não deveria me beijar apenas no encontro? ― Ela sorri. Um lindo sorriso trêmulo. ― E quem disse que quero beij|-lo? Meu sorriso se assemelha ao do Coringa nesse momento. Caralho. Que sensação boa é essa que essa menina me faz sentir? É como se a conhecesse a minha vida inteira. Uma total sandice, mas é exatamente assim que me sinto. ― Ah, então, teremos um encontro? ― Digo, deslizando minha mão pela pele macia da sua barriguinha e enrolando em sua pequena cintura, trazendo-a firmemente para mim. Suas pupilas dilatam e seu corpo treme contra o meu. Merda. Acho que o meu também treme contra o dela. De novo, eu me pergunto, que merda é essa que estou sentindo? Eu nunca vi essa garota, mas sinto em meu íntimo que ela é especial. ― Eu não sou assim tão f|cil, sr. Estrela do Rock. ― Ela sorri, tentando brincar, mas est| ofegando, esses incríveis olhos da cor do mar do Caribe me deixando cada vez mais louco. Oh, caralho. Essa merda está ficando muito poética. Talvez eu devesse tentar escrever as letras junto com o Stone e o idiota do Eli. Eu corto o pensamento sobre os bastardos dos meus irmãos e sorrio sedutoramente: ― Eu gosto disso, baby. ― Ela bufa. ― Gosto que seja f|cil apenas para mim. Ela solta uma gargalhada, jogando a cabeça para trás e seu coque se desfaz. Eu olho hipnotizado as madeixas negras caírem devagar pelos ombros delicados. ― Você é tão malditamente convencido, não é? ― Sua voz é apenas um miado, me deixando saber que está tão afetada por esse encontro quanto eu. Ela sente essa estranha conexão também. Posso ver claramente em seu semblante. ― Sim, eu sou. ― Eu a aperto mais contra o meu corpo e ela resfolega. Tenho certeza de que sentiu o volume nada discreto do meu pau duro, latejando por ela. ― Sim, teremos um encontro. E sim, você quer me beijar. — E-eu deveria sair agora. — Gagueja, sua voz é apenas um sussurro. — Mas não vai. — Murmuro bem próximo dos seus lábios. Ela geme baixinho, enrolando os dedos em minha camiseta. Então, minha boca desce devagar para a sua. Um grunhido baixo sai da minha garganta, enquanto levo minhas mãos para os lados do seu rosto. Ela tem gosto de céu. Eu sondo, sugo seu lábio inferior delicadamente e seu corpinho gostoso derrete contra mim. Sua boca entreabre. Minha
língua mergulha sem hesitação, enquanto minhas mãos deslizam do seu rosto para a sua nuca, angulando sua cabeça para maior acesso e passo a devorá-la lentamente, sem qualquer pressa. Chupo sua língua com mais pressão e nós dois gememos, nos agarrando como se já tivéssemos feito isso muitas vezes antes. Nos esfregamos gostoso em busca do máximo de contato. Que porra de sensação louca é essa? Meu corpo está enlouquecido por essa menina, mas não é só isso. Eu quero saber tudo sobre ela. Eu... Eu... Caralho! Eu me apaixonei à porra da primeira vista? Só isso explica a forma como estou me sentindo sobre ela, uma completa estranha. Minhas mãos se infiltram entre o violão e suas costas e gememos arfantes, quando acaricio sua pele macia, dedilhando sua coluna devagar. Eu quero me enterrar nela tanto... Tê-la em todos os sentidos. ― Deus, você é tão linda, porra... ― Digo baixinho, me afastando um pouco para olhar em seus olhos. Ela fica nas pontas dos pés, seus braços vêm em volta do meu pescoço e eu rosno quando meu pau se encaixa bem no meio de suas coxas, sentindo o calor delicioso de sua bocetinha coberta pelo eu prometo jeans fino. ― Você j| disse isso. ― Tenta zombar de mim. Eu me esfrego discretamente em sua boceta e ela ofega baixinho. ― Eu não consigo parar de fazê-lo porque é a fodida verdade, menina bonita. ― Murmuro, beliscando seus lábios com os dentes. ― Estou decepcionada. Você, por acaso, é algum retardado que não consegue ampliar uma conversa? ― Diz com a provocação deliciosa em sua voz. Sorrio, deslizando minha mão errante até seu traseiro empinado e o apalpo, puxando-a para o meu pau, aumentando a fricção gostosa dos nossos sexos. ― Eu faço qualquer coisa que quiser, querida. ― Lambo seu l|bio inferior lentamente. ― Apenas v| { porra do encontro comigo. ― Imploro. ― Ok, eu vou. ― Murmura, com esses olhos bonitos anuviados, cheios de tesão. Sorrio, triunfante e mergulho em sua boca de novo. Esse beijo é mais feroz, ousado. Eu enfio a língua e rodo eroticamente em sua boca, lambendo, imitando os movimentos de sexo, entrando, saindo... Sua língua doce enrola na minha, a sensação é tão luxuriante que envia choques de tesão em minhas bolas, deixando meu pau ainda mais dolorosamente duro. Eu a quero para mim. Esse sentimento louco está me esmagando com tal força, que não penso em mais nada agora. ― Seria muito estranho se eu pedisse para ser minha namorada agora? Antes da porra do encontro? ― Sorrio bobamente, sem parar de beij|-la. Ela sorri, me agarrando mais forte. ― Eu poderia ser uma serial killer. ― Ela me provoca, mordiscando minha boca e abrimos os olhos, nos olhando fixamente. Sorrio, negando com a cabeça. Vejo uma emoção confusa passar por seu rosto excitado. ― Mas sabe o que é ainda mais estranho? — Sua voz abaixa para um sussurro. — Eu quero muito dizer sim. Sorrio como se tivesse ganhado na porra da loteria e reivindico sua boca outra vez. ― Você é louco. ― Sua risada bonita faz essa sensação boa e quente se espalhar pelo meu corpo inteiro. Porra! Estou apaixonado! Tenho certeza disso. Eu não me lembro de sentir nada parecido com isso antes. ― Diga sim, menina bonita... ― Murmuro, levantando seus pés do chão e rodopiando com ela em meus braços.
— Sim. — Sussurra na minha boca. Sorrimos como dois bobos, apenas nos olhando, tontos, arrebatados, confusos, e ainda assim, exultantes. Estamos completamente perdidos um no outro quando ouvimos uma porta bater com força. ― Que porra é essa? Tudo acontece muito rápido e Selena é arrancada dos meus braços por ninguém menos que Chris Hart, o dono da gravadora. Merda. ― Que merda acha que est| fazendo com a minha irmã, seu fodido imbecil? ― O homem rosna com olhos frios em cima de mim. Eu pisco, desviando meu olhar para Selena e ela abaixa a cabeça, parecendo envergonhada. O idiota está apertando muito o seu braço. Crispo meus punhos do lado do corpo. ― Você est| machucando-a, cara. ― Tento manter minha irritação com esse idiota fora do meu tom. ― Solte-a. Agora! Ele abre um sorriso sarcástico e algo letal passa em seus olhos castanhos. ― O que você acha que est| fazendo, pirralho? ― Rosna entre dentes. ― Não deveria estar no estúdio com a sua banda em vez de estar aqui, assediando a minha irmãzinha? Ele solta Selena, que massageia seu braço ainda sem olhar para mim. ― Estou a caminho do estúdio. ― Digo em tom apaziguador, e me enchendo de coragem, completo. ― Eu não sabia que ela era sua irmã. Mas isso não diminui o meu interesse, no entanto. ― Ele estreita os olhos nos meus. ― Vou sair em um encontro com ela... ― Só em seus fodidos sonhos, garoto! ― Chris sibila. Wow! O que diabos é o problema desse cara? Ok, eu entendo que os roqueiros não têm uma grande reputação. Mas seu comportamento com Selena é estranho pra cacete. ― Chris, por favor... ― Selena pede num fio de voz. Sua postura é muito retraída agora. Ela parece ter medo do irmão. ― Nós vamos conversar sobre isso depois, Sels. ― Ele sussurra em seu ouvido e beija sua têmpora. Seus olhos frios não desviam dos meus quando diz em tom baixo e ameaçador. ― Se sabe o que é melhor para você, garoto, fique bem longe da minha irmã. Ela está fora dos limites. ― Diz com uma fúria palp|vel. ― Você me entendeu? ― Eu encaro Selena, que ainda está olhando para seus pés. A garota descontraída de minutos antes se foi. Estou intrigado e puto com esse imbecil. Mas ele tem razão em uma coisa, preciso voltar para o estúdio. Eu a olho rogando para que me encare pelo menos por um momento. Quero lhe garantir que não vou deixá-la por causas das ameaças do idiota do irmão. Não me importa se ele é dono da porra da gravadora. Ela não olha para cima e eu suspiro frustrado.
Selena Eu posso sentir seus olhos em mim. Não posso encará-lo agora. Tenho medo de que perceba o que sou para o meu irmão. Paranoia? Talvez. Mas, vivo com esse medo, de que alguém vá descobrir que sou abusada pelo meu próprio irmão, por anos. Eu morreria se a mídia descobrisse e eu fosse humilhada nos tabloides. Não sei o que é pior, sofrer em silêncio, ou o medo de ser humilhada publicamente. Ser apontada na rua. ― Olhe para mim, Selena. ― Collin pede com voz suave e eu fecho os olhos, amaldiçoando a minha sorte. Eu não devia tê-lo deixado me tocar. Ir tão longe. Deus, mas o que senti quando o vi fora da porta me olhando, foi algo avassalador. Senti um baque no meu peito ao fixar seus lindos e penetrantes olhos azuis. Foi como se o meu mundo cinza, de repente, fosse preenchido de cores. Uma energia leve, vibrante, diferente de tudo que já experimentei, emana dele e eu me perdi completamente. Senti como se estivesse toda a minha vida esperando por ele. É, eu sei. É uma coisa louca para se pensar de um garoto que acabo de conhecer. Mas, foi o que senti. Uma sensação deliciosa de paz me envolveu, porque ele estava lá. Meu coração ficou aquecido com a forma como estava me olhando, como se estivesse encantado por mim. ― Diga a ele para não ter esperanças tolas, Sels. ― O monstro murmura no meu ouvido. ― Diga que é uma Hart e não é para o bico de roqueiros iniciantes. ― Chris... ― Murmuro em tom de súplica. Deus, eu não posso magoar esse garoto. Não quando, em poucos momentos em seus braços, me senti feliz e inteira como se nunca tivesse sido quebrada. Ele não merece isso... ― Diga! Agora! ― Chris sibila. H| uma ameaça velada em sua voz. Se eu não fizer exatamente o que quer, sofrerei mais tarde. Então, empurrando o soluço na minha garganta, levanto o rosto e olho para Collin. Sua beleza jovem e descontraída me engolfa e eu tenho que segurar as lágrimas a todo custo. Foi tudo uma ilusão momentânea. Um momento de egoísmo da minha parte. Eu quis tê-lo mesmo sabendo que seria breve. Ele é tão bonito. Eu me permito absorver sua presença marcante e confiante, antes de ser uma cadela. Ele usa um gorro cinza, deixando-o com uma aparência sexy e irreverente. Há cachos negros escapando nas têmporas e na testa, e seus lábios levemente cheios estão ainda mais vermelhos dos nossos beijos. Isso ficará guardado em minha mente. ― Meu irmão tem razão. ― Digo, soando mais firme do que pensei. ― Eu estava apenas me divertindo agora há pouco. Eu vejo, com horror, seu bonito rosto empalidecer. ― Divertido? É isso que foi para você? ― Ele repete, parecendo atordoado. Eu me forço a sorrir ironicamente. ― Oh, por favor, não nos conhecemos, roqueiro. ― Digo a última palavra com desdém calculado, porque não quero que ele venha atrás de mim. Isso lhe traria muitos problemas. ― Volte para a sua banda e tente dar algum retorno para nós, seus empregadores. ― Leva toda a minha força pronunciar isso. ― Achou mesmo que eu, uma Hart, me rebaixaria ficando com um roqueiro vindo sei lá de onde?
Seus olhos azuis, antes leves e brincalhões, ficam turvos e ele engole audivelmente. Sim, depois disso, ele não virá mais atrás de mim. Eu vejo a determinação em seu rosto e isso faz doer meu coração. Seu olhar segura o meu por tensos instantes, então acena e sem nenhuma palavra, ele se vira e sai. Eu choro em silêncio vendo-o se distanciar. Chris me puxa rudemente pelo braço e deixamos a sala de audição também. *** ― Você, sua vadiazinha do caralho! ― Chris vocifera, vindo para cima de mim logo que entramos em sua sala. Eu me encolho, já prevendo o que virá a seguir. Oh, Deus, ele vai me foder com brutalidade por causa da minha indiscrição com o menino da banda. Eu não sei o que me deu. Ainda estou meio entorpecida pelo encontro. Nunca fui assim... Dada com os garotos. Na verdade, eu costumo correr deles. ― Eu devia te dar uma surra, sua cadela! ― Ele levanta a mão para mim e eu caio sentada no sofá, tremendo dos pés à cabeça. ― Não. Por favor, Chris. ― Imploro, l|grimas ardendo em meus olhos. Ele recolhe a mão e eu suspiro, momentaneamente aliviada. Isso só dura até começar a abrir o zíper da sua calça. ― Puxe sua calça e fique de quatro no sof|, neném. ― Ele diz com maldade brilhando em seus olhos doentios. ― Isso vai ser r|pido. Tenho que voltar para o estúdio. Vou ter imenso prazer em ver aquele merdinha, sabendo que gozei na garota que ele ingenuamente acha que pode ter. Minhas lágrimas descem pelas faces, mas eu não discuto. Eu nunca discuto. Essa tem sido a minha vida há algum tempo. Sou a puta do meu irmão. Ele tomou tudo de mim. O rosto do garoto da banda me volta à mente. Eu soluço, fechando os olhos e imaginando seus olhos azuis brincalhões, a forma como ele sorriu para mim e disse que sou bonita. Eu não tenho me achado bonita há muito tempo. Mas ouvir o menino dizer isso, me deixou insanamente feliz. Como é possível sentir essas coisas por alguém que mal acabo de conhecer? Existe essa coisa de amor à primeira vista? Se existir, tenho certeza que é isso que o menino me fez sentir. Estou chorando baixinho, esperando Chris me cobrir, quando a voz da sua secretária soa no interfone em sua mesa: ― A Sr.ª Hart está aqui para vê-lo, senhor. Oh, meu Deus! Obrigada! Eu engulo meu choro, enquanto o ouço praguejar, xingando minha mãe dos piores nomes, saindo de trás de mim e fechando a calça. Minha mãe não poderia chegar em uma hora melhor. Suspiro longamente, saltando do sofá e me recompondo também. ― Mande-a entrar. ― Ele rosna, apertando o botão no interfone, me olhando enquanto limpo meu rosto e tento não deixar transparecer o que estava prestes a acontecer. Pouco depois, minha mãe entra na sala. Somos muito parecidas fisicamente. Ela é muito vaidosa e se mantém em forma mesmo no final dos quarenta. ― Selena? ― Ela diminui os passos, seus olhos passando por mim. ― Eu não sabia que estava aqui, baby.
Eu sorrio fracamente. Seu olhar estreita um pouco, ainda me analisando. Ela percebe o que esse monstro faz para mim? Pergunto-me. Ou é fútil e estúpida ao extremo ao ponto de não ver os malditos sinais desde que eu tinha treze anos? ― Você estava chorando? ― Inquire e seus olhos vão para Chris, que sorri, acionando seu charme e andando até minha mãe. Ele beija seu rosto. ― Oh, você sabe como é a Sels, Tara. ― Chris meneia a mão como se eu fosse uma criança com birra. ― Ela cismou que quer ser uma estrela pop agora. Minha mãe sorri, me menosprezando claramente. ― Querida, você não tem a coisa artística acontecendo em suas veias. Pare com essa ideia ridícula antes que se envergonhe. Ou o que é pior, nos envergonhe. ― Diz no mesmo tom condescendente de Chris. ― Felizmente puxou a minha aparência, então conseguir| tudo o que quiser... — Faz uma pausa, seus olhos frios criticando minha roupa. Se fosse seguir seus conselhos seria uma patricinha empolada. — Se souber usar isso, claro. Eu a odeio. Eu os odeio! Graças a Deus não puxei ao caráter dela. Minha mãe era uma atriz quando conheceu meu pai. Ela o roubou da esposa, a mãe de Chris. Quando eu era criança, nunca percebi que meu meio-irmão tinha ressentimentos dela e de mim, por ser a princesinha do nosso pai. Eu o idolatrei como irmão mais velho por muito tempo. Isso até esse monstro se aproveitar de mim aos treze anos. Não contente, me fez sua puta desprezível. Eu odeio esses dois com todo fervor. Ele por abusar de mim, e minha mãe, por nunca me dar o amor que é suposto as mães darem a seus filhos. Eu fui apenas um trunfo para ela prender meu pai em sua teia de viúva negra. ― Então, a que devo a honra da minha linda madrasta me visitar? ― Chris a bajula. Ele sabe que esse é o caminho com mulheres frívolas como a minha mãe. Ela se derrete em sorrisos para ele. Mas, em seguida, faz uma cara dramática. Ela nunca deixa de atuar. Grrr! ― Bem, você sabe que não gosto de pedir nada a você, querido. ― Ela começa. Como se isso não fosse uma constante. ― Mas h| esse cruzeiro pelas Ilhas Virgens... Todas as minhas amigas vão e eu estou sem fundos no momento... Chris a olha como um tubarão cheirando o sangue. Ele gosta de se sentir no controle. E é assim que ele controla a minha mãe, bancando todas as suas extravagâncias. ― Mãe, você não disse que ia arrumar um emprego? ― Eu digo e sua cabeça chicoteia para mim, os olhos idênticos aos meus me fuzilando agora. Eu sorrio por dentro. Adoro tirá-la do sério. ― Eu sou uma estrela, Selena. ― Ela me diz com l|grimas falsas nos olhos. Nossa, ela realmente não tem nenhuma noção da sua realidade. ― Não vou aceitar papéis coadjuvantes. Não vou descer a esse ponto. Eu rolo os olhos. Ela nunca foi além do seu primeiro seriado. Sim, foi um sucesso. Mas é isso que minha mãe é: uma atriz decadente de um sucesso só. Entretanto, ela ainda é cheia de estrelismo, mesmo que ninguém em LA se lembre mais dela. ― Concordo, querida. ― Chris se dirige para a sua mesa, puxando um talão de cheques da gaveta. ― Sua mãe é uma estrela, Sels. Por que se rebaixar com papéis secund|rios? Além disso, ela é uma Hart. Os Hart não se rebaixam. Jamais. ― Ele diz isso me olhando com fúria contida. Está mandando um recado para eu ficar longe do garoto da DragonFly.
Isso faz minha mãe estufar o peito em seu vestido de grife. Eu quero vomitar bem aqui. Chris termina de preencher o cheque e volta para a Tara. Os olhos dela quase saltam das órbitas quando vê a quantia no pequeno papel. Deve ser bem gordo pela sua reação. Um sorriso enorme curva os lábios vermelhos e ela o beija na bochecha. ― Divirta-se, Tara. E não se preocupe em me pagar de volta. Família é para essas coisas. ― Chris diz em tom charmoso. Sim, eu vou vomitar. ― Ah, Sels ir| dormir em minha casa hoje. Tudo bem? Oh, Deus, não... Meu estômago se revolve com asco e minhas esperanças de que fosse escapar dele hoje, caem por terra. Minha mãe acena e volta a me olhar. E nesse momento torno a me perguntar se ela sabe? Sabe o que ele faz comigo? Por um instante fugaz eu vejo pesar brilhando em sua íris, mas isso se vai e ela sorri brilhantemente para o meu algoz outra vez. Suspiro. Eu não ficaria surpresa se descobrisse que ela sempre soube e se deixa comprar pelos luxos que meu estuprador lhe proporciona. Chris a olha com esse lado charmoso que engana os tolos e diz sem me olhar. ― Baby, v| para a casa. Eu ainda tenho algo para discutir com a minha linda e querida madrasta. ― Sua voz é muito bajuladora, mas há um toque de desprezo bem lá no fundo, eu percebo. ― V|, Selena! ― Ele rosna, cravando-me com os olhos perigosos. Eu pego meu violão e tropeço rapidamente para fora da sala. A secretária me oferece um sorriso simpático. Ela sabe? Tento sorrir de volta. Querido Deus. Estou ficando paranoica com essa merda. Ele não vai me enlouquecer. Não vou deixar. Vou me dedicar muito à música e serei sim, uma estrela! Vou esfregar na cara dele e da vaca egoísta da minha mãe. Selena Hart será grande um dia. Anotem isso aí! Rumo para o elevador. Estou prestes a apertar para o térreo, quando um flash de olhos azuis brilhantes preenche a minha mente. Tão bonito. Há uma aura leve em torno dele. Sentindo-me irremediavelmente atraída, puxada em sua direção, eu debato comigo mesma, me recusando a ir embora sem ver aqueles olhos mais uma vez. Ele puxou algo de dentro do meu coração. Apenas recordar seu corpo quente e duro colado ao meu, a forma íntima como me beijou, me tocou. Nunca tive essa reação com um menino antes. Entreguei-me sem reservas como se o conhecesse toda a minha vida. Nunca fui assim. Até mesmo porque Chris não relaxa seu aperto de morte à minha volta. Teve uma vez que um garoto da minha escola quis se aproximar, mas o monstro descobriu e mandou seus capangas o surrarem quase ao ponto de matá-lo. Isso tem dois anos. Depois disso, nunca mais permiti que nenhum menino chegasse perto, porque não quero ver mais ninguém machucado por minha causa. Essa é a minha maldição. Não é justo trazer outra pessoa para isso. No entanto, antes que possa me parar, aperto o botão para o andar dos estúdios. Sim, eu vou vê-lo. Só uma vez mais. Uma última vez, depois preciso deixá-lo ir. É o correto a fazer. Eu ando pelo corredor e confiro a agenda na porta antes de entrar. A DragonFly está no estúdio nove. Bem perto de onde ele me encontrou. Sorrio e ando devagar. Meu coração está trovejando no peito à medida em que me aproximo do estúdio. Esgueiro-me na janela e olho através do vidro. Eles estão lá dentro. Uau!
Eles são muito mais quentes ao vivo! É, eu menti quando disse ao garoto que não conhecia sua banda. Estava apenas tirando sarro dele. A DragonFly se transformou em vírus na internet. Eles têm inúmeros vídeos no YouTube e milhares de fãs os idolatram como se fossem deuses do rock. Chris está nas nuvens com essa contratação. Eles são muito bons. Meu irmão não costuma dar tiro no escuro. Ele já está prevendo faturar muito com esses garotos. Meus olhos o encontram e essa sensação maluca de paz irrompe em meu peito sem que eu tenha qualquer controle, aquecendo-me dos pés à cabeça. Lindo demais. Mas não pode ser meu. Sei que toda a banda está arrebentando pelos sorrisos que vejo nas caras dos executivos que os assistem de fora da cabine. Mas meus olhos são apenas para o meu menino bonito. Eu rio, me recordando de que ele me chamou assim e eu amei. Ele está tocando seu baixo, fazendo uma performance entusiasmada ao lado do guitarrista, Elijah. Eles serão grandes, tenho certeza disso. Eu preciso ir. Meu peito dói, sabendo que é inevitável. Olho-o mais uma vez, lágrimas rastejando em meus olhos. Essa é a minha maldita vida. Chris jamais me deixará livre. ― Adeus, menino bonito. ― Sussurro, deslizando a mão pelo vidro da janela. ― Não posso ser a sua namorada. Tenha uma boa vida. Então me forço a me afastar pelo corredor, as lágrimas estão banhando o meu rosto, enquanto o deixo para trás.
CAPÍTULO UM
Collin Seis anos depois... Rio de Janeiro, Brasil. Eu seguro a cabeça de Nat, empurrando meu pau em sua garganta. A cadela engasga, mas geme profundamente. Sorrio arrogante e perversamente, adorando foder sua boca gulosa. Eu sou bem grande, mas ela já está familiarizada comigo, no entanto. Bufo. Familiarizada comigo e com cada um dos meus irmãos de banda. E devo acrescentar que nenhum de nós tem o pau pequeno. O que, babies? Não estou sendo vaidoso, é apenas a fodida verdade. Não tenho culpa se fui agraciado com uma ferramenta do caralho. Sem trocadilhos... — É isso, Collin... — A vadia respira com dificuldade, puxando para fora, lambendo a ponta. — Isso, neném, fode a minha boca, vai... — Ronrona. Odeio quando me chama assim. Ela é mais velha dois anos, mas não sou a porra do seu neném! Para provar meu ponto, eu a empurro grosseiramente para baixo, fazendo-a engasgar de novo. Encosto a cabeça para trás na espreguiçadeira. Estamos no terceiro terraço do tríplex que a banda está ocupando até o Rock in Rio. Os outros estão lá embaixo. Eu vim aqui para ter um pouco de paz. Ela apareceu e quando percebi, meu pau estava fundo em sua garganta, e, porra, essa garota sabe chupar um pau. Um cara nunca, e eu quero dizer nunca, dispensa um boquete, ou uma boceta disposta. Continuo comendo sua boca com força, mandando toda a minha inquietação para longe. É isso. Nada como uma puta experiente para melhorar meu fodido estado de espírito. Eu a como com fúria. Ela já deve ter percebido que não estou no meu melhor dia. Não sei se seus gemidos são de prazer, ou dor pela minha brutalidade, mas não me importa. Eu preciso
gozar. Porra! Eu fecho meus olhos e a imagem dela invade a minha mente sem permissão. Não quero pensar nela. Foda-se! A imagem continua fixa, enquanto bombeio duramente em Nat. Não a imagem madura de agora. Eu a vejo como a menina por quem me encantei há seis anos. Linda, me olhando com a mesma paixão, tesão e ternura que despertou em mim. Selena. Não sei se balbuciei seu nome, só sei que estou à beira do gozo. São seus lábios cheios que estão enrolados em meu pau agora, enquanto me olha com aqueles olhos azuis esverdeados do caralho. Ela mama tão gostoso em minhas fantasias fodidas. Porra! Eu vou gozar! Um som estrangulado vindo das portas do terraço me faz olhar de lado. Penso que estou vendo coisas a princípio, mas não, ela está mesmo lá, parada no limiar das portas duplas. Tem um olhar horrorizado e seu rosto está pálido. Eu devo ser um bastardo, porque isso me faz gozar mais duro, mais forte. Eu urro, esporrando na garganta de Nat. A cadela geme e mama mais duro, engolindo tudo. Eu sibilo entre dentes, gozando gostoso. Meu olhar permanece cravado no da cadela esnobe. Quero que saiba que gozei para ela. — Sempre tão gostosa, sua puta safada... — Eu digo a Nat, não tão baixo. É, eu quero que Selena ouça isso também. Por alguma razão torcida, eu gostei que me visse foder sua prima. Eu não devia sentir nada pela princesinha da Hart. Ela e seu irmão do caralho sempre me fizeram sentir como merda desde o primeiro encontro. Deixaram claro que não sou digno de uma Hart. Mas a vadiazinha não teve problema nenhum em dar para o Stone, quando o imbecil do Chris sugeriu que isso podia alavancar sua carreira de merda. Eu puxo para fora dos lábios inchados de Nat e me levanto, de frente para Selena. Ela parece chocada no primeiro momento, mas seus olhos vagueiam para baixo da minha cintura. Sorrio para ela. Seu rosto está corado agora, os olhos colados em meu pau. Meu sorriso aumenta, sardonicamente, enquanto guardo meu equipamento sem nenhuma pressa. — Oh, prima? — A voz de Nat está muito rouca por ter levado meu pau tão bruscamente, mas contém um toque de satisfação quando vê Selena ainda estática a alguns passos de nós. — Desculpe por isso. Collin não é muito paciente quando se trata de mim, não é, neném? — Eu quase rolo os olhos, enquanto ela ajeita sua saia para baixo. Eu noto isso pela visão periférica, porque meus olhos não conseguem deixar a cadela esnobe. Selena olha a prima com algo parecido com nojo em seus olhos. — Eu que devo desculpas por interromper... — Você não interrompeu nada, querida. — Eu a corto com um sorriso malicioso. — Deve ter visto que gozei. Apreciou o show? Seu olhar volta para o meu e seu maxilar cerra. Algo fugaz acende em seus olhos. Um instante depois, ela pisca e afasta a emoção. Por um momento, eu vi algo parecido com decepção lá. Franzo o cenho. Mas decido puxar um pouco mais as cordas. — Não sabia que gostava de assistir, baby. — Meu sorriso é maldoso agora. Eu não posso me parar. — Você é bem-vinda no meu quarto mais tarde. Vou receber duas mulatas bem gostosas. Você precisa ver aquelas bundas... Ela inspira, suas narinas delicadas se alargando. Seus olhos brilham naquela emoção fugaz outra vez e ela desvia o olhar sem me dar uma resposta, me ignorando, como de costume. Ela é uma cadela a maior parte do tempo, mas nesse momento, parece que há algo a perturbando. Estreito meus olhos. Meu olhar desce pelo corpo esguio, esfomeado, cobiçando abertamente.
Gostosa, porra. Fodidamente linda. Nunca vi nada mais bonito na porra da minha vida. Mas é uma cadela da pior espécie. Seguro um grunhido, babando no top curto e short pequeno que mostram todas as curvas do corpo suavemente torneado. Ela é o que chamo de falsa magra. Era linda aos dezoito, mas agora, aos vinte e quatro, é uma porra deslumbrante. Toda mulher. Sou louco de tesão nela. Meu pau sofre espasmos mesmo tendo acabado de gozar. Fico puto por sua beleza me afetar tanto. Ainda me afetar depois de tudo. Deus, o que eu não daria para comer essa cadela. Montá-la duro por horas a fio, lambuzá-la toda com a minha porra. Eu sei que a princesinha iria apreciar, e muito, o passeio... Rio, demorando meu olhar em seus peitos, satisfação masoquista me enchendo quando a vejo puxar uma respiração pesada e seus mamilos ficarem duros sob o top. Meus olhos voltam muito devagar para os seus. Meu sorriso se torna irônico. Sim, querida, eu sei que você quer foder com o roqueiro vindo sei lá de onde. Ela é a razão para a minha agitação nos últimos dias. Chris a enfiou aqui, na mesma casa, para bagunçar a vida do Liam, uma vez que estão em uma encenação fodida do caralho. Não nos falamos muito. Nos ignoramos mutuamente, ou fingimos, não sei. Há essa atração louca entre nós que é quase como um campo de força magnética quando estamos no mesmo recinto. Nossos olhares se encontram mais vezes do que o normal para duas pessoas que não se importam uma com a outra. Mas não é só isso. Não são apenas olhares. Nós nos fodemos apenas nos olhando. Não sei como diabos ninguém nunca sacou nada. Vê-la todo maldito dia tem sido pior do que pensei. Essa merda deveria ter ficado enterrada lá atrás. Há seis anos. Mas, de alguma forma estranha pra caralho, não ficou. Eu sonho com ela. Não me perguntem como ou porque isso acontece, ok? Eu não sei, porra. Apenas sonho. Às vezes com frequência. Às vezes não. Porém, sonho. Em meus sonhos, estamos de volta àquela sala na gravadora, nos beijando, conversando como se tudo fosse certo. Como se estivéssemos esperando um pelo outro até aquele momento. Foi assim que me senti ao vêla a primeira vez. Como se ela me pertencesse. Aparentemente, meus hormônios fodidos aos vinte anos não eram tão confiáveis. Ironizo-me. Em seguida, eu sonho com o encontro que nunca tivemos. Ela em meus braços. Eu afundando em seu corpo devagar, com uma ternura e cuidado que nunca tive com outras. Não sei por que isso acontece. Só acontece. No sonho eu sinto que devo tratá-la como uma joia preciosa, uma princesa. Eu sei, é muito fodido isso. Ela está longe de ser delicada. É uma puta do caralho! Eu me forço a olhar para a realidade. Isso é o que importa. Selena Hart é tão podre quanto o seu irmão. Sinto-me como se estivesse traindo Liam sentindo essas coisas ridículas por essa garota egoísta que quer prejudicá-lo. Percebo que traz seu violão pendurado no ombro. Bufo. Ela é uma fraude. Uma patricinha que acha que pode ser uma estrela só porque tem o dinheiro a seu favor. Eu desprezo pessoas como ela. — Onde está o seu noivo, querida? — Digo para alfinetá-la e mandar para longe essa indesejada reação que ainda arranca de mim. Essa é a cadela egoísta que está tentando ferrar com a vida do meu irmão. Eu devo desprezá-la, porra. Selena estica a coluna e anda em direção ao outro lado do terraço. — Eu acho que você tem a resposta para isso. — Torce o nariz, enquanto se senta em uma das espreguiçadeiras e retira o violão da capa.
— Eu vou tomar algo gelado para me refrescar. Você acabou comigo, garanhão. — Nat anuncia, puxando meu rosto com a intenção clara de me beijar. Eu viro o rosto no último momento e sua boca aterrissa em minha bochecha. Ela geme em decepção e eu apalpo seu traseiro para amenizar. Por alguma razão fodida, não quero beijar a cadela na frente de Selena. Levanto meus olhos a tempo de vê-la desviar o olhar para o seu instrumento. Sorrio, dando um tapa forte na bunda de Nat e a afasto. — Você quer algo para beber, prima? — Sorri, olhando Selena por cima do ombro. — Não se preocupe comigo, prima. — Ela diz em tom gelado, posicionando seu violão sem se dignar a olhar Nat. Junto as sobrancelhas. O que estou perdendo aqui? Nat parece estar provocando Selena, como se a prima se importasse em nos ver juntos. Eu deveria sair também. No entanto, algo me impede de ir. Certo, a verdade é que não quero ir. Enfio a mão no bolso, pegando meu maço de cigarros e acendo um. — Você não deveria ir atrás da sua puta? — Selena diz me olhando com farpas nos olhos. Uh. Sorrio, soltando a fumaça lentamente. Levanto uma sobrancelha irônica. — Te incomoda que eu transe com a sua prima, querida? — Indago, não perdendo nada em seu semblante. Ela rola os olhos em desdém. — De onde tirou essa ideia ridícula, roqueiro? — Cospe friamente. Odeio a forma como diz roqueiro. É como se eu fosse de uma classe mais baixa que a sua. O que eu meio que sou. Ela nasceu montada na grana, enquanto eu vim de baixo. Subi com a minha música. Não tenho nenhuma vergonha disso, porra. Mas me incomoda que essa cadela se ache melhor do que eu. — Bem, talvez, você só esteja pensando que não foi uma boa jogada me dispensar antes de provar o meu pau. — Ela empalidece com meu tom frio. — Então, baby? Agora que obviamente o Stone te deixou de lado, você vai dar pra mim? — Seus olhos estão muito brilhantes sob o meu ataque. Mas não posso me parar. — Talvez foder com os caras também? Ser mais uma puta da banda, como a sua prima gostosa faz? Ela parece mais magoada do que com raiva agora. Mas abre um sorriso de escárnio. — Bem, isso só prova que tomei a decisão certa o dispensando. — Seu rosto se torna lívido e uma emoção escura se estabelece em seus olhos. — Você não me conhece. — Range os dentes. — Não ouse me julgar. Você não sabe porra nenhuma sobre quem sou! Oh, então consegui tirar a princesinha do sério? Sorrio, soltando baforadas do meu cigarro. — Sim, eu conheço. — Cuspo com mais desprezo. — Você é uma puta egoísta. Uma vadia sem talento que quer se dar bem à custa do meu irmão. — Eu não aceito ser julgada por um homem-puta. Que moral você tem para me julgar? — Diz com a voz entrecortada. — Apenas faça o que vem fazendo esses anos todos, roqueiro. Foda tudo que se move e me ignore. — Rosna, suas narinas inflando. Ela está verdadeiramente puta comigo? Eu não sabia que podia abalá-la assim. Ok. Talvez eu tenha exagerado um pouco. Eu suspiro e amasso o cigarro no cinzeiro na mesa próxima. — Vá atrás das suas vadias. — Aponta a porta inclinando a cabeça. — Apenas vá. Não somos nada um para o outro. Não deveríamos nem mesmo conversar.
As palavras são esnobes, mas a forma como as diz, parece conter alguma informação oculta que eu não tenho ideia do que seja. Nos olhamos por longos segundos. Seu lindo rosto está em conflito. Toda ela parece estar estranha hoje. Suspiro. Ela não é da minha conta. Então aceno e me dirijo para as portas. Ela está certa. Não somos nada um para o outro. Não sei o que me deu para jogar tanta coisa em cima dela. Porra. — Collin? — Ela me chama. Eu paro, olhando-a por cima do ombro. Ela raramente usa o meu nome e ouvi-la me chamando agora faz algo aquecer dentro de mim. Ou talvez seja a forma como seus olhos parecem estranhamente tristes. — Às vezes as aparências não contam tudo sobre uma pessoa. Que diabos ela quer dizer com isso? Um sorriso triste se forma em sua boca bonita. — Mas obrigada por compartilhar sua opinião a meu respeito, de qualquer maneira. — Diz em tom mais baixo. Seu lábio inferior treme um pouco. Sim, ela parece no limite por alguma razão. A expressão desprotegida em seu rosto faz meu peito torcer. Eu me afasto. Cacete. Entro na sala e enfio as mãos em meu cabelo. Uma sensação ruim por ter sido um idiota desprezível lá fora me engolfa. Por que diabos eu disse todas aquelas coisas cruéis? E o principal, por que não consigo desprezá-la? Ela foi uma cadela comigo e agora está sendo uma puta com o meu parceiro. Por que me perco completamente quando olho naqueles olhos incomuns? É como se ela me chamasse silenciosamente quando me olha. O que diabos é isso? O som do seu violão me faz virar a cabeça para o terraço. Sua voz soa depois da introdução e eu praguejo baixinho, andando de volta. Não sei o que estou fazendo quando encosto meu ombro no batente e a observo. Ela está daquela forma absorta, cabeça levantada, olhos fechados, como se estivesse em seu mundo particular, fechando tudo para fora. A imagem da menina bonita todos aqueles anos atrás me volta na mente. A música que está cantando é Try da P!nk. Abro um sorriso melancólico. Ela parece ter uma coisa com essa cantora. Enfio as mãos em meus bolsos, meus olhos presos em sua figura linda contra o sol que está se pondo no oceano. Um cenário bonito pra caralho. O Brasil é uma terra fabulosa. Embora o Liam seja metade brasileiro, essa é a primeira vez da banda aqui. Estamos todos ansiosos para tocar no Rock in Rio. O Rio é lindo e nem preciso dizer que as mulheres brasileiras são uma atração à parte. Eu e meus parceiros já perdemos a conta das bocetas que batemos desde que chegamos. Bem, menos o Liam. O Stone reencontrou a Mel, sua cunhada e paixão proibida desde que tinha dezoito anos. O idiota está com suas bolas totalmente presas agora. Mas a situação ainda é complicada porque o fodido Hart está marcando em cima. Chris e sua irmã, para ser mais exato. Meu parceiro está sendo chantageado pela gravadora por causa de uma merda que acha que fez em uma festa barra pesada em LA, há seis meses. Chris o tem nas mãos. Estamos todos irritados e querendo a cabeça do infeliz do Hart, mas a situação do Liam é muito delicada. Precisamos agir com calma para ajudar nosso irmão. Essa foi a razão da minha explosão com Selena. Bem, pelo menos é mais fácil dizer que é só isso. Não quero assumir que estou me mordendo de ciúmes por vê-la o tempo todo se insinuando para o meu parceiro. O som do violão me faz regressar dos pensamentos e me concentrar na melodia. Ela toca bem pra caralho, preciso reconhecer. Já percebi que vem para cá e toca todos os dias desde
que chegou. Certo. Ela parece mesmo nutrir uma relação com a música. Isso não soa forçado. Sua voz agora é perfeita também. Nada de desafinar. Sorrio levemente, recordando que desafinou na primeira vez que a vi cantando. Deve ter trabalhado duro em canto. Eu fecho os olhos, me sentindo leviano por ter dito na sua cara que era uma vadia sem talento. Ela cresceu nesses seis anos. Posso ver agora o quanto. Quando volto a encará-la, meu coração sofre um solavanco. Ela está me olhando e por um momento, vejo a minha menina bonita lá, me olhando de volta. Seus olhos não desviam dos meus, enquanto solta a voz quase como se quisesse me mostrar o quanto fui idiota momentos antes. Linda. Não consigo parar de olhá-la, completamente hipnotizado pela melodia bem tocada e sua voz sexy. Ela tem um timbre forte, rouco. Devia fazer acústicos nos shows, em vez de ficar apenas rebolando o traseiro em maiôs apertados. Porra. De onde veio isso? Como conduz sua carreira não me diz respeito. Cristo. Essa garota me confunde como o inferno. Ela sempre consegue rastejar para dentro de mim. Quem é Selena Hart? A aspirante a estrela, arrogante e egoísta, ou essa garota que toca seu violão como se nada mais importasse no mundo? Eu me pergunto, de repente recordando suas palavras magoadas momentos atrás. Às vezes as aparências não contam tudo sobre uma pessoa. O que quis dizer com isso? Sei que deveria sair e parar de incomodá-la. Não devo ser bem-vindo depois de tantas merdas que disse. No entanto, não posso ir. Eu tenho vinte anos de novo. Fascinado pela menina bonita e a forma como derrama sua alma em seu violão.
Selena Eu continuo cantando e olhando-o, desafiando-o a dizer outra vez que sou uma vadia sem talento. Tenho me dedicado pra caralho na minha música para mostrar à vaca da minha mãe e ao monstro do meu irmão que posso ser grande. A música é tudo que me resta. Tudo que me faz sentir viva. Tudo que me faz acordar todos os dias e não cortar meus pulsos, colocando um fim à merda que é a minha vida. Todos me olham e veem uma princesinha que nasceu em berço de ouro. Bonita, rica, cantando e conseguindo milhões de seguidores. Ela deve ter tudo, não é? Não poderiam estar mais enganados. Onde todos veem beleza eu só vejo escuridão, feiura. A perda da minha inocência para um monstro. Anos e anos de abuso e eu não posso fazer nada sobre isso. Presa na minha própria gaiola dourada. Tão quebrada, que não há mais nada além disso aqui, tocar o meu violão. Nesses momentos, fujo para um mundo só meu. Um mundo onde não há Chris Hart. Só eu e a música. You gotta get up and try, try, try (Você tem que se levantar e tentar, tentar, tentar) You gotta get up and try (Você tem que se levantar e tentar) It's funny how the heart can be deceiving (É engraçado como o coração pode ser enganador) More than just a couple times (Mais do que apenas um par de vezes) Why do we fall in love so easy? (Por que nos apaixonamos tão fácil?) Even when it’s not right (Mesmo quando isso não é certo) Por que ainda está lá me olhando? Por quê? Depois de tantas merdas que acabou de me falar? E por que, suas palavras doeram tanto? Pareciam lâminas cortando a minha pele. Pensei que esse sentimento inconveniente tivesse ficado para trás. Mas bastou chegar ao Brasil e termos que conviver na mesma casa para perceber que não morreu. O ar fica espesso quando ocupamos a mesma sala. Meu corpo é ridiculamente consciente do seu. Mal nos falamos, mas nossos olhos sempre procuram o outro. Eu o flagro repetidamente me olhando e vice-versa. A atração é tão forte, densa, que poderia ser cortada com uma faca. Ele me desconcerta apenas me olhando. O que quer que tenha havido naquele primeiro encontro há seis anos, não morreu. Nunca morreu. Depois que Chris me obrigou a rejeitálo, eu o vi crescer e ganhar o mundo com a DragonFly. Vi também o número de mulheres que tem colecionado desde então. Isso por si só deveria ter feito o resto do trabalho, contudo, de alguma forma, aquele garoto bonito ficou sob a minha pele. Mas ele não é mais aquele garoto. É um rock star do mais alto calibre.
Ele e seus parceiros se tornaram tão grandes, que são comparados na atualidade com as lendas do rock. Isso fez com que seu líder quisesse voar mais alto. Livre. Eu fecho meus olhos de novo, me sentindo derrotada, ainda mais quebrada. Liam Stone, o lindo e talentoso vocalista da banda e minha última esperança de ser livre também. Quando Chris me sugeriu fingir um namoro com ele, eu vi isso como meu passaporte para a liberdade. O monstro não imaginou que eu levaria isso a sério e que partiria para a ação e o seduziria. Ele me bateu quando descobriu que transei com Liam. Fiquei de cama por uma semana devido aos hematomas. Mas depois de um tempo, Chris viu nisso uma forma mais eficaz da banda permanecer na gravadora e praticamente me ordenou que continuasse a transar com Liam. Isso não foi possível, no entanto. Seu coração já tinha dona. Eu só vim saber disso recentemente. Eu me perdi no processo. Passei a sonhar com o impossível, me casar com Liam. Eu o amo? Não. Acho que não. Quero dizer, o que eu posso saber sobre o amor? Fora os breves momentos roubados com Collin anos atrás, nunca tive contato com outro homem. Liam é lindo, sexy e isso mexeu comigo, mas nunca foi tão poderoso quanto o que senti com Collin. Entretanto, era a oportunidade perfeita, já que ele foi o único que o monstro permitiu chegar perto. Não vou negar que quando Chris sugeriu unir minha imagem com alguém da banda, minha mente correu imediatamente para Collin. Desejei fervorosamente que fosse ele o escolhido. É claro que Chris nunca permitiria isso. Ele me disse com uma satisfação sinistra que o baixista, como o chama com desdém, estava terminantemente fora de cogitação. Então eu tive que engolir minha decepção e canalizar as minhas atenções em Liam. E quanto mais eu o conhecia de perto, mais me vi encantada. Ele é diferente dos outros. Um roqueiro fodão, mas com uma natureza mais calma, doce. Ele me tratou bem. Bom, pelo menos até vir para o Brasil e reencontrar a mulher por quem sempre foi apaixonado. Eu a odiei de imediato. Ela arrancou de mim a única chance de liberdade. Mel é uma mulher muito bonita, mas é sete anos mais velha do que Liam. Um tabu para essa sociedade preconceituosa do caralho, e eu usei isso. Envergonho-me agora. Envergonho-me que em um de meus acessos de raiva, instiguei meus fãs a hostilizá-la nas redes sociais. Eu sei, eu sei. Fui uma cadela vingativa. Mereci cada uma das palavras cruéis que Collin acabou de jogar para mim. Eu estava me tornando tudo que mais odeio no mundo: Chris. Estava agindo como ele, jogando sujo para ter tudo do meu jeito. Mas acabou. Liam está casado com a Mel agora. Eles conseguiram driblar o monstro e se casaram em Vegas. Quanto a mim? Não me restou nada a não ser reconhecer que jamais serei livre. Estou condenada. Tenho oferecido meu apoio a eles, apesar de tudo. Embora, nenhum deles acredite em mim. Eu não esperaria menos. Todos acham que sou como o meu irmão. Podre. Esse é o meu destino? É isso que tinha preparado para mim quando me trouxe a este mundo? Pergunto silenciosamente, elevando minha vista para o céu. É isso, Deus? Estou condenada para sempre? Lágrimas rastejam em meus olhos. Eu pisco para contê-las. Não quero que Collin me veja assim. Que perceba o quanto estou quebrada. Além da reparação. Encerro o último verso. Up and try, try, try (E tente, tente, tente)
You gotta get up and try, try, try (Você tem que se levantar e tentar, tentar, tentar) Meu peito está subindo em respirações rápidas. Sinto minha garganta se fechando. Não. Droga! Agora não. Eu tento controlar o surto. Não quero que me veja assim. Prefiro que pense que sou uma puta egoísta a perceber que estou quebrada. Oh, Deus. Eu fecho os olhos. A música sempre me acalma, mas estou tão fodida no momento, que não funcionou. Estou respirando agudamente, rezando para ele ter ido embora, quando sinto uma mão morna em meu ombro. Ele aperta suavemente, o toque me enviando uma onda de excitação e conforto na mesma medida. Seu toque... Deus, foi há tanto tempo. Não devia parecer tão familiar como se me tocasse todos os dias. Como se ter suas mãos sobre mim fosse o certo. Tão certo. — Ei, você está bem? — Sua voz, com genuína preocupação, me faz abrir os olhos. Ele está agachado à minha frente. Seu rosto tão perto. A centímetros do meu. Nunca mais estivemos tão perto. Seis anos ignorando mutuamente um ao outro. Ele ainda é o mesmo, mas cresceu em todos os ângulos depois dos vinte. Eu não sabia que era possível crescer tanto depois dessa idade. Seus ombros são amplos e duros sob a camiseta branca simples que usa. Sua pele morena dourada e cabelo negro formam um contraste hipnotizante com os olhos muito azuis. Isso foi uma das coisas que me encantou quando o conheci. Eu arfo. Tanto pelo ataque de ansiedade, quando pela sua proximidade em anos. Quero estender a mão e tocar seu belo e esculpido rosto. Esse sentimento é tão pungente, que meu peito aperta com a injustiça disso tudo. Respiro com dificuldade, sentindo meus olhos vidrados. Eu quero conter o surto. Eu preciso conter essa merda. — Desculpe-me. — Murmura, segurando cada lado do meu rosto. Seu toque é delicado. Sinto aquela familiar e inexplicável sensação de paz me invadindo. Essa conexão íntima que só senti com ele. Puxo respirações profundas. Seus olhos estão calorosos e preocupados. Um soluço me escapa. Tento focar em seu rosto bonito e não me perder nessa zona escura que continua me puxando. — Porra. — Exala sob sua respiração. — Desculpe-me. — Repete, seu olhar correndo por todo o meu rosto. Eu devo parecer uma merda para arrancar esse tipo de reação dele, que ainda a pouco estava me atirando pedras. — Eu fui um idiota. Eu não tinha o direito de dizer aquelas coisas. Eu ainda não consigo falar. Minha língua está colada no céu da boca. Meu corpo está tremendo. Eu sacudo a cabeça, minhas lágrimas caindo sem a porcaria da minha permissão. Humilhação total. — Merda. — Ele rosna, tirando o violão dos meus braços e o colocando no chão. Em seguida, faz algo que me choca como o inferno. Ele se senta na espreguiçadeira e me puxa para o seu colo. — Shhh, está tudo bem. — Sussurra quando seus braços se fecham ao meu redor. Apoio relutantemente a cabeça em seu peito largo e fechos os olhos. — Inspire e expire, querida. — Sua voz suave entra em meu cérebro confuso. — Vamos, faça isso. Apenas respire. Eu agarro sua camiseta com força, meus dedos cavando sua pele nos bíceps. Faço o que diz. Puxo todo o ar que consigo pelo nariz e o solto pela boca. Ele me embala suavemente contra o seu peito como se eu fosse uma criança pequena. Seu cheiro delicioso, com um
toque sutil amadeirado e algo que emana dos seus poros, invade as minhas narinas e eu o respiro. Isso estranhamente vai me acalmando. Sua mão morna desliza lentamente pelo meu braço, esfregando, na intenção de oferecer conforto. Inspiro, expiro. Faço isso até sentir meu coração desacelerar. Mas agora que o surto está começando a arrefecer, meu corpo está respondendo à sua proximidade de forma nada reconfortante... Depois que a minha respiração normaliza, continuo com o rosto enterrado em seu peito. Estou morta de vergonha e, devo admitir, eu amo o seu cheiro e a forma protetora como está me segurando. Eu ficaria aqui para sempre. — Olhe para mim, querida. — Pede, segurando meu rosto de novo. Seu toque é firme, mas, suave. — Eu sinto muito, ok? Todas aquelas coisas... Porra. — Range, deslizando o polegar pelas minhas faces, limpando as lágrimas para longe. Ele acha que foi a causa para meu ataque. Se ele soubesse... — Eu só estou fodidamente chateado com a situação do Liam e... — Para abruptamente, seus olhos prendendo aos meus de uma forma penetrante, desconcertante. Seu olhar desvia para a minha boca e eu vejo isso lá. Suas pupilas dilatam nitidamente. Sopra outro palavrão sob a respiração e volta o olhar ardente para o meu. — Se te fizer sentir melhor, pode me dar um soco. Odeio ver garotas chorando. — Torce os lábios levemente. — Principalmente se eu for a causa disso. Vamos, me bata logo e acabe com isso. Eu posso sentir um leve toque de humor em seu tom. Ele só está me distraindo da minha miséria e... Dessa coisa surreal entre nós, que parece estar acordando de volta para a vida. Ele ainda sente também. Isso aquece meu coração confuso. Posso ver em todo o seu rosto como o afeto também. A forma como está me olhando é cheia de saudade e fome. — Você é ridículo. — Balbucio. — E meio doido. — Resmungo. — Estou no seu colo. Não vou bater em você. Alívio invade seu semblante e um pequeno sorriso se espalha em sua boca, atraindo meu olhar para seus lábios vermelhos e levemente cheios. Querido Deus, ele tem uma boca bonita. Risque isso, ele é todo bonito. Um pacote másculo de tirar o maldito fôlego. — Completamente doido, eu diria. — Murmura, me olhando de uma forma intensa e desconcertante que aquece meu coração, e vai descendo em direção ao sul, como um maremoto que não pode ser contido. — Você ainda pode me dar aquele soco, sabe. Eu não tinha o fodido direito... — Não. — Eu o corto. — Eu mereci a sua raiva. — Inspiro longamente. Não sei por que estou dizendo isso a ele. — Liam e todos vocês têm suas razões para me tratar como merda. Seus olhos parecem escurecer quando menciono Liam. — Você o ama? — Pergunta à queima-roupa, sem tirar os olhos dos meus. Ele parece meio seco agora. — Eu não sei. — Suspiro. — Besteira. — Ele quase rosna. — Ou você ama ou não, porra. Uau. Ele parece chateado e eu não sei a razão para essa mudança. Algo me toca de repente. Ciúmes? Collin está com ciúme de mim? A possibilidade me enche de alegria, devo admitir. Você está brincando com fogo, Selena. Uma voz me alerta na minha cabeça. Eu murcho. Nunca haverá nada entre nós. Eu não tenho uma vida. Não sou dona de mim. — Eu acho que não. — Digo. — Mas agora isso não importa mais, de qualquer maneira. Ele está casado. Collin me analisa atentamente.
— O que foi isso? — Isso o quê? — Eu me faço desentendida. Eu sei o que está perguntando. Seus olhos se estreitam em fendas. — Isso que teve agora a pouco. — Diz, suavizando o tom. — Você parecia prestes a ter um surto ou alguma merda assim. Eu desvio o olhar, mas seus dedos seguram o meu queixo delicadamente, me fazendo encará-lo de novo. Fecho os olhos. Nunca falei sobre isso com ninguém além da minha psicóloga. Chris acha que é frescura. Eu o odeio com todas as minhas forças. Queria ter coragem para matá-lo com as minhas próprias mãos. Mas não tenho. Sou uma covarde. Uma fraude total. — Eu tenho surtos, ataques de ansiedade. — Murmuro. — Eles se manifestam quando estou sob pressão. — Tipo síndrome do pânico? — Inquire, como se não acreditasse que tenho algo assim. Que sou humana como qualquer pessoa. — Não. Apenas episódios, como os chama a minha psicóloga. — Não sei por que estou falando sobre isso com ele. Por que diabos me sinto tão à vontade em seus braços? — Eles não me impedem de lidar com o público, ou não seria uma cantora. — Eu rolo os olhos, tentando minimizar a minha situação. Ele se mantém sério, me analisando como se tivesse me vendo pela primeira vez. — Eles apenas me deixam instável e frágil momentaneamente. Mas mesmo assim, me sinto uma merda porque não consigo controlar. — Desde quando? — Seu semblante está caloroso e cheio de preocupação. — Desde os treze anos. — Revelo, sentindo um gosto amargo na boca. O monstro é a causa de todos os meus transtornos. Collin me estuda por um longo tempo. Seus dedos passeando suavemente pela minha face. — Isso é muito tempo. Nunca tentou tratamento? — Pergunta, franzindo o cenho. — Sim. Quando tomo a medicação corretamente consigo mantê-los sob controle. — Coaxo. — Pode acrescentar isso à lista de coisas deprimentes sobre Selena Hart. — Bufo. — Eu sinto muito. — Murmura, seus olhos bonitos cheios de pesar. — Não quero a sua pena, roqueiro. — Digo, soando ríspida e tentando sair do seu colo. Ele não cede, me puxando para mais perto, seu hálito soprando sobre a minha boca. Eu gemo quando meus seios esmagam em seu peitoral duro. Ele rosna baixo, os olhos incendiando. — Não confunda a porra das coisas, princesa. Há uma diferença entre pena e simpatia. — Eu bufo com esse apelido. — Só estava tentando ser agradável depois da forma como te tratei hoje. — Segura a minha nuca, mantendo-me cativa, enquanto me olha como se enxergasse meus segredos mais profundos. Eu estremeço, arfando levemente. Seu olhar estreita, não perdendo minha reação a ele. — Você também sente isso, não é? Você mentiu anos atrás. — Murmura, seus olhos intrusivos nos meus. — Diga. Eu quero ouvir você dizendo que mentiu. Isso não foi embora. — Rosna, seu olhar me devorando abertamente agora. — Nunca foi embora, porra. — Não. — Eu lambo meus lábios, minha boca está muito seca. Agora por outra razão. Eu o quero. Ainda o quero. Droga. Muito. Seus dedos calejados traçam o contorno do meu rosto com tanta delicadeza, que faz meu coração doer em resposta. Mais uma vez me pergunto
por que sinto essas coisas tão intensas, essa familiaridade intrigante com ele. — Isso nunca foi embora. — Admito em um ofego trêmulo. Ele meio que geme e rosna ao mesmo tempo com a minha admissão e seus lábios se aproximam em câmera em lenta. Meu coração retumba no peito e eu gemo baixinho, entreabrindo os meus, todo o meu corpo cantarolando como se estivesse adormecido e só agora voltasse à vida. Com uma saudade que eu não sabia que sentia, até agora. Sua boca sussurra contra a minha, roçando levemente. Lábios quentes provocando delicadamente em uma carícia deliciosa, excitante. Nunca fui tocada assim, como se fosse a coisa mais preciosa. Seus olhos azuis riem de mim e para mim, maliciosos, sedutores. Seu olhar, seu toque, seu calor, sua proximidade, fazem minha pele formigar e meus mamilos arrepiarem, intumescendo. Estou ansiando, choramingando para sentir seu gosto outra vez. Só mais essa vez. Por favor, Deus. Só mais essa vez. Lágrimas se acumulam em meus olhos com a ironia ferrada que é a minha vida. Só mais esses momentos, por favor. Eu rogo silenciosamente. Ele belisca meu lábio inferior e o arrasta entre os dentes e eu não consigo segurar um gemido cheio de necessidade. As paredes da minha boceta encharcam e dilatam. Doce Jesus... Ele nem me beijou e já estou molhada e ofegando. Collin sorri baixinho contra a minha boca. Seu olhar é todo presunçoso agora, percebendo meu grau de excitação. — Eu quero você... — Sussurra com aspereza, segurando a minha nuca com mais força, angulando minha cabeça para melhorar seu acesso. Tudo em mim está latejando, vibrando por este momento proibido. Sei que não devo. É arriscado, mas quero mesmo assim. — Beije-me... — Choramingo pateticamente. Nossos olhares se fixam por momentos intensos. Pequenos ofegos deixando nossas bocas quase coladas. Por que me perco assim com ele? — Beije-me, Collin. — Imploro, levando minhas mãos para seus ombros duros. Ele geme com meu toque. O som me excita ainda mais. É um quase rosnado, másculo, cheio de tesão. — Collin!? Selena!? — A voz estridente de Nat penetra em nossa bolha e nos faz saltar, quebrando o encanto. Oh, merda. Eu fecho os olhos com força. Cadela do caralho! Eu me obrigo a me afastar rapidamente, saindo de seus braços em seguida. Recolho meu violão, agasalhando-o na capa com as mãos trêmulas. Porcaria! O que diabos pensou que estava fazendo, Selena? Censuro-me. Sinto os olhos dele em cima de mim, em cada movimento meu. Nat vai contar para o Chris? Oh, Deus, não. Por favor, não. — O que está acontecendo aqui? — Minha prima inquire, se aproximando até parar bem perto. — Nada. — Digo, puxando o violão sobre o meu ombro direito e a encaro, uma onda de asco enche o meu estômago ao ver sua boca ainda inchada por chupá-lo. Seu olhar se estreita no meu, cheio de desconfiança. Ela olha para Collin, em seguida volta a me encarar. — Suas convidadas chegaram, baby. — Diz com nítida satisfação, seus olhos acinzentados nunca deixando os meus, analisando a minha reação. Eu acho que essa vadia desconfia dessa coisa acontecendo entre nós. Depois do que acaba de presenciar, não resta mais dúvida. Ela é esperta. Além disso, notei que ela se insinua ainda mais para ele quando estou por perto. Minha prima com certeza aprimorou a arte de ser uma cadela desprezível. Puta!
— Dispense-as. — Collin resmunga. Eu olho para ele, uma ridícula onda de alegria me invadindo por estar se livrando das mulatas popuzudas. Sua expressão parece um pouco arrependida, como se me pedisse desculpas por me insultar, convidando para me juntar a eles. A forma como está me olhando não me deixa desviar o olhar do seu. — Você está bem? — Pergunta suavemente, a intensidade em seus olhos muito azuis me faz piscar e arfar baixinho. — Sim. — Sussurro e me forço a sair, andando rapidamente para as portas. Posso sentir seu olhar quente queimando as minhas costas. Minhas pernas estão, de repente, instáveis, meus lábios formigando pelo ínfimo contato. Eu o amaldiçoo por me fazer tão vulnerável com sua simples presença, com um simples toque. Não. Seu toque não tem nada de simples. É diferente. É... Reconfortante, único. Merda, estou tão confusa e ferrada. — Selena? — Eu paro ao som da sua voz profunda, me segurando para não juntar as coxas pela pulsação insatisfeita. Deus. Meu nome em seus lábios soa tão bem. Eu me viro devagar. — Você deve inserir acústicos nos shows. O quê? Ele sorri, seus olhos se enchendo de humor ao ver a minha expressão intrigada. Essa leveza que emana dele é tão contagiante. Eu só quero voltar lá, me enrolar em seu colo e me sentir inteira de novo. Protegida. Por que me faz sentir assim? — Você tocando e cantando é... — Seu tom abaixa e é como se acariciasse a minha pele quando completa: — Fascinante. Ouço um bufo da minha prima cadela, mas não olho para ela. Meu coração está todo quente com a gentileza deste garoto crescido. Sim, ele cresceu, obviamente. Muito. Impossível uma garota não reparar... Mas o garoto de seis anos atrás ainda está lá dentro. Eu posso senti-lo agora. Ninguém nunca parou para me ouvir tocar e cantar. Apenas ele. Eu dou um sorriso a ele. Um sorriso verdadeiro e ele pisca para mim. Meu estômago cai em queda livre. Mil borboletas fazendo festa aqui dentro. Doce Jesus, eu tenho dezoito de novo! Encantada pelo menino de sorriso fácil e o olhar mais incrivelmente azul e bonito que já vi. Meu sorriso aumenta, acionando músculos que não tenho usado em um longo, longo tempo. — Obrigada, roqueiro. — Eu digo isso sem qualquer vestígio de ironia. Ele percebe porque abre um sorriso lindo que ilumina todo o rosto. — Prometo pensar sobre isso. — A qualquer hora. — Sua voz é baixa, cheia de promessa, os olhos azuis me fixando com um brilho pecaminoso lá no fundo da íris. Todo o meu corpo responde, arrepiando levemente sob seu escrutínio aberto. Esse calor gostoso e proibido aumenta em meu ventre. Seus olhos brilham mais, maliciosos, com reconhecimento de que essa coisa entre nós é mútua e forte demais para continuar sendo ignorada. Eu quero dar o fora daqui, mas continuo apenas olhando-o como se estivesse em um maldito transe. Merda. Seus lábios se espalham lentamente em um sorriso matador, deixando os dentes brancos e retos à mostra. Meu coração perde uma batida. Querido Deus. Esse é o tipo de sorriso que diz a uma garota que ela está encrencada... Completamente na merda. Inalo o ar alto o suficiente para me envergonhar. Deus me ajude... Eu me viro finalmente para seguir meu caminho. No entanto, não consigo parar o sorriso de pura satisfação feminina que se abre em minha boca quando viro as costas. Ele me quer. Ainda me quer. Puta merda! Meu corpo está todo quente, excitado, despertado e eu sei que,
contrariando todo o bom senso, vou gostar de ficar encrencada. Oh, Deus. Vou gostar muito...
CAPÍTULO DOIS
Selena Eu deixo sair um suspiro de puro alívio quando desligo o telefone, seguindo para o banheiro. Chris acabou de me avisar que não me verá hoje. Obrigada, Deus! Eu entro embaixo do jato potente e fico imóvel, deixando a água bater em mim como se isso fosse capaz de levar a sujeira. A verdadeira sujeira... Tem mais de uma semana que ele não me toca sexualmente. O imbecil está encantado com as mulheres brasileiras e está fodendo tudo que se move em sua direção. Eu não posso dizer o quanto sou grata à essas mulheres por estarem ajudando a manter aquelas mãos asquerosas longe de mim. Eu lavo meu cabelo, me enxugo e volto para o quarto. O som alto da festa rolando no primeiro andar me assalta. Resmungo, enquanto seco meu cabelo. O fluxo de mulheres cercando os caras é ridículo. Eles não cansam dessa porcaria? Eu bufo ao cogitar que Collin deve estar lá com suas mulatas. Esqueça-o, Selena. Repreendo-me. Ele é só mais um roqueiro com tesão. Esqueça-o. Mas o idiota continua a povoar minha mente de qualquer maneira. Eu bufo alto. É irritante. Já tenho problemas demais. Não posso sucumbir a esses sentimentos inquietantes que ele me faz sentir. Siga em frente, caramba. Você conseguiu ignorá-lo por seis anos. O que mudou agora? Eu rosno para mim mesma. A resposta é simples: ele me tocou. Que diabos Chris pensou ao nos colocar na mesma casa juntos? Rolo os olhos, porque o monstro pensou apenas em fazer a vida de Liam miserável impondo a minha presença. Tenho certeza que nunca pensou nos efeitos colaterais dessa convivência forçada... Depois de lutar comigo mesma sobre descer e tentar me distrair um pouco da minha miséria emocional, decido que vou lá. Liam deve passar essa noite com a Mel. Ele não está
muito empenhado na nossa ridícula encenação para a mídia. E para ser sincera, nem eu. Só quero que isso acabe logo para voltar a LA e para a minha música. Vou me concentrar na minha carreira e só nela, a partir de agora. Foda-se essa merda! Visto um dos meus tubinhos negros e curtos e calço uma bota de cano curto e saltos altíssimos. Aplico uma maquiagem mais leve e deixo meu cabelo solto caindo sobre os ombros. A garota me olhando do espelho parece deslumbrante. Ninguém poderia dizer que ela é só uma casca bonita. Que está morta por dentro. Aprimorei por anos o olhar e expressão de patricinha fútil para afastar olhares mais atentos sobre mim. Isso funciona como uma armadura e tem dado certo até agora. Dizendo a mim mesma que só vou dar uma breve circulada e voltar logo em seguida, eu saio do quarto. Meu íntimo grita: mentirosa! Eu sei porque estou indo lá. Quero vê-lo. Eu preciso vê-lo. Paro no penúltimo degrau da escada e observo o tumulto na grande sala. Pessoas sorrindo e bebendo como se não houvesse amanhã. Eles são tão barulhentos que consigo ouvi-los através da música agitada. Meus olhos correm pelo cômodo, pelos casais se esfregando no espaço reservado para dança. Há um DJ agitando e os incentivando. Consigo identificar Elijah, Sean e Paul lá no meio, dançando de forma indecente com o que parecem ser modelos, dada a altura e pernas longas das garotas. As famosas festas rock stars. Eu bufo baixinho. Talvez eu devesse voltar para o meu quarto e esquecer essa merda. Não estou no clima hoje. Estou no meio desse pensamento quando meu olhar pousa no bar e... Puta. Que. Pariu. Meu pulso acelera, meu coração para e meu estômago se agita em um estranho descompasso. Collin está lá, sentado em um dos bancos. Está sozinho. Merda, ele não está com as mulatas e isso faz todo tipo de coisas erradas em meu íntimo. Ele não está pegando nenhuma vadia também. Isso traz um quase sorriso aos meus lábios. Eu o aprecio sem qualquer vergonha ou medo de ser flagrada por olhares curiosos. Ele usa uma camiseta branca e justa, e uma camisa xadrez por cima. Delicioso o define bem nesse momento. Seu rosto está meio carrancudo, enquanto toma a sua cerveja, parecendo alheio a tudo ao redor. Uma loira siliconada para ao seu lado, pedindo uma bebida. A cadela lhe diz algo. Ele a olha e sorri para seu decote indecente. Eu reviro os olhos. Idiota. Mas, em seguida, ele diz algo, fazendo um gesto negativo com a cabeça e é nesse momento que seus olhos levantam e encontram os meus. Querido Deus... Collin para a sua cerveja a meio caminho da boca. Todo o seu rosto se ilumina e um sorriso maroto curva ligeiramente os cantos dos lábios. Deus, eu odeio clichês. Mas sabe aquele momento em que os olhares se encontram e tudo em você treme? Cada minúscula partícula do caralho estremece sem qualquer controle, mesmo que você lute como o inferno para não ser afetada? Bem, esse é um desses momentos. Eu coloco a mão no peito na esperança de conter a agitação em meu coração. Eu seguro seu olhar. A euforia em volta passa para um segundo plano, enquanto nos encaramos em uma conversa silenciosa. Meu baixo ventre é invadido por ondas quentes, que descem inevitavelmente para a minha boceta, fazendo-a pulsar e molhar. Porcaria. Eu nunca tive esse tipo de reação com um cara. Só com ele. Meu histórico de abuso me fez quase frígida em relação aos homens. Mas com ele... Eu me vejo querendo, desejando o sexo em sua forma mais bruta e suja. Eu pisco, tentando juntar alguma compostura e não me envergonhar até a próxima década.
Tenho visto homens bonitos onde quer que eu vá, mas nunca senti nada por nenhum deles. Eu nunca tive esse nível de desejo sexual. Nem mesmo com Liam, para ser sincera. Sim, ele é lindo, sexy, agradável de olhar e estar perto, mas nunca tive esse desejo louco de pular nos ossos de um cara como estou tendo agora. Isso não é um bom sinal, Selena. Nos encaramos insistentemente. Então seu olhar azul desce, passeando demoradamente pelo meu corpo. Meus seios ficam pesados, formigando quando ele praticamente incinera meu pequeno vestido, me olhando da mesma maneira que eu fazia a pouco. Faminta. Cobiçando descaradamente. Eu me sinto corando sob esse olhar. Droga. Talvez eu deva voltar para o quarto. Muito lentamente, seus olhos sobem encontrando o meu rosto. Eu arfo, ainda parada, congelada aqui como uma adolescente. Vejo-o fazer um pedido para o barman. Estou debatendo comigo mesma se vou até lá, quando um balde recheado com bebidas é entregue a Collin. Ele o coloca na curva do braço e se levanta, vindo em minha direção. Meu coração começa uma corrida louca. O que ele está fazendo? Mantenho-me aqui como se meus pés tivessem criado raízes no chão. Collin passa por mim sem pressa, seu corpo grande e, puta merda, muito cheiroso, roçando intencionalmente na minha lateral. — Me encontre na biblioteca lá de cima. — Quase gemo quando sussurra em meu ouvido. Seu hálito quente fazendo cócegas em minha orelha. Estremeço. Eu o sinto inalar meu cabelo por um ínfimo instante e seu calor se vai. Travo outra guerra comigo mesma. Não vá lá, Selena. O bom senso me adverte. Mas a excitação está se agigantando em meu corpo como uma droga poderosa, entorpecendo meus sentidos. Quando dou por mim, estou girando e subindo os degraus atrás dele. Há duas bibliotecas na casa. Essa que estamos indo é a do último andar. A mais afastada. Graças a Deus não encontramos ninguém pelo caminho. Que merda estou fazendo? Continuo a me perguntar, mas as minhas pernas já não me obedecem. Meu coração está quase saindo pela boca, quando finalmente empurro a porta e entro no cômodo. Eu me encosto a ela por um minuto para me recompor. Collin está mais a frente, encostado na mesa. O balde está sobre o tampo, e ele está com duas cervejas nas mãos. A iluminação vem apenas de uma luminária em um canto próximo da mesa, deixando o ambiente íntimo e convidativo. Ele fez isso em poucos minutos? Eu continuo aqui. Deus, qual é o meu problema com esse roqueiro? Ele sorri. O som divertido e sexy viajando em minha pele, arrepiando-a. Estremeço levemente. — Você vai ficar aí a noite toda? — Levanta uma sobrancelha. Eu quase gemo da minha reação. Droga. Decido parar de me envergonhar e ando devagar até ele. — Eu não sei por que estou aqui. — Digo, meu tom ridiculamente alarmado. Seus lábios curvam para cima apenas de um lado. Ele não diz nada por alguns momentos. Apenas me olha intensamente. A tensão entre nós crescendo. Embora sua postura seja relaxada, seu olhar é sexual, cru, nu. Não há quaisquer máscaras mais. Esse olhar me diz inequivocamente que ele me quer. Eu me forço a não desviar o olhar com muito custo. Doce Jesus, ele é realmente bonito. Todo homem agora. Se já tirava meu fôlego quando era um garoto, agora ele me tira o chão. — Sabe. Sabe, sim. — Sussurra, me entregando uma garrafa de cerveja.
— O que sei é que você parecia particularmente empolgado com as mulatas popozudas. — Digo para quebrar essa tensão sexual esmagadora à nossa volta. Ele sorri. Merda. Acabo de dar um tiro no pé com esse comentário cheio de despeito. Uh. Você está indo muito bem, Selena. Nossos dedos se tocam quando pego a garrafa. Choques de prazer sobem pelo meu braço. Seu olhar se estreita um pouco como se sentisse a mesma descarga elétrica. Tomo um grande gole da bebida gelada para me acalmar. Ele é tão bonito. Eu me forço a beber em silêncio, fingindo estar concentrada na mobília da sala, mas posso sentir seus olhos em mim o tempo todo e isso me deixa quente em todos os lugares. — Obrigada. — Murmuro, minha voz de repente rouca, me lembrando das boas maneiras tardiamente. — Não por isso. — Ele dá de ombros, cravando esses olhos muito azuis e desconcertantes nos meus. — Você tem os olhos mais incríveis que já vi. — Murmura e meu coração salta enlouquecido com o elogio. Não sei por que isso é tão importante, mas é. Gosto dos seus olhos sobre mim, como estão agora, suaves, reverentes, com leveza e algo mais na íris azul. — Nunca vi essa cor em ninguém mais. É linda. Meu coração cambaleia no peito. Puta merda. — Obrigada. — Digo baixinho e tomo um longo gole da minha cerveja. Ele também toma da sua, nossos olhares fixos o tempo todo. Meu peito está subindo e descendo, minha respiração engatando à medida que ele continua lá, me olhando como se eu fosse a coisa mais fascinante que já viu. Terminamos as bebidas em tempo recorde e Collin abre mais duas. Eu agarro a minha como se fosse um bote salva-vidas. Ele sorri daquele jeito meio torto outra vez. Querido Deus. Ele parece um moleque travesso cada vez que sorri assim. E eu gosto disso. Merda. Gosto muito disso. — Sobre mais cedo... — Collin passa uma mão pelo cabelo, parecendo um pouco nervoso. — Quero me desculpar mais uma vez. Vê-lo sem jeito, todo tímido, me faz querer dificultar e brincar um pouco com ele. — Qual parte? A que seu pau enorme estava em plena exposição para mim? — Seus olhos ampliam um pouco e eu sorrio, me divertindo ao provocá-lo. — Ou a parte em que você foi um idiota? Seus lábios curvam e ele sorri largamente dessa vez. — Porra, eu amo uma garota que pode falar sujo, bebê. — Ronrona. — Então, você percebeu que estou bem equipado aqui embaixo, hein? — Ele pisca malicioso e meu núcleo lateja em resposta. Rolo os olhos. — Já vi maiores. — Dou de ombros, desdenhando dele. Ele gargalha, não parecendo ofendido com o meu comentário. Seus olhos brilham, descontraídos. Ele está apenas tirando sarro de mim, posso ver. Seu sorriso vai morrendo aos poucos, enquanto nos encaramos em silêncio. — Eu deveria voltar para o meu quarto. — Digo meio ofegante. Sua mão levanta para o meu rosto. — Mas não vai. — Sussurra, seus olhos presos aos meus. Eu mordo o lábio para conter um gemido quando seus dedos calejados tocam a minha face. Uma atmosfera íntima e
muito perigosa, gostosa, se instala entre nós. Meu núcleo começa a latejar vergonhosamente. Porcaria. — O que estamos fazendo? — Minha voz é quase inaudível, confusa e assustada com a rapidez com que as coisas evoluem quando estamos perto. — Dance comigo. — Seu tom é quase um rosnado. Seu polegar desliza atrevidamente em meu lábio inferior, correndo sobre a carne molhada. Minhas pálpebras caem com a carícia. — Quero tanto te tocar... — Murmura asperamente, enfiando o dedo em minha boca. Ofego, abrindo os olhos. Suas pupilas estão quase engolindo o azul de tão dilatadas. Meu cérebro entra em curto-circuito. Não consigo pensar em mais nada a não ser nesse homem lindo à minha frente. Ele me quer e eu o quero. Estamos sozinhos aqui. Sem pensar duas vezes, eu chupo seu dedo, chicoteando a língua para fora. Um longo gemido escapa dele. — Porra... No entanto, puxa a mão para trás, me deixando confusa. Ele abre um sorriso lento, confiante, arrogante. Tira a garrafa da minha mão e a deposita junto com a sua sobre a mesa. Meu coração está saltando vertiginosamente quando pega a minha mão e entrelaça na sua, e me puxa delicadamente em direção às portas do terraço. A brisa noturna sussurra na minha pele e meus olhos se arregalam diante da vista. A lua parece gigante, uma bola sobre o oceano escuro. Suspiro, completamente encantada. Sinto o calor do seu corpo atrás de mim. Dedos ásperos afastam meu cabelo para um lado. Eu gemo com a carícia suave, arrepiando a minha pele. — Jesus Cristo! — Ele assobia, com certeza vendo as costas do meu vestido que é quase inexistente. O decote para apenas um pouco acima da bunda. O modelo tem mangas longas para compensar o decote ousado. Sinto-o arrastar o polegar lentamente pela minha coluna. Gememos os dois. — Você não tem ideia de como me tortura com esses minivestidos do caralho. — Rosna baixo. Suas mãos descem para os meus quadris, puxando minhas costas para o seu corpo. Engasgo. Ele está duro. Faith do Calvin Harris está tocando lá embaixo e o som fraco chega até os nossos ouvidos. Collin começa a nos mover em um ritmo lento. Nosso próprio ritmo. Sinto seu pau alojado bem no meio da minha bunda. Meu coração bate descontroladamente, enviando uma pulsação feroz direto para o meio das minhas coxas. Nunca senti nada tão quente e excitante. Minha calcinha está uma bagunça encharcada. Dança sensualmente, se enrolando todo à minha volta. Suas mãos subindo e descendo pelas laterais do meu corpo. Ele as escorrega para a minha frente. Sua boca quente desliza pelo meu ombro, indo para a nuca. Gemo, estremecendo quando me morde com um rosnado baixo. Puta merda! Meus líquidos vazam da calcinha, deixando o topo das coxas pegajoso. Junto as pernas. Suas mãos passeiam devagar pelo meu ventre, enquanto sua língua desliza em uma lambida obscena pelo meu pescoço. Empurro a minha bunda em sua virilha. Collin rosna e geme alto, me puxando mais firme contra ele, moendo gostoso, passando a foder minha bunda numa dança suja. — Porra... — Murmura, sua respiração carregada no meu ouvido. — Você quer isso também, baby? Você veio aqui tomar o meu pau, não é? — Eu gemo longamente, minha boceta palpitando, gotejando sem controle. Puta que pariu. Que delícia de boca suja. — Sim, você veio me dar. Nós dois sabíamos que ia acontecer em algum momento. — Seus dentes puxam o lóbulo e em seguida o suga. Meus joelhos fraquejam e ele sorri, me firmando em seus braços fortes. — Era apenas uma questão de tempo até você espalhar essas lindas pernas e tomar o meu pau bem fundo, não é, bebê?
— Sim. Eu quero você. — Murmuro corajosamente. Meu coração batendo tão alto que tenho medo de que ele o ouça. — Gostosa... — Sussurra, enfiando a língua em meu ouvido. Eu gemo alto. — Você não tem ideia do quanto quero te comer, porra. Te fazer gemer e gritar no meu pau... Sinta o quanto estou duro pra você. — Continua a se esfregar na minha bunda e suas mãos recuam pelas minhas laterais, entrando pelo decote enorme do vestido. Ele acaricia minha cintura e geme guturalmente quando sobe e encontra meus seios nus. Choramingo, meu corpo todo arrepiando com seu toque suave. Lágrimas ardem em meus olhos, porque nunca fui tocada assim. Ele me toca como se estivesse desesperado para me ter. Como se não fosse apenas uma foda. Suas mãos vão ficando mais exigentes, amassando a carne, puxando, beliscando os mamilos entre os polegares e os indicadores. Todo o meu corpo está vibrando, prestes a entrar em combustão. Para piorar a minha situação, uma mão desce pelo ventre e brinca com o cós da calcinha. Ele desliza os dedos, provocando-me. Ofego, expectante. Ele sorri, beijando, mordiscando meu pescoço, arrastando os dentes em uma carícia perversa. Quando seus dedos finalmente descem e encontram meu clitóris, ele o massageia e é demais. Explodo. Grito no que tem que ser o orgasmo mais incrível e inesperado da história. Oh, Deus... — Collin... — Respiro com dificuldade, mole em seus braços, enquanto ondas de calor se espalham em minhas entranhas. — Oh, Deus... Tão gostoso... — Mio sem vergonha de ser ouvida. Ele me segura pela cintura e espalha minhas pernas para facilitar seu acesso. Sua mão apalpa a minha boceta, enquanto chupa meu pescoço. Seus dedos sondam meus lábios e se enfiam devagar. Resfolego, minha respiração entrecortada. Minhas paredes latejam, pulsam, gulosas. Deus, nunca me senti tão devassa e tão desejada em toda a minha vida. — É isso, querida. Goze para mim, caralho. — Sua voz está tensa, viro a cabeça e nossos olhares se encontram. Ele abaixa a sua boca, seus lábios quase tocando os meus. Eu ondulo em seus braços, gemendo baixinho sob seus hipnóticos olhos azuis. — Tem certeza disso, menina bonita? — Murmura. Suas palavras aquecem o meu coração. Mesmo estando duro sem nenhum alívio, está me dando a chance de parar. Ele jamais saberá o quanto isso significa para mim. — Sim, eu quero dar pra você. — Sussurro, me sentindo impertinente nesse momento. Levo a mão esquerda para a sua nuca, puxando-o para baixo. Seus lábios curvam lentamente, safado e presunçoso. Preciso sentir sua boca na minha. Cada parte dele em mim. Decidindo ser um pouco mais ousada, exijo: — Me foda, Collin. Ele rosna e dá um tapa em minha bunda. Eu odiaria isso em qualquer outro cenário. Mas não com ele. Não com este homem. — Não vou me contentar com uma rapidinha, Selena. Preciso muito de você embaixo de mim... Quero te comer todinha, gozar nessa sua boceta a porra da noite toda. — Ele me oferece um sorriso de lobo e ronrona. — Está pronta para isso, querida? Ser a minha putinha esta noite? Se ficar, vou te montar tão duro que me sentirá em você por dias... — Ele parece gostar quando ouve a minha ingestão aguda de ar. — Esse é o tamanho do meu tesão por você. Eu deveria sentir aversão por seu vocabulário chulo. Mas, inferno! Estou quase gozando de novo apenas ouvindo-o me perguntar se quero ser a sua puta. Merda. Eu não deveria me excitar ouvindo algo assim, devia? O que esse cara faz comigo?
— Então pare de falar e comece a mostrar trabalho, roqueiro. — Eu rosno, desafiando-o. Minha experiência é limitada e ridícula nesse departamento, mas posso tomar o que ele me der. Ele sorri lentamente e seus lábios sugam o meu inferior com delicadeza e erotismo. Ondas de prazer me tomam. Eu giro em seus braços e suas mãos cravam em minha cintura, me puxando para mais perto, minha boceta roçando seu pau duro. Gememos, ofegando na boca um do outro. Ele me olha com fome voraz e mergulha finalmente a boca na minha. Oh, Deus. Estremeço, enlaçando-o pelos ombros fortes, puxando-o gananciosa para mim. Seis anos. Seis malditos anos sem sentir isso. Eu quero chorar de tanto prazer, enquanto sua boca macia desliza sensualmente, me subjugando no seu beijo. Uma mão sobe pela minha coluna nua, dedilhando daquela forma sensual e suave, então derreto contra ele. Minha respiração está entrecortada. Eu o deixo lamber e chupar a minha língua. Ele rosna na minha boca, o som faz meu sexo doer de desejo. Com certeza ele andou aprimorando sua técnica. O beijo fica cada vez mais apaixonado, desvairado. Nos devoramos com a mesma fome e ânsia. Anos de desejo reprimido sendo finalmente liberados. A sobrecarga sensorial do seu corpo, firme e grande, contra o meu me deixa tonta, dopada. Sua outra mão desce para a minha bunda, por dentro do decote, amassando a carne nua, puxando meu centro para as investidas perversas de sua pélvis na minha. Seus dedos passeiam pela fenda, encontrando e massageando meu ânus. Merda. Isso é tão bom. Gemo. Ele não é tímido no sexo. Estou tão encharcada agora que chega a ser embaraçoso. Nunca desejei alguém dessa forma. Nunca houve esse nível de conexão. Nos beijamos, gemendo, nos mordendo suavemente até precisarmos parar em busca de ar. Seus olhos se abrem e encontram os meus. Aqui, olhando nesses hipnóticos olhos azuis, sinto que este momento é certo. Sinto isso em cada parte de mim. Eu me permitirei esses momentos roubados pelo menos esta noite. Apenas uma noite. Eu preciso sentir como é tê-lo dentro de mim. — Leve-me, Collin. — Mio ofegante em sua boca. — Também não quero uma rapidinha. Quero você gozando em mim a noite inteira. — Oh, porra. — Range os dentes, seu olhar ganhando um brilho predador, enquanto me levanta pela bunda. Eu me enrolo nele. — Cristo, eu sonho com isso... — Ele geme, me prendendo contra a porta de vidro e esfrega seu pau entre as minhas coxas, me arrancando um choramingo. — Eu sonho com você, bebê. — Sussurra em meu ouvido. Isso me deixa intrigada. — S-sonha? Como assim? — Gemo quando mordisca minha orelha, raspando os dentes. — Eu sonho que estou fodendo você... Metendo bem fundo, porra, tão gostoso... — Sua voz é um pouco rude, rouca pelo tesão. Uma mão desce entre nossos corpos e afasta a minha calcinha para o lado. Eu gemo quando apalpa a minha boceta em cheio. — Mal posso esperar para ter o meu pau todo enterrado aqui... — Sua boca corre pelo meu rosto até o meu ouvido de novo, lambendo a concha da orelha. Seus dedos deslizam entre os meus lábios melados e ele rosna. — Você é a minha putinha nos meus sonhos por fodidos seis anos, porra... Neles, você é toda minha para eu fazer o que quiser... Só minha, caralho. — Sussurra, descendo a boca para o meu pescoço, espalhando beijos e mordidas suaves, me transformando em uma poça ofegante. — Diz que vai dar bem gostoso pra mim, bebê. Diga isso.
Minha nossa. Estou praticamente entrando em combustão espontânea aqui. Seu olhar é predatório quando puxa para me olhar nos olhos. Ofego, sentindo dois longos e grossos dedos me penetrarem devagar. — Sim. Oh, Deus, sim... — Coaxo, rebolando em sua mão. — Faça-me sua puta. Me foda, Collin... — Digo, ousada, e desço a minha mão entre nós, me deliciando com a carne dura e quente sob a camiseta até alcançar seu pau por cima do jeans. Um sorriso perverso enfeita sua boca e ele me olha de perto, enquanto abro o botão e puxo seu zíper para baixo. Fecho meus dedos na cabeça gorda e quente. Gemo, deslizando o polegar na fenda, sentindo o pré-gozo vazando. Lambo meus lábios devagar. Sua resposta é me comer mais fundo com seus dedos malvados. — Porra, você vai ser tão apertada em volta do meu pau... — Geme, mordendo a minha boca, puxando meus lábios obscenamente. Ele me fode, girando os dedos, massageando minhas paredes de uma forma enlouquecedora. Minha respiração altera, gemo, ficando na borda. Seu sorriso aumenta, ele deixa cair as minhas pernas e se abaixa na minha frente. Suas mãos levantam meu curto vestido e sem delicadeza, rasga minha calcinha. Resfolego, enlouquecida de tesão. — Oh, porra... — Murmura, trazendo o polegar para o meu núcleo, espalhando meus lábios, esfregando-os. — Sua boceta é linda... Do jeito que imaginei... — Ele me olha como se fosse a coisa mais bonita que já viu. Seu rosto se aproxima e enfia o nariz em minha boceta. — Toda delicada, pequena... Vou amar esticá-la toda quando empurrar meu pau bem profundo... — Estremeço e seguro seu cabelo com força, me rendendo ao redemoinho de prazer, quando sua língua me lambe devagar. — Você tem um gosto incrível... — Ruge, arreganhando meus lábios para seu ataque. Lábios, língua e dentes se banqueteiam em minha carne molhada. — Oh, Deus... Isso é tão bom... — Eu choro, sentindo a fome em seu toque. Ele me puxa pela bunda e chupa meu clitóris, moendo-me em sua boca gananciosa. A fricção é absurdamente gostosa. Inclino a cabeça contra a parede e sinto dois dedos afundando com força, roçando minhas paredes impiedosamente e eu quebro, berrando, minha pele entrando em erupção e meu ventre explodindo em calor líquido. — Ahhhhhhhhhhhh! Collin... — Minhas pernas ficam moles. Ele sorri contra a minha carne, o som causando mais tremores em meu corpo. Collin não para. Ele me bebe toda, lambendo, sugando todo o meu creme como se eu fosse sua refeição cinco estrelas. Seus dentes mordiscam meu clitóris já sensível e inchado. Eu grito, me sentindo drenada, mas ainda excitada. Por fim, ele se levanta, seus olhos azuis nunca deixando os meus, enquanto seus lábios quentes e úmidos se fecham em um mamilo, sugando-o com vontade por cima do vestido. Faz um som estrangulado no fundo da garganta e em seguida, puxa minhas mangas bruscamente pelos ombros, desnudando-me da cintura para cima. Suas mãos enfiam em meu cabelo, me forçando a arquear as costas para seu ataque. Eu choramingo, sentindo-o devorar meus seios. Chupa um e outro com força, se alternando e eu não consigo mais esperar para tê-lo dentro de mim. — Por favor... — Balbucio sob os golpes molhados de sua língua perversa. — Por favor... Ele sorri de um jeito diabólico e lambe um mamilo devagar. Seu olhar preso no meu rosto, enquanto continua moendo em mim, me levando à beira da insanidade.
— Você quer tanto o meu pau, não é, bebê? — Rosna baixo. — Quer cada maldito centímetro do meu grande pau dentro de você, não é? Diga isso para mim, querida. Vamos, admita que sempre quis ser a minha putinha. Deus, eu odeio esse termo na boca do psicopata, mas Collin dizendo isso, me excita além da conta. Pergunto mais uma vez, por que me sinto dessa forma tão despudorada com ele? — Sim, sim... — Eu gemo, respirando asperamente. — Sempre quis dar para você! Então, me come logo, porra! Collin rosna, seu olhar fervendo no meu. Apalpa o bolso, achando a carteira e se inclina, pairando acima de mim. Sua respiração soprando na minha bochecha. Um sorriso lento curva seus lábios. Eu amo a cor deles. Vermelho, corado e no momento estão brilhantes, cobertos com meus líquidos. Eu quero chupá-los, mordê-los. Seu sorriso cresce ao ver como estou praticamente acabada aqui. Ele empurra a calça para baixo em um gesto rápido e eu gemo vergonhosamente alto ao ver o topo de suas coxas fortes, as bolas pesadas e seu muito belo e bem-dotado pau erguendo-se até seu umbigo. Puta que pariu! Ele é grande. E eu quero enorme mesmo! Todo cheio de veias grossas e salientes. A cabeça grande se assemelhando a um cogumelo. Tudo em mim lateja de apenas o olhar. Ouço seu sorriso baixo e sacana e volto a olhá-lo nos olhos. Ele retira um pequeno pacote da carteira. Seus olhos nunca deixando os meus quando segura a embalagem prata. Num momento de pura loucura e audácia, eu estendo a mão e o paro. — Não. — Digo baixinho. Seus olhos refletem confusão e seu maxilar fica tenso. Ele pragueja e fecha os olhos por um momento. — Porra. — Range. — Eu te quero demais. Mas você tem o direito de voltar atrás... — Não! Não é isso. — Eu me apresso em corrigir. — Eu ainda quero fazer... — Toco seu rosto, encarando-o. — Eu só... Eu sei que você está limpo. — Seu rosto mostra ainda mais confusão. — Eu quero sem nada entre nós. Quero saber qual a sensação de você gozando em mim. — Seus olhos ampliam e eu sorrio, enrolando minha mão em seu longo e espesso pau. Seus olhos baixam para os meus seios, minha boceta nua e voltam para os meus olhos. Ele parece pronto para me comer viva agora. — Quero você me enchendo. Ele rosna, jogando o pacote de lado, enfiando as mãos no meu cabelo da nuca, colando meus seios em seu peito duro. — Cacete... Estou quase gozando e me envergonhando agora... — Grunhe contra a minha boca. — Você quer a minha porra dentro dessa bocetinha? — Sussurra, descendo uma mão entre nós e me assusta quando dá um tapa em meu monte. Seu sorriso é perverso agora, enquanto impulsiona o quadril para foder minha mão. Eu fecho os olhos, meu corpo todo tremendo em antecipação e bombeio mais duro, amando a textura sedosa do seu pau em meus dedos. — Você vai me implorar com essa voz sexy pra caralho em meu ouvido? Quero você pedindo, implorando para eu te encher com a minha porra... — Eu mio, me esfregando nele. Seus olhos ardem em cima de mim, com uma fome que nunca testemunhei antes. — Sim, vem. Me fode logo, roqueiro. — Digo, me sentindo fora de mim nesse momento. Ele pragueja e sua boca se choca com a minha em um beijo lascivo, duro, diferente dos anteriores. Esse é todo sexo selvagem. Arranco sua camisa e a camiseta como uma mulher enlouquecida. Seu braço engancha em minha coxa, levantando bem a minha perna direita. Resfolego, sentindo a cabeça avantajada deslizando entre meus lábios, procurando abrigo. Ele geme em minha boca, chupando, mordendo a minha língua. Exigindo minha entrega.
Gemo em deleite, tocando sua pele quente e firme, no peitoral, ombros, abdome trincado. Deus, ele é todo duro, talhado em músculos deliciosos e perfeitamente proporcionais. Lindo e gostoso demais. — Vem, bebê. — Ele morde meu lábio inferior com pressão. Eu choramingo, pingando, moendo em seu pau, querendo trazê-lo para dentro. — Vem me dar essa bocetinha. Porra, quero meter tão fundo em você... — Rosna e então, está enfiando em mim, forçando a cabeça enorme em minha vulva. — Doce Jesus! — Eu chio, minhas paredes ardendo pelo atrito quando a ponta entra toda. Estou escorregadia, mas ele é enorme. Choramingo, moendo, ajudando-o a me penetrar. Ele rosna alto, sua mão cravando em minha bunda, dando tapas. Surpreendentemente, isso me excita. Mas é porque é ele. Só ele. Nossas bocas estão ofegando perto, seus olhos estão ferozes nos meus. Seu corpo está tremendo. Meu íntimo aquece vendo que não sou a única louca de desejo aqui. Seu olhar desvia para baixo e afasta um pouco o torso para olhar nossos sexos lá embaixo. Sua boca cai aberta e um longo gemido sai dos lábios vermelhos. — Vem, Collin. Me come. — Ahhh, Selena, porra... — Grunhe, seu tom apertado. Seus dedos estão cravados na carne do meu traseiro com tanta força que terei marcas amanhã. Com um impulso rápido ele me arreganha, metendo até o fundo. Grito alto. — Ohhh, bebê... Que gostoso... Caralho! — Porcaria! Collin... Puta merda... — Assobio, ofegando. Completamente entalada. Uma de suas mãos vem para o meu clitóris e ele o manipula habilmente, me fazendo miar de prazer. Rebolo e vou me acostumando com o seu volume me abrindo toda. Sinto dor. Porém, é uma dor que nunca havia sentido. É deliciosa. Estou tão cheia dele. — Cacete! Que boceta gostosa... Tão apertadinha, bebê... — Range, me olhando nos olhos, moendo sua pélvis na minha, me fazendo revirar os olhos de tesão. Um sorriso safado se espalha em sua boca e então ele recua, deixando só a ponta. Prendo a respiração e grito quando mete tudo de volta. Ele não é suave agora. Estoca forte, se abaixando, cavando profundo dentro de mim, procurando o ângulo perfeito e... Oh, Deus... Ofego quando encontra meu ponto de ruptura e o acerta a cada vez que afunda até as bolas. Seus olhos me devoram, enquanto seu pau me destrói. Cada estocada me sacode toda. Estamos já suados, ofegantes, gemendo, ganindo. Eu puxo seu cabelo cacheado, amando a maciez em meus dedos. Ele ruge e acelera ainda mais, me comendo vorazmente. Meu corpo começa a zumbir, uma sensação indescritível e deliciosa tomando minhas entranhas. Continuamos nos olhando. Essa posição é incômoda, quase dolorosa. Minha perna enganchada em seu braço me deixa à sua mercê, toda arreganhada, tomando seu enorme pau todo. Collin sorri, rangendo os dentes e leva uma mão para o cabelo. Ele os enrola em seu punho com perícia e dá um puxão forte, me fazendo choramingar em completo arrebatamento. Ele mete mais fundo, mais duro, me olhando com esses olhos lindos carregados de luxúria perversa. — Eu não acredito que estou comendo você, porra. Finalmente tenho essa boceta gostosa no meu pau... — Ruge, me fodendo e olhando fixamente em meu rosto, seu sorriso arrogante crescendo ao ver o que está fazendo comigo. — Gosta disso, não é? Gosta de tomar o meu pau todo até o maldito cabo? — Geme, tirando quase tudo, rindo com provocação e arrogância. Cravo minhas mãos em sua bunda dura, tentando puxá-lo para dentro outra vez. Ele balança a cabeça e dá mais um puxão em meu cabelo. Isso me deixa ainda mais ligada. — Implore, putinha gostosa. Implore pelo meu pau! — Por favor... — Eu choramingo.
Ele sorri e lambe meu lábio inferior, chupando-o em seguida. Minha boceta palpita, querendo seu grande volume dentro. — Basta dizer o quanto precisa do meu pau. — Ronrona em minha boca. — Precisa da minha porra te enchendo, bebê? — Muito, caralho! — Rosno, perdendo a compostura. Mordo seu lábio superior. Ele geme. — Vem, come a minha boceta! Me dê esse pau grande e grosso! Me dê cada maldita gota da sua porra! — Selena! Caralho! — Rosna, metendo brutalmente, seus olhos fervendo nos meus. — Que gostoso comer você... — Geme, parecendo em agonia e levanta minha outra perna, me batendo contra a parede furiosamente. — Ohh, meu Deus... — Eu lamento, meu corpo todo sendo tragado por um tsunami de prazer. Eu o cavalgo com a mesma fúria com que ele me espeta, me levantando e empalando sem dó. Gemo ensandecida, quando lambe um mamilo e passa a chupar meu seio gananciosamente, com força. Seus braços me levantando e abaixando em seu pau como se não pesasse nada. Ele me fode, me consumindo completamente. Jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, montando-o com o mesmo desespero, me agarrando em seus ombros fortes. Estou perdida, sentindo essa dor insuportavelmente gostosa a cada vez que me rasga para baixo, batendo em meu útero. Nada mais me importa, apenas ele e seu pau dentro de mim. Entra tão profundo a cada estocada, tão profundo que o sinto em um lugar que pensei nenhum outro ser humano pudesse chegar, minha alma. Não importa o que aconteça, sei que depois de hoje sempre serei dele. Não importa que não fiquemos juntos. Ainda assim, serei dele. Volto a olhá-lo, seus olhos estão em mim, enquanto chupa o outro seio. Ele está deixando marcas. Deveria me preocupar, mas é gostoso demais e jogo tudo o mais para segundo plano, dançando, moendo nele. Ele amassa grosseiramente minha bunda, dando mais tapas. Seu pau está batendo no meu ponto de ruptura a cada vez que se enterra fundo. Meu corpo ondula, estremecendo e suas estocadas aceleram, se tornando mais duras, brutais. Não posso aguentar mais. Meu baixo ventre queima em mais um orgasmo arrasador. — Collin! Ahhhhhhhhhhh! — Grito alto, um prazer tão perverso, gostoso, doloroso assaltando meu corpo. Oh, Deus, esse é muito diferente dos outros. Nunca senti nada tão esmagador, potente. Estou suspensa em uma zona desconhecida até então para mim. Eu gozo delirando, entorpecida, completamente alucinada. — Ohhhhh! Caralho! Eu vou gozar... — Geme, entre respirações pesadas. — Oh, merda, continue apertando o meu pau com essa boceta quente, querida. Assim, cacete! Estou prestes a inundá-la com a minha porra... — Ruge, seu rosto sendo transformado pelo gozo iminente. Minhas unhas cravam em seus ombros, enquanto o ordenho, me deixando toda aberta para ele. Collin rosna e me come com mais força até soltar um gemido gutural e começar a gozar. — Ahhhhhh! Selena... Delíciaaaaaaaa! Ohhh, toma a minha porra, bebê... Toma tudo... — Urra como um animal. Eu me agarro a ele como se fosse a minha tábua de salvação, sentindo as minhas entranhas serem lavadas com seu esperma. Ondulo, montando os últimos picos do meu orgasmo. É mais fraco agora, mas ainda assim delicioso, enquanto recebo o seu gozo quente dentro de mim. Meus olhos rolam, minhas pálpebras pesando de puro êxtase. Sua respiração sibila entre os dentes. Seus olhos estão vidrados nos meus e ele continua batendo em mim, metendo forte, profundo, entrando até o cabo. Eu ofego, completamente rendida, deixando-o me comer o quanto
quiser. Ele mói, oh, tão gostoso, e suas estocadas vão perdendo a força. Gemidos baixos ainda deixam nossas bocas. Seus olhos nunca deixam o meu rosto como se quisesse confirmar que sou eu mesma aqui. — Cristo... Foda... Nunca tinha gozado assim antes... Tão gostosa, bebê... — Geme roucamente, enfiando o rosto na curva do meu pescoço. Seus lábios trilham beijos suaves. Tão suaves que trazem lágrimas aos meus olhos. Ele se afasta um pouco depois de alguns instantes e nossos olhos se encontram. Abro um sorriso lânguido. Estou completamente desossada. Levo as mãos para seu rosto suado e traço os contornos, sua barba aparada, memorizando cada detalhe perfeito dele porque não posso sonhar com algo mais. Não posso sonhar com ele. — Obrigada. — Murmuro, lutando para não demonstrar o quanto estou abalada. Um sorriso travesso se forma em sua boca e ele me beija suavemente. — O prazer foi todo meu. — Sussurra. Ele me olha por algum tempo como se também estivesse me memorizando. O que deve ser verdade, uma vez que é muito leal a seu parceiro. Estamos de lados opostos. Ou seja, estamos condenados. Sempre estivemos condenados. — Mas isso foi apenas o aperitivo, menina bonita. — Diz com seu sorriso sacana se abrindo na boca vermelha. — A noite inteira, lembra? — Seu pau pulsa dentro de mim para confirmar suas palavras arrogantes. Sorrio, acenando. Sua boca desce na minha lentamente e eu me perco outra vez. Ele não sai de mim, me beija devagar, seus braços se fechando à minha volta, me segurando como se nunca quisesse me deixar ir. Suspiro. É como se eu finalmente estivesse onde pertenço. Exceto que Chris nunca me deixará ter isso de novo. — Sou louco por você. — Sussurra na minha boca, mordiscando meus lábios, tão gostoso. Derreto contra ele, me forçando a não deixar a minha realidade feia ofuscar essa experiência incrível. — Também sou louca por você. — Murmuro de volta, minha voz tremendo, minha garganta grossa de emoção. Ele para o beijo e me olha, enquanto volta e meter lentamente em mim. Ofego, perdida nesse sentimento louco e esmagador que me faz sentir. Ele me fode devagar, se enfiando até não poder mais, esses lindos olhos brilhantes fixos nos meus, tornando tudo assustadoramente íntimo e intenso. Meus olhos ardem, porque sei que nunca mais sentirei algo assim em toda a minha vida. Forço a minha merda para o fundo da mente outra vez e me deixo ser consumida por ele. Tudo que importa é o aqui e agora, nos braços dele. Como deveria ter sido todos aqueles anos atrás.
Collin Dois meses depois... Los Angeles, Estados Unidos Segredos revelados... Eu solto a fumaça do meu cigarro, andando inquieto, acuado, enquanto meus parceiros resmungam palavrões irados. Estamos na sala de jogos da minha casa em Malibu, enquanto Mel conversa com Selena na sala de estar. Minhas entranhas estão torcendo em asco e a bile tem estado em minha maldita garganta desde que a Mel nos chamou mais cedo e deu a pior notícia que eu sequer poderia imaginar. Selena foi abusada pelo infeliz do Hart por anos a fio. Anos a fio do caralho! Como no inferno ninguém nunca percebeu essa merda? Como ela foi capaz de aguentar algo assim por tanto tempo? Cristo. Eu fecho os olhos, tudo em mim doendo com as memórias daquela única noite há dois meses, no Rio. Eu pensei que seguiríamos nos vendo depois. Que daríamos um jeito porque eu senti... Merda. Não foi só sexo. Foi algo mais. Eu queria... Oh, Deus, eu não sei o que queria. Naquele momento não podia ser. A banda era refém da gravadora. Estávamos em pé de guerra. Em lados opostos. Em seguida, houve o atentado contra Liam e sua mulher. Meu parceiro quase morreu por causa do fodido Chris. As desconfianças em relação ao caráter de Selena voltaram com tudo. Eu acabei a colocando na mesma categoria do irmão. Eu a abandonei. A realização disso me bate como um soco no intestino. Porra, eu a fodi e depois a deixei de lado. Eu devia ter percebido isso, não devia? Esmago meu cigarro no cinzeiro e jogo o resto de Jack na minha garganta. Sinto os olhares dos caras sobre mim. Sobretudo, Elijah. Ele é o único que sabe da minha escapada com Selena no Brasil. A porta se abre e a doce Mel entra na sala. O Stone a puxa para seus braços em seguida. — Como ela está? — Eu me apresso em perguntar. — Eu não posso acreditar nessa merda! Eu quero matar aquele infeliz! Brado e todos me olham com perguntas em seus rostos. — Eu também, porra! Eu sempre soube que o Chris não valia nada, mas, isso... — Elijah irrompe, tomando um grande gole da sua cerveja. — Jesus! Eu tenho duas irmãs. — Ele parece puto também, embora, nunca tenha sido um fã de Selena. — Eu mataria qualquer bastardo que ousasse fazer uma merda dessas com elas... — Ele abana a cabeça vigorosamente. — Não dá para aceitar que esse monstro que devia protegê-la fez tal barbaridade com sua própria irmã! — Irmão, nós vamos conversar. — Ofereço um olhar que diz que vamos pegar o imbecil de jeito. Algo mau brilha em seus olhos verdes e meu parceiro acena. Ele adora uma boa briga. — Mais tarde. — Ela precisa prestar queixa. — Liam diz com firmeza, parecendo puto também. — Não apenas porque isso me ajudaria, mas porque ele tem que pagar por isso. Selena precisa se libertar dessa merda! Paul e Sean concordam e bebem suas cervejas. Mel nos dá um olhar triste. — Vamos deixá-la descansar um pouco. Ela precisa desse tempo. — Diz, enquanto o Stone beija seu cabelo. — Ela pode ficar aqui por algum tempo, Collin? — Pergunta, parecendo muito preocupada. A Mel é uma mulher incrível. O bastardo do Stone acertou em cheio. Que outra mulher ajudaria uma garota que já foi declaradamente sua rival?
— É claro que ela pode. — Quase rosno. Elijah pigarreia, me mandando um recado para segurar a minha onda. — O que eu não faria por você, querida? — Digo mais suave, e para descontrair um pouco, acrescento: — Bem, menos provar sua comida, é claro. Liam resmunga em defesa da sua mulher. Jesus Cristo! Ela pode ser linda e ter um coração de ouro, mas na cozinha não dá para encarar. — Não podemos deixar aquele verme chegar até ela nunca mais. — Volto a falar, minha ira retornando, fervendo em fogo baixo. Quando eu pegar aquele infeliz... Todos assentem, ainda me olhando estranho. Certamente estão se perguntando por que diabos estou tão descontrolado. Se eles soubessem... Depois de um tempo, a Mel volta para a sala na tentativa de convencer Selena a prestar queixa. Eu estou me escondendo aqui como um maldito veadinho desde que ela chegou. Não sei como encará-la. Eu fiz algumas merdas depois da nossa noite. Quando acordei sozinho na minha cama, depois da porra da melhor noite da minha vida, encontrei um bilhete que dizia o seguinte: Foi incrível, mas isso acaba aqui. Tenha uma boa vida. Obrigada, roqueiro, S. Eu a odiei depois daquela noite. Voltamos a nos ignorar e fingir que nunca houve nada. E eu voltei a bater tantas bocetas quanto podia para tirá-la do meu sistema. Agora a culpa me inunda. Enquanto tentava machucá-la com meu fodido despeito por ter sido usado e descartado, ela sofria nas mãos daquele maldito. Meu peito está apertado em silenciosa agonia. Eu devia ter percebido, porra! *** Depois das horas mais longas da história, a porta da frente se abre e Selena volta do departamento de polícia com o seu advogado. Meu coração sofre um solavanco, meu corpo todo ficando em alerta, enquanto olho para ela. Tanto tempo sem vê-la. Tanto malentendido, porra. Quero ir até ela, segurá-la junto a mim. Nunca mais abandoná-la. Seu rosto está muito pálido, os olhos estão vermelhos, inchados e sem vida. Deus, por que não fui capaz de enxergá-la além das aparências? As palavras que me disse no Rio, me voltam à mente, “Às vezes as aparências não contam tudo sobre uma pessoa.” Era isso. Eu quero gritar de frustração, porra! Eu falhei com ela. — Está feito. — O homem nos diz, enquanto ajuda sua cliente a se acomodar em um dos sofás. — Você tem certeza que quer ficar aqui, Selena? — Ele a encara. Ela gira a cabeça na direção da Mel, seus olhos parecem pedir socorro. — Collin ofereceu sua casa para o tempo que você precisar. — Mel informa e Selena parece surpresa, sua cabeça vira rapidamente para mim. Nossos olhares se encontram e meu coração acelera por ter esses olhos sobre mim de novo. Eu sinto muito, bebê. Nos olhamos por um longo tempo, coisas que só nós dois sabemos sendo ditas silenciosamente. Memórias da nossa noite proibida voltam como uma enxurrada. Ela cora um pouco, certamente recordando também. — Por quê? — Pergunta numa voz pequena. — Eu sempre fui uma cadela com você.
Eu fui um bastardo para você também. Quero dizer, mas em vez disso forço minhas fodidas emoções para segundo plano e abro um pequeno sorriso. Não quero que pense que estou fazendo isso por pena. Isso a deixaria mais humilhada. — Você foi uma cadela com todo mundo nessa sala. — Dou de ombros casualmente. — Mas não fui criado para ver merdas como essa e não fazer nada se eu puder ajudar. Posso sentir meus parceiros me encarando. Eles devem estar confusos como o inferno. — Obrigada. — Selena estreita os olhos sobre mim. A mágoa é transparente na forma como me olha agora. — Mas se estiver fazendo isso pensando que vou foder com você por gratidão, está muito enganado. Wow! Sorrio, gostando de ver que ainda tem alguma luta dentro dela. Mostra que não está tão quebrada quanto parece. — Querida, vamos com calma aí. Sei que tenho essa incrível boa aparência, mas não me lembro de ter feito esse convite. — Porque não consigo deixar de ser um idiota, e acrescento em tom baixo: — Ainda... Ela faz um som deselegante. O advogado se despede e nos deixa em seguida. — Nós precisamos ir. — Mel anuncia, se levantando do sofá. — Você vai ficar bem, Selena? — Seu tom é suave. Selena a encara, seus olhos se enchendo de lágrimas. Meu peito queima e dói, enquanto a vejo se levantar devagar, seu rosto mostrando desconforto a cada passo que dá. Fecho meus punhos, querendo matar o infeliz do estuprador. — Eu nunca vou conseguir dizer como sou grata a você, Mel. — Lágrimas rolam pelas faces pálidas e ela abraça a si mesma, tão indefesa, tão frágil. — Amanhã minha vida será escancarada para o mundo. Eu não sei o que o futuro me reserva. — Puxa uma respiração trêmula. Mel está emocionada também. — Mas saiba que sempre vou me lembrar do que fez por mim. Você é uma pessoa muito iluminada. Eu... Eu desejo que seja feliz. Você, com certeza, merece. — Diz, parecendo sem jeito. Mel sai dos braços do Stone e a abraça, e Selena se agarra a ela como se fosse seu bote salva-vidas. Mel murmura suavemente em seu ouvido. Selena balança a cabeça e soluça baixinho. Mel esfrega suas costas, confortando-a por algum tempo, e depois que a larga, cada um dos caras, do jeito deles, oferece palavras de conforto a ela. Eles saem logo em seguida e ficamos sozinhos. Ela volta a se sentar e o silêncio se estende. Porra, não tenho ideia do que fazer agora. Estou me cagando como uma maldita bichinha. Tê-la sentada no meu sofá, na minha sala, parece surreal pra caralho! Apesar do rosto pálido, dos olhos inchados, ela ainda está linda. Seu cabelo negro escorregou do coque e eu enfio as mãos nos bolsos da minha bermuda para me impedir de me aproximar e verificar se é tão macio quanto me lembro. Eu me sinto inquieto, sem saber como agir diante de uma garota pela primeira vez na minha vida. Meu olhar vagueia por toda ela. O vestido leve que usa subiu, deixando metade das coxas firmes e longas pra cacete à mostra. Eu tenho que manter o foco. Porra, a garota passou por maus bocados e eu aqui, babando ao seu redor, como um maldito cachorro faminto. Merda, isso não vai dar certo. Ela aqui, debaixo do meu teto é muita tentação. O quê? Babies, não façam essas caras. Não queiram me linchar por sentir tesão numa garota que acabou de ser violada. Eu a queria muito antes disso. Eu sempre quis essa garota. Em minha defesa, garanto a vocês que não vou fazer nada estúpido como tentar seduzi-la, por exemplo. O quê? Vocês não acreditam em mim? Vamos, meninas, me
deem algum crédito, eu posso ser legal se me esforçar. Não que tenha me esforçado muito ultimamente... — Hum, e agora? — Sua voz baixa e um pouco insegura me tira da minha divagação. Eu ergo meus olhos para os seus e a velha e familiar conexão, essa intimidade surpreendente, se estabelece entre nós. Seus olhos azuis esverdeados, embora estejam um pouco apagados hoje, ainda são impressionantes. Eu a quero. E quero muito, porra. Não tenho parado de pensar nela desde a nossa noite. Foder vadias não me fez esquecê-la. Não, aquela merda só me fez mais consciente do quão especial foi com ela. Ser dispensado duas vezes me deixou um pouco rancoroso, no entanto. Na minha mente, Selena Hart era uma cadela esnobe. O fato de me deixar fodê-la de todas as formas uma noite inteira não mudava nada, principalmente depois que me ignorou como se eu fosse o mais baixo dos insetos. Analisando isso à luz dos últimos acontecimentos, eu vejo que as coisas não eram o que aparentavam ser. Chris parecia excessivamente protetor com ela. Meu estômago torce em asco, agora que sei porque o fodido estuprador a mantinha em rédea curta. Ele a queria para si. Merda! Ela a tinha para si. Eu quero esfolar o infeliz vivo! Quero arrancar suas malditas bolas com um canivete cego em um processo bem doloroso. Eu reprimo a raiva e me forço a responder: — Agora, você é minha hóspede, querida. — Selena se levanta meio desconfortável e eu me vejo indo até ela. — Vamos colocá-la na cama. Você teve um inferno de uma noite, baby. — Ei, eu posso andar! — Resmunga quando a levanto nos braços. — Quer, por favor, me colocar no chão? Eu não vou... Eu rolo os olhos e começo a nos dirigir para a ampla escada. — Eu sei, querida. Você não vai foder comigo. Você já disse isso. — Eu zombo. — Fique tranquila. Eu sei que sexo é a primeira coisa que passa na cabeça das mulheres quando olham para mim, mas, por favor, mantenha alguma compostura. — Eu a provoco, dando uma piscadinha para ela. Eu quero desesperadamente deixar o clima mais leve. Ela bufa e fica meio indecisa se me segura nos ombros. — Pode pegar, baby. Não vou morder você e me ajude a deixar essa merda mais fácil, ok? Selena não parece muito convencida. Ela me olha desconfiada, mas eleva os braços para o meu pescoço e eu quase gemo quando seus peitos pressionam no meu tórax. Sensação boa pra caralho. Eu rio, tentando disfarçar meu desejo total e completamente fora de hora, ordenando silenciosamente ao meu maldito pau a se manter para baixo. Eu a acomodo em um dos quartos de hóspedes com uma vista privilegiada para a praia. É o maior também. Não que eu esteja tentando impressioná-la... Ok, estou tentando impressioná-la. Vocês não podem culpar um cara por tentar. Ela parece gostar do quarto e da vista e eu me vejo escancarando a porra de um sorriso bem idiota no rosto. — Esse é... É o seu quarto? — Ela parece tensa, de repente. Como o bastardo que sou, decido fazer piada. — Não, querida. — Abro um riso malicioso. — Decepcionada? — Ela revira os olhos. Cristo! Ela fica tão bonitinha meio enfezada. Estou em uma corrida para tirar a expressão derrotada que estava em seu rosto lá embaixo. — Eu fico no final do corredor. Se precisar de algo é só me chamar. — Assente. Eu estendo a mão em sua direção. — Telefone. — O quê? — Sua testa enruga em confusão. — Vou salvar meu número em seu celular. Assim você pode me chamar. — Selena me olha como se eu tivesse duas cabeças. — Quando eu não estiver em casa... Hum... Se você
precisar de algo... — Porra! Por que estou balbuciando como um maldito gago? Eu passo a mão direita pelo meu cabelo, me sentindo fora do meu elemento. Eu a flagro admirando meu bíceps e, eu não posso me segurar, como o bastardo exibicionista que sou, flexiono-o um pouco mais. Tenho que segurar um riso arrogante quando a vejo corar e afastar o olhar. — Sério? Você está jogando essa carta para conseguir meu número? — Ela inquire, um meio sorriso jocoso curvando sua boca. Mas apesar da provocação, me entrega seu aparelho. Nossos dedos se tocam na troca e eu sei que vai soar maricas pra caralho, mas eu sinto a porra da corrente de energia quente, pulsando entre nós. Isso sempre acontece quando nos tocamos. Eu sei. Isso parece descrição de romance de senhoras. Sem ofensas, babies... — Querida, para a sua informação, eu não costumo pedir números de telefones de garotas. — Ela torce o nariz e em seguida seu rosto se ilumina com humor negro. — Garotos? — Eu bufo, terminando de salvar meu número e devolvo seu aparelho. A mesma merda vibrante se passa quando nos tocamos de novo. Ela prende a respiração visivelmente. — Rá-rá-rá. — Eu a ironizo. — Baby, não há uma só célula gay nesse corpo, você é bemvinda para conferir... — De novo, quero acrescentar. Seu rosto cai um pouco e eu amaldiçoo a minha boca grande. Porra, eu flertei com ela. Eu flertei com uma garota que foi violada há poucas horas. Qual é a porra do meu problema? — Eu gostaria de tomar um banho e descansar... — Posso sentir paredes subindo à sua volta pelo tom sem vida que acaba de usar. Eu a encaro, pedindo desculpas com o meu olhar ainda que as palavras não saiam e aceno. Eu a levo até o banheiro, separo toalhas e um roupão. Sinto-me bizarro pra cacete fazendo isso, especialmente, na minha casa. Eu não trago mulheres aqui. Eu os caras temos apartamentos de foda porque nunca gostamos de trazer vadias em nossas casas. Mas ela não é uma vadia. Não é qualquer uma. Ela é a porra da garota por quem sempre fui fodidamente louco. Selena me agradece, parecendo um tanto tímida, não lembrando em nada a cadela esnobe e arrogante de meses antes. Eu me recordo, no entanto, que tive vislumbres dessa vulnerabilidade no Rio. Isso me deixou confuso naquele período, mas agora, isso faz a porra do cavalheiro em mim querer tornar as coisas realmente boas para ela. Cacete! Que merda é essa de cavalheiro? Eu sou um fodido roqueiro. Cavalheirismo sempre passou a anos luz de mim. Por que ela me faz agir como uma bichinha toda sentimental? Selena volta do banheiro alguns minutos depois e eu seguro meu fôlego porque ela parece a porra de uma deusa com o cabelo molhado caindo sobre os ombros. Meu pau não me obedece dessa vez e fica duro. Merda. Eu mostro um comprimido de Ibuprofeno na bandeja que preparei para ela enquanto esteve no banho. Seus belos olhos ampliam quando vê o conteúdo da bandeja: um copo de leite morno, queijos, uvas, morangos e um sanduíche de peito de peru. É, eu sei que as garotas gostam dessas merdas saudáveis. Ela seca o cabelo graciosamente com uma toalha e vai em direção à cama. Eu me obrigo a ficar longe, perto da porta, pronto para fazer uma fuga patética, porque, caralho, eu quero deitar com ela e confortá-la. Apenas deitar com ela... Merda. É o convívio com o Stone. Só pode ser... Ele se transformou numa fodida mocinha desde que reencontrou a Mel e isso está nos influenciando de alguma forma. O bastardo parece estar concorrendo ao título de o último romântico e isso tem respingado em nós. Seria mentira se dissesse que cada um de nós não
ficou meio mexido com todo o amor que ele tem com a Mel. É algo bonito de se ver. Incrivelmente foda. — Obrigada. — Ela se acomoda na cama e puxa a bandeja. A sombra de um sorriso curva seus lábios bem desenhados e seu olhar levanta para o meu. Meu corpo fica quente, enlevado, enquanto nos encaramos. Ela pisca, tentando claramente se manter imune ao clima íntimo nos envolve. — Como você soube que gosto de leite morno antes de dormir? Ela gosta? Wow! Ponto para Collin! Eu não consigo segurar um sorriso comedor de merda. — Eu não sabia. Minha mãe sempre me empurrou essa merda alegando que favorece uma boa noite de sono. — Resmungo ironicamente. Ela abre um pequeno sorriso. — Então, Collin, o rock star fodão, toma leitinho morno antes de dormir? — Há um brilho divertido e provocador nos olhos azuis esverdeados e eu me sinto eufórico por ter causado essa mudança em seu humor. — O que os tabloides não diriam... — Sorrio. Ela amplia o riso e toma o seu comprimido. — Você vai ter que guardar esse segredo, bebê. — Minha voz sai mais baixa e rouca e ela não consegue sustentar o meu olhar. — Seu segredo está seguro comigo. — Diz, tomando pequenos goles do seu leite. Fica um característico bigode branco e sua língua desliza devagar, lambendo-o. Jesus Cristo! Eu não consigo evitar um grunhido. A lembrança vívida dessa mesma língua lambendo todo o meu pau me assalta. — Algum problema? — Inquire, juntando as sobrancelhas. Sim, porra! Eu quero foder você de mil maneiras diferentes! Mas não é só isso. Eu quero você para mim. Só para mim. Isso te diz alguma coisa? Eu penso furiosamente, mas é claro que apenas digo: — Não, nenhum. — Minto. — Isso é o suficiente? — Aponto a bandeja. — Se quiser, posso pedir algo em algum restaurante. Me fale do que você gosta... — Está perfeito. — Sua voz e olhar são suaves. Ela parece prestes a chorar de novo. Tenho a sensação de que essa garota não está acostumada a ser cuidada, e de repente, quero cuidar dela. — Olha, eu sei que nunca fui agradável com você e sinto muito. Eu não mereço seu cuidado. — Ela exala profundamente. — Não mereço o cuidado de nenhum de vocês... — Corte essa merda, querida. — Rosno, me aproximando da cama e parando quando meus joelhos tocam a borda. — Você e esse seu rabo bonito são bem-vindos na minha casa. Agora coma, você parece Carrie, a Estranha . — Não resisto a essa última provocação e abro um sorriso desafiador. Seus olhos se arregalam. Então, os cantos de sua boca sobem em um sorriso de entendimento e apreciação. Eu não quero que pense que estou fazendo isso por pena. Sim, estou sensibilizado. Eu quero matar o infeliz do Chris, mas estou fazendo isso porque... Porque... Merda, eu ainda não sei a razão para eu ter saltado e oferecido a minha casa prontamente quando a Mel nos chamou depois da ligação de Selena. Nós nunca tivemos uma relação, de fato. Nos conhecemos e demos uns pegas imediatamente. Nos ignoramos por anos e então, houve aquela única noite em que fodemos nossos miolos. Mas saber que foi abusada. Porra, com apenas treze anos! Deve ter sido uma menina linda nessa idade. Uma menina que teve sua infância e inocência roubadas covardemente por quem deveria protegê-la e isso fodeu ainda mais com a minha cabeça. Eu quero estar aqui para ela. Preciso estar aqui para ela. E eu a quero muito. De um jeito que nunca quis mais ninguém. 2
Eu me sinto inexplicavelmente ligado à essa garota. Sempre me senti assim com ela. Fecho os olhos e procuro acalmar a fúria e revolta queimando dentro de mim. — Por que não me chama pelo meu nome? Eu não gosto desses termos querida e baby. — Reabro os olhos, vendo seus lábios torcendo sarcasticamente. — Vocês os usam porque comem tantas vadias que não conseguem se lembrar dos seus nomes. Eu abro um riso lento. Oh, ela é afiada, não é? — Querida, não me leve a mal, mas seu nome é feio pra caramba. — Eu brinco para distraí-la da sua merda. Ela me olha parecendo ultrajada. — Você acaba de criticar o meu nome? — Leva uma uva à boca e eu quase gemo quando seus lábios se fecham na fruta. Cacete. — Sim, então, você vai ter que me dar algo, baby. — Eu a instigo, rindo quando praticamente rosna para mim. — Algum apelido menos feio que eu possa usar. Seu rosto passa por uma transformação, parecendo nostálgico. Então abre um pequeno sorriso, provavelmente acessando boas lembranças. — Meu pai me chamava de Lena. Eu amava isso. — Há um soluço em sua voz. Eu tenho que refrear a vontade de ir até ela e segurá-la em meus braços. — Tem certeza de que posso chamá-la assim? Parece que era uma coisa só de vocês. — Questiono, me sentindo tocado por ela me oferecer algo que obviamente tem um significado especial. — Eu tenho. — Ela força sua voz mais firme e limpa as lágrimas errantes em suas faces. — Lena... — Eu digo baixinho, saboreando o nome na minha língua. Seus olhos transbordam novamente ao me ouvir dizer o apelido. — Eu gosto. É lindo, suave e feminino. — Ela ri meio sem jeito. — Combina com você. — Acrescento sem poder me conter. Nossos olhares travam por alguns segundos. Somos melhores em nos comunicar assim do que com palavras. Nossos olhos nunca mentiram. As palavras, sim. Mas eu quis dizer cada palavra agora. Ela é linda. Nada do que o psicopata tenha feito vai mudar isso. Nada do que tenha feito vai me fazer deixar de querê-la. — Obrigada, Collin. — Diz, afastando as lágrimas e há uma espécie de determinação no fundo dos seus olhos. Ela está lutando. Meu peito fica quente e eu me sinto orgulhoso por ela. Linda, valente. Sua mão levanta em minha direção. — Vem, sente-se aqui e coma comigo. Você trouxe comida para um exército. — Sorri suavemente. Um sorriso vulnerável, encantador. Lindo pra caralho e isso puxa todas as cordas certas dentro de mim. Merda. Eu tenho certeza que a doce Mel deve ter usado um sorriso parecido com o Stone, porque, porra, eu não penso sobre seu pedido nem um fodido segundo. Eu me arrasto na cama em sua direção. Atraído. Perdido. Ferrou, meu irmão! Comemos em silêncio e nos olhamos furtivamente, esse clima gostoso e íntimo nos envolvendo cada vez mais. É espantoso como nos sentimos confortáveis um com o outro desde o primeiro momento. Ela boceja, empurrando a bandeja quando termina. Sorrio e a coloco sobre o criado-mudo. — Eu nunca quis ser uma cadela com você. — Suas palavras sussurradas me fazem levantar o olhar para o seu.
— Eu sei. — Murmuro, correndo meus olhos pelo rosto bonito. Quero tocá-la. Deus, quero segurá-la em meus braços e garantir que nunca mais passará por algo ruim em sua vida. — Sinto muito. Sinto por tudo. A forma com a tratei... — Suspiro exasperado. — Sintome tão estúpido e impotente por não ter percebido essa merda... — Não. — Ela levanta a mão, me cortando. — Você não podia saber. Eu me acostumei a fingir para o mundo. Chris... — Sua respiração trava e seus olhos são aterrorizados agora. — Ele é um monstro. Nunca tive coragem para me libertar por medo do que faria comigo. Ele é capaz de tudo. Tudo. — Ele nunca mais chegará perto de você, Lena. — Eu rosno. — Nunca mais, porra. Ela parece surpresa com a minha defesa. Seus belos olhos brilham e sou agraciado com um pequeno sorriso. — Descanse, baby. — Digo suavemente. Ela rola os olhos, mas sorri, se deitando de lado, virada para mim. — Não hesite em me chamar se precisar de algo. — Digo, começando a sair da cama. Sua mão segura meu antebraço. — Você pode ficar? — Pergunta tão baixinho que mal consigo ouvir. — Só até eu adormecer. Não quero ficar sozinha. Porra. Meu coração fica todo mole com seu pedido. Ela confia em mim para adormecer ao meu lado. Isso quer dizer muita coisa para uma garota que foi violada. Engulo em seco, me sentindo indigno da sua confiança, mas me deito também. Ficamos nos olhando em silêncio por um tempo. Não podendo mais me conter, levo a mão para o seu rosto. Quase gemo, sentindo a maciez da sua pele, seu leve perfume floral flutuando em meu nariz. Ela fecha os olhos e geme baixinho. Não sei se de cansaço, ou afetada por mim. Meu ego espera que seja o último. — Durma. — Sussurro, ajeitando uma mecha do cabelo negro atrás da sua orelha. — Você está segura aqui. Seus olhos se abrem e há novas lágrimas lá. — Obrigada. — Sussurra tremulamente. Antes que perceba, estou abraçando-a e puxando para o meu peito. Ela não oferece nenhuma resistência. — Durma, menina bonita. — Digo, beijando sua testa. Cristo, eu não consigo parar. Ela suspira e não demora a adormecer em meus braços. Meus olhos ardem de fúria, uma vontade absurda de matar o maldito estuprador. Afasto a cabeça para olhá-la. Meu peito dói em agonia, lamentando por tudo. Não consigo tirar essa sensação ruim de que falhei com ela de certa forma. Sempre preferi acreditar nas malditas aparências e fui tão merda com ela depois da nossa noite. Esfreguei inúmeras vadias em sua cara para mostrar que não tinha significado nada para mim também. E todo o tempo ela estava sendo abusada bem debaixo do meu nariz, porra! Um soluço estrangulado me escapa e não consigo mais segurar as lágrimas, que derramam sem qualquer controle. Porra, nunca fui de chorar, mas com ela aqui em meus braços, olhando seu rosto lindo relaxado no sono, porém ainda assim atormentado, me rasga por dentro. Uma necessidade feroz de nunca a deixar sair daqui, de protegê-la de toda a feiura do mundo, me invade. — Me perdoe. — Murmuro, embargado. As palavras saem do fundo do meu coração. — Não vou abandoná-la de novo. Vou proteger você, bebê. Eu prometo.
CAPÍTULO TRÊS
Collin Eu frito as tiras de bacon e as junto com os ovos mexidos. Estou montando uma bandeja quando sinto o cheiro floral rivalizar com o cheiro forte do bacon, então olho por cima do ombro. Lena está se acomodando em um dos bancos na ilha da minha cozinha. Seu semblante parece melhor hoje, no entanto, seu sono foi um pouco conturbado. Ela passou a noite tendo sobressaltos, obviamente com pesadelos sobre a sua merda. Acabei passando a noite toda em sua cama, segurando-a, tentando transmitir segurança e proteção. Eu a deixei apenas para fazer uma visitinha para o infeliz do Hart no começo da manhã. Elijah e Sean se juntaram a mim. Tivemos a ajuda de Greg, Mat e meu segurança particular, Phill. Conseguimos entrar no prédio sem levantar suspeitas. Greg é um ex-fuzileiro naval e tem técnicas fodidas de se fazer invisível. Dois dos seguranças de Chris foram distraídos e chamados na guarita, sobrando apenas dois, que foram rendidos assim que entramos na cobertura. Pegamos o infeliz ainda na cama. A confusão em sua cara odiosa e depois o medo quando nos viu lá, prontos para acabar com ele, é algo que me deixou insanamente satisfeito. Eu o arranquei da cama, jogando no chão. Elijah não perdeu tempo, chutando-o nas costelas. — Isso é por Selena, seu filho da puta doente! — Eu rosnei antes de pisar com a bota no estômago do estuprador. Ele se contorceu, gritando do dor. Eu sorri como um maníaco. — E isso pelo Liam, seu assassino fodido! — Chutei suas costelas com toda a força. O som de estalo me fazendo rir ainda mais. Elijah e Sean também deixaram uma lembrancinha nele. Os caras estavam tão sedentos por quebrar a cara do Hart quanto eu. Já devíamos essa surra há muito tempo. Não
contente em tentar bagunçar a vida do Liam, o homem o emboscou em uma cilada no Rio, que quase custou a vida do meu parceiro. Liam levou um maldito tiro no peito para salvar a Mel. Ele está recuperado agora, mas sofremos o diabo pensando que o tínhamos perdido. Tudo culpa dessa podridão chamada Chris Hart. Batemos tanto nele, que Greg precisou nos conter, ou iríamos matá-lo. Ainda não era o suficiente para mim. Eu queria castrar o doente pelos anos de dor que causou à Lena. Mas eles não me deixariam fazer essa merda. Deixamos o prédio da mesma forma clandestina que entramos. Na volta, Phill e eu passamos no apartamento de Lena e pegamos algumas roupas e seus artigos de higiene. Quando cheguei em casa, fui em seu quarto. Lena ainda estava dormindo. Ela parecia tão linda e vulnerável em seu sono. Essa necessidade absurda de estar com ela em meus braços o tempo todo está se agigantando dentro de mim, como se eu fosse o único que pudesse protegê-la. Quase não dormi ontem, velando seu sono, me deliciando no seu cheiro delicado e me punindo mentalmente por ter pisado na bola com ela. Não me contendo, fui até a beira da cama e toquei seu cabelo. Ele era uma visão, espalhado no travesseiro branco. Seu roupão estava ligeiramente aberto, mostrando boa parte dos peitos firmes, com mamilos rosados e pequenos. Minha boca se encheu de água, a textura deles ainda está fresca em minha língua. Seus doces gemidos enquanto os chupava e me enterrava bem fundo nela, pareciam soar em meus ouvidos. Meus olhos a devoraram com um misto de tesão, saudade e algo mais, aquecendo-me por dentro. Meu pau ficou tão duro, porra. Eu a quero tanto. Cristo, tanto. Esse desejo intenso nunca arrefeceu dentro de mim. As coisas que só senti com ela... Nunca deixei de querê-la. Nunca! Sei que tenho um longo caminho porque a minha menina bonita está machucada agora. Mas estou disposto a viver isso. Eu tive a noite inteira para pensar. Foda-se! Eu vou reivindicá-la para mim. Finalmente me permitir viver esse sentimento feroz que sempre esteve fervendo sob a superfície desde o momento em que meus olhos encontraram os dela. Não é só tesão. Nunca foi só tesão e de repente está claro como o dia para mim. Ela é minha. — Chegou o nosso momento, bebê. — Sussurrei quase para mim mesmo. Um sorriso emocionado se espalhou na minha boca. — Você está onde deveria ter estado desde o começo. Minha menina bonita. — Murmurei. Eu me abaixei e beijei suavemente seu cabelo para não acordá-la. Ajeitei o roupão, cobrindo os seios perfeitos e me retirei para o meu quarto. Tomei um banho e cuidei das minhas mãos. As juntas dos dedos estavam sangrando e doía como uma cadela, mas não quebrei nada a não ser a cara daquele fodido. Isso aplacou um pouco da minha ira. Entretanto, só vou ficar tranquilo quando o monstro estiver trancafiado atrás das grades. Bem longe de Lena. Ele nunca mais chegará perto dela, vou me certificar disso pessoalmente. — Bom dia. — Sua voz lindamente rouca, corta meus pensamentos. — Hei, bom dia. — Eu me viro para a bancada, colocando a bandeja à sua frente. — Como se sente hoje? Ela ainda tem bolsas escuras embaixo dos olhos, mas estão mais brilhantes esta manhã. Seu olhar desce sem pressa pelo meu peito nu e abdome. Cor tinge suas bochechas e ela arrasta o olhar para meu rosto, parecendo sem jeito por ter me checado abertamente. Sorrio, meu corpo todo acordando com esses olhos me cobiçando. Cristo, eu realmente amo a cor desses olhos. Sua cabeleira negra está presa no costumeiro coque frouxo, deixando o pescoço esguio à mostra. Meu olhar cai inevitavelmente para o decote da regata branca que
está usando, pegando um vislumbre do sutiã rendado e o topo dos seios cremosos. Sua pele é clara, imaculada, linda. Meus dedos coçam para sentir sua maciez outra vez. Quero cheirar, beijar, lamber, morder cada pedacinho dela. Ela me enlouquece de tesão. Mas não é apenas um lance físico. Cada vez que nossos olhos se encontram, eu sinto um puxão no meu peito. Há algo mais profundo que não pôde ser esquecido. Nunca foi esquecido. Ignorado por um tempo, sim. Esquecido, jamais. Ela consegue ver isso? Consegue ver o quanto sou louco por ela? Jesus Cristo! Meu pau está completamente duro agora. Ranjo os dentes e arrasto o olhar para o seu rosto. Controle-se seu imbecil! A garota passou por muita merda. Trate-a com o respeito que merece, porra. Eu me recrimino. Os segundos se arrastam enquanto nos olhamos em silêncio. Frente a frente, apenas a bancada nos separando. Quero levantar a mão e tocar sua face bonita. Na verdade, eu tenho que lutar duro contra essa vontade. Ela pisca e limpa a garganta, parecendo tão afetada quanto eu. — Eu me sinto, huh... Melhor. Obrigada. — Diz em voz baixa, seu tom rouco viajando por toda a porra do meu corpo. — Eu não sabia que cozinhava. — Desvia os olhos para a bandeja. Ok, talvez seja melhor mesmo falar sobre amenidades em vez de ficarmos nos comendo com os olhos. Pego pratos e garfos no armário e nos sirvo em seguida. — Nada tão sofisticado quanto o cardápio do idiota do Eli, mas consigo me virar com o básico. — Resmungo e seus lábios enrolam um pouco nos cantos. — Café ou suco? — Café, por favor. — Abre um pequeno sorriso. — Não funciono bem antes de uma boa dose de cafeína. — Eu também. — Eu pisco para ela antes de nos servir duas canecas de café. Ela cora, lambendo os lábios e meus olhos vão para a sua boca carnuda. Meu pau se recusa a baixar. Cacete. Ainda bem que a bancada nos separa e mantém minha virilha escondida. Meu pau é um bastardo inconveniente. — Obrigada. — Murmura pegando a caneca e seu olhar cai em minha mão. Seu cenho franze um pouco quando vê meus dedos. — O que houve com as suas mãos? Merda. — Ah, isso... — Eu flexiono os dedos para provar que não há nada errado. — Apenas um treino mais pesado no boxe. — Dou de ombros. Lena estreita os olhos nos meus por um momento longo. Cristo, ela é tão bonita. Ela acena lentamente depois um tempo e comemos em um silêncio confortável. Nossos olhos se encontrando por cursos longos e apreciativos todo o tempo. Eu amo essa sensação gostosa que sinto quando estou perto dela. Nunca houve esse grau de intimidade com mais ninguém. Sim, eu comi mais mulheres do que consigo lembrar. Porém, nenhuma me tocou, nenhuma me fez sentir como ela faz. Tê-la aqui, na minha cozinha, na minha casa parece malditamente certo. Olho, hipnotizado, seus cílios longos e negros se movendo numa dança sedutora a cada vez que levanta os olhos para os meus. Alguém deveria providenciar a porra de um babador. Zombo de mim mesmo. Devo parecer um maldito fedelho comendo-a abertamente com os olhos. Mas não posso me parar. — Ah, obrigada por trazer minhas roupas. Como conseguiu pegá-las? — Pergunta, levantando uma sobrancelha. Eu rio, mastigando devagar.
— Hum, isso é meio confidencial, sabe. — Ela arqueia ainda mais a sobrancelha bonita. — Tenho algumas habilidades que vieram a calhar... — Revelo com uma piscadinha. — Habilidades em arrombamento, você quer dizer? — Diz, comendo uma pequena porção. A palavra arrombamento me faz ficar ainda mais duro. Porra. Minha mente pervertida visita as memórias daquela noite. Meu pau esticando sua pequena boceta apertada. Quase pequena demais para mim. Jesus Cristo! Eu me ajusto embaixo da bancada. — Acho que você pode dizer isso. — Confirmo, olhando-a longamente. Ela arfa baixinho, provavelmente percebendo onde foi a minha mente sem noção. Em seguida toma um gole de seu café e sorri meio de lado. Não um enorme sorriso, mas isso transforma seu rosto. Ela é linda. Parece muito mais jovem do que seus vinte e quatro anos. Sem qualquer maquiagem, a pele cremosa, perfeita que me deleitei, conhecendo cada delicioso centímetro. Se eu sonhava com ela antes, agora é a porra de uma perseguição noturna, porque acordo molhado com muita frequência... Deus, os sonhos ficaram muito, muito mais ousados. Eu sonho com ela me implorando com sua voz rouca, sexy e esses olhos absurdamente lindos, para eu encher sua bocetinha com a minha porra. Me masturbar em sua homenagem é uma constante depois daquela noite. Não importa quantas cadelas eu tenha comido desde então, meu pau tem uma preferência escancarada quando se trata dela. O filho da puta quer sentir seu gosto incomparável de novo, de novo e de novo. Cacete. Discretamente, eu me ajusto outra vez. Isso vai ser pura tortura do caralho, tê-la aqui e não poder agir sobre a necessidade voraz que tenho por ela. Eu não sou um completo bastardo, ok? Jamais tiraria proveito de sua fragilidade. Vocês não acreditam, babies? Rio mentalmente. Ok, vocês me pegaram. Não sou nenhum santo, longe disso, mas prometo ir com calma, no entanto. Ela merece isso. Ser cortejada, tratada como uma princesa. — Valeu, de qualquer maneira. — Seu sorriso cai um pouco. — Por tudo. Sei que a Mel deve ter lhe pedido para me abrigar aqui... — Essa não é a única razão, Lena. — Murmuro, meus olhos nunca desviando dos seus. — Sim, eu jamais negaria um pedido da doce Mel. Mas você é bem-vinda. Eu quis dizer cada palavra ontem. Ela me analisa atentamente. — Por quê? — Sussurra, vincando a testa. Tomo um gole do meu café, olhando-a por cima da caneca. Eu poderia dizer a verdade. Que quero protegê-la, mantê-la segura, mas acima de tudo, que a quero para mim. Não é o momento, no entanto. É cedo. Embora a atração, a conexão esteja aqui como uma entidade pairando entre nós, ainda vejo uma sombra em seu olhar. A bola não está no meu campo. Vou esperar a hora certa, agora é hora de apoiá-la, e estar aqui para ela. Porra, isso soou maduro pra caralho. De onde veio tudo isso? Para quebrar o gelo, decido ir com as minhas piadinhas habituais. — Não acha que j| passou da idade dos “porquês” há algum tempo, baby? — Provoco. Seus lábios enrolam nos cantos. — Certo. Mas agradeço de qualquer maneira. — Diz, tomando o seu café. — Não será por muito tempo, espero. — Seu semblante se torna sombrio. — Quando tudo estiver resolvido, vou procurar outro lugar. Não quero voltar para o meu apartamento. Uma onda de raiva me toma de novo. Porra. Esse lugar deve lhe trazer lembranças nada agradáveis. Aceno. — Fique o tempo que precisar. — Digo em tom sério.
— Tem certeza que não vou tirar a sua privacidade? Eu odiaria estar no caminho quando trouxer suas vadias para foder. Wow! Eu a encaro. Tenho vontade de rir porque ela está com ciúme de mim. Mas me contenho porque ela está me atirando adagas com os olhos. Fodidamente linda. — Pare, princesa. — Eu a corto. Seus olhos estreitam pelo uso desse termo. Ela detesta que a chame assim. Sorrio lentamente. — Você e esse rabo bonito são bem-vindos, já disse. — Eu digo isso com um olhar safado, deixando-a saber que me lembro perfeitamente como é estar todo enterrado dentro dela. — Eu não trago vadias para casa. — Sorrio com a sua nítida surpresa. — Além disso, há essa colega de quarto quente pra caralho, sabe. — Eu pisco e sorrio sem vergonha. Em vez de sorrir para a minha tentativa de flerte, ela franze um pouco o cenho e abaixa a cabeça para o prato. Merda. Eu e minha boca grande. — Como estava dizendo, espero que seja por pouco tempo. — Diz baixinho. E eu espero que seja por muito tempo, porra! Tenho vontade de dizer. Ela está mais reservada comigo. Eu acho que a maneira como a tratei depois da nossa noite a deixou assim. Foda. — Como está a sua agenda? — Decido uma mudança de assunto. Ela suspira longamente. — Liguei para o meu assessor de imprensa quando acordei. Ele vai limpar tudo por pelo menos três semanas. — Diz com uma voz monótona. — É o mais apropriado. — Concordo. — Ele vai marcar uma entrevista coletiva para sexta-feira. — Seu tom tem um toque de medo, mas está tentando mascarar isso. Meu peito aperta e aquece ao mesmo tempo, receoso e orgulhoso por estar lutando. Ela é forte. No entanto, não tenho certeza se ela consegue perceber o tamanho da sua força. — Antes disso, tenho certeza de que não vou conseguir ir a público. — Sussurra, levantando os olhos lacrimosos para os meus. — Estou com tanto medo. Isso dói direto em meu peito. Nem preciso pensar duas vezes, anuncio: — Eu irei com você. — Ela me encara, parecendo chocada, confusa com a minha oferta. — Não há mais nada a temer, Lena. Você precisa fazer o que for necessário para encerrar de vez essa merda. — Por que faria isso? — Inquire, limpando uma lágrima antes de ela cair. Sorrio levemente. — Voltamos aos “porquês”? — Brinco, mas por dentro estou me sentindo impotente diante de suas lágrimas. Ela funga e esboça um arremedo de sorriso. Então, porque não posso mais ficar sem tocá-la, estendo a mão e pego a sua sobre a bancada. — Quero estar aqui para você. Apenas isso, ok? Você vai me deixar fazer isso, baby? Ela olha nossas mãos unidas e isso traz uma nova onda de emoção em seu rosto. — Sim, eu vou. — Murmura, sua voz um pouco rouca. — Você me acha uma covarde? Quero dizer, quem aguentaria tanto tempo uma merda assim? — Não. — Digo com firmeza. — Nunca, e eu quero dizer nunca mais repita essa merda na minha frente. — Meu tom suaviza nas próximas palavras. — Nunca se sinta diminuída pelo que aconteceu com você, Lena. Você é linda, incrível, talentosa. — Seus olhos de mar do Caribe transbordam. — Eu conheço o infeliz. O medo era normal. Não é indigno ter medo, está me ouvindo? Nada em você é indigno. Você não está quebrada. Há uma guerreira aqui
dentro. — Levo a outra mão e toco a palma sobre coração. Sinto-a estremecer com a minha mão tocando seu mamilo por cima do tecido. Minha respiração fica presa. Merda. Isso não teve intenção sexual. Seus olhos ficam anuviados vendo minha reação e claro, sinto seu mamilo endurecendo. Cacete. Eu me forço a ignorar meu desejo egoísta porque ela merece todo cuidado e suavidade nesse momento. Eu me debruço, aproximando meu rosto do seu. Nossas bocas ficam a uma respiração de distância. Seu delicado perfume floral me toma de assalto e eu acho que gemo baixinho. — Linda. Nunca se sinta menos que isso. — Sussurro roucamente, meu olhar cravado no seu. — Nunca deixe que essa merda a faça se sentir sem valor. — Subo a mão, que parece pegar fogo, para o seu rosto, tocando sua face delicadamente. — Você é preciosa. Ela meneia a cabeça. — Não, eu não... — Sim, você é, Lena. — Seguro seu rosto com as duas mãos de cada lado, não a deixando desviar o olhar. — Você é ainda muito jovem e vai eventualmente deixar toda essa feiura para trás. Chegará o dia em que você não vai mais se lembrar de nada disso. — Murmuro suavemente, mas firme. — Porque serão tantas coisas fodidamente incríveis acontecendo, que não sobrará espaço para lembranças desse tipo. Ela chora. Meus olhos ardem. Caralho. Puxo uma respiração profunda para me manter no controle. Limpo suas faces com os polegares, muito suavemente. — E-eu não acho que possa esquecer algum dia. — Soluça e eu sou um caso perdido. Dou a volta na bancada e passo os braços ao seu redor. Não contenho um gemido baixo pela forma como me agarra, seu corpo encaixando no meu perfeitamente. Tão bom. Tão perfeita em meus braços. Inspiro seu cabelo, me inebriando com esse cheiro que nunca mais me deixou. E porra, eu quero ficar assim com ela para sempre. — Sim, bebê, você consegue. — Sussurro em seu cabelo. Suas mãos me seguram pelos ombros com força. — Tudo se resolve com o tempo. A razão é filha do tempo. — Digo com meu melhor ar intelectual. — Você nunca ouviu essa merda? Sua cabeça levanta e seu olhar encontra o meu. Meu coração torce vendo o rosto bonito banhado de lágrimas. — Não, eu nunca ouvi. — Balbucia. — Quem disse isso? Sorrio maroto. — Um desses caras que pensam muito e fazem quase nada. — Resmungo. — Que caras? — Inquire. — Os filósofos. — Brinco, ampliando meu sorriso. Ela balança a cabeça, um sorriso brincando em sua boca. Meu coração se alegra por ter causado a mudança. — Deus, um roqueiro filosofando? — Diz, seu pequeno sorriso virando inesperadamente uma risada. Sorrio também. Tão linda, porra. Ficamos nos olhando de perto e eu limpo suas lágrimas devagar. Sua respiração está levemente ofegante e nosso sorriso vai sumindo conforme nos encaramos. — Viu? Não sou apenas esse rostinho bonito. — Eu lhe ofereço uma picadela brincalhona. Ela sorri, meneando a cabeça. — E aí está ele, o roqueiro convencido. — Diz, seus olhos brilhando com provocação. — Você nem é tão bonito.
Sorrio baixinho. — Ouch! — Reclamo. — Parece que estou em clara desvantagem aqui. — Sussurro, deslizando as pontas dos dedos em suas faces delicadas. Seus lábios entreabrem, arfando levemente. — Porque eu nunca vi nada tão bonito na porra da minha vida. Lena lambe os lábios, sua respiração alterando, enquanto nos olhamos em silêncio. Deus, eu quero abaixar a cabeça e beijá-la. Estou morrendo para sentir essa boca outra vez. Meus dedos continuam a carícia suave. Seus olhos estão encapuzados, suas pálpebras quase sucumbindo. Roço meus lábios nos seus, sentindo-a estremecer em meus braços. Gemo baixinho. Então, antes que eu possa provar mais da sua doce boca, alguém está limpando a garganta na entrada da cozinha. Juro que vou matar quem está lá, porra. Olho por cima do ombro e reviro os olhos, vendo Elijah encostado ao batente com um sorriso comedor de merda me encarando. É Lena quem me solta primeiro. Rosnando um palavrão sob minha respiração, eu a deixo ir também e me viro para o meu parceiro. — Bom dia. — Ele diz, avançando. Seus olhos indo e vindo entre nós. Seu sorriso irônico nunca vacilando. — Estou a caminho da gravadora. Pensei em passar e ver como as coisas estavam, huh... Indo? — Levanta uma sobrancelha maliciosamente. — Hei, Elijah. — Lena diz meio sem jeito. — Hei, como você está, querida? — O olhar do meu parceiro suaviza um pouco quando percebe que esteve chorando. — Estou melhor, obrigada. — Ela responde ainda mais sem jeito porque Eli nunca foi seu maior fã. Ele acena e parece igualmente desconfortável. — Olha, sou péssimo nessa merda, então, lá vai. — Eli diz torcendo os lábios. — Eu entendi porque sempre foi uma cadela conosco. Porra. O idiota é tão sutil quanto uma manada de rinoceronte. — Elijah... — Rosno. Ele bufa. — O que estou tentando dizer é que estamos aqui para você. Todos nós. — O bastardo sorri. — E se há uma coisa que fazemos bem é cuidar dos nossos. — Ele pisca sugestivamente para mim. Reviro os olhos. Verdadeiramente sutil, mano. Lena parece confusa com o seu discurso, mas acena levemente. Ok, eu preciso tirar o idiota daqui ou ele vai estragar todos os meus esforços. — Mano, vamos até o escritório? — Eu chamo, bufando quando ele sorri, sabendo o que estou fazendo. — Termine o seu café, Lena. Já volto. — Digo e meu parceiro sorri mais pelo tom muito suave que acabo de usar. — Eu nunca vi nada tão bonito em toda a minha vida. — Ele me imita grosseiramente quando passamos pela sala. O idiota ouviu o eu que disse à Lena. Sorri largo. — Jesus, nunca vi nada tão veadinho. Exceto o Stone, claro. E que merda é essa de Lena? — Balança a cabeça, enquanto se diverte a minha custa. — Você está fodido, mano! Escute o que estou dizendo. — Cale a boca, imbecil. — Rosno. Então estou sorrindo também quando entramos no escritório. — Estou tentando uma abordagem mais suave com ela, cara. — Oh, é disso que estão chamando foder uma garota na cozinha, hoje em dia? — Ele ri maliciosamente, bastardo sarcástico. Eu ranjo os dentes para ele.
— Eu não a estava fodendo, seu idiota. — Raspo. — Ela foi violada ontem, porra. Tenha algum respeito. Seu sorriso sarcástico some. — Merda. Tem razão, mano. — Seu tom é de desculpas. — Isso é muito fodido. — Sim. Eu me sinto um merda por nunca ter percebido nada. — Eu suspiro, pegando meu maço de cigarros sobre a mesa e acendendo um. Elijah acende um também. — Por comer tantas vadias e esfregar isso na cara dela depois da nossa noite. Eu sou um bastardo. Ele sorri, seus olhos brilhando com zombaria. — Você está certo, mano. — Franzo as sobrancelhas. — Você é um bastardo. — Diz e eu ranjo os dentes. Ele sorri mais, adorando me zoar. — Mas quanto a comer as cadelas, você não tem que se sentir mal como uma maldita mulherzinha. — Debocha. — Sexo é sexo, porra. Você fode, goza e em seguida procura a próxima. Sem dramas. Sem cobranças. E com toda maldita certeza, sem se sentir culpado por isso. — Seus olhos estreitam sobre mim e parecem acender com algo. — Oh, parceiro, você realmente gosta dessa cadela, não é? Eu rosno, fuzilando-o com os olhos. — Chame-a de cadela novamente e eu vou te dar um maldito olho roxo, imbecil. — Ranjo. Ele solta uma onda de fumaça pelo nariz e gargalha em seguida. — Adoraria vê-lo tentar, menino apaixonado. — Ri zombeteiramente. Eu lhe ofereço o dedo do meio. Fumamos em silêncio por um tempo. — Eu a quero. — Assumo isso em voz alta pela primeira vez. — Eu sempre quis. Seus olhos verdes perfuram os meus em um raro momento de seriedade. — Então, pegue a cad... Ah, a garota de jeito, caralho. — Ele sorri, provocador. — Pare de ser uma bichinha sobre isso. — Eu não sei como agir, ok? — Digo, passando as mãos pelo cabelo. — Nunca fiz a porra sentimental. Eu apenas fodo. Sua boca torce com sarcasmo. — Ei, não olhe para mim, parceiro. A merda cor-de-rosa não é comigo também. — Ele levanta as mãos. Idiota. Estaria fodido se dependesse de seus conselhos nesse departamento.
Selena Eu termino o meu café, cuido da louça e volto para o quarto. Preciso ligar para a minha psicóloga. Estou menos dolorida hoje, mas não quero sair. Não quero ver ninguém. Meu advogado me informou que o monstro será intimado a depor ainda hoje e com sorte, não sairá de lá livre. Entro no quarto e a vista através das portas da varanda me atrai. O mar está a alguns metros à frente da varanda ensolarada. Eu ando devagar para fora com meus olhos fazendo a varredura do local. Há uma jacuzzi próxima da grade de metal e é uma vista linda. O roqueiro fez bem. Sorrio, sentindo um estranho orgulho por tudo que ele conquistou com sua música. Continuo inspecionando o espaço aconchegante e meus olhos se arregalam com o que vejo sobre uma das espreguiçadeiras: meu violão. Oh, Deus, Collin não só pegou as minhas coisas, mas foi atencioso o bastante para trazer o meu violão também. Meu violão é um item indispensável para mim. Isso faz meus olhos nadarem em lágrimas, surpresa e feliz com sua gentileza. Ele ia me beijar se Elijah não tivesse nos interrompido? Meu corpo ainda está zumbindo de excitação. Quando o vi em sua cozinha usando apenas uma calça de pijama, eu era um caso perdido. Doce Jesus, ele tem o melhor peitoral e abdome trincado que já vi na minha vida. Todo duro, firme. Suspiro. Lindo. Gostoso demais. Como posso me sentir assim apesar de toda a merda que me cerca? Deveria me sentir envergonhada, eu sei, mas não me sinto. E quando me tomou nos braços, tudo que senti foi alegria e êxtase por tê-lo tão perto de novo. Seu cheiro, sua pele quente, seus músculos duros, me deixaram zonza. Seus olhos azuis maliciosos e brincalhões me deixam à vontade. Esqueço-me de tudo quando estou com ele, e a forma como me olha me faz sentir inteira. Desejada. Collin sempre teve esse efeito sobre mim. Eu sempre fui louca por aquele roqueiro, tenho que admitir. Sempre. Não há como explicar o que sinto com ele. É intenso demais. Eu o coloquei em um compartimento fechado e tranquei depois daquela noite no Rio. Fui obrigada a fazer isso. Mas esquecer? Não, eu nunca consegui esquecê-lo. Oh, Deus. Fecho os olhos. As imagens são tão vívidas em minha mente, ainda posso sentilo me pressionando contra aquela porta de vidro, seu pau empurrando dentro de mim, me comendo vorazmente. Nós dois enlouquecidos, gemendo, gritando alto quando gozamos, sem nos importar em sermos flagrados. Meu corpo estremece ao recordar dos jorros do seu esperma em minhas entranhas. Várias vezes, naquela noite. A forma quase pericial como fodeu a minha bunda e me fez berrar de prazer. Sexo anal para mim sempre foi associado com a dor, mas com Collin foi além de perfeito. Ele me preparou com gentileza. Era quente, gostoso e me deixou ainda mais louca de tesão nele. Gemo baixinho. Parece que ainda o sinto em cima de mim, me montando de quatro, sua mão agarrando em meu pescoço, enquanto me comia. Seus gemidos roucos, quase desesperados quando gozou, me marcando, me arruinando para outras experiências. Eu sabia, sem sombra de dúvidas, que nunca esqueceria aquela noite. No entanto, tive que me afastar dele. Não podia deixar que Chris desconfiasse de algo acontecendo entre nós. A forma como se portou depois de tudo me machucou como o inferno, não vou negar. Todos os malditos dias ele desfilava uma ou várias vadias na minha cara, me mostrando como não signifiquei nada para ele. Eu o odiei naquele período. Mas agora, aqui com ele, em sua casa,
não há como negar como me sinto em sua presença. Sei que inevitavelmente vou acabar embaixo dele de novo, porque essa atração louca que sinto não é unilateral. Nunca foi. Há essa força estranha e intensa que nos puxa em direção ao outro e não sei se terei forças para ignorá-la vivendo com ele. Não sei se quero ignorar. Os dias que antecederam ao Rock in Rio foram os mais longos em toda a porra da minha vida. Sei que mereci por tê-lo dispensado pela segunda vez, mas naquele momento não podia ser. Ainda há uma chance? Suspiro, confusa. Talvez ele esteja me acolhendo e me tratando bem por pena. Oh, Deus, ele pode ter a garota que quiser. Por que iria querer alguém como eu? Quebrada, com uma bagagem fodida nas costas? Esse pensamento me deixa deprimida. Sempre estivemos de lados opostos e para piorar, Chris orquestrou um atentado que quase tirou a vida de Liam. Eu fui execrada depois disso. Todos me julgaram e colocaram na mesma categoria do monstro. Ironicamente, a única pessoa que parecia enxergar além das aparências foi a mulher que odiei por ter atrapalhado meus planos de liberdade, Mel. É claro que sei que está me ajudando com segundas intenções, pois Liam ainda está encrencado com a acusação de estupro. Mas eu vi em seus olhos que não é apenas por isso. Ela é tão bonita por dentro quanto é por fora, e posso ver isso claramente agora. Eu achava que Mel era uma sortuda filha da puta por ter o amor de Liam, no entanto, vejo que os dois são igualmente sortudos. Ela tem um coração de ouro, não são muitas mulheres que ajudariam uma rival. Mas ela fez e eu serei grata a ela pelo resto da minha vida. Com um suspiro, decido chamar a doutora Clark. Eu passo os próximos minutos abrindo tudo. Não fui completamente honesta com ela, nunca revelei a identidade do meu abusador. Na verdade, contei que havia sido abusada por uma pessoa próxima a mim, no passado. Ela tem tentado me ajudar desde então. — Como amiga, estou consternada, querida. — Ela suspira do outro lado da linha. — Como sua psicóloga, sinto que falhei em não usar da ética que minha profissão exige. Era minha responsabilidade denunciar seu abusador. — Não, não. — Eu a corto. — Você nunca soube de maiores detalhes. Nunca revelei isso para ninguém antes. Não se sinta assim. Nossas sessões e conversas me ajudaram a manter minha mente sã nos últimos três anos. Você me fez compreender que não era culpa minha, me fez ver que não era doente como o infeliz do Chris. Se estou de pé agora tentando lutar é porque me sinto mais forte. E devo isso em parte a você. — Ainda me sinto como merda, Selena. — Ela resmunga. Sorrio. A linguagem da Marissa amiga é muito diferente da usada pela psicóloga. Me senti à vontade com ela desde a nossa primeira sessão. Depois de um tempo, nossa relação evoluiu para amizade. Sou a única paciente que pode chamá-la a qualquer hora. Não estava mentindo quando disse que nossas conversas me ajudaram a manter a minha merda junta. Já teria pirado se não pudesse contar com o seu apoio profissional e amigo. — Você disse que fará uma coletiva? — Indaga, seu tom preocupado. — Volte a tomar a sua medicação. Estar sob muita pressão pode desencadear os surtos. Na verdade, estou enviando um novo frasco para você agora. Ela é atenciosa o suficiente para providenciar e enviar a medicação em domicílio. Um cuidado extra para que ninguém descubra que Selena Hart é uma fraude, uma dependente química do caralho! — Huh, eu não estou no meu apartamento. Não era seguro. — Digo baixinho.
— Você tem toda razão, querida. Então me diga onde está para que eu providencie o envio. Solto um suspiro e informo que estou na casa de Collin, que fui acolhida pelas últimas pessoas que esperaria que fizessem algo por mim. — Uau. — Ela respira do outro lado. — Isso é realmente uma surpresa, uma reviravolta e tanto. — Pausa um pouco. — E como está se sentindo sobre isso? Estar na casa de Collin? Ando até a balaustrada e me debruço sobre a haste de metal, admirando o mar à minha frente. — É complicado. — Sussurro. Ela sabe tudo a respeito da minha relação quase platônica com Collin. Sobre a noite de sexo quente e enlouquecedor que compartilhamos no Brasil e, claro, a forma como esfregou as vadias na minha cara depois de tudo. Faz-se um silêncio na linha. — É o fator proibido. — Diz depois de um tempo. — Fator proibido? — Repito, franzindo o cenho. Ela sorri levemente em meu ouvido. — O roqueiro provavelmente bloqueou os sentimentos por você enquanto achava que era inatingível para ele. Isso faz meu coração aquecer um pouco. — Isso é a psicóloga ou amiga falando? — Provoco. — Eu diria que as duas. — Sorri suavemente. — Você sabe que fez o mesmo em relação a ele, Selena. Talvez... — Talvez o quê? — Pergunto. Ela espera um momento. — Agora que está livre, tenha a sua chance com esse roqueiro. Seja sincera consigo mesma e assuma que tem sentimentos por ele. — Eu não. — Rebato rapidamente. Merda. Ela sorri alto. — Querida, você nunca lamentou o fato de ter que ver o Liam com sua nova mulher. Todos os seus lamentos eram sobre Collin estar pegando tantas vadias quanto possível. — Suspiro, porque ela tem razão. Nunca me feriu de verdade ver Liam com a Mel. — Acredite, nuca houve sentimentos da sua parte para o bonitão líder da banda. — Sorrio um pouco com seu termo. — Não tem como não saber se você ama alguém. Isso fica claro quando é genuíno e você sempre soube, aí dentro de seu coração, que não era algo mais profundo. — Okay. Ponto feito, doutora Clark. — Eu resmungo. — Agora, como amiga e psicóloga, eu a aconselho ir com calma. O momento é delicado e exige que esteja focada para lidar com tudo que essa revelação trará. — Pausa por um instante. — Não deixe de tomar a medicação, isso a ajudará a se manter firme e focada. — Eu sei. Vou tomar, prometo. — Digo, mesmo odiando o fato de depender de remédios para manter o controle sobre mim mesma. Após breves despedidas, desligamos. *** Eu puxo o ar bruscamente, tentando manter a calma a todo custo e não surtar. Não. Não, droga! Repito para mim mesma. Estamos na pequena sala de acesso para o auditório do Hotel InterContinental. Há uma multidão de repórteres lá fora esperando por mim. Minhas mãos estão frias e suadas, meu corpo está tremendo, prestes a entrar em colapso. Não, eu
não tomei a porra dos remédios. Estupidamente, pensei que podia manter o controle, eu me recuso a ser essa garota patética que precisa de drogas para se controlar. Deus, odeio o maldito psicopata por ter me transformado nisso. — Está na hora, ma chérie. — Apollo, meu assessor de imprensa, me informa. Seus olhos castanhos me examinam com simpatia. — Não responda nenhuma pergunta. A imprensa vai ficar agitada, mas não tem que prolongar nada. Saia de lá tão logo diga o que veio dizer, entendido? Aceno, sentindo minha garganta se fechando. Meu corpo balança e eu sinto braços musculosos me rodearem, me puxando para um peitoral duro. Collin. Eu o respiro e me deixo ser abraçada, me deliciando com seu cheiro gostoso e calmante. Ele insistiu em vir comigo, e não tive forças para recusar. Não tenho ideia de onde estamos agora, mas ele não deixou sua casa em nenhum momento desde que aterrissei em sua vida, há uma semana. Tem estado comigo todo o tempo, me fazendo sorrir de suas molecagens, suas piadas tolas e, claro, me fazendo doer de desejo por ele. Eu me sinto queimando cada vez que me toca, que crava seus belos olhos nos meus. A tensão sexual entre nós agora é muito mais densa, enervante, uma vez que tivemos uma prova da coisa real. Para além disso, ele tem sido incrível e paciente comigo. Especialmente, porque as coisas não saíram como prevíamos. Chris não foi preso como pensamos e isso fodeu com a minha cabeça mais ainda. O exame de corpo de delito constatou a agressão e a coleta de material nas minhas partes íntimas foi capaz de encontrar o esperma do estuprador ainda dentro de mim. Mas a polícia não o prendeu imediatamente e o psicopata sumiu depois que seu DNA foi confirmado no meu corpo. O juiz do caso “demorou” para expedir o mandado de prisão. Claro que o dinheiro do monstro teve muita influência nessa merda. Resultado: isso lhe deu tempo para dar no pé. Ele fugiu, porém, não antes de me ligar fazendo ameaças. Ainda posso ouvir sua voz fria e sinistra me dizendo que não posso me esconder para sempre, que não importa quanto tempo demore, ele vem me pegar. Eu pensei que esse fosse o fim do meu pesadelo, mas não vai ser tão fácil quanto eu e meu advogado pensamos. Eu me sinto tão perdida e não sei para onde ir a partir daqui. — Você consegue, Lena. — Collin sussurra em meu cabelo, me puxando dos meus pensamentos sombrios. — Respire, querida. — Diz, esfregando minhas costas suavemente. Quero pedir que me leve embora, mas não posso mais fugir. Preciso me livrar desse peso que me oprime por onze anos malditos. Puxo respirações calmantes. Seus dedos levantam meu queixo, me fazendo olhar em seus incríveis olhos azuis. A familiar sensação de paz me envolve e solto um pequeno suspiro. — Vou ficar na primeira fileira, e Apollo tem razão. Basta se livrar dessa merda e encerrar a coletiva em seguida. Estarei lá para você, não vou deixar ninguém chegar perto, ok? Aceno, lutando para não desmoronar agora. Eu acredito em suas palavras, então o abraço com força, me sentindo protegida aqui, no abrigo dos seus braços. Ele sorri lindamente e em seguida seus lábios quentes beijam minha testa, se demorando, me fazendo gemer baixinho. Ele se afasta e pega minha mão na sua, entrelaçando nossos dedos. Apollo franze o cenho para isso, mas não diz nada. Saímos em seguida. Flashes espocam em nossos rostos quando subimos para o palco e Collin vai tomar seu assento. Apollo puxa uma cadeira para mim e se acomoda em outra, bem perto. — Boa tarde, senhores. — Minha voz sai baixa, cruzo as mãos no colo embaixo da mesa para esconder que estão trêmulas. Meus olhos procuram Collin e ele está na primeira fila 3
como prometeu. Seu rosto está sério, porém seus olhos me transmitem força. Acena levemente com a cabeça, e eu engulo o bolo na garganta. — Sou Selena Hart e a razão de chamá-los aqui hoje é para contar a minha história. A verdadeira história. — Há burburinho da imprensa. Puxo uma respiração profunda, me enchendo de coragem e enfim, solto as palavras que me oprimiram quase metade da vida. — Eu fui abusada sexualmente pelo meu meio-irmão, Chris Hart, por onze anos. — Meus olhos se enchem de lágrimas ao pronunciar isso pela primeira vez em público. Muitos Oh! Ah! E Meu Deus! Enchem o salão. As expressões são de puro choque. A imprensa já havia noticiado o caso e inclusive que Chris está foragido, mas acho que ouvir a confirmação da minha boca ainda é um choque. O famoso e respeitado empresário do ramo da música não passa de um psicopata. Um doente maldito. As perguntas se atropelam na sala. — Senhores, peço que se acalmem. — Apollo pede. — Selena não vai responder nenhuma pergunta. Esse é o momento mais difícil de sua vida, respeitem isso, por favor. Há uma onda de reclamações, mas o auditório fica em silêncio. Mais flashes espocam, enquanto todos tomam notas apressadamente, tendo a confirmação do escândalo. — E-eu tinha apenas treze anos... — Minha voz falha. Nova onda de indignação soa no ambiente. — Chris é uma pessoa muito perigosa e isso me manteve calada, até agora. — Meu olhar procura Collin outra vez. Ele está com uma expressão enfurecida no rosto, seus punhos cerrados do lado do corpo. — Ninguém nunca percebeu. Ninguém jamais me enxergou além das aparências. — Minhas lágrimas caem pelas faces. Não as limpo. Sintome como se estivesse sendo lavada, limpa, nesse momento. — Apenas uma pessoa me viu de verdade. Uma pessoa que pensei que havia me prejudicado muito. — Quem? — Eles perguntam agitados. — Melissa Stone. — Digo, gerando novo espanto. — Sim, essa mulher, que pensei que teria acabado com o meu sonho de liberdade, me trouxe tudo de volta. — Soluço. Minha voz está tremendo e muito instável agora, no entanto, preciso ir até o fim. Mel ainda está sendo hostilizada por boa parte da imprensa. Devo isso a ela. — Mel tem o coração mais bonito que um ser humano poderia ter. Ela... Essa mulher, que boa parte de vocês não cansa de ridicularizar, me ajudou, me deu forças para finalmente falar... — Apollo passa os braços pelos meus ombros, percebendo que estou a apenas um fio de me perder. — Parem de falar leviandades sobre ela. Mel Stone me salvou, senhores. Ela me salvou. — Está feito, chérie. — Apollo sussurra, beijando meu cabelo. — Encerramos aqui, senhores. Obrigado pela presença de todos. — Diz com firmeza. Eles ainda insistem em gritar perguntas. Eu me sinto tonta, com a garganta apertando. Meus soluços se tornam incontroláveis. Collin! Eu o chamo silenciosamente. Oh, Deus, por que estou chamando por ele? Por que continuo com essa ridícula ilusão de que ele é meu cavaleiro da armadura brilhante? — Lena... — Eu ouço a voz distante, em seguida, sou levantada por braços fortes. Ele veio. Não consigo conter um suspiro de alívio, tentando não ser levada para a inconsciência. — Você conseguiu, querida. Respire. Fique comigo. — Seu tom é suave, mas atado com preocupação. — Vou nos tirar dessa merda. Você está segura. Eu tenho você, bebê.
CAPÍTULO QUATRO
Selena — Collin, qual a sua relação com Selena? Vocês estão juntos? — Selena, nos dê mais detalhes! — Como vai ficar sua carreira depois desse escândalo? — Você pretende escrever um livro? Ouço as perguntas serem lançadas. Empurro meu rosto no peito de Collin e fecho os olhos, rezando para que tudo acabe logo. — Um livro? Que porra é essa? — Collin rosna para a multidão de repórteres. — Por que diabos ela colocaria essa merda em um maldito livro? Afastem-se, porra! Tenham algum respeito, caralho! — Range os dentes, abrindo caminho. Seus seguranças e os meus estão nos ladeando, impedindo os avanços. Os abutres continuam tirando fotos. — Publiquem o que ouviram! É isso que precisam fazer. Nos ajudem a colocar o estuprador atrás das grades, porra! — Sua voz é irada. Finalmente entramos no elevador e descemos para o estacionamento. Ele não me coloca no chão em momento algum. Meu coração está desacelerando. Eu o inspiro, não querendo sair da segurança de seus braços nunca mais. Em pouco tempo, estamos diante de sua enorme caminhonete blindada. Phill abre a porta do passageiro. Collin me acomoda com cuidado e prende o cinto. Deixamos o hotel e em minutos entramos na Rodeo Drive. Eu conto as palmeiras para me acalmar. É um hábito antigo. Encosto a testa na janela. Uma, duas, três, quatro, cinco... — Se sente melhor? — Pergunta suavemente depois de me dar um tempo muito necessário. Viro a cabeça para olhá-lo. Ele está todo roqueiro fodão hoje. Usa jaqueta preta
de couro, camiseta branca básica por baixo, calça jeans ajustada, botas de motoqueiro. Mas o gorro cinza escuro com o logo da banda o deixa com a aparência irreverente, o moleque travesso que tanto me atrai. Alguns cachos do cabelo escuro estão saindo, caindo na testa. Lindo. Acho que suspiro baixinho. Seus olhos muito azuis desviam do trânsito, colidindo com os meus. Merda. Ele ouviu esse suspiro. Sinto minhas bochechas esquentarem. Humilhação total. — Eu, ah, estou bem agora. — Balbucio. Droga. Seu olhar prende o meu por mais um momento e a preocupação vai sumindo do seu semblante. Ele abre um meio sorriso maroto. Tenho que me segurar para não suspirar outra vez e me envergonhar pelo próximo milênio. Querido Deus... — Bom. — Diz, voltando a atenção para a frente. — Procure algo para ouvirmos. — Aponta para o porta-luvas. Eu o abro e engasgo com a quantidade de preservativos que vejo lá dentro. — Merda. — Ele grunhe. Eu não olho para ele. Homem-puta do caralho! Filho de uma cadela! Eu quero rosnar para ele, mas ignorando a mordida de ciúme dentro de mim, pego alguns cds. Rock da antiga em sua maioria, novidade. Eu bufo mentalmente. Vejo uma seleção de bandas que curto e coloco no sistema de som. Instantes depois, o som do baixo de Californication do Red Hot Chili Peppers enche o ambiente do carro. Não perco o sorriso de aprovação de Collin, o baixista idiota com tesão. É, estou emburrada agora. Deixo a melodia gostosa me envolver e fico calada, apenas observando a paisagem mudar quando entramos na Pacific Coast, com destino à sua casa em Malibu. Collin canta o tempo todo. Quero mandá-lo calar a maldita boca, quando Beautiful Day do U2 começa e dessa vez não contenho um sorriso. Amo essa banda! The heart is a bloom (O coração é uma flor) Shoots up through the stony ground (Que brota através do chão de pedras) Meu pé se move inconscientemente na batida alegre. Collin recomeça a cantar. Cantar muito alto. Eu o olho, me perguntando se ele é doido. Ele sorri largamente, do seu jeito moleque. Levanta uma sobrancelha para mim e aumenta o volume. — O quê? — Grito por cima da música? — Rock da melhor qualidade. Você não pode apenas ouvir e ficar aí quieta, caralho. — Continua gritando as palavras com entusiasmo, se achando o próprio Bono. Eu me vejo sorrindo a contragosto. — Cante, porra! Vamos, Lena! Solte essa voz sexy, baby! Balanço a cabeça. Ele canta, tamborilando os dedos no volante. Ok, quando não se pode vencê-los, junte-se a eles. Eu começo timidamente. Seu sorriso se escancara, dividindo a atenção entre a estrada e meu rosto. Deus, ele é completamente doido, mas adoro esse seu jeito moleque e despreocupado. Sorrio e berro a letra a plenos pulmões, me sentindo viva pela primeira vez em muito, muito tempo. Música linda. Letra linda. Meu dia não foi nada bonito. Há muito tempo que não sei o que é um dia bonito, mas eu posso sonhar, não posso? Preciso encontrar a força para mudar o meu futuro. É tempo de deixar a lamentação para trás. De repente, isso me bate. Hoje não foi bonito, porém marcou o começo da minha
liberdade. Eu coloquei tudo para fora. Eu fiz isso, porra! Então, sim, vou ver a beleza no meio da feiura. Foda-se tudo! Foda-se! — It’s a beautiful day! — Cantamos em coro, nos olhando e sorrindo cúmplices. Porcaria. Esse roqueiro me ganha tão rápido, cada maldita vez. Chega a ser patético o quão fácil sou com ele. Percebo que estamos nos aproximando da sua propriedade. Quando atravessamos os portões, me permito observar tudo com atenção. Estive esses dias chafurdando na minha miséria que nem percebi muitos detalhes no entorno. Há um jardim lindo e bem cuidado com uma fonte central espirrando água. Um heliponto, quadra de tênis mais afastada e... Uau! Aquilo é uma pista de skate? Olho surpresa para a pista curva, sumindo em direção à praia. A caminhonete entra na garagem, e eu desprendo o meu cinto e abro a porta. Antes que eu possa descer, Collin está na minha frente, suas mãos grandes e firmes segurando minha cintura, me ajudando na descida. Esse troço é malditamente alto. Garotos e seus brinquedos... Sorrio levemente. Ele me escorrega devagar para baixo, meu corpo roçando o dele. Doce Jesus... Sou engolfada pelo cheiro de perfume caro e algo delicioso que emana da sua pele, tornando-o embriagador. Fecha a porta com um click suave e me encosta a ela, me prendendo. Ele se inclina sobre mim e apoia uma das mãos na caminhonete acima da minha cabeça, enquanto a outra permanece em minha cintura. Levanto minha cabeça, meus olhos encontrando os seus e me perco completamente. Minha respiração trava com sua proximidade e a intensidade com que me olha. — Você está bem? — Sussurra, seu olhar passeando por todo o meu rosto. — Sim. — Murmuro, lambendo os lábios que estão malditamente secos de repente. Nenhum de nós diz mais nada nos próximos segundos, somente nos olhamos fixamente, a tensão e atração acendendo, tornando-se forte, pungente, assustadora. Meu coração acelera e o sangue começa a correr denso e quente em minhas veias. Seu belo rosto acima do meu, sua boca vermelha respirando perto da minha. Seus olhos azuis impressionantes presos nos meus. Ofego, sentindo meu núcleo apertar involuntariamente. Merda. Eu o quero, desejo demais. — Estou bem, obrigada. — Eu me forço a falar, usando um tom mais firme e empurro seu peito, oh, muito duro. Caramba. Ele sorri meio de lado, seus olhos acendendo com humor e algo diabólico, certamente percebendo como estou afetada com sua proximidade. Se afasta devagar e eu sinto falta imediatamente do seu calor. Patético. — Vamos. — Chama, liderando o caminho pela enorme garagem. Merda. Ele tem uma bunda deliciosa. Meus lábios contraem em um sorriso de apreciação silenciosa. Seu sorriso baixo me faz arrastar o olhar para cima. Ele está me olhando por cima do ombro. Porcaria. Aparentemente não fui tão silenciosa, ele me pegou. Eu sinto que fico vermelha diante do irritante sorriso torto, então rolo os olhos e me ponho a observar o espaço à nossa volta. Carros e mais carros estão enfileirados. Mas não há nenhum extravagante como estava esperando ver. Todos eles parecem saídos de um desses programas de reforma de carros antigos. Fora a sua caminhonete, o resto se resume a clássicos. Uau! Meu pai amava carros antigos. Sorrio, nostálgica. Acabei me apaixonando por eles também. Na verdade, ainda tenho seu Chevelle 1965, conversível. Está inutilizado em minha garagem, mas quero cuidar dele em algum momento.
— São todos seus? — Pergunto, me dirigindo a um Camaro. Caralho. Ele é lindo! Verde limão, com chamas lambendo as laterais e um pouco do capô. De repente, parece que estou na garagem de Dominic Toretto em Velozes e Furiosos. Sorrio para o pensamento. — Sim. — Ele para, me olhando intrigado. — Você gosta? — Sim. — Sussurro, deslizando a mão pelo capô chamativo. — Carros velhos era a paixão do meu pai. Ele bufa e anda para perto. — Princesa, você não pode invadir minha garagem e ofender as minhas garotas. — Diz com provocação em seu tom. Levanto uma sobrancelha. — Suas garotas? — Pergunto, confusa. Seus lábios contraem, se abrindo em um lento sorriso. — Todo carro de um cara é uma garota, baby. — Diz, piscando do seu jeito moleque. Sorrio ironicamente. — Caras e seus brinquedos... — Torço meus lábios. Mas meus olhos são atraídos para o próximo. Ou próxima, de acordo com ele. — Isso é incrível, no entanto. — Não posso conter a admiração em meu tom. Sinto seus passos atrás de mim, enquanto flerto com o Maverick vermelho reluzente, com rodas cromadas. — Eles... Huh, elas são lindas. — Sorrio, colocando ênfase. — Elas são. — Sua voz está cheia de orgulho. — Que tal um passeio qualquer dia desses? Meu íntimo se anima. Mas então a feia realidade me bate como uma parede de tijolos. Chris ainda está lá fora. Solto. À espreita. Um arrepio de terror desce pela minha coluna. — Seria maravilhoso. — Digo sem muito entusiasmo. — Mas receio que não seria prudente sair em passeios quando o psicopata ainda está lá fora, apenas esperando um deslize meu. Seu rosto fica sombrio. Os olhos escuros, com raiva. — Aquele fodido jamais chegará perto de você de novo, Lena. — Diz com dentes cerrados. — Jamais, porra. Uau. Ele parece muito puto e não quero pensar muito na razão disso. Sei que ainda há essa atração entre nós. Merda. Essa porcaria nunca foi embora, mas me recuso a sonhar com algo mais vindo dele. Nem tenho condições emocionais para lidar com isso no momento. Collin gosta demais do seu estilo de vida. Comer vadias é o que ele faz o tempo todo. É bom que não me esqueça disso porque estamos sendo forçados a ficar perto. E, merda! Tenho que olhar em seus olhos lindos do caralho e seu corpo grande e tonificado todo o maldito tempo. Quem disse que a vida é justa? A essa altura, já era para eu saber disso. A vida é uma cadela, ela bate sem dó. Pelo menos comigo tem sido assim. — E você não precisa ficar presa aqui, Lena. — Diz, seu rosto suavizando para um meio sorriso. — Você precisa de distração da sua merda, querida. — Seu olhar se torna travesso quando acrescenta: — Um pouco de diversão é tudo que precisa e eu posso ajudar com isso. Meu rosto esquenta e eu lambo os lábios, meus olhos mirando sua boca vermelha. Um flash dessa boca na minha, seus gemidos e rosnados, enquanto metia em mim uma e outra vez, me faz arfar baixinho. — Mantenha alguma compostura, baby. Que mente mais suja essa sua, hein? — Sorri todo malicioso agora. Merda. Eu quero rastejar e me esconder debaixo de um dos carros. —
Sim, eu sei que sexo comigo é pura diversão, mas vamos fazer outras coisas. — Ele ri mais. Um risinho infame. Idiota. — Bem, não tão divertidas quanto, mas vão te excitar. Eu rolo os olhos. Ele é tão malditamente cheio de si. Seu olhar segura o meu por um longo tempo, então volta a falar. — Há um lugar no subúrbio de LA, que vou de vez em quando. — Olha em volta com um sorriso cômico, como se fosse me contar um segredo de Estado. — Corridas clandestinas. Minhas meninas queimam asfalto por lá algumas vezes. Minha boca cai aberta. Ele é mesmo um moleque travesso e irreverente, não é? Eu estava certa o tempo todo. — Corridas clandestinas? Isso não é ilegal? — Inquiro. Seus olhos brilham com malícia e ele sorri torto. — Não seria tão divertido se fosse permitido, baby. — Sua voz abaixa sedutoramente, o olhar incendiando no meu. — Eu tenho um fraco por coisas proibidas... — Murmura. Seus olhos nunca desviando dos meus, indicando que está falando sobre mim também. Eu lambo os lábios mais uma vez, entreabrindo-os. Deus me ajude... — Eu nunca fui a um lugar assim. — Digo, receosa e atraída na mesma medida. A doutora Clark está certa. O fator proibido deixa toda a merda mais excitante. Collin sorri, meio irônico agora. — É claro que não, princesa. — Zomba. — Que ideia a minha te chamar para algo assim, no lado proibido, feio da cidade, não é? Estreito meus olhos nos seus. Eu acho que ele guarda algum rancor pela forma como o dispensei a primeira vez. — Eu não sou uma porra de princesa, Collin. — Rosno, rangendo os dentes. — Posso tomar qualquer soco que a vida me der! Então, corte a merda, ok? Eu não tenho problemas em andar no lado pobre da cidade. — Seus lábios torcem. — Eu fui obrigada a dispensá-lo há seis anos, seu imbecil. — Solto e ele me encara mais intensamente. Merda. Por que disse isso? Estou uma montanha-russa de emoções do caralho. — Não sou essa princesa preconceituosa que imagina. — Seu semblante parece um pouco arrependido agora. — E com certeza não sou uma flor delicada do caralho. Meu peito está subindo e descendo, enquanto respiro alto, exaltada. — Ok. Eu não disse que era, princesa. — Ele bufa. — Posso ver que sua alma ainda está intacta. Mas é a sua cabeça que está cheia de merda. — Rosna também. — Você precisa se livrar dela o quanto antes para seguir em frente, ou ele ainda vai governá-la mesmo depois de ser ver livre, entende? Você está livre agora! Pode fazer o que diabos quiser! — Não, não estou. — Balanço a cabeça. — Não enquanto ele ainda estiver solto. — Completo, deixando o medo transparecer em meu tom. — Sim! Você está livre, caralho! — Ele se exalta também. — Pensa que não tenho visto a forma como tem lidado com isso? Você está se escondendo, Lena! Se escondendo quando não fez nada de errado. Não tem que se envergonhar de nada. — Você não entende, seu idiota? — Eu aponto um dedo para ele. — Todos estão falando sobre mim, porra! Sobre mim! — Eu bato no meu peito, tremendo. — Não posso suportar ser julgada e ouvir os sussurros pelas minhas costas sempre que entrar em um lugar de agora em diante. — Meus olhos inundam de lágrimas. — Não sei para onde ir a partir daqui. — Digo em um fio de voz. Seu rosto amolece um pouco, mas suas próximas palavras são duras.
— Então, o quê? Você vai deitar, se enrolar e chorar pelo resto da vida? — Seus olhos queimam nos meus. — Você tem a porra da vida toda pela frente! Faça um favor a si mesma e arranque a maldita cabeça do seu bonito rabo, querida. Eu recuo, limpando minhas lágrimas. Merda, acabei de dizer que não era uma florzinha. Eu rosno de raiva de mim. De tudo. — Por que diabos estamos brigando? Estou aqui para apoiá-la, porra. — Ele diz mais suave, passando as mãos pelo rosto. — E eu agradeço. Mas não somos amigos, Collin. — Eu zombo, fuzilando-o com os olhos. — Nós nunca fomos. Nós apenas... Apenas... — Meu rosto cora sem a minha permissão. Porcaria. Seus olhos incendiam e seus lábios enrolam perversamente. — Fodemos? — Oferece em tom mais baixo. — Sim, bebê, nós fodemos. E foi explosivo, gostoso pra caralho! Você explodiu a porra dos meus miolos, porque nenhuma garota antes havia tomado o meu pau a noite inteira! Eu engasgo com a sua forma crua e grosseira de colocar os fatos daquela noite. Apenas a menção disso me deixa quente e molhada. Merda. Eu o levei uma e outra vez e ainda não era o suficiente porque a fome era gigantesca. E o deixei me comer de todo jeito que quis. Ele é um maldito imbecil por jogar isso na minha cara. — Você é um idiota. — Eu sibilo, crispando os punhos. — Só estou aqui porque não tenho outra opção. — Cuspo. — Tão logo essa merda acabe, estou correndo para longe de você. Então, estou virando e correndo para dentro da casa. — Lena! Droga! — Ele lamenta às minhas costas. — Porra! Eu sinto muito, baby. Ignoro-o. Subo direto para o quarto e fecho a porta com força.
Collin Uma semana depois... — Tough Girls é a melhor aposta dentre as três. — Sean nos diz, não disfarçando o sorriso comedor de merda. Estamos na sala do Liam, na gravadora, analisando três bandas que fizeram audição conosco. Nessa semana, voltei a trabalhar normalmente para arejar a porra da cabeça. Depois do meu pequeno embate com Lena, nossa conversa se limitou a monossílabos. Ela ainda está com a porra da cabeça enfiada em seu lindo e delicioso rabo e tem mantido distância de mim quando estou em casa. Eu não sei o que fazer para ajudá-la, porra. Ela está uma confusão emocional do caralho, o que é perfeitamente compreensível dada a merda que tem passado. Seu caso virou um escândalo maldito. Há paparazzi na frente da minha casa todo o maldito tempo. A imprensa não cansa de noticiar sobre sua história fodida e isso está deixando-a ainda mais mexida. Eles estão especulando sobre a nosso grau de envolvimento também. Dói vê-la tão abalada e não poder chegar até ela e dizer que sinto muito por ter sido um idiota de merda desde que nos conhecemos. — Essa é sua opinião profissional, ou apenas seu pau falando pela boceta que está batendo, irmão? — Elijah alfineta Sean com sua ironia, me tirando dos meus pensamentos. — Mais respeito, seu imbecil. — Sean rosna para Eli. — Não tenho culpa se meu pau tem um maldito bom gosto. — Admite com um sorriso arrogante. — Mas essa banda é de longe a melhor, porra. Eu e os caras sorrimos da sua defesa. Eva é a vocalista da banda em questão e a boceta que meu parceiro está batendo atualmente. Sean parece verdadeiramente encantado pela cadela, por isso está agindo todo mulherzinha sobre isso. — Sean tem razão, irmãos. — Liam retoma a palavra, usando seu tom de negócios. Seus dedos tamborilam sobre o tampo da mesa. — Essas meninas são boas pra caralho. Não vemos muitas bandas de rock femininas por aí. — Ele pausa um pouco. — Tenho um bom pressentimento sobre elas, caras. Isso pode dar certo. Sean abre um enorme sorriso. Cristo. Meu parceiro está perdido. Mais um com as bolas presas, pelo visto. Paul também parece que foi tomado. Ele está namorando Carlie Hudson, a professora particular do Chay há algumas semanas e pela sua cara feliz, você pensaria que o idiota ganhou na porra da loteria. Uh! O que está acontecendo com os fodões da DragonFly? Tudo culpa do Stone. Ele começou com essa merda. Eu bufo, mas um sorriso brinca em minha boca quando minha mente vai para a garota que está sob o meu teto, me deixando louco. Eu não faria nenhuma objeção em perder as bolas para ela, se houvesse uma chance do caralho. Merda. Eu acabei mesmo de pensar isso? Porra, sim. Eu gostaria disso. Nada me agradaria mais do que fundar as bolas profundamente nela. Fazê-la sair da sua concha e viver de novo. Sorrir de novo. Daria tudo para isso. Foda. Preciso de um plano urgente para fazê-la perceber que a vida não acabou. Que sempre podemos começar de novo. Preciso mostrar que foi muito mais para mim do que apenas sexo. Sim, eu fodi tudo. Mas quem pode me culpar, porra? Eu não sabia que sua vida aparentemente perfeita, não era nem de longe perfeita. Preciso descobrir um jeito de alcançá-la e puxá-la para fora da sua miséria. Jesus Cristo, estou tão fodido, porra. — Que sorriso idiota é esse, mano? — A voz de Eli me faz olhá-lo. — Será que já bateu aquela boceta de novo?
Eu rosno, rangendo os dentes. Meus parceiros estão me olhando com olhares desconfiados, então a compreensão afunda em cada um deles. Sean é o primeiro a se recuperar, me oferecendo um sorriso de merda. — O quê? Você comeu Selena? — Eu bufo, lhe atirando o dedo do meio. Ele e Eli sorriem mais. — Porra, mano, você tem o meu respeito. Como não fiquei sabendo de nada disso? — Obrigado por manter a porra da boca fechada, seu idiota. — Digo a Eli, cerrando meus dentes. Olho na direção de Liam. Ele está me encarando, com as sobrancelhas franzidas. — Lena e eu... — Lena? — Eles inquirem em uníssono, seus rostos se escancarando em sorrisos provocadores como os bastardos que são. Reviro os olhos. — Sim, porra. — Ranjo. — Lena, apenas para mim. — Digo, arrogante. — Uh! — Eles vaiam, rindo mais à minha custa. Ignoro os idiotas. — Nós, er... Tivemos um lance no Brasil. — Deixo escapar. — Ela sempre me fez pensar que era uma cadela esnobe. Isso me fez ser um merda depois, ah, depois... — Depois que a fodeu? — Eli oferece com uma sobrancelha zombadora levantando. — Sim, depois do evento no Rio, eu esfreguei algumas... — Eu bufo alto. — Porra, muitas vadias em sua cara para provar que ela não era nada para mim. Eles ficam momentaneamente em silêncio, apenas me encarando. — E ela é algo mais para você, mano? — Liam inquire, me analisando com esses olhos azuis atentos sobre mim. — Sim, ela é. — Eu olho cada um dos meus parceiros e assumo essa merda pela primeira vez em seis anos. — Ela sempre foi. Meus parceiros ficam sérios, sem mais piadas sobre isso. Até mesmo o bastardo do Eli. — Então, mostre isso a ela, parceiro. — O Stone diz depois de um tempo. — Selena tem uma bagagem... — Seu tom é cheio de advertência agora. — Se realmente a quer, precisa saber lidar com tudo que vem junto, irmão. — Seu rosto sério se transforma um pouco com um sorriso provocador. — Ou seja, sei que é difícil, mas tente não ser um bastardo com ela. Eu aceno, mas bufo em seguida. Os caras riem. — É um pedido que ele não pode atender, Stone. — Sean me provoca. — Não o provoque, cara. — Paul entra na conversa com sua cara compenetrada. — Liam tem razão, irmão. Essa garota merece ser tratada como a porra de uma princesa. Se está falando sério sobre ela, vá em frente. — Ele pausa para um efeito dramático, me encarando. — Se é apenas sobre bater bocetas, deixe-a em paz. — A nossa Madre Tereza aqui está certa. — Eli zomba, rindo para Paul, que rosna de volta. — Selena já teve muita merda, mano. Eu daria conselhos de como fazer a porra sentimental, mas, Jesus! Isso me deixa entediado como o inferno. — Ele torce os lábios cinicamente. — Valeu, irmãos. — Digo, me sentindo animado e já forçando meu cérebro para encontrar uma forma de pegar essa garota de jeito. A atração ainda é forte entre nós, posso ver isso claramente cada vez que nossos olhares se cruzam. Ela pode estar com a mente fodida, mas seu corpo nunca se esqueceu do meu. Nós nunca conseguimos fingir que não havia tesão entre nós cada vez que nossos olhos bateram um no outro nesses seis anos. Em cada maldita ocasião, o desejo a atração descomunal estava lá, fervendo em fogo baixo, apenas esperando o momento de explodir
na nossa cara. Ok, eu acho que já lhe dei tempo suficiente para remoer a sua miséria. Além disso, estou há duas semanas do caralho sem bater uma boceta. Nunca fico tanto tempo. Eu amo foder. É hora de atacar e pegar a minha menina bonita. Mostrar de uma vez por todas onde é o seu lugar: embaixo de mim, tomando todo o meu pau repetidamente, como sei que é capaz de fazer. Cacete. Meu pau fica duro apenas com a lembrança. Jesus Cristo, ela é uma coisinha insaciável e me arruinou quando me deixou gozar em cada buraco, cada parte dela sem um maldito preservativo. Comparei cada vadia que comi depois, e isso me fez sentir mais miserável. Eu sabia, em meu íntimo, que nunca mais sentiria o que senti naquela noite. Não com putas aleatórias. Está decidido. É assim que vou curar a porra dos seus traumas: fodendo seus miolos. O quê? Isso não soa nada romântico? Babies, eu sou um fodido roqueiro, lembram? É hora de sacodir a minha garota. Às vezes a situação exige tratamento de choque. Encerramos a reunião e o expediente alguns minutos depois. A banda de Eva será contratada, as garotas são mesmo a melhor aposta. Não fizemos isso apenas para facilitar para nosso parceiro, estamos apostando nessas cadelas. Elas são boas. Eu e os caras tomamos umas bebidas no bar a dois quarteirões da gravadora e cada um segue para a sua casa. *** Acerto o saco de boxe repetidamente ao som do rock pesado do Nirvana. Suor está escorrendo da minha testa, minha respiração ofegante, enquanto descarrego mais e mais socos. Estou na minha academia, no segundo andar. Cheguei em casa faz uns trinta minutos e Lena estava em seu quarto. Fiquei ouvindo o som do seu violão do lado de fora da porta por alguns momentos e decidi não incomodá-la. Tocar é como uma espécie de terapia para ela, já percebi, por isso trouxe o instrumento junto com seus pertences. Busquei o resto de suas coisas dois dias depois que chegou. Não quero que volte para aquela porra de apartamento nunca mais. Quero fazer tudo direito agora. Só não sei ainda por onde começar. Cacete. Quão difícil pode ser conquistar uma garota? Bufo. Eu nunca precisei me esforçar nesse departamento. As vadias sempre caíram aos meus pés, mas agora quero fazer isso. Preciso mostrar que me importo, sempre me importei. Dou mais dois socos e paro, puxando respirações pesadas. Tiro as luvas e vou em direção ao banco perto da parede espelhada. Pego minha garrafa de água, bebendo alguns goles. Espirro o resto em meu rosto, deixando o líquido me esfriar. Pegando a pequena toalha, enxugo meu rosto e quando minha cabeça levanta, eu a vejo. Lena está parada na porta, com a mão ainda na maçaneta, parecendo meio incerta se entra ou sai. Meus olhos correm avidamente por ela. Caralho. Ela está usando um pequeno pijama branco de shorts e camiseta regata, que para muito acima do umbigo. Meu pau se contorce no short de pugilista que estou usando. Eu me viro de frente, continuando a enxugar meu suor. Não perco a forma como seus olhos ampliam e brilham, descendo pelo meu torso em uma apreciação descarada. Um leve sorriso toca a minha boca quando nossos olhares voltam a se encontrar. Ela cora um pouco por ter sido flagrada. — Hei. — Digo suavemente. Minha voz rouca. — Hei. — Responde timidamente, se decidindo por entrar.
Ela anda graciosa em minha direção. Porra. Trinco os dentes quando olho atentamente e percebo que não usa nada por baixo do pijama. Seus mamilos estão quase furando o tecido da blusa e, merda, posso ver a sombra da pequena e delicada bocetinha sob o tecido do short. Que porra ela está pensando aparecendo para mim vestida assim? Quero jogá-la no tatame, rasgar o traje sumário fora, puxar esses tornozelos para os meus ombros e chupar esses pequenos dedos um a um, enquanto enterro meu pau nela, tão profundo quanto puder ir. Caralho. Estou duro como uma barra de ferro agora, com essa visão piscando em minha mente. Ela para na minha frente e nos olhamos avidamente em silêncio. Nossos olhos sempre disseram mais do que nossas palavras. Sempre. — Eu quero me desculpar com você. — Diz meio ofegante. Está fodidamente excitada. Seus olhos estão escuros e seu rosto e colo estão corados. — Tenho sido uma cadela ingrata. Você não tem nenhuma responsabilidade comigo, mas me deixou ficar na sua casa. — Lena... — Murmuro, tentando manter meu tesão sob controle. — Me deixe terminar, por favor. — Ela pede. Eu aceno, mas é difícil me concentrar em seu rosto quando seu corpo é um banquete tentador do caralho. Porra, eu quero comê-la. Agora. Minhas bolas doem pela necessidade de despejar minha porra dentro dela de novo. — Apollo veio me ver hoje e me chutou a bunda. Você estava certo. Minha cabeça estava enfiada no meu maldito rabo. — Sorrio levemente, adorando ver que seus olhos mais vivos hoje. — Ele me fez voltar a olhar minhas redes sociais e conversar com os meus fãs. — Um pequeno sorriso ilumina seu rosto. — Eles estão me apoiando. Há tantas mensagens bonitas que estão deixando para mim. — Completa com tom emocionado. — Eu vi, baby. Tenho conferido sua página diariamente. — Murmuro. Ela parece surpresa com isso. — Os verdadeiros fãs fazem isso, apoiam. A banda também tem passado por maus bocados com toda a repercussão negativa do caso do Liam, mas nossos fãs estão conosco. Isso torna a merda mais tolerável. Uma emoção diferente brilha em seus olhos, enquanto me encara com esses olhos lindos pra cacete. Deus, tão linda. Eu quero esticar a mão e puxá-la para os meus braços. — Apollo também me mostrou o que fez na sua página. — Diz com voz suave. — Você iniciou uma campanha contra o abuso de vulneráveis e de mulheres. — Seus olhos lacrimejam e ela pisca. — Foi bonito o que fez, Collin. Obrigada. — Sussurra e limpa uma lágrima antes de ela cair. — Por tudo. — Sorri um pouco. — Ninguém nunca fez nada assim para mim. Ninguém nunca se importou comigo. Meu coração aperta com o ar desprotegido em seu rosto. — Não foi nada. — Dou de ombros. — Espero que a campanha possa, pelo menos, sensibilizar as pessoas para os doentes que andam soltos por aí. — Vai sim, tenho certeza. — Ela afirma com convicção. — Já tem a adesão de muitos famosos, inclusive. Isso chamará a atenção para a causa. — Faz uma pequena pausa. — A minha psicóloga me convidou para ir a algumas instituições que acolhem mulheres na minha situação. Ela faz serviços de aconselhamento e estou considerando participar de alguns desses momentos. Uau. Ela tirou mesmo a cabeça do rabo, não é? Sorrio suavemente. — Isso é um grande passo, Lena. Não entendo nada dessa merda psicológica, mas acho que seria bom conversar, interagir com outras mulheres que passaram por isso. Ela sorri levemente. — Também acho. Não prometi nada, no entanto. Quero ir quando estiver pronta.
— Claro. — Concordo. — Mas é um grande avanço. — Sorrio meio torto para ela, uma ideia se formando em minha mente. — Isso pede uma comemoração. — Comemoração? — Sua testa franze ligeiramente, enquanto me olha desconfiada. Meu sorriso se espalha lentamente, safado, provocador. — Baby, você realmente precisa parar de pensar em sexo quando menciono coisas divertidas. — Murmuro. Ela revira os olhos. — Você é tão presunçoso, roqueiro. — Bufa. — Nem foi tão divertido assim... Eu sorrio perversamente, olhando-a de cima a baixo. Ela arfa, juntando as coxas, mudando o peso do corpo de uma perna para a outra, incomodada, excitada. Volto a encará-la, prendendo seu olhar. — Concordo, baby. — Eu quase rosno. — Divertido não chega nem perto de definir o que senti quando gozei em você sem nada entre nós. — Ela resfolega com meu ataque direto. É, eu acho que a porra do tratamento de choque era o caminho o tempo todo. Abaixo o meu tom para um sussurro, quando completo: — E vamos fazer de novo. — N-não, não vamos. — Ela gagueja. — Pode não ser hoje, nem amanhã. — Eu digo, encurtando a distância entre nós. Ela anda para trás até bater as costas na parede espelhada. Estendo meus braços, apoiando as mãos de cada lado da sua cabeça. Sua respiração está alterada, enquanto me encara com olhos arregalados e porra, cheios de tesão. Sorrio baixinho, descendo a cabeça, aproximando meu rosto do seu. Seu cheiro gostoso de flores incendeia minhas narinas, me fazendo grunhir. — Nós vamos foder de novo. Muito. — Sussurro asperamente, bem próximo da sua boca. Ela geme, lambendo os lábios e meus olhos desviam acompanhando o movimento da língua. Jesus Cristo. Eu sinto isso direto no meu maldito pau. — Tem ideia do quanto estou me controlando para não te comer bem aqui, contra essa parede? Ou naquele tatame? — Eu rosno, chegando mais perto, mas ainda não tocando nossos corpos. Se eu fizer, estarei perdido. — Você veio me ver quase nua, porra. — Ranjo, meus olhos perfurando os seus. Ela tenta falar, mas eu a corto. — Não. Você não vai falar agora. Vai apenas ouvir, baby. Nós atropelamos tudo. Nós fodemos antes de nos conhecermos de verdade e isso está tornando a merda tão difícil agora. — Ela abre a boca outra vez e eu coloco o indicador em seus lábios. — Eu quero levá-la em um encontro. Quero fazer a merda direito dessa vez. — Seus olhos ampliam, incrédulos. — Era isso que nós queríamos há seis anos. — Murmuro, deslizando os dedos em sua boca. Ela ofega. — Eu odeio tudo o que aconteceu com você. Odeio que isso me impediu de te enxergar de verdade. — Seus olhos brilham com lágrimas. — Collin... — Murmura com voz levemente embargada. — Mas eu sempre quis você, Lena. Sempre quis você, bebê. — Digo em tom suave. — Me diga que quer isso também. Diga que quer viver tudo que nos foi roubado anos atrás. Ela acena, seus olhos bonitos transbordando. — Sim. — Diz tremulamente. — Eu quero. Eu sempre quis você também. Meu coração aquece, batendo loucamente com sua admissão. — Deus, quero tanto te beijar agora... — eu rosno baixo e esfrego meu pau duro em seu ventre macio. Ela geme, estremecendo, respirando com dificuldade, seus olhos incríveis me dizendo que posso tê-la contra essa parede. Ela deixaria. Mas não posso fazer isso agora. Preciso fazer a merda sentimental da qual não faço a mínima ideia, no entanto, pretendo
descobrir porque é isso que ela merece. — Então, bebê, você ainda está interessada no bagulho ilegal? — Pergunto com um sorriso malicioso. Ela franze as sobrancelhas. — Bagulho ilegal? — Repete confusa. Sorrio mais, gostando de brincar com ela. — As corridas clandestinas que falei semana passada. — Esclareço. — Meu contato me informou que vai rolar uma hoje. Ela sorri, seus lábios enrolando em depreciação. — Contato? Bagulho? — Repete. — Deus, você parece um mafioso falando assim. — Não perco a provocação em seu tom. Meu sorriso amplia. Ela é fica tão bonitinha fingindo que não está excitada em ver o lado proibido da cidade. — Vamos, princesa. — Ronrono. Lena rola os olhos para o termo. — Não pense que não percebi o brilho curioso em seus olhos quando mencionei o bagulho. Ela sorri, o som lindo e rouco viajando em meu corpo e indo se alojar no meu dolorido pau, que pulsa contra seu estômago. — Essa é a sua ideia de um primeiro encontro? — Murmura, arfando levemente. — Quero que me conheça. Saiba o que gosto de fazer para me divertir. — Minha voz é mais baixa, seduzindo-a. — O próximo deixo por sua conta. Você me mostrará algo que gosta de fazer. Que tal? Parece um acordo justo? Seu semblante suaviza, os olhos amolecendo. Gemo quando suas mãos levantam e tocam meu rosto. — Quem disse que haverá um segundo encontro? — Zomba com um risinho de menina safada brincando na boca. — Eu não sou assim tão fácil, roqueiro. Abro um sorriso lento, perverso, enquanto a encaro mais de perto e decido entrar no seu jogo. — Algo me diz que fará uma exceção para esse roqueiro aqui. — Levo a minha boca para seu ouvido e sussurro: — E algo me diz que você fode gostoso pra caralho. Sua respiração trava e seu corpo estremece violentamente contra o meu. Eu me obrigo a me afastar ou não vamos ter o maldito encontro. — Me encontre lá embaixo quando estiver pronta, bebê. — Sussurro, minha voz está grossa, rouca de tesão. Minhas bolas doendo pra caralho. Eu a olho mais uma vez, esparramada contra a parede, seus lábios entreabertos, o rosto corado. Eu rosno e saio antes que possa fazer o que meu pau está gritando para fazer. Entro no meu quarto e vou direto para o banheiro. Arranco o short, libertando meu pau malditamente duro. Ligo o chuveiro e deixo a água escorrer sobre meu corpo. Seguro meu eixo grosso. Gemo, meu corpo arrepiando, recordando da sensação indescritível de estar dentro dela. Despejando minha porra toda dentro dela. Agarro mais forte em meu pau e rosno alto, fechando os olhos, massageando o eixo para cima e para baixo lentamente, deixando minha mente vagar para aquela noite, reconstruindo tudo que fiz com ela. Meus movimentos vão acelerando junto com a minha respiração. Masturbo-me com força, agora. Estrangulando-me, imaginando a sensação de sua pequena e apertada boceta mamando gostoso no meu pau, me sugando todo para dentro. — Ohhhh! Caralho! Lena... Que gostoso, bebê... Ahhhhhhhhhhh! — Um rosnado animalesco sai do fundo da minha garganta, o som reverberando no recinto abafado. Gozo forte. Jatos e jatos esporrando, lambuzando o meu punho. Encosto-me na parede ainda
fodendo meu punho, agora mais devagar. Jesus Cristo! Sorrio para a minha travessura como um maldito adolescente. Lavo-me em seguida, meu corpo ainda sofrendo espasmos do gozo intenso. Porra. Eu acho que minhas bolas estão a caminho de ficarem presas. Bufo para o pensamento, mas um sorriso idiota se abre em minha boca. Merda. A quem eu quero enganar, elas estão firmemente presas desde o momento em que a minha menina bonita voltou para a minha vida.
CAPÍTULO CINCO
Collin Eu viro minha pequena dose de Jack, aguardando a descida de Lena, quarenta minutos mais tarde. Olho o mar revolto através das paredes de vidro da minha sala. O uísque zumbe em minha garganta e aos poucos se espalha em minha corrente sanguínea, aumentando a excitação e expectativa para a noite. Estou dizendo a mim mesmo que não vou tentar sexo hoje. Vá devagar, cara. Estou repetindo essa merda a cada cinco minutos para convencer o meu pau, que mesmo depois de receber algum alívio no banheiro ainda está a meio-mastro, o bastardo sem noção. Ouço passos na escada e me viro devagar. Minha respiração fica suspensa e meu maldito pau endurece instantaneamente. Cacete. Não há nenhuma maneira no inferno de eu não tentar sexo hoje. Jesus Cristo! Ela está maravilhosa. Eu a acompanho com olhos vidrados quando desce o último degrau e praticamente flutua em minha direção. Está usando um minivestido vermelho do caralho e sapatos pretos altíssimos. Seu cabelo negro está brilhante e cai livremente pelos ombros como uma cortina de seda. Minha conversa mental de levar a coisa em marcha lenta vai completamente pelo ralo. Eu ainda não me atrevi a piscar. Ela para na minha frente e embora o visual seja de uma deusa sexy, sua expressão parece um pouco ansiosa, quase tímida. Dou um sorriso a ela para passar tranquilidade e porque preciso fazer algo mais com a boca além de babar em cima dela. — Fiz você esperar muito? — Pergunta, segurando sua pequena carteira com as duas mãos à sua frente como se fosse um escudo. Ela nunca me pareceu tão menina como agora. Tão perdida como agora. De repente a realidade me bate. Ela nunca teve isso. Nem comigo, nem com ninguém. Essa menina bonita nunca saiu em um encontro. Meu peito torce em
desconforto. Eu quero dar isso a ela. Porra, agora mais do que nunca, quero dar tudo que puder a ela. — Não, baby. — Digo suavemente. — Nós temos tempo. — E eu quero dizer isso em mais de um sentido. Seus olhos passeiam por mim, catalogando-me dos pés à cabeça. Eu uso esse momento para olhá-la ainda mais. Sua boca pintada no mesmo tom do vestido está me distraindo terrivelmente. — Você está usando gorro de novo. — Seu tom é suave e seus olhos brilham com apreciação. — Eu gosto. Um sorriso rasteja em minha boca com o elogio. — Você está usando um fodido minivestido de novo. — Meu olhar desce esfomeado pelo corpo esbelto e tonificado, e volta para o seu rosto. Meu sorriso se espalha. — Isso me deixa duro. Ela cora um pouco, sua boquinha formando um “O”. — Essa é a sua maneira de dizer que gosta de me ver usando vestidos? — Levanta a sobrancelha atrevida. Sorrio lentamente, gostando de mexer com ela. — Você está linda. — Murmuro, tentando ser um cavalheiro. Um pequeno sorriso enfeita sua boca. — Você também parece bem, roqueiro. — Diz em voz baixa e sexy como o inferno. — Você está com a sua identidade falsa aí? — Pergunto só para zoar e deixá-la mais à vontade. — O quê?! — Diz, parecendo horrorizada. — Eu preciso de uma? Eu deixo escapar uma risada divertida. Ela estreita os olhos nos meus. — Relaxe, princesa. — Eu a tranquilizo, meu riso aumentando com sua carranca. — Estou apenas brincando. Mas devia ter visto a expressão em seu rosto. Ela bufa. — Você é tão irritantemente bobo. — Diz, lutando contra um sorriso. Eu guardo meu copo sobre o aparador de canto e chego mais perto dela. Quase gemo em deleite quando sinto seu suave perfume de rosas. Estendo a mão, olhando-a nos olhos, sua pequena mão fria e um pouco trêmula pousa na minha. Sem pensar muito, a levanto e beijo suavemente no dorso. Um leve suspiro escorrega dos lábios cheios. — Um bobo que ama ver o seu sorriso. — Sussurro, deslizando um dedo pela sua bochecha. Seus olhos brilham e ela me brinda com um sorriso tão lindo, porra. Sim, caralho, teremos sexo hoje. O quê? Babies... Vejam a coisa pelo meu lado, ok? Eu sou apenas um cara... Foi um argumento fraco, eu sei. Mas é o que é, meninas. — Pronta para ir? — Pergunto e ela acena. Entrelaço nossos dedos, nos dirigindo à garagem. — Vou deixar você escolher uma das minhas garotas hoje. Talvez dirigir? — Eu dou uma piscadinha para ela. Seus olhos se iluminam como árvore de natal. — Oh, meu Deus! Sério, Collin? Eu gostaria disso. — Diz animadamente. Ela escolheu o Camaro verde tunado. Cumprindo o trato, eu a deixei dirigir até o nosso destino em Long Beach. Foi uma experiência sexy pra caralho vê-la conduzindo uma de minhas meninas. Meu pau esteve a ponto de explodir, enquanto cobiçava suas longas e torneadas pernas completamente expostas pelo curto vestido. Minha mão coçou para tocála. E, porra, ela não era nada tímida no volante. Pisou com vontade no acelerador, e cada 4
vez que pisava fundo, meu pau babava na calça. Cacete. Nunca pensei que ver uma garota dirigir fosse tão fodidamente sensual. Ou talvez fosse ela. Apenas ela. A empolgação e excitação que emanava dela. Phill, que nos seguia de perto com os três homens da segurança de Lena em um Range Rover preto, ficou o tempo todo ligando para o meu celular me pedindo para controlá-la. Eu fiz? Porra, não! Ele não estava vendo o brilho em seus olhos e o maior sorriso que já tive o prazer de ver em seu rosto até agora. Então, a deixei pisar fundo. Ela está livre, caralho! Quero que faça tudo que uma garota da sua idade deveria fazer. Quando chegamos ao local, entramos no estacionamento exclusivo. Um dos donos é Jaxton, ex-piloto da Nascar que precisou se aposentar cedo das pistas devido a um acidente grave, e, bem, ele é meu primo. O outro dono? Sou eu. Eu lhe dei o dinheiro para montar o negócio, mas Jax disse que só aceitava se fôssemos sócios. Tive que aceitar ou o idiota não pegaria o maldito dinheiro. Ele tem carta branca para gerir, no entanto. Tocar com os caras é o que amo fazer acima de qualquer coisa. Não tenho saco ou tino para os negócios. O avô de Liam é quem me orienta com minhas finanças. Na verdade, Joshua orienta a todos nós desde o começo. Por isso nunca nos perdemos como acontece com alguns artistas deslumbrados com a fama e os milhões que vêm com ela. — As corridas acontecem lá dentro? — Lena franze o cenho quando abro sua porta e a ajudo a descer do carro. Podíamos ouvir o barulho da música alta do clube. — Não, Lena. — Coloco a mão na parte baixa das suas costas e a impulsiono a andar para a entrada privativa da casa noturna. — O bagulho acontece na rua de trás. — Cochicho em seu ouvido. Ouço sua risada suave com meu termo brincalhão. — Mas não é seguro ir lá, baby. Não nesse momento. — Seu rosto vira para o meu, compreensão entrando em seus olhos. — Um dia, bebê, um dia em um futuro bem próximo, vou levá-la lá, no meio da muvuca. Por hoje, vamos ver tudo lá do terraço, ok? — Aponto para cima da construção de quatro andares. — Sua segurança vem em primeiro lugar para mim. Seus olhos suavizam e amolecem completamente, enquanto acena. Phill passa meu cartão-chave e abre a porta, indo à frente, e os seguranças de Lena ficam na retaguarda. Avançamos pelo corredor semiescuro e saímos direto em uma das salas Vips. Jax já nos aguarda lá, quando paramos na ampla entrada. Há quatro ambientes, todos lotados. A clientela é muito mais modesta do que nos bairros glamorosos de LA e eu amo isso, porra. Antes de ser um rock star mundialmente famoso, fui e sempre serei um garoto do subúrbio. Eu e os caras conservamos isso, mesmo o Stone sendo o riquinho que sempre foi, gosta das mesmas coisas simples. Sinto-me bem no meio de pessoas simples como eu. Desvio o olhar para Lena. Ela parece um tanto receosa, mas os olhos brilham, percorrendo o lugar com curiosidade. — Hei, primo! — A voz de Jax chama a nossa atenção. — Hei, primo! — Sorrio, recebendo seu abraço rápido de caras. — Onde estão os caras? Não vieram hoje? — Pergunta, olhando por cima do meu ombro para o corredor. — Não, mano. — Digo, puxando Lena para mais perto e enlaçando sua cintura. Ela vem de bom grado. — Lena, quero que conheça o meu primo e dono do estabelecimento, Jaxton. Primo, esta é... — Selena Hart!? — Os olhos do mesmo do tom dos meus quase voam das órbitas quando focam Lena. O bastardo a olha de cima a baixo e eu quero socá-lo imediatamente por isso. 5
— Porra! Por que não me disse que estava trazendo... Caralho. — Ele parece um maldito fã deslumbrado. — Merda, me desculpe, querida. É um prazer conhecê-la. Sou um grande fã seu. — Completa, estendendo a mão e abrindo um enorme sorriso comedor de merda. Fã? Desde quando? O idiota gosta de rock pesado. Tenho vontade de desmascarar o fodido fura olhos. Eu a puxo mais contra mim e meu primo não perde isso, seu sorriso amplia, agora com um toque de malícia e uma pergunta em seus olhos. Eu o fulmino. — É um prazer conhecê-lo também, Jaxton. Obrigada. — Lena pega sua mão e sorri, o sorriso profissional que eu e os caras damos aos fãs. — Apenas, Jax, querida. — Meu primo sem noção quase ronrona. Eu lhe lanço um olhar duro de advertência e ele pigarreia. — Hum, primo, reservei a sala lá em cima, fiz umas mudanças no terraço, você vai gostar. — Ele pisca com cumplicidade. Tão sutil. — Valeu, mano. — Agradeço. Uma garçonete entra trazendo uma bandeja contendo um balde com champanhe ao gelo, garrafa de Jack e Coca-Cola e o coloca na única mesa da sala. — Então, vai correr hoje? — Pergunto ao meu primo, que parecia distraído pela bunda da garota em uma saia que mais parece um cinto. Jax volta a me olhar com um sorriso sacana brincando na boca. Não posso deixar de sorrir para a sua galinhagem. Eu acho que é de família... — Não, hoje minha perna está incomodando como o inferno, mano. — Reclama, batendo na perna direita. Ele a esmagou em um acidente feio há três anos em sua terceira corrida no circuito profissional. Foi considerado inválido para a Nascar. Eu custeei sua longa recuperação e ele está bem agora. Ficou com um leve coxear, mas isso não o impede de experimentar a adrenalina de vez em quando no bagulho clandestino. Essa foi a razão para montar esse clube aqui, no bairro, onde as famosas corridas acontecem. — Você vai? Sinto a surpresa de Lena do meu lado. — Nah, hoje quero apenas assistir. — Jax sorri malicioso, assentindo. — Bem, vou deixá-los se divertir. — Ele pisca para mim de novo e desvia o olhar para Lena. — Foi um prazer conhecê-la, Selena. Devo dizer que é muito mais bonita pessoalmente. Será que poderia me dar um autógrafo, querida? — Jax... — Eu quase rosno, cortando seu flerte descarado com a minha garota. Ele levanta as mãos, rindo enquanto se afasta. Idiota. Sorrio, meneando a cabeça. — Bom te ver, mano. — Ele diz, seu tom livre de provocação. — Bom te ver também, seu paspalho. — Digo de volta. Ele ri mais e nos deixa. Phill o segue para ficar guardando a porta. Os seguranças de Lena ficaram no corredor. Eu me viro para ela. — Enfim sós, baby. — Sorrio baixinho. Tomo sua mão na minha e caminho até a mesa. — Então, você corre? — Pergunta, pousando a carteira sobre a mesa e me olhando com uma sugestão de sorriso. — Às vezes. — Assinto. — Meu primo, o idiota paquerador que acabou de sair, me ensinou alguns truques de direção. Ela sorri ao detectar o ciúme na minha voz. — Ele só estava sendo gentil. — Diz, mas ainda está com esse sorriso bonito que me faz querer beijá-la tanto, porra. Eu rosno. — O que prefere beber? Champanhe ou Jack com Coca para começar? Seus olhos brilham como uma adolescente provando pela primeira vez o álcool.
— Quero experimentar Jack com Coca. — Diz com animação. — O quê? A menina rica nunca experimentou bebidas baratas? — Eu mexo com ela. Seu nariz torce. — Está me chamando de esnobe de novo, roqueiro? — Ela retruca. Eu sorrio, nos servindo com uma dose e lhe entrego o copo. Toma uma pequena dose e estala a língua, depois sorri amplamente e bebe outra maior. — É bom. — Eu gosto também. Tenho gostos de baixo custo ainda. — Sorrio. — Eu e os caras não deixamos nossa essência ser alterada depois da fama. Ela me olha com olhos suaves. — É tão bonita a relação de vocês. — Pondera uns instantes. — A imprensa costuma dizer que a DragonFly tem algo a mais que as outras bandas não têm. Aceno, arrogantemente orgulhoso. — Nós temos, baby. — Murmuro, chegando mais perto dela. — Nunca esquecemos de viemos. Mas o principal é que somos família antes de tudo. Eu e aqueles bastardos cuidamos uns dos outros. Sempre. — Deve ser bom saber que pertence a algum lugar. — Ela murmura quase para si mesma. — Que alguém vai sempre estar lá para você. Meu peito dói com a amargura em seu tom. Eu quero dizer que estou aqui para ela. Sempre vou estar se ela me deixar. Mas acho que não é o momento. Viro a última dose e encho o copo com outra. Seus olhos estão na pista de dança lá embaixo. A massa dança animada. Casais se enroscando sem qualquer pudor. Meu celular vibra, uma mensagem indicando que a merda ilegal vai começar lá fora. — Vem, Lena. — Ela franze o cenho quando me vê pegando nossas bebidas. — Vai começar a corrida. Vem, vamos lá para cima. Ela pega a carteira e me ajuda com as bebidas. Lidero o caminho para o terraço e percebo a mudança imediatamente. Jax construiu uma suíte na metade do terraço. Porra. Eu me viro para Lena, não querendo que pense que estou sendo presunçoso... — Relaxe, Collin. — Ela diz quando vê a minha expressão. Pego o uísque e uma lata de Coca-Cola, indicando as portas de vidro que dão acesso ao terraço. Coloco as bebidas na mesa próxima da balaustrada. Ouço o suspiro maravilhado de Lena ao meu lado. — Uau! Vista linda! — Murmura, indo animada até o parapeito, se debruçando e me matando com a visão da sua bunda no vestido curto. Sim, vista linda pra caralho! Ranjo os dentes, meu pau acordando e prestando atenção ao movimento. Eu me coloco ao seu lado e olho à nossa frente. A vista é incrível mesmo. O porto a uns oitocentos metros mostrando embarcações de grande e médio porte saindo para o mar aberto. Meus olhos caem para baixo, na pista, sendo chamado pelo ronco dos motores. Lena está vendo isso também. Ela está com os olhos excitados e uma expressão tão bonita no rosto. O cabelo balançando suavemente na brisa marítima. Sem pensar duas vezes, eu pego meu celular do bolso e tiro uma foto dela, eternizando esse momento. — O que você fez? — Gira a cabeça, cravando esses olhos impressionantes em cima de mim. Sorrio, mostrando o celular. — Só um grande fã guardando um pedaço de sua pop star. — Brinco. Bem, não completamente. Seu sorriso cresce ainda mais, enquanto meneia a cabeça.
— Seu bobo. — Murmura. Prendo seu olhar. Eu quero ir até ela e beijá-la. Porra, beijá-la agora. Merda. O que há comigo? Nunca tive tanta dificuldade para beijar uma garota. Jesus Cristo. Estou praticamente me cagando aqui. Isso está ficando patético. O ronco dos motores se torna mais alto e o cheiro de borracha queimando o asfalto chega até nós. Voltamos a olhar o show clandestino lá embaixo. — Uau! — Ela grita quando os dois primeiros saem a toda velocidade. Seus olhos nunca deixam a pista e a agitação em volta dos carros. Meus olhos nunca a deixam. Bebo uma dose e passo-lhe o copo, que ela bebe sem sequer me olhar. Sorrio para a ironia fodida disso. Se fosse qualquer garota estaria chupando o meu pau agora, enquanto eu via a corrida. Mas ela não é qualquer uma. É especial. Meu coração soube disso no instante em que ouvi o som do seu violão há seis anos. Devagar. Repito pela milésima vez na noite. No meio da corrida, volto à suíte e decido ir com champanhe. Não quero embebedá-la em nosso primeiro encontro. Porra. Eu devo ir ao banheiro e verificar se meu pau ainda está aqui, caralho. Nunca fui tão veadinho em torno de uma garota antes. Suspiro e volto ao terraço. Lena ainda está com a mesma empolgação vendo o bagulho. Eu decido ser um pouco mais ousado e a abraço por trás, prendendo-a contra o parapeito. Seu rosto gira e nossos olhares se encontram. Beijo seu ombro nu, sentindo-a estremecer. Deslizo minha boca devagar, minha língua saindo de leve e lambendo sua pele. Um gemido baixo escapa de sua boca. Sorrio um pouco arrogante. Oh, baby, consegui sua atenção agora? Eu estrego a ela uma taça de champanhe, que ela bebe e volta a olhar a pista. É a última corrida da noite. Graças a Deus, porra! — É muito louco! Mas eu gostei. Gostei muito. — Lena diz, quando voltamos para dentro. Ela me dá um olhar longo e vira todo o conteúdo da taça, me deixando boquiaberto. Então ela se afasta, andando pela suíte, olhando tudo. Seu andar é carregado agora. Ela coloca mais influência nos quadris e isso me faz sorrir um pouco. O que está fazendo? Ela para no meio do ambiente, a música que está tocando nas caixas acústicas é Faded, de Alan Walker. Eu assisto, hipnotizado, quando ela levanta os braços, passando pela cabeleira negra, descendo pelo meio dos peitos lindos e apertados no vestido. O modelo tem uma manga longa de um lado e nada do outro. É sexy, como toda ela. Seus quadris mexem lenta, sinuosa e sensualmente, fazendo minha boca secar e encher de saliva no segundo seguinte. Eu vi vários vídeos dos seus shows. Ela é uma deusa sexy dançando no palco. Sedutora. Gostosa. E está fazendo exatamente isso agora. Dançando para me seduzir. Porra. Dinamite pura! — Dance comigo. — Pede, me encarando com esses olhos brilhantes e excitados. Levanta a mão, curvando um dedo e eu saio da porra da minha apatia, andando até ela. Eu a puxo pela cintura, colando o seu corpo no meu. Eu gemo baixo e Lena sorri roucamente. Eu amo o seu cheiro, seu sorriso e a forma como os olhos do mar do Caribe se iluminam quando isso acontece. Amo sua força, sua mistura menina tímida, mas também destemida e sexy. Eu amo... Eu paro de repente, meu coração acelerando. Olho seu rosto a poucos centímetros do meu. Uma emoção diferente enchendo o meu peito. Cacete. Eu... Eu acho que amo essa garota. Jesus Cristo! Minhas bolas estão irrevogavelmente presas à essa menina bonita. Sorrio meio atordoado, levando a mão para a sua face macia, tocando a pele perfeita. Ela geme, me enlaçando pelo pescoço. Dançamos, coladinhos. Nossos corpos deslizando, esfregando um no outro em uma provocação sensual e gostosa. Minhas mãos passeiam pelo
corpo delicioso, enquanto nossos olhos permanecem fixos no do outro. Nossas bocas estão um pouco ofegantes, respirando juntas, quase se tocando. — Eu quero te beijar... — Sussurro, minhas mãos descendo lentamente para a sua bundinha firme, acariciando-a de leve. — Por favor... — Geme, entreabrindo os lábios vermelhos em um convite ansioso. — Você está onde pertence, Lena. — Digo, olhando-a bem dentro dos olhos e com esse novo sentimento gritando dentro de mim. Meu coração está batendo tão alto e o dela também, eu posso sentir. — Meus braços, bebê. Aqui é o seu lugar. — Seus olhos bonitos se enchem de lágrimas. Eu chupo delicadamente seu lábio inferior, arrancando-lhe um gemido baixo, suas mãos puxam meus ombros. Eu a provo sem pressa, lambendo, chupando, até que não consigo aguentar mais e enfio a língua em sua boca macia. Seu hálito gostoso me embriaga. Eu rosno de prazer com meu corpo se colando mais ao dela. Meu pau está tão malditamente duro agora, que eu me abaixo um pouco, alinhando nossos sexos e passo a moer, dançando. Ela ofega, sua língua dançando com a minha, entrelaçadas, enquanto gememos e nos agarramos mais e mais, conscientes de que só isso não é o suficiente para o calor que queima dentro de nós. Chupo sua língua com mais força e mordisco depois. Seu corpo estremece contra o meu. Ela me morde no lábio e eu rosno, levo uma mão para sua nuca, inclino a sua cabeça e passo a comer sua boca com voracidade. Sua mão se infiltra entre nós e agarra o meu pau por cima do jeans. Eu quase gozo com a sensação. — Lena... — Respiro entre beijos. — Você bebeu... Não quero me aproveitar disso, bebê... — Não. — Arfa, massageando meu pau. — Não estou bêbada, Collin. Eu quero você. Agora. Você não está se aproveitando, nem tomando nada. — Morde o meu queixo sedutoramente. — Estou dando a você, baby. Quero dar para você. Quero seu pau todo dentro de mim. Preciso malditamente disso. Puta merda! Meu pau baba com suas palavras. — Porra. — Eu ranjo, dando um puxão em seu cabelo. — Você não pode me dizer essas coisas, bebê... Sou apenas um cara... Ela sorri e leva as duas mãos para a minha bunda, colando sua boceta quente em meu pau e moendo gostoso como o inferno. E é aí que me perco. Eu a levanto pela bunda, obrigando-a a me abraçar com as pernas e no segundo seguinte estou prensando-a contra a parede de vidro que nos dá a vista panorâmica do porto e da rua. Ainda há movimentação lá embaixo. Mas não me importo. Isso me deixa mais ligado. — Gostosa... Esse seu lado putinha safada me deixa louco, porra. — Digo em um grunhido, mordendo seu queixo delicado, chupando e voltando a mergulhar a boca na sua. Eu a beijo profundamente, esfaqueando seu clitóris com meu pau, batendo nela, fodendo a seco. — Vou te comer aqui, contra essa parede. Basta as pessoas lá fora levantarem a vista e me verão metendo em você. Saberão que estou comendo minha putinha, porque ela mal pode esperar o fodido segundo encontro para me dar essa bocetinha toda apertada. — Ela geme lamuriosa. Sorrio malvadamente, puxando a única manga de seu vestido com brusquidão, deixando-a nua da cintura para cima. Um rosnado sai da minha boca ao ver os peitinhos cheios e nus. Desço a boca pelo pescoço, chupando com mais pressão. Ela parece no limite e isso me faz sorrir mais arrogante. — É isso que você quer, bebê? — Pergunto, começando a sugar um mamilo saliente. Ela geme longamente e bate a cabeça no vidro, suas mãos arrancando meu gorro e enfiando em meu cabelo. Eu me livro rapidamente da
jaqueta de couro, da camiseta e deliro quando suas mãos passeiam pela minha pele nua. — Se eu enfiar meu pau em você agora, só vou sair de cima de você amanhã de manhã. — Mordo seu seio na carne macia e ela grita alto. — Para de falar, baby, estou quase gozando... — Sua boca se abre em um ofego entrecortado. — Eu quero gozar no seu pau, por favor... — Cacete! — Rosno, batendo forte em sua bunda. Eu me afasto o suficiente para arrancar seu vestido. A calcinha está encharcada. Rosno mais vendo o tecido todo melado na frente. Eu cavo minha mão entre suas coxas, correndo nos lábios por cima do tecido. — Prometo que vou chupar essa bocetinha toda mais tarde. — Minha voz está dura, irreconhecível de tanto tesão. Eu rasgo a maldita calcinha em frangalhos e me livro das minhas botas e calça em tempo recorde. Olhamos um para o outro, nossos olhares devorando os corpos nus com fome voraz. — Eu quero tudo. — Sussurro roucamente, olhando-a dentro dos olhos. — Esse era o motivo que eu queria esperar até estar pronta. Eu quero encher cada buraquinho gostoso com a minha porra. Quero meter em você a noite inteira, como fizemos a primeira vez. — Seus olhos incendeiam e ela junta as coxas, gemendo baixinho. — Você está pronta, bebê? Sua última chance. — Eu ranjo os dentes, me contendo para não pular em cima dela. Seus olhos lindos do caralho descem por mim e param no meu pau, e o infeliz esfomeado pulsa em resposta. Seu olhar arrasta para o meu e ela sorri, toda safada. — Eu nunca estive mais pronta em toda a minha vida, Collin. — Ronrona, esticando os braços acima da cabeça e separando as pernas amplamente. Eu rosno ao ver a sua boceta inchada, seus líquidos brilhando, escorrendo pelos lábios rosados. Eu avanço, enfiando uma mão entre suas coxas, gemendo e rosnando com sua umidade. Seguro seu cabelo com força, arqueando suas costas e chupo o outro seio, enquanto deslizo meus dedos, provocando sua abertura. Passo a mamar com força, engolindo quase toda a carne macia em minha boca. Eu mordo, chupo, lambo. Quando enfio dois dedos em sua vulva, ela quebra, gozando e gritando o meu nome, lamentando porque queria gozar no meu pau. Eu a como mais profundo, rosnando que ela precisava ser preparada para me tomar. Eu sou grande e grosso. Quanto mais molhada ela estiver, mais fácil vou deslizar para dentro dela. Eu a provoco dizendo que vai gozar na porra do meu pau a noite toda e cada noite depois dessa. Lena sibila que quer ser fodida da mesma forma que a comi na primeira noite. Sorrio perversamente, enganchando sua coxa direita em meu braço e alinho meu pau em sua entrada, puxo seu cabelo e aproximo meu rosto do seu. Balanço, moendo suavemente, forçando a cabeça pela vulva pequena. — Relaxe para mim, bebê... — Peço, ofegando em sua boca. — Me deixe entrar... Eu preciso da sua boceta toda esticada à minha volta, Lena... — Ela mia, rebolando devagar, sua mão vem para a minha bunda, me ajudando a penetrar suas paredes macias e apertadas. Vou metendo devagar. Rosno, enfiado até a metade, sentindo-a mamar, espremer meu pau tão gostoso. — Ohhh, Lena! Eu não posso segurar mais, porra! — Eu lamento e empurro tudo em uma estocada forte, arrombando seu canal até o fundo. Gritamos os dois. Jesus! Eu havia me esquecido o quanto é delicioso meter nela sem nada entre nós. Eu me mantenho parado para não gozar e me envergonhar. — Collin! Oh, doce Jesus... — Resfolega, palpitando, toda aberta no meu pau. Eu respiro asperamente. — Bebê... — Seus olhos lacrimejam e eu sei que é de emoção, não de dor. — Eu amo você dentro de mim...
— Eu também amo estar dentro de você, bebê. — Sussurro e giro meu quadril, moendo nela, antes de puxar para trás e voltar e me enfiar profundamente. — Amo sua bocetinha linda molhando o meu pau, seu creme descendo e melando as minhas bolas... — Eu a bato contra a parede, metendo forte, fundo, então me abaixo, procurando a posição para ir mais profundo e passo a comê-la sem trégua. Fodemos o tempo todo nos olhando nos olhos, gemendo, enlouquecendo de tanto prazer. Ela está quase lá de novo. Sinto a mudança em seu corpinho delicioso. Sua respiração fica errática, seus olhos quase transparentes de tão excitados. Sem aviso, eu puxo para fora e ela lamenta, suspensa, louca para gozar. Sorrio perverso e a giro bruscamente de frente para o vidro. Chuto suas pernas mais abertas e dou tapas fortes em suas bochechas firmes e cheias. Ela grita e geme ao mesmo tempo. Seguro seus quadris e me enterro nela profundamente de novo. Meus olhos giram nas órbitas, sentindo minhas bolas completamente afundadas em seu calor apertado. Tomo seus braços e puxo os pulsos para trás, imobilizando-a com uma mão e bato nela sem piedade. Eu meto e meto com tudo. Porra. — Jesus Cristo... — Solto um rugido como um animal comendo sua fêmea. — Nunca comi uma porra de boceta tão gostosa... — Eu a castigo ainda mais no meu pau. Desvio meus olhos para nossos sexos se devorando. Gemo longamente, vendo meu pau arrombando sua pequena vulva, esticando-a sem dó, pedindo passagem a cada estoca bruta. Levo a mão livre para a sua frente e amasso os peitinhos, puxando os mamilos, dando tapas leves em sua carne. Ela está resfolegando, rebolando, me deixando meter bem fundo. Seu corpo começa a arrepiar e eu desço a mão pelo ventre reto até a sua boceta. Manipulo seu clitóris inchado devagar, acelerando gradualmente, até que ela grita, suas paredes mamando meu pau, enquanto goza, seu hálito quente embaçando o vidro. Eu vou atrás. Arrepios deliciosos descem pela minha espinha, então solto seus pulsos e me enfio com tudo, empalando-a bruscamente, puxando suas costas contra o meu peito. Mordo sua nuca com força e gozo, urrando alto. Seus pés estão longe do chão, minhas mãos em um aperto de morte em sua cintura, enquanto a levanto e abaixo, esporrando a grossa carga de sêmen dentro dela. Lena choraminga, seus braços se firmando por trás da minha cabeça. Gemo alto e longo até sair a última gota. — Gostosa... Você tem a boceta mais deliciosa que já fodi, porra. — Ronrono, saciado e arfante, contra a pele macia. Ela sorri, respirando agudamente.
Selena Collin se vira e anda comigo ainda empalada, atravessando o quarto para a cama king size e consegue nos colocar na cama sem desfazer a conexão. Eu gemo saciada, mas ainda faminta quando seu peso cai delicadamente em cima das minhas costas e sem intervalos, ele recomeça a me foder. Sua boca me tortura com beijos, lambidas, chupadas, mordidas em minhas costas, enquanto sussurra as coisas sujas que quer fazer comigo. Suas mãos, puxam minhas coxas para os lados, arreganhando-me e me monta. Gemo, arranhando os lençóis, sentindo suas bolas baterem em meu clitóris. Seus movimentos ficam mais lentos e enfia um braço por baixo de mim, sua mão cavando em minha boceta, a ação levanta minha bunda, permitindo-o entrar mais profundo. Gememos os dois, completamente perdidos nesse prazer perverso. Sua boca vem para o meu ouvido, e ele chupa e morde o lóbulo, começando a acelerar gradualmente, me fazendo arquejar, meu corpo se preparando para outro orgasmo fora desse mundo. — Amo comer você... — Sussurra áspero em meu ouvido, enfiando a língua, rodando lá dentro. Puta merda! Como pode ser tão gostoso? — Amo como você é toda pequena, apertadinha, mas me deixa te comer do jeito que eu quiser... O jeito que se dá para mim me deixa louco de tesão, bebê. — Geme, dando uma estocada bruta, o som de pele contra pele estalando no quarto. Choramingo, deixando-o meter tudo, batendo ferozmente, me esmagando contra o colchão. Estou quase gozando quando puxa para fora sem aviso. — Não. — Eu lamento. — Por favor... Sua risada baixa e safada me faz bufar. Ele me vira de costas na cama. Seus olhos azuis estão escuros, intensos. Collin arrasta o olhar aquecido por cada centímetro da minha pele, deixando-me arquejando, sentindo a pulsação gananciosa entre as minhas coxas. — Abra as pernas. — Sua voz é um rosnado áspero. — Quero ver sua bocetinha toda inchada de levar o meu pau. — Eu gemo baixo e abro as coxas. — Mais largas, bebê. — Orienta, brusco. — Quero ver toda você. — Choramingo e ele segura atrás dos meus joelhos, trazendo-os para o meu peito. Ele sibila em uma respiração aguda, seu olhar cravado em minha boceta. Palpito e latejo. Porcaria. Por que ele não está dentro mim? — Cacete. Que coisa mais fodidamente linda... — Collin escorrega no colchão, ficando cara a cara com o meu sexo. — Minha porra vazando de você... — Ele rosna, abrindo meus lábios com as duas mãos. Gemo, me sentindo a criatura mais devassa em todo o mundo por gostar de tê-lo me olhando e falando assim. Então sua boca está na minha carne. Ele lambe nossos líquidos combinados em um show fodido de perversão, me fazendo gritar, empurrar os quadris contra seu ataque sem vergonha. Sorri baixo, rouco e esfrega o rosto em mim. Querido Deus... Meu corpo estremece. Suas mãos grandes me levantam pelo quadril e come a minha boceta com vontade. Chupa, lambe, mordisca os lábios e clitóris. Sua língua desce mais encontrando meu ânus. Grito seu nome quando lambe o meu anel delicadamente. Deus, ele é tão devasso. Tão perverso. Tão, tão gostoso. Eu me perco em sensações, juntando os lençóis de cada lado do meu corpo, meu orgasmo suspenso. Mio em lamento porque ele não tem qualquer pressa. Sinto seu polegar massageando meu pequeno buraco, antes de ir entrando devagar. Seus olhos prendem os meus. — Isso está bem, bebê? — Há um toque de preocupação em seu tom e olhar. — Eu quero gozar aqui, mas posso esperar se...
— Sim. Estou bem. — Sussurro, tocada com seu cuidado, mesmo que seja todo intenso e duro no sexo, ele tem uma forma de me deixar à vontade, que me faz querer chorar. — Mais do que bem, bebê. — Digo com a voz emocionada usando o seu termo carinhoso. Seu olhar amolece. — Eu quero dar isso a você. Collin range e termina de me penetrar. Seu dedo vai fundo e volta lentamente, levando a outra mão para massagear meu clitóris. Continuamos nos encarando, enquanto me come com o dedo. Estou ofegando baixinho. Seus olhos observam todo o meu rosto. Ele enfia dois dedos em minha vulva reunindo mais líquidos e os mete-os em meu ânus, indo devagar. Ele me fode sem pressa, a sugestão de um sorriso perverso brincando na boca vermelha quando começo a gemer mais alto. Logo, são três dedos, entrando e saindo, brincando, provocando. Estou a ponto de implorar para me tomar logo, quando escorrega minhas pernas, meu quadril abaixando na cama. Se debruça um pouco sobre o meu torso e sorri, todo safado, correndo a ponta avantajada em minha vulva, molhando-a. Eu gemo, cravando minhas mãos em seus bíceps pronunciados, então o abraço com as pernas. Ele rosna e empurra em minha entrada, molhando-se todo. Após duas estocadas, se retira e fico tensa quando o sinto na minha outra entrada. Collin estende um braço do lado da minha cabeça e o outro vai para ajudá-lo a me penetrar. Seus olhos nunca deixam os meus quando se alinha e vai metendo devagar. Respiro entrecortado, relaxando para a passagem da cabeça. Ele grunhe, as veias do pescoço inchadas pelo esforço. — Respire, bebê... — Diz com uma voz tensa quando passa a ponta toda. — Você consegue me levar todo. Já fez isso antes. — Sussurra com esses lindos olhos azuis me seduzindo e seu polegar vai para o meu clitóris, massageando-o, arrancando choramingos da minha boca, enquanto vai entrando lentamente. — Isso, relaxe... Me deixe meter tudo... — Eu gemo e começo a rebolar devagar. Seu quadril gira em um movimento gostoso de vai e vem, então ele soca, se enterrando até o cabo dentro de mim. Grito, meu corpo todo sofrendo espasmos, quase gozando. A mistura de dor e prazer é quase demais para suportar. Ofego de boca aberta. — Collin... Oh, doce Jesus... — Lamento, completamente cheia, sodomizada em seu eixo longo e grosso. — Merda! Lena... Você é tão apertada, bebê... Tão quente e gostosa... Estou quase gozando, porra! — Range os dentes, seu olhar agora feroz e predador, me devorando toda. — Vem. — Segura a minha bunda por baixo. — Rebole no meu pau. — Eu faço o que diz e ele me segue girando o quadril, moendo gostoso, me permitindo me acostumar com a invasão. — Ohhhh, que delícia de cuzinho apertado... Puxa para fora e volta devagar, se debruçando sobre mim. Suga e lambe um seio. Eu arqueio as costas e ele usa isso para ir pegando impulso. Suas estocadas são longas e fundas. Seus lábios passam para o outro seio e eu seguro seu cabelo, puxando-o, perdida e rendida nas sensações esmagadoras que só ele me faz sentir. Sua boca sobe pelo pescoço até chegar à minha. Sua mão traça meu rosto, seus dedos penteiam meu cabelo em um toque tão delicado e reverente que me deixa mole. Ele me fode, me olhando de perto, sua boca ofegando próxima da minha. Seus olhos azuis estão preenchidos com uma emoção maior do que apenas tesão e eu me perco neles. Tão lindo. Ele é tão lindo. Minhas mãos passeiam pelas costas musculosas, raspando as unhas em sua pele. Um rosnado sai da sua
boca. Sorrio atrevidamente. Sua resposta é me puxar para uma estocada brusca, muito profunda. — Porra... — Eu assobio, suspensa nessa zona deliciosa entre a dor e o prazer. Um sorriso sacana curva seus lábios e ele passa a me comer com mais vigor. Batendo-me sem piedade agora e me deixando toda aberta para seus golpes duros. — Minha putinha perfeita... — Ronrona contra os meus lábios e morde o meu queixo. — Amo você estrangulando meu pau nesse pequeno buraco doce. — Sua voz e olhar me seduzem perversamente e eu quero ser o que ele quiser que eu seja. Desde que seja dele. — Isso, bebê, você ama tomar o meu pau, não é? — Ruge, acelerando. Choramingo que sim, amo tomar o seu pau. Suor cobre nossos corpos, nossas peles deslizando uma na outra. Infiltra uma mão entre nós e toca meu montinho já sensível. Resfolego em sua boca, sacodindo com a forma como empurra vorazmente em mim. — Goze para mim de novo, Lena. — Murmura, me rasgando em estocadas perversamente profundas. Meu corpo sofre espasmos, ondas escaldantes atravessam meu ventre, varrendo tudo em seu caminho. Ele me olha fixamente, vendo me desfazer quando o gozo me arrebata. Grito, cravando as unhas em seus ombros, minha cabeça girando em uma espiral de prazer. Eu voo, sendo catapultada em uma onda de prazer impiedosa, rasgando-me, lançando-me em convulsões. — Ohhhhhhhhhh! Collin, bebê... — Berro, ouvindo seus rosnados ficarem mais altos, suas mãos estão puxando meus ombros. Eu o sinto inchando em meu canal, se enterrando fundo. O barulho de foda dura enchendo o ambiente. Seu olhar está vidrado, preso ao meu e vejo, maravilhada, o momento em que ele se perde. Seu lindo rosto todo vermelho, suor escorrendo em sua testa, pingando em mim. — Oh, Lena! — Respira asperamente, me comendo ensandecido. — Estou gozando, bebê! Cacete... Gostosaaaaaaa! — Ruge e goza, profundamente enterrado em mim. Uivos de prazer deixam sua boca. Lágrimas me vêm aos olhos, enquanto convulsiono, absorvendo a sensação de ele me enchendo com seu esperma. Eu amo essa sensação. Suas palavras sussurradas quando disse que estou no lugar ao qual pertenço, me voltam à mente e eu choro, sentindo exatamente isso. Meu lugar é aqui, em seus braços. Eu não quero nunca sair daqui. Eu quero ser dele. Para sempre. Collin geme longamente se enfiando e derramando até não restar mais nada. Eu o olho, deslumbrada, feliz em saber que lhe dou tanto prazer. — Ei, o que foi, bebê? — Ele volta do seu mundo de luxúria, vendo meu rosto banhado de lágrimas. Se retira gentilmente de dentro de mim e eu assobio pela sensibilidade. — Machuquei você? — Pergunta, preocupado, limpando minhas lágrimas. — Não. — Sussurro embargada, levando as mãos para o seu rosto perfeito e afogueado. — Eu... Você disse que meu lugar é aqui, em seus braços. Seu rosto suaviza e ele beija minhas lágrimas com um carinho que me faz querer chorar ainda mais. — Sim, é a verdade, Lena. — Ele me beija levemente nos lábios. — Aqui é o seu lugar, bebê. Sempre foi. Como ele pode dizer coisas tão profundas, definitivas se nós mal acabamos de nos conectar de novo? Suspiro tristemente. Ele não vai continuar me querendo quando souber toda a história... — Você pode ter qualquer garota que quiser... — Sussurro. — Não pode querer ser associado a mim e toda a minha bagagem de merda.
— Só há uma garota que eu quero. — Ele range. — E para a minha sorte, ela é a coisa mais linda e gostosa que já vi na minha vida. — Estou danificada, Collin... — Digo, sentindo um gosto amargo na boca. — Não, bebê. — Retruca, segurando meu rosto de cada lado, mantendo nossos olhares trancados. — Não há nada danificado em você. Você só está confusa, o que é natural. — Estou em pedaços. Pequenos pedaços espalhados... — Eu embargo de novo, meus olhos turvando. Seus olhos azuis intensos estão me olhando com tanta ternura que meu peito dói. — Então, eu vou juntar esses pedaços todos e te fazer inteira outra vez. — Diz com absoluta convicção. — Collin... — Eu murmuro, meu íntimo querendo acreditar desesperadamente em suas palavras. — Pode levar o tempo que for, mas você será inteira de novo. — Murmura, dando pequenos beijos em meu rosto. Eu choro mais. Ele é tão lindo. Eu nunca esperei isso. — Eu prometo, bebê. Meu coração aquece, meu peito transbordando de esperança, fé e uma emoção mais intensa e avassaladora me invadindo. Amor? Eu me pergunto, perdida nesses lindos olhos azuis. Sim, amor. Eu acho que amo esse lindo garoto travesso. Essa suspeita me deixa ainda mais emocionada e vulnerável. — Eu... Eu quero pertencer aqui. — Murmuro, olhando-o um pouco espantada que estou dizendo isso em voz alta. Seus olhos ampliam incialmente, então são preenchidos com um brilho intenso. Ele abaixa a boca, roçando, sussurrando na minha: — Quero me sentir inteira de novo. — Então, está feito, baby. — Chupa meu lábio inferior delicadamente e roça o nariz no meu em uma carícia deliciosamente íntima. — Assunto encerrado. Vou me encarregar de mantê-la aqui. — Abre um sorriso lindo antes de mergulhar a boca na minha. Ele me beija profundamente, explorando cada canto da minha boca com sua língua. É um beijo lento, sensual. Nos agarramos, nos devorando, falando muito mais nesse beijo do que nossas palavras foram capazes de expressar. Quando arranca seus lábios dos meus, seus olhos têm o brilho travesso que aprendi a amar. — Vamos nos limpar, baby. A segunda parte do encontro está nos esperando e estou morrendo de fome depois dessa ação toda. — Ele balança as sobrancelhas maliciosamente. — Uau! Ainda tem mais? — Eu rio, inflando seu ego que já é gigantesco. Um lento sorriso se espalha em seus lábios. Seu olhar, uma mistura de travessura e perversão, me deixa molhada e palpitante, mesmo estando acabada no momento. — Bebê, nós dois sabemos que vai passar a noite toda embaixo de mim... — Sua voz é baixa, safada. Reviro os olhos, fingindo que não estou afetada. — Eu havia planejado a segunda parte com o intuito de ser romântico. — Ele torce os lábios ao pronunciar a última palavra como se ela o mordesse. — Mas pensando bem, isso está agindo em meu favor, agora... — Oh, quer parar de falar através de enigmas? — Resmungo. Ele ri, balançando a cabeça. — Tudo que posso dizer é que veremos o amanhecer mais bonito de LA. — Sussurra contra a minha boca, suas mãos correndo sedutoramente nos lados do meu corpo, arrepiando-me. Seu sorriso vira para infame no segundo que percebe minha respiração alterando. Eu franzo o cenho, me recordando de uma entrevista dele que vi há uns dois
anos. Collin dizia que o amanhecer mais bonito de LA é visto da sacada do seu quarto, em Malibu. A vadia da entrevistadora perguntou se podia conferir e ele desconversou. Na época, eu adorei ver a cara da puta sendo dispensada. Mas agora, sei que provavelmente ele a comeu em outro lugar, uma vez que não é sua prática levar mulheres para a sua casa. Apenas eu. Eu não consigo parar o sorriso de pura satisfação que isso me traz. — E essa é a sua maneira sutil e enigmática de me levar para seu quarto, roqueiro? — Eu me divirto com a surpresa estampada em seu rosto. Ele sorri torto, do jeito moleque safado. — Ok, baby, você me pegou. — Pisca perversamente, levando a boca para a minha orelha e sussurra: — Quero gozar em você vendo a aurora romper no oceano. Doce Jesus... Eu gemo, juntando as pernas e me sentindo pegajosa, mas longe de estar satisfeita. Não consigo compreender isso. Como me sinto tão devassa e insaciável com ele dado o meu histórico fodido de abuso? — Isso quase soou romântico. — Eu zombo. — Você não pode me culpar quando foi a única que não resistiu a mim. — Seu tom é tão malditamente arrogante. — Alguém devia verificar se seu fodido ego ainda está aqui, ou subiu para a estratosfera. — Eu resmungo. Ele solta uma gargalhada. Porcaria. Estou completamente encantada, arrebatada por esse roqueiro. Eu nunca conseguiria resistir. Eu já sabia disso quando aceitei sair com ele em um encontro. Um encontro. Suspiro como uma adolescente. Meu primeiro encontro. Não acredito que estou aqui, com ele. É um milagre que ainda me queira sexualmente. Eu o olho embebecida. Ele me quer. Ainda me quer mesmo sabendo tudo que passei. Meus olhos lacrimejam, no entanto, antes que recomece a remoer minha miséria, eu grito alto, surpresa, quando me puxa para fora da cama, me jogando por cima do seu ombro como se fosse uma pena. — Seu louco! Ponha-me já no chão! — Reclamo, mas o sorriso na minha voz deixa claro que não estou falando sério. Sua mão aterrissa em meu traseiro em uma palmada leve. — Fique quieta, princesa. Pare de se contorcer ou vai levar nossas bundas para o chão! — Brinca, nos dirigindo para o banheiro. Alguns minutos depois, de banho tomado e vestidos, saímos para o terraço. Ele segura a minha mão, entrelaçando na sua. Ouço o barulho de hélices girando na parte mais alta. Meus olhos vão para o helicóptero que não estava lá antes. Excitação borbulha em meu estômago. De onde ele veio? Uma brisa mais forte nos assalta, me fazendo estremecer. Collin solta a minha mão. Meu olhar volta para ele e meu coração amolece completamente vendo-o retirar sua jaqueta, que ele envolve em meus ombros. Seus olhos lindos estão tão brilhantes enquanto me observa. Eu suspiro baixinho, sentindo seu perfume no couro. Doce Jesus, esse homem levou meu coração. Ele ganhou meu coração. Irremediavelmente. — Obrigada. — Murmuro. Collin me puxa pelos lados da gola da jaqueta, aproximando-nos. Envolvo os braços à sua volta e levanto o rosto para o seu. Seus olhos são do mais lindo e vivo azul que já vi. Não há mar, não há céu que possam ser comparados, e eles estão cintilando, intensos sobre mim. Eu te amo. As palavras surgem em minha mente, loucas para serem pronunciadas. — Meu prazer. — Sussurra antes de seus lábios baixarem nos meus, delicadamente. Beijamo-nos pelo que parecem horas. Eventualmente, suas mãos se infiltram por dentro da
jaqueta, enrolando em minha cintura e nos colamos mais, bebendo um do outro em uma sofreguidão lenta. Tão bom. Seus dentes beliscam meu lábio inferior, em seguida o superior e eu gemo, perdida nele. Minhas partes íntimas já ansiosas para serem preenchidas de novo. Sorri na minha boca ao perceber o meu estado. Sorrio também. — Vem, menina bonita. Eu amo quando me chama assim, e me sentindo flutuando, eu e o deixo me guiar pelos três degraus em direção à pequena aeronave. O piloto nos cumprimenta cheio de formalidades. Collin agradece e em seguida abre a porta do passageiro para mim. Subo, me sentindo como Cinderela na noite do grande baile. — Você vai pilotar? — Surpresa tinge o meu tom, quando vejo o piloto descer os degraus, sumindo por uma porta dentro do edifício. Collin sorri, ajustando meu cinto, me prendendo com cuidado. — Eu já disse, baby. — Sussurra bem próximo da minha boca. — Sou mais do que esse rostinho bonito que mamãe e papai me deram. — Ele pisca do jeito travesso que faz meus joelhos tremerem. — Sério? Uau! — Eu assobio, não contendo minha surpresa e flagrante excitação. Ele dá de ombros. — Não é grande coisa. Os caras também fazem isso. — Diz como se fosse a coisa mais natural do mundo pilotar um fodido helicóptero. Então seus lábios enrolam no familiar sorriso malicioso e infame. — Mas é bom ver que a deixei impressionada. Eu reviro os olhos, balançando a cabeça. — Tão cheio de si, roqueiro. — Brinco com ele. — Vou deixá-lo saber no fim do passeio. Ele sorri amplamente e seus dedos acariciam minha face em um toque delicado. Seus olhos prendem os meus e sua boca sussurra deliciosamente sobre a minha. — Vamos para casa, bebê. — Ele me dá um beijo suave e se afasta, fechando a porta. Casa. Eu suspiro. Meu peito está explodindo com tantas emoções e descobertas. Vejo-o deslumbrada lidando com todos os botões e comandos do painel. Ele me olha de lado e pisca todo arrogante por me flagrar encarando-o embasbacada. Bobo. Sorrio. Pouco depois, o helicóptero sobe, ganhando o céu de LA. Olho para a cidade iluminada abaixo de nós e sorrio, com lágrimas de felicidade enchendo os meus olhos. Nunca em toda a minha vida me senti como nesta noite. Protegida. Preciosa. Feliz.
CAPÍTULO SEIS
Selena Ele estoca com força, deixando um rastro de dor em meu canal. Sua mão está em meu pescoço, imobilizando-me sobre a cama. Oh, meu Deus! Sinto-me quase desfalecendo. Ele aperta com uma violência como se tivesse com raiva de mim. Ele percebe que está me asfixiando e relaxa um pouco, mas continua metendo fundo furiosamente. Quando abri a porta para ele mais cedo, eu sabia que não ia ser suave hoje. Ele estava possesso porque foi chamado para depor no departamento de polícia. E, para variar, eu sou seu saco de pancadas. Ou seu saco de fodas, como preferir. Ele mete com mais força, arrancando o ar dos meus pulmões. Meu rosto está banhado de lágrimas e eu choro baixinho, deixando-o me usar como sempre fez. Chris é um psicopata da pior espécie. Eu odeio cada segundo disso. O odeio com todas as minhas forças. Ele me quebrou. Tirou muito mais do que a minha inocência. Esse monstro me tirou a vontade de viver. De lutar. Ele me moldou. Sou sua marionete. Seu brinquedo sexual. Ele me usa de todas as formas imagináveis e repulsivas e eu me mantenho calada, malditamente calada por anos a fio! Que espécie de covarde aguentaria isso? Um covarde que queira viver apesar de tudo. Ele nunca chegou a me ameaçar com palavras, mas a frieza e a crueldade que vejo em seus olhos. A crueldade com que eu o vejo tratar os outros me impede de tentar lutar. Ele me mataria se eu tentasse. Eu sei que sim. Eu sei que tem coragem e sangue frio de sobra para fazer isso. — Minha puta! É isso que você é e sempre será! — Ele geme em meu ouvido e continua a violentar meu ânus. — Será que você vai gozar hoje, neném? — Sua voz é suave, doentemente suave. Sim, às vezes eu gozo, quando é suave e toca meu corpo com todo o conhecimento que
só ele tem. Isso faz de mim uma doente também? Não, eu me torturei por anos achando que era uma aberração porque eu gozo na maioria das vezes em que ele me fode. Quando fiz vinte e um anos, procurei uma psicóloga. Ela me esclareceu que sofro do que os estudiosos chamam de Síndrome de Estocolmo . Ela me disse que isso é, de certa forma, normal, porque meu abusador era uma pessoa muito querida do meu convívio e não me tomou com agressividade. Eu o amava. Como irmão, é verdade. Mas ele foi cuidadoso e suave comigo no começo. Era doentio. Sempre foi doentio, porém, me fazia gozar em todas as vezes em que transávamos. A violência veio quando fiz dezessete anos. Ele violentou meu ânus e fiquei dias machucada. — Você ainda está aí? Vadiazinha! Eu amo isso, Sels. Você sempre será fodida por mim, assim! — Eu odeio esse apelido. Fecho os olhos, rezando para isso acabar logo, mas sei que não tenho tanta sorte, quando ele está contrariado com algo, vem ao meu apartamento ou me chama em seu apartamento de foda e me fode sem trégua. — Não há para onde fugir, baby. Você é minha! Só eu posso comer esse cu gostoso assim! — Eu soluço alto e ele puxa meus ombros, me rasgando em mais uma estocada brutal e goza, rosnando como um animal, enquanto seu esperma faz meu canal arder insuportavelmente. Ele fica debruçado em cima de mim pelo que parecem horas. Quero que saia. Quero gritar para que tire seu pau asqueroso de dentro de mim, mas minha voz covarde não sai. Eu continuo a soluçar baixinho, porque se fizer isso alto ele vai se irritar e me foder de novo. Seus lábios depositam beijos suaves em minha nuca. Eu estremeço. Eu odeio que, mesmo depois que me estuprou, eu aprecie seus lábios em mim. Eu o odeio, mas meu corpo responde a ele. Chris ri e sai de cima de mim com cuidado. Ele me vira de costas no colchão e de frente para ele. Seus olhos dourados estão suaves agora que gozou e descarregou sua raiva. Suas mãos terminam de me despir do vestido. Ele me acaricia com maestria. Beija minhas lágrimas. Sua boca toma a minha com delicadeza. Infelizmente ele sabe como me excitar. Sabe exatamente como e onde me tocar. Sua boca, língua, e dentes brincam com meu corpo e eu derreto, me esquecendo da dor no meu ânus machucado. Quando seus lábios e língua tocam a minha vagina, eu luto a mesma batalha perdida. Decência e moral contra luxúria e o tesão doentio que infelizmente ele me faz sentir. Eu gozo forte, chorando de novo, engolfada pelo prazer e imensa vergonha de sentir isso. No momento em que ele se veste e finalmente me deixa, usada, humilhada, um trapo humano, eu me arrasto para o banheiro e me debruço sobre o vaso sanitário. O vômito me lava de dentro para fora. Isso sempre acontece depois que ele me toma. É uma reação fisiológica da minha perturbação emocional. Meu ânus dói absurdamente e posso sentir o líquido pegajoso escorrendo entre as minhas nádegas. Ando devagar para o chuveiro e deixo a água lavar o monstro da minha pele. As lágrimas são abundantes agora. Eu soluço alto, soltando toda a minha frustração, impotência e covardia. Eu bato nas paredes com os punhos. Meu corpo treme convulsivamente sob a água fria. Busco o sabonete e me esfrego com força. Minha pele já está vermelha. Eu esfrego furiosamente agora. Ainda consigo sentir o cheiro dele. Não, não está mais na minha pele. Ele está impregnado em minha memória, disso não posso correr. Eu visto um roupão e me arrasto de volta para o meu quarto. Eu gostaria que ele morresse e me deixasse em paz. Morresse ou... Minha mente duela entre a covardia e a vontade de ser livre. Meu pensamento vai inevitavelmente para a única pessoa que enxergou a verdadeira face de meu irmão comigo. Mel me ofereceu ajuda. Eu não sou 6
estúpida de pensar que ela está fazendo isso porque morre de amores por mim. Ela está fazendo isso para ajudar a livrar o Liam da acusação de estupro. Eu poderia acabar com isso. Eu poderia mandar o monstro do meu irmão para o inferno de uma prisão. Eu poderia... Oh, Deus. Eu choro mais. Lágrimas banham minhas faces, enquanto eu pego meu celular e seleciono o número da Mel. Meu dedo paira sobre ele, minhas mãos estão tremendo. Vá, Selena. Apenas faça! Meu cérebro tenta me comandar. Eu clico em chamar e o levo ao ouvido. Meu coração salta violentamente no peito. Estou a caminho de admitir pela primeira vez para outra pessoa tudo que meu irmão tem feito comigo nos últimos onze anos da minha miserável vida. — Alô. Selena, é você? — A voz suave da Mel entra em meus ouvidos. Eu não entendo o porquê, mas nunca a odiei completamente, apesar de ela ter tirado de mim a única chance de liberdade. Eu fecho os olhos, respirando pesadamente. Parece que corri uma maratona do caralho. Eu preciso falar, mas minha língua parece colada ao céu da boca. Fale, Selena! Não seja mais uma vez covarde! Fale, porra! — Selena? Você está aí? — Ela fala novamente. — S-sim, Mel. — Eu gaguejo. Minha voz tremendo horrivelmente. Tomo uma respiração profunda e solto as palavras que podem mudar a minha vida. — Eu preciso de ajuda. Você tinha razão... Eu sou abusada pelo meu irmão. — Então, antes que possa dizer mais alguma coisa, o telefone é arrancado da minha mão e estou olhando nos olhos furiosos de Chris. Quando ele voltou? Como? Horror me enchendo quando avança devagar para mim. Um tapa brutal acerta meu rosto e eu caio sobre a cama. Eu grito por socorro. Estou gritando como nunca gritei antes. Chris sobe em cima de mim e crava as mãos em meu pescoço. — Sua puta ingrata! Vai aprender a não me trair! — Vocifera, apertando com ódio gravado em suas feições. — Pensa que não sei que está fodendo com o baixista? — Ele está me estrangulando. Meus olhos rodam. Em algum lugar do meu subconsciente, eu sei que isso é apenas um sonho. Não foi assim que as coisas aconteceram naquela noite. Eu consegui sair. Eu consegui falar tudo. Eu consegui. — Por favor, me deixe viver... — Eu balbucio, com a visão turva. — Eu preciso viver. — De repente, como um milagre, ele para de apertar e se inclina sobre mim, ficando cara a cara comigo, seus olhos doentes intrusivos nos meus. — Você pertence a mim. — Diz em uma ameaça suave. — Minha! Não há como escapar, neném. Eu volto para te buscar. — Não! Por favor, Chris, não! — Eu grito em agonia. Ele sorri, parecendo um palhaço do mal. O som sinistro aumentando meu pavor. — Não. Por favor, me deixe livre. Me deixe livre! — Lena? Acorde! — Ouço a voz ao longe, me debatendo e gritando a plenos pulmões, tentando me soltar do monstro. — Sou eu, Collin. — A voz se torna mais suave, embora eu esteja lutando e chutando-o para longe. — Shhh, foi um pesadelo. Não é real, baby. Se acalme. — Eu abro finalmente os olhos, focando no rosto preocupado de Collin acima do meu. Minha mente ainda está atormentada do sonho. Parecia tão real. Eu podia sentir toda a dor outra vez. Toda a humilhação. Toda a impotência de ser violada e não poder fazer nada. Isso me deixa com falta de ar. — Saia de cima de mim! — Eu o empurro com brusquidão. Não perco o olhar magoado que me dá antes de me libertar. Eu pego o primeiro lençol que encontro, passando em meus ombros e corro para a varanda em busca de ar fresco. A mancha rosada sobre o oceano indica que o sol está quase
despontando. Eu caio de joelhos sobre os ladrilhos ao lado da pequena piscina. As lágrimas pulam para fora em uma enxurrada desenfreada. Por que ele tinha que aparecer e estragar a minha noite perfeita? Deus, por que o deixa me perseguir dessa forma? Eu levanto os olhos para o céu. Por que não posso ser feliz? Por que, droga? Sinto braços me envolvendo e um peito duro às minhas costas. Quero mandá-lo sair e me deixar sozinha, mas não tenho forças. Além disso, estamos no seu quarto. Collin não diz nada, apenas me segura, me deixando chorar até não restar nada, apenas soluços fracos e arquejos. Ele me ajeita em seus braços e se levanta comigo, indo para uma espreguiçadeira, dessas acolchoadas e com várias almofadas sobre ela, e nos deita com cuidado. Eu fecho os olhos, sentindo seu toque suave em meu rosto e cabelo. Eu me sinto tão envergonhada de ter perdido o controle na frente dele mais uma vez. — Me desculpe. — Digo em um fio de voz, ousando abrir os olhos para encará-lo. Seu olhar está em meu rosto, como desconfiei. — Eu não queria machucar você... — Shh, está tudo bem. — Ele me tranquiliza, me trazendo mais lágrimas aos olhos. Por que me trata assim? Por que me fez me apaixonar por ele, quando não posso ter uma vida? Chris nunca me deixará ter isso. — Não, não está. — Minha voz está rachando. — Ele virá atrás de mim, Collin. Ele virá... — Não. — Rosna. — Ele nunca tocará em você de novo, bebê. Eu prometo. — Seus olhos estão suplicantes. — Por favor, acredite em mim quando digo que vou protegê-la. — Eu quero acreditar. É tudo que mais quero. — Eu chio. — Mas ele disse que vem me buscar. — Meu tom é atado de pavor outra vez. — Não. — Collin é suave, seus dedos correndo levemente pela minha face. — Foi apenas um fodido pesadelo. Não foi real. Você está livre dele, Lena. Livre. — Eu tenho medo, Collin. — Estremeço com a brisa da manhã. Ele agasalha a manta acolchoada sobre nós, me puxando para seu peito. — Tanto medo. — Eu tenho você, Lena. — Murmura, beijando meu cabelo, seus braços firmemente envolvidos à minha volta. — Não vou deixar nada de mal acontecer com você. Nunca, bebê. Eu quero acreditar. Deus, como eu quero. Eu me agarro desesperadamente a ele, tentando nos fundir e pegar um pouco da sua força, da sua certeza de que estou segura. Enfio o nariz em seu peito nu, deixando seu cheiro infiltrar em meus sentidos. Isso nunca falha em me acalmar. Suspiro baixinho, me aconchegando quase em cima de seu corpo de tão grudada nele. Sua mão corre pela minha coluna nua, num toque suave, gentil, me fazendo relaxar e arrepiar ao mesmo tempo. Então, eu não sei o que me dá, mas começo a falar tudo. Conto desde o primeiro momento em que o psicopata me violou pela primeira vez até o último ato, há duas semanas. Collin se mantém calado, sua mão nunca deixando de me acariciar, mas posso sentir a fúria emanando dele com o relato sórdido. — Obrigado por confiar em mim o suficiente para compartilhar comigo. — Ele sussurra em meu cabelo quando termino e estou chorando de novo. — Mas agora, deixe essa merda ir, Lena. Você precisa deixar para ser completamente livre. — Eu sei. — Aceno, levantando a cabeça do seu peito para olhá-lo. Ele tem os olhos cheios de lágrimas. Oh, meu Deus. Ele está chorando. Por mim. — Você está chorando. — Murmuro. Ele respira ruidosamente, seus olhos fixos nos meus. — Você será inteira de novo. — Murmura com a voz embargada, seus olhos ainda mais intensos nos meus e meu coração acelera, aquecendo sob seu olhar. — Me deixe fazer isso
por você, bebê. — Pede, trazendo a mão para meu rosto, afastando as lágrimas para longe. — Dói pra caralho ouvir tudo o que foi obrigada a passar... — Ele ruge, parecendo acuado e eu levo a minha mão para o seu rosto, limpando uma lágrima solitária que acaba de cair. — Me deixe cuidar de você, Lena. — Por quê? — Sussurro, olhando-o, com medo de interpretar tudo errado. — Por que quer cuidar de mim? Seu olhar desliza pelo meu rosto devagar e volta a prender o meu. — Vamos deixar os porquês de lado, por enquanto, certo? — Pede suavemente. Então, seu rosto torce com alguma coisa. — Aonde está a sua mãe? Ela não devia estar apoiando-a nesse momento? Meu corpo enrijece com a menção da minha mãe. Ela está em mais um de seus cruzeiros luxuosos e não achou que era importante cancelar depois que sua única filha revelou para o mundo o horror que viveu por anos. Nenhuma novidade. Tara é uma vaca com um coração seco. Nunca devia ter colocado um filho no mundo. Mas infelizmente não tive escolha no assunto. — Minha mãe é uma vaca egoísta, Collin. — Eu rosno pelos anos e anos de decepção. — Ela nunca foi uma mãe de verdade para mim. Fui apenas um trunfo para prender meu pai, que ainda era casado com a mãe do Chris quando ela o seduziu. Ele comprime os lábios em uma linha fina, descontente e seu braço enlaça minha cintura, me puxando para mais perto. — Sinto muito, Lena. — Diz baixinho. — Não sinta. Isso me incomodou enquanto crescia. Não mais. — Torço os lábios com ironia. — É o que é. Nem todas as famílias são perfeitas como nos comerciais de margarina. Um sorriso fraco levanta os cantos de sua boca e ele acena. — Fale-me sobre seu velho, então. — Pede depois um momento. — Tinham uma boa relação, não é? Sorrio, meu coração aquecendo com a lembrança do meu pai. Ele era o melhor. Meus olhos voltam a ficar marejados. — Sim. Meu pai era o melhor. — Digo com o peito cheio de amor e orgulho. — Eu era a sua princesinha. — Você é uma princesa, Lena. Da cabeça aos pés, baby. — Ele sussurra, roçando o nariz no meu. Eu sorrio com suas palavras e gesto terno. Ele é tão doce às vezes, nem parece o roqueiro fodão de boca suja que me acostumei a ver. — Ele sempre arrumava tempo para mim mesmo depois de um longo dia de trabalho. — Digo, sentindo o coração pesado de saudade. — Minhas lembranças felizes são todas relacionadas a meu pai, sua presença, seu amor, seu cuidado comigo. — Minha voz tem pequenas rachaduras e me vejo obrigada a parar. — Então, tire a força que precisa daí. Eu sei que seu velho deve estar orgulhoso pra caralho te olhando lá de cima. — Collin sussurra, beijando minha testa e nos acomoda em uma posição quase sentada contra as almofadas. — Você acha mesmo? — Pergunto, franzindo o cenho. — Por que meu pai estaria orgulhoso? Sua mão corre suavemente pelo meu cabelo e eu quase ronrono como uma gatinha perto do seu dono.
— Sim, Lena. Ele está por que sempre soube do seu potencial. — Eu balanço a cabeça em negação. — Sim, você só precisa olhar para si mesma e ver tudo que ele viu e o que eu... — Ele deixa a frase incompleta. — Continue. — Eu o instigo. Ele me olha daquela forma intensa que estou me acostumando a ver nesses dias. É o tipo de olhar que abala as estruturas de uma garota, derrete a sua calcinha e aquece o coração, tudo em uma tacada só. Seus olhos têm esse poder sobre mim. Sempre tiveram. É como um chamado silencioso, uma conversa só nossa. Só que agora a intensidade é mil vezes maior. Há algo que não estava lá antes. Ou não percebi. — Tudo que eu vejo, Lena. — Sussurra, sua voz rouca, arrepiando a minha pele. Ele sorri levemente quando estremeço contra seu corpo. — E o que você vê? — Atrevo-me a perguntar, traçando seu peitoral duro com a ponta do indicador. — Eu vejo uma garota linda que tem uma força fora do comum aqui dentro. — Coloca a palma da mão sobre o meu coração. Ofego com o contato da mão grande e morna contra meu seio nu. O canto direito da boca vermelha levanta com a sugestão de um sorriso. Deus, ele é tão arrogante e confiante em seu poder de atração sobre mim. — Ela ainda não sabe o tamanho da sua força, mas vai descobrir. Essa menina bonita tem grandes feitos para realizar, pessoal e profissionalmente. — Estou sorrindo bobamente, querendo acreditar em cada palavra que sai da sua linda boca. — E... — Ele para, sorrindo lentamente, do seu jeito moleque safado. — E? — Sorrio, sabendo que vem provocação em seguida. — Ela está namorando um roqueiro com uma maldita boa aparência, ouvi dizer. — Diz, apertando os lábios para não rir. Eu reviro os olhos antes de dar uma risada. Uma risada alta, que retumba entre nós. Ele sorri também, os olhos azuis brilhando lindamente, demonstrando que está sendo bobo de propósito. Ele quer me fazer sorrir. Um bobo que ama o seu sorriso. Ele me disse ontem. Esse moleque travesso ganhou o último pedaço do meu coração e nem desconfia disso. Balanço a cabeça, tentando esconder a minha expressão deslumbrada e entro em seu jogo excitante de provocação. — Ela está namorando? — Faço uma cara surpresa. — Eu não sabia. Ela não me contou nada sobre esse roqueiro malditamente bonito a pedindo em namoro. Collin solta uma risada profunda. Querido Deus. Eu perco o fôlego cada vez que olho dentro desses olhos azuis hipnóticos. — Baby, ela passou boa parte da noite embaixo do tal roqueiro. — Uma expressão sacana preenche seus olhos e ele sussurra bem próximo da minha boca: — Parece que além de bonito, o cara fode bem pra caralho. Eu rolo os olhos, sorrindo sem parar. — Sabe o que eu penso? — Que sou totalmente impressionante? — Ele pisca para mim, meio brincalhão, meio arrogante. Eu bufo. — Além disso. — Ah, então, você concorda? — Seu sorriso presunçoso se escancara. Eu bato em seu ombro de leve.
— Seu bobo. — Murmuro, meus olhos correndo por todo o seu rosto muito, muito impressionante. — É claro que eu concordo. Mas eu ia dizer que devemos ir com calma nisso. — Nisso o quê? — Seu tom é provocador, adorando ver a minha falta de jeito para falar sobre nós. — Ah, você se refere ao fato de que não consegue mais manter as mãos longe de mim, baby? Eu o empurro de brincadeira, mas acabo concordando porque é a verdade. — Sim, eu acho que isso resume bem. — Sussurro, enquanto seus lábios descem nos meus em um beijo suave, provocante. — O sol vai nascer. — Sussurra na minha boca. — Prometi a você o melhor amanhecer de LA. — Um sorriso brinca nos cantos dos lábios. Aceno, apoiando a cabeça em seu peito e ficamos em um silêncio confortável por um tempo. O sol começa a despontar, os raios banhando o oceano de tons dourados. Uau. Ele tinha razão. É uma imagem que gostaria de captar e engarrafar para nunca se perder. É indiscutivelmente bela. — Você disse que... Hum, que... — Balbucio, recordando as sacanagens que disse faria comigo aqui, diante dessa vista. Ele sorri no meu ouvido, o tom rouco e safado me deixando ligada. Seus braços me apertam mais e seu nariz roça meu cabelo, inalando profundamente. Em seguida, seus lábios quentes correm em beijos suaves pelo meu pescoço e ombro. Oh, porcaria. Agora estou tão ligada e molhada que não é nada engraçado. — Temos tempo, bebê. — Murmura contra a minha pele, me fazendo ofegar e gemer ao no mesmo tempo. Puta merda. — Agora, quero apenas ficar com a minha menina bonita em meus braços. Sorrio, deixando a excitação para segundo plano. Meu coração amolecendo com suas palavras. Oh, Deus, como pode ser tão lindo? Eu me aninho mais, amando sua gentiliza e paciência comigo. Ele não está me seduzindo. Seria muito fácil me foder aqui como prometeu ontem. Eu jamais diria não. Mas Collin está apenas me segurando sem esperar sexo em troca. Ele não é do tipo que se aproveita da fragilidade de uma garota. Fico tão emocional quando faz coisas assim para mim. Para alguém com o meu histórico fodido, atitudes como essas me fazem querer debulhar em lágrimas. Estamos nus embaixo do lençol, seu corpo duro e quente pressionando o meu. Sinto esse momento tão íntimo e gostoso quanto se estivéssemos fazendo amor. Isso transcende a atração meramente carnal. Eu me sinto no céu aqui, em seus braços. Meu lindo e doce menino travesso.
Collin — Você é a moça bonita das fotos. — Chay dispara, os olhos colados em Lena quando os recebemos à porta. Liam e Mel acabaram de chegar. Elijah se ofereceu para fazer nosso churrasco semanal aqui em casa. Eu tinha outros planos. Planos que envolviam as pernas da minha garota em volta da minha cintura e eu dentro dela todo o maldito sábado. Mas acho que meus parceiros estão curiosos sobre o nosso relacionamento e vieram bisbilhotar, os cães sarnentos. Resultado: minha casa foi invadida por eles e suas meninas. Talvez seja bom para Lena ir se sentindo mais à vontade em nosso meio. Sei que ainda se sente como um peixe fora d’|gua em torno da banda, e, sobretudo, em torno do Stone. O mais curioso, no entanto, é que parece à vontade perto da Mel. A Mel veio visitá-la algumas vezes nessas duas semanas. Essa mulher é mesmo uma porra incrível. O Stone é um sortudo filho da puta por tê-la fisgado. — Que fotos? — Lena sorri, parecendo encantada com o moleque. Eu me dou conta de que essa é a primeira vez que ela vê o homenzinho de perto. — As fotos com o meu pai. Você fingia, como em uma peça de teatro. — Franzo as sobrancelhas. — Meu pai me explicou tudo. — Chay completa com seus olhinhos castanhos inteligentes. Sorrimos todos. Esse moleque é tão malditamente esperto. Lena se abaixa, ficando no mesmo nível de Chay. — Você está certo. Era tudo como uma peça de teatro. — Diz suavemente. — Você é um menino muito bonito e esperto, sabia? — As bochechas do pequeno ficam vermelhas. Sorrio. — É um prazer conhecê-lo. — Lena sorri, estendendo a mão. O moleque segura sua mão, os olhinhos encarando-a sem nem ao menos piscar. Não posso culpar o homenzinho. Ela é linda demais. E para a minha total surpresa, tem jeito com crianças. Eu gostei disso. — Liam, Mel. — Ela cumprimenta, desviando os olhos para cima. — Que bom ver vocês. — É bom ver você também. — Mel a abraça e beija no rosto, olhando-a atentamente. Eu acho que está percebendo alguma mudança desde que esteve aqui a última vez. — Selena. — Liam acena com a cabeça. — Esse idiota aqui está tratando-a bem? Lena assente e nossos olhares se cruzam e se prendem por um momento prolongado. Um leve rubor tinge suas faces. Um sorriso levanta os cantos da minha boca. Bem pra caralho, eu diria. Não posso conter meus pensamentos perversos. Quando volto a olhar o Stone, ele tem um sorrisinho malicioso brincando na boca. Eu me seguro para não rosnar e revirar os olhos. Então, decido alfinetar o Liam onde ele se importa mais, a doce Mel. — Hei, baby. — Digo olhando a Mel, que meneia a cabeça, sorrindo da minha provocação antes de me abraçar. Liam rosna para mim. — Ei, mano. Pare de bufar e venha se juntar aos outros, já que resolveram invadir a minha casa. — É justo, uma vez que vocês, cães sarnentos, vivem invadindo a minha. — Ele retruca, passando o braço ao redor da cintura da Mel possessivamente. — E corte a merda para cima da minha mulher, idiota. Arrume uma para você. — Então desvia os olhos para Lena sugestivamente, antes de tomar seu caminho para a área externa, onde os outros já estão na piscina. Nada sutis, meus parceiros. Sorrio.
— É tão fácil de provocar o Stone. — Digo, puxando Lena pela cintura. Ela sorri de volta e trocamos mais um olhar carregado. Meu pau começa a engrossar dentro do calção de banho. Cacete. Eu quis ser a porra de um cavalheiro hoje de manhã e apenas a segurei nos braços enquanto assistíamos o sol romper no oceano. Embora meu pau esteja insatisfeito, não me arrependo. Foi um momento fodidamente especial. Senti uma ligação que vai além do lance sexual. Ela compartilhou seu passado comigo. Coisas que nunca pensei, confiaria em mim para dizer. Mas ela disse e isso me quebrou. Depois disso, eu me contentei apenas em segurá-la, fazê-la perceber que está segura comigo. Que não sou um adolescente idiota com tesão. — Vocês estão namorando? — A vozinha divertida de Chay nos faz quebrar nossa troca íntima. Ah, merda. Esqueci-me do homenzinho. — Minha mãe disse que Selena está morando aqui com você. Você vai casar com ela? Wow! O moleque parece uma pequena metralhadora, atirando sem dó. — Oh! Nós, ah, err... — Lena se enrola com as palavras e eu me divirto um pouco antes de socorrê-la. — Nós estamos nos conhecendo, carinha. Tome um fôlego aí. — Digo e ele me olha com a sugestão de um sorriso nos lábios, como se entendesse tudo que estou dizendo. — É segredo por enquanto, ok? Não conte aos caras, ou vão zoar o tio Collin até não poderem mais. Chay sorri, balançando a cabeça. — Um segredo de caras, pode deixar, tio Collin. — Ele diz orgulhosamente, me fazendo sorrir. Esse moleque... Bagunço sua cabeleira cacheada e lhe dou uma piscada cúmplice. — Daqui a pouco, tio Collin vai chutar seu pequeno traseiro no Xbox. — Digo, inclinando a cabeça em direção à sala de jogos. — Até parece... — O pequeno sorri, mostrando que a convivência com um bando de roqueiros nada modestos o está influenciando. Lena solta uma risada ao meu lado, ao que parece, gostando do atrevimento do homenzinho. — Vinte pratas? — Sorrio, provocando o pequeno. Ele abre um lento sorriso arrogante. Porra, esse moleque tá ficando com os trejeitos do Stone. — Quarenta? — Chay diz em tom mais baixo, olhando na direção que seus pais foram. Liam não sabe que apostamos dinheiro em nossos jogos. O moleque rapa a minha carteira na maioria das vezes. — Aprendendo a negociar, hein, tampinha? — Sorrio, estendendo a mão e damos um aperto digno dos bons adversários. — Agora vá se divertir lá fora antes de ter a bunda chutada. Sua gargalhada infantil me faz sorrir mais. Esse moleque ganhou a todos nós facilmente. Eu o olho sair pela porta lateral. Quando volto o meu olhar para Lena, ela está me observando com uma expressão carregada, franzindo o cenho. — Ei, o que foi? — Pergunto, levantando seu queixo para olhá-la nos olhos. Ela pisca e abre um pequeno sorriso, que por alguma razão não alcança os olhos. — Você tem jeito com crianças. — Murmura. Não sei se isso é um elogio pela sua expressão um tanto sombria. — Eu amo crianças. Isso é ruim? — Junto as sobrancelhas, tentando entender sua reserva. Ela estava sorrindo ainda há pouco.
— Não, de jeito nenhum. — Seu tom é mais firme e ela limpa a garganta, tentando escapar do meu escrutínio. — Eu adoro crianças também. Ele parece uma criança adorável. — Ele é. Então, o que a deixou assim? — Insisto. — Assim como? — Ela se faz de desentendida. Semicerro os olhos sobre ela. — Não é nada. É só que vocês agem como uma grande família e eu... — Engole audivelmente. — Eu nunca vi ou vivi nada parecido. Porra. Meu coração dói pela menina que teve seu pai levado muito cedo, sendo deixada nas mãos de uma mãe do caralho e de um psicopata que tirou muito dela. Eu a puxo para os meus braços, envolvendo sua pequena cintura, nunca desviando meu olhar do seu. — Agora você pode viver tudo isso, baby. — Sussurro bem perto do seu rosto, odiando a sombra que ainda está alojada em seus olhos. — Você terá tudo, Lena. Basta se permitir isso. — Digo com toda convicção que consigo reunir. Ela me olha, relutando em acreditar. Minha menina bonita foi muito machucada. Sei que não vou conseguir avançar rapidamente, porque sua mãe e o maldito estuprador levaram muito dela. Preciso ir com calma. Um passo de cada vez. — Passos de bebê, querida. — Digo suavemente. — Não tenho dúvidas de que chegará lá. — Seu semblante se ilumina um pouco, os olhos brilhando para mim. — Vem, vamos nos divertir. Além disso, não posso perder a oportunidade de zoar Sean e Paul pelas bolas presas. É a primeira vez que trazem garotas aqui em casa. — Eu lhe ofereço uma piscadinha brincalhona. Isso me rende um pequeno sorriso. Tomo sua mão, entrelaçando nossos dedos e a puxo para o grande terraço. Lena vai se juntar às mulheres na piscina e eu me junto aos caras ao redor do balcão, perto da churrasqueira. Elijah está cortando uma cebola com mãos ágeis. Sua avó é uma cozinheira de mão cheia e o idiota aprendeu alguns truques com ela. Eu e os caras agradecemos por isso, uma vez que o resto de nós não consegue muitas proezas perto de um fogão. Bebemos e fazemos nossa algazarra, vendo as garotas em seus minúsculos biquínis tomando sol, ou mergulhando. Meu pau esteve duro todo o maldito tempo, vendo Lena desfilar o corpinho gostoso pra lá e pra cá. Cristo. Tortura do caralho. Eu tomo minha quinta cerveja, os olhos presos a ela, que está agora brincando com Chay na piscina. Parece bem mais relaxada. Mergulha por uns segundos e volta à superfície, passando as mãos pelo cabelo longo. Jesus Cristo! Eu seguro um gemido, vendo tudo em câmera lenta. Ela olha por cima do ombro e seus olhos encontram os meus. Ajusto o meu pau, rangendo os dentes, mas sorrio e aceno. — Jesus! Pare de ser tão veadinho, porra. — Elijah bufa, empurrando meu ombro e se sentando no banco ao meu lado. Os caras riem, nada discretos. — Todos vocês, cães sarnentos. Isso está ficando meloso demais para mim. Ugh! — Faz uma careta de nojo. Meus parceiros fecham a cara, seus sorrisos sumindo. — Você está com inveja porque é o único sem uma garota aqui. — Eu zombo, trazendo o riso dos caras de volta. Eli revira os olhos, tomando um grande gole da sua Bud. — Não se preocupe comigo, mano. — Ele agarra a virilha rudemente. — Meu pau estará bem molhado em duas bocetas quando sair daqui. — Sorri arrogante. — Vocês podem dizem o mesmo? Eu e os caras rosnamos, o que só faz seu sorriso crescer. Bastardo cínico. Ficamos em silêncio por algum tempo, apenas bebendo e petiscando.
— Caras, eu preciso da ajuda de vocês. — Liam diz em tom mais baixo, olhando por cima do ombro e conferindo sua mulher, que está sorrindo para a interação de Chay com Lena. — Quero fazer uma surpresa para a Mel e para o Chay em seu aniversário na próxima semana. — Ouvimos atentamente. O Stone encara Elijah e abre um sorrisinho malicioso. — Quero trazer Sara. Eles vão ficar... — Sara? — Eli para a garrafa a caminho da boca, os olhos acesos com indisfarçável interesse. — Do que você precisa, Stone? Eu posso ajudar. — Eu os outros bufamos, sorrindo em seguida. Meu parceiro está obcecado pela cunhada do Liam, embora nunca vá admitir essa merda. — Tudo pela doce Mel e o homenzinho, claro. — Ele se defende prontamente, nos fazendo rir mais. Eli range os dentes para nós. — Calem as malditas bocas, idiotas. — Meu jato estará a serviço da gravadora nessa data. — O Stone informa, nos olhando. — Se algum de vocês puder ceder o seu... — Já disse que vou ajudar, porra. — Elijah o corta mais uma vez. — Só me diga quando precisa e está feito. A cadela estará aqui. — Ele bufa, tomando o restante da sua cerveja em um gole só. Uh. Liam estreita o olhar sobre ele, desconfiado. — Prometa que não vai tentar nada com a minha cunhada e estragar a festa do meu filho, parceiro. — Stone pede, seu semblante sério. Elijah revira os olhos. — Prometo não estragar a festa do homenzinho, mano. — Eli diz depois de um momento, deixando de lado a parte de não tentar nada com Sara. — Irmão, você não vai conseguir nada ali, desista. — Sean o alfineta. — Concordo. Sara é uma garota esperta, não vai cair na sua, mano. — Paul sorri, entrando na provocação. Elijah rosna antes de abrir seu sorriso arrogante. — Anotem aí, irmãos. — Diz com uma certeza que não sei de onde vem. — Vou comer aquela cadela até enjoar. Me aguardem, parceiros. Liam cerra o maxilar. — Vou chutar a porra do seu traseiro se fizer merda na festa do meu filho, idiota. — Ele avisa. Elijah gargalha, o que faz o Stone rosnar de volta. — Você ficou suave demais depois da doce Mel, Stone. — Zomba. Como somos todos cães sarnentos, entramos na fila e endossamos isso. Passamos o dia todo assim. Um provocando o outro pelas bolas presas e por qualquer outro motivo. Eu não disse nada revelador sobre o avanço das coisas com Lena. Quero guardar isso só para nós, por enquanto. Joguei Xbox com o homenzinho e perdi feio. Aquele moleque... Sean, Paul e suas meninas foram os últimos a sair quando já estava escurecendo. Eu fecho a porta e volto para o terraço com um sorriso nos lábios. Esses momentos com meus parceiros são bons pra caralho. Estive rabugento no começo, querendo estar a sós com Lena, mas devo admitir que o dia foi bom. É sempre bom descontrair com aqueles cães sarnentos. Eu paro na entrada do terraço e a olho debruçada sobre a grade mais à frente, olhando o mar. Meu peito é preenchido com uma emoção quente enquanto a observo. Estou tão malditamente louco por essa garota. Ando devagar, apreciando suas formas perfeitas na saída de praia branca que usa sobre o biquíni vermelho. Meu pau volta a ficar
malditamente duro agora que estamos a sós. Linkin Park está tocando nas caixas de som espalhadas pelo terraço. Chego até ela, me colocando por trás, apoiando minhas mãos na grade e a prendendo com o meu corpo. Ela sorri, suspirando baixinho e vira a cabeça para me olhar. Eu vejo uma torrente de emoções em seus olhos azuis esverdeados. Abaixo a cabeça e beijo seu ombro, levo uma mão para cima, descendo a alça da saída e arrasto a língua pela pele levemente salgada. Seu corpo estremece e um leve gemido escapa da sua boca. Eu sorrio e a torturo com beijos e chupadas, subindo para o pescoço. Lena inclina a cabeça para o lado, me dando amplo acesso. Eu mordisco a pele macia e avanço para a orelha, chupando, puxando o lóbulo entre os dentes. Um choramingo necessitado cai de seus lábios e seus braços viajam para trás da minha cabeça, me puxando mais. Seguro sua cinturinha delicada com as duas mãos e me esfrego em sua bunda, gemendo, deslizando meu pau no meio das bochechas firmes. — Deus, eu estava morrendo para te tocar assim o dia todo... — Rosno, em seu ouvido, levando minhas mãos para os peitinhos. Abro os botões rapidamente e os amasso por cima do tecido ainda molhado do biquíni. — Preciso estar dentro de você... Preciso gozar bem gostoso em você. — Collin... — Geme, moendo contra mim. Eu amo como se dá para mim tão facilmente. Sempre tão doida de tesão quanto eu. Puxo as cortinas do sutiã para os lados e cravo as mãos na carne macia. Esfrego as palmas contra os mamilos endurecidos. Ela está ofegando alto. Save-me do Hanson começa a tocar. — Linda. Gostosa... — Murmuro, mordendo sua nuca. Ela se derrete em meus braços. Puxo seu rosto para o meu, nossos olhares se encontram e nossas bocas se abrem juntas, ansiosas, arfantes de tesão. As pontas de nossas línguas se tocam levemente, causando um frisson de eletricidade em meu corpo. Nos provocamos assim, apenas nos lambendo devagar, eroticamente. O beijo vai crescendo e vamos nos esfregando com mais urgência. Aperto seus mamilos entre os dedos, torço-os com força suficiente para doer, mas não machucar. Ela grita e geme na minha boca. Sorrio perverso e desço uma das mãos pela barriguinha, indo esfomeado para a sua boceta. Cavo entre suas coxas. Ela arqueia, resfolegando. Rosno quando sinto o calor da sua excitação sobre o tecido muito mais molhado agora. Afasto a calcinha para o lado, esfregando os dedos para cima e para baixo em suas dobras meladas. Massageio seu monte. Sua respiração acelera e ela puxa a boca da minha. Sorrio safado e enfio dois dedos em sua vulva, me deliciando com seus olhos ficando turvos. — Porra! Eu quero meter em você... Comer essa bocetinha bem fundo... — A como com os dedos devagar, provocando suas paredes escorregadias. Com um rosnado impaciente, eu a giro nos braços, invadindo sua boca outra vez. Ela geme longamente, se pendurando no meu pescoço. Nossas mãos tateiam o corpo um do outro, com ânsia e paixão desvairada. Ela morde o meu lábio inferior e o puxa com os dentes. Seu quadril impulsiona, moendo a boceta em meu pau duro. Gemo alto e arranco sua saída rapidamente. Em seguida, puxo o laço da parte de cima do biquíni. Ela sorri contra a minha boca. Puxo os laços dos lados da calcinha e ela está nua. Minha boca desce em uma corrida gananciosa, passando pelo pescoço e caindo nos seios. Chupo um e depois o outro com força. Suas mãos puxam meu cabelo, enquanto geme em doce lamento.
— Collin... — Respira com dificuldade. — Alguém pode nos ver... — Não. Eles sabem que quero privacidade. — Digo em um grunhido, me abaixando em sua frente, minhas mãos cravando em sua bundinha firme. Gemo, vendo sua bocetinha toda depilada e delicada. Beijo seu monte e lambo lentamente, rodando a língua no clitóris, descendo mais, chupando o creme dos lábios melados. Ela geme alto, abrindo mais as pernas. Eu a como, esfregando minha cara toda em sua boceta. — Porra, você está tão molhada, bebê. E tem um cheiro e gosto deliciosos... — Dou um tapa em sua bunda e me levanto, arrancando meu calção e sunga juntos. Seus olhos vão imediatamente para o meu pau e antes que possa fazer alguma coisa, ela cai de joelhos. — Caralho... — Eu digo em um rosnado rouco, que mal reconheço quando sua mão pequena envolve o meu eixo grosso. É quase animal, cheio de necessidade. Ela sorri, toda sedutora, sua boquinha linda a centímetros da cabeça. — Sim, minha putinha. Chupe o meu pau. Oh, merda... — Um gemido profundo ecoa quando ela lambe a ponta, bebendo o présêmen, rodando a língua, enquanto bombeia o eixo com as duas mãos agora. — Que gostoso, bebê. Mama, engole o meu pau bem gostoso, vai... — Pego seu cabelo, juntando-o acima da cabeça e empurro o quadril, forçando-me em sua boca. Ela escancara ao máximo para me tomar. Estou a ponto de gozar apenas vendo seus lábios esticados, enquanto bombeio devagar, entrando cada vez mais profundo em sua garganta. Ela não consegue me levar todo, mas é gananciosa. Quase me matou a primeira vez que me chupou no Brasil. Gostosa demais. Pensei que a puta da Nat chupava bem, mas isso foi antes de ter essa boca sobre mim. Eu fodo sua boca com mais força, vendo-a tomar tudo que dou. O que não consegue levar na boca, acaricia com as mãos. Rosno quando massageia minhas bolas. Ela chupa com mais força, deslizando a língua no processo. — Ohhh! Lena, estou quase gozando... Chupe assim, bebê. Sugue todo, porra! — Anuncio e sua boca fica ainda mais gulosa, me levando quase todo, e é o meu fim. Choques disparam em minha coluna, viajando para o abdome, deixando minhas bolas pesadas. Movo sua cabeça, comendo-a com ânsia também até que não consigo mais segurar e explodo, esporrando em sua garganta. — Ahhhhhhhhhhh! Caralho... — Uivo, jogando a cabeça para trás, gozando com força. Silvo por entre os dentes, empurrando, enquanto ela engole tudo. Volto a olhá-la. Minhas pernas estão fracas, cacete. Sorrio para a sua travessura. — Porra, você chupa tão gostoso, baby. — Meu pau escapa dos lábios inchados. Há um fio de porra escorrendo em seu queixo. Isso faz meu pau se contrair. O esfomeado ainda está duro. Junto o líquido com o polegar e o levo até a sua boca. Ela suga como uma boa menina, me escravizando com esses olhos do mar do Caribe. — Queria levá-la para a piscina quando parei. Mas você não podia esperar para engolir a minha porra, podia? — Eu a provoco, puxando-a para cima. — Me abrace com as pernas, bebê. — Peço, levantando-a pela bunda. Ela dança, esfregando a boceta quente sobre o meu pau todo o caminho para a piscina. Bato em seu rabo provocador. Sorri com cara de safada, me fazendo rosnar de tesão. Quando entramos, ela suspira com a água morna. Mergulho com ela enrolada em mim. Ela sorri, espirrando água quando voltamos à superfície. Puxo sua nuca e como sua boca em um beijo faminto. Chupo sua língua com força, fazendo-a gemer e se esfregar mais em mim. Rio e mergulho de novo, bem devagar. Não paro o beijo até virmos à tona de novo. — Seu louco. — Diz, tossindo um pouco. — Eu amei, no entanto. — É? — Ronrono em sua boca.
— Mmmm. — Ronrona de volta, sua cara tão safada quanto a minha. Ando com ela e a prenso contra a parede mais próxima. Deslizo meu pau entre suas dobras, que pulsam em resposta. Sorrio, sacana, aproximando minha boca da sua. Ficamos nos olhando, falando coisas sujas com nossos olhos, enquanto moemos um no outro. — Collin... — Choraminga, ofegando. Tão linda e desesperada por mim. Desço uma mão entre nós e seguro meu pau, uso a cabeça para torturar seu clitóris. Eu bato algumas vezes sobre o montinho. — Eu quero você. — Lamenta, gemendo e cravando as unhas em meus ombros. Ela engata os calcanhares em meu traseiro, tentando me puxar para dentro. Sorrio malvadamente. Bufa, fazendo um beicinho lindo. Decido acabar com a sua, a nossa miséria e me coloco em sua entrada. — Sim, bebê... — Respira. Amo quando me chama assim, porra. Eu a seguro pela cintura com uma mão e levo a outra para o seu pescoço pela frente. Seus olhos ampliam e brilham com excitação. Estou indo devagar em apresentar meus gostos perversos no sexo. Mas ela parece gostar de tudo que fizemos até agora. — Você quer o meu pau, bebê? — Lambo sua boca, puxando o lábio inferior com os dentes. — Sua boceta é tão pequena para o meu pau... Mas você é a minha putinha perfeita, não é? Você gosta de ser a minha puta, Lena? — Eu ronrono, me segurando para não rasgála em um golpe duro. Ela deve estar dolorida da nossa foda intensa de ontem. — Sim... Eu amo... — Diz, fora de si, quando empurro a cabeça dentro. — O quê, Lena? — Eu puxo para fora, fazendo-a lamentar. — Diga o que você ama, bebê. Diga e eu te dou meu pau todo. Tudo enterrado até o fodido punho, porra. — Merda! — Ela rosna, arranhando meus ombros com as unhas. Eu silvo de dor e prazer. — Eu amo ser a sua puta. Agora me fode, caralho! Sorrio perversamente e empurro dentro dela, puxando-a ao mesmo tempo para tomar tudo, cada maldito centímetro. Nós dois gritamos alto. Cacete. Eu trinco os dentes pela sensação absurdamente gostosa que é meter nela sem preservativo. Ela me arruinou. Estou perdido, porque nada se compara à essa sensação. Eu quero viver e morrer dentro dela. — Ah, bebê, sua boceta está tão fodidamente molhada... — Abro um sorriso safado e perverso, puxando para fora e voltando a empalá-la devagar, até as bolas. — Será que consegue aguentar ao menos dois minutos antes de gozar, querida? Ela rosna e eu sorrio mais, minha boca provocando bem perto da sua, recuando, aproximando, roçando, em um jogo gostoso, enquanto a como sem pressa. Eu quero aproveitar ao máximo sua boceta me apertando antes de gozar. Se eu for rápido, não vou aguentar muito. Estou zombando dela, mas a minha situação é pior. Se ela soubesse o quanto é gostosa, porra. Giro meu quadril, nossas pélvis coladas, massageando seu clitóris, meu pau enterrado profundamente. — Oh, Collin... Bebê... — Chora, sua respiração entrecortada. — Eu preciso... Por favor... — Quer gozar no meu pau, baby? Me quer batendo essa boceta até você gozar pra caralho? — Eu a instigo com meu palavreado chulo. Contrariando todo o fodido histórico de abuso, Lena fica selvagem me ouvindo falar sacanagens e eu amo isso nela. Amo que minha menina bonita não esteja tão quebrada quanto imagina. Ela não se sentiria assim comigo se estivesse. Eu amo puxar a paixão, esse fogo todo para fora dela. — Sim, por favor... — Decido dar o que a minha menina bonita quer. Eu a levanto e abaixo com força, sem piedade, rasgando seu pequeno canal quente no meu pau. Ela estremece, gemendo tão alto, porra.
— Oh, meu Deus! Oh, meu Deus... — Lamenta, enquanto a como, prensando-a na parede com golpes duros e tão profundos quanto posso ir. Rodo a mão do seu pescoço para a nuca e puxo seu cabelo, arqueando seus peitinhos e caio de boca. Chupo, lambo, mordo os mamilos. Então ela se desfaz, quicando e gritando o meu nome uma e outra vez, quando goza. Eu olho hipnotizado para ela. Linda pra caralho. — Porra, sim, Lena! Goze no meu pau! Monte o meu pau, caralho! — Sorrio presunçosamente antes de tomar sua boca em um beijo indecente, molhado. Sua boceta ordenha o meu pau sem dó e eu começo a perder a batalha. Ela sobe e desce, moendo, ganindo em doce abandono. Passo a bater nela pra valer. — Eu amo como você é receptiva, menina bonita. — Minha voz soa rude entre nós. Ela está acalmando, toda aberta, molhada, me deixando meter impiedosamente, comendo-a do jeito que gosto e preciso. — Amo a sua boceta pequena me tomando todo. Amo quão gulosa você é pelo meu pau... Porra, tão gostoso... Eu me enterro com força até o maldito punho. Rosno, sentindo o gozo chegando. — Vem, rebola essa bocetinha linda no meu pau... Me faça gozar... — Abraço o seu pescoço de novo. Ela resfolega e se pendura em meus ombros, rebolando, enquanto eu estoco cada vez mais fundo, olhando-a nos olhos. — Eu vou te encher, bebê! Oh, merda... Eu vou gozar, Lenaaaaaaaa! — Um rugido gutural rasga a minha garganta e eu meto profundamente, gozando enterrado em seu útero. Todo o meu corpo estremece, enquanto jorro dentro dela. Meus braços a envolvem, puxando pela cintura. Seus peitos colam no meu tórax enquanto onda após onda de prazer esmagador e incomparável rola sobre mim. Lena geme baixinho também. Ela me disse que ama me sentir gozando dentro dela. Jesus Cristo. Enfio meu rosto em seu pescoço e continuo balançando-a no meu pau até os últimos espasmos deixarem meu corpo. Respiro rudemente. — Você é maravilhosa, porra. — Murmuro, cobrindo-a de beijos suaves. Ouço sua risada rouca e arfante também. Levanto a cabeça apenas o suficiente para olhá-la nos olhos. — Deliciosa... — Murmuro antes de tomar sua boca em um beijo cálido, lento, apaixonado. Meu coração gritando que a amo. Essa sensação quente e gostosa que estou sentindo vai além do sexo espetacular. Deus, sim, eu a amo. Não há nenhuma dúvida sobre como me sinto sobre ela nesse momento. Nossas línguas se entrelaçam se lambendo gostosamente. Sorrimos com os lábios colados. — Você sente isso, bebê? Sente o quanto isso é especial? Seus olhos lacrimejam e ela assente, uma mão delicada vindo para o meu rosto, passando os dedos pela minha face, enquanto me olha com expressão amolecida. — Eu te amo, Lena. — As palavras escorregam dos meus lábios para os seus em um sussurro. Ela arfa levemente e seus olhos transbordam, surpresa estampada em seu rosto. — Eu acho que sempre te amei, bebê. Todos esses anos, nunca fui capaz de esquecê-la. — Collin... — Sua voz é pequena e trêmula. — Inesquecível. Você é isso para mim, Lena. — Eu digo, sentindo-me leve depois de dizer isso em voz alta. Uma alegria imensa enchendo o meu peito. — Você é isso para mim também, bebê. — Ela diz com voz suave, me olhando fixamente. — Inesquecível. O único que eu sempre quis. — Seu olhar passeia por todo o meu rosto e quando sussurra a frase seguinte, eu quase tenho a porra de um ataque cardíaco aos vinte seis anos. — Eu também te amo.
— Lena... bebê... — Digo reverentemente, minhas mãos segurando seu rosto bonito todo banhado de lágrimas. Meus olhos ardem com a beleza desse momento. Ficamos respirando irregularmente na boca um do outro. — Minha menina bonita. — Sussurro e ela chora mais, então a beijo. Minha menina bonita. Repito para mim. Nos agarramos mais e mais querendo extrair o máximo desse momento. Aqui, com ela em meus braços, faço uma promessa silenciosa de protegê-la custe o que custar. Ela nunca mais será machucada. Nunca mais.
CAPÍTULO SETE
Collin Eu arrumo a bandeja com esmero e sorrio como um fodido bobalhão, depois de colocar uma única rosa vermelha ao lado. Porra, estou ficando bom nessa merda cor-de-rosa. Eu bufo. Foi uma coisa boa que minha mãe plantou algumas rosas no jardim. Obrigado, mãe. Estou me preparando para pegar tudo e subir para acordar Lena, quando ela entra na cozinha. Merda. Demorei demais. Ela está vestida com uma camiseta minha e isso faz o meu pau se agitar sob a calça do pijama. Não estou usando cueca, então isso vai ficar interessante nos próximos segundos. Sorrio enquanto ela se aproxima. Ela parece deliciosa. Deliciosa e com uma cara de quem foi bem fodida. Meu sorriso se torna arrogante. Lena sorri de volta, seu olhar passeando pelo meu peitoral, abdome nu e seus olhos arregalam ao ver a bandeja sobre a bancada. Seus passos diminuem, seu olhar amolecendo completamente quando volta a me encarar. Ela contorna a bancada e envolve os braços em minha cintura, me fazendo gemer quando enfia o rosto em meu peito e inala o meu cheiro. Eu a abraço pela cintura, colando seu corpo no meu. — Bom dia, menino bonito. — Sussurra, levantando o rosto para o meu. Meu coração canta ao ver seus olhos límpidos, o rosto suave, livre de tensão. — Bom dia, menina bonita. — Murmuro, descendo minha boca bem próxima da sua. Roço nossos narizes, ela sorri e eu também, antes de beijá-la suavemente. Seus lábios se abrem, sua língua buscando a minha devagar. Nos beijamos sem pressa, degustando cada recanto de nossas bocas. Meu pau está malditamente acordado contra sua barriga e ela geme baixinho. Eu me obrigo a parar ou o café vai esfriar. — Estava indo acordá-la. — Digo, entre pequenos beijos.
— Parece que alguém esteve bem ocupado nesta manhã. — Um sorriso lindo, quase tímido enrola em sua boca. Segurando-a pela bunda, eu a levanto para a bancada e me enfio entre suas pernas, Lena não perde tempo, enrolando-as em meu quadril. — Eu queria surpreender a minha namorada linda e totalmente quente. — Digo, olhando-a nos olhos. — Isso é tão doce, bebê. — Sussurra me olhando ternamente, enquanto suas mãos deslizam pelos meus ombros. — Obrigada. Você é lindo. Meu peito incha com suas palavras suaves. Linda. — Droga, eu sou bom, hein? — Abro um sorriso provocador e Lena revira os olhos. Eu amo mexer com ela. — E não vamos nos esquecer desse fodido ego lá nas alturas. — Brinca. Então sua sobrancelha levanta. — Minhas coisas estão todas no seu quarto. Quer me dizer algo sobre isso? — Oh, eu devo tê-las movido em uma das minhas crises de sonambulismo. — Digo usando a minha melhor cara inocente. Seus olhos estreitam nos meus, mas eu me mantenho sério, tentando não arruinar minha desculpa esfarrapada. — Você é sonâmbulo? — Ela franze o cenho. — E por que o alvo seriam as minhas coisas, baby? Eu arruíno tudo, caindo na risada. — Ok, baby, você me pegou. — Digo, nada arrependido. — Eu as movi hoje de manhã, bem acordado e consciente. — E essa é sua maneira nada sutil de me pedir para dormir em seu quarto? Sorrio lentamente, balançando a cabeça. — Oh, você acha que esses olhos azuis bonitos e esse sorriso sem vergonha funciona com todas as mulheres, roqueiro? — Zomba. Gargalho. — Sim, bebê, eles nunca falham. — Eu me abaixo, sussurrando em seu ouvido: — Mas há outro atributo que as deixam realmente loucas. — Eu chupo a concha da sua orelha. — Qual? — Pergunta, ofegando. Pego a sua mão e a coloco sobre o meu pau duro. — Meu pau. — Ronrono, mordendo seu lóbulo. — Doce Jesus. — Geme. — Você é tão safado, Collin. — Eu sou. — Concordo, rindo sacana. Pego a rosa e lhe entrego com um floreio. Seus olhos brilham, um sorriso brincando em sua boca. — Safado e lindo. — Sussurra, levando-a ao nariz sem quebrar nosso olhar. — Já que concordamos que sou totalmente irresistível, vamos tomar o café antes que esfrie, baby. — Lena gargalha e eu beijo a ponta do seu nariz arrebitado antes de pegar uma das canecas, entregando a ela. Pisco-lhe um sorriso presunçoso. Fiz torradas e encomendei waffles e rosquinhas amanteigadas em uma padaria não muito longe daqui. O lugar é simples, mas faz coisas deliciosas. Sou um cliente assíduo. Não sei do que ela gosta, mas estou tentando aqui, babies. Pela cara animada com que pega uma rosquinha e morde, gemendo obscenamente, marquei um fodido ponto no placar, obrigado. Eu avanço rapidamente, mordendo a sua
guloseima. Ela rosna, puxando para longe. Eu a persigo, puxando sua mão, dando mais uma mordida. Lena revida, pegando a minha mão e ataca meu waffles. Comemos e brincamos o tempo todo. O clima gostoso e descontraído. Eu amo como está cada vez mais à vontade comigo. No final, já estávamos servindo o outro na boca, entre beijos de boca cheia. Porra, nunca me imaginei fazendo tal coisa. Se Eli me visse agora, diria para eu parar de ser tão veadinho. Lena me olha com uma cara de safada antes de pegar o recipiente com o xarope de morango. Levanto uma sobrancelha, divertido e a observo lambuzar o meu peito. Sua língua sai lambendo tudo em círculos preguiçosos. Cacete. Gemo quando morde meu mamilo, lambendo-o obscenamente depois. — Safada... — Rosno, segurando-a pela nuca. — Comporte-se ou vou comer sua boceta no café da manhã. — Ela geme, tentando juntar a coxas, o que é impossível, uma vez que estou no meio delas. Desço a mão pelas costas e cravo na bundinha, puxando-a para o meu pau. Sinto-a quente e pulsando contra mim. — Porra, me diga que está usando calcinha, Lena. — Não estou. — Sorri, lambendo os lábios. Porra. — Como posso ter tanta sorte? Você é uma menina suja, sabia disso? — Sorrio perversamente perto da sua boca. — Agora, tudo que consigo pensar é empalar essa sua bocetinha no meu pau. Mas, foda, você deve estar dolorida. — Não estou. — Geme baixinho, se repetindo como um papagaio coxo. Sorrio, balançando a cabeça. — Pare de ser tão gananciosa, bebê. — Dou um tapa suave em sua bunda. — Passei duas noites em cima de você. É obvio que está machucada. — Ok, só um pouquinho... — Admite, abrindo um sorriso travesso de quem foi pega na mentira. Abro meu sorriso sem vergonha e infiltro as mãos sob a camiseta. Ela me abraça pelo pescoço, me dando livre acesso. Abaixo a minha cabeça, aproximando nossas bocas e a olhando de perto. Tão bonita, porra. Assobio, sentindo sua pele macia e nua por baixo. Cacete. Mordo seu queixo, enquanto acaricio os peitinhos firmes, cinturinha fina, bunda nua. Ela sorri, os olhos me mandando mensagens sujas. Enfio uma mão entre suas coxas, tocando os lábios úmidos. Lena ofega na minha boca, e eu mordisco seu lábio superior, esticando-o entre os dentes. — Você tem uma boceta quente e está me provocando com isso, não é, bebê? — Sorrio malvadamente, e a encaro, amando ver seus olhos escurecerem de tesão. — Sabe que tem a bocetinha mais gostosa e apertada que já montei e está me tentando a te comer bem aqui, no meio da minha cozinha. Gosta de saber que qualquer um pode entrar e me ver metendo em você? — Ela geme longamente, sua respiração vindo direto na minha boca. — Sim, você gosta, não é, menina suja? Amo como se transforma nessa putinha safada para mim. Só para mim. — Sim... — Sussurra roucamente, correndo as unhas pelas minhas costas e agarra a minha bunda. — Só para você, bebê. Estou viciada em sentir você gozando dentro de mim. É a melhor sensação do mundo. — Porra! — Solto um rugido, enfiando a mão livre em sua nuca, angulando sua cabeça, puxando seu cabelo. — Jesus Cristo, você é o presente de Natal que sempre pedi ao Papai Noel, baby. — Sorrio predatoriamente, sussurrando, provocando seus lábios com os meus.
Ela sorri, suas pálpebras tremendo e se fechando, quando forço minha língua em sua boca. Eu a beijo devagar, tomando o meu tempo, lambendo sua língua, enfiando e recuando, imitando o ato sexual. Nossas bocas deslizam juntas, em um ajuste perfeito pra caralho. Eu poderia beijá-la assim, apenas beijá-la por horas a fio. — Gostosa demais... — Digo em um grunhido, comendo sua boca e esfregando sua boceta com os dedos. Levo os líquidos para a pequena protuberância e massageio suavemente. Sei que está dolorida e não quero me forçar sobre ela. Meu pau está babando, implorando para se enterrar até as bolas em seu calor apertado, mas não vou fazer isso agora. Nos beijamos, gemendo, sussurrando sacanagens na boca um do outro. Ela está quase gozando, posso sentir. Vou dar isso à minha garota. Então, alguém está limpando a garganta e nos tirando bruscamente do nosso amasso gostoso. Porra! Só pode ser carma. Eu rosno antes de parar o beijo. Lena geme em lamento, enfiando o rosto no meu peito. Eu puxo minha mão do seu centro pulsante e abaixo a camiseta, deixando-a apresentável para o intruso filho de uma cadela que ousou nos interromper. Levanto a cabeça para a porta da cozinha. — Phill. — Eu ranjo, atirando um olhar mortal para o meu chefe da segurança. Ele tem a sabedoria de parecer envergonhado. Bom. — Desculpe, cara. — Diz levantando as mãos em um gesto apaziguador. — Não queria interromper, mas a Sr.ª Hart está insistindo para ver Selena. O corpo de Lena se retesa em meus braços. — Oh, merda. — Ela rosna. — Selena, baby? — A mulher, que parece uma cópia mais velha de Lena, adentra a cozinha sem pedir licença. Sinta-se à vontade. Eu ironizo. — Mãe? O que está fazendo aqui? — Lena pula para o chão, cruzando os braços à frente do corpo, seu semblante tenso. A mulher contorna a bancada, abraçando a filha rapidamente e jogando beijos no ar. — Oh, meu Deus, você está horrível! — Ela franze os lábios pintados em um vermelho ofuscante. — O que está fazendo com o seu cabelo? Você tem olheiras... — Continua examinando Lena dos pés à cabeça, os olhos se estreitando ao ver que está vestindo apenas uma camiseta. A minha camiseta. — Obrigada, mãe. — Lena range sarcasticamente, afastando-se da mulher. — Agora me diga o que está fazendo aqui? O rosto da mulher cai e há lágrimas se reunindo em seus olhos. — O que mais estaria fazendo, Selena? Eu vim para lhe dar o meu apoio, baby. — Diz com uma voz magoada. Eu franzo as sobrancelhas, olhando-a atentamente. Há algo que não me inspira confiança nessa mulher. — Você está duas semanas atrasada, Tara. — Lena diz baixo, seu tom ferido. Então seu rosto ferve, ficando vermelho. — Não, espere, você está a porra de vinte e quatro anos atrasada, mãe! Tara leva a mão ao peito, fazendo uma cara ofendida. — Oh, então é assim que vai ser? — Pergunta, arrumando a alça da bolsa de aparência cara sobre o ombro. — Vai continuar me culpando pelos atos daquele infeliz? Eu não podia imaginar... Lena bufa impaciente, andando para longe da mãe.
— Pare de atuar, mãe! — Pede exasperada. — Tudo o que aconteceu é culpa sua, porra! — Ela está tremendo, lívida e eu começo a me preocupar que tenha um surto. — Você me deixou sozinha todo o maldito tempo com ele! Os olhos de Tara adquirem um brilho frio, enquanto encara a fúria da filha. — Não, baby. Tudo o que aconteceu é culpa sua. — Ela cospe friamente, fazendo os olhos de Lena lacrimejarem e isso me enfurece. — Você vivia em cima do seu irmão o tempo todo... Que porra de mãe megera é essa? Eu cerro meus punhos para me impedir de me lançar sobre essa vaca e jogá-la para fora da minha casa, longe de Lena. — Que porra acha que está fazendo, senhora? — Eu interfiro e os olhos do mesmo tom dos de Lena me encaram com desprezo. — Nada da merda que aconteceu é culpa dela. Você era a adulta responsável por ela! — Aponto meu dedo acusatoriamente para a vaca. — Você é a mãe dela, porra! Se é assim que quer aliviar a sua fodida consciência, repense sobre isso. Ela sorri sem humor, seus olhos me digitalizando de cima a baixo. — Quem pensa que é para falar comigo nesse tom? — Cerra os dentes. — Eu nunca imaginei que Chris faria tal coisa... — Ela fecha os olhos, parecendo um pouco mais sincera. — Nunca deixaria isso acontecer com a minha filha. — Lágrimas caem pelo rosto todo maquiado e volta a encarar Lena. — Nunca pensei que... Eu apenas... — Apenas o quê, Tara? — Lena limpa seu rosto banhado de lágrimas. — É uma mulher fútil, vazia, que nunca deveria ter sido mãe? Tara limpa o rosto também, tomando algumas respirações em silêncio. — Ouça, eu sei que temos nossas diferenças, mas só quero apoiar a minha filha nesse momento. Lena bufa alto. — Como me apoiou da última vez que precisei? — Seu tom é muito mais ferido, quebrado agora, o que me faz encará-la, curioso sobre isso. Essa cadela já sabia que Lena era abusada e não denunciou o crime fodido? — Eu estava confusa e... Você se aproveitou disso... Do que diabos ela está falando? Fico com uma pulga gigantesca atrás da orelha. O rosto de Tara perde um pouco da cor e da arrogância. — Tudo o que fiz foi para o seu bem, Selena. — Ela sussurra, parecendo consternada e isso me deixa mais intrigado. — Você era muito jovem e tola, e eu não podia deixar que destruísse sua vida, seu sonho de cantar e... — Por favor, mãe! — Lena chora como se sentisse uma dor profunda. Eu não consigo mais ficar parado e vou até ela, segurando-a nos braços. — Você nunca deu a mínima para a minha vontade de ser cantora. — Isso foi no começo, quando pensei que era apenas um capricho, Selena. — Tara repreende. — Agora eu sei que você tem algum potencial. — Algum potencial? Quem essa vadia pensa que é, porra? — Você só precisa jogar as cartas certas, baby. — Sua voz suaviza visivelmente. — Talvez essa situação humilhante possa servir de alavanca para a sua carreira. — Não, ela não está pensando... — Que merda você está falando, mãe? — Lena corta meu raciocínio, estreitando o olhar sobre a mulher.
— Não me olhe assim, ok? — Tara levanta as mãos em maquiavélica rendição. — Tudo o que estou dizendo é que você deve usar isso a seu favor. Todos em LA usam suas tragédias pessoais para conseguir a simpatia do público e... O corpo de Lena fica rígido em meus braços. — Eu fui estuprada, mãe! Abusada por anos, porra! — Ela berra, seu corpo tremendo. — Tudo o que quero é que as pessoas esqueçam isso o mais rápido possível, porque eu... — Sua voz quebra em um soluço. — Eu nunca vou conseguir esquecer. Tara suspira alto e anda de um lado para o outro na nossa frente, ostentando seu caro vestido de grife. Eu posso ouvir as engrenagens do seu cérebro funcionando. — Certo. Foi muita insensibilidade minha sugerir algo assim. — Ela se desculpa, fazendo essa cara de drama que já estou me familiarizando em apenas poucos minutos em sua presença. Eu quero jogar a vadia porta afora, mas ela é a mãe de Lena, apesar de tudo. — Poderíamos dar uma entrevista juntas, então? Já contatei o TMZ e eles... — Oh, espera... — Lena diz friamente. — Você já tinha tudo orquestrado? Toda essa história de me apoiar... — Ela suspira tristemente. — Tudo balela! Você quer se promover em cima da minha desgraça, não é? Posar de mãe devotada para a imprensa? Conseguir a atenção que há muito tempo você não tem mais! — Lena grita essa última parte, sua voz tremendo, embargada. Tara pisca, seu rosto mostrando culpa por um ínfimo instante. Cristo, que merda de mãe é essa? Continuo a me perguntar. — Por favor, basta ir embora. — Lena se agarra a mim, tomando respirações ruidosas. Eu beijo sua têmpora, passando força a ela. — Não se preocupe comigo. Estou bem aqui. Collin está cuidando de mim. — Murmura. Eu a olho, percebendo os sinais em seu corpo. Seus lábios estão tremendo e posso ver os espasmos em seu rosto. Ela está a um passo de ter um episódio. Porra. — Aposto que ele está... — A megera cospe em tom malicioso, fixando os olhos frios nos meus. — Você não tem vergonha de se aproveitar do estado frágil da minha filha? Jesus Cristo! Se ela fosse um homem já estaria com a cara toda machucada por dizer tanto disparate. — A única pessoa que estou vendo tentando tirar proveito dela é a senhora. — Eu rosno, mantendo Lena protetoramente em meus braços. Os olhos gelados da víbora desviam de mim para a sua filha e se estreitam um pouco. — Oh, você está bem? Parece prestes a surtar. — Lena range os dentes, seus tremores aumentando. Tara balança a cabeça. — Eu vejo que ainda está sendo teimosa em não tomar seus remédios. — Diz com uma dose doentia de prazer em seu tom. — Você precisa deles, Selena. Você é fraca, herdou isso do seu pai. Nunca chegará ao topo se os fãs a virem se contorcer nos palcos porque não consegue lidar com a pressão. — Saia! — Eu ranjo os dentes. A mulher sorri como uma bruxa, adorando ver que está atingindo seu ponto e continua a destilar seu veneno. — Já pensou se a sua condição vaza para a imprensa? Aspirante a estrela pop não tem controle de si mesma. Selena é fraca. Ela é... — Saia, porra! — Eu perco a paciência de vez. — Phill! — Eu grito para a porta. Ele aparece imediatamente. — Leve essa megera do caralho para fora das vistas de Lena! Agora!
Selena Minha língua enrola e gruda no céu da boca, minhas pernas amolecem, cedendo. Eu sinto Collin me levantando nos braços e falando comigo. Ele me pede para ficar com ele, para respirar. Meu coração parece que vai explodir tamanha a pressão dos batimentos. Ouço a minha mãe berrar ao fundo, que essa conversa não terminou, que sou uma filha ingrata, que ela só quer me apoiar e blá, blá, blá. Oh, Deus, eu sinto vontade de vomitar com a sua cara de pau. Eu a desprezo! Por que ela não pode ser uma mãe normal? Por que, caralho? — Lena? — A voz de Collin se torna mais nítida, enquanto sua mão acaricia delicadamente meu rosto. Eu fecho os olhos sob o seu toque. Sinto a brisa correr em nós. Ele nos trouxe para fora. — Isso, bebê, respire devagar. — Persuade suavemente, me mantendo em seu colo. Eu tomo respirações compassadas e reabro os olhos, me deliciando com o seu rosto tão bonito bem perto do meu. Estamos na pequena varanda da cozinha, vejo pelo canto de olho o pequeno espaço aconchegante. O som das ondas quebrando a poucos metros da casa, contribui para a minha agitação ir arrefecendo. — Sinto muito por não ter controle de mim mesma. — Lamento baixinho. — Está tudo bem. — Ele me diz olhando ternamente. — Eu sei que ela é a sua mãe, mas, foda, a mulher é uma megera! Isso me faz sorrir fracamente. — Ela é. — Admito. Seus olhos me analisam por alguns instantes em silêncio. — Porém, ela tem razão quando diz que você precisa tomar os remédios, Lena. — Há uma leve repreensão em seu tom. — Você também acha que sou fraca? — Pergunto, tentando não soar magoada. — Não. — Ele nega com veemência. — Você não é fraca, bebê. Mas há muita pressão sobre seus ombros nesse momento. Os remédios irão te dar o controle sobre isso, a doutora Clark me garantiu... — Você falou com a minha psicóloga? — Meu tom é surpreso. Collin assente lentamente. — Sim, não fique chateada e não veja isso como uma invasão. — Seus lábios enrolam em um meio sorriso. — Ok, foi a merda de uma invasão, mas ela notou que só quero ajudá-la a superar isso. Seus segredos estão seguros com ela, fique tranquila. A doutora apenas me fez prometer que iria ficar atento sobre os seus remédios. — Ele sorri de novo, daquele jeito meio torto e travesso. — Mas acabei me distraindo... Sorrio também, deixando o surto para trás e me aconchego mais a ele. — Eu também acabei me distraindo... — Assumo, vendo os olhos azuis serem preenchidos com malícia. — Não quero pensar no resto do mundo. Quero apenas ficar assim, em seus braços. Quando estou com você, nada mais importa. — Sussurro, enfiando uma mão em seu cabelo e me deliciando com a maciez. — Não preciso de mais nada. Só de você, bebê. Ele respira agudamente, aproximando a boca da minha e roça meus lábios em uma carícia gentil e sensual. Eu gemo. — Porra, isso me lisonjeia. — Seu hálito quente sopra em minha boca, então ele me beija. Sua língua me invade com um misto de suavidade e possessividade, comandando, seduzindo. Embora a ação seja lenta, é tão erótica que me faz estremecer de desejo. Ele suga a minha língua com mais pressão e minha boceta alaga, latejando. Mordisca meus
lábios e encerra o beijo muito cedo, me fazendo choramingar em decepção. Sua testa encosta na minha, enquanto respiramos alterados. — Mas você precisa de mais, Lena. — Murmura, seu rosto assumindo um ar de seriedade. Sua mão traça meu rosto com seu característico toque delicado. — Não, não preciso. — Coaxo. Ele sorri e beija a ponta do meu nariz como se eu fosse uma criança fazendo birra. — Você tem uma carreira. — Diz sondando minha reação. — E precisa retomar. — Seu olhar parece culpado e ele acrescenta: — Pode me chutar nas bolas por ser tão intrometido, mas falei com o Apollo e ele também acha que deve retomar... Suas palavras pairam sobre mim. É uma intromissão, mas não vejo isso dessa forma. Eu vejo apenas esse lindo homem tentando fazer o melhor para mim, para me ver feliz. Eu o amo. Meu peito agita e amolece, enquanto olho no fundo desses incríveis olhos azuis. — Você é provavelmente o intrometido mais bonito e sexy que já tive o prazer de conhecer. — Murmuro, provocando-o. Seu sorriso travesso reaparece e eu me vanglorio por trazê-lo. — Você está tentando me enrolar com essa conversa mole, menina bonita? — Minha risada é alta. Deus, eu amo como ele torna tudo leve. Meu drama fica para segundo plano quando estou com ele, por isso achei que não precisava tomar a porra dos remédios. — Se é isso, você não está fazendo certo. — Há humor e sacanagem em seu tom agora. — Talvez deva levantar essa camiseta e me mostrar o que há por baixo... Eu rolo os olhos, rindo o tempo todo. — Não há nada aqui embaixo, você já sabe disso. — Ronrono. — Exatamente. — Ele abre seu sorriso infame e sexy e me dá uma piscadinha, que vai direto ao meu clitóris. Porcaria. Gemo baixinho. — Tão sem vergonha, roqueiro. — Repreendo, mas meu tom é suave. — Você está certo. — Seu semblante vai ficando sério outra vez. — Preciso parar de me esconder. Estou morrendo de medo de como vou ser tratada pelas pessoas, agora que elas sabem... — Deixo as palavras morrerem em minha garganta. Collin não me apressa, apenas continua me olhando e acariciando meu cabelo. Solto um longo e resignado suspiro. — Eu vou tomar os remédios, baby. — Seus olhos se iluminam, sorrindo para mim muito antes da sua boca. — E vou dizer ao Apollo que confirme o show no Píer de Santa Monica. É hora de retomar a minha vida. — Encerro, sentindo meu tom mais firme. Collin sente isso também porque ele me beija suavemente nos lábios, como um prêmio por bom comportamento. — Essa é a minha menina bonita. — Sussurra na minha boca. — As reações das pessoas dizem tudo sobre elas, não sobre você, Lena. — Ele me olha com carinho. — Nunca sobre você, baby. Você é a vítima. Claro que algumas pessoas têm as mentes fodidamente limitadas e preconceituosas, isso é fato. Apenas, não deixe que o medo de ser julgada a paralise novamente. — Eu o olho, embevecida, apaixonada. Como pode ser tão perfeito? — Prometa-me que vai atirar o dedo do meio para esses hipócritas filhos da puta se te chatearem. Eu dou risada. Agora isso é mais Collin. — Como eu pude ter tanta sorte? — Imito sua fala na cozinha e um sorriso gigante escancara os lábios vermelhos. — Bem, isso me lembra de que você me deve um encontro, princesa. — Ele gosta de usar esse apelido quanto quer me provocar.
Eu sorrio. — Hum, pensei que havia esquecido isso. — Digo timidamente. — Eu não tenho ideia do que fazer, baby. — Assumo um pouco envergonhada. — Não tenho experiência com encontros. Seu rosto cai por um instante, então ele se recompõe rápido, provavelmente para que eu não me sinta uma merda completa sobre o assunto. Ele é muito doce para seu próprio bem. — O que você gosta de fazer? — Inquire, nos reposicionando e me fazendo montá-lo. — Qualquer coisa, Lena. Não tem que ser nada elaborado. Apenas compartilhe isso comigo em um encontro. Que tal hoje à noite? — Ele persuade com esses olhos hipnóticos cravados em mim, deixando as minhas pernas bambas e meu coração mole. Envolvo meus braços em seu pescoço e o beijo delicadamente nos lábios. — Ok. Eu gosto de assistir a um bom filme quando estou de folga. — Ele sorri, me incentivando a continuar. Suas mãos passeiam preguiçosamente pelas minhas costas. — Sou alucinada por séries como The Walking Dead... — Tá brincando. — Ele me corta, empolgado. — Porra, bebê, eu sabia que gostava de você. — Ele pisca do seu jeito brincalhão. — E The Vampire Diaries. Amo essa série! — Digo um pouco mais empolgada e ele geme. — Bem, essa aí é para meninas. — Diz ironicamente. — Ei! Eu sou uma menina, caso não tenha percebido. — Eu o provoco, mordendo seu lábio inferior. — Oh, baby, estou bem ciente disso... — Seu olhar é sacana quando empurra seu pau para cima, em meu centro. Eu sufoco um gemido. Ele sorri lenta e mortalmente. — Então está combinado. Você me levará em um encontro hoje à noite. Mal posso esperar... O dia foi perfeito. Collin me levou para a pista de skate e se exibiu para mim em manobras ousadas. Eu tentei pelo menos me manter equilibrada sobre o negócio, o que só consegui depois de aterrissar o traseiro algumas vezes no chão. Ele também me mostrou sua coleção de baixos e os prêmios que conseguiu junto com a banda ao longo dos anos. Ele é muito talentoso. Todos são muito talentosos. Um dia, espero atingir esse patamar, mas sei que ainda tenho muito a percorrer. Collin tinha razão quando apontou que eu tenho uma carreira. Eu estava negligenciando tudo por medo. Liguei para a minha psicóloga e falamos por algum tempo, o que me deixou mais leve e confiante. Falei com Apollo também e meu assessor não escondeu a alegria pelo meu retorno. De quebra, não perdeu tempo em me dizer o que pensa sobre meu envolvimento com Collin. Neguei tudo, no entanto. Isso é algo nosso, por enquanto. Mas ele gritou como uma fã enlouquecida, chamando Collin de pedaço de roqueiro gostoso. Eu apenas sorri, mordendo a língua para não lhe dar uma bronca por se empolgar com o meu namorado. Meu namorado. Ai, Deus, eu amo como isso soa. — Jesus Cristo! Por que ele não come logo a cadela e acaba com essa tensão sexual do caralho? — Collin exala após mais um episódio de The Vampire Diaries. Eu descobri que, coincidentemente, ia passar uma maratona hoje. Fiz pipocas, Collin providenciou o refrigerante e nos aconchegamos no sofá da sua sala em frente à TV gigante, no que estamos chamando de nosso segundo encontro. — Baby, ela é namorada do irmão dele. — Sorrio para a sua frustração. Ele bufa.
— Ela está dando mole para o cara. É claro que esse namoro já naufragou. — Ele resmunga, se referindo a Damon e Elena. — Por favor, me diga que ele fode a cadela em algum momento, ou vou parar de assistir. Eu gargalho, virando o rosto do seu peito para olhar em seus olhos. — Sim, Damon come Elena. — Eu uso seu palavreado. — Mas ainda faltam duas temporadas para isso acontecer. — Você já assistiu? — Pergunta, levantando uma sobrancelha. — Isso é que é gostar de tensão sexual, baby. — Humm, eu entendo bem de tensão sexual. — Ronrono, passando as pernas por cima dele, montando-o. — Passei seis anos desejando um cara... — Sussurro bem perto da sua boca. Seus olhos acendem e ele sorri torto, as mãos subindo pelas minhas coxas até parar na minha bunda. Estamos usando pouca roupa. Collin, apenas sua calça do pijama e eu, um pijama de short e camiseta regata, o mesmo que o deixou louco há alguns dias. Sorrio atrevida quando sinto seu pau endurecendo embaixo de mim. — É? — Murmura, lambendo a minha boca. — Me diga, bebê... — Sua voz rouca e sexy me persuade. — Você queria muito dar para esse cara? Eu gemo alto quando ele enfia as mãos por dentro do short, apalpando minha bunda nua e deslizando os dedos pela minha fenda. Encharco completamente e ele abre um sorriso infame ao ver o meu estado. — Muito, bebê. — Mio em lamento, sentindo seu dedo sondar minhas dobras. — Sempre fui louca por ele. Collin rosna. — Eu voto para pausar a série e termos alguma ação por aqui, uma vez que não veremos isso tão cedo na tela... — Ele me diz, balançando as sobrancelhas com uma cara de safado que eu amo. — Tão pervertido... Eu voto a favor também. — Ronrono, descendo a mão entre nós, pegando seu pau duro, passando a masturbá-lo lentamente. Ele pega o controle e pausa imediatamente. Solto um gritinho surpreso quando me gira e vem para cima de mim no amplo sofá. Ele sorri todo moleque travesso antes de começar a me mostrar todo o seu vasto repertório de roqueiro safado...
CAPÍTULO OITO
Selena Duas semanas depois... Eu encerro o ensaio com os meus dançarinos e tomo um grande gole da minha garrafa de água. Estou suada e ofegante, mas me sinto renovada, a adrenalina correndo gostosamente em minhas veias. O show no Píer de Santa Monica será em dois dias. Retomei a minha agenda e estou me esforçando pra caralho para não deixar Chris levar o melhor sobre mim. Collin e Apollo têm razão. Eu estava deixando o monstro me controlar mesmo depois do meu grito de liberdade e isso tinha que parar. Voltei a tomar os remédios para conter os ataques de ansiedade e isso tem me ajudado a manter o controle. Odeio ser uma dependente, no entanto, precisava fazer isso. Não posso desmoronar em cima de Collin a cada coisa que me desagradar, e acreditem, muitas coisas me desagradaram nesses dias. Para começar, a imprensa está enlouquecida noticiando meu envolvimento com o baixista da DragonFly e especulando que estou usando-o para alavancar a minha carreira após o escândalo. Boa parte da mídia tem estado do meu lado, é verdade, mas os sites de fofoca têm feito da minha vida um inferno. Além disso, minha mãe concedeu uma entrevista ao TMZ, onde se debulhou em lágrimas, convocando todas as mães americanas a combaterem o abuso infantil. Resultado, Tara é notícia também. A vaca conseguiu seus míseros minutos de fama à custa da minha humilhação. Minha mãe é inacreditável. Espero que não demore a sair em outra de suas muitas viagens fúteis. Devo confessar, porém, que o medo ainda está comigo, sobretudo, porque a polícia não tem feito um bom trabalho em encontrar o infeliz do meu irmão. Há dias em que sinto uma sensação estranha, como se estivesse sendo vigiada. Ontem, quando Collin fez amor comigo
na espreguiçadeira da sacada de seu quarto, tive a nítida sensação de que alguém nos observava. Não comentei nada com ele para não o preocupar e para não estragar a magia do momento. Ele me tomou com estocadas lentas e deliciosas, me olhando com seus olhos azuis lindos e suaves, sussurrando em minha boca que me ama, que nunca vai me deixar ir. Meu gozo foi tão intenso e gostoso quanto nas vezes em que me fode duramente. Eu amo os dois lados dele. Amo que me trate com tanto carinho e cuidado, mas amo mais ainda que não me trate diferente no sexo por causa do abuso que sofri. Ele parece saber exatamente o que preciso e o faz. Temos vivido uma verdadeira lua de mel nessas duas semanas e há momentos em que acredito que ele tem o poder para me consertar. Mas ele não sabe a extensão dos meus danos. Collin é jovem, vigoroso, viril e no futuro vai querer mais de mim. Vai querer coisas que não posso dar. O pensamento me deprime. Vejo sua interação com o Chay e sei que será um pai maravilhoso quando chegar a hora. A constatação de que não poderá ter isso comigo me deixa doente. No entanto, não posso contar a ele. Ainda não. Eu o perderia. — Não olhe agora, mas certo roqueiro quente está vindo para cá, chèrrie. — Apollo conspira com um sorriso malicioso nos lábios, olhando por cima dos meus ombros. — Collin? — Um sorriso toma o meu rosto, enquanto me enxugo com a pequena toalha que meu assessor me trouxe. — Ele estava assistindo ao ensaio? Por que não me disse? — Eu me viro ansiosamente para ver meu namorado incrivelmente quente em uma jaqueta de couro marrom, subindo os degraus para o palco. Não perco os suspiros baixos das garotas da minha equipe. Uma onda de ciúme me engolfa, mas eu a expulso no momento em que nossos olhares se conectam e ele sorri para mim. Seus olhos fazem um passeio lento pelo meu corpo. Estou usando um top curto com uma legging colada, que não deixa nada para a imaginação. Seu olhar fumega, cravando na junção entre minhas coxas e eu o vejo sugar uma respiração afiada. Dessa vez o gemido é meu. Doce Jesus... — Bom Deus, o homem exala sexo, Selena... — Meu assessor não disfarça um gemido também, mordendo o lábio como se quisesse morder meu namorado em seu lugar. Apollo é gay, caso estejam se perguntando. — Eu mataria para receber o tipo de olhar que ele está lhe dando agora. Sorrio. — Que olhar? — Aquele que diz que você é a sua refeição favorita ele está vindo ter um gosto disso. Agora. Por que não me disse que está fodendo o deus do baixo? — Apollo reclama. — Nós não estamos... — Não sou bobo, chèrrie. — Bufa. — Esse olhar não é apenas de cobiça. É júbilo puro! Diz claramente: estou comendo e não consigo obter o suficiente. — Conspira no meu ouvido, quando Collin para à minha frente. Sorrio das extravagâncias de Apollo. Ele é um bom cara e o mais próximo de amigo que tenho. Vou lhe contar tudo sobre Collin, eventualmente. — Hei. — Collin murmura, me puxando pela cintura e eu derreto quando sua boca abaixa na minha em um beijo nada cerimonioso. Fico ainda mais ofegante, sentindo seu corpo duro colado ao meu. Ele sorri baixinho contra meus lábios, os olhos cintilando com safadeza. Querido Deus... Ele é tão gostoso... — Hei. — Mio, puxando os lados da sua jaqueta. Há uma onda de murmúrios e sorrisos. Eu coro, me lembrando de que temos plateia. — Pessoal, digam olá para o meu... — Eu paro, olhando-o nos olhos. Ele sobe uma sobrancelha divertida enquanto me aguarda continuar.
— Meu namorado, Collin. — Meu coração dá algumas cambalhotas com o sorriso mais bonito se abrindo em sua boca. Meus dançarinos dizem olá em um coro entusiasmado. — E aí, pessoal? — Ele inclina o queixo em cumprimento à minha equipe. Apollo está se abanando teatralmente agora. — Bom conhecer vocês. — Amanhã, aqui, no mesmo horário, está bem? — Eu digo a eles, que acenam e começam a dispersar imediatamente. — Você é uma garota má, chèrrie. — Apollo sorri enquanto me abraça e cochicha no meu ouvido: — Vou ligar mais tarde. Não ouse poupar nenhum detalhe. Sorrio da sua veia fofoqueira, balançando levemente a cabeça em concordância. — Você. — Ele aponta o dedo para Collin. — Cuide bem da minha garota. — Collin franze as sobrancelhas e Apollo revira os olhos ao ver que foi mal interpretado. — Eu sou gay, querido. — Sorri, dando-lhe uma piscadinha maliciosa. — Pode apagar esse olhar assassino que está me dando agora, cruzes! — Oh. — Collin balbucia, ficando vermelho. Eu nunca o tinha visto tão encabulado. — Eu não... — Relaxe. — Apollo diz, sorrindo. — Cuidem-se, crianças. Au revoir! — E sai nos jogando beijos no ar. — Cacete, isso foi estranho. — Collin sorri tão logo a porta se fecha e ficamos sozinhos. — Ele é gay mesmo? — Mais gay impossível, baby. — Eu digo, adorando sua cara de espanto. — Ele não dá muita pinta na maior parte do tempo. Porém, quando está diante de roqueiros quentes, o pobre Apollo não consegue se conter. — Eu brinco, piscando para ele. — Você está dizendo que sou quente, princesa? — Ele abre um sorriso lento e arrogante que inunda a minha calcinha. Porcaria. Ele tem esse jeito sacana de sorrir que me tem de joelhos. Bem, eu acho que a palavra certa seria de quatro. Literalmente. Sorrio para a minha devassidão. — Mmmm. — Balanço a cabeça devagar. — Quão quente, bebê? — Sua voz é um sussurro sedutor, enquanto as mãos deslizam pela minha cintura e barriga nua. — Provocando combustão espontânea, menino bonito. — Digo com a voz entrecortada quando enche as mãos em meus seios por cima do top. — Pare de me bolinar... Ele sorri, o som cheio de perversão, e dá um tapa leve na minha bunda. — Então, coloque uma camiseta por cima dessa roupa indecente. Vou te mostrar a minha sala. — Diz isso com os olhos brilhando com promessas sujas. — O que acha que vai fazer comigo lá, roqueiro? — Eu o provoco, me afastando para jogar uma regata comprida por cima do traje muito revelador. Um sorriso sacana e malvado enrola sua boca. — Você verá, menina bonita. — Ele conspira, enquanto pego o meu violão, atravessando a alça do estojo no ombro. — Hum, vejo que pensou sobre o meu conselho. — Murmura, pegando a mochila do chão e segurando a minha mão livre, enquanto nos dirigimos para a saída. — Talvez... — Eu rio enigmática ao passarmos pela porta. — Você deve acrescentar o acústico. — Diz com um tom suave e terno. Então, ri diabolicamente no segundo seguinte. — Por mais que eu aprecie seu traseiro bonito 7
sacudindo boa parte do show, é sempre bom mostrar que se tem mais do que um rostinho bonito, baby. Eu bufo, rolando os olhos, mas sorrio de volta. Collin me encurrala contra a parede no corredor, apoiando a mão livre acima da minha cabeça. Sua cabeça desce, aproximando nossas bocas e eu arquejo, sentindo seu hálito quente e gostoso me provocando. Estou a ponto de puxá-lo para mim quando percebo um movimento pelo canto de olho. Mel e Liam estão no corredor também e só agora me dou conta. Collin vira a cabeça e os vê. Nós ainda não contamos nosso status atual para ninguém, nem mesmo para seus parceiros. Embora, tenha certeza de que eles já saibam. — Hei, Mel, Liam! — Collin é o primeiro a cumprimentar, dando dois passos em direção a eles. — Ei, Mel, Liam. — Eu me forço a conter meu corpo excitado e os saúdo também, me debruçando para dar um beijo no rosto da Mel. Não há mais mal-estar entre nós. Estamos cada vez mais próximas. Nunca pensei que aconteceria algo assim um dia. A vida é mesmo cheia de surpresas. No caso dela, uma surpresa especial. Mel é uma mulher incrível, com um grande coração e eu nunca serei capaz de agradecê-la o suficiente. — Collin, Selena. — Liam diz, seu tom um pouco divertido. Ele não perdeu o clima íntimo de segundos antes. Nós conversamos na semana passada e colocamos algumas coisas para fora. Ainda não me sinto totalmente à vontade perto dele, mas estamos caminhando para isso. Eu me sinto tola e um pouco ridícula por ter ajudado o psicopata a ferrar com sua vida. No entanto, ele me garantiu que não guarda ressentimentos e eu acreditei, porque se há uma coisa sobre Liam é que ele é sempre muito direto e sincero. — Ei, vocês dois. — Mel murmura suavemente com o olhar dançando entre Collin e eu. — Você parece animada para o show. É bom vê-la assim. — Bem, ainda é uma merda que meu irmão esteja solto, mas me recuso a voltar a viver com medo dele. — Digo com uma ferocidade nova, desviando o olhar para Collin. Ele compreende meu apelo silencioso e passa o braço pelos meus ombros. Trocamos um sorriso cúmplice. — Nunca mais. — Acrescento, voltando os olhos para Mel e Liam, que nos olham com expressões curiosas e olhos sorridentes diante da nossa troca. — Você está certa. Não mude sua agenda por causa do infeliz. — Mel parece com raiva, agora. — Apenas seja mais cautelosa. Não vá para o meio dos fãs como costuma fazer. — Fico tocada com a sua preocupação comigo. — Não fique sozinha nem por um segundo até estar em casa em segurança. Collin sorri carinhoso para ela, gostando também do seu cuidado comigo. — Pode deixar, doce Mel. — Ele diz do seu jeito travesso, provavelmente provocando o Liam. Roqueiros... — Vou cuidar disso pessoalmente. — Eu aprecio de verdade sua preocupação comigo, Mel. — Digo baixinho. — Gostaria de ter tido uma irmã assim como você. — As palavras saem naturalmente, porque é a verdade. Gostaria que ela fosse da minha família. Eu não teria sofrido calada por tanto tempo com Mel por perto, tenho certeza disso. — Você é uma boa garota, Selena. — Ela me diz com olhos suaves. — Quando precisar de uma irmã mais velha, não hesite em chamar, querida. Eu sorrio um pouco sem jeito. Droga, a mulher é mesmo muito doce. — Você vê, Lena? Não tinha como o Stone resistir... — Collin provoca seu parceiro. Liam sorri e foca os olhos em mim.
— Se cuide, Selena. O que a Mel falou é a extensão da nossa preocupação com a sua segurança. — Aceno, me inclinando ainda mais para Collin. — Será que você gostou das nossas instalações? — Pergunta, assumindo um ar de empresário sério. — São ótimas! — Exclamo com entusiasmo. — Espero que não se importe por eu ter usado o estúdio. Collin me ofereceu e... — Não há problema. Que bom que gostou. — Liam diz e emenda com leve provocação em seu tom. — Talvez queira assinar conosco depois de conferir que somos os melhores no mercado. Não consigo conter um sorriso. Sei que deve estar brincando, no entanto, realmente gostaria que fosse verdade. Não voltei à Hart desde o sumiço do psicopata. Aquele lugar me dá calafrios, foi meu calvário por muito tempo. Chris apagou todas as memórias bonitas que tinha quando meu pai me levava lá. O infeliz abusava de mim constantemente em sua sala. Quero evitar tudo que me lembra daquele período sombrio. — Talvez. — Digo contemplativa. — A Hart está uma bagunça com o sumiço do Chris e, de acordo com as escavações dos meus advogados junto ao conselho diretor, há dívidas e mais dívidas que estavam bem escondidas até então. — Suspiro. Fiquei sabendo disso ontem e estou ainda mais preocupada com o meu futuro. Chris tomava conta de todo o nosso patrimônio. Antevejo mais uma rasteira do monstro. — Está explicado, pelo menos em parte, a obsessão do meu irmão em manter sua banda mais prestigiada por lá a qualquer custo. Eu sinto muito. Realmente sinto muito, Liam. — Eu me desculpo mais uma vez por tudo de ruim que causamos para ele e a banda. Collin beija meu cabelo suavemente. — Você não é como ele, Lena. Não é. — Sussurra contra a minha têmpora. — Nós já sabemos disso. — Aceno ainda envergonhada. Collin joga alguns palavrões para Liam, que retruca na sua troca costumeira. Eu e a Mel concordamos de marcar um almoço ainda nessa semana e nos despedimos. Tomamos o elevador para o andar dos escritórios em seguida. Minutos depois, mal passamos pela porta, Collin me livra rapidamente do violão e arremessa minha mochila sobre um dos sofás da sua ampla e requintada sala. — Você não tem que trabalhar? — Provoco, quando me prensa contra a porta, trancando-a. Sua cara de safado antecipa o que pretende fazer comigo aqui. — É melhor tomar cuidado ou os caras vão demitir sua bunda sexy, roqueiro. — Ronrono. Ele dá uma risada baixa, esfregando a coluna grande e grossa do seu pau direto em minha boceta. Eu ofego, abrindo mais as pernas e seu sorriso amplia, suas mãos enchendo em minha bunda, amassando a carne enquanto mói gostoso pra caralho no meu centro. — Isso não é uma preocupação, baby. Onde os caras encontrariam outro baixista tão talentoso? — Ele pisca do seu jeito safado, meio maroto, meio arrogante. Eu rolo os olhos para o seu ego inflado. Então, seu olhar escurece mais, queimando no meu, sua intensão clara. — Fiquei completamente duro vendo esse rabo gostoso rebolar lá no estúdio. — Sussurra asperamente, trazendo uma das mãos para a minha frente e enfia entre as minhas coxas. — Collin...Oh... — Choramingo, com sua mão grande cavando com força, a palma atacando meu clitóris por cima do tecido. Eu estremeço, sentindo meus líquidos jorrarem em minhas paredes internas, me deixando lisa, latejante e pronta para tomá-lo. Seus lábios encostam nos meus e eu gemo, lambendo-os. Sua língua sai e passar a brincar com a minha.
Lambemo-nos, olhando nos olhos, ofegando baixinho. Eu amo quando faz isso. É um jeito de beijar tão safado, erótico. — Eu preciso gozar... — Doce Jesus... Sua voz, suas palavras indecentes me deixam doida. — Você vai me ajudar com isso, bebê? — Murmura, sua boca deslizando pelo meu rosto até o meu ouvido. Eu quase gozo quando lambe a concha da minha orelha e a suga depois. — Quero a minha bocetinha toda arreganhada, montando o meu pau. Você vai me dar aqui, não vai? — Os lábios quentes descem pelo pescoço e estou pingando e gemendo sem controle. Ele sorri, mordiscando e chupando em uma tortura perversamente deliciosa. — Bebê... — Coaxo, me pendurando em seus ombros para firmar minhas pernas moles de tanto tesão. Grito, quando enfia a mão por dentro da legging e sem cerimônias mete dois dedos na minha vulva escorregadia. — Oh, Deus... Tão gostoso... — Shhh. — Ele sorri, seus olhos zombando da minha vocalidade. — Não faça tanto escândalo, Lena. Minha assistente está do outro lado... — Seu olhar não parece muito preocupado com isso, no entanto. — Você promete ficar quietinha enquanto afundo meu pau todo nessa bocetinha, bebê? Filho de uma cadela! Ele quer me matar aqui. Choramingo, pingando em seus dedos. Isso o faz sorrir mais arrogante e me comer com força, testando-me, seus olhos me desafiando a fazer barulho. Sem qualquer piedade, Collin, puxa minha regata, jogando-a no chão e arranca o meu top em seguida. Meus mamilos doem, implorando pela sua boca. Ele sacode a língua em um mamilo e mama em mim, duro, enquanto bombeia os dedos dentro e fora. Sua boca gananciosa engole quase todo o meu seio, depois o outro. Quando morde o mamilo e o lambe, suavizando o golpe, eu gozo, mordendo o lábio e trincando os dentes para não fazer barulho. Ele rosna e dá tapas na carne macia dos meus seios. Isso me enlouquece, aumentando meus tremores. Collin se afasta, arrancando sua jaqueta e camiseta pela cabeça. Eu me forço a não despencar, minhas pernas trêmulas do orgasmo intenso. Vejo, maravilhada, seus músculos das costas ondulando à medida que anda para trás da sua mesa grande e polida. Ele se senta na cadeira e abre a calça lentamente, seus olhos cravados nos meus. — Fique nua, Lena. — Sua voz é baixa, grossa de luxúria e minha boceta aperta de novo ao ver seu pau saltando livre, todo grosso longo e duro, se elevando até o umbigo. Merda. Salivo vendo seu tanquinho trincado. Seu corpo é uma verdadeira obra de arte, um Deus grego talhado em músculos de dar água na boca e lá embaixo. Ele sorri, o som perverso me fazendo arrastar o olhar para cima. — Fique nua e venha aqui montar o meu pau. — Ele agarra seu eixo e bombeia lentamente. Puta merda. Eu faço o que diz, me livrando da sapatilha e em seguida da malha justa. Os olhos azuis fumegam, passeando avidamente pelo meu corpo. Eu tomo o meu tempo, torturando-o um pouco. Sei que ele também é maluco pelo meu corpo. — Traga logo essa bocetinha apertada para mim, ou seu rabo provocador vai sofrer, Lena. — Collin rosna, percebendo a minha sedução nada sutil. Sorrio atrevida e contorno a mesa, ficando bem na sua frente. Ele tem uma veia rude e dominante no sexo e surpreendentemente me deixa molhada, alucinada. Ele se inclina, abaixando o rosto para minha vulva. Enfia o nariz e me cheira, me fazendo estremecer, meu clitóris ainda sensível do gozo. — Tão cheirosa... — Então me lambe tão leve a princípio, mas depois chupa duramente. Seguro um grito, abrindo mais as minhas pernas. Suas mãos arreganham meus lábios. Sua língua chicoteia mais dura em meu clitóris e eu fraquejo. Ele sorri perversamente, o som e seu hálito reverberando na minha carne aquecida. Salto com um tapa forte na bunda. Gemo e ele dá mais um na outra bochecha. — Vem, senta no meu pau, bebê. — Ele me gira, me puxando de costas contra seu peito. — Assim... Passe as pernas sobre os braços da cadeira. Isso... Vou arrombar você todinha nessa posição, minha putinha... — Choramingo, latejando absurdamente com sua linguagem chula. Sua cabeça larga encontra a minha entrada toda encharcada. Eu fico parada, antecipando, ansiando. — Desce, Lena! Toma meu pau todinho! — Ele me bate forte na coxa. Eu mio, apoiando minhas mãos em suas coxas duras e vou descendo devagar, tomando centímetro a centímetro. — Collin... — Resfolego, minhas pernas tremendo pela posição incômoda. Estou toda arreganhada, me empalando em seu pau enorme. — Ohhh. — Desço mais um pouco e choro quando seus lábios deslizam em meu ombro indo para a nuca,
onde seus dentes cravam quase dolorosamente. — Bebê... — Ele sorri contra a minha pele e suas mãos agarram a minha cintura, subindo possessivamente pelos seios, puxando os mamilos já sensíveis das suas chupadas bruscas. Sinto meu canal alagando ainda mais. Sua boca me tortura pelas costas com mordidas e chupadas malvadas. — Ahhhh! — Gemo alto sem me preocupar em sermos ouvidos. — Shh, pare de escândalo. Você quer que saibam que estou comendo você aqui dentro, minha safada? — Gira o quadril devagar. Eu apenas choramingo em resposta. — Se excita com isso, bebê? Minha assistente está ouvindo seus gritos e gemidos, sabendo que estou aqui metendo na minha putinha. Te excita saber que eu posso encher sua boceta de porra em qualquer lugar que eu quiser? — Ele me tortura, sua risada perversa soando baixinho, arrepiando a minha pele e cravando as mãos em meus quadris para me puxar com força para baixo, ao mesmo tempo em que levanta o quadril e me empala sem dó em uma estocada que me deixa sem ar. — Oh, meu Deus! Oh, Deus... — Assobio ao ser preenchida completa e dolorosamente por ele. — Shh, bebê. — Ele me acalma, beijando meu ombro e pescoço, suas mãos acariciando todo o meu corpo delicadamente, me distraindo da entrada dolorosa. Gemo, perdida em luxúria. Sinto dedos suaves esfregando minha boceta, abrindo os lábios, massageando meu montinho inchado. Começo a rebolar, escarranchada em seu pau, sentindo-o escorregar os centímetros restantes para dentro. Eu não consigo me mexer direito, entalada. Inclino-me para trás, encostando a cabeça em seu ombro. Ele rosna, me sentindo palpitando em doce agonia. — Isso... Toma o meu pau todo... Cacete! Tão apertadinha... Minha putinha perfeita... Tão gostosa... — Sua voz me seduz e ele passa a meter em mim, a princípio devagar, as mãos em meus seios, amassando, rolando os mamilos entre as pontas dos dedos. Ele grunhe e passa a estocar duro, indo todo o caminho dentro de mim, me esticando sem piedade. — Porra, minha bocetinha gulosa suga meu pau tão gostoso. — Se enterra bem fundo e gritamos. — Você adora isso, não é, bebê? Ficar toda cheia e esticada. Meu pau entrando, rasgando essa pequena e apertada boceta. Ahhhhh!
Collin uiva, me comendo em um ritmo punitivo, excruciante. É dolorosamente gostoso. Seus dedos esfregam meu clitóris em círculos lentos, acabando com a minha sanidade. — Jesus Cristo... Veja o que faz comigo, Lena... — Ele me persuade com voz rouca. — Tão malditamente apertada. Eu não conseguiria entrar em você se não ficasse sempre tão molhada para mim... — Bate em mim, me comendo com estocadas implacáveis e profundas, rugindo como um animal. Seu quadril revira, moendo profundamente enterrado, me fazendo arquejar. — Segure sua bunda, Lena. Mantenha-a separada para mim, bebê. — Sussurra asperamente. Eu faço o que diz, abrindo minhas bochechas. — Quero ir mais profundo, sentir a minha bocetinha apertando, ordenhando a minha porra fora de mim. Vamos, Lena! Esprema o meu pau! — Eu gemo em lamento. — Isso, bebê. Geme gostoso. — Sua voz está tensa, no limite. — Me mostre o quanto ama tomar o meu pau. — Collin.... Caralho, bebê! Eu vou gozaaaar.... — Eu me desmancho, gozando em cima dele, sugando, apertando-o do jeito que pediu. Meu ventre incendiando em ondas escaldantes, explodindo em fogos de artifício na minha boceta. Doce Jesus... — Oh, Deus... Eu te amo! — Choro, enquanto suas mãos me manobram para cima e para baixo, me fazendo tomar seu pau até o cabo, bruscamente. Meus peitos saltando a cada estocada dura. — Porra, bebê! Também te amo. — Ele geme longamente. — Isso, amor... Goze assim! Molhe as minhas bolas, porra! — Range, estocando mais profundo, me comendo sem trégua. Sinto seu pau engrossando mais antes de ele rosnar guturalmente. — Gostosa! Putinha deliciosa... Ahhhhhhhhhh! — Suas mãos vêm pela minha frente, segurando meus ombros e me puxa forte para baixo. Se enterra até não poder mais, gozando, despejando seu sêmen direto no meu útero. Meu orgasmo se prolonga, sentindo seus jatos me alagando. A sensação dele gozando profundamente em meu corpo me faz enlouquecer. Isso me deixa ainda mais quente, febril. É a experiência mais intensa, profunda e maravilhosa que já senti na vida. Sinto que pertenço a ele quando me marca assim. Mas o mais importante, seu esperma em meu corpo é a forma
mais deliciosa de apagar o rastro que o monstro deixou por anos. Foi por isso que pedi para Collin gozar dentro de mim sem preservativos desde a nossa primeira vez. Eu queria ser dele da forma mais íntima. Ele rosna, metendo fundo, ainda gozando em mim. Estou sem ar, o prazer entorpecente percorrendo minhas veias. Puxa meu queixo para si, tomando a minha boca e me beija com sofreguidão, enquanto jorra e jorra. Gemo luxuriosa. Nunca é o suficiente com ele. — Gostosa demais... — Sussurra asperamente em minha boca, chupando meu lábio inferior. Mio, completamente gasta. Seus braços se fecham em minha cintura, moldando meu corpo bem apertado contra seu peito. Nossos olhos se abrem e ficamos nos olhando de perto. Seu pau ainda se enterrando em mim devagar. Dá uma última estocada profunda, sorrindo safado quando gemo alto. Deus, eu o amo. Esse sentimento só cresce a cada dia. Sou completamente louca por esse roqueiro. Completamente. Estamos arfantes, nos encarando saciados, com olhos anuviados. — Não quero sair de dentro de você. — Murmura, roçando seu nariz no meu. — Então não saia. — Sorrio com langor. — Eu amo você assim, todo enterrado em mim. — Porra, Lena... — Range, mordiscando meu ombro. — Você é a realização das minhas fantasias mais sacanas. — Cobre as minhas costas de beijos suaves antes de me levantar, gemendo quando sai de mim. Eu me firmo em meus pés e me ergo nua na sua frente. Seus olhos me cobiçam abertamente, seu pau semiereto, se animando de novo quando olha sua porra escorrendo entre minhas coxas, vendo minha boceta toda inchada de levá-lo duramente. — Linda... — Ronrona roucamente, se inclinando para a frente, beijando meu monte. Eu tremo, arfando com a sensação de seus lábios macios em mim. — Vamos nos limpar e seguir para casa, bebê. — Diz se levantando também. Sorri, se empoleirando em minhas costas, fuçando meu cabelo, enquanto nos leva até o banheiro no canto oposto da sala. — Será que hoje o veadinho do Damon come a cadela da Elena? Solto uma risada alta, gostosa. Ele está viciado em TVD. Não que vá confessar isso em voz alta. Ele é muito fodão para admitir isso. — Hum, eu acho que é hoje, sim, baby. — Digo, enquanto arranca sua calça e cueca e vem em minha direção. Seu pau completamente duro. — Nada disso, roqueiro. — Reclamo quando me prensa contra a parede. — Já demos show suficiente. Nem sei como vou encarar sua assistente ao sairmos daqui... — Faço beicinho, que ele morde em seguida, me fazendo gemer e sorrir ao mesmo tempo. Doce Jesus... Ele é tão insaciável... *************** Selena! Selena! Selena! Eu paro na subida para o palco, fechando os olhos e absorvo os gritos entusiasmados dos fãs. A energia nervosa, mas ao mesmo tempo deliciosa e contagiante, inunda cada célula do meu corpo. Collin me puxa para o seu peito, os braços me envolvendo da forma carinhosa e protetora que faz meu peito inchar e meus olhos arderem em lágrimas de felicidade. — Tudo bem, bebê? — Pergunta, analisando meu rosto com olhos suaves. Meu corpo está estremecendo levemente. Estar no palco nunca deixa de me dar esse friozinho na barriga. Mas hoje a minha preocupação vai além. Ainda sinto aquela sensação ruim de estar sendo vigiada. Para piorar, houve um apagão em toda a área da marina e atrasou o show. O bom senso me diz para cancelar porque pode ser perigoso subir nesse palco. Mas a parte que está lutando com todas as forças para retomar a minha vida, quer provar que sou capaz. Todas as medidas de segurança foram tomadas. Collin esteve paranoico sobre isso e pediu apoio ao Greg, chefe da segurança de Liam e muitos homens estão lá fora, misturados à multidão. A polícia também disponibilizou um número grande de agentes para o local. Collin exigiu que a área fosse cercada e o público foi revistado antes de entrar. É uma merda fazer isso com eles, no entanto, meus fãs sabem pelo que tenho passado e espero que compreendam que são apenas medidas para a minha proteção. Os gritos ficam mais altos e inflamados, trazendo um sorriso aos meus lábios. Chegou a hora. Chega de me esconder. Chega de deixar o psicopata vencer. — Você está aqui, é claro que está tudo bem. — Sussurro, me inclinando para beijar seus lábios. Nos agarramos, aprofundando o beijo. Ouço Apollo pigarrear e dizer que está na hora. Apenas sorrio e deixo meu roqueiro gostoso
saquear a minha boca. Isso é um bálsamo para os meus nervos. Collin me dá um tapa suave na bunda e separa nossas bocas. — Vá, minha pop star. — Seu sorriso faz minhas pernas ainda mais bambas. — Quebre a porra desse palco, bebê! Sorrio, tirando toda a força que preciso dele, finalmente pulando para o palco e a gritaria se torna absurda. Estou usando uma capa lilás comprida com capuz por cima do meu body. Fico de cabeça baixa e em silêncio aguardando todas as explosões pirotécnicas. Assim que terminam, minha banda começa a tocar. A batida da primeira música me inflama e eu arranco a capa, jogando-a para o lado, me revelando para o público. Gritos e assovios enchem os meus ouvidos. Sorrio, meu coração batendo a ponto de explodir no peito. É isso, caralho! Selena Hart está de volta! — Hei, vocês aí! — Grito no meu microfone andando até a frente do palco. Meus dançarinos vêm pelas laterais e colocam atrás de mim, encenando a coreografia. — Muito obrigada por estarem aqui hoje! Desculpem pelo atraso, prometo compensá-los e, principalmente, obrigada por todo o apoio que tenho recebido! — Eles agitam as mãos, flashes de câmeras e celulares iluminando acima de suas cabeças na vasta área do Píer. — Vocês são incríveis! — Nós te amamos, Selena! Estamos com você! Meu coração bate ainda mais frenético com o carinho deles. — Sabe, às vezes os sonhos parecem tão distantes que acabamos desistindo em algum lugar do caminho. — Digo mais branda, aguardando um pouco da euforia diminuir. — Nunca deixem de sonhar. Eu quero que cada pessoa aqui, que nunca perdeu a esperança, levante sua voz e cante comigo! Dreams! — Grito entusiasmada o nome da minha principal música de trabalho. Eu remexo o quadril em um movimento sensual, o público se agita e eu sorrio mais. Dois dançarinos me levantam pela cintura, acima de seus ombros e eu começo a cantar a letra de minha autoria.
Collin Cacete! Olho a performance de Lena do meu canto do palco. Meu queixo está no chão. Quem é aquela garota segura e quente como o inferno lá na frente? Estou completamente embasbacado com a mudança nela no momento em que pisou no palco e sentiu o carinho do público. A garota fragilizada, traumatizada sumiu. Um sorriso bobo, de puro orgulho repuxa minha boca, enquanto vejo sua interação com os fãs. Minha menina bonita. Eu a observo sem piscar. Ela merece isso, ser tratada como uma princesa e os fãs não decepcionam. Eles pulam e gritam, passando uma energia boa pra caralho, me lembrando da adrenalina que sinto quando estou com os caras quebrando tudo nos shows. Lena é talentosa. Isso está saltando aos olhos. Eu torço para que consiga chegar ao topo e mostrar isso para o mundo. Pode não ter nascido pronta, mas há algo nela que brilha, encanta. Foi forjada através dos anos de abuso e dor. Ela procurou uma válvula de escape e acabou encontrando um sonho para perseguir. Agora, ouvindo a letra da música atentamente, percebo o quanto fala de si mesma, de viver de aparências. Do sonho de voar alto, livre. Porra. Como é que nunca analisei suas letras antes? Está tudo lá, sua angústia, infelicidade. Mas sobretudo, uma força, uma esperança de conseguir sair da gaiola e voar livre. — Caralho, mano! Sua garota é boa. — Sean exclama ao meu lado, me fazendo olhar para ele e arquear uma sobrancelha pelo sentido dúbio da frase. Ele rola os olhos e sorri. — No palco, idiota. Ela tem talento. — Então seu sorriso fica malicioso e pisca. — É claro que essa coisa colada e sexy que está usando faz o truque também. Eva lhe dá um beliscão, me poupando de dar um tapa em sua cabeça e meu parceiro grunhe. Gargalho, adorando vê-lo às voltas com sua garota. — Sim, ela é maravilhosa, não é? — Eu digo muito suave, causando uma onda de risos de Paul e Eli, que também vieram nos oferecer apoio esta noite. O Stone preferiu assistir de casa pela transmissão ao vivo. Meu parceiro está vivendo um momento fodido com um julgamento pairando sobre sua cabeça, e para piorar, uma carta anônima e sinistra foi deixada em sua casa, na noite do aniversário de Chay, há uma semana. O cerco está se fechando para Liam. Estamos todos angustiados com essa situação que se arrasta como o inferno, respingando inclusive na banda. Nós caímos nos rankings. Tudo porque a mídia está fazendo uma festa bizarra do caralho e achincalhando o nome do meu parceiro. Foda. — Porra, tenho que reconhecer que ela é mesmo boa. — Eli diz com provocação, me fazendo rosnar para ele. — Relaxe, bebê. — Zomba, sorrindo ironicamente. — Estou surpreso pra caralho. A cad... Ah, sua garota está quebrando a porra do palco! — Pare de ser um idiota, Eli. — Paul o repreende. — Nenhum de nós a conhecia verdadeiramente antes. — Diz, sereno, beijando o cabelo de Carlie. Elijah revira os olhos para o romantismo do nosso parceiro. — Mas os idiotas têm razão, mano. — Ele olha diretamente para mim. — Selena cresceu como artista, é visível. — Valeu, irmãos. — Eu toco meu punho com cada um deles. — Obrigado por terem vindo hoje. Essa noite é importante para ela.
Eli franze o cenho um pouco. — Imagino que deve ser uma merda para ela subir nesse palco, sabendo que o filho da puta ainda está a solta. — Diz em um momento de seriedade. — Sim, cara. Você não tem ideia de como Lena estava frágil. — Eu suspiro. — Na verdade, ainda está. Ela é forte, mas o infeliz conseguiu fazer danos emocionais muito profundos. — Devíamos ter quebrado o imbecil completamente quando tivemos a chance, mano. — Ele rosna. Concordo, acenando. — Ei, você sabia que o Stone está querendo trazer Sara para a gravadora? — Meu parceiro muda o assunto drasticamente. Eu não perco o olhar esperançoso em seu rosto. Sorrio da sua cisma com a cunhada do Liam.
— Sim, ele mencionou alguma coisa. Devemos ter uma reunião em breve para tratar do assunto. Um sorriso comedor de merda se espalha em sua boca. — Mano, não se meta com a cunhada do Stone. Ele vai chutar sua bunda deplorável, idiota. — Eu o advirto, sorrindo também. Pressinto que Sara tornará as coisas mais divertidas quando chegar à gravadora. A garota tem uma boca e uma postura atrevida. Talvez ela seja páreo para Eli, no final das contas. — Não me importo de ter a bunda chutada se tiver minhas bolas profundas naquela cachorra. — Ele resmunga. — Você vai se encrencar, irmão, escute o que estou dizendo. — Retruco, embora, saiba que é perda de tempo. Conhecendo meu parceiro, ele só vai descansar quando bater aquela boceta. — Veremos, irmão. — Ele sorri com deboche. — Veremos. Balanço a cabeça e volto a minha atenção para o show fodidamente incrível à minha frente. Lena está irreconhecível, sorrindo, brincando com a plateia. Ela canta e dança como uma criança em um parque de diversões. Agora vejo que a música a salvou de se perder completamente. A maneira como se entrega em cada verso, cada meneio sedutor de quadris mostra isso. Valente. Guerreira. O maiô branco, ou qualquer merda que chamem isso que está usando, tem franjas nas bordas que sacodem sensualmente com cada balançar do corpo gostoso e eu estou duro como uma rocha. Porra. Acho que cada marmanjo a assistindo também está nesse estado. Eu cerro os dentes quando ela fica presa entre dois dançarinos, como um maldito sanduíche. É bom esses filhos da puta serem gays também, caralho! Ouço as risadas zombeteiras dos meus parceiros quando percebem o meu ciúme. O show avança e ainda estou apreensivo, na verdade. O estuprador está por aí, solto e isso não me deixa relaxar completamente. Prometi protegê-la. Embora, esteja feliz, se apresentando para o seu público, à medida que o show avança, me vejo querendo logo o fim para levá-la em segurança para casa. Lena faz uma pausa para se hidratar. Eu e os caras tomamos cerveja, enquanto a aguardamos. Ela volta e me beija rapidamente nos lábios quando passa por nós e eu rosno vendo seu traje, um short preto, curto como o inferno, com umas merdas brilhantes e top do mesmo tecido. A bota de cano alto me faz gemer. Cacete. Eu não sabia que ia pirar quando visse a minha garota em seu elemento. Pergunto-me como Jay-Z não proíbe sua mulher de usar merdas como essa. Ok, isso foi machista, babies, admito. Sorrio, tentando conter meu ciúme irracional. Lena retoma com a mesma energia, cantando músicas de outras artistas como Kate Perry e Rihanna. O público continua animado, vibrando com cada brincadeira que sua musa faz. Com o final do show se aproximando, o clima muda no palco, as luzes ficam mais baixas e um garoto da equipe de apoio leva seu violão e um banquinho até ela. Meu coração se enche de expectativa. Ela seguiu mesmo minha sugestão. — Tenho algo diferente para vocês esta noite. — Diz, acomodando-se no banquinho e cruzando as pernas torneadas em uma pose sexy. Ela regula o pedestal, aproximando o microfone da boca e sorri, parecendo meio tímida. Começa a dedilhar o violão suavemente. Desvio o olhar para um dos enormes telões dispostos no palco. Seus incríveis olhos azuis esverdeados estão brilhantes, o rosto perfeito todo rosado, com uma fina camada de suor. Nunca a vi mais bonita. Ela puxa uma respiração e crava o olhar à sua frente. Sinto como se estivesse olhando diretamente nos meus olhos. Seus olhos brilham mais. — Uma pessoa
muito especial para mim me ouviu tocar e cantar e sugeriu que introduzisse isso nos shows. Não sei se dará certo. Talvez, queiram seu dinheiro de volta depois de me ouvir fazer isso. — Ela sorri, meneando a cabeça. Os fãs riem da sua brincadeira. — Mas estou apostando que pode dar certo, uma vez que essa pessoa... — Lena faz um ar de mistério e eu sorrio como um bobo. — Ele é um músico muito talentoso, realmente fodão, se é que me entendem. — Nova onda de risos da plateia e alguns gritam o meu nome no meio da euforia. Ela apenas sorri, não negando, nem afirmando nada. — Vamos começar com uma artista que admiro pra caralho! — Sorrio da sua linguagem de roqueiro. — Quem souber, canta comigo! Em seguida, canta How Come You’re Not Here, da P!nk, para delírio dos fãs. Sua voz afinada, sexy e rouca, combinada com a melodia frenética e perfeitamente tocada faz meus pelos arrepiarem. Uma porra incrível, essa garota! Cacete! Sou um fã deslumbrado nesse momento. — Caralho! — Cacete! — Jesus! Esses foram Paul, Sean e Eli, respectivamente. Meus parceiros estão embasbacados. E isso é dizer muita coisa. Eles não se deixam impressionar com facilidade, especialmente o idiota do Eli. Meu peito incha ainda mais de orgulho pela minha menina bonita. Aplausos e assovios ecoam quando ela encerra a música e sorri timidamente ao microfone. — Acho que isso quer dizer que posso fazer mais uma? — A gritaria é grande, pedindo mais. Lena sorri largamente, acenando. Inclina a cabeça e olha por cima do ombro, esses olhos sensuais colidindo com os meus. O sorriso bonito que dá, me deixa sem a porra do ar. Seus lábios se movem sem som. Sorrio de volta. Ela disse: obrigada, roqueiro. Meneio a cabeça, negando. Você fez isso, bebê. O mérito é todo seu. Digo-lhe com meus olhos. Sua expressão enternece e prendemos nossos olhares por um momento mais. Lena volta a olhar seus fãs, que estão gritando por atenção. — Obrigada. Muito obrigada. — Agradece em um tom mais baixo ao microfone e recomeça a dedilhar nas cordas. — Essa é foda! Letra perfeita, em minha opinião. — Seus olhos cravam à frente novamente, como se estivesse falando comigo. — Cantemos às surpresas e deliciosas reviravoltas... — Seus olhos me mandam um recado através do telão e ela sussurra com sua voz rouca: — Você é a minha única exceção, bebê. — Jesus Cristo! Eu acho que suspiro como um maldito veadinho. — Paramore! The Only Exception! — Avisa, sendo ovacionada, e ela simplesmente incendeia a multidão nos minutos seguintes. And I've always lived like this (E eu sempre vivi assim) Keeping a comfortable distance (Mantendo uma boa distância) And up until now I had sworn to myself that I'm content with loneliness (E até agora eu tinha jurado a mim mesma que eu estava satisfeita com a solidão) Because none of it was ever worth the risk (Porque nada disso algum dia valeu a pena)
Porra! Ela está cantando para mim. Droga, estou meio sensível agora. Não há palavras para descrever o que Lena me fez sentir com esse gesto lindo do caralho. Ouço vagamente os caras elogiarem sua performance, e, claro, me zoar pelas bolas presas. Meus olhos não conseguem se desgrudar dela e da forma reverente como derrama a letra da música. Cacete. Estou tão doido de amor por essa garota. Sorrio de orelha a orelha vendo-a interpretar os últimos versos. You are the only exception (Você é a única exceção) Well, you are the only exception (Bem, você é a única exceção) And I'm on my way to believing (E eu estou a caminho de acreditar) Oh, and I'm on my way to believing (Oh, e eu estou a caminho de acreditar)
Os fãs enlouquecem quando Lena deixa o banquinho e se curva graciosamente diante deles. Estou me doendo para ir até lá, içá-la em meus braços e beijá-la até nossas bocas ficarem dormentes. Mas não posso fazer isso agora. Esse é o seu momento. Ela passou o diabo para estar aqui hoje, de cabeça erguida. Uma estrela. A porra de uma estrela da cabeça aos pés. Estou em meio à minha névoa de amor, ternura, luxúria e todos esses sentimentos intensos que me arrebatam quando Lena está em causa, que percebo tardiamente um fã furando a segurança e pulando rapidamente para o palco. O cara avança até ela, que está distraída pelo carinho do público. — Lena! — Eu grito correndo em sua direção. — Lena! Estou indo, bebê! — Um grito de horror sai do fundo da minha garganta, quando o cara cai, levando-a junto para o chão. Porra, vou matar esse filho da puta!
CAPÍTULO NOVE
Collin — Aquilo não foi um simples arroubo de fã, porra! — Eu rosno para a dupla de policiais na minha sala. — Calma, mano. — Liam me olha, com repreensão em seu tom e semblante. Ele e os caras madrugaram na minha casa para prestar apoio depois que Lena foi atacada no encerramento do show ontem. Aquilo foi um ataque. Ninguém me tira da cabeça que tem o dedo do estuprador. — Interrogamos o rapaz exaustivamente, sr. Williams. — Um dos agentes diz, me lançando um olhar duro. — Verificamos tudo e não há antecedentes. Mas estava sob o efeito de entorpecentes na noite de ontem. Talvez isso explique sua ousadia. Levanto-me do sofá e os caras o fazem também, provavelmente para evitar que me encrenque com a justiça. Minha insatisfação está estampada na minha cara. — Ele foi liberado? — Pergunto, já antecipando a resposta. Eles não retêm pessoas que se lançam sobre artistas, especialmente se o imbecil não estiver armado. Esse também era o caso. — Ele vai sair com advertências, serviço comunitário e algumas costelas fraturadas... — O mesmo agente informa como se me acusasse por ter quebrado a cara daquele otário. — Mesmo que a Srtª Hart queira prestar uma queixa formal, não podemos reter o rapaz. — E quanto ao Hart? — Pergunto, me contendo para não ser brusco com os filhos da puta, que parecem não se importar muito com a situação de Lena. — Quando irão prendêlo para que Selena possa usufruir de sua liberdade? Ela é a vítima, no entanto, é a única
encarcerada nessa história! Ela vive com medo de sair na rua! Quanto tempo mais, senhores? — Eu não posso parar a minha raiva e impotência diante dessa situação fodida. Os policiais têm a ousadia de parecerem ofendidos. Eu quase bufo diante de suas expressões. — Está nos acusando de não fazer nosso trabalho, sr. Williams? — O outro indaga, entre dentes. — Estamos trabalhando no maldito caso. — Rosna. Uh. Ele está irritado, não é? — Não nos agrada que alguém com uma ficha tão extensa de crimes fique sem punição, acredite-nos. — Então, o prendam, porra! — Eu cerro os dentes. Liam grunhe uma maldição. — O que meu parceiro está tentando dizer, senhores... — O que meu parceiro quer dizer, detetives... — Eli chama a atenção para si, cortando Liam com seu tom sarcástico. — É que nesse ritmo de tartaruga, apenas os netos de Selena poderão sair à rua sem preocupação. Cacete. Eu me seguro para não rir da sua audácia. — Elijah... — Liam o adverte. Eu quero dar um beijo no bastardo por ter dito o que eu queria dizer na cara dos policiais. — Cuidado com os termos, sr. Allen. — O mais velho e corpulento, retoma. — Queremos Chris Hart fora das ruas tanto quanto qualquer um de vocês. Não tenha dúvidas de que vamos pegá-lo mais cedo ou mais tarde. Elijah sorri com deboche mal disfarçado. — Parece que só nos resta rezar para que seja mais cedo então, detetive. — Ele diz com insolência. Liam pragueja baixinho. Elijah é o mais impulsivo entre nós. O idiota não sabe quando recuar. Os policiais lançam um olhar intimidador para o meu parceiro e se preparam para sair. — Bem, passamos apenas para tranquilizar a Srtª Hart de que tudo não passou de um episódio isolado. — O corpulento fala em tom apaziguador. — Dê nossos cumprimentos a ela, por favor. Eu seguro um bufo. Tranquilizar, sei. — Só há uma coisa que pode tranquilizá-la agora, detetives. — Eu digo firmemente. Eles acenam em despedida e Phill os acompanha até a porta. — Filhos da puta! — Elijah rosna assim que a porta se fecha. — Mano, você precisa se policiar, caralho! — Liam o censura. Nós rimos com a sua escolha de palavra. Ele rola os olhos, sorrindo levemente, então volta a ficar sério. — Não queremos mais um membro da banda encrencado com a porra da justiça, ok? — Ei, Stone, pare já com a merda. — Paul o corta. — Você não fez nada, parceiro. Tudo será esclarecido, não tenho dúvidas quanto a isso. — Sim, mano, pare de carregar essa fodida culpa nos ombros. — Sean entra na conversa. — Nós sabemos que você é inocente, cara. Liam exala um longo suspiro, passando as mãos pelo rosto. Nosso parceiro está visivelmente cansado. Ele tenta não deixar transparecer, mas essa merda fica cada dia mais difícil. — Valeu, irmãos. Eu gostaria de ter essa certeza de que tudo vai acabar bem.
Nos aproximamos dele e o abraçamos, rosnando palavrões, nossa forma particular de comunicação. — Estamos aqui para você, mano. Nós sempre cuidamos uns dos outros, porra. — Eli afirma, batendo em suas costas. Assentimos, tentando passar forças para o Stone. É uma merda vê-lo assim, sem esperança. Liam é um dos melhores caras que eu conheço e não merece o que está acontecendo. — E Selena? Como está? — Liam me olha quando nos afastamos. — Ficou muito abalada, claro. — Eu quase rosno, relembrando o fodido idiota arrancando suas roupas diante do público. Aquilo foi um ataque. Quanto mais reviro aquela cena, mais me convenço disso. — Ainda está dormindo. Quis deixá-la descansar um pouco mais esta manhã. Ele assente. — Mel vai ligar mais tarde. Ela não acordou em sua melhor forma hoje. — Liam torce os lábios. — Enjoos e essas merdas que vêm junto com a gravidez. — O pequeno baixista está bem, não é? — Pergunto, causando uma onda de resmungos dos caras. Liam abre um meio sorriso, se divertindo com nossa disputa para padrinho de seu moleque. — Sim, parceiro, ele está bem. — Afirma, se sentando. Seguimos sua ação, cada um puxando nossos maços de cigarro. — E quanto aos AMA? Iremos à premiação? Mesmo com tantas coisas negativas circulando na imprensa e a DragonFly ter despencado em uma maldita queda livre? Nós rosnamos, puxando tragadas em nossos cigarros. Ele está se referindo ao American Music Awards, uma das maiores premiações anuais da música norte-americana. Embora a banda esteja caindo nos principais rankings, ainda temos prestígio com o nosso público, isso é fato. Cair nos rankings é uma merda, mas não vou dizer isso ao meu parceiro. Nenhum de nós o fará, ou ele se sentiria pior. — É claro que vamos, porra. — Elijah se inflama, soltando uma nuvem de fumaça. — Fodam-se os rankings de merda! Nossos fãs nos indicaram, então o mínimo que podemos fazer é ir lá. — O idiota irritado tem razão, Stone. — Paul diz, sorrindo para o mau humor de Eli. — Nós somos a DragonFly. — Ele nos olha, batendo as cinzas de seu cigarro. — Liderando o ranking ou não, ainda somos a melhor fodida banda de rock! Eu rio. Sim, Paul também consegue ser áspero quando quer. — Iremos lá e traremos algumas daquelas belezinhas para casa, porra. — Sean diz com entusiasmo. — Ah, qual é, caras. É uma premiação do público, não entendo o receio de vocês. — Puxa uma tragada longa, liberando fumaça pelo nariz. — Cem pratas como conseguimos ganhar pelo menos em três categorias. O idiota sorri com desafio e também, claramente querendo aliviar o clima para o lado do Stone. Damos risadas antes de jogar nossas apostas. Fomos indicados em cinco categorias. Temos que ganhar pelo menos em três, porra. Entretanto, não posso negar essa sensação incômoda pra caralho se instalando na boca do meu estômago: medo. Somos bons. Malditamente bons, eu diria, sem qualquer modéstia. Mas o que está acontecendo com a banda não tem nada a ver com a qualidade do nosso som e, sim com a perseguição em cima do Liam pelo processo que pesa em suas costas.
Jogamos conversa fora pela próxima meia hora e meus parceiros se despedem em seguida. Dirijo-me para a cozinha e enquanto arrumo uma bandeja com o café da manhã de Lena, procuro notícias do show pelo meu celular. Há muitas, como era de se esperar, e embora a cena grotesca do fodido imbecil partindo para cima da minha menina esteja em todos os sites, as manchetes são em sua maioria, muito boas. Um sorriso levanta minha boca. Ela esteve maravilhosa naquele palco, isso ninguém pode contestar. Minha mãe me liga no meio do processo. Atendo-a com um sorriso. — Hei, mãe. — Digo, enchendo um copo com suco de laranja. — Ei, querido. — Sua voz suave e afetuosa enche o meu ouvido. — Estava ansiosa por notícias. Estou vendo as manchetes do show de ontem... Eu exalo e paro, dando total atenção à minha mãe. — Desculpe, mãe, eu deveria ter ligado. — Digo suavemente. — Houve alguns contratempos, mas tudo já se resolveu, não se preocupe, ok? Ela bufa do outro lado. — Como não vou me preocupar, Collin? Primeiro esse processo descabido em cima do Liam, e agora você está claramente muito envolvido com essa moça... — O nome dela é Selena, mãe. — Eu me forço a manter meu tom suave. Minha velha é a pessoa mais amorosa que conheço, mas tem estado com a pulga atrás da orelha desde que a chamei e falei do meu relacionamento com Lena. O sobrenome Hart cobrando seu preço, acho. — Quando conhecê-la, verá porque estou tão apaixonado. — Tão apaixonado? — Repete, deixando escapar um sorriso. — Sim, muito apaixonado, coroa. — Eu brinco com ela. — Então, quando a trará aqui? Seu pai e seus irmãos também querem conhecer a garota que o pegou pelas bolas. — Ela ri. — Palavras de seu pai e Calvin. — Calvin é meu irmão mais velho. Somos três: ele, eu e Rebeca, nossa irmã mais nova. Sorrio levemente, meu peito enchendo de saudade deles. Não nos vemos com tanta frequência quanto gostaria. Embora tenha vindo morar em LA há mais de seis anos, ainda dói pra caralho a falta que sinto deles. Acho que sempre vou me sentir assim. É o preço que pago para viver o meu sonho. — Tão logo tudo se resolva, eu a levarei aí. Prometo. — Digo, retomando a minha tarefa. — Mãe? — Sim, querido? — Lena é uma boa garota. — Não consigo deixar o tom fodidamente apaixonado de fora. Minha mãe sorri. — Eu sei, querido. Ela deve ser uma moça incrível para fazê-lo se sentir assim. — Ela murmura com voz emocionada. — E agora estou ainda mais ansiosa para encontrá-la. Não é todo dia que vejo meu garoto todo bobo por uma moça. Dou uma risada gostosa. Não é segredo para ninguém que nunca pensei em sossegar. Tenho aproveitado o estilo rock star muito bem, obrigado. Mas com a minha menina bonita, suspiro como uma bichinha. Com ela, eu quero tudo. A casa com a porra da cerca branca, cachorros e, claro, muitos moleques. Muito cedo para pensar em merdas assim, admito. Mas, cacete, isso parece bom pra caralho! — Você é certamente a mãe mais gata em toda a Costa Oeste. — Eu a bajulo. Ela gargalha e é o melhor som do mundo. Isso aquece o meu coração de filhinho da mamãe. Não contem isso a ninguém, babies.
— Sempre um bajulador de primeira. — Retruca, mas seu tom é cheio de amor. — Dê um beijo em sua Lena por mim. — Ela me ganha completamente com isso. — Se cuida, filho. Eu te amo. — Também te amo, mãe. Darei o beijo, com certeza. — Digo maliciosamente. — Se cuida também. Diga ao meu velho, Cal e Bec, que vou ligar depois. Nos despedimos e eu subo as escadas. Hora de mimar a minha garota. O quarto está ainda com as cortinas fechadas e Lena não está na cama quando entro. Coloco a bandeja no criado-mudo, é quando ouço portas se abrirem e olho na direção do closet e banheiro. Lena entra no meu campo de visão, usando um dos meus roupões que a engolem quase inteira. Sorrio como um bobo. Eu adoro quando usa as minhas coisas. Isso me deixa duro e um tanto possessivo. Seu rosto se abre em um sorriso bonito pra caralho e ela vem me encontrar perto da cama. — Hei. — Sussurra, me envolvendo em um abraço gostoso. — Hei, bebê. — Murmuro, puxando-a ainda mais pela cinturinha deliciosa. Seu cabelo está solto e molhado, caindo sedutoramente pelos ombros e costas, incendiando minhas narinas com o cheiro suave de rosas. É o seu xampu. Eu descobri que o cheiro que tanto me enlouquece vem do cabelo. — Dormiu bem? — Sim. — Olhando-a de perto, consigo ver uma inquietação nos olhos azuis esverdeados. — Mas detestei acordar sozinha. — Me desculpe. — Eu beijo seu queixo, escorregando devagar pelo maxilar. — Os caras vieram muito cedo, os cães sarnentos. — Ela ri baixinho. — A polícia também passou por aqui. — O que descobriram? — Seu tom ansioso me corta. Sinto seu corpo ficando tenso. Aperto os lábios, detestando não poder lhe dar o conforto que precisa nesse momento. — Eles não descobriram nada, Lena. — Seus ombros caem. Eu pego seu queixo suavemente e levanto seu rosto para o meu. — Sinto muito, bebê. Um suspiro cansado deixa seus lábios. Seus olhos estão assombrados. — Estou com medo, Collin. — Sua voz é apenas um fio. — Eu sinto aqui dentro que aquilo não foi algo aleatório. Foi um recado dele. — Ela aperta a mão contra o peito. Eu cerro os dentes de raiva, impotência e uma vontade primal de matar o infeliz. Se apenas pudesse voltar àquela manhã em que o tive ao meu alcance. Lamento em silêncio. — Já reuni Phill e seus seguranças. Estaremos muito mais atentos a partir de agora. — Sussurro, deslizando os dedos pela sua face delicada. — Ninguém chegará perto de você de novo, Lena. Eu não vou permitir, porra. — Digo ferozmente. — Não vou mais parar a minha agenda, minha vida por causa dele. — Lena avisa no mesmo tom feroz, embora seus olhos ainda estejam assombrados. — Então, você gostou do show? — Muda de assunto, sua expressão suavizando um pouco. Abro um pequeno sorriso e roço meu nariz no seu. — Porra, gostar é pouco, bebê. — Ranjo, sentindo meu pau responder ao corpo cheiroso colado ao meu. — Você estava incrível naquele palco. Os caras gostaram também. Ela me olha surpresa, as mãos passeando pelos meus ombros. — Os caras? Sério? — Sim, meus parceiros podem ser uns bastardos, mas sabem reconhecer um talento quando o veem. — Ela sorri meio tímida com o elogio. — Conferi a repercussão na imprensa e só dá Selena Hart em todos os fodidos sites! — Eu digo com entusiasmo.
— Uau! Isso é... — Ela balbucia com olhos muito brilhantes. — Inesperado. — Mais que merecido, baby. — Murmuro, beijando-a suavemente nos lábios. — Você é suspeito. — Sorri contra a minha boca. — Mais do que suspeito, eu diria. — Eu digo, olhando-a dentro dos olhos. Seu semblante enternece e suas mãos vêm para o meu rosto, passando delicadamente pela minha barba aparada. — Eu te amo, bebê. — Ela sopra na minha boca, seus olhos emocionados nos meus. — É? — Sorrio baixinho, provocando-a, meus dentes beliscando seu lábio inferior. — Muito. — Ela geme, abrindo a boca sobre a minha, me convidando a explorá-la. Eu rosno baixo. Seu sabor fresco, seu aroma delicioso de rosas me deixa duro instantaneamente. Gemo baixo, moldando o corpinho gostoso ao meu, recordando que não tive sua boceta ontem. Eu me limitei a apenas segurá-la nos braços até que se acalmasse e adormecesse. Essa vontade de fazê-la sentir-se segura e preciosa é imperativa, sobrepõe-se ao tesão louco que desperta em meu corpo. Tudo sobre ela me deixa insano, faz meu sangue ferver, mas é mais que isso. Eu a quero para mim. Quero fazê-la ver que sou o seu futuro. Ela é minha e não vou abrir mão disso. Cravo as mãos em sua bunda e a levanto, forçando-a a se enrolar em mim. Chupo sua língua com força, moendo meu pau em sua bocetinha quente. — Eu também te amo, bebê. — Murmuro entre beijos, andando com ela até a cama. Indico a bandeja com o seu café. — Agora se alimente. Depois... — Depois? — Ela instiga, quando me sento no colchão, mantendo-a escarranchada sobre mim. Eu sorrio lento e sacana. — Depois é a minha vez de comer... — Ranjo, segurando sua bunda e pressionando-a com força no meu pau. — Vou passar horas devorando você... Suas pupilas escuras estão gigantes agora, engolindo toda a cor. — Doce Jesus... — Ela geme alto com a cara de menina safada que me deixa louco.
Selena Eu olho atentamente as mulheres à minha volta. Forcei-me a aceitar o convite de minha psicóloga para participar de suas sessões de aconselhamento coletivo em instituições que cuidam de mulheres vítimas de abuso. Essa é a minha primeira. Estou nervosa e um tanto apreensiva quando me sento ao lado de Marissa no grande círculo organizado em um pátio arejado. Marissa ficou muito animada quando liguei ontem perguntando os detalhes e dizendo que queria me juntar ao grupo. Entretanto, o sorriso orgulhoso no rosto de Collin é o que me fez realmente seguir em frente com a ideia. Eu quero ser forte para ele. Além disso, Collin designou Phill, o chefe da sua segurança, para me acompanhar em qualquer lugar que precise ir desde o incidente no meu show, há uma semana. Eu não interrompi meus compromissos profissionais por causa do acontecido, mas tenho que admitir que o medo ainda está enraizado em minhas entranhas. Contudo, tenho mantido isso só para mim. Não é justo ficar chorando o tempo inteiro no ombro de Collin. Ele está tão feliz com o desempenho da DragonFly no Awards. Eles saíram vitoriosos em três das cinco categorias nas quais foram indicados. Estou feliz por ele e os caras. A banda não tem nada a ver com a armação que Chris preparou para o Liam, mas tem sofrido as consequências mesmo assim. A imprensa estava denegrindo a imagem do Liam. A resposta dos fãs serviu para calar boa parte dos jornais sensacionalistas. Eu também havia sido indicada como artista revelação. Não trouxe o troféu para casa, porém, já me sinto extasiada por ter sido indicada. Isso me dará o combustível para trabalhar duro no próximo álbum e fazer bonito em eventos futuros. Ainda tenho muito a percorrer, estou bem ciente disso. — Bom dia, meninas. — Eu giro a cabeça, surpresa com o tom e sorriso informal que Marissa está lançando ao grupo. Uau. Parece que ela adota uma postura diferente aqui. — Eu tomei a liberdade de trazer uma pessoa para conhecê-las. — Seus olhos verdes se voltam para mim. Eu posso sentir os vinte pares de olhos das presentes me encarando também. — Selena é minha paciente já há algum tempo e, como devem ter acompanhado nos noticiários recentes, tem uma história parecida com a de vocês. Histórias que as marcaram em algum momento, mas que estamos trabalhando duro para exorcizá-las. As mulheres acenam e um coro de boas-vindas soa no pátio. A maioria está sorrindo, e isso me intriga e alegra ao mesmo tempo. Mostra que elas, qualquer que seja o passado, não estão se deixando abater. São lutadoras, como eu. Um pouco do nervosismo e mal-estar vai escoando do meu corpo e aceno, sorrindo de volta. — Obrigada. É um prazer conhecê-las. — Eu digo, torcendo a alça da minha bolsa sobre o meu colo. — Espero não estar invadindo o espaço de vocês. — Bobagem, querida. — Uma senhora negra e meio rechonchuda me corta, com ar divertido. — Você é bem-vinda. Não sei as meninas, mas eu gostaria que ensinasse aquele bonito requebrado de quadril. — Ela sorri amplamente. — Poderia me ajudar a conseguir um roqueiro quente. Não posso conter uma risada e assim o faz o resto do grupo. — Onde está Jasmine? — Marissa pergunta quando a onda de risos para. Só agora percebo que há uma cadeira vazia, a seis lugares do meu. Faz-se silêncio de imediato, enquanto Marissa aguarda a resposta.
— Ela voltou com o traste do marido. — A mesma senhora extrovertida informa, apertando os lábios em uma linha desgostosa. — Pobrezinha... — Há resmungos no grupo. — Ele ligou, chorou, implorou, prometendo nunca mais ser violento... Mais uma vez a menina acreditou... Mais silêncio. — Tudo bem, Chantal. — É tudo que Marissa diz, mas posso sentir o desgosto em seu tom. — A polícia será informada e ficará de olho... Vamos dar início a nossa sessão? — Ela força um sorriso. — Querem me contar como estão os progressos na aula de pintura? Os próximos trinta minutos passam voando, enquanto cada uma relata como a arteterapia as tem ajudado a manter a mente sã. Eu noto uma garota encolhida, sua cadeira ligeiramente afastada para trás do círculo. Ela parece ser mais jovem do eu. É loira, seu corpo é bem pequeno e sua posição retraída a faz parecer não mais que uma adolescente. Quando chega a sua vez, ela levanta uma folha amassada, mas dá para ver nitidamente o que desenhou. Oh, meu Deus... Meu coração começa a bater com força no peito. É um homem grande e musculoso em cima de uma pequena figura frágil. Ela? Eu me pergunto, horrorizada. Há sangue escorrendo no chão, do ponto onde seus corpos se unem. O rosto da menina está machucado também. Há hematomas roxos perfeitamente delineados. Apesar da imagem ser grotesca, impactante, não pode passar despercebido que o autor do desenho tem talento para a pintura. — Você está pronta para nos falar sobre o seu desenho, Kelly? — Marissa pergunta, usando um tom mais suave e eu começo a me perguntar qual a história dessa menina. Seus olhos azuis estão arregalados, parecendo grandes demais para seu rosto pálido. Ela é bonita, mas não há vida em sua expressão. Há novo silêncio, enquanto aguardamos o seu relato. Ela morde o lábio, olha a folha e a amassa com força entre as mãos. Um gesto que deve ter repetido outras vezes antes de vir à sessão. — Minha mãe morreu quando eu tinha oito anos... — Ela diz em uma voz pequena, baixando os olhos para as mãos, cujos dedos estão brancos da força que utiliza contra o desenho. — Fiquei apenas com... Meu pai... — Ah, Deus... Não! Eu puxo o ar bruscamente, imaginando o que vem a seguir. Eu torço as mãos uma na outra, estão suando, frias. Meu estômago se revolve com asco, meus olhos ardem. — Eu tinha apenas onze quando ele me estuprou a primeira vez... — Murmúrios de lamento são ouvidos no recinto, incluindo o meu. Ela levanta a cabeça, grossas lágrimas descendo pelas faces. — Ele não parou. Nunca parou... — Eu soluço e tapo a boca, enquanto minhas próprias lágrimas queimam minhas bochechas. Eu a olho, me enxergando nessa menina pequena e frágil. — Sete anos. Aguentei por sete anos. — Seu tom é baixo, quebrado. Não há fogo, raiva. Não há nada em sua expressão. Exceto as lágrimas descendo como um rio, o único indício de que ainda pode sentir algo. — Você conseguiu colocar para fora, Kelly. — Minha psicóloga diz em tom de elogio. — Você precisava falar sobre isso, querida. Essa é a única maneira de deixá-lo ir. — O grupo endossa, com palavras de incentivo para a pobre menina. Eu gostaria de dizer algo bom para ela, mas as imagens indesejadas do meu próprio calvário estão frescas demais na minha cabeça. Eu nem mesmo me curei, como posso ter a pretensão de querer curar outros? — O que mais desenhou? O professor me colocou a par do seu talento para a pintura. — Marissa continua em tom suave e acolhedor.
Kelly fica quieta por um momento, então retira uma nova folha imaculada, do que parece ser uma prancheta, ela a vira para o grupo e imediatamente sons de surpresa e elogios enchem o espaço. É o desenho de uma mulher. É tão bem feito que parece uma fotografia. — Muito bonita. Sua mãe? — Marissa instiga com suavidade, mas com a precisão de anos de profissão. — Sim. — Kelly responde em um sussurro. — Quer falar sobre ela? Apenas se estiver tudo bem para você. — Marissa diz com o cuidado de quem está avançando sobre terreno minado. A garota balança negativamente a cabeça e guarda o desenho de volta. — Está tudo bem, Kelly. Nenhuma de nós vai apressá-la. — A voz da doutora é cheia de compreensão. — Queremos que se sinta segura aqui. Todas as vinte mulheres que estão aqui tem algo em comum com você. Ninguém irá julgá-la. Apenas ouvi-la, querida. Nunca julgá-la. — Kelly dá um quase imperceptível aceno de cabeça e foca suas mãos, que seguram o desenho odioso amassado de novo. — Selena? — Meu estômago dá voltas quando ouço Marissa me chamar. Ai, eu não vou conseguir falar assim... Eu me borro de medo de falar em público se não for no palco. Eu me remexo na cadeira sob o escrutínio do grande grupo. Porcaria. Puxo respirações lentas e profundas para me acalmar. — Se estiver tudo bem para você, poderia compartilhar com as meninas sobre o que a manteve sã nos últimos anos? — Eu solto um longo suspiro de alívio. Ela não pegou pesado, graças a Deus! E não mencionou claramente o abuso também. Marissa é delicada assim. Eu a agradeço em silêncio quando nossos olhares se encontram. Ela me dá um leve aceno de encorajamento. — A música. — Eu digo em um tom rouco e nervoso. Lambo os lábios, sentindo a garganta seca. — A música foi a minha válvula de escape. — As mulheres me encaram atentas ao meu relato. Nesse momento somos iguais, percebo. Não sou Selena Hart, cantora e filha de uma das famílias mais importantes da indústria musical. Sou apenas Selena, uma garota com cicatrizes pelo abuso sofrido. De repente, me sinto acolhida e à vontade entre essas mulheres. — Eu tenho ataques de ansiedade. — Revelo em tom mais firme. Cada uma delas expôs suas fraquezas diante de mim hoje, uma completa estranha. Sinto-me um pouco envergonhada de não retribuir isso. — Começou aos trezes anos quando meu irmão me estuprou a primeira vez. — Eu olho na direção de Kelly e para a minha surpresa ela está olhando para mim. — Sou dependente de remédios para manter o controle sobre mim mesma. — Não posso evitar que meus olhos se encham de lágrimas quando assumo isso. Ainda estou olhando Kelly em uma troca silenciosa, nos reconhecendo como vítimas do mesmo abuso. Ela pisca e vejo lágrimas em seus olhos antes de baixar o olhar para as mãos de novo. — O abuso físico foi cessado, porém, em seu lugar ficou o emocional. — Minha voz treme e lágrimas turvam a minha visão. — Tenho lutado uma batalha todos os dias para conseguir ser livre completamente. Mas só vou parar quando conseguir a cura. — Eu respiro com dificuldade e limpo meus olhos com mãos trêmulas. Então, elas começam a aplaudir e eu choro mais. Caralho, eu consegui falar! Bato palmas também, homenageandoas. — Você também conseguiu colocar para fora, Selena. — Marissa retoma quando as palmas e alguns assovios cessam. Ela está se referindo ao meu calcanhar de Aquiles, os ataques de ansiedade. É a minha maior vergonha, depois do estupro. — Um passo de cada vez, meninas. — Ela enfrenta o grupo. — Um passo de cada vez é tudo que precisamos para
seguir em frente. — Marissa abre um pequeno sorriso suave, olhando cada uma de nós no rosto. A próxima hora passa bem rápido também. A doutora instruiu o grupo a fazer uma espécie de rodízio de conversa. Todas nós percorremos o círculo, conversando sobre amenidades e no meu caso, interagindo pela primeira vez. Chantal me contou algumas piadas hilárias quando formamos dupla. Ela é uma figura. Eu me vi sorrindo e no final já estava relaxada e à vontade. Kelly não conversou além de monossílabos com nenhuma de nós, percebi. Meu coração se apertou pela menina. Há cura para ela? Alguém consegue mesmo esquecer que foi abusada pelo seu próprio pai? Tenho sérias dúvidas. Sua história é muito mais fodida que a minha, tenho que admitir. — Para a próxima semana, tentem projetar nas aulas de pintura, como vocês se imaginam daqui, digamos, cinco anos. Que tal? — Marissa orienta. A maioria acena, sorrindo. Embora reconheça que a cura ainda esteja distante para mim e para a garota, Kelly, eu acho que a maior parte dessas mulheres já a está alcançando. Isso me anima. Quando Marissa encerra a sessão e nos despedimos em seguida, meu peito está um pouco mais leve. Eu nunca imaginei que as sessões fossem tão abertas e levando em conta os comentários espirituosos de Chantal, divertidas. Sim, tirando as histórias de merda que cada uma carrega, sobra um monte de mulheres que, apesar da vida tê-las maltratado, ainda tem muitos sonhos. Estou animada para a próxima semana, confesso. Preciso usar o banheiro antes de sair e me dirijo para lá. Ando pelo imenso corredor deserto. Meu telefone toca. Um sorriso bobo curva meus lábios, reconhecendo o toque de Collin. Retiro-o da bolsa, empurrando a porta do banheiro. — Hei. — Eu digo suavemente, me recostando à pia. — Hei, bebê. — Sua voz profunda e sexy soa em meu ouvido. — Já está livre? Como foi a sessão? — Sim, já acabou. — Digo, me virando para conferir o batom no espelho. — Eu amei, baby! — Ele ri um pouco do meu tom entusiasmado. — É muito diferente do que pensei. A doutora nos deixa livre para falar o que quiser, se quiser. — Sorrio. — Com certeza uma dessas manobras de psicólogos. A gente pensa que está podendo, mas eles ainda estão no comando. Ele dá uma risada linda do outro lado. Deus, eu amo o som. Fecho os olhos e imagino o brilho nos hipnotizantes olhos azuis quando ri assim. — Provavelmente. — Concorda. Eu ouço vozes ao fundo. — Eu e os caras já estamos na casa do Liam. Queríamos dar as boas-vindas para a Mel. Ele usa um tom um pouco apertado. Mel sofreu um princípio de aborto há dois dias e todos nós ficamos aflitos. Collin me contou que a culpa foi da cadela da Jess, prima de Elijah. Eu nunca fui com a cara daquela vadia viciada. Ela sempre me tratou com tanto desprezo quando estava envolvida com o Liam. Tá na cara que a puta quer colocar as garras sobre ele. Será que a Mel já percebeu que essa garota é uma boa bisca? Além disso, Liam recobrou um pouco da memória do que aconteceu na festa em que Chris armou tudo. Jess estava com ele no bar. Collin acha que ela o drogou. Elijah, por sua vez, não quer acreditar que a prima, que é como uma irmã para ele, tenha feito algo para prejudicar seu parceiro. O clima não tem sido dos melhores depois das desconfianças de Liam sobre a vadia. O único conforto é que a vaca foi mandada para a reabilitação depois da crueldade que fez com a Mel sob a influência da coca.
— Como ela está, baby? — Pergunto com preocupação. Nenhuma mulher merece a dor de perder um filho. — Está bem. Graças a Deus, tudo não passou de um maldito susto. — Ele diz aliviado. — O veadinho do Stone está mimando a Mel lá em cima. — Sorri em conspiração e eu posso imaginar as provocações que ele e os caras já fizeram com seu parceiro. — Agora, leve esse rabo bonito para o carro. Phill tem ordens de trazê-la direto para cá. — Mmmm. — Eu gemo. — Ordens, roqueiro? — Eu o provoco. — Adoro quando você fica todo mandão... Ele solta outra risada, mas essa é baixa, perversa. Dessa vez o alvo é o meio das minhas coxas. Minha respiração fica um pouco ofegante. — Traga logo esse seu rabo provocador para cá, Lena. — Ele rosna. Eu gargalho. Amo essa forma aberta, crua, excitante, gostosa com que nos comunicamos. — Te vejo daqui a pouco, bebê. — Murmuro, meu tom cheio de amor. — Te vejo daqui a pouco, bebê. — Ele repete no mesmo tom suave. Eu suspiro, feliz, antes de encerrar a chamada, guardando o aparelho de volta na bolsa e me dirijo para um dos reservados. Puxo a calça skinny e me sento sobre o vaso. Quando estou me preparando para sair, ouço a porta abrindo. Eu paro com mão na pequena fechadura, algo me impelindo a não abri-la. Ouço os passos vagarosos, entrando no ambiente. O som é de sapatos... Masculinos? Meu coração começa uma corrida vertiginosa quando ouço o visitante abrir a porta de um reservado. Aguardo mais um pouco, o mesmo processo se repete. Ele está conferindo os reservados? Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Cenas de filmes de terror enchem a minha mente nesse momento. Meu corpo começa a tremer, mas me movo devagar, me empoleirando sobre o vaso, tirando os pés do chão. Pego meu celular, com mãos trêmulas. Preciso chamar a minha segurança. Quem está lá fora? Por favor, Deus. Não deixe que seja quem estou pensando. Eu rogo, cerrando os olhos com força. Por favor, não. Reabro os olhos e o pânico me invade ao ver a sombra pela fresta. Os passos param diante da minha porta, como se a pessoa estivesse tentando ouvir algo no silêncio aterrador. Prendo a respiração, mordendo o lábio com tanta força que sinto gosto de sangue. Oh, meu Deus, onde estão Phill e meus seguranças?
CAPÍTULO DEZ
Selena Meus pulmões começam a queimar pelo esforço de prender a respiração. Cada célula do meu corpo está em pânico, gritando que é ele lá fora. Agora não posso mais fazer a chamada, ou ele ouvirá. Meus olhos estão lacrimejando e estou sem ar. Oh, meu Deus! Não posso ficar assim por mais tempo. Os segundos se arrastam como se fossem horas. Eu posso ouvir a respiração ruidosa e afiada do outro lado. Lágrimas silenciosas rolam pelas minhas faces, mas eu não ouso emitir um só ruído. Estou paralisada pelo medo. O tempo se arrasta. Eu vou ter que gritar. Ele está esperando por isso? Vejo a sombra deixar a porta e passos ecoarem no piso. O que ele vai fazer, meu Deus? A torneira é ligada. Há um barulho estranho, como se estivesse esfregando alguma coisa. Não sei o que pretende, mas uso o barulho para soltar o ar preso e puxar uma respiração profunda. Mando uma mensagem rápida e sem me preocupar com os erros, para a minha segurança, quase derrubando o celular no processo. Socprro! Estpu no bsnheiro! Tem algyém aqyi! Clico em enviar e prendo a respiração de novo quando a água para de escoar na pia. Eu apuro os ouvidos e escuto a respiração pesada e sinistra outra vez. Merda! Onde está a porra da minha segurança? Minhas pernas estão tremendo tanto que estou quase caindo do vaso. Passos. Meu coração está quase saltando pela boca agora. Então eu o percebo desviando para longe, em seguida a porta abre e fecha. Silêncio. Eu ainda continuo quieta, paralisada. É seguro sair? Não. E se ele apenas fingiu que saiu e está espreitando para me apanhar? A porta abre de novo, em seguida ouço passos agitados. Logo, batidas soam na minha porta, me assustando como o inferno. Oh, meu Deus! Ele voltou! Ele vai me pegar! Collin! Eu fecho os olhos, chamando-o silenciosamente.
— Srtª Hart? Está aí? — A voz preocupada de River, o chefe da minha segurança, penetra na minha mente apavorada, me fazendo soluçar de alívio. Oh, Deus, obrigado. Inspiro e exalo com força. — Abra. Estamos aqui. Está tudo bem. — Ele persuade. Eu desço as pernas trêmulas e me equilibro com dificuldade em meus tênis Converse. Agradeço por não ter usado saltos hoje, ou não teria permanecido incógnita. Abro a porta e me jogo sobre o meu guarda-costas. Eu balbucio freneticamente que Chris estava aqui. Que ele quer me pegar e estou cada vez mais histérica, enquanto ele e os outros dois seguranças afirmam que Chris não esteve aqui. Que só encontraram a faxineira saindo do banheiro. — Uma mulher? — Questiono com a voz estridente, me afastando dele. — Mas os passos... — Eu balanço a cabeça, fungando. — Eram de sapatos masculinos. Eu podia jurar que... — Era uma mulher, uma faxineira. — River repete com semblante calmo, provavelmente vendo meu estado caótico. — Está segura. Guardamos as entradas específicas do prédio. Ninguém suspeito passou por nós, tenha certeza. Merda. Então por que não me sinto segura? Fecho os olhos, tentando reunir calma. O monstro está trabalhando no meu psicológico. Enquanto estiver à solta, não terei paz. Tudo não passou de um susto? Deus, senti em meu íntimo que algo não estava certo. Por outro lado, quando a torneira foi ligada, ouvi sons parecidos com... Limpeza. Foi o medo me fazendo surtar e imaginar o pior? Senhor, estou tão fodida. — Foi aterrador... — Eu gemo, ainda tremendo e me viro para a pia. Abrindo a torneira, jogo água no rosto. — Onde está Phill? — Guardando a entrada principal. — River diz impassível. Aceno. Não quero que ele saiba. Collin já tem coisas demais para se preocupar. Liam está na iminência de um julgamento e Mel quase perdeu o bebê. Não é justo que as merdas de sua namorada problemática pesem ainda mais em seus ombros. Não posso fazer isso com ele. — Não digam nada a ele. Não quero que Collin fique sabendo disso. — Digo em tom mais firme, arrumando minha maquiagem borrada. — Senhorita, o sr. Williams nos deu ordens expressas para reportar tudo. — River parece desgostoso. — Ele se preocupa com a sua segurança. — Eu sei. — Suspiro, me recompondo do fodido susto. — Mas ele já tem muito para se preocupar nesse momento. — Estreito os olhos em cada um deles. — Era mesmo a faxineira, não era? — Sim, tem a nossa palavra. — Eles dizem quase em uníssono. — No entanto, de agora em diante, um de nós a acompanhará quando precisar usar o banheiro em locais públicos. — River usa um tom imperativo. Eu aceno. Não vou discutir com isso. Nunca mais quero me sentir assim, encurralada. A sensação aterradora de impotência ainda está fresca. Meneio a cabeça, jogando tudo para um canto da mente e deixo o estúpido banheiro com eles na minha cola. — O que houve com o seu lábio? — Phill inquire, me atirando um olhar treinado quando abre a porta traseira do Range Rover para mim. Toco meu lábio inferior. Merda. Eu o feri na tentativa de não fazer ruído. — Trombei com uma moça em uma brincadeira que a doutora Clark dirigiu na sessão. — Eu digo, abrindo um sorriso tranquilizador para acompanhar a mentira. — Só um pequeno incidente. — Minimizo.
Ele me analisa com olhos atentos. Phill é um homem bonito, moreno e alto. Sua cabeça é completamente raspada e tem uns olhos escuros que podem ser meio assustadores quando olham dentro dos seus. Mas é o homem da confiança de Collin, então confio cegamente nele. As linhas ao redor da sua boca suavizam com um pequeno sorriso, e oferecendo um aceno sutil de cabeça, ele fecha a porta logo que me acomodo. Cerca de quarenta minutos depois, estamos em Malibu, na casa de Liam. Confesso que ainda me sinto um tanto deslocada aqui. Collin deve saber disso, porque está abrindo a minha porta assim que o veículo estaciona na frente da construção imponente. — Hei. — Ele sorri, me ajudando a descer, seus braços enrolando em minha cintura imediatamente. — Hei. — Sorrio, abraçando-o pelo pescoço. Ele franze as sobrancelhas, olhando meu rosto. — O que houve com seu lábio? — Pergunta, traçando o dedo suavemente sobre a ferida. — Apenas um incidente na sessão. — Digo, dando de ombros. — Uma brincadeira corpo a corpo com as outras mulheres, dirigida pela doutora. Seu olhar me analisa com cuidado, então um sorriso malicioso enrola os cantos da sua boca. — Mmm, garotas no corpo a corpo... — Sussurra roucamente. — Eu gostaria de ter presenciado isso. — Ele pisca, safado. Eu rolo os olhos e bato levemente em seu ombro. — Seu pervertido. Não estávamos de biquíni em uma banheira de gelatina, se é isso que essa mente suja está pensando. — Um cara pode sonhar, não é? — Sua risada gostosa e sexy me deixa excitada na velocidade da luz. Esses olhos azuis cintilam linda e perversamente antes de baixar a cabeça devagar. Eu gemo quando seus lábios macios tocam os meus e me derreto nele. Collin geme rouco e me prende contra o carro, prensando o corpo duro no meu, enquanto me saqueia em um beijo delicioso e sensual, dando uma lambida indecente na pequena picada em meu lábio. Sinto seu pau endurecendo, cavando sutilmente entre as minhas coxas. Seus lábios descem pelo maxilar e pescoço. Gemo mais, sentindo-o sugar e mordiscar a veia sensível. Ele sorri contra a minha pele e mói malvadamente em mim. Então me recordo de onde estamos e abro os olhos, varrendo os arredores. Não há ninguém. Nossos seguranças sumiram. Graças a Deus eles são discretos, porque o roqueiro sem vergonha se esfregando em mim não é nem um pouco. — Porra... — Ele sorri baixinho, lambendo o topo dos meios seios, se aproveitando do decote baixo da minha blusa. — Agora eu quero comer você em vez do almoço. Eu gemo, segurando sua bunda firme através do jeans. Collin sorri, levantando a cabeça, seus olhos se fixando nos meus. Ele sussurra contra a minha boca. — Que tal uma rapidinha, bebê? Vamos a um dos banheiros do térreo... — Seu tom é tão safado e persuasivo. Minha calcinha está cada vez mais encharcada e ele sabe disso pelo olhar arrogante em seu rosto. — Vou apenas descer sua calça até as coxas e meter em você por trás... Rápido, duro... — Oh, porcaria... — Eu choramingo, já completamente rendida com essa imagem se desenhando em minha mente. — Wow! Vá com calma aí, parceiro. Temos criança em casa...
A voz zombeteira de Elijah quebra nosso interlúdio luxurioso. Querido Deus. Sinto meu rosto quente de vergonha. Collin rosna e se afasta um pouco para olhar o parceiro. — Selena. — Elijah me choca até a morte quando vem até mim e me beija no rosto. — Como você está? — Eu abro a boca e fecho de novo, sem saber o que fazer. Ele é um idiota cínico na maior parte do tempo. — Eu não mordo, querida. — Sorri e pisca diabolicamente. — Não as garotas dos meus irmãos, pelo menos. — Eu, ah, estou bem, e você? — Digo ainda atordoada. — Você é um fodido estraga prazeres, idiota. — Collin rosna para Elijah, que sorri amplamente. — Sinto muito se o impedi de ter alguma ação, mano... — Elijah diz, mas não parece arrependido. — Na verdade, eu só vim salvá-lo de parecer um maldito tarado na frente... — Ela já chegou, tio Collin? — Dele. — Elijah completa, olhando por cima do ombro. Chay está correndo pela estrada de blocos que dá direto em uma entrada lateral. Também funciona como um atalho para a cozinha. Ah, bem. Merda. Elijah sorri ironicamente, apreciando nosso desconforto por quase termos sido flagrados pelo pequeno. Trato de sorrir para o homenzinho, como os caras o chamam. Chay é uma criança incrivelmente esperta e adorável. Ele conversa como se fosse um adulto em miniatura, o apelido cai como uma luva. Apaixonei-me por ele em pouco tempo. Estar perto dele aplaca um pouco o meu coração dolorido pelo que fui obrigada a abrir mão. É um sentimento ao mesmo tempo doloroso e mágico estar perto de crianças depois do que me aconteceu. Eu tento camuflar isso, e às vezes consigo, às vezes não. Eu sei que era muito jovem, mas eu poderia... — Lena! — A voz dele me puxa da minha divagação. — Ei, querido! — Um sorriso genuíno se escancara no meu rosto, enquanto eu me abaixo para olhá-lo nos olhos. — Tudo bem? — Beijo sua bochecha e ele abre um sorriso todo satisfeito. — Você vai jogar comigo? — Só se me deixar ganhar. — Eu sorrio. — Sou péssima em games. — Você pode ganhar. — Ele diz com diversão brilhando nos olhinhos castanhos. — Ei, tampinha, pare de jogar charme para cima da minha garota. — Collin brinca, bagunçando sua cabeleira. — Ela gosta de mim. — O pequeno diz com um sorriso travesso. Collin bufa, sorrindo também. — A convivência com roqueiros está mexendo com a sua cabeça, moleque. Mas essa aqui é minha. — Chay amplia o sorriso. — Arrume uma para você, carinha. — Tio Collin tem razão em ter medo da concorrência, não acha, homenzinho? — Elijah, sorri, entrando na brincadeira e acendendo um cigarro. — Ele é feio pra caralho. — Diz em tom de conspiração, dando uma piscadinha cúmplice para Chay. Chay gargalha e eu não consigo segurar um sorriso. — Ele não é tão feio. — O pequeno sai em defesa de Collin, mas dá para ver em seu tom de voz que está apenas zoando. — Puxa, valeu, tampinha. — Collin faz uma cara ofendida para Chay e em seguida range os dentes, rosnando gentilezas para Elijah.
Eu sorrio mais. Deus, eles simplesmente não conseguem ficar sem provocar uns aos outros. Eu rolo os olhos e tomo a mão do pequeno. Collin percebe que estamos escapando e enrola o braço em minha cintura. — Vão lá. — Elijah inclina a cabeça em direção à casa, liberando uma grande quantidade de fumaça pelas narinas. — Vou em seguida. O Stone vai arrancar as bolas de quem fumar perto da Mel, então temos que nos esgueirar. — Resmunga, torcendo os lábios. Instantes depois, adentramos a cozinha. Há uma quantidade enorme de comida disposta em travessas sobre o balcão da ilha e eles não se fizeram de rogados começando sem mim. Sorrio, acenando para Paul e Sean, que me cumprimentam de boca cheia. Liam acena, tendo o cuidado de engolir primeiro antes de falar. Mel está ao seu lado. Ela está meio pálida, mas sorri quando me vê. Collin me arrasta até o balcão e começa a encher dois pratos. — Ei, Mel. — Eu me debruço em sua direção, beijando-a no rosto. — Você está bem? Digo, vocês estão bem? — Corrijo. Ela sorri, pousando a mão direita sobre o inchaço já bem visível no ventre. — Estamos bem, Selena. Graças a Deus não passou de um susto. — Diz com suavidade. — Posso tocar? — Minha voz sai um pouco instável. Mel parece um pouco confusa. — Seu bebê. Posso senti-lo? — Esclareço, rezando para que não me ache uma pessoa estranha por pedir isso. — Oh, claro. — Seu sorriso é orgulhoso agora. O tipo de sorriso que uma mãe de verdade dá quando seus filhos estão em questão. Eu estendo a mão e toco a pequena protuberância através do tecido leve do vestido. Uma onda de emoção me engolfa. Lembranças povoam a minha mente. Lembranças em sua maioria, dolorosas. Foi há três anos, no entanto, ainda consigo sentir tudo com uma intensidade espantosa... Susto, medo, alegria e, por último, a dor que me acompanha desde então. Eu pisco para conter as lágrimas se acumulando nos cantos dos meus olhos. Mel está me olhando quando levanto meu olhar para o seu. Ela me olha em silêncio, seus olhos astutos certamente vendo coisas que os outros não são capazes de perceber. Eu pisco novamente. Sua mão pousa em cima da minha, dando um aperto sutil. — Ele já mexeu? — Murmuro, tentando não deixar a emoção transparecer na minha voz. — Sim. — Mel assente. — Hoje, para ser mais exata. Liam e Chay fizeram a festa. Sorrio para ela e me forço a puxar a mão do seu ventre. Não quero parecer mais estranha do que já estou sendo. — Fico feliz que vocês dois estejam bem, Mel. — Eu digo olhando-a nos olhos. — Eu sei, querida. — Ela sorri para mim com esses olhos suaves que me fazem sentir em casa e de certa forma, em paz. É muito louco as reviravoltas em nossa relação. Eu a considero uma amiga. Uma boa e verdadeira amiga, embora tenhamos estreitado laços há pouco tempo. Mel é dessas pessoas que você se sente bem em estar perto. Collin coloca um prato à minha frente e eu me estabeleço ao seu lado na bancada. Eventualmente, Elijah volta para dentro e passamos a próxima hora comendo e conversando ao redor da ilha. Eu tenho que admitir que estou secretamente adorando esses momentos. Uma grande família é o que esses roqueiros loucos são, e isso é contagiante. Eles estão animados com a banda voltando a subir nos rankings musicais. Liam e os caras também me provocam sobre assinar com a gravadora. Eu levo na esportiva. Não sei até que ponto estão falando sério ou se é apenas a zoação própria deles. Entretanto,
não posso esconder minha alegria por receber elogios de quem realmente entende do assunto. — Eles estão falando sério, Lena. — Collin sussurra no meu ouvido, causando um delicioso arrepio. — Eles estão? — Sussurro de volta. Ele assente e beija meu ombro na pele exposta pelo decote amplo da blusa. — Falaremos mais sobre isso em breve. — Ele me garante com um brilho orgulhoso nos olhos azuis. Eu viro o rosto para olhá-lo embevecida. Doce Jesus. Ele é tão bonito. Eu salivo apenas de olhá-lo. Sorrio levemente quando seus lábios se curvam nos cantos, provavelmente lendo em minha expressão o quanto o acho delicioso. A algazarra em torno da mesa some enquanto nos encaramos fixamente. Eu seguro um gemido a muito custo quando sua boca macia desliza na minha em um beijo suave, mas que agita meu baixo ventre. Sua aparência excepcional, esses olhos indecentemente lindos e seu cheiro masculino me deixam de joelhos bambos. É uma coisa boa que estou sentada. Seus dedos traçam delicadamente pela minha face, enquanto saboreia a minha boca. Estou perdida nele até ouvir gargantas pigarreando e risos abafados. — Você quer privacidade, parceiro? — Paul pergunta, levando uma cerveja até a boca. — Ou um fodido babador, mano? — Sean oferece um sorriso provocador. — Vão se ferrar, idiotas. — Collin sorri. Eu enfio o rosto em seu peito, sorrindo também, embora envergonhada. Caramba. Discrição não é com eles. — Rapazes, vocês nunca saíram do ensino médio, é isso? — Mel os repreende, mas há um sorriso em sua voz. — Então é oficial, parceiro? — Elijah toma um longo gole da sua Bud. — Bolas totalmente amarradas em nós apertados? — Completa, balançando as sobrancelhas zombeteiramente. Todos riem, menos Collin. — Deem uma folga, cães sarnentos. — Liam entra na conversa. Ele nos olha com um sorriso brincando na boca. — Já era a maldita hora, parceiro. Não era segredo para nenhum de nós. Então, relaxem, porra. — Mais um membro da banda se rendendo à merda cor-de-rosa. — Elijah retoma, torcendo os lábios. — Nada pessoal, doce Mel. — Ele pisca um sorriso charmoso para Mel, que rola os olhos e sorri meneando a cabeça. — Ainda vou vê-lo rastejando por uma garota, imbecil. — Collin rosna para Eli. — Jesus! Não me rogue praga, irmão. — Ele faz uma cara horrorizada, arrancando uma onda de risos. — Estou feliz por vocês. — Mel sussurra para mim em meio às provocações dos caras. — Obrigada. — Eu murmuro de volta. Eu sei que todos eles já sabiam do nosso envolvimento. No entanto, nunca o escancaramos nas muitas ocasiões em que nos reunimos. Eu me sinto bem que o fizemos agora. Esse sentimento aumenta quando sinto a mão de Collin procurando a minha e entrelaçando nossos dedos sobre a sua coxa dura. Bem, eu acho que é oficial. Sorrio como uma adolescente sonhadora.
Collin Lena e eu fomos os últimos a nos despedir do Stone e família. O sol já se punha no horizonte quando paramos ao lado da minha caminhonete. — Não vou voltar com o Phill? — Lena ostenta um olhar e sorriso de menina safada quando abro a porta do passageiro para ela. Um sorriso lento se arrasta em minha boca. Eu a olho nos olhos, me aproximando até encostar nossos corpos, prensando-a contra o carro. — Você está tentando me provocar, bebê? — Sussurro bem próximo da sua boquinha linda. — Seu traseiro é meu, princesa. — Ela deixa escapar um gemido baixo, os olhos ganhando um brilho de maliciosa satisfação. — Agora suba no carro para que eu possa te levar para casa e foder pra caralho. Ela tem a audácia de sorrir. — Promessas, promessas... — Ronrona. Eu rosno, dando um tapa moderado em sua bunda empinada e levo a minha boca para seu ouvido. — Me tente e eu vou manter essa boquinha bem ocupada todo o caminho para casa... — Sussurro antes de lamber o lóbulo. Lena geme de forma indecente, fazendo meu pau empurrar o zíper da bermuda. — Porra. — Eu raspo, me obrigando a me afastar. — Coloque sua bunda impertinente dentro do carro, Lena. Ela dá uma risada sedutora e sobe, me dando a visão do rabo delicioso na calça justa, bem na minha cara. Cacete. Ela está ficando tão safada e atrevida. Porra, eu amo isso! Eu ajusto seu cinto, aproveitando para apalpá-la sem a menor vergonha. Seu rosto está todo corado, o olhar anuviado, cheio de tesão. Tento me afastar para provocá-la na mesma moeda, mas suas mãos cavam na minha camiseta, me puxando para perto. Nossos olhares travam em uma conversa sacana e nossas bocas se abrem juntas, iniciando um de nossos beijos indecentes. Gemo quando morde meu lábio inferior, lambendo-o depois. Eu mergulho em sua boca, chupando e mordiscando sua língua devagar. É a sua vez de gemer. Sorrio contra os lábios suculentos e dou um beijo casto. — Segure esse pensamento, menina bonita. — Sussurro em sua boca. Dou-lhe mais um selinho e fecho a sua porta. Dando a volta, subo na caminhonete e nos dirijo para fora da propriedade do Stone. Ela liga o som, Red Hot Chili Peppers soando no carro. Essa banda é foda do caralho. By The Way começa quando ganhamos a rodovia com Phill à nossa frente no Range Rover e os seguranças de Lena atrás em um sedã escuro. Eu a vejo se livrar do cinto pela minha visão periférica, então giro a cabeça para olhá-la, uma pergunta em meus olhos. Lena tem uma expressão devassa em seu rosto e os lábios curvados em um sorriso secreto à medida que avança devagar para o meu lado. — O que está fazendo, bebê? — Eu rio, dividindo a atenção entre a estrada e seu rosto bonito. Ela estende a mão e passa pelo meu peitoral, descendo em uma carícia lenta. Ela fica de joelhos no banco e seu hálito quente sopra em minha orelha. — Shh, continue dirigindo e aprecie o passeio, menino bonito. — Ronrona no meu ouvido, chupando o lóbulo.
— Jesus Cristo! — Eu gemo, meu pau voltando a ficar duro como uma rocha dentro da bermuda. Suas mãos vão ávidas para a minha braguilha, abrindo o botão e zíper. Eu escorrego um pouco no banco, facilitando sua ação, fazendo meu pau saltar livre para fora. Ranjo os dentes ao sentir suas mãos pequenas arrastando em meu eixo rígido. Os olhos azuis esverdeados encontram os meus e travam, enquanto sua cabeça abaixa. Eu sorrio, lenta, presunçosa e perversamente, enrolando a mão direita em sua nuca. — Sim, sua menina suja. Você adora mamar no meu pau, não é? — Solto um rugido ao sentir sua língua serpenteando pela cabeça gorda, colhendo as gotas de pré-sêmen. Mantenho a mão esquerda na direção e passo a usar o carro no automático. Odeio essa merda, mas agora tudo que importa é apreciar a boca da minha garota sugando o meu pau. — Ohhh! — Eu silvo por entre os dentes, sentindo seus lábios quentes enrolando e descendo em meu eixo. Aperto sua cabeça para baixo e enfio quase tudo de maneira rude em sua garganta. Ela geme, o som causando vibrações fodidas em minhas bolas. — Caralho! Chupe com vontade, bebê. — Eu empurro o quadril para cima, enchendo sua boca e ela mama com vontade. Engole o máximo do meu pau, babando-o todo, sugando gostoso pra caralho. Mantenho meu aperto em sua nuca, forçando-a a tomar cada vez mais. Ela leva uma mão para massagear minhas bolas e a outra bombeia a base do meu pau. Cacete. Ela me chupa gulosa, me fazendo estremecer e rosnar alto. — Lena... Porra! Ah, porra... — Seus dentes mordiscam o eixo a cada vez que desce e eu me perco, uivando alto, enchendo sua boca como o meu gozo. — Oh, foda, bebê... — Gemo, olhando-a fascinado. Seus grandes olhos continuam fixos nos meus, enquanto engole a minha porra avidamente. Cacete. Eu rio como um filho da puta lesado. Porra, como pude ter tanta sorte? Lena limpa todo o meu pau e sorri também contra a minha carne ainda dura. Nada me agradaria mais do que puxá-la para o meu colo e meter bem fundo em sua boceta enquanto dirijo. — De agora em diante, está proibida de subir nessa caminhonete vestindo calça. — Rosno. Ela sorri mais, ajeitando a minha bermuda. — Porra, eu quero comer você agora. — Digo asperamente. — Bem, você sabe o que dizem sobre a paciência, roqueiro. — Ela me provoca, roçando os lábios inchados nos meus. — Foda-se essa merda. Eu só quero afundar as bolas em sua boceta. Duro. — Digo em um grunhido, pisando fundo no acelerador. Lena gargalha, voltando ao seu assento e recolocando o cinto. Cerca de dez minutos depois, desligo o carro em minha garagem. Lena salta do seu banco antes que eu possa ajudá-la a descer. Ela gosta de brincar. Minha menina bonita floresce a cada dia. Eu e meu pau somos fodidamente loucos pelo seu lado putinha atrevida. Sorrio, descendo a tempo de pegar um vislumbre do seu rabo gostoso antes de ela empurrar a porta de ligação com a cozinha e sumir das minhas vistas. Sigo-a como um cão treinado. Quando passo pela sala, meu sorriso se abre de novo ao ver sua blusa jogada no chão. Sim, porra, minha garota quer jogar! Quem sou eu para negar-lhe um bom tempo. Começo a subir os degraus da escada, seu sutiã está no topo. Continuo andando devagar, dando-lhe todo o tempo para o show. Seus tênis estão logo à frente. Sem cerimônias, eu puxo minha camiseta pela cabeça, jogando pelo caminho. Abro a porta do quarto e rio ao ver sua calça jogada logo na entrada. Chuto os sapatos e me livro da bermuda e cueca, fazendo um malabarismo sem parar de avançar pelo quarto. Eu me inclino, pegando a calcinha preta rendada e sexy jogada na porta do banheiro, enfiando o tecido em meu nariz. Meu pau dá
uma guinada ao sentir seu cheiro. Empurro a porta e sorrio largo ao vê-la através do vidro do box. Vou primeiro em direção à banheira e começo a enchê-la com água morna. Sorrio malvadamente. Ela vai precisar depois do que tenho em mente. Volto para o box. Jesus Cristo! Linda demais. Um rosnado baixo deixa minha garganta quando adentro o recinto devagar, correndo os olhos gananciosos por suas costas nuas. — Oh, aqui está ela... — Eu ronrono mantendo a minha distância. Em parte, para brincar com ela um pouco mais. Em parte, porque estou tendo a porra de uma vista de onde estou olhando. — Ligue o chuveiro, bebê, quero ver a água a deixando ainda mais molhada para mim. — Meu tom é suave, mas rouco pelo tesão. Ouço sua risadinha excitada antes de ela ligar o jato potente. Minha boca seca enquanto a olho levantar o rosto, a água descendo, molhando o corpo esguio, com um fio escorregando pela fenda do traseiro empinado, durinho. Pego meu pau, massageando-o devagar e avanço, puxando suas costas contra o meu peito. — Gostosa... — Rosno, mergulhando a boca em seu pescoço, chupando a carne levemente salgada. Ela geme, esfregando a bunda no meu pau. Enrolo os braços em sua cintura, colando-nos mais. A água desce sobre nós, enquanto nos esfregamos gostoso. Levo as mãos para cima, enchendo em seus peitos e amassando a carne macia, então puxo os mamilos e ela geme alto. — Você quer pau, não é, Lena? — Sussurro em sua orelha, lambendo a concha. — Você quer seu cabelo sendo puxado. — Trago uma mão para o seu cabelo, torcendo-o na nuca e puxo, arrancando um choramingo dela. — Quer esses mamilos bonitos sendo sugados pela minha boca. Com força? — Sim... — Ela ofega agudamente. — Eu quero você dentro de mim. Eu solto um som, meio grunhido, meio risada. — E o mais importante. — Sussurro, deslizando a mão pela barriguinha lisa até seu monte, agarrando-o com força. Deslizo os dedos pela sua abertura encharcada. — Você precisa gozar no meu pau. Só na porra do meu pau. — Eu mordo seu ombro. — Não é assim, bebê? — Pergunto asperamente, enfiando dois dedos dentro. Ela grita, gemendo, abrindo mais as coxas. — Você ama o meu pau batendo nessa boceta até deixá-la toda inchada e dolorida, não é? — Eu a torturo com meu palavreado chulo, enquanto a fodo com meus dedos, profundo, torcendo-os lá dentro, massageando seu ponto doce. — Oh, Deus! Sim! Sim, bebê... — Balbucia, estremecendo, suspensa, louca para algum alívio. Sorrio baixinho, lambendo seu pescoço. Desligando o chuveiro, eu a empurro contra a parede, cavando meu pau no meio de sua bunda. Envolvo a mão livre em seu pescoço pela frente, obrigando-a a arquear as costas. — Você pegou o que quis no carro, Lena. — Eu mordo sua nuca, sentindo-a arrepiar. Ela espalma as mãos na parede, ofegando, antecipando. Retiro os dedos de dentro dela, rindo mais com seus sons de lamento. — Sua boceta está molhada o suficiente para me levar, baby? — Ronrono, segurando meu eixo e esfregando a cabeça em sua racha, então puxo seu quadril, forçando-a empinar a bunda para mim. Eu rosno, me alojando em sua entrada, levando tudo de mim não empurrar de uma vez para dentro de casa. — Como você quer isso, bebê? Duro, levando-me até as bolas? — Afundo a cabeça em sua vulva escorregadia e silvo entre os dentes. Cacete, tão quente. — Ou lento, suave, mas ainda assim me tomando até o fodido punho?
— Collin... Droga... — Ela geme alto, me arrancando um sorriso presunçoso. Porra, ela está tão excitada, que sua pele mesmo molhada está quente na minha. — Eu quero duro! Me fode bem duro, bebê! Quero me pregue nessa porra de parede a cada estocada maldita! — Ela rosna. Jesus Cristo! Eu solto um rugido primal e impulsiono o quadril, metendo nela até o fundo em uma estocada dura. Ela berra alto, estremecendo com a invasão e sorri em seguida. Safada. Gostosa, porra. — Oh, Deus... Sim, bebê... Oh, sim... — Choraminga, enquanto me mantenho enterrado, moendo, esfregando meu pau dentro de suas paredes. Ela empurra a bunda em minha virilha, me fazendo rosnar e dar tapas fortes em suas nádegas. — Porra, sim! Você é uma putinha perfeita. — Eu puxo, deixando apenas a ponta e me enfio até o punho em seu calor outra vez, arrombando-a duro. — Você é a minha puta, não é? — Passo a fodê-la com estocadas profundas e bruscas, sacudindo seus peitos suculentos. — Diga isso, bebê. — Chupo e mordo sua orelha, fodendo com ela como um animal. — Diga que é minha puta. — Sim! Oh, porcaria... — Ela resfolega, rebolando em meu pau, tomando tudo que estou dando. — Sou sua puta, baby. — Gostosa, porra! — Ranjo, apertando mais seu pescoço, a outra mão cravada em seu quadril, enquanto a puxo para trás cruelmente. Flexiono as pernas para alinhar nossos corpos e oh, Deus, vou muito profundo desse jeito. Eu a fodo duro, o som molhado do meu pau escorregando em seus fluídos é constante no banheiro. Nossos gemidos abafados em doce agonia ecoam nas paredes. — É assim, bebê? — Bato com força, esmagando-a contra a parede. — Gosta de dar pra mim, não é, sua safada? Tá gostoso? — Abre a boca, mas apenas geme, choraminga, enquanto a como sem dó. Sinto a mudança em seu corpo, em sua respiração e esfrego o ponto que a faz se despedaçar repetidamente. Lena grita meu nome, seu canal me estrangulando em um aperto de morte quando goza com abandono. Eu a monto até os últimos espasmos do seu orgasmo. Deslizo a mão do seu pescoço pelas costas esguias e lambo seu suor, chupando a pele macia. Ela mia como uma gatinha. Separo as bochechas de seu traseiro, expondo seu buraquinho rosado. Alcanço o compartimento preso à parede do lado direito e pego seu óleo de banho. Lena geme quando percebe minha intenção. Sorrio perversamente, espirrando o conteúdo em meus dedos. — Vou gozar no seu cu. — Sussurro em seu ouvido, levando a minha mão para o seu rabo, massageando o pequeno anel de músculos. Ela resfolega, relaxando e me deixando afundar o polegar inteiro. — E você vai tomar tudo, não é, minha menina suja? — Eu a provoco, voltando a estocar em sua boceta. Eu a fodo nos dois buracos sem pressa, preparando-a. Lambo, chupo e mordisco suas costas. Ela está respirando rápido de novo, sua bunda moendo contra mim, demonstrando que está de volta ao jogo. Retiro-me da sua vulva e encaixo a ponta espessa no lugar do meu polegar. — Vem, bebê. Vem buscar o meu pau. — Eu a encorajo, acariciando a sua coluna graciosa e vou pela frente, buscando os peitos, manuseando os mamilos, puxando-os moderadamente. Ela choraminga e se empurra contra a minha pelve. Eu olho para baixo, vendo-a se empalar, meu eixo abrindo caminho em sua bundinha linda e firme. Movo uma mão para a sua boceta e apalpo, esfregando os lábios inchados. Prendo seu clitóris entre o indicador e o polegar, apertando-o levemente.
— Oh, meu Deus... Collin... — Ela geme, uma borda de desespero em sua voz excitada, enquanto vai me tomando pouco a pouco, dolorosamente lento. — Oh, merda, Lena... — Eu rosno de volta, incapaz de parar de olhar nossos corpos se fundindo. — Leve-me todo, caralho! Venha pegar cada fodido centímetro, ou vou enterrar tudo. Agora! — Porra! — Ela rosna, batendo a bunda para trás, ao mesmo tempo em que impulsiono para a frente, me enterrando até as bolas. Eu solto uma série de palavrões em seu louvor. Seu corpo estremece, enquanto choraminga empalada, buscando ar. — Shh, bebê. — Eu a acalmo, esfregando seu clitóris suavemente para distraí-la. — Boa menina. — Eu trilho beijos pelas costas e pescoço e chupo o ponto atrás da orelha, que a deixa louca. Ela amolece, relaxando e eu me movimento devagar. Eu a como com estocadas lentas para reconstruir a sua excitação e também para me impedir de gozar, porque, porra, seu rabo apertado está sugando o meu gozo para fora. Puxo quase tudo, voltando em giros de quadril, massageando-a no processo. Todo o tempo sussurrando coisas sujas combinadas com elogios em seu ouvido. Acelero as estocadas, metendo profunda e duramente em seu rabo. Ela grita, choraminga, mia, enquanto eu bato sem piedade, rasgando seu buraquinho apertado. Ela está perto de novo. Deus, ela é uma porra de foda incrível. — Goze para mim de novo, bebê. — Esfrego seu clitóris com mais pressão e ela se desfaz em meus braços. — Quero sentir esse cuzinho gostoso espremendo meu pau, porra! — Eu bato em cheio em seu monte, o som estalando no banheiro, se confundindo com os tapas do meu quadril afundando em sua bunda. Ela berra meu nome, jogando a cabeça para trás e goza, seu corpo sendo sacudido por espasmos violentos. Eu rosno e volto as mãos para a sua bunda, cravando meus dedos na carne macia, abrindo as bochechas para que eu possa me ver metendo gostoso e profundo em seu pequeno buraco. Empurro uma e outra vez, comendo-a com força. Seu corpo está todo inclinado em um arco que deve ser doloroso, mas isso me deixa com mais tesão. Ela é minha e eu vou levar tudo que me der. Eu me debruço sobre suas costas, inclinando minhas pernas, cavando mais embaixo, não deixando nada de fora cada vez que puxo seus quadris para me tomar bruscamente. Meu pau cresce, inchando, pronto para explodir. Suas paredes me espremem e a sensação do seu cu delicioso e apertado em torno de mim atinge o ponto de ruptura. Minha respiração se torna cada vez mais pesada, errática, com o prazer insuportável percorrendo a minha coluna. Soltando um rugido primal, eu me deixo gozar, metendo tão profundamente quanto posso ir, urrando alto pra cacete. — Ohhhhhhhhh! Gostosa, porra... — Cravo os dentes em sua nuca, esporrando em seu rabo quente. Eu gemo guturalmente, enquanto despejo tudo dentro dela. Puxo seu queixo e a beijo com loucura, comendo sua boca em um beijo molhado, meu quadril trabalhando no dela, duro, até o calor em minhas bolas ir arrefecendo. Colapsamos colados um no outro, sugados por esse prazer tão intenso que sentimos juntos. — Lena... — Sussurro em sua boca, meio sorrindo, meio gemendo, entorpecido pelo gozo de foder os miolos. Sem trocadilhos. — Porra, você vai me matar, é sério, bebê... — Eu rio ofegante, dando pequenos selinhos em seus lábios cálidos. Ela sorri também, seu corpo todo mole e trêmulo esmagado contra a parede. Eu paro completamente enterrado nela e distribuo beijos pelo maxilar, ouvido, pescoço. Lena se desmancha toda e meus braços se fecham ao seu redor,
mantendo-nos conectados pelo máximo de tempo possível. — Linda... — Beijo. — Minha putinha perfeita... — Lambida. — Gostosa pra caralho... — Mordida. Ela ronrona. Sorrio, saindo dela com cuidado. Eu a giro nos braços e seguro seu rosto afogueado em ambos os lados, colando meu corpo no seu. Seus olhos estão lindos, marejados e quentes nos meus. — Eu te amo, bebê. — Sussurra, me abraçando pelo torso, as mãos deslizando suavemente em minhas costas. — Também te amo, bebê. — Digo de volta, minha boca pairando sobre a sua. Sorrimos os dois quando nossos lábios se tocam. Dessa vez o beijo é lento, doce, sensual. Delicioso como a garota em meus braços. Minhas mãos passeiam pelas suas costas até encontrar sua bunda e cavar, impulsionando-a para cima. Ela sorri, se enrolando em mim prontamente. — Eu acho que você merece uma banheira morna depois desse desempenho, menina bonita. — Eu a bajulo, saindo do box e andando para o outro lado, onde a banheira nos espera. Entro na água morna, me abaixando com ela enrolada em mim. Lena geme baixinho à medida que somos envolvidos pelo calor relaxante. — Tão atencioso, roqueiro. — Murmura com voz e olhar suave. Porra, eu amo esse olhar cheio de reverência que me dá quando faço alguma merda doce para ela. Eu tenho feito muitas e quero fazer muito mais. Sorrio, lambendo o pequeno machucado em seu lábio inferior. — Eu sei, baby. — Meu sorriso se torna arrogante e provocador. — Sou irresistível, pode dizer. — Eu pisco para ela. Sua cabeça pende para trás em uma risada gostosa. O som é lindo, contagiante. — Tão, tão convencido, baby. — Diz, entrando na minha provocação. — Mas, sim, você é perfeito para mim. Ah, porra, ela me amolece completamente quando diz coisas assim. Enfio as mãos em seu cabelo e a beijo devagar. Seus braços me envolvem pelo pescoço e ficamos namorando, aproveitando essa intimidade gostosa que se construiu tão rapidamente entre nós. Eu mordisco sua língua. Ela sorri contra a minha boca. Minhas mãos escorregam para as suas costas, enrolando possessivamente em sua cintura. Dou pequenos beijos, abrindo os olhos e encontrando os seus. Ela me dá um olhar estranho, profundo, como se estivesse memorizando o meu rosto. — O que foi? — Sussurro, passeando meus dedos suavemente pela sua coluna. — Por que está me olhando assim? Ela pisca e abre um pequeno sorriso, escondendo o que quer que tenha passado em sua cabeça. Lena é boa em se esconder. Eu sinto que ainda há coisas que não está compartilhando comigo. Às vezes, sinto como se algo pesasse em suas costas, além do abuso. Gostaria de dizer que isso não me incomoda, mas estaria mentindo. Eu tenho tentado provar todos os dias que ela pode confiar em mim, que isso entre nós e especial, e pode ser duradouro. Mas estou aprendendo que não basta apenas ouvir as famosas três palavras. É necessário compartilhar tudo, não apenas os corpos. Ela ainda esconde uma parte de si mesma de mim. — Nada. — Sua voz é murmurada, meio embargada, seus dedos traçando delicadamente todo o meu rosto. — Você é tão bonito, bebê. Sorrio, me deixando amolecer com sua emoção. Sufoco as perguntas que quero fazer. Um passo de cada vez, repito para mim mesmo. Um passo fodido de cada vez.
— Você também. — Murmuro de volta, meu tom cheio de amor, rogando em silêncio para que meu amor seja o suficiente para juntar esses pequenos pedaços que ela diz estarem espalhados. — Perfeita para mim, bebê. — Acrescento. Seus olhos ficam brilhantes de lágrimas, então ela escorrega para baixo, alojando a cabeça em meu peito. Ela se agarra em mim com força. — Tem certeza de que não há nada errado? — Eu insisto, enlaçando-a firmemente. Parece que é disso que precisa nesse momento. — Tenho. Apenas me abrace assim, amor. — Pede em um sussurro e ronrona: — Tão gostoso. — Isso é moleza para mim, amor. — Eu me forço a brincar para trazer sua leveza de volta. Sinto seu sorriso soprar em meu peito. — Pizza e TV no quarto? — Pergunto. — Você sempre me deixa faminto. — Eu a provoco, fuçando seu cabelo com o nariz. Sua risadinha é mais alta e mais verdadeira dessa vez. — Perfeito. E é você quem me deixa faminta, roqueiro. Sorrio, contente por trazê-la de volta de seja lá para onde tenha escapado minutos antes. Um passo de cada vez.
CAPÍTULO ONZE
Collin Os próximos dias passam com relativa tranquilidade. Lena está animada com as sessões em conjunto com outras mulheres vítimas de abuso que a doutora Clark coordena. Não tenho relaxado com a sua segurança, no entanto. A polícia tem feito um trabalho de merda em localizar e prender o maldito Hart, e isso está me preocupando à medida que o tempo passa e minha menina não está completamente livre. Odeio ver o medo em seu rosto a cada vez que precisa sair da segurança de casa, se colocando em situação vulnerável lá fora. Hoje ela foi visitar sua antiga escola a convite da diretora. Lena está participando de um de seus programas de bolsas para estudantes de música. Eu a acompanhei e levamos Chay conosco. O moleque ficou eufórico para ver uma escola americana de perto, uma vez que está ainda tomando aulas em casa até dominar o Inglês. Tive que sair antes do final da visita para atender ao chamado desesperado de Elijah. A porra da Jess cortou os pulsos após um confronto com o Liam. Meu parceiro conseguiu arrancar finalmente uma confissão da cadela. Espero que isso ajude em seu processo. Nenhum de nós aguenta mais toda essa merda manchando o seu nome. Fiquei com Elijah e a Jess no hospital, para onde foi levada. Dei apoio ao meu parceiro, ele está sobrecarregado com tantas merdas que sua prima fez e é isso que fazemos, apoiamos uns aos outros, sempre. Relutei em sair com Phill e deixar Lena apenas com seus seguranças, mas o guardacostas de Chay também estava lá. Quando tudo estava controlado e Jess fora de perigo, me despedi de Elijah. Já estava escurecendo e Lena já devia ter deixado a escola. Ligo para ela enquanto Phill me conduz pelo tráfego intenso de LA. Não há resposta, o telefone toca até ir para a caixa postal. Tento mais algumas vezes e a mesma coisa. Começo a ficar agoniado.
Phill contata a segurança de casa e eles informam que ela ainda não retornou. Deve ter ido levar o Chay pessoalmente, só pode ser isso. Eu me forço a não pensar em alternativas, enquanto Phill muda a nossa rota, seguindo para a casa do Stone. — Lena e Chay já chegaram? — Eu solto antes mesmo de cumprimentar o Liam e a Mel ao invadir sua sala, minutos mais tarde. — Você não estava com eles? — Mel pergunta, parecendo alarmada e uma sensação ruim começa a rastejar em meu intestino. — Apenas no começo. Eu tive que sair para ajudar Elijah com Jess. — Lanço um olhar de pesar na direção a Liam. — Ela... Cortou os pulsos. Liam cerra o maxilar. Ela foi uma de nós por toda a vida. Meu parceiro, por mais que a deteste nesse momento, ainda tem um grande coração. No entanto, é Mel quem pergunta com preocupação. — Ela está bem agora? — Sim, graças a Deus os cortes não foram profundos o suficiente para alcançar uma artéria importante. — Digo, me sentindo exausto. Só quero ver Lena agora e levá-la para casa. — Elijah vai passar a noite com ela no hospital. — Garota estúpida. — Liam grunhe. Mas há uma nota de pesar em seu tom que eu sabia que teria. Jess conseguiu fazer uma cagada das grandes. — Eu vou tentar o celular de Lena outra vez. — Anuncio, pegando meu celular do bolso. — Ela não atendeu quando a chamei vinte minutos atrás. Pensei que já estivessem aqui. — Divago, esperando por alguns momentos antes de franzir as sobrancelhas com a porra da chamada sendo encaminhada para a caixa postal pela enésima vez. — Merda. Eles já deviam estar aqui! — Rosno, frustração e o medo me enchendo. — Vou tentar a sua segurança. — Digo, ficando cada vez mais angustiado. Mel se agarra ao Stone, sua expressão está completamente alarmada agora. — Eles também não respondem. Porra! Estou no meio de mais uma ligação, quando Chay entra pela porta escoltado pelo seu segurança. Liam corre ao encontro deles e toma o moleque nos braços, abraçando-o com força. — Mãe, por que você está chorando? — O homenzinho pergunta enquanto Liam para na frente da sua mãe. Mel o puxa para seus braços, visivelmente aliviada. — Por favor, pare de chorar, mãe. Eu não gosto quando você chora. — Ele tenta acalmar a mãe. Liam também fala com ela, lembrando-a do bebê. Eu os olho com essa sensação horrível oprimindo o meu peito. Onde está Lena? — Hei, homenzinho! — Tento manter a minha voz calma para não assustá-lo. — Por que Lena não veio com você? Chay se desvencilha dos braços da Mel. — Ela me disse que eu precisava ir ao banheiro. — Ele franze as sobrancelhas. — Eu não queria, mas ela insistiu dizendo que eu precisava. Oh, merda. Isso está estranho pra cacete. Fecho meus punhos, puxando respirações rápidas. Estou tentando não pensar no pior, mas está cada vez mais difícil, porra. — E depois disso, Chay? — Minha voz sai trêmula. Estou entrando em pânico agora. — Para onde ela foi? — Eu não sei, tio Collin. — Ele meneia a cabeça. — Quando voltamos do banheiro. — Ele aponta para o seu segurança. — Tia Lena já havia saído. Eu não entendo porque ela me deixou lá.
Eu abro a boca para continuar perguntando, mas Greg atravessa a sala com dois policiais em sua cola. Os mesmos que estiveram em minha casa na manhã após o show de Lena. Que porra está acontecendo? Meu coração começa uma corrida frenética. — Boa noite, senhores, senhora. — Os homens corpulentos nos cumprimentam. — Estamos aqui para avisar que Chris Hart foi visto no subúrbio de LA a cerca de três horas, mais precisamente na casa de Hector Lopez. Hector foi morto com vários golpes de faca. O corpo está irreconhecível. — Eles soltam. Hector é o padrasto das garotas menores de idade que foram plantadas na cena do estupro forjado pelo fodido Chris. Mel geme horrorizada. Liam rosna para os policiais. — Minha mulher está grávida e teve princípio de aborto há apenas uma semana. Podemos ter essa conversa em meu escritório? — Estala, fulminando os homens à nossa frente, que parecem um pouco arrependidos ao se darem conta do estado de Mel. — Não. — Ela retruca. — Eu quero saber tudo. — Liam rosna outra vez. — Onde ele está agora? Preso? — Inquire esperançosa, mas os semblantes dos detetives dizem o contrário. — Não. O Hart é bem escorregadio. — Um deles responde. Liam abre um sorriso sarcástico, lembrando o Eli. Os homens estreitam olhares sobre o meu parceiro. — Então, o que fazem aqui, senhores? — Liam questiona com irritação evidente. — Há uma patrulha em sua propriedade, sr. Stone. — O policial mais velho diz, parecendo desconfortável. — A polícia de LA quer que saiba que nos preocupamos com sua segurança e de sua família. Soltamos sons deselegantes em descrença e não posso mais ficar calado, plantado aqui como um maldito dois de paus. — Antes tarde do que nunca, não é o que dizem por aí, detetive? — Eu cuspo com raiva. — E quanto a Selena Hart? Quais medidas de proteção a competente polícia de LA tomou para mantê-la segura? — Pergunto com ironia. Os homens parecem dois pitbulls rangendo os dentes para mim. — Cuidado, sr. Williams. — O mais novo me alerta. — Não nos insulte outra vez ou... A réplica já estava na ponta da minha língua, mas Greg me arrasta de lado, rosnando em meu ouvido para eu segurar a minha onda. Eu sustento o olhar dos detetives, não me importando se estou desrespeitando-os. Só quero a minha menina aqui a salvo, porra! — Há agentes disfarçados seguindo a Srtª Hart desde quando denunciou o irmão por estupro, sr. Williams. — O outro policial informa entre dentes. Isso é uma surpresa. Eles não me disseram isso da última vez. Eu os encaro de frente. — Ótimo. — Digo ainda querendo socar a cara dos idiotas. — Então chamem esses agentes porque a minha mulher sumiu! — Há uma onda de pequenas exclamações quando me refiro à Lena dessa forma. — Tem quase uma hora que tento seu celular e de sua segurança, mas não obtenho nenhuma resposta. — Se fosse um dos nossos, saberíamos exatamente onde estariam agora. — Greg balança a cabeça, desgostoso. — Não entendo porque a segurança de Selena é tão ultrapassada. Oh, Jesus Cristo. Não. Eu encaro Liam, Mel e por último os detetives. Eles estão pensando a mesma coisa pelas suas caras. Desespero puro rola em minhas entranhas agora. Seus seguranças... — Porra, não! — Um grunhido agoniado deixa a minha garganta. Enfio as mãos em meu cabelo, puxando-o com desolação. Lena... Não, bebê... — Ela manteve a mesma segurança contratada por Chris. Deus! Nunca nos atentamos para isso. Minha Lena pode ter sido
traída por eles, porra! — Então a realidade me bate como um soco no intestino. Chris. Oh, Deus, não! Horror me faz querer gritar e socar algo. — Oh, Deus... Não... Ele não pode pegála. Não! Eu prometi a ela que estaria a salvo comigo! Eu prometi, porra! — Eu lamento, todo o meu corpo entrando em ebulição, enquanto lágrimas se acumulam em meus olhos. Lena. Me perdoe, bebê. Por favor, me perdoe. Eu falhei com você. De novo. Um soluço me escapa, meus ombros sacodem e eu choro sem nenhuma cerimônia pela minha menina. — Ele não vai pegá-la, irmão! Não vai, porra! — Liam diz ferozmente, me puxando pelos ombros e me dá um abraço forte, diante do meu total descontrole. Ele murmura palavras de encorajamento e dá tapas em minhas costas. — Nós vamos trazê-la de volta. Nós vamos, porra! — Eu vou reunir mais homens, Liam. — Ouço Greg anunciar em tom de missão. Outro telefone toca. O policial mais velho atende seu aparelho e fica tenso ao ouvir o interlocutor. — Sim, estamos a caminho. — Ele diz e desliga. — Os agentes têm o paradeiro da Srtª Hart. — Informa e minha atenção é inteiramente dele agora. Liam se afasta um pouco, mas ainda mantém um braço sobre os meus ombros. — Onde? Onde ela está? — Eu pergunto, apressado. — Está em seu apartamento em Beverly Hills. Ela acabou de entrar em seu prédio, escoltada por seus seguranças. Oh, Deus. Fecho os olhos e gemo, uma dor excruciante me dilacerando por dentro. O maldito a pegou. Há algo muito errado nisso tudo. Lena tem pavor daquele lugar. Ela só esteve lá uma vez depois que saiu, e foi comigo acompanhando-a. Sua fodida segurança a traiu. Deus, não posso acreditar que a deixei sozinha nas mãos deles. Eu vou matar os bastardos filhos de uma cadela! — Ela não iria lá sem mim. — Digo, minha voz uma confusão dolorosa. — Há... Há mais alguém lá? — Pergunto com medo de ouvir essa resposta. — Os agentes estão a postos e não viram ninguém suspeito entrar no prédio. Mas... — Mas o quê? — Liam rosna. — Talvez o Hart já estivesse lá, esperando pela irmã. — O policial me olha parecendo solidário. Jesus... Minha Lena... — Eu vou matar esse infeliz! Eu vou acabar com ele, porra! — Berro, me desvencilhando de Liam, fúria assassina me dando forças. Os policiais se preparam para sair, mas me encaram em advertência. — Deixe a polícia cuidar disso, sr. Williams. Não o aconselho a se meter... — O inferno que não vou me meter! — Eu cuspo sem qualquer contenção ou respeito. — Deixamos a polícia fazer o trabalho até agora e veja onde isso nos trouxe. Eles rosnam descontentes. — Contenha seu parceiro, sr. Stone, ou o levaremos detido por desacato. — Ameaçam. Liam exala agudamente. — Mantenha a sua merda, porra. — Rosna para mim, puxando-me longe dos detetives. — Se acalme, irmão. Os detetives nos deixam. Greg está nesse momento, gritando ao telefone. Eu o ouço vagamente, minha mente correndo, evocando mil cenários. Eu preciso chegar até ela. Por favor, Deus, não o deixe tocar na minha menina. Não a deixe passar por essa merda de
novo. Eu rogo a Deus fervorosamente. Greg é um ex-fuzileiro naval. Temos boas chances de fazer isso. Ele tem treinamento especial, por isso contratamos sua equipe para a nossa segurança. Os avós de Liam entram na sala e Liam os atualiza. Eu estou anestesiado. Vejo, mas não consigo falar. Tudo vai acabar bem. Tudo tem que ficar bem. Nós vamos lá e trazêla sã e salva. Repito isso uma e outra vez. Greg instrui a quem está do outro lado para passar a planta do prédio aos outros. Ele quer que todos tracem a melhor maneira de entrarmos lá sem levantar suspeitas. Phill e os outros seguranças da equipe do Stone adentram a sala rapidamente. Eles já estão usando coletes à prova de bala e armados até os dentes. Cacete. Greg é a porra do cara! Liam está ao telefone também. Eu o ouço falar com Sean e Paul sobre a situação de Lena. Meu parceiro trava o olhar no meu e acena, cerrando o maxilar. — Eu vou. Selena salvou o meu filho enviando-o para o banheiro quando pressentiu o perigo. — Ele diz e meu peito dói absurdamente. Aguente firme, bebê. Estou indo para você. — Eu devo isso a ela, irmão. — Ele torna a dizer, então o ouço discutir com eles. Conhecendo meus parceiros, eles querem ir também, mas Liam pede para que venham para cá dar apoio à Mel. Ele encerra a ligação e vai para a sua mulher. Eles se abraçam e sussurram se olhando nos olhos. Mel ainda está se recuperando e meu parceiro deve estar receoso por isso. Chay vai até eles também. Eu me sinto mal por tirar meu parceiro deles, da sua família. Greg vem até mim, começando a prender um colete. — Collin? — Ouço a voz suave e trêmula da Mel me chamar. — Mantenha-se seguro, querido. — Ela pede. Meu coração aquece com sua preocupação e carinho comigo. Porra, meus olhos ardem de novo. — Eu vou, Mel. — Digo, minha voz embargando antes de sussurrar: — Eu a amo. Ela assente, limpando as lágrimas que banham seu rosto. — Eu sei, querido. Eu sei. — Diz suavemente. — Traga-a de volta. Balanço a cabeça com determinação. Eu vou trazê-la, não importa o que tenha que enfrentar. O Stone se equipa com colete também e olha sua família outra vez antes de deixarmos a sala. Greg conseguiu nos disfarçar de empregados de uma empresa telefônica com direito a van e tudo o mais. O cara trabalha malditamente rápido. Agradeço a Deus por isso. Ele, eu e Liam entramos pela portaria do edifício, enquanto Phill e os homens que reuniu estão usando alguma entrada clandestina, dessas que exigem treinamento militar. Usamos bonés, óculos escuros e macacões da empresa. Passamos com facilidade pelo rapaz da portaria. Que porra de segurança é essa? Eu me pergunto, no entanto, veio a calhar. Adrenalina está bombeando ferozmente em meu sistema. Não sinto nada, a não ser um medo absurdo de não chegar a tempo para ela. Confio em Greg com a minha vida, mas estou com medo. Eu sei que fará tudo para manter a mim e o Stone a salvo, mas e ela? Isso está me corroendo por dentro. Nunca me senti tão impotente como agora. O estuprador maldito não pode tocá-la de novo. Isso a destruiria completamente. Todo o progresso que tenho feito com ela iria por terra. Não. Ele não vai machucá-la. Por favor, Deus. Vimos um helicóptero pousando no alto do prédio quando estávamos chegando e isso me deixou ainda mais amedrontado. Rogo em silêncio todo o tempo em que subimos pelo elevador. Porra! O tempo parece ter parado, a coisa não anda. Estou sufocando, meu peito doendo, apertado, com receio do que vou encontrar lá em cima.
Fique bem, bebê. Por favor, fique bem. Estou chorando em silêncio de novo. Liam bate nas minhas costas quando percebe o meu estado. Ele rosna que vamos tirá-la de lá a salvo. Eu não digo nada. Meus olhos estão vidrados e um ódio descomunal está cozinhando lentamente, se espalhando em minha corrente sanguínea. Eu vou trucidar o infeliz quando puser minhas mãos sobre ele, porra! A gerigonça para finalmente no último andar e Greg toma a nossa frente, nos protegendo. Sua mão está dentro do macacão aberto em sua arma no coldre. Liam e eu estamos armados também e seguimos os reflexos de Greg. Todos nós fomos treinados por nossos seguranças para agir em situações de emergência. Eu nunca estive em uma situação tão fodida quanto essa, mas estou preparado para tudo. Lena será vingada. Finalmente vingada. Alcançamos a porta da sua cobertura e Greg informa que vamos entrar por aqui, pois o elevador privativo anunciaria a todos a nossa chegada. Acenamos e minhas mãos estão tremendo agora. Minha menina está lá dentro. Então, os gritos atravessam as portas. Collin! Collin! Oh, meu Jesus Cristo! É ela gritando lá dentro. Por mim. Meu coração parece que vai explodir no peito, meu sangue zumbindo nos ouvidos. Lena! Avanço para a porta, no entanto, Greg me contém com maldita rapidez, tapando a minha boca antes que eu responda. Um grunhido doloroso escapa, enquanto me debato para me livrar de Greg. Porra, minha menina está lá dentro, seu filho da puta! Então, como em uma cena de filme de ação, o reforço chega. Homens vestidos de preto e usando máscaras, enchem o corredor. E eles são muitos. Um brutamonte levanta a perna e chuta a porta, jogando-a no chão e Greg entra, seguido pelo gigante. Ele se mantém protegendo a mim e o Stone quando entramos atrás. Meus olhos correm como dois mísseis teleguiado para onde Lena se encontra e meu coração para com a cena que se descortina diante dos nós. Minha menina está no chão, nua, o rosto todo ensanguentado, seu corpo embaixo do homem que fez muito para destruir sua vida, mas ele vai morrer. Hoje é o fim de Chris Hart! O fodido levanta a vista para nós, seu rosto odioso mostrando confusão. Ele está segurando o pau asqueroso na mão e isso faz a bile subir à minha garganta. Eu vou esfolar esse doente do caralho! Eu caio no chão no exato momento em que a sala se transforma em um cenário caótico. Os seguranças de Lena saem de um cômodo, já mandando bala. Eu miro a minha arma e atiro em um. Não vejo onde atingi. Espero que tenha matado o maldito traidor. Continuo me arrastando, meu único pensamento é chegar até ela. — Collin! Collin! — Ela grita meu nome a plenos pulmões, enquanto luta com Chris, que voltou a tentar agredi-la no rosto. — Estou aqui, bebê! Aguente firme! — Eu brado com ira assassina a poucos metros dela. Não há salvação para ele. Eu poderia atirar, mas seria muito fácil. Eu preciso quebrar cada fodido osso em seu corpo. Quero que sinta muita dor. Vou matá-lo de pancada!
Selena Meu coração parece que vai saltar pela boca à medida que entramos em meu apartamento. Há mais de um mês não venho aqui. Minhas mãos começam a suar com tantas lembranças ruins. Uma bela cobertura, mas sempre foi o meu cativeiro. As paredes parecem me sufocar. Eu fecho os olhos, tentando achar alguma calma dentro de mim. Percebi, logo que Collin nos deixou na escola, que a minha segurança não estava agindo como de costume. Eles confiscaram o meu celular e me forçaram a sair. Chay não entendeu nada, o pequeno, e só tive tempo de pedir para ele ir ao banheiro. Infelizmente não consegui passar nenhum sinal de socorro para o segurança de Chay. O chefe da minha segurança me avisou para não tentar nenhuma gracinha. Eu fui traída pelos meus guardacostas. Meus fodidos seguranças! Eu solto um bufo pela minha burrice. Eles foram contratados pelo Chris. Deus! Como não me atentei para isso? Eu suspiro, aterrada. Não tinha como perceber porque eles continuaram sendo impecáveis comigo, nunca me dando motivos para desconfiar da sua lealdade. Sou forçada a sentar no sofá e aguardar. Nenhuma palavra foi dita, mas eu sei quem me quer aqui. Eu estive assombrada que esse momento chegaria. Senti isso mais forte nas últimas semanas, a sensação de que estava sendo vigiada. Nunca me senti segura. Eram eles. O tempo todo o monstro me manteve sob seu olhar. Meu maior pesadelo está voltando para me pegar. Não sei quanto tempo passa. Eu perco a noção de tudo. Eles rodaram comigo por vários lugares antes de me trazerem para cá, depois trocamos de carro em uma garagem subterrânea de um prédio no centro comercial. Não me restringiram, nem colocaram sacos em minha cabeça. Não é um sequestro comum. É ele se impondo sobre a minha vida como sempre fez. Continuo lamentando, assombrada com o que vou me deparar aqui, no meu antigo cativeiro, quando ouço um barulho alto. Um helicóptero pousando no heliponto do meu prédio. Estamos na cobertura, então o barulho chega a incomodar. Minhas entranhas retorcem quando me levanto e encaro os três homens que confiei que me defenderiam. — É ele? — Minha voz é apenas um sussurro quebrado, cheio de pavor. Eles acenam. Nenhuma palavra. Os malditos traidores não me dizem nada mais. Continuo os encarando, meus olhos turvando com lágrimas. — Por quê? Por que me traíram? Vocês sabem o que ele quer comigo... — Minha voz quebra de humilhação e vergonha. River bufa como se eu fosse alguma criança estúpida. — Não é pessoal, querida. São apenas negócios. — Ele tem a audácia de sorrir. Os outros o seguem e meu estômago embrulha. Não passa muito tempo e as portas do terraço são escancaradas. Meu coração bate violentamente no peito com a imagem em carne e osso do homem que eu estupidamente pensei que nunca mais veria. Que nunca chegaria perto de mim de novo. Collin. Eu chamo em pensamento. Por favor, diga que você está vindo para mim, bebê. Mesmo em meio ao terror tomando conta do meu ser, minha mente viaja para os nossos momentos de amor. Collin se movendo lenta e apaixonadamente dentro de mim, seus olhos azuis presos aos meus. Ou nas vezes em que me consome com sua paixão intensa, feroz. Seus lábios sussurrando que nunca ia me deixar. Que nunca ninguém me faria mal de novo. Eu acreditei em sua promessa. Fecho os olhos tentando me manter acreditando firmemente no
homem que eu amo com todo o meu coração. Ele já deve ter percebido que algo está errado. Está vindo para mim. Ele tem que estar. Um soluço me escapa, enquanto Chris avança. Ele não se parece com um fugitivo. Está bem alinhado em seu terno de grife e ele está sorrindo. Meu meio-irmão é muito mais parecido com nosso pai do que eu. Sua pele morena em tom escuro e bronzeado era algo que sempre achei bonito nele, um contraste com os olhos dourados. Eu o achava o homem mais bonito do mundo enquanto crescia, mas ele se transformou rapidamente em um monstro. Usou o amor inocente que sentia por ele e o transformou em algo sujo e asqueroso, doloroso. Tão bonito por fora, porém, podre, doente por dentro. Meu corpo treme em repulsa quando para à minha frente. Eu quero correr, mas os homens estão guardando a porta agora. E há mais três brutamontes nas portas do terraço. — Irmãzinha... — Sua voz é suave. Mas há uma raiva doentia fervendo em seus olhos. — Senti saudades suas... — Sua mão levanta para o meu rosto e eu recuo. Ele sorri de forma maligna e pega meu queixo com força, machucando a carne. Eu não faço nenhum ruído. Aprendi ao longo dos anos de abuso que ele se alimenta dos lamentos de dor. — Achou mesmo que se livraria de mim assim tão fácil? — Rosna no meu rosto. — Quanto tempo demorou para abrir as pernas para o fodido baixista, hein? Aquele bastardo sempre teve uma coisa por você. E agora você facilitou para ele, não é? Vamos, me diga, sua puta! — Ele aperta mais e eu gemo de dor. Seus olhos ficam selvagens. — Será que ele comeu seu cu do jeito que eu faço? Será que o pau daquele bastardo te faz gozar como o meu? — Resfolego, sentindo vontade de vomitar pelo asco que suas palavras que me trazem. Eu o odeio. Deus, quero vê-lo morto. Ele me empurra bruscamente e eu caio de volta no sofá. Minha saia sobe e seu olhar pisca sobre as minhas coxas antes que eu abaixe o tecido. — Sabe o que vai acontecer agora, Sels? — Não consigo mais segurar o choro. Meu corpo está sacodindo com os soluços. Sim, eu sei o que vai acontecer. Oh, meu Deus, eu ainda sou uma covarde porque não consigo lutar com ele. Seu olhar me paralisa como a um rato diante de uma cobra. Eu sou fraca, pateticamente fraca perto dele e isso nunca vai mudar. Ele sempre será o meu algoz. Eu não consigo enfrentá-lo. Não consigo. Vergonha me inunda com esse conhecimento. — Nós vamos entrar naquele helicóptero e desaparecer, querida. Puft! — Ele zomba, fazendo um gesto com as mãos. Seus olhos cravam em mim e ele fica sério, crueldade emanando dele. — Você me traiu com a vadia do Stone, porra! Mas ela vai pagar por isso também. — Diz, sinistro. — Onde está o pirralho? — Q-que pirralho? — Gaguejo e seus olhos estreitam antes de se virar para meus seguranças. Porra, seus seguranças. — Onde está o pirralho da vadia Stone? — Seu tom é mortal. Oh, Deus! Então meu instinto estava certo. Ele queria pegar o Chay. Cristo, ele é só uma criança. — Sinto muito, senhor, mas Selena enviou o moleque para o banheiro e nós realmente não tínhamos muito tempo antes de Collin voltar lá. — Com a menção do nome de Collin, o olhar doentio volta para mim, me fazendo contorcer no assento. — Ele é só uma criança, Chris. — Eu choro. — Por favor, não faça nada com ele. — Então você resolveu dar uma de heroína e salvar o fedelho? — Ele cerra os dentes. — Não me importa, porra! Ele é filho da vadia que virou a cabeça do Stone e começou com essa merda toda! A banda ainda estaria na Hart se não fosse por ela. — Berra, ensandecido. Ele acredita mesmo nisso? Ele é louco. Liam já estava farto dele bem antes da Mel. — Eu quero ver o Stone e sua puta sofrerem. Não vou descansar enquanto não ferrar com eles!
Todos eles! — Então ele ri, os olhos brilhando com algo muito ruim. — Mas agora, diante dos acontecimentos, talvez eu comece com o baixista. — Meu peito torce e pânico me enche. Ele amplia o riso doente. — Ele vai pagar por ter tocado o que é meu. — Por favor... — Eu soluço. — Deixo-o em paz! — Nós vamos viver juntos. — Ele diz com voz definitiva. — Há muitas alternativas para pessoas como nós ficarem juntas. — Meu corpo está tremendo sem controle agora. — A Hart faliu, mas eu tenho o suficiente para nós. Só você e eu, neném, como sempre foi. — Seu tom é suave, enganoso e eu sinto ânsia de vômito. — Saiam! — Ele rosna para os homens, que dispersam rapidamente. — A primeira coisa da lista é uma cirurgia plástica, Sels. Vamos mudar os nossos rostos. — Eu engasgo diante de seus planos para mim. — Novos documentos. Nova vida. — Os olhos dourados que tanto achei bonitos na minha infância me miram com posse doentia. — Seremos casados, querida. — Ele continua sua tortura verbal. — Iremos para algum desses países da América Latina, onde Judas perdeu as botas e ninguém tenha cérebro o suficiente para suspeitar de um casal tão... Respeitável. — Zomba. Eu soluço alto. Chris sorri. — Você sabia que eu viria, neném. Você sabia o tempo todo. — Não... Por favor. — Minha voz é apenas um lamento trêmulo, o medo me dominando de novo. Ele conseguiu. Ele me pegou. Eu choro baixinho, vendo meu sonho despedaçado. Tudo que vivi com Collin, tudo que ele me prometeu está acabado agora. Ele começa a desabotoar a calça e imagens dele em cima de mim, me violentando, me assaltam. Horror desliza em minha coluna, meu corpo paralisando. Oh, Deus, não! Collin! Onde você está? — Mas, antes... Antes eu vou comer a minha puta. As vadias com quem estive nesse último mês não chegavam a seus pés, amor. — Não! — Eu choro mais. Impotente. — Por favor, não. — Ele sorri, parecendo mais desequilibrado do que já o vi algum dia. — Vá embora. Eu prometo que não direi nada disso a ninguém. Por favor, me deixe viver a minha vida. Me deixe ser feliz. Você já levou muito de mim, porra! — Meu sangue esquenta, de repente, tudo em mim se rebelando com a iminência do que está para acontecer. — Bravo! — Zomba. — Você não dirá, querida. Não dirá porque irá comigo. Seu lugar é junto a mim, sua vadiazinha ingrata! — Seu tom sobe e eu me encolho no sofá. — Você é e sempre será a minha puta! Está me ouvindo, Selena? Nenhum roqueiro idiota vai tirar você de mim! Você é minha, porra! Minha! E com isso ele avança para mim. Eu tenho apenas um segundo para tentar reagir ou ele me estuprará de novo. Minha mão pega o abajur ao lado do sofá e a próxima coisa que sei é que estou batendo duro no lado direito da sua cabeça. Talvez eu estivesse pensando em uma fuga o tempo todo, mesmo me achando incapaz disso. Instinto de sobrevivência, eu acho. Chris cambaleia para trás, com sangue escorrendo do corte aberto em sua fronte. Seus olhos me cravam sem acreditar que estou lutando, finalmente lutando. Então uma expressão mortal toma conta deles. — Você vai se arrepender disso, sua maldita puta! Vou machucar tanto essa pequena boceta que não conseguirá andar até o helicóptero! — Berra e avança para mim de novo. Meu corpo treme sem controle sob sua ameaça, mas eu passo por cima do braço do sofá, forçando-me a lutar contra ele pela primeira vez em minha vida. A porta. Eu preciso chegar até a porta e pedir socorro. Dê-me forças, meu Deus! Eu preciso chegar até a porta. Eu preciso... Um soco nas minhas costas me tira o ar e eu cambaleio, meus saltos não me
sustentando mais. Dor excruciante me cegando. Eu caio de joelhos a meio caminho da porta. — Collin! — Eu grito, lágrimas de frustração e de horror banham as minhas faces quando uma mão grande enrola em meu tornozelo e dá um solavanco, me derrubando de cara no piso. Meu nariz doí com o impacto e eu grito de dor, sentindo gosto de sangue na boca. Mas agora que comecei, não quero, não posso parar de lutar. Eu chuto seu rosto com a perna livre, mas isso só o enfurece mais. Ele se levanta e me arrasta pela perna como uma boneca de pano. Eu me debato, minhas unhas derrapando pelo piso, tentando refrear sua ação, mas é inútil. Ele cai em cima de mim, forçando minhas pernas abertas. — Collin! Oh meu Deus! Não! Por favor, não! — Eu berro, a dor de estar voltando ao que pensei ter ficado no passado me acertando no fundo do meu âmago. — Collin! — Eu torno a gritar entre soluços altos. — Pode gritar o nome do seu namoradinho o quanto quiser, vadia! Ele não virá! Ninguém virá para você! Ninguém! — As costas da sua mão se choca contra a minha face, girando meu rosto com o impacto. Dor irradia em minha bochecha e mais sangue jorra em minha boca e eu arquejo, tonta, minhas forças se esvaindo. Suas mãos rasgam minha blusa aberta. Estou grogue, cansada. Meus braços caem lentamente dos meus lados e eu... Eu paro de lutar. Fecho meus olhos imaginando o toque suave e gentil de Collin, enquanto meu estuprador continua rasgando minhas roupas fora. Estou lá, naquele lugar escuro outra vez. O lugar em que meu irmão toma tudo de mim. Collin. Eu sussurro seu nome entre soluços, mesmo sabendo que já é tarde... Eu te amo, bebê. Sempre vou te amar. Por favor, nunca se esqueça de mim. Eu choro, me despedindo do meu único e inesquecível amor. O monstro continua machucando meu corpo na pressa de me fazer mal. Então ouço um estrondo. Parece tão distante. Em seguida, há tiros. Abro os olhos, tentando entender o que está havendo. Viro o rosto na direção da porta e meu coração dá um solavanco. Collin. Ele está se arrastando no chão. Mais lágrimas enchem meus olhos. Ele veio para mim. Ele veio. Eu volto a lutar com Chris, meu corpo se enchendo de uma força que já tinha me abandonado. — Collin! Collin! — Grito, me esquivando das tentativas do monstro de enfiar em mim. — Estou aqui, bebê! Aguente firme! — Ele responde, se aproximando. Seu rosto está torcido com fúria crua. — Eu vou matar você, seu doente filho da puta! — Ele se levanta e dá um chute furioso no queixo de Chris, lançando-o para trás. Eu respiro aliviada, livre das mãos asquerosas. Collin arranca seu macacão e cobre meu corpo desnudo, me puxando para o seu colo, e eu me enrolo nele, chorando alto. Meu corpo tremendo descontroladamente. — Deus, bebê... Me perdoe por ter demorado, amor. Eu estou aqui. Nunca vou deixar você de novo. Nunca. — Ele está chorando também, tocando meu rosto machucado. — Shhh. — Ele me acalma, beijando minha têmpora, acalentando-me contra seu peito duro. — Acabou. Você está segura. Eu me agarro desesperadamente nele, inalando seu cheiro para me acalmar, soluçando baixinho. — V-você veio, bebê. Você veio. — Balbucio em seu peito. Ele segura meu queixo, fazendo-me encará-lo. — Sempre, Lena. — Diz ferozmente. Seu rosto afogueado, os olhos azuis lindos cheios de lágrimas. — Sempre, bebê. — Então, seu rosto fica sombrio. — Será que ele...
— Não. — Eu nego rapidamente. — Ele não conseguiu me violentar. Eu lutei. — Lágrimas quentes deslizam em minhas faces. — Eu lutei, baby. Ele aperta o maxilar e acena. Seu olhar volta a procurar Chris, então vejo a fúria voltando ao semblante bonito, o transformando em uma máscara feroz. Eu me assusto quando vejo Liam apontando uma arma para Chris. Ele veio também. Os dois estão lançando palavras furiosas um para o outro. — Cale a boca, seu monte de merda! Você tentou ferrar com a minha carreira! Não contente, ordenou que matassem a minha mulher! — Oh, meu Deus! Ele não pode atirar no psicopata. Isso sim, destruiria a sua vida. Ele não é um assassino. Por mais que eu queira Chris morto, não quero isso pela mão de nenhum de nós. Ele ganharia, nos ferrando junto com ele. — Eu quase morri por sua causa, seu estuprador de merda! — Liam continua com uma raiva cega e Chris recua um pouco. — Diga-me por que eu não devo meter uma bala bem no meio da sua testa agora? Olhe em volta, seu filho da puta! Nenhum deles vai dizer que fui eu. — Ele ri ironicamente, levantando mais a arma, a mira centralizando na testa do Chris. Há risadas e aplausos na sala e eu me forço a ver atrás de Liam. Há muitos homens, além de Greg e Phill. Meu estômago embrulha quando vejo corpos caídos em poças de sangue no piso branco. — Então, a vida tem sido boa para você, Stone? — Chris volta a atacar, sabendo que Liam não o matará. Liam é mais esperto do que isso. — Fiquei sabendo que a sua vadia está em vias de perder o Stone baby. Quanto tempo mais para o pirralho escorregar por entre as pernas da puta? — Oh, Deus. Que asqueroso! Liam perde as estribeiras com essas palavras e avança rapidamente, dando uma forte coronhada no mesmo lugar onde bati com o abajur. Meu íntimo se regozija com o grunhido de dor do monstro. Foda-se, seu filho da puta dos infernos! — Eu não vou atirar em você, seu maldito estuprador! Mas há algo que posso e vou fazer! Eu vou quebrar essa sua cara de psicopata do caralho! — Liam ruge, jogando a arma para Greg e é rápido ao se lançar para Chris. Ele não dá qualquer chance de defesa, batendo-o duro no queixo, estômago, supercílio. Caramba. Mesmo estando muito machucada, estou indo à forra vendo a chuva de socos no homem que tentou destruir a minha vida. Os caras se agitam, aplaudindo. — Isso é por tudo que me fez passar, seu monte de merda! Você vai mofar na cadeia e lá será a putinha do pavilhão inteiro! Seu rabo imundo será arrombado uma, duas, cem vezes, porra! — Liam está enfurecido. Nunca o vi assim antes. Ele desfere mais um soco no maxilar e Chris cai de joelhos. — Pare, Stone! — Collin rosna, se levantando, me firmando em uma posição sentada. — É a minha vez, irmão. — Diz com um sorriso sombrio se abrindo em seu rosto, seu olhar é vidrado, cravado em Chris. — Ele é todo seu, parceiro. — Liam diz ofegante, vindo até mim. Arquejo quando me ajuda a levantar, me amparando em seus braços. — Acabou, querida. Ele nunca mais vai tocar em você. — Diz com voz suave, arfante pelo esforço. Ele me gira, seu corpo grande me protegendo da vista dos outros homens e ajeita o macacão, cobrindo minha nudez. — Obrigada. — Eu digo, evitando olhar em seus olhos. — A qualquer hora. Nós cuidamos dos nossos. — Murmura, mantendo-me junto dele. Minha atenção vai para Collin. — Então, onde está o grande, poderoso Chris Hart agora? — Collin rodeia o psicopata com os punhos cerrados, sua respiração pesada. Ele quer machucá-lo muito pelo olhar em
seus olhos. — Você não aprendeu da primeira vez, não é? Tinha que voltar e colocar essas patas sujas em cima da minha mulher, porra! — Chris está levantando com alguma dificuldade. Liam fez um bom trabalho antes. Sorrio. Odeio violência, mas com esse homem. Com esse maldito homem, só quero vê-lo sofrer. Seus gritos de dor são música para meus ouvidos. Eu quero o seu fodido sangue! Collin o deixa levantar e chuta seu joelho, brutalmente. O som de ossos estalando deveria me fazer mal, mas não nesse caso. Sim, porra! — Reaja, seu verme! Tente enfrentar alguém que possa se defender! — Collin está além da fúria. — Você não consegue, não é? Você não passa de um covarde de merda! Sempre se escondendo atrás de seus capangas. — Faz um som feio com a garganta e joga uma cusparada na cara de Chris. — Porra, você quebrou meu joelho, seu maldito filho da puta! — O monstro está reduzido a uma pasta de sangue, grunhindo de dor no chão. Ele agarra o joelho, choramingando como um maldito veadinho. É muito bom abusar e bater numa garota indefesa, não é, seu filho da puta? Collin não parece satisfeito. — Vá se foder, seu merdinha! Eu gozei dentro dela todos os dias por onze anos inteiros! Isso é... — O resto das palavras repugnantes é bruscamente interrompido pelo chute esmagador que o infeliz leva na boca. O som de engasgo, quando cospe dentes em seguida, me faz mal. A cena diante de mim é horrenda. Seu rosto está todo destruído pelas pancadas. — E agora você está a caminho de ser uma puta na prisão! Mas vai ser pior, Hart! — Collin ruge com fúria e acerta um chute em seus rins. O ruído da pancada é ainda mais feio que o anterior. Eu estremeço, fechando os olhos, escondendo meu rosto no peito de Liam. Não quero mais ver isso. — Você será uma puta aleijada! Um maldito veadinho aleijado! — A voz e o rosto de Collin estão transformados pela cólera. Ele mira mais um chute e Liam e eu gritamos, assombrados: — Collin, não! Ele vai matá-lo, meu Deus! Eu tento me desvencilhar de Liam para ir até ele, mas Greg age rapidamente, o segurando e levantando no ar antes que atingisse mais uma vez o monte de merda inerte no chão. Talvez não aguentasse mais um golpe. Ele está irreconhecível. Sangue, hematomas e fraturas por todo lado. Ouço mais vozes na sala, a polícia chegando. Solto um suspiro cansado, mas repleto de alívio. Acabou. Novas lágrimas se reúnem em meus olhos. Finalmente acabou. Estou livre. Obrigada, meu Deus. Collin se livra das garras de Greg e vem para mim, me puxando para seus braços. Eu choro mais, me agarrando a ele com todas as minhas forças. — Shh, estou aqui, bebê. — Ele respira pesado em meu pescoço. — Acabou. — S-sim, sim. — Soluço tremulamente. Ele me levanta nos braços e me leva para o banheiro. Seus olhos me digitalizam, procurando por machucados antes de me vestir com o macacão, que é enorme, quase me engolindo toda. Segura meu rosto com as duas mãos e seus lábios quentes descem nos meus suavemente. Assobio, sentindo meu nariz dolorido e inchado pela batida violenta no chão quando o fodido me derrubou. Ele se afasta e levanta meu rosto, analisando o ferimento. — Desculpe. — Ele me olha com olhos suaves e atormentados. — Não parece quebrado, mas está bem inchado. — Seus olhos ficam turvos. — Quero voltar lá e matar aquele infeliz! — Rosna. — Não. — Eu o abraço pelo pescoço, olhando-o nos olhos. — Ele está nas mãos da polícia agora. Acabou.
Seu olhar amolece outra vez e ele sussurra um beijo na ponta do meu nariz. — Deus, eu tive tanto medo, Lena. — Murmura bem perto da minha boca, os olhos presos aos meus. — Prometi mantê-la segura e falhei... — Ei, não. — Eu o corto. — Você veio, Collin. Manteve sua promessa. — Ele assente meio a contragosto. — Você me salvou, bebê. — Minha voz embarga no final. Ele me levanta nos braços outra vez. — Vamos falar com os policiais e dar o fora daqui. — Diz, me levando de volta para a sala. Nos minutos seguintes, dou meu depoimento aos policiais. Fiquei surpresa por haver agentes do FBI também. Eles informaram que Chris estava envolvido com tráfico de mulheres com uma quadrilha barra pesada que atua em LA e Las Vegas. Muita podridão para uma pessoa só. Tomara que morra na porra da prisão. Meu peito ficou leve quando vi o lixo humano sendo algemado e os agentes federais o levando. Pela surra que tomou, irá direto para o hospital. Mas seu destino é cadeia e vai apodrecer por lá, se há alguma justiça nesse mundo, irá morrer lá, sozinho, miserável, fodido. Finalmente, Deus. A sala foi ficando vazia, todos dispersando, apenas os detetives, Collin, Liam e eu ficamos ainda aparando algumas arestas. Eu acho que Liam e Collin andaram se desentendendo com a dupla pelo tom de sua conversa. Um deles acabou pedindo um autógrafo para a sua filha. Isso arrancou sorrisos genuínos dos roqueiros. Liam ofereceu ingressos para o show de Nova Iorque daqui a duas semanas. Collin endossou e eu fiquei babando como uma fã ao redor deles. Eles são sempre incríveis com seus fãs. No período em que fiquei com eles no Rio de Janeiro, pude ver isso de perto. Conseguem ser fodões e ainda assim carismáticos com seu público. Quero ser como eles quando crescer. Penso, com um sorriso curvando meus lábios depois dos momentos de terror. Deixamos o prédio logo, pela entrada dos funcionários para evitar os paparazzi, que Greg nos informou, já estavam a postos ao suspeitar de toda a movimentação da polícia. Não dá para entender a rapidez com que esses abutres trabalham. Como era esperado, alguns estavam na saída menos movimentada, arriscando um furo. Greg e Phill e os outros da equipe nos escoltaram para nossos carros. Collin me carregou nos braços todo o percurso, o que inflamou ainda mais os repórteres. Perguntas e flashes foram disparados em nós sem a menor consideração. Escondi o rosto em seu peito e o deixei me conduzir para a segurança do carro. — Acabou. — Collin rosna, quando Phill abre a porta traseira do Range Rover. — O estuprador está preso, finalmente. — Você e Selena estão mesmo namorando? Confirma que são um casal? Eu bufo. Eles são tão obcecados para saber quem está fodendo quem no mundo das celebridades, que acabam deixando de lado o evento principal desta noite: Chris, um psicopata que quase destruiu minha vida, sendo finalmente preso. Eles poderiam noticiar isso, mas não, Collin é integrante da maior banda de rock da atualidade, então para a imprensa sensacionalista, é mais importante saber se ele está mesmo me levando a sério. — Selena está livre do seu pesadelo. É tudo que precisam noticiar. — Ele responde, apertando os lábios, provavelmente irritado pelo mesmo motivo que eu. Eles gritam mais uma enxurrada de perguntas, que são cortadas quando Phill bate a porta, fechando-os para fora. Suspiro de puro alívio. — Vamos para casa, menina bonita. — Collin sussurra, se acomodando comigo em seu colo no banco traseiro. Phill liga o motor e leva o veículo pela avenida movimentada.
Casa. Eu suspiro, enfiando a cabeça na curva do seu pescoço, me deliciando com seu cheiro único. Eu já me sinto em casa, aqui, na segurança de seus braços. Eu o amo tanto que chega a doer
CAPÍTULO DOZE
Selena Eu gemo sob o jato morno do chuveiro. A bucha desliza suavemente pela minha barriga, seios. Não há intensão sexual por trás disso, eu sei pelo rosto concentrado de Collin. No entanto, é difícil me manter imune quando ele está nu e suas mãos estão sobre o meu corpo. Suas mãos são gentis, delicadas, lavando cada centímetro da minha pele. Lágrimas engrossam na minha garganta enquanto olho esse homem lindo tão empenhado na tarefa de cuidar de mim. O vapor e os respingos d’|gua molharam seu cabelo negro e os fios caem sobre a testa, deixando-o muito mais sexy. A bucha vai descendo pelo meu ventre e meio das coxas e vejo seus olhos azuis ficarem escuros quando se fixam em minha boceta e começa a lavar as minhas dobras. Puta merda. Eu gemo baixinho, mordendo o lábio. O canto de sua boca levanta sutilmente. Seu rosto mostra divertimento pelo meu estado. Ele me esfrega com um pouco mais de pressão, provocando-me claramente. Eu bufo. Ele desce a bucha pelas minhas pernas. Droga. Isso estava tão bom... Termina de me ensaboar e em seguida me move mais para baixo do jato. Meu cabelo é o próximo a receber sua atenção. Deus, tão bom. Eu gemo em deleite com suas mãos grandes massageando o xampu em meu couro cabeludo. Quando termina comigo, Collin cuida de si mesmo. Eu o cobiço, babando sobre o corpo grande, seus músculos tonificados saltando com seus movimentos graciosos, mas ainda assim tão viris. A água e a espuma escorrendo pelo peito, desenhando padrões irregulares em seu delicioso abdômen trincado, me fazem lamber os lábios. — Apreciando a vista, bebê?
Sua voz, seguida de uma risada baixa e divertida, me tira da minha lascívia. Meus olhos levantam, encontrando os seus. Seu sorriso é matador. Meus mamilos ficam impossivelmente duros. Porcaria. — Pare de me olhar assim, Lena... — Ronrona ainda mais sensual e minha boceta encharca. Ele usa um tom baixo que levanta os pelos dos meus braços. Eu não consigo conter mais um gemido. Deus, ele é tão sexy. Sorrio, atrevida, meu olhar caindo descaradamente para seu corpo outra vez. Ele faz um show esfregando seu pau bem acordado, longo e grosso, me deixando com água na boca. Volto a olhá-lo e os olhos azuis estão fixos em mim, um meio sorriso maroto brincando nos cantos de sua boca. Eu suspiro quando finalmente se enxágua e saímos do box. Collin me enxuga com cuidado e seca meu cabelo com a toalha. Eu visto um de meus roupões, enquanto ele se enxuga e veste um roupão negro. Levantando-me nos braços, ele me empoleira em cima da bancada da pia, depois o vejo se abaixar e fuçar nos compartimentos dos pequenos armários. — Vamos cuidar do seu rosto. — Sussurra, se enfiando entre minhas coxas. Ele levanta o meu rosto, inspecionando meu nariz dolorido. Limpa delicadamente as narinas por dentro com pequenos chumaços de algodão. Já tomei um comprido de Ibuprofeno quando chegamos ainda há pouco e um pouco de leite morno. Esses cuidados me fazem recordar da noite em que cheguei aqui. A noite em que tomei coragem e coloquei um ponto final nos anos de abuso. Ele cuidou de mim também naquela noite, mas agora todas as emoções estão às claras em seu rosto, em seus olhos incríveis e isso me deixa muito mais sensível. Collin desliza os dedos pela minha bochecha, onde sei que há um hematoma ficando roxo pelo tapa brutal que o monstro me deu. Ele se agacha mais uma vez e espirra o spray antisséptico nos arranhões em meus joelhos. Assobio pela picada do remédio. Ele sopra os machucados e os beija suavemente. Deus, esse homem existe mesmo? — Pronto, bebê. — Diz, levantando-se, seus braços enrolando em minha cintura. Eu o olho embevecida, meus olhos ficando marejados. — Obrigada. — Digo baixinho, aproximando meu rosto do seu. Levanto minhas mãos, traçando seu rosto, enfiando em seu cabelo molhado. — Você é incrível, sabia disso? Isso faz seus belos olhos brilharem como duas safiras. — Você está bem? — Pergunta com olhar suave. — Mais do que bem, bebê. — Murmuro próximo a sua boca. — Estou com fome, no entanto. Ele sorri antes de beijar meus lábios delicada e lentamente. Eu gemo, trancando minhas pernas em sua cintura, puxando-o, colando nossas pélvis. Ele ri mais contra a minha boca e suga meu lábio inferior antes de parar o beijo. — Estou faminto também. — Sussurra, correndo as mãos pelas minhas costas. — Vou pedir ao Phill para providenciar uma entrega do seu restaurante favorito. Que tal? Eu aceno e decido brincar um pouco com ele para afastar de vez os momentos de puro terror que vivi nesta noite. — Perfeito. Como é que nenhuma garota fisgou você antes, roqueiro? Um sorriso lindo ilumina todo o seu rosto. — Eu nunca estive realmente disponível. — Ronrona, depositando pequenos beijos em meu queixo. — Havia uma garota pop star... — Eu rio suavemente com seu tom brincalhão. — Ela me ganhou há alguns anos.
— É? — Eu ofego quando seus lábios deslizam com beijos suaves pela minha mandíbula até o ouvido. — Mmmm. — Ele sorri, lambendo minha orelha. — E depois que provei sua boceta quente e apertada, me tornei um caso perdido. Eu rolo os olhos, mas dou risada com sua deliciosa boca suja. — Uh, quem foi que disse que o romantismo estava morto? — Eu zombo. O som da sua risada safada no meu ouvido faz coisas ilegais com meu corpo. Segurandome pela bunda, ele anda comigo para o quarto e meu celular começa a tocar assim que me deposita na cama macia. Ele pega a minha bolsa e a traz para mim. Eu saco o aparelho e meu corpo fica tenso quando vejo o visor: minha mãe. Eu bufo e bato em ignorar, silenciando-o. Não tenho condições de lidar com Tara esta noite. Ela está puta com a falência da Hart e, nossa falência, por tabela. Eu não tenho saco mais para aturá-la. Tudo que preciso está bem aqui, nesse quarto. Eu coloco a bolsa e celular sobre o criado-mudo e ligo a TV. Collin está ao telefone encomendando nosso jantar. Empilho os travesseiros e relaxo contra eles, zapeando os canais, procurando algo interessante para vermos enquanto esperamos a comida. Cerca de meia hora depois, nossa comida chegou. Phill a trouxe em bandejas até o quarto. Ele certamente está familiarizado com as farras que seu patrão e eu costumamos fazer sobre a cama. Comemos assistindo a um filme sobre uma fã que vive um romance quente com um astro do rock e nem preciso dizer que Collin adorou esse tema, não é? Roqueiros... A massa italiana estava derretendo na língua, o que foi bom, uma vez que o interior da minha boca está bem machucado. Apollo ligou nesse meio tempo. As notícias das circunstâncias da prisão do Chris já estão circulando na internet, bem como fotos minhas sendo carregada nos braços de Collin. Há algumas que conseguiram captar os machucados em meu rosto, e, claro, há as malditas especulações sobre o nosso relacionamento. Meu assessor estava preocupado, mas eu o tranquilizei, então ele estava feliz e aliviado quando desligamos. Não vejo a hora de voltar aos palcos, agora sem uma ameaça pairando sobre a minha cabeça. Preciso fechar de vez esse livro de horror e começar uma nova história. Collin se senta contra os travesseiros empilhados e me puxa entre suas pernas, de costas contra seu peito e continuamos a ver o filme. Suspiro baixinho, relaxada, quando seus braços se enrolam em mim de forma protetora e com o toque possessivo que tanto amo. Ele não vai tentar sexo hoje à noite, não importa o quanto eu repita que estou bem. Ele só vai me segurar e me mimar. Ele é assim, um gentil cavalheiro quando o momento exige. Lindo. Beijos suaves como uma pluma são plantados na minha têmpora e cabelo. Uma nova história. Talvez, apenas talvez o seu amor por mim seja forte o suficiente para me aceitar com todos os meus danos... *** Eu não posso encontrar palavras para definir o que tem sido a minha vida ultimamente. Depois que me livrei do monstro, retomei tudo. Não, não, correção: estou reconstruindo a vida de merda que tive antes. Estou fazendo coisas que nunca me foram permitidas, como dirigir sozinha e ir ao cinema. Coisas simples que toda garota da minha idade faz, mas para mim tem um gosto especial agora. Eu estou livre! Livre! E, claro, há aquelas coisas que meu namorado atencioso insiste em fazer para mim, como me levar para assistir a jogos de
basquete. Collin torce para os Los Angeles Lakers. Eu não entendo muito do esporte, só sei que é ponto quando a bola cai na cesta. Mas sua animação, narrando os lances, me contagiou a cada jogo que assistimos. Nem preciso dizer que a imprensa enlouqueceu quando assumimos o nosso relacionamento em uma entrevista, que Sara agendou em um talk show. Sim, a irmã mais nova da Mel está trabalhando na gravadora e assessorando a DragonFly desde quando voltou da Alemanha, há cerca de um mês. Antes que me perguntem, sim, Elijah partiu para cima dela com artilharia pesada, como já era esperado. Sara acabou cedendo e os dois estão envolvidos em uma relação de sexo casual fiel. É, eu sei o que estão pensando porque também nunca vi tal coisa. Os caras acham que Eli sente algo mais profundo por Sara, uma vez que a perseguiu tão implacavelmente. No entanto, ele é um bastardo cínico e corre como o diabo da cruz quando o assunto é relacionamento. Eu não sei se teria a coragem de Sara me envolvendo com alguém assim. É claro que Elijah é lindo e tem toda a coisa de bad boy acontecendo e a maioria das garotas gosta mesmo é de um garoto mau, pelo visto. Esse pensamento me faz sorrir internamente, porque Collin e os outros da banda não são santos também... Nem um pouco, pelo que a mídia costumava noticiar sobre suas festas sexo e rock and roll. Sei muito bem o que rolava nessas festas, embora não tenha ido a muitas. Bem, vamos deixar Elijah e Sara com o rolo deles. Tenho que dizer que as coisas entre Collin e eu estão ficando cada vez mais intensas, deliciosas e apaixonantes. Ele faz cada dia memorável, cada pequena coisa atenciosa que faz comigo, cada palavra suja na hora em que está me consumindo enquanto fazemos amor, cada pequena coisa sobre ele me deixa irremediavelmente arrebatada. Estamos vivendo nossa pequena bolha feliz. Só nos desgrudamos quando nossas agendas profissionais nos obrigam a ficar distantes, como nos shows que a banda fez em Nova Iorque e Boston há mais de um mês. Eu tive um show em Chicago nesse período, portanto, não pude viajar com eles. Mas fiz questão de fazer uma surpresa voando para Nova Iorque entre as datas. Passamos uma noite incrível juntos e seguimos para Boston com os caras, onde enlouqueci assistindo-o tocar. Foi perfeito vê-lo tocar sabendo que é meu. Todo meu. Eu o vi no palco em muitas ocasiões, mas dessa vez foi diferente. Ele parecia tão empolgado, além dos olhares perversos de roqueiro fodão que me lançava o tempo todo. Deus, tão intensa a forma como me sinto sobre ele. Parece que o conheço por toda a minha vida. Ele é o namorado mais lindo, atencioso, gentil, sexy e também sem vergonha que uma garota poderia sequer sonhar. E ele é meu. — Uau. — Sua voz macia e aveludada me faz levantar a vista para o espelho do closet, meu olhar encontrando o seu. Ele está lá, parado no limiar da porta, vestindo um smoking escuro. Hoje é o jantar de gala anual da fundação criada pela DragonFly. — Uau digo eu... — Gemo, abrindo um sorriso provocador em seguida. Seus lábios curvam em um arremedo de sorriso safado e ele caminha até mim, fazendo meu coração bater forte e minhas partes íntimas palpitarem enlouquecidas com a mera visão dele. Collin, no estilo moleque travesso, com gorros e jaquetas de couro é lindo, mas essa versão dele em smoking é simplesmente... Puta merda! Sem palavras aqui. Seus braços me rodeiam tão logo ele chega perto, minhas costas se moldando ao peitoral definido. Minhas narinas expandem, sentindo o seu cheiro limpo, inebriante. — Animada para mais tarde, bebê? — Sussurra no meu ouvido e empurra a boca aberta na curva do meu pescoço e ombro, passando a sugar a pele delicada. Eu ofego, o calor gostoso de excitação se espalhando em minha barriga, molhando a minha calcinha, me
fazendo latejar. É incrível essa química e atração entre nós. Nunca arrefece. Parece que quanto mais fodemos, mais queremos estar entranhados no corpo um do outro. Ele vai me levar a um clube de sexo depois do evento social. Eu fiquei surpresa quando me propôs isso, mas não completamente chocada. Collin já me deu vislumbres de que sua intensidade no sexo vai um pouco além. Não se trata apenas de sexo duro. Há algo aventureiramente perverso na forma como encara o sexo e, devo admitir, isso me excita. Excita além do que sou capaz de explicar. Eu sei que muitas mulheres que viveram o que vivi, tendem a desenvolver traumas graves em relação ao contato íntimo, mas não é assim que me sinto com Collin. Graças a Deus. Com ele... Querido Deus, com ele eu quero fazer tudo na cama, sem qualquer restrição. Eu odiaria ser tratada com melindres. Isso só me deixaria mais ciente da merda que vivi. Eu preciso ser livre, plenamente e ele parece ter captado a mensagem que nem sempre verbalizo. Ele sabe que preciso me sentir mulher, plena, desejada, amada e é isso que tem feito a cada momento em que estamos juntos. Eu o amo louca e perdidamente. — Mmmm, mal posso esperar, baby. — Ronrono de volta, encarando esses lindos olhos azuis eletrizantes. Seus olhos brilham mais enquanto nos encaramos através do espelho. O contraste dos olhos claros com o cabelo negro sempre faz meu coração perder uma batida. Pura perfeição masculina. Meu olhar deve estar dizendo exatamente isso, porque ele sorri. Um sorriso lento e muito safado. — Eu amo ver você se vestir... — Murmura, deslizando um dedo pelo meu ombro nu, causando-me arrepios deliciosos. — Minha garota. No meu closet. No meu quarto. Sorrio, girando em seus braços para olhá-lo mais de perto. Sentir-me livre pela primeira vez em minha vida me encheu de coragem e fé em mim mesma. E como parte desse processo de redescoberta e emancipação, vendi minha cobertura e estou procurando outro apartamento. Quero me mudar. Collin... Bem, Collin não levou a notícia muito bem quando a compartilhei com ele na semana passada. Tentei argumentar que estamos queimando etapas, vivendo juntos logo de cara. Que estávamos assim porque não era seguro para mim naquele momento, mas agora posso levar minha vida como uma garota normal e independente do século vinte e um. Garanti que sempre dormiríamos juntos, na minha casa ou aqui, quando nossas agendas não nos mantivessem viajando separados. Essa foi a nossa primeira discussão como casal. Não foi bonito. Ele pode ser impulsivo e cabeça dura quando quer. Nós gritamos um com o outro e eu voltei para o quarto que ocupei aqui nos primeiros dias. Ele invadiu o quarto uma hora depois, parecendo um delicioso homem das cavernas e me jogou por cima do ombro, me trazendo de volta para cá, onde fodeu os meus miolos noite adentro. Porcaria. Lembrar daquele glorioso sexo de reconciliação me deixa com ainda mais tesão. — Amo me vestir para você. E... — Eu o provoco, contornando o assunto delicado e aproximando nossas bocas. Suas mãos grandes e ásperas passeiam pelo amplo decote do meu longo vermelho. É uma modelo de alças finas, colado ao corpo com um exuberante rabo de sereia. Foi presente dele. Aliás, como o conjunto de brincos e colar de rubis que chegaram junto com o luxuoso vestido. Vamos contornar o assunto mudança pelo bem dos planos para a noite. Sorrio e sussurro: — Amo mais ainda ficar nua para você. Ele sorri todo maroto, sabendo exatamente o que estou fazendo e geme asperamente antes de tomar a minha boca em um beijo cálido. Sua língua desliza invasivamente dentro
da minha boca e eu ofego, deixando-o me devorar. Nos colamos mais, nos esfregando, nos agarrando gostosamente. Cerca de quarenta minutos depois, a limusine chega ao Hotel Montage em Beverly Hills. Pela fila de carros que vejo à frente, o evento será um sucesso. Collin desce primeiro e estende a mão para mim, me ajudando a sair suavemente. Flashes espocam em nós, então nos viramos de bom grado para fazer algumas fotos. Hoje é diferente. Podemos fazer a social em nome do objetivo da fundação. Collin sorri, segurando-me bem junto a ele, seu braço enrolado em minha cintura. Como de costume, perguntas são gritadas para nós. Apenas sorrimos e ele diz breves palavras sobre o jantar beneficente, agradecendo-os pela cobertura. Seguimos pelo tapete vermelho, adentrando o lobby. Há uma ligeira comoção por onde passamos, os sussurros, eles me incomodaram no começo das nossas aparições em público. Estão me julgando? Estão com pena de mim? Estão julgando Collin por estar comigo, quando poderia ter qualquer garota que quisesse? Não posso evitar, essas perguntas queimam dentro de mim toda maldita vez. E ao mesmo tempo em que amo estar em seu braço como sua namorada, esses momentos sempre expõem minha vulnerabilidade e neuras. O ciúme, aquele famoso monstro de olhos verdes, espreita do seu esconderijo em eventos assim. Toda a banda é ridiculamente assediada pelo público feminino. Todos, sem exceção. Sim, até o Liam, que como todos sabem, é casado e declaradamente apaixonado pela Mel. Encontramos nossa mesa rapidamente quando entramos no salão. Há muitas celebridades aqui, observo tudo à volta enquanto nos aproximamos. Avisto Liam e Mel. Sean, Paul e suas respectivas namoradas também já se encontram lá. Eu beijo cada uma das meninas e cumprimento os caras com acenos quando chegamos na mesa. Ainda sou um pouco contida com eles. No entanto, eles não levam minha merda facilmente. Eles me puxam e me beijam na bochecha. Collin também beija suas mulheres, enquanto provoca seus parceiros com seu humor brincalhão. Nos acomodamos e meu celular zumbe na carteira. Eu o pego, vendo a mensagem de Apollo. — Quem é? — Collin espreita, se debruçando sobre o meu ombro, olhos grudados em meu aparelho. Seu corpo fica tenso quando lê o conteúdo da mensagem. Apollo está informando que encontrou o apartamento perfeito e que podemos visitá-lo amanhã. Merda. Pelo suspiro de decepção que Collin deixa escapar, isso vai ser difícil de contornar. — Bebê... — Eu murmuro, virando o rosto para olhá-lo nos olhos. Sua mandíbula aperta e ele se afasta. — Ei, não vamos discutir isso agora, ok? — Eu não quero discutir isso. Ponto. — Rosna baixo apenas para os meus ouvidos. Eu tento pegar a sua mão, mas ele segura o copo de uísque que Sean acabou de lhe servir. Uh. Qual é porra do seu problema comigo tentando viver a minha vida? Não quero ser um estorvo em sua casa, será que não percebe que preciso disso? Preciso ser dona de mim pela primeira vez na minha vida? Elijah e Sara chegam logo em seguida e as provocações costumeiras aumentam. Eles formam um belo casal. No entanto, percebo-a meio triste hoje, sem seu atrevimento usual. Talvez esse lance casual esteja cobrando o seu preço. Eu tento conversar com as garotas, mas a noite perdeu um pouco do brilho para mim também com Collin sendo um idiota. A noite avança e em determinado ponto, tudo fica pior quando Nat, minha prima cadela, tem a cara de pau de vir nos cumprimentar e, claro, jogar charme para os caras, como a puta sem noção que é. Deus, eu odeio que Collin tenha transado com ela. Depois que a vaca se
retira, eu murmuro no ouvido de Collin que vou ao toalete. Ele me olha parecendo um pouco arrependido do climão que se instalou entre nós. Jogo água nos meus pulsos quando entro no banheiro. Retoco a maquiagem. Duas mulheres, que reconheço como atrizes de Hollywood, estão sorrindo e conspirando em tom irritante ao meu lado. Uma delas avisa que vai encerrar a noite com um famoso produtor que está lá fora. O mais revoltante, é que ele está aqui com sua esposa. Ah, Cristo, as mulheres podem ser umas putas, não é? Eu uso o reservado e saio para lavar as mãos. A porta do banheiro se abre e por falar em puta, minha prima desliza para dentro e sorri amplamente quando me vê. — Você não atendeu as minhas ligações, prima. — Reclama como se se importasse comigo. Ela me ligou algumas vezes na semana passada quando a banda que está assessorando retornou a LA. — Muito feio. Eu bufo baixinho. — Estive muito ocupada, retomando a minha vida, Nat. — Eu digo, secando as mãos. — Então, você está de volta? — Droga. Meu tom saiu atado com receio e... Ciúme. Seus olhos acinzentados brilham perigosamente quando detectam a minha hesitação e o porquê. Ela anda até o espelho e confere a maquiagem. — Relaxe, Sels. — Eu crispo os punhos. Ela sabe que odeio esse apelido. — Não vou atrás do seu homem, prima. — Como foi a turnê com sua nova banda? — Eu me forço a manter minha repulsa por essa cadela sob controle. Nat solta uma risada maliciosa, me encarando. — Foi perfeita. Os caras são... Ótimos. — Diz, deixando claro que não está falando do aspecto profissional. Uhg! Ela é odiosa. O vocalista é casado, mas conhecendo-a como conheço, ela o enredou em seus jogos de vadia também. — Então, esse lance com o Collin é sério? Tenho visto a comoção da imprensa. Casal bonito. Meus olhos se estreitam sobre ela. — Sim, é sério. — Assumo com uma ponta de satisfação. Ela abre mais um sorriso malicioso. — Estou feliz por você. Eu sempre soube que rolava algo platônico entre vocês. — Dá de ombros, certamente vendo minha repulsa por ela, minha própria prima, ter transado com ele mesmo sabendo dos meus sentimentos. — Não leve para o lado pessoal, Selena. — Rola os olhos com seu jeito debochado. — Foi sexo, apenas sexo. Collin gosta de foder, como já deve saber. Deus, ele é muito gostoso, não é? — Eu quero dar um soco bem no meio da sua cara com esse comentário. Puta! — Mas prometo que não vou tentar nada agora que estão juntos. — Ela cruza os dedos sobre o peito. — Palavra de escoteira. Vadia do caralho! Eu puxo uma respiração profunda, me forçando a não lhe dar o gostinho de me ver perder a compostura. — Não vamos fingir que somos melhores amigas, Nat. — Digo, meu tom plano e controlado. — Nunca fomos próximas. Pare de ser tão patética. — Sorrio secamente. Ela amplia os olhos, mas sorri, balançando a cabeça em concordância. — Você está certa. Eu deveria ter sido mais próxima, prima. Está morando com ele, não é? — Cantarola, como se não estivesse percebendo minha animosidade. Dissimulada! — Que tal eu fazer uma visitinha aos pombinhos qualquer dia desses? Não vejo porque não podemos estreitar os laços...
Suas palavras soam como uma ameaça. Meu sangue fica frio. Agora a ideia de me mudar não parece mais tão atraente, não com ela de volta a LA. Não acredito nem por um segundo que essa cadela não vá atrás de Collin. Nat nunca soube o significado da palavra respeito. Tento não me deixar afetar. Ele não faria nada para me machucar, repito em minha mente ciumenta. Collin me ama. Ele nunca transaria com essa vadia novamente. Estou sendo tola e imatura. Deus, eu preciso dar um jeito nessa minha fodida insegurança. Ele me ama, me ama. Repito uma e outra vez. — Nos vemos por aí, Nat. — Eu digo, evitando sua pergunta dissimulada. Ela sorri e acena lentamente, seus olhos deixando claro que sabe o meu jogo e o pior, sabe das minhas inseguranças. Eu marcho para a porta. — Oh, sim, nos veremos por aí, prima. — Sua voz, cheia de provocação, soa às minhas costas. Eu escorrego para fora do banheiro antes que desça ao seu nível. Essa definitivamente não é a minha noite. Nesse momento, só quero voltar para Collin e parar com essa birra besta entre nós. Nossos olhares se encontram enquanto me encaminho para a mesa. Meu coração imediatamente fica mais calmo. Ele me ama. Está estampado em seu rosto e na forma como sorri, meneando a cabeça como se dissesse: somos dois bobos, não somos? Ele se levanta e vem me encontrar no meio do caminho. Eu gemo baixinho ao sentir seus braços me puxando delicadamente pela cintura. Eu levanto a cabeça e me perco nesses olhos, que sempre fazem meus joelhos moles. Apoio as mãos em seu peito e subo suavemente, envolvendo o macio cabelo de sua nuca, colando-me a ele. Demonstrando que está tudo bem. Mais do que bem, agora que estou em seus braços.
Collin Deus, ela está fodidamente linda esta noite e eu estou sendo um babaca possessivo e medroso pelos arroubos de independência que tenho visto nela ultimamente. Ela merece ser dona de si. Claro que sim. Mas, porra, amo tê-la em minha casa, em minha cama. Não quero abrir mão disso. Não sem lutar, pelo menos. Ela diz que não alteraria nada em nosso relacionamento. Como não, caralho? Não acordará mais todas as manhãs em minha cama. Isso por si só, me deixa malditamente louco. Tenho que me controlar, no entanto. Lena nunca teve a liberdade que está tendo agora, seu deslumbramento devia ser compreensível para mim. Mas, merda, eu a quero comigo. É tão difícil assim de entender? Em time que está ganhando não se mexe. Ela nunca ouviu essa merda? Suspiro, empurrando tudo para o fundo da mente e encosto minha testa na dela. — Desculpe por estar sendo um babaca, bebê. — Sopro em sua boquinha pintada do que tem que ser a porra do vermelho mais bonito e indecente que já vi. Ela sorri e me puxa mais perto, nossos olhares presos em uma conversa que vai além das palavras. — Desculpe-me também. — Sussurra. — Eu vou mais devagar na procura pelo apartamento, prometo. Wow! Eu a olho surpreso pra caralho. Ela parecia tão malditamente teimosa quanto a isso. — A sério? Devagar tipo, uns sessenta anos? — Brinco, beliscando suavemente seu gordo lábio inferior. Eu ganho um sorriso lindo em troca. — Você é tão bobo. — Ela geme baixinho, quando me sente roçar meu pau discretamente em sua barriga. — Mas eu te amo tanto. — Murmura com esses olhos expressivos quentes e amolecidos presos aos meus. — Eu também te amo. Muito. — Sussurro antes de tocar meus lábios nos seus, mergulhando a língua profundamente, sem me preocupar com o burburinho à nossa volta. Nos beijamos, nos agarrando, nos perdendo no momento. Sorrimos contra a boca um do outro e damos um último selinho antes de pararmos. Não é para essa plateia que quero dar um fodido show. — Mais tarde, bebê. — Meu sorriso é abertamente perverso. Estou ansioso pra caralho para ver sua reação ao clube de sexo do qual eu e os caras somos sócios. Ponderei muito sobre convidá-la, devido ao seu passado. Mas minha Lena não gosta de piedade, de ser tratada diferente. Ela é ávida por tudo que fazemos na cama. Nunca me refreou em nada do que propus até agora. Além disso, ela sabe que estará sempre no controle comigo. Ela tem o poder de me fazer parar a qualquer momento. Só tomo o que me dá, e, porra, minha menina gosta de me dar. Não tenho uma maldita dúvida sobre isso. Ela sorri, seus olhos brilhando sedutoramente. — Vem, vamos voltar para a mesa. Parece que o idiota do Eli se colocou no leilão. Isso vai ser interessante. — Eu conspiro e ela sorri, acenando. Alcançamos nossas cadeiras no exato momento em que o leiloeiro anuncia o nome do meu parceiro. Eu e os caras doamos vários artigos nossos e da banda para angariar fundos nessa noite. O leilão também se estendeu a encontros com celebridades, por sugestão do Eli. Ele e Sara foram designados para organizar o evento e o bastardo se aproveitou desse tempo com ela para minar as defesas da garota. Eles formam o casal mais louco e inusitado
que já vi. Em um momento estão se agredindo com insultos para no próximo estarem se beijando como se os dois fossem os únicos habitantes na porra do planeta. Não quero dizer nada, mas Sara está tecendo nós em volta das bolas do meu parceiro e ele nem se dá conta disso, idiota. Pressinto que essa história ainda vai dar o que falar. Sorrio com a interação de gato e rato entre eles nesse momento. — Você vai me arrematar para um encontro, baby? — Eli pisca um sorriso perverso para Sara. Ela bufa. — Minha conta bancária não conseguiria tal façanha, garoto da guitarra. — Ela sorri, mas parece chateada com alguma coisa. Nat, aposto. A cadela sem noção ousou vir até a nossa mesa e nos importunar. Eles murmuram entre si nesse jogo estranho deles. — Só se você tiver sorte, garanhão. — Sara provoca. Eli rosna baixo, os olhos grudados nela. Cacete, meu parceiro está ficando encrencado, isso é certo. O idiota está caidinho pela garota. Qualquer um que está de fora pode ver. — Oh, baby, sorte é o meu nome do meio, você sabe. — Ele abre um sorriso comedor de merda, deslizando o polegar rapidamente pelo seu lábio inferior. — Não se intimide com as outras senhoras. — Diz, provocando-a. — Elas podem ficar agressivas na tentativa de me levar para casa. Sara revira os olhos. — Não fique se achando muito, sr. Rock Star. Meu lance pode ser o único que você terá esta noite. — Zomba. Eu os caras caímos na risada. — Eu amo como essa boquinha pode ser atrevida... — Meu parceiro range, e eles travam uma conversa silenciosa com alguma memória sexual por trás disso, com toda certeza. Eli segue para o palco e os aplausos, assovios e gritos femininos soam no local. Ele sorri, acenando para os presentes lá de cima. Bastardo convencido. O leiloeiro abre os lances. — Cinco mil dólares pelo garoto da guitarra aí! ― O salão irrompe em gargalhadas com o primeiro lance de Sara. Os próximos minutos são de embate duro. Nat tentou fazer frente a Sara, mas acabou recuando quando os lances ficaram alto demais. — Cem pratas como o Eli está ferrado com essa garota. — Sean conspira se inclinando sobre a mesa em minha direção. — Duzentos como ele vai foder tudo em breve. — Paul adiciona e lança um olhar culpado na direção da Mel. Por sorte, ela parece absorta olhando o desenrolar do leilão. — Porra, falem baixo, cães sarnentos. — Liam rosna baixo, só para nós. Mas sorri em seguida. — Cacete. As bolas do idiota estão presas e ele nem desconfia, ou admite. Eu olho o meu parceiro, notando como seu semblante está leve e despreocupado. Ele também está livre. Liam havia reunido provas em uma conversa gravada com Jess e um vídeo fornecido por Bob Cash, o líder da banda The Horses e antigo desafeto nosso. Contudo, tudo foi esclarecido e o Stone nos convenceu a oferecer um contrato para os bastardos, que também foram vítimas tanto do filho da puta do Hart quanto da cadela sem noção da Jess. No entanto, meu parceiro só ficou livre de vez, quando Chris foi preso e obrigado a confessar todas as armações fodidas. Em poucas semanas a DragonFly voltou para o topo e estamos todos malditamente felizes. Para coroar o ano, dentro de dois dias, faremos o show de natal em Ardócia, uma ilha localizada ao sul da Itália. A princesa Ella, filha do monarca, é uma grande fã nossa
desde adolescente e nos honrou com o convite. Depois disso, vamos descansar e aproveitar as festas de fim de ano com nossas famílias. — Do que está falando, baby? — Mel questiona o marido, franzindo o cenho. O Stone sorri, pegando a mão da esposa e beijando-a suavemente. — Nada, baby. Apenas nos divertindo com o desempenho de Sara. — Ele desconversa, apontando para Sara, que está parada na subida para o palco com uma cara de fodona. — Sua irmã parece pronta para arrancar o cabelo platinado daquela atriz. Sorrimos. Meu olhar pousa na tal atriz e estremeço. Ugh. Eu e Eli a compartilhamos há um tempo atrás. No ano passado, talvez? Não tenho certeza. Minha mão procura pela de Lena inconscientemente e eu entrelaço nossos dedos. Viro o rosto para olhá-la e encontro seus olhos cravados em mim, se estreitando levemente. Merda. Acho que as mulheres têm uma porra de radar para detectar cadelas que seus homens foderam. Isso está espalhado em todo o bonito rosto de Lena. Eu me inclino, aproximando meu rosto do seu. — Você comeu aquela cadela? — Sua pergunta tem tom de afirmação, enquanto seus olhos me lançam dardos. — Bebê... — Eu gemo, não querendo mentir para ela, mas não querendo falar sobre o assunto agora. — Sim ou não? — Ela me encosta na parede. Eu suspiro e levanto a mão direita para seu rosto, deslizando para a nuca, mantendo-a no lugar quando tenta se afastar. — Sim. — Confirmo. Seu rosto cai com decepção. — Lena, isso foi há tanto tempo e não teve a porra da menor importância. — Ela bufa, tentando me afastar, mas não a deixo livre e rosno em sua boca: — Pare com isso. Não estávamos juntos. Você não pode ficar chateada com algo assim, porra. — Você era a porra de um prostituto, Collin. — Ela cerra os dentes. Wow! De onde veio isso? Aperto meus olhos sobre ela, analisando seu rosto. — Sim, eu era e você sabia disso, então, por que essa merda agora? — Ranjo, tentando descobrir o que está por trás disso. — Do que está realmente com raiva, Lena? Ela desvia os olhos. Eu sigo seu olhar e vejo a cadela da Nat em uma mesa mais afastada. Ok. Entendi. — Nat? Está de brincadeira, né? — Pergunto, incrédulo. — Você está sendo ridícula, bebê. — Há poucos meses a ideia não era tão ridícula, não é? Eu mesma o vi com o pau enfiado na garganta da vadia, esqueceu? — Ela cospe com raiva. Porra! Hoje não é a nossa noite, pelo visto. Eu me forço a respirar com calma para não fazer uma cena na mesa, então a puxo mais perto, colando nossos peitos. Ela ofega com nossa proximidade. Sorrio lentamente e levo minha boca para seu ouvido. — E isso não te impediu de me dar sua bocetinha apertada e me implorar para gozar dentro dela naquela mesma noite... — Ela arfa, sugando uma respiração rápida. Sorrio mais porque conheço a minha garota. Ela está ficando ligada, ouvindo minha boca suja. — Eu enchi cada orifício gostoso com a minha porra e você gritava por mais e mais... — Sorrio como um lobo prestes a devorar um delicioso cordeiro. — Você foi gananciosa pela minha porra desde o começo, não é, Lena? — Você é um idiota. — Ela diz entre um gemido e um bufo. Eu chupo seu lóbulo e mordisco suavemente. É, estou sendo malvado para forçá-la a não arruinar a nossa noite por causa de cadelas que não tiveram nem um segundo pensamento da minha parte depois
que me fizeram gozar. Eu me afasto apenas o suficiente para olhá-la nos olhos. Cacete. Fodidamente excitada. — E você é gostosa pra caralho... — Provoco em sua boca, lambendo seu lábio inferior. — Sabe que nenhuma chegou a seus pés, então, pare com essa merda e me beije, bebê. Agora. — Exijo. Ela suga meu lábio e o lambe perversamente, entrando no jogo. Eu gemo baixinho antes que nossas bocas se lançarem uma na outra, lambendo e sugando em um beijo tão profundo que nos esquecemos de onde estamos. Eu chupo a sua língua com força, mantendo o aperto cativo em sua nuca para saqueá-la à vontade. Um gemido escapa da sua boca direto para a minha. Meu pau sofre um espasmo, gostando dessa brincadeira. — Porra, mano, procurem logo um quarto! — Ouço a voz divertida de Sean. Logo, risadas e assovios baixos são ouvidos na mesa. Merda. Eu sorrio, me forçando a parar o beijo. Lena está vermelha pela algazarra dos idiotas quando nos afastamos, nossos peitos arfando. — Vão se ferrar, cães sarnentos. — Eu digo, mas estou com um sorriso filho da puta no rosto. Chilique contornado, agora é só matar a porra do tempo por aqui e depois, carregar minha menina para começarmos a nossa festinha privada. Porra, meu pau está tenso, empurrando contra o zíper da calça apenas com a doce expectativa.
CAPÍTULO TREZE
Collin Quando passamos pela segurança na portaria privativa do clube, duas horas mais tarde, doses de adrenalina e luxúria percorrem minhas veias, enquanto conduzo Lena para dentro do primeiro ambiente. Meu braço está enrolando firmemente em sua pequena cintura. Ouço um ofego e viro a cabeça de lado, olhando seu rosto e a forma como seus impressionantes olhos brilham absorvendo cada detalhe. Seus lábios estão entreabertos e ela os lambe em um gesto ao mesmo tempo nervoso e sensual. Deus, ela está absolutamente deslumbrante esta noite. Eu amo seus minivestidos, isso não é segredo para ninguém, mas esse longo vermelho me deixou duro desde o momento em que a vi no meu closet. Aproximo minha boca do seu ouvido e sussurro: — Nervosa? Ela suspira e seus lábios enrolam em um pequeno sorriso sexy. — Um pouco. — Admite num murmúrio. — Mas quero conhecer o que te excita. Eu a puxo para a minha frente e sorrio aproximando nossas bocas. Meu olhar passeia por todo o seu rosto perfeito. Eu me sinto um bobo, um garoto deslumbrado quando estou perto dela. Ela me excita. Apenas ela. Levanto uma mão, tocando seu queixo macio. — Você, bebê. — Digo olhando-a bem dentro dos olhos. — Você me excita. — Solto um rosnado baixo. — Porra, você está tão sexy e gostosa nesse vestido longo do caralho. Ela sorri toda linda e sedutora, me abraçando pelo pescoço. — Hum, eu pensei que gostasse dos meus minivestidos. — Provoca. Meu riso se abre lentamente e aproximo minha boca da sua, chupando seu lábio inferior. Lena geme, passeando as mãos pelos meus ombros.
— Eu amo os minivestidos, baby. — Ranjo contra sua boca. Minhas mãos descendo pelo decote indecente em suas costas, parando na bundinha firme. — Mas esse vestido... Caralho! Tudo que quero fazer agora é levantar essa saia e ter meu caminho malvado, muito malvado com você... Intensifico meu olhar e sorriso perversos. Tê-la aqui, me deixa ensandecido de tesão. Ela se esfrega sutilmente no meu pau, acordando o bastardo ganancioso. Eu gemo e rosno ao mesmo tempo, enquanto sorri, toda menina safada. — Você sabe que seu caminho comigo é garantido, menino bonito. — Sua voz é um leve ronronar e isso faz as minhas bolas apertarem, loucas para se enterrar profundamente em seu corpo. — Sempre, bebê. Roço seus lábios tentadores com os meus, provocando. Ela entra no jogo, lambendo minha boca, beliscando meus lábios com os dentes branquinhos e retos. Ouço o movimento à nossa volta, mas nossos olhares permanecem fixos na nossa própria conversa suja. A iluminação baixa deixa os olhos do mar do Caribe com um brilho sedutor e um toque de atrevimento. Porra, eu amo isso. Minhas mãos amassam a carne de sua bunda redonda, puxando sua pélvis na minha, moendo lento e gostoso. Ela ofega na minha boca, o som abafado, cheio de necessidade. Deslizo os dedos entre suas bochechas e rosno não encontrando nenhuma marca de calcinha. Cacete. Seus lábios contraem, curvando-se num sorriso perverso. — Jesus Cristo, Lena! — Dou um tapa em sua bunda atrevida. — Você quer me matar, bebê? Porra... — Solto um grunhido, retardando o beijo. — Agora eu quero te levar para um daqueles sofás, te dobrar sobre o meu colo e esquentar esse rabo impertinente com a minha mão, sua menina suja. Ela arfa levemente em minha boca, os lábios curvando-se ainda mais provocadores. — Tão safada... — Rosno baixo, correndo meu dedo do meio para cima e para baixo em sua fenda. Ela olha ao redor rapidamente, parecendo um pouco inibida por ser tocada assim em público. — É demais para você? Podemos sair a qualquer momento que quiser. — Ofereço, torcendo intimamente para ela não recuar. — Não. Eu não sou uma boneca de porcelana, Collin. — Sua voz tem um tom de afronta agora. — Posso levar tudo que você me der. Não posso evitar meu sorriso comedor de merda se espalhando lenta e perversamente, enquanto meus olhos permanecem fixos nos seus. — Oh, baby, eu sei que você pode levar tudo... — Ronrono. Ela rola os olhos, mas sorri do duplo sentido de suas palavras. — Não vejo a hora de comer você todinha... — Digo em um grunhido. — Te foder de todas as formas... — Querido Deus... — Sua voz é apenas um choramingo. — Você já não fez isso, baby? Meu sorriso cresce, predador, perverso. — Não, baby. Eu não fiz. — Murmuro, vendo o calor crescer em seus olhos, suas pupilas ficando enormes pela excitação. — Mas estou prestes a fazer e isso me deixa foda, muito louco e possessivo, saber que você confia em mim para vir aqui comigo. Algo passa em seus olhos, no entanto, some fugazmente. — Não há nada que eu não faria por você. — Sua voz está de repente emocionada, levemente embargada. — Nada.
Começo a me perguntar se ela está aqui apenas para me agradar. Ela sorri, certamente vendo através da minha expressão. — Nem pense nisso, Collin. — Ela me diz baixinho, mas com firmeza. — Estou aqui porque quero. Você sabe que o sexo não é um tabu para mim. — Então seus olhos amolecem olhando fixamente nos meus. — Não se for com você. Minha libido praticamente inexistia antes... — Meus lábios sobem em um sorriso arrogante, amando sua admissão. Ela já me disse isso em outras ocasiões e, porra, me sinto um sortudo do caralho quando diz que só sentiu tesão por mim. — Eu amo e vou dar tudo o que quiser. — Seus olhos incríveis voltam a ficar encapuzados. — Agora, me mostre o que há de tão excitante nesse clube, roqueiro. Jesus Cristo! Eu sinto pré-gozo vazando na calça ao ouvir suas palavras e a voz rouca e sexy que usou. Eu a amo tanto. Sou tão fodidamente louco por ela. Dou-lhe um beijo casto em seus lábios e Lena faz um biquinho lindo de decepção. Eu pisco-lhe antes de ficar lado a lado com ela, mantendo um braço em sua cintura. — Vem, menina bonita. Precisamos de bebidas em primeiro lugar. — Digo, nos encaminhando para o bar no canto do salão. Esse é um dos clubes mais exclusivos e sofisticados de LA e a administração realmente não poupa esforços para o conforto dos seus sócios, em sua maioria, celebridades. O que mais aprecio aqui não são as orgias, que, diga-se de passagem, foram muito aproveitadas por mim e meus parceiros em um passado não muito distante. Outra coisa que aprecio muito é o sigilo absoluto sobre seus frequentadores. Você vem, fode, goza e vai embora. Simples assim. Nenhum escândalo em jornais ou sites de fofocas. Fodidamente perfeito! — Doses de Jack com Coca-Cola, por favor. — Eu peço à garota seminua atrás do bar. Ela me lança um sorriso de mil megawatts, acenando e providencia os itens em uma rapidez e eficiência impressionantes — Obrigado, querida. — Agradeço a ela e seu sorriso parece colado no rosto, empinando os peitos enormes, quase pulando do top. Uh! Eu franzo as sobrancelhas e volto a minha atenção para a minha garota, que está nesse momento estreitando esses olhos lindos para mim. Ignoro sua carinha enciumada, e ela fica fodidamente sexy com ciúme. Misturo a coca com a dose e levo o copo até seus lábios. Lena lança um olhar malvado na direção da garçonete e sorri triunfante, bebendo um grande gole, os olhos agora sedutores voltando aos meus. Sorrio, meneando levemente a cabeça e a puxo pela cintura, trazendo-a para a minha frente. Esfrego meu pau em sua barriga e aproximo nossas bocas. — Vamos, bebê... — Seduzo-a com meu tom de quarto. — Nada de ciúme. Meu pau é todo seu, você já sabe disso. Um gemido indecente escapa dos lábios rubros e seus olhos acendem, enquanto seus braços sobem para o meu pescoço. — Sim? — Mia, me olhando com a mesma fome que deve estar na minha expressão. — Cada fodido centímetro é seu. — Rosno, tomando um gole generoso da bebida, meu olhar nunca deixando o dela. Ela morde o lábio inferior e choraminga, se esfregando discretamente no objeto da nossa conversa. Ranjo antes de unir nossas bocas. Deixo o copo sobre a bancada e enfio uma mão em sua nuca, enquanto a outra desce para a bunda. Nossas línguas se encontram no meio do caminho e brincam, se lambendo devagar, nos excitando ainda mais. Rimos antes de aprofundar o beijo. Eu como sua boca, inclinando sua cabeça no ângulo perfeito. Nossos
gemidos e grunhidos escorregam direto para os lábios do outro e nos fundimos mais. Eu me inclino, cavando mais embaixo, direto entre suas coxas. Puxo seu cabelo, doido para estar logo dentro dela. — Porra... — Eu raspo, obrigando-me a arrancar a boca da sua ou vou fodê-la aqui mesmo. — Vamos explorar primeiro, baby. — Ela assente, respirando pesadamente, seus olhos preenchidos com luxúria. A batida da música de Zayn Malik cantando wRonG está reverberando pelo ambiente. Eu a giro de costas contra o meu peito e aponto para o show no palco central. Um casal em trajes sumários está dançando sensualmente. Eles estão praticamente fodendo lá em cima. A garota está enrolada no quadril do cara, enquanto ele agarra sua bunda e a mói para baixo em seu pau. Eles se olham no olho o tempo todo e a química entre os dois é forte, esquentando a plateia, que assobia e aplaude. Cacete. Eu poderia usar um ou dois movimentos na minha próxima dança com Lena. Abro um sorriso de antecipação. A próxima apresentação é de uma negra bonita, fazendo striptease. — Apreciando o show, roqueiro? — Lena sussurra, inclinando o rosto para o meu. Provavelmente para conferir o meu nível de empolgação com a nudez da garota no palco. Estamos em nossa terceira bebida. Estou levando as coisas devagar para que ela aproveite tudo, no entanto, sinto seu corpo já bem relaxado contra o meu. Sua bundinha rebolando devagar no ritmo da música. Aproximo minha boca da sua e sorrio sacana. — Eu sou um cara, baby. É claro que gosto de ver uma garota arrancando as roupas. — Eu a provoco, roçando meu nariz do seu. Ela bufa e me dá um soco no ombro um pouco forte. Solto uma risada com sua carranca. — Relaxe, Lena. Isso aqui é tudo por sua causa. — Empurro meu pau duro no meio da bundinha firme, arrancando-lhe um gemido. — Não tem nada a ver com a porra da garota lá em cima. — Mmm, não sei não. — Ela diz, fazendo uma birra falsa. — Você parecia bem entretido. Gargalho e deslizo a boca pelo maxilar dando pequenos beijos bajuladores em direção à sua orelha. Espalmo a mão em sua barriguinha, meus dedos descendo perigosamente perto da pélvis. Lena ofega, mordendo o lábio. Eu puxo o lóbulo entre os dentes e o sugo em seguida. Choraminga, juntando as coxas. — Quer saber o que realmente estava em minha cabeça enquanto assistia, bebê? — Sussurro em seu ouvido, moendo não tão discretamente em sua bunda. — Estava imaginando você tirando esse vestido para mim logo mais, no quarto... — Ela arfa rudemente. Sorrio baixinho, resolvendo torturá-la um pouco mais. — E, a parte que mais me deixou duro... Estou pensando em abrir o meu zíper, puxar essa saia para cima e comer sua boceta por trás. Bem aqui, na frente de todos. Meter na minha putinha profundamente... — Oh, Deus, Collin... — Ela mia, silvando entre os dentes. Dou um tapa em sua boceta por cima do vestido, sobressaltando-a. — Hora de explorar mais, baby... — Digo malicioso, antes de deslizar seu cabelo de lado e morder sua nuca suavemente. Ela estremece, gemendo em meus braços. Eu sorrio satisfeito e tomo o resto da nossa dose. Antes que possa levá-la à próxima sala, um casal se aproxima de nós. — Collin! — O loiro alto, rebocando uma morena deslumbrante em seu braço, me saúda com entusiasmo. Merda! Amaldiçoo sob a minha respiração. — Já tem um tempo, não é? — Ele diz com um sorriso malicioso, estendendo a mão para mim. Lena fica meio rígida contra mim. Deslizo os dedos em sua barriga em uma carícia suave para deixá-la tranquila.
Trata-se de Jared Tate, um produtor musical, que adora compartilhar sua noiva. E sim, eu já joguei com eles. Eli e Sean também. Mas já faz algum tempo. Bem, pelo menos para mim. — Jared. — Aperto sua mão. — Sim, faz tempo. — Digo vagamente e inclino o queixo na direção da noiva, que está me devorando com seus grandes olhos verdes. Uh. Eu me sinto um pouco desconfortável. — E aí, Lola. — Oi, Collin. — Ela estende a mão num floreio desnecessário. Eu a agito brevemente e largo, envolvendo os dois braços em volta de Lena. — Que surpresa agradável, não é, querido? — Lola acaricia o peito do noivo, ainda me despindo com os olhos. — Estava ansiosa para jogar com você de novo. Porra. Sinto Lena se retesar e a aconchego mais contra o meu peito. — Eu acho que ainda não conhecem a minha namorada, Selena. — Digo em tom um pouco seco. Os dois olham para Lena, que se encolhe um pouco com a lascívia em seus semblantes. — É um prazer conhecê-la pessoalmente, Selena. — Jared sorri, lançando sua merda sedutora para cima da minha garota. Posso imaginar o que está pensando em sua mente pervertida. Nem fodendo! — Sou um admirador da sua música. Que filho da puta. Eu me seguro para não rolar os olhos. — Prazer, obrigada. — Lena diz com uma voz contida. O clima foi alterado. Preciso me livrar do casal vodu rapidamente. — Primeira vez no clube? — Lola pergunta, abrindo um sorriso falso para Lena. — Posso dizer pela sua postura. — Um brilho predador tinge sua íris. — Relaxe, querida. O melhor ainda está por vir. — Seu olhar volta para mim. Porra. Espero não façam nenhuma proposta indecente ou eu vou ficar muito puto. — O que acha de nos acompanhar ao nosso quarto, parceiro? Você pode brincar com Lola, enquanto eu me familiarizo com Selena... — Oh, merda. Ele fez a porra da proposta. Lena tenta se soltar dos meus braços, eu a mantenho no lugar. — Não, cara. — Eu rosno baixo. — Eu não compartilho a minha namorada. — Sinto o corpo de Lena relaxar um pouco contra o meu. Ela pensou que eu fosse aceitar essa merda? Cristo! Jared e Lola me olham como se tivesse crescido duas cabeças. Então eles caem na risada. — Sério, cara, você quase me pegou. — Ele ri, pensando obviamente se tratar de uma piada. — Você nunca dispensou uma foda com Lola em todo o tempo em que nos conhecemos... — O asqueroso levanta a mão e aperta um dos peitos enormes da noiva. Oh, porra. A cadela sorri, lambendo os lábios sugestivamente, fazendo um biquinho que já achei excitante em algum momento muito remoto. Ugh! Eu me sinto um pouco enojado de mim mesmo, sabendo que Lena deve estar odiando saber desse lado meu. Lena bufa audivelmente, me acotovelando para soltá-la. Eu beijo seu cabelo, tentando contornar a merda. — Sinto muito, bebê. Por favor, pare. — Sussurro em seu ouvido. — Ouçam, não estou mais interessado em merdas assim. — Cerro os dentes, encarando o casal à nossa frente. Suas bocas caem abertas. — Não quero, nem preciso foder outra garota por uma razão bem simples... — Que seria? — Lola ronrona, me cortando. — Minha namorada me satisfaz como nenhuma outra. — Eu digo com absoluta convicção. Ela me olha parecendo chocada e ofendida. Tenho a impressão de ouvir uma
pequena risada vindo de Lena. Eu rezo para que a abordagem desses idiotas não tenha fodido a nossa noite. — Bem, agora eu fiquei curioso, parceiro... — A risada maliciosa de Jared me faz olhá-lo com raiva mal contida. — Bem, você sabe o que dizem sobre a porra do gato, não é, parceiro? — Eu semicerro os olhos sobre o babaca. Ele levanta as mãos e abre um sorriso conciliador. Em seguida, puxa sua noiva pela cintura. — Okay, você fez seu ponto, cara. — Ele me olha e depois encara Lena com cobiça e eu quero socar seu maldito rosto de mauricinho. — Avise-nos se mudarem de ideia. Tenham uma boa noite. — Grr! Eles são repugnantes. — Lena bufa quando eles se afastam finalmente. Eu a giro de frente para mim e ela me encara com cara de poucos amigos. Eu quero sorrir, mas acho que não é apropriado quando sua garota está tendo crises de ciúmes.
Selena Ele me encara intensamente com esses olhos bonitos, me hipnotizando e minha raiva vai se dissipando como uma névoa sob os raios brilhantes do sol. Eu rolo os olhos e bufo. Os cantos da boca vermelha se inclinam com a sugestão de um sorriso. Ele sabe como me desarmar. Sabe que esses olhos azuis são o meu ponto fraco. Sempre foram. Sorrio baixinho. Sua testa desce na minha e ficamos respirando o mesmo ar, nos olhando dentro dos olhos. Sim, saber que ele andou por aí compartilhando cadelas não foi a minha parte favorita da noite, mas isso foi antes de mim. Preciso forçar meu ciúme para longe e aproveitar o que ele tem planejado para nós. Nós. Apenas nós dois, ele deixou isso bem claro para a porra do casal liberal que acabou de sair. Deus, eu queria arranhar toda a cara da vadia pela forma como estava devorando meu homem com os olhos. Eu juro que não compreendo essa merda. Como um casal pode se amar e ainda foder com outras pessoas? Ugh! Parece deprimente. Collin já fez muito isso, pelo visto. Porcaria. Odeio isso. No entanto, pareceu zangado quando o loiro bonito fez tal proposta. Não pude evitar a onda de satisfação que me tomou quando disse que nenhuma outra pode satisfazê-lo. — Você ainda quer arrancar minhas bolas? — Sua voz é suave e sensual e eu me derreto quando seus dedos deslizam pelo meu cabelo delicadamente. Tão lindo. Mas não vou aliviar para o seu lado, ainda. Sorrio. — Talvez. — Murmuro, espalmando seu peito amplo na camisa branca. Ele se livrou do smoking e gravata logo que deixamos o jantar. Sua boca linda se curva no seu infame sorriso torto de moleque travesso. — Não, eu acho que você tem planos melhores para elas, bebê... — Insinua com um olhar sacana. — Vem, menina bonita. Não vou mais adiar meu caminho malvado com você. — Ele sorri e em seguida pede à garçonete que envie nossos pedidos para o quarto. Sua voz abaixa um pouco no último item e a moça sorri com olhos acesos sobre ele. Eu rolo os olhos. Namorar um roqueiro quente é uma merda nesses momentos. Collin agradece à criatura deslumbrada e beija meus lábios suavemente. Ele está com seu sorriso arrogante de novo. O idiota está adorando me ver com ciúmes. Eu torço o nariz, causando-lhe uma risada que arrepia meu cabelo da nuca. Ele é muito gostoso e sabe totalmente disso. Porcaria. Eu gemo, deixando-o me guiar pelo corredor. As luzes são avermelhadas e baixas, dando um aspecto sensual. Há duas portas imensas e do lado de fora, dois seguranças. — O que há lá dentro? — Pergunto quando passamos por eles, seguindo pelo corredor. — Curiosa, baby? — Seu sorriso sem vergonha acaricia meu pescoço. — Merda pesada acontece atrás daquelas portas, Lena. Talvez em outra noite eu a leve lá e coma sua boceta na frente deles. Você gostaria disso, bebê? Hum? — Ele me puxa à sua frente, esfregando o pau duro em minha bunda enquanto andamos. Doce Jesus... Eu gemo desavergonhada. Ele sorri mais, fuçando e mordendo minha nuca. — Sim, você gostaria disso, não é, menina suja? O meu pau arrombando sua bocetinha apertada, enquanto todos observam minha putinha gostosa levar cada fodido centímetro e ainda gritar por mais... Porra, preciso comer você, logo!
Ele rosna e eu choramingo, pulsos elétricos zumbindo em minha boceta. Viramos para outro corredor e minha boca cai aberta quando vejo, através das paredes de vidro, um casal transando em uma cama redonda. Uau! A mulher está vendada e em uma posição que parece dolorosa, enquanto o cara empurra furiosamente em sua bunda. Estou chocada. Ouço a risada perversa de Collin diante da minha reação alarmada. Prosseguimos e em todos os quartos há casais ou swing rolando através dos vidros. No último, uma garota loira está empalada por três caras. Meus olhos quase voam das órbitas quando percebo a cena. Eu não acreditaria se não estivesse vendo com meus próprios olhos. Ela está escarranchada sobre um, tomando seu pau na boceta, enquanto os outros dois brutamontes metem em seu ânus ao mesmo tempo. Puta merdaaaa! Sem condições aqui, depois de ver isso. Collin me arrasta e para diante de uma porta. Seus braços me deixam quando entramos. Avanço devagar, meus olhos correndo curiosos por todo o cômodo. O sistema de som está ligado, tocando rock em um volume agradável. As paredes são marrons e há sofás em estilo vitoriano com estofados vermelhos. Como nos outros quartos, há uma infame parede de vidro dando uma vista privilegiada para o corredor. O vidro escurece como em um passe de mágica e eu olho na direção de Collin. Ele sorri, mostrando um controle na mão. Ok, não é mágica. Duh! Sorrio e continuo minha exploração, franzindo o cenho para uma mesa acolchoada com duas caixas pretas em cima. Os brinquedinhos do menino travesso? Um fio de excitação desce pelo meu ventre com a expectativa. Estou tão molhada, que o topo das minhas coxas está pegajoso. Estive o tempo todo assim desde que colocamos os pés dentro do clube. Meus olhos focam na cama, localizada acima de dois degraus, em posição de destaque. É uma king size no estilo dossel, com lençóis negros e almofadas vermelhas. É hedonista com um toque requintado, reconheço. A luz está baixa e avermelhada, evocando luxúria em todo o espaço. Collin ainda não pronunciou uma palavra, mas posso sentir seus olhos em cima de mim e isso está me deixando mais e mais ligada. Lanço um olhar por cima do ombro para ele, que está a poucos passos, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça, parecendo tão lindo que chega a ser injusto. Sorrio, recordando-me do que me disse lá fora quando a garota tirou a roupa no palco e começo a descer as alças finas do meu vestido. Creed está cantando One Last Breath. Começo a mover meus quadris devagar, não deixando de olhá-lo. Um sorriso curva sua boca sensual, os olhos azuis acendendo, descendo fumegantes, acompanhando cada movimento meu. Empurro o tecido, serpenteando meu corpo. Ele continua parado, sua expressão ganhando um aspecto feroz, cru, à medida que o vestido vai caindo pela cintura, bumbum. Eu movo os quadris em um círculo completo, deixando-o escorregar pelas coxas, formando uma piscina aos meus pés. Levanto os braços, suspendendo meu cabelo e me inclino para a frente, balançando a bunda. — Porra. — Ouço seu rosnado baixo. Sorrio, me sentindo atrevida e confiante, afasto as pernas e abaixo ainda mais, segurando a parte de trás dos meus joelhos, expondo-me toda para sua visão. Graças às coreografias que executo no palco, sou bem flexível e estou me aproveitando disso nesse momento. Um gritinho surpreso cai dos meus lábios, quando em instantes suas mãos estão puxando meus quadris, seus dedos cravando na minha pele, enquanto empurra a virilha em minha boceta, esfregando quase dolorosamente. Gemo, moendo de volta. Ele rosna e me dá um tapa forte na nádega direita. Choramingo, minha boceta latejando e pingando. Ele me bate do outro lado e sinto a carne arder, então suas mãos acariciam onde deve ter deixado marcas. Enfia a
mão por trás, apalpando minha boceta grosseiramente. Doce Jesus... Eu acho que ele entrou totalmente no clima com meu atrevimento. — Você quer me provocar com essa boceta quente, bebê? — Ruge, esfregando os dedos para frente e para trás em minha abertura encharcada. — Eu podia comer você assim, sem nenhuma preliminar para deixar de ser uma putinha atrevida. — Gemo, desejando seus dedos dentro, mas ele sabe disso pela risada zombadora que se segue, enquanto me tortura, puxando os lábios e o clitóris. Mais um tapa cai em minha bunda. — Vá para a cama, Lena. — Sussurra. Eu ando, colocando mais cadência nos quadris. Ouço sua risada perversa atrás de mim e sorrio, amando, antecipando o jogo. Eu me arrasto de quatro sinuosamente pelos lençóis e rolo, ficando de costas no centro da cama. — Abra as pernas. — Sua voz é dura, comandando. Eu obedeço, segurando meus joelhos abertos. — Mais. Eu quero ver tudo. — Arrasto meus joelhos para o meu peito e ouço sua ingestão de ar. Sorrio. — Porra, que putinha mais perfeita... — Diz em tom mais baixo, quase reverente e se move em direção à mesa. Meu coração está batendo forte com a adrenalina me tomando. Caramba! Estou em um clube de sexo! Parece que só agora a ficha caiu. Collin seleciona uma caixa e vem devagar até a borda da cama. — Você confia em mim, bebê? — Seu tom e olhar são suaves quando me encara. — Com a minha vida, bebê. — Afirmo, ansiosa, expectante. Ele abre um sorriso lindo e sobe no colchão. Seus olhos acariciam cada centímetro da minha pele e brilham cruamente quando caem em minha boceta depilada e totalmente aberta para o seu escrutínio. Meu coração pula mais rápido quando abre a caixa. Querido Deus... O que ele vai fazer comigo? — Feche os olhos. — Sussurra e eu não penso nem por um segundo sobre isso, apenas faço. Sinto um tecido macio sobre os meus seios. Parece seda. Eu gemo baixinho. Levanta a minha cabeça e amarra o tecido sobre os meus olhos. — Você não verá nada esta noite, irá apenas sentir, Lena. — Murmura, traçando beijos suaves em meu rosto. Querido Deus. — Aguce os outros sentidos. — Diz, suas mãos delineando meus ombros, descendo pelos braços. Estou respirando pesadamente. — Shh, inspire e expire, bebê. — Orienta, empurrando minhas pernas para baixo e eu gemo, sentindo lábios suaves e quentes se fechando em um seio, enquanto uma mão amassa a carne e torce o mamilo do outro. Ofego de boca aberta porque ele mistura aspereza e suavidade. Está sugando e lambendo delicadamente, enquanto belisca duramente o outro. Minha boceta lateja miseravelmente e sinto a umidade vazando entre os lábios. Oh. Meu. Deus. Estou quase gozando apenas com esse estímulo. Ele sorri contra a minha carne e puxa o mamilo entre os dentes, antes de parar e dar tapas nos dois montes. Oh, Cristo, eu sou uma pervertida porque amo quando faz isso. Ouço um farfalhar de tecidos. Ele está se despindo? Mordo o lábio e me forço a usar os outros sentidos. A cama se movimenta muito e uma perna nua roça na minha, causando um delicioso frisson. Ele escarrancha sobre a minha cintura, me fazendo arfar quando seu pau se aloja entre os meus seios. Lambo os lábios e escuto sua risada perversa. Pega meus pulsos juntos, os envolvendo em outro tecido macio, mas o nó é bem apertado. Eleva meus pulsos presos acima da minha cabeça. Seu polegar escorrega pela minha face e desliza sobre a minha boca. Eu lambo e chupo em seguida, arrancando um gemido gutural dele.
— Paciência, menina bonita. — Ronrona, se esfregando em mim, deslizando para baixo do meu corpo. Gemo, tentando prendê-lo com as pernas. — Eu quero você. — Eu imploro. — Por favor... Sua risada presunçosa e arrogante é a minha resposta. Em seguida, suas mãos cavam embaixo dos meus quadris, levantando minha bunda e eu perco qualquer linha de pensamento quando sua língua corre languidamente por toda a minha abertura, lambendo a excitação que só ele puxa do meu corpo. Choramingo em mendicância, implorando para ele me foder logo. Estou tão perto... Sinto seu polegar arrastar devagar sobre o meu clitóris. — Ah, Lena, sua boceta está toda encharcada, bebê... — Sua voz é suave, mas tem um toque malvado, enquanto me lambe lentamente. — Quanto tempo consegue aguentar sem gozar, minha menina suja? — Rosna, enfiando dois dedos em minha vulva. Eu grito, ofegando alto. Seus dedos me fodem com força, enquanto seus lábios sugam o meu feixe de nervos com pressão. — Aposto que está quase lá. Vejamos o que posso fazer por você... — Ele zomba, curvando os dedos dentro de mim, arrastando malvadamente pelas minhas paredes e para, massageando meu ponto de ruptura. Resfolego, esfregando minha boceta em seu rosto. Seu sorriso arrogante é abafado pelos meus gemidos lamuriosos, cada vez mais altos. Um rio escaldante está percorrendo meu ventre com cada sugada e a pressão no meu ponto g. Ele mordisca meu monte e eu me desfaço, berrando muito alto. Eu gozo com força. Na verdade, ejaculo. Collin já fez isso para mim muitas vezes, mas ainda parece o maldito paraíso a cada vez. Eu choro em meio às convulsões e arrepios, meu ventre em chamas, mas ele não para, continua me comendo, chupando, bebendo tudo. Minha cabeça cai no colchão e eu sibilo, meu peito subindo e descendo em respirações entrecortadas. — Oh, Deus... — Mio sem forças. — Porra, não foram nem dois minutos, bebê... Um fodido recorde... — Sorri, presunçosamente entre lambidas e chupadas na minha boceta toda. — Pronta para mais? — Sua voz vibra em minhas dobras, me fazendo estremecer mais e mais com cada lambida obscena. Está me chupando sem pressa, reconstruindo tudo. Minhas paredes estremecem, se lubrificando com nova excitação. Meu corpo está suado, mas eu quero mais. Quero todo o seu eixo longo e grosso dentro de mim. — Me dê o seu pau... — Eu imploro. Ele sorri e dá um beijo no meu monte antes de escalar o meu corpo. Gemo em deleite quando seu peso cai sobre mim. Seus músculos duros me esmagando gostosamente. Seu nariz roça em meu maxilar em uma carícia deliciosa. — Me come... — Eu apelo para o linguajar sujo que ele tanto aprecia e isso me rende um rosnado. Sorrio, sabendo que não vai resistir por muito tempo e arreganho as coxas para acomodá-lo melhor. A cabeça avantajada desliza entre meus lábios, me fazendo resfolegar, enlouquecida de tesão. Oh, Deus, sim, por favor. Posso sentir seus olhos sobre o meu rosto e lambo os lábios secos de tanto gemer e gritar. Collin levanta minha coxa direita, enrolando em seu quadril e enfia a ponta. — Oh, Collin... Ah, sim... Me dê tudo, bebê. — Peço sem qualquer pudor e ele ruge, metendo tudo até o fundo, me fazendo gritar com a invasão. Convulsiono, sentindo a picada forte do seu pau me esticando sem dó. — Oh, porcaria... — Lamento. Ele sorri baixinho e beija meu pescoço, passando a sugar em seguida, seu quadril começando a moer, se enterrando até as bolas. Meu sexo palpita à sua volta, dolorido, faminto, queimando nesse prazer descomunal que apenas o seu corpo é capaz de me dar.
— Isso, minha putinha. Você queria o meu pau, não é? — Sua boca sobe mordiscando pelo pescoço e queixo até a minha. — Então, toma, porra! — Ele puxa quase tudo para fora e empurra em mim de novo em uma estocada brutal, me fazendo berrar e gemer ao mesmo tempo. Ele passa a me bater com golpes furiosos contra o colchão. — Leve-o todo, Lena! — Rosna na minha boca, enfiando uma mão por baixo da minha bunda e cava a minha vulva mais profundo, mais duro. Suas bolas batem violentamente em mim e eu choramingo, rebolando, abrigando-o todo como está pedindo. — Toma o meu pau todo, bebê. Você sabe que quer cada maldito centímetro dele, porra! — Ele segura meu ombro com a mão livre e me puxa para baixo, rasgando-me profundamente até o cabo. Eu grito, estremecendo, nossas pélvis coladas na familiar dorzinha gostosa. — Porra... Que gostoso, bebê... — Eu choro, sem fôlego, deixando-o me comer do jeito que quiser. — Jesus Cristo... O que você faz comigo, Lena? — Sua voz é um uivo rouco, me fazendo palpitar à sua volta, ficando mais e mais molhada. — Tão gostosa... Tão apertada... — Murmura com um toque reverente. Querido Deus... Nunca pensei que tivesse coragem para fazer algo tão sujo, tão transgressor. Mas é ele. É esse homem que me faz querer ser perfeita para ele, ser a única a lhe dar todo o prazer que precisa. Meus sentidos se aguçam e se focam no deslizar das nossas peles suando juntas, nos gemidos de puro êxtase que saem dos seus lábios direto para os meus. Ele impõe um ritmo animalesco, me comendo com brusquidão. Eu gemo e gemo, sussurrando o quanto o amo, que ele pode fazer qualquer coisa comigo. Ele sussurra as mesmas coisas de volta. Nossas bocas bem próximas, ofegando uma na outra. O rock do Creed embalando nosso momento, o momento em que me entreguei a ele sem reservas. Eu sou dele. Irremediavelmente dele. Não importa aonde a vida nos leve, serei sempre dele, tenho certeza absoluta disso. Estou suspensa outra vez, a onda de prazer gigantesca irrompendo em minha barriga. Eu o abraço com as pernas e arqueio as costas, recebendo-o profundo, muito profundo e não tem mais volta para mim. Eu gozo, minha voz já rouca de tanto berrar. Quase não sai nenhum som, apenas arquejos, enquanto meu corpo sacode, o gozo batendo em mim violentamente. Ondulo, arfando, gemendo, desejando estar com as mãos livres para abraçá-lo e nunca mais soltar. Eu te amo. Murmuro uma e outra vez. — Lena... — Sua voz é mais urgente, sua respiração pesada, enquanto estoca sem trégua. — Eu vou gozar! Oh, porra! — Ele toma a minha boca em um beijo voraz e mete mais duas vezes, me enchendo com seu esperma quente. — Sim... Me dê a sua porra... — Eu gemo em sua boca, entorpecida, completamente arrebatada por esse homem. — Minha putinha perfeita... — Ele geme e rosna, ainda metendo fundo, esporrando dentro de mim. — Eu te amo tanto. Tanto. — Sussurra e me beija profundamente. Nos beijamos até nossas respirações e suas estocadas se acalmarem. Ele roça o nariz contra o meu. — Também te amo tanto. — Murmuro com voz embargada. — Me desamarre, eu quero abraçar você. Collin sorri e posso imaginar o brilho safado e travesso em seus olhos quando sussurra, mordiscando meus lábios: — Ainda não acabamos, baby. — Ele mói ainda enterrado em mim. — Isso foi apenas o aperitivo.
Doce Jesus! Eu gemo, desgastada e ele sorri mais. Sai de mim devagar e meus sentidos ficam em alerta quando deixa a cama. Volta alguns segundos depois e levanta minha cabeça, a borda de um copo tocando meus lábios. — Beba. — Murmura. Eu bebo avidamente, as bolhas da bebida explodindo em minhas papilas gustativas, champanhe. — Boa menina. — Ele me bajula. Em seguida, empurra algo macio e suculento em minha boca. — Experimente, bebê. — Eu abro a boca e sorrio, sentindo o gosto da fatia de kiwi. — Mmm, delicioso. — Lambo os lábios sugestivamente. Sua risada baixa faz meus mamilos arrepiarem. Empurra outra coisa em meus lábios. Oh, esse é fácil, morango. Mordo a fruta, adorando esse jogo deliciosamente erótico de adivinhação. Em seguida, eu o ouço se movimentar e sinto algo empurrar para mim mais uma vez. Deslizo a língua pela circunferência arredondada e macia. Um sorriso atrevido curva a minha boca quando sinto o gosto salgado. — Mmm, ainda mais delicioso... — Abra essa boquinha linda e chupe o meu pau, Lena. — Sua voz está rouca. Ele deve estar apreciando a visão. Arreganho os lábios e chupo a cabeça gorda com vontade. Suas mãos seguram a minha cabeça e ele se enfia profundamente até a minha garganta. — Oh, foda-se! Vou sonhar com essa imagem por dias. — Ruge, fodendo minha boca devagar a princípio. Eu sugo com força, raspando um pouco os dentes em sua glande cada vez que puxa para fora. — olho, assim... Chupa gostoso, bebê... — Eu o deixo me comer com vigor, empurrando cada vez mais forte. Estou excitada de novo, chupando-o com abandono. — Me dê a sua porra, bebê. — Eu peço sem vergonha e ele rosna, puxando para fora. — Você está cheia dela, sua putinha gananciosa. — Zomba, mexendo na caixa? Meus ouvidos ficam atentos. Ouço um zumbido fraco e em seguida ele me rola na cama, me colocando de bruços. — Fique de quatro. — Range, puxando meus quadris para cima. Eu faço o que posso para me equilibrar com os pulsos contidos. — Rosto nos travesseiros e empine bem esse rabo, Lena. — Gemo quando traça meu ânus com o polegar e em seguida o afunda. Entra facilmente. Seu dedo está lubrificado. — Você quer a minha porra? — Brinca comigo, enquanto come o meu rabo com o dedo, girando-o lá dentro. Oh, porcaria. Ele vai me matar hoje. — Eu vou dá-la, bebê. — Sua mão livre traça a minha coluna suavemente, me causando arrepios. — Mas eu decido onde vai tomá-la. Apenas eu, entende, Lena? — Aceno, então sinto a pressão de algo em meu clitóris. Antes que me pergunte o que é, Collin o empurra em minha vulva dolorida. Oh, porra! É um vibrador do caralho! Eu inclino as costas, empinando a bunda, rebolando com os tremores filhos da puta do aparelho. É muito menor do que o seu pau, mas como já estou muito sensível, é doloroso... E gostoso. Querido Deus, eu sou uma completa devassa. Collin me transformou em uma criatura cheia de luxúria. Quer saber o que é pior? Não estou com vergonha. Merda. Nem um pouco. Eu sei que deveria, mas com ele me sinto livre. Meu corpo é dele para fazer o que quiser, eu dou a permissão. Isso faz toda a diferença. Ele me tortura por um tempo que não consigo cronometrar, fodendo minha bunda com três dedos agora. Aumenta a velocidade do brinquedo, sorrindo quando rosno palavrões em sua direção. Quando estou me preparando para gozar, Collin o retira, me fazendo choramingar, mas não por muito tempo. Seu pau se enterra em minha boceta devagar até o fundo. Eu choro, suspensa por um fio. Ele sabe disso, pois me come com lentidão perversa. Seus dedos se vão do meu ânus e sinto a vibração lá antes de ir metendo o vibrador. Eu
relaxo, sentindo uma pressão diferente agora. Porra. É demais. Ele está me enchendo quase no meu limite. Grito quando o enfia todo. Minha boceta fica ainda mais apertada e dolorida com meu ânus esticado. Collin rosna, cravando as mãos em minha cintura e passa a estocar com força, me arrancando um gemido de doce lamento a cada vez que bate em mim. Cada parte da minha pele está vibrando com sua posse bruta. Ele rosna uma e outra vez o quanto sou gostosa e perfeita, que é louco por mim e isso vai me enviando mais perto da borda. Eu soluço, arfando de boca aberta, louca para gozar mais uma vez, mas ele toma seu próprio tempo, retardando os movimentos quando percebe minha respiração rasa. Eu o amaldiçoo a cada vez que brinca assim comigo. — Eu preciso gozar, bebê... — Soluço. — Por favor, me deixe gozar, eu não aguento mais... Ele se abaixa e trilha beijos suaves em minhas costas. Ronrono, gemo, choramingo, tudo junto. Ele é tão malditamente gostoso, e sabe disso, idiota. Grito quando puxa meu cabelo e dá um soco, como se estivesse montando um touro. Mói gostoso como o inferno enterrado em mim e sorri da minha lamúria. — Collin... — Respiro com dificuldade. — Me deixe gozar, caralho! Um tapa forte aterrissa em minha bunda, mas ele puxa o vibrador da minha bunda. Sua risada arrogante soa porque ele sabe que eu sei o que ele quer. Seu pau escorrega da minha vulva, me deixando doendo tanto que eu quero bater nele agora. Seus braços enrolam em minha cintura, me puxando para trás. Sinto suas pernas, ele parece estar em uma posição quase sentada no colchão. Em seguida, sinto a ponta grossa se alinhando em meu ânus. — Vem gozar comigo, bebê. — Sua voz é apertada. Ele também está perto. — Isso, senta bem gostoso no meu pau e vamos explodir juntos. — E me puxa ao mesmo tempo em que vai se enterrando. Relaxo, empurrando de volta e ele mete tudo, colando minha bunda em sua pélvis. Grito, meus olhos lacrimejando, meus sentidos ampliados, tudo à flor da pele. Creed está cantando My Sacrifice agora. Collin me puxa contra seu peito duro e suado. Eu pendo a cabeça em seu ombro, e o escarrancho, colocando as coxas de cada lado dele. Ele geme em aprovação, levando as mãos para os meus seios. Ofego, mordendo os lábios de tanto tesão. Seus lábios vêm para o meu pescoço, lambendo, chupando. Empurra meu cabelo para o outro lado e morde a minha nuca. Oh, Deus, eu amo quando faz assim. Fico mole em seus braços, enquanto acaricia os meus seios. Nossos líquidos juntos estão escorrendo sobre sua virilha. — Porra! Que delícia, você molhando minhas bolas... — Então, ele torce meus mamilos sensíveis, enrola um braço em minha cintura e me levanta e abaixa em seguida, sugando todo o meu ar quando me empala sem dó. Eu choro, ganindo, totalmente à sua mercê, enquanto repete o processo uma, duas, muitas vezes. Sua boca nunca deixa de torturar meu pescoço, ombro e nuca e eu me aproximo da borda mais uma vez. — É isso, amor. — Uiva, descendo a mão dos seios para o meu clitóris e o massageia com pressão, enquanto me come com impulsos duros e profundos, oh, porra, tão profundos. Ele me fode selvagemente e eu amo cada segundo, arquejando, meu ventre em labaredas que vão me consumindo até que o grito ecoa no quarto quando o orgasmo intenso me atinge. Estilhaço, meu mundo explodindo em ondas escaldantes de prazer perverso, sujo, gostoso. Collin me segue, urrando em meu cabelo, seu esperma quente ardendo levemente, alagando meu canal. Gozamos perdidos em murmúrios e juras sensuais.
Meus olhos se fecham, pesados, toda a sobrecarga sensorial da experiência me deixando sem forças, como uma boneca de pano largada em seus braços. Eu o ouço sorrir ofegante, depositando beijos de plumas em minha bochecha e é aí que eu apago. Quando abro os olhos, estou livre da venda e da restrição nos pulsos. Eu o vejo entre as minhas pernas me limpando cuidadosamente com uma toalha molhada e morna. Ronrono pela sensibilidade das minhas partes íntimas. — Estou acabada. — Minha voz é quase inaudível quando sussurro, sorrindo como uma boba. — Eu te amo, bebê. Os lindos olhos azuis levantam para os meus e meu coração canta com a emoção refletida em seu rosto. Ele joga o pano no chão quando conclui a tarefa e se deita ao meu lado, me puxando delicadamente para os seus braços. Eu me aconchego mais a ele, minha cabeça em seu peito, sentindo a cadência de seus batimentos cardíacos. Ainda me sinto grogue. Puta merda. Seu corpo é uma arma letal para garotas desavisadas. Seus braços me envolvem, me apertando contra seu corpo e não posso evitar, lágrimas brotam em meus olhos. A realidade me batendo sem piedade. Preciso contar a ele. Não estou sendo justa. Preciso contar, mesmo que isso o leve para longe de mim. Deus, eu vou morrer se ele me deixar. Eu fecho meus olhos com força, reprimindo o choro para não ofuscar esse momento tão intenso e precioso que acabamos de viver. Eu te amo tanto, bebê. Repito em minha mente. Por favor, diga que vai continuar me amando não importa o quanto eu seja danificada. Imploro em silêncio. — Algum dia eu vou me casar com você. — Seus lábios quentes beijam a minha testa carinhosamente. — Vou te fazer tão feliz, Lena. Tão feliz, bebê. — Meu coração dá uma guinada com a emoção em sua voz bonita. — Nós teremos tantos bebês quanto forem possíveis e seremos os melhores pais na porra do mundo. Eu quero tudo isso com você. Meu sangue congela e eu seguro a respiração, meu coração doendo horrivelmente com suas últimas palavras. Oh, Deus, ele finalmente disse o que eu tanto temia. Ele quer a única coisa que não posso lhe dar.
CAPÍTULO QUATORZE
Selena Quatro dias depois, Seattle, Estados Unidos... Descemos a escada que dá direto para a ampla sala de estar dos Williams. Collin e eu chegamos à casa dos seus pais ao meio-dia de ontem. Os últimos dias foram uma correria devido ao show da DragonFly na Ilha de Ardócia. Foi incrível acompanhá-los. A família real é muito simpática e hospitaleira, especialmente a princesa Ella, grande fã da banda. Quando retornamos a LA, os caras se dividiram para passar as festas de fim de ano com suas famílias. Liam seguiu para a sua ilha particular em Lake Montana com a Mel, enquanto Collin e os outros vieram para Seattle. Devo confessar que estava receosa em conhecer seus pais. Contudo, a forma calorosa como me receberam me deixou imediatamente à vontade. Descemos o último degrau e a agitação e burburinho enche os meus ouvidos. Sorrio levemente, vendo crianças correndo para lá e para cá. Nunca tive um Natal como esse antes, com casa cheia de familiares. Tara nunca gostou da tradição de decorar árvores de natal. Meu pai era quem fazia isso comigo quando era pequena e após a sua morte, minha egoísta mãe sempre viajou em seus cruzeiros luxuosos e me deixou em casa, sozinha. Nessa data, a falta que sinto do meu pai é sempre ampliada. Meu peito se enche de nostalgia quando vejo a grande árvore decorada no canto direito do cômodo. Há muitos presentes embalados embaixo e sorrio levemente para isso. Collin e eu já trocamos nossos presentes em LA. Ele me fez uma surpresa quando me levou em sua garagem e o velho Chevelle do meu pai estava lá, todo reformado, parecendo um dos seus que tanto adoro. Foi tão doce e atencioso da sua parte fazer isso para mim. Eu o presenteei com um Rolex de ouro. Foi uma pequena
extravagância, dada a minha conta bancária magra, mas valeu cada centavo para ver sorriso em seu lindo rosto. — Está tudo bem? — A voz suave de Collin me puxa do momento de introspecção. Eu giro para olhá-lo de frente. Seus braços enrolam em minha cintura, colando-me em seu corpo poderoso. Seu perfume excitante me invade os sentidos e como sempre acontece, me perco nesses hipnotizantes olhos azuis. — Sim, baby. — Digo, abrindo um pequeno sorriso. — Apenas relembrando o tempo em que meu velho decorava árvores comigo. — Seus olhos suavizam ainda mais e ele acena. — Faz tempo que não fico em uma atmosfera assim, acolhedora, festiva como o Natal deve ser. Obrigada por me trazer para o seio da sua família. Algo passa em seus olhos, deixando-os quentes, brilhando lindamente. Seu rosto abaixa para o meu quase me fazendo ronronar com a proximidade. — Você é bem-vinda, menina bonita. Meus pais e irmãos já estão apaixonados por você. — Sorrio, meu coração transbordando de amor por ele. — O próximo será em nossa casa em LA, bebê. — Meu coração troveja com a implicação de suas palavras. Ele quer se casar comigo. Depois da nossa noite devassa no clube, Collin tem deixado dicas sutis aqui e ali sobre suas intenções. Eu? Querido Deus, meus sentimentos são um misto de felicidade extrema por esse menino bonito me querer dessa forma, mas por outro lado, há o medo atroz que me atormenta desde que admitiu que quer ter muitos filhos comigo. Não, eu não contei a ele ainda. Chame-me de covarde, mas não quero perdê-lo. Vamos combinar, nenhum cara quer se casar com uma garota que não pode lhe dar bebês. Essa é a feia realidade. Em algum momento, o ressentimento suplantaria o amor e ele me deixaria, tenho certeza. — Vamos decorar tudo. Você e eu. — Complementa, alheio ao meu tormento interno. Eu engulo minha fodida miséria e aceno, espalmando seu peitoral firme. Ele está delicioso esta noite com uma camiseta cor vinho, com mangas longas e gola V. Seus lábios ficam ainda mais corados e convidativos. Eu só quero me perder neles e esquecer o quanto tenho sido covarde. — Eu gostaria disso, roqueiro. — Sorrio, provocando-o. Ele roça o nariz no meu com um sorriso maroto brincando nos lábios. — Você pode usar uma fantasia sexy de Mamãe Noel enquanto decoramos a árvore... — Sussurra, lambendo suavemente meu lábio inferior. Eu gemo baixinho com suas mãos descendo para a parte baixa das minhas costas. Seu sorriso se alarga e ele rosna em minha boca. — Porra, você está tão gostosa nesse vestido, Lena. — Sorrio, provocante. Meu vestido é um modelo curto esvoaçante, de um ombro só. É vermelho sangue. Para completar estou usando um Louboutin preto de saltos indecentes. — Não reclame se eu te arrastar para algum canto escuro e comer sua boceta antes da ceia... — Doce Jesus... Choramingo, juntando as coxas sutilmente. Ele sabe que eu jamais reclamaria. Collin sorri mais amplo, satisfeito com seu jogo malvado de sedução. — Vem, linda. Venha conhecer o restante dos Williams. — Diz apologeticamente e me puxa em direção à agitação, mantendo um braço enrolado em minha cintura. — Os pombinhos desceram! — Jenna, a mãe de Collin, vem nos encontrar, seguida de perto por seu marido, Antony. Eles formam um casal muito bonito. É fácil saber de onde Collin herdou os bons genes. Jenna é uma morena pequena, com um corpo cheio de curvas. Ela tem esses olhos azuis
doces e um pouco travessos que tanto me encantam em seu filho. Antony é moreno alto e robusto, com olhos azuis pálidos. Eles estão incrivelmente em boa forma para um casal com filhos crescidos. — Oh, querida, você está tão bonita. — A mulher simpática me puxa para um abraço apertado. Eu sorrio, retribuindo seu carinho. É muito fácil gostar deles. — Obrigada, Jenna. Você também está ótima. — Digo, quando me solta. — Se eu fosse alguns anos mais jovem... — O comentário brincalhão de Antony me faz corar. Jenna sorri, empurrando o marido no ombro. — Pare de jogar charme para a garota, seu velho babão. — Repreende. Antony lhe dá uma piscadinha marota, que lembra muito seu filho e a puxa para o seu braço. É evidente o amor entre os dois quando se olham e dão um selinho carinhoso. — Ugh! Parem com isso, velhos. — Collin sorri, me puxando para si novamente. —Onde estão Cal e Bec? — Indaga quando seus pais nos encaram. — Estão na varanda. Mas antes venha mostrar essa moça bonita para o resto da família. — Jenna diz, já andando à nossa frente de braços dados com o marido. — Jen está um pouco animada com sua presença aqui, Selena. — Antony sussurra de maneira conspiratória, olhando para trás. — Você é a primeira moça que nosso garoto traz para casa... — Ele adiciona uma piscadinha na direção do seu filho. — Obrigado, pai. — Collin resmunga ao meu lado. Sorrio com essa interação fácil entre eles. Nos próximos dez minutos, eu luto para gravar tantos nomes e rostos. Tios, tias, primos, primas. Os encantadores avós maternos de Collin, os paternos já faleceram, ele me informou antes de virmos para cá. Após as apresentações, Collin me leva em direção à varanda na lateral da casa. É uma construção antiga, mas passou por reformas recentemente. Há um gramado e jardim bem cuidado na frente. Um leve sorriso brinca em meus lábios. Meu peito está inchado de orgulho e amor por esse roqueiro fodão cuidando da segurança e conforto dos pais. Pelos agradecimentos dos tios e avós, ficou claro que meu garoto doce cuida de todos os seus. Olho seu perfil bonito enquanto avançamos pelo corredor. — O que foi? Por que está me olhando assim, baby? — Os cantos da boca sexy curvam levemente. — Porque você é lindo. — Sussurro e solto um gritinho surpreso quando segura minha cintura e me prende rapidamente contra a parede. Seu sorriso se espalha lento e safado, aproximando nossas bocas. — Não. Você que é toda linda, gostosa, perfeita... — Seu hálito mentolado com um leve toque de cigarros sopra em minha boca. Ofego, sentindo a coluna longa e grossa endurecendo contra o meu ventre. — Eu tenho uma surpresa para mais tarde. — Ronrona, mordiscando meu queixo. — Mmmm, eu amo surpresas, bebê. — Uso minha voz mais sedutora. Ele sorri baixinho, descendo e moendo gostoso contra meu clitóris por cima das roupas. Puta merda. Um rio de excitação encharca a minha boceta. Seus lábios escorregam devagar para meu ouvido e os dentes beliscam o lóbulo, deixando minhas pernas moles. Seu toque desperta cada nervo do meu corpo, enviando ondas de calor abrasador para o meu centro. O vínculo entre nós é tão forte, intenso, tangível, que me ainda me assusta às vezes. — Sim? — Sua voz rouca e sexy sussurra em meu ouvido.
— Sim. — Mio, erguendo as mãos para a sua nuca, massageando seu cabelo. — O que você preparou para mim, amor? Ele volta a me olhar nos olhos. A emoção em sua íris é nítida. Ele gosta quando uso esse termo. Sua mão direita sobe entre nós, passando no vale entre os meus seios e enrola em meu pescoço. Eu gemo, meu sexo palpitando loucamente. Amo esse jeito dominante e ao mesmo tempo sexy dele. Seu polegar sobe pelo meu queixo e brinca com o meu lábio inferior. Eu chicoteio a língua para fora, lambendo-o. Seus olhos incendeiam nos meus e ele morde o próprio lábio em um gemido baixo. Sem desviar os olhos dos seus, abocanho seu dedo e o chupo devagar, provocando-o. — Porra... — Collin range, descendo a mão da minha cintura para a bunda, enchendo na carne, puxando-me para seu pau completamente duro. Seus lábios estão dançando com a sugestão de um sorriso perverso. — O que está disposta a me dar para conseguir essa informação, Lena? Sorrio na mesma vibe e desço uma mão entre nós, apalpando seu pau por cima do jeans escuro. Massageio a grande protuberância para cima e para baixo, enquanto chupo seu dedo com mais pressão. — Foda... — Ele rosna baixo. — Você é a minha putinha perfeita, não é, bebê? — Sim... — Eu gemo entre chupadas. — Você sabe que sim. — Wow! Desculpe, mano. — Ouço uma voz vagamente familiar penetrar nossa bolha de luxúria. — Merda, Cal! — Collin resmunga, mas gira a cabeça e abre um sorriso arrogante para o invasor, seu irmão mais velho. — Você nunca perdeu essa mania de andar pela casa sem fazer barulho, mano? Eu retiro a mão da sua virilha, sentindo meu rosto esquentar. Doce Jesus. Isso foi embaraçoso. Collin me puxa da parede, mantendo minhas costas contra a sua frente para esconder sua furiosa ereção. Calvin tem um sorriso malicioso quando olha para mim. Ele é muito parecido com seu irmão, ou seja, é lindo de morrer. No entanto, sua beleza não faz minhas partes de menina palpitar e enlouquecer como seu irmão mais novo faz. — Selena, você está incrível. — Ele se inclina e me beija na bochecha. — E dando um tempo difícil para meu irmãozinho pelo que acabei de ver... — Eu coro ainda mais com seu comentário. — Hei, Cal. — Murmuro, envergonhada. Ele ri mais. Deus, ele é tão sem vergonha quanto o irmão mais novo. — Pare de ser um idiota, mano. — Collin o repreende, sorrindo também do meu desconforto. Eu quero bater nele. Homens... — Onde está Sabrina? E por que ela ainda não demitiu sua bunda feia? — Ele provoca o irmão. Sabrina é a noiva de Cal. — Vamos, irmãozinho, pensei que já tivesse superado o fato de eu ser o mais bonito. — Cal provoca de volta, arrancando um bufo de Collin. Sorrio com sua troca, esquecendo a vergonha de ter sido flagrada em posição comprometedora. — Sabrina acabou de chegar. Estou indo socorrê-la antes que a tia Bete a encontre e comece uma conversa sem fim sobre a sua artrite. — Seu sorriso é de conspiração. Collin gargalha para isso e acena, enquanto o irmão se vira e segue pelo corredor. — Salva pelo gongo... — Sussurra em meu ouvido e retoma o caminho, andando às minhas costas. — Mais tarde, bebê... — Sorri todo sacana quando deixo escapar um gemido frustrado.
A música vai ficando mais alta à medida que nos aproximamos da varanda. Uau. Aqui está animado. Observo o grupo de jovens sentados em puffs e sofás amplos e outros em pé, bebericando suas bebidas. Imediatamente avisto Bec, a irmã caçula de Collin, que vem até nós com um grande sorriso estampado no rosto. Ela é linda, para variar. Morena alta, com cabelo longo e negro e os olhos azuis pálidos de seu pai. — Selena! Você está maravilhosa! — Ela me abraça e joga beijos no ar. Eu a abraço de volta, gostando da sua espontaneidade. Além disso, Bec é minha fã. Pois é, Collin manteve esse segredo de mim, idiota. Eu o repreendi porque gostaria de ter trazido algo com a minha marca para ela. Deus, sua família é tão perfeita que faz meu peito doer com a mera possibilidade de que eu não venha a fazer parte dela um dia. — Obrigada, querida. Você está linda. — Devolvo o elogio. Eu me identifiquei rapidamente com ela, talvez pela proximidade das nossas idades. Bec tem vinte e está na faculdade de moda, pelo resumo rápido que Collin me deu. — Vem, quero lhe apresentar para alguns amigos da faculdade e fazê-los se roer de inveja. — Ei, pirralha, e eu? Não ganho nenhum fodido beijo? — Collin faz um beicinho lindo. Bec o olha e se derrete, pulando nos braços dele. — Lol! Seu bobo. — Sorri, cobrindo-o de beijos. — Você é o meu roqueiro favorito, você sabe. — Hum, ainda não estou totalmente convencido, irmãzinha. — Ele sorri, girando com Bec nos braços. Eu não posso deixar de sorri largamente para o carinho entre os irmãos. Collin a coloca no chão e beija seu cabelo amorosamente. — Há algum desavisado que eu precise chutar o traseiro? — Ele resmungam correndo o olhar pelo grupo a alguns metros de nós. Bec rola os olhos. — Cal colocou meu último namorado para correr, mas é claro que você já sabe disso, não é? — Ela estreita os olhos para o irmão, que finge inocência, levantando os braços. — Vocês são dois idiotas. — Bufa, mas sorri em seguida. — Vem, vamos festejar! Deixamos Bec nos arrastar para o que parece ser a sua própria festinha de Natal. Mais uma rodada de apresentações se seguiu. Collin se manteve do meu lado quando sua extrovertida irmã me apresentou a alguns colegas do sexo masculino. Ele pega duas cervejas e nos leva para a balaustrada. Estamos na parte mais elevada do terreno, o que nos oferece a vista da parte baixa da rua. É um bairro tranquilo do subúrbio, mas de acordo com Collin, seus pais nunca quiseram se mudar depois da fama do filho. E assim o fizeram as famílias dos outros da banda, que moram no mesmo quarteirão. Collin aponta as casas de Elijah, Sean, Paul e dos avós de Liam. Dá para entender porque eles nunca se desgrudam. Cresceram juntos. É uma bonita história a deles. Ficamos bebendo e namorando, enquanto a algazarra na varanda só aumenta. Pelo visto, Bec convidou todos os colegas do alojamento da faculdade para o Natal. — Minha irmãzinha é uma arruaceira. — Collin sorri com os olhos cheios de carinho, olhando a animação da irmã. — Eu acho que ela tem a quem puxar, roqueiro. — Sorrio, tomando um gole da minha cerveja. Um tapa leve aterrissa em minha bunda e eu olho em volta, temendo ser pega no flagra pela segunda vez essa noite. Ele me olha de esguelha, enquanto leva a sua garrafa até a
boca, bebendo devagar. Os olhos azuis me dizendo coisas indecentes. Pouco depois, Cal anda até nós com uma loira bonita em seu braço. Eles já têm suas bebidas e depois das formalidades, emendamos uma conversa confortável. Descobri que Sabrina é enfermeira em um hospital local. Cal é engenheiro em uma firma conceituada, Collin já havia me colocado a par. Jax, o primo que mora em LA, chega em seguida e as provocações crescem soltas. Ele tem um leve coxear, resultado de um grave acidente de carro do período em que era piloto profissional. — Primo você não apareceu mais no clube. — Jax me olha e dá uma piscadinha travessa. — Não que eu sinta sua falta... Já de Selena, sinto terrivelmente. Cal gargalha com a carranca que se forma no rosto de Collin. — Paspalho. — Ele range, me puxando mais perto. — Eu sei que é difícil com essa sua cara feia, mas procure uma garota para você e pare de jogar conversa mole para cima da minha, idiota. Jax solta uma risada divertida e levanta as mãos em sinal de paz. Os caras voltam a conversar, enquanto eu travo uma conversa com a noiva de Cal. É curioso e gratificante que todos estão me tratando como se já fosse membro da família e isso me deixa verdadeiramente tocada. Eu quero ser. Quero muito. Selena Hart Williams. Eu me permito sonhar. Soa bem. Soa muito bem. Algum tempo depois, mais um primo entra na varanda com uma bela morena a reboque. Uau. Só tem homem bonito nessa família? Querido Deus. Se Apollo estivesse aqui, estaria passando mal. Eu penso levianamente enquanto Collin me apresenta ao moreno alto e sua esposa. Ela está grávida. Seu ventre está bem proeminente. Talvez uns seis meses, arrisco um palpite em pensamentos. Ele está todo atencioso e cheio de cuidados com ela, puxando um puff e acomodando-a em seguida. Não posso evitar a onda de mal-estar que sempre me invade quando vejo uma mulher grávida. Eu me sinto incapaz, como se uma parte minha estivesse faltando. Eu suspiro levemente. Sim, está faltando. Ela fará três anos em breve. Uma dor aguda invade meu coração. Onde você está, minha pequena preciosa? Para onde a levaram? Se parece comigo? Está sendo bem cuidada? Todas essas perguntas, que geralmente evito a todo custo, me assaltam. Eu acho que tenho estado muito mais sensível nesses dias. Estremeço. — Com frio, menina da Califórnia? — Collin sussurra, apoiando a cerveja sobre a haste de concreto e envolve os braços à minha volta. Eu respiro seu perfume gostoso e fecho os olhos, me deliciando com sua proteção e carinho. — Melhor? — Há um sorriso em sua voz. Ele acha que estou sofrendo pela mudança de clima. Sim, Seattle é congelante se comparada a LA. Quisera eu, meu mal-estar fosse apenas pelas chuvas dessa cidade, que vamos combinar, chove a porra do tempo todo! No entanto, aceno e beijo seu peito. Justin Bieber está cantando Cold Water no sistema de som. A conversa continua à minha volta, enquanto viajo na letra bonita e me refugio em seus braços fortes. Ele esfrega minhas costas suavemente para cima e para baixo. Sinto seu sorriso retumbando no peito, reverberando em meu corpo quando Jax conta uma piada. Alguém grita da porta que está perto da meianoite e Jenna quer todos dentro da casa para a ceia. Sorrio para a espontaneidade dos Williams. Collin parece perceber no que estou pensando, pois levanta meu queixo, seus olhos azuis sorridentes e intensos cravando nos meus. — Se acostume com a falta de sutileza dos Williams, princesa. Rolo os olhos para a sua insinuação de que sou uma menina rica. Não mais.
— Estou amando cada segundo, bebê. — Murmuro, meu tom um pouco emocionado. Seu olhar desliza por todo o meu rosto e ele abre o sorriso mais lindo. — Linda. — Sussurra antes de sua boca descer na minha. Eu entreabro os lábios ansiosamente, minha língua recebendo a sua em uma dança lenta e deliciosa. Ouvimos os outros rirem e assobiar, enquanto passam por nós para entrarem na casa. O barulho vai diminuindo e ficamos apenas nós dois, ouvindo a música e nos beijando cada vez mais intensamente. Ele morde e chupa a minha língua, suas mãos segurando em minha cintura, descendo para a bunda, colando-nos gostosamente. Eu gemo, ele rosna e continuamos nos devorando. — Gostosa... — Ruge diminuindo o ritmo para pequenos beijos. — Sou fodidamente louco por você. — E eu por você. — Murmuro em sua boca. — Collin! Pare de assediar a pobre garota e traga sua bunda até aqui, cara! — Collin rosna quando ouvimos Cal gritar através do corredor. — Ele é um pé no saco! — Resmunga baixinho. Sorrio, meneando a cabeça. — Mas você o ama, não é? Um sorriso travesso brinca em sua boca. — Não conte ao idiota. Dou risada antes de ele desencostar da balaustrada e me puxar para o seu lado, fazendo nosso caminho para dentro. Na medida em que nos aproximamos da sala, ouço vozes alteradas. Franzo o cenho. Parece que uma mulher está muito exaltada. Collin apressa os passos e entramos no recinto. Todos estão em um círculo, suas expressões chocadas com o homem confrontando uma mulher, que não me lembro de ter sido apresentada esta noite. — Você não devia ter aparecido aqui, porra! — Caleb, o primo com a esposa grávida, berra na cara da moça pequena e loira. Ela está chorando copiosamente, se encolhendo como se quisesse sumir da vista de todos. — Merda. — Collin solta sob sua respiração. — É a ex-noiva de Caleb. Eles têm uma história fodida. — Sussurra só para os meus ouvidos. — Você esteve comigo ontem, Caleb! Ontem, seu egoísta de merda! — A moça retruca e encara a esposa com os olhos cheios de lágrimas. Alguém ampara a mulher grávida, que parece prestes a desmaiar a qualquer momento. — É a mim que ele ama! Ele só está com você porque não posso lhe dar filhos! Você sabe disso, não é? Todos aqui sabem disso! — Ela chora descontrolada. Suas palavras me fazem prender a respiração. Oh, Deus... Eu olho para Caleb, o cara que achei lindo momentos antes. Todo amoroso e cuidadoso com a esposa. Como ele pôde fazer isso? Ugh! Que fodido idiota. — Eu não te amo mais, Kayla. — Sua voz é fria como gelo quando encara a moça, que se encolhe como se levasse uma bofetada. — Minha vida é com Bianca, a mulher que me dará um filho. Saia e não ouse voltar para o seio da minha família, porra! A moça, Kayla, cai sentada no chão e eu sinto a sua dor como minha. Meus olhos ardem e minha garganta aperta com lágrimas não derramadas. O medo. Esse medo atroz faz seu caminho para a superfície, me fazendo tremer. Esse é o meu futuro? Serei uma Kayla na vida de Collin? Serei obrigada a vê-lo engravidar outra mulher? Até este momento nunca tinha pensado nessa possibilidade devastadora. Ouço um senhor mais velho pedir a Caleb que a leve para fora. Deve ser o seu pai, reconheço-o das apresentações de mais cedo. O
imbecil levanta a pobre moça e a escolta para fora. A sala se agita, todos correm para cuidar de Bianca, inclusive Collin. Eu recuo em direção a uma das amplas janelas e afasto a cortina. Vejo os dois discutindo no gramado do vizinho. Ela chora inconsolável e em seguida emito um som chocado quando Caleb bate sua boca na dela e a beija, puxando-a para si com uma paixão que não demonstrou aqui dentro na frente da família e, principalmente, da esposa. Sua esposa grávida. Que sujeito asqueroso! Revolta me invade com o que esse idiota está fazendo com essas duas mulheres. O que ela disse era verdade. Ele se casou com a outra que pode lhe dar filhos, mas a manteve como amante. Meu peito queima com pena dessa garota. Nenhuma mulher merece ser tratada assim. Eu não consigo mais olhar a cena e me afasto da janela. Meus olhos procuram Collin e o encontro segurando a mão da mulher grávida, enquanto sua mãe a faz tomar um copo de água. Ele sorri, murmurando coisas gentis. Eu sei porque é assim que meu menino bonito é. Me diz que nunca faria nada tão baixo comigo, Collin. Eu peço olhando-o com o peito apertado de pavor. Eu não quero perder você. Eu não posso, bebê.
Collin Cacete! Os natais dos Williams sempre dão o que falar, mas nunca nada tão constrangedor como o que houve antes da ceia. Caleb é um bastardo fodido! Eu sabia que meu primo estava mantendo Kayla todo esse tempo. Eu bufo. Até sua esposa sabe dessa merda. No entanto, meu velho conseguiu aliviar o clima no momento do brinde, com suas piadas e tiradas inteligentes e o mal-estar foi se desfazendo aos poucos quando todos provaram as iguarias culinárias de dona Jenna. Minha mãe faz questão de cozinhar os pratos principais, mas eu insisto para que utilize o serviço de ajudantes. Isso não a deixa se cansar muito. Eu posso e faço questão de contratar empresas especializadas para aliviar sua carga. Minha velha merece algum descanso. Nesse momento, todos estão se empanturrando espalhados pela casa. Eu beijo a cabeça de Lena e aviso que vou ligar para os caras antes de fazer meu prato. Ela acena e começa a comer, enquanto minha irmã enche seus ouvidos sobre o que achou do seu último show. Bec é uma grande fã, mas eu não disse nada antes. Eu queria ver o brilho de felicidade nos olhos azuis esverdeados da minha menina bonita quando descobrisse. Ela quis arrancar minhas bolas depois, mas valeu a pena ver seu rosto quando minha irmã saltou sobre ela, gritando como uma louca. Vou para a varanda para obter privacidade e acendo um cigarro. Liam, Sean e Paul me ligaram no momento em que estava sacando meu celular para fazer o mesmo. Sorrio do nosso timing perfeito, puxando uma tragada longa. Desejamos boas festas e marco com Sean e Paul de levar nossas meninas na Space Needle amanhã. Um pouco antes de ligar para o idiota do Eli, ele me liga também. Cacete. Atendo sorrindo. — Hei, mano. — Hei, parceiro. — Sua voz zombadora soa do outro lado. — Com saudades de mim? Eu bufo. — Vai sonhando, idiota. — Zombo, puxando meu cigarro e soltando uma baforada que evapora no ar frio. — Como estão as coisas por aí? Diga a todos que mandei um olá e Feliz Natal. — Eu direi, mano. O mesmo aqui. — Ele pausa um instante. — Tente não rir do que vou dizer, ok? — Isso me deixa atento. Puxo a última tragada e esmago o cigarro no chão com a ponta da bota. — Vou levar Sara para Paris no ano novo. Uh! Jesus Cristo! A merda ficou séria. Eu seguro por uns dois segundos, depois deixo cair uma gargalhada. — Eu disse para não rir, porra. — Meu parceiro rosna no meu ouvido. — Mano, desculpe, porra, mas isso é uma piada, ou está falando sério? — Eu tento entender. Em todo o tempo que conheço Eli, que é a vida toda, nunca o vi fazer uma merda dessas por nenhuma garota. Nunca. — Hum, er, é sério, idiota. Merda. — Ele rosna, parecendo irritado consigo mesmo por estar fazendo algo assim. — Eu quero fazer isso para ela, entende? Cacete! Nem eu mesmo me entendo nesse momento. — Cara, relaxa, se você quer ir com sua garota para a porra de Paris, vá. — Eu digo, tentando não soar como se estivesse dando conselhos. Eli odeia essa merda. — Pegue sua garota e foda-se o resto. 8
— Ela não é... — O quê? Sua garota? — Zombo. — Pare de ser um fodido cego e veja o que é, cara. Você gosta dela. Ele bufa e posso imaginar sua cara cínica. — Eu gosto de foder com ela, isso é tudo. — Rebate mordazmente. — Se você está dizendo, parceiro... — Meu tom deixa claro que não estou comprando suas besteiras. Só quero ver quando se der conta de que suas malditas bolas estão presas. Bem, eu vou rir muito, isso é certo. — Você já contou aos caras sobre esse destino de Ano Novo um tanto... Inusitado? — Seguro outra risada e ele resmunga do outro lado. — Sim. — Ruge com seu mal humor ampliado. O que diabos deu nele em plena noite de Natal? — E o que eles disseram, mano? — Instigo. — Os bastardos riram. — Ele rosna e eu não consigo mais segurar a gargalhada. Uma série de palavrões soa no meu ouvido. Eu tenho que afastar o fone da orelha ainda rindo alto. — Pare de rir, seu imbecil! Eu forço meu riso para dentro e volto a falar: — Ok, mano, você tem que dar o desconto, porra. Nunca o vimos agir assim com uma garota antes. — Merda. Ela está fodendo a minha cabeça. — Ruge em tom baixo, parecendo acuado. — Ouça, liguei para dar a boa nova. — Ri do seu jeito sarcástico e em seguida seu tom fica mais sério: — Dê um beijo em Selena e estenda meus desejos de boas festas a todos aí. Feliz Natal, irmão. Eu sorrio levemente. Essa é seu jeito de ser cordial e mostrar seu carinho comigo e minha família. — Também te amo, baby. — Eu digo com voz afetada e melosa e ele sorri com minha provocação. Uma risada livre de sarcasmo que me faz sorrir de volta. — Feliz Natal, irmão. — Acrescento mais sério e desligo. Ele e os outros cães sarnentos são minha família do coração. Faço meu caminho de volta para a sala e para a mesa da ceia. Arrumo meu prato, indo me sentar ao lado de Lena no sofá. Estão todos comendo e falando ao mesmo tempo. Jesus Cristo. Eu sorrio, tentando adivinhar o que está se passando na cabeça de Lena vendo um bando de suburbanos sem modos refinados. Eu a observo entre as garfadas. Ela parece animada, atenta a todos, acenando quando lhe perguntam algo, mas mastiga e engole antes de falar. Sorrio para seus modos afetados de menina rica. — Será que sua garota ficou muito chateada com o bafafá do seu primo? — Eu me viro da mesa de sobremesas e vejo minha avó me dando um sorriso expectante. Sorrio, meneando a cabeça enquanto encho uma taça grande até o topo com fatias do bolo de chocolate, que me dá água na boca. — Por falar nisso, ela é meio magrinha, querido. Encha mais uma taça. Uma garota precisa ter carnes... Jesus Cristo! Eu dou risada, me inclinando e beijando seu cabelo cinza. Ela é a minha mãe envelhecida. Cópia fiel e também está adorando me ver trazer uma garota para casa pela primeira vez. — Não comece, vovó. — Digo suavemente. — Ela é linda do jeito que está. Além disso, as garotas de hoje em dia não apreciam essas carnes...
— Humpt. — Ela resmunga, me fazendo rir mais. — Não dá para entender como vocês, garotos, preferem essas meninas magras em vez de ter onde pegar, se é que me entende... Eu gargalho, enquanto meu avô e meus pais se juntam à mesa. Complô formado! Eu gemo, mas encho outra taça com frutas, só para garantir. — Você está certa, querida. — Meu avô pega a deixa. — Mas se nosso neto prefere as magrelas, deixo o garoto em paz. — Valeu, vô! — Sorrio para ele, que pisca de volta. — Mamãe, Selena é linda. Vamos, pare com essa mania de querer enfiar comida goela abaixo das pessoas. — Minha mãe repreende a minha avó, sorrindo. — Bom, vocês me dão licença, mas preciso encontrar a minha menina. — Digo, já manobrando para sair do espaço em que me encurralaram. — Ela parece ser uma boa moça, filho. — Meu pai diz em tom sério. Merda. Não tive tanta sorte. Esse parece ser aquele momento em que cada um deles me dá os famosos conselhos. — E com toda essa, er, situação que passou... — Pobrezinha. Você precisa me prometer que vai cuidar bem dela, querido. — Minha avó torna a falar, seu rosto cheio de compaixão. Cada um deles endossa as palavras de minha boa intencionada e casamenteira avó. — Eu prometo. Qual é, vocês sabem que não a traria aqui em casa se não fosse sério. — Argumento. — Eu sei que não fui muito a favor no começo, mas agora que a conheci, querido... — Minha mãe me abraça com os olhos brilhando. — Eu quero aquela garota para minha nora. Wow! Isso foi rápido. Cacete. Eu olho minha mãe estarrecido pra caralho. Bem, eu acho que acertei quando disse a Lena que todos estavam apaixonados por ela. — Eu a amo muito, mãe, já disse isso. — Olho meus pais e avós, que me encaram atentos. — E sim, é claro que vou me casar com ela quando chegar o momento. — Resisto a vontade de compartilhar meus planos. Eles nem desconfiam, mas farei o pedido no Ano Novo. Merda. Estou nervoso como inferno com a expectativa. Não comentei isso com ninguém, nem mesmo com os caras. É cedo? Talvez seja, mas tenho plena convicção de que é isso que eu quero. Quero aquela garota pelo resto da minha vida. Meu pai e avô me dão tapinhas nas costas, enquanto minha mãe e avó me esmagam em abraços de urso. Quando me livro da Santa Inquisição, sigo pelas portas laterais em direção à área externa, onde Lena está me esperando na piscina. Cal quase tromba comigo. — Hei, mano. — Digo, fazendo malabarismos com as taças para lhe dar um abraço de caras. — Eu ainda não agradeci pela reforma na casa da árvore. — Ele bate em minhas costas fraternalmente. — Não foi nada, irmão. — Diz meio sem jeito, se afastando para me olhar nos olhos. — Então, é mesmo sério com a senhorita pop star, não é? — Brinca, mas seu semblante é cheio de preocupação de irmão mais velho. — Sim, é muito sério. — Afirmo, com um sorriso bobo em meus lábios. Cal acena. Ele é o único que soube da minha história com Lena desde o começo. Foi em seus ouvidos que derramei minha porra de paixão platônica pela princesinha da Hart. — Ela é linda e parece uma menina encantadora. — Seus olhos idênticos aos meus amolecem um pouco. — Estou feliz por você, irmãozinho. — Porra! Ele pega pesado. Eu fico
mexido como uma bichinha agora. — Sinto sua falta, cara. Volte mais vezes para casa, caralho. Eu sorrio, enquanto ele me bate nos ombros de novo. — Sinto sua falta também, irmão mais velho. — Minha voz está um pouco rouca pela emoção. — Pode deixar, eu vou voltar mais vezes, idiota. — Faça isso, seu retardado. — Ele me dá um tapa leve na cabeça e retoma seu caminho para dentro da casa. E essa foi nossa maneira bem particular e muito masculina de dizer que amamos um ao outro pra caralho. Alcanço o terraço ainda com um sorriso na boca. A área está iluminada apenas pelos refletores das plantas que a minha mãe cultiva no lado direito do muro. Vejo Lena deitada sobre uma espreguiçadeira e diminuo os passos, apreciando a visão de seu corpo esguio. Sorrio, relembrando os comentários de minha avó. Minha menina é linda demais exatamente do jeito que está. Eu amo cada curva suave, a textura deliciosa da pele clara. Amo até mesmo uns pontinhos de sarda que tem sobre o nariz pequeno. Ela tirou os sapatos filhos da puta que estava usando só para deixar meu pau duro toda a porra da noite. Quando paro ao seu lado, percebo que seus olhos estão fechados. Apoio as taças sobre a mesinha do lado e me inclino, apoiando as mãos na madeira de cada lado da sua cabeça. Suas narinas tremem, provavelmente sentindo meu cheiro e um sorriso rasteja em seus lábios cheios. — Hei, menino bonito. — Murmura com sua voz levemente rouca, abrindo os olhos, travando-os nos meus. — Hei, menina bonita. — Sussurro bem próximo à sua boca. Levo uma mão para seu rosto e deslizo as pontas dos dedos em sua pele macia. — Muito assustada com os barracos do Clã dos Williams? Isso a faz soltar uma pequena risada, seus olhos lindamente iluminados na luz tênue. — Sua família é maravilhosa, bebê. — Diz baixinho. Seu nariz torce um pouco e acrescenta: — Bem, exceto Caleb, o idiota do ano. Isso me arranca uma risada seca. Eu me sento na borda da espreguiçadeira e pego a taça com o bolo. — Concordo. — Murmuro, levando uma colherada à sua boca. — Abra essa boquinha linda, bebê. — Ela sorri e engole a porção da sobremesa, gemendo obscenamente no processo. — Sua provocadora... — Rosno. — Qual é a história deles? — Pergunta depois da segunda colher. Eu me alimento também e pondero sobre isso. — Kayla era a noiva de Caleb. Eles se conheceram no ensino médio e não se separaram desde então... — Torço os lábios em depreciação às ações do meu primo. — Bem, até ele descobrir nos exames pré-nupciais que ela não podia conceber devido a um problema congênito. Parece que seu útero equivale ao de uma menina de oito anos, ou alguma merda assim... Os olhos de Lena ficam turvos e ela pisca para afastar uma emoção obscura. Percebi que toda a cena de mais cedo mexeu com ela. Minha menina bonita é tão sensível. — Isso é tão triste... — Sua voz é quase inaudível. Alimento-nos de mais algumas porções. — Então ele a abandonou? — Sim. — Aceno. — Ele pirou com a notícia e cancelou o casamento. Seis meses depois, meu primo se casou com Bianca. Mas parece que Caleb continuou voltando para Kayla...
Um bufo de indignação escapa de Lena. — Para fodê-la? — Cospe entre dentes. Wow! Ela realmente ficou chateada com a merda do meu primo. — Lena, ela não podia dar o que ele queria... — Eu digo, tentando entender as ações equivocadas de Caleb. — Nossa família é numerosa. Eu acho que meu primo se sentiu pressionado de alguma forma... Lena parece ainda mais indignada com minhas palavras. — Você o está defendendo, Collin? — Seus olhos estreitam nos meus e há algo estranho queimando lá no fundo, que não consigo identificar. — Tudo bem para Caleb, o macho alfa jogar sua namorada de anos para o meio-fio, se casar com outra e esfregar a gravidez na cara da pobre coitada? — Eu pisco, aturdido com suas palavras acaloradas. — Tudo bem em Caleb transformar seu amor da adolescência em sua puta? Tudo bem em tratar uma garota como merda só porque ela não pode lhe dar um filho? — Jesus Cristo! Não, Lena. — Eu coloco a taça sobre a mesinha e levo minhas mãos para seu rosto, segurando dos lados. — Não estou defendendo o meu primo. Ele é um fodido idiota por brincar com aquelas mulheres de forma tão vil. Seus olhos me analisam com dois raios lasers. Seguro um sorriso. Deus, ela fica tão bonitinha zangada. — O que você faria? — Pergunta em um sussurro. Meu rosto deve refletir minha confusão porque ela elabora: — O que faria se descobrisse que a garota com quem planejou construir uma vida não pode lhe dar bebês? Eu me afasto um pouco para olhá-la melhor. Cristo, ela ficou tão incomodada assim com as merdas do meu primo? — Eu não sei. — Respondo. — Espero nunca me deparar com uma situação dessas. Lena não me deixa escapatória, me encarando à espera de uma resposta objetiva. Suspiro um pouco irritado que esteja projetando o passo em falso de Caleb em cima de mim, porra. — Pensando de acordo com as expectativas da minha família, eu acho que partiria para outra. — Digo a resposta que ela quer ouvir. — Como seu primo. — Há um leve tremor em sua voz que me deixa ainda mais intrigado. — Não, Lena. Eu jamais usaria uma garota como ele está usando Kayla. — Suspiro exasperado com o rumo dessa conversa. — Eu a deixaria ir. — Sondo seu rosto e roço meu nariz no seu na esperança de mandar esse papo pesado para o espaço. — Por que estamos falando de outros quando isso não tem nada a ver com a gente? Um suspiro deixa seus lábios e um pequeno sorriso se forma. — Tem razão, bebê. — Murmura, traçando meu rosto com as pontas dos dedos. — Esqueçamos os outros. Vamos aproveitar nossos momentos. Não me permito analisar a palavras momentos. Não temos momentos, estamos construindo algo bonito aqui, não algo fugaz que irá embora com o tempo. — Muito melhor. — Ronrono, dando um beijinho na ponta de seu nariz. — Pronta para a surpresa, bebê? — Seus olhos ganham brilho outra vez. — O que você está aprontando, roqueiro? — Há um sorriso em sua voz. — Pegue seus sapatos, a taça de frutas e feche os olhos. — Oriento. — Mmm, teremos uma repetição do clube? — Sua voz é cheia de diversão quando faz o que eu digo. Sorrio e a levantando nos braços. Ela solta um gritinho de surpresa. Atravesso
o terraço, indo para o fundo do quintal, e a coloco no chão ao pé da escada da casa da árvore. — Pode abrir os olhos. — Sussurro em seu ouvido. Ela abre os belos olhos e olha ao redor com excitação e franze o cenho. Aponto para cima. Seus olhos arregalam quando vê a construção de madeira. — Uau! Lá em cima? Tem certeza? — Pergunta entre deslumbrada e receosa. Eu pego a taça e os sapatos de suas mãos. — Mulheres primeiro, senhora. — Faço um floreio. Ela rola os olhos, sacando minha jogada. — Você só quer ver a minha bunda, seu pervertido. Admita. — Sorri, segurando na madeira de cada lado, começando sua escalada. Porra! Eu assobio com visão das bochechas firmes com a minúscula calcinha vermelha enterrada no meio. — Você não vem? — Olho para cima encontrando seus olhos se estreitando em mim. Droga. Pego em flagrante. — Desculpe, bebê. — Sorrio torto e começo a subir também. — Eu me distraí por um segundo... — Ouço sua risada rouca quando chega à pequena varanda. — Oh, meu Deus, Collin! — Lena rodopia pelo cômodo pequeno com um enorme sorriso no rosto quando entramos. — É lindo aqui em cima. — Cal reformou nosso velho esconderijo a meu pedido. — Dou de ombros, andando até o criado-mudo ao lado da cama king size, que toma quase todo o cômodo. Abro uma garrafa de vinho e sirvo apenas uma taça. Gostamos de compartilhar o mesmo copo. — Uma das vantagens de ter um talento da engenharia na família. — Dou-lhe uma piscadinha. Ela ri e se põe a conferir o minúsculo banheiro, adição recente. — Tem aquecedor também. — Informo, ciente de que o clima da minha cidade a incomoda um pouco, embora não tenha reclamado sobre isso. — É perfeito, amor. — Seus olhos amolecem quando vem devagar para mim. — Podemos dormir hoje aqui? Por favor, por favor... — Eu dou risada com sua carinha linda me implorando. Tomo o vinho encarando-a por cima da taça, a luxúria, o tesão colossal que sinto por ela assumindo o comando. Ela chega bem perto, um sorriso atrevido brincando em sua boca. Pego sua nuca e levo a taça aos seus lábios. Ela bebe, nossos olhares presos conversando na nossa própria linguagem. — Qualquer coisa para você, amor. — Sussurro e ela lambe os lábios rubros pelo vinho, me fazendo rosnar baixo. — Mas há uma regra... — Um sorriso lento e perverso se espalha em minha boca. — Fique nua para mim, bebê. Ela resfolega e leva as mãos para o zíper do vestido. Meu olhar faminto acompanha o tecido escorregando pelo corpo esguio e perfeitamente tonificado. Coloco a taça sobre o criado-mudo e corro minhas mãos delicadamente pelos ombros, amando a textura da pele alva. Lena estremece sob meus dedos. — Eu te amo. — Sussurra, me olhando com esses olhos que puxam meu coração. — Feliz Natal, bebê. — Sua voz está um pouco embargada, enquanto suas mãos espalmam meu peito, correndo para o meu pescoço. Encosto minha testa na dela e respiro seu hálito gostoso. Roço meus lábios nos seus em uma carícia suave. Quero fodê-la duro, mas vou começar adorando-a, fazendo amor lento e gostoso antes da nossa perversão.
— Eu te amo muito, sabe disso, não é? — Murmuro, sentindo a mesma emoção me tomar. Ela acena, os olhos azuis esverdeados brilhando lindamente. — Feliz Natal, meu amor. — Digo com o meu coração nos olhos, antes de abaixar a cabeça e tomar seus lábios nos meus. Nossas bocas, línguas e dentes brincam entre si, provocando. Ela puxa minha camiseta pela cabeça, separando nossas bocas apenas um ínfimo instante e voltamos, sorrindo, aprofundando o beijo. Eu a levanto nos braços e a deposito suavemente na cama, enquanto termino de me despir sob seu olhar cobiçoso e apaixonado. Sorrio, me arrastando pelo colchão para cima dela e começo a lhe mostrar exatamente a extensão do meu amor...
CAPÍTULO QUINZE
Collin Três semanas depois... Nosso período em Seattle foi fodidamente incrível. Minha família caiu de amores por Lena e a recíproca pareceu verdadeira. Sei que isso soa muito veadinho, mas foram dias maravilhosos. Mostrei a minha cidade para ela, levei-a nos pontos turísticos e fizemos amor incontáveis vezes no meu mais novo lugar favorito, a casa da árvore. Fico encantado que uma garota que cresceu na riqueza, tenha gostado de algo tão simples. Estou cada vez mais louco de amor por ela, no entanto, não fiz o pedido de casamento. É, eu amarelei no Ano Novo, porra. O anel continua guardado, esperando o momento certo. Sim, estou me cagando de medo da sua resposta, admito. Sei que Lena me ama, isso está claro a essa altura do campeonato, mas nos últimos dias a sensação de que está escorregando por entre meus dedos está me angustiando. Já a confrontei algumas vezes, tentando fazê-la confiar em mim e contar o que diabos ainda está incomodando-a. Ela está livre do fodido Hart, pelo amor de Deus! O que mais pode guardar dentro de si à porra de sete chaves? Para terminar de foder tudo, quando voltamos a LA, Lena retomou sua busca por um maldito apartamento e isso tem nos rendido discussões acaloradas. Eu não quero que deixe a minha casa, porra! Eu não vou deixá-la sair da minha fodida casa. Ponto. Ela pode espernear, gritar, mas seu rabo teimoso vai continuar sob o meu teto, ou não me chamo Collin Williams, caralho! Eu saio do elevador direto no estacionamento da gravadora. Acabei de discutir com Lena e sua bunda independente. Porra, não foi bonito. Ela me informou que já fechou negócio e que vai se mudar em breve. Eu gritei de volta que vou amarrá-la na minha cama se for necessário. Ela me chamou de estúpido homem das
cavernas. Eu a chamei de cadela teimosa e acusei de estar escondendo coisas de mim. Ela negou, para variar, e eu soquei a parede, dizendo que iria para um bar, beber pra caralho. — Ei, idiota, onde está indo como se o diabo estivesse em seu encalço? — Eu me viro antes de entrar na minha caminhonete, vendo Eli andando em direção à sua moto. Seu rosto parece atormentado. Meu parceiro tem estado assim desde o falecimento de seu pai biológico logo depois do Ano Novo. Ele tem merdas não resolvidas desde que o imbecil o abandonou quando era apenas um fedelho de sete anos. Isso está cobrando seu preço agora. — Estou indo encher a cara, mano. — Digo entre dentes. — Vem comigo? Ele franze as sobrancelhas, provavelmente se perguntando o que diabos está se passando comigo, mas acena, subindo em Pandora. — Que porra há com você, idiota? — Ele rosna, logo que tomamos os bancos do bar mais frequentado em Beverly Hills. O barman abre duas Buds e nos entrega prontamente. Eu e meu parceiro levantamos as garrafas em um aceno de agradecimento e o cara sorri levemente antes de passar para os próximos clientes na ponta da bancada. — Não é nada, imbecil. — Resmungo de volta. — E você? Por que está aqui e não com sua garota? O idiota bufa em desdém. — Estou dando uma pausa. — Diz, conciso. Merda. Ele não parece nada bem. Tem bebido demais nesses dias e começo a me sentir um imbecil por tê-lo convidado para vir comigo. Meu irmão não precisa de mais merdas. Suspiro, correndo uma mão pelo cabelo. — Estou dando uma porra de pausa também, irmão. — Murmuro, virando minha garrafa, sorvendo um grande gole. — Ora, vamos, Collin. — Seus olhos cravam em mim. — Todos já perceberam que há algo errado entre você e Selena, cara. Um rosnado me escapa. — Sim, está tudo muito fodido, mano. — Admito em tom derrotado e ele me olha atentamente. — Estou perdendo Lena e não sei qual a maldita razão. — Como assim, não sabe a razão? — Pergunta intrigado, tomando sua bebida. — Ela está diferente, fechada e eu não tenho uma maldita ideia do que a deixou assim. — Ranjo. — Bem, a garota passou por merdas pesadas, irmão. — Seu tom é comedido, coisa rara em Eli. — Sim, mas ela é a minha garota agora. Somos um só, porra. — Solto e ele parece surpreso com a minha declaração de mocinha. — Ou pelo menos eu pensei que fosse assim. — Por isso tento me manter fora dessa merda sentimental, mano. — Bufa em um tom raivoso. Ele está tentando foder as coisas com Sara, isso está claro para mim e os caras. Na verdade, Eli já bateu seu recorde com essa garota. Meu parceiro nunca ficou tanto tempo com uma cadela, o que só reforça nossa desconfiança. O imbecil está apaixonado, mas está resistindo a isso como o inferno. — Você com certeza está tentando. — Digo com um sorriso sarcástico. — Não finja que essa merda com a Sara é apenas casual, porque todos já perceberam que não é, cara. Ele resmunga um palavrão em resposta e bebe mais um gole da sua cerveja. — Já passou da hora de terminar. — Murmura quase para si mesmo.
Eu o observo por um tempo longo. — Você está deixando essa merda com o David foder sua cabeça, Eli. — Uso meu tom amigável, mas ele ruge, me fulminando com seus olhos verdes. — Lena tem uma psicóloga de confiança. O Liam acha que você dev... — O inferno que vou me deitar na porra de um divã e escancarar minhas merdas para uma doutora engomadinha do caralho! — Diz irado, batendo a garrafa vazia no balcão. Nosso barman lhe entrega outra. — Até porque eu não tenho problema nenhum que precise de um psicólogo. O Stone deve cuidar da sua própria vida. Bastardo teimoso. Meneio a cabeça, mas me calo, fazendo sinal para outra garrafa. Pego a nova e a derramo quase inteira na minha garganta. Eu sei que o álcool não é a porra do Oráculo, mas o entorpecimento é bem-vindo de vez em quando. Minha mente volta para ela, a garota que tem o meu coração nas mãos e parece fazer pouco caso disso. Por que sinto que Lena está nos sabotando com esses arroubos de independência? Eu não sou um retardado, porra. Por que a cadela teimosa não me conta qual é o maldito problema para que possamos passar por cima disso? Eu quero bater naquele rabo e em seguida fodê-la duro até deixá-la mole e bem subserviente. Rio, gostando da ideia. Lena, porra, bebê, por que estamos brigando? Suspiro como uma maldita mocinha e saco meu celular para lhe enviar uma mensagem. Corro o polegar sobre as nossas mensagens e um sorriso rasteja em minha boca. Nós temos nossa própria forma de iniciar as mensagens. Eu rolo para as antigas e abro uma da semana em que estávamos em Seattle, meu peito inchando quando vejo o conteúdo. Lena: Mensagem para o menino mais bonito do mundo... Traga logo esse traseiro sexy para a casa da árvore, roqueiro. Estou te esperando na cama, bebê... Nua. Collin: Mensagem para a menina mais gostosa na porra do mundo todo... Merda, Lena! Você me deu um pau duro, enquanto converso com meus avós... Minha putinha perfeita. Estarei aí em um segundo, bebê. Meu coração aperta, essa sensação ruim do caralho se agigantando dentro de mim. Debato comigo mesmo se envio ou não uma mensagem, estendendo uma bandeira branca. Merda. Praguejo baixinho e digito. Collin: Mensagem para a menina que tem a porra do meu coração... Eu sinto muito, bebê. Por que parece que não fazemos mais nada nos últimos dias além de brigar pra caralho? Eu te amo, ok? Te amo pra caralho e qualquer que seja essa merda que está escondendo de mim não importa. Eu nunca vou deixar você. Consegue entender isso, Lena? Nunca, porra! Mantenho-me encarando meu aparelho pelos próximos minutos depois que envio. Nada. Ela não me responde. Eli também está conferindo seu celular com uma cara de poucos amigos quando o olho de esguelha. Cara, estamos tão fodidos. — Sara? — Arrisco. — Sim. — Ele rosna entre dentes. Uh! Eu não posso ajudar, dou risada mesmo estando na merda também. — Você acha mesmo que consegue sair dessa, irmão? — Eu o provoco, gostando de vê-lo às voltas com Sara. — É claro que consigo, porra. O sexo é incrível, mas é só isso que está me prendendo. Nada mais. — Diz cinicamente.
— Uh! Ok, não está mais aqui quem falou. — Eu rio mais e ele parece pronto para me esganar. — Vamos beber então. — Levanto a minha garrafa batendo o gargalo na sua. — A dias melhores, irmão. Caímos em um silêncio bem-vindo depois disso, apenas bebendo. Passamos logo para doses de Jack e já me sinto meio tonto. Estou protelando ir para a casa e continuar brigando com Lena. Foda-se! Ela ainda não respondeu a minha mensagem, porra. O que diabos há com ela? O álcool em meu sistema começa a me deixar agitado e muito puto. Quem essa menina pensa que é? Posso ter a garota que eu quiser, caralho! Eu poderia estar batendo uma boceta nesse exato momento, mas não, estou aqui, nesse fodido bar enchendo a cara por uma única garota. Estou começando a ficar cansado de tentar juntar esses malditos pedaços que ela diz estarem espalhados. Foda-se essa merda! Estou perdido em pensamentos quando um perfume feminino afetado se infiltra em minhas narinas. Merda. Uma cadela está se enfiando no espaço entre Eli e eu. Viro a cabeça e dou de cara com o sorrisinho safado de Nat. O que essa vadia está fazendo aqui? Ela me ligou algumas vezes desde que voltou da turnê com sua nova banda. Eu não a atendi porque... Merda, porque minhas bolas estão bem presas com a sua prima. No entanto, o álcool em meu sistema me faz conferir seu decote no vestido pra lá de indecente que está usando. Nat é uma puta gostosa, tenho que admitir. O quê, babies? Não sejam tão ingênuas... Eu sou um cara. Um cara que já comeu essa cadela de todas as formas imagináveis. Um cara não deixa de conferir os atributos de uma garota só porque está fodidamente louco por outra, compreendem? Ei, não queiram me linchar, ok? Não vou trepar com ela, estou apenas apontando fatos. — Ora, ora. — Ela ronrona. — Meus dois roqueiros preferidos... — Sua risada maliciosa indica que está rememorando o tempo em que eu e Eli fodíamos seus miolos, sem nenhuma piedade. — ― Que surpresa boa encontr|-los aqui. — Desliza a língua nos lábios. — Estou louca de saudade do tempo em que fazíamos o que queríamos, quando e onde queríamos... — Sussurra, olhando na direção dos banheiros, uma proposta indecente em seus olhos acinzentados. — Uma pena que estejam tão presos e cheios de pudores ultimamente... Eli e eu bufamos, desdenhando disso. Nenhum cara gosta de ouvir que está preso. No entanto, o meu caso é ainda pior. Eu quero continuar preso e minha garota está afrouxando a porra do laço. Dá para acreditar nessa merda? Eu e meu parceiro inclinamos o queixo cumprimentando-a, mas sem a empolgação de costume. Isso não a agrada, mas abre um sorriso sedutor e empina os peitos enormes bem na nossa cara, enquanto apoia os cotovelos no balcão. — Ora, vamos, rapazes. Não sejam malvados comigo. — Faz um show de lamber os lábios de novo e acrescenta em tom mais baixo: — Ou sejam. Os dois sabem que prefiro assim... Duro, sujo... Cacete. Eu rosno para sua sedução barata, embora seja uma puta bonita pra caralho. — Nat, aqui não há nada para você. Então, se manda, porra. — Eu a dispenso usando meu tom monótono. Não preciso comer outra boceta. Já sei que nenhuma me fará gozar tão duro e gostoso que esqueço a porra do meu próprio nome. — Não seja bobo. Eu sei que você provavelmente já deve estar duro para mim, querido. — A vadia usa seu tom mais sexy. Eu bufo e me afasto. — E quanto a você, Eli? Ainda estou esperando minhas boas-vindas, baby. — Ronrona mais uma vez e seu próximo movimento
me faz saltar. Porra! Ela apalpa a virilha de Eli e a minha ao mesmo tempo, agarrando nossos paus. Puta de merda! Eu e meu parceiro nos livramos de suas mãos errantes. — Você não o ouviu meu parceiro, Nat? — Eli range os dentes para ela. — Não há mais nada para você aqui. Estamos bebendo apenas. Já estamos de saída, inclusive. Nat faz um beicinho patético. — É sério? Você vai continuar me dispensando, Eli? — Ela se derrete para o meu parceiro. Houve um tempo em que Eli nutria sentimentos por ela, mas isso foi há muito tempo. Mas, verdade seja dita, Eli nunca foi do tipo romântico. O mais provável é que ele tenha se apaixonado pelas habilidades de foda da vadia. Nat ofende Sara em seguida e isso deixa o meu parceiro puto. Ele rosna coisas desagradáveis em seu rosto. Estou pensando que nos livramos da sua presença indesejada, mas a cadela sorri, se recompondo. — Ok, eu aceito que não há nada para mim, hoje. — Diz com um tom desafiante. — Paguem uma bebida para mim, pelo menos. Isso ainda podemos fazer, não é? — Provoca. — Ou suas meninas proíbem também? Merda. Ela é uma puta profissional e sabe jogar. Nenhum cara gosta de ser pau mandado. Contrariando o bom senso, concordamos em pagar uma bebida para a cadela. Uma se transformou em duas, três e ela foi ficando e roçando seu corpo em nós a cada oportunidade. Tanto eu quanto Eli já estávamos embriagados à essa altura. — Entãaaao, rapazes... — Nat murmura com voz um pouco embaralhada, enfiando o rosto no pescoço do meu parceiro. — Seu apartamento é aqui perto, Eli... — Seu tom tem a merda sedutora outra vez. Sua mão vem para a minha braguilha de novo e agarra o meu pau. Eu sei que deveria cortá-la, mas estou bêbado e sim, porra, o uísque costuma me deixar ligado pra caralho. — Vamos nos divertir um pouco nós três? — Ela morde o pescoço de Eli e eu o vejo abrindo um sorriso bêbado e sacana, provavelmente considerando pegar a vadia. — Vamos, vocês sabem que comigo sempre terão tudo... — Sua voz continua a seduzir nossos cérebros afetados pelo álcool. — Só nós três a noite inteira... Fazendo tudo que quiserem comigo. Caralho! Meu pau gosta da sua proposta suja, admito. Talvez eu devesse comer essa puta e deixar de ser a porra de um veadinho. Talvez Lena esteja segura demais dos meus sentimentos e está querendo me fazer suar pela sua boceta. Eu bufo. Talvez tudo que a princesinha precisa é de uma concorrência. Jesus Cristo, o que estou pensando? Eu sacudo a cabeça para limpar minha mente inebriada pelo uísque e pela massagem insistente em meu pau. O rosto de Lena surge em minha mente e eu me encolho, me sentindo baixo, asqueroso por ter pensando apenas por ínfimo instante em recorrer a uma foda vazia, sem sentido. Eu a amo. Pare já com isso, seu idiota de merda! Forço meu cérebro alcoolizado a trabalhar coerentemente e afasto a mão da minha virilha, me impulsionando para fora do banco. Eli se desvencilha ao meu tempo como se estivéssemos ambos em um maldito transe e só agora colocássemos algum sentido em nossas bundas desprezíveis. Nat começa a protestar. Eu me viro, ansioso para dar o fora, e congelo com o que vejo a poucos passos do bar. Porra, porra! Lena está com Sara. As duas com expressões afrontadas e furiosas para mim e Eli. Meus olhos prendem os de Lena e seu rosto está sem cor, uma expressão dolorosa tomando as feições bonitas. Meu peito aperta com o brilho de lágrimas evidente em seus olhos. Ela viu a
cena toda com a puta da Nat. Seu olhar decepcionado está me dizendo isso. Eu me sinto doente pela forma como me olha agora. É como se eu tivesse falhado na porra de um teste. Ela soluça baixinho, em seguida se vira e começa a andar rapidamente para a saída. — Lena! Porra, espere, bebê, não é o que parecia! — Eu grito, avançando pelo bar atrás dela, atraindo olhares de muitos curiosos. Ela começa a correr antes que a alcance, passando pela porta giratória e ganhando a rua. — Porra! — Eu rosno de frustração, metade do álcool evaporando do meu sistema. Saio para a rua e flashes espocam em minha cara. Merda! Malditos paparazzi! — Lena! — Grito, enquanto desvio dos dois homens que continuam a tirar fotos de mim. Os imbecis me atrapalham e não consigo chegar até ela. Porra! — Lena, espere! — Berro quando entra em seu carro e sai cantando pneus em seguida.
Selena — Você deve atender, chérrie. — Apollo indica o meu celular tocando pela milésima vez na minha bolsa sobre o seu sofá. É o toque de Collin. Eu fungo, enxugando o nariz com o lenço já encharcado. Depois que saí do bar, onde flagrei meu namorado sendo masturbado por ninguém menos que a minha prima puta, dirigi como uma louca por LA. Sem saber para onde ir, me ocorreu ligar para o meu assessor e perguntar se podia vir até seu apartamento. Apollo concordou de cara, dado o meu estado alterado. Passei os últimos minutos derramando tudo em seus ouvidos e chorando copiosamente. — Não. — Coaxo, puxando meus joelhos para o meu peito, me encolhendo no sofá. — Não quero falar com ele agora. — Apollo suspira dramaticamente na poltrona à minha frente e me entrega uma taça de vinho. — Tome um pouco. Um bom vinho sempre me ajuda a clarear as ideias. — Tomo um pequeno gole, sob seu olhar atento. — Não acha que está dando importância demais para esse incidente, Selena? Aquele cara é louco por você. Qual é o seu problema ultimamente? — Inquire, estreitando os olhos castanhos. — Não é nada. — Desvio os olhos. — Não pense que não tenho percebido você introspectiva. Não parece mais delirantemente feliz como antes... — Revira os olhos. — Algo a está incomodando e isso tem feito você sabotar sua relação com o deus do baixo. — Não estou sabotando... — Besteira, chèrrie. — Ele me corta, tomando um gole da sua bebida. — Reconheço um sabotador quando vejo um. — Sorri, mas isso não alcança os olhos. — Sou a rainha dessa arte, esqueceu? — Ele não é do tipo relacionamentos sérios, é disso que está falando. Sempre que algum cara chega muito perto, Apollo sai de fininho. Exatamente como você está fazendo agora. Uma voz perversa sussurra em minha mente. Eu fecho os olhos, me sentindo perdida, dolorida pela cena que vi hoje, mas, sobretudo, porque sei que preciso libertá-lo. Preciso deixá-lo livre para encontrar a garota que pode lhe dar tudo o que merece. Não sou eu. Deus, eu queria muito que fosse, mas não sou. Eu gemo em agonia, querendo esganar essa mulher ainda sem rosto que terá seus lindos bebês no futuro. — Não faça isso. — A voz suave de Apollo me faz levantar os olhos para os seus. — Aquele roqueiro gostoso é a sua chance de ser feliz. — Diz, curvando os lábios levemente, tentando descontrair. — Eu mesmo teria os bebês dele se tivesse um útero. — Ele pisca e meu coração dói. Oh, Deus, ele não podia dizer coisa pior nesse momento. — Eu sei. — Admito em um murmúrio, tomando mais um gole da minha taça. — Quer dormir aqui? — Pergunta, me olhando com simpatia quando não sorrio de sua piada fora de hora. Balanço a cabeça. — Não. Eu preciso voltar e encará-lo. — Solto um suspiro cansado. Cerca de cinquenta minutos depois, entro na sala de Collin. As luzes estão baixas, subo direto para o quarto, que está semiescuro também. — Lena... — Sua voz me faz saltar e virar na direção das portas do terraço. Ele está lá, usando apenas as calças do pijama. A visão é de tirar o fôlego. Mesmo estando irritada
como o inferno pelo que vi, não posso deixar de admirar seu peitoral delicioso totalmente à mostra. Ele anda cautelosamente para mim, seu cabelo cacheado está revolto, como se tivesse passado as mãos por ele incontáveis vezes. Seus olhos arrependidos se prendem aos meus. — Você está bem? Eu fiquei tão preocupado, bebê. Mas, então, Apollo me chamou mais cedo... Eu rio secamente. Apollo, seu traidor de uma figa. Continuo calada, angustiada não apenas com a cena que ainda queima em minhas retinas, mas com toda a merda que impede de ser feliz com ele, o homem que amo mais que tudo. — Sinto muito por ter visto aquela merda, bebê. Mas não era o que pensou. — Não? — Eu praticamente rosno, me afastando. — Você não estava recebendo uma massagem em seu pau da vadia que era sua puta há bem pouco tempo? Ele geme, passando as mãos pelo cabelo. — Ela não tem a porra de nenhuma importância para mim! — Rosna. — Nunca teve. Era apenas uma boceta que eu batia como qualquer outra! Eu recuo ainda mais com sua linguagem crua. — Bem, o que ela estava fazendo lá, então? — Pisco com lágrimas nos olhos. — E o principal, por que sua maldita mão estava em seu pau, porra? — Eu saí com Eli. Não a chamamos se é isso que está insinuando, porra. — Ele ruge, seus olhos parecendo alarmados e sinceros. — A vadia apareceu lá e ficou na nossa cola. Nenhum de nós ia comer a cadela, caralho! Eu bufo, colocando as mãos em minha cintura e o encaro de frente. — De onde eu estava poderia me enganar, sabe? Você levou a porra de uma eternidade para remover a mão dela do seu fodido pau! Ele passa as mãos pelo rosto furiosamente, gemendo alto. — Eu estava embriagado. — Diz baixinho. — Sei que é uma desculpa fodida, mas estava puto com a nossa discussão de mais cedo. Eu não ia foder com ela, nem com ninguém e você devia saber disso à essa altura, Lena. Sua expressão atormentada faz meu coração torcer. Ele está sofrendo com as nossas constantes brigas. Minhas lágrimas transbordam, banhando minhas faces. Collin vê nisso uma abertura e se aproxima, seus braços me puxando suave, mas firmemente contra o seu corpo. Eu soluço contra seu peito e ele suspira longamente, me apertando mais. — Eu nunca faria isso com você, bebê. Nunca. — Diz, quase com raiva contra meu cabelo. — Sim, foi muito estúpido permitir que ficasse lá conosco... — Beija suavemente minha têmpora. Eu estremeço, sentindo seu hálito quente na minha pele. Agarro em seus ombros com força. — Mas eu nunca te trairia. Por favor, diga que acredita em mim. Pede, levantando meu queixo e nossos olhos se encontram. Deus, eu o amo tanto. Como vou conseguir ficar sem isso algum dia? Como serei forte para deixá-lo para trás? — Eu odeio que tenha transado com ela. — Coaxo, enquanto seus dedos limpam minhas lágrimas delicadamente, seus olhos azuis me dizendo que ama a mim, só a mim. — Odeio essa puta. Seu rosto cai com arrependimento evidente e sua testa abaixa na minha. — Eu sei, bebê. Eu sei. — Sussurra. — Me perdoe. Você não verá cenas como aquela nunca mais, prometo. — Sua mão passeia devagar pelas minhas costas, subindo para a nuca, passando a massagear gostosamente. — Diga que acredita em mim.
Eu me perco nesses olhos azuis vendo a verdade lá no fundo da íris. Sim, eu quero arrancar suas bolas lentamente por deixar a puta apalpá-lo, mas em vez disso, puxo uma respiração profunda e decido deixar ir. Eu sei bem como a minha prima é vulgar quando quer conseguir atenção. Verdade seja dita, Collin e Eli se livraram dela antes que notassem a minha presença e de Sara. Ponto para eles. Porém, agora que consigo analisar a cena a sangue frio, passo a me recriminar por ter corrido como uma covarde. Eu devia ter ficado e dado uma surra bem dada naquela cadela de merda. Deus sabe que está merecendo isso. A vadia está pedindo por isso ao correr atrás dos homens alheios. — Sim. — Murmuro. — Eu acredito, mas isso não o faz totalmente inocente. — Bufo ainda sem querer livrar sua cara bonita. — Você se deixou apalpar por ela, Collin. Ele rosna baixo. — Sim, e eu já disse que foi uma estupidez conduzida pelo álcool e meu nível de irritação pela briga de tivemos antes. — Seus lábios roçam nos meus suave e sedutoramente, seus olhos eletrizantes cravados nos meus. — Odeio brigar com você. — Sussurra e eu o sinto endurecer contra a minha barriga. Meu corpo começa a se preparar para ele, estremecendo, minha boceta umedecendo. — Eu também, bebê. — Choramingo quando chupa meu lábio inferior e o arrasta com os dentes. A mão da cintura descendo lentamente para a minha bunda. — Desculpe-me por estar sendo uma cadela teimosa ultimamente. Seus olhos me sondam intrusivamente. — O que eu sou para você, Lena? — Há uma urgência em seu tom que corta meu coração. Eu consegui deixá-la inseguro do meu amor por ele. — Diga-me. Minhas mãos deslizam dos ombros fortes para o seu rosto, segurando-o reverentemente de cada lado. Novas lágrimas se formam, enquanto olho cada detalhe do seu lindo rosto a centímetros do meu. — Tudo. — Murmuro em sua boca. — Você é tudo para mim, bebê. Seus olhos brilham como duas safiras e ele engole audivelmente. — Eu serei paciente, prometo. — Diz baixinho e me sinto ainda mais merda porque ele é perfeito. Eu sou o problema. Apenas eu. — Há algo te incomodando, sei disso. Não importa o quanto negue, não sou nenhum estúpido, Lena. — Aceno, incapaz de mentir olhando-o tão de perto. — Vou esperar que me conte quando estiver pronta, bebê. — Então sua boca toca a minha em um beijo delicioso e lento. Sua língua lambe vagarosamente a minha, me deixando mais excitada. Eu o enlaço pelo pescoço, me colando mais a ele, me esfregando gostoso em sua ereção. Collin geme e para o beijo. Um sorriso perverso curva sua boca e ele me levanta pela bunda. — Mas agora eu quero minha foda de reconciliação... — Rosna, moendo o pau duro em minha boceta já completamente encharcada. Doce Jesus. Eu gemo vergonhosamente alto, enquanto nos leva para a cama. — Eu não deveria premiá-lo por seu comportamento de merda hoje. — Resmungo quando me coloca sobre os lençóis brancos e macios. Ele apenas sorri, arrancando meus sapatos rapidamente. Minha calça é a próxima e ele a puxa junto com a calcinha, dando um tapa em minha coxa quando termina. Eu gemo mais e mais. — Não vou foder com você, seu roqueiro arrogante. — Minha voz é apenas um choramingo, sentindo suas mãos grandes e ásperas subindo pela minha barriga e em seguida, me livrando da blusa bruscamente. Sua risada é malvada quando junta meus seios e os lambe lentamente, passando a mordê-los depois. — Oh, Deus... — Eu chio, latejando, palpitando para ser preenchida.
Ele mama perversamente em meus montes, sugando com força. Eu fecho os olhos, perdida em sua luxúria. Sua mão serpenteia entre nós, indo cavar em minha boceta e eu ofego alto. Seus dedos deslizam, esfregando em minha abertura, correndo devagar, me fazendo pingar e latejar ainda mais. Estremeço com seu sorriso baixo em minha carne aquecida. Collin continua me torturando, esfregando meu clitóris com o polegar e em seguida levanta os olhos para os meus, enquanto empurra dois dedos dentro de mim. Eu grito, quase gozando. — Oh, Lena, se sua boceta não estivesse tão molhada, você poderia me enganar, sabe? — Zomba, me fodendo com força, me fazendo arquear as costas do colchão. Estou tão molhada que sua penetração faz um barulho vergonhoso. Ele ri mais com isso e para justamente quando estava me preparando para gozar. Rosno, batendo em seus ombros. Ele apenas chupa os dedos com deleite, me arrancando miados lamuriosos. Se livra da calça e se arrasta para cima de mim, seu peso me esmagando e eu resfolego, abrindo as coxas largamente para acomodá-lo. Seus olhos estão quase negros de tesão quando seu rosto abaixa bem próximo ao meu. Sem dizer uma palavra, pega meus pulsos juntos e os eleva acima da minha cabeça, prendendo-os com uma única mão. Seu quadril remexe e gemo sem controle, sentindo a ponta avantajada se alojando em minha vulva. Mais um sorriso perverso treme em seus lábios rubros e ele enfia o braço livre por baixo da minha bunda. — O que estava dizendo mesmo, bebê? — Rosna asperamente e empurra todo o seu volume dentro de mim em uma única estocada. — Porra! Porra... — Eu choro, sentindo-o grosso, marcando minhas paredes a ferro e fogo. Ele rosna e rola o quadril, enterrado até o cabo, me fazendo gemer e ganir, enlouquecida. A sensação do seu pau grande me enchendo é agonizantemente prazerosa. Esses olhos azuis estão me olhando com tanta intensidade e crueza que me assusta. — Você é minha, Lena. — Ruge, recuando e voltando em um tapa forte e profundo. — Nunca vou deixá-la ir para longe de mim, entende, bebê? — Puxa a minha bunda impiedosamente, deixando-me aberta e indefesa para as suas estocadas brutas. — Seu lugar é aqui, comigo, na minha casa, na minha cama, porra. — Eu grito, choramingo, mio, tomando seu pau do jeito que ele quer. Não demora muito, estou gozando e gritando que sim, sou dele, pertenço a ele. Collin desacelera e continua me comendo, chupando meus seios, pescoço, sussurrando coisas sujas e sensuais em meu ouvido. Não sei quanto tempo se passa, já estou dolorida, ardida quando o orgasmo me varre da realidade novamente. — Ohhhh! Porra, Lena... Ahhhhhhhhhhh! — Meu gozo é ampliado pelos urros de prazer que saem da sua boca, quando despeja seu sêmen profundamente dentro de mim. Sua mão solta os meus pulsos e eu me agarro a ele com ferocidade, enquanto o recebo em meu corpo, ainda arremetendo fundo, gemendo em meu ouvido. Fecho os olhos e sorrio, extasiada. — Eu te amo, bebê. — Sussurro com a voz rouca, acariciando seu cabelo molhado de suor. — Eu sei. — Ele murmura ofegante, mordiscando meu pescoço preguiçosamente. — E eu te amo também. É só por isso que não vou bater pra caralho nesse seu rabo teimoso. — Ele puxa a cabeça para trás e seus olhos brilhantes encontram os meus. Sorrio, completamente embevecida com a sua aparência pós-sexo. Lindo. Ele sorri também antes de seus dedos entranharem em meu cabelo de cada lado da minha cabeça e sua boca começar a saquear a
minha. — Nós não acabamos, nem de longe... — Grunhe contra os meus lábios e eu gemo. Foda-se o resto do mundo. Aqui, somos só eu e ele.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Selena Eu suspiro, sentindo a boca macia explorar meu pescoço, ora traçando beijos suaves, ora deslizando a língua furtivamente. Collin sorri contra a minha pele arrepiada e continua dando um show exibicionista na frente dos caras. Eu me aninho mais a ele, tomando um gole da sua cerveja. Liam e Mel organizaram um jantar em sua casa para todos os funcionários da gravadora. A banda parte dentro de dois dias para a turnê da Europa e eles querem agradecer os esforços de cada um para colocar o show na estrada. Não que algum deles vá pegar a estrada no sentindo estrito da expressão. A DragonFly e sua equipe viajará no jato enorme e ultramoderno da banda. Quando Liam e os caras o compraram, no ano passado, eu me lembro de que o monstro começou a sentir ali que seria apenas uma questão de tempo até que deixassem a Hart para trás. Eles se tornaram grandes demais. A mídia tem especulado que essa turnê trará para os seus cofres a bagatela de cem milhões de dólares! É, eu assobiei também quando li isso. Nenhum deles confirma essa soma, no entanto. Foi um mês intenso para todos nós. Fiz dois shows incríveis, nos quais Collin me acompanhou. Fizemos uma trégua bem-vinda. Eu prometi a ele que vou revelar meus segredos quando estiver pronta e ele tem sido paciente, perfeito como sempre. Eu vou contar, juro que vou. Só estou me munindo de coragem. Não é fácil contar para o homem que amo que abri mão da minha filha e para piorar tudo, não sou mais capaz de conceber devido ao parto complicado que quase me matou. Deus, Collin, apesar de doce e compreensível, pode me odiar quando souber dessa merda. Mas vou contar. Quando? Ainda não sei. Por favor, não me julguem. Apenas quero aproveitar ao máximo esses momentos preciosos do seu lado porque não sei para onde essa revelação nos levará. A algazarra em
volta do balcão da área externa me puxa de volta dos pensamentos. Collin está gargalhando de algo que Sara está dizendo. — Vocês sabem o que diz a sabedoria popular, não é? Quando a vida lhe atira um limão... — Ela filosofa da ponta da bancada, acomodada em seu banco. Mel e Liam subiram há algum tempo para colocar Chay na cama sob os protestos do pequeno. Os caras estão animados, cada um segurando suas meninas. Uh, bem, menos Elijah. Ele está dentro da casa, bebendo e se escondendo de Sara. Eles estão separados. Estamos todos tristes por eles. Elijah fez merda, como já era de se esperar. Advinha com quem? Acertou que disse a puta da minha prima. Grrr! Essa cadela conseguiu mesmo semear suas intrigas. Meu consolo é que Sara deu uma surra daquelas na vadia quando a encontrou com Elijah. Mas, desde então, Sara o mandou pastar, ou melhor, para o canil. Sorrio internamente. Ela o chama de cachorro vira-lata. Particularmente acho que o termo lhe cai como uma luva. Sara é uma figura. Temos nos tornado próximas devido a minha amizade com a sua irmã. — Faço uma limonada? — Collin arrisca com uma voz divertida, fazendo cócegas no meu ouvido. Sara sorri do seu jeito atrevido, meneando a cabeça. Ela parece meio alegrinha pelas doses que está tomando. — Nada disso, garoto do baixo! Encontre a porra de uma tequila e um pouco de sal, caralho! — Conspira, seu sorriso se alargando antes de virar mais um shot. Eu não posso deixar de sorrir com isso. Ela é mesmo uma maluquinha, como a Mel costuma chamá-la carinhosamente. — Caras, estou decepcionada com vocês, devo dizer. — Olha todos tomando cerveja. — Vão mesmo deixar sua maior fã beber tequila sozinha? — Rola os olhos. — Já não se fazem mais roqueiros como antigamente... — Zomba e todos caem na risada mais uma vez. Sim, ela está meio embriagada. — Eu bebo com você. — A voz de Elijah, se colocando à frente de Sara pelo lado de dentro do balcão, faz os caras silenciarem. O corpo dela enrijece visivelmente e um clima pesado se instala quando os dois se encaram e permanecem assim por um longo tempo. — Eu ainda vou te odiar quanto estiver sóbria, sabe disso, não é? — Cospe com desdém, mas serve uma dose empurrando bruscamente na direção de Elijah. Merda. O olhar de dor que ele lhe lança é de cortar o coração. — Eu sei, pequena fada. — Sussurra, sua voz sem a arrogância costumeira. Sara range os dentes para o apelido. — Já disse para não me chamar assim, caralho! — Levanta do banco, parecendo indignada. — Eu estava errada. Não consigo olhar na sua cara, nem mesmo estando embriagada. — E vai embora sob o som do suspiro derrotado de Elijah. — Porra! — Ele bate no balcão com força. Eu salto, assustada. — Mano, você acabou de curar a mão direita. — Collin rosna. — Não foda a outra, porra! — Ela me odeia. — Range, seus olhos verdes estão muito brilhantes, enquanto a observa correr para dentro da casa. — Droga! Ela nunca vai me perdoar? — Dê um tempo a ela, irmão. Ela só está magoada. — Paul diz com expressão pesarosa. — Há a turnê, mano. — Sean diz com entusiasmo, tentando animar seu parceiro. — Estarão mais perto o tempo todo... Elijah passa as mãos pelo rosto e solta uma respiração aguda.
— Você a ouviu, irmão? — Puxa um maço de cigarros e acende um com mãos inquietas. Uau. Eu nunca pensei que o veria assim, tão quebrado por causa de uma garota e nenhum dos seus parceiros, pela forma como estão pisando em ovos ao seu redor. — Ela não quer nem olhar na porra da minha cara! — Sua voz quebra nas últimas palavras. Merda! Ouço Collin soprar com consternação em meu ouvido. — Mano, ela tem razão em não querer olhar para sua cara. — Collin solta e todos o olham, meneando as cabeças, sabendo que vem zoação por aí. — Eu não queria ter que falar, mas você é feio pra caralho. Jesus Cristo! Os outros e eu rimos baixinho, enquanto Elijah range os dentes para o meu menino travesso. Mas sei que ele só quer distrair o amigo da sua dor. — Você devia se olhar no espelho, imbecil. — Elijah resmunga, lhe atirando o dedo do meio. As risadas são cada vez mais altas agora. Eu tomo minha cerveja e me divirto com essa troca maluca deles. — Eu sempre soube que o amor era uma merda. — Rosna, virando sua dose a seguir e enche o copo novamente. Ai, Deus. Sara disse exatamente a mesma coisa quando se sentou aqui conosco mais cedo. Collin me beija suavemente no pescoço e sorri, indicando que vai provocar o parceiro de novo. Ele não tem jeito. — Ah, mano, você está se sentindo solitário? — Ele me segura apenas com um braço e abre o outro, sorrindo largamente para Elijah. — Vem cá, baby. Eu vou te dar alguma atenção. — Vai se ferrar, idiota. — Elijah resmunga. — Alguém o faça calar a porra da boca grande, por favor. — Grunhe. — Pare de ser um idiota. — Liam empurra a cabeça de Collin de brincadeira quando passa por nós e ocupa o banco de Sara. — Você prometeu esperar o tempo dela, mano. — Repreende Elijah quando o encara. — É muito fácil para você dizer isso, Stone. — Ele atira, batendo o shot para dentro. Nesse ritmo, ele vai ficar bêbado. — Você nunca teve que trabalhar duro para ter a Mel. Liam bufa e se serve de uma dose também. — Talvez porque eu nunca fiz nenhuma merda para ela? — Estala, levantando uma sobrancelha arrogante. — Tudo que nos atrapalhou foi facilmente contornado. — Eu me reteso um pouco, ciente de que estou implicada nessa parte. No entanto, Liam é gentil o suficiente para não mencionar isso. Ele bebe sua dose e empurra o copo para mais. Elijah parece um pouco envergonhado agora. — Você não tem que se embebedar comigo, idiota. — Resmunga, não querendo perder seu título de idiota irônico da banda. — Besteira, irmão. Vamos beber, caralho. — Liam insiste. Os outros também pedem uma dose cada um. Eu rio levemente, tocada pela forma como se apoiam. Meio fodona, todo roqueiros arrogantes, mas eles cuidam uns dos outros. Também peço uma dose, causando uma expressão surpresa em Collin. — Bebê... — Sua voz é sussurrada, me causando arrepios no pescoço. Ele ri ao sentir minha reação e se aperta mais contra as minhas costas. Eu me contenho para não gemer com seus músculos deliciosamente duros pressionando em mim, e algo mais duro ainda... Puta merda. Ele é tão sem vergonha. — Você não tem muita resistência à tequila... — Eu viro o rosto para olhá-lo nos olhos e seu sorriso infame se arrasta lentamente, fazendo
coisas ruins com a minha calcinha. Deus me ajude. Eu junto as coxas. — Embora eu goste muito de como fica toda soltinha quando a ingere... Eu gemo dessa vez e todos me olham com infames sorrisos em seus rostos. Collin está se referindo a uma noite em que tomamos alguns shots e eu resolvi nadar no mar. Nua. Resultado: ele me fodeu em pé, enquanto as ondas batiam em nós. Acabo de ficar totalmente encharcada com essa lembrança. Meu namorado muito pervertido sorri, dando beijinhos castos em meu rosto, que está vermelho beterraba nesse momento. Sua grande mão espalma o meu baixo ventre, quase tocando minha pélvis por cima da calça. Sua cabeça abaixa, seus lábios vermelhos pairando acima dos meus. Os olhos azuis estão com a expressão safada que conheço bem. Ele quer testar meus limites aqui, na frente de seus parceiros igualmente safados. — Pare, seu pervertido. — Murmuro, meio ofegante aproximando minha boca da sua. Seu sorriso cresce. — Faça-me parar, menina bonita. — Sussurra, abocanhando meu lábio inferior em uma mordida obscena que faz minhas entranhas cozinharem em fogo baixo. Nossos olhares continuam fixos, enquanto seus dedos sobem, se infiltrando pela barra do top de seda curto que uso. Seu polegar roça a base do meu seio direito e minhas pálpebras tremulam de prazer. Collin recua, me arrancando um suspiro frustrado, depois levanta uma sobrancelha malvada. — Merda. Vou ter que te levar para conhecer a adega do Stone... — Ronrona, roçando a boca na minha, me torturando. — Você quer isso, bebê? Nós fugimos rapidinho... Aposto que está tão molhada que goza com poucas estocadas... — Porcaria... Eu quero... — Mio, rendendo-me à sua perversão. Seus olhos brilham escuros, tesão cru emanando de todos os seus poros, me deixando bêbada com o seu aroma. Sua boca viaja para o meu ouvido e ele morde o lóbulo, rosnando baixinho. — Minha putinha perfeita... Mordo o lábio para não gemer. Nesse exato momento, eu não aguentaria nem duas estocadas, para ser sincera. Puta merda. Estou tentada a arrastá-lo e fazê-lo cumprir suas promessas descaradas, quando a Mel passa por nós. Liam imediatamente se levanta do banco e a ajuda a se sentar. Sua barriga está bem inchada pelos seis meses de gestação, mas ela parece radiante. — Sara concordou em dormir aqui, ela não estava em condições de dirigir. — Mel diz com uma borda um pouco áspera na voz e olha Elijah, que parece se encolher sob seu olhar. — Você está bem, baby? Não se cansou muito? — Liam pergunta, enlaçando-a por trás como Collin e os outros estão fazendo. Ela gira a cabeça e sorri amorosamente para o marido. Eu acho que essa foi a forma sutil de Liam desviar o foco de seu parceiro. O homem é um diplomata. — Um pouco cansada, mas estamos bem, baby. — Sorri genuinamente antes de receber um beijo suave nos lábios. O assunto seguinte foi a turnê. Mais seguro, acho. Os caras estão tão excitados, que você poderia pensar que é a primeira em sua carreira. Não pela primeira vez me pego desejando ser como eles quando crescer. Collin sossegou as mãos. Bem, mais ou menos. Ele está agora apenas acariciando delicadamente a minha cintura. Todos eles estão fazendo afagos nas garotas e Eli começa a se sentir incomodado com isso pela expressão de cachorro perdido em seus expressivos olhos verdes. Paul e Sean anunciam que estão encerrando a noite e se
despedem, saindo com suas meninas. Collin sugere jogar uma partida de sinuca antes de irmos embora. Liam e Eli concordam imediatamente. Eles adoram uma boa competição. — Volto logo, amor. — Sussurra contra o meu pescoço e em seguida puxa o meu queixo para me dar um selinho comportado. Eu o olho se afastar com o coração amolecido. — Você ainda não contou a ele, não é? — A voz suave da Mel me faz encará-la. Balanço a cabeça em negativa. Eu contei a ela e a Sara. Eu sei. Parece injusto que estou me abrindo com as pessoas menos implicadas na situação. — Não adie mais, Selena. — Seu tom é ainda mais gentil e preocupado. — Amar alguém envolve riscos... — Seu rosto fica sério. — O que há entre vocês pode ser especial, se você der uma oportunidade. — Já é especial, Mel. — Tomo um gole da cerveja, que parece muito amarga na minha boca. Ou talvez seja apenas o gosto da minha covardia. — Ele sempre será especial para mim, estando juntos ou não. Seus olhos me sondam com perspicácia e ela meneia a cabeça. — Não fale assim. — Ela me pede baixinho. — Ele te ama de verdade, não vai deixá-la. — Seu tom tem um toque de receio. — Não faça nada de que venha a se arrepender mais tarde, querida. Engulo o caroço em minha garganta. Ela já aprendeu a me ler tão bem. — Eu não vou, prometo. — Digo, sentindo uma lixa na minha garganta, porque parte de mim quer acreditar que Collin nunca me deixaria. Mas a parte medrosa, e essa pode se agigantar a qualquer momento, insiste em dizer que preciso deixá-lo livre. Ele é jovem e viril e, para piorar, sua família é como uma grande família italiana. Querido Deus, nunca vi uma árvore genealógica tão ramificada. Por falar nisso, tenho mantido contato com sua adorável mãe e Bec. Tenho que admitir que as duas mulheres me ganharam. Eu me sinto meio que adotada por Jenna, na verdade. A mulher é uma mãezona. Suspiro tristemente. Tão diferente da minha. Antes que perguntem, sim, Tara sempre dá um jeito de chegar a mim. O que ela está fazendo no momento? Pedindo uma pensão para mim. Pode isso? Minha mãe, aos quarenta e oito anos, gozando de perfeita saúde, está exigindo que eu lhe pague uma porra de pensão! O universo só pode estar de brincadeira comigo. Por que não nasci de uma mulher como Jenna, que ama e cuida de seus filhos com devoção? — Os planos de nos encontrar em Paris ainda estão de pé, não é? — Mel muda o assunto habilmente e eu sorrio, agradecendo-a com os olhos. — Sim, continuam de pé. — Concordo. O último show da turnê será em Paris. Os planos originais são que eu vá encontrar Collin e ficar alguns dias curtindo a cidade depois do encerramento. — Vou começar a trabalhar no segundo álbum, mas meus novos empregadores me deram uma folga. — Eu pisco para ela, que abre um sorriso luminoso de volta. Eu me esqueci de contar um detalhe importante, assinei com a Stone Records! É isso mesmo, meninas! Selena Hart está se munindo de artilharia pesada. O próximo ano é meu! Tem que ser. Preciso me consolidar com esse segundo álbum. Já estou, inclusive, com algumas músicas novas escritas. Entretanto, ainda estou trabalhando no single principal. Será algo especial para Collin. As ideias foram surgindo, sussurrando em meu ouvido e não resisti. A música é para ele. Pronto! Falei. Agora, segurem sua curiosidade até ficar pronta, ok? — Você está feliz? — Mel me encara com os olhos amendoados brilhantes.
— Muito. — Suspiro, sonhadora. — Eles nunca se arrependerão de acreditar em mim. — Minha voz engrossa com a emoção e ela assente, seus próprios olhos marejados. — Esses hormônios... — Zomba, mas sei que ela é assim mesmo, sensível. Não são apenas os hormônios. Faz menção de descer do banco alto e eu me apreso para ajudá-la. — Obrigada. — Sorri docemente. — Vamos atrás dos nossos homens ou eles não vão sair de lá tão cedo. Especialmente com Eli estando tão... Tão... Ela não encontra palavras, enquanto subimos os degraus para a parte alta do terraço. — Tão triste e arrependido? — Ofereço cautelosamente. Ela e Sara são muito unidas e é claro que não gostou nem um pouco do que Eli fez com sua irmã. Mel solta um longo suspiro. — Sim, suponho que sim. — Diz quase inaudível. — Ele conseguiu fazer uma bagunça muito grande. *** Collin encosta sua testa na minha e nos olhamos, devorando, guardando cada detalhe do rosto do outro. Ouço a agitação em volta, todos estão subindo a bordo do jato. Estamos no LAX, na parte reservada aos voos privados. Seus olhos brilham com amor e luxúria, enquanto me puxa pela bunda, colando-nos. Seus lábios enrolam nos cantos, em um sorriso travesso e malicioso, vendo minha respiração se alterar, meus lábios se entreabrindo à sua espera. Arquejo quando seus lábios tocam os meus. Seu sorriso presunçoso aumenta, vibrando em minha boca. Seu braço sobe, enrolando em minha cintura, me puxando bem junto dele, enquanto a outra mão cava em concha em minha nuca. Seus olhos azuis cintilam lindamente, me dizendo que ama isso tanto quanto eu. Meu lábio inferior é sugado, mordiscado delicada e eroticamente. Gemo em lamúria, minha boceta inundando mesmo estando toda dolorida. Não tem nem duas horas que ele estava metendo apaixonadamente em mim no banheiro. Nosso amor foi louco, intenso, desesperado. Collin me tomou como se nunca mais fosse me ver e eu o deixei fazer tudo o que quis, inclusive me amarrar no suporte das toalhas. Sim, nosso sexo ganhou acessórios depois da nossa ida ao clube. Eu me agarro aos seus ombros, me pendurando, não querendo soltá-lo nunca. Ele me levanta, girando comigo nos braços, eu rio, sentindo as lágrimas banhando minhas faces. Há risadas, assovios e isso só faz o meu roqueiro sem vergonha me apertar e devorar minha boca ainda mais. Ele suga minha língua forte, gostoso. — Porra... — Rosna, me colocando no chão, mas me mantendo perto, seus olhos muito brilhantes nos meus. — Não chore, Lena. Serão apenas trinta dias... Merda, isso é tempo pra caralho! — Resmunga, mas seus dedos são suaves, limpando meu rosto. — Eu tenho que ir. — Eu te amo tanto. — Choro mais, meu peito apertando absurdamente. — Nunca, nunca se esqueça disso, bebê. Seus olhos estreitam um pouco pelo meu tom urgente e doloroso. — Também te amo, bebê. — Sopra em minha boca. — Vou contar a porra dos dias até ter você em meus braços de novo. — Seu sorriso se abre e meu coração perde uma batida quando sussurra: — Minha menina bonita. Assinto, sentindo um bolo se formar em minha garganta. Sua boca desce na minha outra vez e nos beijamos com mais fome, mais desespero, bebendo cada gemido ofegante um do
outro. Ouço a voz de Eli gritar para Collin levar sua bunda para dentro, então nos separamos relutantes. Seguramos nossas mãos até não poder mais, deixando os dedos escaparem um a um até que perco seu toque e me sinto fria imediatamente. Ele puxa seu gorro para baixo e se vira, subindo os degraus da escada, todo lindo e quente em jeans apertados e jaqueta de couro preta. Quando chega ao topo, gira e acena para mim antes de sumir no interior da aeronave. Soluço, minhas lágrimas descendo em abundância agora. — Adeus, menino bonito. — Murmuro e me viro para entrar no meu carro.
Collin Duas semanas depois... Copenhague, Dinamarca. — Sinto tanto a sua falta, bebê. — Murmuro, tomando o último gole da minha cerveja, olhando a vista da sacada da minha suíte do hotel. O show de hoje foi fodidamente incrível. Eu conto cada detalhe para ela, que sorri suavemente, o som me deixando ainda mais louco de saudade dela. — Também sinto sua falta. — Murmura em um tom estranho, doloroso. — Agora, vá dormir e descansar, você precisa de toda a energia para a maratona de entrevistas e assédios dos fãs, roqueiro. Sorrio com seu tom brincalhão no final da frase, mas tenho a sensação incômoda de que está me dispensando. — Eu te amo. — Sussurro. — Vou sonhar com você e essa bocetinha quente, gostosa... Ela fica em silêncio por um instante me deixando ainda mais intrigado. — Eu também te amo. — Murmura de volta e eu solto a respiração que estava segurando. — Estou um pouco cansada também. Esse novo álbum está me matando. — Quer falar sobre isso? — Ofereço, sentindo sua tensão. — Não. Preciso apenas descansar. — Diz, usando o tom estranho outra vez. — Nós dois precisamos descansar. — Ok. Boa noite. — Digo, sentindo meu peito inquieto com seu comportamento. Ela parece... Fria, distante e não me refiro às muitas milhas que nos separam. — Bons sonhos, bebê. — Boa noite, bebê. — Sussurra e a linha fica muda em seguida. Merda, essa era a deixa para ela dizer que sonharia comigo e meu pau também.
Duas semanas mais tarde... Paris, França. Ela não veio. Eu ainda estou entorpecido, sem querer acreditar nessa merda. Eu me senti o mais fodido idiota quando fui, junto com Sean e Paul, esperar nossas meninas no aeroporto ontem. Ficamos no carro porque não podemos andar livremente por locais públicos sem causar um alvoroço. Isso veio a calhar, no entanto. Seria humilhante a imprensa postar fotos minha chupando a porra do dedo, enquanto meus parceiros tinham suas garotas nos braços. Por que fez isso, Lena? Por que, porra? O que está fazendo conosco, bebê? Tomo um grande gole do meu uísque, ignorando a agitação à minha volta. Estamos em uma casa noturna e acabamos de fazer uma apresentação intimista para cem fãs ganhadores de uma promoção. Eu e os caras gostamos de fazer esses mimos para o nosso público, e eles adoram essa merda. Garotas vestidas escassamente param em nossa mesa, na ala Vip, e pedem para assinarmos produtos da banda, ou em seus próprios corpos. Eu faço no automático, me forçando a sorrir para as fotos, afinal, elas não têm culpa do meu estado miserável, caralho. Lena, o que diabos você está fazendo, porra? Continuo me perguntando, vendo os rostos sorridentes e Paul e Sean, cada um fazendo carinhos em suas namoradas. Ugh! Estou muito rabugento hoje. Eu devia ter visto essa merda vindo. Nos últimos dias não consegui falar com Lena pelo telefone. O fuso horário, as visitas às rádios, programas de TV e outros compromissos da banda me drenaram. Nos comunicamos apenas por mensagens nesse meio tempo. Para cada cinco mensagens minhas, ela respondia apenas uma. Estava lá, claro como um maldito relâmpago que ela não viria. Algo está fodendo a sua cabeça de novo. Ela está deliberadamente tentando nos afastar, e como estou longe, isso é como roubar doce da boca de criança. Quando foi que a minha menina se tornou tão maquiavélica? Está usando a nossa distância para foder comigo, porra! Suspiro longamente, sentindo meu coração agoniado. Deus, eu amo estar nos palcos com meus parceiros, mas pela primeira vez, estou contando os dias para confrontá-la cara a cara. Tenho me esforçado pra caralho para não deixar transparecer como me sinto, mas a verdade é que estou um caco, dormindo mal e bebendo muito. Eli tem sido meu companheiro de fossa. As coisas entre ele e Sara andam de mal a pior. A boa notícia é que estamos em Paris e o show de encerramento da turnê será amanhã. Logo estarei com Lena e terei minhas respostas. Terá que me contar que porra há de errado com ela, ou... Oh, Jesus Cristo, não quero nem pensar nessa alternativa. — Tudo bem aí, irmão? — Meus pensamentos são cortados quando Eli me chama. Eu o olho, ele tem uma expressão derrotada em seu rosto. Um reflexo da minha nesse momento. — Ela não veio, porra. — Rosno, bebendo mais um gole grande. Ele torce os lábios, se solidarizando comigo. — Uma merda, mano. — Ele me diz, dando tapinhas amigáveis em meu ombro. — Não sei o que é pior, não ver a sua menina, ou vê-la dando mole para um imbecil fodido. — Grunhe. Ele está em uma sinuca de bico, se me perguntarem. Para piorar o que já era ruim, Sara convidou seu ex-noivo para se juntar a ela na turnê e o está esfregando na cara do meu parceiro desde então. Eli está bem fodido. Não que eu vá dizer isso a ele. — Nós estamos fodidos, irmão. — Digo em solidariedade. — Mas sua menina está aqui. Ainda está aqui. — Quando digo que Eli está bem fodido, me refiro ao último prego em seu
caixão: Sara pediu demissão ontem. Essa garota está com uma determinação de aço. Meu irmão tem feito de tudo, tudo mesmo para recuperá-la, mas tem sido em vão até agora. — Oh, porra... ― A voz de Sean nos tira da nossa miséria e o olhamos. Sua expressão é cheia de pesar quando olha a pista de dança e volta os olhos preocupados para Eli. Cacete! Meus olhos arregalam quando vejo a fonte da sua preocupação. Sara e o ex-noivo estão dando um show do caralho lá embaixo. Ouço Eli amaldiçoar alto ao meu lado. Ele toma o copo da minha mão, bebendo todo o uísque de uma vez e rosna como o maldito Hulk avançando para o parapeito. Droga! Todos nós gritamos para parar, mas é tarde, meu parceiro pula a grade com a agilidade de um gato. E o pandemônio está formado pelos próximos minutos... *** — Merda. Pare de chorar, parceiro. — Eu digo, me sentindo desconfortável diante do descontrole de Eli. Vê-lo assim é estranho pra cacete. — Ou chore. — Eu digo quando ele chora mais. Jesus Cristo! Ele confrontou Sara e o ex-noivo na pista de dança e foi soco para todo lado. Eu e os caras estamos agora tentando acalmá-lo em sua suíte. Ele revirou tudo em uma ira e revolta sem tamanho. Nunca vi meu irmão assim. Liam acabou de avisar que Sara está de passagem comprada para o Brasil, ela irá embora depois do show. Isso piorou a miséria de Eli. Merda, ele precisa tirar algum coelho da cartola ou vai perder sua garota de vez. Eu fecho a boca em uma linha fina, enquanto meu parceiro chora como a porra de um bebê. Foda. Ele caiu feio por essa menina. — Vamos, mantenha sua merda, cara. — Paul o consola, mas seu semblante é cheio de receio. — Pense em algo eficaz para amanhã. — Sim, caralho. — Sean rosna do outro lado. — Você não vai perdê-la, mano. Liam rosna mais palavras de incentivo e eu me afasto, indo me sentar na ponta do outro sofá. Minha própria merda batendo forte. Droga, esse aperto no peito está me sufocando. Puxo meu maço de cigarros e acendo um, depois sinto um braço passando por cima dos meus ombros. — Você está bem, irmão? — O Stone pergunta e eu faço o meu melhor para não chorar como Eli está fazendo. Porra! Ainda há esperança, não é? Isso é só mais um arroubo fodido da minha menina. Eu terei paciência. Eu terei... Droga. Não sei mais o que pensar. — Estou bem, mano. — Minha voz sai tremida e baixa. Ele ruge, me dando tapas leves na tentativa de me confortar porque meu parceiro me conhece bem e sabe que, porra, não estou nada bem. — Droga, você não está bem, idiota. Isso está estampado na sua cara. Puxo uma tragada do meu cigarro e exalo a fumaça lentamente. — Ela não retorna minhas mensagens desde ontem. — Liam me encara com olhos pesarosos. — Eu... Eu ia pedi-la em casamento aqui, em Paris. — Ouço uma onda de palavrões e encaro meus parceiros, que estão todos atentos à nossa conversa agora. Mesmo Eli está secando os olhos com movimentos desajeitados. Eu bufo e acrescento: — Na verdade, tenho a porra do anel desde o Natal. Minha intenção era pedir no Ano Novo, junto
da minha família. — Solto um longo suspiro, passando uma mão pelo rosto. — Mas amarelei na última hora. Lena... Eu não tenho segurança sobre a sua resposta... Os caras puxam seus cigarros e os acendem também, parecendo assustados como o inferno. Silêncio cai sobre a sala, enquanto cada um deles me encara. — Wow! — Paul é o primeiro a se recuperar. — Isso foi inesperado, mano. — Você tem certeza sobre essa merda, cara? — Esse foi Sean. — Porra, mano. — Elijah diz, torcendo os lábios, deixando sua própria situação de lado por um instante. — Por que diabos ela não iria querer se casar com você? Quero dizer, você é bonitão... — Ele bufa e acrescenta rapidamente. — Não muito, na verdade. Cristo, ok, estou apenas tentando te animar, você é feio pra caralho, idiota. Liam grunhe. — Elijah, seu idiota insensível. Não é hora para suas merdas, porra. — Seu olhar preocupado pousa sobre mim. — Irmão, deve haver uma boa razão para isso. Nós observamos vocês dois todo esse tempo, parecia certo. Merda. — Ele se cala sem saber mais o que dizer para me fazer sentir melhor. Eu exalo uma respiração alta. Ninguém pode me tirar dessa miséria, exceto ela, a garota para quem entreguei o meu coração em uma maldita bandeja. — O Stone tem razão, irmão. — Eli retoma, se levantando e começando a andar de um lado para o outro. — Nós vamos ajudá-lo a descobrir que porra há de errado com sua menina e você, caralho, vai parar de ser um veadinho e pegá-la de jeito! — Ele para e sorri, os olhos acessos como uma lâmpada. Uau. Ele não vai mais chorar? — Mas, porra, obrigado pelo fodido momento de coração para coração. — Ironiza. — Porque, irmãos, eu já sei o que fazer para a pequena fada no show de amanhã. — Nós o olhamos curiosos e ele sorri mais, esfregando as mãos, como se não tivesse de debulhado em lágrimas minutos atrás. Uh. Fale sobre uma mudança. — Eu vou pedi-la em casamento! Nova onda de palavrões. Paul espirra sua cerveja e Sean tosse, entalando com fumaça. Cacete. Será que ouvimos isso direito? — Na verdade, já falei sobre isso com o pai dela semana passada e iria pedir a ela, em particular. Mas dadas as circunstâncias, receio que tenho que partir pra cima com artilharia pesada. Farei isso no show. — Eli continua com excitação e emoção tingindo seu tom. Ele foi completamente tomado. Não resta mais nenhuma dúvida. — E vou cantar para ela diante da porra do mundo. Vou enfrentar o meu maior medo por ela. Para ela. Jesus Cristo! Meu parceiro ficou doido de vez. Eu e os caras continuamos calados, olhando-o embasbacados. — Wow! Fodidamente perfeito! — Liam se levanta e vai felicitá-lo. — Já era hora de usar a cabeça, seu idiota. — Porra, mano. — Paul sorri largo e vai até eles. — Isso vai fazer história, escreva aí. — Cara, estou ainda tentando absorver que meus dois parceiros estão doidos para amarrar as bolas completamente. — Sean dá risada, zoando, mas se levanta e se junta aos outros. — No entanto, estou aqui para apoiar, não importa o tamanho da besteira. Liam lhe dá um tapa na cabeça e ele lhe dá o dedo do meio, rindo ainda mais. Abro um sorriso genuíno e vou para eles. Abraçamos e batemos nas costas de Eli. Então, porque preciso me distrair e, principalmente, porque não posso deixar passar essa, eu o provoco:
— Mano, já era hora de parar de chorar como uma menininha. — Ele bufa, seu desdém dando as caras. — É sério, estava pensando em te trazer a porra de um ursinho de pelúcia amanhã. Isso arranca um coro de gargalhadas dos caras. Até mesmo Eli sorri. Bem, parece que finalmente meu parceiro está vendo uma luz no fim do túnel. Eu me permito sorrir e passar toda a força para a noite de amanhã. Ele vai precisar. Cá entre nós, Eli se caga de medo de cantar em público. Ele deve amar essa garota pra caralho. O show de encerramento acaba de ficar mais interessante e claro que não vou perder a chance de zoar meu parceiro até lá. — Cara, eu mal posso esperar para ver isso. — Eu rio e os outros me seguem. — Alguém, por favor, soque o idiota. — Eli grunhe. *** Estádio de France... Eu giro meio baixo e sigo meus parceiros para fora do camarim. Lena não me respondeu a mensagem que enviei há uns vinte minutos e meu coração pesa uma tonelada. Por que está fazendo isso comigo, bebê? Tentei me comunicar com Apollo, mas ele também não me responde. Merda, não sei mais o que pensar. Estou ficando sem opções e o pior, sem esperanças. Ela me cortou. Preciso enfrentar a porra da verdade de uma vez por todas. O Stone me bate no ombro, como se sentisse meu estado de espírito. Eu lhe ofereço um sorriso fraco. Mel me olha com pesar e me pergunto se ela sabe de alguma coisa, uma vez que ela e Lena ficaram muito próximas. Ela sabe o que tem estado na cabeça de Lena, fazendo-a me mandar para longe? Faço uma nota mental para perguntar depois. Avançamos e a euforia dos fãs pode ser ouvida daqui. Um pequeno sorriso curva minha boca quando entramos no túnel que nos levará direto ao palco do Stade de France. Os gritos da multidão vão se tornando mais fortes, estamos no final da turnê, mas, a energia boa ainda pulsa em minhas veias sempre que ouço DragonFly! DragonFly! DragonFly! Então, eles começam a chamar nossos nomes. Sensação boa pra caralho. Não há nada mais gratificante do que ouvir seu público clamar por você. E nesse caso, há mais de oitenta mil pessoas lá fora gritando os nossos nomes. Sim, os ingressos esgotaram muito antes de a turnê começar e isso ao mesmo tempo em que nos deixa malditamente arrogantes, nos faz nos desdobrar para dar o nosso melhor em cada show para eles, que nos colocaram no topo. Suspiro longamente, deixando a adrenalina da noite penetrar em mim. O encerramento de mais uma turnê de sucesso. Liam fez um discurso foda lá no camarim e emocionou a todos nós. O Stone é uma fodida bichinha e adora nos fazer chorar. Respiro fundo, quando chegamos à subida para o palco. Paul e Sean sobem na frente e a agitação treme tudo. Cacete. É isso. Hora de esquecer a minha merda e dar aos fãs o que pagaram para ver, a banda em sua melhor forma. Hora da porra do rock and roll! Pulo atrás deles em seguida. Collin, eu te amo! Collin, lindo! Collin, casa comigo! Sorrio e aceno para as garotas mais entusiasmadas perto do palco. Estou usando botas de motoqueiro, calça jeans escuras e apenas um suspensório. Sim, estou nesse tipo de clima hoje. As garotas gritam mais algumas coisas. Cacete! Não ouso repetir isso aqui... Sorrio, meneando a cabeça e pisco para elas, dedilhando meu instrumento. Liam vem a seguir e logo Eli se junta a nós. O estádio
parece que vai abaixo a qualquer momento com a gritaria e os assovios. As explosões pirotécnicas e luzes multicoloridas tomam o palco, enquanto os telões apresentam as imagens dos shows anteriores da turnê e isso faz o restante da mágica. A multidão berra a plenos pulmões e eu e os caras nos entreolhamos e sorrimos, porque isso aqui é o que amamos fazer. É o que nascemos para fazer. Então, o Stone saúda o público e o show começa. Uma hora de rock ininterrupta. Tocamos como se estivéssemos abrindo a temporada. Eli está mais elétrico hoje, certamente antecipando o que fará mais tarde. Ando por um lado da passarela em forma de coração, Liam está na ponta, cantando e brincando com a plateia. Eli vai pelo outro lado e nos encontramos os três. Os muitos telões espalhados se dividem com imagens nossas e de Sean e Paul, na percussão e bateria, respectivamente. Mais pedidos de casamento e algumas obscenidades são faladas para nós. Eu e eles apenas sorrimos. Isso faz parte do show. Somos fodidos roqueiros, não padres rezando uma missa, caralho! — Eu disse aos caras que Paris era o lugar para o encerramento da turnê. — Liam sorri, fazendo a merda bajuladora que os fãs adoram. Sorrio. Meu parceiro é um mestre na arte de entreter. A agitação cresce, se agigantando em resposta. Liam está ofegante, a sequência de rock pesado que tocamos cobrando seu preço. Anuncia uma pausa e vamos para o camarim descansar e repor os líquidos. Mesmo o clima estando ameno, também estou suando pra caralho. Quando retornamos, tocamos uma sequência de músicas mais lentas. Incontrolável e outras do novo álbum. Liam toca Irresistível e como sempre, faz a porra sentimental, se declarando para a sua mulher. Mel o olha, emocionada. Ela chora toda maldita vez. Sorrio para o amor deles. Forte, inabalável. Não posso evitar essa dor no peito, é quase como se eu já a tivesse perdido. Esse sentimento é cada vez mais pungente e está me matando por dentro. Forço meu mal-estar mais uma vez para longe e vou para a galera, caindo de joelhos na ponta da passarela. Fecho os olhos e absorvo a energia à minha volta, enquanto toco apaixonadamente o meu baixo. Mãos raspam minhas pernas, me puxam. Suor desliza em minha testa e pelo meu peito nu e dou tudo de mim para eles, que ovacionam como se soubessem que preciso da porra de um colo nesse momento. A música termina e me levanto, curvando-me humildemente. Collin, me leva para a América! Ando de costas, sorrindo e agradecendo mais uma vez pelo carinho. O show vai se encaminhando para o final. Mas eu e os caras ainda estamos a todo vapor. Em seguida, Eli se prepara para fazer a declaração mais louca que já vi alguém fazendo. Droga, eu o zoei, mas meu peito está apertado por ele. Acho que todos nós. Liam o introduz e brinca para descontrair do seu nervosismo. O público parece surpreso. Eu quase cago um tijolo, enquanto Eli faz toda a merda cor de rosa. Ele canta ao piano, Make In Feel My Love, originalmente de Bob Dylan, mas pede aos fãs que a ouçam também na voz de Adelle. É o que estou dizendo, babies. Eli caiu profundamente por Sara. Cacete. Não é bom para a nossa reputação ouvir essa merda sentimental, deprimente como o inferno. Se fosse um de nós fazendo, ele diria “mais veadinho impossível”. Sorrio, mas vou dar uma folga ao meu irmão hoje. Só por hoje. Paul cadencia sua bateria, quando Eli encerra a música e se dirige para Sara. É agora. Ele cai sobre o joelho direito e o estádio inteiro se cala. Meu parceiro é corajoso como o inferno de falar tudo, escancarar o coração para o mundo todo. Eu sigo a batida de Paul, Sean toca o teclado e Liam dedilha sua guitarra levemente, nossos olhos e ouvidos
atentos ao nosso parceiro. E, porra, ele consegue! O estádio inteiro irrompe em aplausos, gritos e assovios quando Sara aceita sua proposta. Merda. Só agora consigo soltar a minha respiração. Na verdade, os mais de oitenta mil pagantes estavam prendendo o fodido fôlego, dava para sentir. Então, eles se jogam um no outro, sussurrando palavras inaudíveis para o resto de nós. E em seguida estão se comendo em um beijo que levanta a multidão mais uma vez. Wow! — Jesus... Sara... Baby... ― Eli soa mais alto e desesperado. — Tanta saudade...Tanta saudade, porra... Eu e os caras damos risada, fodidamente aliviados que tudo correu bem para o idiota. — Parece que meu parceiro se deu bem... — A risada do Stone soa no microfone. — Íamos fazer apenas mais uma música, mas como foram muito gentis com ele, vamos deixálos escolher o bis, quem aí está dentro? — Os fãs bradam, entusiasmados. — Elijah? Não quero interromper, cara, mas temos um show para terminar. Quando quiser voltar e pegar a porra da sua guitarra... — Liam arranca mais risos e ovações da plateia. *** Eu inclino minha cabeça para trás na poltrona, fechando os olhos. Fiquei apenas um pouco na festa de confraternização pelo encerramento da turnê, que acabou se transformando na comemoração do noivado de Eli e Sara. Cacete! Quem diria. Sorrio, mesmo com o coração angustiado, estou contente que ao menos ele conseguiu sair da merda. Estou voltando agora para LA em um jato alugado. Não quis esperar para retornar com a banda e a equipe de apoio amanhã. Tenho pressa. Preciso saber se ainda tenho uma namorada e o que posso fazer para isso funcionar se ainda tiver. A aeronave taxia pela pista e pega velocidade, levantando voo alguns minutos depois e eu reclino meu banco, deitandoo. Uma comissária de bordo vem me oferecer champanhe e petiscos. Eu a dispenso educadamente, seleciono uma pasta de músicas no meu celular e coloco fones de ouvido na tentativa de relaxar. São muitas horas. Quase onze fodidas horas para poder vê-la depois de um mês. Por que está fazendo isso conosco, Lena? O que está passando pela sua cabeça, bebê? Pergunto-me mais e mais. 3 Doors Down começa a cantar Here Without You nos meus ouvidos e a ironia não me passa despercebida. Porra!
CAPÍTULO DEZESSETE
Collin Estou cansado e irritadiço quando entro em meu quarto no dia seguinte. Nenhuma resposta de Lena ainda. Liguei para ela assim que o jato pousou, mas a chamada foi direto para a caixa postal. Que porra é essa? Deixo minha mala junto da cama e tento chamá-la mais uma vez. Nada. Solto um rosnado agoniado e atiro o celular na parede. O aparelho se espatifa todo. Corro as mãos pelo rosto, meus olhos parecem que tem areia. Não consegui dormir nada durante o voo. Essa inquietação do caralho só foi aumentando e aumentando, me consumindo. Arranco minhas roupas e vou ao banheiro. Tomo uma ducha bem-vinda, deixando a água levar um pouco do cansaço e tensão embora. Quando volto para o quarto e me vejo diante do closet, meu coração perde uma batida e depois acelera com força. A parte reservada para Lena está... Vazia. Eu avanço, abrindo uma gaveta, duas, três, muitas. Todas vazias. Ela foi embora. Porra, ela... Me deixou! — Porra! Porra! — Solto um rugido alto, me sentindo enganado. Meu peito está subindo e descendo rapidamente pela raiva e angústia de não saber que porra pode estar passando na cabeça dela para fazer isso. Fico parado, estático, meus olhos ardendo, meu peito doendo como o inferno, porque isso é real. Essa merda é real. Lena me deixou. Estou a ponto de quebrar e chorar quando ouço batidas na porta do quarto. — O quê? — Rosno ao ver Phill parado do lado de fora, seu rosto torcido. — Selena deixou a casa há duas semanas. — Diz cautelosamente. — Mary acabou de me avisar. — Mary é a minha governanta. Fecho os olhos, lutando para não socar e destruir tudo à minha frente. — É, eu acabei de descobrir. — Digo ironicamente.
— Posso perguntar o que está acontecendo? — Ele inquire com preocupação. Phill acabou se afeiçoando à Lena. Pelo visto, nós dois cometemos esse erro. — Essa é a porra da pergunta de um milhão de dólares, parceiro. — Solto em um grunhido. — Me espere lá embaixo. Pretendo encontrá-la e obter minhas respostas. Cerca de cinquenta minutos depois, entro no elevador do edifício onde a cadela teimosa comprou um apartamento. Apollo finalmente atendeu uma ligação minha e confirmou que ela se mudou para cá. Estou nervoso, apreensivo. Algo em meu íntimo me diz que a perdi. A perdi sem nem mesmo saber a maldita razão. Saio do elevador no vigésimo andar e ando com passos cansados até a sua porta. Ela está lá dentro. Apollo me garantiu que está em casa agora. Passou a manhã na gravadora, mas deu uma pausa por hoje. Minha mão está tremendo quando toco a campainha. Aguardo pelo parece uma eternidade. A porta finalmente se abre e meu coração vai parar na boca com a visão dela em trinta dias do caralho. Minha primeira reação é avançar e puxá-la para mim. Deus, a saudade é tanta que trinco os dentes para me segurar. Mas é a expressão tensa em seu rosto que me para. Mesmo que seus olhos expressivos mostrem um brilho de saudade e apreciação lá no fundo, ela parece distante. Perto, mas tão distante, porra. — Collin... — Murmura com a voz trêmula. Está usando um short curto de malha e um top que me deixa ainda mais louco de tesão. — Posso entrar? — Forço meu tom controlado, quando na verdade o que eu quero é gritar com ela. Perguntar que porra acha que está fazendo conosco. Ela se afasta, me dando passagem. Eu entro com passos hesitantes e avanço até o meio da sua sala. Olho em volta do ambiente para me recompor. Cerro meus punhos contando até dez, cem, mil, porra! É um bom apartamento, com janelas de vidro que vão do chão ao teto, dando a vista para o letreiro de Hollywood ao longe. Meus olhos voltam para a Lena. Ela está ainda perto da porta, como se tivesse medo de chegar perto de mim. A expressão em seu rosto é derrotada, mas de certa forma estoica, resignada. — O que isso significa, Lena? — Decido ir direto ao ponto. Não é o momento para ficar dando voltas. — E-eu preciso de um tempo, Collin... — Suas palavras são como ácido correndo em minha pele, desfigurando-me. — Tempo para quê? — Minha voz sai dolorida e isso faz seus olhos lacrimejarem, enquanto abraça a si mesma, parecendo tão frágil e indefesa e isso me faz querer segurá-la em meus braços. — Fale a verdade, Lena. Por que está me mandando para longe? Por que usou a minha turnê para se mudar da minha casa? — Minha voz está tremendo, magoada. — Isso foi um golpe baixo, só para você saber. Ela soluça e limpa os olhos. — Me perdoe. — Diz em um fio de voz. — Por favor, eu nunca quis magoar você. — Eu bufo, enfiando as mãos pelo cabelo. — Eu só preciso me concentrar na minha carreira nesse momento e você... Nós, estava sendo muita distração... — Distração? — Rosno sem poder acreditar no que estou ouvindo. — Distração, porra? É disso que está me chamando agora? É isso que somos agora? — Por favor, me perdoe... — Pede novamente e eu avanço até ela, querendo sacudi-la, beijá-la, segurá-la e nunca deixá-la ir. — Não, porra! Eu não vou te perdoar se não me disser exatamente o que é essa merda toda! — Ranjo bem próximo do seu rosto. — Há algo mais acontecendo aqui... — Ela foge,
andando para longe. — Você está mantendo segredos de mim, porra! — Brado, perdendo as estribeiras de vez. — Eu já disse, droga! — Ela se altera. — Você foi perfeito comigo, mas preciso focar na minha carreira agora! Eu quero ser grande! Serei uma estrela e não quero ouvir a imprensa dizendo levianamente que só consegui isso por estar com você! Eu paro, estreitando os olhos sobre ela. Porra, quem é essa garota na minha frente? Onde está a minha Lena? A sensação de ter sido enganado e o pior, usado, me causa náuseas. Ela me usou esse tempo todo? Deus, a possibilidade me enche de raiva e uma dor absurda vai tomando conta do meu peito. — Você nunca sequer pensou em um futuro comigo, pensou? — Minha respiração e palavras vão ficando mais afiadas. — Você sequer me amou de verdade, Lena? Ou eu fui apenas a porra de curativo para seus ferimentos e agora que se sente livre, dona de si mesma, arrependeu-se de me deixar chegar tão perto? Seu rosto empalidece e ela chora mais, no entanto, se mantém calada. — Diga-me, caralho! Seja sincera ao menos uma vez comigo, porra! — Berro, me segurando para não encurralá-la outra vez. — Você me amou? — E-eu estava confusa, quebrada, não sabia o que estava fazendo quando o deixei chegar tão perto. — Diz, tremendo, soluçando. — Responda à porra da pergunta! — Insisto como um fodido masoquista. Já está lá nas entrelinhas. — Não! — Ela berra, parecendo sentir dor. — Eu não te amei. Jesus Cristo. Eu recuo um pouco, o golpe é tão grande que dói tudo em mim, não apenas o coração. Meus olhos turvam com lágrimas. Ela não me amou. Oh, Deus, ela nunca me amou. Por um momento, acho que vou morrer pela pressão absurda no meu peito. Eu a olho sem reconhecer quem é a pessoa na minha frente. E é aqui, nesse ponto, nesse momento, que eu desisto de tentar, de lutar. Suas palavras me feriram mortalmente. Eu enfio as mãos pelo cabelo e o puxo com desespero. Meus olhos ardem e a dor perfura o meu coração tolo. A dor da perda. Agora entendo porque Eli chorou como a porra de um bebê quando achou que tinha perdido Sara. Era essa dor que meu parceiro estava sentindo. Puxo o ar bruscamente. Isso dói malditamente muito. Eu a perdi. Não, porra. Bufo, desdenhando de mim mesmo. Ela nunca foi minha de verdade. Nunca se permitiu ser minha. Avanço para perto. Quero... Deus, eu não sei o que eu quero. Então me dou conta de que preciso dar o fora daqui. Não consigo nem mesmo olhar para ela nesse momento. Eu chuto a mesinha de centro, fazendo o móvel tombar e o vidro se partir em pedaços, como a porra do meu coração. Então eu me viro para a porta. Perdido, ferido como nunca estive em minha vida. Agarrando a maçaneta, eu me detenho um instante. Sinto um ódio tão grande tomando conta de mim que preciso machucá-la como me machucou. — Você não é a garota forte que pensei que fosse. — Eu lhe lanço um olhar cruel por cima do ombro. — Você é fraca! Uma vadia mentirosa e manipuladora! Foda-se você e essa merda de roteiro de Nicolas Sparks do caralho! — Cuspo com ódio. Ela empalidece mais ainda. Sorrio para ela, me regozijando por um ínfimo instante em seu sofrimento. — Seja a porra de uma estrela, se é disso que esteve atrás o tempo todo. — Tomo um fôlego necessário porque me sinto morrendo por dentro. — Tenha uma boa vida, Selena. — Então saio do apartamento e da sua vida.
Eu mal entro no Range Rover e as lágrimas caem como uma maldita cachoeira. Sinto Phill agitado, enquanto puxa o carro para o trânsito. Enfio o punho na boca, mordendo meus dedos e choro, não me importando de parecer um maricas do caralho. Há uma gama de sentimentos guerreando dentro de mim agora. Há o amor, que ao contrário dela, sempre esteve enraizado aqui dentro. Suspeito que essa merda nunca irá embora. A impotência, porque eu fiz tudo ao meu alcance para mantê-la. E há o ódio crescendo e me envenenando com seu fodido desprezo. Eu só quero machucá-la agora. Fazê-la sentir tudo que estou sentindo, porra. *** Três dias depois... — Mano, há algo de muito errado nessa história. — Paul murmura franzindo as sobrancelhas. — Ela parecia apaixonada... Eu bufo em desdém. — Eu também achei, mano. — Ironizo. Liam e Sean me encaram com simpatia em seus semblantes. Estamos em sua sala na gravadora. Ontem, quando chegaram, foram direto para a minha casa. Eu estava em um momento ruim, muito ruim. Bebi pra caralho quando cheguei em casa e enviei algumas mensagens fodidas para Lena, das quais me arrependo um pouco agora. Bem, só um pouco. A cadela mentirosa mereceu cada palavra. — Elijah resolveu voltar de Paris antes do previsto. — O Stone anuncia. — Ele está preocupado com você, parceiro. Todos nós estamos. — Merda, eu falei para o idiota não interromper seus planos com Sara por minha causa. — Resmungo. — Besteira, mano. — Sean me corta. — Nós vamos descobrir que merda está acontecendo com sua garota... — Ela não é a porra da minha garota! — Escarneço, rangendo os dentes e meus parceiros emitem sons de surpresa com minha raiva. — Nunca foi, de acordo com ela. — Merda, isso não parece certo, Collin. — Liam fala com expressão séria. — Há algo mais aí... Selena parecia... Eu me levanto com raiva, a cadeira raspando no piso, quase caindo com a minha brusquidão. — Ela parecia muita coisa, irmão. — Rosno. — Mas se revelou uma fodida mentirosa. Ela meu usou, caralho! — Meu peito dói como o inferno ao pronunciar isso na frente dos meus irmãos. — Ela fodidamente me usou! Liam franze o cenho ligeiramente, parecendo querer me dizer algo. — Desembucha, Stone. — Resmungo. — Selena... — Ele pausa dramaticamente. — Ela me procurou hoje na parte da manhã, parceiro. Querendo saber se podemos rescindir o contrato... — Por que diabos ela faria isso? — Sean o corta. — Isso a arruinaria no mercado musical, uma vez que assinamos apenas há um mês. Wow! Qual é a jogada dela dessa vez? Ela ainda não tem um nome sólido para se dar ao luxo de fazer algo assim. Nenhuma gravadora vai querê-la depois disso.
— É o que estou dizendo. — Paul intervém, contemplativo. — Há algo acontecendo com aquela garota. — O que respondeu a ela, mano? — Eu me forço a perguntar ao Stone. Cristo, por que me importo com a porra da carreira dela? Liam me olha atentamente, seus olhos azuis vendo mais do que a minha raiva. — Eu disse que poderíamos quebrar o valor da multa rescisória ao meio... — Um leve sorriso curva o canto da sua boca. Meus olhos estreitam sobre ele, tentando descobrir o que está em sua mente. — Mas sabemos que Selena não está em um bom momento financeiro. O dinheiro recuperado das contas do psicopata só deu para honrar os compromissos da Hart antes de fechar as portas. — Suspira descontente. — Ela não terá condições de pagar a multa de qualquer jeito... — E? — Indago, ainda tentando acompanhar seu raciocínio. — Essa garota parece querer fugir de você a todo custo, parceiro. — Torce os lábios em descrença. — Concordo com Paul. Algo não está batendo nisso tudo e com ela permanecendo aqui, temos mais chances de descobrir. Boa jogada, admito. — Bom raciocínio, Stone. — Digo, então fico sério. — Mas, parceiros. — Ajeito a minha jaqueta sobre os ombros com indiferença. — Eu não me importo mais com essa garota. Se ela quiser ir, ou ficar, para mim tanto faz. — Dou de ombros. — Collin... — Liam tenta, mas levanto a mão, parando-o. — Não me interessa mais. Selena Hart é passado para mim. — Eu ando em direção à porta. — Ah, agradeceria se me poupassem de estar com ela mesmo que por motivos profissionais. Eles resmungam, mas acenam. — Aonde vai, irmão? — Sean me chama. Sorrio maliciosamente. — Eu aceitei fazer um ensaio sensual com uma modelo de lingeries, parceiro. — Digo, pegando a maçaneta. Eles resmungam ainda mais com a notícia. — Há uma gostosa em roupas íntimas me esperando nesse momento. — Eu pisco para eles. — O velho Collin está de volta! Eu deixo a sala antes que me joguem alguma merda sobre não cair em cima de uma boceta. Foda-se! É exatamente disso que preciso agora, bater algumas bocetas para esquecer que meu coração idiota foi rasgado sem dó nem piedade. Pensando bem, eu quero que Selena permaneça aqui. Quero que veja em primeira-mão o que faço com cadelas mentirosas e traidoras. Prepare-se, querida, você vai se arrepender de ter brincado comigo e meus sentimentos.
Selena Primeira semana... Esses foram, sem sombra de dúvidas, os piores dias da minha vida. Nem mesmo quando o monstro abusava de mim, me senti tão morta. Eu ainda tinha um lampejo de forças dentro de mim. Agora, isso também se foi. Apollo tem se esforçado para me manter focada no álbum e não tem sido uma tarefa fácil. Eu só quero me deitar, me enrolar em uma bola e chorar até não restar mais nada. Eu soube no segundo em que a porta bateu atrás de Collin, que havia dado um passo sem volta. Eu o machuquei, feri deliberadamente. Sim, a minha covardia venceu e escolhi essa alternativa, a ser abandonada futuramente. No segundo que me vi sozinha, meu grito de dor irrompeu na sala, minhas lágrimas descendo, queimando meu rosto. Ele foi embora. Eu o mandei embora. Eu caí, sentada no carpete, meus braços enrolados em meu estômago, enquanto tremores sacodiam o meu corpo. Me perdoe, bebê. Por favor, não me odeie. Repeti uma e outra vez entre os soluços dilaceradores vibrando em meu peito. Eventualmente, eu deitei e me enrolei, chorando até que adormeci. Acordei com Apollo me pegando e levando para o quarto. Tem sido assim, desde então. Tenho me torturado nesse interim, relendo as mensagens do último mês. Isso é tudo que me restou dele e do nosso tempo juntos. Mensagem 01 Collin: Mensagem para a menina que tem o meu coração... Já sinto sua falta como um louco, bebê. O jato vai decolar agora. Te amo demais, porra! Eu ligo assim que chegarmos a Estocolmo. Te amo, te amo, te amo... Eu fecho os olhos e imagino seu rosto, seu cabelo negro, seus olhos azuis maliciosos e ainda assim, doces a cada vez que me olhava. Ele me enviou essa logo que embarcou, mal sabendo que o medo era como uma gosma podre tomando o meu coração, infectando tudo de bonito que havia lá dentro. Mensagem 15 Collin: Mensagem para a menina mais bonita na porra do mundo... Lena, o show de hoje foi incrível, bebê. Gostaria que estivesse aqui comigo para sentir essa energia boa. Deus, mal posso esperar para ter você em meus braços, amor. É bem tarde aqui, vou dormir agora. Quando ler isso, saiba que eu te amo. Se eu já sentia isso, esse tempo longe me mostrou que é muito maior do que pensei... Você é minha, bebê. Para sempre. Te amo, te amo, te amo... Eu soluço e vou rolando para baixo. Pareço uma louca. Já sei todas as palavras decoradas de tanto que reli. Mensagem 82 Collin: Mensagem para a menina que está me deixando preocupado... Lena, o que está havendo, bebê? Por que não estou conseguindo falar com você? Essa é quinta mensagem que não recebo resposta também... Por favor, me diga que está tudo bem. Eu preciso ir... As coisas estão muito frenéticas por aqui... Ainda bem que a verei depois de amanhã. Tenho planos para Paris, amor. Venha com segurança. Eu te amo, te amo, te amo... Eu leio todas as que deliberadamente não respondi. É como se alguém sussurrasse covarde em meu ouvido a cada vez que vejo suas palavras descoordenadas, seu medo e desespero nas últimas. Me perdoe, bebê. E há a última, zangada, furiosa, que enviou há duas semanas. Mensagem 129
Collin: Mensagem para a cadela que pisou no meu coração... Não sei mais o que dizer. Está mais do que claro agora que fui a porra de um brinquedo para você. Estou bêbado, porra! Eu devia ter parado na segunda ou terceira mensagem que ficou sem resposta... Você é uma vadia! Droga, eu te amo. Sempre vou amar... Mas novamente, você é uma cadela do caralho! Foda-se, Selena Hart! Minha garganta engrossa com mais lágrimas. Mesmo me xingando, ele ainda diz que me ama. Eu também te amo, bebê. Sempre, sempre vou amar. *** Um mês depois... Eu estou me escondendo de tudo. Pedi uma pausa para o Liam, que concordou prontamente. Nessa semana, fiquei apenas em casa, escrevendo letras e mais letras para me impedir de ir atrás de Collin, revelar tudo e pedir perdão por tê-lo ferido, por minha covardia. A pilha de papel amassado cresce e cresce no chão do quarto. Quase não tenho aproveitado nada. Além disso, Sara me presentou com um Kindle e me indicou algumas leituras. Isso, ao mesmo tempo em que me distraiu da minha merda, me fez chorar e lamentar a cada final feliz que vi nesses livros. No entanto, a coragem para procurá-lo ainda não é suficiente. Não tenho visto nada nas redes sociais, nem olhado os sites de celebridades. Não quero ver nenhuma notícia que envolva a DragonFly e seus roqueiros, especialmente o baixista. Ver seu lindo rosto mesmo que pela TV me deixaria mais miserável. Hoje, finalmente tive coragem de retomar o single principal para o meu álbum. As ideias fluíram surpreendentemente. Estou quase concluindo, quando Apollo entra no meu quarto. É, ele meio que montou acampamento aqui para me vigiar. — Sua psicóloga está lá na sala. — O que ela quer? — Eu me levanto, tentando arrumar o cabelo e meu rosto amassado sob o olhar reprovador de Apollo. — Nada pode mascarar a tristeza em seus olhos, chèrrie. — Ele me diz com um leve torcer de lábios. Sei que está certo, mas isso não me impede de rolar os olhos. Quando entro na sala, Marissa está sentada na poltrona de um lugar. Sempre a psicóloga, penso levianamente. Ela se levanta e me abraça brevemente, mas me mantém perto, seus olhos muito verdes intrusivamente nos meus, invadindo minha mente. — Não vou perguntar como está, porque isso está escrito em seu rosto, querida. — Eu abro a boca para falar. Ela me corta. — Não, essa não é uma visita da psicóloga. — Seu tom suaviza. — Estou aqui como amiga. Sente-se, tenho algo a lhe dizer. Eu me sento no sofá à sua frente. Ela apenas me olha nos primeiros segundos. Não é uma visita de psicóloga, sei... — As meninas enviaram beijos e agradecimentos. — Diz depois de um tempo. — Kelly está indo muito bem com o professor de artes que você está pagando para ela. — Sorri levemente. — E Chantal está encantada com as aulas de dança que alguns de seus dançarinos estão oferecendo lá no Instituto. Isso traz um sorriso aos meus lábios. No último mês, providenciei algumas coisas para aquelas mulheres. Kelly, a garota que foi estuprada pelo pai, está finalmente conseguindo
alguns avanços. Temos nos aproximado e busquei desesperadamente uma fuga do que estava fazendo com a minha vida. Precisava me sentir gente, precisava reafirmar isso para mim mesma diante da forma cruel que tratei Collin. Eu sei que o machuquei muito e isso está me matando lentamente. — Diga a elas que voltarei em breve. — Murmuro, sob o escrutínio de Marissa. — O que está fazendo, Selena? Tão louvável quanto sua atitude com aquelas garotas foi, você não pode focar nos outros e ignorar os seus problemas. E aí está a psicóloga dando as caras. — Eu fiz o que devia ser feito, Marissa. — Suspiro longamente. — Tanto no caso das meninas, quanto no meu. Silêncio, enquanto ela me olha, me fazendo querer retorcer sobre o estofado. — Eu não posso mais tratá-la. — Diz e eu me assusto. — O quê?! Por que não? — Inquiro, chocada. Ela não pode me deixar agora, justo quando preci... — Você não precisa mais de um psicólogo, Selena. — Seu tom é firme. — Como?! — Minha voz sobe um pouco. — Mas eu ainda sou... Ainda sou... — Quebrada? — Sua sobrancelha sobe ceticamente. — Não, querida, confie em mim, você não está mais quebrada. — O que diabos ela está dizendo? Seu dedo aponta para o meu peito. — O que ainda tem aí dentro é medo. Isso não pode ser tratado. A única maneira de vencê-lo é enfrentando-o. Essa é uma condição do ser humano, nós sentimos medo em muitos momentos da nossa vida. — Seus lábios torcem ligeiramente. — Já pensou se eu ganhasse o dinheiro de todas as pessoas que sentem medo? — Sorri um pouco. — Eu seria podre de rica. Sim, rica, mas, seria antiético. É por isso que preciso dar o seu tratamento como encerrado. — Não, eu preciso de você, Marissa, por favor... — Começo a ficar nervosa. São três anos conversando com ela, ouvindo seus conselhos. Eu não sei seguir sozinha. Eu não consigo... Marissa abre um sorriso aconchegante, mas meneia a cabeça. — Não, querida. Você não precisa mais dos meus serviços. — Ela se levanta e vem se sentar ao meu lado. Toma as minhas mãos entre as suas. — Estarei sempre por perto, como amiga. — Sorri, seu rosto todo se transformando e pisca brincalhona. — Quero estar na premiação do Grammy que ganhará com esse novo álbum. — Sorrio, meus olhos ardendo com suas palavras. — Entretanto, as premiações servem para afagar o ego da artista. A Selena mulher precisa se encontrar. — Seu tom abaixa, com emoção em suas feições. — Ser feliz. — Eu sei. — Murmuro, me emocionando também. — Vá procurá-lo antes que seja tarde demais. — Seu tom é mais firme, como uma irmã mais velha dando uma bronca. — Eu nunca tinha visto seus olhos brilharem para outra coisa que não estivesse ligada à música. Tudo mudou quando Collin entrou em cena. — Fico calada, apenas absorvendo suas palavras. — Ele é a sua chance de ser feliz. Arrisque tudo em nome desse amor. — Meu coração começa uma corrida confusa, dolorida. Eu posso? Eu... Eu... — Às vezes, as coisas as quais mais nos prendemos, são aquelas que mais precisamos deixar ir. Você precisa se livrar do medo, Selena. Eu não posso mais te tratar porque não há mais qualquer dano psicológico que precise de meus cuidados profissionais. — Assinto, a verdade afundando em mim lentamente. — Você tem a minha amizade e pode usá-la sempre que quiser, repito. E, claro, podemos continuar com as sessões grupais, uma
vez que isso fez bem não apenas a você, mas aquelas meninas. — Sorrio, minhas lágrimas transbordando. — Elas amaram te conhecer. — Eu amei conhecê-las também. — Sussurro, embargada. Ela assente. — Chegou a hora de arriscar. É hora de se libertar completamente, querida. Meu peito está subindo e descendo rapidamente. Eu quero. Quero me livrar do medo. Deus, eu preciso. — Mas, e se ele não me perdoar? Se não me aceitar como sou? Seu sorriso é compreensivo, mas resoluto. — Então, você vai se levantar e seguir em frente. Se cair outra vez, levante-se e tente, tente e tente. É a vida, querida. Pura e simplesmente. Droga, ela está coberta de razão. Chegou a hora de parar de ser uma fodida covarde por medo de sofrer. Eu já estou miserável. Pior do que isso não pode ficar. Sorrio entre as lágrimas. — Isso parece a letra de uma música que gosto muito. P!nk. Conhece? Ela parece insultada agora. — Claro que conheço. — Rola os olhos, me fazendo sorrir. — Os psicólogos são gente também, sabia? — Ri, meneando a cabeça. — Nós apenas gostamos de posar de durões a maior parte do tempo, mas rimos, choramos, gritamos e também... Sentimos medo. Respiro profundamente, sentindo meu peito ficar mais leve pela primeira vez em dias. — Eu vou fazer isso. — Minha voz sai ainda incerta e eu limpo a garganta. — Vou procurá-lo. — Digo com mais convicção. — Você está certa. Esse medo não pode mais me impedir de viver. — Eu a abraço com força e sussurro embargada: — Obrigada. Por tudo. Meia hora depois, quando Marissa se despede, eu volto para o quarto. Apollo esconde seu tablet rapidamente ao me ver entrando. — Levante seu traseiro daí, nós vamos a uma festa hoje! — Anuncio, indo para o meu closet. Faço uma careta quando me olho no espelho. Querido Deus, estou com olheiras horríveis. — Nós vamos? — Ele aparece na porta e me olha com uma expressão estranha. — Sim, hoje é o aniversário de Sean. Sua namorada, Eva, fará uma surpresa naquela casa noturna que tanto me falou ultimamente, lembra? Ele assente, mas ainda permanece estranhamente calado. Eu decido ignorar isso e me ponho a escolher um vestido. Preciso estar impecável hoje se quero recuperar o meu menino bonito. Sara tem me enchido os ouvidos dizendo que precisava ir, que preciso parar de me esconder e blá, blá, blá. Eu já havia dado uma desculpa para Eva, mas agora preciso estar lá. É a minha chance de encontrar Collin em um local neutro. Oh, Deus, apenas pensar em vê-lo faz tudo estremecer dentro de mim. Sinto tanta falta dele. Apollo ainda está calado e me olhando quando me viro em sua direção. — O que foi? Pensei que quisesse matar um para ir nessa balada? Não foi isso que me disse não tem dois dias? — Estreito meus olhos sobre ele. Isso me rende um sorriso e ele rola os olhos, vindo até mim. — Bem, se você vai nessa festa, chèrrie, eu vou garantir que esteja divando quando pisar no maldito lugar. — Ele me empurra para fora do closet. — Vamos começar com uma máscara turbinada que eliminará essas olheiras. Cruzes! Sorrio, me deixando ser cuidada pelo meu dramático assessor pelas próximas horas.
*** Estamos na festa em torno de uma hora, mais ou menos e Collin ainda não deu as caras. Sara já me empurrou alguns Cosmopolitans. Não sei ao certo quantos, porque meu estômago está agitado e meus nervos me matando. Ele não vem? Onde ele está? Começo a me perguntar se deveria ter ligado. Mas essa não é uma conversa para se ter ao telefone. Não, definitivamente não. Ele virá. É o aniversário d seu parceiro, é claro que virá. Estamos em uma ala Vip, reservada para fumantes e há muita gente ao redor. Empresários do ramo da música, músicos, celebridades de Hollywood e por aí vai a longa lista. Estou cogitando ir ao banheiro e mandar uma mensagem para ele. Sim, é a via mais segura. Deus. Como consegui fazer isso conosco? Costumava ser tão fácil entre nós. Ele vai me responder se enviar uma mensagem? Já se passou tanto tempo. Estou no meio desse pensamento quando ouço o suspiro alto de Apollo ao meu lado. Eu o olho, mas seu olhar está em algo atrás de mim. Eu giro a cabeça e meu coração troveja no peito com alívio. Ele veio. Oh, meu Deus, ele veio! Um sorriso enorme e nervoso se abre em minha boca enquanto o bebo dos pés à cabeça, meus olhos se enchendo de lágrimas, a saudade absurda batendo forte. Eu o amo. Deus, eu o amo tanto. Eu me levanto da mesa e começo a fazer meu caminho, querendo me jogar sobre ele. Collin... Bebê. Eu o chamo em silenciosa agonia. Ele está parado no topo da escada, sorrindo para algo que alguém que está abaixo dele e fora do meu campo de visão, está dizendo. Pessoas passam atrapalhando meu caminho e quando tenho a vista completa dele, meus passos cessam em uma parada abrupta. Meu coração acelera vertiginosamente e meu estômago cai. Uma loira muito bonita está agora ao seu lado e... Ele está segurando a mão dela. A garota parece uma modelo com pernas longas que não acabam mais. Usa um minivestido preto, com um decote enorme e a porra do sorriso mais deslumbrante que já vi. Meu sorriso e alívio por vê-lo somem e meu intestino fica oco. Meu corpo inteiro começa a tremer. Eu me sinto doente. Ele está com outra. Oh, meu Deus, ele está com outra. Sinto tonturas, minhas pernas ameaçando ceder e mais lágrimas ardem em meus olhos, enquanto continuo aqui, parada, vendo o amor da minha vida com outra mulher. Eu o vejo varrendo o lugar com os olhos. Eles travam em mim quando me vê aqui, como uma idiota, paralisada. Não consigo me mexer, enraizada com a dor, enquanto seus lindos olhos azuis me queimam. Ele se inclina e sussurra algo no ouvido da garota sem desviar os olhos dos meus. Ela se derrete em um sorriso sexy. Então, ele anda em linha reta para mim. Com ela. Oh, Deus... Eu pensei que sabia o que era um coração quebrado nesses trinta dias. Mas, isso... Isso aqui é o verdadeiro significado de um coração se quebrando, partindo em mil pedaços. Meus olhos ficam turvos de lágrimas à medida que o vejo avançar pelo recinto, sua mão entrelaçada na de outra garota. Eu puxo uma respiração pesada, meu peito está tão comprimido que dói tudo. Uma dor excruciante me tomando por completo. Estou me afogando. O ar parece escasso. É tarde demais. Eu o perdi. Oh, meu Deus! Eu o perdi e não posso culpar mais ninguém a não ser eu mesma e minha covardia. — Selena. — Sua voz... Deus, sua voz, mesmo que tenha um toque de desprezo agora, ainda é perfeita para mim. Seus olhos estão queimando com arrogância quando enrola o braço na cintura da garota e a puxa para mais perto. Isso é como um soco no meu
estômago. — Que surpresa encontrar você por aqui. — Então, seus lábios se curvam em um sorriso cruel antes de dizer: — Creio que ainda não conhece a minha namorada, Nicole? Mais um soco. Esse foi muito mais forte. Estou morrendo. Eu pisco, lutando com todas as minhas forças para não deixar as lágrimas caírem na frente deles. — Collin... — Digo meio rouca, dolorida. Pronunciar o seu nome quase me faz perder a batalha, mas não me deixo fraquejar. Não aqui. Não na frente deles. — Bom ver você. — Desvio a atenção para a loira e ela sorri para mim. — Prazer em conhecê-la. Ela estende a mão e seus olhos verdes claros brilham, seu sorriso é a porra de muito bonito, iluminando todo o rosto. Eu fico sem ar. Eles farão bebês lindos, não? Uma voz traiçoeira zomba em minha cabeça, enquanto seguro sua mão. — Oh, o prazer é meu. Eu amo a sua música! — Ela diz, elevando a voz acima da música agitada e do burburinho do lugar. Meus ouvidos estão zumbindo, mas ofereço-lhe um sorriso fraco. — Obrigada. — Engasgo, meu olhar voltando para Collin, que está com os olhos semicerrados, provavelmente amando tripudiar sobre mim. — Eu, eu preciso ir. Balbucio e me viro, minhas lágrimas me cegando, enquanto empurro as pessoas. Tropeço em meus pés, dor aguda me rasgando por dentro. Estou praticamente correndo em busca de um banheiro para me esconder.
CAPÍTULO DEZOITO
Selena Empurro a porta do banheiro cegamente e me encosto a ela, os soluços irrompendo em meu peito. Eu o perdi. Deus, o perdi. Fecho os olhos com força, a imagem dele com ela queimando em minha mente. O que eu fiz conosco, bebê? Oh, meu Deus, o que eu fiz? Sinto um toque em meu ombro e abro os olhos. Uma moça está me olhando com preocupação. — Você está bem? — Pergunta. Eu balanço a cabeça me adiantando até a pia. Apoio as mãos no mármore e choro. Choro copiosamente, vendo meu reflexo no espelho. Se eu não estava quebrada antes, agora estou. Ouço um alvoroço na entrada e em seguida, escuto a voz de Sara perto de mim. — Oh, porra, querida. — Lamenta, me puxando para um abraço bem-vindo. Eu quebro mais ainda me agarrando a ela, soluçando. Ela esfrega as minhas costas, murmurando palavras de conforto. Ela sabe o que é um coração quebrado. — Eu sei o quanto essa merda dói. — Rosna. — Dói pra caralho. — Depois de um tempo, se afasta um pouco para me olhar. — Nós vimos tudo... Mel me pediu para vir cuidar de você. Ela só chegaria aqui no próximo ano com uma barriga daquele tamanho... — Brinca sobre o estado de gravidez avançada da irmã. — O-obrigada. — Eu fungo. — E-ele seguiu em frente. — Minha voz se parte e choro mais. Ela assente, seu semblante franzido. — Ele tem desfilado com aquela lá há algumas semanas. — Ouvir isso é como um punhal perfurando meu coração. — Todos nós estamos chateados e determinados a não gostar dessa vadia. — Seu nariz torce. — Mas ela é uma cadela malditamente simpática... — Emito
um som angustiado e ela amaldiçoa. — Merda. Desculpe. Eu simplesmente não tenho filtros. Afasto-me e abro a torneira, jogando água em meu rosto. O que não adianta muita coisa, as lágrimas continuam descendo. Sara fica lá, apenas me olhando e me deixando colocar tudo para fora. — Terminou? — Indaga, pegando algumas toalhas de papel. — Querida, a Mel me mandou cuidar de você por uma razão. — Assuo o nariz e a olho, confusa. Um sorriso atrevido levanta sua boca. — Tenho alguma experiência em colocar cães sarnentos em seu devido lugar, baby. — Diz com um olhar arrogante. Um diamante enorme brilha em seu dedo para confirmar seu ponto. Isso me faz esboçar o que seria um sorriso se não me sentisse morta por dentro. Ela rola os olhos. — Venha, vamos dar um jeito nessa maquiagem e depois voltar lá para chutar a bunda do seu garoto do baixo. Respiro fundo, tentando não deixar novas lágrimas caírem. Sara limpa meu rosto e retoca a maquiagem com expressão concentrada. — Eu sei parece ruim, mas não é totalmente. — Murmura com voz mais branda. — Ele te ama. Só está magoado e bem... Ele é um fodido roqueiro e essa raça costuma pensar mais com a cabeça de baixo... Eu gemo e ela amaldiçoa de novo. — Engula a porra do choro. Você é a garota mais forte que já vi. — Seus olhos marrons estão brilhantes, parecendo emocionados nos meus. — Aquela cadela não sabe onde se meteu. Aquele homem é seu e vamos recuperá-lo. Agora! — Nós? — Balbucio, me sentindo uma boneca de pano, enquanto ajeita meu vestido, dá tapas em minha bunda e empina meus seios, puxando o decote para baixo. Oh, Deus! Ela é completamente doida. — Sim, querida. Nós vamos para aquela pista de dança e causar algum rebuliço... — Agita as sobrancelhas. — Agora, vire para o espelho e sorria, garota! — O quê? Ela rola os olhos e me gira de frente para o espelho. — Sorria como se estivesse em seus shows, diante do seu público. — Sorrio fracamente. Ela rosna. Deus me ajude... — Eu já a vi nos palcos, Selena, vamos, não me faça perder as estribeiras, menina. — Uau. Isso é ela calma? Começo a desejar a Mel aqui e toda sua serenidade. — Sorria, porque você está indo pegar seu homem de volta e tudo que terá que fazer é rebolar esse traseiro sexy. Eu lanço a ela um olhar descrente. — Confie em mim, quando o cão sarnento a vir dançando, sorrindo e flertando, tudo vai mudar, querida. — Flertando? Eu não vou... — Claro que vai, garota. Se fosse a Mel aqui, diria para você não fazer nada chamativo. — Ela sorri malvadamente. — Eu digo justamente o contrário! Faça a porra de algo muito chamativo, ok? Uh! Aceno mais para não contrariá-la do que por estar concordando. Não posso segurar um sorriso, contudo. Ela é mesmo muito maluquinha. E talvez essa tenha sido a intenção da Mel ao enviá-la, me fazer sorrir com seus comentários espirituosos e totalmente sem filtros. Deixamos o banheiro de braços entrelaçados. Meu estômago começa se agitar de novo à medida que nos aproximamos da mesa reservada para a banda. Apollo vem nos encontrar no meio do caminho com os lábios apertados.
— Você já sabia, não é? — Pergunto, me recordando dele estranhamente escondendo seu tablet hoje mais cedo. Ele acena tristemente. — Desculpe, chèrrie. — Seus olhos são pesarosos. — Está em todos os sites de fofoca há algumas semanas. Oh, Deus. Dói a cada vez que escuto essa merda. — Você não tem culpa, eu tenho. — Digo, forçando-me a não estragar o trabalho de Sara. — Estamos indo dançar. Vem com a gente? — Seus olhos se iluminam e ele bate palmas, excitado. — Só preciso dar um beijo no meu noivo antes. — Sara avisa com coraçõezinhos nos olhos. — Oh, cara, eu adoro como isso soa. — Sorri, toda sonhadora e me arrasta para a mesa. Eu tento não olhar diretamente para Collin, mas isso se torna difícil, uma vez que ele está sentado na primeira cadeira e... O fodido idiota está com a cadela simpática no colo. Sara aperta meu braço levemente como se me dizendo com esse gesto para me manter firme. Eu não olho para o casal feliz. Elijah levanta e vem com um sorriso comendo as orelhas para sua noiva. Ele a puxa pela cintura e sussurra algo em sua boca antes de beijá-la suavemente. Meu coração se alegra um pouco por eles terem finalmente resolvido seus problemas. — O que está aprontando, pequena tempestade? — Sorri, olhando-a com desconfiança. Sara devolve um sorriso atrevido. — Vou apenas dançar com Selena, baby. — Diz, fazendo uma cara inocente que seu noivo não compra. Ele meneia cabeça. — Meu parceiro está prestes a ficar encrencado, não é? — Pergunta em tom de conspiração e ela acena, fazendo sinal de silêncio. Ele dá risada. Deus, a mudança nele é alarmante. A forma como olha para ela, todo amolecido, terno. — Não exagere, baby. Não quero nenhum fodido de olho no que é meu, entendeu? — Ele rosna agora. Ela rola os olhos, mas o puxa pelo pescoço e come sua boca sem a menor cerimônia. É um pouco deprimente olhar uma cena dessas, justo nesse momento. Porcaria. Quando se separam, ele sussurra algo em seu ouvido. — Só se tiver sorte, garoto da guitarra. — Ela o provoca com uma cara de safada. Ele bate em sua bunda e morde sua boca. — Vou te mostrar o quanto, minha cachorra gostosa... — Sussurra em tom áspero. Caramba! Ele disse mesmo isso? Os outros não ouviram, mas eu estou bem perto deles. Droga. Isso me lembra do meu próprio jogo sexy com... Meus olhos vão para ele sem o meu consentimento. Eu o pego desprevenido, comendo minhas pernas com os olhos. Seu olhar arrasta pelo meu corpo no meu minivestido negro. O mesmo que usei na nossa primeira noite no Brasil. Não, meninas, meu guarda-roupas não está falido assim. Eu o usei propositalmente, compreendem? Sua mandíbula aperta quando nossos olhares se encontram. Ele desvia o olhar, me dispensando e sua mão escorrega para a coxa nua da garota em seu colo. Meu coração naufraga outra vez nessa noite de merda. Volta a me olhar e seus lábios vermelhos se curvam no sorriso mais cruel e arrogante que já vi em seu rosto. — Vamos, garota. Não se deixe abater pelo idiota. — Sara murmura em meu ouvido e pega a minha mão, me arrancando de lá rapidamente. — Hora de sacudir nossos traseiros! — Dá um gritinho para enfatizar seu ponto. Descemos pela escada para a pista de dança lotada e ela continua andando até encontrar um ponto em linha reta com a mesa da banda. Tomo uma respiração profunda, repetindo
para mim mesma que posso consertar a burrada que fiz. E nós dançamos. Resolvo me soltar como nunca em minha vida. Uso todos os truques coreográficos que conheço. Apollo me acompanha em cada movimento e determinado momento, dançamos juntos e eu me esqueço de tudo o mais. Bem, quase. A batida da música eletrônica me faz estremecer, meus olhos se fecham e sorrio. Um sorriso um pouco bêbado, devo dizer. Apollo foi cavalheiro o suficiente para abastecer a mim e Sara com nossos Cosmopolitans enquanto sacudimos nossos traseiros, como ela frisou. Quando levanto os olhos para a ala Vip, procurando vocês sabem quem, eu o vejo na mesa. Sozinho. Sem garota no colo no e esses olhos hipnotizantes colados em cada movimento meu. Abro um sorriso atrevido e fico de costas para ele, levantando meu cabelo, e lhe dando a visão do decote que ele amou uma vez. Eu o torturo com uma sessão sensual de tremer quadris, sorrindo para Sara e Apollo à minha frente. Ele me dá um olhar de: você está sendo muito má, chèrrie. Ela me dá dois polegares para cima. Essa garota é uma agitadora. Serpenteio as mãos pelo meu corpo. Porcaria, isso está me deixando ligada. Ele está assim também? Espero que sim. This Is What You Came do Calvin Harris e Rihanna começa a tocar. Sara avisa que vai buscar seu noivo. Acho que tem mais alguém ficando excitada por aqui. Sorrio. As luzes baixam drasticamente, ficando tudo quase escuro. Que merda é essa? Não dá para saber quem é quem... Então eu congelo quando dois braços fortes me puxam contra um peito duro. Esse perfume... Essas mãos... Doce Jesus. Collin. Eu derreto nele, pendendo a cabeça em seu ombro, querendo chorar pelo prazer de estar em seus braços de novo. Ele rosna no meu ouvido, afasta meu cabelo para um lado e desliza a língua pelas minhas costas, lambendo o meu suor. Querido Deus, minha boceta alaga e lateja miseravelmente. Gemo, perdida, ensandecida por ele. Mói o pau duro em minha bunda, suas mãos entrando pelas laterais do vestido, assim como fez naquela noite no Rio. Empurro contra ele, friccionando gostoso. Gemo alto, quando suas mãos acariciam minha barriga nua com lentidão orquestrada e sua boca malvada chupa e morde o meu pescoço. Estendo os braços para trás, puxando-o pelo pescoço. Nos movemos, dançando e quase fodendo aqui, na frente de todos. Bem, ninguém consegue ver muita coisa agora, graças a Deus. — Gostosa, porra... — Rosna no meu ouvido, mordendo o lóbulo ao mesmo tempo em que as mãos sobem e cravam em meus seios. Seu gemido rouco e necessitado me deixa ainda mais molhada. Seus dedos amassam a carne, com fome, grosseiramente e puxam os mamilos em seguida. — Collin... Bebê... — Choramingo, quase gozando e ele mal me tocou. Desce uma mão até a minha calcinha e se infiltra com ânsia, sem mais jogos. Sua respiração áspera em minha orelha me diz que está louco de tesão também. Afasto as pernas e ele empurra dois dedos dentro de mim. Oh, Deus, em algum lugar da minha mente, eu sei que é errado, sujo o que estamos fazendo, mas não consigo pará-lo. Não depois de tanto tempo sem tê-lo assim. Eu o deixo me comer, metendo fundo, esfregando meu feixe de nervos, oh, tão inchado. Estou arquejando, meu baixo ventre em chamas. Seus dentes cravam em minha nuca em uma mordida dolorosa e eu gozo. Mordo o lábio para não gritar alto, enquanto onda após onda de prazer transgressor rola em cada nervo do meu corpo. Eu mal desço do pico quando de repente, estou sendo arrastada não sei para onde. Ele conhece bem o lugar, pelo visto, pois desvia das pessoas com um destino certo. Empurra uma porta e uma lufada de ar fresco assalta a minha pele suada e quente. Estamos em um
beco estreito. Não tenho chance de falar, Collin me prende contra a parede, suas mãos correndo agora livremente por todo o meu corpo, gananciosas. — Lena, porra! Caralho... — Range agoniado antes de bater a boca na minha em um beijo duro. Suas mãos puxam as mangas do vestido para baixo rapidamente e agarram meus seios outra vez. Chupa a minha língua com uma fome louca e eu correspondo, puxando seu cabelo. Ele geme roucamente, mordiscando e lambendo meus lábios. — Você me deixou fodidamente louco... — Ruge e ouço barulho do seu zíper. — Sim, bebê... Me come. — Peço com voz chorosa. Um tapa arde em minha bunda e meu vestido é levantado bruscamente. Engancha minha coxa em seu braço e seus dedos afastam a calcinha para o lado. Ofego quando alinha a cabeça lisa em minha vulva. Sem qualquer hesitação, ele mete tudo até o fundo. Um grito escapa da minha garganta e um rosnado animalesco da sua. Nossos corpos estremecem e se encaixam perfeitamente, loucos de saudade. — Era o meu pau que você queria? — Trinca os dentes, segurando a minha nuca, me forçando a olhá-lo nos olhos e passa a me foder com estocadas poderosas, me cravando na parede. — É a minha porra que você quer, não é? — Seu rosto está duro e os olhos azuis estão me olhando com arrogância perversa, mas eu não me importo. Ele só está magoado. Eu fiz isso. Deixo-o meter profundamente, me esticando sem dó com cada estocada dura. — Você adora me provocar com essa boceta gostosa, não é, bebê? — Levanta a minha outra perna e o abraço imediatamente. Suas mãos cravam em minha bunda, me levantando e trazendo para baixo, me obrigando a tomar seu pau até o punho. Ele puxa quase tudo, deixando apenas a ponta e repete o processo uma e outra vez. Com força. Bruto. Grito, choramingo, olhando fixamente em seus olhos lindos e furiosos, enquanto me come como bem quer. Estou na borda de outro orgasmo, arfando, arranhando o tecido de sua camiseta, seu pescoço. Ele sente isso e mete com mais vigor, me deixando gostosamente dolorida. Sinto-o engrossar dentro de mim, seu rosto sendo transformado pelo prazer. — Goze comigo, Lena! Eu vou gozar, porra! Bebê... Caralhoooooo! — Ele urra guturalmente, atirando sua carga quente dentro de mim e eu gozo também, berrando que o amo, que sou louca por ele. Eu choro, convulsiono extasiada, sentindo seu esperma me enchendo. Collin continua me comendo e gemendo rouco, me apertando forte, estocando brutalmente, esmagando-me, devorando-me sem piedade. Seus olhos vão suavizando, muito brilhantes. Lindo. Corro as mãos trementes pelo cabelo negro e molhado de suor. Ele geme baixinho e empurra profundamente uma vez mais me fazendo resfolegar. Seu rosto desce para o meu pescoço e ele respira pesadamente. Encosto minha cabeça na parede, um sorriso saciado rastejando em minha boca. Então, ele rosna e pragueja. — Porra... Porra! — Sai de mim, sem muito cuidado e me sinto fria no instante em que suas mãos se vão do meu corpo. Minhas pernas estão instáveis quando tocam o chão. Eu me equilibro precariamente sobre os saltos altos. Collin enfia a mão no bolso do jeans e tira guardanapos, estendendo para mim, sem me encarar. O que está havendo? Eu me pergunto ainda zonza da nossa loucura toda. Ele se recompõe rapidamente, sob meu olhar estarrecido. — Se limpe. — Seu tom é reprovador, como se o insultasse estando nua em sua frente. Estremeço, um pressentimento ruim se estabelecendo dentro do meu peito. Faço o que diz e arrumo o meu vestido e tomo uma respiração profunda, tentando reunir calma. — Collin, bebê...
Um bufo desdenhoso sai da sua boca e ele me lança um olhar fulminante. Eu me encolho institivamente. — Você perdeu o maldito direito de me chamar assim, querida. — Cospe com uma voz fria, que me causa arrepios. — Você me chamou assim agora há pouco... — Aponto, meu tom perto de rachar. Ele ri. A risada cruel que vi nele apenas esta noite. — Quando estava gozando em sua boceta? — Zomba, cravando-me com um olhar indiferente. — Você é muito gostosa, sabe disso. Eu me deixei levar pela porra do momento. Não vai mais acontecer, Selena. Oh, Deus, eu odeio a forma como está me chamando agora. Desdenhosa, zombadora, como se não fôssemos mais nada. Sem mais uma palavra, ele se vira e começa a andar pelo corredor. Meu coração bate dolorosamente. — Por favor, não volte para ela. Eu... Eu cometi um erro. — Peço tremulamente. Ele estaca, seus ombros expandindo na camiseta preta que delineia todos os músculos das costas largas. — Nós podemos resolver isso, bebê. Me perdoe, por favor, eu te amo tanto. Ele se vira lentamente e me olha com mais raiva em seu semblante. — Não há mais porra nenhuma a ser resolvida. Eu comi você, foi gostoso. Ponto final. — Suas palavras me acertam como lanças afiadas. Soluço, lágrimas queimando em meus olhos. Seu olhar duro suaviza um pouco e ele se move como se quisesse vir até mim, mas cerra os punhos de cada lado do corpo. Então, vai embora. Eu o vejo ir, me sentindo sozinha, usada e suja nesse fodido beco. Uso o banheiro e me recomponho, mais uma vez na noite catastrófica. Forço-me a voltar para a mesa alguns minutos depois. Preciso ir embora, mas seria rude sair sem me despedir do aniversariante. A primeira coisa que vejo é que a tal Nicole está de volta e no colo dele mais uma vez. A sensação de ter sido usada me bate como um tapa no rosto. Ele me comeu como um animal, em um maldito beco e agora está com ela no colo como se nada tivesse acontecido. Faço o meu melhor para ignorar a dor lancinante perfurando meu coração e não olho em sua direção, enquanto me despeço de Sean e Eva. Não vejo Paul e Carlie. Liam e Mel já devem ter ido embora também. Sara está enrolada no colo de Elijah e me olha com simpatia. Na verdade, todos me olham com pena. Eles sabem o que acabou de acontecer lá atrás? Vergonha queima em minhas bochechas e a humilhação agora é completa. Apollo me enlaça pela cintura, me dando o apoio que tanto preciso nesse momento. Deixamos a ala Vip e nos dirigimos para a saída. Apollo fala comigo o tempo todo, mas não o escuto direito. Minha mente está vagando e meu peito esmagado, porque eu acho que esse é o fim. Eu queria o fim. Eu malditamente consegui.
Collin A última semana foi infernal. Minha mente continua correndo para aquela casa noturna. O cheiro dela, seu gosto, seu corpo contra o meu, encaixando tão perfeitamente que faz o meu peito torcer. Eu parti para cima dela como um homem ensandecido. Estava morrendo por ela. Estou morrendo por ela. Estou me alimentando dessas memórias recentes para não morrer de inanição. Eu precisava dessas novas memórias com o mesmo desespero de um náufrago diante da visão de uma ilha. Eu quis egoisticamente ter um gosto outra vez. Só uma vez mais. Deus, por que não consigo parar de amá-la? Quando é que essa merda vai parar de doer? Porque eu, porra, não aguento mais. Tenho me jogado nas noitadas, bebendo como um louco do caralho, mas nada ameniza a falta que sinto dela. E não vamos nos esquecer de mencionar que ainda choro como a porra de uma mocinha quando vou para a minha cama, sozinho. Ela está em todo canto da minha casa. Sua presença é como uma entidade que se recusa a ir embora, mesmo que seu corpo material tenha fodidamente me deixado para trás. Para piorar, Selena não está mais correndo de mim, se escondendo como no mês anterior. Nesse período, nos evitávamos mutuamente como se tivéssemos infectados com a peste bubônica. No entanto, agora ela parece estar se materializando magicamente na minha frente a cada maldito minuto. Nos corredores, nos elevadores. Eu gemo, ao relembrar a cena de hoje de manhã. Cheguei bem cedo para evitar justamente cruzar com ela no estacionamento. Estava me aproximando do elevador, quando alguém impediu as portas de se fecharem, segurando para que eu o alcançasse. Era ela. A princípio, congelamos, nos olhando, parados. Eu do lado de fora, considerando não entrar, e ela, com o belo rosto ruborizando pela surpresa. Após alguns segundos desajeitados, passei para dentro. — Obrigado. — Murmurei, ficando em um canto, tomando o cuidado de não tocá-la. — Não foi nada. — Respondeu em um fio de voz. O elevador começou a subida. Minhas narinas fremiram e eu inalei o seu cheiro gostoso de rosas, segurando um gemido a muito custo. Meus olhos se fixaram em sua figura esguia, vestida em uma calça jeans skinny e uma blusa de seda azul esverdeada. Estava de cabeça baixa, provavelmente para evitar me encarar depois do que fiz naquele beco. O arrependimento tem me corroído pela forma como tudo terminou, as palavras duras e cruéis que joguei em seu rosto. A imagem dela lá, frágil, tremendo e me pedindo por favor que não voltasse para Nicole, me assombraram desde então. Seus olhos levantaram finalmente e nossos olhares se encontraram através da parede espelhada. Ela segurou meu olhar bravamente. Seu cabelo lindo estava preso em um rabo de cavalo, deixando-a com aparência de adolescente. A dor por tê-la perdido, a saudade esmagadora que sinto dela me invadiu com tanta força que tive que desviar o meu olhar. — Ela te faz feliz? — Seu sussurro um pouco trêmulo me fez encará-la de novo. Havia aquela expressão resignada em seu rosto outra vez. Eu a vi no meu retorno da turnê, o dia em que me disse que não me amava e que era o fim. Só que hoje vi algo mais brilhando no fundo dos olhos bonitos. Dor. Isso me atordoou por um momento. — Ela é uma boa garota. — Eu me esquivei do real teor da pergunta. — Ela me faz bem.
Inalou um pouco alto e acenou. O elevador parou e as portas se abriram. Ela andou para fora e se virou. Seu sorriso forçado quebrou a porra do meu coração mais uma vez antes de murmurar: — Eu nunca quis lhe fazer nenhum mal. — Emoção tingiu sua voz e me obriguei a endurecer para não cair na dela mais uma vez. — Você merece ser feliz com alguém que possa te dar tudo o que precisa. Então, ela se foi, me deixando intrigado como o inferno com suas últimas palavras. O que diabos quis dizer com tudo o que preciso? Eu preciso dela, porra! Só dela. Nos esbarramos outras vezes durante o dia. Parecia serena, com aquela porra de resignação no rosto. Agindo como se fosse Joana D’arc a caminho da fogueira. Está trabalhando duro também, tenho percebido. Pelo que ouvi dos caras, a gravação do seu novo álbum está quase finalizada e com singles que podem emplacar rapidamente. No entanto, tenho me mantido firme em não ver e não me envolver em nada que leve a sua marca. Soltando um longo suspiro, jogo a pilha de material de potenciais artistas que a minha assistente me entregou no começo da manhã para a minha análise. O expediente está quase no fim e não olhei nem a metade. Sorrio secamente. Como se minha mente pudesse se concentrar em qualquer merda que não seja Selena-enganadora que pisou no meu coração-Hart. Meu celular toca. Solto um suspiro aliviado quando vejo o nome da minha mãe no visor. — Hei, mãe. — Digo forçando empolgação. — Oi, querido. — Ela responde e pausa um segundo. — Você ainda está triste. Merda. As mães sabem ler seus filhos mesmo a milhas de distância, falando ao telefone. Impressionante. — Já falamos sobre isso, mãe. Não deu certo. — Digo, dessa vez não tentando enganá-la com meu tom. — Eu vou ficar bem, prometo. É só uma questão de tempo. Ouço seu suspiro pesado do outro lado. — Uma pena, querido. Eu realmente queria aquela garota para a minha nora. — Fecho os olhos. Ouvir a minha mãe dizendo isso é como enfiar o dedo na ferida e torcer. — Todos nós a queríamos na família. Passo uma mão pelo cabelo, despenteando-o repetidamente. — Eu também, mãe. Eu também. — Sussurro. Ela faz um silêncio suspeito. — Então, eu estava zapeando pelos canais aqui e... — Enrola um pouco. — Selena está dando uma entrevista no talk show daquela loira famosa. — Ela sorri como quem não quer nada. Zapeando... Sei. Selena deve tê-la avisado. Minha mãe e Bec ainda mantêm contato com ela. Não me perguntem por quê. Eu não tenho ideia. — Oh, que boba eu sou, é claro que você já sabia, afinal, ela está na gravadora agora. Não, droga, eu não sabia. Não sabia porque não quero mais saber nada dessa garota. — Eu, er, sim, claro que sabia. — Eu me chuto mentalmente por mentir para a minha velha. Sua risada ressoa no meu ouvido, provavelmente por usar seu detector humano de mentiras. Ela sempre o usou em mim e meus irmãos. Sorrio levemente. — Eu não sabia, ok? — Foi o que imaginei. Conheço o meu garoto. — Diz em tom amoroso. — Você tem que ver isso, querido. Ela está tão bonita... — Seu tom grita casamenteira. — Estou um pouco ocupado agora, mas vou tentar. — Eu me esquivo. — Está certo. Se cuida, querido. — Murmura, com sua preocupação de mãe. — Eu te amo. — Também te amo, coroa. — Sorrio. — Se cuida também.
Desligo e fico inquieto, doido para conferir a porra da entrevista. Quase afundo o chão de tanto pisar para lá e para cá até que a curiosidade é mais forte. Eu me vejo ligando a TV e procurando o talk show. Eu me sento na ponta do sofá quando seu rosto aparece em close. Porra. Fodidamente linda. Ela está cantando e tocando em seu violão. Meu corpo relaxa, enquanto a assisto interpretar Impossible de James Arthur. Ela canta com fervor, fazendo firulas incríveis, brincando com a voz como o Stone é mestre em fazer. Meu peito aquece, ficando todo mole. Talentosa pra caralho. Eu me vejo abrindo um sorriso bobo, babando sobre a TV. Aplausos, gritos e assovios da plateia soam quando termina, dedilhando o violão nas notas finais. Seu sorriso é largo e os impressionantes olhos azuis esverdeados tomam toda a tela mais uma vez. A apresentadora bate palmas, sorrindo entusiasticamente. — E isso é um pouco do que a maravilhosa Selena Hart está ouvindo no momento! — Diz, olhando diretamente para a câmera, falando com seu público de casa. — Linda canção. Letra inspiradora, diga-se de passagem. — Sorri como uma hiena, farejando algo. — Agora, conte-nos mais a respeito disso. — Volta a encarar Selena no amplo estofado vermelho. — Você tem introduzido acústicos em seus shows e isso tem lhe rendido excelentes elogios da crítica especializada. Quem te influenciou? — Ela pisca e acrescenta em tom mais baixo: — Ou é segredo? A câmera foca Selena. Ela toma um pouco de água após a exibição. — Obrigada, Mona. — Diz com voz um pouco rouca. Seus olhos brilham lindamente, mudando de cor. Deus, eu amo a forma como parecem agora, quase transparentes pela emoção. — Sim, letra perfeita. Amo músicas que falam de sentimentos. — Dá um tapa com luva de pelica e eu sorrio para isso. — Usar os acústicos, foi uma sacada certeira. Quanto à influência, uma pessoa muito especial sugeriu depois de me ouvir tocar e cantar ao violão. Mona cruza as pernas e espera por mais alguma coisa de Selena, que não vem. Boa menina. Elogio-a em pensamento. Apollo a orientou bem, com certeza. — Certo. Podemos chutar então, sobre essa pessoa especial... — Mona sorri maliciosamente para a plateia, que ri em resposta. — É de conhecimento público seu namoro com Collin Williams, o baixista de uma das bandas de rock mais queridas da América, a DragonFly. — Merda. Essa vadia está jogando uma rede. — É ele a influência misteriosa? — Confere. — Selena diz simplesmente. Sorrio como um bobo outra vez. Linda. — É de conhecimento público também que o romance de vocês terminou recentemente... — Mona torce os lábios no que parece ser solidariedade feminina. Eu rosno. Cadela. — Ele tem sido fotografado constantemente ao lado da modelo australiana Nicole Masterson. — Meu coração fica apertado com a transformação no semblante de Lena. Porra, a puta da entrevistadora está desviando o foco do profissional para o pessoal em uma corrida desleal. — Como é sua relação com ele agora? Pode nos falar um pouco a respeito, querida? — Pergunta como se fossem velhas amigas trocando confidências. O rosto de Lena aparece em close. Ela pisca, retira seu violão do colo e cruza as pernas. O cinegrafista filho da puta diminui o foco para mostrar suas pernas na saia curta. Estou muito puto, mas percebo que isso foi um truque para sair das lentes aumentadas em seu rosto. Boa, garota. Sorrio.
— Não tenho problema nenhum em falar sobre o rompimento. — Sua voz soa confiante. Ela até abre um pequeno sorriso. — Sim, ele seguiu em frente. Ela é uma boa garota e lhe faz bem. Merda. Meu peito dói com isso. Ela disse exatamente as minhas palavras de hoje cedo. Ela não me faz bem, droga! Nenhuma me fará feliz, exceto você, bebê. O que houve conosco, Lena? Pergunto para a TV como se pudesse obter uma resposta. — Então, não houve traição da parte dele? — Porra! Quero bater na cara da vadia na tela. — Você sabe, os tabloides estão especulando que essa relação deles começou bem antes de ele terminar as coisas com você... Lena sorri, meneando a cabeça. — Não poderiam estar mais distantes da verdade. Collin não me traiu. Ele jamais faria isso comigo. — Meu sangue gela e então, esquenta com sua defesa. Eu não mereço, bebê. Eu me sinto ainda mais merda quando acrescenta: — Ele é a pessoa mais bonita que eu conheço. — Olha diretamente na câmera e diz com um tom levemente emocionado. — Sempre estará em meu coração, mesmo que não estejamos mais juntos. Mona e a plateia estão em silêncio absoluto. Eu olho o rosto perfeito de Lena em close novamente. Então, é como se um uma luz acendesse na minha fodida cabeça. E se... Deus, e se os caras estão com a razão e há algo que a fez me mandar para longe? E se ela mentiu sobre nunca ter me amado? Lena, do que está com tanto medo? Meus olhos ardem e meu coração bate com desespero. Fecho os olhos com força. Você está errada. Eu te traí. Eu te deixei sozinha para lidar com o que quer que seja isso. — Uau! Não é usual em LA, celebridades falando bem de seus ex-namorados. — Mona parece surpresa. A plateia sorri. — Você tem o meu respeito. — Ela sorri, parecendo sincera agora. — Já sabemos que o baixista bonitão ainda está em seu coração. — Isso arranca mais risos da plateia. — Mas deve haver ainda uma parte livre para novas experiências, não é? E com esse rosto, querida, com certeza a fila de pretendentes é grande. Porra! Quero esganar essa cadela por insinuar uma merda dessas. Ela não está disponível, caralho! Ela é minha! Droga, estou tão fodido. Lena sorri, levemente encabulada e eu escorrego mais para a frente, esperando ansioso sua resposta. Se disser que está vendo alguém, vou matar o infeliz filho de uma cadela! — Não. No momento estou focada no meu novo álbum e isso não me deixa tempo para outras coisas. — Diz com firmeza, usando a pergunta capciosa para retomar o aspecto profissional da entrevista. Perfeita. Solto minha respiração, aliviado. — Estou vivendo o melhor momento na minha carreira e tenho grandes expectativas para o lançamento desse novo trabalho. Isso atrai a atenção de Mona. — Ah, sim, nos conte tudo sobre o novo álbum. — Ela encara a câmera. — Tenho certeza de que seus fãs também estão ansiosos para ouvir. Eu vejo todo o resto atentamente. Quando encerra, estou com um misto de sentimentos fervendo dentro de mim. Orgulho enorme por ela ter se saído tão bem, embora tenha receio de falar na TV. Meu peito está pesado, uma voz me xingando de bastardo fodido, porque posso ter me precipitado ao esfregar outra garota em seu rosto quando tudo ainda é tão recente. E há a maior de todas as questões: ela me ama? Oh, Deus, se ela me ama, não há nada que me faça deixá-la ir dessa vez. Eu, porra, vou atrás dela, e vou com tudo!
Vou direto para a sala do Liam depois de ver a entrevista. Eu preciso ver o trabalho do novo álbum. É, estou reconsiderando. Quero ver tudo. Talvez encontre algumas respostas em suas letras. O Stone e o Eli costumam escrever sobre seus sentimentos e estado de espírito. Começo a me sentir um maldito imbecil por não ter pensado nisso antes. Cristo, eu estava tão magoado, ainda estou, porra. Muito. Ela rasgou meu coração. Ouvi-la dizer que nunca me amou foi o pior momento da minha vida. Ma, agora percebo que acabei deixando a dor me cegar. Havia algo que não consegui ver através da minha dor. — Ei, cara, a assistente lá fora é para me avisar sobre quem quero receber. — Ele zomba quando me vê entrando em sua sala sem me anunciar. — Como se algum de nós fizesse essa merda, idiota. — Estalo. Suas sobrancelhas sobem e ele se encosta em sua cadeira, me dando toda atenção agora. — Uh, que bicho te mordeu, seu bastardo? Eu me jogo pesadamente sobre uma das cadeiras à frente da sua mesa. — Quero ver o material da Lena. — Solto sob a minha respiração. Ele assobia, um sorriso provocador começando a se formar em sua boca. — Lena? — Frisa o apelido com ironia e diversão em seus olhos. Ele me olha por um instante e aperta o interfone. — Chame Elijah, Sean e Paul, por favor. Diga-lhes que eu e Collin estamos os aguardando para uma pequena reunião, imediatamente. — Ele ouve sua assistente um instante. — Obrigado, querida. — Seu foco volta para mim. — Então ela voltou a ser Lena? Se bem me lembro, esse era um privilégio de quando eram íntimos. Você não está íntimo dela agora, está, parceiro? Eu bufo com seu sarcasmo. — Mostre a merda e não tente me foder, Stone. — Retruco, lançando para ele o meu melhor olhar intimidador. O idiota levanta uma sobrancelha zombadora, me encarando por longos minutos. — Vamos esperar os caras. — Diz, abrindo seu sorriso comedor de merda. — Eles vão querer ver sua cara de babaca fodido quando vir o single principal de Selena. — Por quê? — Inquiro, franzindo o cenho. Antes que me responda a porta se abre e as vozes dos meus parceiros enchem o recinto. Eles falam todos ao mesmo tempo. Cães sarnentos. — Mano, estou bem ciente do quanto me dei bem, pode crer. — Eli sorri como um bobalhão para algo que Sean estava lhe dizendo. — Cristo, não sei como Sara não chuta seu traseiro feio para a calçada, idiota. — Paul entra na zoação. Eli solta uma risada arrogante. — Ela não pode viver sem o sexo fenomenal que lhe dou, bastardo. — Ele se vangloria. — Você só tem que pegar sua mulher de jeito, fazer um pouco da merda cor de rosa e... Bam! Nunca será chutado. Eles riem e param sua tagarelice quando se sentam e encaram a mim e o Stone. — Ele já ouviu o single? — Sean pergunta ao Liam e me sinto de repente no meio de um complô formado pelos próprios parceiros. — Nah, o prazo que estabeleci para chutarmos sua bunda feia e o obrigarmos a ouvir a música só vence amanhã. — O Stone diz em um tipo de humor ácido. Que porra há com eles?
— É melhor correr atrás de Selena depois que ouvir isso, idiota. — Eli resmunga para mim. Isso me deixa ainda mais rabugento. — Uh. Você é um perito em relacionamentos agora, imbecil? — Bufo em desdém. — Eu me lembro de você fazendo merda não muito tempo atrás. — Porra. — Ele assobia. — Isso foi golpe baixo, parceiro. — Reclama. — Sim, fiz merda, rastejei como o inferno e agora tenho uma noiva linda que me faz feliz pra caralho. — Sorri com sua recém-adquirida cara de bastardo totalmente pau mandado. — Então eu acho que posso dar conselhos sobre essa merda, sim! Eu rolo os olhos para sua expressão arrogante. Liam digita rapidamente em seu laptop. Em seguida me olha de maneira direta e intimidante nos olhos e me mostra o nome do arquivo na tela. Meu coração sofre um solavanco quando leio o nome: Inesquecível (por Selena Hart). Meneio a cabeça sem poder acreditar que ela escreveu sobre isso. A primeira vez em que dissemos um ao outro que nos amávamos, usamos essa palavra para representar a nossa relação incialmente conturbada, interrompida. Essa palavra representa o nosso amor. Meus olhos estão lacrimosos muito antes do Stone apertar o play e o som familiar do violão de Lena soar. Meus ouvidos estão atentos, ansiosos, sedentos por ouvir sua voz linda e rouca, e ela vem, devastando a porra do meu coração. Inesquecível Tudo era escuridão, tudo era dor, oh, oh, Um anjo apareceu na forma de um sexy e bonito menino, Coração saindo pela boca, batendo com tanto ardor, Seu sorriso travesso, seus olhos tão azuis despertando meu coração ferido, Um amor inesquecível, resistindo ao tempo, Inesquecível, inesquecível Baby, eu amo você. Inesquecível, inesquecível Baby, sempre foi você. Ficando mais perto, um mundo novo para explorar, O amor pode doer, mas lava a sujeira, Esperei até você me resgatar, sangrei até você me amar, O amor pode doer, mas acende uma fogueira, Guarde os meus beijos em seu coração e não os dê a mais ninguém, Guardarei os seus em meu coração, jamais darei a outros também, Inesquecível, inesquecível, oh, oh, Bebê, eu amo você Inesquecível, inesquecível, Bebê, sempre será você O que eu quero não posso exigir, Você para sempre me dando seu amor, Mas a feia realidade me faz fugir, Coração saindo pela boca, batendo com tanto ardor, Te esperarei em meus sonhos, Em meus sonhos terei para sempre seu amor,
Guarde meus beijos em seu coração e não os dê a mais ninguém, Guardarei os seus em meu coração, jamais os darei a outros também. Inesquecível, bebê. Eu amo você (sussurrado) As lágrimas estão caindo livremente pelo meu rosto quando seu último sussurro rouco cessa e a gravação acaba. Cubro meu rosto com as mãos, soluçando, tremores tomando meu corpo inteiro. Ela mentiu, porra! Ela me ama. Isso traz, junto com o alívio, uma dor tão grande e assustadora. Eu choro por tudo. Pelo amor tão bonito que tínhamos e está quebrado agora. Choro por tê-la deixado quando prometi que nunca o faria. E por último, choro de vergonha e raiva de mim mesmo por tê-la obrigado a me ver desfilando com outra diante do mundo. Me perdoe, bebê. Por favor, me perdoe. Rogo uma e outra vez, enquanto meus parceiros praguejam e se reúnem à minha volta, me batendo nas costas. — Porra, mano, nós vamos ajudá-lo. Droga. — Liam diz em tom apertado. — Não desabe assim, parceiro. — Caralho, lá vamos nós outra vez. Merda, mano, não chore. — Sean bate em meu ombro. — Reaja, cara. — Não se culpe, irmão. — Paul tenta, mas choro mais com suas palavras. Sim, eu sou culpado. Eu a... Traí. — Merda, situação fodida, cara, mas vamos dar um jeito. Vamos pensar em algo. — O amor pode ser uma merda complicada, mano. — Eli me bate nos ombros, me confortando. — Veja, eu mesmo chorei uma ou duas vezes quando Sara me deixou... Meus parceiros bufam e resmungam para isso. O idiota quase desidratou de tanto chorar. — Parceiro, você parecia a porra de uma torneira quebrada. — Sean o alfineta. Eles continuam falando, resmungando entre si, mas minha mente está entorpecida. Meu coração dolorido e envergonhado vaga para longe. Para ela. Eu te traí, bebê. Traí o nosso amor.
CAPÍTULO DEZENOVE
Collin A coisa mais fodidamente difícil que tive que fazer após entender como fui precipitado e um bastardo asqueroso com a menina que amo, foi encará-la. Olhar em seus olhos bonitos quase me matou quando fizemos uma reunião na semana passada para tratar do lançamento do seu álbum, Inesquecível. Sim, meu coração sangrou quando fiquei sabendo que esse era o nome do álbum também. Eu e meus parceiros concordamos que iria acompanhá-la na turnê promocional por algumas cidades americanas, começando por San Diego. Eles acham que é a oportunidade perfeita para nos reconectarmos. Vi surpresa no rosto de Lena quando Liam a informou sobre isso, mas apenas sorriu e concordou com tudo. Ela parece tão diferente, endurecida, determinada. Forte. Em contrapartida, eu me sinto fraco. Parece que não consigo mais alcançá-la. Ela está perto, a vejo todos os dias, mas uma muralha invisível se ergueu entre nós. Principalmente porque nunca mais consegui ficar sozinho com ela. Nossas reuniões são sempre assistidas por Apollo, que não é muito meu fã agora. Foda. Nem eu mesmo gosto de mim nesse momento. Uma pessoa pode morrer de arrependimento? Eu me pergunto a cada noite vagando pela minha casa. As noitadas se foram e com elas, meu lance com Nicole. Ainda há uma chance de consertar tudo? Ou nosso amor foi quebrado além da reparação? Deus, dói até mesmo pensar nessa merda. Ela me perdoaria se eu parasse de ser um fodido veadinho e a procurasse, abrindo meu coração? A vergonha por tê-la decepcionado é o meu maior algoz. Há o medo, claro. Mas a vergonha é o que está me segurando até agora. Bem, a vergonha e o fato de que ela precisa focar na turnê. Não quero
pressioná-la, nem abalar o equilíbrio que ostenta agora. Ela está otimista, expectante com esse trabalho. Ontem o single principal foi distribuído para as principais rádios e canais de música. O lançamento oficial, o resultado do seu trabalho árduo. Ela se dedicou pra caralho e merece brilhar. Está preparada. Confiante. Linda. Cristo, linda demais. Fez uma mudança sutil em seu estilo e mudou um pouco o cabelo, deixando-o mais cheio. Há umas mechas acobreadas também, que deixaram seu rosto perfeito com um ar sensual. Uma deusa sexy e estou morrendo de ciúmes e medo de algum filho da puta querer se engraçar com o que é meu. Quase tive um ataque fulminante quando pisou para dentro da sala de reuniões, usando uma calça skinny, muito abaixo do umbigo, top branco e solto, curto como o inferno. E não vamos esquecer as botas de saltos indecentes, indo até os joelhos. Meus parceiros ficaram o tempo todo me lançando sorrisos comedores de merda, dado o meu estado embasbacado e a forma como não fui capaz de parar de babar em cima dela. Tomo um gole da minha cerveja e atravesso o meu quarto para a sacada. O silêncio sendo quebrado apenas pelo barulho das ondas à minha frente. Eu me sento em nossa espreguiçadeira preferida. Nossa. Fizemos amor gostoso aqui tantas vezes. Meu pau engrossa quando as lembranças me assaltam sem piedade. Lena, foda, bebê. Suspiro, pegando meu celular e abro a pasta de fotos dela. São muitas. Dormindo. Sorrindo. Tomando banho nua na piscina. Eu amava tirar essas. Sorrio melancolicamente quando vejo a próxima. Foi no nosso primeiro encontro. Ela estava tão linda e excitada sobre as corridas ilegais, que não resisti e a peguei no momento de distração. Tão linda que faz o meu peito doer. Puxo meu maço de cigarros e acendo um. Como acontece desde a semana passada, debato comigo mesmo sobre enviar uma mensagem. Ela me responderia? Puxo uma tragada longa e exalo a fumaça junto com um suspiro. Veadinho do caralho! É isso que você, porra! Eu me esculacho. O que eu tenho a perder? Ela já parece perdida para mim. O que diabos estou esperando para ir atrás da minha garota? Chamando-me de bastardo covarde, decido tentar. Digito com os dedos tremendo. Cristo, até meu coração está batendo rápido quando clico em enviar. Collin: Mensagem para a menina que estará na lista da Billboard em breve... Hei, Lena. Merda, ainda posso chamá-la assim? Me avise se estiver ultrapassando os limites. Estou tentando achar as palavras certas... Costumava ser tão fácil entre nós, não é? Porra, estou divagando aqui... Na verdade, quero parabenizá-la pelo álbum. Está incrivelmente foda! E dizer que estou ansioso para estar com você e vê-la brilhar na turnê. Bem... Acho que é isso. Não, droga, espere... Por favor, me fale, como você está? Cacete. Soei como um adolescente desajeitado com as palavras. Sacudo a cabeça, rindo alto em depreciação a mim mesmo. Você é um fodido idiota, cara. Tomo o resto da cerveja e tiro uma última tragada do cigarro, meus olhos grudados no aparelho. Um, dois, cinco dez, vinte, caralho! Muitos minutos se passam. Nada. E aí está a minha resposta. Ela não vai respond... Meu pensamento é cortado pelo zumbido. Eu juro que meu coração quase sai pela boca quando vejo o nome dela no visor. Oh, Deus. Lena, bebê. Meus olhos estão lacrimejando quando abro a mensagem com dedos trêmulos. Lena: Mensagem para o menino fazendo previsões para o futuro... Hei, Collin. Não me lembro de ter revogado a permissão... Sim, costumava ser fácil... Obrigada. Dei tudo de mim nesse trabalho e estou ansiosa para colocar o show na estrada. Tenho certeza que seu apoio e experiência serão muito úteis. Eu estou ótima. E você?
Meu peito incha no começo da mensagem por ter usado nossa forma particular de brincar. Isso se dissipa com o teor profissional demais que usou no resto. Ela me superou? Isso me deixa aturdido, louco para ir até o seu apartamento, bater em sua bunda bonita e em seguida foder com ela até ficar de pernas bambas. Porra! Exalo uma respiração profunda e começo a digitar uma resposta. Tenho que ir devagar. Mais uma vez. Preciso fazê-la lembrar do quanto éramos bons juntos. Ainda somos. Collin: Eu estou bem... Sei que se dedicou muito nesse trabalho. Eu e os caras não vamos medir esforços para que atinja o topo com ele. Você é uma estrela, Lena. O mundo verá isso em breve. Então... Estava aqui pensando... Recordei que prometi levá-la no bagulho clandestino quando estivesse livre, lembra? Meu contato me avisou que vai rolar algo bem legal por lá amanhã... Talvez eu corra e, gostaria de saber se topa ir comigo? Sentir a adrenalina de perto, lá embaixo dessa vez? Envio e me pergunto se fui com muita sede à fonte. Responda, bebê. Imploro por alguns minutos, aguardando, ansiando. Ela responde e eu sorrio como um retardado. Lena: Obrigada pelo cuidado profissional. Fico muito feliz em saber disso. Quanto ao bagulho clandestino... Doce Jesus... Você precisa parar com isso ou pode ser preso, roqueiro... Entendo que isso acrescenta certo apelo à sua imagem de rock star fodão. Mas, e quanto a mim? Vou precisar de uma identidade falsa, com certeza... Consiga uma com o seu contato... Ah, merda. Espere aí... Você não tem uma namorada? Não será boa publicidade para mim, ser vista com um cara comprometido... Eu quase mordo minhas orelhas com sua resposta espirituosa e um pouco atrevida. E aqui está ela, a minha menina bonita. Franzo o cenho no final. Merda. Ela ainda acha que tenho uma namorada. Preciso consertar meu erro, mas tem razão em um ponto. Esse momento é crucial para a sua carreira. Não posso atrapalhá-la com especulações e outras merdas que os tabloides podem noticiar se formos vistos juntos em situações não profissionais de novo. Minha mente corre em busca de uma alternativa. Sorrio largo e digito um texto. Collin: Baby, sou muito esperto para ser apanhado, não se preocupe...Rsrs. Mas você tem razão quanto a publicidade negativa... Convide Apollo para se juntar à nós, assim sua reputação estará segura... Diga sim, Lena. Quero aliviar esse clima ruim que ficou entre nós. Ainda podemos ser amigos, não é? Eu quero estar perto de você. Só diga sim. Ps: Dicas de nomes para sua identidade falsa: Gertrude, Amparo, Alberta, Concetta... Minha lista de nomes bonitos, huh... é bem grande... Acrescento uma carinha sorridente no final. Esses nomes são feios como o inferno. Espero que minha brincadeira boba a faça sorrir. Cristo, até mesmo digitar a palavra, amigo, doeu. Nunca conseguiria ser apenas um amigo para ela. Mas se é tudo que posso ter agora, então, vou me agarrar a isso com unhas e dentes. Estando mais próximo, terei a chance de resgatar o que foi perdido e, claro, descobrir do que tem tanto medo a ponto de abrir mão de mim, de nós. Seremos um só outra vez. Vou trabalhar duro para isso. Merda. Meu pau sofre um espasmo, entendendo errado essa sentença. Cara, sossegue aí... Sua resposta não demora muito e vem cheia de carinhas sorridentes quando abro. Isso me faz sorrir também. Lena: kkk. Gargalhando aqui... Você é tão irritantemente bobo. É melhor deixar a escolha do nome por minha conta. Okay, me mande uma mensagem com os detalhes do bagulho amanhã. E sim, podemos ser amigos, claro. Eu nunca quis magoá-lo, Collin. Eu... Eu só...
Porcaria, fiz besteira... Também quero aliviar o climão. Nos falamos amanhã, então. Boa noite. Eu solto um grito alto que ecoa na noite quando termino de ler. Ela aceitou! Eu quero beijar meu celular nesse momento. Merda estranha, admito. Respondo rapidamente. Collin: Rsrs, ser bobo é uma arte, Lena... Obrigado por aceitar o convite. Eu vou fazer valer a pena. Fique bem, menina bonita. Até amanhã. Bato em enviar e me estico na espreguiçadeira, meu peito ficando mais leve com a expectativa de vê-la amanhã fora do ambiente de trabalho. Bufo ao me recordar de que Apollo estará lá como um dois de paus. No entanto, é um começo. Nós vamos ficar bem, bebê, eu prometo. *** Eu saio do elevador no andar dos escritórios. Há um sorriso enorme estampado em meu rosto. Estou excitado, antecipando meu encontro com Lena hoje à noite. Bem, ela não sabe que é um encontro, mas isso não tira a minha empolgação. Ando pelo corredor na direção da minha sala e estaco, encontrando ninguém menos que Tara, a porra da mãe mais vadia que já tive o desprazer de conhecer. Ela para também, parecendo surpresa em me ver. — O que faz aqui? — Meu tom é meio seco, não consigo evitar. Seu rosto muito parecido com o de sua filha forma uma carranca. Ela não é minha fã. Bem, isso nos deixa em pé de igualdade. Adoraria mandá-la para a porra do Polo Norte com uma passagem só de ida. — Procurando a minha filha. Não que isso seja da sua conta, rapaz. — Responde, me irritando ainda mais. — Eu acho que não. — Eu rosno, pegando seu cotovelo e a arrastando para a minha sala. — Nós vamos ter uma conversinha e depois disso será escoltada para fora do prédio. — Me solte! — Range os dentes, mas abro a porta e a empurro para dentro, fechando-a em seguida. — O que diabos quer comigo? Eu não tenho nada para conversar com você, seu roqueiro estúpido. Eu a solto, me afastando. Levanto as mãos, fazendo um gesto para acalmar a cadela. — O que está querendo de Lena dessa vez? — Vou direto ao ponto. — Ela está se preparando para sair em sua primeira turnê e não vou deixar que jogue sua merda em cima dela. Tara faz um som deselegante, seus olhos me atirando farpas. — Eu só quero conversar com a minha filha. — Seu tom parece ofendido, mas já conheço sua falsa preocupação. Ela é uma vaca total, como Lena costuma dizer. — Selena não me atende há dias! Filha ingrata. — Eu bufo para isso. Deus, que mulher dissimulada. — Preciso dela... Sua voz abaixa para um sussurro. Traduzindo, precisa de grana, e sempre que isso acontece nos últimos meses, após a falência da Hart, Tara vai até Lena como se fosse seu próprio cofre pessoal. — Lena não vai lhe dar dinheiro. — Sorrio causticamente. — Eu a instruí a não lhe dar a porra de um centavo. Seus olhos estreitam, o rosto ficando vermelho de raiva. Bom. Meu sorriso de escárnio aumenta.
— Ela é minha filha! Não ouse se intrometer em nossa relação! Isso me faz bufar alto. — Escute, nunca tive a oportunidade de lhe dizer, mas aqui vai. — Cravo meus olhos acusadoramente sobre ela. — Você é uma mãe de merda. Lena está muito melhor sem você por perto, colocando-a para baixo. Portanto, vá embora, arrume um trabalho e pare de querer se dar bem à custa dela, porra. Isso a faz dar alguns passos para trás, seu olhar me medindo dos pés à cabeça. Então, ela ri, mas isso não alcança os olhos. — Quem pensa que é? Você nem está mais com Selena. — Bufa, me olhando com desdém. — Tenho visto os tabloides recentes e não é com ela que tem aparecido, é? — Merda. Eu trinco os dentes de raiva dessa vadia e de mim. Tara estreita os olhos frios e um tanto acusadores nos meus. Qual é a porra do problema dela? — Ela contou, não é? É por isso que a largou. — Franzo o cenho diante de seu olhar reprovador. Ela me olha agora como eu fosse um rato. — Eu sabia que esse amor todo que dizia sentir ia desaparecer quando soubesse que ela é mercadoria danificada. — Do que diabos ela está falando? Meu coração começa a acelerar. Esse é o segredo que Lena está mantendo de mim? — Não venha me dar lição de moral quando correu para longe quando soube que Selena nunca poderá lhe dar filhos! Suas últimas palavras são como um soco no plexo solar. Que porra acabou de dizer? Recuo um pouco com o impacto. Jesus Cristo! Meu sangue congela, literalmente congela. Eu não consigo dizer nada, apenas a encaro com os olhos arregalados. Então, era isso? Isso é o que estava incomodando Lena? Achava que terminaria com ela se soubesse? Oh, meu Deus, Lena... Não, bebê. Eu consigo sentir a minha dor e a sua agora. Porra. Ela segurou isso dentro dela o tempo todo, temendo me contar. Temendo me perder. Droga! Eu quero socar alguma coisa. Enfio as mãos pelo cabelo, me sentindo ainda mais bastardo por não ter percebido nada. Por não tê-la enxergado, mais uma vez. — Oh, você já sabia disso, não é? — Sua voz é um tanto hesitante, certamente vendo minha confusão e surpresa. — Foi por isso que terminaram, não foi? — Ela parece em pânico por ter me contado mais do que devia. — Oh, meu Deus, ela não vai me perdoar se souber que deixei escapar isso... Cravo meus olhos nela. Sei que é errado querer saber mais sobre essa merda por outra pessoa que não seja a minha menina, mas, porra, sou apenas humano e preciso entender o que causou isso. Eu preciso. Lena... Gemo, exasperado, consternado. — O que aconteceu? O que há com ela? — Minha garganta está seca. O choque ainda trabalhando em minha mente. — Ela é jovem, linda, perfeita... — Minha voz se parte. Porra, isso deve ser muito doloroso para Lena. Deus. Puxo uma respiração ruidosa, tentando manter o controle das emoções. — Por que não pode ter filhos? Tara ajeita a alça da bolsa sobre o ombro e olha para a porta. — Não! Eu pago! Dou quanto você quiser pela informação. — Cerro os dentes, parando-a. Eu me forço a esconder minha repulsa por essa mulher e sussurro. — Eu a amo. Ela me enviou para longe, certamente por medo de me contar. — Suspiro, cansado. — Por favor, se existe algum sentimento aí dentro por sua filha, me fale o que aconteceu para que eu possa consertar isso para ela. Eu não vou abandoná-la por causa disso, porra. Eu a amo! Ela me olha, parecendo surpresa com minha declaração inflamada e com a minha proposta. Seus olhos brilham como cifrões agora.
— Você a ama mesmo, então? — Seu tom é um pouco alto, excitado. Criatura asquerosa. — Ouça, sei que não sou a melhor mãe do mundo, mas esse assunto não é meu para contar. Selena passou por coisas, huh, difíceis... Eu me seguro para não bufar. Essa é a porra de um eufemismo. Ela é a pior mãe que já vi. , claro que já sei que Lena passou por coisas fodidas. — Faça seu preço, preciso entender o que causou essa sua... Condição. — Suplico. Merda. Isso não pode ser verdade. Lena é perfeita. Ela é... O que diabos pode ter havido? — Preciso entender para garantir que isso não nos afaste mais. Eu a amo muito, acredite. — Não me importo em mendigar nesse momento para essa mulher insensível. — Jamais a deixaria se tivesse me contado antes. Jamais. Tara suspira profundamente, colocando sua máscara de atriz. — Certo. Eu vou aceitar porque estou precisando de dinheiro no momento. O infeliz nos deixou sem nada. Posso ao menos me sentar? — Levanta uma sobrancelha ainda mantendo sua pose de rainha fodida. Aceno, indicando os sofás na parte mais baixa da sala. Ela anda até um e se senta. Eu permaneço de pé, incomodado, exaltado demais para isso. — Ela tinha apenas vinte anos quando o... Aquele maldito a engravidou. — Cristo. Todo o meu sangue se esvai do meu corpo. Que porra é essa? — Selena nunca teve um fluxo regular. Ela só percebeu que estava grávida quando nada mais podia ser feito... — Seu olhar levanta para o meu. — Minha filha entrou em depressão, não queria o bebê, o que é perfeitamente compreensível... — Seu rosto fica um pouco pálido, mostrando alguma emoção por baixo de tanto egoísmo. — Mas depois, no final da gestação, ela mudou de ideia e queria a menina... — A menina? — Pergunto, cada vez mais estarrecido com essa história fodida. — Sim, era uma menina. — Assente, seu olhar meio perdido como se recordasse o passado. — Foi um parto muito complicado... — Há lágrimas brilhando em seus olhos agora. Não sei se são reais ou falsas, como tudo nela. — Os médicos tiveram que retirar parte do seu útero para conter uma hemorragia severa, ou... — Sua voz racha quando completa: — Ela morreria. Oh, meu Deus! Minha Lena quase morreu. Meus olhos lacrimejam de raiva, repulsa, impotência. Ela quase morreu. Se ela tivesse... Deus, nós nunca teríamos nos aproximado, ficado juntos. Ela morreria e ninguém jamais saberia o quanto sua vida fora uma porra de mentira. Eu quero chorar e gritar. Obrigado, Deus. Obrigado por não tê-la levado antes que eu pudesse conhecê-la de verdade e amá-la. Pensar no quanto deve ter sofrido todo esse tempo, na carga que estava em seus ombros. Merda, ainda está. Ela deve sentir vergonha, por isso não me contou. Emito um som angustiado do fundo da minha alma. Ela passou por muito mais coisa do que jamais imaginei, porra. — O que houve com o bebê? — Minha voz é esganiçada. — Onde está a menina? Seus olhos encontram os meus novamente, uma determinação de aço lá. — Chris e eu cuidamos para que a criança fosse adotada. Selena era muito jovem para assumir uma responsabilidade tão grande. Além disso... Estou além do entorpecimento agora. Lena teve uma filha! Porra, ela tem uma menina perdida por aí, em algum lugar, e eu nunca soube de nada disso. Então, a realidade me bate e uma onda de asco me invade, bile subindo à minha garganta, enquanto olho a mulher à minha frente.
— Você sabia que sua filha era abusada há quatro fodidos anos? Sabia e não denunciou? — Meu tom sobe. Eu quero esganar essa cadela dos infernos. Seus olhos ampliam e ela se põe rapidamente de pé. — Você devia estar na cadeia junto com aquele infeliz, porra! Brado, cerrando meus punhos. Ela recua sabiamente. — Eu não podia fazer nada! — Brada de volta, mas seu semblante mostra medo. — Ele me ameaçou. Ele sempre me teve nas mãos. Ele... — Para subitamente, parecendo ainda mais apavorada. Estreito meus olhos sobre ela. O que mais está escondendo? — Ouça, eu vou embora. Você não tem nenhum direito de me encurralar assim. — Não, você não vai sair. — Meu tom é baixo, mas ameaçador. — O que mais está escondendo? Por que ele sempre a teve nas mãos? Ela me olha em pânico. — Você não pode me manter aqui contra a minha vontade! — Range os dentes, me fulminando. — Posso processá-lo. Eu rio com escárnio. — Me processar? É a porra de uma grande ironia, não acha? — Quero me aproximar e sacudir essa cadela, mas me mantenho em meu lugar. — Lena foi boa o suficiente em não envolver seu nome no processo, mas aviso que não terei tanta consideração. — Ela recua dois passos, o rosto alarmado. — Eu posso colocá-la no fodido processo por conivência, displicência, um fodido abandono de incapaz! — Ela se encolhe com a ameaça. — O promotor do caso iria fazer uma festa, não acha? — Rosno. — A porra da mãe sabia do abuso e não buscou ajuda para a sua filha! Quantos anos essa merda vai lhe render vendo o sol nascer quadrado, querida? — Não! — Ela chora agora. Não sei se de verdade, ou apenas teatro. Ela é muito boa em atuar. — O que mais quer ouvir? Deus, eu já disse tudo. — Você disse que o fodido sempre a teve nas mãos. — Rosno, cada vez mais sem paciência. — Por quê? Tara me choca completamente quando cai em pranto. Wow! Que porra é essa? Eu me pergunto mais uma vez. E começo a agradecer a providência divina que me fez encontrá-la hoje. Então, ela me encara e faz outra revelação chocante: — Selena não é irmã biológica de Chris. — Funga horrivelmente, parecendo humana para mim pela primeira vez. — Eu menti sobre isso para prender Christopher. — Ela me encara com olhos suplicantes. — O maldito descobriu pouco depois da morte do pai e me teve nas mãos desde então. Outra suspeita começa a rastejar em minha mente. — Você sabia do abuso desde o começo? — Estou pronto para matá-la agora. Juro por Deus! — Não! — Nega veementemente. — Deus, não. Eu nunca soube até a gravidez de Selena. — Suspira, suas feições aparentando finalmente a idade que tem. E, bem, a porra dos seus pecados. — Concordei em deixá-lo no comando de tudo. Ele controlava todo o dinheiro. Mas isso obviamente não foi o suficiente. Ele foi atrás da minha filha. — Você merece queimar no inferno. — Minha voz é baixa, letal. Eu saco meu celular e disco o número de Phill. — O que vai fazer? — Tara me pergunta, completamente alarmada agora. Eu a olho como se fosse um inseto que precisa ser esmagado. Phill atende, e eu o chamo a vir até a minha sala. Desligo em seguida, mantendo meus olhos sobre a mulher patética.
— Aqui está o que vai fazer se quiser ficar livre da cadeia. — Digo em um grunhido. — Você vai nos ajudar a encontrar a menina de Lena. Seus olhos ampliam, sem entender. — Por quê? Por que quer encontrá-la? Essa criança é filha daquele maldito! Eu tomo uma respiração profunda, sentindo isso até os meus ossos. — Para mim é apenas a filha de Lena. — Digo simplesmente. — Ela e sua mãe são minhas. — Meus olhos ardem de emoção. Sim, eu vou fazer isso para a garota que amo mais que tudo no mundo. — As duas são as minhas meninas e vou protegê-las com tudo que tenho para o resto da vida. É por isso, porra!
Selena Eu me olho mais uma vez no espelho. Meus nervos estão agitados. Ele estará aqui em breve. Confiro sua mensagem pelo que deve ser a milésima vez e sorrio, sonhadora, mesmo que meu coração esteja dolorido. Collin: Mensagem para a garota que tem uma queda pelo proibido... Hei, vou pegá-la às nove. Vou no Maverick... Você não o dirigiu ainda. Talvez eu a deixe guiar a minha garota... Te vejo mais tarde, menina bonita. Ele enviou uma carinha piscando e isso está fazendo coisas ruins com minhas entranhas. Querido Deus, ele me chamou de menina bonita também. Não é um encontro, Selena. Não é um encontro. Estou repetindo isso à exaustão para me convencer. Collin só quer amenizar o clima ruim que ficou entre nós com a ruptura. Quero dizer, depois que na minha estupidez e total covardia, fodi minhas chances com ele. No entanto, não posso segurar minha excitação e sim, uma ponta de esperança desde sua primeira mensagem ontem. A falta, a saudade que sinto dele é abissal. Dói como se tivesse arrancado um pedaço de mim. Isso só tem ficado pior à medida que o tempo passa. Passei a noite quase inteira relendo cada palavra que me escreveu. Apollo entra no quarto no momento em que saio do closet. — Ele já está lá na sala. — Seu nariz torce ao dizer isso. Ele não é mais um fã enlouquecido de Collin. Apollo tomou as minhas dores depois que contei o episódio da foda animal na casa noturna. — Tem certeza que essa é uma boa ideia, chèrrie? — Pergunta, sondando com preocupação. Suspiro, pegando a minha carteira sobre a cama. Nós já tivemos essa conversa quando o chamei para vir conosco esta noite. — Farei qualquer coisa apenas para estar perto dele. Ele não me odeia mais. — Digo, esperançosa. — Eu sabia que em algum momento a mágoa ia passar e Collin ia voltar a ser o meu menino bonito. Apollo bufa, desgostoso. — Exceto que ele não é mais o seu menino bonito. — Diz com secura. Ele suaviza ao ver meu rosto ferido. — Eu me preocupo com você, com o seu coração. Nunca irá superá-lo se ficar perto, Selena. Suas palavras me machucam, revolvendo a minha ferida aberta. — Não quero superá-lo. — Minha voz está embargada. — Eu o amo. Nunca irei amar outra pessoa. Nunca. Será sempre ele, mesmo que não possamos estar juntos de outra forma. — Você nunca deveria tê-lo deixado, para começar. — Ele me dá o olhar de eu avisei. Então, suspira profundamente e vem me abraçar. Ele me segura com carinho, beija o topo da minha cabeça e me dá um pequeno sorriso quando se afasta e abre a porta para mim. Eu tomo uma respiração lenta e calmante e saio pelo corredor para a sala, meu coração acelerando a cada passo que dou. Eu dobro a esquina e meu coração praticamente salta para fora do peito com a visão dele. Está de costas para mim, de frente para as paredes de vidro, parecendo absorto com o movimento da rua, muitos andares abaixo. Ele está absolutamente lindo, delicioso em calça jeans ajustada, jaqueta de couro marrom escuro e um gorro preto. É doloroso saber que não é mais meu. Apollo está certo sobre isso.
Estou aqui parada, completamente perdida com a sua presença esmagadoramente masculina quando seus olhos encontram os meus através do reflexo do vidro. Eu inalo baixinho com o impacto do azul hipnotizante sobre mim. Ando devagar, minhas pernas levemente trêmulas sobre os saltos altos da bota de cano curto. Ele se vira devagar, seus olhos brilhando à medida que vagueiam pelo cumprimento do meu corpo. Eu me sinto autoconsciente no meu short preto, vários centímetros acima dos joelhos. Uma regata branca básica sob uma jaqueta de couro curta completa o look. Seus olhos estão quentes quando se fixam nos meus e eu sei que depois de deixá-lo, tentar ser sua amiga será a tarefa mais ingrata que já tive que cumprir. Como ser amiga do homem que você ama com todo o seu coração? Tudo que quero é me jogar em seus braços e implorar seu perdão, mas tenho consciência de que esse momento já passou. Eu o perdi dessa forma. Se sua amizade é tudo que terei a partir de agora, estou indo me agarrar nisso com todas as minhas forças. — Hei. — Sussurro, parando a uma distância segura, minha garganta áspera de repente. Seus olhos mostram um flash de diversão, provavelmente pela distância que estou mantendo. O canto dos lábios inclina na sugestão do sorriso torto e travesso que conheço tão bem. Doce Jesus. — Hei. — Sua voz baixa e rouca quase me faz gemer de prazer e saudade. — Você está, huh, bonita. Parece um pouco desconfortável. Eu me sinto melhor vendo que minha presença ainda o afeta também. Droga. Não é um encontro. Repito o mantra porque é muito fácil me esquecer desse detalhe com ele todo assim lindo na minha frente. Ele anda vagarosamente para mais perto com os olhos presos aos meus, e meu coração começa a martelar vertiginosamente no peito. — Obrigada, você também. — Coaxo, levantando o rosto quando para à minha frente. Eu me seguro para não fechar os olhos quando seu cheiro gostoso me assalta. Seu corpo grande e sexy é intimidante bem perto do meu. Meus olhos correm saudosos por cada detalhe do seu rosto perfeito. Senti tanta falta de olhar nesses olhos tão de perto. Ofego baixinho, não consigo me impedir, enquanto nossos olhares permanecem trancados. Eu te amo tanto, bebê. Tenho certeza de que meus olhos estão lhe confessando isso. Crispo meus dedos em volta da carteira para me impedir de levantar a mão e tocá-lo. O som alto de alguém pigarreando nos faz piscar e quebrar o nosso transe. — Devemos ir, não? — A voz um tanto seca de Apollo me faz voltar à realidade. Puta merda, Apollo... Meu rosto esquenta. Eu só estive aqui, parada, olhando-o hipnotizada? Collin sorri. Seu sorriso é lento e um pouco perverso, obviamente sabendo como ainda me afeta também. Enfia a mão no bolso da calça e puxa suas chaves. Com desafio e algo mais queimando em sua íris, as estende para mim. Meus olhos caem para seu pulso e um sorriso enorme se espalha em minha boca. Ele está usando o rolex que lhe dei no natal. — O Maverik? — Levanto uma sobrancelha, enquanto estendo a mão para a sua. — Tem certeza de que me quer dirigindo sua garota favorita? — Esse carro é o seu queridinho. Rio, ou queridinha. Eu pego as chaves, mas seus dedos seguram os meus. Eu pisco, todo o meu corpo começando a pulsar pelo calor elétrico do seu toque. Seus olhos escurecem e suas narinas expandem levemente. Acho que ele meio que rosna baixo e depois limpa a garganta. Ou estou tão excitada que estou imaginando coisas? Ele solta meus dedos devagar.
— Uma das minhas garotas favoritas... — Murmura. Seu olhar ainda cravado no meu, quente, lindo, me fazendo desejar coisas sujas. Doce Jesus... Ele tem uma namorada, Selena. Meu cérebro tenta me lembrar. Eu quase gemo, começando a compreender o lado daquela moça, Kayla. Se o que sente por Caleb é tão forte quanto o que sinto por Collin, entendo porque aceitou ser apenas a sua puta. Deus, meu corpo estremece com a consciência de que eu faria isso. Faria qualquer coisa para estar em seus braços outra vez. Para senti-lo dentro de mim. Meu núcleo aperta, concordando com meus devaneios loucos, desavergonhados. Não. Não, droga, isso é indecente, imoral. Não é legal desejar o homem de outra mulher. Ok, pensar isso mandou um pouco da excitação pelo ralo. — Estarei de olho. Sou um pouco ciumento com as minhas meninas, você sabe. — Ele sorri e pisca para mim. Puta merda. Meu coração salta de novo. Deus me ajude... Se ele continuar usando essa mistura de charme rock star e garoto impertinente, vai ser uma longa noite. Eu dirijo seu carro com um tesão louco percorrendo meu sistema. Posso sentir seus olhos sobre mim e isso me inflama. Piso no acelerador com tudo. Ele gargalha ao meu lado, o som rouco acima do rock alto soando no ambiente. Apollo resmunga no banco traseiro. Rolo meus olhos para ele, tão rabugento hoje. Sorrio, me sentindo viva em longos dias. Cerca de uma hora depois, chegamos na garagem de Jax em Long Beach. Os dois se provocam na camaradagem costumeira e eu me vejo sorrindo como em nossos encontros anteriores. Exceto que esse não é um encontro. Uma voz filha da puta zomba em minha cabeça. Porcaria. Meu cérebro continua me puxando para baixo. A noite está boa até agora, não vou estragá-la pensando no óbvio. Eu sei que ele não é mais meu, droga! Eu me recosto ao capô do carro de Jax, um Corvette vermelho todo modificado, tomando minha água com gás. Ele só serviu isso quando chegamos. Eles vão correr dentro de poucos minutos e não querem ingerir álcool antes. Caramba. Collin vai mesmo fazer isso? Estou um pouco nervosa por ele. Jax já me garantiu que não há riscos. Bem, não muitos riscos, uma vez que eles tomam todos os cuidados necessários e o trecho é curto, limpo de qualquer coisa que possa atrapalhá-los. — Pronta? — A voz de Collin me tira dos meus pensamentos. Ele tem um capacete nas mãos. — Você vai comigo, não é? — Esses olhos bonitos e travessos me olham com desafio. — Eu?! — Pergunto bobamente, enquanto sorri daquele jeito torto. — Eu pensei que ia apenas assistir... — E perder a experiência completa, baby? — Ele me provoca, fazendo meu estômago se agitar com mil borboletas pelo uso desse termo no final. Não quer dizer nada, claro. Ele não me chamou de bebê. Oh, Deus, estou um tanto paranoica hoje, não estou? — Você é louco, sabia? — Rio e ele entende isso como um sim, se aproximando mais. Seus olhos prendem os meus intensamente. — Completamente louco. — Murmura. Tudo em mim treme com seu tom e olhar. Sorri levemente e levanta o capacete, ajeitando-o sobre a minha cabeça. — Isso é loucura, Selena. — Apollo reclama so meu lado. Ele continua taciturno. — Você. — Lança um olhar intimidante para Collin. — Tem certeza de que essa merda é segura, cara? Collin cerra o maxilar, desconfortável com a reprovação aberta do meu assessor.
— Eu jamais a colocaria em perigo, parceiro. — Quase rosna. — Jamais a machucaria. — A forma como diz isso me faz pensar que não se refere apenas a essa corrida maluca. — Há mais airbags nesse carro do que num fodido Range Rover. Lena está segura comigo. Apollo aperta os lábios, descontente, mas cruza os braços, se afastando. Jax vai até ele e explica novamente que estamos seguros. Somos doidos, mas estamos seguros. Collin abre a porta do passageiro. Eu entro e ele prende o cinto, seu rosto lindo concentrado a centímetros do meu. Mordo o lábio para não gemer quando seus dedos roçam acidentalmente o topo dos meus seios. Ele termina e sai sem me olhar e me sinto um pouco decepcionada. Porcaria. Estou tão ferrada com essa história de amigos. Posso mesmo fazer isso com ele? É isso ou nada, Selena. Merda. Ok, eu vou fazer isso. Não posso perdê-lo completamente. Saímos da garagem direto no meio da muvuca, como diria Collin. Caramba! Muita gente por aqui. A adrenalina começa a inflamar minhas veias. Aqui embaixo é muito, muito melhor. Sorrio largo, olhando através do vidro escuro da janela. Collin corre sempre assim, sem revelar sua identidade. Os tabloides fariam uma farra se soubessem que um rock star do seu calibre gosta do bagulho ilegal a ponto de correr de vez em quando. Uma garota usando apenas lingerie acena com bandeiras quando paramos na linha de largada. Puta merda! Meus olhos arregalam e vejo Collin sorrindo todo safado para isso. Idiota. Bufo. Ele sorri mais. O ronco do motor me faz estremecer. Querido Deus, isso vai direto ao meu clitóris necessitado. Aperto as coxas, e o olho, arfando levemente quando meu olhar se choca com o seu. Não há mais sorriso lá, apenas uma expressão feroz, crua em seus olhos hipnotizantes. — Pronta, baby? — Sua voz é baixa, profunda, rouca me deixando mais molhada, palpitante. Um sorriso diabólico enrola a boca vermelha, percebendo o meu estado. — Prometo que será bom para você. — Ronrona, seu sorriso sacana aumentando. Gemo. Isso mesmo, eu gemo, caralho. Ele pisca para mim e volta a atenção para a frente. A moça dá o sinal e o carro arranca com tudo. Meu bom Deus! Meu coração quase salta pela boca e eu grito os primeiros metros. Collin sorri e coloca mais velocidade. Olho de lado, vendo Jax emparelhando conosco e passando um segundo depois. Eu me recosto no banco, a excitação vencendo o nervosismo. Eu grito de euforia quando Collin passa mais uma marcha e o carro parece dar um pulo, ganhando mais velocidade. Minha nossa! Isso é muito bom. Louco, mas bom pra caralho! Passamos Jax. Ele não deixa barato, nos passando de novo. Estou sorrindo e gritando para Collin pegar a dianteira outra vez. Ele está concentrado ao volante. Todo lindo, um moleque impertinente. Vejo a linha de chegada se aproximando. Há um monte de gente aguardando aqui também. Caramba. Estamos mesmo fazendo isso. Rio alto quando no último segundo, nosso carro cruza a linha e a pequena multidão se agita ao redor. Puta merda! Nós vencemos! Ainda estou tremendo e cheia de adrenalina alguns minutos depois, quando voltamos para a garagem. Jax reclama que Collin trapaceou. Ele ri, dizendo que o primo é um mau perdedor. Então os dois se abraçam e batem nas costas um do outro. Jax pega um pequeno cooler com cervejas e gelo e saímos a pé para ver as outras corridas. Apollo ainda está com cara de poucos amigos, mas está bebendo uma cerveja também. Há muita gente. Estamos costurando entre a massa agitada. Tenho um vislumbre de Phill e o outro segurança de Collin, andando quase despercebidos na nossa lateral. Eles estão casualmente vestidos, como se estivessem aqui apenas para curtir como qualquer um. Quase pulo quando sinto a
mão morna de Collin pousando na parte baixa das minhas costas. Minha pele arrepia, sentindo seus dedos ásperos. Ele apenas sorri, indicando para não parar de andar. Pessoas olham para nós, mas logo voltam a cuidar das suas coisas. Há carros com sons ligados. Uma mistura maluca de ritmos e gostos. Sorrio. Muvuca é mesmo o nome certo para isso. Paramos em um peitoril de um metro mais ou menos, um pouco afastado da pequena multidão. O barulho ainda é grande, mas dá para conversar sem gritar. Eu me sento sobre ele e Collin para à minha frente, de pé, perto demais, quase entre as minhas pernas e se inclina, depositando o cooler ao meu lado. Só agora percebo que Jax e Apollo não estão mais conosco. Seus olhos se fixam nos meus e ele leva a garrafa aos lábios, bebendo um longo gole sem desviar o olhar. Pisco, me remexendo no lugar, minha boceta umedecendo, meu sangue voltando a esquentar agora por outro motivo. Tomo um gole da minha cerveja também e continuamos nos olhando em silêncio. Esse tesão louco ainda é muito forte entre nós. Nos devoramos, fodendo com nossos olhares. Meu peito aperta porque parece que voltamos ao tempo em que não podíamos dar vazão aos nossos sentimentos. Eu deveria pedir para se afastar. Ele tem uma namorada. Mas meu lado masoquista decide deixá-lo exatamente onde está porque seu cheiro é delicioso demais e gosto da forma como está me olhando. É quente, suave, sexy e algo mais brilhando em sua íris. É parecido com a forma como me olhava antes. Antes de eu foder com o nosso amor. Nesse momento, não me importo com a porra da namorada. Eu o quero. Deus, o quero tanto que tudo em mim está doendo, latejando para sentir seu toque outra vez. — Você gostou? — Como você está? Murmuramos ao mesmo tempo. Sorrimos, desconcertados. Oh, Deus, nós perdemos a espontaneidade gostosa que tínhamos. Era tudo tão fácil, tão perfeito e eu joguei isso fora por covardia. — Você primeiro. — Cede, sorrindo levemente. — Eu adorei. Foi incrível. — Sussurro, minha voz está um pouco ofegante. — Obrigada por me convidar. Seus olhos suavizam e o sorriso lindo que amo tanto se espalha em seu rosto. Ele é esmagadoramente bonito e eu não estou conseguindo lidar com todas as emoções gritando dentro de mim. Gritando por ele. — Eu estou bem. — Murmura, respondendo à minha pergunta anterior. — Fico contente que tenha gostado. — Seus olhos escorregam para os meus lábios e escurecem ligeiramente. — Obrigado por aceitar. Lena... — Meus olhos ardem um pouco ao ouvi-lo me chamar assim de novo. Vi nas mensagens, mas nada se compara a ouvir sua voz com a mesma cadência suave que sempre usou para me chamar. — Sobre a outra noite... — Passa uma mão pela cabeça coberta pelo gorro. Seus olhos estão um pouco envergonhados segurando os meus. — Me desculpe por ter sido um babaca. Meu íntimo retorce ao recordar a forma bruta como me comeu e sua frieza um segundo depois que gozou dentro de mim. Isso deve estar estampado em meu rosto agora, pois seu olhar amolece mais arrependido. — Eu estava muito fodido aquela noite... — Meio que rosna. — E me odiei depois das coisas que falei... — Seu olhar inflama, muito azul, muito quente. — Mas não me arrependo do que fizemos lá.
Meu coração dá cambalhotas no peito com a sua afirmação. Ele disse a última parte me prendendo com um olhar intenso. Eu arfo levemente. — Também não me arrependo de... — Sua sobrancelha levanta e um sorriso perverso curva seus lábios lentamente me esperando concluir. — De, bem, você sabe... — De foder gostoso, suado? — Sussurra asperamente fazendo a minha calcinha virar uma bagunça encharcada. Porcaria. — Foi o que fizemos lá, baby. Você me provocou com sua bunda sexy, me deixando duro como uma rocha e nós fodemos gostoso pra caralho. Doce Jesus. Junto minhas coxas e seu sorriso amplia para uma risada baixa e sacana. Ele quer me torturar? Deus me ajude... — Isso não é uma conversa apropriada para nosso novo status, roqueiro. — Digo em tom insultado, mas há uma provocação sutil. Collin sorri, fazendo um beicinho que quero beijar até ficar sem ar. Há algo misterioso brilhando lá no fundo dos seus olhos. Começo a me perguntar o que é isso que estamos fazendo. Ele não parece querer apenas amizade pela forma que está me comendo com os olhos. — Ok, prometo não ultrapassar os limites. — A forma como diz isso não é muito convincente, no entanto. — Porém, não pode me culpar. Minha nova amiga é a coisa mais linda, quente e gostosa que já tive o prazer de ver e... Comer. — A última palavra rola sensualmente em sua língua e me vejo ofegando mais uma vez. Eu quero perguntar da sua namorada, mas não quero estragar o clima que está voltando a ficar leve entre nós. Deus, sou uma garota horrível. Estou gostando de ter o homem de outra mulher me dizendo coisas indecentes. Droga. Eu quero foder esse homem nesse exato momento. — Me fale o que tem feito, Lena. — Sua voz assume um tom mais sério e eu o agradeço por parar com o assédio verbal. — Trabalhando. — Suspiro baixinho, tomando o último gole da cerveja. Collin pega mais duas, torcendo a tampa e me entrega uma. — Coloquei todas as energias nesse álbum. Estou nervosa, no entanto. Ele abre a sua e toma um gole. — Está muito bom. Eu e os caras estamos otimistas. — Diz com ar de empresário sério. — O nervosismo é normal. — Abre um pequeno sorriso. — A expectativa sobre a resposta do público é o nosso combustível. Faz parte. — Eu sei. — Murmuro, levando minha garrafa à boca. Depois de um longo gole, completo. — Obrigada pelo apoio que dará na turnê. Eu realmente aprecio isso. Aquele brilho misterioso tinge sua íris de novo. — A qualquer hora. — Sussurra. — Tenho um bom pressentimento sobre essa turnê. Junto as sobrancelhas, curiosa. — Quer compartilhar? — Pergunto com um meio sorriso. Seu olhar queima no meu, intenso, com alguma intenção escusa e pisca para mim, todo moleque safado. Doce Jesus... Estou tentando ignorar as borboletas voando em meu estômago a cada vez que seus olhos encontram os meus. Mas ele está tornando essa tarefa malditamente difícil. — Oh, sim, baby, eu vou compartilhar... — Diz enigmaticamente. — Mas por hoje, vamos apenas curtir a companhia um do outro, combinado? — Mais uma vez me pergunto o que ele está fazendo? O que estamos fazendo? — Tem sido um longo tempo, Lena. — Há um toque de melancolia em sua voz. — Agora somos só eu e você.
E meu coração começa outra corrida louca na noite. O que ele quis dizer com isso? A parte racional em meu cérebro não quer acreditar que ainda há uma chance. No entanto, a parte apaixonada, Deus, loucamente apaixonada, está começando a ter esperanças. O resto do nosso tempo juntos passou muito rápido. O tempo não é amigo dos amantes, alguém já disse essa merda em algum lugar, tenho certeza. Falamos sobre tudo e nada. Aos poucos, nossa espontaneidade foi voltando e nos envolvendo de tal forma que me esqueci de tudo o mais à nossa volta. Bebemos, conversamos, sorrimos. Quando para na frente do meu prédio, a despedida é uma cadela vingativa. Apollo anda à frente, me aguardando na entrada, dando-nos alguma privacidade. Ele parecia um pouco menos seco com Collin no decorrer da noite. Não sei o que causou essa mudança. Depois de um momento longo nos encarando e protelando a despedida, Collin se inclina em minha direção. Seus dedos enfiam uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e eu me viro de frente. Mordo o lábio para não choramingar com seu toque suave. — Obrigado por hoje. — Seu sussurro é áspero, meio ofegante, me encarando fixamente. — Mal posso esperar para pegar a estrada com você. Puta merda. Eu acho que ele esqueceu completamente que tem a porra de uma namorada. — Eu também. — Coaxo, cobiçando sua boca, desejando fervorosamente que me beije. Por favor. Ele sorri, lindo, perverso e sou uma causa perdida. Eu te quero tanto, bebê. Choro internamente. — Boa noite, menina bonita. — Murmura e beija a minha bochecha, para a minha total decepção. Seus lábios se demoram um pouco mais. Sua respiração quente me faz estremecer. Ele se afasta e eu sorrio fracamente antes de sair do carro. Duas horas mais tarde, uma mensagem chega, enquanto rolo sem sono na minha cama. É apenas uma música. Eu abro e imediatamente me sinto flutuar. É de Ed Sheeran, Photograph. Linda letra. Sensível e triste. Meus olhos lacrimejam enquanto a ouço, meu coração machucado porque a letra tem tudo a ver conosco. Estou chorando, louca para responder à mensagem quando meu celular vibra outra vez. Collin: Mensagem para a menina que me deu uma fodida insônia... Hei, ainda está acordada? Não consigo dormir... Estar com você hoje foi mais do que incrível, Lena. Eu precisava lhe dizer isso. Me fale sobre qualquer merda. Eu ainda não quero me despedir de você. Oh, meu Deus! Meu estômago volta a ficar agitado, as borboletas acordando também. O que estamos fazendo? Eu poderia fingir que não vi, que estou dormindo. No entanto, meus dedos começam a responder antes mesmo do meu cérebro racionalizar isso. Lena: Mensagem para o menino bonito com insônia... Hei, estou acordada ainda... Eu não quero me despedir de você também, Collin. Qualquer merda? Huh, deixe-me ver... Podemos falar sobre o aquecimento global ou a campanha para salvamento dos pandas... Bato em enviar, acrescentando uma carinha sorridente. Sua resposta é imediata e me faz gargalhar entre as lágrimas, rolando de bruços sobre o colchão, como uma adolescente deslumbrada com o garoto mais popular da escola. Collin: Rsrs, Deus, eu senti tanta falta disso, Lena... Tanta falta, porra. Lena: Eu também... Muito.
E ficamos assim, falando bobagens. Eventualmente ele acabou me ligando e falamos mais, perdendo completamente a noção do tempo. Quando nos despedimos relutantemente, os primeiros sinais da aurora estavam entrando pela cortina do meu quarto. Enviei-lhe a música de Jimmy Eat World Hear you me por mensagem. Eu a tenho ouvido muito esses dias. A letra nos faz refletir sobre as coisas que deixamos de dizer enquanto é tempo. Ela me lembra de que perdi o homem da minha vida por medo de dizer o que era necessário. Eu me remexi languidamente sobre os lençóis, repassando nossa noite, nossa conversa e adormeci com um sorriso estampado no rosto pela primeira vez em dois meses. Seu rosto perfeito, sua voz sexy embalando o meu sono e a esperança se infiltrando em meu coração.
CAPÍTULO VINTE
Collin Duas semanas depois... Eu olho a vista do Central Park, da sacada da minha suíte do hotel. Estamos em Nova Iorque City. A turnê promocional de Lena começou bem pra caralho. O single Inesquecível, explodiu nas paradas e ontem alcançou o primeiro lugar no ranking da Billboard. Sorrio, não contendo meu orgulho por ela. O pontapé inicial foi o show em San Diego. Passamos pelo Colorado, Novo México e Ohio. Lena está exultante em cada show, cada compromisso com a imprensa, as entrevistas nas rádios e emissoras de TV. O número de fãs se abarrotando na frente de cada hotel que nos hospedamos tem crescido espantosamente. A porra de uma estrela. Ela conseguiu, caralho! Tomo um gole da minha cerveja e corro meu dedo pela tela do celular. Há uma porrada de notícias sobre ela e meu sorriso fica mais largo. Selena Hart chegou ao topo com seu novo single, Inesquecível. Selena Hart, a nova princesinha da música pop. Selena Hart, lidera o ranking da Billboard. Bilhetes esgotados para o show de Selena Hart no Madson Square Garden. A cantora vem arrebatando os fãs antigos e ganhando novos com o álbum Inesquecível. Selena Hart encanta a cidade de Nova Iorque. A performance da cantora esta noite no MSG a elevou ao status de nova musa pop. Essa última foi recentemente postada. O show foi perfeito. Depois que recebeu as presidentes de alguns dos seus fãs clubes no camarim, voltamos para o hotel. Ela visivelmente cansada, mas radiante. Esse era o show que mais a estava perturbando. Se apresentar no MSG e lotar o maldito lugar não é para qualquer um. Contudo, ela conseguiu.
Meu peito incha, olhando a foto que acompanha a matéria. Lena está dançando na ponta da passarela, explosões pirotécnicas nos lados do palco. Os fãs estão com as mãos levantadas, loucos para tocar sua musa. Ela tem um lindo e enorme sorriso no rosto. Minha menina bonita. Merece cada minuto dessa atenção. Cada dia que passamos juntos é uma mistura agridoce de sentimentos. Quero desesperadamente tocá-la, amá-la da forma que preciso, mas ainda não é o momento. Quis me manter nos bastidores para que ela brilhasse por si mesma. Nada de manchetes especulando sobre uma suposta retomada do nosso relacionamento. Isso ofuscaria seu trabalho, seu esforço e talento incrível. Esse momento é dela, somente para ela. No entanto, não tem sido fácil manter minhas mãos longe. Morro a cada vez que a tenho perto, sinto seu perfume delicioso de rosas. Nós temos resgatado a nossa convivência fácil nessas duas semanas. Estamos tão próximos quanto estávamos antes de ela decidir me mandar para longe. Próximos, exceto que não estamos fodendo. Mas, a tensão sexual pode ser sentida a milhas quando estamos no mesmo ambiente. Me masturbo como um louco a cada noite que vamos para quartos separados. Preciso fazer isso, para me impedir de pular sobre ela e fodê-la até cairmos sem forças. Não é o momento ainda. Tenho algo planejado para depois de amanhã, em Seattle. Sim, babies, consegui colocar minha cidade no itinerário da turnê. Dessa vez não vou amarelar como uma maldita mocinha. Estou ansioso, cheio de tesão, luxúria, e esse amor incondicional que sinto pela minha menina. Meu celular toca. É Eli. Atendo-o, voltando para dentro do quarto. — Hei, mano. — E aí, mano. — Me saúda. — Então, você já? — Pergunta com um risinho idiota. — Já o quê? — Resmungo, sabendo que vem merda a seguir. — Parou de ser um veadinho do caralho e pegou sua mulher de jeito, idiota. — Seu sorriso aumenta em meu ouvido. Bufo. — Ainda não é o momento, imbecil. — Ranjo, pegando outra cerveja no frigobar. — Isso é sobre ela. Lena merece brilhar por si mesma, cara, sem manchetes sensacionalistas sobre nosso envolvimento. Ele bufa, mas sorri, perguntando em tom mais ameno. — Mano, quando foi que ficou tão maduro? Dou risada. Nem eu mesmo sei. Apenas quero ir com calma e fazer o certo para ela. Lena é uma estrela e não precisa de insinuações maldosas de que só conseguiu isso por estar à sombra do namorado famoso. — Eu não sei, mano. — Suspiro como uma mocinha. — Tudo que sei é que amo aquela garota com todo o meu coração. Porra, eu quero que seja feliz. Plenamente feliz e a música ajuda com isso. — Porra, ela está arrebentando, não é? Dê meus cumprimentos a ela, parceiro. — Seu tom é mais sério. — Se há alguém que merece uma pausa das merdas é a sua garota, irmão. Sorrio com seu carinho por Lena. Sara o amoleceu completamente. A mudança nele é alarmante. Não que ele não continue sendo um idiota irônico. Mas, agora, há esse ar leve e delirantemente feliz à sua volta. Estou contente por ele, por eles. — E quanto a notícias da menina? — Pergunta. Suspiro, tomando um grande gole da minha cerveja. Contei aos caras o que descobri com Tara. Eu sei que esse assunto é delicado e de foro privado. Mas eu e meus parceiros não temos segredos. Além disso, eu precisava de direção. Liam acionou Greg, que por sua vez,
entrou em contato com investigadores especializados em encontrar pessoas desaparecidas. Tara ofereceu todas as informações necessárias. A vaca está se cagando de medo de ser implicada no processo do abuso de Lena. Minha vontade é jogá-la aos leões, mas ela tem cooperado, verdade seja dita. Além disso, Lena não a quer sendo julgada, embora sempre tenha sido uma mãe de merda. Eu a intimei a contar a verdade sobre a paternidade de Lena, porém. Isso não mudará muita coisa, mas saber que não tem vínculo consanguíneo com o estuprador pode ser uma lufada de ar fresco. Essa certamente foi a razão maior para ela querer abrir mão da sua menina. Irmãos gerando uma vida juntos é uma merda muito doentia. Imagino o quanto isso deve ter corroído Lena. Eu vou encontrar a nossa menina, bebê. Você terá tudo, amor. Será inteira de novo. Dessa vez vou juntar todos os pedaços. Repito para mim mesmo com determinação. — Nada de concreto ainda, parceiro. — Respondo à sua pergunta. — Mas, vamos encontrá-la. Só vou descansar quando Lena tiver sua menina nos braços. Ele sorri e sussurra algo inteligível, sua voz parece distante do fone, falando com alguém ao fundo pelo visto. — Baby, pare de ser malvada. — Ouço-o mais claro. — Oh, Jesus... Mantenha as pernas assim, minha cachorra... — sorrio. O idiota está com Sara. — Parceiro, eu hum, preciso ir. — Ele ri, o som malicioso. — Minha noiva está nua na cama e ameaçando começar a diversão sozinha... — merda. Informação demais. Bufo, mas gargalho em seguida. — Me ligue quando tiver se livrado das bolas azuis, idiota. Rosno para sua última provocação. — Divirta-se, imbecil. — Retruco. — Vai dar tudo certo, irmão. — Seu tom volta a ficar sério. — Estou contando com isso, irmão. — Respondo. — Certo, cuide-se. — então, ele gargalha do outro lado com sua escolha proposital de palavras. — Oh, esqueci que isso é tudo que está fazendo ultimamente, parceiro... Eu ranjo os dentes, fazendo-o rir mais. Bastardo irônico. — Vai se foder, idiota. — Não, cara, prefiro foder a minha noiva. — Rebate. Uh, completamente pau mandado. — Falando sério, mano. Estamos todos aqui torcendo por você e sua menina. — Valeu, mano. — Digo em tom ameno. — Vai lá pegar sua noiva, seu fodido tarado. — Tiro sarro. Ele ri alto. Rio também e completo sem provocação: — dê um beijo em Sara por mim. Eu ligo depois, parceiro. Desligo e tomo o resto da cerveja. Estou ainda de roupão depois da ducha rápida que tomei logo que voltamos do MSG. Em outra ocasião eu levaria minha menina para jantar, dançar e encerraria a noite com minhas bolas profundas em seu corpo delicioso. Isso vai ter que esperar para a próxima vez que estivermos aqui. Estou doido para ir até sua suíte, no entanto. Apenas estar com ela depois do seu sucesso estrondoso naquele palco. Temos interagido em nossos quartos em todos os hotéis que ficamos. Conversamos, bebemos, jogamos baralho, assistimos filmes, séries. Por falar nisso, ainda estou viciado na porra do TVD. O veadinho do Damon está separado da Elena e Lena não quer me dizer como termina, porém, tenho a impressão de eles não seguem juntos na série. Isso me deprime um pouco. Estou nessa fase em que desejo que todos os casais se acertem e vivam felizes para sempre. Ugh. Isso foi maricas pra caralho, admito. Mas voltando à minha situação de fodidas bolas azuis, Apollo tem tentado me atrapalhar. O bastardo está tentando me
sabotar, pegando uma suíte conjugada com a de Lena, me coibindo de avançar o sinal. Bufo. Se eu realmente estivesse empenhado em foder com ela, o idiota não me pararia. Nada me pararia. Meu celular zumbe e um sorriso enorme se espalha em minha boca quando vejo o nome na tela. Lena: Mensagem para o garoto que merece muitos agradecimentos... Hei, acabei de pedir serviço de quarto e algumas bebidas... Você vem comemorar comigo ou o quê? Eu rio largo e meu pau fica a meio mastro, tendo obviamente sua própria ideia pervertida de comemoração. Hoje não, parceiro. Resmungo para ele se acalmar. Em breve. Digito uma resposta imediata. Collin: Mensagem para a menina bonita tentando ficar bêbada... Hei, pensei que estivesse cansada depois de rebolar o traseiro gostoso por duas horas seguidas... Lena: Você continua ultrapassando a linha, roqueiro. Não pode ficar dizendo coisas sobre o meu traseiro... Traga logo sua bunda aqui! Eu gargalho com sua resposta. Posso imaginar seu narizinho arrebitado, torcendo. Respondo, provocando-a ainda mais. Collin: Admita, baby, você adora quando digo essas merdas. Minhas amizades, minhas regras... Não tenho culpa se você tem um rabo gostoso pra caralho... Lena: Doce Jesus... Estou cortando relações com você a partir de amanhã. Ela envia um emotion fazendo biquinho. Rio com isso. Collin: Por que a partir de amanhã? Lena: rsrs, porque Apollo acabou de sair, aparentemente para um encontro. Só me restou você... Vamos, traga logo seu traseiro abusado aqui. Collin: Ouch! Agora você me feriu, baby. Um monte de carinha sorridente chega antes de eu digitar a próxima mensagem. Collin: Estarei aí em cinco minutos. Lena: Esperando... Não demore ou vou começar a festa sem você. Um emotion piscando acompanha a mensagem. Merda. Me lembro da conversa de Eli e começo a desejar que Lena siga o exemplo de Sara e esteja me esperando nua na porra da cama. Me dirijo para o closet. Visto uma camiseta preta e uma bermuda de brim. Saio pelo corredor e em alguns minutos estou diante da sua suíte. A porta se abre com apenas uma batida e ela está diante de mim, toda linda e sexy numa curta regata vermelha e shorts de malha minúsculos. Meus olhos vagueiam pelo corpo deliciosamente tonificado, esfomeados até os pés delicados. Ela está descalça, as unhas pintadas de um vermelho vibrante fazendo meu pau se sacudir dentro da bermuda. Quando nossos olhares se encontram outra vez, há um leve rubor em seu rosto bonito e livre de qualquer maquiagem. Todo o meu corpo treme de tesão, meu sangue esquentando, enquanto nos encaramos fixamente. Um pequeno e hesitante sorriso treme em seus lábios. Há música soando em volume agradável. — Hei. — Murmura, parecendo um pouco incomodada, mudando de uma perna para a outra. — Hei. Foi daqui que uma garota sexy pediu companhia para se embebedar e fazer coisas obscenas? — Decido misturar flerte com brincadeira. Isso sempre funciona entre nós. Um sorriso lindo se abre em seu rosto e ela rola os olhos, se afastando um pouco para me dar passagem. — Você está assumindo muito, roqueiro. — Zomba quando entro e paro à sua frente. Ela fecha a porta, nossos corpos se roçando no processo porque, bem, eu não lhe dei espaço
suficiente. É, babies, me reservo o direito de ser um babaca nesse momento apenas para têla bem perto de mim. Minhas narinas expandem e eu inalo seu perfume de rosas. Ajusto o meu pau discretamente. Jesus Cristo. Eu a quero. Quero agora, porra. Quase rosno de frustração. Seu cabelo está preso em um nó frouxo e eu salivo vendo sua nuca a centímetros da minha boca. Eu quero mordê-la, empurrá-la contra a porta, puxar essa desculpa de shorts que está usando para suas coxas e meter profundamente em sua boceta por trás, como fiz tantas vezes antes. Como vou fazer pelo resto das nossas vidas, ela só não sabe disso ainda. Passa por mim, andando à minha frente e meus olhos ficam colados em sua bundinha firme e arrebitada. Gostosa demais. Eu suprimo um gemido. Então percebo que está andando estranho, mancando levemente. — Você vai ficar aí a noite toda? — Pergunta por cima do ombro, me flagrando de olho em seu rabo bonito. Eu rio maliciosamente, me obrigando a arrastar os olhos para cima. Há um brilho atrevido e satisfeito nos olhos de mar do caribe. Ela sabe que estou louco para foder com ela. Não há como não saber, porra. Não pela forma que nos olhamos quando estamos a sós. Ela me lança um sorriso sexy como o inferno antes de voltar a andar. Caralho. Meus olhos voltam para o balanço hipnótico dos seus quadris e quero rosnar e bater em sua bunda quando não vejo nenhum sinal de uma porra de calcinha. — Por que está andando estranho? — Pergunto, forçando-me a sair da minha luxúria, seguindo-a para a sala de estar de frente para a sacada. Há muita comida em cima da mesinha de centro e um balde de gelo com cervejas dentro. Ela geme, sentando-se no chão perto da mesinha e me indica o outro lado. — Meus pés estão me matando. — Reclama, fazendo uma pequena careta. — Eu acho que posso ter torcido um pouco o tornozelo na última coreografia também. — Você tem algum creme relaxante ou alguma merda assim? — Pergunto, não me dando o trabalho de sentar. — Sim, cuidarei deles quando for dormir. — Ela sorri. — Besteira. Onde está? — Me olha intrigada. — O que está fazendo? Estou bem, sério, Collin. — Retruca. — Baby, não quero me gabar, mas está diante do melhor massagista de LA. — Eu pisco para ela. — Onde está o creme, Lena? Ela dá uma pequena risada zombadora. — O melhor massagista? — Levanta uma sobrancelha sexy, entrando na brincadeira. — sim? — Sim, linda. — sussurro, amando como seu rosto se ilumina quando a chamo assim. — agora me fale onde encontro a porra do creme para eu que eu possa usar minhas mãos mágicas em você. — eu movo meus dedos acintosamente em sua frente. Ela gargalha alto. — No banheiro. Leia os rótulos e pegue o que tem arnica na composição. É o mais eficaz. — diz finalmente e eu me viro em uma missão. Volto em poucos minutos e me sento de frente para ela no chão. Pego uma quantidade do creme ao mesmo tempo em que Lena estende seus pés delicados sobre as minhas coxas. Agarro o direito e começo a trabalhar. Um gemido baixo deixa sua boca quando pressiono nos pontos de tensão, massageando com vigor. Sua cabeça pende contra o estofado do sofá às suas costas. Meu pau está em riste agora. Seus olhos estão em fendas, encapuzados, cheios de prazer. Trabalho com mais suavidade, puxando os dedos, deslizando minhas mãos até o tornozelo. Sinto sua pele ficando arrepiada. Outro gemido escapa por entre os
lábios entreabertos. Jesus Cristo. Se ela continuar gemendo assim vou deitá-la aqui mesmo no tapete e comê-la sem qualquer piedade, porra. — Hmmm, isso é tão bom. — Mia, o som muito parecido de quanto está tomando meu pau todo em seu corpinho gostoso. Eu posso ver seus mamilos endurecidos através do tecido fino da regata. Ranjo os dentes. Ela está me provocando, é isso? Com um sorriso safado eu subo as mãos, massageando a pele suave da panturrilha. Seu corpo estremece levemente. Sua cabeça levanta um pouco e bloqueamos nossos olhares, enquanto trabalho em seus músculos cansados. Fodemos com nossos olhares agora. — Droga. Você é mesmo bom nisso... — lamenta baixinho. — O melhor, baby. — Eu pisco-lhe, rindo maliciosamente e puxo seu pé esquerdo, dando o mesmo tratamento. — Oh, sempre tão convencido, roqueiro. — Sua voz é um ronronar ofegante, nossos olhares presos. Sinto pré gozo vazar em minha cueca, olhando em sua carinha safada, esses olhos lindos do caralho, me chamando para fodê-la. Deslizo o polegar pela planta do seu pé, sem desviar meus olhos dos seus. Ela arfa e morde o lábio inferior. Aposto que sua pequena, linda e apertada boceta já está toda molhada para mim. Por que diabos não estou fodendo a minha garota nesse momento? Porque ela é a mulher da sua vida e já passou por merdas demais, seu tarado de uma figa! Uma voz irritada me lembra em minha mente. Uh, certo, é por isso. Tomo uma respiração profunda e muito necessária para conter a fome do meu pau. Ela é uma princesa e merece ser tratada como tal. Não é apenas um pedaço de carne para eu comer quando quiser, embora eu queira muito. Porra, demais. Forço-me a manter a mente focada. Faltam apenas dois dias. Apenas dois dias e ela será minha. Isso acalma o bastardo ganancioso, por enquanto. — Não estão inchados seus tornozelos. Deve ser apenas fadiga muscular mesmo. — Sussurro, acariciando a circunferência de seu delicado tornozelo. Faço o mesmo processo com a panturrilha, soltando os nós de tensão. Ela movimenta o pé, gemendo baixinho e sinto-o roçar em meu pau. Ranjo os dentes. Lena recua, obviamente sentindo que gostei um pouco demais dessa massagem... — Já é o suficiente. Estão muito melhores agora. — Sua voz está um pouco ofegante e seus olhos muito brilhantes. Fodidamente excitada. Eu quero sorrir e fazer uma piada sobre isso, porém me detenho. Fechando o pote de creme, me levanto. — Obrigada. Foi muito, er, doce da sua parte cuidar dos meus pés. Bebê, minhas intenções não eram tão nobres. Quero dizer-lhe. Eu queria desesperadamente colocar minhas mãos sobre ela, não importa o lugar. Eu precisava tocála. Sorrio, olhando-a de cima. Deus, ela é tão linda. Eu a quero tanto, caralho. Tanto. Meu corpo está louco de saudade e meu coração está cansado de não ter sua outra metade. — A qualquer hora, menina bonita. Peça Apollo para ver uma massagista profissional amanhã. O show em Seattle só será no final da semana, terá a chance de recuperar os músculos. — Digo. Ela sorri com atrevimento. — Hum, eu pensei que você era o melhor? — Me provoca. — Ok, baby, você me pegou. — Eu rio safado. — Eu só queria colocar minhas mãos sobre você. — Nosso sorriso vai morrendo aos poucos enquanto nos olhamos. Eu limpo a garganta e volto ao banheiro para guardar o creme. Após lavar as mãos, retorno à sala.
Lena está com a cabeça recostada no sofá, seus olhos fechados, murmurando algo inteligível. — Devo me preocupar com você falando sozinha? — Eu mexo com ela quando me sento do seu lado. Foda-se. Não vou ficar do outro lado da maldita mesa quando Apollo nos deu finalmente uma noite de folga. Os cantos de sua boca sobem num sorriso furtivo, gostando de me ter por perto também. Ela misturou comida chinesa com a culinária do hotel. Sirvonos duas tigelas com carne de porco agridoce, arroz com legumes e feijão verde. Abro duas cervejas e lhe entrego uma. Tocamos os gargalos num brinde silencioso, apenas nossos olhos falando por nós. Robbie Williams começa a cantar Advertising Space. Esse cara é muito foda. O clima fica muito íntimo, carregado de sensualidade pelas luzes baixas. — Obrigada. — Murmura, nossos olhos ainda presos. — Não há de quê. — Sussurro, ainda olhando-a, a comida ficando esquecida. Seu olhar suaviza, brilhando muito, enquanto toma um pequeno gole. — Não só por hoje, mas pela forma como cuidou de mim e me orientou desde o começo da turnê. — Por nada. — Murmuro, tomando um gole da minha bebida também. — Não foi realmente um grande negócio, você sabe. O álbum é dinamite pura, Lena. Tudo que a gravadora fez foi investir em divulgação. — Eu empurro seu ombro de brincadeira. — O resto foi tudo você. Você está subindo nos palcos e arrebentando. Seu rosto fica ainda mais enternecido. — Sim. Tem sido meio surreal isso tudo. — Sussurra. Mas, há apenas um pequeno sorriso em seus lábios e um brilho triste em seus olhos. — Eu consegui, não é? — Sim, baby, você conseguiu. — Digo suavemente. Ela não parece tão feliz quanto achei que estaria quando esse momento chegasse. — Você é uma estrela! — Completo com entusiasmo. Ela rola os olhos, dando uma risadinha, mas a expressão triste continua em seu olhar. — Vamos comer, estou morrendo de fome. — Quebra o nosso olhar e se põe a devorar o conteúdo da sua tigela. Ela tem um bom apetite, mas após os shows, isso triplica e Lena pode comer como a porra de um estivador. Sorrio, vendo-a se empanturrar. Pego a minha vasilha também e comemos em um silêncio confortável pelos minutos seguintes. — Você não tinha algo mais interessante para fazer na noite nova-iorquina? — Me pergunta limpando a boca com o guardanapo quanto termina de comer. — Eu nem pensei que pudesse estar atrapalhando algo. Eu... — Não há nada mais interessante para mim do que estar aqui com você, acredite. — Eu tranco nossos olhares, deixando-a ver a verdade por trás dessas palavras. Ela abre a boquinha linda e pisca antes de um pequeno sorriso rastejar em seus lábios. — Eu gosto disso também. — Murmura e boceja em seguida. — Desculpe. — Sorri. — O cansaço está batendo agora. — Eu devo ir então. — Digo, empurrando minha tigela na mesinha e derramando o último gole da cerveja em minha garganta. Meu coração está comprimido por ter que me afastar dela. Eu não quero ir, droga. — Não. — Ela pede me olhando com esses olhos expressivos. — Fique. Não quero que vá ainda. Um sorriso comedor de merda se espalha em minha boca. — Filme? — Pergunto, procurando o controle da TV sobre o sofá atrás de nós.
— Perfeito. — Ronrona. Ligo a tela à nossa frente e procuro canais de filmes. Encontro um legal e relaxamos em silêncio, assistindo o suspense. Não podendo mais me conter, minha mão rasteja no espaço entre nós. Toco seus dedos delicados. Ouço-a prendendo a respiração então soltar lentamente. Ela me deixa tomar sua mão, brincando com a palma antes de entrelaçar nossos dedos. Há uma força em ambos os lados quando fazemos isso, como se esperássemos por isso avidamente. Continuamos olhando a tela, nenhum de nós querendo quebrar esse momento. Ficamos assim, nossas mãos firmemente entrelaçadas, reafirmando um laço sem palavras, sem beijos, apenas nossos corações encontrando o caminho de volta um para o outro. Eventualmente ela apoia a cabeça em meu ombro. Eu não posso me ajudar, inspiro seu cabelo, fechando os olhos. Eu te amo tanto, bebê. Quero sussurrar em seu ouvido. Alguns minutos depois, ela está roncando levemente em meu ombro. Sorrio, olhando seu rosto pacificamente adormecido. Tomo-a nos braços e me levanto com ela. Seus braços envolvem meu pescoço automaticamente e a sinto cheirando meu peito. Ela sempre disse que meu cheiro a acalma. Isso me faz abrir um sorriso bobo, enquanto atravesso o quarto levando-a para a cama. Deposito-a suavemente sobre o colchão. — Collin... — murmura em seu sono, fazendo meu coração inchar no peito. Deus, a vontade de deitar com ela, segurá-la bem apertado, junto a mim, me esmaga. Tudo em mim dói com a falta que sinto disso. De nós. A cubro com o edredom com cuidado. — Descanse, minha menina bonita. — Digo baixinho, beijo as pontas dos meus dedos e os coloco sobre os seus lábios entreabertos. — Eu te amo. Porra, tanto, Lena. Ela se remexe um pouco, mas não abre os olhos. Traço o polegar pela boca macia, meus olhos ardendo. Tanto tempo. Tanto tempo sem tê-la contra mim. Sentindo sua pele na minha. Sua boca na minha. Estou morrendo. — Você é minha. — Murmuro, ainda tocando seu rosto. — E estou indo pegar de volta o que é meu, bebê. Em breve.
Selena — Oh, querida, aquela garota é ainda mais magrinha... — eu quero sorrir do comentário da avó de Collin, mas meu peito aperta um pouco com a menção da tal Nicole. Nas duas últimas semanas parecia haver um acordo tácito entre Collin e eu para não tocar nesse assunto. Minhas entranhas revolvem com ciúmes cada vez que o imagino beijando-a, tocando-a, fazendo amor com ela como fez comigo. Ele tem sido além de incrível na turnê, me apoiando incondicionalmente, orientando. Embora tenha se mantido nos bastidores, percebi. Acho que não quer ofuscar as coisas com sua presença. Oh, Deus, ele é tão perfeito. Como pude deixá-lo escapar? — Como pôde deixá-lo escapar? As palavras de Constance, ecoando meus pensamentos, me puxam das minhas lamentações. — Mamãe, dê algum descanso para Selena. — Jenna sorri, meneando a cabeça para sua mãe. Estamos em sua cozinha, jogando conversa fora enquanto ela prepara o jantar. Chegamos ontem e não tive escapatória a não ser ficar aqui em sua casa. Ela me intimou pelo telefone que levaria como desfeita se eu fosse para um hotel. Aceitei relutantemente. Apollo seguiu sozinho para o hotel não muito distante daqui. Ele me olhou com um sorriso misterioso brincando nos lábios quando se despediu. Percebi que ele não está mais implicando com Collin também. O que estou perdendo aqui? Jenna vem até mim passando os braços pelos meus ombros protetoramente. Sorrio, sentindo o perfume suave da mulher. Ela tem essa coisa maternal acontecendo que faz você desejar receber um abraço tão logo a vê. E ela realmente não economiza nos abraços. — Deixe os meninos cuidarem disso, ok? — Ainda acho que precisa se alimentar melhor, minha filha. — A senhora continua como se não tivesse sido interrompida. — Um homem gosta de carnes... Dessa vez eu não seguro a risada. Jenna também não. — Onde está Collin? — Pergunto como não quer nada. As duas mulheres se entreolham, não segurando seus sorrisos furtivos. — Com Antony, lá em cima. — Confidencia Jenna, voltando para o fogão, mexendo a panela do molho. — Ainda vai demorar aqui, querida. Se quiser descansar um pouco no quarto, vamos compreender. Essa maratona de shows e compromissos não deve ser fácil, não é? Sorrio concordando. — Não. A agenda é brutal. Mas é o que amo fazer, então está tudo bem. Seus olhos azuis tão parecidos com os de seu filho me analisam com suavidade. Me sinto querida quando me olha assim, com carinho e preocupação. Por que fui perder tudo isso? Por que estraguei minha única chance de pertencer a uma família de verdade? — Você está feliz? — Sua voz é apenas um sussurro. Ela não perde nada em meu semblante. — Sim. — Respondo. Minha voz tão amarga que é difícil convencer alguém. Seu semblante cai um pouco vendo a minha mentira. — Vai lá, menina. Descanse um pouco. — Ela bate carinhosamente em meu braço. — Collin vai chamá-la quando o jantar estiver pronto. Meus olhos lacrimejam, não posso evitar. Ela devia me odiar por ter machucado seu filho. Em vez disso, me trata com esse carinho e cuidado.
— Obrigada. — Murmuro, minha voz um pouco embargada. — Obrigada por não ter me julgado pelo que fiz com seu filho. Eu lamento tanto. Tanto. — Uma lágrima cai pela minha face e Jenna vem para perto. Ela me segura pelos ombros, me fazendo olhá-la nos olhos. Parece emocionada também. — Pobrezinha. — Constance murmura. — Eu tenho certeza de que há uma boa razão. — Seu tom é tão compreensivo que me faz sentir a pior das cadelas. — Vocês se amavam tanto. Era tão bonito vê-los juntos. — E agora ela está chorando também. Eu levo o prêmio de maior cadela facilmente. — Corrija isso rápido se ainda o ama como imagino que ama. — Eu o amo. — Tomo uma respiração profunda. E completo baixinho. — Nunca deixei de amá-lo, Jenna. Ela sorri largo, seus olhos brilhantes de lágrimas. — Então, corrija, querida. Não deixe passar mais tempo. O tempo é cruel para os amantes. — Fala com uma sombra nos olhos. Eu sinto que está fazendo referência ao envolvimento de Collin com essa garota. Isso está pairando sobre nós como um espectro sombrio. Sei que nos reaproximamos muito com a turnê. Mas o que isso significa? Seu coração ainda é meu, embora tenha dado o corpo a outra? Dói tanto saber que esteve com ela. Não posso culpá-lo, entretanto. Não quando eu o empurrei para isso. A culpa não é uma boa companheira também. É tão cadela quanto o medo. Eu aceno e me despeço das duas, subindo para o quarto. Ando até a janela e meus olhos encontram a casa da árvore. As lembranças vêm em minha cabeça como uma avalanche, zombando de mim, me mostrando o quanto fui tola. Nosso ninho de amor no natal. Sorrio amargamente. Parece tão longínquo agora, tudo que vivemos lá. Eu me deixei envenenar pelo medo e o perdi. Saindo da janela, vejo meu violão sobre a cama. Sem pensar muito, vou até ele e o pego. Saio do quarto, me sentindo oprimida por tantos sentimentos gritando dentro de mim. Pego o corredor que leva ao quintal em direção à casa da árvore. Paro na frente da escada de madeira. Atravessando a alça da case em minhas costas, me agarro dos lados e subo. Empurro a porta e me deparo com velas acesas em pequenos castiçais espalhados estrategicamente pelo chão. As luzes bruxuleantes jogam uma iluminação suave e misteriosa no único cômodo. Meus olhos se arregalam um pouco, está tudo arrumado. Há vasos de rosas vermelhas, amarelas e brancas. Um monte delas, espalhando o cheiro delicado pelo recinto. Uau. A cama tem lençóis que parecem limpos e frescos. Talvez Cal esteja usufruindo do esconderijo romântico com sua noiva. De repente, me sinto invadindo a noite do casal. Entretanto, eles ainda não chegaram. Só devem vir aqui depois do jantar. Ficarei apenas por um tempo, enquanto acalmo meus pensamentos. Com essa convicção, vou para a pequena varanda nos fundos. Terei maior privacidade. Acomodo-me no banco de madeira rústica de dois lugares e retiro meu violão do estojo. A noite está agradável, sem chuva e a lua brilha sedutora na imensidão negra, sobressaindose entre os pontilhados de estrelas. Dedilho as cordas suavemente perdida na beleza do céu noturno. Suspiro profundamente e começo a cantar. Não sei quanto tempo fico aqui, presa na minha terapia. Termino uma canção e começo outra, derramando minha angústia para nada além da lua e estrelas. Decido encerrar com Inesquecível. Tem sido extremamente difícil cantar essa música nos palcos, sabendo que Collin está lá, ouvindo e assumindo que foi feita para ele, para nós. Derramo cada palavra com o coração partido, querendo
consertar as coisas e sem saber como. As lágrimas estão banhando meu rosto agora. Essa dor que nunca tem fim, me corroendo por dentro. Te esperarei em meus sonhos, Em meus sonhos terei para sempre seu amor, Guarde meus beijos em seu coração e não os dê a mais ninguém, Guardarei os seus em meu coração, jamais os darei a outros também. Inesquecível, bebê. Eu amo você. Dedilho os acordes finais, meus dedos tremendo. Meus ombros sacodem e me curvo, dobrando com a dor rascante. Choro, aqui, escondida, me sentindo sozinha como nunca em minha vida. — Lena... — sua voz é um sussurro às minhas costas, me tomando de sobressalto. Fecho os olhos com força, limpando as lágrimas rapidamente e orando por forças para encará-lo. — Collin... — tento controlar o tremor em minha voz, falhando miseravelmente. Coloco o violão de lado. Ouço seus passos macios chegando mais perto. Me levanto, me enchendo de coragem e me viro devagar. Inalo o ar bruscamente, um soluço me escapando quando nossos olhos se encontram. Ele está lindo numa camiseta azul escuro, destacando a cor penetrante de seus olhos. Se aproxima mais, parando na minha frente. Seu olhar correndo por todo o meu rosto. Sua expressão é tão atormentada quanto a minha. — Você está chorando? — Murmura em tom tenso. — Por quê? Abraço a mim mesma para conter os tremores correndo o meu corpo. Nos olhamos fixamente. Há um mundo de coisas em nossos olhares agora. — Por que te amo. — Sussurro tremulamente. — Eu te amo tanto, Collin. Sempre amei. — Ele respira rudemente, um brilho emocionado tingindo seus belos olhos. — Tanto, tanto. — Soluço, olhando-o através das lágrimas caindo incessantemente. — Me perdoe, bebê. Eu te machuquei. — Limpo as lágrimas com mãos trementes. Ele não diz nada, apenas me olha, um músculo pulsando em seu maxilar. — Eu menti, te empurrei para longe e agora não sei como trazê-lo de volta. Me arrependo disso todos os dias. Todos os dias meu coração sangra por ter perdido o que tínhamos. — Meu corpo sacode mais. — Me perdoe, eu estava tão errada. Nada pode substituir seu amor. Nem mesmo a música. Consegui chegar ao topo, mas isso não me deixou tão feliz quanto pensei, porque não tenho mais o que realmente importa. — Eu o olho suplicante, decidindo parar de ser covarde. — Você é o único que importa para mim. Vou te amar para sempre, mesmo que nunca mais estejamos juntos. — Por que deixamos isso acontecer conosco, Lena? — Ele sussurra. Há tanta amargura em sua voz. Seus lindos e tristes olhos azuis cravados nos meus me fazendo arfar baixinho, meu coração dói ainda mais. Acho que chegamos em nosso limite. Todo esse tempo brincando de amigos, estávamos adiando esse momento. — Por que você me deixou? — Seus olhos brilham com lágrimas. — Por que, bebê? Se nos amávamos tanto? — Collin... — eu soluço. Chegou a hora. Preciso dizer tudo a ele. Isso está me corroendo por dentro há tempo demais. Ele se aproxima mais, seu corpo quase tocando o meu, seu calor, seu cheiro invadindo meus sentidos. Estremeço de saudade, louca para puxá-lo para mim, abraçá-lo e nunca mais deixá-lo ir. — Ainda nos amamos. — Diz baixinho. — E-eu estava com medo. — Balbucio entrecortado. — Tanto medo. — Lena... — sussurra, seus olhos presos aos meus.
— Eu não posso ser o que você precisa, Collin. — Murmuro, sentindo-me derrotada. — Não posso lhe dar filhos. — Fecho os olhos buscando mais forças e continuo. — Em algum lugar lá fora, há uma menina. — Minha voz racha ao pronunciar isso. — Eu tive uma filha. Uma linda e preciosa menina que foi arrancada dos meus braços. Chris me puniu porque não a queria no começo, mas depois eu queria. — Quebro, me sentindo envergonhada e desamparada. Todos os sentimentos que sempre reprimi sobre esse assunto voltando para me assombrar. — A queria muito. Sei que era muito jovem, mas ela era minha e eu já a amava. — Tudo em mim dói, revivendo o horror daquela noite anos atrás. — Quase morro no parto e isso me deixou impossibilitada de conceber de novo. E-eu sou mais danificada do que deixei você perceber. Sinto muito, bebê. Ele fecha os olhos por um momento, seu rosto transtornado. Mas não há surpresa em seu semblante e isso me intriga. — Eu já sabia. — Co-como? O encaro confusa. — Soube antes da sua turnê. Mas queria ouvir isso de você. Queria que tivesse confiado em mim, em nosso amor e me contado, porra. — Ele meio que rosna. — Se tivesse me dado a escolha entre filhos biológicos e você, eu escolheria você. Escolho você, porra. — Parece puto agora. — Sempre foi você. Sempre será você, caralho! O que é tão difícil de entender, Lena? — Mais lágrimas caem com sua declaração acalorada. Ele passa as mãos pelo cabelo, respirando ruidosamente e seu olhar amolece fixo no meu. — Não quero ter filhos com mais ninguém. Entende isso? Sim, eu quero crianças. Queria que pudéssemos tê-las da forma tradicional, mas, se isso não é possível, eu escolho você, bebê. — Oh, meu Deus. O que ele está dizendo? — Há um monte de crianças em orfanatos precisando de uma segunda chance. Vamos adotar e seremos os melhores pais na porra do mundo! Meu coração bate enlouquecido contra as costelas. Ele está dizendo que me quer de volta? Me sinto meio tonta no momento. — E-eu nunca quis magoar você. — Soluço, minha voz entrecortada. — Nunca, bebê. Só queria que tivesse a chance de ter tudo com alguém que pudesse te dar isso. Não achei que era justo prendê-lo a mim com uma bagagem tão grande... Ele rosna, me puxando pela nuca com as duas mãos. — Você pode me dar tudo o que quero e preciso. — Seus olhos são ferozes nos meus. — Só você. Não há outra, porra. Nunca haverá. — Suas mãos deslizam sobre o meu rosto de cada lado. Eu fecho os olhos, chorando descontroladamente ao senti-lo me tocando dessa forma em longos dias. — Eu escolho você, Lena. Vamos encontrar a sua menina. — Diz com absoluta convicção e acrescenta: — a nossa menina. Sussurra e eu abro os olhos, vendo suas lágrimas caindo nas faces bonitas. Meu coração dói de tanto que está acelerado. Ele faria isso por mim? Eu o amo tanto. Deus, tanto. — Você faria isso por mim? — Balbucio, entorpecida, sem acreditar que isso está realmente acontecendo. — Ela é filha dele... Seu olhar desliza pelo meu rosto, brilhante, reverente. Sua beleza, seus olhos muito azuis me tiram o fôlego. Senti tanta falta desse olhar. — Eu faria qualquer coisa por você, Lena. — Diz suavemente, seus dedos traçando minha face. — Ela não é dele. É minha. Você e ela são as minhas meninas. — Mais lágrimas escorrem em sua face bonita. — Quero proteger e amar as duas pelo resto da minha vida. Meu coração para e depois recomeça a bater. Eu não acho que já vi uma declaração de amor mais linda, nem mesmo nos livros de romance que Sara me indicou. Quando penso
que já o amo além da conta, ele vem e faz isso para mim. Ele me quer com toda a minha bagagem e de repente, me sinto uma idiota completa por não ter contado nada antes. Teria nos poupado tanta dor. — Eu te amo. — Balbucio, estamos chorando os dois. Suas mãos estão tremendo em meu rosto. — Também te amo. — Sussurra como se sentisse dor. — Tanto, porra. Eu o puxo pelos ombros e colamos nossas testas, chorando, nossas bocas respirando ruidosamente uma na outra, bem próximas. — Nunca mais me deixe, meu amor. — Pede, seus lábios soprando nos meus. — Nunca mais, amor. Nunca. — Coaxo e seus lábios se abrem nos meus em seguida, explorando devagar. Nossas lágrimas se misturando. Suspiro, me pendurando em seus ombros, puxando-o mais. O prazer e amor absurdos que sinto por estar de volta em seus braços, me engolfam, me deixando tonta, dopada. Ele escorrega um braço para minha cintura, colando nossos corpos trêmulos, saudosos e ofegamos. Sua mão aperta mais em minha nuca e intensifica o beijo. Nos comemos ansiosamente, chorando, gemendo, sorrindo. Sua língua dança eroticamente com a minha. Nos lambemos, chupamos, mordemos, nossa fome um pelo outro chegando ao ápice depois de tanto tempo longe. Ele anda comigo para trás, me batendo contra a parede de madeira. Ofego, sentindo seu pau cavando entre minhas coxas. Chupa a minha língua com força. Choramingo, minha boceta encharcando, minhas paredes latejando por ele. — Jesus... Lena... — geme em minha boca, nossas mãos se tornando frenéticas, arrancando nossas roupas sem muito cuidado. — Sim, bebê... Sim. — Mio, o som de tecidos se rasgando só alimenta nosso tesão e desespero para estarmos pele contra pele. Estou sem ar, lutando para respirar, mas não deixo seus lábios. Eu não preciso de oxigênio. Só preciso dele. Necessito dele. Sempre ele. Gememos na boca um do outro. Nos beijando cada vez mais ansiosa e sofregamente. Mio, quando ficamos nus, seu corpo esfregando no meu, me esmagando na parede. Sua mão amassa a minha bunda, puxando minha coxa para seu quadril e mói direto em meu clitóris. Minha boceta está toda pronta e escorregadia, meus líquidos escorrendo no topo das coxas. — Porra, tão molhadinha, bebê... — Ele grunhe em minha boca e seus lábios descem pelo pescoço, chupando, mordendo. Arqueio as costas e sua boca alcança meus seios. Choramingo sentindo sua língua chicotear em um mamilo, em seguida o suga com força. Estou quase gozando, entorpecida, perdida em seus braços. Seus dentes raspam perversamente no mamilo e morde com pressão o suficiente para me enlouquecer. — Collin... Oh, doce Jesus... — me derreto contra ele, moendo nele, procurando a fricção perfeita para aliviar a pressão e fogo queimando em meu ventre. Ele sorri do seu jeito sacana. Oh, Deus, como posso ter pensado que viveria sem isso? Iria definhar até morrer porque ninguém é capaz de me fazer sentir dessa forma. Não há ninguém como ele. Collin me segura pela bunda e nos leva para dentro do cômodo. Sua boca toma a minha de novo num beijo lascivo, molhado, enquanto me puxa para baixo, deslizando em seu eixo duro. Me dá um tapa forte na bunda antes de me escorregar para o chão. — Vire-se e coloque as mãos na borda da cama, Lena. — Sua voz sai como um rugido, cheia de tesão.
— Mas, eu quero ver o seu rosto, bebê. — Lamento. Ele solta uma risada baixa e perversa, seus olhos escuros presos aos meus. — Será a porra do seu castigo por ter me deixado. — Rosna baixo, puxando meu cabelo da nuca, me olhando de perto. Ofego, juntando as coxas. — Por ser a única que meu deu um caso crônico de bolas azuis do caralho. — O quê? Do que ele está falando? Ele não estava sem sexo. — Vou comer você assim primeiro. Estou com tanto tesão, porra. — Morde a maçã do meu rosto como um animal e minhas paredes palpitam, gotejando sem controle. Oh, Deus, eu amo esse lado devasso e perverso dele no sexo. — Estou morrendo de saudade de meter nessa boceta por trás, ver meu pau arrombando a minha putinha. — Eu gemo, lamuriosa. Querido Deus... — Vire-se, bebê. Estou indo te foder pra caralho. — Puxa meus lábios entre os dentes e me gira de frente para a cama. Eu gemo, ficando na posição. Ele rosna, deslizando as mãos pela minha bunda, abrindo as bochechas, arreganhando-as ao máximo. Meus líquidos escorrem lentamente pela minha perna. Collin assobia com a visão. — Gostosa... — um tapa duro cai numa bochecha, depois na outra. Empino mais o traseiro e ele grunhe. Suas mãos sobem, passeando suaves pelas minhas costas, dedilhando a coluna. Arrepios deliciosos assaltam meu corpo. Mio quando sinto sua mão enfiando entre minhas coxas, cravando em minha boceta. Ele a segura, pressionando os lábios juntos. Se debruça sobre mim, seus lábios espalhando beijos em meu ombro. Afasta meu cabelo para um ombro e morde minha nuca ao mesmo tempo em que empurra dois dedos em minha vulva. Eu gemo, quase gozando. Rosna alto ao me encontrar tão molhada e retira os dedos. Sinto a cabeça gorda em minha entrada e suas mãos voltam para os meus quadris, cravando os dedos com força. — Toma o meu pau, Lena. Esse pau é seu, porra! Ele empurra dentro de mim, bruto, profundamente. Eu grito, meu corpo sofrendo espasmos de dor e prazer na mesma medida. Choramingo, meu corpo todo estremecendo. Quando puxa para fora e mete de novo, colado, grosso, arrombando minha vulva, não consigo conter o orgasmo. O gozo dispara em meu ventre, incendiando minha boceta em ondas perversas me fazendo berrar ensandecida. — Collin! Ohhhhhhh, Deus! Oh, meu Deus... — choro, gozando convulsivamente. Sodomizada em seu eixo longo e grosso. — Porra, Lena, na segunda estocada, amor... — ri em meu ouvido, puxando o lóbulo com os dentes, arrastando a língua pela concha e começa a me foder, batendo em mim, sem dó. Suas mãos vão para a minha frente, amassando meus seios, puxando os mamilos quase dolorosamente, enquanto seu pau se enterra até o útero. — Senti tanta falta disso... — murmura com aspereza, me comendo furiosamente. — Eu te amo pra caralho, bebê. — Sua voz tem uma borda dolorosa de saudade. Meus olhos ardem com novas lágrimas. — Isso, meu amor. — Empurro a bunda para trás, encontrando-o a cada estocada dura, tomando tudo dele até o cabo. Ele rosna e geme em aprovação. — Me come do jeito que você precisa, bebê. Eu sou sua. — Mais palmadas em minha bunda. — Sim, porra. — Range baixo, metendo em mim mais forte, mais profundo. — Você é minha! Minha puta... — sinto seu dedo sondando meu ânus e pouco depois, entrando devagar. — Minha putinha perfeita... Linda... — me bajula, empurrando o dedo todo. Desacelera e mói gostoso, enterrado profundamente. Ofego, sentindo cada veia pulsando dentro de mim. Ele força outro dedo em meu ânus e continua a me comer nos dois lugares, sem pressa. Sons luxuriosos deixam sua garganta e eu sei que está me observando levar seu
pau e dedos. — Ohhh, Lena... — geme longamente. Eu o aperto com força em meu canal. — Cacete... assim, minha safada, me dá bem gostoso... amo ver o meu pau arrombando sua bocetinha linda e pequena, bebê. — Seus dedos se vão da minha entrada traseira e ele puxa meus braços para trás, usando isso como alavanca para me comer com mais força, o barulho da sua pélvis batendo em minha bunda é tão alto que tenho receio de sermos ouvidos pelos seus pais na casa. Então suaviza os golpes outra vez, moendo, esfregando seu pau em minhas paredes. Eu resfolego. Deus, amo a forma como faz isso. Estou pingando, literalmente pingando, excitada, rumo a outro orgasmo. Sua respiração altera, ficando superficial, pequenos rugidos saindo da sua boca a cada vez que me rasga até o fundo, muito fundo. — Ohh, merda, Lena... eu vou gozar tão duro, amor... — solta meus braços, me levantando numa posição de pé e me pega pela cintura, meus pés levantando do chão. Envolvo meus braços por trás do seu pescoço e o deixo me empalar bruscamente, em busca da sua liberação. Estamos suados, arfantes. Me segura só com um braço e a outra mão viaja até minha boceta, manipulando meu clitóris. — Goze no meu pau outra vez, meu amor... — sussurra asperamente em meu ouvido e passa a chupar meu pescoço. — Sugue a minha porra para a sua boceta, bebê. Eu vou encher você... Ahhh, caralho! Toma a minha porra! — Urra guturalmente antes de cravar os dentes no meu pescoço, gozando dentro de mim. Seu sêmen quente reveste minhas paredes, me alagando, me marcando como dele. De novo. Para sempre. Sempre dele. Eu ondulo e gozo também, sacudindo com o prazer abissal e com cada estocada profunda que se segue. Ele me come com total desespero. Sons ásperos de pele contra pele, gemidos e rosnados de prazer enlouquecedor enchem o pequeno espaço. — Oh, Deus... — choramingo sem forças, ofegando, buscando ar. Ele pulsa dentro de mim, ainda completamente duro e vai parando as estocadas. Sou uma boneca de pano, mole, desgastada, suspensa em seus braços fortes. Sua risada ofegante, relaxada e linda soa no meu ouvido. Ele traça beijos suaves em minha orelha, pescoço. Ronrono e Collin avança dois passos comigo ainda empalada, nos colocando na cama. Gemo, quando seu peito duro esmaga minhas costas, me afundando nos lençóis cheirosos e macios. Sua língua desliza em minhas costas lambendo meu suor sedutora e eroticamente. Doce Jesus... Tão gostoso, tão íntimo. Suas coxas musculosas me escarrancham de cada lado, me montando e volta a estocar com força. Arfo, mordendo o travesseiro. Suas mãos deslizam pelos meus lados e encontram as minhas, elevando-as juntas acima da minha cabeça. Seus dedos se enfiam entre os meus, com posse, da mesma forma que passa a meter em minha vulva dolorida. — Me deixe ver o seu rosto, por favor, bebê. — Choramingo. Ele sorri e morde a minha orelha, empurrando em mim até o punho, malvadamente. — Collin... ohh, porcaria... Ele dá uma risada safada e travessa, combinando golpes lentos com estocadas duras e fundas e estou quase gozando de novo, rebolando sob seu peso, amando tê-lo em cima de mim. — Por favor, me deixe ver o seu rosto quando gozar em mim. — Imploro mais uma vez. Ele rosna e mete mais fundo, mais forte. Uma, duas vezes e finalmente puxa para fora, me girando de costas no colchão. Eu perco o fôlego com seu rosto lindo e afogueado acima do meu. Um sorriso maroto repuxa a boca vermelha e sua cabeça abaixa, seus lábios pairando sobre os meus. Se ajusta entre minhas coxas e envolvo as pernas em seus quadris. Suas mãos seguram meu rosto de cada lado. Nossos olhares permanecem trancados e ele entra em mim, me dando cada centímetro devagar. — Ohh, sim, bebê... — ofego de boca aberta.
Ele sorri e me beija lento, gostoso. Puxa quase tudo e volta sem pressa. Minhas mãos passeiam pelas costas musculosas e ombros firmes, me deliciando com sua pele quente e suada. O recebo todo dentro de mim, delirando de prazer. — É isso que quer ver, bebê? — Sussurra, parando o beijo me olhando de perto. — O quanto sou louco por você? Completamente desvairado por essa boceta gostosa? — Sim. — Gemo em lamúria, minhas mãos correndo pelo seu rosto, sua barba bem aparada, seus lábios sensuais. — Amo ver seu rosto quando está me enchendo... Um sorriso perverso e arrogante enrola os cantos de sua boca e ele roça o nariz no meu numa carícia doce em meio à nossa lascívia. — Sim? — Ronrona, metendo com mais vigor. — S-Sim. — Balbucio, fazendo seu sorriso se alargar. Sorrio também e ficamos assim, nos olhando nos olhos até que nossos sorrisos se transformam em gemidos e lamentos se preparando para o gozo mais uma vez. Nos agarramos firmemente, nossos corpos se fundindo em perfeita sincronia. Ele bate em mim com força, enquanto ofegamos nas bocas um do outro. Seus olhos escurecem e seu maxilar aperta. Olho-o maravilhada, vendo o prazer transformar suas feições. Meu corpo estremece, sofrendo espasmos, minha respiração rasa. Ele segura meus ombros e rosna, me comendo pra valer até sermos arrebatados por outro orgasmo aterrador. Ondulamos juntos, gozando e gozando, jurando nosso amor. Permanecemos agarrados até os últimos tremores rolarem por nós. Gemo fracamente, fazendo-o sorrir baixinho. Cobre o meu rosto de beijos suaves. Ele sai de mim com cuidado, rolando comigo em seus braços. Encosto a cabeça em seu peito e nos abraçamos bem apertado. Nossas respirações vão se acalmando. Não falamos nada, apenas nos acariciamos. Apreciando estarmos assim, de volta nos braços um do outro. — Com fome? — Sussurra no meu ouvido. Amo o som relaxado, saciado, sabendo que fui eu que dei isso a ele. — Um pouco. — Sorrio levemente e levanto a cabeça encontrando seus olhos. — Não acredito que estamos assim de novo. — Murmuro. Então, me afasto um pouco recordando algo. — Oh, Deus, eu acho que invadimos a noite do seu irmão com a noiva. Os olhos azuis brilham intensamente e Collin balança a cabeça devagar. — Estamos no lugar certo. — Diz baixinho, traçando minha bochecha com o polegar. — Eu preparei tudo para nós, bebê. — Você? Mas... — digo confusa. Ele sorri, um sorriso meio nervoso, percebo. Se levanta da cama. Uau. Eu babo na visão do corpo grande e nu se movendo até onde deixamos nossas roupas. Ele fuça nos bolsos de sua calça jeans e retira algo. Franzo o cenho quando o esconde atrás das costas. — O que está aprontando, roqueiro? — Brinco, rolando de bruços, vendo-o andar devagar para perto da cama. Então, ele cai sobre um joelho e meu coração para, em seguida dá um solavanco, quase sai pela boca quando estende uma pequena caixa de veludo e a abre. Meus olhos começam a turvar, levantando para os seus e o que vejo me tira o ar. Oh, meu Deus... — Case-se comigo, Lena. — Murmura roucamente, seus olhos brilhando, lindos, muito azuis. — Me conceda a honra de amar e cuidar de você pelo resto das nossas vidas, bebê. — Sua voz treme um pouco e ele engole audivelmente. — Comprei esse anel quando viemos para cá no natal, mas agora compreendo que aquele não era o momento... — as lágrimas me cegam. Minha culpa. Eu o deixei inseguro do meu amor. — Não vamos perder mais tempo. Diz que quer ser minha, tanto quanto quero ser seu, para sempre.
— Collin... Oh, meu Deus. — Eu choro, me arrastando para fora da cama, me ajoelhando à sua frente, meus olhos voltando para o anel deslumbrante de corte princesa. Há um lindo e enorme diamante no centro com pedras pequenas ao redor. Eu já o amo. — Oh, bebê... é tão lindo. Você o guardou esse tempo todo? Mesmo quando... — paro abruptamente, meu peito doendo ao pensar no seu envolvimento com a tal Nicole. Isso deve transparecer no meu rosto porque seus olhos brilham ainda mais intensos nos meus. — Eu não transei com ela, Lena. — Murmura, transformando meu coração em um tambor. O olho fixamente e não há nenhum indício de que esteja apenas adoçando a pílula para mim. Ai, Deus, ele não transou com ela? — Nunca sequer a beijei, bebê. — Ele parece um pouco envergonhado agora. — Eu não conseguia. Não há ninguém como você. Nunca haverá outra mulher para mim. — Minhas lágrimas escorrem pelo rosto, meu íntimo aquecendo com suas palavras e a emoção contida nelas. Ele não dormiu com ela. Uma onda de alívio derrama sobre mim. Eu já o havia perdoado por isso, mas assumo que me machucava demais saber que esteve com outra. Só agora me dou conta de que em nenhuma das fotos dos tabloides eles apareciam se beijando. — Mas, eu pensei que... — Eu queria machucar você. — Diz baixinho, seu rosto caindo um pouco. — Perder você quase me matou, Lena. Ouvir da sua boca que nunca havia me amado doeu como o inferno. — Seu olhar se torna feroz com lágrimas não derramadas. — Eu sei. — Coaxo, me punindo por ter feito isso com ele, conosco. — Eu estava tão errada, bebê. Tão fodida e com medo de não ser suficiente para você. Te deixar quase me matou também. — Puxo o ar bruscamente. — Te ver com ela, foi a pior dor que já senti na vida. — Sinto muito por isso, amor. — Sussurra com pesar e levanta o anel, me olhando fixamente. Seu sorriso torto está brincando nos cantos da boca. — Então, se você me ama tão loucamente, isso é um sim? — Há humor, mas há também uma ponta de receio lá no fundo dos olhos azuis. Eu rio um pouco entre lágrimas. Ele só pode ser louco se acha que não vou pegar esse fodido anel. — Sim, roqueiro. — Sussurro, minha voz embargando. — Sim, sim, meu amor. Não há a menor chance de eu deixar a sua bunda sexy livre por aí de novo. — Tento brincar, mas, minha mão está tremendo quando a toma na sua e desliza o anel em meu dedo. Eu inalo alto, buscando ar, olhando-o apaixonada através das lágrimas. Pela enésima vez me pergunto, como pode um homem ser tão perfeito? Ele leva minha mão aos lábios e beija o anel, uma lágrima grossa rolando em sua bochecha. Me puxa para o seu colo, sentando no chão comigo enrolada nele. — Minha menina bonita. — Sua voz tem tanta emoção e amor, quanto toca o meu rosto, delicada e reverentemente. Eu gostaria de engarrafar esse momento, esse olhar de pura adoração que está me dando agora. Quero me lembrar dessa noite por toda a minha vida. A noite em que esse lindo roqueiro me entregou seu corpo, coração e alma e eu fiz o mesmo para ele. — Meu menino bonito. — Murmuro de volta antes de nossas bocas se encontrarem num beijo delicioso, selando o nosso pacto de amor. Nos agarramos mais e mais, sabendo que nunca vamos deixar isso se perder de novo.
CAPÍTULO VINTE E UM
Selena Um mês depois... Pink está cantando Run no sistema de som do carro. Eu acho que meu menino bonito quis me relaxar colocando uma cantora que adoro. Olho o jardim bem cuidado do orfanato através da janela da caminhonete. Minhas mãos estão suando e meu peito apertado, enquanto Collin nos conduz para o estacionamento. Ela está lá dentro? Minha preciosa menina está lá mesmo? Tivemos dois alarmes falsos recentemente, contudo, a esperança continua viva dentro de mim. Além disso, meu lindo noivo não me deixa fraquejar em nenhum momento. Collin tem absoluta certeza de que vamos encontrá-la e eu acredito nele. Não há palavras para descrever o que tem sido as últimas semanas para nós. Depois que encerramos a turnê há duas semanas, voltamos para LA numa bolha de felicidade. Ele me intimou a voltar para sua casa. Não, correção: nossa casa. Tudo está perfeito. Só falta encontrarmos a nossa pequena. Meu maior medo era de que ela tivesse alguma anomalia pelas condições doentias em que foi gerada. Entretanto, minha mãe acabou me chocando pra caralho quando me revelou que o monstro não é meu irmão biológico. A notícia me trouxe alívio, porém, me deixou triste. Saber que não sou realmente filha do único homem a quem amei e chamei de pai, me fez desprezar ainda mais Tara. Como ela pôde? Depois, racionalizei e agradeci a Deus por não ter nenhum laço com o psicopata. Tara me disse que meu pai biológico é um famoso diretor em Hollywood e que ele soube da minha existência desde o começo. Eu não quis saber quem é. Meu verdadeiro pai é e sempre será Christopher Jacob Hart. Não vou manchar as memórias que tenho dele, conhecendo um cara que não tem a menor importância para mim e que nunca se importou comigo. Em meio a esse turbilhão de
acontecimentos, minha mãe tem estado estranhamente mais racional. Não sei o que aconteceu, mas parece ter caído na real. Vendeu a mansão que ficou com ela após a falência da Hart e se mudou para um apartamento com custos mais modestos. Pelo menos agora ela terá uma poupança e vai parar de me pedir dinheiro como se eu fosse sua porra de banco. Não devo nada a ela. Nada. — Você está bem, amor? — A voz de Collin me faz olhá-lo. Ele está retirando seu cinto. O carro está estacionado e nem havia percebido, perdida em pensamentos. — E se não for ela? — Pergunto num fio de voz. Seus olhos amolecem e ele se inclina, desprendendo o meu cinto. Toca o meu rosto, segurando com as duas mãos, me fazendo encará-lo. — Se não for, vamos continuar procurando, bebê. — Promete solenemente. — Só vamos parar quando encontrar a nossa menina. Suas palavras aquecem não apenas o meu coração, mas a alma. Eu o puxo para mim, enfiando meu rosto em seu peito. Seu cheiro incrível preenche minhas narinas e eu o respiro profundamente. Ele me segura, beijando meu cabelo. Me afasto para olhá-lo nos olhos. Seus olhos estão sorrindo para mim, me passando força. Ele me olha como se eu fosse a coisa mais preciosa, a única mulher no mundo. É realmente a melhor sensação, ver todo o amor refletido nesses lindos olhos azuis. — Eu te amo, bebê. — Sussurro, espalmando seu peitoral na camiseta branca. — Obrigada por estar fazendo isso comigo. Eu não conseguiria sem você. Seus lábios cálidos beijam os meus suavemente. — Você nunca mais estará sozinha, Lena. — Sussurra na minha boca. — Nunca mais, amor. Basta segurar a minha mão e faremos tudo juntos. — Ajeita uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, seu olhar preso no meu. — Vamos amar, sonhar, brigar. — Eu rio levemente com o toque de travessura em seu tom. — Foder bem gostoso fazendo as pazes... — suas sobrancelhas se movimentam sugestivamente me fazendo dar risada. — Vamos ter medo juntos. Sim, ter medo faz parte da porra da vida. — Ele bufa. — Mas, vamos vencer juntos. Sempre, sempre juntos. Levanto a mão para seu rosto lindo e traço o contorno, olhando-o embevecida. — Quando foi que ficou tão maduro, roqueiro? — Brinco para afastar minha tensão. Ele me brinda com o sorriso mais lindo e luminoso. — Eu sou um pai agora. — Diz com uma nota de orgulho em seu tom. — Preciso dar algum exemplo. — Me beija mais uma vez brevemente e seu olhar adquire seriedade. — Vamos lá, bebê. Algo me diz que é a nossa Lilly lá dentro, esperando por nós. Lilliana Grace Hart. Esse foi o nome que escolhi para minha pequena quando decidi que a queria. Minha mãe me garantiu que Chris havia mudado o nome quando a registrou. Ela não queria que eu a procurasse por isso mentiu egoisticamente. Entretanto, o infeliz manteve o nome que escolhi. Graças a Deus. Devo admitir que cheguei a procurar por ela, mas com as poucas informações que tinha em mãos nunca foi possível localizá-la. Além disso, se Lilly tivesse sido adotada seria quase impossível tomá-la de volta. O sistema de adoção americano é muito rigoroso. Mas agora a esperança voltou a crescer dentro de mim. Meu estômago torce em nós com a possibilidade de pegar a minha preciosa nos braços, pela primeira vez. Eu nunca sequer a vi. Ouvi apenas o seu chorinho. Estava fraca demais, lutando pela vida quando o monstro a levou embora. Oh, Deus, faça com que seja ela. Me conceda isso e vou passar o resto da vida agradecendo-o. Rogo silenciosamente e reunindo
coragem aceno para Collin. Ele sorri e sai do carro, pouco depois abre a minha porta e me ajuda a descer. Entrelaçamos nossas mãos e seguimos em direção ao casarão em estilo antigo à nossa frente. Uma senhora simpática vem nos receber no topo da escada de entrada. Há uma varanda enorme circundando a casa. Vejo crianças de várias idades brincando. Meus olhos estão correndo pelo local, procurando ansiosamente. Então, percebo que não sei pelo que procurar. Não vi as fotos que os investigadores mostraram a Collin. Eu não quis ver. Chamem-me de covarde, mas não quis ter falsas esperanças. — Sr. e Srª. Williams. — A mulher sorri amplamente quando subimos os degraus. Não a corrigimos. Eu acho que nós dois gostamos de como isso soou. Nosso casamento será no próximo mês. Uma cerimônia simples, apenas para os familiares e amigos mais chegados. — É um prazer recebê-los em nossa instituição. — Completa estendendo a mão. — O prazer é nosso, senhora. — Collin aceita o cumprimento, tomando a dianteira. Eu estou além da emoção nesse momento, mas, aperto sua mão cordialmente logo em seguida. — Obrigada por nos receber. — Minha voz está um pouco instável. — Onde está ela? A mulher sorri amavelmente, compreendendo minha ansiedade e estende o braço para as portas de entrada. — Lilly está brincando no quarto das bonecas. Por aqui, por favor. — Lidera o caminho e a seguimos para dentro. Collin aperta a minha mão, me mandando apoio silenciosamente enquanto avançamos. Passamos por uma sala de TV, onde há algumas crianças assistindo um programa infantil. Pegamos um corredor e meu coração retumba no peito quando a mulher para em frente a uma janela de vidro. Meus olhos vão imediatamente para dentro do recinto. É uma sala grande, cheia de muitos brinquedos e bonecas espalhadas. O chão é coberto por um emborrachado rosa. Então, meu olhar a encontra. A pequena figura, usando um vestido verde lindo, cheio de babados, parecendo uma princesa. Ela é única brincando lá. Está de costas dentro de uma casinha de bonecas. Seu cabelo negro cai pelas costas em cachos bem feitos. Há uma tiara brilhante em sua cabeça. Meus olhos estão lacrimosos muito antes de ela se virar de frente e nos dá a visão completa. Eu arfo quando vejo seu rostinho de anjo e lágrimas rola pelas minhas faces quando foco em seus olhos. Um soluço me escapa. Meus olhos. Ela tem os meus olhos. — Oh, meu Deus... — eu choro, sentindo minhas pernas fraquejando. Collin me segura pela cintura, mantendo-me firme. — É ela, não é? Você a encontrou para mim, bebê. Collin beija minha têmpora, sua respiração está alterada contra a minha pele. — Sim, bebê. É a nossa menina. — Murmura com voz levemente embargada. — Vem, vamos entrar. — Pede suavemente. Meus pés parecem pesar uma tonelada, colados no lugar. Collin me gira de frente para ele, seus braços envolvendo-me protetoramente, sentindo minha emoção. Eu o puxo pelos ombros, me agarrando desesperadamente, chorando convulsivamente. Ele me deixa chorar, acariciando minhas costas. Me embala, sussurrando coisas doces em meu ouvido. Olho a mulher do nosso lado. Ela está fungando e tem lágrimas nos olhos. Me dá um leve aceno e nos deixa a sós. Eu vou me acalmando aos poucos. — E se ela não gostar de mim? Se me perguntar por que a deixei? — Murmuro angustiada. Seus dedos levantam meu queixo, meus olhos encontrando os seus.
— Shh, não, Lena. — Murmura, limpando minhas lágrimas com toques suaves. Seus próprios olhos marejados. — Ela vai amar você, baby, você vai ver. — Eu aceno, perdida em seu olhar azul. — E vai dizer a verdade a ela, que foi obrigada a deixá-la, mas que sempre a amou e procurou por ela. Assinto, fungando. Meu peito todo amolecido de amor por esse homem que está me fazendo inteira de novo. Ele conseguiu juntar todos os pedaços. — Vamos. — Digo, tentando soar firme. Ele sorri com aprovação e sua testa encosta na minha. Nos olhamos apaixonados, nossos olhos sussurrando nosso amor sem palavras. Sorrio, me sentindo leve, forte, tendo seus braços ao meu redor. Ele se afasta e segura a minha mão, então, abre a porta. Lilly está segurando uma pequena boneca contra o peito e sua atenção se volta para nós quando percebe intrusos em seu reduto. Nos aproximamos devagar. Seu rostinho infantil mostra curiosidade. Eu sei que crianças pequenas podem estranhar quando adultos estranhos adentram seu mundinho. Rezo para que ela não se assuste com nossa presença. — Você tava cantando na TV. — Sua vozinha me surpreende e me enche de alegria ao ouvi-la pela primeira vez. — Cindy disse que você era feia e eu biguei com ela. Isso me faz sorri, meu íntimo aquecendo, um amor tão grande me tomando por completo, enquanto observo cada detalhe dela, me reconhecendo em muitos deles. Agradeço a Deus por ter me concedido isso. Ela se parece mais comigo. Embora seu tom de pele seja mais escuro, herança daquele maldito, em tudo o mais ela tem os meus traços. — Oi, querida. Quem é Cindy? — Pergunto suavemente, me ajoelhando à sua frente, ficando no mesmo nível de seus olhinhos curiosos. Deus, ela é linda. Meus olhos ardem, olhando-a encantada, apaixonada. — Mia amiga. Ela foi embola, eu fiquei tiste. — Seu tom é meio quebrado e ela abraça a boneca com mais força. Meu coração aperta. Sua amiguinha deve ter sido adotada, por isso foi embora. — Qual é o seu nome, preciosa? — Minha voz treme e embarga. Estou me contendo para não avançar e tomá-la em meus braços. — Lilly. — Murmura. — É um nome tão lindo, princesinha. — Sussurro e seu rostinho se ilumina, seus olhinhos acendendo e um pequeno sorriso se abre para mim. Eu ofego, minha visão começando a ficar borrada pelas lágrimas. — Eu sou Selena e este é Collin. — Digo indicando Collin atrás de mim. Sinto-o se aproximar devagar. Ele se ajoelha ao meu lado. — Hei, menininha bonita. — Cumprimenta com um sorriso amoroso. Lilly solta uma risadinha e isso ilumina todo o cômodo. Então, seu rosto cai um pouco quando percebe que estou chorando. Ela anda para perto e estende a boneca para mim. — Por que tá cholando? — Indaga com vozinha apertada. — Pegue a mia boneca. Ela não vai deixar você tiste. — Eu pego a boneca e choro mais abraçando-a. Meu coração salta quando Lilly envolve os bracinhos rechonchudos ao meu redor e me abraça. O cheirinho infantil invade minhas narinas e a respiro, puxando-a para mim. — Não chole. Você palece uma pincesa. Sinto o beijo suave de Collin em meu cabelo. O ouço fungar e puxar uma respiração aguda. Ele envolve os braços por nós duas e ficamos assim. Eu não quero soltá-la nunca mais. Obrigado, meu Deus. Obrigado por me permitir sentir isso. Eu te amo tanto, preciosa. Digo-lhe silenciosamente.
— Você que é uma princesa, baby. — Sussurro, me afastando um pouco, mas ainda a mantendo no círculo dos meus braços. — Uma linda princesinha. Posso brincar com você? Ela sorri e acena, o som lindo me fazendo sorrir entre as lágrimas. Nos sentamos no tapete emborrachado. — Você quer bincar comigo todo dia? — Diz em sua inocência, me fazendo abrir um enorme sorriso. — Cindy foi embola. — Ai, Deus, ela está sentindo falta dessa amiguinha. Faço uma nota mental para procurar saber quem a adotou. Não quero ver a minha menina triste. — Sim, preciosa. — Digo, limpando meu rosto. — Vamos brincar todos os dias. Você pode ir brincar na nossa casa também. — Aponto para Collin. — Ele pode brincar com a gente, não é? Ele pode ser o nosso príncipe, o que acha? Ela acena e sorri mais uma vez e esse se tornou rapidamente o meu som favorito. — Nosso píncipe. — Diz olhando para Collin. Ele se inclina e beija sua bochecha. — Obrigado, princesa Lilly. — Diz com uma reverência brincalhona. Ela gargalha. Sorrio feliz. Ele a ganhou completamente. Olho-o e ele se inclina dando-me um beijo suave nos lábios. — Minhas duas meninas bonitas. — Sussurra só para mim e eu me derreto, meu coração transbordando de amor por ele, por ela. — Obrigado, bebê. — Murmuro de volta. — Ela é perfeita, não é? — Não consigo conter meu lado mãe coruja aflorando. Ele sorri lindamente e acena. — Linda, perfeita, como a mãe. — Diz com emoção tingindo sua íris azul. Damos mais um selinho e voltamos a atenção para nossa pequena, que está nos observando com um risinho tímido. — Você vai gostar da nossa casa, Lilly. — Collin diz, pegando a boneca e a ninando no colo. Eu e Lilly sorrimos, encantadas por nosso roqueiro travesso. — Há um quarto grande, enorme, cheio de bonecas esperando apenas por uma princesinha para brincar com elas. — Ele a seduz. Nós montamos o quarto tão logo voltei para Malibu. Os olhinhos iguais aos meus o olham com encantamento. — Você pode dormir lá também sempre que quiser. — Eu quelo! — Ela exclama, batendo palminhas, euforia marcando seu rosto. Eu pisco para segurar novas lágrimas. — Trato feito. O quarto é seu, minha preciosa. — Murmuro. Lilly vem me abraçar de novo, sentando em meu colo. Eu a seguro junto a mim e cubro seu rosto de pequenos beijos. Não quero assustá-la. Acho que já estamos indo rápido demais, mas ela é tão expansiva, comunicativa. Agradeço por isso. Agradeço, sobretudo, o fato de ela não ter sido adotada antes que eu a encontrasse. Não vejo a hora de dizer que sou sua mãe. Então, ela me faz chorar de novo quando pergunta: — Você quer ser mia mamãe? — Seus olhinhos estão brilhantes me olhando, cheios de expectativa. A abraço apertado, beijando-a, inalando seu cheirinho de bebê. Me afasto um pouco e toco sua bochechinha rosada. Eu não consigo mais parar de tocá-la. Duas lágrimas grossas escorrem em minha face e encosto minha testa na dela, sussurrando com todo o meu coração: — Eu sou a sua mamãe, querida. ***
Eu respiro fundo controlando as batidas enlouquecidas do meu coração. Sara termina de ajeitar o meu véu sob a delicada tiara de diamantes. Me olho no espelho, forçando-me a manter o controle. Não posso chorar e borrar a maquiagem. Collin está me esperando lá no jardim. Estamos em Seattle. Decidimos casar aqui, na casa de seus pais. Será uma cerimônia simples, com poucos convidados, mas ele e Jenna não pouparam esforços para esse dia. Apollo também ajudou em tudo. Ele está tão radiante, que você poderia pensar que é ele quem vai se casar. Me viro para as mulheres no quarto. Uma onda de suspiros e fungados se segue quando tem a visão completa do meu vestido. Escolhi um modelo tradicional. Na verdade, Lilly me ajudou a escolhê-lo. Ela disse que sua mamãe é uma princesa, portanto, cá estou eu, usando o vestido que parece ter saído de algum conto de fadas, que tenho lido muito recentemente. É um modelo tomara que caia, com casaquinho de renda e bordados intricados de fios de prata descendo pelas mangas até os punhos. A saia é ampla e armada com bordados e fios de prata na barra. Meu véu mede dois metros e meio. Meu cabelo está preso em um coque elaborado e justo. Não quero me gabar, mas é assim que me sinto agora, uma verdadeira princesa. — Oh, minha filha, você está tão linda. — Jenna é a primeira a falar, se aproximando e me abraçando com cuidado. Seus olhos estão marejados quando se afasta. — Bem-vinda à família, querida. Eu rezei secretamente para que esse dia chegasse. — Eu inspiro agudamente, tentando não chorar com suas palavras carinhosas. — Obrigada, Jenna. — Murmuro. — Eu também rezei, não tão secretamente para que esse dia chegasse. — Sorrio, arrancando um coro de risos no quarto. — Eu amo o seu filho. Amo com todo o meu coração e vou me esforçar todos os dias para fazê-lo feliz. Ela acena e funga. Se afasta depois de mais um abraço carinhoso, limpando os olhos com cuidado. — Você está perfeita. — Carlie se aproxima me abraçando suavemente. Ela ficou noiva de Paul há duas semanas e está radiante sobre isso. — Seja feliz, querida. — Obrigada, querida. — A abraço com carinho. — Você também. — Eu sabia que isso ia acontecer. — Eva vem até mim, segurando minhas mãos e acrescenta com um sorriso brincalhão: — vocês meninas precisam me dizer o que fizeram para seus caras agirem tão rápido. — Sorrimos. Ela está reclamando porque Sean ainda não se comprometeu oficialmente. — Falando sério, toda felicidade do mundo para você e seu roqueiro. — Obrigada, Eva. — A abraço. — Sean está com as bolas completamente presas, então não se preocupe. — Ela sorri brilhantemente e se afasta. Sara se aproxima, tentando sorrir, mas seus olhos estão brilhantes de lágrimas também. Ela e Eli se casaram secretamente em Las Vegas há mais de um mês. Mas ainda planejam uma cerimônia oficial com a família e amigos. Recentemente fizemos uma travessura, nós duas. Apenas Mel sabe disso. Nat finalmente teve o que andava procurando. Ela levou uma surra sinistra das mulheres dos caras da sua nova banda e foi parar no hospital. Isso lhe rendeu uma perna quebrada em dois lugares e cortes profundos no rosto. Parece que vai ficar mancando quando se recuperar e precisará fazer cirurgias para correção do rosto. É triste? É, mas ela procurou por isso. Por que ir atrás dos homens alheios, quando há uma abundância de solteiros por aí? Bem, em um momento de fraqueza Sara me convenceu a irmos fazer uma visitinha à minha prima no hospital. Eu não gostaria de ser inimiga dessa
garota. Ela consegue ser malvada quando quer. Levou um buquê de flores e um cartão para Nat com os seguintes dizeres: um conselho, querida: mantenha os olhos abertos e feche a porra das pernas! — Você é uma cadela tão bonita que chega a ser injusto. — Sara murmura quando me abraça, seu jeito atrevido me puxa dos pensamentos. — Estou tão feliz por você, garota. — Seu tom se torna emocionado agora. — Você foi à luta e pegou seu garoto do baixo de volta. — Rimos todas com ela. — Seja feliz, faça-o feliz e claro, transem bastante, isso é oitenta por cento da felicidade do casal. — Ela pisca maliciosa e gargalhamos todas mais uma vez. Mel está meneando a cabeça e rindo da irmã quando se aproxima de mim. Ela está linda num longo verde musgo. Nem parece que deu à luz há apenas um mês e meio. Sim, todos estão encantados com o pequeno Liam. Eu fiquei ainda mais emocionada quando ela me disse que seria sua madrinha honorária. Ela é mesmo uma mulher muito especial. Meus olhos se enchem de lágrimas quando me puxa para um abraço afetuoso sem palavras inicialmente. Nos separamos e sorrimos, nossas lágrimas ameaçando transbordar. Sara nos entrega lenços, fazendo um comentário espirituoso. Cuidamos uma da outra para não borrar a maquiagem. — Obrigada, Mel. — Tomo suas mãos nas minhas, dando um pequeno aperto. — Por tudo. Por me enxergar de verdade. — Sua expressão enternece. — Por me dar uma segunda chance e, principalmente por se tornar minha amiga, apesar dos meus erros do passado. — Ela balança a cabeça, seus olhos amendoados cheios de emoção. — Não, não diga isso. Foram tentativas de acerto. — Aceno levemente, me sentindo feliz por ter sua compreensão em vez de julgamento. — Foi você tentando se encontrar, se libertar. — Puxa uma respiração alta. — E você conseguiu. Estou tão orgulhosa de você, querida. — Obrigada. — Sussurro e nos abraçamos mais uma vez. A porta se abre e minha mãe entra me chocando completamente. Eu pensei que ela não viria. As mulheres saem de fininho nos dando privacidade. Ela está linda, toda alinhada em um vestido creme e chapéu no mesmo tom. Uma legítima mãe da noiva, ironizo-a. — Oh, baby, você está tão linda. — Avança, me abraçando desajeitadamente. A abraço também, ainda surpresa com sua presença aqui. — O quê? Pensou mesmo que não viria ao casamento da minha única filha? — Inquire quando se afasta e vê minha expressão receosa. Ela respira profundamente, seus olhos adquirindo alguma emoção lá no fundo. — Ouça, sei que não sou o melhor exemplo de mãe, mas eu te amo. — Seu nariz torce um pouco e o meu também. — À minha maneira. Mas, não deixa de ser verdade. E acredite-me, estou feliz que finalmente se encontrou. Você conseguiu tudo, querida. — Sua voz treme um pouco. — Um bom homem que te ama incondicionalmente e uma carreira de sucesso. Estou orgulhosa de você. Sei que seu pai também estaria se pudesse vê-la. Meus olhos marejam com a menção do meu pai. Sonhei com ele ontem. Eu não sonhava com ele havia algum tempo. Ele estava tão bonito em um campo cheio de flores, sorrindo para mim. Ele dizia exatamente isso, que eu consegui tudo e que estava feliz e orgulhoso da mulher que me tornei. — Ele me vê. — Murmuro, emocionada. — E está orgulhoso de mim. Obrigada por ter vindo, mãe. Há lágrimas em seus olhos agora.
— Seja feliz, baby. — Diz, sorrindo em seguida. Um sorriso que parece real. Eu aceno. Minha relação com ela nunca será estreita, mas posso fazer isso agora porque nada pode ofuscar a felicidade que estou sentindo. Lá embaixo o homem da minha vida está me esperando para oficializarmos todo o imenso amor que nos une. Ela sai e em seguida eu desço. Antony está me esperando ao pé da escada. Seu sorriso é caloroso, me ajudando a descer o último degrau. Se inclina, me beijando afetuosamente na bochecha e estende o braço. O enlaço, tomando uma respiração profunda antes de seguirmos pelo corredor, saindo na varanda que leva ao jardim na lateral da casa. O burburinho vai aumentando e junto com ele meu nervosismo. Quando saímos, meus olhos correm por todo o espaço. Os raios dourados do entardecer lançam uma luz etérea sobre o jardim enorme e bem cuidado de Jenna. Muitas mesas postas, sob uma enorme tenda. Sinto um puxão em meu vestido e olho para baixo. Meu sorriso se alarga quando vejo Lilly toda sorridente em seu vestido que é uma miniatura do meu. Há uma réplica do meu anel em seu pequeno dedo também. Collin a está mimando ao extremo desde o momento em que a encontramos no orfanato. Ele está provando ser um pai incrível. Mas eu já sabia disso quando o vi interagindo com Chay. Doce, carinhoso, travesso, minha pequena caiu de amores por ele. A entendo perfeitamente. Não dá para resistir àqueles lindos olhos azuis. — Mamãe! Vamos casar com o papai! — Ela exclama com animação infantil, segurando sua cesta cheia de pétalas de rosas. Sorrio-lhe, acenando. — Vamos, meu amor. Vamos casar com o papai. — Eu pisco para ela e levanto a vista, varrendo tudo novamente até que o encontro no altar, montado do lado esquerdo do jardim. Oh, meu Deus, minhas mãos ficam mais suadas e meu coração troveja no peito quando meus olhos se prendem nos seus. Ele está arrasadoramente lindo. Lindo demais. Seu terno escuro, deixa os olhos ainda mais azuis, se destacando no rosto perfeito e barbeado. O cabelo meticulosamente penteado para trás. Estou parada, babando, apaixonada. Tão loucamente apaixonada, presa em seu olhar quando sorri para mim. Sorrio tremulamente de volta, lágrimas voltando a encher meus olhos. Eu sei que será uma batalha perdida a partir desse momento. Amo tanto esse homem. Continuamos nos olhando, sorrindo, dizendo coisas apenas com nossos olhares. Um acorde me faz perceber que tem seu baixo com ele agora. Começa a tocar a melodia de Inesquecível. Soluço, olhando-o com todo o amor que inunda meu corpo, coração e alma. Ele é tão perfeito. Ouço o sorriso de Antony e em seguida Chay se junta a nós, todo alinhado em seu terno branco, carregando a almofada com as alianças. Ele sorri e pisca para mim. Deus, esse menino vai quebrar alguns corações quando crescer. Lilly o segue, jogando pétalas na grama e começamos a andar compassadamente até o tapete vermelho que leva ao altar. Há muita gente aqui, percebo só agora quando os convidados se levantam das cadeiras para me observar passar. Então, meu olhar volta para ele. Tudo em mim vibra com seu sorriso, seus olhos me chamando silenciosamente, e eu vou. Avanço em direção ao meu futuro e a esse lindo homem que não mediu esforços para me fazer feliz, completa, inteira. Meu menino bonito. Sussurro, meus olhos transbordando.
Collin — Cara, pare de andar ou vai afundar o maldito gramado de sua mãe. — Eli zomba de mim. — A noiva não vai fugir. — Seu sorriso se torna mais provocador. — Ou vai, nunca se sabe. Talvez tenha percebido que pode conseguir coisa melhor... Eu ranjo os dentes em sua direção. Liam e os caras caem na risada. Cães sarnentos. — Pare de ser um pau, Elijah. — Liam o repreende depois de sorrir às minhas custas. — Se acalme, irmão. Ela já vai descer. Mel e as outras mulheres estão lá em cima com ela. — Dá de ombros. — Você sabe, fazendo toda essa merda de tradição feminina. Ou talvez, estejam apenas trocando informações secretas de como manter as nossas bolas presas. — Ele pisca maliciosamente. — É irmãozinho, relaxa. — Cal passa um braço pelos meus ombros, entrando na provocação. — Prometo resgatá-la para você, se tentar fugir. — Ele pisca. Rosno, mas rio em seguida. — Caralho, irmãos, não pensei que fosse ficar tão nervoso. — Puxando o meu colarinho, a gravata parece que vai me estrangular a qualquer momento. — Sossegue, mano. Isso é normal, acho. — Sean tenta me confortar. — Eu não quero experimentar essa merda tão cedo. — Zomba. — Cara, você vai perder sua garota se não parar de ser um veadinho e se comprometer pra valer. — Paul o alfineta. Sean franze as sobrancelhas nunca carranca. Nós rimos da sua cara preocupada. O idiota está caidinho por Eva, não é segredo para ninguém. — Cacete, eu acho que preciso comprar um anel. — Ele abre um sorriso comedor de merda em seguida. — Irmão, fique tranquilo. — Paul retoma, me olhando com sua serenidade de volta. — Aquela garota é louca por você. Eli bufa. — Sim, é claro que continua sendo um mistério o que viu nessa sua cara feia. — Abre um sorriso filho da puta. — Mas ela é louca por você, mano. — Vai se ferrar, imbecil. — Me seguro para não lhe dar o dedo do meio aqui, diante do altar. Meus olhos localizam minha mãe avançando pelo tapete vermelho, seguida pelas mulheres dos meus parceiros. Ela me abraça e me dá um enorme sorriso quando me larga. — Oh, querido, você está tão bonito. — Sua voz embarga um pouco. Sorrio e beijo suavemente sua têmpora. — Ela está perfeita. Parece uma princesa. Felicidade arrogante me enche. Porra, mal posso esperar para vê-la vestida de noiva. Minha ansiedade vai a mil. Minha mãe toma seu lugar no altar. Olho do lado direito do altar. Os caras da The Horses estão com alguns instrumentos para me apoiar quando minha menina caminhar para mim. Puxo uma respiração profunda, tentando manter a calma. Ela está vindo. Ela será oficialmente minha dentro de poucos minutos. Uma onda de amor toma conta de mim quando penso em tudo que estamos vivendo. Lena floresceu completamente nesse último mês. Depois que encontramos Lilly a sombra que havia em seus olhos foi embora. Trabalhei duro para colocar sua menina de volta em seus braços e consegui. Não foi uma feliz coincidência Lilly nunca ter sido adotada. O psicopata esteve pagando o diretor do orfanato esse tempo todo para não deixá-la sair. Parece que o infeliz tinha planos
de fugir com Lena e a menina em algum momento. Meu sangue gela só de pensar nisso. Ele quase conseguiu isso, quando atraiu Lena para aquela armadilha em seu antigo apartamento. Suspiro longamente. Tudo isso é passado. Graças a Deus conseguimos levar nossa menina para casa há duas semanas. Ela é uma coisinha linda, falante. Me ganhou facilmente e já me tem enrolado em seu dedo mindinho. Lena e eu concordamos em adotar um menino tão logo Lilly esteja ambientada na nova casa. Eu falei sério quando disse que não me importo com o fato de não termos filhos biológicos. Ela é tudo para mim. Tudo. Sem ela essas coisas não me fariam feliz. Não há nada que eu não faria para colocar um sorriso em seu rosto. Eu não sabia que era possível amar alguém assim, incondicionalmente. É assim que a amo. E ela me ama da mesma forma. Não há mais neuras, medos. Nosso amor só vai ficar maior com o tempo, tenho plena certeza. Quando se ama alguém como nos amamos, esse sentimento não acaba ou envelhece. Vamos ficar velhinhos nos amando e nos querendo com a mesma intensidade. Liam bate em meu ombro, me puxando do meu momento apaixonado. — Irmão, você pode querer ver isso. — Ele aponta o queixo para o outro lado do jardim. Giro a cabeça e meu coração salta a ponto de taquicardia quando a vejo de braço entrelaçado com o meu pai. — Faça-a feliz e seja feliz também, parceiro. — Ouço-o vagamente acrescentar, mas minha atenção está toda sobre ela. Jesus Cristo. Eu inalo o ar rudemente, meus olhos ficando marejados, correndo por todo o vestido fodidamente lindo. Minha mãe tinha razão, ela parece uma princesa. Linda. Deus, linda demais. Nossos olhares se encontram através do véu fino, abro um sorriso trêmulo, emocionado. Nós conseguimos, bebê. Você é minha. Sempre foi, sempre será. Digo-lhe com meus olhos. Ela sorri lindamente e posso sentir sua emoção e amor daqui. Pego meu baixo e começo os acordes de Inesquecível. Vejo seus olhos ampliarem, mais emocionados. Conversamos silenciosamente, enquanto Chay e Lilly tomam a dianteira e meu pai a conduz para o tapete vermelho. Então, os bastardos da The Horses me acompanham, fazendo um instrumental bonito pra caralho da sua música, nossa música. Minhas lágrimas transbordam, enquanto toco para ela, meus olhos nunca desviando dos seus. Vejo-a soluçar à medida que se aproxima. Valeu tudo. Tudo que passamos para viver esse momento. Para vê-la andando para mim. Para se entregar definitivamente para mim. Encerro a música e Eli pega o meu baixo, me dando um tapa amigável no ombro. Levanto Lilly nos braços, dando um beijo em sua bochechinha rosada. — Obrigado por trazer a mamãe para o papai, baby. — Ela sorri e enche meu rosto de beijos. — Vá com a vovó agora, princesa. — Minha mãe a pega no colo, se posicionando no altar. Volto-me para meu pai. Ele me abraça e em seguida me entrega a mulher da minha vida. Suas mãos estão suadas e trêmulas. As minhas também. Levanto o véu delicado sobre a sua cabeça e toco seu rosto banhado de lágrimas, segurando nos dois lados. Sinto novas lágrimas se formarem enquanto limpo suas faces suavemente, olhando-a dentro nos olhos. Eles estão daquela forma que me fascina quando está muito emocionada, quase transparentes de tão brilhantes. Sorrimos como bobos, nos olhando, esquecidos momentaneamente de tudo ao redor. Seu cheiro gostoso de rosas provoca meus sentidos
me fazendo gemer baixinho. Ela se inclina e enfia o nariz em meu peito e me cheira sem cerimônias sem se importar de isso parecer estranho para os convidados. — Você está tão linda, meu amor. — Sussurro roucamente, meu corpo todo se inflamando de luxúria, desejo e amor por ela. Sorri linda e trêmula, levantando a cabeça para me olhar nos olhos. — Você também, meu amor. — Murmura um pouco ofegante. Abro um sorriso torto, ciente de que ela está sentindo a mesma coisa. Depois da reconciliação estamos ainda mais insaciáveis e loucos de tesão um no outro. Estamos compensando o tempo que ficamos separados. Ouço os sorrisos furtivos dos meus parceiros e beijo a ponta do seu nariz. Tomo sua mão, nos virando para o reverendo. Ele começa a cerimônia e eu não consigo parar de sorrir e chorar com tantas palavras bonitas sobre o amor e a união de um homem e sua mulher. Eu viro meu rosto, olhando seu perfil incrivelmente perfeito do meu lado. Ela está chorando e sorrindo também. Lena sente o meu olhar e vira a cabeça, nossos olhares se prendendo. O reverendo continua falando, enquanto nos olhamos. Ela soluça baixinho, sorrindo-me lindamente. — ... Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. — Eu levanto a mão de Lena e a beijo suavemente no dorso. — Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe. Chay nos traz as alianças e trocamos nossos votos. Sorrimos em meio às lágrimas e nos viramos de frente, meus braços envolvendo sua pequena cintura, seus braços enlaçando meus ombros. Colamos nossas testas e respiramos o hálito do outro, então, nossas bocas se tocam, nossos lábios se fechando um no outro suavemente a princípio. Uma chuva de aplausos soa à nossa volta. A puxo mais firmemente contra o meu corpo e aprofundo o beijo. Nos agarramos com paixão, amor, desejo, todos os sentimentos que queimam em nós desde que colocamos os olhos sobre o outro há fodidos seis anos. As palmas aumentam, seguidas de assovios, provavelmente dos cães sarnentos. Sorrio contra sua boca e a beijo mais profundo, levantando-a do chão, rodopiando com ela em meus braços. Lena sorri nos meus lábios. Me pergunto se o coração pode explodir de felicidade. A coloco em seus pés e abrimos os olhos. Meu coração derrete com toda a emoção cintilando nos olhos de mar do Caribe. Minha mulher. Minha linda mulher. — Eu te amo tanto. — Diz, sua voz embargando levemente. — Eu também te amo. Demais. — Murmuro, dando-lhe pequenos selinhos. Sorrio, todo bobo. — como se sente nesses poucos minutos sendo a Sr.ª Williams? Sua expressão amolece ainda mais e sua mão vem para o meu rosto numa carícia suave. — Maravilhosa, Sr. Williams. — Sussurra, novas lágrimas em seus olhos. — Você me honra. Ser sua mulher é muito mais do que sonhei. — Ela chora, o rosto lindo, mostrando tudo, não escondendo nada. — Tudo que tenho para lhe dar é o meu amor. — Soluça. — E ele é seu, bebê. Ele sempre foi, sempre será. Tão linda, porra. Toco seu rosto também, me sentindo o bastardo mais sortudo do mundo por receber essa declaração e o olhar cheio de amor que está me dando agora. — Minha menina bonita... — digo reverentemente, não me importando em chorar de novo. — Eu que sou honrado por ter seu amor, não o contrário. — Suspiro rudemente. — E você pode me dar tudo. Tudo. Não há ninguém como você. Não para mim. — Ela acena fungando. — Meu amor é seu, bebê. Para sempre e sempre.
Nos beijamos mais uma vez, provando nossas lágrimas, reafirmando nossas palavras. Fomos separados por meus parceiros instantes depois, alegando que teríamos a noite para resolver nossas coisas... sorrimos e nos separamos relutantemente, passando a receber os cumprimentos dos familiares e convidados. Após as felicitações, seguimos para a tenda maior onde as mesas já começavam a ser ocupadas pelos mais de cem convidados, fora a minha família que é enorme. A recepção não foi tão pequena como pensamos a princípio. *** Duas horas depois, conseguimos finalmente fugir para a nossa noite de núpcias. A recepção foi bonita e animada pra caralho. Nossos familiares e amigos interagindo, dançando, bebendo. Colocamos uma Lilly caindo de sono na cama e pegamos a limusine para o nosso destino. Lena ainda usando o vestido fodidamente bonito. A intimei a não trocar. Quero ter a experiência completa de despir minha mulher. Ela não sabia para onde viríamos, quis fazer uma surpresa. A vendei todo o trajeto. Ela esteve curiosa, mas também excitada. Quando chegamos ao Pier 59, ela começou a fazer perguntas. Eu apenas sorria, mordendo seu pescoço, distraindo-a. Lena fez um beicinho lindo de birra. A ajudei a subir na embarcação. Mais perguntas. Dei um tapa em sua bunda, fazendo-a calar e gemer. A tomei nos braços quando chegamos ao topo e sigo para o quarto principal. Abro a porta e fecho-a com um pontapé, andando com ela até o meio do aposento luxuoso. Me ponho à suas costas e beijo seu pescoço, subindo para o ouvido. Ela ofega. Sorrio, puxando a venda lentamente. Seus olhos correm por todo o espaço. Ela gira, um sorriso encantado, de menina curvando sua boca. Há pétalas de rosas forrando o assoalho do quarto e sobre a cama king size. Velas elétricas foram espalhadas pelo chão. Apollo me ajudou com isso. — Oh, meu Deus... — ela exclama, andando devagar até as janelas abertas, oferecendo a vista para a noite de Seattle, toda iluminada. — Collin... Estamos em um iate? — Sim, amor. — Ando devagar para o sistema de som e o ligo. O rock romântico soa agradável no recinto. Sigo-a, me deleitando na vista linda dela contra a noite da minha cidade. Ela retirou o casaquinho e o véu. Babo em sua nuca nua, seu cabelo preso num coque elegante no alto da cabeça. Uma porra de princesa. A minha princesa. A enlaço pela cintura quando chego às suas costas. Ela suspira, seu corpo se apoiando no meu. — Cal me ajudou a escolhê-lo. É seu presente de casamento, bebê. — Sussurro em seu ouvido, mordendo a concha da orelha. Ela estremece, gemendo. Sua cabeça gira e nossos olhos se encontram. Perco o fôlego com a emoção em seus olhos brilhantes. — Você é louco, roqueiro. — Sorri, o som baixo, embargado. — É lindo, bebê. Me sinto em desvantagem agora. Seu presente está em LA. — torce o narizinho bonito. — E não é nem de longe parecido com isso. Seguro em seu queixo, traçando o polegar pelos lábios cheios. Seus olhos inflamam, tesão e amor queimando em suas pupilas. — Meu presente está aqui. — Aproximo nossos rostos, nossas bocas apenas um sussurro da outra, olhando-a apaixonado. — Em meus braços. E você está certa... — subo a outra mão pelo seu braço lentamente, gemendo ao sentir sua pele macia. Levanto seu braço para o meu pescoço, ela o envolve e acaricia meu cabelo, me olhando embevecida. Viro-a novamente e beijo seu ombro nu, lambendo, mordiscando. Meu pau está cavando em sua
bunda através dos tecidos. — Nada pode ser comparado com isso. Nada é mais bonito para mim, Lena. Nada. — Meu amor... — suas lágrimas descem pela face coradas. — Não há nada mais bonito para mim também. Nunca houve. Nunca haverá. Ele me derrete completamente quando diz coisas assim. — Inesquecível. — Sussurro em sua boca. — Inesquecível. — Sorri tremulamente. Eu brinco com ela, aproximando, recuando. Ela entra no jogo, lambendo, mordiscando meus lábios. Um rosnado satisfeito deixa a minha garganta, mergulho meus lábios nos seus e beijo-a com todo o amor, tesão, esse desejo abissal que sinto por ela. Puxo seu queixo, indo mais profundo, nossas línguas dançando juntas, erótica e apaixonadamente. — Eu quero você nua. Agora. — Rosno, arrastando seu lábio inferior entre os dentes. Ela geme. Sorrio e levo as mãos para suas costas, abrindo o zíper do vestido devagar, arrastando o polegar pela coluna graciosa por todo o caminho. Tomo o meu tempo, sentindo sua pele quente, macia, empurrando as camadas intermináveis pela cintura, coxas. Me abaixo, puxando tudo, ajudando-a a sair da ilha de tecidos. — Porra. — Ranjo, meu olhar cravado nas meias sexy que está usando, a calcinha minúscula toda enterrada em seu rabo gostoso. Acaricio suas bochechas com reverência, amando a firmeza, textura. Dou dois tapas de cada lado. Ela mia, estremecendo. Desço a calcinha devagar e enfio o rosto em seu traseiro. — Se apoie na janela, bebê. — Minha voz sai rouca embrutecida pelo tesão. Lena faz o que digo, sua bunda empinando em meu rosto. Rasgo a porra da calcinha, fazendo-a gemer, o som ansioso, lamurioso. Meu pau está babando nas calças. Não fizemos sexo nessa semana. Queríamos que essa noite fosse especial, cheia de fome. — Porra, as coisas que vou fazer com você hoje, Sr.ª Williams... — a provoco, abrindo seu traseiro, rosnando alto quando vejo o cuzinho rosado e a bocetinha pequena toda encharcada, sua excitação melando os lábios delicados. — Você está pronta para me levar, minha putinha? — A instigo, deslizando meus dedos entre os lábios molhados, indo até o clitóris, massageando sem pressão, apenas para deixá-la louca. — Sim, por favor, amor. — Empina mais a bunda, abrindo mais as pernas, me dando total acesso. Bato forte na nádega direita. Ela mia em lamento. — Eu posso levá-lo todo. Estou pronta, bebê. Sorrio perversamente e empurro dois dedos em sua vulva quente. Ela sofre espasmos e me aperta em seu interior. Uivo de prazer, dando mais um tapa do outro lado, comendo-a com força. Passo a lamber seu cuzinho com pinceladas suaves. Ela está ofegante, gemendo alto, se preparando para gozar. Puxo meus dedos e planto um beijo molhando em sua vulva. Lena amaldiçoa. Me levanto, começando a me despir. Ela me olha por cima do ombro, me cobiçando aberta e desesperadamente. — Não se mova, Lena. — Digo baixo, estou no meu limite. — Empine esse rabo lindo para o seu marido, bebê. Quero ver tudo que me pertence, tudo que vou comer a porra da noite toda, e cada noite depois dessa. — Ela resfolega, acenando e arqueando mais as costas num arco perfeito. — Linda demais... minha putinha perfeita... — a bajulo, me livrando dos sapatos e em seguida as calças e cueca. Avanço dois passos, me colando em seu traseiro, minhas mãos deslizam pela frente, passeando pelos peitinhos lindos, cheios, empinados. Sigo pelas laterais do seu corpo, pelas costas esguias. Sua pele arrepia, me debruço mais e desfaço seu coque, massageando seu couro cabeludo. Ela geme, ofega. Isso vai ser rápido
para minha menina bonita. Sorrio com presunção e enfio os dedos pelos fios da cascata negra. — Oh, Deus, isso é tão bom... — coaxa, com meu tratamento suave. Coloco a massa de cabelo por cima do ombro direito e cravo os dentes em sua nuca ao mesmo tempo em que minhas mãos escorregam para sua frente, voltando para os peitinhos. Passo a moer meu pau em sua boceta cada vez mais encharcada. Puxo os mamilos com delicadeza, depois com força, fazendo-a gritar em clara agonia. Deslizo meu pau entre suas dobras, grunhindo, enlouquecido de tesão. Me alinho em sua pequena vulva e enrolo um braço em sua cinturinha. Nossos corpos estão tremendo contra o outro em expectativa, sabendo que esse é o maior e mais espetacular prazer que ambos experimentamos. Que não há esse nível de conexão para qualquer um de nós lá fora. É especial, único e sim, porra, inesquecível. — Toma o meu pau, Lena. — Rosno e me enterro com tudo, arreganhando-a numa estocada funda. Ela grita, seu corpo sofrendo espasmos, um gemido obsceno escapando de sua garganta. Paro todo enterrado, moendo em suas paredes até ela se ajustar ao meu tamanho e espessura. Beijo suas costas, lambo a fina camada de suor. Ela se derrete em meus braços, sua boceta molhando mais e mais. Geme o meu nome longamente, então, percebo que está gozando. Sorrio malvadamente. Porra, ela me faz tão vaidoso quando goza assim, quando mal entrei nela. Puxo, deixando só a ponta e volto com força, batendo profundamente dentro dela. — Ohh, sim, sim... tão gostoso, bebê... — choraminga, seu corpo sacudindo para frente com cada estocada bruta. Eu uivo em aprovação, metendo gostoso, comendo-a com fome animal. — Me come assim... Chupo meu polegar e o levo para seu rabinho lindo. Sondo, massageando até senti-la relaxar e empurro-o todo. Fodo com ela nos dois buracos. Desacelero, comendo-a com lentidão, esfregando suas paredes escorregadias, reconstruindo sua excitação. Em instantes, Lena está praguejando, gemendo, lamentando, arqueando as costas, se contorcendo. Estamos suados, arfantes. Retiro meu dedo e seguro firme em seus quadris, voltando a meter com força. O som de foda dura reverberando no quarto. — Amo tanto meter na putinha por trás... — minha voz está ofegante, minha respiração rasa. O gozo está pesando em minhas bolas, se preparando para jorrar. — Porra, bebê... estou quase gozando... — lamento num grunhido. — Sim, bebê, me dê a sua porra... — pede sem pudor. Cacete, amo seu lado putinha. Sou fodidamente louco por essa garota. — Goza dentro de mim. Despeje cada gota... Eu rosno, levando uma mão para sua boceta, batendo em cheio em seu clitóris. Ela arfa de boca aberta. O massageio, combinando com as estocadas fundas e ela se desfaz, gozando, berrando o meu nome e seu amor por mim. Minha mão sobe, enrolando em seu pescoço pela frente e a puxo numa posição quase de pé. Suas paredes ficam mais apertadas, enquanto a empalo, arrombando-a bruscamente em busca da minha liberação. E ela não tarda. Prazer incomparável percorre a minha coluna, choques elétricos tomam minhas bolas e um urro animalesco sai da minha garganta quando começo a esporrar dentro dela. — Gostosa... — gemo longo e duro, sibilando entre os dentes. Chupo seu pescoço, empalando-a, comendo-a ainda com desespero. Tremores perversos sacodem nossos corpos nos lançando em agonia e lamentos sensuais. — Te amo demais, amor. Demais. — Digo, arrancando-lhe uma risadinha ofegante. Sorrio também, meu quadril perdendo a força até parar todo enterrado em seu calor. A beijo longo e apaixonado nossas respirações
saindo em rajadas direto na boca um do outro. Vamos nos acalmando aos poucos, ainda na mesma posição. Saio dela com cuidado e a levanto nos braços, levando-a para a cama. — Isso é o que eu chamo de entrar com o pé direito no casamento, Sr. Williams. — Ronrona quando a deito sobre os lençóis e pétalas. Ofereço-lhe meu sorriso torto e presunçoso. — Vou viver para satisfazê-la, Sr.ª Williams. — Murmuro, pegando a garrafa de champanhe no balde de gelo sobre o criado-mudo. Abro-a com um floreio, espuma caindo sobre o seu torço esguio. Ela sorri, os olhos brilhando pelo gozo e pela expectativa de uma vida juntos. Sirvo-nos uma taça e compartilhamos em seguida. Lambo o rastro da bebida em seus seios e a barriguinha lisa. Ela me olha com uma cara de safada e em seguida derrama champanhe em meu peito e me dá o mesmo tratamento. Serpenteando a língua em meu torço, abdome, descendo, descendo... gemo, agarrando seu cabelo quando derrama mais bebida no meu pau e o saboreia com sua boquinha quente e impossivelmente gostosa. Não demorou muito, estávamos em um delicioso sessenta e nove, perdidos em nossa névoa feliz e lasciva... quando tombamos sem forças, muitas horas depois, a aconchego contra o meu peito. Caralho, gozamos tanto. Com certeza recuperamos o atraso da semana. — Obrigada, amor. — Sua voz está cansada, lânguida, enquanto seu dedo traça círculos preguiçosos em meu peito suado. Deslizo a mão delicadamente por suas costas, parando na curva do quadril. — Por que está me agradecendo? — Sussurro, virando para olhá-la. Ela levanta a cabeça, nossos olhares se encontrando. Seu rosto está um pouco afogueado, mas há tanta felicidade irradiando dela. — Por me fazer sua mulher, por me amar. — Murmura emocionada. — Por me aceitar com tudo que sou e por amar a minha filha como sua. Sorrio-lhe, colocando meu coração nos olhos e beijo a ponta do seu nariz. — Obrigado também, meu amor. — Digo baixinho. — Por me deixar te amar, por me amar de volta com a mesma intensidade e por me deixar amar aquela menininha bonita como minha. Ela sorri, seus olhos brilhando como pedras preciosas. — Então, quais são os planos para a lua-de-mel? Ou vai continuar me mantendo no escuro, roqueiro? — Me provoca. Dou risada, aconchegando-a mais contra mim. — Vamos flutuar pela Elliot Bay por dois dias, fodendo pra caralho. — Ela gargalha lindamente e eu também. — Depois vamos pegar nossa pequena faladeira com a minha mãe e seguir para uma ilha no Caribe. Seus olhos amolecem quando menciono nossa menina. — Eu te amo. — Sussurra, levantando mais a cabeça, me beijando suavemente. — Eu também te amo, bebê. — Murmuro contra seus lábios. *** Dois meses depois... — Você já devia ter parado de ser teimosa e visto um médico sobre isso, amor. — Digo, apertando sua mão, me deitando ao seu lado na cama estreita do hospital. Apollo me
assustou pra caralho quando me chamou há uma hora, dizendo aflito que Lena tinha desmaiado enquanto ensaiava uma nova coreografia com seus dançarinos. — Por que foi ensaiar? Você não passou a semana muito bem. — Não era nada alarmante, amor. — Diz com voz suave, provavelmente para me forçar a manter a calma. — Alguma comida deve ter me feito mal. Sorrio, tentando aliviar o clima. — Você está culpando o churrasco do idiota do Eli? — Domingo passado fomos todos para a casa do meu parceiro. — Ele não vai receber essa crítica muito bem. Ela dá uma risadinha descontraída. Passo a mão pelo seu rosto, ajeitando seu cabelo atrás da orelha. Começo a ficar verdadeiramente preocupado porque seu semblante parece um pouco cansado. A aconchego junto a mim, tomando cuidado com a intravenosa em seu braço direito. Beijo seu cabelo. Ela suspira, inspirando meu peito. — O médico não deve demorar com os exames e, me liberar, espero. — Murmura. Antes que possa responder a isso, a porta se abre e eu salto imediatamente. O rosto do médico de meia idade me censura silenciosamente quando percebe que estive deitado na cama com a paciente. Então, seus olhos se iluminam quando focam em minha mulher. Ele avança para perto da cama. — Como está se sentindo agora, Sr.ª Williams? — Pergunta em seu tom profissional, mas de certa forma acolhedor. — Tontura? — Lena acena. — Um pouco. — Murmura, me lançando um olhar de desculpas. Teimosa. — Enjoos? — O médico continua, olhando os exames em sua prancheta. — Sim, um pouco. Alguma comida não deve ter caído bem... — me dá um sorriso fraco de desculpas. Quero bater em sua bunda por que me disse que estava se sentindo bem hoje. Mas, em vez disso, aperto sua mão suavemente, deixando-a saber que a amo demais e sim, sou um fodido bobo quanto ela está em questão. O médico sorri, desviando o olhar para mim, em seguida a encara. Minha menina não tem nada grave. Suspiro aliviado. Nenhum médico daria notícia ruim com esse sorriso, tenho certeza. — De acordo com os sintomas que está sentindo e com o nível de HCG encontrado em sua urina e sangue, podemos descartar a hipótese da comida, Sr.ª Williams. — Ele diz ainda com aquele sorriso no rosto. — O que é esse tal de HCG, doutor? — Pergunto, odiando o palavreado difícil dos médicos. Por que não falam um Inglês mais acessível? Ele sorri com compreensão. — O hormônio gonadotrofina coriônica humana, Sr. Williams, é produzido pela placenta. — Seu olhar vai para Lena de novo e ele sorri amplamente acrescentando: — quando a mulher está grávida. O barulho do soro caindo e descendo através da intravenosa no braço de Lena é o único som no quarto agora. Meu sangue gelou nas veias, meu coração bombeando tão forte que acho que vou precisar do bom médico também. O que ele acabou de dizer? Meu sangue esquenta de novo, meus ouvidos zumbindo. — O que o senhor está dizendo? — Meus olhos deslizam para Lena. Ela está atordoada, tentando se sentar na cama. A ajudo rapidamente. Sua respiração está alterada e seus olhos estão turvos de lágrimas. — Oh, meu Deus, me diga que essa não é uma brincadeira de mau
gosto... — sua voz quebra, incredulidade e esperança guerreiam em seu rosto. — E-eu não posso gerar... não posso ter filhos... — a puxo contra mim, esfregando suas costas, sentindo sua angústia como minha. — Desculpe, se isso a angustia de alguma forma, senhora. — O doutor perde o sorriso e parece constrangido agora. — Pensei que fosse uma gravidez planejada, er, esperada... — o pobre homem está sem jeito e continua: — além dos exames de sangue e urina, o ultrassom mostra claramente uma gestação de cinco semanas. A senhora está grávida. Lena soluça em meu peito. Meus olhos ardem e meu coração transborda, uma onda gigante de alegria, pura felicidade tomando conta de mim. Oh, meu Deus! Ela está grávida. Porra, ela está grávida! Então, me forço a agir racionalmente em meio ao turbilhão de emoções se agigantando dentro de mim. — Ela teve parte de seu útero retirado devido a complicações na primeira gestação, doutor. — Explico, minha voz tremendo, embargada. — Como isso é possível? Ele relaxa e nos explica que percebeu isso no ultrassom, mas que a gestação é segura. Diz que é quase impossível engravidar na situação de Lena. Mas, aconteceu. Oh, Deus, obrigado. Muito obrigado. Agradeço, fechando os olhos brevemente. Lena continua chorando, me puxando com força pelos ombros. O doutor nos deixa a seguir, mas diz antes de sair que teria prazer em acompanhar Lena na gestação. A abraço mais forte, mantendo-a bem junto de mim e choramos abraçados, fazendo nossas preces silenciosas por um tempo. — Eu estou grávida, Collin. — Sua voz é um misto de espanto e alegria quando levanta o rosto para o meu. — Oh, meu Deus, isso é um milagre, amor... — respira ruidosamente, sorrindo, chorando. Tão linda. Meu peito está rachando de amor incondicional por ela e essa vida que criamos juntos. Encosto minha testa na sua, soluçando como uma criança. — Você vai me dar um filho, bebê. — Murmuro, engasgando com emoção. Minhas mãos em seu rosto bonito todo banhado de lágrimas. — Vamos ter um filho. Nosso pequeno milagre. — Você. — Ela sussurra em minha boca, seus olhos transparentes, enternecidos. — Você é o meu milagre. — Chora mais. — Meu amor, meu tudo. — E você é a minha vida. — Afirmo, antes de tomar sua boca na minha num beijo de celebração. Celebração da vida, da luta. Lena é uma sobrevivente. Minha valente menina bonita. Nosso filho vai ficar bem porque ele tem a garra e força da mãe. — Meu amor, meu tudo. — Sussurro sem parar de beijá-la. Continuamos chorando, sorrindo, jurando nosso amor. Eu faço mais uma prece silenciosa de agradecimento a Deus por nos ter concedido esse presente. O passado finalmente ficará para trás. Nos beijamos, nos agarrando mais, colados, juntinhos, sentindo o gosto do futuro que se revelou muito mais bonito do que planejamos. Um filho. Deus, um filho nosso. Mais um filho é a perfeita comunhão e coroação do imenso amor que nos une, que sempre estará conosco. Eu vou amá-la e segurar sua mão por todo o caminho. Para sempre.
EPÍLOGO
Chris Hart Um ano depois... Eu puxo ar em vão, são muitas mãos me sufocando, tomando o que não quero dar de bom grado. Meus olhos vão para o pôster dela na parede da minha cela. O suor fétido dos marginais à minha volta queima minhas narinas, quase me fazendo vomitar. Sels! Eu chamo por ela em silêncio. Venha para mim, neném. Ela está linda em roupas apertadas de show. Minha! Você é minha, porra! O brutamontes atrás de mim, estoca com força descomunal em meu reto e goza, fazendo um barulho asqueroso de zombaria. Outro toma o seu lugar e se enfia sem cuidado dentro de mim. Estou fraco, muito fraco. Meus olhos perdendo o foco da imagem linda dela. Não aguento mais... desde a minha condenação, me mandaram para esse inferno. Há brigas, lutas sangrentas por território aqui dentro e se você quiser sobreviver precisa se submeter a tudo. Absolutamente tudo... não tenho mais nada. Não há mais dinheiro para comprar a cooperação e proteção aqui dentro. Tenho que dar o que me sobrou, meu maldito corpo. E eles o usam o tempo todo. Outro vem para o lugar do que acaba de me encher com seu esperma fedido. Os guardas fecham os olhos e ouvidos por um bom maço de dinheiro e noite após noite, eles me estupram. Voltei da enfermaria apenas ontem. Uma virose brutal me acometeu e pelos maus tratos dos meus algozes, não vou durar muito tempo mais. Estou ciente disso. Outro e mais outro. Perdi a conta de quantos já foram. Estou tentando gritar, mas não tenho forças. Apenas patéticos sons baixos deixam a minha garganta.
— Vamos tirá-lo da sua miséria, Hart. — Ouço o que está bombeando brutalmente em mim, rosnar. Então, sorri, suas mãos se fechando em meu pescoço. Minha vista turva volta a procurar por ela na parede. Sels, minha neném. Eu te amo. Minha respiração é cortada lentamente. Sinto o maldito gozar dentro de mim, então, sinto um estalo brutalmente doloroso. Meus olhos se fecham. Escuridão me leva.
Selena Três anos depois... Eu entro no camarim e sorrio quando vejo o recinto todo cheio de rosas. Coloco a minha belezinha sobre a mesa de maquiagem. Pego uma rosa do buquê sobre o sofá e a levo ao nariz, sorrindo sonhadora. Apollo me olha com coraçõezinhos nos olhos e me entrega uma garrafa de água. Bebo pequenos goles, minha respiração ainda alterada. — Eu roubaria esse roqueiro de você. — Ele diz com um sorriso brincalhão. — Se ele não fosse tão ridiculamente apaixonado, claro. Eu dou risada com sua paixonite pelo meu marido. Meu celular zumbe, pego-o dentro da carteira. Meu sorriso se escancara ainda mais com a mensagem de Collin. Collin: Mensagem para a menina bonita com um fodido Grammy... Parabéns, meu amor! Eu já sabia que ganharia outra belezinha. Tenho algo planejado para mais tarde... eu te amo, te amo, te amo. Meus olhos ardem de amor por esse homem lindo e incrivelmente doce. Estamos na premiação do Grammy e acabei de fazer minha apresentação, ah, e ganhar mais uma belezinha! Pois é, ainda não acredito que levei mais essa. Meu primeiro foi com Inesquecível. O álbum vendeu como água e a música recebeu a indicação. Compareci com uma barriga enorme de oito meses. Meu pequeno Jacob chutando dentro do útero como se soubesse que era um momento muito especial para sua mãe. Minha vida com Collin tem sido além de perfeita. Completa. Não falta mais nada. Estamos apenas cuidando do que já temos para que isso nunca se perca. E não vai se perder. Nós o alimentamos todos os dias. Respondo sua mensagem rapidamente: Lena: Mensagem para o menino bonito com uma fodida coleção de Grammys... Parabéns também, bebê! Também já sabia que você e os caras aumentariam a coleção... qualquer programa com o meu roqueiro lindo e sexy será perfeito... eu te amo, te amo, te amo. Clico em enviar e logo depois a porta se abre. Ele entra, ainda sorrindo e guardando seu celular no bolso do terno escuro. Nossos olhares se cruzam e se prendem enquanto anda para mim. Querido Deus, vê-lo em trajes formais me deixa louca de tesão. Sorrio. Ele me deixa louca de tesão. Pronto. Seus braços envolvem minha cintura, me puxando contra seu corpo. Gemo, enlaçando-o pelo pescoço. Ele está com o sorriso sem vergonha, travesso curvando um canto da boca. — Porra, tenho uma relação de amor e ódio com essas merdas colantes que usa, baby. — Grunhe, suas mãos caindo devagar para a minha bunda. Estou usando um body confeccionado especialmente para esta noite. É dourado, com mangas longas. Um decote generoso que vai em direção ao umbigo. Franjas de fios de ouro nas bordas, fazem um jogo sedutor de mostrar e esconder quando me movimento. Para completar, meias arrastão e botas altíssimas de cano curto. — Estive toda a premiação duro como uma rocha. — Reclama. Mas, há essa centelha malvada nos olhos azuis que me diz que vou sofrer mais tarde por deixá-lo nesse estado. — Sim? — Sorrio, iniciando nosso jogo gostoso de provocação, descendo a mão entre nós com destino certo. Ele rosna quando apalpo o seu pau, oh, muito duro por cima das calças. Seu sorriso perverso, safado se escancara e ele me levanta, enrolando minhas pernas em seu quadril.
— Sim, porra. — Lambe a minha boca, meu centro umedecendo pelo contato com seu pau avantajado e pronto para a ação. — Ok, estou dando o fora. — Sorrimos ao nos dar conta de que Apollo ainda estava aqui. Olhamos em sua direção e ele sorri nos jogando beijos no ar. — divirtam-se, crianças! — Oh, nós com certeza vamos. — Collin murmura com uma piscadinha malvada, me puxando mais firme contra sua pélvis. Apollo murmura algo e sai rapidamente. — Tão safado, roqueiro. — Ronrono, moendo gostoso nele. Me dá um beijo breve demais e bate em minha bunda. Mio. — Mude de roupa, bebê. Nossa noite está apenas começando... — diz enigmaticamente. — O que vai fazer, amor? — Pergunto, fazendo beicinho quando me escorrega para o chão. — Foder você pra caralho. — Diz com seu sorriso infame. Travessura e safadeza brilhando em sua íris na mesma medida. Gemo, começando a me despir, mas ele me orienta para o sofá e faz as honras da casa. Beija e massageia meus pés quando retira as botas e em momentos como esse eu acho que meu coração expande para conseguir acomodar todo o amor que me faz sentir. Bebo-o apaixonada, todo concentrado na tarefa. Seu cabelo negro cacheado, num corte rock star, quase raspado dos lados e mais alto em cima. Seus olhos azuis brilhando famintos sobre o meu corpo quando me deixa completamente nua e ofegante. Sorri, consciente de que sou fodidamente louca por ele e se inclina beijando entre meus seios. Doce Jesus. Gemo. Collin se levanta e pega o vestido que estive usando antes da apresentação e me entrega. Olho a calcinha abandonada no sofá. Seus olhos acendem e ele balança a cabeça negativamente. Me ajuda a vesti-lo, me deixando nas nuvens. Toda mulher merece encontrar um homem assim. Que saiba cuidar, proteger, seduzir e acima de tudo, amar. Meu lindo marido me ama assim e eu sou a garota mais sortuda na face da Terra. Deixamos o camarim e saímos do teatro. Nos esquivamos da imprensa, pegando uma saída alternativa. Os caras também fariam isso com suas mulheres. Acho que todos têm planos secretos para esta noite. *** Ele estoca profundamente dentro de mim. O céu estrelado acima de nós. Seu rosto abaixa para o meu, olhando de perto como me despedaça e me junta de novo. Tudo de uma vez. O seguro, firmemente com as coxas, puxando-o mais fundo. Collin sorri contra a minha boca, balançando lentamente, me amando com cada estocada deliciosa. A brisa corre em nossos corpos suados. Sua mão aperta mais, segurando meus pulsos acima da cabeça. A caminhonete balança, com nossos movimentos. Estamos na carroceria. Ele me trouxe para um piquenique ao luar, num mirante afastado. Phill está mais para cima, guardando as redondezas, sabendo o que estamos fazendo aqui, mas não me importa. Tudo que importa é isso aqui, meu marido me amando, me fazendo sua na forma mais deliciosa e primária. — Mais rápido, amor. — Choramingo. Ele sorri perversamente e morde meu queixo, meu rosto, me inflamando e acelera, metendo com força. — Meu bebê quer foder duro, hein? — Zomba, sua boca correndo para meu ouvido. Ele sussurra sacanagens e coisas doces, me comendo com golpes duros agora. Gemo, encontrando-o, arreganhando-me toda para ele. Rosna e nos rola, me deixando por cima e prende meus pulsos atrás das costas, me arqueio, gemendo, quase gozando.
— Isso, amor, monte o meu pau! Leve-o todo, minha putinha. — Ruge baixo, enrolando o braço livre em minha cintura, me levantando e abaixando nele. Choramingo, completamente dominada, sem ação e deixo-o me comer o quanto quiser. — Deliciosa, porra... — sua boca gananciosa chupa meu pescoço, mordendo, descendo para os seios. Ele suga um e outro com força e estou ganindo, minha respiração errática, o orgasmo começando a incendiar tudo dentro de mim. Dá um chupão dolorido na carne e morde um mamilo. Gemo alto. — Minha puta... — sua respiração está mais rápida, enquanto me empala sem dó. Ele uiva, realmente uiva para a lua. Puta merda. Seu lindo rosto em doce agonia, os olhos escuros de tesão. — Perfeita... Ohhh, Lena, amor... você está perto? Goze no meu pau, minha putinha! — Mete fundo e eu ondulo, gozando, estremecendo sem controle. — Isso, bebê, molhe as minhas bolas, cacete! — Os tapas de pele contra pele são altos agora, seus olhos estão vidrados, as veias do pescoço inchadas. — Vou gozar, meu amor... Porra, estou gozandoooooo! — Me gira de costas no edredom e almofadas macias e bate em mim duro, profundo, atirando seu sêmen quente dentro de mim. Arquejo, meu orgasmo persistindo, ampliado pelo seu gozo. Sua boca toma a minha e nos beijamos, nos agarrando sofregamente, espiralando, montando cada pico do orgasmo delirante. Collin sai de mim depois de um tempo e ficamos abraçados, arfantes, admirando o céu acima de nós. Ele sorri, eu sorrio, amando nossa travessura. E temos feito muitas nesses quatro anos juntos. Somos frequentadores assíduos do clube de sexo e tenho experimentado muitas coisas. Bem, exceto foder na sala da suruba. Acho que nunca terei coragem para isso. Mas, adoro assistir os casais em seus quartos. Transamos algumas vezes no corredor, o risco de alguém aparecer me deixa ligada, devo admitir. Meu marido pervertido sabe disso e se aproveita da minha fraqueza... sorrio, feliz, lânguida, plantando beijos em seu peito suado. — Isso foi tão romântico, roqueiro. — Ronrono, o sono querendo me pegar. Ele sorri, fuçando meu cabelo com o nariz. — O que posso dizer? Sou um cara romântico. — Brinca, seu tom relaxado. — Qualquer coisa para minha menina bonita. — Beija meu cabelo. Me derreto em uma poça, suspirando sonhadora. — Devemos ir para nossos pequenos agora, amor. — Olho-o, ele está com a expressão safada voltando. — Vamos levar a festa para nossa cama, senhora ganhadora do Grammy? Sorrio, completamente arrebatada. Amo a borda de orgulho em sua voz e o brilho nesses olhos azuis eletrizantes. O amo tanto. — Perfeito, meu bebê. *** Me remexo sobre os lençóis macios, viro-me para o lado de Collin e enfio o nariz em seu travesseiro, inspirando profundamente. Ouço uma risada baixa na cama, uma risada que amo loucamente. Em seguida duas risadinhas o seguem, duas risadinhas que amo igualmente. — Mamãe, preciosa! Nós fizemos o café! — A vozinha animada de Lilly me faz sorri e abrir os olhos, me ajeitando numa posição sentada contra os travesseiros. A cena diante de mim ainda me arrebata o fôlego e deixa meu coração todo mole a cada vez que vejo. Collin e nossos filhos com uma bandeja de café da manhã para mim. Ele nunca se cansa de me
mimar. Eles não se cansam. Lindos. Minha família. Meus olhos marejam. Deus, sou tão boba com eles. — Ei, amores da mamãe! — Abro os braços e eles vêm fazendo uma algazarra para cima de mim. Me delicio com o cheirinho deles. — Mamãe peciosa! — Jake exclama, dando um beijo estalado em meu rosto. Rimos. Lilly passou a me chamar assim de volta cada vez que a chamava. Nosso pequeno travesso acabou pegando. Ele está na fase do papagaio, repetindo tudo que escuta. — Meus bebês preciosos. — Murmuro, cobrindo-os de beijos. Quando levanto os olhos, Collin está sorrindo, os olhos azuis brilhando para nossa interação. Ele gosta de me ver com os meninos. Foi uma batalha dura até chegarmos aqui. Mas, venci. Ele me fez querer vencer. A gestação de Jake não foi fácil. Tive que tomar cuidados extras e reduzir minha carga de trabalho, mas deu tudo certo, graças a Deus. Nosso pequeno milagre, como o chamamos, está com três anos e é forte como um touro. Vai parecer corujice, mas, é muito lindo também. Parecido com o pai. Eu amo isso, devo dizer. Seus olhos é uma mistura minha e de Collin, mas todo o resto é do pai. — Você ganhou outra belezinha, mamãe? O papai também ganhou! — Lilly exclama com sua excitação infantil. — Sim, meu amor, a mamãe ganhou mais uma belezinha. — Beijo sua bochecha. — E o papai também. O papai é imbatível, não é? — Digo, sorrindo para seu pai que está me dando um olhar faminto mesmo depois da noite agitada que tivemos ontem. — Sim! O papai é o mais bonito do mundo! — Collin e eu damos risada da nossa pequena. O olho com todo amor em meus olhos. — Sim, preciosa, o papai é o mais bonito do mundo todo. — Murmuro um pouco rouca, meus olhos presos aos seus. — Bom dia, amor. — Bom dia, bebê. — Sussurra, seus olhos me dizendo a mesma coisa de volta. Bato do meu lado na cama. Ele vem, arrastando a bandeja. — Vamos, pequenos beijoqueiros, deixem a mamãe tomar o seu café. — Nossos pequenos deslizam do meu colo, mas permanecem perto. Collin ajeita a bandeja sobre o meu colo e se inclina, seu hálito cheirando a menta e café. — Eu não escovei os dentes, amor... — minha sentença é interrompida com o beijo delicioso que me dá. Suas mãos segurando meu rosto, enquanto saqueia a minha boca. Meus mamilos ficam duros sob a camisola fina. Ele sorri e olha para meus seios quando se afasta. Tão malvado. Digo-lhe isso com meus olhos, então sorrio, perdidamente apaixonada. Nossos pequenos estão sorrindo e batendo palmas para nossa travessura. Nos sentamos e comemos. Os meninos tagarelando sem parar. Eles adoram essa bagunça e sempre que conseguimos fazemos isso com eles. Eu até aprendi a fazer algumas coisas na cozinha. Eu e os meninos surpreendemos o nosso roqueiro às vezes. É mais difícil, no entanto, porque Collin sempre acorda cedo. Tenho que me esforçar para conseguir surpreendê-lo. — Eu quero ser bailarina, mamãe. — Lilly diz do nada. — Cindy está fazendo balé, eu quero também. Collin e eu sorrimos para isso. Nós conseguimos localizar a família que adotou sua amiguinha do orfanato e nossa pequena ficou em êxtase. Sua adaptação conosco foi tão tranquila que surpreendeu a todos nós. Marissa nos ajudou com isso, dando todo o suporte profissional. Aliás, por falar na minha antiga psicóloga, ela se casou com Bob Cash, líder da
The Horses, já tem dois anos. Pois é, ela tratou as neuras de Elijah sobre o pai biológico dele e tal. Bob teve trauma pós-acidente. Ele quase morreu em um carro há três anos e tinha verdadeiro pavor de voltar a dirigir depois do acidente. Elijah indicou-lhe Marissa e os dois se estranharam no começo, mas o roqueiro fodão arrebatou a doutora isso é certo. Bem, o que posso dizer, sou totalmente suspeita quando o assunto é roqueiro. — Então, minha preciosa será uma bailarina! — Eu bato o dedo na ponta do seu nariz. Ela dá uma risada satisfeita. Na semana passada ela queria ser cantora como sua mamãe. Sorrio, sabendo que será um longo caminho até minha pequena crescer. — Quelo também, mamãe! — Jake pede em sua inocência. Eu e seu pai gargalhamos. Collin o pega no colo. Ele vai fazendo festa com o pai. — Nada disso, campeão. — Levanta o pequeno acima da cabeça. Jake se desmancha em sorrisos. — Isso é para a nossa princesinha, você vai ser um roqueiro fodão como o papai e seus tios. — Ele diz com um enorme sorriso para o filho. Jake solta uma risadinha e o cobre de beijos. — Bebê, temos que deixá-los fazer suas próprias escolhas. — O repreendo. Collin me lança seu sorriso torto e travesso. — Okay, bebê — seu riso escancara. Deus, ele é tão bonito. Eu amo quando abre esse sorrisão. Amo esses momentos só nossos. Mostrando que apesar da correria das nossas agendas, ainda podemos ser uma família normal, fazendo coisas normais com nossos filhos. — Mas, eu e os caras trabalhamos pra valer... — seu sorriso é safado agora. — A nova geração de roqueiros estará garantida se nossos moleques quiserem. — Me dá uma piscadinha. Balanço a minha cabeça lentamente. — Você é tão louco, menino bonito. — Sorrio enfim, porque a imagem dele segurando Jake sempre me deixa enternecida. — Mas, é claro que irei apoiá-lo se quiser ser um rock star como seu pai. — Resolvo provocá-lo e acrescento: — eu tenho uma queda por roqueiros, sabe, Sr. Williams. — Roqueiros? — Meio que rosna. Eu gargalho, jogando minha cabeça para trás. — Um certo baixista de uma banda fodona. — O bajulo. Seu sorriso se espalha lentamente, fazendo-me quente. Ele se debruça em minha direção, me dando um beijo nos lábios. Me derreto nele, ouvindo a bagunça dos nossos pequenos ao redor. Felicidade. Isso é o que temos. Pura e simplesmente. Olhando para trás eu não sinto mais nada. A devastação, a dor, o medo, e sobretudo, a desesperança deram lugar a outros sentimentos muito maiores e eles tomaram toda a minha mente. Lembro-me daquela primeira manhã nessa casa, quando Collin me disse que seriam tantas coisas incríveis acontecendo em minha vida que chegaria o momento em que não me recordaria mais do abuso. Ele estava certo. Meu menino bonito sempre esteve certo. Mas, isso só foi possível porque ele estava no meu destino. Tenho tanta sorte em ter esse homem. Ele é o meu milagre. O meu verdadeiro milagre. Ele me fez inteira de novo, juntando cada pedacinho espalhado como me prometeu. E continua a fazer muito mais todos os dias. Amo a vida que construímos juntos. Amo seu jeito amoroso e brincalhão de criar nossos filhos. Eu o amo. Para todo o sempre.
Collin Me afasto dos seus doces lábios sob os protestos de Jake. Lena está me olhando com lágrimas nos olhos bonitos. Tão sensível, tão linda. Ela sempre se emociona nesses momentos com nossos pequenos. Minha menina bonita teve que lutar uma batalha tão árdua, porra. Sempre que pega o nosso Jake nos braços, seu rosto se ilumina. Ele é o nosso pequeno milagre. Não canso de agradecer a Deus por ter dado à ela a chance de conceber de novo. Isso não pesava sobre mim, mas era uma carga muito dolorosa para ela. Encontrarmos Lilly devolveu sua alegria, conceber um filho meu, lhe fez sentir-se mulher outra vez, no pleno sentido da palavra. Vê-los juntos, minha mulher e meus filhos, é a cena mais bonita para mim. Eles são a razão para a qual vivo agora. Sorrio para ela e limpo uma lágrima antes de ela cair pela sua face. — O que foi, amor? Por que está me olhando assim? — Sussurro. — Por que você é lindo, amor. — Ela embarga e sorri. Um sorriso tão lindo e emocionado. Porra. Ela acaba comigo quando fica assim. Afasta a bandeja e puxa Lilly para seu colo. — Eu te amo tanto. Amo nossos filhos e a vida que você me deu. — Se inclina e beija a cabecinha de Jake. Ele se desmancha em risos para a mãe. Cacete. Meus olhos marejam. Eu puxo uma respiração bem-vinda quando seus olhos expressivos voltam para os meus. — Eu te amo da mesma forma, amor. — Murmuro, puxando-a para perto pela nuca. — Nós te amamos muito. — Ela acena e me inclino, tomando sua boca na minha num beijo suave. Nossos pequenos começam a fazer bagunça e nos separamos rindo. Nos aconchegamos com eles no colo por mais um tempo. — Os caras estão vindo aí para o churrasco. — Aviso, quando os meninos cansam de ficar quietos e pulam da cama. — Eu vou cuidar desses bagunceiros enquanto você fica pronta, baby. Seu rosto se abre num sorriso luminoso, feliz. Eu amo saber que tenho esse poder. Fazêla feliz. Uma hora depois, os cães sarnentos, suas mulheres e prole invadiram a casa. Alguns estão se divertindo na piscina, Chay está brincando com os moleques mais novos na parte baixa do jardim. Eu e meus parceiros paramos perto do degrau e ficamos olhando-os, babando sobre nossos filhos. Tomo um gole da minha cerveja, observando a interação de Lilly com Chay. Ela é muito apegada a ele. Tenho receio de que essa adoração se transforme em algo mais quando crescerem. — Stone, é bom o seu moleque não quebrar o coração da minha menina, estou avisando. — Eu brinco. Liam se vira para mim com um sorriso comedor de merda. — Irmão, não dá para controlar esse tipo de merda, você deve saber bem sobre isso. — Levanta as sobrancelhas bebendo a sua cerveja. Eu rosno. Os caras riem da minha cara amarrada. — Cara, a minha menina só vai namorar quando tiver, tipo uns trinta anos, porra. — Resmungo. Eles riem mais. Cães sarnentos.
— Você está iludido, parceiro. — Sean sorri. — Já eu estou bem com meu Ethan se casando com sua Alyssa, Stone. — Ele provoca. Liam fica vermelho e rosna. Não é tão bom quando falam da nossa garotinha, não é, parceiro? Eu rio da sua cara. — Seu moleque vai precisar de bolas resistentes para passar por mim e o homenzinho, idiota. — Liam o adverte. — Minha princesinha não vai ser fácil de conquistar, pode apostar. Eli sorri, tomando um longo gole da sua Bud. — Foi bom tocar nesse assunto, meu Noah só está esperando sua menina nascer, parceiro. — Provoca, empurrando o ombro de Sean. Ele arreganha os dentes para Eli. Gargalhamos. — Isso é engraçado, irmão, tenho certeza de que meu Saul está encantado com sua Ruby. — Paul, sorri na direção de Eli. O sorriso provocador some do seu rosto. — Cara, é bom o moleque está preparado porque minha pequena vai ser bem durona. — Ele ri, olhando para trás, vendo sua mulher, mergulhando na piscina. — como sua mãe. Nós todos viramos, procurando por nossas mulheres. Lena está conversando e rindo com Mel sobre as espreguiçadeiras. Seu corpo ficou ainda mais gostoso depois que deu à luz. Ela ganhou mais carnes nos lugares certos. Minha avó ficou muito satisfeita com isso. Sorrio, babando em sua silhueta curvilínea num fodido biquíni vermelho. Linda. Ouço suspiros e rio mais, percebendo meus parceiros igualmente arrebatados por suas meninas. Cacete. Parecemos uns maricas aqui, olhando-as e suspirando. Nossas bolas estão firmemente presas com essas mulheres. Temos desacelerado com a banda, exatamente por isso. Precisamos dar mais atenção a elas e nossos moleques. Nosso último álbum foi lançado no ano passado e temos uma turnê mundial em comemoração aos dez anos da DragonFly, agendada para daqui a dois meses. Depois disso, vamos dar um tempo, concentrar esforços na gravadora, que está crescendo a olhos vistos. Nosso rol de artistas já exige respeito. Lena também atingiu o topo e isso lhe permite trabalhar com mais calma entre os álbuns. Além disso, o fato de ela ser representada pela nossa gravadora lhe dá algumas regalias. Assim como Eva e sua banda. Se há uma coisa que eu e meus parceiros temos nos empenhado, é cuidar bem de nossas mulheres. — Porra, nós estamos bem, não é, parceiros? — Liam murmura com um sorriso em sua voz. — Encontramos mulheres tão especiais, irmãos. — Ele parece um pouco emocionado. Eu e os outros rimos um pouco. Ele é o mais emotivo entre nós. Não tem receio de mostrar os sentimentos para ninguém. Nós secretamente o admiramos por isso. — Mano, somos uns filhos da puta sortudos. — Eli concorda. — Só precisamos cuidar delas para não perdermos isso, jamais. — Diz com ferocidade. — Ele e eu conhecemos a dor de perder a mulher amada uma vez. Isso dói como o inferno. — Parceiros, nós ganhamos na porra da loteria. — Digo, arrancando risos deles. — Nunca vou me cansar de agradecer a Deus por ter a minha menina bonita sorrindo de novo. — Eles acenam, ficando sérios. Meus parceiros sabem da luta árdua que foi livrar Lena de todos os seus demônios. — Concordo, irmãos. — Sean diz sério. — Eu soube que Eva era a porra da garota certa assim que a vi. — Ele ri de si mesmo. — Só demorei um pouco mais para prender as bolas oficialmente. — Rimos com ele. Nosso parceiro providenciou a porra do anel logo depois do meu casamento.
Ele amplia o riso e joga beijos para sua mulher. Ela está deitada em uma espreguiçadeira, ostentando sua barriga protuberante. Está esperando a menina que Eli reivindicou agora há pouco para o seu moleque. — Isso aqui é para poucos, irmãos. — Paul entra na conversa, olhando Carlie na piscina com Sara. — Encontrar o par certo, sua outra metade é como acertar na loteria, o idiota aqui tem razão. — Ele empurra meu ombro. — Somos caras de sorte. Uma carreira de sucesso e mulheres que colocam a porra de sorrisos do Coringa em nossos rostos o tempo inteiro. Liam levanta sua cerveja. — Brindemos a isso, irmãos. — Levantamos as nossas também. — Ao amor que nos uniu a essas mulheres e à amizade sempre forte entre nós. — Torce os lábios num risinho infame. — Mesmo que queira chutar suas bundas feias de vez em quando. — Acrescenta. Nós resmungamos o mesmo para ele. — Vamos manter isso, parceiros. Vamos passar isso para nossos moleques. Mantendo-os juntos, crescendo e aprendendo os valores que cada um de nós carrega, aprendendo que a família deve vir antes de tudo. Acenamos e tocamos nossas garrafas. Sim, a família vem antes de tudo. Não há dinheiro, sucesso, que rivalize com o que conseguimos. Estamos bem cientes disso. Esses valores foram os que nos mantiveram sempre focados, não deixando que nos perdêssemos quando alcançamos o estrelato. Vamos passar isso para nossos filhos e para os filhos deles. Eventualmente voltamos para a área da churrasqueira. Eli começa a grelhar os bifes, enquanto eu e os caras tomamos cervejas e zoamos ao redor do balcão. As babás entram em ação quando Chay decide que já brincou o suficiente com os pequenos. O homenzinho vai para o salão de jogos, se divertir com brinquedos de pré-adolescente. Nossas mulheres se juntam a nós na bancada e zoamos mais, bebendo, petiscando enquanto aguardamos o almoço ficar pronto. Sara passa para dentro da bancada, pendurando-se em seu marido. Os dois se comem em um beijo indecente, sem cerimônias. Gargalhamos, assobiamos, gritamos para procurarem um quarto. Eles se separam e vêm se sentar nos bancos. A diversão perdurou até o pôr do sol. À noite, eu e Lena nos revezamos para colocar nossos pequenos bagunceiros em suas camas, não houve birra, nem pedidos para leitura. Eles estavam exaustos de tanto brincar. Sorrio ternamente, cobrindo o corpinho de Lilly em sua cama. Ela balbucia, sem conseguir abrir os olhos: — Boa noite, papai, eu te amo. — Meu coração fica todo mole quando me diz isso, e me chama de papai. Acaricio seu rostinho angelical, tão parecido com o de sua mãe. Eu amo tanto essa pequena. — Boa noite, menininha bonita. O papai te ama também. — Sussurro, me debruçando para beijar seu cabelo. Me dirijo para a porta e apago a lâmpada, deixando apenas o abajur ao lado de sua cama. Fecho a porta do quarto, encontrando Lena deixando o quarto de Jake. Ela tem aquele sorriso suave e amoroso em seu rosto. Nós apreciamos esses momentos com nossos pequenos tanto quanto eles. Vou ao quarto do meu pequeno roqueiro e o beijo, enquanto sua mãe faz o mesmo com Lilly. Nos encontramos no corredor alguns segundos depois. A puxo para os meus braços. Ela vem suspirando, envolvendo-me pelo pescoço. — Cansada, amor? — Murmuro bem perto de sua boca. Seus olhos brilham lindamente fixos nos meus.
— Para o meu maridinho, nunca. — Diz baixinho, seu olhar cheio de amor, tesão, essa mesma necessidade que sinto por ela. Sorrio, levantando-a nos braços, tomando a direção para nosso quarto. — Estou pensando em dar um tempo depois desse álbum, amor. — Ela murmura contra o meu peito, quando nos aconchegamos na cama, suados, saciados, enrolados um no outro alguns minutos mais tarde. Levanto seu queixo suavemente para nivelar nossos olhos. — Já provei tudo que tinha para provar como cantora. — Acrescenta. Aceno. Ela foi além do que muitas que estão há muito mais tempo na indústria da música. — Os meninos estão crescendo muito rápido, quero estar mais presente para eles. — Eu apoio qualquer decisão sua, bebê. — Murmuro, acariciando sua bochecha com o polegar. — Você já é uma mãe maravilhosa para eles, mesmo através da correria toda, sabe disso, não é? Seus olhos amolecem com minhas palavras. — Obrigada, amor. Mas, não quero perder essa fase deles. — Argumenta. — Eu e os caras vamos diminuir o ritmo também, amor. — Revelo. — Depois dessa turnê, ficaremos por conta da gravadora e de nossas famílias. — Abro um sorriso cheio de intenções, apalpando sua bunda nua. — Isso significa nada de agendas desencontradas. — Sussurro beijos em seus lábios. — Mais tempo assim, com a minha mulherzinha linda e gostosa... — ela geme, mesmo estando saciada da atividade anterior. Rolo por cima dela, seus olhos estão sonhadores, suas mãos vêm para meu rosto e nos olhamos apaixonadamente. — Parece perfeito, roqueiro. — Provoca com voz suave. — Você me fez tão completa que não preciso de mais nada, bebê. — Lágrimas brilham em seus incríveis olhos agora. Meu peito aquece de tanto amor pela menina quebrada, que se transformou nessa mulher linda e valente bem diante dos meus olhos. Minha linda e amada mulher. — Eu não preciso de mais nada também, bebê. — Digo baixinho, meus olhos conversando com os seus. — Seu sorriso e de nossos filhos é o meu maior tesouro. — Meu olhar corre por todo o seu rosto perfeito, embevecido. — É tudo pelo qual vivo e quero viver. Para sempre, meu amor. Ela acena, rindo, lutando para não chorar. Linda demais. — Para sempre, meu amor. — Sussurra antes de minha boca tomar a dela em um beijo deliciosamente lento. Pouco depois nos ajeitamos, agarradinhos e escorregamos para o sono sabendo que sim, nosso amor e tudo que construímos juntos é para sempre. *** Muitos anos depois... Rio de Janeiro, Brasil. Liam levanta sua taça de champanhe. Enrolo os braços em volta da cintura de Lena e ela se aconchega contra mim. Levantamos as nossas também. Meus parceiros estão todos aninhados com suas meninas. Sorrio levemente. Não somos mais tão meninos. Nesse ano Lena e eu completamos vinte e dois anos de casados. Pois é, babies, o tempo voa! Mas, não posso reclamar. Não houve um só dia nesses vinte anos que não vivemos e não nos amamos intensamente. Meus parceiros também não podem reclamar. Construímos nossas famílias
sobre bases bem sólidas, mesmo com a pressão de estar sempre sob os holofotes. Esse aspecto nunca mudou. Somos pessoas públicas e vivemos disso, no entanto, procuramos criar nossos filhos com amor, antes de tudo. E devo frisar que os anos foram gentis conosco. Somos cinquentões bem enxutos e bem atuantes em todas as áreas, se é que me entendem... Estamos no camarim, nos preparando para a apresentação no palco do Rock In Rio, dentro de vinte minutos. Sim, retornamos às terras tupiniquins depois de dez anos. A DragonFly ainda está viva, embora, tenhamos nos dedicado à gravadora e lançado uma porrada de artistas bem-sucedidos no mercado nessas duas décadas. Porra! Duas décadas. Parece uma infinidade de tempo. Mas, quando vivemos ao lado de quem amamos, isso passa rápido pra caralho. Nossos moleques cresceram. Meus olhos procuram pela razão do meu cabelo ficando fodidamente branco: Lilly e Jake. Minha menina está aninhada com Chay. Sim, meus instintos se confirmaram. Depois de alguns desencontros, o eterno homenzinho engatou um namoro firme com nossa filha. Jake está rindo de algo que Noah e Liam, o filho estão dizendo. Ethan e Saul também estão por perto participando da zoação própria deles. Tais pais, tais filhos. Sorrio, meu peito amolece e meus olhos ardem com o elo entre nossos moleques. Vejo a mim e meus parceiros a cada vez que os assisto. É bonito. Bonito demais, porra. Lena me aperta mais e beija meu peito. A olho quando seu rosto levanta para o meu. Linda. Mesmo com os sinais do tempo em seu rosto, ainda é a mulher mais bonita que já vi. Cada vez que a olho me sinto como aquele garoto de vinte anos, vendo-a pela primeira vez, ficando louco por ela. Irremediavelmente louco de amor por aquela menina bonita. Sorrimos, nos olhando, uma declaração de amor em nossos olhos. — Irmãos. — A voz de Liam nos chama a atenção. Ele está perto da mesa do bufê. Mel e Alyssa estão em cada lado, abraçando-o. — Elijah, Collin, Sean e Paul. — Sua voz treme um pouco, seus olhos azuis enchendo de lágrimas quando passa por cada um de nós. Meus olhos marejam, inevitavelmente. Cacete, ele sempre nos faz chorar. — Meus irmãos de verdade. — Eu e os caras engasgamos, nossos olhos transbordando. Porra, o Stone sempre vai direto na jugular. — Já é discurso velho, mas, nesta noite, tão especial para nós e nossos filhos... — ele respira rudemente. Chay e Liam, se juntam a ele, beijando seu velho no rosto. Nossos moleques vêm para perto de nós, nos abraçando e beijando também. Estou chorando agora. Nossas mulheres fungando. — Sou muito honrado por tê-los comigo ao longo do caminho. Laços de sangue não poderiam ser mais fortes do que a nossa amizade. Amo cada um de vocês, cães sarnentos. — Rimos em meio às lágrimas e rosnamos palavrões em saudação ao nosso parceiro. — A alegria e realização que estamos vivendo hoje é para poucos, parceiros. Somos tão afortunados, caralho. — Ele chora copiosamente, erguendo mais a taça, tremendo em sua mão. — Um brinde à família! À nossa grande e unida família! — À nossa família! — Repetimos e tomamos o champanhe. — Parceiros. — Eli diz, seu rosto tomado de emoção. — Porra, estamos ficando velhos. — Ri em depreciação. Rimos com ele. — Mas, há beleza nisso também. — Sara, Noah, Ruby e Peter o olham com adoração enquanto fala. — Nossos nomes estarão bem representados em cada um de nossos filhos. — Mais lágrimas escorrem pela sua face. Sua mulher e filhos o cobrem de beijos. Ele sorri, feliz. — Liam, Collin, Sean e Paul. — Treme olhando-nos nos olhos. — Eu os amo, caras. — Sorri com leve ironia. — Então, vamos acabar logo com a merda sentimental e partir para o rock and roll, porra.
Resmungamos e rimos para ele. Sean limpa a garganta e nossa atenção vai a sua direção. Ele está ladeado por Eva, Ethan e Maria, sua caçula. — Manos, nós fizemos malditamente bem, não é? — Sorri embargado. — Eu não poderia pedir por irmãos melhores. — Soluça, fechando os olhos. Nós choramos junto com ele. — Não poderia pedir por uma esposa e filhos melhores. Nós temos tudo. Tudo. — Seus olhos lacrimosos passam por mim e os caras. — Liam, Eli, Collin e Paul, amo cada um de vocês, pra caralho, parceiros. Acenamos, perdidos em nossa própria emoção. — Caras. — Paul sussurra, sua voz grossa de lágrimas. Carlie e seus moleques, Saul e Marcus o amparam. — Sim, o Stone tem razão, somos afortunados pra caralho. Nós vivemos essa longa jornada intensamente. — Seus olhos brilham, memórias passando por eles. — Mas, o principal é que nunca nos esquecemos de nossa essência, nunca esquecemos o que era realmente importante. — Respira fundo. — Foi, é e sempre será uma honra chamá-los de meus irmãos. — Sua voz treme e ele soluça. — Liam, Eli, Collin e Sean. — Soluçamos juntos com nosso parceiro. — Eu os amo, parceiros. Eu os amo, caralho. Rimos, choramos, fungamos. Cacete. Estamos pateticamente velhos. — Irmãos. — Digo baixinho e eles me olham. Lena beija meu peito sobre a jaqueta de couro. Olho para Lilly e Jake do meu lado esquerdo. Meu moleque me beija na têmpora, murmurando: eu te amo, velho. Sorrio, felicidade imensa me tomando. Minha menininha sussurra também: eu te amo, papai. Ela sempre me derruba quando diz isso. Tomo uma respiração profunda para conseguir falar. — Porra, vocês usaram todo o fodido discurso. — Brinco, arrancando risos e zoações dos meus parceiros. Minhas lágrimas não param de cair. — Nós fizemos história, não é, parceiros? — Murmuro, embargado, sendo amparado pela minha mulher e filhos. — Porra, nossos nomes estão gravados naquela fodida calçada da fama. — Eles riem mais. — Mas, isso nunca nos fez envaidecidos, não é? — Sorrio travesso. — Bem, talvez só um pouco arrogantes. — Nova onda de risadas e palavrões dos caras. — No entanto, tudo que realmente importou, tudo que importa para nós, está aqui, nessa sala. — Olho cada um de meus parceiros, suas mulheres, filhos. Choro incontrolavelmente quando pouso o olhar nos meus meninos de novo e sigo, encontrando o olhar amoroso de sua mãe. — Nossa família. — Ela acena, seu rosto corado, banhado de lágrimas. — Liam, Eli, Sean e Paul. — Sussurro, olhando cada um dos meus irmãos. — Amo vocês, irmãos. Fodidamente amo vocês, caras. Uma onda de palmas se segue, enquanto eu e meus parceiros vamos até o centro e nos abraçamos. Ficamos juntos, como fizemos tantas vezes antes e depois dos shows em nossa longa e bem-sucedida jornada rock and roll. Quando nos separamos, enxugamos nossos olhos, sabendo que esta noite nos reserva muito mais. Nos preparamos para sair. Guitarra, baixo, baquetas, são acionados. Hora do show! Deixamos o camarim, tomando o corredor. A agitação da multidão lá fora começa a ficar mais forte. Sorrio, a adrenalina familiar invadindo meu corpo. Me sinto anos mais jovem ouvindo o clamor dos fãs. Em dado momento, eu e meus parceiros, desaceleramos os passos, deixando nossos moleques irem à frente. TNG! TNG! TNG! Não, babies. Hoje não é uma noite DragonFly. É a noite da nova geração. The New Generation. A banda dos nossos meninos está fazendo bonito. Pois é, depois que fomos surpreendidos por eles há alguns anos na garagem de Eli, eles começaram a trabalhar com
afinco. Sara deu todo apoio de assessoria e Liam, o pai, enviou suas demos para várias gravadoras. O detalhe é que não colocou nome na fita, apenas insistiu para que o som dos meninos fosse ouvido. Resultado: as gravadoras queriam contratá-los imediatamente. Mas, esse não era o plano do meu parceiro quando enviou o material. Ele queria apenas provar que nossos moleques eram bons, sem a pressão dos sobrenomes de seus pais. E ele, porra, conseguiu. Os gritos vão aumentando. Vejo nossos meninos à frente, munidos de seus instrumentos, tocando os punhos com os dos outros. Sinto a euforia e adrenalina deles como minha. Entramos no túnel e memórias minhas e de meus irmãos andando nesse mesmo lugar, tantas vezes, fazem meus olhos turvarem. Tudo vibra à medida em que avançamos. Podemos ver o clarão dos fogos de artifício no céu da cidade do rock. Estaco um pouco, puxando Lena pela cintura para a minha frente. Ela sorri, passeando as mãos sobre o meu peito. Apoio minha testa na dela, respirando alto, emoção se agigantando dentro de mim. — Eu te amo. — Sussurra, me amolecendo completamente. Seu olhar corre por todo o meu rosto, quente, uma vastidão de sentimentos, um reflexo do meu. — Meu menino bonito. Sempre, o meu menino bonito. — Chora. Inspiro agudamente e aproximo nossas bocas, sussurrando: — Eu também te amo, bebê. — Minha voz está embargada e trêmula. Esta noite é muito importante para nós. Testemunhar isso com ela em meus braços é mais do que poderia pedir a Deus. Mas, ele foi extremamente bondoso conosco. Nos deu tudo. Absolutamente tudo. — Minha menina bonita. Sempre a minha menina bonita. — Completo antes de beijála lento e apaixonado. Nos agarramos, suspirando, nos beijando com abandono. Isso nunca mudou. Nuca vai mudar. Nosso amor é inabalável como uma rocha. Teremos ainda muito tempo, rogo a Deus. O caminho foi tão tortuoso no começo, mas, vencemos cada obstáculo. Tudo valeu a pena no final. Não que estejamos no final. Deus vai nos permitir acompanhar a nova geração. O ciclo da vida se renovando. TNG! TNG! TNG! Sorrimos nas bocas um do outro, dando mais um selinho antes de nos separar. Vejo que meus parceiros estavam fazendo o mesmo com suas mulheres. Trocamos um olhar arrogantemente satisfeito. A multidão começa a chamar os nomes dos nossos moleques. Porra, mais lágrimas enchem meus olhos. Olho para Liam, Eli, Sean e Paul. Eles estão no mesmo estado fodidamente emocionado. Sorrimos mais e rosnamos palavrões, antes de pegar nossas mulheres, mantendo-as bem juntinho de nós. Seguimos pelo túnel para abraçar nossos meninos antes de sua subida no palco. Hora do rock and roll! 9
FIM
Notas
[←1] O termo que ele utiliza é “babe”, que em Inglês é mais íntimo e tem certa conotação sexual. De agora em diante usaremos “bebê” para substituí-lo.
[←2] Carrie é um filme de terror, suspense e drama norte-americano lançado em 2013. Trata-se de uma nova versão de Carrie, famosa obra escrita por Stephen King em 1974.
[←3] Minha querida em Francês.
[←4] Zona portuária de LA.
[←5] A National Association for Stock Car Auto Racing ('em português: Associação Nacional de Automobilismo Stock Car; abreviação oficial: NASCAR') é uma associação automobilística norte-americana que controla os campeonatos de stock car do país e atualmente representa o esporte a motor mais comercial e a competição de "stock cars" ("automóveis de fábrica").
[←6] Situação em que a vítima desenvolve empatia em relação a seu algoz.
[←7] Adeus em Francês.
[←8] O Obelisco Espacial (em inglês: Space Needle) é uma torre de 184 metros, edificada em Seattle.
[←9] Demo tape ou fita demo é uma gravação musical demonstrativa amadora, feita em estúdio ou não, sem vínculo com gravadoras, para estudos musicais, ou primeiras propostas do que futuramente pode vir a ser um álbum de música.
Table of Contents Título Copyright © 2017 Lani Queiroz Agradecimentos PLAY LIST Poema de Mel Olivatti Frase de José de Alencar Sinopse PRÓLOGO Capítulo 01 Capítulo 02 Capítulo 03 Capítulo 04 Capítulo 05 Capítulo 06 Capítulo 07 Capítulo 08 Capítulo 09 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Capítulo 17 Capítulo 18 Capítulo 19 Capítulo 20 Capítulo 21 Epílogo Notas