REPÚBLICA DA ESPADA - CRISES, CONFLITOS E REVOLTAS POPULARES

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PRÉ-VESTIBULAR - UFPA CAMPUS ANANINDEUA

AULA 03/04/05

DISCIPLINA: HISTÓRIA

PROF° ELBER SOARES

ALUNO:

DATA:

OBJETO DE CONHECIMENTO: REPÚBLICA VELHA - “REPÚBLICA DA ESPADA AO CONDOMÍNIO DOS FAZENDEIROS”.

REPÚBLICA DA ESPADA - CRISES, CONFLITOS E REVOLTAS POPULARES. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891 (Figura 1) e Pagina 1 da constituição de 1891 (Figura 2).

República proclamada! Foi dividida em primeiro e segundo momento - República da Espada (1889-1894), governado por Marechais (militares do Exército). República Oligárquica (1894-1930), governado por presidentes proprietários de terra ou cafeicultores. Nesta apostila será discutida a institucionalização da República da Espada e consolidação da Oligarquia-Liberal, os conflitos, crises econômicas, revoltas populares e a queda da república da espada para o condomínio dos cafeicultores.

Nessa constituição de 1891 “estabeleceu que o Brasil seria uma república federativa com um sistema de governo presidencialista e um parlamento bilateral; adotou uma carta de direitos de natureza liberal e conferiu ao Supremo Tribunal Federal o poder de controlar a constitucionalidade das leis” - Dicionário de República: 51 textos críticos, Lila M. Schwarcz e Heloisa M. Starling.

GOVERNOS DA ESPADA

Como também, a separação da Igreja Católica e Estado, consequentemente, deixando o catolicismo como religião oficial do Estado. Porém, não deixou de perder a influência na sociedade brasileiro até hoje. Ao final dos trabalhos, a Assembleia foi transformada em Congresso Nacional e dividida em Câmara e Senado, como também foi constituído presidente da República - Marechal Deodoro da Fonseca em 1891.

Figura 1 - Marechal Deodoro da Fonseca. Figura 2 - Marechal Floriano Peixoto

Primeiro presidente constituído, Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891) tinha o trabalho em tirar as instituições republicanas herdadas pelo Império. Para isso! Foi necessário montar uma Assembleia Constituinte para uma nova constituição promulgada em 24 de fevereiro de 1891 em nome do “Povo Brasileiro” que tinha a finalidade em derrubar a antiga de 1824, de ordem escravocrata-liberal. Posse de Deodoro da Fonseca: Primeiro estudo para o Palácio Tiradentes, Eliseu Visconti.

Porém, o poder não durou muito tempo! Pois houve conflitos nos ministérios por haver ligações com os Monarquistas e uma grave crise econômica com uma alta inflação provocada com as políticas desastrosas do Ministro da Fazenda Rui Barbosa, onde tentou estimular a economia com capital estrangeiro e estimulou os bancos fabricarem papel-moeda (cédulas) sem um fundo reserva para a garantia de valores. 1

Assim os dois grupos se enfrentaram violentamente e sem misericórdia; aproximadamente 10 mil vítimas foram mortas, sendo 2 mil foram degoladas (cortado a cabeça) e a vitória foi dos republicanos. Dá Uma Olhada - “Guerra da Degola', resistência no Sul à Proclamação da República, é tema do Arquivo S”. Acesse o Qr Code ou link: https://youtu.be/63sIwM9AYHg. Como também muitos aproveitaram e criaram empresas de fachada (famosos Laranjas) para serem vendidas a bolsa de valores, houve aquela alegria, euforia e caíram no golpe que ficou conhecido “Encilhamento”, pois as empresas foram à falência e os investidores ficaram falidos e a economia fez que a inflação sair do controle e a população não poderia consumir por não haver valorização da moeda.

A Revolta da Armada (1893-1894), ocorreu no Rio de Janeiro, promovido por oficiais da Marinha que ameaçaram bombardear a capital através de navios rebeldes atracados na Baía de Guanabara com a intenção de prejudicar o Governo Floriano. Entre os revoltosos estavam os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandenkolk e Custódio de Melo, ex-ministro da Marinha e candidato declarado à sucessão de Floriano. Sua adesão refletia o descontentamento da Armada com o pequeno prestígio político da Marinha em comparação ao Exército.

Através dessas questões, Deodoro tentou se manter no poder, mandando fechar o congresso que já declarava oposição e o exército brasileiro não dava mais apoio. No dia 23 de novembro de 1891 renunciou à presidência e passou para o seu vice Floriano Peixoto, que era apoiado pelas lideranças militares.

No movimento encontravam-se jovens oficiais e muitos monarquistas. E a população como ficou? Ficou ameaçada em meio ao conflito e com medo por conta da capital e Niterói serem destruídas e acabaram apoiaram o governo para se protegerem; o bombardeio não foi realizado pelos rebeldes e o governo abafou o conflito.

Assim assume o segundo presidente Marechal Floriano Peixoto (1891-1894) conhecido como “Marechal de Ferro”, enfrentou as revoltas que prejudicava o regime, porém, estava longe de ser um governo considerado “Ditadura Republicana" aos olhos dos Positivistas adeptos das idéias de Comte e principalmente nesse governo houve duas revoltas que abalaram o governo - Revolta Federalista e Revolta da Armada.

Fim da República da Espada para o condômino de Fazendeiros O descontentamento dos positivistas e Jacobinos por ter sido frustrados em não fazer uma ditadura republicana e também a falta de energia, coragem e principalmente o projeto político de Peixoto mostrou facilidade às oligarquias paulistas para fazer um governo liberal-oligaquico na política nacional. Assim, a “república da espada” se tornou num "condomínio de fazendeiros”.

Revoltas Ameaçadoras ao Regime Repúblicano A Revolta Federalista (1893-1895) foi uma guerra civil que ocorreu no Rio Grande do Sul e atingiu Santa Catarina e Paraná (Região Sul do Brasil), anos após a Proclamação da República. O conflito originou-se da crise política gerada pelos federalistas e o grupo opositor pretendia libertar o Rio Grande do Sul da governança de Júlio de Castilhos, então presidente do estado, tentou conquistar maior autonomia e descentralizar o poder da então recém proclamada República.

Na obra de Lima Barreto - Triste Fim de Policarpo Quaresma relata a decepção do Policarpo em relação ao governo repúblicano como é destacado abaixo Quaresma pôde então ver melhor a fisionomia do homem que ia enfeixar em suas mãos, durante quase um ano, tão fortes poderes, poderes de Imperador Romano (...) Era vulgar e desoladora. O bigode caído; o lábio inferior pendente e mole a que se agarrava uma grande "mosca", os

Disputas sangrentas que acabaram por desencadear a luta armada, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, vencida pelos seguidores de Castilhos.

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traços flácidos e gros-seiros; não havia nem o desenho do queixo ou olhar que fosse próprio, que revelasse algum dote superior. Era um olhar mortiço, redondo, pobre de expressões, a não ser de tristeza que não lhe era individual, mas nativa, de raça; e todo ele era gelatinoso — parecia não ter nervos. Não quis o major ver em tais sinais nada que lhe denotasse o caráter, a inteligência e o temperamento (...). O seu entusiasmo por aquele ídolo político era forte, sincero e desin- teressado. Tinha-o na conta de enérgico, de fino e supervidente, tenaz e conhecedor das necessidades do pais (...) Entretanto, não era assim. Com uma ausência total de qualidades intelectuais, havia no caráter do Mare- chal Floriano uma qualidade predominante: tibieza de ânimo, e no seu temperamento, muita preguiça (...). Pelos lugares que passou, tornou-se notável pela indolência e desamor às obrigações dos seus cargos - Trecho da Seção I: Patriotas, página 81.

Indicação de Leitura - Para saber mais sobre o Triste Fim de Policarpo Quaresma. Acesse o Qr Code da obra completa ou no link http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000159.pdf.

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