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AULA + TRATADO DE REUMATO -REUMATOLOGIA 2019.2 – NATÁLYA LARYSSA
ESPONDILOARTRITES INTRODUÇÃO As espondiloartrites são um grupo de doenças que apresentam inter-relação epidemiológica, patológica e radiográfica. São caracterizadas por lombalgia inflamatória originária de sacroileíte (vista ao RX), com ou sem artrite periférica, envolvimento entesal e manifestações clínicas extra-aparelho rigidez matinal maior que 30 minutos, dor em repouso e a duração maior que 3 meses. Não associada ao esforço.
EPIDEMIOLOGIA ➔ acomete + homens jovens. ➔ idade de início situa-se entre os 20 e 45 anos de idade, não sendo comum antes dos 20 anos e após os 50 anos. ➔ forma poliarticular simétrica + no feminino ➔ forma axial + no masculino Doença muito impossibilitante que afeta todo eixo axial (coluna em bloco). Prognóstico ruim antes dos imunobiológicos. Não respondem bem ao MTX nem a sulfassalazina. Estão neste grupo: · Espondilite anquilosante - mais clássica, homens jovens com lombalgia inflamatória; · Artrite psoriática; r elacionada à doença de pele - psoríase, e gosta muito das mãos. · As enteroartropatias - artropatias associadas ao intestino, RCU e doença de Chron; · Doença de Reiter - uveíte, uretrite e sacroileíte; também cursa com diarreia. · Espondiloartrite juvenil. junto com adolescência, por volta de 12 anos. · Espondiloartritre diferenciada, que é uma síndrome de superposição, quando não fecha em nenhuma dessas outras, mas o TTO não muda. H BL-B7 positivo, com alguns sintomas. A artrite psoriática e a artrose nodal (nódulos de heberden) são as principais que têm acometimento da interfalangiana distal. D iferente a AR que é mais proximal. Uveíte recorrente, sem infecção - reumatismo no olho, podendo progredir até cegueira, , que é o famoso olho vermelho. Estão muito associadas às espondiloartrites de modo geral. Homem com uveíte de repetição sem nenhum outro sintoma pode ser indicativo de que tá desenvolvendo o quadro. Sd de Reiter: tem a uretrite, inflamação do pênis, a uveíte e artrite no joelho. Eram as antigas espodiloatropatias soronegativas. As espondiloartrites tem esse padrão de ter sacroileíte, lombalgia inflamatória e o acometimento da coluna é ascendente. Começa pela lombar (perda de mobilidade, dor) e vai subindo, até chegar na falta de mobilidade cervical -> postura do Esquiador: retificação da lombar e projeção do corpo para frente com aumento da cifose cervical, e flexiona um pouco o joelho. Apresentam em comum: 1. Acometimento das articulações sacroilíacas e da coluna vertebral, especialmente coluna lombar; 2. Acometimento articular periférico da espondilite, quando acontece é em membro inferior, monoarticular e assimétrico (um quadril, um joelho), diferente da AR e LES. As vezes a pessoa ainda não tem a sacroileíte, tem só um quadro periférico precisa diferenciar. 3. Entesites: inflamação de entese, que é a junção do tendão com a parte óssea. Geralmente a entesite de espondilite de calcâneo. Dor em retropé é muito mecânica, é a do esporão, do sapato alto, da pessoa gorda... Mas espondiloartrite é uma doença inflamatória que não tem nada a ver com fatores mecânicos, mas que dá uma entesite de aquileu. Então um homem, magro, novo, que não é pra tá doendo o pé por fatores mecânicos, e tá com uma dor constante, quando acorda, dificuldade de andar, dor na pisada, pode ser espondilite. Nos pacientes mais graves, a inflamação envolve também cartilagem e osso. A inflamação das ênteses leva a erosões ósseas. 4. FR negativo (soronegativa). 5. Ausência de nódulos subcutâneos – diferenciam da AR. Presença de agregação familiar com HLAB-27 positivo: homens da mesma família. 6. E sobreposição clínica, tem uretrite, uveíte, sacroileíte, psoríase.
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QUADRO CLÍNICO Quando suspeitar? Dor axial lombar inflamatória assimétrica/dor espinhal inflamatória OU sinovite assimétrica predominantemente de membro inferior + 1 ou + dos seguintes: história familiar positiva / psoríase / doença intestinal inflamatória / uretrite, cervicite ou diarreia aguda dentro de um mês, precedendo a artrite / entesite / dor em nádegas alternante entre D e E, correspondentes às articulações sacroilíacas / s acroileíte. Paciente com lombalgia inflamatória com menos de 45 anos (jovem), a imagem de sacroileíte (geralmente a gente vê inicialmente por RMN, mas nos critérios não fala em RNM se fala só em RX, mas se tiver condição é bom fazer RNM PRECOCE da sacroilíaca).
DIAGNÓSTICO Diagnóstico: uma imagem da sacroileíte no RX/no tratado tem RNM + uma característica das espondiloartrites OU paciente com HLA-B27 positivo + duas características da espondiloartrite. Características de EpA: dor lombar inflamatória (4 dos 5 - idade 30 minutos. Evolui com redução da mobilidade lombar. Quadro clínico mostra diminuição da mobilidade lombar com o teste de schober e teste da medida de mãos-chão (tenta encostar a mão no chão e mede com a fita métrica, nas próximas consultas você reavalia, avalia melhora da mobilidade com o TTO). Distância occipito-parede (por isso, não consegue dormir de cama) e oligoartrite em MMII. ➔ Sacroileíte - dor em nádegas, que alterna entre nádega e outra. Ocorre mais de noite e pela manhã. ➔ Dor na parede anterior do tórax - envolve articulações manubrio-esternal, esterno-clavicular e costoesternal. Pode levar à redução da expansibilidade torácica. Limitação da expansibilidade torácica (fita métrica na altura do mamilo, pede pra inspirar e expirar e avalia expansibilidade, demonstra que a doença está ascendendo ➔ Artrite periférica - em maiores, mais nos membros inferiores. Dedos em salsicha - dactilite. ➔ Entesite, principalmente de calcâneo e aquileu ➔ Manifestações extra-articulares: hiperemia ocular, espasmo da musculatura paravertebral difusa (dor ascendente na coluna) e a postura do esquiador (retificação da lombar, hipercifose da dorsal e retificação da cervical). Uveíte não granulomatosa - principal! (diferenciar de TB e toxoplasmose), aortite, arritmia cardíaca, fibrose pulmonar apical, distúrbio ventilatório restritivo pela ascensão da doença no tórax. Olho vermelho é um grande indicativo de espondiloartrite!
Paciente com espondilite as vezes não consegue nem dormir, não consegue deitar direito. Não se deve mandar dormir de lado com travesseiro fino e tal, dorme como for melhor pra ele.
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Teste de Patrick, da compressão sacroilíaca só avaliam dor, não avaliam mobilidade, e dor pode ser tirada até com anti-inflamatório. Teste de Schober é melhor porque avalia mobilidade. Teste de Gaenslen: é um teste mais de dor, seguro a perna do paciente e deito a outra pra fora da mesa do exame e força em extensão.
Exames complementares
Exames laboratoriais: HMG, prova de atividade reumática, FAN, FR e HLA, VHS, PCR. Métodos de imagem: RX simples de bacia e de coluna (faz diagnóstico de sacroileíte). Nos critérios não tem RNM mas se tiver oportunidade faz RMN. RMN é o padrão ouro diagnóstico formas iniciais. Rx de coluna vertebral pra ver a ascendência da doença e DO. RNM: ➢ edema de medula óssea/osteíte ➢ sinovite ➢ entesite ➢ capsulite Fotos -> Rx de sacro-ilíaca: em alguns lugares vê-se o espaço articular mais aberto, em outros não, vê mais borrado, mais fechado (sacroileíte). Outra foto: grau IV, fusão completa, não vejo nada, só branco, é um quadro mais avançado. Rx de coxo-femoral: mostra diminuição de espaços e a presença de osteófitos. Coluna em bambu: hipercalcificação que vão acontecendo de uma vértebra pra outra, que é quando a doença pega toda o esqueleto axial. Esporão de calcâneo, que é associado a entesite de aquileu.
Critérios diagnósticos
CRITÉRIOS CLÍNICOS 1. Lombalgia inflamatória por mais de 3 meses 2. Limitação da mobilidade lombar em todos os 3 planos - flexão anterior, flexão lateral e extensão (teste de Schober) 3. Expansibilidade torácica diminuída (fita métrica na altura do mamilo, inspirar expirar - não respondeu troca por um da mesma classe anti-TNF. Anti IL-6 e IL-17 já tá no mercado. SC e responde bem as espondilites resistentes a anti-TNF. Doença é crônica, sequelar, tratamento melhora o prognóstico em casos não tão avançados. Atividade física e perda de peso ajuda, melhora o equilíbrio do eixo axial, ajuda a tirar medicamento, a não progredir tanto o TTO. Uso correto dos imunobiológicos, seguimento regular com especialista, e riscos de infecções com imunobiológicos.
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