Violão Popular - Curso Pratico e Teórico

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Violão Popular Curso Prático e Teórico

Natanael José

CURSO DE VIOLÃO POPULAR ÍNDICE

Pg.

NOTA DO AUTOR ............................................................................................................................ 01

PARTE I TEORIA BÁSICA PARA O APRENDIZADO DO VIOLÃO POPULAR .............................................. 02 NOTAS MUSICAIS .......................................................................................................................... 02 ESCALA.. ........................................................................................................................................ 02 MODOS DA ESCALA ...................................................................................................................... 03 REPRODUÇÃO DAS ESCALAS ..................................................................................................... 04 ESCALAS MAIORES....................................................................................................................... 05 ESCALAS MENORES ..................................................................................................................... 07 ESCALAS RELATIVAS ................................................................................................................... 09 OS PRINCIPAIS GRAUS DA ESCALA ............................................................................................ 09 FORMAÇÃO DE ACORDES ........................................................................................................... 10 OS PRINCIPAIS ACORDES DA ESCALA ....................................................................................... 11 ACORDES MENORES ................................................................................................................... 12 FORMAÇÃO DO CAMPO HARMÔNICO ........................................................................................ 13 CAMPO HARMÔNICO DE DÓ MAIOR ............................................................................................ 13 FUNÇÕES DOS ACORDES ............................................................................................................ 15 FORMAÇÃO DE ACORDES ........................................................................................................... 10

PARTE II CONHECENDO O BRAÇO DO VIOLÃO ......................................................................................... 18 AFINAÇÃO DO VIOLÃO ................................................................................................................. 18 CONHECENDO AS NOTAS NO BRAÇO DO VIOLÃO .................................................................... 19 EXECUTANDO AS ESCALAS NO VIOLÃO .................................................................................... 20 ACORDES ....................................................................................................................................... 22 SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE DÓ MAIOR = C / Am ......................................... 22

CURSO DE VIOLÃO POPULAR

SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE SOL MAIOR =G / Em ........................................ 23 SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE RÉ MAIOR = D / Bm .......................................... 24 SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE LÁ MAIOR = A / Fm# .........................................25 SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE MI MAIOR = E / Cm# ......................................... 26 SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE SI MAIOR = B / Bm ........................................... 27 SEQUÊCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE FÁ MAIOR = F / Dm .......................................... 28 RELACIONAMENTO DOS ACORDES DO CAMPO HARMÔNICO ................................................. 29 SEQUÊNCIA DOS ACORDES DO CAMPO HARMÔNICO DE DÓ MAIOR .....................................30 TIPOS DE ACORDES ...................................................................................................................... 31 SÉTIMAS MAIORES NOS TONS MENORES .................................................................................. 32 DISSONÂNCIAS ............................................................................................................................. 34 COMO UTILIZAR A MÃO DIREITA .................................................................................................. 35 INVERSÃO ...................................................................................................................................... 36

CURSO DE VIOLÃO POPULAR NOTA DO AUTOR O violão é um instrumento muito popular, e é grande o número daqueles que se aventuram a dedilhar alguns acordes. Por essa razão, a quantidade de material encontrado para o estudo do violão popular é bastante grande. Ao pensar no ensino do violão popular, precisamos entender que aqueles que se utilizam desse tipo de material, são pessoas sem nenhum conhecimento sobre o assunto e que não estão familiarizadas com termos musicais. A maioria delas quer aprender apenas o mínimo necessário para acompanhar algumas melodias com os amigos ou tocar em festinhas domesticas. É verdade que muitos vão um pouco mais além, alguns até se tornam profissionais, mas não sem antes se aprofundarem no estudo musical. Muitos querem aprender a tocar violão, mas sem a pretensão de se tornarem exímios instrumentalistas, e por essa razão desprezam qualquer estudo de teoria musical, ficando a mercê de catálogos de acordes e revistas de melodias cifradas. Concordamos que não seja necessário um grande conhecimento sobre teoria musical para o aprendizado do violão popular amador, mas é preciso que se conheça o mínimo necessário sobre o assunto, para que se possa ter uma certa independência no que diz respeito à harmonização, identificação de tons e até mesmo para se realizar alguns solos. Essa necessidade nos levou a elaborar esse curso de uma forma simples e objetiva, usando somente a teoria indispensável para o aprendizado do violão popular, apresentada numa linguagem de fácil entendimento até mesmo para aqueles que ainda não tiveram nenhum contato com qualquer forma de aprendizado musical. Esse curso será composto de duas partes, a primeira conterá a teoria mínima necessária para o aprendizado do violão popular e será descrita de uma forma simplificada e de fácil entendimento. A segunda será dedicada a aplicação dessa teoria no instrumento. Vamos ainda apresentar os acordes referentes a todos os tons, numa seqüência harmônica, para facilitar a memorização de cada campo harmônico, e dar a eles um sentido musical, tornando mais agradável os seus exercícios.

Natanael José

01

CURSO DE VIOLÃO POPULAR

Parte I

TEORIA BÁSICA PARA O APRENDIZADO DO VIOLÃO POPULAR O estudo do violão popular geralmente é feito de uma forma apenas prática, desprezando qualquer estudo da teoria musical. Muitos acham que a teoria musical é dispensável, com o que não concordamos, pois sem um mínimo de conhecimento sobre teoria, é completamente impossível se fazer uma harmonização razoável, mesmo que se tenha um bom ouvido. Concordamos que a teoria seja dispensável apenas para aqueles que quiserem se contentar em executar o acompanhamento apenas de melodias cifradas, mas se esse não for o caso, será preciso saber pelo menos o necessário sobre teoria musical para o aprendizado do violão popular. NOTAS MUSICAIS As notas naturais são sete e formam intervalos entre si, de tons e semitons, sendo que os semitons se encontram nos intervalos de MI - FÁ e DÓ - SI, as demais notas guardam entre si, intervalos de um tom.

Notas

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

Graus

I

II

III IV

V

VI VII

Cifras

C

D

E

F

G

A

B

ESCALA A escala é formada pelos sete graus que correspondem às notas musicais, acrescida da repetição do primeiro grau, que é o oitavo grau da escala, e cada nota musical da origem a uma escala que leva o seu nome.

Notas





Mi Fá

Sol



Si Dó

Graus

I

II

III IV

V

VI

VII VIII

02

CURSO DE VIOLÃO POPULAR MODOS DA ESCALA Quanto ao modo, a escala poderá ser maior ou menor. A escala será maior quando os intervalos de semitons estiverem respectivamente do terceiro para o quarto grau e do sétimo para o oitavo, e será menor quando esses intervalos estiverem, do segundo para o terceiro grau e do quinto para o sexto.

Escala de Dó Maior Dó Graus

I

Escala de Lá Menor Lá Graus

I



Mi Fá

Sol



Si Dó

II

III IV

V

VI

VII VIII

Si Dó II

III

Ré IV

Mi Fá V

VI

Sol



VII

VIII

As escalas de DÓ maior e LÁ menor são conhecidas como escalas naturais por não precisarem de nenhuma alteração, uma vez que os seus respectivos semitons se encontram naturalmente em seus devidos lugares, o que não irá acontecer com as outras escalas.

03

CURSO DE VIOLÃO POPULAR REPRODUÇÂO DAS ESCALAS As escalas são divididas em dois grupos de quatro graus, primeira metade e a segunda metade que será a primeira metade da escala seguinte.





Mi Fá

Sol



Si Dó

I

II

III IV

V

VI

VII VIII

Segunda Metade

Primeira Metade

As escalas maiores se reproduzem a partir da escala de DÓ maior, portanto a segunda metade dessa escala dará origem a uma outra escala que será a de SOL maior. Note que a distancia entre DÓ e SOL é de cinco graus, portanto as escalas se sucedem por quintas.

Segunda Metade

Primeira Metade Escala de Sol Maior

Sol



Si Dó



Mi Fá

Sol

Graus

I

II

III IV

V

VI VII

VIII

Tons e Semitons

T

T

S

T

T

S

T

Note que a escala de sol maior, formada a partir da segundo metade da escala de DÓ maior, está com o primeiro semitom no lugar certo, mas o segundo está do sexto para o sétimo grau e não do sétimo para o oitavo como deveria, razão pela qual essa escala devera sofrer uma alteração. Entre o sexto grau e o sétimo, a diferença deve ser de um tom, e não de um semitom como está acontecendo, portanto vamos elevar o sétimo grau em um semitom e corrigir esse problema. Note que ao mesmo tempo em que o sétimo grau se afasta do sexto em mais um semitom, ele se aproxima do oitavo na mesma proporção e deixando os tons e os semitons da escala nos seus devidos lugares. Nota: As alterações que ocorrem nas notas musicais são chamadas de acidentes, o sustenido (#) eleva o valor da nota em meio tom, e o bemol (b) diminui o seu valor em meio tom. Vamos então construir a escala de SÓL maior na sua forma correta.

04

CURSO DE VIOLÃO POPULAR Segunda Metade

Primeira Metade Escala de Sol Maior

Sol



Si Dó



Mi

Fá# Sol

Graus

I

II

III IV

V

VI

VII VIII

Tons e Semitons

T

T

S

T

T

T

S

Todas as escalas se reproduzirão da mesma forma, sendo a segunda metade, a primeira da escala seguinte e a cada nova escala, um sustenido será acrescentado no sétimo grau.

TODAS AS ESCALAS MAIORES

Escala de Dó Maior Graus





MI



Sol



Si

I

II

III

IV

V

VI

VII VIII

Tons e Semitons

Escala de Sol Maior Graus

T

Graus

Graus Tons e Semitons

T

T

T

S



Si





Mi

Fá# Sol

I

II

III

IV

V

VI

VII VIII

T

T



Mi

I

II

Tons e Semitons

Escala de Lá Maior

S

Sol

Tons e Semitons

Escala de Ré Maior

T



T

Si

I

II

T

T

S



Si

Dó# Ré

IV

V

VI

VII VIII

III

S

T

T

T

Dó# Ré

Mi

Fá#

IV

V

VI

III

T

T

Fá# Sol

T



T

S

S

T

T

S

Sol# Lá VII VIII

T

S

05

CURSO DE VIOLÃO POPULAR Escala de Mi Maior Graus

Mi

Fá#

I

II

Tons e Semitons

Escala de Si Maior Graus

T

Escala de Fá Maior Graus Tons e Semitons

Si

Dó#

Ré# Mi

IV

V

VI

VII VIII

III

T

Si

Dó#

I

II

Tons e Semitons

Sol# Lá

T

S

T

Ré# Mi IV

III

T

S

T

T

S

Fá#

Sol#

Lá# Si

V

VI

VII VIII

T

T

T

S



Sol



Si





Mi

I

II

III

IV

V

VI

VII VIII

T

T

S

T

T

T



S

A escala de FÁ maior é um caso especial, como você já deve ter percebido, ela não tem nenhum sustenido, e sim um bemol. Isso acontece porque, se ela fosse reproduzida como todas as outras, ela não seria uma escala normal e sim uma escala sustenida, pois a sua principal nota, a que dá nome à escala, também levaria essa alteração, razão pela qual, ela leva apenas um bemol no quarto grau.

06

CURSO DE VIOLÃO POPULAR ESCALAS MENORES As escalas maiores são iguais na suas formas ascendente e descendente, o mesmo não acontece com as menores, pois suas alterações são diferentes. A ascendente é considerada escala melódica, enquanto a descendente é a escala harmônica. Por hora, não vamos tratar da escala melódica, vamos nos ater somente a escala harmônica. As escalas menores se reproduzem a partir da escala natural de LÁ menor, pelo mesmo processo das escalas maiores, com a diferença de que a cada nova escala um sustenido será acrescentado no segundo grau, e não no sétimo como é o caso das escalas maiores.

Escala de Lá Menor Graus



Si





Mi



Sol



I

II

III

IV

V

VI

VII

VIII

Tons e Semitons

Escala de Mi Menor Graus

T

Escala de Si Menor Graus

I

II

T

I

Tons e Semitons

S

II

T

Escala de Fá# Menor Fá# Graus

III

S

II

T

S



Mi

IV

V

VI

VII

VIII

T

S

SI

VI

VII

VIII

S

T

T

Dó# Ré

Mi

Fá#

VI

VII

VIII

V

T

T



T

IV

T

Fá# Sol V

Si

T

T



T

III

T

Si

IV

III

S



Mi

Sol# Lá

I

T

T

Dó# Ré

Si

Tons e Semitons

T

Fá# Sol

Mi

Tons e Semitons

S

S

T

T

07

CURSO DE VIOLÃO POPULAR Escala de Dó# Menor Dó# Graus

Ré# Mi

I

Tons e Semitons

II

T

Escala de Sol# Menor Sol# Graus

Escala de Ré Menor Graus Tons e Semitons

IV

III

S

T

Lá# Si

I

Tons e Semitons

Fá#

II

T

S

Si

Dó#

VI

VII

VIII

V

T

Dó# IV

III

Sol# Lá

T

S

T

T

Ré# Mi

Fá#

Sol#

VI

VII

VIII

V

T

S

T

T



Mi



Sol

Lá Si



Re

I

II

III

IV

V

VI

VII

VIII

T

S

T

T

S

T

T

08

CURSO DE VIOLÃO POPULAR ESCALAS RELATIVAS Toda escala maior tem a sua escala relativa menor e vice versa. A escala menor relativa está a um tom e meio abaixo da sua relativa maior. Vamos usar a escala de DÓ maior como exemplo.

Escala de Dó Maior Graus





MI



Sol



Si

I

II

III

IV

V

VI

VII VIII

Tons e Semitons

T

T

S

T

T

T



S

Do oitavo grau para o sétimo, temos meio tom e do sétimo para o sexto, um tom, portanto a escala relativa de DÓ maior é LÁ menor e vice versa. Se você quiser encontrar a escala relativa a partir da escala menor, ela estará a um tom e meio a acima da mesma. OS PRINCIPAIS GRAUS DA ESCALA Os graus mais importantes da escala são o primeiro, quarto e quinto graus, sobre eles serão formados os principais acordes do campo harmônico.

Escala de Dó Maior Graus





MI



Sol



Si

I

II

III

IV

V

VI

VII VIII

I



Tônica

IV

Subdominante

V

Dominante

09

CURSO DE VIOLÃO POPULAR FORMAÇÂO DOS ACORDES Os acordes são formados pelo o primeiro, terceiro e quinto graus de suas respectivas escalas, e normalmente tem a nota da tônica duplicada, sendo que em alguns casos essa nota pode aparecer até mesmo triplicada. A duplicação pode acontecer também no terceiro e quinto graus, os acordes de MI e FÁ, são exemplos dessa situação, pois eles não somente levam a triplicação da nota da tônica, como também levam a duplicação do quinto grau. NOTA: A formação do acorde devera incluir a sua nota mais grave.

Escala de Dó Maior Graus





MI

I



III

Sol



Si



V

Acorde de Dó Maior

I Dó

III

V

VIII

Mi Sol Dó

10

CURSO DE VIOLÃO POPULAR OS PRINCIPAIS ACORDES DA ESCALA Os principais acordes serão aqueles formados sobre os principais graus da escala, e serão chamados respectivamente de TÔNICA, SUBDOMINANTE E DOMINANTE, mais o acorde da TÔNICA acrescido do sétimo grau, que será o acorde de SÉTIMA DA TÔNICA.

Escala de Dó Maior Graus

TÔNICA

I Dó

III

V



Dó I

Mi Sol Dó

Sol

III

SUBDOMINANTE

VIII



MI

Si





V

DOMINANTE

SÉTIMA DA TÔNICA

I

III

V

VIII

I

III

V

VII









Sol

Si

Ré Fá

I Dó

III

V

VII

Mi Sol Si

O acorde DOMINANTE será sempre um acorde de sétima, razão pela qual a sua construção acima, está levando o sétimo grau no lugar da duplicação do primeiro grau. Esse acorde é chamado de SÉTIMA DA DOMINANTE.

1

O acorde da Tônica

Dó Maior

2

O acorde da Subdominante

Fá Maior

3

O acordede Sétima da Tônica

Sétima da Tônica de Sol Maior

4

O acorde Sétima da Dominante

Sétima da Tônica de Dó Maior

Os acordes de sétima levarão o grau acrescido (sétimo grau) diminuído em meio tom, razão pela qual a formação do acorde de sétima da dominante aparece com o sétimo grau que é a nota FÁ, sem o sustenido que esse grau leva na escala de Sol, que da origem ao acorde, o mesmo acontece com a construção do acorde sétima da tônica, onde o sétimo grau aparece com um bemol, pois na escala de DÓ maior esse grau não tem nenhuma alteração. Apesar de ter a sétima nota diminuída em meio tom, o que a torna menor, esse acorde é conhecido apenas como sétima, não devendo ser confundido com os acordes de sétima maior, sobre os quais trataremos oportunamente.

11

CURSO DE VIOLÃO POPULAR ACORDES MENORES Os acordes menores têm a mesma construção dos acordes maiores, a única diferença entre eles é que no menor o terceiro grau aparece diminuído em meio tom em relação ao maior. Portanto, se você conhece os acordes maiores, bastará diminuir o terceiro grau dos mesmos e você terá os acordes menores.

Lá Maior

Lá Menor

Note que no acorde de LÁ Maior o terceiro grau que é a nota DÓ aparece sustenido. E no acorde de LÁ . menor, ele está no seu estado natural, portanto meio tom abaixo.

12

CURSO DE VIOLÃO POPULAR FORMAÇÃO DO CAMPO HARMÔNICO Conhecendo a formação das escalas e a construção dos acordes maiores, menores e de sétimas, podemos então partir para a formação do campo harmônico, e assim descobrir os acordes de cada tom. CAMPO HARMÔNICO DO TOM DE DÓ MAIOR Para encontrar o campo harmônico de um tom, primeiramente precisamos da escala que corresponde a esse tom. Vamos usar a escala de DÓ maior como exemplo. Em seguida vamos colocar debaixo de cada um dos graus da escala, os cinco primeiros graus que corresponde ao tom que eles representam, partindo de baixo para cima. Lembre-se que o oitavo grau é a repetição do primeiro uma oitava acima, portanto sobre esse grau não será construído nenhum acorde, uma vez que o acorde de sétima da tônica será construído sobre o primeiro grau e acrescido do sétimo grau da escala diminuído em um semitom.

Notas Graus

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó I

II

III IV

V



Sol Lá



Fá Sol Lá



Mi

Fá Sol Lá





Mi

Fá Sol Lá







Mi

Si

Dó Ré Si

VI VII VIII Mi



Dó Ré

Mi

Si

Dó Ré Si



Fá Sol Lá

Si

Temos então a formação de todos os acordes do campo harmônico de DÓ Maior, mas precisamos ainda determinar quais são os acordes Maiores e quais são os menores, ou seja, quais os acordes pertencentes a escala principal, e quais os que pertence a escala relativa. Você poderá descobrir isso de duas maneiras bastante simples. 1ª) Se os intervalos de semitons estiverem do terceiro para o quinto grau, isto é, na segunda metade dos cinco graus, o acorde será maior. Se eles estiverem do terceiro para o primeiro, portanto na primeira metade, serão menores.

13

CURSO DE VIOLÃO POPULAR 2ª) Verifique se a nota que representa o terceiro grau do acorde está diminuída em um semitom em relação a escala que tem o mesmo nome do acorde, se estiver, o acorde será menor se não estiver ele será maior. Temos então os seguintes acordes no campo harmônico de DÓ Maior.

C Dm Em F

Acordes

G Am B°



Sol Lá



Fá Sol Lá



Mi

Fá Sol Lá





Mi



Dó Ré M

Modo

m

Si

Dó Ré Si

Mi



Dó Ré

Mi

Si

Fá Sol Lá

Dó Ré Si



Mi

Fá Sol Lá

Si

m

M

°

M

m

As notas em destaques representam os intervalos de semitons. A letra M maiúscula representa os acordes maiores, e a minúscula os acordes menores e esse símbolo ( o ) o acorde diminuto. Temos então um acorde Maior, dois menores, dois Maiores, um menor e um diminuto. Os maiores são os principais acordes da escala principal, e os menores são os principais acordes da escala relativa. O acorde diminuto se deve ao fato dos intervalos de semi tons se encontrarem nas duas metades da sua construção, do primeiro para o terceiro, e do terceiro para o quinto como você pode ver na formação do acorde de B°.

S

S

Si Dó Ré Mi Fá I

III

V

NOTA: Como já dissemos no estudo da formação dos acordes, será necessário acrescentar os acordes de sétimas para completar o campo harmônico ( acorde de sétima da tônica do tom principal e do tom relativo).

14

CURSO DE VIOLÃO POPULAR FUNÇÕES DOS ACORDES Precisamos agora determinar as funções de cada acorde dentro do campo harmônico. No estudo da formação das escalas você aprendeu quais são os principais graus da escala e quais são as suas funções.

1° Grau

Tônica

4° Grau

Subdominante

5° Grau

Dominante

Na escala de DÓ Maior esses graus são representados pelas seguintes notas;

1° Grau

Tônica Dó

4° Grau



5° Grau

Sol

No campo harmônico de DÓ Maior, temos três acordes Maiores.



Acorde de Dó Maior Tônica



Acorde de Fá Maior



Acorde de Sol Maior

15

CURSO DE VIOLÃO POPULAR Esses acordes estão respectivamente construídos sobre os principais graus da escala, portanto terão as suas funções determinadas por eles, portanto teremos:



Tônica de Dó Maior Acorde

Tônica



Acorde de Fá Maior

Subdominante



Acorde de Sol Maior

Dominante *

Como já dissemos esse acorde será sempre um acorde de SÉTIMA, e será chamado de SÉTIMA DA DOMINANTE. Não se esqueça que os acordes de sétima terão sempre o grau acrescido( sétimo grau) diminuído em um semitom. NOTA: Daqui para frente passaremos a utilizar as cifras em lugar dos nomes das notas, para que você possa se familiarizar com elas, uma vez que elas são usadas de forma universal.

Notas

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó

Cifras

C

D

E

F

G

A

D

E

F

Graus

I

II

III IV

V

VI VII VIII IX

X

XI XII XIII XIV XV

B

C

G

A

B

C

Vamos juntar a esses três acordes, o acorde de SÉTIMA DA TÔNICA e então teremos os quatro acordes maiores.



Tônica C

Tônica



F



G7

Sétima da Dominante



C7

Sétima da Tônica

Subdominante

O mesmo processo devera se repetir com os acordes menores relativos, que juntos com os maiores formarão os oito acordes do campo harmônico.

16

CURSO DE VIOLÃO POPULAR



Tônica Am

Tônica



Dm

Subdominante



Em7

Sétima da Dominante



Am7

Sétima da Tônica

NOTA: Para facilitar o aprendizado, até aqui utilizamos apenas a primeira oitava da escala, mas ela devera ser escrita em duas oitavas e ser estudada assim, pois muitos acordes aparecerão acrescidos de graus pertencentes a segunda oitava da escala, como os acordes de nona até a décima terceira, a partir do qual os efeitos das dissonâncias passam a se repetir.

17

CURSO DE VIOLÃO POPULAR

Parte II

Você já tem conhecimento do mínimo necessário sobre teoria, para o aprendizado do violão popular, vamos então iniciar a parte prática do estudo, que é a parte em que você vai aprender como aplicar no instrumento a teoria que aprendeu. CONHECENDO O BRAÇO DO VIOLÃO O braço do violão é dividido em espaços através de trastes metálicos e cada um desses espaços representa meio tom ou um semitom.

MI LÁ RÉ SOL SI MI

São seis as cordas do violão, e são numeradas de baixo para cima. ( 1º mi, 2ª si, 3ªsol, 4ª ré, 5ª lá, 6ª mi) as três primeiras são as primas e as três ultimas os bordões. Os bordões deverão ser tocados com o polegar, as outras três cordas que são as primas, com os outros três dedos. AFINAÇÂO DO VIOLÃO A maneira mais comum de afinar o violão, é prender a corda MI na quinta casa e afinar a corda LÁ pelo seu som. O mesmo procedimento devera se repetir para a afinação das outras cordas, uma vez que a corda presa na quinta casa deve produzir o mesmo som da corda solta subseqüente, com exceção da corda SOL que devera ser presa na quarta casa para produzir o som da corda SI.

Lá Ré Sol Si Mi Lá

MI LÁ RÉ SOL SI MI

18

CURSO DE VIOLÃO POPULAR CONHECENDO AS NOTAS NO BRAÇO DO VIOLÃO Como você viu no inicio desse curso, são sete as notas musicais e são compostas por tons e semitons, sendo que os semitons se encontram nos intervalos de MI FÁ e SI DÓ, portanto a distancia entre essas notas é apenas de meio tom como você pode ver na figura abaixo. Os círculos vazados representam as cordas soltas, e os círculos cheios, as cordas presas.

Sol





Si



Mi Lá





Sol



MI LÁ RÉ SOL SI MI

Se você tocar a primeira corda solta, terá a nota MI, prendendo essa corda na primeira casa você estará aumentando essa nota em meio tom, portanto terá a nota FÁ, uma vez que o intervalo existente entre essas duas notas é de um semitom. Saltando uma casa a partir da nota FÁ, você terá a nota SOL que está a um tom de distancia. Tocando a próxima corda solta, você terá a nota LÁ e saltando uma casa, portanto a um tom de distancia, terá a nota SI. Note que na próxima nota que é DÓ, está a apenas meio tom da nota SI. Você devera fazer esse exercício, começando na nota MI que é a corda solta, e indo até a nota SOL na ultima corda. Toque até a terceira casa e depois a próxima corda solta e assim por diante, pois as cordas presas na quinta casa apenas repete o som da próxima corda solta, com exceção da corda SOL que devera ser presa na quarta casa para repetir o som da corda SI Os sons das cordas presas na quinta casa, normalmente são usados para afinar o violão. A corda seguinte devera ter o mesmo som da anterior presa na quinta casa, exceto a corda SOL que devera ser presa na quarta para reproduzir a nota SI que será o som da corda seguinte.

19

CURSO DE VIOLÃO POPULAR EXECUTANDO AS ESCALAS NO VIOLÃO Depois de aprender a localizar as notas no braço do violão, você começara a executar as escalas. Essa é uma parte muito importante, portanto tenha calma e aprenda a executar uma escala por vez, só passando para a seguinte, quando estiver executando com a segurança a anterior. As escalas deverão ser executadas em duas oitavas, começando pela de DÓ MAIOR e acompanhando a progressão dos tons. ( C - G - D - A - E - B - F ) O mesmo devera acontecer com as menores, só que começando da escala de Am. Como você pode verificar nas figuras das escalas abaixo, elas devem começar pelas suas notas mais graves. Os exercícios das escalas deverão ser feitos de forma ascendente e descendente, isto é, subindo e descendo. ( ida e volta ) Vamos apresentar apenas as escalas de DÓ Maior e a sua relativa menor que é LÁ, mas você devera construir todas as escalas e exercitá-las no violão.

Escala de Dó Maior

Dó Fá

Mi Lá



Si







Sol



RÉ SOL SI MI

Escala de Lá Menor



Si



Mi Lá







Sol



LÁ RÉ SOL SI MI

20

CURSO DE VIOLÃO POPULAR O estudo das escalas é de importância fundamental, pois na medida que você se familiariza com elas, você não só terá facilidade para executar solos, mas também de identificar os seus tons, isto é, em que campo harmônico eles estão. O conhecimento das notas musicais, da formação das escalas e os seus graus, da formação dos acordes e do braço do violão, é o mínimo que você deve saber para tocar violão popular, mas se quiser se aprofundar no estudo musical, aconselhamos que faça um bom curso de teoria musical. Nesse curso, evitamos a notação musical na pauta, pois a nossa intenção foi a de dar apenas o mínimo necessário sobre teoria para o aprendizado do violão popular.

21

CURSO DE VIOLÃO POPULAR ACORDES Vamos apresentar a formação dos acordes no braço do violão, eles serão apresentados pelos tons maiores e seus relativos e em seqüência harmônica, por essa razão alguns acordes aparecerão mais de uma vez. SEQUENCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE DÓ MAIOR = C / Am

C

G7

G7

C

C

Am7

C7

Am

Dm

F

Em

G7

Am

C

Os acordes de C, C7, G7, F e Dm, poderão ser feitos sem o uso da pestana como mostramos abaixo. Esses acordes sem pestana quase não são utilizados atualmente, com exceção do acorde de Dm. C

C7

G7

F

Dm

22

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DO CAMPO HARMONICO DE SOL = G / Em G

D7

D7

G

G

Em7

G7

Em

Am

C

Bm7

Em

D7

G

ACORDES SEM PESTANAS G

D7

G7

C

23

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE RÉ MAIOR = D / Bm D

A7

G

#Fm7

D

A7

Bm

D7

D

Bm

Bm7

Em

A7

D

ACORDES SEM PESTANA D

D7

G

24

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE LÁ MAIOR = A / Fm# A

E7

A

A7

D

E7

A

Fm

# C7m

#Fm

# F7m

Bm

E7

A

25

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE MI MAIOR = E / Cm# E

B7

B7

E

#Cm7

E

E7

#Cm

#Gm

A

#Gm7

B7

#Cm

E

26

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE SI MAIOR = B / #Gm B

F7

Gm

F7

B

B7

E

뎸 B Gm Dm7

Gm7

Cm

F7

B

ACORDE DE B7 SEM PESTANA

27

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DO CAMPO HARMÔNICO DE FÁ MAIOR = F / Dm F

C7

C7

F

F

F7

Dm

Dm7

Gm

B

Am7

C7

Dm

F

ACORDES DE F e C7 SEM PESTANA F

C7

28

CURSO DE VIOLÃO POPULAR RELACIONAMENTO ENTRE OS ACORDES DO CAMPO HARMÔNICO. Costuma-se definir a harmonia como a execução de sons simultâneos, mas isso não da uma idéia exata do que realmente seja a harmonia. Para que haja harmonia, é preciso que exista entendimento entre os sons executados, sem o que, a harmonia seria quebrada. Note o relacionamento entre todos os acordes do campo harmônico, a sucessão entre as suas notas, formam uma perfeita escada sem que nenhum degrau seja saltado.

Acordes

C

D

E

F

G

A

Graus

I

II

III

IV

V

VI VII



Sol Lá

Si

Dó Ré



Fá Sol Lá



Mi

Fá Sol Lá





Mi

Fá Sol Lá







Mi

Si

B

Mi



Dó Ré

Mi

Si

Dó Ré Si



Fá Sol Lá

Si

Se existe uma proximidade entre as notas na sucessão dos acordes do campo harmônico, no relacionamento dos seus principais acordes essa proximidade fica ainda mais estreita, criando entre eles um grau de parentesco bastante acentuado. É esse relacionamento que da sentido de harmonia a uma seqüência, pois ao fazer uma mudança de acorde você não estará fazendo uma mudança brusca, mais estará indo em direção a um acorde que normalmente tem pelo menos uma nota igual e outras que se sucedem dentro da escala do campo harmônico.

29

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SEQUENCIA DOS PRINCIPAIS ACORDES DO CAMPO HARMÔNICO DE DÓ Apesar da diferença de sons existente entre os acordes que formam o campo harmônico de cada tom, existe um relacionamento bastante intimo entre eles, pois eles estão interligados através de algumas notas, como você pode comprovar no desenho que mostra o relacionamento dos principais acordes do campo harmônico de DÓ.

C

G

C

F

G

C

Sol



Sol





Sol

Mi

Si

Mi



Si

Mi



Sol





Sol



30

CURSO DE VIOLÃO POPULAR TIPOS DE ACORDES Basicamente existem dois tipos de acordes, o MI e LÁ, esses dois acordes com o acréscimo da pestana nas respectivas casas, formam os outros acordes. O acorde de E da origem aos acordes de F, G e ao A. Veja o exemplo abaixo. E

F

G

Repare que o acorde de F tem a mesma construção do acorde de E, apenas acrescido da pestana na primeira casa , estando meio tom acima. O acorde de G é exatamente igual ao de F, mas na terceira casa, estando a um tom de distancia. O acorde de A da origem aos acordes de, B, C e D, como mostramos a seguir. A

B

C

D

Observe que o acorde de B tem a mesma formação do acorde de A acrescido da pestana e um tom acima. O acorde de C é exatamente igual ao de B, mas meio tom acima, o mesmo acontecendo com o acorde de D, um tom acima do acorde de C. Com os acordes menores acontece o mesmo, pois a diferença entre o acorde maior e o menor está apenas no terceiro grau, que no menor aparece diminuída em meio tom. Isso pode parecer apenas uma curiosidade, mas não é, pois com um bom conhecimento da localização das notas no braço do violão, e o conhecimento desses dois tipos de acordes, você conhecera todos os acordes fundamentais, pois será apenas uma questão de localizar a tônica de cada um deles. Veja que não é tão complicado, se você consegue localizar as notas no braço do violão, principalmente as que são produzidas pelos bordões que são os baixos e utilizados para reproduzir as tônicas dos acordes, se conhece os acordes de E e A e sabe que a diferença entre o acorde maior e menor está apenas no terceiro grau, então você já conhece todos os acordes fundamentais, faltando conhecer apenas os acordes com acréscimos, com exceção dos acordes de SÉTIMA, pois esses, você também já conhece e já deve ter percebido que o mesmo processo também acontece com eles.

31

CURSO DE VIOLÃO POPULAR SÉTIMAS MAIORES NOS TONS MAIORES E MENORES Os acordes de sétima podem ser, simplesmente SÉTIMA, SÉTIMA MAIOR ou SÉTIMA MAIOR nos tons menores. A sétima, como já mostramos, é um acorde acrescido do sétimo grau diminuído em meio tom, portanto menor, no acorde de SÉTIMA MAIOR, o sétimo grau aparece em seu estado original, como está na escala, portanto maior, e no acorde de SÉTIMA MAIOR nos tons menores, a sétima também aparece maior, mas em um acorde menor, portanto a diferença da SÉTIMA MAIOR para a SÉTIMA MAIOR nos tons menores, está no terceiro grau diminuído em meio tom , o que caracteriza o acorde menor como já vimos antes. Note que a diferença entre os acordes abaixo está apenas no sétimo grau que foi acrescentado ao acorde fundamental, no primeiro a sétima aparece menor e no segundo ela aparece maior.

C7

C7M

No acorde abaixo, assim como no acorde de C7M a sétima também aparece maior, mas como o terceiro grau aparece diminuído em meio tom, o que torna o acorde menor, temos um acorde de SÉTIMA MAIOR no tom menor.

C7M tom menor

32

CURSO DE VIOLÃO POPULAR O mesmo que acontece com os acordes fundamentais, também acontece com as sétimas maiores, os acordes de E7M e A7M, são os dois tipos de acordes que dão origem aos outros. (confira a formação dos acordes). E7M

A7M

F7M

B7M

G7M

C7M

D7M

IMPORTANTE Em acompanhamentos com batidas, de preferência para os acordes com pestanas, pois os acordes sem pestanas, dificultam a execução de algumas técnicas, além do que, algumas cordas soltas podem produzir sons incompatíveis com o acorde executado. Um exemplo de técnica em que a sua execução perfeita só é possível em acorde com pestana, é o abafamento do som, uma espécie de breque feito com um rápido levantar dos dedos. Nos acordes sem pestanas, somente as cordas que estavam presas param de soar, as que estavam soltas continuam soando. Nos acordes sem pestanas, mesmo que todas as cordas soltas tenham as notas do acorde, algumas não devem ser tocadas, um exemplo é o acorde de C, onde todas as cordas soltas representam notas do acorde que é formado pela tríade DÓ MI SOL e as cordas soltas são MI SOL MI, sendo que a sexta corda que produz uma das notas MI, não deve ser tocada, pois tem um som mais grave do que a Tônica do acorde que é o baixo e que, portanto, deve ser o som mais grave do acorde. Ao fazer mudanças de acordes, não arraste os dedos sobre as cordas, pois podem produzir chiados e sons não desejados. Esse é um procedimento muito comum, principalmente entre acordes com o mesmo tipo de formação como é o caso dos acordes de F, G e A com pestanas. Esse tipo de execução só deve acontecer para se obter um efeito especial, não sendo o caso, procure erguer os dedos para fazer a mudança de acordes. Se realmente você quer aprender a tocar violão, será preciso que gaste tempo, que estude regularmente, sem que os intervalos entre um estudo e o outro seja demasiadamente grande, pois se for assim, você sempre estará começando e logo desanimara. Seja persistente, mas não tenha pressa, pois quando menos esperar, você se surpreendera com os resultados alcançados.

33

CURSO DE VIOLÃO POPULAR DISSONÂNCIAS Além dos acordes fundamentais, existem ainda os acordes com acréscimos que são chamados de dissonâncias, dos quais vimos apenas o caso das sétimas. Alguns acordes dissonantes servem para substituir eventualmente os acordes básicos que são os acordes fundamentais e os de sétima, os outros são acordes de ligação. Existem dissonâncias da primeira oitava e da segunda, não vamos mostrar aqui a construção desses acordes no braço do violão, pois vamos tratar sobre esse assunto no próximo curso. Queremos apenas deixar claro o que é um acorde dissonante. Acorde dissonante, é um acorde que leva na sua construção, uma nota que não faz parte da tríade do mesmo. O acréscimo dessa nota quebra a harmonia original do acorde e por essa razão é considerada uma dissonância. EX: O acorde de 7M é uma dissonância da primeira oitava, pois é um acorde acrescido do sétimo grau, já o acorde de 9 (nona) é uma dissonância da segunda oitava, pois é acrescido de um grau que ultrapassa a primeira oitava. Sabemos que apenas os acordes fundamentais e os de sétima, não oferecem condições para se fazer uma harmonia plenamente satisfatória e de acordo com o gosto pessoal de cada um, mas sabemos também que antes de correr é preciso aprender a andar, portanto, é fundamental que primeiramente o iniciante tenha uma boa base, para depois poder se aprofundar com segurança. Por hora vamos destacar apenas o relacionamento das dissonâncias com os acordes fundamentais e os de sétima. Dissonâncias que servem para substituir a tônica e a subdominante que são acordes fundamentais. SÉTIMA MAIOR - SEXTA - QUINTA AUMENTADA (tons menores) - NONA - NONA E SÉTIMA (tons menores) - NONA E SÉTIMA MAIOR - NONA E SEXTA - DÉCIMA PRIMEIRA - DÉCIMA TERCEIRA - DÉCIMA TERCEIRA E SÉTIMA MAIOR. Acordes que servem para substituir a sétima da tônica e a sétima da dominante. QUARTA E NONA - NONA MENOR E SÉTIMA - NONA E SÉTIMA (tons menores) - NONA E QUINTA AUMENTADA (tons maiores) - NONA MAIOR E SÉTIMA - DÉCIMA PRIMEIRA, NONA MENOR E SETIMA - DECIMA PRIMEIRA NONA E SÉTIMA - DÉCIMA PRIMEIRA AUMENTADA E SETIMA - DÉCIMA TERCEIRA BEMOL, DÉCIMA PRIMEIRA E SÉTIMA - DÉCIMA TERCEIRA E SÉTIMA (tons maiores) - DÉCIMA TERCEIRA, NONA MENOR E SÉTIMA - DÉCIMA TERCEIRA, NONA E SÉTIMA.

34

CURSO DE VIOLÃO POPULAR COMO UTILIZAR A MÂO DIREITA DEDO POLEGAR = P = BAIXO

C

DEDO INDICADOR = 1 = CORDA 3ª DEDO MÉDIO = 2 = CORDA 2ª DEDO ANULAR = 3 = CORDA 1ª

Em alguns casos os dedos 3, 2 e 1, deverão tocar respectivamente as cordas 2,3 e 4, pois em alguns acordes a nota produzida pela primeira corda não faz parte da construção do acorde. Veja o exemplo abaixo. G7M

A tríade do acorde é; SOL SI RÉ, a sétima maior é FÁ#, e a nota da 1ª corda é MI, portanto não faz parte do acorde e não deve ser tocada. Nesse acorde temos ainda mais uma corda solta, que é a 5ª corda, essa corda produz a nota LÁ que também não faz parte do acorde, mas em execução arpejada ela permanece inativa. Esse tipo de construção de acorde não é próprio para acompanhamentos com batidas, portanto, se o tipo de execução empregada, não possibilita a exclusão das notas não pertencentes ao acorde, se utilize do acorde com pestana. Observe como todas as notas do acorde de G7M abaixo fazem parte do acorde e portanto, podem ser tocadas sem nenhuma preocupação. G7M com Pestana

Ao escolher os acordes para harmonizar uma melodia, tenha o cuidado de escolher o tipo de construção de acorde que melhor se adapte ao tipo de execução pretendida (com / sem pestana).

35

CURSO DE VIOLÃO POPULAR INVERSÃO A inversão é um recurso muito importante dentro da harmonia, pois dependendo da seqüência de acordes empregados na harmonização de uma melodia, pode haver uma falta de sincronia entre os baixos, e quando isso acontece, recorre-se a inversão dos mesmos para que haja uma seqüência harmônica entre eles. É muito comum encontrarmos em melodias cifradas, acordes do tipo; A/G, esse acorde que usamos como exemplo, é o acorde de LÁ com uma inversão no baixo, ou seja; Lá com a sétima no baixo. Não são todos os acordes que possibilitam o recurso da inversão, por hora vamos dar apenas os acordes que podem sofrer essa inversão e quais as inversões que eles podem ter, mas no próximo curso estaremos tratando desse assunto com mais detalhes. ACORDES QUE PODEM TER OS BAIXOS INVERTIDOS

Acorde

Inversão

Acorde Fundamental

Terça

Sétima

Terça ou Sétima

Sétima Maior

Terça

Sexta

Terça ou Sexta

A inversão dos baixos só devera acontecer quando eles não combinarem entre si, pois muitas seqüências não necessitam dessas inversões. CONSIDERAÇÔES FINAIS O aprendizado do violão popular pode ser simplificado, mas existem algumas coisas que não podem ser ignoradas, por essa razão procuramos dar somente a teoria que consideramos indispensável. É bastante comum o aprendizado apenas da parte mecânica, ou seja, o aprendizado dos acordes e algumas batidas de determinados rítimos através de esquemas nem sempre recomendáveis. Esse tipo de aprendizado é bastante limitado e não da autonomia aos seus praticantes. Ter conhecimento das notas musicais, da formação das escalas, da construção dos acordes e saber localizar com facilidade todas as notas no braço do violão, é sem duvida nenhuma muito importante, mas ainda não é suficiente, pois somente isso, não oferece condições para que o aprendiz de violão popular possa começar a caminhar sozinho. Para se expressar corretamente, nós usamos acentuações, vírgulas e pontos, na musica também é assim, portanto, para que a linguagem musical esteja correta, é preciso conhecer a sua gramática. Além do conhecimento que citamos, é indispensável que se conheça pelo menos o necessário sobre divisão e acentuação musical, pois é isso que da sentido melódico e rítimico a uma sucessão de notas musicais. Se a melodia necessita desses recursos, o seu acompanhamento também, pois não basta apenas que os acordes estejam harmonicamente certos, é preciso também que haja uma perfeita sincronia rítimica. Existem boas matérias sobre esse assunto no mercado, das quais você poderá se utilizar, mas mesmo assim daremos atenção especial sobre ele no nosso próximo curso. 36
Violão Popular - Curso Pratico e Teórico

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