3ª APOSTILA 1º ANO

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ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO ESCOLA ESTADUAL HENRIQUE DIAS

APOSTILA PROFESSORA: PATRÍCIA VITOR COMPONENTE CURRICULAR: LÍNGUA PORTUGUESA ETAPA: Ensino Médio MODALIDADE: Regular ALUNO (A):

Ano: 1º DATA DE ENTREGA:03/07

Período 22/06 a 3/07 Competência: ➢ Considerar a Língua Portuguesa como fonte de legitimação de acordos e condutas sociais e como representação simbólica de experiências humanas manifestas nas formas de sentir, pensar e agir na vida social; ➢ Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos/contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção/recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação de ideias e escolhas). Habilidades: ➢ Identificar as marcas em um texto que caracterizam sua função e seu uso social, bem como seus autores/interlocutores e suas intenções; ➢ Reconhecer em textos de diferentes gêneros, temas, macroestruturas, tipos, suportes textuais, formas e recursos expressivos CONTEÚDO: Gênero textual: crônica Bibliografia: livro de Língua Portuguesa 1º ano “Linguagem e interação. Faraco/Moura e Maruxao Jr. Editora ática 3ª edição. Páginas 82, 83, 84 e 85. ( o livro encontra-se na biblioteca da escola Henrique Dias).

Crônica A crônica: fazendo história A crônica é um dos mais antigos gêneros jornalísticos. A princípio, com o nome de folhetim, designava um artigo de rodapé escrito a propósito de assuntos do dia – políticos, sociais, artísticos, literários. Aos poucos foi se tornando um texto mais curto e se afastando da finalidade de se informar e comentar, substituída pela intenção de apresentar os fatos do cotidiano de forma artística e pessoal. Sua linguagem tornou-se mais poética, ao mesmo tempo em que ganhou certa gratuidade, em razão da ausência de vínculos com interesses práticos e com as informações veiculadas nas demais partes de um jornal. De seu surgimento aos dias atuais, a crônica ganhou prestígio entre nó e pode-se até dizer que constitui um gênero brasileiro, tal a naturalidade e originalidade com que aqui se desenvolveu.

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Protagonista é o personagem principal da obra. A sua experiencia é o foco da narrativa. A partir da sua perspectiva sobre o conflito da história que julgamos tudo o que acontece durante o enredo. Pode ser um herói (ou anti-herói), podendo existir um ou mais personagens principais. Antagonista é um personagem que se contrapõe ao protagonista, e nem sempre está presente nas narrativas. Ele traz ou representa uma ameaça, obstáculo, dificuldade ou impedimento ao que o protagonista deseja alcançar. Características Apresenta uma visão pessoal do assunto escolhido. O texto é curto e leve. Há elementos narrativos básicos. Diverte e/ou promove uma reflexão sobre o assunto.

Brilhante, adamastor Este ano o verão demorou a chegar e parece querer compensar o atraso trabalhando dobrado. Subo a Angélica de carro e vejo um amigo a pé, pela calçada. Ele sua, bufa e resmunga qualquer coisa, provavelmente contra o sol, a gravidade, nossa condição bípede, Deus e todos os santos. Dou uma buzinada, abro o vidro, pergunto aonde vai, diz que ao fórum de Pinheiros. Vou para perto, ofereço uma carona. Ele salta pra dentro do carro e logo fico sabendo que sua infelicidade tem menos a ver com verão do que com o vizinho, um sujeito de maus bofes chamado Adamastor. Meu amigo é educado e pacífico. Não cito seu nome, pois é réu num processo aberto pelo tal Adamastor no Tribunal de Pequenas Causas; não quero prejudicá-lo. Vamos chamá-lo de Ivo, nome que me parece adequado a um sujeito educado e pacífico. Assim como Adamastor cabe perfeitamente a um homem ignorante e agressivo — e vejam a coincidência, pois Adamastor é mesmo o nome do vizinho, que faço questão de citar para que se cubra de infâmia. Adamastor. Adamastor. Adamastor. Ivo mora numa casa térrea. A casa fica de lado pra rua, de frente pra um jardinzinho comprido e prum muro de quatro metros de altura. Do outro lado do muro vive o Adamastor, mas Ivo nunca se lembra disso ao abrir a porta, todas as manhãs, pois entre o Adamastor e meu amigo, além do muro, há uma enorme trepadeira, uma tela verde de 4 × 10 metros, que o próprio Ivo plantou faz uma década, e ali está a embelezar sua vista e purificar o ar da cidade. Se todos tivessem trepadeiras como a do Ivo, talvez não fizesse tanto calor. Talvez o verão não demorasse a chegar nem estivesse trabalhando dobrado. Talvez ainda houvesse garoa. Talvez o mundo estivesse salvo. Mas o mundo não está salvo, há menos trepadeiras do que sujeitos feito o Adamastor que, vejam só, encasquetou que a planta deixa sua casa úmida e que o Ivo precisa arrancá-la. Eu disse que o Ivo era educado e pacífico. Não minto. Quando o Adamastor apareceu, trazendo o cunhado para intimidar, meu amigo ouviu calmamente sua queixa. Disse que ia chamar um engenheiro capaz de dizer se a trepadeira era a culpada pela umidade e, caso se confirmasse a suspeita, ele a cortaria. “É a trepadeira!”, afirmou o Adamastor, com aquele pequeno gozo sadomasoquista de quem acredita que o próprio sofrimento é fruto única e exclusivamente do prazer alheio e que, uma vez exterminada a alegria do outro, seu incômodo cessará, na triste matemática dos egoístas, onde só existe a soma zero. Pois bem, meu amigo chamou não um nem dois, mas três engenheiros. Todos disseram, na frente do Adamastor, que a trepadeira é inocente. Que a umidade vem do chão, do lado da casa do querelante, mas Adamastor não aceita e, 15 dias atrás, ao abrir a porta, Ivo encontrou, além da trepadeira, uma intimação judicial. Adamastor está levando a trepadeira aos tribunais. Não lhe importam a engenharia, a botânica, a lógica. O negócio é pessoal. Com seu nome de gigante e sua alma de gnomo, ele vai até o fim, até arrancar a trepadeira, até deixar o mundo um pouquinho pior e poder gozar, em sua toca úmida e abafada, o triunfo de sua mediocridade. Brilhante, Adamastor. PRATA, Antonio. Brilhante, Adamastor. Folha de S.Paulo, São Paulo, 8 fev. 2012. Caderno Cotidiano. Disponível em: . Acesso em: ago. 2015.

Atividades 1Duas personagens presentes no texto podem ser consideradas centrais - o protagonista e o antagonista. a) Quem são elas? b) Por que estão em oposição uma à outra? 2- Uma Das características que o enunciador atribui a Ivo é ser educado e pacífico. Vamos relacioná-lo ao desenvolvimento da crônica. Responda no caderno. a)Que ações empreendidas por essa personagem poderiam justificar a atribuição dessa característica?

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b)Em pelo menos duas passagens do texto, essa característica é explicitada e reforçada. Releia os trechos: I- Meu amigo é educado e pacífico. Não cito seu nome, pois é réu num processo aberto pelo tal Adamastor no Tribunal de Pequenas Causas; não quero prejudicá-lo. Vamos chamá-lo de Ivo, nome que me parece adequado a um sujeito educado e pacífico. [...] II- Eu disse que o Ivo era educado e pacífico. [...] Em sua opinião, por que a insistência nessa característica? 3- O desfecho do texto é construído com ironia. Releia-o novamente nas linhas 59 a 64 do texto, observando especialmente os trechos: “... até deixar o mundo um pouquinho pior e poder gozar, em sua toca úmida e abafada, o triunfo de sua mediocridade. Brilhante, Adamastor.” a) No caderno, explique a ironia, em destaque. b) Em sua opinião, o que leva o autor da crônica a esse desfecho irônico? 4- Observe o seguinte trecho e responda às questões em seu caderno: [...] há menos trepadeiras do que sujeitos feito o Adamastor que, vejam só, encasquetou que a planta deixa sua casa úmida [...] (linhas 35-38) a) O verbo em destaque nesse trecho expressa uma atitude de Adamastor. Identifique outros verbos que expressam ações de Adamastor no texto. Copie-os em seu caderno. b) O sentido desses verbos revela que característica de Adamastor? 5- Localize no texto as seguintes expressões. Explique seu sentido e justifique seu emprego no texto. a) “[...] aquele pequeno gozo sadomasoquista [...]” (linhas 45-46) b) “[...] na triste matemática dos egoístas, onde só existe a soma zero.” (linhas 49-50) c) “[...] em sua toca úmida e abafada [...]” (linhas 62-63) 6- Agora é sua vez de produzir uma crônica: o tema é “em tempos de distanciamento social”. Siga a estrutura dada no quadro da aula acima.
3ª APOSTILA 1º ANO

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