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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE TEORIA E PLANEJAMENTO/DTPE Ensino de Biologia II – 2017-2 Prof.: Benjamin Pinto Discente: Vivian dos Santos Nogueira; M: 2013.17.030-9
Questão: As teorias de currículo têm sido classificadas em tradicionais, críticas e pós-críticas. Quais são as principais características dessas teorias (tradicional, crítico e pós-crítico) do currículo? A escola, como um todo, tem um papel primordial na formação dos cidadãos de determinada sociedade. O currículo, que se a priori se coloca como área sistemática que agrega ferramentas técnicas, questões relativas à procedimentos, métodos e assuntos a se tratar no contexto escolar, acaba por contribuir diretamente com construção da identidade dos alunos. Por tal fator, a organização dos currículos recebeu interesse das classes dominantes desde sua idealização e até os dias de hoje não se vê alheia à fatores sociais, históricos e políticos das diferentes sociedades. Segundo Althusser, a educação é um dos principais dispositivos através do qual a classe dominante transmitira suas ideias sobre o mundo social, garantindo a reprodução da estrutura e estratificação pré-existente. As teorias de currículo que atravessam o tempo têm, portanto, uma forte ligação com o contexto histórico na qual emergiram. As teorias tradicionais têm como objetivo principal preparar para aquisição de habilidades intelectuais através de práticas de memorização. Esse tipo de currículo teve origem nos Estados Unidos e tem como base a tendência conservadora, baseada nos princípios de Taylor, esse que igualava o sistema educacional ao modelo organizacional e administrativo das empresas. As teorias críticas argumentam sobre a inexistência da neutralidade, já que toda teoria está baseada nas relações de poder, desmascarando a suposta neutralidade da escola da classe dominante; percebe o currículo como um campo que preconiza a liberdade e um espaço cultural e social de lutas. Nas teorias pós-críticas, o currículo produz relação de gêneros, pois predomina a cultura patriarcal. Essa teoria critica a desvalorização do desenvolvimento cultural e histórico de alguns grupos étnicos em detrimento de outros e os conceitos da modernidade, como razão e ciência. Outra perspectiva desse currículo é a fundamentação no pós-estruturalismo, que acredita que o conhecimento é algo incerto e indeterminado. Questiona também o conceito de verdade, já que leva em consideração o processo pelo qual algo se tornou verdade. Questão: Qual é a relação do currículo escolar com a cultura e o aspecto social e político? Para você qual a relação de currículo – avaliação – aprendizagem? O primeiro equívoco em uma dissertação pouco reflexiva sobre cultura é a impressão de que ela é estática. “É a cultura brasileira”, ouvimos muito. A cultura, na sua natureza, é uma entidade que se constrói pelos hábitos e produções de todos os indivíduos de uma sociedade, mas tal relação é deturpada pelas estratificações sociais produzidas no capitalismo. É comum vemos a música clássica, indubitavelmente, ser considerada como produção de cultura ao mesmo passo que o funk é marginalizado, dada sua origem. Portanto, atualmente, vemos que as definições dos itens culturais passam por um crivo
das classes dominantes e, a escola enquanto produtora de cultura, está imersa nesta questão. Uma visão tradicional da relação de cultura, educação e currículo não vê a cultura como um terreno contestado, então entende ela como algo único e homogêneo, que deve ser passado para os estudantes através dos currículos escolares. Mas na forma de cultura heterogênea, sem delimitações e universal a única forma de produzir cultura de forma verdadeira dentro da escola é através da liberdade, criticidade e valorização do indivíduo. Coloco valorização do indivíduo, não da individualidade, visto que na cultura de massas que é preconizada na escola tradicional, os alunos são submetidos a um ceifamento de ideias, de qualquer coisa que saia do objetivo central do aprendizado: a instrumentalização e tecnicidade. Na medida que a escola e a sociedade pensam os currículos de forma coletiva e democrática, cria-se um desvio contra as relações de poder. E este desvio é fundamental para que o currículo se resuma em direções que formem os alunos politica, social, humana e cientificamente, que não são interesse da classe dominante. Desta forma o currículo estreita as relações com a aprendizagem efetiva e formação completa dos indivíduos e se coloca dinâmico como a cultura e mais eficiente em acompanha-la.