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COESÃO E COERÊNCIA
DISCIPLINA: REDAÇÃO
COESÃO E
COERÊNCIA?
Coerência • O verão chegou, e com ele, o frio. • Elias tem um belo carro. Quando ele vai passear, costuma pedalar muito rápido.
COESÃO E COERÊNCIA • A coesão e a coerência são dois princípios fundamentais na construção da textualidade. • A textualidade consiste no conjunto de características que fazem com que um texto seja assim concebido e não como um conjunto de palavras, frases ou sequência de frases.
O que é coerência? A coerência se estabelece a partir das ideias apresentadas no texto e dos conhecimentos dos interlocutores, garantindo a construção do sentido de acordo com as expectativas do leitor. Está, pois, ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação dos sentidos do texto.
A coerência é o encadeamento de ideias no texto. Se houver quebras ou contradições nesse encadeamento de ideias, dizemos que o texto perdeu sua coerência.
O texto a seguir é um exemplo de texto com coerência, mas sem coesão:
TEXTO: CIRCUITO FECHADO Chinelo, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoadura, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro.
Mesa e poltrona, cadeira, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, telefone. Bandeja, xícara pequena. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vale, cheques, memorando, bilhetes, telefone, papéis. Relógio, mesa, cavalete, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadronegro, giz, papel.
Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeira, copo, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, telefone, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesas, cadeiras, prato, talheres,copos, guardanapos. Xícaras. Poltrona, livro. Televisor, poltrona. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga ,pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. Ricardo Ramos. Circuito fechado: contos, 1978
Elementos de coesão Os elementos de coesão são as palavras de transição, também conhecidas como conectores, que estabelecem uma relação entre os enunciados. Como o próprio nome sugere, essas expressões conectam as orações e tornam os termos dependentes entre si. O resultado será um texto mais interessante e de leitura agradável.
COESÃO REFERENCIAL E COERÊNCIA
COESÃO E COERÊNCIA A coesão é uma decorrência da própria continuidade exigida pelo texto, a qual, por sua vez, é exigência da unidade que dá coerência ao texto.
COESÃO E COERÊNCIA
E a coerência é uma propriedade que tem a ver com as possibilidades de o texto funcionar como uma peça comunicativa — unidade —, como um meio de interação verbal.
COESÃO REFERENCIAL Coesão referencial – alguns elementos linguisticos têm a função de estabelecer referência e vincular partes do texto. A coesão referencial pode se dar por substituição, por uso de expressões nominais, por uso de pronomes e por elipse.
COESÃO REFERENCIAL Substituição: quando um substantivo, verbo ou mesmo trechos do texto são substituídos por sinônimos ou expressões equivalentes, evitando assim a repetição.
Exemplos: Minha irmã bateu o carro ontem. A parte frontal do automóvel ficou totalmente avariada. Pedro estudou muito para a prova e Maria também.
Pedro comeu pudim depois do almoço. Maria fez o mesmo. Eu tomei um sorvete de chocolate. Pedro tomou um de flocos.
Uso de expressões nominais: em alguns casos, a coesão ocorre pelo uso de expressões nominais definidas – um tipo de reiteração baseado em nosso conhecimento do mundo (de cultura, do nosso cotidiano), e não apenas em nosso conhecimento linguístico.
Veja: “Há mais de trinta anos, o cantor e compositor Roberto Carlos grava uma especial de fim de ano para a Rede Globo. O rei interpreta as composições que são sucesso entre o grande público.”
Uso de pronomes – observe as palavras destacadas no texto:
“Minha mulher e eu temos um segredo para fazer um casamento durar: Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas. Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em São Paulo.” (Luis Fernando Veríssimo, O sentido da vida)
Elipse: esse tipo de coesão consiste na omissão de uma expressão recuperável pelo contexto, evitando assim a sua repetição.
Exemplos: Maria foi ao cinema, onde (*) encontrou suas amigas. Na Copa do Mundo de 2006, o Brasil não foi o vencedor, ao contrário do que aconteceu na (*) de 2002.
A coesão se constitui pelos recursos linguísticos responsáveis pela ligação que se estabelece entre os termos de uma frase, entre as orações de um período e que, consequentemente, colaboram para a formação de parágrafos harmonicamente bem construídos.
• Tais recursos são representados pelos conectivos, os quais se manifestam por intermédio das preposições (a, de, para, com), conjunções (que, enquanto, embora, mas, porém, todavia) pronomes (ele, ela, sua, este, aquele, o qual), advérbios e locuções adverbiais (aqui, lá, logo, antes, dessa maneira, aos poucos) e palavras denotativas (afinal, inclusive, senão, apenas, então, entre outras).
• Partindo desses pressupostos, as frases a seguir mostram como funcionam esses elementos coesivos, a fim de que use tais elementos de forma consciente e adequada, sempre que necessário for.
*Embora, ainda que, mesmo que – Tais conectivos estabelecem relação de concessão e contradição, admitindo argumentos contrários, contudo, com autonomia para vencê-los. Observe o exemplo: Embora não simpatizasse com algumas pessoas ali presentes, compareceu à festa.
•*Aliás, além de tudo, além do mais, além disso – Conferem mais credibilidade aos argumentos, reforçando-os juntamente à ideia final. Constate: O garoto é um excelente aluno, aliás, destaca-se entre os demais. Além de tudo é muito educado e gentil.
• Ainda, afinal, por fim – Incluem mais um elemento no conjunto de ideias retratadas, como também revelam mais um argumento a título de conclusão do assunto abordado. • Note: Não poderia permanecer calado, afinal, tratava-se de sua permanência na diretoria, e ainda assim pensou muito.
•Isto é, ou seja, quer dizer, em outras palavras – Revelam retificações, esclarecimentos ao que já foi exposto anteriormente. Como podemos constatar em: •Faça as devidas retificações, isto é, corrija as eventuais inadequações, de modo a tornar o texto mais claro.
Assim, logo, portanto, pois, desse modo, dessa forma – Exemplifica o que já foi expresso, com vistas a complementar ainda mais a argumentação. Como expresso por meio do exemplo a seguir: *
Não obteve êxito na sua apresentação. Dessa forma, o trabalho precisou ser refeito.
* Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante – Estabelecem oposição entre dois enunciados, ligando apenas elementos que não se opõem entre si. Perfeitamente constatável em: Esforçou-se bastante, contudo não obteve sucesso no exame avaliativo.
Até mesmo, ao menos, pelo menos, no mínimo – Estabelecem uma noção gradativa entre os elementos do discurso. É o que podemos constatar em: *
Esperávamos, no mínimo, que ela pedisse desculpas. Até mesmo porque a amizade dela é muito importante para nós.
*E, nem, como também, mas também – Estabelecem uma relação de soma aos termos do discurso, desenvolvendo ainda mais a argumentação ora proferida. A título de constatação, analisemos:
Não proferiu uma só palavra durante a reunião, mas também não questionou acerca das decisões firmadas.
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