AULA 2 - PIRÂMIDES E GUIAS ALIMENTARES

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PIRÂMIDES E GUIAS ALIMENTARES Profª.: Itala Suzana Oliveira Silva

PIRÂMIDE ALIMENTAR • "Pirâmide Alimentar é um instrumento, sob a forma gráfica, de orientação da população para uma alimentação mais saudável“

(RDC nº39, de 21 de março de 2001)

• Elaborada para ajudar a entender como equilibrar os alimentos diariamente • Os alimentos estão apresentados na pirâmide por porções • A apresentação dos alimentos em grupos permite uma associação mais fácil dos

alimentos por nomes populares e as respectivas porções em unidades ou medidas caseiras, ou seja, na forma como o individuo costuma comer o alimento

• Os alimentos que precisam ser consumidos numa quantidade maior estão na base da pirâmide e os que precisam ser consumidos em menor quantidade estão no topo da pirâmide

PIRÂMIDE ALIMENTAR • Porção:

quantidade de alimento em sua forma de consumo (unidade, xícara, fatia, colher) ou em gramas

• Para cada nível da pirâmide foram estabelecidas as porções dos alimentos que são equivalentes em energia (Kcal)

PIRÂMIDE ALIMENTAR - EUA • Nasceu em 1992 nos EUA • USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos começou a publicar guias alimentares a cada cinco anos

• Símbolo que resumia as orientações oficiais • Melhor resultado em comunicar moderação e proporcionalidade

PIRÂMIDE ALIMENTAR - EUA • Alice Ottoboni (pesquisadora): - As diretrizes oficiais do USDA e sua pirâmide dos alimentos são nutricionalmente e bioquimicamente equivocados - Eles mudaram radicalmente os hábitos alimentares de dezenas de milhares de norte-americanos, num experimento humano massivo que deu errado - Associação temporal entre a dieta ‘saudável para o coração’ e a corrente e crescente epidemia de doença cardiovascular, obesidade e diabetes tipo 2

PIRÂMIDE ALIMENTAR - EUA Consumo alto de carboidrato sem distinção Consumo de proteínas em nível intermediário

Evitar a ingestão de gorduras Primeira pirâmide alimentar dos EUA (1992).

PIRÂMIDE ALIMENTAR - EUA Representa a proporção recomendada de alimentos para cada grupo alimentício

Foca na importância de fazer escolhas inteligentes de alimentos e cada grupo, todos os dias

Segunda pirâmide alimentar dos EUA (2005).

A atividade física é um novo elemento do símbolo

PIRÂMIDE ALIMENTAR - EUA • Goze as suas refeições, mas coma menos • Evite porções muito grandes • Faça com que metade do seu prato sejam vegetais e frutas

• Pelo menos metade dos seus cereais devem ser integrais

• Mude para leite magro ou meio-gordo • Compare o teor em sódio de alimentos como as sopas instantâneas, pão e comida congelada Ícone alimentar dos EUA (2011).

• Beba água em vez de refrigerantes

PIRÂMIDE ALIMENTAR - BRASIL • No Brasil, chegou em 1999, numa adaptação feita pela professora Sonia Tucunduva Philippi, da Faculdade de Saúde Pública da USP

• Não foi adotada oficialmente pelo governo, mas constou de vários

documentos públicos e é de certo modo uma tradução gráfica do Guia Alimentar de 2006

• Desde que o primeiro modelo de Pirâmide Alimentar foi criado, a alimentação dos brasileiros passou por muitas mudanças

• Fatores como o aumento nas taxas de doenças crônicas não transmissíveis, contribuíram para necessidade de uma atualização do guia

PIRÂMIDE ALIMENTAR - BRASIL Os alimentos são agrupados na pirâmide de acordo com as suas funções e seus nutrientes em 8 grupos Nenhum grupo pode ser utilizado como única fonte dos nutrientes, pois nenhum grupo contém todos os nutrientes Primeira pirâmide alimentar dos Brasil (1999).

PIRÂMIDE ALIMENTAR - BRASIL Para se adequar e melhorar a dieta dos brasileiros, o modelo de pirâmide alimentar passou por algumas alterações em 2013 Redução do valor energético diário de 2.500 para 2.000 Kcal, fracionamento da dieta em seis refeições diárias e o incentivo à prática de atividade física

Segunda pirâmide alimentar dos Brasil (2013).

PIRÂMIDE ALIMENTAR - MUNDO

Pirâmide do Japão Pirâmide da Austrália

Pirâmide da Bélgica Pirâmide da Venezuela

GUIA ALIMENTAR DESAFIOS

Desnutrição, causada pela fome e pobreza

x Obesidade, proveniente do estilo de vida e ambiente obesogênico, dentre outras questões

Têm levado os países a determinar políticas e diretrizes nacionais voltadas à determinação de ações para o combate dessas demandas

GUIA ALIMENTAR • Instrumento oficial que define diretrizes alimentares como um meio de nortear as escolhas de alimentos e hábitos mais saudáveis de uma população específica, e divulgando informações que possam apoiar essas escolhas em uma linguagem que seja compreendida por todas as pessoas e que leve em conta questões culturais, sociais, econômicas e ambientais

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA • Primeira edição publicado em 2006 • Apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a população brasileira, baseada em porções

• Transformações da sociedade brasileira, no que diz respeito à saúde e à nutrição levaram a uma atualização deste documento com novas recomendações

• A segunda edição passou por uma consulta pública e foi amplamente debatida por diversos setores da sociedade

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA • Segunda edição lançado em novembro de 2014 • Visa demonstrar como alcançar uma alimentação sadia e balanceada, mas sem trabalhar com grupos alimentares e recomendações de porções

• Recomenda que a alimentação deve ter como base alimentos in natura (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), e evitar os alimentos ultraprocessados (como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes)

• Foca as orientações nas refeições e nos aspectos que permeiam o comportamento alimentar, como as dimensões culturais, sociais, econômicas e ambientais

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • UM NOVO OLHAR!

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • 5 Princípios que Orientam o Guia 1- Alimentação é mais do que ingestão de nutrientes Alimentação diz respeito também a outros aspectos que influenciam na saúde e no bem-estar como o modo de preparo e dimensões culturais

2 - Sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável Recomendações sobre alimentação devem levar em conta o impacto das formas de produção e distribuição dos alimentos

3 - Autonomia nas escolhas alimentares O acesso a informações confiáveis sobre alimentação adequada e saudável contribui para que pessoas, famílias e comunidades ampliem a autonomia para fazer boas escolhas na mesa

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • 5 Princípios que Orientam o Guia 4 - Sintonia com seu tempo

5 - Diferentes saberes geram o conhecimento

Recomendações feitas por guias devem levar em conta o cenário da evolução da alimentação

Em face das várias dimensões da alimentação o conhecimento necessário para elaborar recomendações sobre alimentação é gerado por diferentes saberes

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Classificação dos alimentos – nível de processamento

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Alimentos in natura, processados e ultraprocessados. Exemplos:

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Como diferenciar alimentos processados de ultraprocessados: • Leitura da lista de ingredientes  presente no rótulo dos alimentos processados e ultraprocessados

• Número elevado de ingredientes  cinco ou mais ingredientes pior • Ingredientes com nomes pouco familiares  ingredientes não usados em preparações culinárias

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Grupos dos alimentos: • • • • • • • • •

Grupo dos feijões Grupo dos cereais Grupo das raízes e tubérculos Grupo dos legumes e das verduras Grupo das frutas Grupo das castanhas e nozes Grupo do leite e queijos Grupo das carnes e ovos Água

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Orientações sobre o ato de comer: • Comer com regularidade e com atenção Procure fazer suas refeições diárias em horários semelhantes. Evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade.

• Comer em ambientes apropriados Procure comer sempre em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimentos.

• Comer em companhia

Sempre que possível, prefira comer em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. Procure compartilhar também as atividades domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições.

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição RECOMENDAÇÕES

• Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base da sua alimentação

• Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades • Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os como ingrediente em reparações culinárias ou como parte da refeição

• Evite alimentos ultraprocessados

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Porque evitar o consumo de alimentos ultraprocessados Composição nutricional desbalanceada Os efeitos a longo prazo e cumulativo da exposição a aditivos nem sempre são bem conhecidos

Favorecem doenças do coração, diabetes e câncer, além de riscos de deficiências nutricionais Tendem a afetar negativamente a cultura, a vida social e o ambiente

Favorecem o consumo excessivo de calorias Atributos comuns: hiper sabor, comer sem atenção, tamanhos gigantes, calorias líquidas

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição Valorização da cultura alimentar local DESAFIOS

Alimentação variada e que contempla os diversos grupos de alimentos

Alimentação que privilegia alimentos in natura e minimamente processados

Alimentação que tradicionalmente já faz parte dos hábitos alimentares do brasileiro

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Sugestões de café da manhã Frutas

Variedade

Alimentos processados integrados à refeição

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição • Sugestões de almoço Arroz e feijão

Formas diferentes de preparo

Opções para substituir carne vermelha Equilíbrio na oferta de frutas e doces

GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2ª edição OBSTÁCULOS

• • • • • •

Informações não confiáveis Fácil oferta de alimentos ultraprocessados Custo dos alimentos in natura x ultraprocessados Transmissão de habilidades culinárias entre gerações

Dedicação de tempo para a alimentação Publicidade dos alimentos ultraprocessados

10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 1- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação 2 - Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias

3 - Limitar o consumo de alimentos processados 4 - Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados 5 - Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia

10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 6- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados 7 - Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias 8 - Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece

9 - Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora 10 - Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais

EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO 1- O Guia Alimentar para a População Brasileira apresenta um conjunto de informações e recomendações sobre alimentação com o objetivo de promover a saúde da sociedade brasileira hoje e no futuro. Faz parte das orientações contidas na edição atualizada (2014) desse Guia: a) A não adição de sal e açúcar refinados às preparações culinárias. b) O consumo máximo de duas porções diárias de alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados e refrigerantes. c) O consumo diário de cinco porções de frutas e quatro porções de verduras cruas.

d) A ingestão de pequenas quantidades de alimentos processados, consumidos como

ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.

EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO 2- A quantidade de alimento em sua forma usual de consumo expressa em medidas caseiras ou unidade, considerando também a quantidade média do alimento que deve ser usualmente consumida por pessoas sadias, para compor uma alimentação saudável, é definida pelo Guia Alimentar como

a) per capta b) sobra limpa c) resto ingesta

d) desperdício e) porção

REFERÊNCIAS •

ANDRADE, L. M.; BOCCA, C. ANÁLISE COMPARATIVA DE GUIAS ALIMENTARES: PROXIMIDADES E DISTINÇÕES ENTRE TRÊS PAÍSES. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, [s.l.], v. 11, n. 4, p.1001-1016, 22 dez. 2016. Universidade de Estado do Rio de Janeiro. http://dx.doi.org/10.12957/demetra.2016.20414.



BIELEMANN, R. M., et al. Consumption of ultra-processed foods and their impact on the diet of young adults. Revista de Saúde Pública, [s.l.], v. 49, p.1-9, 2015. FapUNIFESP (SciELO).http://dx.doi.org/10.1590/s0034-8910.2015049005572.



BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da saúde. Ministério da Saúde lança Guia Alimentar para a População Brasileira. 07 nov 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/15411-ministerio-da-saude-lanca-guia-alimentar-para-a-populacao-brasileira. Acesso em: 26 maio 2017.



BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.



CASTRO, I. R. R.; CASTRO, L. M. C.; GUGELMIM, A. Ações Educativas, programas e políticas envolvidos nas mudanças alimentares. In: DIEZ-GARCIA, R.W., Cervato-MANCUSO, A. M. Mudanças alimentares e educação nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2012. p. 18-34.



FREEDHOFF, Y. Guest Post: Are Brazil's New National Dietary Guidelines the World's Best? 03 mar 2014.Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2017.



GONZALEZ, A. Novo Guia Alimentar sugere hábitos que estão em contradição com nosso tempo. 23 abr 2015. Disponível em: . Acesso em: 26 maio 2017.



MONTEIRO, C. A., et al. Dietary guidelines to nourish humanity and the planet in the twenty-first century. A blueprint from Brazil. Public Health Nutrition, [s.l.], v. 18, n. 13, p.2311-2322, 24 jul. 2015. Cambridge University Press (CUP). http://dx.doi.org/10.1017/s1368980015002165.



THE HUFFINGTON POST CANADA. Brazil Dietary Guidelines: New Rules Make Healthy Eating Seem Simpler. 19 fev 2014. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2017.
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