Aula 27 Bloco 01

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Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória Teologia de Umbanda - TU Desenvolvido e Ministrado por Alexandre Cumino ICA - Instituto Cultural Aruanda I Bauru-SP

EPISÓDIO 27 BLOCO 01 - Versão Digitada O Boiadeiro também é uma linha recente na Umbanda. Falamos muito do Boiadeiro, mas no passado já foi algo ligado a linha de Caboclos, podemos até arriscar dizer que surgiu como Caboclo Boiadeiro. Tem uma identificação dentro da linha de Caboclo que as vezes fala de Caboclo de Pena e Caboclo de Couro. O Boiadeiro teria surgido nessa parte de Caboclo de Couro, do Caboclo que veste couro, que anda a cavalo e aí começou a aparecer o Caboclo Boiadeiro. Esse Caboclo logo foi se associando a este vaqueiro, boiadeiro, tocador de boi e um linguajar a respeito do boi, do boi que está perdido, atolado, que vai buscar a boiada, laço na mão, rodando com berrante ou sem, dando aquela chamada do boi. É comum ouvir o Boiadeiro gritar: Eeeeeee boooiiiii. Se vê isso em alguns Terreiros e nós fomos ver de perto e o Rubens teve um olhar muito próximo da linha de Boiadeiros. Do livro Arquétipos de Umbanda Rubens fala bastante da linha de Boiadeiros. Trabalha na força de Logunã, na força do Tempo e eles tem um que de Ogum no que diz respeito a uma potência, força, vigor, energia. O Boiadeiro passa isso quando está trabalhando. Em uma linguagem figurada o boi se assemelha ao Egun, o espírito perdido, os Boiadeiros tem uma especialidade ou campo de preferência que é esse de ir buscar Eguns, espíritos perdidos. O laço do Boiadeiro que é um laço energético, quando ele roda esse laço no astral, percorre todo ambiente e quando volta traz o Egun do laço. Então, a partir de uma metáfora, uma boiada é u monte de espíritos perdidos, um monte de Egun, uma manada de espíritos. Um boi atolado é um espírito preso, um boi perdido é um espírito perdido, porque o trabalho da entidade é um trabalho espiritual. Ele é Boiadeiro mas não está vindo aqui para conduzir boi, ele está usando essa linguagem.





A Umbanda constrói um cenário. Estamos falando de algo tão especial, tente alcançar isso que estamos falando. Algo tão especial que você na Umbanda, primeiro incorporar não é a mesma coisa que psicofonia. Psicofonia é apenas uma fala mediúnica. A incorporação você se entrega como se estivesse tomado, possuído, mas voc6e não está, está incorporado. Mas sua entrega é tal que você é o Boiadeiro naquele momento, é o Caboclo, o Preto Velho. Por isso a palavra incorporar é perfeita. Não quer dizer que o espírito precisa estar dentro de você, mas a sensação é essa, a sensação é que ele está dentro e é você. Não sei quem sou eu, quem é ele, você se perde para que ele possa se encontrar, você fica quietinho para que ele possa falar, você deixa de ser para que ele seja. Você por inteiro, de tal maneira que quem olha vê outra pessoa em você e não apenas a fala de outra pessoa em você. Está caracterizado outra pessoa no semblante, no olhar, na palavra, no gesto, no comportamento, na compleição física. Você incorpora o Preto Velho e você está lá todo encurvado, incorpora o Caboclo e você está lá forte, o Boiadeiro você está cheio de energia. Eu posso fazer o gesto aqui de um Baiano, mas isso não tem nada a ver com uma incorporação. Uma incorporação é muito diferente de um fingimento, de alguém fingindo ser ou tentando ser, é diferente de imitar. É isso. Imitar é uma coisa, incorporar é outra. Você é e no momento que você é o Preto Velho, Boiadeiro, Marinheiro, a construção de um ambiente. O Preto Velho está com seu cachimbo, tomando um café, tem relatos de Umbanda antigos onde Preto Velho vinha e bebia pinga, que bebia vinho e não estamos falando de mistificação, mas de cultura. O que é que dentro de uma fazenda de cana onde tem um alambique, o que se bebia lá? Pense. Mas um cafezinho que hoje tradicionalmente a imagem do Preto Velho está associado ao café amargo. Então, no momento em que o Preto Velho está no banquinho, em um toco e você tem aqui um café, um cachimbo, ele está construindo um ambiente e tem o linguajar da senzala. A Umbanda faz a construção do ambiente e leva o consulente para dentro desse lugar. Quando o Boiadeiro está falando do boi, da boiada, quando ele está com o laço, rodando, gritando, ele está construindo aquele ambiente, está ambientando. O Terreiro passa a ser o campo do Boiadeiro e entre os Boiadeiros há os romeiros, pantaneiros, existem outras sub divisões que não se fala, a boiadeira. Porque isso aqui é Umbanda, se





voc6e falar que não vê mulher boiadeira, espera aí, e na umbanda não tem um espírito feminino trabalhando, é tudo masculino? Não tem uma Maria Boiadeira? Uma Dalva Boiadeira? Uma Boiadeira Estrela da Manhã? É, nós estamos muito presos em achar que sabemos de tudo, vamos parar com isso. Então Boiadeiro vem na força de Logunã, trabalha as vezes com vela laranja, as vezes vermelha, branca e ele é aquele que as vezes trabalha a regimentação dos Eguns. Fica nossa reflexão sobre essa linha, os Boiadeiros. Xetuá seu Boiadeiro, salve suas forças, seu laço, salve os Boiadeiros na Umbanda.
Aula 27 Bloco 01

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